Revista Por Exemplo #1

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VOCÊ AJUDA:

R$ 2,50

100% DO VALOR DE CAPA, APÓS OS IMPOSTOS, É DOADO PARA PROJETOS QUE MELHORAM A EDUCAÇÃO NO BRASIL.

PROJETOS EM TODO O BRASIL

01 SET / OUT 2011

REALIZAÇÃO:

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DIRETORA EDITORIAL Roberta Faria DIRETOR EXECUTIVO Rodrigo Pipponzi DIRETORA DE CRIAÇÃO Claudia Inoue

EDITORA-CHEFE Roberta Faria EDITOR Dilson Branco REPÓRTERES Karina Sérgio Gomes, Jaqueline Li, Jéssica Martineli ESTAGIÁRIOS DE TEXTO Juliana Dias e Rafaela Carvalho DIRETORA DE ARTE Claudia Inoue EDITORES DE ARTE Fabio Otubo e Eduardo Bessa ESTAGIÁRIO DE ARTE Anderson Borges COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO E IMAGEM Mica Toméo PRODUÇÃO E IMAGEM Claudine Luz ESTAGIÁRIA DE FOTOGRAFIA Carina Barros APOIO NA REDAÇÃO Amanda Miyuki, Ana Karla Rodrigues, Jaqueline Moribe, Juliane Albuquerque, Luana Almeida, Mariana Bolzani, Olivia Ferraz, Rita Loiola, Romy Aikawa e Tissiane Vicentin COLABORADORES Ana Luísa Vieira e Flávio Carneiro (texto), Juliana Mota (design), Felipe Gressler e Carolina Lopes (tratamento de imagem), Priscila Pacheco (produção), Júlio Yamamoto, Marina de Souza (revisão) PROJETOS ESPECIAIS Nina Weingrill (coordenação), Beatriz Torres, Jonatas Bazolli e Valéria Hevia ATENDIMENTO EDITORIAL Thiago Yamabuchi e Sheila Machado ATENDIMENTO AO LEITOR Elaine Duarte RECURSOS HUMANOS Carolina Franco CAPTAÇÃO DE PATROCÍNIO Amanda Rahra (amanda@editoramol.com.br) FALE COM A GENTE: contato@revistaporexemplo.com.br | (11) 3024-2444 Rua Andrade Fernandes, 303, loft 3 São Paulo/SP - CEP 05449-050 www.revistaporexemplo.com.br DISTRIBUIÇÃO: Rede Extra

TIRAGEM À VENDA: 275 870 exemplares

12 FAÇA O QUE EU FAÇO O que você faz de bom? Perguntamos isso a pessoas nas ruas. E elas nos contam suas ideias para uma vida mais saudável e feliz.

IMPRESSÃO: Gráfica Plural

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POR EXEMPLO - TODO MUNDO PODE APRENDER. TODO MUNDO PODE ENSINAR é impressa em papel LWC 70g A revista POR EXEMPLO - TODO MUNDO PODE APRENDER. TODO MUNDO PODE ENSINAR, edição 01, ano 1, é publicada a cada 45 dias pela Editora MOL Ltda. A revista é vendida nas lojas da Rede Extra nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal. O valor pago pelo preço de capa é, descontados os devidos impostos, 100% doado a organizações não governamentais que realizam projetos em prol da educação de qualidade no Brasil. REALIZAÇÃO:

APOIO:

PATROCÍNIO:

16 É QUE SE APRENDE

FOTO DE CAPA: Suerda Reder foi fotografada por Daniela Toviansky. Beleza Élcio “Maizena” Aragão (Agência First). Produção de moda Ana Gabriela Nascimento. Tratamento de imagem Felipe Gressler. AGRADECIMENTOS: Faça o que eu faço Parque Villa Lobos (SP) Como ensino Unibes (www.unibes.org.br) Em seu lugar Clube dos Paraplégicos de São Paulo (www.cpsp.com.br), Naldo Rodrigues e Robson Expedito de Paulo Brás Eu contra o mundo Carlos Vergara (Exposição Liberdade, apresentada no Parque Lage, no Rio de Janeiro) e Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Parque Lage (RJ)

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Erros ensinam. E rendem boas histórias. Que deslize você já cometeu por falta de atenção?

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EM SEU LUGAR Nada ensina tanto quanto se colocar no lugar do outro. Mesmo que só por uns instantes. Descubra o que um motorista compulsivo aprendeu ao se tornar pedestre por um dia.

20 QUEM VOCÊ PENSA QUE É? Luiz Amorim, 50 anos, é açougueiro em Brasília. O que mais você pode dizer sobre ele só de olhar?

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34 COMO ENSINO

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EU CONTRA O MUNDO O preconceito quis impedir que eles realizassem seus sonhos. Mas eles não aceitaram.

Cada família tem seu jeito de passar aos filhos uma lição. Descubra como alguns pais ensinam suas crianças sobre o valor do dinheiro.

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O TEMPO DE CADA UM Cada idade tem suas dores e delícias, conquistas e expectativas. Nesta edição, descubra a vida pelos olhos de quem tem hoje 37 anos.

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PROBLEMA MEU

Juntos, somos capazes de fazer revoluções. Como as que essas comunidades fizeram em suas vizinhanças para ter mais lazer.

O mundo está cheio de problemas que não são de ninguém. Até que alguém resolva tomar uma atitude. Gente generosa como os protetores de animais.

AGRADEÇO

NÓS PODEMOS

APRENDA E ENSINE Não é só na escola que se aprende. O mundo está cheio de descobertas a fazer. Inspire-se nesses exercícios – e, depois, passe adiante o que aprendeu.

Todos temos mestres a agradecer pelas lições aprendidas. Até mesmo às crianças. O que elas já te ensinaram?

50 SEMPRE É TEMPO Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? A qualquer época da vida, novas experiências te esperam.

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Você é um exemplo? Tem uma história para contar? Escreva para a gente. Se for selecionado, você pode aparecer na revista – até mesmo na capa! Veja nossos contatos na página 6.

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CARTA AO LEITOR © FOTO MICA TOMÉO

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ESSA É PARTE DA EQUIPE QUE FAZ POR EXEMPLO. GENTE COMO VOCÊ. QUE QUER FAZER DIFERENTE – E, ASSIM, FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DE QUEM NOS CERCA

Onde nascem os exemplos TUDO COMEÇA COM UM EXEMPLO. É olhando quem sabe, observando como outros fazem, seguindo as instruções dadas por alguém experiente e imitando os que admiramos que aprendemos tudo. A andar e a falar. A gostar de comida apimentada ou a comer verduras. A ler, andar de bicicleta, dirigir. É como adquirimos os valores que defendemos. Aquilo em que acreditamos com mais fé. O que achamos certo e o que pensamos ser errado. Todos os nossos hábitos (os bons e os maus). Nossas melhores qualidades – e, provavelmente, também nossos maiores defeitos. Tudo o que somos começou com um exemplo. Eles são dados por nossos pais e irmãos. Por amigos, vizinhos, professores. Por heróis e ídolos que nem sequer conhecemos. Por estranhos que um dia vimos fazer algo que nos fez pensar: “Eu também quero ser assim!” (ou então: “Eu nunca vou fazer isso!” – porque os maus exemplos também nos ensinam). Eles estão em toda parte. E aprendemos suas lições até sem perceber: de repente, lá estamos nós fazendo alguma coisa que ninguém nos disse para fazer. Mas estamos. Porque vimos um exemplo. E o seguimos: são eles, antes de tudo, que guiam nossa vida. Essa é uma revista feita para celebrar os exemplos. Os bons exemplos – aqueles que inspiram, que emocionam, que nos fazem querer ser pessoas melhores, com uma vida mais completa e feliz. São histórias reais, de brasileiros comuns, como eu e você. Que na sua rotina normal, com as limitações que têm – assim como todos nós as temos –, conseguem fazer diferente, das menores às maiores coisas. E, assim, fazem a diferença para todos que vivem ao seu redor.

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Esses exemplos nos enchem de esperança. Ver que outras pessoas conseguiram superar barreiras, realizar sonhos e mudar a realidade nos faz crer outra vez que é possível – e que nós também podemos vencer. Esse é o grande poder dos exemplos: eles são a prova de que a teoria funciona. Se alguém foi lá e fez, e essa pessoa é tão parecida com a gente, então é porque dá. E, de repente, nos sentimos mais fortes, mais capazes, menos solitários nas nossas lutas. Basta um exemplo. E conhecer essas histórias vai ajudar a fazer com que outros exemplos floresçam Brasil afora. O preço que você paga por esta revista, após os impostos, é 100% doado para projetos sociais que levam educação de qualidade a milhões de crianças, jovens e adultos (nas próximas páginas, você descobre como isso funciona). Porque, além da educação pelo exemplo, nosso país também precisa melhorar nas lições que se aprendem nas salas de aula. Comprando a POR EXEMPLO, você vai contribuir para que isso aconteça. Estamos muito orgulhosos de lançar esta revista, que estará à venda nas lojas do Extra, com uma nova edição a cada 45 dias. E esperamos que as histórias que recolhemos para esta primeira edição inspirem você, assim como emocionaram a nós. Por favor, conte-nos o que achou. E divida com a gente as suas histórias também: dos exemplos que você tem a dar e daqueles que já recebeu. Porque todos nós temos algo a ensinar. E todos nós temos muito a aprender. Um abraço, obrigada por participar e boa leitura.

Fale com a gente! O que você achou da revista? Conte para nós! Divida conosco os seus exemplos também. MANDE UM E-MAIL: contato@ revistaporexemplo. com.br OU LIGUE PARA A REDAÇÃO: (11) 3024-2444 VISITE O SITE! www. revistaporexemplo. com.br FAÇA PARTE DA NOSSA REDE! No Orkut Comunidade Revista POR EXEMPLO No Facebook Fan Page Revista POR EXEMPLO No Twitter @por_exemplo OU ESCREVA UMA CARTA PARA: Revista POR EXEMPLO Editora MOL Rua Andrade Fernandes, 303, sala 3 São Paulo - SP CEP 05449-050

Roberta Faria Editora Chefe (e toda a equipe da POR EXEMPLO)

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CONTAS ABERTAS

Que revista é essa? ESTE É O PRIMEIRO NÚMERO DE UMA PUBLICAÇÃO QUE QUER MUDAR A EDUCAÇÃO NO PAÍS. E VOCÊ É PARTE FUNDAMENTAL DESSE PROCESSO!

UMA REVISTA NOVA E DIFERENTE, que vai arrecadar milhões de reais para melhorar a educação no Brasil – e espalhar histórias de vida exemplares, de gente comum que faz a diferença no seu mundo. Esta é a POR EXEMPLO. Ao comprá-la, você ajuda a tornar esses dois objetivos realidade. A POR EXEMPLO é diferente por vários motivos. O principal deles é que o dinheiro que você paga por ela, descontados os impostos, é 100% doado para iniciativas educacionais. Os recursos arrecadados são divididos em três partes. Duas delas vão para as organizações não governamentais Parceiros da Educação e Todos Pela Educação (saiba mais sobre elas nas páginas 10 e

VEJA COMO FUNCIONA CONFIRA QUEM SÃO OS PARCEIROS ENVOLVIDOS NO PROJETO E VEJA A IMPORTÂNCIA DA SUA PARTICIPAÇÃO

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11). A terceira parcela, por enquanto, fica reservada. Ela será encaminhada a projetos espalhados pelo país, que em breve serão selecionados. (Você pode inscrever o seu! Saiba mais na página 11.) Outra diferença, que você já percebeu, é que o preço da POR EXEMPLO é muito menor que o da maioria das revistas. Isso – e o fato de esse valor ser doado – só é possível porque ela tem um sistema diferente para ser feita. Um trabalho que envolve o comprometimento de vários parceiros. Os recursos que viabilizam a produção são injetados por empresas que acreditam no projeto e na causa da educação. Duas grandes marcas já fazem parte da POR EXEMPLO: a Procter & Gam-

1 PRA COMEÇAR 2 NASCE A REVISTA Duas empresas patrocinam o projeto: Procter & Gamble e Kraft Foods. (Ainda há quatro cotas de patrocínio disponíveis. Saiba mais no anúncio da página 51).Como contrapartida pelo investimento, elas recebem páginas para anunciar na POR EXEMPLO. É uma publicidade inteligente, que vira apoio a uma grande causa.

Com os recursos do patrocínio, durante 45 dias, a Editora MOL elabora uma edição da POR EXEMPLO. O trabalho é independente: nenhum parceiro do projeto interfere na pauta. A Editora MOL acredita que a gente só vai fazer diferença no mundo se começar a realizar as coisas de um jeito diferente.

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POR EXEMPLO

A POR EXEMPLO É VENDIDA EM TODAS AS REGIÕES DO PAÍS, NAS MAIS DE 470 LOJAS DA REDE EXTRA

A produção da revista é responsabilidade da Editora MOL, criadora do projeto e do seu modelo de negócio. Jornalistas, designers, fotógrafos e ilustradores trabalham para que, além de ter a satisfação de doar, você receba uma publicação útil, bonita e divertida. “A POR EXEMPLO é uma revista sobre lições de vida inspiradoras”, afirma a diretora editorial da Editora MOL, Roberta Faria. “Cada edição traz uma coleção de histórias de pessoas que são bons exemplos. Sozinhas ou em grupo, representando interesses coletivos ou pessoais, elas têm trajetórias e atitudes que merecem ser conhecidas e replicadas”, acrescenta. Para que a revista chegue até você, entra em cena a rede Extra. Correalizadora da POR EXEMPLO, ela tem trabalhado junto à Editora MOL desde 2009 para tornar o projeto realidade. São mais de 470 lojas em 16 estados, em todas as regiões do país, mais o Distrito Federal. “Temos muito orgulho de fazer parte desse projeto. Estamos levando aos clientes um produto exclusivo e de qualidade que carrega consigo a oportunidade de colaborar com uma causa fundamental, que é a educação”, afirma Daryalva Bacellar, gerente de responsabilidade social do Grupo Pão de Açúcar, ao qual pertence a rede Extra. A POR EXEMPLO é resultado do esforço de todos esses parceiros. Mas o projeto só dará certo com a sua colaboração. Se você gostar da revista, siga acompanhando-a. A cada 45 dias, chega uma edição nova, em toda a rede Extra. Ajude também divulgando o projeto. Quanto mais pessoas participarem, maior será a contribuição para o futuro do nosso país!

3 ATÉ VOCÊ

4 FINAL FELIZ

Correalizadora do projeto, a rede Extra vende a revista em suas mais de 470 filiais, presentes em 16 estados, em todas as regiões do país, mais o Distrito Federal. É graças ao empenho dos milhares de funcionários da rede que a POR EXEMPLO pode chegar a tantos leitores.

O valor arrecadado com a venda da revista, descontados os impostos, é 100% doado às ONGs Parceiros da Educação e Todos Pela Educação – além de outros projetos educacionais que em breve serão selecionados através de edital realizado pelo Instituto Pão de Açúcar, apoiador do projeto (saiba mais na página 11).

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PARECE POUCO: COMO SÓ R$ 2,50 PODEM MUDAR A EDUCAÇÃO DO PAÍS? MAS, ACREDITE – CADA REVISTA VENDIDA FAZ DIFERENÇA. PORQUE, NA SOMA DE MUITAS DELAS, PODEMOS ALCANÇAR MILHÕES EM RECURSOS. VEJA A CONTA:

275.870 exemplares é a tiragem à venda da primeira edição R$ 610. 000,00* serão investidos, por edição, na causa da educação A cada revista vendida, cerca de

R$ 2,25 são doados: é 100% do preço de capa, descontados os impostos

Em um ano, serão 8 edições e até R$ 4,9 milhões*

repassados aos projetos beneficiados *Potencial de arrecadação e doação, se cumprida a expectativa de venda: esgotar 98% da tiragem disponível nas lojas

REALIZAÇÃO:

APOIO:

INSTITUIÇÕES BENEFICIADAS:

PATROCÍNIO:

© FOTO CLAUDINE LUZ

ble e a Kraft Foods. “Ficamos muito empolgados ao conhecer o projeto”, afirma o diretor de assuntos corporativos e governamentais da Kraft Foods, Fabio Acerbi. “Acreditamos que a educação é fundamental para a construção de uma sociedade melhor”, completa. “Conhecendo a missão das ONGs beneficiadas, vemos o aporte como uma importante ferramenta para viabilizar mais projetos que capacitem crianças e jovens com o conhecimento, as habilidades e a confiança de que precisam para construir um futuro melhor”, acrescenta a gerente de marketing da Procter & Gamble, Stephanie Humpert. (Ainda há cotas de patrocínio disponíveis. Saiba mais no anúncio da página 51.)

TODOS CONTAM

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PARCEIROS DA EDUCAÇÃO

?

Por que a educação

(www.parceirosdaeducacao.org.br) Ajuda a criar e manter parcerias entre empresas e escolas

VEJA POR QUE O BRASIL AINDA

150 escolas

TEM MUITO A MELHORAR NESTE

beneficiadas

QUESITO FUNDAMENTAL NOSSO PAÍS JÁ TEM A SÉTIMA maior economia do mundo. Mas, na educação, a situação é bem diferente. Entre os 65 países analisados pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), segundo relatório divulgado no fim do ano passado, estamos na 53ª posição. Há 3,7 milhões de crianças e adolescentes, entre 4 e 17 anos, que não estão na escola. Dos que entram, muitos saem antes da hora: dos alunos que ingressam no ensino fundamental, só 58% concluem o 3º ano do ensino médio. E os que se formam não estão bem preparados: dos estudantes que conseguiram terminar o ensino médio em 2009, apenas 11% aprenderam o mínimo esperado em língua portuguesa. Esses dados têm despertado o esforço de alguns grupos. Duas das mais sérias organizações não governamentais voltadas para essa causa são a Parceiros da Educação e o movimento Todos Pela Educação – instituições para as quais são doados os recursos arrecadados pela POR EXEMPLO. Criada em 2005, a Parceiros da Educação promove e monitora parcerias entre o setor privado e escolas da rede pública. “Os empresários utilizam sua experiência em gestão para tornar a escola pública brasileira um modelo de eficiência”, explica a diretora executiva Lúcia Fávero. Já o Todos Pela Educação trabalha de forma mais ampla, lutando para que sejam garantidas as condições de acesso e bom desempenho escolar, além da ampliação e boa gestão dos recursos públicos. “Isso é feito, basicamente, por meio de geração, monitoramento e análise de indicadores, pela inserção do tema da educação na mídia e pela articulação política e institucional”, esclarece Maria Lucia Meirelles Reis, membro do conselho de governança do movimento. Ao comprar a POR EXEMPLO, você ajuda essas duas instituições a seguir com sua missão. Quer saber mais sobre elas? Confira ao lado.

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desde 2005, nos estados de SP, RJ, GO, RS e CE

Hoje, mantém 80 parcerias, todas no estado de SP, beneficiando mais de 100 mil alunos

92%

das escolas parceiras do ciclo I (1ª a 5ª série) superaram a média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)

“A Parceiros da Educação está presente em nossa escola desde o ano passado, e já sentimos a diferença. Primeiro foi aplicado um questionário para saber do que mais precisávamos. Como queríamos melhorar a comunicação, foi criada uma revista semestral da escola, em que NÓS MESMOS ESCREVEMOS REPORTAGENS, POEMAS E NOTÍCIAS. Também foi ampliado o cursinho que dá uma força para o vestibular, e foram criadas turmas de inglês para os alunos com boas notas e frequência. Para mim, tem sido ótimo: agora estudo numa escola que me deixa mais preparado!” LUCIANO SABINO JUNIOR, 17 anos, aluno do 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Ministro Costa Manso, em São Paulo.

UMA VERDADE INCONVENIENTE

FONTES: TODOS PELA EDUCAÇÃO E PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ALUNOS (PISA)

VEJA NÚMEROS QUE VOCÊ AJUDA A MUDAR AO COMPRAR A POR EXEMPLO

53ª,

ENTRE 65 PAÍSES,

É A POSIÇÃO BRASILEIRA NO PRINCIPAL RANKING

EDUCACIONAL DO MUNDO, ATRÁS DE TRINIDAD E TOBAGO

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TODOS PELA EDUCAÇÃO

“O BRASIL SÓ CONSEGUIRÁ

(www.todospelaeducacao.org.br)

PASSO COM UMA EDUCAÇÃO

Luta pela AMPLIAÇÃO do acesso à escola e pela melhoria do ensino

Está sediado em São Paulo, mas trabalha pela educação em âmbito nacional

Gera e monitora indicadores, realiza campanhas de mobilização, leva o tema da educação à mídia e articula a iniciativa privada, a sociedade civil e o poder público

Foi articulador da aprovação da emenda constitucional que ampliou a faixa etária com vaga garantida na escola de 7 a 14 anos para 4 a 17 anos

DAR O PRÓXIMO GRANDE DE QUALIDADE PARA TODOS” LÚCIA FÁVERO, diretora executiva da Parceiros da Educação

“SÓ COM O ENVOLVIMENTO DE TODA A SOCIEDADE PODEREMOS MELHORAR O CENÁRIO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL” MARIA LUCIA MEIRELLES REIS, membro do conselho de governança do Todos Pela Educação

MAIS PROJETOS SERÃO APOIADOS Dos recursos arrecadados pela POR EXEMPLO, 20% vão para a Parceiros da Educação e 20% para o Todos Pela Educação. Os outros 60%, que ao final de um ano poderão chegar a quase 3 milhões de reais, serão divididos entre outros projetos que também ajudem a melhorar o ensino em nosso país. A seleção será feita por meio de um edital promovido pelo Instituto Grupo Pão de Açúcar (IGPA), responsável pelo desenvolvimento humano nas comunidades em que o Grupo Pão de Açúcar está presente. “O processo seletivo vai nos permitir conhecer iniciativas em diferentes regiões do país e então ampliar o alcance da ajuda oferecida pela POR EXEMPLO à educação nacional”, afirma Daryalva Bacellar, gerente geral do IGPA. As regras para a inscrição de projetos serão publicadas na próxima edição da POR EXEMPLO.

“Por já estar envolvida com programas educacionais, em 2005 eu participei do workshop que definiu as metas do Todos Pela Educação (TPE). Desde então, repasso as orientações do movimento para a escola, ao mesmo tempo em que levo as sugestões dos professores e alunos para o TPE. Ao verem que têm esse apoio do movimento, OS PROFESSORES SE SENTEM MAIS MOTIVADOS. E, por consequência, os estudantes aprendem mais. Agora, com a POR EXEMPLO, a ONG vai poder ampliar seu trabalho. E a revista vai ajudar a divulgar a causa da educação.” SILVANA DE SANTIS, 53 anos, coordenadora de eventos e projetos da Segunda Escola Municipal de Ensino Fundamental, em São Caetano do Sul (SP).

386 FOI A PONTUAÇÃO DOS SÓ EM 2050 TEREMOS

ALUNOS BRASILEIROS

70% DOS ALUNOS

3,7MILHÕES

25%

PARA A COOPERAÇÃO E O

DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

TERMINAM A 4ª SÉRIE

DESENVOLVIMENTO

ENTRE

4 E 17 ANOS

ECONÔMICO (OCDE)

NÃO ESTÃO NA ESCOLA

PRATICAMENTE ANALFABETAS

SUGERIDA PELA ORGANIZAÇÃO

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DAS CRIANÇAS

COM APRENDIZADO ADEQUADO

À SUA SÉRIE, SE O RITMO NO QUAL A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

MELHORA NÃO AUMENTAR

© FOTO CLAUDINE LUZ

EM MATEMÁTICA, 110 PONTOS ABAIXO DA MÉDIA

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12 FAÇA O QUE EU FAÇO

O que você

?

faz de bom

FIZEMOS ESSA PERGUNTA A VÁRIAS PESSOAS PELAS RUAS DE SÃO PAULO. CADA DEPOIMENTO REVELA UMA DICA PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL E DIVERTIDA, PARA NÓS MESMOS E PARA QUEM ESTÁ À NOSSA VOLTA TEXTO JULIANA DIAS E DILSON BRANCO

“ADORO PEDALAR NA CHUVA! Sentir a água na pele enquanto estou na bicicleta é libertador. Quem nunca experimentou não imagina quanto é bom. É só embalar bem as coisas e levar uma muda de roupa. Dá um certo trabalho, é verdade, mas super vale a pena!” LAURA SOBENES, 23 anos, fotógrafa de São Paulo

“O que tenho feito de bom é VER A BELEZA DAS COISAS DO COTIDIANO. Gosto de fazer isso olhando o jardineiro que cuida da praça em frente à minha janela. Observo o cuidado com que ele planta as flores, como reaproveita as folhas caídas como adubo, a alegria que ele leva àquela paisagem. Esse é meu templo de meditação, que me ajuda a descobrir o que de fato na vida merece minha atenção.” ALESSANDRA FRAGA, 33 anos, jornalista de Campinas (SP)

QUER PEDALAR PELA CIDADE, MAS SE SENTE INSEGURO? Peça ajuda a um “bike anjo”. Eles são ciclistas experientes, de várias partes do país, que têm o maior prazer em ensinar como enfrentar as ruas sobre duas rodas com segurança. Acesse: bikeanjo.com.br

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3 DICAS RÁPIDAS DE RELAXAMENTO

1

1. Se possível, sente-se no chão, sobre uma almofada, com a postura ereta e as pernas cruzadas. Feche os olhos. 2. Respire de forma a inflar o abdômen (e não o tórax). Assim, você utiliza melhor a capacidade dos seus pulmões. 3. Vá aumentando aos poucos o tempo de cada inspiração e expiração, tornando a respiração mais lenta e profunda. Em alguns minutos, você já se sentirá mais leve.

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POR EXEMPLO

“COORDENO UM GRUPO DE VOLUNTÁRIOS que apoia uma escola pública de uma comunidade carente. Já doamos livros e agora vamos trocar todos os móveis. Se as pessoas soubessem como faz bem para a gente ser voluntário, todos se dedicariam a esse tipo de trabalho.” MAURO SÉRGIO GONÇALVES GOMES, 36 anos, administrador de São Paulo

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UMA PESQUISA DA

UNIVERSIDADE DE MICHIGAN (EUA) MOSTROU QUE AS

PESSOAS “Adoro CURTIR A COMPANHIA DA MINHA AVÓ, Nair, de 76 anos. Combinamos nossos horários para podermos passear juntas, ir ao mercado, visitar familiares. Somos diferentes em muitos pontos – por exemplo: ela é católica, e eu, espírita. Mas conversamos até sobre isso, sempre com muito respeito. Descobri nela uma grande amiga!” RENATA OLIVEIRA, 33 anos, fisioterapeuta de São Paulo

QUE PRESTAM

TRABALHO VOLUNTÁRIO

VIVEM MAIS. Quer começar, mas não sabe por onde? No site portaldovoluntario. v2v.net você descobre quais instituições precisam de alguém exatamente com o seu perfil.

“O que eu faço de bom é o ‘MOMENTO UMA CENTENA DE FELIZ’: várias vezes por semana, RISADAS DIÁRIAS compro doces e balas e divido com EQUIVALE A todo o mundo no trabalho. Ou começo MINUTOS a cantar, só para quebrar a rotina. DE PRÁTICA DE Mais de uma vez já me perguntaram REMO, SEGUNDO se eu tinha bebido... Não ligo, e sigo me dedicando a arrancar sorrisos!” AQUILES QUEIROZ DE MOURA, UNIVERSIDADE DE 31 anos, analista de marketing de São Paulo STANFORD (EUA).

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1

ESTUDO DA

2

2

© FOTO 1 DAIGO OLIVEIRA 2 CARINA BARROS

ESTUDE SEM SAIR DE CASA

“EU ME ESFORÇO para atingir meu objetivo, que é trabalhar na área que escolhi: ciência da computação. Faço faculdade e estágio, chego em casa cansada, às vezes tenho de deixar de sair com os amigos. Mas sei que essa é a maneira de realizar meus sonhos.” JULIA GARCIA DOS SANTOS, 21 anos, estudante de Ouro Preto (MG)

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A cada ano estudado, o brasileiro ganha, em média, 15% a mais de salário, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). Veja abaixo alguns sites que oferecem cursos on-line gratuitos: FGV: http://www5. fgv.br/fgvonline/ cursosgratuitos.aspx Sebrae: http://www. ead.sebrae.com.br/ hotsite/ Senai: http://www. senai.br/ead/ transversais/

“As pessoas precisam se preocupar com o meio ambiente. E a melhor maneira de estimular esse comportamento é dando o exemplo. O que eu faço é sempre separar o lixo reciclável e CUIDAR BEM DOS ANIMAIS E DAS PLANTAS.” ITALIA JOAQUIM, 52 anos, professora de Curitiba Quer saber qual é o ponto de coleta de lixo reciclável mais próximo da sua casa? Acesse: www. rotadareciclagem. com.br

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“É sagrado: depois do almoço, TIRO UMA SONEQUINHA de 20 a 30 minutos. Faço isso há 28 anos, quando trabalhava de manhã e estudava à tarde. Depois que adotei a sesta como hábito, nunca mais peguei no sono durante a aula. Hoje, continua sendo meu segredo para manter as energias renovadas até o fim do dia.” CLÁUDIO LUIZ VAZ, 58 anos, contador de Guarulhos (SP)

DE ACORDO COM PESQUISADORES GREGOS, A SESTA NÃO SÓ DIMINUI “ADORO COZINHAR para minha namorada e meus amigos. Sempre os convido para comer lá em casa, seja almoço, seja jantar. Cozinhar relaxa: picar verduras é uma terapia! Sem contar a satisfação de ver as pessoas degustando o que preparei.” MARCELA RIBEIRO TEIXEIRA, 21 anos, estudante de biologia de Piracicaba (SP)

O ESTRESSE COMO REDUZ EM QUASE O RISCO DE % MORTE POR

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PROBLEMAS RECEITA PRÁTICA DE MOLHO DE TOMATE:

1

2

GOSTA DE RECEBER PESSOAS EM CASA?

(NÃO VAI AO FOGO – E CASA BEM COM MACARRÃO, PIZZA E POLENTA)

No site www. couchsurfing.org você pode oferecer hospedagem – mesmo que seja só um sofá na sala – a viajantes de todo o mundo. Além de conhecer gente nova e treinar outros idiomas, você também pode conseguir abrigo gratuito em várias cidades e países.

Pique 12 tomates (sem sementes), 3 dentes de alho, um punhado de folhas de manjericão fresco e misture bem com azeite, sal e pimentado-reino. Antes de usar, reserve por uma hora para intensificar os sabores. Delícia!

“Quando estou entediado, SAIO PARA PASSEAR. Entro nas livrarias, passo por meus bares preferidos, às vezes encontro um conhecido. Um dia, fui surpreendido por um show de uma banda em um sebo. Depois, essas experiências viram histórias que tenho o maior prazer de compartilhar com os amigos.” BRUNO SCARTOZZINI, 30 anos, publicitário de São Paulo

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CARDÍACOS.

ALÉM DE ACALMAR,

CAMINHAR TODO DIA AJUDA

A COMBATER A OBESIDADE, A ANSIEDADE,

A INSÔNIA E PROBLEMAS

CARDÍACOS.

“Se algum conhecido precisa vir para São Paulo e não tem onde ficar, SEMPRE OFEREÇO MINHA CASA. Já passei por muito perrengue antes de ter meu apartamento, sei bem como é. Por isso, faço questão de ajudar quem precisa.” ANA LUIZA DAVID, 22 anos, estudante de arquitetura de São Paulo

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15 2

“Sou um motorista responsável. SEMPRE DOU PREFERÊNCIA AO PEDESTRE. Busco também ser educado e gentil, por exemplo, dando passagem aos outros carros. Ponho em prática o que aprendi nos cursos que fiz sobre direção defensiva e direção para conduzir crianças e idosos.” ANTONIO DOS SANTOS, 63 anos, motorista de São Paulo

90%

NO TRÂNSITO

PODERIAM SER EVITADOS SE AS LEIS FOSSEM RESPEITADAS E OS MOTORISTAS E PEDESTRES ANDASSEM

MAIS ATENTOS.

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VOCÊ TAMBÉM É BOM EM OUVIR OS OUTROS?

DOS ACIDENTES

NA CAPITAL PAULISTA

“Sempre que minha mãe, irmã e melhores amigas fazem aniversário, eu as PRESENTEIO COM LÍRIOS. Quando eu morava em Natal, perto delas, montava e entregava os arranjos pessoalmente. Agora que me mudei para São Paulo, tenho de buscar alternativas. Quando é para minha mãe, por exemplo, peço para minha irmã comprar e entregar com um cartão que mando por e-mail. É como se eu me fizesse presente no aroma que se espalha pela casa, lembrando-as de quanto elas são amadas.” ATALIJA LIMA, 28 anos, jornalista de São Paulo

2

“Procuro sempre TRATAR BEM AS PESSOAS: receber, acolher, responder e, principalmente, ouvir o que têm a dizer. Seja em casa, no trabalho, seja com os amigos. É assim que descobrimos como podemos ajudar e fazer a diferença.” ELIZABETH HELENA BATISTA RAMOS, 52 anos, funcionária pública de Curitiba

E você? O que faz de bom? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 6.

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PARA FLORES LINDAS POR MAIS TEMPO: 1. Corte o caule na diagonal, o que aumenta a superfície em contato com a água, facilitando a absorção.

3 DICAS PARA APROVEITAR SEU TEMPO LIVRE, SEM GASTAR MUITO:

2. Troque a água diariamente, para mantê-la limpa. Use água gelada, para diminuir a presença de bactérias. 3. Proteja o vaso do sol e do vento. E mantenha-o longe de frutas, pois elas liberam o gás etileno, que acelera o envelhecimento das pétalas.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma rede de voluntários que atende por telefone e internet pessoas que precisam desabafar. Quer participar? Saiba mais em www.cvv.org.br

“APROVEITO O FIM DE SEMANA AO MÁXIMO com a minha namorada: pedalamos, nadamos e, sempre que dá, vamos à praia curtir o sol. Aí, na segunda-feira, chego ao trabalho com as pilhas recarregadas, levando um bom astral para os meus colegas.” RICARDO BATTISTELLA, 47 anos, engenheiro de São Paulo

1. Em vez de comer em casa, leve a família para um piquenique na praça. 2. Visite um amigo que você não vê há tempos. 3. Dê uma caminhada sem rumo pela cidade, descobrindo detalhes e cantos que passam despercebidos no dia a dia.

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16 É QUE SE APRENDE

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© BELEZA: ÉLCIO “MAIZENA” ARAGÃO (AGÊNCIA FIRST) / MODA: GABRIELA NASCIMENTO

POR EXEMPLO

Deixei para a última hora os preparativos para a formatura do meu irmão, na qual eu seria madrinha. Diante da minha indecisão sobre qual penteado fazer, o cabeleireiro já estava perdendo a paciência. Acabei aceitando a sugestão de um “corte da moda”, e me distraí lendo uma revista. Só levantei os olhos quando ele havia acabado. Levei um susto: era um coque com topete horrível! Como não havia tempo para consertar, fui para a festa assim mesmo. Ao ouvir os comentários sobre meu cabelo “diferente”, aprendi a lição: distração no cabeleireiro, nunca mais – é um perigo! LETÍCIA LOPES, 19 anos, São Paulo

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Quando vi... ...ERA TARDE DEMAIS. POR DESATENÇÃO, TODO MUNDO JÁ ENFRENTOU SURPRESAS. EM GERAL, ELAS SE TORNAM BOAS HISTÓRIAS PARA CONTAR. E LIÇÕES PRECIOSAS PARA NÃO REPETIR O DESLIZE

O que você já aprendeu com um erro? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 6.

TEXTO DILSON BRANCO, FLÁVIO CARNEIRO E RAFAELA CARVALHO FOTO DANIELA TOVIANSKY

VOCÊ SAI DE CASA CORRENDO, ajeita-se ainda no elevador, e só na rua que sente: que estranho está o chão hoje. Olhando para baixo, entende – é porque saiu de pantufas. De outra vez, não foi culpa da pressa, mas da demora: foi aproveitar o tempo livre antes da viagem para fazer umas ligações... e não ouviu quando anunciaram a saída do seu ônibus. Errar por distração é algo a que todos estamos sujeitos. “Nosso cérebro não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo. Se voltamos nossa mente para conteúdos internos, como lembranças ou preocupações, perdemos o foco no que está acontecendo à nossa volta”, afirma a psicóloga Marisa de Abreu. Mas, como qualquer tipo de falha, esse também pode servir de lição. Além de render boas histórias, como as que você confere a seguir. Peguei um avião para ir ao casamento da minha sobrinha, no Rio de Janeiro. Já no fim do voo, o piloto anunciou: “Dentro de instantes estaremos pousando em São Paulo”. No instante em que percebi que havia entrado na aeronave errada, já pude imaginar minha mulher e minhas filhas, que me esperavam no Rio, fazendo chacota. Tradicional motivo de piadas lá em casa, minha ansiedade já havia me levado a inúmeras distrações, mas nunca a algo tão inacreditável. Quis ser o primeiro a entrar no avião e acabei perdendo a cerimônia. Hoje, eu me controlo para ser sempre o último da fila, e confiro mil vezes meu bilhete. JULIO SAMPAIO, 53 anos, Curitiba Sou jornalista e um dia fui chamada para fazer uma matéria em Miami, nos Estados Unidos. Empolgada, preparei tudo, arrumei as malas e, na véspera do embarque, fui almoçar na casa dos meus pais. No meio da conversa, começamos a comentar sobre fotos de documentos. Quando fui mostrar a do meu passaporte, percebi que ele venceria

exatamente no dia seguinte. Graças a esse descuido, não pude viajar. A frustração foi terrível, mas não durou muito: um dia depois, recebi uma proposta de emprego incrível, que exigia começo imediato. Se tivesse viajado, não poderia aceitar. NATHÁLIA BUTTI, 24 anos, São Paulo Por desatenção da minha tia, descobri minha vocação. Aos 17 anos, eu passei no vestibular para letras. Após ser aprovado, precisava escolher duas habilitações, entre três opções: inglês, francês e alemão. Eu nunca havia me interessado pela cultura germânica, então decidi pelas duas primeiras. Como o período da matrícula coincidiu com uma viagem de férias, pedi a minha tia que a fizesse por mim. Quando voltei é que percebi que, por descuido, ela havia escolhido inglês e alemão. Tentei reverter a situação, mas não dava mais tempo. Decidi encarar. Gostei tanto que acabei me formando. E há 25 anos sou professor de alemão. HENRIQUE OLIVEIRA, 52 anos, São Paulo

Saí da faculdade e fui a um barzinho com umas amigas, para um encontro rápido. Acabei bebendo mais do que o planejado. Lá pelas tantas, meu celular tocou. Era meu namorado. Sem imaginar o motivo da chamada, o convidei para ir até o bar, dizendo que o lugar estava muito bom. Ele respondeu: “Eu, meus amigos e minha família estamos te esperando até agora para cortar o bolo. E agora você não está em condições de vir para cá!”. Eu tinha me esquecido do aniversário dele! Fui correndo, mas quando cheguei todos já tinham ido embora. Ele estava dormindo, com a porta do quarto trancada. Tive de passar a noite na sala. E foram longos dias até reconquistá-lo. B.R., 25 anos, São Bernardo do Campo (SP) Eu já fui fazer compras de carro e voltei a pé, não me lembrei de levar meu filho ao próprio aniversário e até esqueci o gato no freezer – ele entrou enquanto eu limpava as prateleiras e só foi salvo porque a vizinha ouviu os miados. Mas nada foi tão assustador quanto aquele dia no ônibus. Eu estava com amigas, todas cheias de sacolas com roupas e alimentos para doação. Ao ver nossa situação, um senhor se ofereceu para segurar meu filho, Rafael, que ainda era um bebê de colo. Fiquei receosa, mas acabei aceitando. Quando descemos no ponto, tive aquela sensação de ter esquecido algo. “Cadê o Rafael!?!” Saí correndo atrás do ônibus e consegui resgatá-lo. Uma senhora chegou a me acusar de abandono! Hoje, nem mala no bagageiro eu deixo mais. ANDREA DE OLIVEIRA, 43 anos, Santos (SP)

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XXXXXXXXXXXXXX SEU LUGAR 18 EM 2

COLETIVO, EU? 1 TRANSPORTE Quando fizemos a proposta,

Um dia a pé

Thiago fez cara feia. “Não sei apertar o ‘T’, de térreo, no elevador do meu prédio. Já vou automaticamente no ‘G’, de garagem. Mesmo

THIAGO É UM MOTORISTA COMPULSIVO. E, ADMITE, NÃO MUITO

para as distâncias curtas,

GENTIL. POR UM DIA, ELE SENTIU OS MEDOS E AS VANTAGENS

sempre uso o carro. Para

DE SER PEDESTRE. E VOLTOU DIFERENTE AO VOLANTE

fica a 25 quilômetros de

TEXTO JAQUELINE LI

ir ao trabalho, então, que casa, nem cogito outra

COMPRAR UM CARRO É O SONHO de muita gente. Faz sentido: em muitos casos, ele continua sendo a maneira mais rápida e confortável de ir e vir. Mas, conforme cresce o número de automóveis nas ruas, tendem a aumentar também os problemas associados a eles. De acordo com pesquisa da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, os veículos são responsáveis por 77% da poluição nas grandes cidades. E os acidentes de trânsito matam 95 pessoas por dia no país, diz o Ministério da Saúde. Boa parte dessas mortes resulta de um curioso fenômeno psicológico: muita gente, quando entra no carro, passa a se sentir superior, o que pode transformar o automóvel numa arma. “O trânsito reproduz valores de uma sociedade que ainda está atrelada a um passado em que alguns

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podiam mais do que muitos”, analisa o antropólogo Roberto DaMatta. Ou seja: na cabeça de muito motorista, só de ter um carro, ele já é melhor que os outros – logo, tem o direito de passar por cima. O publicitário Thiago Yamabuchi, de 24 anos, conhece esse comportamento na prática. Motorista desde os 18 anos, ele usa o carro até para percorrer os cinco quarteirões entre sua casa e o parque onde costuma correr, em São Caetano do Sul (SP). “No trânsito, todo mundo quer dar uma de espertalhão. Eu mesmo não costumo ser gentil”, admite. Essa postura é muito prejudicial a quem costuma dividir as ruas com os veículos: os pedestres e ciclistas. Para sentir isso na pele, convidamos Thiago a viver esse outro lado do trânsito. Veja como foi a experiência!

opção. Ainda mais porque de manhã sempre estou de mau humor. Não gosto de encontrar ninguém. Entro no carro, ligo o som, fecho os vidros e me sinto numa bolha. De transporte público, tenho de pensar, logo cedo, que linha pegar, onde é o ponto, onde fica a escada rolante... Não gosto.” Mas ele nem tinha experimentado ainda...

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POR EXEMPLO

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2 MAIS RÁPIDO, MAIS BARATO “Caminhei, peguei trem, metrô e ônibus.

E, por incrível que pareça, cheguei ao trabalho mais rápido do que de carro. Poderia ter dormido meia hora a mais. Também foi mais barato: gasto, em média, cerca de 15 reais por dia com gasolina. De transporte público, calculando ida e volta, foram dois terços disso.” E dá pra ouvir música igual... 2

PEQUENAS MUDANÇAS

3 FAIXA DE QUEM?

“De carro, nunca paro na faixa de pedestres

se não tiver semáforo. Essa gentileza, aliás, me incomoda muito quando dirijo na praia, onde se costuma parar e o trânsito congestiona. Como não temos esse hábito na cidade, não me surpreendi quando não me deram preferência. Para cruzar, tive de esperar no meio da via, entre os carros.”

1

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A experiência mostrou a Thiago que se fechar dentro do carro não é a única maneira de enfrentar seu mau humor matinal. Numa parada antes de pegar o ônibus, ele fez uma pausa para tomar um suco, o que lhe rendeu o sorriso da foto abaixo. Outra surpresa foi uma loja bacana na mesma quadra da sua casa, que ele só percebeu quando passou a pé por ali. Quando voltou à sua rotina de motorista, a reportagem o acompanhou. Naquele dia, um apagão desligou vários semáforos, em plena hora do rush. Os motoristas urravam ameaças a quem tentasse levar vantagem. Thiago se manteve calmo. Até deu passagem para facilitar o fluxo. Já parecia um pouco transformado, após passar um dia na pele dos outros.

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HAJA BRAÇO SOBRE RODAS “O pessoal da reportagem descolou uma

© FOTO 1 CARINA BARROS 2 CLAUDINE LUZ

cadeira de rodas para eu sentir como é a situação de um deficiente físico. É preciso muita força para se locomover pelas calçadas irregulares. E a faixa de pedestre não serve para nada se o meio-fio não for rebaixado. Mas, mesmo quando há rampas, elas são tão malfeitas que só com muita força se consegue subi-las. Haja braço – e coragem.”

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UMA “FINA” EDUCATIVA

“Nunca enxerguei o ciclista como um carro a menos na rua. Para mim, era um cara devagar na minha frente – e que ainda por cima não paga IPVA. De bike, fui xingado, buzinado e fechado. Eu me senti um intruso, numa disputa desleal por espaço. E tive medo ao perceber quanto estava vulnerável. Um ônibus passou a poucos centímetros de mim. Mais um pouco, ele me derrubava.”

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20 QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

LUIZ AMORIM, 50 ANOS DE IDADE E 38 DE PROFISSÃO, MANEJANDO CARNES E FACAS. VAI UMA PEÇA AÍ, FREGUESA?

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POR EXEMPLO

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LUIZ AMORIM, 50 ANOS, É AÇOUGUEIRO EM BRASÍLIA. O QUE MAIS VOCÊ DIRIA SOBRE ELE SÓ DE OLHAR? A) TEM UMA BIBLIOTECA DE 5 MIL TÍTULOS. B) É AMIGO DE VÁRIOS ARTISTAS. C) APRENDEU A LER AOS 16 ANOS.

A gente não quer só comida.

A gente quer... TEXTO KARINA SÉRGIO GOMES FOTOS CRISTIANO TAVARES MARIZ

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22 AS VITRINES REFRIGERADAS EXIBEM os melhores cortes da casa, brilhando em vermelho vivo. O cheiro da carne crua toma o ambiente, correndo pelo ar com o zumbido característico do freezer, que ecoa nos azulejos brancos. Até aí, tudo indica que o açougue de Luiz Amorim é igual aos outros. Mas basta uma observação minimamente atenta para perceber que há algo especial ali: prateleiras repletas de livros, à disposição de quem quiser pegar e levar para casa. Desde que se tornou dono da loja, em 1994, Luiz decidiu oferecer aos clientes não só alimento para o corpo, mas também para a mente. Começou com uma dezena de livros, apoiados ao lado do caixa, prontos para ser emprestados, sem cobrança nem burocracia. “Vai 100 gramas de Machado de Assis, freguesa?”, brinca com a clientela. Hoje, ele faz circular, diariamente, um acervo de 5 mil títulos. Além disso, duas vezes ao ano, Luiz promove as Noites Culturais, com apresentações de artistas da cidade e de grandes nomes da música, como Zé Ramalho e Milton Nascimento. Há também as Quintas Culturais, quando ocorrem debates sobre cultura e lançamentos de livros. Moacyr Scliar e Fernando Morais são alguns dos escritores que já fizeram noites de autógrafo em pleno açougue. A ideia de misturar carne e cultura veio dos livros do filósofo alemão Karl Marx, nos quais Luiz aprendeu que o homem pode transformar a realidade em que vive. Foi já maduro que ele teve acesso a essa teoria – que ele vem aprendendo na prática no decorrer de toda a vida. Desde os 7 anos, para ajudar a mãe a criar os seis irmãos, Luiz aceitava qualquer trabalho: engraxou sapatos, carregou carrinhos de feira, trabalhou como pedreiro... Aos 12, foi empregado num açougue – que compraria 20 anos depois. Aos 16, com renda estável, procurou uma escola para aprender a ler. Um dia, uma professora lhe emprestou um gibi que contava a história dos grandes filósofos. No início, ele não entendeu muito bem. Mas persistiu. E, quando conseguiu extrair significado daquelas letras, conheceu um prazer para a vida toda. Além da biblioteca no açougue, Luiz criou um projeto que, com o apoio do governo, instalou estantes com livros nos pontos de ônibus de Brasília. Qualquer um pode levar as obras para casa, sem fazer ficha nem nada. Ele estima que já passaram mais de 300 mil exemplares pelas prateleiras, e garante que 95% dos títulos são devolvidos. “Leitura é hábito. E eu quero espalhar esse costume, que mudou minha vida, para todos”, diz.

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LUIZ TAMBÉM FORNECE ALIMENTO PARA A ALMA: SUA BIBLIOTECA NO AÇOUGUE E OS PONTOS DE LEITURA QUE CRIOU NAS PARADAS DE ÔNIBUS DA CIDADE FAZEM CIRCULAR 5 MIL LIVROS POR DIA

...leitura e arte. E É PARA ISSO (TAMBÉM) QUE SERVE ESSE AÇOUGUE.

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23 ENTRE CARNES E LIVROS O açougueiro-literato Luiz Amorim conta como os livros mudaram sua vida e dá ideias a quem quer gostar de ler AÇOUGUE É LUGAR DE LIVRO? E por que não? A vigilância sanitária já quis fechar o estabelecimento, por achar essa mistura suspeita. Mas não há lei que impeça. Tem gente que vem só por causa dos livros. O meu açougue é o único em que vegetariano entra!

APAIXONE-SE VOCÊ TAMBÉM Vá pelo seu gosto: procure por um livro cujo assunto lhe desperte interesse. As novas informações sobre seu assunto favorito podem despertar curiosidade sobre outros temas, que levam a novos livros. “Cada um tem de descobrir e ler o que gosta”, diz Luiz. Veja se seus filmes preferidos são baseados em livros. Eles costumam trazer mais detalhes sobre a trama. E você vai se divertir identificando as diferenças entre o que foi escrito e o que foi gravado.

2 livros por ano. Os brasileiros leem menos de

Esse é o seu caso? Você pode mudar.

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9 em cada 10 cidades

têm biblioteca.

Mas só 1 em cada 10 pessoas costuma

frequentá-las.

À força também vale: estipule metas de leitura. “Vou terminar esse livro neste mês.” “Vou ler 12 até o fim do ano.” Logo, a obrigação vai acabar se tornando um prazeroso vício.

É POSSÍVEL DESPERTAR O GOSTO PELA LEITURA? Arte é hábito. Se você tem um ambiente que propicia a cultura, não tem como não ficar contaminado. Vários clientes passaram a ler. Alguns já até disseram que se curaram da depressão graças à leitura. E SEUS EMPREGADOS? Meus funcionários têm de ler pelo menos um livro por mês para ganhar uma bonificação. MAS NÃO BASTA SÓ GARANTIR O ACESSO, NÉ? O acesso é importante, mas a pessoa também tem de tomar a iniciativa. Acho que a maior dica é andar sempre com um livro embaixo do braço. Se você ler de duas a cinco páginas por dia, em um mês vai ter acabado. COMO LER MUDOU A SUA VIDA? A leitura me deu uma visão mais crítica do mundo. E esse é o papel do açougue cultural: ele não resolve a vida literária de ninguém, mas serve para compartilhar conhecimento, fazer com que as pessoas reflitam.

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24 EU CONTRA O MUNDO

ELES FORAM TACHADOS DE INCAPAZES. POR CAUSA DA ESTATURA, DA COR, DO SEXO, DE UM ERRO, DE UM SENTIMENTO. SERIA PRECISO ENFRENTAR O MUNDO INTEIRO PARA PROVAR O SEU VALOR. ELES LUTARAM. E VENCERAM.

?

Quem disse que

QUANDO OUVIMOS OU USAMOS A PALAVRA “PRECONCEITO”, normalmente ela se refere a algo ruim. A um sentimento que nos torna menos humanos. Na verdade, o preconceito é natural. E fundamental na organização da nossa espécie, que só sabe viver em sociedade. “Para um grupo existir, é preciso delimitá-lo. O que facilita o encontro e dá sensação de segurança”, afirma René Gertz, professor de história da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E, para definir um grupo, é necessário excluir os diferentes. Julgá-los como ameaça, mesmo que sejam totalmente desconhecidos. Fazemos isso sem pensar – e desde que nascemos. Formar uma opinião sem o devido exame crítico não é, por si só, algo ruim. Se você passa por alguém na rua, logo cria uma ideia sobre seu caráter e intenções, baseado apenas na sua fisionomia, no jeito que anda, na roupa que veste. O problema é quando paramos por aí. Quando nos negamos a conhecer o diferente e nos surpreendermos com o que, em princípio, era impossível enxergar. Em outras palavras, reconhecer que temos tendência ao preconceito não pode ser justificativa para seu lado criminoso: a discriminação. Está na Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. E também na nossa Constituição: “Todos somos iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. Contrariar essas determinações é impedir que os seres humanos atinjam toda sua potencialidade, sejam felizes e contribuam para construir uma sociedade melhor, na união de todas as suas diferenças. Essa barreira é enfrentada diariamente por muita gente por variados motivos. Superá-la pode ser a luta de uma vida inteira. Mas vale a pena todos os dias. Confira, a seguir, histórias incríveis de pessoas que batalham com todas as suas forças para provar, simplesmente, que merecem as mesmas chances de todo mundo.

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© ILUSTRAÇÃO INDIO SAN

TEXTO KARINA SÉRGIO GOMES E JAQUELINE LI

© FOTO GUILHERME GOMES

eu não posso

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POR EXEMPLO

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PARA SER GRANDE, SÊ INTEIRO KÊNIA POTTES, 56 ANOS, SÃO PAULO

© ILUSTRAÇÃO INDIO SAN

VENÇA TAMBÉM!

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Kênia e Hélio são responsáveis pela Associação Gente Pequena, organização não governamental que luta pelos direitos dos anões. Se você precisa de ajuda para vencer o preconceito, pode falar com eles por meio do site : www.ser.anao.nom.br

Foram 25 “nãos” antes de conseguir o primeiro emprego. Mesmo apresentando seu diploma do curso de enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba (SP), Kênia era recebida com desconfiança pelos entrevistadores. Ela sabia bem qual era o motivo de tamanha suspeição: seu 1,25 metro de altura. Kênia foi a primeira de sua família a nascer com acondroplasia, um dos tipos mais comuns de nanismo, que atinge uma em cada 15 mil pessoas. O tão esperado “sim” veio na Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Seguido de um alerta: “O hospital não está adaptado para você. É você quem terá de se adaptar”. Kênia tirou de letra. Para examinar os pacientes, usava a escadinha da própria cama. Com truques assim, trabalhou lá por 25 anos. “Sempre precisei provar que era melhor do que os outros. Isso me fez perfeccionista”, diz. Seu marido, Hélio, também é anão. Publicitário aposentado, diz que sofreu menos que a esposa: “Tive a sorte de trabalhar com pessoas com a cabeça mais aberta”. O casal tem uma filha, Maria Rita, de 19 anos, que faz faculdade de zootecnia. Da mãe, ela herdou a estatura e a fibra: “Você só é pequena na altura” foi a lição que sempre ouviu.

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COISA DE HOMEM IRLAN SANTOS, 20 ANOS, RIO DE JANEIRO

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VENÇA TAMBÉM! Confira algumas escolas de dança voltadas para homens: Abamba, em Campinas (SP): Tel.: (19) 3289-0651 Cia. Masculina Jair de Moraes, em Curitiba: Tel.: (41) 3667-3876 Escola de Dança de Paracuru (CE): Tel.: (85) 3344-2090 Homens no Balé, em Campo Grande: Tel.: (67) 3355-7730

© FOTO ANNA LUIZA FISCHER

O som das sapatilhas estalando no chão da sala ao lado chamou a atenção de Irlan. Aos 10 anos, ele fazia um curso de teatro num programa educacional do governo do Rio de Janeiro. Mas, naquele dia, percebeu que queria era dançar. Começou no sapateado. O professor indicou balé para que ele se aperfeiçoasse. Mas o garoto, que morava no Complexo do Alemão, na periferia do Rio, não tinha como pagar as aulas. Então tentou uma bolsa no Centro de Dança Rio, uma das principais escolas do país. Conseguiu. O pai não gostou nada de ver o filho de collant e sapatilhas, nem das piadas dos vizinhos. “Eu também achava que balé era coisa de menina. E não imaginava que pudesse ser uma profissão”, confessa Irlan. Só dois anos depois seu Irenildo aceitou ver uma apresentação do filho. Nunca mais esqueceu. “Foi muito bonito. Até chorei”, conta. A família fez rifas, pediu dinheiro aos amigos e ao governo, e Irlan foi passando por uma série de escolas e peneiras. Há três anos, foi chamado para estudar no American Ballet Theatre de Nova York, nos Estados Unidos, com tudo pago. Ao entender a beleza dos sonhos de Irlan, Irenildo tornou-se seu maior incentivador: todo dia, às 8h em ponto, ele liga para o filho, para despertá-lo e lhe desejar uma boa aula. E Irlan, mais leve com o apoio que tem, salta cada vez mais alto.

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PROMESSA DE VIDA

© FOTO TIAGO LIMA

LUISLINDA VALOIS, 69 ANOS, SALVADOR

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“Desista de estudar e vá fazer feijoada em casa de branco.” Luislinda ouviu essa frase quando tinha 9 anos, de um professor, ao revelar que não tinha dinheiro para comprar o material escolar. Na mesma hora, respondeu: “Vou estudar até virar juíza e prender gente como você”. Seus pais, uma lavadeira e um motorista de bonde, incentivavam o aprendizado da filha. Mas precisavam que ela ajudasse na renda

familiar. Luislinda pescou marisco, costurou macacões para presidiários, lavou e passou fraldas. Aos 14 anos, perdeu a mãe. Conseguiu pagar um curso de datilografia e foi contratada como escrevente. De dia, trabalhava e cuidava dos irmãos; de noite, estudava. Com ajuda de um crédito educativo, formou-se em direito, aos 39 anos. Em 1984, começou a cumprir a promessa que havia feito ainda criança: tornou-se a primeira juíza

negra do Brasil. E, em 1993, proferiu a primeira sentença contra a discriminação racial no país. Além disso, suas iniciativas para agilizar a Justiça, por meio de tribunais itinerantes que privilegiam a conciliação, foram reconhecidas internacionalmente. “O negro já se enxergou, mas ainda falta exigir justiça e educação continuada, para competir em pé de igualdade com o não negro”, afirma.

VENÇA TAMBÉM! Racismo e discriminação são crimes. Se você for vítima, seja por causa da sua cor, origem, classe social , religião, sexo, condição física ou orientação sexual, preste queixa em uma delegacia ou por meio do Ministério Público. Ela pode dar origem a um processo para punir os responsáveis.

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UMA CHANCE PARA MUDAR RONALDO MONTEIRO, 52 ANOS, RIO DE JANEIRO

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VENÇA TAMBÉM! Para saber mais sobre a IEE, acesse www. iee-umachance.org.br. Outras organizações também atuam na promoção de iniciativas para empreendedores sociais e de baixa renda, como a Aliança Empreendedora (http://bit.ly/bvhUC7) e a Ashoka (www.ashoka.org.br).

© FOTO ANNA LUIZA FISCHER

Ronaldo estava preso havia três anos quando recebeu uma visita inesperada: a vítima de um dos sequestros que ele havia planejado. “O senhor Custódio veio me perdoar. E voltou outras vezes. Até doou TVs, para que os internos tivessem acesso a programas de educação”, lembra. “Quando saí em liberdade condicional, ele me ofereceu um emprego com carteira assinada. Trabalhei com ele por dois anos”, completa. Essa oportunidade transformou não só a vida de Ronaldo, como a de centenas de outras pessoas. Ao perceber como era difícil para um ex-presidiário entrar no mercado de trabalho, em 2007 Ronaldo criou a Incubadora de Empreendimentos para Egressos (IEE). A organização não governamental oferece ajuda técnica, psicológica e financeira para que os internos possam planejar e, ao serem libertos, concretizar seus próprios empreendimentos. Mais de 425 iniciativas já foram para a frente, entre elas um salão de beleza, uma padaria e serviços de jardinagem e reciclagem. Dos presidiários libertos no Brasil, 70% reincidem no crime – segundo especialistas, em grande parte por falta de opções para se reintegrar à sociedade. Entre os apoiados pela IEE, o índice de recaídas é de apenas 1%. Nos próximos anos, o projeto deve ser ampliado do Rio de Janeiro para outros oito estados.

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POR EXEMPLO

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FELIZES DE NOVO FAMÍLIA REDER, SÃO PAULO

© FOTO DANIELA TOVIANSKY

Victor olhou-se no espelho e pensou: “Eu sou um monstro!”. Aos 16 anos, havia acabado de ter um beijo roubado por um colega de trabalho. E gostou. Correu para o colo da mãe, Suerda: “Acho que sou bissexual!”. Ela fingiu compreensão: “Imagina, filho, você deve estar confuso, vai passar”. Não passou. Victor se apaixonou por outro garoto e começou a namorar escondido. Quando descobriu, a mãe perdeu a cabeça. Parou

o carro no meio de uma estrada e saiu caminhando pela faixa, na tentativa de se matar. Quando voltou a si, foi para o hospital. Lá encontrou o marido, o metalúrgico Ricardo, e lhe contou a novidade. Ele acabou internado com uma crise de diabetes. Foi um longo ano até a família se entender. Para isso, contaram com o Grupo de Pais de Homossexuais, voltado para auxiliar quem passa por essa situação. “Só conversando com outras famílias entendi

que amava meu filho independentemente da condição sexual dele”, conta Suerda. Hoje, Ricardo, que adora cozinhar, sempre pergunta a Victor se o seu namorado virá para o almoço de domingo. Vinícius, o filho mais velho, que já quis bater no namorado do irmão, tornou-se companheiro de balada. E, ao vencer o preconceito, os Reder voltaram a ser uma família feliz – mais do que nunca.

VENÇA TAMBÉM! O Grupo de Pais de Homossexuais foi criado em São Paulo, em 1997, pela escritora Edith Modesto, com o objetivo de ajudar as famílias a entender e aceitar a orientação sexual de seus filhos. Hoje, atende cerca de 500 pessoas. Para mais informações, acesse www.gph.org.br

A PARTIR DA ESQ.: RICARDO, O PAI; VINÍCIUS, O MAIS VELHO; SUERDA, A MÃE; E VICTOR, O CAÇULA QUE MUDOU TUDO

Você superou uma dificuldade que parecia impossível? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 6.

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30 PROBLEMA MEU

Gente que ama bicho WASHINGTON CONVENCEU UMA CIDADE INTEIRA A LIBERTAR SEUS PÁSSAROS. FERNANDA, PAULO E ALEKSANDRA CUIDAM DE CÃES E GATOS ABANDONADOS. FAIR DÁ VIDA NOVA A CAVALOS MALTRATADOS. ELES NÃO GANHAM NADA POR ISSO. SÓ A SATISFAÇÃO DE TOMAR PARA SI UMA RESPONSABILIDADE QUE É DE TODOS NÓS TEXTO DANIELE MARTINS ILUSTRAÇÃO NIK NEVES

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POR EXEMPLO

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2,5

milhões

é o número de animais abandonados no Brasil O abandono aumenta

DEZ VEZES mais em época de férias

MAGRO, EXAUSTO, CAÍDO NO CHÃO, o cavalo continuava sendo chicoteado por seu dono, numa avenida movimentada de Porto Alegre. Chocado com a cena, o filho de Fair Soares telefonou para a mãe, pedindo que ela acionasse ajuda. “Fui até lá, chamei a polícia, fiz um escândalo que saiu até na TV. Aquele show de horrores não podia continuar”, conta a professora aposentada, de 62 anos. Fair nunca havia tido contato com cavalos. Mas andava reparando em como esses bichos eram maltratados por alguns dos 4 mil carroceiros que circulam diariamente pela capital gaúcha recolhendo lixo reciclável. “Uns usam correia de bicicleta como chicote”, diz. Os animais sofrem com o excesso de carga e a falta de alimento, água e cuidados de saúde. Naquele dia de abril de 2008, ela decidiu tomar esse problema para si. Meses depois, Fair soube que a prefeitura faria um leilão de cavalos resgatados das ruas. No anúncio, os animais pareciam saudáveis. Ela desconfiou de que as imagens pudessem ter sido manipuladas. Foi ver os bichos pessoalmente e verificou que estavam debilitados, alguns cegos e até aleijados. Procurou a Promotoria do Meio Ambiente para mover uma ação contra a prefeitura. Aca-

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bou fazendo um acordo, pelo qual arrematou os 30 cavalos, pelo lance mínimo de 100 reais cada um. Foi assim que começou a história da ONG Chicote Nunca Mais, criada por Fair e pela amiga Márcia Becker. Com o apoio de 400 associados, a instituição mantém um sítio para o qual são levados os cavalos recolhidos pelas autoridades por maus-tratos. Lá, eles são tratados por veterinários da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que é parceira da iniciativa. Quando estão recuperados, os animais são adotados por pessoas que se comprometem a não utilizá-los para tração, esportes nem reprodução. Elas ainda lutam pela punição dos responsáveis pelos crimes. Dá trabalho? Sim. Mas Fair não vê outro jeito. “Só ter pena não resolve. É preciso ter atitude.”

SANTUÁRIO DOS ENJEITADOS O casal Fernanda Meccia e Paulo Melo também se cansou de ter pena – e mudou de vida para se dedicar aos animais. Mais especificamente, a uma raça que está longe de despertar a simpatia da maioria: a de pit bull. “Não é para qualquer um mesmo. É preciso conhecer seu temperamento, saber impor limites”, afirma Fernanda.

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1,5

bilhão

de dólares é quanto o comércio ilegal de animais silvestres movimenta por ano no Brasil

Há dez anos, quando teve seu primeiro pit bull, Fernanda começou a reparar nos cães dessa raça abandonados nas ruas. Com o marido, ela passou a recolhê-los, castrá-los e procurar quem os adotasse. Mas era difícil arranjar novos donos, devido à rejeição aos pit bulls, considerados violentos. Enquanto não surgia ninguém, eles deixavam os animais em hotéis para cachorros – que, além de caros, nem sempre queriam aceitar os cães. Mesmo com tanto empenho, o casal acabava frustrado, pois não conseguia ficar perto dos bichos. Para resolver a questão, empreenderam uma reviravolta: venderam a casa e o restaurante de Fernanda no Guarujá (SP) e compraram um sítio em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, onde moram há um ano e meio. Paulo ainda trabalha como assessor financeiro, mas está se desligando da função. Querem montar no sítio um hotel especializado em pit bulls. E aproveitam o espaço para abrigar os cães recolhidos das ruas.

anos, arranja tempo na agenda para se dedicar, voluntariamente, a fazer valer o que está escrito. Apaixonada por bichos, ela começou ajudando a Associação Brasileira Protetora dos Animais. Desde então, coleciona mais de 150 ações movidas a favor de várias espécies, de galinha a elefante. As denúncias são recebidas pela ONG Terra Verde Vida, que Ana mantém do próprio bolso. Uma de suas maiores vitórias foi convencer os organizadores da Lavagem do Bonfim a não utilizar mais jegues nem cavalos na cerimônia religiosa. Para tanto, fez um documentário mostrando que as cargas puxadas pelos animais eram excessivas. Mas sua maior paixão são os cães. A ONG mantém um abrigo para mais de 250 cachorros. Os animais vivem soltos, sob os cuidados de profissionais contratados para cuidar da limpeza e da alimentação. “Ôxi, se vocês vissem a situação dos bichinhos quando chegam aqui, e a beleza e gratidão deles depois de tratados...”, suspira a advogada. “É o que me faz feliz na vida!”

A ADVOGADA DOS BICHOS Você encara um problema de todos como seu? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 6.

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“As pessoas precisam saber que violência e abuso contra animais são crimes, de acordo com a Lei 9.605, de Crimes Ambientais”, explica Ana Rita Tavares, de 48 anos. Advogada, auditora jurídica do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, em Salvador, ela fala com a propriedade de quem, há nove

LIVRES E FELIZES Quem tem essa mesma adoração por bichos, mas menos tempo e recursos, também pode dar uma grande colaboração. É o que prova a empresária e produtora de cinema Aleksandra Zakartchouk, de 36 anos. Toda terça-feira à noite ela leva

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A pena para os crimes

de maus-tratos contra animais ou tráfico de espécies selvagens pode chegar a até

1 ano de prisão comida, água e atenção aos cerca de 150 gatos que vivem soltos num parque de São Paulo. O trabalho dura duas horas, e são necessários 10 quilos de ração. Todo dia alguém realiza essa tarefa. Os voluntários integram o projeto Bicho no Parque. “Eu sofria muito quando via esses animais abandonados. Fazer parte dessa iniciativa é uma maneira de diminuir a angústia”, desabafa Aleksandra. Outra ideia simples, mas que acabou por mudar a paisagem de uma cidade inteira, foi a de Washington Moreira Filho, de 45 anos, funcionário dos Correios de Fortuna de Minas (MG). Olhando a praça da cidade, de menos de 3 mil habitantes, ele se lembrou de como ela era bonita quando vivia tomada pelos canários-da-terra. Mas nos últimos tempos os pássaros tinham sumido. Vários foram parar em gaiolas na casa dos moradores. Washington achou que podia fazer alguma coisa. Em setembro de 2008, imprimiu cartazes e espalhou pela cidade. A polícia ambiental ajudou. Aos poucos, as pessoas perceberam que a ideia era boa e soltaram os pássaros. As aves nascidas em cativeiro, sem condições de viver sozinhas, eram levadas ao zoológico. Algum tempo depois, Fortuna de Minas encheu-se novamente de cor e som. “E as pessoas abriram os olhos para a natureza. Hoje, todos apoiam com facilidade os projetos ambientais”, comemora Washington.

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TAMBÉM É PROBLEMA SEU E VOCÊ PODE AJUDAR. COMEÇA PELOS BICHOS NA SUA CASA. E NA SUA RUA, NO SEU BAIRRO, NA SUA CIDADE... Comece em casa Cuide bem do seu bicho. Alimente-o bem com ração e carinho. Dê banhos e mantenha o espaço limpo. Vacine e visite o veterinário com frequência. Identifique o animal com coleira, placa ou microchip e registre-o no órgão responsável de sua cidade. Mantenha-o dentro de casa ou do quintal. Para evitar crias indesejadas, é recomendado castrar machos e fêmeas. Seja responsável Jamais agrida o animal – ele não vai aprender nada com isso. E nunca, nunca abandone seu bicho. Se você não tem mais condições de cuidar dele, procure quem possa. Organizações como a Arca Brasil (www.arcabrasil.org.br) dão orientações sobre como doar animais. Compre com consciência Não compre animais silvestres, como pássaros exóticos, tartarugas e macacos. Eles podem ser fruto do tráfico de animais. Quanto aos animais domésticos, prefira adotá-los a comprálos. Há milhões de cães e gatos adoráveis precisando de um lar. Denuncie maus-tratos Se você vir um animal sendo maltratado, seja no circo, seja no vizinho, avise o

Ibama pelo telefone 0800-61-8080, de segunda a sexta, das 8h às 18h, ou pelo e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br. Ou procure a polícia militar (disque 190). Passe adiante Para ajudar sem sair de casa, filie-se aos sites de associações protetoras de animais. Você pode atuar nas redes sociais e entre seus contatos repassando mensagens de pedidos de ajuda, abaixoassinados, busca de animais perdidos e avisos de bichos para adoção. Doe o que puder As associações protetoras costumam aceitar doações de ração e material de limpeza, além de dinheiro. Você também pode se engajar no resgate e no cuidado dos bichos. E até se divertir fazendo isso: informe-se em abrigos e no Centro de Controle de Zoonoses de sua cidade sobre ser um voluntário para passear com os animais que estão presos. Ajude quem ajuda Os projetos citados nesta matéria aceitam doações. Saiba mais na internet: www.chicotenuncamais.org www.santuariopitbull.com.br www.terraverdeviva.com.br www.bichonoparque.com.br

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34 COMO ENSINO

Lições de valor OFERECER EDUCAÇÃO FINANCEIRA AOS FILHOS É MAIS DO QUE ENSINÁ-LOS A LIDAR COM O DINHEIRO. É AJUDÁ-LOS A SER ADULTOS MAIS RESPONSÁVEIS, CONSCIENTES E CAPAZES DE REALIZAR SEUS SONHOS

VOCÊ PODE ACHAR OU NÃO que dinheiro traz felicidade. Mas, por mais que seja desapegado das riquezas materiais, não pode negar: lidamos diariamente com notas, moedas e cartões. E dependemos desses recursos para sobreviver e realizar nossos projetos de vida. Sendo assim, fica fácil concluir: é impossível ser um bom pai ou mãe sem incluir na educação dos filhos uma boa dose de lições financeiras. A primeira dúvida costuma ser: quando começar? “Por volta dos 3 anos, a criança percebe que é preciso dinheiro para comprar coisas”, diz Alexandre Damiani, diretor executivo do Instituto DSOP (Diagnosticar, Sonhar, Orçar, Poupar) de Educação Financeira. Desde então, alguns conceitos já podem ser treinados. E o melhor jeito de ensinar é sempre pelo exemplo. “De nada adianta falar que é preciso economizar e sair gastando no shopping ou então pedir um monte de comida no restaurante e deixar de lado”, avisa a jornalista Patricia Broggi, autora do livro Falando de Grana. “São sinais contrários que só irão confundir a cabeça da criança”, completa. Quando os pequenos têm necessidade de fazer seus primeiros gastos, como o lanche na escola, os especialistas sugerem que seja instituída a mesada, ou semanada. “É importante ter um dia fixo para pagá-la. Assim, a criança pode planejar, poupar, fazer escolhas”, diz Patricia. Nem sempre essas opções serão as mais corretas, mas isso

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também faz parte do aprendizado. Os pais devem mostrar que, se gastar tudo de uma vez, não sobrará nada até o próximo recebimento. Com o tempo, a prática pode resultar não só em aprendizado para os filhos, como em economia para a família. “Antes de instituir a mesada, eu gastava cerca de 350 reais por mês com minha filha”, conta Alexandre Damiani. “Hoje, eu dou 250, e é suficiente, pois, como o dinheiro é dela, ela valoriza mais. Chega até a levar marmita na escola para poupar”, conta. Ensinar a juntar recursos para realizar sonhos é uma das lições mais importantes. “Devemos nos reunir com as crianças e traçar projetos de curto (até 12 meses), médio (até 10 anos) e longo prazo (acima de 10 anos). E mostrar que é preciso poupar para cumpri-los”, afirma Alexandre. Para isso, o cofrinho é um ótimo instrumento. “Ele ajuda a mostrar que a criança pode ter aquilo que quer, mas nem sempre no momento em que deseja”, explica o educador Reinaldo Domingos, também do Instituto DSOP. Num país como o nosso, em que mais de 63% das famílias estão endividadas (segundo dados de julho deste ano, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), ensinar os filhos a lidar com o dinheiro é mais do que colaborar para seu futuro individual: é ajudar a construir uma nação mais consciente. Confira a seguir histórias de famílias que já entenderam a importância dessas lições.

© FOTO LUCAS LIMA

TEXTO FRANÇOISE TERZIAN

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O PODER DO COFRINHO decidiu fazer um curso de educação financeira. Acabou mudando de profissão. Hoje é educador do Instituto DSOP (Diagnosticar, Sonhar, Orçar, Poupar) e repassa as lições que aprendeu não só a seus alunos, mas também a seus filhos: Eric, de 14 anos, Larissa, de 11, e Letícia, de 10. Os três são incentivados a poupar 50% da mesada para realizar sonhos a longo prazo. “É importante ajudar a estabelecer metas e as estratégias para chegar lá. Assim, mostramos à criança que, mesmo que demore,

ela vai conseguir aquilo que deseja”, explica Clodoaldo. A filha mais nova poupou durante um ano, com a ajuda do cofrinho dado pelo pai, e juntou 80 reais em moedas para comprar uma coleção de livros da Barbie. Já Larissa, a mais velha, conseguiu economizar 130 reais no mesmo período, superando em muito sua meta inicial, que era de 50 reais. Comprou um tênis, um livro e ainda sobrou dinheiro para a lanchonete.

FAÇA VOCÊ TAMBÉM O cofrinho é ótimo para ensinar seu filho a poupar e planejar. Ajude-o a estipular um prazo e uma meta a ser acumulada. E dê o exemplo: abra uma poupança e alimente-a com pequenos depósitos, para que ele possa usufruir quando for maior de idade.

© FOTO LUCAS LIMA

Quando o paulistano Clodoaldo José da Silva, hoje com 40 anos, sofreu um acidente jogando bola, em 2009, e rompeu o tendão de aquiles, sua vida inteira começou a se transformar. Funcionário da área de manutenção de uma fabricante de impressoras e pai de três filhos, ele se viu impedido de trabalhar por 10 meses. A família passou a ser sustentada com a indenização do INSS e a renda da esposa, Josélia, dona de uma pequena papelaria. Com o orçamento apertado, Clodoaldo

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NO MERCADO E NA DISNEY a mesada. Nos aniversários, em vez de presentes, pediram dinheiro. Juntaram cerca de 600 dólares cada um. Chegando ao parque, as lições continuaram. Deslumbrada numa loja de bichinhos de pelúcia, Júlia queria levar quatro de uma vez. “Mostrei a ela que, se fizesse isso, ia ficar sem dinheiro. Ela entendeu e acabou comprando só um”, lembra Alessandra. A mãe também aproveita as compras do dia a dia para ensinar a gastar com cautela: “No mercado, peço a ajuda deles para comparar

preços e buscar as ofertas”, diz. Muitas vezes é preciso conter o impulso de agradar. Recentemente, o celular de Júlia desapareceu enquanto a menina participava de um acampamento. Mesmo sendo um item importante para entrar em contato com a filha, a mãe preferiu não presenteá-la com outro. Passou a responsabilidade à menina. Júlia aceitou numa boa: “Estou economizando minha mesada para comprar um novo”, conta.

FAÇA VOCÊ TAMBÉM Não importa o tamanho do orçamento da família: limites são sempre fundamentais. Não tenha medo de dizer “Não temos condições de comprar”, “Não é seu aniversário”, “Não é porque seu colega tem que você também precisa”.

© FOTO CRISTIANO TAVARES MARIZ

© FOTO ALEXIA SANTI

Júlia, de 9 anos, e o irmão André, de 8, de Brasília, já realizaram duas vezes o sonho de muita criança: viajar para a Disney, nos Estados Unidos. Mas isso não significa que eles possam esbanjar. Muito pelo contrário. A mãe, a bancária Alessandra Simões, de 40 anos, usa essas ocasiões para desenvolver nos filhos a consciência financeira. A segunda viagem, em janeiro deste ano, começou a ser planejada 10 meses antes. Nesse período, os dois economizaram

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Você tem um jeito bacana de ensinar algo aos seus filhos? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 6.

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COMECE POR VOCÊ A importância da educação financeira ainda está sendo descoberta no Brasil. Provavelmente, você não ouviu falar sobre isso na escola, e talvez não tenha recebido as devidas orientações dos seus pais. Se você acha que precisa primeiro estudar para então educar seus filhos, confira algumas dicas de instituições, sites e livros que podem lhe ajudar. • Se você está endividado e precisa de auxílio para reorganizar as contas, procure o Procon ou o Tribunal de Justiça: em alguns estados, essas instituições oferecem orientação financeira para quem está no vermelho. • No site www. tveducacao financeira. com.br você pode assistir, de graça, a vídeos que explicam desde a história do dinheiro até a melhor forma de aplicar na bolsa de valores, passando pela organização dos orçamentos. A iniciativa é uma parceira da TV Cultura e da Bovespa.

• Há vários livros sobre educação financeira. Procure em bibliotecas e livrarias. Confira uma seleção de títulos:

Investimentos: Como Administrar Melhor Seu Dinheiro, de Mauro Halfeld, editora Fundamento Como Organizar Sua Vida Financeira, de Gustavo Cerbasi, editora Campus Terapia Financeira, de Reinaldo Domingos, editora DSOP

SEM DESPERDÍCIO Heitor Akira mal sabia andar quando começou a ouvir falar de educação financeira. Quando seu irmão mais velho, Thiago Eiji, completou 3 anos, os pais – a administradora Regina Torihara, de 35 anos, e o engenheiro André Fernandes, de 39, de São Paulo – decidiram que era hora de começar a falar sobre isso, de forma leve e divertida. Compraram livros como O Pé de Meia Mágico (de Álvaro Modernell, editora Mais Ativos) e passaram a ler aos

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filhos. “Eles foram conquistados pelas ilustrações e acabaram absorvendo, aos poucos, os conceitos”, conta Regina. Mas as lições não são só teóricas. Na prática, os irmãos aprendem a nunca desperdiçar. Parte das roupas de Thiago, que hoje tem 6 anos, são peças que não servem mais no primo mais velho. Heitor, de 5 anos, por sua vez, herda as roupas do primogênito. “Ele não reclama. Na verdade, até gosta”, conta a mãe. Quando as roupas ficam pequenas até para o caçula,

são doadas a instituições de caridade. O mesmo acontece com os brinquedos. Um dos grandes desafios do casal é ensinar aos pequenos que não podemos comprar por impulso. Nesse sentido, um dos costumes do casal é reservar os presentes grandes para datas especiais, como Natal e aniversário. “As crianças têm sempre ao alcance muitas opções para o consumo desenfreado. Precisamos mostrar a elas o valor do dinheiro”, pontua a mãe.

FAÇA VOCÊ TAMBÉM Estimule seus filhos a doar aquilo de que não precisam mais. É, ao mesmo tempo, uma lição de solidariedade e de desapego material. Procure o Exército da Salvação (www. exercitodoacoes. org.br), que está presente em várias cidades do país.

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38 NÓS PODEMOS

Se essa rua fosse minha UMA BIBLIOTECA NA FAVELA. UMA PRAÇA SURGIDA DO LIXO. ARTE ONDE ANTES NÃO HAVIA NADA. EM SÃO PAULO, BELO HORIZONTE E CURITIBA, COMUNIDADES SE UNIRAM PARA COLOCAR MAIS LAZER NAS RUAS – E ACABARAM MUDANDO A VIDA DELAS TEXTO JÉSSICA MARTINELI ILUSTRAÇÕES MAURICIO PIERRO

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Do bairro, alguém ouviu a tal entrevista. Era o pessoal da União de Núcleos, Associações e Sociedades de Moradores de Heliópolis e São João Clímaco (Unas), uma organização comunitária que trabalha duro para dar uma vida melhor a quem mora ali. E, no lugar de se sentir ofendidos, eles tiveram uma iniciativa melhor: ligaram para o arquiteto e o convidaram para ir conhecer Heliópolis de perto – e ajudá-la, então, a ficar mais bonita. Foi assim que os moradores, a Unas e Ruy começaram um programa que traria mais espaços de cultura ao bairro. Como a biblioteca comunitária, surgida em 2004, e um dos símbolos da transformação da vizinhança. Até então, não havia nenhum espaço de incentivo à leitura em Heliópolis, apesar de mais da metade da população ser formada por jovens com menos de 25 anos.

© FOTO DANIELA TOVIANSKY

TUDO COMEÇOU COM UM MAL-ENTENDIDO. Durante uma entrevista, o famoso arquiteto Ruy Othake ouviu a pergunta: o que achava mais feio em São Paulo? “Heliópolis”, respondeu. Ele falava daquela que é a segunda maior favela da América Latina, na Zona Sul da capital paulista. E justificou sua escolha explicando que era porque, naquele lugar, não havia nada. De fato, depois de anos de ocupação desorganizada, abandono público e pobreza, Heliópolis guardava todas as faltas conhecidas das periferias das grandes cidades: a falta de saneamento, de segurança, de emprego, de serviços de saúde, transporte, educação, lazer... Mas, Ruy não sabia ainda, havia outros recursos preciosos de sobra por lá. Como gente dedicada e com boas ideias, querendo fazer diferença.

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© FOTO DANIELA TOVIANSKY

POR EXEMPLO

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FÁBIO E EDSON AJUDAM A MANTER VIVA A BIBLIOTECA COMUNITÁRIA, QUE ESTÁ CONTRIBUINDO PARA MUDAR A CARA DE UMA FAVELA

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40 A FALTA QUE NOS FAZ De cada 10 cidades brasileiras, 9 não têm cinema, museu nem teatro.

Para cada biblioteca pública no Brasil, existem salões de beleza e

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172

bares*.

De cada 10 brasileiros,

7entraram NUNCA em uma biblioteca. Uma cidade saudável deve ter 12 m2 de área verde por habitante, o equivalente ao espaço de 2 árvores plantadas.

Aracaju, Fortaleza, Maceió, Recife, Salvador e São Paulo têm menos de 5 m2 de verde por pessoa. FONTES: ABIHPEC, ABRASEL, IBGE, MINISTÉRIOS DA CULTURA E DA SAÚDE, ONU, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, PREFEITURAS E GOVERNOS ESTADUAIS. *BARES, RESTAURANTES E LANCHONETES HABILITADOS A VENDER ÁLCOOL.

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© FOTO BRUNO SENNA

RICARDO E PAULO CANSARAM DE VER A PRAÇA DO BAIRRO SER USADA COMO LIXÃO. E A REFORMA QUE EMPREENDERAM COM OS AMIGOS MUDOU A PAISAGEM

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“A gente acredita que só vai transformar a comunidade se melhorar a educação. A biblioteca é importante por permitir a busca pelo conhecimento por meio do interesse de cada um”, diz Fábio da Silva, 32 anos, morador de Heliópolis e diretor de projetos e captação de recursos da Unas. Para fazer o sonho acontecer, a associação traçou um plano. Alugou uma casa, que foi reformada com um projeto do Ruy. Com um financiamento, pagaram as pessoas da comunidade envolvidas na obra, como os pintores. “Consultamos especialistas e estabelecemos uma lista de mil livros para começar o acervo. Então, fomos atrás de parcerias para consegui-los”, conta Fábio. Para manter a biblioteca funcionando, a associação buscou outras parcerias com empresas, universidades e governo, que permitiram capacitar, contratar e remunerar jovens da comunidade para cuidar do lugar. Hoje trabalham ali dois monitores e um coordenador, que aprenderam a higienizar os livros, tombá-los e colocá-los à disposição dos usuários. Os parceiros ainda contribuem enchendo as prateleiras, graças às doações de livros e revistas. Edson da Silva, de 25 anos, é o coordenador da biblioteca e se apaixonou tanto pelo trabalho que, por iniciativa própria, agora estuda para ser técnico em biblioteconomia. Com o que aprende no curso, está renovando o sistema de organização dos livros. “Queremos fazer da biblioteca um modelo para outras comunidades”, diz. E estão conseguindo: ela já recebeu prêmios e é reconhecida pelo Ministério da Cultura. Mas o resultado mais importante é ver o espaço receber cerca de 50 pessoas da comunidade por dia, que aproveitam os 9 mil exemplares dispostos nas prateleiras. Em média, são feitos 17 empréstimos diários. E, em seis anos, houve um único caso de livro não devolvido. Mais um estímulo para a abertura de uma nova biblioteca, que já está sendo planejada. Ali, a frase do poeta Mario Quintana que virou slogan da casa faz muito sentido: “Livros não mudam o

mundo. Quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”.

A PRAÇA É NOSSA O carioca Paulo César da Silva, de 49 anos, mora há uma década no mesmo endereço, em Belo Horizonte, a capital mineira. No Jardim Europa, um bairro residencial a meia hora do centro, fincou raízes e fez amigos. E foi num bate-papo de fim de semana com alguns de seus vizinhos mais queridos – Ricardo, Vilma e Maria Elvira – que Paulo abriu os olhos para um problema de todos. “Estávamos sentados em frente a uma praça chamada Creta e nos demos conta de quanto ela estava abandonada”, relembra Paulo. A limpeza urbana passava longe dali, e o lixo se acumulava em toda parte. As plantas, coitadas, não tinham nenhum tipo de tratamento, e a pouca grama que restava implorava por uma boa rega. A ideia de arregaçar as mangas e adotar a praça bateu na hora. Os amigos foram atrás de mais pessoas que pudessem ajudar, fosse com trabalho, fosse com doações de materiais para revitalizar o lugar. O primeiro passo foi limpar tudo, de vassoura e saco de lixo na mão, sem esperar pela prefeitura. Depois, recuperaram as plantas com regas diárias. Com a terra mais saudável, começaram a plantar novas mudas. O calçamento precisava de reforma, mas, na falta do serviço público ou de um especialista, eles mesmos remendaram os buracos no piso com massa de cimento. Tudo ajeitado, foi marcado o dia do mutirão da pintura, quando guias, bancos e chão ganharam tons vivos de verde e amarelo, e árvores e postes foram caiados de branco. Mais vizinhos vieram ajudar, um número que aumenta a cada novo mutirão – desde 2007, a praça já foi repintada cinco vezes. É o próprio grupo de voluntários que escolhe as cores que darão vida ao lugar, por meio de votações democráticas. Quem pode ajuda com dinheiro, e tem quem só ponha a mão na massa no grande dia. “Da última vez, foram mais de 30 pessoas

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mobilizadas e 500 reais arrecadados para a compra de tintas e material de pintura”, conta Ricardo Oliveira, um dos membros do quarteto que começou o movimento e atual responsável por organizar as doações. Hoje, a praça Creta é referência no bairro e virou notícia na cidade. Para que tudo continue em ordem, o trabalho nunca acaba. Paulo, Ricardo, Vilma e Maria Elvira se revezam para varrer a praça inteira todos os dias. Também atuam como fiscais da sujeira – quem passa por ali e joga lixo no chão é alertado e convidado a fazer sua parte também. E, se você se cansa só de pensar em fazer algo parecido, é porque nunca viu as crianças brincando ali, diz Ricardo. “É quando sabemos que valeu a pena. Tenho 43 anos e moro no mesmo endereço há 40. Eu sinto prazer em continuar esse trabalho porque vejo a mudança que ele traz.”

AÇÃO ENTRE AMIGOS Em Curitiba, a capital do Paraná, as ações que o grupo InterluxArteLivre faz não têm lugar certo para acontecer. Pode ser que eles apareçam em uma esquina, no auge do engarrafamento de sexta-feira à noite, levando uma banda de música bem feliz, para arrancar sorrisos de quem está fechado dentro do carro. Ou resolvam pintar em um corredor de ônibus subterrâneo, que, de simples lugar de passagem, vira um museu, depois de ter as paredes tomadas por retratos gigantes dos passageiros. Talvez estejam no canteiro no meio da rua, plantando um jardinzinho ou pintando uma ciclovia no calçamento sem pedir licença a ninguém, só para dar mais vida ao bairro. “Qualquer um pode interferir criativamente no ambiente onde vive e, com isso, desenvolver um olhar afetivo pela cidade”, explica Goura Nataraj, de 31 anos, um dos integrantes do grupo de amigos que já aprontou essas e outras. Formado em 2002, o Interlux surgiu justamente dessa vontade de usar a arte e a música para interagir mais com o mundo. Na turma, tem sociólogo, filósofo, designer, artista plástico, mú-

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sico, fotógrafo. As ações costumam reunir o pessoal do grupo, amigos, voluntários e gente que está apenas passando e resolve ficar para dar uma mãozinha. Cada um faz o que sabe melhor e ajuda como pode. E é fazendo arte que eles reivindicam direitos e questionam por que as coisas não podem ser diferentes – e melhores. Em um bairro onde não havia um espaço seguro para andar de bicicleta, eles resolveram criar um, sem esperar pelas autoridades. “Marcamos a data do mutirão e, na semana anterior, divulgamos uma carta para a comunidade, que pôde participar conosco”, conta Goura. “No dia, enquanto um grupo pintava a ciclovia, outro fazia uma festa.” Esse mesmo espírito guiou a ocupação de um terreno baldio, que costumava ser usado no máximo como estacionamento. Nas mãos deles, virou a Praça Pirata. Onde não havia nada, muros foram pintados e um jardim nasceu, plantado em poucas horas. Tudo permeado por encontros entre amigos e animadas apresentações de música. A jardinagem de guerrilha – essa ideia de sair plantando por aí, em espaços públicos sem-graça – é um dos fortes do trabalho do Interlux. O instrutor de paisagismo e jardineiro Ademar Brasileiro, de 42 anos, é um dos coordenadores dessas ações, e cuida para escolher as espécies certas. “Elas devem ser nativas do local. Por isso, carrego muitas plantas, e temos o Banco de Biodiversão, nosso estoque de mudas e sementes para plantar, doar e trocar”, conta. A aventura mais recente do grupo é o Bosque de Sofia, uma pequena floresta que está nascendo junto a uma ciclovia da cidade. Mais de 60 árvores já foram plantadas, e quem passa por lá nos dias de mutirão acaba ajudando espontaneamente. “Um homem que trabalhava em uma construção próxima veio com uma picareta e começou a cavar buracos. Outro dia, alguém deixou uma escultura”, conta Goura. “Você pode não conhecer a pessoa ao lado, mas, quando começa a trabalhar pelo bem da cidade, descobre que não está mais sozinho.”

JUNTE SUA TURMA TODA COMUNIDADE FICA MELHOR COM ESPAÇOS PARA O LAZER. APRENDA OS PASSOS PARA VOCÊ TAMBÉM FAZER ESSA REVOLUÇÃO!

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4 Em frente! Um projeto não acaba na inauguração. É preciso conservá-lo. Defina os responsáveis pela manutenção do espaço. Planeje escalas de limpeza e procure quem possa fazer os eventuais reparos. Tudo terá custos, por isso faça uma “caixinha”, para que os usuários possam contribuir. Organizar eventos no local também é uma boa forma de levantar recursos e manter o lugar vivo.

FONTES: BRUNO BOWEN VILAS NOVAS, ARQUITETO E FACILITADOR DE PRÁTICAS SOCIAIS; INSTITUTO ELOS (WWW.INSTITUTOELOS. ORG); NADIA SOMEKH, PROFESSORA DA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE MACKENZIE.

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1 O que queremos?

2 Nós podemos!

Junte as pessoas e pesquise o que falta na vizinhança. É uma praça ou uma quadra? Biblioteca, piscina, horta ou salão de eventos? Quem sabe um parquinho ou um cinema? Pode ser a reforma de um lugar abandonado, ou dar um uso melhor a um espaço que já é público, como a escola do bairro. A partir dos desejos, decidam juntos a lista de prioridades.

Escolhido o sonho, verifique as condições para concretizá-lo. Para não começar do zero, pesquise se há espaços no bairro que podem ser recuperados. Cheque quem está disposto a ajudar, seja com a mão na massa, seja com doações de dinheiro e materiais. Busque apoio com a associação do bairro, a prefeitura, vereadores, ONGs e comerciantes locais.

1 2 3 3 Mãos à obra! Reúna os voluntários e veja quem vai fazer o quê. Faça um planejamento com datas e responsáveis por cada tarefa. Liste o material necessário. Se faltar algo, organize festas e rifas para levantar dinheiro. Peça as autorizações necessárias, como licenças para a prefeitura ou para o dono do espaço. Marque o dia do mutirão. Unir esforços para concluir tudo em um dia é mais empolgante!

NosPodemos.indd 43

QUEM SABE TE ENSINA CONSELHOS ÚTEIS NA HORA DE FAZER SEU PROJETO Siga a lei Não aja sem autorização. Mesmo com boas intenções, você pode ser multado e até preso por interferir no patrimônio. Informese com a prefeitura e a polícia antes.

Plante bem Estude a vegetação do local antes de plantar qualquer coisa. Espécies que não são dali podem bagunçar o equilíbrio da região. As nativas têm mais chances de crescer fortes e saudáveis.

Compartilhe O projeto tem de ser coletivo. Deixe que todos votem e usem. Só assim vai ser possível convocar a turma inteira para que trabalhe, contribua e cuide.

Pense adiante O trabalho vale a pena: as famílias ganham diversão, a qualidade de vida melhora, o bairro se valoriza, a segurança aumenta e a convivência se torna mais solidária.

8/19/11 7:13 PM


44 O TEMPO DE CADA UM

A vida aos

A MESMA IDADE. ALGUMAS SEMELHANÇAS. MUITAS DIFERENÇAS. VEJA O MUNDO DO PONTO DE VISTA DE QUEM ESTÁ COM 37 ANOS TEXTO DANIELA ALMEIDA FOTOS LUCAS LIMA

HOUVE UMA ÉPOCA em que ter 37 anos significava estar pela hora da morte. Literalmente. No Brasil de 1910, as pessoas morriam, em média, aos 33 anos. Não era à toa que se costumava casar e formar família antes dos 20. As mulheres deviam ser boas mães e donas de casa. Os maridos, provedores do lar. Um século depois, muita coisa mudou. A expectativa de vida dos brasileiros é de 73 anos. As mulheres empatam forças no mercado de trabalho e já chefiam mais de um terço das famílias. Os homens, por sua vez, aprenderam a dividir as tarefas domésticas. Isso quando já saíram da casa dos pais: hoje, muita gente chega aos 30 e tantos levando uma vida parecida com a que tinha aos 20 e poucos. Para as mulheres, porém, é mais difícil adiar os planos de formar família: a partir dos 35 anos, as chances de engravidar começam a diminuir. Mas a passagem do tempo não pode ser reduzida a uma mera questão biológica. “Estamos em constante mutação. Nosso modo de enxergar a vida varia com as nossas experiências”, diz o psiquiatra Antonio Jacintho. Ou seja: cada um tem seu tempo, mesmo que a idade seja a mesma. É isso que mostram as histórias a seguir, de pessoas comuns e especiais como todos nós, no auge dos seus 37 anos.

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CINTIA CAPELA EMPRESÁRIA DE SÃO PAULO, NASCIDA EM 20/7/1974 “Dos 8 aos 18 anos, fui espectadora na vida. Ainda criança comecei a ganhar peso e, aos 17 anos, atingi os 115 quilos. Passei um ano fazendo dieta e enfrentei dez cirurgias plásticas. Hoje, amo meu corpo. Fiz faculdade de jornalismo, mas percebi que não gostava da profissão. Então fui morar na Inglaterra por um tempo. Sem saber nem passar aspirador de pó, lá aprendi a me virar. Comecei a trabalhar como garçonete. Três anos depois, já era o braço direito de um executivo. Percebi que tudo é questão de empenho. De volta ao Brasil, abri minha loja de bijuterias. Moro sozinha. Não penso em me casar nem em ter filhos, mas sonho encontrar um amor de verdade.”

CAIO MINEIRO DESIGNER DE SÃO PAULO, NASCIDO EM 28/10/1974 “Quando menino, meu sonho era ser grafiteiro. Na faculdade, fiz design, depois trabalhei com fotografia. Hoje, eu tenho uma marca de roupas, em que exercito meu gosto pelo desenho, e sou diretor de arte numa agência de publicidade. Dinheiro para mim é conforto. Só me preocupo em ganhar o suficiente para não ficar fazendo contas no fim do mês. Mas, é claro, se um dia eu conseguir comprar um carro V8... Eu sinto que o passar dos anos me trouxe autoconhecimento, sabedoria e tolerância. Mas continuo o mesmo moleque. Moro com meus pais e não tenho pressa em formar família. Vai ser consequência de achar alguém que valha a pena. Não objetivo.”

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POR EXEMPLO

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SE VOCÊ TEM 37... MAXIMILIANO GUIDOLINI

© FOTO MARCELO CURIA

TÉCNICO EM ELETRÔNICA DE PORTO ALEGRE, NASCIDO EM 4/4/1974 “Desde que me casei e tive meu filho, de 4 anos, parei de pensar tanto em mim. O que mais me importa é minha família. Minha maior conquista é poder sustentá-la por conta própria. Mas ainda sonho com um emprego que me dê maior estabilidade. Não por questões materiais. Faz tempo que deixei de me preocupar em ter carro bacana ou o melhor corpo da academia. Tudo que desejo é uma velhice tranquila e uma vida boa para o meu filho. Cresci no tempo da ditadura, mas parece que hoje é ainda mais difícil criar uma criança. É crise, bullying... O que faço é passar o maior tempo possível com o Pablo.”

Aos 8 anos, em 1982, viu Michael Jackson estourar com o álbum Thriller e dançou em bailinhos a divertida coreografia dos mortosvivos do videoclipe. Reveja em: http://bit.ly/cmZheG

Usou blusa com ombreira, calça jeans com o cós alto e minissaia com legging, abusando das cores fluorescentes. O Almanaque Anos 80, de Luiz André Alzer (editora Ediouro), ajuda a relembrar as pérolas desse gosto duvidoso!

Chorou no cinema pela primeira vez na famosa cena da bicicleta voadora do clássico E.T., também de 1982.

GABRIELA PIRONDINI EMPRESÁRIA DE CAIEIRAS (SP), NASCIDA EM 17/6/1974 ”Trabalhava havia cinco anos numa fábrica de papel quando percebi que não queria aquela vida. Fui morar na Europa, conheci vários países e me apaixonei por um italiano. Depois de um longo rolo que virou namoro, nos casamos na Itália e tivemos uma filha, que está com 3 anos. Há dez meses, nos mudamos para o Brasil. Como ele é arquiteto, abrimos uma pequena empreiteira. Logo em seguida, descobri que estava grávida de um menino. Moramos todos juntos na casa dos meus pais – somos 11 pessoas sob o mesmo teto. Minha maior conquista foi ter formado minha família. A melhor coisa do mundo é ser chamada de mãe.”

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$ Já quis trabalhar no supermercado como etiquetador de preços, profissão em voga nos tempos da hiperinflação – e hoje, ainda bem, extinta.

Aos 18 anos, em 1992, saiu às ruas com a cara pintada (ou apoiou a distância) pedindo o impeachment do presidente Fernando Collor. E enfim viveu os dias de luta de que a geração dos seus pais se orgulhou de enfrentar nos tempos da ditadura.

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46 APRENDA E ENSINE

A vida

ensina

QUEM SABE FALA

NÃO É PRECISO UMA SALA DE AULA

OBJETIVO: SABER MAIS, DE TUDO UM POUCO

PARA ADQUIRIR CONHECIMENTO. O MUNDO AO SEU REDOR ESTÁ CHEIO DE OPORTUNIDADES PARA DESPERTAR SEUS TALENTOS E DESENVOLVER NOVAS HABILIDADES. EXERCITE-SE – E, DEPOIS, PASSE

COMO: Abra um dicionário ou uma

ENSINE:

enciclopédia em qualquer página. Leia a primeira palavra ou verbete em que bater o olho. Aprenda seu significado. No decorrer do dia, encontre uma maneira de usá-la em uma conversa. Você vai ampliar não só o seu vocabulário, mas também os seus conhecimentos – e a sua imaginação. As palavras escondem histórias que nos ajudam a entender o mundo, a nos comunicar melhor e a pensar com mais criatividade.

Se alguém não entender o que você disser, explique o significado da palavra. Mas sem ser metido – e sim com o prazer de quem divide uma descoberta fabulosa. A conversa vai render!

ADIANTE O QUE APRENDEU TEXTO ROBERTA FARIA ILUSTRAÇÃO PEDRO HAMDAN

OS ANOS DA ESCOLA PASSARAM. Talvez também os da faculdade, e aqueles tempos do primeiro emprego, quando a profissão ainda era novidade. Hoje em dia, como você aprende? Talvez faça um curso, ou esteja pensando em voltar a estudar. Talvez não tenha lembranças tão felizes da época da sala de aula e nem cogite retomar os livros. Mas quem disse que só assim a gente aprende? Se você prestar atenção, vai perceber que a vida ao redor oferece mundos de conhecimento. Estão aí mesmo na sua rotina, sem custar nada, sem precisar de professor nem caderno. E podem ensinar lições tão importantes quanto as tradicionais de contas e letras. Que vão ajudar você a se conhecer melhor, a se sentir capaz, a ser mais criativo, a cultivar a curiosidade, a ver as coisas de outro jeito. Para ajudar nessa busca, experimente nossas sugestões de exercícios para iluminar os dias comuns. E lembre-se: depois de aprender, passe adiante. É dividindo que o conhecimento vira sabedoria.

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VEJO FLORES OBJETIVO: APRENDER A ENXERGAR A BELEZA COMO: No caminho de casa, recolha as flores que encontrar. Elas estão em terrenos baldios, crescem em rachaduras da calçada, nas praças (dessas, pegue apenas as caídas) e nos muros das casas (mas peça licença ao dono do jardim!). Faça um buquê do tamanho que der, coloque num vaso ou num mero copinho de requeijão e enfeite um canto da casa. Repare agora como a beleza pode estar no mais simples – basta saber olhar. O que faz a diferença não é o luxo, mas o cuidado. E essa riqueza qualquer um pode cultivar.

ENSINE: Presenteie alguém com flores do seu caminho. Mostre que a gentileza não precisa de motivos para acontecer. E sempre torna a vida (de quem faz e de quem recebe) mais leve e bonita.

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POR EXEMPLO

VIAJE NA CIDADE

O LIVRO DA VIDA

OBJETIVO: TIRAR FÉRIAS TODA SEMANA

OBJETIVO: DESCOBRIR POR QUE VOCÊ É ASSIM

COMO: Em um domingo bonito, suba no primeiro ônibus que passar – de preferência, para um lugar que você não conheça. Desça em qualquer rua que pareça curiosa. E saia andando, sem rumo. Observe as pessoas, as casas, o comércio. Sente-se num banco de praça, entre em uma igreja, converse com a moça da padaria. Pare nos lugares mais estranhos ou bonitos, olhe a vista. Seja um turista em sua cidade – e volte para casa cheio de histórias para contar, de lugares que nem sabia que existiam.

COMO: Escreva suas memórias. Pode ser a biografia da sua vida ou apenas as lembranças de uma época especial: sua infância, melhores momentos com seus amigos, recordações de um lugar onde você morou. Tente descrever todos os detalhes: como você era, quem estava lá, como se sentiu, o que fez. Resgatar nossa história nos ajuda a reconhecer conquistas e aprendizados. Assim, também descobrimos o que nos importa, onde acertamos e erramos, a quem devemos ser gratos – e do que somos capazes.

ENSINE: Seja um guia. Leve alguém querido para conhecer os lugares que são mais especiais para você: a rua em que cresceu, o parque que adora... Conte as histórias e mostre os cantos incríveis que só você conhece.

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ENSINE: Divida o que você escreveu com quem faz parte da sua história. É uma forma de agradecer pelos bons momentos vividos juntos e, quem sabe, de esclarecer coisas difíceis de ser faladas.

TUDO TEM JEITO

CAÇA AO TESOURO

OBJETIVO: PROVAR QUE VOCÊ CONSEGUE ENSINE: COMO: Conserte alguma coisa hoje.

OBJETIVO: VALORIZAR A HERANÇA DA SUA FAMÍLIA COMO: Aprenda aquela receita que só sua ENSINE:

Qualquer coisa. O botão despregado da camisa. A lâmpada queimada no corredor. A faca sem fio. A mesa bamba. A torneira que pinga. Resolva você mesmo, peça ajuda se precisar, leve a um especialista. Mas tome a iniciativa, sem esperar mais. Vai ser um alívio! E, assim, você descobre que é, sim, capaz de resolver os próprios problemas. Comece com os pequenos, e logo os grandes parecerão possíveis também. Um, dois e já!

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Resolveu? Agora conte como fez a uma pessoa que esteja passando por algo parecido. Sua experiência é valiosa e pode mudar a vida de alguém. Conselho é bom – especialmente vindo de alguém que se superou. Inspire!

mãe faz. Resgate os velhos cadernos de cozinha de avós e tias, que guardam os segredos dos melhores sabores da sua infância. Puxe a sogra num canto e intime-a: você me ensina como faz aquele pudim? Esse tipo de conhecimento não tem preço: além de encher a barriga, alimenta a alma. E, então, prepare o prato para todos que ama. Ficou com o mesmo sabor? Não? Tudo bem. Continue tentando. Um dia, é da sua receita, adaptada do seu jeito, que vão se lembrar.

Passe adiante a receita para quem a adora, seja da família ou não. Nada de sete chaves! Compartilhar valoriza mais o seu talento do que guardar segredo. E faz muito mais pessoas felizes.

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48 AGRADEÇO

Pequenos mestres O QUE VOCÊ JÁ APRENDEU COM UMA CRIANÇA? QUEM SE PERMITE ENXERGAR O MUNDO ATRAVÉS DOS OLHOS INFANTIS REDESCOBRE AS VERDADES SIMPLES QUE A VIDA ADULTA CISMA EM COMPLICAR TEXTO JAQUELINE LI FOTOS DAIGO OLIVA

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ESCUTAR A COR DOS PASSARINHOS, carregar água na peneira, testemunhar uma árvore engolindo uma nuvem... Isso tudo só é possível num universo de lógica particular, ao qual todos já tivemos acesso um dia. Com o tempo, porém, esquecemos como se chega lá. Para relembrar o caminho, a literatura pode ajudar, em obras como Pequeno Príncipe e Alice no País das Maravilhas, ou nos versos pueris do poeta Manoel de Barros. Mas nada é mais efetivo do que se deixar levar pelo raciocínio de quem ainda vive nesse mundo: as crianças. Elas desconstroem verdades que nos parecem absolutas, enxergam possibilidades mágicas onde só vemos o comum, apontam o óbvio, o simples e o ridículo das coisas que tanto complicamos. E assim nos dão preciosas lições sobre a vida, como as das histórias a seguir.

8/19/11 7:41 PM


POR EXEMPLO

Para Clara, até a atividade mais corriqueira é encarada como uma estreia. Ela assiste mil vezes ao mesmo filme e SE EMOCIONA COMO SE O VISSE PELA PRIMEIRA VEZ. Desde que nasceu, todos os sábados, a acordo com uma musiquinha. E, nestes seis anos de centenas de sábados, ela desperta com os olhinhos brilhando e o sorriso estampado no rosto, como se a melodia ainda fosse inédita. Hoje, quando anuncio que vamos andar de bicicleta no parque, eu me pego pulando de alegria com ela, comemorando COMO SE FOSSE A MINHA PRIMEIRA VEZ TAMBÉM. AMANDA KARTANAS, 37 anos, São Paulo

AMANDA, EM MAIS UMA MANHÃ COM CLARA: TODO DIA É COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ

Minha neta Carmela, de 3 anos, é a primeira filha do Giovanni e da minha nora, Maria. Outro dia, ela se viu refletida no espelho, sorriu vaidosa e disse: “Oi, Maria Giovanna!”. Então, seguiu: “Hum, acho que é Alice... Oi, Alice!” – provavelmente se lembrando da história do País das Maravilhas, que ouvira dias antes. REFLETI SOBRE SUA SABEDORIA SIMPLES E ÓBVIA: à primeira vista somos apenas um pouco de nosso pai e nossa mãe. Entretanto, numa segunda olhada, NOS REVELAMOS O REFLEXO DAQUILO QUE SOMOS CAPAZES DE IMAGINAR. MARIA ILMA CARUSO, 64 anos, Curitiba Quando meu filho tinha 3 anos, uma bicicleta que estava apoiada numa mesa caiu por cima dele. Corri para acudi-lo. De repente, suas lágrimas deram lugar a um sorriso, que se abriu junto a um olhar fascinado. Ele estava encantado pela luz do sol quebrando-se em fachos de diferentes cores ao ser refletida pelo aro da bicicleta, que ainda girava. Aprendi ali a estar disponível para EXPERIMENTAR TUDO O QUE A REALIDADE NOS OFERECE num mesmo acontecimento, de bom ou mau. KUSUM TOLEDO, 61 anos, Curitiba Ter um bebê chegando na família, depois de 14 anos, não é fácil. Eu sempre quis ser um exemplo

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para ele, mas nunca imaginei que isso realmente pudesse acontecer. Um dia fui buscá-lo na escola e a professora comentou que o Vincenzo, com 4 anos na época, dissera que gostaria de ser professor de inglês, assim como a irmã mais velha. Confesso que não imaginava o peso que minhas decisões tinham na vida de um ser tão pequeno. Ele me ensinou que NÃO IMPORTA QUÃO SIMPLES OU GRANDIOSAS SÃO NOSSAS ESCOLHAS, elas sempre refletem o que somos. KAREN PIOVEZAN, 20 anos, Maringá (PR) Minha filha me ensinou a alegria e A RESPONSABILIDADE DE SER UM EXEMPLO PARA ELA. Um dia, eu quebrei uma xícara e estava juntando os cacos, brava. Ela veio pertinho de mim e disse: “Mamãe, não tem problema, eu dou uma nova pra você”, e me ofereceu sua canequinha de brinquedo. MELISSA DÃO, 28 anos, Suzano (SP) Com 3 anos, de forma simples, objetiva – e dolorida –, minha filha me ensinou A IMPORTÂNCIA DE ESCOLHERMOS AS PALAVRAS com cuidado. Tinha uma surpresa esperando por ela no quarto, e eu estava bloqueando sua passagem para que ela não entrasse sem antes tentar adivinhar o que era. Após insistir por um tempo, eu lhe disse: “Tudo bem, se você não sabe o que é, chuta!”. Sem pestanejar, ela deu dois passinhos para trás e pimba!, chutou a minha canela. CELSO TOZZO, 29 anos, Chapecó (SC) Um dia visitei um colega de trabalho que tinha dois filhos. Fiquei perplexo com as broncas que ele dava nas crianças para que não fizessem bagunça. O clima era de tanta implicância que inventei uma desculpa e fui embora. Ao se despedir, ele me disse: “Vê se aparece, afinal, somos amigos!”. Ao ouvir isso, a menininha virou-se para o pai e perguntou: “O QUE EU TENHO DE FAZER PARA SER SUA AMIGA TAMBÉM?”. Fui embora

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pensativo. Percebi nas palavras inocentes daquela criança de 3 anos O VALOR DO EXEMPLO DOS PAIS. AS ATITUDES DA INTIMIDADE DA FAMÍLIA NOS MARCAM PARA SEMPRE. LUIZ APARECIDO DE GODOY, 46 anos, Avaré (SP) Ao lado da minha sobrinha Lais, eu APRENDI A ME DEITAR NA GRAMA E PROCURAR NAS NUVENS PELO DINOSSAURO GRANDÃO. A parar para observar as formiguinhas trabalhando. A acompanhar a metamorfose das borboletas – descobri que as lagartas comem folhas e fazem muito, mas muito cocô antes se transformarem em pupa, para só depois flutuarem no ar, batendo suas asinhas molhadas ao sol. Através dos seus olhinhos de pequena exploradora, VEJO UM MUNDO TOTALMENTE NOVO PARA MIM. ELIANA TÚLIO, 33 anos, Campinas (SP) Um dia eu coloquei meu sobrinho nas costas, como sempre fazia, e saí correndo. Só não reparei nos fios do varal à minha frente. Quase morri de susto quando percebi que o pescocinho dele havia ficado preso numa das cordas. Graças a Deus, nada de grave aconteceu. NAQUELE DIA, APRENDI COM O MURILO COMO O SER HUMANO É FRÁGIL. E não estou falando só dele, mas de mim também, que fiquei apavorado com o risco que ele correu. PEDRO HENRIQUE GALIZA, 26 anos, João Pessoa Ninguém queria me acompanhar até o feirão de imóveis. Mas, quando falei que iria de trem e metrô, meu afilhado de 6 anos topou na hora. No trajeto, tudo foi divertido: desde comprar a passagem até se equilibrar no vagão. No fim do dia, ele falou: “Sabe o que foi mais legal, dinda? Passear com você!”. Ele me fez perceber que MAIS IMPORTANTE QUE O DESTINO É O CAMINHO EM SI, E QUEM O PERCORRE AO NOSSO LADO. GABRIELLE MONICE, 24 anos, Santo André (SP)

Com quem você aprendeu sua maior lição? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 6.

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50 SEMPRE É TEMPO

Agora eu sei QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ FEZ ALGO PELA PRIMEIRA VEZ? A QUALQUER MOMENTO,

E você? Qual foi sua última descoberta? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 6.

HÁ ALGO NOVO A APRENDER. SEJA COMO FOR, ESSAS EXPERIÊNCIAS NOS FAZEM SENTIR VIVOS TEXTO FLÁVIO CARNEIRO FOTO MICA TOMÉO

Achei os morangos bonitos. Nunca tinha comido. Fui provar, mas não gostei: são azedos! Tentei até um coberto com chocolate, mas não melhorou em nada. THALES AUGUSTO SOUTO RODRIGUEZ, 11 anos, São Paulo

Há três meses, eu me tornei mãe pela primeira vez. Depois de encontrar o homem ideal, decidi ter um filho aos 41 anos. Não tinha ideia de como seria transformador. Apesar de ter me preparado, muitas coisas me pegaram de surpresa. Tive que mudar radicalmente minha rotina. Só de mamar, são 7 horas por dia! Posso dizer que a antiga Margarete morreu e uma nova nasceu, junto com o meu pequeno Daniel. MARIA MARGARETE DA ROCHA, 41 anos, Rio de Janeiro O último obstáculo que superei foi subir a escada de casa para o meu quarto. Há sete anos fui atropelada enquanto atravessava na faixa de pedestres. Quando acordei, depois de um mês em coma, não conseguia me mexer nem falar. Desde então, minha vida é o tratamento. Graças a ele, recuperei boa parte dos movimentos e hoje sou mais independente. Mas ainda tenho muitas barreiras para ultrapassar, como ir para a escola sozinha. PALOMA DE ALMEIDA SILVA, 18 anos, São Paulo Acabei de fazer minha primeira viagem para fora do Brasil. Durante o último ano da faculdade, juntei dinheiro e aprendi espanhol para embarcar rumo à Venezuela e à Colômbia com dois amigos. A viagem durou 24 dias. Como o dinheiro era contado, andei de ônibus, fiquei em albergues, dormi na praia. A comida não era muito boa – só tinha frango assado! Mas realizei meu sonho de conhecer um pouco o mundo. FÁBIO AMORIM, 28 anos, São Paulo Há dois meses, assinei meu nome pela primeira vez. Com 77 anos de vida, mais de 50 de casada e 14 filhos criados, voltei à escola para poder realizar um sonho: me inscrever nas aulas de ginástica para a terceira idade. Agora, eu posso assinar a lista de presença com meu nome, e não mais com a digital. O próximo passo é pegar ônibus sozinha. O mundo está se abrindo para mim. MARIA TENISE VIEIRA, 77 anos, Aquidabã (SE)

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