Revista Por Exemplo #2

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VOCÊ AJUDA:

R$ 2,50

100% DO PREÇO DA REVISTA, APÓS OS IMPOSTOS, É DOADO PARA PROJETOS QUE MELHORAM A EDUCAÇÃO NO BRASIL.

PROJETOS EM TODO O BRASIL

02 DEZ / JAN 2012

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DIRETORA EDITORIAL Roberta Faria DIRETOR EXECUTIVO Rodrigo Pipponzi DIRETORA DE CRIAÇÃO Claudia Inoue

EDITORA-CHEFE Roberta Faria EDITOR Dilson Branco REPÓRTERES Karina Sérgio Gomes, Jaqueline Li, Jéssica Martineli ESTAGIÁRIOS DE TEXTO Juliana Dias, Rafaela Carvalho e Valéria Mendonça DIRETORA DE ARTE Claudia Inoue EDITORES DE ARTE Fabio Otubo e Eduardo Bessa ESTAGIÁRIO DE ARTE Anderson Borges COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO E IMAGEM Mica Toméo PRODUÇÃO E IMAGEM Marcia Dias ESTAGIÁRIA DE FOTOGRAFIA Carina Barros APOIO NA REDAÇÃO Amanda Miyuki, Ana Karla Rodrigues, Jaqueline Moribe, Juliane Albuquerque, Luana Almeida, Mariana Bolzani, Olivia Ferraz, Rita Loiola, Romy Aikawa e Tissiane Vicentin COLABORADORES Paula Desgualdo (edição de texto), Juliana Mota (design), Felipe Gressler e Carolina Lopes (tratamento de imagem), Júlio Yamamoto, Marina de Souza (revisão) PROJETOS ESPECIAIS Nina Weingrill (coordenação), Beatriz Torres e Valéria Hevia ATENDIMENTO EDITORIAL Thiago Yamabuchi e Sheila Machado ATENDIMENTO AO LEITOR Elaine Duarte RECURSOS HUMANOS Carolina Franco CAPTAÇÃO DE PATROCÍNIO Amanda Rahra (amanda@editoramol.com.br) FALE COM A GENTE: contato@revistaporexemplo.com.br | (11) 3024-2444 Rua Andrade Fernandes, 303, loft 3, São Paulo/SP - CEP 05449-050 www.revistaporexemplo.com.br DISTRIBUIÇÃO: Rede Extra

IMPRESSÃO: Gráfica Plural

POR EXEMPLO - TODO MUNDO PODE APRENDER. TODO MUNDO PODE ENSINAR é impressa em papel LWC 70g A revista POR EXEMPLO - TODO MUNDO PODE APRENDER. TODO MUNDO PODE ENSINAR, edição 02, ano 1, é publicada pela Editora MOL Ltda. A revista é vendida nas lojas da Rede Extra nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal. O valor pago pelo preço de capa é, descontados os devidos impostos, 100% doado a organizações não governamentais que realizam projetos em prol da educação de qualidade no Brasil. REALIZAÇÃO:

APOIO:

PATROCÍNIO:

12 18 FAÇA O QUE EU FAÇO

EM SEU LUGAR

Qual é seu melhor momento do dia? Veja o que disseram pessoas de várias partes do país

A estudante Juliana passou uma noite como gari e viu como é dureza limpar o lixo dos outros

16 É QUE SE APRENDE

FOTO DE CAPA: Geovana Leonavicius, Ericka Friol e Maori de Oliva foram fotografadas por Guilherme Gomes. Tratamento de imagem Felipe Gressler.

AGRADECIMENTOS: Como ensino / Sempre É Tempo Parque Ibirapuera (11) 5574-5045 Eu Contra O Mundo Escola de Voo Tribos do Ar (www.tribosdoar.com.br). Instrutores de parapente especialistas em voos com idosos e cadeirantes: Odilon Junior (DFLY) e Marcio Pinto O Tempo de Cada Um Biblioteca Pública do Paraná (www.pr.gov.br/bpp)

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Que erros você já cometeu – e que lições já aprendeu – por ter falado demais? Veja oito causos curiosos

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EU CONTRA O MUNDO Laura tem 76 anos e sabe que a vida ainda tem muito a oferecer. Veja esta e outras quatro histórias de superação

20 QUEM VOCÊ PENSA QUE É? Guilherme Brandão, 25 anos, é administrador em São Paulo. O que você acha que ele faz na faixa de pedestres todo fim de tarde?

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COMO ENSINO

É GOSTOSO E FAZ BEM

Três diferentes famílias contam como fazem para passar aos filhos o valor da amizade

Musse de repolho e mais duas receitas baratas, nutritivas e saborosas

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PROBLEMA MEU Três histórias de quem já percebeu que a educação no Brasil só vai melhorar quando todo mundo se engajar e der sua colaboração

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46 APRENDA E ENSINE Provar novas frutas, mandar mensagens para o futuro, misturar sabores... Dez dicas divertidas para descobrir coisas novas todos os dias usando seus cinco sentidos

38 44 48 NÓS PODEMOS

O TEMPO DE CADA UM

Os melhores Natais da vida, Vilmi e seus amigos passaram com moradores de rua. Veja como ações solidárias podem virar divertidas celebrações

Quatro jovens com 22 anos de idade mostram as diferentes facetas da tão falada geração Y

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SEMPRE É TEMPO A primeira viagem de navio de Maria e Olímpio e outras quatro emocionantes histórias de quem adora viver novas experiências

AGRADEÇO A costureira Clecia aprendeu a fazer anéis de miçanga. E você: que lições já recebeu de um desconhecido?

Você é um exemplo? Tem uma história para contar? Escreva para a gente. Se for selecionado, você pode aparecer na revista – até mesmo na capa! Veja nossos contatos na página 7.

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CARTA AO LEITOR

Uma vida de vitórias

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1 UM PEDAÇO DA NOSSA REDAÇÃO: ANDERSON, FABIO, JULIANA, DILSON E EDUARDO. 2 AS REPÓRTERES KARINA, JÉSSICA E JAQUELINE. 3 ALÔ, TURMA DA PRODUÇÃO: MARCIA, MICA E CARINA. 4 OS BASTIDORES DA FOTO QUE ABRE A SEÇÃO “EU CONTRA O MUNDO”.

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VIVEMOS CERCADOS de notícias sobre grandes feitos. Gente que, com muito esforço (e, às vezes, um tanto de sorte), conseguiu fazer milhões com um negócio, mostrar seu talento e ficar famoso, ser ouvido e tornar-se presidente, encontrar o amor e virar princesa. Essas histórias de vencedores são os contos de fadas dos nossos tempos: com elas, o mundo parece menos duro, as vontades ficam mais possíveis, e a gente ganha esperança para, quem sabe um dia, chegar lá também. Mas de tanto falar dessas conquistas fabulosas, às vezes nos esquecemos de que nossos maiores feitos podem estar bem mais perto. E não é porque não apareceram na TV que foram menos difíceis – ou menos importantes. São desafios como completar os estudos, conseguir um bom emprego, cultivar amigos, criar os filhos com valores sólidos, quem sabe realizar uma vontade antiga, como aprender a andar de bicicleta ou fazer uma viagem. Nossa vida de todos os dias tem muitas provas assim – e é cheia de vitórias também. É verdade que esses feitos não rendem filmes. Só que, no fim das contas, são eles que fazem a diferença – porque mudam a nossa vida e a daqueles a quem amamos. E é dentro dos nossos limites e possibilidades, dos nossos desejos e habilidades, que devemos contabilizar quantas conquistas já fizemos. Não é difícil: basta pensar de onde você veio e onde está agora. O que sabia dez ou vinte anos atrás, e quanto aprendeu desde então. Quantas vontades já teve e quantas realizou. O que fez por você e o que fez por todos que ama. Aposto que vão faltar dedos para contar todas as suas vitórias. Nesta edição, estamos cheios de histórias de conquistas. Mas, talvez, a maior diferença entre essas e as que você já ouviu antes é que não estamos falando apenas de vencedores, mas, sim, de lutadores. Gente como eu e você, que se esforça todos os dias, nas menores e maiores coisas, para conseguir se realizar, para fazer mais, para ultrapassar limites, para ver o mundo melhorar. É inspirador. E espero que ilumine o seu caminho também, seja qual for o seu desafio. Produzir esta revista também é um desafio e tanto. Exige uma equipe enorme, que se desdobra para encontrar histórias emocionantes e depois transformá-las em textos e imagens irresistíveis. Ao mesmo tempo, outro time corre atrás de levar a POR EXEMPLO para todo o Brasil. Nosso desafio, veja só, é conquistar você. Será que vamos conseguir esse feito? Conte pra gente e nos ajude a chegar lá. Um abraço e boa leitura! Equipe da POR EXEMPLO

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POR EXEMPLO

VOCÊ AJUDA:

R$ 2,50 100% DO VALOR

DE CAPA, APÓS OS IMPOSTOS, É DOADO PARA PROJETOS QUE MELHORAM A EDUCAÇÃO NO BRASIL.

PROJETOS EM TODO O BRASIL

01 SET / OUT 2011

REALIZAÇÃO:

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CRIAR UMA NOVA REVISTA DÁ UM TRABALHÃO. DO MESMO TAMANHO DESSE ESFORÇO É A ANSIEDADE PELA REPERCUSSÃO: “SERÁ QUE AS PESSOAS VÃO GOSTAR?”. POR ISSO FOI TÃO BOM RECEBER AS MENSAGENS ABAIXO! Eu nunca tinha lido uma revista inteira antes, muito menos escrito para uma. Mas é que gostei mesmo das matérias. Como a história da comunidade que mudou o próprio bairro (seção Nós Podemos) – já estou até pensando o que posso fazer aqui na minha rua. A revista me fez acreditar de novo no mundo. É como se eu tivesse voltado a viver! Ataide de Souza, de 53 anos, de São Paulo, por e-mail. A POR EXEMPLO traz um brilho em comparação

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às publicações já existentes. Os canais de mídia no Brasil estão rodando no automático faz tempo, e, em meio a tantas notícias ruins, estamos necessitadíssimos de bons exemplos. Rodrigo Machado, por e-mail. Nunca imaginei encontrar no supermercado uma revista com tanta qualidade! Galileo Giglio, por e-mail. É uma verdadeira obra de arte! Claudio Vaz, por e-mail.

Hoje em dia é normal ver celebridades sendo prestigiadas por suas boas ações, mas saber o que as pessoas comuns estão fazendo por um mundo melhor é bem mais interessante. Flávio Henrique, por e-mail. A excelência das matérias enche de orgulho o jornalismo brasileiro. Paulo César, por e-mail. Foi a primeira revista que li de cabo a rabo na vida. Tem uma linguagem madura, realista. Achei legal cada

matéria ter dicas ajudando quem quer fazer uma boa ação e não sabe como. Claudia Pereira, por e-mail. Achei maravilhosa a iniciativa de escrever sobre pessoas comuns que contribuem para uma sociedade melhor. Também quero aprender com bons exemplos e colocá-los em prática! Paulo Mendonça, 50 anos, por e-mail. Comprei a revista e não me arrependi. Sou professora de escola pública

Amei a revista! Comprei a primeira essa semana e não vou mais parar! As matérias são excelentes. Mas a que realmente ganhou meu coração foi a seção Problema Meu. Suiane Ivanov, no Facebook.

e acho que a educação e o exemplo podem, sim, mudar o mundo! Adriana Sampaio, por e-mail. Após ler a matéria em que uma mãe fala sobre seu filho homossexual (seção Eu Contra O Mundo), pensei que os exemplos alheios nos ajudam a repensar valores. Sara Ferreira da Silva, por e-mail. A POR EXEMPLO renovou minha esperança no mundo! Daniele Motta, 21 anos, por e-mail.

FALE COM A GENTE! O que você achou da revista? Conte para nós! Divida conosco os seus exemplos também. MANDE UM E-MAIL: contato@ revistaporexemplo. com.br LIGUE PARA A REDAÇÃO: (11) 3024-2444 VISITE O SITE: www. revistaporexemplo. com.br FAÇA PARTE DA NOSSA REDE: No Orkut Comunidade Revista POR EXEMPLO No Facebook Fan Page Revista POR EXEMPLO No Twitter @por_exemplo OU ESCREVA UMA CARTA PARA: Revista POR EXEMPLO Rua Andrade Fernandes, 303, sala 3 São Paulo - SP CEP 05449-050

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CONTAS ABERTAS

Novidade na gôndola UMA REVISTA SOCIAL, À VENDA NO SUPERMERCADO? SIM! MUITAS PESSOAS ACREDITARAM NA POR EXEMPLO – E SE SURPREENDERAM

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NAS ÚLTIMAS SEMANAS, quem entrou em uma das mais de 470 lojas do Extra espalhadas pelo Brasil teve uma surpresa. Ao passar pelo caixa, deparou com uma revista diferente. Na capa, a foto grande não é de nenhuma celebridade. O valor é bem mais baixo que o dos demais títulos – e ainda é doado para projetos educacionais. As chamadas anunciam histórias incríveis e ideias simples. E um selo indica que há, encartada, uma revista grátis para as crianças. Muita gente decidiu experimentar. Várias delas, sensibilizadas pela ação social. Como Paloma Peinado, de São Paulo, que nos mandou esta mensagem pelo Facebook: “Comprei pelo ato da doação”. Mas, ao folhear as páginas, ela percebeu algo que não esperava: “Eu me surpreendi com o conteúdo! Está nota 10!”. Outra leitora, Elisabete Amorim, teve a mesma impressão: “Que iniciativa fantástica: além de ajudar a educação, traz excelentes matérias!”. Como elas, dezenas de outras pessoas fizeram questão de escrever para nossa redação dizendo como reagiram à novidade (veja na página 7).

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POR EXEMPLO

NOVOS PROJETOS BENEFICIADOS Dos recursos arrecadados pela POR EXEMPLO, 40% são divididos entre as ONGs Parceiros da Educação e Todos pela Educação. Os 60% restantes serão destinados a outros projetos educacionais, espalhados pelo país, que serão selecionados por meio de um edital. O regulamento completo será divulgado em breve. Confira, por enquanto, os parâmetros gerais: > Cerca de sete projetos educacionais serão selecionados por uma banca, formada por profissionais do Instituto Grupo Pão de Açúcar, apoiador da POR EXEMPLO, e por especialistas em educação. O edital ficará disponível por dois meses. > Os projetos selecionados serão essencialmente de caráter educacional, incluindo iniciativas focadas em crianças, jovens e adultos.

RODRIGO DE SOUZA E ANA PAULA COSTA, FUNCIONÁRIOS DO EXTRA HIPER NO BAIRRO ITAIM BIBI, EM SÃO PAULO

> Os projetos devem ser ligados a organizações sociais. Não serão aceitas iniciativas de pessoas físicas nem de entidades governamentais. > O projeto deve beneficiar a comunidade na qual a organização está inserida. É preciso haver pelo menos uma loja Extra no município. > Cada organização poderá inscrever somente um projeto. A inscrição será feita exclusivamente pela internet, por meio de um site cujo endereço será divulgado em breve. Se você conhece uma organização que desenvolva um projeto que possa concorrer, informe-a! Ajude a POR EXEMPLO a apoiar boas iniciativas educacionais espalhadas pelo país!

REALIZAÇÃO:

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APOIO:

INSTITUIÇÕES BENEFICIADAS:

VEJA COMO FUNCIONA CONFIRA QUEM SÃO OS PARCEIROS ENVOLVIDOS NO PROJETO E VEJA A IMPORTÂNCIA DE SUA PARTICIPAÇÃO

1 PARA COMEÇAR Duas empresas patrocinam o projeto: Procter & Gamble e Kraft Foods. (Ainda há cotas disponíveis. Para saber mais, escreva para patrocinio@revistaporexemplo.com.br). Como contrapartida, elas recebem páginas para anunciar na POR EXEMPLO. É uma publicidade inteligente, que vira apoio a uma grande causa.

2 NASCE A REVISTA A POR EXEMPLO é elaborada pela Editora MOL, uma empresa que acredita que a gente só vai fazer diferença no mundo se realizar as coisas de um jeito diferente.

3 ATÉ VOCÊ Correalizadora do projeto, a rede Extra vende a revista em seus mais de 470 pontos de venda, entre hipermercados, supermercados e drogarias. As lojas estão presentes em 16 estados de todas as regiões do país, mais o Distrito Federal. É graças ao empenho dos milhares de funcionários da rede que a POR EXEMPLO pode chegar a tantos leitores.

4 FINAL FELIZ O valor arrecadado com a venda da revista, descontados os impostos, é 100% doado às ONGs Parceiros da Educação e Todos pela Educação – além de outros projetos que em breve serão selecionados por meio de um edital (saiba mais na matéria ao lado).

PATROCÍNIO:

© FOTO MARCIA DIAS

Esperamos que você também se surpreenda. Se esta é a primeira POR EXEMPLO que você compra, obrigado por acreditar em nosso projeto! Se já é nosso leitor fiel, ficamos ainda mais gratos. É assim, juntos, que podemos disseminar boas histórias e melhorar a educação no Brasil!

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Obrigado pelo apoio! CONHEÇA AS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS QUE VOCÊ AJUDA AO COMPRAR A POR EXEMPLO

TODOS PELA EDUCAÇÃO

PARCEIROS DA EDUCAÇÃO

(www.todospelaeducacao.org.br)

(www.parceirosdaeducacao.org.br)

Luta pela AMPLIAÇÃO do acesso à escola e pela melhoria do ensino

Ajuda a criar e manter parcerias entre empresas e escolas

Monitora indicadores, realiza campanhas de mobilização, leva o tema da educação à mídia e articula a iniciativa privada, a sociedade civil e o poder público. Está sediado em São Paulo, mas trabalha pela educação em âmbito

150 escolas

Foi articulador da aprovação da emenda constitucional que ampliou a faixa etária com vaga garantida na escola de 7 a 14 anos para 4 a 17 anos

desde 2005, nos estados de SP, RJ, GO, RS e CE Hoje, mantém 80 parcerias, todas no estado de SP, beneficiando mais de 100 mil alunos

92%

das escolas parceiras do ciclo I (1ª a 5ª série) superaram a média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)

ONEIDA FIORITTI, 72 anos (42 deles dedicados à educação), diretora da Escola Estadual Ministro Costa Manso, em São Paulo

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nacional

beneficiadas

“A Parceiros da Educação está conosco desde março de 2010. Nossa parceira é a empresária Ana Maria Diniz. Quando ela veio conhecer nossa instituição, falou com pessoas de todas as funções, buscando informações que ajudassem a aumentar a nossa produtividade. Para melhorar o aprendizado de português, criamos uma revista semestral, na qual os alunos podem escrever e fotografar. No último ano, os estudantes recebem um reforço com um cursinho intensivo que soluciona dúvidas e dá dicas de atualidades. E ainda contamos com aulas de inglês. A parceria nos fez recuperar o otimismo. Relembramos que somos uma escola que já formou ótimos economistas, professores, geógrafos e até ministros. Estamos no caminho para dar sequência a essa história.”

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DURA REALIDADE A EDUCAÇÃO NO BRASIL TEM MUITO A MELHORAR. VEJA ALGUNS NÚMEROS QUE AS ONGS APOIADAS PELA POR EXEMPLO LUTAM PARA TRANSFORMAR

O VALOR QUE O

BRASIL

53ª,

ENTRE 65 PAÍSES,

1 EM CADA 10

INVESTE POR ANO EM CADA

É A POSIÇÃO BRASILEIRA

ALUNO DO ENSINO PÚBLICO

NO PRINCIPAL RANKING

BRASILEIROS ENTRE

75% MENOR QUE O

EDUCACIONAL DO MUNDO,

25 E 34 ANOS TEM

DA MÉDIA INTERNACIONAL

ATRÁS DE TRINIDAD E TOBAGO

ENSINO SUPERIOR

É

FONTE: ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE)

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12 FAÇA O QUE EU FAÇO

Qual é seu melhor momento do dia? EM CICLOS DE 24 HORAS, REPETEM-SE AS OBRIGAÇÕES, NECESSIDADES, PRAZERES E CONQUISTAS QUE COMPÕEM NOSSA VIDA. SE VOCÊ TIVESSE DE DESTACAR UM INSTANTE QUE FIZESSE TODO O RESTO VALER A PENA, QUAL SERIA? TEXTO CAMILLA DEMARIO, HELSON FRANÇA, JÉSSICA MARTINELI, JULIANA DIAS E PRISCILLA DANTAS

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”Acordar ao lado da minha companheira, com quem sou casado há quase 40 anos. O amanhecer, com sua luz e brisa leve, me anima a oferecer algo de bom às pessoas durante o dia de trabalho. A luz do sol me fortalece!” CARLOS AUGUSTO DE VASCONCELOS, 57 anos, cinegrafista do Recife.

TOMAR SOL É FUNDAMENTAL PARA PRODUZIR VITAMINA D, QUE ATUA NA ABSORÇÃO DE

CÁLCIO E FÓSFORO

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É pouco antes de dormir, quando eu e minha esposa ficamos com nosso filho, Pedro, em nossa cama. É como se o mundo fosse só nosso. Antes, o Pedro costumava ficar agitado nessa hora do dia. Agora, é só tranquilidade. Estar juntos é nossa forma carinhosa de dizer “boa noite e até amanhã”. EDUARDO RIBEIRO, 35 anos, analista de sistemas do Rio de Janeiro.

3 DICAS PARA UM BOM SONO 1. Pratique exercícios regularmente – mas nunca nas 6 horas antes de ir para a cama. 2. Crie rituais para acostumar o corpo com a hora de dormir. Pode ser leitura, oração, meditação ou o que você achar melhor. 3. Desligue a TV e quaisquer outras fontes de luz e som que possam distraí-lo.

© FOTO 1 MARCOS LOPES 2 ALEXANDRE SEVERO 3 TIAGO LIMA 4 CARINA BARROS

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POR EXEMPLO

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MASSA DE MANDIOCA PARA LASANHA

“É quando estou com meus netos, Luca e Edu. Poder conviver diariamente com eles faz de mim um homem completo. Saber escutá-los, dar carinho e atenção me tornam uma pessoa com mais sabedoria, paciência e alegria de viver.” OTÁVIO COSTA, 61 anos, comerciante do Recife.

TROCA ENTRE GERAÇÕES Se você tem filhos ou netos, ensine uma brincadeira do seu tempo a eles, como rodar pião ou brincar de roda. Eles vão adorar passar aos amigos. E aprenda algo do tempo deles, como jogar videogame. Ou peça que lhe expliquem os criativos enredos dos desenhos animados. Além de divertido, vai ser estimulante para a sua imaginação!

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”A melhor hora do meu dia é quando cozinho. Eu me esqueço de todos os problemas! Depois que minha mãe faleceu, mantive suas panelas e utensílios, que me fazem lembrar dela. A casa fica cheia de alegria quando preparo refeições para meus amigos e minha namorada. Já estou craque na lasanha!” NATHAN JOSÉ DOS SANTOS, 26 anos, estudante de São Paulo.

”Moro em Salvador há pouco tempo, e toda a minha família é de Goiânia. Desde que me mudei, valorizo cada momento que posso passar com as pessoas que amo. Nas férias, o melhor é voltar para minha cidade e matar a saudade do meu cachorro!” VIVIANE MARIANO, 24 anos, estudante de Salvador.

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ADOTE UM PELUDO

O CONVÍVIO COM

Quer um bichinho? Informe-se no centro de zoonoses ou órgão equivalente na prefeitura de sua cidade. Ou procure na internet:

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

• www.adotacao.com.br • adotacao.blogspot.com • www.naturezaemforma.com/ centrodeadocao

• 2 xícaras (chá) de mandioca crua ralada • 3/4 de xícara (chá) de óleo • 1 1/2 xícara (chá) de água • 1 xícara (chá) de farinha de trigo • sal a gosto Bata tudo no liquidificador. Depois, despeje uma pequena porção da mistura numa frigideira bem quente, untada com óleo. Quando estiver soltando do fundo, vire-a. Assim, você terá várias massas em forma de disco, que poderá usar tanto para lasanha quanto para panquecas. 1

MELHORA NOSSA

IMUNIDADE

E REDUZ O ESTRESSE2

“Meu sonho é ser biólogo. Então, o melhor momento do meu dia é quando estou estudando ciências. Ou então curtindo meus brinquedos – metade deles são bichos! Minha mãe diz que desde os 2 anos eu já queria seguir essa profissão. Tenho de me esforçar para chegar lá!” WILLIAM BRENO RAMOS, 9 anos, estudante de Salvador.

LEVE SEU FILHO AO ZOO! Confira quatro parques em diferentes regiões do Brasil: • Fortaleza: (85) 3105-2001 • Goiânia: (62) 3524-2390 • Rio de Janeiro: (21) 3878-4200 • São Paulo: (11) 5073-0811

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14 FAÇA O QUE EU FAÇO

“Adoro passar trotes na família! É o que faço quando alguém está chateado, precisando se alegrar. Sou boa em contar histórias e fazer vozes, mas eles sempre acabam percebendo que sou eu – e é aí que explodem em gargalhadas!” SUZANA CHAORI, 72 anos, aposentada de Salvador.

SEJA UM CONTADOR Já pensou em fazer um curso de contação de histórias? O Sesc oferece oficinas gratuitas! Informe-se na unidade mais próxima da sua casa. Para descobrir onde ela fica, acesse www.sesc.com.br.

OUVIR HISTÓRIAS

ESTIMULA A IMAGINAÇÃO

E AJUDA A LIDAR COM

EMOÇÕES

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Bonecas, carrinhos e jogos que seus filhos não usam mais podem fazer a alegria de outras crianças! Confira algumas instituições que aceitam doações: • ONG Sonhar Acordado, com unidades em Brasília, Campinas (SP), Curitiba, Fortaleza, Jundiaí (SP), Recife, Rio de Janeiro e São Paulo: www. sonharacordado. org.br • Aldeias Infantis SOS, com unidades em AM, BA, MG, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SP e DF: www. aldeiasinfantis. org.br

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ESTUDAR SEMPRE 3

”Meu momento predileto é depois da aula e do almoço, quando pego a Maristela, minha boneca favorita, e vou brincar com as amigas que moram na minha rua. É verdade que eu também gosto de ir para a escola e nem acho chato fazer lição de casa, mas é nessa hora que eu fico mais feliz.” VITÓRIA DOS SANTOS, 8 anos, estudante de Salvador.

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“Sou artesã. A melhor parte do dia é quando estou bordando, pintando, costurando. Depois, eu vendo os produtos numa feira de artesanato. Ficar no ócio é que não vou: o trabalho é importante para manter a mente ativa!” LUCIENE MARIA CRUZ, 57 anos, artesã de Cuiabá.

Universidade não é coisa só para jovens. Há várias instituições com cursos específicos para a terceira idade. Confira na página 28 a história de Laura Ferreira, de 76 anos, que viu sua vida mudar graças a essas aulas. E veja onde seguir seu exemplo.

© FOTO 1 MARCOS LOPES 2 ALEXANDRE SEVERO 3 TIAGO LIMA 4 CARINA BARROS

DOE BRINQUEDOS USADOS

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15 “Depois de um dia de trabalho, nada melhor do que chegar em casa. É quando tenho tempo para tomar um banho relaxante, conversar com minha família, ler, telefonar para os amigos e comer sem pressa. Tudo isso sabendo que logo mais haverá uma cama quentinha me esperando!” FRANCISCO BARRETO, 57 anos, funcionário público do Recife.

“É quando eu pinto as unhas das minhas amigas. Minha mãe é manicure e me ensinou. Hoje, eu tenho meu próprio kit!” ELISETE DE ALMEIDA, 11 anos, estudante de Salvador.

3 SITES COM DICAS DE MAQUIAGEM www.truquesdemaquiagem.com.br www.eumaquio.com www.youtube.com/user/AndrezaGoulart 2

CAFÉ DA MANHÃ SAUDÁVEL

• Suco de laranja: rico em vitamina C e antioxidantes

Eu consigo enxergar vários ótimos momentos na minha rotina. Pode ser quando acordo, ao lado do meu marido, e estico ao máximo a hora de sair da cama. Ou então ao tomar um banho revigorante para começar o dia. Também é um instante especial quando faço uma parada no meio da tarde, tomo um bom copo d’água e vejo o dia através da janela do escritório. Ou ainda o momento de chegar em casa e – literalmente – descer do salto! TAMARA MENEZES, 30 anos, jornalista do Rio de Janeiro.

• Sanduíche de pão integral, que tem fibras, com queijo branco, que é fonte de cálcio, e peito de peru, que oferece proteínas sem ser gorduroso

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POLIGLOTA DE GRAÇA

• Cafezinho, que ajuda a aumentar a concentração 3 4

“Tomar um bom café da manhã e ir caminhando até a banca de jornal onde trabalho, perto da minha casa. Enquanto vejo o sol nascer, renovo as energias para atender os clientes com o bom humor de sempre!” EDILSON FERREIRA, 32 anos, vendedor de São Paulo.

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E você, o que faz de bom? Conte pra gente! Veja nossos contatos na página 7.

No site Livemocha, você pode aprender idiomas do mundo inteiro com a ajuda de falantes nativos. Voluntários dão dicas e revisam seus textos e gravações. E você também pode ensinar. De graça! Confira: www.livemocha.com

“É quando os pais dos meus alunos de inglês me contam como eles estão usando a língua no dia a dia: cantando, decifrando placas, entendendo desenhos estrangeiros... Fico muito orgulhosa de ver o resultado do meu trabalho!” MARINA NEMES, 26 anos, professora de São Paulo. FONTES: 1 LIVRO ALIMENTE-SE BEM (SESI-SP) | 2 DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL DA USP | 3 NUTRICIONISTA LUIZA MATTAR

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XXXXXXXXXXXXXX QUE SE APRENDE 16 É

O que você já aprendeu com um erro? Conte para a gente! Veja nossos contatos na página 7.

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© BELEZA: ÉLCIO “MAIZENA” ARAGÃO (AGÊNCIA FIRST) / MODA: GABRIELA NASCIMENTO

POR EXEMPLO

Sou taxista e, um dia, levando um passageiro, passei por uma blitz. Então, comecei a falar sobre as atitudes da polícia que me revoltavam. Disse que eu não confiava em nenhum policial, que eles só pensam em prender quem passar pela frente. “Mas nem todos são assim”, retrucou o passageiro. “Eu, por exemplo, ainda não te prendi.” Ele era da polícia! Foi uma bela saia justa. Hoje, quando o assunto é polêmico, eu penso duas vezes antes de ser enfático nas minhas opiniões. EDISON OLIVEIRA, 36 anos, São Paulo

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Xi, escapuliu! FALAR MAIS DO QUE A BOCA PODE ACONTECER COM QUALQUER UM. DEIXAR ESCAPAR UMA OPINIÃO, UMA REVELAÇÃO, SEGREDOS QUE FICARIAM MUITO MELHORES GUARDADOS. COMO REFLEXO, VEM O CONSTRANGIMENTO. MAS TAMBÉM A CHANCE DE APRENDER A SER MAIS CUIDADOSO COM AS PALAVRAS. E VOCÊ, QUANDO FOI QUE ERROU POR FALAR DEMAIS? TEXTO CAMILLA DEMARIO, CAROLINA SALOMÃO, HELSON FRANÇA E RAFAELA CARVALHO FOTO DANIELA TOVIANSKY

Eu e minha melhor amiga tínhamos o costume de trocar presentes feitos por nós mesmas. Certa vez, eu passei vários dias criando uma camiseta com uma estampa da nossa banda favorita. Quando faltava um mês para o aniversário dela, eu disse: “Sua camiseta está ficando pronta!”. Queria ter dito “presente”, mas acabei deixando escapar a surpresa que estava guardada por semanas! Para mim, segurar a ansiedade é um desafio de autocontrole. CAROLINA ROSIGNOLI, 20 anos, São Paulo Quando eu tinha 11 anos, achava filhos únicos egoístas e mandões. Ainda pequena, fui com meus pais visitar uma amiga deles que havia acabado de dar à luz. Falei que ela não deveria ter só uma criança, porque a menina se tornaria metida e irritante. Logo depois, uma moça me disse que, por um problema de fertilidade, ela só poderia ter um filho. E me advertiu de que eu não deveria julgar as pessoas daquela maneira. Envergonhada, nunca me esqueci daquelas palavras. KEILA LIMA, 25 anos, Ubá (MG)

Eu e minha ex-mulher trabalhávamos com eventos. Certo dia, uma cliente de seus 25 anos ligou marcando uma conversa. Ela chegou com um idoso. Minha esposa perguntou se era seu avô. “Não, é meu noivo”, ela respondeu! Pedi pra morrer. O senhor inventou uma desculpa e foi embora. Perdemos o contrato e aprendemos: nunca abra a boca antes de pensar! SHALOM AZEVEDO, 39 anos, Aracaju Faz quatro anos que vi a mulher de um dos meus melhores amigos traí-lo. Desabafei com um camarada que tínhamos em comum e pedi segredo. Mas ele contou tudo ao amigo traído. E ele veio tirar satisfações comigo. Considerou até levar o caso à delegacia. A acusação não foi para a frente, mas bastou para me ensinar a não comentar a vida alheia. JOÃO GUIMARÃES, 59 anos, Tucano (BA) Lembro de uma discussão que tive com meu namorado – na verdade, um monólogo, porque eu não o deixava falar... Ele ficou tão irritado por não ter

espaço para argumentar que chegou a terminar comigo. Mas depois nos acertamos. E eu aprendi a importância de dar a palavra aos outros. MARINA BORGES, 19 anos, Rio de Janeiro Passei a comentar bastante sobre o bom momento que estou vivendo nos negócios. Minha mulher confessou que se sentia incomodada com o jeito como eu me gabava. Parei para pensar que meus amigos também não deviam achar nada bom. E mudei a tempo de não perder nenhum deles. ETEVALDO PEREIRA, 58 anos, Cuiabá Eu entrei em um projeto de voluntariado e convidei uma amiga. Ela topou só para não me magoar. Dias depois, confessou que estava infeliz, que iria sair. Estourei de raiva, dizendo que ela só pensava em si. Só depois percebi que a egoísta era eu mesma, por querer que ela vivesse um sonho meu. Mais tarde acabamos fazendo as pazes – e aprendemos que compreensão é tudo nessa vida. DÉBORA CAMARGO, 22 anos, Araraquara (SP)

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18 EM SEU LUGAR

Eu, gari A SUJEIRA DO CHÃO NÃO DESAPARECE NUM PASSE DE MÁGICA. JULIANA TOPOU EMPUNHAR A VASSOURA E SENTIR, NA PRÁTICA, A ÁRDUA MAGIA DA LIMPEZA TEXTO KARINA SÉRGIO GOMES FOTOS MARCOS BIZZOTTO

É UMA LIÇÃO SIMPLES, ensinada desde a infância: não jogar lixo no chão. Muita gente, porém, esquece – mesmo quando as ruas viram rios, na época das chuvas, por causa dos bueiros entupidos. Em São Paulo, por exemplo, são jogadas no chão, todo dia, 290 toneladas de lixo. Para limpar tudo isso, há um exército de 8.500 garis. Como Pedro Rodrigues Filho e João Marques, que, diariamente, varrem a rua Augusta, no centro da cidade. A dupla enche 20 sacos por dia. E eles ainda dizem que a Augusta não é das ruas mais sujas... Apesar de realizarem um trabalho tão importante, os garis nem sempre são valorizados. Muitas vezes, aliás, é como se as

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demais pessoas nem sequer os enxergassem. Essa teoria foi desenvolvida pelo psicólogo Fernando Braga, autor do livro Homens Invisíveis (Editora Globo). Segundo ele, numa grande massa de pessoas, todo rosto tende a se tornar insignificante. Ainda mais quando a pessoa está de uniforme. Nesse caso, é vista como uma máquina cumprindo uma função, e não como um ser humano. “Só vemos o outro se ele tiver algo que nos seja familiar”, diz o especialista. Será verdade? Convidamos a estudante de publicidade Juliana Artillo, de 24 anos, de São Paulo, a passar uma noite como gari. Veja a seguir como foi a experiência, o que ela sentiu e o que aprendeu.

POR ENTRE AS FRESTAS

Por ironia do destino, as bitucas foram justamente o tipo de lixo que Juliana achou mais difícil de ser varrido. “Elas se encaixam em todos os buraquinhos. Quando ficam molhadas, pior ainda: grudam no chão. É preciso fazer muita força para tirá-las!”, percebeu.

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RÉ CONFESSA

Fumante, Juliana reconhece que, quando está com os amigos no bar, costuma lançar bitucas fora da lixeira: “Nunca pensei muito nisso. É como se o cigarro fosse desaparecer num passe de mágica”. Então a convidamos a ser gari por um dia justamente na rua Augusta, um dos locais em que ela costuma encontrar sua turma – e emporcalhar a calçada... Os garis Pedro Rodrigues Filho e João Marques a acompanharam. No começo, ela se sentiu tímida no traje laranja. Mas, quando viu que ninguém nem olhava para ela, ficou mais à vontade.

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UMA BOA SURPRESA

“Quando eu via alguém jogar cigarro no chão, ficava muito brava”, diz Juliana. Mas algumas pessoas a surpreenderam pelo respeito ao trabalho dos garis. Como este homem, que fez questão de jogar o copo plástico usado dentro do cesto.

A VASSOURA E A LIXEIRA 4 ENTRE Os garis sempre trabalham em dupla: um varre e o outro carrega o cesto, recolhendo os montinhos. “Depois de meia hora usando aquela vassoura pesada, eu senti dores na nuca. Aí, troquei de função. Levar a lixeira é um pouco menos cansativo”, lembra Juliana.

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POR EXEMPLO

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5 TESTE DE INVISIBILIDADE

Shelida Lopes, de 24 anos, conhece Juliana há uma década. Mas não a reconheceu, mesmo quando Juliana varreu a calçada bem do seu lado. “Quem é essa gari com a cara da minha amiga?”, pensou, antes de entender o que estava acontecendo. “É assim mesmo: as pessoas só notam a gente quando precisam de uma informação”, comentou o gari João.

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E FICOU A LIÇÃO...

Após sentir como é trabalhar duro para recolher o lixo dos outros e nem sequer ser notada, Juliana refletiu sobre a maneira como ela própria se relaciona com os funcionários da limpeza: “Já costumo cumprimentar todos os dias as faxineiras da faculdade. Agora vou valorizar ainda mais o trabalho delas”. E as bitucas? Ela promete que vai ser mais cuidadosa. “Se precisar, vou guardar na bolsa para jogar fora depois. No chão, nunca mais!”

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FAÇA A SUA PARTE Além de não jogar sujeira no chão, cabe a todos nós reciclar vidro, papel e metal. Se na sua rua não passa a coleta seletiva, você pode levar seu lixo limpo às lojas do Extra. Veja a mais próxima: http://bit.ly/pWf3Rl

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XXXXXXXXXXXXXX VOCÊ PENSA QUE É? 20 QUEM

Você pensa que eu

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POR EXEMPLO

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GUILHERME BRANDÃO, 25 ANOS, É ADMINISTRADOR EM SÃO PAULO. O QUE VOCÊ ACHA QUE ELE FAZ COM OS AMIGOS TODO FIM DE TARDE? A) PRATICA LUTA LIVRE B) ACELERA MOTOS POSSANTES C) FAZ GRACINHAS NA FAIXA DE PEDESTRES

?

sou palhaço

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TEXTO JAQUELINE LI FOTOS GUILHERME GOMES

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22 XXXXXXXXXXXXXX VOCÊ TRABALHOU O DIA INTEIRO e merece o sossego do lar. Mas está preso no carro, em pleno horário de pico do trânsito, num importante cruzamento da mais congestionada cidade do país. Quando finalmente chega ao semáforo, ele fecha. Será mais um minuto e meio de eternidade. O que seria capaz de lhe arrancar uma risada num momento como esse? Que tal um homenzarrão de quase 2 metros de altura, vestido de bailarina, saltitando pela faixa de pedestres? Se por um segundo você esquecer o estresse do

trânsito e esboçar um sorriso, o dia de Guilherme Brandão estará ganho. Administrador de uma empresa de bufê de casamentos, ele sabe bem como é a rotina dos motoristas paulistanos. Para visitar clientes e fornecedores, Guilherme passa quatro horas por dia ao volante. E, já que prevenir esse sofrimento é muitas vezes impossível, ele quis inventar um jeito de remediá-lo. Foi ao ver um documentário sobre os Doutores da Alegria que a ideia começou a nascer. Guilherme ficou encantado com

o trabalho dos palhaços que levam sorrisos a hospitais infantis e quis fazer algo parecido. Para tanto, precisaria de um registro profissional de ator. Então, lá foi ele se inscrever num curso de teatro, arrastando dois grandes amigos : o vendedor Marcos Bordenalli, de 36 anos, e o atendente Thiago Velloso, de 24. Mais tarde, eles juntariam à trupe a irmã de Guilherme, Andréa, recepcionista de 26 anos, e a tia, Mara, coordenadora de pronto-socorro, de 34 anos. Um dia, ao sair da aula, Guilherme parou em um semáforo e viu uma criança

66 milhões é o número de carros no Brasil.

Enfileirados, eles

poderiam dar 4 voltas na Terra

293 km é o recorde de congestionamento

em São Paulo.

Mais do que a distância entre Maceió e Recife

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POR EXEMPLO

fazendo malabares em troca de moedas. “Percebi que nenhum motorista dava atenção ao menino. Aquela cena triste, cinza, me fez pensar que o trânsito poderia ter um pouco mais de cor”, diz. Foi assim, há pouco mais de um ano, que surgiram os Psicólogos do Trânsito. De segunda a sexta-feira, das 19h30 às 21 horas, os cinco palhaços vão para o cruzamento da avenida Henrique Schaumann com a rua Teodoro Sampaio, na Zona Oeste de São Paulo. Quando o sinal fecha, eles ocupam a faixa de pedestres

fazendo graça, dançando e levantando cartazes com frases divertidas e inspiradoras. Muitos perguntam o que eles ganham com isso. Varia: alguns motoristas abrem o vidro e fazem um sinal positivo. Outros respondem com buzinadas amistosas. Ônibus piscam a luz alta. Ambulâncias fazem um sinal com a sirene. E a turma de Guilherme não quer nada mais. Só saber que, pelo menos por alguns instantes, conseguiu transformar o nervosismo, a ansiedade e a amargura do trânsito em tranquilidade, descontração e alegria.

MARA, GUILHERME E ANDRÉA DIVERTINDO OS MOTORISTAS. PARA SABER MAIS, ACESSE WWW.PSICOLOGOS DOTRANSITO.ORG

RELAXE VOCÊ TAMBÉM! Faça o possível para evitar congestionamentos: saia mais cedo, estude novas rotas, fuja dos horários de pico. E experimente alternativas, como usar bicicleta ou transporte público.

Ofereça ou embarque numa carona. O trânsito fica muito mais leve com uma companhia. Tem um colega que mora perto? Proponha um rodízio: um dia para cada um dirigir. Crie um ambiente agradável no carro. Faça revisões para consertar ruídos irritantes e tenha um repertório de boas músicas. Áudioslivros também podem ser uma boa opção.

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O PODER DO PALHAÇO PARA GUILHERME BRANDÃO, A IMAGINAÇÃO É A CHAVE PARA DEIXAR QUALQUER PESSOA ALEGRE COMO UMA CRIANÇA. SAIBA MAIS NA ENTREVISTA A SEGUIR POR QUE HÁ TANTO MAU HUMOR NO TRÂNSITO? O que me parece é que as pessoas estão no seu limite, como um copo cheio. E aí basta uma gotinha para transbordarem, explodirem. O que a gente precisa fazer é esvaziar esse copo. E COMO FAZER ISSO? Estimulando a imaginação. Por causa do estresse do dia a dia, perdemos um pouco de nossa criança interior. Ninguém consegue entender que é ela que nos sustenta, até hoje. Quem sorri mais, quem é mais alegre: uma criança ou você? Traga de volta a sua criança e terá sua imaginação de volta. É ESSE O PODER DO PALHAÇO? Sim. Ele pode falar e fazer coisas que pessoas de cara limpa não podem. Isso é maravilhoso. Primeiro, as pessoas levam na brincadeira, mas depois refletem sobre aquilo que foi dito. UM SORRISO SALVA UM DIA? Se um pensamento positivo já pode fazer isso, imagine um sorriso. Sorria para quem te olhou feio e você será capaz de transformar o estresse num sentimento bom. QUANDO VOCÊ ESTÁ DIRIGINDO, O QUE FAZ PARA SE DESCONTRAIR? Coloco uma música bem alta e canto igual a um doido. O QUE É MAIS RECOMPENSADOR NO TRABALHO DOS PSICÓLOGOS DO TRÂNSITO? Saber que conseguimos fazer uma pessoa rir. Ver que ela parou no sinal com a cara fechada e saiu gargalhando por nossa causa. Não tem dinheiro que pague isso.

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24 EU CONTRA O MUNDO

Além do próprio corpo NO TOPO DA MAIS ALTA MONTANHA, a mais TEXTO deJÉSSICA 8 mil metros MARTINELI de altitude, os pulmões ainda respiram por si só. Num mergulho que ultrapasse 100 metros de profundidade, é possível suportar a pressão sem a ajuda de nenhum equipamento. Há quem sobreviva ao frio de -29 ºC e ao calor de 127 ºC – e quem caminhe, ileso, sobre brasas seis vezes mais quentes que isso. Ou ainda obstinados que se mantêm vivos mesmo após mais de uma semana sem comida nem bebida. Esses dados podem dar margem a pelo menos dois pontos de vista. Um deles é que nosso corpo tem limites – quem busca por esses extremos em algum momento encontrará um desafio impossível de ser vencido. Mas uma segunda interpretação, mais otimista, nos mostra que, mesmo em condições muito difíceis, nosso organismo é capaz de feitos incríveis. É tudo questão de adaptação. “Charles Darwin (cientista inglês criador da teoria da evolução) já dizia: não é o homem mais forte nem o mais inteligente que vence. E sim o que melhor se adapta”, afirma Isabel Chateaubriand, coordenadora do Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Segundo a fisiatra, nosso corpo possui reservas que nos permitem ações surpreendentes. “Se você tira um rim, por exemplo, o outro está preparado para acumular essa função”, explica. Além dos limites físicos, há os sociais. Dependendo da forma, do gênero e da idade do seu corpo, ele será visto de maneiras distintas por diferentes culturas. Será avaliado, muitas vezes de forma injusta, como capaz ou incapaz de realizar determinadas conquistas. “É natural do processo civilizatório impor limites a cada um de nós”, afirma o sociólogo e psicanalista Antônio Testa, professor da Universidade de Brasília. Impostos pela natureza ou pela sociedade, os limites do corpo existem. Mas só são descobertos quando desafiados. Foi isso que fizeram os entrevistados que aparecem nesta matéria. E foi nessa busca que encontraram a felicidade.

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NOSSO ORGANISMO TEM LIMITES. MAS ELES PODEM SER BEM MAIS AMPLOS DO QUE A GENTE PENSA, OU DO QUE NOS FAZEM CRER. PARA DESCOBRIR, É PRECISO CORAGEM E DETERMINAÇÃO. E A RECOMPENSA PODE SER A REALIZAÇÃO DOS NOSSOS MAIORES SONHOS

TRÊS MESES APÓS PERDER PARTE DAS PERNAS, PAUÊ JÁ ESTAVA SURFANDO NOVAMENTE

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POR EXEMPLO

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REERGUER-SE

VENÇA TAMBÉM Se você quer ajudar a desenvolver o esporte paraolímpico brasileiro, procure pelo Centro Nacional de Formação de Profissionais do Esporte Paraolímpico, na Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais. Para saber mais, escreva para cefep@cpb.org.br.

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Apaixonado por esportes desde pequeno, Pauê, então com 18 anos, estava indo nadar. No caminho da academia havia uma linha de trem desativada. Acostumado a passar por ali, ele nem olhou para o lado. Pois naquele exato momento veio um trem, com o farol apagado. Atropelado, Pauê perdeu parte das duas pernas. Após dois meses de internação, ele não sabia se conseguiria nadar ou surfar de novo. Mas pôs esse objetivo na cabeça e daí tirou forças para se reerguer. Em três meses, já estava desafiando as ondas sobre a prancha. Tornou-se o primeiro surfista biamputado de que se tem notícia. E, com a ajuda de próteses, começou a correr e a pedalar. Dois anos após o acidente, Pauê sagrou-se campeão mundial de triatlo (esporte que reúne natação, atletismo e ciclismo), entre para-atletas. Também não desistiu dos estudos, formando-se em fisioterapia. Consciente de que é um exemplo para muita gente, já deu mais de 500 palestras. E um filme sobre sua trajetória será lançado em breve. “Esconder-se não é o melhor caminho. É preciso enfrentar e superar”, diz.

© FOTO ROGÉRIO CASSIMIRO

PAULO EDUARDO AAGAARD, O PAUÊ, 29 ANOS, SANTOS (SP)

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26 A FORÇA DA VOCAÇÃO

Aos 5 anos, Natália sentiu uma cãibra tão forte que não conseguia mais andar. Foi diagnosticada com mielite transversa, uma síndrome neurológica causada por inflamação na medula espinhal. Foram dois anos de fisioterapia, quatro cirurgias, mas o dano era irreversível: ela nunca mais poderia caminhar. A bordo da cadeira de rodas, Natália aprendeu a jogar basquete, curtiu o Carnaval na Bahia, namorou. E não esqueceu o sonho que embalava desde a infância: tornar-se médica. Após passar no vestibular, teve de enfrentar mais uma provação: uma ferida que a impedia de ficar sentada por muito tempo. Durante dois anos, assistiu às aulas deitada sobre um colchão, tomando a mesa do professor emprestada. Nos laboratórios, ia de maca, com rodinhas, conduzida pelos amigos. Hoje, formada, Natália atende em dois hospitais – e ainda tem tempo para organizar os preparativos de seu casamento. “Muitas vezes, quem impõe o limite é o próprio deficiente. Quando estamos bem resolvidos, tudo se torna mais fácil e possível.”

NATÁLIA TEVE DE IR À AULA DE MACA. MAS NÃO DESISTIU DO SONHO DE SE TORNAR MÉDICA

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VENÇA TAMBÉM Um projeto de lei sobre cotas para deficientes em instituições públicas de ensino está em análise no Senado. Mas algumas universidades já adotam o sistema, como as estaduais do Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. Informe-se sobre o assunto na instituição de sua escolha.

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© FOTO 1 AERALDO PERES (PHOTO AGENCIA) 2 ALBERTO ARAÚJO

NATÁLIA GONÇALVES, 26 ANOS, BRASÍLIA


ARIANE É A PRIMEIRA MULHER BRASILEIRA A PILOTAR ESTE AVIÃO, QUE ATUA NA DEFESA DA REGIÃO AMAZÔNICA

ÁS INDOMÁVEL

© FOTO 1 AERALDO PERES (PHOTO AGENCIA) 2 ALBERTO ARAÚJO

ARIANE MONTEIRO BASTOS, 26 ANOS, MANAUS Ainda criança, quando fazia parte dos Escoteiros do Ar, em São Vicente (SP), Ariane não tinha em quem espelhar o sonho de ser piloto militar. Foi apenas em 2003 que a Força Aérea Brasileira (FAB) passou a ter mulheres conduzindo aviões. E hoje Ariane se orgulha de fazer parte dessa histórica conquista feminina. Foram três tentativas até ela passar

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na prova de ingresso para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores, em Pirassununga (SP). As aulas são iguais para homens e mulheres – além de teoria, incluem manejo de armas e treinamento físico e duram quatro anos. Ariane se formou em 2009, aumentando o time das atuais 50 aviadoras militares do país. Membro do Esquadrão Arara, de Manaus, neste ano ela se tornou a

primeira brasileira a pilotar a aeronave C-105, que presta apoio à proteção militar da Amazônia e a projetos sociais voltados para comunidades de difícil acesso. “Quero ter as mesmas chances e responsabilidades que são oferecidas aos homens”, diz. “E desejo que outras mulheres, ao me verem, saibam que também é possível chegar onde estou.”

VENÇA TAMBÉM

Mulheres entre 18 e 42 anos podem ingressar na FAB. Além das especialidades militares, como aviadoras, elas podem atuar como médicas, enfermeiras, jornalistas ou psicólogas, entre outras profissões. Para saber mais, acesse o site: http://bit.ly/9gBxUj

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28 A ADRENALINA DE VIVER LAURA FERREIRA, 76 ANOS, RIO DE JANEIRO

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o gostinho de aprender coisas novas foi tão bom que ela decidiu cursar uma especialização em geriatria e gerontologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – aos 73 anos! “As pessoas me perguntavam o que eu estava fazendo ali. Eu dizia que a terceira idade eu tirara de letra e estava me preparando para a quarta!” Quando percebeu, Laura estava apaixonada pela vida. E o caso

de amor passou a ocupar toda a sua agenda. Hoje, ela dá aulas de contação de histórias na Unati, participa de oito clubes de cinema, frequenta debates sobre assuntos diversos, como ciência e psicanálise e, recentemente, após fazer um curso, passou a investir um dinheirinho na bolsa de valores, via internet. “Viver só vale a pena quando a gente perde o medo!”

VENÇA TAMBÉM Muitas universidades do país oferecem cursos voltados especificamente para a terceira idade, como a USP, a Unifesp e a Unesp, em São Paulo; a UFMG, em Minas Gerais; e a Ufal, em Alagoas. Informe-se na instituição de ensino superior mais perto de você!

A EQUIPE DA POR EXEMPLO PROPÔS E LAURA TOPOU: NESTA FOTO ELA ESTÁ FAZENDO SEU PRIMEIRO VOO DE PARAPENTE!

© FOTO 1 ODILON JUNIOR 2 RENATA CHEDE PRODUÇÃO 2 DRI CHEDE

Parecia que a vida já tinha dado o que podia. Na mesma época em que se aposentou da carreira de nutricionista, Laura perdeu os pais e enfrentou um divórcio. Foi aí que ela conheceu a Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati) e viu que ainda havia muito a ser feito. Fez cursos de línguas, contação de histórias e de técnicas para melhorar a memória. Sentir de novo

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UMA NOVA VIDA VENÇA TAMBÉM

© FOTO 1 ODILON JUNIOR 2 RENATA CHEDE PRODUÇÃO 2 DRI CHEDE

O SUS oferece reprodução humana assistida no Hospital Regional da Asa Sul, em Brasília; no Instituto Materno de Pernambuco, no Recife; no hospital universitário da Unifesp, em São Paulo; e no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP).

KÁTIA LENERNEIER, 39 ANOS, E LUIZA LENERNEIER NIELS, 3 MESES, CURITIBA O sonho de Kátia e de seu marido, Roberto, de ter um filho foi bruscamente interrompido em 2009, quando ele descobriu que estava com câncer. O plano foi adiado para que o casal concentrasse forças no tratamento. Aconselhado pelos médicos, Roberto congelou seu sêmen, que poderia ser prejudicado pela quimioterapia. Inicialmente, o marido respondeu bem aos medicamentos. Mas, em fevereiro do ano passado, ele faleceu. Kátia decidiu levar adiante o desejo de ambos. Porém, ao entrar em contato com a clínica que guardara o sêmen, ouviu que não poderia usá-lo por não haver um documento assinado por Roberto permitindo a fertilização. A solução foi brigar na Justiça. Meses depois, ela conseguiu a permissão. Foram três tentativas, uma inseminação e duas fertilizações. Pessoas que ficavam sabendo do caso pelos jornais chegaram a ligar dando apoio. “O tratamento foi difícil. Eu mesma aplicava as injeções de hormônio”, lembra. Mas valeu a pena. Fruto de tantas superações, Luiza nasceu em junho. Sadia e com a cara do pai.

KÁTIA TEVE DE BRIGAR NA JUSTIÇA PELO DIREITO DE ENGRAVIDAR DO PRÓPRIO MARIDO E TRAZER LUIZA À VIDA 2

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30 PROBLEMA MEU

No bonde da

educação TEXTO FERNANDA DE ALMEIDA ILUSTRAÇÃO CATARINA BESSELL

UM BOM ENSINO DEPENDE DE TODOS NÓS. CONHEÇA AS HISTÓRIAS DE PESSOAS QUE ASSUMEM SUA PARCELA DE RESPONSABILIDADE E FAZEM QUESTÃO DE COLABORAR COM A FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS DO NOSSO PAÍS

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POR EXEMPLO

HÁ DEZ ANOS, O ENTREGADOR autônomo Evaldo Gomes de Moura, de 44 anos, deu uma carona a um grupo de estudantes do bairro onde mora, o Casa Amarela, que fica na Região Norte do Recife. Naná, como é conhecido, parou sua Kombi ao lado dos seis alunos que percorriam a pé o caminho de 2 quilômetros até a Escola Municipal Professor Nilo Pereira. Ofereceu-se para levá-los de automóvel, e eles aceitaram a gentileza. No dia seguinte, 12 crianças foram de Kombi à escola. Depois, 20. Desde então, todos os dias, às 6h30 da manhã, uma turma de 20 estudantes espera por Naná no ponto de ônibus. “O pessoal do bairro me incentivou a continuar dando a carona, porque isso animava os alunos a ir à escola, e o número de faltas caiu muito”, conta. “Hoje, quando algum menino falta sem motivo, o castigo é ir a pé no dia seguinte”.

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A vontade de ajudar surgiu dentro de casa. É que sua esposa trabalha como motorista de transporte escolar. Por isso, a filha do casal, que agora já está com 20 anos, sempre pôde ir motorizada ao colégio. “Quando eu via as outras crianças andando, pensava que elas tinham o mesmo direito que a minha filha, daí veio a ideia”, explica Naná, que não se satisfez em apenas transportar a criançada. Ele ainda se incomodava com o fato de que, depois da aula, a maioria ficava à toa na rua. Então, decidiu construir uma biblioteca, inaugurada em abril deste ano. O aluguel do imóvel é pago com a ajuda de moradores do bairro e empresários. “Tudo o que está lá foi doado, desde os livros até os móveis”, revela o voluntário. Além do acervo, a biblioteca oferece aulas de reforço aos alunos e cursos gratuitos à comunidade de trabalhos manuais, como fuxico

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73º é o lugar do Brasil no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano, que avalia 196 países em questões que incluem a educação

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32 e crochê. São os próprios moradores que se disponibilizam a passar seus conhecimentos adiante: ali, para ser professor, basta ter tempo e vontade de ensinar.

PAIS NOTA 10 “Um provérbio africano diz que é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, cita Anna Helena Altenfelder, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), de São Paulo. Em outras palavras, quando se trata de educação, todo o apoio é necessário. Principalmente o dos pais. Gardene Maria Carvalho, de 33 anos, secretária de um posto de saúde em Jardim do Mulato (PI), é exemplo de quem põe isso em prática. Ela faz questão de atuar na vida escolar dos filhos Alessandro, de 14 anos, e Gardiele, de 9. No ano passado,

ela sugeriu aos pais dos alunos do colégio em que a dupla estuda que ajudassem na organização do desfile de 7 de setembro. No dia do evento, preparou uma surpresa aos colaboradores, que tiveram uma ala especial e ganharam camiseta customizada. “Eles se sentiram reconhecidos e motivados a continuar ajudando”, afirma. Segundo um estudo realizado em 2006 pelo Convênio Andrés Bello, um acordo intergovernamental firmado por 12 países das Américas, a atuação da família chega a ser responsável por 70% do sucesso escolar dos alunos. Para Anna Helena, toda a população civil tem um papel importante, que é o de contribuir nos debates sobre a qualidade da educação – e aí entram pais, vizinhos e quem mais se interessar por construir um país melhor. “Quando a comunidade se envolve, há uma possibilidade real

de melhorar a aprendizagem”, defende. Gardene tem percebido esse resultado. Em julho, ela conseguiu reunir 25 pessoas, entre pais e funcionários, para pintar a escola antes do reinício das aulas. A Secretaria Municipal de Educação disponibilizou o dinheiro para a compra de tinta. Como faltava verba para a mão de obra, Gardene não pensou duas vezes antes de convocar o mutirão que garantiu paredes limpas e bonitas para o segundo semestre. “Desde que os pais ficaram mais próximos à escola, a qualidade da educação e o rendimento das crianças aumentaram muito”, observa.

PÚBLICO POR OPÇÃO Desde a 1ª série, os irmãos curitibanos Hannah, de 13 anos, Heldher, de 11, e Herick, de 9, estudam em escola pública. Diferentemente do que acontece com a

Temos a sétima

maior taxa de analfabetismo da América Latina

Só 3

em cada 10 alunos do 5º ano do Ensino Fundamental têm aprendizado adequado em português

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11/21/11 7:40 PM


33 maioria dos colegas deles, seus pais têm condições de pagar colégio particular. Não o fazem por opção. Muito mais que economizar, a ideia é valorizar o ensino público e colaborar para a sua melhora. “Os pais têm muita força dentro da escola e são capazes de mudar situações e estruturas. Por isso, a nossa participação é tão importante para a educação no país”, afirma a mãe, a professora Emília Kumata, de 46 anos. Alguns amigos da família e parentes veem a atitude com estranheza. Já os irmãos, com naturalidade. Os três são só elogios à Escola Municipal Desembargador Marçal Justen, por onde todos passaram – como o colégio só vai até o quinto ano, Hannah e Heldher, os mais velhos, já tiveram de passar para outra instituição, também do Estado, mas Herick ainda está lá. O motivo que faz com que os irmãos

tenham orgulho da escola onde foram alfabetizados é o mesmo que confere propriedade para Emília justificar sua opção pelo ensino público. Há sete anos, ela é a presidente do Conselho Escolar da Marçal Justen, o órgão que, entre outras funções, decide como investir os recursos vindos do governo. “Priorizamos sempre o bem-estar e o aprendizado das crianças”, diz. Toda semana, Emília se reúne com a diretoria e faz questão de acompanhar de perto o desenvolvimento dos alunos. Tem dado certo: desde 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do colégio vem melhorando. Em 2009, superou a meta, chegando a 7. Prova de que, como acredita Emília, uma boa educação depende de todos os que estão direta ou indiretamente envolvidos com ela. Ou seja: em algum nível, diz respeito a todos nós.

VOCÊ TAMBÉM PODE AJUDAR TEM FILHO? VEJA COMO SE ENVOLVER MAIS NA EDUCAÇÃO DELE

CONHEÇA a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola em que ele estuda. Veja em http:// sistemasideb.inep.gov.br. Essa avaliação foi criada em 2007, pelo governo, para medir a qualidade das escolas públicas PARTICIPE das reuniões na escola e opine sobre as decisões. Converse com os professores sobre o rendimento do seu filho ESTIMULE o hábito da leitura. Se possível, tenha revistas e livros em casa. Ou proponha um divertido passeio numa biblioteca pública

70%

do sucesso escolar vem do envolvimento da família

NÃO TEM FILHO? COLABORE MESMO ASSIM!

FREQUENTE consultas públicas sobre educação. Elas acontecem nas Câmaras de Vereadores ou Assembleias Legislativas e são abertas ao público DOE livros ou equipamentos a escolas públicas. Informe-se na Secretaria de Educação de sua cidade ou estado PARTICIPE DE ONGS voltadas para o tema, como as seguintes: parceirosdaeducacao.org. br, amigosdaescola.globo. com, todospelaeducacao. org.br e alfasol.org.br

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ENSINO XXXXXXXXXXXXXX 34 COMO

Em boa companhia AMIGOS, AMIGOS – MAS NADA DE FAMÍLIA À PARTE: VEJA COMO A CONTRIBUIÇÃO DOS PAIS É FUNDAMENTAL PARA QUE OS FILHOS FORMEM SAUDÁVEIS CÍRCULOS DE AMIZADE TEXTO IVY FARIAS E DILSON BRANCO

ERICKA ADORA LEVAR A FILHA, MAORI (À DIR.), E SUAS AMIGUINHAS PARA PASSAR O DIA NA PRAIA

QUAL É O BEM MAIS NOBRE concedido à humanidade? Pense no que você possui de mais valioso, e não será difícil encontrar a resposta. Você pode ter pensado no seu grande amor ou no vínculo familiar mais estreito. Independentemente da escolha, se ela for a relação mais importante que você mantém com outra pessoa, certamente terá como fundamento a amizade. “Somos seres essencialmente sociais, a espécie que mais precisa do outro para sobreviver“, afirma a psicóloga Mariana Paz, professora das faculdades Unime e Unijorge, de Salvador. “Começamos a existir quando o outro nos vê. A amizade é o reconhecimento de nós mesmos e das pessoas que nos cercam”, completa a assistente social Lucia Amaral, uma das criadoras da ONG Meditadores, de São Paulo, que promove uma oficina sobre a importância da amizade.

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Se a amizade é o vínculo que serve de base para todas as outras relações, fica fácil presumir o momento em que começamos a vivê-la e entendê-la. “O convívio entre pais e filhos é o ponto de partida para que a criança desenvolva relações de amizades saudáveis”, afirma Mariana. Ou seja: o primeiro passo para ensinar uma criança a ser um bom amigo é ser um bom amigo para ela. “Na prática, isso significa interessar-se pela vida do filho, perguntar sobre seu dia, rir junto, tentar entender o que se passa nos momentos tristes, contar as experiências que você viveu quando tinha a idade dele”, exemplifica a psicóloga. Mas não é só isso. Os filhos também se espelham nas relações que os pais mantêm com as demais pessoas. Percebem o empenho que os adultos dedicam para ajudar seus amigos, o prazer que têm em estar junto, e daí vão tirando lições. “É assim com todo tipo de ensinamento”,

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POR EXEMPLO

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FAÇA VOCÊ TAMBÉM Se você se sente inseguro para deixar seu filho dormir fora de casa porque não conhece a família do coleguinha, convide-os para um almoço na sua casa. As crianças vão adorar – e você também corre o risco de fazer grandes amigos!

afirma Mariana. “Eles são passados com palavras e ações: não adianta nada os pais falarem para as crianças não gritar, por exemplo, se eles mesmos estão berrando. A palavra-chave é consistência”, completa a especialista.

DE DENTRO PARA FORA Criar um grupo próprio de amigos é um passo fundamental para que os filhos descubram sua individualidade. Portanto, ensinar sobre amizade tem tudo a ver com educar para a autonomia. No tempo certo, é importante deixar que o filho cumpra tarefas por si mesmo, como fazer o dever de casa, ir à padaria, preparar o próprio lanche. “Ter autoconfiança é muito importante nas relações de amizade”, afirma Mariana.

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Outra lição essencial é saber o limite da entrega numa relação. Lucia Amaral lembra que um bom amigo é aquele que sabe ouvir, confortar, considerar os outros. Mas sempre respeitando os compromissos consigo mesmo. “A amizade se constrói a partir do respeito pelo outro. Mas também é preciso ter coragem para dizer ‘não’ quando sentimos que o comprometimento vai ultrapassar nossa condição”, diz. Identificar limites como esse e saber como apresentar aos filhos um sentimento tão valioso como a amizade é um desafio e tanto para todos os pais. Veja como as famílias a seguir lidam com esse tema e inspire-se a encontrar a melhor maneira de orientar seus pequenos sobre o mais nobre bem que já nos foi concedido.

Foi logo cedo que a bióloga Ericka Friol, de 29 anos, de Itanhaém (SP), descobriu que os amigos eram a família que ela escolhera. Filha única, sem primos por perto, ela passou a infância e a adolescência cercada de vizinhos – com quem fala, pela internet, até hoje. Agora, ela procura passar a mesma lição para sua única filha, Maori, de 6 anos. “Mostro que ela tem de tratar os amigos, primos e vizinhos com o mesmo carinho, pois todos os seres humanos fazem parte da mesma família”, acredita. Um dos principais ensinamentos é não perder o contato com as pessoas queridas: “Ela tinha amiguinhos que se mudaram do nosso prédio. Então, sempre ligo para as mães e organizo um encontro”. Em geral, o programa é ir para a praia. A turma, que chega a 15 crianças, passa o dia se divertindo na areia. O maior desafio para Ericka é liberar a filha para brincar longe da sua supervisão: “É difícil, mas acho importante. Desde os 4 anos, de vez em quando ela dorme na casa da melhor amiga, a Giovanna”. A ideia de Ericka é que, assim como ela, a filha crie laços na infância que durem para sempre. “Espero que cheguem juntos na adolescência e façam parte do mesmo grupo, porque assim um cuida do outro.”

© FOTO GUILHERME GOMES

DA INFÂNCIA PARA A VIDA TODA

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36 DE PORTAS ABERTAS Quando Diego e seus amigos formaram uma banda de pagode, três anos atrás, e precisaram de um lugar para ensaiar, a solução foi óbvia: “Pensamos logo na casa dos meus pais”, diz o pandeirista, de 22 anos. Companheiros de longa data, os músicos já frequentavam havia tempos o lar do motorista aposentado Zenildo da Silva e da dona de casa Romilda, ambos de 50 anos, em Osasco (SP). Afinal,

a casa sempre esteve aberta para os amigos dos filhos. “Aberta com aquele cuidado, né? A gente prefere que eles fiquem em casa com as boas companhias”, conta Zenildo. “É uma forma de conhecermos os amigos e aproveitarmos para dar conselhos”, completa a mãe. Com os filhos mais novos – Alexandre, de 18 anos, e Naiara, de 16 –, a estratégia é a mesma. “Os trabalhos em grupo da escola a gente

sempre faz na minha casa, porque meus pais são simpáticos com todos”, diz a menina. Hoje, a banda de Diego já se profissionalizou e ensaia em estúdios alugados. Mas, quando é preciso fazer uma reunião, correm para o antigo ponto de encontro. “Meus amigos sempre dizem que queriam ter pais como os meus. Eles são os únicos que vão nos nossos shows até hoje!”, orgulha-se o músico.

FAÇA VOCÊ TAMBÉM Nas primeiras vezes em que seu filho for receber amiguinhos em casa, combine com os outros pais a hora de chegada e a de saída deles. Assim, você diminui a ansiedade de seu pequeno na espera pelos colegas, e eles podem se preparar para a despedida. 1

© FOTO 1 DANIELA TOVIANSKY 2 RODRIGO BRAGA

ZENILDO E ROMILDA DEIXAM AS PORTAS DE CASA ABERTAS PARA OS AMIGOS DOS FILHOS – INCLUSIVE PARA A BANDA DE PAGODE DO MAIS VELHO

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37 A DISTÂNCIA

MARIANA MARCA CONVERSAS PELA INTERNET PARA A FILHA, ALICE, NÃO ESQUECER DA AMIGA PIETRA

FAÇA VOCÊ TAMBÉM Você pode ajudar seu filho a fazer amizades. Veja quais apartamentos ou casas da vizinhança têm crianças da idade dele. Converse com os pais. Ponha-se à disposição para levá-lo lá para que ele se apresente. Ou receba o novo amigo na sua casa.

© FOTO 1 DANIELA TOVIANSKY 2 RODRIGO BRAGA

2

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As primeiras lições sobre amizade, Alice aprendeu bem cedo. Logo que ela fez o primeiro aniversário, sua família foi morar no exterior, onde seu pai, o administrador Carlos Sochaczewski, de 41 anos, faria um curso de um ano. Na primeira semana fora do país, eles conheceram numa fila de padaria um casal de brasileiros que também tinha uma filha de 1 ano, Pietra. “A gente não se largou mais”, conta a mãe de Alice, a jornalista Mariana Bara, de 32 anos. As duas meninas também tomaram gosto uma pela outra. Mas, quando o curso de Carlos acabou, a família voltou para São Paulo. E aí Mariana decidiu agir para esse laço não se desfazer. “As crianças esquecem mais facilmente. A Alice não se lembraria da Pietra se ficasse muito tempo sem vê-la”, diz. Por isso, ela faz questão de relembrar a filha, hoje com 4 anos, dos momentos que viveu com a amiga, colando fotos no mural de casa e marcando conversas pela internet. As famílias já até viajaram juntas para que as pequenas matassem a saudade. “A amizade foi renovada!”, celebra a mãe.

NAS PÁGINAS E TELAS A AMIZADE SERVE DE TEMA PARA MUITOS LIVROS E FILMES. CONFIRA ALGUMAS BOAS DICAS PARA CURTIR COM SEUS FILHOS O Menino Marrom, de Ziraldo Ao contar a história de dois meninos de cores diferentes que crescem juntos, o livro mostra como a amizade supera o preconceito.

Conta Comigo (EUA, 1986) Filme clássico dos anos 1980, mostra quatro adolescentes vivendo uma aventura que se transforma numa jornada de autoconhecimento.

Super 8 (EUA, 2011) Um filme como os de antigamente, emocionante e divertido, sobre um grupo de amigos que amadurece junto durante férias inesquecíveis.

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XXXXXXXXXXXXXX PODEMOS 38 NÓS

Diversão solidária

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POR EXEMPLO

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NO NATAL, OU EM QUALQUER OUTRA ÉPOCA DO ANO, FAZER O BEM A QUEM PRECISA NÃO É NENHUM SACRIFÍCIO. BEM PELO CONTRÁRIO: PODE SER UMA ÓTIMA MANEIRA DE UNIR AMIGOS E VIZINHOS EM FESTAS INESQUECÍVEIS TEXTO DANIELA ALMEIDA E KARINA SÉRGIO GOMES FOTO RENATO PIZZUTO

QUANDO SE MUDOU PARA São Paulo, na década de 1980, o administrador paraibano Vilmi Fernandes Bezerra, de 48 anos, não tinha com quem passar as festas de fim de ano. “Era muito triste, eu chorava durante toda a noite de Natal”, lembra. Para afastar a melancolia, ele decidiu festejar com outros solitários: os moradores de rua do centro da capital. Começou distribuindo balas. No ano seguinte, comprou à prestação uma roupa de Papai Noel e saiu fantasiado, oferecendo abraços. Depois disso, alguns amigos se interessaram pela iniciativa. Primeiro, doaram roupas e alimentos a ele para que presenteasse as pessoas. Depois, alguns se voluntariaram a ir junto. Assim surgiu, há cerca de 15 anos, o grupo Mão Amiga, formado por pessoas que têm o maior prazer em passar o Natal longe de casa a fim de levar carinho a quem não possui um lar. “Nossa presença é cobrada nas festas em família, mas tenho muita satisfação em ficar com os moradores de rua”, conta a advogada Sandra Ruzza, de 54 anos, que já convenceu o marido a acompanhá-la na ação. “Ele tem duas opções: ou vai comigo ou fica sozinho em casa”, revela, entre risos. O número de colaboradores varia: a média é de 15, mas já chegou a 30. Todo dia 24 de dezembro, antes da meia-noite, eles se reúnem para fazer um lanche e uma oração. Então, saem, um vestido de Papai Noel, e os demais com gorros vermelhos, para entregar os presentes. “No Natal, as pessoas fazem caridade durante o dia, mas à meia-noite ninguém está lá, por isso escolhemos esse horário”, explica Vilmi.

VILMI (À ESQUERDA) E UM GRUPO DE AMIGOS FAZEM QUESTÃO DE COMEMORAR AS NOITES DE NATAL COM MORADORES DE RUA DE SÃO PAULO

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40 NÓS PODEMOS ELES NÃO TÊM NATAL

FAÇA UM NATAL SOLIDÁRIO

O fim de ano é a época em que as pessoas mais gastam:

JUNTE OS AMIGOS E ORGANIZE UMA DIVERTIDA CELEBRAÇÃO PARA ALEGRAR O NATAL DE QUEM NÃO TEM FAMÍLIA OU PASSA POR DIFICULDADES. VEJA COMO!

R$

1

A QUEM AJUDAR?

Escolha quem será beneficiado. Pode ser um asilo, um orfanato, um abrigo de moradores de rua, uma comunidade carente... Visite o local, fale da sua intenção e descubra do que as pessoas de lá precisam. Assim, você evita arrecadar comida para quem necessita, na verdade, de roupas, por exemplo.

1,6

bilhão foi o que os brasileiros desembolsaram no Natal de 2010, considerando apenas as compras pela internet1

Mas muita gente fica fora dessa festa:

1 em cada 100

14 mil

é o número de sem-tetos em São Paulo, a maior cidade do país3

83 mil

idosos moram nos 3.550 asilos do país4

19 mil

crianças e adolescentes4 vivem em orfanatos*

FONTES: 1- SERASA EXPERIAN. 2- MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. 3- FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS (FIPE). 4- INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). * CONSIDERANDO APENAS AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS.

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Cada morador de rua recebe uma camiseta nova, um par de meias, um suco e um pacote de biscoito. No último ano, foram distribuídos 600 kits. A escolha dos presentes não é aleatória. “Na maioria das ações sociais, eles costumam ganhar roupas usadas, não novas; sapatos, mas não meias; comida, mas não bebida”, diz Vilmi. Quando o Mão Amiga aparece, é uma alegria só. “Muitos moradores já estão dormindo, nem esperavam receber um abraço”, conta o administrador. “É sempre um Natal inesquecível, para eles e para a gente.”

O ANO INTEIRO O período do Natal inspira em muita gente o desejo de oferecer apoio a quem precisa. Mas, para quem enfrenta dificuldades, a ajuda é bem recebida em qualquer época do ano. E pode ser viabilizada com a realização de divertidos eventos. É assim na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Em 1973, as esposas dos oncologistas do hospital estavam cansadas de ver os pacientes chegar todos os dias do interior do estado, com fome e debilitados,

para receber tratamento. Então, elas resolveram fazer alguma coisa. Inauguraram na cidade uma célula da Rede Feminina de Combate ao Câncer (que desde 1946 atua em várias partes do país) e passaram a promover festas para arrecadar recursos. Por causa de dificuldades financeiras, porém, o trabalho foi interrompido. Mas em 2001 o grupo voltou e não parou mais. Hoje, todos os dias, são distribuídos 400 lanches aos pacientes. No cardápio, pão, biscoito, arroz-doce, chá, café, suco e mugunzá, um doce típico à base de milho. Três anos depois da reativação, um empresário local presenteou o grupo com uma casa, que passou a servir de abrigo. As pessoas sem condições de ir à capital todos os dias para se tratar começaram a passar a semana na entidade. Nesse espaço, elas ganham comida e roupa lavada, e participam de palestras, sessões com psicólogo e atividades recreativas. “Aqui, a gente não consegue nem lembrar que tem a doença. Esquecemos os problemas”, diz a funcionária pública Maria Emília de Barros, de 46 anos, portadora de câncer de mama.

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© INFOGRÁFICO BRUNO ALGARVE

brasileiros vive nas ruas2


POR EXEMPLO

2

COMO ARRECADAR?

Há várias maneiras de arrecadar recursos. Você pode vender os convites para a festa, colocar um cofrinho no trabalho ou na escola, bater de porta em porta, pedir doações aos comerciantes do bairro... Outra ideia é juntar roupas e outros itens usados e fazer um bazar, destinando a renda para a celebração.

© INFOGRÁFICO BRUNO ALGARVE

Manter essa estrutura, é claro, custa dinheiro. Para sustentá-la, as 130 voluntárias organizam animados eventos beneficentes. O primeiro foi um bingo com show de música. Deu certo. Em 2011, elas já fizeram uma festa no Carnaval e outra na época de São João. Os custos das celebrações são cobertos com doações. E a renda é obtida com a venda dos convites. Cada festa arrecada, em média, 17 mil reais. “Muitas vezes, passamos o dia batendo de porta em porta para pedir doações ou vender convites”, conta a presidente do grupo, Josie Falcão, de 61 anos. A apreensão é sempre grande, porque elas nunca sabem se o dinheiro será suficiente para pagar os custos. Mas Josie garante que vale a pena. “É sofrido, mas recompensador. A gente se sente bem fazendo o bem.”

FESTA NO BAIRRO As dificuldades também não são suficientes para impedir a realização de um dos maiores e mais tradicionais eventos beneficentes da capital paulista. A Festa de Nossa Senhora da Achiropita acontece

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3

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FESTA DE NATAL

Se possível, realize o evento na própria noite de Natal, ou no almoço do dia 25. É nessa hora que as pessoas se sentem mais sozinhas. Faça uma boa decoração, coloque uma música animada, leve comida gostosa. E não se esqueça de que, tão importante quanto os presentes, é distribuir sinceros abraços!

desde 1926, sempre no mês de agosto, no bairro da Bela Vista, no centro da cidade. No início, era um hábito dos imigrantes italianos, vindos da região da Calábria. Para celebrar a santa, as famílias faziam e vendiam entre si os pratos típicos da terra natal. O dinheiro arrecadado era destinado às obras sociais da igreja do bairro, que ainda estava sendo construída. Na década de 1970, a festa já havia crescido tanto que foi preciso levá-la para fora do pátio da igreja. Hoje, ocupa três ruas do bairro. Os visitantes circulam entre as 30 barracas de brincadeiras e de comidas preparadas pelas mammas italianas – e ainda há shows numa cantina, cujos ingressos são vendidos com até um ano de antecedência. Ao todo, mais de 800 voluntários se mobilizam para que tudo ocorra da maneira planejada. A maior parte do material usado na festa é obtida com doações. Inclusive o vinho e os ingredientes das receitas, como farinha, ovos, azeite, tomate e azeitonas, que são oferecidos por empresas. Os organizadores não divulgam quanto

arrecadam, mas a média de frequentadores é de 20 mil a 30 mil pessoas por noite. E a festa se estende por um mês. Os recursos recolhidos mantêm todos os projetos sociais da paróquia. As ações amparam 1.200 pessoas, entre os moradores de rua do bairro, as crianças e os adolescentes que frequentam o centro educacional e profissionalizante e os adultos que vão às aulas de alfabetização ou que estão se recuperando do vício do álcool. A funcionária pública Mônica Conte, de 48 anos, é a imagem do espírito comunitário e histórico da festa. Seu bisavô doou parte do terreno da família para que a igreja fosse construída. O pai e a mãe se conheceram na festa. Hoje, seus filhos, de 22 e 24 anos, trabalham fazendo a massa da famosa fogazza italiana. Mônica, por sua vez, ajuda nos preparativos praticamente desde que nasceu. “A coisa mais valiosa que temos são nossos parentes. E essa comunidade, para mim, é exatamente isso: uma grande família”, afirma. “O trabalho é difícil, cansativo. Mas, espiritualmente, a gente fica muito feliz.”

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42 É GOSTOSO E FAZ BEM

Musse de

repolho? SIM, POR QUE NÃO? ESSA É UMA DAS RECEITAS NUTRITIVAS, SABOROSAS E ECONÔMICAS QUE VOCÊ PODE APRENDER NO PROJETO COZINHA BRASIL TEXTO RACHEL TÔRRES

“SE ATÉ O MACACO JOGA fora a casca da banana, por que a gente vai comer?”. Esta foi somente uma das inúmeras piadas que a nutricionista Tereza Watanabe, de 54 anos, ouviu quando deu início ao programa Alimente-se Bem com R$ 1,00, do Serviço Social da Indústria (Sesi) de São Paulo, no ano de 1998. “A ideia era que, com esse valor, a pessoa preparasse o café da manhã, o almoço e o jantar com qualidade”, explica a diretora da divisão de nutrição e responsabilidade social do Sesi-SP. Para tanto, um dos segredos é aproveitar todas as partes dos alimentos, evitando o desperdício – prática rara em um mundo que joga no lixo um terço de toda a comida que produz. Com a casca da banana, por exemplo, Tereza e sua equipe inventaram um jeito criativo de fazer um delicioso bolo. Desde então, 1.100 receitas já foram desenvolvidas dentro do projeto, que em 2004 foi implantado em todo o país e passou a se chamar Cozinha Brasil. O valor do cardápio diário aumentou para 2 reais, mas a preocupação de unir qualidade nutricional, sabor e economia continua a mesma. Os cursos são gratuitos e abertos ao público – você pode se informar na unidade do Sesi mais próxima da sua casa. Quer se surpreender e economizar também? Confira três receitas criadas pela equipe de Tereza que combinam com a ceia de Natal. E bom apetite!

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POR EXEMPLO

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TEREZA WATANABE, CRIADORA DO PROJETO QUE JÁ AJUDOU 1 MILHÃO DE PESSOAS A SE ALIMENTAR MELHOR

MUSSE BICOLOR RENDIMENTO 15 porções (235 kcal/porção) 2

INGREDIENTES

BOLINHO DE VEGETAIS

• 3 xícaras (chá) de abacaxi sem casca picado* • 2 xícaras (chá) de repolho-branco picado • 2 1/2 xícaras (chá) de repolho-roxo picado • 1 xícara (chá) de uvas sem sementes picadas • 1 1/2 xícara (chá) de açúcar • 2 1/2 xícaras (chá) de água • 1 limão • 2 envelopes de gelatina sem sabor • 2 caixinhas de creme de leite • 1 lata de leite condensado

RENDIMENTO 8 porções (270 kcal/porção)

INGREDIENTES

PREPARO

• 3 xícaras (chá) de cascas de chuchu, cenoura e berinjela • 1/2 xícara (chá) de talos de agrião e salsa • 1/2 xícara (chá) de cebola ralada • 1 dente de alho • 4 colheres (sopa) de farinha de trigo • 1/2 xícara (chá) de leite • 1/2 xícara (chá) de água • 1 xícara (chá) de arroz cozido • 1/2 xícara (chá) de farinha de rosca

Lave cascas e talos, pique-os e reserve. Refogue a cebola e o alho. Junte as cascas e os talos e, se preciso, 1/2 xícara de água. Refogue até ficarem macios. Dissolva a farinha de trigo no leite e na água e junte ao refogado. Cozinhe, mexendo, até desprender do fundo da panela. Desligue o fogo e misture o arroz cozido. Modele bolinhas, passe pela farinha de rosca e frite em óleo quente.

PREPARO Bata no liquidificador o repolho-branco, uma xícara de abacaxi, 3/4 de xícara de açúcar, uma xícara de água e meio limão. Leve ao fogo até engrossar e reserve. Repita a operação com o repolho-roxo. Dissolva cada pacote de gelatina conforme as instruções da embalagem. Ferva rapidamente o restante do abacaxi, escorra e reserve. Bata no liquidificador a geleia do repolho-branco, uma caixa de creme de leite, meia lata de leite condensado e uma gelatina dissolvida. Misture o abacaxi aferventado e reserve. Repita a operação com o repolho-roxo, misturando as uvas. Em uma taça, alterne camadas das duas misturas. *Lave bem a casca do abacaxi e ferva-a para fazer um delicioso chá!

2

SUFLÊ DE PERNIL COM ABÓBORA

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© FOTO S 1 DANIELA TOVIANSKY 2 RAQUEL DINIZ PRODUÇÃO CULINÁRIA E DE OBJETOS BETH FREIDENSON

RENDIMENTO 6 porções (210 kcal/porção)

INGREDIENTES

PREPARO

• 360 g de pernil • 3 dentes de alho • suco de 1 limão • sal e pimenta a gosto • 1/2 xícara (chá) de cebola ralada • 2 xícaras (chá) de abóbora seca com casca ralada • 1 xícara (chá) de batata com casca • 1/2 xícara (chá) de talos de agrião picados • 1 colher (sopa) de talo de salsa picado • 1/2 xícara (chá) de amido de milho • 3 xícaras (chá) de leite • 3 gemas e 3 claras em neve

Cozinhe o pernil com dois dentes de alho, o suco de limão, sal e pimenta na panela de pressão, com uma colher de óleo. Desfie-o e reserve. Doure a cebola e um dente de alho. Adicione a abóbora, a batata e o agrião e cozinhe até ficar macio. Junte o pernil, a salsa e o sal. Mexa bem. Dissolva o amido de milho no leite, leve ao fogo e mexa até engrossar. Fora do fogo, misture as gemas. Junte esse creme ao pernil. Misture as claras. Asse em forno médio.

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44 O TEMPO DE CADA UM BARBARA BRUNCA

Meus

ESTUDANTE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP), NASCIDA EM 14/8/1989 “Moro com meu marido e meu filho, de 2 anos. Ser mãe é minha maior conquista. Agora que aprendi o que é o amor materno, eu me aproximei muito dos meus pais. Estudo moda, mas por enquanto não tenho como começar um estágio. O sonho de construir minha carreira ficou em segundo plano. Mas tudo bem: sou nova e tenho tempo.”

NASCIDOS NO MESMO

2

ANO, ESSES JOVENS MOSTRAM TODA A DIVERSIDADE DA TÃO FALADA GERAÇÃO Y TEXTO SOLANGE MEDEIROS E RAFAELA CARVALHO

HÁ ALGUMAS DÉCADAS, as perspectivas para quem entrava na vida adulta eram claras: começar uma carreira e uma família. Hoje, um jovem de 22 anos tem mais liberdade para traçar seus caminhos, com um vasto leque de destinos profissionais diante dos olhos e pouca pressa para definir seu futuro. “Como seus pais viveram em um período de ditadura e recessão econômica, tentaram a todo custo dar aos filhos a vida mais livre que não tiveram”, diz a psicóloga Tânia Casado, coordenadora do Programa de Orientação de Carreiras (Procar) da Universidade de São Paulo. Formada por quem nasceu entre 1978 e 1990, a chamada Geração Y é inquieta e está em busca constante por realização pessoal. O que se reflete no mercado de trabalho: o período médio que uma pessoa fica em um emprego caiu de 30 para cinco anos nas últimas décadas. As possibilidades são tantas que esse pessoal acabou por tomar rumos bem diferentes. Conheça a seguir quatro vidas distintas de gente que possui os mesmos 22 anos.

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ALEX SAMUEL SANTOS ESTUDANTE DE SÃO PAULO, NASCIDO EM 15/5/1989 “Já estudei design gráfico, design de móveis e, agora, faço faculdade de design de games. Para mim, mudar o foco é agregar conhecimento e me manter atualizado. Moro com minha mãe e faço estágio numa empresa de TV. Mas meu sonho é abrir uma loja de artigos de design. Quem sabe, eu me torne o que eu achava que seria aos 22 anos: um adulto completo.”

SE VOCÊ TEM 22... O ano em que você nasceu foi marcado por um dos fatos históricos mais importantes das últimas décadas: a queda do Muro de Berlim, que simboliza o fim da Guerra Fria. Veja uma reportagem da época em http://bit.ly/dDwS4

Aos 5 anos, acompanhou sem entender muito bem a comoção nacional pela morte do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna. Para saber mais sobre a trajetória do ídolo, veja o documentário Senna, lançado em 2010.

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POR EXEMPLO

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FERNANDA MAGLIOCCO

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BIBLIOTECÁRIA DE CURITIBA, NASCIDA EM 15/2/1989 ”Há dois meses me formei em biblioteconomia e mudei da casa dos meus pais, em Santo André (SP), para Curitiba. Estou fazendo pós-graduação e consegui um emprego. Assim, consigo pagar o aluguel e mobiliar o apartamento onde moro sozinha. Fico um pouco insegura por ter de me sustentar, mas essa sensação de liberdade e de ter uma vida inteira pela frente não tem preço!”

© FOTO 1 DAIGO OLIVA 2 EDUARDO PENNA 3 ANDERSON SILVA 4 JANETE ANDERMAN

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JOSÉ TORRES COURA NETO POLÍTICO EM JOÃO PESSOA, NASCIDO EM 8/8/1989 “Desde os 16 anos, eu participo de projetos sociais. Coordenei um grupo que oferecia aulas de reforço em escolas públicas, fiz campanhas de doações para creches... Assim, acabei convidado para ser um dos líderes do projeto da juventude de um partido político. Fui candidato a deputado estadual, mas não me elegi. Dentro ou fora da política, o que eu quero é poder ajudar as pessoas.”

COM A SUA IDADE Na adolescência, talvez tenha aderido ao estilo “emo”, deixando uma franja comprida sobre os olhos maquiados, vestindo roupas escuras, usando piercings e ouvindo bandas como Simple Plan, Fresno e NX Zero.

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Absorveu grandes revoluções tecnológicas, como a popularização dos computadores, da internet e dos celulares. E ainda é novo o bastante para viver as incríveis transformações que o futuro promete!

Se você nasceu em 1989, tem a mesma idade do Extra. A marca surgiu naquele ano na capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, substituindo e modernizando a antiga rede de hipermercados Jumbo.

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46 APRENDA E ENSINE

Eu sinto

muito TEXTO ROBERTA FARIA ILUSTRAÇÃO MARCELLA TAMAYO

É USANDO NOSSOS CINCO SENTIDOS – TATO, VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR E OLFATO – QUE RECONHECEMOS O MUNDO. MAS AINDA HÁ MUITO QUE EXPLORAR POR AÍ. EXPERIMENTE DEZ EXERCÍCIOS PARA DESCOBRIR NOVIDADES AO SEU REDOR E APRENDER, COM AS SUAS SENSAÇÕES, COISAS NOVAS TODOS OS DIAS

1

Prove uma fruta que você nunca tenha experimentado. É bem provável que nas gôndolas do mercado, em uma rua ou em um quintal na sua vizinhança exista um sabor que você nunca sentiu. Mas certifique-se de que o fruto é comestível, e lave-o bem antes de morder!

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Você conhece bem a sua voz? Ela costuma parecer bem diferente quando a ouvimos gravada. Experimente: no celular ou computador, grave uma mensagem para você mesmo. Ouça agora. E daqui a um, dez, 30 anos. Grave a voz dos seus filhos também: mais tarde, você vai gostar de relembrar como elas soavam.

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Ao acordar, antes de sair da cama, tire cinco minutos para se espreguiçar. Flexione e estique seus músculos e articulações, tentando sentir cada pedacinho do corpo – inclusive aqueles que você nem

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POR EXEMPLO

lembrava que existiam. Comece pelos dedos dos pés e vá subindo sem pressa, mexendo-se como a sua intuição mandar.

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Nenhum sentido tem um poder tão grande de trazer memórias à tona quanto o olfato. Quer ver? Liste os cheiros que contam a sua história e procure senti-los de novo. O aroma de alho frito que lembra a cozinha da sua mãe, o de protetor solar que traz de volta as férias na praia, o de roupa seca no varal que faz recordar calorosos dias de sol...

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Veja as coisas pequenas. Acompanhe o caminho de uma trupe de formigas, observe o miolo de uma flor, aproxime os olhos nas roupas para ver como a trama do tecido se alinha, tente enxergar os menores detalhes da superfície da sua pele. Há belezas e surpresas que só de perto somos capazes de enxergar.

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Veja as coisas grandes. Ao caminhar na rua, olhe para o alto: há belos prédios sobre as lojas, árvores cheias de frutas e flores, nuvens formando desenhos. Vá aos pontos mais altos da sua cidade para enxergá-la de cima e observar o horizonte. A imensidão faz com que a gente se sinta pequeno – e isso pode ser bom!

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Faça uma sobremesa com um ingrediente que costuma ser usado em salgados – que tal uma musse de repolho? (A receita está na página 42!) Vale testar também um sabor doce em um prato de sal – espalhar um pouco de mel sobre a carne de porco ou frango, por exemplo, deixa o assado mais corado e saboroso.

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Tome banho com os olhos fechados. Veja com as mãos e reconheça seu corpo sem precisar enxergá-lo. Preste atenção na temperatura e na pressão da

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água, na textura da pele, da espuma, do sabonete. Fase dois: arrume-se sem se olhar no espelho e passe o dia ignorando o próprio reflexo. Você consegue?

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A maior parte do gosto que sentimos nos alimentos se deve, na verdade, ao olfato. Quando provar um prato, tente adivinhar o que há nele apenas pelos aromas que consegue sentir. Será que nesse molho tem coentro ou manjerona? Canela ou cravo? Dê seu palpite e, depois, tire a prova com quem cozinhou.

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Apague a luz, sente-se quieto e apenas ouça. A vida é cheia de sons, que só escutamos com muita atenção. O tique-taque do relógio, os passarinhos na rua, a água nos canos, a sua respiração... Fase dois: ouça o som das coisas. Encoste o ouvido na terra, em uma árvore, na parede – o que você consegue ouvir?

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48 AGRADEÇO

CLECIA APRENDEU A FAZER ANÉIS DE MIÇANGA OBSERVANDO UMA VENDEDORA ATRAVÉS DA VITRINE

Professores por acaso OLHE À SUA VOLTA. PESSOAS QUE VOCÊ NUNCA VIU ANTES OU COM QUEM JAMAIS FALOU PODEM TER ALGO VALIOSO A ENSINAR. BASTA MANTER OUVIDOS E OLHOS ATENTOS. PENSE BEM E VOCÊ VAI DESCOBRIR: O QUE VOCÊ JÁ APRENDEU COM UM DESCONHECIDO? TEXTO CAMILLA DEMARIO, HELSON FRANÇA, JAQUELINE LI, PAULA DESGUALDO E PRISCILLA DANTAS FOTO TIAGO LIMA

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VOCÊ VAI COMPRAR um refrigerante na máquina e, sem saber como funciona, segue os passos de quem estava na frente. No ônibus, ouve um truque infalível para o molho de tomate e depois tenta fazer em casa. Ou simplesmente vê uma gentileza na rua e tem um estalo sobre a importância de ajudar os outros. A gente espera que os ensinamentos venham das pessoas mais próximas, que sabem das nossas necessidades. Mas os desconhecidos também têm coisas preciosas a ensinar. Seu distanciamento permite que nos surpreendam com informações de que nem sabíamos que precisávamos. Essas lições podem se resumir a soluções práticas, como um atalho no trânsito, uma técnica no trabalho... Ou levar a grandes transformações de vida. As histórias a seguir são de pessoas que passaram por isso na prática. E agora, mesmo sem conhecer você, elas fazem questão de compartilhar suas descobertas. Confira!

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POR EXEMPLO

Sou costureira e, na época de Carnaval, faço customização de abadás. Um dia fui comprar adereços e observei, pela vitrine, que a vendedora estava fazendo anéis com miçangas. Prestei bastante atenção e fui correndo para casa descobrir se eu tinha de fato aprendido. Não é que deu certo? Claro que voltei para agradecer a lição! CLECIA SACRAMENTO, 36 anos, Salvador Numa de minhas andanças pelo pantanal de Mato Grosso, fazendo trilha com a família, deparei com um velho pantaneiro que sabia imitar os sons de um bem-te-vi como ninguém. Muito gentil, ele me ensinou a técnica. Todas as manhãs, sempre que possível, procuro me comunicar com os passarinhos que aparecem aqui no quintal de casa. E nessas horas eu sempre me recordo do velho pantaneiro. GILSON GOMES BARBOSA, 44 anos, Cuiabá Fui ao centro da cidade de moto, mas ainda não tinha muita prática. Quando parei para estacionar, o câmbio travou. Um rapaz que estava passando percebeu a situação e me explicou como fazer: empurrar para a frente e logo trazer de volta. Deu certo. Agradeci e passei o aprendizado adiante quando vi que outras pessoas também não sabiam. ALAN ROGER, 20 anos, Santa Bárbara d’Oeste (SP) Uma moradora de rua aqui da cidade ocupa sempre a mesma pracinha, com seu figurino e cenografia que chamam atenção. Ela arruma com cuidado milhares de coisas que recolheu ao longo do tempo.

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Um dia, vi um fotógrafo tentar registrá-la, mas ela não deixou. A cena me fez pensar sobre o valor da privacidade. EVA DUARTE, 40 anos, Recife Estava dirigindo para o trabalho, atrasado, quando vi que o motorista da frente era um colega de empresa com quem eu nunca havia falado. Percebi que ele iria fazer um trajeto diferente e decidi segui-lo. Acabei descobrindo um caminho mais rápido. Depois desse episódio, fiz questão de conhecê-lo. Hoje somos amigos. XAVIER DOS SANTOS, 32 anos, Salvador Certa vez, de madrugada, estava dando carona para uma amiga e pensei em fazer uma conversão proibida. Perguntei: “Será que eu entro aqui?”. Rapidamente, ela me respondeu que sempre costumava levar em conta uma frase de seu tio: “Nunca perdi nada por fazer a coisa certa”. Desisti da manobra. Desde então, há dois anos, sempre que vou fazer algo que não é 100% indicado, lembro do ensinamento desse homem que eu nunca cheguei a conhecer. CAROLINA RODRIGUES, 30 anos, Curitiba Enfrentei a fila do caixa do cartório e, só quando chegou minha vez, descobri que não aceitavam cartão. E eu estava sem dinheiro. Aí, o cara que estava atrás de mim esticou o braço e pagou minha conta. Fiquei assustada, mas logo percebi que ele só queria ajudar. Quando eu lhe perguntei como poderia retribuir, ele disse: “Passe adiante, pague a alguém que precisar”. Uns dois

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meses depois, eu estava no ônibus e uma moça não tinha dinheiro. Paguei a passagem dela e lhe falei o mesmo: “passe adiante”. GISELA BLANCO NARLOCH, 27 anos, São Paulo Teve um dia em que eu fui com minha mãe e meu irmão mais velho brincar em uma praça que fica perto da praia. Lá, o pai de uma criança que eu não conhecia estava ensinando a ela como fazer uma pipa. Eu perguntei a minha mãe se a gente podia aprender também. Ela primeiro conversou com ele e depois disse que não tinha problema. Prestamos bastante atenção. Hoje, sou eu que ensino para meus amigos! LUIZ ANTONIO SILVA, 9 anos, Salvador Estava caminhando, distraído pela paisagem, quando um molequinho parou na minha frente: “Tio, o senhor sabe para que lado fica o metrô?”. Vi que ele tinha nas mãos dinheiro trocado. Como o garoto era muito novo, condenei no mesmo momento seus pais. Como alguém pode deixar uma criança daquele tamanho andar sozinha por aí? Enquanto eu me perdia em pensamentos, ele disse: “Tá gastando meu tempo! Se não sabe, vai embora!”, e correu até a esquina. Lá, acabou encontrando o que procurava: o pipoqueiro que fica em frente ao metrô. Comprou dois sacos e acenou para a mãe, que o cuidava da janela de um prédio próximo. Além de aprender como as aparências enganam, adotei um novo bordão: “Se não sabe, vai embora!”. DANIEL TERRA, 33 anos, Rio de Janeiro

A quem você gostaria de agradecer por ter-lhe ensinado algo importante? Conte para a gente! Veja nossos contatos na página 7.

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50 SEMPRE É TEMPO

Nunca dantes... ABRAÇAR O DESCONHECIDO E NAVEGAR POR NOVOS MARES É PRECISO.

Conte sua última estreia para a gente! Veja nossos contatos na página 7.

QUAL FOI A ÚLTIMA VEZ EM QUE VOCÊ FEZ ALGO PELA PRIMEIRA VEZ? TEXTO HELSON FRANÇA, PRISCILLA DANTAS, RAFAELA CARVALHO E VALÉRIA MENDONÇA FOTO RODRIGO BRAGA

Neste ano, completamos 50 anos de casados, e nossos filhos nos presentearam com um cruzeiro pelo litoral do país. Foi a primeira vez que viajamos de navio, algo com que sempre sonhamos. Eles planejaram tudo, até uma cerimônia para renovarmos nossos votos.Parecíamos um casal de noivos mais uma vez. Dissemos sim um ao outro diante da família e de amigos – o Olímpio tremia de tanta emoção! MARIA AZEVEDO, 70 anos, e OLÍMPIO, 74, São Paulo

Há duas semanas, levei meus filhos na festa de aniversário de 8 anos de um amigo deles. Quando fui chamá-los para ir embora, eles estavam brincando na cama elástica. Ao me ver, eles me convidaram para ir junto. Resolvi me jogar e foi delicioso! Até então eu nunca havia experimentado um pula-pula, por mais que tivesse muita curiosidade. Dividir esse momento com eles foi muito legal. ROSANA SIQUEIRA, 53 anos, Cuiabá

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Meu irmão me ligou e disse: “Amanhã eu e um pessoal vamos subir a Pedra da Gávea. Você topa?” Aceitei. Eu achava que era uma trilha simples, pensei até em levar minha filha. Só quando cheguei lá percebi onde eu tinha me metido. Foram quatro horas de subida pesada. Em alguns trechos, só passei com a ajuda da galera. Mas cheguei lá. E a emoção de atingir um dos pontos mais altos da cidade foi indescritível! TAISSA DE ARAUJO, 35 anos, Rio de Janeiro

A última vez em que eu fiz algo pela primeira vez foi na praia de Serrambi, pertinho do Recife. Experimentei uma iguaria que já foi muito popular, mas que hoje em dia é bem difícil de encontrar e muita gente acha nojenta: um belo prato de formiga tanajura com farofa, frita na manteiga. É uma delícia! Tem um gostinho de amendoim torrado, é bem crocante – e ainda dizem que é afrodisíaco! HENRIQUE FERREIRA, 24 anos, Recife

Escuto rock desde criança. Mas foi há dois anos, quando ganhei um CD da banda AC/DC, que eu passei a gostar ainda mais. Meu pai sabia desde o começo do ano que eles viriam ao Brasil, mas manteve segredo para me surpreender. Quando ele me disse que havia comprado ingressos para a gente, fiquei muito empolgado. Meu primeiro show de rock, vendo meus ídolos tão de perto, foi inesquecível! LUCA VALENTINI, 13 anos, Rio de Janeiro

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