Tradição e modernidade: a Expogrande começa este mês
edição 154 | ABRIL | R$ 12,00
Futebol: Jerry Espíndola relembra os tempos em que o futebol aqui era de verdade Estados Unidos x Rússia: Descubra São Francisco e São Petersburgo
Maria Elvira Machado
Uma busca quase espiritual na dança
A gente aqui na redação está sempre atento para manter as ideias em movimento. É como o corpo, ou a gente dança, se movimenta, ou a gente enrijece, petrifica. Movimento com poesia, é dança. É por isso que amamos tanto fazer esta edição que vem especial em homenagem ao dia internacional da dança, 29 de abril. Fizemos uma reportagem sobre a trajetória de Maria Elvira Machado, uma bailarina da dança contemporânea que tem trabalhos fortes e conceituados no eixo Rio – SP: trabalhou durante quatro anos na Cia Deborah Colker (Rio) e com sua instalação coreográfica Curral de Apartação foi parar na Galeria Vermelho (SP). O belo ensaio da reportagem foi feito na fazenda de seu pai, Água Branca, cenário que de tão bonito e centenário nos inspirou a clicar nosso editorial de moda: Contraste. Por falar em tradição, o mês de abril chega trazendo a Expogrande, que este ano lança um projeto inovador: uma nova sede destinada a esportes equestres, com, inclusive um campo de polo. A Copa do Mundo é em junho, mas nós já estamos entrando no clima. Convidamos o cantor e compositor Jerry Espíndola para dividir conosco suas lembranças do tempo em que o futebol em CG era de verdade. Uma delícia (e uma surpresa) relembrar esses tempos áureos... Sabia que o Comercial chegou a ganhar do Santos com o Rei Pelé em campo? Corre pra ver. Boa leitura! Equipe revista A Gente
DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia
Julia de Miranda Ana Laura Azevedo
DIRETORA COMERCIAL Elaine Atala
REVISÃO Fernanda Giglio
EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif
FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede
EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo - DRT 0001030/MS
estagiáriOS Tatyane Cance (texto) Flávio Gutierrez (imagem)
EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto
ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa
REDAÇÃO Thais Pompêo Natália Charbel
FINANCEIRO Sonia Croda
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ATITUDE ∆ LIFESTYLE 20 | CASA 84 | PERFIL 118
LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 38
TENDÊNCIA ∆ BELEZA 74 | NÉCESSAIRE 76
COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 109, 120,122, 123 | MEMÓRIA 124
GENTE ∆ ESPECIAL 16 | ACONTECEU 128
BEM-ESTAR ∆ SAÚDE 70 | FITNESS 78 | NUTRIÇÃO 80
ELA | Maria Elvira Machado ∆ CAPA | 30
EDITORIAL ∆ MODA 48 | ENDEREÇOS 126
FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br ASSINATURA assinatura@revistaagente.com.br 67 3322 7400 ANUNCIE comercial@revistaagente.com.br BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran MultiPão - Cidade Jardim Pão e Tal Shopping Campo Grande Santa Fé (Av. Mato Grosso - Loja Anita e Av. Afonso Pena - Posto Tereré)
CULTURA ∆ AGENDA 110 | DICAS 24, 26, 28
DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 82 | KIDS 92 | TEEN 94
PRAZER ∆ PELO MUNDO 36 | VIAGEM 84 Foto | Lucas Possiede Direção de fotografia | Marisa Nachif
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LEITOR Amei o A Gente em Casa de março. Acompanho o blog da Pri e adoro todas as decorações e dicas que ela passa. Adorei vê-la na revista. Parabéns a toda a equipe! Camilla Vasquez, via facebook.
Passando vontade com esse Caderno de Viagem de março sobre a Austrália. Que tal na próxima um tour por Londres? Beijos e parabéns! Luiz Soares, via facebook.
Senhora diretora, Pelo presente, venho à presença de Vossa Senhoria agradecer a grandeza do trabalho realizado pela Equipe dessa Revista, principalmente pela jornalista Thereza Hilcar e pelo fotógrafo Lucas Possiede, quando da demonstração de sensibilidade, caráter, respeitabilidade e habilidade, com o trabalho realizado na Delegacia da Mulher.
Outrossim, saliento que, como é de conhecimento de Vossa Senhoria, esta Unidade trabalha com objetivo de contribuir com a luta para erradicar a violência contra as mulheres, dando atendimento receptivo e acolhedor, com pessoal treinado e dedicado, em um ambiente favorável, com todo o aparelhamento necessário. Neste sentido, a publicação da entrevista especial do mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, contribuiu de maneira ímpar na divulgação dos trabalhos realizados na Delegacia, sendo primordial para a eficácia de todo o realizado. Fica desta forma, o reconhecimento e o agradecimento desta Autoridade Policial pelo apoio irrestrito. Atenciosamente, Rosely Aparecida Molina, delegada de polícia, via carta
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COLABORADORES Regina Almeidinha Regina é nossa colaborada assídua de viagem. Neste mês, ela nos leva para São Francisco, na Califórnia, para curtir bons vinhos, comidinhas orgânicas e uma boa e bela pedalada ao ar livre.
Priscilla Marques Priscilla tem ditado moda quando o assunto é decoração. Ela é a responsável pelo site super comentado Anfitriã. Lá ela produz, fotografa e escreve. Criativa, ela desenvolve soluções modernas, inusitadas e superelegantes que enchem os olhos na hora de decorar a mesa. Em abril, Priscilla assina a editoria Achados de Casa.
Jerry Espíndola O cantor e compositor Jerry Espíndola é um apaixonado por futebol. Fez duas músicas que misturam a linguagem futebolística com romantismo: Dona da Bola e O Jogo. Uma história que começou nos tempos áureos do esporte, aqui, em CG. Nesta edição ele conta suas lembranças dessa época.
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MAKING OF 10 | ABRIL 2014
Vamos discutir arte contemporânea? Ano passado Ana Ruas foi contemplada com o Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais de 2013 e, agora, em abril, chegou a hora do projeto acontecer. "Entre vários olhares: da pintura à intervenção", busca a difusão e valorização do debate crítico para a formação de público para a arte contemporânea em CG. O tema será abordado por diversos profissionais da área como curadores, críticos de arte e artistas, como Leda Catunda (SP) com “Leda Catunda – trajetória”, e Lucia Koch (SP), com “Estados alterados do lugar”. No Museu de Arte Contemporânea de MS e no Ateliê Ana Ruas, nos dias 08, 09 e 10 de abril.
EXTRAS Fotos | Divulgação
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Festival América do Sul Abril chega trazendo bons ares sul-americanos à beira do rio Paraguai - é o Festival América do Sul, em Corumbá. Nesta edição, a curadoria do evento reafirma sua proposta de ousar no line-up com novos artistas que tem despontado no Brasil e nos países vizinhos. A começar por Dani Black, cantor, compositor e filho da Tetê Espíndola que anda arrebentando tudo no eixo Rio-SP, que até que enfim toca pra essas bandas! Dani faz a ponte no palco com o argentino Lisandro Aristimuño – outro ótimo representante da nova safra musical na Argentina que mescla folk com batidas eletrônicas. Outra escolha acertada foi o gaúcho Felipe Catto, com sua voz lindamente feminina que lembra Ney Matogrosso; e Ana Prada, do Uruguai, outra boa descoberta. Festival bom, é festival que inova. De 30 de abril a 4 de maio em Corumbá.
REGIONAL ∆ Semana Pra Dança Para comemorar o mês e dia internacional da dança, que é 29 de abril, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul organizou uma semana inteirinha voltada ao movimento. O grande destaque é o coreógrafo e bailarino argentino radicado em SP Luis Arrieta, com o espetáculo Tango aDeus, no dia 9 de abril. E ainda: o espetáculo Profanação da Cia Danças (SP); e Do it!, Cicatriz e Corpo da Cia Gente (RJ), além de uma mostra de vídeo no MIS, palestras, e uma oficina sobre videodança. Gratuito. De 7 a 13 de abril no Teatro Aracy Balabanian.
Bel Lobo na área A terceira edição da DECONMS terá a presença super especial da arquiteta Bel Lobo apresentadora do programa Decora da GNT. Bel dará a palestra no dia 11 de abril. Além dela, inúmeras outras palestras e workshops sobre tendência, tecnologia, produtos e serviços, e, claro, os mais de 100 expositores. As inscrições para as palestras, incluindo a da Bel Lobo, começam no dia 1º de abril através do site deconms.com.br. A feira e as palestras acontecem no Albano Franco de 10 a 13 de abril.
Respeitável público: o circo chegou! E chegou lindo! O espetáculo AbraKdabra do circo internacional Tihany traz para a cidade mais de 140 profissionais de 50 nacionalidades com o melhor dos espetáculos de Las Vegas. AbraKdabra mistura as clássicas acrobacias, contorcionismos, equilibrismos, mágicas e humor. Isso sem falar na tecnologia de ponta de som e luz. Deu vontade? O circo fica nos altos da Avenida Afonso Pena, com apresentações de terça a quinta às 20h. Sextas, sábados e feriados às 16h e às 20h e domingos às 11h, 15h e 19h. Horror underground Em abril acontece o Lovecraft Film Festival, um festival de cinema de horror baseado na obra do escritor norte-americano H.P Lovecraft, considerado o revolucionário do gênero na literatura. E o MS está na lista de filmes: Red Hookers, curta da diretora Larissa Anzoategui e do roteirista Ramiro Giroldo. O filme da dupla mescla sensualidade, horror e sangue, em uma estória que gira em torno de Karen – que na vida real é Monica Mattos, atriz de filmes pornô bem conhecida no meio. Por aqui, o curta só estará disponível na internet depois que terminar os circuitos de festivais, até lá ficamos na curiosidade. Lovecraft Film Festival, de 11 a 13 de abril em Portland, Estados Unidos.
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NACIONAL ∆ A melhor chef mulher do mundo Segundo a The Restaurant, a cozinha da chef Helena Rizzo é “um exemplo de inovação, mas também com alma”. A gaúcha foi eleita a melhor chef mulher do mundo de 2014 pela revista britânica. Rizzo está à frente, junto com seu marido Dani Rondon, do celebrado restaurante Maní em São Paulo – cozinha contemporânea que ocupa a quinta posição do ranking dos melhores restaurantes da América Latina e 46 do mundo. Um orgulho!
O retorno da Nação A banda pernambucana Nação Zumbi quebra um jejum de sete anos e lança novo álbum este mês, intitulado Nação Zumbi. O trabalho é o primeiro CD de inéditas desde “Fome de Tudo” (2007). Em fevereiro a banda divulgou a primeira música do disco, Cicatriz, que tem participação do experiente Kassin, que também assina a produção do álbum – junto a Berna Ceppas (trilha de Ovo, Cirque du Soleil). Cicatriz está disponível para download no site da Natura.
Macy Gray no Brasil Ela está de volta. A cantora norte-americana Macy Gray, uma das grandes representantes do soul e do R&B, fará shows pelo Brasil para lançar novo álbum em abril. The Way é o nome do trabalho, o nono disco de estúdio, que contará apenas com material inédito. Além dele, a cantora também deve mostrar hits como I Try, Sweet Baby e Beauty In The World. A turnê começa dia 10, no Circo Voador no Rio, depois segue para São Paulo dia 11 de abril, no Cine Joia. No dia seguinte Miss Gray se apresenta em Porto Alegre, no Opinião.
A gente não quer só comida Com obras de artistas como Marina Abramovic, Stefano Boccalini e Anna Maria Maiolino, a exposição, criada a partir da iniciativa da ONG Art For the World, discute a questão do alimento no mundo. Para a mostra foram reunidas instalações, pinturas, esculturas, fotografias e vídeos de grandes nomes da arte contemporânea, como o vídeo The Onion, de Abramovic, em que ela come uma cebola crua por vinte minutos, com casca e tudo. O Brasil é o segundo país a receber a atração, que já passou pela Suíça. Até 4 de maio no Sesc Pinheiros em São Paulo.
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Edison Araújo, presidente Fecomércio-MS Texto | Thais Pompêo Fotos | Divulgação
Cada vez mais urbana e pulsante, a continuação do desenvolvimento de Campo Grande e do Estado clama por qualificação profissional e por robustez no circuito cultural. Fatos que têm sido acompanhados de perto por Edison Araujo, presidente da Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de MS), que comanda o Senac e o Sesc.
Não por acaso, as ações dessas duas instituições foram encorpadas há mais ou menos cinco anos. Para quem gosta de números, em 2013, mais de 3 milhões de reais foram investidos no Senac, que atendeu 27 mil pessoas em 35 municípios. Foi investido também em pesquisa com o IPF (Instituto de Pesquisa Fecomércio), um elo da Federação, que busca desenvolver competências empresariais pelo conhecimento e o fornecimento de dados que embasem as discussões no setor terciário. No Sesc, a compra do Cine Campo Grande para a construção de um complexo cultural deu o que falar ano passado. Ações complexas de um projeto gigantesco que ganhou qualidade e agilidade nas mãos do paulista, radicado e apaixonado por MS, que assumiu a presidência da Federação em 2010. Com agenda lotada, foi difícil conseguir falar com o presidente – em um dos dias que Edison iria receber a equipe de reportagem, a entrevista teve de ser cancelada para o presidente receber o atual prefeito da cidade, um dia após a cassação. Edison chegou à CG em 1972 para gerenciar a maior filial da Centro Monark, depois teve duas empresas, a Monaciclo e HotBike. Sempre esteve envolvido com esportes e talvez venha daí seu olhar arrojado e agilidade em fazer do limão uma limonada. Nessa atitude, iniciou seu trabalho no associativismo com a classe empresarial. “Ao longo dos anos os desafio de classe só me trouxeram alegria, satisfação e muito desejo de continuar na luta, na busca incessante da contribuição para uma sociedade melhor e mais justa”.
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“Temos que colocar na cabeça de nossos empresários a ideia de que investir em mão de obra qualificada é investir no negócio”
ESPECIAL ∆
O homem por trás das ações do Sesc e do Senac.
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Tem-se ouvido que este ano será difícil devido à Copa, às eleições. Contudo o setor de serviços cresceu cerca de 22% em fevereiro. O que o senhor tem a dizer sobre esse cenário? O Estado está em pleno desenvolvimento, temos indústrias se instalando, um exemplo é a usina de milho, essas usinas demandam áreas de plantio, que demandam gente para trabalhar, essas pessoas são prestadoras de serviços. As empresas dependem de mão de obra e isso aumenta o número de pessoas trabalhando. Para se ter uma ideia, só esse ano o índice de emprego registrou um aumentou de 0,86% em fevereiro se comparado ao mês de janeiro. O setor de atividade econômica que mais empregou foi o de serviços, com 1.691 postos de trabalho, de acordo com dados do Caged. Essa realidade mostra que o comércio acaba se expandindo, e para atender a crescente demanda, os empresários veem uma oportunidade de melhorar seu negócio e buscam investir em pessoal qualificado. O fato é, com melhor atendimento e qualidade, aumenta o volume de compras e a procura por serviços. O Setor de Comércio em Mato Grosso do Sul se desenvolve de uma forma surpreendente. Nos levantamentos do IBGE, o Estado está acima da média nacional na prestação de serviços e nas vendas do varejo. Estamos preocupados com a gestão das empresas para que os empresários possam tornar-se mais profissionais nos seus negócios, possam desenvolver-se mais, pensar na formação e qualificação da mão de obra. Temos que colocar na cabeça de nossos empresários a ideia de que investir em mão de obra qualificada é investir no negócio, às vezes ele acredita que ao oferecer o primeiro emprego, terá sucesso em vendas com mão de obra barata, mas não é a realidade. Uma pessoa sem formação demanda um período grande de aprendizagem. E quando isso acontece, ele vai para outra empresa que ofertará um salário maior. Na parte de cursos de especialização, o Senac vem crescendo, inclusive com a inauguração do Senac Zahran. A qualidade da prestação de serviço ainda é um problema em MS? Recebemos uma quantidade expressiva de reclamações por parte de empresários do Estado. Essas reclamações nos mostram o quanto a prestação de serviço é ineficiente, levando até mesmo à falência de muitos estabelecimentos comercias. Todos os meses recebo prefeitos, vereadores, secretários e representantes do segmento comercial dos municípios do interior buscando parcerias para desenvolvermos cursos de qualificação onde não possuímos unidades fixas, acredito que essa seja uma evidência do problema enfrentado em Mato Grosso do Sul. No Estado estamos com dez unidades operativas do Senac e atendemos, em 2013, mais de 27 mil pessoas em 35 municípios. Para tanto a instituição aplicou investimentos da ordem de mais de três milhões de reais. Temos percebido uma atenção especial da Fecomércio na área cultural, com bons espetáculos entrando na grade do Sesc CG, assim como novidades, como o Sesc Corumbá. Essa é uma nova diretriz da instituição? Cultura sempre foi um ponto forte do Sesc, pelo valor imprescindível que a mesma tem para o desenvolvimento pessoal de todos os indivíduos. O poeta classifica a cultura como alimento da alma, e nós entendemos que é também a argamassa para a construção ideal da sociedade. Atualmente aumenta-
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mos nossos investimentos nessa área, pois estamos vocacionando nossas unidades. Atuar com os Centros Culturais, tanto em Campo Grande como em Corumbá, é desenvolver modalidades que têm se despontado dentro do Sesc, funcionando com uma perspectiva maior em fazer cultura, consolidando importantes raízes no Estado, demonstrando além da afirmação institucional, por meio dos projetos como Palco Giratório e Sesc Encena, colocando a instituição numa posição de fazer mais pelo campo cultural que atualmente vem se despontando em MS. Estamos oportunizando um grande espaço para reflexões, encontros e contatos significativos com a produção literária regional e nacional.
Nesse sentido, o Sesc adquiriu o prédio do antigo Cine Campo Grande para a construção de um centro cultural e um cinema cult. Explique como surgiu a ideia. Pensando em ofertar uma programação cultural que pudesse levar enriquecimento intelectual e uma percepção mais apurada das relações sociais, somado com o propósito de vocacionar as unidades do Sesc MS, resolvemos investir em uma unidade voltada exclusivamente para a disseminação de produtos culturais em Campo Grande. Implantar o Sesc Cultura em Campo Grande fez com que a administração buscasse um local apropriado para a instalação de projetos culturais, e foi por meio da aquisição e reparação do prédio do Cine Campo Grande que esta ideia criou formas. Tínhamos a necessidade de um novo local, já que o Teatro Prosa, localizado no Sesc Horto, ficaria dentro da nossa unidade educacional. Foi então que descobrimos a comercialização do prédio onde funcionava o Cine Campo Grande e casamos nossa ideia com aquele espaço, que além de apropriado, já faz parte da história da cidade. A entidade tem investido bastante no turismo também, certo? Mato Grosso do Sul, desde a sua criação, mostrou ser um estado com potencial para o turismo. Criamos, então, a Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio (CET), com o objetivo de regulamentar, incentivar e fomentar as atividades do setor. Com a CET estreitamos o diálogo com os empresários, com o poder público, para, enfim, usar dos meios para impulsionar o setor do turismo em nosso Estado. Concomitantemente com a criação da Câmara de Turismo, registramos também o lançamento da Marca MS, que quer fortalecer a imagem do Estado alavancando os setores da economia e do turismo, com apoio do poder público e privado. Uma regionalização da Marca Brasil que tornou nosso País conhecido no exterior. ∆
Marinez Correa da Costa Benjamin Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
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LIFESTYLE ∆ Formada em jornalismo, especializada em moda e dona da Forum Campo Grande, Marinez Correa da Costa Benjamin tem 36 anos, sendo 14 deles de verdadeira paixão profissional. Formada pela UFMS, a campo-grandense arriscou voos maiores e foi estudar pós-graduação em jornalismo de moda na capital paulista. Lá trabalhou durante sete anos como assessora de imprensa de uma das maiores empresas brasileiras do segmento. Jornada que deu a ela experiência para, junto com o marido, administrar em Campo Grande a loja de uma das grifes mais tradicionais do país. “O projeto deu certo porque durante os últimos anos que eu atuei como jornalista estive sempre conectada à moda de alguma forma, e isso ajudou bastante. A familiaridade do meu marido com os números era o que faltava”, conta ela.
Profissão: Jornalista e empresária. Férias inesquecíveis: Viagem para Las Vegas e Los Angeles, feita com um grupo de 14 amigos. Em alta: O trabalho voluntário – ajudar é sempre bom e quem acaba se beneficiando mais somos nós mesmos. O que está lendo: Em Busca do Sentido da Vida, de Augusto Cury. Música que não sai do seu playlist: O Acaso, de Jerry Espíndola e Pétalas de Pixe. Um filme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Não vivo sem: Meu iphone. Sou viciada, confesso! Projeto do momento: Evento especial da Forum em parceria com uma grande marca. Um sabor: Chocolate, sempre! Esporte: Treinos funcionais, yoga e uma nova paixão: stand up paddle. Refúgio: Minha casa.
Tanto que na vida de Marinez, trabalho e família quase sempre se misturam: “Minha rotina é bastante corrida, mas como trabalho com o meu marido, acabamos passando bastante tempo juntos”. Simpática e entusiasmada, Marinez é daquelas que adoram uma boa conversa e uma boa história. “A parte favorita do meu trabalho? Estar em contato com pessoas. A troca de informações e de experiências torna essa vivência muito rica e bastante atraente. Adoro o que faço!” ABRIL 2014 | 21
Adriano
Straliotto Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
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LIFESTYLE ∆ Apaixonado por arquitetura, publicidade e moda, Adriano Straliotto, 26 anos, está envolvido nas três áreas no seu dia a dia. Dono do Studio Figa (agência publicitária ligada à arquitetura) e da loja de roupas SAGA (em sociedade com a irmã), Adriano é daqueles caras multidisciplinares – faz e entende de tudo um pouco. Descolado, tem um lifestyle que permeia todos os seus projetos. A publicidade já era certa como profissão desde a escola. Já a moda surgiu no primeiro ano de faculdade.
Profissão: Publicitário e empresário. Férias inesquecíveis: Um final de semana em Brighton, no Reino Unido. Em alta: Drink Aperol Spritz. O que está lendo: Coleção dos Grandes Designers da Folha. Música que não sai do seu playlist: Youth, do Wolf Colony. Um filme: Intocáveis. Não vivo sem: Música. Projeto do momento: Tornar meu estúdio conhecido pelo trabalho que une publicidade à arquitetura. Um sabor: Suco natural de amora com laranja. Esporte: Squash. Refúgio: Casa dos pais.
“Minha primeira cliente como publicitário tinha uma loja de roupas em Sidrolândia, minha cidade natal, então eu comecei trabalhando com ela”. Antes, porém, de entrar com tudo em seus projetos, Adriano fez pós-graduação em cinema, vídeo e fotografia em São Paulo e estudou design gráfico e de interiores para varejo na Inglaterra. Para poucos! ABRIL 2014 | 23
Neneh Cherry - Blanck Project 2014 Depois de um longo período sem lançar nada solo, Neneh apareceu nos anos 2000 colaborando musicalmente com muita gente boa. Lançou em 2012 um disco com o trio sueco de free jazz “The Thing” e volta a dar as caras com seu mais novo trabalho, o excelente Blanck Project. Gravado em apenas cinco dias em Londres, foi produzido pelo célebre Four Tet. O que temos é um disco com muita referência eletrônica e toques de minimalismo que funcionam muito bem com a interpretação de Neneh. São dez faixas com muita percussão eletrônica e batidas que animam o astral com a voz única da cantora. Abre com a bonita “Across the water”; “Out of the black” conta com a participação da cantora Robyn; “Spit three times” tem pegada na intensa interpretação; e em “Everything” Cherry se inspira na cidade de NY. Um disco livre e muito bom que apresenta a artista em um ótimo momento. Quem já era fã, adorou.
Kanye West - Yeezus 2013
para ouvir
Júlia de Miranda
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Para muitos, “Yeezus” é o melhor disco de West, deixando pra trás o ótimo “College Dropout”, sua estreia em 2004. Carismático e polêmico, Kanye, que sempre teve um ego gigantesco, é um gênio do rap. Em seu sexto disco “Yeezus”, ele se autoproclama divindade, combina seu apelido Yeezy com o nome de Cristo. Não é o primeiro rapper a se elevar a tal altura e nem será o último. O que vemos nesse álbum é um Kanye do jeito que ele é: provocante, numa fase madura e mais uma vez lançando um disco de impacto. O trabalho conta com a participação de Bon Iver, Daft Punk, Skrillex e produção do Rick Rubin. Com um nítido cuidado com as rimas, temos 10 faixas cortantes e fortes. Os destaques vão para “New slaves”, “I'm in it”, “I am God”, “On sight” e a polêmica “Black Skinhead”. Gênio.
LCD Soundsystem - This is happening 2010 Para a tristeza de muitos fãs, esse foi o terceiro e último disco da banda nova iorquina que mistura música eletrônica com diversos outros gêneros como punk, pop, indie e disco. O trio estreou nos anos 2000 com músicas que tocam fácil nas pistas do mundo inteiro. “This is happening” vem com canções longas porém ritmadas, sem ser cansativo. Suas 11 faixas são repletas de sintetizadores, uma poderosa linha de baixo e minimalismo eletrônico. O som vai se transformando faixa por faixa e mostrando que é o melhor do trio. Para matar a saudade, disponível também no formato de vinil. ∆
Márcio Ribas
para ler
"A maternidade. Isso sim é que é país estrangeiro." Eva, em Precisamos falar sobre o Kevin Cada leitor tem seus critérios conscientes ou inconscientes para escolher os seus melhores livros e melhores escritores. Se na adolescência, um dos critérios era o final espetacular, aquele final que nunca imaginei ter acontecido (a propósito, esse requisito ainda conta), agora o que vale mais é a força de impacto da história. As narrativas podem até ser lindas, rítmicas e poéticas, porém aquilo que me agrada é aquilo que me choca. A partir da metade do século passado, a violência ganhou sua parte na literatura, entretanto a violência pela violência está nos telejornais, nos filmes mais assistidos no cinema ou até mesmo perto de nós. E infelizmente não nos choca mais como antes. No entanto, a força impactante na literatura, para mim, é aquela que nos faz ter algumas noites mal dormidas porque o nosso entendimento do cotidiano não é mais o mesmo, é o texto que nos incomoda porque mostra um mundo no qual o romance até pode existir, mas a norma do cotidiano são as feridas e mazelas da sociedade. E a autora que melhor sabe fazer isso é Lionel Shriver. Muitos a conheceram pelo filme baseado no livro Precisamos falar sobre o Kevin (Intrínseca, R$ 34,90), que fala sobre um adolescente americano que matou vários colegas de escolas em uma chacina, como muitas outras que chegam até nós pelos noticiários. A história é contada pela mãe de Kevin, Eva, através de cartas que ela envia ao seu marido ausente. Mas mais do que isso, a história é sobre os problemas freudianos, profundos e inconscientes, quase que inevitáveis entre mães e filhos. Logo, não recomendado para aqueles que estão pen-
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sando em ter filhos. Na época do lançamento, virou um best seller e ficou conhecido na Inglaterra como um dos melhores métodos contraceptivos conhecidos. Outra sugestão é Tempo é dinheiro (Intríseca, R$ 39,90). É um título não muito sugestivo e não representa o livro (o original é mais forte: So much for that), mas o tema é contundente: Quanto vale uma vida? E alguns meses de vida? Não se fala aqui de valores simbólicos ou “eu daria tudo por um ente querido”, o foco é “Você perderia tudo por um ente querido?”. O livro conta a história de Glynis, que recebe o diagnóstico de um câncer extremamente agressivo logo quando o marido Shep, após juntar dinheiro por toda a sua vida, decide se mudar para outro país. Detalhe: o plano de saúde não cobre quase nada e a fortuna será gasta não para salvar Glynis, mas para lhe dar alguns poucos meses de vida. E, por último, Grande irmão (Intrínseca, R$ 29,90), recém-lançado no Brasil. O nome não faz referência a 1984 (o livro que trouxe o conceito de Big Brother), de George Orwell. É uma referência a Edison, o irmão de Pandora, uma empreendedora bem-sucedida. Eles não se veem há 4 anos. Ao se reencontrarem, Edison está com mais de 100 quilos acima do peso e cheio de hábitos que Pandora considera nojentos. Não só aborda a obesidade, mas como isso pode atingir uma família de modo devastador. Independente de o leitor demonstrar simpatia ou repulsão pelos personagens, o melhor do livro é nos chocar e nos fazer repensar sobre a nossa sociedade. Boa leitura. ∆
Marcelo Veloso
para ver Balada de Um Homem Comum (Inside Llewyn Davis), de Ethan Coen e Joel Coen Requintadamente triste e engraçada, essa comédia foi especialmente preterida ao Oscar, apesar de sua estreia arrebatadora em Cannes. Arrogante, o fracassado cantor Llewyn é tão desesperado por dinheiro que concorda em ser o guitarrista de uma esquete pateta sobre astronautas. Esta canção, desprezada por Davis, cheira a sucesso em seu mundo pessoal de fracasso. A própria música de Davis e sua vida estão destinadas a permanecer ao nível do mar, enquanto todo mundo vaga pelo céu. Em outro tipo de filme, seu fracasso e suas tempestades emocionais seriam retrocessos temporários. Alguém certamente iria descobri-lo, impressionado com seu talento. Mas no pessimismo quase sádico dos Coen, só duas cenas mostram o potencial de Llewyn. Em cada uma, não dá pra soltar fogos, mas a esperança também não está definitivamente extinta. A questão fundamental é: o cara é bom? Acontece que reside neste filme um dilema raramente discutido – quando é que os artistas param de tomar pés na bunda e abandonam suas carreiras? Há uma intensa tristeza nesta comédia, mas é tão pungente e forte como uma xícara de café preto e quente. Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Volume 2), de Lars von Trier Recapitulando: Lars von Trier faz um filme explícito chamado Ninfomaníaca. Faz também barulho sobre as cenas de sexo e dá entrevistas polêmicas. No entanto, o Volume 2 deste filme é até mais inofensivo do que se pensa. Trata-se do mais terno relacionamento platônico que se possa imaginar: Joe, uma mulher deprimida e exausta, e Seligman, um homem idoso e vulnerável. Essa relação entre um casal estranho é o cerne desse estudo sincero sobre o vício em sexo, mostrado com
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as habituais provocações do diretor. Na estória, algo na forma não ameaçadora de Seligman inspira a confiança de Joe, que lhe conta sua história de vida. Ele responde com uma espécie de distanciamento, algo que beira o autismo. Ele tem uma inteligência emocional maravilhosa ou é o idiota da aldeia. E todo o tempo, Joe insiste que nada é tão banal quanto um viciado em sexo. Mas apesar de se sentir má pessoa, ela ama sua obsessão, ela exulta em sua degradação. Há heroísmo na sua decadência e um brilho pomposo no filme de Lars von Trier. Era uma Vez na Anatólia (Once Upon a Time in Anatolia), de Nuri Bilge Ceylan A longa noite à procura de um corpo no deserto coloca este drama turco no patamar de uma obra-prima. Poucos filmes são feitos sobre a espera e a conversa, mas este é um deles. Nada parece estar acontecendo mas, na verdade, tudo está. O novo filme de Nuri Bilge Ceylan é longo e difícil, talvez não seja para todos, mas é audacioso, intransigente e possuidor de uma grandeza misteriosa em seu pessimismo. A ação se passa ao longo de uma noite chuvosa que se estende por uma manhã sombria no local de trabalho. Um comboio de veículos oficiais, contendo policiais e um legista estão acompanhando dois prisioneiros pela vastidão misteriosa da estepe da Anatólia: planície onde se encontram Irã, Armênia e Turquia. Os homens, suspeitos de assassinato, estão a ponto de se declararem culpados e de, talvez, se comprometerem a levar policiais ao corpo. Um deles é muito importante para a polícia, e este fantasma assombrado de um homem é o centro do filme. Em seus dois primeiros trabalhos, “Distante” (2002) e “Três Macacos” (2008), Ceylan mostrou-se um excelente cineasta. Este é o seu maior filme até agora. ∆
Um curral do tamanho do mundo “Dance, dance senão estaremos perdidos”, disse certa vez a coreógrafa Pina Bausch. A vida vai passando e deixando sua trajetória na nossa carne. Ou a gente dança ou a gente petrifica. No corpo habitam inúmeras, milhares de consciências de cada etapa por que nos embrenhamos. Ele é nosso templo; a dança, nossa alma. Ao dançar, entramos em outra consciência: de uma criança, de um corpo robótico, sedutor, livre, triste, de uma borboleta, de uma vaca no brete... É essa consciência, essa busca incessante pela linguagem do movimento e complexibilidade do corpo, que tem norteado o trabalho da bailarina Maria Elvira Machado há pelo menos dez anos. Uma busca quase espiritual na dança. Não dá para não reparar na força do nome Ma-ri-a El-vi-ra Ma-cha-do. Nome que é adoçado pelo apelido pelo qual é mais conhecida: Mareu. Mareu tem aquela falsa calma, que demonstra que alguma coisa anda meio inquieta lá por dentro. Educada, reservada e talvez até um pouco tímida, mas com uma fala que às vezes parece um trovão em um céu sem chuva. “Eu acho que falo demais e acabo me enrolando, por isso me escondo. Não sou boa com as palavras. Acho que é por isso que eu prefiro dançar”, desabafa sorrindo Mareu. Dançava, dançava, dançava. Insistentemente. Na adolescência, era aluna nota quase sempre 10 nos exames da The Royal Ballet, a que puxava a barra na escola Gisela Dória. "Ficava com uma fitinha que a Gisa gravava e treinava o dia todo em um móvel da minha mãe que eu fazia de barra: plié, tendu, jeté... Ficava 24 horas treinando, porque eu pensava ‘quanto mais eu repetir, melhor eu vou ficar, uma nota melhor eu vou ter’ – e esse é um dos lados dança, o competitivo”. Começou a cruzar a fronteira das séries rígidas do clássico para a liberdade de movimento do contemporâneo aos 17 anos, quando pegou sua mala e suas sapatilhas e foi estudar na Inglaterra. “Quando cheguei lá, fiquei assustada, pensei ‘que é isso? O que eles estão falando?’ Foi uma coisa completamente nova. A professora dizia que a dança é para todo mundo, que todos os corpos se movem, ou seja: todos os corpos podem dançar. Todos. E isso abriu meus horizontes, foi completamente novo...” E o novo trazido pela brisa da dança contemporânea chegou para ficar quando Mareu foi parar na faculdade de comunicação e filosofia da PUC, no curso de Artes do Corpo. Ela mergulhou fundo nas águas agitadas dos conceitos da dança contemporânea. Semiótica, astrofísica, performance... Foi cutucada por todos os lados, tirada da zona de conforto. E foi nessa ebulição que acabou brotando seu trabalho mais intenso, a instalação coreográfica Curral de Apartação.
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Texto | Thais Pompêo Fotos | Lucas Possiede e divulgação Corredor de entrada da Fazenda Água Branca
CAPA ∆
A dança de Maria Elvira Machado, uma busca quase espiritual. ABRIL 2014 | 31
Era o ponto ideal para a carreira de uma jovem bailarina deslanchar, aproveitar o momento e virar notícia. Mas não, Mareu não pensava assim. Pegou novamente sua mala (agora sem sapatilhas) e foi para Londres. Ela achava que ainda tinha muito o que aprender e foi sem olhar para trás para a Inglaterra.
Linha Imaginaria, Tihuana, Mexico | imagem: Jean Dumas
O processo de pesquisa da performance foi um período de metamorfose. Segundo o dicionário, metamorfose é a “transformação que sofrem certos animais durante o desenvolvimento, e pela qual adquirem forma e estrutura totalmente distintas das originais”. Mas há de se segurar a dor ou o incômodo de uma troca de casca. Mareu segurou. “Eu tinha 22 anos e lembro que fiquei muito sensível nessa época. Para criar o Curral de Apartação, eu me inspirei em uma música da minha mãe, Lucia Barbosa, e do meu primo, Rafael Coelho, chamada 'Vacarte'. Era uma letra que usava o vocabulário da pecuária para criar um espécie de manifesto artístico. Foi um trabalho bem autobiográfico”. O tema calou fundo na bailarina nascida e criada em Campo Grande, filha e neta de pecuaristas da região. Teve a sorte, e soube muito bem aproveitá-la, de ter dois grandes encontros: com Marta Soares, coreógrafa da dança conceitual (O Banho e Vestígios), que era professora de Mareu, e que dirigiu-a no trabalho, “uma artista pulsante, que entrou no processo, de corpo, alma e do avesso”. Outro ponto de inflexão foi o encontro com o coreógrafo japonês Yukio Waguri, aluno direto de Tatsumi Hijikata – um dos criadores do butô. “Minha percepção sobre a dança mudou completamente depois que convivi com o Waguri. Descobri que antes da borboleta colorida, existia um ser gosmento que rastejava no chão, e que a gente é tudo isso e podemos encontrar esses corpos em nós. No butô, você entra em outra consciência... E o Waguri me perguntava: ‘Você está procurando um boi... Que estado é esse? Que boi é esse?’”. Alguns meses depois, Maria Elvira entrava em cena sozinha, com duas costelas de vaca costuradas no colan e uma saia que remetia a uma barbela de gado Nelore. Pequena, cabelos pretos, músculos, ossos e olhos tomados. Era uma bezerra acuada enfrentando o Curral de Apartação, o corredor da morte. Impressionante. O impacto da apresentação da destemida garota de 23 anos foi tanto que tocou os corações de curadores de narizes torcidos de São Paulo: foi parar no projeto Verbo, da Galeria Vermelho, na Galeria Olido, no Tuca.
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Sua temporada em Londres, uma das cidades mais cosmopolitas e deliciosas do mundo, foi como um período de férias daquele turbilhão emocional que tinha sido o último ano. Agora, mais experiente, foi decidida a trilhar seu caminho na dança contemporânea. Lá passou um ano no Centro Laban, um dos mais conceituados conservatórios de dança contemporânea da Europa, onde aprendeu a coreologia, método de análise de movimento criado por Rudolf Laban, artista que influenciou a geração da dança expressionista alemã, inclusive Pina Bausch, uma das maiores dançarinas e coreógrafas de todos os tempos. E não é que no meio disso tudo, Curral de Apartação aflorou novamente... Adaptou a performance para sete intérpretes, trabalho que não encenou, apenas coreografou e dirigiu, e que rendeu-lhe o prêmio Simone Michell, como destaque coreográfico durante sua formação no Laban. Ainda por lá estagiou nas melhores escolas de dança e... Conheceu a coreógrafa brasileira Deborah Colker (Ovo, Cirque du Soleil), ou melhor, se apresentou para ela. “Fui assistir ao espetáculo Nó, no Barbican, e falei para o produtor que eu gostaria de conhecê-la. Deborah me recebeu com sorriso e curiosidade e me falou para eu procurá-la quando estivesse no Rio”. Foi isso que fez. Curral de Apartação, Galeria Olido, São Paulo
Com duas costelas de vaca costuradas no colan e uma saia que remetia a uma barbela de gado Nelore, Maria Elvira Machado entrou em cena sozinha. Pequena, cabelos pretos, músculos, ossos e olhos tomados. Era uma bezerra acuada enfrentando o Curral de Apartação.
Um salto para a morte, como diz o butô, ‘a morte é um estado a ser pesquisado internamente no corpo’
Sua primeira aula para a Companhia Deborah Colker foi em janeiro de 2007, aos 25 anos. Assim que acabou a aula, a assistente de Deborah, Jackie Motta, falou: “Quero essa técnica ‘release’ (que preza pela movimentação sem tensão), que você acabou de dar, na grade da escola.” “Comecei com uma turma, depois de alguns meses me deram mais uma, depois de um ano me chamaram para ser coordenadora pedagógica e artística do Centro de Movimento Deborah Colker (escola para amadores e profissionais)”, relembra Mareu. Resultado: de repente, lá estava ela, em uma das maiores companhias do Brasil, dando aula para os bailarinos que apresentavam coreografias aplaudidas mundo afora, além de coordenar a escola de dança. Curioso pensar que Mareu, tão jovem, deu aula para uma cia tão experiente. “Foi um pouco contraditório trabalhar com a Deborah porque ela acredita em uma linha do pensamento da dança contemporânea muito rí-
gida, atlética, inserida na indústria do entretenimento. Eu já vinha de outro pensamento, da semiótica da PUC, da dança conceitual, do Laban, acreditando na máxima que todos os corpos podem dançar... Esse contraste foi bom pra mim”, abre o jogo. O mesmo comprometimento que dedicou à sua metamorfose na PUC, dedicou ao Centro de Movimento Deborah Colker: coordenou, criou coreografias, deu aulas, saraus internos (que eram bastante disputados). Até tirou do papel um antigo projeto da escola: o Projeto Social Centro de Movimento Deborah Colker, uma espécie de Cia Jovem DC, que era formada por jovens de baixa renda super talentosos. “Hoje, uma das meninas está na P.A.R.T.S (Performing Arts Research and Training Studios), uma das melhores escolas da Europa, dirigida por Anne Tereza de Keermaeker”, conta orgulhosa.
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Acontece que nesse pique, sobrava pouco tempo para ela própria dançar, treinar, pesquisar. “Às vezes sofria, porque sabia que a Cia estava ensaiando pertinho, na sala dos fundos, e que eu estava ali, lidando com a agenda da escola, programação de cursos... Pensava: ‘Será que eu deveria estar dançando?’”. Depois de quatro anos intensos, “em que muitas vezes acabava almoçando um salgado em pé”, resolveu que era hora de voltar para sua pesquisa. Pediu demissão do centro de dança dirigido pela coreógrafa mais reconhecida do país para seguir seu caminho solo. É só olhar para Mareu para ver que as coisas vão muito bem, obrigada. De lá para cá já dançou na neve em Berlim, no meio do trânsito em Nova York, em passarela de avenida em Montpellier, em beiras de precipícios da Espanha, criou videodanças, casou e teve uma filha, hoje com quase dois anos... Tem se dedicado ao estudo dos princípios do Body Mind Centering, um teoria experimental que envolve a anatomia, fisiologia e psicologia do corpo como meio de pesquisa teórico prática em educação somática. “O corpo é misterioso, é uma complexidade que me instiga a estudar, a descobrir. Imagina, o sistema nervoso interfere em toda a nossa movimentação”, reflete.
Em contato com o tronco de um jatobá
Em dezembro, Curral de Apartação completará dez anos fechando um ciclo importante na vida da bailarina. "Montei Curral no Rio também, enquanto estava na Deborah. Acho que ainda não fui totalmente libertada dele, talvez devesse apresentar mais, até me esgotar. Tinha 23 anos quando criei e interpretei metaforicamente uma vaca dentro de um brete, falando assim é até engraçado, mas essa imagem é muito performática, deu o que falar...”, relembra Mareu. Já dizia Kazuo Ohno, um dos criadores do butô: “A dança não se ensina. Ela está dentro de cada um de nós. Primeiro deve-se analisar sua vida, quando entender sua própria vivência, surgirá sua própria dança”. O espetáculo de Mareu é o irmão
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Fora a pesquisa, tem se dedicado ao desenvolvimento do espetáculo Linha Imaginária (que já apresentou aqui em CG ano passado), e tem dado workshops de coreologia e preparação corporal em várias cidades do Brasil, inclusive já trabalhou preparação corporal com três companhias daqui: na Casa de Ensaio de Lais Doria e Artur Monteiro e nos trabalhos “De tudo fica um pouco”, de Yan Chaparro (CG); e “Dialeto Manoelês”, da Cia Blanche Torres (Dourados). Além de manter as aulas de férias na Cia Deborah Colker, no Rio, cidade onde ainda mora metade do ano, pois na outra metade vive na França, terra do marido, Jean Dumas, video-artista, músico e parceiro de trabalho.
mais velho de um outro famoso, daqui, de CG. Em 2009, o Ginga criou o Cultura Bovina – que não teve nenhum envolvimento direto com Mareu, apenas ondas sintonizadas – único espetáculo da Cia que conseguiu patrocínio para circular nacionalmente. (Isso sem citar as artes plásticas e a Bovinocultura de Humberto Espíndola, que na década de 70 foi para a Bienal de Veneza.) Sem pieguices de regionalismo, coincidentemente, ou não, três obras importantes e inovadoras. Está na carne, impregnado na subjetividade – que o diga Manoel de Barros e seu quintal. Um curral do tamanho do mundo. ∆
Foto | Lucas Possiede
SIGA OS PASSOS DO COELHINHO.
Shopping Norte Sul Plaza Loja 165 | 67 3056 1280
PELO MUNDO Por Fernando Henrique Fotos | Divulgação
canal Griboiedov
Kofe na kukhne – Rua Fontanka 17
RIO NEVA
Rada & K. - Rua Gorokhovaya 36
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São Petersburgo
White Nights Do final de maio ao início de julho as noites são “brilhantes” em São Petersburgo
to próxima do golfo finlândes, o meu conselho é ir a pé ou de bicicleta, partindo do centro da cidade, passando pelo cemitério Smolny.
White Nights, em bom português, Noites Brancas. O fenômeno não é exclusivo de São Petersburgo, na Rússia, ou de nenhuma outra cidade ao norte. Mas recebe toda a aclamação poética e literária. O fato é, neste período, o sol não desce abaixo do horizonte o suficiente para o céu escurecer… Então dia e noite tornam-se curiosamente indistinguíveis. O que poderia ser mais romântico do que um passeio ao longo das margens de rios e canais da cidade em plena luz do dia e/ou da noite? Sim, neste evento, a cidade que emerge dos longos meses de frio e escuridão celebra o verão com muita horas de luz. Muitas.
A parte cultural é um desbunde por aqui. Para começar, o museu Hermitage (que era o Palácio de Inverno até a revolução de 1917), que é o maior da Rússia e tem mais de 3 milhões de peças de arte. Além dos grandes pintores russos, como Malevich e Kandinsky, é possível admirar a pintura do holandês Rembrandt e toda a arte do século XX.
A atmosfera de São Petersburgo durante o White Nights é animada, romântica e as ruas são tomadas por muitas ações culturais, portanto, todo o tempo é um momento para estar do lado de fora, ou seja, pelas ruas. No ano passado, foi possível ver diferentes acrobacias, pois um grupo de artistas conhecido como “ voadores”, em frente ao museu Hermintage, deu um show com muita magia e elasticidade. Mas é preciso saber que muito do que se lê nas ruas, como informações para ir de um lugar ao outro, pode ser complexo. Afinal, está escrito no alfabeto cirílico... São poucas informações em outros idiomas. Então fica a dica: esta pode ser uma ótima oportunidade de estudar o alfabeto russo. E como não há escuridão, e a ideia é curtir, seguimos com muitas dicas de onde você, caro leitor, não deve deixar de ir. Começamos com os bairros. Conhecer a arquitetura soviética é um presente para os olhos. De Dostoievski até a praça Sennaia vê-se uma arquitetura impactante. Na sequência, continuar pelo canal Griboiedov, e apreciar os prédios com suas formas e cores. A segunda maior cidade da Rússia, quarta maior da Europa, é conhecida como Veneza tamanho G. Não à toa: a água faz parte da paisagem, com o rio Neva por todos os lados. São mais de cem ilhas e 342 pontes – portanto um passeio de barco é obrigatório. Na pequena ilha de Petrogradskaia, pode-se ver tudo que é art nouveau russa. Nessa outra, Vassilievski, que fica mui-
Para ter uma ideia maior do que é/foi São Petersbugo, vamos voltar um pouco na história. A cidade foi fundada por Pedro, O Grande, em 16 de maio de 1702. Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade viveu 900 dias sofridos, que destruiram boa parte de sua arquitetura. Depois de uma grande reconstrução, seguindo o estilo clássico estalinista, a antiga Leningrado é uma cidade que reserva muitas surpresas. E para conhecer um pouco sobre o passado, outra dica e um momento que pode ser muito interessante: Museu Literário e Memorial Anna Akhmatova. As obras revelam muito da história desta grande cidade. Lá, nos deparamos com as coleções da biblioteca de Akhmatova e de Josef Brodsky, livros raros e manuscritos do século XX. Bom, depois de todos esses eventos, bateu aquela fome. O restaurante Na Zdoroviye – que fica na Bolshoy Prospect P.S. 13/4 tem uma ambientação russa particular. É simples. E os russos dizem que lá está a verdadeira cozinha soviética. Para os vegetarianos (pensamos em vocês também) o Rada & K., na rua Gorokhovaya 36 – vale muito passar e experimentar as delícias de lá. Para tomar um café e frequentar um espaço dos locais, este é o lugar – Kofe na kukhne, que significa, em português, um café na cozinha. O endereço é rua Fontanka 17. E a vida não para por aí. Então guarde um pouco de energia e vá tomar um drink nesta ilha, a Novaya Gollandiya, que é repleta de bares, tanto para a direita quanto para a esquerda. Qualquer bar no qual você decidir entrar, será sem dúvida uma boa escolha. Ainda não escureceu, mas que tal guardarmos energia para amanhã? Temos outro grande dia pela frente. ∆
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Campanha Roberto Cavalli
ESCOLHA DO MÊS ∆
FELINOS DE LUXO
A estampa de animal entra e sai das passarelas – embora nunca deixe o guarda-roupa de algumas. A novidade é que nas últimas estações o animal print reina absoluto no mundo fashion. As ousadas, a gente sabe, deitam e rolam com a estampa. Já as mais low-profile podem dar uma atualizada no look com os acessórios inspirados em zebras, onças, cobras e por aí vai... Aproveite e solte suas feras!
Blazer Bob Store R$ 699; Óculos Stella McCartney Preço sob consulta; Short Animale R$ 528; Blusa Equus R$ 159,90; Sandália Sergio Rossi Preço sob consulta; Blusa Bo.Bô R$ 568; Calça Equus R$ 229,90; Banqueta Living R$ 159
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Fotos | Lucas Possiede e divulgação
Por | Luiz Gugliatto
Desfile Chanel
ACHADOS DE MODA ∆
UPDATE FASHION
Nesta temporada, bolsas, sapatos e roupas com pegada rocker glam darão um upgrade no closet feminino. O inverno proporciona um visual mais elaborado, com peças em couro – um clássico de wild glamour no inverno. Especialmente na cor preta.
Jaqueta Alexander Mcqueen $ 3.280; Casaco Animale R$ 698; Saia Shoulder R$ 298; Bolsa Fendi Preço sob consulta; Casaqueto Le Lis Blanc R$ 659,50; Colete Le Lis Blanc R$ 1.750; Calça M. Officer R$ 298; Peep Toe Schutz - preço sob consulta.
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Fotos | Lucas Possiede e divulgação
Por | Luiz Gugliatto
Desfile Colcci
TRENDY ∆
Moletom chic
O moletom, ou tecidos de lã prensada, dão aquele toque descolado nos looks – verdadeiro sucesso nos sites de street style. Quem não se lembra da peça desejo criada para a grife Kenzo, na coleção inverno 2012, que fez tanto sucesso que fez com que a grife voltasse com a mesma estampa no verão 2013? Um trunfo esperto no guarda-roupa de garotas antenadas. Se combinado com peças modernas, eles ficam incríveis tanto para produções chics quanto para as mais cool.
Moletom Bo.Bô R$ 798; Short Equus jeans R$ 189,90; T-shirts Bo.Bô R$ 328; Tênis Goofy shantala p/ Onda Surf R$ 169,90; Vestido Forum R$ 317; Mochila Mucca Shop R$ 97,81.
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Fotos | Lucas Possiede e divulgação
Por | Luiz Gugliatto
EM ALTA ∆
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Desfile Giorgio Armani
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PEÇA DESEJO
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Por | Luiz Gugliatto
01- Arezzo; 02-Calvin Klein; 03-Colcci; 04-Emilio Pucci; 05-Emilio Pucci; 06-Alexander Mcqueen; 07-Triton; 08-Triton; 09-Jimmy Choo - Preços sob consulta.
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Fotos | Divulgação
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As clutchs chegam com tudo nesse outono-inverno. Apesar de serem usadas em especial à noite, elas também podem fazem bonito em looks de fim de tarde. Podem ser de diferentes tamanhos e rigidez do material – mais molinho àquelas de acetato que parecem caixinhas de luxo. Fiquem de olho nas clutchs com franjas, tipo as que estiveram na passarela da grife Alexander Mcqueen – atual desejo das fashionistas.
Campanha Zara
HOMEM ∆
THE BLACK
O novo preto faz sucesso entre os homens. Peças resinadas, tecidos e couros texturizados são os atuais pesos-pesados da moda – que vão nocautear os olhares exigentes.
Óculos Evokar Evoke - preço sob consulta; Jaqueta M. Officer R$ 382; Colar caveira Guerreiro R$ 3.359; Moto BMW-S1000RR (Raviera Motors)- preço sob consulta; Mochila Forum R$ 499; Calça Forum R$ 424; Boot Carmen Steffens R$ 499
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Fotos | Lucas Possiede e divulgação
Por | Luiz Gugliatto
CONTRASTE Fotografia | Alexis Prappas Stylist | Luiz Gugliatto
Blusa Torrè, saia e cinto Lorane p/ Bazar Colar, pulseiras e anel Gabriela Pires p/ Carol Lúcio Brincos Bazar Sandálias Schutz
Regata Le Lis Blanc Saia Thelure, casaco Ammis p/ Maria Pitanga Colar, brincos e anel Gabriela Pires p/ Carol LĂşcio Botas Schutz
Casaco e regata Shoulder Saia Bob Store Meia Lupo Colar Richard's Brincos e anĂŠis Gabriela Pires p/ Carol LĂşcio
Camisa Shoulder Calça Animale Brincos Bazar Colar, anel e pulseira Gabriela Pires p/ Carol Lúcio
Blazer e blusa Richard's Saia Animale Colar e brincos Bazar Anéis e pulseira Gabriela Pires p/ Carol Lúcio Sandálias Colcci
Casaco, blusa e saia Bo.B么 Brincos e anel Gabriela Pires p/ Carol L煤cio
Ficha técnica: Fotos | Alexis Prappas; Styling | Luiz Gugliatto; Beleza | Fernando Filho ; Modelo| Isabela Denari - Arena Models; Direção executiva | Thais Pompêo; Agradecimento: Eduardo Machado/Fazenda Água Branca
Blazer Colcci Blusa Le Lis Blanc Saia Shoulder Colar e brincos Bazar Anel Gabriela Pires p/ Carol Lúcio Meia Lupo Peep ankle boots Schutz
Expogrande
2014 Texto | Tatyane Cance Fotos | Arquivo Via Livre e divulgação
Tradição boa é tradição mantida. Este mês começa a 76ª Expogrande, que acontece entre os dias 24 de abril e 4 de maio, no Parque Laucídio Coelho. São mais de sete décadas e meia ininterruptas de feira, que este ano lança um ousado projeto: a nova sede da Acrissul, dedicada aos esportes a cavalo, com um campo de polo. O evento, que mobiliza o setor no Estado, se orgulha de promover a maior comercialização de gado de corte do país. Serão 40 leilões e mais de 25 mil cabeças leiloadas, com uma logística de tirar o fôlego: mais de dois mil caminhões boiadeiros entrando e saindo do Parque. E ainda: Dia de Campo na Fazenda Baía Grande, no Pantanal de Rio Verde, para mostrar o último conceito em criação de gado a campo – a pecuária natural. Tradição e modernidade andam juntas na Expogrande 2014. Dá só uma olhada!
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ATUALIDADE ∆
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Jorge e Mateus Os goianos Jorge e Mateus chegam a Campo Grande com seu show que é recorde de público quando o assunto é sertanejo. A dupla, que acabou de lançar o quarto DVD gravado no Royal Albert Hall, em Londres, é a atração principal da Expogrande 2014. O show é dia 30 de abril, véspera de feriado.
Bruno e Marrone A dupla veterana do sertanejo Bruno e Marrone é outra grande atração da Expogrande 2014. Com mais de 10 anos de carreira e 23 discos, a dupla de Goiás se apresenta no dia 3 de maio. Ainda na lista de shows do evento estão: Eduardo Costa, dia 25 de abril; Bruninho e Davi, lançando o novo DVD no dia 1º de maio; e a Turma da Mônica, para a curtição da criançada, que encerra a Expogrande dia 4 de maio.
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Pecuária natural ou pecuária do futuro O Dia de Campo deste ano trará um tema bastante falado: pecuária natural no Pantanal. No dia 25 de abril, o destino é a fazenda Baía Grande, de Higino Hernandes, no Pantanal de Rio Verde. In loco será mostrado o último conceito em criação de gado a campo – a pecuária natural – que produz resultados extraordinários por lá. Em sua fazenda, o produtor investe em uma criação altamente comercial de gado de corte, produzindo bezerros geneticamente superiores, tudo com monta natural e com taxa de prenhez acima de 90%, desmamando (os machos) com cerca de 350 kg. Durante roteiro de um dia será mostrado como todo o trabalho é feito por lá, incluindo os manejos sanitário e nutricional, que têm despertado a atenção do setor, já que os bezerros são desmamados e imediatamente enviados para a engorda, podendo ser abatidos superprecocemente aos 14 meses. Para os interessados, a Acrissul disponibilizará veículos para o transporte até a fazenda que fica em Rio Verde, interior do Estado.
Selos Há quatro anos, a organização da Acrissul lança, junto com os Correios, um selo comemorativo durante a Expogrande. Este ano o saudoso Eduardo Machado Metello será o homenageado, produtor rural e ex-presidente da Acrissul. Personalidades como Lúdio Martins Coelho, Wilson Barbosa Martins, Laucídio Coelho e Pedro Pedrossian já estamparam o postal.
Nova Acrissul A nova sede da Acrissul chega trazendo novos ares e abrindo as portas para inéditos projetos da associação: uma sede voltada para esportes a cavalo, o que inclui o primeiro campo de polo a cavalo civil de Campo Grande. Conhecido como o esporte da realeza (quem não tem na memória uma imagem do príncipe Charles ou de seu filho caçula, o príncipe Harry, jogando polo?), no mundo o esporte é praticado principalmente na Argentina, Inglaterra, Estados Unidos e Brasil. Por aqui, o maior centro de polo está localizado em Indaiatuba, no interior de São Paulo, com aproximadamente 400 atletas e 2 mil cavalos envolvidos no esporte. Aqui no MS o esporte é tradicionalmente praticado pelos militares em razão da forte Cavalaria – tendo conquistado três vezes o torneio nacional do Exército.
Símbolo de renovação, a nova sede será localizada na saída para Três Lagoas e tem 24 hectares. A inauguração do campo de polo está prevista para junho. O local também será montado com arena para o laço, espaço para treinos de enduro e cavalgada. E ainda: possibilitará a reintegração de jovens na Unei (Unidade Educacional de Internação), vizinha da sede, com práticas equestres. Segundo o presidente da Acrissul, Francisco Maia: “Com a potencialização dos esportes equestres, e principalmente o polo, buscamos despertar o interesse nas novas gerações para o agronegócio. Queremos envolver o maior número de pessoas nesse projeto, fazer com que nossos filhos e netos tenham uma familiaridade com bicho, com o cavalo, para que esses jovens peguem gosto pelo campo”. ∆
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Jerry Espíndola é cantor, compositor, operariano, santista e antes de tudo um apaixonado por futebol. Acompanhou bem de perto os tempos que o futebol dava show e emocionava as pessoas. Aqui ele relembra com A Gente o terceiro lugar do Operário no Campeonato Brasileiro de 77 e o jogo em que o Comercial ganhou de 1x0 do Santos com Pelé em campo. Lembranças bem vivas na memória.
Texto | Jerry Espíndola Fotos | Divulgação
Quando o futebol aqui era de verdade. Minha paixão pelo futebol começou em 1973, quando fui pela primeira vez ao Morenão com meu cunhado, Benedito de Oliveira. O jogo era Comercial x Desportiva (ES). Ele era comercialino roxo, teve o azar de o jogo terminar 0x0, e acabei não me encantando com o Comercial...
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COPA ∆
Foto | Roberto Higa
O jogo principal foi o Comercial fazendo 1x0 no Santos de Pelé no Morenão. Eu não dormi uma semana antes do jogo na expectativa de ver pela primeira vez o Rei do Futebol. Eu já era santista por causa dele. O jogo foi minha primeira grande decepção na vida...
Eu tinha 9 anos de idade e nesse ano fui a vários jogos, e alguns ficaram para sempre na minha memória. A incrível “Academia” do Palmeiras com Ademir da Guia goleando o Comercial, time da casa, por 4x0. Roberto Dinamite fazendo um gol de falta no último minuto e empatando para o Vasco. E outro golaço do Éder, ainda pelo América Mineiro, também empatando no finzinho do jogo. Momentos que marcaram o Campeonato Brasileiro de 73. Mas o jogo inesquecível foi o Comercial fazendo 1x0 no Santos, com Pelé em campo, no Morenão. Eu era santista por causa dele e não dormi uma semana antes do jogo na expectativa de ver pela primeira vez o Rei do Futebol. O jogo foi minha primeira grande decepção na vida... Gol do Gil (que em seguida jogou no Fluminense e depois na Seleção Brasileira), e ainda um pênalti batido por ele no 2º tempo e defendido pelo goleiro argentino Cejas, me fizeram sair aos prantos do estádio. Até meu cunhado, Li, que devia estar bem satisfeito com a vitória do seu Comercial, ficou sem jeito e me levou pra tomar sorvete tentando me consolar.
Foto | Roberto Higa
A partir de 1974 passei a frequentar o Morenão com meu irmão Sergio. Virei operariano roxo e vivi o glamour do futebol em Campo Grande. Craques como Baianinho, Rui, Da Silva, Toninho Guerreiro, Liminha, Cuca e muitos outros imprimiram o melhor do futebol na minha cabeça. Meu primeiro ídolo foi o Tadeu Macrine: centroavante habilidoso, comparável ao Romário. Quando estava em campo era certeza de gol e espetáculo. Mas também torci pro Comercial no Campeonato Brasileiro de 1975. Nessa época os times de Campo Grande se revezavam representando nossa cidade no brasileiro. Vi a máquina tricolor, o Fluminense de Rivelino, sofrer pra empatar aqui. O Comercial tinha um timaço em que Golê e Dante eram as estrelas. Quando se enfrentavam Operário e Comercial era sempre um jogo de vida ou morte, a gente nunca sabia o resultado que ia dar... Era sempre clássico, o Comerário.
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Mas o auge da emoção foi em 1977. A vaquinha da torcida pra comprar o goleiro Manga teve divulgação maciça nos jornais daquela época. A gente levava o dinheiro e colocava em uma urna fechada. Manga e os outros 10 jogadores formaram o time inesquecível do Operário que ganhou o terceiro lugar do Campeonato Brasileiro. Lembro até hoje a escalação de cabeça: Manga, Paulinho, Marião, Biluca e Escurinho; Edson, Marinho e Roberto César; Tadeu, Everaldo e Peri. Às vezes eu ía aos treinos e não me esqueço de quando conheci o Manga pessoalmente. Ele já veterano, com 40 anos, tirou as luvas enquanto conversava com a gente, e, junto com meus colegas, lembro como se fosse hoje, daquelas mãos enormes, com os dedos todos tortos, quebrados ao longo de sua carreira. Éramos imbatíveis, ganhamos de todo mundo em casa, até do Palmeiras de Leão e Jorge Mendonça. Na semi-final demos um sufoco no campeão São Paulo. Empatávamos no Morumbi até os 30 minutos do segundo tempo quando Serginho Chulapa, do São Paulo, fez 1x0. O segundo gol deles foi muito duvidoso, com Neca provavelmente impedido, e o terceiro gol, uma bobeira, já nos descontos. O jogo da volta, aqui no Morenão, foi uma pressão sensacional. O São Paulo todo na retranca pra segurar o resultado e ganhamos de 1X0 num jogo atípico, debaixo de chuva, carimbando antecipadamente a faixa do futuro campeão. Foi um campeonato inesquecível, a cidade parava, tínhamos público de mais de 30 mil pessoas no estádio. Levávamos apitos e atormentávamos os adversários, no estilo vuvuzela, na Copa da África. O bom futebol por aqui seguiu aproximadamente até 1984; vimos jogar ainda o craque Arturzinho no Operário e nossos times sempre davam muito trabalho para os grandes clubes brasileiros. Foi como um sonho, que infelizmente acabou. ∆
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Mas o auge da emoção foi em 1977. A vaquinha da torcida pra comprar o goleiro Manga, que foi um dos jogadores do time inesquecível do Operário, o que terminou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro.
Check up para eles
Texto | Natรกlia Charbel
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SAÚDE ∆ Fazer um check up nada mais é do que averiguar a saúde por meio de exames e analisar os resultados conforme o gênero, idade, estilo de vida e histórico familiar do paciente. Mas para os homens, a palavra não soa bem, e eles fogem. Por medo ou preconceito, eles ainda resistem em visitar consultórios médicos. Os temidos exames podem revelar doenças que os (super) homens não aceitam, isso sem falar de quando o pânico é do exame em si. Homens casados tendem a se cuidar mais, pois em geral, suas mulheres se empenham nessa missão. Amigos, 2014, século XXI, hora de mudar, não é? Afinal, estamos vivendo mais e os cuidados precisam aumentar. Não sabe por onde começar? Aqui vai uma lista de exames básicos e essenciais para vocês, os verdadeiros super homens! Hemograma - É o exame de sangue básico. Sinaliza o estado do sangue e do sistema imunológico, mostra como estão as células sanguíneas e as plaquetas. Aponta inflamações, infecções e anemias. Se você não sabe por onde começar, aqui está o número 1. Colesterol, triglicérides e glicemia - Avaliam a concentração de gorduras e açúcares no sangue. Altos níveis de colesterol e triglicérides favorecem as placas capazes de obstruir os vasos – esses exames fazem parte da prevenção de doenças cardíacas. Já a medida da glicose acusa a propensão ao diabetes. Na entrada da idade adulta, precisam ser feitos ao menos uma vez e o prazo para repeti-los pode variar. Depois dos 40, a frequência deve ser anual. Eletrocardiograma e teste ergométrico - Consegue avaliar riscos cardiovasculares. Dependendo do histórico do paciente, podem ser solicitados ainda na casa dos 20 anos, mas após os 40 tornam-se obrigatórios e anuais. Os dois conseguem apontar a presença de entupimentos nas artérias, que antecedem ataques do coração. Ecocardiograma – É o ultrassom do coração. Assim como o eletrocardiograma, pode ser prescrito na juventude, e torna-se essencial a partir dos 40. O exame consegue averiguar a capacidade de contração do músculo e válvulas cardíacas. Deste modo, é possível estar alerta para potenciais disfunções. Sorologias – Até há algum tempo, esses exames só eram pedidos a pacientes dos ditos “grupos de risco’. Hoje, as coisas mudaram, o termo não existe mais e todos os check-ups devem conter exames para a detecção das principais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
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Específicos PSA e Toque Retal - O PSA é um exame de sangue que funciona como um indicador de doenças na próstata. O segundo, e mais temido, consiste na avaliação da glândula por toque. Devem ser feitos a partir dos 40, todos os anos. Pacientes que possuem casos de câncer de próstata na família precisam fazer os primeiros exames por volta dos 35 anos. A combinação desses dois exames é a melhor maneira para diagnosticar o câncer de próstata em fase curável e o crescimento anormal da glândula. É indolor e rápido. Colonoscopia - O exame pode detectar transformações da mucosa do intestino que podem evoluir para um câncer. Deve ser feito a partir dos 50 anos ou mais cedo se houver casos de câncer de intestino (o terceiro mais fatal entre os homens) na família. Entre os principais fatores de risco estão a idade, o consumo de álcool e cigarro, uma dieta deficiente em fibras e com alto nível de gorduras. Pneumologia - Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisilogia (SBPT), “o câncer de pulmão não é o mais prevalente em homens, mas, certamente, é o que mais mata, por ser um tipo mais agressivo”. Por isso, quem é, ou foi fumante, precisa se consultar com um pneumologista todos os anos, já que o risco da doença persiste mesmo após o abandono do fumo. Homens que passaram dos 60 devem ir ao especialista quando forem vítimas de gripes ou resfriados, pois o risco de pneumonia é maior.
“O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se – basta a simples reflexão.” Machado de Assis
Além disso, é necessário com frequência: • Aferir a pressão arterial; • Exame de urina que detecta infecções; • Exame auditivo para a averiguação de alguma perda auditiva; • Exame de pele que analisa a existência de pintas ou manchas suspeitas que possam estar ligadas a alguma doença cutânea ou até mesmo ao câncer de pele. ∆
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Liberação tecidual funcional.
Você conhece? Texto | Natália Charbel Foto | Lucas Possiede
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beleza ∆
Você já ouviu falar de Liberação Tecidual Funcional? Pois é, até pouco tempo atrás, nós também não. A fisioterapeuta Flávia Cerdeira da Body Shape Centro de Estética nos explica que “esta técnica é baseada nos conceitos da Terapia Manual, em que se aplica uma tensão mecânica sobre o tecido conjuntivo que responde modificando sua estrutura”. Isso te lembra a drenagem linfática? Então, qual é a diferença entre a LTF (já ficamos íntimas) e a drenagem linfática?
“Elas são terapias com ações e indicações em diferentes tecidos e sistemas do organismo. A drenagem linfática, como o próprio nome diz, tem ação sobre o sistema linfático e venoso, e é indicada sobretudo para edemas e déficit de circulação. Já a LTF tem ação sobre o tecido conjuntivo, e é indicada para o tratamento de fibroses e aderências no pós-operatório de cirurgias plásticas e no tratamento da celulite”, conclui Flávia. A técnica é incrível nos pós-operatórios de cirurgias plásticas. Mesmo porque, a gente sabe, o resultado dessas intervenções depende não somente da habilidade do cirurgião, mas também de um tratamento pós-operatório adequado. “A liberação tecidual funcional irá prevenir a formação de fibroses excessivas, e tratar as fibroses já existentes e as aderências, pois apesar das técnicas inovadoras, a cirurgia gera um trauma mecânico nos tecidos, e quando não é feito um pós-operatório adequado, o resultado pode gerar insatisfação no paciente e no cirurgião”, completa a fisio. O objetivo do tratamento é conduzir melhor o processo de cicatrização e desestimular situações que incentivam a formação de fibroses. É como se a LTF causasse uma reorganização dos tecidos, garantindo assim melhores resultados estéticos e funcionais por meio da tensão mecânica correta nos locais que sofreram a intervenção cirúrgica. Quando começar? Após o paciente ser liberado pelo cirurgião, ele deve procurar um fisioterapeuta dermato-funcional, que é o profissional responsável pela reabilitação dos tecidos lesados pelo ato cirúrgico. Outro ponto importante destacado por Flávia: “Durante o tratamento, não se deve utilizar nenhum aparelho, pois eles estimulam ainda mais o tecido em cicatrização”.
A LTF tem ação sobre o tecido conjuntivo e é indicada para o tratamento de fibroses e aderências no pós-operatório de cirurgias plásticas e no tratamento da celulite.
Os resultados aparecem logo, e já nas primeiras sessões é possível perceber uma melhora na fibrose e na celulite. A aplicação é feita de 1 a 2 vezes por semana ou de 15 em 15 dias de acordo com cada paciente. Para finalizar, Flávia é categórica: “É importante enfatizar que, tão importante quanto a escolha de um cirurgião plástico, é a escolha de um fisioterapeuta dermato-funcional especializado, pois a fibrose tem solução e pode ser evitada”. ∆
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HITS DE BELEZA ∆
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Nós d’A Gente e a fisioterapeuta Flávia Cerdeira escolhemos produtinhos super bacanas para dar aquela força ao seu tratamento. Cremes redutores, firmadores e modeladores, além das amadas cápsulas de beleza. Afinal, uma ajudinha nunca é demais! Texto | Natália Charbel
1- Rennovee Cellulisolutions Anti Celulite | Nutrilatina: Além de combater a celulite, reduz o aspecto casca de laranja e ativa a microcirculação. As cápsulas ainda diminuem a retenção líquida e dão um up na quebra e eliminação de gorduras. Para completar, evitam o depósito de novas células adiposas. R$79
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2- Cellu Metric | Vichy: A combinação de dois sachês que agem diuturnamente. Durante o dia, a cafeína e a rutina inibem o estoque de gordura, e à noite, a cafeína é combinada ao manganês, o que solta as fibras que causam os temidos furinhos. (sachês para 14 dias). R$ 99 3- Anticelulite Cellulilaser Slim Code | Bitherm: Super completo para atacar a celulite de todas as origens. Sua fórmula contém cafeína e gingko que queimam gordura, erva-mate e café verde que evitam o armazenamento, e lotús sagrada que impede a produção de novas células de gordura. R$214 4- Celluli Laser Intensive Night | Biotherm: Possui biopeeling que estimula a renovação celular e suaviza o aspecto da celulite. É só aplicar à noite massageando vigorosamente e caprichando nas zonas críticas. R$ 209
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5- Creme Reduxcel para celulite e gordura localizada | ADCOS: Potencializa os tratamentos corporais e estimula a queima de gordura localizada. Melhora a flacidez e o contorno corporal. R$134
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6- Bliss fatgirlsixpack: Queridinho das famosas, criado para tonificar a região do abdômen. O aplicador embutido é projetado especificamente para massagear a fórmula em sua pele, garantindo resultados impressionantes. R$134 7- Lift Minceur Haute Definition |Clarins: Contém um complexo de plantas que combate o inchaço. E a cafeína, aliada a uma dose de fosfolipídios do girassol, dobra os efeitos da planta. É um sucesso. R$225
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A felicidade e a saúde são incompatíveis com a ociosidade. Aristóteles 78 | ABRIL 2014
Texto | Natália Charbel
FITNESS ∆ Parece que de uma hora para outra todo mundo virou adepto dos treinos funcionais – nas academias só se fala (e pratica-se) esse treino, as famosas musas do fitness no Instagram postam diariamente (e várias vezes por dia) vídeos e fotos dos exercícios que praticam. Todo mundo adora, sabe tudo, e nós, alguns meros mortais ficamos com cara de: o que eu perdi? Afinal, o que é esse treino e por que ele é o queridinho do momento? A personal trainer Eliana Viera explica: “O treinamento funcional é dinâmico, divertido e garante excelentes resultados.” E por que faz tanto sucesso? “A razão principal é que ele quebra a rotina de exercícios convencionais, que são mais parados, e em alguns casos monótonos. É um método que explora e trabalha habilidades motoras que usamos para executar tarefas diárias, como: correr, saltar, agachar, sentar, levantar com o objetivo de melhorar a performance, o equilíbrio muscular e a qualidade de vida de quem pratica o exercício”, garante Eliana.
Treino funcional... Funciona?
E essa é uma das vantagens que a personal destaca: “A melhora da qualidade de vida acontece pois o treino facilita a execução de atividades diárias; o método ainda trabalha o corpo de forma completa, pois os exercícios são multiarticulares, isso sem falar no trabalho de core, musculatura de sustentação do movimento”. Quer emagrecer? Eliana garante que este é o caminho certo: “O gasto calórico é elevado porque o treinamento funcional solicita um grande recrutamento muscular e também há o aumento da frequência cardíaca que otimiza o gasto calórico durante e pós exercício”. Esse treino nada tem a ver com movimentos mecânicos e monótonos, pelo contrário, é super orgânico. Então, rapidinho virou a opção de quem odeeeeeia musculação e exercícios mais tradicionais. O método também é eficiente na prevenção de lesões, é ótimo para o sistema cardiovascular e ainda define. Que maravilha! E aí, será o fim da musculação e seus halteres? Não. A musculação ainda é a melhor opção para quem busca hipertofria e esse não é o alvo do funcional. A prática tem a vantagem de trabalhar grupos musculares de forma isolada, ou seja, é mais específico. E claro, tem seus adeptos ferrenhos. Se você se animou e quer começar um treino funcional, boa notícia: “Não existe restrição para a prática, o profissional irá adequar a sequência de exercícios, sempre respeitando a individualidade biológica do praticante”. Como em quaisquer exercícios, antes de começar é preciso alguns exames e a liberação médica para a prática. E claro, “procurar profissionais qualificados e academias especializadas”, finaliza Eliana. ∆
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Shakes vilões ou mocinhos?
Texto | Natália Charbel
80 | ABRIL 2014
NUTRIÇÃO ∆
Há algumas semanas, o Brasil se surpreendeu com uma garota que perdeu o movimento das pernas devido ao uso abusivo de shakes. Desde então, o alimento voltou às manchetes. E a partir daí, começaram muitas especulações. Os shakes foram de “salvadores da pátria” a vilões. Para esclarecer nossas dúvidas, convidamos a nutricionista Claudia Stela Gonzaga, que nesta entrevista exclusiva nos conta: O que tem de bom nos shakes?
Logo de início gostaríamos de saber: existem, realmente, shakes de boa qualidade e que dão bons resultados? Sim, há shakes de boa qualidade. Existe uma Portaria de Nº 30, de 13 de janeiro de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde, que regulamenta o desenvolvimento de produtos destinados a serem usados como substitutos de refeições. Os shakes, quando produzidos de acordo com esse regulamento, apresentam bons resultados no emagrecimento. Mesmo assim, não devem ser usados por períodos longos. Por isso a importância do acompanhamento nutricional para inseri-lo dentro de um novo hábito alimentar. Como reconhecer um bom produto? O que ele deve conter em sua fórmula? Recomendo que se compare a informação nutricional do shake com o que recomenda a Portaria. Outra forma é selecionarmos produtos com maior variedade de alimentos de bom valor nutricional, como linhaça, chia, quinoa, aveia, e menor quantidade de corantes e conservantes. Além disso, é preciso que contenha as 12 vitaminas e 11 minerais recomendados. Para isso, é importante ler o que descreve a embalagem, os itens devem estar descritos em ordem decrescente de quantidade. Alerto meus pacientes a não adquirirem os que contêm muito carboidrato (mais de 60% da energia oferecida na porção) e pouca proteína e gordura. Alimentos com essas características favorecem elevada perda de massa muscular e desenvolvem compulsões alimentares.
Quais os principais problemas que o uso indiscriminado de shakes pode causar? Como não estimulam a mastigação e tem sabor doce, podem desenvolver compulsões alimentares. Por levarem a uma ingestão calórica muito baixa, existe a chance de acontecer uma redução no metabolismo basal, perda acentuada da massa muscular, mudanças bruscas no humor, e podem favorecer o desenvolvimento de transtornos alimentares como Anorexia e Bulimia Nervosa. Em que casos você indica o consumo? Quando é legal substituir uma refeição por eles? Quando não é possível fazer uma refeição, ou seja, na correria do dia a dia, é melhor ingerir um shake do que passar mais de 4 horas em jejum. Também prefiro que meus pacientes bebam bons shakes do que se alimentem em fast-foods. Para quem insiste em usá-los todos os dias, existem regras que não podem ser esquecidas? Principalmente a necessidade de ser acompanhada por um profissional competente, pois a saúde não tem preço. É mais barato preservá-la e emagrecer com qualidade do que conviver com os prejuízos físicos e emocionais gerados pelo efeito sanfona e suas implicações. Não estou apoiando a obesidade, mas prefiro que meus pacientes estejam um pouco acima do peso, felizes e saudáveis, do que magros, frustrados e com a saúde afetada. ∆
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bacalhau e CAMARÃO DELÍCIAS DA PÁSCOA, MUITO ALÉM DO CHOCOLATE
Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
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GASTRONOMIA ∆
Escalopes de lombo de bacalhau com creme de espinafre, batata e camarão. Ingredientes
Famoso pelos deliciosos pratos de bacalhau, o Teté Bistrô, do chef Teté Rahe, há alguns anos é sinônimo de excelente gastronomia. Publicitário por formação, Teté brinca que a afinidade com a culinária vem desde os tempos de faculdade em São Paulo, quando cozinhava pratos de estudante, como o clássico arroz, bife e batata frita. Mas foi quando retornou ao cerrado que realmente se aperfeiçoou na cozinha. Sua mãe abriu o restaurante Tasciana, onde Teté ajudava tanto na cozinha quanto no salão. E aí foi questão de tempo até que ele e a esposa Cláudia resolvessem abrir o famoso Teté Bistrô, em 2007. Lá, o cardápio foi todo elaborado por ele, que garante: “Para criar e harmonizar um bom cardápio é preciso um longo período de pesquisa e, além de tudo, nossos pratos são trocados de três em três meses, trazendo sempre novidades.” Já sobre o bacalhau, ele revela que o segredo do sucesso é simples: “Produto bom faz comida boa e de qualidade, assim eu trabalho no meu restaurante, tenho um super cuidado com todos os produtos.”
Pr’A Gente ele criou um bacalhau especial, que a partir de abril estará no menu do restaurante, feito com creme de espinafre, batata e camarão gratinado – esquentando o clima da Páscoa. É de dar água na boca.
3 kg de lombo 2 potes de 300 ml de creme de leite fresco 2 potes de requeijão de qualidade 200 gramas de parmesão 1/2 kg de batata bolita 1kg de camarão para molho 2 maços de espinafre ou pode ser dois pacotes do congelado sal a gosto azeite 2 xícaras de farinha de trigo 4 dentes de alho
MODO DE PREPARO Preparo do Bacalhau Limpe bem o lombo e reserve-o em um recipiente com água bem gelada (com gelo) por 72 horas. Troque a água nas primeiras 24 horas de quatro em quatro horas. *Se o bacalhau for dessalgado é só limpar bem o lombo e cortar em escalopes. Quando o bacalhau estiver pronto, deixe descansar no azeite com quatro dentes de alho por cinco horas (cobrir totalmente os lombos com azeite). Depois deixe escorrer em uma peneira. Quando estiver bem sequinho, coloque em uma bacia duas xícaras de farinha de trigo e empane o bacalhau de uma maneira que fique bem encapado. Depois coloque uma colher de sopa de azeite em uma frigideira e grelhe os escalopes. Em uma panela, refogue o camarão por cinco minutos Creme de espinafre Em um pote coloque o espinafre com o creme de leite e requeijão, sal a gosto, acrescente o camarão já refogado e misture até obter um creme bem homogêneo. Montagem Em um pirex para ir ao forno, coloque uma camada do escalope, depois as batatas bolitas descascadas e no final o creme de espinafre com o parmesão para ser gratinado. Assar no forno a 180 graus por 30 minutos. Boa Páscoa e bom apetite.
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A GENTE EM CASA ∆
Casa avant-garde Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
Com 30 anos de idade e oito de profissão, o arquiteto Alex Nogueira é hoje o dono de uma das casas mais comentadas da cidade. O projeto é todo dele, do desenho, passando pelos móveis até a escultura que fica no jardim, pensado em parceria com a paisagista Gisele Nogueira Yallouz.
Por ser um projeto ousado, a impressão que fica é que ele teria olhado para criações super contemporâneas, mas, surpreendentemente, uma de suas inspirações veio da infância na fazenda. “É uma coisa engraçada. Eu cresci em fazenda e, mesmo sem perceber, fiquei tentando resgatar algumas coisas do passado, como essa grama enorme e a calçada de tijolinhos que coloquei aqui fora, que é a mesma calçada da casa da fazenda onde eu cresci”. Outra característica de rusticidade é a mesa de madeira maciça ao fundo, que foi desenhada por ele.
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O lugar é um loft, todo interligado. Com a ajuda do imenso fundo gramado, a casa de cerca de 50 m2 torna-se ampla. “Tentei casar tudo o que eu queria com o espaço. Por isso é tudo integrado, para dar a sensação de amplitude”.
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Professor de arquitetura da UFMS e da UCDB, Alex conta que a parte mais gostosa de todo o projeto foi o processo criativo. “Eu levei seis meses para desenhar a casa. Eu mudava tudo, toda hora”, admite. Já a construção demorou três anos: “Quando eu fui construir, não tinha todo o dinheiro que eu gostaria para tirar tudo do papel do jeito que eu imaginei”. Mas com um pouco de paciência a casa ficou do jeitinho que o arquiteto queria: acolhedora, simpática e moderna. De tão gostosa, nem deve dar vontade de sair da casa, não é mesmo? “Olha, às vezes não dá mesmo...” A gente imagina! ∆
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achados de casa ∆
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OUTONO em casa Por | Priscilla Marques Foto | Lucas Possiede
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6 O clima mais ameno é um convite para alguns momentos dentro de casa... E para acompanhar uma leitura, nada melhor do que uma poltrona, algumas almofadas, e ter ao lado uma xícara de chá e um pedaço de bolo. Esses são itens que fazem parte do cenário de um final de tarde relaxante. 1. abajur – Fornari; bule – Santa Graça; vaso de prata maior – Monalisa; vaso de prata menor - Le Lis Blanc; vaso usado como apoio para passarinho – Le Lis Blanc; passarinho e suporte para bule - peças de acervo pessoal; planta artificial - Matiz • 2. prato para bolo – Alameda; talher "vintage" – Alameda; guardanapo de coquetel - Matiz • 3. pegador para açúcar - Casa Tua; peça usada como suporte para açúcar - Le Lis Blanc • 4. xícara – Monalisa; prato usado como suporte para xícara - Santa Graça • 5. almofadas, poltrona e manta - Fornari • 6. garden seat - Fornari; mesas laterais - Camélia; flores artificiais - Matiz • 7. bandeja de prata - Casa Tua; peça para bolachas - Santa Graça; peça usada como suporte de flores - Santa Graça; vaso prata – Monalisa; mini açucareiro de prata - Erva Doce Preços sob consulta.
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PUBLIEDITORIAL ∆
Nova Patisserie Firula's Café Fotos | Alexis Prappas
Como surgiu a ideia da confeitaria do Firula’s e como vai funcionar? O projeto surgiu da necessidade de ampliar as opções de doces e sobremesas oferecidas aos clientes. Fomos buscar no mercado uma profissional que pudesse trazer essas delícias para nossas vitrines e cardápios. Outra novidade super legal é que, além de atender nossas lojas, nossa produção de confeitaria poderá atender encomendas, levando o sabor do Firula´s aos eventos, aniversários e festas. E quais são as novidades do cardápio? Bom, teremos vários produtos como quindim, mini pudim, cupcakes de vários sabores, bolos, trufas, tortinhas de morango, limão e nozes. E por que a escolha da chef Priscila? Priscila tem um grande conhecimento e é apaixonada pelo que faz. Isso fez com o que o Firula´s a trouxesse para fazer parte do nosso time. E esse passa a ser nosso grande diferencial de agora em diante, uma equipe de profissionais disposta a fazer o melhor para nossos clientes.
Além de ser um dos cafés mais charmosos da cidade, e ter um dos cardápios mais saborosos, o Firula’s Café incrementou ainda mais suas gostosuras. Acaba de contratar uma chef de patisserie, Priscila Mendonça. Com a chegada da chef, o café amplia suas opções de doces e sobremesas, com deliciosas – e lindas! – tortinhas de limão e morango, cupcakes, bolos, bombons e muito mais. Para saber das novidades, confira o bate-papo com Carlos Batalha, proprietário do Firula’s.
Como assim? Por exemplo, já contamos com o Ricardo Cher, nosso chef de cozinha do Shopping Campo Grande, que tem uma grande experiência, tendo trabalhado inclusive com o grande Alex Atala. Temos profissionais competentes à frente de nossas lojas, gerenciando. Inclusive com experiência internacional. E logicamente temos uma equipe de retaguarda que cuida de todos os nossos controles, seja de estoque ou administrativo, o que nos dá possibilidade de buscar novos desafios. Montamos um time que é muito difícil achar igual. E qual é o prato mais pedido no Firula’s? Na realidade, tudo vende muito no Firula’s, e isso nos orgulha. Como o lugar se tornou um bistrô com o passar do tempo, temos investido em tecnologia para que nossa cozinha mantivesse o alto padrão de qualidade – é só conferir o nosso prato com salmão. Hoje, ele é um dos pratos mais solicitados no Firula´s, tanto no almoço quanto no jantar. Vale a pena conferir. E como diretor, qual é a sua prioridade? Tenho várias prioridades, mas vou citar três principais: produtos de alta qualidade; time treinado, comprometido e apaixonado pelo que faz; e inovação sempre.
Rua Euclides da Cunha, 1.102 - Jardim dos Estados - 67 3326.8691 Shopping Campo Grande Avenida Afonso Pena, 4909. Loja 2019 - 67 3043.4497 Shopping Bosque dos Ipês - Livraria Saraiva Av. Cônsul Assaf Trad, 4634 - 67 3358.2800
90 | ABRIL 2014
ids Texto | Ana Laura Azevedo
A Páscoa vem aí e os pimpolhos vão à loucura com a avalanche de chocolate por todos os lados. Seguem algumas dicas para curtir os filhos e fugir do apelo açucarado… O coelho é o personagem principal da festa, então está aberta a temporada. Que tal aproveitar para ensinar mais sobre o que os coelhos comem? Montar lanchinhos com direito a orelhas de pelúcia pode ser uma ótima saída. Servir cenoura, ervilha, rabanete, brotos e algumas frutas. Vale até comer roendo. Toda criança sabe: coelho pula! Um pouco de atividade ao ar livre para exercitar as pernas vai bem. Corrida do saco, amarelinha, cama elástica, o importante é se divertir muito enquanto pula. Sessão nostalgia. Uma rodada de filmes e desenhos com os coelhos que eram famosos na sua infância pode ser um bom momento com os pequenos de perna pro alto, no sofá. Se eles quiserem, permita que lhe apresentem os coelhos que são famosos pra eles também. Presentinhos: Para os bem pequeninos: nada como ter um bicho fofo ao alcance do seu abraço. O Sansão de pelúcia garante o sorriso das crianças. Numa loja de brinquedo próxima a você. Para quem está aprendendo a ler, os livros do Peter Rabbit, da inglesa Beatrix Potter, sempre são um bom presente. Apesar de terem mais de um século, as aventuras do coelhinho travesso ainda encantam adultos e crianças. Para os maiorzinhos: Rabbids Big Bang! A franquia francesa Raving Rabbids garante a diversão. O jogo que não deixava ninguém parado no Wii agora invadiu os smartphones. Coelhos alucinados fazendo as atividades mais malucas possíveis. Para pensar: os encantadores mini coelhos, do mini holandês ao hotot, são ótimos bichos de estimação. Mas antes de adquirir um animal, informe-se sobre suas necessidades. Eles podem durar até dez anos e precisam de donos dedicados. Todos juntos por uma Páscoa consciente.
92 | ABRIL 2014
A febre do longboard não para de crescer e promete marcar mais uma geração. Meninos e meninas se reúnem para dar rolezinhos nos parques da Capital com seus skates compridos, longe da imagem marginalizada dos skatistas de antigamente.
Nascido no começo dos anos sessenta, o longboard é uma combinação de surf com skate, e ganhou fama no mundo com as corridas de velocidade e descidas de ladeira. Contudo, a nova geração usa-o como meio de transporte e, principalmente, para o cruising, um passeio com ar de paquera, mais conhecido por nós como rolê. As meninas dominam as pistas e calçadas. As pranchas medem de 84 a 150 centímetros e podem apresentar cinco formatos diferentes, cada qual para uma prática específica. Hoje existe até uma modalidade chamada dancing, isso mesmo, dancinhas sobre o skate, super divertido mas requer bastante habilidade. Adolescentes estão vidrados no esporte e lifestyle: viver a vida intensamente com os amigos, o foco é ser feliz. Onde achar na cidade? Lojas Centauro e Krashkt • www.centauro.com.br • facebook.com/krashskt
Texto | Ana Laura Azevedo
Longboard
Você sabia... ...que a FARM, marca carioca, fez no ano passado uma web serie chamada “Até o por do sol” com uma turma de meninas feras no long? As participantes faziam parte do projeto conhecido como Longboard Girls Crew, que segue de vento em popa. Este ano elas já lançaram um filme chamado Endless Road sobre a viagem do grupo à Espanha. Corre pra conferir.
94 | ABRIL 2014
96 | ABRIL 2014
Lombard Street
CADERNO DE VIAGEM ∆
São Francisco Muito mais que um ponto de partida para os roteiros de quem vai viajar pela famosa costa da Califórnia, pela Highway 1, São Francisco é uma cidade que merece alguns dias inteiros dedicados somente à ela, para poder conhecer um pouco mais desse lindo lugar ao lado do Vale do Silício. Texto e fotos | Regina Almeidinha
Não sei o que encanta mais por aqui, se a bela arquitetura de suas casas em estilo vitoriano, os cable cars, os lendários bondinhos que funcionam muito bem até hoje, sendo ótima opção para explorar os pontos turísticos, ou toda a alegria de sua diversidade cultural.
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Como o melhor lugar para hospedar-se, sem dúvida eu indicaria a região de Union Square: além de ser onde se concentram as melhores lojas para compras de artigos de luxo como Goyard, Prada, Neiman Marcus, Saks, Apple, é lá também o ponto de partida dos bondinhos, no encontro da Market com a Powell Street. Uma dica super turística para quem visita a cidade, indispensável para constar no álbum de fotografias, é a paradinha para fotos na rua mais sinuosa do mundo, a Lombard Street, uma ladeira com 8 zigue-zagues, lindamente florida. Outro ponto muito turístico que vale uma visita é a região do Fisherman’s Wharf e Pier 39. Caminhar por lá em um dia ensolarado, apesar da multidão, é até divertido. Não deixe de dar uma paradinha para um café na Boudin Bakery, com seu pão artesanal inesquecível... Se estiver disposto, continue caminhando até a região de Embarcadero, para visitar o Ferry Building Market Place, uma linda construção que antigamente era uma estação de balsas e agora, restaurada, abriga uma variedade de lojinhas gourmets e interessantes restaurantes, como o vietnamita The Slanted Door, com linda vista da Bay Bridge. Como a Califórnia é famosa por sua produção de vinhos, lá você encontrará também algumas Tasting Rooms, lugarzinhos charmosos e concorridos feitos para se conhecer o que há de melhor das safras da região. Para completar a caminhada, explorando um pouco mais São Francisco, acrescente alguns passeios pelo Mission District, cheio de bares, restaurantes e muito agito. Vá também ao bairro que é reduto dos hippies, Haight-Ashbury. O melhor skyline da cidade você conhecerá ao fim do dia na Alamo Square, com seu charmoso conjunto de casas vitorianas.
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Golden Gate Bridge
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Mas o passeio imperdível que indico, fiz com minha família e todos adoraram, é o de bicicleta, saindo do Fisherman’s Wharf até Sausalito, atravessando a famosa ponte vermelha Golden Gate, cartão postal da cidade. É uma programação intensa, que dura o dia inteiro, programe-se para sair às 8h da manhã, torcendo para que o dia esteja claro, sem o nevoeiro característico, para que se possa ter os melhores ângulos da ponte bem nítidos; um dos melhores pontos para fotografar é desde a praia de Crissy Field (ou então do outro lado na Baker Beach, um pouco mais distante e fora da rota para Sausalito). Tudo é bem sinalizado, um trajeto tranquilo para todas as idades, mas vá preparado com um bom casaco corta vento – mesmo no verão o frio ao cruzar a ponte é intenso e o vento muito forte.
Foto divulgação | casas vitorianas na Alamo Square
Ao chegar em Sausalito, nada melhor do que um almoço com as delícias orgânicas cultivadas na região, como no aconchegante italiano Poggio, anexo ao hotel Casa Madrona. Depois de dar uma circulada pelo centrinho, volte de balsa para São Francisco, e aproveite para descansar da longa pedalada. Inclua também em seu roteiro uma visita ao Palace of Fine Arts, uma construção de 1915 que permanece bem cuidada até hoje, um lindo cenário para uma caminhada ao final da tarde. (Anexo a ele ficava o Exploratorium, um museu interativo de ciências voltado para crianças, que agora está instalado no Pier 15.) Depois dê uma esticadinha até o Museu de Arte Moderna.
Union square
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São Francisco foi uma destas boas surpresas de viagem, quando uma cidade está incluída no seu roteiro, mas não se espera muito dela: alegre, cultural, bonita e bem conservada. Merece, no mínimo, três dias inteiros para poder explorar sem muita correria, um pouco de tudo o que ela oferece. Não há voos diretos do Brasil, mas a partir de Miami existem várias opções de horários. A melhor época para visitá-la é o verão, mas venha preparado com roupas quentinhas, esfria muito ao anoitecer. Eu adorei, vale conferir. ∆
Turismo de ponta Texto | Ana Laura Azevedo Fotos | Divulgação
Nem só de Copa do Mundo é feito o Brasil em 2014. Em abril, nosso Estado recebe o maior evento mundial de ecoturismo, um ano após Bonito ganhar o prêmio de melhor destino para turismo responsável. Orgulho pra dar e vender. A cidade de Bonito recebe este mês a 8ª Conferência Anual de Turismo e Ecoturismo Sustentável (ESTC), um movimento internacional que busca soluções práticas para a sustentabilidade no turismo. Serão mais de 600 profissionais de 50 países no encontro. Os participantes terão a oportunidade de debater com os maiores especialistas do mundo em questões sobre ecoturismo, sustentabilidade, o potencial do turismo agregado ao valor econômico e a contribuição das comunidades locais na preservação do meio ambiente. “Sediar um evento deste porte transformará o destino em uma vitrine internacional do ecoturismo”, conta Eduardo Coelho, presidente do Instituto das Águas da Serra da Bodoquena, proprietário do Recanto Ecológico Rio da Prata, Lagoa Misteriosa e Estância Mimosa.
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ATUALIDADE ∆
A região da Serra da Bodoquena e arredores tem sido destaque mundial nos últimos anos por conseguir tirar do papel projetos importantes, resultado do trabalho afinado entre o poder público e a iniciativa privada. Eduardo afirma que “mostrar as boas práticas realizadas por aqui para um público interessado em disseminar a importância do ecoturismo como ferramenta de conservação ambiental será essencial”. São empreendimentos como o Voucher Único, que controla a capacidade de visitação nos passeios, a fim de manter o equilíbrio, que elevam a região a destaque ecológico e a levaram a ganhar o prêmio de melhor destino para turismo responsável no ano passado. Este exemplo pode ser considerado um resumo do que buscam os organizadores do evento. O encontro é gerenciado pela Sociedade Internacional de Ecoturismo (TIES), organização não governamental fundada em 1990, que reúne todo tipo
de profissionais relacionados ao turismo ecológico e busca firmar padrões de qualidade na área. Hoje o grupo é a vanguarda dos modelos de ecoturismo e lidera os esforços para tornar o turismo uma ferramenta viável para a conservação.
A Conferência prioriza aprimorar a qualidade dos serviços prestados aos turistas ao redor do globo, enquanto poupa o planeta na mesma proporção. Empresários, representantes dos destinos, políticos, pesquisadores, todos estarão reunidos em busca de promover o ecoturismo e alcançar objetivos nobres, que vão desde a conservação de áreas naturais até a melhora da qualidade de vida das comunidades locais – incluindo arquitetura sustentável. É a primeira vez que recebemos um evento deste porte no Brasil. Bonito e região são a prova de que, com empenho, tudo é possível. ∆
ABRIL 2014 | 103
EDITOR CONVIDADO ∆
Fábio Castro
Texto | Júlia de Miranda Fotos | Lucas Possiede
Responsável pela iniciativa das feiras de vinil na Capital, Fábio Castro é um cara que vive no meio de muita música e cultura. Empresário, DJ, radialista e sonoplasta, o paulista de Ribeirão Preto há três anos vive em Campo Grande e dirige a Touché Camisetas, marca que existe desde 2012. A Touché, que agora tem espaço fixo na cidade, é também um ponto de encontro cultural com happy hour, discotecagem, móveis alternativos e um visual pra lá de criativo. Com o codinome DJ Modesto Seletor, participa do coletivo Turma do Groove de Ribeirão Preto/SP, que agita a cena com o melhor da black music de todos os gêneros. Nesta edição, Fábio é o nosso editor convidado e apresenta dicas que vão ser um verdadeiro achado pra quem curte o velho e bom vinil.
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Discos da vida Jorge Ben - África Brasil, de 1976, que me remete à infância. Lembro do meu pai sempre escutando nos almoços de domingo. Wu-Tang Clan - Enter The Wu-Tang 36 Chambers, lançado em 1993, com certeza foi um disco que fez parte da minha juventude, tanto nas festas do centro de SP quanto nas pistas de skate. PJ Harvey - Dry: o ano era 1992, e eis que ouço em um inferninho na rua Augusta a faixa "O Stella". Pensei com os meus botões: “é desse rock que eu gosto!”. Stereolab - Dots and Loops: grupo franco-britânico que me introduziu à música eletrônica; escutar Stereolab é uma experiência rítmica, tem em sua sonoridade uma forte influência da Bossa Nova, Krautrock e do pop dançante dos anos 60.
Melhores toca-discos e vitrolas Gramofone Texas é um toca disco bem retrô com USB, MP3, CD, Rádio e Vinil, com ótima qualidade de som. Outra nova onda nos EUA e na Europa são os toca-discos personalizados, acessando o site você pode montar o seu: http://makezine.com/2008/03/20/custom-turntables/.
Pra comprar e garimpar Baratos Afins é uma das lojas pioneiras a vender vinil de raridade, situada nas Grandes Galerias no Centro de SP. http://www.baratosafins.com.br/ Locomotiva Discos é uma loja especializada em vinil de vários gêneros, tem muito LP importado com um preço razoável. http://www.locomotivadiscos.com.br/index.html Feira de discos SP é um mercado itinerante de venda e troca de vinil que está conquistando SP. http://feiradediscos.tumblr.com/ E para quem estiver indo pra L.A, Amoeba Music é a meca dos colecionadores, uma parada obrigatória. http://www.amoeba.com/.
Conservação do vinil Evite ao máximo colocar seus dedinhos no vinil. Pegue pelas bordas, etiquetas ou segure-o dentro da capa. Nunca empilhe seus discos, guarde-os na vertical, em pé e de preferência sem deixar espaços grandes entre um e outro. É fundamental que você esteja sempre de olho na agulha do seu toca-discos. Se muito gasta, ela pode riscar os vinis. Se não souber como verificar, leve sua vitrola até a loja de discos mais próxima e peça para darem uma olhada.
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DANÇA ∆ Marcos Matos, diretor do Dançurbana, grupo formado em 2002 em CG, é a prova de que a inspiração pode surgir em qualquer situação. Depois que a companhia sofreu uma acusação de plágio em 2008, surgiu a ideia de criar um espetáculo para abordar o que é ou não original dentro da dança. O nome? Plagium. “Fomos para a cena buscar respostas e encontrar novas possibilidades. A criação questiona a autoria em dança, o que é original e o que é cópia”, explica Marcos. De tão original, Plagium acabou sendo selecionado pela curadoria do Palco Giratório, projeto do Sesc que roda o país.
PlAgiUM? Texto | Tatyane Cance Foto | Lucas Possiede
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A companhia passará o ano todo na estrada a partir de abril, com apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Florianópolis, Pernambuco, Cuiabá, Fortaleza, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e muito mais. Aqui em Campo Grande, eles começam o circuito de apresentações em escolas do estado também em abril, mas em circuito comercial ainda não há previsão. Enquanto isso, dia 12 de abril, o grupo pode ser visto em cena com outro espetáculo, o Singulares, na Semana Pra Dança, aqui em CG. dancurbana.com
BIKE ∆ Apaixonado por bicicleta desde a adolescência, o sul-mato-grossense Nilson Young é daqueles que carregam personalidade o suficiente para abrir mão de um emprego estável e investir em outro por pura paixão. Assim ele criou, no começo deste ano, a Via Pedal, que é nada mais nada menos que um serviço de entrega, porém feito de bicicleta. O funcionamento é comum a qualquer delivery: a pessoa liga, ele coleta o documento, pacote ou encomenda, pedala até o destino e faz a entrega. O preço é até 30% mais barato e, segundo ele, o tempo para a entrega é o mesmo que o de uma motocicleta.
Os benefícios são indiscutíveis: a magrela é silenciosa e ecologicamente limpa. “A bicicleta é um microscópio urbano em que é possível enxergar a cidade de uma maneira diferente. É possível ver detalhes que seriam impossíveis de ver dentro de um carro. Se tornar uma pessoa mais tolerante, além de reaprender a praticar pequenos atos de civilidade, como um bom dia e um muito obrigado”. Fica a dica. ∆ Saiba mais em www.facebook.com/viapedalentrega.
Magrela fever
Texto | Tatyane Cance Foto | Lucas Possiede
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As cĂĄpsulas da tranquilidade Por que consumimos tantos ansiolĂticos? 108 | ABRIL 2014
COMPORTAMENTO ∆
A venda de Rivotril e Lexotan no Brasil cresceu 42% nos últimos cinco anos. O dado é alarmante. E sabe quem compra esses remédios? Eu, você, nossos pais, a vizinha, seu chefe e pior, nossos filhos. Tão preocupante quanto o aumento da venda dos ‘calmantes’, estão os DOIS MILHÕES de caixas de Ritalina vendidas anualmente por aqui. Texto | Natália Charbel
Por quê? Citando com maestria Cacá Diegues, Fernanda Torres escreveu em sua coluna na Folha de São Paulo: “... as drogas já serviram para escapar, e até desafiar uma sociedade repressora e moralista; mas hoje, ao contrário, elas existem para ajustar o ser humano à pressão social”. Sim, estamos nos drogando para nos enquadrar. Nos entupimos de remédios para dormir porque não colocamos o pé no freio. Trabalhar 8 horas não é mais suficiente, precisamos trabalhar 12, 14 horas, chegar em casa e cuidar de tudo. Temos que ter vida social e sexual. Temos que, temos que, temos que. Mas em alguma hora, temos que dormir, e aí, quem consegue? Eu consigo, com Rivotril. Ele com Lexotan. Me contaram uma historia de uma mãe que, desesperada porque o filho não se encaixava nos moldes escolares, pulou de médico em médico atrás de um remédio para aquela criança, até que em uma consulta virou e disse: “Mas o senhor trabalha com Ritalina?” E recebeu a resposta: “Não, eu trabalho com crianças”. Por um mundo com mais médicos que trabalhem com humanos e com mais gente sendo gente. Com defeitos, diferenças. Com gente que pinta, borda e outro que faz contas, sem nenhum ser melhor ou mais importante que o outro. Os pais tomam remédios para dormir e para que consigam descansar de uma vida em que a busca por mais não tem fim. E com medo de que seus filhos não consigam entrar nessa concorrência maluca e doente que vivemos, entregam os mesmos à Supernanny Ritalina. Afinal, eles têm de ser os melhores. Precisam se enquadrar nesse molde escolar, que cá entre nós, sabemos estar um tanto defasado. Os pais, por outro lado, quando observam que o filho não se encaixa, temem que ele fique atrasado. Que seja excluído, rotulado. Que cause aborrecimentos e dê problemas. Sem dúvidas, todas essas questões são reflexos de uma sociedade que perdeu a sensatez. Cabe aqui um parênteses, de maneira nenhuma estou discutindo, muito menos questionando receitas necessárias. Sim, existem pessoas que precisam de Rivotril, Lexotan, Ritalina, Prozac, enfim... Mas será que não estamos banalizando o uso dessas drogas?
É fácil comprar, não vamos fechar os olhos, compramos Rivotril sem receita como o adolescente compra maconha na esquina. Esse não é o momento de entrar nessa discussão; quero falar de mim, de você e, mais uma vez, dos nossos filhos. Vivemos a era de medicalização. E não é difícil entender a razão. Vivemos também a era da impaciência e da intolerância. Da falta de tempo. Nos falta tempo para dormir e para cuidar e educar uma criança. A era do consumo. E aí, o que fazemos? Compramos sono, calma, tolerância. E claro, a obediência dos nossos filhos. Ah, você não sabia que a Ritalina é chamada de “droga da obediência”? Afinal, nós queremos filhos brilhantes, inteligentes, criativos, mas claro, antes de tudo, subordinados e obedientes. Mãe, se você não consegue parar e prestar atenção a uma reunião de pais por 40 minutos, como quer cobrar atenção do seu filho? Não torça o nariz, não estou apoiando crianças sem regras, nem limites. Olhe para os lados (mesmo que seja o de dentro) e você vai entender. Estamos falando da necessidade absurda de enquadrar, encaixotar, embotar. De uma sociedade excludente. Esses remédios podem, sim, ser necessários e apresentar resultados incríveis. Com cautela, com acompanhamento, com cuidado. É o seu caso? É o caso do seu filho? Existe um livro chamado “Menos PROZAC e mais PLATÃO”. E já li por aí a frase “menos Ritalina mais Rita Lee”, que acredito não ter tomado a tal droga da obediência na infância, ou então viveríamos em um mundo sem pérolas musicais como a genial Ovelha Negra. Que tal cessar a busca pela drágea da paz e tentar, de verdade, resolver seus dilemas e questões de forma real? Mesmo porque, como você espera que o Rivotril resolva seus problemas? ∆
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AGENDA ∆
CAMPO GRANDE CINEMA 07 a 11 de abril CineMis – Mostra Dança Integrando a 8ª Edição da Semana Pra Dança, o CineMis deste mês entra no clima e exibe filmes que falam sobre o tema, entre eles, o premiado Esse Amor Que Nos Consome, do diretor Allan Ribeiro. Um filme híbrido, que mistura as linguagens de ficção e documentário e tem como elenco os integrantes da companhia Rubens Barbot, o mais antigo grupo afro-brasileiro de dança contemporânea. Alguns vídeos do acervo do festival Dança em Foco também serão exibidos. Então pra você que curte, fique ligado: É no MIS, de segunda a sexta, às 19h.
EXPOSIÇÃO Até 1º de junho Nos Caminhos Afro, de Pierre Verger A bela exposição Nos Caminhos Afro do fotógrafo francês Pierre Verge continua em cartaz no MARCO. De terça a sexta, das 12h às 18h e sábado e domingo, das 14h às 18h.
tando um repertório que navega por 22 anos de estrada da banda. Quem também marca presença no MS Canta são os douradenses do Trajeto 2 com seu pop rock. É domingo, no Parque das Nações Indígenas. Às 17h30.
12 de abril Marcão Britto – Ex Charlie Brown Jr. O ex-guitarrista da banda Charlie Brown Jr vem a Campo Grande pela primeira vez com sua carreira solo - não apenas tocando, mas mostrando pela primeira vez a sua voz. É sábado, no Hangar Live Music. A partir das 23h. 12 de abril Alex Stein (SP) e Lucas Magalhães (SP) O DJ descendente de alemão Alex Stein traz da terra de seus ancestrais a orientação natural pela música eletrônica, que o levou aos caminhos da especialização na produção musical. Já o jovem Lucas Magalhães vem ganhando destaque com sua sonoridade espacial, futurística e altamente dançante. É na Move Club, sábado, a partir das 23h.
ΩM – obracolética A exposição de vídeo instalação ΩM – obracolética utiliza diferentes recursos para apresentar uma reflexão orgânica e visual dos conceitos da existência humana. Assinada por cinco artistas: Debora Bah, Gabriel Savala, Jonas Feliz, Leonardo Copetti e Maíra Espíndola. A vernissage é dia 1º de abril, às 19 horas, no Museu da Imagem e do Som, e vai até o dia 1º de maio - de segunda a sexta, das 7h30 às 17h30.
19 de abril Projeto Hip Hop - Typá (SP) e Flávia Xexeo (RJ) Duas estrelas da black music vão agitar a pista para quem curte bom hip hop. A paulista Typá é, hoje em dia, uma das maiores referências do segmento, com uma técnica impecável. Já Flávia Xexéo toca exatamente o que o público quer ouvir. É sábado, a partir das 23h. Na Move Club.
SHOWS 06 de abril MS Canta Brasil – Pato Fu A banda mineira Pato Fu sobe ao palco do MS Canta Brasil apresen-
24 de abril a 04 de maio Expogrande Este ano a Expogrande traz os veteranos Bruno e Marrone e os recordistas de público Jorge e Matheus.
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Além de shows como Bruninho e Davi, Eduardo Costa, Turma do Pagode e o infantil, Turma da Mônica. Confira mais na nossa matéria especial. TEATRO 5 de abril Beatles4Ever A banda brasileira Beatles4Ever já realizou mais de seis mil shows. O espetáculo que eles trazem pra CG este mês conta a trajetória do quarteto britânico mais famoso do mundo, com figurinos bem realistas e até instrumentos dos anos 60. Os rapazes fazem a linha do tempo da banda que começa na fase “Beatlemania” e termina no período antes da separação. É no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. Sábado, às 21h30.
5 e 6 de abril A Cortina da Babá (Infantil) Adaptação de um texto da escritora inglesa Virginia Wolf com técnicas do Teatro de Sombra. Além dos dois dias de espetáculo, haverá uma exposição de sombras chinesas e uma oficina de introdução do teatro de sombras (4 de abril às 20h na sede do Teatral Grupo de Risco). No Teatro Glauce Rocha às 19h. 25 de abril Stand Up "Não Leve a Sério" - Maurício Meirelles O comediante e repórter do programa CQC da Band, Maurício Meirelles chega a Campo Grande com o stand up “Não Leve a Sério”. Meirelles apresentará o quadro Facebullying, que é sucesso em todo o país. No Teatro Glauce Rocha. Sexta-feira, às 21h30.
ATUALIDADE ∆
A magia está nas pessoas.
“As relações são vitais para o sucesso de tudo o que está sendo tentado na vida de alguém. Para liderar ou servir é preciso confiança e compreensão sobre a realidade do outro lado.”
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Reconhecido por ser uma autoridade quando o assunto é prestação de serviços, o norte-americano Jim Cunningham vem a Campo Grande se apresentar no Circuito de Palestras Internacionais no dia 13 de maio. O gigante da Disney, que abordará aqui o tema qualidade de atendimento, conversou com A Gente sobre a diferença dos nossos mercados e a importância de fidelizar equipe e cliente. Valorizar pessoas é preciso. Texto | Ana Laura Azevedo Fotos | Divulgação
Pós-doutorado em psicologia e formado em pedagogia, Jim transpira o que faz. Inspira pessoas a cada simples troca de informações. Ele acredita que “as relações são vitais para o sucesso de tudo o que está sendo tentado na vida de alguém”. Para liderar, ou servir, é preciso confiança e compreensão sobre a realidade do outro lado” – opinião de quem está há treze anos à frente da Mentors International Inc, trabalhando no modelo “Learn by doing” (Aprender fazendo), isso após passar outros quinze anos criando métodos de atendimento para a Disney. Sobre a metodologia de “aprender fazendo”, ele diz: “A nossa abordagem envolve colaborar com a sua equipe para projetar e implementar soluções pragmáticas. Tudo é lógica. Oferecemos orientação para fortalecer a cultura de equipe. Nosso objetivo é, por meio dos nossos conhecimentos, ajudar as organizações a adaptar estratégias e práticas de operações de negócios comprovados”. A empresa afirma que a parceria visa alcançar resultados mais felizes. Para eles é preciso reinventar o funcionário e fidelizar o cliente. Apesar do cliché, é impossível conversar com ele e não perguntar sobre seu legado na Disney. Quando entrou para a empresa em 1987, Jim era um membro da equipe de finanças. Anos depois foi convidado a fazer parte da Disney University, onde se tornou responsável por gerenciar programas de treinamento para os executivos da empresa. Era preciso reforçar a “cultura da Disney” e seu empreendedorismo o levou a criar programas de excelência em atendimento conhecidos como Disney Keys, hoje aclamados e estudados por gerentes do mundo inteiro. O sentimento de magia da Disney, devido aos seus elevados padrões de serviços têm encantado consumidores por mais de meio século. Sua cultura empresarial e estratégias de treinamento são foco de estudos porque todas as grandes empresas se questionam sobre como podem reproduzir esse encantamento para os seus clientes.
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“Em tempos de internet, as empresas precisam perceber que o cliente consegue obter o mesmo produto em qualquer lugar, logo, para voltar a algum lugar depende simplesmente de como ele se sentiu, como foi tratado.”
A nossa cultura de atendimento é diferente, o cliente e o prestador de serviço ainda são muito desvalorizados se comparados com o modelo das empresas norte-americanas. Para os gerentes de plantão, o guru afirma que é preciso ser o modelo a se seguir. “Eu descobri que há dois tipos de gestores de sucesso. Primeiro, há o 'bom gerente', a equipe tem confiança nele. Em segundo lugar está o 'grande gestor', a equipe tem confiança em si mesma. O ponto é combinar essas duas possibilidades para ter uma equipe bem sucedida. Tenha em mente que um problema de gestão não é o fato da equipe não saber o que seu gerente faz, mas sim ela saber o tempo inteiro o que o chefe está fazendo. Porque os colaboradores copiam tudo ”, diz Cunningham. Nos quinze anos de visitas ao Brasil, ele acha incríveis os caminhos pelos quais a comunidade empresarial se conduz. E mesmo ciente de que velhos hábitos são difíceis de morrer, aponta que o país cresce em estatura mundial. Ainda mensura que para um negócio despontar “deve-se ter em mente que tudo se resume a: 10% o produto, em si, e 90% o atendimento”. Esta é uma dica antiga, mas que não cai em desuso. Na verdade, em tempos de internet esta é a regra que deve ser enfatizada. As empresas precisam perceber que o cliente
consegue obter o mesmo produto em qualquer lugar, logo, para voltar a algum lugar depende simplesmente de como ele se sentiu, como foi tratado. “O mantra deve tornar-se: 'O cliente pode não estar sempre certo, mas temos de permitir que ele esteja errado com dignidade.' Deixe sua dignidade intacta e eles vão voltar. Tire sua dignidade e você nunca vai vê-los novamente”, acrescenta Jim. Durante anos se questionou sobre até onde o cliente tem razão, sempre mantendo o mesmo com as rédeas do problema. Mas hoje o cliente é mais cosmopolita, a tecnologia criou um consumidor muito mais inteligente. Assim, uma empresa deve agora ver-se não apenas como um fornecedor, mas também um educador. Não existe nada que o cliente deva saber de antemão, cabe à empresa reafirmar sempre sua política. E isso só vem através dos seus funcionários. Não existem duas pontas, apenas um elo. Esta é a tendência: valorizar pessoas. As lições de Jim têm resistido ao tempo porque são simples e se adaptam a qualquer momento de sua vida, não apenas no mundo comercial. ∆
Serviço: Palestra com Jim Cunningham, 13 de maio às 19h, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo. 114 | ABRIL 2014
ZOOM
“A Depyl Action é um novo serviço que trouxemos para Campo Grande. E parte da nossa estratégia, visando tornar esta novidade conhecida pela público, foi promover uma mídia massiva com outdoors, placas de esquinas e busdoor. E este será só o começo de tantas outras ações que pretendemos promover em parceria com a Zoom.” Maria Muniz Freire e Eduardo Castro Cunha, proprietários Depyl Action
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OUTDOOR
PLACA DE ESQUINA
BUSDOOR
no mercado
OUTDOOR
OUTDOOR
Com a reinaguração da loja Colcci no Shopping Campo Grande e a inauguração no Shopping Bosque dos Ipês, precisávamos de um veículo de comunicação com um trabalho sério, sólido e que estivesse nos quatro cantos da cidade. Imediatamente entramos em contato com a Zoom, pois a empresa agrega todos esses valores que precisávamos. Estamos satisfeitos com o trabalho e dedicação de toda a equipe Zoom. Adriana Teodoro de Oliveira Gonçalves Proprietária
A Maxi Incorporadora traz para Campo Grande um produto exclusivo, um investimento diferenciado e único no mercado: o Plaza Belmar Bussiness Meeting Hotel, um modelo de investimento em Condo-Hotéis. Pensando nisso, não podíamos fazer uma simples divulgação, precisaríamos inovar também. Partimos então para a ideia do teaser interagindo com o público. Nesse sentido, a principal estratégia foi ousar no layout, transformando a placa retangular do outdoor em um “balão” de conversa, e interagir com o público com a pergunta: “Você, dono de um hotel?” Escolhemos a Zoom porque ela tem os pontos de outdoor nos bairros mais estratégicos para nosso público. Bruna Carvalho Prado Gerente de Marketing da Maxi Incorporadora
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PERFIL ∆
Ricardo Matos satisfação em bem atender
Ricardo Matos é jovem e em 2011 assumiu o comando da renomada empresa de móveis planejados e ambientes personalizados Todeschini de Campo Grande. Texto | Julia Miranda Foto | Lucas Possiede
Natural de São José do Rio Preto, conta que tudo começou quando ele se apaixonou pela marca (antes mesmo de fazer parte da empresa) e pelo mercado de móveis planejados. Um tempo depois, acabou conhecendo o empresário responsável pela Todeschini na Capital, que na época estava de mudança para Brasília. Como os dois se tornaram amigos, esse foi o gancho perfeito para Ricardo tomar a frente da loja aqui na cidade. Formado em marketing e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, Ricardo carrega na bagagem uma experiência de 15 anos em indústrias farmacêuticas brasileiras e multinacionais, sempre na área de vendas – desde quando era estagiário até chegar a gerente regional. O empresário sabe que optou em trabalhar num mercado muito competitivo, por isso busca focar cada vez mais na qualificação dos profissionais que trabalham com ele. “Comando uma empresa que existe desde 1998 na Capital. Em 2011, quando assumi, procurei posicionar a marca de uma maneira com que ela se enquadrasse ao novo perfil de showroom, produtos, atendimento ao cliente e principalmente no pós-venda. Afirmo que nosso principal objetivo é a satisfação do cliente”, comenta. Acredita que conquistar a total excelência na profissão não acontece da noite pro dia, mas sim com muito estudo e amplo conhecimento na área de vendas. “Foco, comprometimento e principalmente a valorização das pessoas que fazem parte do seu negócio são fundamentais para o crescimento de qualquer empresa”. Os próximos passos seguem na sedimentação e fortalecimento da Todeschini em Campo Grande. Cliente satisfeito é cliente fidelizado, sempre. ∆
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ECONOMIA ∆ Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos
Temperatura “alta” no bolso As temperaturas fortes no Brasil (com ondas intensas de calor) e nos Estados Unidos (com temperaturas baixíssimas) mexeram fortemente com os preços dos produtos agrícolas, e os reflexos começam a serem sentidos neste início de ano. Não se esperava uma alta tão intensa dos preços e, ao mesmo tempo, tão rápida, o que deve ter um impacto importante sobre a economia do país daqui pra frente. O custo elevado da energia elétrica, somado à alta nos preços dos alimentos no país, tornam ainda mais complicado o já delicado cenário de inflação. A cada dia a tarefa do Banco Central tem se tornado mais e mais difícil. O índice CRB Foods, que mostra a performance dos preços dos alimentos no mercado internacional, já avançou 15%. Um fator que chama a atenção é em relação à estatal da Petrobrás, que tem os preços dos combustíveis controlados pelo Governo Federal, deixando de ganhar mais, e sempre pressionada por seus investidores que exigem maior lucro e um incremento maior na receita da empresa, pois amargam perdas desde 2008. Mas com o preço travado, a microeconomia se beneficia de uma alta ainda maior da inflação, já que o transporte tem uma relação direta com combustíveis que possui um peso enorme na composição do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) medido pelo IBGE, ou melhor, o índice oficial da inflação. A previsão é de que a taxa básica de juros, a SELIC, fique em 11% no mês de abril, com uma curva ascendente. Estima-se que, até o meio do ano, a taxa alcance o patamar de 11,5%. Com isso, é possível prever que há um risco cada vez mais iminente de que o teto da meta (6,5%) para 2014 estoure. É certo que, em função da alta na inflação, o Banco Central terá que elevar as taxas básicas de juros. No ano passado, é
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importante lembrarmos que o governo conteve os aumentos nas tarifas públicas, o que suavizou o impacto da inflação sobre a SELIC. Fato é que, por causa dos aumentos de preços influenciados pelo clima e dos aumentos abusivos para a Copa do Mundo, o Banco Central se prepara para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), quando deverá ser anunciado um novo ajuste à SELIC, tentando frear o consumo e o aumento de preços. É fato consumado que o Banco Central não tem tido êxito em tentar induzir o mercado a corrigir suas projeções para a nova taxa a ser anunciada. Hoje quase 100% dos bancos têm fechado negócios calculando um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa. Com esse cenário econômico volátil, podemos concluir que devemos poupar mais, e procurar adiar as compras parceladas, pois com juros altos nós estaríamos pagando mais caro por aquele produto desejado. Nesses momentos de incertezas o investimento em produtos de Renda Fixa e de baixo risco como CDB, Poupança, Títulos do Tesouro etc, tornam-se atraentes para evitar perdas do poder de compra do nosso dinheiro, pois com uma inflação e juros altos temos uma desvalorização do Real, e deixá-lo parado também não contribui em nada. A ideia é colocar o dinheiro trabalhando para nós, gerando rendimentos e equalizando as perdas intrínsecas do nosso dinheiro. Para isso precisamos administrar e ajustar nossas finanças com as mudanças causadas pela economia no nosso cotidiano, e ficarmos atentos e protegidos quando a perda de valor da moeda chegar até o nosso bolso. Na inflação a gente sabe os preços de tudo, mas não consegue saber o valor de nada (Rubens Ricupero).∆
ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana
Move a mente / Renova a ação! O movimento em qualquer circunstância nos sinaliza a existência em seus mistérios. Pode gerar mudanças e suscitar os mais variados sentimentos em quem contempla, sente ou é agente do movimento. O universo é movimento, o planeta é movimento, a natureza é movimento, meu corpo e o seu existem em movimento constante em ritmos e coreografias únicas. Em meu cérebro e no seu, neste exato momento, existem milhões de neurônios gerando milhares de pensamentos e percepções em intenso movimento mental. Os filósofos mais antigos muito se ocuparam a pensar acerca do porquê as coisas se movem ou o que faz com que tudo se mova. Algumas teorias interessantes foram criadas. A ciência da física tomou para si as buscas em torno do tema e, do marco inicial do cartesianismo, passando pela relatividade à dimensão atômica e nuclear, chegou à quântica. E com a física quântica o abandono de relativas certezas e o retorno à filosofia e à poesia das dúvidas, num movimento de desenvolvimento da nossa percepção em novas dimensões. A possibilidade de compreender coisas tão abstratas e grandes foi bastante facilitada pelo talento do físico Fritjof Capra, que ainda na década de 70 lançou o livro “O Tao da Física”, traduzido para o português pela editora Cultrix no início dos anos 80. No prefácio da primeira edição ele usa a expressão “dança cósmica” e no decorrer de todo o texto pode-se perceber e sentir um movimento diferente do lado de fora e de dentro da cabeça de quem lê! Já se passaram mais de três décadas e ainda estou “mastigando” bem devagar e buscando no dia a dia de todos estes anos algumas constatações do que ele disse. Talvez a coisa mais central à percepção de pessoas leigas como eu, e talvez como você, seja a argumentação de demonstrações “científicas” realizadas com base
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nos postulados de Rutherford, Einstein e outros, que a partir da década de 20, levaram os cientistas a considerar que a realidade como a conhecemos, material, concreta e fria, possa ser literalmente modificada pela mente de quem a observa. Capra comparou esses estudos com os conhecimentos místicos orientais e, de forma reduzida e mais próxima, pode-se dizer que a mente move a realidade de acordo com as crenças que carrega. Logo, se estas crenças forem questionadas e re-editadas com novas informações, a realidade ao redor também será transformada. Simples assim, no entanto, milhares de palavras, pensamentos e ações têm sido criados em torno deste tema, talvez dos mais recentes seja o documentário “O Segredo” lançado em 2006, bastante divulgado e, de todo o volume produzido nestes anos, talvez bem pouco, de fato, tenha sido reconhecido. A mim parece que o simples nem sempre é fácil, especialmente por ser simples. Parece que há no ser humano uma tendência a complicar que tenta constantemente negar a força do que é simples. No entanto a simplicidade essencial a tudo existe, perene e silenciosa, ao redor e dentro de você e de mim e, singela, obedece ao que determinarmos pelo ângulo do nosso olhar. Rever, olhar de novo tudo ao redor, duvidar do que está estabelecido como “realidade formal”, como diz nosso Almir Sater, “sempre olhar como se fosse a primeira vez e como criança perguntar porquês…” Sentir o benefício real desta energia da Páscoa, com sua força de renovação, e assim renovar a ação possível a este dia com uma expectativa mais ampla e positiva é o que desejo, a mim e a você. Movo a mente movendo o olhar, movo o que há em mim para movimentar-me no espaço e no tempo que me é dado para experimentar a vida. Renovo a ação de viver e de amar. ∆
ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.
O louco e a dúvida Quantas vezes, ao abrirmos os olhos pela manhã, não sentimos a dúvida polvilhar nossos pensamentos? Conheço gente que sente dúvida até os ossos e parece petrificada antes mesmo de sair da cama. A verdade, é que todos temos dúvidas e receios. Desde as coisas mais simples, até as mais complexas, nosso universo é inundado de dúvidas que parecem um doce orquestrar de pontos de interrogação. E quanto tempo e energia se gasta com elas... Convivemos com elas desde sempre, e para sempre elas estarão em nossa rotina, como uma verdadeira ponte, que de forma ilusória nos levará ao oásis das certezas de todos os nossos racionalismos. O grande enigma surge exatamente na tensão antecipada de tudo que se pretende viver, e que vem necessariamente impregnado de todas as nossas bagagens, gerando ansiedade, e não nos permitindo viver plenamente aquilo que está acontecendo “agora”. Outro dia, na rua, chamou-me a atenção um senhor andarilho, com vestes maltrapilhas e sujas no meio do trânsito intenso do meio-dia. Estava embuído em fazer os veículos seguirem no sentido único da rua, acenando freneticamente com as mãos para que seguissem na única direção existente. O curioso daquele panorama que furtivamente observei da janela do carro, era a intensidade, e seriedade, com que ele acenava para os carros seguirem em frente. Ora! Era a única direção a seguir! Aquele instante me trouxe uma metáfora da vida: o que são as nossas decisões senão, muitas vezes, acenos numa via de mão única? Quantas vezes não estamos diante de uma via de mão única e teimamos em rumar ao lado oposto, arranjando desculpas, racionalismos, fantasias, projeções e idealizações? Quantas vezes não ficamos acenando com nossos sentidos numa via preferencial, como se tivéssemos outras opções, sem nos darmos conta de que “naquele” momento, não temos opção? Assim, quando não há outra direção a seguir, devemos mesmo deixar nossas decisões seguirem o fluxo natural das coisas. Afinal, até mesmo um louco sabe quando a direção é de mão única. ∆
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MEMÓRIA ∆
Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor
"Una carreta cantante" A inegável presença da cultura paraguaia em nosso Estado acabou por fazer das noites campo-grandenses, dos bons tempos, um cenário de saudades que acompanha as lembranças dos que viveram as noitadas nas diversas casas que apostaram na música fronteiriça... Da guarânia e da polca paraguaia, romperam-se outras fronteiras trazendo o chamamé e o tango, também muito apreciados pelos brasileiros... Embora executadas ao longo do tempo, a grande explosão guarani chegou com a dupla Jandira e Benitez, que abriu portas para artistas paraguaios, argentinos e uruguaios, muitos deles presentes até hoje no cenário musical de Campo Grande.
outro grande bandoneonista e compositor que tocou por aqui com a dupla Jandira e Benitez , nos idos de 1964, ainda em outra casa. A existência da dupla Jandira e Benitez originou-se de um mero acaso: Ciríaco Benitez, ainda jovem, veio a Campo Grande como vocal da orquestra “Los Azes del Ritmo” de Assunção (Paraguai), contratada para shows na Cantina Caravelli de propriedade da cantora Jandira Terezinha, natural de Rio Brilhante, MS... A orquestra voltou para o Paraguai e Benitez acabou ficando.
A inesquecível “La Carreta”, inaugurada em 1974, marcou época com grandes shows e a presença sempre marcante de Jandira e Benitez, criadores da casa, num inigualável ambiente latino que atraía a nossa sociedade para grandes noitadas, que acabavam se prolongando em memoráveis serestas pela cidade...
Aqui, juntou-se à Jandira numa dupla que faria história em todo o País. Começaram cantando na Churrascaria Braseiro com o conjunto “Los Melódicos” que formaram, trazendo músicos de quilate, vindos do Paraguai... Entre eles, o harpista Martinez e o violonista Papi que, por muitos anos, acompanharam a dupla. Casados, Jandira e Benitez partiram para shows no Brasil e no exterior, gravando vários LPs que, até hoje, são guardados com carinho por seus admiradores.
A harpa mágica do paraguaio Alvarez Martinez, o bandoneon de Catalino Arguello, o violão requinto do Papi Ávila e o piano do maestro Júlio Cheda (uruguaio), com o violão e vozes de Benitez e Jandira, arrancavam aplausos intermináveis, fazendo o show prosseguir noite adentro...
Não só pela “La Carreta”, mas por tudo o que esta dupla realizou pela música em Campo Grande, fizeram sempre por merecer homenagens da cidade que adotaram, tendo aqui seus filhos e deixando marcadas as grandes noites da Campo Grande de ontem.
Jandira acabou por transformar a “Carreta” num verdadeiro palco latino-americano, trazendo artistas renomados e dando oportunidades a muitos músicos que por aqui acabaram fincando raízes e criando suas próprias carreiras.
Jandira faleceu há alguns anos, sem a glória de receber o título de cidadã campo-grandense, oferecido a tantos que menos fizeram por nós... Depois, Benitez criou com Vera, a aconchegante casa noturna “Arguille”, hoje com novo nome, onde muita gente ainda curtiu a voz de Benitez e grandes apresentações da dança árabe, numa mescla de culturas que agradam a “gregos e troianos”...
Los Mensajeros del Paraguay, Magno Soler, Carlos Lombardi (brasileiro, cantor de tangos), Roberto Gimenez Blanco (chamamecero de Corrientes AR), Júlio Cesar del Paraguai, Los Puma Punku, Los Kimani e grupos de dança folclórica paraguaia foram alguns dos grandes shows que a “La Carreta” ofereceu à cidade... O famoso Hermínio Gimenez foi
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Mas o que marcou mesmo foi a “La Carreta”, que até hoje ecoa na lembrança de todos, relembrando Jandira e sua voz, no som da saudade... “lLa carreta es el racho que camina...”∆
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Beleza
ACONTECEU ∆ Casa lotada para a inauguração do Yotedy Lounge, o segundo espaço do tradicional grupo de buffet. O coquetel para 350 pessoas aconteceu dia 25 de março e foi super prestigiado pela imprensa, clientes e parceiros. O Yotedy Lounge fica na rua Ricardo Brandão, nº 2341. 1- Gilberto, Emanuela ,Marinez, Fernanda, Jucimara, Jenifer, Adriana, Maria Adelaide; 2- Deborah Morbin, Maika do Amaral, Maria Adelaide, Ana Leda Lopes; 3- Euza Rezek, Maria Adelaide, Solange Gimenez e Tadea Buainain; 4- Coquetel espaço Yotedy lounge; 5- Lizandra, Gilberto e Ida Petinari; 6- Adelaidinha, Lolinha, Jorge e Maria Adelaide Noronha, D. Lola e Fernando José 7- Corte da faixa inaugural yotedy lounge: Bento, Gilberto, Ida, Cleo, Jorge e Maria Adelaide.
Fotos | Marcos Vollkopf
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ACONTECEU ∆ A vernissage da exposição ‘Nos Caminhos Afro’ reuniu artistas, curadores e apreciadores do celebrado trabalho do francês Pierre Verger. O coquetel aconteceu no MARCO, na noite do dia 13 de março, e deixou os convidados encantados com a sensibilidade do olhar do fotógrafo. A exposição fica na cidade até o dia 25 de maio. Confira os cliques! 1- Roberta Costa, Américo Calheiros, Maysa Barros e Alex Baradel; 2- Tássia Novaes, Maysa Barros, Mário Sérgio Sobral e Alex Baradel; 3- Ariadne Cantú, Maysa Barros e Roberta Costa; 4- Carlos Marques, Roberta Costa, Rafael Maldonado, Maysa Barros, Maria Helena, Ana Ruas e Maria Adélia Menegazo; 5- Exposição Pierre Verger; 6- Maria Adélia Menegazo e Zilá Soares; 7- Maysa Barros, Roberto Costa Marques, Sandrine dos Santos.
Fotos | Kelly Rodrigues
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ACONTECEU ∆ Em março, o Sebrae e a Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais do Estado) firmaram um acordo inédito: Sebrae Farmácia Desenvolve. A parceria visa a qualificação de mão-de-obra, gestão e implantação da Central de Negócios. “Poder levar qualificação a todos os setores da farmácia é o grande objetivo do projeto Sebrae Farmácia Desenvolve”, disse Daniel Centurão, gestor Sebrae-MS.
Fotos | Eronemo Salustiano
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ACONTECEU ∆ Festa de Exposição Molduras Plaenge, Ensaios da Vida- A quarta edição da Exposição Molduras Plaenge, Ensaios da Vida, promovida pela Plaenge, homenageia 25 mulheres em exposição fotográfica. Todas se destacam em diversas áreas de atuação e buscam seu espaço como empreendedoras, empresárias e profissionais liberais. A mostra foi aberta com coquetel para homenageadas e convidados, no dia 26 de março, e prossegue até 15 de abril na Central de Apartamentos Decorados com entrada gratuita. São 21 painéis produzidos por renomados fotógrafos de Mato Grosso do Sul. A noite foi de festa e contou com show musical de Juci Ibañes, desfile produzido por Luiz Gugliatto, cerimonial de Patrícia Faracco, som e iluminação da Artluz, Valet Jefferson de Almeida e cobertura fotográfica de Marcos Vollkopf. Confira os flashes. 1- A empresária que comanda a academia Isadora Duncan, Neide Garrido, uma das homenageadas da noite. 2- Elza Furucho Martin também recebendo homenagem. 3- O Diretor da Plaenge Edison Holzmann fotografado ao lado da sua esposa, a cirurgiã dentista Ângela Holzmann. 4- Ana Cecília Duncan fotografada ao lado de Maria Elizabeth Machado, uma das homenageadas da noite. 5- O gerente regional da Plaenge Luiz Octávio Pinho ladeado por sua filha Ana Carolina, a esposa, Patrícia Pinho e os amigos Mara e Paulo Dolzan. 6- Posando para fotos: Raquel Araújo, a gerente Regional da Plaenge Ada Lima e Carmen Juliana. 7- Uma das homenageadas da noite, Maria Elizabeth, ladeada pela cerimonialista Patrícia Faracco. 8- A gerente regional da Plaenge Ada Lima, ladeada pelas amigas Iara Diniz e Marta Albuquerque.
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ACONTECEU ∆ Convidados e clientes compareceram em peso para conferir a nova coleção de inverno 2014 da MadreSanta, no dia 19 de março. O evento contou com a presença da estilista da marca Fabulous, Paula Aziz, que veio a Campo Grande pela primeira vez, especialmente para o coquetel.
1- Caroline Comin e Paula Aziz; 2- Gabrielle Lopes e Paula Aziz; 3- Patricia Albuquerque, Caroline Comin, Paula Aziz, Mariana Jurgelewizc e Viviane Feitosa; 4- Vania vani e solange gimenez; 5- Cinthya Santos Pereira, Barbara Queiroz e Priscila Santos Pereira; 6- Gabriela e Vera Franciosi; 7- Andreia Munaro e Fabiana Cruzetta.
Fotos | Lucas Possiede
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Milena Rodrigues milenarodrigues.com
"A beleza onde não se vê"
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