edição 146 | AGOSTO | R$ 12,00
Martha Barros e a infância junto do pai poeta
MANOEL DE BarROS
Todos os dias a Vyga te dĂ uma mĂŁozinha.
Hoje ela te dá um abração. Parabéns Campo Grande pelo seus 114 anos. A Vyga é uma empresa especializada em prestação de serviços de limpeza, conservação e serviços terceirizados. Contando com profissionais de vasta experiência no seguimento, altamente qualificados e que estão constantemente melhorando seus métodos e conhecimentos. Temos uma infra-estrutura flexível e moderna, sempre pronta para adequar as diferentes necessidades na gestão de serviços especializados. O ponto de referência da Vyga é executar nossos serviços com excelência, transparência, ética, compromisso com resultados e respeito as pessoas e ao meio ambiente.
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Pela capa você deve ter sentido que a edição de agosto tem um quê de diferente e especial. E tem. Tivemos a honra e a emoção de produzir uma reportagem sobre uma relação adorável entre pai e filha: Martha Barros, a artista que assina a obra da capa, aceitou gentilmente o nosso convite, e abriu a caixinha de recordações da infância que passou ao lado do pai poeta, o amado Manoel de Barros, nosso mais ilustre habitante. Momento histórico pr’A Gente! Obrigada Martha por nos ter dado essa chance. Agosto também é aniversário da cidade, e aproveitamos a data para refletir, com sete profissionais, sobre nosso momento de transição: da província para a capital, desde transporte público à retenção dos talentos. Bom exemplo de prosperidade urbana, impulsionada por incríveis políticas públicas, é Medellin, na Colômbia, que deixou de ser uma cidade violenta para se transformar em polo cultural. E ainda, demos uma passadinha em Porto Alegre para ver de perto como é ser capital bem resolvida com jeitão de interior. Aproveite a leitura! Equipe revista A Gente
DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia DIRETORA COMERCIAL Elaine Atala EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo
Natália Charbel Julia de Miranda Gabriela Ostronoff REVISÃO Fernanda Giglio FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede estagiária Josiane Paganini
EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto
ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa
REDAÇÃO Thais Pompêo
FINANCEIRO Sonia Croda
6 | AGOSTO 2013
ATITUDE ∆ LIFESTYLE 22 | CASA 84 | PERFIL 116
LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 38
TENDÊNCIA ∆ NÉCESSAIRE 62 | BELEZA 60
COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 68, 112, 120, 122 | MEMÓRIA 124
GENTE
FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br ASSINATURA assinatura@revistaagente.com.br 67 3322 7400
∆ ESPECIAL 18, 96 | ACONTECEU 130
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BEM-ESTAR
BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Brilhante Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran Pão Bento Pão e Tal Shopping Campo Grande Santa Fé (Av. Mato Grosso - Loja Anita e Av. Afonso Pena - Posto Tereré)
∆ FITNESS 64 | SAÚDE 74 | NUTRIÇÃO 78 | ZEN 90
ELE | MANOEL DE BARROS ∆ CAPA | 32
EDITORIAL ∆ MODA 48 | ENDEREÇOS 128
CULTURA ∆ AGENDA 104 | DICAS 26, 28, 30
DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 82 | KIDS 92 | TEEN 93
PRAZER ∆ PELO MUNDO 36 | VIAGEM 106 Martha Barros - detalhe da ilustração “Meu lado de dentro, Acrílica s/ tela - 100 x 80cm
AGOSTO 2013 | 7
LEITOR A revista A GENTE, faz parte da vida da gente. É uma revista completa, com destaques de profissionais de saúde, profissionais de moda, culinária, estética e tantas outras coisas importantes. Diná do Índio Cardoso, via facebook
Bom dia equipe da revista A Gente. A cada mês descubro um pouco mais sobre nossa bela Capital, graças à coluna do nosso querido Edson Contar. Campo Grande tem uma história riquíssima! Obrigado e parabéns. Carlos Rebelo.
Vocês sabem onde posso encontrá-lo aqui em CG? Aliás, leio sempre a seção de nutrição. Obrigada pelas dicas!
@
GENTE ON
Carla Patrícia.
AQUI
Vocês estão fazendo um ótimo trabalho. Posso dizer que fiquei surpresa em saber que Campo Grande tem revistas (sim, possuo uma mente um tanto ignorante em relação à cidade), e revistas boas, que abordam assuntos que não sejam regionais. Pessoas querem saber sobre coisas de utilidade pública e futilidade também. É muito gratificante saber que isso existe em uma só revista :)
Curta a Revista A Gente no facebook e siga no Instagram @revistaagente e twitter @agenterevista para ficar por dentro das matérias mais comentadas, conteúdos exclusivos, agenda cultural e nossas promoções.
Agradecida, Mariana Bertolucci, via e-mail
Olá pessoal, Adorei ficar sabendo sobre o goji berry, que frutinha especial.
+ DE VOCÊ Participe da nossa revista e dê sua opinião. Comente as reportagens e mande suas sugestões de pauta. redacao@revistaagente.com.br
COLABORADORES Luciana Cunha Entrou no mundo do jornalismo há quase 15 anos, e provavelmente nunca vai sair. Colecionadora de Melissas e maquiagens, expert em etiqueta e uma curiosa sobre política internacional, sempre arruma um tempinho para ver um seriado e dar uma volta nas praças de Porto Alegre com suas duas vira-latas, a Margot e a Laika. Em agosto, compartilha suas experiências da capital gaúcha com A Gente.
Lydia Leon A bióloga de 25 anos deixou Londres (temporariamente) para viver algo novo, aprender outra língua e possivelmente fazer novos amigos. Foi quando pintou um trabalho em Medellin, na Colômbia. E é sobre essa cidade, pela qual Lydia se apaixonou completamente, que ela escreve para A Gente, na editoria de viagem.
Luciana Teixeira A premiada arquiteta sul-mato-grossense desenvolve há 15 anos seu trabalho autoral em arquitetura para construções, interiores e design de mobiliário – com seu traço marcado pela pureza das formas, sob a base minimalista. Nesta edição, um de seus trabalhos estampa as páginas do A Gente em Casa.
8 | AGOSTO 2013
10 | AGOSTO 2013
Usando a hashtag #revistaagente no seu pr贸ximo post, sua foto pode vir parar aqui.
A Gente est谩 de olho no Instagram!
MAKING OF 12 | AGOSTO 2013
Flow do gurizinho Rolaram poucos shows, mas cerca de 12 mil visualizações do minidocumentário “Aglomerado de Ervas”. Tudo isso criou uma certa expectativa para o lançamento do primerio álbum da banda Chá Noise, “O flow do gurizinho”, que sai no final deste mês. A banda é uma mistura de músicos da celebrada banda Curimba com integrantes e ex-integrantes do Louva Dub, somando ainda o vocal do rapper e compositor Xáras Gabriel. Pop com pegada, tem até uma faixa inspirada no techno brega, superdivertida.
O sobá ganha São Paulo Deu na Folha de São Paulo: o sobá chegou à Vila Mariana, em SP! O nome do restaurante é Sobaria Cozinha Sul-Matogrossense, estabelecimento que tem apresentado aos paulistanos não apenas o nosso tradicional sobá, mas também a linguiça de Maracaju, arroz carreteiro, e até sopa paraguaia. Quem mora em sampa pode matar a saudade e ficar sempre um pouco mais perto de casa através dos quitutes tipicamente sul-matogrossenses. Vai lá: Rua Áurea, 343, Vila Mariana.
Treinando a seleção Ele foi ginasta por muitos anos, com títulos estaduais e brasileiros, além de quatro edições em campeonatos mundiais. Agora o campo-grandense Alexandre Batista de Oliveira Carvalho, vulgo “Cuia”, encara mais um respeitável desafio: ser treinador da seleção brasileira de ginástica olímpica. Ao lado da técnica Georgette Vidor e do romeno Oleg Ostapenko, Alexandre comemora o reconhecimento em “um dos melhores momentos da sua vida”.
EXTRAS Fotos | Divulgação
Dança e cultura árabe A sensualidade é colocada em cada movimento da dança do ventre. E nessa dança os nomes Hossam e Serena Ramzy sempre se destacam. Diretamente do Egito, os dois dançarinos se apresentarão em Campo Grande entre os dias 23 e 25 de agosto. Essa é a primeira turnê do casal no Brasil, que também passa por São Paulo, Curitiba e Brasília. O show principal acontece no dia 24 e vai contar com a participação do grupo de dança campo-grandese Litani. No Teatro Dom Bosco.
14 | AGOSTO 2013
REGIONAL ∆ 3ª Temporada do MARCO Dia 13 de agosto começa a 3ª temporada de exposições no Museu de Arte Contemporânea (MARCO). Na programação, o artista plástico paulista Alex Cerveny apresenta a mostra Pinóquio, premiada na 5ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça (Funarte/MINC). Tem também Conexão Dual – Diálogos Gravados, das artistas Arlete Santarosa e Lana Lanna (que faleceu em 2011). Além da Admirável Mundo Novo, do fotógrafo, artista gráfico e arquiteto Lula Ricardi; e as gravuras de William Menkes em Estruturas Urbanas. A mostra fica aberta até dia 13 de outubro no Marco.
Sesi Bonecos do Mundo O universo mágico dos bonecos e fantoches aporta em Campo Grande nos dias 24 e 25 de agosto com o festival Sesi Bonecos do Mundo. Serão espetáculos de 8 países, com fantoche, boneco de luva, de corda, de palito, bailarina da caixinha de música e outras formas animadas. Onde: Praça dos Grandes Eventos, no Parque das Nações Indígenas, das 16h às 21h. Cine Sesc Um grande e importante presente para a cidade está em transação: é o Cine Sesc. Seguindo o conceito dos celebrados Cine Sesc Brasil afora, a instituição está em vias de fechar a papelada para comprar o Cine Campo Grande e instalar o projeto aqui na cidade. Isso significa que depois de quase três anos sem CineCultura, a cidade terá um cinema voltado para filmes de arte. Eba! Se tudo der certo, como a organização espera, o cinema abre suas portas em 2014.
SEDA – Semana do Audiovisual 2013 Durante todo o mês de agosto, 100 cidades da América Latina, Europa e África dedicarão uma semana para ver, debater, ensinar e aprender cinema. Campo Grande está nessa lista e vai sediar o evento entre os dias 8 e 11 de agosto. Na programação, oficinas e debates, como “Cinema do Novo Oeste e os desafios do produtor independente”, com Givago Oliveira, além de mostras de vídeo e cinema, saídas fotográficas e intervenções urbanas.
Itaú Cultural traz História da Arte O programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais chega em Campo Grande com um curso imperdível de História da Arte. Serão três dias, um para cada período da história: dos anos 20 à década de 40; década de 50 aos anos 70; e anos 80 até a contemporaneidade. O curso é gratuito e tem vagas limitadas, portanto concorridíssimas. Dá só uma espiada no currículo dos palestrantes Marcos Moraes, Paula Braga e Pedro França no site do MARCO!
AGOSTO 2013 | 15
NACIONAL ∆ Bourbon Street Fest 2013 O twist do blues, do jazz e do soul vai tomar conta das ruas de São Paulo entre os dias 18 e 25 de agosto. É o Bourbon Street Fest, um dos maiores festivais de música negra americana no Brasil. Criado em 2003, o festival reúne os ritmos, os estilos e a gastronomia de New Orleans, em oito dias de festa. Os shows acontecem no próprio Bourbon Street e outros tantos gratuitos rolam em um palco tradicionalmente montado na rua do Bourbon. O line-up? Soul Rebels, Trombone Shorty, Leroy Jones e Wanda Rouzan e estilos que misturam a vangarda ao jazz tradicional, passando pelo blues, zydeco, soul, R&B e funk.
William Kentridge: Fortuna A partir do dia 29 de agosto, a Pinacoteca de SP recebe a exposição “William Kentridge: Fortuna”, com 38 desenhos, 27 filmes e animações, 184 gravuras e 10 esculturas inéditas. Essa é a primeira grande individual do artista sul-africano na América do Sul. Kentridge, que já participou da Bienal de Veneza (Itália), Documenta de Kassel (Alemanha) e Bienal de São Paulo, alcançou visibilidade internacional com a série de curtas-metragens Drawings for Projection (Desenhos para projeção), em 1989. A exposição já passou pelo Rio de Janeiro e foi aclamada como uma das principais mostras do ano em Porto Alegre. The XX no Brasil The XX confirmou suas primeiras apresentações no Brasil. O trio britânico formado pelos gênios precoces Romy Madley Croft Oliver Sim, Jamie Smith e Baria Qureshi se apresenta dia 26 de outubro no Popload Festival, no HSBC Brasil, em São Paulo. Antes, porém, no dia 24 de outubro, eles farão show no Rio de Janeiro, no Vivo Rio, pela campanha de financiamento coletivo do site Queremos. A banda repleta de silêncios ganhou reconhecimento mundial após o primeiro álbum, “XX”, de 2009. No ano passado, lançou o segundo disco, “Coexist”, e ainda participou com uma faixa inédita na trilha sonora do filme “O Grande Gatsby”.
Design Weekend São Paulo Criado para promover o design e suas conexões com a arte, arquitetura e decoração, o Design Weekend São Paulo já tem data e roteiro para sua 2ª edição. Entre os dias 15 e 18 de agosto, cursos, palestra, exposições de designers, instalações e intervenções urbanas acontecerão por toda a São Paulo. Na sua primeira edição, o evento teve mais de 360 ações e intervenções simultâneas por toda a metrópole, entrando de vez no circuito mundial de eventos de design.
16 | AGOSTO 2013
A Granero Transportes comemora os 114 anos de Campo Grande, transportando histรณrias de vida, sonhos e esperanรงas.
Rua Bertoldo Klinger, 104 67 3342 1079 - www.granero.com.br
Pensou Mudanรงa, Pensou Granero.
ESPECIAL ∆
A Força do Agronegócio Texto | Júlia de Miranda Foto | Lucas Possiede
Mato Grosso do Sul é movido pelo Agronegócio – até aí, nenhuma novidade. Cada vez mais, o Estado fortalece esse segmento e investe na agricultura e na pecuária nesta região do país. A boa nova para quem está envolvido com a Agricultura Empresarial é que esse ano, a liberação do Plano Safra 2013/2014 teve um aumento significativo: 34% superior ao inicialmente projetado para a Safra anterior, 2012/2013 – no total: R$3,49 bilhões disponíveis. Para entender melhor toda a logística, A Gente conversou com o Superintendente Estadual do Banco do Brasil em MS, Marco Túlio Moraes da Costa, que já adianta:
“Pretendemos, a cada ano, aumentar o investimento no setor, pois o Brasil tem um potencial enorme de crescimento no Agronegócio. São novas tecnologias que vão surgindo e se aperfeiçoando, tornando a atividade mais eficiente, rentável e produtiva.” 18 | AGOSTO 2013
AGOSTO 2013 | 19
A GENTE: De onde vem essa verba que o Banco do Brasil está disponibilizando? Como aconteceu esse aumento? MARCO TÚLIO: Os recursos são oriundos do Tesouro Nacional e de recursos próprios do Banco do Brasil, captados através da Poupança e de depósitos à vista. O Plano Safra é divulgado anualmente pelo Governo Federal e se inicia no dia primeiro do mês de julho, encerrando-se em junho do ano seguinte. Ao Banco do Brasil, foram direcionados R$ 70 bilhões para essa nova Safra 2013/2014, sendo que, no Mato Grosso do Sul, este montante é de R$ 3,49 bilhões, 34% superior aos R$ 2,66 bilhões disponibilizados na safra anterior, 2012/2013. Além do valor disponibilizado inicialmente, R$ 2,66 bilhões, foram aplicados R$ 547 milhões a mais, totalizando R$3,2 bilhões na safra 2012/2013. A expectativa do BB no Estado para a safra atual é novamente superar os R$ 3,49 bilhões disponibilizados, buscando a marca de R$ 4 bilhões até junho/2014.
A: Por que querem atingir um número maior do que está sendo disponibilizado?
A: O Plano Safra 2013/2014 trouxe alterações em relação ao de 2012/2013?
MT: O Agronegócio é a principal vocação do Mato Grosso do Sul. Sabemos que, quanto mais recursos aplicados nesse segmento, mais apoiamos a geração de emprego e renda no campo e na cadeia produtiva, gerando reflexos positivos em todos os setores da economia e promovendo o desenvolvimento sustentável do Estado e do Brasil.
MT: Nesta safra, temos algumas alterações e as mais importantes são: o limite de recursos controlados, que antes, na Safra 2012/2013 era R$800 mil por beneficiário, passa agora para R$ 1 milhão por beneficiário por safra. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (PRONAMP) teve redução da taxa de juros de 5% para 4,5% ao ano. O limite por beneficiário passou de R$ 500 mil para R$ 600 mil. E no Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), o limite de financiamento passa a ser R$ 3 milhões para a implantação de florestas comerciais e R$ 1 milhão para os demais casos.
A: O produtor que esteja interessado já pode procurá-los? MT: Todas as nossas agências já estão preparadas para receber as propostas de produtores e empresas rurais com os benefícios e recursos disponibilizados no novo Plano Safra. A: No que esse produtor mais investe o capital? MT: As culturas mais beneficiadas com os recursos disponibilizados são a soja, o milho e a produção de carne, em operações de custeio e comercialização da produção, bem como os investimentos necessários para cada atividade.
20 | AGOSTO 2013
A: Mais alguma novidade nessa Safra 2013/2014? MT: O Governo Federal lançou nesse Plano Safra o Programa para Construção de Armazéns (PCA) que busca incentivar a construção e a ampliação de armazéns. Para isso, criou uma linha de crédito que vai disponibilizar R$ 25 bilhões nos próximos 5 anos com juros de 3,5% ao ano e até 15 anos de prazo para pagar. ∆
Ivana Monte Lima Oliveira Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede
22 | AGOSTO 2013
LIFESTYLE ∆ O tino para o comércio sempre esteve no sangue da empresária Ivana Monte Lima Oliveira. Depois de formar-se em nutrição não teve dúvidas, decidiu misturar a paixão pelos alimentos com o gosto pelo empreendedorismo e abriu as portas da Pão&Tal, que há 23 anos é uma das maiores padarias da cidade. “O pão é uma necessidade diária, um alimento que está em todas as mesas e que todo mundo gosta – essa foi uma das razões que me fez abrir a Pão&Tal”, explica Ivana.
Profissão: Empresária. Férias inesquecíveis: Com a família. Em alta: Astral leve. O que está lendo: Adeus, China. Música que não sai do seu playlist: MPB. Um filme: O Divã. Sempre à mão: Par de tênis. Não vivo sem: Atualmente, corridas. Projeto do momento: Aperfeiçoar, pesquisar. Um sabor: Chocolate. Esporte: Corrida, bike, vôlei. Refúgio: Minha casa. Melhor de Campo Grande: Sou apaixonada pelo Parque das Nações Indígenas.
O alívio para a rotina puxada de trabalho, Ivana encontra nas corridas matinais. “Acho que não vivo sem correr, gosto de participar de corridas curtas, então sempre que posso, viajo para participar de alguma competição, e quando volto me sinto muito bem”, conta ela, e ainda explica essa paixão pelas pistas: “Ninguém nunca fica emburrado nas corridas”. AGOSTO 2013 | 23
Jary
DE Carvalho e Castro Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede
24 | AGOSTO 2013
LIFESTYLE ∆ Quem chega ao escritório do engenheiro civil e presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato do Grosso do Sul (CREA-MS) Jary de Carvalho e Castro, encontra um homem de negócios concentrado, um lado bem diferente do Jary comunicativo e extrovertido dos encontros pela cidade. Nos quadros, fotografias tiradas ao lado de grandes brasileiros como Manoel de Barros e Oscar Niemeyer. Aliás, Jary adora conhecer pessoas e suas histórias, tanto que as biografias reinam na lista dos livros prediletos. Talvez seja por isso que o empresário de 53 anos tenha aderido rapidamente às redes sociais: “Sou um homem que gosta muito de conhecer a história das pessoas, de estar em contato com elas”, garante Jary.
Profissão: Engenheiro Civil, empresário da construção e presidente do CREA – MS. Férias Inesquecíveis: Quando fui a Natal/RN com minha família. Em alta: Patriotismo. O que está lendo: Te Cuida, do meu amigo Dr. Cláudio Domênico. Música que não sai do seu playlist: Todas do U2. Um filme: À Espera de um Milagre. Sempre à mão: Celulares. Não vivo sem: Meus óculos. Projeto do momento: Lançar meu livro. Um sabor: Canela. Um esporte: Bike. Refúgio: Minha casa. O melhor de Campo Grande: As boas lembranças.
“Dou muito valor ao tempo que passo com a minha família, gosto de estar em casa com eles”, conta o empresário, que divide seu tempo entre a empresa de engenharia que tem há 25 anos, a presidência do CREA-MS e seu mais novo projeto: o livro “Ir e vir”, que vai falar sobre a importância da acessibilidade e já está em fase de finalização. “O livro foi uma sugestão que eu gostei muito, um tema frequente em minhas palestras pelo Brasil e pelo mundo”. AGOSTO 2013 | 25
para ouvir
Júlia de Miranda
26 | AGOSTO 2013
Queens of the Stone Age – Like Clockwork 2013 Sem lançar disco inédito desde 2007 (Era Vulgaris), a banda norte-americana Queens of The Stone Age andou causando frisson aqui no Brasil, não somente pela estreia do sexto disco Like Clockwork, mas por ter feito o melhor show do festival Lollapalooza edição São Paulo, em março deste ano. Famosos pelas mudanças constantes de integrantes, o Queens se formou em 1997. Na verdade, um pouco antes: no final dos anos 80 nascia a banda Kyuss, considerada a principal expoente do estilo stoner rock (marcado por riffs de guitarras graves e lentos) que durou até 95. Dessa ruptura nasciam duas bandas: Queens of the Stone Age e Mondo Generator (liderado pelo baixista Nick Oliveri que também tocou no Queens). Hoje em dia a banda reúne os músicos: Josh Homme, Jon Theodore (ex Mars Volta), Michael Schuman, Dean Fertita e Troy Van Leeuwen. Josh, o frontman da trupe, além de galã para o público feminino, é um cara de muitos amigos e parcerias. Para esse trabalho, trouxe Dave Grohl na bateria em 6 das 10 canções do disco (o vocalista do Foo Fighters já tinha colaborado na batera no disco Songs for the Deaf em 2002), Elton John (surpresa!), Trent Reznor (Nine Inch Nails), Mark Lanegan e Alex Turner (Artic Monkeys), além dos ex-integrantes Nick Oiveri e Alain Johannes. O disco é marcado por um clima sombrio, até na arte da capa, feita pelo artista inglês Bonaface. Lembra os filmes antigos de terror. Com uma pegada garageira, pesada e veloz, traz uma sensualidade bem marcante nas melodias. Destaque para a bem bonitinha “If I Had a Tail”, “Fairweather Friends” com o impecável piano do Sir Elton John, “I Appear Missing”, que já tem videoclipe, uma animação bonitona assinada pelo Bonaface e “My God is the Sun”, que fez todo mundo sair do chão no Lolla e mostrou para que essas “rainhas” vieram: estão brilhando e muito. Foram parar em várias listas dos melhores discos de 2013 e continuam lotando todos os shows da turnê internacional. Pra quem curte vinil, o disco foi lançado nas bolachas e já chegou no país. Para colecionador. Elis Regina – Em Pleno Verão 1970 Gaúcha de Porto Alegre, Elis Regina é considerada a melhor cantora do Brasil. Pudera, a voz marcante faz arrepiar até hoje seus fãs quando escutam “Arrastão” ou a canção que embalou a luta contra a Ditatura Militar: “O Bêbado e a Equilibrista”. Dona de uma personalidade muito forte, intensa e apaixonante, fazia questão de divulgar e gravar obras de compositores que admirava. Sua voz deu um belo empurrão nas carreiras de Milton Nascimento, Aldir Blanc e Renato Teixeira, só para exemplificar. Gravou diversos discos, entre eles “Em Pleno Verão”, em 1970, sendo um dos preferidos dos críticos musicais. Produzido por Nelson Motta, traz a musa cantando Caetano Veloso (“Não tenha medo”), Erasmo e Roberto Carlos (na belíssima versão “As curvas da estrada de Santos”, só por essa vale o disco), Tim Maia ( com a participação do próprio em “These are the songs”), Jorge Ben (“Até aí morreu Neves”) e Tom e Vinícius de Moraes (“Frevo”). Além dos discos, outra dica bem legal para quem quer conhecer mais sobre a cantora é dar um pulo a Porto Alegre e visitar a Casa de Cultura Mario Quintana, que possui um espaço memorial dedicado a nossa eterna Pimentinha. ∆
Márcio Ribas
para ler
Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são! Macunaíma - Mário de Andrade
Desde o início dos protestos, os brasileiros têm cada vez mais esperança de que a política brasileira mude. Em muitas dessas manifestações, os cartazes que o povo carregava eram cheios de emoções e, com certeza, cheios de criatividade. Lembro-me de alguns que remetiam a livros, como: “Dumbledore não permitiria i$$o!”, referindo-se ao professor da série Harry Potter; “O Brasil está em chamas” ou “Toda revolução começa com uma faísca”, fazendo uma conexão com Jogos Vorazes. Fantásticos! Mas não vi nenhum – e também não o fiz porque só lembrei depois – que tivesse a seguinte frase: “Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são!”, que é uma das falas de Macunaíma - O herói sem nenhum caráter (várias editoras), de Mário de Andrade. Era uma ótima sugestão para mote de protesto. Com Macunaíma, Mário tentou construir um retrato do povo brasileiro. Exagerado, sim. Era um retrato oposto àquele que os românticos propunham com o índio Peri. Mas por que retratar o nosso país com um personagem que é um herói sem caráter? Basicamente o que Mário desejava era mostrar um país novo, onde ainda não havia uma unidade cultural, ou seja, sem um caráter definido. Os outros dois títulos sugeridos fogem um pouco daquilo que normalmente eu indico: não são romances. Na verdade, muito longe disso. São livros que nos fazem pensar um pouco mais sobre tudo o que está acontecendo no Brasil atualmente.
28 | AGOSTO 2013
Ambos são livros escritos por jornalistas indicando supostas irregularidades ou práticas ilegais no governo. São sucessos de vendas, permanecendo por semanas nas listas dos mais vendidos. Honoráveis Bandidos (Geração Editorial, R$ 29,90), de Palmério Dória, fala sobre a tomada e manutenção do poder pela família Sarney. O jornalista segue a linha investigativa, mas nem por isso é sisudo. Palmério escreve com um ótimo humor. Vale se atentar para os títulos dos capítulos. E finalmente, O país dos petralhas (Record, R$ 39,90), de Reinaldo Azevedo. O escritor é articulista da Veja e tem um blog sobre política. Sua produção é enorme. Durante pouco mais de um ano e meio foram publicados por ele mais de 11 mil posts. Dessa quantidade imensa, o autor retira alguns que podem ser lidos em condições um pouco mais atemporais. Não tem o mesmo humor de Dória, mas tem muito mais munição com a qual metralha os esquerdistas do Brasil e, sem piedade, o governo petista. Os assuntos ainda variam do sistema educacional à Igreja. Também já foi lançado o volume II. Apesar de não ser uma exigência, tente começar pelo primeiro. Se não der, sem problemas. O importante é pensar sobre essa revolução e sobre um futuro melhor. Tomara que as mudanças venham e transformem este país em um Brasil novo com mais saúde e educação. Não me importo com a quantidade de saúvas. Boa leitura! ∆
Marcelo Veloso
para ver “Ferrugem e Osso” (Rust and Bone), de Jacques Audiard A fome, em vários sentidos – do desejo sexual, da carência emocional, dos desesperados, dos anseios contraditórios por liberdade e segurança – leva cada personagem deste filme do diretor francês Jacques Audiard a um drama “muscular”. Ali (Matthias Schoenaerts) viaja da Bélgica para o sul da França para ficar com a irmã que mal conhece, trazendo junto seu filho Sam (Armand Verdure). Trabalhando como segurança em um clube noturno, ele protege uma mulher, Stephanie (Marion Cotillard), ao evitar que ela entre em uma briga no clube. Mas é só depois de Stephanie, que treina orcas em um parque aquático, perder as duas pernas num chocante acidente de trabalho, que eles se reencontram. Stephanie suspeita que Ali pode ser capaz de ajudá-la a sair do seu desespero pós-traumático, ou pelo menos colocar sua força física para algum uso. Ela está certa em ambos os casos, mas não necessariamente da maneira que ela, Ali ou nós podemos antecipar. Imperdível! “Tabu”, de Miguel Gomes Este filme do português Miguel Gomes pode parecer um item rebuscado de cinemateca. Mas na verdade, é uma joia rara: gentil, excêntrico, possuidor de uma espécie distinta de inocência, é também charmoso e engraçado. O filme é feito de duas, ou três partes se contarmos como primeira o prólogo enigmático que nos mostra um crocodilo misterioso, que pode ser o emblema do amor angustiado. Na segunda, numa Lisboa moderna, Pilar (Teresa Madruga) está preocupada com sua idosa vizinha Aurora (Laura Soveral), que está gastando seus últimos centavos em máquinas de caça-níqueis. Um vício herdado do pai que nos mostra um certo sentido na vida de ser em si, uma aposta afinal. A terceira parte traz Aurora
30 | AGOSTO 2013
como uma jovem mulher que vive nos anos 70 em Moçambique, onde se apaixona pelo aventureiro Ventura (Carloto Cotta). Todo o filme é em preto e branco, mas essa mudança para o passado é acompanhada de um novo lugar, um filme quase em silêncio. Não há diálogo, mas sim uma narração do velho Ventura (Henrique Espírito Santo), sua autoconsciência. Gomes, se quisesse, poderia ter feito a segunda parte do filme colorida e a troca seria ainda mais dramática. Mas sua preocupação é ser mais sutil do que isso, um contrapeso para o melodrama. Lindo! “Elena”, de Petra Costa Aos dezenove anos, Elena parte para morar fora do Brasil, deixando para trás uma infância vivida na clandestinidade devido à ditadura militar. Deixa também a irmã mais nova, Petra, de sete anos. Duas décadas depois, Petra embarca para Nova York em busca da memória da irmã, que havia se mudado para lá com o sonho de ser atriz de cinema. Primeiro longa-metragem de Petra Costa, o filme é um poema dirigido às questões da morte, como se Petra quisesse tornar pública sua confrontação para com a covardia e a lembrança. Lindamente poético e ainda penetrante quando falamos da imagem, Elena pega cada emoção devastadora sentida por nós quando um ente querido morre e parece nos levar com exatidão a saber que podemos seguir em frente, mas que não vamos esquecer. Esta intimidade com a morte através da lente torna o fime esmagadoramente pessoal. Não é apenas uma expressão artística, mas uma jornada transformadora da agonia adolescente. Suas imagens parecem ter a representação da memória que sempre é escapada, fugida e desfocada. Um filme difícil de assistir e mais difícil de esquecer! ∆
MARTHA e MANOEL As lembranças recolhidas foram gentilmente concedidas por Martha Barros.
“Meu lado de dentro” - Acrílica s/ tela - 100 x 80 cm
Reportagem | Thais Pompêo Foto e Ilustrações | Martha Barros
32 | AGOSTO 2013
CAPA ∆
“Um dia eu entrei no escritório do paPAi e vi aquela bagunça de jornais, livros e tudo mais. Perguntei a ele se podia organizar, sabia que ele era poeta. Em casa sempre teve aquele negócio com o paPAi fechado no escritório pelas manhãs e a mAMÃe sempre dizia pra gente: ‘não entra aÍ que seu pai estÁ trabalhando’ e a gente sempre respeitou. Nem a mAMÃe entrava no escritório nessas horas. Um dia resolvi organizar as coisas dele e comecei a ler toda sua obra novamente. Ele já tinha recebido um prêmio nacional de poesia em Brasília, mas quando eu fui lendo tudo aquilo para catalogar, levei um susto! ‘O que é isso?’ Descobri que meu pai era um poeta genial! E aÍ me apaixonei pela sua obra! Sou suspeita para falar dele...
“Imagens são palavras que nos faltam.”
Manoel de Barros
AGOSTO 2013 | 33
A menina avoada Foi na fazenda de meu pai antigamente Eu teria dois anos; meu irmão, nove. Meu irmão pregava no caixote duas rodas de lata de goiabada. A gente ia viajar. As rodas ficavam cambaias debaixo do caixote: Uma olhava para a outra. Na hora de caminhar as rodas se abriam para o lado de fora. De forma que o carro se arrastava no chão. Eu ia pousada dentro do caixote com as perninhas encolhidas. Imitava estar viajando. Meu irmão puxava o caixote por uma corda de embira. Mas o carro era diz-que puxado por dois bois. Eu comandava os bois: - Puxa, Maravilha! - Avança, Redomão! Meu irmão falava que eu tomasse cuidado porque Redomão era coiceiro. As cigarras derretiam a tarde com seus cantos. Meu irmão desejava alcançar logo a cidade Porque ele tinha uma namorada lá. A namorada do meu irmão dava febre no corpo dele. Isso ele contava. No caminho, antes, a gente precisava de atravessar um rio inventado. Na travessia o carro afundou e os bois morreram afogados. Eu não morri porque o rio era inventado. Sempre a gente só chegava no fim do quintal E meu irmão nunca via a namorada dele Que diz-que dava febre em seu corpo.”
34 | AGOSTO 2013
A mãe reparava o menino com ternura. A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta. Você vai carregar água na peneira a vida toda. Você vai encher os vazios com as suas peraltagens e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.
Graças a Deus eu tive uma infância normal, uma adolescência normal, porque meu pai ficou realmente reconhecido quando ele já tinha 60 anos, como eu estou agora. A poesia dele é mesmo muito autobiográfica e imagética. Ele acompanhou toda a nossa infância. Sempre foi louco por infância, por essa coisa do ser desregrado, da liberdade, da inocência. E foi muito presente no departamento das coisas não práticas, do amor, da arte, do papo. Sempre foi bom de papo. Eu tenho essas coisas que ele tem, essa sensibilidade, a timidez, a falta de praticidade. Eu me questionava se isso era normal, porque sempre fui meio desligada e o pai dizia que quando a pessoa é desligada, é porque ela é, na verdade, ligada demais. E eu perguntava: ‘Mas como assim, ligada demais?’ ‘É que ela é tão ligada numa coisa, que desliga do resto’. O poeta, como nós o chamamos carinhosamente em casa, sempre foi um homem muito tímido, que conseguia me ajudar porque conhecia bem esse problema. Era o meu analista
e meu confidente. Um grande amigo que tenho até hoje. Um dia, levei umas coisinhas que eu tinha pintado e ele disse: ‘Isso aqui está muito bom. Isso é um pré- sapo. Eu vou botar no meu livro, quero que seja a capa do Livro de Pré-Coisas’. Engraçado porque eu não tinha pensado no pré-sapo, saiu daquele jeito... Quando pinto, vem um jorro do inconsciente, que eu não sei da onde vem, nem consigo repetir de novo. Meu pai diz que nós temos essa simbiose porque temos as mesmas raízes... E ele viu na imagem o pré-sapo, uma coisa que ainda não é o bicho, é a magia antes do sapo. Chamou de ‘iluminuras’. Foi o início da nossa parceria, que dura até hoje. O artista tem a sensação de que é inútil. E a pintura me deu um abrigo na vida. Aos 60, sinto que atingi uma linguagem própria, que já é reconhecida, que tem me deixado cada dia mais segura e independente. Porque é difícil ser uma artista independente, carregando o nome de um pai genial. ∆
AGOSTO 2013 | 35
Por Luciana Cunha, especial de Porto Alegre. Fotos | Divulgação
Redenção
Praça da Alfândega
Fundação Iberê Camargo
36 | AGOSTO 2013
Dinarte Ribeiro
BARRANCO
NATALÍCIO
Centro Cultural Usina do Gasômetro - Foto Alfonso Abraham
PELO MUNDO
OCIDENTE BAR
Bah! Porto Alegre é trilegal! Metrópole acolhedora com jeito de cidade do interior
gaúcho, morto em 1994, o museu traz todos os anos grandes exposições de artistas de renome nacional.
Fundada a partir da chegada de casais açorianos em meados do século XVIII, Porto Alegre se desenvolveu numa área privilegiada: entre as margens do Lago Guaíba e as variações de morros e planícies tão marcantes em seu relevo. Logo em seguida, começou a receber imigrantes italianos, alemães, espanhóis e judeus, que ajudaram a formar seu povo multi-étnico, extremamente gentil e acolhedor.
No quesito gastronomia, Porto Alegre garante boas opções para quem aprecia a boa mesa. Como manda a tradição, a capital do Rio Grande do Sul oferece dezenas de churrascarias para quem quer provar o autêntico churrasco gaúcho. Numa das mais tradicionais, o Barranco (Av. Protásio Alves, 1578), os clientes se espalham pelas mesas dispostas sob a copa de árvores nativas e centenárias para saborear o tradicional cardápio de carnes e bebericar um chope.
Hoje é uma metrópole de 1,4 milhão de habitantes que não perdeu o jeito de cidade do interior. Quem passar por aqui vai encontrar uma cidade com ar cosmopolita, marcada por uma cena cultural ativa e efervescente – tradicional celeiro literário fora do eixo Rio-SP desde o início do século 20, tem uma nova safra de escritores em alta, como Michel Laub, Carol Bensimon e Daniel Galera (que nasceu em SP mas cresceu e passou a maior parte da vida em PoA). Para começar, uma visita ao Parque Farroupilha – a Redenção, como é chamada carinhosamente pelo pessoal da cidade. É o espaço mais democrático de Porto Alegre e o ponto de encontro tradicional porto-alegrense. Seja para abastecer a casa na feirinha orgânica de sábado, participar de uma serenata iluminada, fazer uma caminhada nos finais de tarde ou para comer uma bergamota (nome local para tangerina) sentado ao sol nos domingos de inverno, é na Redenção que Porto Alegre revela sua alma. No centro, a dica é conhecer a Praça da Alfândega, fincada no coração da cidade. O cenário traz o charme dos jacarandás centenários completado pelo calçamento tipicamente português restaurado no ano passado. Tudo ladeado por três marcos culturais do estado: o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Memorial do RS e o Santander Cultural. Para completar o passeio, é possível alugar uma bicicleta, dar uma passada na Casa de Cultura Mario Quintana para um café (o prédio está em restauração e por isso com as atividades funcionando parcialmente) e então seguir pedalando até a Usina do Gasômetro, às margens do Guaíba. É lá o local preferido dos porto-alegrenses para curtir o pôr do sol enquanto milhares de pessoas pedalam, correm ou simplesmente tomam seu chimarrão. Ainda às margens do Guaíba, a Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000) é uma atração já pelo próprio prédio: o projeto foi a primeira obra do arquiteto português Álvaro Siza na América do Sul e ganhou o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2002. Além de obras do pintor
O BAH Restaurante (Av. Diário de Notícias, 300) é uma opção para experimentar receitas tradicionais da cozinha campeira recriadas com o toque ideal de modernidade e sofisticação. Não dá para deixar de provar a farofa de erva mate e a “trilogia de doces regionais”, com sagu de vinho, ambrosia em dois tons e arroz de leite. A fusion cuisine conquistou espaço e é muito bem representada pelo Hashi Art Cuisine (Rua Des. Augusto Loureiro Lima, 151), comandado pelo premiado chef Carlos Kristensen. Porto Alegre é extremamente democrática para os que gostam de aproveitar a noite. O reduto boêmio se reúne no bairro Cidade Baixa. Nas mesas de uma infinidade de bares, como o Boteco Natalício (Rua Cel. Genuíno, 21), a cerveja é sempre acompanhada de um petisco e da discussão entre amigos sobre a situação política ou econômica atual. Já no Dirty Old Man (Rua Lima e Silva, 956), o clima é de azaração. O espaço nasceu inspirado no representante máximo da boemia mundial, o escritor Charles Bukowski, e traz uma seleção de drinques especiais capazes de animar qualquer noite. Para quem quer ver e ser visto, o destino é a Rua Padre Chagas, no Moinhos de Vento, a famosa “Calçada da Fama”, que oferece boas opções de gastronomia, cafés e drinks, além de uma seleção de lojas grifadas para quem gosta de comprinhas. Uma ruazinha superespecial, que termina na Padre Chagas, é a Dinarte Ribeiro, mais reservada e supercharmosa, com restaurantes e lojinhas que são um mimo. A Barbarela Bakery é uma delas. Mas todos os públicos se encontram mesmo no Ocidente Bar (Av. Osvaldo Aranha, 960). Situado num casarão de estilo colonial português há quase 33 anos, o querido Oci é muito mais que uma casa noturna. Sua programação contempla desde a literatura até as mais badaladas madrugadas dançantes. GLS, indie, hippie, patricinha, hipster, todo mundo sempre tem um cantinho na pista de dança do Ocidente – representação máxima do que é Porto Alegre, uma cidade que recebe a todos sempre de braços abertos.
AGOSTO 2013 | 37
ESCOLHA DO MÊS ∆
NEW WHITE Por | Luiz Gugliatto
O branco nunca sai de moda, e para a próxima estação ele chega todo repaginado, às vezes puro ou um pouco sujinho, tipo off white. Por ser fácil de combinar, o branco deverá reinar em looks que vão do casual ao mais sofisticado - aposte em peças brancas e dê um toque summer no seu visual. A grande sacada é combiná-lo com cores fortes e vibrantes. Não esqueça que as cores metálicas também são ótimas apostas, inclusive nos acessórios. Bolsa Michael Kors p/ Miamiaqui R$ 1.048,60 • Óculos Max&Co p/ Renner • Sandálias Luiza Barcelos R$ 429 • Biquíni Amir Slama R$ 550 • Relógio Michael Kors p/ Hamilton Bezerra R$ 813,56 • Vestido Bo.Bô R$ 898 • Cinto Bo.Bô R$ 598 • Anel em ouro branco com diamantes e ágata Garimpo R$ 3.562,80 • Cadeira renda ferro by Jum Nakao p/ A Lot Of R$ 4.860 • Bracelete Raphael Falci R$ 324 - Preços sob consulta
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AGOSTO 2013 | 39
Fotos | Lucas Possiede e divulgação
TRENDY ∆
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Desfile Roberto Cavalli
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TENDÊNCIA!
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Por | Luiz Gugliatto
O ear cuff ganhou status de acessório mais-mais do momento! Esse tipo de brinco - que cobre a cartilagem da orelha - teve origem na Índia e apareceu pela primeira vez nos desfiles da Chanel, Roberto Cavalli, Yves Saint Laurent e Dries Van Noten. Chamou a atenção e caiu nas graças dos fashionistas, e logo entrou com tudo na lista de acessórios ‘desejo’ das celebridades mundo afora. Bastou o ear cuff aparecer em personagens globais para que o acessório virasse hit entre as it-girls. Encontre a peça que mais combina com você e aproveite a novidade para inovar no seu estilo!
40 | AGOSTO 2013
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Fotos | Divulgação
Relógios: 1- Marc Jacobs • 2- Van Cleef & Arpels • 3- Armani Exchange • 4- Gucci • 5- Guess • 6- Piaget • 7- Armani Exchange • 8- Michael Kors Preços sob consulta
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Clutch Eve Preço sob consulta
Bracelete Fabrizio Giannone R$ 250
Cinto Bo.Bô R$ 578
DESEJO Por | Luiz Gugliatto
Os bordados que caracterizaram a temporada de inverno seguem como uma das grandes apostas das melhores grifes para o verão. Brilhos, recortes estratégicos e a multiplicidade de materiais, padrões e texturas aparecem de forma marcante, seja em detalhes ou mesmo como protagonista do visual. A saia envelope em tecido blocado azul é a peça desejo da estação!
Mesa Isaac Newton Preço sob consulta
42 | AGOSTO 2013
Sandália Sophia Webster £ 525
Fotos | Lucas Possiede e divulgação
ACHADOS DE MODA ∆ Top Dress to Preço sob consulta
Óculos Swarovski Preço sob consulta
Blusa Le Lis Blanc e cinto Bo. Bô - Preços sob consulta
Saia Dress to Preço sob consulta
Vestido Le Lis Blanc R$ 1.599,50
Saia Bo.Bô R$ 718
AGOSTO 2013 | 43
Campanha Massimo Dutti
HOMEM ∆
Indispensável
O homem contemporâneo está cada vez mais ligado nas tendências e preocupado em dar personalidade ao look. Nesse assunto, os acessórios fazem as vezes de protagonista: incrementam, modificam e dão aquele toque superespecial ao visual. Pequenos detalhes que fazem toda a diferença!
Óculos Balmain • Lenço Noir, Le Lis • Abotoaduras Louis Vuitton • Cinto Burberry • Gravata VR menswear • Capa ipad Ferrari • Bolsa p/ celular Dries Van Noten • Sapato Louis Vuitton - Preços sob consulta.
44 | AGOSTO 2013
Fotos | Divulgação
Por | Luiz Gugliatto
PUBLIEDITORIAL ∆
A Cheia di Graça é uma loja de roupas e acessórios femininos. Localizada no centro da cidade, na Barão do Rio Branco quase esquina com a Rui Barbosa, a loja possui uma decoração toda especial que lembra um casarão antigo. Para receber com mais conforto sua clientela, a loja foi dividida em dois espaços: um com o melhor da moda fast fashion e outro com marcas conhecidas. A cada 15 dias chegam novidades atualizadas com as tendências mais quentes do momento. Um olho na passarela e outro nos blogs de moda, no que as it girls estão usando – tudo para deixar suas clientes cada dia mais antenadas.
Quem passa pela Cheia di Graça é sempre bem recebido. Além do atendimento especializado, um bolo quentinho está sempre a postos para receber as clientes e amigas que passam pela loja. Venha nos conhecer e se encantar!
Rua Barão do Rio Branco, 1490, centro - 67 3324 2020
46 | AGOSTO 2013
URBANA TRADUÇÃO
Fotos | Alexis Prappas - Stylist | Luiz Gugliatto
Camisa Richard’s • Bermuda, colar e pulseiras Estivanelli • Relógio Mont Blanc para Lívari joalheiros • Óculos Police para Óptica Lunettes
Costume Zara • Camisa The Bauer Company • Relógio Bulova para Lívari joalheiros • Gravata VR menswear • Sapatos acervo
Blazer VR menswear • Camisa The Bauer Company • Colar Estivanelli • Bermuda e dockside Richard’s • Óculos Givenchy para Óptica Lunettes
Camisa Noir, Le Lis • Colar e pulseiras Estivanelli • Calça e dockside Richard’s • Anéis acervo
Look total Estivanelli
Colete VR menswear • Camisa Noir, Le Lis • Relógio Mido para Moura joalheria Ú Calça Zara
Blazer VolCom Stone Suit • Camisa e gravata VR menswear • Anéis acervo
Blazer We Are Repley • Camisa e bolsa carteiro Richard’s • Calça VR menswear • Óculos Police para Óptica Lunettes • Anéis acervo
Camisa Noir, Le Lis • Lenço e pulseiras tressè Richard’s • Pulseiras de couro e linha Estivanelli • Calça John John • Boot Ellus
Camisa, calça e sapatos Richard’s • Bolsa Mont Blanc para Lívari joalheiros • Suspensório acervo
Ficha t茅cnica Fot贸grafo Alexis Prappas Stylist Luiz Gugliatto Beleza Marco Koller Modelo Alessandro Pinezi
Beleza masculina A hora e a vez dele Texto | Natรกlia Charbel
60 | AGOSTO 2013
Se você acha que centros de estética e tratamentos dermatológicos são exclusivos para viver momentos “mulherzinha”, pode rever seus conceitos agora mesmo. Foi-se o tempo em que estas eram atividades exclusivas da mulherada – os homens estão cada vez mais preocupados em se cuidar, querem se sentir bonitos e satisfeitos com a aparência. Trocando em miúdos, estão cada vez mais vaidosos (embora ainda não gostem muito dessa palavra). Nos últimos anos, o mercado estético tem recebido um número cada vez maior de homens. E aí, estamos falando desde simples salões de beleza e cuidados como manicure e pedicure, passando por centros estéticos onde são feitas limpezas de pele, massagens e depilação, chegando aos consultórios de dermatologistas e cirurgiões plásticos. De acordo com a Associação Internacional de Cirurgia Plástica, 35% dos procedimentos médicos com fins exclusivamente estéticos são realizados em homens. O consumo de cosméticos masculinos cresceu 163% nos últimos 5 anos. E tem mais, se antes eles procuravam esses tratamentos incentivados pelas mulheres ou namoradas, hoje não precisam nem daquele empurrão, muito menos do aval da parceira. Sentem-se seguros e não têm mais (ainda bem) medo nenhum de ter sua masculinidade questionada. É, amigos, parece que finalmente preconceitos bobos estão sendo deixados de lado. “Quando cheguei a Campo Grande, há 11 anos, o número de pacientes homens era muito menor e era bastante difícil fazê-los manter um tratamento. Hoje tenho vários pacientes que se submetem ao tratamento com mais disciplina que muitas mulheres. Além disso, aplicam toxina botulínica, fazem preenchimento (apesar da grande maioria não contar que faz)”, conta Dra. Cristina Katayma, dermatologista. Mas, eles são homens, e claro, têm comportamento diferente das mulheres. Um exemplo é que a grande maioria ainda reclama de ter que ficar com o corpo ou rosto bezuntado de cremes. Dra. Cristina ressalta que “hoje em dia, existe uma enorme variedade de cremes e texturas com os quais temos conseguido agradar pacientes que não gostam da sensação de estarem melecados”. Outra diferença, segundo a médica, é que “homens são mais práticos, usam poucos produtos e, muitas vezes, o mesmo por vários anos. Não se preocupam tanto com novidades”. Estatísticas informais feitas com médicos da área de cosmiatria – dermatologistas e cirurgiões plásticos – mostram que,
beleza ∆
“Dizes que a beleza não é nada? Imagina um hipopótamo com alma de anjo... Sim, ele poderá convencer os outros de sua angelitude – mas que trabalheira!” Mario Quintana
entre as preocupações que levam os homens a procurar um profissional dessa área, em primeiro lugar está o cabelo e suas disfunções, com destaque para a temida calvície; a obesidade e gorduras localizadas vêm logo após; e em seguida vem a preocupação com a pele. Segundo a dermatologista, “a maioria chega pela primeira vez para o tratamento de alguma patologia, para tratar a calvície ou obter a prescrição de algum protetor solar. Eles saem do consultório com orientações diárias de higiene facial e uso de protetor solar, e quando voltam querem melhorar a pele ou realizar algum procedimento de rejuvenescimento”. A procura masculina por tratamentos estéticos cresceu tanto que não é difícil encontrar centros de estética e clínicas médicas especializadas em tratamentos masculinos, ou com a presença de profissionais (de manicures a médicos) especializados em atender esse público. “Aqui no consultório, atendo homens e mulheres nos mesmos dias, para consultas não há o menor problema, mas, muitas vezes, eles não gostam que saibam que realizam procedimentos estéticos, então enquanto o creme anestésico age, tenho que deixá-los em uma sala separada”, comenta Cristina. . A mudança é muito positiva. Cuidar da aparência de maneira saudável é tão importante quanto cuidar de qualquer outra parte do nosso corpo. Cuidados com a beleza fazem bem para o físico (por motivos óbvios), para a mente, e refletem diretamente na autoestima e autoconfiança. Ou seja, a mudança no comportamento masculino deve ser vista não apenas como um sinal de vaidade, e sim, como um indício de que eles estão com a cabeça em ordem. Mais uma vez, corpo e alma, mente e aparência se misturam. Dra. Cristina finaliza com a bela definição da Organização Mundial da Saúde: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. ∆
Em tempo: Dia 15 de julho foi comemorado o Dia do Homem. A data surgiu com o objetivo de incentivar o cuidado com a saúde masculina, e aos poucos vai ganhando conotação comemorativa. Afinal, se nós mulheres mudamos, eles também estão diferentes. E assim como hoje ele busca sem medo pela beleza, o homem contemporâneo achou seu espaço na vida doméstica, vai sem medo para a cozinha, se preocupa mais com a educação dos filhos, com a mente. Enfim, surge um novo homem.
AGOSTO 2013 | 61
HITS DE BELEZA ∆
1 2 Mesmo ainda resistindo (um pouco) aos cremes, não tem jeito, eles são essenciais (vocês ainda entenderão isso). E existem aqueles específicos para homens. Aqui selecionamos o que você realmente vai adorar, sem frescura, sem firula.
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1- Dermotivin Salix Foam - Dermotivin é um sabonete indicado para a limpeza da pele oleosa e funciona como coadjuvante no tratamento da acne. Desengordura a pele de maneira eficaz e auxilia na desobstrução dos poros. 130ml R$ 66 • 2- Dercos Shampoo Energizante Antiqueda da Vichy - Formulado com Aminexil, uma molécula antiqueda, é indicado para pessoas que estão sofrendo com a queda de fios e querem um cabelo bem cuidado. Cerca de 80% dos usuários afirmam que o shampoo deixa uma sensação de cabelos mais fortes*. Kit com 2 frascos (200ml cada) R$ 76,90 • 3- For Men BDERM + Emulsão Facial - Antirrugas que atua na prevenção e redução das rugas e linhas de expressão. Age hidratando, garante a firmeza da pele, regula a oleosidade. Ainda auxilia a cicatrização e acalma a pele do homem. A fórmula é super leve. 50g R$ 139 • 4- For Men Loção Pós-Barba com Filtro Solar - Acalma, hidrata e protege a pele após o barbear. Tem toque seco, ação antibrilho e secagem rápida. Para melhorar, ainda protege contra os raios UVA e UVB. Sem cheiro. FPS 18 140 ml R$ 68 • 5- Sun Max 30 Acqua Oil Control - Homens geralmente têm pele e cabelo mais oleosos que as mulheres, por isso esse filtro é bacana. Tem alta proteção contra as radiações UVB (FPS 30) e UVA/PPD (16). É ideal para peles com tendência à acne, pois tem textura leve e reduz significativamente a oleosidade (cerca de 37% na primeira hora). Depois o controle do óleo dura até 8 horas com apenas uma aplicação. 60g R$ 59,99 • 6- Antienvelhecimento Shiseido Men Total Revitalizer - Incrível, essa é a palavra. Antienvelhecimento e antifadiga de alta performance. Elimina os sinais de cansaço, secura, sinais de envelhecimento. Hidrata por até 24 horas e protege a pele do estresse ambiental. Tem textura leve, suaviza e hidrata. Pode ser usado durante o dia e a noite! 50 ml R$ 311
5 6 *fonte site Vichy Obs: O estilista Tom Ford anunciou em julho que lançará uma linha de cosméticos masculinos. Estamos aguardando e contaremos tudo!
62 | AGOSTO 2013
Puxa pra cรก,
64 | AGOSTO 2013
FITNESS ∆
estica pra lá.
Quem anda precisando intensificar a malhação ou vencer a preguiça de sair de casa ganhou um novo aliado: o elástico. O acessório é leve, fácil de usar e portátil, ideal para quem busca trabalhar todo o corpo sem ter que ir à academia. Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede
O acessório – que começou sendo usado principalmente por fisioterapeutas – traz mais dinamismo e variedade à atividade física, e o melhor, intensifica os resultados. Bíceps, tríceps, peitoral, bumbum e todas as áreas do corpo são trabalhadas com o uso do elástico, “basta usar a criatividade” garante Marcella Marcellino, personal trainner. “Ele é muito versátil, podemos fazer vários tipos de exercícios e dar prioridade para a parte do corpo que queremos definir”, completa. Malhar com o elástico traz várias vantagens: melhora a coordenação motora, fortalece a musculatura – deixando os músculos mais firmes e definidos, sem deixá-los “bombados” –, e ainda ajuda na prevenção e na recuperação de lesões. “Descobri o acessório quando fiz fisioterapia, e percebi como ele ajuda na resistência muscular. Gostei tanto dos resultados que trouxe para o meu estúdio e incluí na rotina dos meus alunos”, conta Marcella.
AGOSTO 2013 | 65
É uma boa solução para quem está sempre com a vida agitada e não tem tempo de ir à academia. Leve e fácil de usar, pode ser praticado em casa, basta ter um espaço amplo, a ajuda de um móvel bem firme e determinação. “Trinta minutos já garantem ótimos resultados”, explica a personal. “O ideal é alternar os dias dos exercícios, assim damos um descanso aos músculos e eles respondem melhor ao treinamento”. Existe até mesmo uma aula em academia feita exclusivamente com uso dos elásticos. O professor Osvaldo Herculano Cícero de Sá Filho explica que, na aula de CXWork, são 30 minutos voltados para o trabalho do abdômen e músculos auxiliares. “Diferente dos pesos, com o elástico temos que fazer uma força constante, tanto para puxar como para descer o elástico, e isso faz com que o exercício atue mais profundamente no músculo, trazendo um resultado mais rápido e mais funcional”, conta o professor.
Outra notícia boa é que existem graduações (ou “pesos”) dos elásticos para o corpo não ficar na zona de conforto: “Cada cor corresponde a uma resistência do aparelho – quanto maior a resistência, maior o esforço durante o exercício”, explica Marcella. Basta encontrar o seu e começar o estica e puxa. ∆
66 | AGOSTO 2013
Uma nova postura para você. Um novo movimento para sua vida.
Unidade Santa Fé Rua Zezé Flores, 691 - 9617 2800 Unidade Centro Rua 15 de Novembro, 927 - 3028 1627
68 | AGOSTO 2013
COMPORTAMENTO ∆
Detesto fazer exercícios. Pronto, falei! Porque em tempos de vida saudável, é difícil assumir que não gostamos de malhar
Texto | Natália Charbel
Acredito que as pessoas podem ser dividas em três grandes grupos: o das que amam fazer exercícios físicos, são viciadas em endorfina, praticam atividades variadas e acham todas INCRÍVEIS, têm prazer mesmo; o das que não gostam, mas fazem, porque é preciso, para ter saúde e bem estar, e neste grupo também estão aquelas que comem coisas que não gostam porque elas fazem bem e levantam cedo mesmo podendo dormir até mais tarde para cumprir sua rotina, resumindo, as disciplinadas; e o terceiro, das que detestam, têm preguiça de ir, de fazer, nunca foram apresentadas às tais endorfinas, tentam milhares de modalidades, horários, mas não gostam. Pagam 6 meses de academia e vão 6 dias, sabe? E me diz, por que, POR QUE, essas pessoas não se apaixonam pela prática de exercícios físicos? E mais, por que é tão difícil vencer a preguiça, começar e continuar? Segundo estudiosos da natureza humana, nós temos tendência à repetição de hábitos adquiridos e resistência a novas condutas.“Encontramos muitos obstáculos, impostos por nós mesmos, sejam eles conscientes ou inconscientes. Já parou para pensar como seria superar um hábito ruim criado inteiramente pela sua mente? Muitas vezes não existe nenhuma manifestação externa, mas pensamentos que nos autoboicotam. É preciso redirecionar, como uma técnica de mudança de atenção, partindo do princípio de que precisamos de novos pensamentos, como ‘eu posso, eu consigo e sou capaz’”, esclarece a psicóloga Giliane Novais Lima.
AGOSTO 2013 | 69
Nós precisamos de ao menos 6 meses para que uma nova prática se torne um hábito. E se esses seis meses lhe parecerem uma eternidade, vão ai algumas dicas: O primeiro passo é se questionar se você tem ciência de quanto nosso corpo precisa de exercícios para termos saúde. É essencial. Não existe vida saudável no sedentarismo. Ponto final. Depois, tenha um objetivo claro, simples e possível. Baixar níveis de colesterol, reduzir circunferência abdominal, dormir melhor. Emagrecer 30 quilos ou ter a barriga da Bella Falconi não é possível em curto prazo, e vai gerar frustração.
para adultos? Ou dança de salão, sapateado. O Pilates é uma saída que tem agradado muita gente. Lutas são ótimas para desestressar, queimam muitas calorias e podem ser bem divertidas. Não tem muito jeito, é tentativa e erro. Uma saída é matricular-se em uma academia com diversas modalidades e ir tentando... Outra dica: se você não é fã de acordar cedo, não tente fazer exercícios de manhã – unir duas coisas que você não gosta não vai te ajudar. Outro ponto: não deixe um lapso virar um colapso, ou seja, não foi à academia hoje, ok, vá amanhã.
“É claro que todas essas mudanças geram desconforto emocional. Pode ser que essa pessoa ‘boicotadora de si’ tenha tido uma infância durante a qual se sentiu inadequada, foi criada sem estímulos e nunca ninguém a viu como uma pessoa interessante. Assim, ela construiu uma percepção equivocada de si. E, internamente, essa repetição é percebida como a única forma de viver bem. Identificar os obstáculos de sua mente é apenas parte do processo. O que realmente a pessoa necessita para vencer esse autoboicote é construir um novo modo de lidar consigo e com o mundo”, afirma Giliane.
O mais importante é ter consciência de que é impossível ter uma vida realmente saudável e uma velhice com qualidade sem a prática regular de exercícios – essa deve ser sua principal motivação. Beleza e corpo enxuto são consequências. Jogue alto com sua preguiça e desânimo, pense em ver seus filhos crescerem, conhecer seus netos e não passar os últimos anos de sua vida em uma cama. É assim que a disciplina vai sendo criada, e quem sabe, talvez você até aprenda a gostar de exercícios, fique amigo da endorfina e nunca mais queira parar, ou no mínimo, você vai conseguir entrar para aquele segundo grupo, o que vai e faz, mesmo sem ser esse o grande amor da sua vida. Se for realmente muito difícil, procure ajuda: “Os psicólogos foram preparados para orientar seu paciente para uma vida de sucesso e bem-estar, basta dar o primeiro passo. Chega de desculpas”, completa a psicóloga. Vai valer a pena, acredite! ∆
Claro que todo esse processo será infinitamente mais fácil se você conseguir encontrar algum exercício que goste. Não fique preso à academia, musculação. Existem milhões de outras opções. Esportes são uma ótima pedida: vôlei, futebol, natação. Garotas, sabiam que existem aulas de ballet
70 | AGOSTO 2013
PUBLIEDITORIAL ∆
VACINAÇÃO ASSUNTO PARA ADULTOS O médico Alberto Jorge Costa atua há quase 30 anos como pediatra em Campo Grande. Possui ampla experiência em prevenção de doenças em seu centro de vacinação dentro da clínica. Por isso, alerta sobre tema importante e cada vez mais atual: a vacinação de adultos. Hoje já é consenso entre médicos mais conscientes e atualizados de diferentes áreas que adultos e adolescentes têm que estar com sua carteira de vacinação em dia. Não só com o intuito de se proteger, mas também de diminuir o risco de contágio de determinadas doenças para a população em geral, inclusive os mais vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e gestantes. Os adultos devem ficar muito atentos pois grande parte das vacinas que seus filhos fazem regularmente hoje, não existiam há alguns anos. Ou seja, temos uma extensa camada da população desprotegida de doenças evitáveis que podem ter implicações graves, inclusive levando a óbito. Por isso, a SBIM (Sociedade Brasileira de Imunização) desenvolveu um calendário de vacinas especialmente direcionado para adultos e idosos. As vacinas que os adultos devem fazer são basicamente:
Alberto Jorge Costa - CRM 1266
Coqueluche – devido ao reaparecimento em larga escala desta doença em todo o mundo, recomenda-se um reforço mesmo em que já foi imunizado na infância; Difteria e Tétano – deve ser feito um reforço a cada dez anos; Febre Amarela – deve ser feito um reforço a cada dez anos, especialmente em moradores de regiões mais suscetíveis ou pessoas que viajam com frequência; Hepatites A e B – devem ser aplicadas em adultos, inclusive nos que não se recordam se foram vacinados ou não; Gripe – deve ser aplicada anualmente, uma vez que o vírus sofre mutações constantes e os anticorpos produzidos pela vacina não protegem por mais de um ano; HPV – deve ser feita em adolescentes e adultos jovens de ambos os sexos, pois protege de determinados tipos de câncer (colo de útero e pênis, por exemplo), além de verrugas genitais; Pneumonia – existem dois tipos de vacinas, indicadas principalmente para idosos e pessoas com doenças crônicas (diabetes e asma, por exemplo) e imunodeficientes; Meningite – hoje, a vacina é indicada para todas as faixas etárias porque são frequentes os surtos em diferentes partes do mundo. ∆ Rua Pedro Celestino, 2901 • (67) 33210053 ou 33210447
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SAÚDE ∆
Sono x Estresse durma com um barulho desses! Texto | Natália Charbel
Dormir mal por conta do estresse é um sinal dos tempos – difícil é encontrar quem não perde noites de sono por conta de excesso de trabalho ou de preocupações. E não é muito difícil entender o porquê: “O acúmulo de funções, a pressão no trabalho, a falta de tempo para o lazer, e o trânsito podem levar ao estresse, reação do organismo que afeta a saúde física, emocional e também causa queda do sistema imunológico”, explica de forma simples Dr. Shigueo Yonekura, médico neurologista com especialização em sono pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. “O estresse e o ritmo de vida da sociedade moderna têm influenciado de forma negativa nossas noites. Alterações tanto na quantidade como na qualidade do sono podem influenciar pessoas com alguma predisposição a distúrbios do sono ou mesmo pessoas anteriormente saudáveis. Do ponto de vista quantitativo, dorme-se cada vez menos, pois, de um modo geral, temos horário para despertar, mas não para ir deitar, por conta de inúmeros compromissos, profissionais ou sociais. A qualidade do sono também é prejudicada, devido a patologias como a síndrome da apneia (muito relacionada com a obesidade, também altamente prevalente nos dias atuais) e outras”, completa Dr. Braulio Brayner, especialista em medicina do sono pela Universidade Federal de São Paulo. “Aproximadamente 40% dos brasileiros não conseguem alcançar o descanso merecido durante a noite, segundo pes-
quisa realizada com 40 mil pessoas pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN). O tempo ideal de sono depende do cansaço físico, mental, da idade e até da genética de cada indivíduo, mas a maior parte da população adulta precisa de sete a oito horas por dia. Uma noite mal dormida significa redução do desempenho, desmotivação e aumento do risco de ocorrência de acidentes. A insônia também prejudica a atenção e a memória, além de afetar a circulação sanguínea e o coração. Quem não dorme bem está mais propenso a infecções, obesidade, hipertensão e diabetes”, explica Yonekura, que continua: “Durante o sono o corpo se regenera, fazendo a síntese de proteínas, e por este motivo o cansaço acumulado ao longo do dia desaparece. Enquanto dormimos produzimos alguns hormônios, como o GH. Nas crianças, ele é responsável pelo crescimento, e nos adultos é conhecido como ‘hormônio da juventude’, que nos dá força muscular, turgescência da pele e fortalece os ossos. Pelo mesmo raciocínio, se o GH for produzido em menor quantidade, o envelhecimento será mais rápido. Para as mulheres o sono também é fundamental devido à produção de prolactina, hormônio que desempenha um papel importante na amamentação e ovulação, e para os homens, de testosterona, que está relacionada à sexualidade. Menos testosterona, menos vontade e libido sexual. Uma boa noite de sono evita que o organismo acumule altos teores do cortisol, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, liberado em situação de estresse. Quando há falta de sono as pessoas costumam ficar mais irritadas.”
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“Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer”. Mario Quintana
O que fazer? Segundo Brayner, “o estresse é indissociável da nossa realidade, é como o ar poluído que respiramos. Nunca vamos nos livrar totalmente, mas precisamos aprender a conviver com ele. Assim como devemos evitar exposição excessiva à poluição, também não devemos nos deixar envolver pelo estresse. Adotar hábitos de vida saudáveis e administrar a maneira pela qual reagimos a situações estressantes são medidas que ajudam a obter uma boa qualidade de sono. Levar uma vida saudável, com manutenção do peso ideal, frequência regular de atividade física, administrar o tempo, separando um horário para o lazer, são outras medidas que ajudam bastante. À noite, deve-se ingerir uma refeição mais leve e com pouca quantidade de carboidratos, evitando refrigerante, café, chá preto, mate. É importante também, criar uma regularidade na hora de ir deitar e levantar, controlar o excesso de estímulos (evitar TV no quarto, ficar no computador ou TV até tarde), deixar o ambiente silencioso e tranquilo. Encarar a cama como um local prazeroso, e não para resolução de problemas, que devem ficar para fora do quarto”. O computador também pode ser um agravante: “Existem estudos mostrando que o uso excessivo do computador pode afetar o sono de várias maneiras. Primeiro, a luminosidade da tela pode inibir a secreção de determinados hormônios, como a melatonina, imprescindível ao início do sono. O processo de uso da internet (com grande quantidade de informações disponíveis, podendo-se rapidamente ‘pular’ de uma tela para outra, através dos diversos links, assim como o excesso de informação visual) estabelece um sistema de hiperativação cerebral com consequente dificuldade de relaxamento necessário ao início do sono, podendo atrasar o mesmo ou levar a despertares durante a noite”. Dr. Braulio nos dá uma dica preciosa: “Criar uma lista das coisas que precisam ser feitas
no dia seguinte, para que estes afazeres não lhe venham à cabeça durante a noite. As pessoas que têm predisposição à insônia possuem um nível de alerta aumentado, uma dificuldade de desligar. Isto pode ser piorado se aumentamos o nível e a quantidade de estímulos. Estes podem ser internos (ansiedade aumentada), os já supracitados, externos (excesso de TV e computador até tarde), ou ambos. Os externos podem ser mais facilmente controlados. Já os internos são de ordem multifatorial e podem englobar desde uma resposta ansiosa específica a uma determinada questão ou questões de ordem social, psicológica etc.” Para saber como tratar, é preciso um diagnóstico correto. “Os transtornos do sono mais comuns dos cerca de cem já identificados pela medicina são insônia, ronco, apneia e síndrome das pernas inquietas. Mas para chegar ao diagnóstico preciso, o paciente deve passar pela polissonografia, um exame realizado no laboratório do sono, que permite testar durante os potenciais elétricos da atividade cerebral, os batimentos cardíacos, os movimentos dos olhos, a atividade muscular, o esforço respiratório, a saturação do oxigênio no sangue, os movimentos das pernas e outros parâmetros”, esclarece Dr. Yonekura. “Existe uma grande gama de tratamentos para quem dorme mal, desde o tratamento farmacológico, com uso de medicações específicas, até acompanhamento psicológico, com medidas de controle do estresse e terapias, geralmente na linha cognitivo-comportamental. O mais importante de tudo é saber que existe cura, sim, para quem dorme mal. Os distúrbios do sono têm tratamento que melhoram muito a qualidade de vida, um processo que requer cooperação entre o médico e o paciente. O caminho às vezes pode ser longo, mas rende resultados gratificantes”, finaliza Dr. Braulio Brayner. ∆
Os 10 mandamentos para uma boa noite de sono: 1. Horário regular para dormir e despertar; 2. Ir para a cama somente na hora dormir; 3. Dormir em um ambiente saudável; 4. Não fazer uso de álcool próximo ao horário de dormir; 5. Não fazer uso de medicamentos para dormir sem orientação médica; 6. Não exagerar em café, chá e refrigerantes; 7. Exercícios físicos em horários adequados e nunca próximos à hora de dormir; 8. Jantar moderadamente em horário regular e adequado; 9. Não levar problemas para a cama; 10. Atividades repousantes e relaxantes após o jantar. Dr. Shigueo Yonekura
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Conforto e qualidade. O seu bem-estar comeรงa assim.
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“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.” Hipócrates
Comer bem para dormir melhor
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NUTRIÇÃO ∆
Dormir bem. O que para alguns é simples, para grande parte da população é um suplício. A história é tão complicada, que algumas pessoas vão ficando angustiadas conforme vai escurecendo só de imaginar que poderão passar mais uma noite rolando na cama. E claro, a ansiedade piora tudo, e vira uma bola de neve. Texto | Natália Charbel
O curioso é que a insônia é um mal que atinge milhares de pessoas, mas se você fizer uma pequena “pesquisa” vai descobrir que todo mundo tem uma receita infalível para dormir melhor. Julia Fonseca, atriz, 34 anos, não titubeia – quando percebe que a qualidade do sono está alterada, lança mão de um chá de maracujá, ou algum fitoterápico à base de passiflora, recomendado por um médico fitoterápico com quem ela se consulta há muitos anos. “Para mim é batata, na segunda noite já estou dormindo bem melhor, e consequentemente coloco todo o meu organismo em ordem, até meu apetite muda quando durmo bem”. Por outro lado, uma grande amiga de Julia não conseguiu os resultados esperados. “Ela tomou doses até maiores que as minhas, mas para ela não funcionou”, conta um tanto desapontada. Portanto aqui vai a primeira lição: fitoterápicos ou não, remédios devem ser receitados por médicos, é preciso passar por uma consulta, estudo de caso, doses e indicações corretas. Medicina não é uma ciência exata. E mesmo sendo naturais, essas substâncias podem, sim, trazer reações adversas. No geral, para casos de insônia, dificuldades de pegar no sono, ou manter a qualidade dele por horas seguidas, as indicações são o lúpulo, valeriana, maracujá e capim-limão. Entretanto, não é tão simples, o perfil e até o gênio de cada pessoa podem influenciar no tratamento. Os mais brandos e doces (sim, eles também podem ter problemas para dormir) costumam se dar bem com chás como o de melissa; já os mais estourados geralmente se adaptam melhor com mulungu ou valeriana. Especialistas são unânimes em afirmar que é preciso um estudo global do paciente, e nestes casos a alimentação é um ponto de avaliação importante. Por exemplo, pessoas com deficiência de magnésio costumam ter problemas para dormir. Nestes casos, uma boa solução é incluir vegetais verde-escuros no jantar. Está vendo? Nem sempre o conhecido maracujá é solução para tudo.
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E é nesse conceito, alimentação x organismo, que pesquisas recentes têm se baseado para estudar distúrbios do sono. Segundo um grande estudo feito na Universidade da Pensilvânia, pessoas que dormem bem, por cerca de sete a oito horas, ingerem grandes quantidades de antioxidades, aqueles velhos conhecidos nossos associados ao combate de várias doenças e do envelhecimento precoce, mas que nunca tinham sido observados como auxiliadores do sono. Outras surpresas foram o licopeno, a luteína, o selênio, a vitamina C e a teobromina, um componente do cacau, isso mesmo, o chocolate, pasmem, pode te ajudar a dormir. Estudiosos garantem que essas substâncias nunca tinham surgido em pesquisas com esse fim. Quem é quem? Teobromina: Pode ser uma grande surpresa já que a substância é estimulante do sistema nervoso central, mas ela também promove o aumento da produção de hormônios responsáveis pelo prazer e bem-estar (serotonina e dopamina), que agem na fabricação de melatonina, o hormônio do sono. O cacau é uma excelente fonte de teobromina, e consumir cerca de 30 g de chocolate* (de preferência os amargos) está relacionado a uma boa noite de sono. Licopeno: Encontrado em vegetais (principalmente no tomate) e frutas vermelhas. Para ser bem absorvido, opte por consumi-lo em forma de molhos e sucos. Os “bons de cama” consomem mais de 6000 microgramas/dia de licopeno (1 goiaba e 1 fatia de mamão + 2 tomates crus + 1 concha de molho de tomate).* Selênio: Esse mineral auxilia na produção de enzimas antioxidantes, na eliminação das toxinas, e regula o funcionamento
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da tireoide, responsável pela produção de hormônios. Encontrado em castanhas, frutas secas, peixes e frutos do mar. O indicado é a ingestão de 112 microgramas por dia, ou cerca de 3 castanhas*. Vitamina C: Um super reforço ao nosso sistema de defesa e no auxílio da absorção de outros nutrientes, além de ter função antioxidante. Encontrada nas frutas alaranjadas e vermelhas, como a laranja, acerola, e o queridinho do momento, o goji berry. Para garantir uma noite deliciosa de sono o indicado é 85 miligramas/dia*. Luteína e zeaxantina: Presentes na gema de ovo, milho e em vegetais verde-escuros, o consumo delas também está relacionado a uma boa noite de sono. Entre os que dormem bem, a média de consumo é de 1.413 microgramas por dia (1 ovo + 1 espiga de milho)* O outro lado da história O sono também influencia mal nossa alimentação. Pesquisas já haviam mostrado que quem dorme mal tem tendência a ingerir mais alimentos gordurosos, quantidades elevadas de açúcares e calorias, pois a carência do sono acelera alguns circuitos do cérebro que levam o indivíduo a ter vontade de comer esses alimentos, garantem os neurologistas. A explicação é simples: as centrais do sono, que ficam no hipotálamo, estão bem perto dos centros ligados ao apetite, aí a confusão está feita. Não tem jeito, somos um sistema que funciona interligado, é impossível tratar nosso corpo por setores. Vida saudável é um todo, e sono e alimentação são apenas mais uma mostra dessa relação. ∆ *fonte: Folha de S Paulo
figo e ALECRIM “Gosto de cozinhar pratos diferentes”
Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede
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Ingredientes Cordeiro - 12 pedaços de carré de cordeiro (geralmente são 3 por pessoa); 1 cenoura; 1/2 cebola; 1/2 alho-poró; salsão; 4 dentes de alho; pimenta em grãos; alecrim fresco; 500 ml de vinho tinto; azeite
GASTRONOMIA ∆
Carré de Cordeiro com Risoto de Figo
Modo de preparo
A empresária Mara Ceolin sempre foi apaixonada por arte, e descobriu na culinária um meio de se expressar. “Gosto de cozinhar pratos diferentes, misturando os sabores e as texturas. É como pintar”. O interesse surgiu em uma viagem para a França ao lado de uma amiga que estudava gastronomia. Depois, foi estimulado e aprimorado com o contato com grandes chefes. Resolveu debruçar-se sobre o assunto e foi estudar em escolas de renome, como “Le Cordon Bleu”, em uma de suas unidades italianas, a de Florença – tanto que um de seus fortes (e grande paixão) é o risoto. De volta a Campo Grande, Mara abriu seu próprio espaço. A ideia era ser apenas um pequeno bistrô, mas o projeto expandiu e tornou-se o Casa Park Home Restrô: um restaurante com clima superintimista, que só atende com hora marcada, além de um lindo espaço para eventos – onde ela mesma vai para a cozinha e cuida pessoalmente de cada prato.
Para A Gente, Mara preparou seu favorito: um delicioso carré de cordeiro acompanhado de risoto de figo. Deu água na boca? Então prepare-se: simples de fazer e impressiona os convidados!
Colocar o carré para marinar em uma travessa, com as cenouras em rodelas, cebola, alho-poró e salsão picados grosseiramente, dentes de alho inteiros, pimenta em grãos, alecrim e o vinho tinto, por 12 horas. Selar em azeite na hora de servir.
Caldo - 500g de carne de cordeiro em pedaços; 1 cenoura pequena; 1/2 alho-poró; salsão; 1/2 cebola; ramos de alecrim; 4 litros de água fria
MODO DE PREPARO Limpar a carne e cortar em pedaços pequenos. Marcar todos os lados em óleo bem quente. Reservar. Retirar toda a gordura da panela. Colocar as carnes de volta e cobrir com água fria. Levar à primeira ebulição, colocar a guarnição aromática. Cozinhar por 3 horas em fogo muito baixo ou até reduzir à metade. Coar o caldo e reservar.
Risoto - 300g de arroz italiano Carnaroli; 3 colheres de sopa de azeite; 2 dentes de alho; 1/2 cebola; 80g de manteiga; 150 ml de vinho branco; parmesão ralado; páprica picante e doce; sal; pimenta do reino verde; 4 figos frescos maduros
MODO DE PREPARO Em uma panela, coloque o azeite e as cebolas, e em seguida coloque o alho e junte o arroz. Quando os grãos começarem a grudar na panela, acrescente o vinho, mexendo sempre. Junte, aos poucos, o caldo de cordeiro fervendo. Repita a operação toda vez que o arroz começar a pregar no fundo da panela, mexendo continuamente, por cerca de 20 minutos. Na terceira vez que colocar o caldo, adicione a páprica e a pimenta do reino a gosto. Quando os grãos estiverem transparentes e al dente, coloque o figo, previamente caramelizado em uma frigideira com manteiga, sal e açúcar, acrescente a manteiga e o queijo parmesão. Prove o sal. Monte os pratos com uma porção do risoto e o carré de cordeiro.
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A GENTE EM CASA ∆
PROJETO ORIGINAL
Texto | Josiane Paganini Fotos | Erich Sacco
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Reformar um projeto de um grande arquiteto é sempre um desafio. Nessa casa, elaborada pelo saudoso Gilson de Oliveira, a arquiteta Luciana Teixeira assumiu a delicada missão de devolver a sala de estar para o uso doméstico, já que ela tinha sido apropriada pela empresa da família. O principal objetivo era criar o espaço perfeito para descanso e lazer mantendo a personalidade do projeto original. Logo na entrada, os tijolinhos de demolição – misturados com diversos materiais como concreto, vidro e madeira – revelam os traços mais rústicos da decoração, e proporcionam aconchego. “Eu quis criar um cenário para que a vida da família acontecesse, um lugar acolhedor que abraçasse as pessoas”, explica a arquiteta.
Os ambientes são definidos por poucas paredes, e uma grande porta de vidro favorece a passagem de luz natural. A integração visual dos espaços deixa o ambiente em harmonia também com a área externa. Para a decoração, o destaque ficou para os móveis, que foram escolhidos com muito cuidado – peças com qualidade e
isentas de modismos. “Selecionamos móveis atemporais, com cores mais quentes e que trouxessem um ar contemporâneo para a casa”, conta Luciana. “Meus clientes gostam muito de receber os amigos em casa, então tive um cuidado especial para que essas ocasiões se tornassem sempre marcantes”, complementa.
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Em contraste com as paredes de tijolos de demolição e as linhas tradicionais da casa, os eletrônicos foram escolhidos a dedo. “Toda essa área social foi complementada com TV, home theater, sempre tudo de mais moderno e atual”. Para finalizar, o ambiente recebeu iluminação planejada para diversas ocasiões. “Há luzes para leitura, para destacar os objetos ou deixar o ambiente mais aconchegante”, finaliza Luciana. ∆
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achados de casa ∆
HORA DO BANHO Por | Luiz Gugliatto Foto | Lucas Possiede
O banheiro é um espaço importante da casa. Muitos dizem que basta olhar o banheiro para entender a alma de quem mora ali. Por isso, selecionamos acessórios e novidades para deixar esse cantinho da casa ainda mais atraente!
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8 1- Sabonete líquido La Façon, sabonete para rosto La Façon, mini difusor e bandeja Armazém Fornari; 2- Vela e spray home Voluspa, difusor figo, vaso vidro, rosa e bandeja Santa Graça Casa; 3- Toalha para lavabo Casa Tua; 4- Kit para banheiro Angla Luxo di Casa; 5- Ganchos de porcelana para parede Armazém Fornari; 6- Kit para barbear Noir, Le Lis; 7- Kit para banheiro, sabonete romã, difusor e bandeja Casa Tua; 8- Tapete Blue Gardenia Casa Tua - Preços sob consulta
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ZEN ∆ “Sorrir, amar, perdoar, compreender, relaxar... Esses são remédios poderosíssimos, e que não estão à venda nas farmácias. O efeito colateral é a felicidade”. Hermógenes
Que tal fazer NADA? Texto | Natalia Charbel
Para escutar: Cafe Del Mar - “We Can Fly”; Mozart - “Canzonetta Sull’aria”; Coldplay - “Strawberry Swing”
Para assistir: A trilogia das cores, do polonês Krzysztof Kieslowski: Poesia. Pouquíssimos dialógicos, movimentos e gestos que dizem muito mais que palavras. A trilogia começa com ‘A liberdade é azul’, passa por ‘A igualdade é branca’ e finaliza lindamente com ‘A fraternidade é vermelha’.
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Falar sobre cansaço, vida agitada, correria e estresse é tão lugar comum que, muitas vezes, passamos batido por qualquer tentativa, e aí, leia-se, artigos, estudos e atitudes, para conseguir afrouxar a vida. Temos aquela ideia pré-formatada de que é assim mesmo, são sinais dos tempos e, quando, e se der, eu descanso e me recupero. Entendemos que, muitas vezes, as “armas” para relaxar parecem tão complicadas que geram mais estresse. Meditar pode ser incrível, mas quando? Vou dormir uma hora a menos? Fazer ioga e ter mais um compromisso? Parar meu dia para fazer massagem? Chega, nós queremos te propor fazer nada. Esquecer relógio, compromissos e até atividades sociais por um final de semana. Topa? Chegar em casa sexta-feira disposto a relaxar. Tirar roupas lindas, mas incômodas, sapatos altos, gravata. Pés no chão. Um banho longo (cuidando do desperdício de água), usar seu hidratante preferido. Desligar celular, nada de televisão. Música suave. Que tal parar para pensar sobre você, sua vida? Existe uma tendência contraditória, de fazer coisas para descansar: happy hour, amigos, chopp, cinema, festas. Até para não pensar na realidade, em uma tentativa de esquecer os problemas e a estafa. Tente ficar sozinho, pense sobre o que está bom, agradeça. Seja grato por estar vivo, trabalhar, ter família, amigos. Perdoe, mesmo que nesse momento seja só para você, pessoas e situações que te desagradaram. Sorria, sorria mais uma vez. Ria alto. Preste atenção à sua respiração. Inspire e espire com consciência. Perceba seu corpo. Durma sem despertador. No sábado a ideia é fazer seu almoço. Alimentos frescos, verduras compradas na hora, com calma, sem hora para almoçar ou correria de restaurantes. Tem crianças? Coloque-as para ajudá-lo nessa missão. Traga de volta para a cozinha a alegria de preparar a comida da sua família. Conversem ao redor da mesa enquanto cortam a cebola, chorem (por causa do legume não vale), riam. Mesmo que fiquem quietos, fiquem juntos. Depois, pauta aberta, ops, desculpe o linguajar jornalístico, dia livre. Assista a filmes, leia um livro com calma. Brinque com seus filhos. Conte histórias. Fique deitado olhando para o nada e coloque os pés para cima. Celulares continuam desligados, tá bom? Desmarque compromissos e se comprometa com você, é só UM final de semana, lembra? ∆
Foto | Lucas Possiede
PRA VOCÊ BRILHAR FAÇA CHUVA OU FAÇA SOL.
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ids Texto | Gabriela Ostronoff
O Guarda-Chuva Sereia da Kidorable é lindo, super resistente, e você pode montar o look completo com capa de chuva e galochas. Além do modelo de sereia, a marca possui outros como pirata, jacaré e fada. R$ 45 em média. www.kidorablebrasil.com
Da marca Skip Hop, que virou febre entre os filhos dos pais mais descolados, o Set de Pratos Zoo (que é realmente uma graça) possui as mesmas estampas das mochilas e lancheiras que são um sucesso. Livre de BPA, PVC e Phtalato. R$ 69 em média. www.lojazeroadez.com.br
É uma delícia ver os pequenos soltando a imaginação no banho! Conhece o giz de cera da Crayola feito especialmente para o banho? Ter as paredes finalmente liberadas para a criançada pintar e bordar vai fazer com que elas entrem no banho rapidinho – o duro vai ser conseguir tirá-las de lá! R$40 em média, no www.rihappy.com.br
As toalhas capa da Tchunga Marepunga de princesas e super-heróis fazem sucesso na hora da natação. Elas saem por R$ 77 e você pode comprar pelo site www.tchunga.com.br
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A série que fez muito sucesso nos anos 90, Confissões de Adolescente, ganhou sua versão para o cinema, com direção de Daniel Filho. O elenco é composto pelas jovens Sophia Abrahão, Isabella Camero, Malu Rodrigues e Clara Tiezzi, mas os fãs (como eu) também podem esperar participações especiais do quarteto original, formado por Maria Mariana, Georgiana Góes, Daniela Valente e Deborah Secco. A estreia está prevista para o verão, mas não tem data definida. Enquanto o filme não sai, aguardamos ansiosamente assistindo o teaser que já dá uma pista de que o filme vai ser bom. Como enfeitar nossos fones de ouvido Isso mesmo, se você está cansado de seus simples fones de ouvido, tem uma maneira de torná-los divertidos. Você vai precisar de: fita adesiva, tesoura, base de unha e linhas ou barbante. Passos: 1. Pegue seus fones de ouvido e a fita e prenda o plug para cima sobre uma mesa. 2. Meça o comprimento do cabo do seu fone de ouvido com sua linha. Separe 4 ou 5 vezes essa medida. 3. Pegue a linha que você mediu e divida-a ao meio. 4. Pegue o meio da linha e dê um nó duplo ao redor do topo do seu cabo do fone, perto do plug. 5. Sempre comece com a sequência correta. Pegue a linha da direita e coloque-a sob o cordão e sobre a linha da esquerda. 6. Depois pegue a linha à esquerda e passe por cima do seu cabo e em sua sequência correta. 7. Em seguida, puxe para cima e faça o seu primeiro nó. Agora é só continuar até o fone. 8. Corte as pontas sem desfazer o nó. Em seguida, aplique a base de unhas para soldar as extremidades. E voilà! Você tem o seu próprio par de fones de ouvido bonito, bordado e personalizado!
Texto | Gabriela Ostronoff
Para Ver, Ouvir e Aguardar!
Cher Lloyd e One Direction O Mundo Show Festival acontece este mês, e terá como principal atração a cantora Cher Lloyd, que dividirá o palco com as bandas Strike, NX Zero, Fresno, Pollo e College 11. O festival passará por três cidades brasileiras: Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo. Vai encarar? Já começaram as vendas para o show da banda britânica One Direction, que acontecerá no Rio e em São Paulo, no ano que vem. Os garotos, que iniciaram a carreira num programa de caça-talentos, estão no topo das boy-bands mais bem sucedidas e disputam o Teen Choice Awards desse ano, na categoria Love Song. Os ingressos estão com um precinho salgado, entre R$ 200 e R$ 600, mas para quem é fã, está valendo...
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PUBLIEDITORIAL ∆
Prêmio Abradee 2013 ENERSUL ELEITA ENTRE AS MELHORES DO PAÍS Resultado consagra distribuidora do MS recordista em certificações pela qualidade dos serviços.
A classificação foi anunciada numa solenidade em Brasília, onde o ministro das Minas e Energia Edson Lobão acompanhou a apresentação dos resultados da mais ampla pesquisa que avalia, em todo o País, o desempenho e a evolução das empresas do Setor Elétrico Nacional, bem como o julgamento do cliente sobre a qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias. A análise é feita pela Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica - ABRADEE, e tem como meta apontar o perfil nacional do setor de distribuição, dividido em quatro macrorregiões do Brasil: Sul, Sudeste, Nordeste e Norte/Centro-Oeste.
Percebida - (ISQP), com 79,8% de aprovação - um índice superior à média nacional, que foi de 78,7%, e superior em 12,2 pontos à da região Norte/Centro-Oeste, onde estão as distribuidoras que concorrem diretamente com a Enersul.
Neste cenário, Mato Grosso do Sul, que está inserido na macrorregião Norte/Centro-Oeste, teve sua principal distribuidora - que atende a 74 dos 79 municípios do Estado - certificada com a maior nota, consolidando, ao mesmo tempo, um marco histórico: a Enersul segue sendo a recordista de prêmios na categoria “Melhor Empresa”. Agora com 9 vitórias, a Empresa Energética de Mato Grosso do Sul está à frente de todas as concessionárias que disputam esse mesmo título nas três macrorregiões do Setor Elétrico Nacional.
O prêmio ABRADEE é concedido por meio de avaliações realizadas pelo Instituto Inovare, Fundação Nacional da Qualidade, Instituto ETHOS e Fundação Instituto de Pesquisa Econômica-FIPE, há 15 anos. Nesse período, a Empresa Energética de Mato Grosso do Sul recebeu a maior premiação 9 vezes. Nesta edição, foram realizadas 25.375 entrevistas, com 70 perguntas por cliente, em 911 municípios de 26 estados brasileiros, com a adesão de 46 distribuidoras que, em conjunto, atendem cerca de 98% dos consumidores do País. ∆
Entre os critérios avaliados, a maior distribuidora do Estado teve como destaque o Índice de Satisfação pela Qualidade
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Além da avaliação da gestão operacional e econômico-financeira, contribuíram ainda para este resultado as notas da concessionária do MS em Índice Qualidade da Gestão (PNQ avaliado pela Fundação Nacional da Qualidade), bem como nos indicadores que medem os compromissos da concessionária quanto à responsabilidade sócio-ambiental.
ESPECIAL | Campo Grande 114 anos ∆
Pontos, contrapontos e nós Reportagem | Thais Pompêo Fotos | Lucas Possiede
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Campo Grande tem mais de 800 mil habitantes – resultado de uma grande mistura: indígenas, mineiros, árabes, japoneses, paraguaios, bolivianos, sulistas, paulistas, cariocas, nordestinos e toda uma gente que vislumbrou um futuro melhor na Serra de Maracaju, no meio do cerrado. Hoje, com 114 anos de idade e 33 como capital, a cidade é uma adolescente em busca de identidade. Vive o conflito da transição: meio campo, meio cidade; meio província, meio capital. Quem nunca se surpreendeu ao se deparar, depois de um prédio, com alguns bois e galinhas de um sítio que resiste à especulação imobiliária? Se a paisagem é essa, que momento é esse? Como anda o suingue dessa cidade, quem são seus ídolos, o que ambiciona? A Gente se debruçou sobre essas e outras questões junto
com sete profissionais de diversas áreas para refletir sobre a nova realidade comportamental e cultural da cidade. Provavelmente assim como eu e você (ou nossas famílias), cada um deles veio de uma parte diferente do Brasil; adotaram e se apaixonaram pela cidade pelos mais variados motivos. Possivelmente por isso, eles mantêm um olhar (quase) estrangeiro. Um bate-papo de reflexões na tentativa de encararmos os dois lados sem pudor, o bom e o ruim, cutucando utopias e avançando no debate.
Da esquerda p/ direita: Ângelo Arruda, Rosana Zanelatto, Stephan Hoffman, Hamilton P. S. Corrêa, João Evaristo, Maristela de Oliveira França, Regina Ferro.
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Praças e espaços públicos
Transporte público
Ângelo Arruda, alagoano que fundou o Planurb, Instituto Municipal de Planejamento Urbano, em 1987, é professor há 30 anos em cursos de arquitetura e urbanismo e atual presidente do Conselho Municipal de Cultura.
Rosana Zanelatto é paulista, Doutora em Letras (Literatura Portuguesa) pela USP e docente de Literatura de Língua Portuguesa no curso de graduação em Letras e dos Mestrados em Estudos de Linguagens e em Letras, ambos na UFMS.
O debate sobre as áreas verdes de Campo Grande é bem atual e suscita uma discussão de cidadania e de identificação com a cidade.Campo Grande possui uma das maiores áreas verdes urbanas do país. Claro que temos problemas de manutenção, de descuido... Com certeza isso existe, mas só existe porque a população ainda não encara essas áreas públicas como suas, não vamos lá cuidar, cobrar. Aí, tudo vai virando um ciclo negativo e vamos nos fechando e ficando restritos apenas às nossas casas.... Mas não foi sempre assim. Até a década de 70, ocupávamos as praças, tínhamos o melhor carnaval de rua do Centro-Oeste. O que aconteceu foi que a partir dos anos 70, houve a necessidade do mato-grossense se ‘proteger’ da carruagem cheia de gente de fora que começou a chegar por aqui; e quando se deu conta, era muita gente nova interferindo, criando novidades, e por isso ele criou uma proteção que foi a resistência ao novo e foi se fechando. Eu, como arquiteto, vejo isso muito claramente na arquitetura das casas: o lazer das residências do campo-grandense é nos fundos. No Nordeste o lazer é na frente, a churrasqueira é na frente – o cara abre o portão e já pega o dono ali, de cueca (risos). Dos anos 30 aos 60, os cinemas de Campo Grande foram todos instalados pelas famílias mais ricas da cidade. A família Saad instalou o Cine Santa Helena; a família do seu Karim Bastos instalou o Alhambra – o Alhambra tinha mil lugares! O Palácia Popular da Cultura, hoje, possui mil lugares... Só que o Alhambra foi inaugurado em 1934! Era o lugar do encontro, da peça de teatro, do filme, do casamento, da formatura... O cara ia para o Alhambra, o cara saía de casa para encontrar as pessoas na rua.
Pensar no transporte público é outra questão de suma importância. Sabe aquele mapinha do metrô que a gente ganha quando chega nas cidades? Aqui não tem nenhum mapinha, é muito difícil de andar de ônibus na cidade. Tanto que meu filho resolveu que, ele mesmo, vai criar um mapa do transporte público de CG. Está andando o dia todo, anotando rotas, horários... Eu falei para ele vender para a Planurb. E ele vai procurar o Ângelo (risos). Um outro lado é o preconceito absurdo com esse tipo de transporte: eu tenho amigas que me perguntam como eu deixo meu filho andar de ônibus... !? Isso realmente eu não entendo. Ele faz cursinho na UFMS, que é um pré-vestibular gratuito para toda a população, lecionado pelos alunos que eu formo (e que acredito na qualidade, porque afinal de contas fui eu que formei os professores de lá, e se eu não acreditar nos alunos que eu formei, vou acreditar em quem?) e depois ele volta de ônibus para casa. Normal como em qualquer cidade do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Londrina, Porto Alegre... Essa mentalidade é muito atrasada.
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O conceito do que é ser ‘chique’
Manter os talentos
Stephan Hoffman, suíço, publicitário, que mora Hamilton P. S. Corrêa é paulistano, Doutor do em Campo Grande há 11 anos, é criador e dire- Instituto de Física da UFMS, coordenador de tor da ONG Gira Solidário. capacitação da Casa da Ciência, fundador do Clube de Astronomia “Carl Sagan” e coordenaEu tenho a impressão frequente de que a cultura da cidade parece ter uma falha por ainda estar em transição: a cidade dor do grupo de pesquisa “Ciência: Educação e cresceu em uma etapa, mas os conceitos não vieram junto. Popularização”. O conceito do trânsito organizado, do transporte público, um direito primordial, ainda não se desenvolveu. Quando eu digo que vim da Suíça, por exemplo, as pessoas acham chique. Mas chique não é onde eu nasci, da onde eu venho... Chique é outra coisa, é quem eu sou, o que eu faço. E isso é complicado... Eu aprendi como publicitário que mudar ideias é uma das coisas mais difíceis que existe... Mudar posturas, atitudes. Mudar conceitos de vida, por exemplo, o conceito do que é chique. Isso deveria estar relacionado não com o que eu tenho mas, sim, com quem eu sou, o que eu faço, a qualidade das minhas relações... E esse é um conceito que passa de pai para filho... Como, por exemplo, ter vergonha de usar o transporte público. É bom usar o ônibus, principalmente para saber para onde vai a grana que você paga em impostos. Essa coisa de buscar a identidade pelas coisas de fora, pelo ter, é uma busca falsa, é um buraco, uma falta de identidade. Conhecer pessoas é uma riqueza para mim, porque nós travamos uma troca – e esses momentos de troca precisam acontecer mais – e aí voltamos à questão dos lugares públicos. Às vezes, eu aprendo de um moleque da rua mais do que com um professor arrogante que não quer abrir o jogo comigo. Eu acho que essa troca é chique – o simples, porque é real, é autêntico.
O que eu percebo é que o importante é retermos os talentos na cidade. A minha sensação com os alunos, pelo menos na área de ciências e de física, é que existe uma projeção de querer sair do Estado. Ficam olhando o tempo inteiro para fora... E o fora é o fora mesmo (exterior) e dessa forma, eles desconectam da realidade daqui e muitas vezes não conseguem retornar. Por exemplo: tenho alunos que estão concluindo doutorado e não conseguem voltar pro Estado, estão se convencendo de que eles não têm o que fazer por aqui. E nessa história perdemos muitos talentos. Quer dizer, isso depois de investir 30 anos em uma perspectiva de retorno, eles acabam achando que têm que ficar em SP, no Rio... E, de verdade, a melhor coisa que eles poderiam fazer é contribuir aqui! O eixo Rio-SP já está construído. Lá a contribuição não é de construção, mas simplesmente de alinhamento. E, aqui, temos ainda muita coisa, muita história para ser construída.
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Senso de coletividade X senso individual
Capital com ar de interior
João Evaristo é o publicitário à frente de feiras de Maristela de Oliveira França é economista, dinegócios que privilegiam o empresário local. retora de operações do Sebrae MS e Mestre em Desenvolvimento Local pela UCDB. Na verdade, a economia é como qualquer empresa, ela precisa se desenvolver para reter talentos. Então, muita gente boa foi trabalhar lá fora porque acabou a perspectiva aqui. Hoje, as pessoas querem fazer parte do mundo, não querem ficar restritas ao seu mundinho... Isso não tem a ver apenas com dinheiro, mas com querer fazer parte do que está acontecendo no mundo, estar inserido em um contexto, fazer parte de um objetivo coletivo. Nesse sentido, eu ainda vejo a falta do sentimento de coletividade geral... E isso se reflete em pequenas coisas, por exemplo: no trânsito, o cara prefere parar toda uma avenida para cruzar para o seu lado esquerdo, numa avenida tipo a Ceará!... Isso mostra que ele está focado em sanar as necessidades dele e não está preocupado com o grupo. E isso se percebe em todas as áreas... Quais são os incentivos que as empresas oferecem, aqui, até na área de formação? Por isso não se consegue reter talentos... Ainda mais hoje que a informação está disponível para todos. Se não rola aqui, rola acolá. Um caminho bem positivo seria criar iniciativas para empreendedores locais.
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É um desafio... Com certeza temos muito a caminhar, e o transporte público e a retenção de talentos são alguns dos vários desafios importantes para o desenvolvimento da cidade que temos que sanar. Mas vale aqui um contraponto que não podemos esquecer: estamos em transição, é verdade, mas eu acredito que não vamos perder um certo ar provinciano tão cedo. E tem um lado dele que eu particularmente gosto, que tem seu charme em um mundo cada vez mais globalizado, rápido, onde pessoas são números. Campo Grande tem mais de 800 mil habitantes mas as pessoas se conhecem, e isso dá até mais flexibilidade e rapidez em algumas operações (a gente vê muito claro isso aqui na rede dos S: Sesi, Senac, Sesc). Isso atrai muita gente, é um diferencial para a cidade, porque o indivíduo precisa se sentir único, e quando você tem esse ar da província, das amizades, da rede, você deixa de ser mais um na multidão. Hoje, isso, para mim, tem um valor intrínseco para o ser humano.
O tempo da transição
Regina Ferro, diretora regional do Sesc MS, é economista com mestrado em Desenvolvimento Local. Durante 18 anos foi diretora regional do Senac MS. Faz, mais ou menos, umas duas décadas que começamos a comer fora. Antes, tudo era em casa: dia das mães se almoçava em casa, dia dos pais, o evento era o churrasco em casa... E os restaurantes não iam para frente. Agora, está diferente, começamos a sair. Digo isso, porque acredito que Campo Grande está em um processo de transformação, estamos começando a sair, estamos no caminho. Só que leva tempo, a gente não consegue acelerar o processo porque alguns já entenderam qual é o caminho – é preciso que muito mais gente esteja no mesmo caminho. Na cultura vemos claramente isso: promovemos eventos e espetáculos e o público vem ao nosso chamado, então existe desejo, existe vontade. Mas o que a gente precisa agora é ampliar isso, porque quem gosta, vai em todos, mas são sempre os mesmos. Mas, eu acho que nós temos que continuar o que estamos fazendo: ampliar a oferta, ampliar a intervenção, ampliar a plateia, tornar isso mais a cara da cidade. E acho que não vale a pena a gente se comparar com São Paulo porque lá é outra proposta. Às vezes me perguntam, ‘por que o Sesc daqui não é igual ao Sesc de SP?’ Porque a gente oferta mas o público ainda está em formação, as coisas ainda não acontecem do jeito que a gente gostaria. Contudo, acredito que estamos no caminho, estamos na construção da nossa cultura – uma cidade de pouco mais de cem anos, uma capital de pouco mais de 30 anos. É até injusto comparar com cidades do tempo do descobrimento do Brasil, não é? Nesse sentido, precisamos aproveitar todo esse nosso contexto e criar a nossa própria história. Eu acho que a gente está construindo uma história bonita, vamos nos orgulhar muito do que fizermos, do que estamos fazendo hoje. Só não pode desesperar, nem parar. ∆
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EDITOR CONVIDADO ∆
Fernando Cruz
De bar em bar
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Dono de um bom humor contagiante, o ator e diretor de teatro Fernando Cruz é uma figura conhecida não apenas na cena artística da cidade, mas também por sua animação e boemia. Gaúcho de Porto Alegre radicado em Campo Grande, trabalha com teatro há mais de 20 anos. Por aqui coordena o grupo de teatro de rua “Teatro Imaginário Maracangalha”, famoso pelos cortejos e performances. Texto | Júlia de Miranda Fotos | Lucas Possiede
Fernando foi um dos responsáveis pelo surgimento do evento bimestral “Sarobá”, uma ocupação de artes integradas (artes visuais, dança, teatro, música, literatura e escambo) também conhecida pela grande festa do segundo dia, um evento itinerante pelos botecos e praças da cidade – nesse sentido, ele, junto com os comparsas (como eles se chamam), fazem uma verdadeira curadoria de lugares públicos especiais e repletos de história. “Procuramos lugares que tenham significado pra cidade. O legal desses locais é a descontração e as ideias que surgem. O Sarobá mesmo surgiu em meio aos papos numa mesa de bar, peças teatrais já tiveram sua origem por ali, algumas manifestações políticas também. Ali acontecem muitas fruições de ideias e construções de sonhos, toda essa troca de histórias com as outras pessoas é muito interessante, muito rica”, revela. Ele acrescenta que a paixão pelos botecos vem justamente disso, “lugares simples, populares, para encontros com amigos, músicas, petiscos para degustar e passar o tempo. Estou sempre de olho em lugares onde isso seja possível, pois tem um charme escondido, subjetividade, detalhes e histórias para encher a vida de vida”. Nesta edição como nosso editor convidado, topou o difícil desafio de elencar seus botecos preferidos, conheça:
Bar do Pedrão (como é chamado pelos amigos) ou Aguenas Bar O bar é uma herança familiar que funciona há mais de trinta anos na praça Aquidauna. Cerveja gelada, quibe e pastel, música ao vivo com amigos que se encontram e fazem a roda. A simpatia reside na amizade e na arte do encontro. Rua Aquidauana, 73, Centro.
Casa Vai ou Racha Desde 1942, fica na praça da Igreja São Francisco. Foi inaugurada pelo sr Luziano, trabalhador negro que fundou um dos primeiros comércios de variedades da região que se chamava Bairro do Cascudo, que depois virou Bairro São Francisco. Cerveja gelada e pastel caseiro, cuja receita é segredo de família. Ponto de encontro da velha guarda do samba da região, onde rolam samba e festas do Teatro Imaginário Maracangalha. Vale a pena conversar com as proprietárias do bar, que são filhas de seu Luziano e têm muita história para contar sobre o bairro e Campo Grande. Rua 14 de julho, 4113, São Francisco.
Bar do Paulão Ponto de encontro da cidade, também é um bar mantido pela família e com a presença tradicional de moradores antigos e novos. Há 30 anos na Cândido Mariano quase esquina com a Rui Barbosa, oferece cerveja gelada, petiscos e salgados bem gostosos e variados. Local onde circula a música regional, podendo-se encontrar ali CDs (à venda) de artistas locais de várias gerações. Simpatia de pessoas – abre pela manhã e vai até a noite. Rua Dom Aquino, 1863, Centro (entre R. Pedro Celestino e R. Rui Barbosa)
Bar do Zé Carioca Na esplanada da antiga estação ferroviária, é um bar antigo com mais de trinta anos. Muito frequentado por changueiros (carregadores da antiga ferrovia) e pessoas que viajavam no trem, turistas. Ali reúnem-se moradores da vila dos ferroviários e antigos frequentadores, assim como jovens, já que ali rolou um ponto de encontro de roqueiros da geração 90. Com cerveja gelada e amendoim torrado deliciosos, é um local eclético e cheio de história. No período de carnaval é tomado por vários blocos da cidade – é lá que são feitos os pré-carnavais do Cardão Valu – e blocos tradicionais e independentes. Rua General Mello, 91, São Francisco.
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CAMPO GRANDE AGENDA ∆
CINEMA 12 a 16 de agosto CINE MIS – Mostra de cinema boliviano Difusão e debate sobre a cinematografia e a cultura do país vizinho que integra a formação da identidade do nosso Estado. No Museu da Imagem e do Som. Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar. Às 19h.
21 e 22 de agosto Mostra Cinema pela Verdade O Clube dos Cineclubes vai debater e apresentas filmes relacionados a Ditadura Civil Militar e suas consequências no Brasil. Os filmes serão: Eu me lembro, dirigido por Edgar Navarro e NO, por Pablo Larraín. No MIS. Sala Idara Duncan. Av. Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar. Às 19h. SHOWS 11 de agosto Som da Concha Quem já se encantou com a voz e presença de palco de Sofia Basso vai adorar o som da moça no Som da Concha desse mês. Com um repertório cheio de bossa, que inclui MPB e samba, além de suas próprias composições. Na Concha Acústica Helena Meireles. A partir das 18h. 17 e 18 de agosto Concerto Sesc – Quarteto Sorocaba Os paulistanos do Quarteto Sorocaba chegam a Campo Grande com um repertório eclético que engloba obras do período barroco, clássico, romântico e moderno. No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 20h. 25 de agosto Ivete Sangalo A baiana Ivete Sangalo traz a turnê “Real Fantasia” para Mato Grosso do Sul. Ela estará aqui para o Cam-
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po Grande Music Festival que rola na véspera do aniversário da cidade. Além dela, Thiago & Graciano, Cristiano Araújo e Bruno & Marrone. No Parque do Peão. Às 14h. MUSEUS De 13 de agosto a 13 de outubro 3ª Temporada de Exposições – MARCO Com as exposições “Pinóquio”, de Alex Cervany; “Conexão Dual - Diálogos Gravados”, das artistas Arlete Santarosa e Lana Lanna; “Admirável Mundo Novo”, do fotógrafo Lula Ricardi; e “Estruturas Urbanas”, de William Menkes. A mostra fica aberta para visitação das 12h às 18h. No MARCO. Rua Antônio Maria Coelho, 6000. BALADA 03 de agosto Fabrício Peçanha O conhecimento alinhado ao bom gosto tornam Fabrício Peçanha um dos mais renomados DJs do país. Figura querida em Campo Grande e região, as noites comandadas por ele são sempre surpreendentes. No Move Club. Rua Doutor Temistócles, 94.
TEATRO 3 de agosto Salve Jorge Fernando Jorge Fernando faz um apanhado de relatos, contando ao público o que foi a sua vida pessoal e profissional até hoje, misturando tudo com muito humor a fatos fictícios e hilariantes. No Teatro Glauce Rocha. Às 21h. 9 e 10 de agosto Sesc Encena – O Silêncio O Grupo de Pesquisa Cênica do Distrito Federal apresenta a livre adaptação do filme “I Confess” (A tortura do silêncio), dirigido por Alfred Hitchcock. Na peça, um padre vive em conflito entre os dogmas do
segredo de confissão e sua condenação. No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 20h.
11 de agosto Sesc Encena – Tenho flores nos pés “Tenho flores nós pés” traz à cena uma aldeia imaginária, um território de proteção que precisa ser deixado. Três cortam a fronteira e pulsam pelo novo, na vontade de dizer e de participar. Da Cia. Comadança (MT). No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 20h. 12 de agosto Sesc Encena – Plural Com uma narrativa que segue misturando memórias em memórias, a Cia. de Teatro nu Escuro de Goiás nos apresenta a história da menina Maria, em uma trama que está sempre tensionada entre o drama e a poesia. No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 20h. 14 de agosto Palco Giratório – La Perseguida O grupo gaúcho Teatro Vagabundo desembarca na cidade com a peça La Perseguida, criada a partir de números clássicos de grandes palhaços. O espetáculo é cheio de improvisos, criando armadilhas para o público. E o melhor: a apresentação é gratuita. 14 de agosto Sesc Encena – ANA-ME O grupo Teatro Senhoritas (SP) nos conta a história de Ana, que não era igual nem diferente de nenhuma mulher. E como todas, tinha seus sonhos aprisionados. Até, envolta pela primeira vez, pelo ar da rua, pelo ruído, morrer no chão e tornar-se outra vez, igual. No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 20h.
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CADERNO DE VIAGEM ∆
Texto | Thais Pompêo Fotos | Divulgação
Lydia Leon, uma londrina que adotou a segunda maior cidade da Colômbia como casa, conta a reviravolta superpositiva que aconteceu por lá desde a morte de Pablo Escobar. Hoje, a cidade da eterna primavera é uma joia pulsante da América do Sul.
Mudei-me para Medellin 5 meses atrás para trabalhar no departamento de genética da Universidade de Antioquia, e não sabia muito o que esperar da cidade. É claro que eu havia lido histórias sobre seu passado complicado, mas ao mesmo tempo eu me sentia muito otimista devido à sua recente – e grandemente divulgada – volta por cima, e também por ter conversado com diversos amigos que haviam visitado a cidade e acabaram se apaixonando por ela. Medellin fica bem no meio do exuberante Valle de Aburrá, uma bela e importante parte da personalidade da cidade. Onde quer que você vá, você nunca está a mais do que alguns passos da vista de uma imponente encosta verde, e conforme a escuridão envolve a cidade, é como se você estivesse passeando por um mar de estrelas com as luzes cintilantes dos bairros ao redor. Dentro dessas paredes de montanhas, Medellin, uma cidade de 3,5 milhões de habitantes, foi gradualmente conquistando uma série de melhorias com uma ótima e inovadora gestão pública que rendeu à cidade parques, bibliotecas, museus e, com isso, hotéis foram construídos. Um sistema de metrô reluzente foi concluído em meados dos anos 90. Em 2006 e 2008, foram adicionados dois sistemas de transporte via cabo às encontas distantes do centro da cidade, o que reduziu para alguns minutos uma viagem que durava cerca de duas horas às populações mais desfavorecidas. Nessa toada vitoriosa, Medellin recebeu de presente do artista Fernando Botero, um nativo da cidade, mais de 1.000 peças assinadas por ele e por outros artistas – que estão no Museu de Antioquia.
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Talvez o exemplo mais claro desta política esteja no programa de bibliotecas públicas que foi implementado por toda a cidade pelo prefeito anterior. Hoje são oito destes centros, que são uma combinação de biblioteca/salas de computação, espaços de arte e centros comunitários, sendo que muitos deles foram projetados por arquitetos de renome internacional. Os espaços das bibliotecas promovem atividades culturais, têm acesso à internet e são um local tranquilo para crianças e adultos estudarem, por toda a cidade. Alguns dos centros foram construídos, e prosperaram, nos bairros mais pobres da periferia.
Quiçá inesperadamente, encantei-me com o enorme centro desportivo da cidade, o estádio Atanasio Girardot. Uma vez mais, o espaço une projeto arquitetônico ultramoderno e planejamento urbano eficiente. Correndo ao redor do enorme complexo numa noite agradável, é maravilhoso observar como os recursos públicos estão sendo desfrutados por pessoas de todas as classes sociais e idades. Vê-se desde pessoas em seus sessenta-e-poucos participando de aulas de aeróbica gratuitas ao ar livre, a bebês na piscina, passando por futuros atletas olímpicos na pista de atletismo. Deixarei Medellin com a esperança de ver o mesmo acontecendo no recém-construído Olympic Park em minha cidade natal, Londres – certamente um grande sonho.
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A cidade de eterna primavera é animada. O glorioso e constante calor permite encontros ao ar livre em diversos locais públicos – para uma conversa, una empanada y una cerveza. Durante toda a semana, de Carlos E até Ciudad del Rio, do Parque Poblado ao Parque Lleras, Medellin se reúne para espairecer e relaxar após um dia longo de trabalho. Algumas das minhas noites favoritas foram passadas frequentando workshops no coletivo de um excelente artista local, “Por Estos Dias”, onde tudo – de exibições de artistas, a noites de filmes, a workshops de engenharia do som, a jantares temáticos sobre temas como neurociência ou arquitetura – acontece. É uma cidade barulhenta e eu aprendi muito escutando. Do anúncio da mais nova oferta do vendedor de frutas local explodindo pela minha janela às 8 da manhã de sábado; à batida do vallenato, salsa ou reggaeton vindo de uma tienda em uma esquina qualquer; a conversas calorosas e amigáveis com o atendente do mercado, me animando e me advertindo em igual medida sobre os prazeres e perigos de sua amada cidade. Medellin é uma cidade vibrante como nenhuma que eu já tenha visitado, e tem uma população alto-astral e receptiva como nenhuma que eu já tenha conhecido.
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24 horas em Medellin… 8h30 – Café-da-manhã com arepa, frijoles, ovos y tinto na Plaza de America, seguido de uma caminhada pelo mercado borbulhante, certificando-se de conferir os belos exemplos de tecelagem local de cestas, e de provar tantas frutas tropicais quanto seu estômago permitir. 9h30 – Pegue um ônibus para o centro e reabasteça sua dose de café e tango no gloriosamente atmosférico Café Málaga. 10h30 – Ande até a Plaza Botero para conferir as esculturas mais famosas da cidade e dê uma entrada no Museu de Antioquia para ver alguns tesouros culturais da região. 12h – Tome qualquer um dos transportes por cabo até as encostas para conferir vistas maravilhosas da cidade e ver de cima a realidade dos bairros mais pobres da periferia. 13h – Pegue o metrô até a estação El Poblado e caminhe até o bairro Poblado. Desfrute de um delicioso almoço vegetariano no Verdeo e namore as vitrines o quanto quiser pela Calle Primavera, nas inúmeras lojas de roupas e calçados localizadas ao redor do Parque Lleras. Garanta o seu café gelado do Pergamino Café na mesma rua, um dos melhores cafés que a cidade tem a oferecer. 15h – Entre no Museu de Arte Moderna de Medellin (MAMM) e então tome um sorvete e assista aos skatistas e acrobatas de yoga no gramado da Ciudad del Rio. 17h – Ponha os pés para cima, peça um granizado e admire as fantásticas, enormes árvores de Laurelles do adorável Café Vallejo. 19h – Junte-se aos estudantes e professores no descolado Carlos E para uma cerveja. 20h – Passeie pelas ruas de Laurelles para escolher o que quiser para jantar, de crepes, a mexicana, italiana, sushi. 21h – Tome um drink no meu bar favorito na la setenta, o Charcu, e depois pratique seus passos de salsa no Son Havana, que tem música ao vivo toda quarta-feira e sábado. … Se ainda quiser mais, volte para o Poblado, onde sempre haverá alguém a fim de continuar a festa com você até o dia amanhecer. ∆
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Medo e paixão são inerentes à condição do indivíduo humano. No que se refere a tais sentimentos, a descrição em palavras corre o risco da imprecisão de um interminável discurso, pois viver nos remete ao desafio constante de experienciar e enfrentar nossos medos e paixões.
Algumas Reflexões Sobre Medo e Paixão Texto | Joelma Dibo Victoriano Psicanalista e Diretora do Departamento Científico da Sociedade Psicanalítica de Mato Grosso do Sul.
Em comum, ambos compartilham da intensidade com a qual nos assolam a mente. A paixão em sua essência é desmedida, impulsiva, não é pensada, apenas vivida. Busca pelo eterno encontro com aquilo que foi perdido para sempre; a ilusão da completude que deixamos para trás assim que nascemos do ventre materno. O medo é imperioso, intenso, e nos coloca sempre à espreita, numa necessidade eminente de luta ou fuga; deriva também dessa primeira separação e nos lança ao impreciso do desconhecido e ao desamparo característico da nossa inicial condição humana. A paixão é parte de um universo individual e particular – quando intensa, é quase uma doença, é exigente, pois não aceita as diferenças, a energia que a alimenta é retirada dos ideais imaginários da nossa onipotência infantil, dos nossos sonhos, da nossa criatividade. Quando a paixão “dá certo”, podemos pensar tratar-se de uma doença deliciosa que inunda a mente de um prazer imensurável, e uma porção dessa “boa” paixão pode até se transformar em amor e dias mais serenos e felizes. Mas quando “dá errado”, a paixão não se sustenta, e muitos atos desmedidos são cometidos em seu nome. A paixão ilumina ao mesmo tempo em que pode cegar. Tem data e hora para acabar. Paixão pela vida, pela arte, por outra pessoa, por um ideal. O universo das paixões é ilimitado e desejado. A paixão é transformadora mesmo padecendo de lucidez. E quanto ao medo? Quando alguém nos pergunta do que temos medo, as respostas são inúmeras: medo da morte, de perdermos quem amamos, de deixarmos filhos desamparados, do envelhecimento, medo de doença, medo da vida, medo da violência. Medo de barata, medo do escuro, do bicho-papão, medo de avião. O medo protege ao mesmo tempo em que pode paralisar. Qual a origem de tais sentimentos? No linguajar leigo, pouco se fala da primeira experiência de medo e paixão da qual se deriva boa parte das nossas posteriores sensações a esse
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respeito. O nascimento! Se um bebê pudesse falar, quem sabe ao nascer sua primeira frase seria: “Estou morrendo!” Nesse instante, vida e morte se entrelaçam. Morre a primeira condição de ser dois em um, onde a completude é vivenciada inteiramente. Essa completude é a eterna busca do ser apaixonado. O momento do nascimento e a separação do útero materno talvez seja o registro mais próximo que possuímos do que é a morte e, paradoxalmente, é o nosso primeiro passo pelos caminhos da vida. Nascimento e morte estão muito próximos um do outro, assim como medo e paixão são sentimentos aparentemente contraditórios, mas indissociáveis na origem. Se a perda do corpo da mãe, nossa primeira casa, está associada ao desamparo e ao medo, concomitantemente, o encontro com seu cheiro, seus braços, com o leite morno que alimenta e com seu calor, todas essas sensações fazem parte da matriz original da nossa forma de nos sentirmos amados, e condiciona nossa capacidade de nos apaixonar e amar vida afora. Medo e paixão encontram-se interligados, fundem-se e se desenlaçam constantemente na arte de viver. Foi pensando nas várias vertentes desse tema tão instigante e inesgotável, que sentimos a necessidade de um espaço onde possamos ampliar essa conversa. “Reflexões Psicanalíticas em Tempos de Medo e Paixão” é o tema do evento que será promovido pela Sociedade Psicanalítica de Mato Grosso do Sul. No dia 17 de agosto, pela manhã, psicanalistas da nossa sociedade e também da Federação Brasileira de Psicanálise se encontrarão para uma jornada preparatória para o XXIV Congresso Brasileiro de Psicanálise da Febrapsi, que será sediado em nossa cidade. No site da SPMS, www.spms.com.br , encontram-se informações mais detalhadas. Na oportunidade dessa jornada, discutiremos um pouco a respeito desses sentimentos tão presentes em nosso cotidiano. ∆
COMPORTAMENTO ∆ AGOSTO 2013 | 113
CONECTIVIDADE ∆ Quem não ama bolos decorados? A cada dia que passa, novas técnicas são criadas para aprimorar a prática, que é pura arte. Um outro nível de “novidade” foi atingido pelo casal Kyle e Liz von Hasseln, que têm uma empresa chamada The Sugar Lab. O trabalho do The Sugar Lab é “basicamente” produzir esculturas de açúcar utilizando a técnica de impressão em 3D: uma mistura de álcool e água é aplicada em camadas para molhar e depois endurecer o açúcar, que se transforma em geométricas e inacreditáveis estruturas. O serviço é exclusivo e customizado. Não produz, com o perdão do trocadilho, em massa. O processo de desenvolvimento começa num rascunho, quando o cliente compartilha sua ideia, tema, humor, e o casal trabalha para “traduzir” isso numa linguagem digital.
Peter Shafrick criou um equipamento chamado Spinster, que basicamente submete brinquedos molhados de tintas a uma força centrífuga, enquanto ele fotografa. Cabeças de boneca, brinquedos de cachorro, bolas de tênis e muitos outros brinquedos fazem parte desse projeto de Schafrick chamado Toys. O artista tem outros projetos também utilizando objetos com tinta ainda líquida. Seu interesse está em captar fluidos em movimento, na intenção de revelar a vitalidade escondida nos objetos inanimados. Seu portfólio tem muitos trabalhos de líquidos dinâmicos, e atualmente ele continua a fotografar com a elegância, clareza e sensibilidade moderna por qual ficou conhecido.
Livia Marin, uma chilena que atualmente mora em Londres, criou a instalação intitulada Nomad Patterns, com o objetivo de questionar a relação do ser humano com os objetos cotidianos, em uma cultura cada vez mais dominada por hábitos de consumo e descarte. Marin transforma peças prontas de louça, alterando a cor e o padrão decorativo, para apresentar uma série de objetos únicos, que paradoxalmente parecem estar quebrados, mas não estão. As peças estiveram expostas na Eagle Gallery em Londres, 2012, tendo como tema central da exposição o Willow Pattern, um motivo quase chinês. A artista chilena fez aproximadamente 30 peças a partir de fragmentos de tigelas, jarros, pratos e xícaras. Cada figura representa um eco do prestígio atribuído a peças caras e de elite, e desperta uma certa nostalgia, uma vez que a peça está se desfazendo diante de seus olhos.
SE LIGA Por Wilame Morais
A artista canadense Karina Bergmans criou uma série de esculturas de tecido chamada de Ligaments and Ligadures (Ligamentos e Ligaduras). O nome ligadura refere-se ao conceito tipográfico de duas letras fundidas para a criação de uma nova (æ). Já o nome ligamentos vem dos tecidos conjuntivos que unem osso com osso tornando o nosso corpo um conjunto. O trabalho trata da conexão da estrutura de tecido em forma de órgão com nomes de doenças comuns. A intenção da associação do órgão doente ao nome da doença no trabalho de Bergmans é a de explicitar ao ser humano os seus pontos fracos, retratando a fragilidade universal da condição humana.
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PERFIL ∆
Boa parte de Campo Grande foi construída pelas empresas de engenharia de Noli Aléssio – assim como dezenas de cidades na região Centro-Oeste. Ele conta pr’A Gente sua trajetória profissional e mostra que conhecimento e tecnologia caminham juntos na abertura de novos caminhos.
Noli Aléssio Texto | Júlia de Miranda Foto | Lucas Possiede
Dedicação e força de vontade são algumas das principais características na trajetória do engenheiro civil Noli Aléssio. Gaúcho, de uma família grande da cidade de Vicente Dutra, aos 14 anos arranjou seu primeiro emprego como garçom. Na capital Porto Alegre, iniciou o curso de engenharia civil na PUC-RS e, por questões familiares, transferiu os estudos para Campo Grande, concluindo a graduação na UFMS. Nos anos 80 trabalhava como engenheiro autônomo aqui na cidade, quando pegou um empréstimo e fundou a Funsolos. “Comprei uma máquina usada tipo Strauss (bate-estacas) e mais outros equipamentos da extinta Base Fundações. Começamos então a executar sondagens e estacas pré-moldadas”, relembra. Nessa época, a empresa já contava com Moacir e Augusto, irmãos de Noli, na equipe. Em 1984, montaram a Soldamaq (loja de máquinas e ferramentas). Em 89 decidiram separar as empresas, e Noli ganhou o apoio da esposa no departamento financeiro da Funsolos, deixando tudo ainda mais em família. “Quando cheguei aqui, não tinha asfalto até Cuiabá, Sidrolândia, Dourados, Ponta Porã... Cada viagem era uma aventura. Hoje tudo é mais fácil, temos uma boa logística, embora as estradas estejam sobrecarregadas”, afirma. O engenheiro coordena a empresa responsável pela execução das fundações da maioria dos prédios da cidade, desde
a época da Brastec, Encol, até Plaenge, MRV, Brookfiled, silos industriais, armazéns etc. Noli considera gratificante saber que desenvolve tecnologia e conhecimento em seus trabalhos, e conta que a empresa sempre adquire equipamentos de última geração para acompanhar a modernização em sua área. “Temos filiais em Cuiabá e Brasília, mas atuamos em todo o Brasil. Temos no nosso quadro oito engenheiros e mais 240 colaboradores”, afirma. Hoje o engenheiro possui outra empresa, a EPF (Empresa de Projetos de Fundações), que executa projetos e faz prova de carga. Quem está por trás desses trabalhos são suas filhas Ligia e Natali (que seguiram a rota da engenharia civil) juntamente com o engenheiro José Antônio de Abreu. Noli conta que, no início, foram de suma importância a união de forças na sociedade e o espírito de empreendedorismo que norteou ele e seus irmãos desde que tiveram que se afastar dos pais para estudar. “Participamos da construção de todas as cidades do MS, MT e DF com nossos serviços em indústrias, usinas de álcool, saneamento, residências, prédios, pontes, torres de telefonia e celulares, armazenagens de grãos etc. É muito gratificante passar pelos locais e ver tantas obras edificadas com nossos serviços de fundação”. A cidade agradece. ∆
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ECONOMIA ∆
Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos
Morar sozinho ou morar com os pais? Muitos têm o sonho de garantir sua independência e conquistar seu próprio espaço, mas é preciso ter consciência de que se paga um preço por isso. O sonho da grande maioria dos jovens é concluir seus estudos, garantir um bom emprego e conquistar sua independência financeira. Nesta meta, inclui-se a vontade de morar sozinho, de pagar suas próprias contas e, desta forma, não ter que dar satisfação a ninguém sobre seus atos. É preciso dizer que, na prática, torna-se tudo um pouco mais complicado. Isto porque os gastos com moradia não são poucos, e encarar tudo isso sozinho é um grande desafio. Para isso, são necessários alguns requisitos mínimos: criatividade (para driblar as dificuldades e improvisar na economia), determinação (para seguir em frente nestes objetivos), organização (para manter sua casa e seus compromissos em ordem) e muito trabalho (afinal, é com ele que você poderá custear suas despesas). Lembre-se que, antes de declarar sua independência, você terá que reservar uma quantia para isso. Afinal, além do imóvel (seja ele comprado ou alugado), você terá despesas com reforma (em alguns casos), móveis e eletrodomésticos. Já morando em seu novo lar, virão os custos mensais de aluguel ou prestação, condomínio (caso opte por apartamento), luz, água, telefone, gás, entre outros. Isso sem falar da contratação de alguém para lhe ajudar com a limpeza da casa e cuidados com sua roupa. O propósito aqui não é desanimar ninguém, mas sim lembrá-lo de que existe uma dose de sacrifício. Para alguns, a necessidade de independência, de preservar seu espaço, vale o esforço. Já para outros existem alternativas melhores. Nos dias de hoje, a ideia de repúblicas de estudantes tem se expandido e assumido um novo perfil, transformando-se em alternativa para quem já trabalha, e adquiriu certa
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maturidade tanto profissional, quanto pessoal, para conseguir morar longe da família. Neste caso, os custos se tornam menores, em razão da divisão cautelosa das despesas. Contudo, é preciso lembrar que, para esta alternativa efetivamente dar certo, é preciso uma boa dose de afinidade, sintonia e respeito entre os moradores, caso contrário o propósito de se ter independência cai por terra. Muitos jovens, temendo ainda arcar com estas despesas, preferem prolongar sua convivência com os pais, vivendo sob suas asas por mais tempo. Neste caso, incluem-se profissionais com boa remuneração que optam por investir suas economias em novos cursos de especialização, em planos de previdência (já pensando na aposentadoria tranquila) e em imóveis. Porém, como acabam gastando menos, conseguem ainda manter seu veículo e aproveitar férias e fins de semana com viagens e passeios. É certo que, neste caso, não conquistam a tão sonhada independência. Mas, por outro lado, têm a possibilidade de garantir seu futuro de forma mais tranquila. Para quem pensa em morar sozinho, cabe a reflexão sobre a melhor maneira de alcançar a meta. Antes de tudo, é preciso planejamento, para colocar seu objetivo no papel e traçar meios para alcançá-lo, verificando os custos, as vantagens e desvantagens. É importante ter a consciência de que, por mais sorte que tenha em sua vida profissional e, consequentemente, na financeira, você precisará se programar para isso, o que leva certo tempo. Lembre-se: uma mudança deste tipo dificilmente acontece de um dia para o outro. ∆
PUBLIEDITORIAL ∆
Faccilita Auditoria & Consultoria
Holding Por que a holding está se tornando uma tendência de organização, tanto de grupos familiares quanto de grandes grupos empresariais? A resposta é planejamento sucessório e reorganização das sociedades visando a permanência dessas empresas e a proteção patrimonial. Quantos casos já ouvimos de empresas familiares que tinham um futuro promissor, porém, pela incompatibilidade de ideias entre o patriarca e os herdeiros, ou mesmo entre os próprios herdeiros, essa história é desfeita e as empresas fecham suas portas? É mais comum do que imaginamos e, por conta disso, inclusive, fortunas são gastas na ínfima burocracia que contamina os inventários. Pensando em dar solução a casos desta natureza, o direito societário introduziu no cenário atual a holding. O significado da expressão holding nesse contexto é: manter, segurar, guardar e controlar. Portanto, uma holding é uma empresa que detém a maioria das ações de outras empresas e centraliza o controle sobre estas, que são suas subsidiárias. “A constituição da holding é, talvez, a melhor maneira de fazer com que a vontade dos patriarcas seja mantida, e que o patrimônio comum seja protegido, quando tratamos de sucessão familiar ou de grupos empresariais”, diz o gestor da Faccilita, Agnaldo Correa. “Por meio de sua constituição, podemos resolver uma série de problemas comuns gerados nas partilhas e inventários. Para tanto, é muito importante a atuação em conjunto de boas assessorias, tanto jurídica quanto do profissional de contabilidade, visando garantir também a continuidade dos negócios da empresa”, complementa. Muita confusão, porém, surge quando se ouve a palavra holding, pois criou-se uma cultura de economia de tributos como um dos seus objetivos, o que não é verdade. A tributação da atividade operacional da holding segue os mesmos
João Paulo Correa - Contador CRC/MS 10.415/O Agnaldo Correa - Contador CRC/MS 6.502/O
padrões das demais formas de constituições societárias. Contudo, em situação ideal, a constituição da holding faz parte de um processo de planejamento estratégico das partes envolvidas, onde também são estudadas melhores formas de tributação, principalmente quando existe interesse na união ou segregação de atividades que anteriormente eram tributadas de forma individual ou em conjunto. “Cada caso é um caso a ser estudado, e não há padrões ou regras definidas que atinjam em plenitude várias situações. O que fazemos é analisar carinhosamente a situação e dar-lhe sempre as melhores alternativas, dentro, é claro, da legalidade e da transparência no atendimento ao fisco”, explica João Paulo Correa, consultor da Faccilita. Logo, ao constituir-se uma holding, os objetivos principais são: controle de ações das atividades das empresas e proteção patrimonial viabilizando o planejamento sucessório. A transferência de patrimônio se dá por meio da antecipação de legítima, por meio de doação de quotas, eivadas das cláusulas de usufruto vitalício, em favor do doador, além das cláusulas de impenhorabilidade, incomunicabilidade, reversão e inalienabilidade. Se você gostaria de conhecer as vantagens da constituição de uma holding, bem como suas formas de dissolução, e como esta medida pode auxiliar nos assuntos da sua empresa, a Faccilita está plenamente apta a lhe atender, juntamente com sua equipe de profissionais, parceiros e associados, visando sempre garantir a satisfação e sucesso de seus negócios. ∆
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ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana
Viva Campo Grande! Pecuária, Urbana, Psicológica Quando cheguei a Campo Grande, em 1988, tinha vinte e seis anos, era corretora de imóveis e feliz. Gostava da rotina de andar pelas ruas, conhecer famílias, encontrar casas perfeitas para cada uma delas. Campo Grande era diferente do que é hoje e de muito do que conhecia como cidade e costumes. Logo descobri algo de sua história, e que seu aniversário acontecia no mês de agosto, no dia 26. O forte traço da pecuária na história e na cultura da região impactou a optante pela dieta vegetariana desde a adolescência, vinda do litoral sul, propondo um saudável exercício de adaptação, composto principalmente de genuíno interesse em conhecer e compreender o novo. Este forte traço da pecuária no dia a dia da cidade parecia contrastar com sua arquitetura contemporânea, um urbanismo já presente em largas e ajardinadas avenidas, verdadeiros encantos urbanos para quem os valoriza. A escolha pela psicologia como profissão aconteceu após o que alguns chamam de “retorno” ou “grande ano de saturno”, a chamada “crise dos trinta”, quando é comum pessoas repensarem suas vidas numa condição de lucidez madura e tomarem novos rumos. Isso também com base na vivência próxima com a diversidade de pessoas que a profissão de corretora de imóveis proporcionava. Buscar entender pessoas, identificar diferentes perfis e suas linguagens é prática cotidiana de quem vende algo. Naquela época, Campo Grande contava com um único curso de psicologia, ainda da Fucmat e, logo depois, UCDB, já com alguma maturidade em seus vinte anos e ainda com marcado e quase exclusivo foco em clínica e com base em psicanálise.
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Os conteúdos estudados em sala de aula me pareciam contrastar muito com o dia a dia da cidade, tão urbana e tão rural, e na prática tão distante das reflexões filosóficas ou psicológicas que me encantavam. Ver e participar do crescimento de Campo Grande nestes quase 25 anos em que aqui vivo é algo realmente especial. Sua beleza urbana ganha com o passar dos anos, como também pode acontecer com as pessoas, homens e mulheres que se querem bem. Há preços a pagar, como em tudo, parece que não se pode haver somente ganhos, algumas perdas fazem parte num balanço às vezes desconcertante para nós. Neste tempo, mais dois excelentes cursos de psicologia surgiram, na UFMS e UNIDERP, formando dezenas de profissionais psicólogos por ano que, independentemente do que estejam fazendo, estarão contribuindo de alguma forma para a humanização e harmonização das relações entre as pessoas, consigo mesmos e com o mundo que lhes cerca, ou seja, com esta cidade também. Campo Grande faz mais um aniversário neste dia 26 de agosto, mês em que também se comemoram o dia do corretor de imóveis, no dia 27, e veja só, na mesma data o dia do psicólogo também! Uma combinação comemorativa tão próxima de quem, como eu, ama Campo Grande e seu urbanismo, do qual os profissionais do mercado imobiliário fazem parte em seu dia a dia e de quem, também como eu, acredita que a psicologia, filha caçula e cientista da velha mãe filosofia, tem muito a contribuir na evolução de todos nós. ∆
ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.
VIDA DE CÃO
Se o cachorro é o melhor amigo do homem, eu me pergunto se o homem é o melhor amigo do cachorro. Outro dia, estacionei meu carro perto do Mercadão Municipal para fazer compras e, lembrando de um presente especial para uma pessoa especial que adora cachorros, resolvi parar em uma loja de pequenos animais para ver se por acaso não encontrava um cão. De longe, já avistei o vendedor, meu conhecido, pois os seus olhos azuis e o folclórico chapéu salientavam-se por entre tantos objetos e penduricalhos suspensos no ambiente. Sorridente, perguntou-me dos livros puxando logo uma amistosa conversa, que seguiu-se com o tradicional: “O que manda hoje minha patroa?” Falei que procurava um cãozinho, mas que tinha que ser uma fêmea, de preferência da raça boxer. Interessante observar como as pessoas têm sempre o desejo de substituir as perdas, e no caso, a pessoa a ser presenteada, já tinha tido um profundo enamoramento por uma boxer. Fazemos com os animais o que não podemos fazer com as pessoas: substituimos as perdas, para poder viver as mesmas alegrias. Mas tenho que reconhecer que “aquele” boxer devia ser mesmo muito interessante, já que havia lhe “ensinado” misteriosamente a mover as orelhas... Sim, essa pessoa especial que eu queria presentear, consegue mover apenas as orelhas! O que me faz duvidar da sabedoria do boxer e crer mais na perspicácia molecular dessa pessoa. Enquanto pensava sobre tudo isso no trajeto até onde ficavam os animais, divertia-me com as piadas e gracejos desse ven-
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dedor tão efusivo que fazia muito bem o seu mister, sempre procurando agradar o cliente. Assim, após anotar meu telefone e me garantir que procuraria o animal, me fez ver outros que estavam por lá. Eu, apressada, lhe assegurava que precisava ser uma fêmea, pois a tal pessoa especial, não aceitava dividir sua testosterona com mais nenhum macho na casa. Já na frente da gaiola, avistei dois pequenos pintchers sonolentos, e de cara percebi que um deles era macho. Abrindo a gaiola e alardeando as vantagens da raça, o vendedor, empenhado na sua missão de vender até areia no deserto, pegou o outro no colo me garantindo ser fêmea quando, para seu desgosto, viu que era mais um macho. Desapontado, mas sem nenhum constrangimento, logo emendou: podemos castrar! Na hora lembrei de uma conhecida que mora fora do País e mandou cortar as cordas vocais de um inocente Lulu da Pomerânia. Fiz um carinho no bichano e agradeci educadamente, me retirando do recinto. Caminhando pela rua, pensava no tamanho da vaidade humana enquanto apreciava a profusão de artigos religiosos expostos do lado de fora das outras lojas. Neste momento tive certeza: realmente não somos os melhores amigos dos animais. Se quer uma fêmea, compre uma fêmea, se quer um cachorro que não late, compre um coelho, mas não faça do animal um brinquedo. Ainda que nem todos tenham o poder de aprender a mover as orelhas com os animais, sempre podemos estabelecer trocas verdadeiras com eles. ∆
ESPAÇO PARA GRÁFICA IDEALIZA
MEMÓRIA ∆
Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor
AGOSTO ERA UMA FESTA SÓ! Nos anos cinquenta, e até meados dos anos setenta, o aniversário de emancipação política de Campo Grande era festejado pra valer... Começava o dia com a famosa alvorada, que se resumia a um toque de clarim e em seguida a banda do exército, depois a do município tocando o hino da cidade, geralmente em frente à casa do prefeito da época... Depois, as inaugurações de obras, como sempre...
pesados... Eram eles: Nelson Trad, Jaquinha e Fominha... Não tinha como os pobres anoréxicos ganharem nenhum jogo. Entre outros, o time dos gordos tinha Gabriel (Gabura) Spipe Calarge (goleiro do Dom Bosco), Kalil Abrão, Lelo Razuk, Gabriel Abrão, Pedro Martins, João Pereira Guimarães (bombom), Nagib Ouriveis, Fernando Texaco Soares, Jorge Zahran, Klaus Sturck, Pepino Giordano e os craques citados.
Durante o dia e nos dias que se seguiam até o final do mês, destacavam-se os desfiles escolares, nos quais as escolas disputavam um verdadeiro campeonato de fanfarras, uniformes, evoluções, transformando o desfile num espetáculo rico e muito aplaudido pela população. Depois, as competições esportivas, numa época em que a cidade contava com equipes que se destacavam até internacionalmente, como foi o caso do voleibol feminino, time quatorze vezes campeão dos jogos nordestinos. Ainda, jogos de basquete, futebol, e o ciclismo, que contava com corredores de cidades paulistas e de Mato Grosso, promovido sempre pelo Centro Ciclista Leal Jr, além da tradicional corrida do facho – eventos que reuniam milhares de pessoas nas ruas e quadras que existiam nos clubes e colégios. Na praça (Jardim Público) as bandas da Base Aérea, Polícia Militar e do Exército se revezavam nas retretas inesquecíveis...
Pelos magros, Geraldo, Eduardo Contar Fº, Nilo Mato Grosso Pereira, Jamil Bacha, Mansur Anache, Sarico, Restel, Haroldo Barbato, Nadir Tognini, Jean Saliba, Antônio Rahe, Jorge Nadra Jeha (na foto), além de Aldo Darzi, Alvaro Banducci, Paulo Monteiro, Troncoso, Alberto Fernandes (Boca), que mal sabiam regras de futebol. Um detalhe interessante é que por alguns anos os magros nunca conseguiram marcar um gol... Levavam sempre de lavada os jogos, num festival de placar que nunca era menor que dez a zero... Foi num desses jogos que o milagre aconteceu: o juiz marcou uma falta contra os gordos e o Geraldo – que era o mais experiente do time – foi encarregado de bater. Todos os magros foram para a área adversária, entre eles o meu irmão Eduardo, que nunca tinha visto uma bola de perto e morria de medo de levar uma bolada...
À noite, a cidade se engalanava para os bailes famosos, com orquestras vindas de fora e o desfile de luxo e elegância daqueles que participavam dos bailes a rigor no Rádio Clube e outros no Círculo Militar, União, Surian, Libanês e Centro Português. Em meio a tantas festas, o calendário incluía, obrigatoriamente, um jogo beneficente no velho Belmar Fidalgo, reunindo as equipes dos GORDOS e MAGROS, promovido pelo Club das Cinco. Era mais humor que esporte... Os magros, principalmente, reuniam um time de pernetas que nunca tinham jogado nem bola de gude, e do lado dos gordos, alguns já experientes no futebol reforçados por três craques que não passavam dos 60 quilos, mas eram covardemente incluídos na escalação dos
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Foi então que o Geraldo deu uma bicuda no esférico e o bólido foi em direção ao Eduardo, que se encolheu, virando-se de costas... A bola bateu no bumbum dele e desviou-se para o outro canto, enganando o furioso Gabura, que até então nunca tinha tomado um gol dos esqueléticos adversários... Gooool de costas!!! (Assim deve ter gritado o locutor da PRI7, pois “bunda” naquele tempo era palavrão). Além do caráter beneficente do evento, o jogo era uma atração original e humorística. Pena que as novas gerações não deram continuidade à iniciativa do Club das Cinco... Nunca mais se viram jogos tão interessantes e nem gol como aquele, que faria por merecer uma placa no velho Belmar Fidalgo... Hoje em dia, os festejos ficam por conta de inaugurações e o sacrificado desfile escolar sem o brilho daqueles tempos... No mais, é política, sem fundo musical, sem graça e sem taça! ∆
ZOOM
Com o crescimento da companhia Azul Linhas Aéreas Brasileiras e a ampliação de suas rotas, buscamos, além de um mix de meios que atendem a cobertura nacional, um esforço de mídia regional e pontual em Campo Grande, devido à sua representatividade. Utilizamos diversas propriedades do meio ooh (out of home), que favorecem o contato com o target ao longo do dia, durante suas atividades diárias de lazer, trabalho e deslocamento, potencializando assim a frequência de exposição da campanha promocional/varejo, com grande impacto na região. Sérgio Vicente Passarini Diretor de mídia da DPZ
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BUSDOOR
TRIFACE
ABRIGO DE ÔNIBUS
no mercado
FRONTLIGHT ANÚNCIOS REVISTA A GENTE
OUTDOOR
Dois grandes ícones automobilísticos mundiais estampados em pontos estratégicos da cidade. Assim foi anunciada a chegada da concessionária Enzo Jaguar Land Rover a Campo Grande, que contou com uma estratégia fundamentada no alto impacto e poder de segmentação dos meios de comunicação: outdoor, frontlight e revista. A campanha fomentou o desejo do público e o aquecimento do mercado de carros de luxo no Estado. Arlete Carné Borges Executiva de contas da agência Agilita
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Beleza
ACONTECEU ∆ INAUGURAÇÃO DA NOVA LOJA DONNATÊ Famosa por oferecer roupas e acessórios sintonizados com as últimas tendências da moda feminina, a Donnatê inaugurou, no dia 11 de julho, sua nova filial na Rua Euclides da Cunha. A festa de abertura reuniu amigas e clientes, rendendo elogios de várias internautas pela rede social facebook.com/DonnateModa. 1- A nova loja Donnatê na rua Euclides da Cunha; 2- A vitrine do dia da inauguração; 3- Cliente conhecendo os produtos da loja; 4- Flávia Pereira escolhendo suas lindas peças; 5- Carol, Karine e Raquel Brambilla presentes na inauguração; 6- As colaboradoras Denilza Jaques e Daniela Rosa Maria.
Fotos | Camila Chacom
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ACONTECEU ∆ A Bo.Bô Campo Grande lançou a coleção verão 2014 em um evento super animado ao som do DJ Marcelo Nova. O lançamento contou ainda com as parcerias Bico Pitanga, Amor aos Pedaços, Sweet e com a presença da blogueira Patrícia Albuquerque. Os convidados brindaram com champanhe a nova coleção que está incrível!
Fotos | Lucas Possiede
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Priscila Mota www.priscilamota.com
“Um simples ‘oi’ pode te levar para muitos lugares”
Sua foto pode estar aqui! Envie para redacao@revistaagente.com.br
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