Fevereiro 2014

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Turbantes, frutas e flores Uma moda inspirada em Carmen Miranda

edição 152 | FEVEREIRO | R$ 12,00

Beba menos, beba melhor O mundo das cervejas gourmets ganha corpo na cidade

Três vezes Austrália: mar, deserto e cidade O carnaval dos bambas da cidade branca E os filmes mais quentes deste verão

Na cadência do samba




”Os versos são modestos, mas há sempre força de expressão. Nossos barracos são castelos
 em nossa imaginação”, diz o mestre Nelson Cavaquinho.
 Rima que cabe certinho para falar do carnaval de Corumbá, um celeiro de bambas longe do mar, na beira do rio. A gente te convida para uma viagem à década de 50 para conhecer as origens das escolas de samba da cidade branca, com Dona Venância, Chá Ana, Luiz Cambará, Ney da Pesada. Pessoas simples que fizeram do carnaval o trabalho de uma vida. Já aqui, em Campo Grande, o samba também se espalha, entra pelas frestas das casas e toma as ruas, com blocos colorindo a antiga estação ferroviária e com a escola de samba Igrejinha voltando à avenida. A agenda completa de CG você confere nas próximas páginas. O brilho e as cores contaminaram deliciosamente nosso editorial de moda: turbantes e frutas très chics (e divertidos) para você alegrar seus dias de folia. E claro, o carnaval instaura oficialmente a boemia. Pensando nisso, fomos pesquisar a fundo o universo da cerveja gourmet. Aqui na cidade, nos próximos meses, a cena encorpa com duas fábricas lançando cervejas especialíssimas e com sabor regional, a Moagem e a Morena Bier. E ainda, uma entrevista com o escritor corumbaense Abílio Leite de Barros, dicas de alimentos energéticos e uma visita à Austrália. Abra uma boa cerveja, deixe o bom e velho samba rolar e boa leitura! Equipe revista A Gente

DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia

Natália Charbel Julia de Miranda

DIRETORA COMERCIAL Elaine Atala

REVISÃO Fernanda Giglio

EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif

FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede

EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo - DRT 0001030/MS

estagiáriOS Tatyane Cance (texto) Flávio Gutierrez (imagem)

EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa

REDAÇÃO Thais Pompêo

FINANCEIRO Sonia Croda

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ATITUDE ∆ LIFESTYLE 16 | CASA 54 | PERFIL 84

LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 32

TENDÊNCIA ∆ BELEZA 48 | NÉCESSAIRE 50

COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 78, 88, 89, 90 | MEMÓRIA 91

GENTE ∆ ESPECIAL 12

BEM-ESTAR ∆ NUTRIÇÃO 74

ELE | CARNAVAL ∆ CAPA | 24

EDITORIAL ∆ MODA 38 | ENDEREÇOS 92

FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br ASSINATURA assinatura@revistaagente.com.br 67 3322 7400 ANUNCIE comercial@revistaagente.com.br BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran MultiPão - Cidade Jardim Pão e Tal Shopping Campo Grande Santa Fé (Av. Mato Grosso - Loja Anita e Av. Afonso Pena - Posto Tereré)

CULTURA ∆ AGENDA 30 | DICAS 18, 20, 22

DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 72 | KIDS 60 | TEEN 61

PRAZER ∆ VIAGEM 62 Foto | Lucas Possiede Detalhe do ensaio da bateria da escola de samba Vila Carvalho

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LEITOR Começamos bem! Olha o que acabou de chegar aqui pra "noise": matéria da ChaNoise na Revista A Gente! Parabéns à jornalista Thais Pompêo pela elegância e clareza das palavras e pelo profissionalismo de toda a equipe da revista. Tá bonito! ChaNoise, via facebook.

Curti muito a vibe da revista de janeiro, dando dicas para relaxar e se desconectar. Muito importante nesses dias frenéticos que estamos vivendo.

Adorei a matéria de astrologia que saiu na A Gente de janeiro. As dicas foram super legais, para começar o ano bem! Roberta P. Mendes, via email.

A matéria sobre os perigos da intoxicação alimentar no verão foi muito pertinente. As consequências podem ser sérias e todos devem estar atentos. Parabéns à equipe da revista. Pedro Ferro, via facebook.

Denise, psicóloga, via email.

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COLABORADORES Juliana Comparin Juliana Comparin é autora do blog Terminal de Embarque, um espaço onde ela compartilha experiências de viagens mundo afora e dá dicas para outros viajantes. Nesta edição, ela nos leva para um passeio na Austrália: mar, deserto e cidade. www.terminaldeembarque.com

Thierre Mônaco Nascida em Corumbá, filha de artistas, jornalista e sagitariana tagarela, Thierre Mônaco é apaixonada pelo Pantanal e amante do carnaval. Mãe da pequena Manuella, a corumbaense assina a reportagem sobre os bambas de sua terra natal.

Tatyane Cance Aspirante à jornalista, viciada em séries e aficionada por Nova York, Tatyane Cance é a típica jovem do século XXI: antenada, comunicativa e cheia de vícios (de coca-cola a case de iphone). Forma-se este ano mas já está a todo vapor como estagiária d’A Gente.

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Abílio de Barros

Ele se considera um homem de raiz pantaneira. Mas quem conhece o escritor Abílio de Barros sabe que ele, modesto que só, raramente fala dos seus voos. Produtor rural bem sucedido, atuante no sindicato de sua categoria; especialista em educação, formado na primeira Faculdade de Filosofia do Rio de Janeiro; articulista sem meias verdades; cronista das palavras certas. Abílio é homem de múltiplos talentos, um intelectual com muitas frases na cabeça e várias histórias por contar. Embora a literatura tenha chegado à vida de Abílio de Barros aos 70 anos de idade, ela já dava sinais na adolescência. Na época escrevia muito, mas infelizmente rasgava. Mais tarde, a experiência acadêmica - foi professor de filosofia grega - serviu-lhe de impulso para aprimorar sua verve literária. Com a aposentadoria, a vontade de escrever não podia mais ser adiada. Em 1998 publicou "Gente Pantaneira", e acaba de lançar o sexto livro, "Recoluta" (Editora Letra Livre). Com fôlego do menino pantaneiro que sempre foi, Abílio de Barros ainda tem histórias para muitos mais. Sorte nossa!

Ter na mesma família dois escritores (mesmo de estilos distintos) de talento, é obra do acaso ou influência das águas pantaneiras? A pergunta atribui igual talento a mim e ao irmão poeta Manoel de Barros, o que me envaidece. Em literatura sempre fui o “irmão do poeta”, mas aceito o questionamento. Entre nossos ancestrais não há escritores. Nossos pais tinham pouca escolaridade, eram pobres, mas dotados de muita inteligência. Por aí acredito encontrar um fator explicativo. Não aceito o acaso, penso na genética. Eu e o poeta convivemos pouco durante a infância e puberdade. Ele era aquele irmão, 12 anos mais velho, que aparecia nas férias e sumia o resto do tempo. Estudou fora desde os oito anos de idade. Mais tarde eu também fui embora estudar. Nos reaproximamos depois da morte do nosso pai. Fizemos sociedade nas fazendas que herdamos, e voltei para Campo Grande. Ele pouco interferia na sociedade. Preferia “poetar”. Mas o Pantanal, sem dúvida, é um fator de inspiração para ambos.

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ESPECIAL ∆

O intelectual pantaneiro

Texto | Theresa Hilcar Fotos | Lucas Possiede

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Vocês tinham (ou ainda têm) costume de opinar no texto um do outro? Quando eu comecei a escrever, já com 70 anos, às vezes eu levava o texto ao Manoel para que ele lesse. Mas toda vez que ele ia publicar um livro, me dava o original para ler, antes de enviar à editora. Depois que ele ficou famoso, não me deu mais (risos). É que antes ele era mais tímido, menos confiante. Depois, com a consagração e o reconhecimento da sua obra, isso mudou. Tenho muito orgulho do meu irmão poeta. Seu primeiro livro (Gente Pantaneira/1998) continua sendo editado e aclamado como a obra que representa o Pantanal. Como foi a decisão de escrevê-lo? No início dos anos 70 o mundo descobriu o Pantanal. Havia diversas manifestações, com ecologistas à frente, sempre de forma apaixonada, agredindo os donos da terra. Presos em uma ideologia ecolouca, não souberam ver que o Pantanal havia sido preservado pelos pantaneiros, exemplo raro da adequação de uma atividade econômica com a preservação ambiental. Em uma ocasião fui convidado a participar de uma semana de estudos no Museu da Imagem e do Som em São Paulo, onde falei por duas horas e meia sobre o homem pantaneiro. Isso deu oportunidade para muitos apartes e as esperadas agressões dos ecologistas. Daí veio-me a ideia de escrever um livro sobre o assunto. Passei dez anos preparando-o, por leituras e observações pessoais, pois eu vivia no Pantanal. Dei os originais a alguns amigos pedindo opinião, entre eles, a amiga Telu (Corrêa da Costa) que, sem que eu soubesse, enviou os originais à Editora Nova Aguilar do Rio. Depois de um tempo ela me telefonou dizendo que o livro tinha sido aprovado pela editora. A primeira edição, em 1998, esgotou-se rapidamente. O Pantanal estava na moda. O senhor se identifica mais como cronista ou contista? Sou um cronista, gosto de escrever sobre os acontecimentos da vida. Não tenho fôlego para escrever romances. Escrevi um pequeno livro de contos, “Histórias de Muito Antes” (2004). Dele costumo fazer releituras e sempre me emociono - é a única experiência de ficção, são contos memorialistas da minha cidade, Corumbá, onde vivi a infância e adolescência. Em seus artigos, eventualmente publicados no Correio do Estado e no jornal do Sindicado Rural, o senhor não poupa críticas aos governos. O que mais o deixa indignado na política? Muita coisa, principalmente o roubo, a corrupção e o sucesso eleitoral desses desonestos. A forma como a educação é tratada no Brasil, por exemplo, é um absurdo, mal coloca-

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da. É exigente em extensão e pouco exigente em qualidade. Eu sempre me pergunto: será que não somos capazes de mudar este país? Ser um imortal (membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras) é importante para o escritor? Fiquei honrado com o convite para participar da Academia. Só não gosto da suposta “imortalidade”. Acho-a ridícula. Convivo bem com os companheiros, procuro ir a todas as reuniões, mas também não me agrada ser um “confrade”, pois o nome me lembra uma irmandade religiosa. Você tem uma bela companheira (a educadora Carolina Barros) que, além de ter a alegria contagiante dos baianos, e ser cozinheira de mão cheia, ainda digita todos os seus textos. Ela é o que podemos chamar de sua musa literária? Sobre a Carolina, fiz para ela uma dedicatória no meu livro “Gente Pantaneira” que, me parece, diz tudo: “A uma sedutora universitária que se tornou a mãe de meus filhos e me fez seu dependente”. Ela é muito mais que uma musa. E eu não sei nem ligar o computador (risos). O senhor alguma vez se arrependeu de ter voltado para o Estado para cuidar de fazendas, ao invés de seguir a carreira acadêmica (que se anunciava promissora) na Faculdade de Filosofia no Rio de Janeiro? Voltar custou-me muito. Ainda hoje acho que o magistério foi minha vocação maior. Mas, por temperamento, nunca fui impulsivo. Minhas decisões são lentas e reflexivas; meto a razão em tudo que faço, que penso e que escrevo. Por isso nunca me arrependi de ter virado a bússola em 180 graus. Voltei pelo desejo de deixar algo para meus filhos e atender ligações afetivas, que nunca me abandonaram, com o Pantanal. No lançamento de meu último livro, em Corumbá, disse aos meus conterrâneos que, na realidade, eu nunca saí de lá. Como é o seu processo criativo? Meu processo criativo não tem regras, mas concordo com os meus amigos mais próximos, que sou mais fluente quando me sinto ofendido em minhas convicções. Isto quer dizer que escrevo melhor quando estou com raiva. Não por acaso escrevi um livro inteiro só falando mal do Lula! (Crônicas de uma nota só – A Era Lula). Mas, como todos, sou também tomado pelos impulsos afetivos. Na juventude, até poema já escrevi (mas nunca mostrei para ninguém). Um dia, quem sabe, eu ainda os publique. ∆



Marcelo Cury

Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede

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LIFESTYLE ∆ Nascido em São Paulo, criado em Campo Grande e formado no Rio de Janeiro, Marcelo Cury é cirurgião plástico. No Rio, trabalhou com um dos maiores nomes da área: Ivo Pitanguy. Aqui, abriu sua própria clínica no final de dezembro. “Decidi voltar para CG principalmente pelo lado profissional. Trabalhava com o professor Pitanguy há oito anos, e trago comigo na bagagem o que aprendi por lá. Acredito que a cidade é um mercado onde poderei crescer profissionalmente. Além disso, aqui tenho minha família.” Apaixonado por surf, o médico coleciona histórias de viagens pelo mundo afora atrás das ondas, em lugares como Panamá, Costa Rica, Peru e África.

Profissão: Cirurgião Plástico. Férias inesquecíveis: Uma viagem de surf ao Panamá na Ilha Bocas Del Toro. O que está lendo: Vinícius Sem Ponto Final. Música que não sai do seu playlist: Bob Marley – Redemption Song e samba. Um filme: Chasing Mavericks. Projeto do momento: Crescer profissionalmente. Um sabor: Salgado. Esporte: Surf e snowboard. Refúgio: Ioga. Melhor de Campo Grande: Qualidade de vida, amigos e família.

Aliás, o lifestyle carioca realmente entrou na vida de Marcelo: durante dois anos se dedicou a tocar em uma bateria de escola de samba. “Sempre gostei de samba e quando fui pro Rio, me envolvi. Aprendi a tocar tamborim e toquei na Mangueira.” Focado na qualidade de vida, ele ainda pratica ioga duas vezes por semana. “Inclusive, acabei de sair de uma aula”, conta ele, ao conversar com A Gente. FEVEREIRO 2014 | 17


Maria Bethânia - Carta de Amor (2013) Que Maria Bethânia é uma das maiores cantoras brasileiras e possui uma presença de palco de hipnotizar qualquer mortal não é novidade. Cultuada mundo afora, já lançou tanto disco bom que é difícil escolher apenas um quando pensamos em seu nome. “Carta de Amor” é o registro ao vivo de uma apresentação da cantora no Rio de Janeiro que acabou virando um DVD e um disco duplo. Temos aqui Bethânia cantando o amor em suas mais variadas formas: do triste ao alegre, o maduro, passageiro, traído, eterno e inconstante. Esbanja carisma e emoção nas faixas “Canções e Momentos”, “Dora”, “Luz Branca” e “Fera Ferida”. Inédita na voz dela temos a bonita “A casa é sua”, de Arnaldo Antunes, e “Carta de Amor”, parceria dela com Paulo César Pinheiro. A turnê do disco encerra agora, em fevereiro, e se você nunca a viu nos palcos essa é uma pequena amostra da imensidão artística e sublime que Maria Bethânia possui.

para ouvir

Júlia de Miranda

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Ekundayo - 2013 No ano de 2008 começou a ser desenhado o encontro de oito criativos artistas que resultaria no projeto Ekundayo, palavra que significa “alegria que veio da tristeza” em Iorubá. Três nacionalidades reunidas ( EUA, Canadá e Brasil) formam um coletivo onde cada um dá o seu melhor fazendo o que todo mundo ali entende bem - música - e dessa vez numa linguagem nova. Com um time de primeira, fica fácil imaginar a beleza do álbum: Naná Vasconcelos, Maurício Takara, Guilherme Granado, Rob Mazurek, Lurdez da Luz, Mike Ladd, Scotty Hard e Rodrigo Brandão. Com batidas agitadas, as doze faixas carregam elementos variados como o hip-hop, rap, jazz, um ótimo instrumental e uma ideia de captar a atmosfera das grandes cidades. A turnê do projeto aconteceu ano passado com shows lotados. Como ainda não existe previsão de reunir a big band novamente, a melhor alternativa é ouvir o disco, que também ganhou versão no vinil. Os destaques vão para “Just Love”, a ruidosa “Algo Necessário”, “Em Nove” e “Family Thang”. Não vai sair por um tempo do repeat do seu aparelho. Sombra - Fantástico mundo popular (2013) O ano de 2013 nos presenteou com alguns ótimos trabalhos na cena do rap nacional. Um que merece destaque e deu o que falar, tanto na mídia quanto para quem curte o estilo, foi o novo álbum do Sombra, mc já bem conhecido por fazer parte do grupo SNJ e também por sua carreira solo. Com letras pra lá de criativas, estilo original e único, Sombra cria rimas bem-humoradas com uma batida animada que faz a pista inteira balançar. A mistura sonora das dez faixas do “Fantástico Mundo Popular” conta com colaboração de nomes como Jorge Du Peixe, Rael, Thiago França, Kiko Dinucci entre outros. Destacamos “Piada Cabeluda”, “Rap do Brasil”, “O homem sem face”, “Movimente-se” e “Baque na Molera”. Uma pedrada que irá agradar a muitos ouvidos. E ainda quem quiser pode fazer o download gratuito, imperdível. ∆



Márcio Ribas

para ler

É um mecanismo de gritos e ecos que se equilibra com tanta perfeição fingindo ser rodas e engrenagens, um relógio de sonhos que toca atrás de um vidro de mistério que chamamos de vida.

Jake – em “Novembro de 63”, de Stephen King

Há dois prêmios literários internacionais que realmente me agradam com suas escolhas: o Pulitzer e o Orange de Ficção. Nessa coluna, já comentei alguns livros que foram agraciados com esses prêmios. Hoje vai mais um do Pulitzer: A fantástica vida breve de Oscar Wao (Record, R$ 50,00), de Junot Díaz. Quando o folheei pela primeira vez, causou-me estranhamento a quantidade de notas de rodapé. Pareceu-me que estava em minha frente um livro científico e não de ficção. Foi a primeira surpresa. Já no começo, nota-se que a sinopse não é tão real, pois indica que o livro é sobre um menino dominicano, pequeno galã com ares de Casanova aos sete anos que se transforma, no ensino médio em Nova Jersey, em um nerd gordo que pretende ser um novo J. R. R. Tolkien. O livro é sobre muito mais. Conta a história da família de Oscar que passou por várias situações dentro da ditadura de Rafael Leonidas Trujillo Molina na República Dominicana. Mas se você não sabe quem foi ele, a primeira nota de rodapé vai te ajudar bastante com uma biografia muito concisa e bem-humorada do ditador. Além disso, Díaz mantém muitas expressões em espanhol e faz um diálogo com o mundo nerd de forma fenomenal, o que dá vida ao texto. Em uma das passagens, tenta explicar quem matou JFK. Sendo um pouco spoiler, a resposta é o fukú. Se você não sabe o que é, essa é mais uma boa razão para ler o livro. Mas alguns autores não concordariam com Oscar Wao. O assassinato de JFK envolve muitos outros fatores. E daí surge o livro Novembro de 63 (Objetiva, R$ 79,90), do rei do terror Stephen King. O título faz referência ao mês em que JFK foi

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assassinado. Jake Epping, o personagem que narra a história, descobre que, em uma pequena lanchonete, o dono Al Templeton possui uma máquina do tempo que sempre volta para o mesmo dia, 9 de setembro de 1958. E, independentemente do tempo que permaneça no passado, passam-se apenas dois minutos na época atual, porém o envelhecimento é o equivalente ao tempo que se esteve viajando. Al Templeton tem uma obsessão em descobrir quem matou o presidente e, ao viajar, fica 5 anos para conseguir chegar à data do assassinato. Já velho, Al precisa passar essa tarefa a alguém. O escolhido é Jake. Novembro de 63 traz o verdadeiro Stephen King de volta após algumas obras que não mereciam tanta atenção. Já aqui no Brasil, um dos melhores escritores de suspense foi João do Rio. Não é tão conhecido, mas vale muito a pena conferir sua obra. Seus contos misturam os elementos físicos e psíquicos decadentes do Rio de Janeiro do início do século passado, uma época na qual a cidade crescia vertiginosamente. Seus contos se passam na penumbra ou nas discussões boêmias. O melhor deles é O Bebê de Tarlatana Rosa: uma aventura sombria no carnaval carioca. Esse e outros contos estão em Dentro da Noite (disponível por várias editoras ou gratuitamente pelo site da Biblioteca Nacional). Com o carnaval chegando, você vai ter várias opções se quiser ficar em casa: desde o humor de Oscar Wao, passando pelo suspense nas mais de 700 páginas de Novembro de 63, até um pouco de terror carnavalesco com João do Rio. Boa leitura! ∆



Marcelo Veloso

para ver Azul é a Cor Mais Quente (Blue is the Warmest Color), de Abdellatif Keniche Este filme foi “livremente inspirado" na graphic novel de Julie Maroh “Le Bleu est une Couleur Chaude”, e ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes ano passado. Ser o grande sucesso de um festival renomado quase sempre significa abrir ao mesmo tempo uma lata de minhocas e uma garrafa de champanhe. Esta intensa e desgastante história de uma relação lésbica causou muita controvérsia no Festival, a começar pelo júri e seu presidente, Steven Spielberg, que insistiu que o prêmio deveria ser aceito não só pelo diretor, mas também por suas duas atrizes, Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos; e a terminar com diversas discussões sobre como a cena de sexo entre as personagens foi filmada e como foi exibida. Certamente, as performances das atrizes são extraordinárias. O retrato de um florescimento, de um relacionamento fragmentando, está cheio de convicção, mesmo quando a história se torna indulgente. A noção de que cada pessoa pode encontrar uma relação melhor ou mais rica é ilusória. Não é sobre o amor juvenil ou o primeiro amor, é o amor destrutivo, sensual e inesquecível como a coisa real sempre deve ser. A Grande Beleza (The Great Beauty), de Paolo Sorrentino Sorrentino voltou a Cannes com um filme maduro, um clássico ao estilo de “La Dolce Vita” (Fellini) e “La Notte” (Antonioni). Uma ária sobre o romantismo do tédio com sofisticação suficiente para ser apreciado. Como qualquer grande tristeza, “A Grande Beleza” pode significar amor, sexo, arte ou morte, mas acima de tudo, significa Roma e as profundezas insondáveis do seu histórico mundano. Toni Servillo está incrível no papel de Jep Gambardella, um jornalista famoso cuja promes-

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sa como romancista nunca foi cumprida. Jep está totalmente satisfeito com seu mundo raso e divertido. Ele é um flâneur italiano que vive feliz com qualquer efêmero absurdo. Não se decepciona com a vida, nem mesmo com as pessoas que não conseguem perceber que a vida é decepcionante. Parece ser até por isso que este filme se baseia na soberba, no vazio intelectual. Mas há também uma faísca de emoção sendo escondida a todo momento, uma espécie de frustração na tristeza. Genuinamente hipnótico, “A Grande Beleza” é um clássico do hedonismo de meia-idade. Ninfomaníaca - Volume 1 (Nymphomaniac), de Lars Von Trier A primeira parte do épico de Von Trier sobre sexo é uma ducha fria e forte, mas arrebata o cérebro de tal maneira que te deixa implorando pela segunda parte. É quase desconcertante, absurdo e absolutamente fascinante; é a falsa impressão de um filme sobre sexo que é deliberadamente não-sexy, longo e tagarela. Charlotte Gainsbourg estrela como Joe, uma mulher frágil, viciada em sexo, que narra sua história de vida para Seligman (Stellan Skarsgård), uma espécie de salvador/ confessor que compara sua odisseia à da prostituta da Babilônia, à esposa de Cláudio, às composições de Bach e à pesca. O filme volta à juventude da protagonista, onde começa todo seu delírio e angústia. Von Trier fala a seu modo, a serviço de seu próprio prazer, manipulando o público de uma cena à outra, rindo das suas próprias piadas como sempre o fez, desde “Os Idiotas”. O filme pode irritar, repelir e, talvez, você possa até amá-lo. É um relacionamento abusivo. No entanto, é um trabalho sério. Filmes sobre sexo não vêm mais cerebral do que isso. ∆



Se o Rio de Janeiro tem Cartola, Dona Zica e Nelson Cavaquinho, Corumbá tem Dona Venância, Luiz Cambará e Ney da Pesada.

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CULTURA ∆

Os bambas da cidade branca

Texto | Thais Pompêo e Thierre Mônaco Pesquisa | Thierre Mônaco Fotos | Arquivo e Prefeitura de Corumbá

“Todo mundo é personalidade em Corumbá”, ouve-se da boca de quem nasceu e cresceu na cidade. É um comentário curioso, mas facilmente compreensível quando se chega por lá. A cidade de cerca de 100 mil habitantes já viveu tempos gloriosos. Impossível não reparar no luxo dos casarões espalhados pelas ruas e ladeiras. E por mais que os áureos tempos tenham ficado no passado, as histórias e seus protagonistas pairam no ar, materializam-se em cada esquina e, principalmente, na memória de seus moradores. Entre os milhares de habitantes, quando se trata de carnaval, alguns são mais ilustres do que outros. Se hoje a festa popular é a mais importante da região, justiça seja feita aos bambas que, na década de 50, começaram a organizar os primeiros movimentos que se transformariam nas escolas de samba

que fizeram história na cidade: Dona Venância, da Império do Morro; Luiz Cambará, fundador da extinta Imperatriz; Zé Pixibéqui, da também extinta Império Serrano; Ramão Cuíca, da Nova Capital; Mané Só, com seu cordão carnavalesco Maria Mulata; Flavito, idealizador da escola do Flamenguinho, entre outros bambas, fizeram acontecer e transformaram a festa na animação que conhecemos hoje. O “vírus” da folia chegou junto com os militares cariocas que fundaram a cidade. Na primeira metade do século XX, marinheiros, corsos (carros enfeitados), pierrôs e colombinas, guerras de confetes, cordões e blocos desfilavam pelas ruas de paralelepípedos. Assim como no Rio de Janeiro, o sucesso dos blocos deu origem às primeiras concentrações de escolas de samba, na década de 50.

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Bairro da Cervejaria A efervescência nessa época estava localizada em uma região situada à beira do Rio Paraguai, hoje chamada de bairro da Cervejaria. Ali houve uma explosão de compositores, artistas, carnavalescos e músicos. Gente simples e trabalhadora que trazia o DNA da alegria do carnaval: um bairro, vários amigos, calor, o rio e a boemia. Bastava juntar um, dois ou três corumbaenses que virava bloco de carnaval. Apesar de nos anos 50 Corumbá não ser mais o centro econômico que era no final do século XIX e início do XX (quando era um importante entreposto comercial, com mais de 25 bancos internacionais e o 3º maior porto da América Latina), a cidade pulsava econômica e

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culturalmente. Mesmo isolada por vias terrestres, era independente e autossuficiente: tinha fábrica de sapato, curtume, fábrica de massa e farinha (hoje o moinho), e uma fábrica de cerveja, a Cervejaria Corumbaense, que chegou a lançar dois rótulos: a Oeste e a Libra. “Corumbá é uma cidade com quase 250 anos de história, com forte manifestação cultural. Imagina, foi basicamente formada por cariocas e nordestinos, um povo animado. Fora isso, a economia era saudável, tínhamos indústrias, emprego. O custo de vida era barato porque produzíamos tudo ali. Até a cerveja era barata, produzida ali... A gente não precisava importar nada. Fora isso tem o calor de 42 graus quase o ano todo e o rio... O povo que vive perto d'água é diferente”, observa Orlando Fernandes,

músico e ritmista que cresceu no bairro da Cervejaria, e que está pesquisando sobre a história do carnaval de Corumbá para o documentário “O samba da cidade branca”, em parceria com o diretor Alexandre Basso, previsto para 2015. E o ambiente foi realmente propício. Seu pai, Ramão Cuíca, cavaquinista talentoso, e que hoje faz parte da velha guarda da Portela no RJ, fundou a escola de samba Nova Capital. “Eu me lembro da movimentação quando ia chegando o carnaval, os batuques iam sendo mais frequentes, começavam a aparecer instrumentos, tecidos, as mulheres costurando as fantasias... Era uma coisa natural, que a gente já esperava no início do ano”, relembra Orlando, que desfilou pela primeira vez aos 8 anos, em um carro-alegórico.


Dona Venância e a Império do Morro Mas a moradora e carnavalesca mais ilustre do bairro da Cervejaria foi Dona Venância, a “eterna porta-bandeira”. Lembrada pelos corumbaenses como um dos principais ícones do carnaval, Dona Venância Gomes Duarte e seu marido José Duarte, mais conhecido como Chá Ana, fundaram a Escola de Samba Império do Morro. De família humilde, a mulata bonita, alegre e que sambava pra caramba casou-se com o carpinteiro Chá Ana. Uma mulher porreta que teve nove filhos e que sempre esteve à frente da escola de samba. O trabalho de uma vida: foram 31 títulos e o reconhecimento unânime dos conterrâneos sobre sua importância no carnaval. Seus filhos são, literalmente, filhos do carnaval: “Minha mãe quase teve um filho no meio da avenida. Ela, como sempre determinada e muito teimosa, desfilou grávida na avenida e no meio do desfile teve contrações e teve que ir direto para o hospital para dar à luz o meu irmão caçula”, relembra, com um ar meio tímido, o filho mais velho de Dona Venância, José Carlos Duarte. Dona Venância faleceu em 2007 e sua escola segue na avenida, atualmente uma das mais premiadas e reconhecidas do carnaval de Corumbá.

Dona Venância na avenida

Tradição e Família Na essência do surgimento do carnaval estava a união e o carisma de muitas famílias. Assim como a família Duarte (de Dona Venância), a Cambará também representa uma parte importante dessa história. Eles fundaram o bloco Gente Boa Somos Nós, que mais tarde virou a escola de samba Imperatriz, do centro da cidade. Esta escola foi a primeira a trazer para a cidade a estrutura das escolas de samba cariocas: com alas, comissão de frente e samba-enredo inédito, profissionalizando, assim, o carnaval. Tanto que Seu Luiz Cambará foi o primeiro compositor da cidade branca – e na época gravou também vários sambas para outras escolas. Foram eles, também, os principais responsáveis por levarem a elite para a avenida – antes confinada apenas nos clubes. “Eles sempre foram queridos e conhecidos na cidade. Apesar de ser uma pessoa simples, Seu Luiz Cambará era um intelectual, conhecia muito de samba. Aí, quando ele montou um bloco, a escola de samba, claro que os amigos deles vieram todos pular na avenida”, explica o historiador João Carvalho de Oliveira, que faz parte do corpo de jurados do Carnaval de Corumbá. Seu Luiz Cambará faleceu em novembro do ano passado, aqui em Campo Grande, cidade onde morava desde 1975 em busca de melhores oportunidades de trabalho. Em 1980 a Imperatriz parou de desfilar.

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“Sou Ney Colombo, fui humilde pescador / Na estrada desta vida, um boêmio sonhador .../ Eu sou sambista, sou bamba / Sou batuqueiro de fé / Hoje A Pesada / Traz pra mim o seu axé”. Em um grande barracão localizado no centro da cidade, em meio a costureiras e produção de carros alegóricos, lá está Neidivaldo Colombo, popularmente conhecido como Seu Ney da Pesada. Seu Ney foi contemporâneo dos bambas. Um pescador de origem humilde que fundou a escola Unidos da Pesada, em 1970, no bairro Borrowski. Aos 75 anos, Seu Ney tem orgulho em dizer que sua escola nunca deixou de desfilar no carnaval – uma das poucas que mantêm o espírito de comunidade, com o fundador sempre à frente da diretoria. O empenho tem valido a pena: nos últimos anos A Pesada passou para o Grupo Especial, e é a atual campeã do carnaval. Para celebrar a vitalidade desse baluarte do samba, a escola faz uma bonita homenagem ao seu fundador este ano, com o enredo: “Ney Colombo – o último dos moicanos do carnaval corumbaense”, e traz o verso: “Sou Ney Colombo, fui humilde pescador / Na estrada desta vida, um boêmio sonhador .../ Eu sou sambista, sou bamba / Sou batuqueiro de fé / Hoje A Pesada / Traz pra mim o seu axé”. Dona Venância, Seu Ney, Seu Luiz Cambará... A verdade é que eles são a representação de um povo. Não há corumbaense que não tenha desfilado na avenida, ou que nunca tenha se envolvido com o carnaval. Época em que pessoas anônimas ganham destaque durante aquelas poucas horas na avenida. Folia que resiste ao tempo, às mudanças econômicas e culturais. A palavra de ordem é alegria e o pano de fundo, o majestoso rio Paraguai. Os registros começam a ser feitos, uma história de luta e de alegria desses bambas que o Brasil ainda não conhece. ∆

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Seu Ney no barracão da Unidos da Pesada

O último dos moicanos



AGENDA ∆

CAMPO GRANDE TAMBÉM TEM SAMBA NO PÉ Texto | Thais Pompêo e Tatyane Cance

Campo Grande é mais jovem no carnaval, mas também tem provado o seu gingado. Os blocos são a grande pedida pra quem quer tirar a fantasia do armário, ver gente bonita e dançar pelas ruas do centro da cidade ao som de marchinhas e do bom e velho samba. O movimento, que ganhou novo fôlego nos últimos anos com o Cordão Valu, começa a esquentar no dia 27 de fevereiro, quinta-feira, com o bloco Evoé Baco, do Teatro Maracangalha, que abre o carnaval juntamente com o bloco Afoxé. Já o Cordão Valu faz mais uma vez a mistura boa com os Tambores do Vento Bom e traz para as ruas próximas à antiga estação ferroviária toda sua animação que reúne milhares de foliões. As escolas de samba, que vivem um momento não tão otimista (para entender, leia a coluna do Edson Contar), felizmente contarão com a volta da Igrejinha, que não participou do desfile ano passado. Para ir entrando no clima e soltando a cinturinha, blocos e escolas de samba estarão com ensaios e esquentas o mês todo. Via redes sociais, você consegue descobrir a programação de cada um deles. Já o cronograma oficial da semana de carnaval, você confere abaixo:

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Bloco da Valu - Fotos | Alexis Prappas Detalhe do ensaio da bateria da escola de samba Vila Carvalho Fotos | Lucas Possiede

Blocos de Rua Quinta-feira (27/02) Bloco Evoé Baco com participação do Bloco Afoxé Organização: Teatro Imaginário Maracangalha. Local: Praça Luziano dos Santos, em frente à Igreja São Francisco. Concentração: 17h no Bar Vai ou Racha. Desfile: 20h Sexta-feira (28/02) Bloco Sujo Organização: Rocker's Bar. Local: Centro da Cidade. Concentração: 16h, na Antiga Estação Ferroviária. Desfile: 20h Sábado (01/03) Cordão Valu e Bloco Tambores Vento Bom Organização: Cordão da Valu. Local: Antiga Estação Ferroviária. Concentração: 14h, no Bar do Zé Carioca. Desfile: 17h Domingo (02/03) Abertura do desfile de Blocos da Ablanc (Associação dos Blocos de Carnaval apoiados pela prefeitura), com o Cordão Valu, Bloco Tambores Vento Bom e Bloco Evoé Baco Principais Blocos: Bentevi; A Turma do Mel; O Tereré; Os Boleiros; Tô Atoa; Vai ou Racha; Os Bambas do BH; Quero-Quero; O Macaco da Vila; Amor, eu vou ali; Os Amigos do Império; Amigos do Nuga; e Beber, Cair, Levantar. Local: Antiga Estação Ferroviária. Concentração: 14h. Desfile: 18h Terça-feira (04/03) Cortejo do Tambores Vento Bom com Cordão Valu Organização: Cordão da Valu. Local: Antiga Estação Ferroviária. Concentração: 14h no Bar do Zé Carioca

Escolas de Samba Segunda-feira de carnaval Desfile dos Blocos Convidados, Escola Mirim e Escolas de Acesso Grupo Afoxé Ilê Omô Ayê (Filhos da Terra) Horário: 19h30 às 20h Bloco do Tereré - Horário: 20h10 às 20h40 Bloco Tambores Vento Bom (Filhos da Terra) Horário: 20h50 às 21h20 Os Herdeiros do Samba (Escola de samba mirim, com apenas crianças) - Horário: 21h30 às 22h Unidos do São Francisco - Horário: 22h15 às 23h05 Cinderela Tradição do José Abrão - Horário: 23h20 às 00h10 Estação Primeira do Taquarussú - Horário: 00h25 às 01h15 Local: Praça do Papa, Avenida Alfredo Scaff, Bairro Santo Amaro.

Terça-feira de carnaval Desfile das Escolas do Grupo Especial Igrejinha - Horário: 20h às 20h50 Unidos do Aero Rancho - Horário: 21h05 às 21h55 Os Catedráticos do Samba - Horário: 22h10 às 23h Unidos do Cruzeiro - Horário: 23h15 às 23h50 Deixa Falar - Horário 00h05 às 00h55 Unidos da Vila Carvalho - Horário: 01h10 às 02h Local: Praça do Papa, Avenida Alfredo Scaff, Bairro Santo Amaro.

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Desfile Animale

ESCOLHA DO MÊS ∆

MAIS POR MENOS O outono/inverno será pontuado por cores fortes e impactantes. Na Itália, o vermelho foi a cor escolhida por Domenico Dolce e Stefano Gabbana para montar a coleção "Monástia" inverno 2014. Por aqui, o vermelho e o vinho estão entre as cores predominantes apresentadas nas passarelas do SPFW e Fashion Rio. Por serem clássicas, elas estão entre as combinações mais frequentes no closet da mulher antenada. A grande vantagem é que podemos escolher muitas peças nas liquidações de verão e montar looks luxuosos para arrasar nos dias com baixas temperaturas. Blazer: A Collection para Renner; Óculos: Victor Hugo para Ottica Lunettes; Top: Renner; Short: ALC para Farfetch; Sandália: Colcci; Saia: LeeLoo para O Look; Relógio: Ultra Thin Lady Valextra Jaeger-Le Couture; Calça: Triagem para Quase Perfeita; Bolsa: Carmim para Anita Shoes; Scarpin: Alexander Macqueen - Preços sob consulta

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Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Por | Luiz Gugliatto


Fotos | Lucas Possiede e divulgação

ACHADOS DE MODA ∆

BLUE MINING Por | Luiz Gugliatto

O jeans é um dos tecidos mais democráticos que já apareceram no mercado da moda. Por isso, peças confeccionadas no denin foram uma das grandes apostas para o inverno 2014. O que vimos nas passarelas das grandes grifes foi um denin puro, bruto, sem lavagens ou com um stone bem leve e discreto. Aproveite as liquidações para dar aquela garimpada; ótimo momento para fazer bons investimentos em peças clássicas do bom e velho jeans. Compre itens atemporais e garanta o mood do inverno.

Relógio: Hublot; Bolsa: Toeldo jeans; Vestido: TVZ; Saia: Gregory; Short: Cantão; Sapatilha: Luiza Barcelos; Calça: TVZ - Preços sob consulta

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Desfile Plural

EM ALTA ∆

INVERNO AZUL

O azul que esteve presente no verão continua firme e forte para o inverno. Por ser uma cor sóbria, faz bonito em qualquer ocasião. Para o dia vale incrementar o look com acessórios de cores vibrantes, deixando-o mais leve. Outra dica é apostar em um visual formal, complementando com tonalidades de vermelho. Para a noite, o azul fica interessante combinado com preto ou metalizado, como esse lindo cardigan da Animale que tem detalhe em lurex. Outra boa aposta é investir na cor azul em acessórios poderosos para criar um visual mais descolado! Colar: Tigga p/ Coollect; Blazer: Animale; Cardigan: Animale; Óculos: Celine p/ Ottica Capri; Short: Gregory; Mini-saia: M. Officer; Saia: TVZ; Vestido: Cantão; Sandália Santa Lolla - Preços sob consulta

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Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Por | Luiz Gugliatto


TRENDY ∆

RENDA-SE AO LUXO!

As referências ao universo glamuroso da lingerie estão sempre presentes nas coleções mais luxuosas. Apesar do verão estar acabando, ainda dá tempo de comprar peças rendadas com diferentes propostas que vão do sensual ao romântico. Afinal, a renda é clássica e extremamente elegante. Para o inverno 2014, o mundo fashion aposta alto em um visual rendado. Lembre-se que contrastes de cores são sempre bem-vindos para usar em momentos mais informais. Para uma ocasião mais sofisticada, renda-se ao look monocromático. Bracelete: Daslu; Lingerie: Shop 126; Vestido: Zeit para Shop2 Gether; Blusa: O Look; Clutch: Muzazen; Ankle boot: Jimmy Choo - Preços sob consulta

Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto

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Campanha Aramis

HOMEM ∆

OFF!

Embora a moda masculina seja sempre mais contida e discreta, os homens curtem, sim, se jogar nas liquidações. Vamos aproveitar essa hora e sair para dar aquele passeio e turbinar o armário com peças atemporais.

Camisa: M. Officer; Polo: C&A; Calça: Ellus; Bermuda: Hering; Cinto: Renner; Carteira: Richard's; Relógio: Bulova para Moura joalheiros; Sapato: CNS - Preços sob consulta

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Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Por | Luiz Gugliatto



Body Fabulous Agilitá para Espaço Aline Gonçalves, pulseiras Amoo bijoux, turbante acervo produção.


CHICA CHICA BOOM CHIC

Fotografia | Alexis Prappas Stylist | Luiz Gugliatto


Saia Tigresse p/ Alameda, colares Amoo bijoux, brincos e anéis Badulaque, turbante acervo produção.


Blusa Farm, hot pants Dress to, anéis e brincos Badulaque, colar com flores e frutas Armazém Fornari e turbante acervo produção.


Blusa Lulu, saia Etnafele para Quase Perfeita, brincos e pulseiras Amooo bijoux, abacaxis cerâmica Armazém Fornari, turbante acervo produção.


Blusa Farm, saia Tigresse para Alameda, pulseiras Badulaque, anéis Valéria Foschiani, penca de frutas Armazém Fornari.


Blazer Morina para Quase Perfeita, short Farm, colares, anéis e brincos Badulaque, turbante acervo produção.


Top Dress to, saia Fabulous Agilitรก e pulseiras finas Totem para Espaรงo Aline Gonรงalves, pulseiras grossas e turbante Amoo bijoux, brincos Badulaque, colares Erica Estela, sandรกlia Anita Shoes.



Top Osklen, saia Cantão, pulseiras Erica Estela, anéis Valéria Foschiani, orquídeas na cabeça Armazém Fornari. Ficha técnica / fotos Alexis Prappas / stylist Luiz Gugliatto / beleza Helder Marucci / modelo Carla Pagot / coordenação Thais Pompêo


Olhar poderoso!

Guia completo para garantir cílios irresistíveis! Texto | Natália Charbel

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beleza ∆ “De cada 5 amigas ou conhecidas, ao menos quatro usam rímel todos os dias para qualquer coisa, e sinceramente, não consigo entender quem não usa”. Foi essa a frase que escutamos quando comentamos sobre a matéria de cílios e seus apetrechos. E olha só, a top maquiadora Monalisa Ribeiro começou a conversa assim: “A cada grupo de cem mulheres, noventa e nove têm o rímel como o item preferido de maquiagem. E não é pra menos: mesmo sem saber aplicá-lo corretamente, ele ajuda a tirar a cara de cansaço, levanta os olhos e de quebra garante um olhar mais sedutor. Lógico que aprendendo a aplicar, esses benefícios crescerão”. Uma dessas “sabedorias secretas” é aplicar a máscara em movimentos de zig-zag, para ajudar na penetração do produto. Volume e cor Monalisa é categórica ao afirmar que cílios volumosos nunca saem de moda; não importa a tendência, eles estão lá, firmes e fortes. “O que pode mudar é a cor, há pouco tempo estava-se usando muito rímel colorido, e principalmente para o verão, cores criam um efeito bem bacana”. E aqui já vem outra dica para quem quer apostar em cílios multicoloridos sem passar da conta: Marcus Bari, maquiador da Givenchy, ensina a aplicar uma camada de máscara de cor neutra nos cílios inteiros e usar a colorida só nas pontinhas. O efeito é lindo! E já que estamos falando de cor, Mona nos atenta para o seguinte: nem todo mundo precisa do preto. O marrom dá um efeito legal e não "pesa" tanto. Por exemplo, senhoras não ficam tão bem com rímel pretão, “é legal o maquiador ter esse feeling”. Dicas bacanas:  Usada por top maquiadores, essa dica pode parecer meio estranha mas garante uma boa cobertura: mergulhe a escova da máscara em sombras cremosas para uma pigmentação power.  Quer imprimir densidade às pestanas? Antes da máscara, aplique um pouco de pó facial nos cílios. Prepare-se para um resultado poderoso! As escovinhas Existem vários tipos de escovinhas, e esse é um grande dilema para a maioria das mulheres. Mas o principal é: as cheinhas são as que dão volume, e as que se parecem com um pentinho, separadinhas, são as que alongam. Você pode usar as duas e garantir os dois efeitos! Existe uma escovinha em formato de ouriço que é joia para levantar e separar. “Algumas

meio tortinhas prometem curvar, mas para isso o ideal é um bom curvex mesmo. Para quem tem os cílios retos ou caídos, é a solução”, ensina a maquiadora. Dica bacana:  Experimente dar uma esquentadinha no curvex com o secador antes de colocá-lo nos cílios, assim potencializa-se o efeito. Que efeito você quer? Supervolume – Está achando que a máscara não está resolvendo? Use as dicas lá de cima e compre uma máscara com escovinha de muitos fios e pouco espaço entre eles, assim a concentração do produto nas cerdas é maior e você garante volume extra. Pestanas loooongas – Para alongar sem grudar, escolha escovinhas em formato espiral e mais espaço entre as cerdas. Drama – Queridinho de 9 entre 10 maquiadores, os olhares dramáticos precisam de muito volume. Capriche nas camadas para destacar as pestanas. Cílios postiços – Sim, muita gente passa o rímel em cima dos cílios postiços. Nestes casos, aposte nas máscaras de escovinhas com formato de ouriço. Para o alto e avante – Tem medo ou está com preguiça do curvex? Uma alternativa para cílios retos ganharem curvas são as escovas com modelo em “c”. O shape consegue garantir curvas e modelar as pestanas. É bem fácil de aplicar. É verdade? Dizem as más línguas que rímel todo dia estraga os cílios. Mas Monalisa garante que não é verdade. “Hoje existem marcas ótimas, testadas oftalmologicamente. Usou, retire com um bom demaquilante, claro”. E mais uma dica importante: “Para uso diário eu recomendo um rímel que não seja à prova d'água; deixe estes somente para ocasiões especiais”. Dica salva-vidas: Quando a máscara resseca na embalagem, o que pode ser feito? Se não for à prova d'água, tente pingar gotas de colírio. Já os à prova d'água, não tem jeito: ressecou, o destino é o lixo! Curiosidade: RIMMEL é uma marca britânica, portanto não é correto chamá-lo assim, o produto se chama máscara de cílios.

Cerdas:

as cheinhas são as que dão volume, e as que se parecem com um pentinho, separadinhas, são as que alongam. Já as em formato de ouriço são ótimas para levantar e separar. ∆

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HITS DE BELEZA ∆

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Máscaras de cílios são essenciais para garantir os cílios dos sonhos. Mas quem nunca se embolou no momento da compra? A maquiadora Monalisa Ribeiro dá as suas dicas: “As marcas que mais amo e indico de olhos fechados são Benefit, Givenchy, Dior, L’Oréal e Maybelline. Cada uma tem suas particularidades e me satisfazem bastante!” Texto | Natália Charbel

1- Máscara de Cílios Volume Effet Faux Cils - YSL: volume máximo, deixa os cílios separados e garante um olhar poderoso. Sua fórmula de longa duração é perfeita para quem usa lentes de contato ou tem olhos sensíveis. Preto, marrom, azul e verde. R$156 2- Dior Show Extase - Dior: aqui a estrela é a escovinha, que é patenteada e foi inspirada nos cortes em camadas, paixões de Dior. Para alongar instantaneamente. Em preto, marrom e roxo. R$141 3- They're Real - Benefit: as cerdas conseguem chegar bem perto da raiz, o que garante comprimento e volumes inacreditáveis. A ponta arredondada levanta e define até os cílios inferiores. R$ 115

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4- The Colossal Volum Express Waterproof - Maybelline: essa máscara à prova d’água tem base de colágeno além de agentes que aumentam incrivelmente o volume dos cílios sem deixar resíduos. R$24 5- Haute and Naughty - MAC: muito bacana! Vem com dois pincéis. Um deles mais sutil, o outro deixa os cílios grossos e volumosos. Como você quer seu olhar hoje? R$99 6- Hypnôse Drama - Lâncome: o lance aqui é o aplicador oversize que oferece um olhar intensamente expressivo e dramático. R$142

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7- Curvador de Cílios Curvex Super Curl: Tem medo de curvex? Esse com design inovador sem suportes laterais diminui o risco de beliscões. As almofadinhas podem ser aquecidas com secador de cabelos para criar curvas mais intensas. R$70

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A GENTE EM CASA ∆

CASA NO BOSQUE

Do lado de fora, o muro esconde um espaço de 850m². Logo na entrada, um grande bosque recebe os visitantes, descortinando a casa do arquiteto Diego Barbosa Camillo, mais ao fundo do terreno. Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede

Por muito tempo, o lugar abrigou apenas o morador e sua bagunça de homem solteiro. Na época, muitas experiências de permacultura foram feitas pelo arquiteto, como a floresta que ele criou e cultivou durante anos, baseada em um sistema orgânico, plantando mamonas para estimular o crescimento das outras árvores, que por serem cobertas pela sombra, crescem de maneira mais acelerada para buscarem a luz do Sol. Ao se casar, há três anos, a reforma foi a opção que falou mais alto. “A primeira coisa em que mexi foi o jardim. Quando as árvores já estavam com quatro metros de altura comecei a mexer na casa.” A floresta recebeu uma boa poda, ficando apenas as plantas mais vigorosas, e o terreno foi todo gramado, dando aparência de bosque.

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Na parte de alvenaria, embora o desenho original tenha sido mantido, o acabamento foi praticamente todo trocado. A casa recebeu ótima integração com o verde: grandes janelas na sala e decks com pergolados nos quartos, para que não houvesse separação com o jardim. O que antes era a garagem, hoje é uma gostosa área de lazer, com bancada, churrasqueira, ladrilhos hidráulicos e tijolinhos de demolição. Os banheiros foram todos refeitos com acabamentos que variam de pastilha à bancada de madeira.

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Justamente por querer preservar o espaço verde e não aumentar a construção, a casa acabou ficando sem sala de jantar. A solução foi projetar uma ilha na cozinha, integrando assim o cômodo com a sala e a área de lazer. “Lá é possível visualizar tanto a sala como o próprio jardim, dando uma sensação de espaço. É possível que a pessoa que esteja cozinhando fique de olho em tudo.” Outra troca que fez toda a diferença foi a retirada dos pisos cerâmicos e a chegada dos porcelanatos retificados. Por tudo isso, a casa, que possui 100 m², tem uma atmosfera espaçosa e moderna, sem perder o clima acolhedor. A horta, localizada nos fundos, que já existia antes da reforma, é um exemplo disso. Lá é possível encontrar temperos como manjericão, alecrim, sálvia e cebolinha. Delícia de casa. ∆

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TEMPERATURA CERTA Por | Luiz Gugliatto Foto | Lucas Possiede

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Os baldes de gelo são uma opção bem charmosa para manter as bebidas em uma temperatura refrescante e convidativa para aplacar o calor. Dos transparentes, mais imperceptíveis, aos de inox, modernos e com dupla funcionalidade, eles podem ser de diferentes materiais, ficando a seu critério o que combina mais com o estilo da sua reunião ou da sua casa. Solte a criatividade: eles podem até virar jarras/vasos de flores. A verdade é que eles são indispensáveis para quem que manter a bebida gelada ao alcance das mãos, sem deixar de lado o charme. Balde: 01- Armazém Fornari, 02- Santa Graça Casa, 03- Erva Doce Casa, 04Erva Doce Casa, 05- Casa Tua, 06- 5a Casa, 07- Armazém Fornari, 08- Erva Doce Casa, 09- Casa Tua

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ids Texto | Tatyane Cance

A criançada ama verão, praia, piscina. Difícil é fazê-los sair do sol. Para proteger a pele delicada sem acabar com a diversão, fizemos uma listinha caprichada dos melhores protetores solares que estão entre os top dez indicados pelos dermatologistas. Dá uma olhada: Anthelios Pediatrics, La Roche Posay A La Roche, que a gente adora, também pensou nos nossos pequenos. O protetor solar infantil Anthelios Pediatrics tem fator solar 50 e é super fácil de espalhar na pele. Além de ser resistente à água, areia e transpiração. Feito mesmo para a combinação criança + verão. R$ 80. Episol Infantil Uma das características do protetor solar infantil da Episol que mais chama a atenção dos pais é que ele não tem cheiro. O produto, além de não ter perfume, ainda é de fácil aplicação. O Episol Infantil tem fator solar 50 e é um dos mais indicados pelos pediatras. O preço é de aproximadamente R$ 80. Johnson's Baby Bloqueador Solar Hora de Brincar O bloqueador solar da Johnson's é um dos mais populares. Com fator solar 40, deve ser reaplicado a cada 40 minutos se a criança estiver brincando na água. R$ 50. Spray Solar Proteção Muito Elevada Mustela Lançamento, o bloqueador solar infantil em spray tem fator solar 50. O formato prático pode ajudar os pais naquela hora complicada em que a criança não quer cooperar. Reaplicar o produto a cada duas horas ou assim que a criança sair da água. R$ 80. * É importante lembrar que crianças abaixo de seis meses não devem usar nenhum tipo de protetor ou bloqueador solar.

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O Carnaval 2014 está batendo à porta. E para entrar na folia nossas dicas são aquelas fantasias que podem ser feitas por você mesmo(a), sem precisar gastar horrores – nem de dinheiro e nem de tempo. Abaixo, algumas ideias para você se inspirar.

Até seu lençol branco pode acabar virando uma perfeita fantasia de deusa grega. Simples e fácil. É preciso uma tiara preta, papel dourado e cola quente (custa em média R$50). Corte o papel no formato de várias folhas e cole-as com cola quente na tiara, criando assim o arco da deusa. Depois, é só amarrar o lençol ao corpo e acrescentar um cinto dourado.

Anos 20 Combinar aquele vestido preto básico com uma meia arrastão, um colar de pérolas e uma tiara na cabeça (uma peruca curtinha também é bemvinda) para fazer um look inspirado nos anos 20.

Texto | Tatyane Cance

Pra pintar e bordar e se divertir nesse carnaval! E outra dica fácil e bem boa, é pegar aqueles óculos velhos (ou mesmo máscaras de plástico baratinhas) para fazer máscaras de carnaval. Novamente com a nossa amiga, a cola quente, cole nos óculos o que te fará feliz na avenida: papéis coloridos, pecinhas de plásticos, pedras, frutinhas, bordados... Que tal?

Você que curte aquele visual mais colorido, invista em roupas com estampas de frutas combinadas com turbantes – que podem ser feitos com um lenço ou uma echarpe. Com cola quente você pode colocar frutas ou flores de isopor no turbante. Fica uma graça, veja lá nosso editorial de moda.

Para os rapazes, outra fantasia super prática é a de marinheiro. Só é preciso aquela camiseta listrada navy com uma bermuda jeans, um tênis branco com meião também branco esticado até abaixo do joelho e, na cabeça, um chapéu feito com dobraduras papel, estilo aqueles barquinhos que aprendemos a fazer na escola quando pequenos.

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CADERNO DE VIAGEM ∆ Velejar em alto mar por três dias reservou paisagens espetaculares como este pôr do sol.

A Austrália e o seu trio de contrastes: mar, deserto e metrópole

Icônica placa do Outback que indica a presença de cangurus na estrada ganhou novo destaque com desenho de esqui feito por algum turista engraçadinho.

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Com os olhos marejados de emoção vejo o avião em que estou aterrissar em terra australiana. As duas viajantes sentadas ao meu lado percebem a situação e, ao ouvirem que conhecer a Austrália era o meu maior sonho, me desejam boas vindas com um sorridente “welcome to Australia” em sotaque claramente daquela nação. Assim foi a minha açucarada chegada ao país que há quatro anos tomava conta das minhas horas vagas de internet, da minha poupança e dos meus planos que em breve sairiam do papel.

O encontro com as tartarugas marinhas foi o momento mais especial do meu mergulho pela Grande Barreira.

Texto e fotos | Juliana Comparin

O fundo do mar e as ilhas paradisíacas... Conhecer a Grande Barreira de Corais disputava lugar no topo da minha lista de desejos na Austrália. A Grande Barreira é o maior sistema de recifes do mundo com 2,3 mil km de extensão. De tão grande pode ser vista do espaço. Ela fica localizada inteiramente na costa do estado de Queensland, que tem a feliz coincidência de ser abençoado com 300 dias de sol ao ano. Há tantas formas de explorar o colorido universo marinho da Grande Barreira que turista nenhum fica desatendido. De um passeio de barco com fundo de vidro a mergulhos que levam às profundezas; de expedições de um dia a pernoites em alto mar; ou ainda lá do alto, de helicóptero, balão ou salto de paraquedas. Sabendo disso tudo eu não via a hora de estar nesse paraíso. Embarquei em uma excursão de barco à vela com outros dez ou doze jovens viajantes e nos despedimos da terra firme. Foram três dias velejando em alto mar em direção a pontos de mergulho e praias desertas de água cristalina.

Sozinha e com uma mochila nas costas percorri durante três meses alguns dos principais destinos turísticos do mapa. A cada dia confirmava tudo aquilo de animador que já havia lido sobre o país: que a Austrália era um país alegre, cheio de vida, descontraído, de gente bem humorada e belezas naturais deslumbrantes e com excelente qualidade de vida. Eu estava em um dos melhores lugares do mundo para se viver ou viajar.

O encontro com os corais laranjados, peixes palhaços, tartarugas e tantas outras formas de vida no fundo do mar me fizeram gostar do silêncio e despertaram em mim emoções que, debaixo d’água, mal conseguia expressar. A bordo, ajudávamos a tripulação com as atividades da embarcação, como pilotar e ajustar a direção da vela, fazíamos as refeições assistindo ao pôr do sol e preferíamos dormir no convés a céu aberto a deitar nas acomodações de dentro do veleiro. Foram dias muito especiais...

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Pinturas feitas por aborígenes há milhares de anos podem ser vistas nas paredes das cavernas do Uluru.

Outback: o vermelho e místico deserto australiano O Outback foi um prato cheio para o meu lado aventureiro! Paisagem remota, silêncio, poeira e calor, muito calor. O cenário era exatamente do jeito que eu imaginava e nada representava melhor a conquista do meu sonho. Eu estava lá. Bem no coração da Austrália. É no exato centro geográfico do país que fica Alice Springs, cidade base para saída de tours pelo deserto australiano. Dela partem excursões rumo às gigantescas formações rochosas que emergem na paisagem desértica e guardam a mística história do povo aborígene, os nativos da Austrália, cuja cultura atravessou milênios e há 40 mil anos permanece viva na região. No caminho entre o aeroporto de Alice Springs e o albergue onde passaria aquela noite eu já podia sentir que os meus dias no Outback seriam bem interessantes. E foram. Na manhã seguinte, depois de ter experimentado (e aprovado) carne de canguru para o jantar, estava ainda clareando quando o grupo da minha excursão deixou de ônibus o conforto da vida urbana para passar três dias acampando em sacos de dormir no deserto. Longas caminhadas debaixo do sol, noites de céu inundado de estrelas, cangurus cruzando o vasto território árido e um animal peçonhento ou outro no acampamento marcaram a inesquecível experiência que, sem dúvida, não sairá jamais da minha memória.

O Kings Canyon é outro ponto de visitação no Outback. Lá foram filmadas cenas do filme Priscilla, a Rainha do Deserto.

A vibrante e multicultural Melbourne Nem só de natureza vivem os australianos. A Melbourne que descobri na pontinha sul da Austrália é sofisticada, culta e charmosa. A cidade foi a última no meu roteiro pelo país e, coincidência ou não, foi uma boa pedida após três meses de sol, mar, deserto e alguns perrengues pelo caminho. A cidade é a capital do estado de Victoria e considerada uma das melhores metrópoles do mundo para se viver. A arte, a moda, a música e o esporte estão presentes no dia a dia da cidade, e juntos formam um calendário anual de festivais difícil de não agradar. Melbourne conta ainda com uma complexa rede de transporte público e, como não poderia faltar, uma grande oferta de bares, restaurantes e cafeterias badaladas. Cappuccinos cremosos e pratos acompanhados de taças de vinho deram à minha visita a Melbourne o sabor que a cidade pedia. Fiz até compras por lá. Esses pequenos luxos vinham intercalados por passeios a pé sem pressa que revelavam a cada esquina a surpreendente diversidade arquitetônica que desenha o horizonte da cidade. Me despedi do país que me deu muito mais do que dias bonitos para levar na memória, mas, acima de tudo, fez jus à máxima que diz: se podemos sonhar, podemos realizar. Mês que vem A Gente continua na Austrália, com a segunda parte da viagem da Juliana. ∆

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O novo mundo das cervejas Texto | Thais Pompêo Fotos | Lucas Possiede

Lojas especializadas, microcervejarias, produção artesanal, aromas de guavira e mandioca, e muito mais sabor. A cena começa a encorpar na cidade. Thiago e Rodrigo estão nos fundos de casa. São seis horas da tarde de uma quinta-feira de janeiro. A churrasqueira está apagada, e o fogão quatro bocas aceso. Os dois se revezam para mexer um panelaço de 20 litros. Dentro, malte e água. O termômetro marca 68 graus. O pai de Rodrigo também senta lá fora com os rapazes. Chegam mais dois amigos. Eles jogam conversa fora e tomam mais uma, sem pressa. Essa é a segunda hora das oito que se seguirão até que a primeira parte do processo de produção esteja concluída. Depois disso, o mosto (uma espécie de xarope doce) vai para a geladeira e fica umas duas semanas até fermentar e depois maturar. “Eu comecei a produzir porque moramos fora um tempo, na Espanha, e lá nos acostumamos a beber cerveja especial por um bom preço. Vendia no supermercado. Quando voltei para Campo Grande, resolvi fazer o curso de mestre-cervejeiro e hoje já estamos na nossa 15ª cerveja”, conta orgulhoso Thiago Wormsbecher, 31 anos, editor de vídeo.

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ESPECIAL ∆

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Os homebrewers Rodrigo e Thiago

A Morena Bier possui uma estrutura super atual de microcervejaria: um bar na frente da fábrica e, na produção, uma combinação de uso com seu mestre-cervejeiro, o gaúcho Rafael Sauer Mota. Rafael utiliza a estrutura da Morena para produzir seu próprio rótulo, que também será lançado este mês: a Sauer, uma Ale encorpada, que segue as leis de pureza alemã, utilizando apenas água, malte, lúpulo e levedura.

A história se repete com quase todos os que decidem produzir a bebida: a busca por uma cerveja que surpreenda o paladar. Felipe Zuffo, dono da Moagem, também começou assim: “Eu não gostava muito não, mas um dia, fui apresentado a uma de qualidade e adorei. Não tinha onde comprar aqui. Comecei, então, a estudar e ouvi dizer que dava pra fazer em casa. Nessa época era bem difícil conseguir os insumos. A primeira deu certo e aí fui indo”. Oito anos depois, Felipe está para inaugurar a Cervejaria do Pantanal, um investimento de cerca de R$1,5 milhão, com capacidade para produzir 10 mil litros / mês. A produção inclui sete rótulos da Moagem: Pilsen, Pale Ale, Red Ale, Dubbel, Weiss Beer (trigo) e as com características regionais Tereré IPA (isso mesmo, feita com tereré) e Guavira Wit, que já nasce sucesso. Se tudo der certo com a obra da fábrica, em março os produtos poderão ser encontrados em bares e lojas especializadas.

Mercado aquecido O mercado de cervejas especiais vive um ótimo, e inédito, momento na cidade. Além da Moagem, a Morena Bier, aberta ano passado no Polo Industrial, já disputa lugar nas cartas de cerveja da cidade com o chope de mandioca e está pronta para lançar sua cerveja em garrafa. Osir Afonso Tessari, proprietário da Morena, lança três rótulos este mês: duas Pilsen, sendo uma normal e outra de mandioca (bem levinha, pensada para o nosso clima); e uma de trigo (ou Weiss). Osir veio de Blumenau, a terra da cerveja, para Campo Grande depois de um estudo de mercado. “Investimos quase R$ 2 milhões. Hoje produzimos em torno de 8 mil litros, mas temos capacidade para 12 mil/ mês”.

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No rótulo da Sauer lê-se “Desde 1910”. “É que meu avô já fazia cerveja no Rio Grande do Sul, ganhou inclusive um prêmio em 1935”, explica Rafael, que agora dá continuidade à tradição da família. Aliás, tradição e história são atributos que tornam as cervejas artesanais ainda mais especiais. “A cerveja regional só tende a somar à cultura de uma cidade, de um povo, de uma região. Fomenta o turismo. Em outros países isso é motivo de orgulho... Por isso, eu aposto no regionalismo”, pontua o cervejeiro da Moagem. Os números são expressivos: o mercado da cerveja especial tem ganhado espaço e cresceu 25% a mais do que o das cervejas comuns, entre 2008 e 2011 no país, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja. Zuffo, que também é presidente da AcervA Pantaneira (Associação que reúne cervejeiros e simpatizantes em MS), conta que já são 30 associados e cerca de 15 homebrewers (cervejeiros caseiros) na cidade. Rafael e Osir da Morena Bier


“Cerveja é a prova de que Deus nos ama” Benjamin Franklin.

Em bares, as cartas especializadas aparecem com frequência cada vez maior, como no Maracutaia, Democrático e Mercearia – o precursor das cervejas especiais em CG. “Elas salvaram meu bar. Começamos em 2006 trazendo variedade para um universo que conhecia apenas duas ou três marcas. Trouxemos a Bohemia Confraria, a Cerra Malte, a Polar... E isso foi muito bem aceito pelo público. Hoje temos 115 rótulos e tentamos trazer uma novidade por mês, porque quem gosta de cerveja gourmet, gosta de novidade”, afirma João Marcelo da Cunha, proprietário do Mercearia. O empresário também foi precursor do movimento cervejeiro local: “Algumas brassagens da Moagem foram feitas aqui no bar, algumas reuniões da AcervA também rolaram aqui. Inclusive, em 2011 fizemos uma campeonatinho com umas 5, 6 cervejas produzidas em CG. O cliente que dava a nota”.

Felipe Zuffo da Moagem

Na outra ponta do processo, lojas especializadas pipocam no mercado: Empório Prime, no Shopping Campo Grande, e a Casa do Chef, na Euclides da Cunha. Devido à demanda, na Casa do Chef, os apetrechos para churrasco, que eram o foco no início, foram relegados à salinha dos fundos, enquanto as cervejas especiais tomaram conta de todo o espaço nobre. “De dois anos para cá, o público cresceu muito. Tanto que hoje trabalhamos com cerca de 150 rótulos nacionais e internacionais, inclusive garrafas geladas e duas torneiras de chopes, que são rotativas, como a belga super premiada Delirium Tremens. Superamos o problema da logística e hoje fornecemos cervejas para vários bares da cidade. Viramos, inclusive, distribuidores de outras cervejarias em MS”, comemora Renan Heimbach Vieira, proprietário, que também produz cerveja por lazer.

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Um processo romântico Se você chegou até aqui e é iniciante no assunto, deve estar se perguntando: mas o que faz com que uma cerveja se torne especial ou gourmet? Zuffo responde: “O sabor, a experiência gastronômica que a boa cerveja proporciona. E isso é resultado da forma como a empresa aborda o produto, o carinho, o compromisso com a qualidade. Normalmente, as indústrias comerciais optam por ingredientes não pela qualidade de sabor, mas para baratear custo...” E, atrelado a isso, a criatividade do mestre cervejeiro, que imprime seu DNA na bebida. Descoberta há seis mil anos pelos Sumérios e espalhada pelo continente europeu pelos romanos, a estrutura básica do processo sempre foi a mesma: fermentação de materiais que contenham amido (principalmente cereais maltados como a cevada e o trigo) e acréscimo de lúpulo e leveduras (fermento). Em cada um dos processos as possibilidades são infinitas, já que tudo depende das combinações: malte (existem dezenas de tipos), tipos de lúpulo (também), diferentes famílias de leveduras, rampas de temperatura, intensidade da fervura... E ainda, os adjuntos que você pode colocar para somar sabor: guavira, tereré, mandioca, pimenta, frutas, ervas, chocolate, café... Esse extenso e intrigante universo é a principal matéria-prima do entusiasmo dos cervejeiros.

Curiosidades: Basicamente as cervejas são divididas em duas escolas. A alemã, das Largers: de baixa fermentação ou fermentação a frio (de 6 a 12ºC), com graduação alcoólica geralmente entre 4 e 5%. A Pilsen é um de seus tipos mais conhecidos, originada na cidade de Pilsen, na República Tcheca. E a escola inglesa, das Ales: a fermentação é feita em temperaturas mais altas, geralmente entre 15 e 24ºC. É um processo antigo de fabricação e, dada essa “antiguidade”, aliada principalmente à fermentação a quente, os sabores complexos, maltados e lupulados das cervejas Ale são incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas mais encorpadas e vigorosas. Assim, ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas Ale. Um deles, que é quase postulado como uma terceira escola, são as cervejas belgas, simplificadamente Ales temperadas com especiarias, frutas e ervas. A cerveja não deve ser servida estupidamente gelada. Além disso: cada tipo possui temperaturas ideais diferentes, quanto mais alcoólica, mais alta a temperatura deve ser. “Qualquer cerveja a menos de 3ºC perde sabor. Bem gelada não dá para perceber se ela é muito boa ou muito ruim. Por isso, não é aconselhável servir uma cerveja rara/cara supergelada...”, explica Felipe Zuffo. ∆

Para ler: indicação dos cervejeiros Complexo? O papa de harmonização de cervejas e gastronomia, e mestre-cervejeiro da cultuada norte-americana Brooklyn, Garrett Oliver, em entrevista à Revista da Cerveja, diz que hoje em dia produzir cerveja está mais ligado a uma forma de expressão, e compara-a ao jazz: “Eu considero que a criatividade para se fazer uma cerveja é o mesmo tipo de criatividade para se fazer uma música. É como se estivéssemos tocando um jazz, ou seja: há algumas bases tradicionais, mas você precisa ser capaz de criar algo a partir do que você tem em mente”. Saúde!

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Tipos de cervejas e conhecimentos gerais: “Larousse da cerveja”, Ronaldo Morado “Cervejas, brejas e birras”, Maurício Beltramelli Para fazer em casa: “How to brew”, John Palmer (que se encontra apenas em inglês e inteiro na internet) Para harmonizar “A mesa do mestre-cervejeiro”, de Garret Oliver



pequi e VINAGRE A boa parceria entre cerveja e gastronomia

Texto | Thais PompĂŞo Fotos | Lucas Possiede

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Porção para 2 pessoas

GASTRONOMIA ∆

Picanha com purê de mandioca cítrico e maionese de pequi. Ingredientes

A vida na cozinha para Isa Barbosa começou oficialmente depois que ela voltou da Itália, em 2009: “Passei seis meses estudando gastronomia no ICIF. Foi depois dessa temporada que eu descobri que gastronomia seria minha profissão”, diz a chef, que formou-se em nutrição e sempre gostou de cozinhar. De volta à cidade, foi trabalhar no restaurante Jojô, onde conheceu o chef Marcílio Galeano. Logo depois de dois meses trabalhando juntos, decidiram firmar parceria e abrir o Boteco Maracutaia. “Quando pensamos em criar o bar, fizemos questão de estruturá-lo com o que um verdadeiro boteco deve ter: boa comida e boas cervejas”, conta Isa. Prova disso, é só dar uma olhada na carta de cervejas gourmets ou cardápio de petiscos... “Todo apreciador de cerveja sabe a importância de um bom petisco ou de um prato para acompanhar uma boa cerveja”. Pr'A Gente, a chef harmonizou a Bierland Pale Ale, uma cerveja de Blumenau, de aroma cítrico, levemente frutado e amargo com uma carne mais gorda.

“A Bierland harmoniza muito bem com carnes vermelhas, principalmente as menos magras. O que funciona nesse casamento é a gordura da carne com o cítrico levemente amargo da bebida”. Delícia!

Carne: 400g de picanha sal de tomilho Purê de mandioca: 150 gramas de mandioca cozida 50 gramas de creme de leite fresco sal cítrico raspas de limão rosa Maionese de pequi: 20 ml de leite óleo ou azeite purê de pequi (facilmente encontrado nos supermercados) Redução de vinagre balsâmico: 1 xícara de vinagre balsâmico

Modo de preparo Carne: Tempere a picanha com sal de tomilho a gosto e grelhe até o ponto desejado. Purê de mandioca: Bata no liquidificador a mandioca cozida e o creme de leite fresco até formar um creme liso. Em seguida leve a mistura a uma panela e aqueça, temperando com sal cítrico e raspas de limão rosa. Mexa um pouco até ferver e está pronto. Maionese de pequi: Coloque no liquidificador 20 ml de leite e vá batendo e adicionando óleo ou azeite de sua preferência até atingir o ponto desejado da maionese. Em seguida, adicione uma colher de chá de purê de pequi. Se preferir um gosto mais acentuado de pequi, adicione outra colher de chá. Redução de vinagre balsâmico: Coloque o vinagre balsâmico em uma panela, e em fogo médio, espere reduzir até ponto de calda. Para montar o prato, coloque na base o vinagre balsâmico, em seguida posicione a carne em cima dele como preferir. Depois o purê de mandioca e, com a ajuda de uma colher de chá, coloque a maionese de pequi ao lado. Decorar com as ervas aromáticas a seu gosto.

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NUTRIÇÃO ∆

Energia que vem da mesa Texto | Natália Charbel

Você sabe o que comer para deixar a preguiça de lado? Ser saudável está em alta. Há muito não víamos um movimento tão intenso para propagar qualidade de vida. A dupla imbatível exercícios físicos + alimentação saudável é a chave para chegar aos 100 anos tinindo. Mas, só entre nós, pode confessar, às vezes dá uma preguiça, não dá? E adivinha quem pode te ajudar? Mais uma vez, a alimentação. Quando nosso organismo sofre com a ausência de algumas vitaminas e minerais essenciais, os primeiros sinais são cansaço e desânimo. Açúcar e café até conseguem dar uma animada, mas esse bem-estar é passageiro. Depois vem o rebote e o cansaço piora. Para evitar erros assim, vai aqui uma lista com alimentos saudáveis que vão te dar energia e ajudar a dar um chega pra lá na canseira. Banana – Queridinha da turma maromba, é rica em potássio, que auxilia na contração correta dos músculos durante os exercícios. Possui frutose e glicose que são rapidamente digeridas e transformadas em energia. É um excelente pré-treino. Lentilha – Rica em aminoácidos, proteínas, sais minerais e vitaminas, é uma alternativa ao arroz ou ao macarrão. Possui fibras que mantêm o corpo no pico da saciedade e impedem a subida rápida dos níveis de glicose. Grão-de-bico – Abundante em tripofano, que em nosso organismo colabora na produção de serotonina, aquele neurotransmissor que proporciona sensação de bem-estar. Uma dica para consumi-lo é como substituto do feijão. Aveia – Ótimo exemplo de carboidrato complexo. Auxilia no controle dos níveis de glicose no sangue e mantém a sen-

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sação de saciedade por um bom tempo. Também é rica em vitaminas do complexo B, famosas por garantir disposição e ânimo. Nozes – Uma das grandes fontes de proteína vegetal, além de conter doses generosas de gorduras essenciais como o Ômega3. Colaboram para o funcionamento perfeito do organismo, pois são excelentes fontes de fibras, cálcio e vários outros nutrientes. Água de Coco – Composta por vitaminas e minerais essenciais, como o potássio e o ácido láurico. O primeiro nos garante nutrientes e eletrólitos que reabastecem nosso organismo. Já o ácido láurico acelera o metabolismo garantindo energia. Aliás, para que a água de coco não é boa? Folhas verdes - As folhas verdes (praticamente todas elas) são cheias de minerais e vitaminas. Destaque para as A e C, essenciais para manter os níveis de energia. Isso sem falar que contêm ácido fólico, um super aliado no combate à depressão. Quem aí já se animou? ∆



Proteção no carnaval é necessária também para os ouvidos Em tempos de carnaval, muito se fala em proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, herpes, desidratação, entre outros males comuns a essa época. Porém, os foliões devem redobrar cuidados também com a saúde dos ouvidos.

“O fato de uma perda auditiva ser indolor, gradual e levar tempo para ser diagnosticada faz com que as pessoas não deem a atenção devida para a audição”, alerta Marilisa Zavagli, fonoaudióloga da Phonak.

Luciana Cardoso Delmondes - Fonoaudióloga CRFa 2883/MS - Responsável Técnica Keyla Cristhina de M. Castro - Fonoaudióloga CRFa 1306/MS - Especialista em Audiologia

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PUBLIEDITORIAL ∆

O ruído e som alto muitas vezes ultrapassam 120dB (existem trios elétricos que chegam a até 135dB!) e estão combinados à exposição prolongada ou constante. “Sempre relacionamos tempo e nível de exposição sonora quando pensamos no risco para os ouvidos. Nesse período, ficamos expostos a sons mais altos por mais tempo. Deveríamos nos expor por apenas 6 minutos a um som de 120dB. Claro que ninguém fica atrás de um trio por apenas este período”, diz ela. O problema da exposição constante a níveis como esses, segundo a especialista, é que pode resultar numa lesão das células responsáveis pela audição, que é irreversível. “Zumbido e perda auditiva são os resultados dessa exposição indevida. por esse motivo é melhor estar atento aos sinais”, alerta. Seja para quem frequenta blocos de rua, carnaval de salão, trios elétricos ou desfiles de escolas de samba, as medidas para proteger os ouvidos do barulho intenso são as mesmas: • Evitar permanecer próximo às saídas das caixas de som; • Ficar atento ao tempo de exposição ao som forte. Está incomodado, irritado, não dá pra conversar? Mude de ambiente por um tempo, deixe o barulho passar; • Respeitar intervalos de repouso auditivo: desfilou ou saiu no bloco à noite? Evite locais com música alta ou som intenso no dia seguinte;

“Esses últimos, por serem personalizados, tendem a ser mais confortáveis e esteticamente mais aceitos. É possível a confecção com filtros que geram melhor conforto na percepção da informação e, ao mesmo tempo, têm a função de proteger a audição”, diz ela, lembrando que a Phonak produz esse tipo de protetor. Mas se a decisão da pessoa é de se expor sem proteção, a fonoaudióloga avisa que alguns aspectos devem ser considerados: “Sensação de ouvido tapado, zumbido (apito), pressão, dor e dificuldade para entender o que é falado são alguns dos sintomas de que as coisas não andam muito bem.” Nesse sentido, ela sugere que a pessoa procure um otorrinolaringologista, o médico especialista em audição. “Se for necessário, é esse o profissional que faz o encaminhamento para uma avaliação audiológica”, conclui.

Para conhecer melhor os limites da exposição aos sons, as pessoas podem se orientar pela tabela abaixo: Intensidade

Exemplo

Limite de exposição

40dB

biblioteca silenciosa

ilimitado

65dB

fala normal

ilimitado

75dB

conversa alta

ilimitado

85dB

trânsito

8 horas

100dB

buzina de carro

1 hora

Protetor auricular

120dB

casa noturna, trio elétrico, salões de baile

6 minutos

Existem protetores universais que podem ser adquiridos prontos para o uso e protetores que são feitos sob medida.

140dB

decolagem de avião

0 minuto

• Utilizar um protetor auditivo caso o período de exposição seja prolongado e repetitivo durante os dias de folia. É possível proteger a audição e curtir a festa!; • Se zumbido (“apito”), pressão ou dor aparecerem e persistirem procure um médico otorrinolaringologista.

Rua Marechal Rondon, 2264, Centro • 67 3384 1626 • www.phonak.com.br • phonak.ms@gmail.com

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COMPORTAMENTO ∆

Inteligência positiva Texto | Natália Charbel

Você se considera uma pessoa inteligente? E como avalia isso? Pela facilidade com que faz contas, rapidez de seu raciocínio lógico, ou porque consegue reconhecer e administrar as suas emoções? As definições mais tradicionais de inteligência referem-se à capacidade mental de raciocinar, resolver problemas, assimilar ideias e linguagens, e planejar. Ou seja, capacidades ligadas ao campo cognitivo. Porém, atualmente, sabe-se que esse conceito é bem mais amplo. A partir da década de 90 tornou-se muito popular a expressão “inteligência emocional”, através do livro de Daniel Goleman, redator de Ciência do The New York Times. A “inteligência emocional” refere-se ao autoconhecimento e à capacidade de administrar as próprias emoções. Desenvolvendo-a, o indivíduo adquire habilidades como lidar com as frustrações, controlar os próprios impulsos, motivar a si mesmo, canalizar as emoções para a boa produção, servir de motivação a outras pessoas e adequar as próprias emoções a cada situação. A ciência e a psicologia chegaram a diversos tipos e hoje pode-se falar de inteligência: verbal ou linguística; cinestésica corporal; musical; lógico-matemática; espacial; interpessoal e inteligência intrapessoal. E o mais novo conceito desenvolvido é a inteligência positiva.

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A partir dos estudos sobre os benefícios da inteligência emocional, Shirzard Chamine aprofunda a pesquisa fazendo uso da neurociência, ciência organizacional e psicologia positiva, para criar mais uma concepção de inteligência. Chamine é presidente da maior organização de treinamento de coaches do mundo, e afirma que somente 20% das equipes e pessoas conseguem aproveitar o seu verdadeiro potencial. Para o autor, a falha está na mente, no seu processo de sabotagem.

A vítima: Este inimigo da mente é o oposto do hiper-realizador: valoriza demasiadamente os sentimentos, criando uma atmosfera de martírio que suga as energias mentais e emocionais.

Partindo do pressuposto que a mente é o melhor aliado ou o pior inimigo de cada pessoa, Shirzard nos ensina que os sabotadores internos encontram-se em constante atividade, porém sabendo identificá-los é possível enfraquecê-los, aprimorando assim a ação cerebral em favor do indivíduo.

O hipervigilante: Mantém o indivíduo em constante estado de alerta, produzindo uma grande carga de estresse que leva à fadiga não só o próprio indivíduo, mas também quem está em volta.

O quociente de inteligência positiva (QP) avalia, portanto, a porcentagem de tempo que o cérebro age como aliado e não como sabotador. O autor pontua que não basta identificar a existência desses sabotadores, mas deve-se entender de que modo eles se manifestam e com que intensidade. Os sabotadores mais comuns são: O crítico: Faz com que o indivíduo veja excesso de defeitos em si mesmo, nas outras pessoas e nas situações, produzindo ansiedade, estresse e culpa. O insistente: A necessidade excessiva de perfeição e de ordem, que também leva à ansiedade e ao nervosismo. Tentar convencer a mente de que a perfeição é possível causa grandes frustrações consigo e com os outros. O prestativo: Gera no indivíduo a busca constante de aceitação e de elogios dos outros. Para agradar a todos, as próprias necessidades são deixadas de lado. O hiper-realizador: Este inimigo diz ao indivíduo que ele só é digno de ser valorizado se obtiver desempenho excelente e constantes realizações. Causa a dependência do trabalho, fazendo a pessoa deixar a vida pessoal em segundo plano.

“Buscar o autoconhecimento é fundamental: os profissionais precisam identificar quais são seus principais entraves, para combatê-los.” Shirzad Chamin

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O hiper-racional: Para ele, a racionalidade está acima de tudo, inclusive dos relacionamentos. É impaciente com as emoções alheias, o que torna o indivíduo inflexível nas relações íntimas e profissionais.

O inquieto: A incessante busca por emoções mais fortes impede que a paz e a alegria do presente se manifestem. A pessoa perde o foco no momento presente, esquecendo-se de que manter-se ocupado não é sinônimo de uma vida intensa. O controlador: Ter o comando, dirigir e controlar as situações é a grande necessidade desse inimigo da mente que acaba por atrapalhar as relações, impedindo que o grupo desenvolva o seu potencial máximo. O esquivo: Postergar as questões problemáticas leva o indivíduo a olhar somente para os aspectos prazerosos e positivos das circunstâncias. Porém, negligenciar um problema não quer dizer que ele não exista e o resultado é como o de uma panela de pressão: em algum momento, explode. Shirzard Chamine aponta que a medição da pontuação do quociente de inteligência positiva pode ser feita em um só indivíduo ou em uma equipe, auxiliando no controle do trabalho excessivo, na relação com pessoas “difíceis” e na melhora do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, usando o potencial máximo de cada pessoa ou grupo de trabalho. Dessa forma aumenta-se o rendimento nas tarefas e a qualidade de vida. E você, consegue avaliar seu sabotador? ∆



ZOOM TRIFACE

O Negoce oferece um serviço novo e desconhecido em Campo Grande e precisava divulgar seu diferencial. Diante disso, a MV Agência criou um planejamento de comunicação com o melhor custo/benefício para este cliente. Os veículos da Zoom entraram no planejamento por causa da ótima localização das placas de outdoor, da versatilidade do busdoor e da novidade do triface na Euclides da Cunha, onde o Negoce foi o primeiro cliente. Com este investimento certeiro, o cliente já está colhendo bons frutos.

OUTDOOR

BUSDOOR

Larissa Lopes Executiva de Contas do Negoce

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no mercado

"Escolhemos o outdoor para mostrar ao público que é possível realizar o desejo de ter uma Harley-Davidson® e, consequentemente, se sentir participante do estilo de vida que a marca proporciona: ride and have fun!" Bianca Nigres Gerente de Marketing Grupo Enzo

BUSDOOR

OUTDOOR

OUTDOOR

Recém-inaugurada, a Dona Felipa é uma loja de artigos de festa cheia de inovação, originalidade e muitas ideias para festas de crianças e também para gente grande, diferente de tudo que Campo Grande já viu. Para festejar com o público esta novidade, o cliente escolheu uma estratégia de forte apelo visual e com comunicação instantânea que contempla outdoor e busdoor, entre outras mídias. Patrícia Amador Diretora de Criação ALBC Publicidade

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PERFIL ∆

Henrique Iacovo Irineu de Souza, 27 anos, resolveu trilhar novos caminhos e aplicar seus conhecimentos de administrador em um empreendimento próprio. Em sociedade com dois colegas de trabalho, Fábio (34) e José Alexandre (33), importou para CG uma das franquias de moda esportiva de maior sucesso na Argentina, a Kevingston. Ancorada na força dos seus ícones do rugby, a loja aposta em referências esportivas.

Kevingston Texto | Ana Laura Azevedo Foto | Lucas Possiede

Entre os novos investimentos da cidade figura a loja da Kevingston, famosa marca Argentina. À frente do negócio está um jovem empreendedor em busca de difundir e consolidar a imagem da franquia em terras pantaneiras. Determinação e conhecimento ele tem.

Professor de administração graduado e com mestrado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Henrique sempre ministrou aulas em universidades particulares e prestou consultorias para empresários. Contudo sua experiência pedia mais conexão entre a universidade e o mercado em geral. “Ser empresário foi uma evolução a partir de toda a teoria administrativa acumulada desde a graduação, o mestrado e a sala de aula. Mesmo tendo trabalhado em outros locais, sentia necessidade de abrir uma empresa que tivesse meu perfil, minha política, minha cara”, afirma. O jovem estreante é animado, estiloso, gosta de andar de moto e coleciona relógios desde os doze anos – um life style que combina com a personalidade da empresa que está representando. A Kevingston, uma das três marcas mais vendidas na Argentina e em ascensão na América Latina, originalmente tem um estilo esportivo masculino baseado em três esportes clássicos: rugby, polo e golfe. Nesta nova fase, a Kevingston quer vestir a família inteira. As roupas do polo são de estilo clássico, no rugby está o esportivo, enquanto o golfe traz uma moda mais social. O infantil ainda é mais masculino, porque veio da ideia de vestir pais e filhos. Mas o crescimento do setor feminino é representativo e na Argentina já existem lojas específicas. Os projetos de expansão da Kevinsgton já incluem quase quatrocentas franquias, catorze delas no Brasil. “Estava com este projeto em mente e vi uma propaganda da marca. Entrei no site e as coisas foram fluindo. Pouco tempo depois já estava em treinamento”, conta Henrique. O empresário fez o treinamento de franqueado no centro de distribuição no Brasil, na cidade de Itajaí. Satisfeito com a boa aceitação e o potencial de mercado da franquia escolhida, ele diz que não pretende parar com as aulas porque “lecionar é poder se conectar com a vida de outras pessoas e ajudá-las a crescer, é fazer parte da construção de uma sociedade melhor e, principalmente nas matérias ligadas à gestão e à administração, uma sociedade mais produtiva”.∆

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PUBLIEDITORIAL ∆

AGORA A PRIORIDADE É A SEGURANÇA Em vigor desde abril de 2013, a nova legislação sobre prevenção de incêndios do estado de MS já apresenta resultados positivos. A prevenção a incêndio por muito tempo foi vista como um ônus em empreendimentos no Brasil, muitas vezes lembrada somente quando necessária. Contudo este cenário vem se modificando, com o público exigindo condições de segurança e os empresários entendendo a importância do investimento em prevenção, que garante proteção à população e a bens materiais. No Mato Grosso do Sul faz parte desta mudança de cenário a obrigatoriedade de formação da Brigada de Incêndio, dependendo do tipo de atividade e área construída do empreendimento, o que abrange grande parte das edificações. Segundo o Engenheiro Civil William Bernardes, responsável técnico pelo Projeto de Prevenção a Incêndio do Shopping Bosque dos Ipês, entre outros, a existência e boa manutenção dos sistemas de prevenção, em conjunto com a formação da brigada de incêndio nos estabelecimentos, é imprescindível para a evacuação e primeiro combate ao sinistro.

Uma metodologia que vem sendo aplicada por muitas empresas é a elaboração do projeto arquitetônico simultaneamente com o de prevenção a incêndio, o que torna possível prever soluções de baixo custo para aprovação de ambos, tendo em vista que hoje o projeto de prevenção vai além de equipamentos, havendo também o controle de material de acabamento e dimensionamento de escadas e saídas de emergência. O empresário Leandro Ribeiro observa que a empresa devidamente regularizada perante o corpo de bombeiros, além de garantir um ambiente seguro à população, reduz custos com seguradoras e viabiliza a obtenção de outros alvarás e licenças. Impulsionados pela conscientização e por uma legislação mais completa, estamos caminhando para obter alto nível de segurança e qualidade em projetos seguindo a linha de desenvolvimento de empresas de primeiro mundo. ∆

William Bernardes e Leandro Ribeiro - Diretores da VRB Engenharia

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Rua José Alberto Pereira, 241 • 67 3324 4363 vrbengenharia@vrbengenharia.com



ECONOMIA ∆

Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos

INVESTIR EM IMÓVEL Vamos explorar um pouco os conceitos básicos da aquisição de um imóvel para investimento. Por se tratar de um assunto vasto, vamos nos ater aos itens de maior importância. Muito se fala sobre a valorização dos imóveis nos últimos anos, e tal valorização tem chamado a atenção de muitos investidores interessados em diversificar suas carteiras de ativos. Entretanto, a aplicação em imóveis, como qualquer investimento, deve ser precedida de uma cuidadosa análise dos riscos, benefícios, custos de transação, custos de manutenção e tributação. Vamos iniciar com os possíveis benefícios advindos da compra de um imóvel para investimento. O principal benefício de um imóvel é a sua valorização. Por se tratar de um ativo real (com existência física), o imóvel costuma se valorizar ao longo do tempo, superando, ou pelo menos igualando-se, à variação da inflação do período. Outro benefício possível é o aluguel do imóvel. Por outro lado, a aquisição e aluguel de um imóvel implicam em alguns riscos que devem ser incorporados à análise do investidor antes de tomar a decisão pela compra ou aluguel. Quando analisamos os riscos, temos que avaliar o potencial de valorização do imóvel que se pretende adquirir que, de forma simplista, depende de sua localização. Imóveis localizados em regiões, cidades e bairros que experimentam um crescimento econômico tendem a se valorizar. O contrário também é verdade: imóveis localizados em regiões que experimentam declínio econômico tendem a se desvalorizar. E já que falamos em valorização, deve-se ter muito cuidado com a compra em áreas que experimentaram valorização

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acelerada nos últimos anos. Assim como acontece no mercado de ações, um crescimento rápido do metro quadrado pode significar um esgotamento do potencial de valorização. Desta forma, o preço do imóvel tende a se estabilizar ou, em alguns casos, até declinar. A compra do imóvel também implica em uma série de custos de transação e manutenção, tais como: corretagem, registros em cartório, reformas, energia elétrica, água e esgoto e taxas condominiais. Também é necessário estudar a tributação aplicável aos imóveis. No momento do registro do imóvel adquirido, paga-se o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), em torno de 2% do valor de compra. Já pela propriedade, anualmente, deve-se recolher à fazenda municipal o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), que pode chegar a 1% em alguns municípios. No momento da venda, caso haja ganho de capital (preço de venda superior ao preço de aquisição), deve-se recolher o IR (Imposto de Renda), em torno de 15%. A compra e venda de um imóvel não é algo simples e rápido, portanto, o investidor deve também considerar a liquidez, ou melhor, a falta de liquidez que decorre da aquisição de um imóvel para investimento. Concluindo, a compra de um imóvel para investimento pode ser um excelente negócio, mas deve ser precedida de alguns cuidados e de muito estudo prévio sobre os possíveis benefícios, os riscos, os custos de transação, manutenção e tributação. Aliás, tal recomendação aplica-se a qualquer modalidade de investimento. ∆


ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana

New age now! Com relativa frequência tenho tido a satisfação de ocupar o lugar de arauto de práticas que trazem melhorias ao dia a dia de trabalho das pessoas, em especial no MS. Inovações em formas de ver, compreender e sentir as relações entre pessoas, as relações de poder no ambiente de trabalho e novas possibilidades em gestão de pessoas. Olhando bem, observa-se que estas práticas de gestão guardam entre si alguns pontos de ligação. A principal semelhança é o que em certa época se chamou de “visão holística” e mais recentemente foi aceita como “visão sistêmica”, que diz respeito à capacidade de ver amplamente um sistema, como se olhasse “de cima”, identificando as correlações dos diversos elementos entre si que, vistos de muito perto, não se pode perceber. Peter Senger definiu como “a arte de enxergar a floresta além das árvores”! Desta forma, elementos subjetivos e antes invisíveis como “amor”, sentimentos ou significados são atualmente percebidos e considerados na gestão como agentes que geram diferentes resultados para as pessoas e para as empresas. Em outros tempos, tudo que dizia respeito ao trabalho era entendido como “obrigação”, dever, racionalidade e objetividade. Não havia de fato espaço para coisas como intuição, criatividade ou descontração, como de fato, ainda não existe em grande parte dos contextos de trabalho. Mas o movimento neste sentido está no ar. Talvez por ter nascido no ano de 1962 e me divertir com a possibilidade de que pessoas com buscas semelhantes chegaram nesta época, tive a preciosa oportunidade de acompanhar o desenrolar de ideias que vêm mudando o andamento do mundo e da sociedade neste tempo. Uma engraçada e

remota memória de infância ilustra um link com as atuais e benéficas práticas de gestão. Lembro-me de, logo após ter aprendido a ler, por volta dos cinco ou seis anos, numa manhã fria de inverno, ter encontrado uma revista de variedades que minha mãe assinava. Lá, uma pequena matéria falava das comunidades hippies que se formavam e surpreendiam o redator pelas ideias de uma contracultura baseada em igualdade, respeito à individualidade e à natureza sob a bandeira “paz e amor”, num mundo que vivia assombros de guerras. Não imagino com que condições consegui ler o tal texto, mas algo ali tocou meu coração. Na hora do almoço, com a família reunida, solenemente anunciei, para a surpresa de todos, que já havia decidido o que seria quando crescesse: hippie! A precoce decisão não chegou a se realizar. Ao chegar o tempo da adolescência nos anos 70, muito da essência positiva daquelas ideias já havia se deturpado ou se perdido numa sociedade confusa em seus paradoxos. Mas a busca dos melhores valores permaneceu, num anseio de transformar o que pode ser transformado. E o que pode ser transformado está antes em mim do que no outro. Um fenômeno que se denominou como nova era, em algum momento tomou forma e hoje nem mesmo é perceptível, por ter se diluído em muitas e muitas formas, porém seus traços podem ser identificados. Vida e alimentação natural, qualidade de vida no trabalho, humanização do trabalho, alegria, criatividade, o próprio conceito de “clima organizacional”, práticas como ioga, feedback e comunicação assertiva têm muito a ver com toda esta história. E algumas estão começando agora, neste momento, bem perto de você. Veja seus reflexos e resultados e ouse imaginar mais! ∆

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ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

O DRAGÃO E O MEDO Ventas que soltam fogo, corpo gigantesco, presas afiadas e cara assustadora. O dragão polvilha o universo real das possibilidades ameaçadoras. Onde mora o dragão? Do que se alimenta o dragão? O dragão tem filhos? E família? O dragão tem? O dragão mora na imaginação. Na nossa imaginação. Como o medo. Tão ameaçador é o dragão, que embora exista apenas na mitologia e nos contos, ele é repleto de realismo. Tem cor, personalidade e forma. O medo é assim. Um dragão de olhos de fogo. Ameaçador, congela os sentidos. Colorido, reflete toda a volúpia da intimidação. O fogo de suas ventas queima tudo o que se aproxima. O corpo se agiganta voraz num efeito paralisante.

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A prostração catatônica causada pelo medo é o dragão em ação. O dragão que impede a velocidade do pensamento, que nos faz agir em fuga. O medo que embriaga em catarse e nos faz recuar. Tem gente que vê tanto dragão, que fica doente em véspera de compromisso importante. Já vi até quem, com uma simples gripe, se internasse providencialmente em hospital para provar sua impossibilidade de atender a um determinado chamado. E o mais incrível: acaba adoecendo. Quando recuamos, nem sempre agimos por medo, pois uma parcela do que se chama medo, em verdade é prudência. A prudência é como uma ave de rapina. Para sobreviver, recua, se afasta da presa, para depois atingi-la. Mas, na verdade, um dragão nunca poderá ser ave. Você sabe identificar um dragão ou uma ave de rapina? ∆


MEMÓRIA ∆

Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor

QUE ESTE ANO NÃO SEJA IGUAL AO CARNAVAL QUE PASSOU... Que anjos carnavalescos iluminem o atual intendente e ele traga de volta o velho e animado carnaval da Catorze de Julho como última esperança de sobrevivência do nosso carnaval de rua que, a exemplo dos clubes, vai definhando a cada ano que passa. A impensada e apressada decisão de levar os desfiles para a Praça do Papa deu no que deu, e o povo escafedeu... A distância, dificuldade de transporte, sacrifício das escolas e do público, tudo isso esvaziou as arquibancadas, tirou a empolgação das escolas, atravessou o enredo, desafinou o canto e tornou triste o que era festa de alegria. Enquanto isso, inventou-se um carnaval bagunça, dito para o povão, que resultou em festa de anarquia e barulho dos “trios elétricos” na Fernando Corrêa, deixando de lado o espetáculo de luzes e cores das escolas de samba e blocos que realmente animam e dão vida ao verdadeiro carnaval que lotava a velha 14 de julho. Hoje, as escolas de samba, com um mínimo de recursos públicos, se desdobram para manter viva a festa do povo, esmerando-se em fantasias, alegorias e adereços, fazendo

sua parte com louvor e insistindo na sobrevivência... Mesmo assim, são interditadas, suas sedes lacradas em nome de um silêncio que é o cala boca do próprio carnaval de rua. Entenda o prefeito que o custo da organização é muito mais baixo aqui no centro do que na periferia, que tudo fica mais fácil e confortável para o público e para as escolas de samba e blocos pela facilidade de locomoção, organização e segurança... Um toque na iluminação da passarela, retoques no posicionamento das arquibancadas, um sistema de som honesto será o bastante para retornar nosso carnaval aos bons tempos. Sobram arquitetos e outros profissionais competentes nos quadros da prefeitura, basta acioná-los. Que voltem os velhos carnavais, que volte a alegria, e que o carnaval deixe de ser mais um folguedo populista para os que confundem show com baderna. Blocos, cordões e escolas de samba ficarão eternamente gratos!... E o povo também! O show tem que continuar! ∆

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