Julho 2013

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edição 145 | JULHO | R$ 12,00

Em clima de festival: Bonito e Paraty.

“Fazer pesquisa de figurino é como mergulhar na vida dos outros”.

Letícia Barbieri








NOITE ROMÂNTICA • Diária no Apartamento Luxo. • Decoração diferenciada. • Roupa de cama e banho especial M. Martan. • Uma garrafa de frisante acompanhada com balde de gelo e 02 taças. • Chocolate personalizado. • Café da manhã (servido no restaurante). • Estacionamento e internet wireless (cortesia).

AQUI, Seus amanheceres serão inesquecíveis.


NOITE DE NÚPCIAS • Diária no Apartamento Luxo. • Decoração especial com rosas. • Roupa de cama e banho especial M. Martan. • Uma garrafa de frisante ou vinho acompanhada com balde de gelo e 02 taças. • Chocolate personalizado. • Café da manhã (servido no apartamento). • Estacionamento e internet wireless (cortesia). • Late check out até às 18h. • Presente exclusivo para os noivos.

Av Afonso Pena, 743 | Campo Grande, MS | 79005-000 | Brasil 67 3041 2222 ou 67 3041 2200 | Fax: 67 3041 2254 www.brumadohotel.com.br | reservas@brumadohotel.com.br


Do balneário histórico do Rio de Janeiro, ao do nosso cerrado, julho é um mês especial. Por aqui, contagem regressiva para o Festival de Inverno de Bonito, que se aproxima levando música, teatro e dança para movimentar a pacata cidade de Bonito. Para você ir entrando no clima, escolhemos a cidade como cenário para o nosso editorial de moda. Aliás, quando se trata de moda e Bonito, um nome vem automaticamente à cabeça: Lau Neves, o maquiador bonitense dos olhos de gato que conquistou o mundo da moda com seu talento. Bem, julho é, realmente, um mês diferente, seja porque as crianças estão de férias da escola, seja porque a temperatura mudou, ou porque é um sinalizador de que o segundo tempo do ano está prestes a começar. Preparamos a reportagem “O tempo não para”, para você tomar fôlego e seguir em frente nos planos que ainda não entraram em jogo... Julho também é mês de Flip, a Festa Literária de Paraty. Por lá a fluminense Mena Mueller leva A Gente para um passeio para nos apresentar cantinhos exclusivos da cidade e nos deixar bem à vontade durante a festa (e também fora dela). E livros são o grande negócio de Sergio Herz, o CEO da Livraria Cultura, que falou exclusivamente, e muito honestamente, sobre sucessão familiar. Na capa? Letícia Barbieri, a garota que deixou Campo Grande e conquistou o eixo Rio-SP com sua sensibilidade ao traduzir personagens em figurinos, ajudando a transformar histórias em imagens marcantes, como Bruna Surfistinha. Uma boa leitura! Equipe revista A Gente

DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia DIRETORA COMERCIAL Elaine Atala EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo

Natália Charbel Julia de Miranda Gabriela Ostronoff REVISÃO Fernanda Giglio FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede estagiária Josiane Paganini

EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa

REDAÇÃO Thais Pompêo

FINANCEIRO Sonia Croda

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ATITUDE ∆ LIFESTYLE 24 | CASA 80 | PERFIL 116

LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 42

TENDÊNCIA ∆ BELEZA 62 | NÉCESSAIRE 68

COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 122, 123 | MEMÓRIA 124

GENTE ∆ ESPECIAL 20 | ATUALIDADE 90 | ACONTECEU 128

FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br ASSINATURA assinatura@revistaagente.com.br 67 3322 7400

BEM-ESTAR

ANUNCIE comercial@revistaagente.com.br

∆ FITNESS 98 | SAÚDE 72 | NUTRIÇÃO 74

BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Brilhante Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran Pão Bento Pão e Tal Shopping Campo Grande

ELA | LETÍCIA BARBIERI ∆ CAPA | 36

EDITORIAL ∆ MODA 52 | ENDEREÇOS 126

CULTURA ∆ ARTE 108 | AGENDA 111 | DICAS 28, 30, 32

DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 78 | KIDS 106 | TEEN 107

PRAZER ∆ PELO MUNDO 34 | VIAGEM 92

Foto | Simone Elias

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LEITOR Parabéns a todos, a revista é maravilhosa. Marly Ramos, via facebook

Eu curti a página da A Gente no facebook e estou adorando as promoções! Francieli Lemos Dante, estudante.

Gostaria de parabenizar a revista A Gente pela abordagem de temas importantes, como o casamento homossexual. É bom saber que uma revista local está ligada em assuntos mundiais. Att, Lúcio Campos.

Olá pessoal, A revista de vocês está cada vez mais interessante.

Obrigada a todos que curtiram a nossa página no facebook. E fiquem ligados: todos os meses teremos novas promoções para vocês - além, claro, das notícias diárias. Equipe revista A Gente

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COLABORADORES Mena Mueller Andarilha pelos quatro cantos do mundo, com pouso atual em Paraty e em pleno processo de cura pelo mar de uma vida anterior bem corrida, entre outras coisas como coordenadora do programa de juventude da Unesco em Paris. Valoriza uma conversa aberta e honesta em qualquer língua e a usa com as comunidades locais com as quais está envolvida.

Simone Elias Simone Elias é sócia da produtora audiovisual Andara Filmes. Trabalha como fotógrafa still e diretora de vídeos para cinema e televisão. Atualmente está finalizando a segunda temporada do programa Cantoras do Brasil, que será exibido a partir de agosto de 2013 no Canal Brasil. Nesta edição, fotografou a amiga Letícia Barbieri para a capa d’A Gente.

Dani Moura A carioca Dani Moura é nossa velha conhecida, assinou durante seis meses a coluna Nova York. Garota multidisciplinar: escreve, fotografa e tem um escritório de design no Brooklyn. Nesta edição ela volta em Pelo Mundo, entregando de bandeja baladas top secret de... Nova York, claro!

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Usando a hashtag #revistaagente no seu pr贸ximo post, sua foto pode vir parar aqui.

A Gente est谩 de olho no Instagram!



MAKING OF 16 | JULHO 2013



Mano Brown em Campo Grande O rapper Mano Brown, vocalista do grupo Racionais MC’s, um dos principais grupos do rap nacional, solta a voz, aqui em Campo Grande dia 20 de julho. Sua relevância na música brasileira é inquestionável, com discos reverenciados, como: “Sobrevivendo no Inferno” (1997) e “Nada como um Dia após o Outro Dia” (2002). Polêmico, o vocalista é conhecido por suas letras incisivas e críticas sociais, que se desenvolvem em histórias bem contadas e, também, com humor e ironia. Se apresentarão na data, também, os rappers regionais: Falange da Rima, Ginga Brasil, Genesis 12 e DJ Magão. O show rola no Totem Espaço Bar e começa às 22h.

Grafite no museu Há um bom tempo o grafite tem ganhado cada vez mais espaço em museus e galerias. Este ano, inclusive, aconteceu a Bienal do Grafite no Mube em São Paulo. E aqui em Campo Grande, para celebrar a arte das ruas, foi criada mês passado a exposição “Memorial Grafitti” na galeria do Memorial da Cultura e Cidadania. Os artistas locais? Anelise Godoy, Giu Beto, Guto Naveira, Luciano Alonso, Mareco (que assina a última página desta edição), Marilena Grolli, Curumex e Patricia Helney. A mostra fica até o início de julho.

EXTRAS Fotos | Divulgação

Top maquiador Marcos Costa Ele é um pintor, mas em vez de telas suas obras de arte são feitas nos rostos de mulheres, dentro ou fora da passarela. Marcos Costa é figura conhecida dos backstages do São Paulo Fashion Week e Fashion Rio, e já lançou livro, o “Eu amo maquiagem”. No comecinho de julho, dia 8, o maquiador oficial da Natura estará em Campo Grande para um road show que já passou por São Paulo, Salvador e Brasília para mostrar as últimas tendências de maquiagem da marca.

18 | JULHO 2013


Festival Planeta Terra 2013 Depois dos rumores de que ele não aconteceria este ano, o Festival Planeta Terra está mais do que confirmado. Ele acontece no dia 9 de novembro, no Campo de Marte em São Paulo, e parte da programação já foi divulgada. E que programação! Beck e Blur encabeçando o line-up. Beck Hansen, ou simplesmente Beck, volta ao país depois de mais de uma década sem pisar em solo brasileiro. Já o show do Blur, um dos principais expoentes do britpop, chega por aqui com a turnê de retorno da banda. Oba!

Morrissey no Brasil, de novo Ainda não faz um ano que o cantor inglês Morrissey esteve no Brasil, e ele já está com três apresentações marcadas para julho e agosto. O ex-vocalista da banda inglesa The Smiths, ícone dos 80, tocará em São Paulo no dia 30 de julho; em Brasília dia 02 de agosto; e no Rio, dia 04. As apresentações fazem parte de sua turnê sul-americana, que vai passar também pelo Chile, Peru e Argentina. Os ingressos custam de R$100 a R$ 500.

Huis Clo Depois que a moda nacional perdeu, em março desse ano, a estilista Clô Orozco, muito se especulou sobre o futuro da marca Huis Clo. Depois de alguns meses a assessoria confirmou: Huis Clos, assim como Maria Gracia (a marca mais jovem) continuarão no mercado. Quem tocará o barco serão familiares e antigos parceiros que trabalharam por muitos anos com Orozco. A última coleção assinada pela estilista chega às lojas em agosto, primavera/verão 2014.

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ESPECIAL ∆

Sucessão familiar na Cultura Texto | Thais Pompêo Foto | Lucas Possiede

Sergio Herz representa a terceira geração à frente da Livraria Cultura. Uma história que foi iniciada por sua avó paterna, uma imigrante alemã judia que chegou ao Brasil fugindo do nazismo pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Para ajudar na economia da casa, que era apertada, ela decidiu comprar e alugar livros estrangeiros (em alemão e inglês) para imigrantes letrados que viviam em São Paulo e não falavam português. Da portinha da sra. Herz ao impressionante complexo cultural da Livraria Cultura no Conjunto Nacional em São Paulo, a empresa soma hoje 17 lojas próprias em todo o país, 2200 funcionários e um e-commerce que representava 18% do rendimento da empresa em 2011. À frente do negócio, está Sérgio, o neto da senhora Herz, empresário de 42 anos que, junto do pai, Pedro, fez uma manobra ousada e abriu o negócio da família para um sócio financeiro em 2009. “Queríamos aprimorar o modelo de governança a uma complexa operação de crescimento”, explica. Em uma entrevista exclusiva à revista A Gente, Sergio Herz, que veio a Campo Grande à convite da Amcham-MS (Câmara Americana de Comércio de MS), fala sobre a importância de um intermediário em gestões familiares, conta o segredo do sucesso da Livraria Cultura há mais de 60 anos e diz que estuda a possível abertura de uma loja na cidade.

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“Sucesso é passado, não garante futuro”.

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A Gente: Desde que você entrou na empresa, a Livraria Cultura mudou muito, não é mesmo?

AG: O intermediário é mais um coach ou um psicólogo?

Sergio Herz: Eu comecei em 91... Antes disso, eu queria ser médico, fazia cursinho de biológicas. Meu pai nunca foi um cara que falou ‘vem pra cá trabalhar comigo’. Mas acho que depois eu pensei, putz, vou fazer medicina, estudar dez anos, será que não é mais fácil ser herdeiro? (risos) Era uma opção... E eu fui ver. Comecei a trabalhar com 16 anos, ainda não era um trabalho sério, mas amei aquilo. Fiz faculdade, um monte de coisa, e quando eu tinha 20 anos fui trabalhar definitivamente com meu pai e isso já faz 22 anos. Hoje a empresa é bem diferente – quando eu entrei a empresa tinha 38 funcionários, e hoje tem 2200.

SH: Eu acho que são coisas diferentes. O coaching é um treinamento profissional, individual, para aquela pessoa. Ajuda em como o profissional deve agir em certas situações, como se comportar, caminhos a seguir, vai ajudar a construir isso e, também, pode até ajudar em decisões importantes. Por exemplo: ajudar a entender qual o perfil da pessoa, se ela deve sair da empresa e deixar a família tocar o negócio... Tudo isso é muito importante. Já o intemediário, que não necessariamente precisa ser um psicólogo, entende muito bem o jogo familiar. Eles são complementares. Às vezes, a pessoa deveria sair, nem gosta do que faz, e não sai porque é da família etc, mas isso é um suicídio empresarial.

AG: Gestão familiar é sempre um assunto complexo.

AG: O seu irmão decidiu deixar a administração da empresa.

SH: Grande parte das empresas brasileiras são familiares, ou pelo menos têm origem familiar. Então, é um assunto bastante crítico. Passamos por bastante coisa, estamos na terceira geração, e hoje sou o CEO (o presidente) da empresa. Não é muito diferente do que acontece em outras famílias. Só muda o endereço, porque as questões são bem parecidas. As pessoas acham que é só na casa delas que as coisas acontecem, que o pai delas é mais difícil... E não é assim... Todo mundo tem pai, todo mundo um dia vai ser pai, e as relações com os filhos e parentes é uma relação emocional por si só... Não é uma coisa só racional, e além disso tem o convívio familiar, de fim de semana... O fato de estar junto o tempo todo. São problemas naturais, que acontecem em todos os lugares – e para todos os problemas existe uma solução.

SH: Em um determinado momento meu irmão começou a ter interesses diferentes na vida dele, foi um trabalho de autoconhecimento. E aí ele chegou à conclusão de que seria mais valioso como conselheiro do que no dia a dia. E foi isso que ele fez. Hoje, a minha relação com meu irmão é muito melhor do antes – ele se tornou um importante, valiosíssimo conselheiro para mim. Isso é muito legal, o coach, a terapia, o psicólogo, tudo ajuda muito nesse tipo de coisa, a tomar decisões. O legal da nossa família é que sempre estamos focados em decidir o que é melhor para a empresa – não o que é melhor para mim, pessoa física. E isso é o que faz a coisa dar certo.

AG: Na transição entre seu pai e você houve intermediários. Você acha indispensável? SH: Eu acho que sim, porque a comunicação entre família, entre pai e filho, entre irmãos, é muito carregada do emocional. Às vezes, em uma discussão familiar, todos estão falando a mesma coisa, mas todos estão discordando. É igual briga de casal, que a coisa vai indo e de repente ninguém sabe mais por que está brigando. O intermediário tira o emocional que existe na relação familiar. Ele consegue olhar o ambiente e organizá-lo, consegue trazer para o racional – o que é bem legal. E também tem outras situações muito mais complexas do que a nossa – porque somos eu, meu pai e meu único irmão. Existem famílias muito grandes, mais gerações trabalhando dentro da empresa... É um jogo de interesse muito grande. Então eu acho que o intermediário é sempre importante, mas tem que ser aprovado por toda a família, apartidário. Tem que ser consenso, senão não dá certo.

22 | JULHO 2013

AG: A Cultura tem mudado seu modelo de governança, hoje tem um sócio, executivos contratados para cargos específicos. Como foi isso? SH: Estávamos crescendo muito e a administração ficou complexa... Pensamos, então, que se trouxéssemos gente do mercado que sabia coisas que a gente não sabia poderia ser mais produtivo. Então, começamos a procurar essa pessoa em 2005, e fechamos sociedade em janeiro de 2009. Estamos muito felizes com a sociedade – que tem uma visão muito diferente da que nós temos. O que também deu uma diluída em nosso risco família. Depois disso, sentimos falta de organizar quem manda em quem, quem é o chefe, quem toma a decisão final. Nessa hora, entendemos que precisávamos trazer pessoas de fora. Atualmente, temos seis pessoas na diretoria, todos do mercado – não tem ninguém da família. Um conselho de administração completamente independente, com gente competente do mercado, focando em crescimento, expansão e melhoria de gestão da empresa.


AG: Qual o segredo do sucesso da Livraria Cultura, em um país que não tem tradição em leitura? SH: Acho que o primeiro é fazer um trabalho muito sério, com um compromisso com qualidade – e isso está no DNA da empresa, desde o atendimento ao consumidor. E isso não quer dizer que a gente não erre, mas se erramos ninguém fica contando historinha, desculpinha... Erramos e assumimos o erro. Se eu prometi o livro para você tal dia e atrasou, a gente não cobra – e também não fazemos propaganda disso. Nosso maior sucesso é o boca a boca. Todo mundo gosta de ser bem tratado, ele pode até não conhecer isso, mas a partir do momento que conhece, gosta, claro. E, infelizmente, hoje no Brasil, fazer o básico já é fazer diferente. Eu gosto muito do que as pessoas dizem, que a Cultura é uma empresa com alma... É engraçado e até difícil de explicar... Mas a gente tem um lema que, se funciona, é obsoleto. Não tem aquela máxima que em time que está ganhando não se mexe – a gente mexe sempre. Está indo bem, mas a gente pode ser melhor.

AG: Dá um exemplo? SH: Para tudo. Sucesso é passado! Sucesso não garante futuro. É tudo superbonito, vem a imprensa e me entrevista, sou super bem tratado, eu acho isso o máximo, vieram 80 pessoas assistir a minha palestra – tudo sobre o meu passado, nada sobre o meu futuro. Isso pra mim já foi, é obsoleto. A minha dúvida é, como a gente continua sendo exemplo para os outros? E isso é disciplina, um esforço diário. Eu, particularmente, olho muito para os erros, que são nossas janelas quebradas, e a gente toma muito cuidado com isso. Às vezes aparece um mofo pequeno, e ele vai crescendo, crescendo, e você até se acostuma com ele, e quando você vê, tem que derrubar a parede. Problemas grandes todo mundo resolve. Agora as pequenas coisas, do comodismo diário, é que são perigosas... ∆

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Sofia Basso Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede

24 | JULHO 2013


LIFESTYLE ∆ Quem circula pela noite e frequenta o Rockers Bar em Campo Grande já se encantou com a voz (ou com a beleza) de Sofia Basso. No palco, onde tocou durante seis meses nas Quartas Acadêmicas, a garota de 23 anos mostrou que tem pegada. Com o tempo apertado – dividido entre a faculdade de arquitetura e as aulas de inglês – a música teve que esperar. Pelo menos até o dia 11 de agosto, quando ela faz um show super especial na Concha Acústica Helena Meirelles. Além de interpretar canções de Chico Buarque e Roberta Sá, Sofia também canta suas próprias composições, como Una (clipe com mais de 10 mil acessos) e Curinga.

Profissão: Professora de inglês, estudante de arquitetura e cantora. Férias inesquecíveis: Ainda estou esperando acontecerem. Em alta: Dedicação. O que está lendo: Orações. Música que não sai do seu playlist: Nossa, são muitas. Um filme: Melancolia. Sempre à mão: Caneta. Não vivo sem: Sons. Projeto do momento: Estudos. Um sabor: Pimenta. Esporte: Bike. Refúgio: Grama. Melhor de Campo Grande: O mato.

“Anda difícil conciliar tudo que faço, sempre fico procurando algum tempinho para poder ensaiar, agenda de músico é sempre complicada”, conta a garota que também faz parte do projeto “Rockers Inna Woman Style”, com outras três cantoras de CG: Lauren Cury, Lilian Maira e Paola Oliveira. Elas vão se apresentar em julho, no Luz da Rodo (veja a matéria completa em Cultura). Preste atenção, que a garota tem talento! JULHO 2013 | 25


Marcelo Loureiro

Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede

26 | JULHO 2013


LIFESTYLE ∆ O jeito simples e tranquilo de Marcelo Loureiro muda completamente quando ele começa a dedilhar o violão. Carioca, foi morar em Guia Lopes da Laguna (interior do Estado) ainda menino, aos 11 anos de idade. O contato com a fronteira paraguaia e o incentivo do avô apaixonado por música despertaram a vontade de aprender violão. Depois, veio a viola, e foi questão de tempo até Marcelo conquistar o Brasil como um dos melhores músicos instrumentistas do país – ganhando, inclusive, o Voa Viola 2012, um dos prêmios mais reconhecidos nesse estilo. Agora, o violeiro tem encantado o público empunhando um dos instrumentos de corda mais difíceis: a harpa paraguaia. O Som da Concha que aconteceu em maio deste ano é prova disso: cerca de 1.200 pessoas foram ver de perto o show de Marcelo.

Profissão: Músico. Férias inesquecíveis: Madri, Espanha. Em alta: Tocar harpa paraguaia em minhas apresentações. O que está lendo: “Polca Paraguaia, Guarânia e Chamamé – estudo de três gêneros musicais em Campo Grande/MS”, autoria de Evandro Higa. Música que não sai do meu playlist: Música flamenca. Um filme: “O Som do Coração”. Sempre à mão: Violão. Não vivo sem: Ouvir música. Projeto do momento: Aprender a tocar bandoneon. Um sabor: Bolo caseiro. Esporte: Futebol e corrida. Refúgio: Música. Melhor de Campo Grande: Correr no Parque das Nações ao pôr do sol.

Como desafio pouco é bobagem, o músico contou para A Gente em primeira mão sobre sua mais nova empreitada: o bandoneon, tocado principalmente no tango, revelando ainda mais suas raízes na cultura do cone sul-americano. Logo mais vêm CD e DVD novos! Enquanto isso, Marcelo Loureiro aquece o público com uma participação superesperada no Festival de Inverno de Bonito. Estaremos por lá! JULHO 2013 | 27


The Budos Band - The Budos Band III (2010) Gosta de Afrobeat? Curte Fela Kuti? O play aqui será certeiro, então. A The Budos Band é considerada a maior representante do gênero da nova geração. Americanos de NY, os integrantes estão na ativa desde 2005, e fazem um som forte e contagiante. Com três discos lançados e vários EPs, eles reproduzem a sonoridade do afro soul dos anos 60 e 70 mesclando o funk americano, jazz, teclados psicodélicos e música latina. São 10, às vezes 13 músicos em cima do palco incendiando as apresentações. O disco “The Budos Band III” lançado em 2010 é o registro de toda esta miscelânea de bons sons que a trupe faz com maestria. São 11 faixas que animam qualquer pista ou reuniões em casa com os amigos. Eles fizeram duas apresentações ano passado, ambas com ingressos esgotados, no Sesc Pompeia. Memorável.

para ouvir

Júlia de Miranda

28 | JULHO 2013

Adoniram Barbosa - Para Sempre Adoniram Barbosa (2001) João Rubinato, mais conhecido como Adoniram Barbosa, junto com Nelson Cavaquinho, lidera a minha lista de sambistas preferidos. Paulista, morou com a família em diversas cidades do interior de SP até chegar à capital. Bairrista, adotou a metrópole como cenário das suas inúmeras composições. Com um talento nato, começou entregando marmitas, depois foi ator, radialista, até conquistar seu espaço como cantor nos programas de calouro. Seu primeiro sucesso, o samba “Trem das Onze”, é conhecido por todos os brasileiros. Inúmeros artistas regravaram suas composições e, em 2001, a gravadora EMI lançou a melhor coletânea de músicas do artista. As 12 faixas passeiam pelo universo boêmio, saudosista e divertido do sambista. Clássicos como “Saudosa Maloca”, “Samba do Ernesto”, “Torresmo à milanesa” (participação da Clementina de Jesus) e “Envelhecer é uma arte” estão presentes no disco, que não pode faltar na sua prateleira. Cat Power - Sun (2012) Da década de 90 para cá, Chan Marshall, que adotou o nome artístico de “Cat Power”, é sem dúvida uma das cantoras de maior relevância e talento que apareceram na safra das novas artistas. Bonita, com voz doce e presente, carregou seus primeiros discos com guitarradas e canções melancólicas, e logo foi reconhecida pela cena do Indie Rock. Bombando nas paradas internacionais, interrompeu tudo por motivos de saúde, depressão e alto consumo de álcool e drogas. Depois de um período afastada, reaparece com dois discos elogiadíssimos pela crítica: The Greatest (2006) e Jukebox (2008). Em 2012, corta os cabelos bem curtos, pinta de loiro platinado e deixa um pouco as letras tristes de lado. Com o seu 9° disco “Sun”, ela agora brilha. Dançante, o álbum mescla letras dolorosas com batidas empolgantes. Causou estranhamento para os fãs mais puristas, mas esse casamento, mesmo que discreto, com a música eletrônica está rendendo boas críticas e shows lotados, como vimos aqui pelo Brasil mês passado. Destaque para: Manhattan (vídeo clipe lindo também), Cherokee, 3,6,9 , Sun e a extensa Nothin But Time, que tem a participação do lendário Iggy Pop. ∆



Márcio Ribas

para ler

“Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.”

Fabiano, em Vidas Secas (Graciliano Ramos)

Antes de qualquer coisa, a FLIP é a Festa Literária Internacional de Paraty (3 a 7 de julho). E isso me chama muito a atenção: festa! As bienais e feiras de livros, pelo menos para mim, são muito focadas em vender, vender e vender. Mas com a FLIP é diferente. Primeiro você ouve sobre algum escritor de quem você nunca tinha ouvido falar antes, rola uma certa curiosidade, um tipo de flerte. Até que você vê o livro. Você lê uma frase, uma página, e se apaixona. E o livro passa a ser seu. Sem pressões de vendedores chatos ou barulhos de alto-falantes berrando uma das últimas ofertas. Esse namoro pode acontecer com os livros já consagrados ou com aqueles de autores novos. A FLIP tem para todo mundo (inclusive tem a Flipinha para crianças). Este ano, o autor homenageado é o consagradíssimo Graciliamo Ramos. Vidas Secas é o seu livro mais conhecido e os seus personagens foram tão bem criados que muitos leitores conseguem ter uma ideia muito clara, por exemplo, da cadela Baleia. São várias as edições do clássico, mas sugiro a Vidas Secas: 70 anos (Record, R$ 99,90). Esta edição, é claro que além do texto original, contém fotos tiradas por Evandro Teixeira, que percorreu o mesmo caminho dos personagens do livro. Karl Ove Knausgård é outro escritor presente na FLIP. Esse norueguês fala na FLIP sobre “ficção e confissão”, já que seu sucesso mundial Minha Luta é um conjunto de seis volumes

30 | JULHO 2013

que misturam fantasia e realidade. Em um dos livros ele conta detalhes sobre a sua vida e expõe completamente a vida de seus familiares – sem autorização. Na Noruega, a coleção já vendeu mais de 450.000 exemplares. Note que o país tem menos de 5 milhões de habitantes. Em português, até agora, temos apenas o primeiro volume: A morte do pai: Minha Luta 1 (Cia. das Letras, R$ 49,50). Este primeiro volume é a narração de sua juventude e, ao mesmo tempo, tenta reconstruir a trajetória de seu pai. E o momento mais esperado da edição deste ano é o encontro com o mais celebrado e polêmico escritor da França atualmente, Michel Houellebecq. Michel é conhecido como um crítico de costumes. Fala sobre um mundo degradado, mas não se coloca à parte, está incluso nesse universo. Tanto é que, no seu livro O mapa e o território (Record, R$ 49,90), ele é parte da história. Este livro teve muita repercussão na França e até foi acusado de plágio, porque Houellebecq copiou trechos completos da Wikipedia e do site do Ministério do Interior, de onde retirou a descrição de agentes da polícia francesa. Com essas três obras, tenho certeza que você vai estar pronto para a festa (leia matéria sobre a Paraty da Flip no caderno de viagem). E tomara que aconteça uma paixão por alguma delas. Boa leitura. ∆



Marcelo Veloso

para ver

O Que Traz Boas Novas (Monsieur Lazhar), de Philippe Falardeau Na cena de abertura de “Monsieur Lazhar”, um aluno da sexta série vislumbra uma parte do corpo pendurado de uma professora que se enforcou dentro da sala de aula. Ele se vira e corre. Não vemos o garoto relatar a fatalidade. A câmera permanece parada, em uma espécie de torpor, até que professores e alunos saiam freneticamente da escola. Nunca vemos o rosto da vítima. A sutileza e a discrição com que a revelação é feita dizem muito sobre o filme de Falardeau, que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Não se deve tentar encontrar um sentido na morte da professora, não há um. A sala de aula é um lugar de amizade, de trabalho, de cortesia, um lugar de vida. Uma lição de vida.

As Hiper Mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takura Kuikuro Nas profundezas da selva de Mato Grosso, no curso superior do Xingu, este documentário segue os preparativos para um ritual Jamurikumalu: um festival de canto e dança que é executado somente por mulheres. O problema é que a única

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mulher que sabe todas as músicas está gravemente doente. Por temer que sua esposa não tenha muito tempo de vida, um índio velho pede ao seu primo que realize o Jamurikumalu rapidamente, para que sua esposa possa cantá-lo mais uma vez antes de morrer. O canto do ritual é lindo e os passos de dança, majestosos. Um documentário etnográfico imperdível.

Como na Canção dos Beatles: Norwegian Wood (Norwegian Wood), de Tran Anh Hung Naoko (Rinko Kikuchi), que ainda sofre a dor e o torpor do suicídio de um amor colegial, desperta para a vida que segue quando Wantanabe (Kenichi Matsuyama) dedilha uma versão de “Norwegian Wood”, dos Beatles. A ideia de que algo tão efêmero como uma canção pop pode liberar uma tempestade de dores é a linha principal deste filme. Mas são as cenas mais íntimas entre Wantanabe e Naoko que nos atraem a curiosidade: como podemos realmente ter certeza do amor sem compreender os impulsos ocultos dos outros? E de que adianta o amor se a morte pode aparecer a qualquer momento? Um belo filme, sensível. ∆



PELO MUNDO Por Dani Moura, especial de Nova York.

Sake Bar Decibel

Marjorie Eliot’s Parlor Jazz

Angel’s Share

Burger Joint

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The Back Room

Nublu


The Rooftop

No pé do ouvido - como chegar a alguns dos lugares secretos de Manhattan

O dito popular diz que quem tem boca vai à Roma. Mas os fãs da boca miúda sem dúvida se divertem mais em Nova York. A cidade reúne interessantíssimos esconderijos como bares, restaurantes e casas de shows a que só mesmo os mais informados têm acesso. Descubra toda a diversão por trás desses porões, sobrados e portinhas sem letreiro, onde a exclusividade é o segredo. Sake Bar Decibel - Na 9th Street, entre a 2nd e 3rd Avenues, um pequeno arco decora uma escada estreita, que você jamais se arriscaria a descer se não soubesse que ali se esconde o Decibel. A saqueria dispõe de 100 opções de saquês e um cardápio de comida japonesa, além de uma curiosa decoração mezzo-japa-mezzo-underground. É um dos poucos estabelecimentos nova-iorquinos onde você pode sentar em uma mesa só para beber e ainda se sentir bem-vindo. (240 East 9th Street) Angel’s Share - O bar oferece alguns dos melhores drinks do East Village. Para chegar lá, entre pelo restaurante oriental Village Yokocho, e não se assuste com o ambiente enfumaçado do lugar – atravessando a porta certa você vai encontrar um bar ultrassofisticado. (8 Stuyvesant Street) Burger Joint - O hotel de luxo Le Parker Meridien esconde em seu interior o pé-sujo-moderninho Burger Joint. O lema do restaurante garante que o cliente nunca tem razão, mas

pode saborear um dos melhores hamburgueres da cidade. (119 West 56th Street) The Back Room - Entre 1920 e 1933 a venda de álcool era proibida nos EUA. Estabelecimentos ilegais, porém, serviam bebidas alcoólicas em xícaras de chá como disfarce - hábito mantido pelo The Back Room. O clima de clandestinidade começa ao procurar-se pela entrada: uma escadinha sem placa, entre os números 102 e 104 da Norfolk Street, leva a uma viela escura entre os prédios. (102 Norfolk Street) The Rooftop - O The Standard Hotel, projetado por Philippe Starck, não é nada discreto, você vai esbarrar com ele numa das suas caminhadas pelo High Line. O que você dificilmente saberia é que o hotel abriga em seu terraço o badaladíssimo bar The Rooftop, com drinks pra lá de interessantes e uma vista de cair o queixo. (848 Washington Street) Nublu - Quando se vai ao Nublu pela primeira vez, é difícil acreditar que se tem em mãos o endereço correto. Mas acredite, a casa de shows está lá, aberta todas as noites desde 2002. Bandas contemporâneas, muitas delas brasileiras, tocam para o seleto número de pessoas que se arriscam a abrir a porta grafitada e sem letreiro entre a 4th e a 5th Streets, na avenida C. (62 Avenue C) Marjorie Eliot’s Parlor Jazz - Para quem se aventura a ir mais longe, Marjorie Eliot abre as portas de sua casa no Harlem com um evento de jazz que acontece religiosamente aos domingos, às 16h. Os shows misturam boa música e discursos bem humorados sobre a história do jazz. Uma experiência única. (555 Edgecombe Avenue #107)

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Quando o figurino conta a história Texto | Thais Pompêo Fotos | Divulgação

A cena acontece em um banco de trás de um carro onde três garotas, meio espremidas, vão em direção a uma festa. Uma delas é Letícia Barbieri, mais conhecida como Lelê. O carro para e uma das meninas ao seu lado, a mais arrumada, super maquiada, passa pó no rosto para se preparar para descer. Lelê observa, dissecando os detalhes, meio surpresa, com uma concentração que parece escapulir de alguém de tipo agitado, efusivo e meio debochado do povo da noite. 36 | JULHO 2013


CAPA ∆

A próxima cena acontece 15 anos depois, para a entrevista desta reportagem, em um sábado à tarde em um café em Campo Grande, aproveitando a passagem relâmpago de Lelê pela cidade – ela agora vive em SP. Ela surge calma, simpática, com o mesmo cabelão escuro e sorriso de antigamente – na verdade, o sorriso estava um pouco mais preguiçoso, daquele tipo de quem mora em São Paulo e chega na casa dos pais, no interior, e entra em um estado de relaxamento e sono profundos (quem já morou fora, sabe bem como é). Principalmente quando se leva a vida que Lelê leva. Ela é figurinista de longas-metragens, propaganda e teatro no eixo Rio-São Paulo. Em seu último trabalho, viajou durante um mês para oito países com a equipe da nova série do canal TNT, que estreia este mês, Latitudes, na qual assinou o figurino do elenco, com Alice Braga e Daniel Oliveira. “Foi um trabalho insano, a equipe era super pequena e eu viajando com seis malas de figurino, ficando três dias em cada cidade. Não houve logística capaz de organizar a bagagem para que eu abrisse uma mala por vez, ou por cidade... Mas foi uma delícia, eu e a Alice já havíamos trabalhado juntas em vários outros projetos”, conta. O primeiro encontro das duas foi na estreia de Lelê como figurinista de longa-metragem, no “Cabeça a Prêmio”, filme do diretor Marco Ricca, rodado aqui em Campo Grande. “Eu tinha feito assistência de figurino no ‘Crime Delicado’, do Beto Brant; o Marco Ricca fazia parte do elenco. Foi aí que veio o convite para assinar o figurino do ‘Cabeça’, que coincidentemente foi rodado aqui. Coincidentemente! E foi ótimo”, sorri. O filme tinha um figurino extenso, com elenco de peso, como Alice Braga, Du Moscovis, Fulvio Stefanini, Cássio Gabus Mendes. Boa parte da pesquisa foi feita levando Alice Braga para as festas da cidade, para entender o clima das meninas daqui; tomando tereré em prova de roupa, fazendo a turma ouvir música sertaneja... Foi a porta de entrada para Lelê no universo dos longas.

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Aos 18 anos, a garota que nasceu em Assis, no interior paulista, e cresceu em Campo Grande, mudou para São Paulo. Apesar do período de transição ter sido em ritmo frenético, de adolescentes animados com sede de descobrir o mundo, arrumou tempo para passar dois importantes anos trabalhando na agência de propaganda do pai. “Trabalhei na Agilitá em 96 e 97. Passei por todos os departamentos para conhecer melhor todas as etapas dos processos, foi uma experiência fundamental para minha formação profissional. Mudei para São Paulo em 98 porque queria fazer uma faculdade tradicional e experimentar viver em uma cidade como SP. Nem imaginava que daria tão certo”. Assim que chegou em SP, foi atrás de trabalho. Arrumou um estágio em uma produtora de vídeo como assistente de produção, sem grandes pretenções. Enquanto, nada à vontade, trabalhava entre planilhas e orçamentos, conheceu o figurinista David Parizzotti e se apaixonou pela sua profissão. Trabalharam juntos durante cinco anos, até que começou a seguir seus próprios caminhos. Enquanto isso, estudou e formou-se em RP na Casper Líbero. Assim que terminou o curso, mudou para Londres, aos 21 anos. “Acho que o tempo que morei em Londres despertou em mim um senso estético mais apurado, fundamental para o meu trabalho hoje. Além de uma vontade sem fim de viajar e conhecer outros lugares”. A mistura deu certo – viajar cria na gente um olhar estrangeiro, um tempo e espaço para contemplação. E é na contemplação que a gente para, olha e vê.

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As mudanças foram dando certo, as coisas se encaixando, até que depois do “Cabeça a Prêmio” veio o “Bruna Surfistinha” – um mega desafio para quem estava assinando seu segundo figurino. “Foi incrível fazer o ‘Bruna’. Foi o figurino mais extenso que eu já fiz. Tinha muitas etapas da vida dela, muita transformação. Ela começa adolescente rejeitada no colégio, desleixada, e depois vira a puta mais desejada do Brasil, linda, bem vestida, rica. Só que no começo do ganhar dinheiro, era uma coisa sem gosto nenhum... Porque, nessa época, ela não tinha estilo ainda, copiava as prostitutas mais experientes, por isso comprou tudo errado. Depois veio a fase Love Story, em que ela fica mais chique, tem aquela coisa de marca. E no final ela fica trash... E o figurino acompanha toda essa fase. É uma ferramenta para ajudar a contar a história. No total, apenas essa personagem tinha mais ou menos uns 80 figurinos”. Resultado do trabalho insano: o filme foi indicado como melhor figurino no Grande Prêmio do Cinema Nacional. “No mesmo ano em que o filme ‘O Palhaço’, do Selton Mello, ganhou tudo” (risos). Aí as portas se abriram. Produziu “Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios”, de Beto Brant, com Camila Pitanga; “O Vendedor de Passados”, de Lula Buarque de Hollanda, com Alinne Moraes e Lázaro Ramos, que estreia em outubro; e Latitudes, a série que será lançada este mês no canal TNT. Agora, ela está de malas prontas para Belém, no Pará, rodar o próximo projeto, o longa “Órfãos do Eldorado”, uma adaptação do livro do escritor amazonense Milton Hatoum, com Daniel Oliveira e Dira Paes.

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É em figurinos mais naturalistas que o ollhar mais perceptivo da figurinista entra em cena. “Figurino é muito diferente de moda. Na verdade não tem nada a ver. Porque em um filme, apesar de ser ficção, tem compromisso com aquela realidade, a realidade do personagem. Então, às vezes, eu envelheço, passo chá, lixo as roupas... Porque a pessoa que está assistindo o filme tem que comprar a história... E as referências vêm da vida, de livros, do universo musical... Eu faço muita pesquisa indo aos lugares que o personagem frequenta, é como entrar na vida dos outros... É uma delícia, uma coisa que nunca imaginei fazer. É muito legal ver como ajuda o ator, a história.... Agora, se eu sempre fui observadora? Não tenho essa lembrança quando criança por exemplo, mas agora eu sou muito, e até demais”.

Embora moda e figurino sejam coisas completamente diferentes, em algum capítulo elas se conversam. Pelo menos na vida da Lelê. Tanto que o próximo projeto engatilhado é uma loja online que vai entregar em todo o Brasil, com pequenas coleções de roupas e acessórios, a www.slowmodebylelebarbieri.com, com previsão para estreia em dezembro. “Entre um longa e outro, no meu tempo livre, eu crio, pesquiso e desenho mil coisas, conforme minhas inspirações do momento. Depois de reunir alguns desses desenhos e ideias, resolvi dar vida a esse material com a loja virtual. Serão peças atemporais e exclusivas, com um cuidado minucioso de acabamento e sem o compromisso, nem a pretensão, de acompanhar tendências passageiras que pipocam nas revistas. Pode ser que a primeira coleção seja bem bodies e turbantes, uma paixão antiga minha. É para quem gosta de moda sem afetação!”∆

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ESCOLHA DO MÊS ∆

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ÚNICA Por | Luiz Gugliatto

Viajar é tudo de bom, mas escolher uma mala de viagem nem sempre é uma tarefa fácil. Principalmente porque, cada vez mais, grifes de luxo têm investido em malas design, feitas com couro e tecnologia à prova d’água, para você se sentir ainda mais glamourosa na hora de desfilar pelos aeroportos mundo afora. 1- Mala Hermès; 2- Globe Trotter; 3- Louis Vuitton; 4- Tumi; 5- Prada; 6Victorinox - Preços sob consulta

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Colete Esquire Preço sob consulta

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Fotos | Divulgação

Mochila Renner R$ 109

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TRENDY ∆

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Campanha Chanel

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MUST-HAVE

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Há algum tempo os relógios deixaram de servir somente para lembrarmos da hora. Hoje o item é simbolo de acessório de moda, e é possivel adquirir um modelo para cada ocasião - relógios com design mais sofisticado já viraram must-have na vida das it girls. Escolha o relógio que mais combina com você e arrase no visual! 8 Relógios: 1- Marc Jacobs • 2- Van Cleef & Arpels • 3- Armani Exchange • 4- Gucci • 5- Guess • 6- Piaget • 7- Armani Exchange • 8- Michael Kors Preços sob consulta

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Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto


PUBLIEDITORIAL ∆

Um ano cheio de bossa Parece que foi ontem que a loja Bossa abriu suas portas, mas já se passou um ano... A fachada é discreta, sem vitrine, e o ambiente interno, aconchegante e cheio de charme. Mais parece o closet daquela amiga estilosa do que uma loja. A atmosfera intimista deixa o ambiente mais reservado, e isso é proposital. “Nossa fachada é mais discreta, queremos deixar tudo o mais acolhedor possível, cada cliente que entra aqui é uma nova amiga que faço, por isso gosto de atender a todos pessoalmente”, garante Veruska Sabino, a idealizadora do espaço. Por tudo isso, a Bossa vem conquistando cada vez mais o coração das mulheres que frequentam o espaço. E para comemorar o primeiro aniversário da loja, uma super festa já está sendo organizada. E é claro que todas vocês estão convidadas. ∆

Rua Manoel Inácio de Souza, 507, Jardim dos Estados. 67 3321-1236 67 8121-3303 bossamoda@hotmail.com Facebook e Instagram: @lojabossa

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Macaquinho Levi’s Preço sob consulta

Pulseira Aliexpress Preço sob consulta

Camisa Dress To Preço sob consulta

BLUE DESIRE Por | Luiz Gugliatto

O primeiro estilista a apresentar o jeans na passarela foi Calvin Klein, na década de 70, mas o precursor desse fenômeno foi Levi Strauss. Depois de fabricar calças resistentes com jeans em 1.853, constatou que foi sucesso imediato entre os mineradores da Califórnia, Estados Unidos. Logo resolveu tingir as peças com um corante de uma planta chamada Indigus, dando ao tecido a cor desejo (indigo blue). Desde então, produtos feitos com a matéria-prima são itens de desejo cosmopolita entre homens e mulheres mundo afora. Para esse inverno, o jeans está presente em tudo. Vale a pena apostar em peças atemporais em denim, como blazers, calças, coletes, camisas, shorts, enfim, até em peças de decoração. E o melhor - tudo em liquidação!

Poltrona Stella Larco Preço sob consulta

Eau de toilette Diesel Fuel for Life Denim p/ Americas Preço sob consulta

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ACHADOS DE MODA ∆

Calça M.Officer Preço sob consulta

Blazer Cantão Preço sob consulta

Saia Bob Store Preço sob consulta

Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Colete Calvin Klein p/ Dafiti Preço sob consulta

Short Trimix p/ Quase Perfeita Preço sob consulta

Alpargatas Opposite calçados Preço sob consulta

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Campanha FORUM

HOMEM ∆

CONTEMPORÂNEO

O homem contemporâneo gosta de ousar na hora de criar o seu visual. Por estar cada vez mais conectado com sua imagem, ele está sempre em busca de novidades no mercado da moda. Mercado esse que tem ficado bem mais atento aos desejos e expectativas desse consumidor tão exigente. Itens de grife têm feito com que o armário masculino respire ares fashion nesse inverno. Óculos Evoke p/ K3 • Jaqueta Billabong p/ Bond Faro • Echarpe Ellus • Boné Calvin Klein • Canivete Victorinox • Eau de toillete Hugo de Hugo Boss • Cueca Lupo • Relógio Victorinox • Calça Dzarm • Tênis Dior Homme - Preços sob consulta.

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Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Por | Luiz Gugliatto






Fotos | Alexis Prappas - Stylist | Luiz Gugliatto

Saia Hellen de Toi p/ Quase Perfeita - Calรงa Aramis jeanswear - Calรงa M.Officer


Turbante Richards - Tric么 Spezzato p/ Marjorele - Saia Johon Johon Len莽o na cintura Erica Estela - Brincos Hoover - Colar e botas My Shoes


Diego: camisa Hering Store - Calรงa Aramis Jeanswear - Boot acervo


Diego: Calรงa John John


Saia M. Officer - Biquini e brinco acervo - Bracelete e pulseiras Fabrizio Giannone - Botas My Shoes


Blusa Cant達o - Short Bob Store - Pulseiras Capodarte - Colar Hoover - Botas Luiza Barcelos p/ Rose Fashion


Blusa Farm p/ Marjorelle - Lenรงo usado como cinto Animale - Calรงa Carol Arbex p/ Maria Pitanga - Pulseiras e colar My Shoes - Anel Hoover - Botas Capodarte


Larissa - T-shirt John John - Colete Perfect Way e short Trimix p/ Quase Perfeita - Cinto Bob Store - Pulseira Capodarte - Botas Luiza Barcelos p/ Rose Fashion • Karen - Saia John John - Camisa Richard’s - Óculos Salinas - Pulseiras My Shoes - Brincos Zhenga - Cinto Bob Store - Botas Hoover

Ficha técnica Fotógrafo | Alexis Prappas Produção | Luiz Gugliatto Make/hair | Rodrigo Marques e Carlos Braga L’Equipe Hair/Body Modelos | Karen Recalde/Arena Models Diego Furoni e Larissa Figueiredo/A Model Management


Vestido JuJu Costa p/ Maria Pitanga - Jaqueta M. Officer - Bolsa Erica Estela - Brincos e anel Hoover - Botas e colar My Shoes - Camiseta e calรงa John John - Colete Levis - Pulseiras linha, cinto e sapatos Hoover - Pulseiras tachas Capodarte - Anel Fabrizio Giannone


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beleza ∆

Conheço Lau há mais de uma década, e toda vez que o encontro, constato que é impossível não ficar impressionado com seus olhos de verde profundo e shape felino. São hipnotizantes. O abraço é sempre sincero, aconchegante, completo. Daqueles que, talvez, só quem veio de uma cidade pequena e apaixonante como Bonito, consiga dar. Não há dúvidas, Lau tem o coração de menino do interior.

Lau Neves: O maquiador de olhos de gato Texto | Natália Charbel Fotos | Divulgação

Lau Neves conquistou o mundo, viajou, morou na Europa e hoje é disputado para grandes editoriais, campanhas e desfiles das maiores semanas de moda. No seu trabalho, fica claro o talento e a maturidade que só quem é cidadão do mundo consegue imprimir. Não há dúvidas, Lau Neves é cosmopolita. Encontrei com Lau para uma entrevista em que ele contou um pouco da sua trajetória de sucesso: Como começou seu interesse por moda e maquiagem? Foi em Bonito? Sim, foi ainda em Bonito, na adolescência, quando comecei a comprar minhas primeiras revistas de moda. Tinha um grande fascínio pelas supermodels e pelos grandes estilistas, comprava muitas revistas importadas, mal sabia falar inglês, mas as imagens me davam todas as informações que eu precisava na época. Sempre me intrigava como tudo era feito, as campanhas e os editoriais. A maquiagem era o que mais me chamava a atenção, e foi lá que nasceu meu desejo em trabalhar com construção de imagem.

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E de onde vinham suas informações, seu repertório? Quando fiquei um pouco mais velho, percebi que só revistas não me dariam o respaldo que eu queria e precisava. Foi quando descobri que existiam os “livros” de moda. Me lembro que o primeiro que li foi sobre Coco Chanel, fiquei fascinado pela vida e trabalho dessa mulher. Cliché ou não, esse foi o start para minha busca por fashion books. Li sobre a vida de grandes estilistas como Yves Saint Laurent, comecei a estudar história da moda e entender um pouco mais sobre esse universo. Quais foram seus caminhos para chegar até aqui? Tudo aconteceu muito rápido. Eu já trabalhava com beleza, em Campo Grande, cortava cabelo de uma seleta clientela de jovens e modernos (inclusive desta jornalista que vos escreve). Mas isso não era suficiente para mim, sempre quis trabalhar com construção de imagem. Já havia arriscado minhas primeiras maquiagens, tudo muito por intuição e vontade mesmo, e sempre que podia vinha a São Paulo em busca de mais informações. Em uma dessas viagens, aconteceu, a pessoa certa na hora certa. Sabe essas coisas que acontecem porque têm que acontecer? Conheci a Cecilia Macedo, que trabalhava na agência de maquiadores onde eu sempre quis trabalhar, a extinta Molinos &Trein. Foi ela quem me apresentou para o Antonio, o dono da agência na época. Três meses depois, estava morando em SP e fazendo vários trabalhos como assistente de grandes maquiadores, Duda Molinos, Daniel Hernandez, Robert Estevão, Silvio Giorgio e muitos outros.

Essa foi minha grande escola, tive a chance de conhecer de perto as técnicas de cada um deles, para ali na frente desenvolver as minhas. Um ano e meio depois estava assinando meus próprios trabalhos. Começou então uma trajetória de muito aprendizado e experiências incríveis. Trabalhei com grandes nomes da moda mundial, como Nicola Formichetti, Dudu Bertholini, Marcelo Krasilcic, Victoria Bartlett. Quando olha para o MS, o que vê das suas raízes no seu trabalho? O que MS e Bonito, especificamente, onde fui criado, ofereceram ao meu trabalho é a riqueza de inspiração que a natureza abundante desse lugar proporciona – as cores, texturas, os lugares lindos. Sempre fico recarregado e cheio de inspiração quando volto para a minha terra. E quando sentiu que chegou lá? Ou ainda quer mais? Acredito que estou no caminho, sempre acho que não fiz o suficiente, que preciso fazer e aprender muito mais. Estou, sim, realizado com o meu trabalho, mas acredito que o melhor ainda está por vir.

Claro que não iria acabar essa entrevista sem te pedir dicas de produtos que toda mulher precisa ter no nécessaire...

Um bom protetor solar e hidratante, bons pincéis, uma base bem fina para combinar com o nosso clima tropical e um bom corretivo, ambos no tom exato da sua pele. Um pó para tirar o brilho, sombra da cor que preferir (ou aquela que combine melhor com seu tom de pele), curvex, máscara de cílios, blush e batom. Vocês acham muito? Pois digo que não é, isso é o essencial para se obter um ótimo resultado em sua maquiagem. ∆ 64 | JULHO 2013





HITS DE BELEZA ∆ Frio é uma delícia... Mas o tempo seco acaba fazendo a pele sofrer um pouco. O cabelo, por sua vez, é castigado pelo excesso de secador e chapinha. Para isso existem produtos que se adaptam mais a essa época do ano, garantem dose extra de hidratação e nos livram daquela sensação de pele de jacaré.

Pomada Bepantol: Parece bobagem, né? Mas não é! A alta concentração de dexpantenol ajuda na renovação da pele. É só passar nos lábios antes de dormir – não há ressecamento que aguente. A boca acorda lisinha. A pomada ainda hidrata unhas e cutículas, e é perfeita para ajudar a cicatrizar a região perto do nariz que nesta época também sofre com ressecamento. Bepantol Derma Creme 20g: R$ 15 - Bepantol baby: R$ 15,99

Hydra Sparkling Baume Magique Lèvres & Joues - Givenchy: Esse hidratante labial é demais. Enriquecido com esferas de ácido hialurônico e azeite de lufa, combina um mega hidratante a uma luminosidade incrível. A cor se adapta aos lábios, e ele pode ser usado como blush, para garantir um ar saudável belíssimo. R$ 139

Água Termal - Vichy: A versão miniatura é perfeita para levar na bolsa. A água hidrata, equilibra o pH e dá um ânimo para a barreira que protege a cútis. Não vale qualquer água, viu? A termal é diferente da água mineral comum, pois a composição tem o índice perfeito de oligo elementos, cálcio, magnésio e zinco. 50 ml: R$ 49,98

Protetor Facial UV Essentiel Précision - Chanel: É inverno, mas o Sol não está de férias. Esse protetor é bacana porque é super fluido e some na pele logo após a aplicação. Com o tempo seco de inverno a poluição castiga, e esse protetor, de lambuja, protege contra a fuligem. (Preço sob consulta.)

Tonique Douceur - Lancôme: Esse tônico não tem álcool, o que é ótimo para essa época do ano, já que o álcool resseca ainda mais a pele. O cheiro é delicioso, ele tonifica sem craquelar e deixa aquela sensação de pele super limpa. Segundo o fabricante: “Ajuda a eliminar resíduos de maquiagem e impurezas, ao mesmo tempo em que proporciona uma incrível maciez.” É isso mesmo. 200 ml: R$ 149

Galatée Confort - Lancôme: Boa opção para a hora de tirar o make. Como a consistência é levemente leitosa, cria uma espécie de proteção para as próximas fases da limpeza. E melhor, a pele não fica ‘repuxando’. 200 ml: R$ 160

Illuminating Smoothing Cream - Alfaparf: Como no frio a gente dá uma abusada no secador, é legal usar um protetor térmico para que o cabelo possa aguentar tanto calor. Esse é perfeito para cabelos finos, ou para aqueles dias em que ele fica mais oleoso. Mesmo sendo leve, super protege o cabelo. R$ 80

Hidratante Ultra-Light - Neutrogena: Encontrar um hidratante para pele seca que cumpra seu papel sem deixar a pele com textura melada não é uma tarefa muito fácil, principalmente no Brasil. O Ultra-Light especial para pele normal a seca é uma boa escolha, fácil de encontrar e barata. Para completar, tem fator de proteção 30. 55g: R$ 49,99

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PUBLIEDITORIAL ∆

PIONEIRO NO CENTRO-OESTE SPA Médico 100 % Orgânico

Entende-se por SPA um ambiente aconchegante, acolhedor, com bons aromas e toque de sofisticação, onde é possível aliar saúde, bem-estar físico e mental.

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Projeto arquitetônico, arquitetura de interiores, paisagismo, programação visual e lay-out gráfico: Arq. Luis Pedro Scalise Projeto estrutural e instalações: Eng. Flávio Henrique Gouveia e Eng. Adarlei Fernandes.

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PUBLIEDITORIAL ∆

Odontologia arte, técnica e ciência unidas por um sorriso saudável Cleise Wolf Fedrizzi CRO 1622

Na história da odontologia, os “barbeiros” eram os profissionais responsáveis por promover a estética nas pessoas, cuidando dos cabelos, barbas, e também daquilo que incomodava o cliente da barbearia, ou seja, a dor de dente, que além de incômoda lhe inchava a face. Os traumas deixados por procedimentos dolorosos, quando ainda não havia ou não se usavam anestesias,

deixaram para a odontologia uma marca de dor e trauma até hoje discutida em nosso ambiente profissional. Porém, com os avanços na área da anestesiologia, hoje a dor num consultório odontológico não ocupa mais os primeiros lugares na preocupação de nossos pacientes, e sim a busca por uma mastigação eficiente e estética agradável, mais ainda: perfeita.

Avaliar a situação do paciente, e ouvir dele sua queixa e suas expectativas, fazem com que o profissional desenvolva o projeto e planeje sua atuação. Várias especialidades da área se fundem na elaboração do trabalho em busca da satisfação mútua. No caso das nossas especialidades, Implantodontia e Prótese, recebemos pacientes de diversas faixas etárias que, mediante ausência(s) ou perda(s) dentária(s), buscam se reabilitar para uma mastigação e estética ideais. A Implantodontia é uma das especialidades com maiores avanços em técnicas e recursos cientificamente comprovados. Daí a possibilidade dos enxertos ósseos, inúmeras técnicas, materiais e suas indicações. A informação amplamente disponibilizada pela internet, e muito bem-vinda, modificou o comportamento do paciente que, muitas das vezes, solicita que realizemos determinado procedimento conforme ele viu na rede, o famoso “dr. Google”, o

que nem sempre é aplicável ao seu caso. Os prazeres da alimentação fazem com que os nossos pacientes sejam cada vez mais exigentes com sua saúde e com seu bem-estar na sociedade. Proporcionamos a ele liberdade e segurança para comer o que quiser, sem incômodos, resultando no que ele mais espera: um sorriso saudável. Chegou a hora da reabilitação conseguida por meio da expertise do profissional, somada à tecnologia, e da habilidade de um técnico em prótese dentária capaz de imitar a natureza em seus detalhes, lançando mão de materiais que lhe ofereçam resistência e beleza. Ainda em busca do sorriso perfeito, temos os clareamentos, as lentes de contato odontológicas, as lâminas, todas essas estruturas que tornam o que é bom ainda melhor, mais harmonioso. Saúde e beleza podem, sim, caminhar em perfeita harmonia, daí a importância da escolha de profissionais atualizados e competentes nas diversas especialidades da odontologia atual. ∆

Rua Marechal Rondon, 1636 - 7o andar - Sala 701 • Tel.: (67) 3321-0455, 3025-4567, 9251-5900, 8151-6084, 9644-3666

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A notícia não é boa: uma pesquisa divulgada em abril pela Unifesp revelou que as mulheres estão bebendo com mais frequência, quantidades cada vez maiores de álcool. Os dados constatam que, nos últimos anos, o número de mulheres que bebem em excesso aumentou 24% e saltou de 14,9% para 18,5%. E mais, as adolescentes começam a tomar suas doses cada vez mais cedo. Segundo pesquisa feita pela UFMG, meninas na faixa dos 15 anos bebem mais que os garotos da mesma idade. O estudo, feito em parceria com a Federação Internacional de Universidades Católicas, mostra números de Minas Gerais, mas referências apontam que todo o Brasil caminha na mesma direção.

Mulheres X Álcool: O perigo da drunkorexia

Texto | Natália Charbel

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SAÚDE ∆ Mulheres e problemas alcoólicos A relação das mulheres com o álcool é delicada, já que nosso organismo é, de fato, mais sensível. Esse quadro acontece porque o corpo feminino tem proporção maior de gordura e menor de água. Para ser diluído, o álcool precisa do líquido, quanto menor a quantidade, maior a concentração alcoólica. Para completar, apresentamos uma atividade mais baixa da enzima álcool desidrogenase, que ajuda a metabolizar os drinks ingeridos. E aí começam os problemas... Mulheres bebendo mais, mais suscetíveis a problemas etílicos e, para completar, sempre preocupadas com o peso, resulta em uma mistura bombástica. Dentro dos inúmeros distúrbios alimentares, começou-se a observar que pessoas com obsessão por emagrecer ou manter o peso podem usar o álcool como aliado. O nome do distúrbio, apesar de não ser oficial, é bem simples: drunkorexia – a mistura das palavras drunk (bêbado, em inglês) e anorexia. A drunkorexia (ou alcoolrexia, como vem sendo chamada no Brasil) surge quando o obcecado pelo controle do peso se priva de comer para beber, ou por beber. O transtorno pode se manifestar de várias maneiras. Existem aqueles que param de comer para beber, acreditando que reduzirão a ingestão calórica ou para tentar enganar a fome; os que bebem para causar alguma intolerância alimentar nos dias da ressaca, em que além de não conseguirem comer, vomitam – sim, para essas pessoas vomitar é bom, pois os vômitos ocorridos pela intoxicação alcoólica dão a (enganosa) sensação de que limpam o corpo das calorias ingeridas; ou ainda os que simplesmente optam por só beber, pois, sabendo que o álcool é calórico, acreditam que se comerem, engordarão em dobro. Na dúvida, a escolha é: se beber, não coma. A publicitária Gisele*, 34 anos, era fiel ‘seguidora’ dessa máxima. “Durante a semana comia muito pouco, muitas vezes com a ajuda de remédios anorexígenos. Quando ia chegando quinta, sexta-

-feira, eu sabia que iria beber, então simplesmente parava de comer. Trabalhava tomando chás e, à noite, com duas ou três doses eu já não sentia mais fome. O dia seguinte era um caos. Passava mal, vomitava horrores e, claro, não conseguia me alimentar. Passado o terror da ressaca, me sentia bem, afinal, tinha cumprido minha meta, não comer. O tempo foi passando, cada vez eu comia menos e bebia mais. Mas estava magra e isso me bastava. Até que comecei a perder trabalhos por conta das ressacas, da fraqueza, das alterações de humor. Foi quando meu namorado me deu um ultimato e resolvi procurar ajuda. Hoje faço acompanhamento médico e psicológico. Descobri que não tenho um problema e sim dois: anorexia e alcoolismo. Preciso me alimentar bem e beber menos, duas coisas bem difíceis para mim. Cada dia é uma luta e uma vitória.” A combinação desses distúrbios não é tão incomum. Dados mostram que quase 2% da população mundial é acometida pela anorexia; dessas, quase 1/3 faz uso indevido de álcool. Além disso, a ansiedade e quadros depressivos são muito frequentes em pacientes com distúrbios alimentares, e o álcool dá a falsa ideia de relaxamento e alegria. Utilizar o álcool para anestesiar problemas e como remédio (no caso, para tirar a fome) aumenta as chances de, ali na frente, a pessoa começar a procurar outros subterfúgios, como anfetaminas e cocaína. O suporte e socorro de pessoas próximas é fundamental, pois quem está no olho do furacão tende a não enxergar a realidade. O tratamento, multidisciplinar, leva em conta fatores psíquicos, físicos, o histórico do paciente e até questões socioculturais. O mais usual é a combinação de medicamentos a terapias cognitivo-comportamentais. É preciso ficar de olho e estar atento a qualquer sinal de quem está próximo. E outro detalhe: mesmo que a maioria absoluta dos casos ocorra em mulheres, os homens não estão livres, portanto, garotos, se cuidem! ∆

*Nome modificado para preservar a identidade da entrevistada.

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“Um punhado de goji berry pela manhã o fará feliz pelo resto do dia!”(Ditado tibetano)

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NUTRIÇÃO ∆

O pequeno poderoso Goji Berry Texto | Natália Charbel

O primeiro relato encontrado sobre o goji berry tem registro no século I a.C., e desde lá sua fama se deve à promessa de longevidade. No Tibete existe uma lenda famosa sobre um herbalista que, por consumir regularmente o fructus lycii, associado a outras ervas tônicas, viveu por incríveis 252 anos. O fruto parece um tomatinho cereja seco, e aqui no Brasil é encontrado mais facilmente na forma dessecada. Tem sabor azedinho e pode ser consumido de inúmeras formas: puro, misturado com iogurtes, em cápsulas ou até em pó, para dissolver em água ou sucos.

do nosso corpo. Na Medicina Tradicional Chinesa, ele é utilizado para restaurar algumas funções orgânicas. Ainda, é capaz de jogar a imunidade nas alturas, tem poder antioxidante, antiestresse,e funciona como um desintoxicante natural. Tá bom pra você?

Apesar de pequeno, possui quantidade abundante de aminoácidos, minerais, ácidos graxos insaturados, polissacarídeos e vitaminas. Destaque para a vitamina C: segundo uma publicação do American Journal of Clinical Nutrition, o goji berry concentra cerca de 50 vezes mais dessa vitamina que a laranja (100 g têm cerca de 2.500 mg). Isso sem falar na B1, B2 e B6.

Calma que tem mais: o fruto funciona como protetor das funções hepáticas e neurológicas. E de acordo com dados de uma pesquisa divulgada pelo Journal of Alternative and Complementary Medicine, consumi-lo regularmente provoca aumento dos níveis de energia, reduz o cansaço e melhora o desempenho na hora de praticar exercícios físicos.

Tem mais betacaroteno que a cenoura, o que faz dele a maior fonte de carotenoides descoberta. Um estudo australiano ratificou a capacidade do goji berry de remover metais pesados

Pesquisas que estão sendo feitas na China também querem comprovar sua eficácia no controle de processos degenerativos, o que o faria poderoso no tratamento preventivo de doenças como o Alzheimer.

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O poder emagrecedor Como se todos os poderes supracitados não fossem suficientes, ele agora vem sendo proclamado como o segredo das estrelas de Hollywood para manter a forma. Sim, o goji berry ajuda (e muito) no processo de emagrecimento. A fruta original da região da China e Tibete é a queridinha da vez. Uma colher de sopa tem cerca de 50 calorias, mas isso não é o mais importante. A questão começa na vitamina C. Como assim? Um estudo da Universidade do Arizona (EUA) constatou que, ao atingir o nível necessário de vitamina C – algo entre 4,6 e 15 mg –, nosso organismo começa a queimar gordura com mais facilidade e eficiência. O fruto também acelera o metabolismo, equilibra os níveis hormonais e, como

é rico em fibras, auxilia no funcionamento do corpo como um todo e tem capacidade de promover a saciedade. Deste modo, nosso organismo funcionará com excelência, todas as suas funções serão aprimoradas, logo, perder peso será uma consequência natural. É claro que vale uma ressalva: não adianta comer todo o goji berry que você encontrar no café da manhã, não fazer exercícios, e nas outras refeições se alimentar mal. Milagres (pelo menos nestes casos) não existem. Para completar, devido à presença de aminoácidos, como o triptofano, o fruto consegue promover uma melhora significativa no humor, já que esse composto é responsável pela sensação de bem-estar. Agora sim, a máxima “um punhado de goji berry pela manhã o fará feliz pelo resto do dia” faz todo o sentido, não é? ∆

Como nada é absoluto, existem algumas contraindicações: grávidas e mulheres que estão amamentando, hipertensos, diabéticos e hipotensos, e quem faz uso de determinadas medicações (amitriptilina, anlodipina, captopril, diazepan, diclofenaco, furosemida, glipizida, ibuprofeno, insulina, losartan, piroxican, warfarina). Na dúvida faça o correto: converse com seu médico e nutricionista. 76 | JULHO 2013



Vinho e ERVAS “ao invés de óleo, vinho Cabernet”

Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede

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GASTRONOMIA ∆

Fondue de Carne Ingredientes

A alegria de estar em frente ao fogão transparece na comida que o chef Rodrigo Junqueira Franco Baston prepara. Ele é bem jovem, tem apenas 24 anos, mas possui tarimba de quem trabalha desde os 19 anos como chef e sous chef ao lado de grandes nomes da alta gastronomia, como Gregory Clausse, responsável pelo Brasserie Bordaleise, na França; e João Leme, hoje à frente do restaurante KAÁ, em SP. Antes de se dedicar completamente às cassarolas, Rodrigo cursou relações internacionais. E essa mistura entre culturas e sabores, sempre muito boa, fez com que ele percorresse a América do Sul e se rendesse à culinária. De volta ao Brasil, passou pela capital paulista, mas foi em Santa Catariana que se especializou em técnicas francesas, sem perder o gosto pelos sabores simples.

Para A Gente, Rodrigo preparou um fondue de carne feito de um jeito diferente: a carne, que segue a tradição francesa, não é frita em óleo, mas cozida no vinho (preferencialmente um Cabernet), exalando um perfume delicioso! Para acompanhar, molho de mostarda. Uma receita que pede a companhia de bons amigos e os estalos de uma lareira!

1 litro de vinho tinto Cabernet Sauvignon 4 raminhos de alecrim 1/3 de um maço de tomilho 10g de sal 10g de pimenta do reino preta 1 kg de Filet Mignon 60ml de azeite de oliva

Modo de preparo Cortar a carne em cubos pequenos e temperar com todo o azeite, um pouco do sal e da pimenta. Reservar. Colocar o vinho e as ervas na panelinha do fondue e levar ao fogo por 25 ou 30 min. Retirar as ervas e temperar o vinho com o restante do sal e da pimenta. Pronto! Monte seu recheau e cozinhe o mignon no vinho aromatizado até o ponto de sua preferência.

MOLHO DE MOSTARDA 300ml de creme de leite (produto profissional da marca Nestlé que aguenta temperaturas mais altas, modelo Chef) 100g de mostarda amarela Dijon. 30g de mostarda L’Ancienne (mostarda em grãos da marca Maille) Sal e pimenta a gosto

MODO DE PREPARO Em uma sautese (um tipo de frigideira grande), aquecer o creme de leite. Agregar as mostardas e cozinhar por cerca de 10 min. Apurar o sabor com sal e pimenta. Pronto para servir.

COMO COMER Cozinhar a carne no vinho aromatizado e saboreá-la com o molho de mostarda. Anter de servir, caso os molhos tenham esfriado, pode-se aquecê-los no microondas em um recipiente tampado ou coberto com um plástico filme.

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A GENTE EM CASA ∆

Ao alcance dos olhos

Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede e divulgação

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Todos os 380m² da casa projetada pelo arquiteto Gil de Camilo e construída pelo engenheiro Paulo Marcio Amorim Barbosa seguem a principal recomendação dos moradores: integração. Tudo na casa está conectado.

O projeto demorou um ano e meio para ser finalizado, e conta com uma estrutura contemporânea de concreto armado e pé-direito de 6 metros. As poucas paredes existentes entre os ambientes deixam passar a luz natural, satisfazendo a necessidade de integração – não por acaso, o vidro foi um dos principais materiais utilizados na divisão dos espaços.


A decoração, feita pela própria dona da casa, é pontual – não há sobras de objetos nos ambientes. Ela optou por poucos e bons móveis, como a mesa de jantar Saarinen, que vem acompanhada das cadeiras Bossa do designer Jader Almeida. “Gosto de coisas simples, que têm a ver comigo e com a minha família, por isso quis cuidar da decoração pessoalmente”, ressalta a moradora.

A busca por móveis atemporais e simples é bem ilustrada com as cadeiras Diz, do designer Sérgio Rodriguez – que são a paixão da moradora. Elas emprestam formas orgânicas ao living, que desde o início do projeto foi pensado para recebê-las. “Estava sonhando com essas cadeiras mesmo antes da construção da casa, fiquei muito feliz quando meu pai me deu de presente”.

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A cozinha gourmet oferece comodidade à família. Dela pode-se acompanhar o que acontece na área externa da casa, onde ficam a piscina e a churrasqueira. “A cliente fazia questão dessa integração, por isso optei pelas paredes de vidro, que proporcionam total conectividade entre as áreas interna e externa”, completa o arquiteto. ∆

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achados de casa ∆

HARD WINTER Por | Luiz Gugliatto Foto | Lucas Possiede

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O inverno pede conforto, por isso invista em mantinhas super quentinhas para curtir os dias mais frios do ano. Elas ficam incríveis e dão uma atmosfera de aconchego para a sua casa. Nada mais gostoso que assistir um bom filme envolvido com uma manta bem fofinha.

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1- Manta Microfibra MMartan; 2- Cobertor extra-macio Kacyumara - Rosana Maria Enxovais; 3- Cobertor extra-macio dupla face Kacyumara - Rosana Maria Enxovais; 4- Manta xadrez Petit MMartan; 5- Manta Microfibra MMartan; 6- Manta Blue Gardênia p/ Casa Tua; 7- Manta Blue Gardênia p/ Casa Tua; 8- Manta dupla face com franjas - Fornari - Preços sob consulta

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COMPORTAMENTO ∆

O tempo não para “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” José Saramago

Texto | Natália Charbel

A gente mal piscou e já é julho. Parece que o ano começou ontem, não é? A sensação de ver o tempo voando diante dos nossos olhos pode criar um pouco de angustia. Porque vira e mexe a gente tem aquela incômoda sensação de que não fizemos nada. De que acordamos e já era o meio do ano. De que o tempo passou e nós paramos no tempo. Calma, respira... Ainda dá tempo. Apavorar agora não resolve nada; lamentar o semestre perdido muito menos. É hora de organizar e agir. O meio do ano pode ser encarado como um “começo do segundo tempo”, e a gente sabe, é nos minutos finais que as coisas se resolvem. Não estudou, nem se matriculou naquele curso incrível? Não deu para voltar para a faculdade, para o curso de inglês? E as crianças, como foram na escola? Vão precisar estudar mais, de aulas de reforço? Ou será a hora de começar aquela atividade física que vocês estão programando? O começo do segundo semestre é uma boa chance para começar de novo. O primeiro tempo acabou. Intervalo. Entramos em campo de novo.

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“Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou, o que importa é que sempre é possível e necessário ‘Recomeçar’. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. É renovar as esperanças na vida e o mais importante: acreditar em você de novo.” - Carlos Drummond de Andrade.

Pode parecer cliché, mas marcar uma data é importante e funciona, pois nos dá essa sensação de recomeço. De ter um caderno inteiro em branco para escrever, de nova chance. Faz bem para a alma saber que é estreia, e que não estamos atrasados. Estamos prontos? Quer uma dica? Compre uma agenda nova, não importa que não seja início do ano. Anote tudo o que você quer fazer em 2013, escreva e visualize seus planos e metas. Não se preocupe com tempo que passou. Olhe para frente. Uma faculdade nova, uma especialização? A maioria das instituições de ensino superior tem vestibular e começam cursos nesse período. Informe-se sobre as datas, inscreva-se. A hora é agora. Academia, começar terapia, curso de tricô, de francês, voltar a frequentar aquele grupo de discussão sobre filosofia. Não importa o quê, encare esse momento como a hora ideal. E faça. Os pequenos... Final de semestre é tempo de avaliação escolar: como seus filhos se comportaram na escola? Pare, sente com eles e ana-

lise tudo. Sem medo, afinal é hora de começar de novo. Está tudo certo? Então pode ser o momento de matriculá-los naquele curso de guitarra. Na aula de teatro. Novos desafios conseguem dar um gás, animar, para a gente chegar bem ao final do ano. Se nós, adultos, gostamos de desafios e novidades, imaginem só esses pequenos que transbordam vitalidade. Muitas vezes, aquele interesse que os pais julgam bobo ou passageiro pode ser esse fôlego necessário, ou ainda, o start para a descoberta de um talento. Vale também usar esse período para uma avaliação de saúde – física e psicológica. Às vezes, um problema de vista pode causar muito transtorno lá na frente. Mas, se você observou que mesmo com todo o seu incentivo e empenho, e depois de feitas todas as avaliações, a criança continua sofrendo muito para ir à escola, descarte o pensamento simplista de que “meu filho não gosta de estudar” e avalie a possibilidade de mudá-lo de escola. O segundo semestre pode ser um bom momento. Mesmo assim, essa é uma escolha delicada e séria, precisa ser bem estudada. As possibilidades são muitas, as opções incontáveis, o que vale é não deixar passar esse instante. Menos planos, menos eu quero, eu vou... Mais ação, mais “já me matriculei”, comecei, saí do lugar. E depois do primeiro passo (o mais difícil) você já não está no mesmo lugar, é só continuar. ∆

“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê, passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.” - Mario Quintana 88 | JULHO 2013



Somos filhos das estrelas

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atualidades ∆

“Às vezes acredito que há vida em outros planetas, às vezes eu acredito que não. Em qualquer dos casos, a conclusão é assombrosa.” – Carl Sagan. Texto | Thais Pompêo Foto | Divulgação

É estarrecedor pensar que a ciência sabe muito pouco sobre o céu, sobre o grandioso universo de estrelas, planetas e galáxias em que estamos mergulhados. O que existe depois daquele sistema solar, daquele berço de estrelas? Existirá vida em outra parte desse gigantesco universo? Ou, como chegamos até aqui? “Nos últimos 30 anos, a ciência tem pensado na vida como algo efervescente no universo; têm-se encontrado moléculas orgânicas entre as estrelas, nas nebulosas, no meio interestelar, o que prova que a vida é um ímpeto. E que, talvez, o primeiro estágio da vida tenha se originado no espaço, trazido por cometas e asteroides que, ao colidirem com nosso planeta, além da água, trouxeram o material orgânico, que finalmente encontrou ambiente propício para florir: o planeta Terra. Somos filhos das estrelas, feitos de matéria estelar. Acreditamos que venha daí a nossa relação de identificação com o céu, uma memória que está no nosso DNA, na nossa genética”, conta o professor Hamilton Perez Soares Corrêa, físico da UFMS, coordenador da Casa da Ciência, criador do Clube de Astronomia Carl Sagan e do projeto de extensão universitária Pé no Pátio, Olho no Céu, que tem visitado comunidades e escolas públicas de Campo Grande e do interior para nos apresentar o universo majestoso acima de nossas cabeças; além de fazerem observações semanais na UFMS.

onde estamos, o céu é rico no inverno porque permite uma visualização da parte mais central da galáxia. Enquanto que, no céu de verão, como estamos menos expostos, visualizamos a Via Láctea, mas menos intensamente”. Essas variações do céu geram percepções diferentes e criam toda uma mitologia. “Todos os povos associam o céu a uma memória remota de alguma ligação com o divino. E surge aí um imaginário em cima disso. Nossos próprios índios guaranis (que eram itinerantes e se guiavam pelas estrelas) têm uma leitura bem diferente do céu no inverno, quando conseguimos ver a constelação da ema (que para eles é símbolo da origem da vida) em pé. Para achar a ema, procure o Cruzeiro do Sul, ele é o biquinho dela; o rabo é a constelação de escorpião. É uma constelação que ocupa um espaço enorme do céu”. Em julho, o professor Hamilton e a Casa da Ciência estarão no Festival de Inverno de Bonito munidos de telescópios, na praça central da cidade, a postos para apresentar a todos a nossa galáxia.

Vai lá: www.facebook.com/ClubedeAstronomiaCarlSagan Sugestões de livros para iniciantes astrônomos, segundo professor Hamilton:

Céu de inverno do Hemisfério Sul O professor Hamilton explica que nesta época do ano, o céu por aqui, no Hemisfério Sul, fica muito rico visualmente, um período em que a Via Láctea pode ser vista muito acentuadamente. “No inverno, temos um céu diferente em 180 graus, ou seja, estamos olhando o outro lado do universo (em relação ao verão). Como a Terra está girando em torno do Sol, em cada estação do ano estamos olhando para um lado diferente e, de

• Aprendendo a Ler o Céu, pequeno guia prático para astronomia observacional; Rodolfo Langui; editora UFMS; • Guia Prático de Astronomia; Jean Lacroux e Denis Berthier; editora Gradiva. Possível encontrar em sebos; • Astronomia, nova carta celeste; Linneu Hoffmann; tiragem independente. Possível encontrar em sebos; • The Story of Astronomy, from Babylonian Stargazers to the Search for the Big Bang; Peter Aughton; editora Quercus. ∆

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CADERNO DE VIAGEM ∆


Paraty O município de Paraty é belo, manso e acolhedor. Com seus quase 38 mil habitantes, ele não se esgota na cidade que lhe dá o nome e cujo movimento parece acompanhar o ir e vir das marés. Texto | Mena Mueller Fotos | Divulgação

Na maré alta, o mar entra de mansinho na cidade e serve de reflexo para fotos artísticas do seu casario, há algum tempo tombado como patrimônio nacional. Também é de maré alta a energia que cria e organiza suas várias festas que celebram tradições religiosas e valorizam aspectos culturais. Todos conhecem a FLIP, certo? Dela falaremos um pouco mais adiante. Mas já curtiram a Festa do Divino, o Festival Bourbon de Jazz, o Festival do Camarão, a Festa de São Pedro e São Paulo, o Festival de Música de Tarituba, o Festival da Cachaça, Cultura e Sabores, o Paraty em Foco, o Paraty Eco Fashion, O Festival Internacional de Música Latina, o Ymaguaré, o Encontro da Cultura Negra? Esta é uma lista parcial mas demonstra a diversidade da gente e cultura de Paraty, assim como a sua vontade de acolher visitantes em seu ambiente pleno de eventos.

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Entre todas as realizações, a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que já vai para a sua XXI edição (3 a 7 de julho), é a mais concorrida. A FLIP é realmente uma Festa. A cidade se apronta bonito, se adorna com os bonecos do Jubileu e, num dos locais de encontro do rio com o mar, acontece a FLIP, plena de ideias, diálogos estimulantes, imagens, cores e música. Escritores, críticos literários, jornalistas e artistas vindos do mundo inteiro ali marcam presença e compartilham as suas visões com um público que mistura paratienses com visitantes do Brasil e do mundo, todos interessados em co-

nhecer ícones da literatura e das artes e enriquecer a mente com novas perspectivas. A FLIP é tão fértil que deu à luz a Flipinha e a Flipzona, suas versões orientadas para as crianças e os jovens, respectivamente. A cidade de Paraty arregaça as mangas, abre o coração e mostra o seu melhor para receber os mais de 20.000 visitantes que aqui chegam nestes 4 dias. A natureza colabora com a festa. Nas duas últimas edições tivemos sol de outono, temperaturas amenas e uma lua cheia generosa que impregnou a memória dos participantes, tornando o evento verdadeiramente inesquecível.

Deixar-se envolver pelo clima local é o ingrediente mágico para sentir Paraty. Uma sensação gostosa para o fim de tarde é sentar num dos bancos da Praça da Matriz, com o seu novo visual de começo de século, sentir-se no meio do casario que rodeia a praça, ver a charrete chegar e a lua aparecer. Garanto que a gente se sente tão bem que perde as referências de tempo e espaço. Para os que ainda preferem continuar ligados, e querem dar uma paradinha para recarregar a alma, indico uma ida à linda praia de Trindade, com suas lagoas naturais, ou um passeio nas traineras coloridas, que lhe dará uma ideia do entorno invejável da cidade. Se possível, inclua uma visita a Paraty Mirim, onde tudo começou.

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Ao deixar-se perder em Paraty, parar para aperitivos no Bar Kamoca, que tem uma vista magnífica para o porto principal e uma caipirinha caiçara com açúcar mascavo.

E como nem só de comida para alimentar a mente e os sentimentos a gente vive, aqui vão algumas sugestões para um bom pouso e refeições criativas e gostosas. Pousada Espia Maré, na praia da Jabaquara, do casal Beth e Joaquim. A recomendação é de acordar cedo, dar uma caminhada pela praia e voltar a tempo de tomar o café da manhã, que é imperdível.

Se preferir fazer um lanche, vá ao Café Pingado, com deliciosos pasteizinhos, quiches, tortas, e ao Café Divino, mais novo mas com uma comida sensacional, cafés de diferentes sabores e bolos e sobremesas de dar água na boca.

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Para quem continua com vontade de sentir de perto o cheirinho do mar, o almoço com o pé na areia acontece na Praia do Pontal no quiosque da Dona Maria, com moquecas e frutos do mar super frescos.

Não se esqueça que há grandes praias e cachoeiras nas ilhas, acessadas de barco. A melhor opção é alugar um barco com os amigos e organizar um tour com paradas para visita e tira-gostos (Ilha do Araújo).

Mas, deixe um espaço para viver o clima de Paraty à noite e jantar nos imperdíveis: Pipo (comida italiana) e Banana da Terra (comida caiçara) – neste restaurante da rede Boa Esperança você ganha o prato como recordação.

A cachoeira mais conhecida é o Tobogã, que desafia os iniciados e localiza-se na Ponte Branca (saída no trevo de Paraty), em frente ao Engenho d’Ouro, onde se pode aprender sobre a fabricação da cachaça, e levar uma de lembrança, assim como a sua geleia de goiaba.

Ou ainda, dê uma esticada até a Graúna (km 558 da BR-101) e almoce ou jante no Le Gite d’Indaiatuba, restaurante francês em uma casa no meio da floresta, um dos melhores restaurantes do Brasil, com um ambiente sensacional, ou no Bistrô Amigos, onde se come literalmente em cima das árvores entre o km 565 e 566 da BR-101.

Paraty continua avançando de mansinho porque precisa de tempo para aprender e viver a riqueza de todas as culturas que aqui vivem. Para conhecê-las melhor, programe uma visita ao Quilombo do Campinho, onde se pode aprender sobre a diversidade das culturas tradicionais e comer uma feijoada completa com samba e conversa até pra jogar fora. ∆

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FITNESS ∆

O começo da escalada em rocha no MS. O sol ainda está preguiçoso quando a arrumação começa. No silêncio da concentração, ouve-se o tilintar dos mosquetões e das ferragens, o barulho surdo e macio das cordas – tudo cuidadosamente arrumado para caber dentro das pesadas mochilas. No carro, os três rapazes, Marcos, Leo e Felipe, estão ansiosos, indo em direção ao pé de um morro, na região do município de Bodoquena.

Texto | Thais Pompêo Fotos | Divulgação

No meio da mata úmida, eles observam o paredão de 30 metros de altura de rocha calcária. Com a furadeira acomodada na mochila, olhos atentos e mãos brancas de magnésio, Leo, o mais experiente em escalada em rocha, vai conquistando a pedra vertical, tipo um homem aranha mesmo. Ali, ele fura e coloca a primeira chapeleta (proteção fixa de aço, por onde passará a corda), inaugurando a escalada em rocha no MS. Meses depois, Kalango (Julio Donati), escalador paulista reconhecido nacionalmente, que esteve por essas bandas a trabalho, juntou-se com a rapaziada daqui e deu uma reforçada importante nas conquistas, estreando as vias de Piraputanga. Pouco mais de um ano depois, já são cerca de dez vias abertas em Bodoquena e Piraputanga. “Foi assim que a escalada em rocha começou aqui no MS. Houve outras tentativas com forasteiros, mas com sul-mato-grossenses a abertura de via em rocha é super recente mesmo”, conta Rafael Bonfim, um dos pioneiros. Ele, Marcos Rebuá e Felipe Coelho se conheceram há dez anos na parede artificial do extinto COC, na Avenida Mato Grosso.

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Mas antes mesmo da parede do COC, veio a parede da Apce Academia, do Marcão, Pati Helney e Edson Paes, criada por um dos principais precursores do esporte na cidade, o paulistano Luiz Bernardino, que fazia parte de um clube de montanhismo, e que se mudou para cá na década de 90 também a trabalho. Mas naquela época, movimento de abertura de via em rocha mesmo, não havia... “A gente ficou pensando durante anos que aquilo era impossível. Tinha que ter conhecimento das técnicas, ter equipamento, ter parceiro de confiança (porque a escalada precisa sempre de, no mínimo, duas pessoas – um que escala e outro que dá segurança). Não tinha ninguém que fazia, não tinha incentivo. Até que um dia eu fui para o Rio de Janeiro e conheci o escalador Edu RC, que me levou pra rocha. Foi tipo um curso nível 1. E aí, eu tive a ideia de trazê-lo pra cá em 2010, pra treinar a turma e nos ajudar a abrir vias”, relembra Marcos, que continua: “Foi assim que eu tive confiança para dar assistência pro Leo na primeira conquista”. Leo começou a escalar em rocha em Londrina, onde morou para estudar, cidade na qual existe um movimento expressivo de escaladores em rocha. “Quando voltei pra CG, queria escalar, mas ninguém tinha dado as caras, e aí eu pensei, vou lá furar”, conta Leo. O tipo da escalada O que dita o estilo da via é o tipo da parede – por aqui elas são esportivas, ou seja, vias mais curtas com dificuldades maiores, o que maximiza as dificuldades do movimento (força e técnica) e minimiza os riscos ou exposição na queda. No Rio de Janeiro, a maioria das vias são clássicas – paredes longas com dificuldade moderada. Tem também a escalada Big Wall, que dura dias e os escaladores têm que dormir e comer na parede. Apesar de exigir muita preparação física (força, resistência e elasticidade), é fundamental paciência e calma no domínio da mente sobre o corpo. “O tempo todo é você com você mesmo, é um esporte de superação”, explica Marcos. Sair fora da correria da cidade e estar no meio da natureza são pontos altos do esporte, somados à cumplicidade que se cria entre os escaladores, já que exige-se confiança total no parceiro. “Sua segurança está o tempo todo nas mãos do companheiro. Isso sem falar na parte altruísta da escalada, porque você abre uma via na rocha, com seu tempo, suor e dinheiro e deixa lá, disponível para todos, sem custo, nem nada...”, diz Leo. Graças ao empenho desses rapazes, a escalada em MS tem ganhado cada vez mais adeptos. A próxima empreitada é inaugurar um espaço na cidade que seja permanente com uma parede artifícial para os treinos durante a semana. Já nos finais de semana, o rumo certo é Piraputanga. “Na cidade é treinamento, na rocha é curtição”, esclarece Bonfim, com um sorriso de canto de boca. ∆

Vai lá: www.facebook.com/EscaladaMS

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EDITORA CONVIDADA ∆

Sobre 2 rodas

Carmem Morais Quem nunca achou interessante a ideia de subir em cima de uma moto, dessas bem bonitonas, e se aventurar pelas estradas mundo afora a la “Easy Rider”? A proposta é irrecusável, e quem entende do assunto como ninguém é a produtora rural (além de analista de sistemas e professora) Carmem Morais.

Texto | Júlia de Miranda Fotos | Lucas Possiede e divulgação

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Dona de um espírito jovem e aventureiro, ela diz: “Sou garupa do meu marido”, e o acompanha desde 2001 na sua Harley Davidson em viagens pelo Brasil e exterior, numa média de 3 a 5 viagens por ano. Carmem faz parte de uma turma de amigos aqui da Capital que roda o mundo sobre duas rodas – aproximadamente 10 casais que fazem os trajetos quase sempre juntos. “Quem tem uma Harley nunca está sozinho, é como uma tribo, uma irmandade, você conhece novas pessoas e lugares”, afirma. A turma já passou pela Argentina, Chile, Peru, EUA, Canadá, Europa, Paraguai, Bolívia, Uruguai e algumas cidades brasileiras. Carmem é também a organizadora do evento anual “Only Harley”, que teve oito edições na cidade de Porto Murtinho, e que desde 2013 mudou a rota para a turística cidade de Bonito (os motociclistas percorrem o trajeto da Capital até a cidade todos juntos). Nesta edição, nossa editora convidada indica a rota certa para você que quer se aventurar no universo das duas rodas.


VIAJE COM SEGURANÇA E TRANQUILIDADE Segurança em primeiro lugar. Antes da viagem, leve sua moto para uma revisão. Não economize em pneus e equipamentos bons. Roupas especiais, com proteções, e impermeáveis são importantes pois, se acaso chover, você estará preparado e não precisará parar para colocar a capa de chuva. Seja prático, tenha os objetos pessoais bem acessíveis: dinheiro, passaporte, óculos, filtro solar, GPS. Água e barrinhas de cereal são bem-vindas, e não esqueça de levar uma “farmacinha” de primeiros socorros. Leve roupas fáceis de passar/lavar e de cores escuras, pois às vezes precisará repeti-las. Viajar de moto é ter liberdade, é sentir o vento te acariciando, o cheiro do mundo, é participar da paisagem. DESTINOS NA AMÉRICA DO SUL A América é muito bonita, de Norte a Sul. No Sul, eu gosto muito de Bariloche, pois é um lugar onde as 4 estações são bem definidas. São todas lindas, mas prefiro o verão, pois as montanhas continuam lindas e os lagos azuis. Mesmo no verão, à noite, a temperatura é bem agradável, em torno de 15 graus. No Chile, uma cidadezinha que me encanta é Pucón, pequena e muito aconchegante. Localizada na região dos lagos, no centro-sul do Chile, é circundada por montanhas e pelo Vulcão Villarrica. Contrastando, mas não menos imperdível, saia do seu conforto e viaje até Machu Picchu, no Peru, um desafio que todo motociclista deve ter no seu currículo. É como viajar no tempo: assustador e maravilhoso! AMÉRICA DO NORTE Na América do Norte, minha sugestão é o Canadá, um país muito bonito, tanto do lado Leste como o Oeste. Eu prefiro, para fazer de moto, o lado Oeste. Mais especificamente, a região das Montanhas Rochosas, Banff e Jasper, cidades que ficam num Parque Nacional, na província de Alberta. Tem muitas curvas e muitos lagos lindíssimos, de um azul intenso, cercados por montanhas, com seus picos cobertos eternamente de neve. EUROPA Na Europa, adorei viajar através dos Alpes, começando pela Suíça. O esplendor dos Alpes é realmente de tirar o fôlego, com seus cumes cobertos de gelo, seus vales, lagos e campinas. Na França, o ponto culminante dos Alpes é Mont Blanc, situado na fronteira com a Itália. Um lugar que me deixou impressionada foi a região das Montanhas Dolomitas. Ao amanhecer e ao anoitecer, a cadeia montanhosa das Dolomitas se reveste de tons rosados. O cenário emoldura as cidades e aldeias da região Trentino-Alto Adige, no norte da Itália. E, para encerrar, vai aí a minha melhor dica: “Nunca pilote numa velocidade maior do que o seu anjo possa voar”.

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CONECTIVIDADE ∆ Um hambúrguer japa já não é algo comum de se ver por aí, mas para divulgar o seu YO! Burger, a cadeia de restaurantes londrina YO! Sushi foi ainda mais longe: uma bandeja voadora para servir a gostosura aos clientes. Batizada de iTray, a bandeja está montada no corpo de um drone controlado remotamente por um iPad, e é equipada com duas câmeras. As novidades parecem ter agradado os consumidores, já que os sabores do YO! Burger, dizem, são deliciosos, e a bandejinha voadora um show à parte.

Todo mundo já viu, mesmo que apenas em sites e em reportagens de tv, fantásticas esculturas de areia. Muitas vezes obras gigantescas e que impressionam pela riqueza de detalhes. Uma enorme frustração para quem mal consegue fazer um castelinho com os filhos na praia. Agora imagine uma exposição cujo tema seja Hollywood e seus filmes! Pois esta foi a proposta encarada por 20 artistas do mundo inteiro no Weston Sand Sculpture Festival 2013 que vai até setembro na cidade litorânea inglesa de Weston-Super-Mare. De Senhor dos Anéis ao velho E.T., o pessoal mostrou o que é efeito especial, só que com areia.

SE LIGA Por Wilame Morais

Produto oficial da Marvel, este enorme super-herói garante diversão durante o dia e proteção para os baixinhos mais medrosos contra os bichos-papões da noite. Além de todos os cuidados básicos, como pelúcia macia e antialérgica, nenhuma peça ou item que possa machucar, partes removíveis e laváveis, etc, os braços do Aranha podem ser movidos pela criança graças a tiras costuradas em suas mãos. Diversão garantida para os nossos pequenos heróis! Custa U$ 229 no site da Incredibeds.

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Simplesmente genial o trabalho da artista russa Ekaterina Panikanova! Ao invés de telas, seus quadros – ou seriam instalações? – são livros abertos aleatoriamente, onde as imagens são pintadas sobre as páginas. A série intitulada Errata Corrige é uma metáfora inspirada na história da ostra e da pérola. A areia é um elemento que causa estresse, mas após penetrar na concha acaba se tornando uma pérola criada a partir desta tensão, numa tentativa de expulsar o que incomodava. Assim é com cada ser humano, que desde a infância acumula e armazena experiências, traumas e imagens que o irão acompanhar para sempre. E é através destas metáforas e elementos enigmáticos para nós, que ela retrata sua infância e a própria experiência de vida.



ids Texto | Gabriela Ostronoff

Meu Malvado Favorito 2 (Despicable Me 2) O super ex-vilão Gru, do primeiro filme, está de volta tentando dedicar-se à sua família, depois de parar com as malvadezas. Mas uma grande operação secreta para destruir o novo maior vilão do mundo pode agitar a nova vida familiar. Margo, uma das filhas de Gru, é dublada por Miranda Cosgrove, do seriado ICarly. Estreia dia 3 de julho.

Turbo Um lerdo caracol apaixonado por velocidade é visto como excêntrico em sua cidade. Entediado com sua vida, ele decide sair para uma aventura e, por obra do destino, acaba ganhando superpoderes! Estreia dia 7 de julho.

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Universidade Monstros (Monsters University) Quem gostou do humor do filme Monstros SA (que é demais!) vai adorar o Universidade Monstros, que tem um mundo maior, com uma variedade de monstros novos. O filme mostra o passado dos monstros assustadores profissionais: Mike e Sulley, do Monstros SA, no tempo de faculdade, onde eles se metem em confusões e acabam entrando para a fraternidade dos monstros rejeitados. Estreou em junho.

De 28 de junho a 14 de julho acontece a 12ª edição da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, com 72 curtas-metragens nacionais selecionados competindo. O festival também exibe longas-metragens nacionais e internacionais e atrai, a cada edição, mais público. Ano passado recebeu 120 mil crianças. As crianças que se interessam mesmo pela sétima arte não podem perder!


Na onda do DIY (Do it yourself) Faça você mesmo

Na internet, assim como na vida real, virou febre reciclar com as próprias mãos. Muitas vezes imaginamos coisas que gostaríamos de ter, mas nem sabemos onde encontrar ou a mesada está curta para investir. É nesse momento que entram em jogo a criatividade e os talentos manuais. O bom de ser jovem é que tudo fica lindo e, nesse caso, ainda tem o charme extra de ser personalizado por você.

Rose Canham, de 15 anos, é conhecida na internet por seu gosto elegante e pela reforma que ela mesma fez em seu quarto. Decorou um assento, uma parede, uma cômoda, uma caixa de joias e um porta-retrato. O legal é ter boas referências de moda e decoração, assim você vai saber que estilo vai combinar mais com a peça a ser reformada.

Texto | Gabriela Ostronoff

O site runwaydiy.com dá dicas e mostra o passo a passo para você personalizar suas peças com as últimas tendências da moda. Os tutoriais são simples e alguns têm vídeos explicativos. Para quem gosta de moda, é um ótimo hobby, além de resgatar aquelas roupas que você não usa mais porque saíram de moda. Esse short foi inspirado em um da coleção de verão da Stella McCartney.

Você pode abusar da imaginação e deixar tudo com seu toque artístico. Vale lembrar que o acabamento é importante e, por mais que você acabe de ter várias ideias para reformar o quarto e o armário todo, vá com calma e faça tudo bem feito! Garanto que assim todo mundo vai querer saber onde você comprou.

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Final do mês é TEMPO de arrumar a mochila e partir rumo ao Festival de Inverno de Bonito. Mudando um pouco os ares, A Gente decidiu apresentar algumas novas opções de passeios bem diferentes para você desfrutar da cidade e do evento simultaneamente.

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CULTURA ∆

Tempo de Festival Há 14 anos no Mato Grosso do Sul é assim: quando chega o mês de julho a famosa cidade de Bonito e todas as pessoas que se ligam em arte em geral começam a se preparar para participar da maratona de shows e eventos culturais do Festival de Inverno de Bonito. O festival, que nos últimos anos entrou na rota dos mais importantes encontros de cultura do país, chega neste ano a sua 14ª edição fomentando suas peças-chave: música, teatro, cinema, dança e artes plásticas (além de palestras, oficinas e debates), de 31 de julho a 4 de agosto.

Localizada a 330 km da Capital, na Serra da Bodoquena, a cidade de Bonito é um dos destinos mais procurados do Centro-Oeste. Pudera, o visual é de tirar o fôlego, com uma natureza extremamente preservada. Ela possui uma infraestrutura interessante (bares e restaurantes com cardápios e informações bilíngues) e é líder nacional em ecoturismo aliado à preservação do meio ambiente. Nesse embalo, em agosto de 2000, a ideia de um festival surgiu para suprir a necessidade de encontros nacionais e internacionais entre artistas e pensadores brasileiros sobre temas culturais e ambientais do país. Já passaram pelo evento nomes importantes da cultura como Ziraldo, Toquinho, Fagner, Cordel do Fogo Encantado, Ney Matogrosso, João Bosco, Zuenir Ventura, Maria Rita, Mariana Aydar, além de outros renomados artistas de todos os demais segmentos e os regionais.

Atrações

Texto | Júlia de Miranda Fotos | Edemir Rodrigues

Até o fechamento desta edição a programação completa ainda não havia sido divulgada, somente as atrações regionais. Na música, o som rola por conta da Banda Rivers, Marcelo Loureiro, Lucas Brandão, Forró Zen e Caio Ignácio. A Cia do Mato (dirigida pelo coreógrafo Chico Neller, referência em dança no Estado) e a Associação Cultural Dançurbana representam a dança. No teatro, contamos com a Associação Cultural Palco e o Teatro Imaginário Maracangalha. Para somar de vez e deixar tudo mais rico, o Mercado Mundo Mix completa quatro anos no evento. A feira de moda, design e arte urbana, que é uma ótima vitrine para novos estilistas, roda o Brasil, e este mês vai estar em Londres, de onde segue diretamente para Bonito.

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Pedalada até o Rio Formoso O festival acontece em uma época do ano em que as águas, já cristalinas, estão ultracristalinas pela ausência da chuva, e o céu de inverno fica lindo aqui tanto de dia quanto à noite. O dia combina com uma boa pedalada até o balneário pela ciclovia ou caminhada até o Rio Formoso. Pode-se alugar uma bike aqui em vários locais. Tem outro passeio bacana guiado com uma trilha chamada de “Lobo Guará” próxima ao rio. Tem parada para banho e no final dá para plantar uma árvore nativa do cerrado. O final do dia é lindo do Morro do Aquário – de lá se tem uma vista do pôr do sol e da Serra da Bodoquena. Trufas da Dona Margarida Dona Margarida é uma, como se diz aqui, “simpatia de pessoa” e ela junta essa simpatia com certa alquimia e produz umas trufas recheadas com frutos do cerrado, alguns bem exóticos e todos deliciosos. Fica no centrinho de Bonito. Tem jabuticaba com pimenta, guavira, cupuaçu, cumbaru... Lagoa Misteriosa Um passeio surpreendente que ficou fechado por longos anos e agora reabriu para visitação de turistas. Para esse atrativo, sugiro consultar uma agência de turismo e um guia. A Lagoa é uma dolina (pequeno vale/depressão no solo) que reserva um visual impressionante – ao colocar o rosto na água se abre um céu na terra. Um portal para outra dimensão que é composto por duas fendas, a primeira com 160 metros e uma segunda, na qual desceram 220 metros e não encontraram profundidade. Dá para fazer flutuação ou mergulho com cilindro. Restaurante da Dona Joanita Para se comer bem e barato, comida caseira em um lugar aconchegante e com o toque da chef. Local de encontro da turma mais descolada da cidade. Mesa rica em saladas e um cardápio recheado de comidas regionais do MS. Armazém da casa do João

Dicas do Beto Você já foi a Bonito algumas vezes, ou até mesmo esteve em edições anteriores do festival e se pergunta sempre: “O que fazer de legal e de novo pela cidade”? Então, A Gente conheceu o Beto Lopes, guia turístico sul-mato-grossense, turismólogo, produtor (esteve com A Gente abrindo caminho no editorial de moda desta edição, clicado em Bonito) e querido por todos, que há 13 anos foi passar uma temporada na cidade e acabou se apaixonando. Até hoje ele mora por lá e indica aqui passeios e dicas de culinária bem gostosas de quem conhece os segredos de Bonito, para você não deixar nada de fora. Boa viagem! ∆

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Uma casa antiga, ainda do início do Rincão Bonito (antigo nome da cidade). Local onde se encontra vários artesanatos regionais, tudo selecionado pelo bom gosto do Felipe e da Ritinha. Lugar garantido para se levar uma lembrança de Bonito. Casa de Cultura Raída No tupi-guarani, raída significa “boca pequena”, e ela foi uma das esposas do cangaceiro do cerrado Silvino Jacques. A história e cultura locais estão muito bem expostas e divulgadas com curiosidades que só se fica sabendo quando se passa por lá. Hoje esta casa de cultura é mantida pela Dona Ramoninha e sua filha. Vale muito! Fica aberto de dia e à noite e a sopa paraguaia da Dona Ramoninha é a melhor da região.


CAMPO GRANDE AGENDA ∆

CINEMA 15 a 19 de julho CINE MIS - Cinema Japonês O tema do Cine Mis de julho é cinema Japonês. A mostra vai exibir os filmes: Como na canção dos Beatles: Norwegian Wood; Cold Fish; 5cm por segundo; Onibaba; e Hara-kiri: Morte de um Samurai, respectivamente de 2ª a 6ª feira. No Museu da Imagem e do Som. Av. Fernando Corrêa da Costa, 559. Das 19h às 21h.

dia 14, Cleber Aguero e Mari Depieri; dia 28, uma noite dedicada ao forró com os grupos Zabumba Morena e Forró Zen. Na Concha Acústica Helena Meireles. A partir das 19h.

SHOWS 06 de julho Shows da Dexterz na Move Dexterz é o codinome usado por Julio Torres, Amon Lima e Junior Lima para este projeto de três respeitados artistas. Com um setup arrojado e visionário, os Dexterz demonstram de uma forma muito viva o que é improviso e criatividade com a música, mostrando o que significa ser um Dexter. Na MOVE Club. Rua Doutor Temistócles, 94. A partir das 22h.

MUSEUS Até 27 de julho 2ª Temporada de exposiçõesMARCO Com as exposições: “Os corpos que buscamos”, de Zilá Soares e “Fábulas Instâneas”, de Priscilla Pessoa. E ainda: obras de Lídia Baís, do acervo do MARCO, e gravuras da UFMS. No Museu de Arte Contemporânea. Rua Antônio Maria Coelho, 6000. Das 14h às 18h

10 e 11 de julho Sesc Viva Cultura - Pedro Altério e Bruno Piazza Prepare-se para um show inspirado no universo popular, mas com arranjos e formações eruditas, com os paulistas Pedro Altério no violão e voz e Bruno Piazza no piano. No Sesc Horto. Rua Anhandui, 200. Às 20h 13 de julho Show Voz & Piano Leila Pinheiro Sozinha ao piano, a cantora e pianista Leila Pinheiro apresenta alguns dos seus compositores favoritos, como Gonzaguinha, Roberto Carlos e Guilherme Arantes. No Palácio Popular da Cultura. Parque dos Poderes, s/n. 14 e 28 de julho Som da Concha O Som da Concha de julho prepara:

20 de julho Mano Brown O rapper Mano Brown faz show junto com os grupos Falange da Rima, Genesis 12 e Ginga Brasil. No Totem Espaço Bar. Rua da Divisão, 2547.

BALADA 13 de julho Winter Music Festival 2013 Realizado pela House Mag e Grupo Green Valley, o evento chega pela primeira vez ao Estado e escolheu o Cabaret para sediar uma das datas itinerantes. Com os DJs: Jorge Junior, Iaell Meyer, e a campo-grandense Talissa Espindola. No Cabaret de La Musique. Av. Mato Grosso,1801. TEATRO Até 7 de julho Festival do Teatro Brasileiro A última semana do FTB_Cena Distrito Federal no Mato Grosso do Sul contará com intervenções urbanas e espetáculos para toda a família, gratuitos. Confira a programação completa: www.festivalteatrobrasileiro. blogspot.com.br. No Sesc Horto e em outros lugares da cidade. Horários variados.

17 e 18 de Julho Sesc Encena - Ninguém falou que seria fácil O espetáculo “Ninguém falou que seria fácil”, do grupo Foguetes Maravilha, do Rio de Janeiro, com direção de Alex Cassal e texto e co-direção de Felipe Rocha, levanta a pergunta: “Quanto ainda temos da criança que fomos um dia?”. Peça ácida que mistura o cotidiano com as fábulas infantis. No Teatro Prosa. Sesc Horto. Rua Anhandui, 200. Às 20h 20 de julho Stand Up “Tamo Junto” – com Marco Luque As piadas engraçadinhas do humorista e apresentador do CQC Marco Luque poderão ser acompanhadas de perto durante o stand up “Tamo Junto”. No Palácio Popular da Cultura. Parque dos Poderes, s/n. Às 21h.

21 de julho Palco Giratório - O fantástico Circo-Teatro de um homem só A mulher-barbada, o mágico, a vedete e o palhaço são interpretados pelo ator Heinz Limaverde, que transforma o palco em um picadeiro. A peça da companhia gaúcha Rústica foi escrita a partir da parceria entre o ator e a diretora Patrícia Fagundes, e mistura as referências do circo com as memórias do ator. No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 20h. RODA DE CONVERSA 02 de julho Roda de conversa com a Dra. Daniela Guizzo Durante todo o mês de julho, o CHA – sabor em palavras realiza rodas de conversa com base em filmes e problemas sociais. No dia 02 a Dr. Daniela Guizzo é a convidada para debater sobre o filme “Frank” e o tema “Tendências Anti-sociais”. Na Livraria Leparole. Rua Euclides da Cunha, 1126. Às 19h.

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Na década de 90, jovens artistas e intelectuais ocuparam casas e prédios abandonados do leste de Londres (área dos cockney, gíria de taxistas e operários da capital inglesa que moravam na região) atraídos pelos baixos aluguéis, para montar seus ateliers e galerias. Essa área deu lugar ao que são hoje, anos depois, os bairros hypados de Shoreditch, Dalston e Hackney. O mesmo aconteceu, na mesma época, na Berlim recém unificada, e em Nova York, onde criadores e entrepreneurs futuristas compraram prédios dilapidados na borda continental, ousando fora de Manhattan, prevendo que o futuro seria ali... Há mais ou menos dois anos, um movimento bem parecido tem rolado fora dos bairros valorizados da cidade, mais precisamente nos corredores e lojas da antiga rodoviária. O primeiro a chegar por lá e dar o start nesse movimento foi o Brechó Gaveta de Lauren Cury. Depois veio o coletivo Vespa – Fabio Mauricio, GHVA e Carlota. Todos atraídos pelo histórico prédio e pelos baixos aluguéis. Em seguida, chegaram: Igor Duarte, fotógrafo; Fulana de Tal, teatro; Beth Terras, também teatro; Givago Oliveira, cineasta... Hoje já são mais de 15 lojas alugadas para fotógrafos, estilistas, grupos de teatro e cias. “Com a entrada de novas pessoas e artistas, mudou muito

o clima por aqui. O movimento no corredor do pecado (que concentrava prostitutas e travestis) caiu cerca de 90%”, explica Heloisa Cury, uma das pessoas que tem encabeçado o abaixo-assinado pela revitalização do prédio. E para comemorar os novos ares, um festival será realizado nos corredores do primeiro andar da rodoviária. Chamado de Luz na Rodô, o evento vai reunir a novíssima cena artística da cidade – veja bem, de toda a cidade. “Vamos reunir os novos artistas que já estão produzindo em moda, música, teatro, dança, artesanato, tatuagem, cinema, artes plásticas e fotografia”, conta Fábio Mauricio, um dos organizadores do Luz na Rodô que fará um desfile aguardado no dia 20. Até a Pamela Magpali, famosa pelos sapatinhos criativos e artesanais Mag P (que A Gente adora!) virá exclusivamente de Novo Hamburgo, RS, para o evento – com desfile e lojinha. No total, sete desfiles em dois dias. Alguns nomes para se ligar – no Live Paint: Guto Naveira e Carol Capellani (a responsável pela bela ilustração do evento); na fotografia: Fernando Antunes e Carlota; no palco: Sampri, Rockers Inna Woman Style, Whisky de Segunda e muito mais. No primeiro dia também será inaugurada uma galeria de arte, no segundo piso. É... é a nova safra abrindo novos espaços! ∆

Texto | Thais Pompêo Fotos | Lucas Possiede

Da esquerda para a direita: Fábio Maurício, GHVA, Lauren Cury, Givago Oliveira, Angela Finger, Heloísa Cury e Carol Capellani

Vai lá: Luz na Rodô, dias 19 e 20 de julho das 13h às 21h. Mais informações:

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Curta nossa página no facebook e concorra a um vale-compras da MMARTAN. promoção vÁlida até 30/07

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ZOOM

A escolha do outdoor foi muito importante, pois ele gera o impacto e o reforço da mensagem de uma forma direta e muito abrangente e que casa perfeitamente com o complemento do uso da revista A Gente, que nos traz a segmentação necessária para a campanha dos 25 Anos da Plaenge. Danielle da Valle Coordenadora de Marketing da Plaenge

ANÚNCIO REVISTA A GENTE

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TRIFACE

no mercado

Desenvolvemos os projetos de mídia exterior para o Grupo Pão de Açúcar, que inclui: a Rede Assaí Atacadista, Hipermercados Extra e o próprio Pão de Açúcar. Na inauguração da loja de Campo Grande procuramos a Zoom Comunicações para implementarmos o projeto de inauguração, por esta ser uma empresa versátil e dinâmica. Luciano Vasconcelos Monferrari - Gestor da Monferrari Negócios Publicitários

OUTDOOR

Para a divulgação da nossa inauguração e nova coleção, escolhemos fazer o outdoor por ser uma mídia impactante que divulga muito bem o produto. A Zoom foi uma grande parceira com suas placas bem localizadas. Clube Melissa - Kermson e Sara Martins - Proprietários

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PERFIL ∆

Viva bem

Pioneira na Capital no ramo da alimentação saudável, Elizabeth Pinheiro é a nutricionista que dirige o espaço “Seja Leve e Light”. Um empreendimento completo – de empório orgânico a um café recém-inaugurado. Texto | Júlia de Miranda Foto | Lucas Possiede

Já faz algum tempo que o way of life “vida saudável” voltou a virar febre em vários países. Todo mundo querendo cuidar da saúde, do físico e principalmente da alimentação. “Quem está fora de moda é quem come comida que engorda, que faz mal”, afirma na maior sinceridade a nutricionista e personal diet Elizabeth Pinheiro, também proprietária da clínica Seja Leve e Light aqui na Capital. Em 2001, a nutricionista criou o Kit Dieta (pioneira nesse ramo na cidade). Ela montava as refeições para seus primeiros pacientes de casa, preparava pessoalmente os alimentos que eles não teriam condições de fazer, num cardápio exclusivo. “Cheguei a cozinhar para 40 pacientes, fazia tudo na minha cozinha, etiquetava à mão todos os kits e entregava. Trabalhava até 20 horas por dia”. A corrida jornada de trabalho começou a ter retorno e mais clientes surgiram. Com o dinheiro que ia entrando, ela começou a investir na sua empresa: colocou o nome de “Viva Light”, montou uma cozinha industrial, contratou pessoas para ajudá-la e iniciou três especializações: Nutrição Clínica, Personal Diet e Nutrição Funcional. O negócio deu tão certo que em setembro de 2012 Elizabeth viu seu sonho começar a criar forma: inaugurou sua clínica, agora com o nome de “Seja Leve e Light”, espaço que ainda conta com um empório orgânico, cozinha gourmet e um serviço de SPA. “Eu queria montar esse espaço, via as dificuldades das pessoas que chegavam ao peso ideal e não conseguiam manter o ‘depois’. Faço um acompanhamento antes, durante e depois do tratamento. Montei a Cozinha Gourmet, onde temos diversos cursos de nutrição saudável, inclusive um específico para funcionárias do lar. No Empório Orgânico oferecemos alimentos sempre frescos e saudáveis”, acrescenta.

A nutricionista ressalta também que, de 4 anos para cá, percebeu um aumento de pacientes com câncer, e isso a estimulou a abrir o empório. “Acredito que o câncer, como várias outras doenças (diabete, sinusite, rinite alérgica etc), esteja relacionado com aquilo com que a gente se alimenta. O alimento hoje não é como antigamente, que se tinha horta em casa, muita coisa é industrializada. As pessoas querem praticidade no dia a dia, e podem encontrar isso nos alimentos naturais”, afirma. Elizabeth pretende seguir a linha e declara-se apaixonada pela nutrição funcional, especialização que cursa atualmente. É basicamente trabalhar o paciente bioquimicamente: exame sanguíneo e teste de minerais para saber como a pessoa está... A partir daí, todo o tratamento fica muito mais específico. “Cortamos os alimentos que inflamam as células, que causam doenças e dificultam no emagrecimento”. Sua empresa hoje fornece uma média de 150 a 180 refeições por dia e conta com uma equipe de aproximadamente 20 pessoas. Para o futuro, ela tem como ideia fomentar a marca: “Quero fortificar a minha empresa para espalhá-la por outras cidades e estados”, revela. Segundo a nutricionista, qualidade de vida não se resume a uma boa alimentação, mas também dormir bem, fazer atividades físicas diariamente e ter um convívio familiar tranquilo. “Boa alimentação é hábito, vem de casa. Nunca tomei suco de caixinha, cresci me alimentando com tudo natural e crio meus filhos assim”. Com toda a certeza, no futuro isso vai fazer uma grande diferença. ∆

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PUBLIEDITORIAL ∆

Faccilita Auditoria & Consultoria esclarece desafios sobre sistema de escrituração digital Empresários e profissionais dos mais diversos setores do comércio e da indústria vivenciam a inclusão do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital) em seu cotidiano. Para auxiliá-los nessa novidade, a Faccilita Auditoria & Consultoria realizou recentemente, no Espaço de Eventos Khalil Karnes, a palestra “Os Impactos e Desafios da Implantação do Sped”, o que se tornou uma ótima oportunidade para profissionais que buscam agilidade e maiores resultados em seus negócios. O Sped é mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes, e estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência mútua, com reflexos positivos para a sociedade e para a classe empresarial. A iniciativa do evento foi da Faccilita Auditoria & Consultoria, empresa com sede em Campo Grande (MS), que tem se destacado no cenário local com um trabalho de consultoria (de gestão e tributário fiscal) especializado, apoiando de forma incisiva empresários dos mais diversos setores. “Nossa empresa trabalha com soluções. Na palestra sobre o Sped, nosso objetivo foi conscientizar o empresário sobre a nova realidade do setor de contabilidade, por isso, nós contextualizamos, com uma linguagem mais empresarial, o que é este novo cenário do Sped Fiscal”, comentou Agnaldo Correa, gestor da Faccilita. Com longa experiência em assessoria e consultoria contábil, a Faccilita Auditoria & Consultoria oferece soluções para a gestão de empresas. Sua equipe é formada por profissionais especializados, que focam na rentabilidade e lucratividade de seus clientes, disponibilizando informações essenciais

João Paulo Correa - Contador CRC/MS 10.415/O Agnaldo Correa - Contador CRC/MS 6.502/O

para que as decisões sejam tomadas. Para o gestor Agnaldo Correa, um dos destaques da Faccillita é o VPSA, software para gestão empresarial que tem auxiliado empresários de todo o Brasil na organização de processos e, consequentemente, no aumento da lucratividade. “Um software de boa qualidade é parte indispensável no atendimento às obrigações do Sped – não existem formas manuais de elaboração das obrigações”. “A ferramenta VPSA pode ser utilizada em todos os setores da indústria e do comércio, melhorando a gestão da empresa, principalmente no setor contábil. Este é um dos diferenciais da Faccilita: oferecer a solução ideal para auxiliar o crescimento do nosso cliente”, afirmou. A gestão tributária é também uma importante ferramenta de administração nas empresas. Sua correta elaboração, ao mesmo tempo que harmoniza a relação com o fisco, em se tratando de SPED, possibilita a economia de valores expressivos, disponibilizando recursos para investimento em outros departamentos, como o comercial e técnico, por exemplo. ∆

Faccilita Auditoria & Consultoria Rua Espírito Santo, 919, Jardim dos Estados • (67) 3306-6718 / 3306-6719 • www.faccilita.com.br Faça-nos uma visita e conheça nossos produtos e serviços.

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ECONOMIA ∆

Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos

FAÇA O DINHEIRO TRABALHAR PARA VOCÊ O segredo para a construção de riqueza não é fazer mais dinheiro, mas fazer o dinheiro que já tiver ganhar mais dinheiro para você. Este fato básico geralmente é a principal diferença filosófica entre milionários e os que querem ser milionários. O dinheiro que você faz por seu próprio esforço — do seu trabalho, sua empresa ou qualquer outra fonte — é insignificante em comparação com o que você pode fazer, colocando seu dinheiro para trabalhar para você. Aqui, nós compartilhamos nossos simples e favoritos passos para fazer o seu dinheiro ganhar mais dinheiro. Primeiro, pague você mesmo Se você quer ser rico, pense em como poupar e também como obter dinheiro. Adicione a poupança ao seu orçamento e deposite um valor, como faria com qualquer outra conta a pagar. Albert Einstein chamou os juros compostos de “a força mais poderosa no universo”. Isso porque eles não só fazem o seu dinheiro produzir mais dinheiro, como também fazem com que o extra do rendimento também faça mais dinheiro para você. Hein? Digamos que você deposite R$ 100,00 e nada mais, em uma conta com uma taxa de juros de 3% a.a. Você teria um rendimento no juros simples de R$ 103,00 ao final de um ano. Agora, se você mantiver a disciplina e depositar R$ 100/mês nessa mesma conta, ao final de 12 meses, com essa mesma taxa de 3% a.a, você ativaria os juros compostos da poupança e teria R$ 1.223,81. Ou seja, os R$ 1.200,00 que você investiu (R$ 100,00/mês), dariam um rendimento de R$ 23,81 contra os R$ 3,00 do primeiro exemplo – graças ao juros sobre juros. Quando você está apenas começando com seu plano de poupança, procure um investimento que ofereça juros razoáveis com nenhum saldo mínimo. A caderneta de poupança é a escolha mais popular. Depois que você tiver uma boa quantidade acumulada nela, você pode decidir se faz sentido colocar o que economizou em um outro investimento que renda juros maiores.

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Seu dinheiro não pode trabalhar para você se ele está num cofrinho de porco. E cada dia que você atrase em colocar dinheiro em um investimento que renda juros é um dia que você perde na magia dos juros compostos. Economizar para compras maiores Se você estiver pensando em comprar um carro, uma casa, ou até mesmo um computador, ou uma TV de plasma nos próximos dois, três ou quatro anos, configure uma conta de poupança separada especificamente para a compra. CDBs são excelentes opções para este tipo de poupança, porque você vai se sentir menos tentado a gastar o dinheiro em outras coisas e vai ganhar uma maior taxa de juros do que ganharia com uma conta poupança regular. Além disso, você coloca o poder dos juros compostos para trabalhar para você, e a renda proveniente pode ser usada para ajudá-lo a comprar a coisa para a qual você está economizando. Economia para compras faz mais sentido financeiro do que usar cartões de crédito, especialmente se você não for capaz de pagar sua fatura de cartão de crédito de uma vez, à vista. Quando você economiza dinheiro, seu dinheiro tem uma chance de ganhar mais dinheiro. Quando você usa o cartão de crédito, sua empresa de cartão de crédito tem a chance de ganhar mais dinheiro. Lembre-se que, mesmo com generosas taxas de retorno, você não vai ser rico amanhã (a menos que você já seja rico hoje). Se você poupar R$ 1.000,00 este mês e gastar no mês que vem, você volta para onde começou, porque você não pode ganhar de volta o tempo que os R$ 1.000,00 poderiam ter trabalhado para você. Para fazer seu dinheiro trabalhar para você, você precisa de disciplina e certo desapego momentâneo, para deixá-lo fazer seu trabalho, que é ganhar mais dinheiro. ∆


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ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana

Escolher

A ideia de colher parece que habita a palavra escolher. Se considerarmos o sufixo latino “es”, que indica “movimento para fora”, dá para imaginar uma colheita ao nosso redor. Todos nós fazemos centenas de escolhas todos os dias e milhares ao longo da vida. E colhemos resultados, uns imediatamente, outros a médio e longo prazo. Mesmo a mais monótona ou desconfortável das rotinas contém silenciosa a escolha de sua manutenção. Parte das escolhas do cotidiano acontece sem que o próprio sujeito saiba seus porquês. São inconscientes, mas são escolhas. Os resultados de nossa vida são, de alguma forma, escolhas que fizemos. Atualmente delineia-se, como parte da nossa cultura, conceder muito cedo uma certa autonomia para as crianças, bem pequenas mesmo, que já “sabem” escolher o que querem comer, vestir, fazer etc. Algo novo, cujas consequências demoram para aparecer na vida dos próprios meninos e meninas que crescem. Como psicóloga, mãe e avó, tenho lá meus questionamentos a este traço cultural, fico me perguntando se criaturinhas tão pequenas têm mesmo suporte para determinados níveis de autonomia. Quando os pais têm condições, como maturidade, tempo disponível aos filhos e habilidade de comunicação para acompanhar bem de pertinho e orientar, dialogar, mostrando as consequências de cada escolha e ensinando a escolher, pode ser interessante. Mas na prática, nem sempre é assim. Muitas vezes é dada uma autonomia quase vazia, acompanhada de algum comentário de que “ele tem personalidade” ou “fica muito bravo se não der”... Às vezes tenho a impressão que o grande trabalho dos pais seria “convencer” seus filhos de que são crianças, porque parece que eles se percebem como adultos e autônomos, coisa que de fato não são. Mas isto passaria antes pela

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definição dos pais em relação ao seu lugar na vida de seus filhos e da sociedade. Quando os pais não sabem o porquê de suas escolhas e vivem à mercê das heranças psíquicas, emocionais e culturais recebidas de seus familiares, sem análise ou revisão na aplicação diária destes conteúdos e ainda sob diversas influências sociais, sem saber quais são seus reais valores essenciais, as chances de escolhas insensatas aumenta. Desta forma aumenta também um espaço entre os resultados obtidos e a sua natureza existencial, identificado como sensação de vazio, para o qual não é fácil olhar e que aumenta a ansiedade, e assim mais escolhas se fazem no impulso de aplacar o desconforto. Nossa sociedade parece ser tão carente de conhecer o significado de suas escolhas e de aprender a escolher. E este aprendizado em diferentes níveis se aplica a todos nós, a iniciar por mim, porque dependendo das escolhas que faço hoje, posso colher resultados mais floridos logo adiante. Compromissos em dia são escolhas, ter dívidas é outra escolha, viver com saúde é um conjunto de escolhas, ter relacionamentos saudáveis é uma escolha que inicia-se ao iniciarem-se relacionamentos. Existem escolhas mutuamente excludentes – nem sempre é possível fineza e elegância quando a escolha é por pessoas que as desconhecem ou não as utilizam por algum motivo. Escolher algo implica em abdicar de outras coisas. Escolher saúde implica em abrir mão de alguns hábitos. E cada escolha tem seu próprio preço. Porém as escolhas iniciam-se no ângulo pelo qual se olha o grande “buffet” que a vida oferece. E o ângulo que se olha, afinal, também é uma escolha. Que neste friozinho de meio de ano possamos escolher um bom ângulo para olhar o semestre novinho que se inicia e que nossas novas escolhas sejam cada vez mais felizes. ∆


ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

A CRIANÇA USA RELÓGIO SEM PONTEIROS Tudo nessa vida é uma questão de perspectiva, basta escolhermos de que lado queremos estar: do lado vazio do copo ou do lado cheio. Observar uma criança é uma experiência das mais enriquecedoras do universo. Assim, a equação idade x paciência torna-se imperativa para a riqueza do momento, pois quanto menor a criança, maior será a dose de paciência a ser utilizada, e mais enriquecedoras serão as experiências. A gente aprende muito com as crianças, porém tanto o adulto quanto a criança precisam de “tempo” para esse aprendizado. Aliás, deveria haver algum artigo na declaração universal dos direitos das crianças que garantisse a todas elas o direito sagrado ao TEMPO. O tempo de quem está com ela. Quando falo do tempo, não me refiro àquele discurso politicamente correto de quem garante que o que importa é a qualidade e não a quantidade. Refiro-me exatamente a quem prega o contrário, ou seja, o tempo pelo simples tempo. Quer qualidade? Invista tempo. O tempo de esperar pacientemente uma criança fazer algo que ela não vai conseguir fazer, sem interrompê-la e ajudar, ou pior: adverti-la que não vai conseguir. O tempo de observar o maravilhamento de uma criança com as singelezas das descobertas. O tempo de escutar o seu silêncio enquanto brinca, simplesmente “estando” ao seu lado. O tempo para segurar sua mão enquanto adormece sem nada dizer. O tempo de esperá-la espreguiçar-se pela manhã. O tempo de vê-la tentando se vestir. Ou o simples tempo passado à toa, sem nada para fazer. O tempo da criança é totalmente diferente do tempo do adulto. É como se ambos usassem relógios distintos. No relógio

da criança existe apenas o dia e a noite, o relógio é como se fosse um círculo cortado ao meio, com um lado branco representando o dia e o outro lado negro, representando a noite. Criança nunca tem pressa. Criança nunca está atrasada. Criança está sempre descobrindo, e descoberta envolve pesquisa, e pesquisa envolve tempo. Crianças são pequenos cientistas cercados de laboratórios por todos os lados. Ansiosos, disparam seus radares por todas as direções e colhem preciosas informações. O simples subir em uma escada, para uma criança pequena, é uma experiência encantadora. Faça o teste. Ofereça uma escada de três degraus a uma criança de menos de cinco anos, e convide-a, com o percentual de segurança necessário, a pesquisar a cozinha de sua casa. Vá lentamente, e no ritmo da criança, mudando de lugar a escada, e observando o seu encanto com os ângulos nunca vistos. Outro dia, fiz isso com meu filho de três anos enquanto os irmãos jantavam e achavam graça do interesse do pequeno em percorrer todos os espaços da cozinha com genuíno encanto, vendo o que via diariamente, de outro ângulo. Ele conseguiu ver o que muitas vezes não vemos, e que está diante de nosso nariz: outra perspectiva das mesmas e velhas coisas. Essa observação simplesmente faz TODA a diferença. E por ser tão simples, acaba sendo tão difícil de ser notada. As coisas simples demais geralmente não têm cor, não têm hora, não têm data, nem têm etiqueta identificando. Ficam assim, presas no pensamento da gente sem nada dizer, de tanto que falam. ∆

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MEMÓRIA ∆

Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor

RUA 14 DE JULHO... ONDE PASSEIA NOSSA HISTÓRIA No primeiro traçado de nossas ruas, em 1909, a “quatorze” figura como um caminho para o cemitério que ficava onde é atualmente a praça Dr Ary, até então, um beco que começava na rua velha (26 de agosto)... Mal a intendência iniciou os trabalhos de desmatamento e roçada, começaram as ocupações autorizadas pelo executivo municipal, dentro de um planejamento que atendia os interessados, cobrando-se taxas e exigindo dos mesmos a conservação, limpeza e construção de suas moradias ou comércio. Muitos dos coronéis de então ficaram ainda mais ricos, pois, usando de sua influência na política local, requeriam grandes áreas e depois as vendiam em lotes, principalmente para os estrangeiros que aqui chegavam para iniciar seus negócios na área comercial. Com a notícia da chegada da estrada de ferro e a construção da primeira estação, na rua Santo Antônio (Av. Calógeras), no encontro com a atual rua Maracajú, comerciantes apressaram suas posses, sabendo da importância que tais ruas teriam para seus negócios. Ao que se sabe, os árabes foram os que mais se interessaram pela rua 14 de Julho, enquanto outros buscavam espaços na Santo Antônio e na 13 de Maio para suas residências... Daí, talvez, a transformação da velha 14 de Julho no grande centro comercial que permanece sendo até os dias de hoje. Em sua história, além das magníficas construções que foram surgindo com o tempo, ficou gravado o famoso relógio (1933), que praticamente serviu de marco central dos eventos e orientador do cotidiano da vila, marcando com suas badaladas o comportamento das atividades dos poucos habitantes de então... Era por ele que se orientavam o comércio, para início e fim de suas atividades, os distraídos que tinham hora para voltar à casa, os encontros de negócios e compromissos outros com hora marcada... E a rua foi se tornando a grande seara e artéria principal da vila, até então centralizada na velha rua 26 de Agosto. Palco dos grandes eventos políticos, festas da cidade, do famoso “footing” e dos carnavais de outrora... Sua denominação, alterada por duas vezes, permaneceu

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incólume para a população, que jamais aceitou outro nome para a rua e amargou por treze anos a revolta em ver troca de placas, cujas denominações pouco diziam aos campo-grandenses. Nasceu como rua 14 de Julho, por força de uma indicação do vereador Miguel G Martins, homenageando o mais significativo evento da história até então: a Queda da Bastilha... Alguns equívocos justificavam a escolha do nome com fatos da chegada da estrada de ferro, o que seria impossível, pois sua denominação, em 1909, antecedeu em cinco anos a chegada do primeiro trem, que por sinal não aconteceu naquela data. No início do ano de 1930, o prefeito Antero Paes de Barros, num gesto de gratidão ou agrado ao governador do Estado, mudou o nome da rua para rua Dr Aníbal de Toledo... Foi infeliz, pois além de desagradar a população, viu o governador ser destituído em outubro daquele ano pela vitoriosa revolução de trinta (como foi chamada), tendo seu substituto, o interventor Mena Gonçalves, cometido outro erro: denominou a rua com o nome de “João Pessoa”, político paraibano, assassinado em Pernambuco... Mais uma vez a população revoltou-se e ficou indiferente à nova denominação. A rua 14 de Julho constava em propagandas das lojas, nas duplicatas, nos requerimentos, e jamais era citada pelo novo nome. Mesmo assim, continuou oficialmente como Rua João Pessoa até 1943. Naquele ano, o prefeito Carlos Hugueney Filho colocou um ponto final na confusa denominação, fazendo voltar à rua o seu nome original... Foi festejado até pelos seus adversários políticos, pelos quais já era respeitado, passando então a ser admirado por toda a população. É interessante ver como naqueles tempos dava-se valor e importância a tais fatos, quando hoje vemos ruas com nomes de pessoas ou fatos que nada tiveram de marcante para a cidade ou para a humanidade... São nomes de amigos, dados por políticos, indiferentes a quem ou o que fizeram pela cidade. Novos tempos... Mas, duvido que alguém ouse trocar o nome da velha “Quatorze”!∆


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ACONTECEU ∆ Para comemorar seus 60 anos, Roberto Merem queria uma festa para reunir amigos de todos os momentos, de todas as fases de seu vida. E eles vieram em peso, daqui de Campo Grande, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas... O espaço estava maravilhoso e o clima descontraído. Todos os convidados, de todas as gerações, dançaram a noite inteira. Uma festa completa! Fotos | Eurides Aoki 1- Roberto e a esposa Celina; 2- Os filhos Pedro, Roberto e Filipe; 3- Mariana, Pedro, Celina, Roberto Filho, Paula, Roberto; 4- As noras: Martina, Paula e Mariana; 5- Roberto e Celina entre Carlos e Thais Almeidinha; 6- Familia Benedito Coutinho; 7- Roberto com Habib e Euza Rezek; 8- Benedito Coutinho, dr Claudio Soares, Roberto C. Cunha; 9- Eduardo Merem, Carlos Almeidinha, Ralpho Ribeiro; 10- Roberto entre Chico e Rosane Maia; 11- Sergio e Giselle Tannous; 12- Dacio e Renata Queiros; 13- Amigos: Amauri, Nilo, Gil, Correa e Habib; 14- A turma jovem dando força.

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ACONTECEU ∆ 15 Anos Geórgia Saad Geórgia Saad comemorou seus 15 anos ao lado dos pais, Anees Salim Saad Filho, Leonor Saad e amigos em uma festa super animada no dia 8 de junho. O Yotedy foi todo decorado com o tema “Paz e Amor” por Renata Veloso, que espalhou símbolos da paz por toda a pista de dança. Por lá, a aniversariante e os convidados foram embalados até altas horas pelo DJ Rodrigo Vieira D3.

Fotos | Eurides Aoki 1- Geórgia, seus pais e o irmão Anees Neto; 2- Dançando com o pai; 3- Dançando com o irmão; 4- Geórgia no salão; 5- Decoração; 6- Dançando com o padrinho Julio Victoriano; 7- Dançando com o primo Matheus Saad Soler; 8- Dançando com o tio Emanuel Soler; 9- Geórgia no salão.

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ACONTECEU ∆ A 2a Temporada de Exposições do Marco foi aberta com uma vernisage para lá de movimentada no dia 11 de junho. Zilá Soares e Priscila Pessoa - que compõem a nova safra de artistas plásticos da cidade - foram selecionadas pela curadoria do museu, encabeçada pela diretora Maysa de Barros. Instigante e imperdível! No MARCO até 28 de julho. Fotos | Kelly Gonçalves 1- Maysa Barros, Zilá Soares e Américo Calheiros; 2- Maysa, Zilá, Thais Pompêo e Kako Ferraz; 3- Maysa, Carlos Medeiros, Zilá e Humberto Espíndola; 4- Maria Adélia Menegazzo, Rafael Maldonado e Priscila Pessoa; 5- Priscila, Américo, Maria Adélia e Maysa; 6- Adelaide Barbosa Martins e sua mãe Ruth; 7- Ana Cristina Maricato, Maysa e Camila Maricato.

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ACONTECEU ∆ O Grupo Enzo, o maior do setor automobilístico na região, inaugurou um luxuoso empreendimento em junho: a concessionária Enzo Jaguar Land Rover. A festa foi marcada pelo charme britânico, com show exclusivo da banda Beatles Abbey Road. Karlos Cesar Fernandes, CEO do Grupo Enzo, comemorou: “O consumidor terá a oportunidade de viver experiências inusitadas, seja ao lado de um Land Rover, supra-sumo dos veículos de tração nas quatro rodas, que inspiram espírito de aventura, ou assumindo a direção de um Jaguar, provando que o mito dos veículos esportivos agora também está ao alcance dos campo-grandenses”.

Fotos | Lucas Possiede

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Rafael Mareco http://unlockmrco.tumblr.com

Sonho de viagens, 2013. Ilustração técnica mista.

Sua foto pode estar aqui! Envie para redacao@revistaagente.com.br

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Aos sábados até às 17h Rua Bahia, 1.280 - 67 3325 3097



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