Março 2013

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edição 141 | MARÇO | R$ 12,00

A vez das bicicletas

a moda é pedalar!

Meditação

Consolação de Oliveira e Eliseu Máximo em um mergulho em águas profundas

Um papo com a atriz Mariana Lima

uma viagem à histórica jornada feminina e muito mais

MÊS DA MULHER




Em março, muitas letras M surgiram na vida d’A Gente: Mulher, Meditação e Movimento. No Mês da Mulher, produzimos reportagens super especiais, como a entrevista com a antropóloga Ana Lúcia Valente, da UnB, para desempoeirar as históricas conquistas femininas que, em menos de um século, revolucionaram o mundo. Outra mulher super especial é a atriz paulistana Mariana Lima: aproveitamos a passagem dela por CG para um bate-papo sobre carreira, família, limites e loucuras. M de meditação, nossa matéria de capa fala sobre a prática que tem saído da sombra do misticismo e conquistado pessoas de A a Z, no Brasil e no mundo. E como mulher é (praticamente) sinônimo de movimento (sempre), pegamos carona na ciclovia recém inaugurada na cidade para mostrar a pedalada como esporte e life style, com um editorial de moda super urbano e ecologicamente correto. Março também tem Páscoa, e por isso caprichamos na doçura: Emely Juliana Motta Abdala criou uma receita inédita, e irresistível, de bolo de chocolate com nozes e damasco... Porque a gente também gosta de sair da linha... Para você, uma boa leitura! Equipe revista A Gente

DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo DIRETORA COMERCIAL Thaís Beretta REDAÇÃO Thais Pompêo

4 | MARÇO 2013

Gabriela Ostronoff Natália Charbel Daiane Libero Thiago Andrade REVISÃO Fernanda Giglio FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Luana Prates FINANCEIRO Sonia Croda


ATITUDE ∆ LIFESTYLE 18 | PERFIL 38 | CASA 82

LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 44, 46, 48, 50

TENDÊNCIA ∆ NÉCESSAIRE 68

COMPORTAMENTO ∆ CRÔNICA 116 | ARTIGOS 118, 119

GENTE

FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br

∆ ESPECIAL 14 | ACONTECEU 122

TWITTER @agenterevista

BEM-ESTAR

ANUNCIE comercial@revistaagente.com.br

∆ SAÚDE 70 | NUTRIÇÃO 72 | FITNESS 76

ELA | MÊS DA MULHER ∆ CAPA | 28

EDITORIAL ∆ MODA 52 | ENDEREÇOS 120

BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Brilhante Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran Pão Bento Pão e Tal Shopping Campo Grande

CULTURA ∆ DICAS 10, 22, 24, 26 | AGENDA 112

DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 80 | KIDS 88 | TEEN 90

PRAZER ∆ PELO MUNDO 42 | VIAGEM 98 Foto | Alexis Prappas Look | Brincos, colar e bata e futon, acervo. Calça, Shanti Yoga Studio. Manta M.Martan

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LEITOR Olá pessoal! Tenho dois filhos e adoro ler as colunas para Kids e Teens! As ideias de roupinhas de criança deste mês foram super legais! Abraço, Tânia Mara.

Olá pessoal da A Gente, Gostaria de dizer que fiquei encantada com a matéria sobre Roma. Deu muita vontade de conhecer! Abraço,

Gostaria de parabenizálos pela excelente matéria Cinema Sul-Mato-Grossense.

@

GENTE ON

Fabio Flecha, produtor

NOSSO twitter

À equipe da revista A Gente. Que lindo esse editorial todo em preto e branco fazendo referência às lindas mulheres dos anos 50. Elegantérrimo! Parabéns!

Acesse nosso twitter @agenterevista e fique por dentro de todas as novidades da revista. As matérias mais comentadas e todo o conteúdo publicado.

Roseane Lima Silvério

+ DE VOCÊ Participe da nossa revista e dê sua opinião. Comente as reportagens e mande suas sugestões de pauta. redacao@revistaagente.com.br

Carla Farme

COLABORADORES Deivison Pedrê Fotógrafo social desde os 21 anos, Pedrê estuda publicidade e planeja futuramente abrir sua própria agência de produção visual. Nesta edição, clicou a atriz paulistana Mariana Lima na reportagem “De passagem”.

Daiane Libero A jornalista Daiane Libero (Lyra nas redes sociais) já foi assessora de imprensa, e agora dedica-se ao jornalismo cultural diário. Além das letrinhas, ela é daquelas inquietas – gosta de fazer tudo ao mesmo tempo. Atualmente é vocalista da banda de stoner rock Ferina.

Thiago Andrade Jornalista por formação, encontrou na cobertura cultural uma maneira de aliar trabalho e diversão. Aos poucos, se deu conta de que cultura é mais uma abordagem do que um tema. Lá se vão quatro anos na área e a certeza de que o jornalismo é a melhor profissão do mundo.

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MAKING OF 8 | MARÇO 2013



Semana de Moda de Campo Grande Se em março, São Paulo e Rio de Janeiro fervem com suas semanas de moda, no mês de abril será a vez de Campo Grande movimentar a passarela. É isso mesmo: depois de anos sem fashion week, o Shopping Campo Grande arregaçou as mangas para produzir o maior evento de moda do MS. Na passarela, as coleções inverno 2013 que acabaram de chegar nas lojas. Os desfiles vão acontecer de 18 a 21 de abril, na praça de eventos do Shopping. O acesso é gratuito, mas a primeira fila promete ser disputada! Convidados superespeciais, incluindo celebridades globais, confirmaram presença – inclusive já estão programadas para abrir cada um dos 20 desfiles. Os shows vão acontecer de hora em hora – das 16h às 20h. No domingo, das 15h às 19h. Curta de MS rumo a Cannes Lembra da nossa capa da edição de fevereiro? Falamos da cena audiovisual do Estado e abrimos a reportagem com duas revelações do cinema do MS da atualidade: Essi Rafael e Filipi Silveira. E não é que Filipi foi mais longe do que havia nos revelado... Seu curta-metragem “O Florista”, rodado em Campo Grande, está entre os dois filmes brasileiros selecionados para participar do “Court Métrage - Short Film Corner”, do festejadíssimo Festival de Cinema de Cannes, na França. O evento é paralelo à competição oficial, que entrega a Palma de Ouro aos vencedores de 2012. O festival será entre os dias 15 e 26 de maio deste ano. Agora é esperar pelo resultado do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em que “O Florista” também concorre, mas esse acontece só em outubro... Parabéns e boa sorte, Filipi!

EXTRAS GIGANTES DO Blues E continua o festival de blues no BarFly. Depois de receber o americano Donny Nichilo e o israelense Guy King, dia 6 de abril tem mais uma lenda do blues no palco: Lynwood Slim, gaitista americano. Oh yeah!

10 | MARÇO 2013


Ocupação na Morada dos Baís Em uma ação inédita, a Morada dos Baís será ocupada durante todo o mês de março pelo coletivo Mercado Cênico. Além de uma mostra em comemoração aos nove anos do grupo, com fotografias, figurinos e outros ítens, haverá apresentação do espetáculo “Solo (não só)”, com Patrycia Andrade, e de outros convidados – entre eles, o grupo Ar Cênico, de Campinas. A programação, que também comemora o Dia Internacional do Teatro, dia 27 de março, pode ser acompanhada no site www.mercadocenico.com.br.

REGIONAL ∆

Arte no canteiro Imagine uma peça em que o cenário é o canteiro de obras, os elementos de cena são as ferramentas, e os operários são a plateia. Assim é o Arte no Canteiro, um projeto do grupo teatral paulista XPTO em parceria com o Sesi MS. O objetivo é falar de forma divertida sobre segurança no trabalho. Os espetáculos vêm acontecendo desde dezembro em canteiros de obra de MS, tendo sido visto por 17 mil pessoas em 105 apresentações. O último espetáculo será dia 15 de março no frigorífico JBS.

Para crianças especiais A obra “Menina Ana”, de Camila Jordão, conta com delicadeza e ilustrações lindas a história da pequena Ana, que não enxerga com os olhos, mas vê o mundo de sua própria forma. O livro será lançado este mês na Le Parole, em Campo Grande, e em livrarias do estado de SP.

Corra Lola, corra! Mais uma corrida acaba de encorpar o calendário da cidade. A primeira edição da Corrida São Bento acontece dia 7 de abril com saída marcada para as 8h da manhã. Além dela, a Volta das Nações, em outubro, e a Corrida Noturna, em setembro, completam o calendário. Já fez sua inscrição?

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NACIONAL ∆ Clarice Lispector em tintas Vinte pinturas feitas pela escritora Clarice Lispector estão no livro “Clarice pinturas”, de Carlos Mendes de Sousa, um dos maiores especialistas na obra da escritora. Além das pinturas, o livro também traz retratos dela, elaborados por artistas consagrados. O livro chega às livrarias este mês pela editora Rocco. www.editorarocco.com.br

Lollapalooza Nos dias 29, 30 e 31, São Paulo será tomada pela 2ª edição do festival Lollapalooza. Se em 2012 o lineup contou com Foo Fighters, este ano é a vez do Queens of the Stone Age, Pearl Jam e The Black Keys. Outras bandas também encorpam o evento: do rap brasileiro do Criolo ao dançante eletrônico do Hot Chip. Imperdível. www.lollapalooza.com.br

Regina Spektor e The Cure no Brasil Em abril, o palco continua internacional com dois esperados shows. Tem o rock britânico ícone dos anos 80 que nunca sai de moda, o The Cure, nos dias 4, no RJ, e 6 em SP. Já nos dias 10 (SP) e 11 (RJ) tem a cantora, compositora e pianista russa radicada nos Estados Unidos Regina Spektor, com suas melodias lindas, fofas e fortes.

Ai Weiwei expõe no MIS SP Ai Weiwei é artista e ativista ao mesmo tempo, foi eleito a pessoa mais influente de 2011 pela revista Time, e é considerado o maior talento chinês da atualidade. Em sua obra, Weiwei retrata a dura realidade do regime comunista em seu país. Agora, protagoniza uma exposição que chega ao Brasil de forma inédita. São filmes, fotos e instalações sobre sua vida, e sobre sua insistência em lutar pela liberdade. Até 14 de abril no Museu da Imagem e do Som de SP.

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14 | MARÇO 2013


ESPECIAL ∆

Mais para vermelho do que para cor-de-rosa Texto | Thais Pompêo Foto | Divulgação

Em menos de um século, a posição da mulher na sociedade mudou completamente. Arregaçamos as mangas e fomos trabalhar, estudar e conquistar o direito ao voto. Subimos as saias, cortamos os cabelos e algumas aboliram o sutiã. Com o auxílio da pílula, decidimos quando – e se – vamos engravidar, e com o uso das máquinas de lavar roupa e louça, nos liberamos de afazeres domésticos longuíssimos. Graças a tudo isso, estamos cada vez mais estabelecidas no mercado de trabalho. Não, não estamos medindo forças com eles. Sim, eles estão assustados... Segundo a pós-doutora, antropóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB), Ana Lucia Valente – ela que deu aula na UFMS, no Mestrado em Educação e nos Cursos de Jornalismo e Ciências Sociais, entre os anos de 1989 e 2002 – os homens estão assustados porque essa mudança no cenário fez com que eles perdessem seu conforto de “superpoderosos” na relação. “Quando o homem deixou de ser o único a alimentar a prole, ele se viu assustado, e aqui estamos falando de perda de poder”, explica Ana Lucia, que provoca: “Eu costumo dizer aos meus alunos que pensar dói, mas depois a gente acostuma porque a cultura, o modo como vemos as coisas, as relações, estão em constante construção, não estáticas nem dadas”. Foi sobre essa jornada, sobre a criação, rompimento e reconstrução dos mitos e dos papéis femininos ao longo da história, que a antropóloga conversou com A Gente.

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Como tem funcionado a dinâmica da questão de gênero do ponto de vista antropológico, desde quando a mulher era puxada pelos cabelos pelos homens das cavernas até hoje, quando já assume as principais posições privadas e públicas da sociedade? Olha, tenho dúvidas se apenas as mulheres foram arrastadas pelos cabelos... Mas, se houve tal momento, elas reagiram, e isso desencadeou um processo histórico de mudança fundamental nas relações entre homens e mulheres. Fato é que o homem nunca conseguiu viver sem a mulher porque ela tinha a coisa toda de cuidar da prole, da casa e da procriação... Essa relação sempre existiu, senão não haveria reprodução humana, porque, do ponto de vista biológico, os seres humanos também são animais. Agora, vão surgindo novas necessidades sociais, a própria sociedade vai promovendo mudanças. Por exemplo: quando o homem dominou o fogo, isso provocou uma mudança incrível da estrutura biológica, porque ele não precisou mais ter dentes caninos tão fortes, já que a carne passou a ser assada, ou seja, mais mole, e isso volta para o social, que volta para biológico... Essa relação sempre existiu. Agora, se a mulher era de fato arrastada, se existe essa representação é porque pode ter acontecido mesmo. Mas a principal questão, eu acho, é que teve um momento em que a mulher incorporou essa imagem do que era definido e depois teve trabalho para conquistar espaço ativo na sociedade... Quais momentos da história a senhora acha que foram definitivos para que a mulher ocupasse seu espaço? O acesso às universidades e o direito ao voto me parecem decisivos. Teve também a revolução da pílula – imagina: a mulher passou a controlar se vai engravidar ou não e, assim, planejar sua vida. Hoje, o maior problema do homem é que ele se sente ameaçado no seu poder de garantir a sobrevivência para sua prole – é bom lembrar que é uma questão de poder que está sendo envolvida. Ainda por cima a mulherada está arrebentando... e isso sem precisar tirar o sutiã (risos).

16 | MARÇO 2013

Mas não é sobre competição que estamos falando aqui, né? Mas sim de uma mudança de cenário que faz com que o homem perca seu conforto na relação. Não é isso? É por aí mesmo... Antigamente, só a mulher tinha que se preocupar se ia ficar grávida (hoje tem a história da pensão...), antes só ela tinha que pensar em atender todos os desejos dele, engolir sapo, aturar traição... porque, para onde ela iria se ela estava dentro de casa e não tinha o seu próprio dinheiro? E é exatamente o oposto que está acontecendo: a mulher não está querendo mais engolir sapo... Mas isso não é generalizado, depende de outras variáveis como acesso à educação, depende se ela é mais bem informada. Depende também se ela faz com que seus filhos não cultivem uma perspectiva machista, porque os homens são do jeito que são porque as mulheres os criaram assim. Você vê, tudo depende da relação que é construída! Não se pode apenas culpar o outro... Vemos muitas pessoas terem discursos feministas mas uma prática machista... Isso ainda acontece muito porque essa questão é cheia de contradições. Não tem como ficar dando receitinha... E as mulheres Alpha, seriam fruto do feminismo em sua máxima potência? Olha que interessante, eu vi esses dias uma reportagem sobre as tal mulheres Alpha, que são as superpoderosas, mas a mensagem geral é que elas querem, no final das contas, um homem como aquele da música do Roberto Carlos, “esse cara sou eu”: me encha de beijo, mas não encha o saco... (risos). Ela tem dinheiro, tem independência e por isso não precisa engolir sapo. Mas ela quer um parceiro de verdade, uma pessoa que de fato lhe dê tranquilidade, prazer, companheirismo. Então, as opções começam a ser transformadas, e aí os homens começam a ficar realmente preocupados, ficam numa insegurança enorme. Mas essas coisas também mudam, a gente nunca sabe o que vai acontecer. O que sabemos são só tendências, que as mulheres estão tendo menos filhos, estão demorando mais para ter filhos...


Ana Lucia Valente Pós-doutora, antropóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB).

O psicanalista Contardo Calligaris disse certa vez que “a mulher ainda sofre com a herança maldita, por ser ‘imperfeita’”, se referindo à falta do falo, como postulou Freud, e por isso o tempo inteiro tem que mostrar que pode e é capaz, que dá conta de tudo: trabalho, casa, família, cuidar do corpo, ser esposa, mãe e amante. A senhora acredita que vem daí a autocobrança e superexigência das mulheres? Eu, particularmente, não sinto falta de nada (risos), nem inveja tenho, mas a parceria é proveitosa (risos). De verdade, essa autocobrança sem fim é horrível. Mas o que a gente pode fazer se a gente dá conta de fazer um punhado de coisas ao mesmo tempo enquanto eles só dão conta de fazer uma coisa de cada vez? (risos) Mas é verdade que a mulher tem ainda que “bater a mão na mesa” para ser ouvida e respeitada. Isso cansa sim! E o pior é que quando precisamos agir assim somos chamadas de “loucas”, “problemáticas” ou que estamos de TPM ou na menopausa. Se for bem sucedida e bonita, “usou de artifícios escusos”; se feia, “nenhum homem a quis”;

se gorda, se magra, sempre encontraremos alguém – homem ou mulher – que faça comentários preconceituosos. Sob a ótica da antropologia, tudo que é cultural não é natural, certo? É mais ou menos assim: quando você começa a enxergar que todo comportamento do homem é cultural, tudo muda. Tem que entender a palavra ‘cultura’ como a maneira que o homem vive e as opções que ele vai fazendo. E isso as pessoas têm dificuldade de entender porque elas pensam cultura como algo que se pode pegar, quando na verdade é algo construído pelo Homem – relações que são construídas. Por isso, eu costumo explicar para os meus alunos que pensar dói, mas depois a gente acostuma (risos). Porque dói mesmo, nós vamos destruindo alguns mitos, algumas crenças... O comportamento humano é cultural, a gente aprende e ensina – como a relação do homem e da mulher na sociedade. ∆

“Uma barbatana do espartilho de Nívea quebrou-se, cravando-se-lhe uma ponta entre as costelas. Sentia-se sufocar dentro do vestido de veludo azul, a gola de renda demasiado alta, as mangas muito estreitas, a cintura tão apertada que, quando tirava o cinto, passava uma boa meia hora sentindo convulsões na barriga até as tripas se acomodarem em sua posição normal. Muitas vezes, ela e as amigas sufragistas haviam discutido o assunto, chegando à conclusão de que, enquanto as mulheres não encurtassem as saias e os cabelos e não despissem as anáguas, pouco importava que pudessem estudar medicina ou tivessem direito a voto, porque de fato não se animariam a fazê-lo, embora ela mesma não mostrasse coragem para ser uma das primeiras a abandonar a moda.” - trecho do livro A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende.

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Gabriela Gottardi Texto | Daiane Libero Fotos | Lucas Possiede

18 | MARÇO 2013


LIFESTYLE ∆ A empresária Gabriela Gottardi nasceu em Campo Grande, mas adotou o Rio de Janeiro como segundo lar. “Me considero metade carioca”, conta, entre sorrisos de saudade da Cidade Maravilhosa. Gabi voltou ao cerrado de mala e cuia ano passado para trazer a franquia Baggagio, loja jovem e descolada de malas e mochilas, inédita em MS. “Estou muito feliz por estar de volta. Tenho planos de logo, logo expandir os horizontes dos meus negócios”.

Profissão: Administradora. Franqueada da marca Bagaggio em Campo Grande. Férias inesquecíveis: Canadá. Em alta: Coragem e dedicação de jovens empreendedores. O que está lendo: Tudo que encontro sobre comércio, comportamento do consumidor, sucesso de franquias. Música ou Artista que não sai do seu playlist: Rock. Um filme: O Pianista. Sempre à mão: Iphone. Não vivo sem: O carinho da família e dos melhores amigos, acompanhado de uma bela sobremesa. Projeto do momento: Tornar a Bagaggio Campo Grande o que a marca já é no país, um sucesso. Um sabor: Requeijão fresco com café na fazenda. Um desafio: Adaptação a um novo estilo de vida. Esporte: Bike. Refúgio: Minha bicicleta. Melhor de Campo Grande: O pôr-do-sol.

Como nada é por acaso, o negócio que montou tem tudo a ver com o estilo de vida da jovem administradora de empresas de 26 anos. Gabriela adora fazer as malas e colocar o pé na estrada. Recentemente fez uma viagem para o Canadá com um grupo de amigos e família para visitar as Montanhas Rochosas do Jasper National Park – roteiro que incluiu um passeio de moto. “Foi mesmo uma aventura em um cenário maravilhoso”. MARÇO 2013 | 19


Diogo Bacchi

Texto | Daiane Libero e Thais Pompêo Fotos | Lucas Possiede

20 | MARÇO 2013


LIFESTYLE ∆ Se engana quem liga o nome de Diogo Bacchi unicamente ao House Music. O DJ e produtor musical de 29 anos é um pesquisador e ouvinte eclético, que trabalha em várias frentes musicais. Na noite, em Campo Grande, suas pick-ups tocam, mesmo, o House – som favorito das baladas eletrônicas da cidade. Sob o codinome Audio Go, Diogo aprimora seu estilo predileto, o techno, um som eletrônico mais mecânico e pesado, que tem mais espaço em cidades como São Paulo – aliás, ele já tocou no famoso club Vegas por lá. Diogo é um DJ ousado: “Escuto de tudo desde que sejam músicas bem elaboradas, que, ao meu gosto, sejam boas. E aí não tenho receio de remixá-las e incluí-las no meu set, e isso vai do samba ao rock, passando pela mpb”.

Profissão: DJ e produtor, vivo em função. Férias inesquecíveis: As da infância. Em alta: Profissão. O que está lendo: “CLICK – 10 verdades para construir”. Música ou artista que não sai do seu playlist: Psycho Killer, Talking Heads. Um filme: Redenção, de Marc Forster. Sempre à mão: Smartphone. Não vivo sem: Música. Projeto do momento: Conclusão do meu novo álbum com músicas próprias, que deve ficar pronto em maio. Um sabor: Nenhum favorito. Um desafio: Expandir meu trabalho para fora do país. Esporte: MMA. Refúgio: Home studio. Melhor de Campo Grande: Tranquilidade.

Nessa pegada mais eclética, o DJ tem feito sucesso ao criar a identidade musical de muitas marcas e lojas de CG. Nesse aspecto, seu diploma de marketing funciona como ele nunca havia imaginado. De acordo com o estilo do cliente, pode encaixar no playlist de Bárbara Eugênia a The XX. Seu trabalho de identidade musical anda tão crescente que Diogo acabou de ser convidado para assinar toda a identidade musical da festa Única, que acontece em abril – e, claro, vai tocar na festa. MARÇO 2013 | 21


Idealizado por Zé Kéti, o conjunto A Voz do Morro foi uma das primeiras oportunidades que os sambistas de morro tiveram para gravar suas próprias composições – muitas até então inéditas – sem intermediários. Era formado por uma constelação de grandes sambistas, como Paulinho da Viola e Nelson Sargento. A ideia de se apresentarem profissionalmente surgiu no bar do Cartola e de dona Zica, o Zicartola. O que seria apenas uma fita para mostrar sambas aos intérpretes ficou tão bom, que foi lançado comercialmente, através dos álbuns Roda de Samba, volumes I e II, e Os Sambistas. As faixas dos discos refletem o clima informal de uma roda de samba, frequentada apenas por bambas.

para ouvir

Fábio Moura

22 | MARÇO 2013

Eunice Wayman mudou de nome aos 20 anos para que pudesse cantar nos bares de Atlantic City, escondida de seus pais, que eram pastores metodistas. Se transformava, e se transformou, em Nina Simone. Simone foi uma homenagem à atriz francesa Simone Signoret, que levou o prêmio de melhor atriz do festival de cinema de Cannes de 1959. Nina gravou mais de sessenta álbuns, e definiu sua música, na autobiografia chamada I Put A Spell On You, dessa maneira: “Eu faço música popular com estilo clássico, com técnica de piano clássica, influenciada por um coquetel de jazz”. Nina Simone and Piano é seu álbum mais íntimo e introspectivo.

Muito interessante a trilha sonora de Django Unchained. É influenciada por filmes italianos das décadas de 60 e 70, conhecidos como “western spaghettis”, e filmados em sua maioria na Espanha, numa região que lembrava o Velho Oeste americano. A canção “Django”, de Luis Balacov, que foi tema principal do filme Django, de 1966, também está presente. Quatro músicas foram compostas especialmente para o filme, entre elas “Who Did That To You?”, de John Legend e “Freedom”, de Anthony Hamilton e Elayna Boynton. Muitas outras têm origem na própria coleção de discos de vinis do Tarantino, e até mesmo o som da agulha na vitrola foi mantido: “Gostaria que as pessoas tivessem a mesma sensação que tenho em casa ao escutar meus discos”, disse ele. E não é só isso. Tem também James Brown e 2Pac cantando “Unchained”, y otras cositas más...∆



Marcelo Veloso

para ver

“Zero Dark Thirty” (A Hora Mais Escura), de Kathryn Bigelow Segundo projeto de Bigelow com Boal (roteiro), o filme abrange toda uma década, a partir de 11 de setembro até a morte de Osama bin Laden, e gira em torno da obsessão da agente da CIA Maya (Jessica Chastain) em achá-lo. Não é à toa que o filme abre com uma tela em branco e uma trilha sonora com as últimas palavras de pessoas presas nos andares do World Trade Center. É preciso nos colocar em uma posição desconfortável para as torturas que estão por vir. Mas não é ali que a força do filme reside, e sim na perseverança de Maya. Na cena mais incisiva do personagem, ela intervém para corrigir o comentário do chefe da CIA que pergunta: “Quem é você?” “Eu sou a filha da puta que descobriu isso, senhor”, responde. Sim, eu arriscaria dizer que há neste filme um sentido trágico da vida.

“Beyond the Hills” (Além das Montanhas), de Cristian Mungiu Premiado em Cannes, o filme testa a habilidade do diretor em retratar o íntimo e os apuros das relações femininas. O roteiro foi baseado em uma reportagem da BBC, que relatava o caso de um rapaz que morreu depois de ter sido submetido à prática do exorcismo em um mosteiro da Romênia. O filme gira em torno de duas jovens que se conheceram num orfanato. Ambas forçadas a deixar o orfanato aos 18, se reencontram. Alina

24 | MARÇO 2013

regressa da Alemanha para trazer Voichita – a única pessoa que ama e por quem foi amada neste mundo – de volta para ela. É difícil dizer com certeza, mas há nele uma mensagem perturbadora sobre como todos nós construímos as nossas identidades e como justificamos nossas escolhas numa vida de poucas opções. Um retrato brilhante e assustador da irracionalidade e do medo no coração escuro da Europa.

“The Master” (O Mestre), de Paul Thomas Anderson O Mestre é um filme longo, inescrutável, apaixonado por seus próprios processos, estranho e incrivelmente bem elaborado, como são os filmes de Anderson (“Boogie Nights”, “Magnolia”, “Embriagado de Amor”, “Sangue Negro”). Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffman), também conhecido como o Mestre, é um personagem obcecado com o potencial humano. Ao seu lado vem Freddie Quell (Joaquin Phoenix), um alcoólatra violento que fabrica sua própria bebida com removedor de tinta e medicamentos. A primeira meia hora do filme é magistral, tão singular e fascinante como a abertura de “Sangue Negro”. Há também uma cena maravilhosa onde Lancaster é revelado como uma fraude e Freddie, como num presságio, lança um tomate no peito do acusador. Assistir este filme é como estar preso em uma cidade estranha. ∆



Márcio Ribas

para ler

Se o poeta fosse casto nos seus costumes, os seus versos também o seriam. A pena é a língua da alma: como forem os conceitos que nela se conceberem, assim serão os seus escritos. - Miguel de Cervantes Se você é aquele que aceita tudo que é de graça, essas dicas são para você. Se você acredita que nada que é de graça é bom, você precisa rever seus conceitos. Muita gente tem se dedicado a espalhar cultura e conhecimento de maneira gratuita pelo mundo. Por exemplo, o hacker e ativista Aaron Swartz invadiu os sistemas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), roubou várias pesquisas e as compartilhou. Para o mundo todo que teve acesso aos trabalhos do MIT, foi uma maravilha, mas as consequências que atingiram diretamente o hacker não foram as melhores.

Eles não compartilham materiais ilegais, mas sim escrevem ótimos livros e os distribuem gratuitamente (não são livros em domínio público, mas sim copyleft). Antigamente com o Luther Blisset, qualquer artista poderia fazer uma obra de arte e divulgá-la anonimamente com esse codinome (dê uma olhada em wumingfoundation.com – também em português em http://goo.gl/ZqmEG).

Tudo bem que Aaron seguia uma filosofia um tanto quanto anárquica. Não prego a anarquia. Não vou incentivá-los a fazer nada errado, apenas sugerir uma tendência que vem surgindo no mundo todo.

Um dos seus livros mais conhecidos é Q – O caçador de hereges. Q se passa na metade do século XVI, em uma Europa onde a Igreja Católica Romana está lutando para manter o seu poder contra os governantes e o crescimento do Protestantismo. O romance tem dois protagonistas que são inimigos mortais, nenhum deles possui nomes (como também os autores do livro. Chegou-se até a se cogitar que um dos autores poderia ser Umberto Eco). Q é um detetive a serviço da Igreja que persegue durante 30 anos um radical Anabatista.

Grandes cidades já possuem grupos que buscam lazer de qualidade e pelo qual você não precise pagar nada. Londres tem o LondonForFree; Paris, o ParisGratuit; São Paulo, o CatracaLivre; e por aí vai. Em Mato Grosso do Sul, não há ainda nada que mereça destaque em relação ao custo zero. Mas se você tem um leitor digital como o Kindle ou o Kobo, ou ainda tem paciência para ler no seu iPad ou computador, a Fundação Wu Ming (antigo Luther Blisset) pode ser de seu interesse.

E é claro que ainda existem as opções de domínio público, aquelas obras de autores que já morreram há mais de 70 anos. São milhares, como dois dos livros que eu mais gosto: Dom Quixote de Miguel Cervantes e A Metamorfose de Franz Kafka (para os que têm medo, vale lembrar que o inseto no qual ele se transforma não é uma barata gigantesca). Então, se for de graça, até injeção na testa. Imagina ótimos livros ‘na faixa’. Bons downloads e uma ótima leitura! ∆

26 | MARÇO 2013



Se o mundo acelera, e se estressa, em direção à frivolidade das coisas, a meditação – em contrapartida – ganha cada vez mais adeptos, de Paul McCartney à Oprah Winfrey. Em comum eles buscam o autoconhecimento através de um mergulho profundo na consciência.

28 | MARÇO 2013


CAPA ∆

O espaço do silêncio

Texto | Thais Pompêo Fotos | Alexis Prappas e divulgação

“Eu olhei para dentro e estava oco no departamento de felicidade”. Quem disse essa frase foi David Lynch, uma das estrelas do cinema cult americano, diretor de filmes como Veludo Azul e Cidade dos Sonhos, e dono de uma das casas noturnas mais descoladas e disputadas de Paris, o Club Silencio. Mas de que um homem rico e bem sucedido estaria sentindo falta? Foi nesse período que Lynch conheceu a meditação, uma técnica milenar que nasceu no Oriente, desvinculada da religião. A prática da meditação foi tão revolucionária para o diretor, que o fez criar, em 2005, o David Lynch Foundation, uma entidade que tem se dedicado a ensinar meditação a pessoas e populações estressadas, ou seja, quase todo mundo: de empresários a mães de família, a adolescentes em escolas públicas, incluindo pessoas com traumas de violência ou pobreza, como ex-soldados de guerra e pessoas em risco social. Os depoimentos no site da fundação são emocionantes. Mas como a meditação, um método simples, tem, de fato, transformado a vida de milhares de pessoas? Respostas científicas e metafísicas explicam com detalhes o que acontece quando sentamos de olhos fechados e respiramos profundamente.

MARÇO 2013 | 29


Desde que tomamos consciência do mundo à nossa volta, vivemos rodeados de perguntas, com algum nível de ansiedade e medo. Consolação de Oliveira, uma das mais tradicionais professoras de yoga e meditação de Campo Grande, conta que um dos nossos maiores erros é buscar respostas para questões decisivas da vida de forma racional: “A mente e a razão dão respostas imediatas que não têm sabedoria, mas apenas padrão de comportamento. Eu vejo frenquentemente isso nas pessoas que chegam muito ‘mentais’ na minha escola; elas estão em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Eu tento ensinar que, quando esvaziamos a mente do pieguismo do nosso emocional, travamos contato com a consciência. Esse é o processo de meditação – deixar a mente e o ego falarem um monte de coisas sem se identificar com aquilo. Uma hora a mente cansa, ela é igual a uma criança. É nessa hora que entramos em contato com a consciência, abrindo caminho para que a resposta perfeita brote, de um jeito que a razão jamais criaria”. As técnicas de meditação são inúmeras – hopohopo, vipassana ou budista, transcendental etc – e a lista de benefícios, ilimitada. “Existem várias técnicas, mas a meditação é uma só. Cabe a você escolher a que lhe cause maior identificação”, explica Consolação. Em grossas linhas, o que acontece é que, ao cessarmos ondas curtas do pensamento racional, via repetição de mantra ou concentração em uma imagem ou som, ganhamos em diversas frentes: tranquilidade, criatividade e concentração. “Autoconhecimento e autorrealização são resultados da evolução positiva do diálogo interno. Uma vez que abandonamos o ego, conseguimos enxergar as coisas com equanimidade, ou seja, sem julgá-las. Isso causa menos sofrimento. Essa flexibilidade que temos durante a meditação, acaba sendo repetida automaticamente pelos meditadores no dia a dia”, detalha a professora.

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Cientificamente falando Nos últimos anos, o número de pesquisas que estudam a relação entre meditação e saúde tem se multiplicado em universidades ao redor do mundo – basta fazer uma busca no Google Academics com o termo em inglês meditation. Esses estudos têm provado que a diminuição da frequência de pensamentos curtos se reflete de forma super positiva no organismo humano (veja nesta edição a matéria sobre meditação e AVC). Eliseu Máximo Filho é professor e praticante de meditação transcendental em São Paulo há mais de trinta anos e Mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). Em sua tese de mestrado, trabalhou o tema Meditação Transcendental e Saúde Pública para provar cientificamente o que vivencia na prática. “Ao meditar, experimentamos um grau de repouso profundo bem grande, maior do que o que atingimos após 6 horas de sono, com uma redução da atividade metabólica da ordem de 16%, sendo que após 6 horas de sono profundo experimentamos a redução de 8%. Este repouso tem um efeito enorme no processo de dissolução do cansaço, fadiga e estresse, bem maior do que o do repouso diário. Outro efeito importante é uma redução na frequência do funcionamento cerebral ao mesmo tempo em que acontece uma maior ordem do funcionamento do mesmo, como observado pela sincronia de fase das ondas eletroencefalográficas durante a prática da meditação transcendental”.

Meditadores famosos Carlos Ayres Britto, ministro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); Pierre Trudeau, ex-primeiro-ministro canadense; Haile Selassie, imperador da Etiópia; Oprah Winfrey, apresentadora; David Linch, cineasta; Músicos: Beatles, Beach Boys, Stevie Wonder e Cher; Atores: Clint Eastwood, Burt Reynolds, Efrem Zimbalist, Robert Powell, Jane Fonda, Shirley McLaine e Julia Lemmertz O fisico indiano Amit Goswami, importante cientista hindu que vive nos EUA, PhD em mecânica quântica e professor titular de física da Universidade de Oregon, fez o caminho inverso de Eliseu – foi buscar em suas heranças místicas a explicação para a falta de algumas respostas do mundo científico. Um dos principais mistérios da física quântica é o fato, por exemplo, de um elétron, em um átomo, ser associado à uma onda estacionária, cuja natureza é um enigma. Traduzindo: as menores partículas que formam tudo no mundo, inclusive o nosso corpo, são regidas por uma energia que os físicos não sabem de onde surge... Em entrevista à revista Bons Fluidos, Goswami esclareceu: “A física quântica se apresenta como a física das possibilidades, escolhidas pela consciência superior ou cósmica, ligadas ao

todo, ao universo infinito. A mensagem incontroversa da fisica quântica é que o observador atua no objeto de observação, ou seja, temos potencialmente a liberdade de escolher, dentre as possibilidades, resultados que podem ser vivenciados, modificando dessa maneira nossa realidade. Quanto mais nos tornamos conscientes disso, mais criativos nos tornamos. A criatividade é algo descontínuo, que necessita de transições – do fazer para o ser, do ser para o fazer – por isso a criatividade nos escapa tão facilmente. Para que ela brote, precisamos sair do âmbito do fazer para o do ser, relaxando e voltando a atenção para o mundo interior. A meditação, por exemplo, desacelera a mente submetida ao fazer. A desaceleração da mente é a chave para a criatividade. Esse é um aspecto fundamental de várias tradições espirituais. Espiritualidade envolve criatividade e criatividade demanda uma mente serena”.

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No início da década de 80, a Organização Mundial da Saúde (OMS) postulou que “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não apenas a ausência de doença”. Consciência A etmologia da palavra consciência é a seguinte: com = junto, ciência = saber. Eliseu afirma: “A consciência está por trás do intelecto. É o que chamamos de Ser no programa de meditação transcendental, a qualidade que temos de testemunhar a nossa existência, que está por trás de tudo: do intelecto, mente, emoções, cinco sentidos e corpo físico. A meditação é uma técnica que tem a validação do tempo, mais de 2500 anos, e que a ciência moderna diz funcionar muito bem. Na esfera do autoconhecimento, ao invés de ficar na eterna busca externa, os praticantes de meditação caminham em uma jornada de felicidade interior”. Consolação desmistifica: “Meditação não é paliativo, não é como remédio e também não é um passe de mágica – é a tomada de consciência. Meditação é o instrumento para as pessoas se investirem de amor, de força e fazerem uma transformação. Eu costumo fazer a seguinte analogia: se você pegar um filme e esticá-lo, vai ver que ele é feito por milhares de

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fotografias, que uma ao lado da outra, em movimento, formam o filme que você assiste. Entre uma fotografia e outra, existe um espaço. Esse intervalo é a consciência. Meditar é pegar esses espaços e expandi-los. Então a meditação vai ajudar a tomar consciência – é um caminho para o autoconhecimento e o desenvolvimento da inteligência espiritual. Agora, é mágico? Não. Eu uso a técnica para alcançar a consciência. É como andar de bicicleta – eu posso lhe ensinar, mas não posso fazer por você”. Os depoimentos de meditadores são surpreendentes e de alguma forma soam familiares em algum nível de experiência. A apresentadora americana Oprah Winfrey disse em entrevista: “A meditação é uma maneira de estar conectado com a gente mesmo, se voltando para o centro, reconhecendo que existe algo mais importante que eu, que você, que o trabalho que se faz. Nos traz um tipo de energia, de intensidade e de intenção que eu nunca tive antes. A única certeza que eu tenho é que eu quero continuar meditando porque sou cem mil vezes melhor quando medito”. ∆



atualidades ∆

De passagem

Texto | Thais Pompêo Fotos | Deivison Pedrê

Depois dO Vertigem, a atriz Mariana Lima assume novos papéis – na vida e na arte. “Eu sou uma mãe muito dedicada e também sou uma profissional muito dedicada, e aí eu fico, claro, muitas vezes, loucamente cansada, e com vontade de.... desaparecer, e tudo mais... O que é normal...” Talvez o nome Mariana Lima não lhe traga rápida familiaridade. Mas com certeza a descrição de uma atriz de voz grave e rouca, dona de beleza diferente, um olhar desconcertante e uma pinta acima dos lábios faça você se lembrar imediatamente da moça. A atriz veio a Campo Grande em fevereiro com a peça À Primeira Vista. No palco, ao lado de Drica Moraes, elas fizeram o público rir e se despediram deixando uma desconfortável sensação de vazio. Engraçadas, as amigas discutem, entre uma bebedeira e outra, entre uma briga e outra, assuntos do tipo: a aceitação do amor entre pessoas do mesmo sexo, o limbo, a borda, a morte. Talvez esses tenham sido alguns dos motivos pelos quais Mariana Lima tenha apostado no texto do canadense Daniel MacIvor. Aos 40 anos, casada há 13, mãe de duas meninas – uma de 5 e outra de 8 – a atriz, que já se jogou em trabalhos viscerais, “sem rede de proteção” como ela mesma diz, hoje anda mais tranquila. “O teatro leva uma quantidade considerável da nossa energia vital, que também tem de ser dividida no cuidado da nossa casa, dos nossos filhos... Por isso, seria

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impossível estar no Teatro da Vertigem, hoje”, conta, se referindo ao grupo teatral que foi uma de suas principais escolas. Foram oito anos de Vertigem, período em que encenava em hospitais e presídios abandonados, fazia pesquisas em UTIs infantis, no submundo de prostitutas e viciados em drogas em São Paulo. “Hoje, o Tó (diretor do Teatro da Vertigem) pode vir e me beijar da cabeça aos pés que eu não vou mais fazer peça no cemitério, em cima de prédio... Isso não quer dizer que eu não enfrente personagens radicais, como foi Pterodátilos” (trabalho que rendeu a Mariana o Prêmio Shell de melhor atriz em 2010, no qual vivia uma mãe alcoolizada e dividia o palco com Marco Nanini, com direção de Felipe Hirsch.) Na tevê, a atriz está no ar com a personagem Ana, de Sessão de Terapia, e no cinema acaba de estrear “A Busca”, ao lado de Wagner Moura. É sobre o trabalho, a família e as várias fases de sua vida, que Mariana conversou com A Gente, no camarim do Teatro Glauce Rocha, durante sua breve passagem na cidade.


Bacana ver você fazendo comédia. É uma novidade para você? É uma certa novidade e é um prazer. É um negócio que eu não tenho vontade que acabe. Para mim tem uma alegria suprema de estar fazendo essa peça e trabalhando com essa energia mais leve, solar. E isso não quer dizer que seja uma energia mais fácil de atravessar, até porque não é uma comédia ligeira. Fala sobre o vazio, o limbo, a morte, o lugar da borda, de não saber se está lá ou se está aqui, de um amor muito grande, uma identificação muito grande entre duas pessoas. Não é um stand up, que eu acho que eu nem conseguiria fazer... Você e a Drica Moraes já eram amigas antes da peça? A gente é amiga há um tempão, né, Dricota? Drica Moraes, que estava no camarim se maquiando para a peça, responde: É uma felicidade. A gente se conhece há uns 16 anos. Mariana: É, uns 16 anos. O Kike (Enrique Diaz, diretor da peça e marido de Mariana) e a Drica tinham uma companhia de teatro que durou 30 anos... E foram namorados. Essa é uma peça totalmente em família. A gente viaja com as crianças, a Drica tem um filho, eu tenho duas meninas. Eles vieram? Mariana: Não, não... Drica: A gente está aproveitando essa vinda para dar um descansada... aproveitar esse vazio, esse silêncio do quarto de hotel... está sendo ótimo! (risos) E como você administra ser atriz, mãe, mulher, esposa, viagens... essa tripla jornada? Mariana: Eu acho que eu faço como muita mãe faz: tento equilibrar tudo do jeito mais saudável possível. Como eu não

sou casada com um médico ou um advogado, muitas vezes a gente viaja junto, e elas vêm com a gente. É puxado, realmente não paro. Agora, inclusive, eu estou há dois dias descansando no hotel, está sendo maravilhoso. Mas quando eu viajo com elas não tem isso. É uma vida exigente, puxada, sabe? A gente tem uma estrutura em casa, mas também não é uma estrutura 24 horas de pessoas, porque eu não entrego as minhas filhas para os outros cuidarem. Eu sou uma mãe muito dedicada e também sou uma profissional muito dedicada e aí eu fico, claro, muitas vezes loucamente cansada, e com vontade de.... desaparecer e tudo mais... mas é normal... (Drica, que está se maquiando, começa a rir...) A Drica também é assim. Aliás, o que ela está fazendo agora é uma coisa que eu já fiz: novela, com peça, com filho. (Drica fala ao fundo: “Breakdown, breakdown...”) Como é isso? Mariana: Isso é a loucura mór! Nessa fase, vocês conseguem ver as crianças? Mariana: O pior é que a gente dá um jeito... Drica: Você vê, mas não desliga. Fica assoberbada o tempo todo, cheia de coisas... Leva na escola, no judô, no não sei o quê... e vai gravar, e volta, e não tem aquele momento de zerar as atividades, sabe? Eu tô bem nessa fase... desesperada... mas vai passar (e volta para continuar se maquiando). Mariana: Mas aí tem horas que a gente fica um mês, dois meses entre um trabalho e outro e se dedica integralmente aos filhos, coisa que uma mãe ou um pai que trabalha de segunda à sexta não consegue ter. Seria muito bom se esse mês combinasse com as férias da escola das meninas, mas nunca combina. Mas elas também levam uma vida animada, divertida...

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“O Teatro da Vertigem era uma proposta, um estilo de trabalho que demandava um mergulho completo, sem rede de proteção, e eu estava em uma fase em que eu era jovem e tinha essa capacidade de me jogar.”

Na TV, você está no ar com a Ana, em Sessão de Terapia. Você faz terapia? Faço terapia há milênios, há 20 anos. A terapia ajuda em todos os canais, em todos os sentidos. Acho terapia importantíssimo para qualquer pessoa. Se você consegue olhar o lugar onde você está e como se relaciona com o mundo, como são seus mecanismos de defesa... quanto mais você alarga a sua compreensão do mundo, do outro, de você mesma, melhor é. E para a gente, ator, é quase uma obrigação porque não tem como não fazer, não pesquisar. Para eu entrar no personagem, eu tenho que me conhecer também. Quanto mais eu me conhecer, mais eu vou conseguir entrar no personagem. Não é uma coisa que está fora de mim, mas dentro de mim. Era esse mergulho, esse autoconhecimento que você buscava quando fazia parte do Teatro da Vertigem? Como foi essa experiência? O Vertigem era uma proposta, um estilo de trabalho, que demandava um mergulho completo, sem rede de proteção, e eu estava também em uma fase que eu era jovem e tinha essa capacidade de me jogar – e me joguei por completo, tanto em O Livro de Jó como no Apocalipse 1,11. E aprendi muitas coisas, inclusive sobre os meus limites (risos). Porque no Vertigem eu atravessei muitos limites porque eu quis, eu estava a fim daquilo. Foi um tempo bem radical. Foi lá sua grande escola de teatro? Foi, foi um período em que eu estava em formação – desde quando eu comecei a trabalhar, com 16 anos, até a saída do

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Vertigem. E nesse meio tempo tem uma ida para Nova York, estudos. Foi um período de formação em ação, prática... Tudo isso constituiu meu dna de atriz, um teatro mais radical, mais visceral. É bom ter isso como mais um recurso, sei que nessa região eu circulo bem. Mas eu também quero circular bem em outras regiões – fazer comédias leves na televisão como eu fiz agora. Porque ficar só lá, naquele lugar, não é um lugar saudável. Eu acho que se hoje, com 40 anos, eu tivesse fazendo aquilo, eu não estaria aguentando. É um tipo de coisa que leva toda a sua energia. O teatro já leva uma quantidade considerável de energia vital, que também tem de ser dividida no cuidado da nossa casa, dos nossos filhos... chega uma hora que não dá mais. Seria impossível estar no Teatro da Vertigem hoje. Com dois filhos e um marido? Com dois filhos, um marido, com 40 anos... as últimas peças que eu vi do Vertigem eu já não me enxerguei lá. Eu não estaria no rio Tietê (locação da peça BR-3, que se passava em um barco que fazia o percurso pelo rio na capital paulista), não existe essa possibilidade. O Tó (Antônio Araújo, diretor da companhia) pode vir e me beijar da cabeça aos pés que eu não vou mais fazer peça no cemitério, em cima de prédio... E isso não quer dizer que eu não enfrente personagens radicais, como foi Pterodátilos. Mas é que o Vertigem trabalha com um chão muito duro... e acho que tem uma idade para fazer isso, sabe? ∆



Entre pedras e metais preciosos

Texto | Thiago Andrade Foto | Lucas Possiede

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PERFIL ∆

Solange Gimenez uniu o bom gosto ao talento para vendas ao trazer, com exclusividade, a marca Gold skill PARA Campo Grande – tudo para satisfazer os clientes.

Em razão da agenda apertada, conseguir essa entrevista com a empresária Solange Andreotti Gimenez não foi fácil, mas, depois de alguma conversa, conseguimos marcar o horário para a manhã de uma sexta-feira. O local para a entrevista foi a loja da Gold skill, marca que ela representa em Mato Grosso do Sul. O espaço fica em um centro comercial e é iluminado por luzes brancas que ressaltam a organização impecável do espaço. Colares, brincos, pulseiras, entre outros acessórios femininos, chamavam a atenção, principalmente no meu caso, um repórter que – como quase todo homem – desconhece o universo da vaidade feminina. “Os acessórios complementam a produção e expressam a identidade das mulheres que os usam”, aponta a empresária. Segundo ela, a marca foi criada a partir de uma parceria entre o designer Sergio Svizzero e seu irmão, Eduardo Andreotti. “Eu sempre estive presente nessa trajetória”. Unindo as competências comunicativas e o talento para vendas, há oito anos Solange decidiu montar a loja em que conversamos. Considerando-se uma empreendedora nata, ela descreve como sendo um dos momentos mais importantes de sua carreira aquele em que conseguiu a exclusividade da marca em Campo Grande. Casada e mãe de um filho, a empresária é discreta no que se refere à sua vida pessoal. Mas basta começar a falar sobre o trabalho que a conversa se alonga. Informações sobre os processos de galvanoplastia – no qual os metais recebem as camadas de ouro ou prata – e as tecnologias empregadas para a confecção das semijoias vendidas pela Gold skill são, para ela, um assunto sem fim. “Minhas clientes são mulheres de bom gosto, que exigem, acima de tudo, qualidade e design em suas produções. É isso que procuramos oferecer”, ressalta. Para a empresária, a verdadeira educação foi a base familiar recebida dos pais, que a preparou para enfrentar os desafios cotidianos e almejar grandes conquistas. Não é à toa que o tempo com a família e os amigos tornou-se o passatempo favorito para as horas vagas. Assim segue Solange, com seu desafio de sempre atender os clientes mais exigentes e oferecer às mulheres que consomem produtos da Gold skill a possibilidade de expressarem sua individualidade e identidade por meio destes acessórios. ∆

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PELO MUNDO Texto - Rafael Suriani - Especial de Paris

ARRRGH! La Gaité Lyrique, 3bis Rue Papin. © Style et character design : Craig Green -- Photo : Daniel Lillie

Bar Le Ponpom 39 rue des Petites Ecuries. l’Arc, 12 Rue de Presbourg.

Karl Lagerfeld Concept Store, 194 Boulevard Saint Germain.

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TOPSHOP, Galeria Lafayette, 40 Boulevard Haussmann.


“Manequins, o corpo da moda” Cité de la Mode et du Design, 34 Quai d’Austerlitz 16 fevereiro - 19 maio 2013

Henry Clarke, 1951 Lanvin, automne-hiver 1951 Mannequin Bettina Tirage gélatino-argentique, 2012 © Henry Clarke/Galliera

Agito fashion na capital francesa Tradicionalmente, a semana de prêt-à-porter de Paris encerra o principal circuito da moda internacional (NY, Londres, Milão e Paris). E isso não é por acaso – durante esses dias, as maisons que ditam a moda no mundo desfilam suas coleções por aqui: Dior, Stella McCartney, Lanvin, Dries Van Noten, Comme des Garçons e tantas outras. Como de praxe, o circo da moda se instala na capital francesa no início de março, e em lugares inusitados, como palácios, museus e até antigos galpões industriais. Essa é a época em que muitas novidades florescem na paisagem cultural da cidade alimentada por essa energia fashion. Exposições ligadas à moda, festas e inaugurações de novos espaços fizeram parte do roteiro dos fashionistas este ano. A Cité de la Mode et du Design aproveitou a temporada pra inaugurar a exposição “Manequins, o corpo da moda”. Através de uma vasta seleção de fotografias, a exposição explora a imagem do modelo ao longo dos tempos e questiona o seu papel, tão fundamental na indústria da moda. Cité de la Mode et du Design, 34 Quai d’Austerlitz 16 fevereiro - 19 maio 2013 A Gaité Lyrique, espaço cultural principalmente dedicado à música de vanguarda e à arte contemporânea, apresenta a exposição ARRRGH!. Através de 50 peças de alta costura, a exposição nos convida a mergulhar no mundo dos monstros e criaturas fantásticas. De Alexander McQueen a Issey Miyake, as 80 peças apresentadas ultrapassam as fronteiras entre a moda e a arte. La Gaité Lyrique, 3bis Rue Papin. A noite parisiense se agita em torno da Fashion Week. O restaurante e clube l’Arc foi mais uma vez o lugar preferido dos fashionistas para festas animadíssimas. De dia, o menu sofis-

ticado atraiu uma clientela endinheirada e exigente. À noite, durante o evento, o público lotou o luxuoso bar e sua pista de dança, que fica a dois passos do Arco do Triunfo. l’Arc, 12 Rue de Presbourg. Karl Lagerfeld, gênio da moda e diretor artístico da Chanel desde 1983, abriu este mês em Paris sua esperada Concept Store. Além de roupas e acessórios, os apaixonados por moda encontraram, nos 200 m2 da loja, edições limitadas de objetos assinados pela maison e uma seleção rigorosa de livros de arte, fotografia e design. Karl Lagerfeld Concept Store, 194 Boulevard Saint Germain. De volta aos desfiles prêt-à-porter depois de oito anos, a marca fast-fashion H&M escolheu nada menos que o Museu Rodin como palco para mostrar sua nova coleção. Depois de colaborar com nomes de peso como Versace e Sonia Rykiel, os gigantes suecos apresentaram, desta vez, 25 de suas próprias criações. O Bar Le Ponpom continua sendo um dos lugares prediletos do público fashion da capital. Instalado em uma antiga sinagoga, a decoração é rebuscada e decadente, criando uma atmosfera super parisiense. A sua animada pista recebe, a cada noite, dj’s diferentes, e já virou ponto de encontro dos jovens “branchés” (mistura de descolados e chics) durante a Semana de Moda. Le Pompon, 39 rue des Petites Ecuries. A marca inglesa TOPSHOP não ficou de fora. Entre os dias 11 de fevereiro e 2 de março, os parisienses puderam conferir (e adquirir) uma seleção de suas peças na pop-up store que se instalou no 2º andar da Galeria Lafayette. Foi a oportunidade perfeita para o público parisiense incrementar seu guarda-roupa com um pouco do espírito “so British” da marca. Galeria Lafayette, 40 Boulevard Haussmann.

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ACHADOS DE MODA ∆

Saia Mob p/ Maria Pitanga R$ 324

Caneca Biona p/ Casa Joka Preço sob consulta

Manta portátil Etna R$ 15,99

SELVAGEM & LUXUOSA Por | Luiz Gugliatto

As estampas de bicho prometem ser mais uma vez o desejo absoluto entre as antenadas. Para o outono/inverno 2013, o print sinônimo de luxo, elegância e glamour está por toda parte, e para aquelas que acham too much, saibam que a diferença está em saber usar. A estampa fica excelente para montar um look super clássico ou até mesmo hype. Onças, zebras, girafas, cobras e tigres fazem sucesso entre as garotas cheias de atitude. Para esta estação, as grifes deram as mais diferentes interpretações ao animal print, para agradar a ‘gregas e troianas’! Caso a bicharada não lhe agrade para um total look, invista em bolsas, calçados e acessórios – eles vão dar um toque charmoso à sua produção.

44 | MARÇO 2013


Guarda-chuva Maria Pumar R$ 109

Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Regata Linda de Morrer R$ 147,99

Sandália Jimmy Choo € 750

Puf Petit Living R$ 499

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TRENDY ∆

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Desfile Colcci

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ATITUDE

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Os dias mais frios do ano prometem mostrar um item do armário feminino que faz muito sucesso entre as garotas mais descoladas, principalmente entre as mais teens: o boot estilo coturno vem com tudo nesta estação. Ele fica incrível para compor looks que imprimem personalidade. O coturno chegou todo repaginado, com muitas texturas e ilhoses - ah! e com spikes também, que continuam super em alta. Algumas garotas adoram essa mistura do pesado com a leveza dos vestidinhos fluidos, saias e shorts. Para um visual mais agressivo, estilo dark, invista em coletes e shorts de couro ou jeans, sem esquecer dos braceletes com spikes e tachas. 1- TOPSHOP • 2- Dakota • 3- Schutz • 4- Zara • 5- Zara • 6- Schutz • 7- TOPSHOP - Preços sob consulta

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Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto



Soutien Loungerie - Preço sob consulta

Óculos Ventura R$ 420

DUPLA INFALÍVEL Por | Luiz Gugliatto

As cores preto e branco estão dominando as vitrinas das grandes metrópoles brasileiras - essas cores jamais serão superadas ou estarão fora de moda. A dupla infalível continua em alta para arrasar em qualquer ocasião, seja para uma produção mais informal ou um look glam. O que diferencia a nova roupagem do duo desejo das fashionistas são as modelagens que, para a nova temporada, estão bem mais rentes à silhueta feminina. Quem não quer ficar no campo monocromático deve investir em combinações P/B + uma peça ou acessórios de cor super vibrante. Não esqueça das peças design luxo para um decor atraente!

Patins in-line Roller Premium p/ Lojas Americanas R$ 189,90

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ESCOLHA DO MÊS ∆ Blusa Empório Anna p/ Maria Pitanga R$ 290

Calça Morina p/ Maria e Maria R$ 229,90

Conj cropped top + saia Lú Pessanha p/ Madresanta R$ 419

Cadeira Him Casa Mania Preço sob consulta

Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Vestido Morina p/ Garpy 329,90

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Campanha Versace eyewear

HOMEM ∆

PURO ESTILO A busca por um estilo diferenciado na moda é forte entre os homens, que estão cada vez mais antenados no que lhes cai bem. Para aqueles que não abrem mão de andar na moda, as grifes mais renomadas apostam em peças incríveis para o guarda-roupa masculino. Nessa temporada de frio, o universo de luxo nos leva a uma atmosfera de puro safári, com cores em tons terrosos e estampas de bicho – que também chegaram ao universo masculino. É o caso da bolsa masculina Burberry Profum, que já está na Wish List dos mais antenados. Chapéu Hering Store • Camiseta Reserva • Parka 284 • Relógio Diesel • Óculos Ray Ban p/ Visótica • Bolsa Burberry • Calça Mandi p/ Metropole • Boot Ferracini - Preços sob consulta

50 | MARÇO 2013

Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Por | Luiz Gugliatto



LibertĂŠ Fotos | Alexis Prappas Stylist | Luiz Gugliatto


Vestido Totem p/ Aline Gonçalves Óculos Ray Ban p/ Óptica Lunettes Anel e pulseiras Ana Claudia semi-joias Botas Santa Lolla Chapéu e cachecol acervo Bicicleta Nirve Classic Ladies Gloss Black p/ Concept Bike Shot


T-shirt e short Shoulder Blazer acervo Brincos e anel Ana Claudia semi-joias Cinto Richard’s Boina e cachecol acervo




Blusa petit TOPSHOP Tricô INSP p/ Garpy Óculos Michael Kors p/ Óptica Lunettes Short Ellus Second Floor p/ Aline Gonçalves Cachecol acervo


Camisa e calça Le Lis Blanc T- shirt Richard’s Óculos Givenchi p/ Óptica Lunettes Colar Madresanta Cinto Anita Shoes Bracelete e anel Ana Claudia semi-joias


Parka Cor Doce p/ Garpy Short TUART p/ Maria e Maria Brincos, anel e pulseiras Ana Claudia semi-joias Lenรงo acervo



Casaqueto Richard’s Short Ellus Second Floor p/ Aline Gonçalves Anel e pulseiras Ana Claudia semi-joias Chapéu e lenço acervo


Vestido MIIA p/ Garpy Brincos, anel e pulseiras Ana Claudia semi-joias Sapatilhas Santa Lolla ChapĂŠu acervo


T-shirt e calça Shoulder Cardigan INSP p/ Garpy Cinto Le Lis Blanc Óculos Ray Ban p/ Ópitca Lunettes Anel Hector Albertazzi p/ Madresanta Pulseiras Ana Claudia semi-joias

Ficha técnica Fotógrafo | Alexis Prappas Produção executiva | Melissa Tamaciro Produção de moda | Luiz Gugliatto Make/Hair | Helder Marucci Modelo | Isabela Denari - Arena Models


Nutricosméticos As pílulas da beleza

Texto | Natália Charbel

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beleza ∆

“Não é um lábio ou um olho o que chamamos de beleza. Mas a força global e o resultado final de todas as partes.” Alexander Pope Conhecem aquela máxima ‘a beleza vem de dentro’? Pois ela nunca foi tão verdadeira. E não estou falando de felicidade, autoestima, nada disso. Apesar de estes serem indispensáveis, quero conversar sobre algo mais prático: pílulas de beleza. Se você deu uma risadinha e está achando que é brincadeira, surpresa! Não é. Partindo do princípio de que um organismo bem nutrido por dentro vai refletir no exterior, surge um novo conceito em cosméticos: os orais. Beneficiando a saúde da pele, unhas e cabelos, teremos respostas estéticas. Os nutricosméticos são suplementos (em forma de pílulas, líquidos ou alimentos) que agem nutrindo pele, unhas e cabelos de dentro para fora. Eles são produzidos a partir de alimentos funcionais e suplementos como vitaminas, sais minerais, aminoácidos, colágeno, magnésio, zinco, ômega 3, licopeno, isoflavonas e outros componentes essenciais à saúde do organismo, que participam de importantes reações químicas e incentivam a restauração dos tecidos. Entre os ilustres componentes dessas pílulas estão o chá verde e o cacau, antioxidantes poderosos que ajudam na prevenção e redução de sinais e rugas. E a associação desses princípios a outras substâncias garantem benefícios diversos. Por exemplo, quando combinados ao Polypodium leucotomos (espécie de samambaia), oferecem à pele proteção contra raios solares. E é essa uma das grandes aplicações dessas cápsulas. Dermatologistas dizem que, analisando os efeitos dos nutricosméticos a curto prazo, os fotoprotetores proporcionam resultados bastante satisfatórios. Isso garante uma dose extra no combate ao envelhecimento cutâneo, já que a radiação UV é a grande causa desses sinais. Mas atenção, ainda não é possível dispensar o uso do filtro solar tópico, ok? Outro exemplo são as cápsulas compostas por Bio Marinho, vitamina C e zinco, que vêm com a promessa de reduzir a aparência das linhas finas e reduzir danos causados pelo sol. Ou seja, existem os nutricosméticos para proteger e para resolver.

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E que tal provar do “vinho em cápsulas”? Achou estranho? Pois se trata da condensação do resveratrol, princípio ativo das uvas, aconselhado para quem quiser aproveitar todos aqueles famosos benefícios dos vinhos. Para quem travou uma batalha contra a perda de densidade da pele, a combinação de vitamina C, isoflavona da soja e licopeno, eficientes antioxidantes, é uma boa pedida. Essas pílulas (quase) mágicas ainda atuam reduzindo a queda capilar, amenizando a celulite, fortalecendo unhas e cabelos e até combatendo os desagradáveis sintomas da TPM. Tudo depende da combinação dos nutrientes. É um verdadeiro universo de beleza encapsulado! Cada dia mais, os médicos entendem o corpo como unidade, sendo impossível dissociar interno e externo. Nós refletimos na pele (unhas, cabelos) o que comemos e como tratamos nosso organismo. Dentro dessa visão do corpo como unidade, todo cuidado com a saúde ou beleza acontecerá como causa e consequência do outro. É tudo parte de um só corpo que precisa funcionar em harmonia, afinidade e equilíbrio. Os nutricosméticos são vendidos livremente, ou seja, não é necessário receita médica. Mas atenção, nada de passar na primeira drugstore e lotar a cestinha. É fundamental consultar um dermatologista. Este é o profissional certo para orientar o consumo, dosagem, tempo de administração e verificar se as cápsulas realmente precisam ser usadas. O dermatologista vai personalizar seu tratamento, escolher o suplemento mais adequado e fazer as associações necessárias, entre elas cremes tópicos e procedimentos estéticos que vão dar o gás necessário para você chegar ao resultado esperado. Efeitos colaterais não são usais, mas mesmo assim é preciso tomar cuidado. Podem ocorrer intoxicações e reações alérgicas – tudo depende de alguma possível sensibilidade a algum ‘ingrediente dessa receita’. Gestantes e mulheres que estão amamentando também precisam de cautela e orientação médica severa. Assim como indivíduos que tenham algum problema no funcionamento no fígado ou nos rins. Lembre-se que as pílulas não são milagrosas e não funcionam sozinhas: é preciso fazer nossa parte e manter um estilo de vida saudável, sempre!

“A Anvisa enquadra os produtos nutricosméticos na categoria de alimentos funcionais, porque produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos por meio da atuação de um nutriente na manutenção do organismo. No entanto, é recomendado consultar um médico antes de consumi-los para evitar efeitos colaterais, já que cada linha e categoria desses produtos tem uma concentração maior de um determinado componente”. ∆

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PUBLIEDITORIAL ∆

3 Questões

ao Especialista Expert em tratamentos estéticos, a dermatologista Dra Thais Sakuma desmistifica três questões muito frequentes em seu consultório: unhas frágeis, cílios pouco volumosos e manchas na pele. Dra Thais Sakuma é membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD). É também colaboradora científica do curso de anatomia aplicada a preenchedores e toxina botulínica (botox) no Miami Anatomical Research Center (MARC) e autora de diversos artigos e capítulos de livros nacionais e internacionais sobre tratamentos estéticos.

Sinto que minhas unhas são frágeis. O que fazer? As unhas frágeis acometem 20% da população, sendo mais frequentes nas mulheres. O aspecto das unhas torna-se inestético e surgem incômodos no dia a dia. Decorrem da alteração no “cimento” que mantém as células da unha unidas umas às outras, ou de fatores que causam alterações na “matriz” da unha. O aspecto da fragilidade varia, podendo apresentar-se como descolamento das pontas, fissuras transversais, aumento das estriações verticais, ou ainda como manchinhas brancas. Além da predisposição individual, removedores de esmalte, produtos químicos e remoção exagerada das cutículas podem agravar o problema. O tratamento é feito com hidratante específico, vitamina H (biotina) e aminoácidos sulfurados. É importante consultar um médico dermatologista, pois alterações na unhas também podem ser sinal de anemia, alterações endócrinas, nutricionais etc. É possível obter cílios mais volumosos? Os pelos do corpo, incluindo os dos cílios, não crescem continuamente, havendo uma fase de crescimento, de repouso e outra de desprendimento e queda. Existem substâncias capa-

zes de aumentar a fase de crescimento dos cílios, resultando em cílios mais longos, espessos e escuros. O produto requer prescrição médica, e é aplicado diariamente com auxílio de um pincel sobre a pele das margens das pálpebras superiores. Os resultados são observados em média a partir do 3° mês de tratamento, quando então se inicia a terapia de manutenção. Além de aplicar filtro solar, o que posso fazer para melhorar minhas manchas? São dois os tipos mais comuns de manchas. As melanoses solares, que decorrem do efeito cumulativo do sol, começam a aparecer por volta dos 40 anos, e se apresentam como inúmeros “pinguinhos de café” no dorso das mãos, colo e rosto. Uma opção terapêutica é a Luz Intensa Pulsada, que destrói o pigmento através do calor. Já o melasma se manifesta como manchas acastanhadas mais extensas, em formato de “mapa”. É mais comum em mulheres, e pode aparecer durante a gestação. Uma única exposição ao sol pode piorar a mancha. Pode ser tratada, após avaliação médica, com clareadores domiciliares, peelings e laser específico. Fotoproteção oral também pode ser necessária, dependendo do estilo de vida da paciente.

Av. Fernando Correa da Costa, 1233. Sala 4, 2º andar | 67 8168 3856

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HITS DE BELEZA ∆

INNÉOV FERMETÉ: Polivitamínico indicado para rugas e perda de firmeza da pele, enriquecido com licopeno de tomate, extrato de soja e vitamina C. O licopeno tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. R$139,00

Exímia Fortalize Para Cabelos e Unhas: Contém zinco, biotina, ferro, vitaminas A,C, E e Complexo B, além de ácido fólico e magnésio. Indicado para quem tem cabelos finos, que crescem pouco e quebram com facilidade. E para pessoas com unhas fracas, que descamam, não crescem e de aspecto estriado. R$ 90,00

Rennovee CelluliSolution Nutrilatina: Esse suplemento possui nutrientes que quebram a gordura localizada e ativam a microcirculação sanguínea. Com isso, diminui-se o aspecto casca de laranja. Tem propriedades anti-inflamatórias. Com zinco, selênio e cromo, e vitaminas A, C e E. R$ R$ 178,50 Se você decidiu aderir ao conceito ‘beleza vem de dentro’, é hora de conhecer o que o mundo dos nutricosméticos pode lhe oferecer. Dê uma olhadinha nessas pílulas e converse com seu médico sobre o possível uso de algum suplemento.

Imedeen Time Perfection: Indicado para mulheres a partir de 40 anos. Suplemento que protege e reestrutura a pele. Estimula a formação das fibras de colágeno e elastina. O produto conta com o exclusivo Complexo Biomarinho, um extrato rico em proteínas e polissacarídeos semelhantes aos encontrados no tecido de sustentação da pele. Reduz as linhas finas de expressão e rugas, garante firmeza e clareia manchas de pigmentação. R$ 212,00

“A Anvisa enquadra os produtos nutricosméticos na categoria de alimentos funcionais, porque produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos por meio da atuação de um nutriente na manutenção do organismo. No entanto, é recomendado consultar um médico antes de consumi-los para evitar efeitos colaterais, já que cada linha e categoria desses produtos tem uma concentração maior de um determinado componente.”

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Fotos | divulgação

Innéov Solar: A exclusiva combinação de Skin-Probiotic e Licopeno auxilia na busca por um bronzeado intenso e que dure muito mais tempo. Ele reforça as defesas contra os raios solares, deixa a pele menos sensível e mais hidratada e retarda o envelhecimento. Além de livrar a cútis de manchas causadas pelo sol. Indicado para preparação da pele antes da exposição solar. Atenção: O produto não substitui o filtro solar tópico. R$104,00



Meditar para viver mais!

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SAÚDE ∆ “Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela.” Albert Einstein

Texto | Natália Charbel

Enquanto você estiver lendo esse texto, pelo menos uma pessoa morrerá em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Se essa informação lhe pareceu alarmista, prepare-se: segundo o Ministério da Saúde, o AVC é a principal causa de óbito (por doença) no nosso país e mata por ano mais que a AIDS, a malária e a tuberculose, todas juntas. A prevenção da doença inclui regrinhas que a gente conhece bem: alimentação equilibrada, evitar o sedentarismo e manutenção do peso ideal. Além desses velhos conhecidos pilares da vida saudável, um estudo realizado no Medical College of Wisconsin, amparado pelo Instituto Americano de Saúde e publicado pela Associação de Medicina Americana, assegura que a prática da meditação por cerca de 20 minutos diários é capaz de reduzir sinais de estresse e as chances de sofrer um ataque cardíaco ou um AVC em indivíduos que apresentam enfermidades cardiovasculares. Os praticantes (regulares) de meditação manifestaram uma redução de até 50% nos episódios fatais por ataque cardíaco e AVC. O diretor do Instituto de Medicina Natural e Prevenção, Robert Schneider, afirma que os resultados são os efeitos mais contundentes fornecidos por uma intervenção que envolve mente e corpo para esse tipo de doença. Este estudo é pioneiro na constatação de benefícios da meditação em longos períodos, no quesito eventos cardíacos. Por cinco anos os pesquisadores acompanharam mais de 200 pacientes, todos com idade média de 59 anos e que já apresentavam depósitos de gordura nas artérias. Theodore Kotchen, um dos coautores do estudo, é enfático ao garantir que a meditação transcendental atua positivamente na diminuição do estresse e na redução das chances fatais de infarto

do miocárdio e AVC. A meditação atua na queda dos níveis de cortisol e adrenalina, hormônios que agem diretamente no nosso metabolismo e podem elevar os batimentos cardíacos, a pressão arterial e a quantidade de gordura, impactando a saúde cardiovascular. Ou seja, reduzindo os níveis desses hormônios, jogamos lá embaixo uma série de riscos que eles poderiam nos trazer. Mas atenção: Os participantes do estudo permaneceram fazendo uso de seus medicamentes habituais e os tratamentos médicos não foram interrompidos. A meditação deve ser vista como uma terapia complementar, que funciona, mas não substitui os cuidados médicos habituais. A prática auxilia o indivíduo a enfrentar melhor situações de estresse e as adversidades da vida, o que só faz bem. Hoje já existe uma sala de meditação no Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo, e parece que a tendência das terapias alternativas é crescer e ocupar um espaço muitas vezes deixado de lado nos tratamentos. E tem mais, se você está achando que só pacientes com doenças cardiovasculares se beneficiam da meditação, está enganado. Um estudo paralelo desenvolvido na American University, em Washington, e divulgado no periódico científico “American Journal of Hypertension”, afirma que a meditação também é eficiente na queda da pressão arterial e atua contra a ansiedade e depressão. A liberação de endorfinas provocada pela meditação é capaz de importantes mudanças neuroquímicas. Quando praticada regularmente, após cerca de 30 dias já é possível perceber melhora. Para garantir esses benefícios, a meditação precisa ser incorporada à rotina – é preciso ter assiduidade e empenho, combinado? Ôm ∆

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“A agricultura é o fundamento de toda cultura, ela tem algo a ver com todos”.

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NUTRIÇÃO ∆

Agricultura HOLÍSTICA. alimentos biodinâmicos! Texto | Natália Charbel

Não é de hoje a busca do ser humano por uma alimentação mais saudável. Na década de 20 começaram a surgir movimentos que se opunham aos adubos químicos. Aqui no Brasil, quando falamos em alimentos saudáveis, remetemos imediatamente aos orgânicos, e felizmente está mais fácil encontrar esses produtos. O que muitos não sabem é que existe outra opção ainda mais saudável e sustentável: os biodinâmicos. Esses alimentos se enquadram na categoria de orgânicos, pois são cultivados sem nenhum tipo de agrotóxico ou adubos químicos. Mas não para por aí – para produzir os biodinâmicos são levados em consideração diversos outros fatores. Essa agricultura tem como visão integrar a biodiversidade e a autogestão da propriedade, com mínimo espaço para entrada de recursos externos. A prioridade é a saúde e o equilíbrio da terra, e sugere-se que seja criado um sistema agrícola em que se beneficiem mineral, vegetal, animal e humano. Ela baseia-se também nos compassos cósmicos, nas fases da lua, posição do sol e planetas, e nas suas relações e efeitos na prática agrícola. A técnica nos ensina que a saúde do solo, vegetais, animais e ser humano resulta de uma maior ligação com forças estimulantes dos processos naturais. A agricultura biodinâmica ainda se preocupa muito com a rotação de culturas, o que faz com que o solo se recupere com maior rapidez. A biodinâmica cria e fortalece um elo espiritual-ético entre todos os elementos do plantio e o homem. E se a gente é o que come, fica fácil entender a explicação de que os alimentos biodinâmicos promovem uma relação muito mais consciente com o universo.

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Os agricultores garantem que essa técnica consegue aumentar em até 33% as colheitas e reduz consideravelmente as doenças dos cultivos, e pesquisas apontam que alimentos lavrados a partir dessa técnica oferecem qualidade nutritiva muito maior. Sendo antes de tudo orgânicos, isto é, livres de agrotóxicos, hormônios e produtos químicos, esses alimentos oferecem uma quantidade superior de cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio, zinco e vitaminas (ver tabela). Isso sem falar em benefícios como a prevenção do câncer, por ter grande poder antioxidante. Carnes e ovos orgânicos também saem ganhando, pois os animais são criados sem uso de antibióticos, hormônios e anabolizantes. E são muito mais saborosos. Ainda não existem alimentos biodinâmicos produzidos (com registro) no MS. Paula Pagnoncelli explica: “Os produtos biodinâmicos são certificados pela Demeter, a marca que identifica, mundialmente, tais produtos. No Brasil, o Instituto Biodinâmico é responsável por controlar essa certificação.” Mesmo sem produção local, já é possível encontrar esses alimentos por aqui: “Aqui na Mel Zen, trabalhamos com um arroz biodinâmico produzido no Rio Grande do Sul, sem agrotóxicos, adubos químicos ou conservantes. Para auxiliar na produção, são aplicados, de forma homeopática, preparados biodinâmicos elaborados a partir de cristais e plantas medicinais, constituindo uma fitoterapia, auxiliando as plantas a cumprir melhor suas funções. O uso destes preparados é uma característica da produção biodinâmica. No Mato Grosso do Sul ainda não temos essa cultura difundida como no sul do país.” Mesmo assim, a busca por vida saudável só cresce: “Existe uma demanda crescente na procura por alimentos produzidos a partir de práticas naturais e conscientes de cultivo. O consumo diário desse tipo de produto rapidamente torna-se um bom hábito. As pessoas tornam-se mais leves, dispostas e bem nutridas. A agricultura biodinâmica possui uma abordagem holística em que a vitalidade é uma prioridade.” Só faz bem! ∆

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Mineral

% superior no alimento orgânico

Cálcio

65%

Ferro

78%

Magnésio

118%

Fósforo

91%

Potássio

125%

Zinco

60%

Mercúrio

quase 29%



Respire e pedale

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FITNESS ∆

Speed, Mountain Bike, Vintage, Cruise... Com as novas ciclovias da cidade, andar de bicleta tornou-se o esporte do momento. Texto | Daiane Libero Fotos | Divulgação

Nas cidades tomadas por milhares de carros, vemos um pequeno respiro no asfalto: uma ciclovia. Um trecho que foi criado especialmente para quem utiliza a bicicleta no dia a dia ou no lazer. Os usos da bike são muitos: normalmente começam ligados ao bem-estar e logo se transformam em verdadeira paixão por razões que vão além do exercício físico. “Hoje em dia, andar de bicicleta tem a ver com olhar a paisagem, exercitar a coordenação motora e a postura, respirar fundo e manter sua saúde de uma forma muito divertida”, afirma Thiago Urias Lopes, proprietário da mais nova loja especializada em bikes da cidade, a Concept Bike Shop. “Você começa devagar, sem compromisso. Vai pedalando e sentindo que seu corpo responde, então, quando percebe, não consegue viver sem andar pelo menos alguns minutos por dia”. Thiago conta que montou a Concept Bike Shop para trazer para Campo Grande bicicletas e acessórios para as diferentes modalidades, como: Speed, Mountain Bike, Cruise, e até mesmo para bikes “Vintage”. Tudo para que a vontade de andar de bicicleta saia da lista de planos e vire realidade na vida das pessoas.

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“Magrela”, “Bike”, “Bici”. Os apelidos da bicicleta são muitos, na maioria ouvidos na infância. E foi quando criança que o ciclista Brenno Batista iniciou sua trajetória no mundo das bikes. Filho do atleta de speedy bike goiano Gilmar Batista, ele vê o pai competir sobre duas rodas desde 1986, ano em que a família se mudou para Campo Grande, para abrir a primeira loja da Gilmar Bicicletas. Hoje em dia, pai e filho são responsáveis por vários eventos relacionados ao ciclismo na Capital, por meio da Associação Esportiva Gilmar Bicicletas. “O que é mais importante sobre pedalar é a democracia que existe nisso como atividade esportiva. Você pode pedalar independente da idade ou da condição física. É sempre apaixonante e restaurador”, conta. No ambiente urbano, as ciclovias podem ser grandes aliadas, em função do trânsito caótico. Já a trilha, modalidade chamada de “Mountain Bike”, é para quem gosta de ar puro. “Esse tipo de modalidade é para quem quer um ritmo mais campo, sair do estresse da cidade e olhar o verde”, explica Brenno.

Roteiro para todos Gilmar e Brenno notaram que era possível democratizar ainda mais o ato de se andar de bike. Depois de promoverem os passeios ciclísticos ligados ao Dia Mundial Sem Carro, eles desenvolveram projetos semanais para agregar grupos que desejavam pedalar em diferentes níveis. Assim nasceu a “Pedalada das 20h”, a que vão famílias inteiras, crianças, adolescentes e adultos que, em clima descontraído, fazem um percurso leve toda quinta-feira à noite. O sucesso é tanto que já reúne cerca de 80 pessoas por semana. “Andar de bike fica ainda mais legal quando você faz isso em grupo”, conta Brenno. “É bom para quem está iniciando na atividade, para não perder o pique”. Os grupos de pedalada não param por aí: “Pedalada das Divas”, circuito mais pesado apenas para mulheres que queiram malhar forte na bike; “Giro de Sábado”, para atletas e competidores que queiram andar em grupos; e um circuito de Mountain Bike, o evento “Pedalando Afora”, que leva os ciclistas para trilhas nos arredores de CG. Mesmo com apenas dois meses de abertura da Concept Bike Shop, Thiago já prepara mais algumas rotas que prometem engrossar o caldo do pedal na cidade. “Pedalar em companhia de amigos e atletas e com objetivos distintos torna a atividade ainda mais prazerosa”, conta Thiago, “por isso, nos próximos meses teremos novas opções. Quem adora bike, ou deseja começar, pode esperar por mais uma alternativa de roteiro, que vai surpreender todo mundo”. Ficou com vontade de pegar a bike e sair por aí? Opções não faltam – é só começar! ∆

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O bolo PERFEITO “Gosto de misturar sabores, texturas, ingredientes”

Texto | Daiane Libero Fotos | Lucas Possiede

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GASTRONOMIA ∆

Bolo de Páscoa Recheio 2 latas de leite condensado ½ litro de leite 8 gemas 150 g de nozes trituradas 150 g de damasco picado 2 caixas de creme de leite Quando a paixão pela confeitaria falou mais alto, a jovem Emely Juliana Motta Abdala decidiu dar uma virada em sua vida profissional. Passou a dedicar seu tempo à criação de receitas que encantassem o paladar. “Gosto de misturar sabores, texturas, ingredientes”, explica Emely. Aos 29 anos, ela é autodidata em tudo que se relaciona à cozinha, e prepara-se para abrir sua primeira loja, a Maria do Bolo. “A loja é fruto de um longo trabalho de pesquisa e muito amor à culinária. A confeitaria e a gastronomia me proporcionam um prazer enorme”, conta. A influência veio da mãe, Maria Rivelda: “Ela foi minha principal incentivadora.” Emely começou fazendo pequenos mimos em forma de bolos e cupcakes, que levava para a loja MadreSanta, da qual era cliente. Logo, virou a “boleira” oficial da boutique, e foi assim que decidiu abrir seu próprio negócio. Criativa e inspirada, Emely adora inovar: “O bolo perfeito é aquele que une sabores inusitados que despertem sensações, com uma apresentação impecável”.

Para A Gente, ela criou uma receita exclusiva de bolo de chocolate com nozes e damasco, uma sugestão suave que promete agradar nesta Páscoa.

Massa 100 g de manteiga 2 gemas 1 ½ xícara (chá) de açúcar 6 colheres (sopa) de chocolate em pó 2 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 xícara (chá) de leite 1 colher (sopa) de fermento em pó 2 claras batidas em neve

Cobertura 1 lata de leite condensado 3 colheres (sopa) de achocolatado em pó 2 colheres (sopa) de chocolate em pó 1 colher (sopa) de manteiga 1 caixa de creme de leite

Modo de preparo Comece fazendo o creme para o recheio. Coloque em uma panela o leite condensado, o leite e as gemas e leve ao fogo médio até engrossar, mexendo sempre. Desligue o fogo e acrescente as nozes e os damascos. Deixe esfriar e acrescente o creme de leite. Para a cobertura, coloque numa panela leite condensado, achocolatado, chocolate em pó, manteiga e creme de leite. Leve ao fogo médio mexendo sempre até o creme deslizar da colher. Reserve. Para fazer a massa, coloque na batedeira 100 g de manteiga, 2 gemas e 1 ½ xícara (chá) de açúcar e bata bem até formar um creme claro (+/-10 minutos). Desligue a batedeira e adicione 6 colheres (sopa) de chocolate em pó, 2 xícaras (chá) de farinha de trigo, 1 xícara (chá) de leite e 1 colher (sopa) de fermento em pó e bata até formar uma mistura homogênea (+/- 5 minutos). Desligue a batedeira e acrescente 2 claras batidas em neve e misture delicadamente. Coloque numa assadeira untada e enfarinhada. Leve ao forno médio pré-aquecido a 180°C por 1 h. Retire do forno e deixe esfriar. Na montagem do bolo, desenforme-o num prato de servir, recheie com o creme, cubra com a cobertura de chocolate e decore a gosto.

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A GENTE EM CASA ∆

Uma casa cheia de história

Em um novo condomínio da cidade, onde reina a monocromia de casas beges de traçados contemporâneos, um sobrado com fachada colonial chama a atenção. Remete a uma memória afetiva de férias passadas em lugares como Ouro Preto, Salvador ou Parati. O interior não é menos surpreendente: cada canto e cada detalhe são a cara dos donos, um jovem casal – ele músico; ela turismóloga. Tudo saiu da cabeça do casal e foi escolhido a dedo por eles.

Texto | Thais Pompêo Fotos | Lucas Possiede

“Quando fomos colocar no papel a planta da casa junto à arquiteta, pedimos a ela que fosse uma casa com mais área externa do que interna, que a gente entrasse na casa e já estivesse saindo”, conta a moradora. Por isso a sala de TV

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e mesa de jantar foram montadas na varanda, e os limites entre o interior e exterior feitos de portas de vidro. Um largo gramado foi instalado ao lado de toda a casa, construída em um terreno de 424 m2.


As soluções são criativas: a porta de demolição que havia sobrado, virou base para o chuveirão no jardim. Da lua-de-mel em Nova York, eles trouxeram a ideia da estante caracol de livros, inspirada em uma do Museu Moma. O lustre de casinhas

foi uma adaptação de uma luminária que viram em Salvador, BA. O gramofone que decora o living, trazido da feira Benito Calixto em SP, fica em cima da radiola da década de 50 herdada do avô do morador.

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Caixotes de madeira que imitam os de feira viraram armários da cozinha. Aliás, o casal optou quase sempre pela madeira de demolição, usada nas portas e janelas da fachada e nos armários internos. O charme do tempo está impregnado em quase todas as peças, inclusive na escolha de móveis usados, como o sofá pé palito e a cadeira de barbeiro – que passaram por reforma de estofado. “Nós não queriamos uma casa que nossos amigos ficassem constrangidos de ficar à vontade, com tudo certinho e impecável no lugar. Queríamos uma casa que deixasse as pessoas à vontade”. ∆

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achados de casa ∆

EQUILÍBRIO Por | Luiz Gugliatto

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3 4 1- Lanterna marroquina Etna; 2- Mesa com gavetas Odila Freire; 3- Vela Voluspa p/ Santa Graça Casa; 4- Bloco Yogini; 5- Almofada ginarium; 6- Vaso copo Yôgo p/ Amorart;

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Deixar o ambiente onde vivemos mais alegre e descontraído pode ajudar a combater parte do estresse do dia a dia. Depois de trabalhar, estudar, buscar as crianças na escola, nada mais agradável que chegar em casa, acender uma vela ou incenso e tomar um banho ouvindo uma boa música para criar um clima relaxante. E se possível ficar algum tempo quieto, meditando...

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11 7- Estátua indiana, Namastê; 8- Tapete para yoga Yogamat p/ Holis; 9- Jogo mesinhas Coisas da Doris; 10- Incensário cerâmica Lotus p/ Divino Espaço; 11- Apoio para livros, Namastê; - Preços sob consulta.

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Texto | Gabriela Ostronoff

Aulas de yoga para crianças são muito divertidas graças ao contato, à improvisação, às brincadeiras e histórias que ajudam as crianças a se concentrarem, se equilibrarem e estimulam a criatividade e o autoconhecimento. O yoga pode ser introduzido na vida das crianças dentro de casa mesmo, pelo exemplo dos pais. A maioria das escolas tem cursos para crianças a partir de 6 anos mas, muito antes, histórias lúdicas, para que sejam executadas as posições, podem ser apresentadas para elas.

Compre um yoga mat para seu filho e incentive-o a decorá-lo. A criança vai se divertir estilizando seu tapetinho e ficar ainda mais entusiasmada com a prática.

Diversão e consciência corporal as crianças se amarram!

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O Yoga Pretzels é um jogo divertido para crianças e adultos praticarem juntos. São cartas coloridas com ilustrações das posições feitas em dupla e com explicações de forma lúdica e ao mesmo tempo didática para a execução de respiratórios, posturas, meditação... Boa prática!



Yoga – todo mundo está fazendo! Por onde começar?

O primeiro passo para praticar yoga é entender para que serve e quais são seus benefícios. Assim ficará muito mais fácil aproveitar bem os exercícios e extrair todo o conhecimento dessa filosofia que faz a cabeça de tantas celebridades. E por quê? O yoga é uma meditação em movimento, que ajuda a travar um contato íntimo com você mesmo ao expandir a nossa consciência. Portanto: aumenta a autoconfiança, a saúde e, em alguns momentos, pode ser bem divertido. Existem materiais muito bons de yoga para jovens na internet. A maior parte está na língua inglesa, mas há também algumas traduções para o português e às vezes para o português de Portugal.

Compartilhar com os amigos as experiências, a prática, as posturas novas aprendidas e até praticar exercícios antes das provas para tranquilizar-se é demais!

Texto | Gabriela Ostronoff

Olha só algumas estrelinhas adeptas do yoga: Lady Gaga, Annasophia Robb, Vanessa Hudgens e Miley Cyrus. Namastê!

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CONECTIVIDADE ∆

O fotógrafo Traci Griffin encontra simetria nas formas mais assimétricas. Concentrando-se especificamente em materiais como galhos de árvores e fios de cabelos, Griffin captura momentos de forma singular. O artista divide fotos ao meio e as reflete, dando a impressão de que cada objeto é um reflexo perfeitamente alinhado e espelhado de si mesmos. Mais em www.tracigriffinphotography.com

Uma câmera DSLR, modelo Canon D50, feita de chocolate, está sendo vendida pelo artista Hans Chung, de San Francisco, Estados Unidos. Ele desenvolveu um molde a partir do equipamento fotográfico, com todos os detalhes como o compartimento da bateria e botões presentes no equipamento original. Na página do artista na comunidade online de negócios (Etsy), ele anuncia o produto, que terá apenas 5 peças para venda, mantendo um caráter de edição limitada e exclusiva. Cada câmera de chocolate custa US$ 500 (cerca de R$ 1000), um valor equivalente a uma de verdade. Além da câmera, um estojo de acrílico acompanha a guloseima.

A 10 quilômetros de Poitiers, na França, o Futuroscope é um parque temático cujas atrações giram em torno das técnicas cinematográficas, multimídia e audiovisuais, além da robótica. Em julho de 2011, o Futuroscope atingiu a marca de 40 milhões de visitantes desde a sua inauguração em 1987, sinal de um sucesso permanente. O parque nunca para de inventar e se reinventar. Há mais de 20 anos, o mesmo arquiteto, Denis Laming, tem criado todos os pavilhões do Futuroscope e do pólo tecnológico adjacente, tornando realidade essa formidável “cidade do futuro”, tão desejada pelos fundadores do parque. Entre os mais conhecidos, é preciso citar o Pavilhão do Futuroscope, uma esfera que repousa sobre um prisma, e o Kinémax, novo símbolo do Futuroscope desde 2003.

SE LIGA Texto | Wilame Morais

O artista sul-africano Jonty Hurwitz – radicado em Londres – começa suas obras com mais de um bilhão de cálculos no computador, antes de passar meses construindo-as. Todo o esforço tem um resultado incrível: ele materializa suas ideias distorcidas e anamórficas utilizando a reflexão das imagens (criadas com ajuda da máquina) em acrílicos, aços, resinas ou cobre.

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PUBLIEDITORIAL ∆

GUILHERME SANTINHO CONTABILIDADE Mais de três décadas de êxito

Em março de 2013, o escritório Guilherme Santinho Auditoria e Contabilidade completa um capítulo importanrte da sua história de trabalho: 35 anos de atuação em Campo Grande. Segundo o contador Guilherme Santinho, idealizador do escritório, o desafio de administrar bem é sempre conquistado por uma equipe competente e preocupada com a satisfação dos clientes. “Durante estes 35 anos, posso afirmar que sozinhos não somos nada. Se conseguimos chegar até aqui, é porque ao nosso lado sempre tivemos pessoas que nos conduziram para que brindássemos esse momento”, enfatiza Guilherme. A empresa é especializada nas áreas de contabilidade, auditoria e perícia contábil, e oferece serviços também de escrita fiscal e recursos humanos. “Com o passar do tempo, o escritório foi se consolidando e tornou-se uma empresa de referência em MS. Isso se deu porque nossa equipe sempre trabalhou valorizando a ética, a transparência e o profissionalismo. Nosso compromisso permanente é buscar melhorias na qualidade de atendimento”, conta.

Para comemorar a data, o escritório disponibilizou em seu site, no endereço www.guilhermesantinho.com.br, toda a história de mais de três décadas da empresa. “Agora, preparamos o escritório para a próxima geração”, explica Guilherme. “É com muita satisfação e alegria que comemoramos este momento. Convido a todos os amigos e parceiros para que acessem o site do escritório e conheçam de perto a nossa história e trajetória”.

Avenida Fernando Corrêa da Costa, 1.200, 1º andar, Vila Sol Nascente, em Campo Grande – MS, CEP. 79004-310 Telefones: (067) 3383-1057 (067)3321-5139 Fax: (067) 3324-4633

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EDITORA CONVIDADA ∆

“Eu prefiro conhecer o cotidiano dos habitantes locais. Geralmente, eles têm ótimas dicas.”

Marcia Figliolini encontrou no inglês a ferramenta necessária para desbravar o mundo, e o idioma acabou por se tornar uma parte fundamental de sua vida. Coordenadora pedagógica das unidades Vivendas e Cachoeira do CNA, em Campo Grande, ela é apaixonada por viagens. Contudo, não gosta de se sentir turista.

Sabores pelo mundo Texto | Thiago Andrade Fotos | Divulgação

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Aos 23 anos, a editora convidada viveu uma experiência que lhe serviu como “turning point”, ou seja, um momento de virada fundamental para sua trajetória pessoal e profissional. Ela passou um ano na Nova Zelândia estudando literatura inglesa. Ao retornar ao Brasil, Marcia passou a se dedicar ao ensino e completou o mestrado em Linguística Aplicada, pela Unesp. Desse modo, pode oferecer aos alunos sua visão, aquela segundo a qual os idiomas são chaves para o mundo. Unindo as paixões por viagens e culinária, Marcia optou por indicar os restaurantes e espaços gastronômicos mais marcantes que já visitou. As dicas, que não são encontradas em guias de viagem, apontam para locais em que comer é muito mais que matar a fome – é viver uma incrível experiência cultural.


Ristoranti Il Pozzo, em Monterioggioni, Itália Há 40 anos, meu sogro começou a frequentar esse restaurante italiano. Eu e meu marido estivemos lá, pela primeira vez, no ano passado. Além de toda a tradição familiar, o local é único. No topo de uma montanha, em um burgo medieval todo murado, a paisagem é belíssima e os pratos, deliciosos. Do cardápio, eu aconselho a “Polenta con ragù di cinghiale” acompanhada de um vinho Chianti, especificamente, o Brunello di Montalcino.

Baia Seafood Restaurant, em Cidade do Cabo, África do Sul É um restaurante em que turistas formam o grande público, mas ainda assim é um dos meus favoritos. Estive lá em 2011 e o atendimento foi ótimo. Os frutos do mar são o carro-chefe e a maneira como são servidos frescos mantém o sabor de forma maravilhosa. Durante nossa estadia por lá, fomos ao restaurante diversas vezes. Eu indico o camarão grelhado com lagosta ao thermidor. De acompanhamento, um Chenin Blanc, que é feito de uma uva encontrada só na África do Sul.

Wai Waterfront Restaurant, em Queenstown, Nova Zelândia Às margens de um lago, o restaurante é voltado para a cozinha contemporânea. Bastante sofisticado, tem como principal qualidade o frescor dos peixes e frutos do mar, assim como o uso de temperos que ressaltam os sabores e aromas. O Crab Ravioli é uma entrada deliciosa, que pode ser seguida pelo Local Market Fish, o peixe do dia, com uma crosta de pignolis. Queenstown é conhecida pela variedade de esportes radicais que são oferecidos e também tem um dos relevos mais belos do mundo.

Mercato Centrale di San Lorenzo, em Florença, Itália São dois mercados, o central e o de rua. Prefira o primeiro, no entanto, lembre-se que ele fecha cedo. É um ótimo lugar para comprar queijos e frios, alcachofras, vinhos e funghi. Vale a pena experimentar as frutas frescas do local. Tenho esse costume de conhecer os mercados centrais de todas as cidades que visito. Este me marcou muito.

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CADERNO DE VIAGEM ∆

Uma romântica cidade medieval 98 | MARÇO 2013

Texto e fotos | Regina Almeidinha


Conhecida como a Veneza do Norte, esta bela cidade belga, capital da província de Flandres, encanta com suas construções seculares entrecortadas por diversos e bucólicos canais. Caminhando por suas ruelas estreitas com calçamento de pedras, ou suas belas praças iluminadas por grandes candelabros, tem-se a impressão de estar voltando no tempo, com uma sensação deliciosa de fazer parte de um conto de fadas...

Seu centro histórico foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, e logo depois a cidade ganhou o título de Capital Europeia da Cultura, também pelo conjunto de obras que possui de artistas belgas dos últimos seis séculos, boa parte delas expostas no Groeningemuseum. MARÇO 2013 | 99


As igrejas são um capítulo à parte em Bruges. A de Nossa Senhora abriga a famosa obra de Michelangelo “A Madona e o Menino”; e a Basílica do Sangue Sagrado, uma das mais bonitas, localizada na praça Burg, possui uma relíquia do cristianismo, trazida à cidade pelo Conde de Flandres na época das Cruzadas: um pedaço de tecido em um frasco de cristal, que contém o que acredita-se serem gotas do sangue de Jesus Cristo recolhidas por José de Arimateia em Jerusalém, e que é mostrado ao público todas as sextas-feiras. Um lugar que realmente impressiona, principalmente aos católicos. A visão da relíquia foi algo que me emocionou muito, não consegui conter as lágrimas. A melhor maneira de se conhecer a cidade é, sem dúvida, andando a pé, mesmo no inverno, apesar de muitos optarem pela bicicleta. Um bom trajeto seria começar pela rua mais movimentada, com várias lojas interessantes, a Zuidzandstraat, que muda de nome para Steenstraat seguindo em direção à Grote Markt, uma das mais belas praças da cidade e de toda a Europa. Nessa praça está uma das construções que é um dos cartões postais da cidade, o Campanário, de onde se tem a mais bela vista de Bruges, após subir seus 366 degraus. Seguindo em frente chega-se à Wollestraat, um dos pontos fortes da cidade, rua repleta de cervejarias famosas, como a 2be, e diversas lojas de seu tão aclamado chocolate, destacando-se a Van Oost e a Chocoladehuisje, além da já tradicional Godiva na esquina, quase em frente ao Campanário, na Markt.

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O passeio termina na praça Burg, para visitar as famosas igrejas e depois escolher entre as várias opções de restaurantes para almoçar ao redor da Markt, ou, se preferir, se acabar nas barraquinhas da praça, que servem as famosas batatas fritas belgas, concorrentes das francesas e das holandesas, mas, na minha opinião, sem dúvida a melhor de todas elas! Se tiver coragem, experimente como elas são servidas, com muita maionese, afinal, batata frita não engorda quando se está de férias e também não pesa na consciência, não é mesmo?

No inverno, época que escolhi para visitá-la, não foi possível fazer os passeios pelos canais da cidade, que estavam totalmente congelados, mas para quem for visitá-la em outra estação, será uma boa dica para descansar um pouco das andanças. Se você é como eu, apaixonada por frio e baixas temperaturas, no inverno poderá desfrutar de Bruges com poucos turistas – o que não acontece no restante do ano – e particularmente linda, romântica e bucólica coberta de neve. Mas prepare-se: é muito, muito frio!

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Para hospedar-se, a minha dica é optar pelos Bed & Breakfast, a maioria deles muito bem decorados. O que escolhi, Le Foulage, tinha lareira com controle remoto no quarto, atendimento super exclusivo, café da manhã preparado para o hóspede na hora em que ele determina, com pães maravilhosos, queijos divinos, geleias, waffles, tudo criteriosamente pensado para agradar aos olhos e ao paladar. Um estilo de hospedagem que tem tudo a ver com o aconchego desta cidadezinha apaixonante. Para se chegar a Bruges de trem, duas boas opções: de Paris em um trajeto de 2 horas e 20 minutos, ou partindo de Amsterdam com 3 horas de duração, ambos com conexão em Bruxelas. ∆

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Para conhecer um pouco mais sobre a igreja do Sangue Sagrado: www.hollyblood.com Pesquisando sobre os museus de Bruges: www.museabrugge.be Viajando de trem pela Europa, faça você mesmo a sua reserva: www.raileurope.com.br



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IMPRESSÕES E EXPRESSÕES ALEMÃS

The Pretty One - Hans Scheib

CULTURA ∆

Texto | Daiane Libero Fotos | Divulgação

Se a arte expressa a maneira que seus idealizadores veem o mundo, então o quarteto alemão responsável pelas esculturas e pinturas da exposição “Observadores do Horizonte” tem humor e precisão no olhar. As obras acabam de chegar em Campo Grande e estarão à disposição do público no Museu de Arte Contemporânea, o MARCO, até o dia 24 de março. A decisão acertada de trazer as obras para Campo Grande foi da coordenadora do MARCO, Maysa Barros. Com curadoria realizada pelo Museu Nacional de Brasília, a exposição marca as comemorações do ano da Alemanha no Brasil, 20132014, que valoriza e dá visibilidade a países distantes, além de ampliar as relações intelectuais e culturais. “É muito importante o nosso museu trazer artistas deste porte, que são reconhecidos no mundo todo”, comemora Maysa. Após passar por Campo Grande, a mostra segue para o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, MAC.


A Mostra “Observadores do Horizonte” coloca Campo Grande no eixo das grandes exposições nacionais.

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Escola expressionista Os artistas Hans Scheib, Helge Leiberg, Michael Müller e Veit Hofmann estudaram na Universidade de Artes Hochschule für Bildende Küste na década de 70, em Dresden. A cidade é centro político e cultural da Alemanha desde sua reunificação, além de berço do expressionismo alemão – estética que inaugurou o modernismo na Europa e que teve seu auge nos idos anos 20 com o cinema. Aliás, é o expressionismo – o figurativo e o abstrato – o elo que interliga as obras da mostra. Essa influência expressionista, principalmente nas esculturas, é um chamariz e tanto, já que as peças traduzem com pitadas de humor a tensão desse “horizonte” pós-moderno. Além de escultura, a mostra contempla pintura e desenho; ela coloca Campo Grande no circuito das grandes exposições e revela a importância de oportunidades como essa. “Ano passado fizemos uma parceria com a embaixada alemã de Brasília e trouxemos uma exposição de um artista plástico daquele país. Este ano foi a própria embaixada que entrou em contato com a gente, falando da oportunidade”, frisa. ∆

Presidente da Fundacao de Cultura de MS, Americo Calheiros e Maysa Barros, Coordenadora do MARCO.

SERVIÇO “Observadores do Horizonte” fica em exposição até o dia 24 de março. MARCO: Rua Antônio Maria Coelho, 6000, no Parque das Nações Indígenas; de terça a domingo, das 12h às 18 h. A entrada é gratuita. Informações pelo telefone: 3326 7449.

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ATUALIDADES ∆

Crônicas intimistas no novo livro de Theresa Hilcar Por Maria Adélia Menegazzo

“No fundo do poço não tem mola”, novo livro de crônicas da jornalista Theresa Hilcar, que será lançado no próximo dia 19 de março, às 19h30, na Livraria Le Parole, é uma obra confessional. Não por acaso a autora apresenta o instigante subtítulo “Metades de mim”. Muito mais do que crônicas jornalísticas, o que temos aqui são crônicas intimistas de uma narradora que se sabe exposta, mas que não se apequena diante da possibilidade de se ver lida nas suas emoções. Cronicar só dá certo quando o autor supera o próprio gênero em sua estabilidade temática, composicional e estilística. Por isto, vale a pena investir neste novo 108 | MARÇO 2013

livro (o quarto da sua carreira). As crônicas nele contidas vão muito além da abordagem comum dos temas relativos aos estados de depressão: perdas amorosas e materiais ou morte, para ficarmos em alguns poucos; variam em termos estruturais: umas são mais descritivas, explicativas, outras mais ambíguas e incompletas – o leitor tem trabalho, tem que buscar um sentido além das palavras – e, finalmente, são poéticas, sensíveis, e na medida para configurarem um estilo. Nesta entrevista, Theresa fala sobre a crônica como gênero jornalístico e literário, dos cronistas que a influenciaram e de seu processo criativo.


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As crônicas do seu livro falam sobre a depressão, por que escolheu este tema? Primeiro porque eu convivo com esta doença há muitos anos. Eu praticamente cresci convivendo com a depressão, vendo minha mãe sofrer por anos a fio em profundo silêncio. Mesmo hoje, em pleno século 21, ninguém gosta de falar do assunto. As pessoas escondem, fingem, ou fazem sarcasmo da doença. Em mais de 20 anos de análise e diversos tipos de terapia que fiz, ninguém me disse que a tristeza crônica que eu sentia era uma doença. Escrever sobre o assunto foi uma espécie de terapia catártica. Escrever me ajudou a entender melhor o processo da depressão e acho que pode ajudar outras pessoas e perderem o medo de falar sobre suas dores. Geralmente se diz que a crônica é um gênero literário que invade o cotidiano, não só do autor, mas também do leitor. Como é o seu processo criativo? Como você faz a escolha do assunto? No caso deste livro as crônicas foram escritas como um exercício e num período específico com propósito terapêutico. Mas na maioria das vezes é o assunto que me escolhe. Pode ser uma coisa qualquer, um detalhe na rua, um rosto, uma palavra que escuto; outras vezes me deparo com um tema interessante sobre o qual acho que vale a pena escrever. Mas todas as coisas são aleatórias. A crônica é totalmente aleatória. Acho que a graça dela está justamente neste descompromisso com temas. A crônica é vista como um texto essencialmente jornalístico, portanto, depende de um leitor habitual. Você pensa nesta característica circunstancial da crônica? Quer dizer, ela é feita pra dar conta de um determinado fato e depois se perde – vai embrulhar o peixe do dia seguinte, como se diz? Muito já se falou sobre isto. Principalmente por ser um gênero literário que nasceu nas colunas dos jornais. Mas acho que existem dois lados da questão. Primeiro é que a crônica pode sim, marcar um determinado tempo, uma época específica, já que ela costuma falar de assuntos cotidianos. Por outro lado, ela pode ser absolutamente atemporal. Quando abro um livro de Ruben Braga (cronista por excelência) ou leio uma crônica de Fernando Sabino, por exemplo, a sensação é de aquela crônica poderia ter sido escrita ontem. A poesia, que geralmente está no texto, não muda. O lirismo que a crônica carrega não se perde. Mesmo que ela seja, digamos, datada. Vinícius de Moraes dizia que a crônica era uma espécie de “conversa fiada”. Como você daria conta desta definição? (como transformar o insignificante em assunto?). Quem sou eu pra discutir com Vinícius (risos)! O cronista paulista Lourenço Diaféria falava que o cronista escreve sobre as “rachaduras”, pequenos espaços no tempo, na vida, que poderiam passar despercebidos. Mas esta conversa fiada que

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tanto se fala pode e deve ter um alvo, um caminho a seguir. A crônica pode parecer informal, excessivamente despretensiosa. Mas ela sabe o quer e onde quer chegar. É igual um mingau quente. Tem que se tomar pelas beiradas. A gente sabe que ninguém nasce escritor e que existe por trás, também, uma prática de leitura. Você tem algum cronista-modelo? Alguém que você sabe que influenciou a sua maneira de escrever? O fato de ser mineira contribuiu pra isto? Acho que o maior cronista de todos os tempos é sem dúvida, Ruben Braga. Ele é único. Quando eu escrevia no jornal toda semana e às vezes ficava sem assunto, bastava abrir numa página de um dos livros do Braga e lá vinha a inspiração. Fernando Sabino, meu conterrâneo, e com quem tive o prazer de trocar correspondências, de alguma forma me influenciou com seus textos, cuja tônica era o dia a dia, o comportamento urbano. Uma cronista que me influenciou muito pelo estilo e linguagem contemporânea foi a atriz Maria Lúcia Dahl. Ela escrevia crônicas para o Jornal do Brasil, na década de 90, na mesma época em que comecei a publicar as minhas no Correio do Estado. Também vejo semelhanças nos meus textos com os de Danusa Leão e Martha Medeiros. Uma mora no Rio de Janeiro, outra no Rio Grande do Sul, mas todas nós temos a mesma linguagem e gostamos de escrever sobre os mesmos assuntos. Cada uma com suas particularidades, é claro! Elas são mais festivas, mais alegres que eu... E fazem mais sucesso! O que é que muda quando uma crônica de jornal ou de revista passa a fazer parte de um livro? Para a crônica não muda nada. Mas para a literatura, sim, porque ela acaba ganhando mais um gênero literário. No meu caso,quando editei o primeiro livro, foi muito em função do leitor. A maioria reclamava que tinha que recortar minhas crônicas do jornal para guardar. E depois do primeiro a gente toma gosto e percebe que a crônica tem espaço, sim, na literatura. Ela não mora apenas nas páginas do jornal ou da revista. A crônica pode ser vista como uma reportagem? Se a gente percebe que ela fala de um determinado tempo, ou de um fato específico, algo que aconteceu e foi notícia, sim. A crônica política, por exemplo, é uma reportagem literária, podemos dizer assim. É uma forma, às vezes até mais contundente, de contar um fato, de opinar sobre determinado assunto. Mas ela não tem este compromisso com a notícia factual. Embora perceba que a reação do leitor é muito boa quando o texto fala de algum assunto do momento. Principalmente por ser um texto mais curto, a crônica acaba se beneficiando desta “preguiça” do leitor. ∆


ESPAÇO PARA GRÁFICA IDEALIZA


CAMPO GRANDE AGENDA ∆ Por Luana Prates

(evento) CINE SESC Todas as terças e quintas do mês de março tem uma programação diferente no cine SESC, confira: Palavra (En)cantada, O Pagador de Promessas, Na Senda do Crime, Cinema e Poesia 2, Demência / Olhar e Sensação, O Homem Nu, Chega de Saudade e Cultura & Arte Popular. No Sesc Horto, R Anhandui 200. Das 19h às 21h.

(exposição) Até 24 de março OBSERVADORES DO HORIZONTE A mostra é uma seleção de quatro renomados artistas alemães - Hans Scheib, Helge Leiberg, Michael Müller e Veit Hofmann. Realizada pelo Museu Nacional de Brasília, a exposição comemora o Ano da Alemanha no Brasil, que acontece este ano. Veja mais sobre essa mostra na seção de Cultura. No MARCO, R Antonio Maria Coelho 6000. De terça à sexta das 12h às 18h e Sábados, domingos e feriados das 14h às 18h. (exposição) 01 a 31 de março EXPOSIÇÃO AUDIOVISUAL GLAUCE ROCHA. Na sala de exposição do MIS, Av Fernando Corrêa da Costa 559. Das 8h às 17h. (circo) 08 a 10 de março TENDA DAS ADIVINHAÇÕES Com mágico e mentalista Rick Thibau. Esta é uma ação que faz parte do projeto de manutenção do Circo do Mato, financiado pela Fundac, através do Fonteatro. Na sede do Circo do Mato, R Tonico de Carvalho 263. Às 20h. (show) 9 de março OLIN BATISTA Olin Batista já circulou pelos principais clubes do Brasil, como Green Valley, Sirena, Privilege, Kiss & Fly, Café de la Musique. Na Move Club.

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(mostra) 11 a 15 de março CINEMIS – MOSTRA GLAUCE ROCHA Durante a mostra haverá debates e visitas mediadas à Exposição Audiovisual Glauce Rocha. Programação: Terra em Transe, Glauce Rocha: A Estrela anunciada, O Noivo da Girafa, Cinco Vezes Favela e Rio 40 Graus. Na sala Idara Duncan no MIS, Av Fernando Correa da Costa 559. Às 19h.

(show) 15 de março TROPICALIAZZ Festa reúne músicos expressivos da cena de Campo Grande em um encontro de música brasileira. Com Sarravulho, Sofia Basso, DJ Magão e Guigz. No SoundBar Rockers. (show) 16 de março SHOW MATANZA No Hangar Live Music, R Trindade 413. A partir das 23h. (teatro) 16 e 17 de março TURMA DA MÔNICA: ERA UMA VEZ NA FLORESTA Dirigida e escrita por Maurício de Sousa, a peça trata da importância da preservação do meio ambiente. Informações: (67) 3326 0105 No Teatro Glauce Rocha. Sábado às 19h e domingo às 18h. (evento) 20 de março CULTURA EM SITUAÇÃO O Teatro de Resistência nos Anos de Chumbo, com professor Fernandes Ferreira – UEMS. Na sala Idara Duncan no MIS, Av Fernando Correa da Costa 559. Às 14h.

(show) 23 de março LUAN SANTANA No Jockey Club. A partir das 20h. (show) 23 e 24 de março CRIANCEIRAS Ingressos: R$ 40 No Teatro Glauce Rocha. Às 18h.

(teatro) 25 de março ESPETÁCULO: JÚLIA Através da Rede Sesc de Intercâmbio e Difusão das Artes Cênicas, o grupo de teatro Cirquinho do Revirado (SC) apresenta em Campo Grande o espetáculo Júlia. Na R João Rosa Góes, 1761. Às 18h20. (curso) 26 a 28 de março AMPLIFICADORES DE CULTURA O MIS oferece Curso de Fotografia gratuito. Esta será a primeira parte de quatro, e possui a carga horária de 40h. Informações e agendamento: (67) 3316 9178 / mis.de.ms@gmail.com No MIS – Museu da Imagem e do Som, Av Fernando Correa da Costa 559 – 3º andar. Das 14h às 17h (teatro) 29 de março STAND-UP ACÚSTICO – Bruno Motta Show que reúne comédia stand-up, música e improviso de um jeito que a plateia nunca viu. Bruno Motta comanda a parte de comédia Stand-Up e Leandro Nassif cria músicas com a plateia, parodiando e zoando todos os gêneros. Informações: 8408 5126 / 9177 1700 No Teatro Glauce Rocha. Às 21h.



ZOOM

Optamos por anunciar na Zoom porque é uma empresa com credibilidade no mercado, que oferece uma plataforma com características de envolvimento semelhantes ao perfil dos nossos consumidores. Mais que marcar o posicionamento do Studio 7, queríamos envolver o nosso público-alvo. Por isso decidimos veicular propagandas na revista A Gente e nos pontos de outdoor localizados em áreas nobres de Campo Grande.

PLACA DE ESQUINA

Mariane Costardi Assessora de Marketing da Ramal Propaganda

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ANÚNCIO REVISTA A GENTE


PLACA DE ESQUINA

no mercado

ABRIGO DE ÔNIBUS O Pátio Central Shopping é hoje um dos principais locais de compra no centro de Campo Grande. Com as limitações de mídia no centro da cidade, as placas de esquina aparecem como uma solução estratégica para divulgarmos institucionalmente o nosso cliente na região do centro, assim como auxiliar motoristas e pedestres em sua localização. Já com os abrigos de ônibus, a estratégia é trabalharmos, uma a uma, todas as lojas que estão no Pátio, de uma forma irreverente, chamando a atenção das pessoas para a variedade de opções oferecidas. Os pontos de ônibus caíram como uma ótima opção de mídia, pois vêm ao encontro do nosso objetivo de atingir o público que está no centro da cidade, ou a caminho dele. Bruno Bigarella Sócio Diretor da MKT Brasil

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MEMÓRIA ∆

Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor/carnavalesco Foto | Divulgação

FRANCISCO LEAL JÚNIOR PRECURSOR DO CICLISMO NO VELHO MATO GROSSO Figura marcante de minha infância e juventude, Francisco Leal Júnior veio de Faro, Portugal, em 1927, encontrando aqui o seu velho pai que era proprietário do Hotel Noroeste, próximo à estação ferroviária. Trabalhou inicialmente em uma marcenaria de um tio. Logo em seguida (1929) criou o Centro Ciclístico Leal Jr., na rua 14 de julho, entre a Barão do Rio Branco e a Dom Aquino, num pequeno espaço que abrigava meia dúzia de bicicletas, que ele alugava, inaugurando aqui o sistema de locação daquele tipo de veículo. Um ano depois, transferiu seu estabelecimento para um salão maior, na mesma 14 de julho, entre a Afonso Pena e a Rio Branco, permanecendo no local até meados dos anos setenta, quando aposentou-se. Ali, Leal Jr. comercializou as primeiras bicicletas Opel, Caloi, Steel Horse e King of Bicycle e motocicletas Hercules e Express. Ensinou seus primeiros funcionários transformando seu estabelecimento no maior centro ciclístico do então estado de Mato Grosso. Foi também distribuidor das motocicletas Hercules e Express. Nos primeiros anos da década de trinta, Leal trouxe as primeiras bicicletas esportivas e deu início às primeiras competições de nossa história... Emprestava as bicicletas para os atletas menos favorecidos e conseguia com isso reunir grande número de competidores, fazendo o sucesso de uma modalidade até então desconhecida na cidade e no Estado. Durante quase quarenta anos, o Centro Ciclístico foi o grande promotor das famosas corridas de bicicleta no Estado ainda uno, formando atletas que vieram a se destacar em todo o Brasil, entre eles os amadores José de Oliveira, Juca Lima, Francisco Fonseca Júnior, Joaquim Gaspar, Ramão Bugarim, Leitão e os campeões dos jogos noroestinos e campeonatos brasileiros, Zé Português, Nelson Zuque, Armando Português,

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Cuiabano, Barata, Chingôlo, Albino, Daniel e outros. A partir de 1939, as corridas passaram a ter competidores de outras cidades, a exemplo de Hermínio Dias, de Ponta Porã, Lino Volpato e Lázaro de Oliveira, de Bauru... Posteriormente, competidores de Araçatuba, Três Lagoas, Aquidauana e Dourados vieram somar-se nas corridas promovidas por seu Leal. Foi graças a Francisco Leal Júnior que o ciclismo esportivo ganhou vida em Campo Grande e se alastrou por todo o Estado. Esportista dedicado, Leal Júnior era, ao lado de seu patrício Avelino dos Reis, o grande doador de prêmios para várias modalidades esportivas aqui realizadas. Acabou por auxiliar ciclistas que montaram suas oficinas de conserto, orientando-os e cedendo material para que iniciassem suas atividades. Muitas gerações de campo-grandenses tiveram seus primeiros velocípedes e carrinhos de brinquedo adquiridos no Centro Ciclístico e, até hoje, devem sentir saudades daqueles tempos em que tiveram a felicidade de ver um daqueles brinquedos na árvore de Natal de suas casas. Leal Júnior foi casado com a sra Alcy Araújo, uma carioca, filha de militar, criada em Cuiabá, e com ela teve três filhos campo-grandenses (Marlise, Evanise e Mário Edson, este último falecido ainda jovem). Leal Júnior faleceu em Campo Grande, terra que adotou como sua, formando sua família e deixando milhares de amigos e admiradores. E na sua história eu pedalo quilômetros de saudades, pois que fui seu ouvinte e admirador das histórias que me contava quando eu era menino. Hoje, FRANCISCO LEAL JÚNIOR é nome de nossa principal ciclovia. Justiça que uma cidade faz a um de seus maiores colaboradores. Maktub! ∆


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ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana

Quanto tempo para você tem o seu tempo? O que você está fazendo neste ainda início de ano? Estudando? O quê? Trabalhando? Em quê? Para quê? Qual destinação dará ao seu tempo neste ano? O que você vê como resultado para você mesmo se continuar a fazer o que está fazendo agora? A imagem que lhe ocorre é legal, lhe anima, quanto? Desculpe-me iniciar este artigo fazendo-lhe tantas perguntas assim. Se as faço é porque lhe quero bem e basta que as responda apenas para você mesmo e para mais ninguém. E a mais importante: Você sabe o que lhe faz bem? Pense um pouco. E o que não lhe faz bem, já sabe? Parecem perguntas fáceis, mas algumas pessoas demoram anos até descobrir com alguma clareza, e o quanto antes soubermos as respostas, mais saudável e próspera será nossa trajetória, pessoal ou profissional. Neste mês de março, convido-lhe a destinar um tempo para fazer uma revisão e certificar-se. Olhe o cenário da sua vida neste momento: você consegue identificar e distinguir o que não lhe faz bem do que lhe beneficia? Se a sua resposta for sim, ótimo. Significa que você está bem mais próximo de encontrar os recursos para lidar com as dificuldades e otimizar o que é bom para você! Mas se teve dúvidas, e é normal e saudável que as tenhamos, pare e olhe com carinho e atenção! Para de fato saber o que nos faz bem, é necessário antes elaborar uma escala de valores. Algo como ter dentro de nós e num lugar de grande destaque a nossa própria “bolsa de valores”. Saber o que é caro e que realmente tem valor para cada um de nós, para não vender ou perder o que nos é precioso e nem “comprar”, às vezes por preço alto, algo que não será valoroso. Elaborar esta importante escala é simples. Basta perguntar a si mesmo: o que é o mais importante para mim? E este “o mais” deve ser bastante destacado, num esforço sin-

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cero de identificar o que está mais alto em sua escala, aquilo que não se dá nem troca, nem vende por preço algum. É possível que encontremos um conjunto de coisas nesta categoria, porém o benefício deste exercício está em eleger uma para este topo. E em seguida, escalonar as demais, com a máxima clareza e lucidez dos porquês de cada uma. Estes porquês dizem respeito não a palavras ou racionalizações adquiridas, mas aos mais profundos sentimentos produzidos por cada um destes valores, algo que nem sempre é facilmente traduzível em palavras, ou às vezes, que uma única e simples palavra basta... Uma vez tendo esta escala minimamente estabelecida, tudo fica bem mais fácil e claro. Está bem, não sejamos imediatistas e nem nos frustremos, saibamos que este processo pode ser relativamente fácil para uns, mas para outros pode levar anos e consumir algumas horas de saudável psicoterapia! Às vezes é necessário desemaranhar um emaranhado de finos fios internos, porém o resultado... é tudo de bom! Então finalmente, o tempo, o mais precioso dos recursos, pode ser aplicado com mais assertividade. Às vezes fico me perguntando o que motoristas tão apressados no dia a dia fazem de bom para si mesmos com os minutos que “economizam” no trânsito ao arrancarem na frente ou ao acelerar mais que a média... Talvez uma parte, exausta e estressada, assista mais tempo à novela, ou ao “BBB”, ou durma antes com o controle remoto nas mãos. O tempo é nosso melhor amigo, nosso mais valoroso ativo e existe, o tempo todo, para nós. Que tenhamos cada vez mais respeito, sabedoria e amor em sua aplicação. Aliás, se olharmos melhor, somos nós que aplicamos nossas ações ao tempo que nos é dado! ∆


ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

A DANÇA DAS CADEIRAS E A MULHER

Um protesto de mulheres trabalhadoras, contra as 16 horas de trabalho em uma fábrica de tecidos americana no estado de Nova York, e 130 mulheres queimadas do lado de dentro, em punição por sua atitude. Este fato alterou para sempre uma realidade, e fez nascer o dia 08 de março, data em que se comemora o dia internacional da mulher. A data, que foi que eternizada em um decreto da ONU, para lembrar a humanidade daquele incidente deplorável, surgiu como um marco contra a intolerância aos direitos da mulher no mundo. É certo que, desde 1857, época do fato, muita coisa já mudou, e hoje há até o Dia do Homem, que passou a ser comemorado na Rússia após a queda do comunismo, no dia 23 de fevereiro. Mas o fato é que, ao longo da história, a MULHER tem sido determinante para as mudanças que se estabeleceram e refletiram em toda a sociedade, e nos próprios homens.

As mulheres ganharam espaços merecidos e importantes. Mas hoje, mais do que falar dos espaços que ainda lhe são devidos em alguns países do mundo contemporâneo, devemos voltar os olhos aos reflexos destas alterações trazidas pela transformação do papel da mulher. O próprio homem já se queixa de não saber qual é o seu espaço e papel neste universo em constante mutação. Note-se, que a mulher aparece na evolução da humanidade como um grande eixo, ao redor do qual se estribam as famílias e sociedades, que ao longo dos tempos evidenciam mudanças, simplesmente, porque o papel da mulher mudou, a partir do dia em que decidiu sair de casa e trabalhar.

As mulheres disputaram com os homens todas as “cadeiras” nesta dança das cadeiras frenética que é a dinâmica da vida moderna. Disputaram e ganharam.

Reconhecer esta importância, e a responsabilidade da mulher neste universo de alterações com amplos reflexos familiares, sociais, e de relacionamento, é impulsionar um avanço necessário na valorização desta mesma mulher, que ainda precisa conquistar mais espaços, mas é também, deixá-la alerta ao seu verdadeiro “poder” na dinâmica da vida.

Antes reclusa em casa, confinada aos papéis domésticos de matriarca cuidadora de crianças, agora, a mulher ocupa cargos nas grandes empresas, papéis públicos, políticos, assentos em universidades, encampa pesquisas, e lidera mercados cada vez mais em expansão. Nos relacionamentos, é resolutiva, toma a dianteira, controla a situação, e pede até em casamento. A verdadeira revolução do batom.

A mulher, sabedora de sua condição de força motriz transformadora desta sociedade, e principalmente das famílias, deverá ser hábil o suficiente para que seus filhos estejam sempre “sentados” em bons lugares, e que não lhes falte nunca um lugar para sentar na hora que a música parar de tocar. Certamente, um lugar com flores, versos e cores. De novo, está tudo com a gente. ∆

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ACONTECEU ∆ Inauguração da loja Quase Perfeita Mais de 300 convidados passaram na inauguração da mais nova boutique de Campo Grande no dia 23 de fevereiro – a Quase Perfeita. Para a festa, a blogueira do Ateliê de Estilo, Patrícia Albuquerque, organizou um buffet de docinhos, bem casados, champanhe e água de coco para espantar o calor. Nas pickups, o DJ Diogo Bacchi foi a atração, trazendo uma playlist House e Techno que animou o evento, decorado com uma tenda branca em frente à loja e mesinhas de bistrô que deram um charme a mais à festa. Fotos | Lucas Possiede

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1- Flávia, Maria, Cléo, Dativa e Rosely; 2- Isabella, Cléo e Beatriz; 3- Juliane, Laura, Renata, Cleonice, Rhaisa, Lara, Marina e Nayara; 4- Luciana Schenk e sua filha Isadora Schenk; 5- A arquiteta Isabella Lolli Guetti e sua mãe Sandra Regina Benini Lolli Guetti; 6- Fabiana Cruzeta, Viviane Feitosa, Gabrielle Lopes, Mari Jurgielewicz, Manu Maimone e Paty Albuquerque; 7- Juliana Maçaes, Isabella e Érica Estella; 8- Eliane Amaral, Tereza Cristina Ferreira e Márcia; 9- Fachada da loja.

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ACONTECEU ∆ Arezzo Mob Party O lançamento da coleção Arezzo outono 2013 foi uma festa que aconteceu simultaneamente em todas as Arezzo do Brasil! Por aqui, a Arezzo Mob Party rolou na loja do Shopping Campo Grande e reuniu it-girls, blogueiras e convidadas super especiais.

Fotos | Lucas Possiede

1- Natalia Duarte, Mariana Nogueira, Carol Lopes, Camila Duarte e Viviane Feitosa; 2- Vania Vanni e Kinha Feitosa; 3- Vanth, Vannia e João Pedro Vanni; 4- Vania Vanni e Fernanda Nogueira, empresarias da Arezzo Campo Grande; 5- Manoela Maymone, embaixadora da noite, Vania e Viviane Feitosa; 6- Pietra Nogueira, Manuela Barros, Regina Caldas, Vania e Daniela Cerqueira; 7- Vania e Solange Gimenez; 8- Rosane Maia, Rosana Duarte e Ana Leda Lopes; 9- Manoela, Detinha Corrêa, Maria Helena Maymone; 10- Manoela Maymone e Celina Merem.

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ACONTECEU ∆ CARMEN STEFFENS No dia 26 de fevereiro, Cassiane Nunes, a empresária à frente da loja Carmen Steffens, recebeu as clientes com coquetel para celebrar a reabertura da loja no shopping Campo Grande. Antes disso, Cassiane organizou um desfile na Califórnia Mudas para apresentar em primeira mão a bela coleção inverno 2013 da marca. Um sucesso! Fotos | Marcos Vollkopf 1-Equipe Carmen Steffens; 2-Renata Rondon e Cassiane Nunes; 3-Mario Cesar, Leticia Viegas e Maria Cecilia; 4-Fabianna Jallad; 5-Flavia Kassar; 6-Sandra Mara Peralta e Xalesca Demarco; 7-Cassiane Nunes e Paula Corrêa.

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Foto enviada pelo leitor e fotógrafo Rafael Tamazato. facebook.com/rafael.tamazato.5

“Essa imagem mostra um pouco da beleza que encontramos dentro da nossa cidade”.

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