Outubro 2013

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DOS CÂNIONS Do Arizona, à Marselha, no velho continente MODA: Crianças e desenhos contam a história edição 148 | OUTUBRO | R$ 12,00

Junior Matos, Sandro Moreno e Gabriel Basso aceleram as notas

Mais jazz por favor



Shopping Norte Sul Plaza - 67 3313 1801 Shopping Bosque dos Ipês - 2º Piso - 67 3354 2680


“A poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia?”, diz o poeta douradense Emmanuel Marinho – frase que A Gente empresta para ser o fio condutor da edição de outubro. Em cada reportagem, um universo poético, a começar pelo editorial de moda, que colocou as três crianças gracinhas – Thais, Mariana e Matheus – em três histórias encantadas de três autores do Estado: o próprio Emmanuel Marinho, Ariadne Cantú e Camila Jordão. E ainda pensando no mês da criança, uma edição caprichadíssima para alimentar as pequenas almas: matérias sobre musicalização e desenho não-estereotipado. Para os adultos, poesia em forma de música: o jazz do trio Sandro Moreno, Junior Matos (o Negreti) e Gabriel Basso que tem chacoalhado as noites de quinta-feira no Indez com o verdadeiro e bom jazz repleto de boas (e más) intenções. Pássaros são a própria metáfora para a poesia... Passarinhar, ou no termo inglês birdwatching, é um hobby que tem atraído muitos gringos para o MS e incrementado o turismo do Estado - A Gente te conta tudo! E ainda, pelo mundo: as curvas sinuosas esculpidas pela natureza nos cânions de Page no Arizona e um passeio urbano por Marselha, que este ano é a capital europeia das artes. Para terminar abrindo o apetite, um tournedó com redução de balsâmico, sálvia e confit de laranja sobre coroa de batata baroa, do Theo&Ana. Poesia sobre a mesa. Pra você, uma boa leitura! Equipe revista A Gente

DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia DIRETORA COMERCIAL Elaine Atala EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo - DRT 0001030/MS

Natália Charbel Julia de Miranda Gabriela Ostronoff REVISÃO Fernanda Giglio FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede estagiáriOS Josiane Paganini e Flávio Gutierrez

EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa

REDAÇÃO Thais Pompêo

FINANCEIRO Sonia Croda

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ATITUDE ∆ LIFESTYLE 18 | CASA 82 | PERFIL 114

LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 42

TENDÊNCIA ∆ NÉCESSAIRE 66 | BELEZA 64

COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 92, 116, 118, 120 | MEMÓRIA 122

GENTE ∆ ESPECIAL 14, 114 | ACONTECEU 126, 128, 130, 132

FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br ASSINATURA assinatura@revistaagente.com.br 67 3322 7400

BEM-ESTAR

ANUNCIE comercial@revistaagente.com.br

∆ FITNESS 64 | SAÚDE 74 | NUTRIÇÃO 78 | ZEN 90

BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran MultiPão - cidade Jardim Pão e Tal Shopping Campo Grande Santa Fé (Av. Mato Grosso - Loja Anita e Av. Afonso Pena - Posto Tereré)

ELES | Junior Matos, Sandro Moreno e Gabriel Basso ∆ CAPA | 32

EDITORIAL ∆ MODA 52 | ENDEREÇOS 124

CULTURA ∆ AGENDA 108 | DICAS 22, 24, 26

DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 80 | KIDS 88 | TEEN 90

PRAZER ∆ PELO MUNDO 34 | VIAGEM 98 Junior Matos, Sandro Moreno e Gabriel Basso. Foto | Alexis Prappas

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LEITOR Pessoal, Muito obrigado pela acolhida na revista. A matéria ficou muito boa, assim como todo o restante da revista, que é muito caprichada. Parabéns. Um abraço, Marçal Aquino, escritor.

Gostaria de parabenizá-los pelas ótimas notas sobre acontecimentos culturais no país inteiro. Nesse mundo globalizado, é muito interessante saber o que se passa fora de Campo Grande. E a revista está cada dia mais bacana. Júlia Mendoza, professora.

Amei a edição de setembro! Nathalia Albuquerque, via facebook

Adorei a reportagem sobre a Tailândia. Gosto de conhecer lugares exóticos e vocês me deram uma ótima dica.

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GENTE ON

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Kátria Freire, estudante de Letras.

COLABORADORES Ana Ruas A artista plástica e arte-educadora divide seu tempo entre projetos pessoais e as diversas atividades que realiza em seu ateliê. Coleciona histórias e desenhos de crianças e com frequência oferece oficinas e palestras para mães e educadores. Nesta edição, assina a editoria Comportamento.

Ana Laura Azevedo Na identidade Ana Laura, na internet nuvem no céu, para os amigos AL. Mãe, jornalista, cozinheira e nerd. Depois de alguns anos em Sampa, retorna pra casa com a mala cheia de ideias em busca do verde perdido. Coincidência ou não, estreia com A Gente escrevendo sobre observação de pássaros.

Thereza Hilcar Theresa Hilcar tem muita experiência na bagagem. Além de jornalista, é escritora, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Vira e mexe está com A Gente em reportagens especiais. Este mês assina o texto “A saída está no Chile”.

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Usando a hashtag #revistaagente no seu pr贸ximo post, sua foto pode vir parar aqui.

A Gente est谩 de olho no Instagram!



MAKING OF 10 | OUTUBRO 2013



Boteco Maracutaia A maracutaia nos bares da vida vai ser oficializada a partir de outubro. É que os chefs Isabela Blanco e Marcílio Galeano (Jojo) vão abrir este mês o Boteco Maracutaia para garantir cerveja gelada e comida boa na noite de CG. Os pratos vão misturar ingredientes típicos da região e os sabores dos quatro cantos do mundo. Rua Sete de Setembro, 1971.

Blues pra inglês ver Este ano tem sido o ano do blues em Campo Grande. Seguindo a sequência de atrações internacionais, dia 19 de outubro é a vez da inglesa Bex Marshall se apresentar no Lendas Pub em único show. Marshall é considerada uma das novas revelações do blues britânico - seu álbum ‘The House of Mercy’ foi escolhido como o 3º melhor álbum de blues britânico de 2013, o que também lhe rendeu premiação de melhor vocalista.

Feira de Antiguidades

EXTRAS Fotos | Divulgação

4ª Temporada do Chapéu Depois de três temporadas acontecendo de forma independente, a Temporada do Chapéu – Mostra de teatro de rua, intervenções e performances a céu aberto – ganha o apoio do Fundo de Investimento à Cultura (FIC) e acontece de 23 de outubro a 2 de novembro, com nomes importantes do teatro de rua nacional. Entre eles: Amir Haddad (RJ), ator e diretor do grupo Tá na Rua, que falará sobre Arte Pública; e Tibanaré (MT), oferecendo oficinas gratuitas com vagas limitadas.

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Devido ao sucesso da feira de Antiguidades e Velharias, que tem rolado desde abril no Gaveta e Afins, o evento foi institucionalizado (no bom sentido) com o projeto de lei aprovado na Câmara Municipal no começo de setembro. O evento passa a ser uma atividade da cidade, muda-se para a Praça Ary Coelho, e mantém-se no segundo domingo do mês (mas até o fechamento desta edição estava sem data para começar). Presença garantida do trio fundador: Arco da Velha, Coisa das Antigas e Gaveta e Afins Brechó.


REGIONAL E NACIONAL ∆

Obsessão Infinita O nome de Yayoi Kusama pode não aparecer tão rapidamente na sua memória, mas se falarmos da artista japonesa das bolinhas sem fim que deram um toque divertido ao clássico monograma da Louis Vuitton no verão 2012, talvez o nome lhe seja mais familiar. “Obsessão Infinita” é a exposição dessa artista de 84 anos que chega ao Brasil dia 12 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro – e estará a todo vapor durante o Fashion Rio (07 a 11 de novembro). A mostra segue ano que vem para Brasília, em fevereiro, e São Paulo, em maio.

The Little Black Jacket

Stanley Kubrick O universo do mestre do suspense Stanley Kubrick em exposição com mais de 500 objetos de cena, fotos, vídeos e escritos do diretor dos filmes “Laranja Mecânica”, “2001: A Odisseia do Espaço”, “O Iluminado” e outros clássicos. Na semana de abertura (entre 11 e 17 de outubro) rola também a Retrospectiva Kubrick, aperitivo da 37ª Mostra Internacional de Cinema (leia abaixo). A programação inclui dois encontros com Jan Harlan, produtor e cunhado de Kubrick. De 11 de outubro a 12 de janeiro no MIS SP.

Agora é oficial, a exposição The Little Black Jacket chega ao Brasil em outubro. Depois de passar por Nova York, Tókio, Paris e Milão, São Paulo será a primeira cidade da América Latina a receber a mostra que ilustra a versatilidade e atemporalidade da icônica jaqueta Chanel - com fotos de Karl Lagerfeld, o estilista da maison, e styling da editora de moda francesa Carine Roitfeld. A exposição acontece na Oca, no Parque do Ibirapuera, e abre suas portas dia 31 de outubro, praticamente junto com a São Paulo Fashion Week, que rola de 28 de outubro a 1º de novembro, mas que desta vez não será no prédio da Bienal, e sim no Parque Villa-Lobos.

37ª Mostra Internacional de Cinema Outubro é mês de Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Em sua 37ª edição, serão exibidos mais de 300 filmes entre os dias 18 e 31 de outubro. A Mostra propõe um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial está produzindo, e das tendências, narrativas e estéticas que predominam atualmente em todo o mundo. Vai ocupar salas, museus e espaços da capital paulista.

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ESPECIAL ∆

A saída está no Chile Texto | Theresa Hilcar Foto | Fernando Antunes

Um homem e um grande sonho. A frase dá uma ideia do novo projeto do empresário Cláudio Antônio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Carga do Estado de Mato Grosso do Sul (Setlog MS/Setcems). Com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para o grave problema de infraestrutura do setor de cargas, deficiência de portos, excesso de burocracia, entre outras questões, Cavol criou a “Expedição Rota do Pacífico”, cujo plano é viabilizar uma rota alternativa através do Chile, um sonho antigo que agora ganha novo fôlego e novos parceiros. O arrojado projeto, que vai percorrer 2.700 quilômetros, conta com superestrutura: 30 caminhonetes e 90 participantes, entre empresários, autoridades políticas e técnicos especialistas em logística estrutural e de transporte. A comitiva terá encontros com representantes públicos e empresários da Bolívia e Chile, e visitará portos e ferrovias de Arica, Iquique e Antofogasta no Chile. Jornalistas de veículos nacionais e equipe de filmagem farão parte da expedição que, segundo Cavol, pode não dar resultado imediato. Mas vai fazer um grande barulho.

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Como o senhor teve a ideia deste projeto? Há uns quatro ou cinco anos, conversando com as autoridades sobre o assunto, percebi que existia vontade política para atender a esta demanda. Quando assumi o Sindicato, o Governador André Puccinelli me disse: “Acho que está na hora de colocar aquele seu plano em prática”. O ex-governador, Zeca, foi o precursor da ideia, mas na época a estrada entre Corumbá e Santa Cruz de La Sierra não estava pronta – faltavam 600 quilômetros para asfaltar. Quando a estrada ficou pronta, com financiamento do BNDS, vieram os entraves burocráticos. E isto é um câncer em qualquer país. Para se ter uma ideia: o caminhão tem restrições para trafegar na Bolívia. Isto porque o país tem questões com o Chile, por conta da Guerra do Pacífico, que ainda estão pendentes. Então você só consegue licença para entrar pela Bolívia se exportar pelo Peru. Mas os portos ao sul do Peru são fracos e não existem estradas decentes. Apenas dois portos de Quito são bons. Enquanto os portos chilenos são de ótima qualidade. Qual a saída? A saída é fazer barulho. Para um povo que quer um mínimo de desenvolvimento, passou da hora de se fazer ouvir mais pelos governos estaduais e federais. Todos precisam entender que podemos ter uma grande economia nas tarifas portuárias. No Chile a tarifa custa quase 70% a menos que no Brasil, sem contar que são 5000 quilômetros a menos para se chegar à China (principal alvo das exportações de soja). Esta rota vai beneficiar outros estados além de MS? Temos que ser realistas. O Lula, com a presidente Michelle Bachelet (ex-presidente do Chile) e o Evo Morales (presidente da Bolívia) tentaram até “vender” esta ideia de rota bio-oceânica. Mas não somos ingênuos de achar que São Paulo e outros estados do Sul e Sudeste vão preferir exportar por aqui. Esta rota é importante para o Mato Grosso do Sul e oeste de Goiás. Mas existe uma alternativa que pode ser ainda mais econômica para o setor, que é Porto Murtinho (diferença de 1850 km). Quando isto acontecer, MS poderá dar as costas para o Oceano Atlântico e fazer suas exportações e importações pelo Rio Paraguai. Mas é preciso que o governo do Paraguai faça a ponte sobre o rio e os 400 quilômetros de asfalto de Porto Murtinho a Mariscal. Se tudo der certo, podemos acelerar este processo em quatro ou cinco anos. Qual seu nível de expectativa em relação a esta expedição? Em curto prazo é zero. A médio prazo, as perspectivas são muito boas. Isto vai acabar acontecendo. Esta questão está muito clara aos olhos de todo mundo. O que existe hoje são barreiras causadas por agentes políticos que não estão olhando o lado econômico nem o progresso e desenvolvimento que uma linha desta pode trazer. Esta rota pode impulsionar a economia tanto para Mato Grosso do Sul quanto para a Bolívia. Pode desenvolver a indústria, levar concessionárias, indústrias de pneus, até montadores de caminhões para aquele país.

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“Vamos fazer barulho” Antônio Cláudio Cavol

Quais são os custos desta jornada? Em torno de um milhão de reais. A Volkswagen nos deu um bom desconto, como patrocínio, na aquisição das 30 caminhonetes nas quais faremos o percurso. Mas pode se dizer que cada participante está se autofinanciando. Temos também custos com logística, hotel e alimentação e teremos um caminhão de apoio durante todo o percurso. O Itamaraty vai nos dar o suporte institucional para as reuniões na Bolívia e no Chile. Várias entidades estão apoiando este projeto: Fiems, Famasul, Acrissul, BIOPANTANAL, Federação Brasileira dos Transportes. Todas estarão conosco nesta viagem. São parceiros importantes que também apoiam este projeto. Qual o grande problema que espera vocês? A burocracia da Bolívia. O Chile está nos esperando de braços abertos. ∆



Loanda Cottas de Crudis Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede

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LIFESTYLE ∆ Ainda menina, a dermatologista Loanda Cottas de Crudis já sabia o que queria ser quando crescer: médica. Na hora de escolher a área em que gostaria de atuar, não teve dúvidas. “Sempre gostei de cuidar das doenças de pele”, conta, brincando. Hoje, seu consultório ocupa grande parte do seu dia a dia. “Às vezes me dedico demais ao trabalho, não consigo começar alguma coisa e não terminar. Quero desacelerar um pouco e passar mais tempo com a minha família”, diz.

Profissão: Médica. Férias inesquecíveis: A última. Fiz a trilha Inca com meu marido. Em alta: Amor. O que está lendo: Saúde da Relação Pais e Filhos. Música que não sai do seu playlist: U2. Um filme: A Vida é Bela. Sempre à mão: A agenda do meu celular e um bom hidratante. Não vivo sem: Minha família. Projeto do momento: Ficar mais tempo com as minhas filhas. Um sabor: Chocolate com avelã. Esporte: Academia. Refúgio: Praia. Melhor de Campo Grande: Qualidade de vida.

Depois de passar uma temporada na capital paulista – foram 3 anos morando em São Paulo – a dermatologista mudou-se para Campo Grande e adotou a cidade como lar. “Queria uma cidade com qualidade de vida, que acolhesse a minha família e principalmente que tivesse boa infraestrutura para o meu trabalho”, conta. Natural de Riberão Preto, ela revela que a maior dificuldade é ficar longe da família. “É, sem dúvidas, a parte mais difícil”. OUTUBRO 2013 | 19


Oscar

Tenuta FILHO Texto | Thais PompĂŞo e Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede

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LIFESTYLE ∆ Oscar Tenuta Filho é dono do maior e-commerce de moda country do país, a Brasil Cowboy, sediada aqui, em Campo Grande. “Comecei importando carrinhos e revendendo no Mercado Livre. Percebi que eu vendia muito bem para o Brasil todo e entendi que o negócio funcionava. Fora isso sempre fui um grande e-consumidor, sempre comprei muito pela internet”, conta Oscar. Foram dois anos estudando o segmento country até criar o seu próprio portal – hoje com 320 mil seguidores no facebook e já tendo atendido mais de 20 mil clientes.

Profissão: Empresário. Férias inesquecíveis: Paris. Em alta: E-business. O que está lendo: Steve Jobs por Walter Isaacson. Música que não sai do seu playlist: Rock ‘n’ Roll. Um Filme: À Procura da Felicidade, com Will Smith. Sempre à mão: Celular, agenda, mídias sociais. Não vivo sem: Família. Projeto do momento: Aprimorar minha capacidade de liderança. Um sabor: Doce de leite da mãe. Esporte: Natação. Refúgio: Pescaria. Melhor de Campo Grande: A minha casa.

Mas não se engane, de cowboy Oscar não tem quase nada. No lifestyle do empresário, a cultura do campo o seduz quando a história é pescaria. Todos os anos ele segue para a Argentina atrás dos dourados gigantes, que chegam a pesar mais de 20 quilos (para se ter uma ideia, os daqui do MS chegam a no máximo 10 quilos). “Eu já peguei um de 13kg”, conta, garantindo não ser história de pescador. OUTUBRO 2013 | 21


A benção, Vinícius – A arca do poeta (2013) No dia 19 deste mês é comemorado o centenário de um dos maiores representantes da música brasileira: Vinícius de Moraes. O poeta e compositor que cantava (regravado por inúmeros artistas) é homenageado com o lançamento da caixa com 20 cd’s que reúnem a obra musical completa do “preto mais branco do Brasil”, como ele mesmo se definia. Boêmio apaixonado pela vida e também diplomata, jornalista, intelectual e conquistador de belas mulheres (foi casado 9 vezes), Vinícius gostava de “tocar” o povo. Desde o início da sua carreira uniu música com poesia para narrar o cotidiano. A caixa apresenta a dimensão do trabalho do artista passando pela trilha do musical “Orfeu da Conceição”, o disco infantil “A Arca de Noé 2”, “Os Afro - Sambas”, com Baden Powell, a poesia declamada em “Antologia Poética” e mais os discos que ele gravou acompanhado (Tom Jobim, Toquinho e Odette Lara) e trilha sonora para filmes. Contém ainda mais 2 cd’s só com gente bacana interpretando as canções do mestre. Para colecionador.

para ouvir

Júlia de Miranda

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Metá Metá – Metá Metá ( 2011) Metá Metá significa, ao pé da letra, “três elementos em um” na língua Iorubá, falada por um grupo étnico africano que vive na Nigéria. Com esse pé na África, a cantora Juçara Marçal, o saxofonista Thiago França e o compositor e violonista Kiko Dinucci lançaram em 2011 o primeiro álbum homônimo do projeto Metá Metá. Delicado e cheio de belos acordes de violão, sax e flauta e a voz doce e marcante de Juçara, cria um diálogo entre África, Brasil e os diversos conceitos que a beleza pode ter na música. Com 10 faixas, o disco possui canções compostas por Siba Veloso, Maurício Pereira, Douglas Germano entre outros. Os destaques ficam por conta de “Oranian”, na qual o sax de Thiago surge furioso, a doce “Vale do Jucá”, o suingue de “Ora iê iê ô”, a poesia de “Trovador” e a narrativa de “Samuel”, que conta com o cavaquinho do músico Rodrigo Campos. Muito elogiado na imprensa nacional e gringa, foi apontado como o melhor disco de 2011 aqui no país. The XX – Coexist (2012) Uma das notícias mais legais do primeiro semestre foi o anúncio do show da banda inglesa The XX pela primeira vez em solos brasileiros, que acontece no próximo dia 26 em São Paulo. O trio apresenta a turnê do álbum “Coexist”, segundo disco da trupe considerada desde a sua aparição como a “surpresa” mais promissora da Europa. O primeiro álbum “The XX”, lançado em 2010, colocou o grupo sob os holofotes – elogios vieram de todos os cantos do mundo. No segundo trabalho a impressão é que eles não quiseram arriscar muito, mantendo a mesma atmosfera minimalista do disco anterior, porém agora um clima mais sombrio e melancólico toma conta. Batidas eletrônicas, o frequente uso de sintetizadores, guitarradas e a voz suave da Romy Madley se deparam numa ruidosa tensão. Com 11 faixas, abre com a bonita “Angels”, “Reunion” vai fazer você dançar de olhos fechados, e as animadas “Swept Away” e “Chained” são hits certeiros para curtir uma balada. O show promete, corre que já deve estar esgotando. ∆



Márcio Ribas

para ler Sombras elásticas de corpos moles arrastam-se, paralíticas, pela minha sensibilidade adormecida. Lobivar Matos

Existem muitos poetas que guardam seus escritos e nunca ninguém os encontra. Outros até tentam publicar, mas pela falta de qualidade ou sorte acabam não sendo publicados ou não passam da primeira edição. Lobivar Matos (1915-1947) não se enquadra em nenhuma das afirmativas acima. O corumbaense, que deixou apenas dois livros publicados, felizmente está sendo redescoberto. Em um de seus poemas no livro Areôtorare, Lobivar diz: “Eu sou o poeta desconhecido / Não sei o destino que me espera / porque sou o próprio destino.” Soa como profecia. Foram anos sem discussão sobre seus versos. Seus poemas ficaram adormecidos até que hoje há movimentação sobre a sua obra. O destino parece muito mais brilhante para sua poesia que alguns anos atrás. É o poeta desconhecido se tornando conhecido. Lobivar, apesar de ter nascido em Corumbá, morou no Rio de Janeiro e, de fato, recebeu influências de uma literatura que estava nascendo e dando uma cara ao Brasil. Era a época do modernismo. Pelo próprio nome do livro em Bororó, percebe-se que o nosso escritor mostrou um pouco de nossa sociedade. E mostrou com os recursos linguísticos que vivenciou no que à época era a capital do Brasil. Inovou nos temas, fugiu à métrica burocrática e usou maravilhosamente a sonoridade, o que facilmente pode ser percebido em parte de um dos poemas do seu primeiro livro: A noite - sucuri traiçoeira / armou o bote e prendeu a tarde. / Houve uma luta medonha. / Dir-se-ia uma sucuri quebrando um bezerro. / [...] Alguém assistiu

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a essa luta, / porque, lá em cima, no céu, / uma lanterna acesa alumiava a terra / e um bando de pirilampos voava em redor. No seu segundo livro, Sarobá (uma referência a um bairro de negros de Corumbá do início do século passado), ele começa escrevendo como se tirasse fotografias. O poema inicial que carrega o nome do livro retrata atos, características e, até mesmo, as dificuldades dos moradores daquela região. Em outro texto, Beco Sujo, usa de descrição exata e ao mesmo tempo encantadora: O vento está soprando o único lampião / que continua aceso. / O vento não gosta de luz / e quer apagar a lua que se estirou molenga / no silêncio da noite. E assim segue um livro cheio de poesia de qualidade que nos remete à nossa terra num período quase que distante. E nos mostra, com sua obra, que nós somos muito mais mulatos, muito mais paraguaios, muito mais índios, muito mais sul-mato-grossenses do que temos imaginado. Boa leitura!

Achar um livro de Lobivar Matos não é uma tarefa fácil. Talvez você tenha sorte e encontre em algum sebo. Outra opção é o livro Obras Reunidas de Lobivar Matos (Editora UFMS) organizado pela profa. Susylene Araújo, que escreveu sua tese de doutorado sobre Lobivar. Porém este livro encontra-se esgotado na editora. Mas não desanime, a biblioteca da UFMS tem dois exemplares que podem ser consultados localmente por qualquer pessoa. ∆



Marcelo Veloso

para ver A Dança da Realidade (La Danza de la Realidad), de Alejandro Jodorowsky O vulcão pseudo-extinto do cinema underground explodiu mais uma vez com um filme bizarro, caótico e surpreendente. A Dança da Realidade é um trabalho inesperadamente comovente e pessoal. Com 84 anos de idade e há mais de 20 sem filmar, Jodorowsky voltou à sua cidade natal no Chile, Tocopilla, para criar uma fantasia-realista sobre as memórias que tem de seu pai, Jaime Jodorowsky, um comunista feroz cuja raiva do mundo foi redobrada pelo antissemitismo que a família enfrentou. O filme estranhamente revela a realidade, as emoções compreensíveis de dor e pesar sobre a relação com seu pai e como essas emoções são geradas através de uma mitologia surrealista. Neste filme, Jodorowsky tenta despedir-se do seu passado, da sua infância e, talvez, despedir-se do mundo. Um espetáculo impressionante. Só Deus Perdoa (Only God Forgives), de Nicolas Winding Refn Tal como o seu mentor le enfant terrible Lars Von Trier, Refn é igualmente fascinado pela extrema violência e pela austera mística do luteranismo de Carl Dreyer, a figura paterna do cinema dinamarquês e ainda seu maior expoente. Neste novo filme, como diretor e roteirista, ele exibe esses dois elementos, mas a locação não está nem um pouco perto da Dinamarca, mas sim em uma estilizada e atual Bangkok. De certa forma, ele caminha para a persistente e obsessiva moda pelas religiões orientais, rituais e práticas sociais que alguns cineastas americanos apresentaram há alguns anos em filmes como “Kundun”, de Martin Scorsese e “Ghost Dog - The Way of the Samurai”, de Jim Jarmusch. “Só Deus Perdoa” pode até ser visto como uma paródia destes filmes, se você não levar em

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consideração que Refn é estritamente sério com seus filmes. Este brilhante e macabro filme é de uma esquisitice provocadora e foi feito para aqueles que amam os filmes recentes de Lars Von Trier, para os que olham para trás nostalgicamente atrás de uma época em que ainda era possível sacudir a audiência cansada da mesmice e ainda impressionar a burguesia. Incrível! Lovelace, de Rob Epstein e Jeffrey Friedman Por um breve e talvez demente (por que não?) período no início de 1970, a pornografia hardcore tornou-se moda entre a classe média dos Estados Unidos, e estava prevista para ser a próxima grande explosão da cultura popular americana. O olho do furacão para essa condição/afirmação foi o filme “Garganta Profunda”, e sua estrela, uma garota de vinte e dois anos chamada Linda Lovelace, que atuou como uma mulher que se dedicava estritamente à relação sexual oral depois de descobrir que seu clitóris encontrava-se na garganta. Tornou-se um ícone! Mas este filme não é uma nova versão pornográfica softcore de “Garganta Profunda”, e sim um retrato sobre o livro que Linda escreveu nos anos oitenta, tomado a partir da sua história de vida, que argumenta sobre a vergonha e o medo encravado no nada glamuroso mundo da indústria pornográfica americana e, talvez, debaixo de toda a exploração do showbiz que liga pornografia à violência doméstica. Até certo ponto, “Lovelace” inverte a ironia branda da pornografia filmada e também reafirma a perspectiva feminina que sempre esteve em oposição ao pornstar masculino, lógica que sustentou “Boogie Nights”, de Paul Thomas Anderson, embora “Lovelace” seja naturalmente muito influenciado pela sensação de época e estilo de Anderson. Um filme importante. ∆



Mais jazz por favor O trio tem improvisação malvada e pegada altamente sofisticada. Para a felicidade de alguns, o estilo pulsa no Oeste.

“Nessa época, 1947, o bop se alastrava loucamente pela América. Os caras no Loop continuavam soprando, mas com um ar fatigado, porque o bop estava em algum ponto entre o período ornitológico de Charlie Parker e outro período que começou com Miles Davis. E enquanto eu estava sentado ali ouvindo aquele som noturno que o bop viera representar para todos nós, pensei nos meus amigos espalhados de um canto a outro da nação... E pela primeira vez, na tarde seguinte, segui para o Oeste”. – Sal, em On the Road, de Jack Kerouac. Sal é na verdade um pseudônimo de Jack Kerouac, o autor, o beatnik – ícone de uma geração de jovens ávidos por liberdade, por correr toda uma América com seus próprios olhos e pernas, que se lixavam para o acúmulo de dinheiro, que queriam curtir loucamente a vida, sem limites ou regras. Nas palavras de Sal, ou melhor, Kerouac: “... Para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo fervilhante – pop! – pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos ‘aaaaaah!’” O ritmo frenético da geração beatnik floresceu no bebop, uma das correntes mais influentes do jazz e que serviu de espelho

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Texto | Thais Pompêo Colaborou | Leonardo Cavallini Fotos | Alexis Prappas e Mauricio Copetti

e combustível para essa rapaziada enlouquecida que cortava de leste a oeste os Estados Unidos nos anos 40 e 50 – em um movimento contrário à proposta comportada do American Way of Life. De um lado, negros inspiradíssimos, com suas notas curtas e rápidas de lamentos e paixões que ecoavam nos corações de todas as cores, também, com seus lamentos e paixões. E do outro lado? Dizem que em livros como On the Road, Kerouac tentou adaptar os ritmos e a improvisação do bebop à sua prosa beat – a geração que colocou a mochila nas costas e caiu no mundo. Lhe parece comum? Mas era completamente excêntrico nos anos 40 e 50. Liberdade, ruptura e audácia sempre impulsionaram o jazz e suas reinvenções. E para cada momento social, o estilo quebrou tradições e foi reinventado por seus mestres, Louis Armstrong, Thelonious Monk, Miles Davis... Até mesmo influenciou a Bossa Nova. Surgiu da mesma semente que o blues, de cantos saudosos e de lamentações em uma Nova Orleans da virada do século XX – uma das mais cosmopolitas cidades da época nos Estados Unidos, onde se falava alemão, francês, inglês, onde negros alforriados vindos da Europa com bagagem de música erudita se misturavam com negros escravos, na música. O documentário Jazz, de Ken Burns, abre assim: “O jazz nasce de uma velha África que se encontra com uma velha Europa em um país novo.”


CAPA ∆

OUTUBRO 2013 | 29


Em uma 5ª feira, sentada no Indez Bar, entre goles de gin-tônica, muito papo e outros tantos malboro lights, uma nota aguda, longa e impressionante sai da boca do sax e rouba nossa atenção. Quinta-feira é dia de jazz no recinto, e os três músicos, no canto esquerdo da pequena ante-sala do bar, estão acelerando as notas, cutucando um ao outro, se duelando. A formação é acústica, e por isso não leva caixas de som. Tudo numa atitude despretensiosa e hipnotizante. Para um ou outro mais distraído, pode até passar despercebido. Mas o trio é generoso e extremamente talentoso. Vamos a ele.

Com as baquetas nas mãos, o maior nome da bateria do Estado: Sandro Moreno, 36 anos e mais de 20 de estrada. Aos 17 ganhou o concurso nacional de bateria Batuka, prêmio que o revelou para o país, rendendo o convite para tocar com Zé Ramalho. Foram 5 anos vivendo entre Rio e SP, no mainstream da MPB, fazendo cerca de 25 shows por mês e rodando o Brasil. Depois, recebeu o convite de fazer um trabalho com a Tetê Espíndola, e durante três meses ficou em Paris tocando com músicos da orquestra da União Europeia. De volta a Campo Grande, continua a tocar com grandes nomes como Almir Sater, Leila Pinheiro e, agora, principalmente, com Dani Black. Entre as bandas regionais, Paulinho Simões, O Filho dos Livres, JazzMonde – esta também super jazz... Sandro é faminto musicalmente e não economiza em tocar. Um artista de uma simplicidade impressionante, num mundo de celebridades instantâneas. Palmas!

30 | OUTUBRO 2013

No sax, um tanto quanto mais jovial na idade e na atitude, Junior Matos, o Negreti. Um talentoso músico com apenas 20 anos. Ficou conhecido empunhando agressivamente o sax durante as sessões do Jazz de Quinta, no saudoso Voodoo Bar. Sem dúvida, é o grande nome dos metais do Estado. Além de sax, compõe, canta e também toca violão, baixo e bateria. Está para lançar um trabalho solo como cantor – foi, inclusive, convidado para as seletivas do The Voice Brasil este ano. Negreti cresceu entre os instrumentos de sopro do pai, maestro do exército, e sempre foi estimulado pela mãe, envangélica cristã, que desde criança dizia que ele era o Levita da casa de Deus – músicos que cuidam do templo de Deus. Aos 11 anos tocou (bateria) com Guilherme Arantes, aos 13 com Ivan Lins – sim, as idades estão corretas, não foi um erro de digitação. Quando mudou-se para Campo Grande, em 2009, encontrou os músicos reunidos nas noites de jazz do Voodoo e o resto é história. Aplausos! No impressionante, e escultural, contrabaixo acústico, Gabriel Basso. O mais tímido dos três fala baixo, mas dispara notas certeiras que marcam o compasso. Aos 18 anos desistiu da agronomia para se dedicar à carreira de baixista. Aos 31 vive uma ótima fase, diz que agora tem tocado o que realmente gosta. Com o Marcos Assumpção Trio, grupo importante de jazz do Estado, acabou de voltar da Europa, onde participaram do festival das ilhas Tenerife. Lá ele abriu o show para um de seus ídolos, o baixista americano Garry Willies. Faz parte também do JazzMonde, antigo Jazz de Quinta, que se formou no Vodoo, onde ele, assim como Sandro e Negreti, começaram a travar conversas jazzísticas sofisticadas munidos de seus instrumentos. Aplausos!


E acontece assim: os três vão levando o som. Em algum momento o baixo abre espaço para a bateria, que ganha velocidade e sai na frente com um solo quebrado, num vai e vem e vai e vai sinuoso. O baixo e o sax ficam na sua (ou parece que cada um corre para um lado, parece...), e de repente, não mais que de repente, os três se encontram em uma nota e a música parece se aprumar de novo. Recém-recompostos, os músicos trocam olhares sorridentes do tipo “É! Isso aí, bem legal!” e seguem juntos em uma levada suave, e agora mais vitaminada do que no começo. E nesse toque de bola eles vão se revezando e improvisando noite adentro. Nesse momento o jazz entra pelos ouvidos e pelos poros das pessoas em suas cadeiras. Elas se animam, aceleram suas falas, se conectam com os três rapazes; às vezes encaram-nos, trocam sorrisos também. “O jazz lava a poeira do dia a dia”, colocou tão bem Burns na abertura do documentário Jazz. “Está sendo muito legal tocar nessa formação, porque esse tipo de música é o que a gente ouve, uma música repleta de improvisação, e para fazer isso os músicos têm de ter uma certa experiência e criatividade, têm que estudar para chegar nisso, fora o talento, o conhecimento, a vivência no jazz. O Sandro é superexperiente, nem precisa falar nada, né? O Negreti é supertalentoso, tem apenas 20 anos e faz o que faz. Então fica fácil fazer um som com eles (risos)”, explica Basso. “O Sandro e o Basso foram e são minhas influências, são como meus professores, aperfeiçoei a parte instrumental com eles, aprendi a me expor e que para isso precisa ter seriedade, foco na improvisação, que não é fritação total, tem seus ápices, mas antes de tudo estamos contando uma história”, comenta Negreti. O trio muitas vezes é incorpado ainda mais com o sax barítono de Leonardo Cavallini, o filho do dono do bar, advogado e músico, responsável pelo movimento jazz no recinto.

Os músicos indicam: Para ver: Jazz, de Ken Burns – documentário de 10 episódios; Bird – filme sobre a vida de Charlie Parker Para ouvir: Kind of Blue, Miles Davis; Bitches Brew, Miles Davis; Love Supreme, John Coltrane; Native Dancer, Wayne Shorter ; Time Out, Dave Brubeck Quartet Para ler: “No Fundo de um Sonho - A Longa Noite de Chet Baker”, de James Gavin

Das inúmeras possibilidades do jazz, no Indez, o trio vem fazendo uma formação diferente que propicia a improvização. “A nossa formação não tem harmonia, ou seja, não tem guitarra ou piano, e isso nos dá mais liberdade entre os instrumentos, porque não tem um aporte musical. Não estamos preocupados em tocar algo que entre em alguma classificação. Tocamos um John Coltrane assim que um João Bosco – só que com essa audácia do jazz”, explica Sandro. Dessa “audácia” entende-se um fraseado flexível, muitas vezes nervoso, com saltos que exigem uma técnica instrumental muito desenvolvida. Desde os primeiros movimentos jazzísticos, a quinta-feira parece ter sido escolhida para ser “a” noite do jazz por aqui. Strauss, Opera Café, Usina do Jazz, Duke, Voodoo, Indez – o jazz sempre nas quintas. “CG sempre teve movimentos esporádicos de jazz. Mas foi a partir do Voodoo, que reunia uma galera aberta para ouvir coisas novas e diferentes, que o movimento ganhou força na cidade, com um público mais maduro para o som”, relembra o baterista. Pego minha bolsa, pago minha conta e vou pra casa com uma sensação nítida de ter sido presenteada. Tão revigorante pensar que essa cidade do Oeste está mais aberta “aos loucos que nunca bocejam e jamais falam chavões”. Que dá para ser jazz, blues, samba ou qualquer outra coisa. ∆

OUTUBRO 2013 | 31


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PELO MUNDO Por Rafael Suriani, especial de Marselha Fotos | Divulgação

Vieux Port

MUCEM

Friche Belle de Mai

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Mama Shelter

Festival Aout en Danse

Arquipélago de Frioul


Pompidou Mobile

Marseille - Provence 2013 A cada ano, desde 1985, uma cidade é eleita a Capital Europeia da Cultura. Em 2013 é a vez de Marselha, que aproveita a oportunidade para mostrar ao mundo o seu caráter cosmopolita e afirmar-se como o principal centro cultural do Mediterrâneo. Além de abrigar o segundo maior porto da França, Marselha apresenta um patrimônio natural e cultural fora do comum. Em 2013 a cidade inaugurou inúmeros centros culturais e sedia uma infinidade de manifestações artísticas. Marselha restaurou seus principais monumentos, teve seu antigo porto renovado e recebeu o novo Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo (MUCEM). Para celebrar tudo isso, os visitantes contam durante o ano todo com mais de 400 exposições e inúmeros festivais de música, dança e teatro. Vieux Port O famoso Vieux-Port (Porto Velho) é o centro social da cidade. Ele foi repaginado por grandes arquitetos e paisagistas para proporcionar à população um agradável espaço de passeio em meio aos barcos que ficam ali ancorados. O destaque arquitetônico é o grande pórtico espelhado realizado pelo arquiteto inglês Norman Foster. Ao redor do porto, vários restaurantes e bares sofisticados propõem menus tradicionais e gastronômicos. É o lugar ideal para experimentar as riquezas da culinária provençal. Vieux Port, centro histórico. MUCEM O novo Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo (MUCEM) foi construído na entrada do porto antigo, e virou o símbolo da Marselha moderna. O prédio, concebido pelo arquiteto francês Rudy Ricciotti, é rodeado por uma série de rampas de acesso livre ao público que servem de conexão entre a antiga fortificação Saint-Jean (restaurada este ano) e o novo bairro ao nível do mar. Em sua galeria principal, uma coleção permanente explora a diversidade cultural dos diferentes povos do Mediterrâneo. MUCEM, 1, Esplanade du J4. Friche Belle de Mai A Friche Belle de Mai é uma antiga fábrica de tabaco que durante anos serviu de squat artístico. Hoje é um dos principais centros culturais da cidade. Este ano foi inaugurada a sua

grande sala de exposições que apresenta uma programação variada entre fotografia, artes plásticas e design. O grande restaurante que fica na cobertura do prédio é um dos pontos de encontro mais badalados da cidade. La Friche Belle de Mai ,41, rue Jobin. Pompidou Mobile Este ano, o famoso centro Pompidou de Paris também está presente na região. O projeto Pompidou Mobile (móvel) trouxe importantes obras da sua coleção para um museu temporário em Aubagne, periferia norte de Marselha. Em suas tendas coloridas o público pode descobrir uma seleção de quadros e esculturas escolhidas a dedo para a ocasião. Centre Pompidou Mobile, ilot des Berges, Aubagne. Mama Shelter O hotel e restaurante Mama Shelter foi idealizado pelo badalado designer Philippe Starck. Ele fica no inusitado bairro Notre Dame du Mont, reduto dos jovens profissionais criativos. O bar e restaurante do hotel está sempre lotado. O público aproveita a decoração exuberante e não hesita em transformar o espaço em club! O destaque do menu são os coquetéis elaborados com ingredientes exóticos e especiarias. Mama Shelter, 64, rue de la Loubière. Festival Aout en Danse O festival de dança Aout en Danse recebe 20 espetáculos internacionais e workshops. Tudo isso acontece na sede do Ballet d’Europe, antiga usina elétrica transformada em 2007 em centro de criação e sala de espetáculos. O programa agrada a todos, com performances que vão do ballet clássico ao moderno. Ballet D’Europe, Avenue Général de Gaulle, Allauch. Arquipélago de Frioul As quatro ilhas do paradisíaco Arquipélago de Frioul são oficialmente um bairro de Marselha. Destino ideal para uma escapada da cidade em meio a impressionantes rochedos e piscinas naturais. Este ano uma edição especial do festival MIMI (Mouvement International pour les Musiques Innovantes) apresentou uma série de concertos e performances de vanguarda. Um verdadeiro espetáculo de cores e sensações em meio a um deslumbrante cenário de prédios históricos e ruínas. Acesso de barco pelo porto antigo ∆

OUTUBRO 2013 | 35


De volta ao páreo A entrada da estilista Marta Ciribelli e o desafio de devolver à Forum seu lugar ao sol na moda nacional. Texto | Thais Pompêo Fotos | Divulgação

Naquela manhã seca e quente de agosto, Marta Ciribelli, diretora criativa da Forum, deixou escapar que estava preocupada. Agosto é mês de férias na Europa, e é lá que são produzidos grande parte dos tecidos usados por ela nas coleções da Forum. Tecidos e tramas que ela mesma desenvolve: “Agora, com a São Paulo Fashion Week em outubro, vamos ter que ver como vai ser, pois em agosto nada sai de lá, já que os europeus estão de férias... Mas é só lá que consigo produzir os tecidos do jeito que imagino: como os que usei na coleção que está nas lojas agora, um bordado em raphia com desenho do calçadão de Copacabana; uma renda em trama de cordas estampada com um xadrez grande; ou ainda um bordado em guipure com apliques que imitam gotas d’água – altamente complexo –, tudo feito exclusivamente para a Forum. Nossa arte é daqui, o artista é daqui, a cor é da gente, mas o fio tem que vir de fora...”, conta Marta. O preciosismo chamou a atenção da crítica especializada e virou ponto alto da coleção verão 2014 - coleção esta, que trouxe a estilista pela primeira vez à Campo Grande, momento em que A Gente conversou com Marta Ciribelli.

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ATUALIDADE ∆

Marta tem uma mistura de “gente como a gente” com um perfume de moda que dá vontade de saber mais sobre ela. O cabelo longo e loiro, as peças clássicas misturadas com uma jaqueta laranjada com refletores são bons códigos que decifram sua atitude hi-lo. Às vezes, dá a impressão que mais ouve do que fala; fica olhando, concatenando informações. Podemos até supor que esse seja um hábito adquirido, já que Marta é casada com um filósofo... Mas na verdade, mais adiante, ela revela seu genuíno prazer em escutar boas ideias: “Se uma pessoa fala que está lendo vários livros, eu automaticamente fico interessada. Intelectuais me seduzem”. Agora, quando fala, transborda centenas de histórias, referências e ideias de sua figura magra, feminina e completamente conectada. Marta comanda a direção criativa da marca desde 2011, mas foi com o retorno da Forum à SPFW, em junho de 2012 – quebrando um jejum de seis anos da marca fora das passarelas – é que a estilista pode realmente mostrar seu talento, ainda desconhecido do grande público: resgatou a essência de moda da Forum que estava adormecida desde a saída do criador da marca, Tufi Duek, em 2009. Foi nos áureos tempos da (marca paulistana) Forum, na década de 80 e 90, que Marta iniciou sua carreira como estilista na mítica, e então concorrente, (marca carioca) Yes Brazil, grife que ela ajudou a fundar e onde trabalhou por 20 anos. “Era um momento muito efervescente no Rio, íamos às vernissages, trazíamos muito do universo da música, da arte, para a moda que fazíamos na Yes Brazil”. Depois, passou cinco anos na Animale e finalmente chegou à Forum. Lá, arregaçou as mangas e montou um time bem interessante.

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As estampas que têm marcado as coleções são do ilustrador Felipe Jardim, artista que já estampou os cobiçados lenços da Hermès. No styling, Maurício Ianês, artista plástico e stylist dos desfiles de Alexandre Herchcovitch. “Quando eu convidei o Felipe para trabalhar com a gente, ele estava morando no Havaí. Ele é muito ligado à arte, mas tem

o estilo de vida bem diferente... Então, quando fazíamos reuniões, ele dizia ‘quero lhe mostrar uma coisa’, aí ele virava o computador e mostrava aquela onda quebrando, aquele mar estourando, e então dizia ‘podemos agora pensar no desenho da Forum’ (risos). O Maurício Ianês é outro artista, acabou de expor na Galeria Vermelho. Ele quem me apresentou Gilles Lipovtsky (o filósofo da moda)”, conta Marta.

Dicas Marta Ciribelli para o verão 2014: vestido camiseta, mais retinho (o cool dress); peças mais estruturadas e ovoides, com ombros arredondados; tecidos que simulam neoprene; e um perfume do New Look da Dior, com cintura mais marcada. O resultado foi um retorno que arrancou elogios da primeira fileira – incluindo o da exigente colunista de moda Lilian Pacce, que colocou o desfile entre os 10 melhores de 2012. “Para resgatar a brasilidade, no desfile foram colocados alguns clichês do Brasil com certo humor, com um sorrisinho de canto de boca, como um vestido longo que abriu o desfile, com uma caipirinha gigantesca. Tudo isso muito bem feito, com peças super sofisticadas”, explicou Maurício. Brasilidade na estampa, porque na forma há um discurso super cool e bem afinado com a moda internacional – peças estruturadas, formas amplas e tecidos sofisticados. Marta diz que anda estudando registrar uma outra marca, a Forum Art, tamanho o flerte que tem rolado em seu trabalho. “A gente quer trabalhar um novo tema, mas eu não posso contar se não vai estragar a surpresa”, sugerindo que vem aí uma coleção mais conceitual; e ainda a possibilidade de criar uma coleção cruise (seguindo a tendência mundial das grandes grifes) a ser lançada em janeiro: vestidos longos para veraniar – o que já soa como hit de vendas... Porque além de trazer um perfume super cool para a Forum, ela sabe vender, e bem: são mais de 50 lojas e 1000 multimarcas no Brasil que têm recebido positivamente a virada da marca. A melhor notícia da passagem de Marta Ciribelli por Campo Grande? Uma possível coleção inspirada no Pantanal sul-mato-grossense. O bafo tem fontes quentes. ∆

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PUBLIEDITORIAL ∆

Expert em coloração chega ao Angela Hitomi Centro de Beleza Com um novo e charmoso espaço desde março, a empresária e cabeleireira Angela Hitomi fez mais um investimento importante em setembro: incorporou à profissional equipe do salão, Tiago Novo, cabeleireiro e colorista que integrou durante cinco anos a equipe de Marcos Proença, queridinho das blogueiras e celebridades do país. Além de Proença, Tiago também trabalhou no concorrido Studio W, de Wanderley Nunes. Em Campo Grande, o cabeleireiro e especialista em coloração chega com exclusividade para o Angela Hitomi Centro de Beleza. “Trabalhar na equipe do Marcos foi uma das experiências mais incríveis que tive, ele é simplesmente ótimo, mas São Paulo tem um ritmo muito acelerado, estou em busca de qualidade de vida, de um lugar que possa aproveitar. Fui muito bem recebido pela equipe da Angela, ela está sendo maravilhosa. E com a minha chegada acredito que só tenho a acrescentar, principalmente fazendo a ligação com as clientes mais jovens”, comenta Tiago.

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Sobre os mais pedidos entre as clientes, Tiago conta que são os cabelos tipo os da Gisele Bündchen e da atriz Jannifer Aniston. “Sempre tenho uma referência, e procuro estudar a personalidade de cada cliente e combinar o que ela deseja com o melhor para o tom de pele e o tipo de cabelo”, explica. E dá a dica: o comprimento médio - com cores luminosas e sempre o mais natural possível - é a grande tendência do verão. Angela Hitomi Centro de Beleza Rua das Garças, nº 906 (esquina com a Rua Brasil), São Francisco, Campo Grande. 67 3325 4445 / 9227 0779



ESCOLHA DO MÊS ∆

FLOWER MIX Por | Luiz Gugliatto

As estampas florais sempre foram destaque nas coleções primavera/ verão. Desta vez, as flores aparecem abstratas ou tecnológicas, pegando carona na macrotendência girlie da temporada e apostando no visual mais romântico, típico do verão brasileiro. Os prints aparecem com bastante intensidade em roupas e acessórios e dão o toque da estação!

Bolsa Valentino; Clutch Givenchy; Sandália Kate Spade; Camisola Recco lingerie; Relógio Asos; Saia Animale; Colar Miu Miu; Blusa Afghan p/ Trilha; Short As Marias; Vestido e cinto Le Lis Blanc; Calça 7 For All Mankind; Poltrona Tai; Tênis Keds - Preços sob consulta

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Fotos | Lucas Possiede e divulgação


Campanha Roberto Cavalli

TRENDY ∆

THE PRINT O clássico azul e branco promete ser a febre do verão. As passarelas dos desfiles do Valentino e Roberto Cavalli mostraram que as estampas de azulejos portugueses, porcelanas chinesas e holandesas ficam lindas em looks fashion. Inspiradas na arquitetura colonial portuguesa, essas estampas estão bombando nos looks de streetstyle, e já dominaram as araras e vitrines das lojas fast fashion. Para deixar o visual mais descolado, use a estampa com peças de cores bem alegres e vibrantes como laranja, amarelo, vermelho e pink. Se você optar por um look mais ousado, combine duas estampas porcelain print diferentes ou faça uma aposta em um mix de estampas. Brincos Garimppo; Blusa Daslu p/ oquevestir; Blazer Zara; Bracelete Raphael Falcci; Short Vicio; Saia Damyller; Calça Renner; Scarpin L.K.Bennett - Preços sob consulta

44 | OUTUBRO 2013

Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto



Relógio Tikkers para Mercado Livre R$ 39,99

Melissa R$59,90

CONFORTO FASHION Por | Luiz Gugliatto

Boné VRK para Hortelã R$ 74

A cada dia que passa os pimpolhos estão interagindo cada vez mais com o universo da moda. No entanto, o calor escaldante do verão pede roupas mais fresquinhas e alegres. A estação está deliciosamente colorida, os tecidos estampados imperam nas coleções. Bermudas, relógios e bonés de cores vibrantes dão o toque todo especial no visual. Sempre lembrando que criança, antes de tudo, tem que sentir-se bem!

Mocassim Gambo para Toca Brasil R$ 104,12

Bermuda VRK para Hortelã R$ 179

Bolsa Toca Brasil Preço sob consulta

46 | OUTUBRO 2013


ACHADOS DE MODA ∆

Vestido Art-Kids para Empório Kids R$ 149

Macaquinho Precoce para Cuca Fresca R& 124

Jardineira Green R$ 159

Skate c/acessórios Fênix para Lojas Americanas R$ 119,90

T-shirt Green R$ 76

Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Viseira Green R$ 55

Bermuda Pura Mania para Cuca Fresca R$ 134

T-shirt e saia Dolce Lily p/ Une Duni Te - Preço sob consulta

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HOMEM ∆ 1

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Campanha Massimo Dutti

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DRIVER MANIA 8

Entre os calçados masculinos mais cotados para o verão está o “Driver”, um tipo de mocassim, que foi pensado para homens que adoram conforto. O diferencial do Driver está no solado, que geralmente possui gomos ou filetes de borracha, o que torna o calçado mais flexível e dá maior conforto aos pés. Eles já ganharam espaço de destaque no armário dos homens modernos que sempre estão antenados com a moda. Detalhe importante: esse é um tipo de sapato que deve ser usado sem meias - elas não combinam com o estilo irreverente do look. Aposte em modelos coloridos e garanta um visual com o frescor da estação! 1 - Del Toro’s; 2 - Rogerio Melo; 3 - Louis Vuitton; 4 - Gucci; 5 - Alberto Moreti; 6 - Tod’s; 7 - Tod’s; 8 - Empório Armani; 9 - Sérgio K; 10 - Louis Vuitton - Preços sob consulta.

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Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto



Toda princesinha sonha com o prĂ­ncipe. Todo prĂ­ncipe sonha com ela usando as roupas da Zeroadez.


Rua Ant么nio Maria Coelho, 357 67 3326 8011 Rua Euclides da Cunha, 1001 67 3043 2090



Texto | Thais Pompêo

Formigas apaixonadas, caixa das delícias, baratinhas cheirosas e lindas e uma menina excepcional que enxerga além, com os olhos do coração, entram em cena neste editorial com três crianças muito fofas e lindas: Mariana, Thais e Mateus. Um editorial divertido onde a literatura, e toda a sua mágica, vira realidade. As histórias “emprestadas” são de três escritores do Estado. Um deles é Emmanuel Marinho, poeta, ator e educador. “As crianças adoram a poesia, brinquedo muito próximo do imaginário delas”, diz o douradense, um dos nossos maiores nomes na poesia. Publicou vários livros adultos e uma Caixa das Delícias para o público infantil. Miguinha, o livro que vem dentro da Caixa, é uma formiguinha que nas páginas a seguir deixa um rastro de poesia por onde passa.

A terceira escritora é Camila Jordão: artista, filha de artistas e iluminadora (ano passado ganhou o Salão de Arte do MS e foi capa da A Gente). Menina Ana é o seu primeiro livro publicado, o primeiro de uma série, todo feito em família. “Menina Ana foi inspirado em uma menina com problema visual. Depois, com o tempo, passei a perceber que todos poderiam ser um pouco de Ana...”. O relançamento do livro acontece este mês na livraria Saraiva. “Estou na onda Manoel de Barros e ‘tudo que não invento é falso’.”

Camiseta polo e bermuda Hering Kids; T-shirts Puc; Sandálias Galinha Pintadinha p/Gabrielinha

Tem também as baratinhas divertidas de Ariadne Cantú, do livro O Barato das Baratas. Ariadne é colunista d’A Gente, procuradora de justiça e mãe em dose tripla. Durante 10 anos trabalhou na Promotoria de Justiça da Infância e Juventude e saiu transformada: “As crianças têm uma capacidade ilimitada de superar”.


Vestido Um mais Um p/ Emp贸rio Kids Tiara e sapatilhas Puket Coruja Imaginarium Boneca Cara de crian莽a p/ Emp贸rio Kids


Matheus veste- T-shirt e tênis B.B.Básico Camisa Que te Encante p/ Mon Petit Calça Puc; Óculos Per Te Ottica Thais veste- Vestido Fábula p/ Mon Petit Galochas B.B.Básico; Óculos acervo


Thais veste- vestido Chicletaria Sapatilhas Melissa Tiara vermelha Um mais Um p/ Emp贸rio Kids Tiara azul Zero a Dez


Mariana veste- vestido Art Kids p/ Zero a Dez Tiara Fรกbula p/ Mon Petit Sandรกlias Chicletaria


Mariana veste - blusa Fábula e calça Que te Encante p/ Mon Petit Tiara Família Ana Jordão Sapatos Melissa Matheus veste - T-shirt Puc Bermuda Pura Mania p/ Cuca Fresca Chapéu Cuca Fresca Mocassins Chicletaria


Blusa e saia Chicletaria Tiara Família Ana Jordão Sandálias B.B.Básico


Thais veste - Vestido Mio Bebê e tiara Um mais Um p/ Empório Kids Sapatos Kidy p/ Gabrielinha Aparelho de chá Mon Petit; Prato 2 andares lace Pink p/ Erva Doce Casa Mesa e cadeiras brinquedos Junges p/ ZásTraz


Mariana veste - Vestido BuĂŠ p/ Zero a Dez; Tiara acervo; Sapatos Pampini p/ Gabrielinha


Thais veste- mai么 Siri Kids p/ Zero a Dez Sand谩lias Ipanema p/ Gabrielinha Matheus veste - T-shirts, sunga e chinelos Puc; Kit mergulho Toy Story p/ ZazTraz


Ficha técnica Fotógrafo | Alexis Prappas Direção de arte | Marisa de Sena Nachif Stylist | Luiz Gugliatto Modelos | Mariana, Thais e Matheus Beleza | Lívia Tosta Assistente de beleza | Lí Freitas Referências: Livro: Menina Ana Autora: Camila Jordão Ilustrações: Carol Jordão Editora Rai Livro: O Barato das Baratas Autora: Ariadne Cantú Ilustrações: Iryna Auhustsinovich Editora Alvorada Livro: Miguinha Autor: Emmanuel Marinho Ilustrações: Ana Karla Zahran Editora Alvorada

Mariana veste- biquíni e saia Hering Kids; Sandálias Ipanema; Óculos acervo; Mala Armazém Fornari


“Quando não posso contemplar teu rosto, contemplo os teus pés. Teus pés de osso arqueado, teus pequenos pés duros. Eu sei que te sustentam e que teu doce peso sobre eles se ergue”. Pablo Neruda

Ai bota aqui, ai bota aqui o seu pezinho Texto | Natália Charbel

Pés são a base, a sustentação. Remetem a raízes, princípios, origem. Mas pés caminham, e são responsáveis por nossa locomoção. Para darem conta de todas essas façanhas, nossos pés escondem uma complexa anatomia – em cada um deles estão 26 ossos, 114 ligamentos e 20 músculos, e tudo precisa funcionar adequadamente. Mas não para por aí: em um país quente, pés são expostos e refletem rapidamente a

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personalidade de seus donos, e mais, demonstram em uma simples olhada se são bem cuidados ou não. Isso tudo sem falar dos incontáveis fetiches ligados a eles. No inverno, até os mais cuidadosos acabam dando uma relaxadinha, afinal eles ficam escondidos por meses. Mas com o verão batendo à porta, não dá mais. Eles vão aparecer. Se você descuidou, é hora de correr atrás do prejuízo.


beleza ∆

Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida! Para cuidar é preciso prestar atenção. Observe atentamente seus pés, fique atento a inchaços constantes, rachaduras que não cicatrizam, pele excessivamente seca, descamação, calos, unhas que mudam de cor, textura ou descascam, e micoses – qualquer um desses sinais pede uma visita a um especialista, que pode ser um podólogo ou dermatologista. O que não pode é deixar de lado, fingir que não viu e adiar o tratamento: o que hoje é uma bobeira pode se transformar em algo mais sério. Regra número 1: Pés limpos Vocês podem agora estar dando risada, porque parece óbvio, não é? Pois então, às vezes não é. Lavar os pés é mais que deixar a água do banho escorrer e lavá-los por consequência, é preciso limpar bem, entre os dedos, embaixo, dos lados. Deixá-los em água corrente também é válido, só não abuse das imersões, pois o excesso resseca a pele. Sabonetes específicos ou neutros são sempre boas pedidas. E tão importante quanto a lavagem é a hora de secar. Seque direito, sem preguiça, principalmente os lugares mais abafados (entre os dedos, por exemplo). Nada de colocar meias e sapatos com os pés ainda úmidos. Isso pode te causar uma série de problemas, entre eles as temidas micoses. Segundo passo: Pés macios Hidratar a pele dos pés é tão importante quanto qualquer outra parte do corpo. Procure usar cremes específicos (dá uma olhadinha no hits, tem dicas bem bacanas) pelo menos uma vez ao dia, e em tempos mais secos, duas, até três vezes. Receita da vovó: antes de dormir, faça uma misturinha do seu hidrante preferido com um pouquinho de óleo de amêndoas, passe nos pés, coloque meias e boa noite! Com diz uma amiga, os pés dormem como os de dragão e acordam de princesa. Ah, outra dica, evite passar os cremes entre os dedos. Para quem está com a pele muito grossa, um bom esfoliante vai retirar as células mortas – aproveite esse tempinho para massagear os pés. E atenção, abandone as famosas lixas: apesar de ser uma prática comum, lixar os pés vai deixá-los ainda mais grossos e com o tempo vai causar rachaduras. Passo 3: As unhas Unhas dos pés precisam estar sempre cortadas e lixadas, de preferência, em formato quadrado para evitar que encravem, e claro, para ficarem bonitinhas. Atenção, unhas dos pés compridas, não é legal, combinado? Já as cutículas, devem ser empurradas e só depois retirado o excesso (se tiver) com alicate. Elas protegem as unhas, nada de tirar muito, mesmo porque, quanto mais a gente tira, mais elas crescem. Para ficar joia, tente visitar um podólogo uma vez ao mês, ou quando

sentir que os cuidados em casa não estão mais dando conta. Passo 4: Cuidados gerais Calos são terríveis, doem e deixam os pés bem feios. Uma dica para evitá-los é, mais uma vez, a atenção. Observe seus pés quando chegar em casa e tirar os sapatos: manchas vermelhas e bolhas podem ser o sinal de que aquele sapato não está legal. Evite. No calor, nunca se esqueça do filtro solar nos pés quando estiver tomando sol, essa é uma área que a gente costuma deixar de lado. Assim, nossos pés podem sofrer queimaduras horríveis e bem dolorosas. Outra situação bem comum no calor é o inchaço dos pés. Para ativar a circulação, coloque os pés para cima sempre que possível, ao menos por uns 15 minutos; outra ideia é dormir com os pés um pouco mais altos (apoiados em um travesseiro). Spa para os pés: Um pouquinho de luxo... Escalda-pés: Perfeito para aliviar o cansaço, estresse, estimular a circulação, reduzir o inchaço e enfrentar a ansiedade. O banho relaxante pode ser feito só com água quente e sal, ou com ingredientes para reforçar seus efeitos, como o própolis, alecrim, rodelas de laranja e mel. Existem também misturinhas prontas, aí é só jogar na água – que não deve passar dos 38 graus e ficar na altura dos tornozelos. Dá um up no corpo todo, delícia! Massagem: A massagem é um ótimo recurso para vários incômodos – de câimbras a dores persistentes. Ela reduz as tensões, revigora e estimula o fluxo sanguíneo. O ideal é ter alguém para massagear seus pezinhos, mas se não for possível, a automassagem funciona bem. Com o pé apoiado sobre perna oposta, vire a sola para você, espalhe um bom hidratante e faça movimentos circulares com os polegares. Os cuidados devem ser redobrados com o pé diabético Quem tem diabetes está mais sujeito a feridas recorrentes e difíceis de cicatrizar nos membros inferiores. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença acomete cerca de 8 milhões de brasileiros e, aproximadamente 25% dessas pessoas, desenvolverão o pé diabético (as úlceras/feridas). Esta é a principal causa de amputações no país. Portanto fique atento a sinais como: formigamentos; perda da sensibilidade; queimação nos pés e nas pernas; sensação de agulhadas; dormência; e fraqueza nas pernas. Um dos grandes problemas é que, devido à sua falta de sensibilidade, o paciente só se dá conta da seriedade do caso em estágios muito avançados. Portanto, mais uma vez, a atenção é fundamental! ∆

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HITS DE BELEZA ∆

Para cuidar dos pés existem vários produtos específicos e deliciosos, que vão garantir maciez, descanso e cheirinho delícia. Esses abaixo são fáceis de encontrar e vão fazer muita diferença. Nós amamos cada um deles!

Texto | Natália Charbel

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1- Creme Hidratante Neutrogena Norwegian para os Pés • Para pés ressecados. Contém glicerina e pantenol, que vão agir na recuperação de asperezas e dos danos causados pelo ressecamento. Além disso, possui bisabilol e mentol, que dão uma sensação de alívio refrescante. R$28 2- Hidratante Creme Pieds Beurre de Karite - Peaux Seches • Perfeito para pessoas que passam muito tempo de pé e para pés secos e/ou rachados. Com 15% de manteiga de karité, óleo essencial de lavanda e extrato de arnica, tem propriedades anti-inflamatórias. Este creme amacia e suaviza a pele, e ainda alivia pés cansados e doloridos. R$39 3- Esfoliante para os Pés Creme De Gommage Pour les Pieds • As micropartículas naturais de algas eliminam as calosidades e devolvem a maciez, tudo isso de forma suave e sem machucar a pele. Perfeito para eliminar problemas bem conhecidos dos pés que ficam fechados dentro de calçados todos os dias. R$106 4- Creme Hidratante Crème Jeunesse des Pieds • Sua fórmula com óleo de castanha e manteiga de karité é super hidratante sem ser oleosa, tem rápida absorção e é capaz de devolver a elasticidade da pele até aos pés mais ressecados. Para completar, tem arnica, que combate o cansaço; mirra, que reforça e embeleza as unhas; óleo essencial de tomilho, com propriedades purificantes; e pó de Laponite ®, que absorve a umidade. Um luxo! R$109 5- Gel para pés e pernas cansadas, Granado • Ideal para ser usado à noite. Rico em bioflavonóides extraídos da castanha da Índia, ginkgo biloba e hamamélis. A propriedade refrescante do óleo de menta é potencializada, o que aumenta a circulação dos pés e das pernas, diminuindo os sinais de cansaço e relaxando. Uma delícia! R$18

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6- Sachets escalda-pés, Granado • Super bacana para limpar e relaxar os pés. Contém ativos vegetais e ativa a circulação. Para usar é só colocar o sachê em uma bacia com água quentinha. R$12,50 7- Protetor para os pés Nexcare Transparente • O ideal é abandonar sapatos que machucam, mas às vezes isso não é possível, ou você é pega de surpresa. Uma boa dica é ter na bolsa essas fitas adesivas que evitam o atrito dos sapatos com os pés, impedindo a formação de bolhas e machucados. R$7

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Com o pé na areia Solo macio e supereficiência 68 | OUTUBRO 2013


FITNESS ∆

“A corrida é um esporte democrático, une todo mundo, é só ter vontade, pode ser praticado em qualquer lugar, ruas, praças, na praia, basta querer”, diz Zeca Rigo, do grupo Corra! Mas, exige preparo, pois é um esporte de alto impacto... “Temos que entender que a prática de atividade física requer cuidados, é preciso avaliar a parte cardiorrespiratória, muscular e articular”, alerta Zeca. Texto | Natália Charbel

E mesmo que você já seja um corredor, trocar o asfalto pela areia requer atenção. “Alguns cuidados importantes são quanto ao horário, hidratação, vestimenta, alimentação, antes e após o treino e dias de descanso. Respeitando tudo isso, deve-se ir aumentando gradativamente o tempo de treino na areia, por exemplo, na 1ª semana, apenas 20 minutos por dia, e em dias alternados; na 2ª semana, 25 minutos, e assim sucessivamente até conseguir realizar o tempo desejado. Mas sempre respeitando os dias de descanso”, ensina Rudnei, diretor do VO2 Corrida de Rua. “O que difere a areia do asfalto prioritariamente é o impacto na hora da passada. Na areia temos absorção deste embate, diminuindo riscos de lesões articulares, mas o terreno é irregular, o que pode causar torções. Por outro lado, existe uma grande vantagem: quando corremos na areia estamos praticando a propriocepção, provocada pelo desnível do terreno, o que gera um treinamento que ativa as fibras estabilizadoras dos tornozelos e joelhos, que dificilmente seriam atingidas com a estabilidade de máquinas ou num piso de superfície regular”, explica Zeca.

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Segundo o treinador do Corra!, “quem já pratica a corrida em academia ou na rua pode utilizar a areia para ter uma melhora no condicionamento físico. Quem sofre com problemas articulares se beneficia com um trabalho de força e potência, minimizando o risco de lesões e aprimorando seu condicionamento, tudo com acompanhamento profissional, é claro”. Camila Maricato conta que “correr na areia exige um preparo físico adequado e específico, voltado principalmente para a resistência muscular e capacidade cardiorrespiratória. O aquecimento é algo imprescindível, se o corredor não estiver preparado para afundar e tirar o pé da areia, desiste fácil”. Ela elegeu a corrida como seu esporte diário. “O tipo de solo comanda o esforço. O corredor deve conhecer muito bem seus limites para não encontrar uma lesão pelo caminho”, completa a corredora. Entre as grandes vantagens da corrida de areia está “a hipertrofia dos membros inferiores (parte posterior e anterior da coxa, glúteos e panturrilha), além do aumento das capacidades físicas, como a explosão, resistência e força e melhora de habilidades como a agilidade e equilíbrio. Sem falar do aumento do gasto calórico e, consequentemente, da diminuição da gordura corporal”. Por isso é bacana se você quer emagrecer, mas Rudnei é bastante claro: “A reeducação alimentar é primordial para o praticante, independente do objetivo. A areia consome tanto quanto outra atividade aeróbia, mas em

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números, podemos ressaltar que no mesmo grau de esforço e com mesmo tempo de treino em terrenos diferentes, o gasto calórico é maior. Os grandes vilões? Ficar muito tempo sem treinar, e o principal, não respeitar a reeducação alimentar”. E quanto ao calçado? Alguns treinadores são enfáticos quando dizem que o ideal é correr descalço, no máximo com sapatilhas próprias ou tênis do tipo fivefingers. O ortopedista José Luiz Runco diz que o uso do tênis afeta a capacidade de propriocepção do indivíduo, aumentando o risco de lesões por torção. Por outro lado, alguns ortopedistas aconselham o uso de tênis: “Mesmo sabendo que a pisada sem calçado é mais anatômica em relação à pisada com tênis, é melhor usar o tênis”, afirma o ortopedista Octacílio da Matta, especialista em medicina esportiva. “O tênis protege a parte plantar dos pés e também a parte óssea.” Para quem faz questão de correr descalço, o ortopedista Marco Antônio Ambrósio recomenda optar pela areia fofa. Mais uma vez, uma boa conversa com seu preparador será fundamental. Uma boa dica para quem quer começar a correr é participar em grupos. “Além dos benefícios do esporte (diminuir taxas de pressão, colesterol, risco de doenças coronarianas), somos inundados com hormônios de prazer. No grupo fazemos grandes amizades, o que acaba sendo um motivador para o bem estar e para ultrapassar nossas barreiras”, conta um animado treinador, Zeca. Corra! ∆



Molhado de suor...

O que ĂŠ e como tratar a hiperidrose

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SAÚDE ∆ Você já parou para pensar qual a função do suor? É simples: ele é essencial no controle da temperatura corporal. Quando ela aumenta, os centros do nosso cérebro responsáveis pelo equilíbrio térmico detectam a elevação, nós suamos, e a evaporação da água alivia o calor. Esse controle não pode ser comandado por nós, ou seja, é impossível decidir quando ou quanto vamos suar, quem “manda” aqui é o sistema nervoso autônomo, responsável pelos movimentos cardíacos, ritmo respiratório e funções que exercemos involuntariamente. Texto | Natália Charbel

Esse esquema todo é mais uma pequena amostra da perfeição do nosso organismo, do nosso complexo sistema de sobrevivência. Mas falhas acontecem, e aí, alguma coisa vai funcionar de maneira errada. No caso do controle da temperatura corporal, existem pessoas que apresentam um nível descomedido de suor, a chamada hiperidrose. Ela é caracterizada pelo excesso de suor concentrado em uma área específica do corpo e que acontece independentemente do calor. A hiperidrose não causa grandes males à nossa saúde física, mas provoca situações embaraçosas, constrangedoras, e influencia de forma bastante negativa a vida de quem sofre desse mal. Por conta das mãos molhadas excessivamente, o simples ato de cumprimentar alguém vira uma tortura. Quando se manifesta nas axilas, a pessoa se constrange em ter constantes marcas nas roupas e começa a esquivar-se. Na literatura especializada existem relatos descrevendo crianças que enfrentaram problemas de aprendizagem sérios, pois segurar um lápis ou caneta era uma tarefa dificílima. Os casos são inúmeros. A boa notícia é que existem tratamentos eficazes – difícil é dar o primeiro passo e procurar um médico. A hiperidrose é a causa de problemas psicológicos e não consequência, não é uma manifestação de timidez, é doença e deve ser tratada.

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Tratamentos Existem vários tratamentos disponíveis para o controle e cura da hiperidrose, que variam de acordo com a gravidade da doença. Mas existem duas regras gerais: uma é que só um médico pode dizer qual é seu caso e o tratamento correto; e a outra é simples, opte por roupas e meias de algodão, e evite tecidos sintéticos que pioram o suor. Para os casos brandos a moderados, quando o episódio não se repete diariamente, são indicados desodorantes antitranspirantes à base de cloreto de alumínio e pomadas. Essas substâncias adstringentes serão usadas nas axilas e nas mãos, e conseguirão evitar o suor, pois ‘fecham’ a saída das glândulas sudoríparas. Existem também medicamentos orais capazes de reduzir o grau de sudorese. Remédios à base de cloridrato de oxibutinina diminuem a atividade da glândula pois atuam no esquema corporal que regula a formação do suor. Casos intensos precisam de tratamentos mais invasivos, como a aplicação de toxina botulínica, ou cirurgia, a chamada de simpatectomia. Atualmente a aplicação da toxina botulínica é o método mais usado. Ela é capaz de paralisar a hiperatividade das glândulas sudoríparas, e o procedimento é realizado nas regiões onde existe maior concentração de suor. Como não há interferência no centro de estimulação cerebral, não existe o risco de aumento ou transferência da sudorese para outras áreas do corpo. É possível ver melhora logo após a aplicação, mas os efeitos totais são percebidos após alguns dias. O tratamento não é definitivo, e dura em média 8 meses (em alguns casos um pouco menos, em outros até 1 ano). Simpatectomia Até um tempo atrás a cirurgia era realizada por incisões na região cervical, a cicatriz era bem grande e a cirurgia longa. Hoje, é feita por vídeo, com incisões menores que um centímetro, por onde serão introduzidas a câmara e o bisturi elétrico ou ultrassônico. O tratamento tem como fundamento eliminar o gânglio correspondente ao sintoma do paciente. Retira-se o interruptor da sudorese, ou seja, é definitiva. Agora é só conversar com seu médico e decidir qual método é o melhor para seu caso e ter finalmente uma vida livre de todo esse suor. ∆

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N贸s vamos te derrubar!

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NUTRIÇÃO ∆

Como a alimentação pode ajudar no controle da hipertensão

Para traduzir de forma simples, pressão arterial é a força com que o sangue percorre as paredes arteriais durante a circulação. Falando em números, a pressão é considerada alta quando atinge (ou passa) 140 (sistólica)/90 (diastólica) mm Hg (na linguagem popular, 14 por 9). Texto | Natália Charbel

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 30% da população brasileira sofre com a hipertensão, e esse número sobe em mais 5% em indivíduos depois dos 40. A doença pode ter inúmeras causas, entre elas, fatores genéticos, cronológicos, alimentação desregulada, excesso de peso, consumo exagerado de álcool e sedentarismo. E o mais perigoso é que esta é uma doença silenciosa. Cardiologistas alertam para o fato de que a hipertensão, na maioria dos casos, segue sem grandes sintomas, que quando começam a aparecer, é sinal de que a doença já está em estágio avançado. Além, é claro, de manter um estilo de vida saudável e os exames em dia, uma boa aliada para conter e vencer esse mal é uma dieta sadia e balanceada. Isso sem contar que todo o organismo se beneficiará com as escolhas e trocas saudáveis. As recomendações básicas são: uma alimentação pobre em gorduras saturadas, farta em legumes, verduras, grãos integrais, além de laticínios com baixo teor de gordura. Até aí, poucas novidades, não é? O que você talvez não saiba, é que existem alimentos específicos, com características bem particulares para te ajudar nessa luta contra a hipertensão. Nutrientes como cálcio, fibras alimentares, magnésio, potássio e vitamina C, gorduras benéficas como as monoinsaturadas e ômega-3, podem reduzir a pressão arterial. Estudos também apontam que doses criteriosas de proteínas, particularmente as vegetais, estão associadas à conservação dos níveis saudáveis da pressão. E esses são apenas alguns dos alimentos aliados. Abaixo preparamos uma relação de alimentos poderosos, que podem ser utilizados como arsenal de guerra no combate a esse inimigo silencioso, mas muito perigoso.

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Suas armas Alho • Excelente fonte de vitamina C e magnésio, auxilia a dilatar os vasos sanguíneos, o que reduz a pressão e auxilia a circulação sanguínea Aveia • Riquíssima fonte de fibras, vitaminas e minerais. Uma de suas fibras, a betaglucana, dissolve a gordura maléfica, o que beneficia na circulação. Magnésio • As grandes fontes de magnésio funcionam como vasodilatadores, o que auxilia no controle da pressão arterial. Amaranto, quinoa, sementes, amêndoa e noz. Neste grupo entram também os cereais integrais, pois pela alta concentração da substância, estimulam a dilatação dos vasos e reduzem o inchaço típico desses pacientes. Ômega 3 • Pesquisas indicam que estas gorduras, além de cardioprotetoras,auxiliam a circulação, o que reduz a pressão arterial. Você vai encontrá-lo na sardinha, salmão, atum, linhaça, azeite. Para ter todos esses benefícios, os hipertensos precisam consumir o ômega 3 em doses um pouco acima do recomendado para pessoas saudáveis*. Cálcio • Segundo pesquisas recentes, níveis baixos de cálcio têm associação com um risco aumentado de hipertensão, particularmente em indivíduos com sensibilidade ao sódio e em idosos. Abuse do brócolis, couve, espinafre, figo e laticínios (com baixo teor de gordura, hein?) Potássio • Tem ação natriurética, ou seja, estimula a excreção do sódio. Pesquisas indicam que a ingestão de potássio é tão essencial quanto a redução no consumo de sódio. Você vai encontrá-lo em abundância no inhame, cenoura, espinafre, maracujá, laranja, banana, abacate, quinoa, entre vários outros. Vitamina C • Estudos revelam que a vitamina C pode auxiliar na dilatação dos vasos sanguíneos, estimulando a excreção de toxinas ambientais, como o chumbo, que também contribuem para a hipertensão. Encontre-a no brócolis, frutas cítricas e silvestres, pimentão, gojiberry.

Seus inimigos Alimentos ricos em gordura ou em sódio são perfeitos para o acúmulo de placas de gordura nas artérias, o que dificulta a circulação sanguínea e consequentemente aumenta a pressão, por isso devem ser evitados sempre que possível. Além do excesso de sal e gordura, fique atento ao: • Sedentarismo; • Excesso de peso; • Pouca ingestão de água; • Cafeína, chá preto e mate, refrigerantes do tipo cola; • Embutidos e enlatados; • Presunto, bacon, azeitonas, maionese, manteiga com sal; • Bebidas alcoólicas. Dica • abuse das ervas. Temperos naturais podem substituir o sal, o que consequentemente reduzirá a ingestão de sódio, um dos maiores vilões dos hipertensos. ∆ *Só seu médico pode lhe recomendar a quantidade ideal

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sálvia e amêndoas “Cozinhar é a possibilidade infinita de criar.” Theo

Texto | Josiane Paganini Fotos | Lucas Possiede

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GASTRONOMIA ∆

Tournedos com redução de balsâmico, sálvia e confit de laranja sobre coroa de batata baroa e salada de baby rúcula com amêndoas Ingredientes

Ela, Ana Claudia Abrão, tem longa história com a culinária – por muitos anos ficou à frente da confeitaria Santa Clara. Ele, Theo Gomez Marcellino, formou-se em nutrição, mas descobriu que seu interesse pelos alimentos se manifestava de outra forma: na cozinha. Juntos, são os responsáveis pelo Buffet Theo&Ana, que mesmo aberto há pouco tempo tem conquistado exigentes paladares por onde passa. Amigos de longa data, Theo e Ana se reencontraram quando ele voltou do Rio de Janeiro, onde trabalhou com os renomados chefs Claude Troisgros e Marcos Sodré. Depois de ganhar experiência, voltou para Campo Grande e deu início ao buffet junto com a Ana. “Sempre achei que as oportunidades estavam aqui”, completa Ana.

Para A Gente eles ensinam como preparar um saboroso Tournedó – corte mais alto e arredondado do filé mignon – um dos primeiros pratos que ganhou novos sabores pelas mãos do chef. Aqui ele vem acompanhado de uma coroa de batata baroa e redução de aceto balsâmico. “O que me encanta na gastronomia é a possibilidade infinita de criar e transformar sabores”.

4 tournedos de 150 a 180g 300ml de vinagre balsâmico 100g de açúcar mascavo 10 folhas de sálvia zestes de 1/2 laranja sem a parte branca 100g de açúcar 200ml de água 1 maço de baby rúcula 50g de amêndoas picadas 4 colheres de sopa de azeite extra virgem 4 colheres de sopa de vinagre de vinho branco 3 colheres de chá de mel 2 batatas baroas grandes e grossas 2 colheres de sopa cheias de manteiga sal e pimenta do reino

MODO DE PREPARO Filé: Temperar o filé com sal e pimenta. Selar de todos os lados em frigideira Teflon até dourá-los por igual. Levar ao forno a 250 °C por 10 minutos (para filé ao ponto). Confit de Laranja: Fazer uma calda com o açúcar e a água, acrescentar as zestes de laranja e deixar ferver por 10 minutos. Redução de Balsâmico: Levar ao fogo em uma panela: o vinagre balsâmico, o açúcar mascavo e a sálvia picada. Deixar ferver até engrossar levemente. Coroa de Batata Baroa: Descascar as batatas e fatiá-las em rodelas finas de mais ou menos um milímetro. Lavar em água fria, secar, montar as rodelas em forma de coroa e em frigideira antiaderente. Fritar com a manteiga até dourar os dois lados. Temperar com sal e pimenta. Salada: Lavar as folhas de rúcula e fazer um vinagrete para temperá-las com azeite, sal, pimenta, vinagre, mel e as amêndoas.

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A GENTE EM CASA ∆

Exuberância de detalhes Texto | Josiane Paganini Fotos | Fernando Antunes

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Entrar no apartamento da empresária Marta Schlater é mergulhar em um mundo repleto de detalhes, texturas e formas. Cada item disposto pela casa revela os traços da personalidade de quem mora ali, seja nos detalhes em cristal e prata ou

nos móveis mais clássicos que trazem sofisticação ao ambiente. “Tudo aqui no apartamento é muito eu, sou leonina, e quis participar de tudo, da reforma à decoração. Acho que é do signo”, brinca Marta.

Os móveis grandes e confortáveis foram escolhidos para acomodar os amigos e a família. As almofadas estão por toda parte, assim como as poltronas e os pufs, que criam ambientes aconchegantes para leitura ou uma conversa. E é a sala de jantar, que se destaca pela imponência, principalmente do lustre de cristal e dos vasos dourados, o centro da área de estar, que encanta a todos.

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Depois de o local passar por uma grande reforma, a designer de interiores Regina Britto cuidou para que cada detalhe da decoração correspondesse aos desejos da moradora. “Nosso principal objetivo era criar uma casa onde tudo fosse usável. Por isso, aconchego e conforto foram nossas principais preocupações, tudo sem perder a elegância e o ar luxuoso”, conta Regina. ∆

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PURO ESTILO Por | Luiz Gugliatto Foto | Lucas Possiede

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Mais uma vez a moda das passarelas influenciando o mercado da decoração, ou vice-versa. Em 2013 - ano em que se comemora o ano de Portugal no Brasil - os azulejos portugueses se tornaram os favoritos na hora de decorar. Os desenhos de arabescos ou florais aparecem, na maioria das vezes, em contrastes de azul cobalto e branco. Uma das homenagens está na coleção transatlântica que o designer Bunno Jahara criou para a empresa Vista Alegre. O estilo não está só nas estampas dos azulejos portugueses mas também nas porcelanas chinesas e holandesas. 01- Ovelha cerâmica 5a Casa R$ 92 • 02 - Seat Garden Erva Doce Casa 2 peças R$ 1.127 • 03 - Toalha de mesa Artex R$ 39,90 • 04 - Pote cerâmica p/ mantimentos Armazém Fornari R$ 89,90 • 05 - Jarro Erva Doce Casa R$ 336 • 06 - Mini Vaso Armazém Fornari R$ 15,80 • 07 - Aparelho de jantar porcelana com 42 peças Erva Doce Casa R$ 1.359 • 08 - Jogo de prato porcelana 12 peças Porto Brasil Casa Tua R$ 398 • 09 - Leiteira Monte Sião Armazém Fornari R$ 92,90 • 10 - Mini cachepot CasaTua R$ 238 • 11 - Pote Chinês 5a Casa R$ 315 • 12 - Jogo de prato porcelana 12 peças Porto Brasil Casa Tua R$ 398 • 13 - Cofre cerâmica 5a Casa R$ 129 • 14 - Prato chinês 5a Casa R$ 260,85 • 15 - Pote cerâmica Armazém Fornari R$ 223,90 • 16 - Pote chinês 5a Casa R$ 235 • 17 - Seat garden Armazém Fornari R$ 591,90 • 18 - Jogo toalha 5 peças Blue Gardenia Casa Tua R$ 496 • 19 - Pote cerâmica Armazém Fornari R$ 161,90.

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Os benefícios da música

Texto | Gabriela Ostronoff

“A Musicoterapia deve ser realizada por um profissional da área, sendo uma intervenção terapêutica não-verbal, cujo objeto formal de estudo é o comportamento sonoro do indivíduo.” (MURAKAMI, 2010).

A música sempre foi uma poderosa ferramenta de expressão. Ela pode tocar nossas emoções profundamente e permite uma liberdade de comunicação que não precisa de palavras. A Musicoterapia usa a música para ajudar as crianças a lidarem de forma mais eficaz com suas vidas e suas dificuldades, e para que possam demonstrar o seu potencial mais plenamente. Nas sessões, o terapeuta e a criança fazem música juntos - ela é feita em conjunto e de forma espontânea. Terapeuta e criança estabelecem uma relação com a música em que as emoções podem ser expressadas, exploradas e trabalhadas dentro de um ambiente seguro. A Musicoterapia baseia-se no entendimento de que todos os seres humanos são capazes de responder à música, independentemente da habilidade musical, o que é comprovado por um movimento crescente de evidências e pela teoria da psicologia do desenvolvimento infantil. Todas as crianças devem desenvolver a inteligência musical, que é a habilidade de reconhecer sons e ritmos, e, através dela, estimular a aprendizagem de um modo geral. Não só para crianças com necessidades especiais, a Musicoterapia pode e deve ser trabalhada no dia a dia de todas as crianças, de diferentes formas e até de maneira instintiva pelos pais. Vale procurar um profissional para fazer uma sessão e entender melhor como funciona.

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A coleção Shore da Dr. Marten (a marca das famosas para coturnos) é inspirada nos anos 90 e está linda para a primavera-verão. As peças são cheias de atitude, com cores frescas, e tem até a versão “punk” com tachas, minha preferida.

Os cropped tops ainda vão estar em alta na primavera/verão. Para as meninas que têm uma barriguinha linda e estão a fim de mostrá-la, aí vão alguns modelos legais para se inspirarem.

Texto | Gabriela Ostronoff

Eu quero! Peças lindas da estação! Os óculos de sol espelhados são bem legais para o alto verão, mas cuidado para não errar no look, misturando muitos estilos. Os óculos espelhados ficam bem com produções mais neutras. Para o dia a dia, os modelos redondos ficam melhores, e para a praia os modelos grandes.

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A nova coleção da Farm, à brasileira, vem com muitos cropped tops, bem frescos e coloridos para a estação.



O desenho e a criança Texto | Ana Ruas Fotos | Divulgação

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COMPORTAMENTO ∆

Lembro-me com certa angústia das aulas de Artes que tive nas primeiras séries do Ensino Fundamental, na Escola Estadual Abelardo José Nácul, no vilarejo de São João da Urtiga, RS. Eu não entendia o significado do termo “desenho livre”. No entanto, a cada aula de Artes, eu tinha a esperança de conseguir interpretar aquele termo “livre”, que era combinado com a palavra desenho. Ter liberdade era bom, mas por onde eu deveria começar?

Acredito que minha professora, na década de 70, não sabia que não se cria de modo aleatório e, para materializar uma ideia, era necessário um esforço específico, além de objetivos claros. Aulas mais dinâmicas, certamente, teriam me proporcionado a liberdade que eu buscava. Por sorte, aos oito anos, naquele vilarejo de 500 habitantes, chegaram para mim tintas de tecido. Recebi também riscos de bordado para pintar panos de prato. Em alguns dias, ficou claro que não era apenas o “desenho livre” que me sufocava, porque também os moldes prontos representavam uma outra forma de prisão à criatividade.

Atualmente, ao ensinar arte, eu busco meios que me distanciem dos equívocos de meus professores do Ensino Fundamental. Tomo como exemplo outros professores que, de maneira positiva, ensinaram-me a ouvir, sentir, pensar, descobrir e fazer arte, partindo da observação e do estudo dos elementos da natureza e da cultura. A análise, a reflexão, a transformação consciente e reflexiva me indicaram o caminho da liberdade, pelo qual, um dia, a professora não soube me conduzir. Eu gosto de desenhos de criança e do olhar despretensioso que elas têm do mundo. Então, aos sábados, eu divido com elas o meu tempo pelo prazer de colecionar suas histórias.

Naquela época, vendedores ambulantes circulavam pelo vilarejo com reproduções de obras acadêmicas. Eu questionei minha professora: como era possível pintar daquele jeito? Como representar sombras e luzes e até o reflexo de um menino na água? O menino que olhava o lago estava triste? E o pintor, estava feliz quando pintava? Minha professora não soube responder e, para me acalmar, sugeriu que eu também pintasse um menino olhando a água. Desta época, guardo também uma bandeja da minha mãe com a figura de um menino com o seu reflexo na água!

A proposta destas oficinas é não usar estereótipos e não imitar ninguém. É mostrar por exemplo que as árvores que mais parecem uma nuvenzinha pendurada em uma linha vertical, não existem. Elas são carimbos mentais e não geram pensamentos... Eu as questiono o tempo todo para que elas pensem durante o processo. Aqui, desenho é o registro do que vemos e cada um de nós tem uma percepção única do mundo – e falar isso vale mais do que dizer que é bonito. É dar liberdade e encorajá-los a buscar seu próprio caminho.

Ganhei o livro “Quero ser pintor” e, por meio dele, comecei a organizar minhas experiências com as cores, temperando-as com tons e nuances. Assim, eu me sentia uma fazedora de cores, relacionando tons e explorando a superfície do pano ou papel. No livro, um menino que desenhava não era compreendido pelo professor, nem pelo pai. Depois de algum tempo, ele foi para uma escola de Artes e encontrou um professor que acompanhava o processo de criação. Ao falar sobre sua experiência, o menino, personagem do livro, dividia com o leitor a descoberta das cores.

Eu não tenho a intenção de transformá-los em artistas, mas amanhã, sejam como empresários, professores, ou simplesmente apreciadores de arte, isso pode servir para alguma coisa. Quero que pensem no fazer e no agir, e que percebam que existe um mundo real que é mais importante que o virtual. Porque o mundo virtual que oferece tudo pronto é desprovido de poesia e de emoção. Eu quero que essas atividades revelem as sutilezas e que despertem um olhar poético sobre o mundo. Eu gostaria SIM de desenhar como as CRIANÇAS e é por isso que eu as recebo com carinho no meu ateliê! ∆

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Vamos passarinhar?

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ATUALIDADE ∆

Texto | Ana Laura Azevedo Fotos | Geancarlo Merighi

O hobby de admirar pássaros soltos e a edição sul-mato-grossense do Avistar, o maior evento de observação de aves da América Latina. Passarinhar não é só poesia, ou coisa que passarinho faz, é também um hobby que vem crescendo ano após ano. O grande barato é que qualquer pessoa pode começar da própria janela. A meta é conseguir ver com seus próprios olhos e identificar as espécies – quanto mais passarinhos você tiver na sua lista melhor. “A emoção está no detalhe. Saber diferenciar pelo tom do canto, ou pela cor da cauda”, diz Carlos Iracy, guia turístico e praticante do hobby, mais conhecido pelo termo em inglês birdwatching.

Ao contrário do que parece, não são só araras e tucanos colorindo o céu do MS. No Pantanal são estimadas oitocentas espécies de aves que encantam os turistas. Não é à toa que este ano o maior evento de observação de aves da América Latina terá uma edição em Campo Grande. A feira Avistar MS acontece em outubro, entre os dias 4 e 6, e durante o evento será lançado e distribuído o Guia de Aves das Áreas Verdes Urbanas de Campo Grande, para incentivar a população a passarinhar. Para Tietta Pivatto, ícone de birdwatching no Estado, “observar aves já faz parte do dia a dia de muitos campograndenses. Como resultado esperamos aumentar ainda mais o número de observadores no Estado e fomentar a atividade turística em toda a região”.

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Birdwatching no Pantanal O pássaro é um animal que sempre impressionou o ser humano. Não só pelas cores incríveis e hipnotizantes, mas pela capacidade de voar que se traduz para nós num sonho de liberdade. A ave impressiona, o Pantanal impressiona e juntos a imersão é completa, você sente a natureza da forma mais emocionante por estar dentro dela. Um momento de êxtase perfeito.

Fotos dessa página | Manoela Bernardy

Tanto que o turismo da observação de pássaros (principalmente vindo da Europa e Estados Unidos) tem crescido, aos poucos mas de maneira constante no Brasil. “Nos últimos anos o brasileiro também despertou para a atividade, e o Pantanal é um destino natural para eles, pois a facilidade de se observar é incrível pela amplitude da paisagem e aves enormes. Esse crescimento é superpositivo, pois valoriza os recursos naturais da região, reduzindo a chance de serem destruídos”, complementa Tietta.

“O diferencial do Pantanal é a grande quantidade de aves vistas diariamente, cerca de cento e cinquenta, e de maneira repetida, em 70%, o que ajuda o turista a ficar familiar com as aves. A beleza das aves pantaneiras também impressiona os observadores”, pondera Paulo Boute, considerado o pioneiro da prática no Brasil guiando observadores de aves desde 1982. Ele também defende que é preciso abrir caminhos para quem nunca ouviu falar de passarinhar: “Gosto de mostrar aos iniciantes como o uso dos binóculos faz da observação de aves algo tão envolvente e agradável”.

Nada de pensar no estilo Indiana Jones de ir para o mato, pois binóculos são só o começo. Somam-se a eles: câmeras, lunetas, gravadores e a lista de apetrechos só aumenta. Na maioria, instrumentos de alta tecnologia – até os smartphones já têm utilidades específicas para tentar atrair os pássaros, para ajudar o observador a ver de perto o pássaro sem incomodar. Há quem opte por usar gravações do canto do próprio pássaro para atraí-lo bem pertinho. Em tempos de sustentabilidade e redes sociais, nada como ter uma coleção de passarinhos livres, se preocupar com a durabilidade de seus habitats e praticar um hobby que enaltece o contato social. Que tal olhar além da sua janela? Fica o convite.

Por onde começar: Itens básicos para iniciantes que querem ir além da janela: binóculos, guia de campo, caderneta de anotações. Equipamentos adicionais para quem quer dar um passo a mais e ir a campo: câmera fotográfica, gravador, vestimenta adequada, mochila. Dicas salva-vidas: use protetor solar e repelente, carregue sempre água potável, uma boa lanterna e, se possível (ou necessário), um GPS. Participe: Agenda do infantil da feira Avistar MS: http://www.avistarbrasil.com.br/index.php/kids-ms Rede social: http://www.wikiaves.com.br/ Apps de passarinhar (apenas em inglês): BirdsEye - IPhone e IPad - Aglomera informações variadas sobre incontáveis espécies. Bom para quem quer se conectar com a comunidade e explorar lugares diferentes. IBird - Iphone, IPad e Android - Guia ilustrado que prioriza as fotos e acessibilidade. Muito legal para crianças e pesquisas de imagem. ∆

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Page • Arizona

CADERNO DE VIAGEM ∆


Você provavelmente já viu várias fotos deste lugar, mas não sabia onde se localizava. A pequena cidade de Page, no estado do Arizona, situada em território Navajo, quase na divisa com Utah, abriga formações geológicas impressionantes. Texto e fotos | Regina Almeidinha

Uma paisagem impressionante de esculturas naturais no SUDOeste dos Estados Unidos

Sempre me encantei com as fotos destas formações em tons amarelos, alaranjados, vermelhos e acabei descobrindo tratar-se do intrigante Antelope Canyon, um dos cânions estreitos mais fotografados no sudoeste dos EUA. Seus lindos e ondulados desfiladeiros são resultado da ação da água e dos ventos ao longo dos anos, que criaram belas e profundas paisagens nestes labirintos de arenito. A maneira como a luz incide em suas frestas e como ela muda constantemente, parece emular a evolução contínua das várias imagens e faces humanas e de animais que descobrimos em seus corredores ao longo do dia. As visitas devem ser sempre acompanhadas de guias especializados, agendadas com muita antecedência. Os que quiserem permanecer mais tempo devem contratar o tour fotográfico e escolher os grupos que saem a partir das 10h da manhã até as 11h30, os mais indicados para conseguir as melhores imagens, sempre no verão.

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Outro lugar incrível em Page, que fui conhecer ao pôr-do-sol, chama-se Horseshoe Bend, uma formação rochosa no Rio Colorado que se assemelha a uma ferradura, simplesmente fantástico! Não precisa de guias, você fica literalmente à beira do precipício, admirando toda a imponência do lugar, enquanto a natureza te presenteia com um inesquecível espetáculo...

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Não existem muitas opções de hospedagem em Page, mas se quer continuar se surpreendendo com a beleza da região, a minha dica é hospedar-se no Lake Powell, localizado na Marina de Wahweap dentro do Glen Canyon National Recreation

Area. O hotel em si não tem grandes atrativos, apesar de ser confortável e ter um restaurante muito bom com uma vista de tirar o fôlego, mas é um dos melhores em Page e com fácil acesso à praia e aos passeios da região.

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Para chegar até aqui programe-se a partir de Los Angeles ou até mesmo Las Vegas, alugue um carro e vá pela Route 66 até Williams (sugiro hospedar-se por aqui pelo menos por um dia e uma noite para conhecer a borda sul do Grand Canyon), depois vá em direção à Flagstaff e pegue a rodovia 89 até Tuba City, onde temporariamente está sendo feito um desvio para a rodovia 160, até a junção com a 98 que te levará direto à Page, por estradas lindas e bem conservadas, num trajeto que pode durar até 3 horas. Page é com certeza um dos mais belos destinos do Arizona, vale a pena ir até lá para conhecê-la. ∆

Para agendar visitas ao Antelope Canyon: www.antelopecanyon.com www.navajoantelopecanyon.com Hotéis: www.lakepowell.com www.marriott.com/hotels/travel/ pgacy-coutyard-page-at-lake-powell

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EDITORA CONVIDADA ∆

Renata do Valle

Texto | Júlia de Miranda Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Quando falamos em sessão de terapia, a primeira coisa que vem à cabeça é uma sala numa meia luz com um divã, tudo muito sério. O que poucas pessoas sabem é que existem alternativas que podem funcionar muito bem, como recursos terapêuticos que mesclam prazer, conhecimento e cultura. Estamos falando do Espaço Cha (sigla que significa “Conhecimento, habilidade e atitude”), que há 2 anos desenvolve encontros especiais com o objetivo de compartilhar ideias e experiências aqui na Capital. 106 | OUTUBRO 2013

Inspirada nos moldes da famosa Casa do Saber do Rio e São Paulo, a psicóloga Renata do Valle coordena todo o movimento que, atualmente, divide-se semanalmente em 3 modalidades: Roda de Conversa, Leitura Compartilhada e o Cine Inteligente. “Acredito que frequentar um consultório psicológico não é a única forma que as pessoas têm para o autoconhecimento. Um bom livro, filme e rodas de bate-papo construtivas podem ser capazes de despertar diversas interpretações e análises para a vida. Não é uma sessão de terapia, mas não deixa de ser terapêutico”, avisa. As atividades acontecem na Le Parole livraria, e são frequentadas por gente de todos os meios. Renata é a nossa editora convidada para esta edição e indica livros e filmes que podem servir como um bom meio para o próprio conhecimento. Melhor do que as dicas, só fazendo uma visita ao espaço – e já adianto que você não vai sair de lá tão rápido, o clima é tão interessante que o tempo passa sem perceber.


A insustentável leveza do ser é um verdadeiro banquete para os amantes de uma boa literatura. Trata-se de um romance lançado na década de 80 e considerado uma pérola entre as obras do escritor tcheco Milan Kundera. É uma obra caleidoscópica: reúne filosofia, história, política e, como pano de fundo, as relações humanas. Para o autor, “só uma coisa é certa: a contradição pesado/leve é a mais misteriosa e mais ambígua de todas as contradições”. Tereza, Tomas, Sabina e Franz protagonizam um belíssimo enredo sobre a arte de amar e todas as contradições inerentes à natureza humana.

O acaso tem seus sortilégios, a necessidade não. Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os acasos se encontrem nele desde o primeiro instante como os pássaros nos ombros de São Francisco de Assis”.

Como agir com um adolescente difícil? A leitura deste livro é indicada para todos que convivem com adolescentes: pais, padrastos, mães, madrastas, educadores e profissionais que lidam com o universo deste “ser que reluta em abandonar a infância, ao mesmo tempo em que se empenha em deixá-la para trás”. O autor, o psicanalista e psiquiatra J. D Nasio, radicado na França, tem uma longa experiência com jovens. Ele denomina a adolescência como “uma passagem obrigatória, a passagem delicada, atormentada, mas igualmente criativa, que vai do fim da infância ao limiar da maturidade” e afirma que é importante a qualidade do diálogo afetivo para estabelecer um vínculo satisfatório com o adolescente.

“Estou neste momento muito dividido entre duas idades, a da infância e a do adulto. Quando o adulto vencer a criança, serei dono do meu nariz. Acho que por enquanto devo estar com 60% de infância e 40% de adulto.” Alain, 15 anos

Um conto chinês é um filme argentino que é uma verdadeira poesia, e é baseado em fatos reais. Dois homens com histórias de vida aparentemente “desencontradas” – um mora na China e o outro na Argentina – e que por “ironia do destino”, quando se encontram, transformam-se mutuamente. O filme é a oportunidade plena de suspender nossa descrença, colocar o espectador diante de gente que muda de vida pelo simples fato de optar por vivê-la.

Os sentidos do amor é um filme que exige fôlego para assistir e digerir sua mensagem. O cenário é apocalíptico, e mostra uma pandemia inusitada que, pouco a pouco, vai tirando os cinco sentidos de cada um dos seres humanos. Isso, obviamente, abre um precedente para o que está por vir... Sua riqueza semântica provoca reflexões quanto às relações humanas “líquidas”, discutidas por Bauman em seu livro Amor Líquido. Um dos temas interessantes deste filme é que, mesmo diante da tragédia mundial, muita gente faria questão de fingir que continua vivendo normalmente.

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CAMPO GRANDE AGENDA ∆

CINEMA 14 a 18 de outubro Cine MIS – Mostra de Cinema Italiano Exibição e debate sobre a cinematografia e a cultura de um dos países que fizeram parte da colonização do Brasil. Na mostra, os filmes Rocco e seus Irmãos, Belíssima, O Crocodilo e Antes da Revolução. No Museu da Imagem e do Som. Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, 3º andar. Às 19h. MUSEUS Até 13 de outubro 3ª Temporada de Exposições – Marco Com as exposições “Pinóquio”, de Alex Cervany; “Conexão Dual - Diálogos Gravados”, das artistas Arlete Santarosa e Lana Lanna; “Admirável Mundo Novo”, do fotógrafo Lula Ricardi; e “Estruturas Urbanas”, de William Menkes. A mostra fica aberta para visitação das 12h às 18h. No MARCO. Rua Antônio Maria Coelho, 6000. 15 a 31 de outubro Visita MIS – Exposição Audiovisual Mato Grosso do Sul da Imagem e do Som II Em comemoração ao aniversário de 36 anos do Estado, o Museu da Imagem e do Som abre a exposição Mato Grosso do Sul da Imagem e do Som II, com obras de artistas regionais como Lídia Baís e fotografias de Roberto Higa. No Museu da Imagem e do Som. Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559. Das 8h às 17h. SHOWS 10 de outubro Tributo a Muddy Water Para comemorar os dez anos da

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banda Wisky de Segunda, a galera preparou o “Tributo a Muddy Waters” com participações ilustres, como o músico Ivan Marcio, considerado o melhor gaitista de blues do Brasil. O tributo marca a turnê que a banda fará este ano nas principais capitais brasileiras. No Lendas Pub. Av. Mato Grosso, 2090. A partir das 20h. 10 de outubro Lucas Lucco Antes de lançar disco, já era quase um popstar. Lucco (22 anos), vindo de Patrocínio (MG), canta desde os 10 anos e seu principal sucesso é “Princesinha”, sobre uma garota que vai para boates, mas “chega princesinha e sai mendiga”. No Ondara Palace. Rua Rio Turvo, 1464. A partir das 22h. 19 de outubro Reação em Cadeia A banda Reação em Cadeia se apresenta na capital em outubro. Com 10 anos de carreia, a banda já emplacou grandes hits, como “Me Odeie”, “Espero” e “Neurose”. No Hangar Live Music. Rua Trindade, 413. A partir das 23h. TEATRO 03 de Outubro Sesc Encena – Histórias de Lenços e Ventos A peça que nasceu em 1974 foi um divisor de águas nas peças infantis do Brasil. Nela, lenços, panos, metais, papel e uma página de jornal são elementos lúdicos que simbolizam a liberdade de expressão. No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 18h30 05 e 06 de Outubro Sesc Encena – Um Dia Ouvi a Lua Três canções gravadas pela dupla Tonico & Tinoco foram a inspiração do drama “Um Dia Ouvi a Lua”, da

cia paulista Teatro da Cidade. Com texto inédito de Luiz Alberto Abreu, a peça conta a história de três mulheres em busca do verdadeiro amor. No Teatro Prosa, Sesc Horto. Às 20h. STAND-UP 05 de outubro O Melhor Melhor Show do Mundo O Melhor Melhor Show do Mundo, como o nome do espetáculo sugere, é a estreia do Melhor Melhor do Mundo no teatro. Como é de praxe, o personagem criado por Eduardo Sterblitch para o programa Pânico quer agora provar que pode apresentar o melhor melhor show . No Palácio Popular da Cultura. Às 20h. 05 de outurbo Comédia em Preto & Branco Com um ano e meio de estrada, a Comédia em Preto & Branco já visitou mais de 140 cidades em todo o Brasil, sem falar na temporada fixa em São Paulo, que acontece no Comedians Comedy Club. O show reúne músicas, esquetes e uma dose de improviso. O cenário é simples e reforça a ideia de uma boa conversa de bar. No Teatro Glauce Rocha. Às 21h30. 19 e 20 de outubro Os Melhores do Mundo A Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo volta as palcos com mais um grande sucesso, o espetáculo “Misticismo”. Depois de contar a história de Joseph Klimber (“A vida é uma caixinha de surpresas...”) e de Hermanoteu na Terra de Godah, agora é a vez de uma comédia que enfrenta as verdades e mistérios dos mundos paralelos que se fazem presentes no nosso dia a dia. No Palácio Popular da Cultura. Dia 19 às 21h, dia 20 às 20h.



CONECTIVIDADE ∆ O canadense Brandon Heuser fez uma viagem dos sonhos à famosa Reserva Nacional Masai Mara, no Quênia, um dos maiores parques de vida selvagem do mundo. Aproveitando a diversidade de animais que por lá encontrou, ele conseguiu fotos de uma beleza arrebatadora. Mas a surpresa veio depois. Voltando pra casa, em Vancouver, Heuser decidiu rever o icônico filme de animação The Lion King (O Rei Leão), e ficou surpreendido com a quantidade de cenas que imediatamente o lembravam de fotos que tinha tirado no Masai Mara. Então decidiu guardar algumas cenas do Rei Leão e comparar com as fotos da viagem, compartilhando-as depois no site Imgur. As fotos de Heuser foram vistas mais de 350 mil vezes e, se nem todas são exatamente iguais (seria assustador), as semelhanças são realmente espantosas. Dá uma olhada: http://imgur.com/a/xiA69

Baba de caracol: Alguns acreditam que a baba do caracol tem efeitos antienvelhecimento na pele humana. Por isso, no Japão, o salão de beleza Ci:z Labo oferece um tratamento chamado Celebrity Escargot Course, no qual uma assistente coloca três caracóis no rosto do paciente. A gosma que é deixada no rosto da paciente faz parte do tratamento, que dura 60 minutos e conta ainda com massagem e máscaras que também utilizam a baba do bicho como matéria-prima.

SE LIGA Texto | Wpixel Mídia

Rogan Brown faz esculturas inspiradas em micro-organismos minerais e vegetais, mapas topográficos e plantas, reveladas em dezenas de camadas de papel. Elas demoram até 5 meses para serem concluídas, tanto pelo número de detalhes quanto pela evolução da peça que vai tomando forma dia após dias de trabalho do artista.

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Com a inauguração de nossa terceira loja, buscamos, junto à nossa agência Midias Publicidade, uma campanha para dar continuidade à nossa comunicação, através da qual, de forma diferenciada e criativa, apresentássemos ao nosso público alvo mais um ponto de degustação das batatas recheadas da ROASTED POTATO. A campanha foi estrategicamente pontuada, usando as placas de esquina para direcionar motoristas e pedestres, os abrigos para estimular, com a visualização dos produtos, e o busdoor que, de forma móvel, informa com maior abrangência sobre a nova loja na área central da cidade. Com pontos de excelente localização, a Zoom completou de forma favorável as expectativas que traçamos para que os resultados dessa campanha de divulgação alcancem os objetivos almejados. Dandara Germiniani Marketing Roasted Potato Campo Grande


no mercado ANÚNCIO REVISTA A GENTE

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TRIFACE Nesta campanha para a Maxi Incorporadora escolhemos outdoor, tri-face e a revista A Gente, em função da visibilidade e do impacto causado no target. Otimizamos a comunicação do cliente e conseguimos atingir os objetivos da campanha com as metas de vendas do Morada do Parque. Camila Gazal Diretora de contas da MV Agência

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PERFIL ∆

Quando fala no trabalho, o empresário Carlos Cezar Girão de Arruda é tomado por um nítido entusiasmo. Fala com um brilho no olhar e orgulho da trajetória marcada por muita dedicação e sucesso. Ele e o irmão Carlos Flávio são donos da Agence, empresa de consultoria e tecnologia da informação focada no desenvolvimento de sistemas online há 14 anos na Capital.

Carlos CEZar Girão de Arruda Texto | Júlia de Miranda Foto | Fernando Antunes

A paixão pela informática, que teve início ainda na adolescência (ele e o irmão brincavam de desenvolver linhas de códigos de jogos), começou a virar coisa séria anos depois, na escolha da profissão. Cezar passou um período morando no Rio de Janeiro e, no retorno a Campo Grande, cursou Publicidade e Propaganda. Maduro e com experiência adquirida em algumas agências de publicidade da cidade como arte finalista, decidiu abrir seu próprio negócio com o irmão (gêmeo e economista). Nascia em 1999 a Agence, uma empresa de desenvolvimento de websites e fábrica de softwares. “Com dois anos de caminhada fomos contratados pela Tele Centro Oeste Celular (extinta TCO e atual Vivo) para criar um software administrativo online. A parceria deu tão certo que na época abrimos um escritório em Brasília para administrar outras contas do grupo, e a partir daí aumentamos nosso leque de clientes”, relembra.

No total, a equipe das três cidades (Campo Grande, Santiago e São Paulo) possui um quadro de 70 funcionários. “Eu fico em Campo Grande, aqui funciona o burocrático e eu me dou bem com esse perfil administrativo; meu irmão faz o comercial”. Ele avalia que aqui na cidade existem bons profissionais de TI, mas comenta a falta de experiência com a web. “Ainda tem pouco profissional no país. É preciso dobrar o número desses para dar conta dos trabalhos que surgem a todo o momento. É uma área que está em expansão e acredito que nos próximos 10, 15, 20 anos será um mercado que não entrará em crise. A tendência é sempre desenvolver e modernizar, por isso não dá pra ficar parado, tem que caminhar no ritmo senão você fica pra trás”, prevê. Haja vista que no mês passado pesquisas apontaram que os profissionais de TI têm a segunda melhor atividade no país, atrás somente dos engenheiros.

Com a demanda das atividades, em dois anos fecharam negócio com a empresa japonesa Toyota e abriram uma filial em São Paulo, o principal polo empresarial do Brasil.

Como próximo plano, Cezar anuncia a abertura da quarta filial em Miami, nos EUA. “É muito bom trabalhar com o que eu gosto, não foi o que eu escolhi de início, mas foi pelo que eu me apaixonei e segui adiante, deu certo”.

Há três anos voaram mais longe. Visando o mercado sul-americano, montaram base em Santiago, no Chile. Lá, atendem a Lan Chile, Lan Argentina e Lan Peru (aviação). “A tecnologia é dinâmica, isso me fascina. Tudo muda de uma forma tão estimulante que a vida de um profissional da área nunca é monótona”, afirma. A competência é tamanha que possuem como clientes: Votorantim, Nestlé, Banco do Brasil, Pirelli, Sadia, Vivo, Toyota, Ministério da Saúde entre outros. Já prestaram serviço para países como Japão, Suíça e Espanha.

Ainda revela que não é do tipo de empresário bitolado que fica 24 horas com a cabeça nos negócios. “Olha, acredito que daqui pra frente, com toda essa virtualização em nossas vidas, a tendência é só piorar (risos), pro bem e pro mal. A tendência é tudo ficar mais automatizado e controlado, por isso é bom se libertar de vez em quando, desligar o celular, internet. Posso dizer que nos finais de semana isso é possível comigo. Gosto de aproveitá-los com minha esposa e meus dois filhos o mais ‘off-line’ possível.” ∆

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ECONOMIA ∆

Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos

A Bolsa de Valores e Você

A Bolsa de Valores teve seu melhor desempenho até 2008, mas com a crise imobiliária agravada nos EUA, os investidores perderam a confiança e isso trouxe consequências para a economia mundial. Podemos dizer que a Bolsa de Valores é um termômetro do mercado, ou seja, a caixa de ressonância das commodities, e isso se reflete pela sensibilidade dos preços de produtos, como petróleo, aço, ouro, e valorizações de empresas como Petrobrás, Vale, Gerdau, Usiminas, além de outras importantes empresas do Brasil, que fazem girar a economia local e global.

ação por um determinado valor, é preciso vender por um valor maior para que se tenha lucro na venda. Se esta oscilação ocorrer no mesmo dia, o que é normal, o investidor pode vendê-la também no mesmo dia, realizando uma operação chamada de Day Trade (compra e venda no mesmo dia). Este modelo de operação rápida chamamos de Especulador, aquele que tem o objetivo alcançado em curto prazo; e aquele que compra e permanece com a ação sem pressa para vender chamamos de Investidor, aquele que tem o objetivo alcançado em longo prazo.

Operar na Bolsa de Valores não é difícil, e para isso você precisa conhecer o que e onde está investindo – como quando você analisa a compra de um imóvel, você precisa saber sobre a localização, valorização da região etc. O primeiro passo para quem quiser operar na Bolsa é se informar melhor ou fazer um curso antes, para conhecer os mecanismos. Após, é preciso abrir conta em uma corretora de valores (banco de investimento), então fazer um depósito de uma quantia, a partir de R$ 100, e aí, sim, você estará apto a COMPRAR e VENDER ações na Bolsa de Valores, através do Homebroker (plataforma de compra e venda pela internet).

Modelo de Operação: Se comprar uma ação PETR4¹ por R$17,00 e vendê-la por R$18,00 = a variação é de 5,88%

Investir em ações seria obter um pedaço de uma empresa, é ficar sócio por curto prazo (1 dia a 1 mês), longo prazo (2 meses a 5 anos) ou por tempo indeterminado, ou até que a empresa venha a falir ou fechar o capital na Bolsa. Por isso é importante acompanhar os fatos e notícias da empresa, para que você venda antes e não seja surpreendido. Os preços das ações sofrem oscilações (sobe e desce) diárias pela oferta e procura do ativo, portanto, ao comprar uma

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PETR4¹ - Código da ação da empresa Petrobrás A escolha das empresas e dos setores de mercado a investir pode ser baseada em acontecimentos do nosso dia a dia. Por exemplo, recentemente tivemos a redução do IPI para o consumidor, isso fez aumentar as vendas de bens duráveis (máquina de lavar, geladeira, fogão etc.), logo, empresas ligadas ao setor da chamada “linha branca”, como fabricantes de aço, painéis, peças em geral, e o produto acabado tendem a ter uma alta, já que as projeções de lucro podem sentir um reflexo positivo. O setor de construção civil, que teve o IPI reduzido, fez com que ações de empresas ligadas ao setor tivessem valorizações de mais de 60% desde o início de 2012. Como vimos, a Bolsa de Valores não é nenhum cassino, mas exige um pouco de conhecimento e disciplina, assim como qualquer outro investimento. ∆



ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana

A beleza e elegância do equilíbrio... em intenso movimento! Quando se pensa em equilíbrio, é comum a imagem de algo que se sustenta, estático. A ideia de beleza e harmonia, de certa forma, também. Quando algo é harmonioso e belo, o movimento pode soar como ameaça. Ficará assim tão perfeito se houver qualquer mudança? Algo belo que pode deixar de ser em benefício do que ainda não é, que virá a ser e não se conhece ainda. Será tão bom?! O desconhecido costuma provocar algum tipo de medo porque, via de regra, pressupõe crise, oportunidade de ser ainda melhor, e também o inerente perigo de não acontecer desta forma. Imagina-se e espera-se o melhor. Daí talvez tanto encanto nos dê a música e a dança. O encadeamento harmônico de elementos musicais ou das formas em movimento nos surpreende a cada nota, a cada passo. O que poderia deixar de ser tão bonito e bom se apresenta de nova forma com novo encanto. Isto porque alguém inspirou-se, transpirou em repetidas tentativas, aprimorou incansavelmente e nos apresentou, perfeitamente. E a nossa vida? O que é que cria equilíbrio, harmonia e elegante beleza se tudo permanece em contínuo movimento? E se não há ensaio! Que maestro, que coreógrafo criará a beleza do momento que virá? Este gênio da harmonia está em nós mesmos! Em certa ocasião participei de um treinamento onde a imagem de um surfista foi utilizada para traduzir equilíbrio. A vida e o mar, na literatura e na poesia, costumam ser comparados. Ondas, momentos que se repetem e que tantas vezes nos desafiam. Um amigo surfista me disse que para “pegar a onda” é preciso nadar na mesma velocidade dela. Muito treino, preparo

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físico e grande determinação não impedem quedas, porém a satisfação de alcançar o momento de equilíbrio e integração ao grande movimento do mar é indescritível, de forma que aqueles que já experimentaram costumam sempre buscar outra vez! Assim como na dança ou na música, a disciplina e anos de treino proporcionam momentos que apenas quem vive sabe seu significado. Na vida pode ser da mesma forma. Não havendo ensaio, o grande espetáculo da vida inclui todos os nossos passos, os menos e os mais harmoniosos. Algumas quedas ou frustrações fazem parte do caminho de quem aprende e busca o aprimoramento. E nossa performance será progressivamente mais bonita e harmoniosa na medida em que houver mais equilíbrio em nossas ações. Equilíbrio é a raiz de toda a harmonia e de toda a elegância. E equilíbrio pressupõe a percepção e consciência de um centro. Se aplica ao nosso caminhar, ao surfista, ao bailarino e ao tom harmonioso dos sons de uma melodia. Em nós este centro é o lugar de nossos valores mais sólidos, o que de fato nos sustenta em qualquer ocasião. Algo que felizmente pode ser construído também por quem não recebeu de sua família, o que facilita bastante. Quando existe este centro firme, toda a flexibilidade necessária a cada momento se torna possível e mais facilitada. É a firmeza do andar, a confiança no passo, a fineza do movimento na interação com o meio, a feliz possibilidade da constância, persistência e perseverança nos objetivos. É este centro que facilita a capacidade de foco e a agilidade, esta que tem natureza oposta à pressa porque nasce da paciência e do treino e, mesmo em intenso movimento, torna possível a beleza e elegância do próximo passo! ∆


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ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

FILOSOFIA DO DESCARTE

Não está bom, troca. Ficou velho, joga fora. Estragou, compra outro. Essa filosofia um tanto consumista, se plantou também na vida e nos relacionamentos. Perceber a transitoriedade de coisas tidas como sérias e até mesmo imutáveis, tornou-se quase um padrão, e mesmo um sinal dos tempos. Ouço com relativa preocupação, pessoas formadoras de opinião defenderem a mutabilidade dos sentimentos, das circunstâncias, dos relacionamentos, e alardearem possibilidades, aberturas e traições por todo lado. Discordo, discreta, mas veementemente. Vejo um tanto horrorizada, quem defende a filosofia do descarte como opção na vida, e nos relacionamentos. Não ignoro que os tempos mudaram, nem que as relações se tornaram menos estáticas, possibilitando escolhas mais sensatas, menos opressoras, e caminhos mais libertadores, mas isto não significa o descarte simplista como alternativa de substituição de algo “velho” por algo “novo”. O descarte de que falo é a simplificação de tudo que é sentido, num vai e vem de sugestões que são polvilhadas na mente, de forma insidiosa e silenciosa, por um consumo além do que se vê e se percebe. Somos bombardeados por estímulos e padrões visuais da vida externa, que nos remetem à dúvida,

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e nos sinalizam mudança. Isso seria ótimo, se não fosse tão singelamente simples. Os sentimentos e os relacionamentos, sejam de afeto, amizade, parceria, familiares ou de trabalho, carecem de persistência no enfrentamento. Não falo da persistência sistemática e sufocadora da falta de opções, mas daquela, que vislumbra sempre, um caminho de aprimoramento. Muitas vezes, nos deixamos levar por suposições e ilações, e neste compasso, nos distanciamos daquilo que trouxemos impregnado em nossas referências de afeto, nos fazendo perder o rumo e a direção. Somos mutantes, paradoxais, mas temos que admitir que a excessiva simplificação de todas as relações nos conduz a um caminho de insatisfação difícil de ser saciado. Se o caminho para aquilo que nos sacia está inegavelmente dentro de nós, não podemos perder de vista que para o outro também é assim, e o descarte apenas nos levará a um outro e mais outro descarte, que tornará cada vez mais vazia essa sensação daquilo que costumamos chamar “alegria”, tornando-a também descartável. Ser inteiro é, também, saber não descartar. ∆



MEMÓRIA ∆

Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor

ENCONTREI MARIA Shoppings e supermercados são lugares onde sempre encontro alguém do meu tempo. Foi num shopping que encontrei Maria, moça prendada que desde menina trabalhava e habitava meu caminho como amiga de fé. Começou a trabalhar ainda novinha, numa agência do português “Gaspar bigodudo”, que era um misto de lotérica, imobiliária e agência de passagens. Ficava na Rua 14 de Julho, quase esquina com a Dom Aquino. Lembro-me dela no início dos anos 50, trabalhando na Casa Nimer, do inesquecível sr. Felipe e dona Deble, local que concentrou o maior diretório eleitoral estudantil da história campo-grandense. Foi daí que começamos nossa viagem ao passado, relembrando fatos e lugares que faziam parte do nosso cotidiano. Relembramos a campanha pela eleição de Júlio Nimer à presidência da UCE, que movimentou a cidade e teve uma das maiores passeatas já vistas na velha Campo Grande: faixas, bandeirolas, fanfarra, banda, foguetório e muita agitação no centrão da cidade, resultando numa vitória retumbante da velha turma do “Havana” que compunha a chapa do Júlio Nimer. Nelson Corrêa (vice-presidente), Clodoaldo Hugueney, Aloysio Figueiredo, Alfredo Scaff, Matheus Pinto, Delair Lacerda, João Alberto Maymone, Mauro Figueiredo, Arnaud Braga, Wolney Arruda, Alfredo Aragão, Suely Neder, Jesse Duarte, Leide Claire e Rosemary Jacobina, Job Duarte, Modesto Dauzaker, Mauricio Dorsa, João Rondon e o locutor que vos fala, completavam a super chapa que viria dar vida à “União Campo-Grandense de Estudantes” que, à época, promoveu campanhas para a criação da Casa do Estudante, Biblioteca do Estudante, Curso para Alfabetização de Adultos e a pri-

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meira olimpíada intercolegial de Campo Grande, entre outras realizações em prol da classe. Maria participou do entrevero ajudando na confecção de mais de mil bandeirolas e cartazes da campanha. Dona Deble se desdobrava nas assadeiras, preparando centenas de esfirras e quibes para o lanche da garotada e a vida corria feliz para os jovens que eram cheios de ideias e ideais, puros de sentimentos e amadurecidos na boa educação que recebiam nas escolas e lares de então. Ficamos, eu e Maria, um bom tempo recordando histórias da “sessão das moças” às terças-feiras no Alhambra, do footing na 14 de Julho, do café Néctar, dos programas de auditório da PRI7 e da Cultura (SabinoPreza e Elias Makaron), das quermesses na avenida, onde pipocavam namoricos e flertes, do sacrifício das meninas que moravam nos bairros e, religiosamente, vinham a pé para ver os filmes do Alhambra. Quando chovia, traziam um par de sapatos reserva. Chegavam ao calçamento (ruas de paralelepípedos), tiravam os sapatos enlameados e colocavam um par limpinho. Deixavam os sapatos escondidos num cantinho e, na volta, faziam a troca para chegarem casa. Até mesmo das orações à Santa Clara para frear as chuvas ela me lembrou. Depois que a Casa Nimer virou Bazar Mona, Maria foi trabalhar na Joalheria Avelino dos Reis e lá ficou até aposentar-se. Nunca mais nos vimos, até o encontro no shopping. Foi bom encontrar Maria. É sempre bom encontrar alguém que viveu nosso ontem e tem histórias para nos lembrar no hoje. Prazer em te ver, Maria! ∆



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Beleza



ACONTECEU ∆ Para comemorar os 15 anos da Deborah Joias, Deborah Morbin, a proprietária da joalheria, trouxe de São Paulo a designer de joias Renata Camargo - que ficou conhecida na Daslu e hoje está instalada no luxuoso Shopping JK Iguatemi. O coquetel aconteceu na casa de Maika do Amaral e as joias apresentadas foram de tirar o fôlego. No encontro, Maika arrecadou alimentos e conseguiu quase uma tonelada de produtos não perecíveis para doar às entidades por ela assistidas. Fotos |Gabriel Santos 1- Roberta com a mãe, designer de joias, Renata Camargo, e a anfitriã da noite, Maika do Amaral; 2- A empresária Deborah Morbin, que festejou 15 anos de sua empresa, e a filha, Manuela Morbin Barros; 3- A pecuarista Regina Eleusis com as empresárias, Neuci e Kátia Locatelli; 4- As amigas, Cida Fachini, Lu Orsi Abdul Ahad e Rita Figueiredo; 5- Leonor Saad e Joelma Dibo; 6- A médica Danusa Ayache com as amigas, Regina e Vera Saad; 7- Celinia Maiolino e a empresária Denise Pereira; 8- A charmosa Lilian Ilgenfritz e a empresária Cláudia Dibo; 9- As amigas, Mayerling Cunha e Sônia Oliveira Pinto; 10- Marina Barbosa e a filha, Karla Barbosa Zahran; 11- Marília Albaneze com a filha, Tônia Albaneze, e Neli Todeschini Câmara; 12- Neca Bumlai, Maria José Falcão e Reni Domingos dos Santos; 13A pecuarista Sônia Zamlutti e a sobrinha, Cláudia Barros; 14- Uma das peças, de encher os olhos, era esse conjunto de turmalina paraíba, em brilhante e ouro branco, vendido por R$ 300 mil; 15- Que tal esse par de brincos cachoeira, em rubi e brilhantes, por R$ 38 mil?

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ACONTECEU ∆ Expedição Rota do Pacífico Uma celebração animada marcou o início da viagem “Expedição Rota do Pacífico” - projeto que busca viabilizar uma saída marítima pelo Chile para a produção de MS. O coquetel aconteceu dia 26 de setembro e foi oferecido pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Carga do Estado (Setlog MS), entidade que organiza a expedição. O governador André Puccinelli e o embaixador do Chile no Brasil Fernando Schimidt Ariztia estiveram presentes. No dia seguinte o comboio com 90 empresários seguiu por terra com destino final Ikiki, cidade portuária do Chile.

Fotos | Eurides Aoki

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ACONTECEU ∆ Senac Zahran Em setembro, o Senac inaugurou um novo espaço em Campo Grande: a unidade Eduardo Elias Zahran. Segundo o diretor regional do Senac, Vitor Mello, o projeto veio atender à crescente demanda de cursos de qualificação profissional, tanto que o Senac Zahran vai estrear com turmas 100% preenchidas. A unidade, que possui 1.700 m2, atenderá cerca de cinco mil alunos por ano, gratuitamente, em 11 salas de aula e dois laboratórios de informática. Fotos | Mario Bueno

1- Fachada Do Senac Eduardo Elias Zahran; 2- Edison Ferreira Araujo - Presidente da Fecomércio durante discurso; 3- Edison Ferreira Araujo e sua esposa Luiza; 4- Equipe Senac Eduardo Elias Zahran; 5- Vitor Mello, Magda Maciel de Oliveira - Gerente do Senac Eduardo Elias Zahran e Edison Ferreira Araujo; 6- Edison Ferreira Araujo comprimentando Jeannette Elias Zahran (irm_ de Eduardo Elias Zahran); 7- Familia Zahran.

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ACONTECEU ∆ Mérito Lojista 2013 O lançamento do Prêmio Mérito Lojista apresentou as dez empresas que irão concorrer nos 40 segmentos da maior premiação do varejo da Capital. Os vencedores serão revelados na grande festa que acontecerá dia 9 de novembro no buffet Ondara Palace. O Prêmio Mérito Lojista é uma realização da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDLCG) e vem como reconhecimento para as empresas que mais se destacaram no ano de 2013 na Capital.Para votar na sua favorita, acesse: www.cdlcg.com.br/merito-2013 Fotos |Mazão Ramirez 1- Pedro Henrique - CNA São Francisco, Marcinha - Pão e Tal, Karla - CNA São Francisco, Rose - Capodarte, Ricardo, presidente da CDL e Le Postiche, Marcia e Edson - Puc; 2- Ionise - Fecomércio e Carlos Ishikawa - vice presidente CDL e Restaurante Sabor em Ilhas; 3Marcinha - Pão e Tal e Vanderlei - Suportec; 4- Juliano - Time Tour e Gustavo Casa dos Bolos; 5- Heber Casas Bahia e Edson - Clinica Petit Bichon; 6- Anita e Zigomar - D’ Itália PVC e Edmilson - MV Comunicação; 7- João Victor e Anna Karolina - Sebrae e Tales- Fecomércio.

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Giulliano Gondim oia.rec.br

“Nuevo ciclo”

Sua foto ou ilustração pode estar aqui! Envie para redacao@revistaagente.com.br

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