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SYNGENTA SEEDS

SYNGENTA SEEDS

CONHEÇA O PROGRAMA GLOBAL MARKETS

A execução do programa de gestão de fornecedores prevê aumentar a segurança dos alimentos e uma série de outros benefícios

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Asegurança dos alimentos é um assunto que vem ganhando evidência. Com o fácil acesso à informação e um público cada vez mais atento, as exigências às boas práticas relacionadas aos produtos que chegam à mesa do cliente só crescem. Se de um lado temos consumidores vigilantes, do outro temos a indústria alimentícia com uma cadeia de fornecimento complexa e cheia de desafios, porém bastante empenhada em atender a todos os requisitos do mercado. "O objetivo é que o resultado seja positivo para todos os lados: para o consumidor, que começa a confiar na procedência do produto que está comprando; e para a empresa, que melhor gerencia os riscos de contaminação de seus produtos, diminuindo os obstáculos até que sua mercadoria chegue às prateleiras do mercado e às casas de seus clientes", afirma Milena Fernandes, Gerente de Operações da QIMA/WQS.

GESTÃO DE FORNECEDORES: PRINCÍPIO BÁSICO PARA NEGÓCIOS DO SETOR ALIMENTÍCIO

Sob um olhar leigo, a gestão de fornecedores pode parecer um sistema simples de organização. No entanto, é um processo bastante complexo que, ao contrário do que pode parecer a princípio, não se trata apenas

O Programa Global Markets utiliza uma sistemática evolutiva para preparar de forma gradativa as companhias para uma certificação mais completa através de etapas a serem atingidas

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da escolha e gerenciamento de provedores para o seu negócio.

O programa de gestão de fornecedores é um princípio básico para qualquer empresa do ramo alimentício. Seja uma padaria de bairro ou uma cadeia de restaurantes de grande porte, qualquer organização que tenha que comprar insumos ou que tenha qualquer tipo de relação comercial com provedores de suprimentos, precisa, impreterivelmente, de estruturação, considerando qualidade e segurança em cada etapa desses vínculos comerciais.

De modo simplificado, a gestão de fornecedores é o gerenciamento da

GLOBAL MARKETS: EVOLUÇÃO GRADATIVA

O Programa Global Markets utiliza uma sistemática evolutiva para preparar de forma gradativa as companhias para uma certificação mais completa através de etapas a serem atingidas. A cada nível alcançado, novas oportunidades de crescimento se abrem. Atualmente a QIMA/WQS disponibiliza quatro programas Global Markets:

GFSI GLOBAL MARKETS O protocolo GFSI Global Markets (GMaP) é o programa desenvolvido pela GFSI, composto por um kit de ferramentas que contém uma lista de verificação com requisitos de segurança de alimentos para ser utilizada como autoavaliação e como critério de auditorias.

É importante ressaltar que esse programa não é uma certificação acreditada. Isso quer dizer que não há emissão de um certificado após a realização da auditoria por uma empresa independente. Ele foi criado como um programa introdutório para a obtenção de uma certificação em uma das normas de segurança de alimentos reconhecida pelo GFSI, de forma evolutiva, durando em média três anos.

A adesão ao GMaP pode favorecer o desenvolvimento de negócios, viabilizando o comércio local, regional e internacional.

O programa reconhece e incentiva o desenvolvimento de sistemas de segurança de alimentos em pequenas empresas, fabricantes de alimentos ou produção primária, onde esses sistemas de gestão ainda são imaturos.

O BRCGS START! oferece aos pequenos produtores de alimentos a oportunidade de demonstrar os degraus reconhecidos para uma eventual certificação completa BRCGS, evidenciando aos seus clientes o compromisso da empresa com a segurança de alimentos.

Pertencente ao grupo de marcas IFS (International Featured Standards), o IFS Global Markets tem como objetivo facilitar o acesso ao mercado, criar aceitação mútua ao longo da cadeia de abastecimento e fornecer um sistema de referência para a orientação, desenvolvimento e avaliação de pequenas empresas, além de auxiliar com os primeiros passos para a implementação e consequente obtenção da certificação.

O programa consiste em duas listas de verificação de diferentes níveis e um protocolo de avaliação para conduzir, paulatinamente, o processo de melhoria contínua e a implementação de um sistema completo de gestão de segurança de alimentos.

SQF FUNDAMENTOS Varejistas de alimentos e grandes indústrias exigem de seus fornecedores um programa robusto de segurança de alimentos para proteger sua marca e manter a confiança do consumidor. Com isso em mente, a SQFI (SQF Institute) criou uma solução para fornecedores de pequeno e médio porte, indústrias de alimentos ou produção primária, que não possuem um programa de gestão de segurança de alimentos ou desejam levar seu programa existente para o próximo nível.

Construído como uma abordagem passo a passo, o programa SQF Fundamentos foi desenvolvido usando o kit de ferramentas do programa GFSI Global Markets para auxiliar as empresas a criarem uma cultura de segurança de alimentos em seu local, incluindo a implementação de um plano APPCC e boas práticas da indústria. É um programa prático e acessível, com soluções sob medida para pequenas empresas.

Como é possível verificar, todos esses programas possuem caráter evolutivo e compartilham do mesmo objetivo de proporcionar uma certificação futura de terceira parte. O que diferencia uns dos outros é que cada um visa proporcionar uma introdução às normas específicas de certificação, utilizando linguagem, abordagem e sistemas de classificação e/ou pontuação específicos de não conformidades.

cadeia de suprimentos em todas as fases, desde a prospecção e avaliação dos provedores à manutenção do relacionamento com eles. Essa relação envolve o monitoramento de suas atividades, como constância da qualidade e segurança nas entregas, adequados prazos logísticos e gerenciamento de estoques.

APOIO ÀS PEQUENAS EMPRESAS

Há pouco mais de uma década, em 2008, a Iniciativa Global de Segurança de Alimentos (em inglês Global Food Safety Initiative - GFSI) identificou que as pequenas empresas estavam encontrando obstáculos no desenvolvimento dos seus sistemas de gestão de segurança de alimentos. “É importante entender que, ao citarmos empresas pequenas, não nos referimos ao porte, e sim àquelas empresas que têm dificuldade de implementar programas específicos e mais complexos, como o APPCC, em seus sistemas de gestão de segurança de alimentos", explica Milena Fernandes.

A falta de conhecimentos técnicos, falta de recursos financeiros ou falta da informa-

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O ponto primordial ao executar um programa de gestão de fornecedores é aumentar a segurança dos alimentos

ção para implementar esses programas de gestão foram alguns dos principais problemas identificados pela GFSI. No propósito de apoiar essas empresas em desenvolver seus sistemas de gestão e prepará-los para a obtenção de uma certificação de segurança de alimentos reconhecida, a GFSI criou o Programa Global Markets.

VALORES GERADOS PELO GLOBAL MARKETS

O ponto primordial ao executar um programa de gestão de fornecedores é aumentar a segurança dos alimentos, mas os benefícios não se resumem a isso.

“Falando dos benefícios, uma empresa que implementa um sistema de gestão de segurança de alimentos e o torna cada vez mais robusto, consegue gerenciar melhor seus riscos de contaminação, diminuindo consequências negativas, como um recall. Consegue também acesso a novos mercados e constrói uma sólida cultura de segurança de alimentos na organização, que vai favorecer o alinhamento às abordagens públicas e privadas, devido a sua conformidade com as legislações vigentes e aos padrões exigidos pelas normas de certificação”, destaca Milena Fernandes.

OS PRIMEIROS PASSOS PARA IMPLEMENTAR O PROGRAMA

Para todos os programas de Global Markets, o primeiro passo é se familiarizar com o protocolo, fazendo um treinamento de interpretação com uma empresa especializada e, assim, realizar uma autoavaliação para verificar se atende aos requisitos. Essa autoavaliação permite que a companhia defina o nível em que deve iniciar no programa: básico ou intermediário. A etapa seguinte é consultar uma certificadora, como a QIMA/WQS, para solicitar uma auditoria independente.

Para determinar o programa mais adequado, alguns fatores devem ser considerados: • Exigência de cliente – Alguns clientes exigem de seus fornecedores um determinado programa de Global Markets, bem como o nível de avaliação (básico ou intermediário). • Certificações de segurança de alimentos – Se a empresa está em busca de uma certificação de segurança de alimentos, o ideal é que construa o seu sistema de gestão com base nessa certificação, optando por seguir o programa Global Markets da norma escolhida. • Visibilidade no mercado – As auditorias feitas por certificadoras nos programas Global Markets da BRCGS, IFS e SQF são registradas nos respectivos bancos de dados, que são globais. Isso significa que o resultado da planta auditada fica disponível para consulta, permitindo que novos negócios sejam feitos. Diferente dos outros programas citados, o GFSI Global Markets ainda não possui um banco de dados para as auditorias, mas é um ponto que estão avaliando a possibilidade para a próxima revisão do programa, que tem previsão para lançamento em 2023.

O Programa Global Markets vem sendo utilizado como ferramenta para os fornecedores se adequarem aos clientes e para ajudar as empresas a chegarem cada vez mais perto das certificações reconhecidas pela GFSI.

A QIMA/WQS possui especialistas para apoiar sua organização na definição dos critérios de gestão de fornecedores, bem como auditores competentes para realizar a avaliação de conformidade em toda a cadeia de fornecimento.

GESTÃO O SEGREDO ESTÁ NA CONEXÃO

Diante de cenários econômicos mundiais adversos, executivos de grandes companhias revelam como transformar produtos em resultados. Habilidade e o incentivo na conexão entre pessoas estão entre as estratégias de quem lidera no mercado que deverá atingir seu primeiro trilhão em 2022.

Por Rafaela Menin

MAURÍCIO RODRIGUES,

presidente da divisão agrícola da Bayer para América Latina.

Líder na integração de mais de um século da empresa química e farmacêutica com as tendências do agro e com quem faz a inovação acontecer. Os resultados positivos permanecem, segundo o gestor, devido “a uma gestão engajada em construir a agricultura de forma colaborativa, por meio da inovação, transformação digital e sustentabilidade.”

MARIANA BECKHAUSER,

presidente da Beckhauser.

Comanda uma empresa brasileira focada em desenvolver, industrializar e difundir tecnologia para o manejo de bovinos há mais de 50 anos, com atuação no bem-estar animal e humano. Une-se a essa trajetória a visão de uma mulher gestora com clareza do propósito e da visão da organização, unidos ao fortalecimento e engajamento do time.

WELLINGTON SILVÉRIO,

diretor de Recursos Humanos da John Deere para a América Latina.

Responsável pela gestão de uma multinacional com quase dois séculos de história nas linhas de máquinas e implementos agrícolas. Essa trajetória soma-se ao momento atual da empresa de “conexão entre as relações humanas”, o que “gera o comprometimento para sustentar o crescimento necessário ao bom desempenho geral”.

INOVAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO

DIGITAL E SUSTENTABILIDADE

Com mais de 157 anos de história, a Bayer começou a trajetória como uma indústria química. Hoje, tornou-se uma “empresa de ciências da vida.” Sendo assim, a multinacional alemã levou uma série de inovações ao mercado, desde soluções como a Aspirina; o diagnóstico precoce, por meio de imagens com contraste; o desenvolvimento da pílula anticoncepcional e, o que mais interessa aqui na Agro & Negócios: as contribuições para o agronegócio.

Neste caso, o desenvolvimento das biotecnologias agrícolas, com a marca de pioneirismo em agricultura digital, e iniciativas para se tornar uma empresa carbono zero têm sido grandes propulsores de quem faz a gestão da Bayer. Soma-se a isso o fato de que, em 2021, ao completar 125 anos no Brasil, o slogan “Se é Bayer, é bom”, mudou para um conceito mais engajador: “Você e Bayer: é bom.”

Maurício Rodrigues, presidente da divisão agrícola da Bayer para América Latina, tem sido um dos líderes em integrar toda essa história com as tendências atuais e com as pessoas que fazem as inovações neste braço da Bayer acontecerem. E os resultados se devem, segundo ele, “a uma gestão sólida, fortemente engajada em construir o futuro da agricultura de forma colaborativa, por meio de três pilares: inovação, transformação digital e sustentabilidade.”

O PAPEL DO AGRO

Ao chegar à marca de 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o agronegócio tem se “mostrado o setor mais resiliente a crises e recessões nos últimos anos”, afirma Maurício Rodrigues. “Não é só uma questão de produção de alimento, é uma questão de ter um impacto definitivo na economia brasileira, gerando empregos, renda e impostos – movimentando outras cadeias que também dependem do agro para sobreviver”, continua.

Para o gestor da Bayer, é preciso trazer a sustentabilidade para o centro da agricultura e, para isso, é preciso que haja uma atuação conjunta de diferentes agentes, além de uma mobilização do poder público, entidades privadas e da sociedade civil, sempre buscando moldar a agricultura do futuro.

E, mais do que isso, “precisamos ter e formar líderes preparados para mobilizar os atores necessários para transformações que vão além da operação da empresa e que permitirão, inclusive, enfrentar desafios que ainda não conhecemos. Mas também precisamos de times engajados que tragam os inputs dos produtores. O segredo é conectar as pontas e focar nas necessidades do cliente e nas demandas da sociedade”, acredita Maurício.

OS DESAFIOS NA BAYER

Apesar da história de mais de um século, a Bayer também se mostrou aprendiz em relação a uma série de processos durante a pandemia. O modelo híbrido de trabalho “criou um ambiente mais colaborativo e integrador, possibilitando mais flexibilidade, trocas, trabalho em equipe e inovação entre as áreas”; e houve a intensificação de soluções digitais, incluindo novas formas de apresentar produtos e soluções aos agricultores.

Ainda, nos últimos dois anos, a empresa lançou a terceira geração de biotecnologia para a soja, a Plataforma Intacta2 Xtend; novas biotecnologias para diferentes culturas, como algodão (Bollgard 3 RRFlex) e milho (VTPRO4); além de produtos de proteção de cultivos como o fungicida Fox Xpro, o inseticida Curbix e o herbicida Adengo. Também lançou o PRO

O AGRONEGÓCIO TEM SE MOSTRADO O SETOR MAIS RESILIENTE A CRISES E RECESSÕES NOS ÚLTIMOS ANOS.

Carbono, programa que apoia os agricultores na intensificação de práticas conservacionistas para ampliar a produtividade no campo e o sequestro de carbono no solo. Parte da iniciativa Carbono Bayer é conduzida junto à Embrapa e uma rede de parceiros no Brasil.

Ações essas que têm refletido em bons resultados da empresa no mundo inteiro, em grande parte devido aos resultados na América Latina. “Esses resultados se devem a uma gestão sólida, fortemente engajada em construir o futuro da agricultura de forma colaborativa, por meio de três pilares: inovação, transformação digital e sustentabilidade. Somos líderes no setor de insumos agrícolas e temos uma responsabilidade imensa para fazer essas mudanças acontecerem. Vamos atingir isso por meio de um trabalho em que todos os atores da cadeia atuem de forma conjunta”, afirma o presidente.

O PAPEL DOS GESTORES

Para Rodrigues, a capacidade de trabalhar com ferramentas que valorizem os talentos, apoiar a contratação de um time diverso e ter um ambiente que valoriza a cultura de inovação e performance são pontos absolutamente necessários para uma empresa como a Bayer. “Os desafios são complexos e por isso, uma qualidade fundamental em um bom líder é inspirar o desejo de fazer diferente e de descobrir novos caminhos em toda a organização”, reforça.

Quando destaca a gestão no setor do agro, Rodrigues acredita que é preciso apoiar os agricultores para que sejam agentes de transformação. “O Brasil é um país de proporções continentais, com diferentes biomas. Precisamos cada vez mais criar soluções que contemplem a complexidade das lavouras e que permitam produzir mais em um mesmo hecta-

É FUNDAMENTAL AJUDAR OS PRODUTORES A TER UMA VISÃO ESTRATÉGICA E APOIÁ-LOS COM FERRAMENTAS QUE PERMITAM DE FATO UMA GESTÃO INTELIGENTE NO CAMPO.

re, com uso otimizado de insumos e recursos naturais”.

Para o presidente, o agronegócio tem de ser encarado como parte da solução para problemas complexos como as mudanças climáticas e o desafio de garantir segurança alimentar à população. “Para isso, é fundamental ajudar os produtores a ter uma visão estratégica e apoiá-los com ferramentas que permitam de fato uma gestão inteligente no campo. Isso só é possível quando as empresas possuem a inovação entre suas prioridades e o papel da alta liderança é incentivá-la em todos os âmbitos da organização”, afirma.

CLAREZA DO PROPÓSITO E DA VISÃO

Focada em desenvolver, industrializar e difundir tecnologia para o manejo de bovinos há mais de 50 anos, a Beckhauser pauta sua atuação no bem-estar animal e humano. O primeiro passo da empresa brasileira foi no início dos anos de 1970, quando a marcenaria do senhor Arcângelo e dona Érica, às margens da então Rodovia do Café, em Paranavaí (PR), fabricou seu primeiro tronco bovino. Dois anos depois, já vinha a primeira inovação: o primeiro protetor contra coices, peça que hoje está presente em praticamente todos os equipamentos de contenção para bovinos no mercado

Atualmente, sua visão é de ser inspiração, integrar e encorajar pessoas e iniciativas para crescer com sustentabilidade e ser referência em tecnologia para o manejo racional. Como valores, a empresa foca na inovação, no bem-estar e cuidado, na integridade e na colaboração, e também na confiança, acreditando que todas as pessoas têm o potencial de inventar o futuro.

Mariana Beckhauser, presidente da Beckhauser, comanda a empresa desde 2018. Fica nítido que a história da empresa uniu-se à visão de uma gestora que mantém clareza do propósito e da visão da organização e que aposta nas pessoas, com fortalecimento e engajamento do time, pontos que funcionaram e funcionam como um farol em meio à tormenta da pandemia. Com uma visão também voltada às mulheres que trabalham e comandam o agro, este ano, a gestora estará no 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que ocorre em outubro, em São Paulo (SP).

A LIÇÃO É QUE A CLAREZA DO PROPÓSITO E DA VISÃO DA ORGANIZAÇÃO SÃO ESSENCIAIS, FUNCIONAM COMO UM FAROL EM MEIO À TORMENTA.

DESAFIOS DO AGRO E DA BECKHAUSER

Para a presidente da Beckhauser, alguns pontos são fundamentais para as empresas do agro apresentarem resultados positivos diante de um cenário mundial de crise. Entre eles, é o próprio mercado. “A vantagem de termos essa vocação do agro e o potencial enorme de produção de alimentos que o Brasil oferece. Outro ponto que também impacta na alta da demanda é a segurança da atividade pecuária em um cenário de instabilidade econômica”, ressalta.

Outro fator que a gestora acredita que fez diferença para empresas como a Beckhauser, que fornece bens duráveis, foi o fato do dono do negócio ter ido mais para dentro da fazenda, “O isolamento social exigido pela pandemia, ajudou a enxergar como está a situação da infraestrutura da propriedade e as ferramentas e equipamentos de trabalho, e as necessidades de melhorias e investimentos”, afirma.

Além disso, a história recente mostrou para a empresa que, embora não haja planejamento que pudesse dar conta de imaginar todo esse cenário, sem um bom planejamento estratégico, certamente a Beckhauser não teria conseguido com o mesmo êxito passar por esses desafios todos. “O fato de termos projetado uma nova fábrica, de termos uma visão de futuro alinhada e um propósito muito firme e compartilhado com o time, e a preparação toda que fizemos com a equipe para a mudança foi fundamental para enfrentarmos todo esse cenário e com resultados tão positivos”, afirma Mariana.

Para ela, a lição que fica é que clareza do propósito e da visão da organização são essenciais nesses momentos, “funcionam como um farol em meio à tormenta que nos

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ajuda a manter o barco no prumo.” Além disso, também o trabalho de fortalecimento e engajamento do time é fundamental para lidar com qualquer crise, segundo a gestora. “Diria ainda, no nosso caso, e que acredito que seja muito comum no agro, além do time os parceiros - tanto da rede de vendas, que levam a marca e os equipamentos ao campo, quanto uma boa cadeia de fornecedores também”, reforça.

Parte desses desafios se deu porque a empresa mudou, em janeiro de 2020, a fábrica para uma nova planta, em uma nova cidade. “Por si só uma mudança como essa já traz um grande desafio, com adaptação do time, incorporação de novas tecnologias e ferramentas. Com o cenário da pandemia, esse desafio foi ampliado, exigindo que nos adaptássemos, como todos os negócios e pessoas, e buscássemos novas formas de atuar”, conta.

Além de toda a questão sanitária e dos aspectos relacionados ao cuidado com a equipe, a empresa teve um reflexo de pico de demanda no mercado agro. “O que é muito positivo, diante de uma realidade de queda em tantos outros segmentos, mas que adicionou um degrau a mais no desafio de adaptação à nova fábrica, pois tivemos que acelerar o ritmo muito fortemente, ampliar equipe e dilatar prazos de entrega. Isso tudo com as restrições da pandemia e os reflexos diretos trazidos com enorme dificuldade de suprimentos e oscilações de preço sem precedentes em matérias-primas e insumos”, relata Mariana.

MULHERES NO AGRO

Como mulher presidente de uma grande empresa do agronegócio, Mariana vê com bons olhos o incremento de mulheres na liderança de atividades do agro, como aponta a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro-

CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA GESTÃO

Segundo Mariana Beckhauser, uma boa gestão, seja dentro ou fora do agro, requer:

1. Estar sempre atento a todos os públicos do negócio (stakeholders) e suas necessidades; 2. Se colocar à serviço; 3. Ouvir genuinamente as pessoas; 4. Tratar com verdade e transparência em todas as situações; 5. Ter clareza do propósito da organização e transmitir com clareza esse propósito, a missão e os valores da empresa à equipe e parceiros; 6. Buscar o equilíbrio entre as necessidades econômico-financeiras do negócio, as questões sociais da equipe e comunidade em que o negócio está inserido, e as questões ambientais e impacto gerado no planeta.

negócio, indicando que 30% das empresas rurais já são comandadas por elas. “Temos notado que as fazendas lideradas por mulheres têm, de modo geral, uma maior abertura às discussões sobre bem-estar animal e à adoção das boas práticas. E sabemos, pela experiência de anos dedicados a levar esses conceitos ao campo, o quanto esse olhar ajuda a transformar positivamente a atividade e seus resultados”, reforça.

Também focada nesta pauta, a Beckhauser tem um olhar para a equidade de gênero, com políticas internas que reforçam essa prática. Entre elas, a Roda de Mulheres, que promove encontros periódicos para troca de ideias e conversas entre o time feminino da empresa. Essa prática foi criada antes da pandemia, no período de preparação para a mudança da planta fabril da empresa, como um espaço de acolhimento. As reuniões se intensificaram no período da pandemia, adotando o virtual para permitir a participação de todas, algumas mães trabalhando por longo período em home office com crianças pequenas em casa. “Utilizamos o espaço do grupo para compartilhar experiências, nos apoiarmos e nos fortalecermos”, explica Mariana.

A LIDERANÇA É ESSENCIAL PARA FAZER A EMPRESA E A VIDA AVANÇAREM. A LIDERANÇA DEVE SER INSPIRADORA.

CONEXÃO ENTRE AS

RELAÇÕES HUMANAS

Com mais de 180 anos de experiência, a John Deere não produz apenas máquinas e implementos agrícolas, mas sim “cria máquinas conectadas e inteligentes que fazem a vida avançar”. Com foco em sustentabilidade, na inovação e tecnologia, na comunidade e em liderança, a multinacional norte-americana está entre as 100 marcas mais valiosas do mundo há 10 anos consecutivos, de acordo com o ranking 100 Melhores Marcas Globais, uma iniciativa da Interbrand.

Com pelo menos 70 anos de atuação no mercado brasileiro, a “conexão entre as relações humanas” tem sido a cultura da empresa. Nos últimos meses, a nova campanha de comunicação tem reforçado este foco por meio dos três pilares estratégicos da John Deere: pessoas, sustentabilidade, e inovação tecnológica.

Wellington Silvério, diretor de Recursos Humanos da John Deere para a América Latina, tem nas mãos uma fração da gestão dessa gigante do agro. Incentivador dos espaços e oportunidades de liderança, o gestor acredita que o país precisa de pessoas bem preparadas para encarar o desafio de dar suporte às demandas internas e externas, tornando o agronegócio um mercado de trabalho amplo e diverso, tanto para os profissionais que desejam trabalhar diretamente no campo como para os que almejam postos nas indústrias do setor

DESAFIOS NA JOHN DEERE

As grandes empresas também precisaram se adaptar à pandemia e às novas exigências das rotinas de trabalho. Um dos maiores desafios da John Deere nos últimos anos foi o gerenciamento do modelo de trabalho durante a pandemia da Covid-19. “Houve a necessidade de migrar os funcionários que trabalhavam nos escritórios da John Deere no Brasil para o modelo home office, à mesma medida em que a companhia tomou todas as devidas precauções e seguiu as normas globais de saúde e higiene para que as fábricas – e, consequentemente, a produção de alimentos – não parassem. Ao mesmo tempo, ao longo dos últimos anos lidamos com a adaptação de novas formas de trabalho num modelo híbrido de maior flexibilidade de modo a incorporar todos os aprendizados da pandemia”, destaca o gestor.

Junto a isso, reforça Silvério, ficou patente a necessidade de um olhar mais crítico e humanizado ante as questões de saúde emocional, visto que o estresse vivido com a mudança tão brusca nas vidas de todas as pessoas acabou afetando a todos em maior ou menor proporção. “Em resumo, dentre os desafios todos vividos, o centrar ainda mais no ser humano, foi e é vital a

adequada manutenção de um bom ambiente de trabalho”, destaca.

Para apoiar o crescimento da empresa, Silvério destaca que a gestão apoia diversos projetos de aprendizado e inclusão, que fomentam cada vez mais o interesse da mão de obra jovem na John Deere. “O país precisa de pessoas bem preparadas para encarar o desafio de dar suporte às demandas internas e externas, tornando o agronegócio um mercado de trabalho amplo e diverso, tanto para os profissionais que desejam trabalhar diretamente no campo como para os que almejam postos nas indústrias do setor”, reforça.

Outro ponto destacado pelo gestor da John Deere é o desafio, mas também soluções entregues pela tecnologia. Para ele, é por conta da evolução tecnológica do agronegócio que hoje os jovens veem no meio rural uma excelente oportunidade para construir carreira. E a John Deere trabalha para que os funcionários tenham a oportunidade de protagonizar suas carreiras em um ambiente de colaboração e de constante inovação. “Atualmente, são mais de 70 iniciativas em andamento em diferentes unidades da companhia em todo o país, que promovem diversidade, inclusão, igualdade de gênero, empoderamento feminino, saúde, harmonia e bem-estar no clima organizacional.”

O PAPEL DOS GESTORES

Para Silvério, mais do que nunca, as organizações de um modo geral requerem uma gestão mais assertiva, empática e aberta a considerar as distintas perspectivas. O entendimento e alinhamento ante as necessidades dos clientes, dos colaboradores e do negócio gera o comprometimento necessário para sustentar a dinâmica de crescimento necessária ao bom desempenho geral das organizações. “A John Deere é uma empresa de 185 anos e reconhece que a liderança é essencial para fazer a empresa e a vida avançarem. A liderança deve ser inspiradora”, afirma.

Do ponto de vista da companhia, segundo ele, é necessária a sensibilização e o desenvolvimento de líderes, em todos os níveis, “para que tenhamos um olhar mais inclusivo e para eliminação dos vieses inconscientes que podem ser um grande obstáculo no dia a dia”, reforça. Por isso, a John Deere possui o programa de Mentoria Reversa, no qual líderes se abrem para a experiência de serem mentorados por pessoas que representam um determinado recorte de diversidade ou posição, se aproximando de experiências, às vezes, distantes da sua realidade, trazendo novas perspectivas.

O ENTENDIMENTO E ALINHAMENTO ANTE AS NECESSIDADES DOS CLIENTES, DOS COLABORADORES E DO NEGÓCIO GERA O COMPROMETIMENTO NECESSÁRIO PARA SUSTENTAR A DINÂMICA DE CRESCIMENTO, NECESSÁRIA AO BOM DESEMPENHO GERAL DAS ORGANIZAÇÕES

“Um bom gestor deve de ocupar-se em desenvolver suas habilidades de escuta ativa, promoção do trabalho colaborativo em equipes, ter a empatia como base de sua relação com todos, possuir habilidades de negociação ganha-ganha para acomodar os distintos interesses, ser um real promotor do propósito maior da organização e, finalmente entender seu papel como gestor de pessoas, pois só dessa forma poderá construir claramente com a equipe”, afirma Silvério.

Ainda, segundo o gestor, tão importante quanto a entrega de produtos de alta qualidade e tecnologia, é a entrega de valores em alto nível. E, para que isso aconteça, é primordial que os líderes tenham sempre a confiança de seus colaboradores. Como parte da estratégia da John Deere ao atingimento desse objetivo, a empresa tem a tecnologia a favor da melhor eficácia na gestão de pessoas, garantindo um olhar mais moderno, inovador e humanizado em todos os processos, por meio de novos métodos de trabalho. “Além disso, temos quatro pilares orientadores do negócio: integridade, qualidade, comprometimento e inovação”, afirma.

DESENVOLVIMENTO DE VALORES

A John Deere acredita que, por mais importante que seja a qualificação técnica, o desenvolvimento de habilidades interpessoais, como empatia, atitudes positivas, bom relacionamento, saber ouvir e se comunicar, e saber solucionar problemas sempre deve ser trabalhado.

Além disso, a John Deere possui programas de aprendizagem, estágios e desenvolvimento de talentos para dar oportunidades de qualificação aos jovens que desejam entrar no mercado de trabalho. “O Programa de Inovação John Deere, por exemplo, é um convite a pensarmos de maneira colaborativa, inovadora e ágil, com desenvolvimento de nossos talentos e foco no cliente, e está muito alinhado com as premissas do Smart Industrial – uma jornada de transformação organizacional que iniciamos há menos de 2 anos. Por meio desse novo conceito, nos reorganizamos, criamos um novo propósito maior, traçamos uma nova estratégia e atualizamos as competências necessárias para continuarmos tendo sucesso nos anos que virão”, relata Silvério.

São três pilares que sustentam o Smart Industrial: Sistemas de Produção, a fim de tornar o processo mais eficiente e agregar mais valor para o cliente; Ecossistema de Tecnologias, que torna os equipamentos mais inteligentes, precisos e produtivos; e Soluções para o Ciclo de Vida, que agrega valor durante a vida do produto, maximizando disponibilidade e minimizando custo.

“Essa mudança de mindset estimula a inovação e potencializa no mercado a busca por profissionais que atuem com integridade e respeito, e que engajem, inspirem e motivem os que estão à sua volta, além de entregar valor ao cliente”, afirma Silvério. “Uma ferramenta que recentemente ganhou notoriedade, inclusive nas áreas de seleção e recrutamento, é o modelo operacional Agile, um conjunto de comportamentos, processos e práticas utilizados para a criação de produtos e desenvolvimento estratégico”, conta. E isso ocorre porque, segundo o gestor, a necessidade de conquistar resultados sustentáveis que estabeleçam altos padrões de desempenho, está cada vez maior, e atuar de forma estratégica com foco nas prioridades do negócio é a nova tendência empresarial.

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