Anfarmag ed105

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nfarmag revista

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - ANO 22 - ABR/MAI/JUN 2015 - Nº 105

Corpo Circular

Equilíbrio do organismo depende do sistema circulatório Ações personalizadas favorecem alcance do bem-estar


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nfarmag revista

EDITORIAL

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS DIRETORIA - GESTÃO 2013 - 2015 PRESIDENTE Ademir Valério da Silva - SP 1° VICE-PRESIDENTE Ivan da Gama Teixeira - SP 2° VICE-PRESIDENTE Carlos Alberto P. Oliveira - DF 3° VICE-PRESIDENTE Antonio Geraldo Ribeiro S. Júnior - SP SECRETÁRIO-GERAL Marcelo Brasil do Couto - PA 2ª SECRETÁRIA Rejane Alves G. Hoffmann - PR TESOUREIRO Adolfo Moacir Cabral Filho - SC 2ª TESOUREIRA Márcia Aparecida Gutierrez - SP CONSELHO FISCAL Ana Lúcia Mendes dos Santos Povreslo - SP Marcos Antonio Costa Oliveira - MG Marina Sayuri M. Hashimoto - PR

REVISTA ANFARMAG

Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar CEP 04101-000 - São Paulo - SP anfarmag@anfarmag.org.br www.anfarmag.org.br Tel.: 11 2199-3499 / Fax: 11 5572-0132 CONTATO COMERCIAL Simone Tavares relacionamento@anfarmag.org.br GERENTE TÉCNICO E DE ASSUNTOS REGULATÓRIOS Vagner Miguel EQUIPE DE FARMACÊUTICOS Adriana Alves, Jaqueline Watanabe, Lúcia Gonzaga, Luciane Bresciani, Maria Aparecida Soares e Valéria Faggion COORDENAÇÃO EDITORIAL E EDIÇÃO Presoti Comunicação - Grupo Interface REPORTAGEM E REDAÇÃO Karen Guy, Lucianna Furtado, Luciana Sampaio e Taís Ahouagi REVISÃO Melissa Gonçalves

ARTE E DIAGRAMAÇÃO Fontpress Assessoria de Comunicação PROJETO GRÁFICO Fred Aguiares FOTOS Divulgação IMAGEM DA CAPA: Shutterstock IMPRESSÃO: Vox Editora Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal.

Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. É PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DO CONTEÚDO DA REVISTA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Periocidade: Trimestral Circulação: Nacional Tiragem: 6.000 exemplares Distribuição dirigida

Ademir Valério Silva Presidente da Anfarmag

Corpo circular Se alinhássemos todos os vasos do corpo humano, formaríamos uma sequência equivalente a centenas de quilômetros. Por uma rede extensa, são levados nutrientes e oxigênio até os tecidos e recolhidas as impurezas. É por meio da circulação que o organismo regula a temperatura, fornece ou drena a quantidade exata de substâncias necessárias para manter o metabolismo celular. Quando esse fluxo não vai bem, diversos problemas podem afetar a saúde. Podem ser situações graves, como obstrução ou rompimento de vasos. Ou podem aparecer sintomas muitas vezes negligenciados, mas que afetam a qualidade de vida. Tonturas, dores nas pernas e braços, câimbras, dormência e extremidades frias podem ser sinais de má circulação. As varizes são os sinais mais comuns. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as varizes atingem cerca de 40 milhões de brasileiros e 60% das mulheres com mais de 50 anos. A má circulação pode ser provocada por fatores hereditários, mas o principal vilão dessa doença é o estilo de vida das pessoas. Nesta edição, mostramos como a sua farmácia pode contribuir com médicos e pacientes na busca pela qualidade de vida, a partir do ponto de vista do sistema circulatório. Você confere também as conquistas do associativismo no que diz respeito à manipulação de produtos veterinários, combate ao doping e transferência de medicamentos entre unidades da farmácia. Boa leitura! Ademir Valério


ÍNDICE

08 12

26

04 06

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08

Editorial Leitura Quem disse Dermatologia

Queixa de dores é alerta para doenças

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Varizes Alterações trazem incômodos evitáveis

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Cirurgia

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Inchaços

Boa recuperação depende de estímulos Retenção de líquidos afeta saúde e estética

Linha de frente Manipulação veterinária Transferência de medicamentos Combate ao doping

Pele dá pistas de problemas circulatórios

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Reumatologia

34

Seu negócio Gerenciar tributos gera competitividade

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Encarte técnico Fator de correção É legal saber Boa prática Fique em dia Artigo

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Foto: Divulgação

QUEM DISSE

Marco Aurélio Klein Secretário Nacional para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem

LEITURA

Habilidades de comunicação para farmacêuticos O livro busca auxiliar estudantes de farmácia e farmacêuticos a desenvolver habilidades de comunicação para realizar uma assistênciade alta qualidade. Segundo o autor, os relacionamentos efetivos entre farmacêuticos e pacientes, assim como entre farmacêuticos e médicos, pavimentam o caminho para resultados mais satisfatórios para a saúde da população. Autor: Bruce A. Berger Editora: Pharmabooks - R$ 75

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Com o Acordo de Cooperação firmado entre a ABCD e a Anfarmag, a luta contra a dopagem no esporte ganhou uma grande aliada. A parceria fortalece a prevenção contra a dopagem e ajuda no processo de educação e proteção dos atletas. Este é apenas o início de um acordo que pretende se consolidar nos próximos anos, por meio de resultados concretos em prol do jogo limpo.”


PALAVRA DO ASSOCIADO A atualização constante que a Anfarmag proporciona a nós, farmacêuticos, é muito importante, pois lidamos com formulações de medicamentos de alta relevância para o paciente. Estar bem informados é um dos nossos deveres como profissionais, e a entidade oferece todas as ferramentas para isso. Maria Aparecida Pereira Botica da Villa - São Paulo – SP

Gostaria de agradecer pelo ótimo atendimento que recebi da Anfarmag, pela dedicação e a rapidez da equipe ao responder todas as minhas dúvidas. É muito importante saber que podemos contar com o apoio da entidade para os imprevistos do dia a dia. Patrícia Rodrigues Verde Folha - Rio de Janeiro – RJ Gostou das reportagens desta revista? Ficou com dúvidas? Tem algum tema que gostaria de ver na próxima edição? Sua opinião faz toda a diferença! Fale com a gente pelo e-mail: revista@anfarmag.org.br

NA REDE

Atualização fácil Para quem anda em busca de uma fonte de informações on-line sobre saúde, uma boa opção pode ser o portal Medcenter, com o qual a Anfarmag acaba de firmar parceria para difundir informações ligadas à atividade magistral. Trata-se de uma plataforma de difusão gratuita de conteúdo científico​​​dirigido a p ​ rofissionais de saúde. O portal é membro ativo da principal comunidade médica mundial e o conteúdo ainda pode ser enviado gratuitamente por e-mail para quem se cadastrar. Acesse: medcenter.com

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DERMATOLOGIA

Pistas na pele Marcas externas podem ser indício de problemas relacionados à circulação O sangue percorre o organismo em apenas um minuto, a dois quilômetros por hora, levando oxigênio, proteínas, açúcares, gorduras, água e sais mineiras. O sangue irriga as células com todas as substâncias vitais e recolhe as impurezas por onde passa. Depois, faz o caminho inverso, retornando ao coração para recuperar suas propriedades e reiniciar o circuito. Algumas pessoas sofrem com doenças em função da má circulação sanguínea, como as insuficiências arterial, venosa e linfática, que afetam a saúde dos braços, dedos, unhas e, principalmente, pernas. Esses pacientes devem se consultar com um angiologista e, paralelamente, um dermatologista, para tratar os sintomas que aparecem na pele e causam desconforto.

Insuficiência arterial

Quando as células não recebem o sangue carregado de oxigênio e nutrientes, o paciente sofre insuficiência arterial. “Essa doença pode ser causada por obstrução ou dilatação exagerado das artérias. A obesidade pode ser um fator de risco, assim como a diabetes, o hábito de fumar, o consumo sem disciplina de gordura, que prejudica a saúde. A insuficiência arterial acomete, normalmente, pessoas mais velhas”, afirma o angiologista Aldo Lacerda Brasileiro, vice-diretor de Publicações Científicas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

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Os sintomas vão desde a perda de pelos, unhas quebradiças, câimbras, dormências, dores ao caminhar, dor em repouso (situações avançadas), até feridas que não cicatrizam, o que pode causar a perda de um membro. No tratamento clínico, podem-se usar medicamentos antiagregantes para manter o sangue com as características adequadas (mais fluido), como ácido acetilsalicílico, cilostazol e pentoxifilina.

TGP-2 peptídeo ..................................4% Vitamina C (estabilizada).....................4% Sérum fosfolipídio em roll on qsp .......15ml

Insuficiência venosa

Posologia: aplicar na região das olheiras, duas vezes ao dia ou a critério médico.

A doença é causada pela dilatação ou obstrução das veias que transportam o sangue venoso, carregado de impurezas e toxinas retiradas das células. O líquido deve retornar ao coração e ao pulmão para recuperar suas propriedades, mas, quando não consegue, devido à insuficiência das válvulas das veias, fica represado, prejudicando os tecidos à sua volta. “As varizes são mais comuns nos membros inferiores, e as mulheres são mais propensas, principalmente pela gravidez, uso contínuo de anticoncepcionais e envelhecimento”, comenta Aldo Lacerda. A insuficiência venosa pode causar escurecimento da pele, úlcera varicosa, trombose, levando a dores fortes, inchaço, câimbras, desconforto, coceiras e a queda dos pelos dos membros inferiores. “É importante buscar um atendimento multidisciplinar. Enquanto o angiologista cuida da má circulação, o dermatologista trata as feridas na pele”, afirma Caroline Assed, dermatologista do Rio de Janeiro e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia. De acordo com o angiologista, a insuficiência pode ser tratada com drogas venoativas. “Na macrocirculação, elas melhoram o tônus venoso, diminuindo a distensibilidade da parede das veias, melhorando o retorno venoso. Na microcirculação, agem diminuindo

O QUE FORMULAR?

Indicação: olheiras, fragilidade vascular

Referência: NUNES, Lívia Filla; SIMON, Ângela Beatriz; KUPLICH, Mônica Magdalena Descalzo. ABORDAGENS ESTÉTICAS NÃO INVASIVAS PARA A HIPERPIGMENTAÇÃO ORBITAL. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde, v. 2, n. 2, p. 93-106, 2013. Encontre outras sugestões de formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

a permeabilidade e a fragilidade capilar, reduzindo a viscosidade sanguínea e melhorando a pressão parcial transcutânea de oxigênio”, afirma. As substâncias que podem ser manipuladas para tratamento são benzopironas, flavonoides, diosmina, Melilotus officinalis, aminaftona, rutosídeos, Aesculus hippocastanum L.(castanha da Índia), miroton, metilxantinas, prostaglandinas, cumarina e troxerrutina. Muitas são derivadas da benzopirona. Para as feridas na pele, o indicado é tratar com hidratantes emolientes que podem ser manipulados com ureia, óleo de amêndoa, ácido glicólico – mas em quantidade baixa no início do tratamento, pois pode gerar irritação – e óleo de semente de uva.

A insuficiência venosa pode causar escurecimento da pele e úlceras varicosas

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DERMATOLOGIA

Insuficiência linfática

Na maioria dos casos, é doença congênita e ocasiona o acúmulo de água e toxinas produzidas pelas células. “Mulheres jovens também podem manifestar os sintomas quando menstruam pela primeira vez, podendo aparecer até os 35 anos de idade”, afirma o angiologista. Esse problema pode causar inchaço, principalmente nos membros inferiores, conhecido como edema linfático, e pode evoluir para elefantíase, quando a perna fica muito deformada e inchada. O paciente sente muitas dores e desconforto e, em decorrência dessa enfermidade, está mais propenso a ter infecções. A insuficiência linfática pode ser tratada clinicamente com as mesmas substâncias da venosa.

Aldo Lacerda Brasileiro, vice-diretor de Publicações Científicas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular

Como prevenir as doenças

Ter uma vida saudável pode prevenir as doenças ocasionadas pela má circulação sanguínea. “É ideal praticar atividades físicas, evitar ficar muito tempo em pé ou sentado, sempre alternando entre as posições, ter uma alimentação saudável e usar com cautela a farinha branca, o açúcar e o sal refinado”, comenta Aldo Lacerda. Para as pessoas que precisam trabalhar de pé, o angiologista indica as meias elásticas, que ajudam na circulação. Saiba mais on-line: • Revista Anfarmag 12: Alopecia

Carolina Assed, da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Curiosidades - A olheira surge em função da má circulação? De acordo com a dermatologista Caroline, a região da pálpebra é muito fina e em algumas pessoas a vascularização torna-se mais perceptível em função da pigmentação da pele. Mas, em outros casos, a congestão de sangue nessas vênulas, também em função do cansaço e estresse, pode formar edemas, que são as manchas escuras das olheiras. A cafeína, vitamina C e o Ginkgo biloba são substâncias que podem ser manipuladas para tratar esse problema. - E os vasinhos no rosto? Segundo o angiologista Aldo Lacerda, esse problema tem a ver com a má circulação, já que há uma dilatação, mas não é prejudicial à saúde. É uma questão estética. Pode-se tratar com escleroterapia medicamentosa por injeção de substâncias intravenosas, e escleroterapia por eletrocoagulação, por aplicação de laser ou radiofrequência.

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VARIZES

Um

incômodo

EVITÁVEL Tratamento personalizado é eficiente para reduzir o desconforto causado por vasos deficientes

Embora não estejam na lista das doenças classificadas como graves, hemorroidas e varizes nas pernas e no esôfago são bastante conhecidas pelo desconforto que causam aos pacientes. Segundo o gastrocirurgião do Hospital Leforte em São Paulo, Tiago Szego, as varizes são doenças que afetam os vasos sanguíneos, provocando a insuficiência dessas estruturas que compõem o sistema circulatório do organismo. “Geralmente ocorrem por má circulação, piora do retorno do sangue e fraqueza dos vasos; eles ficam tortuosos e obstruídos, com tamanho maior que o natural”, explica. Quem fica de pé por um longo período ou está acima do peso pode sofrer com o aparecimento de varizes nas pernas. Já para as hemorroidas, além da predisposição genética, constipação (fezes endurecidas e dificuldade para evacuar), excesso de peso e gravidez podem explicar o aparecimento da doença. Quando afetam o esôfago, as varizes ocorrem por causa da má circulação de algumas regiões abdominais, causada por cirrose de origem alcoólica, hepatite C (vírus) e esquistossomose, por exemplo. “Para cada caso há tratamento específico, mas não há cura”, adianta o médico. Como são problemas sistêmicos, os recursos disponíveis apenas estabilizam os sintomas. Os tratamentos incluem aplicações de laser, cirurgias minimamente invasivas e procedimentos que atuam dentro das veias. Nas hemorroidas, por exemplo, é possível usar ligaduras elásticas e grampeadores, mas depende de cada caso. Para as varizes de esôfago, os procedimentos endoscópicos são muito usados, juntamente com o controle das causas por meio de medicamentos.

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Prevenção é o melhor caminho

Em todos os casos, a prevenção é o melhor negócio a fazer. Perder peso, privilegiar alimentos que auxiliam a circulação e usar medicamentos indicados pode prevenir as crises. “Para varizes dos membros inferiores, alguns calçados ajudam. Para hemorroidas, evitar constipação, excesso de peso e alguns alimentos. Para varizes de esôfago, evitar o consumo excessivo de álcool e as doenças desencadeantes”, diz.

Opções homeopáticas

Segundo a presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH), Amarilys de Toledo Cesar, com frequência, antes mesmo de agendar uma consulta médica, os pacientes procuram as farmácias homeopáticas para conseguir o alívio imediato do incômodo. Da mesma forma, muita gente que sente “queimação” nas pernas administra o mal-estar com pomadas e cremes. “A vantagem dos medicamentos homeopáticos é a baixa toxicidade, ou seja, não afetam os rins, o fígado, tampouco provocam efeitos secundários importantes”, aponta.

Para as farmácias magistrais, esses produtos podem ser um diferencial. “São simples e autolimitados, e tratam doenças já diagnosticadase de pequena gravidade”, alega. Os pacientes também procuram as farmácias por meio de indicação médica em busca de produtos que possam retardar a necessidade de cirurgia. A medicação homeopática pode ser feita em glóbulos ou líquido. Cremes, pomadas e loções completam a linha. Segundo a farmacêutica, o profissional pode aproveitar a oportunidade para explicar sobre a qualidade da dieta e a importância de se consumir alimentos com fibras e mais água, para manter as fezes sempre hidratadas, evitando o agravamento. Segundo Amarilys, ainda que o tratamento sintomático ajude, o mais indicado é o tratamento homeopático “constitucional”, que trata o conjunto de sintomas, como uma doença crônica. “O tratamento por meio da escolha de um medicamento individualizado e específico para o conjunto de sintomas apresentados pelo paciente é o ideal e mais efetivo”, pontua.

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VARIZES

Para hemorroidas: Aloe socotrina: hemorroidas externas, no formato de um cacho de uvas, não toleram o menor contato, sangram facilmente. Apresentam coceira (à noite), melhoram com o frio. O incômodo é pior pela manhã. As fezes são grumosas, aquosas e há dor no reto após a evacuação. Pode haver incontinência fecal. Aesculus hippocastanum: hemorroidas de cor púrpura, muito doloridas, grandes, duras. Sente dores como se o reto estivesse cheio de farpas ou agulhas. Há ardor, peso, e o incômodo é pior pela manhã. Muita dor após a evacuação (fezes ressecadas). Causticum: hemorroidas com sensação de queimação, ferroadas e coceira. Piora de tarde e após evacuar. As fezes são macias e pequenas, expelidas com dificuldade. Hamamelis: hemorroidas azuladas, doloridas e que podem sangrar profusamente (sangue escuro). Melhora com repouso e deitado. Piora de noite e em quarto quente.

Paeonia: hemorroidas com ulcerações perianais, umidade fétida, sensação de ânus inchado. Todos podem ser usados por via oral, em gotas ou glóbulos, em formulações com um ou mais componentes. Aloe, Aesculus, Hamamelis e Paeonia, como tintura-mãe, também podem ser usados em creme, pomada ou supositório. A dosagem é de cinco gotas ou glóbulos, três vezes ao dia, na potência 6CH. Em hemorroidas com excesso de sangramento, dor intensa, eczema e fissura anal, o tratamento tópico pode conter também: Subgalato de bismuto: agente auxiliar hemostático, desinfetante, cicatrizante. Óxido de zinco e alantoína: adjuvante na cicatrização de fissura anal em grau leve a moderado. Lidocaína: anestésico local para alívio da dor. Diltiazem, issosorbida: ação vasodilatadora, adjuvantes em fissuras anais.

Amarilys de Toledo, presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas

Tiago Szego, gastrocirurgião do Hospital Leforte, de São Paulo (SP)

Para varizes: Aesculus hippocastanum: veias distendidas, doloridas, sensação de plenitude e formigamento; cor azulada ou arroxeada. Hamamelis: veias endurecidas, com nódulos, inchadas e doloridas. Pode haver equimoses. Podem ser usados via oral ou em creme, gel e pomada. Para uso interno, a dosagem é de cinco gotas, três vezes ao dia, na potência 6CH.

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Distribuidor da Albion no Brasil


VARIZES

Outros ativos Para complementar tratamentos orais e tópicos, outros ativos com finalidade antivaricosa, antiflebíticos e antitrombóticos podem ser utilizados na manipulação magistral: Rutina: ação protetora sobre o endotélio vascular, hemorragias capilares associadas ao aumento da fragilidade capilar. Diosmina: insuficiência venosa crônica, síndrome pré-varicosa,varizes,flebites. Hesperidina: aumento da resistência e do tônus venosos, normalizando a permeabilidade capilar. Troxerrutina: flebotômico em insuficiência venosa crônica, flebopatias crônicas,varizes internas ou externas, varizes da gravidez, varículas, hemorroidas, linfoedemas. Heparina sódica: ação trombolítica, anti-inflamatória, melhorando a circulação local. Tratamento local de flebites e tromboflebites superficiais, microvarizes, varizes e prevenção de úlceras varicosas.

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O QUE FORMULAR? Diosmina ....................................................300mg Rutina ........................................................100mg Hesperidina ...............................................50mg Vitamina C .................................................100mg Hamamelis virginiana extrato seco ............150mg Indicação: Antivaricoso com ação protetora capilar, antiinflamatória e antioxidante (aumenta a resistência e o tônus venoso), sendo utilizado para insuficiência venosa crônica, síndrome pré-varicosa (pernas cansadas, edema, telangiectasias), varizes, hemorroidas, flebites e úlcera pós-flebíticas. Posologia: Tomar uma dose duas vezes ao dia nas refeições, ou a critério médico. Referência: Batistuzzo, José Antonio de Oliveira; Itaya, Masayuki e Eto, Yukiko. Formulário Médico-Farmacêutico, 4º edição. São Paulo: Pharmabooks, 2011. Encontre outras sugestões de formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra



CIRURGIA

DE VOLTA

ao que foi um dia Recuperação do corpo em procedimentos cirúrgicos depende de cuidados e estímulos individualizados para a boa circulação Para se recuperar de uma intervenção cirúrgica, o corpo precisa de cuidados especiais, garantindo que o sangue irrigue corretamente o tecido afetado. Em diferentes medidas, a circulação pode ser comprometida. O cirurgião plástico com atuação em Belo Horizonte (MG) Antônio Vieira cita as operações longas: “Há procedimentos de seis horas ou mais que podem prejudicar a circulação e exigir medidas como colocar meia de compressão no paciente e fazer massagens nos membros inferiores”, diz. Mesmo em casos menos extremos, o cuidado faz toda a diferença. Os cortes criam lesões no tecido, que são seguidas por uma série de eventos metabólicos na tentativa do corpo de regenerar ou cicatrizar a área lesada – incluindo a coagulação sanguínea e o processo inflamatório. O que ocorre antes, imediatamente após e nas semanas subsequentes determina o sucesso da recuperação.

Recuperação planejada

De acordo com o farmacêutico de São Paulo Nelson Maurício Jr., para evitar cicatrizes hipertróficas e/ou queloides, o paciente pode usar óleo de prímula ou de boragem a partir de 30 dias antes das cirurgias. “São óleos ricos em ácido gama-linolênico (GLA), que diminuem o eritema, repõe as ceramidas da pele e diminuem o ressecamento e a explosão de radicais livres, oriundos da cascata do ácido araquidônico”, explica. “O óleo de boragem tem o dobro de GLA que o de prímula, mas ambos são eficazes”. Médico especialista em estética, obesidade, nutrição e metabologia, João Caruso defende uma abordagem ampla do procedimento planejado: “No caso de uma plástica, a preparação começa com a ingestão de 18

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suplementos que garantam que o paciente terá condições de se recuperar bem”, diz. E enumera: colágeno hidrolisado, elastina, resveratrol e polifenóis são substâncias prescritas para estimular a elasticidade da pele. Pode-se também usar fatores de crescimento no local.

Cuidado sequencial

Após a cirurgia, Caruso indica que o paciente deve ser acompanhado de perto para que o processo inflamatório, que é natural, ocorra da melhor forma. “A inflamação – controlada – é saudável e essencial para a renovação. Nesse momento os vasos se dilatam para levar o máximo de oxigênio e nutrientes ao local”. Na sequência, é preciso drenar. “O corpo está trabalhando e gerando ‘lixo’, que deve ser removido, então o fisioterapeuta manipula a área para evitar o edema residual, que gera fibrose.” Durante todo o processo são aplicados produtos tópicos ou injetáveis com ativos: cafeína, arnica, arginina, taurina, diosmina, castanha da índia. “Eles podem ser associados ao uso de luz para potencializar a reparação. A farmacologia aliada à tecnologia é fantástica para a cirurgia”, destaca. Todos esses recursos são usados para deixar o mínimo de marcas: “A cicatriz é um colágeno desalinhado. Se deixamos o corpo agir sozinho, ela ficará grosseira, mas, com esses recursos, pode passar despercebida”. O farmacêutico Nelson Maurício lembra a individualização:“Evitar conservantes, corantes, essências e tudo que possa sensibilizar o paciente é uma estratégia inteligente. Farmacêutico e médico podem elaborar juntos um produto de qualidade”, ressalta.


A preparação começa com suplementos que garantam um bom pós-operatório

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CIRURGIA

CIRURGIAS VASCULARES Entre as queixas relacionadas à circulação, as varizes são campeãs. Muitas vezes, a cirurgia é indicada. De acordo com o angiologista com atuação em São Paulo, Ary Elwing, o pós-cirúrgico é tranquilo, desde que o paciente siga todas as recomendações. Os principais sintomas são dores nas pernas, inflamação, hematomas e inchaços. “O paciente precisa ficar em repouso por 15 dias, principalmente quando a safena é retirada”, comenta. Também é importante que a pessoa use a meia elástica após a cirurgia. Alguns medicamentos auxiliam o pós-operatório, como pomadas de aplicação no local, que melhoram a aparência das pernas. Um bom exemplo é a heparina, que diminui hematomas. Já para melhorar a inflamação, pode ser usada, via oral, a hesperidina. De acordo com o angiologista, os produtos manipulados são interessantes, pois evitam irritações e alergias nesse momento de fragilidade. “Eles podem ser manipulados com dosagens específicas, dentro das necessidades individuais do paciente”, comenta.

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O QUE FORMULAR? Fator de crescimento epidermal (EGF ) ................2% Fator de crescimento fibroblástico básico (bFGF).2% IDP-2 (decapeptideo-4)..........................................2% Sérum fluido qsp .................................................30ml Indicação: auxiliar no processo de cicatrização e prevenção de queloides no pós cirúrgico. Posologia: aplicar de duas a três vezes ao dia ou a critério médico. Referências: The Epidermal Growth Factor Receptor System in Skin Repair and Inflammation. Saveria Pastore, Francesca Mascia, Valentina Mariani and Giampiero Girolomoni. Journal of Investigative Dermatology – 2008. Topically Applied Physiologically Balanced Growth Factors: A New Paradigm of Skin Rejuvenation. Sundaram H, Mehta RC, Norine JA, Kircik L, Cook-Bolden FE, Atkin DH, Werschler PW, Fitzpatrick RE. J Drugs Dermatol. – 2009 Encontre outras sugestões de formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra


15 a 17 de outubro de 2015 La Prescripción Farmacéutica y los Nuevos Paradigmas de la Profesión Pharmaceutical Prescription and New Paradigms for the Pharmacy Profession

Tema

A Prescrição Farmacêutica e os Novos Paradigmas da Profissão

Actuación Clínica del Farmacéutico Clinical Pharmacy Practice

Eixo Central

Atuação Clínica do Farmacêutico

Centro de Convenções SulAmérica Rio de Janeiro - Brasil

www.oitavoriopharma.com.br


INCHAÇOS

Balanço del ic ado Retenção de líquidos tem efeitos para a saúde e a estética

Imagine acordar com o peso ideal e chegar ao final do dia com outro, bem diferente. Isso sem falar naquela marca profunda da costura da calça jeans. A retenção de líquidos, nome popular para o inchaço do corpo, ou de parte dele, é surpreendente até mesmo para quem convive com o problema por meio de pernas inchadas, marcas de pressão de meias e sapatos ou da calça jeans. O edema é o resultado do extravasamento de um líquido (pobre em proteínas do sangue) proveniente dos vasos sanguíneos, e que se instala no tecido subcutâneo. A variação de pressão sanguínea, a quantidade de proteínas no sangue, a quantidade de sais disponíveis no corpo, a ação da força da gravidade, o uso de medicamentos como anti-hipertensivos e, ainda, o sedentarismo estão entre as causas do problema. As implicações são estéticas e de saúde, já que sinalizam para a existência ou agravamento de doenças renais, cardíacas ou hepáticas. Segundo a nefrologista do Centro de Rim do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, Maria Alice Barcelos, as mulheres são as que mais sofrem com esse problema, devido à alta concentração de hormônios femininos no sangue, principalmente no período pré-menstrual. “Trata-se de uma condição fisiológica e normal para esse período, que acaba após a menstruação”, explica. Para essas pacientes, reduzir o consumo de sal e elevar os membros inferiores nesses dias são medidas importantes. 22

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Doenças vasculares são causa frequente de edema localizado

Mas a retenção de líquido não pode ser vista apenas como um fenômeno passageiro. Em muitos casos, trata-se de doença que, de forma contínua e diária, pode causar problemas renais, cardíacos e hepáticos. Doenças vasculares são causa frequente de edema localizado, geralmente nos membros inferiores. Nesse caso, tanto a mulher como o homem podem apresentar retenção de líquido. “As causas devem ser investigadas para esclarecimento, diagnóstico e indicação do tratamento mais adequado, principalmente quando há comprometimento de rins, coração e fígado, com elevação da pressão arterial, aumento do volume abdominal (ascite) ou falta de ar pelo acúmulo de líquido nos pulmões”, recomenda.

Celulite

O aumento de peso e o aparecimento de celulite nas coxas são a parte mais visível da retenção de líquidos, principalmente entre as mulheres. Segundo a farmacêutica e fisioterapeuta de São Paulo, Helenice Robles de Faria, o problema estético explica a grande procura por tratamento especializado. “O controle é possível, mas não há cura”, adianta. Para reduzir o acúmulo de líquidos, a fisioterapeuta combina tratamentos em cabine, como a drenagem linfática, com produtos que potencializam essa técnica de massagem em casa. Equilibrar a dieta é outra medida a ser considerada. Já o uso de medicamentos diuréticos só é indicado em alguns momentos. No caso dos homens, que têm uma composição corporal distinta da mulher, a redução da quantidade de sal na dieta e do consumo de bebidas alcoólicas, em geral,

Pele com celulite

Pele normal N 1 0 5 - A B R / M A I / J U N 2 0 1 5 23


INCHAÇOS

já é suficiente para dar resultados, como explica Helenice. O uso de produtos manipulados é um diferencial do tratamento de retenção de líquidos. “Muitas vezes, o produto disponível no comércio comum tem uma concentração menor do princípio ativo, o que o torna mais cosmético. Com isso, o efeito esperado é mais lento”, enfatiza. Atualmente, há diversos princípios ativos que podem ser usados. Entre eles está o phito-descongestive, um ativo botânico multifuncional que tem propriedades descongestionantes, capazes de aliviar a circulação sanguínea e reduzir inchaço e edemas. O complex AD é outra substância que pode ser usada em formulações, como agente antiadiposidade, descongestionante, carreador lipofílico, anti-inflamatório, antiespasmódico, tensoativo e antilipêmico. Já o leganceTM é extraído do gengibre e resulta na zerumbona, substância que reduz a formação de radicais livres, responsáveis pelo aparecimento da celulite. Nesse caso, a indicação é para tratamentos das pernas com melhora na aparência e no conforto e alívio na retenção de água com consequente compressão pelo tecido gorduroso. O lipofirm é outra opção interessante. Complexo ativo formado por Centella asiática, l-carnitina, bioflavonóides, cafeína e pantenol, esse composto reduz o tecido adiposo e tem efeito refirmante da pele, por meio da restauração da estrutura do colágeno, com aumento da microcirculação.

Maria Alice Barcelos, nefrologista do Centro de Rim do Hospital 9 de Julho

Produtos manipulados são diferencial no tratamento

Saiba mais on-line: • Revista Anfarmag 21: Ação da vitamina E em artérias

O QUE FORMULAR? Asiaticosídeo.......................................40mg Equisetum arvense extrato seco ........200mg Centella asiatica extrato seco 4%.......150mg Rutina..................................................150mg Cynara scolymus extrato seco 3,0%...100mg Indicação: Adjuvante fitoterápico drenante, auxiliar no combate à lipodistrofia ginóide, diminuindo edemas. Posologia: Tomar 1 cápsula via oral, 2 vezes ao dia ou conforme orientação. Referência: Batistuzzo, J.A. et al Formulário Médico-farmacêutico, Pharmabooks, 4ª ed, São Paulo, 2011 Encontre outras sugestões de formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

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REUMATOLOGIA

Doenças que são uma fria Chegada do outono e inverno aumenta queixas de dores e desperta o alerta sobre doenças reumáticas Quando o frio se aproxima, nosso organismo privilegia os órgãos e diminui a circulação sanguínea dos membros. Os vasos sanguíneos se estreitam, os músculos se contraem e, para algumas pessoas que enfrentam uma rotina de dor, é tempo de enfrentar o agravamento do sintoma. A maioria das doenças reumáticas apresenta como principal característica a dor nas articulações. Além do incômodo, as dores podem causar dificuldades na movimentação articular, afetando hábitos do dia a dia, como segurar um objeto, pentear o cabelo, levantar-se da cadeira ou subir escadas. Outro sintoma é a apresentação de aquecimento e inchaço nas articulações. Segundo a professora de Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina da UFMG, Adriana Maria Kakehasi, o que sugere a possibilidade da doença reumática é o padrão da dor. “Uma das características de um quadro inflamatório, reumático, é a dor nas articulações que incomoda pela manhã. Conforme o paciente se locomove, melhora ao longo do dia e retorna após um período de repouso”, explica a professora.

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Adriana chama a atenção para a diferenciação da dor reumática e dores articulares de origem mecânica. “A dor articular reumática é diferente, por exemplo, de dores lombares ou nos joelhos que surgem após esforço físico elevado. Nesse caso, o que causou a dor foi forçar a articulação. Já a dor que aparece sem esforço chama a atenção”, esclarece. Há outros sintomas que, quando associados a esse padrão, indicam um quadro de reumatismo. “Além da dor e da dificuldade de movimento das articulações, o paciente pode apresentar fadiga, menor resistência para o trabalho e para a atividade física, apetite reduzido, febre baixa e perda de peso. Esses sintomas não são específicos, mas associados a esse padrão de dor articular sugerem doenças reumáticas”, comenta. A maioria dos casos de doenças reumáticas apresenta dores mais intensas durante o inverno. Segundo ela, esse quadro é variável entre os pacientes e não apresenta uma



REUMATOLOGIA explicação única para todos os casos. “Uma das possibilidades é que alguns pacientes tendem a fazer contrações musculares por causa do tempo frio, e isso pode levar à dor articular. Em muitos casos, a temperatura baixa reduz a movimentação do paciente, que fica mais tempo parado e tem maior sensação de rigidez articular nessa época”, explica.

Variações das doenças reumáticas

Segundo Adriana, a doença reumática mais comum é a osteoartrite, também chamada de artrose, que costuma afetar pacientes acima dos 40 anos e, principalmente, idosos. Além da idade avançada, entre as possíveis causas estão as alterações degenerativas nas cartilagens. Outra doença reumática comum é a fibromialgia, que afeta principalmente mulheres entre 30 e 50 anos. “A fibromialgia é caracterizada por uma dor difusa articular e muscular. Costuma estar associada a distúrbios intestinais e do sono, além da cefaleia”, diz. Algumas doenças reumáticas, apesar de não apresentarem casos tão frequentes, exigem muita atenção, como o lúpus eritematoso sistêmico e a artrite reumatoide. “São doenças delicadas, porque acometem as pessoas em plena idade produtiva e podem trazer complicações mais sérias. No caso do lúpus, há a possibilidade da perda da função dos rins. Na artrite reumatoide, podem surgir deformidades que tornam o paciente incapacitado para o trabalho”, aponta.

Tratamento

Adriana explica que o tratamento das doenças reumáticas costuma focar na redução do desconforto. “Infelizmente não existe cura, mas a maioria dos casos apresenta possibilidade de melhoria na qualidade de vida. O tratamento é feito de forma a atingir o máximo controle possível da doença”, comenta. São utilizados anti-inflamatórios, glicocorticoides ou imunossupressores. Há também os agentes biológicos, utilizados principalmente na artrite reumatoide.

Adriana Maria Kakehasi, professora da Faculdade de Medicina da UFMG

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Chegada do outono e inverno aumenta queixas de dores e desperta o alerta sobre doenças reumáticas


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REUMATOLOGIA

MÃOS AZUIS A relação entre as doenças reumáticas e a circulação sanguínea vai além das dores no inverno. A reumatologista de São Paulo Evelin Goldenberg destaca a Síndrome de Raynaud, conhecida como a doença das mãos azuladas. Com uma resposta lenta à diminuição de temperatura, esses pacientes apresentam pernas, pés e mãos muito frios e arroxeados. Esse sintoma pode ser a primeira manifestação de doenças reumáticas autoimunes como esclerodermia, lúpus e dermatopolimiosite. “Há também doenças reumáticas que comprometem os vasos sanguíneos. São as vasculites, que podem ser primárias – o problema é originalmente a inflamação de vasos sanguíneos de diferentes portes – ou ser consequência das doenças reumáticas autoimunes”, conclui Goldenberg.

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O QUE FORMULAR? Spray tópico com capsaiscina Capsaiscina................0,025%-0,075% Spray tópico qsp .......100ml Indicação: adjuvante para alívio da dor em processos artríticos e/ou osteoartriticos, com comprometimento ou não da circulação local. Posologia: aplicar o spray três a quatro vezes ao dia nos locais ou articulações doloridos ou conforme orientação médica Referência: Batistuzzo, J.A. et al Formulário Médico-farmacêutico, Pharmabooks, 4ª ed, São Paulo, 2011. Encontre outras sugestões de formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra


LINHA DE FRENTE

Manipulação veterinária mais simples Farmácias já podem preparar produtos e medicamentos com insumos de uso comum a humanos e animais

O setor magistral tem tudo para avançar na manipulação veterinária. Com a normativa nº 41/2014, o Ministério da Agricultura autoriza a farmácia magistral a manipular, no mesmo laboratório, medicamentos veterinários – alopáticos e homeopáticos –, desde que os insumos usados sejam de uso comum aos humanos. A norma permite também a armazenagem, estocagem, embalagem, rotulagem e dispensação em áreas comuns. A publicação é fruto do trabalho que a Anfarmag realiza junto às autoridades do setor, disponibilizando informações técnicas para as análises dos órgãos competentes. O assunto foi pauta de diversas reuniões entre representantes da entidade e do Ministério, como relata o farmacêutico e presidente da Anfarmag, Ademir Valério. “Nossa motivação é sempre trabalhar em prol da sustentabilidade técnica do negócio magistral de forma aliada à promoção da saúde em seu sentido mais amplo”, diz. O presidente acredita que esse é um avanço importante por abrir grande possibilidade de atuação e por ampliar a oferta de medicamentos.

A tendência é que mais farmácias passem a preparar produtos veterinários

“A tendência é que mais farmácias passem a preparar os produtos veterinários em dosagens personalizadas. Ficará muito mais fácil encontrar estabelecimentos habilitados para esse serviço, já que o consumidor não precisará buscar uma farmácia exclusivamente veterinária”, destaca. No caso de insumos de uso exclusivamente veterinário, fica mantida a exigência de que a farmácia possua uma estrutura dedicada para tais preparações. Vale lembrar que, para preparar todo e qualquer medicamento para animais, a farmácia precisa ter autorização do Ministério da Agricultura. No caso de medicamentos controlados, é necessária autorização especial da Anvisa.

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LINHA DE FRENTE

Preparar na matriz, dispensar na filial Nota técnica da Anvisa torna clara a possibilidade de transferir medicamentos acabados de uso controlado No último ano, a Anfarmag muniu a Anvisa de informações sobre o recebimento de receitas, preparo e dispensação de medicamentos de uso controlado, abordando especialmente as farmácias que possuem mais de uma unidade. A partir disso, a agência publicou a RDC nº 22/2014, que abre a possibilidade de transferência do produto acabado entre a unidade que prepara e a unidade que dispensa. Com participação nas reuniões abertas da agência, a Anfarmag encaminhou subsídios para esclarecer dúvidas do setor. Em resposta, a Anvisa publicou a Nota Técnica 073/2014, que torna claro o entendimento. Para receber a receita e dispensar em uma unidade, mas preparar o medicamento em outra, basta que a unidade que prepara possua Autorização Especial (AE). A que dispensa fica isenta de AE, desde que na Autorização de Funcionamento (AFE) esteja descrita a atividade de dispensação de medicamento com controle especial. Ambas devem ser farmácias magistrais e possuir a mesma raiz de CNPJ. Em todo o processo é preciso garantir rastreabilidade. A transferência deve ser acompanhada de nota fiscal de saída do medicamento. A unidade que prepara o produto é a que registra no SNGPC. A publicação é um grande avanço para o setor, já que garante segurança e praticidade para o consumidor, ao mesmo tempo em que aumenta o dinamismo do negócio magistral. Essa é a força do associativismo. 32

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Lançamento! Organizado por Gislaine Ricci Leonardi e Valéria Rueda Elias Spers, o livro Cosmetologia e Empreendedorismo: Perspectivas para a Criação de Novos Negócios propõe um material que contemple não só a formação técnica, mas também a formação empresarial, de indivíduos que atuam, ou queiram atuar, na Indústria Cosmética.

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LINHA DE FRENTE

Setor magistral e Governo Federal juntos contra o doping Anfarmag assina acordo de cooperação com Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, órgão ligado ao Ministério do Esporte A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) – ligada ao Ministério do Esporte – assinou um termo de cooperação com a Anfarmag. O acordo tem como objetivo esclarecer atletas e profissionais do esporte. Está prevista a realização de treinamentos, cursos, seminários, conferências e encontros nacionais e internacionais.

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O combate ao doping vem sendo fortalecido no Brasil por meio de políticas e técnicas. A aproximação entre a ABCD e a Anfarmag irá agregar informações, dados e conhecimentos à diretriz. O debate envolve questões técnicas relacionadas ao preparo de produtos, e a Anfarmag pode contribuir com esclarecimentos sobre a atividade no Brasil.



SEU NEGÓCIO

Tributação bem gerenciada Olhar estratégico sobre os tipos de venda da farmácia pode resultar em economia e competitividade para o negócio Quando você dispensa um medicamento para melhorar o retorno sanguíneo, conversa com o paciente ou o médico sobre a possibilidade de usar uma meia de compressão especial? Ao atender uma mulher grávida, recomenda um óleo para prevenir estrias? Focar em cada pessoa, buscando a melhor experiência para a saúde, encanta o cliente e aumenta as vendas. Mais que isso, pode impactar nos tributos que o estabelecimento deve pagar. Você já parou para pensar qual é a proporção de produtos de revenda

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na sua farmácia em relação ao faturamento de produtos manipulados? A preparação de formulações magistrais é considerada uma prestação de serviço ao consumidor. Portanto, sobre as vendas de manipulados incidem impostos sobre serviços, que podem significar entre 6% e 17,5% da venda. Já quando o consumidor compra algo de revenda, que fica exposto nas prateleiras, o valor do imposto vai de 4% a 11,5%. A forma como está distribuído o mix de vendas afeta diretamente o montante de impostos que sua farmácia

irá pagar. Se a empresa conseguir, por exemplo, mesclar 70% de manipulação com 30% de produtos de revenda, estará em situação tributária mais vantajosa do que se optar por manter 100% de manipulação. Esse cenário apenas reforça a importância de oferecer uma atenção global ao paciente que bate à sua porta. Há uma série de produtos especiais que não são de fácil acesso no comércio e que, por lei, podem ser vendidos nas farmácias. Pesquisar essas possibilidades e ofertar o que faz diferença para o seu cliente significa tornar-se relevante e zelar pela sustentabilidade econômica do negócio.


ENCARTE TÉCNICO 38 Fator de correção: betacaroteno 39 É legal saber: sibutramina 40 Boa prática: densidade do excipiente 42 Fique em dia: recém-nascidos 43 Artigo: extrato de manjericão


NOTAS TÉCNICAS

FATOR DE CORREÇÃO

Como calcular a quantidade de betacaroteno a ser pesada numa formulação? Para o cálculo, leve sempre em consideração a concentração de betacaroteno declarada no Certificado de Análise do fornecedor. Exemplo:

Para o atendimento de uma prescrição de betacaroteno 5000UI, 60 cápsulas, a quantidade a ser pesada é: Quantidade a ser pesada = 5000 UI de betacaroteno x 60 capsulas Quantidade a ser pesada = 300.000UI de betacaroteno

Como a formulação será preparada partindo do betacaroteno 10%*, calcula-se o equivalente em peso do betacaroteno, lembrando que 1mg de betacaroteno puro equivale a 1667 UI de atividade de vitamina A. FCr= 100/10 = 10 1mg de betacaroteno _________ 1667 UI de atividade de vitamina A X mg de betacaroteno ________ 300.000 UI X = 300.000 / 1667 = 179,96 mg ou 0,179g de betacaroteno X= 0,179g x 10 = 1,79g de betacaroteno 10% * O exemplo acima é hipotético, pois considera que o valor da diluição do betacaroteno diluído esteja expresso no Certificado de Análise como exatamente 10. É importante realizar a análise das informações disponibilizada pelo fornecedor e ajustar o cálculo conforme dado expresso do teor do lote que será utilizado. Considerando que um determinado lote de betacaroteno diluído possui teor de betacaroteno puro de 11%, e utilizando a mesma prescrição acima, o cálculo a ser realizado será: FCr= 100/11 = 9,09 1mg de betacaroteno _________ 1667 UI de atividade de vitamina A X mg de betacaroteno ________ 300.000 UI X = 300.000 / 1667 = 179,96 mg ou 0,179g de betacaroteno X= 0,179g x 9,09 = 1,63g de betacaroteno 11%

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É LEGAL SABER

Tem dúvidas sobre a Sibutramina? O controle da sibutramina cloridrato monohidratada passou por diversas modificações. Atente-se a como efetuá-lo e ao envio de informações para a autoridade sanitária. 1. Nome do insumo: Sibutramina cloridrato monohidratada 2. DCB – 09375 3. Lista B2 – Substâncias Anorexígenas (Portaria SVS/MS nº 344/98*) 4. Prescrição: a) Notificação de Receita “B2” (NRB2) – cor azul, impresso pelo médico ou unidade hospitalar – retida pela farmácia. Válida para a manipulação até 30 dias contados da data que o médico colocou. b) Receita – a NRB2 deve ser acompanhada de receita e esta deve ser carimbada e devolvida ao paciente. c) Doses Diárias Recomendadas (DDR): 15,0 mg/dia. d) Tratamento: i. Manipulação/dispensação igual ou inferior a 60 (sessenta) dias; ii. Pelo prazo máximo de 2 (dois) anos (Termo de Responsabilidade, item 2 alínea b). 5. Registros – Livro especifico de psicotrópicos – pode ser informatizado, quando autorizado pela autoridade sanitária local. A movimentação deve ser semanal e encaminhada ao SNGPC. 6. Balanços: a) BSPO (Balanço de Substâncias Psicoativas e Outras sujeitas a controle especial) – apresentar somente à Visa local. b) RMNRB2 (Relação Mensal de Notificação de Receita B2) – também apresentar para a Visa local, sendo que algumas autoridades solicitam que sejam apresentadas as originais. Recomenda-se que cópias das NRB2 fiquem na farmácia até a devolução da original. c) Relatório Semestral de Sibutramina – deve ser encaminhado à Notivisa/Anvisa duas vezes ao ano: i. 1º Relatório: de 9 de junho a 24 de junho ii. 2º Relatório: de 9 de dezembro a 24 de dezembro de cada ano No Termo de Responsabilidade de Uso da Sibutramina (três vias), o prescritor digita dados de sua responsabilidade, carimba, assina e data, assim como o farmacêutico e o paciente. Para o arquivo da farmácia, acompanha a Notificação de Receita “B2” (NRB2) e a receita médica. Entre os anorexígenos, a sibutramina é exceção no tempo de tratamento.

Saiba mais on-line: Acesse anfarmag.org.br > Área do Associado: • Termo de Responsabilidade de Uso da Sibutramina • Tabela demonstrativa das mudanças na legislação relacionada à sibutramina • Quadro com descrição do tempo de tratamento das demais substâncias referenciadas pela Portaria SMV/MS nº 344/98

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NOTAS TÉCNICAS

BOA PRÁTICA

A densidade do excipiente padrão na formulação magistral Para determinar a quantidade de ativo e excipiente, deve-se usar o método volumétrico para encapsulação de pós – e não estipular um peso fixo de conteúdo conforme o tamanho de cápsula. A densidade do excipiente muda de lote para lote, com impacto na densidade do excipiente padrão empregado. Por isso é fundamental refazer o ensaio de densidade aparente quando novos lotes são empregados, principalmente nos excipientes que participam com percentuais expressivos na formulação. Exemplo de excipiente padrão 1, com lotes de celulose microcristalina diferentes: Excipiente padrão 1, lote 001, densidade 0,623 g/mL Celulose microcristalina lote A.....................97% Dióxido de silício lote B...............................2% Estearato de magnésio lote C........................1% Excipiente padrão 1, lote 002, densidade 0,659 g/mL Celulose microcristalina lote D.....................97% Dióxido de silício lote B...............................2% Estearato de magnésio lote C........................1% Excipiente padrão 1, lote 003, densidade 0,680 g/mL Celulose microcristalina lote E......................97% Dióxido de silício lote B................................2% Estearato de magnésio lote C.........................1% Excipiente padrão 1, lote 001, densidade 0,623 g/mL Excipiente padrão 1, lote 002, densidade 0,659 g/mL Excipiente padrão 1, lote 003, densidade 0,680 g/mL A alteração da densidade do excipiente empregado para a manipulação alterará a densidade do excipiente padrão final e, consequentemente, a quantidade de excipiente empregada para o enchimento das cápsulas será outra. Se há uma nova densidade para o excipiente padrão empregado, os cálculos de enchimento de cápsula precisam ser refeitos, ou se a farmácia possui software que realiza os cálculos automaticamente, o sistema precisa ser atualizado constantemente com as novas densidades dos excipientes.

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Exemplo:

Para preencher 30 cápsulas de 0,30 mL com excipiente padrão 1, lote 001: Densidade = massa/volume >> massa = 0,187g/cápsula >> total = 5,61g Para preencher 30 cápsulas de 0,30 mL com excipiente padrão 1, lote 002: Densidade = massa/volume >> massa = 0,197g/cápsula >> total = 5,91g Para preencher 30 cápsulas de 0,30mL com excipiente padrão 1, lote 003: Densidade = massa/volume >> massa = 0,204g/cápsula >> total = 6,12g

Observe na tabela a diferença em gramas necessária para o enchimento das cápsulas entre os lotes dos excipientes padrão: Lote 1 Lote2 Lote3

Lote 1 -------0,3 0,51

Lote 2 -0,3 -------0,21

Lote 3 -0,51 -0,21 -------

Se há alteração da densidade do excipiente padrão, a quantidade a ser pesada será diferente. Note que, se for adotada a densidade do excipiente padrão lote 2 como referência para os demais lotes, para o lote 3 faltará excipiente, para o lote 1 sobrará excipiente. Porém, quando se tratar de uma formulação, na qual haverá também princípio ativo, conclui-se que, no caso do emprego do lote 1, não seria encapsulada uma parte do ativo (por volta de 9,5%) podendo levar à manipulação de cápsulas com subdoses. Fica então evidente que a determinação da densidade do excipiente padrão leva a uma determinação de excipiente quase exata, necessitando às vezes de pequenas quantidades adicionais para preencher as cápsulas ou pode haver uma sobra ínfima de pó a ser encapsulada. Caso sobre ou seja necessário adicionar quantidades significativas de excipiente padrão, é sinal de que algo não está tão bom.

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Como realizar a densidade aparente • • • • • • •

Tarar uma proveta graduada vazia, de capacidade compatível com o volume a ser analisado, em uma balança de precisão. Tamisar a amostra (pó) em um tamis de malha nº20. Introduzir cuidadosamente a amostra (pó) na proveta, até cerca de 50% da sua capacidade. Bater 3 vezes a proveta contra uma superfície, de uma altura de 1 polegada (cerca de 2,5 cm) em intervalos de 2 segundos entre as batidas. Realizar a leitura do volume obtido após as “batidas” (volume aparente). Pesar a proveta na balança tarada, o resultado corresponderá à massa da amostra. Para determinação da densidade aparente, dividir a massa da amostra em gramas pelo volume aparente em mL, conforme a fórmula descrita a seguir.

Cálculo da densidade aparente Massa (g) Dap = ----------------------------Volume aparente* (mL) Dap: densidade aparente

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NOTAS TÉCNICAS

FIQUE EM DIA

Cuidados com recém-nascidos Recém nascidos e as suas restrições em veículos para preparações líquidas orais •

Para recém nascidos (até 1 mês de vida) é recomendável adicionar em veículos para preparações liquidas orais apenas o essencial. O álcool e os conservantes não devem ser adicionados. Os órgãos e sistemas enzimáticos dos recém-nascidos não estão totalmente desenvolvidos e não metabolizam o álcool e os conservantes de forma eficiente. Como corantes, edulcorantes e flavorizantes também não são necessários, eles também devem ser evitados.

Soluções hipertônicas não devem ser utilizadas, como xaropes concentrados, sorbitol 70%, entre outras. O trato gastrintestinal (GI) dos recém nascidos é delicado. Um gel de metilcelulose 1% livre de conservantes é um veículo líquido adequado para essa faixa etária.

Referência: Thompson, Judith E. e Davidow, Lawrence W. A Prática Farmacêutica na manipulação de Medicamentos. 3º edição. São Paulo: Artmed, 2013. Páginas 282.

Formulações tópicas com fluconazol Uma formulação muito prescrita para o tratamento de infecções fúngicas nas unhas consiste em 1,6 % de fluconazol em dimetilsulfóxido (DMSO). Essa é uma associação bastante eficiente. A solução deve ser armazenada em embalagem de vidro e dispensada com o uso de um aplicador. Para a manipulação, calcule a quantidade requerida de cada componente da formulação de acordo

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com o total de material a ser preparado. Dissolva o fluconazol pó no DMSO. Para o caso de utilizar a apresentação na forma de cápsulas, filtre a mistura após essa adição. Para o caso de uso da solução, armazene-a em embalagens de vidro e dispense com um aplicador, orientando quanto ao uso. A formulação deve ser guardada em temperatura ambiente e protegida da luz, por um período máximo de 180 dias.

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ARTIGO

EXTRATO DE MANJERICÃO (Ocimum spp.): ativo vegetal promissor para uso em enxaguatórios bucais Laís Cristina GRIGOLETO, Juliana Capparelli Ribeiro FERREIRA, Bruna Galdorfini CHIARI-ANDRÉO, Thalita Pedroni Formariz PILON - Centro Universitário de Araraquara – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

RESUMO

Enxaguatórios bucais são produtos auxiliares na higienização mecânica oral, permitindo a prevenção do surgimento de afecções bucais. A adição de agentes antimicrobianos nestes produtos é uma prática válida, considerando que os microorganismos são os principais agentes causadores de patologias que acometem a cavidade oral. Dessa forma, este trabalho propõe o uso do extrato fluido de manjericão como ativo antimicrobiano para uso em enxaguatórios bucais. A viabilidade na utilização deste ativo vegetal foi avaliada comparando-se características organolépticas e físico-químicas da formulação antes e após a adição do extrato, sendo que as características da formulação mantiveram-se adequadas ao uso pretendido. Unitermos: manjericão, enxaguatório bucal, antimicrobiano.

INTRODUÇÃO

A saúde bucal é indispensável e essencial para o bem-estar do ser humano, assim como a saúde geral. Dessa forma, o hábito da higienização bucal deve acontecer desde a infância, uma vez que indivíduos com patologias bucais apresentam comprometimento da qualidade de vida, acarretando grandes impactos psicossociais e, até mesmo, em patologias sistêmicas (ANDREOLLI e LARA, 2004; DE MORAIS et al., 2006). As práticas de higienização da

cavidade bucal, como a escovação, têm como objetivo primário a remoção de restos de alimentos e melhoria do hálito. Contudo, atualmente, reconhece-se a importância de que, durante essa prática, sejam utilizadas substâncias ativas, principalmente para a prevenção do surgimento de afecções da cavidade oral, como cáries (lesões do tecido duro) e doenças periodontais (lesões do tecido mole) (CURY, 1997; TORRES et al., 2000). Os enxaguatórios bucais, também denominados colutórios, são produtos auxiliares da escovação e, portanto, costumam ser encontradas, em sua composição, matérias-primas antimicrobianas (SEMENOFF et al., 2008). São o veículo mais simples capaz de carrear agentes antimicrobianos para a cavidade oral (TORRES et al., 2000). ZANIN et al. (2007) relembra outras vantagens no uso de enxaguatórios bucais, como a facilidade de uso e a refrescância promovida, além de possuírem acesso às bactérias mesmo em áreas de maior dificuldade e palatabilidade. A importância dos antimicrobianos na composição de enxaguatórios bucais se encontra no fato de que os microorganismos são os principais agentes etiológicos das afecções bucais, como a lesão cariosa, uma manifestação clínica da infecção bacteriana (TORRES et al., 2000; ANDREOLLI e LARA, 2004). Além disso, agem como auxiliares da escovação, uma vez que

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ARTIGO muitos pacientes não conseguem manter o controle adequado da placa bacteriana apenas com a remoção mecânica (TORRES et al., 2000). Diversos agentes antimicrobianos são empregados tradicionalmente na preparação de enxaguatórios bucais, como a clorexidina, o cloreto de cetilpiridíneo e o triclosan (SEMENOFF et al., 2008). Entretanto, apesar de exibirem atividade antimicrobiana, apresentam desvantagens, como a possibilidade de escurecimento dos dentes, promovida pela clorexidina (APPEL e REUS, 2005), e a baixa substantividade, verificada tanto no triclosan como no cloreto de cetilpiridíneo (SEMENOFF et al., 2008). Por isso, estudos buscam novas alternativas para a substituição dos antimicrobianos utilizados atualmente, sendo os derivados vegetais alternativas aceitas (CORDEIRO et al., 2006; ZANIN et al., 2007). O manjericão, Ocimum basilicum L., é uma planta aromática e medicinal pertencente à família Lamiaceae (BLANK et al., 2004). Apresenta elevadas concentrações de linalol, eugenol, estragol, taninos e flavonoides, o que desperta o interesse para aplicações farmacêuticas, cosméticas e alimentícias (NASCIMENTO et al., 2000; BLANK et al., 2004; ROSADO et al., 2009). Considerando a atividade antimicrobiana cientificamente comprovada de derivados dessa planta (LACHOWICZ et al., 1998; NASCIMENTO et al., 2000; DA SILVA e CARPES, 2011), o extrato fluido de manjericão foi proposto neste trabalho como substância ativa promissora para incorporação em enxaguatórios bucais. Uma formulação de enxaguatório bucal foi desenvolvida, e suas propriedades físico-químicas e organolépticas foram avaliadas antes e após a incorporação do extrato para comprovar a viabilidade no emprego desse derivado vegetal como ativo antimicrobiano de uso bucal.

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MATERIAL E MÉTODOS Desenvolvimento do enxaguatório bucal Uma formulação de enxaguatório bucal foi proposta com base nas matérias-primas convencionalmente utilizadas para a manipulação desse tipo de formulação. Avaliação da viabilidade do emprego do extrato fluido de manjericão Para avaliar a viabilidade em empregar o extrato fluido de manjericão como ativo antimicrobiano de formulações de enxaguatório bucal à formulação desenvolvida, foram adicionados 20% de extrato fluido de manjericão (BioTae®). A formulação base, ou seja, mantida sem o extrato, também foi avaliada para a comparação das alterações promovidas com a adição do ativo. Determinação das características organolépticas As características organolépticas observadas foram: coloração, aparência, grau de limpidez e sabor. Determinação das características físico-químicas - pH: a análise potenciométrica para a determinação do pH do enxaguatório bucal contendo e não contendo o extrato fluído de manjericão (Ocimum spp.) foi analisada com o auxílio de um potenciômetro digital equipado com sensor de temperatura e eletrodo de vidro (Kasvi®). - Densidade: a determinação da densidade foi realizada com o auxílio de um picnômetro. - Tempo de escoamento: por meio da determinação do tempo de escoamento, é possível avaliar se a adição do extrato fluido de manjericão promoveu alterações na viscosidade da formulação. É medida pelo tempo que um volume fixo de líquido leva para escoar através de


um orifício, que também é conhecido como viscosímetro de orifício (Copo de Ford) (BARBOSA e RODRIGUES, 2004). O copo Ford foi utilizado, com diâmetro do orifício de número 4. Adicionou-se a amostra e acionou-se o cronômetro. Após o escoamento, o tempo de escoamento foi registrado. Todas as análises foram realizadas em triplicata, sendo que os resultados obtidos com a formulação contendo e não contendo o extrato fluido de manjericão foram comparados por meio de análise estatística ANOVA, seguida do teste de Tukey quando necessário (p<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Desenvolvimento do enxaguatório bucal De acordo com ANDREOLLI e LARA (2004) uma formulação de enxaguatório bucal deve ser uma composição harmoniosa que contenha o veículo, tendo como principais possibilidades a água, o etanol e a glicerina, juntamente com flavorizantes, tensoativos e corantes. TORRES et al. (2000) destaca também a utilização de um umectante na formulação, que segundo a descrição de ANDREOLLI e LARA (2004) poderia ser representado pela glicerina. Desta forma, a formulação do enxaguatório foi desenvolvida com base em matérias-primas de uso convencional para essa finalidade. Está descrita na Tabela 1. Corantes não foram adicionados para evitar análises equivocadas das características organolépticas.

Tabela 1. Composição percentual do enxaguatório bucal MATÉRIA-PRIMA

CONCENTRAÇÃO (%)

Glicerina

5,0

Polissorbato 20

0,2

Sacarina sódica

0,25

Benzoato de sódio

0,1

Água purificada

q.s.p. 100,00

Como pode ser notado através da Tabela 1, o enxaguatório proposto é uma formulação bastante simples. A glicerina foi empregada,

pois atua, em formulações orais, como agente edulcorante, antimicrobiano, doador de viscosidade, além do efeito umectante bem reconhecido (DESTRUTI, 1998; MARTINS et al., 2012). É capaz de conferir aderência à superfície em que é aplicada devido à viscosidade, o que é de elevada importância no caso de enxaguatórios bucais contendo ativos antimicrobianos (DESTRUTI, 1998). O polissorbato 20 é um tensoativo não-iônico que possui como característica a compatibilidade com a maioria das matérias-primas utilizadas em cosméticos, baixa irritabilidade à pele e aos olhos, alto poder de redução da tensão superficial e interfacial e baixos poderes de detergência e espuma. É útil como solubilizante, auxiliando na manutenção da limpidez de formulações (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2010). A sacarina sódica é amplamente utilizada como edulcorante, através do efeito de mascaramento de sabor amargo. Sua concentração usual é de 0,04-0,6%. É facilmente empregada devido à elevada solubilidade em água (DESTRUTI, 1998; ZANIN et al., 2007; MARTINS et al., 2012). O benzoato de sódio, por sua vez, é usado em preparações semissólidas e líquidas que têm como objetivo prevenir ou limitar o crescimento de micro-organismos, principalmente bactérias, em condições normais de estocagem e uso, atuando como conservante, principalmente em formulações multidoses (MARTINS et al., 2012). A água foi escolhida como solvente por ser o mais compatível com os sistemas biológicos, com segurança de utilização indubitável.

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DO EMPREGO DO EXTRATO FLUIDO DE MANJERICÃO Determinação das características organolépticas De acordo com a caracterização organoléptica, a adição do extrato fluido de manjericão promoveu ligeira redução da limpidez da formulação, tornou a coloração levemente amarelada, com sabor característico do vegetal. Contudo, nenhuma dessas alterações das características organolépticas da formulação devido à adição do extrato fluido de manjericão tornam a formulação inviável para o uso. Organolepticamente, o extrato fluido de manjericão é adequado para uso em enxaguatório bucal.

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NOTAS TÉCNICAS

Tabela 2. Valores de pH das formulações de enxaguatório bucal contendo e não contendo extrato fluido de manjericão 1ª AVALIAÇÃO

2ª AVALIAÇÃO

3ª AVALIAÇÃO

MÉDIA

DESVIO PADRÃO

Sem extrato de manjericão

7,01

6,71

6,54

6,75ª

0,24

Com extrato de manjericão

6,14

6,12

6,11

6,12b

0,01

FORMULAÇÃO

a,b

Letras diferentes indicam valores estatisticamente diferentes (p<0,05).

Tabela 3. Valores de densidade (g/mL) das formulações de enxaguatório bucal contendo e não contendo extrato fluido de manjericão 1ª AVALIAÇÃO

2ª AVALIAÇÃO

3ª AVALIAÇÃO

MÉDIA

DESVIO PADRÃO

Sem extrato de manjericão

1,0158

1,0076

1,0133

1,1012ª

0,0042

Com extrato de manjericão

1,0149

0,9431

0,9595

0,9725ª

0,0376

FORMULAÇÃO

a

Letras iguais indicam valores estatisticamente iguais (p<0,05).

Tabela 4. Tempos de escoamento das formulações de enxaguatório bucal contendo e não contendo extrato fluido de manjericão 1ª AVALIAÇÃO

2ª AVALIAÇÃO

3ª AVALIAÇÃO

MÉDIA

DESVIO PADRÃO

Sem extrato de manjericão

4,27

4,21

4,32

4,27ª

0,055

Com extrato de manjericão

5,26

5,12

5,08

5,15b

0,094

FORMULAÇÃO

a,b

Letras diferentes indicam valores estatisticamente diferentes (p<0,05).

Determinação das características físico-químicas -pH: na Tabela 2 estão descritos os dados coletados na análise potenciométrica do enxaguatório bucal contendo e não contendo o extrato fluido de manjericão. A adição do extrato fluido de manjericão promoveu leve acidificação da formulação. Entretanto, os resultados mostram que as formulações estudadas apresentaram o pH compatível com o da mucosa bucal uma vez que a literatura relata que o pH ideal para enxaguatórios bucais está entre 5,5 e 7,0 (APPEL e REUS, 2005; WELLER, 2005). - Densidade: os valores de densidade, determinados em triplicata, nas formulações contendo e não contendo o extrato fluido de manjericão estão apresentados na Tabela 3.

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De acordo com a análise estatística realizada, a adição do extrato fluido de manjericão não promoveu alteração na densidade do enxaguatório bucal. - Tempo de escoamento: os tempos de escoamento, determinados em triplicata, nas formulações contendo e não contendo o extrato fluido de manjericão estão apresentados na Tabela 4. A análise dos resultados apresentados na Tabela 4 demonstram que o extrato fluido de manjericão promoveu aumento no tempo de escoamento da formulação, o que representa um aumento na viscosidade do sistema. O aumento na viscosidade do sistema pode representar uma forma de aumentar a substantividade do produto aos dentes e à mucosa bucal, garantindo um maior tempo


de permanência do produto nessas regiões e prolongando o efeito antimicrobiano desejado. CONCLUSÕES Este trabalho demonstrou que a incorporação do extrato fluido de manjericão em formulações de enxaguatórios bucais pode ser uma prática viável, uma vez que altera apenas discretamente os caracteres organolépticos e físico-químicos (pH e viscosidade) da formulação ao ser adicionado, portanto, mantendo-a de acordo com os parâmetros desejados para o uso pretendido. O extrato fluido de manjericão pode ser uma alternativa no desenvolvimento de novos produtos de uso bucal com finalidade preventiva, evitando afecções da cavidade oral, como a cárie, proporcionando melhorias na qualidade de vida da população. Espera-se que este estudo estimule o desenvolvimento de novos trabalhos visando à avaliação da atividade antimicrobiana de formulações dentifrícias contendo derivados desse vegetal para comprovação da atividade desejada na cavidade oral. Saiba mais on-line: • Sugestão de formulação para enxaguatório de manjericão

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ANDREOLLI, R.S.; LARA, E.H.G. Avaliação “in vitro” da eficácia de enxaguatórios bucais remineralizantes. Infarma, v.16, n. 7-8, 2004. 2. APPEL, G.; REUS, M. Formulações aplicadas a odontologia. 2.ed. São Paulo: RCN; 2005. p.139- 172. 3. BARBOSA, A.P.; RODRIGUES, C.R.C. Nova metodologia para calibração de viscosímetros do tipo copo Ford. METROSUL IV – IV Congresso Latino-Americano de Metrologia – Brasil. “A metrologia e a competitividade no mercado globalizado”. – 2004. Disponível em: <http:// www.inmetro.gov.br/inovacao/artigos/docs/99.pdf>. Acesso em novembro de 2014. 4. BLANK, A. F.; CARVALHO FILHO, J. L. S.; SANTOS NETO, A. L.; ALVES, P. B.; ARRIGONI-BLANK, M. F.; SILVA-MANN, R.; MENDONÇA, M. C. Caracterização morfológica e agronômica de acessos de manjericão e alfavaca. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 22, n. 1, p.113-116, 2004. 5. CORDEIRO, C.H.G.; SACRAMENTO, L.V.S.; CORRÊA, M.A.; PIZZOLITTO, A.C.; BAUAB, T.M. Análise farmacognóstica e atividade antibacteriana de extratos vegetais empregados em formulação para a higiene bucal. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 42, n. 3, 2006. 6. CURY, J.A. Controle químico da placa dental. In : KRIGER, L. (Coord.). ABOPREV : Promoção de saúde bucal.

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Diretora: Maria Clara Ferrante Rebello Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

SUCURSAL PARÁ

Diretor: Marcelo Brasil do Couto Telefone: (91) 3244-2625 E-mail: sucursal.pa@anfarmag.org.br

SUCURSAL PARAÍBA

Diretora: Célia Buzzo Telefone:(83) 3218-2600 E-mail: sucursal.pb@anfarmag.org.br

SUCURSAL POUSO ALEGRE

Diretora: Sheila Monteiro Boschi Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

SUCURSAL RIBEIRÃO PRETO

Diretora: Rita Paula Ignácio Telefone: (16) 3913-8100 E-mail: sucursal.rp@anfarmag.org.br

SUCURSAL UBERLÂNDIA

Diretora: Helio Batista Júnior Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

SUCURSAL VALE DO PARAÍBA

Diretora: Ana Helena Cunha Telefone: (12) 3204-5070 E-mail: sucursal.vp@anfarmag.org.br

SUCURSAL VARGINHA

Diretora: Elisabeth Bomtempo Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br


Objetivo: Este evento leva até você, profissional da indústria brasileira de HPPC, uma seleção de renomados consultores e técnicos das empresas líderes em inovação e pesquisa de insumos e matérias-primas, trazendo as mais recentes novidades do mercado global, além de atualização em tecnologia, controle de qualidade, assuntos regulatórios, entre outros.

Para quem? Para as empresas fabricantes de produtos de HPPC e seus profissionais, que acreditam que o conhecimento é a principal ferramenta de um crescimento sustentável.

Como se inscrever? Calendário 2015 7 de maio: Recife PE 28 de maio: Salvador BA 18 de junho: Nova Iguaçu RJ 2 de julho: Curitiba PR 23 de julho: Belo Horizonte MG 6 de agosto: Porto Alegre RS 20 de agosto: São Paulo SP 17 de setembro: Goiânia GO 22 de outubro: Ribeirão Preto SP

O interessado, profissional da indústria fabricante de produtos de HPPC, deve preencher uma solicitação de inscrição no website da revista Cosmetics & Toiletries Brasil (www.cosmeticsonline.com.br) e aguardar a confirmação por e-mail.

Quanto custa a inscrição? Um kit de produtos,de fabricação própria, que será destinado à uma instituição de apoio social, da cidade onde é realizado o evento.

Como patrocinar? Envie um e-mail ou ligue para: Antonio Farias (11) 3884-8756 - antonio@tecnopress-editora.com.br Patrocínio master:

Realização:



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