novembro de 2015 • ano 6 • nº 33 • www.portalbmais.com.br
a revista da bahia
As três cidades são os polos de consumo da Bahia que mais vão crescer nos próximos dez anos. Como elas estão se preparando para esse desafio? 33
R$ 9,90
[especial] infraestrutura da Bahia Tiragem: 10 mil exemplares
Nos trilhos
Vai decolar?
em Obras
Só em 2020
Atraso na Fiol e Porto Sul retarda economia
Aeroportos do estado recebem investimento
O histórico do metrô de Salvador
Promessa da ponte até Itaparica vai completar 50 anos
“O SÃO FRANCISCO ESTÁ MORRENDO, ESSA É A REALIDADE”, DIZ SECRETÁRIO DE INFRAESTRUTURA
sumário 12 14 16 18 26
Galeria do leitor Online e Mural Fórum [B+] Bloco de Notas Mídia +
28 [Capa] Os desafios de Feira, Alagoinhas e Santo Antônio
34 A crise no varejo 36 Hospital do Subúrbio
38 40 44 48 52 56
[Especial] infraestrutura da Bahia [C] Armando Avena: Importância do investimento privado Para a Bahia voar mais Os gargalos dos portos Os caminhos para escoar a safra Rio São Francisco: um gigante com sede As novelas do metrô, da ponte e da Enseada.
62 [C] Joaci Fonseca de Góes: A expansão da riqueza 64 Autos&Motos
66 Sabor: Cozinha em família 68 [C] Lali Souza: Um pedaço da França em Salvador 70 [C] Reinaldo Sampaio: Sem cultura, sem desenvolvimento
72 Uma pergunta para Frutos Dias 74 Notas de Tec 76 [C] Marina Rezende: A força das marcas 78 Uma homenagem a José Carvalho 80 Conte aí 82 Arte
expediente Revista [B+] edição 33 Novembro de 2015
[Conselho Institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Moacyr Maciel (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)
[Periodicidade] Mensal [Impressão] Grasb CAPA Adna Novaes
[Presidente] Rubem Passos Segundo (rubem.passos@grupobmais.com.br ) [Diretor Geral] Renato Simões Filho (renatosimoesfilho@grupobmais.com.br) [Diretor de Publicações] Claudio Vinagre (claudio.vinagre@grupobmais.com.br) [Diretora de Marketing] Bianca Passos (bianca.passos@grupobmais.com.br) [Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira [Editor-chefe] Pedro Hijo (pedro.hijo@grupobmais.com.br) [Editor assistente] Renato Alban (renato.alban@grupobmais.com.br) [Repórteres] Lorena Dias (lorena.dias@grupobmais.com.br) Tede Sampaio (ted.sampaio@grupobmais.com.br)
[Gerente Comercial] Ana Beatriz Sampaio (bia.sampaio@grupobmais.com.br) Reserva de anúncio publicidade@grupobmais.com.br / 71 3012-7477 [Representantes] Brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - solucaoconsultoria.karla@uol.com.br Feira de Santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - julio@vm2publicidade.com.br Fortaleza Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - ananiasgomes@canalc.com.br Recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - cecicomercial@hotmail.com Rio de Janeiro e São Paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - rcpinheiro@ hojeemdia.com.br
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[Designer] Adna Novaes (adna.novaes@grupobmais.com.br) [Projeto gráfico] Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres [Fotografia] Studio Rômulo Portela
tiragem: 10 mil exemplares
[Revisão] Cristiane Sampaio [Colunistas] Armando Avena, Astor de Castro, Fernando Guerreiro, Joaci Sampaio, Lali Souza, Marina Rezende, Reinaldo Sampaio, Roberto Nunes
Pontos de Venda A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra,
A Revista [B+] não se responsabiliza pelas opiniões, ideias, conceitos e posicionamentos expressos nos publieditoriais, anúncios e colunas por serem de inteira responsabilidade de seus autores.
Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas. A [B+] ainda é distribuída nos principais municípios do estado.
Única
Energia mais eficiente para o seu negócio. O gás natural é uma energia mais econômica, prática, eficiente e segura. Nos estabelecimentos comerciais, ele melhora o rendimento dos equipamentos e reduz expressivamente os custos. Isso sem falar na praticidade do fornecimento contínuo que ele oferece. É por tudo isso que a Bahiagás vem investindo na ampliação da rede de atendimento, como a rede urbana em Salvador e a construção do Gasoduto Itabuna-Ilhéus que vai gerar mais desenvolvimento para o sul e extremo sul da Bahia. Já são 36 mil clientes utilizando o gás natural em todo o estado. É mais energia chegando para indústrias, comércios, residências e veículos da capital e do interior. Bahiagás. Mais energia para toda a Bahia.
SAC: 0800.07 1.9111 | bahiagas.com.br
editorial
De mãos dadas Unanimidade entre os entrevistados desta edição, um diálogo mais fortalecido entre o governo e a iniciativa privada é a grande aposta para acelerar a infraestrutura da Bahia e solucionar gargalos que o governo não conseguiria destravar sem apoio. A Bahia é o estado com o maior número de Parcerias Público-Privadas (PPP) assinadas no Brasil, uma delas, o Hospital do Subúrbio, em Salvador, é referência no setor de saúde e serve de modelo para outros estados. A ampliação do investimento privado é bem-vinda quando algumas das obras mais importantes para a aceleração da economia da Bahia são rodeadas de capítulos. O Porto Sul, importante ferramenta na estrutura portuária do estado, depende de uma série de fatores para ser viabilizado, entre eles, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIol), que teve data de conclusão descumprida em 2013 e adiada para 2018. Além destas obras, ainda estão no papel a liberação da concessão do aeroporto de Salvador e a continuidade das obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Gargalos que contam com a iniciativa privada para serem solucionados. E os empresários nunca estiveram tão interessados em investir em infraestrutura. Mas, como bem diz o economista Armando Avena em sua coluna na página 38, é preciso que o governo estabeleça regras claras e competitivas para que isso aconteça. Nesta edição, mergulhamos no interior do estado para saber como Feira de Santana, Alagoinhas e Santo Antônio de Jesus estão se preparando para o crescimento. Estes municípios são polos de consumo em ascensão e precisam se planejar para enfrentar este desafio e atender a essa demanda. O consumo se reflete em diversos setores, como o da propaganda. Estão nessas cidades algumas das principais agências de publicidade do estado e, claro, infindáveis oportunidades de negócio. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), a verba de propaganda das empresas do interior cresce, enquanto a de Salvador permanece estável. O mapa da mina aponta para fora da capital. É com orgulho e com a parceria de uma equipe criativa e incansável que apresento a primeira [B+] desde a nossa mudança de periodicidade. A partir desta edição 33, você lerá o nosso conteúdo mensalmente no seu tablet ou nas bancas. Além do conteúdo das próximas páginas, você também pode conferir material extra no nosso canal no YouTube ([B+] TV), no site (portalbmais.com. br) ou nas nossas redes sociais. Vamos em frente! Boa leitura.
Pedro Hijo, editor-chefe da Revista [B+]
galeria
Os cantos da capital
Desafio lançado, desafio aceito. Pedimos aos nossos leitores para publicar fotos que representam os melhores lugares de Salvador. Confira!
[01] @bcayres
[02] @bruno_sa
[03] @cauveiga
[04] @eu_fabioqueiroz
[05] @ivoneitavares
[06] @joaogmvieira
[07] @philipemoncao
[08] @rodrigoalmeira021
[09] @vnc1us
Participe! Faça parte da próxima galeria do leitor! Basta postar uma foto em seu Instagram e marcar com a hashtag #revistabmais. Tema da próxima edição: detalhes do dia a dia da Bahia.
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onlineemural Comentários ed.32 CAPA Como impulsionar Salvador? “Talvez parar de desconstruir a cidade e superfaturar obras seja um bom início. Abraçar Salvador e sua essência, revitalizar (o que é bem diferente de requalificar) e deixar a cidade pronta para os soteropolitanos. Fico triste em ver que as pessoas não entendem que quem gere de fato é o povo. Avante Salvador, levante!”, Caroline Castro, pelo Facebook “Moro em Salvador há pouco tempo e o caos que eu observo na cidade é de doer o coração. Só sobrevive aqui quem já conhece a cidade. A ausência de informações dos serviços é, na minha opinião, o pior problema de Salvador. Demonstra falta de planejamento, visão empreendedora, incompetência das esferas administrativas”, Carolina Dantas, pelo Instagram “Capital mais desejada pelos turistas no Nordeste é Fortaleza, com certeza”, Gabriel Carvalho, pelo Facebook
“Parabéns pelo desenho da capa. Genial!”, Filipe Barreto, pela fanpage
Editorial “Tolerância com o próximo? O soteropolitano possui zero de tolerância. Se não sabe identificar os problemas, não vai saber resolvê-los. Amo Salvador, mas acho que o problema é mais de ‘gente’ do que outra coisa”, Anselmo Guimarães, pelo Instagram “Esse é o ponto: ‘pensar na cidade para o cidadão’. O turismo somente se fortalecerá se a comunidade for forte o suficiente”, Miroca Mira, pelo Instagram
Movimento comercial em Feira de Santana caiu em até 70% por causa das obras do BRT “Como se já não bastasse a crise econômica que alguns insistem em negar. Talvez porque ainda não tenha atingido seus bolsos”, Marcelo Oliveira, pelo Facebook 14
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Novo projeto na Península de Itapagipe “Agora a península vai ficar linda!”, Eliene Freitas, pelo Facebook “Uma mais do mestre da consciência social, inteligência e criatividade, Antônio Caramelo”, Roger Hale, pelo Facebook “Caramelo em termos de ecologia é uma nulidade! Basta ver a reforma que ele fez na AAB. Não ficou uma árvore! Espero que ele tenha um projeto mais feliz para Itapagipe que contemple a arborização e o paisagismo!”, Augusto Queiroz, pelo Facebook
Foto: Luciano Oliveira
Comentário da edição
Eles querem te tirar de casa “Mais uma vez o nosso agradecimento a todos que fazem parte da produção desta maravilhosa revista que leva cultura, economia, empreendedorismo e inovação da Bahia a um novo patamar. Fico muito feliz em ver que ainda há pessoas valorizando e dando espaço às iniciativas do nosso estado”, Tássio Noronha, pelo Facebook
“A principal arma no combate à violência é investir em presídios”, defende especialista em segurança pública “Nos últimos tempos aqui no Brasil parece que há uma grande vontade de alguma parte dos políticos em aumentar a taxa de encarceramento. Um presídio que se proponha a reeducar prisioneiros pode ser sim uma grande arma contra a violência, mas a maior arma com certeza é a distribuição de renda. Esse especialista diz que a polícia de São Paulo é a que mais prende, mas esqueceu de dizer que é a que mais mata também. Está mais do que provado o desastre que é o encarceramento em massa feito ao redor do mundo e principalmente nos Estados Unidos. Se a segurança pública da Bahia está nas mãos de gente assim, o futuro será ainda pior”, Oto Juan, pelo Facebook
O boêmio de cara nova
As mais curtidas em nossa fanpage
“Se realmente querem homenagear Oxum, despoluam o rio”, Adriana Gouvêa Dumas, pelo Facebook “O projeto assim é lindo, mas a realidade é bem outra, quando mostram o projeto da Barra todos ficaram maravilhados, ao término das obras a Barra ficou horrorosa para comerciantes, moradores e com cimento para todos os lados. Espero que o Rio Vermelho tenha mais sorte”, Rosemary Barros, pelo Facebook “O Largo fica acanhado com este projeto novo. Se é Oxum, deve ser amarelo, não rosa. Não destruam o Largo da Mariquita, reconstruam com modernidade e o estilo de sempre. A Bahia tem um jeito que nenhuma terra tem! Esta proposta é feiosa, e quando o chão estiver sujo, vai ficar muito feia!”, Salete Costa Aguiar, pelo site
Decoração
Foto: Luciano Oliveira
“Carybé traduziu a Bahia em régua e compasso! Palmas para esse gênio”, Paulo dos Reis, pelo Twitter “Que casa linda! Trabalho incrível! Parabéns pela reportagem!”, Fernanda Silva, pelo Twitter
Sabor
Foto: Rômulo Portela
“Adoro a forma como Gabriel Lobo cozinha! Superdescolado! Além da comida ser uma delícia!”, Gabrielle Castro, por e-mail
Para baixar
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[01] “A principal arma no combate à violência é investir em presídios”, defende especialista em segurança pública [02] A cidade é nossa! Iniciativas populares ressignificam espaço urbano da capital baiana [03] Reforma no bairro do Rio Vermelho gera polêmica entre empresários e moradores [04] Entrevistamos os dois candidatos à presidência da OAB-Bahia para saber quais são suas propostas [05] O que pode ser feito para melhorar o trânsito de Salvador?
Queremos te ouvir A Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. O que lhe agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.
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fórum[B+]
Apoio para superar a crise FOTOS: Paulo Sousa
Participação da iniciativa privada na infraestrutura do estado é defendida no 29º Fórum [B+] Em tempos de desaceleração econômica, a aposta para a retomada da infraestrutura são as parcerias com a iniciativa privada, como ficou claro no 29º Fórum [B+], realizado no começo de novembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador. Presente no evento, o secretário de Infraestrutura do estado, Marcus Cavalcanti, confirmou uma série de obras em transportes, além de um investimento de R$ 800 milhões na ampliação e requalificação dos aeroportos regionais.
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“Temos as obras do contorno de Lauro de Freitas, que já estão em curso, além da duplicação da BR-415, entre as cidades de Ilhéus e Itabuna”, disse o gestor estadual. Ainda segundo Cavalcanti, uma prioridade é o Programa de Recuperação e Manutenção de Rodovia (Premar II), que terá início em 2016 e será financiado pelo Banco Mundial e Banco Europeu de Investimentos. Cavalcanti ainda adiantou que o início das consultas públicas junto à iniciativa privada para a construção da nova rodoviária de Salvador se dará este
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mês, seguindo o modelo de concessão. Mestre em economia e especialista em Políticas Público-Privadas (PPP), Tomas Anker destacou alguns exemplos bem-sucedidos de parcerias do tipo na Bahia que contaram com o apoio técnico da Internacional Finance Corporation (IFC), instituição do Banco Mundial. “No Brasil, existem mais de 80 contratos de PPP. Com esse investimento, além das obras serem concluídas de forma mais rápida, o governo economiza”, pontuou, mencionando que a Bahia se destaca como um dos estados pioneiros nessa prática em grandes atividades de infraestrutura, como o metrô que vai ligar Salvador a Lauro de Freitas e o emissário submarino. 16
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[01] Rafael Vasconcelos, Renato Simões Filho, Marcus Cavalcanti e Tomas Anker; [02] Rômulo Garcia Machado e Josair Santos Bastos (Fieb); [03] Júlio Cézar Busato (Aiba); [04] Fernando Ferrero (Setur-BA), Claudio Vinagre (Grupo [B+]) e Antônio Sérgio Pedreira Franco Sousa (SeturBA); [05] Fernanda Regis (Braskem)
FOTOS: Paulo Sousa
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+ no site: veja fotos do evento
AF_LBA-0045-15B--EMOÇÕES NÚMEROS Anúncio--Revista B+ -- 20,2 x 13,3cm.pdf
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[06] Rosalvo Peixoto (Deten Química); [07] Rosana Garcia (Oi); [08] Vitor Rodrigues (Pipetech Tubos); [09] Rafael Valente (Civil); [10] Renato Mendonça (Performance Auditoria); [11] Ailton Cardoso (Procuradoria Geral do Estado); [12] Fábio Oliveira (Bahia Norte); [13] Luís Fernando Queiroz (Associação Comercial da Bahia); [14] Fernando Imbassaí (Odebrecht - OAS); [15] Frutos Dias Neto (CDL Salvador); [16] João Custódio (Grupo TPC); [17] José Macedo (Imbassay Participações); [18] Ermiro Neto (Fiedra Advocacia); [19] Marcos Galindo (MGL Construções); [20] Genivaldo Barbosa, Daniela Biscarde, Marco Amigo e Herbert Oliveira (Crea).
14:44
Para oferecer a você e a sua família um cuidado ainda maior, o Laboratório Sabin abre, também, aos domingos. Consulte os exames disponíveis para esses horários especiais.
QUEM SE DEDICA A VOCÊ ESTÁ SEMPRE DE PORTAS ABERTAS
ISO 9001: 2008
• Vilas do Atlântico, Av. Praia de Itapuã, nº 652, Quadra A4, lote 20. • Itaigara, Av. ACM, nº 56. • Itapuã, na Av. Dorival Caymmi, nº 14154, Centro Médico Dr. Joaquim Pereira de Souza, Loja térreo.
71 3261-1314
R.T.: Dra. Tatiana Ferraz Stival, CRF 3437-BA
TRÊS UNIDADES ABERTAS DE DOMINGO A DOMINGO
FOTO: Mateus Pereira / GOV-BA
blocodenotas
Ensino superior
Obras Sociais Irmã Dulce terá faculdade de medicina O conselho da Universidade do Porto, em Portugal, aprovou a implantação da Faculdade de Medicina nas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Salvador. A instituição portuguesa será a mantenedora do curso, que deve ser viabilizado no período de dois anos. O local das instalações ainda não foi
“A Abav passa por um teste de sobrevivência” Reeleito presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens da Bahia (Abav) em outubro, José Alves encara um dos momentos mais críticos já vividos pelo setor de turismo. Com a alta do dólar, os donos de agência tiveram que reorganizar seus negócios e apostar nas viagens domésticas e disputar com grandes operadoras. Abaixo, o presidente comenta os planos para o próximo biênio.
definido. Neste mês, a superintendente das Osid, Maria Rita Lopes Pontes, viaja a Portugal para
Como a Abav está lidando com a crise?
assinar o protocolo de instalação da faculdade.
A associação passa por um grande teste de sobrevivência. Estamos todos muito preocupados. A alta do dólar nos atingiu em cheio. Nós estávamos vendendo muitos pacotes de viagem
Agro
internacional e, de uma hora para a outra, tivemos que replane-
Café da Chapada Diamantina é campeão de premiação nacional
jar toda a estrutura de venda e comercial para focar no mercado nacional. Isso pegou muita gente de calça curta porque não há uma rapidez de planejamento que atenda com perfeição sem gerar prejuízo. A demanda para o nacional é limitada e a gente compete com as grandes operadoras nacionais que se preparam com muita antecedência.
FOTO: Shutterstock
O café produzido por Antonio Rigno de Oliveira na Chácara São Judas Tadeu, em Piatã, no centro sul da
Quais são os planos para reverter esse quadro?
Chapada Diamantina, foi campeão do Cup of Excellence
Quero chamar a responsabilidade, buscar alternativas para que os
– Pulped Naturals 2015, principal concurso de qualidade
nossos associados continuem na pegada de crescimento, porque as
do café-cereja despolpado do Brasil. Os vencedores
dificuldades estão só começando. O que queremos é que os donos
ganharam o direito de participar de um leilão
de agência estudem seus negócios, enxuguem seus custos. Neste
internacional de café em dezembro deste ano. Das 364
momento, eles precisam ficar na frente do balcão, o dono precisa
amostras inscritas, 22 foram selecionadas e cinco eram
acompanhar tudo, retomar o negócio, atender o cliente mesmo.
da Bahia. O café da família Rigno obteve a chancela de café presidencial por obter nota superior a 90 pontos.
Esse contato pessoal é uma saída para a crise? Eu acho que esse é o aspecto positivo de tudo isso. Porque nada substitui o grande profissional. Como o dono está próximo ao cliente, ele vai atendê-lo muito melhor. Um contato muito mais pessoal do que qualquer compra de passagens feita pela internet, por exemplo. O cliente vai se sentir muito melhor de estar sendo atendido pelo dono. Eu luto para que as agências não percam a motivação.
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FOTO: Divulgação
Turismo
blocodenotas Cultura
Escritores e editores baianos estão se mobilizando em busca do aquecimento do mercado editorial do estado. A falta de circulação dos livros produzidos na Bahia é
Centro Antigo
fiquem atentas a isso”, afirma o editor Fernando Oberla-
Ruas e avenidas do Comércio e Calçada serão requalificadas
ender, um dos líderes do movimento. Segundo Fernando,
A nova etapa do Plano de Reabilitação do Centro Antigo
uma audiência pública deverá ser realizada ainda este
de Salvador vai contemplar as principais vias do Comércio
mês na Assembleia Legislativa da Bahia (ALB), além da
e da Calçada. As obras, autorizadas no mês passado pelo
criação de um projeto de lei a fim de promover o fortale-
governo do estado, contemplam 55 ruas e avenidas, com o
cimento do mercado editorial baiano.
objetivo de melhorar a mobilidade e a acessibilidade na re-
a principal reclamação do grupo, responsável por um abaixo-assinado que propõe mais incentivos por parte do governo. “A nossa proposta é colocar em discussão o tema para que tanto a iniciativa pública quanto a privada
gião. A previsão é que as intervenções sejam concluídas em 12 meses. No total, o projeto possui investimento de R$ 124 milhões, que serão aplicados em 267 vias do Centro Antigo,
Simplifica Brasil
Campanha da Abrasel pede país mais “simplificado” Mais pessoas frequentando as ruas, bares e restaurantes. Menos burocracia e desemprego. Esse é o desejo da campanha “Simplifica Brasil”, idealizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “A campanha é um manifesto da entidade para que o cidadão possa aproveitar o espaço urbano”, afirma Luiz Henrique do Amaral, presidente -executivo da associação. Para a Abrasel, os problemas dos bares e restaurantes refletem em outros setores e precisam ser solucionados.
que corresponde a 11 bairros da capital.
% 46,99
foi quanto os brasileiros reduziram os gastos em compras no exterior em setembro deste ano, na comparação com mesmo mês do ano passado. Dados do Banco Central
FOTO: José Cruz
“Somente a adoção de uma nova política de desenvolvimento econômico específica para o Nordeste poderá resolver problemas crônicos e permitir um crescimento contínuo e sustentável da região”, João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) 20
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FOTO: Carol Garcia
Movimento propõe iniciativas para aquecer mercado editorial baiano
No futuro, o plástico fará carros ainda mais leves, mais seguros e que emitirão menos CO2 no ambiente.
A inovação traz o futuro. E o futuro passa pela química e pelo plástico. A indústria petroquímica é uma das maiores aliadas das inovações da indústria automobilística. Com o uso do plástico, carros serão cada vez mais leves, mais seguros e emitirão menos CO2 no ambiente. Para a Braskem, inovar é a melhor maneira de atuar em um mundo que precisa, cada vez mais, de boas ideias para se perpetuar. Plástico Verde, Desafio de Design Odebrecht Braskem e Braskem Labs são exemplos de produtos e projetos da Braskem que, através da química e do plástico, ajudam a melhorar a vida das pessoas. Para saber mais, acesse: www.braskem.com/inovacao
blocodenotas tecnologia
Agenda Cultural Bahia ganha aplicativo lizado para celulares e tablets por meio de um aplicativo mobile. Desenvolvido para iOS e Android, o app foi lançado no início de novembro. Pelo celular, o usuário poderá
Educação
descobrir quais são os eventos que serão realizados no
FOTO: Divulgação
A Agenda Cultural Bahia terá todo o conteúdo disponibi-
Ministro da Educação discute projeto para o Nordeste
raio de pesquisa escolhido, além de poder montar uma agenda pessoal, reservar eventos para amigos.
O ministro Aloizio Mercadante se reuniu com secretários da
Via Camaçari-Lauro de freitas
Educação dos estados do Nordeste para discutir a elaboração de um programa específico para a região. Segundo ele, 22%
Via de acesso rápido ao litoral norte ainda segue em fase de terraplanagem
das crianças no Brasil não aprendem a ler e escrever até os oito anos de idade e as regiões mais afetadas são as mais pobres. “Estamos conscientes de que o país precisa desenvolver uma educação de qualidade. A Bahia é um estado que tem muita consciência e que tem um compromisso com a educação, e o MEC será parceiro em todas as suas iniciativas”, disse o ministro durante o encontro que aconteceu no Centro
Cerca de 4,5 quilômetros da Via Metropolitana Camaçari -Lauro de Freitas seguem em fase de terraplanagem. Já os
Administrativo da Bahia (CAB), no mês passado.
outros oito quilômetros da via, que servirá como alternativa de acesso rápido ao litoral norte, ainda passam por
13º salário
levantamento técnico para execução do projeto. A nova ligação entre a rodovia CIA-Aeroporto (BA-526) e a Estrada do Coco (BA-099) terá extensão total de 11,2 quilômetros. A ordem de serviço para a execução das obras, por meio de parceria público-privada, foi assinada em janeiro. A obra é executada pela concessionária Bahia Norte, com investimento de R$ 220 milhões.
3 de cada 4 brasileiros
vão usar 13º salário para pagar dívidas, segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). A pesquisa foi realizada com 1.037 consumidores de todas as classes sociais.
Casa própria
Semana M² movimenta mercado imobiliário FOTO: Divulgação
Com oportunidades em diversos bairros de Salvador e da Região Metropolitana, a Semana M² apresentou boas condições para aqueles que buscavam a realização do sonho da casa própria. Com descontos de até 35%, isenção de impostos e imóveis com preços a partir de R$ 150 mil, o evento, organizado pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-BA), contou com a participação de 35 incorporadoras. Ao todo, o evento comercializou mais de 100 unidades e registrou 40 mil acessos no site, movimentando R$ 25 milhões. 22
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Nova imagem. Novos destinos. Novos aviões. E isso é só o começo. Cada detalhe conta. Evoluir, querer melhorar a cada dia... está em nosso DNA. É parte de nossa filosofia. A mudança na imagem é o primeiro resultado visível. Para conseguir que a experiência de voar seja diferente e única cada detalhe conta!
Para maiores informações (71) 3347-8899 | (11) 3876-5607 www.aireuropa.com
blocodenotas varejo
prêmio
Avatim é eleita “Empresa do Ano”
Qual a perspectiva de crescimento desta nova loja?
Com sede em Ilhéus e mais 55 lojas espalhadas
Nós montamos a loja, mas o futuro a Deus pertence. Não é bem uma
em 17 estados brasileiros, a Avatim, empresa
delicatessen, é mais um showroom. Nas lojas dos outros a gente não
especializada em cosméticos, foi eleita a Empresa
pode expor nossos produtos, fizemos uma para conseguir fazer isso.
do Ano na premiação Lide Empreendedor, do Grupo de Líderes Empresariais. A empresária
O Almacen pretende promover cursos, assim como a Perini?
Mônica Burgos, sócia e fundadora da Avatim, foi
Sim, a partir de janeiro. A pretensão é fazer uma escola de gastronomia
capa da Edição nº 12 da Revista [B+].
dentro da loja. Temos um andar só para isso. Teremos também um sommelier atendendo os clientes, já que o nosso forte é o vinho.
Habitação Uma pergunta que não quer calar: a famosa coxinha com catupiry ganhará uma nova versão? Não (risos). Mas queria deixar claro que a Perini ainda continua sendo a minha paixão. É a minha amante, nunca vou deixar de amá-la.
Empreendedorismo
Uefs promove semana de empreendedorismo Voltada para estudantes de ensino técnico, graduação e pós-graduação, a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) promove a Semana Global de Empreendedorismo (SGE) durante os dias 6, 7, 14, 18 e 28 de novembro. Durante a programação, os participantes serão desafiados a apresentar propostas de negócios e assistirão a palestras com líderes empresariais. 24
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Imóveis do Minha Casa, Minha Vida vão custar até R$ 180 mil no Nordeste O governo subiu os valores-limite para imóveis que podem ser contratados pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Nas regiões metropolitanas do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, o valor máximo passou a ser de R$ 180 mil. Antes, o teto para cidades com mais de um milhão de habitantes nesses locais era de R$ 170 mil. Já nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e do Distrito Federal o aumento foi maior, de R$ 190 mil para R$ 225 mil. É o primeiro reajuste desde 2012. As regras, aprovadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), valem para beneficiários das faixas mais elevadas de renda beneficiadas pelo programa e devem estar disponíveis até o final do ano. Em setembro, o governo já havia anunciado corte de despesas no programa habitacional para direcionar parte delas ao FGTS.
FOTO: Taironny Maia
Depois de cinco anos da aquisição da Perini pelo grupo chileno Cencosud, o empresário espanhol Pepe Faro inaugura nova delicatessen na capital baiana. Com investimento de R$ 3,5 milhões, o Almacen Pepe está instalado num prédio de 300 m², na Avenida Paulo VI, na Pituba. A loja é um showroom de produtos importados pela Carballo Faro, que pertence à família do espanhol. Conversamos com Pepe Faro sobre a nova empreitada.
FOTO:Bianca Martinez
Criador da Perini lança showroom de produtos importados em Salvador
Para Mônica, o prêmio representa o reconhecimento do empenho dela e do sócio César favero em criar produtos de alta qualidade
mídia+
Na carona do crescimento Verba de propaganda das empresas no interior cresce, enquanto permanece estável na capital, diz Abap Bahia por renato alban
Um computador, um profissional e nenhum
O desafio de convencer o empresariado do valor da propaganda também
cliente. Assim começou a agência de publici-
foi enfrentado pela Design Print no Recôncavo. “Quando começamos, tinha
dade Design Print, em Santo Antônio de Jesus,
campanha que era uma faixa de rua pintada à mão”, lembra Sandro Carvalho,
no Recôncavo baiano. Passados 16 anos, a em-
sócio da agência, que surfou no crescimento das empresas da cidade. “Come-
presa tem um prédio de seis andares, 28 profis-
çamos a atender a um laboratório farmacêutico daqui quando tinha cinco
sionais e 32 clientes. Essa trajetória ascendente
funcionários e, hoje, ele tem 1.200.”
se tornou comum em regiões do interior da Bahia com economias em expansão. “Houve um crescimento do volume de investimento nos principais veículos do interior
Em Feira de Santana, o convencimento dos empresários da necessidade da propaganda já não é a grande dificuldade das agências de publicidade. “A própria rádio e a televisão faziam o trabalho quando inaguramos, mas criamos uma gama de clientes e os empresários foram percebendo a importância das propa-
no primeiro semestre, enquanto nas capitais ele se manteve estável”, diz o presdiente da unidade baiana da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), Moacyr Maciel. Segundo ele, as agências do interior estão se estruturando melhor nos últimos anos e aproveitando o crescimento do municípios. No oeste do estado, a agência Carambola Comunicação tem se beneficiado da expansão do agronegócio na região. Desde que a empresa foi fundada, em 2004, em Barreiras, a população da vizinha Luís Eduardo Magalhães quadriplicou. A prefeitura do município é um dos principais clientes da agência, segundo a sócia-diretora Aline Macêdo. Com uma equipe de 12 pessoas, a CarambolaCom tem o trabalho de apresentar a publicidade e propaganda. “O cliente entende a necessidade da propaganda para a venda de produtos e não das marcas. Ainda estamos engatinhando”, afirma Macêdo. 26
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Aloysio Barros, Sandro Carvalho e Fábio Michel são sócios da Design Print, agência de Santo Antônio de Jesus
FOTO: Divulgação
empresários a função de uma agência de
gandas”, diz André Mascarenhas, dono da ArteCapital, que completa 25 anos e já foi indicada ao Profissionais do Ano, da Rede Globo. Para Mascarenhas, o maior problema do mercado publicitário no interior, incluindo Feira, é a valoração do conteúdo pelas próprias agências. “Elas têm de aprender a mostrar a importância do trabalho para o cliente. Têm de ter boas equipes, e isso é caro”, afirma o empresário, que também é vice-presidente do Sindicato das Agências de Propaganda da Bahia (Sinapro). A filiação a sindicatos e associações pode ser um caminho para as agências se estruturarem. “Queremos filiar as principais empresas do interior do estado”, diz Moacyr Maciel, FOTO: Divulgação
presidente da Abap, que não tem associadas no interior do estado, apesar de afirmar –, observar e assistir o mercado em toda a Bahia. A Sinapro, por sua vez, tem 31 associadas no interior, de 61, no total. lização gráfica e administrativo-financeiro. Outro requisito é ter um quadro de
O maior problema do mercado publicitário no interior é a valoração do conteúdo pelas próprias agências
profissionais qualificados, o que é difícil para algumas agências do interior. Em Barreiras, a sócia-diretora da Carambola Comunicação fez um garimpo em nível nacional para montar sua equipe, formada por profissionais de São Paulo, Salvador, Brasília e da própria região. “É uma colcha de retalhos”, brinca Aline Macêdo. A competição com agências sem estrutura e, portanto, com um custo de funcionamento mais baixo também é um desafio apontado pelas empresas de propaganda, que são levadas a baixar o preço dos serviços. Essa baixa de preços se torna ainda mais perigosa à sobrevivência das agências durante a crise econômica. Segundo o vice-presidente do Sinapro, a crise imobiliária foi o que mais afetou as agências, seguida da crise automobilística, especial-
A sindicalização foi um processo impor-
mente em razão da diminuição da venda de motos. Ainda assim, ele afirma que o
tante para a Lado B Propaganda, em Teixeira
investimento em propaganda em relação ao faturamento das empresas se mante-
de Freitas. Dessa forma, fechar parceria com
ve ou até subiu. O problema, claro, é que as empresas estão faturando menos.
agências da capital e captar clientes nacionais
Ainda assim, alguns polos de crescimento se mantêm no interior. No primei-
com ações em três planos: país, capitais e in-
ro semestre, a Lado B fez uma campanha de um empreendimento imobiliário
teriores. “Passamos a atender a grandes cam-
no extremo-sul que teve todos os 160 lotes vendidos em 22 dias. Enquanto isso,
panhas na ponta, com a linguagem regional.
em Barreiras, a CarambolaCom faz campanhas semanais para uma rede de
Esses projetos trouxeram para as pequenas
varejo local em pleno crescimento. E, em Santo Antônio, a Design Print segue
empresas da região a filosofia [da propagan-
atendendo às indústrias locais na cidade, que já tem terreno para ganhar o
da]”, diz Leonardo Pereira, sócio-diretor da
segundo distrito industrial.
agência, fundada há oito anos. Para estar em organizações, como a
Os bons resultados vêm de um trabalho longo, de estruturação das agências, criação de um mercado profissional no interior e captação de clientes. Na visão
Sinapro ou a Abap, no entanto, há algumas
dos próprios sócios, as agências vivem agora o teste de fogo. As empresas de
exigências, como a estruturação da agência,
propaganda que conseguirem demonstrar a importância do fortalecimento da
com todos os departamentos: atendimento,
marca a seus clientes e aquelas que propuserem saídas criativas ao empresaria-
planejamento, criação, produção, mídia, fina-
do para se destacar nesse momento sairão ainda mais fortes da crise. W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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capa
elas estão preparadas para crescer? Feira de Santana, Alagoinhas e Santo Antônio de Jesus são os municípios baianos onde o consumo vai crescer mais nos próximos dez anos; no entanto, para aproveitar o ciclo de crescimento, precisam se organizar, resolver entraves na infraestrutura e investir em planejamento por Renato Alban
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I
ndústria, mercado consumidor e posicionamento geográfico. Este é o tripé que torna os comércios dos municípios de Feira de Santana, Alagoinhas e Santo Antônio de Jesus os mais promissores da Bahia nos
próximos dez anos, de acordo com pesquisa da consultoria empresarial McKinsey. As três têm polos industriais em expansão, atraem moradores de cidades vizinhas e ficam no cinturão de crescimento da capital (como é chamada a área em torno de Salvador com distância de, no máximo, 200 km). O que hoje é potencial pode, no entanto, se provar uma armadilha. Para fugir disso, os municípios têm de resolver problemas na infraestrutura que podem impedir um ciclo virtuoso de crescimento. Os entraves têm se agravado com o aumento populacional acima da média das cidades. Enquanto o número de habitantes da Bahia aumentou em 10,1% nos últimos dez anos, em Feira, Alagoinhas e Santo Antônio, o crescimento foi de 17%, 11,7% e 18,7%, respectivamente. Somadas, as três têm 122 mil pessoas a mais que tinham em 2005. Isso sem contar os moradores das cidades vizinhas que vão apenas passar o dia nos municípios, a chamada população flutuante. Essa expansão se refletiu no comércio, que cresce em ritmo acelerado. Os comerciantes dessas cidades foram favorecidos pelo aumento da renda do baiano. Segundo o Pnad 2013, divulgado este ano, a população do estado teve um aumento real da renda de 33,9% entre 2007 e 2013. Em Santo Antônio, o crescimento fica exposto no boom do mercado imobiliário. Lá, o lançamento de novos condomínios e loteamentos continua frequente e, mesmo com a crise, tem provocado filas que duram até dois dias. Em Alagoinhas, a instalação de redes nacionais de varejo e de franquias tem provado que, além de um importante centro regional de bebidas, ela já se tornou um dos maiores polos de consumo do estado. Já em Feira, o desenvolvimento pode ser percebido no lançamento de grandes empreendimentos. “Nos últimos dez anos, nossa capacidade hoteleira quase triplicou. Além disso, estamos em implantação de quatro novos shoppings”, diz o presidente da associação comercial do município, Marcelo Alexandrino. Entidades empresariais e prefeituras das três cidades preveem que o crescimento deve continuar nos próximos anos. Foi o que apontou também a McKinsey em estudo do ano passado divulgado neste semestre. De acordo com a consultoria, o ritmo de crescimento médio do interior da Bahia deverá ser de 9% até 2024, superando o da capital, de cerca de 7%, e a média nacional, que varia de 1% a 3%. O que a consultoria ressalta, no entanto, é que essas taxas são referentes ao potencial de consumo, ou seja, não é garantido que o desenvolvimento das cidades do interior será economicamente sustentável. Melhorar a mobilidade urbana, organizar o comércio informal e renovar os planos de ordenamento são prioridades comuns às três cidades destacadas pela pesquisa para que a chance de expansão gerada pelo aumento do consumo não trave em gargalos infraestruturais. “Essas cidades ainda não têm a infraestrutura necessária”, diz Carlos Andrade, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio). “Vamos reivindicar para o governo a criação de uma estrutura para o comércio nesses interiores”.
FONTE: IBGE
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Feira de santana
Três polos industriais tornam Feira uma das cidades mais promissoras do estado
FOTOS: Divulgação
capa
Capacidade hoteleira do município quase triplicou em dez anos Cidade ainda não tem previsão para receber modal ferroviário
A cidade de um modal só
Está prevista a construção de um shopping para ambulantes em Feira
Já no mês seguinte, a implantação do
Segundo maior entroncamento rodoviário do país, terceiro maior PIB da Bahia,
sistema foi paralisada pela Justiça, que
área de três polos industriais e, ainda assim, com problemas de infraestrutura
ressaltou o impacto ambiental que o BRT vai
e logística. Feira de Santana é uma das principais cidades do interior do Brasil e
provocar, devido à retirada de árvores para
sofre para se tornar acessível por outros modais além do rodoviário.
ampliação das avenidas por onde o sistema
“Precisamos fomentar os polos de logística, reforçando a chegada à cidade, com os modais aeroviário e ferroviário, que não saem do papel”, diz Marcelo Alexandrino, presidente da Associação Comercial de Feira. O problema é que os dois modais citados por Alexandrino têm desafios a serem resolvidos. Pouco depois de completar um ano de operação, o aeroporto de Feira per-
vai passar. Depois de nove dias, no entanto, a liminar foi derrubada e as obras, retomadas. No fim do mês passado, outra liminar passou na Justiça, determinando multa de R$ 5 mil para a derrubada de cada árvore
deu os voos comerciais diários. Agora, eles só acontecem uma vez por semana
pelas obras do BRT. O secretário de Desen-
(leia mais sobre o aeroporto de Feira na página 40).
volvimento Urbano da cidade, José Pinheiro,
Quanto ao modal ferroviário, as pretensões de tornar Feira um importante
afirma que não há como prosseguir com as
entroncamento ferroviário parecem mais e mais distantes. Em 2013, em uma
obras respeitando a proibição. “Nós não va-
audiência pública, o governo federal demonstrou interesse em criar uma rede
mos parar. Teremos de derrubar as árvores.
ferroviária ligando Feira a várias cidades e estados. Desde então, as discus-
Agora mesmo em Salvador estão derru-
sões sobre a passagem de trens pela cidade perderam força.
bando um monte de árvores para passar o
Enquanto os modais aéreo e ferroviário ficam em segundo plano, o governador Rui Costa anunciou, em junho, que a cidade deve ganhar uma via
metrô”, diz Pinheiro. Além do BRT, o poder público tem focado
expressa interligando as BRs 101, 116 e 324. Para Rui, a via pode solucionar o
na pavimentação de vias e rodovias para me-
problema das cargas que ficam presas no engarrafamento da cidade. As BRs
lhorar a mobilidade urbana e a acessibilidade
passam praticamente por dentro do município.
de Feira, principais reclamações das entidades
Para melhorar o transporte em Feira, a aposta do governo e da prefeitura
empresariais da cidade. “Temos um déficit
é a implantação do Sistema BRT, sigla para “ônibus de tráfego rápido”, em
muito grande de pavimentação de estrada. Só
inglês. Será o primeiro do estado, com custo estimado em R$ 87 milhões de
no ano passado tivemos 1,4 milhão de metros
um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal. A ordem de serviço para as
quadrados de vias pavimentadas na cidade. É
obras do BRT foi assinada em junho pelo governador.
algo que não se nota porque a carência repri-
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mida que tínhamos era muito grande”, afirma
Polo de bebida, limão e hambúrguer
o secretário de Desenvolvimento Urbano.
Alagoinhas é famosa pela produção de limões, a maior da Bahia, e pela boa qua-
A melhoria da mobilidade urbana é
lidade da água, que vem do Aquífero de São Sebastião e atraiu grandes compa-
urgente para que o crescimento de Feira não
nhias produtoras de bebidas, como Brasil Kirin, Natural Gurt, Grupo Petrópolis
seja travado. Uma obra que deve melhorar
e San Miguel, a se instalarem na cidade, a 100 quilômetros da capital. Ao lado
o ordenamento da cidade é a construção de
das bebidas e dos limões, redes varejistas e grandes franquias se tornaram
um shopping popular por meio de Parceria
peças importantes da economia do município.
Público-Privada (PPP), com 1.800 blocos para
“A cidade vem se estabelecendo como polo educacional e, por isso, redes direcionadas ao consumo jovem têm chegado aqui”, diz Benedito Vieira, presi-
“Precisamos fomentar
os polos de logística,
com os modais
aeroviário e ferroviário”, Marcelo Alexandrino, presidente da Associação Comercial de Feira
dente do Sindicato do Comércio (Sincomércio). Além de unidades de franquias de marcas como Subway e Bob’s, redes de varejo de móveis e eletrodomésticos, como Insinuante, Casas Bahia e Magazine Luiza, também se instalaram na cidade. Elas miram na população do entorno do município, que soma cerca de 400 mil pessoas em 22 cidades vizinhas. O varejo de Alagoinhas deve ganhar mais força com a construção de um shopping pela iniciativa privada e a reestruturação de um centro de abastecimento pela prefeitura. O plano do Executivo municipal é montar um shopping popular em parceria com a iniciativa privada para concentrar o comércio infor-
ambulantes. “Vai beneficiar os moradores e as
mal. O projeto ainda está em fase de avaliação. O comércio informal da cidade
pessoas que circulam na cidade, porque vai
começou a ser ordenado com a implantação de um camelódromo.
diminuir o número muito grande de ambulan-
A construção do shopping popular pode desafogar vias e calçadas da
tes que temos no centro da cidade”, diz Pinhei-
cidade, ainda com muitos ambulantes, mas a mobilidade urbana continua no
ro. As obras devem começar em dezembro.
centro das reclamações do empresariado. A CDL, o Sincomércio e a associação
Outra preocupação dos empresários da ci-
comercial do município se juntaram para elaborar um projeto para destravar
dade é o crescimento populacional sem orde-
Alagoinhas. “Precisamos da abertura de novas avenidas e ruas e de alternativas
namento. Nos últimos dez anos, a população
de estacionamento”, afirma Yure Carvalho Sousa, presidente da CDL municipal. Até então, a prefeitura fez intervenções nos eixos de ligação do centro de
de Feira saltou de aproximadamente 530 mil
e Binário Central. O município também conseguiu aprovar um empréstimo de
novo PDDU da cidade.
cerca de R$ 40 milhões com o Banco de Desenvolvimento da América Latina
Grandes companhias de bebidas se instalaram na cidade por causa da boa qualidade da água
Prefeitura instalou um camelódromo para organizar o comércio informal
FOTO: Reprodução
Federal da Bahia (Ufba) está trabalhando no
FOTO: Amilton André / Ascom
Alagoinhas com a BR-101, como as avenidas Joseph Wagner, São Luiz (Mangalô)
FOTO: Amilton André / Ascom
para 620 mil. Desde agosto, a Universidade
Unidades de redes nacionais de varejo atraem moradores de cidades vizinhas
Cidade já engarrafa em horários de pico; CDL pede zonas azuis e mais vias
alagoinhas W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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capa (CAF) para a construção de cinco novas avenidas e a requalificação de mais de 150 ruas. Outra obra relevante para Alagoinhas
A titular da Secretaria de Infraestrutura pondera, no entanto, que é difícil fugir da expansão sem ordem. “O município por si só não tem recursos para investir nessas áreas [de infraestrutura]. A velocidade da deliberação dos governos do estado
é a duplicação da Avenida Paulo Afonso
e federal fica sempre deficitária. Por isso os municípios sempre se desenvolvem de
pelo governo estadual. “Também vivemos a
forma desordenada”, afirma Fontes.
expectativa da duplicação da BR-101, que já foi dada ordem de serviço”, diz a secretária de Infraestrutura de Alagoinhas, Sônia Maria
A capital do Recôncavo Faculdades, hospital, clínicas, lojas e feiras são atrativos da capital do
Fontes. Quanto à demanda da CDL sobre
Recôncavo baiano, como é conhecida a cidade Santo Antônio de Jesus. Com 47
estacionamento, Fontes afirma que a demarca-
municípios em volta, ela tem um comércio que alcança mais de 500 mil pessoas.
ção da zona azul está em análise, mas adianta
A população da cidade, de 100 mil habitantes, chega a aumentar entre 20% e
que ela só deve ser implantada quando forem
30% durante o dia por causa dos visitantes dos municípios próximos.
liberados os recursos do CAF.
Ela ainda é um importante entroncamento rodoviário, com a convergência da BR-101, que é a ligação com Salvador; da BA-026, conexão com o oeste do municí-
“a cidade vem se
estabelecendo como um polo educacional”, Benedito Vieira, presidente do Sincomércio de Alagoinhas
pio; e da BA-046, que liga com a Ilha de Itaparica. Essa última deve ganhar ainda mais importância com a construção da ponte Salvador-Itaparica. Com ela, Santo Antônio poderá se tornar uma importante rota de passagem das cargas movimentadas pelo Porto de Salvador (leia mais sobre a ponte na página 44). E o município é muito mais que uma parada rodoviária. Quem foi à cidade há alguns meses pode ter se deparado, inclusive, com pessoas dormindo em filas para comprar lotes de empreendimentos imobiliários. A maior procura
Além da construção de vias e da criação da
por moradias na cidade se deu, no entanto, nos últimos anos, quando operá-
zona azul, o empresariado também demanda
rios da Enseada Indústria Naval se mudaram para o município com as famí-
a renovação do PDDU. Com a verticalização
lias. O movimento diminuiu com a paralisação das obras do empreendimento
da cidade e a chegada de novos moradores em
(mais sobre a Enseada Naval na página 58).
busca de emprego ou para cursar faculdades
A interrupção das obras afetou em cheio o município, segundo o vice-presi-
instaladas em Alagoinhas, a cidade corre o ris-
dente do sindicato do comércio varejista da cidade (Sinconsaj), Herivaldo Nery.
co de entrar em um processo de crescimento
Dono de uma loja de material de construção e produtos agropecuários no muni-
desordenado. O novo PDDU está em avaliação
cípio desde 1976, ele acompanhou o crescimento de Santo Antônio. “Era pequena
na Câmara de Vereadores.
demais. Quando cheguei, tinha apenas três lojas do ramo em que trabalho. Hoje,
Muitas pessoas vão a Santo Antônio diariamente à procura do Hospital Regional e das clínicas médicas
Prefeitura criou regras para organizar venda de alimentos nas ruas, mas empresários pedem maior ordenamento de comércio informal
SANTO ANTÔNIO 32
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tem 30. Comecei a trabalhar com três pessoas e
Antônio, Genival Deolindo. O plano atual tem 12 anos. “Está ultrapassado.
agora tenho 45 funcionários”.
Teremos problemas de trânsito, prejuízos ao meio ambiente e até empresas e
A cidade tem atraído novos moradores em
fábricas instaladas em locais indevidos”, diz Deolindo.
função da força da indústria local, que já con-
A entidade que ele representa acionou o Ministério Público (MP) para interce-
ta com fábricas de empresas como Reconflex
der junto à prefeitura da cidade para acelerar a revisão. O secretário de Infraestru-
e Bahia Vidros. Ainda este ano, a fabricante de
tura de Santo Antônio, Domingos Matos, reconhece que o crescimento da cidade foi desordenado e que o atual plano está defasado. “Vai ser aberto um processo de
“esse crescimento
imobiliário
revisão com participação popular”, afirma o secretário. Enquanto o plano não é revisado, a cidade começa a passar por uma verticalização, mesmo com um código de obras defasado. Ainda assim, Deolindo acredita
sem uma revisão do plano diretor
que Santo Antônio está no período de equilíbrio, em que os problemas de
Genival Deolindo, presidente da Associação Comercial de Santo Antônio
informal, que toma conta de calçadas e praças da cidade. “A gente vem cobran-
infraestrutura ainda não travam o desenvolvimento do comércio, chamado pelos lojistas de “comércio mais barato da Bahia”.
pode gerar um problema”,
Apesar da propaganda, o preço baixo está também relacionado ao comércio do da prefeitura o ordenamento desse comércio de rua e ela vem atendendo”, diz o presidente da associação comercial. Segundo o titular da pasta de Infra-
calçados Ramarim prevê completar a cons-
estrutura, a organização do comércio informal é uma das prioridades da atual
trução de uma fábrica na cidade, gerando 700
gestão, que já criou regras para a venda de alimentos nas ruas. Outra reclamação constante dos empresários que a prefeitura tem tenta-
novos empregos. Outra companhia, a Natulab, laboratório farmacêutico fundado em Santo
do solucionar é a condição das vias da cidade. As duas principais ações em
Antônio, vai gerar até mil empregos diretos
andamento na área de mobilidade urbana são a pavimentação da Avenida 29
e 2.400 indiretos até 2017 na inauguração de
de Maio, que está ligada a várias vias da cidade, e a requalificação da praça
duas novas linhas de produção.
central, a Padre Matheus. Essa última, no entanto, já era para estar pronta
A procura pelas vagas geradas pelas indús-
desde dezembro, mas sofreu atraso devido à queda na arrecadação munici-
trias deve movimentar ainda mais o merca-
pal, causada pela crise econômica. A nova previsão é que seja finalizada no
do de imóveis da cidade. “Esse crescimento
início do próximo ano. Já a Praça São Benedito teve as obras paralisadas depois de a empresa
imobiliário sem uma revisão do plano diretor pode provocar um problema futuro”, alerta o
responsável abandonar a construção. Segundo a Secretaria de Infraestrutura,
presidente da Associação Comercial de Santo
ela deverá ser licitada novamente em breve. [B+]
O município passa por processo de verticalização, mas, sem revisão PDDU, crescimento pode ser desordenado
NIO de jesus
FOTOS: Divulgação
Cidade vive um boom imobiliário, com filas que duram até dois dias para a compra de terrenos em novos loteamentos
Município tem um distrito industrial e já tem terreno para a construção do segundo
Praça principal está em reforma, mas atraso na entrega das obras já chega a quase um ano
W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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FOTO: Roberto Abreu
comércio
Nem com a ajuda de papai noel Lojistas de shopping preveem que as vendas de fim de ano diminuam 5% em comparação a 2014 por Tede Sampaio
A crise econômica que afetou diretamente o bolso dos consumidores baianos
estratégias para driblar a crise financeira
também tem tirado o sono dos varejistas. Com a proximidade do fim do ano,
e compensar a ida a esses centros comer-
a expectativa é que o comércio em Salvador apresente uma redução que gira
ciais. No Salvador Shopping, o restaurante
em torno de 5% no número de vendas, em comparação com o mesmo período
Mariposa decidiu diminuir R$ 6, referentes
de 2014, como afirma o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do
ao valor cobrado pelas primeiras horas de
Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta. A previsão é baseada no desempe-
estacionamento, das contas das pessoas que
nho do varejo em outras datas comemorativas ao longo do ano, como Dia das
consumirem acima de R$ 45. A ideia, diz o
Mães, Dia dos Namorados, São João e, mais recentemente, Dia das Crianças.
diretor de marketing do restaurante, Thiago
Ainda de acordo com Motta, no acumulado do ano, a redução chega a 12%, o
Matos, é manter o movimento. “Esse tipo de
que torna negativa qualquer projeção para dezembro.
promoção é pensada para facilitar a vida dos
A situação pode ser ainda pior para os comerciantes dos shopping centers da capital baiana, já que este será o primeiro Natal depois do início da cobrança pelo
clientes diante do cenário econômico atual”. Promoções parecidas foram criadas em
uso dos estacionamentos nestes estabelecimentos. De acordo com o gerente da loja
outras lojas do shopping, como a Limits e a
Elementais do Shopping Bela Vista, Diego Stos, desde junho, quando foi implantada
Rock & Ribs. Segundo o coordenador regio-
a tarifa, houve uma redução de 45% no número de vendas. “No momento, a asso-
nal da Associação Brasileira dos Shopping
ciação dos lojistas está agindo para que o shopping realize ações de marketing mais
Centers (Abrasce) na Bahia, Edson Piaggio,
agressivas. A intenção é atrair novamente as pessoas para os shoppings”, diz Stos.
não existe nenhum impedimento para que as lojas façam esse tipo de promoção. “É algo
Soluções criativas
normal e não acontece apenas em Salvador.
Na tentativa de chamar a atenção dos consumidores que estão mais
A maior parte dos [lojistas dos] shoppings
cuidadosos quando o assunto é gastar dinheiro, alguns lojistas criaram
nos outros estados também realiza ações
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ralela, a própria gestão do estabelecimento decidiu isentar clientes da taxa de estacionamento no horário do almoço, entre 12h e 14h, para quem gastar mais que R$ 15. Já no Bela Vista, foi criado um cartão pré-pago para quem quiser deixar o carro no local. Os créditos são de R$ 40, R$ 80 e R$ 120 e custam R$ 36, R$ 68 e R$ 84, respectivamente. O presidente da Associação dos Lojistas
Natal magro em contratações A crise também não é boa para os trabalhadores temporários que esperam encontrar nas festas de fim de ano uma oportunidade de emprego. De acordo com o presidente do Sindilojas, a maior parte dos lojistas está mais preocupada em manter o quadro de funcionários do que em novas contratações, já que apenas em 2015 o comércio na Bahia já fechou cerca de 18 mil postos de trabalho. “Se as vendas estão em baixa, não há motivos para as empresas onerarem ainda mais a sua folha de pagamento”. O presidente da ALSS não é tão pessimista. Segundo ele, o número de trabalhadores contratados pode crescer em até 10% em relação ao quadro atual. “Ainda assim, não é bom, já que ano passado aumentamos o nosso quadro em 30%”, conta.
do Salvador Shopping (ALSS), Humberto Paiva, admite que ações como as do Mariposa, Paralela e Bela Vista são comuns, mas afirma que não é a cobrança pelo uso dos estacionamentos que está fazendo as vendas despencarem. “É uma crise generalizada. A cobrança é apenas mais um fator”, opina. Segundo o presidente, os lojistas do Salvador Shopping devem se preparar para uma queda em torno dos 7% em relação às vendas de fim de ano de 2014.
Grandes marcas fecham lojas na capital Redes como Toulon, Sandpiper e King Market não estarão mais presentes nos corredores dos shopping centers baianos. A informação foi confirmada pelo presidente da ALSS, Humberto Paiva, que chama a atenção desse não ser um fato isolado no estado. “Essas lojas estão sendo fechadas em todo o Brasil. No caso da King Market, que é uma marca de Salvador, o problema foi com a alta do dólar, já que a grande maioria de seus produtos é importada”. Para reverter esse cenário os shoppings da capital apostam nas vendas do fim de ano. No Shopping Barra, o investimento na campanha de Natal foi de R$ 3,45 milhões. A expectativa da administração do Barra é que as vendas nesse período cresçam 8% em comparação ao ano passado.
FOTO: Freepik
como essa”, conta Piaggio. No Shopping Pa-
FOTO: Gustavo Rozario
ppp
Hospital do Subúrbio terá novo contrato para aumentar atendimento Unidade tornou-se referência de Parceria Público-Privada (PPP), modalidade de concessão que é aposta do governo para alavancar saúde pública do estado por Lorena Dias
O Hospital do Subúrbio conquistou no mês passado o quinto prêmio da
da transferência da gestão para a iniciativa
instituição, primeira Parceria Público-Privada (PPP) do Brasil na área da saúde,
privada. “O Estado brasileiro precisa aprender
em cinco anos de operação. Dessa vez, foi premiado pelo Instituto Qualisa de
a se afastar da operação. Contar com a eficiên-
Gestão (IQG). Por causa do bom serviço que tem ofertado, a demanda pela uni-
cia, agilidade e eficácia da iniciativa privada é
dade é alta e supera a capacidade de atendimento. Para regularizar a situação, o
muito mais proveitoso”, defende.
hospital deve ter o contrato com o governo revisado ainda este ano.
Segundo o coordenador de PPP da Secre-
A instituição de urgência e emergência passou por uma ampliação de 25% de
taria da Fazenda da Bahia, Rogério Princhak,
leitos da unidade em 2012, para tentar se adequar à demanda. Atualmente, ele pos-
o governo enxerga a modalidade como uma
sui mais de 300 leitos e tem atendido até 200 pacientes por dia. No início da opera-
das opções para os hospitais públicos se
ção, ele chegou a exceder a capacidade de atendimentos diária. Hoje, ele continua
aproximarem do atendimento praticado
atendendo mais pessoas do que está previsto em contrato com o governo.
pelos principais hospitais privados. Ele faz,
Os pacientes excedentes são transferidos para outros hospitais, mas,
no entanto, uma ressalva: “Para que uma PPP
segundo a diretora-geral da unidade, Lícia Cavalcanti, há uma dificuldade em
dê certo é preciso um bom projeto, um bom
fazer essa regulação, pela deficiência do setor. Para ela, o modelo de PPP é uma
contrato e acompanhamento”.
boa opção para melhorar a gestão dos hospitais do estado. “O usuário do SUS
De acordo com o especialista em PPP,
não está preocupado em quem está na gestão. Ele está preocupado em ser bem
Tomas Anker, a Bahia é o estado que mais
assistido e em ter agilidade na sua assistência”, afirma a diretora.
tem parcerias com a instituição privada
Recentemente, secretarias de Saúde do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe
assinadas no Brasil. “Este é um lugar inova-
e Ceará visitaram a unidade de saúde, que já se tornou referência na área. Para
dor, que tem enxergado mais a prioridade em
Jorge Oliveira, presidente da Prodal Saúde S.A., o sucesso da instituição vem
infraestrutura social”, comenta.
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O que as PPPs do Hospital do Subúrbio e do Instituto Couto Maia têm em comum? FOTO: Camila Sousa
O Couto Maia é uma PPP diferente. Ao contrário do Hospital do Subúrbio, o privado vai ficar responsável pela construção e manutenção da unidade hospitalar e o serviço médico vai ser prestado pelo estado. Por que a gestão será do estado se a iniciativa privada tem se mostrado bastante eficiente em outros hospitais? Nós gostaríamos de testar um novo tipo de gestão. Pode ser que a gente
“Serviço médico do Couto Maia não será prestado pela iniciativa privada” Rogério Princhak, coordenador de PPP da Secretaria da Fazenda do estado e coordenador da Rede Intergovernamental para o Desenvolvimento das PPPs.
chegue à conclusão que, no caso do Brasil, o melhor é ter a gestão privada do hospital, ou que os dois modelos funcionam, a partir desse momento você dá ao gestor público as opções de tentar um ou outro modelo a depender das características específicas do projeto. Há uma garantia de que a gestão do estado é tão eficiente quanto a da iniciativa privada? Não há essa garantia. Mas há um contrato com uma série de indicadores que precisa ser cumprido pelo privado. Se a gestão e a mensuração dos indicadores são mal feitas, o projeto não vai ter um resultado que se espera. Para que um projeto de PPP dê certo é preciso um bom projeto, um bom contrato e acompanhamento.
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[especial] economia
Armando avena Escritor, economista, professor da Ufba e diretor do portal Bahia Econômica
Infraestrutura: é preciso chamar o setor privado O Brasil precisa aumentar sua taxa de investi-
O governo somente voltará a investir nos montantes necessários quando
mento em relação ao PIB, esta é a única saída
acabar com o excesso de gastos correntes, quando fizer reformas estruturais
no quadro atual da economia brasileira para
que abram espaços para os investimentos no orçamento público, quando
viabilizar algum nível de crescimento econômi-
ampliar a Desvinculação dos Recursos Orçamentários (DRU) para, assim,
co e, ao mesmo tempo, aumentar a produtivida-
flexibilizar o gasto público. Enquanto isso não ocorre, o estado precisa pas-
de do produto nacional.
sar para a iniciativa privada o máximo que puder das atividades da área de
A taxa de investimento em relação ao PIB está
infraestrutura, mas vale lembrar, como bem estabeleceu o economista Raul
em patamar abaixo dos 18%, quando a média bra-
Velloso em recente palestra no II Fórum Bahia Econômica, não se pode espe-
sileira é superior a 22%; e em países como a China,
rar que as concessionárias privadas aceitem taxas de retorno incompatíveis
o índice supera os 40%. Mas como ampliar o
com suas necessidades de receitas e de lucro. Na verdade, não se pode tratar
investimento se o país está imerso no ajuste fiscal,
as concessionárias privadas como se fossem meros braços da máquina esta-
o governo federal vive uma crise sem precedentes
tal, a serviço de um modelo populista em que os governantes procuram ficar
nas finanças públicas, com gastos muitos superio-
bem com a população cobrando preços inviáveis pelos serviços públicos.
res à capacidade de arrecadação e buscando por
Velloso é bem claro quando diz: “Nesses termos, concessões são aprovadas,
todos os meios aumentar os impostos para evitar
mas acabam não emplacando ou ficam meia-boca”.
um déficit nominal cada vez maior? A resposta está, como sempre, no setor priva-
A verdade é que a única saída para o Brasil está na ampliação do investimento privado, especialmente na área de infraestrutura, pois isso aumenta
do. Os investimentos têm de ser feitos através de
a capacidade de produção de serviços fundamentais, aumenta também a
concessões e privatizações e o governo precisa
produtividade da economia, gera mais empregos por real investido e amplia
estabelecer um marco regulatório que estimule e
as oportunidades de negócios. O melhor é que o setor privado está interes-
propicie a ampliação do investimento privado em
sado em investir em infraestrutura, mas é preciso que o governo estabeleça
áreas tradicionalmente ocupadas pelo estado.
regras claras e competitivas para que isso aconteça.
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FOTO: Shutterstock
[especial] aeroportos
Agora decola? Investimentos em aeroportos visam melhorar o desenvolvimento do estado, que sofre com equipamentos defasados
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nas vão receber cerca de R$ 800 milhões de investimentos em aeroportos. O objetivo é adequar a infraestrutura dos terminais aeroviários desses municípios para que eles possam absorver voos. O aeroporto de Barreiras, que apresentou um aumento de 85% na movimentação de passageiros nos últimos quatro anos, deverá ser ampliado, assim como os terminais de Lençóis e Guanambi. No terminal do oeste baiano, devem ser investidos aproximadamente R$ 60 milhões para a construção de um novo terminal de passageiros, ampliação da pista de pouso e decolagem, entre outras intervenções.
por Lorena dias 40
Nos próximos cinco anos, 20 cidades baia-
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Dos recursos que serão utilizados pelo governo baiano, R$ 720 milhões
O projeto de melhoria dos aeródromos
fazem parte do Programa Federal de Aviação Regional, que vai investir cerca de
baianos envolve a reforma de terminais de
R$ 7,3 bilhões na construção ou reforma de 270 aeroportos em todo o território
passageiros, construção de vias de acesso,
nacional. Os outros R$ 80 milhões restantes são oriundos do Profaa (Programa
ampliação de pista de pouso e decolagem,
Federal de Auxílio a Aeroportos) e já estão sendo investidos na construção de
entre outras intervenções. Segundo a Secretaria da Aviação Civil, oito
um novo aeroporto para a cidade de Vitória da Conquista.
aeroportos baianos estão na fase de anteAeroporto novo
projeto, que antecede o processo de licitação
O atual terminal da cidade, o Aeroporto Pedro Otacílio Figueiredo, que opera
e início das obras. Já os outros 12 terminais
com aeronaves de até 80 passageiros, será desativado. “O sítio atual não per-
ainda estão em fase de estudos preliminares
mitia a ampliação e lá o estado está concluindo no próximo ano a construção
(EP), quando são detalhadas as necessidades
de um novo aeroporto, com capacidade para aeronaves de até 180 passageiros,
de cada equipamento e definidos os valores
que terá condição de suportar a demanda de tráfego naquela região”, explica
de investimento e de viabilidade técnica
Marcus Cavalcanti, titular da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra).
(EVT). Os prazos para a conclusão dos proje-
O novo terminal fica no povoado de São José, localizado a cerca de 15 quilôme-
tos não foram divulgados.
tros do perímetro urbano. Segundo o secretário, no início da década de 60, o Brasil chegou a ter mais de 200 cidades servidas por voos comerciais. Mas esse número sofreu uma queda,
Para atrair voos Para incentivar a ampliação de destinos
pois as aeronaves tornaram-se maiores. “A necessidade de investir é para que a
comerciais na Bahia, o governo reduziu a
gente amplie a capacidade dos nossos aeroportos de receber os voos na aviação
alíquota do Imposto sobre Circulação de
regional”, afirma. Atualmente, a Seinfra administra 80 aeroportos regionais.
Mercadorias e Serviços (ICMS) do combus-
Além de Barreiras e Vitória da Conquista, as cidades de Porto Seguro, Teixeira
tível de aeronaves (querosene), a partir do
de Freitas, Feira de Santana, Lençóis e Valença, que já recebem voos comerciais,
número de municípios que uma companhia
estão entre as 20 contempladas com os recursos. Os terminais de Ilhéus e Paulo
aérea atenda no estado.
Afonso, que são administrados pela Infraero, também devem receber investi-
Mas o incentivo não foi suficiente para
mentos, além dos municípios de Bom Jesus da Lapa, Cipó, Guanambi, Ibotirama,
que a Azul Linhas Aéreas desistisse de redu-
Irecê, Itaberaba, Jacobina, Jequié, Maraú, Santa Maria da Vitória, Sento Sé e
zir o número de voos diários no aeroporto de
Santo Antônio de Jesus, que ainda não possuem voos comerciais.
Feira de Santana, que completou um ano
Acompanhe o andamento do Aeroporto de
Vitória da Conquista 2012
2013
Governo do estado assina convênio para construção do novo aeroporto de Vitória da Conquista Lançado o edital de licitação do novo aeroporto. Implantação do novo equipamento é tema de audiências públicas
2014
2015
Consórcio Top/Paviservice vence a licitação para a construção. Começam as obras do novo aeroporto de Conquista
2016 Segunda etapa, que compreende a construção do Terminal de Passageiros, deve começar nos primeiros meses de 2016
Mais de 80% das obras são concluídas. Orçamento total da obra é de R$ 60,3 milhões
W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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[especial] aeroportos de operação comercial em setembro. A partir de agora, os passageiros feirenses contam apenas com um voo semanal aos domingos. “A Azul, por questão comercial, está na viabilidade de colocar voos à noite. E nós estamos aguardando a resolução das questões burocráticas, para que o tráfego aéreo noturno seja aprovado pelo comando da Aeronáutica e a empresa tenha a condição de retornar com uma operação noturna”, comenta o secretário Marcus Cavalcanti. Segundo ele, com o pernoite da aeronave em Feira de Santana, a Azul
As 20 cidades que receberão investimentos em aeródromos 1.
Barreiras
2.
Bom Jesus da Lapa
3.
Cipó
e Comunicações da Bahia (Agerba) que são operados pela iniciativa privada. Além
4.
Feira de Santana
desses aeroportos, outros dois que ainda não recebem voos comerciais nem fazem
5.
Guanambi
6.
Ibotirama
7.
Ilhéus
8.
Irecê
9.
Itaberaba
10.
Jacobina
11.
Jequié
12
Lençóis
Os investimentos necessários para modernização e ampliação do Aeroporto In-
13.
Maraú
ternacional Deputado Luís Eduardo Magallhães, em Salvador, estão estimados em
14
Paulo Afonso
15.
Porto Seguro
16.
Santa Maria da Vitória
17.
Santo Antônio de Jesus
18.
Sento Sé
19.
Teixeira de Freitas
20.
Vitória da Conquista
poderá retomar os voos diários, além de contribuir para a geração de emprego por causa da necessidade de manutenção da aeronave. O aeroporto de Feira de Santana está entre os sete terminais de responsabilidade da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes
parte dos investimentos do Programa Federal de Aviação Regional devem ser concedidos: o de Caravelas e o de Comandatuba. Na capital Já o aeroporto de Salvador, que está previsto para ser entregue no segundo semestre de 2016, é disputado por dois grupos empresariais interessados na concessão, de acordo com o portal Bahia Econômica: a CCR, empresa responsável pela construção do metrô de Salvador, que demonstrou interesse explícito na concessão, e a Odebrecht Transport, administradora do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Em resposta à [B+], a Odebrecht Transport não confirmou a informação, mas disse estar atenta aos editais e às condições de novas concessões de aeroportos.
R$ 1 bilhão, incluindo a construção de uma segunda pista, nas mesmas dimensões da atual pista principal, de três mil metros. [B+]
FOTOS: Elói Corrêa / GOVBA
Obras de ampliação da pista do aeroporto de Feira de Santana em fase de terraplanagem, à esquerda, e em estágio mais avançado, à direita
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[especial] portos
FOTO: Manu Dias
Porto de Aratu perde competitividade por dificuldades no acesso
Os gargalos dos portos Governo, gestores e usuários dos portos apontam diferentes prioridades da estrutura portuária baiana por Renato Alban*
Um porto no papel, um quase inacessível, um com tamanho inadequado e muitas cargas perdidas para terminais de outros estados. Colocados os problemas, governo, gestores e usuários dos portos procuram soluções, mas discordam sobre a prioridade da estrutura portuária do estado. Para o governo estadual, é o Porto Sul. Os usuários, por outro lado, pedem a melhoria da acessibilidade ao Porto de Aratu e o aumento do tamanho do berço do Porto de Salvador. Para a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), viabilizar o Porto Sul, em Ilhéus, é um dos quatro gargalos a serem resolvidos em curto prazo da logística de transporte no estado. Os outros são a liberação da concessão do aeroporto de Salvador, a continuidade das obras do Departamento
* Colaboraram Pedro Hijo e Tede Sampaio
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Nacional de Infraestrutura de Transportes
ra, o titular da Seinfra, Marcus Cavalcanti, afirma que o empreendimento será
(Dnit) e a conclusão das obras da Ferrovia de
construído com ou sem a subsidiária da ENRC.
Integração Oeste-Leste (FIol). A FIol é peça-chave para tirar do papel
Mudança nos trilhos
o Porto Sul, que deve começar a operar em
Com a incerteza da participação da Bamin, a atenção volta-se para o trans-
2019. Sem a ferrovia, o empreendimento
porte de grãos, mas, segundo o presidente da Associação de Usuários dos
ficaria inacessível. O governo estadual tam-
Portos da Bahia (Usuport), Paulo Vila, o volume produzido no oeste baiano
bém aposta na Fiol para revitalizar o Porto
não justifica a construção de uma ferrovia e de um porto.
do Malhado, em Ilhéus, onde serão investi-
Para solucionar esse problema, o projeto da Fiol foi refeito para atrair as
dos R$ 150 milhões para torná-lo viável para
cargas do Centro-Oeste, com a extensão da ferrovia até Campinorte (MT) para
escoar a produção da Fiol enquanto o Porto
alcançar a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). Antes, ela seguia até
Sul não sai do papel.
Figueirópolis (GO) e resolveria apenas o transporte de cargas entre Ilhéus e
O problema é que as obras da ferrovia estão em ritmo lento (leia mais sobre o tema
Caetité, onde a ENRC extrai minério de ferro. O presidente da Usuport estima que, atraindo os empresários do Centro
na página 44) e a sócia do governo no projeto
-Oeste, o volume de grãos exportados pelo porto pode chegar a 20 milhões,
do Porto Sul, a Bahia Mineração (Bamin), está
cerca de quatro vezes mais que o volume do oeste baiano exclusivamente.
com dificuldades financeiras.
“Mas grandes volumes não vão passar por Ilhéus, por isso a Fiol foi um fiasco.
A saída da Bamin da sociedade mudaria
O Porto Sul não foi abandonado, mas é difícil sair”, opina Vila. Na visão dele, a
os planos do governo. A empresa é uma
construção de um terminal unicamente para a exportação do minério de ferro
subsidiária brasileira da Eurasian Natural
seria a melhor opção.
Resources Corporation (ENRC), que inicial-
O vice-presidente do grupo de logística TPC, Sérgio Faria, também consi-
mente iria gerir um terminal de uso privati-
dera o porto inviável, caso o governo insista em construí-lo sem dinheiro do
vo (TUP) no Porto Sul. O empreendimento
governo. “Como um berço multipropósito (para minério e para grãos), jamais
também contaria com um terminal público
ele será realizado com dinheiro exclusivo da iniciativa privada”.
para escoar a produção de grãos do Oeste baiano. O custo dos dois terminais chegaria a R$ 5,6 bilhões.
Porto de Salvador não é mais o pior do país, mas continua a perder cargas para terminais de Santos e Rio de Janeiro
“O Porto Sul não foi abandonado, mas é difícil sair”, Paulo Vila, presidente da Usuport
Com a mudança no novo decreto de portos do governo federal, em junho, passou a ser permitido o uso do mesmo terminal para o transporte de grãos e minérios. Com isso, o projeto manteve apenas um TUP, que poderá ser usado por outros parceiros privados e está orçado em R$ 2,2 bilhões. Com a dependência dos recursos privados, a Bamin é FOTO: Secopa
fundamental, mas, até o fechamento desta edição da [B+], a empresa não confirmou se permanecerá no projeto. De qualquer maneiW W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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[especial] portos O porto quase inacessível
Ainda assim, o berço do porto da capital
De acordo com o vice-presidente do TPC, o grande gargalo da infraestrutura
precisa ser ampliado para atender aos gran-
portuária da Bahia não é, o Porto Sul, mas a dificuldade dos acessos aos portos
des navios. Antes, é preciso haver a extensão
já existentes, com a falta de ferrovias e de rodovias duplicadas, além da preca-
do quebra-mar, obra que está orçada em R$ 90
riedade de algumas pistas. Os usuários do Porto de Aratu – principal saída do
milhões e deve ser licitada em breve, segundo
que é produzido nos complexos industriais da região – são os que mais sofrem
o governo. Além disso, o presidente da Usu-
com os problemas de infraestrutura.
port defende a construção de um segundo
“Trabalhamos em um mercado de baixa diferenciação, por isso é indis-
terminal de contêineres, mas esse projeto
pensável desenvolver os modais para sermos mais competitivos”, afirma
não está na lista de prioridades do governo,
Ana Carolina Cerqueyra, diretora industrial da unidade de petroquímicos
segundo o secretário Marcus Cavalcanti.
básicos da Braskem. Segundo ela, além da integração entre o polo industrial
O diretor-executivo da Tecon, gestora do
e a região de Candeias, é necessário se pensar em modais que conectem o
único terminal de contêineres de Salvador,
Porto de Aratu ao Sudeste.
Demir Lourenço, é contra a construção de
A Braskem é responsável por investimentos em parceria com o governo do
um segundo terminal. “Teríamos dois ter-
estado que serão realizados na região de Aratu, começando com a ampliação na
minais pequenos e apenas um berço. O que
área de armazenagem e a construção de um novo terminal, que deve começar a
precisamos hoje é de um terminal grande”.
operar em 2017. O valor a ser investido está estimado em R$ 400 milhões. Os investimentos podem ajudar a melhorar a infraestrutura do porto,
O presidente da Usuport afirma, no entanto, que a Tecon se posiciona assim apenas para
mas, sem o investimento no modal ferroviário, o Porto de Aratu ficará
manter o controle sobre a movimentação de
subutilizado, segundo o presidente da Companhia das Docas do Estado da
contêineres e cobrar preços altos. “A Bahia não
Bahia (Codeba), José Rebouças. “Nós transportamos o volume da forma mais
existe como concorrente (no setor portuário) e
inadequada possível, que é sobre rodas. E sobre rodas um porto não funcio-
deveria ser o grande concorrente, porque tem
na. Aratu vive em penúria”.
divisa com oito estados”, diz Vila. Lourenço rebate afirmando que o Porto de
O ex-pior porto do país
Salvador pratica, sim, preços competitivos. Ele
Também na baía, o Porto de Salvador, voltado para o transporte de cargas por
cita as ações do Porto de Suape, em Pernam-
contêineres, contou com obras nos últimos anos que o tiraram a alcunha de pior
buco, que está correndo atrás para recuperar
porto do Brasil, do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Foi aumentada a
as exportações de frutas do estado vizinho,
profundidade do porto, construída a Via Expressa e dragado o canal de acesso, o
que têm vindo para a capital baiana. De fato, a
que melhorou a acessibilidade marítima do porto.
taxa de manuseio da carga no terminal portu-
Acompanhe o andamento do porto sul 2011/12
2012
Realização de audiências públicas do projeto Porto Sul
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Obtenção da licença prévia (LP) do Porto Sul, que atesta a viabilidade ambiental do empreendimento no litoral norte de Ilhéus
novembro DE 2 0 1 5
2014 Liberação da licença de instalação (LI), que autoriza a instalação do projeto a partir dos programas ambientais a serem executados e o início de obras
2015 Obtenção do decreto de utilidade pública Federal, necessário para a construção do Porto Sul
Movimentação de cargas nos portos públicos da Bahia
muitos empresários baianos. “Ainda é mais vantajoso embarcarmos a carga lá, porque grande parte da nossa produção é exporta-
(acumulado do ano e variações em toneladas)
da para a Ásia”, diz o diretor-executivo da
Janeiro a Setembro [2014]
Janeiro a Setembro [2015]
Variação
Porto de Salvador
2.755.874
2.665.212
-3%
navios saem do Porto de Salvador para o con-
Porto de Aratu
5.019.572
4.611.659
-8%
tinente asiático. Às vezes a carga fica parada
Porto de Malhado
422.255
335.724
-20%
Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Lidevan Moraes. “Não é todo dia que
por dois ou três dias”. No próximo ano, no entanto, o que era uma desvantagem deve se tornar um trunfo.
ário (THC) do Tecon Salvador é mais baixa que a de Suape. Cobra-se R$ 720 por
Com a expansão do canal do Panamá, os
transporte de contêiner seco na Bahia contra R$ 905 em Pernambuco.
grandes navios com origem e destino na
O que o diretor do Tecon Salvador deixa de lado é que o Porto de Suape não
Ásia poderão chegar pelo norte do Brasil, e
é o maior competidor dos portos baianos, segundo a Usuport. Quem tem levado
não pelo sul, como atualmente. Dessa forma,
a maioria das cargas que poderíam ser transportadas por aqui são os portos do
Salvador fica em uma posição estratégica,
Sudeste. No Rio de Janeiro, a taxa de manuseio por contêiner seco é de R$ 470 e,
mas só se preparar-se para isso. Sem as obras
em Santos, de R$ 760.
de expansão do quebra-mar e extensão do
Mesmo que a taxa de Santos seja um pouco maior que a de Salvador, a posição dele – aliada às melhores estrutura e acessibilidade – é um atrativo para
berço, os navios continuarão passando direto pela orla baiana. [B+]
[especial] logística
Economia fora dos trilhos Falta de infraestrutura adequada para escoamento da produção baiana prejudica empresários e retarda o crescimento da economia no estado FOTO: Raimundo Mascarenhas
por Tede Sampaio
Clima, oscilações no mercado e a lei da oferta e procura são alguns dos fatores que influenciam diretamente o preço dos produtos e não podem ser resolvidos com políticas agrícolas ou investimentos por parte dos produtores. A situação muda, porém, quando se fala em infraestrutura logística e de transportes. Os problemas enfrentados na hora de escoar a safra aumentam os custos da produção e impedem o agronegócio baiano de se tornar mais competitivo, como afirma o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato. Segundo ele, em países como Estados Unidos e Argentina, enquanto uma tonelada de algodão custa
FOTO: Dorival de Oliveira
em média US$ 25 para ser embarcada em um navio, a produção baiana chega a pagar US$ 95. “O algodão sai do oeste do estado e só é embarcado em Santos, já que o Porto de Salvador não é uma alternativa viável para o setor. São quase dois mil quilômetros em um modal que, depois do avião, é o mais caro”. O transporte a que Busato se refere é o rodoviário, que, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), é responsável por 58% da movimentação de cargas no Brasil, quando o ideal seria 30%. O aumento dos custos se dá, em sua maior parte, pela situação precária das viárias para transportar a produção, que no último semestre registrou crescimento de 17,3% na produção de grãos, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com destaque para a região oeste, que, sozinha, injetou R$ 12 bilhões no PIB baiano em 2014. 48
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Indignados com os transtornos causados pelos buracos espalhados na BA-225, produtores rurais fizeram manifestação no fim de outubro
FOTO: Dorival de Oliveira
rodovias que cortam a Bahia e pela falta de alternativas ferro-
Essa realidade é vivida de perto pelo
escoamento da safra, de acordo com o secretário, que aposta no funcionamento
empresário Luiz Pradella, produtor de milho
da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) como uma resolução definitiva
e soja em Formosa do Rio Preto, no extremo
para os problemas enfrentados pelos produtores do oeste no que diz respeito à
oeste do estado. Ele conta que é através das
infraestrutura de transportes.
rodovias que os grãos por ele produzidos são transportados até os portos e indústrias e
Ferrovias
chama a atenção para problemas de infra-
Em todo o território nacional, as ferrovias são responsáveis pelo transporte
estrutura que encarecem o modal. “Algumas
de apenas 25% dos fretes de carga. Segundo o especialista em superestrutura
rodovias não são asfaltadas, outras estão
ferroviária Rafael Vasconcellos, a pouca participação desse modal no país se
esburacadas e isso tudo gera prejuízos. Para
dá, sobretudo, pelo custo elevado. “A construção de um quilômetro de ferrovia
se ter ideia, 0,25% dos grãos que saem das
chega a ser três ou quatro vezes mais caro que um quilômetro de rodovia,
fazendas nas carrocerias dos caminhões não
mas de fato um trem tem condição de transportar muito mais carga que um
chegam ao destino final”, alerta. De acordo
caminhão”. Além disso, ele também aponta a falta de recursos do governo e a
com Pradella, os investimentos nas rodo-
necessidade de encontrar parceiros privados para a construção de novos em-
vias são necessários para que o agronegócio
preendimentos, como acontece nos Estados Unidos, país que detém a maior
baiano continue crescendo. “O ideal é que as
malha ferroviária do mundo, sendo quase 100% operacionalizada pela inicia-
rodovias fossem duplicadas ou que existis-
tiva privada. “Todos os nossos antigos parceiros estão sendo investigados pela
sem pistas exclusivas para os caminhões.
Operação Lava Jato. Assim, teremos que encontrar novos players”, explica.
Isso facilitaria bastante o escoamento da produção”, completa.
Na Bahia, embarcar algodão é quase quatro vezes mais caro que na Argentina ou nos EUA, afirma Aiba
FIol: o trecho entre Ilhéus e Caetité apresentou um avanço físico das obras de 67,5%. Até o momento foram entregues 77,6% dos trilhos
Com o objetivo de amenizar os problemas enfrentados por estes produtores, o secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti, afirma que já foram investidos, em parceria com setor privado, cerca de R$ 1,5 milhão na recuperação das estradas no oeste. Ainda segundo o secretário, o estado conseguiu um empréstimo com o Banco Mundial no valor aproximado de US$ 300 milhões, dos quais cerca de um terço será destinado para obras de infraestrutura nessa região. “Recebemos essa aprovação por parte do banco desde abril, mas o governo federal, por meio dessa política de retenção de gastos em busca de um superávit positivo, tem atrasado o aval da União para a realização dessa operação”, explica. A medida ainda não tornará ideal o processo de
FOTO: Elói Corrêa
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[especial] logística truções e Ferrovias S.A., responsável pelas obras. Os motivos para o atraso,
Na Bahia, as expectativas dos agroempresários estão voltadas para a conclusão das obras
de acordo com a estatal, vão desde a dificuldade de acesso à região ao apa-
da FIol. Com aproximadamente 1.500 quilôme-
recimento de sítios arqueológicos. Além disso, greves operárias e cortes no
tros de extensão, a ferrovia interligará a cidade
repasse das verbas por parte do governo federal foram fatores decisivos para
de Figueirópolis, no Tocantins, onde encontra
a desaceleração das obras orçadas em R$ 6,5 bilhões com recursos oriundos
a Ferrovia Norte-Sul, ao Porto Sul, em Ilhéus,
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Atualmente, 1.600 funcio-
cortando todo o território baiano. O modal
nários estão trabalhando no trecho Caetité-Barreiras, afirma a Valec. Para o superintendente de estudos especiais da Federação das Indústrias
visa atender, principalmente, a produção de grãos do oeste e à exploração de minérios de
do Estado da Bahia (Fieb), Marcos Emerson Verhine, o atraso nas obras da
ferro na região de Caetité, na área central do
Fiol significa prejuízo para vários setores, entre eles o de extração mineral do
estado. A intenção é que a FIol possa substi-
sudoeste, a agroindústria do oeste da Bahia e da própria produção indus-
tuir parte do transporte de carga realizado
trial do estado. “A existência de uma infraestrutura de transportes moderna
hoje por meio das rodovias.
é condição necessária para o desenvolvimento. A Fiol pode se tornar uma alternativa barata de transporte”. De acordo com o secretário de Planeja-
Tudo indica, porém, que os empresários terão que ter um pouco mais de paciência.
mento e vice-governador da Bahia, João Leão, apesar de lentas, as obras não
Iniciadas em 2010 e com previsão de conclu-
foram paralisadas e alguns trechos já estão 87% concluídos, como o lote 4, na
são em 2013, segundo o cronograma original,
região de Caetité. “Ainda assim é necessário acelerar esse processo, e para isso
as obras da Fiol já passaram por inúmeros
contamos com o empenho de senadores e deputados baianos para retomar o
problemas que empurraram a previsão de
investimento para a Fiol”, afirma Leão. Além da Fiol, outra ferrovia baiana também enfrenta problemas estruturais,
conclusão para o primeiro trimestre de 2018,
a Minas-Bahia, que conta com 1.626 quilômetros de extensão e liga o interior
segundo informou a Valec Engenharia, Cons-
TERESINA
CE RN
MA
PA
PB PI
Salgueiro - PE
PE AL SE
PALMAS
ARACAJU
TO Figueirópolis - TO
Barreiras - BA
Porto de Sergipe
BA SALVADOR
Correntina - BA
Ilhéus - BA
BRASÍLIA
GO
Porto de Salvador
Caitité - BA
Caminhos da FIOL
DF GOIÂNIA
Porto de Aratu
MG
Porto de Ilhéus
em obras cronograma a definir Ferrovia Norte-Sul [concluída] portos capitais Fonte: VALEC
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Acompanhe o andamento da FIOL 2010
2011
Ordem de serviço para obras da Fiol é assinada pelo então presidente Lula Ibama suspende licença de instalação da ferrovia após irregularidades ambientais no trecho Ilhéus - Caetité
2013
2014
2015
Ano previsto para a conclusão da Fiol, segundo o cronograma original Os trabalhadores responsáveis pela construção da ferrovia deflagram greve reivindicando reajuste salarial
2018
As obras da Fiol sofrem corte de quase 40% do orçamento, em razão do ajuste fiscal do governo federal
Nova data prevista para conclusão da Fiol
baiano e a região Sudeste do país ao Porto de Aratu. Operada desde 1996 pela
(Seinp) em US$ 450 mil. O mesmo acontece
empresa Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a Minas-Bahia é considerada pelo
com o preço cobrado pelo frete. Para o
especialista Rafael Vasconcellos mais um grave problema no que diz respeito
transporte de mil toneladas de produtos,
ao transporte de cargas no estado. Segundo ele, a FCA não realizou os investi-
são consumidos cinco litros de combustível
mentos necessários para a reestruturação desse equipamento, denominado pelo
por quilômetro de hidrovia. Quando se fala
especialista como um ponto estratégico para a economia baiana. “A FCA abando-
em rodovia, o mesmo volume de carga exige
nou a ferrovia, ela não investiu praticamente nada. Evidentemente é uma ferro-
96 litros por quilômetro.
via de traçados obsoletos, que precisa ser remodelada”, denuncia. Como forma
Cortada pelo rio São Francisco, que no
de revitalização da Minas-Bahia, Vasconcellos defende a ideia de suspensão por
passado já foi importante dinamizador da eco-
parte do governo federal do contrato com a FCA, que é válido até 2023.
nomia das cidades ribeirinhas, a região oeste
A mesma ideia é compartilhada pelo secretário Marcus Cavalcanti, que
do estado seria uma das grandes beneficiárias
considera a FCA um gargalo na malha ferroviária baiana. Segundo ele, o
da utilização desse modal, se não fosse, claro,
ultimo Programa de Investimento em Logística (PIL) lançado pelo governo
a situação caótica em que se encontra este rio
federal prevê uma renegociação do investimento na faixa de R$ 1,5 bilhão
atualmente. Em julho de 2014 a Icofort, empre-
nessa ferrovia. “Defendemos que o governo tome decisões rápidas. Que es-
sa especializada no transporte do caroço de
ses investimentos sejam realizados ou que o governo cancele essa concessão
algodão e a última a utilizar a hidrovia do São
e outra seja feita, para que essa nova empresa possa fazer os investimentos
Francisco, decidiu suspender temporariamen-
que a Bahia precisa”. De acordo com a FCA, “os atuais investimentos na
te a atividade no modal. Segundo a empresa, o
malha ferroviária do corredor Minas-Bahia são voltados para a manutenção
assoreamento do rio foi a principal razão para
da linha-férrea, dos ativos móveis, como locomotivas e vagões, e dos ativos
interromper a navegação. De acordo com o
imóveis, a exemplo das estações ferroviárias, com a finalidade de garantir a
secretário Marcus Cavalcanti, hoje, qualquer
segurança das operações”. A FCA informou ainda que em 2014 foram aplica-
navegação no São Francisco é tecnicamente
dos R$ 7,7 milhões nessas ações.
inviável, por causa do baixo nível de água. “Existem trechos do São Francisco que se
Hidrovias
passa com a água abaixo do joelho. Sobradi-
Assim como as ferrovias, as hidrovias também seriam um importante modal
nho está no volume morto, em torno de 8%, e a
para o processo de escoamento da safra baiana. Entre as vantagens do trans-
previsão é que a situação piore em novembro”.
porte hidroviário está o baixo custo de implantação e manutenção, que gira
Questionado sobre o futuro do rio, o secretá-
em torno de US$ 30 mil por quilômetro, enquanto o mesmo tamanho de ro-
rio não hesita em dizer: “O São Francisco está
dovia é orçado pela Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária
morrendo, essa é a realidade”. [B+] W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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[especial] rio são francisco
Um gole d’água para o Velho Chico Principal fonte de vida do semiárido baiano, o rio São Francisco enfrenta a maior seca da sua história e corre o risco de desaparecer nas próximas décadas por Tede Sampaio
Todos os dias o João da Silva, 45 anos, segue a mesma rotina: levanta da cama
45% do vale do São Francisco, a situação não
ainda de madrugada, por volta das 5h da manhã, pega a sua tarrafa e ruma em
é diferente. De acordo com o coordenador
busca do peixe, como fazem tantos outros pescadores baianos. Morador da
do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São
zona rural de Ibotirama, no oeste do estado, ele conta que há dez anos tem no
Francisco (CBHSF) na região de Bom Jesus
rio São Francisco a sua única fonte de renda, mas se diz preocupado com o que
da Lapa, Cláudio Pereira, do ano 2000 para
pode vir a acontecer com a sua família e com todo o povo sertanejo que depen-
cá o rio sofreu com a diminuição de 60% do
de exclusivamente do Velho Chico para sobreviver. “Hoje já saio desanimado de
seu potencial hídrico, fato que põe em risco o
casa. Nos dias que se consegue alguma coisa, são dois ou três quilos de peixe.
próprio abastecimento de água para a popula-
Antigamente a gente conseguia 30 quilos por semana. Nunca imaginei ver o rio
ção. “Se em 15 anos nós conseguimos baixar o
desse jeito, é muito triste”.
potencial em 60%, em mais 15 anos certamen-
A preocupação do pescador não é por acaso, o rio São Francisco, com 2.700
te teremos água no São Francisco apenas na
quilômetros de extensão, completou no mês de outubro 510 anos de descoberta
época das chuvas, porque o rio vai secar”.
com pouco a comemorar, já que enfrenta a maior seca da sua história, segundo
A falta de chuva, entretanto, não é o
dados divulgados pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
único motivo de preocupação. Grande
A estiagem, que ainda em 2014 ocasionou o secamento de sua principal nascen-
parte dos problemas enfrentados pelo rio
te situada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, segue
é decorrente da ação do próprio homem.
castigando toda a região por onde passa o rio. Na Bahia, onde estão localizados
Segundo Pereira, o corte das matas ciliares,
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Em alguns trechos do rio, bancos de areia formados pela erosão impedem a navegação e permitem a travessia de pedestres FOTO: Acervo CBHSF
as queimadas utilizadas para limpar terrenos e a exploração dos aquíferos
“Se em 15 anos nós conseguimos baixar o potencial em 60%, em mais 15 anos certamente teremos água no São Francisco apenas na época das chuvas, porque o rio vai secar” Cláudio Pereira, coordenador do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF)
para a implantação de projetos de irrigação nas grandes fazendas da região também são fatores predominantes para o esgotamento hídrico da bacia do São Francisco. “A agricultura de grande porte se expandiu muito na região e depende basicamente da irrigação, mas pouco tem sido feito para melhorar as condições de existência do rio”. De acordo com a Lei Federal nº 9.433, de 1997, que determina a política nacional de recursos hídricos e tem como objetivo assegurar a utilização racional e integrada da água com vistas ao desenvolvimento sustentável, é de responsabilidade do poder público federal e estadual a cobrança pelo uso da água, tanto para o consumo final quanto para o processo produtivo. Pereira explica, no entanto, que, no que diz respeito à bacia do São Francisco, apenas as propriedades cadastradas à margem do rio efetivam o pagamento. “Esse dinheiro, segundo a lei, deve retornar para a bacia hidrográfica em forma de projetos de revitalização, mas o valor cobrado é ínfimo frente ao que do rio é retirado”. A tarifa de utilização da água pelas fazendas produtoras da região do São Francisco corresponde a R$ 0,01 para cada mil litros de água retirados do rio. O pagamento é feito à W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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[especial] rio são francisco Agência Nacional de Águas (ANA), que repassa o dinheiro à
Dilma Roussef criar um batalhão hidroviário para cuidar das
CBHSF. “Mesmo com essa tarifa ainda conseguimos arrecadar
matas ciliares do São Francisco, fazer a dragagem necessária e
R$ 20,9 milhões por ano, por aí se calcula quantos trilhões de li-
realizar todos os trabalhos de controle da água do rio”, conta.
tros de água são consumidos por essas fazendas” alerta Pereira. Empresários buscam soluções por conta própria Para tentar dar um pouco de fôlego ao rio, empresas públicas
setembro, uma reunião em Brasília com representantes da ANA,
e privadas elaboram planos de recuperação para o rio, mesmo
CHBSF e Inema discutiu a tarifação pelo uso da água dos afluen-
que de forma tímida. O presidente da Associação de Agriculto-
tes. Na oportunidade, o diretor de águas do Inema-BA, Bruno
res e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato, afirma que
Jardim, afirmou que vem se esforçando para iniciar a cobrança
áreas de preservação permanentes (APPs) estão sendo respei-
por parte dos comitês baianos. Ele explica que os processos mais
tadas ao longo dos afluentes do São Francisco. A criação desses
adiantados se referem às bacias dos rios Grande e Corrente, que
ambientes em áreas de nascentes e margens é uma das exigên-
estão na reta final da construção dos seus planos de recursos
cias da Política Nacional de Recursos Hídricos. “Mapeamos as
hídricos. “A cobrança é um importante instrumento de gestão”.
áreas de plantio, demarcamos todas as APPs dos rios Preto e
A revitalização do São Francisco é prioridade também para o governo estadual, como afirma o vice-governador da Bahia, João Leão, que se autodenomina “barranqueiro do Velho Chico”.
Grande e agora estamos iniciando o projeto de revitalização dessas áreas financiado pelos produtores da região”. A demarcação dos limites das APPs vem causando, porém,
O chefe político concorda que é necessário dar atenção especial
muitos transtornos aos proprietários, pois, de acordo com
ao rio por meio da técnica de rampeamento das margens ero-
a Aiba, não há uma definição exata e clara do limite dessas
didas e replantio da mata nativa. “Nós propomos à presidente
áreas. Em estudo realizado em parceria com a Universidade
Os esgotos despejados diretamente no rio causam a morte dos peixes e aumentam o impacto econômico e social dos ribeirinhos
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FOTO: Acervo CBHSF
A cobrança, porém, não se estende às propriedades que retiram a água dos afluentes do São Francisco. No dia 23 de
O reflorestamento das margens do São Francisco é apontado como a principal forma de retardar a morte do rio
Federal da Bahia (Ufba) e a Universidade do Estado da Bahia, a associação pôde identificar equívocos na demarcação das APPs. De acordo com o documento, no cerrado da Bahia, onde são agricultados o Algodão e culturas acessórias, são observados diversos traçados de rio em meio à lavoura, que na realidade são caminhos preferenciais de escape de águas de chuva sem nenhuma característica de rio ou mesmo APP. Também está em andamento o processo de parceria da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com o Exército Brasileiro para a recuperação de margens do São Francisco, no trecho denominado Itacoatiara, no município de Barra. A previsão de início do trabalho, segundo informou a Codevasf, é para o primeiro semestre de 2016. As obras estão orçadas em R$ 16 milhões e buscam a recuperação e estabilização das margens, incluindo serviços de
FOTO: Frederico Celente / Codevasf
cercamento de APPs, execução de trincheiras, revestimento do solo com fibras vegetais, implantação de viveiros de mudas e recomposição florestal, além do plantio de espécies nativas. Em outra cooperação com o Exército Brasileiro, a Codevasf
FOTO: Divulgação
concluiu no início deste ano obras de revitalização no trecho
da margem do rio São Francisco denominado Ilha da Tapera, situado no município de Xique-Xique. Os investimentos foram de aproximadamente R$ 16 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) por meio do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O programa tem como objetivo recuperar, conservar e preservar as bacias hidrográficas em situação de vulnerabilidade ambiental. Apesar dos esforços, o coordenador da CBHSF, Cláudio Pereira, afirma que apesar de ser um processo relativamente simples, a revitalização do São Francisco levará muito tempo até alcançar
Iniciada em 2007, durante o governo Lula, a transposição do São Francisco é a principal obra de abastecimento hídrico do país e levará água para 12 milhões de pessoas em 390 municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Segundo o Ministério da Integração Nacional, a transposição do rio está com 77,8% das obras concluídas com previsão de conclusão para janeiro de 2017, com valor total orçado em R$ 8,2 bilhões. Em agosto deste ano, a presidente Dilma inaugurou em Cabrobó (PE) o primeiro trecho do eixo norte da transposição.
um resultado significativo, devido ao seu atual grau de degradação. Para ele, é necessário que os governantes compreendam que a situação é caótica e medidas precisam ser tomadas com a maior brevidade possível. “Se não disponibilizar para a revitalização pelo menos 10% do valor que foi destinado à transposição do São Francisco, corremos o risco de perdê-lo” (ver box). Enquanto a ajuda não chega, só resta ao pescador João da Silva, aquele do início desta matéria, a esperança de que um dia o rio São Francisco volte a ter vida e a incerteza sobre o que pode acontecer no futuro. Até lá, ele vai sobrevivendo com os R$ 788 provenientes do seguro-desemprego para pescadores artesanais, pagos pelo governo federal durante quatro meses. “É só isso que a gente tem hoje. Quando acabar, não sei mais o que vai ser”. [B+] W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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1999
A construção da linha 1 é iniciada em três frentes diferentes: Emboque do túnel, Elevado BR– 324 e Elevado Acesso Norte. As obras são de responsabilidade da Companhia de Transporte de Salvador (CTS).
1995 1997
É assinada a ordem de serviço das obras civis com conclusão prevista para 2003, contando com 11,9 km e oito estações.
O término total das obras do metrô de Salvador está previsto para o fim de 2017, 20 anos depois das primeiras negociações da prefeitura para financiar o projeto. A previsão inicial era que o sistema metroviário da capital ficaria pronto em 2003 com 11,9 km de extensão e investimento de US$ 308 milhões (R$ 520,5 milhões, na cotação do dólar da época). O plano agora é terminá-lo daqui a dois anos, com 41 km e custo estimado de R$ 3,6 bilhões. A primeira etapa das obras foi concluída no ano passado. Até então, havia sido gasto aproximadamente R$ 1 bilhão. O sistema tem hoje 9,7 km e vai começar a operar comercialmente no dia 21 de dezembro. A previsão é do governador da Bahia, Rui Costa, que inaugura neste mês a estação Bonocô, a sétima a entrar em funcionamento na linha 1 do metrô. O valor da tarifa ainda não foi divulgado.
METRÔ DE SALVADOR
por pedro hijo, renato Alban e tede sampaio
FOTO: Felipe Pessoa
56 Têm início as negociações com o Banco Mundial (Bird) para o financiamento da construção do metrô de Salvador.
É realizada uma pesquisa de origem e destino demonstrando que a maior parte da demanda de transporte coletivo de passageiros se encontra no eixo Lapa (centro) – Cajazeiras.
2000 2002
520,5 milhões
Têm início as obras da passarela de acesso e cobertura da estação Acesso Norte.
é o custo estimado para a construção do trecho Lapa-Pirajá. O dinheiro viria de um empréstimo do Banco Mundial, da União, do governo do estado, do município e da iniciativa privada.
2003
São iniciados os serviços de demolição das residências desapropriadas para dar espaço à estação Brotas. Também são realizados trabalhos de destocamento, limpeza e corte do terreno.
Acontece o encontro das duas frentes de escavação do túnel do trecho Lapa - Campo da Pólvora, com 1,5 km de extensão.
R$
Realizada concorrência pública para a construção do sistema metroviário.
Confira os capítulos do metrô da capital baiana, da ponte Salvador-Itaparica e do estaleiro da Enseada Naval, três projetos bilionários na Bahia
Novelas do bilhão
[especial] obras
2004
FOTO:Divulgação
3,6 bilhões é o total previsto para os investimentos no metrô estão previstos, sendo R$ 1,4 bilhão da CCR, R$ 1,2 bilhão da União e R$ 1 bilhão do governo do estado
2014
"Será um momento muito simbólico para a cidade [a inauguração da estação Pirajá] porque teremos a conclusão da linha 1, que foi uma verdadeira 'novela' para ficar pronta. Além disso, essa será a maior estação, inclusive com espaço para manutenção de trens”, Rui Costa, governador da Bahia
2013
Em abril, a estação Bom Juá, que faz parte da linha 1, é entregue. Com ela, sistema atinge 9,7 km de extensão.
2012
Ordem de serviço para início das obras da linha 2 é assinada pelo governador Rui Costa. São iniciadas as obras da nova linha na região entre Detran e Rodoviária. Segunda parte do projeto contará com 12 estações – Detran, Rodoviária, Pernambués, Imbuí, CAB, Pituaçu, Flamboyant, Tamburugy, Bairro da Paz, Mussurunga e Aeroporto.
R$
100 milhões
2010
Grupo CCR vence a licitação e tornase a concessionária responsável pela operação e construção do sistema.
R$
Ministério Público denuncia construtoras por irregularidades nas obras do metrô de Salvador. Segundo o órgão, os prejuízos aos cofres públicos chegaram a
As obras são retomadas com início da montagem dos trilhos e soldagem eletrônica.
2008 FOTO:Carol Garcia FOTO: Secom
2007 2015 ...
W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
57
milhões
166
milhões
O novo prefeito de Salvador, ACM Neto, transfere a gestão do metrô da prefeitura para o governo do estado. CTS torna-se a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB).
é o valor superfaturado da obra apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
R$
é o valor pago por seis trens (comboios) e 24 vagões.
100
10 milhões
é a marca de passageiros transportados pelo metrô desde a inauguração.
É inaugurada a estação Bonocô. Entrega da estação Pirajá, programada para dezembro deste ano, marca o fim do projeto inicial da linha 1.
R$
Sistema metroviário começa a operar em caráter experimental com quatro estações: Lapa, Campo da Pólvora, Brotas e Acesso Norte. Estação Retiro é entregue dois meses depois. Gastos para a conclusão da primeira etapa da obra são de R$ 1 bilhão.
R$
O Tribunal de Contas da União determina a paralisação das obras, sob suspeita de irregularidades, incluindo superfaturamento. Na oportunidade, o órgão também determinou a divisão da linha 1 em duas partes, com 6,5 km de extensão.
FOTO:Manu Dias
FOTO:Mateus Pereira
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FOTO: Carol Garcia / Secom
R evista [ B+ ]
é o custo estimado do empreendimento inicialmente.
700 milhões
2009
R$
Ibama emite licença prévia para a Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia referente às obras de implantação do estaleiro.
Registro formal de criação da empresa Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) pela OAS, Odebrecht e UTC Engenharia.
Assinatura do 1º protocolo de intenções com o governo da Bahia.
1967
FOTO: Divulgação
58
A previsão há três anos era que a Bahia seria hoje o maior parque de construção naval do Nordeste. A instalação da Enseada Indústria Naval, em Maragojipe, começou em 2012 com previsão de término para 2014 e custo estimado em R$ 2,6 bilhões. Se a previsão se cumprisse, o estaleiro estaria processando hoje 36 mil toneladas de aço para fabricação de embarcações. Com a deflagração da Operação Lava Jato, no entanto, as obras foram paralisadas, faltando 18% para a conclusão. A previsão de término agora é 2016.
ENSEADA INDÚSTRIA NAVAL
2,5 bilhões
2010
7 bilhões
sária para a implantação do SVO.
De acordo com cronograma da Secretaria de Planejamento (Seplan), projeto da ponte seria licitado em 2014 e finalizado em 2018.
Projeto preliminar vencedor foi do consórcio formado por Odebrecht Transport, OAS e Camargo Corrêa.
ilha é declarada de utilidade pública pelos % dadecretos do governo, área considerada neces-
20
é o custo estimado do SVO pelo projeto.
R$
Projeto do governo define estrutura da ponte, com 11,7 km de extensão, 27 metros de largura, seis vias de circulação e duas de acostamento.
é o custo estimado do Sistema Viário Oeste (SVO), que engloba a construção da ponte e as obras de acesso.
R$
Empresa Planos Engenharia e consórcio formado por Odebrecht Transport, OAS e Camargo Corrêa atendem ao anúncio do processo de manifestação de Interesse (PMI).
O então governador Jaques Wagner promete a construção da ponte, que teria 14 quilômetros e ficaria pronta em dezembro de 2013.
Arquiteto Sérgio Bernardes propõe ponte para conectar Salvador e a Ilha de Itaparica no Plano Diretor do Complexo Industrial de Aratu, formando o anel viário.
A construção de uma ponte rodoviária entre Salvador e a Ilha de Itaparica é assunto entre os baianos desde a década de 60. Em 2009, o então governador Jaques Wagner recuperou a ideia e prometeu terminar a obra em 2013. A previsão atual é de que o empreendimento, uma parceria público-privada (PPP), fique pronto em 2020, mais de 50 anos após a primeira proposta de criação do equipamento. A ponte será a segunda maior da América Latina, atrás apenas da Rio-Niterói, e tem custo estimado em R$ 7 bilhões, contabilizando as obras no entorno.
ponte salvador-itaparica
[especial] obras
2011
FOTO: Divulgação
FOTO: Manu Dias
FOTO: Divulgação
2,6 bilhões
Empreendimento chega a gerar 2,5 mil empregos. É assinado o contrato de arrendamento da Unidade São Roque.
A Sete Brasil assina contrato de US$ 4,8 bilhões para a construção de seis naviossonda de perfuração offshore.
é a nova estimativa de custo de construção.
“O que precisa ser feito: definir a reestruturação, liberar os financiamentos que já estavam aprovados, estimular os agentes financeiros para procurar novas linhas, garantir a segurança jurídica e ter uma análise mais acelerada por parte da Petrobras dos pleitos e uma política para preservar os investimentos realizados”, Fernando Barbosa, presidente do estaleiro.
É finalizada a verticalização do superguindaste Goliath e as obras são paralisadas. Para continuar, as obras dependem da liberação do financiamento de R$ 600 milhões do Banco do Brasil e Caixa e dos pagamentos da Sete Brasil. Empreendimento tem frustração de caixa de R$ 1,8 bilhão. A Enseada estuda transferir responsabilidade da Sete Brasil para a Kawasaki.
O empreendimento, que chegou a ter 7.360 pessoas trabalhando na obra em 2014, fica com apenas 1.500 operários logo no início do ano, sendo que, desses, 600 são colocados em férias.
São concluídos o primeiro megabloco do navio Ondina e o primeiro bloco do navio Pituba.
Enseada anuncia a demissão de 470 funcionários.
É deflagrada a Operação Lava Jato, com denúncia de executivos da OAS, Odebrecht e UTC, todas do consórcio da EEP. A Sete Brasil, que tem como acionista a Petrobras, investigada na Lava Jato, atrasa repasses para o empreendimento, chegando a um débito de R$ 210 milhões.
R$
Início da construção do estaleiro, com conclusão prevista para 2014. Entrada da japonesa Kawasaki como acionista.
2014
FOTO: Divulgação
FOTO: Divulgação
FOTO: Divulgação
2013 FOTO: Carol Garcia FOTO: Mateus Pereira
2012 2015 ...
W W W. po rta lBMAIS . COM. BR
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FOTO: Manu Dias
“Há um empenho muito grande do governador Rui Costa e de todos os secretários do estado [para a ponte sair do papel]. O primeiro passo é terminar o projeto, que devemos finalizar até 30 de dezembro. Depois é a liberação ambiental e a licitação. Se ninguém aparecer, vamos fazer relicitações. Isso é normal”, João Leão, vice-governador e secretário de Planejamento do estado.
Em novembro, são realizadas audiências públicas sobre a ponte em Salvador, Itaparica e Vera Cruz.
Em junho, governo apresenta projeto da ponte a empresários chinese esperando atrair R$ 10 bilhões em investimentos privados, e estima que estudos sobre impactos da ponte devem ser concluídos até o fim do ano para iniciar processo licitatório de concessão.
Assinatura do contrato de projeto da ponte pelo consórcio da Enescil, Cowi e Maia Melo. Governo afirma que vai lançar edital final no ano seguinte, após consulta pública, e que obras da ponte começarão em agosto de 2015.
Consórcio da V&S, da Bahia, e Nemus, de Portugal, vence licitação para realização de estudos ambientais. Governo prevê lançamento de edital para construção em 2014.
Consórcio internacional formado pelas empresas Enescil (Brasil), Cowi (Dinamarca) e Maia Melo (Brasil) vence licitação para elaborar o projeto básico de engenharia da SVO com uma proposta de R$ 22,5 milhões.
Governo contrata consultoria de gestão por meio da Seplan para avançar na estruturação do projeto.
O então secretário Rui Costa afirma que, dos R$ 7 bilhões, o governo pode desembolsar R$ 1,5 bilhão, caso o projeto não seja pago exclusivamente por recursos privados.
FOTO: Divulgação
FOTO: Luciano Oliveira
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Joaci Góes Advogado, jornalista e empresário
A expansão da riqueza A Bahia é o quinto maior estado brasileiro,
Como se vê, péssimos indicadores, porque, além de crescer pouco, a Bahia se
abaixo do Amazonas, Pará, Mato Grosso e
desenvolve menos ainda!
Minas Gerais, e com 15 milhões de habitantes,
Internamente, nosso estado é, no plano intermunicipal, a mais perfeita
é o quarto em população, superado por São
reprodução da excessiva concentração de renda interestadual do Brasil. Basta
Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, nessa
ver que a região metropolitana de Salvador, com menos de um quarto da po-
ordem. Em matéria de Produto Interno Bruto,
pulação geral do estado, detém mais de 80% do seu PIB industrial. É imperati-
porém, a Bahia despenca para o oitavo lugar,
vo do interesse social e econômico que se adotem medidas destinadas a iniciar
ficando abaixo de São Paulo, Rio de Janeiro,
vigoroso processo de desconcentração de renda, com nítidas vantagens para o
Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná,
crescimento econômico e desenvolvimento social do estado.
Santa Catarina e, recentemente, mesmo que
As 15 microrregiões em que se divide a Bahia, para efeito de harmonização
por pequena margem, o Distrito Federal, que
das ações desenvolvimentistas, têm como capitais regionais, além de Salvador,
inclui Brasília e as cidades-satélite.
as seguintes sedes municipais: Alagoinhas, Santo Antônio de Jesus, Ilhéus, Tei-
Um estado com o conjunto dos atributos geográficos, históricos, naturais e populacionais, como a Bahia, ser ultrapassado por
xeira de Freitas, Paulo Afonso, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Juazeiro, Jacobina, Irecê, Seabra, Guanambi, Bom Jesus da Lapa e Barreiras. Uma ação concertada entre os governos federal e estadual, de mãos dadas
uma cidade foi acontecimento que doeu
com o setor privado, no sentido de dar a cada uma dessas regiões completa
fundo no amor-próprio dos baianos esclare-
autonomia no exercício das potencialidades humanas que constroem cida-
cidos, fato que revela, também, a lamentável
danias sólidas, é o caminho mais seguro para aproximar a Bahia do patamar
vocação do Brasil para sediar absurdos como
de bem-estar social e de prosperidade material a que sua população aspira.
o da excessiva concentração de renda inter
Autonomia no generalizado acesso a educação superior, saúde de primeira
-regional e interpessoal.
qualidade e outros é de preceito.
Pior ainda é a renda per capita dos baianos
Como Roma não foi feita num dia, podemos começar esta política de
– a 19ª –, acima, apenas, do Rio Grande do
desenvolvimento consistente a partir de três sedes no âmbito do Recôncavo –
Norte, Paraíba, Acre, Piauí, Pará, Ceará, Alagoas
Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus e Alagoinhas –, para ensejar que sua
e do paupérrimo Maranhão. Logo abaixo, na
interação com a região metropolitana de Salvador resulte numa sinergia pode-
20ª posição, está a Bahia na fruição do Índice
rosa que demonstre, em prazo relativamente curto, que a desconcentração do
de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro.
desenvolvimento é, a um só tempo, viável e desejável.
62
R e vista [ B+ ]
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autos&motos
FOTO: Divulgação
FOTO: Divulgação
Fiat revela a picape Toro, rival da Renault Oroch Haus Motors abre as portas para as motos BMW Depois de um breve tempo, Salvador volta a ter uma revenda BMW Motorrad, a divisão de motocicletas da marca alemã. O empresário Gercino Coelho havia
iniciado em junho as negociações para a Haus Motors (revenda dos carros BMW e Mini) abrir um espaço exclusivo para a venda dos modelos G650 GS, F800 GS e S1000 R na capital baiana. De um lado, a Renault lançou a inédita picape Oroch, modelo
para expor as motocicletas produzidas pela BMW
derno da novíssima picape Toro, que é baseada na mecânica do
na fábrica de Manaus. Quem comanda a operação é
Jeep Renegade fabricado na planta de Goiana, Pernambuco.
o gerente Alexandre Cabral, que garante que a nova
O modelo da Fiat só chega ao mercado no começo do ano
concessionária já oferece total atendimento dentro
que vem. Para se distanciar da Oroch, a Toro terá a tração 4×4, acoplada ao motor 2.0 a diesel, de 170 cavalos, e câmbio automático de nove velocidades. A fabricante francesa aposta na fórmula do custo/bene-
dos rígidos padrões alemães. “Temos um tratamento diferenciado. Sabemos que o amante da BMW tem bom gosto e conhece bem todos os nossos produtos. Iremos garantir a oferta de
fício. São três versões com duas opções de câmbio manual e
todas as motos BMW”, esclarece Cabral, que oferece
dois motores, o 1.6 flex, de 115 cv e 15,9 kgfm de torque, ou o
a gama de 12 modelos (G650 GS, F800 GS, F800 GS
2.0 16V flex, de 148 cv e 20,9 kgfm. A transmissão automática,
Adventure, F800 R Ride, S1000 R, T Ninet, S1000 RR,
no entanto, chega futuramente. Fica com valores de R$ 62.290
R1200 GS Sport, R1200 GS Adventure, K1600 GTL e
na versão Expression 1.6 até R$ 70.790 na Dynamique 2.0. Há
K1600 GTL Exclusive).
também a intermediária Dynamique 1.6, por R$ 66.790. Seu trunfo é o comprimento – são 4,69 metros de com-
No mercado, a G650 GS é a mais em conta e sai por R$ 31 mil. Vem equipada com propulsor que gera
primento e 2,83 m de entre eixos. Isso garante espaço tanto
50 cavalos de potência máxima a 6.500 rpm e torque
interno como na caçamba – transporta até cinco pessoas sem
de 6,1 kgmf, e sua suspensão é regulável para garan-
apertos e até 650 kg de carga.
tir bons rendimentos, especialmente em viagens.
Já a Toro mudará o conceito de design da Fiat no Brasil.
Destaca-se pela cilindrada de 650 cm³, tanque de
Transmite leveza nas formas da carroceria, e sua caçamba pos-
combustível centralizado no chassi e peso em ordem
sui uma tampa bipartida. Chega com opção do motor 1.8 flex e
de marcha de 193 kg. No uso urbano, é uma moto com
quase cinco metros de comprimento: são exatos 4,915 metros
média de 21,5 km/l de combustível, excelente para
de comprimento. A caçamba transporta uma tonelada de
quem transita nos engarrafamentos ou usa a motoci-
carga e tem tampa bipartida. É uma picape para cinco pessoas
cleta nos trajetos para o trabalho ou para o lazer.
e com visual de crossover. 64
Agora, Coelho conta com um showroom exclusivo
derivado do SUV Duster. Do outro, a Fiat revelou o visual mo-
R evista [ B+ ]
novembro DE 2 0 1 5
na pista Gerência nova na Caoa/Paralela Luiz Heine assumiu a gerência da loja Caoa/Hyundai na Avenida Paralela. Com larga experiência no mercado automotivo baiano, Heine passou um período em Maceió e, no seu retorno, trabalhou na Ritto Salvador (Suzuki e Mitsubishi) e no Grupo Imperial (Honda) em Feira de Santana. Agora, a ordem é enfrentar a crise com ações que valorizam os modelos Hyundai – Azera, Santa Fé e o New ix35.
Grandes novidades
A Frutos Dias Motos promoveu uma série de apresentações da nova YZF-R3 nas suas lojas. A esportiva de pequeno porte ganhou festa nas lojas de Lauro de Freitas, Salvador e Camaçari. A estreante R3 sai por R$ 21.990 (sem ABS) e com freios ABS custa R$ 23.990.
Roberto Nunes Jornalista especializado na indústria automotiva desde 2002
FOTO: Divulgação
Chery com desconto para taxistas Manoel Geremias, revendedor da chinesa Chery na Bahia, fechou a loja de Feira de Santana. Na capital baiana, abriu as vendas de três modelos – os nacionalizados Celer hatch, Celer sedã, além do utilitário Tiggo – para taxistas. A isenção de impostos para quem deseja adquirir um carro para a “praça” jogou o preço dos modelos para baixo. O Celer custa R$ 23.611, 54 (hatch) e R$ 24.289,52 – seus valores normais são R$ 34, 9 mil e R$ 35,9 mil, respectivamente. São bem equipados (ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, air bag duplo, freios ABS) e com preço fixo nas revisões. Já o Tiggo com motor 2.0 gasolina, de 136 cv e câmbio manual, adianta o concessionário, sai por R$ 39.711, 45, um desconto de mais de R$ 15 mil (com a isenção dos impostos).
sabor
Apoio:
Cozinha em família Cardápio do bistrô LarriQuerri, no Garcia, tem pratos da família Guerra, como o ceviche de salmão e camarão por Pedro Hijo fotos Rômulo Portela
A chef Rosa Guerra acaricia o salmão antes de cortá-lo. É uma forma de transferir o carinho para a comida, ela conta. Essa prática é comum na cozinha no LarriQuerri, pequeno bistrô localizado no bairro do Garcia, em Salvador, que este mês completa um ano de funcionamento. Com apenas 22 cadeiras, o local se destaca pelo clima intimista e pelo tempero familiar. O caminho para o bistrô ganhar forma foi longo. Em 20 anos, Rosa esteve à frente de um restaurante e de um café que se tornou point das celebridades baianas. Os dois espaços já fecharam as portas, e durante esse tempo ela também se dedicou a outras esferas da vida. Formou-se em educação física e gastronomia, criou três filhos e serviu em muitas festas de casamento, com o menu que fazia sucesso nas reuniões familiares. O sonho de abrir o LarriQuerri se desenvolveu em família, tais como as atividades dentro do restaurante. Na cozinha e no bar trabalham também dois filhos, Gabriel e Guilherme, e no salão, o marido, Romildo. O cardápio do restaurante recria receitas da família Guerra. Estão lá massas artesanais, moela, steak tartar, tudo com o tal afeto que, segundo Rosa, é o que faz a diferença. “Reproduzimos nos pratos a memória coletiva”. A partir deste mês, a produção deve aumentar já que o bistrô duplicará de tamanho e passará a atender 44 clientes. “Mas para mim é o bastante, não pretendo crescer mais”, diz Rosa, que não quer perder o clima familiar do restaurante. “Quero manter o nível de intimidade que temos hoje com os clientes”. Para a [B+], Rosa e seu filho Gabriel prepararam um dos carros-chefes do bistrô: o ceviche que leva não só carinho, mas também uma combinação de limão, tangerina e molho de pimenta tailandês. 66
R e vista [ B+ ]
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RECEITA ceviche Ingredientes
Modo de preparo
• 180 g de salmão fresco tratado
Corte o filé de salmão em cubos retirando vestígios
• 5 camarões frescos tratados
de pele e espinhas. Ferva os camarões já tratados
• 100 ml de azeite
e reserve. Corte os pimentões à brunoise (cubinhos
de oliva extravirgem
pequenos), a cebola roxa à julienne (tiras bem finas)
• 1 colher de chá de sal
e pique a cebolinha e a salsa. Junte os vegetais, a
• 6 pimentas-biquinho
pimenta-biquinho, o camarão e o salmão em uma
• Pimenta Sriracha
tigela e tempere com sal, azeite e o molho de pimenta
• Cebolinha
na proporção que desejar. Com uma colher misture
• Salsa
tudo delicadamente e reserve. Esprema o limão sici-
• 1 cebola roxa
liano e a tangerina, coe o suco e adicione à prepara-
• 1 tangerina
ção mexendo continuamente até que tudo esteja bem
• 1 limão siciliano
misturado. Deixe descansando por alguns minutos
• 1 pimentão vermelho
e sirva de acordo com a sua preferência, decorando
• 1 pimentão amarelo
com salsa picada e lascas da casca de limão siciliano.
gastronomia
Lali souza Autora do blog Pra falar de comer, assina uma coluna sobre gastronomia no portal [B+] todos os domingos
Fotos: Rômulo Portela
Um pedaço da França na capital
Dicas de pedido Cesta de pães com pastas diversas - o pão é quentinho e macio, com casquinha crocante. As pastas são de alho (que também vêm com dentes inteiros com azeite), pimentão vermelho, gorgonzola e bacalhau. Muito bem Na movimentada Pituba, no começo da Rua Minas Gerais, um bistrô pequeno e
temperadas e saborosas. Valor: R$ 25.
aconchegante pode passar despercebido por olhos menos atentos. Inaugurada
T-Bone com arroz de parmesão e batata
em 2007 pelos empresários Jorge Antonio e Ana Robério (que também é a chef),
sautée - corte macio e muito saboroso. O arroz
a casa encanta desde a decoração até a sobremesa e é um destes cantos da cida-
é leve e cremoso e as batatas bem puxadas no
de em que vale a pena passar algumas horas em um domingo preguiçoso.
alho. Valor: R$ 70.
A ideia do bistrô surgiu do desejo do casal em levar ao público a arte culiná-
Pernil de cordeiro ao poivre com arroz de
ria praticada por Ana, segundo ela, “de forma intuitiva e inspirada pelos sabores
parmesão e batata sautée - carne suculenta
da cozinha internacional, principalmente a francesa”. Começaram o negócio
e de sabor suave. Assim como o T-Bone, tem
funcionando apenas no almoço e, três anos após a inauguração, passaram a
corte macio. Valor: R$ 68.
abrir as portas também no jantar.
Cheesecake de doce de leite mineiro
Dá para sentir, já pelas opções no cardápio, que a chef Ana estava mesmo
- a massa de cream cheese combina muito com
inspirada quando resolveu assinar a autoria dos pratos. Moderno e bem elabora-
o doce de leite de alta qualidade, nada enjoati-
do, o menu apresenta diversas opções de carnes, massas e frutos do mar. A casa
vo. Uma sobremesa para quem não é formiga,
possui carta de vinhos, para quem aprecia uma boa harmonização. Os preços,
pois o adocicado não é intenso. Valor: R$ 19.
porém, caminham junto dessa sofisticação toda. No almoço de domingo, o prato individual mais barato custa R$ 65. Quinzenalmente, às quartas-feiras, o Bella Gourmet promove o que chamam de uma “viagem gastronômica”. Por um valor fixo de R$ 110 por pessoa, servem entrada, sete degustações de pratos principais e uma sobremesa. Para garantir lugar nesta aventura, é preciso fazer reserva, pois a lotação da casa é preenchida rapidamente.
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BELLA GOURMET Endereço: Rua Minas Gerais, nº 784. Salvador-Ba. Telefone: (71) 3345-2598 Facebook: www.facebook.com/bellabistrot Apoio:
cultura
Sem cultura, sem desenvolvimento
Reinaldo Sampaio é economista e atua no setor empresarial e na direção de instituições de classe
O desempenho econômico positivo que tanto
desenvolvimento da metrópole. Investir em bens e serviços culturais e no uso
bem faz à cultura, em geral, decorre do grau de
e defesa do patrimônio natural e paisagístico significa potencializar um setor
desenvolvimento cultural da sociedade. Esse
já existente e vital, acelerando um processo virtuoso de produção, bem-estar e
pressuposto requer uma ideia alargada de eco-
riqueza material e moral dos investidores e da sociedade, através da indução do
nomia, para além do economicismo, de modo
investimento, da ocupação produtiva, da inovação e da inclusão social.
a incluir a elevação da qualidade de vida, a partir da cultura. O conceito amplo do termo compreende
Em geral todos admiram a cultura, mas ressaltam o quanto ela custa e quase nunca o quanto ela rende. Para isso é necessário conquistar a adesão da opinião pública. Trata-se de um desafio que exige visão e ação de longo prazo,
educação, instrução, pesquisa científica e
que nasce de uma séria consideração daquilo que Salvador significa para seus
invenção; gênese do desenvolvimento, muito
habitantes e para os que aqui vêm a qualquer título.
mais que o mero registro estatístico do cres-
Nesse particular, é importante lembrar a relevância do sistema educacional.
cimento do PIB. Se desejamos construir o ca-
Os dados sobre a educação no Brasil são muito desfavoráveis. Apesar dos avan-
minho do desenvolvimento devemos pensar
ços, ainda convivemos com anacronismo civilizatório, como o “analfabetismo
em médio-longo prazo tendo a valorização do
pleno” e, de forma ainda mais preocupante, com o “analfabetismo funcional”,
saber e da cultura como fator primordial.
responsável, dentre outros prejuízos, pela baixa produtividade do trabalho.
Salvador se insere nesse contexto de um
Estudo realizado pela agência europeia Kea European Affairs revela que onde
modo particular, dado que a sua realidade não
existe um estágio intelectual elevado, desperta uma difusa criatividade na so-
permite, dentro dos seus limites territoriais, a
ciedade, que produz inovação econômica e institucional. A educação, em todos
disseminação de indústrias manufatureiras.
os níveis e sempre no sentido amplo, é o caminho para o desenvolvimento de
A grande riqueza potencial da cidade está
Salvador. A cidade do futuro deve ser cultural e tecnologicamente atualizada.
representada pelos seus patrimônios histórico,
Um projeto dessa envergadura requer a evidência de que haverá uma
arquitetônico, artístico, cultural e paisagístico,
revolução na estrutura educacional da metrópole. Nasce assim a “engenharia
abrindo enormes possibilidades para o desen-
social”, que, associada às “engenharias físicas”, permitirá a atração de investi-
volvimento de uma indústria cultural.
mentos nos patrimônios já existentes e a serem desenvolvidos. Não se trata
Essa indústria cultural exige a ação do
de substituição da intervenção pública, mas de um compartilhamento com
poder público em todos os níveis educativos;
as empresas e os cidadãos para o fortalecimento e valorização econômica do
desde a formação elementar à universidade
patrimônio e da cultura da cidade.
e às instituições científicas e tecnológicas, de
Em todos os âmbitos da cultura, tudo que traduz a satisfação de uma neces-
modo a fortalecer na sociedade seu poten-
sidade, por mais imaterial que seja, encerra uma dimensão econômica; ou seja,
cial criativo e empreendedor que valorize
as manifestações culturais são eventos economicamente condicionados.
os patrimônios materiais e imateriais. Isto
É também indispensável atualizar tecnologicamente a cidade. Na era das
pressupõe o estabelecimento de regras claras
“multidões”, o compartilhamento contribui para evitar a ruptura entre a
e estáveis, incentivos fiscais e visão de longo
sociedade e o poder público, estabelecendo uma relação dialógica criadora do
prazo, imprescindíveis ao cálculo econômico
ambiente de confiança, indispensável à atração de investimentos.
do investimento privado. A cultura pode dar uma extraordinária contribuição à estratégia de modernização e 70
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Talvez seja essa a estratégia fundamental para a transformação evolutiva das futuras gerações. A cultura é uma coisa viva. Ou não é cultura.
uma pergunta
Uma Frutos pergunta Dias para Neto Eleito Comerciante do Ano de 2015 pela Federação do comércio de bens, serviços e turismo da Bahia (Fecomércio-BA), o empresário Frutos Dias Neto tem se destacado pelo seu trabalho à frente do Grupo FrutosDias, que já possui mais de 90 anos e atua na Bahia, Sergipe e Alagoas. Nome conhecido no associativismo empresarial, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Salvador também possui voz ativa na defesa do comércio baiano. por Lorena Dias
O que ainda é preciso melhorar na infraestrutura da Bahia para os comerciantes? “Essa questão da infraestrutura impacta no custo do produto, porque afeta toda a cadeia. É o famoso ‘custo Brasil’. A gente precisa rever isso urgentemente, mas agora estamos em um ciclo virtuoso. Tanto o governo do estado quanto a prefeitura têm buscado trabalhar em prol de Salvador, o que não se via há um bom tempo. E, no interior, o governo do estado tem feito o que pode também em termos de infraestrutura. Ainda assim temos muitas obras paradas por falta de recursos. O que nós precisamos é rever o Pacto Federativo. Esse modelo dos grandes impostos ficarem para a União para depois serem distribuídos a conta-gotas não é o ideal. É nas pontas, nos estados e municípios onde os recursos precisam estar. Outra alternativa são as privatizações e concessões. Não podemos esperar nem crer que o poder público tenha recursos para oferecer determinados benefícios. Então, têm de ser feitos acordos com a iniciativa privada, porque isso dará, sem dúvida, agilidade a todos os processos”.
Foto: Divulgação
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notasdetec FOTO: Reprodução
5 aplicativos para driblar problemas de infraestrutura das cidades Dnit Permite que o motorista comunique ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) os problemas encontrados nas rodovias
Técnica criada por cientista permite construir casas com impressão em 3D
Wabbers Aos moldes do Waze, o Wabbers é uma rede social colaborativa que informa aos motoristas como está o trânsito nas principais cidades do país
por Clarissa Pacheco
Dentro de um ou dois anos, o cientista iraniano Behrokh Koshnevis poderá entrar para a história como o homem que construiu uma habitação em menos de 24 horas e utilizando uma impressora 3D. A promessa parece roteiro de ficção científica, mas Koshnevis, que é professor de engenharia industrial e
InfoAero Um dos aplicativos mais indicados para quem quer consultar informações dos voos dos aeroportos brasileiros
de Sistemas na Universidade de Engenharia Civil e Ambiental do Sul da Califórnia, já provou que a façanha é possível. A impressora foi o tema principal da palestra do iraniano durante o 87° Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado em Salvador em setembro. “Nesse caso, tudo que você tem que fazer é levar uma máquina bastante leve e o material na forma crua. Você traz o design num pen drive, coloca na máquina, aperta o botãozinho e pronto, o prédio vai
Medsquare O aplicativo permite acelerar o acesso a serviços médicos em momentos de emergência e com as consultas marcadas e localizar clínicas e hospitais mais próximos
ser construído”, explica. Com a possibilidade de construir uma casa de até 250 m² em apenas 20 horas, o cientista pretende poder erguer habitações para pessoas que convivem em favelas e também para outras que perdem suas casas em desastres naturais e até em guerras. “A solução que nós estamos propondo é a utilização de tecnologia. A ideia seria construir com características sem precedentes na arquitetura, com uma fração do custo, do tempo, de maneira mais segura e com um dano muito menor para o meio ambiente”, afirma Koshnevis. 74
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ParkTag Encontre o estacionamento mais perto de você e compartilhe a localização com amigos ou familiares. Assim, você poupa tempo e combustível.
marca
Marina Rezende Publicitária e diretora da Dendê Brands
Sobre maçãs, ratinhos, jacarés e quanto vale a sua marca A marca mais valiosa do mundo é representada
Nesse cenário, o ativo intangível passa a ser decisivo na escolha do cliente.
por uma maçã, mordida. Como no paraíso, ela
Em alguns segmentos, como moda e beleza, a opção pela marca pode corres-
mudou o rumo da história da humanidade,
ponder a mais de 70% da decisão do consumidor. Em mercados mais fechados
revolucionou as relações humanas. No últi-
esse índice cai, mas vale lembrar que, ao selecionar fornecedores, fatores emo-
mo ranking BrandZ apresentado pela WPP e
cionais como confiança, credibilidade e reputação influenciam diretamente as
Millward Brown com as 100 marcas mais valiosas
decisões. Não é por outra razão que o valor do intangível cresce ou ultrapassa
do mundo em 2015, a maçã, mordida, está avalia-
o tangível em processos de fusão e aquisição entre empresas. Em paralelo, sur-
da em quase 250 bilhões de dólares. Quem diria?
gem métodos de avaliação e mensuração de resultados dos investimentos em
Se o fundador da Apple ainda pudesse responder
ações institucionais, comunicação interna e ações de mercado voltadas para o
essa pergunta, a resposta, certamente, seria: “Eu”.
fortalecimento da relação entre as marcas e o seu público.
O Brasil não conta com nenhuma marca
Mas construir uma marca ou, mais do que isso, transformá-la em um dos
no top 100 global. Apesar da sua dimensão
principais ativos da empresa é um processo restrito a grandes organizações?
continental, tem apenas sete empresas entre
Definitivamente não. Criar uma relação com o seu cliente, que vá além do seu
as 500 maiores do mundo – segundo a revista
produto ou serviço, não é algo inerente ao tamanho de uma empresa, mas à
Fortune – e não temos, ainda, nenhuma marca
sua visão. Aonde você quer chegar? Como você quer ser percebido? Ampliar
com presença global.
mercado, expandir geograficamente, construir reputação, reposicionar um
No século passado, as marcas ganharam
produto ou qualquer decisão estratégica em relação ao seu negócio tem na
força como elemento de diferenciação. O seu
sua marca uma grande aliada. Questões como registro, identidade, propósito e
papel como ativo empresarial foi subestimado
valor monetário da marca entram em pauta a partir de uma visão baseada na
por décadas na medida em que a escolha era
construção de valores – tangíveis e intangíveis.
feita por critérios mais funcionais do que emo-
Por isso, não falemos de agora, nem de amanhã, mas do futuro. De imediato,
cionais. Na sociedade moderna, diferenciação foi
o que vale fazer é analisar se a sua marca – nome, design e posicionamento
substituída por identificação. Fazemos escolhas
– está alinhada com o conceito do seu negócio. Ainda, se as ações da sua em-
pelo que nos representa, nos engaja socialmente,
presa refletem a sua essência. E quando for comprar a “camisa polo do jacaré”
está alinhado com os nossos princípios e valores.
ou levar os filhos nas férias a um parque para abraçar um “ratinho simpático”,
Pelo que exerce influência sobre nós.
lembre-se de perguntar: aonde eu quero chegar com a minha marca?
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memória
Para José Carvalho por Astor de Castro Pessoa
A minha admiração por José Corgosinho de Carvalho Filho
O engenheiro e educador José Corgosinho de Carvalho
nasceu de nossas incontáveis reuniões na Secretaria da
Filho inaugurou, com grande emoção, uma instituição edu-
Educação do Estado, quando exerci a direção do Departa-
cacional ímpar no Brasil, que vem se mantendo pela força
mento de Ensino e a chefia de gabinete dos Secretários Carlos
do idealismo que presidiu a sua criação e graças ao esforço
Sant’Anna e Mário Neto, respectivamente, no governo do
e a dedicação de homens e mulheres que, teimando sempre,
professor Roberto Santos, e ele consolidava a ideia exitosa de
por ele vêm lutando sem desfalecimento, como acontece em
criar a Fundação José Carvalho.
suas unidades de ensino, espalhadas em diferentes estados
No Conselho de Estado de Educação da Bahia, onde fui presidente, o conselheiro Carvalho também exerceu um mandato com preciosos pronunciamentos e memoráveis pareceres e
do Nordeste do país, e no Conselho Deliberativo da Fundação José Carvalho, do qual participei, com muito orgulho. As ideias sadias e as manifestações das inteligências pri-
resoluções, que engrandeceram ainda mais aquele órgão nor-
vilegiadas, como as de José Carvalho, perduram, resistem ao
mativo, consultivo e fiscalizador, o mais antigo do Brasil.
perpassar das eras, atravessam séculos e milênios e se trans-
Na Academia Baiana de Educação, que hoje presido, o
formam em patrimônio da população.
Acadêmico Benemérito José Carvalho prestou inestimáveis
Os pronunciamentos e as ações de Doutor Carvalho, ao lon-
serviços ao nosso Sodalício, merecendo o Título e o Diploma
go de sua profícua atuação na Ferbasa e na Fundação José Car-
de Benfeitor, concedido por unanimidade dos Acadêmicos
valho, são magníficas lições e preciosos ensinamentos. São ecos
Titulares e Eméritos.
de uma voz que pregou o bem e semeou a esperança, retratando a formação humanística e revelando o consagrado educador. José Corgosinho de Carvalho Filho, para mim, não foi apenas a inteligência luminosa, o mestre da retórica, o orador fecundo e primoroso que arrebatou e encantou os auditórios. Foi também o espírito aberto ao diálogo, o cidadão despido de vaidade, o exemplo de simplicidade, bondade e firmeza, virtudes que o emolduraram e engrandeceram a personalidade. Se nada valesse o muito que José Carvalho fez pelo Brasil, bastar-lhe-ia a dedicação sem limites à Fundação José Carvalho e à Ferbasa.
Astor de Castro Pessoa é presidente da Academia Baiana de Educação
FOTO: Manu Dias
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6º ESPORTE E NEGÓCIOS EM UM EVENTO EXCLUSIVO NA CAPITAL MAIS CHARMOSA DO BRASIL!
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Alexandre Bacelar
conteaí Fernando Guerreiro é produtor, diretor teatral e presidente da Fundação Gregório de Matos
Baianadas? Muito já se falou sobre as especificidades da
e com músicas que ferem os ouvidos dos mais sensíveis. Não importa. O baiano
cultura de nossa terra. De frases consagradas
é um exibicionista nato, um bufão de opereta prestes a soltar a nota mais alta a
como “só se vê na Bahia”, até a histórica, “se
qualquer momento.
você pensar num absurdo, na Bahia tem prece-
Salvador é a cidade da fofoca. Todo mundo sabe da vida de todo mundo. E
dente...”, tudo reforça a ideia, muitas vezes
quem são os grandes fofoqueiros da cidade? Os motoristas de táxi. Se estiver
de forma jocosa e preconceituosa, de que na
interessado em uma mulher do pedaço, pegue um táxi no ponto mais pró-
Bahia tudo tem um jeito próprio de acontecer,
ximo da residência ou trabalho da moça, que você vai extrair a ficha corrida
mesmo depondo contra certos princípios de
completa, com riqueza de detalhes. Um vizinho se apaixonou pela mulher de
civilidade e elegância.
um pastor e fazia a festa nos horários do culto. Recebia a agenda semanal do
Por exemplo, a Bahia é o reinado das
taxista, até um dia em que um fiel recebeu um demônio mais linguarudo que
gostosas, para não dizer cheinhas. A magra
o motorista e alertou o pastor sobre as atividades extras da honrada esposa.
aqui padece de uma solidão crônica e uma
Resultado: tiros, confusão e gritaria. Hoje o pastor paga um motorista para
tristeza eterna. Aqui é a terra onde o exces-
observar regularmente o cotidiano da nova mulher, já que a antiga foi expulsa
so é sinônimo de vitalidade. A esquelética
do lar sem direito a perdão.
agrada às amigas e ao espelho, enquanto a
Aqui é a cidade da descaração. Ainda bem! Desde que me entendo como
malhada faz a festa dos homens que ainda es-
gente que tudo rola a qualquer hora e em qualquer lugar. Plagiando Tim Maia,
tão na antessala da viadagem. Um amigo meu
aqui prostituta goza e cafetão se apaixona. Sem falar das bichas incubadas que
foi para um motel com uma destas viciadas
fazem horrores por aí. Cuidado, meninas, quanto mais bombado, maior o risco.
de academia, com voz grave e várias protu-
Quanto mais homofóbico, maior a possibilidade de aprontar muito na surdina.
berâncias esquisitas. Ao chegar lá, a porta
Está tudo misturado, tudo embolado, ninguém sabe mais quem gosta disto ou
emperrou e a hormonizada correu logo para
daquilo, o que considero sensacional. Relaxe e se deixe surpreender, que você
resolver o problema. O garboso infante, ao
poderá viver experiências inesquecíveis.
ver os músculos das costas da bombada, per-
Esta cidade é dos sátiros e bufões. Aqui se debocha de tudo, até enterro
deu completamente o tesão e a noite foi uma
é histriônico e a maioria dos casamentos bizarros. O que é sax num altar? E
broxada só. Palmas para as que se permitem
desfile de padrinhos pelas naves das igrejas? Não temos nada a ver com o solene,
uma gordurinha aqui, uma celulite acolá!
tanto que a maioria dos eventos que tentam ser sérios se transforma em uma
Vivemos uma surdez crônica. Aqui se fala alto em qualquer canto e é o único lugar do mundo em que as pessoas falam ao celular
sucessão de discursos chatos e vazios, com uma plateia sonolenta torcendo para aquela zorra acabar logo. Pois é, vivemos numa cidade e num estado específico e adorável, com um
tirando o fone do ouvido e aproximando o
cotidiano repleto de surpresas e reviravoltas. E quando percebermos que esta
microfone da boca, para que todos escutem o
é a nossa principal riqueza e começarmos a trabalhar a partir da educação a
teor da conversa de forma clara e indefensável.
reconstrução de um identidade própria, com certeza voltaremos a viver melhor
Vida privada, para quê? Sem falar em carros
e a atrair visitantes do mundo inteiro, interessados em vivenciar uma Salvador-
com som nas alturas, normalmente distorcido
Bahia repleta de diversão e calor humano.
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Controller
Chefe de HSE
FEIRA DE SANTANA – BA
CAMAÇARI – BA
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Nosso cliente é uma empresa de grande porte do segmento metalúrgico
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arte
na praia de Maria adair artista plástica
por Matilde Matos
Acostumada a lidar com o abstrato de suas linhas que superpõem e se entrelaçam como
2004. Atelier Apipema, nº 2, SSA-BA
as folhas verdes das palmeiras de sua terra, Maria Adair impõe o seu estilo inconfundível
acrílica s/tela de linho [100x150cm]
e atualiza qualquer realidade, seja a do profundo azul do mar ou de prosaicas mesinhas
Acervo Atelier Maria Adair
de beira de praia onde se bebe cerveja, como constata este quadro.
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