MAIO/JUNHO 2011 - Nº- 87
COMO DRIBLAR
IMPREVISTOS
A força-tarefa da logística de contingência Pág. 8
ENERGIA LIMPA_ BRF estuda criar usina de biogás a partir de dejetos suínos em SC – Pág. 4 CIDADANIA_ Cultura disseminada pelo Projeto SSMA ultrapassa portões da empresa – Pág. 12
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SAÚDE
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A beleza que vem da soja
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TECNOLOGIA BRF investe em usina de biogás
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CAPA
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Inteligência logística nas catástrofes
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CIDADANIA
As raízes da BRF no cobiçado Nordeste
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As transformações culturais do SSMA
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SUSTENTABILIDADE Relatório anual dá respaldo a investidor
CONSUMO
MERCADOS A conquista do grau de investimento
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Acontece As marcas que valem ouro
BRF BRASIL FOODS é uma publicação periódica, de circulação externa e distribuição gratuita.
Coordenação: Rosa Baptistella e Miguel Jimenez Colaboração: Roberta Pavon, Edélcio Lopes, Jones Broleze, Luciana Ueda
Conselho Editorial: José Antonio Fay, Antonio De Toni, Fábio Medeiros, Gilberto Orsato, Leopoldo Saboya, Luis Lissoni, Nelson Vas Hacklauer, Nilvo Mittanck, Wilson Mello
JBX Conteúdo e Comunicação Tel.: (11) 2613-5044 | 2533-5044 e-mail: antonia@jbxcomunicacao.com.br Coordenação Editorial: Antonia Costa Textos: Rachel Cardoso
Projeto Gráfico: Graphic Designers Direção de Arte: Ronaldo da Silva Rego Ilustrações: Gil de Godoy Imagens: Shutterstock Images Impressão: NeoBand Tiragem: 10 mil exemplares SAC – Brasil Foods: 0800-7017782
SAÚDE
Dose diária de beleza Está comprovado e a ANVISA já recomenda ingerir 25 gramas de proteína de soja nas refeições todos os dias para promover os benefícios do grão. Faça o teste e confira também no espelho
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certo que a felicidade também está associada a outros valores, mas o bem-estar e a beleza são fatores essenciais nessa permanente busca do ser humano. “Da nossa qualidade de vida depende o aspecto de nossa pele, unhas e cabelos e a soja é uma grande aliada das mulheres nessa batalha”, diz a nutricionista Heloísa Guarita Padilha, nutricionista e diretora sócia da RG Nutri Consultoria de Nutrição. Ela esteve ao lado do farmacêutico José Marcos Gontijo Mandarino, bioquímico e pesquisador da Embrapa Soja, no 1º- Simpósio da Soja: Seus Benefícios na Saúde e Beleza Feminina. O evento foi promovido pela Batavo Naturis Soja – primeira linha de alimentos refrigerados à base dessa rica proteína. “Hipócrates, pai da Medicina, já dizia: ‘somos o que comemos’”, destaca Mandarino. “Mas ainda são pouco explorados os benefícios da soja como alimento funcional, o que ela proporciona de dentro para fora do corpo”.
Por ser uma das fontes de proteína vegetal de melhor qualidade, seu consumo está diretamente relacionado à renovação e à beleza. Isso porque, além das proteínas, lipídeos, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, a soja ainda apresenta isoflavonas, consideradas fitoestrógenos, pois possuem estrutura semelhante ao hormônio feminino estrógeno. “A isoflavona é capaz de amenizar os sintomas de tensão pré-menstrual e perdas sanguíneas pela menstruação, auxiliar na manutenção da saúde óssea, manter a produção de colágeno e desempenhar papel antioxidante, retardando o envelhecimento”, esclarece Heloísa. Como é sempre melhor prevenir do que remediar, não custa uma tentativa para mudar velhos hábitos alimentares. A soja tem ainda o poder de provocar saciedade, o que, de quebra, pode garantir alguns quilinhos a menos.
AO ALCANCE DAS MÃOS Para aproximar ainda mais as mulheres da linha Naturis Soja, a marca lançou em maio a campanha com o mote “O dia a dia cansa a sua beleza. Naturis cuida”. O filme mostra que proteínas vegetais do produto cuidam do corpo da mulher e nutrem sua beleza. Além disso, a marca criou uma fun page no Facebook com posts de vídeos, imagens e textos relacionados ao bem-estar, saúde e beleza.
Praticidade e variedade fazem da linha Batavo Naturis Soja uma grande aliada da mulher contemporânea
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TECNOLOGIA
bom negócio BRF, Biogastec e SCGás se unem em torno de projeto que poderá resultar na construção, em Concórdia (SC), de uma usina de biogás a partir de dejetos suínos, uma empreitada em que todos ganham
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uprir as necessidades atuais sem esgotar os recursos para o futuro é a principal diretriz do protocolo de cooperação recém-assinado em abril que une a BRF Brasil Foods, a Biogastec do Brasil e a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) em torno de um projeto que promoverá não somente o crescimento dos produtores agrícolas como o desenvolvimento de todo o Estado. O acordo, que prevê o aproveitamento do biogás a partir de dejetos suínos, pode resultar na construção de uma usina em Concórdia, após a comprovação da viabilidade. “A BRF já deu passos significativos nesse caminho com a construção de mais de 1.415 biodigestores e a consequente redução de 137.870 toneladas de CO2 equivalente em 2010”, disse o vice-presidente de As-
BRF fará da ação um piloto para implementação em outros Estados do Brasil suntos Corporativos da BRF, Wilson Mello, na ocasião da assinatura. “O desafio agora é criar um sistema que seja viável, sustentável e replicável”. Estiveram presentes também o diretor de Operações da BRF, Nilvo Mittanck; o governador Raimundo Colombo; o diretor-presidente da SCGás, Altamiro José Paes; o repre-
sentante da Biogastec, Heinz Peter Schnicke e o secretário de Desenvolvimento Regional de Concórdia, Paulo Pastore. Para que o plano avance, as três instituições envolvidas vão investir agora num estudo de viabilidade técnica, econômica, financeira e ambiental da unidade de biogás – suprida com dejetos suínos recolhidos das granjas parceiras da BRF da região, além dos resíduos orgânicos produzidos no próprio frigorífico. O projeto inicial será desenvolvido na granja modelo em Faxinal dos Guedes, onde atualmente estão alojados 26 mil suínos que produzem um volume significativo de dejetos, com estimativa de produzir anualmente quatro milhões de metros cúbicos de biogás, além dos biofertilizantes.
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TECNOLOGIA
A segunda etapa prevê a implantação de uma usina de biogás centralizada em Concórdia, cuja matéria-prima será dejetos recolhidos das 200 granjas integradas, localizadas num raio de 20 quilômetros. A região projetada gera mais de 400 metros cúbicos diários de dejetos, além dos resíduos de abatedouro. A utilização do biogás traz diversos benefícios para Santa Catarina. No campo dos aspectos sociais, com o novo sistema de tratamento proposto será possível manter e expandir o agronegócio, bem como promover a geração de novos empregos e a fixação do homem ao campo. Essa também pode ser uma nova fonte de renda para os produtores agrícolas, que poderão utilizar e
agregar valor aos dejetos de suínos. O biogás, após tratado, poderá ser disponibilizado em redes de gás natural ou como combustível veicular (bio-GNV) internalizando a oferta de gás natural. O uso também ajuda a redução dos gases de efeito estufa (GEE) e o desenvolvimento de novas fontes de energia renováveis. “Acredito que estamos no caminho certo, é um grande desafio para o Estado e será um impulsionador do desenvolvimento de Santa Catarina”, ressaltou Raimundo Colombo. Além disso, o governador informou que essa pode ser uma alternativa para acabar com a dependência que o Brasil tem hoje das importações de gás da Bolívia, passando a desenvolver o seu próprio gás para canalização.
Biogás 3. Encaminhado às usinas, o biogás pode ser distribuído como energia elétrica, combustível ou gás de cozinha
Biofertilizante
Resíduos suínos Biodigestor
Outros resíduos orgânicos
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1. Dejetos suínos e outros tipos de resíduos são encaminhados para o biodigestor
2. Os biodigestores são câmaras que realizam a fermentação anaeróbia da matéria orgânica produzindo biogás e biofertilizante
FONTE DE ENERGIA LIMPA Estima-se que cada metro cúbico de dejeto suíno gere um quilowatt de energia. Os dejetos são conduzidos aos biodigestores por tubulação ou por caminhões. É o estudo de viabilidade que apontará a melhor alternativa. O biodigestor é um tanque protegido do contato com o ar atmosférico, em que a matéria orgânica é metabolizada por bactérias anaeróbias – que se desenvolvem em ambiente sem oxigênio. Nesse processo, obtêm-se como subprodutos o biogás, o biofertilizante e um efluente mineralizado. O biogás (60 a 65 % de metano) tem uma infinidade de aplicações, desde o abastecimento de fogões domésticos até a geração de energia elétrica. Com isso, é possível reduzir as necessidades de GLP – gás liquefeito de petróleo. Uma das grandes virtudes do biodigestor é converter os dejetos de suínos e biomassa em metano, gás carbônico, água e biofertilizante. O metano tem impacto 21 vezes maior que o gás carbônico no aquecimento global. Os efluentes resultantes da fermentação anaeróbica dos biodigestores permitem a adubação orgânica dos solos, melhorando o rendimento das lavouras, o que reduz os custos de produção de grãos e pastagens e agrega valor à produção agropecuária, além de evitar que os dejetos venham a poluir os rios. O biogás será purificado em uma usina e comercializado pela SCGás em rede nas cidades da região. Pode ser utilizado para fins residenciais, como combustível de automóveis – bio-GNV, consumo industrial. FONTE: FGV, GPEAR/Unisul e Coppe/UFRJ
MUITO ALÉM DA FEIJOADA 4. A produção do biogás nas usinas evita a emissão descontrolada do metano na atmosfera
Biometano
BRF está entre os três frigoríficos autorizados a exportar carne suína para a China A China autorizou a abertura do mercado local para a carne suína brasileira. A permissão foi concedida cinco meses após a vinda ao Brasil de uma missão chinesa para inspecionar 13 indústrias. Por enquanto, apenas três frigoríficos nacionais estão autorizados a exportar a carne. A BRF está entre eles. O anúncio foi feito durante o primeiro dia da visita da presidente Dilma Rousseff à China. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, comemorou a decisão com a comitiva presidencial, da qual participaram também o presidente da BRF, José Antonio Fay, e o vice-presidente de Assuntos Corporativos, Wilson Mello.
Energia elétrica
Biometano
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CAPA
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Uma empresa que não pAra Capacidade de reagir aos imprevistos que vão além do transporte coloca a BRF como uma das referências nacionais em planos de contingência, uma cultura ainda incipiente no Brasil
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esumida assim, em poucas linhas, pelo jornal regional O Divisor, a operação desencadeada por um incêndio na fábrica da BRF de Nova Mutum, no Mato Grosso, ganha ares de corriqueira: “Para que o abate de aves fosse reiniciado, foi necessária uma grande força-tarefa que mobilizou não somente plantas locais como de outros Estados.” Os danos causados por fatos imprevisíveis, porém, exigem ações delicadas e demandam uma inteligência logística para lá de complexa. Mas então, como lidar com eventos globais que podem afetar o fluxo da cadeia de suprimentos, como uma crise aérea ou uma greve portuária? E com ca-
tástrofes naturais, como terremotos e enchentes? “A capacidade de reagir de forma coordenada ao imprevisto é nosso principal trunfo para não desabastecer o mercado, o que, além de provocar perdas financeiras, pode prejudicar nossos clientes e consumidores”, explica o vice-presidente de Supply Chain da BRF, Luiz Henrique Lissoni. “Cabe aos operadores logísticos indicarem alternativas dentro das possibilidades existentes e isso implica desde alteração de rotas, origens, custos adicionais de frete até mudanças numa determinada fórmula ou na linha de produção e deslocamentos de mão de obra”.
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CAPA
Interrupções, mesmo que mínimas, fazem toda a diferença para uma cadeia viva como é a da BRF Segundo Lissoni, seja lá qual for a solução, o prazo é medido em horas para sua completa execução. “É preciso amenizar os danos, reduzir os riscos e os impactos das interrupções, principalmente quando se trata de uma cadeia viva, como é o nosso caso”. Para uma empresa como a BRF, acionar rapidamente um plano de contingência logística faz toda a diferença. “Os animais no campo precisam ser alimentados e tratados de acordo com as práticas de bem-estar animal, assegurando assim a qualidade dos nossos produtos”, destaca Lissoni. Na impossibilidade de prever os acontecimentos, que vão bem além do transporte do produto que sai da empresa, a equipe liderada pelo executivo segue alguns preceitos básicos que podem servir como um bê-á-bá para todo o mercado. Confira na página ao lado.
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1 Chuvas torrenciais na cabeceira do Rio Itajaí-Açu provocam enchentes e prejudicam as estradas, impedindo os caminhões de chegar ao porto
5 A carga do porto em questão é desviada para o Porto de Paranaguá
6 Para que o problema não se agrave, as cargas que saem das fábricas já começam a seguir rotas alternativas
REGRAS BÁSICAS Priorize clientes e fornecedores antes de qualquer coisa; a empresa não pode parar. Designe um time de profissionais qualificados pelo planejamento de ações em caso de uma crise e execute sem falhas o que foi planejado. Defina todas as possíveis causas de interrupção da cadeia: desastres naturais, acidentes, falhas em sistemas, falta de energia, greves e qualquer outro evento que possa afetar a logística. 2 A correnteza do rio forma ondas gigantes no Porto de Itajaí 3 O porto é fechado
Para cada risco definido, trace um plano de contingência, com ações, responsabilidades e cronogramas. Todas as áreas da empresa devem estar envolvidas. Conheça todas as opções de transporte e saiba onde conseguir ajuda. Defina transportadoras e modais que possam substituir os atuais para fazer com que o material chegue ao destino. Tenha também uma lista de fornecedores alternativos em regiões estratégicas.
4 Internamente a equipe de operadores logísticos avalia a situação municiada com informações de previsões meteorológicas e não há previsões de retomada
7 Uma intensa negociação é travada com armazéns, portos e companhias marítimas para realocar espaço e garantir a chegada da carga ao destino final
Mantenha-se atualizado para possíveis revisões dos planos, pois as crises podem surgir de qualquer lado.
CIDADANIA
De dentro para fora Mais do que um simples sistema de gestão integrado, o projeto SSMA tem provocado reflexões no dia a dia dos trabalhadores e melhorado sua qualidade de vida também fora da empresa
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á menos de duas décadas, uma lei municipal tornava o uso do cinto de segurança obrigatório para passageiros de carros que circulassem na cidade de São Paulo. A medida, que inicialmente gerou polêmica, foi incorporada por todo o País e se transformou em hábito, garantindo que milhares de vidas fossem salvas. Agora vivemos situação semelhante com a proibição do uso do telefone celular ao volante, que matou 16 mil pessoas em acidentes somente nos Estados Unidos em seis anos. É o que revela pesquisa de autoria de Fernando Wilson e de Jim Stimpson, da Universidade North Texas Health Science, publicada no American Journal of Public Health. “Normas não são suficientes para o indivíduo absorver determinada condição na vida”, avalia o psicólogo clínico e desportista, Adalberto Carlos. “Como o trabalho realizado na terapia, por mais que o paciente admita ter errado, ele precisa refletir e elaborar internamente o significado de tal atitude para efetivar uma mudança de comportamento”. Mas por que nos expomos e, pior, aos outros a esse e demais tipos de riscos todos os dias, inclusive no ambien-
te de trabalho? Para decifrar a questão e instigar uma mudança cultural que ultrapasse as fronteiras da empresa, a BRF adotou o projeto Segurança, Saúde e Meio Ambiente, o SSMA. “Partimos do pressuposto de que todos os ferimentos são evitáveis se o que é certo for praticado pelas pessoas o tempo inteiro, por todos e desde a primeira vez”, diz a coordenadora coorporativa do SSMA, Ieda Koppe. “Por isso, não basta dizer o que tem de ser feito, é preciso fazer para dar o exemplo”. Toda a concepção do projeto – que começou em 2008 e terminou em abril deste ano – teve o respaldo da bicentenária DuPont, referência mundial nas diversas áreas em que atua, entre elas proteção e segurança. “Graças à transferência de conhecimento da DuPont, desenvolvemos um sistema de gestão de SSMA”, conta Ieda. “Na prática, trata-se de 16 alavancas e suas respectivas ferramentas que se mostraram capazes de atingir resultados sustentáveis”. um novo valor para a brf_ Participaram dessa primeira fase 27 unidades de frigoríficos, industrializados, fábricas de ração, incubatórios, centros de distribuição, granjas e divisão de lácteos espalhados por
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. “O SSMA está se tornando um valor para toda a BRF e a ideia é disseminá-lo”, comemora Ieda. Algo que envolve processos, boas práticas e aspectos culturais. A disciplina operacional proposta, acredita Ieda, cria orgulho pessoal e extrapola o comportamento de cidadão para além dos muros da empresa. Tanto é assim que na hora de se desligar da BRF vários funcionários destacam como muito positivos os cuidados que a companhia toma no quesito segurança. “Uma empresa que tem como um dos pilares a responsabilidade social precisa cumprir o papel de formadora de cidadãos”, avalia o presidente da BRF, José Antonio Fay. Levando-se em conta que é a autoestima que faz o ser humano cuidar de si, o projeto SSMA é uma investida realmente importante. “É essencial que o trabalhador experimente uma nova condição de vida e trabalho para que possa começar a construir uma concepção de mundo na qual, entre outras coisas, as causas do que acontece de bom e mau não sejam atribuídas simplesmente a Deus ou ao destino, mas sim às ações, intencionais ou não, dos próprios indivíduos”, finaliza Ieda.
“A BRF é rigorosa em seus padrões de qualidade e busca incansavelmente os bons índices de produtividade, mas entende que isso não pode ser conquistado sem o respeito às pessoas. A meta da companhia é chegar ao índice zero de acidentes, alcançando os padrões de uma empresa de classe mundial. O processo de SSMA tem ajudado a nos aproximarmos cada vez mais dessa meta, mostrando significativos resultados. Por essa razão, o projeto será levado para as unidades que antes não estavam no escopo. Não é fácil, porém, mudar uma cultura. Nessa empreitada, precisamos de um forte alinhamento das lideranças da empresa, que devem se engajar ao processo, acreditar na mudança e dar o exemplo de comportamento esperado. As questões de segurança, saúde e meio ambiente hoje são encaradas como prioridade para a BRF e, para que isso se reflita nos índices e resultados, esses valores precisam ser compartilhados por todos dentro da companhia, da linha de produção à alta liderança. As melhorias em SSMA dependem de cada um. Todos precisam fazer a sua parte nesse processo.”
José Antonio Fay
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CIDADANIA
“Um dos pontos fortes da empresa é a segurança do trabalho. E com a vinda do SSMA o que era obrigatoriedade virou hábito. Hoje não consigo subir ou descer uma escada sem me apoiar no corrimão porque sei que dessa forma não sofrerei acidentes. O meu comportamento em relação à segurança não mudou apenas no ambiente de trabalho, mas também na minha vida.”
“O SSMA destaca-se por sua abrangência. Para alcançar uma postura consciente em relação à saúde, à segurança e ao meio ambiente foi necessário promover na companhia uma mudança cultural que tem ultrapassado os portões da empresa. Graças às ferramentas de gestão do projeto, o comportamento cotidiano tem se modificado. É a disseminação do respeito à vida.” Nilvo Mittanck Diretor de Operações da BRF
“Todos os níveis da liderança têm de estar comprometidos com os valores do projeto SSMA por meio de atitudes, decisões e palavras. Só assim conseguiremos disseminar o respeito à pessoa de maneira adequada, por toda a empresa e fora dela” Gilberto Antonio Orsato Diretor de Recursos Humanos da BRF
Joanilse Oneda de Campos Técnica de Produção I – Curados
SEM COMPLICAÇÃO O SSMA é um processo contínuo em favor da vida.
A grande maioria dos acidentes ocorre devido...
A meta é a excelência operacional: todos fazerem o certo todo o tempo. Os comportamentos seguros devem ser incentivados sempre. Todas as operações devem ser conduzidas de forma segura, sem atalhos ou improvisos. No topo dos valores estão a saúde e a segurança do ser humano, o compromisso com o meio ambiente e o atendimento da legislação.
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ao comportamento das pessoas – 96% a outros fatores – 4%
“Hoje se prima pela prevenção de toda e qualquer perda, seja humana ou material e, principalmente pela melhoria contínua de nossas instalações proporcionando às pessoas ambientes adequados à execução de suas atividades. O SSMA provocou transformações nas relações interpessoais dentro das fábricas. Mas os benefícios foram além e todos estão ligados à satisfação de executar sua função de forma mais segura. Acredito que o maior benefício, contudo, é poder proporcionar às pessoas, que chegam bem diariamente ao trabalho, que retornem aos seus lares, onde são aguardadas por suas famílias, da mesma forma como chegaram. Mas para manter a chama do SSMA sempre viva, é preciso que cada funcionário assuma responsabilidade individual pela ação de trabalhar sempre com condições seguras, informando todas as vezes que ocorrer uma situação de risco. Atitude é essencial nesse processo.” Leonel de Costa – Técnico da Evisceração – Serafina Corrêa/RS
“Há cinco anos fui convidado para conhecer um projeto da DuPont em segurança e saúde numa outra empresa para decidir se valia a pena trazê-lo para a BRF. Fiquei muito impressionado com os resultados, mas com certa dúvida se conseguiríamos ter a mesma constância. Pensava no grande desafio de conciliar o SSMA com os demais desafios como, por exemplo, manter foco no crescimento, na qualidade e na produtividade. Após três anos de SSMA, está claro que estamos conseguindo trazer tudo bem alinhado, pois o modelo de governança implantado tem ajudado a alavancar outras atividades importantes para a melhoria contínua. Ainda temos muito por fazer, mas as regionais que estão em fase mais adiantada obtiveram resultados que a gente custava acreditar que seriam possíveis. É o caso de Santa Catarina, que já ficou 166 dias sem acidentes típicos com afastamento, com um grupo superior a 14.000 funcionários. Agora temos as nossas referências dentro de casa.” Sidiney Koerich – Diretor Agroindustrial Regional
SÓ É BOM SE FOR PARA TODOS Expressões de civilidade tão simples como “bom-dia” e “obrigado” estão cada vez mais esquecidas. Mas civilidade é acima de tudo o respeito mútuo. Nesse sentido, regras existem para manter a harmonia entre as pessoas e garantir sua segurança. Confira algumas delas. Não use o telefone celular ao volante nem mesmo com fone de ouvido. Procure sempre estacionar o carro de ré para evitar manobras em casos de emergência. Nunca mude um móvel de lugar do escritório sem a devida sinalização. Não troque sequer uma lâmpada sem obedecer a todos os processos. Faça o que é certo para dar o exemplo.
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SUSTENTABILIDADE
DE PORTAS ABERTAS
Primeiro relatório anual com informações de sustentabilidade integradas da Perdigão e Sadia avança na política de transparência adotada pela BRF
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BRF apresentou ao mercado, em abril, seu Relatório Anual e de Sustentabilidade, sendo esse o primeiro com informações integradas da Perdigão e da Sadia. As informações financeiras foram elaboradas pró-forma em 2009 para um melhor entendimento dos dados consolidados da companhia. O documento ratifica informações relevantes de porte econômico-financeiro, social e ambiental da holding, referentes ao período de 1º- de janeiro a 31 de dezembro de 2010. Trata-se da terceira edição em que o desempenho da companhia é relatado com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), modelo de relatório mais completo e mundialmente difundido.
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Considerado um excelente documento de prestação de contas, com informações complexas capazes de respaldar investidores e demais públicos de interesse nas tomadas de decisões relacionadas aos seus respectivos negócios, o relatório de 2010 traz a nova missão, visão e valores da companhia, além de estar completamente alinhado às estratégias de crescimento previstas para longo prazo. As demonstrações financeiras são apresentadas de acordo com os padrões brasileiros e as normas internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards – IFRS), sendo auditadas pela KPMG Auditores Independentes. As informações de caráter socioambiental, por sua vez, foram baseadas em padrões corporativos e verificadas internamente. A BSD Consulting certificou a aplicação das diretrizes GRI, o que confirma a plena aderência ao nível 2 de governança corporativa, boas práticas de gestão para empresas de capital aberto. O processo de elaboração do documento contou com a participação e o engajamento de acionistas, fornecedores, funcionários, clientes, conselheiros e diretores da BRF, entre outros públicos de relacionamento. Os participantes avaliaram a relevância de 49 temas e indicaram quais deveriam ser enfatizados no relatório e possuem maior importância para a estratégia e para a gestão da empresa. Confira abaixo as principais preocupações.
01
Segurança alimentar, qualidade dos produtos e embalagens
02
Condições de trabalho adequadas e direitos humanos
03
Cumprimento da legislação ambiental
04
Cumprimento das legislações sociais e ambientais dos integrados e fornecedores
05
Relações de longo prazo, respeito mútuo, transparência e ética
06
Ética e mecanismos de combate à corrupção
07
Gestão de efluentes, emissões e resíduos
08
Produção mais limpa, prevenção à poluição, redução de impactos negativos, eficiência operacional
09
Saúde e segurança do trabalho
10
Desempenho da empresa e geração de valor
11
Política de sustentabilidade
12
Proteção ambiental do entorno
13
Rastreabilidade na cadeia de fornecedores
14
Políticas e critérios de seleção e avaliação de fornecedores
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Relacionamento com fornecedores integrados
Por um futuro próspero Valores que sustentam o desenvolvimento dos negócios Integridade como base de qualquer relação Foco no consumidor é ingrediente fundamental do sucesso Respeito pelas pessoas nos faz ainda mais fortes Desenvolvimento de pessoas é fundamental para sustentar o crescimento Alta performance é nossa busca permanente Qualidade em produtos e excelência em processos Espírito de inovação constante
Desenvolvimento sustentável
Visão global, agilidade local Compromisso com a diversidade e aceitação das diferenças
16 Valorização do capital humano
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CONSUMO
Onde o Brasil cresce mais O Nordeste é alvo de investimentos maciços de empresas de todos os setores. Mas não é de hoje que a BRF criou raízes na peculiar economia que se expande acima da média nacional e já supera a chilena
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á menos de uma década, mergulhada na pobreza, a região Nordeste não era vista como um mercado a ser explorado pelas empresas. De lá para cá muita coisa mudou. É a primeira vez, desde o ciclo do açúcar, no século XVII, que a região passa por um processo de crescimento ancorado no setor privado – numa corrida para se consolidar numa região que atualmente cresce, em média, dois pontos percentuais acima da economia nacional. Trata-
-se de um movimento que ainda promete dar o que falar. É que o aumento de quase 14% do salário mínimo previsto para 2012 pode levar o crescimento do consumo das famílias do Norte e do Nordeste a taxas comparáveis às da China, especialmente no caso de itens de baixo valor unitário, como alimentos e bebidas. Uma das pioneiras a investir nessas regiões, a BRF agora colhe os frutos do que para a época foi considerado uma ousadia. “Investimos
constantemente nessas regiões desde os anos 1970. De lá para cá, consolidamos presença com a construção de fábricas e desenvolvemos marcas exclusivas alinhadas às necessidades dos consumidores locais, que sempre buscaram aliar preço e qualidade”, diz Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF. Com 54 milhões de consumidores, o Nordeste experimenta uma forte mobilidade social positiva provocada pelos investimentos públicos
1977
1997
1998
2000
CD Sadia Salvador – BA
CD Perdigão Fortaleza – CE
CD Perdigão Recife – PE
CD Perdigão Salvador – BA
• Funcionários: 24, sendo 81 terceirizados • Atendimento: Pernambuco – Paraíba – Alagoas – Rio Grande do Norte
• Operação terceirizada: Stock Teck • Atendimento: Bahia – Sergipe
• Colaboradores: 560 • Atendimento: Bahia – Sergipe
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• Colaboradores: 260 • Atendimento: Piauí – Maranhão – Ceará
rápido e privados nos últimos anos, pela valorização real do salário mínimo e por políticas assistencialistas como o programa Bolsa Família. As informações constam do estudo, encomendado pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) à empresa de consultoria Nielsen, apresentado na Bahia, no início de abril, no evento “Nordeste, a Bola da Vez”. Se o Nordeste fosse um país independente, seria a 39ª- economia do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) avaliado em R$ 416 bilhões. Atualmente, já é uma economia maior, por exemplo, que a chilena. Os dados da pesquisa desvendam ainda mais o potencial da região, que incorporou milhões de famílias nordestinas das classes D e E ao mercado de consumo devido à ampliação dos programas sociais do governo federal e à expansão do emprego formal em decorrência dos grandes investimentos em infraestrutura.
Salvador – BA
Cardápio reforçado_ A Elegê, marca de leite mais vendida no Brasil, lança com exclusividade no Nordeste o Elegê Fortificado. A novidade estará disponível nas gôndolas a partir de maio nas versões sachê de 120 g e 200 g, complementando a linha Elegê de leite em pó integral e desnatado. Fabricado pela BRF, o produto – fonte de ferro e cálcio – é enriquecido com vitaminas A, C e D, nutrientes essenciais para uma vida saudável. “Durante a fase de desenvolvimento, nossa atenção sempre esteve voltada à saúde do consumidor. As famílias do Nordeste poderão contar com um produto lácteo que oferece ainda mais benefícios nutricionais. Outro grande diferencial de Elegê Fortificado é a embalagem na versão 120 g, primeira e única do mercado”, afirma Viviane Farinelli Franjose, gerente de leites em pó e queijos da BRF Brasil Foods. Uma das principais marcas do portfólio da BRF, a Elegê oferece aos consumidores uma linha completa de leites, além de leite em pó em lata e em sachê. A marca também produz bebida láctea, iogurte, doce de leite, leite condensado, creme de leite, molho, requeijão, queijo petit suisse, sobremesa, linha Bob Esponja e ainda a linha Veg, com produtos à base de soja.
PIONEIRISMO FAZ A DIFERENÇA
2002
2009
2009
2010
Fábrica Perdigão São Gonçalo dos Campos – BA
Fábrica Perdigão Bom Conselho – PE
Fábrica Sadia Vitória de Santo Antão – PE
CD Sadia Vitória de Santo Antão – PE
• Colaboradores: 1.764, sendo 304 terceirizados • Produção: Salsicha, mortadela, frango inteiro, miúdos e cortes de frango • Exportação: Hong Kong
• Colaboradores: 253, sendo 60 terceirizados • Produção: Leite UHT, manteiga, iogurte (líquido e polpa) e leite fermentado
• Colaboradores: 911, sendo 217 no CD • Produção: Salsichas, mortadelas, linguiças cozidas, lanches e apresuntados
• Funcionários: 229 • Atendimento: Salvador – Recife – Fortaleza – Belém
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MERCADOS
Entrevis
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LEOPOLDO VIRIATO SABOYA “A coroação de um trabalho”
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linhadas ao atual cenário econômico, três agências de ratings elevaram a classificação da BRF em abril. A decisão da Fitch de conceder grau de investimento foi imediatamente atestada pela Standard & Poor’s (S&P) e pela Moody’s, que mudaram a perspectiva da sua nota de crédito de estável para positiva, uma conquista considerada pelo mercado como um divisor de águas. A expectativa é que na esteira da BRF outras companhias recebam em breve o mesmo reconhecimento. O movimento ocorre três anos após a crise nos Estados Unidos provocar uma reviravolta no balanço contábil de empresas no mundo todo e reflete uma rápida reestruturação da gestão brasileira. Para detalhar o assunto, o vice-presidente de finanças, administração e relações com investidores da BRF, Leopoldo Viriato Saboya, concedeu a entrevista a seguir.
Qual era a situação no início da crise americana? A BRF assinou o acordo de associação com a Sadia em maio de 2009; a dívida bruta foi para R$ 14,8 bilhões e a alavancagem (relação dívida líquida/EBITDA) ficou momentaneamente em 4,0x. Àquela altura, a companhia estava a apenas uma nota do chamado “grau de investimento”. O trabalho de reestruturação da dívida e saneamento financeiro incluiu uma oferta de ações de R$ 5,3 bilhões, que reduziu o endividamento e contribuiu
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para que a BRF permanecesse com o mesmo rating herdado da Perdigão. Ainda como parte desse trabalho, fizemos uma emissão de um eurobond de USD 750 milhões no início de 2010. Durante o roadshow, sentimos que o mercado já nos via como uma empresa grau de investimento e isso fez com que iniciássemos um projeto rumo ao investment grade. Hoje, a dívida bruta da companhia é praticamente a metade da cifra de meados de 2009 (R$ 7,3 bilhões) e a alavancagem caiu substancialmente para 1,3x.
No relatório em que anunciou a promoção da nota da BRF, a agência de risco destaca que, após o anúncio da associação, a empresa ampliou com solidez a base de receitas, expandiu-se para novos mercados e fortaleceu sua posição nos mercados existentes. E o que isso significa? É a coroação de um trabalho não somente da área financeira, mas também de todo o grupo, que possibilitou a consistente recuperação da rentabilidade da BRF para patamares históricos. Não deixa de ser um reconhecimento, um selo de qualidade para com a execução de nossa gestão e nossa distinguida governança corporativa. Os números de balanço por si só sustentam essa classificação, mas ficamos satisfeitos por ter visto vários fatores qualitativos em destaque nos relatórios das agências, corroborando o sentimento de que “estamos no caminho certo”. Entramos agora no rol seleto de empresas brasileiras que possuem essa classificação. Isso é mais um passo de uma empresa que será classe mundial. E quantas são? Aproximadamente 15. Só este ano, a Fitch promoveu a nota de quatro companhias nacionais, incluindo a BRF. Em 2010, nove empresas tiveram a classificação melhorada e quatro tiveram redução na nota. Quais são as vantagens para essas empresas? A principal característica comum entre os emissores que possuem grau de investimento é o perfil de crédito sólido, capaz de manter condições de honrar compromissos mesmo em cenários adversos. Um rating melhor contribui, por exemplo, para que empresas e governos
levantem recursos a custos mais baixos. O Brasil saiu fortalecido da crise e as companhias brasileiras começaram a ser colocadas à altura do que elas merecem. Em termos práticos, possuindo o selo de investment grade acessamos uma base maior de investidores (bondholders), conseguimos preços melhores de nossas dívidas e prazos mais longos. Ou seja, tudo que um executivo de finanças busca para a empresa. E para a BRF especificamente, o que isso significa? A conquista do grau de investimento mostra que somos uma empresa saudável financeiramente e apoia a consolidação da estratégia de ser uma companhia de classe mundial. No relatório de atribuição de grau de investimento para a BRF, a Fitch cita que os ratings também refletem a incerteza da decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a fusão com a Sadia e a possibilidade de ser determinada a venda forçada de ativos. Entretanto, os ratings
também consideram o fato de que as vendas potenciais fortalecerão a posição de caixa da companhia. O grau de investimento pode influenciar a decisão do Cade? Não creio que irá influenciar o Cade. O grau de investimento significa maior oportunidade para os investidores, muda e facilita a capacidade de acesso a recursos, principalmente no exterior. Por outro lado, atesta nossa tese de que estamos criando um campeão nacional na indústria de alimentos com um importantíssimo papel na oferta de alimentos no mercado mundial. A companhia pretende captar recursos no mercado? Não há necessidade imediata, pois estamos confortáveis com a posição de caixa atual. Mas a empresa sempre olha as condições de mercado para futuras operações financeiras. Ao fim de 2010, a BRF tinha um caixa de R$ 3,552 bilhões, com uma dívida líquida de R$ 3,634 bilhões, redução de 13,3% ante os R$ 4,193 bilhões de 2009. O grau de alavancagem – medido pela relação dívida líquida/EBITDA – da BRF passou de 3,6x em 2009 para 1,4x em 2010, fruto de uma saudável geração de caixa no período. Qual sua avaliação sobre as análises? São extremamente positivas, pois mostram melhoras graduais nas margens operacionais a cada trimestre, em decorrência das sinergias capturadas com a integração das operações da Sadia e da BRF nas áreas autorizadas. Começam a mostrar que as agências passam a nos ver cada vez mais como uma empresa de alimentos e não como uma empresa de proteínas animais.
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ACONTECE
VAREJO
DISPARADA
INOVAÇÃO NA APAS 2011
MAIS VALIOSAS
A
pesquisa “Tendências do consumidor”, apresentada durante a abertura do 27ºCongresso e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, realizado entre os dias 9 e 12 de maio pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), no Expo Center Norte, em São Paulo, revela que o brasileiro está cada vez mais disposto a experimentar novos produtos. Na opinião dos consumidores ouvidos pelo estudo, somente 5% dos artigos apresentados pelo mercado atendem aos requisitos básicos da inovação, que são aqueles que criam novas categorias, estimulam novos usos, alteram os hábitos de quem os compra e, final-
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mente, geram venda incremental para o mercado. Para o diretor de economia da APAS, Martinho Paiva Moreira, os empresários devem focar no desenvolvimento de produtos que chamem a atenção pela diversidade. “Os fornecedores têm de desenvolver itens para atender às novas demandas. O que nós verificamos, infelizmente, é que muitos produtos novos são lançados todos os dias, mas a maioria é apenas similar aos líderes de venda, nunca muito diferentes ou realmente considerados inovadores.” Inovação foi o tema da APAS. Participaram do maior evento mundial do setor mais de 70 mil empresários e executivos de todo o Brasil e da América Latina, além de 550 expositores. A expectativa é movimentar R$ 5 bilhões em negócios este ano.
P
esquisa “As Marcas Mais Valiosas do Brasil em 2011”, realizada pela Istoé Dinheiro em parceria com a BrandAnalytics/ Millward Brown reflete a pujança da economia brasileira em 2010, que cresceu 7,5%. Os setores beneficiados diretamente pela expansão do consumo registraram as maiores altas, chegando à valorização de 315%. Puxadas pela nova classe média, as 50 maiores grifes nacionais ganharam força e atingiram o valor inédito de R$ 135 bilhões. Entre as dez primeiras colocadas estão Sadia e Perdigão, marcas da BRF. Ambas as marcas são amplamente reconhecidas graças ao relacionamento de confiança estabelecido com o consumidor. Em alimentos, o destaque ficou por conta da Sadia, que de 2010 para cá valorizou quase 150%. O ranking de valor de marca integra os dados de mercado – como conhecimento, preferência por uma marca, satisfação e lealdade – com dados financeiros, ou seja, valor dos ativos tangíveis, rentabilidade e liquidez das operações.
ESTRELAS
ESTAÇÃO DIGITAL
ENTRE AS MIL
Matricule-se
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stão abertas as matrículas para as novas turmas do curso básico de informática ministrado pela Estação Digital, em Bom Conselho, no agreste meridional de Pernambuco. Ao contrário do que foi publicado anteriormente pela revista BRF, a cidade não é a mais carente da região, sendo considerada bacia leiteira do Estado e referência turística incluída no circuito do forró de Pernambuco. A implantação da estação de inclusão digital faz parte da política de desenvolvimento sustentável da BRF. São formadas duas turmas por ano, num total de 240 jovens e adultos capacitados para competir no mercado de trabalho. As aulas começam em agosto e têm duração de quatro meses.
A
BRF está entre as 1.000 empresas listadas pela revista norte-americana Forbes em sua tradicional lista das maiores do mundo. No total, 37 brasileiras estão entre as 2.000 maiores. O destaque ficou por conta da Petrobras, em oitavo lugar e a primeira brasileira a figurar no seleto grupo das “Top 10”. Trata-se de mais um sinal de como a economia global vem mudando desde o início da crise. Anteriormente, a maioria era ligada ao setor financeiro americano ou europeu. Para realizar sua avaliação, a Forbes faz uma combinação de dados, como faturamento, lucro, ativos e valor de mercado.
LANÇAMENTOS CARDÁPIO REFORÇADO
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rês novos produtos estão à disposição do consumidor. A linha Meu Menu ampliou seu portfólio com dois novo sabores: Nhoque à Bolonhesa e Polenta Cremosa com Molho de Tomate e Carne. Todos os produtos recebem cuidados especiais em sua fabricação, o que garante o sabor de comida caseira. As porções são desenvolvidas em embalagens de 350 g. Na linha Pizza da Perdigão, a novidade é o sabor Portuguesa. Um dos preferidos dos consumidores, veio para compor um leque de oito sabores diferentes.