JaNeiro/FeVereiro 2012 - Nº- 91
Motor da ecoNoMia ConSUmo interno DeVe manter o CreSCimento Do VareJo, aPeSar DoS SolaVanCoS internaCionaiS em 2012 Pág. 6
eXPaNsÃo_ Produção no MT será ampliada em 35% – Pág. 3 eMerGeNte_ Desponta o promissor continente africano – Pág. 14
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NEGÓCIOS
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MT é alvo de investimentos
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CAPA A força do mercado interno
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SUSTENTABILIDADE
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A BRF no World Climate Summit
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VITRINE
Setor enriquece cidades
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Comer brincando nas férias
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INTERNACIONALIZAÇÃO O continente africano emerge
A REVISTA BRF é uma publicação periódica, de circulação externa e distribuição gratuita. Conselho Editorial: Wilson Mello, Kristhian Kaminski, Luciana Ueda, Mauricio Cherobin, Pérsio Pinheiro, Roberta Morelli
AGRONEGÓCIO
LÁCTEOS Admirável Mundo Batavo
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ACONTECE Ano novo, novas fábricas
Coordenação: Rosa Baptistella e Miguel Jimenez Colaboração: Roberta Pavon, Jones Broleze
Projeto Gráfico: Graphic Designers Direção de Arte: Ronaldo da Silva Rego
JBX Conteúdo e Comunicação Tel.: (11) 2613-5044 | 2533-5044 e-mail: antonia@jbxcomunicacao.com.br Coordenação Editorial: Antonia Costa Textos: Rachel Cardoso
Impressão: Pancrom Tiragem: 8,5 mil exemplares SAC – BRF: 0800-7017782
NEGÓCIOS
MATO GROSSO: MOSAICO DE RIQUEZAS
BRF INVESTE NA REGIONAL PARA AMPLIAR EM 35% O VOLUME TOTAL DE TUDO O QUE É PRODUZIDO NUM DOS ESTADOS MAIS PROMISSORES PARA A COMPANHIA ESTE ANO
Foto: StockBrazil / Marcos Vergueiro
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esde a divisão do território que culminou com a criação de um novo Estado, há pouco mais de três décadas, Mato Grosso experimenta um desenvolvimento acelerado. E coube à agropecuária –
com índices de produtividade que superam a média nacional e alcançam os mesmos níveis da norte-americana – dar o impulso necessário para a economia regional. Mato Grosso é hoje líder na produção de algodão no
Brasil. Também está entre os maiores produtores de soja. Destaca-se ainda pela estratégica localização geográfica. É um importante entreposto comercial, porque une corredores que ligam o Atlântico ao Pacífico.
Cuiabá, capital do MT
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NEGÓCIOS
Um cenário perfeito para o surgimento de novas cidades, originadas por migrantes da região Sul do Brasil, atraídos pelas promessas de prosperidade. Um sinal dessa movimentação está no norte mato-grossense, que em 20 anos viu seus 38 municípios saltarem para cerca de 130, segundo dados do Arquivo Público do Estado de Mato Grosso. Trata-se de um potencial na mira da indústria, setor que mais se expandiu na década atual, conforme indicadores econômicos da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), e com perspectivas de manter o ritmo de crescimento nos próximos anos. “A BRF mantém seis regionais para produzir e atender os mais de 2,5 mil clientes no Brasil e no mundo. Entre as mais promissoras da companhia está a Regional Mato Grosso”, corrobora Sidiney Koerich, diretor agroindustrial da BRF. Composta pelas unidades de Várzea Grande, Campo Verde, Mirassol D’Oeste, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Nova Marilândia, a
Regional de Mato Grosso abrange em seu portfólio desde o abate de aves, suínos, bovinos até a produção de industrializados, tais como hambúrguer, carne cozida e mortadela, entre outros. Emprega mais de 10 mil funcionários e há perspectivas de aumentar esse quadro com os investimentos que serão feitos. A companhia deverá aplicar cerca de R$ 400 milhões para expandir suas operações nos próximos anos. Também está nos planos a construção de mais de 1.000 casas nos conjuntos habitacionais da Regional de Mato Grosso, além de uma creche e um posto de saúde. Já estão construídas 271 casas e uma creche no Habitacional de Nova Mutum. Em Lucas do Rio Verde são 1.488 casas com posto de saúde e creche construídos, e tem-se previsão de aumentar; para o município de Mirassol D’Oeste está prevista mais uma creche. Espera-se que esse investimento resulte na expansão de 35% do volume total de tudo o que é produzido nas unidades da regional. Em
2011, a produção superou a casa de 400 mil toneladas. Para sustentar esse crescimento, será necessário aumentar em mais de 50% o número de bovinos confinados, além de construir dezenas de aviários em Lucas do Rio Verde, Campo Verde, Nova Mutum e Nova Marilândia e transformar os aviários existentes para o sistema dark house. Tem-se ainda a previsão de expansão do conjunto de granjas produtoras de suínos nos sistemas de terminação, produtoras de leitões e multiplicadoras. Além dos investimentos da companhia, a Regional Mato Grosso também irá contar com financiamentos para as novas parcerias com os produtores da região. Os recursos virão do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste do Banco do Brasil. A investida tem justificativa simples: o preço competitivo do grão, principal insumo da alimentação de aves, suínos e bovinos, além das características favoráveis de clima, topografia e perfil das propriedades e dos produtores do Estado.
Time da regional da BRF reúne mais de 10 mil funcionários
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A companhia investirá R$ 400 milhões para ampliar as operações no Estado
Em 2011, a produção das unidades do MT superou a casa de 400 mil toneladas
Brf no mato GroSSo
675.000 2.200 4.000 256,5
aves/dia
bovinos/dia suínos/dia
t/dia de industrializados
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VareJo
seM teNsÃo, sÓ cauteLa meRcado doméstico deve gaRantiR eXpansão do coméRcio BRasileiRo mais uma vez apesaR da cRise inteRnacional
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s tempos são outros. E, mesmo que mais modestamente, o Brasil deve manter a trajetória de desenvolvimento, apesar dos solavancos da crise internacional, agora na Europa, onde os países terão de mostrar como fechar as contas resultantes de uma política insustentável, assim como aconteceu em 2008, nos Estados Unidos, com os bancos. Naquela ocasião, o País se recompôs rapidamente da avalanche de más notícias que costuma azedar o humor do consumidor e revelou ao mundo que nada mais seria como antes. O mercado interno, então, se mostrou não só a tábua de salvação da economia doméstica como despertou ainda mais a cobiça de investidores internacionais. Não deve ser diferente em 2012. Embora a intenção de compra dos brasileiros esteja menor, trata-se de uma desaceleração esperada. O consumo das famílias – item que con-
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tribui com cerca de 60% do Produto Interno Bruto brasileiro – tem arrefecido em consequência da elevada base de 2010, quando cresceu mais de 10% sobre o ano anterior, como ocorre tradicionalmente em ano de Copa do Mundo de Futebol, além de outros dois acontecimentos que marcaram 2011: a ameaça da inflação e o índice de endividamento provocado pela menor renda real. Essa combinação de fatores leva a crer que a expansão poderá variar entre 5% e 7%, tanto no fechamento do ano passado quanto no deste ano. Ninguém arrisca cravar um percentual, mas trata-se de um avanço considerável. “O ambiente externo é instável, mas o Brasil está mais preparado”, diz o professor Claudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração de Varejo (Provar/Ibevar) da FIA-USP. “É preciso, porém, ficar atento, pois essa questão política é complexa e deve ir longe”.
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VAREJO
SEM SURPRESAS_ Independentemente do desfecho da crise que abate, por enquanto, Espanha, Portugal, Grécia e Itália (e respinga na Alemanha), o varejo tem demonstrado bases sólidas nos últimos oitos anos, com crescimento de 3,5 pontos percentuais acima do PIB nesse período. “O consumo de massa responde por dois terços do mercado interno e a formalização do emprego, e o acesso ao crédito, inclusive ao imobiliário, deram vazão a uma demanda de extrema importância”, afirma o presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Fernando de Castro. A entidade re-
úne as principais empresas do setor. Na avaliação de Castro, a manutenção de crescimento está garantida também pela competência de todo o time por trás das gôndolas. “O comércio está capacitado para concorrer globalmente e regionalmente, com tecnologia e segmentação suficientes para atender a clientes mais específicos”. Trata-se de uma realidade que ganha corpo com a redução da informalidade no País, conforme destaca o consultor Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da GS&MD. “A formalização fiscal e trabalhista vai desenhar uma nova estrutura para o setor, principalmente em áreas mais
pulverizadas.” Essa profissionalização do mercado deve aumentar o número de fusões e aquisições. Outra tendência apontada por ele é o ingresso mais veloz de recursos estrangeiros no Brasil. Com a crise lá fora, o apetite de investidores americanos, mexicanos e chilenos, além é claro dos chineses, e tantos outros, se intensifica. Movimentos assim têm fatores positivos, com a geração de emprego e renda, e, consequentemente, o aumento do consumo. Mas o outro lado da moeda é uma concorrência nem sempre saudável com a indústria brasileira que, por sua vez, procura estreitar as relações diretas com o consumidor – um ser em constante mutação.
DÍVIDAS Apesar de recorde, o nível de endividamento no Brasil ainda é relativamente baixo quando comparado com o de outros países.
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CRÉDITO O volume de recursos destinados a pessoas físicas alcançou R$ 498,8 bilhões no acumulado do ano até outubro e mantém trajetória de crescimento nominal.
FORMALIDADE Até outubro de 2011 o recolhimento de impostos federais cresceu 12,23%, para R$ 794,3 bilhões, em relação a igual período do ano anterior.
O varejo tem crescido 3,5 pontos percentuais acima do PIB brasileiro nos últimos 8 anos
INTERNET POPULAR_ Mudanças sociodemográficas resultantes do ingresso de 40 milhões de pessoas na classe C nos últimos anos vieram acompanhadas de inclusão digital e bancária, que somadas aos programas do governo federal, como o Luz para Todos, impulsionaram diversos segmentos, mas fundamentalmente o de eletroeletrônicos, líder no ranking de vendas do comércio eletrônico. A internet de fato tem atuado como coadjuvante de um varejo agora multiformato. Não se trata de uma evolução do passado, mas de uma revolução sobre o passado. Isso porque coloca o consumidor no epicentro de todo o processo de transformação de mercado, integrando de forma virtuosa
todos os canais de relacionamento, promoção, serviços e vendas. Para acompanhar esse ritmo frenético o varejo precisa identificar o perfil exato de cada público que quer atingir. Segmentação estabelecida, é preciso destacar a marca e encantar os clientes com mercadorias e serviços pelos mais diversos canais e formatos. E tão importante quanto oferecer opções é a integração entre eles, além da comunicação bem feita. Por isso o ano será marcado pela arrumação feita em 2011, que visou a profissionalizar e simplificar a gestão dos maiores grupos do País. Tudo para que a janela de oportunidades aberta pelo momento ímpar da economia brasileira se desdobre agora em novos negócios.
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SUSTENTABILIDADE
POLÍTICA DO AGORA
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BRF participou do 2º- World Climate Summit realizado durante a 17ª- Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 17), em dezembro, em Durban, na África do Sul. Trata-se do maior fórum internacional de negócios verdes, quando mais de 400 líderes empresariais e governamentais expõem iniciativas privadas inovadoras, firmam parcerias público-privadas, trocam experiências e buscam alternativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no planeta.
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Além de figurar como uma das patrocinadoras desta edição do evento, a BRF apresentou ao mundo seu Programa de Suinocultura Sustentável, criado em 2006, com o objetivo de apoiar produtores parceiros na adoção de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) justamente para reduzir os impactos da atividade no aquecimento global. “Para termos práticas mais sustentáveis, precisamos trabalhar muito próximo da nossa cadeia de valor – que no nosso caso envolve milhares de produtores de grãos, aves, suínos e bovinos, além de uma gama de diferentes fornecedores”, afirma a gerente de Sustentabilidade da BRF, Luciana Ueda. Hoje, a BRF tem mais de 3,5 mil produtores de suínos. O Programa Suinocultura Sustentável consiste na instalação de biodigestores nas granjas onde os resíduos de origem animal são produzidos. O gás metano gerado – 21 vezes mais poluente que o CO2 – é capturado e transformado em biofertilizante de alta qualidade. O biogás produzido pode ser usado no aquecimento e geração de energia. O programa foi moldado na forma de MDL, portanto, gera créditos
PARA FIGURAR ENTRE AS MAIORES EMPRESAS GLOBAIS DE ALIMENTOS NO FUTURO A BRF JÁ COMEÇOU A CONSTRUIR UMA BASE SUSTENTÁVEL DE NEGÓCIOS
de carbono. Todo o processo de validação de registro e comercialização desses créditos é realizado pela BRF, mas toda a receita com a venda deles é devolvida aos agricultores após pagamento do financiamento. Muitos foram os desafios para implementação desse projeto. O primeiro deles foi convencer os produtores a se envolver. A maioria nunca tinha ouvido falar nada sobre o Protocolo de Kyoto, e menos ainda sobre créditos de carbono. Anteriormente, alguns tinham dúvidas sobre os benefícios da instalação do biodigestor, o que requer investimento dos agricultores, financiados pela empresa. Gradualmente, as vantagens do projeto se espalharam, e a participação dos produtores superou as expectativas. Atualmente, aproximadamente 1.200 fazendas estão comprometidas com o programa, o que representa uma redução das emissões no ano de 2011 de cerca de 166.604 toneladas de CO2. O segundo desafio foi desenvolver a tecnologia adequada a partir do zero. Não havia digestores que atendessem às necessidades, e não havia mecanismos
eficazes para medir a quantidade de gás capturado. Por esse motivo, a BRF buscou parceiros e juntos desenvolveram os equipamentos necessários. Com a iniciativa, a BRF dá um passo importante para incentivar o conceito de sustentabilidade na produção de alimentos, base de seus negócios. “Criamos um grupo exclusivamente para diagnosticar, propor metas e desenvolver projetos de redução de emissões para melhorar a eficiência de todo o processo”, conta o vice-presidente de Assuntos Corporativos da BRF, Wilson Mello. Segundo o executivo, ainda há muito a ser discutido sobre o futuro do mercado de carbono, fundamentalmente os procedimentos para garantir a integridade dos projetos. “Existe muita burocracia, o que eleva os custos das iniciativas locais e com maiores apelos à sustentabilidade”, diz. “Os esforços são para que nosso modelo se torne um exemplo para outros na indústria, demonstrando que o Brasil pode aumentar a produção de uma forma mais limpa dentro de uma economia de baixo carbono”.
RESULTADOS DO PROGRAMA DE SUINOCULTURA SUSTENTÁVEL
Benefícios ambientais locais Redução de odor na propriedade; Melhoria da qualidade ambiental da propriedade. Benefícios econômico-sociais Fixação da população nas atividades locais; Diminuição da quantidade de energia utilizada; Diversificação econômica nas propriedades. Benefícios da capacidade de geração de renda Criação de produtos alternativos (biofertilizante, biogás); Geração do crédito de carbono, viabilizador do projeto. Benefícios tecnológico-ambientais Novas tecnologias de tratamento e adequação ambiental que promovem a melhoria da qualidade da propriedade; Redução das emissões dos gases de efeito estufa na atmosfera.
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VITRINE
GOSTOSURAS NUTRITIVO_ A linha de produtos da Turma da Mônica tem a cara das férias, pois com ela é possível alimentar as crianças sem abrir mão da diversão. É o caso do filezinho de frango, desenvolvido especialmente para agradar o paladar infantil, e do mini hambúrguer, fonte de proteína, e que tem tempero suave e menos sódio.
DIVERTIDO_ Ideal para lanches, aperitivos e cafés da manhã, o pão de queijo da Turma da Mônica tem 0% de gordura trans e o tradicional sabor mineiro. Outro sucesso garantido entre o público infantojuvenil é a batata em formato de letra. O alfabeto é feito de massa de purê de batata pré-frita, o que proporciona uma textura crocante por fora e macia por dentro.
CROCANTE_ As três versões dos Nuggets Sadia são deliciosamente sequinhas e crocantes. É apenas uma questão de preferência optar entre Crocante, Queijo e Legumes, esses últimos preparados com pedacinhos de brócolis, cenoura, couve-flor e grãos de milho selecionados. Vale também experimentar um mix de todos eles. Vai agradar!
Veja dicas da Sadia para incrementar a sua sobremesa no site www.sadia.com.br DELÍCIAS_ As férias ficam mais doces com as sobremesas Miss Daisy. Quem é louco por chocolate vai se apaixonar pela combinação perfeita da textura aerada da mousse que derrete na boca, com aquele geladinho do frozen. Essa opção fica ainda mais gostosa com a cobertura de raspas de chocolate. Experimente também juntar o doce e o azedinho em uma única colherada. Assim é a Torta Mousse de Limão. E para variar, saboreie também a de maracujá.
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& TRAVESSURAS RESERVA_ A bandeja do queijo petit suisse Batavinho Maxi Morango é sempre uma ótima pedida para manter na geladeira durante as férias. Saboroso e cheio de nutrientes, está entre os preferidos da garotada.
SAUDÁVEL_ Os iogurtes são importantes fontes de proteínas, cálcio, zinco, vitamina A e vitaminas do Complexo B. A Batavo preparou deliciosas bebidas – a partir de iogurte, polpa de morango, frutas vermelhas, maçã, banana e cereais – para ajudar a incluir esse alimento no cotidiano de toda a família.
Confira os benefícios deste produto no site www.batavo.com.br
SABOROSO_ O Kid’s Bob Esponja Elegê é uma bebida láctea sabor chocolate ou morango obtida por meio de matéria-prima rigorosamente selecionada. O processo consta basicamente da mistura dos ingredientes e da ultrapasteurização pelo processo UHT. Agrada jovens e adultos.
CORINGA_ A versatilidade do doce de leite o torna um alimento necessário em qualquer cozinha, principalmente durante o período de férias das crianças. A Elegê colocou essa delícia em potes de 400 gramas. Aí é só dar asas para a imaginação e comê-lo puro, com queijo ou usá-lo para rechear bolos e crepes.
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INTERNACIONALIZAÇÃO
Última fronteira
Continente africano emerge com potencial em importantes setores da economia e perspectivas de se transformar numa nova China. Alimentos devem ser prioridade para o desenvolvimento da região 14 BRF
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uando o Banco Industrial e Comercial da China, um dos mais valiosos do planeta, pagou US$ 5,5 bilhões por uma fatia de 20% do Standard Bank, em 2007, banqueiros se agitaram ao redor do mundo. A negociação com a instituição sul-africana mostrou que o continente não era mais uma curiosidade, e sim uma potencial fonte de lucros. “Agora todos olharão para a África”, previu Jacko Maree, chefe do Standard Bank, naquela ocasião. Ele estava certo. O
continente emerge como uma área rica em recursos naturais – como ouro, cobre e petróleo – e as janelas do mercado se abrem para os mais variados negócios. Ganha ainda destaque como alternativa de blindagem diante da piora do cenário internacional. É que o governo brasileiro vê no comércio exterior um reforço nas apostas já feitas no mercado doméstico. Por isso, a Apex Brasil, agência de promoção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-
cio, reuniu 55 empresas nacionais numa missão que teve como destino Maputo, capital moçambicana. A BRF estava entre elas. “O continente africano é a última fronteira de crescimento e desenvolvimento, com 1 bilhão de pessoas”, afirma o diretor regional para a África da BRF, Luiz Oliveira. “Com a saturação e em alguns casos o declínio das economias desenvolvidas, as emergentes tornam-se alvos das empresas que almejam o crescimento contínuo”.
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INTERNACIONALIZAÇÃO
E alguns países africanos se enquadram perfeitamente nesse cenário. Tanto é assim que apesar do domínio dos países do BRIC, a África começa também a gerar empresas de classe mundial. “A melhora da situação política em países-chaves como a Nigéria, Angola, Moçambique, Quênia e Tanzânia, aliada ao crescimento da classe média e investimentos em infraestrutura, impulsionam a economia local”, avalia Oliveira. Esse quadro dá ao Brasil um enorme potencial frente à crescente demanda mundial de alimentos,
Dar es Salaam, Tanzânia (à direita), Durban, África do Sul (abaixo) e Lagos, Nigéria (à esquerda)
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pelos motivos já sabidos: terra e água em abundância. Um sinal claro disso vem de números da própria BRF. Hoje, 12% das exportações da companhia são destinados ao continente africano. Como alimentar uma população ainda carente de quase tudo? Faltam por lá investimentos em saúde, educação e infraestrutura energética e logística. O consumo de alimentos ainda é básico até pela precariedade de armazenamento e os hábitos variam muito de país para país. Todas essas características são levadas em conta pelo time da BRF
designado para pesquisar e desenvolver produtos exclusivos para os consumidores africanos. Afinal, em todos os cantos do globo há investidores atentos para seus costumes. O continente formado por 53 países tem ativos com preços baixos, crescimento econômico e grande potencial de consumo. Exibe números invejáveis: possui um terço do urânio mundial, metade do ouro, dois terços dos diamantes e 10% das reservas estimadas de petróleo, além de ter acesso aos oceanos Atlântico e Índico. E tem tudo para se tornar a próxima China.
BRF 17 Infogrรกfico: Gil de Godoy
AGRONEGÓCIO
CAMINHO Q ABERTO RANKING DO IBGE COM OS 100 MAIORES PIBS MUNICIPAIS DO AGRONEGÓCIO LISTA CIDADES EM QUE A BRF ESTÁ INSTALADA E MOSTRA DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE DO ENTORNO
NOVA MUTUM (MT)_ A 7ªcolocada pela listagem do IBGE tem IDH de 0,810 – o IDH varia de 0 a 1, sua taxa máxima – e se destaca entre as 141 cidades de Mato Grosso pelo crescimento da economia local, impulsionada pelos investimentos de grupos do agronegócio e também pelo ritmo acelerado da construção civil. Tem mais de 30 mil habitantes. Em 2005, a BRF inaugurou uma planta de abate e processamento de aves na cidade. No entorno da unidade estão instaladas moradias do programa habitacional mantido pela companhia, que oferece aos funcionários residências a preços acessíveis.
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RIO VERDE (GO)_ É a 12ª- colocada do IBGE. Com mais de 116 mil habitantes, Rio Verde registra um IDH de 0,807. A cidade conta com uma rica estrutura agroindustrial. É um importante produtor de arroz, soja, milho, algodão, sorgo, feijão, girassol e vem se destacando na cultura de tomate. Mantém ainda um excepcional plantel bovino, avícola e suíno. Desde a década de 1990, a BRF mantém na cidade uma planta de processamento de perus e massas. A mesma unidade também abate e processa aves e suínos.
ue o desempenho excepcional do agronegócio tem contribuído e muito para o crescimento do Brasil não é novidade. Mas outro fenômeno tem sido observado com o desenvolvimento do conjunto dessa atividade produtiva: a desconcentração daquelas áreas tradicionalmente industrializadas, com a instalação de plantas capazes de mudar também toda a sociedade do entorno. É um cenário que abre uma imensa oportunidade de conectar o mercado nacional à comunidade local, segundo o economista Carlos Roberto Azzoni, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. “É preciso planejar políticas que aproveitem os estímulos do aumento de consumo de determinadas populações para fecundar a indústria regional.”
LUCAS DO RIO VERDE (MT)_ Com um IDH de 0,818, a 15ª- colocada tem população superior a 45 mil habitantes. É considerado município-modelo e experimentou um desenvolvimento acelerado com a mecanização da agricultura. Até meados da década de 1990 a cidade não tinha sequer energia elétrica. Com localização privilegiada, Lucas do Rio Verde desponta agora como um dos principais polos de desenvolvimento agrícola de Mato Grosso. A BRF mantém uma planta de produtos industrializados e ração animal em Lucas do Rio Verde. Há também a criação e abate de frangos e suínos.
JATAÍ (GO)_ A capital dos grãos de Goiás ocupa a 18ª- posição no ranking do IBGE. Com quase 90 mil habitantes e um IDH de 0,793, Jataí é o quinto maior produtor de grãos do Brasil, com destaque para milho, sorgo e soja. No município, a produtividade dos agricultores já superou a dos Estados Unidos. A BRF instalou uma planta voltada ao abate e processamento de aves em Jataí em 2007.
Algo possível mediante o avanço da tecnologia essencialmente da informação e de transportes, que encurtou distâncias e tornou o mundo menor, abrindo caminho para a globalização da economia. O setor produtivo então se viu obrigado a rever processos, investir em inovação e reduzir custos para enfrentar uma colossal concorrência. No Brasil, o redesenho do mapa de produção teve início na década de 1990, quando as ideias neoliberais emergiram, desencadeando boa parte das privatiza-
UBERLÂNDIA (MG)_ Em 20ºlugar no ranking dos 100 maiores PIBs do agronegócio está Uberlândia, com quase 612 mil habitantes e IDH de 0,83. Vale destacar que os números ainda são do Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000) e é provável que de lá para cá esse indicador tenha subido. As estatísticas atualizadas, porém, ainda não estão disponíveis. Na cidade, a BRF investiu numa planta de produtos industrializados e ração animal. Há também a criação e abate de frangos, suínos e perus.
ções das estatais e a abertura ao capital estrangeiro. Essas transformações geográficas têm se acentuado, conforme revela estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) das 100 cidades brasileiras com maior Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário. Entre as listadas no ranking, nove possuem unidades da BRF. E todas elas carregam ainda outro mérito: estão entre as cidades com os maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do País. Confira um breve histórico desses municípios.
TOLEDO (PR)_ Na 55ª- posição está Toledo. Localiza-se na região oeste, próximo a Cascavel, formando com este um eixo de desenvolvimento ligado ao agronegócio, impulsionado pelo seu solo fértil e plano, que faz concentrar cooperativas e outras empresas do ramo, tornando-o um dos maiores produtores de grãos do estado. Sua população é superior a 120 mil habitantes e tem IDH de 0,827. Em Toledo, a BRF mantém uma planta de produtos industrializados, ração animal e óleo de soja. Há também a criação e abate de frangos e suínos.
PREVISÕES OTIMISTAS O PIB do agronegócio brasileiro deve crescer em 2011 acima dos 6,12% previstos pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Apesar das incertezas para 2012, as previsões se mantêm positivas. A estimativa é de um faturamento bruto da agropecuária de R$ 318 bilhões, com crescimento de quase 8% em relação a 2011. Segundo a presidente da entidade, senadora Kátia Abreu, mesmo com a crise econômica internacional, o agronegócio deve exportar US$ 92,9 bilhões em 2012, com crescimento de 2,22% em relação ao resultado deste ano (US$ 90,3 bilhões).
MINEIROS (GO)_ Em 58º- lugar, a atividade econômica predominante é a agricultura, sobretudo voltada para o plantio de soja e trigo. Também se destacam a pecuária de corte e de leite, e desde a década de 2000 a avicultura, quando um polo da Perdigão chegou ao local. Nesse período também houve a instalação de uma usina sucroalcooleira da Brenco. Tem mais de 52 mil habitantes e IDH de 0,78. Desde 2007, a BRF mantém na cidade uma planta de abate e processamento de aves especiais – como peru e chester.
CAMPOS NOVOS (SC)_ Com IDH de 0,794 e população estimada de quase 29 mil habitantes, Campos Novos é conhecido como o Celeiro Catarinense por ser considerado o maior produtor de grãos do Estado, sendo o terceiro maior município em área, atrás apenas de Lages e São Joaquim. Projetada para atender aos principais mercados mundiais, a unidade da BRF em Campos Novos, inaugurada em 2011, tem capacidade de produção de 151 mil toneladas de carne suína por ano.
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Fotos: Ernesto Rodrigues / Agência Estado
LÁCTEOS
SEM DESPERDÍCIO
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MUNDO BATAVO ABRIGA UMA CIDADE SUSTENTÁVEL FEITA COM 20 MIL EMBALAGENS DE LEITE
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m mundo real feito de embalagens. Um mundo ecologicamente sustentável. Um mundo sem desperdícios. O Mundo Batavo. Essa é a nova diretriz da marca, que acaba de apresentar ao mercado uma inovadora caixinha de leite certificada pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). Um importante sinal da estratégia ambiental adotada para o futuro. “Esse é apenas o primeiro passo frente a um longo caminho a ser percorrido para o reposicionamento da Batavo”, diz o vice-presidente de Lácteos da BRF, Fábio Medeiros. “O consumidor vai conferir muitas novidades daqui para frente”. Os detalhes serão divulgados ao longo deste ano, mas de antemão é possível destacar que as estratégias englobam toda a linha de produtos. Um sinal do que vem por aí é a participação da marca na edição 2012 do
Big Brother Brasil, transmitido pela Rede Globo, com uma geladeira adesivada e recheada com diversos itens Batavo. Também estão previstas outras ações no programa. A criação do Mundo Batavo é assinada pela artista plástica Nani Brisque, que coordenou 106 profissionais, durante 13 dias. O resultado do trabalho é uma maquete gigante de 45 metros quadrados, feita com 20 mil embalagens de leite Batavo. Com personagens, ruas e prédios, o projeto serviu de cenário para o filme publicitário 3D e também para o hotsite www.mundobatavo.com.br. Nele, o internauta pôde, inclusive, realizar doações de leite para instituições públicas enquanto ajudou a construir partes do Mundo Batavo. Até o momento, as contribuições somaram 8,4 mil litros do alimento. A campanha online incluiu também banners animados em sites com os personagens do filme. Ações nas redes sociais e em blogs também chamaram para o hotsite e tiveram grande força na divulgação, que contou com a veiculação de filme em TV aberta em São Paulo e Paraná. Apenas na produção televisiva o investimento foi de R$ 1 milhão. Em janeiro, há planos de expor a maquete do Mundo Batavo e fazer oficinas de dobradura com artistas da equipe de Nani Brisque. Aguardem.
Novas embalagens são produzidas em parceria com a Tetra Pak e possuem formato inclinado, com tampa maior. Ainda apresentam referências à natureza e são certificadas pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal).
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ACONTECE
ESTRATÉGIA FORÇA AOS LÁCTEOS
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BRF está mesmo disposta a reforçar a unidade de negócios de Lácteos. Por isso, anunciou no final de 2011 investimentos de quase R$ 200 milhões na área. A primeira iniciativa é a construção de uma fábrica em Barra do Piraí, Rio de Janeiro. A primeira fase do projeto representa investimento da ordem de R$ 70 milhões e o início das operações está previsto para 2013. A planta, com capacidade de 15 milhões de litros/mês, vai produzir leite UHT para atendimento ao mercado fluminense. No futuro, a unidade deverá ser ampliada para a produção de requeijão e fracionamento de leite em pó. A nova fábrica vai gerar 141 postos
de trabalho diretos e 423 indiretos. E o fornecimento de matéria-prima deverá envolver aproximadamente 1.100 produtores do sul fluminense e regiões próximas. A previsão de captação de leite no Rio de Janeiro é de 8 milhões de litros/mês. Outra investida importante é a compra da empresa Heloísa Indústria e Comércio de Produtos Lácteos, com sede na cidade de Terenos, em Mato Grosso do Sul. O valor total do negócio é de R$ 122,5 milhões, incluindo os investimentos na aquisição de 100% do controle e a dívida da companhia. A unidade é direcionada para a produção de queijos e outros derivados. A capacidade total de processamento é de 600 mil litros de leite/dia.
INVESTIMENTO ABASTECIMENTO REGIONAL
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BRF investirá R$ 140 milhões na construção de uma fábrica de margarinas em Pernambuco. A planta terá capacidade inicial de 8 mil toneladas/mês e ocupará área de 38 mil metros quadrados no complexo industrial de Vitória de Santo Antão, a 50 quilômetros de Recife. O início das obras está previsto para janeiro de 2012 e o início das operações, para janeiro de 2013. Quando estiver funcionando com capacidade plena, a planta deverá gerar 150 empregos diretos e 350 indiretos. A expectativa da empresa é que até 2015 o faturamento da unidade atinja R$ 450 milhões/ano. Desde que entrou em operação em 2009, a unidade fabril já recebeu R$ 300 milhões. No complexo funciona também moderno centro de distribuição, que ocupa área de 16,5 mil metros quadrados e tem capacidade para armazenar 15 mil toneladas de produtos.
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LUGAR CATIVO
SUCESSO
BRF ESTÁ NO ISE
ESTRELA NA REDE
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elo sétimo ano consecutivo, a BRF integra a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBovespa. O indicador, que passará a vigorar de 2 de janeiro a 31 de dezembro de 2012, reúne empresas que se destacam pelo alto grau de comprometimento com a sustentabilidade dos negócios e do Brasil. Importante destacar que a BRF foi a primeira companhia do setor de alimentos a integrar a carteira, que desta vez reúne 51 ações de 38 companhias. As empresas selecionadas representam 18 setores e somam R$ 961 bilhões em valor de mercado, o equivalente a 43,72% do total das ações negociadas na bolsa até 23 de novembro de 2011. Essa seleção é realizada com base em critérios estabelecidos pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV).
m menos de um ano, a página no Facebook do Hot Pocket®, da marca Sadia, já conquistou mais de 155 mil fãs, se tornando a 14ª- com maior audiência no segmento Food and Beverages e a 49ª- mais curtida do Brasil. Um sucesso na rede social, em que chegou em março passado para estreitar relacionamento com os consumidores, além de promover a identificação deles com o novo slogan da marca: “Quem se vira se dá bem”.
Hot Pocket Sadia
PREMIAÇÃO DUPLA CONVENIÊNCIA
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marca Perdigão ganhou dois prêmios no evento Prêmio Embalagem Marca 2011 – Grandes Cases. Os produtos contemplados foram o Chester ® Assa Fácil, produzido na Unidade de Rio Verde (GO), e a Linguiça Calabresa 450 g, fabricada na Unidade de Salto Veloso (SC). Além de garantir menor impacto econômico-ambiental e melhorar a visualização na prateleira, as embalagens criadas atenderam às necessidades e desejos dos consumidores que buscam alternativas de alimentos mais convenientes e práticos. A avaliação das embalagens foi realizada no campus de design do Centro Universitário Senac SP por sete especialistas do setor.
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