Revista Business Portugal | Agosto '17

Page 1






ÍNDICE 58

Especial Toiro Bravo As melhores ganadarias do país!

82

Ramos & Pereira A cadeia de distribuição por excelência

102

06 - GRUPO J.SILVA

Adega Cooperativa da Lourinhã É aguardente! É DOC! E é da Lourinhã

112

Nichos Urbanos Uma equipa jovem e formada onde impera a inovação

144

Capital Leiloeira Onde melhor investe o seu capital

12 - AMGEN

EDITORIAL

Q

uando chega o período de férias,

Tornámos a trazer os melhores exemplos na

também destaque nesta nossa edição. Além

quase que instantaneamente

temática da inovação. São empresas nacionais

disso, damos um forte destaque ao toiro bravo,

entramos em período de reflexão.

que têm apostado com veemência em novos

o um dos ex-libris do Alentejo.

Ainda não é o final do ano, não é a

projectos, em prol de todos, nomeadamente na

Resta-me deixar-lhe o convite para folhear esta

época de balanços por excelência,

indústria farmacêutica e na produção de novos

nova edição e conhecer um país que vale a

mas o peso da necessidade de repensar o que

componentes electrónicos.

pena.

fizemos durante este período é-nos inerente.

Abordamos ainda os investimentos imobiliári-

É esse balanço que começámos igualmente a

os que têm ganho relevo em Portugal, muito

fazer nos nossos artigos. Além de que os pro-

também pelo turismo que tem crescido expo-

jectos para o final de 2017 começam também

nencialmente, tornando-se num investimento de

a surgir no papel. E são estes projectos que

retorno garantido aos investidores.

pode começar a conhecer nesta nova edição da

As regiões da Lourinhã, Santarém, Setúbal, Pon-

Revista Business Portugal.

te de Lima, Viana do Castelo e Braga merecem

A direção editorial da Revista Business Portugal

FICHA TÉCNICA | Propriedade: Guidetarget, Lda | Diretor: Fernando Silva | Direção Editorial: Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt) | Direção Gráfica: Tiago Rodrigues, Vanessa Martins | Corpo Redatorial: José Miguel Dias Lopes, Laura Azevedo, Sílvia Pinto Correira, Tânia Pacheco | Outros Colaboradores: Joana Capinha, Joana Quintas, Melanie Alves, Teresa Teixeira | Fotografia: Henrique Casinhas | Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) | Direção Comercial: José Moreira | Dep. Comercial: António Matos, António Santos, Fernando Lopes, Filipe Amorim, Luís Silva, Manuel Fernando, Paulo Padilha, Pedro Ribeiro, Rui Moreira, Vítor Santos (geral@revistabusinessportugal.pt) | Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 | Distribuição: Distribuição gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID | Depósito Legal: 374969/14 | Periodicidade: Mensal | Edição de agosto de 2017

6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL



tema de capa | grupo j. silva

Uma história de sucesso em várias frentes Em entrevista à Revista Business Portugal, os irmãos João e Francisco Barreiro da Silva dão a conhecer o Grupo J. Silva e, mais particularmente, as atividades, ambições e projetos da empresa Rico Gado – em Portugal e lá fora.

Francisco Barreiro da Silva e João Barreiro da Silva Administradores

Afirmando-se “de portas abertas ao mundo ”, o Grupo J. Silva é um projeto empresarial que se pode orgulhar de mais de quatro décadas de um percurso com tanto de heterogéneo quanto de marcante. Atualmente na terceira geração – representada pelos irmãos João e Francisco Barreiro da Silva, esta é a história de um negócio que começou com Joaquim Silva, avô dos atuais administradores.

8 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

De facto, ainda criança, o futuro empresário descobriu que “tinha uma vocação especial para a venda ao público de cereais e outros produtos alimentares” que a mãe adquiria junto de agricultores locais. Este espírito empresarial foi transmitido de geração em geração e a prova disso foi o excelente trabalho de desenvolvimento do negócio por parte de Joaquim Barreiro da Silva, pai dos atuais administradores

do grupo, que transformou uma empresa focada num só negocio, num grupo empresarial de sucesso presente em várias atividades económicas. Sendo assim, formados na melhor escola que algum gestor pode ter, a transmissão de experiências e conhecimentos, João e Francisco Barreiro da Silva seguem hoje o desenvolvimento do grupo J.Silva, com dinâmica, modernidade e em constante reinvenção de forma


grupo j. silva | tema de capa

a poderem responder aos desafios cada vez mais exigentes dos mercados internacionais. Foi desta forma que nasceu, há mais de 40 anos, o negócio que estaria na origem da Rico Gado – Nutrição. Desde cedo, “o nosso avô percebeu que o futuro estaria no consumo de alimentos compostos”, constatam os nossos entrevistados, numa alusão ao modo como os produtores agropecuários “já não se contentavam com produtos únicos, mas sim com uma alimentação composta, que dá rendimentos diferentes no crescimento” dos animais de

Leiria, a empresa possui ainda Entrepostos Comerciais nos concelhos de Évora, Portalegre Fundão, e Funchal aos quais se alia uma extensa rede de distribuição, garantindo-se desse modo a proximidade para com os produtores e clientes propagados de norte a sul do país.

âmbitos de atividade, conseguindo alcançar um raro sucesso e mérito.

Diversificação de setores Ao mesmo ritmo com que o negócio foi crescendo, deu-se a necessidade de diversificar o âmbito de atuação, numa lógica de mercado que, volvidas quatro

empresa especialmente vocacionada para a exploração e comércio de produtos agrícolas e frutícolas, com especial destaque para a pera Rocha. “Hoje em dia, esta também é uma atividade com alguma expressão, já que temos uma produção anual na casa das 800 toneladas”, atesta João Barreiro da Silva. Mas engane-se quem pensasse que a visão do Grupo se circunscreveria apenas ao mundo do setor primário. Se há, efetivamente, projeto que começou numa perspetiva de mero investimento, mas que cedo se revelou um motor de

produção. Hoje – escusado será dizer – a Rico Gado corresponde a uma incontornável referência nacional no setor. A sua diferenciação está, por seu turno, garantida pela conjugação de uma série de fatores que vão da elevada especialização dos técnicos que compõem a sua equipa, à grande variedade e qualidade dos produtos aqui desenvolvidos e comercializados. Nesse âmbito, encontramos não apenas os já referidos alimentos compostos para animais, mas também os cereais, ou as misturas de alimentos naturais e os legumes secos. Com a sua unidade de produção sediada em

décadas, se afigurou decisiva . Foi, por isso, de forma atempada que o Grupo estendeu a sua presença a outras atividades do universo agropecuário. Poderemos destacar, como exemplo, a exploração de vacas aleitantes em regime extensivo para produção de vitelos de carne e a exploração de produtos cinegéticos e florestais (Agrofalco – Soc. Agropecuária) e a produção de carne de bovino (Rico Gado Agro-Pecuária) A aposta no setor primário acabaria, no entanto, por se intensificar ainda mais através do desenvolvimento da Integra – Integração e Gestão Agropecuária, uma

desenvolvimento e de internacionalização de todo o Grupo, tal corresponde ao Bloco B. Dedicada à transformação e comercialização de pedras mármores e calcárias, mas também a serviços voltadas para a construção civil, esta corresponde a uma empresa de forte vertente exportadora, cujos méritos acabariam por levar o Grupo J. Silva à abertura de uma segunda firma – B Explore – dedicada à exploração de pedreiras, tendo em vista a posterior transformação da pedra extraída. Está feita, pois, a apresentação de um Grupo empresarial que, como poucos, se soube afirmar numa miríade de diferentes

vocacionado para a exportação, devido ao grande impacto dos custos de transporte na competitividade dos produtos exportados ”, atesta Francisco Barreiro da Silva. “Na altura, o caminho mais fácil parecia ser ir para Angola ou Moçambique e, de facto, acreditávamos em África, mas não queríamos entrar nestes mercados por diferentes razões”, recorda o administrador. “Decidimos que queríamos apostar num país com maior dinâmica agrícola e Industrial e começámos a fazer um estudo de diversas economias africanas”, prossegue o porta-voz, antes de sublinhar que foi na Nigéria – “um dos países

Internacionalização Mediante o seus continuado processo de consolidação nacional, parece natural que o Grupo J. Silva eventualmente começasse a apostar, com cada vez maior afinco, no seu potencial além-fronteiras. “Em relação à empresa Rico Gado Nutrição, entendemos que precisávamos de internacionalizar a nossa capacidade de produção, visto que este era um setor que não está muito

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 9


tema de capa | grupo j. silva mais apetecíveis devido às elevadas taxas de crescimento” que a Rico Gado acabaria por se instalar em 2012, fundando assim a Rico Gado Nutrition Nigeria. Contando presentemente com uma população de quase 190 milhões de habitantes, o país africano “tinha um setor agrícola algo rudimentar, mas já com alguma sensibilização para a necessidade da nutrição”. Posto isto, e mediante “dois anos muito difíceis a quebrar barreiras culturais”, a empresa deu início à construção de uma unidade fabril na cidade de Yola, inserida no estado de Adamawa. A aposta neste projeto revelou-se de tal modo positiva que, neste momento, a empresa encontra-se a ultimar a construção de uma segunda fábrica, desta feita em Abuja, na capital do país, que terá nada mais, nada menos do que o dobro da capacidade do empreendimento localizado em Yola. Uma equipa com ADN português Assumindo, desde a primeira hora, a finalidade de se afirmar como “um player

atividades e empresas, o Grupo J. Silva não se mostra alheio à “grande necessidade de reinventar os negócios”, numa altura em que todo o projeto se encontra a cargo da terceira geração de administradores. O desafio que se colocou perante os irmãos João e Francisco Barreiro da Silva tem sido assumido com um impassível “trabalho de equipa”. “Temos muita consciência dos nossos pontos fortes e fracos e penso que nos conseguimos equilibrar muito bem”, sublinha Francisco Barreiro da Silva. “Temos também conseguido potenciar as diferentes formas de ser e de gerir, sempre respeitando a cultura da empresa”, acrescenta por sua vez o irmão, João Barreiro da Silva. Saber conciliar as diferenças, respeitando o potencial intrínseco a cada elemento parece corresponder, sem surpresa, a uma filosofia também utilizada pelos administradores na sua relação com a equipa de colaboradores. “Não temos prémios para as pessoas que ficam a trabalhar mais horas, mas temos prémios para os colaboradores que vestem a camisola”, sublinham os nossos entrevistados, que se orgulham de ser “uma empresa com rosto” e onde o contacto próximo com todos e “a componente humana” constituem uma verdadeira prioridade. Até porque “mais de 50 por cento do nosso sucesso tem a ver com as equipas de colaboradores que foram criadas, ao passo que o restante está ligado às ideias, a um bocadinho de sorte e ao timing

líder no mercado dos alimentos compostos para animais na Nigéria”, a Rico Gado Nutrition procura estabelecer verdadeiras parcerias de valor com todos quantos solicitem o seu serviço. A comproválo, refira-se a elevada especialização não apenas dos quadros superiores – constituídos por elementos expatriados – mas também da crescente equipa de colaboradores locais. “A nossa intenção sempre foi ter uma empresa com ADN português”, salientam os nossos entrevistados. Significa isto que entre as pedras basilares que compõem a filosofia da Rico Gado Nutrition Nigeria encontraremos a aposta numa equipa expatriada exclusivamente portuguesa e em máquinas fabricadas em Portugal, “porque acreditamos que quer em termos de knowhow, quer em termos de capacidade de produção de máquinas, existem empresas nacionais que nos dão a garantia das melhores marcas internacionais, com preços mais competitivos”, considera João Barreiro da Silva.

dos negócios”. Já relativamente ao futuro, os empresários revelam estar “a delinear os projetos para os próximos seis a sete anos”. Prometida para o porvir está “uma renovação do que é a Rico Gado Nutrição em Portugal”, mas os projetos do Grupo prometem ir mais longe. No que concerne, por exemplo, à empresa sediada na Nigéria existe a expectativa de ter, até 2020, três unidades industriais em completo funcionamento, de forma a garantir uma completa rede de produção e distribuição nacional, o que quantifica um acréscimo de investimento na ordem dos 6 milhões de dólares aos 11 já investidos nas primeiras duas unidades industriais. Ainda dentro do setor Agro-Industrial e também na frente internacional, os próximos anos serão marcados por uma aposta forte na empresa Rico Gado Agritec, recentemente constituída com o intuito de dar resposta às várias solicitações recebidas oriundas dos mais diferentes países procurando a incorporação do ‘know-how Rico Gado’ em soluções integradas para projetos ligados à Agricultura, Agro-Indústria e Pecuária. No que concerne ao setor dos mármores, contam finalizar até fevereiro de 2018 um investimento de 4,6 milhões de euros que irá permitir ficar com uma das mais avançadas unidades de transformação de mármores da Península Íberica. Contam ainda com a aquisição de duas pedreiras nos últimos dois anos, o que consolida o acesso ininterrupto à matéria-prima. Acima de tudo, e independentemente das direções tomadas,

Reinventar o futuro Contando com uma assinalável presença nos diversos continentes, que se justifica pela grande heterogeneidade do seu leque de

existe a garantia de – tal como há 40 anos – este será um projeto que continuará fiel àquilo que o viu nascer: a vontade de fazer diferente, mas sempre assegurando um crescimento sustentado.

10 REVISTA BUSINESS PORTUGAL



MAIS SAÚDE, MAIS INOVAÇÃO Vivemos numa era onde é impossível travar o avanço tecnológico e onde, cada vez mais, a população quer estar informada ao segundo sobre tudo aquilo que se descobre, desenvolve ou reinventa. Os temas saúde e inovação são um dos melhores exemplos destes movimentos frenéticos onde impera a novidade e atualidade sendo, por isso, temas frequentes nos diferentes órgãos de comunicação social, quer pelo seu valor notícia, quer pelo elevado interesse público que carregam. A saúde tem sido um dos setores proeminentes e com desenvolvimento acelerado nas últimas duas décadas. Assim como não imaginamos o nosso dia a dia sem eletricidade, meios de transporte e aparelhos digitais como telemóveis, tabletes ou computadores é inconcebível pensarmos a atualidade sem serviços de saúde disponíveis para atender às necessidades da população. A aposta na inovação é por isso uma estratégia constante em empresas públicas e privadas do setor nos quatro cantos do mundo. Também em Portugal, a saúde tem assumido um papel de relevo nos principais palcos de investigação. Inúmeras empresas nacionais têm sido galardoadas e são mundialmente reconhecidas pela qualidade dos seus produtos e serviços inovadores. Fármacos, dispositivos médicos e novos métodos de diagnóstico e tratamento têm sido alvo de estudos, desenvolvidos e distribuídos por várias empresas portuguesas ou de grandes grupos empresariais com representatividade no nosso país. Portugal respira num ambiente de Investigação & Desenvolvimento constante, representado por instituições e cientistas de renome internacional. Nas próximas páginas, apresentamos-lhe alguns exemplos de empresas e edilidades que têm marcado esta onda de inovação na saúde em Portugal.

12 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


Traduzimos a linguagem da vida em medicamentos vitais Na Amgen, acreditamos que as respostas aos desafios colocados pelos medicamentos estão escritas na linguagem do nosso ADN. Como pioneiros em biotecnologia, utilizamos o nosso profundo conhecimento dessa linguagem para criar medicamentos vitais que vão ao encontro das necessidades dos doentes, no combate às doenças graves, melhorando de forma decisiva as suas vidas. Para mais informações sobre a Amgen, visite www.amgen.pt ou contacte a Amgen Biofarmacêutica Lda., Edifício Dª Maria I (Q60), Piso 2 A, Quinta da Fonte – 2770-229 Paço d’Arcos, Portugal. NIPC: 502 942 959

Pioneering science delivers vital medicines™

©2016 Amgen Inc. All rights reserved.


mais saúde, mais inovação | AMGEN

A inovação como cultura e filosofia A Amgen tem como missão servir os doentes transformando a promessa da ciência e da biotecnologia em terapêuticas capazes de restabelecer a saúde e salvar vidas. Em tudo o que faz aspira alcançar a sua missão, sendo, a cada passo, guiada pelos valores que a definem. Em entrevista à Revista Business Portugal, Tiago Amieiro, diretor-geral da Amgen Portugal, fala deste percurso na vanguarda do desenvolvimento e de como a inovação ditou a expansão da empresa. Tiago Amieiro Diretor-geral

Applied Molecular Genetics - AMGEN. A Amgen foi oficialmente criada em abril de 1980 em Thousand Oaks, Califórnia e George Rathmann foi o primeiro CEO. Foi um presidente com background científico, visão empresarial e elevado carisma. A história da Amgen tornou-se um caso de sucesso, ainda hoje é analisado nas aulas dos cursos de gestão de empresas em todo o mundo. Tendo sido pioneira no desenvolvimento de medicamentos inovadores, a Amgen introduziu-se paulatinamente a novos desafios. A vossa história avançou lado a lado às necessidades e oportunidades, ou a inovação determina grande parte desta expansão? A Amgen foi uma das primeiras companhias de Biotecnologia a descobrir, desenvolver e fabricar com sucesso medicamentos com base em proteínas. Dedicámo-nos sempre ao desenvolvimento de terapêuticas em múltiplas áreas, à investigação e desenvolvimento de medicamentos inovadores. Os nossos fármacos são de uso exclusivamente humano e o nosso objetivo foi e será sempre o de responder em primeiro lugar a necessidades médicas não colmatadas com as terapêuticas disponíveis. Respondendo à sua questão, o que referi anteriormente representa simultaneamente uma potencial oportunidade de maior sucesso do ponto de vista económico-financeiro. A indústria farmacêutica é um setor de extraordinárias necessidades de capital, a par com elevado risco de insucesso dos seus projetos de R&D, logo se não existir retorno do enorme investimento necessário para R&D de novos medicamentos, o ciclo de inovação tem que ser interrompido. Pensar que já não existe atualmente lugar para a inovação terapêutica radical ou substancial é completamente errado, pois continuam a existir patologias sem tratamento efetivo e seguro, muitas vezes doenças raras ou ultra-raras, para as quais é urgente a descoberta de novas terapêuticas. A Amgen está muito atenta a esta realidade e continua em investir em novas soluções. Posso assim terminar, dizendo que a nossa história avançou quer por determinação das necessidades e oportunidades, sem dúvida, mas é a inovação que determina também a nossa expansão.

A Amgen, estando na vanguarda do desenvolvimento de produtos originais baseados em tecnologia de ADN recombinante e biologia molecular, explora há 30 anos o poder da inovação científica. Como é que todo este percurso começou? Nos anos 70 foi descoberto o ADN recombinante, o método de amplificação genética que permitiu produzir proteínas em grande quantidade, e iniciou-se a sequenciação genética e proteica. Neste contexto de enorme riqueza científica, tudo começou quando um economista visionário chamado Bill Bowes que, após vinte e cinco anos de experiência na bolsa em S Francisco, teve a ideia de se aventurar por conta própria em Silicone Valley. Bill apercebeu-se desde o início que a biotecnologia seria o futuro e criou com alguns amigos da sua confiança um grupo de companhias Applied Companies. Uma dessas companhias veio a tornar-se a

14 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Tendo em conta que a Amgen iniciou as suas atividades em Portugal com a perspetiva de vir a conquistar o primeiro lugar no sector farmacêutico nacional, entre as companhias dedicadas à comercialização de medicamentos obtidos por biotecnologia, como é que observa todo o trajeto que tem vindo a ser traçado? Ao longo de todos estes anos, tem sido um trajeto muito interessante pois iniciámos a nossa atividade na terapêutica de suporte ao doente oncológico a fazer quimioterapia e ao doente insuficiente renal em hemodiálise. Todavia, há uns anos, evoluímos para a terapêutica de tratamento/curativa na oncologia, com medicamentos para o carcinoma colorectal metastizado e na área das metástases ósseas. Atualmente, através da tecnologia BiTe e de vírus geneticamente modificados, atuamos numa área ainda mais inovadora e promissora que é a da imuno-oncologia. A AMGEN tem nos seus genes a Inovação Terapêutica e a Biotecnologia e este será sempre o nosso caminho principal. Todavia, no próximo ano, e precisamente porque possuímos o Know-how de tantos anos e pioneirismo e a capacidade biotecnológica e de fabrico instaladas, vamos ter também os primeiros Biossimilares produzidos nas nossas fábricas AMGEN. Até 2020 teremos 10 Biossimilares no mercado nacional em áreas terapêuticas diversas.


amgen | mais saúde, mais inovação Sabe-se que a biotecnologia está na linha da frente da investigação nos países mais desenvolvidos. Como é que esta área tão abrangente se tem desenvolvido ao longo dos anos? O desenvolvimento tem sido muito rápido em todos os sectores da tecnologia mas o ritmo da biotecnologia tem sido alucinante. A Amgen por exemplo, produz anticorpos inteiramente humanos, pequenas moléculas, pepticorpos, anticorpos bi-específicos que reconhece as células malignas destruindo-as. Manipulamos a genética de vírus para reconhecerem células do melanoma a as eliminarem ao mesmo tempo que ativam o sistema imunológico. Numa visão mais abrangente, a Amgen tem acompanhado os mais recentes avanços científicos. A estratégia tem sido a de desenvolvermos e produzirmos os nossos próprios fármacos, mas também a de adquirirmos outras companhias com projectos promissores, como foi o caso da aquisição da ONIX, que nos levou ao lançamento de um inibidor do proteassoma de segunda geração, o Carfilzomib, para o tratamento de doentes com Mieloma Múltiplo (doença rara), o qual esperamos que esteja disponível para os doentes portugueses ainda este ano. A Amgen tem um compromisso ético que é crucial para a relação que se estabelece entre os profissionais de saúde e os doentes. Quais são as áreas de tratamento mais recentes e que pensam que poderá vir a mudar a vida das pessoas? As áreas de tratamento são as da Nefrologia, Cardiologia, Oncologia, Hemato-oncologia e a Osteoporose. As moléculas que desenvolvemos, já fizeram a diferença na vida de milhões de doentes, e continuamos a querer fazer mais e melhor. Concretamente neste últimos 2 anos, com potencial

clínico para alterar a vida dos doentes, podemos dizer que é na área da hemato-oncologia e da cardiologia que trazemos a inovação mais radical ou substancial. Temos investido em Ensaios Clínicos trazendo aos doentes portugueses a possibilidade de serem tratados precocemente com fármacos inovadores. Temos muito orgulho em ter centenas de doentes em Portugal a participar nos nossos ensaios clínicos internacionais nas áreas da Cardiologia, Oncologia, Hematooncologia, Nefrologia, Inflamação e Neurociências. Uma das áreas que acaba por estar fortemente conectada à biotecnologia é a farmacologia. Quais os benefícios que se podem retirar da junção destes dois campos? O objetivo é o de conseguir melhores resultados clínicos para os doentes, prolongar a sua vida, aumentar o tempo livre de progressão de doença e melhorar a qualidade de vida com fármacos com mecanismos de ação inovadores que os tornem mais eficazes e cada vez mais seguros. O medicamento certo à hora certa pode fazer toda a diferença, mas que outros avanços para a saúde humana se podem alcançar quando a biotecnologia é aplicada à medicina? Tratar o doente certo, no tempo certo com o medicamento mais efetivo e seguro para a sua patologia é a ambição de qualquer profissional de saúde e está na base de todo o investimento realizado em Investigação e Desenvolvimento da Industria Farmacêutica. Isso não é diferente para os medicamentos de biotecnologia ou químicos e o risco associado ao fracasso dos passos de investigação é elevado em ambas as situações. A mais valia relaciona-se muitas vezes com a maior especificidade potencial dos

medicamentos de biotecnologia e/ou do seu potencial para fazerem com que seja o próprio organismo do doente a reagir contra a doença, como é o caso da imuno-oncologia. Durante o século XX a física era considerada a mais poderosa das ciências, no final desse século atribuíram esse caráter à biologia. Sente que o caminho que outrora separava a ficção da realidade científica é cada vez mais ténue? Quais as perspetivas que a Amgen reserva para o futuro? Na Amgen, costumamos dizer que a inovação está no nosso coração em tudo o que fazemos. Temos um pipeline muito interessante em termos de inovação e não menos promissora uma bateria de biossimilares. Estamos cientes da necessidade de contribuir para a sustentabilidade dos sistemas de saúde e para a nossa própria sustentabilidade em termos de manter a produção de moléculas inovadoras. A Amgen ao longo destes anos tem criado parcerias muito fortes com os profissionais de saúde, com as Sociedades Científicas e seus grupos de trabalho. Temos contribuído para a formação de médicos, farmacêuticos e enfermeiros através de programas educativos com acreditação pelas sociedades e ordens profissionais. Apoiamos a participação dos nossos investigadores nacionais em Ensaios Clínicos Internacionais Multicêntricos, mas também apoiamo-los em investigação científica com projetos da sua iniciativa. Neste ultimo caso, atribuímos em Junho de 2017 uma Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo no valor de 15.000 Euros a um grupo de investigação do norte de Portugal, em parceira com a Sociedade Portuguesa de Hematologia e a APCL. Temos principalmente algo na nossa mente e no nosso coração que é a nossa Missão de Servir os Doentes.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 15



sanofi | mais saúde, mais inovação

Líder mundial na indústria farmacêutica

Victor Marques Diabetes Franchise Lead Portugal

A Sanofi é um dos líderes mundiais na indústria farmacêutica, com forte representação em Portugal. Numa edição com destaque à saúde e inovação, entrevistamos Victor Marques, o rosto principal da unidade de negócio Diabetes Franchise Lead.

A Sanofi já opera num mercado de 100 países, sendo um dos maiores líderes mundiais na área da saúde. Sendo um profissional a operar neste grupo reconhecido, como avalia a sua experiência na empresa? A Sanofi tem no seu código genético uma forte componente de inovação e diversidade. Isto significa investigar, produzir e distribuir medicamentos que sejam soluções para os problemas de saúde em diferentes realidades políticas, económicas e sociais, nas diferentes geografias onde operamos. Continuamos a apostar em ultrapassar fronteiras, não só as físicas ou geográficas, mas as que se podem traduzir em abrir novos caminhos na investigação e desenvolvimento de medicamentos e no contributo para a melhoria da qualidade de vidas das populações. Enquanto profissional, tem sido fantástico trabalhar numa companhia como a Sanofi. É muito gratificante e sinto um orgulho imenso por fazer parte desta companhia cheia de excelentes profissionais que todos os dias fazem um enorme esforço, muitas vezes em detrimento da sua vida pessoal e familiar, para poderem dar o seu melhor em benefício de milhões de pessoas em todo o mundo. A aposta do grupo em I&D é representativa em Portugal, nomeadamente no que diz respeito à diabetes? A Sanofi é uma das companhias que mais investe em I&D e em Portugal estamos claramente focados em continuar a investir. Desde 2014, o nosso país aumentou 10 vezes a sua participação em processos de feasibility tendo vindo a conquistar um número crescente de ensaios clínicos, o que possibilita aos nossos investigadores e doentes o acesso a medicamentos inovadores. Temos um pipeline robusto e estabelecemos

parcerias globais para a investigação e desenvolvimento de novos medicamentos, soluções em diabetes e também em doenças genéticas, oncologia e imunologia os quais esperamos que cheguem ao nosso país brevemente. A diabetes afeta quase um milhão de portugueses. Como é que a Sanofi tem contribuído para fazer face a esta realidade? Quais os principais avanços que pode destacar que foram ou estão a ser desenvolvidos pela Sanofi, neste campo? A diabetes é uma epidemia crescente a nível mundial e levanta enormes desafios à sociedade. Cerca de 415 milhões de pessoas vivem hoje com diabetes em todo o mundo, de acordo com dados da IDF, prevendo-se que aumente para 642 milhões em 2030. Em Portugal, os números apontam para cerca de 13 por cento de prevalência, ou seja mais de um milhão de pessoas com diabetes. De acordo com os dados do INE, estima-se em quatro mil o número de mortes diretamente atribuíveis à diabetes, por ano, em Portugal. Face a estes números, para além de tratar acreditamos que apostar na prevenção, educação e formação é fundamental. Na Sanofi, temos contribuído, através de diversas parcerias com programas de alerta


mais saúde, mais inovação | sanofi e de educação em diabetes. Lançámos recentemente no mercado uma App que é um jogo divertido e inovador com mensagens educativas adaptadas a crianças (MISSION T1D) em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica (SPEDM). Trabalhamos com a SPEDM num programa de desenvolvimento de competências ‘Para além da Universidade’ destinado a jovens especialistas de endocrinologia. Desenvolvemos também com a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) um programa de formação centrado no uso da insulina para médicos e enfermeiros dos cuidados primários. Em Portugal, o racio de utilização de insulina é muito baixo quando comparado com a média europeia e temos apostado em desmistificar, educar e melhor utilizar as insulinas, de forma a permitir que as pessoas com diabetes obtenham níveis de controlo glicémico e possam diminuir o risco de complicações a médio ou longo prazo. Globalmente destacamos a parceria com a Google (OnDuo) para a procura de novas soluções em diabetes.

em dia, muitas multinacionais a operar em Portugal deslocaram os seus órgãos de decisão e concentraram a compra de serviços em empresas sedeadas noutros países, tendo diminuído de forma sensível o headcount em Portugal, através de reorganizações e reestruturações para garantir a sustentabilidade futura. Nunca é demais lembrar que em Portugal temos preços ao nível dos mais baixos na Europa e que existe um sistema de preços de referência que assegura uma contínua e anual revisão desses preços.

Viveram-se anos de forte tensão entre o Governo e as empresas farmacêuticas, com cortes fortíssimos na despesa pública com medicamentos. Na sua opinião, de que forma o setor foi abalado? Quais as principais consequências para os utentes? A indústria farmacêutica tem sofrido, sob diferentes perspetivas, o impacto das medidas implementadas para controlar a despesa com medicamentos. Estas medidas e as suas consequências têm levado a algumas decisões de desinvestimento. Temos assistido a uma diminuição da autonomia de gestão em Portugal, traduzida no agrupamento de companhias em ‘clusters’ de países, com um impacto directo e imediato na diminuição do emprego e na diminuição do investimento e da contratação de serviços em Portugal. Hoje

Qual é, no seu ponto de vista, o maior problema da indústria farmacêutica em Portugal? Eu diria que a indústria farmacêutica necessita de transparência e previsibilidade. É frustrante sentir que não temos tido a capacidade de lançar em Portugal a inovação, nomeadamente na área da diabetes. A indústria tem feito um enorme esforço de cooperação com as autoridades da saúde e com o governo para contribuir para um Sistema Nacional de Saúde sustentável, mas tem simultaneamente sofrido com decisões imediatistas, não previsíveis e de grande impacto para a garantia de sustentabilidade das companhias em Portugal. Estou confiante que conseguiremos encontrar mecanismos que garantam um equilíbrio entre a pressão dos orçamentos e o desenvolvimento científico e tecnológico. A indústria farmacêutica é um parceiro que deve ser visto como um contribuidor chave para a economia e para o desenvolvimento e bem-estar da sociedade.

18 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

No que diz respeito à diabetes, o mercado dos genéricos é viável para o utente e sustentável para a Sanofi? A Sanofi é em Portugal um dos principais players, sendo a companhia líder no mercado ambulatório e tendo uma posição de grande destaque no mercado hospitalar. No que diz respeito aos genéricos a Sanofi está presente em Portugal com a Zentiva, a nossa unidade de negócios de genéricos que é um dos principais players neste segmento. A Zentiva tem vindo a crescer no mercado dos genéricos com uma forte aposta na expansão e diversificação do seu portefólio incluindo moléculas na área da diabetes. Adicionalmente a Sanofi tem vindo a seguir uma estratégia de criar sinergias internamente entre as suas cinco unidades de negócio, de modo, a proporcionar um valor agregado aos profissionais de saúde e à sociedade.



mais saúde, mais inovação| medtronic

Líder mundial em tecnologia médica Luís Pereira, general manager da Medtronic, revela à Revista Business Portugal como se alcança a liderança mundial em tecnologia médica. Uma entrevista obrigatória numa edição com especial enfoque à saúde.

Luís Pereira General Manager

20 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A Medtronic é uma empresa com mais de 60 anos, líder mundial em tecnologia médica. Qual a vossa missão e valores? Na Medtronic trabalhamos diariamente, de forma ética e responsável, para garantir que todos os doentes têm igual acesso à inovação terapêutica, que lhes são disponibilizadas as melhores soluções de tratamento de acordo com a sua condição, e que os profissionais de saúde têm o conhecimento e a experiência necessárias para lidar com as mais recentes técnicas em saúde. Também é para nós fundamental que os decisores e governantes nacionais nos vejam como parceiros na procura por um sistema de saúde mais eficiente. E é nesse sentido que queremos ser pioneiros na concretização de projetos de valor acrescentado, assentes nos resultados dos nossos produtos. Temos no nosso ADN o conhecimento, a experiência e a vontade para desenvolver as técnicas mais inovadoras em cada uma das áreas terapêuticas para as quais apresentamos soluções. Paralelamente também temos um forte compromisso com os doentes e é por isso que buscamos as melhores opções de tratamento passíveis de lhes ‘aliviar a dor, restabelecer a saúde e prolongar a vida’. São estes valores que fazem da Medtronic uma empresa líder em Portugal e um dos maiores fornecedores hospitalares – em volume e na capacidade de gerar inovação –, com um crescimento acima do mercado, um sucesso do qual muito nos orgulhamos. Como estão organizadas as soluções terapêuticas e quais os vossos produtos? A Medtronic está atualmente organizada em quatro grandes grupos de áreas de negócio, para as quais disponibiliza vários produtos e soluções terapêuticas: o CardioVascular Group (CVG), que reúne terapêuticas como o pacing, eletrofisologia, hemodinâmica, cirurgias cardíacas e vasculares, entre outras; o Restorative Therapeutic Group (RTG), do qual fazem parte, por exemplo, a neurocirurgia, a cirurgia à coluna, o tratamento de dor, a incontinência gastro urológica, a ORL, a navegação, o tratamento de AVC. Temos ainda o Minimum Invasive Therapies Group (MITG), que engloba todas as técnicas avançadas e convencionais de cirurgia, material essencial ao bloco operatório, e outras; e a área da Diabetes, que foi iniciada apenas com a diabetes tipo I (disponibilização de bombas de insulina

e sistemas de monitorização da glicose no sangue) mas que atualmente apresenta soluções inovadoras também para a diabetes tipo II. Paralelamente, estamos ainda a desenvolver a Integrated Health Solutions (IHS), uma área de serviços que visa ajudar a tornar efetiva a qualidade dos procedimentos e a eficiência hospitalar. Todos os nossos produtos são importantes e alcançam excelentes resultados. No entanto, penso que é importante salientar alguns dos nossos mais recentes casos de sucesso: a CoreValve, uma válvula cardíaca que se implanta no coração através de um cateter, sem necessidade de cirurgia cardíaca, evita, desta forma, os efeitos secundários e agressivos que uma intervenção desta natureza acarreta para os doentes. A Activa, um gerador de estimulação cerebral profunda que reduz os sintomas de distonia, torna os doentes mais autónomos e possibilita-lhes caminhar e movimentarse de forma equilibrada e segura. O Micra é o pacemaker mais pequeno do mundo. O LinQ, que faz o registo de eventos cardíacos, é injetável subcutaneamente e por isso não requer intervenção cirúrgica. O LigaSure é o nosso sistema de energia bipolar modificada para selar vasos que garante altíssima qualidade e segurança durante a cirurgia. O-Arm é um sistema de navegação de raio-X a três dimensões. As bombas de insulina MiniMed, em conjunto com sistemas de monitorização contínua da glicose, constituem uma real substituição do pâncreas. O Sistema BIS controla a profundidade anestésica dos doentes durante a cirurgia, e é por isso uma inovação indispensável para a qualidade cirúrgica. Qual é o acesso que os portugueses têm à tecnologia da Medtronic? A maior parte dos produtos da Medtronic são de utilização hospitalar e, por isso, são os profissionais de saúde e especialistas das áreas para as quais temos soluções terapêuticas os prescritores das nossas técnicas. São estes profissionais que têm o conhecimento e a competência profissional para o fazer mas também são os próprios que reconhecem a eficácia e impacto positivo que as nossas opções de tratamento têm na promoção de uma melhor saúde e de uma maior qualidade de vida dos doentes. Contudo, a decisão da compra depende sempre dos orçamentos hospitalares, sujeitos aos processos legais de contratação


medtronic | mais saúde, mais inovação pública e privada, que como sabemos têm bastantes restrições orçamentais, tornando o processo de escolha relativamente às opções tecnológicas muito mais criterioso. Cremos que os profissionais de saúde e os sistemas de saúde em Portugal caminham no sentido de encontrarem sempre opções terapêuticas ajustadas a cada doente. E, em conjunto com eles, procuramos sempre garantir que o acesso é o mais universal possível. Desta forma, oferecemos o treino necessário aos profissionais de saúde, para que as tecnologias sejam sempre o mais eficazes possível. Em Portugal existem grande profissionais, quer na prestação de cuidados, quer na gestão da saúde, mas temos ainda um caminho a percorrer se queremos alcançar as mesmas taxas dos países mais desenvolvidos em termos de tecnologia de ponta. É também fundamental que os portugueses estejam informados sobre a sua doença e quais as melhores soluções disponíveis para o tratamento da mesma. O doente desempenha cada vez mais um papel crucial na promoção da sua saúde porque existe, atualmente, muita informação disponível em qualquer canal ou plataforma. Também cabe

ao doente investigar, saber filtrar, questionar e sentir-se confiante com a solução apontada pelo clínico. O doente deve perceber claramente qual é a especialidade médica mais adequada, quer para acompanhar a sua condição, quer para lhe indicar os melhores tratamentos disponíveis no mercado. Este conceito de patient empowerment não é somente o direito que doente tem de exigir o acesso aos melhores cuidados de saúde, é também o compromisso de seguir criteriosamente o tratamento que lhe é prescrito e abster-se de comportamentos que comprometam a sua saúde.

que se propõem. Esta avaliação contínua das tecnologias de saúde é um grande desafio para todos os intervenientes. Paralelamente, e tal como é do domínio público, existe um grave problema no financiamento da saúde. No geral dos países da União Europeia, o cidadão português é dos que mais contribui diretamente no co-pagamento dos seus cuidados de saúde e o Estado Português é dos que menos percentagem do seu orçamento reserva para a saúde pública. O desafio é encontrar o equilíbrio sem esquecer, claro, a procura pela maior eficiência possível.

Relativamente ao estado da saúde no nosso país, quais são os principais desafios que enfrenta atualmente e que poderá enfrentar? Dado o curto ciclo de vida que as tecnologias médicas têm, todo o processo de entrada de mercado tem que ser célere, caso contrário o país corre o risco de não acompanhar o desenvolvimento tecnológico da saúde. Mas as empresas e os prestadores de saúde terão também de ser capazes de ir demonstrando o valor das tecnologias, através da medição do resultado clínico a

Quais os projetos delineados no sentido de potenciar as soluções da Medtronic? A Medtronic está disponível para desenvolver mais parcerias no sentido de ajudar as unidades hospitalares a serem mais eficientes porque acreditamos que este caminho favorece uma maior eficácia das tecnologias. E é por esta razão que estamos a trabalhar no sentido de introduzir nos processos contratuais formas de partilha de risco em troca do aumento do tempo contratual. Esta solução permitirá uma melhor avaliação do valor aportado para

NINGUÉM PODE RESOLVER SOZINHO OS DESAFIOS DE SAÚDE A NÍVEL MUNDIAL. VAMOS TRANSFORMAR OS CUIDADOS DE SAÚDE. JUNTOS, MAIS LONGE.

o doente, ou seja, que cada euro gasto representa mais valor de saúde para o doente. Temos presente que os modelos de negócio terão de evoluir no sentido do Value Based Health Care, conceito preconizado por Michael Porter. Quais são as suas preocupações relativamente à saúde em Portugal? Discute-se muito sobre a sustentabilidade do SNS, mas é preciso ter presente que para que o SNS seja sustentável deve garantirse também a sustentabilidade de todos os agentes na área da saúde, nomeadamente a dos fornecedores. Em termos económicos, Portugal parece estar bastante longe da realidade grega, mas é um facto que na área da saúde, só estes dois países apresentam prazos de pagamento tão dilatados, acima dos 250 dias. As empresas têm conseguido manter em Portugal o reconhecimento das suas vendas, mas esta fotografia tem de melhorar rapidamente. Diretamente ligado a esta realidade está o subfinanciamento público da saúde, um problema que requer análise célere porque é necessário que, com urgência se dedique uma maior percentagem do Orçamento de Estado à saúde.

Os desafios para o sector da saúde - como o aumento dos custos, o envelhecimento da população, as doenças crónicas e as barreiras ao acesso aos cuidados de saúde – têm impacto em todos nós. Por isso, estamos a criar parcerias com todas as entidades que acreditem, como nós, que só trabalhando arduamente e em conjunto podemos encontrar formas de melhorar, não apenas os nossos sistemas de saúde, mas a qualidade dos cuidados prestados. Para nós, isso significa sermos pioneiros disponibilizando tecnologia inovadora. Tomar medidas corajosas para tornar os cuidados de saúde mais acessíveis e comportáveis. E fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar as entidades envolvidas na gestão e prestação desses cuidados. VAMOS TRANSFORMAR OS CUIDADOS DE SAÚDE. JUNTOS, MAIS LONGE. Saiba mais em medtronic.com/furthertogether

UC201603642 PT © 2016 Medtronic. All Rights Reserved.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 21



hmed | mais saúde, mais inovação

Oferta de serviços médicos diversificados A HMED é uma empresa jovem e dinâmica que deriva do know-how de vários profissionais da área da saúde. A sua principal missão é a oferta de serviços médicos, paramédicos e de diagnóstico. A Revista Business Portugal faou com Paulo Ferreira, administrador da HMED Saúde.

Começo por lhes pedir que apresentem a HMED aos nossos leitores. Somos uma empresa de serviços globais de Médicos, Paramédicos e de Diagnóstico. Dinamismo e foco na excelência. Eis o que nos define. Somos uma empresa ainda jovem, nascida para aglutinar o enorme conhecimento técnico de vários profissionais, já com carreiras de relevo em diferentes valências da área da saúde, incluindo a gestão de unidades. A HMED começou por abrir uma unidade clinica na zona do Marco de Canaveses. Passado pouco tempo da conclusão dessa unidade, outras nasceram. Nos anos que levamos de atividade, enfrentamos algumas dores de crescimento, mas que, felizmente e mercê do muito empenho e dedicação, não chegaram nem perto do sucesso global alcançado, sendo muitas e merecidas as vitorias que já ostentámos. O segredo está obviamente na equipa. Desde cedo uma das nossas principais preocupações foi com a seleção e contínua formação dos nossos recursos humanos, contamos com um corpo clinico de elevada qualidade, dando-nos e, principalmente, dando aos milhares de utentes que utilizam as nossas clínicas total confiança de que estão em boas mãos. A saúde é o maior bem para a qualidade de vida do ser humano. Para a HMED trabalhar nesta área significa que nunca poderemos exigir de nós menos do que a melhor performance para o melhor resultado. É este mote que nos permitirá prosseguir com a consolidação e crescimento da HMED.

A HMED, desde a sua criação, tem privilegiado a abertura de unidades clínicas de proximidade. Esta é uma das vossas principais preocupações, uma rede de saúde acessível a todos? A HMED foi criada tendo como base uma estratégia de crescimento orgânica que privilegia a abertura de unidades clinicas de proximidade. A estratégia adotada revelouse correta e eficaz. Contrariamente ao que é comum no mercado da saúde, a HMED apostou em regiões mais desfavorecidas, beneficiando desta forma populações que dificilmente teriam acesso a cuidados de saúde com este grau de qualidade, perto dos seus locais de residência. Com quantas unidades já contam? Detemos presentemente 10 unidades clinicas próprias e participações sociais em mais três unidades. Também adquirimos recentemente a ACTIMÉDICO, uma empresa de medicina no trabalho que vem reforçar a nossa oferta nesta valência cada vez mais importante para a modernização do tecido empresarial e para o garante do bem-estar dos profissionais.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 23


mais saúde, mais inovação | Hmed

As diversas parcerias com outras entidades ligadas à área da saúde são também uma das vossas mais-valias… Sempre colocamos entre os pontos primordiais da nossa estratégia, o estabelecimento contínuo de parcerias para incrementar continuamente a nossa capacidade. Durante 2015 e 2016, celebrámos vários acordos de cooperação com grupos congéneres do setor da saúde, que nos possibilitam um crescimento seguro e concertado perante um mercado cada vez mais exigente. As redes de serviços médicos estão em franco crescimento. Hoje e mais do que nunca, os mercados são dinâmicos e é necessário apostar na flexibilidade e complementaridade empresarial. Que serviços podem os utentes encontrar nas unidades HMED? Nos nossos serviços médicos, paramédicos e de diagnóstico, executamos Analises Clinicas, exames de Cardiologia, Imagiologia Consultas de diversas especialidades médicas, Medicina Do Trabalho, Medicina Dentaria e Medicina Desportiva. Aliás, este último campo da nossa atuação está a ter um crescimento exponencial, sendo a HMED atualmente fornecedora oficial de serviços médicos de várias federações desportivas nacionais, eventos internacionais como a Volta a Portugal e a Volta ao Algarve em Bicicleta, o Campeonato Europeu de Jet Ski e Motas de Água, e a UCI MTB Marathon Series. Somos responsáveis pelos serviços Médicos e Paramédicos de equipas profissionais de ciclismo, clubes de futebol, de btt e de triatlo, sendo quase diária a procura das nossas valências por parte das instituições ligadas ao fenómeno desportivo.

Trata-se provavelmente da maior e mais dura prova desportiva de Verão realizada em Portugal, onde durante 11 dias observamos em direto a verdadeira essência humana na perspetiva da superação de objetivos. Esta é uma experiencia única e deve ser vista pelo mundo empresarial como um exemplo a seguir. Estaremos lá munidos de uma equipa especializada, de equipamentos de ponta e dos melhor material para intervir rápida e eficazmente.

Que elementos identificaria como diferenciadores? O que torna a HMED diferente das restantes redes de saúde em Portugal? Claramente a nossa aposta na proximidade e na colocação de algumas das nossas unidades fora dos habituais grandes centros urbanos. A HMED aposta predominantemente nessa politica de proximidade, levando até aos cidadãos, empresas e instituições, serviços médicos de qualidade. Os nossos utentes são a razão de ser do projeto HMED!

Quais são os vossos Parceiros e qual a relação com os Mesmos? Como é Publico temos uma parceria Exclusiva com a UNILABS Líder Europeia nos meios complementares de diagnóstico que detêm a Medicina Laboratorial Dr. Carlos Torres, o Laboratório Dr Hilário de Lima e a Cardiologia Dr João Guimarães. Agradeço a confiança dos nossos parceiros que nos fornecem e queria destacar o apoio da Augus Moto & Car que nos proporcionou carrinhas de apoio ao nosso staff, bem como da Prio que nos fornece o combustível e Suplementos 24 (Nutrend).

Vão estar presentes na Volta a Portugal em Bicicleta. Este é mais um voto de confiança? Se não tivéssemos uma postura de qualidade, inovação, capacidade de trabalho e de enfrentar condições adversas nunca seriamos parceiros oficiais dos serviços médicos da 79.ª VOLTA PORTUGAL.

Por onde passa o futuro da HMED? Focalização na excelência, diariamente, desde que abrirmos as portas das nossas unidades, logo às 7 da manhã. Em cada momento e em cada um dos colaboradores, temos de ter sempre presente o motivo da nossa existência: cuidar muito bem da saúde dos nossos utentes!

24 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


A tecnologia da nova geração, para a sua pressão arterial.

S O V NO

MEDIDORES DE PRESSÃO ARTERIAL

Linha RAPID

Para quem mede serenamente a pressão arterial. Toda a tecnologia Pic em 3 teclas. Simples e intuitivo.

Tranquilidade e conforto para quem efetua uma medição cuidadosa e frequente. Com letras, números e um visor retroiluminado de tamanho grande. Claro, completo e rápido.

TY

5

A NTI

E GARA SD

s

A

n R S o s - Ye ar N WAR RA

À venda em Farmácias e Parafarmácias. Os medidores de pressão arterial da linha Rapid são dispositivos médicos. Antes da sua utilização, deve ler cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização. Rev Dez/2016

É fácil com Pic!

www.picsolution.com |

clearRAPID

ANO

easyRAPID

Y EA

Rapidez Experiência de conforto

picsolutionportugal

Um resultado rápido e confortável devido à tecnologia RAPID TECH . Uma tecnologia inovadora da Pic, que faz a medição na fase da insuflação.


mais saúde, mais inovação | artsana

É fácil com Pic! Há mais de 50 anos que são a marca de autocuidados mais conhecida em Itália, um exemplo da excelência e do know-how italiano. Um reconhecimento que exibem com grande orgulho, mesmo a nível internacional, inclusivamente em Portugal. A Revista Business Portugal conversou com Patrícia Nunes Coelho, marketing director Health and Beauty.

Em que especialidades, a marca Pic Solution é um aliado fiável na promoção da saúde pública? A PiC Solution é, há mais de 50 anos, a marca de autocuidados mais conhecida em Itália, um exemplo da excelência e do know-how italiano. Um reconhecimento que exibimos com grande orgulho, mesmo a nível internacional. Tornar simples o que não era antes: para nós na PiC, é muito mais do que uma missão, é o nosso ADN autêntico. Pois acreditamos que não basta resolver pequenos problemas de saúde diários, é necessário fazê-lo do modo mais fácil e confortável. Sendo PiC, uma marca cross-category abrangente e capilar, pronta a perceber as necessidades de uma sociedade em evolução contínua, para as converter depois em respostas fiáveis, eficientes e fáceis de usar. São essas, soluções avançadas para a saúde das vias respiratórias, para o tratamento de qualquer tipo de ferida, para uma gestão mais livre das patologias, tais como a hipertensão e a diabetes. A simplicidade da solução, desenvolvida tendo sempre por

26 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

base, ouvir e observar as necessidades das pessoas, torna as suas vidas mais fácil, contribuindo naturalmente para a promoção da saúde pública, principalmente em áreas como a hipertensão e a diabetes.

à marca e, acima de tudo, com vontade de ouvir as pessoas e as suas necessidades, observar os comportamentos, ler nos seus hábitos diários a solução mais simples para as suas necessidades.

A Pic Solution aposta na investigação e desenvolvimento de novos produtos e aparelhos baseando-se nas necessidades da população? Como já referi anteriormente, é o nosso ADN tornar simples o que não era procurar dar ao consumidor respostas fiáveis, eficientes e fáceis de usar. Inventámos a agulha descartável, ‘indolor’, ‘niente male’ (nada de dor), o primeiro passo da investigação Indolor Experience para oferecer injeções cada vez mais rápidas e indolores, e graças a uma excelente capacidade técnica em atualização contínua, o know-how da Pic tem crescido e agora os nossos laboratórios projetam muito mais além. A PiC nasce da investigação constante de mulheres e homens que trabalham todos os dias com paixão e dedicação

A operação ‘Pic it easy!’ é uma mostra atual da vossa qualidade e inovação. Qual o balanço que fazem deste projeto? Com a operação ‘Pic it easy!”’, (em Portugal ‘É fácil com PIC!’), e com a entrada nas redes sociais, a marca consegue dialogar diretamente com as pessoas, sugerir-lhes conselhos simples de bem-estar e resolver com um sorriso os pequenos problemas quotidianos, alertando de forma muito positiva, como podem melhorar a sua vida. Cada vez mais as pessoas procuram a solução para o seu problema na internet, e há muita informação incorreta. O nosso objetivo, inclusive com www.picsolution.com/pt, é esclarecer o consumidor nas várias áreas. O digital ajuda a marca a estar mais próxima, sendo muito positivo para a mesma.


artsana | mais saúde, mais inovação Defendem que automedicação pode ser uma boa forma de controlar problemas de saúde? A automedicação é a prática através da qual um indivíduo seleciona e autoadministra medicamentos com vista a tratar sinais, sintomas ou doenças por si identificados. Não consideramos que esta prática seja eficaz no controlo de problemas de saúde uma vez que, e numa frequência extremamente considerável, esta automedicação pode trazer efeitos adversos ao doente ou conduzir a problemas de saúde pública. Assim, ao identificar esses sinais ou sintomas, o doente deverá procurar apoio profissional para o diagnóstico e tratamento. Não obstante, a automedicação encontrase legalmente prevista. O Infarmed tem listadas as situações clínicas passíveis de automedicação, pese embora a necessidade desta administração ter de ser feita segundo as recomendações inscritas no medicamento e de forma consciente e informada. Em caso de dúvida, o doente deverá recorrer à rede de profissionais de saúde, seja nos cuidados de saúde primários, farmácias ou através da Linha Saúde 24.

experiência!!! Experiência de pessoas que todos os dias criam valor para a marca. Em que medida é importante para a marca estabelecer protocolos e ser reconhecida por entidades científicas? As sociedades portuguesas da área da saúde estão abertas a esse tipo de parcerias? Como classifica a relação da marca com entidades públicas e privadas do setor? O reconhecimento das entidades científicas são muito importantes naturalmente, pois ajuda no desenvolvimento de produtos tendo em conta as necessidades das classes médicas, que diariamente enfrentam dificuldades no tratamento, mas também na prevenção de doenças. Somos mais um braço para ajudar e tentar tornar a vida de cada um mais salutar! Juntos, conseguimos melhor, passar mensagens que por vezes, são fundamentais

e desconhecidas do grande público, como é o caso da hipertensão, a doença silenciosa, e da necessidade de haver uma monotorização da pressão arterial, em todas as pessoas independentemente de terem alguma patologia diagnosticada. E é através desta união com vista ao bem comum, que as entidades portuguesas estão recetivas ao apoio das marcas que atuam com o mesmo objetivo. Desenvolvem investigação em Portugal? Como fazem a comercialização dos vossos produtos? A inovação provém de todo o mundo, de todo o know how humano e precioso que a PIC detém, mas também dos próprios doentes. Foram assim criados diversos dispositivos médicos. A comercialização dos nossos produtos é feita através das farmácias e das parafarmácias.

Têm de momento algum aparelho ou tratamento a ser testado? Se sim, para quando está previsto o seu lançamento no mercado? Temos algumas novidades para breve, entrando numa área muito mais digital. Cada vez mais a população procura levar uma vida salutar recorrendo a tratamentos e produtos que permitam o bem-estar e a qualidade de vida que desejam. É fácil conseguirem-no com a Pic Solution? Procuramos que Pic Solution seja efetivamente um sinónimo de vida mais salutar. Apostamos em produtos, comunicamos mensagens e promovemos iniciativas que ajudam a população a manterse saudável e ativa. É fácil com Pic!

O lema da marca é simplificar a resolução de pequenos problemas de saúde. Como conseguem tornar tudo tão simples e manter uma qualidade de excelência? Problemas simples devem requerer soluções simples. Esta visão promove uma aposta no desenvolvimento de produtos centrados e desenhados para o utente. É ele que irá lidar diariamente com o produto e que exigirá essa simplicidade e qualidade de excelência. É por isso que utilizamos materiais de qualidade, processos bem desenhados e recursos humanos qualificados. Por sabermos que nos cabe a missão de fazer tudo o que está ao nosso alcance para satisfazer as necessidades que o utente sente ao querer cuidar de si e dos que lhe são próximos. A aposta na gestão de recursos humanos altamente qualificados é um instrumento de trabalho que contribui para que a Pic Solution seja uma marca de referência a nível mundial? Todas as marcas são feitas por pessoas, e a PIC Solution é prova disso. 50 anos de

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 27



teva | mais saúde, mais inovação

Improving health, making people feel better Num trabalho sobre a saúde, é perentório uma entrevista à empresa farmacêutica com um dos maiores portefólios de medicamentos em termos mundiais. Assim, a Revista Business Portugal esteve à conversa com Mário Madeira, diretor geral da TEVA no nosso país. O Grupo TEVA está no Top 10 mundial das companhias farmacêuticas e é líder mundial em medicamentos genéricos. Qual é a chave do vosso sucesso? A TEVA combina medicamentos genéricos e inovação, estando totalmente orientado para o seu propósito: “Improving Health, Making people feel better”. O facto de termos um dos maiores portfólios de medicamentos em termos mundiais (1.800 moléculas), bem como o modelo hibrido que nos caracteriza, são claramente fatores impulsionadores de sucesso. Porém, na TEVA, acreditamos, que as pessoas são e serão sempre a chave do sucesso da nossa organização. Estamos hoje presentes em cerca de 80 países, empregamos perto de 57.000 colaboradores e a produção mundial, só de comprimidos e cápsulas, ronda os 120 biliões por ano, projectando aquela que é uma empresa israelita fundada em 1901, para o núcleo das maiores farmacêuticas em termos globais. Quais são as vossas áreas de negócio? Em termos globais o peso da área de negócio de genéricos, representa sensivelmente 50 por cento do total de vendas. A área de inovação tem quatro pilares: Neuroscience, Respiratory, Oncocare e Woman Health, sendo os dois primeiros os mais estratégicos e onde a TEVA mais tem investido em I&D nos últimos anos. Em particular, na área de Neuroscience, a TEVA é reconhecida mundialmente pelas soluções iInovadores no tratamento da Esclerose Múltipla e mais recentemente há um foco particular em I&D na área da enxaqueca e doença de Huntigton. De que forma se posiciona a TEVA em Portugal comparativamente com os departamentos do mesmo grupo noutros países? Em cada país a estrutura TEVA global é replicada e nesse sentido Portugal não é exceção. Assim, contamos com cerca de 116 colaboradores nas áreas de genéricos e especialidades, bem como em todas as outras funções de suporte à organização. Porém, em Portugal como resultado das aquisições da ratiopharm (2010) e Mepha (2011), o peso do negócio de genéricos é maior, quando comparado com a TEVA no mundo. Lideramos o mercado de medicamentos génericos com cerca de 20 por cento de Market Share em volume e estamos entre as cinco maiores farmacêuticas em valor, para o mercado total de ambulatório. Na área da inovação a TEVA é reconhecida em Portugal, em particular na Esclerose Múltipla, Asma e DPOC e, mais recentemente, na Fibrose Quistica, apresentado soluções terapêuticas, que são hoje reconhecidas por todos os profissionais de saúde e doentes.

Mário Madeira Diretor geral da TEVA Portugal

Em 2010, seis anos após a vossa instalação em Portugal, o grupo cresceu, com a integração da ratiopharm, Cephalon e Mepha. De que forma a integração destas empresas veio estimular o negócio? Efetivamente as aquisições da ratiopharm em 2010 e da Cephalon/Mepha em 2011 transformaram por completo a TEVA. Nessa altura a ratiopharm já liderava o mercado de medicamentos genéricos de ambulatório e a Mepha estava no Top 10 deste segmento. Com estas integrações a TEVA em Portugal iniciou um novo

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 29


mais saúde, mais inovação | TEVA ciclo, que lhe permitiu consolidar a sua liderança no mercado de medicamentos genéricos, diversificar o seu negócio nas áreas de inovação a avançar para uma estrutura organizacional que beneficiou de todas as sinergias de três culturas, onde se colocou no centro as competências das pessoas que integraram esta nova etapa. Estudos revelam que a política de medicamentos genéricos introduzida no início do século XXI veio impulsionar o mercado português. Este foi um dos motivos que motivou a instalação do grupo em Portugal? A TEVA tem uma presença no continente europeu muito significativa e na prática o seu estabelecimento em Portugal advém no essencial deste posicionamento de cariz Regional. Apesar de todas as políticas de incentivo ao desenvolvimento de medicamentos genéricos, o mercado português representa ainda uma oportunidade significativa neste segmento, em particular no mercado ambulatório. Continua, na nossa opinião, a ser crítico que todos os agentes do setor foquem a máxima atenção nas muitas oportunidades que ainda existem para dinamizar o consumo de medicamentos genéricos, fazendo aproximar Portugal do nível de consumo médio da União Europeia e em particular dos países do Norte da Europa, onde os consumos são muito significativos, quando comparados com os do Sul. Existem ainda muitos doentes que podem beneficiar de terapêuticas com custos significativamente mais baixos e com todas as garantias da mesma eficácia e segurança do medicamento original. Acreditamos, que no contexto nacional, a TEVA pode ser um parceiro de excelência do Governo, no contributo que pode dar para a sustentabilidade do SNS. O Grupo TEVA é líder em quota no mercado de medicamentos genéricos de ambulatório. Porque razões acreditam ser a escolha dos portugueses? Naturalmente que a combinação de três marcas de medicamentos genéricos, ratiopharm, Teva e Mepha, que hoje compõem o Grupo TEVA em Portugal, permitiu-nos alcançar esta posição de liderança. Porém, devemos ter em conta que a marca ratiopharm, foi uma das primeiras a ser lançada no mercado nacional no início dos anos 90, quando o conhecimento e aceitação dos medicamento genéricos era ainda praticamente inexistente. Em suma, nesta história de mais de 25 anos, com cada uma das nossas marcas, tendo a ratiopharm sido a pioneira, construímos uma forte relação de confiança com todos os profissionais de saúde e doentes. Entre consumo ambulatório e hospitalar em Portugal, são milhões de pessoas que beneficiam dos nossos medicamentos genéricos. Só no mercado ambulatório, 1/5 dos medicamentos genéricos consumidos são do Grupo TEVA, o que muito nos orgulha e motiva a fazer mais e melhor. Que vantagens oferecem os medicamentos genéricos? Os métodos de verificação de qualidade, segurança e eficácia destes medicamentos são os mesmos dos medicamentos ‘de marca’? Os medicamentos genéricos, cumprem um papel primordial, na relação de equilíbrio entre acessibilidade/estimulo à contínua inovação por parte da empresas farmacêuticas. Estes medicamentos são avaliados exatamente pelas mesmas instituições que aprovam os medicamentos inovadores, cumprindo um rigoroso processo de avaliação, que legitima a sua comercialização a custo mais acessível para os doentes, já que as empresas produtoras destes não têm de fazer os investimentos em I&D. Os medicamentos genéricos têm obrigatoriamente de cumprir os períodos de protecção de patente do medicamento inovador, e só depois podem ser comercializados. Este ciclo permite que os doentes possam beneficiar das mesmas terapêuticas, mas com um custo mais baixo. Por sua vez, as empresas de inovação mantêm ativo o seu foco em encontrar novas alternativas terapêuticas e voltar a beneficiar da comercialização num novo período de proteção de patente, que lhes permite ter o legítimo retorno do esforço de investigação. Em Portugal, se considerarmos apenas o mercado em ambulatório, há ainda um caminho importante a fazer em matéria de consumo de medicamentos genéricos. De acordo com os dados mais recentes o consumo em volume está nos 47 por cento, ainda abaixo da média europeia que está nos 62 por cento, havendo países como a Alemanha ou a Polónia que já atingiram os 80. Como classificam a adesão dos hospitais e profissionais de saúde aos medicamentos

30 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

biossimilares desenvolvidos pelo vosso grupo? Na nossa opinião há ainda um caminho importante a percorrer, por parte de todos agentes relativamente aos medicamentos biossimilares. Importa desde logo esclarecer que estes são medicamento biológicos, mas que só podem ser comercializados, após o fim da patente do original. Apesar, do conceito base ser similar ao dos medicamentos genéricos, os biossimilares são aprovados através de um novo conceito científico, denominado por ‘exercício de comparabilidade’, que visa assegurar que entre diferentes medicamentos biológicos existe a mesma garantia de qualidade, eficácia e segurança. Naturalmente, que a exigência e esforço de investimento para produzir biossimilares, é superior à dos medicamento tradicionais, o que obrigará a um enquadramento mais adequado, que viabilize os equilíbrios necessários à disponibilização dos mesmos; já que as terapêuticas biológicas têm custos I&D mais elevados. Como descrevem e classificam o atual panorama nacional no setor farmacêutico em Portugal? Quais os maiores desafios que o Grupo TEVA enfrenta em solo nacional? Parece-nos que os desafios do setor farmacêutico em Portugal estão muito alinhados com os desafios no contexto europeu. O lançamento de terapêuticas inovadoras, aliado ao envelhecimento acelerado da população europeia, irão desencadear desafios de significativos aos Estados Membros da União Europeia, na perspetiva da manutenção dos equilíbrios necessários entre disponibilizar os melhores cuidados de saúde às populações, sem necessariamente desencadear um aumento significativo das despesas associadas. Esta questão terá invariavelmente, um impacto significativo para qualquer empresa farmacêutica. Neste contexto, a TEVA tentará através do seu modelo hibrido – genéricos e inovação – ser uma opção relevante e transversal, desde os pagadores aos doentes, que já hoje reconhecem os benefícios do equilíbrio entre a maior acessibilidade e a inovação terapêutica, que o nosso vasto portfólio proporciona. Qual o crescimento esperado para 2018 ao nível do mercado, da inovação e desenvolvimento de novos fármacos? É difícil prever neste momento as dinâmicas de mercado, já que são múltiplos os factores, que as influenciam. Desde logo a aprovação de novas terapêuticas por parte das Autoridades, tem um impacto muito significativo. Depois, se essas terapêuticas representam opções de consumo hospitalar ou Ambulatório. Se considerarmos, como referência a dinâmica do mercado de inovação em ambulatório, este cresce cerca de um por cento no primeiro semestre do corrente ano e esta poderá ser uma tendência a manter. Neste contexto, esperamos na TEVA continuar a lançar opções terapêuticas que acrescentam valor, quer na área Respiratória, quer na área das neurociências, no que diz respeito ao nosso segmento de inovação.


empresa | tema

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 31


mais saúde, mais inovação | janssen

A colaborar com o mundo para a saúde de todos

Filipa Mota e Costa Diretora geral

A propósito da investigação e inovação na área da saúde, pela qual a Janssen é internacionalmente conhecida, e numa edição onde esta temática merece destaque, conversámos com Filipa Mota e Costa, diretora geral da JanssenPortugal.

Poderíamos começar por uma breve apresentação da Janssen enquanto companhia farmacêutica. Qual a sua grande missão e que valores caracterizam a sua atuação em todo o mundo? A Janssen é a companhia farmacêutica do grupo Johnson&Johnson, que é uma companhia já centenária com valores sólidos, claramente expressos no nosso Credo, um documento de referência com mais de 70 anos. A nossa prioridade é para com os médicos e enfermeiros e todos os que usam os nossos produtos; tudo o que fizermos deve ser de alta qualidade. Trabalhamos em prol dos doentes, transformando vidas e a forma como as doenças são encaradas e geridas. É esta a nossa missão global. Para

32 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

a sua concretização, é incontornável o papel da inovação. Acreditamos que a inovação vai para além dos laboratórios e a Janssen inova também na forma como contribui para a ciência, através da colaboração com stakeholders de diferentes latitudes, com especial ênfase na academia, governo, associações de doentes e profissionais de saúde. Colaboramos com o mundo para a saúde de todos. Este mote da Janssen faz sentido em qualquer local onde estejamos presentes porque se prende com a filosofia e o modus operandi da Janssen. Quando e em que contexto a Janssen entrou no mercado português? E que balanço podemos fazer da presença

desta companhia farmacêutica no nosso país? A Janssen opera em Portugal desde 1983, na altura com o nome Janssen Farmacêutica Portugal. Uma década mais tarde, a qual ficou marcada por várias fusões internacionais na indústria farmacêutica, a fusão entre a companhia belga Janssen e a suíça Cilag, ambas detidas já na altura pelo grupo Johnson & Johnson, originam a Janssen-Cilag Portugal. Nos anos noventa, a Janssen-Cilag constrói uma nova e moderna unidade de produção em Queluz, a qual seria posteriormente vendida a um parceiro nacional, a Lusomedicamenta, em 2004. Atualmente, a empresa continua sedeada em Queluz, juntamente com todo o grupo Johnson&Johnson e, após mais de 30 anos de atividade


janssen | mais saúde, mais inovação no nosso país, o balanço é muito positivo: continuamos a apresentar uma grande dinâmica de inovação em Portugal, seja nos produtos que disponibilizamos seja em projetos que implementamos ou apoiamos em Portugal, com parceiros locais, e contamos com uma equipa diversa e altamente qualificada. Quais as vossas áreas de foco? A Janssen aposta em cinco áreas terapêuticas de foco: Infeciologia, Imunologia, Oncologia, Neurociências e Doenças Cardiovasculares e Metabólicas. Apostamos em áreas com necessidades médicas não preenchidas e que são consideradas prioritárias pela Organização Mundial de Saúde. Desenvolvemos vários tratamentos dentro destas áreas que dão resposta a doenças como o VIH/SIDA, o cancro da próstata, a leucemia linfocítica crónica, o mieloma múltiplo, psoríase, doença de Chron ou a esquizofrenia, apenas para nomear algumas delas. Os medicamentos que oferecemos nesta área pretendem conter ou curar doenças, algumas das quais consideradas muito graves e incapacitantes, trazendo resultados com um impacto significativo na vida dos doentes e seus cuidadores. A Janssen assume-se como uma empresa inovadora, incentivando a investigação e o desenvolvimento científico através de parcerias com os mais variados agentes, sejam eles outras empresas, laboratórios ou instituições de ensino, entre outros. Quais são os principais parceiros da Janssen em Portugal? A nível nacional estabelecemos importantes parcerias com entidades de reconhecido mérito na área da Saúde, seja ao nível da academia, de entidades governamentais, profissionais e associações de doentes ou outros institutos ligados à Investigação e Desenvolvimento. Estas parcerias visam contribuir para o avanço da medicina e da Investigação e Desenvolvimento de medicamentos – até porque consideramos que só com o mundo como nosso laboratório é que conseguiremos inovar mais e melhor. Estas colaborações são também uma forma de nos relacionarmos com diversas partes interessadas na Saúde, no seu futuro, na sustentabilidade dos sistemas, trocarmos opiniões, criarmos network, trabalharmos em prol de uma sociedade com mais e melhor Saúde. A Janssen desenvolveu, em parceria com as Faculdades de Medicina de Lisboa, Porto, Coimbra e Açores um projeto pioneiro: as Salas de Educação Virtual Dr. Paul Janssen. O que nos pode dizer sobre esta iniciativa e de que forma poderá ser revolucionária para o ensino em Portugal? As Salas de Educação Virtual Dr. Paul Janssen resultam de uma parceria entre a Janssen Portugal e as Faculdades de Medicina referias através da qual estas quatro instituições de ensino passaram a estar dotadas com salas de telepresença com tecnologia de ponta. Esta tecnologia contribui para facilitar e fomentar uma network nacional e internacional

de académicos, profissionais de saúde e investigadores partilhar boas práticas e contribuir para a melhoria do ensino da medicina. Após um ano de balanço, as faculdades são unânimes no reconhecimento das oportunidades trazidas pelas salas no âmbito do ensino da medicina. Desde a transmissão em direto de cirurgias em Lisboa, ao estreitar de ligações com a academia brasileira como é o caso do Porto, ou a aproximação dos Açores e Coimbra contribuindo para a poupança de custos com deslocações, de tempo dos professores e de uma melhoria do ensino para os alunos que já não precisam de ter agora algumas aulas teóricas condensadas num curto espaço de tempo. Considera que os incentivos e apoios proporcionados pelas entidades governamentais à investigação científica têm sido adequados em Portugal? Se pensarmos numa fase muito visível da investigação científica, constatamos que necessitam de um quadro legislativo e regulamentar eficiente e adequado e de infraestruturas preparadas para o rigor que exigem. Em grande parte devido a dificuldades de organização, o nosso país tem perdido competitividade neste setor, quando comparado, por exemplo, com alguns países emergentes. Reconhecendo que o nível de investimento em ensaios clínicos em Portugal tenha crescido significativamente desde 2012, estes estão ainda entre os mais baixos da Europa Ocidental. Nesta área, a Indústria Farmacêutica é um parceiro fundamental, tendo promovido 93 por cento dos ensaios clínicos em Portugal, em 2016. Note-se que este investimento se traduz em poupança da despesa pública em medicamentos e meios complementares de diagnóstico, além de permitir ainda o acesso a novas tecnologias em Saúde, a adoção das melhores práticas de acompanhamento dos doentes e a qualificação de profissionais de saúde e criação de emprego. Um dos grandes valores que a Janssen defende é a importância de garantir que os pacientes se encontrem devidamente informados e munidos de poder de decisão. De que forma a empresa contribui, no dia a dia, para o alcance deste objetivo? É para os doentes que trabalhamos e continuaremos a trabalhar para que possam viver mais e melhor. O mundo sempre esteve e estará em constante transformação. Mudam-se mentalidades e culturas. Inova-se na tecnologia. Aumentam-se os padrões de tratamento, de qualidade e de exigência. Hoje é inegável que as sociedades estão cada vez mais informadas e os doentes não são exceção. É positivo e construtivo que assim seja: que os doentes sejam ouvidos e que se façam ouvir, que a sua opinião seja tida em conta. Para este efeito é muito importante o papel desempenhado pelas Associações de Doentes. A Janssen apoia a visão de um sistema de saúde centrado no doente. Trabalhamos de perto e acompanhamos o trabalho de várias Associações de Doentes que desenvolvem ações em áreas terapêuticas/ doenças comuns, numa lógica de colaboração. Apoiamos

e participamos em ações destas associações e vice-versa e temos ainda um projeto criado especificamente para as Associações de Doentes, o projecto INFOCARE. Este projeto foi criado no final de 2014 e o seu objetivo é capacitar as associações de doentes, dando-lhes ferramentas para o seu trabalho diário e, simultaneamente, partilhar boas práticas entre as associações. Este programa junta diferentes associações com diferentes origens e propósitos, mas que acabam por ter necessidades semelhantes no seu dia a dia e que reconhecem que estas sessões, as quais acontecem duas vezes por ano e tratam de temáticas identificadas pelas próprias associações como relevantes são uma mais-valia para o trabalham que desempenham. O que nos pode dizer relativamente ao consumidor/ paciente português? Considera que ele já se encontra devidamente informado sobre as suas doenças e respetivos métodos de tratamento, ou acredita que ainda existe um trabalho de sensibilização a fazer? Tem havido cada vez mais entidades a trabalhar ativamente na sensibilização/consciencialização dos cidadãos em geral na área da Saúde. Governo, entidades da sociedade civil e empresas privadas estão empenhadas nestas áreas. É importante que assim seja pois a prevenção e a literacia em saúde têm ainda um amplo caminho a percorrer no nosso país para que os cidadãos sejam potenciais consumidores, doentes, informados e/ou capacitados para lidar com a sua doença, saber onde procurar informação. A Janssen procura, diariamente, encontrar mecanismos e produtos que permitam atenuar, curar ou prevenir algumas das doenças mais marcantes da nossa época, desde o Alzheimer ao VIH, sem esquecer o cancro ou a diabetes. Acredita que, nas próximas décadas, a ameaça subjacente a estas mesmas doenças terá diminuído? Ou considera, pelo contrário, que o seu combate está longe de ficar consolidado? Na Janssen trabalhamos todos os dias para dar mais e melhores respostas a algumas das doenças mais devastadoras e complexas da atualidade. Faremos a nossa parte, e acredito que teremos um papel importante nas áreas onde operamos. Algumas destas doenças têm visto avanços extraordinários em poucas décadas: por exemplo, o VIH passou de doença mortal nos anos 80/90 para doença crónica na atualidade e acredito que chegaremos à vacina na próxima década. Na área da Oncologia, conseguiramse também ganhos de sobrevivência muito significativos, acelerados nos últimos anos com os avanços no conhecimento da genética. O próximo paradigma é entender os fatores que contribuem para a doença e conseguir interceptar o seu desenvolvimento. O combate à doença é uma missão de todos, a começar no cidadão comum, bem informado, que é capaz de prevenir algumas doenças através de bons hábitos de vida.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 33


mais saúde, mais inovação | lean health portugal

“Lean” no sistema de saúde português Rui Cortes, Healthcare Improvement Expert, foi o porta-voz da Lean Health Portugal, numa entrevista que nos permitiu conhecer um pouco mais sobre esta empresa e sobre a atividade que esta desempenha. A Lean Health Portugal já conta com 4 anos de existência. Qual o balanço que faz do trabalho até aqui realizado? O balanço ao fim deste tempo é bastante positivo, não obstante o muito que ainda está por fazer, sobretudo ao nível da capacitação dos profissionais, por forma a permitir que sejam eles os dinamizadores de uma cultura de melhoria contínua na saúde, essencial para a sustentabilidade das melhorias introduzidas. Acima de tudo, sentimos que todos os dias podemos contribuir de alguma forma para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos doentes, desafiando os profissionais a terem um olhar crítico sobre a sua atividade, e entenderem como podem colocar os doentes no centro dos processos. Desde que começámos até hoje desenvolvemos projetos de diferentes dimensões e complexidades em mais de 10 hospitais desde distritais a centrais. Hoje estamos em simultâneo em 3 hospitais, um deles o Centro Hospitalar Lisboa Central, uma ULS e um Especializado, em áreas como “Percurso do doente cirúrgico”, Farmácia de Ambulatório, Hospital de Dia de Oncologia, Risco Nutricional e mesmo no processo de compras. Quais os principais constrangimentos/adversidades que encontraram no exercício deste projeto? Como constrangimentos destaco o facto inerente ao ciclo de resistência à mudança que está associado a metodologias como o Lean, acrescentando ainda a dificuldade de os processos estarem desenhados na sua maioria em torno dos profissionais e não em torno do doente. Outro constrangimento é incutir nas organizações e nas pessoas que não devemos desperdiçar uma pequena melhoria, à espera da melhoria ideal. Apesar destes constrangimentos, Rui Cortes Healthcare Improvement Expert

34 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

o facto de termos estreita e forte ligação ao Virginia Mason Institute, faz com que nos associem a uma entidade de referência, e de alguma forma isso tem sido um cartão-devisita junto dos Conselhos de Administração (CA) e de outras entidades. Por exemplo, no curso do Virgínia Mason, tive de realizar um caso prático e o Dr. Pedro Beja Afonso, na altura presidente do CA do Hospital Distrital da Figueira da Foz, permitiu-me que fizesse o projeto do curso no Bloco Operatório. Esse foi sem dúvida um passo crítico no nosso jovem percurso, onde introduzimos melhorias simples, mas de impacto no percurso do doente, e até agora contabilizamos 7 BO. A adicionar a esta passo inicial, e realçando que a grande maioria dos profissionais se entusiasma por poder melhorar os processos, temos tido o privilégio de encontrar excelentes profissionais com quem aprendemos todos os dias, e sem desprimor para todos os outros, deixo aqui uma referência aos projetos que nestes últimos 14 meses temos desenvolvido no CHLC. Em todos eles, uma variável comum: um forte envolvimento e proximidade dos CA. Em que consiste a marca Lean Health Portugal? A Lean Health Portugal dedica-se ao desenvolvimento de projetos de melhoria de processos na saúde, norteado pelos princípios do Virginia Mason (1º hospital


lean health portugal | mais saúde, mais inovação a aplicar Lean) em que se procura, com o envolvimento dos profissionais, desenhar processos que assegurem, de um modo gradual, a melhor experiência possível dos doentes ao longo do seu trajeto no sistema de saúde. Como fator distintivo, destaco um foco na melhoria da qualidade dos processos, obtida através da constante redução dos diversos desperdícios que existem nas organizações em que trabalhamos, tendo como base o respeito pelos doentes e os profissionais. É recorrente a solicitação de mais recursos humanos, mais sistemas de informação ou ampliação de instalações como base de um processo de melhoria; no entanto, não menosprezando essas potenciais necessidades, o nosso trabalho é acima de tudo identificar formas de aumentar o grau de eficiência e qualidade dos processos com os recursos de que dispomos. Conseguimos isso observando cada processo em detalhe, com os seus intervenientes e identificando os desperdícios. Perante a nossa abordagem se não alterarmos nada num processo, seja ele qual for, mas reduzirmos os desperdícios, a qualidade irá seguramente aumentar.

Existe cada vez mais interesse no conhecimento sobre o conceito Lean e a sua aplicação na saúde? Portugal iniciou cedo, julgo que em 2004, a aplicação de Lean na Saúde, no H. Sto. António, mas não sei porquê acabámos por estagnar. No início era muito focado na logística mas hoje assiste-se a uma maior preocupação na eficiência e qualidade dos processos na ótica do doente; parafraseando um dos Diretores Clínicos com quem trabalhamos, “Não basta que o comboio parta a horas, é essencial que ele parta só quando tiver as condições de segurança reunidas”. O interesse pelo tema tem realmente aumentado, junto dos CA e, diga-se também, dos Administradores Hospitalares, o que é de destacar, pois são uma peça-chave na implementação destas metodologias. Paralelamente é essencial balancear entre melhorias em áreas estratégicas, e “Quick Wins”, indo estas permitir a desejada adesão pelos profissionais de saúde de um modo global.

Desafiam constantemente o futuro, através da inovação, investigação e desenvolvimento científico. Quais as etapas para se conseguir realizar o “Zero Defect” na saúde? Na abordagem Lean, o erro é algo que pode sempre acontecer, e o defeito é um erro que não é detetado a tempo e acaba por atingir o doente; perante isso, o defeito zero é obtido através de processos em que qualquer profissional possa e deva identificar algum erro com que se cruze. Para isso temos que criar paragens forçadas nos processos e, para estas existirem, temos que ter lideranças fortes. O “Zero Defect” é algo que se constrói dia-a-dia em que temos que assegurar a transparência total na identificação do erro como a melhor forma de melhorar, acompanhado por uma cultura de não culpabilidade. No Virginia Mason ou na Clínica Mayo, a preocupação é quando o número de erros detetados diminui, pois defendem que um hospital capaz de detetar os erros é um hospital que protege os doentes. Segundo o Dr. Gary Kaplan, CEO do Virginia Mason, “a metodologia Lean assegura uma

qualidade em tempo real na saúde, ao invés da qualidade retrospetiva, que é o que existe tradicionalmente” e isso só se consegue com um olhar atento e contínuo dos profissionais, numa perseguição constante da perfeição. Quais as considerações finais que pretende deixar esclarecidas sobre a Lean Health Portugal e o que gostaria de ver desmistificado no seu ramo de atividade? Apenas realçar dois pontos finais: A metodologia Lean na saúde não é uma invenção nem do nosso país nem do nosso projeto, existindo uma preocupação crescente na transformação da saúde, através do combate ao desperdício; por outro lado este movimento foi reforçado no início deste ano pelo relatório da OCDE “Tackling the waste in healthcare” onde afirma que um quinto dos orçamentos da saúde não têm valor, e que um em cada dez doentes sofrem um erro evitável. Em novembro irá realizar-se um novo Lean Health Meeting, em que um dos destaques é o papel dos CA na transformação organizacional.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 35


mais saúde, mais inovação | trueclinic

Um gestor de saúde é o melhor gestor desportivo Coma ambição de ser líder em Portugal e referência na comunidade portuguesa na prestação de serviços clínicos, a Trueclinic a atua em várias áreas, nomeadamente na sinistralidade desportiva, o seu ex-libris de atuação. A Revista Business Portugal, numa entrevista a Miguel Gouveia de Brito, presidente do conselho de Administração da Trueclinic, mostra a dinâmica da empresa que diariamente procura ser a melhor no mercado e um contributo para todos. Quais as vossas áreas de especialidade? E por que razão optou por estas? A Trueclinic está vocacionada para gerir toda as áreas de sinistralidade, especialmente no desporto e em acidentes de trabalho. O desporto é uma área muito específica e que exige um forte conhecimento da atividade, entendemos ser uma área onde a nossa capacidade diferenciadora faria mais sentido. Estamos em outras áreas como o dano corporal no acidente automóvel ou na ajuda à criação de planos de saúde e cartões, como o caso do cartão da União das Misericórdias. Estamos também na área dos check-up, acima de tudo estamos na saúde, devido ao forte conhecimento na área de todos os fundadores e sócios da empresa. E no que concerne aos valores que regem a TrueClinic? O nosso lema é “a qualidade ao serviço do doente, a eficiência ao dispor dos clientes”. Este lema assenta num conjunto de valores, tais como integridade, rigor, espírito de equipa, progresso, inovação, rentabilidade e competência. Afirmam ter uma postura inovadora no mercado nacional com claros benefícios económicos para os vossos clientes e com ganhos de saúde para todos. Como se alcança tal? O posicionamento da Trueclinic é único em Portugal e temos sido desafiados para exportar o modelo para outros países, quer europeus, quer Brasil e PALOPS. Existem outras grandes empresas portuguesas especializadas na gestão de redes de saúde mas nós gerimos saúde, estamos focados na componente clínica e dispomos de uma equipa clínica e com uma vasta experiência. Os nossos clientes diretos, seguradoras, beneficiam deste nosso vasto knowhow na área da saúde para otimizarem custos clínicos e melhorarem processos e fluxos administrativos. A nossa estrutura clínica e administrativa permite estar mais próxima do doente/sinistrado, atuando de forma mais célere na resolução das suas necessidades e na reposição do seu bem estar. Pedia-lhe que nos apresentasse cada um dos serviços que disponibilizam, de modo a

Miguel Gouveia de Brito Presidente do Conselho de Administração

Poderíamos começar por uma breve apresentação da TrueClinic. Como surge a clínica e qual a sua missão? A Trueclinic é uma empresa de gestão e auditoria clínica e que emerge devido à necessidade de controlar e gerir a sinistralidade na área do desporto, nomeadamente no futebol. A nossa missão é contribuir para a melhoria da saúde através da prestação de serviços com a mais alta qualidade, eficiência, inovação e personalização, por forma a obter a satisfação dos clientes.

36 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


trueclinic | mais saúde, mais inovação

elucidar os nossos leitores sobre as vossas áreas de atuação. Nós somos especialistas na gestão de sinistros, seja na área de acidentes pessoais, de trabalho ou no dano corporal. Estamos, igualmente, na área dos check-up e dos exames. A área da gestão de planos de saúde é um foco mais recente da Trueclinic e está em andamento. Por último, mas não menos importante, temos a área de desenvolvimento de produtos ligados à saúde, quer sejam cartões, quer sejam planos de saúde corporativos, quer sejam redes de saúde. Que previsões, objetivos e ambições reserva a TrueClinic para a próxima década? Que alterações preveem ou esperam ver consolidadas neste setor? Somos líderes, em Portugal, na gestão de sinistros desportivos e queremos exportar este know-how. Estamos muito bem cotados em alguns mercados externos e queremos potenciar essa vertente. Queremos ser líderes na gestão de sinistros e de planos de saúde em Portugal, a partir de 2020. Um outro nosso objetivo, mais aliciante, é contribuir para a criação de projetos inovadores no acesso aos cuidados de saúde em Portugal e nos PALOPS. Achamos que a criação do cartão da União das Misericórdias foi um passo diferenciado e inovador no mercado e nós estivemos diretamente envolvidos na sua génese. temos know-how e competência para podermos ser um agente ativo no desenvolvimento e criação de novas formas e processos de acesso e proximidade na saúde.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 37


mais saúde, mais inovação | clínica oftalmológica Prof. dr. j. salgado-borges

Os cuidados que os seus olhos merecem A Clínica Oftalmológica Professor Doutor J. Salgado-Borges é um centro especializado no diagnóstico e tratamento de doenças oculares. Há 25 anos a prestar os cuidados que os seus olhos merecem, aposta fortemente na sua equipa de profissionais, criação de novas áreas de abordagem e aquisição de equipamentos com a mais alta tecnologia.

J. Salgado-Borges Administrador

Fundada em 1992, pelo Professor Doutor José Salgado Borges, a Clinsborges é uma referência no diagnóstico e tratamento de doenças do foro ocular, que lhe oferece um serviço global, integrado e de qualidade. Localizada em pleno coração da cidade Invicta, a Clinsborges foi mudando as suas formas de atuar e aumentando a sua área física, ao longo do tempo, para maior conforto e bem-estar daqueles que procuram os seus serviços. Sita na Avenida Rodrigues de Freitas, é uma excelente alternativa aos caóticos hospitais, oferecendo rapidez e eficácia para a resolução do seu problema ocular. Em entrevista à Revista Business Portugal, o Prof. Dr. José Salgado Borges refere que a pedra de toque, desde a génese da clínica, foi “torná-la num espaço acolhedor familiar, onde a humanização e o acolhimento são os pilares fundamentais para um atendimento

Tratamento e diagnóstico Na Clínica Oftalmológica Prof. Dr. J. Salgado-Borges é disponibilizado um atendimento diário no âmbito da Oftalmologia geral e da resolução de situações oftalmológicas urgentes. Ao longo da semana realizam-se consultas específicas em áreas importantes como Córnea e Cirurgia Refrativa, Glaucoma, Diabetes Ocular e Oftalmologia Pediátrica. No espaço pode encontrar os equipamentos mais avançados e atuais imprescindíveis para diagnóstico e tratamento de todas as patologias do segmento anterior e posterior. “Todos os exames estão disponíveis para os nossos doentes mas também poderão ser solicitados externamente por qualquer colega”, refere o entrevistado. Desses métodos de diagnóstico, destacamos a Perimetria Computorizada - um exame

de qualidade.” Para o especialista não basta oferecer um vasto leque de valências sendo também imperativo proporcionar aos seus pacientes as melhores condições. É por esse motivo, que na Clinsborges os seus olhos e o seu bem-estar são prioridade.

imprescindível para o diagnóstico e seguimento de uma grande variedade de situações patológicas, entre as quais se destacam pela sua frequência e importância, o Glaucoma e diversas patologias Neuroftalmológicas; a Ecografia Ocular; a Laserterapia; a Paquimetria Corneana; a Tomografia - exame fundamental na avaliação pré-operatória e no “follow-up” dos doentes candidatos a cirurgia refrativa Lasik e cirurgia de catarata com Lentes Premium; e o OCT - exame de elevada resolução que permite obter imagens de cortes anatómicos das estruturas do olho, entre outros meios de diagnóstico. É possível ainda usufruir de um Gabinete de Ortóptica, que permite o diagnóstico e tratamento dos distúrbios da motilidade ocular, da visão binocular e de anomalias associadas.

Relação de proximidade Falar de bem-estar implica, intrinsecamente, falar de atendimento de qualidade, uma peça que não ficou de fora deste puzzle. “Na Clinsborges preocupamo-nos com as pessoas, são elas que estão em primeiro lugar. O nosso atendimento é personalizado, fazendo prevalecer as relações humanas que aliamos a uma equipa especializada. Mantemos o cariz de humanidade e acrescentamos-lhe o da modernidade, onde oferecemos os tratamentos mais recentes e eficazes.”

38 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Equipa altamente especializada Composta por seis médicos oftalmologistas, duas técnicas, médicos anestesistas e um


clínica oftalmológica Prof. dr. j. salgado-borges | mais saúde, mais inovação

médico de cirurgia plástica, a equipa médica da Clinsborges cuida da sua saúde da sua visão oferecendo um serviço, que engloba outras áreas complementares à oftalmologia. Explica o especialista desta temática, que a “oftalmologia não é nem deve ser entendida como especialidade única no diagnóstico e tratamento de doenças da visão”. É por esta razão que fundamental existir uma relação muito marcada com outras áreas da medicina, tais como a medicina interna, dermatologia, nutricionismo e reumatologia. “Atualmente não funciona como há 25 anos, hoje a oftalmologia não pode atuar sozinha. Só com a intervenção de médicos de outras especialidades é que é possível obter uma resposta global nos tratamentos dos olhos das pessoas”, fundamenta. As intervenções cirúrgicas são efetuadas pelos elementos da Cinsborges eletivamente no Hospital Privado da Boa Nova, Ordem da Lapa, Hospital da Misericórdia de Lousada e na Clínica Oftalmológica das Antas (Cirurgia Refrativa). Em suma, nos últimos 25 anos, a Clinsborges tem sido uma forte aliada na cura e prevenção das mais variadas patologias direta ou indiretamente relacionadas com a visão. Conta com uma equipa de excelência e parceiros na área da saúde, tudo para que o utente possa beneficiar de um serviço de qualidade a cem porcento. Por ano, em média, realizam-se mais de mil procedimentos cirúrgicos. Agora preparam-se para ampliar o foco de atuação em todos aqueles necessitem dos seus cuidados. “Queremos ser os seus parceiros de confiança na saúde visual”, finaliza o médico especialista. Curiosidades biográficas Nascido no Porto em 1955, José Manuel

Salgado Borges é o diretor clínico da Clinsborges (Clínica Oftalmológica Professor Doutor J. Salgado-Borges) e, desde 2015, o Coordenador dos Serviços de Oftalmologia dos Hospitais Privado da Boa Nova e de Dia da Maia. Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Porto, em 1978, efetuou um “Fellowship” de dois anos na Universidade de Illinois (Chicago) e doutorou-se em Oftalmologia na Faculdade de Medicina do Porto, em 1990. Desde 1976 até 1998 exerceu funções docentes na Faculdade de Medicina do Porto, acumulando entre 1990 e 1998 com funções de Assistente Hospitalar de Oftalmologia, no Hospital São João. Foi o Diretor do Serviço de Oftalmologia do H. S. Sebastião (CHEDV), Santa Maria da Feira, entre 1998 e 2013. É ainda Professor Convidado da Universidade Fernando Pessoa, desde 2005. Dedica-se de modo especial à cirurgia do segmento anterior (cirurgia da catarata

e córnea/refrativa). Nos últimos 20 anos realizou mais de 2000 procedimentos refrativos, cerca de 800 transplantes de córnea e aproximadamente 10000 cirurgias de catarata e glaucoma. Recebeu 29 Prémios Nacionais e Internacionais e apresentou sob a forma de comunicação oral, poster ou vídeo, até ao momento

736 trabalhos em Reuniões Científicas Nacionais e Internacionais. Participou como conferencista ou moderador em 71 Cursos, Simpósios ou Mesas Redondas, 21 dos quais de âmbito Internacional. Publicou até à data 146 trabalhos, dos quais 35 foram publicados em Revistas Internacionais Indexadas.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 39





Rua Ascensão Guimarães, 25 8004-038 Faro

tel: 289 880 050 tlm: 926 530 440

prove@nata.pt www.nata.pt

Siga-nos:


INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO Portugal é um dos países da União Europeia onde a inovação e o empreendedorismo mais cresceram na última década. Incubadoras de empresas surgem a olhos vistos, assim como novas ideias, novos produtos e novas necessidades. A criatividade sempre fez parte do ADN português, contagiando cada vez mais jovens que decidem pôr mãos à obra e lutar pelos seus sonhos, criando negócios inovadores que lhes permitem singrar no mercado de trabalho, com sucesso e potencializando as suas capacidades. Aliados da mais recente tecnologia – e criando, muitas vezes, nova tecnologia – ultrapassam fronteiras e levam o nome de Portugal mais longe, sendo verdadeiros embaixadores nacionais. Ao mesmo tempo, podem melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas, descobrindo soluções para problemas que antes seriam de difícil resolução. Testemunhos afirmam que um inovador é um bom observador. Há que analisar o dia a dia e perceber onde há a possibilidade de criar algo de novo ou melhorar algo já existente. Esta é a génese da inovação e do empreendedorismo: ideias que podem mudar o mundo. Nas páginas seguintes mostramos-lhe exemplos do que de melhor se faz no nosso país, no que à inovação e ao empreendedorismo diz respeito. Inspire-se e, quem sabe, até descubra o empreendedor que há em si. Até porque, como diz Vikas Shah, “qualquer grande desenvolvimento quer seja social, cultural e económico é proveniente de três grupos de pessoas: empreendedores, artistas e cientistas”.


inovação e empreendedorismo | pão real

UMA EMPRESA UMA EMPRESA DE DE FAMÍLIA FAMÍLIA QUE PÔS QUE PÔS AS AS MÃOS MÃOS NA NA MASSA! MASSA! Os fundadores fundadores do Os do Pão Pão Real, Real, experientes experientes na na arte arte de de fazer fazer ee vender vender pão, pão, bons bons conhecedores das tradições que estão na raiz do Pão de Mafra, são uma conhecedores das tradições que estão na raiz do Pão de Mafra, são uma parte parte fundamental desta fundamental desta história. história. História do Pão Real História do Pão Real O nascimento do Pão Real não se pode dissociar da história e do contexto da própria região de Mafra, terra O nascimento do Pão Real não se pode dissociar da história e do contexto da própria região de Mafra, terra de moinhos de vento, de moleiros e, naturalmente, de bom pão. de moinhos de vento, de moleiros e, naturalmente, de bom pão. A aventura do Pão Real começa, formalmente, em 1980, com a abertura da sua primeira padaria na aldeia A aventura do Pão Real começa, formalmente, em 1980, com a abertura da sua primeira padaria na aldeia do Carvalhal. do Carvalhal. Mas a história em si começa há várias décadas, com Leonel Acúrcio e a mulher, Maria Gertrudes, também Mas a história em si começa há várias décadas, com Leonel Acúrcio e a mulher, Maria Gertrudes, também conhecida por “Quitas”. conhecida por “Quitas”. O Pão Caseiro O Pão Caseiro Desde os doze anos que “Quitas” cozia pão. Numa altura de escassos recursos e de muitas bocas para Desde os doze anos que “Quitas” cozia pão. Numa altura de escassos recursos e de muitas bocas para alimentar, nesta região, tradicionalmente, existia em cada casa um forno de lenha. alimentar, nesta região, tradicionalmente, existia em cada casa um forno de lenha.

4 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

pão real | inovação e empreendedorismo

Cozer pão em casa era atividade rotineira e necessária, e a jovem “Quitas” Cozer pão em casa era atividade rotineira e necessária, e a jovem “Quitas” cedo aprendeu a amassar e a cozer. Primeiro porque era preciso alimentar cedo aprendeu a amassar e a cozer. Primeiro porque era preciso alimentar uma casa com mais nove irmãos; e depois, porque o pão que cozia começou uma casa com mais nove irmãos; e depois, porque o pão que cozia começou a ganhar fama na região. a ganhar fama na região. Tratava-se de pão de trigo e centeio, feito com as farinhas que vinham dos Tratava-se de pão de trigo e centeio, feito com as farinhas que vinham dos pequenos moinhos de vento que encimavam os montes das aldeias saloias. pequenos moinhos de vento que encimavam os montes das aldeias saloias. Na Década de 1960 Na Década de 1960 Foi um cunhado de Maria Gertrudes, dono de uma mercearia em MemFoi um cunhado de Maria Gertrudes, dono de uma mercearia em MemMartins, que estreou o negócio da venda de pão na família, na década de 1960. Martins, que estreou o negócio da venda de pão na família, na década de 1960. Tratava-se então de uma atividade semi-clandestina, devido à proibição de venda Tratava-se então de uma atividade semi-clandestina, devido à proibição de venda de pão proveniente de fornos sem alvará sanitário e feito com farinha artesanal de pão proveniente de fornos sem alvará sanitário e feito com farinha artesanal vinda dos moinhos. vinda dos moinhos. Mas foi para este cunhado que “Quitas” começou a cozer pão em maior Mas foi para este cunhado que “Quitas” começou a cozer pão em maior quantidade: o chamado pão caseiro, também conhecido fora do concelho de quantidade: o chamado pão caseiro, também conhecido fora do concelho de Mafra por “pão saloio” ou “pão de Mafra”. Quem comprava o pão, lá para os Mafra por “pão saloio” ou “pão de Mafra”. Quem comprava o pão, lá para os lados de Sintra, gostava e perguntava onde era feito. Sendo Carvalhal uma lados de Sintra, gostava e perguntava onde era feito. Sendo Carvalhal uma pequena aldeia desconhecida da maior parte, por afinidade começou a pequena aldeia desconhecida da maior parte, por afinidade começou a ganhar fama o nome Pão de Mafra. ganhar fama o nome Pão de Mafra. Uma padaria com saber e sabor Uma padaria com saber e sabor Alguns anos mais tarde, já o 25 de abril se tinha dado, “Quitas” e o marido, Alguns anos mais tarde, já o 25 de abril se tinha dado, “Quitas” e o marido,

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 45


inovação e empreendedorismo | pão real

pão real | inovação e empreendedorismo pão real | inovação e empreendedorismo

CláudioLuz, Luz,neto netode deLeonel LeonelAcúrcio Acúrcio Cláudio Leonel, uma Leonel,decidiram decidiram entrar entrar também também na na venda venda de de pão. pão. Regressados Regressados de de mais mais de de uma década uma décadade devida vida em em França França com com as as duas duas filhas, filhas, aventuraram-se aventuraram-se na na criação criação de de uma padaria. padaria.Começaram Começaramdo dozero. zero.Mas Mastinham tinham em em casa casa todo todo oo saber saber que que era era necessário: necessário: aa habilidade habilidadeeeaaexperiência experiênciade de“Quitas” “Quitas”nas nas artes artes de de amassar amassar ee cozer cozer oo pão pão tradicional tradicional dadaregião. região. Por O pão pão Poressa essaaltura, altura,Leonel LeonelAcúrcio Acúrcio sabe sabe que que tem tem nas nas mãos mãos um um produto produto vencedor. vencedor. O era longe. erade dequalidade, qualidade,eeas ascapacidades capacidadescomerciais comerciais de de Leonel Leonel levaram-no levaram-no ainda ainda mais mais longe. Nas pão aa Nassuas suasvoltas voltaspara para entregar entregar pão pão iaia pelas pelas mercearias mercearias da da região região ee oferecia oferecia oo pão provar a quem entrava. Assim foi, pelo paladar, cativando as pessoas e gerando mais provar a quem entrava. Assim foi, pelo paladar, cativando as

padaria foi foi sendo sendo aumentada aumentadaeemodernizada modernizadapara paracorresponder corresponderààcrescente crescenteprocura. procura. padaria Hoje, aa marca marca Pão Pão Real Realconta contacom comcerca cercade de60 60trabalha-dores, trabalha-dores,eecontinua continuaa aser seruma umaempresa empresa Hoje, familiar,agora agorafeita feitade devárias váriasgerações. gerações.Começou Começoucom comLeonel Leonelee“Quitas” “Quitas”e,e,mais maistarde, tarde,a agestão gestão familiar, passou para para um um dos dos genros. genros. passou

Os netos netos também também metem metemaamão mãona namassa. massa.Até Atéososmoleiros moleiroscontinuam continuama aser serososmesmos mesmosdesde desde Os há mais mais de de três três décadas, décadas, fornecendo fornecendoas asfarinhas farinhasartesanais artesanaisque quecaracterizam caracterizamo oPão PãoReal Reale e há garantem que que oo pão pão se semantém mantémfiel fielàs àssuas suasorigens. origens. garantem

encomendas. encomendas. De Degeração geraçãoem emgeração geração Tendo começado Tendo começado com com apenas apenas dois dois fornos fornos aa lenha, lenha, ao ao longo longo das últimas décadas a

Tradição ee inovação inovação Tradição sucesso do do Pão PãoReal Realpassa, passa,sem semdúvida, dúvida,pela pelaqualidade qualidadedas dasfarinhas farinhasusadas, usadas,por porconhecer conhecere e OO sucesso entender os os ingredientes, ingredientes,eepor porrespeitar respeitarosostempos temposdadanatureza, natureza,apurando apurandoa aarte artededefazer fazerum um entender pão equilibrado equilibrado ee pleno plenode desabor. sabor. pão Sendo um um dos dos pães pães mais mais emblemáticos emblemáticos da da cultura cultura Portuguesa, Portuguesa,qual quala aorigem origemdodo Sendo genuíno Pão Pão de de Mafra? Mafra? genuíno OO Pão Pão de de Mafra Mafra começou começou por por ter ter uma umaorigem origemcaseira, caseira,mas masfoifoiaapartir partirdede1974 1974que quea asua sua fama fama se se alastrou alastrou ee começou começou aaganhar ganharaapreferência preferênciados doslisboetas, lisboetas,começando começandoa aser servendido vendido em grande escala. Inicialmente o pão era feito nas aldeias da região e depois levado em grande escala. Inicialmente o pão era feito nas aldeias da região e depois levadopara para vender vender na na capital, capital, onde onde era era muito muito apreciado apreciadopelo peloseu seusabor saboreeaspeto aspetorústico. rústico.Para Paraalém alémdodo pão pão que que era era cozido cozido em em casa, casa,na nadécada décadade de1950 1950começaram começaramaasurgir surgirnanaregião regiãodedeMafra Mafraasas primeiras primeiras padarias padarias que que se se dedicavam dedicavam aaproduzir produzirpão pãopara paracomercializar. comercializar.AoAolongo longodos dosanos anos seguintes estas padarias ganharam um certo protagonismo, pois devido às greves de padeiros seguintes estas padarias ganharam um certo protagonismo, pois devido às greves de padeiros ee àà escassez escassezde depão pãona nacapital, capital,os ospadeiros padeiroscomeçaram começaramaalevar levarooPão PãodedeMafra Mafraem emmaior maiorescala escala para para os os mercados mercados de deLisboa. Lisboa.Foi Foiaqui aquique queooPão Pãode deMafra Mafracomeçou começouaaganhar ganharmais maisvisibilidade. visibilidade. No No final final da da década década de de 1960 1960 surge, surge,porém, porém,uma umaregulamen-tação regulamen-taçãogovernamental governamentalque queproíbe proíbe aa comercialização de pão proveniente de fornos sem alvará sanitário. Esta lei faz com que comercialização de pão proveniente de fornos sem alvará sanitário. Esta lei faz com quea a

Pão de de Mafra Mafra em em forno forno aa lenha lenha Pão

venda venda de de pão pão caseiro, caseiro, feito feito com com farinha farinha artesanal artesanalproveniente provenientedos dosmoinhos, moinhos,seja sejaproibida. proibida. Apenas se podia usar farinha proveniente das grandes moagens nacionais e as grandes Apenas se podia usar farinha proveniente das grandes moagens nacionais e as grandes padarias tiveram assim oportunidade dedecrescer, crescer, produzindo pães como o o“pão industriais tiveram tiveramassim assimoportunidade oportunidadede crescer, produzindo pães como “pão padarias industriais industriais produzindo pães como o “pão

46 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

REVISTA REVISTABUSINESS BUSINESSPORTUGAL PORTUGAL5 5


pão real | inovação e empreendedorismo

inovação e empreendedorismo | pão real “Utilizamos no nosso Pão de Mafra, de forma exclusiva, farinhas que provêm da moagem de cereais em mós de pedra, fornecidas localmente. Permitimos tempos fermentação dasexclusiva, nossas massas “Utilizamos no nossodePão de Mafra, longos de forma “Utilizamos farinhase criamos que o nossoda próprio fermento. provêm moagem de cereais em mós de pedra, fornecidas localmente. provêm Permitimos Permitimos tempos de fermentação longos das nossas massas e criamos oo nosso nosso próprio fermento.

Leonel Acúrcio, fundador do Pão Real

de cabeça” e o “papo-seco”. Mas a conhecida “esperteza saloia” contornava esta proibição. Estamos numa altura em que chegar a Sintra e a Lisboa era de cabeça” cabeça” ee oo “papo-seco”. “papo-seco”. Mas Mas aa conhecida “esperteza saloia” contornava de já relativamente rápido, tanto de carro como de comboio, e muitas eram as esta proibição. proibição. Estamos Estamos numa numa altura altura em que chegar a Sintra e a Lisboa era esta pessoas que, cozendo pão em casa com farinhas artesanais, o transportavam relativamente rápido, rápido, tanto tanto de de carro carro como de comboio, e muitas eram as jájá relativamente depois escondido compão artimanha para o vender, nos mercados e até junto às pessoas que, cozendo em casa pessoas que, cozendo pão em casa com farinhas artesanais, o transportavam estações de comboio. já depoispara do 25 de abril de 1974, com o fim da ditadura depois escondido escondido com Éartimanha artimanha depois com para o vender, nos mercados e até junto às imposta Estado Novo, que do odocomércio de mistura é completamente estaçõespelo de comboio. comboio. depois estações de ÉÉ jájá depois 25 de abrildedepão 1974, com o fim da ditadura liberalizado o PãoNovo, de Mafra a poder vendidoé completamente livremente noutras imposta pelo peloeEstado Estado Novo, que oo passa comércio imposta que comércio de pão ser de mistura regiões. O Pão de já havia quando levado às liberalizado PãoMafra de Mafra Mafra passaconquistado poder ser ser clientes vendido livremente livrementeeranoutras noutras liberalizado ee oo Pão de passa aa poder vendido

regiões. OO Pão Pão deosMafra Mafra havia conquistado clientes quando era levado levado às escondidas parade mercados deconquistado Lisboa, e o clientes seu sabor e qualidade passam regiões. jájá havia quando era às a escondidas para osreconhecidos. mercados de de Lisboa, Lisboa, ee oo seu seu sabor sabor ee qualidade qualidade passam passam aa ser cada vezpara mais escondidas os mercados ser cada cada vez vez mais mais reconhecidos. reconhecidos. ser

A tradição encontra a inovação do Pão Real. Quais os vários tipos de pães

tradição encontra aa inovação inovação do do Pão Pão Real. Real. Quais Quais os os vários vários tipos tipos de de pães AAtradição encontra pães que fabricam? que fabricam? fabricam? que Todo o tipo de pão tradicional português, sendo o nosso produto de referência Todo oo tipo tipo de de pão pão tradicional tradicional português, português, sendo sendo oo nosso nosso produto produto de de referência referência oTodo Pão de Mafra, que já é marca registada. Produzimo-lo em vários tamanhos Pão de de Mafra, Mafra, que que jájá éé marca marca registada. registada. Produzimo-lo Produzimo-lo em em vários vários tamanhos tamanhos oeo Pão formas, desde pequenas unidades redondas de 80 gramas, ao formato formas, desde desde pequenas pequenas unidades unidades redondas redondas de de 80 80 gramas, gramas, ao ao formato formato ee formas, tradicional alongado e com cabeça característica que conhecemos, a um pão tradicional alongado alongado ee com com cabeça cabeça característica característica que que conhecemos, conhecemos, aa um um pão tradicional pão bastante grande de22quilos quilosque quevendemos vendemos ao peso. Recentemente criámos um bastante grande de ao peso. Recentemente criámos bastante grande de 2 quilos que vendemos ao peso. Recentemente criámos um um novo produto, Pãode deMafra Mafraem emForma. Forma. Mantivemos todas as características novo produto, produto, oooPão Pão Mantivemos todas as características características novo de Mafra em Forma. Mantivemos todas as do pão de de Mafra Mafraeecolocámos colocámosnuma numa forma modo a ser prático do nosso nosso pão forma de de modo a ser maismais prático

do nosso pão de Mafra e colocámos numa forma de modo a ser mais prático

Leonel LeonelAcúrcio, Acúrcio,fundador fundadordo doPão PãoReal Real para sandes e tostas. O feedback dos nossos consumidos tem sido bastante positivo e já é um dos nossos produtos de destaque. Produzimos também Pão Redondo Saloio, Broa de Milho, Pão de Isco para sandes e tostas. tostas. OO feedback feedback dos dos nossos nossos consumidos consumidos tem tem sido sido bastante bastantepositivo positivoeejájáééum umdos dos (com fermentação muito longa com massa mãe), Pão Integral, Pão de Leite, Pão de Hambúrguer nossos produtos de destaque. destaque. Produzimos Produzimos também também Pão Pão Redondo Redondo Saloio, Saloio,Broa Broade deMilho, Milho,Pão Pãode deIsco Isco artesanal, Pão com Chouriço, Papo-seco, as tradicionais bolinhas de água, entre outros… (com fermentação muito muito longa longa com com massa massa mãe), mãe), Pão Pão Integral, Integral, Pão Pão de de Leite, Leite, Pão Pão de de Hambúrguer Hambúrguer O Pão de Mafra é uma marca registada, regulada pela Secção de Panificação da ACISM. artesanal, Pão com Chouriço, Papo-seco, as tradicionais bolinhas de água, entre outros… artesanal, Pão com Chouriço, Papo-seco, as tradicionais bolinhas de água, entre outros… O Pão de Mafra é uma uma marca marca registada, registada, regulada regulada pela pela Secção Secçãode dePanificação Panificaçãoda daACISM. ACISM.

Quais são as exigências que esta entidade impõe?

usoasdaexigências designaçãoque “Pão de entidade Mafra” implica, pois, obedecer a um rigoroso processo de certificação, que QuaisOsão esta impõe? exigências que esta entidade impõe? cumprir todos os parâmetros definidos noaaCaderno de Especificações do Pão de Mafra, criado O da “Pão de implica, obedecer um processo que O uso usosignifica da designação designação “Pão de Mafra” Mafra” implica,pois, pois, obedecer umrigoroso rigoroso processode decertificação, certificação, que significa todos os de Especificações do Pão emcumprir 2010 pela O nomedefinidos Pão de no Mafra é uma registada à criado ACISM significa cumprir todosACISM. os parâmetros parâmetros definidos no Caderno Caderno demarca Especificações dopertencente Pãode deMafra, Mafra, criado e está em em pela Pão uma registada eeestá curso o ACISM. processo de certificação IGPéé(Indicação Protegida). àEste processo de em 2010 2010 pela ACISM. OO nome nome Pão de de Mafra Mafra uma marca marcaGeográfica registadapertencente pertencente àACISM ACISM estáem emcandidatura curso o processo de certificação IGP (Indicação Geográfica Protegida). Este processo de candidatura iniciado de emcertificação 2010 pelaIGP Câmara Municipal de Mafra em conjunto com de ascandidatura empresas produtoras curso foi o processo (Indicação Geográfica Protegida). Este processo foi iniciado em 2010 pela Câmara Municipal de Mafra em conjunto com as empresas produtoras foi iniciado Municipal Mafra em obter conjunto as empresas produtorascumprir um do Pãoemde2010 Mafrapela da Câmara região. Para que de o pão possa estacom certificação é obrigatório do Pão de Mafra da região. Para que o pão possa obter esta certificação é obrigatório cumprir um do Pão de Mafra região.na Para que o pão possafarinhas obter esta certificação obrigatório um da região conjunto dedacritérios confeção: utilizar moídas em mósé de pedra e cumprir de moleiros conjunto de critérios na confeção: utilizar farinhas moídas em mós de pedra eede moleiros da região conjunto de critérios na confeção: utilizar farinhas moídas em mós de pedra de moleiros da região de Mafra, ser cozido em fornos de lenha, ter uma hidratação superior a 80% e respeito pelos tempos de ser fornos de ter hidratação superior aa80% pelos tempos de Mafra, Mafra, ser cozido cozido em emnão fornos de lenha, lenha, ter uma uma 80%eerespeito respeito temposdo concelho de fermentação, utilizar qualquer tipohidratação de aditivossuperior e ser produzido dentro pelos dos limites de fermentação, não utilizar qualquer tipo de aditivos e ser produzido dentro dos limites do concelho de fermentação, de Mafra. não utilizar qualquer tipo de aditivos e ser produzido dentro dos limites do concelho de Mafra. de Mafra. Quem procura o Pão Real encontra facilmente, ou não fosse a vossa embalagem identificativa.

Quem Quem procura procura oo Pão Pão Real Real encontra encontra facilmente, facilmente,ou ounão nãofosse fosseaavossa vossaembalagem embalagemidentificativa. identificativa. O que nos podem dizer acerca disso? O que nos podem dizer acerca disso? O que nos podem dizer acerca disso?

Estamos a apostar na modernização da nossa imagem, com o objetivo de comunicar de forma mais Estamos Estamos aa apostar apostar na na modernização modernização da da nossa nossa imagem, imagem, com com oo objetivo objetivo de de comunicar comunicarde deforma formamais mais clara com o consumidor final sobrenósquem nós somosasecaracterísticas sobre as características dos nossos pães. Pães clara clara com com oo consumidor consumidor final final sobre sobre quem quem nós somos somos ee sobre sobre as característicasdos dosnossos nossospães. pães.Pães Pães

artesanais, produzidos e entregues lojas todos osmesmo dias, no dia deeeconfeção e que artesanais, produzidos ee entregues nas todos os dia de que aa seguem a artesanais, produzidos entregues nas lojas lojasnas todos os dias, dias,no no mesmo diamesmo deconfeção confeção queseguem seguem verdadeira tradição portuguesa. verdadeira tradição portuguesa. verdadeira tradição portuguesa. Onde podemos encontrar oo vosso podemos encontrar vosso pão? OndeOnde podemos encontrar vossoopão? pão? Atualmente em toda a Grande Lisboa, toda aaregião Ribatejo margem até nossa Atualmente toda a Grande Lisboa, todaOeste, a região Oeste,eeRibatejo eSul margem Sul atéNa Sesimbra. Atualmente em todaem a Grande Lisboa, toda região Oeste, Ribatejo margemSul atéSesimbra. Sesimbra. Na nossa Na nossa padaria e pastelaria “Pão Real”, na Rua da Bela Vista, Nº13, em São Marcos, Sintra. Nas lojas padaria e pastelaria “Pão Real”, Rua na da Rua Bela da Vista, Nº13, emNº13, São Marcos, NasSintra. lojasque que padaria e pastelaria “Pão na Real”, Bela Vista, em SãoSintra. Marcos, Nas lojas que apostam na qualidade dos seus produtos, tanto em mercados tradicionais, como em supermercados, apostam na qualidade dos seus tanto emtanto mercados tradicionais, como em supermercados, apostam na qualidade dosprodutos, seus produtos, em mercados tradicionais, como em supermercados, nomeadamente nomeadamente nos nos Supermercados Supermercados “Pingo “Pingo Doce”. Doce”.

nomeadamente nos Supermercados “Pingo Doce”.

6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 47


inovação e empreendedorismo | ageas

Um mundo para proteger o seu

Mariana Coruche Human Capital Director

A missão da Ageas é ser uma seguradora reconhecida pela sua capacidade de acrescentar valor sustentado, conseguindo antecipar e superar as necessidades dos clientes, parceiros, colaboradores e comunidades onde se insere, proporcionando uma experiência de seguros emocional e significativa na vida das pessoas. Esta experiência deve ser pautada pela confiança, transparência e uma conduta adequada, elementos chave também para a boa reputação da empresa. Conversámos com Mariana Coruche, Human Capital Director.

48 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


ageas | inovação e empreendedorismo Hoje, as organizações passam por mudanças constantes, principalmente no que se diz respeito ao capital humano. A retenção de talentos deverá fazer parte da estratégia competitiva de uma empresa? Sim, claro. Não só a retenção como a atração dos talentos. A Ageas Portugal tem uma estratégia muito clara na forma como queremos posicionar a nossa empresa perante as novas gerações. Queremos desmistificar que trabalhar nesta área é aborrecido e cinzento. Na verdade, há poucas áreas de negócio aonde podemos ter o privilégio de trabalhar com digital, inovação, data science ou “internet das coisas”. Na verdade, a área seguradora está na vanguarda de muitos destes temas por isso somos cada vez mais procurados pelas gerações mais novas. Para além de que, se pensarmos bem, a nossa área está presente em todas as situações do dia a dia. Desde o nascimento até à idade mais avançada, desde a nossa viagem de férias ao conforto da nossa casa. Toda a informação que recebemos no dia a dia, todas as conversas ao nosso redor podem ser relacionadas com o nosso trabalho, e isso torna-se fascinante. O que distingue a cultura da Ageas Portugal e que poderá ser interessante para as gerações de que fala? A Ageas Portugal é constituída por empresas que têm no seu ADN a inovação e o empreendedorismo e queremos manter este espirito que permite aos jovens que entram na nossa empresa questionar livremente os processos para abrirmos a porta a novas ideias e conceitos. Distingue-nos a informalidade e a abertura para a mudança. Na Ageas Portugal os colaboradores têm a oportunidade de estarem envolvidos em projetos com o CEO, independentemente da sua função ou idade, respeitamos todos os contributos e valorizamos a heterogeneidade porque sabemos que na diferença vamos criar a nossa singularidade.

à Universidade conhecer o talento também trazemos a universidade para a empresa dando a possibilidade aos nossos colaboradores de assistirem a intervenções motivacionais (key note speakers), aulas de grupo em finanças ou round tables aonde são discutidas tendências do negócio com vários especialistas. As estratégias de retenção passam igualmente por colocar os nossos potenciais perto do conhecimento ao mais alto nível. É uma situação “win-win”, pois se por um lado trazemos know-how para a empresa, por outro, damos acesso às nossas pessoas a atividades premium com os melhores especialistas no mercado. Os colaboradores são o cartão de visita de qualquer empresa. Como descreveriam os colaboradores que compõem a vossa equipa? Colaboradores que se preocupam em cuidar dos nossos clientes com dedicação, em serem embaixadores da Ageas em Portugal. Há uma preocupação genuína na forma como falamos e apresentamos as empresas do grupo, fruto de uma ligação emocional com as várias marcas. Para além disso, tendemos para uma cultura aonde queremos ser a solução e não o problema. A ideia que todos devem ser ouvidos, que a opinião de todos conta para o resultado final é também uma característica comum, bastante valorizada. As diferentes cores da Ageas representam as nossas diferenças, alinhadas num mesmo objetivo. É esta a nossa força. Que projetos estão previstos no futuro da Ageas Portugal? A consolidação de uma cultura única é um dos projetos chave, mas também sermos uma referência como empresa para trabalhar em Portugal. Ficámos bem posicionados no ano passado no Indice de Excelência – segundo lugar para empresas com mais 1000 colaboradores, mas queremos acima de tudo ser consistentes na oferta de valor que oferecemos. Apostamos no desenvolvimento e na inovação, criámos uma academia de talento digital que permite ao colaborador gerir a sua carreira desde a entrada na empresa, à sua avaliação de desempenho, plano de desenvolvimento e estratégias de retenção ou bem estar, como workshops de mindfullness, aulas de balance, entre outros. Este ano vamos lançar o primeiro hackaton, entre outras novidades que refletem bem a nossa cultura.

Existem áreas de negócio mais atraentes para os talentos de hoje? Tradicionalmente havia áreas de negócio mais procuradas, contudo hoje em dia não é tão evidente. Por exemplo no caso da Ageas Portugal temos vários casos de colaboradores que se juntam a nós após ouvirem testemunhos do que fazemos e como fazemos as coisas na nossa empresa e que nos dizem que nunca imaginariam que a área seguradora tinha este dinamismo. Este é um tema importante quando falamos na proposta de valor e como a apresentamos. A nossa estratégia passa igualmente por colocar talentos a falar com talentos. Trazemos a Universidade à empresa e vice-versa, numa parceria estreita que temos com algumas Universidades, nomeadamente com a Universidade Nova de Lisboa. Em que consiste essa parceria? A nossa ideia é aproveitar este ecossistema entre a educação e o mundo empresarial. Se por um lado vamos

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 49


inovação e empreendedorismo | Quinta do paúl

um sabor inesquecível, um momento único Caro leitor, no seu roteiro pelo centro do país poderá encontrar, a poucos minutos de Leiria, a Quinta do Paul. Um espaço único que conjuga uma envolvente paisagística relaxante e um ambiente requintado. Pelo seu ambiente natural, a Quinta do Paul oferece a serenidade do som da água e o chilrear de passarinhos como base para um vasto leque de opções para desfrutar ao máximo cada momento e cada evento.

A origem da Quinta do Paul O projeto nasceu em 1985, no dia 28 de setembro com o Restaurante ‘Saloon’ – espaço-mãe do que é hoje a Quinta do Paul. A iniciativa foi do ainda atual gerente e proprietário, Fernando Vieira Cardoso, natural da freguesia de Gondomaria – Ourém, na altura com os seus 25 anos apenas. Todo o projeto só em 1994 é chamado de ‘Quinta do Paul’. Este visa proporcionar um serviço diferenciador a todos os níveis, conjugando a excelência de bem servir com sabores inesquecíveis e momentos únicos. Tudo começou com o renascer de um antigo lagar de azeite transformado em restaurante, com um serviço de excelência. É conhecido ainda hoje pelas suas entradas vistosas e recheadas de iguarias. É um espaço com decoração arrojada que proporciona um ambiente de luxo e requintado e ao mesmo tempo recatado e tranquilo. Na ambição de querer acompanhar a evolução do mercado, sentiu-se a necessidade de aumentar a amplitude do negócio. Nascia então a primeira sala para a realização de eventos junto ao Restaurante ‘Saloon’ que atualmente tem capacidade para 120 pessoas. Esta sala tem hoje o nome de ‘Sala dos Espelhos’. Após nove anos de atividade com sucesso e de forma a dar resposta ao maior número de clientes e de festas solicitadas, foi construído um espaço amplo com vista para os espaços ajardinados que permitiam, e permitem, iluminar a sala com a luz natural. Este espaço, flexível, é todo ele equipado com climatização, livre de qualquer degrau e pilar e com capacidade, atualmente, para 1.300 pessoas. No entanto, devido a enormes divisórias em painéis de madeira, torna-se possível dividir este espaço até quatro salas de diferentes dimensões e decorações. Ao longo destes anos e do uso das mesmas, estas salas têm sofrido alterações, sempre com a intenção de se diferenciarem com a introdução dos melhores e atuais equipamentos e decorações. Foi em 1999 criado um edifício independente com um serviço de bar inovador, mantendo o mesmo registo de ambiente, já criado e reconhecido como sendo de glamour e requinte e pelo leque de animação que proporciona aos seus clientes. Este espaço tem ainda hoje o nome de ‘Bar Cantigas d’Amigo’. Em 2004, a Quinta do Paul aumentou uma vez mais a sua abrangência e diversidade de negócio com a inauguração de mais um edifício/restaurante, com um serviço de buffet, que na altura foi um serviço inovador por se tratar de um conceito de refeição pouco explorado na região. De encontro com a política de gestão, também este edifício sofre esporadicamente remodelações várias, ao nível de equipamentos de topo e de estrutura com cores e decoração atuais. De facto, a preocupação em acompanhar o mercado e as novas tendências é uma constante na Quinta do Paul, sendo o empreendedorismo uma das principais características da gestão deste espaço. Caracterização do espaço e das instalações A Quinta do Paul é um espaço multifacetado que congrega em si: Restaurante Saloon, espaço premimum, Restaurante Atrium Buffet, Bar Cantigas d’ Amigo e várias salas para eventos, estando sobretudo vocacionada para casamentos e grandes eventos (sejam empresariais, teambuilding, corporativos, etc). Para além destes espaços, a Quinta dispõe de zonas exteriores ajardinadas e de esplanadas que completam a oferta ao cliente. Para além disso, o restaurante Saloon dispõe de uma garrafeira de vinhos de excelência que o cliente pode usufruir. Todos estes espaços apresentam condições de excelência para os mais variados eventos. Serviços mais requisitados Os Restaurantes Saloon e o Restaurante Atrium são espaços que se encontram abertos diariamente, ao almoço e jantar, pelo que são escolhas preferenciais de quem visita esta quinta, bem como o Bar Cantigas d’ Amigo.

50 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


quinta do paúl | inovação e empreendedorismo As salas de eventos são espaços mais procurados para festas exclusivas e muito personalizadas, como casamentos, batizados e grandes eventos, pelo que o fim de semana são os dias mais procurados para este propósito. Projeto diferenciador a funcionar o ano inteiro A Quinta do Paul é um projeto singular na região, que, para além de contribuir para a sua dinamização turística, apresenta condições de excelência para a realização dos mais diversos eventos. Para além disso tem a mais-valia de ser um espaço aberto diariamente, onde o contacto com o cliente e do cliente com o produto é diário, o que traz uma rotatividade de produtos e serviços que diferenciam esta da restante oferta. A Quinta do Paul abre as suas portas todos os dias, 365 dias por ano, ano após ano, já lá vão 32 anos. A equipa da Quinta do Paul A Quinta do Paul tem uma equipa de 15 colaboradores diários, que é reforçada ao fim de semana, para a realização dos eventos. Como em qualquer outra área de atuação, a área da restauração/turismo exige bons profissionais, bons seres humanos, pelo que a formação é uma ferramenta fundamental para acompanhar as alterações constantes do e no mercado que este setor enfrenta. Esta é uma das ‘armas’ utilizadas na Quinta do Paul para uma evolução crescente e sustentada em prol do cliente que se quer encantado. O setor, nos dias de hoje, pelos olhos de Fernando Vieira Cardoso “O setor da restauração/turismo, se por um lado é dos setores que apresenta, em Portugal, um nível crescente no impacto na economia do país, é, por outro lado, um setor muito ‘massacrado’ burocraticamente falando. A carga fiscal e normativa que rege esta atividade, e este negócio em concreto, e o nosso negócio em particular, é de tal forma brutal que, muitas vezes, sentimos que o investimento não compensa. A luta neste setor é diária. Para além do encantamento e da excelência de produtos e serviços que temos de proporcionar aos nossos clientes, temos a máquina Estado, que de tão pesada, e por vezes tão ‘mecanizada’, acaba por nos fazer sentir que somos apenas mais um neste setor e que a distinção que criamos todos os dias, o querer sempre proporcionar mais e melhor aos nossos clientes, acaba não por nos premiar, mas por nos ‘derrotar’ por um sistema burocrático que premeia e inatividade. Sentimos, de facto, diariamente, a motivação e a desmotivação, num setor de atividade tão potenciador de riqueza para o nosso país e que muitos querem derrotar”. O futuro da Quinta do Paul passa por… Existe um projeto em aprovação que contempla diversas áreas de negócio a fim de complementar os serviços já existentes na Quinta do Paul. A hotelaria é um projeto a cinco anos e encontra-se em fase de elaboração.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 51


inovação e empreendedorismo | lar vicentino de santa quitéria

Servir com qualidade e amor

O Lar Vicentino de Santa Quitéria situa-se no pitoresco e agradável Monte de Santa Quitéria, em Felgueiras. Abriu as portas em 2001 e conta atualmente com uma equipa de trabalho vasta, experiente e qualificada. Sob o lema ‘servir com qualidade e amor’, um elemento da direção revela à Revista Business Portugal que os responsáveis trabalham diariamente para que os seus residentes se sintam em casa e em família.

Como surgiu o lar Vicentino de Santa Quitéria? Fruto de uma espiritualidade do acontecimento. Em linguagem corrente: trata-se de uma resposta objetiva a uma necessidade humana, que contou com o auxílio de pessoas generosas e com a ajuda do Espírito de Deus. Estar situado num local mais isolado é uma forma de oferecerem a tranquilidade e sossego aos utentes? Sem dúvida que estamos num local privilegiado da cidade, onde impera o sossego e a tranquilidade, mas também o ar puro e saudável do monte e esta é uma mais-valia relativamente às restantes instituições. Frequentemente os nossos utentes passeiam na Alameda e fazem o seu

um acompanhamento total na saúde dos utentes? Para além dos serviços gerais e próprios de um lar, existe o serviço de saúde, que conta com uma médica, especializada em medicina geral e familiar, duas enfermeiras, com vertente profissional geriátrica e ainda uma nutricionista, especializado em alimentação comunitária. Estes serviços trabalham em articulação perfeita e em constante proximidade com os demais setores. Existe ainda a possibilidade de realizar tratamentos de fisioterapia na instituição.

cada um o mais semelhante possível ao ambiente familiar das suas casas. Todas as atividades e meios implementados, bem como toda a organização logística e humana em torno deste Lar orientam-se para um propósito: atender às necessidades biopsicossociais da pessoa idosa e ao seu bem-estar, proporcionando o equilíbrio destas virtudes da forma mais adequada e salutar. O Lar Vicentino é uma resposta que permite combater a solidão que muitos idosos sentem quando estão em casa, por vezes sozinhos todo o dia. A integração e a vida dos utentes no Lar passa, sem dúvida, por ser um meio de combate à solidão. Quais os principais desafios e dificuldades da instituição? Os principais desafios do Lar Vicentino são a criação de estratégias de comunicação que nos permitam passar a ser conhecido e reconhecido como uma referência de excelência na prestação de cuidados ao serviço da população mais envelhecida. Quais as atividades que desenvolvem para ocupar os tempos livres dos mais idosos e para comemorar datas festivas? A animadora socio-cultural é também um elemento fundamental para a dinâmica do Lar, sendo responsável por todas as atividades que se realizam fora e dentro da instituição. Todos os anos o calendário de atividades é reestruturado e atualizado em parceria com as instituições locais e onde se promovem diversas atividades, desde encontros temáticos a passeios no concelho. O Lar Vicentino é ainda responsável pela organização de um destes encontros e recebe na Alameda de Santa Quitéria todas as instituições que trabalham com a terceira idade em Felgueiras – a Peregrinação dos Frágeis – por ocasião da festividade em honra de Santa Quitéria. Todos os aniversários dos residentes são ainda comemorados no dia correspondente. O envelhecimento ativo é, sem dúvida, uma prioridade para nós.

exercício físico praticamente em casa. A Alameda de Santa Quitéria é um local muito procurado para esse efeito mas também, no verão, para piqueniques e convívios de amigos e familiares. Não poderíamos estar situados num local melhor. Que tipo de serviços oferecem agregados ao lar? Há

52 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Qual a missão do lar Vicentino de Santa Quitéria? Sentem que são um meio de combate à solidão dos mais velhos? O lema principal do Lar Vicentino de Santa Quitéria é servir com qualidade todos os utentes, tornando o espaço e a vida de

Quais os principais projetos e ambições para o futuro do lar? À semelhança de outras instituições locais e regionais, o nosso desejo é servir mais e melhor todos os que nos procuram. Os projetos passam por dotar as instalações de equipamentos modernos promotores de melhor qualidade de vida, sem descurar a formação dos nossos colaboradores. Promover um envelhecimento saudável, com qualidade e dignidade.


INVESTIMENTO, INOVAÇÃO E INVESTIGAÇÃO Coimbra: a simples prenuncia da palavra traz-nos, à memória, a Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, uma das mais antigas da Europa e das maiores de Portugal. Este monumento identifica, de forma inequivocável, este concelho capital de distrito, localizado na Região Centro Norte de Portugal. Porém, Conhecimento não é a única palavra pela qual se reconhece Coimbra. Recentemente, o Investimento tem sido alvo de atenções várias pelas entidades que reconhecem as potencialidades desta cidade (nomeadamente a Câmara Municipal de Coimbra, a Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra e CoimbraMaisFuturo) e se preocupam na divulgação de apoios. Apenas ultrapassada pelas áreas urbanas de Lisboa e Porto, o concelho de Coimbra encontra-se em terceiro lugar no ranking de importância económica. As milhares de empresas que constituem o tecido empresarial regional têm vindo a registar um aumento na competitividade, digna da cidade que alberga a melhor incubadora de empresas do mundo, premiada internacionalmente. Para além das zonas industriais, Coimbra está equipada com um parque de ciência e tecnologia: Coimbra iParque, apto a receber unidades industriais, empresariais e abastecida com espaços de escritório, auditórios, salas de formação e de reuniões. Posto isto, será importante referir as perspetivas existentes de criação de novas áreas de localização empresarial. De tal forma o foco da cidade se manteve relacionado com a Universidade, será de esperar que os formados que de lá saem contribuam, com o seu potencial, para a criação e desenvolvimento de novas empresas e, possivelmente, start-ups, capazes de motivar o investimento, benéfico para as várias partes nele incluídas. A Revista Business Portugal apresentalhe várias organizações capazes de potencializar o investimento na região e desenvolvê-la, tal como o seu potencial o exige.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 53


investimento, inovação e investigação - expofacic| sargaço & cruz

Palavras de ordem: qualidade e confiança Sediada em Cadima, Cantanhede, a Sargaço e Cruz Lda surgiu com o intuito de ser uma empresa especializada em oferecer um serviço de qualidade e confiança para os compradores de máquinas mais exigentes. Para além do comércio - de máquinas, tratores, motosserras ou alfaias agrícolas – e da reparação e assistência de máquinas agrícolas, a Sargaço e Cruz Lda dispõe do serviço de entrega dos produtos comprados no seu espaço. Aqui pode encontrar peças para todas as marcas e mecânicos especializados em mecânica de motores, caixa, eletrónica, serrilharia e pintura. O que marca a diferença nesta firma é a seriedade e a disponibilidade para todos os clientes, um aspeto que o Manuel Sargaço considera importante para se fazer um bom trabalho e para satisfazer quem procura apoio. É importante que os clientes vejam a empresa como uma entidade capaz de apresentar as melhores e personalizadas soluções ao prestar um apoio técnico contínuo. Apesar de ser uma referência na zona centro, a verdade é que já se estende para outros pontos do país, nomeadamente Lisboa e Chaves. “Já percorremos um bocado o país” afirma Manuel Sargaço. Esta extensão de território é marcada em termos percentuais pela grande área agrícola e florestal que caracteriza o nosso país. A Sargaço e Cruz é uma empresa de base familiar e por isso mesmo o

Manuel Sargaço, Marisa Sargaço e Maria Idália Administradores

Com 40 anos de atividade, a empresa nasceu com o compromisso de ser uma empresa de referência no Baixo Mondego. Manuel Sargaço, sócio-gerente da Sargaço e Cruz Lda começa por contar a evolução do seu negócio: “a empresa começou em 1977 com a dedicação à agricultura, ciclismo e botas. Em 1985, virou-se para as máquinas agrícolas. E em 1995 começámos a trabalhar com tratores de importação”. Com o crescimento, houve uma necessidade de mudança, há cerca de dois anos, para as novas instalações (ao lado das antigas) com o objetivo de melhorar as condições em termos de espaço. Numa perfeita localização, o processo de mudança para o novo espaço foi, sem dúvida, uma aposta ganha no crescimento do negócio. Para além de dar mais visibilidade

54 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

pelo amplo espaço, também aumenta a relação com o cliente ao estar mais apto (muito melhor e mais rápido) para a assistência, seja dentro ou fora da sua oficina. Como refere Manuel Sargaço “tudo isto se deve a um elevado investimento em equipamentos necessários para essa assistência” ou seja, há uma preocupação por parte da gerência em dar os meios necessários para as pessoas serem rentáveis influenciando a qualidade do trabalho e satisfação. A juntar a esta equação o sóciogerente adianta que o crescimento da empresa ronda os 20 a 30 por cento.

futuro está pensado para passar o negócio para a sua filha, “continuando o legado” como diz Manuel Sargaço. Neste caso, continuar significa manter o negócio sempre com a flexibilidade de adaptação ao mercado e se possível aumentar o volume de negócios. Esta empresa tem como motivação o apoio aos clientes, afinal são eles os seus parceiros de negócio. Num futuro mais próximo o importante é apostar continuamente na inovação com o objetivo de poder prestar sempre um serviço de qualidade e confiança aos clientes/ parceiros, “fazendo o melhor possível e o mais rápido possível”.



investimento, inovação e investigação |gráfica simões

“O limite é a imaginação do cliente” A atuar no mercado das artes gráficas desde 1976, a Gráfica Simões desde cedo se desmarcou por conseguir tornar cada cliente único. Com o lema ‘fazer acontecer’, nesta empresa de família o limite é a imaginação do cliente.

João Oliveira, Rita Simões, Madalena Silva e Adriano Simões

Com uma grande experiência no setor das artes gráficas, Adriano Simões, sócio-gerente, sentiu necessidade de criar o seu próprio negócio nesta área. Foi assim que surgiu, a 18 de agosto de 1976, a Gráfica Abreu & Simões. Inicialmente com um sócio que, mais tarde, acabou por se afastar. Este percalço não fez os Simões baixar os braços e deram seguimento à atividade. Assim, em 1998, a empresa passou a ser um negócio de família e passou a ser conhecida apenas por Gráfica Simões. Foi aí que se deu o boom da gráfica. Devido a uma evolução rápida do número de clientes houve a necessidade de apostar num crescimento em dimensão e em equipamentos. É importante referir que, com o desenvolvimento ao longo dos anos, a Gráfica Simões

56 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

conseguiu a distinção de PME Líder e de PME Excelência em 2012. Atualmente, a empresa afirma-se no mercado gráfico como uma marca resistente e sólida pelo serviço de qualidade, pela diferenciação dos projetos elaborados e pelo rigor na sua execução. Para além disso, o seu atendimento é personalizado onde a premissa é saber dar resposta de forma rápida à solicitação do cliente. Só assim é possível consolidar a sua identidade no mercado e conservar os clientes fidelizados. A empresa localiza-se em Cabaços, uma localidade pacata do concelho de Alvaiázere, mas estrategicamente localizada. Perto das duas grandes metrópoles de Portugal, permite-lhes

um fácil acesso a qualquer parte do país, garantindo rapidez na entrega dos trabalhos e no contacto com os clientes. Durante a entrevista, a Revista Business Portugal é surpreendida quando Adriano Simões, um pai orgulhoso, apresenta o novo projeto da sua filha Rita Simões. Diz-nos com tamanha felicidade que “a Rita foi o passo seguinte da gráfica. Foi assim que o negócio teve um crescimento exponencial”. Este mais recente negócio surgiu depois do pai questionar a Rita se ela se revia no projeto da gráfica. Com a confirmação, começou por estudar gestão e, mais tarde, artes gráficas. O seu conhecimento teórico e o avanço da prática que tinha desde pequena levou-a a pensar numa nova perspetiva para integrar no negócio do pai Adriano.


gráfica simões | investimento, inovação e investigação O projeto Ritta Make a Different Day foi pensando e desenvolvido em contexto académico, mas acabou por ser adaptado dentro do negócio da família. Neste projeto tudo pode ser imaginado e concretizado, desde artigos para decorar, aos de utilidade, e sem esquecer os produtos pensados para oferecer. Inovação, criatividade e diversidade dão a assinatura que leva o nome Rita Simões. O conceito do Make a Different Day passa por tornar os dias mais importantes da sua vida em momentos inesquecíveis com propostas diferentes de algo para oferecer. Basta deixar-se levar pela magia feita à base de pormenores que fazem toda a diferença. No entanto, neste momento, Rita Simões sente que é um projeto ainda “um pouco confinado aos convites de casamentos, batizados e eventos, e tudo o que lhes está

associado, porque aqui à volta não há nenhum serviço deste género”. No entanto, só assim consegue crescer pois todos os seus clientes são à base da recomendação. Questionada sobre a sua afirmação no mercado, percebemos que esta é uma empresa capaz de “fazer acontecer” tudo. O processo parte de uma base que a pessoa pode personalizar da forma que quiser. Tudo é diferente para cada cliente, não há nenhum catálogo. “Só assim faz sentido, visto que cada pessoa é uma pessoa e é preciso adaptar o produto a cada necessidade”, sublinha a designer. O lado bom é saber que este projeto não é apenas para particulares, mas também direcionado para todas as empresas. Rita Simões afirma que “o projeto da Ritta não faz sentido sem a gráfica”. São duas entidades que trabalham numa relação perfeita. O importante nesta parceria é desenvolver produtos e serviços gráficos inovadores, criativos e de elevada qualidade, de forma a garantir a confiança e fidelização dos clientes. Por outro lado, é uma parceria aberta para receber com espírito de equipa todos os parceiros estratégicos e manter uma relação estável e de mútua confiança com os fornecedores. Para o futuro, a família Simões espera ter muito sucesso com a sua marca. “Vamos trabalhar para que todos os objetivos sejam cumpridos e as pessoas aceitem o nosso trabalho para poderemos crescer e continuar a oferecer soluções sempre diversificadas nos dias especiais”.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 57


investimento, inovação e investigação |captemp

Inovação made in Portugal Sediada em Pombal, a principal atividade da CapTemp, Lda é proporcionar soluções inteligentes que aliem a qualidade e eficiência à inovação. Considerada uma marca de prestígio 100 por cento made in Portugal a sua aposta mais recente passa por alargar os horizontes do seu negócio à escala mundial.

Carlos Domingos Sócio-gerente e fundador

No mercado há quatro anos, a CapTemp, Lda surgiu de um flash de Carlos Domingos, sócio-gerente e fundador, quando previu a potencialidade do projeto. Começa por nos explicar que a “empresa é 100 por cento nacional pensada com o objetivo de oferecer sistemas de monitorização, supervisão e soluções de controlo remoto”. Tendo em conta este conceito, facilmente percebemos há uma forte ligação à tecnologia capaz desenvolver e produzir soluções simples, inovadoras e duráveis. O reconhecimento de uma marca e a credibilidade que aporta no mercado são fatores essenciais para o seu sucesso. A CapTemp é exemplo desse paradigma, que com a evolução natural do negócio tem ganho uma posição cada vez mais vincada no mercado, sendo hoje reconhecida como uma empresa de referência. “Começámos num nicho, mas rapidamente alargámos horizontes”, afirma Carlos Domingos. Inicialmente, o produto que ofereciam era um software de supervisão ambiental nas câmaras frigoríficas que media o nível da temperatura e da humidade. Resultado da resposta às necessidades exigidas pelos clientes, hoje oferecem soluções com altos padrões de qualidade e sistemas capazes de monitorizar toda a empresa - para além do enquadramento legal. Neste seguimento, a grande mais-valia da oferta de serviços da CapTemp é poder dar uma solução que compreenda uma empresa total. Isto é, apresenta-se no mercado com um leque variado de soluções e serviços que vão desde a componente hardware até à componente software, capazes de concentrar toda a informação de uma empresa num só ponto através de um coletor de dados. O seu dispositivo consegue agregar todos os dados numa base de dados recolhidos em tempo real. Apesar de ser um serviço standard, a empresa está aberta a novas soluções na medida que acabam, muitas vezes, por se tornar em soluções uniformes. A empresa tem a particularidade de desenvolver tudo internamente, tanto a nível de software como de hardware. A CapTemp mantém sólidas relações de parceria e não depende “de terceiros para desenvolver equipamentos”, salienta Carlos Domingos. Por isso, a equipa estabelecida é formada em programação. Há um equilíbrio entre a equipa e Carlos Domingos que parece funcionar na perfeição: “tudo é fruto da minha experiência: idealizo um produto, depois lanço o desafio aos programadores e mais tarde apresentam um modelo a funcionar”. Toda a equipa, supervisionada por Luís Silva, também sócio fundador, está preparada para ter como objetivo uma política de qualidade, eficiência e a satisfação total do cliente, de forma a melhorar continuamente os resultados. Para que isso aconteça é preciso conhecer o cliente, perceber as suas necessidades e apresentar soluções

58 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


captemp | investimento, inovação e investigação

eficazes, que só é possível porque há um acompanhamento desde o primeiro momento. Numa era onde tudo é realizado à velocidade da luz é preciso ter em linha de conta nada é lançado no mercado sem ser testado e avaliado até à exaustão. É importante que os clientes vejam a empresa como uma entidade capaz de apresentar as melhores e personalizadas soluções ao prestar um apoio técnico contínuo. Quanto ao mercado, há uma maior maturação dos serviços no mercado nacional. Lançar uma marca de confiança, uma marca reconhecida num mercado tão tradicional é no mínimo um desafio. Apesar do grau elevado de penetração no mercado nacional, o futuro da CapTemp está definido: apostar na internacionalização e na exportação. Com um espírito empreendedor, Carlos Domingos tem consciência que a sua empresa nacional tem capacidade para se adaptar à escala mundial. Apostar na internacionalização corresponde não só à alternativa mais adequada à realidade concreta da CapTemp, mas também, parece ser a única opção que possibilitará alcançar um nível de crescimento económico mais sustentável. Desta forma, já está a expandir a tecnologia para a Austrália (distribuidor local e instalações piloto) e recentemente foi fundada a CapTemp USA, com sede em Windham no New Hampshire, que ficará com a operação logística e distribuição internacional. Não existe qualquer dúvida de que os mercados são mutáveis, e por isso é fundamental ter a consciência para saber acompanhar os mesmos. A CapTemp sabe que para continuar o seu sucesso tem de antecipar o próprio mercado e o que este quer. Os grandes desafios do futuro passarão por manter a qualidade, a rápida capacidade de dar resposta e a aposta de uma forma constante e sustentada na inovação.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 59


ALENTEJO - TOIRO BRAVO RAÇA BRAVA – A RAÇA ECOLÓGICA POR EXCELÊNCIA Por Joaquim Grave Signo de virilidade, fecundidade e vigor de vida para os nossos antepassados, ainda hoje mantém uma aura de poder genésico, para os que com ele jogam ou lidam, seja numa arena ou nos bastidores do campo. Toiro e homem, condenados a colaborar numa aventura eterna, pagam ambos com o seu sangue, um tributo de lealdade num espectáculo que permite a sobrevivência do primeiro enquanto raça e a exaltação do segundo pela arte do toureio. O toiro bravo tem uma vida privada no campo que dura quatro ou cinco anos e uma vida pública numa arena que dura vinte minutos. No campo, tem uma hierarquia social bastante vincada. Há sempre um leader, mas também sempre algum aspirante a leader. E esta é a razão das lutas frequentes que acontecem. A raça brava é de pequeno porte, consegue sobreviver com muito menos recursos que outras. É explorada num sistema extensivo. Para cada vaca destinam-se 3 a 4 hectares. A defesa da raça brava, representa a defesa do frágil ecossistema de que faz parte. Depois, não menos importante, salvaguardando a raça brava, estamos a defender espécies em vias de extinção que coabitam com ela. Portanto, temos uma defesa de uma biodiversidade sempre actual e desejada. Se algum rótulo devia ostentar esta raça, é a de raça mais ecológica de quantas raças bovinas existem em Portugal. O toiro bravo e a festa dos toiros estão, assim, radicalmente do lado da ecologia. O ecologista consequente não pode deixar de ser um defensor da corrida de toiros. O que acontece frequentemente é que se confunde “animalismo” com ecologia e, no entanto, um é o oposto do outro. Não se pode ao mesmo tempo salvar a espécie “leopardo” e preocupar-se com o sofrimento das gazelas. Da mesma maneira que não se pode salvar a espécie “lobo” e preocupar-se com o sofrimento das ovelhas. O que conta é a espécie, não é o indivíduo. Se para salvaguardar a espécie, se têm que sacrificar alguns indivíduos, pois seja. Há que escolher: ecologia ou animalismo. O animalismo não é uma extensão dos valores humanistas. É a sua negação. É uma pena que a nossa sociedade urbanizada, cada vez mais afastada das questões e dos valores do campo, desconheça este animal fantástico, que se cria com tanta dedicação, com tanto amor e ao qual se disponibilizam todas as atenções para que nada lhe falte, tendo a possibilidade de alcançar o indulto se em praça manifestar toda a bravura que encerra, depois de uma vida em liberdade. Ao toiro bravo é-lhe dada a possibilidade de manifestar toda a sua “animalidade” sem preconceitos de humanizar o que não deve ser humanizado. Como declaração final direi que a festa dos toiros é um fenómenos que desenterra as suas raízes numa tradição milenar da culturra mediterrânica herdada pelos povos latinos e que, portanto, reflete a sensibilidade específica de cada um dos povos que a compartem. Esta Festa está baseada no respeito ao toiro e ao meio ambiente, uma vez que as ganadarias onde se criam os toiros bravos constituem reservas ecológicas exemplar. * Por opção do seu autor, Joaquim Grave, este artigo não segue o novo acordo ortográfico.



alentejo - toiro bravo | associação portuguesa de criadores de toiros de lide

40 anos em defesa da raça brava Valorizar o toiro bravo e dinamizar o espetáculo tauromáquico são os principais propósitos da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (APCTL). A completar o quadragésimo aniversário, a organização afirma que a atividade continua a atingir bons resultados, assinalando o aumento da exportação do toiro bravo para o estrangeiro.

João Santos Andrade Presidente

Constituída a 15 de julho de 1977, a APCTL foi fundada por um grupo de criadores, que sentiu a necessidade de se unir e lutar pela preservação da raça brava. “Estávamos no pós 25 de Abril e era importante uma associação que defendesse os interesses das ganadarias bravas. Hoje, temos 103 associados, representando quase a totalidade dos ganadeiros a nível nacional”, revela o presidente da associação João Santos Andrade. Hoje, a APCTL tem como principais valências: a gestão corrente do livro genealógico, com a execução dos registos e a certificação das informações fornecidas pelos criadores; e o acompanhamento da preparação, execução e implementação da legislação que rege o regulamento tauromáquico. Nesse sentido, a associação procura essencialmente defender o toiro de lide e promover o espetáculo tauromáquico. A área de dispersão da raça brava é transversal a quase todo o país, existindo explorações na Beira Litoral e Interior, Estremadura e Ribatejo, Lisboa e Setúbal, Alentejo, Algarve e Região Autónoma dos Açores. No que diz respeito ao espetáculo tauromáquico, este está vivo e com força em Portugal. Aliás, a época 2016 apresentou resultados positivos, à semelhança dos anos anteriores. “Se não houvesse a festa brava, com certeza

62 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

que esta raça já estaria extinta. Por outro lado, o toiro bravo tem uma vertente ecológica, pois revaloriza os recursos do pastoreio em virtude da sua maior rusticidade e o seu maneio, necessitando de amplas terras de pastagem, favorece o desenvolvimento de plantas silvestres. A Ganadaria Brava faz um aproveitamento racional dos recursos, mantendo o ecossistema e contribui para o equilíbrio do meio ambiente, protegendo os campos, pois limita o acesso do animal mais depredador que existe, que é o ser humano. Embora exista crítica, nós iremos continuar a defender a nossa tradição, o nosso espetáculo, porque é um evento que nos agrada e nos orgulha, lutando pelo seu desenvolvimento”, completa João Santos Andrade. Prova disso mesmo, é a sondagem realizada em 2011 pela Eurosondagem, em conjunto com a PROTOIRO, à qual na pergunta “Qual é a sua postura em relação a este espetáculo?”, se apuraram os seguintes resultados: 32,7 por cento era aficionado ou apreciador; 11 por cento era contra a realização de atividades com toiros; e uma grande percentagem era respeitante às pessoas que são indiferentes a estas atividades, ou que não gostam, mas respeitam a liberdade de quem gosta de assistir a atividades com toiros. Relativamente ao rácio importação/ exportação, nos últimos

anos houve um excesso na produção de toiros, o que provocou alguns problemas dentro das ganadarias, embora essa situação já tenha sido ultrapassada. Aliás, no ano transato foram exportados cerca de 700 toiros e importados sete. “Isto só dignifica o trabalho do ganadeiro e mostra a valorização do toiro português nas praças internacionais”, completa João Santos Andrade. Olhando para o futuro, o presidente da associação revela que “a estratégia passa por continuar a valorizar o toiro bravo, conseguindo um animal cada vez mais apto para a corrida. Por outro lado, gostaria que surgissem novos toureiros, jovens com qualidade para dinamizar o espetáculo tauromáquico”. “Um recado importante: Pedir ao poder político que não tenha medo de ser aficionado. Sabemos que existem exceções, mas de uma maneira geral após a campanha eleitoral, os políticos têm medo de vir ter connosco e de revelar que são taurinos”, termina o presidente.

Rua Branquinho da Fonseca - Lote 9 Porto Alto 2135-105 Samora Correia Tel: 263 650 790 E-Mail: apctlide@gmail.com


ganadaria manuel calejo pires | alentejo - toiro bravo

Dar voz à paixão pelo toiro bravo A divisa azul, verde e ouro apresenta a ganadaria Manuel Calejo Pires, que se estreou em praça em 2013. Ao percorrer este campo bravo da Herdade de Cabreiros que cria toiros de lide, percebemos a paixão, a entrega e a enorme ‘afición’ do seu ganadeiro.

“Eu sou aficionado há muitos anos, e sempre tive este sonho, mas nunca pensei que o concretizasse. Em 1973, com 12 anos de idade, vim para o Alentejo e apaixonei-me por esta terra e pela festa brava. Quando o meu filho Francisco se formou em Agronomia e veio trabalhar comigo, apercebi-me que ele era tão ou mais aficionado do que eu. Portanto, como se diz ‘juntou-se a fome à vontade de comer’. A partir daí, tem sido um sonho construído a dois, com muito gosto e muita paixão”, recorda o ganadeiro Manuel Calejo Pires, acerca do início deste percurso, e acrescenta: “eu tenho a mesma conceção que o meu filho. Por outras palavras, o Francisco tem uma ideia muito precisa do toiro que quer fazer e eu apaixonei-me pelo toiro que ele procura criar. Tudo isto é um trabalho de gerações, razão pela qual foi necessário o meu filho e a sua ‘afición’, para podermos iniciar este longo caminho. Hoje, o Francisco é a alma e o futuro da ganadaria”. Na raça brava existem diferentes famílias, denominadas encastes, a ganadaria Calejo Pires procede inteiramente da ganadaria Nuñez del Cuvillo, por sua vez formada a partir de vários ramos do encaste Domecq, nomeadamente, Osborne, Sayalero y Bandrés, Juan Pedro y Marqués de Domecq. “Foi o nosso amigo Joaquim Grave que nos

descobriu esta oportunidade única, dentro da conceção do que pretendíamos criar, conseguimos adquirir este núcleo de vacas, procedente de uma das ganadarias mais importantes do mundo”, completa Manuel Calejo Pires. Uma vez selecionado o encaste, começa um longo processo que culmina ao fim de quatro anos, na praça, quando o toiro é lidado pela primeira e única vez. No campo, em plena comunhão com a natureza, sem qualquer perturbação do mundo exterior, começa a ser idealizado o toiro bravo, na mente do seu ganadeiro. Todos os anos, as fêmeas com dois anos são toureadas no tentadeiro, de forma a escolher as futuras mães. E, essa é a parte mais interessante do modo de produção, pois o criador de toiros de lide procura na mãe as características que quer ver refletidas nos filhos. Logo, existe um conjunto de qualidades que cada ganadeiro procura e considera fundamental. Na conversa com Manuel Calejo Pires percebemos que o mais importante é a bravura. Na tenta procuram a “fijeza”, a prontidão na investida, o ritmo, o recorrido, a nobreza e a humilhação que são, no seu entender, os principais requisitos da bravura. Por último, a transmissão, a característica mais subjetiva, ou seja, a

emoção que o toiro transmite ao espetador. “Após a escolha das mães, procuramos os pais, um processo ainda mais complicado, pois os toiros apenas podem ser toureados uma vez, se forem tentados já não podem ser lidados em praça, pelo que, em Portugal, normalmente, os sementais são escolhidos em praça, quando estão a ser lidados, não podendo o ganadeiro, como é óbvio, dar instruções aos toureiros, para melhor ver as suas qualidades, como faz com as vacas, no tentadeiro. Além disso, um toiro tem, por norma, muitos mais descendentes que uma vaca, espalhando muito mais os seus genes do que elas, para o bem e para o mal. Mais uma vez estamos a apurar comportamentos, a parte mais complicada e subjetiva de uma ganadaria. Aqui ainda temos outra particularidade, pois o nosso principal objetivo é que a Calejo Pires se destine, no futuro, principalmente, ao toureio a pé, o que implica uma selecção ainda mais exigente”, diz o ganadeiro. Embora a falta de rentabilidade seja uma das adversidades enfrentadas pela ganadaria, a paixão pelo campo e pelos animais fala mais alto. Daí, Manuel Calejo Pires considerar o taurismo, uma hipótese importante a considerar, para rentabilizar as ganadarias e, ao mesmo tempo, mostrar ao público

os bastidores da raça brava, o carinho e o cuidado com que os animais são tratados no campo. Assim, o principal propósito da Calejo Pires para o futuro é criar toiros que proporcionem aos espetadores e aos toureiros o mesmo prazer e o mesmo gosto que têm tido ao criá-los, sempre procurando melhorar.

https://www.facebook.com/manel.calejopires

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 63


alentejo - toiro bravo | ganadaria fernando palha

Do sonho à realidade Ao chegar a Vil Figueiras percebemos que chegamos a uma ganadaria diferente. Neste local defende-se a preservação de um encaste, que teve as suas origens na época da monarquia. Graças ao romantismo, à força e à paixão do ganadeiro Fernando Palha, este encaste perdurou até aos nossos dias, dando forma a um quadro deslumbrante em campo aberto. Data de 1963 a fundação desta ganadaria, na Herdade do Paúl da Vala, por Fernando de Castro Van-Zeller Pereira Palha com reses de Branco Teixeira, Silva Lico e Ribeiro Telles, estas procedentes de Norberto Pedroso e também da antiga linha ‘Vasqueña’ de Palha Branco. Esta vacada de casta Vasqueña teve então a sua origem na vacada real de D. Miguel, originária do Infantado, que em 1831, o rei D. Fernando VII havia oferecido a seu sobrinho, um aficionadíssimo. Entretanto, o irmão D. Pedro, vencedor das anteriores lutas e por certo pouco aficionado, entendeu repartir alguns bens do Infantado. É assim que surgem reses de casta Vasqueña no Marquês de Belas e no comendador Damaso Xavier dos Santos, vendendo este, por sua vez, a Estêvão d’Oliveira, Máximo Falcão e José Veloso Horta, através do Marquês de Ponte de Lima. Pois bem, estes nomes estão na génese da ganadaria Palha, fundada por António José Pereira Palha, trisavô de Fernando Palha. Portanto, é a partir desta ganadaria com larga percentagem de Vasqueño que seu filho José Pereira Palha Branco, inicia a primeira seleção ganadera em sério que se efetuou em Portugal, em 1873. Esta casta foi perdurando em Portugal até 1942, altura em que os gémeos Palha – Francisco e Carlos dão outro rumo à ganadaria. Aquelas reses são enviadas ao matadouro e apenas fica como relíquia uma vaca – a célebre ‘Chinarra’, a qual viria a procriar algumas gerações na posse de Ribeiro Telles. Desaparecendo assim as estampas dos toiros de beleza inconfundível que acompanharam a infância de Fernando Palha e motivaram a sua paixão ganadeira. Entretanto, em 1973, a ganadaria é vendida aos herdeiros de D. Maria do Carmo Palha que a instalam na Quinta da Foz, em Benavente, adotando novo ferro e divisa. Nessa altura Fernando Palha que havia perseguido o sonho de sua infância de reativar a casta Vasqueña já tinha adquirido toda a descendência da vaca ‘Chinarra’ a David Ribeiro Telles. A partir daqui, começou o trabalho de expandir a notável obra zootécnica, cruzando várias proveniências na busca do fenótipo do antigo Vasqueño. Assim, com aquelas vacas, e ainda sementais de morfologia semelhante

Luís Palha Ganadeiro

64 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


ganadaria fernando palha |alentejo - toiro bavo Padre nuestro, Que estais en el Cielo! Senhor, que todo lo sapes E todo lo comandas! Tu Senhor que tambien fuiste ganadero, Puesto que nasciste en un pesebre Junto à lá vaca e al burrico! Permite Senhor, Que yo pueda continuar tu servidor Con mi santa aficion e com el encanto por mis toros! Senhor que se acha tu voluntad en el Cielo, e en lá tierra! Gracias DIOS mio, Gracias Senhor... Amén! Fernando Pereira Palha

ao Vasqueño, como Cabral Ascensão, Saltillo, Palhas de Pedajas, Cunha e Carmo, Simão Malta e Conde Cabral, viria a consumar o seu sonho, na recriação de uma descendência do antigo Vasqueño, variada e até exótica na sua pelagem. Indiferente à tendência da evolução ganadeira, com a introdução de monoencastes, Fernando Palha conseguiu recriar uma ganadaria Vasqueña no tipo de pelagens, mas igualmente no trapio, bravura e condições de lide. No entanto, em 2002, a orientação administrativa da Quinta da Foz resolve terminar com a ganadaria ali sediada. Então, entre as soluções possíveis, pesou uma vez mais o romantismo, a força e a paixão de Fernando Pereira Palha, que adquiriu a totalidade da ganadaria e a transferiu para a Herdade de Vil Figueiras, através de um acordo estabelecido com a Companhia das Lezírias, que disponibilizou uma propriedade de charneca pobre de que são rendeiros. Assim, a partir de 2005 o ferro é modificado, passando a vigorar um trevo de quatro folhas circundando a cruz dos Pereira Palha. “Com esta decisão o meu pai acabou por recuperar este encaste, que perdura desde o tempo do meu trisavô, a antiga linha de Palha Branco. Hoje a especificidade deste encaste é notória, com a presença de diferentes pelagens e tons, que tornam esta linha genética muito

apetecível para cientistas e estudiosos, que vêm de todo o mundo para pesquisar mais sobre a linha Vasqueña, visto que é um dos últimos a prevalecer tanto em Portugal, como em Espanha”, sublinha o ganadeiro Luís Palha. Atualmente, a Ganadaria Fernando Palha apenas faz criação de vacas, uma decisão necessária para garantir uma gestão eficaz e a manutenção do efetivo, prevalecendo a vontade de preservar e continuar o legado da família e a luta pela preservação da raça brava. Aqui os bezerros são desmamados entre setembro e outubro, sendo encaminhados para a Herdade de Vil Figueiras onde são alimentados à mão até fevereiro, altura da ferra. “Nos últimos anos temos vendido todos os machos para Espanha após a cerimónia da ferra. Estes novilhos são destinados aos recortadores”, completa o ganadeiro. Assim continuar a ganadaria é um passo natural, depois do falecimento do pai há cerca de um ano. Desde tenra idade que o campo e o toiro fazem parte da sua educação e marcam a sua vida. Portanto, com muita luta e dedicação este ganadeiro procura manter o legado de Fernando Palha, mantendo vivo o trabalho de uma vida.

www.facebook.com/Ganaderia-FernandoPalha-351262364915107/

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 65


alentejo - toiro bravo | ganadaria josé luís cochicho

“Sou o que sou graças ao toiro bravo” “Dedicamo-nos diariamente com toda a nossa alma à criação do animal que para nós é o mais belo deste mundo, o toiro de lide. Esta nossa paixão está patente em tudo o que fazemos, nunca esquecendo o campo e os ensinamentos que este animal extraordinário nos incute permanentemente”, descreve Luís Filipe Cochicho. primeiros passos como criadores de toiros de lide, tendo por base a sua forma de pensar e o toureio apeado. “Embora seja filho de um conceituado cavaleiro tauromáquico, sempre tive um enorme carinho pelo toureio a pé, e é por esse caminho que procuro levar a ganadaria”, reitera Luís Filipe Cochicho, acrescentando: “Em 2004 modificamos a base da ganadaria com reses procedentes das ganadarias de Juan Pedro Domecq, Jandilla e Torrestrella. Mais recentemente, adquirimos um lote de vacas procedentes da ganadaria de Salvador Domecq ‘El Torero’, completando assim as quatro ramas que atualmente compõem a estrutura da ganadaria”. A importância da seleção Durante a entrevista à Business Portugal quisemos perceber junto do ganadeiro, quais as principais características que se exigem na escolha do toiro de lide. “Parte-se do princípio que o toiro bravo quer alcançar tudo o que se movimenta à sua frente, mas seguindo determinadas normas. Portanto, o animal tem de responder aos estímulos do toureiro com nobreza, ou seja, obedecendo aos mesmos. Outra característica importante é a humilhação, ou seja, manter a cara baixa perto do chão, durante todo o momento da

Francisco José Cochicho e Luís Filipe Cochicho

Para o ganadeiro o toiro bravo é como um membro da família. Nas suas palavras, os toiros acabam por ser como filhos para o ganadeiro, porque ao longo do período que constituiu a sua criação se imprimiu no animal características da sua própria personalidade, daí cada ganadaria ter uma determinada linha de seleção. O respeito e a dedicação para com o toiro manifesta-se, portanto no dia a dia, pois todos os momentos traduzem-se numa aprendizagem constante, ao perceber a forma como o toiro bravo se comporta, como convive com a sua camada, não fazendo qualquer sentido para o criador a vida sem o campo e o toiro. Embora “o toiro de lide seja uma criação do Homem, também não deixa de ser um animal selvagem, por isso afirmo que sou o que sou graças ao toiro bravo, pois aprendo a lidar e a perceber aspetos reais da minha vida com ele”. Luís Filipe Cochicho representa a terceira geração da família ligada a esta atividade, como nos revela: “O meu avô Francisco José Cochicho era uma pessoa muito aficionada e apaixonada por este mundo, surgindo dessa forma o gosto que levou o meu pai a construir uma carreira, enquanto cavaleiro tauromáquico”. Uma emoção que se sente na arena, quando o espetáculo tauromáquico se inicia. Nesse momento o ganadeiro atinge o seu objetivo, o motivo pelo qual luta pela preservação desta raça. Durante a lide o toiro mostra toda a sua bravura e nobreza, perante o toureiro que procura construir uma faena onde está patente a beleza, o ritmo e a profundidade, quase como se de um bailado se tratasse. Logo, falar da família Cochicho é enveredar pela história da enorme paixão pelo mundo taurino, pois está conectado a todo o clã esta vontade clara de dar voz à enorme dedicação pelo toiro bravo. A ganadaria acabaria assim por surgir em 1992, concretizando a vontade da família de dar os

66 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

investida, e a fixidez, quando o toiro está fixo na sua missão durante a investida, sem nunca perder de vista o objeto. Por outro lado, procuramos que o seu recorrido, ou seja, o trajeto percorrido pelo animal durante a investida, tenha profundidade e largura”, explica Luís Filipe Cochicho. Para o ganadeiro estas são as propriedades fundamentais, tendo em conta a forma como se executa atualmente o toureio, não esquecendo a componente da transmissão, que tem como principal propósito garantir a emoção a quem assiste à faena, pois o toiro, como animal selvagem que é, e apesar do perigo ser eminente de maneira constante para quem está perto dele, deve sempre transmitir ao espetador a sensação de que se trata de um animal perigoso, que em qualquer momento pode ferir ou inclusive matar a pessoa que tem por diante, que é o toureiro.

Em cima: João Blanco Em baixo: José Luís Cochicho, Maria Inês Cochicho, Andrés Roca Rey e Luís Filipe Cochicho


ganadaria josé luís cochicho |alentejo - toiro bavo Mas a seleção do toiro de lide não se define apenas na análise comportamental. Muito pelo contrário, cada ganadeiro tem de ter ainda em atenção a componente morfológica, pois trata-se de uma componente fundamental para o desenvolvimento do comportamento deste animal na praça, tal como um atleta de alta competição. No laboratório da ganadaria, que é o tentadeiro, Luís Filipe Cochicho seleciona os animais que irão fazer parte do efetivo no futuro. Devido a determinadas circunstâncias e, em paralelo, por opção começaram a lidar novilhadas em Espanha, deixando as praças portuguesas, o que lhes coloca uma dificuldade do ponto de vista da escolha do semental. Por esse motivo, a seleção dos machos é feita no tentadeiro, onde se avalia a morfologia, o comportamento de cada animal e ainda as notas atribuídas à família. Na Herdade do Alcalate criam-se toiros destinados ao toureio a pé, o que segundo o ganadeiro acarreta uma maior exigência. “No nosso entender deve ser um animal baixo; com pescoço comprido; estreito de sene, ou seja, que caiba na muleta sem perder a seriedade; e estreito de peito para não perder a flexibilidade”, completa. Depois da seleção morfológica e comportamental, é fundamental que a saúde do animal acompanhe todo o processo. Visto que o toiro bravo deve ser tratado como um

atleta é necessário acompanhar diariamente a vida do toiro e o seu contacto com os irmãos de camada, o que normalmente não é fácil. Paralelamente a alimentação também é pensada em função do desempenho do animal durante a lide. Por fim, torna-se primordial que o maneio tenha sempre em linha de conta que o toiro como criação do

Homem, continua a ser um animal selvagem, logo o contacto com o Homem tem de ser o mínimo possível, preservando os seus instintos. Pensar o futuro Desde a reestruturação em 2004 que a Ganadaria José Luís Cochicho apenas lidou

uma corrida com toiros de quatro anos, mais propriamente em 2011 no Campo Pequeno. A partir daí têm lidado exclusivamente novilhadas, com o intuito de conseguir uma seleção cuidada, como nos retrata Luís Filipe Cochicho, “a tauromaquia é um evento cultural que tem evoluído ao longo dos tempos. Comparativamente com épocas anteriores, hoje a faena tem um nível superior no que diz respeito a profundidade e estética, promovida pelo tipo de toureio que se executa atualmente. Tendo todos esses elementos em consideração, o nosso objetivo passa por encontrar um animal que tenha aptidões sobretudo para o toureio a pé, que concentra uma enorme expressão em Espanha. Por isso mesmo, procuramos aumentar o efetivo e a idade da nossa ganadaria tendo por base esses pressupostos, que nos permitam garantir uma maior qualidade ao espetáculo tauromáquico”, termina.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 67


alentejo - toiro bravo | ganadaria falé filipe

Preservar a ‘afición’ pelo toiro bravo Antes da tourada impera o sentido de responsabilidade na mente do ganadeiro, pois está exposto na praça todo o seu trabalho, dedicação e empenho na criação do toiro bravo. Ao fim de quatro anos chega o momento da verdade, em que se espera que o toiro e o toureiro, numa união perfeita, proporcionem uma faena de triunfo.

Carlos Falé Filipe Ganadeiro

Há vários séculos que o toiro de lide é um animal criado e selecionado com o propósito de ser lidado numa praça de toiros, razão pela qual se mantém o investimento na raça brava. Esta é uma arte secular que continua graças à força e à vontade das ganadarias, que procuram preservar este valor cultural do país. Natural de Alenquer, Carlos Falé Filipe sempre teve um enorme gosto pela criação de bovinos, algo que lhe foi transmitido pelos avós. Embora, tenha feito o seu percurso profissional na área da construção civil, o ganadeiro nunca esqueceu as suas origens, criando ao longo da sua vida a expectativa de vir a ter uma propriedade ligada à atividade pecuária. Em 1997 acaba por comprar a Herdade das Covas, no concelho do Redondo, onde criou uma exploração de gado manso. Quatro anos mais tarde viria a adquirir um lote de novilhas bravas, até à altura em que começou a olhar para a criação da raça brava como uma séria realidade.

68 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

“Desde miúdo que gostava de assistir às largadas de toiros, muito devido aos meus avós que eram aficionados. Mas no meu íntimo já tinha uma enorme ‘afición’, atraíame a criação de bovinos e cavalos”, revela Carlos Falé Filipe e prossegue: “acabou por começar como uma brincadeira, mas quando as atenções se voltaram para mim, encarei esta atividade com muita seriedade. A partir daí, comecei a eliminar o antigo efetivo, substituindo-o por outro encaste, que me desse maior garantia do tipo de animal que procuro apresentar nas praças de toiros”. Aquando da compra da propriedade, o efetivo desta ganadaria tinha reses Palha Botelho, mas hoje o encaste predominante é o Parladé Domecq, com derivações Santiago

Domecq e Torrestrella. “Fundamentalmente procuro um toiro com mobilidade, humilhação e transmissão, aliado à sua bravura. No fundo, um toiro com galope franco e contínuo, que venha por seu caminho e não atropele o toureiro. A emoção e a transmissão têm de existir durante a lide, começando desde logo pelo toiro, este tem de responder às solicitações do toureiro. Este encaste, em particular, tem-me dado bons resultados, assim como muita vontade de trabalhar, porque é uma linhagem que eu gosto em especial”, atenta o ganadeiro, e acrescenta: “ao longo deste percurso a ganadaria tem melhorado consideravelmente, tendo em conta os meus objetivos, apresentando mais raça e um maior índice de bravura. Por outro lado, noto que os toiros têm sido bastante requisitados. Aliás, nos últimos anos, todos têm sido lidados em Portugal. O que procuro fundamentalmente é que proporcionem um bom espetáculo, mas esse é um binómio que assenta sobretudo no equílibrio entre o toiro e o toureiro. Logo, só no fim de cada lide podemos tirar as devidas ilações”.


ganadaria falé filipe |alentejo - toiro bravo

Cuidados no maneio Aqui, na Herdade das Covas, procura-se selecionar as vacas e apurar os sementais, com vista a encontrar o melhor toiro para o toureio apeado, que segundo o ganadeiro é muito mais exigente tanto no processo de seleção, como no momento da lide. Após a desmama dos bezerros, estes são separados das mães, sendo encaminhados para um parque específico, onde ficam até ser realizada a fase de seleção. Depois das fêmeas serem tentadas, as que são selecionadas passam à vacada principal. A partir daqui, inicia-se um processo longo e demorado, tendo sempre por objetivo criar o melhor animal possível. “Estabeleci um processo dentro da propriedade, para que todos os anos as vacas sejam cobertas por sementais diferentes. O meu intuito é testar as diferentes famílias, procurando que o filho desse semental seja o mais aproximado possível ao nosso conceito, o que nem sempre acontece”, sublinha Carlos Falé Filipe. Como o toiro de lide é considerado um atleta, a sua alimentação e o seu bem-estar são duas das principais preocupações durante o período de criação, que demora quatro anos, como nos explica o ganadeiro. “Para que possamos tirar o melhor proveito possível dos animais e da sua pujança natural, há que ter cuidados começando pelas fêmeas. Numa fase inicial, a alimentação dos bezerros é suportada pelo leite da mãe, o que é uma importante mais-valia e torna-as mais fortes. Para as vacas terem leite, têm de ser bem alimentadas para terem crias fortes e saudáveis. Após o desmame aos oito meses passam para um parque onde começamos a dar um complemento vitamínico e ração especial. Todos estes cuidados se prolongam ao longo da sua vida até saírem da herdade para a praça. Por outro lado, as azinheiras e sobreiros presentes na propriedade são muito importantes para o maneio, pois proporcionam abrigos naturais para o animal durante o período de inverno e verão. Para além da bolota, uma ração natural, que é um ótimo suplemento vitamínico para o toiro”. Quanto às expectativas de futuro centram-se, sobretudo, na continuidade deste trabalho, mantendo a mesma

dedicação e paixão que tem pautado o percurso de Carlos Falé Filipe enquanto ganadeiro. Um futuro assegurado pela família que já demonstra um sério interesse na preservação da tradição tauromáquica.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 69


alentejo - toiro bravo | Ganadaria silva herculano

“Quando a lide resulta, estamos perante arte” Mário Vargas Llosa escreveu “O toiro é um animal privilegiado, tratado com muito amor”. Podíamos começar assim o nosso retrato da Ganadaria Silva Herculano, que acaba por ir um pouco mais além, pois para Henrique Herculano, a sua principal motivação é ver a vacada no campo, onde tudo na realidade começa.

Henrique Herculano Ganadeiro

A Ganadaria Silva Herculano foi fundada em 1986 a partir da antiga Ganadaria de D.ª Maria do Rosário Infante da Câmara. Após dez anos de inatividade, volta, em 2006, a ser lidada nas praças nacionais, como nos recorda Henrique Palma Herculano. “A história desta ganadaria remonta ao meu avô e ao meu pai, ambos já falecidos, que tinham o sonho de ter uma exploração dedicada à criação de toiros de lide. Em meados da década de 80 adquirem essa ganadaria. Porém, em 1993, por questões diversas, a ganadaria acabou por ter de ser vendida. Nessa altura, fiquei com cinco vacas e um novilho. Mais tarde, esse efetivo reprodutor seria reforçado com novilhas de São Martinho e Simão Malta, em cobrição com sementais de Varela Crujo”.

70 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A Ganadaria Silva Herculano recomeçaria a lidar em 2006, tendo pouco tempo depois o ganadeiro comprado novamente o ferro registado em nome de Silva Herculano, voltando a conferir-lhe a sua forma original. Para o ganadeiro voltar a reconstruir a história desta casa nunca esteve posto em causa, sendo um trabalho notável por parte deste jovem criador de toiros de lide. Hoje, os efetivos da ganadaria pastam no Monte dos Valhascos, na Amareleja. Para além da linha original, Infante da Câmara, foram introduzidas vacas Cabral Ascensão, vacas José Manuel Andrade, mais tarde complementadas com novilhas de São Martinho e Simão Malta, e sementais Varela Crujo e Silva Herculano. Ao chegar ao campo tomamos nota da

maneira como tudo começa, e percebemos a atenção e o cuidado dado ao toiro. Com menos de um ano de idade, os bezerros são desmamados e após alguns meses ferrados. Com a ferra são separados da vacada e passam a andar em grupos de machos, nas diversas camadas etárias. Em todo este percurso, os toiros vivem em liberdade, longe do contacto com o homem, desfrutando da paz e serenidade do campo. Até aos quatro anos, quando no auge da sua plenitude física são lidados na praça, expressando toda a sua bravura e nobreza. Quando a lide na praça corre bem, e esse é o principal orgulho do ganadeiro, o toiro regressa ao campo, desfrutando do resto da sua vida em liberdade, o chamado indulto. Henrique Herculano recorda uma história

acerca desta concessão de perdão. “As lutas entre os machos de camada são naturais, para estabelecer a hierarquia do grupo. Este toiro, em particular, esteve muito próximo de ser morto pelos colegas de camada, tendo um processo de recuperação difícil. Tudo isto aconteceu cerca de três, quatro meses antes de ser lidado. Mas, acabou por recuperar totalmente e quando chegou ao dia da lide, os toureiros mostraram-se reticentes, porque era o toiro maior da sua camada. No entanto, durante o toureio, o toiro foi fantástico e acabou por voltar para o campo, sendo que atualmente é um dos nossos sementais. Hoje, tem oito anos e os seus filhos vão começar a ser lidados esta época. Uma posição conquistada naturalmente pelo seu desempenho e bravura, e amplamente


ganadaria silva herculano | alentejo - toiro bravo respeitada”. Se falarmos no toiro ideal, para este ganadeiro existem duas premissas essenciais: a seriedade e a transmissão. “Eu procuro um toiro sério que transmita emoção. Logo, para mim é mais importante que o toiro invista e leve o público a sentir algo, ou seja, que o facto de ser toureável seja uma consequência disso e não o contrário. Procuramos comportamentos que proporcionem momentos de arte e boas lides na praça. Assim, posso concluir que o nosso conceito consiste num toiro sério e bravo”, transmite o ganadeiro. Aliás, a raça brava só continua, porque cada ganadeiro tem uma enorme paixão pelo toiro de lide e por esta arte. Logo, a corrida acaba por ser a forma de tornar a exploração sustentável. Estes animais vivem em estado praticamente selvagem, transmitindo nesses 15-20 minutos toda a

sua essência e bravura. Mas, se voltarmos à história e à tradição tauromáquica, podemos observar que o toiro era escolhido para defesa de propriedades, nomeadamente abadias e mosteiros, passando mais tarde a ser utilizado para o treino de cavalos para a guerra. Por isso mesmo, é necessário continuar a preservar o animal e a sua essência. “A partir do nosso trabalho, dos toureiros e dos forcados – no caso de Portugal, que é um dos símbolos da tradição tauromáquica nacional –, a lide sendo um momento de competição, de uma certa forma, quando resulta estamos perante arte, tanto no toureio a cavalo, como no toureio apeado, como na pega. Nesse momento, assistimos a um espetáculo belo e emocionante”, revela Henrique Herculano. Por isso mesmo, o ganadeiro reforça que o retrato que gosta de observar é a vacada, porque é ali que

tudo começa. “Quando vemos os bezerros apenas com dias, já conseguimos observar sinais da sua bravura, porque eles investem desde pequenos, ou seja, têm noção do seu território e defendem-no. Logo, essa bravura e nobreza é notável desde o seu nascimento. Depois o tentadeiro será o nosso laboratório, onde selecionamos as futuras mães”, completa o ganadeiro. Ao vislumbrar o futuro, Henrique Herculano assegura que o objetivo é simples. Por outras palavras, o ganadeiro procura apurar o seu toiro, atingindo as três características primordiais: seriedade, presença e transmissão. “Quero estar presente nas melhores praças, ver os meus toiros serem toureados pelos melhores, mas sobretudo quero que o público reconheça a corrida com toiros Silva Herculano pela passagem de emoções. Esse é o meu sonho enquanto ganadeiro”, termina.

www.facebook.com/ganadariasilvaherculano

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 71


alentejo - toiro bravo | Ganadaria pontes dias

Garantir a continuidade da arte tauromáquica Situada em Portalegre, esta ganadaria brava apresenta uma paisagem onde predomina o montado de azinho e o traçado irregular das suas encostas, proporcionando um ambiente propício à criação do toiro de lide. Na família Pontes Dias está presente diariamente o amor por este animal, que procura mostrar toda a sua bravura no momento da lide. Aliás, esta herança genética está presente na vida do neto do ganadeiro Manuel Pontes Dias, que escreve a sua própria história na tauromaquia, ao ser um reconhecido matador de toiros português. Nessa altura, a ganadaria tinha uma camada de novilhos, que promoveu a estreia da ganadaria apenas dois anos depois, na Malveira, em 1974. Assim, se iniciava o sonho de lidar nas praças principais de Portugal e de Espanha, já com o ferro da casa Pontes Dias. Hoje, as suas filhas seguem as pisadas da ganadaria, demonstrando que a ‘afición’ corre nas veias da gente desta casa, preservando dessa forma a raça brava, única no país. De salientar ainda, o facto da filha Maria Fernanda Dias Tavares ter estado na origem do processo de certificação da carne de toiro bravo, que numa primeira fase tinha apenas a denominação de origem, adquirindo em 2009 a DOP, conseguindo assim a proteção comunitária e assegurando que esta é de facto uma carne de qualidade. Mas, igualmente o seu neto Manuel Dias Gomes, o mais recente matador de toiros português, que tirou a alternativa em França, demonstra que a paixão por esta arte está presente em todos os momentos da vida Família Pontes Dias

Aos 81 anos, Manuel Pontes Dias é um exemplo do amor que lhe corre nas veias pelo toiro bravo desde criança. Embora, as suas origens familiares remontem a Mafra, mais precisamente à Malveira, o ganadeiro cresceu num ambiente de aficionados, que lhe incutiu esta enorme ‘afición’ pelo toiro de lide e o conduziu à intenção de adquirir uma ganadaria brava. Tal sucedeu em 1971, quando o seu pai decidiu arrendar uma herdade no Alentejo. Apesar da distância geográfica, o desejo era mais forte e Manuel Pontes Dias começou

72 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

a dar forma à sua vontade de gerir uma ganadaria, que tivesse o seu cunho e o seu ideal. “O meu avô era de origem humilde, mas era efetivamente um enorme aficionado, comprando todos os anos os refugos das vacas em algumas propriedades de Coimbra”, recorda Manuel Pontes Dias. Portanto, em 1972 acaba por comprar efetivamente uma ganadaria brava, atualmente a Herdade da Pelica, em Fortios, dando forma à sua enorme ‘afición’ e ânsia por enveredar por esta atividade.


ganadaria pontes dias | alentejo - toiro bravo

Manuel Dias Gomes

desta família. “A primeira vez que o meu neto toureou foi aos três anos no meu colo, começando dessa forma a despertar o interesse e a vontade nele de seguir uma carreira ligada ao toureio apeado, do qual eu também gosto particularmente”, completa o ganadeiro. Na ganadaria Pontes Dias trabalha-se com o encaste Parladé com origem Pinto Barreiros. Na altura da fundação a ganadaria foi iniciada com vacas de Guilherme da Almeida Barroso, provenientes dos irmãos Alves (Soler) e sementais de João Reis Malta (Soler e Barreiros), tendo vindo a ser selecionada ao longo do tempo. Para o ganadeiro o toiro de lide tem essencialmente que manifestar bravura na investida, procurando selecionar o animal tanto a nível morfológico, como comportamental para o toureio apeado, correspondendo dessa forma às exigências das praças e da festa brava. “Podemos afirmar que o processo de seleção das futuras mães e pais de uma ganadaria é muito subjetivo. Claro que na tenta procuramos apurar os comportamentos que melhor se adequam ao nosso objetivo, mas não deixa de ser uma tarefa que resulta do nosso sentimento e intuição, da nossa opinião por aquele animal. No entanto, no que se refere às mães procuramos uma vaca que vá várias vezes ao cavalo, revelando assim condições que nós acreditamos que possa vir a ser uma boa mãe. Pois, quanto mais vezes for ao cavalo, humilhando na investida, maiores argumentos apresenta

para a podermos selecionar”, afirma Manuel Pontes Dias e continua: “Relativamente aos sementais tenho escolhido toiros que mostraram a sua bravura durante a lide. Portanto, voltam para casa depois da lide em praça, onde são curadas as feridas, seguindo-se depois um teste, que confirma ou não a sua bravura efetiva”. Embora a criação da raça brava seja uma atividade dispendiosa, pois o toiro de lide demora quatro anos a ser criado até poder ser lidado em praça, para o ganadeiro a vida não faz sentido sem a ganadaria, pois toda a sua ‘afición’, paixão e desejo estão patentes em cada canto da casa. “Existe um entusiasmo muito grande quando temos uma corrida brava, em que o diretor da corrida chama o ganadeiro para dar a volta à arena. Esse momento é de enorme emoção, porque de facto é um reconhecimento muito grande do nosso trabalho durante esses quatro anos, que dedicamos à criação do toiro de lide. É para isso que se luta e vive estes momentos, portanto é muito gratificante quando a festa resulta e podemos viver esses momentos”, sublinha o ganadeiro. Relativamente aos cuidados a ter no maneio, estes são muito exigentes e especificos desta raça, garantindo o seu bemestar, uma alimentação de qualidade e a preservação do seu habitat natural, estando longe do contacto com o Homem. Devido ao relevo natural desta região do país, o toiro bravo tem ainda as condições ideais na propriedade para se

exercitar naturalmente, um aspeto crucial para aguentar a carga física durante o tempo de lide em praça. Para o futuro próximo, Manuel Pontes Dias tem como principal sonho lidar uma novilhada na principal praça do país vizinho, em Madrid. “Tenho sorte porque as minhas três filhas são muito aficionadas e tenho um neto, que é atualmente matador de toiros, portanto penso que no futuro a ganadaria irá prevalecer, mantendo-se esta luta pela conservação da raça brava”, finaliza o ganadeiro.

Tlm: 962 905 344 Email: mapontesdias@gmail.com

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 73


alentejo - toiro bravo | Ganadaria joão dias coutinho

“Nós queremos bravura e casta” Bem no interior do Alentejo, para lá das águas do Guadiana, encontrámos a Herdade do Pico, onde pasta a ganadaria brava de João Dias Coutinho. Neste campo onde a bravura e a nobreza se manifestam, a par com a serenidade do montado alentejano, o toiro bravo, de encaste Parladé Puro, é um animal sagrado, que desperta emoções, que se teme e admira na praça.

“Em 1963 toureei uma vacada, por convite de amigos. Na altura, gostei e com o suporte dos meus pais, iniciei uma tímida ‘carreira’ amadora. Para apoio – treino, o meu pai comprou algumas novilhas bravas a Manuel César Rodrigues de Alverca”, recorda João Dias Coutinho, acrescentando: “mais tarde, o meu tio-avô Marquês de Rio Maior providenciou-me mais algumas novilhas. Ambas as ganadarias eram Parladé puro, sendo que serviam somente para treino. Algum tempo depois, o meu querido amigo Samuel Lupi emprestou-me um semental. Foi assim que nasceu a ganadaria, de um processo totalmente natural, sem ter desde o início qualquer intenção do mesmo”. Assim, com reses provenientes de Rio Frio, Marquês de Rio Maior e César Rodrigues, foi esta ganadaria iniciada por D. Luís Dias Coutinho, ocorrendo a sua estreia no Montijo em 1972. Em 1983 passou a anunciar-se em nome de João de Almeida Dias Coutinho, por falecimento do titular. Um dos maiores vultos da cultura espanhola, o poeta Garcia Lorca descreveu “as duas coisas mais belas do Mundo são uma bailarina bailando e um toureiro toureando”. Na conversa com o ganadeiro percebemos que esse é o

74 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

momento mais esperado, ou seja, a lide, quando o toiro está a falar com o homem, numa luta “honrada e dedicada”. Nessa altura “o toiro representa o perfil do aristocrata mais puro que existe na terra. Sobressai a nobreza e a grandeza do animal, a par com a valentia, a humildade e a honestidade”, sublinha João Dias Coutinho. Na história vemos que as origens da relação do homem com o touro se perdem no tempo. Desde a sociedade mediterrânica ao Médio Oriente, que podemos ver na arte e na cultura da civilização ocidental, diversas manifestações e retratos do enfrentamento do touro pelo homem. Seguindo esta linha de pensamento, João Dias Coutinho remonta ao passado para contradizer os efeitos negativos da consanguinidade, afirmando “que as raças extremamente puras prevalecem no tempo”. Por isso mesmo, valoriza o facto de ser uma das únicas ganadarias verdadeiramente puras do país, tendo mantido desde a sua génese a mesma linha, melhorando apenas as características que procura levar para a praça. Bravura e casta são deste modo as duas premissas que ganham destaque na Ganadaria Dias Coutinho. Para o ganadeiro é essencial manter esses parâmetros, juntamente com a continuidade da linhagem.

Atualmente, a ganadaria corre nas principais praças espanholas, como a Real Plaza de Toros de El Puerto de Santa Maria, como nos confirma o ganadeiro. “Nos últimos anos, os meus toiros têm sido lidados em Espanha, porque procuramos o toureio apeado. Aliás, no nosso último festival tirámos oito orelhas e dois rabos. Embora, goste muito de ver os meus toiros nas praças nacionais. No entanto, a questão do toureio no país vizinho tem como principal adversidade a escolha dos sementais, pois necessitámos de manter a linhagem da ganadaria e em Espanha como são touros de morte, ou seja, não regressam ao campo, temos de fazer uma seleção interna”. Manter a génese da ganadaria é o principal objetivo de João Dias Coutinho, que salienta a naturalidade da sua história, garantindo a prevalência da raça pura.

Telefone: 268 323 273 Email: diascoutinho@sapo.pt



alentejo - toiro bravo | Gold stone

O jovem cavaleiro do ouro branco “O verdadeiro grande talento descobre as suas maiores alegrias na realização”. Influenciado pela sua família, João Maria Branco cresceu no ambiente taurino e desde cedo mostrou grande paixão pela arte tauromáquica. Percebendo que esse seria o seu futuro, entregou-se a esta tão nobre arte. Mas, o seu espírito jovem e empreendedor levou-o a constituir uma empresa de sucesso na área do mármore. Hoje, este jovem empresário e cavaleiro tauromáquico demonstra que com muita dedicação e empenho se consegue atingir o sucesso em áreas tão distintas. João Maria Branco cresceu numa família aficionada, desde sempre ligada ao campo, em especial aos cavalos. Desde tenra idade que se deslocava para ver corridas de toiros e frequentava a casa de alguns toureiros conceituados, o que lhe despertou uma grande paixão pela arte tauromáquica. A partir desse momento dedicou-se a aprender as bases e as boas regras da equitação, tendoas como base para a formação de toda a sua quadra até aos dias de hoje. “Comecei a montar aos dez anos, iniciando a minha formação na arte de andar a cavalo, procurando aprofundar os meus conhecimentos enquanto cavaleiro tauromáquico, atividade que tenho desenvolvido até agora. Sempre fui ambicioso, logo tudo o que me propunha fazer procurava que fosse bem feito. A partir do momento em que comecei a estudar e a treinar, percebi que realmente queria fazer carreira, tendo como principal objetivo ser cavaleiro tauromáquico de alternativa”, recorda o cavaleiro. Apresenta-se em público pela primeira vez, como cavaleiro amador, em 2008 na praça de toiros Palha Blanco, em Vila Franca de Xira. Em 2010, tira a prova de praticante na praça de toiros do Redondo. A partir daqui todo o percurso de praticante foi em crescendo, começando logo a compartilhar cartel com grandes figuras do toureio, tendo triunfado nas principais praças nacionais. Este, ainda, curto percurso haveria de culminar na tomada da alternativa, que ocorreu na primeira praça do país, no Campo Pequeno. O cavaleiro teve como padrinho Joaquim Bastinhas e como testemunha Pablo Hermoso de Mendoza. Mas, João Maria Branco sempre teve como intenção ser um jovem empresário, criando o seu próprio negócio. Assim, nasceu a Gold Stone em Vila Viçosa, uma empresa dedicada à comercialização de pedra natural. “Esta empresa resulta do profundo know-how geracional que adquiri neste domínio. Sei que nem sempre é fácil conciliar a gestão da empresa com a preparação para a temporada taurina mas, com muita disciplina, força de vontade e com o suporte da minha família e da minha equipa, tenho tido condições para concretizar o meu sonho e em paralelo gerir a Gold Stone”, explica João Maria Branco. Dedicada à produção, transformação e comercialização do mármore, a Gold Stone tem como principal propósito dar a conhecer a excelência da pedra natural da região de Estremoz e Vila Viçosa, divulgando-a a nível internacional. “Tenho conseguido fazer desta empresa um caso de sucesso, implementando a minha visão de negócio e a minha estratégia empresarial passo a passo. No último ano conseguimos entrar nos mercados que pretendíamos e estabelecemos parcerias importantes”, completa o empresário. Persistência e dedicação João Maria Branco é, hoje, uma certeza no caminho de ser figura no toureio, mas igualmente um jovem empresário que começa a dar cartas no setor marmorista. “Ao longo da minha vida procuro alcançar da melhor forma os propósitos para que me disponho. Logo, na componente tauromáquica quero representar o melhor que conseguir a minha terra, nas diversas praças por onde passo. Quanto ao setor industrial, procuro ser rigoroso, criando uma marca de sucesso, que

76 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

João Maria Branco Cavaleiro tauromáquico


gold stone | alentejo - toiro bravo

defenda o bom nome desta região e do setor que representamos”, sublinha o empresário. Na arte tauromáquica são necessárias muitas horas de treino, de modo a aperfeiçoar as linhas que o toureiro pretende incutir durante a sua lide. Logo, as principais dificuldades são diárias e passam por se adaptar aos cavalos, trabalhá-los, para assim conseguir atingir a máxima performance, proporcionando um bom espetáculo ao público. “Quando se pretende estar integrado nesta atividade com o objetivo de ter uma carreira longa marcada pelo sucesso, temos de estar 100 por cento focados nesta situação. Por outro lado, um bom toureiro tem de ter uma quadra o mais vasta e completa possível, de modo a ter o cavalo adequado a cada momento da lide, que se enquadre também em função de cada toiro”, reforça João Maria Branco. É esta simbiose entre cavaleiro e cavalo que projeta a carreira de um toureiro. Contudo, “sem matéria-prima também não é possível concretizar a arte de tourear, ou seja, sem um bom toiro não se consegue construir uma faena. Penso que é importante os toureiros partilharem as suas experiências junto dos ganadeiros e vice-versa, essa ligação é positiva e acarreta valor acrescentado de parte a parte”, acrescenta. Assim como no dia a dia enquanto cavaleiro torna-se imprescindível treinar e aperfeiçoar a técnica, também enquanto empresário é fundamental traçar uma estratégia que projete a empresa nos diferentes mercados. O último ano representa a afirmação da Gold Stone no setor do mármore, mas ao mesmo tempo um enorme desafio, pois torna-se primordial manter o nível de qualidade que tem demarcado a empresa no mercado nacional e internacional. Hoje, a Gold Stone exporta para o Médio Oriente, mas também comercializa os seus produtos em mercados como a China ou Índia. “Esta região é claramente procurada pela qualidade e especificidade desta riqueza natural que é o mármore. Por esse motivo procuramos mostrarnos ao mundo, estando presentes nos principais certames do setor a nível internacional, como a feira de Verona”, indica João Maria Branco.

Futuro promissor “Tourear no Campo Pequeno é sempre marcante, principalmente no dia em que tomámos a alternativa. Esse é o dia da realização, a concretização de um sonho. Mas, existem outras praças onde já triunfei e pelas quais tenho um carinho especial, como Évora, Alcochete ou Moita. Para mim é um privilégio ter toureado nas primeiras praças do país”, recorda o cavaleiro.

Relativamente a esta temporada o cavaleiro ainda irá estar presente nas corridas de Portalegre e Vinhais, tendo também corridas programadas para Espanha e França. “Quero continuar a fazer o melhor, mas acima de tudo quero chegar a figura de toureio. A minha carreira ainda é curta, portanto com esforço e dedicação, irei lutar para alcançar esse objetivo. Gostaria também de consolidar a carreira de cavaleiro em Espanha e França, porque para um toureiro é um prestígio enorme conseguir estar no melhor dos dois mundos”, salienta o cavaleiro. Da mesma forma, João Maria Branco procura implementar a Gold Stone no mercado como uma marca de referência, apostando na qualidade, inovação e criatividade. “Somos uma empresa jovem, mas estamos preparados para responder a um mercado muito exigente e concorrencial, logo queremos manter este índice de crescimento”. Por fim, este jovem empreendedor está a iniciar um novo projeto em estreita ligação com a sua atividade. João Maria Branco está a dar os primeiros passos na criação do cavalo puro-sangue lusitano, uma raça portuguesa, única no mundo, que terá como principal destino a exportação.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 77


alentejo - toiro bravo | grupo sulregas

Orgulhosamente Português Fundada em 1985, a Sulregas sempre se demarcou no mercado da comercialização e montagem de sistemas de irrigação, que conduziu à formação do Grupo Sulregas. Com sede na região do Alto Alentejo, em Évora, a empresa aposta fortemente na qualidade do produto, do serviço e da assistência pós-venda. Há cerca de 15 anos nasceu a marca Sunpor, que se dedica à construção e desenvolvimento tecnológico de pivots.

Há cerca de 30 anos atrás, Alfredo Barrambanas dava os primeiros passos para a constituição da Sulregas no Alentejo. Formado em Engenharia Eletrotécnica, o empresário decidiu aprofundar os seus conhecimentos e enveredar pela área dos sistemas de irrigação. Inicialmente, a Sulregas era representante e distribuidora de outras marcas, até evoluir para a área de produção. Hoje, o Grupo Sulregas é composto pela sede em Évora e por uma filial em Beja, a que se junta a Sulregas Ribatejo, responsável pelo fabrico e comercialização dos equipamentos na zona Centro do país. O Grupo agrega ainda a sucursal Riegos Y Canalizaciones Sulregas, uma sociedade estabelecida com uma empresa espanhola, que está localizada a norte de Caceres. Nos dias de hoje, a empresa dedica-se ao fabrico, comercialização, instalação e assistência técnica de sistemas de rega. As práticas intensivas da agricultura exigem que todo o sistema de irrigação funcione de uma forma fiável

78 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

para maximizar a produtividade da cultura. Logo, a irrigação eficiente é um dos fatores mais importantes na produção agrícola, garantido pelos pivots Sunpor. Esta marca tem equipamentos estudados para pequenas, médias e grandes áreas, adaptados e calculados para qualquer tipo de terreno. “Continuamos a apostar no desenvolvimento tecnológico, proporcionando aos agricultores a possibilidade de controlar os seus equipamentos a partir do escritório. Desenvolvemos um software que a partir do telemóvel ou PC permite controlar o pivot remotamente. Este equipamento possibilita a análise de dados essenciais para o aumento da eficiência e rentabilidade do pivot, mas também informa o agricultor permanentemente sobre o estado do equipamento”, assegura o sócio-gerente Nelson Barrambanas. Nesse sentido, o próximo objetivo do Grupo passa por criar um quadro de precisão de dados, que aumente os níveis de eficiência e economia da máquina. Por outro lado, estão a trabalhar no desenvolvimento de um programa de prestação

de serviços online, em que por regime de avença anual, o agricultor não precisa de se preocupar com a gestão dos pivots, pois esse trabalho é garantido pela empresa. Com uma equipa composta por 70 colaboradores, o Grupo Sulregas pretende aumentar os níveis de exportação, com a entrada em novos mercados, nomeadamente no mercado sul-americano e africano. “Cerca de 20 por cento do nosso volume de negócios representa vendas para o mercado angolano. Neste mercado, em particular, estamos a desenvolver um projeto para o maior perímetro de rega privada do mundo, no qual iremos fornecer cerca de 400 pivots, que irão permitir regar cerca de 20 mil hectares dos 110 mil hectares de área de irrigação previstos. Quanto a Portugal também estamos a desenvolver projetos de elevado interesse económico nesta área. A nossa intenção é continuar a manter a qualidade, a competência e o profissionalismo, apostando na inovação e no melhoramento da nossa marca”, garante Alfredo Barrambanas.



alentejo - toiro bravo | herdade do portocarro

‘Loverice’ - Arroz com Origem Em Alcácer do Sal, na Herdade do Portocarro, cresce um arrozal único, acarinhado por quem cultiva o amor pela terra, a sustentabilidade do ecossistema e a preocupação com o meio ambiente. Um arroz orgulhoso das suas origens, com uma identidade e uma personalidade próprias, que marcam a sua diferença. Aqui encontrámos o Loverice, um arroz de verdade.

José Mota Capitão Administrador

em nichos de mercado, nomeadamente lojas gourmet, hotelaria e restauração. Outra das diferenças desta propriedade prende-se com o facto de possuir 3 Ha de terrenos destinados a testes e experiências de arroz, que servem para selecionar as melhores espécies que chegam ao consumidor. “Todos os anos são plantadas 32 variedades de arroz, que se perderam no tempo. Cedi este espaço ao Instituto Nacional de Investigação Agrária, que está à procura dos arrozes que melhor se adaptem às nossas condições climatéricas, de forma a recuperar variedades originárias do nosso território. Por outro lado, procuram desenvolver variedades que se adaptem aos tempos modernos e às exigências atuais do mercado. No próximo ano serão lançados dois arrozes de origem portuguesa, o Ceres – arroz carolino, e o Maçarico - arroz agulha, que foram desenvolvidos na Herdade do Portocarro”, revela o produtor. Mais do que uma empresa de produtos alimentares, a Loverice propõe-se mudar a forma como se olha para o arroz. Continuar a fazer mais e melhor, produzindo de forma consciente e agindo em conformidade com as boas práticas do setor agrícola e alimentar é a principal missão da empresa. Apresentar produtos de excelente qualidade é o propósito de José Mota Capitão, que continuará a produzir um arroz que sabe de onde vem e que cultiva uma identidade própria.

Rodeada pela ribeira do Sado e pelas suas vinhas, a Herdade do Portocarro serve de berço a 60 HA de arrozais, que produzem cerca de 300 toneladas por ano de várias qualidades de arroz carolino. Produtor de arroz há mais de 25 anos, José Mota Capitão tem como principal objetivo fazer chegar diretamente aos consumidores mais exigentes, qualidades de arroz únicas e exclusivas. “Desde o início que optei por procurar variedades de arroz que não existem no mercado, mas que são mais resistentes, mais adaptáveis ao clima e, paralelamente mais amigas do meio ambiente. Assim, apresentamos arrozes destinados à confeção dos melhores pratos de risotto, paelhas ou sushi”, completa o produtor. As espécies Ronaldo, Fúria ou Centauro dão expressão a uma marca de arroz que inspira variadas receitas, muito para além do simples acompanhamento e que ao sabor da época vai criando edições limitadas capazes de proporcionar experiências originais. “Estes 60 Ha estão distribuídos com várias variedades, conseguindo desse modo um produto completamente diferente em Portugal. Um arroz com origem, com sabor e aroma homogéneo, que assume o compromisso com o consumidor, proporcionando-lhe uma alimentação saudável e experiências gastronómicas de excelência. Por outro lado, asseguramos a sustentabilidade, a autenticidade e a transparência ao longo de todo o processo de produção, pois estamos em modo de produção integrada. Por fim, garantimos a continuidade das variedades mais antigas”, enumera José Mota Capitão. O arroz Ronaldo apresenta um bago uniforme, com uma capacidade extraordinária para absorver a água, sendo óptimo para risottos. Quanto ao Fúria proporciona a confeção de pratos versáteis, podendo adaptar-se aos pratos tradicionais portugueses de peixe, carne ou marisco. Já o Centauro é o arroz do momento e o arroz do antigamente. Graças à sua permeabilidade, esta variedade é adequada à confeção de sushi, paelhas ou arroz à Valenciana. Hoje, os produtos da Loverice são exportados para a Alemanha e Dinamarca, surgindo apenas

80 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

WWW.LOVERICE.PT



SANTARÉM É na margem direita do Tejo que se situa o concelho de Santarém, que o limita a leste, e a Sul do Maciço Calcário Estremenho de Porto de Mós (serras de Aire e Candeeiros). Elevada a cidade em 1868, a cidade de Santarém é considerada a rainha do Ribatejo. É rica em património histórico-cultural e, mesmo a nível concelhio, é possível vislumbrar várias e abundantes estruturas monumentais, bem como vestígios da ocupação romana e árabe que atestam a riqueza histórica desta região. De ressalvar também, os vários pontos espalhados pelo concelho com vistas dignas de destaque que permitem observar a cidade no seu esplendor e os seus lugares mais emblemáticos, como são exemplo, o Cabeço da Guarita (Abrã), o Castelo medieval de Alcanede e Alto dos Chões. Em termos de ensino, o ensino superior público ganha destaque, estando o concelho bem suportado nesta área. A existência do Instituto Politécnico de Santarém, que inclui a Escola Superior Agrária de Santarém, a Escola Superior de Educação de Santarém, a Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, a Escola Superior de Desporto de Rio Maior e a Escola Superior de Saúde de Santarém, são exemplos disso, para além do Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA), a única instituição de ensino superior privado existente em Santarém. Também a cultura ganha destaque na cidade, através dos vários eventos organizados ao longo do ano e são vários os espaços culturais de visita obrigatória, como a Casa do Brasil/ Casa Pedro Álvares Cabral, o Centro Cultural “Fórum Mário Viegas, o Palácio Landal, o Teatro Sá da Bandeira e o Teatro Taborda - Círculo Cultural Scalabitano. O turismo é também uma realidade crescente na região e a Adega de Alcanhões e o Complexo Aquático, são dois pontos cruciais para quem pretende conhecer Santarém. Para quem pretende ficar, a nível hoteleiro e de restauração a oferta é vasta e adequada a todos os gostos. Os arrepiados de Almoster, os celestes de Santa Clara, o ensopado de enguias, a lapardana, a sopa de peixe, os pampilhos, o naco de touro bravo avinhado, são alguns dos pratos e doces tradicionais mais característicos da região. Estes são algumas das razões para visitar Santarém e conhecer esta terra repleta de potencialidades.


hortícolas casal d’avó | santarém

As frutas e os legumes mais frescos do Ribatejo Hortícolas Casal D´Avó, uma casa de produção agrícola que tem atravessado gerações. Criada em 1953 por Manuel Jorge Gomes, que iniciou a atividade com a produção de cereais e, mais tarde, com a junção dos filhos ao negócio, surgiram novas culturas como frutas e legumes. Os produtos são direcionados para o mercado nacional e a qualidade é reconhecida, sendo PME Líder desde 2014. A inovação faz parte da filosofia desta empresa que tem investido na maquinaria para melhorar e aumentar a produção.

O nome Casal D´Avó surge das terras herdadas a Manuel Jorge Gomes em 1953. Com mais de 60 anos de atividade, a Hortícolas Casal D´Avó é atualmente gerida pelos filhos do fundador que têm impulsionado as frutas e os legumes mais frescos do Ribatejo. “Começamos a produzir trigo, cevada e milho e decidimos aproveitar as terras para novas culturas de hortícolas e frutas”. Atualmente produzem e comercializam algumas variedades de fruta e legumes tais como, melancia, meloa, beterraba, alho francês, couve lombarda, coração e portuguesa, pimento, entre outras, sendo o nabo que mais se destaca. Os sócios afirmam que a evolução tem sido positiva e o crescimento gradual. “Passamos algumas fases menos boas, como qualquer empresa, com a diminuição da procura e os preços mais baixos. Temos feito alguns investimentos na parte produtiva com o objetivo de melhorar a produção e satisfazer as necessidades dos nossos clientes”. Com o

crescimento da empresa, esta sentiu assim a necessidade de evoluir e modernizar os seus equipamentos, “Aproveitamos para evoluir na maquinaria, tornando a produção mais rápida e reduzindo custos. A inovação tem de ir ao encontro das nossas necessidades. Temos técnicos especializados que nos acompanham nas culturas e cumprimos todas as exigências no que diz respeito aos produtos de cada cultura. Respeitamos sempre os intervalos de segurança”. Com o estatuto PME Líder desde 2014, a Hortícolas Casal D´Avó é reconhecida pelos seus produtos de qualidade a nível nacional, sendo assim uma empresa em crescimento que olha para um futuro prometedor. O mercado nacional é o grande foco da empresa que conta com armazenistas da zona de Lisboa para escoar as produções e marca presença no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL). Para além de terem distribuição própria, são ainda produtores do Programa Origens do

Intermarché, onde entregam uma grande quantidade de fruta com marca própria. Uma forma de não perder identidade e de levar a frescura e variedade de frutas e legumes até mais pessoas. Para já não sentem a necessidade de apostar ainda no mercado externo, mas não descartam essa possibilidade. O negócio tem sido construído de forma sustentada mas já conta com cerca de 40 funcionários nas alturas em que se acentua a produção. “Apesar de sentirmos o efeito da sazonalidade e estarmos limitados pela produção e pelo clima, temos trabalhadores que estão cá 11 meses por ano. Este ano começamos a colher com maior antecedência e a escoar para encomendas”, afirma Paulo Gomes, um dos sócios. Em 2013, a família Gomes construiu um novo armazém a pensar no futuro e nas melhorias inerentes. O objetivo é continuar a renovar as máquinas e aumentar a capacidade de produção, com a expectativa de continuar a crescer dentro do mercado . Apostar na exportação faz ainda parte dos planos a médio prazo desta empresa certificada que prima pela segurança e eficácia. “Queremos continuar a inovar e criar uma posição sólida no Ribatejo”, concluem.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 83


santarém | ramos & Pereira

a cadeia de distribuição por excelência Dino Ramos, diretor geral da Ramos & Pereira, uma empresa de comércio e distribuição de produtos alimentares, pretende ser um exemplo de esforço e dedicação. Trabalhando numa área geográfica considerada como pouco atrativa - o interior de Portugal – a Ramos & Pereira tem conseguido ser um caso de sucesso. Tem como ambição ser uma empresa atrativa apostando na excelência do serviço prestado, apoiando-se na relação de proximidade com os seus colaboradores e clientes, pois o exemplo “tem que vir de dentro para fora”.

Dino Ramos Diretor geral

O conceito da Ramos & Pereira Dino Lauro Neiva Ramos, de 32 anos, desde 4 de fevereiro de 2013 assume a função de diretor geral da Ramos & Pereira, vivendo o seu sonho “de ser como o seu pai e gerir os negócios da sua família”. Aos 12 anos, durante as férias de verão, começou a dar os primeiros passos na empresa do pai, passando por várias funções e experiências (desde ajudante de distribuição até passar à função que ocupa hoje). Atualmente, assume um cargo de grande responsabilidade na sua empresa, cujos resultados destes últimos quatro anos superaram

84 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

as melhores expectativas. Ambiciona num futuro próximo, continuar a garantir um crescimento sustentável melhorando a qualidade do serviço, apostando numa relação de proximidade com todos os stakeholders, e consolidar a capacidade de resposta ao mercado. Consciente de que “não o conseguiriamos fazer, se os nossos clientes não nos dessem essa oportunidade”. O percurso da Ramos & Pereira A Ramos & Pereira foi criada em 1988, por Albino Ramos, em Sines, nas suas horas pós-laborais, com duas pessoas num

espaço de 30 m2, com a distribuição de alguns vinhos, no concelho de Sines e Santiago Cacém. O crescimento da Ramos & Pereira esteve desde sempre alicerçado nas fortes parecerias que criou, nomeadamente com o ínicio da Parceria com a Iglo - Olá, em 1992, tendo sido um marco muito importante no negócio e crescimento, abrindo uma porta de oportunidades e desafios (nomeadamente obrigando a empresa a criar uma rede de distribuição de produtos congelados), ficando com a responsabilidade de representar a marca em alguns concelhos dos distritos de Setúbal e Beja. Mais tarde em 2004, fazendo jus à vontade de desenvolvimento e crescimento de negócio é adquirida uma nova área de concessão no distrito de Évora. Após alguma conturbação e reogarnização do mercado, sentida pela empresa no ano de 2012, foi necessário repensar a estratégia e definir um novo posicionamento para o negócio. Em 2013, a Ramos & Pereira faz um forte investimento, e adquire novas áreas de concessão da Olá, passando a estar também presente na maioria dois concelhos dos distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Guarda e Viseu. Com a entrada de Dino Ramos (seu filho), para os ‘comandos’ da empresa, gerindo a filial em Abrantes, a empresa começa fortemente a investir na diversificação do negócio. Atualmente, contam com uma equipa de 82 colaboradores, com uma frota de mais 60 viaturas (carros de distribuição e de vendas), dois armazéns, três entrepostos que ajudam a assegurar uma cobertura de distribuição em mais de 60 por cento da área geográfica do país. No final de aril deste ano, foi apresentada a nova imagem da Ramos & Pereira que pretende, essencialmente, comunicar para dentro e para fora o novo ADN da empresa, bem como a forma de se posicionar no mercado. Com o objetivo de fazer do ‘&’ o elo de ligação entre as várias partes que criam o verdadeiro valor da empresa que é a sua diversidade (estar presente no Alentejo ‘&’ Beiras, vender gelados ‘&’ vinhos, peixe ‘&’ pastelaria, etc, etc), numa relação de proximidade com os colaboradores e clientes, baseada nos grandes pilares da organização: sustentabilidade, otimização de recursos e não perder a identidade de uma empresa familiar.


ramos & Pereira |santarém Sulpasteis (salgados). Por fim, nos não-congelados destaque para as marcas Gorila e Trident (chicletes), Kinder, Ferrerro, Mars (chocolates); Halls (rebuçados); Lactogal, Planta e Becel (produtos lácteos); Gallo e Cargill (azeite e óleos); Nobre e El Pozo (charcutaria) e Sogrape (vinhos).

O modelo estratégico: parceiros e clientes O objetivo de tornar a empresa sustentável conduziu a uma diversificação do portefólio de produtos, ajustados aos vários segmentos do mercado onde a empresa está inserida “ligando sinergias, com o objetivo de aproveitar a cadeia de distribuição já existente, acreditando que é possível dessazonalizar o negócio. “Esta estratégia tem-se vindo a revelar um sucesso permitindo aumentar a rentabilidade da empresa, criar mais postos de trabalho e motivar a equipa ao longo de todo o ano, transmitindo confiança e solidez no desenvolvimento do nosso trabalho”. É com orgulho que Dino Ramos, enaltece todo o seu grupo de trabalho colaboradores e parceiros, afirmando que “a Ramos & Pereira só trabalha com marcas líderes de mercado”, esforçando-se por oferecer uma gama variada de produtos para todo o

Além da distribuição dos produtos Olá, a empresa conta com mais de 2.500 referências de produtos. Nos produtos congelados comercializa peixe, bacalhau, mariscos, moluscos, carne, vegetais, produtos pré-cozinhados, padaria e pastelaria. Ao nível dos produtos refrigerados trabalha com charcutaria, laticínios, confeitaria e, também, tem produtos de mercearia (azeite, óleos de alto rendimento, enlatados). Nos congelados, a Ramos & Pereira tem parcerias que se destacam como a Iglo, Dr.Oetker (pré-cozinhados); Brasmar e Riberalves (em peixe e marisco); Valente e Marques e Irmãos Monteiro (carnes); CSM e

Mensagem final Para Dino Ramos, o seu grande objetivo é passar todo o ADN que aprendeu ao lado do seu pai e que os 29 anos de empresa falam por si. “Quando compreendemos a história da empresa, ficamos mais conhecedores do presente e com possibilidade de sair vencedores no futuro, esta tem sido uma linha de raciocínio que nos tem guiado e que não abdicamos. Aproveito esta entrevista para endereçar algumas palavras de agradecimento ao meu pai (Albino Ramos), por tudo o que me tem ensinado e partilhado ao longo

canal horeca e para o “canal instituições” (lares, creches, escolas, etc).

Casa dos Profiteroles (padaria e pastelaria); Gelcampo (produtos hortícolas e frutícolas);

de todo este tempo, a minha mulher e ao meu irmão que colaboram neste projeto e a toda a minha família por todo o apoio e confiança”.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 85


santarém | indaver

Onde a sustentabilidade é a palavra de ordem A Indaver foi fundada na Bélgica (nos anos 80) com o objetivo de tratar os resíduos perigosos das indústrias químicas e farmacêuticas. Posteriormente segmentou o mercado e expandiu-se como referência Europeia, graças aos 30 anos de experiência, grandes instalações e parcerias. Presente na Bélgica, Alemanha, Irlanda, Reino Unido, Holanda, Itália, Espanha e, em Portugal, desde 2001, oferece soluções de Gestão Total de Resíduos, com Sandra Freitas como General Manager.

Qual a motivação e razão pessoal para liderar este projeto? É um desafio motivador e um privilégio, liderar esta equipa e projeto. O ADN da Indaver tem por base estes valores: preocupação com as pessoas, segurança e sustentabilidade ambiental, relações e parcerias confiáveis, transparência, obtenção de resultados e melhoria contínua.

86 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Sobre serviços prestados: Na Indaver aplica-se o termo sustentabilidade? Na Indaver sustentabilidade é a missão. Matérias primas e energia são a base da prosperidade do planeta e necessitam de ser conservados permitindo um futuro sustentável para as todas as gerações presentes e futuras. Contribuímos para a economia circular. Somos um exemplo onde é possível conciliar sustentabilidade ambiental e económica. Como é gerido o manuseamento de resíduos perigosos? Em resumo, recuperamos os resíduos sob forma material, caso não seja viável, valorizamos energeticamente, sempre na lógica da eliminação efetiva dos componentes. Infelizmente existem empresas que oferecem soluções em que o tratamento dos resíduos perigosos não elimina os compostos químicos tóxicos. São falsos tratamentos pois ao não destruir os componentes químicos, as substâncias acabam por se libertar novamente no ambiente, podendo reentrar na cadeia alimentar. Por exemplo, resíduos perigosos de natureza orgânica não devem ser depositados em aterro porque acabarão por lixiviar e dispersar-se novamente nos solos ou na água.

Como está estruturada em Portugal? A Indaver tem instalações em Abrantes e escritórios no Porto e em Lisboa que inclui uma equipa de serviços partilhados a nível internacional e a gestão da atividade comercial a nível Ibérico.

O que torna a Indaver líder face às empresas do ramo? A sustentabilidade. Ganhar dinheiro depressa à custa da má gestão de resíduos não é futuro. Os nossos clientes são empresas com visão a longo prazo que não querem estar na origem de passivos ambientais. Oferecemos segurança. Na Indaver fechamos os ciclos dos materiais de forma segura, eficiente (reduzindo o impacte carbono e energia). É o caminho para a prosperidade e sustentabilidade. Nos nossos relatórios evidenciamos este caminho de sustentabilidade e de melhoria contínua da organização.

Qual o número de funcionários? É difícil encontrar mão de obra qualificada? Somos uma equipa de 17 pessoas (aumentará para 23 no final deste ano). Mas o grupo Indaver possui 1640 colaboradores. Há boa formação de base em Portugal (como competências na utilização de computadores e de inglês). A nível técnico específico relacionado com a gestão de resíduos é mais escassa, daí na contratação de novos colaboradores, investirmos bastante na formação inicial e na formação contínua.

Quais as considerações finais que pretende deixar claras? Oferecemos aos nossos clientes soluções sustentáveis. A qualificação profissional é importante mas é preciso motivação. Promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal para que a relação empresa e colaboradores cresça mutuamente. Tendo a Europa como área geográfica queremos consolidar a posição nos países presentes, destacando a construção da primeira unidade de tratamento francesa: IndaChlor, em 2018. Em Portugal, pretendemos consolidar a posição Ibérica, investindo em unidades de recuperação material e/ou energética de resíduos.


restaurante A Gralha |santarém Gilda Ferreira Proprietária

No Gralha, sinta-se em casa Foi numa conversa animada que a Revista Business Portugal conheceu a já afamada Gilda Ferreira. Dona do restaurante A Gralha, cedeu-nos uma entrevista onde apresenta o seu espaço, serviço e equipa.

São 44 anos a satisfazer o apetite de quem passa pelas grutas de Santo António, em Alvados, no município de Porto Mós. Gilda Ferreira é a atual administradora - herdou o restaurante do seu pai, um antigo emigrante que decidiu investir num local que era muito visitado. A própria Gilda Ferreira auto caracteriza-se como “uma mulher lutadora que

sentir que estejam na própria casa”, explicou Gilda Ferreira com a mesma simpatia e qualidade de sempre que habituou os clientes. Aqui o paladar da tradição é a referência, e tem ajudado A Gralha a crescer e a manter os seus clientes. “Os jovens procuram cada vez mais os pratos tradicionais” e esse fator ajuda a que o restaurante consiga abranger

não baixa os braços” e assim, a seu pulso, foi reinvestindo na qualidade das instalações. Atualmente, o restaurante A Gralha dispõe de um amplo espaço capaz de albergar até 750 pessoas, tem também um grande jardim embelezado pela forma como está arrebatadamente arquitetado. Para além do serviço de restaurante, detém também um amplo café, serviço de alojamento e a capacidade de receber grandes eventos. Aqui podem se realizar casamentos únicos, com um espaço completamente preparado para receber toda a cerimónia. É disponibilizado também um serviço de catering na casa dos noivos para receber os preparativos pré-matrimonial. Na mesa, o bacalhau à gralha e o cabrito no forno são as especialidades da casa, pratos confecionados de forma única que envolvem em si um sabor inesquecível. Também o polvo à serrana, o naco na pedra e o bife de touro à portuguesa são referências entre uma variada oferta gastronómica. Entre a qualidade dos ingredientes, execução dos pratos e preços acessíveis, o atendimento personalizado é prioritário. “Temos de apostar na qualidade, de forma a que as pessoas possam

um leque maior de clientes. O equilíbrio entre a cozinha e a sala é primordial para garantir o sucesso do restaurante, a decoração do interior é um misto de modernidade com a peculiaridade da decoração inspirada nas próprias grutas de Santo António. Muito mais que um local para apenas comer, no restaurante A Gralha, todos os fins de semana, os clientes podem usufruir de música ao vivo, o que “faz com que a pessoa almoce e fique mais um bocado, pode dançar, pode juntar-se aos eventos que realizamos”, explicou a gerente. Localizado num local turístico apetecível pela paisagem e pela proximidade, Gilda Ferreira explicou que há um sentido de responsabilidade em dinamizar a oferta e a visita às grutas de Santo António. “Vindo aqui almoçar, oferecemos um desconto na visita das grutas. É uma forma de dar um incentivo para as pessoas irem visitar as grutas. Há pessoas que lá foram há 20 ou 40 anos atrás e querem voltar a recordar essa visita”. A servir a gastronomia do Ribatejo há 44 anos, Gilda Ferreira concluiu: “há ambições para novos investimentos, novos espaços e expandir com novos serviços. Na parte de hotelaria

e na parte de bar. No verão vamos realizar música à noite dinamizamos a região e movimentamos A Gralha”.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 87


santarém | vale de ferreiros

Turismo em espaço rural com Centro Equestre para os amantes dos cavalos O Turismo Rural Vale de Ferreiros é ideal para quem procura contacto com a natureza, com total privacidade e conforto em espaço rural. Localizado no concelho de Abrantes, numa das ruas mais antigas da Aldeia do Pego, dispõe também de um Centro Equestre ao longo da margem sul do rio Tejo. no concelho para que as pessoas conheçam a nossa cultura”. A quinta de Vale dos Ferreiros está preparada, também, para receber eventos como acontecem, essencialmente no âmbito do hipismo – concursos nacionais e internacionais de obstáculos e de dressage. O balanço positivo dos primeiros anos, trouxe uma maior amplitude de investimento. Brevemente será edificada uma sala multiusos como suporte dos eventos e existe também um projeto para a construção de uma eco village, numa perspectiva de segmentação de clientela e de alavancagem do Centro Equestre, aumentando a sua dimensão nomeadamente através de clientes estrangeiros de turismo equestre.

Vale de Ferreiros é um empreendimento recente, erguido apenas há quatro anos. Um projeto familiar que devido à sua localização na aldeia do Pego é considerado como ‘turismo de aldeia’, um conceito que associado ao turismo equestre torna esta unidade de turismo rural um destino distinto e inovador. Este conceito é ideal para quem procura alguma proximidade com a casa tradicional de aldeia e com a natureza, num ambiente de grande privacidade e conforto. Para lá da certeza dum refúgio amplo e seguro, onde não chega a poeira da tensão do dia-a-dia nem o ar corrompido, aqui, o cliente esbarra a cada momento com a figuração do homem que desejaria ser, simples, livre e feliz. Para além de uma enorme quinta, o espaço é composto por várias casas. A ‘Casa das janelas Verdes’ é composta por cinco quartos: Quarto Tejo, Quarto Castelo, Quarto Aldeia, Quarto do Feitor e Quarto Prado - todos eles com vista para a natureza e para os locais que os denominaram. A ‘Casa do Equitador’ e a ‘Casa do Ferreiro’ são duas casas de tipologia T1, tipicamente rurais e tradicionais, mas totalmente

88 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

recuperadas e equipadas. Vale de Ferreiros conta também com um Centro Equestre associado disponibilizado para hóspedes ou para qualquer pessoa que pretenda aprender ou melhorar a técnica na equitação ou opte por um passeio a cavalo. A atual gerente, Filipa Pereira, não deixou de destacar toda a comodidade dos serviços que oferecem, “tentamos fazer com que as pessoas se sintam em casa”. O acompanhamento pela satisfação do cliente é constante, sendo-lhe disponibilizado os serviços de qualidade e os devidos aconselhamentos gastronómicos da região e principais locais a visitar. Os produtos da região são aqui servidos, apresentando e deleitando os clientes com as qualidades da região, essencialmente vinhos e azeite. “Tentamos mostrar o melhor que nós temos

Turismo Equestre Para além da qualidade de serviço oferecida e da excelência do espaço das tradicionais casas rurais da região, o principal fator referenciador de Vale dos Ferreiros é o centro equestre. Nesse contexto o turismo equestre tornase numa aposta natural. “Portugal é um destino que está muito na moda tal como o cavalo Lusitano. Esta é a grande mais-valia da qual tentamos tirar partido. Aqui os clientes nacionais ou estrangeiros podem ter aulas de saltos, de dressage ou um mix de ambas, ou usufruir de óptimos passeios a cavalos ao longo do rio Tejo”, explicou Filipa Pereira. Este tipo de oferta é disponibilizada a todos os que nos queiram visitar e não exclusivamente a hóspedes. O centro equestre conta com 16 cavalos e instrutores totalmente dedicados ao acompanhamento e desenvolvimento da técnica dos alunos, ao nível da formação e em passeios a cavalo. Esta valência tem sido um dos principais motivos da grande procura actualmente existente, nomeadamente por parte de clientes estrangeiros, oriundos das mais diversas partes do mundo.


benagro |santarém

“O Ribatejo é a melhor região do país para fazer agricultura”

A viver um período próspero e de grande crescimento, a agricultura atinge nos dias de hoje uma relevância preponderante na economia nacional. Em Benavente, a Cooperativa Agrícola de Benavente – a Benagro - é a entidade responsável por dinamizar uma das regiões agrícolas mais importantes do país. O diretor Joaquim Cabeças falou à revista Business Portugal, o papel que a cooperativa tem desenvolvido na região.

Joaquim Cabeças Diretor

mais de 500 formações durante o ano. Na promoção, estão presentes em feiras e realizam eventos, como foi o caso do ‘Primeiro Festival do Arroz Carolino’. A área cientifica é também um reforço e um alicerce de referência para o desenvolvimento da cultura do arroz: “Temos a casa do arroz que trabalha também na investigação da variação de sementes. Tínhamos o problema de não ter variedade nossas e que não eram adaptadas ao nosso clima. Com a investigação conseguimos já duas variedades de arroz portuguesa - o arroz carolino serez e o arroz agulha maçarico” referiu o diretor. Projetando o futuro, a Cooperativa tem um projeto pronto a iniciar para construir uma unidade de secagem e armazenagem de arroz, com capacidade para 16 milhões de quilos. Um investimento de grande relevância para o futuro da cooperativa, no âmbito de valorizar os seus associados, a região e o arroz que se produz no ribatejo.

A instituição nasceu no ano de 1980, aquando a extinção dos antigos grémios lavoura. A necessidade de uma cooperativa ganhou força e criou-se assim a Benagro. O papel desta cooperativa é simples: “servir todos os agricultores da região e de todo o país”, prestando serviços e apoios na área agrícola. Nesse sentido, o enfoque é feito, naturalmente, nas duas grandes culturas da região ribatejana – o arroz e o tomate. Joaquim Cabeça é o atual diretor e um dos responsáveis por impulsionar a agricultura da região. “Estou aqui há 12 anos. Quando comecei a trabalhar aqui, era uma cooperativa completamente desorganizada com muitos problemas” explicou o diretor. Criou-se então uma politica de organização de agricultores e um trabalho de “rigor”. Com essa base criada, a agricultura ribatejana começou então a

ter um novo valor: “atualmente temos o nosso património e já faturamos cerca de 16 milhões de euros”. A Cooperativa dispõe aos seus associados um leque amplo de serviços reforçado pelos 4 técnicos que fazem o trabalho de campo. O aconselhamento agrícola é constante oferecendo um acompanhamento técnico na produção reforçado por uma unidade de inspeção de equipamentos agrícola. Para além disso, “um agricultor que queira iniciar a sua atividade, tem o nosso apoio para realizar o projeto e candidaturas a apoios. Fazemos recomendações, análises de solo e contratos com as industrias”, explicou Joaquim Cabeça. No campo da inovação e de manter todos os colaboradores atualizados das mudanças pelas quais a agricultura atravessa de ano para ano, a Benagro realiza

Orizicultura Ribatejana Portugal é atualmente um dos grandes consumidores de arroz. É no ribatejo que está situada a grande quota de produção de um produto tão frequentemente servido nas refeições portuguesas. O arroz português por excelência é o carolino. Ainda por cima, absorve melhor os sabores dos temperos e tem sido procurado pelos grandes chefs internacionais. Joaquim Cabeça reforçou a ideia de que é necessário haver uma maior organização para valorizar este produto tão tipicamente português.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 89


LOURINHÃ, CAPITAL DAS HORTÍCOLAS

Localizada no litoral da sub-região do Oeste, a Lourinhã é uma vila sede de um concelho muito turístico graças aos seus 12 quilómetros de praias, mas também pelo seu património natural e arquitetónico Caracterizada pela ruralidade da paisagem e harmonia das suas cores, a vila dispõe de excelentes condições para umas férias tranquilas e repousantes. No seu património, salienta-se a Igreja de N.ª Sr.ª da Anunciação (também conhecida por Igreja de Santa Maria do Castelo), a Igreja da Misericórdia, o Convento e Igreja de Santo António, o Forte de Paimogo, o Parque da Fonte Lima, o Museu da Lourinhã ou ainda, entre outros, o Padrão Comemorativo da Batalha do Vimeiro. O lugar da Praia da Areia Branca, é também um dos pontos de visita obrigatória e uma das praias mais conhecidas da região do Oeste, onde se localiza a Pousada de Juventude da Praia da


Areia Branca e várias residências turísticas. Conhecida até ao final da década de 80 do século passado pelas suas potencialidades hortícolas, a Lourinhã projetou-se como a “Capital dos Dinossauros” e um dos locais paleontológicos mais ricos do mundo após o achado, em 1993, de um ninho de dinossauros, o maior e com os mais antigos embriões até então encontrados. No centro da vila, é possível visitar o célebre Museu da Lourinhã, onde está exposta uma das maiores coleções ibéricas de fósseis de dinossauros do Jurássico Superior e uma das mais importantes a nível mundial. Este museu recebe cerca de 16 000 visitantes por ano e vários cientistas de todo o mundo. Para além deste espaço, será também construído o Parque Jurássico da Lourinhã, previsto para uma área de 25 hectares no Pinhal dos Camarnais, onde se localizava a antiga lixeira municipal, e vai ser composto por um museu ao ar livre, onde serão exibidos os modelos de dinossauros em escala real (cerca de 250 modelos), uma zona coberta para a exposição dos achados paleontológicos e ainda uma zona lúdico-pedagógica com atividades de ciência viva para as escolas. O início da sua construção está previsto para este ano e a sua abertura ao público para 2018. Estes são alguns dos motivos que diferenciam esta vila, repleta de potencialidades e projetada para o futuro.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 91


lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | primefresh

Experiência e inovação em sintonia Sediada na Lourinhã e com cerca de quatro anos de atividade, a PrimeFresh é uma empresa especializada no transporte rodoviário de mercadorias frutícolas e hortícolas, em termos de exportação. Em entrevista à Revista Business Portugal, Nélson Vieira, gerente da PrimeFresh, apresenta-nos esta empresa, que apesar de bastante jovem, conta com a vasta experiência dos profissionais que diariamente trabalham no sentido de a potenciar na área em que atua. No entanto, o empresário, com destreza e vontade de atingir outros patamares, decide criar a sua própria empresa, a PrimeFresh há cerca de quatro anos, aliando os conhecimentos adquiridos nas duas empresas. “No entanto, sempre tive muita vontade que a empresa crescesse, se modernizasse e que investisse nesse sentido, mas senti que na empresa onde me encontrava não tinha autonomia para o fazer, e então decidi criar a PrimeFresh em conjunto com a minha irmã, Tânia Vieira. Entretanto achei importante que o Nuno Brito, o chefe de tráfego se juntasse a nós, pois possui bastante experiência a nível de exportação”, destaca.

Nélson Vieira Gerente

“Trabalhei durante 15 anos numa empresa como diretor comercial, que se dedicava à exportação de pera rocha. Durante este período de tempo fui também gerente de uma empresa de transportes, que tinha como linha de trabalho, o transporte nacional e internacional”, começa por nos contar Nélson Vieira.

92 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Neste momento, com uma frota composta por quatro viaturas, o objetivo passa por crescer de forma sustentável e, para isso, a boa ligação estabelecida com outros empresários do setor, tornou-se um fator determinante. “Hoje, temos duas vertentes: as nossas viaturas, os nossos clientes, mas também estamos a conseguir criar várias parcerias com colegas transportadores, porque, por vezes, temos cargas para determinados lugares onde não temos uma viatura própria e conseguimos esta articulação. Está a conseguir-se estabelecer parcerias muito boas, o que é benéfico para todos. Temos que trabalhar com empresas sérias, responsáveis e criar este filtro é fundamental”. Porém, aliado a uma gestão cuidada e a uma vasta experiência na área, é também na qualidade dos equipamentos adquiridos,

que reside grande parte do sucesso alcançado da PrimeFresh, que tem como principal linha de negócio Inglaterra, Bélgica, Holanda e, este ano, com um novo mercado que é Itália, tanto a nível de exportação, como de importação. “Temos carros frigoríficos e já temos dois com bi-temperatura, o que nos permite estabelecer cargas com dois tipos de tempertura controlada. Um dos nossos principais objetivos passa por sermos cumpridores em termos de entregas. As nossas viaturas possuem equipamentos de topo e GPS, que nos permite acompanhar a viatura em todo o seu percurso, ao momento, o que tentamos que seja uma mais-valia para conhecimento

do próprio cliente. Conseguimos também ter controlo no escritório sobre a temperatura do próprio reboque frigorífico e alarmes que nos permitem saber todas as movimentações que são exercidas na viatura. Consideramos que este tipo de equipamento é muito importante para completar os serviços que prestamos”, acrecenta o nosso entrevistado. Para o futuro, o empresário mostra-se confiante e faz um balanço positivo do trabalho realizado até então. “O importante neste negócio, é que as viaturas não percam tempo, ou seja, quando descarregam, já tem que estar tudo pronto para voltar a arrancar com uma nova carga e criar esta rotação é essencial. Considero que estamos no bom caminho e que a área dos hortícolas e frutícolas está em forte crescimento, o que certamente nos ajudará no nosso crescimento nos próximos anos”, finaliza.



lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | SIMPLES & FRESCAS

“O nosso ideal é o de preservar a natureza” Localizada em Ribamar, Lourinhã, a Simples & Frescas é uma empresa de comércio por grosso de fruta e produtos hortícolas que trabalha para o mercado nacional e estrangeiro. O cuidado com os produtos, desde a colheita e embalamento até ao transporte é o que marca e diferencia este projeto.

João, Anabela, João Pedro, Adriana e Nádia Família Fernandes

“Os nossos produtos têm que chegar ao cliente com a qualidade e frescura acima da desejada”, começa por explicar João Fernandes, sócio-gerente da Simples & Frescas. Se hoje dá cartas no mercado nacional e internacional, a empresa começou por ser familiar, tendo aí ganho bases sólidas para se manter e diferenciar no mercado. A empresa começou por produzir para um pequeno mercado da margem sul, e aos poucos, com muito trabalho e empenho, foi crescendo. Esse trabalho prosperou e evidenciou-se pela qualidade que alcançou num curto espaço de tempo. Foi isso que proporcionou a ascensão através da ligação com a cadeia de hipermercados Jumbo. Convidado para fornecer as lojas da cadeia o gerente explicou: “na altura ainda hesitei, mas decidi arriscar e aceitar”. E tal aposta não poderia ter sido mais certeira. Assim, em 2006, a Simples & Frescas ganha nova vida. A ideia de João Fernandes passava por ir diretamente do agricultor para a loja, servindo como intermediário e garantindo a maior qualidade. A couve coração branco começou por ser o produto de referência, mas rapidamente expandiram a produção para uma variada extensão de hortícolas e frutos. Crescimento sustentado Depois do Jumbo, seguiu-se a parceria com a Emergosol, empresa de comercialização de produtos frutícolas e hortícolas, sediada em Torres Vedras. Esta parceira marcou um novo crescimento e, consequentemente, a necessidade de escoar outros produtos, como o caso dos corações brancos. “O nosso ideal é o de preservar a natureza e, como tal, usar menos químicos e menos tratamentos. Temos que fazer o melhor pela saúde do ambiente e pela nossa própria saúde”, refere João Fernandes. Esta política levada a cabo pela Simples & Frescas foi notada na Holanda. “Um holandês percebeu que podia ser realizado um bom trabalho na zona Oeste e agarrou o mercado dos corações brancos. Começamos por fazer 200 toneladas, hoje produzimos

94 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


SIMPLES & FRESCAS | lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS duas mil”, congratula-se o empresário. Ao mesmo tempo, a Simples & Frescas é especialista em vários tipos de abóboras e hortícolas. Cerca de 12 produtos são direcionados para o Jumbo, todo o ano. O coração branco destina-se exclusivamente para a Holanda. Há ainda alguns tipos de abóboras que têm Inglaterra, França e Itália como destino. A nível nacional, o Jumbo é o cliente exclusivo da Simples & Frescas, representando cerca de 40 por cento da produção. Para João Fernandes, o sucesso do trabalho deve-se apenas à qualidade que exige em todas as etapas de produção. “Sou um negociante que não procura o dinheiro, mas sim um trabalho bem feito. Quando prestamos um bom trabalho aos nossos colegas, a seguir teremos a mesma resposta. Eu penso assim. Considero que trabalhar com honestidade e respeito é uma vantagem. A lei da oferta e da procura faz baixar ou aumentar o preço do produto e é esta a relação que queremos cultivar. O mercado está a crescer, temos que trabalhar e acompanhá-lo. Daí a importância dos nossos parceiros. Temos que perceber muito bem o mercado, seja a nível internacional, nacional e regional, bem como a nós

nossos clientes é fundamental para nós e é com esse objetivo que trabalhamos todos os dias”, conclui João Fernandes. O futuro é próspero, assente num crescimento sustentado com uma base familiar. Foi através disso e de investimentos precavidos que alcançou a dimensão que tem atualmente. Hoje, segundo Nádia Fernandes, administradora da empresa, o futuro passa por manter a carteira de clientes que tem e aumentar ainda mais a qualidade dos seus produtos. Certo é, que a qualidade é imperativa em todas as hortícolas e frutos produzidos pela Simples & Frescas.

próprios”, salienta João Fernandes. Com 60 por cento da produção a ter como destino os mercados estrangeiros, o sócio-gerente da Simples & Frescas mostra-se orgulhoso: “por ano, faturamos cerca de quatro milhões de euros. Temos produtos com qualidade, certificados, que são colhidos das nossas terras, são consumidos fora do país e procurados pelos consumidores, o que nos deixa muito contentes”, acrescenta. “Consuma aquilo que é nosso” O empresário aproveita para deixar uma mensagem de incentivo ao consumo dos produtos portugueses, produtos de elevada qualidade e com muito potencial. “A economia de Portugal seria muito melhor se aproveitássemos o que de melhor o país tem, nomeadamente os produtos hortícolas, as frutas, o vinho, entre outros”. João Fernandes acredita que deveriam existir mais apoios e mais regulamentação, de forma a potenciar o que é português. Com a empresa a passar por uma conjuntura feliz, os desejos do responsável passam pela continuidade do projeto, de forma séria e realista, como até aqui. A principal dificuldade de João Fernandes passa pela lei laboral, que acredita não se adequar ao seu trabalho. “A grande dificuldade que temos é em termos da lei laboral, que é muito complexa e não se adequa ao nosso trabalho. Trabalhamos com seres vivos, que se não forem regados, tratados ou colhidos na hora certa, não haverá nada. Esta lei laboral é feita apenas no papel, sem qualquer conhecimento do terreno e isso é muito complicado”, desabafa. Em termos de mão de obra, a Simples & Frescas só consegue contratar estrangeiros e, por vezes, a mão de obra qualificada é escassa. No entanto, a empresa conta com o acompanhamento constante de engenheiros, essencial nas certificações e planeamentos necessários. “Temos tudo para garantir a qualidade dos nossos produtos. A confiança dos

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 95


lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | Luís Lourenço- Sociedade Agrícola

Abóbora do Oeste conquista mercados externos Luís Lourenço- Sociedade Agrícola Unipessoal, Lda. é uma empresa familiar especializada no cultivo de abóboras. Fundada em 2001, tem 150 hectares de produção na Lourinhã e no Ribatejo, exporta a 100 por cento e prepara-se para aumentar as instalações de armazenamento. noutro produto premium desta empresa.. Ambas as variedades representam no estrangeiro elevados níveis de comercialização. Contudo, em Portugal ainda é pouco comercializada . “Há muitas variedades de abóbora que a população portuguesa ainda desconhece” refere o empresário. Apesar do pouco conhecimento de outras variedades, a pouco e pouco, a abóbora tem vindo a ganhar adeptos em Portugal, mas segundo Luís Lourenço “ainda falta incutir alguns hábitos alimentares junto da população portuguesa”. Mas, tal como há uns anos, “não se consumia curgete em Portugal e hoje tem um consumo abismal, pode ser que o mesmo suceda com o fruto da abobreira”, comenta.

Luís Lourenço Administrador

A região Oeste de Portugal reúne condições climatéricas e solos excecionais para o setor agrícola. As qualidades dos produtos que brotam das suas terras diferenciam-nos pelas suas características únicas, nos mercados nacionais e internacionais. A empresa Luís Lourenço é um excelente exemplo da dinâmica desta região na horticultura, que representa 74 por cento da produção nacional de abóboras. Sediada na Lourinhã - Capital da Abóbora - é uma empresa de cariz familiar, gerida por Luís Lourenço, pela sua esposa Purificação Lourenço e pelo filho, João Lourenço. Com 16 anos de existência, a empresa tem crescido de forma sustentada, assumindo uma importância ascendente no mercado internacional. Iniciaram a cultura da abóbora num hectare de terreno, comercializando posteriormente o fruto com recurso a uma empresa de prestação de serviços. Parcerias com várias empresas permitiram um crescimento exponencial na área cultivada, resultando em cerca de 150 hectares de terreno, repartidos entre a produção própria e produtores associados. Esta produção destina-se exclusivamente à exportação para países como Inglaterra, Irlanda, França e Holanda. Abóbora Musqueé de Provence e Butternut Estas duas variedades são os produtos de excelência da empresa Luís Lourenço, bastante apreciadas pelos mercados internacionais. Refere o entrevistado, que iniciou a produção com a Musqueé de Provence, uma variedade que praticamente não existia em Portugal, em 1997. Este fruto tem formato arredondado, polpa consistente, o seu peso ronda os oito quilogramas e tem um excelente nível de conservação - uma vantagem para o negócio de Luís Lourenço. A segunda aposta foi a introdução da abóbora Butternut, uma variedade que também tem pouca representatividade em Portugal, mas que é muito valorizada noutros países. Com sabor suave e formato em forma de pêra, esta variedade tornou-se

96 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Estratégia de mercado Devido à fraca aposta dos portugueses na compra do fruto, a estratégia de mercado da empresa voltou-se para a exportação, com várias empresas parceiras. “Não trabalhamos com mercado nacional. Tudo o que comercializamos é exportado, essencialmente, para Inglaterra, Irlanda, França e Holanda. Temos também alguma representatividade no mercado suíço ”, fundamenta o entrevistado. Outra aposta chave na estratégia da empresa foi a especialização em apenas duas variedades de abóbora - as mais procuradas pelos mercados com os quais trabalham. “Tivemos que optar e a escolha recaiu sobre a aposta em variedades que o mercado externo procura. Acredito o sucesso da produção passa pela especialização dos produtores num determinado produto, ao invés de produzir pequenas parcelas de vários produtos ou variedades do mesmo. Só a especialização leva a uma qualidade de cinco estrelas e nós, em conjunto com os nossos produtores e colaboradores, temos essa qualidade”, afirma Luís Lourenço. Quanto ao preço pago pelo produto, garante que esse é “discutido ao cêntimo”. Trabalham sobretudo com mercados, onde “os preços são relativamente estáveis”. Acredita que é a qualidade do produto lhe permite ter este benefício e ter como receita um montante que considera justo. Investimento gera lucro A qualidade gera receita, mas Luís Lourenço também sabe


Luís Lourenço- Sociedade Agrícola | lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS tem em mãos um projeto ambicioso de crescimento, com a construção de novas instalações de armazenamento e embalamento, dando resposta ao constante crescimento da procura por parte dos mercados externos. Por último, Luis Lourenço destaca que o sucesso obtido deve-se não só a ele, mas também à sua família, Purificação Lourenço (esposa) e João Lourenço (filho) . “Os resultados positivos são fruto de parcerias sólidas e trabalho árduo. ,Sem dúvida que o futuro passa pelas gerações futuras, como tal investimos com pulso firmo para fazer a máquina avançar.. O mercado existe, por isso os passos podem ser dados”, remata o empresário.

João Luís e Luís Lourenço Administradores

que “só com elevado volume de negócio é que se consegue ter lucro”. Motivo que leva o empresário a investir constantemente, para fazer crescer o seu negócio. A produção de abóbora na região Oeste e, em especial, na Lourinhã tem tido um forte crescimento nos últimos anos. . Neste caso em particular, informa Luís, que em um ano passou de 30 toneladas para 100 toneladas, por sua vez com a introdução de produtores de qualidade foi possível um crescimento exponencial da quantidade comercializada, requerendo um investimento constante para armazenar este fruto desde a sua colheita (Julho – Setembro), até ao fim da fase de embalamento (Fevereiro). No que respeita à sua produção própria e dos seus produtores, afirma que este ano e reforçando a tendência de crescimento, pretende , aumentar em 25% o volume de comercialização do ano anterior. E garante que a maior dificuldade não é esta. O problema do negócio está no armazenamento do produto colhido, pois é um fruto que exige ser armazenado num local de temperatura constante. Para dar resposta a este problema, Luís Lourenço

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 97


lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | biofrade

A apostar na agricultura biológica e sustentável desde 1998 A Biofrade está localizada no Concelho da Lourinhã, na região Oeste de Portugal, região esta propícia à produção de hortícolas de alta qualidade. Para garantir uma oferta diversificada todo o ano a Biofrade, para além da produção própria, tem parcerias com outros produtores nacionais, recorrendo à importação quando não existe produção nacional. Henrique Gomes é um dos quatro proprietários desta empresa e foi com ele que estivemos à conversa por forma a conhecermos melhor o que nela é produzido e por ela comercializado. Henrique Gomes Administrador

A Biofrade é uma empresa familiar, que iniciou o modo biológico em 1991. Mais tarde, a partir 1998, passou a produzir e comercializar só produtos de Agricultura Biológica: “Sempre fomos muito preocupados com os resíduos e conseguíamos fazer uma agricultura tradicional, sustentável e responsável”, começou por contar. Em 2002 iniciaram a comercialização nos supermercados e lojas da região e em 2004 entraram na grande distribuição através do

98 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

grupo Auchan. Atualmente esta empresa é gerida por uma sociedade de quatro irmãos, mas apenas dois se dedicam a ela a tempo inteiro: Henrique e Vítor Gomes. Responsáveis por cerca de 50 diferentes espécies de produtos hortícolas, frutícolas e ervas aromáticas, a Biofrade foi pioneira, por exemplo, na produção de ovos biológicos. Trabalham com mais de 100 produtores nacionais, produzem todo o tipo de produtos

durante todo o ano e alguma da sua produção é destinada à exportação. Um apoio importante aos produtores Para além de contar com uma equipa que está em constante crescimento até porque, neste momento, encontram-se em fase de recrutamento, a Biofrade é uma empresa que se dedica à sustentabilidade, não só na produção, mas, também, na gestão da empresa. Desta forma, os produtores são um

pilar muito importante que merecem o apoio e a atenção desta entidade: “a produção ‘bio’ tem sempre que ser certificada na origem, ou seja, todos os produtores têm que ser certificados. Nós auxiliamos na programação das culturas e com informações técnicas”. Para além disso, a Biofrade exerce um papel muito importante no crescimento de negócio dos produtores, incentivando e facilitando o contacto direto entre estes e os clientes estrangeiros, levando-os à exportação do seu produto: “Tratam-se, muitas vezes, de pessoas que deixaram os seus empregos e vidas nas cidades para se dedicarem ao campo. Têm áreas de produção pequenas e, por conseguinte, difíceis de rentabilizar. Nós, conhecendo esta realidade fazemos tudo para os ajudar a fazer vingar os seus projetos e produtos”. Outro exemplo disso, é a adequação do preço dos produtos, mediante a quantidade de produção, levando a que estes preços sejam mais elevados quando há quebra na produção e mais baixos quando isso não acontece: “Gostaríamos que todas as pessoas compreendessem esta medida que não é mais que uma medida de apoio aos produtores”, defendeu Henrique Gomes. As lojas Biofrade e a importância da grande distribuição Se, por um lado, a Biofrade fornece a grande


distribuição, considerada por esta empresa como um parceiro fundamental que consegue chegar a um maior número de pessoas, ao mesmo tempo que escoa o produto, por outro lado, verificou-se a necessidade de aglomerar, num local de venda ao público, todos os produtos Biofrade. Tratam-se de duas lojas, uma na Lourinhã e outra em Parede – chamadas de “A loja da horta” – que, para além da venda a granel de todo o tipo de produtos, oferecem um serviço de cafetaria onde se pode desfrutar de uma refeição vegetariana ou de um lanche saudável: “As lojas são uma montra para os nossos produtos e para o que é a agricultura biológica”, frisou, ao mesmo tempo que nos deu conta de que a grande aposta da Biofrade é na região Oeste porque “queremos tentar levar os produtos ‘bio’ onde não os há”. O conceito ‘bio’ tem sido adotado por cada vez mais portugueses. De facto, denota-se uma mudança de mentalidades e uma maior preocupação com a saúde e bem-estar. Para além disto, a Lourinhã, atrativa pela prática de surf, é um bom local onde desenvolver esta atividade. E, ainda outra grande vantagem, é a enorme variedade de produtos existente: “Com as cafetarias conseguimos com que as pessoas provem e essa é uma forma de divulgarmos os nossos produtos”, confidenciou. O futuro da Biofrade passa por continuar a crescer, sempre sustentavelmente, apoiando a biodiversidade e preservando os recursos naturais. Isto porque, como objetivo principal, apresenta-se a necessidade de reduzir a importação deste tipo de produtos, tornando o nosso país o mais autossustentável possível neste setor. Por fim, fica a mensagem: na produção biológica os agricultores utilizam atualmente técnicas muito avançadas, com excelente rendimento, e ao mesmo tempo contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas e para a redução da poluição. A Biofrade, por seu turno, encontra-se num forte processo de promoção e desenvolvimento desta atividade.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 99


lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | josé francisco alfaiate & filhos

O Melhor da Terra A José Francisco Alfaiate e Filhos iniciou a sua atividade no ramo dos produtos hortícolas em 1990, porém, o seu fundador já a exercia desde a sua juventude na pequena localidade de Capelas, na Lourinhã. ‘Batatas de qualidade são a nossa especialidade’ Mas além disso, a José Francisco Alfaiate e Filhos tem à sua disposição uma vasta gama de alhos, cebolas e outros hortícolas, tratados com seriedade pelas mãos de agricultores experientes, que nos dão ‘O Melhor da Terra’.

José Francisco Alfaiate Administrador

“José Francisco Alfaiate deixou uma marca, é até hoje recordado com saudades, pois tinha uma relação muito próxima com as pessoas. Foi um homem integro, honesto e propulsor da atividade agrícola na nossa região. Um orgulho para nós”, referiu Clara Alfaiate, filha. Aposta na especialização e na qualidade A empresa tem vindo a desenvolver-se de forma consistente e harmoniosa, pois os seus produtos são tratados de forma responsável e seletiva. “Contamos com alianças valiosas, no plano nacional e internacional, um processo continuo de amadurecimento dos nossos meios e produtos”, afirma categoricamente Luís Costa, genro. A JFA e Filhos, conta ainda com um grande potencial de armazenamento, distribuição para revenda e serviço de entrega para restaurantes e pequenos comerciantes.

100 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Os responsáveis da empresa não pretendem para já apostar na exportação e têm como intenção continuar a cimentar a atual atividade da JFA. “Nós queremos continuar com uma empresa familiar de excelência. Por isso, planeamos especializarmo-nos cada vez mais no sentido de trabalhar com poucas variedades, mas que tenham qualidade”, concluem. A tradição que vai da produção ao consumidor O amor pela terra e pelos seus frutos fez desta sociedade, então fundada por José Francisco Alfaiate e apoiada pelos seus filhos e genro, um ponto de referência na região oeste de Portugal. Hoje, passados mais de 27 anos e já sem a presença do fundador, a José Francisco Alfaiate e Filhos tem orgulho em olhar o passado e dar continuidade ao seu trabalho, sempre a respeitar a terra.



lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | carlos dos leitões

“É um orgulho imenso ouvir os clientes dizer que a Lourinhã já merecia uma casa destas”

Carlos Sousa Gerente

O restaurante Carlos dos Leitões é um espaço único, criado pelas mãos do empreendedor Carlos Sousa, que decidiu, depois de muito pensar, dar à terra que o viu nascer o que fazia falta: um local onde pudessem ser apreciados, degustadas as mil e uma formas de confecionar leitão. O Carlos dos Leitões vai muito além do nome e afirma-se como um destino de grande qualidade, sofisticação e apelo gastronómico. Difícil, difícil é resistir a provar o leitão. Que dilema…

102 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

O Carlos dos Leitões foi fundado em dezembro de 2016, por Carlos Sousa, um empreendedor ligado à produção suinícola há 32 anos. A aventura “começou em 2003, no aniversário do meu filho, era uma festa com mais de 45 pessoas a almoçar e pensei em assar uns leitões. As coisas saíram e a partir daí fui aperfeiçoando. Já fazia almoços com grupos de mais de 100 pessoas. As pessoas começaram a incentivar-me, diziam que nem na Mealhada comiam um leitão assim e foram dizendo que devia abrir um restaurante”, explicou Carlos. Assim foi, começou à procura de um lugar para fazer erguer a sua ideia, encontrou a casa onde agora está localizado o Carlos dos Leitões, em Nadrupe na zona da Lourinhã. Remodelou todo o espaço e recriou o edifício à sua imagem. Atualmente, o restaurante oferece um ambiente fresco, com muita luz, decorado a partir de um conceito regional com um toque de modernidade. Não é difícil de decifrar os encantos que fazem deste restaurante uma tentação sempre presente. O leitão é o rei da ementa com vinhos de excelência para o acompanhar. Estaciona-se no parque espaçoso, entra-se numa sala ampla e bem iluminada, com mesas postas com esmero. Logo na mesa, encontra-se uma panóplia de bondades e, se o solicitarmos, ainda vão chegando mais. Boas entradas, queijo fresco, uma variedade tradicional, excelentes pães, leves e deliciosos, para acompanhar com manteigas e azeitonas - cada uma, uma tentação diferente. O prato tradicional é naturalmente o leitão, servido à moda da Bairrada, mas com um toque dado pela tradição da casa, o molho torna o recheio inconfundível e envolve-se na tradição – aqui o molho preparado de forma única faz toda a diferença, mas também o próprio leitão e a sua confeção. “Os clientes costumam dar-me


carlos dos leitões| lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS

os parabéns principalmente por causa do molho”, explica o gerente. “O assado é feito num forno tradicional com um segredo na lenha que é utilizada que também dá o sabor tradicional” continuou. Aqui, para além do leitão, são servidas outras alternativas, entre peixes e carnes, todos confecionados à base de grelhados. Esta é uma forma de garantir, permanentemente, um leque abrangente na oferta aos clientes. “Esta carta tornou-se imprescindível com a fidelização dos clientes, que nos visitam regularmente. Temos pessoas que vem três e quatro vezes por semana ao restaurante”. À mesa, os produtos da região estão sempre presentes “damos sempre prioridade aos produtos da região, é uma parceria que se faz com todos. Queremos promover a região” explicou. Existe também o serviço de take away, para quem queira levar a especialidade do Carlos dos Leitões para ser servida na própria casa ou num outro espaço desejado, uma alternativa implementada pelo empreendedorismo de Carlos Sousa. Uma das grandes valias do restaurante é a produção dos leitões, isto é, a produção é feita por uma outra empresa de Carlos Sousa, a Agro-Pecuária do Tardete que complementa o serviço de restauração. A produção do leitão é feita ao rigor para que tenha a qualidade desejada “a qualidade é controlada e aí sinto-me na responsabilidade de ter um produto diferente. Eu sei o que estou a dar ao cliente” destacou. Este é um pormenor diferenciador, que permite a que a casa tenha permanentemente o controlo da qualidade do produto e o possa servir sempre fresco. “Todos os dias assamos para o almoço e para a noite. Usamos um leitão pequeno, que não tem gordura, para não enjoar. Há muitos clientes que entraram sem gostar de leitão e saíram a gostar. Temos uma produção necessária e a matéria-prima produzida por nós e isso permite controlarmos a qualidade do que servimos”. A carta de vinhos é também uma das referências do restaurante. Vindo de um costume empiricamente lusitano, o acompanhamento de uma refeição com um copo de vinho é essencial e aqui, no Carlos dos Leitões, essa tradição é servida com primazia. A aposta é na região, como os vinhos da quinta do Rol e a Aguardente da Lourinhã. No entanto há uma vasta oferta de diferentes gamas de vinhos de várias regiões. Um dos principais destaques é o vinho frisado da casa, uma bebida fresa e “ideal para acompanhar o leitão”.

essencialmente, em festas e feiras. “O conceito é a venda de leitão, de sandes, rissóis e croquetes e uma parte de marisco. Teremos um modulo montado e depois iremos vender em vários eventos. Vai já tudo confecionado em caixas já pronto a comer”, explicou o gerente. Futuro A ambição e responsabilidade chegaram a novos patamares em apenas sete meses desde que o restaurante abriu. “As expectativas foram superadas”, o negócio tem estado em gradação, com uma base de clientes construída pelas qualidades da gastronomia e do atendimento. Existe um forte apoio e reconhecimento da região. O aumento do turismo no panorama nacional também se tem sentido, bem como o aumento do turismo interno. Certo é que ninguém passa no Carlos dos Leitões sem por lá voltar. O leitão da Bairrada desceu à Lourinhã e em breve, com a criação do Bora a Buxa, chegará a todo o país marcando presença, principalmente, em feiras e eventos. Um empreendimento presente a pensar no futuro, com o principal objetivo de suster e entregar o projeto para a próxima geração da família. A arte de cozinhar é, no Carlos dos Leitões, uma certeza. Sabores excecionais, texturados e saborosos, a desfazerse na boca. Vinhos refrescantes, encorpados, frutados. A qualidade servida é uma certeza, bem como o futuro do restaurante. A melhor conclusão é que a este restaurante apetece voltar muitas vezes. Seja para um leitão exemplar, seja para divergir e percorrer a lista variada e tentadora, aqui tem-se confiança numa refeição excepcional, que se deduz a partir do cuidado visível em cada pormenor de tudo o que se passa à mesa. O Carlos dos Leitões oferece um caso de estudo de como um restaurante tradicional se pode converter num restaurante de referência, com liderança e bom gosto aliados a uma criatividade moderada pelo bom senso.

Bora a Buxa, serviço de Catering O lado de inovar e de procurar novas formas de investir a arte de confecionar o leitão, leva Carlos Sousa a procurar novas alternativas para expandir o seu negócio. Recentemente criou a marca Bora a Buxa, uma marca que terá o serviço de catering. O objetivo é ter um ponto de vendas,

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 103


tema | empresa

É aguardente! É DOC! E é da Lourinhã! O solo da Lourinhã esconde segredos bem guardados. Como os vestígios da era dos dinossauros ou as uvas que dão origem à única aguardente vínica portuguesa com região demarcada exclusiva.

Fundada em 1957, a Adega Cooperativa da Lourinhã atingiu proeminência no mercado vinícola devido às suas famosas aguardentes. Tendo iniciado a sua atividade com a produção de vinho, anos mais tarde passa a produzir a aguardente, que atingiu o seu auge quando os pequenos produtores da região passaram a comercializar as suas aguardentes para as caves de Vinho de Porto. Hoje em dia a Adega Cooperativa da Lourinhã atingiu um patamar de excelência, equiparando-se ao Armagnac e ao Conhaque. Mas a história deste produto de excelência estará sempre ligada ao vinho do Porto. A necessidade do mercado aguçou a necessidade deste produto e foi o início de uma revolução no setor vitivinícola da região. A Lourinhã apresentava as melhores qualidades de aguardente, algo que ainda atualmente se mantêm em Portugal, e os produtores de Vinho do Porto rapidamente se apercebem deste facto. Criase assim uma marca neste território. Essa mesma qualidade ficaria, anos mais tarde, comprovada cientificamente. Estudos científicos, com o auxílio da Estação Vitivinícola Nacional sediada em Dois Portos, João Pedro Catela Presidente

104 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


adega cooperativa da lourinhã| lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS

vieram comprovar este mesmo predicado. E este processo fundamentou, há sensivelmente 25 anos, a criação de uma região demarcada. Motivados por este marco, e o sucesso a ele adjacente, a Adega Cooperativa da Lourinhã terminou a sua produção própria de vinhos, nomeadamente leves, e reforçou, de forma definitiva, a sua aposta nas aguardentes. Segundo João Pedro Catela, presidente desta instituição, “a fraca rentabilidade económica destes mesmos vinhos face aos preços praticados pelo mercado levou a esta tomada de posição”. Atualmente, a Adega Cooperativa da Lourinhã produz aguardentes DOC. A cifra de produção situa-se, anualmente, em 6.500 litros de aguardente. No interior das galerias escuras onde se alinham dezenas de barricas com milhares e milhares de litros de aguardente, oscila na atmosfera um subtil, mas envolvente, odor a álcool. O silêncio é rei que corteja a sua rainha, como quem diz a aguardente que envelhece nas centenas de cascos de carvalho francês e português. Aqui só se limpa o chão e só se acendem as luzes quando o trabalho e as visitas de turistas o exigem. De resto, as portas das caves desta adega cooperativa mantêm-se fechadas à chave e a bebida que tanta fama dá à Lourinhã fica vetada à escuridão e à conversa do tempo. À data, encontram-se em barricas cerca de 96 mil litros de

aguardente, com uma média entre os sete e os 20 anos. A comercialização é feita em todas as grandes superfícies, nomeadamente, através das cadeias Pingo Doce, Continente, Jumbo e Corte Inglês. Cerca de 350 lojas espalhadas pelo país. Além disso, a Cooperativa da Lourinhã tem distribuidores próprios e vende, de forma direta, ao mercado de restauração. Existe, também, alguma venda a clientes particulares nas instalações da própria Cooperativa. Esta metodologia garante a presença destes icónicos produtos em todo o país. No setor da exportação, neste momento, não existe uma aposta sólida. Apesar de algumas experiências em Macau, o mercado internacional, devido a diversos fatores económicos, não se revela benéfica. Existem, ainda, parcerias com empresas e clientes privados que procuram criar marcas próprias, com rotulagem e garrafas personalizadas, utilizando a aguardente da Adega Cooperativa da Lourinhã, serviço que tem sido prestado de forma absolutamente eficaz e competente, criando já um legado dentro deste nicho de mercado. Existem outros produtos e projetos que se tornam embaixadores desta aguardente. Bombons com aguardente, pastéis com aguardente ou pera rocha descascada com calda de aguardente são projetos de empresas da região e que utilizam este sabor de referência para aumentar,

de forma substancial, a qualidade dos seus produtos e transformando a aguardente num embaixador e marca da Lourinhã. Mas não são só os clientes que reconhecem o sabor único e a qualidade de excelência destes produtos. A CVRL - Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa - promove concursos especializados, e os resultados têm sido sempre brilhantes. Desde de 2010 têm sido agraciados, anualmente, com medalhas de ouro. Nos dias de hoje, a Adega Cooperativa da Lourinhã é uma referência em todo o setor vinícola português. Estabelecidos de forma absoluta no mercado nacional e com um sucesso permanente, os associados mantêm, ainda assim, um espírito empreendedor e a vontade de continuar a criar um legado na história do nosso país. O futuro, a curto e médio prazo, passa pela construção de uma adega e destilaria, de forma a estabelecerem-se de forma independente. Um projeto de grande dimensão, criando infraestruturas que se coadunam com a qualidade desta tão característica aguardente. Um garante de qualidade com um sabor inesquecível.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 105


lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | café avenida

Ofertas gastronómicas diferenciadoras na Lourinhã O Café Avenida e a mais recente Hamburgueria da Vila são duas das ofertas mais características da Lourinhã. Nasceram pela mão de Jorge Lopes, com quem estivemos à conversa por forma a conhecer melhor estes conceitos e os seus planos futuros. verificado na evolução pela procura dos hambúrgueres em Portugal. “Ainda é um conceito novo aqui na Lourinhã, mas, a pouco e pouco, as pessoas têm vindo experimentar”, afirmou orgulhoso Jorge Lopes. Nesta hamburgueria também são servidos crepes e gelados soft e a decoração foi pensada em estilo vintage, onde a geleira de sobremesas (feita a partir de uma cabine telefónica inglesa) é a peça mais exemplificativa. O serviço de atendimento prestado, seja no Café Avenida, seja na Hamburgueria da Vila é um serviço rápido e muito próximo do cliente: “Gostamos de servir os outros como gostamos de ser servidos. Temos um ambiente jovem, com pessoal jovem a trabalhar, que celebra as festividades a rigor e contagia os clientes com boa disposição”, garantiu-nos o proprietário destes dois estabelecimentos. De facto, é no ambiente muito natural e simples aqui experienciado que reside a diferença destas casas que resulta numa ótima aceitação por parte das gentes da Lourinhã e não só: “Tenho clientes que vêm de Lisboa para comer aqui na Avenida”, confidenciou-nos. A razão é simples: “Aqui encontram uma qualidade fantástica a preços muito acessíveis”. Carolina e Jorge Lopes Administrador ( à direita ) e filha

Empreendedor por natureza, resolveu comprar um espaço (há 10 anos), que remodelou e tornou numa casa de petiscos onde o ‘belo do bitoque’ era rei. O reinado deste petisco foi um sucesso e cedo houve a necessidade de alargar o espaço, com uma esplanada e mais tarde com a mudança de instalações. Atualmente contam com cerca de 90 lugares no Café Avenida, o café mais conhecido da Lourinhã. O ‘belo do bitoque’ é apresentado de forma diferente do bitoque tradicional. É apresentado num prato, servido com bastante molho e com batatas fritas à parte. Mas, para além deste petisco, os clientes do Café Avenida contam com uma oferta muito distinta e de qualidade de onde se salientam: o polvo à avenida, feito na chapa com alho e servido com batata frita, o polvo na caçarola, as lapas à moda dos Açores e os

106 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

mariscos. A cozinha do Café Avenida abre, todos os dias, das 12h às 23h para melhor poder servir todos os que quiserem petiscar, seja a que horas for. E a decoração rústica, mas acolhedora, torna o espaço diferente e agradável para umas horas em convívio. Jorge Lopes divide a gestão das duas casas com a sua esposa, Rita Henriques, e sobre a oferta, contou: “Não temos uma carta muito extensa, porque eu não pretendo isso. Quero ter poucos pratos, mas que sejam muito bons”. A Hamburgueria da Vila Surgiu já neste ano e conta com cerca de 50 lugares. Foi criada por Jorge Lopes por forma a cativar “outros públicos mais jovens”, acompanhando a tendência que se tem

O turismo na Lourinhã e os projetos futuros Com a criação de um novo Parque Jurássico na Lourinhã, o fluxo de turistas a visitar esta vila portuguesa aumentará em grande número. Por isso, Jorge Lopes já pensa em novos projetos que passarão pela criação de uma oferta de alojamento diferente e atrativa: “A segurança que oferecemos, as praias e a calma são atrativos muito fortes de que dispomos. Cabe-nos a nós criar infraestruturas que deem resposta ao número de turistas que nos procuram”, explicou o nosso entrevistado. Este projeto pretende-se concluído daqui a três anos. Por fim, ficou o convite: “Fazemos o apelo a que as pessoas venham conhecer o nosso espaço e venham desfrutar da nossa amizade e alegria. Venham por bem que serão bemrecebidos”, finalizou.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 106



lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | stoptrans

Um parceiro de excelência, da Lourinhã para o mundo

A Stoptrans é o caso raro de uma empresa que desde cedo procurou marcar-se pela diferença. Apostando numa frota moderna, em mão de obra especializada e numa notável heterogeneidade de serviços, é já uma referência no Reino Unido.

Luís Silva Administrador

Assente num conjunto de valores onde se inclui a flexibilidade, a dedicação ou a disciplina – sem esquecer, claro, a qualidade de serviço – a Stroptrans, S.A. é bem mais do que uma empresa portuguesa de transporte de mercadorias. Falar desta firma implica, desde logo, a alusão a um admirável percurso de 26 anos, mediante o qual se evidencia o espírito empreendedor e a coragem de Luís Silva. Natural de Moledo (Lourinhã), o nosso interlocutor começou por trabalhar enquanto funcionário de uma outra empresa do setor, que lhe permitiu “aprender a profissão”. A vontade de fazer diferente acabaria, no entanto, por falar mais alto. “Há cerca de 25 anos comprei um camião velho, que já tinha cerca de dez anos”, recorda Luís Silva, numa referência ao nascimento, em 1991, da sua própria empresa. Os primeiros tempos da Stoptrans foram efetivamente marcados por uma dinâmica de rápido crescimento, à medida que ao aumento do número de viaturas se fez corresponder um crescimento também nos quadros que compunham a empresa. Mas, acima de tudo, foi uma arrojada visão do mercado que permitiu ao gerente cimentar o seu estatuto enquanto

108 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

player de excelência. “Fiz questão de começar desde cedo a trabalhar com empresas estrangeiras”, salienta o porta-voz, uma vez que “a rentabilidade e os pagamentos eram muito maiores desta forma”. A aposta, escusado será dizer, traduziu-se numa inegável mais-valia que ainda hoje reflete o vigor dos seus frutos. Hoje, a Stoptrans é uma incontornável referência portuguesa no setor dos transportes, caracterizando-se não apenas pela qualidade do seu serviço, mas também pela internacionalização do seu trabalho, fator que melhor a diferencia das restantes congéneres com sede na região Oeste. Mas se todo este projeto se iniciou com apenas um elemento a bordo de um camião antigo, importa salientar que, volvidos 26 anos, a empresa tem ao seu dispor uma média de


stoptrans | lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS 250 viaturas, contando ainda com a dedicação de cerca de 120 motoristas. Diferenciação além-fronteiras Estes são números assinaláveis, mas que não surgem por mero acaso. Por detrás de um projeto com a sustentabilidade da Stroptrans existe, efetivamente, um posicionamento que a diferencia das demais. “Há muitas empresas da área que se concentram no transporte de frio ou noutro tipo de produto”, exemplifica Luís Silva, antes de ressalvar que a sua empresa optou por não se especializar em nenhum setor de atividade, operando para fins tão díspares quanto a indústria aeronáutica, o setor têxtil ou o transporte de cargas sob temperatura controlada. “Normalmente, nos períodos de crise, quem fica com problemas são os que só fazem aquilo que toda a gente quer fazer”, constata o nosso entrevistado. Por outro lado, “as empresas que procuram fazer o mais difícil são as que ficam melhor sustentadas, porque não há grande concorrência”. Não admira, nesse âmbito, que a heterogeneidade da Stoptrans tenha sido boa conselheira: “Quando a crise chegou a Portugal, deveríamos ter cerca de 40 camiões e fomos aumentando e crescendo, porque não estávamos demasiado expostos ao ramo automóvel”, lembra o porta-voz. Outra pedra basilar por detrás do sucesso desta empresa sediada na Lourinhã (mas com instalações também em Lisboa, no Porto e em Múrcia) reside na sua metodologia de trabalho. “As empresas desta região normalmente transportam carga para o estrangeiro e procuram regressar logo a Portugal, mas nós tentamos fazer com que o camião fique ativo durante um mês antes de regressar”, explica Luís Silva. Não admira, neste âmbito, que para além de uma presença consolidada nos mercados europeus, este seja um player de verdadeira relevância em países como o Reino Unido. A sustentabilidade como lema Mais do que numerosa, importa referir que a equipa que compõe a Stoptrans se distingue pela particularidade do seu espírito jovem. “A média de idades dos nossos colaboradores deve ser inferior a 30 anos”, constata Luís Silva. Mas, à já mencionada juventude alia-se um amplo e moderno know-how que é cuidadosamente transmitido a todos os elementos da empresa, quer através de iniciativas de formação interna (através da qual os trabalhadores mais antigos transmitem o seu conhecimento e experiência aos mais jovens), quer através de programas

patrocinados pelas próprias marcas. Mas o “serviço de qualidade” que caracteriza a Stoptrans não se fixa apenas nestes elementos. Para além do estrito cumprimento de todos os prazos, e da preocupação em proporcionar soluções feitas à medida das necessidades e expectativas de cada cliente, a empresa faz da sustentabilidade outros dos seus grandes lemas. “Seremos das empresas com equipamento mais moderno em Portugal”, na medida em que “os carros são todos de categoria Euro 6, ou seja dos que menos poluem”. Já em termos de veículos-trator, “trocamos os carros ao fim de três anos”, tendo em que conta que “os veículos mais novos não só poluem menos, como consomem menos combustível”, argumenta o sócio-gerente. Um alerta para o setor Pese embora o inusitado sucesso da sua empresa, Luís Silva faz questão de se manter especialmente atento ao seu setor de atividade, antecipando novos desafios a curto prazo. A seu ver, um crescente número de governos europeus tem vindo a optar por um cada vez maior quantidade de políticas protecionistas que poderão trazer novas dificuldades para as empresas transportadoras estrangeiras. A fim de combater este mesmo problema, o nosso entrevistado não esconde a intenção de desenvolver uma empresa congénere em solo inglês, naquele que corresponde ao seu maior mercado. Mas, perante um cenário internacional que obrigará a novas adaptações, o gerente faz também questão de salientar alguns dos entraves sentidos pelas empresas em solo nacional. “Infelizmente, o Estado tem dificultado”, constata Luís Silva, numa alusão ao facto de “os órgãos fazerem uma caça à multa e nem se aperceberem que a sua função deveria ser a de apoiar as empresas a ganhar mais dinheiro e garantir maior crescimento”. A esse, acrescenta-se o problema da falta de mão-de-obra disponível, que se estende a muitos países da Europa e que, na opinião de Luís Silva, não tem sido devidamente combatido em Portugal. Sempre atenta à realidade que a rodeia, a Stoptrans faz questão de se manter dinâmica e “à procura de outros caminhos”, na tentativa de se manter como uma incontornável referência no setor dos transportes, aliando o know-how e a qualidade do seu serviço a outro dos elementos que melhor a caracterizam: a sua inconfundível paixão por esta arte feita sobre rodas.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 109


SETÚBAL, REGIÃO DE ELEIÇÃO - OURO SOBRE AZUL Serra, rio, mar, excelente gastronomia, praias de eleição e uma das mais belas baías do mundo. Estes são alguns dos principais atrativos de uma região voltada para o futuro que tem sabido preservar e valorizar a cultura e a história de uma região onde diversidade e qualidade são substantivos do quotidiano. A aposta em modernos equipamentos culturais trouxe uma nova dinâmica no mundo das artes, tornando Setúbal palco de grandes eventos nos mais diversos campos artísticos. Se, de um lado a serra, o mar e o reboliço da cidadã marcam o ritmo, do outro, o sossego campestre de Azeitão, terra de grandes vinhos e de afamados queijos premiados internacionalmente, atrai também, anualmente, milhares de visitantes. A apenas 40 quilómetros de Lisboa, Setúbal faz também fronteira com o Alentejo, estabelecendo uma importante ponte de ligação com o sul de Portugal. Servido de excelentes acessibilidades, o concelho dispõe de soluções de transportes ao nível rodoviário, ferroviário e marítimo-fluvial. Alguns dos principais itinerários rodoviários nacionais, como o IP1, o IP7, a EN10, a A2 e a A12, bem como o Aeroporto Internacional de Lisboa, a apenas 40 minutos de viagem, garantem ligações rápidas e cómodas ao resto do país, assim como a toda a Península Ibérica. No âmbito do setor do turismo, Setúbal dispõe igualmente de um serviço regular de transporte fluvial, que inclui o recurso a ferryboats de ligação à Península de Troia, área que foi alvo recente de uma aposta ambiciosa orientada para o turismo de luxo. Num contraste singular entre a serra e o rio, Setúbal recebe de braços abertos quem a visita.

110 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


Setúbal, o canto azul de Portugal Maria das Dores Meira Presidente

Líder do executivo municipal desde setembro de 2006, Maria das Dores Meira é o rosto do desenvolvimento crescente da cidade de Setúbal, bem como a principal responsável pela aposta na preservação e valorização da cultura e história da região, onde o mar, o rio, a serra se conjugam na perfeição. Em entrevista à Revista Business Portugal, a autarca apresenta-nos este que é o “canto azul de Portugal”. “Tem sido um desafio muito entusiasmante, porque realmente esta terra cativa imenso as pessoas. Costumo dizer que é um diamante que estava escondido, que não brilhava. Setúbal já tinha a serra, o rio, o mar, os golfinhos (roazes corvineiros), o moscatel, o queijo, o choco frito, mas não tinham a visibilidade e o protagonismo devido que hoje têm”, acrescentando que “Setúbal possui 172 km2 e dois terços do território está ocupado com reservas naturais. A nascente existe a Reserva Natural do Estuário do Sado, onde podemos encontrar cerca de 2 000 espécies de aves distintas, onde se destacam os nossos flamingos, e temos ainda um observatório de aves no Moinho da Mourisca. A poente temos o Parque Natural da Arrábida, com a Serra da Arrábida, que é uma pérola nacional, candidata a Património da Unesco. Depois, o nosso rio, que nasce de norte para sul, ao contrário de outros, e as nossas praias. A praia de Galapinhos foi classificada como a melhor da Europa, mas temos muitas outras praias de referência, como a praia da Figueirinha, Portinho da Arrábida, Galapos, Albarquel, entre outras. Por fim, o nosso centro histórico único, com uma sala de visitas, que se chama Avenida Luísa Todi e que tudo faremos para manter e renovar e a zona ribeirinha, que é de facto excepcional, com a lota dos pescadores e onde a população de Setúbal está em comunhão com o rio. Não sou natural de Setúbal, mas é como se fosse. Amo esta terra”, começa por nos apresentar. O turismo é um dos principais focos e a aposta passa por fomentar as potencialidades que Setúbal, naturalmente, possui. “Reabilitamos toda a zona ribeirinha, a avenida Luísa Todi, e incentivamos empresários dligados à restauração a investirem nesse local. Reabilitamos equipamentos culturais, como o Forúm Municipal Luísa Todi, a Biblioteca Municipal, o Mercado do Livramento, a Casa da Baía, um dos mercados mais bonitos do mundo, o Forte de S. Filipe, todos os nossos equipamentos desportivos, o Convento de Jesus, compramos ao Estado o Regimento de Infantaria 11, que estava praticamente em ruínas, e fizemos parceria com o Turismo de Portugal para ali ser construída uma escola de hotelaria. Compramos também o edifício do Banco de Portugal, que deu lugar à nossa Galeria Municipal, ou seja, reabilitamos edifícios que já existiam e que fazem parte da identidade da cidade e não construímos novos edifícios, sempre tendo em conta o património, a cultura, a parte ambiental, as escolas, as acessibilidades e a mobilidade”. A aposta na cultura é também uma realidade, criando uma nova dinâmica no mundo das artes e tornando Setúbal palco de grandes eventos artísticos. “A nossa atividade cultural é impressionante, com várias iniciativas promovidas ao longo do ano e no ano passado fomos considerada a Cidade Europeia do Desporto, o que nos enche de orgulho. Brevemente, de 22 de julho a 6 de agosto irá realizar-se a Feira de Sant’iago, uma feira com mais de 400 anos de existência”. Para o futuro, Maria das Dores Meira mostra-se confiante e desvenda os projetos de continuidade no sentido de potenciar Setúbal nos próximos anos. “Os projetos são de continuidade, de transformação desta terra. Ligar o parque de Albarquel com a praia através de um passadiço sobre a água, reabilitar a praça de touros, que será um auditório multiusos, o Parque Urbano da Várzea, que irá ser a obra de retenção de águas pluviais, com dois lagos, o que resolverá o problema das cheias nessa zona e que será um parque verde lindíssimo. Vamos também reorganizar os serviços municipais com a aglutinação dos mesmos no edifício da EDP, vamos criar duas estações intermodais e iremos construir parques de estacionamento, pois é uma falta e uma preocupação constante”, conclui.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 111


setúbal, região de eleição, ouro sobre azul | pérola da mourisca

a perfeição dos petiscos com sabor a mar Na Mourisca, uma pequena localidade de Setúbal, encontramos a Pérola gastronómica da Mourisca. Uma boa opção para quem procura a diferença, a qualidade e uma variedade na carta.

Amândio Almeida, Maria dos Anjos e Miguel Almeida Proprietários

Com as portas abertas há cerca de 38 anos, a Pérola da Mourisca começou por ser um pequeno café com uma mercearia. Inicialmente quem estava à frente do negócio era Manuel Almeida, pai dos atuais proprietários, Amândio e Miguel Almeida. Caracterizado como um senhor visionário e muito à frente para a época, desde sempre mostrou interesse em explorar oportunidades no sentido de fazer crescer o negócio. Com o tempo, deixou de lado a mercearia e depressa se tornou famoso pelo que atraia os clientes até à sua casa: os petiscos. Após o falecimento de Manuel Almeida em 2014, os filhos e a sua mulher, Maria dos Anjos, tomaram o comando deste conceituado espaço e transformaram o café em restaurante e cervejaria. O conceito atual do restaurante apela ao bom gosto do tradicional português e propõe uma filosofia baseada em dois pilares essenciais: os petiscos e o marisco. A carta é tão diversificada que aumenta a dificuldade em saber escolher entre tantos pratos. Num pequeno exercício desafiamos Amândio e Miguel Almeida a surpreender-nos desde a entrada até à

112 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

saída. Começam por trazer para a mesa, como forma de entreter o estômago, um prato de manteiga de ovelha com pão cozido no forno. Esta forma de entretenimento apenas resulta porque os clientes sabem que os pratos são confecionados no momento - o que, por vezes, pode demorar, mas é o que garante a perfeição que o paladar exige. Chegam os primeiros petiscos: uns deliciosos pimentos recheados com sapateira e ovos estrelados de codorniz no pão (dois dos petiscos mais pedidos). Apresentam uma morcela com queijo de cabra, uns camarões fritos e uma pequena travessa de pica-pau parar contrabalançar com o sabor do mar. Quanto ao acompanhamento de bebidas é interessante perceber que aqui se dá mais importância à verdadeira imperial gelada com o logótipo da Pérola da Mourisca estampado no copo (pequenos detalhes que fazem a diferença). A ementa de petiscos é tão variada que pode muito bem servir para encher a barriga. Mas se quiser


pérola da mourisca | setúbal, região de eleição, ouro sobre azul

optar por algo mais substancial, tem os pratos do dia ou até mesmo qualquer prato que a ementa apresenta – além do petisco. Por fim, a sobremesa, a dúvida fica entre um delicioso pudim de queijo ou folhado de queijo fresco com doce de figo. Qualidade é a primeira palavra de ordem. Depois vem a intensidade do sabor. No fim o preço. Só tendo em conta este triângulo, qualidade, sabor e preço, é que se

A Pérola da Mourisca é sem dúvida um dos melhores restaurantes de petiscos em Setúbal. Apesar de estar fora do circuito turístico e um pouco longe do centro da cidade é de fácil acesso e tem estacionamento. O ambiente é descontraído e familiar que prima pela simplicidade requintada. Está livre de fumo de tabaco nas três salas que o constitui, mas caso queira fumar há uma esplanada fantástica à entrada do restaurante. Para além da simpatia e disponibilidade total dos irmãos, chefes de sala, há o cuidado de deixar os clientes à vontade para saborear cada prato e conviver sem pressas. O foco deste

torna possível surpreender os clientes. Qualquer preço é justificado pelo elevado nível de exigência da qualidade e sabor dos pratos, que pode variar entre os 25 e os 30 euros.

restaurante é a satisfação do cliente. E assim foi, saímos mais que satisfeitos e felizes.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 113


setúbal, região de eleição, ouro sobre azul | nichos urbanos

Uma equipa jovem e formada onde impera a inovação A Nichos Urbanos nasceu em Setúbal com a missão de se tornar uma empresa de referência nas áreas de arquitetura e engenharia. Sempre atenta ao mercado, o seu principal foco é proporcionar soluções de especial eficiência e inovação.

Pedro Cristina, Jorge Ramos, André Domingos, Teresa Gonçalves e João Lopes Administrador ( 2º a contar da esquerda ) e equipa

114 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


nichos urbanos | setúbal, região de eleição, ouro sobre azul

No mercado há 11 anos, “a Nichos urbanos surgiu com o objetivo de marcar pela diferença”, começa por nos contar Jorge Ramos, gerente da empresa, projetista e engenheiro eletrotécnico. A aposta na diferenciação confere-lhe um carácter distintivo e de confiança num mercado saturado de ideias. Com a evolução natural do negócio tem ganhado uma posição cada vez mais vincada no mercado e hoje é considerada uma empresa de referência que se distingue pela qualidade dos seus serviços de consultoria especializada em áreas como a arquitetura e engenharia (civil, eletrotécnica e mecânica). “Para quem procura uma solução é aqui que encontra um espaço capaz de dar resposta a todos os projetos necessários para um investimento imobiliário”, desde a elaboração de projetos, acompanhamento e fiscalização de obras, afirma o engenheiro eletrotécnico. Com um nome que fica no ouvido, a Nichos Urbanos é constituída por uma “equipa jovem e normalmente formada na zona de Setúbal, com tendência para aumentar num futuro próximo” refere Jorge Ramos. Acompanhado pela arquiteta Teresa Gonçalves reforça que “esta equipa tem de ter a capacidade de dar respostas rápidas e prontas ao cliente”. Para a empresa o importante é o cliente: a sua perspetiva da teoria e a sua visão da prática do projeto. Pensar no cliente é pensar num compromisso. É preciso conhecer o cliente, perceber as suas necessidades e apresentar soluções eficazes. Por isso mesmo há um acompanhamento desde o primeiro momento. Numa rápida compreensão do processo, primeiro está o contacto, depois o esboço da estratégia e por fim o projeto final. Teresa Gonçalves ressalva que durante este processo “o que marca a diferença é o interesse pelo pormenor”. O cliente é o principal foco, para isso, cada projeto contem características e premissas específicas, que devem ser analisadas e desenvolvidas ao detalhe. Esta é uma empresa procurada tanto pelo cliente estrageiro como pelo cliente nacional. A inovação aliada à preocupação de oferecer um serviço rápido e de qualidade é considerado um valor estratégico para o crescimento da empresa. Apesar do nome estar consolidado no mercado, a empresa procura constantemente ir desenvolvendo novas competências para sustentar a maior oferta de serviços. Neste sentido, faz questão de posicionar-se numa trajetória de constante evolução dos serviços de eficiência

sustentável e evolução tecnológica, procurando acompanhar os diferentes progressos adotados para as suas áreas. Para Jorge Ramos e Teresa Gonçalves as palavras que caracterizam a Nichos Urbanos são “seriedade, profissionalismo, inovação e proximidade”. Nada mais importa do que continuar a trabalhar de forma séria e profissional. Jorge Ramos ainda mostra que “o principal desafio que a equipa atravessa todos os dias é o cumprimento de prazos. “ O tempo é imperador, mas também é importante acreditarem no que fazem. Por isso mesmo, esta equipa unida procura sempre fazer mais e melhor. Com o crescimento de zona de Setúbal, da sua baía e das praias, fez com que se desse um boom no negócio. A dupla confidenciou que neste momento “é uma boa aposta investir na cidade.” Por isso mesmo, o balanço da empresa até agora foi muito positivo e o futuro parece risonho. Ressalva-se a ideia de que daqui para a frente é importante procurar crescer a Nichos Urbanos de forma sustentada com a visão de um reconhecimento global.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 115


setúbal, região de eleição, ouro sobre azul | centro óptico de setúbal e visual click

Uma ÓTICA para cada ESTILO DE VIDA

A nossa viagem pelo distrito de Setúbal levou-nos até Nelson Silva, CEO de duas óticas com estratégias completamente distintas. A sua rotina divide-se entre o centro de Setúbal, onde se localiza a Visual Click e a zona oeste do concelho, no Centro Óptico de Setúbal- local escolhido pelo CEO para receber a Revista Business Portugal. Nas próximas linhas damos-lhe a conhecer uma ótica clássica e outra vanguardista, duas apostas que mudaram o posicionamento desta empresa familiar no mercado setubalense. Nelson Silva, Carlos Silva (pai) e equipa Proprietários

O Centro Óptico de Setúbal foi constituído em 1984, na Rua Celestino Alves (Setúbal), local onde ainda hoje permanece. O negócio de cariz familiar nasceu com o avô de Nelson Silva, antigo sócio da fábrica de lentes Zeiss. O interesse pelo setor estendeu-se até Carlos Silva, pai do nosso interlocutor, que iniciou a sua atividade profissional numa ótica em Lisboa. É ele, que anos mais tarde regressa a Setúbal, no papel de empresário e abre o seu próprio negócio- o Centro Óptico de Setúbal. Enquanto narra a história, Nelson Silva, afirma que o desejo do seu pai sempre foi fazer crescer a empresa e diferenciá-la das restantes. Para tal, contou com a ajuda da sua esposa, Maria Lezita, que aos nossos olhos realizou um excelente trabalho na decoração da loja uma das mais antiga do concelho. Assim que entramos saltam à vista as peças de arte; estatuetas e quadros que preenchem meticulosamente os espaços. As vitrines fechadas expõem as centenas de óculos, separando-os por gama, estilo e marca. Com esta aposta na decoração e exposição do produto, quiseram dar

116 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

um ambiente familiar e acolhedor à loja. “Procuramos acima de tudo o bem-estar dos nossos clientes. Queremos que entrem e disfrutem de um serviço de qualidade, no espaço intimista que criamos para eles”, diz Nelson. Atendimento técnico e personalizado Entre, sente-se, diga o que pretende e a equipa tratará do resto. É mesmo assim o modelo de atendimento do Cetro Óptico de Setúbal. Neste estabelecimento operam cinco funcionários e dois médicos oftalmologistas (terças e quintasfeiras de tarde), disponíveis para encontrar a solução mais adequada para o seu caso. Neste estabelecimento encontrará uma equipa de profissionais prestável e experiente, pronta para lhe apresentar as melhores marcas, tendências e aquilo que melhor condiz com o seu estilo e formato do rosto. Diz Nelson Silva, que “no final do dia são mais de duas centenas de óculos para voltar a colocar nas vitrines”, tudo isto porque o cliente recebe um atendimento de excelência.

“Damos ao cliente a possibilidade de experimentar várias opções, propomos marcas mais alternativas que não são do conhecimento geral, para que saibam que existem marcas a fazer a diferença quer na qualidade quer no design do produto”, explica o CEO. “A nossa estratégia passa por conciliar a qualidade com o preço. Conseguimos ter preços muito atrativos, principalmente nas marcas que os nossos clientes mais gostam de ter”. Ao estilo self-service O Visual Click abriu portas no ano de 2015, com uma localização privilegiada, bem no centro da cidade, próxima da Avenida Luísa Todi. Esta loja é o oposto da anterior e nasceu precisamente com essa intenção. “A abertura da Visual Click com um conceito completamente distinto do Centro Óptico permitiu-nos alcançar um outro tipo de público”, afirma Nelson Silva. Paredes pintadas de branco, mobiliário com linhas simples


centro óptico de setúbal e visual click | setúbal, região de eleição, ouro sobre azul estão bem visíveis e as marcas com mais saída são as de baixo custo. Nelson Silva acredita que este espaço se adequa ao tipo de cliente que prefere pagar menos e ter mais do que um par de óculos na gaveta. “Hoje os óculos, tanto os de sol como os de ver são entendidos por muitos como um acessório de moda. Por esse motivo preferem gastar menos e ter mais variedade. Na Visual Click temos o produto que este tipo de cliente procura”.

e estantes com milhares de óculos em exposição prontos a serem experimentados são as características deste espaço. À disposição estão duas funcionárias e dois oftalmologistas (terças e quintas-feiras de manhã), mas segundo o jovem empresário, o público da Visual Click prefere fazer a sua compra de forma independente. A franja da sociedade que visita este espaço são sobretudo os jovens, que preferem simplicidade e rapidez. Os preços

Inovação e desenvolvimento A visão estratégica da família Silva permitiu a consolidação e crescimento da empresa ao longo de 33 anos. Primam pelo atendimento de excelência, num mercado que dominam e que se adequa aos diferentes públicos. Apesar do sucesso, a procura pela inovação e desenvolvimento são uma constante, no dia a dia do CEO Nelson Silva. Entrou no negócio da família pelo gosto que tinha em realizar ensaios para lentes de contacto, “processos demoram cerca de um mês, onde é avaliado o estilo de vida, horas de utilização da lente em cada utente”-, atualmente é o principal responsável pela seleção dos produtos e de toda a tecnologia médica, de ambas as lojas. “Juntamente com

as funcionárias seleciono o produto que quero ver nas lojas. Estamos atentos às tendências, mas o know-how que detemos, permite-nos saber os produtos que vão fazer sucesso junto dos nossos clientes”, refere Nelson. Há modelos de óculos que são eternos, mas também há atualmente muita inovação no que toca ao design. Das armações em massa ou metal, às lentes coloridas ou espelhadas, a panóplia que hoje encontra numa destas óticas é de perder de vista. Qualquer que seja a sua escolha, o foco continua a ser o bem-estar do seu olhar.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 117


setúbal, região de eleição, ouro sobre azul | lallemand

Inovação como base de sucesso

Maria do Carmo Amaral Diretora Comercial

Em Setúbal desde 2009, a Lallemand é uma empresa especializada na comercialização, desenvolvimento e fabricação de leveduras, bactérias e produtos relacionados, com o objetivo de conduzir, reproduzir e otimizar os processos de fermentação natural para deles beneficiarem as indústrias agroalimentares. Em entrevista à Revista Business Portugal, Maria do Carmo Amaral, diretora comercial da Lallemand, apresenta-nos esta empresa, líder mundial no setor em que atua.

“A Lallemand começa com a história de um emigrante da Alsácia, na altura ainda pertencente à Alemanha, que emigrou para o Canadá para a região de Montreal no Québec francófono onde o seu sotaque lhe valeu o apelido de “o alemão”, Lallemand, em francês. Do seu empreendedorismo resultou uma empresa familiar na área alimentar e que em 1932 iniciou a produção de levedura para panificação no lugar de Prefontaine, onde ainda hoje existe a fábrica de levedura de Montreal. No final dos anos 30, a empresa passou por uma reestruturação e em 1952 a família Chagnon comprou a empresa que se mantém na sua posse até aos dias de hoje”, começa por nos contar Maria do Carmo Amaral. A partir dos anos 70 do século passado, iniciou-se uma forte expansão da companhia, que hoje está presente em mais de 35 países à volta do mundo. “A Lallemand procura em qualquer parte do mundo onde faz investimentos, encontrar oportunidades para prosperar o negócio. Para isso, necessita basicamente de bons profissionais no terreno desde os trabalhadores fabris, até aos colaboradores que promovem e vendem os nossos produtos nos mercados onde atuamos. As nossas equipas definem-se pela flexibilidade, cooperação e competência em cada área de especialização”, explica a nossa entrevistada. Atualmente líder mundial na produção e comercialização de leveduras e bactérias destinadas aos mercados de especialidade, como nutrição humana e animal e bebidas alcoólicas, a Lallemad é uma empresa muito focada na inovação. Resultado disso, foi o desenvolvimento da levedura com vitamina D, a Activa Vita D. “A biotecnologia é uma área da ciência e da indústria que permite utilizar os recursos de uma forma menos agressiva que os processos químicos mais tradicionais. Podemos obter produtos naturalmente ricos em vitaminas e nutricionalmente muito interessantes, usar bactérias ou leveduras para melhorar a condição

118 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

de saúde dos animais ou das plantas ou mesmo de florestas. Também permite optimizar processos tradicionais melhorando a qualidade do processo e dos produtos finais. Falamos de vinho, pão, cerveja, whisky, rum, álcool combustível, bactérias para melhorar a flora intestinal e proteger o organismo e também para produção de queijo, entre outros. Sabemos que na parede celular da levedura existem precursores de vitamina D semelhantes aos que existem na nossa pele e que nos permitem sintetizar a vitamina D se nos expormos o sol, sem proteção. Nesta questão, existe um défice generalizado desta vitamina na população mundial e por isso, decidimos desenvolver este “suplemento”, através da colocação desta levedura como fonte de vitamina D, no pão”. Sendo uma área onde se verifica um forte desenvolvimento, a importância de novas tecnologias é como em quase tudo, fundamental e constitui um ponto fulcral na atividade da Lallemand, bem como a existência de inúmeras parcerias com universidades e pontos de investigação por todo o mundo, nomeadamente em Portugal. “Possuímos protocolos com Institutos públicos e também com Universidades em Portugal onde desenvolvemos projetos ou colaboramos em programas de mestrado e doutoramento, como a Universidade de Biotecnologia do Porto e Instituto de tecnologia Química e Biológica, o que é essencial, pois a inovação faz parte da nossa filosofia”, frisa. Para os próximos anos, Maria do Carmo Amaral, mostra-se visivelmente confiante, com fortes perspetivas de crescimento. “A Lallemand é uma empresa familiar, mas sabemos que se nos focarmos onde somos especialistas, ou seja, nas as leveduras e bactérias, podemos continuar a ter sucesso porque inventamos e reinventamos aplicações novas e inovadoras para todos os processos naturais onde uma fermentação pode ter lugar”, conclui.



setúbal, região de eleição, ouro sobre azul | litoralfish

O pescado que marca a diferença Localizada a pouco mais de 3km do Porto de Sines, a LitoralFish leva até à mesa dos apreciadores de peixe, os produtos mais frescos e diferenciadores do mercado. Especializada na transformação e comercialização do pescado, esta empresa integra o grupo familiar Vasco Louro desde Maio de 2015. Em entrevista à Revista Business Portugal, a administradora Cláudia Louro revelou-nos o percurso desta indústria que diariamente aposta na qualidade e inovação, certificada com a norma ISO 22 OOO e os requisitos adicionais FSSC 22000.

Cláudia Louro Administradora

A LitoralFish é uma empresa familiar. Como nasceu? Tudo começou com o grupo Vasco Louro, que sempre comercializou peixe fresco. Nunca trabalhamos com peixe congelado e a LitoralFish foi a primeira experiência neste segmento. Tinhamos algum excedente de peixe fresco e resolvemos transformá-lo e apostar no peixe congelado. Surgiu a oportunidade de comprar esta fábrica e foi assim que começou, em Maio de 2015. Surge assim como complemento às empresas do grupo. Como descreve a vossa atividade? Além do peixe congelado, também trabalhamos com peixe fresco. O peixe tanto chega até nós já congelado para comercializarmos ou então pode chegar fresco e nós congelamos. Estamos muito perto do mar, numa zona portuária por excelência, o Porto de Sines, aproveitamos

120 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

esse benefício para a comercialização do peixe da nossa costa. Seja para as empresas do grupo como para outras empresas. Contamos com frota própria para fazer a distribuição e chegar aos mercados onde estamos inseridos e por vezes também contratamos empresas de transportes. Tudo depende da quantidade de pescado. Que apresentação faz dos vossos produtos? O nosso peixe é proveniente da costa e algum é proveniente de Marrocos e da Mauritânia porque temos lá barcos a pescar. É importante ter alguma diversidade e peixes que só existem nessas zonas. Depois temos produtos que nos diferenciam como a caldeirada, a corvina selvagem em posta, o polvo SEM ENGORDA, que não se vê muito no mercado. Preferimos não ter perca porque todos os fornecedores têm e apostamos num peixe diferenciado, selvagem, apreciado pelos consumidores.


litoralfish | setúbal, região de eleição, ouro sobre azul Em que mercados estão presentes? A nossa área de atuação abrange todo o país. Fornecemos grandes superfícies, nomeadamente o Lidl e o grupo Auchan, com peixe congelado. E também outros clientes com peixe fresco, como sendo a cadeia de lojas A Nossa Peixaria, que também pertence ao grupo. Estamos a iniciar agora uma parte mais direcionada para os armazenistas e retalhistas mais pequenos. E contamos ainda com o mercado externo, exportamos muito para países como Marrocos, Cabo Verde, Moçambique, entre outros. Quantos colaboradores integram a LitoralFish? Neste momento, 35 pessoas, 60% são senhoras e 40% homens. Eu faço parte da administração, depois temos a área administrativa e comercial. Na fábrica encontra-se o departamento de produção e qualidade e os restantes colaboradores; e temos ainda uma equipa na Lota de Sines que compra o pescado fresco. Temos alguma dificuldade em encontrar pessoas qualificadas para trabalhar nesta área. Esta é uma atividade que se aprende e executa com facilidade, o problema é a falta de assiduidade e manter os níveis de produção. Estamos a fazer algumas mudanças internas e um dos objetivos é conseguir organizar o pessoal de uma forma melhorada. Como caracteriza a relação qualidadepreço? Penso que os produtos que nós fornecemos não são caros, dada a qualidade apresentada. Por exemplo, a nossa caldeirada é totalmente diferente da dos nossos concorrentes. Enquanto a deles é composta por muito marisco de casca, a nossa tem cinco variedades de peixe em posta. Não utilizamos restos ou aparas de peixe para fazer peso. E só por aí se vê a diferença e a qualidade do produto. Temos um leque de produtos mais pequeno mas diferenciado. De que forma evoluiu a LitoralFish ao longo do tempo? Criamos esta empresa recentemente e para um nicho de mercado específico. Como era um negócio novo, tivemos algumas dificuldades devido à falta de conhecimento nos processos de produção e congelação. Mas a evolução tem sido gradual e estamos

satisfeitos. Podemos afirmar que 2016 foi um ano positivo, tendo em conta que tínhamos começado há um ano e foi difícil perceber como funcionava o negócio e construir uma equipa apta e competente. Ultrapassamos essas dificuldades iniciais e ficamos satisfeitos com os resultados obtidos em 2016. Prevemos uma melhoria significativa em 2017. O que distingue esta empresa de outras concorrentes? Tentamos que tudo o que se faça na LitoralFish seja caracterizado pela qualidade e inovação. Temos produtos de excelência e queremos diversificar a oferta. Para isso precisamos de contar com uma equipa disponível e produtiva para atingir determinados objetivos. Este ano, fazemos parte das Tasquinhas, na marginal de Sines e temos a oportunidade de expor os nossos produtos e dar a provar aos visitantes. É uma mostra de divulgação dos nossos produtos porque queremos ser mais do que uma marca. Por isso, as Tasquinhas constituem uma boa aposta para evidenciar a qualidade dos produtos. Queremos atingir mercados que os outros ainda não alcançaram e temos a facilidade de ter os nossos próprios barcos a pescar e conseguirmos assegurar o transporte da Origem até Sines. Por onde passa o futuro da LitoralFish? Quais os principais projetos? A nossa prioridade é a inovação. Queremos comercializar produtos novos que nos diferenciem. Existem muitos fornecedores de peixe congelado e quase todos têm o mesmo produto, como redfish ou a pescada do Chile. Nós não queremos ser mais um, a nossa filosofia assenta em ter um produto com mais qualidade e diferenciado. Vamos lançar em breve os lombos de corvina e ainda a posta de pampo, algo que não existe ao alcance dos consumidores de pescado congelado. Iremos abrir uma loja de venda ao público na entrada da empresa. É uma forma de vender os nossos produtos diretamente e ter contacto com os clientes. Vamos ter não só peixe como também marisco congelado para que as pessoas possam comprovar a qualidade.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 121




PONTE DE LIMA, A VILA MAIS ANTIGA Em pleno coração do Vale do Lima, a beleza castiça e peculiar da vila mais antiga de Portugal esconde raízes profundas e lendas ancestrais. Foi a Rainha D. Teresa quem, na longínqua data de 4 de março de 1125, outorgou carta de foral à vila, referindo-se à mesma como Terra de Ponte. Anos mais tarde, já no século XIV, D. Pedro I, atendendo à posição geoestratégica de Ponte de Lima, mandou muralhá-la, pelo que o resultado final foi o de um burgo medieval cercado de muralhas e nove torres, das quais ainda restam duas, vários vestígios das restantes e de toda a estrutura defensiva de então, fazendo-se o acesso à vila através de seis portas. Herdeira de um vasto património, quer no seu centro histórico multissecular, quer na paisagem milenar que a rodeia, Ponte de Lima bem se pode orgulhar dos 46 monumentos classificados que se encontram no seu atual território concelhio. São ao todo três Monumentos Nacionais, 38 Imóveis de Interesse Público e cinco Imóveis de Interesse Municipal, que traduzem a riqueza e diversidade do seu património arqueológico e arquitetónico, bem como a sua importância histórica. As características únicas de Ponte de Lima fazem deste vale um jardim natural e espontâneo. Junto ao rio Lima, os choupos e os salgueiros formam autênticas bordaduras. Nas veigas, para além das culturas, os campos enchem-se de flores silvestres, compondo os mais belos ‘tapetes’ floridos de cores limianas: amarelo e roxo. Nas encostas, entre o verde da floresta, sobressaem os tons amarelo e branco da mimosa, da giesta e do tojo e o tom roxo da urze lilás, rosa e púrpura. Em Ponte de Lima a gastronomia, suculenta e saborosa, tem o seu ex-libris no Arroz de Sarrabulho, servido com rojões de porco, um prato rico em sabores e tradição. A lampreia do Rio Lima também é muito apreciada. Esta iguaria pode ser cozinhada de diversas formas, com destaque para o Arroz de Lampreia e para a Lampreia à Bordaleza. Uma palavra de realce para o Bacalhau de Cebolada, prato tradicional estimado a nível popular, confecionado nas tascas e nos restaurantes limianos, tornando-se num pitéu afamado e muito procurado. Os mais gulosos, os que gostam de doces, não podem deixar de saborear a textura do leite-creme queimado.



ponte de lima, a vila mais antiga | município de ponte de lima

Para viver, investir e visitar Já conhecida pela maioria dos portugueses, sendo muitas vezes o destino de eleição para férias, Ponte de Lima tem vindo a crescer. Banhada pelo Rio Lima e munida de uma arquitetura medieval sem igual, esta vila faz de todos os limianos orgulhosos do que é seu. Esta vila tem-se lançado na modernização, para que assim sejam cada vez mais os que procuram este local para viver. Estivemos à conversa com Victor Mendes, atual presidente da Câmara, que falou desta terra com um grande orgulho e conhecimento.

e nessa tradição que faz de Ponte de Lima um território diferente”, como afirma Victor Mendes. Mas Ponte de Lima procura mais, e tem tentado ao longo dos anos conquistar o património e com o avanço dos tempos colocar a vila “quer no contexto regional, nacional e internacional, ao mais alto nível. É, aliás, esse equilíbrio entre história, cultura e património e o que é desenvolvimento que faz de Ponte de Lima um concelho diferente”.

Victor Mendes Presidente

Um passado histórico rico Como muitos sabem, Ponte de Lima parte do reino de Leão, o reino que formou Portugal. Pela vila ainda se encontram pedaços históricos. O império romano fora deixando rasto,

126 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

“fonte de uma excelente localização estratégica.” Foi até por esta importância que D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, entregou o foral em 1125 a 4 de Março, fazendo desta terra uma referência. É muito assente nessa história, localização

Viver em Ponte de Lima “Ponte de Lima distingue-se pelo ambiente e qualidade de vida. Ponte de Lima está no centro do Alto Minho, com um conjunto de acessibilidades que nos faz estar perto dos centros urbanos, somos atravessados por duas autoestradas, a A3 e a A28, e de Viana a Ponte de Lima a A27, estamos relativamente perto da fronteira. Estamos a três quartos de hora do Porto. Estamos perto tanto do aeroporto de Vigo como o de Sá Carneiro.. Temos, felizmente, um conjunto de equipamento de utilização coletiva, do ponto de vista público ou privado. Nomeadamente na área da saúde, temos um hospital central, com um bom serviço de urgência básica e vários centros de saúde que é muito importante para o dia a dia, para viver. É um concelho seguro, é o segundo concelho do distrito mais seguro. Possuímos uma rede de equipamentos escolares desde o pré-escolar até ao ensino


empresa | tema superior, temos uma escola secundária que acabou de ser requalificada, temos quatro EB 2/3 que estão a ser objetos de obras de requalificação, completamos a rede do pré-escolar e do primeiro ciclo com a construção de 12 novos Centros Educativos”. Fala também do ensino superior, munido da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, bem como a Universidade Fernando Pessoa, estando também a Universidade do Minho perto desta vila”. O desporto, bem como a cultura, não passam despercebidos, Ponte de Lima está sempre cheia de eventos que animam a população, mas sempre em espaços adequados que têm sido objeto de renovação, como a construção do novo pavilhão de feiras e exposições. “Temos um conjunto de rede de equipamentos culturais e uma excelente programação cultural, possuímos muitos equipamentos desportivos, temos um rácio de excelência de m2 por espaço útil desportivo, ultrapassamos já os cinco m2 de espaço útil por habitante. Todas as escolas equipadas por pavilhões gimnodesportivos, alguns já com relvado sintético. Não basta fazer os eventos em quantidade, é preciso qualidade”. Este concelho é dotado também de vários equipamentos ligados ao ambiente, à cultura, à paisagem, ao lazer, bem como 150 km de trilhos. Quanto ao desemprego várias medidas são encetadas para que ninguém fique de fora. “Há também uma questão importante que é dar emprego aos nossos cidadãos. O último mandato concentrouse em atrair empresas para atrair mão de obra de qualidade”. O IMI no concelho está muito perto da taxa mínima, o preço da água e saneamento são reduzidos, e há muita gente a querer vir viver Ponte de Lima – “ queremos aumentar a taxa de natalidade”. Estão criadas, assim, todas as condições para se viver neste local da história, sendo que existem oportunidades para os jovens, que têm apostado no setor agro-florestal. Há vários espaços comerciais e equipamento da área social abrangidos. “É um território onde vale a pena viver, investir e, portanto, é um caminho que nunca tem fim. Todos os dias trabalhamos para que os nossos concidadãos tenham as melhores condições. Há uma política de desenvolvimento que tem uma estratégia, tem havido estabilidade dentro dessa estratégia, os objetivos tem sido cumpridos.”

Um bom limiano Segundo Victor Mendes a participação ativa no concelho é imprescindível. Felizmente, Ponte de Lima conta com 104 associações, nas variadas áreas e são largas centenas de limianos que estão envolvidos nessas associações a título gratuito, solidário e participativo. “Temos procurado ao longo dos anos desde a infância até à idade adulta estimular esse orgulho de ser limiano, e isso é determinante para a construção do presente e do futuro”. O desporto Com condições terrenas e aquáticas inigualáveis, Ponte de Lima recebeu o Campeonato Europeu de Canoagem, sendo considerada a capital da canoagem portuguesa, tendo como base o centro náutico Fernando Pimenta. A Feira do Cavalo é também bastante conhecida, distinguida como o melhor do desporto e turismo equestre. Com ‘pernas para andar’, Ponte de Lima tenta deixar presente nos limianos o orgulho de o ser, quer pela história quer pelo que se faz no desenvolvimento, e os cidadãos mostram-se agradados, fazendo o balanço entre a história e o desenvolvimento. Para quem não pensa viver em Ponte de Lima, saiba que este é um ótimo sítio para visitar, nomeadamente as estruturas medievais, o rio que se deixa levar por praias e a sua grande gastronomia. Estes são apenas exemplos que fazem deste concelho um expoente para quem quer conhecer o que de melhor se faz em Portugal.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 127


ponte de lima, a vila mais antiga | arte do lima

A casa do Folar Limiano

Ponte de Lima está bem representada na gastronomia pasteleira no estabelecimento Arte do Lima, onde o Folar Limiano faz as delícias dos visitantes.

Vítor Lima Administrador

O ramo da pastelaria estava-lhe no sangue. O pai trabalhava no setor desde 1983 e idealizou este projeto para o início da vida profissional independente do filho. “Nasci no meio da farinha”, narrou Vítor Lima, que desenvolveu paixão pela pastelaria ao longo do tempo. Com 18 anos frequentou o Centro de Formação Profissional Alimentar do Porto, no qual se formou, e passou os quatro anos que se seguiram a trabalhar em pastelarias em Viana do Castelo. No fim deste período, o pai achou que teria as bases necessárias para dar o salto, não só como resposta às necessidades de trabalho de Vítor Lima, mas principalmente como oportunidade de negócio, face à escassez de oferta a nível de pastelaria na região. Corria o ano de 2001 quando a Arte do Lima viu a luz do dia. Desde o início que a esposa se juntou ao projeto. No princípio desta aventura, a formação já adquirida não era suficiente para corresponder às expectativas criadas pelo próprio. Assim, com a curiosidade própria de quem faz o que gosta, pretende a excelência

128 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

e após pesquisas elaboradas sobre a pastelaria internacional, surgiu a vontade de experimentar e desenvolver o seu estilo próprio como pasteleiro. Nesse sentido, em 2011, surge uma oportunidade de emprego em França. Durante quatro anos trabalhou com grandes chefes pasteleiros franceses, que lhe deu a possibilidade de aprender, crescer profissionalmente e a oportunidade de criar novas receitas e conjugações de sabores. Em 2015 regressa e retoma a pastelaria com um novo conceito: nunca descurando o tradicional, aposta em novos sabores e paladares. O facto de ter trabalhado com as melhores matérias-primas em França, devido à facilidade no acesso às mesmas, criou-lhe o gosto por ingredientes como o chocolate belga, que usa em vários bolos. “O meu objetivo é sempre a qualidade. Aos poucos estou a tentar incutir novos paladares, ciar novos sabores, mudar os hábitos, ter qualquer coisa além disso do bolo habitual”, expõe. Entretanto a aposta na formação mantém-se, tendo frequentado, no

entretanto, cinco novas formações, de forma a aperfeiçoar a arte e melhorar a oferta. “Trabalho o produto de raiz, é o mais difícil”, admite. De referir que a Arte do Lima foi agraciada como cliente premium pelas boas práticas na utilização do chocolate belga. O certo é que no Arte do Lima os produtos são de excelente apresentação e o sabor tem, obrigatoriamente, de corresponder à expectativa criada pelo aspeto. A exigência estende-se aos colaboradores, que têm de conhecer o produto que estão a servir e no atendimento aos clientes, que “merecem absoluto respeito e todos são tratados da mesma forma. Há, até, quem venha de longe de propósito a este estabelecimento”, afirma, orgulhoso, Vítor Lima. Folar Limiano Eis o produto embaixador da Arte do Lima: o Folar Limiano, marca registada, com selo ‘100 por cento Alto Minho’, além de ser um produto certificado com produtos regionais. O Folar nascou na época da Páscoa,


empresa | tema

em 2015 e o nome foi escolhido como homenagem à terra. A massa fofa, que assim se mantém durante vários dias, é regada com vinho verde durante a sua confeção, o que se traduz numa certa acidez na altura de saborear. Este Folar é o resultado da melhor junção de enchidos e vinho verde endógenos. Atualmente, é fabricado todos os dias devido à procura e aceitação no mercado. O objetivo será, eventualmente, vendê-lo a nível nacional, via online. “Esperamos que o Folar Limiano venha a tornar-se, num futuro próximo, num ex-libris de Ponte de Lima, a par do sarrabulho, por exemplo. Para tal, contamos com a ajuda de todos os conterrâneos, assim como do Município, para uma divulgação mais abrangente do

conta com o limão como um dos ingredientes principais. Em relação à restante oferta na pastelaria Arte do Lima, existe um cuidado em diferenciar a confeção de acordo com as estações do ano. No verão, por exemplo, a aposta recai maioritariamente na fruta fresca e nos purés de frutas, paladares mais citrinos e numa versão estival do Viúva Negra: o Viúva Branca, que resulta da conjugação de sabores tropicais. Essencialmente, faz a diferença uma boa seleção das matérias-primas, sem as quais o produto final desta qualidade não é possível. A mesma é difícil de encontrar em terras lusas, ao contrário do que acontecia em França, e quando é encontrada é dispendiosa. Porém, esse é um investimento que Vítor Lima está disposto a fazer para que o resultado final corresponda às suas expectativas. O nosso entrevistado está numa “fase de experimentação” com bebidas e doçaria: “estou a testar um produto regional:

gastronomia”, remata. A empregar seis colaboradores (contando com a esposa), o empreendedor refere não se incomodar com a concorrência. De facto, até recomenda os seus colegas quando sabe que estes serviriam melhor um cliente. O importante é a união pela divulgação dos vários produtos de qualidade que Ponte de Lima tem para oferecer. O futuro da Arte do Lima ainda não está bem definido. O proprietário tenciona abrir outro espaço mais pequeno, com um conceito diferente, “mais gourmet e com produtos regionais”. Para concluir a nossa conversa, Vítor Lima convida os leitores a visitar Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal, e conhecer a gastronomia e todas as outras ofertas. “Venham à Arte do Lima, experimentem um conceito de pastelaria diferente, que aposta em matérias primas inovadoras e de excelente qualidade. Experimentem o Folar Limiano, provem,

produto”. Outro dos produtos de excelência é o Viúva Negra, um bolo baseado em chocolate que

bombom de vinho verde e bombom com aguardente velha de Ponte de Lima. Bebidas é uma aposta que faço pouco a pouco. É regional e é identitário. Ponto de Lima não é só

façam a degustação e dêem-nos a sua opinião, boa ou, o que só por pura hipótese se coloca, má, que é assim que nós crescemos”, terminou.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 129


ponte de lima, a vila mais antiga | instituto britânico de ponte de lima

“Orgulhamo-nos de ter contribuido para que vários alunos estejam agora em cargos muito importantes”

A trabalhar diariamente por uma melhor formação da comunidade na língua inglesa, Helena Távora assume a direção pedagógica do Instituto Britânico de Ponte de Lima. Com alunos de várias faixas etárias, desde jovens até aos adultos, o instituto privilegia o ensino do inglês de forma diferente do que é efeito nas escolas, onde a base principal é a estrutura gramatical. Em entrevista à Revista Business Portugal, Helena Távora fala do início deste projeto e das bases que pretende lançar para o futuro.

deixavam-na desmotivada em relação às suas funções. “O ensino oficial não me dizia nada, estava desmotivada. Naquele momento surgiu a oportunidade de concretizar o meu sonho de ter uma escola de línguas. Muitos alunos aqui em Ponte de Lima, que queriam ir para a universidade, passavam um ano a preparar-se para exames, e um deles era de língua inglesa. Eles não tinham as bases nem faziam ideia do que esperar do exame. Então fui convidada para ajudar. Quando surgiu esta oportunidade, pela Associação de Pais da Escola Técnica de Ponte de Lima, não hesitei. Entretanto, houve uma comunicação com o Instituto Britânico de Braga para abrir aqui uma seção em Ponte de Lima. Como tinha sido aluna lá e depois de ter concluído vários cursos no estrangeiro, fui convidada”, explica a diretora pedagógica do instituto. Com a vontade de ajudar a fazer a diferença na sua área de vocação, desde cedo Helena Távora tentou fazer do Instituto

Helena Távora Diretora pedagógica

Num mundo em que o inglês é cada vez mais uma permissa base para um futuro no mercado de trabalho, são também cada vez mais os interessados em aprender ou desenvolver conhecimentos da língua. No Instituto Britânico de Ponte de Lima têm essa oportunidade, em moldes que vão para além do que é feito no ensino corrente nas escolas. “Neste momento, temos 256 alunos aqui em Ponte de Lima e mais 30 na secção de Arcos de Valdevez. Temos vários níveis e faixas etárias aqui”. O início do projeto, pela mão de Helena Távora Ligada desde sempre à aprendizagem e ensino de línguas, Helena Távora chegou naturalmente ao lugar de professora. No entanto, os métodos usados

130 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Britânico de Ponte de Lima uma referência. “O Instituto Britânico e a Associação Luso Britânica de Ponte de Lima remontam a 1979. Tentamos sempre gerir isto da melhor forma, estão aqui muitas horas pessoais. E os bons resultados compensam este esforço. Somos a única escola de Ponte de Lima oficial ligada a Cambridge. Em 2011 e 2012 participamos num concurso de Cambridge, onde mandamos várias fotos daqui da escola e do que estávamos a fazer, e fomos a única escola do Instituto Britânico a nível nacional a participar na revista da Universidade de Cambridge, que circula em todo o mundo. A partir daí, já recebemos mais dois prémios, por termos os melhores resultados em vários níveis. É isto que nos motiva”, afirma.


instituto britânico de ponte de lima| ponte de lima, a vila mais antiga

O sucesso e resultados Com a preocupação de oferecer aos alunos uma formação de qualidade na língua inglesa, o Instituto Britânico de Ponte de Lima orgulha-se de ter feito parte do percurso de alunos que atingiram o sucesso nas suas carreiras profissionais. “Orgulhamo-nos de ter contribuído para que vários alunos estejam agora, espalhados pelo mundo, em cargos muito importantes. E foi o inglês que lhes abriu as portas. Sintome muito orgulhosa porque para além de fazer o que gosto, contribuo para a comunidade, para que outros arranjem trabalho”, esclarece Helena Távora. Reconhecidos pelo trabalho que desenvolvem, vão vendo com satisfação as alterações que já se vão tentando fazer no ensino oficial. “Felizmente, os programas nas escolas já estão

a mudar, mas ainda se mantém errado o facto de o programa não estar adaptado aos alunos, porque as turmas são muito grandes e o professor não consegue chegar a todos. É um programa que se baseia muito na estrutura gramatical. Mas creio que, felizmente, muitos professores já levam para a escola outras ideias e tentam impô-las. Aqui, para além da preocupação com o ensino, também nos esforçamos por gerir os nossos horários de acordo com as necessidades dos alunos, para que eles tenham tempo para estudar para outras disciplinas, se for necessário, e para que possam fazer outras atividades, de deporto e lazer, porque é importante que eles se sintam bem, sem isso, não têm motivação suficiente para se aplicarem”, explica a diretora pedagógica. Com um passado e um presente de sucesso, com bons resultados reconhecidos em Portugal e no estrangeiro, o

Instituto Britânico de Ponte de Lima pretende continuar a fazer a diferença na formação de jovens e adultos. “Felizmente, tenho pessoas que estão já ligadas aqui, que poderão continuar o trabalho, que passa pela certificação acima de tudo, pelo preparar alunos para terem conhecimento da língua num nível avançado. O meu receio é que isto fuja um pouco deste âmbito. A associação foi fundada com muito amor e queremos encontrar uma pessoa que a dirija também com esse amor”, conclui Helena Távora.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 131


VIANA DO CASTELO Quem veraneia por Viana do Castelo depara-se com uma cidade que é o encontro entre o rio Lima, o oceano Atlântico e a natureza. Nas ruas circulam os amistosos vianenses, aos quais é fácil dirigir a palavra. Neste concelho, capital de distrito, encontra-se boa gastronomia, locais de visita turística e estabelecimentos hoteleiros, cuja qualidade fazem o hóspede perder a vontade de lá sair. Cada vez mais são os turistas que se atrevem a visitar esta localidade, atraídos inicialmente, talvez, pela segunda capital do país, mas que se apercebem, rapidamente, das potencialidades das cidades que a circulam. Este crescimento de visitantes mobiliza a economia local e desenvolve-a, beneficiando a cidade e os seus habitantes. Nestes meses em que o bom clima impera, a qualidade de vida de Viana do Castelo é ainda mais óbvia, sentida na segurança do viver urbano, no ar que se respira límpido (ou não fosse o Anel Viário que circunda o centro antigo da cidade e os vários parques de estacionamento subterrâneos, que contribuem enormemente para a organização dos automóveis, desimpedindo a superfície e dando lugar à mobilidade pedonal) e na paisagem verdejante envolvente. O património natural, monumental e histórico é paragem obrigatória. Aos visitantes recomenda-se o Convento de São João do Monte, o Chafariz que se situa no centro da Praça da República, a Ponte Eiffel, o Forte de Santiago da Barra, o Elevador de Santa Luzia que o levará ao Santuário da Santa Luzia, o qual se ergue imponente no alto do monte e de onde se vislumbra toda a magnífica cidade. De referir, ainda, o NavioHospital Gil Eannes e o Porto de Viana do Castelo, o qual ainda projeta a sua influência como um dos principais portos portuenses da pesca do bacalhau do século XX. Os espaços culturais foram cuidadosamente mantidos e modernizados (teatros, cinemas, biblioteca e museus), atos justos para a capital do folclore português, onde a louça e os bordados fazem as delícias daqueles que procuram artesanato original. Viana do Castelo é recomendável para viver, visitar e trabalhar.



viana do castelo | sambiental

“Ajudar na construção de um ambiente saudável” A Sambiental tem como filosofia de trabalho a prestação de um serviço de qualidade, com a maior segurança e ao melhor preço, visando a máxima satisfação dos clientes. No mercado há mais de 20 anos, apresenta-se como empresa líder nos setores de limpeza de saneamento, recolha de resíduos e desentupimentos. Ao longo dos anos tem vindo a acumular experiência, investindo na formação dos colaboradores e na constante renovação da frota. Localizada em Viana do Castelo, estende a sua atividade à zona norte do país e tem a decorrer o processo de implementação do sistema de gestão da qualidade, tendo em vista a sua certificação, de acordo com a NPEN ISO 9001:2015.

Administração

Manuel Ribeiro iniciou o seu percurso profissional ainda jovem. Passou por vários setores de atividade e atualmente é o administrador de uma das empresas líderes no mercado da área da limpeza de saneamento, desentupimentos e recolha de resíduos. Com mais de 20 anos, a Sambiental reúne a experiência, rapidez e técnica para executar serviços de prevenção, manutenção e reparação na área do saneamento a nível doméstico e industrial. Situada em Viana do Castelo, abrange a região norte do país e conta com parceiros noutros locais. “Fazemos a manutenção,

134 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

limpeza e desobstrução de infraestruturas de drenagem de águas residuais e pluviais, transporte de resíduos para a ETAR e estações elevatórias a nível industrial. Quando há alguma obstrução ou outro problema de saneamento a nível doméstico, nós vamos resolver”, adianta Manuel Ribeiro. Com clientes particulares, empresas e entidades, destacam-se os municípios que solicitam os serviços da Sambiental pela eficiência e confiança. “A nossa principal política é manter os clientes e executar as tarefas, não interferindo no trabalho dos parceiros”, defende.


sambiental | viana do castelo Equipa disponível para emergências Numa área em que os imprevistos são constantes, a Sambiental encontra-se preparada para atuar rapidamente. A experiência acumulada ao longo de duas décadas, o investimento na formação dos meios humanos e a constante renovação da frota tem garantido a fórmula de sucesso. “Tudo isto implica uma logística muito grande, temos que ter profissionais qualificados e todos os equipamentos necessários. Quando surgem várias urgências no mesmo dia, temos que mobilizar equipas rapidamente, apesar das distâncias físicas. A frota deve ser adequada a determinado serviço, por isso atualmente contamos com mais de 15 hidro aspiradores entre outras viaturas”, avança o administrador. A procura e escolha dos serviços da Sambiental é explicada pela resposta rápida e eficiente e ainda pela disponibilidade dos meios, mesmo em situação de emergência. Uma equipa empenhada faz toda a diferença, por isso, Manuel Ribeiro acredita que é essencial reunir todas as condições para atender as necessidades dos que solicitam os seus serviços. Atualmente conta com 24 técnicos experientes apesar da dificuldade em contratar mão de obra qualificada. “Temos que dar formação internamente e adequar os meios para responder às necessidades dos clientes. Alguns já estão cá desde o início e tentamos manter os postos de trabalho, com um bom ambiente e espírito de entre ajuda”, explica o administrador. Os profissionais passam por um processo de aprendizagem constante e exigente para que consigam executar um bom trabalho, sendo acompanhados por técnicos de engenharia e segurança que contribuem para uma evolução gradual. A saúde em primeiro lugar O empresário vianense é elogiado por todos os colaboradores pela sua transparência, simplicidade e preocupação com as condições de segurança e saúde em que estes operam. Desta forma, destaca-se como o primeiro e único em Portugal a lutar pelos direitos e saúde daqueles que diariamente correm o risco de serem infetados pela Leptospirose. Esta é uma doença infeciosa causada por uma bactéria, a Leptospira, transmitida ao ser humano através de uma picadela de um rato ou contacto com a urina. “Nos serviços de saneamento é muito provável os trabalhadores terem contacto com este tipo de epidemia e contraírem a doença. Existe uma vacina que após administrada previne este tipo de doença. No entanto, ao contrário do que acontece em outros países, não é possível aceder a ela em Portugal”, denuncia Manuel Ribeiro. Esta realidade já foi relatada nos meios de comunicação social e a luta do empresário já dura há alguns anos, porém os medicamentos para o tratamento da Leptospirose continuam inacessíveis no mercado nacional. Em países como França ou Espanha, as empresas desta área são obrigadas a vacinarem os seus trabalhadores, correndo o risco de encerrarem por falta de condições de higiene e segurança no trabalho. “Tenho lutado por esta causa que é já uma obrigação em alguns países mas ainda não conseguimos que a enviassem para cá. Foi-nos comunicado pela entidade responsável

local que esta vacina não está contemplada no Sistema Nacional de Saúde e que para já não é possível. Sugeriram a empresa a levar os trabalhadores até estes países para receberem o tratamento”, esclarece. Só em Viana do Castelo já foram registadas mortes devido a esta epidemia que preocupa empresários e colaboradores. Numa profissão como esta, o risco é constante e a segurança deve ser privilegiada, por isso a luta continua até serem obtidos os resultados pretendidos. Para já, a empresa faz os possíveis e fornece todos os equipamentos e vestuários adequados aos trabalhadores. Preocupação com o ambiente Um dos lemas da Sambiental é “contribuir hoje para um futuro ambiental sustentável”. Uma preocupação constante que obriga a empresa a cumprir certos requisitos como reencaminhar os resíduos para destinos autorizados, como as ETAR. A importância de atribuir um fim adequado a estes resíduos é partilhada por vários clientes particulares e empresas. Desde indústrias até aos particulares nota-se que existe preocupação com o destino final dos resíduos que são recolhidos nas suas instalações. Esta é uma obrigação legal e o contributo de todos é relevante para a preservação do meio ambiente. A empresa dispõe ainda de vários equipamentos tecnologicamente desenvolvidos no âmbito da limpeza, desobstrução e inspeção de vídeo de tubagens domésticas e industriais. Além de eficazes, garantem o melhor preço aos clientes que reconhecem a qualidade e o profissionalismo. Perspetivas futuras Com a ambição de se tornar líder no seu setor de atividade, a Sambiental continua a investir em tecnologias de última geração e na formação contínua e desenvolvimento da força de trabalho para prestar um serviço de excelência. “Estamos num processo de certificação, o que é muito importante porque além de obtermos mais conhecimentos transmitimos isso aos clientes. É uma maisvalia e damos mais garantia, qualidade e confiança”, asseguram. O filho dos administradores, com apenas 16 anos, já demonstra interesse em seguir as pisadas do pai e associar-se a esta empresa que se encontra num bom caminho para o crescimento.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 135


viana do castelo | cunha bastos

inovação e excelência Fundada em 1984, por Guilherme da Cunha Bastos, a Cunha Bastos é hoje uma empresa de sucesso gerida por Maria da Conceição Ramos, e seu filho João Guilherme Bastos.

É em 1996, que Maria da Conceição Ramos toma as rédeas do negócio quando o seu marido, Guilherme Cunha Bastos, falece, vítima de um brutal acidente de viação. Assim a professora de química que não tinha até ao momento qualquer ligação à empresa, apresenta o seu plano para lhe dar continuidade.Todos os seus colaboradores se mantêm com ela, e, logo no ano seguinte, a empresa apresenta um dos melhores resultados de sempre! Com o passar dos anos, a empresa tem vindo a implementar-se no mercado, diversificando cada vez mais a sua atividade e apostando, fortemente,na inovação e na formação dos seus colaboradores, o que lhe tem valido a atribuição de vários prémios e o reconhecimento no seu mercado de trabalho. Por todo este percurso de reconhecido mérito, Maria da Conceição Ramos, é galardoada com o Prémio Empreendorismo no Feminino do Alto Minho Business Awards 2017. Já com João Guilherme Bastos na administração da empresa, e continuando a ter como princípios a competência, o profissionalismo e o compromisso, a Cunha Bastos tem vindo a realizar obras de referência, no âmbito da eficiência energética, como é o caso da reconversão de luminárias convencionais por LED’s em várias cidades, nomeadamente, Porto, Viana do Castelo, Valença e Esposende, iluminação monumental com tecnologia LED, no convento de Cristo em Tomar, no Castelo de Palmela e no Escadório da Senhora dos Remédios em Lamego, entre outras. Atualmente, tem em execução uma obra da qual muito se orgulha por toda a sua especificidade e valor, enquadrada no Programa Polis Litoral Norte, em Esposende. No âmbito da sua atividade, esta empresa assegura o seu compromisso no cumprimento de todas as disposições do Sistema de Gestão da Qualidade e Ambiente, bem como os requisitos estatutários e os regulamentares. Assim, está certificada desde 1999 na NP EN ISO 9001 e encontra-se em processo de certificação na NP EN ISSO 14001, reforçando assim as suas preocupações ambientais.

Maria da Conceição Ramos Administradora, junto ao busto do fundador

136 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Prémio Empreender no Feminino Alto Minho Business Awards 2017


solicitadora cláudia cerqueira | viana do castelo

“A nossa profissão é indissociável da palavra responsabilidade” No ano em que comemorou nove décadas de existência, a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE), outrora designada de Câmara dos Solictadores, realizou em Viana do Castelo, o seu VII Congresso, que reuniu meio milhar de profissionais. Por entre a multidão estava Cláudia Cerqueira, uma jovem solicitadora vianense, que considera este tipo de eventos uma mais-valia para os profissionais da área e para a população.

Cláudia Cerqueira Solicitadora

Entramos nas instalações de Cláudia Cerqueira onde fomos amavelmente recebidos. Passamos da sala com balcão para a sala de reuniões, um espaço mais recatado, onde a solicitadora nos recebeu de sorriso rasgado no rosto. Sentamo-nos e demos início à entrevista. Cláudia Cerqueira, natural de Nogueira, Viana do Castelo frequentou a licenciatura de solicitadoria na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (IPP), que lhe permitiu o ingresso no estágio, findo o qual se inscreveu como solicitadora. Antes de ingressar no curso e de ter a certeza de que esta era a profissão que queria exercer revela que durante alguns anos ponderou seguir psicologia, mas no momento da candidatura, “o gosto pela vertente jurídica da vida quotidiana”, levou-a a colocar solicitadoria no topo da lista. “Foi uma escolha que tomei, da qual nunca me arrependi”, acrescenta.

Tornou-se solicitadora generalista e em 2015 abriu as portas do seu escritório, colocando-se ao serviço da população. No seu percurso já fez de tudo um pouco, mas reconhece que os serviços que mais gosta de trabalhar são os registos e notariado, uma vertente que considera “complexa, mas muito motivadora”. A carteira profissional é alargada: contratos, procurações, requerimentos, certificação de fotocópias, autenticação de documentos, reconhecimento de assinaturas, doações, compras e venda, partilhas, registos prediais, comerciais e automóveis, constituição de sociedades comerciais e cobranças de dívidas são alguns dos serviços que presta. Questionada sobre a importância das formações e congressos - mais precisamente sobre o VII Congresso dos Solicitadores e dos Agentes de Execução, organizados pela

OSAE, Cláudia Cerqueira reconhece o valor deste tipo de eventos quer para os profissionais, quer para a população em geral. “Ainda há falta de consciencialização sobre aquilo que é a carteira de serviços de um solicitador. Somos muitas vezes esquecidos no meio de notários e advogados, duas profissões que embora tenham alguns serviços em comum com os solicitadores, são entidades profissionais distintas”, comenta a interlocutora. Considera que a OSAE tem vindo a fazer um esforço muito grande para informar a população sobre o papel da profissão e que este encontro foi a prova viva de que está a agir nesse sentido. Para Cláudia Cerqueira, o congresso veio abrir a oportunidade à população de intervir, de colocar questões e de ouvir respostas da boca de profissionais. Para além disso, entende que todos os eventos que permitam a junção e colaboração de profissionais da área acrescentam valor a todos os participantes. “É salutar percebermos que podemos aprender uns com os outros e ter a perceção de que existem formas de trabalhar distintas. Neste congresso tomaram-se decisões importantes e fomentou-se um espírito de colaboração e de partilha de experiências. Uma mais-valia para todos nós”. Outra medida que apontou sobre o Congresso foi o local escolhido para a sua realização. Entende que é importante descentralizar este tipo de eventos dos grandes centros urbanos e levá-los até outros pontos do país. O balanço que faz do seu percurso é positivo. Garante que enquanto profissional nada lhe traz maior satisfação do que “ver os olhos de um cliente a brilhar no culminar de um processo, isso a par com a entrada de um novo cliente no escritório que chega por recomendação de um outro”. Finaliza dizendo que a profissão de solicitador “é indissociável da palavra responsabilidade e do bem-fazer em prol da população”.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 137


viana do castelo | henry service e baú das marias

Um caminho traçado com inovação e trabalho Henrique da Fonte e Nazaré Vieira são um casal que partilha a mesma visão empresarial e a vontade de inovar nos negócios. Deste interesse comum nasceram dois investimentos em áreas distintas, mas complementares no que toca ao espírito empreendedor: a empresa de apoio eletrónico, venda e reparação de equipamentos fitness, Henry Service e o Baú das Marias, uma loja de produtos étnicos.

Henrique da Fonte iniciou a Henry Service há 15 anos, quando acabou o curso. Contudo, só quando ficou sem emprego é que se dedicou de forma afincada a desenvolver a empresa. Atualmente, a firma está direcionada para a prestação serviços de apoio nas áreas da eletrónica e da mecânica, sendo especializada na reparação de equipamentos fitness. “Fazemos instalação de videovigilância, alarmes e montagem de automatismos. Mas a nossa principal ‘fonte de alimentação’ é o fitness. Prestamos serviços de venda, reparação e manutenção a ginásios e particulares. Somos agente comercial da empresa BH fitness”, referiu o responsável. A empresa foi crescendo a um ritmo cadenciado, mas sustentável, fruto do muito trabalho de Henrique e Nazaré e também das parcerias

138 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

estabelecidas com outras entidades. “Temos protocolo, atualmente, com a Vianamatic, na área da automação, com a Eletrilevo no mercado de vigilância e segurança e com a Eletroborlido na área da eletricidade. São os nossos parceiros diretos que nos deram trabalham e sustentaram a Henry Service enquanto davamos os primeiros passos na área de fitness ”, explicou. Já com clientes espalhados por todo o país, a Henry Service destaca-se da concorrência, segundo os seus fundadores, pela abrangência de marcas com que trabalha, por ser celere a dar uma resposta ao cliente e por ter uma logística pequena, que permite cumprir os prazos definidos. Artigos ecléticos e alternativos O outro projeto desse casal é o Baú das Marias. O estabelecimento, localizado em Viana do Castelo, foi inicialmente idealizado para a comercialização de vestuário reutilizado. “A loja tem três anos e meio e foi criada para dar vida a um projeto que já estava em mente há vários anos, embora sem certezas de que daria certo . Estive uns anos a gerir duas lojas de usados e daí trouxe a vontade de aliar o conceito do usado a um espaço de decoração vintage, idealizado e elaborado por nós. Reutilizamos todos os móveis e objetos que tinhamos nos sotãos de familia”, referiu Nazaré Vieira. “Passados três anos, deixamos para trás o conceito vintage e damos uma nova vida ao

Baú das Marias, focando-nos mais em produtos étnicos, como roupa boho/ hippie indiana, cristais e minerais, incensos e outros artigos de aromoterapia. Temos bijuteria étnica, candeeiros de sal dos himalaias e decoração budista. Comercializamos também material de apoio a terapeutas de reiki, cristaloterapia e meditação. Em cima da mesa, temos alguns projetos para um futuro próximo que passam pela criação de um espaço de terapias e uma maior aposta em vendas online com a criação de uma loja virtual. Novas perspetivas de desenvolvimento Embora satisfeitos com o atual estado de desenvolvimento das duas marcas, Nazaré Vieira e Henrique da Fonte já traçaram alguns planos de futuro. No que toca à Henry Service, os responsáveis gostariam de poder criar uma rede de técnicos com representantes em todo o país. “Neste caso, o que faltam são contactos com pessoas que queiram desenvolver o próprio negócio, em que lhes é disponibilizada a plataforma e a imagem. O nosso objetivo é alcançar um grande volume de clientes e alargar o nosso campo de ação, o que implicará a contratação de técnicos que serão formados e orientados por nós, visando a prestação de serviços a outras empresas/marcas da área”, referiram. Já no caso do Baú das Marias, os passos futuros passam por focar ainda mais o negócio na área das terapias e produtos holísticos e passar do espaço físico para uma loja exclusivamente digital.


José António Parente Lda | viana do castelo

Da proximidade com o cliente à construção Raquel Parente é Engenheira Civil e responsável pela empresa José António Parente Lda.- empresa da qual fala com muito amor, não fosse mesma criada pelo pai, José António Parente. Numa entrevista à Revista Business Portugal, afirma que gosta do contacto direto com o cliente, pois é assim que se chega aos bons resultados e se pode colmatar qualquer falha, até porque a qualidade do resultado final das obras depende muito do cliente.

Raquel Parente Administradora

O que distingue a José António Parente Lda. das restantes empresas do setor? A nossa humildade é o nosso cartão de visita. Trabalhamos muito a nível familiar, não é em vão que temos pessoas empenhadas e um sócio gerente sempre presente no terreno. Medida que consideramos de extrema importância, pois cada vez há verbas mais apertadas e se não estivermos a par de tudo, só teremos prejuízo. Portanto, acompanhamos todas as obras do início ao fim. Gostaríamos que começasse por nos dizer como nasce a empresa e qual é a vossa principal atividade. A empresa surge, primeiramente, pelas mãos de uma sociedade com mais elementos. Mais tarde, o meu pai, José António Parente funda uma nova empresa em nome individual, por entender que estava na altura certa de se lançar por sua conta e risco. A nossa principal atividade insere-se no mercado das obras públicas e particulares ao largo de todo o território nacional. Atualmente a nossa estratégia tem-se focado na realização de obras públicas. Construímos e reconstruímos habitações, urbanizações e infraestruturas. É Engenheira Civil de formação. O que a fez ingressar por este caminho profissional? Eu nasci, vivi e cresci no seio da construção civil, setor pelo qual me apaixonei e que me fascinou desde o primeiro instante. Quando no meu percurso académico chegou o momento de escolher um rumo, optei pela engenharia civil. Decisão da qual nunca me arrependi e que me tem trazido ao longo dos tempos realização pessoal e progressão profissional. Por vezes, o trabalho exige muito de mim, mas no final é compensador.

A construção civil enfrentou em Portugal uma fase de enorme recessão. Como foi ultrapassar esse período de crise? Foi bastante difícil, como em todas as empresas do ramo que felizmente sobreviveram. Mas a nossa arte e engenho, aliada ao espírito empreendedor que nos move, permitiu-nos “ajustar as velas e remar contra a maré”.

Como se afigura a construção civil de momento e quais são as vossas

ambições futuras? Felizmente, a construção civil está a crescer de novo. Contudo, às vezes queremos um subempreiteiro e não se arranja, contrariamente ao que acontecia há uns tempos. As pessoas têm vontade de investir, mas ainda com algum receio devido à conjuntura atual do país, por isso investimos com precaução. No futuro queremos continuar a desenvolver um bom trabalho, crescer com razoabilidade e ponderação, mas sempre nesta base, ou seja, nunca indo além do que o nosso alvará e estrutura nos permitem.

Que obras realizadas pela José António Parente Lda. podemos conhecer? Temos inúmeras obras realizadas de norte a sul do país, cada uma delas com a sua importância. Contudo, por uma questão de respeito e salvaguarda da privacidade dos nossos clientes, não vamos de forma alguma citar nomes ou mencionar edifícios, que todos nós conhecemos e até utilizamos no nosso dia-a-dia. Aquilo que nos importa não é que seja do conhecimento público a autoria da obra, mas que a satisfação do nosso cliente esteja sempre garantida. Qual o projeto que mais gostou de concretizar? É difícil responder a isso, os projectos têm muito a ver com as pretensões de quem está do outro lado, portanto é muito difícil responder a essa questão.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 139


viana do castelo | entreportas

Serviço de qualidade e proximidade em prol do cliente Fruto de um estudo intensivo e uma análise extensiva do mercado imobiliário em Portugal, um grupo de investidores, liderado por Ricardo Costa, decidiu, em 2004, criar a EntrePortas - grupo de mediação imobiliária. Este projeto único, sediado na zona norte do país, nomeadamente em Viana do Castelo, procura oferecer aos seus clientes um atendimento único, personalizado e com a capacidade de aconselhar e acompanhar todos os processos intimamente ligados as necessidades do mercado imobiliário. Ou seja, o objetivo da ENTREPORTAS é, desde a sua fundação, ser empresa líder na área da mediação imobiliária, dentro dos mercados em que atua, oferecendo um serviço de qualidade e inovador.

E a visão de mercado em que assenta toda esta postura é, na realidade, bastante simples e eficaz. Analisar o mercado de ativos imobiliários, de forma transparente e objetiva, no quadro legal em vigor, estabelecendo uma relação de confiança com o cliente assente em elevados padrões de competência. Todo este processo é alicerçado numa estrutura extremamente bem preparada, com colaboradores

140 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

munidos, permanentemente, com todas as ferramentas essenciais para poderem responder, de forma imediata, a todas as necessidades dos potenciais clientes. Destaca-se, neste quadro de mais-valias, a formação de todos os elementos que constituem a ENTREPORTAS. Com um modelo de sucesso estabelecido, com bases sólidas - fruto de um conhecimento partilhado – e a motivação inerente à forte

expansão e capacidade de progressão de carreira, todos os elementos que compõe a ENTREPORTAS estão capacitados para levar a bom porto todas as oportunidades de negócio em que estão envolvidos, garantido, sempre, os melhores resultados para as partes envolvidas. Com a segurança de saber que dentro de portas a hierarquia estabelecida permitirá, sempre, conciliar todas as vertentes deste trabalho com o selo


entreportas | viana do castelo de qualidade pretendido. E neste sentido, existem dois detalhes fundamentais em todo o processo. A existência de uma diretora processual, que acompanha e forma os clientes em todos os trâmites burocráticos. Existe a consciência que grande maioria dos clientes procura uma primeira casa, ou seja, o maior bem pessoal que podem adquirir. E é necessário ter a capacidade de saber guiar os potenciais compradores em todas as tarefas até à escritura. O facto de a empresa empregar uma formadora nos seus quadros é também um ponto-chave em todo este processo. Todos os elementos comerciais são submetidos a um período de formação e adaptação. Permite, não só, uma adaptação a todas as vicissitudes inerentes a este trabalho, como é garantia que todos os elementos da equipa terão um comportamento idóneo e de encontro ao que a marca veicula. Tal como nos afirma Hugo Pinto, diretor da ENTREPORTAS, “os comerciais são os verdadeiros embaixadores da empresa e o primeiro contacto com os novos clientes”. E é esta preocupação e dedicação constante que garante o sorriso de todos os clientes. E o sucesso desta aposta tem sido

retumbante. Desde 2004, a ENTREPORTAS expandiu a sua área de abrangência de forma constante, fruto de uma estratégia de consolidação da marca e proximidade dos seus clientes. Em 2006, surge uma segunda loja em Viana do Castelo - ENTREPORTAS Viana Centro. Em 2007, o grupo continua a sua expansão na região norte de Portugal com a abertura de uma nova agência imobiliária, no concelho de Marco de Canaveses. Em 2008, regista-se mais uma inauguração. Desta feita, a ENTREPORTAS abre mais uma agência imobiliária na região norte, na cidade da Póvoa de Varzim. Em 2011, a aposta recai em Caminha. E, em 2015, a ENTREPORTAS chega a Vila do Conde. Mas não só. Com uma forte aposta no mercado online, o site www.entreportas.pt/ tem à sua disposição um vasto leque de oferta

imobiliária. Atualmente encontram-se cerca de 3.000 imóveis disponíveis para consulta. Um retrato fiel de uma empresa empreendedora e próativa que se afirmou de forma clara e inequívoca no mercado e que promete não ficar por aqui. Com cerca de 20 colaboradores só nas duas lojas em Viana do Castelo, a ENTREPORTAS é uma empresa em franca expansão, com uma presença abrangente em toda a zona Norte e fiel aos seus princípios e valores, desde o primeiro dia. Tudo para que a “Nossa casa seja a sua casa”!

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 141



BRAGA Com mais de dois mil anos de história, Braga alia a tradição à inovação e a memória à juventude. Nesta cidade minhota, não deixe de visitar o Santuário do Sameiro, o Bom Jesus e a Falperra, importantes espaços religiosos rodeados de amplos espaços verdes e belas paisagens para a cidade. O legado romano é outro dos fatores atrativos de Braga, frequentemente apelidada de ‘Roma Portuguesa’, fruto da sua origem na cidade romana de Bracara Augusta. A cidade é conhecida pelas suas muitas igrejas, pelas imponentes casas do século XVIII, jardins, parques e espaços de lazer. Visitar Braga é fazer uma viagem no tempo dentro da modernidade. Cidade antiga e de religiosidade tradicional - sempre imponente na sua riqueza - Braga vive de mãos dadas com o empreendedorismo e espírito jovem em áreas tão vitais como a cultura, o comércio, a gastronomia, a indústria e os serviços. A beleza natural e o património edificado são o cartão de visita da capital minhota, mas Braga também se tem destacado pelo afluxo de investimentos e fixação de empresas dos mais variados setores. A cidade tem criado oportunidades de investimento, melhorado as suas infraestruturas e incentivado empresários a investirem e sediarem as suas empresas no coração do Minho. O plano estratégico adotado parece estar a surtir o efeito pretendido: desenvolver Braga e torná-la num ponto de referência empresarial no mapa de Portugal. Nos últimos três anos têm-se criado sinergias onde o empreendedorismo tem sido valorizado, em prol da dinamização económica do concelho. Também ao nível dos serviços é uma cidade que concentra em si a excelência e qualidade. Jovem, inovadora e surpreendente, Braga espera por si!


braga | aijm - agentes de execução

“Somos muito mais que apenas agentes de execução” A AIJM – Agentes de Execução, tem-se vindo a afirmar no mercado. É por muitos tida como uma profissão fria e calculista, no entanto, nesta entrevista Júlio Reis, Agente de Execução da empresa em parceria com Isabel Miranda e Marta Pinheiro, desmistifica todo este ‘estigma’ que existe à volta da mesma. Afirmam-se como uma marca de prestígio, com uma estratégia e uma visão ampla do mercado e da sociedade em geral. Como tal, têm agora vários projetos em vista, projetos esses que o leitor ficará já a conhecer. São profissionais informados e com um sentido humano apurado, empenhando-se, por isso, a cada projeto e a cada pessoa.

Isabel Miranda e Júlio Reis Agentes de execução

O agente de execução – “Não é estigma, é desconhecimento” Pode parecer a qualquer cidadão que um agente de execução (mais conhecido como o profissional que faz as penhoras) é alguém frio e como o próprio diz, em tom de brincadeira, “uma pessoa sem coração”. No entanto, estes profissionais agindo no interesse da justiça são também um

144 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

motor económico, como intervenientes principais na recuperação de créditos, credibilizando o sistema jurídico/económico. A celeridade, competência e honestidade são essenciais para o desenvolvido económico, para o investimento e, essencialmente, para que as pessoas acreditem no sistema judicial. No mundo em que hoje se vive, uma grande parte da sociedade perdeu a objectividade e o discernimento por falta de cultura e, sobretudo, por desconfiança nas Instituições estatais e governamentais. Assim, o papel destes profissionais, para além da cobrança coerciva que é o fim principal da execução, passa também por uma actuação humana, informando os devedores sobre os seus direitos, de modo a que cada um possa preservar a dignidade e, na medida do possível, resguardar os bens. “Não corresponde à verdade a imagem construída por quem está de fora.


aijm - agentes de execução | braga O alcance é muito maior que isso. A nossa missão é levar o conforto social possível aos deserdados da fortuna nacional, não a defesa stricto sensu mas a informação para que não morra o desejo de satisfazer os credores e não nasça o estigma da culpa. A informação é a melhor defesa. Ao credor, o Direito, ao devedor, a obrigação”, explicação esta proferida por Júlio Reis que, de seguida, mostrou o seu agrado e realização profissional quanto ao caminho que escolheu para a sua vida, pois exerce uma profissão que torna a justiça eficaz e possui humanidade – “às vezes a palavra certa é fundamental ao recomeço da uma vida”. As instalações e o novo anfiteatro – “Da discussão nasce a luz” Chegada às instalações da AIJM, a equipa da Revista Business Portugal deparou-se com um espaço amplo, de cores fortes, onde todos os elementos que compõem esta equipa gozam de condições excelentes. Instalações estas que são o reflexo das pessoas e das mentes que as habitam. “Inicialmente tinham um aspecto mais austero, amplo e impessoal. Depois, reformamos os espaços e pintamo-los com as cores que nos definem, de modo a torna-los uma extensão de nós próprios, do coletivo.” Destaca-se o seu papel interventivo, com opiniões formadas e vincadas sobre a conjuntura sócio-económica e cultural. Assim, projectam a construção brevemente de um anfiteatro que dê corpo a uma ideia já muito antiga de realização de colóquios, reuniões e formações, ou, como diz Isabel Miranda, “para tudo o que caiba no anfiteatro e que gere discussão. A discussão de assuntos é fundamental, para desenvolver o sentido crítico de cada um e fazer com que cada pense individualmente”. Júlio Reis reitera ainda que estão abertos a qualquer tipo de discussão, desde “um livro, a um prato... Somos muito ativos na nossa classe, criticamos, escrevemos, e também o queremos ser na sociedade civil. Um anfiteatro é um espaço que nos dá outra dimensão e nos põe com outro à vontade.” A sociedade bracarense, segundo o nosso interlocutor, é bastante ativa, com muitos grupos de discussão sobre variadíssimos temas e dando às pessoas motivos e espaços próprios para incitar e fomentar o conhecimento, as pessoas acabarão por aderir. A AIJM – “O nosso trabalho falou sempre por nós” A AIJM nasce depois de muito trabalho e de uma visão ampla que se dirigia a todos. “Trabalhávamos 14 a 16 horas por dia, a empresa não nasceu do pé para a mão”, explica Júlio Reis, alicerçou-se na competência e

determinação, investimento humano e financeiro: “tivemos visão estratégica e muita resiliência, sabíamos o que queríamos e acreditámos. Mas mesmo assim todos os dias renovamos e inovamos, porque nada é perfeito. O erro faznos crescer. ” A empresa conta com cerca de 30 elementos, entre agentes de execução, administrativos e advogados. Têm capacidade técnica e humana para trabalhar no país inteiro, incluindo as ilhas, que lhes permite acompanhar o processo do princípio ao fim, sem recurso a delegação de actos. “Agir e trabalhar com total independência, granjeou-nos respeitabilidade e confiança dos agentes económicos”. A comunicação pronta com os intervenientes processuais é outra das características. “É a nossa maneira de estar. Evitam-se problemas e fomenta a confiança. Estas regras que são simples e eficazes fizeram-nos progredir, tornandonos grandes mas não enormes”, diz convicto. Como pessoas informadas, sempre com uma palavra, a entrevista à Revista Business Portugal, passou também por um manancial de temas que surgiram com a conversa, deixando a vontade de voltar e, quem sabe, frequentar o tão aguardado projecto cultural. Esta é uma profissão bastante abrangente e com uma utilidade social incomensurável. Da discussão nasce a luz. As portas da AIJM estão abertas a todos, são um horizonte para lá da execução.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 145


tema | empresa

Onde melhor investe o seu capital Com um ano e meio de existência e sede na cidade de Braga, esta leiloeira abrange processos de todo o país e oferece transparência, rigor e profissionalismo a todos os que nela confiam o seu capital. Foi numa visita às instalações desta empresa que mais ficamos a saber sobre ela e sobre esta atividade.

para os negócios particulares. Sendo uma leiloeira que trabalha com a devida autorização da Direção Geral das Atividades Económicas, esta empresa consegue trabalhar com mercados de todo o país, tornando-se encarregada de venda de determinado produto e tendo como objetivo principal a sua promoção e venda no mais curto espaço de tempo. Isenção, transparência e bons negócios São os três pilares basilares desta organização. Aqui existe atendimento personalizado onde todas as necessidades dos clientes em termos de tempo de ação e dificuldades específicas são atendidas, oferecendo a melhor e

Leiloeira acreditada A Capital Leiloeira surgiu como uma oportunidade de negócio quando se depararou com a realidade de na zona norte do país ainda não existirem empresas a colmatar esta necessidade. Desta forma, a Capital Leiloeira presta aos seus clientes diversos serviços na recuperação e liquidação de ativos, nomeadamente, inventariação e avaliação de bens, divulgação dos bens e organização e realização da venda. Promove vendas judiciais ou extrajudiciais através das modalidades de leilões presenciais, leilões online, carta fechada e/ ou negociação particular de imóveis, veículos automóveis, equipamentos industriais e agrícolas, mobiliário habitacional, comercial e industrial. De referir que, pese embora o aconselhamento por parte da Capital Leiloeira, a modalidade de venda é escolhida normalmente pelo cliente. Na visita realizada à Capital Leiloeira percebemos que esta trabalha muito com liquidações e insolvências (cerca de 80 por cento do trabalho é realizado com administradores de insolvência) mas que também há lugar

146 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

mais eficaz solução para se atingir um determinado objetivo. A aposta na transparência também é uma realidade, visto que é sempre apresentada toda a informação disponível sobre os bens e oportunidades de negócio que esses bens podem gerar, ou seja, todos os intervenientes são inteirados do bem em questão. Para garantir um melhor e mais consciente ambiente de compra e venda, a Capital Leiloeira organiza grande parte dos seus leilões públicos nos locais onde se encontram os respetivos produtos. Aqui o objetivo é sempre dar dinâmica à venda, isto porque, os bens por vender resultam em grande prejuízo para os credores, seja pelo pagamento de impostos, seja pela constante degradação a que estão sujeitos. Por questões de estratégia, a Capital Leiloeira tenta sempre vender os seus produtos por lotes e, a verdade, é que existem diversos investidores profissionais nesta área de atividade, que veem nestes negócios uma forma de rentabilizarem o seu capital.


empresa | tema

Menos processos, maior valor em investimentos Com a recuperação económica e financeira do país, tem-se assistido a um fenómeno neste setor de atividade: o número de liquidações e insolvências diminuiu, no entanto, denota-se mais procura para investir e confirmam-se as vendas de bens por valores superiores aos praticados em tempo de austeridade. A Capital Leiloeira que também vende estabelecimentos comerciais na sua totalidade, permite a recuperação de uma empresa através de novos investimentos, permitindo a não desvirtualização da sua atividade. Para esta leiloeira um bom negócio acontece quando alguém investe dinheiro e consegue a curto ou médio prazo realizar

mais-valias. Para isso, a estratégia passa por tentar atribuir um valor acrescido aos bens em leilão, mostrando aos seus potenciais compradores as mais-valias de o adquirir. Num local onde existem dois tipos de clientes distintos: o que compra e o que vende e percebendo que ambos têm que sair satisfeitos depois da negociação, a divulgação é um patamar importantíssimo e a Capital Leiloeira sabe que os diversos órgãos de comunicação social são uma ferramenta muito útil para o sucesso da sua atividade. Por fim, resta apenas dizer que a Capital Leiloeira se assume como uma aposta de confiança para tratar da venda de todo e qualquer tipo de bens.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 147


braga | nka - new knowledge advice

Desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras A NKA – New Knowledge Advice é uma empresa tecnológica que concebe e desenvolve soluções globais orientadas para transformar os negócios dos seus clientes, tornando-os mais aptos a responder às crescentes exigências dos mercados. António, Manuela, João Magalhães e Nuno Gomes são sócios fundadores desta empresa. Foi com António e Manuela Magalhães que a nossa revista esteve à conversa por forma a conhecer os projetos que estão a ser desenvolvidos pela NKA. António e Manuela Magalhães Administradores

António e Manuela Magalhães para além de sócios são também um casal. Autoconsiderado um ‘produto da Universidade do Minho’, ele é formado em Engenharia de Sistemas e Informática e ela em Gestão. Depois de 25 anos a trabalhar numa empresa (também fundada por António Magalhães, juntamente com três sócios), decidiram investir num projeto próprio, inovador e que fosse ao encontro do que ambos pretendiam da sua vida enquanto empresários. Depois de uns meses em viagem pelo mundo, regressaram e fundaram a NKA. Do iAdministration à Economia Digital Os produtos e serviços que a NKA projeta e instala focalizamse na otimização dos recursos humanos e materiais das

148 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

organizações públicas e privadas com quem colabora, desenvolvendo-os em função das necessidades dos clientes, de forma personalizada e em ambiente amigável. Exemplo disso é o primeiro projeto a ser desenvolvido por esta organização: o iAdministration. Este projeto foi pensado para colmatar uma necessidade evidenciada na Administração Pública local que, ao contrário da Administração Central, não possui uma plataforma de apoio online que facilite a sua utilização. Este projeto foi desenvolvido em conjunto com a Universidade do Minho e está em processo de implementação em Angola e no Brasil (São Paulo). A par disso, e em cooperação com empresas e instituições de reconhecida qualidade que alargam o leque da sua oferta, a NKA dedica-se ao desenvolvimento de software, à

implementação de sistemas e à consultoria e formação. A Economia Digital é uma das grandes apostas atuais da NKA e o desenvolvimento de marketplaces uma solução inovadora que tem sido adotada por municípios como Braga (I Shop Braga), Barcelos (Barcelos Plaza) e Porto (LivingGaliza). Estes projetos são desenvolvidos em conjunto com associações representativas do comércio. Curiosamente, a União Europeia fez um inquérito sobre boas práticas realizadas em Portugal em 2017, na área da economia digital, e este projeto foi considerado um dos mais interessantes, nesta área tendo sido objeto de análise. Por isso mesmo, a NKA encontra-se a tentar implementar esta ideia em mais cidades do país (e também no estrangeiro, como em França, Itália e Bélgica), uma vez que o comércio tradicional é um setor que necessita


nka - new knowledge advice | braga

deste tipo de iniciativas e modernização para recuperar a sua sustentabilidade e continuar a dar vida aos centros comercias urbanos. Aposta na promoção dos produtos típicos das regiões e na promoção turística Apesar de a NKA ser um projeto recente alicerçado em elementos de larga experiência e formação na área da TI e Gestão de Projetos, a NKA também desenhou um conceito inovador na área da promoção digital de produtos típicos regionais (sejam eles agroalimentares ou de artesanato). Com este enquadramento, ganhou um concurso internacional para a promoção dos produtos típicos do Algarve - Algarve Store Business Online - plataforma de negociação e venda, num modelo de negócio B2B e B2C, direcionada para a concretização de negócios e venda direta aos consumidores finais e empresas. Esta plataforma surge assim como um

novo instrumento de apoio às PME da Região do Algarve, através da implementação de uma estratégia que estimule a procura e o alargamento dos mercados, nacional e internacional, através de modelos de negócio ancorados na economia digital, implementados pela NKA. Welcome Braga é o nome de um portal que também se encontra em fase de desenvolvimento e que oferecerá um conjunto de ações que terão como objetivo final a consolidação de uma marca turística para a cidade de Braga e na promoção turística da oferta da citada, nas diversas tipologias da oferta. Aqui, todas as atividades e roteiros disponíveis na cidade, estarão acessíveis por forma a facilitar a experiência de turistas e visitantes. Conseguir uma agregação da oferta, no mesmo portal, é a essência deste projeto que também já foi proposto no estado de Pernambuco (Brasil), estando neste momento em fase de análise, para possível implementação. De destacar que a NKA se encontra numa fase de implementação de uma nova imagem e de uma nova estratégia de promoção, onde o seu futuro passa por “potenciar todos os projetos que temos criado e desenvolvido (os que foram referenciados e outros que ainda estão para ser lançados em 2017). Será de referenciar que apesar dos investimentos internacionais efetuados nos mercados de língua portuguesa (Angola, Moçambique, Brasil e Timor) não estarem a ter o retorno devido a conjunturas difíceis e algumas com previsões prolongadas de duração, a NKA, está a tentar mercados europeus, mais difíceis e competitivos, estando já a ter alguns resultados, nomeadamente no mercado Suíço. Durante os últimos três anos tivemos que adquirir muito know-how e investir muito, agora queremos procurar a “estabilização”, concluíram os entrevistados que garantiram, em entrevista, ser o desafio constante, inerente a esta profissão, a razão que os motiva a continuar: “Procuramos, todos os dias, para além de melhorar, transformar”, finalizaram.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 149


braga | one imo - new knowledge advice

One Imo – 2 anos a vender casas com paixão O Grupo One foi fundado, há dois anos, por Carlos Dantas e pela sua esposa Regina Sousa. Por um lado, temos a One Imo, dedicada à mediação imobiliária. Por outro lado, temos a One Eventos. Falamos-lhe, nesta página, da One Imo, dos serviços prestados e do estado do setor imobiliário no distrito de Braga (onde se encontra sedeada esta empresa).

Carlos Dantas, responsável pela One Imobiliária, é um profissional com larga experiência na área da mediação imobiliária. No seu currículo conta com uma vasta experiência em marcas nacionais e internacionais e, após 10 anos num grupo reconhecido, decidiu apostar numa marca própria. Sobre esta sua decisão o empresário esclareceu-nos: “As marcas são boas para quem quer internacionalizar e expandir. Para quem quer trabalhar o mercado local e dedicar mais tempo à família, esta empresa chega”. Este é um negócio de pessoas. Quem o diz é Carlos Dantas, nosso entrevistado para esta edição: “Nós não vendemos nada, nós mediamos a venda entre uma pessoa e outra”, acrescentou. Para além dos clientes vendedores e dos clientes compradores, a verdade é que o proprietário da One Imo tem vários exemplos de pessoas que entraram na sua loja como potenciais clientes e saíram como amigos. Isto devido à sua postura, bem como da sua equipa, perante o mercado: “Quando os imóveis são angariados faço questão que os meus colaboradores os conheçam bem, de trás para

150 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

frente. Não admito que nenhum comercial não conheça o produto. É necessário conhecer muito bem o produto por forma a conseguir garantir todas as mais-valias aquando de uma abordagem de um possível cliente comprador. A nossa abordagem pretende ser diferente, nós não gostamos de ser persistentes”, garantiu. Braga em constante crescimento O mercado imobiliário em Braga está em forte expansão. Por vários motivos, mas principalmente porque Portugal está na moda. O nosso país é constantemente procurado por cidadãos estrangeiros e, no caso de Braga, por brasileiros. “Tudo o que há neste momento vende-se. Há mais procura do que oferta. Tem entrado muita gente em Braga nos vários domínios: académico, empresarial e industrial”. As razões são simples: Braga é uma cidade barata, segura, jovem e, portanto, muito atrativa para viver ou para investir. Segundo o nosso entrevistado este é um bom momento para comprar casa, visto que voltaram em força os apoios bancários. Já o mercado de arrendamento, para além de ser

mais difícil e exigente, encontra-se numa má fase: “bateu no fundo”, afirmou Carlos Dantas. Esta imobiliária, que trabalha o distrito de Braga, pretende diferenciar-se das demais e, por isso, para garantir uma maior proximidade com os seus clientes, são organizados diversos eventos na loja de atendimento ao público, localizada em Braga, que pretendem a promoção de convívio e de bemestar entre a equipa da One Imo e os seus parceiros. “Vender casas com paixão” é o lema desta casa que se encontra a recrutar 3 colaboradores para integrar a equipa. No que diz respeito ao futuro: “Quero arranjar um espaço, para atendimento ao público, no centro da cidade, e este funcionará como back office. A longo prazo, pretendo que este seja um legado para os meus filhos. O meu objetivo é proporcionar-lhes boas condições de vida e deixar-lhes um legado a funcionar bem. Depois cabe-lhes a eles decidir o que fazer”, finalizou.


one psicomotricidade e one eventos | braga

One Psicomotricidade e One Eventos – Duas respostas essenciais em Braga Também pertencentes ao Grupo One, encontram-se a One Psicomotricidade e a One Eventos. Duas respostas inovadoras e essenciais para o distrito de Braga. Regina Sousa é a responsável por estas duas entidades e foi com ela que a Revista Business Portugal esteve à conversa por forma a perceber quais os serviços disponibilizados e promovidos.

A One Eventos é uma empresa profissional fundada pela paixão na área dos eventos, com uma equipa dedicada, bem preparada e muito versátil baseada em três vetores: o profissionalismo, o sentido de responsabilidade e a diferenciação. Para além dos tradicionais casamentos e batizados, aqui também se organizam diferentes e animadas festas de aniversário: “Só fazemos festas em locais com espaço exterior. As festas são temáticas e nós fornecemos o mobiliário e a decoração bem como o serviço de catering. Temos parcerias com vários locais: como o Externato Paulo VI e o Solar do Areal, por exemplo”, explicou-nos a nossa entrevistada. Ainda sobre as festas de aniversário, Regina Sousa, aproveitou a conversa com a nossa revista para desmistificar o valor que está por detrás destes eventos: “O valor é acessível a todos e ronda entre os 8€ e os 11€ por criança”, revelou. Os menus bem como toda a decoração são personalizados e os próprios pais podem usufruir da festa, ao mesmo tempo que se mantêm “de olho nos pequenos”.

De acrescentar que toda a comida que sobra é entregue aos pais do aniversariante. Um apoio-extra nas escolas Na área da psicomotricidade, o Grupo One trabalha diretamente com as Câmaras, dando formação aos professores e acompanhando todo o processo de ensino e aprendizagem. Fornece, também, todo o material para que as aulas decorram como o planeado, garantindo que todas as escolas, mesmo as das aldeias mais afastadas, tenham acesso ao material necessário para estas aulas. A par disso, esta entidade acompanha a organização das festas escolares, dando apoio na preparação dos espetáculos temáticos próprios dos dias festivos: “A minha equipa desloca-se às escolas por forma a ensaiar as coreografias com os alunos”, confidenciou a ex-professora de Educação Física. A primeira Câmara Municipal a aderir a este serviço inovador foi a de Famalicão: “Desenvolvi o meu projeto em 72 escolas, dando formação aos professores mensalmente. Agora

também trabalho com outras câmaras”, adiantou. Segundo Regina Sousa este serviço veio colmatar algumas lacunas existentes no ensino: “A Educação Física, no pré-escolar, ainda é vista como um “entreter meninos” e nós damos mais seriedade a esta disciplina”, garantiu a empresária que se assume feliz e realizada com este projeto: “Adoro o que faço. Dei o grande passo de sair do ensino para assumir este projeto e desde então que é como se tivesse deixado de trabalhar. Neste mês temos 18 festas para realizar”, contou orgulhosa. De acrescentar o serviço de insufláveis prestado, também, pelo Grupo One. Esta empresa dispõe de insufláveis que utiliza nos eventos que organiza ou aluga individualmente: “Apostamos em insufláveis diferentes, tanto em tamanho (médios, grandes e gigantes) como em atividades e cores. Dispomos até de uma discoteca insuflável para os mais pequenos”, finalizou Regina Sousa.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 151


região do ave | ourivesaria confiança

A tradição e a arte por terras do ouro

Sérgio e Ângela Mendes Proprietários

Decidimos visitar o Minho. Desta vez foi Póvoa de Lanhoso – terra do ouro – o nosso destino. E, para representar o ouro da região, estivemos com Sérgio e Ângela Mendes, proprietários da Ourivesaria Confiança, localizada em plena Avenida 25 de Abril. A Revista Business Portugal dá-lhe a conhecer a história deste casal, a sua ligação ao ouro, as novas decorações da loja, bem como os desejos futuros.

Sérgio Mendes nasceu numa família de ourives e cedo seguiu as pisadas do pai ao juntar-se a ele na Ourivesaria Confiança: já lá vão 17 anos. O negócio atravessou várias fases e até algumas crises, “principalmente quando fecharam algumas empresas importantes da região, da área da confeção por exemplo, e quando deslocalizaram a universidade. Tudo isso nos abalou”, recordou o empresário. A zona, conhecida e reconhecida pelo trabalhar da filigrana, já não tem o número de ‘artistas’ que tinha outrora. O trabalhar do ouro resume-se a alguns persistentes que não abandonaram a arte para se dedicar à prata ou a outros artigos de moda. Ouro: será sempre uma boa aposta O casal – Sérgio e Ângela Mendes – possui uma pequena unidade de produção, que funciona apenas por encomenda ou para reposição de stock. Entendidos neste ramo de atividade garantem que investir em ouro compensa. “Essencialmente a longo prazo,

152 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

porque é um investimento que valoriza com o tempo”. Ainda durante a entrevista, o casal deu-nos conta de que o ouro “está novamente na moda”, depois de a prata o ter ultrapassado nos tempos mais austeros da crise económica atravessada nos últimos anos. A tradição da filigrana mantém-se viva na região graças à aposta que tem sido feita pela Câmara Municipal na sua promoção. “A Sala de Interpretação da Filigrana, que foi inaugurada há pouco, é uma maisvalia para esta tradição”, reconheceu o nosso entrevistado ao mesmo tempo que confidenciou que a tradição da filigrana também tem acompanhado a evolução dos tempos com “peças mais arrojadas”, sempre respeitando a natureza tradicional das peças em filigrana. Aspeto renovado e marca própria 17 anos depois da abertura ao público, a Ourivesaria Confiança sofreu, no início deste ano, remodelações por forma a conseguir adquirir um aspeto mais clean, moderno, amplo e atrativo aos mais jovens. “O nosso objetivo foi conseguir atrair a população mais jovem, agradando a todos ao mesmo tempo. Temos agora uma imagem mais clara e jovial”, explicaram, orgulhosos, os proprietários do espaço. Também nesse seguimento, as marcas que representam são diversificadas e respondem a diferentes públicos. Falamos, a título de exemplo, na área de relojoaria: da Seiko, da Pulsar, da Lorus, da Watx, da Tous e da Gant. Também o atendimento é todo ele personalizado e individual. “Temos sempre um mimo (pequeno desconto) para todos os nossos clientes”, confidenciaram-nos. Os vários anos dedicados à produção e comercialização de artigos de ourivesaria levou à criação de uma marca própria: a Moments. Trata-se de uma marca de alianças, em ouro ou em prata, que pretende dar resposta aos pedidos e desejos de todos quantos as queiram adquirir. “Não são fabricadas por nós, são fornecidas através


ourivesaria confiança| região do ave de uma parceria. Mas nós personalizamos as alianças à medida do que os clientes querem”, explicou o casal. No que diz respeito à segurança, “esta é sempre uma incógnita”, disseram. “Mas não podemos viver com esse receio constante. Tentamos minimizar os riscos recorrendo aos métodos convencionais neste tipo de atividades”, concluiu Sérgio Mendes. A iniciar agora uma das épocas altas do ano – o verão –, o casal deixou o seu desejo para que esta seja uma fase boa para os comerciantes do concelho. “Esperamos mais turismo e mais movimento”, finalizaram os nossos entrevistados, mostrando-se prontos e dispostos para, pelo menos, mais 17 anos nesta área de atividade.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 153


154 REVISTA BUSINESS PORTUGAL


região do ave | município de vieira do minho

Terra de encantos

António Cardoso Presidente

Situado geograficamente numa zona de transição entre o Minho e Trás-os-Montes, Vieira do Minho é um concelho rural que possui um património rico e um conjunto de usos e costumes tradicionais, resultado de uma herança com mais de 500 anos. Este pequeno concelho minhoto beneficia ainda de um cenário natural invejável criado pela Serra da Cabreira, os rios, as cascatas e as albufeiras.

A gastronomia vieirense é tão variada quanto o património natural e cultural. Existem várias propostas tipicamente regionais. A vitela de gado barrosã, o cabrito, o cozido local couves com feijões, o cozido à portuguesa, o presunto, os enchidos, a broa de milho, os barquilhos, o mel da Serra da Cabreira, são algumas propostas deliciosas e tentadoras que Vieira do Minho tem para oferecer. Graças a toda esta variedade, o concelho é o destino de eleição para quem gosta de relaxar e de desfrutar da tranquilidade e dos prazeres da ruralidade. Considerada o ex-líbris do concelho, é imprescindível descobrir a Serra da Cabreira de forma a gozar de momentos únicos, desfrutar da beleza paisagística e contactar com as várias espécies da fauna e flora da região. Viva e plural, esta serra pode ser percorrida a pé ou de BTT graças aos percursos pedestres e roadbooks que o visitante pode adquirir na Loja Interativa de Turismo. Nos vales, as albufeiras da Caniçada, Ermal, Salamonde e Venda Nova rasgam a paisagem e estendem o seu manto azul por entre o verde da vegetação. As suas águas calmas e cristalinas permitem a prática de um conjunto diversificado de atividades náuticas. As lagoas de água límpida do Rio Ave, bem como o espelho de água da Praia Fluvial do Ermal são local de eleição para quem gosta de desportos náuticos. O Teleski é uma estrutura invulgar e única no país. Em plena Albufeira do Ermal, esta infra-estrutura oferece a possibilidade de praticar wakeboard, mono-ski e kneeboard. Ainda de olhos postos na água, há para descobrir os encantos da Albufeira da Caniçada a bordo do barco de recreio ‘O Brancelhe’. Vieira do Minho é um concelho que através da sua ligação às montanhas e ao rio se torna um paraíso para aqueles que amam a natureza. Vieira do Minho orgulha-se de possuir a Casa Museu Adelino Ângelo, um antigo solar emblemático, símbolo da riqueza patrimonial ao serviço da comunidade local. António Cardoso, presidente da Câmara Municipal desde outubro de 2013 orienta a sua gestão tendo como premissa essencial o bem-estar dos Vieirenses e para isso, tem como linha orientadora do

desenvolvimento do concelho a aposta na agricultura, na floresta, e no turismo, permitindo, assim, o crescimento da economia local e a criação de emprego. Para promover estas três áreas, o Município aposta em quatro grandes eventos anuais: • A Agro Vieira é uma feira de agricultura, realizada no primeiro fim de semana de junho, que valoriza o setor primário e o mundo rural nas suas mais variadas vertentes; • A Feira da Ladra que decorre no primeiro fim de semana de outubro é considerada um marco na região e do programa de atividades constam as chegas de bois, as corridas de cavalos, os concertos, o folclore, as bandas filarmónicas, as concertinas, o cortejo etnográfico, o espetáculo de pirotecnia, entre outras atividades agrícolas, lúdicas e comerciais; • O Mercado da Castanha é evento que se realiza no fim de semana anterior ao 11 de novembro, e tem por objetivo dar a conhecer as potencialidades económicas da região, valorizar os produtos característicos da época e aproximar quem produz de quem consome, potenciando negócios para os pequenos produtores do concelho; • A Feira do Fumeiro é um evento que se realiza no penúltimo fim de semana anterior ao Carnaval. A par da comercialização do fumeiro produtos

da terra e artesanato, o certame conta ainda com um vasto programa de atividades e muita animação musical. Sob o lema ‘Presidente de Confiança’, António Cardoso apresenta-se novamente como o candidato às próximas eleições autárquicas, justificando a decisão no facto de ter apresentado um “programa ambicioso, do qual me orgulho ter cumprido”. António Cardoso enumera as diferentes apostas ganhas nos últimos quatro anos, salientando, desde logo, a realidade de ter construído “uma Câmara mais próxima e aberta a todos, vocacionada para o ‘real emprego’ e para o crescimento sustentado do concelho e melhoria da qualidade de vida das populações e, acima de tudo, sempre voltada para a economia local”. A bandeira da criação de emprego,foi um marco deste mandato autárquico, e António Cardoso confessou “ter feito uma aposta muito grande no emprego garantindo mais de 400 postos de trabalho, com a criação de dois Call Centers no concelho, e a venda de todos os lotes no parque Industrial de Pepim”. Não querendo levantar muito o véu para o próximo programa eleitoral, António Cardoso expressa com firmeza, vontade e confiança, “que o trabalho iniciado deve ter continuidade, que os projetos ainda não estão terminados, e que Vieira do Minho não pode parar motivos que me levam novamente a apresentar-me com o mesmo objetivo de ver Vieira a Crescer”.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 155


MUNICÍPIOS EM DESTAQUE Nesta edição destacaremos três municípios empreendedores e com fortes potencialidades de crescimento: Pampilhosa da Serra, Proença-a-Nova e Castelo de Vide. E é pelas palavras dos líderes de cada executivo municipal, que passaremos a conhecer melhor os pontos de interesse em termos turísticos de cada município, os projetos desenvolvidos no sentido de potenciar as mais valias inerentes a cada património histórico único e que caracteriza cada região, as iniciativas desenvolvidas ao longo do ano e que dinamizam cada município em áreas distintas, como a cultura, a gastronomia e/ou o artesanato, e que mobilizam toda a população, sobre as dificuldades ultrapassadas e maiores desafios, bem como os projetos e perspetivas de futuro para potenciar Pampilhosa da Serra, Proençpa-a-Nova e Castelo de Vide nos próximos anos. Motivos não faltam para visitar cada uma destas regiões e ninguém melhor que os seus presidentes de câmara para o explicarem e o deixarem seduzir pelos pontos que consideram cruciais nas suas terras. Nas páginas seguintes, conhecerá um retrato real desta realidade, que o fará certamente querer conhecer cada um dos cantos mais emblemáticos destes municípios, caracterizados pelo seu empreendedorismo e inovação. Leia, disfrute, faça as malas e visite estes pontos turísticos e históricos únicos e de referência nacional.



municípios em destaque | município de proença-a-nova

Proença-a-Nova no centro do encanto Mais de 80 cento da área do concelho de Proença-a-Nova é ocupada por floresta, constituindo um dos seus principais atrativos, potenciando o turismo de natureza e atividades económicas ligadas a este sector, e sendo também uma preocupação constante nos meses em que as temperaturas ultrapassam os 30º.

João Lobo Presidente

Recentemente, o Município e a GNR dinamizaram um conjunto de ações de sensibilização sobre incêndios florestais, proteção de pessoas e bens, com o objetivo de alertar a população para as exigências do Decretolei n.º 124/2006, de 28 de junho. “Se pelo menos nos perímetros urbanos tivermos a condição de ter a gestão do combustível tratada, libertamos o esforço do combate ao incêndio para a zona florestal”, salienta João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, que defende que “com os últimos acontecimentos é possível convocar motivação, reunindo condições, para se fazer uma efetiva reforma florestal”. Um dos problemas prende-se com o abandono do território, havendo muitas propriedades negligenciadas. “Nos últimos 40 anos, não tivemos a capacidade nem a condição de fazer uma efetiva gestão territorial e isso vai ter que mudar. Ninguém vai apropriar-se do terreno do outro, mas a gestão tem de ser feita de forma organizada por associações de produtores florestais, pelos proprietários de forma organizada ou por outras entidades. Se não houver capacidade de intervenção pública, daqui a cinco anos, daqui a dois anos ou ainda este ano vamos estar a lamentar-nos episodicamente de situações idênticas. É um projeto a médio prazo porque não se conseguirá fazer num ano o que não se fez em quatro décadas, com a consciência de que tem

158 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

que haver disponibilidade de todos”. A mancha verde que é marca do concelho de Proença-a-Nova é um importante recurso, quer do ponto de vista empresarial, quer turístico, quer ambiental. No primeiro caso, há hoje empresários que estão a criar riqueza a partir da floresta, por exemplo com a extração de óleos essenciais de pinheiro, eucalipto ou esteva, ou com a coleta e exportação de vários tipos de cogumelos que aqui têm condições preferenciais de desenvolvimento. Na área do turismo, as praias fluviais são um dos principais atrativos, destacando-se a praia fluvial do Malhadal que tem um novo equipamento: o Parque Aquático Fluvifun. “Estamos a inovar relativamente àquilo que foi a construção desta represa e damos um carácter inovador às nossas praias fluviais. Durante este ano vamos ter este equipamento que é diferenciador e potenciador da nossa atratividade, quer para os nossos jovens e famílias, quer para todos os que nos visitam”, considera João Lobo. Destaque ainda para a praia fluvial da Fróia, que recebeu o galardão praia com Qualidade de Ouro, da Quercus, a praia fluvial de Aldeia Ruiva, com oferta de Parque de Campismo e Bungalows junto ao espelho de água, e para as zonas balneares de Cerejeira e Alvito da Beira. No mesmo entorno natural estão marcados e homologados sete percursos pedestres de pequena rota, que cruzam os principais cursos de água do concelho e monumentos históricos e culturais, e está em fase de marcação a GR39: Grande Rota da Cortiçada, uma grande rota com 130 quilómetros que alia a divulgação do território à passagem pelos alojamentos e restaurantes do concelho. Paredes de escalada, saltos tandem de paraquedas, Centro Ciência Viva da Floresta e o programa de animação de verão são apenas outros dos motivos para visitar Proença-a-Nova, no Centro do Encanto.



municípios em destaque | município de Pampilhosa da serra

“Pampilhosa da Serra, inspira natureza”

Jorge Custódio Vice-presidente

Situado na zona centro do país, afastado da costa litoral, o concelho da Pampilhosa da Serra está mergulhado na natureza. Se para muitos o interior é cada vez mais sinónimo de isolamento e desertificação, aquele que é o concelho com maior área do distrito de Coimbra aposta nesta envolvência como o seu principal cartão de visita. Em entrevista à Revista Business Portugal, o vice-presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio, fala do investimento feito nas áreas sociais, no aproveitamento e desenvolvimento do turismo e nas atividades realizadas para atrair mais visitantes e dinamizar Pampilhosa.

O que distingue Pampilhosa da Serra? Qual o seu cartão de visita? Para quem não conhece, Pampilhosa da Serra é o concelho com maior área do distrito de Coimbra. Geograficamente, estamos entre Coimbra e Castelo Branco, tocando a norte com a Serra da Estrela e a sul com o distrito de Leiria. Pampilhosa da Serra tem um lado muito particular e nós, em jeito de brincadeira, costumamos dizer que temos aqui a cápsula do tempo, porque por aqui a natureza tem-se

160 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

mantido no seu estado puro. Claro que a nossa localização tem um lado negativo, o de não estarmos tão juntos a uma cidade, mas também é isso que nos diferiencia. Convidamos as pessoas para virem cá porque, para além da natureza, temos a qualidade das nossas águas: das cerca de 25 praias de bandeira azul do interior, três estão aqui. O nosso cartão de visita tem a ver com a natureza e com a qualidade, da água e do ar. Aliás, o nosso slogan é “Pampilhosa da Serra, inspira natureza”.

E a nível social, de que forma se distinguem? Na área social ganhamos já um prémio de melhor sítio para viver. Temos que criar condições para que quem cá vive ou quer viver saiba que somos diferenciadores. Temos algumas políticas a nível social que abrangem e apoiam muitas pessoas: o apoio à natalidade que, embora já haja muitos concelhos a fazer isso, nós fomos dos primeiros, o apoio na educação, onde oferecemos os manuais escolares a todos os alunos até ao 12º ano e isso acaba por ser um alívio no


empresa | tema

orçamento dos pais, que têm assim menos despesas, e o apoio no envelhecimento ativo, que foi a alavanca que nos fez ganhar esse prémio. Criamos um programa, o ‘Conversas de Avós’, onde tinhamos o objetivo de tirar as pessoas de casa, várias vezes por mês, para lhes dar aulas de informática, aulas de alfabetização, convívio entra elas, intercâmbios com pessoas de outras freguesias... se as nossas pessoas mais idosas estão conosco, devemos dar-lhe condições para estarem bem. A questão do turismo é uma alavanca aqui para a região? Relativamente ao turismo, desde sempre estivemos conscientes e entendemos que a natureza tinha que ser um ponto de destaque, um aspeto para nos podermos diferenciar. É certo que todos os concelhos têm natureza, mas não é só ter, é preciso aproveitar o que ela dá e tirar partido dela sem estragar. A nossa estratégia no turismo passa muito por aqui, nomeadamente com percursos pedestres, sendo que neste momento temos o festival das caminhadas, no qual a cada ano que passa temos mais participantes e no qual temos workshops também. Neste momento temos nove percursos homologados, quatro percursos de BTT, com um centro

de BTT preparado para dar apoio aos praticantes. Muito cientes de que este é o caminho, o que temos feito é uma aposta na divulgação, nomeadamente com a BTL, na qual já há cerca de seis ou sete anos que marcamos presença. Neste momento já ganhamos dois prémios enquanto stand e conteúdo, o que é muito significativo para o concelho. É significativo também porque muitos dos postos de trabalho criados nos últimos anos foram criados precisamente com a questão do turismo, não só com o hotel, mas também com o alojamento local e empresas de animação turística. No que diz respeito às prais, temos três com bandeira azul, três com bandeira acessível, que é mais um fator de inclusão para todas as pessoas que têm dificuldades de movimentação e que sabem que vão chegar aqui e ter acesso à agua, e duas com bandeira dourada, qualidade de ouro atribuída pela Quercus. Numa das praias que nós temos, a da barragem de Santa Luzia, algumas análises que são feitas lá, em água parada, têm o resultado de água potável. Apostam também em atividades recreativas e de lazer. Em relação a esta vigésima edição da Feira do Artesanato, o que podemos esperar? A Feira do Artesanato é coincidente com as festas do

concelho, o que significa que todos os caminhos vêm dar aqui à Pampilhosa da Serra. Nós dividimos isto em três setores, temos a feira de artesanto, que de ano para ano têm tido mais procura por parte de artesãos, a da gastronomia, na qual tentamos sempre ter todos os pratos típicos locais e temos a parte da animação, com alguns nomes de cartaz muito significativos. Este ano temos o André Sardet, que vai fazer um concerto que esperamos que seja único, porque vai tocar com a nossa banda filarmónica, o Emanuel, os HMB e os Xutos e Pontapés. Isto tudo com entrada livre. Outro dos nossos projetos é o sunset. Este festival aconteceu para dar motivo aos mais jovens para cá virem, onde podem ver grandes DJ’s nacionais e internacionais, e podem ao mesmo tempo estar em convívio, com um parque de campismo junto à praia, e que também é gratuito. Queremos dar a conhecer à juventude a magia da natureza. Não tenho dúvidas que este festival é único no país com este conceito, desenvolve-se todo numa plataforma em cima do rio, de uma das nossas praias. Durante os dias, temos várias animações, com aulas de dança, fitness, jogos sem fronteiras, para terem sempre o que fazer.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 161


municípios em destaque | município de castelo de vide

“Um lugar mágico

que fica na memória”

António Pita Presidente

A vila portuguesa de Castelo de Vide foi um dos pontos de paragem da nossa viagem pela região alentejana. Junto do presidente da Câmara Municipal, António Pita procuramos saber quais as estratégias da autarquia na promoção, desenvolvimento e dinamização do concelho.

Encontrando-se a terminar o primeiro mandato à frente do concelho de Castelo de Vide importa saber duas coisas. Em primeiro lugar: o que motivou a sua candidatura à Câmara Municipal de Castelo de Vide? E, em segundo lugar: O que podemos esperar de um segundo mandato? As razões que me levaram a candidatar encontram justificação em dois motivos essenciais, o primeiro prendese com o facto de ter sido vice-presidente da autarquia nos mandatos anteriores, os quais foram fundamentais para Castelo de Vide definir uma estratégia de desenvolvimento global assertiva e em fase de consolidação. Hoje são bem evidentes os benefícios daí advindos e o patamar de responsabilidade que Castelo de Vide alcançou. O Concelho ocupa um lugar de destaque no território regional onde está inserido e é igualmente uma referência nacional enquanto destino turístico. Ora, a experiência capitalizada, o conhecimento profundo dos dossiers e a determinação para que Castelo de Vide possa continuar a prosseguir o rumo certo são outras razões fundamentais para a assunção da

162 REVISTA BUSINESS PORTUGAL

responsabilidade da liderança do concelho. Para o segundo mandato está em causa um conjunto de obras estruturantes e de enorme responsabilidade financeira. Nas áreas da reabilitação urbana, da cultura, do turismo e do ensino, estão lançados desafios superiores a quatro milhões de euros, facto que certamente será devidamente ajuizado pelos eleitores do concelho. Quais os principais projetos que foram desenvolvidos pela Câmara Municipal de Castelo de Vide neste mandato? Quais os que ficaram por fazer e serão levados a cabo caso assuma um segundo mandato à frente deste município? Durante os últimos anos, Castelo de Vide tornou-se símbolo de qualidade de vida – quem o refere é a Marktest, que considerou Castelo de Vide como o concelho com melhor qualidade de vida do país em 2016. Tal deve-se às suas qualidades naturais e à estratégia de desenvolvimento do município. Uma das temáticas que tem sido responsável por muita da dinamização turística de Castelo de Vide é a da memória judaica, uma temática que a breve prazo ganhará dois novos projetos: o Centro de Interpretação Garcia d’Orta e a Casa da Inquisição, os quais entendemos serem determinantes no reforço e complementaridade da oferta turística e cultural no âmbito do turismo histórico e religioso. Ainda no âmbito do turismo, a oferta será reforçada com dois

novos equipamentos museológicos: o Centro de Interpretação do Megalitismo, a instalar em Póvoa e Meadas; e a Casa da Cidadania Salgueiro Maia, um projeto que permitirá, simultaneamente, a recuperação de património histórico (uma vez que será instalado no Castelo), mas também a preservação da memória do Capitão de Abril, que deixou em voto testamentário o seu legado militar com o intuito de que fosse musealizado. Neste âmbito, importa também considerar que o investimento efetuado no domínio do turismo de natureza, materializado na vasta rede de percursos pedestres e em outros equipamentos desportivos associados a este segmento, será complementado com a criação do Ecoparque da Barragem de Póvoa e Meadas. Neste mandato desenvolveu-se uma estratégia assertiva e consolidada em torno da programação regular, a qual se reflete numa agenda anual preenchida por eventos que lhe trazem um grande afluxo de visitantes, tais como o Festival Andanças, o Castelo de Vide Cup ou inúmeros eventos desportivos e culturais. Por outro lado, a Câmara Municipal encetou um conjunto de obras em torno da regeneração urbana, seja na valorização do espaço público ou ao nível da reabilitação de edifícios e equipamentos, permitindo uma substancial melhoria da imagem urbana. A aposta no turismo tem sido uma realidade. Quais os principais locais a visitar em Castelo de Vide? Quais as


município de castelo de vide | municípios em destaque pedestres (cinco pequenas rotas e uma grande rota) que permite contactar de perto com as características naturais do concelho, mas que também potenciam a passagem por elementos do nosso património. Eventos de destaque também são notícia todos os anos.

vantagens turísticas deste concelho? Castelo de Vide é um autêntico postal ilustrado. É uma vila incrivelmente bonita, com património histórico-arquitetónico de grande valor: os monumentos megalíticos (antas e menires) que atestam a antiguidade do lugar, o Castelo e o Burgo Medieval (séc. XIV), um conjunto vasto de templos religiosos cristãos, dos quais se destaca a Igreja de Santa Maria da Devesa (séc. XVIII), uma diversidade de fontes e fontanários, cuja Fonte da Vila (séc. XVI) é considerada o ex-libris da vila. Porém, o elemento diferenciador de Castelo de Vide é o seu legado judaico, refletido na Judiaria Medieval, onde é possível visitar a Sinagoga, hoje transformada em museu, que nos permite saber mais sobre a comunidade judaica que aqui habitou até ao séc. XVI. Por outro lado, grande parte do concelho de Castelo de Vide está inserida no Parque Natural da Serra de S. Mamede, facto que lhe confere características muito interessantes do ponto de vista da fauna e da flora, bem como da paisagem. Existe uma rede de percursos

Encontrando-nos perto do festival Andanças 17 – que irá ser realizado entre os dias 8 e 11 de agosto, o que é importante dizer nesta altura? O Festival Andanças é um dos vários eventos que integram o calendário anual do município. Em 2017 será realizado na vila de Castelo de Vide, deixando, temporariamente, o espaço privilegiado que é a Barragem de Póvoa e Meadas, onde o festival tem decorrido nos últimos quatro anos. Terá uma dimensão menor, embora mantenha o espírito e a matriz diferenciadora que carateriza este festival: promoção da dança e música tradicionais, conceito de família e defesa dos valores da sustentabilidade ambiental. Este ano o Festival tira um maior partido da proximidade e integração na comunidade local, o que reforça a aproximação entre festivaleiros e residentes. O espaço de programação do evento localiza-se num ponto geográfico da vila, que permite panorâmicas incríveis sobre a região, bem próximo de um elemento do nosso património histórico-militar: o Forte de S. Roque (séc. XVIII), aliando-se o lazer à fruição do património e da envolvência natural do sítio. Qual a mensagem que pretende deixar aos seus munícipes? E qual o convite que pretende fazer aos restantes leitores da Revista Business Portugal? Aos munícipes deixo uma mensagem de agradecimento pela prestimosa colaboração, essencial para ter elevado o nome de Castelo de Vide aos superlativos patamares onde hoje nos encontramos. Este sucesso deve-se ao esforço, trabalho e dedicação que, ano após ano, todos juntos temos vindo a realizar. Os visitantes que já conhecem sabem quais as belezas, os sabores e os prazeres que o concelho oferece, pelo que uma revisitação traz sempre novas e agradáveis descobertas. Aos novos visitantes deixo o convite para conhecerem um lugar mágico que ficará na memória.

嘀椀瘀攀爀 愀 䠀椀猀琀爀椀愀 䴀攀爀挀愀搀漀 䴀攀搀椀攀瘀愀氀  䌀愀猀琀攀氀漀 搀攀 嘀椀搀攀  倀爀愀愀 䐀⸀ 倀攀搀爀漀 嘀 ㌀㄀ 搀攀 愀最漀猀琀漀 愀 ㌀ 搀攀 猀攀琀攀洀戀爀漀 ㈀ ㄀㜀

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 163





Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.