Revista Business Portugal - Novembro 2024

Page 1


26 ANOS DE SELF-STORAGE EM PORTUGAL

Manuela Peitz e Cristina Peitz, Sócias-Gerentes da Espaço Para Tudo

ÍNDICE

Novembro 2024

3. Índice

Nota de boas vindas...

4. Espaço Para Tudo 26 anos de self-storage em Portugal

7. Nonarquitetura

Arquitetura com Alma: A paixão por criar espaços que despertam emoções

10. MOOD Imobiliária

O caminho para a excelência no setor imobiliário

12. McDonald's Franquiados McDonald’s de sucesso em Portugal

14. Securus Profissionalismo no setor dos seguros

23. Saúde & Ciências da Vida

24. ASPE

Compromisso e Luta pela Dignidade dos Enfermeiros Portugueses

32. Marisa Marques Psicóloga Clínica Prematuridade e saúde mental

40. Formação, Qualificação e Emprego

42. PESSOAS 2030 PESSOAS 2030: Um investimento no futuro das pessoas

47. Business & Events

50. 20ª Gala Superbrands 20ª edição da Superbrands Portugal distingue 42 marcas de excelência

58. Região Oeste

60. ARVORART

A arte de dar vida às árvores

62. Intermarché da Silveira

Intermarché da Silveira: a sua loja de confiança

66. Líderes e Empresárias de Sucesso

68. Bene Farmacêutica Orientação no setor farmacêutico

73. Especial Leiria

74. Grupo RQA

O sucesso no ramo da Engenharia e Construção

79. Amcubed

A revolução da impressão 3D em Portugal

84. Viver, Visitar e Investir

86. CM Oliveira do Bairro

A procura pela qualidade de vida dos munícipes

Nota de boas-vindas...

Vivemos num mundo de constantes transformações, onde cada desafio enfrentado pelas empresas se traduz em oportunidades de crescimento. O perfil de um empresário de sucesso, hoje, vai muito além da simples gestão de negócios: é movido por resiliência, guiado pelo compromisso, orientado por uma atitude positiva e moldado pela ambição de ir mais além.

A resiliência é o alicerce que permite à empresa adaptar-se e superar adversidades, aprendendo com cada experiência para se fortalecer diante das dificuldades. O compromisso com a missão e os valores da empresa é essencial para construir uma base sólida de confiança, criando um ambiente de cooperação e responsabilidade partilhada. A atitude, por sua vez, faz toda a diferença. São os empresários com essa mentalidade que promovem uma cultura de inovação e de coragem, essenciais para se manter à frente em mercados cada vez mais competitivos. A ambição é o motor que impulsiona o crescimento, inspira a inovação e incentiva o desenvolvimento contínuo. Nesta edição, destacamos histórias de empresas e empresários que exemplificam estes quatro pilares. São trajetórias que mostram como a combinação entre resiliência, compromisso, atitude e ambição, forma a base do sucesso sustentável e cria um legado. Afinal, o futuro dos negócios pertence a quem constrói o hoje com a determinação e a visão de quem não teme o amanhã.

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: António Fernando A. R. Silva | Redação e Publicidade: Av. República 2208 - 3º Drt Centro Frt, 4430 -190 V N Gaia | Sede: Av. República 2208, 3º Drt Centro Frt, 4430 -190 V N Gaia | Diretor: Fernando R. Silva E-mail: geral@revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/Redação: redacao@ revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 700 510 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/ estatuto-editorial Periodicidade: Mensal - Novembro 2024 Tiragem Média: 20.000 exemplares

26 ANOS DE SELF-STORAGE EM PORTUGAL

A Espaço Para Tudo revolucionou o mercado português ao introduzir o conceito de self-storage. Gerida por Manuela e Cristina Peitz, a empresa destacou-se pela capacidade de esclarecer o público sobre os benefícios do arrendamento temporário de mini-armazéns e pela aposta em atendimento personalizado e de excelência. Mantendo-se líder no setor, continua a expandir, sempre fiel ao compromisso de qualidade e sustentabilidade.

A Espaço Para Tudo foi pioneira no conceito de self-storage em Portugal numa altura em que o mercado nacional ainda desconhecia esta prática. Quais foram os principais desafios que enfrentaram e como é que superaram o ceticismo inicial?

Os principais desafios na altura – estamos a falar de 1998 –foram a situação económica, o respetivo baixo poder de compra quando comparado com outros países na Europa, e o quase total desconhecimento do conceito de self-storage em Portugal. Tal implicava não apenas investir em mais publicidade, como também elucidar e informar o público sobre a existência de tal serviço em Portugal – serviço esse que consiste no arrendamento temporário de mini-armazéns individuais, também conhecidos por “boxes”, espaços ou arrecadações com áreas entre 2 a 40 m2 para clientes particulares e empresariais. Os nossos primeiros inquilinos foram estrangeiros que vivem entre Portugal e o seu país de origem e que já estavam familiarizados com este conceito. Mais tarde também aderiram pequenas e médias empresas que

utilizam as nossas boxes para armazenar mercadoria e arquivo. Depois, com o passar da palavra, tanto particulares como empresas vieram arrendar os nossos espaços. O termo inglês “self-storage” continua a não ser muito conhecido em Portugal, mas quando falamos no arrendamento temporário de mini-armazéns, a maioria das pessoas sabe logo do que se trata, e no final, é isso que mais nos importa.

Equipa
Espaço no Concelho de Oeiras

Uma das estratégias da Espaço Para Tudo é o forte investimento no contacto pessoal com os clientes. Qual é o impacto dessa abordagem personalizada na fidelização dos clientes e como equilibra esta escolha com as exigências de escalabilidade e eficiência?

Os nossos clientes são maioritariamente pessoas que, devido aos avanços tecnológicos e procedimentos automatizados, seja em que ramo for – desde o check-in no aeroporto às compras em caixas automáticas aos chatbots – valorizam cada vez mais o atendimento humano. Poder informar-se e esclarecer as suas dúvidas junto de uma pessoa real traduz-se sempre num sentimento de confiança e de proximidade distinto. Acresce a isso a mais-valia de podermos proporcionar aos nossos colaboradores um emprego, um local de trabalho estável, motivador e agradável. Cultivamos a boa relação entre colegas, porque o nível de satisfação de cada colaborador reflete-se sempre na qualidade do atendimento ao cliente. Apostarmos numa equipa de pessoas qualificadas não nos impede de investir também em tecnologias e programas informáticos que visem acompanhar a evolução e satisfazer as exigências do mercado. Uma vez formalizado o arrendamento do seu espaço, cada inquilino usufrui de acesso 24 horas/365 dias sem que seja necessário a presença de um membro da nossa equipa. É este equilíbrio entre tecnologia e contacto humano que nos permite prestar um serviço de excelência.

O que considera ser o principal fator diferenciador da Espaço Para Tudo face aos seus concorrentes? Como conseguem manter a liderança num setor que carece de regulamentação e de uniformização legal?

A Espaço Para Tudo, pioneira no conceito de self-storage em Portugal e com 26 anos de experiência neste setor, já conquistou um nome e uma posição sólida no mercado. Antes de termos clientes satisfeitos precisamos de ter colaboradores entusiasmados. O espírito de equipa é fundamental. O sucesso de uma empresa não depende apenas da gerência, mas acima de tudo do contributo de todos os colaboradores que diariamente vestem a camisola e formam o primeiro contacto com o cliente. Dispomos de uma equipa profissional, sólida e motivada começando pelo nosso COO, Dr. Vítor Inácio, estendendo-se a todos os colaboradores. A maioria dos novos clientes chegam-nos por excelentes referências dadas por antigos ou atuais inquilinos. Não existe melhor cartão de visita do que este. Sempre que necessário, voltam a recorrer a nós porque se lembram da experiência positiva que tiveram na Espaço Para Tudo. Apesar de nos últimos anos a concorrência ter aumentado visivelmente e ter apostado numa política de preços agressiva, assim como em contínuas campanhas de desconto, a Espaço Para Tudo tem conseguido manter os seus preços, sem necessidade de se adaptar a essa mesma tendência. Quem nos procura nem questiona os nossos valores porque sabe de antemão que tem um serviço de qualidade e segurança distinto garantido. Todos estes fatores contribuem para o sucesso da nossa empresa e são motivo pelo qual a Espaço Para Tudo continua a ser líder no setor de self-storage em Portugal.

Com os avanços tecnológicos, como prevê que a Espaço Para Tudo possa evoluir em termos de inovação e melhorias nos serviços prestados, especialmente na área da segurança e da experiência do cliente?

Para além da manutenção regular e rigorosa dos nossos imóveis, apostamos cada vez mais na sustentabilidade, isto é, na melhoria a nível de eficiência energética e no uso de materiais de construção sustentáveis. A responsabilidade ambiental tornou-se num critério de escolha importante para o público em geral. Com o avanço tecnológico vamos também integrando a tecnologia para facilitar o acesso e a gestão dos espaços, reforçando ainda mais a segurança com monitorização por vídeo e controlo digital.

Como avalia as oportunidades de crescimento da Espaço Para Tudo com a expansão para a Margem Sul em 2025, considerando a vossa presença em locais estratégicos e a diferenciação da oferta para diversos perfis de clientes?

Encaramos com muito otimismo a abertura de novas instalações da Espaço Para Tudo na Margem Sul em 2025. Localizados numa zona industrial e residencial de grande expansão e desenvolvimento, de muita visibilidade, muito movimento, contamos atrair clientes particulares como empresariais.

Qual é a visão estratégica da empresa para os próximos anos e como pretendem continuar a adaptar-se às mudanças no mercado?

Para o futuro temos várias oportunidades e locais disponíveis para desenvolver a nossa atividade. Dispomos do know-how, da resiliência, flexibilidade e capacidade de investimento para crescermos e nos adaptarmos às crescentes exigências e tendências do mercado. Tal inclui investir em armazéns de elevada qualidade e segurança, prestar um atendimento personalizado, inovar a tecnologia e continuar a apostar numa equipa profissional e motivada.

Espaço no Concelho da Amadora

Global Club

ARQUITETURA COM ALMA A PAIXÃO POR CRIAR ESPAÇOS QUE DESPERTAM EMOÇÕES

João Paulo Vieira, Arquiteto e Fundador da Nonarquitetura, reflete sobre a evolução do atelier desde a sua criação em 2012, destacando a fusão entre a tradição e a contemporaneidade na sua abordagem arquitetónica. Com uma trajetória marcada pela paixão, partilha em entrevista a sua visão de uma arquitetura sustentável que valoriza a harmonia com o meio ambiente e o contexto sociocultural. Assim, a Nonarquitetura é um atelier e um compromisso com a qualidade, a simplicidade e a valorização da essência dos lugares.

A evolução da Nonarquitetura

O arquiteto traça uma história desde a fundação da empresa em 2012 até os dias de hoje. Desde jovem, mostrou uma inclinação natural para o desporto e uma paixão pelas artes, especialmente pelo desenho e escultura. Essa preferência inicial, cultivada na escola secundária através de disciplinas onde o experimentalismo permitia abordagens relacionadas com a arquitetura como foi o caso da construção de maquetes de edifícios, levou-o a escolher a arquitetura como carreira. “Decidi seguir arquitetura e entrei na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, num tempo em que o curso ainda era ministrado na Escola Superior de Belas Artes do Porto”, recorda.

A sua formação foi marcada por uma relação próxima com os professores e a integração de diversas expressões artísticas, o que aprofundou ainda mais a sua paixão pela arquitetura. Depois de concluir o serviço militar, dedicou-se completamente ao curso e ao interesse por livros de arquitetura. A experiência de estágio com o arquiteto Ginestal Machado, que promovia a autonomia conceptual nos seus projetos, foi um marco formativo. “Foi uma experiência formativa importante, que me ajudou a lidar com desafios e a evoluir”, relata.

A sua trajetória arquitetural, começou com a recuperação de edifícios em contextos complexos e em projetos de turismo rural, sempre com uma ênfase na preservação do ambiente e no uso de materiais tradicionais. Ao longo dos anos, expandiu a sua prática para incluir a construção de industria e escritórios. No entanto, o seu

João Paulo Vieira, Arquiteto e Fundador
Piscina Casa do Lago - Fotografia de Nonarquitetura

percurso não foi isento de dificuldades. O arquiteto enfrentou crises como a Troika e os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, momentos difíceis na gestão do atelier superados pela revitalização da economia graças ao turismo que emergiu pela procura crescente por novos espaços.

Trabalhar em Portugal apresenta ainda outro desafio: a necessidade de navegar entre múltiplas entidades reguladoras que, embora restritivas, instigam a criatividade. “As constantes restrições sobre o território, onde se pode ou não construir, obrigam à adaptação a novas soluções que se vêm a revelar-se como inovadoras”, explica. Para o arquiteto, essas condicionantes, embora não visíveis para o público, são fundamentais no processo criativo e na promoção do bem-estar de quem habita. “O meu objetivo é criar espaços que ofereçam felicidade e serenidade, onde as pessoas se sintam em harmonia com os espaços que as rodeia”, remata.

As casas, que tenho em projeto, são o resultado de uma vivência com o passado. A exemplo procuro buscar na arquitetura tradicional dos telhados, uma inovação para que se reinvente sem perder a sua materialidade

A identidade da Nonarquitetura

A identidade do atelier é marcada pela fusão entre o tradicional e o contemporâneo. Partilha que essa abordagem é um reflexo da sua filosofia de trabalho, que valoriza a observação e a absorção de influências. “Durante a faculdade, tive um professor que considerava que deveríamos evitar olhar para certas influências na arquitetura, adotando uma postura seletiva, mas hoje, com a maturidade arquitetural, percebo que o contrário é necessário: precisamos observar e absorver o máximo de informação possível para que a nossa mente retenha, no seu sub inconsciente, o essencial”. Este processo de integração de diferentes referências, sejam elas provenientes de

revistas, livros, internet ou experiências quotidianas, é fundamental para a sua prática.

O arquiteto também destacou a importância dos livros de arquitetura.“Eu valorizo a análise de um projeto no papel, é uma experiência tátil e imersiva que a leitura digital não oferece”. Para si, a leitura física de obras arquitetónicas proporciona um aprofundamento que não se encontra na superficialidade das telas.

Ao falar sobre o impacto do contexto local nos seus projetos, partilhou uma experiência marcante: “Quando visitamos um lugar, observar os pequenos detalhes, como a luz ou o vento, faz toda a diferença. Recordo uma visita a Paris, onde esbocei partes da cidade num caderno . Lembro-me de ter passado uma tarde inteira a desenhar a Torre Eiffel , o que me permitiu observa-la e sentir o seu detalhe”. Essa prática de desenhar, em vez de apenas fotografar, permite uma conexão mais profunda com os ambientes, enriquecendo a prática arquitetónica.

No entanto, lamenta a perda do tempo dedicado à observação no contexto atual. “Desenhar ou simplesmente parar para absorver um ambiente permite-nos capturar algo que vai além da imagem visual: é uma vivência que fica em nós e que alimenta a prática arquitetónica de uma forma singular e essencial.” Refere que “As casas, que tenho em projeto, são o resultado de uma vivência com o passado. A exemplo procuro buscar na arquitetura tradicional dos telhados, uma inovação para que se reinvente sem perder a sua materialidade”, enfatizando que a atenção ao detalhe é crucial, levando o arquiteto a acompanhar frequentemente as obras para assegurar que cada elemento respeite o conceito inicial.

A integração da tradição e inovação na arquitetura contemporânea

A Nonarquitetura destaca-se por abordar não apenas a conceção de projetos arquitetónicos, mas também a gestão dos projetos das especialidades, o design de interiores e a arquitetura paisagística. “Hoje, exige-se uma colaboração multidisciplinar. Além de conhecimentos em diversas áreas, o arquiteto precisa de dialogar com equipas de

Casa do Espigueiro - Fotografia de Nonarquitetura
Hospital Veterinário - Fotografia de Ivo Tavares Studio

Projetos emblemáticos e desafios

O arquiteto destacou ainda os desafios e as lições aprendidas ao longo dos anos , especialmente no emblemático projeto da Casa do Lago, o primeiro do atelier. “Este foi, sem dúvida, um grande desafio. Junto à palmeira, consegui ver que a parede encobria grande parte do telhado de ardósia, material que eu queria dar destaque. Então, pedi para cortarem a platibanda, porque queria ver o telhado e desenhar um percurso, uma promenade arquitecturale ”, recordando a complexidade da obra, que exigiu a sua presença durante todo o processo para que a obra transmitisse fielmente a sua ideia.

Além da Casa do Lago, o Arquiteto destaca a Casa do Pardieiro e o projeto do Hospital Veterinário como outros marcos importantes. “Preocupo-me em criar algo que apaixone quem observe os edifícios”.

A simplicidade na arquitetura é necessariamente o resultado de muito trabalho e dedicação e quanto mais complicado for o seu percurso mais gratificante será o seu resultado

design, paisagismo, iluminação e artes”. Esta abordagem holística é essencial para criar espaços que proporcionem experiências sensoriais e emocionais únicas aos utilizadores.

Na conceção dos seus projetos vê a tecnologia digital como um papel fundamental neste processo. Atualmente, a realidade virtual permite visualizar projetos com grande detalhe antes da execução final,o que se revela como uma mais valia na comunicação com o cliente.

No momento, o atelier tem um conjunto de projetos em mãos, nomeadamente, várias moradias, nos concelhos de Marco de Canaveses e Cinfães e dois hotéis, no âmbito do turismo rural.

Ao falar sobre os materiais utilizados nos projetos, o Arquiteto revela que a Nonarquitetura tem uma forte filosofia de utilizar recursos locais. “Estamos a trabalhar com uma boa classificação energética, aplicando soluções construtivas que diminuem os custos de energia”. A sustentabilidade é um pilar da sua prática, destacando a importância de adaptar os projetos ao ambiente local, promovendo a utilização de materiais regionais como ardósia e o granito. “Defendo que os materiais devem ser usados de forma autêntica, sem camuflagens”, acrescenta. Com a reabilitação, em mãos, de um hotel rural, em Peso da Régua, o arquiteto expressa a necessidade de respeitar as restrições impostas, optando por estruturas em madeira e garantindo a autenticidade dos materiais. “A arquitetura deve ser um processo de seleção e clareza, onde se procura a essência estética da obra”.

A visão para o futuro

O futuro da Nonarquitetura é uma fonte de otimismo : “Estou com grandes expectativas. Sou um otimista por natureza. Acredito que, quando sorrimos para a vida, quando fazemos o que mais gostamos com um sorriso então a vida também sorrirá para nós”. Considera essencial manter o entusiasmo e a visão de que os projetos resultarão, mesmo diante de dificuldades. “A simplicidade na arquitetura é necessariamente o resultado de muito trabalho e dedicação e quanto mais complicado for o seu percurso mais gratificante será o seu resultado. O importante é manter o entusiasmo e a visão de que as coisas vão resultar, lutando para isso”, completa. Por fim, reflete sobre as palavras que melhor descrevem o atelier: “Desejo que aqueles que apreciam as minhas obras sintam felicidade e alegria, emoções que são fáceis de entender, mas complexas de transmitir. Valorizo palavras que traduzem a minha paixão, qualidade e simplicidade”.

A Nonarquitetura continua a traçar um caminho em busca da harmonia entre tradição e a contemporaneidade, com um forte compromisso com a sustentabilidade e a qualidade. O futuro é promissor e João Paulo Vieira está pronto para enfrentar os desafios que virão, sempre guiado pela sua paixão pela arquitetura.

info@nonarquitetura.com www.nonarquitetura.com

@nonarquitetura

Casa do Pardieiro - Fotografia de Nonarquitetura
Casa do Lago - Fotografia de Pedro Marnoto

O CAMINHO PARA A EXCELÊNCIA NO SETOR IMOBILIÁRIO

Com uma trajetória marcada pela qualidade de serviço e um compromisso com a confiança do cliente, a MOOD Imobiliária destaca-se no competitivo mercado imobiliário português. Em entrevista, Hugo Logo e Miguel Silva, Sócios da empresa, partilham como a inovação e a sustentabilidade moldam os seus projetos, enquanto olham para o futuro com planos ambiciosos de expansão e melhoria contínua.

A MOOD Imobiliária tem vindo a consolidar-se no mercado, destacando-se pelo seu crescimento e qualidade de serviço. Como descreve a sua trajetória? Quais foram os maiores desafios e conquistas ao longo deste percurso?

Iniciámos este projeto com um objetivo muito claro: promover um serviço de consultoria imobiliária de excelência. Procuramos imprimir uma identidade muito própria na nossa organização e no modo como nos posicionamos no mercado. Interessa-nos que

o cliente sinta que não estamos apenas a tentar vender um imóvel, mas sim, que procuramos a solução no mercado mais adequada à sua necessidade. O nosso sucesso será sempre resultado do sucesso dos negócios que aconselhamos e isso é de facto aquilo a que nos dedicamos. Num mercado altamente competitivo, os desafios serão sempre muitos, mas mantermos a nossa identidade e solidificarmos a marca MOOD com base na qualidade do trabalho desenvolvido e na confiança dos nossos clientes, sendo essa a nossa maior conquista e reflexo do nosso compromisso.

A MOOD é reconhecida pelo seu atendimento e pela relação de proximidade com os clientes. Quais os principais fatores que distinguem a vossa abordagem e como garantem a satisfação dos clientes em cada etapa do processo de compra, venda ou arrendamento?

Dedicamo-nos a criar as condições para que os negócios entre os nossos clientes sejam feitos na maior transparência e na forma que melhor responda às vontades das partes. A confiança é neste caso um

Hugo Lobo e Miguel Silva, Sócios

fator primário, daí que a proximidade com o cliente, seja vendedor ou comprador, é uma condição elementar para a nossa atividade. Contamos com uma equipa profissional multidisciplinar interna, para o acompanhamento completo em todo o processo, desde a área comercial, a área de arquitetura e engenharia, a área jurídica e a área financeira, de forma a conseguir contribuir da melhor forma para o aconselhamento de quem nos procura. O foco não se restringe à execução do negócio, antes sim, promover uma vontade para que as partes se sintam confortáveis em o realizar, porque no final é disso que se trata.

darão as condições e garantias necessárias para os nossos clientes compradores. É sempre uma questão de consciencialização e equilíbrio, de gestão de expectativas entre as partes. Todos os imóveis que comercializamos obedecem a uma análise rigorosa pela nossa equipa e o aconselhamento é sempre feito com base nesse estudo, nomeadamente a qualidade arquitetónica, as soluções construtivas, a localização e potencialidade do imóvel, o valor de mercado, enfim, tudo o que contribui para a materialização e identificação do objeto do negócio. Temos a felicidade de trabalhar com muitos e bons empreendimentos que aumentam as opções para os nossos clientes.

Costumamos dizer que, nós não vendemos nada, quem vende é o cliente, a nossa função é criar as condições e as ligações certas entre as pessoas que efetivamente vão fazer o negócio

Num setor tão competitivo, é fundamental ter um posicionamento claro e inovador. Como se posicionam face aos vossos concorrentes? Em que aspetos consideram que a empresa se destaca, tanto em termos de produto como de serviço?

O mercado da mediação imobiliária tem vindo a sofrer alterações profundas, observa-se um crescimento forte, muito pelo facto de atualmente ser um espaço atrativo para profissionais de diversas áreas de formação, que em larga medida procuram aqui uma possibilidade de obtenção de resultados a curto prazo. Procuramos consciencializar a nossa equipa, no sentido de terem o foco voltado na direção certa. Costumamos dizer que, nós não vendemos nada, quem vende é o cliente, a nossa função é criar as condições e as ligações certas entre as pessoas que efetivamente vão fazer o negócio. Entendemos que perceber este princípio é mais de metade do caminho feito para alcançar os objetivos individuais e comuns. Não menos importante será também o fortalecimento da marca, através de uma imagem forte e apelativa, uma comunicação criativa e irreverente, que consiga chegar ao nosso público de uma forma atrativa. Nesse sentido penso que temos feito um trabalho muito positivo.

Empreendimentos como o H.E.R.A Homes e o Gonzalez XL revelam um compromisso com a qualidade e a inovação. O que torna estes projetos tão especiais? Como a MOOD consegue aliar arquitetura moderna, qualidade de construção e conforto no desenvolvimento destes imóveis?

Fazemos um árduo trabalho de pesquisa e procuramos trabalhar com os melhores produtos do mercado, com aqueles que nos

A sustentabilidade é um tema cada vez mais relevante no setor imobiliário. De que forma estam a incorporar práticas sustentáveis nos projetos e operações? E como vêm o futuro do mercado imobiliário em Portugal, especialmente no que toca à inovação e às novas tendências habitacionais?

Até certo ponto, existe já uma consciencialização geral, entendemos que o tema “Sustentabilidade” está bem presente nas práticas e no discurso de todas as atividades, e o imobiliário não é exceção. Seja da parte dos promotores ou dos compradores, observa-se uma preocupação no desenvolvimento de empreendimentos que respondam positivamente a praticas mais sustentáveis, com boas características térmicas, acústicas e energeticamente eficientes. Identificamos é uma forte lacuna no desenvolvimento de habitação mais acessível e direcionada para uma classe media que sente extrema dificuldade em adquirir um imóvel novo em áreas urbanas, nesse campo pensamos que existe ainda um longo caminho a percorrer e uma série de paradigmas a alterar, nomeadamente, tipologias e áreas úteis mais otimizadas e adaptadas a novas realidades e formas de habitar.

Quais os objetivos para os próximos anos? Existe algum plano de expansão ou novos serviços que possam fortalecer ainda mais a posição da empresa no setor?

Interessa-nos essencialmente continuar a solidificar a nossa marca e contribuir para um dignificar desta atividade. A atividade empresarial implica uma constante evolução e adaptação à circunstância, perceber o mercado e encontrar as melhores respostas e práticas para auxiliar os nossos clientes é para nós o objetivo primário. Criar as condições para facilitar o acesso ao nosso serviço é também fundamental, para tal estamos neste momento a investir num novo espaço no centro de Guimarães e em paralelo uma parceria estratégica com um parceiro na cidade do Porto.

geral@moodimobiliaria.com • www.moodimobiliaria.com

FRANQUIADOS Mc DONALD’S DE SUCESSO EM PORTUGAL

Desde a chegada da McDonald's a Portugal, em 1991, histórias de empreendedorismo surgiram através de famílias que, ao longo das décadas, encontraram na franquia um modelo de negócio e uma forma de construir um legado. Entre as famílias que abraçaram este desafio estão Adelino Santos e José Santos, Maria Emília Santos e Ana Margarida Teixeira, e Eduardo Saragga Leal, pai e filho, que exemplificam valores de resiliência, compromisso e inovação.

Início da jornada e motivação pessoal

A história da McDonald’s em Portugal ganha um novo capítulo com a ascensão da segunda geração de franquiados e retirada da primeira geração de franquiados, que estão há quase 30 anos com a marca.

Entre eles, Adelino Santos, Maria Emília Santos e Eduardo Saragga Leal, cada um traz consigo uma trajetória única, mas todos partilham a mesma paixão pela marca e um compromisso com a continuidade do legado familiar. José Santos, filho de Adelino Santos, começou a sua carreira na McDonald’s em 1996, enquanto Maria Emília, que se tornou franquiada em 1997, e sua filha Ana Margarida Teixeira, que assumiu o negócio em 2020, também representam uma transição familiar bem-sucedida.

Eduardo Saragga Leal e seu filho Eduardo, ilustram como a inovação pode coexistir com a tradição. Cada um desses franquiados teve um início distinto, mas todos foram guiados por um desejo comum de empreender e criar algo significativo. José Santos, por exemplo, relembra que a sua ligação com a marca começou muito antes de assumir a liderança dos seus próprios restaurantes. “Comecei a minha carreira como funcionário no restaurante McDonald’s do GaiaShopping em 1996, do qual o meu pai era franquiado”, conta. Essa experiência inicial foi fundamental para moldar a sua compreensão do negócio e a sua paixão pela marca.

Desafios da transição e continuidade do negócio

A transição de liderança não é simples e envolve desafios significativos. José Santos destaca que “a franquia da McDonald’s não é um negócio que se herda”, tanto que passou por um rigoroso processo de seleção antes de se tornar franquiado, refletindo a seriedade com que a marca trata a continuidade do negócio. Para José, essa responsabilidade é duplicada: “Em primeiro lugar, de corresponder ao que a McDonald’s espera de um franquiado, desde o compromisso com a comunidade aos elevados padrões ao nível da gestão da operação local”. Maria Emília e Ana Margarida enfrentaram desafios semelhantes. A mãe recorda o início da sua jornada em 1997, quando abriu o primeiro restaurante em Santarém. “Na altura, não existiam equipas formadas, e a construção de uma equipa foi o meu grande desafio”, diz. Essa dedicação à formação de equipas fortes e coesas é um testemunho do esforço conjunto para manter os padrões ele-

vados da marca. Eduardo (pai) também ressalta a importância da continuidade quando afirma que “o meu maior contributo foi ter criado uma equipa sólida e leal”.

Relevância da formação e competências na gestão dos restaurantes

Os franquiados reconhecem a importância da formação e das competências adquiridas ao longo dos anos. José Santos, que se formou dentro da própria estrutura da McDonald’s, afirma: “Cada etapa foi essencial para a minha formação”. O seu percurso, desde funcionário até franquiado, exemplifica como a marca proporciona um caminho claro para o desenvolvimento pessoal e profissional. Ana Margarida, com um background em Gestão, trouxe uma nova visão ao negócio. “Sempre tive vontade de um dia vir a trabalhar com a McDonald’s, era como se tivesse ‘ketchup nas veias’”, explica. A sua experiência externa em multinacionais trouxe um olhar fresco e ideias novas, que são essenciais para a inovação contínua da marca. Este enfoque na formação não só garante a eficiência operacional, mas também prepara os franquiados para os desafios do futuro.

Impacto da cultura McDonald’s e adaptação ao contexto atual A cultura da McDonald’s, caracterizada pela inovação e adaptação, é um pilar fundamental para os franquiados. Eduardo (filho)

José Santos e Adelino Santos

menciona que “a McDonald’s se reinventa continuamente”, e essa capacidade de adaptação é crucial para o sucesso. O uso de tecnologia, como as plataformas de delivery e vendas online, é um exemplo claro de como a marca se atualiza para atender às novas exigências dos consumidores. “Introduzi processos de digitalização e sistematização que aprendi na advocacia, visando otimizar a gestão e preparar os meus restaurantes e equipas para o futuro”, diz Eduardo (filho), refletindo a necessidade de inovação no setor.

Maria Emília e Ana Margarida também destacam a importância de estarem “presentes nas comunidades, ajudando a identificar áreas de crescimento”. Essa ligação com a comunidade é vital, pois permite que os franquiados compreendam melhor as necessidades dos clientes e ajustem as suas operações de acordo. “Estamos sempre a ouvir o feedback dos nossos clientes, e isso é fundamental para a nossa evolução”, afirma Ana Margarida.

O futuro do franchising em Portugal

O futuro do franchising da McDonald’s em Portugal parece promissor com a entrada de novos franquiados e a ascensão de franquiados de segunda geração. José Santos expressa um sentimento de responsabilidade, afirmando que “em Portugal, fui o primeiro franquiado de segunda geração, o que é muito gratificante”. Segundo José, essa responsabilidade implica um compromisso não só com a marca, mas também com a comunidade que serve. “É, para mim, um grande orgulho fazer parte da história da marca no país, mas, acima de tudo, trata-se de honrar a obra que o meu pai começou há 27 anos”, acrescenta. Ana Margarida, por sua vez, acredita que “a nova geração traz novas abordagens, essenciais para o crescimento da marca”. Vê o franchising como uma oportunidade de inovar e adaptar-se às mudanças do mercado. “Sou parte de um grupo de segunda geração e vejo isto como um compromisso para o crescimento e desenvolvimento contínuo da marca nas comunidades onde

estamos inseridos”, declara, mencionando o impacto positivo dos restaurantes locais.

Legado e sentimento de realização

O legado deixado pelos franquiados de primeira geração é um motivo de orgulho para os seus filhos. Adelino Santos sente um “redobrado orgulho” ao ver José assumir o negócio, enquanto Maria Emília reflete sobre o seu percurso com satisfação, afirmando: “Vejo a Ana Margarida a prosperar e a trilhar o seu próprio caminho com sucesso”. Este sentimento de realização é um testemunho do compromisso contínuo com a marca e com as comunidades, mostrando que a McDonald’s não é apenas um negócio, mas uma parte integral da vida das famílias envolvidas.

Eduardo (pai) também expressa a sua realização ao observar a evolução do seu filho, sublinhando que “enquanto estamos verdes, estamos a crescer”. Para eles, a passagem do bastão não é apenas um ato simbólico, mas uma oportunidade de continuar a construir sobre os alicerces sólidos que foram estabelecidos. “Temos alguns colaboradores que me acompanham desde 1997”, comenta Eduardo (pai), ressaltando a importância da coesão e do trabalho em equipa. A história da segunda geração de franquiados McDonald’s em Portugal é um testemunho de como a tradição e a inovação podem coexistir, criando um futuro promissor para a marca e para as comunidades que servem.

Estes percursos, construídos com coragem e um espírito de empreendedorismo, deixam um exemplo de determinação e sucesso, mostrando que o franchising é, acima de tudo, um negócio de pessoas e para pessoas.

Maria Emilia e Ana Margarida
Eduardo Leal (pai) e Eduardo Leal (filho)

PROFISSIONALISMO

NO SETOR DOS SEGUROS

Com 20 anos de transformação no setor, a SECURUS – Consultores de Seguros destaca-se pela aposta numa abordagem consultiva e tecnológica. Em entrevista, António Feitor, Sócio-Fundador da empresa, destaca o fortalecimento das relações de confiança com os clientes e a aposta na expansão sustentável para enfrentar os desafios futuros do mercado de seguros.

Ao longo dos últimos 20 anos, como descreveria a evolução do setor de seguros em Portugal e na Europa? Quais foram as principais mudanças que observou em termos de regulamentação, produtos oferecidos e necessidades dos clientes?

Numa única frase, “maior profissionalismo no setor”. A intervenção do regulador nacional e europeu foi fundamental na profissionalização da rede de distribuição. Desde de 2007, quando o regulador, ainda designado por ISP, implementou um conjunto de obrigações e deveres, assistimos ao início da consolidação da rede de distribuição, iniciando-se a redefinição do futuro da mesma. Uma maior regulamentação, novos desafios de interação nos meios digitais, bem como a existência de um cliente mais informado e com maior literacia de seguros, foram fatores que inevitavelmente obrigaram os profissionais do nosso setor a redefinir o seu posicionamento no mercado, bem como a necessidade de criar uma oferta de produtos e serviços adequada aos clientes. Registamos uma tendência de consolidação e intensificação do setor, o que contribuirá para responder a desafios futuros com maior

facilidade, a elevar o profissionalismo e a capacidade de resposta do setor.

A SECURUS posiciona-se como uma empresa que acrescenta valor às soluções de seguros oferecidas. Quais são os fatores diferenciadores que fazem da empresa uma escolha preferencial para os clientes, em comparação com outros operadores?

O nosso posicionamento divide-se em duas dimensões. Na primeira, o compromisso com os nossos clientes, com os quais pretendemos ter uma relação forte e de proximidade, na qual a confiança é um pilar fundamental. Somos consultores dos nossos clientes. Numa segunda dimensão, temos a nossa equipa de parceiros. Desde o início do projeto SECURUS, que apostamos nesses parceiros como estratégia de consolidação existindo igualmente a opção de integração na nossa estrutura, sempre num conceito win win.

A entidade duma empresa, define-se em muito pelas pessoas, elas são o seu ADN.

O capital humano é sem dúvida o mais importante ativo de uma empresa

Quais considera serem os maiores desafios enfrentados pelo setor de seguros atualmente, tanto a nível nacional como europeu? Em contrapartida, que oportunidades vê para a SECURUS explorar e expandir sua atuação no mercado?

De forma transversal a qualquer setor, a economia de escala é uma necessidade, tornando-se mesmo um objetivo fundamental. Facilita a capacidade de enfrentar desafios atuais e futuros, de acompanhar o setor tecnológico e digital e de criar uma maior cultura e literacia de seguros. Estamos atentos a oportunidades de integração/aquisição

António Feitor, Sócio-Fundador

de carteiras. Temos atualmente alguns processos em análise que, ao concretizarem-se, vão naturalmente contribuir para uma maior consolidação e robustez da SECURUS, podendo passar pela abertura de novos escritórios já em 2025.

A utilização de tecnologia é um dos pilares da SECURUS. De que forma a tecnologia está a ser integrada na oferta de produtos e serviços, e como esta inovação contribui para a melhoria da experiência do cliente?

Na sequência da recente alteração da denominação da nossa empresa, estamos atualmente num processo de alteração de imagem e de criação de um novo site. A nível do site, este terá uma plataforma que permitirá uma interação com os clientes. No entanto, esta sempre coexistirá com a interação presencial a qual considerámos como insubstituível. Teremos também a oferta de produtos específicos com soluções de subscrição online, assim como uma área reservada a clientes. Com clientes cada vez mais digitais, é importante criarmos as condições para que consigam ter uma experiência de confiança e de eficiência connosco. Em simultâneo, estamos igualmente a investir em meios tecnológicos internos, de forma a que possamos ter um modelo mais eficiente e dinâmico de acompanhamento do negócio.

A SECURUS valoriza o espírito de equipa e a orientação para o cliente. Como é que a cultura organizacional da empresa contribui para a motivação dos colaboradores e, por conseguinte, para a prestação de um serviço de excelência aos clientes?

A entidade duma empresa, define-se em muito pelas pessoas, elas são o seu ADN. O capital humano é sem dúvida o mais importante

ativo de uma empresa. É fundamental trabalhar em equipa e com uma equipa motivada e coesa. Partilhar experiências, potencializando assim sinergias, criar formações internas e/ou externas e ter espírito de interajuda, só assim conseguimos prestar um serviço de excelência aos clientes.

Quais são os principais objetivos e estratégias que a SECURUS tem delineados para o futuro? Como pretendem garantir a sustentabilidade do crescimento da empresa, mantendo o compromisso com a qualidade e a satisfação do cliente?

Vamos celebrar no próximo ano, o nosso 10º aniversario, que consideramos uma data, um marco muito especial. Temos tido um foco muito particular no crescimento sustentável, na consolidação da relação com as seguradoras, de forma a garantir uma oferta diversificada, personalizada e isenta. Estamos atentos a oportunidades de integração/aquisição de carteiras, desde que nos revejamos no modus operandi das mesmas e nas características de incorporação.

Pretendemos manter a estratégia que até à presente data nos tem definido, a qual acreditamos que seja consolidada em 2025. Pelo 2º ano consecutivo, registamos um aumento de crescimento anual de 25%. Para 2025, acreditamos num novo e importante crescimento. Como já mencionado, temos em análise processos de integração/ aquisição de carteiras, que poderão ser acompanhados por um aumento da equipa. Estes projetos, ao concretizarem-se, vão naturalmente contribuir para uma maior consolidação e robustez da SECURUS.

Equipa

CHURRASCO COM SABOR A AUDÁCIA

A história da Churrasqueira Nacional é de uma revolução no conceito de churrasco em Portugal. Ivo Nogueira, proprietário do estabelecimento, é a cara de um projeto que visa transformar a churrasqueira tradicional, mantendo a essência, mas levando-a a um patamar superior.

Ivo Nogueira, Proprietário

A evolução do conceito

A família Nogueira, ao longo de 30 anos, consolidou uma reputação de excelência em carne grelhada, com raízes em São Mamede de Infesta, no Porto, através do grupo Central do Churrasco. Em Braga, e mais recentemente em Paredes, a Churrasqueira Nacional apresenta-se como uma nova abordagem ao conceito tradicional de churrasqueira, sendo uma verdadeira Steakhouse que combina modernidade com as raízes da gastronomia portuguesa. “Quando começámos, a ideia era focarmo-nos no frango, mas percebi que as

churrasqueiras tradicionais tinham um estigma – eram vistas como espaços antiquados, sem evolução”, explica Ivo Nogueira.

Além disso, a história da Churrasqueira Nacional reflete uma paixão pela arte da grelha, transmitida de pai para filho. “Desde que me lembro, a minha vida foi passada entre assadores, copas e cozinhas. Cresci a observar o meu pai com uma fascinação imensa, enquanto ele preparava cada refeição com uma dedicação impressionante. Esta paixão foi transmitida de geração em geração, algo que nasce connosco e que abraço com orgulho”, partilha.

A influência do pai e a experiência no grupo Mister Churrasco e Central Churrasco foram essenciais para a sua escolha profissional. “Para mim, seguir os passos do meu pai é mais do que dar continuidade a um legado, é honrar os valores que ele me transmitiu. Para ele, a qualidade é a chave do sucesso – e esse é o meu maior objetivo: garantir que cada prato que saia da nossa cozinha tenha o respeito pela qualidade e paixão que ele me ensinou”, finaliza, destacando a filosofia que norteia cada prato servido.

Os desafios de uma gestão jovem

A liderança de um projeto desta dimensão traz desafios consideráveis. Ivo reconhece que gerir um restaurante não é uma tarefa fácil, especialmente quando se lida com as dificuldades económicas e sociais que afetam o setor. “Este trabalho exige determinação, clareza mental e uma equipa de excelência”, sublinha.

Um dos maiores desafios é manter a motivação da equipa, especialmente com horários flexíveis e com a pressão constante de manter os padrões elevados. “Não basta fazer boa comida, é preciso gerir uma equipa, motivar e garantir que todos os colaboradores estejam alinhados com a missão do restaurante”.

Apesar das dificuldades, Ivo Nogueira acredita que o segredo do sucesso está em oferecer algo diferente, uma experiência que se distingue da tradição gastronómica do Minho. “O povo português gosta de carne, de uma boa refeição robusta, e acredito que também merece um espaço onde possa escapar ao quotidiano da gastronomia tradicional”, defende. Para o proprietário, a inovação no menu e a oferta diferenciada são fundamentais para atrair e fidelizar os clientes.

O menu: uma viagem de sabores e texturas

Ao olhar para o menu da Churrasqueira Nacional, é fácil perceber que a oferta vai muito além do frango assado e das carnes grelhadas. Desde aos ovos rotos às tiras de frango crocantes, croquetes de carne estufada, nachos à nacional até aos pratos mais tradicionais como o

Bacalhau à Braga ou o Polvo à Lagareiro, o menu é uma verdadeira viagem de sabores.

O destaque vai, naturalmente, para as carnes, com opções como Costelinhas e Secretos de Porco Ibérico, Maminha, Picanha e até o imponente Tomahawk. Mas, o prato estrela é, sem dúvida, o Misto Premium – uma generosa travessa de carnes grelhadas que inclui costelinha de vaca, picanha, espetada de lombo de boi, Black Angus, bacon e chouriço. Para acompanhar, o cliente pode escolher entre acompanhamentos sofisticados como puré trufado, batata gratinada com bacon, feijão preto ou farofa.

A nível de sobremesas, a Churrasqueira Nacional é também um verdadeiro paraíso para os gulosos. Além da fresca mousse de lima, os ex-libris da casa são os Crepes, uma receita caseira criada pela mãe de Ivo, que mistura crepe com gelado de cheesecake e coulis de frutos vermelhos. “É uma receita da minha mãe, que vem todas as semanas preparar crepes. Esse toque pessoal, essa dedicação, é o que torna a sobremesa única e especial”, com o proprietário com orgulho.

Além disso, a carta de vinhos é cuidadosamente selecionada para agradar aos mais diversos paladares. “Procuro vinhos excecionais, produzidos em Portugal, que são difíceis de encontrar em qualquer outro lugar”, explica Ivo. A ideia é oferecer aos clientes uma experiência completa, que vai desde a comida até aos vinhos, sem nunca comprometer a qualidade.

Inovações e futuro da churrasqueira

Com um olhar no futuro, Ivo Nogueira tem grandes ambições. “Este ano tem sido incrível. O nosso desempenho tem sido excelente e o reconhecimento tem sido fantástico. A nossa ideia é continuar a crescer, a inovar e a expandir”. E uma das inovações mais recentes foi o lançamento do serviço de take-away, que permite levar para casa a mesma qualidade de comida servida no restaurante, mas com um custo mais acessível. A ideia é diversificar e proporcionar aos clientes uma experiência completa, seja no restaurante, seja no conforto de casa.

Mas o segredo do sucesso da Churrasqueira Nacional não está apenas nas carnes de alta qualidade ou no ambiente sofisticado. Está, sobretudo, na paixão e dedicação com que cada prato é preparado e servido. Para Ivo Nogueira, a missão é simples: “Queremos oferecer uma experiência diferenciada. Não queremos ser apenas mais um restaurante. Queremos ser o restaurante onde as pessoas sabem que podem contar com a qualidade e a inovação em cada prato”.

Com uma forte base familiar, um menu inovador e uma filosofia imbatível, a Churrasqueira Nacional promete continuar por todo o país, mostrando que o churrasco pode ser muito mais que um simples prato de carne grelhada.

Braga 913 613 677 (chamada para rede móvel nacional)

Paredes 221 131 204 (chamada para rede fixa nacional)

A CONTABILIDADE COMO PILAR ESTRATÉGICO EMPRESARIAL

A Segmentos Tax & Legal, liderada por Paulo Sérgio e Patrícia Gomes, destaca o papel crucial do Contabilista Certificado na transparência e confiança do mercado financeiro. Com uma abordagem inovadora e ética, a empresa prioriza um serviço personalizado que potencia a gestão empresarial, alinhando-se com as rápidas mudanças fiscais e regulamentares.

Como a Ordem dos Contabilistas Certificados impacta a confiança e transparência do mercado financeiro? Qual o papel do Contabilista Certificado face às novas exigências legais e tecnológicas?

A Ordem dos Contabilistas Certificados e os seus profissionais têm uma base assente na deontologia, na ética e na formação, capazes de dar resposta aos desafios e priorizar a qualidade do seu serviço no ecossistema económico. A transparência das boas práticas é essencial para a empresa encarar o Contabilista Certificado como seu parceiro estratégico, respeitar a importância do seu trabalho e integrá-lo como peça importante na estratégia empresarial.

Quais os segredos do sucesso da empresa, em termos de diferenciação, ética e inovação personalizada?

A Segmentos navega num cenário competitivo em que se sente confiante. O nosso atendimento personalizado, a comunicação transparente com o cliente e a abrangência dos nossos serviços são as características mais valorizadas pelos nossos stakeholders. Ao acompanharmos, de forma transversal, as necessidades do cliente, afirmamo-nos como uma plataforma capaz de lidar com o dinamismo do mercado e do universo empresarial. A nível ético, a Segmentos tem-se focado em acompanhar as tendências laborais ao nível da confidencialidade de dados do cliente, automatização dos processos e, de forma a garantir o alinhamento das expectativas entre empresa e os stakeholders, ao nível do feedback contínuo entre as duas partes.

Como a empresa se adapta às mudanças fiscais e regulamentares, expandindo serviços e ajudando os clientes a cumprir obrigações e otimizar recursos?

Potencializamos as mudanças promovendo o intraempreendedorismo, sendo a inovação uma estratégia central para garantir

relevância no dinâmico mercado atual. Monitorizamos continuamente as transformações, recorrendo ao networking e à pesquisa constante de informação. Paralelamente, investimos em formação e melhoria das condições laborais para impulsionar o progresso interno e adotamos uma consultoria proativa, que nos confere vantagens competitivas sustentáveis. A diversificação dos serviços distingue a Segmentos da concorrência, pois observa, compreende e incorpora as soluções mais inovadoras e interdisciplinares no setor contabilístico.

Como tem sido a trajetória da empresa? Quais os seus principais marcos, e os seus objetivos futuros para manter a excelência?

A Segmentos nasceu da união de dois empreendedores que visavam criar um serviço baseado no rigor, inovação e multidisciplinaridade. Esta parceria permitiu um crescimento sustentado e sólido ao longo dos anos, com um foco claro na melhoria contínua do seu ecossistema profissional. As pessoas são o pilar fundamental da Segmentos, sendo vistas como parte essencial da organização, e o esforço da empresa centra-se na sua capacitação e na criação de um ambiente profissional e emocional equilibrado. A visão estratégica da Segmentos apoia-se na modernização e na oferta de serviços transversais, com o objetivo de inovar e oferecer mais valor aos seus clientes. A empresa encara o futuro com grande otimismo, sustentada pelo compromisso com a qualidade, a excelência e o foco nas pessoas.

info@segmentos360.com • www.segmentos360.com

Paulo Sérgio e Patrícia Gomes, Partners

A NOVA GERAÇÃO DE PROFISSIONAIS

«O futuro presente da profissão» foi o tema escolhido para as celebrações deste ano do Dia do Contabilista, a 21 de setembro. Este marco foi assinalado numa altura muito particular: está em curso o processo de renovação geracional na profissão. Até ao momento em que escrevo estas linhas, foram cerca de 5 500 os candidatos que se submeteram aos dois primeiros exames de acesso (a 19 e 26 de outubro), à luz do novo estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC). Estes milhares de candidatos que sonham e ambicionam aceder à OCC são um sinal de que esta profissão é atrativa e que o “sangue novo” vai permitir dar um novo impulso a uma profissão algo envelhecida.

Com a questão demográfica a suscitar, no mercado laboral, acesa competição entre as profissões para atrair os jovens, a de contabilista certificado deu, uma vez mais, a prova de que atrai e interessa às gerações mais novas. A chamada «geração Z» tem características muito especiais: para estes jovens o salário já não está no topo da prioridade. A maioria exige trabalho híbrido e a definição clara do seu papel na organização. Mais do que nunca, não abdicam do sentimento de pertença. Para além disso, não abrem mão de contrabalançar a vida pessoal, com as obrigações profissionais.

É neste peculiar contexto que os empregadores estão obrigados a constituir as suas equipas. É também neste enquadramento de escassez de talento que é preciso porfiar no processo de desconstrução em curso da imagem da profissão de contabilista certificado.

Em primeiro lugar, ao contrário do que se diz, esta profissão tem capacidade para atrair muitos e bons talentos. Em segundo lugar, a sofisticação tecnológica - em que a chamada inteligência artificial tudo domina - também ao contrário do que se apregoa,

será um aliado da profissão e dos profissionais. Finalmente, e talvez o ponto mais relevante, a contabilidade está muito longe de ter os dias contados. A parceria estratégica e de aconselhamento entre os contabilistas e os empresários jamais conseguirá ser feita por qualquer máquina. Em suma, as notícias da morte da contabilidade são um manifesto exagero.

Há, contudo, um paradigma que urge modificar. Gradualmente, mas sem nunca baixar a guarda: esta nova geração de contabilistas, que agora começa a trilhar o seu percurso, terá de possuir uma carteira de clientes mais reduzida e auferir avenças compatíveis com o seu trabalho. Esta transformação é crucial para o futuro, para continuarmos a ser a classe profissional que faz a diferença nas empresas e na economia do país.

A pandemia foi uma prova de fogo ultrapassada com distinção. Tratou-se de uma inesquecível demonstração de competência e vitalidade, mas que já faz parte do passado. O trabalho de credibilidade, segurança e transparência é cimentado diariamente, da mesma forma como se edifica uma casa. Com o permanente e inestimável apoio da OCC, providenciando apoio técnico e uma oferta formativa ampla, diversificada e de qualidade, continuaremos a ter a garantia de esta ser uma classe profissional que contribui para que as empresas produzam riqueza e criem postos de trabalho. Condições fundamentais para que o crescimento económico do país caminhe, de mãos dadas, com o bem-estar e a paz social. Portugal e os portugueses podem e devem confiar nos contabilistas certificados.

Paula Franco

Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados

Breves

Instituto Politécnico de Viana do Castelo abre inscrições para o curso pilotos de drones

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) abriu inscrições para o curso de piloto de drones, de curta duração (25 horas), com aulas presenciais e online, em dezembro, na Escola Superior Agrária (ESA-IPVC). A formação tem como objetivo a regulamentação, segurança e operação de drones, com obtenção de licença A1/A3. As inscrições são feitas online no portal IPVC, e a formação tem um custo de 350 euros, porém os membros do instituto têm desconto, pelo que pagarão apenas 100 euros.

Neuraspace Portuguesa vence prémio espacial na Noruega

A startup portuguesa Neuraspace venceu o prémio de melhor pitch na Tech Tour Space 2024, na Noruega, pela sua tecnologia de IA para gestão de tráfego espacial. O prémio reconhece a tecnologia de previsão e gestão automatizada do tráfego espacial desenvolvida pela Neuraspace. A empresa, que monitoriza mais de 350 satélites e lidera uma Agenda Mobilizadora do PRR (25 milhões de euros de investimento), inaugurou recentemente um telescópio ótico em Beja, em parceria com a Força Aérea Portuguesa.

Equipa da Faber lança novo fundo para impulsionar deeptech no Sul da Europa

A Faber lançou o FaberTechIII, um fundo de até 60 milhões de euros (31 milhões já angariados) para investir em deeptech no Sul da Europa, com foco em IA vertical, robótica, biologia e química computacionais, e novos métodos de computação. O fundo, com abordagem pré-seed e seed, prioriza investimentos na Península Ibérica e Sul da Europa, mas inclui investimentos pontuais noutras regiões da Europa e, ocasionalmente, fora do continente. Entre os investidores estão o EIF, o NATO Innovation Fund e a Caixa Capital.

Jerónimo Martins muda a sede para os Países Baixos

A Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS SE), holding que controla a Jerónimo Martins (Pingo Doce), irá transferir a sua sede de Lisboa para Amesterdão. A decisão, a ser votada em 29 de novembro, visa aproveitar as “soluções jurídicas mais eficientes e flexíveis” oferecidas pelos Países Baixos, num contexto de crescimento e internacionalização do grupo. A SFMS SE justifica que a mudança não afeta a carga fiscal da sociedade ou dos acionistas, nem a Jerónimo Martins, que permanece sediada em Portugal. Esta é a segunda tentativa de transferência da sede, após uma proposta semelhante ter sido rejeitada em 2016.

Portugal representado com 125 startups na Web Summit

Portugal esteve representado na cimeira tecnológica Web Summit por 125 startups, mais de metade a operar internacionalmente, num total de 907 trabalhadores, segundo dados da Startup Portugal.

A delegação portuguesa de startups na Web Summit, que decorreu entre 11 e 14 de novembro, em Lisboa, contou com mais 10 empresas do que no ano anterior. Os principais setores representados incluem inteligência artificial e machine learning, tecnologia ambiental, recursos humanos, soluções empresariais e fintech (empresas de tecnologia financeira).

E-Lar: Governo lança programa de apoio às para substituição de eletrodomésticos

O Governo, através do Ministério do Ambiente, prepara-se para lançar um novo programa de financiamento destinado à substituição de eletrodomésticos, numa iniciativa dirigida às famílias em situação de maior vulnerabilidade económica. Esta iniciativa pretende mitigar os impactos da pobreza energética que, segundo o Observatório Nacional da Pobreza Energética, afeta entre 18% e 30% da população portuguesa, ou seja, entre 1,8 e 3 milhões de pessoas.

O primeiro cartão híbrido

do mercado

Duas energias num único cartão

A pensar no futuro, lançámos o primeiro cartão híbrido do mercado. Com o novo Galp Frota Corporate terá acesso à maior rede de postos de combustível da Península Ibérica, assim como aos pontos de carregamento elétrico da rede Mobi.E em Portugal. A isto somam-se as vantagens já conhecidas das empresas, tais como descontos imediatos, a possibilidade de adquirir produtos e serviços Galp e pagar portagens em toda a Península Ibérica. Abastecer e carregar as frotas de veículos a combustível, híbridos e 100% elétricos vai ser ainda mais fácil e cómodo, com o cartão Galp Frota Corporate.

galp.com

Breves Saúde

Dia Mundial da Diabetes

O Dia Mundial da Diabetes é celebrado anualmente a 14 de novembro. Criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), este dia tem como objetivo dar resposta ao aumento alarmante de casos de diabetes no mundo. A data tornou-se, no ano de 2007, dia oficial de saúde da ONU, após aprovação das Nações Unidas em dezembro de 2006. O Dia Mundial da Diabetes (World Diabetes Day) é comemorado a 14 de novembro, o qual coincide com o aniversário de Frederick Banting. Juntamente com Charles Best, Frederick Banting criou a primeira ideia que levou à descoberta da insulina em 1922.

Dia do Não Fumador

O Dia do Não Fumador comemora-se, anualmente, a 17 de novembro. A data visa sensibilizar as populações para os fatores de risco associados ao consumo de tabaco e divulgar as formas mais eficazes para deixar de fumar. É assim um dia de reflexão, mas também de ação, podendo ser o dia ideal para se decidir a deixar de fumar. O tabaco está ligado às principais causas de morte conhecidas. Ele é uma das causas principais do cancro do pulmão, da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e da doença cérebro-vascular, por exemplo. Falta de ar e tosse compulsiva são alguns dos fatores que devem ser vigiados com regularidade pelos fumadores.

Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

O Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) celebra-se na terceira quarta-feira de novembro. O Dia Mundial da DPOC é um evento anual organizado pela Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) que conta com a colaboração dos profissionais de saúde de todo o mundo. O objetivo do dia é sensibilizar a população para a doença e melhorar os cuidados da DPOC. Em Portugal, realizam-se rastreios gratuitos e promovem-se hábitos de vida saudáveis para precaver o surgimento da doença.

Dia Europeu da Fibrose Quística

O Dia Europeu da Fibrose Quística acontece a 21 de novembro. A Fibrose Quística é uma doença crónica hereditária provocada por alterações genéticas. Estima-se que na Europa 1:2000 a 1:6000 recém-nascidos sofram de Fibrose Quística. A doença provoca infeções nas vias respiratórias e no tubo digestivo, levando por vezes à dificuldade em ganhar altura e peso. O diagnóstico desta doença é feito pelo “teste do pezinho”, pelo teste do suor e pelo quadro clínico. A celebração do Dia Europeu da Fibrose Quística tem como objetivo chamar a atenção para a doença e informar sobre o seu combate.

Dia Mundial das Doenças do Movimento

A Sociedade Internacional da Doença de Parkinson e outras Doenças do Movimento (MDS) elegeu novembro como o mês da consciencialização sobre as Doenças do Movimento e o dia 29 de novembro, dia do nascimento do neurologista Jean-Martin Charcot, Dia Mundial das Doenças do Movimento. As Doenças do Movimento são um grupo de doenças neurológicas que se manifestam por alterações específicas do movimento do corpo. Caracterizam-se por lentidão ou pobreza de movimentos; por movimentos involuntários, exagerados, como tremor, distonia, coreia, tiques ou mioclonias; ou por incoordenação dos movimentos, sendo que diferentes manifestações coexistem frequentemente numa mesma doença.

Novembro Azul

O mês de novembro é dedicado à consciencialização para a saúde do homem, muito em especial, a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da próstata. A próstata é uma glândula com uma dimensão semelhante à de uma noz e que se situa na pélvis, abaixo da bexiga, na frente do reto e atrás da base do pénis, e que envolve a uretra, o tubo que conduz a urina e o sémen do interior até ao exterior do pénis. A próstata, em conjunto com as vesículas seminais, é o órgão responsável por produzir o sémen. O cancro da próstata é, atualmente, o mais frequente no homem.

COMPROMISSO E LUTA PELA DIGNIDADE DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES

Lúcia Leite, Presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros - ASPE

ENFERMEIRO: A EXCELÊNCIA DO

COMPROMISSO E LUTA PELA DIGNIDADE DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES

A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) tem-se destacado na defesa dos direitos e da valorização dos profissionais de enfermagem em Portugal. Em entrevista, a Enfª Lúcia Leite, Presidente da ASPE, considera imperativo garantir condições de trabalho justas e dignas e salários adequados a estes profissionais que desempenham um papel central no atendimento à população.

A ASPE foi constituída em 2017 com o objetivo de representar os profissionais de enfermagem legalmente inscritos na Ordem dos Enfermeiros. Que balanço faz destes sete anos de existência da ASPE?

Em 2017, um pequeno grupo de enfermeiros, cansados de observar a degradação paulatina das condições laborais dos enfermeiros portugueses e de suportar os muitos anos de ineficiência por parte das habituais estruturas sindicais, à data incapazes de responder às reais necessidades da profissão, entenderam dar um passo em frente e construir uma associação sindical que procurasse responder aos problemas reais da profissão, suportados em ações mais exigentes e competentes e que tivessem como principal foco os interesses reais da profissão e dos seus profissionais.

Importa realçar que este grupo estava, absolutamente, consciente que este era um desafio único e, extremamente, difícil de concretizar. Mas, mesmo estando conscientes de todas as adversidades que teriam de enfrentar, havia a necessidade de se passar das palavras aos atos!

A ASPE é o primeiro sindicato de nova geração, que foi constituído para contrariar a representatividade sindical tradicional, muitas vezes, subjugada aos interesses político-partidários e organizados em centrais sindicais com ligações muito próximas aos poderes e contrapoderes ao governo em funções. Hoje, apesar de terem sido constituídos mais três sindicatos depois da criação da ASPE, continuamos a ser o único que se mantém fiel à separação de poderes, o que nos diferencia dos demais e nos dá mais liberdade, isenção, força e representatividade. Porém, constituir um sindicato sem apoios externos é uma grande aventura! Em sete anos, fizemos tudo do zero, criámos os Estatutos e os Regulamentos, estruturámos os serviços, estudámos o enquadramento legal, definimos o rumo e a visão das condições de trabalho necessárias à profissão, para os enfermeiros projetámos as ações reivindicativas e CRESCEMOS! Este ano, mudámos de sede e melhorámos as condições de trabalho para as nossas quatro colaboradoras dos serviços administrativos, dispomos de um Gabinete Jurídico com duas Advogadas, praticamente em dedicação exclusiva, com larga experiência em contencioso judicial na defesa dos nossos associados. CRESCEMOS muito como organização, mas o que mais nos orgulha é poder afirmar que a presença da ASPE fez sempre a diferença em todos os momentos que contribuíram para melhoria das carreiras de enfermagem.

E que momentos gostaria de destacar?

Em 2017, a profissão estava estagnada em resultado de uma alteração de carreira em 2009 que colocou todos os enfermeiros numa categoria única. Nesse ano, participámos na nossa 1ª manifestação a 15 de setembro, apoiámos o Movimento ESMO, em 2018 apresentámos uma proposta de carreira com três categorias e, após, muitas ações de luta individuais e conjuntas com outros sindicatos, de que destaco a Marcha Branca e as duas Greves Cirúrgicas, conseguimos, em 2019, voltar a ter uma carreira pluricategorial, com conteúdo funcional reforçado para cada categoria.

Para este resultado, foi importante o reconhecimento prévio do exercício especializado com a atribuição de um suplemento remuneratório que, apesar de valor diminuto em relação às responsabilidades assumidas, assegurou o reconhecimento da diferenciação. Também o processo de descongelamento das carreiras com a Lei do Orçamento de Estado de 2018 trouxe grandes desafios para se conseguir harmonizar os mesmos direitos aos enfermeiros do SNS contratados ao abrigo do Código do Trabalho, só conseguido em 2022. Atualmente, apesar de estarmos em negociação com o Governo para proceder à 3ª alteração

Enf.ª Lúcia Leite, Presidente

das carreiras que corrija as omissões, incoerências e prejuízos causados pela redação legislativa de 2019 e valorize a tabela remuneratória para todas as categorias, podemos afirmar que os enfermeiros são os únicos trabalhadores da administração pública, cujo recrutamento pode ser feito diretamente para qualquer categoria. Um paradigma adaptado aos desafios futuros que vão exigir flexibilidade e dinâmica na contratação e captação de enfermeiros experientes. Tem sido um caminho árduo, onde nem sempre se consegue justiça relativa entre enfermeiros! Mas não desistimos perante as adversidades!

Que importância assume a Enfermagem em geral e o papel do Enfermeiro, em particular, na prestação de cuidados de saúde numa sociedade com necessidades crescentes e cada vez mais envelhecida?

Os enfermeiros são os profissionais de saúde que promovem a adaptação das pessoas às suas situações de saúde/doença, no seio da família, dos vários contextos de vida e na comunidade em que se encontram inseridas, o que os coloca numa posição de pivot na gestão e articulação com a equipa multiprofissional de saúde.

Com o envelhecimento da população, o aumento dos anos de vida com doença e o incremento das dependências físicas e das alterações cognitivas a necessidade de cuidados de enfermagem é essencial na vida de cada um de nós. Mais do que de tratamentos, vamos precisar com o avançar da idade, de apoio nas atividades de vida diária, de orientação e suporte aos cuidadores informais e de quem nos cuide com respeito, atenção e sentido ético apurado – ou seja, vamos precisar de enfermeiros!

Uma realidade que é transversal a todas as geografias mundiais, tal como a carência de profissionais de enfermagem!

Portugal, tem de abandonar rapidamente o sistema de saúde centrado no tratamento e no médico, para uma organização onde as pessoas e as suas necessidades sejam o foco de atenção. Qualquer pessoa com sintomas de doença ou desconforto precisa de ser atendida em tempo útil, até para que se possam prevenir complicações futuras, mas não necessariamente por um médico! Um enfermeiro está preparado para avaliar a situação, orientar, gerir o regime tera-

pêutico ou encaminhar a pessoa para o profissional mais qualificado para responder às necessidades identificadas.

Apostar na promoção da saúde e na prevenção da doença também tem de ser um desígnio nacional! Muito em breve, até os países mais ricos, onde Portugal não está incluído, vão declarar incapacidade financeira para manter sistemas de saúde universais e a baixo custo para os doentes. Prevenir as doenças e dependências é a solução, mas isso implica o compromisso da sociedade com estilos de vida saudáveis.

A valorização do Enfermeiro, à semelhança de outros profissionais de saúde, está na ordem do dia. Que medidas se tornam prementes adotar no sentido da revisão da carreira e que impacto poderiam vir a ter no Serviço Nacional de Saúde (SNS)?

A luta pela valorização da carreira de enfermagem é uma batalha antiga e que não se pode perder nesta fase! Mais que o incremento salarial justo e em paridade com os restantes profissionais de saúde, os enfermeiros querem justiça nas progressões, condições de trabalho dignas e que garantam que o SNS deixa de perder profissionais motivados e qualificados. Os enfermeiros portugueses são dos mais procurados em todos os cantos do mundo pela sua competência e dedicação, por isso a única forma de reter em Portugal os nossos enfermeiros será o Governo trabalhar para que eles se sintam valorizados.

Que mensagem final gostaria de dirigir ao público em geral e aos Enfermeiros?

Uma sociedade que não reconhece adequadamente os seus enfermeiros, que os sujeita a condições de trabalho desumanas e que ignora as suas reivindicações é uma sociedade que trai os seus próprios princípios de justiça e bem-estar.

Aos enfermeiros quero deixar uma palavra de esperança, que acabe com o conformismo que aceita uma posição secundária dentro do setor da saúde, e os una em torno da defesa dos seus interesses e da profissão. Juntem-se à ASPE e venham reforçar a luta por condições trabalho mais justas e o reconhecimento do valor real da profissão.

SAÚDE MENTAL NO LOCAL DE TRABALHO

DEPOIS DA DATA COMEMORATIVA, ESTÁ TUDO IGUAL!

O Dia Mundial da Saúde Mental comemorou-se mais uma vez no passado dia 10 de outubro e este ano a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu destaque à saúde mental nos locais de trabalho. Nos dias que o antecederam e seguintes, sucederam-se inúmeras ações comemorativas, apresentação de projetos e relatórios, atividades mais ou menos públicas nos locais de trabalho, desde o ecrã de bloqueio do computador ao clássico post nas redes sociais com #saudemental. O conceito de saúde mental no local de trabalho goza de unanimidade quanto á sua importância para a saúde de indivíduos e comunidade. Neste sentido e observando o ecossistema da Saúde encontramos quase que um efeito cascata de contributos, desde a OMS, à União Europeia, através da sua Agência para a Segurança e Saúde no Trabalho, passando pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o seu Programa Nacional para a Saúde Mental, o Laboratório Português de Ambientes Saudáveis (LABPATS). As ordens profissionais, como a dos Psicólogos, dos Médicos e dos Enfermeiros, também emitem pareceres e indicações com o intuito de salvaguardar a saúde mental dos profissionais que representam. E poderia con-

tinuar a enunciar entidades com legitimas preocupações, estudos e relatórios, com diagnósticos, propostas de medidas e instrumentos de avaliação de resultados

Mas efetivamente o que é que mudou?

O SNS é o maior empregador no setor publico da saúde, emprega milhares de trabalhadores - só Enfermeiros são aproximadamente 51 000.

E serão os ambientes de trabalho dos Enfermeiros saudáveis? Certamente que não!

Os enfermeiros estão todos os dias em todos os contextos de prestação de cuidados de saúde e nunca é demais relembrar que acompanham todo o ciclo de vida dos cidadãos nos seus momentos felizes, mas sobretudo nos mais delicados e dolorosos. São estes os profissionais que têm nas suas atribuições e competências cuidar das pessoas saudáveis ou doentes qualquer que seja a gravidade da sua situação de saúde.

Olhando atentamente para os contextos em que trabalham os enfermeiros, é possível elencar vários fatores que aumentam o risco.

Álvara Silva, Vice-presidente da Direção da Associação

A natureza do seu trabalho exige proximidade aos doentes, ao seu sofrimento e às suas histórias de vida, o que determina logo à partida exposição à dor, à tristeza, à fragilidade humana e à finitude da vida. Acresce a esta proximidade a frequente falta de recursos materiais e de profissionais para prestar os cuidados que os doentes precisam. E falamos de coisas tão simples como lençóis, cadeiras de rodas, espaços com luz natural, ou simplesmente, tempo do enfermeiro e espaço com privacidade para escutar doente e lhe dar conforto e apoio emocional.

Paradoxalmente, nas instituições de saúde cresce uma aura de desenvolvimento tecnológico, seja pela cirurgia robótica, seja pelo advento da Inteligência Artificial, que parece sugar todas as atenções mediáticas e intenções de investimento, ainda que falte fazer o essencial para assegurar o básico!

De que servem todos os estudos, os diagnósticos, os alertas, as recomendações para se assegurarem ambientes de trabalho saudáveis, em prol de enfermeiros e doentes, se não passamos das palavras e ações mediáticas aos atos?

Outra vertente a considerar é o permanente desrespeito pelo sono, pelo descanso e pelo tempo em família de cada enfermeiro. Será difícil encontrar um contexto de trabalho com horários por turnos mais hostil e nocivo que o dos Enfermeiros! Desde a rotatividade aleatória dos turnos, às práticas, ilegais, de planear escalas de trabalho, com mais horas do que as contratadas forçando o falso trabalho suplementar, juntam-se longas jornadas sem os períodos de pausa que facilitem o reequilíbrio físico e mental.

Ora, trabalhar por turnos já condiciona a saúde mental do enfermeiro, se acrescentarmos o constante aumento das horas trabalhadas diária e semanalmente, que não raras as vezes ultrapassam as 60 horas/ semana temos a fórmula perfeita para a doença.

Bem sabemos que, o banco de horas individual foi revogado do Código do Trabalho há anos, no entanto para os enfermeiros é frequente encontrar em qualquer instituição saldos de horas superiores a 100 horas de trabalho, realizado e não pago, resultante de turnos programados e impostos sob a “evocação” dos deveres deontológicos do enfermeiro, que se subjugam o seu direito ao descanso à sua suposta responsabilidade para com a comunidade e os doentes - “tens que seguir turno, os doentes precisam.”!

O atropelo aos direitos parentais é outra realidade!

Para uma enfermeira ou um enfermeiro, gozar de horário de aleitamento e de horário flexível não representa o exercício de um direito, significa “arranjar problemas á equipa”!

E, não raras vezes, os enfermeiros com filhos pequenos se veem confrontados com a necessidade de assegurar a assistência aos seus filhos e cumprir o horário que lhes é imposto. Nestas matérias, frequentemente, a disputa entre a necessidade do trabalhador e a inflexibilidade da entidade empregadora é dirimida pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego ou mesmo pelos tribunais. Os gestores institucionais e as hierarquias diretas focam-se na necessidade de gerir os recursos insuficientes para assegurar a resposta em cuidados de saúde, nos números de absentismo, nos indicadores contratualizados e usam todos os expedientes alcançar esses resultados. No entanto, poucos são os que reconhecem a desmotivação, a desilusão, a exaustão, o consequente presentismo e tão pouco agem para o mitigar! É cada vez mais evidente que nestes ambientes hostis decai a empatia entre pares, os conflitos são mais frequentes, o absentismo aumenta e o abandono da profissão é cada vez maior!

Todos os dias se tecem novos planos para melhorar a eficiência e a eficácia das instituições de saúde, se persegue o Santo Gral da produção, mas em todos estes processos se ignora a escassez de enfermeiros, bem como as condições, cada vez mais difíceis, de vida e trabalho dos mesmos.

O que podemos concluir é que terminado o “fim de festa” das ações comemorativas e o desinteresse pelo #saudemental nas redes sociais, voltamos à hipocrisia do dia a dia !

Depois da data comemorativa, está tudo igual!

De que servem todos os estudos, os diagnósticos, os alertas, as recomendações para se assegurarem ambientes de trabalho saudáveis, em prol de enfermeiros e doentes, se não passamos das palavras e ações mediáticas aos atos?

geral@aspe.pt www.aspe.pt

O PAPEL DO ENFERMEIRO OBSTETRA

O papel do Enfermeiro Obstetra é um alicerce no sistema de saúde, sendo globalmente reconhecido como essencial para a saúde das populações.

Os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, também conhecidos por EEESMO, Parteiras ou Enfermeiros Obstetras, são profissionais de saúde treinados e qualificados para prestar cuidados de saúde e apoio a mulheres durante todo o seu ciclo sexual e reprodutivo, incluindo cuidados de saúde menstrual, apoio para o planeamento familiar, acompanhamento durante a gravidez, o parto e o período pós-parto, assim como apoio para uma vivência mais positiva da menopausa.

A Organização Mundial da Saúde e outras entidades de saúde defendem a implementação ao nível mundial de modelos de cuidados liderados por Enfermeiros Obstetras. A recomendação deve-se aos comprovados benefícios maternos e neonatais, à redução de intervenções desnecessárias, à satisfação das mulheres com a experiência de gravidez e parto e à segurança demonstrada por este modelo de cuidados. Os enfermeiros obstetras empoderam as mulheres, promovem a sua autonomia e literacia e acompanham-nas ao longo do seu ciclo vital, otimizando os seus processos fisiológicos de saúde. Isto contribui para que os serviços de saúde possam canalizar as intervenções médicas e dispendiosos recursos hospitalares para os casos de necessidade específica, tornando-se mais eficazes e sustentáveis.

Vários estudos analisados numa revisão sistemática publicada em 2024 pela conceituada biblioteca científica médica Cochrane demonstram que, por exemplo, quando mulheres saudáveis são acompanhadas ao longo da gravidez, parto e pós-parto por Enfermeiros Obstetras têm mais probabilidade de terem partos vaginais espontâneos e passarem por experiências mais positivas de parto, assim como menos probabilidade de ter episiotomias, ventosas, fórceps ou cesarianas (aceda aqui ao estudo completo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18843666/).

Para alcançar estes resultados, o Enfermeiro Obstetra realiza uma formação extensa que lhe certifica o conhecimento e as competências, tornando-o no profissional de saúde mais especializado para promover e cuidar da saúde da mulher, com um acompanhamento salutogénico, holístico e humanizado. São ainda reconhecidos como defensores e ativistas pela promoção da igualdade de género e dos direitos da mulher.

Para além do seu trabalho autónomo e independente, de avaliação de saúde, orientação, educação e otimização dos processos fisiológicos da saúde da mulher e do recém-nascido saudável, estão também treinados para trabalhar em complementaridade com outros profissionais de saúde, sempre que existam riscos

acrescidos ou doenças, assim como em situação de emergência, como por exemplo na reanimação materna e neonatal.

Apesar de serem frequentemente associados ao acompanhamento da gravidez e do parto, o papel dos Enfermeiros Obstetras vai muito além da promoção da saúde materno-fetal.

São fundamentais na otimização da saúde menstrual, no rastreio de doenças, na promoção da saúde e bem-estar durante o período da menopausa e no apoio psicossocial. São ainda essenciais no âmbito do planeamento familiar, estando habilitados para a colocação de dispositivos contracetivos e a realização de rastreios ginecológicos (como a colpocitologia - Papanicolau), entre outros. Para além dos cuidados clínicos individualizados, os Enfermeiros Obstetras contribuem para a promoção da saúde pública, com programas de intervenção comunitária no âmbito da sexualidade, planeamento familiar, preparação para parto e parentalidade, amamentação, apoio ao luto perinatal, prevenção do cancro do colo do útero e da mama, menopausa, entre outros.

Os Enfermeiros Obstetras ajudam ainda a aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde, reduzindo custos e promovendo a saúde de mulheres, mães e bebés saudáveis, mantendo a segurança e a satisfação com os cuidados.

Um estudo de avaliação económica realizado em Portugal em 2024 estimou que se todas as mulheres grávidas saudáveis fossem acompanhadas por Enfermeiros Obstetras, de forma autónoma e independente, reduziria os custos do Serviço Nacional de Saúde em cerca de €26,3 milhões, com potencial para melhorar os resultados obstétricos e neonatais e representando uma redução de 26% nos gastos totais de saúde em comparação com o modelo atual.

Apesar da sua inegável contribuição, os Enfermeiros Obstetras em Portugal enfrentam vários desafios, incluindo salários

reduzidos, acesso limitado a formação contínua e restrições políticas que limitam a sua prática.

A opção pelo acompanhamento por Enfermeiros Obstetras ao longo de toda a jornada de saúde sexual e reprodutiva é um direito das mulheres pelo qual todos devemos lutar

O investimento e aproveitamento do potencial destes profissionais para a saúde da população em Portugal é urgente para ajudar a ultrapassar os desafios atuais relacionados com as falhas de resposta de alguns centros de saúde e o encerramento de maternidades.

Os Enfermeiros Obstetras desempenham um papel indispensável no sistema de saúde, com impacto cientificamente comprovado nos resultados de saúde das mulheres e recém-nascidos, que se estendem à população em geral. Ao fornecer cuidados de alta qualidade e centrados nas pessoas que cuidam, os Enfermeiros Obstetras contribuem significativamente para melhorar a saúde e o bem-estar de mulheres, crianças e famílias. Expandir o seu papel em iniciativas de saúde comunitária e integrar o seu trabalho equitativamente com outros profissionais de saúde poderia ser a solução para a resolução de grande parte dos problemas de acesso à saúde que muitas mulheres em Portugal enfrentam na atualidade.

Reconhecer o valor do Enfermeiro

Obstetra e apoiar a sua prática é fundamental para o fortalecimento dos serviços de saúde em Portugal, para garantir que todas as mulheres e recémnascidos tenham acesso a cuidados seguros, compassivos e eficazes.

A Direção da APEO

apeo.portugal@gmail.com www.apeo.pt

INSTITUTO PIAGET REFORÇA A QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

DE ENFERMAGEM

O Instituto Piaget lançou recentemente dois cursos de mestrado dirigidos a enfermeiros e licenciados em Enfermagem: Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica e Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica. Margarida Ferreira, Diretora da Escola Superior de Saúde de Jean Piaget de Vila Nova de Gaia, onde os cursos são lecionados, explica o sentido do reforço da oferta formativa do Piaget nestes domínios específicos.

Que razões presidiram à criação destes dois mestrados na área da Enfermagem?

Os novos cursos de Mestrado visam dar resposta à missão estatutária de formação contínua do Instituto Piaget e, simultaneamente, responder à crescente necessidade de especialização em áreas críticas da Enfermagem. Estes programas formativos preparam os enfermeiros com competências avançadas para uma intervenção qualificada e eficaz perante a complexidade dos cuidados em saúde mental e no atendimento a pessoas em situações críticas e de elevada vulnerabilidade. Ao oferecer uma formação de excelência, o Instituto Piaget reforça a qualificação dos profissionais de enfermagem e responde às exigências do sistema de saúde, promovendo cuidados de elevada qualidade e segurança para a população.

Quais as vantagens que os cursos oferecem aos enfermeiros que os frequentarem?

Os novos mestrados representam uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento profissional dos enfermeiros. Visam o desenvolvimento de competências especializadas e avançadas, capacitam os

profissionais para responderem aos desafios complexos dos cuidados em saúde mental e dos contextos críticos, com conhecimento avançado e práticas inovadoras, permitindo uma atuação de excelência com enfoque na resposta humana aos problemas de saúde. Adicionalmente elevam a qualidade da intervenção na prática de cuidados, preparam os enfermeiros para assumir papéis de liderança, promovendo a melhoria contínua de cuidados com ganhos em saúde e progresso do percurso profissional.

Quais as mais-valias em optar pela Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Gaia e pela vertente da Enfermagem em particular?

A ESS/JPVNG é reconhecida pela larga experiência na formação em Enfermagem, a nível nacional e internacional, pela excelência do ensino, inovação pedagógica e abordagem prática e centrada no desenvolvimento do estudante. Ao optarem pelos novos Mestrados, os estudantes beneficiam de planos curriculares que vão de encontro às exigências formativas, beneficiando de uma formação especializada e avançada que responde às crescentes exigências da saúde da população. Com um corpo docente altamente qualificado, tanto ao nível académico com profissional, instalações e equipamentos modernos e adequados, a ESS/JPVNG prepara os estudantes para enfrentar os desafios complexos na prática clínica e para promover cuidados de saúde de excelência.

Centro de Simulação de Práticas Clínicas no Campus de Gaia
Prof.ª Margarida Ferreira, Diretora

ULSEDV CUIDADOS NEONATAIS EM CASA

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Prematuridade, uma data que nos lembra a fragilidade e resiliência que envolvem o nascimento de bebés prematuros.

O nascimento prematuro é um momento crítico que, além de gerar preocupações médicas, desafia toda a estrutura familiar. O aumento das taxas de sobrevivência de recém-nascidos prematuros é uma conquista da medicina moderna, mas também traz à tona a necessidade premente de um suporte mais robusto e personalizado para essas famílias. Crianças que nascem antes do tempo enfrentam riscos elevados de complicações, tanto imediatas quanto a longo prazo, que exigem vigilância e intervenções contínuas. Para as famílias que já carregam outras vulnerabilidades sociais, os desafios tornam-se ainda mais complexos. O papel da enfermagem torna-se fundamental e deve ir além do cuidado direto assumindo um papel ativo na educação e apoio das famílias. Isso envolve oferecer informações claras sobre os cuidados necessários para os prematuros, orientar sobre as possíveis complicações e proporcionar um espaço seguro para o acolhimento das angústias e incertezas que acompanham esse processo. A vigilância mais próxima e individualizada, que considere não apenas a saúde do recém-nascido, mas também o bem-estar emocional e psicológico da família, é crucial. Foi com este sentimento que muito poderia ser feito, que surgiu o sonho de um projeto que este ano se tornou numa realidade.

O projeto “Cuidados Neonatais em Casa” procura centrar-se no acompanhamento domiciliário dos recém-nascidos (RN) de pré-termo (PT) abaixo das 35 semanas e outros recém-nascidos com patologia grave e de risco social internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) do Serviço de Pediatria/Neonatologia da Unidade

Local de Saúde Entre Douro e Vouga - ULSEDV.

Em termos práticos, este projeto prevê a prestação de cuidados de saúde de proximidade, através de uma equipa de profissionais dedicados, atentos e com formação necessária para acompanhar os recém-nascidos prematuros, este projeto é pertinente no sentido de permitir uma intervenção mais organizada, planeada e sistemática, num esquema protocolizado e individualizado à situação clínica de cada recém-nascido, empoderando e capacitando as famílias no domicílio, durante os seis primeiros meses de vida.

Até à data, novembro 2024, foram envolvidos 21 doentes, num total de 80 visitas, desde a Gafanha da Nazaré, no concelho de Ílhavo, até à freguesia da Lomba, no concelho de Gondomar.

Este projeto envolve as enfermeiras da UCIN e de duas enfermeiras de Pediatria com experiencia em cuidados Neonatais, que os pais tão bem conhecem e confiam. Esta abordagem inovadora no cuidado neonatal é fundamental, especialmente num contexto em que a humanização e a personalização dos serviços de saúde se têm tornado cada vez mais necessárias.

O Dia Mundial da Prematuridade, é um convite à reflexão sobre nossa responsabilidade coletiva em promover melhores condições para essas vidas frágeis. Reconhecendo as complexidades da prematuridade, devemos exigir e implementar práticas que façam a diferença na vida dessas famílias, assegurando que cada prematuro e sua família tenham acesso à assistência que merecem. O futuro delas depende da atenção que damos hoje. Paula Cristina Ferreira Fontoura, enfermeira especialista em saúde Infantil e Pediátrica, Enfermeira Chefe do serviço de Pediatria/Neonatologia da ULSEDV.

256 379 700 (chamada para rede fixa nacional) geral@ulsedv.min-saude.pt

Paula

PREMATURIDADE E SAÚDE MENTAL

O Dia Mundial da Prematuridade celebra-se a 17 de novembro foi criado em 2009 e atualmente esta data celebra-se em mais de 50 países. Sabe-se que todos os anos, mundialmente, mais 15 milhões de bebés são prematuros. Em Portugal, cerca de 10% dos bebés nascem antes do tempo. Havendo uma taxa de sobrevivência de 70% nos bebés com menos de 28 semanas de gestação, segundo a Sociedade Portuguesa de Pediatria.

Apesar da inovação na área da saúde, as crianças que nascem antes das 32 semanas ou com peso inferior a 1500g, recém-nascido com muito baixo peso (RNMBP), continuam em risco aumentado de sofrerem um largo espetro de repercussões no neurodesenvolvimento.

No nosso país são poucos os estudos que abordam a evolução destes recém-nascidos ao longo do seu desenvolvimento, mas, avaliando por estudos internacionais, a prematuridade pode ser não só causa de consequências major (paralisia cerebral, défices intelectuais e alterações neurossensoriais) mas também défices cerebrais minor (perturbações específicas da linguagem, défice de atenção e hiperatividade, alterações do comportamento e labilidade emocional).

Sabe-se há muito tempo que os bebés prematuros ou RNMBP são bebés frágeis, do ponto de vista clínico, e podem sofrer efeitos de diversas complicações ao longo do desenvolvimento. O período entre as 20 -32 semanas de gestação é caraterizado por um rápido crescimento cerebral que pode ser afetado por infeção, desnutrição ou outra causa, levando a alterações de neurodesenvolvimento. Estes problemas estão ligados à imaturidade ao Sistema Nervoso e ao Sistema Respiratório não terem atingido a sua plena maturidade durante a gravidez. Após o nascimento, a interação que envolve essa imaturidade biológica e o ambiente físico e social da criança irá desempenhar um papel decisivo no seu desenvolvimento. De forma geral, quanto menor é o tempo de gestação, maiores são as repercussões sobre as funções biológicas.

Criança prematuras, RNMBP ou que sofrem de complicações médicas importantes têm mais problemas de temperamento quando bebés e durante a primeira infância. Manifestando níveis mais baixos de adaptabilidade, ritmo, atividade, atenção e perseverança. Tendem a manifestar também variações de humor mais intensas, maior dificuldade para acalmar-se, maior passividade e menor recetividade a nível social. Estas dificuldades de temperamento podem levar a um atraso ou a uma deficiência na autorregulação.

No entanto, o desenvolvimento dos bebés prematuros e/ou RNMBP, muitas vezes, apenas são valorizados em idade escolar, porque muitos processos cognitivos ainda não emergiram e outros estão em estádios precoces de desenvolvimento. Sendo que uma da perturbação severa mais comum em prematuros RNMBP e a sua prevalência é superior à das lesões visuais, auditivas ou motoras é o Défice Cognitivo que se ressente mais com a entrada no contexto escola. Este poderá estar associado a fatores maternos, perinatais e

neonatais que condicionam o neurodesenvolvimento e a capacidade cognitiva da criança na infância, adolescência e mesmo na idade adulta.

O declínio cognitivo tem uma base neuropatológica. Como os prematuros têm maior incidência de lesões na substância branca cerebral, o normal desenvolvimento de capacidades processuais poderá estar alterado ou atrasado. Mas mais importante que conhecer a prevalência de défices cognitivos, é conhecer a sua evolução desde o nascimento. Isto porque a avaliação cognitiva apropriada para a idade corrigida aos 2 anos não assegura que os défices cognitivos não irão emergir mais tarde. Isto porque um défice cognitivo identificado nos primeiros anos de vida não é sinónimo de défice cognitivo na idade escolar, podendo refletir apenas uma imaturidade que eventualmente poderá ser recuperável.

As aptidões cognitivas não se mantêm estáveis entre os primeiros anos de vida e a idade escolar/adolescência, existindo estudos que mostram um agravamento das mesmas nas idades posteriores. Pelo que na adolescência é relevante percebermos a evolução do neurodesenvolvimento deste prematuro porque nesta fase observa-se um maior número de devido aos desafios cognitivos e exigências académicas muito maiores do que em idades anteriores. Por outro lado, mostra que o processo de aquisições cognitivas é contínuo e que uma avaliação negativa nos primeiros anos poderá ser recuperada.

Por outro lado, o Défice de Atenção/Hiperatividade (PHDA)

Dr.ª Marisa Marques (cp. 21210), Psicóloga Clínica e da Saúde

é a perturbação neuro-comportamental mais comum nos bebés prematuros e RNMBP. As causas envolvidas na maior prevalência de PHDA não são bem conhecidas, mas acredita-se que esteja associado a um défice primário na capacidade executiva: menor fluência verbal, memória executiva e flexibilidade cognitiva.

O bebé prematuro ou RNMBP apresenta ainda uma grande probabilidade de apresentar um compromisso no desenvolvimento da coordenação motora-Paralisia Cerebral. Esta incapacidade motora é, frequentemente, associada a um determinado grau de compromisso em tarefas cognitivas e visuo-espaciais que levam a défices na interpretação sensorial, processamento viso-espacial e, consequentemente, levam a problemas de adaptação social, dificuldade em perceber o ambiente que as rodeia, compreender e estabelecer relações empáticas, o que condicionam as interações sociais fundamentais para o seu desenvolvimento.

Quanto à labilidade emocional se existe correlação entre a prematuridade e os problemas como a ansiedade e depressão, ou se estes resultam principalmente de outros fatores, como a baixa autoestima resultante de défices cognitivos e problemas sociais. Sendo que estes bebés são descritos como menos capazes de interagir e socializar, menor autoestima na aceitação social, capacidade académica e capacidade física. Avanços nos cuidados médicos levaram ao aumento da sobrevivência na prematuridade e nos RNMBP, mas o risco de sequelas no neurodesenvolvimento mantém-se elevado. Porque além dos problemas comportamentais terem um substrato neurobiológico, é importante considerar os fatores de risco ambientais, como a relação pais-criança ou o tipo e duração de internamentos, que poderão modelar o comportamento e o risco de problemas comportamentais. Pelo que os estudos clínicos apontaram para a importância do tipo e forma de cuidados intensivos prestados ao bebé prematuro e RNMBP têm prognóstico da criança.

Pelo que, atualmente, tem-se investido em uniformizar a Avaliação e a Intervenção na prematuridade e/ou RNMBP Surgem assim programas de saúde centrados no desenvolvimento que se baseiam na ideia de um ambiente calmo, controlado e não stressante na UCIN, traduzindo-se numa melhoria do neurodesenvolvimento a longo prazo. O mais conhecido destes programas é o Newborn Individualized Developmental Care and Assessment Program (NIDCAP). O NIDCAP é o Programa Individualizado de Avaliação e Cuidados Centrados no Desenvolvimento do recém-nascido criado para responder a preocupações quanto ao impacto negativo do ambiente das UCIN nos prematuros. Para além dos fatores físicos

(meio ambiente tranquilo), ele centra-se na coordenação, estrutura e consistência dos cuidados, no posicionamento adequado do RN, no contacto pele-pele entre mãe e bebé, na alimentação e conforto familiar. O estudo da eficiência do NIDCAP é complexo, pois não se trata de uma terapia quantitativa, mas sim qualitativa cujo objetivos passa por um conjunto de estratégias que combinam uma melhor relação pais-criança e numa fase posterior a utilização programas de intervenção precoce podem reduzir ao mínimo o impacto da prematuridade no neurodesenvolvimento.

A referenciação para programas protocolados que permitam a avaliação do seu neurodesenvolvimento não só no primeiro ano de vida, mas também ao longo do seu desenvolvimento, é o elemento ativo e principal num bom prognóstico clínico na prematuridade Pelo que deverão os programas deverão ser uniformizados a nível nacional, com avaliação especializada em consultas de neurodesenvolvimento de forma a ser possível o rastreio, diagnóstico e sinalização precoce para programas de intervenção. Atendendo às realidades dos nossos hospitais é importante o encaminhamento para estabelecimentos privados que estes programas devam ser acessíveis a toda a população e capazes de avaliar os resultados de intervenções neonatais, estabelecendo uma correlação com o prognóstico destas crianças. Os elevados custos associados facilmente são justificáveis pelo benefício inerente ao diagnóstico e intervenção.

CRESCER SAUDAVELMENTE: ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR

A importância da Alimentação e Nutrição em idade pediátrica.

Sabe-se hoje em dia que os cuidados de alimentação em idade pediátrica, têm um grande impacto no normal crescimento e desenvolvimento infantil, assim como na saúde ao longo de todos os ciclos de vida.

A alimentação materna que antecede a fecundação, os hábitos alimentares durante a gravidez e no primeiro ano de vida da criança, determinam em parte o estado de saúde do seu filho durante a vida adulta.

A infância representa uma janela de oportunidade para a moldagem de preferências e hábitos alimentares saudáveis do seu filho, os quais se esperam que se mantenham no futuro.

O que é a alimentação complementar?

A alimentação complementar resulta de um processo em que o bebé inicia o consumo de outros alimentos para além do leite materno ou fórmulas de leite, até total integração da dieta familiar.

Quando devo iniciar a alimentação complementar?

Este processo deve acontecer entre os

4-6 meses de idade, momento em que já se verifica a existência de maturação renal, gastrointestinal e neurológica adequada. A diversificação alimentar permite suprir necessidades energéticas e nutricionais, assim como introduzir novas fontes alimentares (texturas e sabores).

O início precoce da alimentação complementar acarreta alguns riscos, tais como: risco de aspiração, aporte energético inadequado e até mesmo obesidade. Por sua vez o seu início tardio pode ser responsável por um atraso no crescimento, carências nutricionais, atraso na função oro motora e aversão a alimentos sólidos, ou novos sabores e texturas.

Alimentação complementar e risco de alergia alimentar?

Atualmente não existe uma sequência rígida de alimentos para oferecer na alimentação complementar. Sabe-se até que mesmo a introdução de alimentos potencialmente alergénicos, podem ser introduzidos entre os 4-6 meses de idade.

Não existe evidência de que atrasar a introdução de alimentos alergénicos para além dos 4 meses diminua o risco de alergia, contudo este risco aumenta antes do 3º – 4º mês de vida.

Quando pode introduzir o glúten?

O glúten pode ser introduzido em qualquer altura entre o 4º e 12º mês de vida.

Como deve iniciar a diversificação alimentar?

• Promover uma dieta completa, variada e equilibrada, com aumento progressivo de texturas e consistências.

• Oferecer alimentos ricos em ferro.

• Oferecer alimentos sem sal ou açúcar adicionado.

• Leite de vaca em natureza, como fonte láctea principal, apenas depois dos 12 meses de idade.

• Implementar dietas vegetarianas, devem ser realizadas apenas com supervisão médica e dietética.

• Respeitar o padrão maturativo de cada lactente para que o processo aconteça com segurança (por exemplo verificar se o lactante segura bem a cabeça).

• O tamanho das porções importa, estas devem ser adequadas à idade da criança.

• Deve respeitar o apetite da criança, assim como reconhecer sinais de fome e saciedade.

• Independentemente do método de alimentação complementar, por exemplo método tradicional ou baby-led weaning, recomenda-se a verificação das refeições por parte dos cuidadores de forma a assegurar as condições de segurança alimentar.

• Deve ser incentivado o consumo de água.

Qual a importância dos pais?

Em torno da alimentação, os pais devem assumir um estilo autoritário, exigente, mas com capacidade de resposta para as necessidades do bebé, fazendo uso da negociação e do elogio para se obter melhor comportamento alimentar.

Os cuidadores devem promover o desenvolvimento de uma rotina alimentar, com a promoção um ambiente alimentar familiar, calmo e agradável.

Dr.ª Tatiana Almeida (N4758), Nutricionista no Trofa Saúde Vila Real

É por esta altura do ano que surgem os espirros com maior frequência. Com a chegada do frio, abre-se também caminho às infeções virais, sobretudo nas vias respiratórias.

Nos últimos anos, a incidência de doenças respiratórias tem aumentado no nosso país, nomeadamente as crónicas, como a asma, que afeta já cerca de um milhão de portugueses. Atualmente, as doenças respiratórias são a terceira causa de morte em Portugal e foram responsáveis por centenas de milhares de internamentos nos últimos anos.

O frio é um fator determinante, que diminui a imunidade nesta altura do ano e agrava as condições crónicas de doença. Por um lado, o envelhecimento da população está diretamente associado ao aumento das patologias respiratórias, uma vez que os idosos são os mais expostos à doença. As crianças e doentes crónicos ou com imunodeficiências completam o grupo de risco. A contaminação atmosférica do exterior e interior dos edifícios, o consumo de tabaco, o sedentarismo e hábitos alimentares pouco saudáveis são outros fatores de risco em qualquer idade.

Principais doenças respiratórias

Constipação

A constipação comum consiste na infeção do nariz, garganta e eventualmente ouvidos, e é possivelmente transmitida após contacto com alguém infetado ou por tocar numa superfície contaminada, como uma maçaneta. Há centenas de vírus que podem causar constipações, sendo o mais frequente o Rinovírus. Os sintomas passam pela tosse, nariz congestionado, dor de garganta, febre ligeira, fadiga, arrepios e dores musculares.

Gripe

Caracteriza-se pela infeção do trato respiratório (nariz, seios nasais, garganta, pulmões

e ouvidos) e sintomas como febre elevada, arrepios, dor muscular, garganta inflamada, nariz entupido e tosse seca. Ao contrário da constipação, que não tem medicamentos preventivos, a gripe pode ser prevenida com uma vacina anual, que já faz parte do Plano Nacional de Saúde.

Covid-19

A Covid-19 é uma doença infeciosa provocada pelo vírus SARS-CoV-2, do grupo dos coronavírus, que muitas vezes se manifesta com sintomas de infeção respiratória aguda.

Os seus sintomas podem ser semelhantes aos de uma gripe, ou uma condição mais grave, como pneumonia. A vacinação contra a Covid-19 tem sido importante para prevenir o surgimento da doença grave, hospitalização e morte por infeção.

Pneumonia

A pneumonia é uma doença que consiste numa infeção dos pulmões, onde os espaços aéreos estão cheios com muco e pus. Os vírus são responsáveis por 1/3 dos casos, e os restantes, por bactérias ou fungos inalados, particularmente em pessoas enfraquecidas pela idade, outras doenças ou após cirurgia e em fumadores.

DPOC

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Caracteriza-se por limitações na ventilação e dificuldades de respiração, tosse e expetoração. Muitas vezes confundida com asma, está normalmente associada aos hábitos tabágicos e progride com a idade, levando à incapacidade e morte prematura.

Asma

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, que origina episódios recorrentes de pieira, dispneia (dificuldades na respiração), aperto torácico e tosse, particularmente noturna ou matinal. O acompanhamento médico é obrigatório, mas muitos casos são controláveis, desde que sejam tomadas algumas precauções.

Sinusite

Caracteriza-se pela acumulação de secreções nas cavidades da face, que resulta frequentemente em dores de cabeça, secreções nasais e mau hálito, obstrução nasal e respiração bucal.

Rinite

Significa literalmente inflamação da mucosa nasal e manifesta-se por obstrução nasal, rinorreia e espirros. Pode ser ou não alérgica, sendo que a primeira é mais comum e está normalmente associada aos pólenes e ácaros, exigindo muitos cuidados de combate ao pó.

Amigdalite

Ocorre quando há uma infeção das amígdalas, e é geralmente transmitida através das gotículas de saliva que se expelem ao falar, espirrar ou tossir.

Além da dor e da febre, o inchaço dos gânglios do pescoço, dores de cabeça e ouvidos, dificuldade para engolir, mudanças no paladar e olfato são sintomas associados à amigdalite.

PREVENÇÃO E DETEÇÃO DO CANCRO COLORRETAL

A MovSaúde - Associação pela Prevenção da Doença Oncológica é uma entidade independente e sem fins lucrativos, constituída no dia 21 de março deste ano. Com foco no cancro digestivo, a Prevenção Primária, a Deteção Precoce (rastreios) e a Investigação formam a base da sua atuação, combinada com ação social, literacia e sensibilização, que consideramos essencial.

Rastreio do Cancro Colorretal

Arrancámos com a 1ª Campanha Nacional (incluindo Madeira e Açores) a 30 de Setembro, com inscrições abertas até 30 de Novembro. Toda a informação sobre a Campanha pode ser consultada no nosso site movsaude.pt, que também disponibiliza o formulário de inscrição. Sensibilizar para o rastreio, para a importância da deteção precoce – lesões benignas precursoras do cancro - ou para o diagnóstico em fase precoce é muito importante e também desafiante.

Porquê o Cancro Colorretal

Os indicadores desta patologia, que ocupa o 1º lugar em novos diagnósticos e o 2º em taxa de mortalidade por cancro, a sua evolução assintomática e o peso dos estadios mais avançados da doença (3 e 4) aquando do diagnóstico, a necessidade de aumentar a sensibilização da população para a adoção de uma atitude preventiva e a resistência da população à adesão ao rastreio, independentemente do procedimento a adotar, são fortes ‘motores de aceleração’. O estilo

de vida que presenciamos hoje, a nível da alimentação e dos hábitos físicos, é catalisador do aparecimento desta patologia que, sendo assintomática durante alguns anos do seu desenvolvimento, reforça a urgência de intervenção. Se detetado numa fase inicial, a probabilidade de cura é elevada.

Ambicionamos um crescimento sólido e uma visão realista do caminho a traçar, discutido e definido em conjunto, com medição de impacto

Um projeto multissectorial

A MovSaúde está idealizada para agregar entidades de vários setores de atividade, com papel ativo desde a prevenção primária até ao tratamento, bem como outras organizações que se identifiquem com a responsabilidade de acrescentar valor ao Sistema de Saúde, promovendo a concentração de know-how e de capacidade de atuação incremental. Combina a leveza da sua estrutura própria com a robustez obtida através da intervenção direta e indireta dos vários Associados e Parceiros. Ambicionamos um crescimento sólido e uma visão realista do caminho a traçar, discutido e definido em conjunto, com medição de impacto. Este modelo assente em sinergias permite-nos dar prioridade à componente operacional e de alargamento não só da população alcançada, como da inclusão de novas patologias que estão no nosso radar. Na qualidade de Associados Fundadores, contamos com Aegon Santander Portugal, Allianz, Future Healthcare, Generali Tranquilidade, Grupo Ageas Portugal e Multicare. São atualmente seis e encontra-se salvaguardada nos nossos Estatutos a possibilidade de novas adesões nesta categoria até Março de 2025. Como Associados Efetivos e Apoiantes, fazem já parte da MovSaúde a CUF e Luz Saúde, e KPMG, respetivamente. A oportunidade de colaboração está disponível a todos os setores de atividade que possam ajudar a reforçar a nossa missão e atuação no terreno.

Patrícia Ramalho, Presidente da Direção

FORMAÇÃO QUALIFICAÇÃO E EMPREGO

A relação entre formação, qualificação e emprego é essencial para o desenvolvimento profissional e a competitividade no mercado de trabalho. A formação, representada pelo processo de educação formal e contínua, é a base que prepara o indivíduo com conhecimentos teóricos e práticos em diversas áreas. A qualificação, por sua vez, envolve o aprimoramento dessas habilidades e competências específicas, tornando o trabalhador apto a executar funções de acordo com as demandas de diferentes setores. Já o emprego é o espaço onde essas capacidades são aplicadas, contribuindo para o crescimento económico e pessoal do trabalhador. Num cenário de constantes mudanças tecnológicas e económicas, investir numa formação sólida e em qualificação constante é crucial para garantir a empregabilidade e responder às exigências de um mercado em transformação.

Nas próximas páginas, fique a conhecer o Programa PESSOAS 2030 que apoia um vasto conjunto de respostas de política pública configuradas em torno de três grandes dimensões estruturais: o défice de qualificação da população, o défice de competitividade da economia e o défice de coesão social e territorial.

O Programa Demografia, Qualificações e Inclusão – PESSOAS 2030, com o cofinanciamento do Fundo Social Europeu+ (FSE+), promove mais e melhor emprego de qualidade, qualificações, inclusão social para todas as pessoas e uma maior coesão social e territorial do país, respondendo ao desafio demográfico.

PESSOAS 2030: UM INVESTIMENTO NO FUTURO DAS PESSOAS

O programa PESSOAS 2030, liderado por Ana Coelho, Presidente da Comissão Diretiva, foca-se na qualificação, inclusão e promoção de emprego de qualidade, com o objetivo de combater os défices de competitividade e de coesão social em Portugal.

O Programa PESSOAS 2030 apoia a educação e formação, o emprego e a inclusão social. Quais são os principais objetivos sociais do programa para o período de programação 2021-2027?

O Programa PESSOAS 2030 apoia um vasto conjunto de respostas de política pública configuradas em torno de três grandes dimensões estruturais: o défice de qualificação da população, o défice de competitividade da economia e o défice de coesão social e territorial. Estes défices estruturais reproduzem um modelo baseado em baixas qualificações e competências – baixa produtividade – fraca competitividade da economia – baixos salários, desemprego e fenómenos de pobreza e exclusão social – baixa natalidade – diminuição da população ativa e envelhecimento

demográfico – estrangulamento do funcionamento do mercado de trabalho. É neste enquadramento que foram atribuídos a este Programa 6,7 mil milhões de euros, dos quais, 5,7 mil milhões de euros do Fundo Social Europeu Mais e cerca de mil milhões de euros de financiamento nacional.

A nossa missão, o nosso grande desafio, é contribuir, de forma integrada com outras políticas, para interromper aquela sucessão viciosa, o que passa, inevitavelmente e logo em primeiro plano,

Ana Coelho, Presidente da Comissão Diretiva

por resolver o défice de qualificações e de competências, promover a conciliação entre a vida profissional e pessoal, incentivar a natalidade, a imigração, o envelhecimento ativo, a inclusão social de todas as pessoas, combater a inatividade, estimular o emprego de qualidade e criar condições para atrair e reter talento.

Fazemo-lo por via do investimento na educação e formação, com especial foco nas modalidades de dupla certificação para jovens e na qualificação e requalificação dos adultos, tendo sempre em vista a aquisição de competências que permitam uma adequada e sustentável inserção ou reinserção no mercado de trabalho e que preparem a nossa população ativa para os novos contextos profissionais cada vez mais dinâmicos e complexos.

O Programa apoia também o emprego de qualidade, com particular atenção aos grupos mais vulneráveis à segmentação do mercado de trabalho – jovens, desempregados de longa duração e outros grupos mais desfavorecidos, promovendo os estágios profissionais e os apoios à contratação, enquanto instrumentos do leque de políticas ativas de emprego com mais provas de sucesso dadas.

Para promover a inclusão social das pessoas em risco de exclusão, o PESSOAS 2030 investe na criação de condições que possibilitem a plena integração dessas pessoas em todos os planos da vida em sociedade, garantindo apoio às ferramentas necessárias para que alcancem uma vida independente, digna e em iguais condições de acesso com os demais. São exemplos disso os apoios à qualificação e ao emprego dos cidadãos com deficiência ou incapacidade, os apoios aos migrantes, aos jovens NEET (jovens entre os 18 e os 29 anos que não estudam, não trabalham nem fazem formação) e a outros grupos com fragilidades sociais e económicas que não podem ser deixados à margem. O Programa contempla também uma abordagem dedicada à promoção da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e ao combate à discriminação baseada no género. Através de ações concretas e financiamentos direcionados, pretende contribuir para a eliminação das barreiras que perpetuam as desigualdades de género tanto no mercado de trabalho, onde destaco as persistentes desigualdades salariais, quanto no acesso à educação e formação, apoiando medidas que incentivam a participação do género sub-representado em setores tradicionalmente dominados por outro género, como é o caso, por exemplo, das mulheres nos sectores da tecnologia e das ciências. São ainda apoiadas iniciativas que promovem a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar e uma cultura de respeito e equidade, de forma a garantir que todos, independentemente do género, tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

De que forma o programa combate o desemprego jovem e garante uma transição sustentável para a vida ativa, e como é que essas estratégias se alinham com as metas do Pilar Europeu dos Direitos Sociais?

O Programa PESSOAS 2030 está a investir na criação, retenção e atração de talento. Para o efeito, apoia uma diversidade de ini-

ciativas e medidas focadas na educação, na formação profissional e na integração no mercado de trabalho.

Apoia oportunidades de formação para os jovens, destacando-se as vias de dupla certificação, em particular os Cursos Profissionais e os Cursos de Aprendizagem, que se distinguem pela proximidade e pela alternância entre os contextos de sala e os contextos em ambiente real de trabalho. As parcerias com o setor empregador que se disponibiliza para assumir as componentes mais práticas dos percursos de educação e formação, têm-se revelado verdadeiras alavancas para a integração dos jovens diplomados no mercado de trabalho, o que se comprova pelas elevadas taxas de empregabilidade destas modalidades formativas.

Ainda em matéria de educação, mas falando agora de educação superior, há a destacar o apoio do Programa às Bolsas de ensino superior para alunos carenciados, medida que se reveste da maior importância, pois permite alargar a base social de recrutamento do ensino superior e assim contribuir para uma maior igualdade de oportunidades no acesso a este nível de ensino, para a prevenção do abandono escolar e para a promoção do regresso de estudantes ao ensino superior. Esta medida passou também a incluir apoios adicionais aos estudante do ensino superior, através da atribuição de bolsas de mobilidade para estudantes deslocados e bolsas de apoios a estudantes com incapacidade.

Além disso, o PESSOAS 2030 investe em programas de estágio e medidas de apoio à contratação, que facilitam a transição dos jovens do ambiente educativo para o mercado de trabalho, e promovem um emprego de qualidade, não só apoiando os contratos mais estáveis como aqueles que garantem melhores salários. Essas iniciativas são desenhadas para garantir que estes consigam emprego de qualidade com mais facilidade, alinhando-se com as metas do Pilar Europeu dos Direitos Sociais que enfatiza a importância do acesso a educação inclusiva e de qualidade, oportunidades justas de emprego e condições de trabalho dignas. O plano de ação do Pilar estabelece a meta nacional de aumentar para 80% a taxa de emprego da população entre os 20 e os 64 anos, com especial enfoque nos jovens, grupos vulneráveis e desempregados de longa duração.

Como é que o programa garante a eficácia dos seus apoios nas regiões menos desenvolvidas do país, especialmente na inclusão e qualificação de jovens e desempregados de longa duração?

O programa PESSOAS 2030 garante que os seus apoios são alvo de uma abordagem integrada e direcionada às necessidades locais. Todas as candidaturas são sujeitas a uma avaliação de mérito que pretende assegurar que são escolhidos para financiamento os melhores projetos tendo em vista os objetivos globais e específicos do Programa. Os nossos beneficiários, por exemplo,

instituições educativas, entidades formadoras, ou o próprio Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), fazem todo um trabalho a montante que tem em vista ajustar as suas respostas às características socioeconómicas de cada região ou de cada território, focando-se nos desafios particulares das áreas geográficas onde atuam. Por exemplo, as áreas formativas disponibilizadas pelas entidades formadoras de cada região estão sempre alinhadas com as necessidades do tecido empresarial local, promovendo assim a empregabilidade dos formandos, quer sejam jovens ou adultos, e garantindo que estes adquirem as competências que são valorizadas e procuradas.

O PESSOAS 2030 apoia igualmente medidas direcionadas para os adultos em idade ativa, onde se enquadram empregados, mas também desempregados, nomeadamente, os desempregados de longa duração, proporcionando-lhes programas de qualificação e requalificação e oportunidades de educação contínua. Também nesta esfera são tidas em conta as características da economia local e do tecido empresarial, para que as competências adquiridas estejam alinhadas com as necessidades locais e regionais. Neste período de programação, são cerca de 734 milhões de euros o investimento FSE+ alocado a esta área. No total serão 864 milhões de euros, se somados à contrapartida nacional. Parte deste investimento vai contribuir para a inclusão de desempregados de longa duração, que têm à sua disposição várias possibilidades formativas que os colocam de novo no caminho certo para a integração ou reintegração no mercado de trabalho. Para além disso, os incentivos à contratação para empresas são outra via para atingir o mesmo objetivo.

Por fim, o nosso sistema de monitorização e avaliação dos resultados, que inclui um lote bastante alargado de indicadores de acompanhamento, permite-nos avaliar e ajustar as nossas ações de forma a garantir que estamos a alcançar o esperado.

Como é que o programa pretende reduzir a taxa de jovens NEET para 7-8% até 2030, através de apoios específicos? Quais as medidas concretas que estão a ser implementadas nesse sentido?

O nosso foco é apoiar oportunidades reais para que estes jovens, entre os 15 e os 29 anos, que não trabalham, nem estudam, nem fazem formação, possam reintegrar o sistema educativo ou o mercado de trabalho, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Para tal, o PESSOAS 2030 trabalha de forma muito próxima com os parceiros nucleares do Plano Nacional de Implementação de uma Garantia Jovem – IEFP, ISS, ANQEP, DGE, DGES, IPDJ, entre outros.

Para exemplificar alguns dos programas ou medidas que apoiamos, tanto numa abordagem reativa como preventiva deste fenómeno, destaco i) qualificações e competências: Cursos Profissionais, Cursos de Aprendizagem, Cursos de Educação e Formação de Jovens, Promoção da Cultura Científica, Plano de Recuperação das Aprendizagens, medidas de Promoção do Sucesso Educativo, Formação de Docentes e de outros profissionais do sistema; ii) inserção no mercado de trabalho: Estágios Profissionais, Apoios à Contratação, Estágios ALMA; inclusão de grupos vulneráveis: Programa Arri-

bar, Programa Afirma-te Já, Programa Escolhas, Bolsas de Ensino Superior para alunos carenciados, apoio aos Serviços de Psicologia e Orientação dos estabelecimentos de ensino, Qualificação do sistema de promoção e proteção de crianças e jovens em perigo e promoção da desinstitucionalização.

A meta de reduzir a taxa de jovens NEET para 7 a 8% até 2030 é ambiciosa, mas acreditamos que, com este conjunto muito diversificado de apoios e a mobilização de recursos a nível europeu e nacional, será possível alcançar esse objetivo.

De que forma o programa está a abordar a requalificação de adultos desempregados de longa duração, assegurando que estes adquiram competências relevantes para o mercado de trabalho atual?

Na verdade, o Programa tem uma tripla preocupação, por um lado, prevenir a situação de desemprego, por outro, precaver que pessoas que enfrentem uma situação de desemprego se transformem em desempregados de longa duração, pois sabemos que quanto mais longo for o afastamento do mercado de trabalho, maior será a dificuldade do regresso e, por outro lado, apoiar as respostas prescritas a pessoas que já se encontrem nessa situação.

Uma era de transformações rápidas e acentuadas reivindica políticas de incentivação da aprendizagem ao longo da vida.

Numa situação que se pode classificar como de pleno emprego em Portugal, o grande desafio é a aquisição de competências ajustadas às necessidades do mercado de trabalho, seja por aqueles que se encontram empregados, como forma de promover a manutenção e a mobilidade no emprego, seja por aqueles que se encontram desempregados, como forma de ampliar o seu potencial de regresso

ao mercado de trabalho. Para isso apoiamos várias medidas de política pública com ações direcionadas para diferentes perfis e situações de base.

Uma das principais apostas do PESSOAS 2030 é o apoio aos Centros Qualifica, que têm como público-alvo os adultos, incluindo os desempregados e os que estão no ativo, mas que necessitam de atualização ou reconversão profissional. Esperamos apoiar 700 mil participantes nestes centros, com a meta de que 90% dos adultos apoiados estejam em processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) ou já certificados através deste processo, até 2029. Esta abordagem permite a valorização das competências adquiridas ao longo da vida, transformando-as em certificações profissionais que facilitam a sua reintegração no mercado de trabalho e/ou dão equivalência ao ensino básico ou secundário.

Além disso, o programa apoia as Formações Modulares (FM), destinadas a pessoas com 18 ou mais anos. Estas formações são unidades de curta duração ou unidades de competência, que oferecem uma oportunidade flexível de adquirir novas competências de forma eficaz e compatível com os seus projetos de vida. O objetivo do PESSOAS 2030 é apoiar mais de 2,7 milhões de participações em formações modulares até 2029, com uma taxa de 91% de certificações. Esta medida é fundamental para garantir que os adultos desempregados possam atualizar as suas competências de forma rápida e adaptada às necessidades imediatas do mercado.

Para os adultos com baixos níveis de qualificação de base, os Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) são outra resposta importante, garantindo que estes cidadãos possam concluir a sua formação escolar e obter uma certificação profissional, aumentando significativamente as suas oportunidades de emprego. São normalmente formações mais longas, cujo público-alvo é, sobretudo, os desempregados, embora não só.

Também apoiamos os Cursos de Especialização Tecnológica (CET), direcionados a adultos com habilitações ao nível do ensino secundário ou equivalente, permitindo-lhes adquirir especializações em áreas tecnológicas com alta procura.

As metas europeias para 2030, no que respeita à aprendizagem ao longo da vida, são ambiciosas. O objetivo é que 60% dos adultos participem anualmente em atividades de aprendizagem ao longo da vida.

Quais são os mecanismos de monitorização e avaliação em vigor para garantir que os objetivos do programa sejam alcançados até 2030?

Temos implementado um conjunto robusto de mecanismos de monitorização e avaliação, essenciais para garantir que os objetivos do programa sejam alcançados até 2030. A monitorização constante dos resultados é uma direção e uma prioridade, especialmente no contexto da gestão dos fundos europeus, que requerem elevados padrões de rigor e de transparência.

De entre os principais mecanismos, destaco os reportes semestrais à Comissão Europeia, que são uma componente central da nossa

avaliação. Estes relatórios permitem-nos acompanhar de perto o progresso de cada medida e garantir que estamos a cumprir as metas estabelecidas no âmbito dos apoios do FSE+. A cada seis meses, realizamos uma análise de todos os projetos financiados nas áreas de apoio: formação e qualificação, emprego e inclusão social.

Além disso, utilizamos indicadores de realização, que quantificam o que já foi feito, e de resultado, que avaliam o impacto das ações, ou seja, os efeitos concretos sobre os destinatários dos nossos apoios. Estes indicadores ajudam-nos a avaliar o impacto das nossas ações em âmbitos como, por exemplo, o emprego jovem, a requalificação de adultos ou a inserção social das pessoas com deficiência e/ou incapacidade entre muitos outros.

E ainda as avaliações, sobretudo as temáticas, que o PESSOAS 2030 vai realizar ao longo deste período de programação. O Plano de Avaliação do PESSOAS 2030, o qual se encontra publicado e disponível no nosso site, pretende contribuir para a boa gestão e utilização dos Fundos Europeus, reforçando a sua orientação para resultados e a qualidade da prestação de contas. Ao todo são 20 as avaliações programadas, em âmbitos tão distintos como a avaliação do Arranque do PESSOAS 2030, em curso neste momento, a avaliação “Upskilling/reskilling” da População Adulta Empregada e Desempregada, a avaliação da Qualidade do Sistema de Educação e Inclusão dos Grupos Desfavorecidos, a avaliação dos Apoios ao Emprego, ou a avaliação da Inclusão Social e Profissional de Pessoas com Deficiência ou Incapacidade (PCDI), entre outras.

Quais são os exemplos concretos de projetos ou iniciativas, já financiados pelo programa, que estão a fazer a diferença na vida dos jovens e desempregados em Portugal?

Desde o início do atual período de programação, até à presente data já foram lançados 54 avisos de abertura de candidaturas, com um montante total solicitado de 3,7 mil milhões de euros FSE+. Nas áreas da educação e formação de jovens e de adultos e do emprego, foram abertos 40 avisos, num montante total de 3,2 mil milhões de euros, que inclui 2,8 mil milhões de investimento FSE+, ou seja 49% da dotação total do Programa.

O investimento nas PESSOAS é um investimento de longo prazo e cujos resultados são incrementais e só verdadeiramente apurados nessa longa janela temporal que é o futuro. O PESSOAS 2030 já está, neste momento, a financiar várias iniciativas que estão a impactar a vida de jovens, empregados, desempregados, pessoas com vulnerabilidades, famílias, instituições públicas e privadas, com um forte foco na formação inicial e na qualificação de adultos, bem como na área do emprego e da inclusão social. Neste momento, são perto de quatro mil candidaturas que temos em mãos e que esperemos que se traduzam na concretização de muitas histórias e de muitos projetos de vida.

www.revistabusinessportugal.pt

JOSÉ PEDRO AGUIAR-BRANCO

FALA DE “BOM PARLAMENTARISMO.

MAU PARLAMENTARISMO.” NO ICPT

O Almoço-Debate organizado pelo International Club of Portugal, que teve lugar ontem, dia 29 de outubro, no Lisbon Marriott Hotel, contou com a presença do Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco. O tema em discussão foi “Bom parlamentarismo. Mau parlamentarismo”.

Durante o evento, Aguiar-Branco defendeu que os polícias não devem assistir fardados ao debate do Orçamento do Estado, que se realiza esta quarta-feira. O presidente da Assembleia sustentou que esta decisão se baseia na “prática habitual” e visa a aplicação do “regime antigo” ainda em vigor.

Em declarações aos jornalistas, Aguiar-Branco afirmou que “nas galerias, as pessoas estão enquanto cidadãos e não enquanto representação de interesses profissionais”. Assim, reiterou que os polícias devem comparecer de forma civil, sem fardamento.

Questionado sobre a possibilidade de polícias comparecerem fardados em protesto pelas suas condições laborais, o presidente da Assembleia lembrou que, no passado, a regra se aplicou a outros profissionais, como enfermeiros e antigos combatentes. Contudo, reconheceu que recentemente foi feita uma exceção para os bombeiros sapadores, por decisão maioritária das várias bancadas.

Aguiar-Branco revelou ainda que a conferência de líderes está a reunir estudos de direito comparado para regulamentar a questão, de modo a evitar confusões futuras. “É importante que haja a respetiva publicidade da decisão que for tomada para que as pessoas não vão ao engano ao parlamento”, acrescentou.

Enquanto a nova regulamentação não estiver pronta, o presidente da Assembleia reafirmou que se mantém o regime antigo, que proíbe a presença de polícias fardados nas galerias do parlamento. “O regime antigo é o da prática de não poderem estar [fardados], como é óbvio”, concluiu.

José Pedro Aguiar-Branco e Manuel Ramalho

“A ESSENCIALIDADE DOS BOMBEIROS NA SOCIEDADE PORTUGUESA” EM DISCUSSÃO

COM ANTÓNIO NUNES

No passado dia 24 de Outubro, realizou-se, no Sheraton Lisboa Hotel & Spa, o habitual almoço-debate do ICPT. O orador convidado foi António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, que abordou o tema “A essencialidade dos Bombeiros na Sociedade Portuguesa”.

Este evento serviu para sublinhar o papel fundamental dos nossos bombeiros, não apenas em resposta a emergências, mas como elementos essenciais na construção de uma sociedade mais segura e resiliente. O presidente da Liga dos Bombeiros destacou a importância do papel dos bombeiros em Portugal, evidenciando as dificuldades e desafios que a profissão enfrenta como o financiamento limitado, a necessidade de mais apoio técnico e humano e as exigências físicas e psicológicas da função.

Este debate foi uma excelente oportunidade para sensibilizar as lideranças e o público em geral para a importância dos bombeiros na nossa sociedade, sublinhando a necessidade de um apoio constante e sustentável, essencial para manter a segurança e a proteção da nossa comunidade.

António Nunes e Manuel Ramalho

20ª EDIÇÃO DA SUPERBRANDS PORTUGAL DISTINGUE

42 MARCAS DE EXCELÊNCIA

Em Portugal, as marcas de excelência são reconhecidas com base na opinião dos consumidores e profissionais, de forma a refletir o impacto dessas marcas no mercado. A Revista Business Portugal teve o gosto de acompanhar de perto a 20ª Gala Superbrands e conversar com Pedro Diogo Vaz, Country Manager da Superbrands Portugal, que nos deu a sua visão sobre o mercado atual.

A seleção das marcas e personalidades inicia-se com um estudo independente realizado pela AMINT, em que os consumidores apontam as três marcas mais relevantes em cinco dimensões, são elas a: Notoriedade, Exclusividade, Confiança, Identificação e Satisfação das Necessidades. Nesse processo, escolhem primeiramente entre marcas de um modo geral e, em seguida, entre as marcas exclusivamente portuguesas. Em paralelo, conduz-se um estudo com profissionais de procurement para avaliar as marcas corporate no setor B2B. Com base nesses levantamentos, o Conselho Superbrands avalia aproximadamente 800 marcas, aplicando critérios específicos que oferecem uma perspetiva profissional ao processo. Este ano, na gala, foram distinguidas 42 marcas de excelência presentes no mercado

português, avaliadas e reconhecidas tanto pelos consumidores como pelo Conselho Superbrands. Os prémios foram entregues na 20ª Gala Superbrands, realizada na noite de 29 de outubro no Casino Estoril, com a presença de mais de 300 profissionais e figuras públicas, incluindo o ator Ruy de Carvalho e a influenciadora Liliana Filipa. Nesta edição, foram ainda destacadas as marcas mais relevantes para o consumidor, com perspetivas de referência, incluindo marcas exclusivamente nacionais e marcas corporate, voltadas para o segmento de negócios (business-to-business). Foram também reconhecidas personalidades de excelência, eleitas espontaneamente pelo público nas categorias de ‘Apresentadores de TV’, ‘Atores’, ‘Jovens Influencers’ e ‘Jovens Desportistas’.

Marcas de Excelência 2024

Marcas premiadas

Das 42 marcas premiadas, sete foram distinguidas pela primeira vez como marcas de excelência, enquanto 11 marcas mantêm uma trajetória de reconhecimento com mais de dez distinções ao longo das 20 edições da Superbrands em Portugal.

No total, 28 marcas foram destacadas como Superbrands Gerais, entre as quais se encontram: Ageas Seguros, Alegro, Auchan, Banco BPI, Banco Montepio, BP, Branca de Neve, Caixa Geral de Depósitos, Continente, CP - Comboios de Portugal, EDP, Endesa, ERA Imobiliária, Fnac, Izidoro, Lusíadas Saúde, Médis, MEO, Mercedes, MO, Prio, Purina, Remax, Renault, RFM, Sapo, Sport Lisboa e Benfica, e Sport TV. Por sua vez, como Superbrands Nacionais, foram premiadas quatro marcas, nomeadamente: Cavalinho, Gazela, Maxmat, e Perfumes & Companhia. Já na dimensão Superbrands Corporate foram reconhecidas 10 Marcas: Secil; Prosegur; Nova SBE; Locarent; ISQ; Ernst & Young (EY); Elis; Edenred; DreamMedia; Caetano Auto.

Das mais de 40 marcas premiadas, as sete presentes pela primeira vez na Superbrands Portugal foram a Alegro, BP, Endesa, Ernst & Young (EY), Locarent, Prio e Secil, destacando-se ainda as Marcas com mais de dez distinções ao longo das duas décadas do projeto: Banco Montepio; BPI; Branca de Neve; Continente; EDP (distinguida nas 20 edições); Médis; Mercedes Benz; Remax; RFM; Sapo; Sport Lisboa e Benfica.

Nas personalidades de excelência, os portugueses identificaram as figuras que mais se destacaram nas suas áreas. Através de votação pública, os eleitos foram: Manuel Luís Goucha, na categoria ‘Apresentadores de TV’; Ruy de Carvalho, em ‘Atores’; Liliana Filipa, em ‘Jovens Influencers’; e João Neves, em ‘Jovens Desportistas’.

Tradição, Inovação e Evolução

Este ano, os três pilares do evento foram a Tradição, Inovação e Evolução: “É essencialmente, uma mensagem que eu acho que é muito importante, ou seja, há marcas que, obviamente, nasceram há mais de 100 anos e continuam a ser referências, tal como há marcas que nasceram há meia dúzia de anos e também já o são. Obviamente que tanto a cultura como a nossa mentalidade vão mudando muito enquanto consumidores, portanto, o nosso princípio é um pouco este tradição, evolução e inovação”, salienta Pedro Diogo Vaz, Country Manager do Superbrands Portugal.

Sobre as grandes tendências para o futuro das marcas, Pedro Diogo Vaz assume que um dos grandes desafios é que as marcas percebam que não podem manter-se na sua zona de conforto, ou seja, têm de perceber que é importante irem-se adaptando aos momentos. “Temos de nos adaptar aquilo que está a acontecer, não perdendo o que é a nossa essência, acho que é muito importante que as marcas e as empresas perceberem esse fator, acho que é visível em todas as nossas áreas de vida”, refelete o Country Manager

Pedro Diogo Vaz, Country Manager
Associação Salvador Superbrands Solidária
Ruy de Carvalho, Personalidade de Excelência
Liliana Filipa, Personalidade de Excelência

INSPIRAR E TRANSFORMAR MARCAS PESSOAIS

No dia 12 de outubro, o Hilton Porto Gaia acolheu o Personal Branding Summit 2024, um evento inovador que pretende transformar a maneira como profissionais e empreendedores desenvolvem e posicionam as suas marcas pessoais.

Transformar e inspirar marcas pessoais é a essência do Personal Brand Summit, um evento desenhado para profissionais e empreendedores. Com a promessa de revolucionar a forma como as marcas pessoais são desenvolvidas e posicionadas no mercado, o encontro atraiu participantes de diversas áreas, todos em busca de ferramentas num mercado cada vez mais competitivo.

A programação contou com palestras, workshops interativos e sessões exclusivas de networking, proporcionando uma verdadeira imersão nos principais desafios da gestão de marcas pessoais.

“Os oradores convidados, com diferentes áreas e trajetos, fazem parte desta missão de que todos podem e devem trabalhar a sua marca pessoal”, referiu Raquel Soares, especialista em Personal Branding, Mentora de Liderança e Style Coach™, bem como organizadora e anfitriã do evento.

O primeiro orador é especialista em Recursos Humanos desde 2008, em vários setores desde o ramo automóvel, construção, digital, tendo vindo a impulsionar o crescimento das empresas na procura e aquisição do melhor talento. Atualmente, é HR Manager de Portugal, Espanha e Itália e é o suporte de mais de 450 colaboradores da multinacional DOREL JUVENILE. Nuno Silva subiu a palco para partilhar a sua experiência na gestão de Recursos Humanos e como isso impacta a sua empresa.

Pau Storch, fotógrafo de retrato corporativo, editorial e publicidade, foi o segundo orador, revelando a importância da fotografia e a sua aplicação no contexto. O trabalho que desenvolve assenta na investigação contínua sobre comunicação não verbal e o sistema cognitivo humano, defendendo a fotografia como uma ferramenta de comunicação.

Seguiu-se Sérgio Rodrigues, cuja paixão pelas finanças pessoais começou em 2008, contudo foi em 2020 que começou o seu projeto “Finanças dos 90” com o foco de melhorar a literacia financeira dos portugueses da geração Millennial. Em 2023, lançou o livro “Pensar, Poupar, Ganhar” dando continuidade à missão de melhorar a relação dos portugueses com o dinheiro. Carla Bairro representa o melhor da autenticidade na marca pessoal, mesmo que não se conheça o seu rosto. No evento deixou uma pergunta: De que forma é que a tua estória pode inspirar os outros?

João Silva Mendes subiu ao palco para demonstrar o poder de

Raquel Soares
Sérgio Rodrigues

gerar emoção e conexão nas pessoas através das histórias. Depois de 15 anos de um percurso, a maior parte na Salsa, entre o marketing e as vendas internacionais, em 2022, recebeu uma newsletter que mudou a sua vida e o fez sonhar de novo, tomando a decisão mais fácil da sua vida: largou tudo e fez-se copywriter.

A visão de Ana Gonçalves sobre a marca pessoal não depender exclusivamente de nós e como a utilizar como alavancagem do nosso negócio foi o ponto seguinte na programação. De fisioterapeuta para consultora e mentora de profissionais de saúde, trouxe, com a sua energia, soluções inovadoras para clínicas. Ana Gonçalves tem uma história inspiradora que define claramente a sua Marca Pessoal.

Diana Nobre abriu a programação da tarde e fez-nos parar para pensar se trabalhamos através do ego ou se nos mantemos fiéis a nós mesmos e trabalhamos de dentro para fora. Foi fotógrafa de moda e casamentos 15 anos. Hoje, dedica-se a ajudar pessoas a criar as suas marcas do zero, a dar identidade à marca, ajuda-as a definir o público-alvo, como comunicar com a imagem e o design certo.

Seguiu-se a intervenção de Roberto Cortez, especialista em Publicidade Online e Marketing Digital. Trabalha na área desde 2012, tendo-se afirmado como uma referência no mercado em Google e Meta Ads. É autor do livro Aprende a vender com Marketing Digital. É Fundador da Massive Growth, uma agência de Marketing Digital focada em Performance, Mentor no Programa de Aceleração Digital

e na Mentoria Prolancer. Assumindo o seu gosto por ensinar e partilhar, já transmitiu os seus conhecimentos a milhares de profissionais, contudo a sua missão é impactar um milhão de vidas no digital.

Empresária, investidora, conselheira e fundadora de uma ONG, Priscilla Freitas Monteiro nasceu na Bahia e viveu nos Estados Unidos, Alemanha e Angola, mas foi em Portugal que criou a sua família e hoje é a casa que abraça. Para ela a marca pessoal nunca é sobre o que oferecemos mas sim como transmitimos e impactamos a vida das pessoas.

O sentido de humor de Carlos Estrela moldou a sua escrita e visão das marcas que trabalha, muitas vezes escreve o que pensamos, mas que nunca temos coragem de o dizer em voz alta. Trabalhou durante 8 anos num Café de Bairro e, um dia, decidiu criar uma página de Instagram para relatar o dia a dia de um empregado de balcão mal-humorado, sempre de forma anónima. Hoje em dia, Carlos transforma o seu café digital num espaço, onde trabalha com marcas de forma leve, divertida e com muito humor.

Angela Silva, de viciada no trabalho a quatro horas por dia, autora do livro “Aprende por ti, a arte de gerir o teu negócio”, transmitiu a sua sensibilidade e conhecimento numa reflexão do tanto que poderemos fazer melhorar a nossa qualidade de vida.

A programação acabou em beleza com a intervenção de Susana Cristina Rodrigues, consultora de Marca Pessoal com formação em Consultoria de Imagem pela Blossom, The Story You Live Within com Carol Pearson, consultora arquetípica por Caroline Myss, formação em Eneagrama Sagrado, Consultora de Cor Karen Haller e Consteladora Organizacional por Cecílio Regozo. Orienta o seu trabalho para o desenvolvimento de Marca Pessoal para agentes de mudança cultural, social e coletiva.

Este evento quer ir mais além e, por isso mesmo, existe a experiência pós-evento. Assim sendo, até dezembro, os participantes vão receber orientação para poderem iniciar o ano de 2025 a fazer uma gestão da sua marca de forma estratégica e informada.

O Personal Brand Summit, organizado e apresentado por Raquel Soares, pretende estar na agenda de todos os portugueses para aprenderem a gerir a sua marca e podemos assegurar que existe já data para a terceira edição a acontecer em 2025.

João Silva Mendes
Ana Gonçalves
Priscilla Freitas Monteiro

CURIA MOTORSPORT AWARDS 2024

Foi no Palace Hotel da Curia que se realizou o CURIA MOTORSPORT AWARDS, evento que homenageou uma vez mais o Desporto Automóvel Português e da melhor forma.

A participação de 410 pessoas foi um dos grandes sucessos do evento que, ao longo de todo o almoço e distribuição de Awards, “degustaram” as melhores conversas, emoções, memórias, risadas e, acima de tudo, as “Gentes das Corridas”. Passaram-se umas fantásticas horas de intenso convívio.

Foram Distinguidos – Inês Ponte, Carlos Bica, Diogo Ferrão, Duarte Cancela de Abreu, Fernando Petronilho, Fernando Prata, Filipe Fernandes, João ferreira, Jorge Ortigão, Noah Monteiro, Santinho Mendes e Tiago Monteiro. A XRacing ganhou o Event Award e Teófilo Tuna “Té” recebeu o QF Award. Em 2025, o CURIA MOTORSPORT AWARDS voltará à zona da Anadia para a sua 2ª edição, em data a anunciar brevemente.

O PAPEL DAS JÚNIOR EMPRESAS NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR EM

PORTUGAL

Nos últimos anos, o ensino superior em Portugal tem sido amplamente criticado pela sua abordagem predominantemente teórica e expositiva. Em muitos cursos, as oportunidades de experiência prática são limitadas, ficando concentradas, em grande parte, em estágios curriculares oferecidos no último ano do ciclo de estudo. Essa lacuna na formação prática dos estudantes gera um desafio para o mercado de trabalho, que exige jovens profissionais cada vez mais preparados para enfrentar situações reais, resolver problemas complexos e se adaptar rapidamente ao ambiente empresarial.

Foi com o intuito de preencher essa lacuna que, em 1980, estudantes do Instituto Superior Técnico introduziram o conceito de Júnior Empresa em Portugal. Inspirados pelo Movimento Júnior Francês, que teve início em 1967 com a fundação da Junior ESSEC Conseil, os estudantes portugueses viram nas Júnior Empresas uma forma ideal de complementar a formação acadêmica com experiências práticas de mercado. Desde então, o Movimento Júnior tem crescido e, atualmente, conta com mais de 25 Júnior Empresas espalhadas pelo país, envolvendo mais de 1.250 jovens que, em paralelo aos estudos, participam ativamente em projetos nas mais diversas áreas da sociedade, atingindo uma faturação anual superior a 578 mil euros.

Uma Júnior Empresa é uma organização sem fins lucrativos, gerida exclusivamente por estudantes do ensino superior, que buscam aplicar o conhecimento adquirido nas Instituições de Ensino Superior em projetos reais para clientes de diferentes setores. Este modelo permite que os jovens desenvolvam competências técnicas e interpessoais essenciais, como gestão de projetos, prospeção comercial, tesouraria, comunicação e gestão de recursos humanos. Essas competências, muitas vezes ignoradas no currículo formal, tornam-se diferenciais significativos para os estudantes no mercado de trabalho. De facto, empresas de diferentes ramos têm cada vez mais interesse em colabo-

rar com as Júnior Empresas, reconhecendo um potencial para gerar inovação e trazer novas perspetivas ao setor empresarial. Segundo a Confederação Nacional de Júnior Empresas (CNJE) na França, “a maioria dos clientes escolhe trabalhar com uma Júnior Empresa para obter uma visão externa, jovem e inovadora” — um benefício que, em Portugal, também começa a ser mais valorizado, principalmente entre as multinacionais e as grandes consultoras, que vêm nestas iniciativas uma forma de atrair a maior fonte de talento do nosso país e de causar impacto direto nos seus ramos de atuação.

Impacto na Formação dos Estudantes

Os estudantes que participam nas Júnior Empresas não só se destacam academicamente, mas também profissionalmente. Ao longo de um projeto, estes jovens empreendedores enfrentam desafios reais que exigem soluções práticas e eficazes. O desenvolvimento dessas habilidades, essencialmente ligado ao modelo de «learn by doing”, proporciona uma formação muito mais completa. Estes estudantes têm de lidar com clientes, cumprir prazos contratuais, gerir orçamentos e executar projetos, desde estudos de mercado, a organização de eventos com centenas de pessoas, até protótipos que fazem uma separação automática do lixo. No mercado de trabalho, são exatamente essas capacidades — a autonomia, a capacidade de resolução de problemas, o espírito inovador e a experiência prática — que as empresas valorizam e esperam dos seus trabalhadores. Além disso, o estatuto de trabalhador-estudante, que já aumentou cerca de 25% nos últimos cinco anos, segundo a DGES, reflete uma mudança no perfil dos jovens portugueses, cada vez mais interessados em complementar os estudos com uma experiência prática. Dados recentes da OCDE mostram que jovens que completam o ensino superior recebem, em média, 73% a mais do que aqueles que não completaram um curso de ensino superior, destacando a importância de uma formação sólida para o desenvolvimento económico e social do país.

Estrutura e Autonomia das Júnior Empresas: O Poder da Gestão pelos Estudantes

Uma das principais características que tornam as Júnior Empresas únicas é a autonomia dos estudantes na gestão de todas as áreas da associação. Diferente de um estágio tradicional, onde o estudante segue direções sob orientação e supervisão, numa Júnior Empresa são os próprios estudantes que assumem o papel de líderes e tomam as decisões estratégicas, podendo contar com aconselhamento estratégico da sua rede alumni e professores. Assim, desenvolvem uma série de competências práticas, como análise de mercado, planeamento

Reunião no Edifício da Presidência do Conselho de Ministros

financeiro, gestão de equipas, comunicação e até auditoria, que são frequentemente negligenciadas nos currículos académicos.

Este modelo de “gestão pelas próprias mãos” permite que os estudantes enfrentem, de forma direta, desafios reais e encontrem soluções criativas e eficazes, preparando-os para situações complexas que encontrarão no mercado. Cabe aos estudantes encontrar soluções para gerir a sua empresa e desenvolver a estrutura, desde o recrutamento de novos membros até ao afastamento de colaboradores. Este processo de autogestão encoraja o desenvolvimento de competências que só são adquiridas pela prática, conferindo aos membros das Júnior Empresas uma formação complementar e diferenciadora.

A Contribuição para o Ecossistema Empresarial Português

Para além do impacto direto nos estudantes, as Júnior Empresas têm também um papel relevante na dinamização do ecossistema empresarial português. Ao colaborarem com empresas de diferentes setores, estas organizações estudantis fornecem consultoria e serviços a preços acessíveis, muitas vezes atraindo empresas interessadas em obter uma perspetiva jovem e inovadora. Essa interação permite que as empresas obtenham insights diferenciados, ao mesmo tempo em que os estudantes têm a oportunidade de trabalhar em problemas reais, ampliando a sua experiência prática.

As Júnior Empresas também se destacam pela sua capacidade de inovação, tendo autonomia para incubar ideias e futuras start-ups. Esta capacidade de propor ideias a empresas e incubadoras é única e vem da necessidade de impactar o meio que as rodeiam, sendo um dos principais motivos da sua existência e procurando através destes projetos contribuir para um futuro melhor e o desenvolvimento da economia. As empresas que escolhem trabalhar com Júnior Empresas, especialmente as pequenas e médias empresas (PME), também beneficiam do contacto com jovens talentos. Em muitos casos, essas parcerias permitem que as empresas identifiquem potenciais futuros colaboradores e compreendam melhor as expectativas e a mentalidade da nova geração de profissionais. Este valor, que resulta da interação direta com jovens estudantes, gera benefícios mútuos e contribui para uma melhor integração dos estudantes no mercado de trabalho.

Apesar do crescimento considerável das Júnior Empresas em Portugal, o movimento ainda enfrenta vários desafios que precisam de ser superados para alcançar o seu pleno potencial.

O Valor da Experiência Prática:

Um dos benefícios mais evidentes para os estudantes que participam em Júnior Empresas é a possibilidade de entrar no mercado de trabalho com uma preparação prática, experiência em gestão e habilidades interpessoais desenvolvidas. Para muitos jovens, essa experiência é decisiva, pois permite-lhes destacar-se entre os seus pares e adaptar-se rapidamente ao ambiente empresarial. Em 2024 candidataram-se ao ensino superior quase 59 mil jovens, tendo quase 50 mil sido colocados e demonstrando assim o crescente interesse das últimas décadas por uma formação académica mais especializada. Contudo, num mercado cada vez mais competitivo, possuir um diploma universitário pode não ser suficiente. A experiência prática proporcionada pelas Júnior

Empresas torna-se, assim, um diferencial importante, proporcionando uma formação mais ampla e preparando os estudantes para contribuir efetivamente desde o início da sua carreira.

O Futuro das Júnior Empresas em Portugal

Em suma, as Júnior Empresas representam uma resposta prática e eficaz para uma das principais lacunas do ensino superior português: a falta de experiência prática. Estas associações oferecem uma oportunidade única de aprendizagem ativa, onde os estudantes podem aplicar a teoria adquirida na universidade em contextos reais, desenvolvendo competências práticas essenciais para o mercado de trabalho.

Embora o movimento tenha crescido significativamente nas últimas décadas, ainda há muito espaço para expansão e melhoria. A expansão do movimento para mais regiões e o fortalecimento do apoio institucional poderiam consolidar o papel das Júnior Empresas em Portugal, tornando-as um elemento-chave na formação dos jovens e na preparação para um mercado de trabalho cada vez mais exigente.

Para que o movimento atinja o seu potencial máximo, é fundamental que as Júnior Empresas em Portugal obtenham um reconhecimento legal formal e um estatuto de Júnior Empresário que proteja os direitos dos estudantes envolvidos. Atualmente, muitos dos estudantes que participam nestas organizações encontram-se desprotegidos face a questões como conciliação dos horários de estudo com as suas atividades na Júnior Empresa, reconhecimento formal das competências adquiridas e até mesmo a proteção da sua posição na instituição de ensino superior. A criação de um estatuto de Júnior Empresário permitiria o reconhecimento oficial do papel formativo destas associações, garantindo aos estudantes direitos básicos como flexibilidade nos horários académicos, reconhecimento das atividades extracurriculares e proteção de seu envolvimento, para que possam desenvolver estas competências práticas sem comprometer o rendimento académico. Este estatuto não só incentivaria a adesão de mais estudantes, mas também elevaria o nível de compromisso das instituições de ensino com as Júnior Empresas, assegurando o desenvolvimento de um ecossistema onde os estudantes são apoiados, valorizados e têm um espaço para inovarem e aprenderem a errar. Além disso, o reconhecimento legal das Júnior Empresas ajudaria a consolidar parcerias com o setor empresarial e com o governo, promovendo um ambiente onde estas organizações possam crescer e prosperar, fortalecendo o seu impacto na formação dos jovens e no desenvolvimento económico do país.

Estas medidas têm sido recorrentemente reivindicadas pela Junior Enterprises Portugal, a Federação Nacional de Júnior Empresas, que já fez chegar esboços de projetos de lei aos diferentes partidos e tem estado em constantes conversações com o governo e os partidos com assento parlamentar, para defender os direitos destes jovens e ver o seu trabalho devidamente reconhecido. Estas medidas tratam-se do reconhecimento que as Júnior Empresas são o futuro, e que todos os estudantes podem e devem investir nestas atividades para complementar a sua formação académica e seres futuros profissionais de excelência nas diversas áreas da economia portuguesa.

REGIÃO OESTE

A Região Oeste de Portugal é uma zona de beleza natural ímpar, onde o mar e o campo se encontra numa harmonia perfeita. Situada entre Lisboa e o Porto, beneficia de uma posição geográfica privilegiada, sendo um importante ponto de ligação entre o litoral e o interior do país. Esta região destaca-se pela sua riqueza paisagística e patrimonial, como as Serras de Montejunto, Aire e Candeeiros, e monumentos históricos como o Castelo de Óbidos e o Mosteiro de Alcobaça Património Mundial da UNESCO.

O Oeste é também conhecido pelas suas praias de areia fina e pelas impressionantes Berlengas, uma reserva natural única. As tradições são uma parte essencial da vida local, com festividades como o Festival Internacional de Chocolate em Óbidos e a Festa da Vinha e do Vinho em Arruda dos Vinhos.

A agricultura, com produtos como a Pera Rocha e a Maçã de Alcobaça, e o turismo são pilares da economia regional, favorecidos pelas boas acessibilidades e pela proximidade a Lisboa. Com um forte apego à terra e ao mar, o Oeste é uma região em crescimento que preserva o seu legado cultural.

OESTE NA VANGUARDA DA TRANSIÇÃO DIGITAL

O evento “Acelerar 2030 na Vanguarda da Transição Digit@l Oeste” foi realizado no dia 29 de outubro, em Torres Vedras, no âmbito do programa Acelerar 2030, que procura essencialmente apoiar a transformação digital de pequenas e médias empresas na região Centro de Portugal. A sessão reuniu empresários e especialistas com o intuito de serem discutidas estratégias digitais, com o foco em temas como o marketing digital, a automação de processos e a integração de sistemas para melhorar a competitividade empresarial.

O evento, organizado pela Associação Comercial, Industrial e Serviços da Região Oeste (ACIRO) em parceria com a Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste (ACCCRO), faz parte do projeto Aceleradoras de Comércio Digital do PRR. O evento, foi realizado na sede da ACIRO em Torres Vedras, procurou informar as pequenas e médias empresas (PME) locais sobre os benefícios da transição digital.

João Esteveira, Presidente da ACIRO, abriu a sessão sublinhando o compromisso da associação com a digitalização das empresas da região. Isabel de Sá, Diretora do Projeto e representante do Conselho Empresarial do Centro (CEC/CCIC), por sua vez enfatizou a importância do projeto para impulsionar a economia digital e resiliente no Oeste, apresentando a equipa da Aceleradora de Comércio Digital. Laura Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, reforçou ainda o apoio das autarquias à transformação digital inclusiva.

Cátia Bernardino, Gestora de Transição Digital da ACIRO, apresentou o projeto “Acelerar 2030”, abordou as ferramentas de apoio, como os diagnósticos de maturidade digital, consultoria e vouchers para facilitar a adoção de tecnologias pelas empresas.

Beatriz Martins, da Monsters and Company, destacou a relevância e a importância de uma comunicação digital estratégica, para contribuir para a competitividade das empresas, incentivando investimentos em soluções sustentáveis que garantam retorno no marketing digital e na inovação.

O evento contou ainda com um debate moderado por Raquel Luz, da Agência Investir Torres Vedras, que abordou os desafios específicos das PME na digitalização, incluindo custos e a necessidade de adaptação tecnológica. A sessão foi encerrada por Luís Gomes, Presidente da ACCCRO, reforçando o compromisso de apoiar a digitalização das empresas da região Oeste.

No dia 7 de novembro, realizou-se o 2º roadshow do projeto Acelerar 2030, auditório da EXPOESTE, em Caldas da Rainha e o 3º roadshow terá lugar no dia 27 de novembro, às 15h30, nos Paços do Concelho do Cadaval. Este evento será seguido por sessões nos restantes municípios da região Oeste, com o objetivo de cobrir todo o território, em datas a definir para 2025.

A ARTE DE DAR VIDA ÀS ÁRVORES

Em Ponte do Rol, Torres Vedras, que se situa a ArvorArt — a seiva da natureza, que respira vida através do mobiliário feito em madeira natural. Numa conversa com José Francisco, o Fundador da marca, ficámos a conhecer a sua paixão e visão sobre o fascinante mundo da arte do mobiliário em madeira natural.

A história da ArvorArt

José Francisco é um nome cada vez mais presente no mundo do mobiliário em madeira natural no nosso país. O seu percurso começou por um “acidente”, como o próprio admite. No entanto, o que para muitos poderia ter sido uma coincidência, para si revelou-se um verdadeiro dom, em que cada peça reflete a sua visão e amor pela madeira. “Sempre senti uma conexão especial com a madeira, mas nunca tinha explorado o seu potencial na decoração. Quando a ArvorArt nasceu, soube que era a oportunidade de realizar um sonho antigo”, revelando o orgulho de 11 anos de trabalho árduo.

Mobiliário sustentável

A sustentabilidade é um valor central na ArvorArt: nenhuma árvore é derrubada com o propósito de se tornar mobiliário. Pelo contrário, a marca recupera árvores caídas ou que precisam de ser

removidas por segurança, transformando-as em peças que contam histórias de vida e de resistência. “O nosso compromisso é com a natureza. Não estamos aqui para esgotar recursos, mas para dar-lhes uma segunda vida”, afirma José Francisco, revelando uma ética que se alinha com as instâncias do mundo moderno, cada vez mais atento ao ambiente.

Além disso, as peças da ArvorArt são muito mais do que meros móveis. Cada uma é uma obra de arte que preserva a identidade da árvore de onde provém, explorando formas irregulares e texturas que, longe de serem corrigidas, são enaltecidas. “Aqui não se faz mobiliário como nas grandes superfícies. Cada peça é única e traz em si a história da árvore que foi. O meu objetivo é honrar isso”, explica.

Com um processo de secagem que pode demorar até dois anos, José Francisco garante que a madeira mantém o seu vigor natural, preparando-a com paciência e precisão para a transformação final.

José Francisco, Fundador

“A madeira tem o seu tempo, e nós respeitamo-lo”, frisa, cumprindo cada fase do processo para garantir a durabilidade e a qualidade das criações.

Simplicidade e excelência em cada peça

Na oficina de José Francisco, em Torres Vedras, cada pedaço de madeira conta uma história. É ali, no que muitos chamam de “templo da madeira”, que nascem verdadeiras obras-primas, desde mesas de oito metros de comprimento, equilibradas em apenas dois pés, até peças que parecem desafiadoras para as leis da física. “Se fosse no tempo dos apóstolos, essa mesa seria digna da última ceia”, comenta José, com um sorriso. A filosofia do artesão é simples: deixar a madeira falar e conduzir o processo criativo. Sem pressas e sem forçar o material. Este respeito profundo pelo elemento natural é visível nas suas criações, entre elas a famosa mesa ‘pé-cachoeira’, que fascina pelo equilíbrio entre solidez e fluidez. “Na ArvorArt, criamos obras únicas, de todas as formas e tamanhos, sempre com rigor, originalidade e um profissionalismo sem igual”, reforça José. Em cada peça, sente-se o peso da tradição e a leveza da inovação, num equilíbrio raro e precioso, que só mãos experientes sabem fazer. Além da excelência na construção, a ArvorArt destaca-se pelo seu serviço de entrega altamente personalizado. Quando se trata de peças volumosas, a empresa faz questão de realizar a montagem diretamente no local, assegurando que cada detalhe chega ao destino com o máximo de integridade e cuidado. “Se é uma peça especial e exige que sejamos nós a montá-la, equipamos o nosso carro e vamos pessoalmente entregar”, refere o responsável.

O sucesso da ArvorArt

Para José Francisco, o segredo de todo o sucesso da ArvorArt está ancorado na paixão e na persistência. É precisamente essa paixão que permite a conceção de obras tão requintadas e imponentes, dignas do seu atelier: “Isto é um vício que me dá saúde, mantém-me vivo”, confessa. Trabalha com tal intensidade que, muitas vezes, perde a noção das horas, terminando uma peça apenas de madrugada. “Sonho com os projetos e, pela manhã, passo para o papel tudo o que imaginei”, partilha.

Apesar de todo o prestígio e reconhecimento, mantém-se fiel às suas raízes. Com a ajuda de uma equipa pequena mas dedicada, consegue dar vida às suas ideias, desde o esboço inicial até à peça final. “As ideias nascem na minha cabeça, mas é com a equipa da Arvorart que as tornamos realidade. Sem eles, nada disto seria possível”, sublinha. Um dos momentos altos do seu ano é a participação na Feira de São Pedro, em Torres Vedras, onde apresenta o seu trabalho a um público mais alargado, composto por visitantes de todo o país. Para o artista, a feira é uma oportunidade única de aproximação e de reconhecimento: os detalhes e a complexidade das suas peças podem ser apreciados ao vivo, permitindo uma ligação mais autêntica com quem aprecia a arte. “É um desafio logístico, mas a receção das pessoas vale todo o esforço”, confirmando o espírito determinado de quem ama o que faz.

Embora o seu trabalho tenha atingido um estatuto de prestígio, opta por manter a simplicidade. A ArvorArt não tem uma página web sofisticada nem aposta em campanhas publicitárias massivas; em vez disso, confia na força do boca a boca e nas redes sociais, especialmente no Facebook, onde partilha algumas das suas criações. “O foco estará sempre no produto e no cliente”, assegura.

Num mundo cada vez mais rápido e digital, José Francisco e a ArvorArt representam um tributo ao tempo, à paciência e à arte de criar com as mãos e com o coração. Para o artista, cada árvore é uma oportunidade de mostrar ao mundo que a verdadeira arte está em respeitar o que a natureza nos oferece, transformando-a numa herança que perdura no tempo e que atravessa gerações.

INTERMARCHÉ DA SILVEIRA A SUA LOJA DE CONFIANÇA

O Intermarché da Silveira, em Torres Vedras, sob a liderança de Carla Tavares e Nuno Valdiscas, representa uma mudança de vida para o casal. Em entrevista à Revista Business Portugal, afirmam que a experiência tem sido tanto inspiradora quanto exigente, sublinhando a importância da autenticidade e do esforço para alcançar o sucesso.

Do sonho à realidade

Abandonar carreiras consolidadas para abraçar o empreendedorismo não é uma escolha fácil, mas para Nuno Valdiscas e Carla Tavares foi um passo natural para concretizar um sonho. Nuno, com 20 anos de experiência na Polícia de Segurança Pública, sempre teve esse foco. “Com 18 anos, já tinha um stand de automóveis. Foi onde aprendi a lidar com diversos perfis de clientes e a perceber a importância do contacto humano”, recorda. Carla, por sua vez, tinha uma visão diferente, mas igualmente centrada na autonomia. O desejo de ter um espaço próprio levou-a a abrir um Centro de Estética e um alojamento local em Alcácer do Sal. “Trabalhamos incansavelmente. O meu marido encarregou-se das remodelações, enquanto me dedicava aos pormenores e à decoração”, revela.

A viragem para o Intermarché surgiu de forma inesperada, a partir de uma sugestão de uma cliente de Carla. O casal, sem hesitar, embarcou numa formação intensiva em França, dando o primeiro passo rumo a uma nova realidade.

Desafios e oportunidades de gerir uma loja

Gerir um supermercado é uma tarefa exigente, e no caso dos gerentes, a transição não foi fácil. Ao assumirem a gestão, encontraram um espaço desgastado, sem grandes investimentos e com

Nuno Valdiscas e Carla Tavares, Administradores

uma imagem desatualizada. “O cliente já estava saturado. Foi nesse momento que percebemos que a loja precisava de uma transformação”, relembra Nuno. Determinados a mudar, a primeira grande aposta foi a renovação do layout e da organização do espaço. “Sempre fui exigente com a limpeza e com o aspeto visual”, confessa Carla, revelando o desejo de fazer com que o supermercado fosse mais do que um simples local de compras. “O objetivo era criar um espaço clean, sem o ruído visual que afastava as pessoas”, completa.

As mudanças começaram pelo layout e organização do espaço: estantes novas, uma garrafeira completamente renovada e um talho modernizado, com o grande destaque para a cafetaria. “Foi um conceito que desenhei pessoalmente para refletir a nossa essência. Queríamos algo diferente, um verdadeiro ponto de encontro agradável”, orgulha-se. Com um ambiente iluminado e acolhedor, e uma oferta de pastelaria que inclui novidades diárias e temáticas, a cafetaria rapidamente tornou-se o local de eleição da comunidade. “Fizemos deste espaço um lugar onde as pessoas se sentem bem e querem voltar”, conclui Nuno, evidenciando o sucesso da transformação. Durante a pandemia, o Intermarché da Silveira viveu uma verdadeira reviravolta na sua popularidade, conquistando novos clientes que, à procura de um ambiente mais amplo e menos concorrido, encontraram na loja o refúgio ideal. “Antes da Covid, a nossa loja sofreu bastante com a chegada de outra cadeia de supermercados, porque o gestor anterior não a preparou para a concorrência”, conta Carla. Porém, a crise sanitária abriu uma porta inesperada: “Com o aumento da procura por espaços mais tranquilos, os clientes regressaram”. Apesar de a concorrência representar um desafio, tem servido como um estímulo para a dupla. “Obrigam-nos a refletir e a

procurar maneiras de melhorar. E, mantermo-nos alerta é essencial para o crescimento contínuo”, menciona Nuno.

Sustentabilidade e responsabilidade social

A sustentabilidade é um dos principais focos estratégicos do Intermarché da Silveira, onde Nuno e Carla trabalham para tornar a loja mais eficiente energeticamente. A instalação de 200 KVA em painéis fotovoltaicos é uma das iniciativas para alcançar cerca de 80% de autossuficiência energética. “Este esforço é fundamental, especialmente face ao aumento dos custos energéticos nos últimos anos”, explica Nuno, que vê na crise dos preços da energia um impulso para os empresários repensarem a gestão dos seus negócios.

A preocupação ambiental vai além da energia, com um forte apoio aos produtores locais, criando laços com a comunidade e diferenciando-se da concorrência. “A nossa insígnia caracteriza-se pela proximidade com as famílias, os produtores e, claro, a comunidade”, afirma Nuno, sublinhando a importância de valorizar o que é feito na região. Esta aposta reforça a responsabilidade social da loja e cria um vínculo emocional com os clientes. “Regularmente recebemos pedidos de apoio de associações locais para eventos, ao qual fazemos questão de ajudar”, revela. No entanto, o responsável não esconde a frustração pela falta de reconhecimento das autarquias. “Somos a única cadeia em Portugal que paga impostos no município onde operamos, e isso deveria ser valorizado, pois limita a nossa capacidade de apoiar ainda mais a comunidade”, lamenta.

Com as mudanças nos tempos, as exigências dos consumidores também evoluíram, destacando-se a crescente procura por produtos naturais e dietéticos, refletindo uma maior preocupação com a saúde. Para responder a essa tendência, Nuno e Carla estão a expandir a oferta de opções nesta área. “Notámos uma crescente procura por esses produtos dietéticos, como suplementos e alimentos específicos. Por isso, decidimos tornar essa secção mais atrativa”, explica Carla. Já Nuno reforça que, acima de tudo, a prioridade é o cliente: “Estamos aqui para ouvir e fazer o possível para responder aos seus pedidos”.

As expectativas para o futuro

Com um olhar firme sobre o futuro, os gerentes, traçam um plano estratégico fundamentado em valores sólidos e num compromisso contínuo com a comunidade. O objetivo é claro: tornar a loja um verdadeiro ponto de referência local, onde cada cliente e colaborador se sinta bem-vindo e valorizado. “Queremos que a nossa loja seja um lugar onde todos se sintam em casa”, revela Carla, destacando o foco na experiência de quem entra na loja.

Para Nuno, o crescimento é uma meta que se alinha à qualidade, não à quantidade. “Crescer é essencial, mas sempre de forma equilibrada, com uma gestão cuidada e atenta. O cliente será sempre o centro da nossa atenção”, sublinha, reafirmando o compromisso com o atendimento de excelência.

Atualmente, o Intermarché da Silveira é um espaço renovado, fruto da persistência e empenho de Nuno Valdiscas e Carla Tavares. Este projeto materializa uma visão comum e a concretização de um sonho partilhado, onde trabalho, dedicação e amor caminham lado a lado.

PAIXÃO, TRADIÇÃO E INOVAÇÃO

A Quinta Várzea da Pedra é um excelente exemplo de como a tradição pode estar aliada à inovação e à produção de vinhos de alta qualidade, respeitar o meio ambiente e, acima de tudo, preservar o legado familiar. Localizada no Bombarral, na região oeste de Portugal, em plena harmonia com o solo e o clima únicos da zona, esta Quinta tem-se vindo a destacar pela aposta nos vinhos autênticos, que refletem o terroir da região pela sua qualidade e diferenciação. A Revista Business Portugal teve o gosto de estar à conversa com Tomás Emídio e Sónia Emídio, cunhados e os responsáveis pela gestão da Quinta Várzea da Pedra.

Um legado de família

A história da Quinta Várzea da Pedra é entrelaçada com a própria história da família Emídio. O bisavô de Tomás adquiriu a propriedade com a intenção de que o legado passasse de geração em geração. O avô de Tomás, cujo sonho concretizou ao rodear a Adega de vinhas, produziu vinho até falecer. Posteriormente, apenas se vendeu uva, até que, em 2015, com uma visão renovada, os seus netos decidiram revitalizar a Quinta. “A ideia inicial foi do meu irmão Alberto, para preservarmos o nosso património, eu apoiei e acabei por me dedicar a 100% à Quinta, em conjunto com a minha cunhada”, explica Tomás. Desde 2015, o foco mudou de uma produção a granel para vinhos de qualidade superior, adoptando

uma viticultura com base biológica e a vinificação com leveduras indígenas. “Queremos que os nossos vinhos reflitam o lugar de onde vêm”, acrescenta Sónia.

Evolução com raízes profundas

A evolução dos vinhos da Quinta Várzea da Pedra é marcada pela combinação da tradição familiar e pela sua inovação, o que tem ajudado a elevar a qualidade das suas produções ao longo dos anos. Com a entrada desta nova geração a abordagem passou a focar-se mais na modernização e na melhoria de qualidade do produto, sem perder as raízes que deram início à história. A grande preocupação dos responsáveis passa principalmente por deixarem uma pegada ambiental mais sustentável, para alcançarem um produto de melhor qualidade. “Nós trabalhamos com muito cuidado e, assim, conseguimos fazer vinhos mais autênticos, com mais sentido de sítio, com as nossas leveduras, as nossas uvas, e tudo isso ajuda a criar vinhos que não são iguais aos outros, temos um ADN muito próprio, uma identidade nossa”, refere Sónia.

A ideia inicial foi do meu irmão

Alberto, para preservarmos o nosso património, eu apoiei e acabei por me dedicar a 100% à Quinta

Tomás Emídio e Sónia Emídio, cunhados e Gestores da Quinta Várzea da Pedra
Foto créditos: ©EdgarLiborio

Com a evolução dos seus processos e, principalmente, pelo seu investimento na qualidade, a Quinta Várzea da Pedra tem vindo a crescer e a aumentar os seus mercados de exportação, contando, atualmente, com 15 referências no mercado. “Acho que o nosso principal mercado assenta nos Estados Unidos da América, pela sua dimensão. Mas desde os Estados Unidos, Europa, Ásia, tem sido muito forte felizmente, o mercado português tem sido também bastante interessante. A região de Lisboa tem ganho estatuto pouco a pouco. E nós sentimos orgulho, porque também temos ajudado nesse sentido”, afirma Tomás.

As memórias marcadas nas garrafas

Os rótulos da Quinta Várzea da Pedra refletem a herança da história e tradição, o rótulo é a identidade que o produtor dá ao seu produto. Tomás, o CEO da Quinta, mas Designer Gráfico de formação, usou os seus conhecimentos para interpretar as memórias de infância e as simbologias da Quinta como inspiração na criação dos rótulos. “Chegou a altura de escolher a imagem para os nossos vinhos, então pensei nas memórias que tinha da Quinta. Lembro-me de ser pequeno e estar no alpendre com os meus irmãos a olhar para os azulejos, que tinham muitos desenhos diferentes. A nossa brincadeira era encontrar os repetidos. Mais recentemente, no Museu do Azulejo, descobri que os azulejos são uma coleção, de 1937, um trabalho marcante na história do azulejo português. Tudo fez sentido, aquelas imagens seriam a identidade da Quinta. A nossa história familiar e a do azulejo português está em cada garrafa, explica Tomás. A preservação da história da Quinta da Várzea da Pedra é, sem dúvida, uma das grandes preocupações de Sónia e Tomás, e ao colocarem estas memórias nas garrafas estão a levar a história da Quinta Várzea da Pedra mais longe.

Chegou a altura de escolher a imagem para os nossos vinhos, então pensei nas memórias que tinha da Quinta.

A preservação do legado

A Quinta Várzea da Pedra é um exemplo notável de preservação da tradição e da cultura local, mantendo vivas as raízes da sua história, tudo isso só é possível devido ao compromisso de Sónia e Tomás com a terra, com a sustentabilidade e com a qualidade da produção. Com a sua extensa tradição agrícola e vinícola, a Quinta Várzea da Pedra não só honra de forma formidável o seu passado, como também projeta e investe num futuro promissor para a produção sustentável. “Temos a ambição de crescer, mas sem nunca perder o respeito que temos pela natureza. Na Quinta Várzea da Pedra trabalhamos com o verdadeiro fruto da terra e com muito amor e respeito pela natureza. E queremos deixar esse legado às gerações futuras”, revelam.

O gosto por manter vivo o legado dos seus antepassados é nítido, tudo é pensado ao pormenor, os responsáveis trabalham a par com os seus colaboradores e têm o gosto de partilhar entre si vivências e conhecimentos, é possível sentir no ar a energia familiar vivida na Quinta Várzea da Pedra.

Para os apaixonados por vinho, pela natureza ou pela história, a Quinta Várzea da Pedra oferece uma experiência autêntica e inesquecível. Marcar uma visita à adega é mergulhar no coração da vida rural portuguesa e descobrir os segredos desta maravilha escondida na região oeste de Portugal. Não perca a oportunidade de vivenciar o que faz desta Quinta um verdadeiro tesouro familiar e enoturístico.

info@quintavarzeadapedra.com www.quintavarzeadapedra.com

LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

O mundo empresarial tem assistido a uma revolução silenciosa: o crescente protagonismo de mulheres líderes. Em Portugal, estas empresárias de sucesso não só ultrapassam barreiras, como também inspiram uma nova geração de profissionais. Desde a indústria tecnológica ao setor do retalho, estas mulheres têm demonstrado uma visão estratégica e uma capacidade de inovação incomparáveis.

São estas figuras que moldam o panorama corporativo português, desafiando estereótipos e promovendo uma cultura empresarial mais inclusiva. Para além dos números e dos resultados financeiros, o verdadeiro legado destas líderes reside no impacto que têm nas suas equipas e na sociedade, fomentando valores de equidade, resiliência e sustentabilidade.

A transformação económica que protagonizam serve de exemplo de que o sucesso empresarial é moldado pela diversidade de pensamento e liderança, onde as mulheres estão, cada vez mais, a conquistar o seu merecido espaço.

ORIENTAÇÃO NO SETOR FARMACÊUTICO

Gabriela Alves, Diretora de Marketing da Bene Farmacêutica, destaca a importância de uma visão estratégica para antecipar mudanças e manter a competitividade num setor desafiante. Enquanto líder, aborda a inclusão, conciliando vida pessoal e profissional, e aconselha jovens mulheres a aliarem criatividade e pensamento crítico para uma carreira de sucesso.

Na sua trajetória como Diretora de Marketing da Bene Farmacêutica, que importância atribui à visão estratégica num mercado tão competitivo como o farmacêutico?

A visão estratégica é fundamental em qualquer cargo de gestão, independentemente da competitividade do mercado. Entendo a visão estratégica como a capacidade de compreender , numa “perspetiva de helicóptero”, os processos que nos rodeiam, antecipar as mudanças que se avizinham e reconhecer o seu impacto na vida das empresas. Quem ocupa cargos de liderança deve não só ter esta visão

estratégica, como a capacidade de fazer as adaptações necessárias para enfrentar estas mudanças, de forma a manter a competitividade das empresas. No caso da Direção de Marketing da Bene Farmacêutica esta visão estratégica assume uma responsabilidade ainda maior pois temos uma marca de grande valor, que faz parte do dia a dia dos portugueses, e que nos obriga a uma atenção constante. Mas essa exigência é também um desafio, e talvez o mais interessante na posição que ocupo como Diretora de Marketing.

Sendo uma líder, num setor historicamente dominado por figuras masculinas, quais foram os maiores desafios que encontrou? Que estratégias utiliza para promover uma liderança inclusiva e apoiar o crescimento profissional de outras mulheres dentro da organização?

Ao longo da minha carreira nunca enfrentei nenhuma questão relevante com o facto de ser mulher, mas concordo que alcançar um lugar de liderança na Indústria Farmacêutica é mais difícil para uma mulher do que para um homem. Infelizmente, em Portugal, ainda assistimos a uma desigualdade acentuada entre homens e mulheres na gestão e responsabilidade da vida familiar, com uma sobrecarga maior para as mulheres. Apesar das assimetrias, temos excelentes exemplos de mulheres em posições de liderança, e não só, também em posições de gestão intermédia, comerciais e de suporte, de imensa qualidade e cada vez mais relevantes neste setor. Quanto às estratégia de inclusão, a Bene Farmacêutica não tem uma política definida neste domínio, mas posso dizer que, atualmente, somos mais mulheres do que homens em cargos de liderança na nossa empresa. No que diz respeito à equipa de marketing, a minha preocupação é dar a todas as pessoas com quem trabalho as condições necessárias para poderem desenvolver o seu trabalho de forma tranquila, embora exigente, para que os resultados aconteçam. Procuro sempre respeitar os compromissos e as condicionantes familiares e pessoais de todos, adequando objetivos e fluxos de trabalho, sempre que possível. Mas esta flexibilidade não é só para as colaboradoras mulheres, é também para os homens que connosco trabalham, para que as suas próprias mulheres tenham maior disponibilidade. É uma forma indireta, mas que considero fundamental para criar uma cultura de igualdade nas nossas empresas.

Gabriela Alves, Diretora de Marketing

A gestão de um cargo de direção envolve longas horas e grandes responsabilidades. De que forma consegue conciliar a sua vida pessoal e profissional?

Nem sempre foi fácil, até porque tenho três filhos com idades muito próximas, e sempre tive um papel ativo na educação e na vida deles. A conciliação da vida profissional e pessoal é um processo de construção permanente, às vezes corre melhor, outras pior, mas os meus filhos foram sempre fundamentais e uma grande ajuda no sucesso deste processo de construção. Sempre tive, e tenho, um enorme prazer em passar tempo com eles, vê-los crescer, ganhar autonomia e aprendo imenso com eles!

Que conselhos daria a outras mulheres que pretendem alcançar posições de liderança no setor farmacêutico?

Os conselhos nunca são fáceis e não há uma fórmula igual para todas as pessoas mas, sem paternalismos, arrisco alguns conselhos: dêem sempre o vosso melhor naquilo que fazem, trabalhem em equipa, peçam ajuda se precisarem, aprendam com os melhores, usem a qualidade do vosso trabalho e do vosso desempenho para construir uma carreira e não tenham medo de “dar nas vistas” com as vossas conquistas profissionais, respeitem os outros, mas façam-se sempre respeitar.

A Bene apoia diversos projetos sociais, como o Programa abem e as Aldeias de Crianças SOS. Qual é a sua visão sobre o impacto destes projetos? Em que medida considera que o envolvimento em iniciativas sociais reforça a relação da Bene com os seus clientes e parceiros e fortalece a sua posição no mercado?

O projeto abem e as Aldeias SOS são projetos muito queridos para a Bene Farmacêutica. Estes projetos sociais são naturalmente importantes para a imagem da Bene Farmacêutica, mas aquilo

que nos move não é a nossa imagem mas sim contribuir para a melhoria da vida dos beneficiários destes projetos. Pessoalmente, tenho algum cuidado com a divulgação destas ações, não porque não as considere importantes, mas porque encaro estes projetos numa perspetiva de solidariedade (partilha das preocupações e procura de soluções entre as instituições para colmatar as necessidades) e não numa perspetiva de caridade.

Que características são essenciais para uma liderança eficaz no setor farmacêutico? Que mensagem deixaria para as jovens que desejam construir uma carreira de sucesso neste setor?

A sociedade está num momento amplamente reconhecido como “revolucionário”; seja pelas novas tecnologias que nos permitem aceder à informação, de uma forma imediata, e transformá-la em conhecimento, seja pelas questões de sustentabilidade climática, pelas desigualdades sociais ou mesmo pela instabilidade política. Este contexto gera muita incerteza que contagia, invariavelmente, o mundo do trabalho. Para quem está a começar na IF é importante perceber que a “clássica carreira” na Indústria Farmacêutica vai ser naturalmente diferente, e não parece possível definir para já o que podem vir a ser os próximos 20 anos. Mas, pelas tendências atuais, percebemos que o trabalho é cada vez mais um espaço colaborativo e global, em que a inovação, e a capacidade de adaptação às mudanças são cruciais. Assim, as minhas principais mensagens são para que apostem na criatividade, pensamento crítico, trabalho em equipa, e na flexibilidade como ferramentas de desenvolvimento profissional e pessoal. E para quem quer trabalhar em cargos de liderança importa desenvolver o pensamento estratégico – sem isso não há liderança.

A LIDERANÇA NA SAÚDE

Alda Rosendo, Diretora Executiva do Grupo Saúde Nuno Mendes, partilha a sua jornada de liderança movida pela inovação e pelo compromisso humano. Focada em cuidados personalizados e apoiada pela investigação contínua, a sua missão é transformar o setor da saúde com empatia e excelência.

Como Diretora Executiva do Grupo Saúde Nuno Mendes, qual foi a visão que a inspirou a entrar no setor? Que desafios enfrentou e como lidou com eles?

Desde o início, a minha visão foi criar um ambiente de saúde e bem-estar centrado no cuidado e respeito pelo próximo. Fundámos as Clínicas Nuno Mendes e o ROPE – Reabilitação e Otimização da Performance, com o objetivo de oferecer serviços de excelência em espaços acolhedores e de confiança, tratando cada pessoa de forma única. Como Diretora Executiva encaro cada desafio como uma oportunidade para reforçar a nossa missão e melhorar os nossos serviços, liderando pelo exemplo e valorizando a transparência, dedicação e compromisso diário como pilares da excelência. Reconheço que este percurso é feito em equipa e sinto-me grata por contar com profissionais que partilham a mesma visão e valores, permitindo-nos crescer e alcançar o verdadeiro sucesso do nosso grupo.

Que inovações transformarão o setor da saúde nos próximos anos, e qual a contribuição do Grupo Saúde Nuno Mendes?

Vejo o setor da saúde em transformação, impulsionado pela inteligência artificial e pela utilização de dados para cuidados personalizados e preventivos. No Grupo Saúde Nuno Mendes, comprometemo-nos com a inovação, investindo em plataformas digitais e na formação das equipas para assegurar um acompanhamento contínuo e humano.

A nossa visão é usar a tecnologia para fortalecer o vínculo entre os nossos profissionais e as pessoas que nos procuram, mantendo o foco no bem-estar e na dignidade humana. Para evoluir, valorizamos o conhecimento, que se apoia nos nossos estudos internos e na investigação científica contínua, concretizada pela marca PROVE.PT. Esta marca foca-se na colheita e análise diária de dados, permitindo-nos liderar na adaptação e programação de cuidados personalizados e preventivos, assegurando um atendimento de excelência e orientado pelas melhores práticas.

Como vê o impacto do seu trabalho na qualidade de vida das pessoas e no bem-estar da sociedade, e qual é o principal legado que ambiciona deixar na área?

Trabalhar nesta área é um compromisso com a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas. O impacto do meu trabalho reflete-se na dedicação diária das equipas, que criam um ambiente seguro e acolhedor para quem nos procura. O legado que ambiciono vai além do atendimento: quero construir uma cultura de cuidado genuíno, fundamentada no “saber estar”, “saber ouvir” e “saber orientar”. Ser exemplo e agir com empatia são pilares essenciais para este sucesso. Valorizo e incentivo cada colaborador a desenvolver estas competências, com o objetivo de que o Grupo Saúde Nuno Mendes seja lembrado pelo impacto positivo na vida das pessoas e pelo investimento contínuo no crescimento pessoal e profissional da equipa. O meu compromisso é com a excelência e a humanidade, procurando transformar cada contacto numa oportunidade de cuidado e respeito genuíno.

Quais competências são essenciais para empreendedoras que desejam ter impacto na área da saúde? Que conselho daria a mulheres que aspiram a ocupar cargos de liderança neste setor?

Reconheço a importância de competências fundamentais, como a empatia, que me permite compreender as necessidades humanas; a resiliência, que me ajuda a enfrentar desafios; e a visão estratégica, que me capacita a alinhar o propósito com as constantes mudanças do setor, sempre com foco no futuro. Procuro manter uma ambição equilibrada, que me permite crescer com propósito, valorizar conquistas e permanecer com os pés no chão, enquanto procuro gerar impacto positivo de forma sustentável. Aconselho as mulheres a acreditarem no seu valor e no impacto que podem gerar. Invistam no seu crescimento, rodeiem-se de pessoas realistas e procurem mentores, se necessário. Construam com coragem, inspirem com benefícios e contribuam para transformar a comunidade de saúde e bem-estar num espaço de inovação e cuidado humano.

Alda Rosendo, Diretora Executiva

UMA JORNADA DE RIGOR E ÉTICA NA ADVOCACIA

Marisa Santos, Advogada da Tavares Moreira Advogados, rege-se pelo rigor, ética, eficiência e dinamismo, de forma a garantir a qualidade dos serviços prestados. Sempre esteve ciente que o seu caminho seria pelo mundo da advocacia, pois, desde cedo, percebeu a importância do direito à defesa. Em entrevista à Revista Business Portugal, a Advogada fala-nos do seu percurso e deixa ainda um conselho às jovens que tencionam ingressar no mundo da advocacia.

Como define o seu percurso académico e profissional?

Sempre quis ser Advogada?

Ingressei na Faculdade de Direito da Universidade do Porto em 2003, tendo concluído a licenciatura, Pré-Bolonha, em 2008. Em setembro desse ano iniciei o meu estágio como advogada e, posteriormente, frequentei o mestrado em Ciências Jurídico-Empresariais na mesma Faculdade. Sempre quis ser advogada por entender que é essencial assegurar a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos através de uma representação legal justa e imparcial perante a lei.

Na sua ótica, quais são os principais desafios do trabalho como Advogada? Por outro lado, o que mais aprecia na profissão?

Como advogada deparo-me, diariamente, com situações singulares que merecem um tratamento casuístico, com elevado rigor técnico, máxima responsabilidade e constante acompanhamento das alterações legislativas. Por outro lado, a advocacia é

uma profissão liberal, pautada pela independência, dinâmica e avessa à monotonia.

Como se define enquanto Advogada da Tavares Moreira Advogados? Rigor, ética, confiança, eficiência e elevado profissionalismo têm sido as pedras basilares para o sucesso da sociedade de advogados?

Desde a sua fundação que a Tavares Moreira & Associados atua com constante de rigor, ética, eficiência e dinamismo, garantindo, assim, a qualidade dos serviços prestados. Pautamo-nos pela proximidade com o cliente, de forma organizada e com competência técnica tendo em vista dar uma resposta célere, objetiva e eficaz.

O equilíbrio entre as exigências da vida profissional e pessoal é um tema importante para as mulheres líderes, empreendedoras ou em cargos de liderança. Quais são as estratégias que utiliza para manter esse equilíbrio?

O equilíbrio entre as exigências da vida profissional e pessoal é um desafio multitasking que requer uma abordagem estratégica, pautada pela flexibilidade na realização das tarefas da vida profissional e, ao mesmo tempo, pela disponibilidade em aproveitar a vida pessoal, evitando a exaustão profissional, mantendo hobbies e atividades que rejuvenescem o espírito e a mente. Trata-se de fazer uma gestão de tempo e priorizar, concomitantemente, as relações pessoais e os objetivos profissionais.

A liderança no feminino centra-se na capacidade de resolução de problemas de forma criativa e inovadora, autoconfiança, espírito de iniciativa, influência e resiliência, sem esquecer o poder da comunicação e a inteligência emocional. Revê-se nestas palavras e características?

Revejo. As mulheres líderes adotam o seu estilo único de liderança de forma dinâmica e transformacional, com resiliência perante os desafios que se colocam, pautando-se pelo poder do networking e da orientação com uma tónica acentuada na comunicação e capacidade negocial.

A título pessoal e profissional, que objetivos e conquistas pretende concretizar? Que conselhos gostaria de deixar às jovens que estão neste momento a ingressar no mundo da advocacia e que ambicionam fazer uma carreira de sucesso como a sua?

Quer a título pessoal, quer profissional, concretizei, até hoje, tudo a que me propus. Quanto às jovens que pretendem ingressar no mundo da advocacia aconselho-as a nunca desistir, a dedicarem-se afincadamente e a adaptarem-se, prosperando perante os desafios que se coloquem.

geral@tavaresmoreira.com • www.tavaresmoreira.com

Marisa Santos, Advogada

INSPIRAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO A TRAJETÓRIA DE NÍDIA TEIXEIRA

Nídia Teixeira, Executive Board Member na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Bombarral, conta com uma vasta experiência no setor económico/financeiro. Em entrevista à Revista Business Portugal, Nídia falou-nos sobre o seu percurso, a transformação que se vive no setor bancário e deixou ainda uma mensagem às jovens que sonham com uma carreira de sucesso no setor bancário.

O caminho

Formada em Economia pela Universidade Lusíada de Lisboa, e com formação avançada de Corporate Governance - “Advanced Corporate Governance Certificate” emitida pela Nova SBE Executive Education. Nídia Teixeira começou o seu percurso pela direção financeira numa PME, depois pela auditoria financeira e foi, nesse âmbito, da auditoria financeira que contactou com várias realidades, entre elas a bancária: “Foi através desse contacto que surgiu o convite para integrar, numa primeira fase, o Conselho Fiscal e posteriormente, o Conselho de Administração”. O setor bancário enfrenta diversos desafios, como, regulatórios tecnológicos/digital, climático, ambiental e de mercado, os quais requerem, na sua visão, uma equipa coesa, focada, motivada e multidisciplinar.

O modelo de negócio da banca atual terá de satisfazer clientes digitais e tradicionais e ser capaz de atrair novos talentos e requalificar o existente. A utilização de ferramentas digitais e a sua aplicação obriga inevitavelmente a olhar para dentro, no duplo sentido de mobilizar talento, de o atrair e de requalificar o existente. O investimento na formação é a melhor forma de responder aos desafios.

Sem dúvida, que é fundamental conhecer e perceber a cultura organizacional, mas num mundo em constante mudança, evolução e incerteza temos cada vez mais necessidade de qualificações e talento associadas a características pessoais de liderança, resiliência, inteligência emocional, empatia e humildade em estreita ligação com o saber e o saber fazer, só assim é possível antecipar tendências, criando valor, para todos e cada um.

Como oportunidade o setor bancário é o motor do crescimento económico, para o emprego e para a inovação, o setor financeiro assume um papel crítico no contributo para a concretização dos 17

ODS, uma vez que são os bancos que fornecem a maior quota de financiamento as empresas e projetos de investimento nos diversos setores de atividade. Assim, há que procurar mobilizar a comunidade aumentando o seu conhecimento sobre as novas realidades, tendências e desafios colocados pelo GreenFinance, fundamentais para o bem-estar socioeconómico, em especial para a evolução e modernização da estrutura produtiva.

Os bancos de raiz cooperativa, por exemplo as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, historicamente orientam-se tendo em atenção as considerações sociais, ambientais e visão de longo prazo. Atualmente torna-se necessário promover uma transição para uma economia mais verde, em articulação com as partes interessadas, em especial através de parcerias com impacto na organização e na comunidade. Criando valor, reforçando a confiança.

Reconhecer que o desenvolvimento sustentável da sua atividade é valorizado pelo diálogo continuo com todas as partes interessadas, considerando fundamental a existência de relações transparentes e de confiança com as mesmas. O contacto com as partes interessadas visa identificar as expectativas, a sua avaliação e perceção, de forma a dar resposta aos temas relevantes, identificando oportunidades de melhoria no seu desempenho económico, ambiental e social.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

A entrevistada assume que a existência de equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional é fundamental, porém, muitas vezes, é uma tarefa complexa.“ Tem de existir uma grande compreensão e uma rede de apoio familiar, a qual é determinante neste percurso”, afirma Nídia.

O conselho às novas gerações e planos para o futuro

Nídia Teixeira assume que o setor bancário é um setor altamente exigente, mas também desafiante, requerendo conhecimento e atualização permanente. “O conselho que deixo para as novas gerações é que não desistam dos seus sonhos e tenham sempre confiança em si, o erro faz parte da aprendizagem e da evolução”.

Nídia Teixeira integra o corpo de mentores na NOVA SBE no programa Voice Leadership Initiative, um programa de capacitação para PME contribuindo para uma maior produtividade e crescimento das PME. O programa VOICE tem como objetivo atingir 5000 PME até 2026 e contribuir com 2% para o PIB.

Para futuro, a nossa entrevistada almeja continuar a sua evolução como profissional e como pessoa.

Nídia Teixeira

ESPECIAL LEIRIA

O SUCESSO NO RAMO DA

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO

Renato Arantes, CEO do Grupo RQA

O SUCESSO NO RAMO DA ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO

No setor da construção, Renato Arantes CEO do Grupo RQA, tem-se destacado pela sua visão inovadora e pela forma como conduziu as suas empresas ao longo dos anos. Em entrevista, partilha a trajetória e as estratégias que tornaram o grupo numa referência, além de abordar as dificuldades e oportunidades que o setor enfrenta atualmente.

A trajetória da empresa

Nascida há cinco anos, a RQA – Construção representa a concretização da visão empreendedora de Renato Arantes que, desde os seus primeiros passos no mundo dos negócios, tinha a ambição de inovar na indústria da Construção. “A primeira empresa, a RQA – Construção, foi criada com o propósito de trazer ao mercado uma empresa de Construção de confiança, industrializada e com capacidade técnica para a execução de edifícios de habitação de valor acrescentado.

Essa vontade levou-nos para as zonas geográficas onde se verifica essa necessidade. Grande Lisboa, com forte presença em Cascais e toda a zona Oeste, da Figueira da Foz a Setúbal. A trajetória da RQA – Construção tem tido um crescimento robusto e contínuo.

Com uma equipa de 25 profissionais altamente qualificados, a empresa opera atualmente nos setores da Construção Habitacional, Industrial, Comércio e Serviços, e Turismo.

A expansão para estruturas metálicas

Em 2022 a RQA – Construção, aliciada pelas necessidades dos seus clientes, deu um passo audacioso na diversificação das suas atividades com a fundação da Modular Systems Rude. “O nosso foco vai além da construção civil tradicional. Queremos ser uma referência em diferentes áreas, adaptando-nos constantemente às necessidades de cada projeto”, complementa.

“É uma necessidade do mercado empresas com soluções integradas para execução de obras Industriais e de Reabilitação Urbana”.

Esta nova empresa, especializada em estruturas metálicas, trabalha

Equipa RQA

de forma independente do grupo e em projetos muito diversos, com uma carteira de Clientes bem estruturada.

Assim, a Modular Systems Rude concentra-se em três vertentes essenciais: Construções Metálicas para a indústria e Habitação, Construção Modular e Serralharia Civil. Com uma equipa dinâmica de 16 colaboradores, a empresa tem-se destacado na execução de projetos públicos, especialmente na construção de salas de aulas provisórias para escolas.

Um dos marcos recentes foi a adjudicação de um contrato com a Câmara Municipal de Arganil, onde irá instalar 60 módulos na Escola Secundária. “Este projeto não só exemplifica a nossa capacidade de execução, mas também a confiança que o mercado deposita em nós”, sublinha. Em perfeito desenvolvimento estão as estruturas em Light Steel Frame, uma alternativa às estruturas convencionais dos edifícios. “Encontramos neste método construtivo um milhão de possibilidades. É muito versátil. Terminámos há cerca de um mês a reabilitação de um edifício de quatro pisos que será um hotel”.

O nosso foco vai além da construção civil tradicional. Queremos ser uma referência em diferentes áreas, adaptando-nos constantemente às necessidades de cada projeto

Realça ainda que “em 2022, exportámos cerca de 40% da produção de light steel frame para França. é um mercado interessante que pretendemos explorar”.

Com as estruturas modulares destacamos ainda a participação da empresa em diversos eventos de relevo nacional, com a construção de stand’s personalizados.

“É uma área em que gostamos de trabalhar e, cada vez mais, representa uma fatia importante da nossa faturação”.

A empresa apresenta no seu portfólio stands da marca RUDE em eventos como Rock in Rio, Websummit, Jornadas Mundiais da Juventude, Leiria Sobre Rodas, entre outros.

Controlo e gestão de projetos

No mundo da construção civil, onde cada detalhe conta, as empresas estão a dar passos significativos na implementação do BIM (Building Information Modeling). Esta metodologia inovadora está a transformar a forma como os projetos são geridos, desde o seu início até à entrega final. “A implementação do BIM no nosso trabalho é fundamental, especialmente em obras complexas”, reflete.

Através da criação de modelos 3D detalhados, o BIM oferece uma perspetiva global do projeto antes mesmo do início da obra, permitindo uma melhor previsão de desafios que podem surgir ao longo do processo. “Conseguimos antecipar grande parte dos problemas, como a compatibilização de materiais e espessuras”, acrescenta. Mas a inovação não se limita apenas ao planeamento. O empresário enfatiza a importância de verificar a qualidade dos materiais antes de estes chegarem ao local da obra. “É crucial inspecionar todas as peças antes da expedição”.

Não se trata apenas de uma tendência, mas de uma necessidade. Existe a necessidade de otimizar custos e prazos de execução para sermos competitivos

Construção: personalização e pré-fabricados

O setor da construção industrial em Portugal está a atravessar uma transformação, impulsionada pela adoção crescente de tecnologias inovadoras. De acordo com Renato Arantes, inúmeras novas construções em território nacional já recorrem a soluções pré-fabricadas, uma abordagem que veio redefinir os padrões de eficiência e modernidade. “Não se trata apenas de uma tendência, mas de uma necessidade. Existe a necessidade de otimizar custos e prazos de execução para sermos competitivos”.

A construção modular no setor da habitação traz respostas mais viáveis para esta crise, especialmente, nas áreas urbanas, onde o espaço e o tempo, são recursos limitados. Para o empresário, a aposta em soluções modulares, não só acelera os processos de construção, como torna o acesso à habitação mais rápido e económico, fatores cruciais num contexto de escassez habitacional: “A indústria está a caminhar nesta direção e com grandes investimentos”.

Embora o grupo, atualmente, se concentre em soluções modulares temporárias, garante que o mercado habitacional modular está no radar. “Estamos prontos para nos adaptar às novas exigências do mercado”, afirma confiante.

Burocracia e sustentabilidade

Nos últimos tempos, o empresário observou uma mudança positiva no cenário do licenciamento das operações urbanísticas com a implementação do Simplex.

“Contudo, ainda estamos longe do estado de celeridade necessário.

A falta de padronização de exigências, que variam entre câmaras municipais e outras entidades, dificultam muito os processos e representam muitos atrasos e custos associados”.

Na matéria da sustentabilidade o empresário refere: “Temos sido ativos na implementação de normas de gestão de resíduos sobrantes e substituição de materiais para soluções recicláveis ou com baixo teor de CO2”.

Projetos e crescimento consistente

O grupo tem-se afirmado no panorama da construção de habitação de luxo, com projetos que não são apenas desafiantes na sua execução, conquistam clientes e fornecedores.

São exemplos várias obras que constam do portfólio da empresa, com localizações como Quinta da Beloura, Quinta da Marinha e Óbidos.

E, em termos de crescimento, os números falam por si. Desde a sua fundação, em 2020, tem registado um crescimento anual impressionante, na ordem dos 30%. “Esse sucesso é fruto de muito trabalho e dedicação de toda a equipa”.

BIM

O mercado de luxo em Lisboa, por exemplo, tem crescido muito, mas há uma concorrência feroz. É uma verdadeira luta para se destacar

Confiança e relações sólidas

Numa altura em que a incerteza paira sobre o mercado imobiliário, Renato Arantes destaca um princípio que é o alicerce do seu sucesso: a confiança. “Eu valorizo a honestidade, acima de tudo, tanto com os meus fornecedores, como com os meus clientes”. Para si, o segredo está na transparência e um exemplo recente mostrou como essa abordagem pode ser decisiva em tempos de crise. Com o aumento dos preços dos materiais devido ao conflito na Ucrânia, optou por não esconder a realidade dos seus clientes. “Sempre mantive uma política de transparência total, mostrando exatamente o que estava a acontecer com os aumentos dos custos”, explica.

Porém, os desafios vão além das crises internacionais. Renato chama a atenção para um problema interno que afeta o setor imobiliário: a escassez de habitação em Portugal. “Até quem tem capacidade financeira enfrenta dificuldades para encontrar habitação”, alerta. A falta de oferta, inclusive no segmento de luxo, tem levado muitos a optar por construir de raiz, num mercado

que, segundo Renato Arantes, está cada vez mais competitivo. “O mercado de luxo em Lisboa, por exemplo, tem crescido muito, mas há uma concorrência feroz. É uma verdadeira luta para se destacar”, concluiu.

Olhando para o futuro

Ao terminar a entrevista, deixa uma nota de otimismo e confiança para o futuro do grupo: “Faço parte de uma equipa jovem e dinâmica, com um foco intenso na inovação e no que está por vir”.

Além disso, destaca a importância de uma gestão financeira sólida e o compromisso rigoroso com parceiros e clientes. “Mesmo em tempos difíceis, há sempre lugar para quem atua com seriedade e integridade”.

Com uma liderança marcada pela transparência e pela busca incessante da qualidade, Renato Arantes tem elevado a empresa ao patamar de referência no setor da construção em Portugal e contribuído para um futuro mais sustentável e promissor para toda a indústria.

Breves

Escola Profissional de Leiria investe 821,5 mil euros em formação

A Escola Profissional de Leiria vai investir 821,5 mil euros nos próximos três anos em ações de formação para adultos ativos empregados, desempregados e inativos (incluindo reformados), no âmbito do Programa Temático Demografia, Qualificações e Inclusão (Pessoas 2030).

A instituição de ensino esclareceu que o investimento enquadra-se na sua política de “colocar à disposição da população adulta uma formação orientada para necessidades específicas, contribuindo para a sua qualificação escolar e/ou profissional”. A Escola Profissional de Leiria “encontra-se num processo de profunda transformação” e “está a alargar os seus serviços e a desenvolver novos projetos, garantindo aos adultos e às empresas da região uma formação tecnologicamente avançada e alicerçada nos mais modernos conhecimentos”.

Nerlei CCI prepara missão empresarial ao Reino Unido

Estão abertas as inscrições para uma missão empresarial ao Reino Unido, promovida pela Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei CCI). A ação inclui o agendamento de reuniões entre as empresas portuguesas e entidades locais, bem como um acompanhamento individualizado durante a missão e nos dois meses seguintes.

As empresas participantes beneficiam de um cofinanciamento de 50% das despesas e contam com o apoio da Nerlei CCI em todas as fases do processo, incluindo a exploração do mercado britânico, com identificação de potenciais parceiros de negócio, e a preparação de reuniões diárias com empresas e instituições britânicas, além de sessões de trabalho preparatórias.

As empresas interessadas em participar nesta missão, a decorrer de 17 a 21 de março de 2025, podem contactar o Departamento de Apoio à Internacionalização da Nerlei CCI.

A REVOLUÇÃO DA IMPRESSÃO

3D EM PORTUGAL

A AMCubed, uma empresa que se destaca na área da impressão 3D em Portugal foi fundada por Luís Miguel Oliveira (Engenheiro Mecânico) e Rui Órfão (Engenheiro Eletrotécnico) em março de 2012. A ideia de fundar a empresa surgiu a partir do trabalho conjunto de uma inovação, desenvolvida durante a tese de doutoramento em Engenharia Química. Desde então, a empresa tem-se afirmado como uma das pioneiras em investigação científica, desenvolvimento e inovação na área da impressão 3D, diversificando a sua oferta e adaptando-se às necessidades do mercado.

A história da AMCubed

A origem da AMCubed remonta à tese de doutoramento em Engenharia Química de Luís, onde a ideia inicial era criar uma impressora de micro-estereolitografia multi-material. Este conceito rapidamente ganhou forma graças à colaboração entre si e um colega, dando origem a uma proposta ousada que integrava impressão 3D, maquinação CNC e sistemas híbridos. Localizada em Leiria, com um Centro de Engenharia na Marinha Grande, esta empresa tem-se destacado pela sua tecnologia de ponta e pela sua estratégia pró-ativa de colaborações com centros de investigação, tanto nacionais como internacionais. “O nosso compromisso com a academia começou com a colaboração no Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto (CDRSP) do Politécnico de Leiria e da Universidade de

Coimbra”, comenta. Originalmente focada na investigação científica, a AMCubed expandiu a sua atuação, superando as barreiras entre o conhecimento académico e a prática industrial. “Estamos atentos às necessidades do mercado, estabelecendo parcerias com várias empresas para testar os nossos equipamentos em ambientes reais”, referindo-se a iniciativas como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ,nomeadamente na agenda INOV.AM.

A revolução da impressão 3D

A impressão 3D, que outrora parecia uma tecnologia restrita a indústrias de ponta, transformou-se numa ferramenta acessível, impulsionando a inovação e a criatividade a um nível sem precedentes. As primeiras máquinas da 3D Systems e Stratasys deram o

pontapé de saída para a era da prototipagem rápida em 1987, mas foi entre 2007 e 2009 que o verdadeiro salto aconteceu. Com o fim de patentes-chave, os preços das impressoras 3D caíram, drasticamente, democratizando a tecnologia. “Antigamente, uma impressora 3D podia custar centenas de milhares de euros. Atualmente, qualquer pessoa pode comprar uma por cerca de 500 ou mil euros”, observa Luís.

No entanto, no universo industrial, uma batalha silenciosa, mas impactante está a desenrolar-se entre duas técnicas de produção: a impressão 3D e a injeção de plástico. Ambas desempenham papéis fundamentais na criação e conceção de produtos, mas com abordagens e resultados bastante distintos.

O co-funder aponta as principais diferenças que não só moldam a produção, mas também a resistência e a qualidade das peças. A injeção de plástico, um processo consolidado onde o plástico líquido se solidifica numa única peça, é a escolha preferida quando a uniformidade, grandes séries e resistência mecânica são cruciais: “Este método é ideal para a produção de componentes de alta qualidade, uma vez que minimiza as fragilidades e garante uma resistência superior”. A injeção de plástico é, assim, sinónimo de eficiência e durabilidade, sendo amplamente utilizada em setores que exigem alta precisão, confiabilidade e grandes séries de produção.

Cada técnica possui as suas vantagens em nichos específicos. A verdadeira inovação ocorre quando conseguimos integrar estas duas abordagens de forma inteligente

Por outro lado, a impressão 3D destaca-se pela sua versatilidade e agilidade na produção de protótipo, pequenas séries de peças e de ferramentas. “Funciona através da deposição de material em camadas, o que permite a criação de designs complexos e personalizados”, esclarece Luís. Contudo, esse mesmo processo pode resultar em pontos fracos na estrutura das peças, um trade-off que muitos designers e engenheiros devem considerar.

Com os avanços tecnológicos, o tempo de produção na impressão 3D tem diminuído drasticamente, com a eficiência a aumentar de forma notável. Assim, o fundador revela que este método pode agora ser até três a quatro vezes mais rápido do que as técnicas anteriores, tornando-o uma opção cada vez mais atrativa para o desenvolvimento ágil de produtos. Embora que, a escolha entre impressão 3D e injeção de plástico, transcende questões de custo e eficiência: “Cada técnica possui as suas vantagens em nichos específicos. A verdadeira inovação ocorre quando conseguimos integrar estas duas abordagens de forma inteligente”, concluindo que este entrelaçar de técnicas poderá ampliar os horizontes da indústria e levar à criação de produtos que combinam o melhor de ambos os mundos.

A impressão 3D nos vários setores de atividade

A impressão 3D, uma realidade já consolidada nos Estados Unidos, está a ganhar rapidamente força na Europa, transformando a forma como diferentes setores operam.

No setor automóvel, marcas icónicas como Ferrari e Porsche estão a abraçar a impressão 3D para o fabrico de componentes únicos, permitindo uma personalização sem precedentes nos seus veículos. Luís sublinha a importância dessa personalização, afirmando que “o mercado da personalização tem sido profundamente impactado pela impressão 3D”. Embora os custos sejam ainda mais elevados do que os da produção em massa, a flexibilidade e a exclusividade proporcionadas por esta tecnologia atraem tanto grandes marcas, como consumidores que desejam veículos verdadeiramente singulares.

Mas a influência da impressão 3D não se limita à indústria automóvel. No setor naval, a capacidade de criar peças grandes e resistentes marca uma nova era no desenvolvimento tecnológico. O empresário explica que “na produção industrial, a resistência e a durabilidade são cruciais”, enquanto que “no design decorativo o foco é no acabamento e nos pormenores visuais”. Esta diferença é fundamental para adaptar os processos de impressão às especificidades de cada aplicação, garantindo que as peças atendam às exigências industriais. Além disso, vê um futuro promissor para a impressão 3D na medicina, especialmente no que toca à substituição de órgãos e membros. “O conceito de um hospital que funcione como uma oficina para trocar peças do corpo humano não é assim tão distante”, referindo avanços como corações impressos em 3D e próteses controladas pelo cérebro. Estas inovações podem transformar a forma como tratamos problemas de saúde, aumentando a qualidade de vida de muitas pessoas. Outro ponto a destacar é a relação crescente entre a inteligência artificial e a impressão 3D: “A combinação de diversas técnicas e a partilha de informações são cruciais para evitar erros no desenvolvimento de novos produtos”, aponta o co-founder, para a necessidade de

Decidimos especializar-nos em produtos personalizados, onde a concorrência é menor e o potencial de inovação é maior

integrar boas práticas que enriqueçam o produto final. Além disso, a AMCubed está a explorar a impressão 3D de alimentos, desenvolvendo um equipamento que permitirá criar produtos adaptados às necessidades de diferentes consumidores, incluindo idosos que enfrentam dificuldades alimentares. “O objetivo é criar produtos que sejam visualmente atraentes e saborosos”, destacando o potencial da impressão 3D para personalizar a alimentação de forma inovadora.

Desafios e oportunidades da impressão 3D

Luis está convencido de que a impressão 3D pode revolucionar diversos setores, sendo a imaginação o único limite para a inovação. “Costumo dizer que, na impressão 3D, a imaginação é o limite. Cada um de nós pode olhar para um problema de uma forma diferente e encontrar soluções criativas”.

A AMCubed está na vanguarda desta revolução, participando em projetos que prometem transformar mercados ainda pouco explorados. A empresa dedica-se, por exemplo, à impressão de scaffolds para aplicações médicas e ortóteses, áreas onde a inovação é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “A nossa visibilidade está a aumentar, o que é importante para nós. Fomos classificados em 56.º lugar entre 110 empresas de construção de máquinas não especializadas, o que demonstra a crescente notoriedade do nosso trabalho”, destaca. No entanto, a empresa não está isenta de obstáculos. O empresário revela que a relação com o Estado tem sido complicada, e sente que a empresa muitas vezes é subestimada. “A

falta de conhecimento por parte das instituições públicas cria barreiras ao nosso progresso”, lamenta. Esse desconhecimento impede que inovações promissoras encontrem o apoio necessário para se desenvolverem plenamente.

Metas futuras da AMCubed

Em termos de metas futuras, Luís Miguel Oliveira destaca a importância de manter o foco nas vendas convencionais: “Queremos focar em soluções mais acessíveis, mantendo a qualidade. A nossa estratégia passa por apresentar produtos que sejam ligeiramente mais baratos do que os disponíveis no mercado”. Para além disso, a empresa apresenta um serviço de aluguer de impressoras 3D, para necessidades temporárias; serviços de manutenção e montagem dos equipamentos e, dá também formação e apoio para uma boa utilização da impressora. Esta combinação de serviços tem como objetivo conquistar novos clientes e solidificar a relação de confiança com aqueles que já conhecem a marca. A empresa está também decidida a continuar a liderar a revolução da impressão 3D em Portugal, investindo em investigação científica e desenvolvimento, assim como em parcerias estratégicas que fortalecerão a sua posição no mercado. “Não queremos abandonar a parte de investigação e desenvolvimento, que é a nossa vocação. Decidimos especializar-nos em produtos personalizados, onde a concorrência é menor e o potencial de inovação é maior”, conclui. A AMCubed, que começou como um projeto numa garagem, evoluiu para um centro de excelência em tecnologia de impressão 3D, pronta para enfrentar os desafios que se avizinham e contribuir para a inovação em diversas indústrias.

AKI-D’EL-MAR:

FRESCURA DO MAR

NA PRIMEIRA LINHA DA NAZARÉ

Na icónica praia da Nazaré, a Marisqueira Aki-D'el-Mar destaca-se pela qualidade inigualável do seu marisco, trazido diariamente da costa e da sua própria depuradora. Com uma filosofia de “viveiro para a mesa”, o espaço criado por Paulo Cruz em 2004 e agora liderado por José Mota e Manuela Sábio, mantém o compromisso de frescura e autenticidade, fazendo das suas especialidades um verdadeiro ponto de referência na região.

A Marisqueira Aki-D’el-Mar é um ponto de referência na Nazaré. Como surgiu a ideia inicial de criar este espaço, e quais foram os maiores desafios?

A Marisqueira Aki-D’el-Mar, encontra-se na primeira linha da praia da Nazaré. A esplanada interior e exterior, com vista direta para a maravilhosa praia da Nazaré, tornam uma simples refeição, numa experiência única. A montra, apresenta, desde logo, uma tentadora oferta de mariscos cozidos: camarão, sapateira, santola, navalheira, búzios e percebes. As especialidades da casa satisfazem os paladares marisqueiros mais exigentes. Do berbigão à espanhola ao lavagante à casa. Pelo meio, a carta estende-se às Amêijoas à Bulhão Pato, à Açorda de Lagosta com Gambas, à Cataplana e ao Arroz de Marisco e à Lagosta Grelhada. Gabam-se também as Gambas à Guilho, a Salada de Búzio ou a maionese de lagosta. Na entrada da marisqueira temos o nosso ex-líbris, um aquário bem recheado com lagostas, lavagantes, sapateiras, santolas, navalheiras, entre outros mariscos sazonais. Quando falamos na história da Marisqueira Aki-D’el-Mar, temos de falar sobre a Depuradora Aki-D`el-Mar nas Caldas da Rainha. A Marisqueira Aki-D’el-Mar foi criada em 2004 por Paulo Cruz, um apaixonado por bivalves, e especialista em marisco. A proximidade à Lagoa de Óbidos, Peniche e a toda a costa até à Nazaré fez nascer este projeto que leva a frescura do mar ao prato. A Depuradora Aki-D`el-Mar, encontra-se a cinco minutos da Lagoa de Óbidos,

e a entrega do berbigão, e das amêijoas japonesa, boa, macha, do longueirão e dos caranguejos à nossa depuradora, garantem toda a frescura e vitalidade destes mariscos. Após a depuração, estes bivalves, são enviados para a Marisqueira Aki-D’el-Mar na Nazaré. Da costa de Peniche recebemos os melhores Ouriços, os afamados percebes da Berlenga, e da costa da Nazaré, lagostas, lavagantes, navalheiras, santolas, percebes da costa e bruxas dos Mar. Acreditamos, que este reconhecimento está ligado à frescura e qualidade dos nossos produtos, bem como a uma confeção simples, apenas a salientar o verdadeiro sabor de cada marisco. Em 2023, após doença súbita de Paulo Cruz, e por ligações emocionais, José Mota e Manuela Sábio, agarram este projeto com todo o carinho e dão continuidade à Marisqueira e à Depuradora. O conceito, qualidade, frescura e o cuidado para com o cliente, mantêm-se. Continuamos a levar a frescura do mar ao prato.

A frescura e o sabor dos mariscos são traços marcantes da Aki-D’el-Mar, mas o que mais diferencia a sua marisqueira das restantes na região? Como é que esta filosofia de “marisco direto do viveiro para a mesa” influencia o posicionamento da casa perante os seus clientes?

Efetivamente, mas com toda a humildade, confirmamos que a frescura e o sabor autêntico, são traços marcantes da Aki-D’el-Mar.

Por recebermos diariamente os bivalves e por termos um escoamento diário do marisco, são fatores relevantes para esta frescura. Valorizamos os produtos locais. Os bivalves são depurados na nossa depuradora das Caldas e de seguida enviados para a marisqueira na Nazaré. A filosofia é real, o marisco segue direto do viveiro para a mesa, e esse conceito influencia pela positiva o posicionamento da marisqueira. E uma grande importância em manter uma equipa motivada e formada para um melhor serviço ao cliente.

A Aki-D’el-Mar já conquistou distinções como a do “Boa Cama, Boa Mesa”. Qual a estratégia de posicionamento adotada para alcançar este nível de reconhecimento? Que papel desempenha esta distinção na perceção dos clientes e fidelização ao restaurante?

Todas as distinções são recebidas com muito orgulho, honestidade e humildade. O mérito é fruto de um trabalho de toda a equipa. Somos pessoas simples, que apresentamos produtos confecionados de forma simples, mas sempre com muita frescura. Trabalhamos para que os

nossos clientes fiquem satisfeitos, e para quando tiverem vontade de comer um bom marisco, tenham como referência a Aki-D`el-Mar. É também um incentivo para continuarmos a melhorar.

No setor da restauração, cada vez é mais importante adaptar-se às tendências gastronómicas e às preferências dos consumidores. Como se mantêm atualizados com as tendências? Que novidades estão a ser planeadas, seja no menu, seja na experiência proporcionada aos clientes?

Estamos atentos às novidades na nossa área. A nível nacional e internacional, visitamos feiras de marisco e gastronómicas. Recentemente adaptamos ao nosso menu opções vegan e vegetarianas e alguns pratos que complementam o menu para clientes que não consomem marisco. A nossa confeção é muito simples, água, sal e piri piri a gosto. apenas com o objetivo de salientar o sabor do marisco. O cliente quando dos visita já sabe que trabalhamos desse modo.

O conceito, qualidade, frescura e o cuidado para com o cliente, mantêm-se. Continuamos a levar a frescura do mar ao prato

Quais são os grandes objetivos que tem delineado para a Aki-D’el-Mar? Existe alguma estratégia específica ou planos de expansão, novas especialidades, ou alterações nos serviços que gostaria de destacar?

Sim temos muitas ideias em cima da mesa, mas ainda nada em concreto que possamos divulgar. Na marisqueira além do serviço à mesa, temos também serviço de take-away que inclui todos os produtos que temos na ementa, bem como o mariscos vivo. Nas Caldas da Rainha, no mesmo edifício da depuradora temos também uma loja take-away de marisco, com marisco cozido, vivo ou congelado. O cliente pode escolher nos nossos aquários, qual a lagosta ou sapateira que quer para si. Cozemos na hora, conforme o gosto ou necessidade. Estamos muito conscientes do que o aquecimento global, e as alterações climatéricas estão a provocar. Há menos quantidade nos nossos mares, as espécies estão muito mais vulneráveis, o que influencia o futuro de todos nós. Pretendemos continuar a inovar com novas receitas e especialidades, num espaço acolhedor, onde o cliente se sinta feliz e possa partilhar datas importantes connosco.

geral@akidelmar.com • www.akidelmar.com

VIVER, VISITAR E INVESTIR

O Prémio de Excelência Autárquica representa uma distinção significativa para as autarquias locais em Portugal. Este prémio visa destacar projetos, que contribuem para o bem-estar das comunidades e para o desenvolvimento das regiões, incentivando as câmaras municipais e juntas de freguesia a adotarem estratégias de melhoria contínua nos serviços que oferecem aos seus cidadãos.

Um exemplo deste espírito de inovação e valorização do património é o projeto do Mosteiro Trapista de Santa Maria da Igreja, promovido pela Câmara Municipal de Miranda do Douro. Trata-se de uma iniciativa que pretende revitalizar o património cultural e religioso da região, tornando-a mais atrativa tanto para residentes como para visitantes.

Através deste tipo de iniciativas, as autarquias locais demonstram o seu compromisso em construir uma rede de municípios que oferecem qualidade de vida. Afinal, viver, visitar e investir em regiões bem administradas e valorizadas são passos essenciais para o crescimento sustentável do país.

UM REFÚGIO DE PAZ EM MIRANDA DO DOURO

Numa entrevista exclusiva com Helena Barril, Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, mergulhámos no projeto do Mosteiro Trapista de Santa Maria da Igreja, uma iniciativa ambiciosa e singular que procura revitalizar o património cultural e religioso da região.

Espiritualidade e desenvolvimento do Mosteiro

Para avaliar o impacto da construção do Mosteiro em Palaçoulo, é essencial considerar o respeito pela vida monástica, uma vez que a rotina no Mosteiro será totalmente independente da dinâmica externa. O fluxo de pessoas gerado ao longo dos anos de construção do Mosteiro indica uma expectativa de aumento na procura pelo local. Desde o início, foram asseguradas condições de alojamento para as Monjas num edifício anexo, permitindo a sua permanência no território e o acompanhamento da obra principal. Isso resultou numa dinâmica crescente na hospedaria, na loja de produtos e na Capela, acompanhada por um aumento na procura. O complexo, como um todo, é um local de grande apelo religioso, transmitindo paz e tranquilidade, características que atraem os visitantes e enriquecem a oferta religiosa da região.

Investimento e retorno

A Câmara Municipal apoiou a construção do Mosteiro ao emitir os licenciamentos e ao criar infraestruturas para o fornecimento de água e um acesso viário de dois sentidos. Para isso, negociou com vários proprietários ao longo do percurso, conseguindo a cedência de parte dos terrenos para a largura necessária da via. Assim sendo, este investimento por parte da Câmara, não teve intenção de retorno

financeiro. Fez-se uma primeira intervenção no alcatroamento da via, mesmo a tempo da inauguração do Mosteiro. Também o significativo investimento da Ordem Trapista de Santa Maria da Igreja trouxe grande impacto ao território, com a expectativa de que a vida no Mosteiro promova o espírito religioso, a comunhão de valores e princípios e inspire novas experiências.

Impacto e turismo religioso

O turismo religioso em Miranda do Douro, Trás-os-Montes e em Portugal é uma vertente significativa, mas ainda pouco explorada. A Catedral de Miranda atrai muitos visitantes, evidenciando a importância do património religioso local. Para valorizar essa riqueza, é fundamental desenvolver rotas religiosas e programas que promovam os locais de culto. Durante o último mandato, a Câmara Municipal organizou concertos em capelas e igrejas, unindo cultura e património religioso. O Mosteiro Trapista de Santa Maria da Igreja, que possui grande potencial para esses eventos, deve sempre respeitar a vontade das Monjas.

Embora o Mosteiro exija respeito pela vida das Monjas, a hospedaria está disponível para quem a desejar, e os produtos produzidos são vendidos na loja do Mosteiro, podendo também ser encontrados em várias lojas de Miranda e em Feiras e Certames Gastronómicos locais à medida que a produção aumenta. Apesar do modo de vida das Monjas merecer respeito, surge uma dinâmica interessante que poderá gerar uma economia de valor com o tempo.

A construção do Mosteiro em Palaçoulo foi uma iniciativa da Ordem Trapista de Santa Maria da Igreja, com a participação importante do atual Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, que na altura era Bispo da Diocese de Bragança-Miranda. Desde o início, a proposta foi bem recebida pela população de Palaçoulo e pelos habitantes do concelho, tendo sido rapidamente reunidos e trocados terrenos, realizadas as respetivas escrituras e iniciado o processo de licenciamento.

Inspiração para as novas gerações

Num contexto conturbado, marcado por guerras e catástrofes naturais cada vez mais severas, o surgimento do Mosteiro Trapista de Santa Maria da Igreja, em Palaçoulo, parece antagónico, mas traz-nos esperança de que existem lugares de paz. Estes locais servem de inspiração não só para os mais velhos, mas também para os jovens, oferecendo uma forte vertente religiosa que pode dar sentido à vida.

Helena Barril, Presidente

A PROCURA PELA QUALIDADE DE VIDA DOS MUNÍCIPES

A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro tem estado empenhada em desenvolver uma abordagem integrada nas áreas de Educação, Ação Social e Desporto. Promovendo projetos e iniciativas focados na participação, inclusão e integração social, e por consequência na melhoria da qualidade de vida dos munícipes. Em entrevista à Revista Business Portugal, Lília Ana Águas, Vereadora da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, fala-nos do percurso do Município e dos planos para o futuro.

Como a Câmara tem articulado as suas iniciativas nas áreas de Educação, Ação Social e Desporto para garantir que estas políticas melhorem a qualidade de vida dos munícipes e promovam o desenvolvimento sustentável do território, considerando o impacto das políticas públicas locais nesse contexto, crucial para a atribuição do Prémio de Excelência Autárquica?

A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro tem desenvolvido uma abordagem integrada nas áreas de Educação, Ação Social e Desporto, promovendo projetos e iniciativas que têm sempre como foco a participação, inclusão e integração social, e a consequente melhoria da qualidade de vida dos munícipes. Para tal, é essencial o conhecimento profundo da nossa população e das suas condições de vida. Fazemo-lo suportado nos instrumentos estratégicos municipais, nomeadamente diagnostico social, plano de desenvolvimento social, estratégia local de habitação, carta social do idoso, carta educativa, entre outros.

Este trabalho, que é continuo, permite-nos definir e implementar políticas públicas, capazes de promover uma igualdade de direitos, acessos e oportunidades, de valorização da formação

dos munícipes e de incentivo ao fortalecimento de laços comunitários e de práticas que promovam estilos de vida saudáveis (pilares essenciais para uma autarquia de excelência). Desta forma acreditamos que é possível assegurar o desenvolvimento sustentável do nosso concelho.

Defendemos ainda que o trabalho em rede se revela fundamental na formulação e concretização das políticas e iniciativas destas áreas, já que estas abarcam diferentes contextos e, portanto, é relevante que sejam sempre delineadas medidas conjuntas e não isoladas.

Com nove prémios atribuídos, reflete-se uma ampla diversidade de projetos reconhecidos. Quais foram os fatores que contribuíram para o reconhecimento dos projetos ‘Programa Ciências Experimentais’ e ‘ProximIDADES’, e de que forma estes programas têm contribuído para o aumento da coesão social no concelho?

Acreditamos que o reconhecimento do “Programa Ciências Experimentais” e do “Projeto ProximIDADES” deve-se a uma combinação de fatores tais como a inovação, o impacto social

Lília Ana Águas, Vereadora

positivo e a capacidade de inclusão comunitária. São projetos diferenciadores que permitem em áreas distintas e de públicos alvo dispares, alcançar o mesmo propósito, que é tão somente a equidade no acesso à valorização do conhecimento, contribuindo para a coesão social e territorial

Relativamente ao “Programa Ciências Experimentais”, é inovador e democratiza o acesso ao conhecimento científico, proporcionando aos cerca de 2000 alunos uma educação que vai além do currículo formal, com cursos e experiências práticas que despertam o interesse pela ciência desde o ensino básico. Com isto, promove-se a igualdade de oportunidades e o desenvolvimento de competências essenciais para o futuro, fortalecendo a formação integral dos jovens e a sua integração na comunidade.

Já no que diz respeito ao “Projeto ProximIDADES”, trabalhamos numa abordagem de proximidade e apoio direto a idosos e cuidadores informais, sem retaguarda institucional, providenciando o apoio social e/ou emocional, nos seus domicílios.

Estes projetos são um exemplo do compromisso do município em promover iniciativas que melhorem a qualidade de vida e a coesão social no concelho, atuando quer no campo educacional quer no apoio social.

municipais, alinhando-se aos critérios de excelência autárquica e promovendo a transparência e a qualidade dos serviços prestados.

O município tem investido em projetos que facilitam o acesso aos serviços municipais, na otimização de recursos e consequente formação contínua dos técnicos municipais

Como é que a Câmara tem conseguido equilibrar inovação e eficiência na gestão pública, implementando práticas que correspondem aos objetivos de excelência autárquica e às necessidades imediatas da população?

O município desenvolve o seu trabalho definindo com clareza as prioridades nos seus eixos de intervenção, e fazendo uma gestão pública eficaz e responsável, atenta ao que é fundamental para a construção de uma sociedade coesa, equitativa e segura, maximizando as contribuições económicas e sociais de todos os cidadãos, em todos os momentos do ciclo de vida.

Para além do mais, o município tem investido em projetos que facilitam o acesso aos serviços municipais, na otimização de recursos e consequente formação contínua dos técnicos

Para o futuro, quais são as novas áreas de intervenção ou projetos que a Câmara pretende desenvolver para manter a excelência autárquica? Existe um plano para expandir iniciativas como o ‘Programa Peixinhos’ ou as ‘Oficinas Técnicas’ e aumentar o seu impacto em novos públicos ou territórios? No que diz respeito aos Peixinhos, o objetivo passa por continuar a garantir o acesso ao programa por parte de todas as crianças da rede de educação pré-escolar do concelho, pública e privada, de forma que todas tenham acesso, gratuito, à adaptação ao meio aquático, a 1ª fase do ensino da Natação Pura.

Relativamente às Oficinas Técnicas está prevista a sua continuidade, incidindo as edições futuras sobre outros elementos técnicos/táticos ou sobre temáticas importantes para a melhoria gradual da participação dos nossos alunos nas aulas e atividades, bem como para potenciar o desenvolvimento de aspetos importantes para o quotidiano dos nossos alunos, ao nível de questões posturais e capacidades físicas fundamentais para a sua saúde, bem-estar e autonomia.

Por outro lado, está previsto o aumento das valências no Centro Municipal de Marcha e Corrida mediante a realização de sessões práticas vocacionadas para a melhoria da saúde da população, através da transmissão e aplicação de conhecimentos específicos de função e movimento corporal, estabelecendo uma correlação positiva e harmoniosa entre ambos.

MONTALEGRE CONQUISTA PRÉMIO AUTARQUIA DO ANO

A Presidente da Câmara de Montalegre, Fátima Fernandes, considera o título Autarquia do Ano um reconhecimento motivador para os colaboradores e um impulso ao orgulho comunitário. O município tem-se focado em políticas de incentivo à natalidade, valorização cultural e sustentabilidade ambiental, transformando os desafios da região interior em oportunidades para atrair investimento e fixar população.

Como avalia o impacto do título Autarquia do Ano para o município para os seus colaboradores e população local? Que desafios considera fundamentais para continuar a manter este nível de excelência?

Este reconhecimento é muito motivador porque reflete o trabalho e empenho dos colaboradores do município, valorizando-os, assim como valoriza todo este território, sendo motivo de orgulho e de incentivo. Este orgulho abrange toda a comunidade, validando a estratégia do município e o trabalho realizado para aumentar valor, atrair investimentos e fixar pessoas. A estratégia articula tradição e inovação, transformando os desafios da interioridade em vantagens competitivas, destacando as boas

práticas da autarquia e da comunidade. O objetivo da autarquia é atender às necessidades das pessoas, promover o seu bem-estar e identidade territorial. A atribuição e divulgação destas distinções são inspiradoras e motivadoras, mas também exigem um esforço contínuo para fazer sempre mais e melhor, trabalhando em rede com parceiros estratégicos, o que representa o maior desafio coletivo: a colaboração em prol do bem comum.

O projeto “Concessão de apoio financeiro à família” foi premiado na categoria de apoio social. Considerando o problema da desertificação rural, como avalia o sucesso desta iniciativa e que ajustes ou novas medidas considera necessários para amplificar os seus resultados?

As autarquias têm a responsabilidade de implementar políticas que valorizem a família, prevenindo situações de risco e vulnerabilidade e garantindo que as necessidades dos municípios sejam atendidas. A dispersão populacional, o envelhecimento e a diminuição da população têm impactado negativamente o desenvolvimento económico local. Para estimular a natalidade e fixar habitantes, é oferecido um subsídio anual, pago em seis prestações, a todas as famílias com segundos filhos e seguintes até aos doze anos, assim como apoio à frequência em creches não financiadas pelo Estado. Este subsídio, indexado aos dois primeiros escalões do subsídio familiar para crianças e jovens, destina-se a apoiar famílias de menores recursos e a melhorar as condições de vida dos grupos mais carenciados. Como resultado, tem-se observado um ligeiro aumento da natalidade, interrompendo a tendência de diminuição dos nascimentos dos últimos anos. O próximo passo é encontrar formas de inverter esta situação, especialmente no interior do país.

A Feira do Fumeiro foi premiada na área de Cultura e Património. Quais os desafios que a autarquia enfrenta para equilibrar a preservação das tradições culturais com a necessidade de inovação e modernização para manter o evento atrativo?

A Feira do Fumeiro visa promover os produtos locais, valorizando economicamente o fumeiro e estimulando a economia local, ao

Fátima Fernandes, Presidente

mesmo tempo que promove a cultura e a identidade barrosã. Este acolhimento caloroso, aliado à qualidade dos produtos, gera um forte sentimento de pertença entre residentes e visitantes, atraindo um vasto público e tornando-se na maior Feira do Fumeiro do país em termos de vendas. O evento conta com um espaço interior amplo para a comercialização de fumeiro e produtos derivados do porco, e uma área exterior dedicada a produtos endógenos como pão, mel, licores e compotas. Na Praça de Sabores, os visitantes podem degustar os produtos da feira, acompanhados por sopa de lavrador cozinhada em grandes potes de ferro. À noite, a animação é garantida por espetáculos musicais. A qualidade dos produtos é assegurada por uma fiscalização rigorosa desde a criação dos animais até à transformação em iguarias, preservando a tradição e cumprindo exigências sanitárias modernas. Reconhecida como Património Agrícola Mundial, a feira combina gastronomia com natureza, oferecendo passeios, trilhos temáticos, provas gastronómicas e demonstrações culinárias por chefs de renome, evidenciando a riqueza e variedade do concelho.

As necessidades das famílias, especialmente as mais vulneráveis, são uma prioridade. Esta medida não só apoia as famílias, mas também a economia local, através de reembolsos mensais de despesas em bens e serviços essenciais

Montalegre foi destacada pela implementação de eventos como a “Sexta 13”, que tem um impacto económico e turístico significativo. Como tem sido possível manter a sustentabilidade do evento, especialmente com a sua certificação como EcoEvento? Há planos para expandir ou replicar noutras áreas?

A Sexta 13 tornou-se uma marca de identidade do concelho, destacando-se pela sua projeção mediática e pelo sucesso de cada edição. Este evento, que celebra a cultura celta e as tradições locais, como os serões de Barroso, onde se contavam histórias de magia e superstição, revive a cultura popular e atrai milhares de visitantes com um espírito mágico. A organização preocupa-se com a qualidade, a inovação e a responsabilidade social, considerando que o concelho está inserido na bioregião da Rede Natura 2000 e no Parque Nacional da Peneda Gerês. Para garantir a sustentabilidade do evento, investe-se na gestão de resíduos, na recolha seletiva, no uso responsável de água e energia, e na sen-

sibilização dos participantes. O objetivo é minimizar o impacto ambiental, promovendo uma experiência culturalmente rica e ecologicamente responsável, uma estratégia também aplicada na Feira do Fumeiro.

Em termos de política social, Montalegre foi premiada com o projeto “Olhares pela Maternidade”. Como vê o papel da autarquia na luta contra a desigualdade social e a criação de oportunidades para as famílias mais vulneráveis? Que outros apoios ou programas estão a ser desenvolvidos para reforçar essa inclusão?

É um grande orgulho para o município ser distinguido com este galardão, que prova a nossa dedicação ao desenvolvimento da terra e ao bem-estar da população. As necessidades das famílias, especialmente as mais vulneráveis, são uma prioridade. Esta medida não só apoia as famílias, mas também a economia local, através de reembolsos mensais de despesas em bens e serviços essenciais para o desenvolvimento de crianças até aos três anos. Além disso, é um incentivo à natalidade, pois se prolonga no tempo e é complementado por outros apoios destinados a famílias com poucos recursos. Outros projetos estão em preparação, todos com o objetivo de aumentar o orçamento familiar de quem enfrenta dificuldades e, acima de tudo, de elevar a autoestima de grupos mais vulneráveis, dignificando a sua participação social.

Qual é a sua visão para o futuro de Montalegre em termos de desenvolvimento sustentável, valorização dos recursos naturais e promoção da identidade cultural? Como a autarquia pretende responder às novas exigências sociais e económicas sem comprometer a essência local?

O nosso concelho é um espaço no interior norte repleto de recursos e oportunidades. O desafio consiste em promover a sustentabilidade ambiental, respeitar as características de um espaço predominantemente rural e impulsionar o desenvolvimento através da transição ecológica e digital, da inovação social, do turismo sustentável, da valorização cultural, da melhoria dos cuidados de saúde e da promoção de um envelhecimento saudável. Acreditamos que a qualidade de vida, as potencialidades endógenas e a paisagem, juntamente com uma forte dinamização cultural, são fatores importantes para atrair e fixar jovens. No entanto, é necessário que o governo central demonstre arrojo e visão estratégica na implementação de uma política de gestão do território sustentável.

UMA FREGUESIA AO SERVIÇO DA COMUNIDADE

A Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho, liderada pela Presidente Helena Correia, com projetos e parcerias estratégicas para reforçar a coesão social, destaca-se como exemplo de excelência autárquica e modelo de gestão sustentável.

O Prémio de Excelência Autárquica reconhece práticas inovadoras. Que tipo de estratégias a Junta de Freguesia está a implementar para fomentar a inovação nas suas políticas e programas, e como pretende adaptar essas iniciativas às necessidades da população?

As atividades e iniciativas promovidas pela Junta de Freguesia têm sempre o objetivo de ir ao encontro das necessidades da população, manifestadas das mais diversas formas. São sempre pensadas de modo a conciliar a nossa criatividade e vontade de inovar, de fazer mais e diferente, com os anseios dos nossos fregueses. Uma das formas de conseguir esta aproximação da comunidade às nossas práticas é contar com uma rede de parceiros reconhecidos e adequados a cada iniciativa, que possam trazer a sua experiência e conhecimento, mas também que ajudem a alargar o âmbito e a adesão de públicos-alvo diferenciados a cada uma delas.

O que tornou os “Torneios de Jogos Tradicionais” e o “Freguesia + Florida” projetos vencedores? Acha que estes projetos poderão ser replicados por outras autarquias como exemplo de boas práticas?

Penso que, essencialmente, foi a adesão da comunidade. Assim, no caso dos Jogos Tradicionais evidenciamos a participação de toda

a comunidade educativa da Lousã – Agrupamento de Escolas e Status – nos Jogos da Freguesia e o envolvimento das associações, coletividades e comerciantes nos Torneios. Aliada à vertente mais científica e educativa, conseguimos levar a prática dos jogos para a rua e para o dia a dia dos nossos fregueses. No projeto Freguesia + Florida/Lousã + Florida, contamos com a parceria da Associação Empresarial Serra da Lousã (AESL) e da Câmara Municipal, mas os verdadeiros vencedores são os comerciantes/lojistas que aderiram já que são eles que vão plantar as flores e depois cuidar das floreiras que vamos colocar juntos aos diferentes estabelecimentos. Tentaremos agora convencer os fregueses a aderirem ao projeto, plantando flores e aromáticas nas suas varandas e janelas, conseguindo uma freguesia mais florida e contribuindo para a biodiversidade e sustentabilidade.

A Rede Cuidas é uma iniciativa que se distingue pelo seu foco em apoio social. De que forma a colaboração com parceiros como a ADSCCL e o Agrupamento de Escolas da Lousã contribuiu para a eficácia do projeto e qual o papel desta rede no reforço da coesão social na freguesia?

As iniciativas de ação social da Junta de Freguesia passam também pela ADSCCL, entidade que responde de modo justo e responsável aos desafios e necessidades dos Fregueses. O trabalho da Junta em rede com os parceiros ADSCCL, Agrupamento de Escolas, Câmara Municipal e IPSS da Freguesia garante eficácia e transparência nas respostas sociais, nomeadamente aos cidadãos.

Que contribuições espera que o Observatório da Dinâmica das Autarquias Portuguesas traga para a melhoria contínua e políticas sustentáveis? Considera que este projeto poderá abrir novos caminhos para uma gestão autárquica mais colaborativa?

Considero que a possibilidade de partilha de boas práticas abre sempre novos caminhos e que é a mais valia deste Observatório. As soluções que hoje apresentamos e que consideramos adequadas para responder às necessidades dos nossos fregueses nas mais diversas áreas de intervenção da Junta de Freguesia devem ser todas encaradas como um processo em constante melhoria. As soluções que hoje respondem podem no futuro não ser as mais justas ou sustentáveis. Assim, é importante partilhar e conhecer exemplos de práticas diferentes e ter a capacidade de as replicar e adaptar à nossa realidade.

Helena Correia, Presidente

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.