Revista Business Portugal Fevereiro 2020

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Fevereiro 2020

Portugal Criativo Silves Capital da Laranja Especial Saúde Região Oeste

LIDERAR NO FEMININO, UM NOVO PARADIGMA NA ADVOCACIA Fátima Pereira Mouta, Sócia Fundadora

Fotografia: Ricardo Junqueira

PEREIRA MOUTA MENDES & ASSOCIADOS


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PEREIRA MOUTA MENDES & ASSOCIADOS SOCIEDADE DE ADVOGADOS RL

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ÍNDICE

Revista Business Portugal | Fevereiro 2020

EDITORIAL Caros(as) leitores(as), Gostaria de começar por brindar a sua escolha em continuar a acompanhar a Revista Business Portugal e aproveito para lhe desejar um feliz ano novo. Ano novo, cheio de novidades e estas começam de dentro para fora, como irá certamente reparar quando começar a folhear a sua revista de eleição. Mudámos a nossa imagem a pensar em si e nos nossos parceiros, com o objetivo comum de nos destacarmos e de continuarmos a ser inovadores não só na forma como nos apresentamos, mas também na forma como comunicamos o que acontece no mundo empresarial. A originalidade e a criatividade continuarão a ser os nossos motes, bem como o empreendedorismo nacional, com destaque para os municípios, para as camadas jovens que decidem arriscar e apostar em micro negócios que, lutando e ultrapassando obstáculos atingem os patamares que almejam. Queremos continuar a ser os primeiros a comunicar e a trazer-lhe as mais novidades que as marcas nacionais querem fazer chegar até si.

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BE PRESENT

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IV MOSTRA SILVES CAPITAL DA LARANJA

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CÂMARA MUNICIPAL DE MANTEIGAS

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CÂMARA MUNICIPAL DO CADAVAL

Contamos a contar consigo para nos acompanhar nesta caminhada Boa leitura. Fernando R. Silva Diretor

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: Guidetarget, Lda | Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 NIPC: 509 457 045 Conselho de Administração: Fernando Silva Participações sociais Fernando Silva (+5%) Diretor: Fernando Silva Direção Editorial: Ana Miguel Lopes (ana. lopes@revistabusinessportugal.pt) Direção Gráfica: Beatriz Arrojado (beatriz.arrojado@revistabusinessportugal.pt)/imagens: Unsplash/ Corpo Redatorial: Laura Azevedo, Sara Oliveira, Diana Correia, Raquel Caldas, Inês Mendes Vieira, Beatriz Quintal Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) Dep. Comercial: Fernando Lopes, Isabel Brandão, José Luís Basto, Luís Pinto, Luís Silva, Marília Freire, Vera Pinho (geral@revistabusinessportugal.pt) Sede da redação: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 Distribuição: Gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal fevereiro 2020 4 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


PM PEREIRA MOUTA MENDES & ASSOCIADOS

LIDERAR NO FEMININO: UM NOVO PARADIGMA NA ADVOCACIA

A Sociedade de Advogados Pereira Mouta Mendes & Associados é umas das maiores referências no panorama da advocacia portuguesa. Fátima Pereira Mouta concedeu uma entrevista à Revista Business Portugal e abordou temáticas como os novos desafios da globalização, o cliente visto como a principal preocupação e o papel da mulher no mundo do trabalho.

É o rosto da Pereira Mouta Mendes & Associados, Sociedade de Advogados, e uma referência na advocacia em Portugal. Poderíamos começar por conhecer um pouco melhor a mulher por trás do negócio e de que forma foi sendo traçado o seu percurso? Nasci na cidade de Braga. Contudo, aos 18 anos, decidi viver e estudar em Lisboa. Estudei Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, posteriormente, frequentei uma pós-graduação em Direito Empresarial, também na Faculdade de Direito de Lisboa. Desde muito jovem desenvolvi um grande interesse pelo conhecimento em várias áreas conexas com o funcionamento das sociedades no seu todo, nomeadamente direito, economia política, direitos humanos, filosofia, abarcando as áreas da justiça, área social, económica e política das complexas sociedades em que nos inserimos. Em suma, sou muito curiosa, gosto de estar sempre a aprender, no sentido de melhor compreender, conhecer as realidades que nos circundam, que nos afetam (ou podem afetar) e assim conseguir ajudar os nossos clientes, procurando as soluções mais ajustadas. Platão afirmava que somente aqueles que conhecem as várias dimensões da vida em sociedade teriam ferramentas para a reinventar. Também Hannah Arendt, na sua obra “A condição humana”, defendeu que enquanto permanecermos presos ao individualismo solipsista, não poderá existir uma esfera verdadeiramente pública. Quanto ao meu percurso, acredito que todos temos uma missão, dadas as nossas características singulares e o contexto social e económico em que vivemos. Parafraseando o filósofo espanhol Ortega y Gasset, "O homem é o homem e a sua circunstância".

Assumindo como compromisso a qualidade dos serviços prestados e a satisfação dos interesses dos clientes, a Pereira Mouta Mendes & Associados é hoje uma das mais prestigiadas referências nacionais. Fale-nos um pouco mais sobre a criação deste projeto. Este projeto surgiu da necessidade de criar um escritório que respondesse aos novos desafios decorrentes da globalização, caracterizada pela expansão do comércio e pelo investimento a nível internacional, bem como da necessidade premente da recuperação económica das famílias e do tecido empresarial. Efetivamente, em 2008, surge a crise financeira global que gera a pior retração económica desde a grande depressão de 1930. O desemprego atinge níveis historicamente elevados. Em 2011, a taxa de desemprego foi de 12,7 por cento; em 2012 subiu para 15,5 por cento e em 2013 atingiu 16,2 por cento (segundo dados do INE). Por outro lado, a quebra da faturação no âmbito da atividade empresarial, entre os anos 2011 e 2013, reduziu em média 75 por cento. Neste contexto, começam a surgir problemas económicos e sociais muito graves nas famílias e nas empresas portuguesas. O desemprego em larga escala conduz muitas famílias ao desespero, uma vez que deixam de conseguir pagar o crédito à habitação e os restantes créditos. Perante o incumprimento, os bancos intentam as ações executivas contra os devedores principais e os fiadores, que normalmente são os pais, conduzindo a que famílias inteiras fiquem com todos os bens penhorados e sem a casa de morada de família.

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PEREIRA MOUTA MENDES & ASSOCIADOS Flávio Mendes (sócio); Fátima Pereira Mouta (Fundadora); Iolanda Mouta Mendes (sócia-fundadora)

Com uma equipa de profissionais pautada pela excelência, rigor, profissionalismo e ética, a Pereira Mouta Mendes & Associados assume como principal foco o cliente, apostando num serviço de proximidade. É este também um dos vossos diferenciais? Somos uma equipa de humanistas. Preocupamo-nos essencialmente com as pessoas, pois o princípio da dignidade da pessoa humana plasmado no artigo 1º da Constituição da República Portuguesa, é o valor supremo do nosso Estado de Direito Democrático, já que o ser humano é o centro e o fim do direito. Todas as situações são singulares e devem ter um tratamento único adaptado às especificidades das situações concretas, o que requer cuidados especiais e, por vezes, urgentes. Lidamos com interesses muito importantes para as pessoas, que exigem uma atenção e cuidado muito intensos, no sentido de anularmos ou tentarmos reduzir os danos. Temos de estar sempre atentos a uma sociedade em permanente mudança, ter sentido crítico, ter discernimento e lucidez, nunca deixar de questionar se é este o caminho a seguir ou outro, de equacionar os melhores cenários possíveis à luz do ordenamento jurídico e utilizar bem os nossos conhecimentos e o nosso tempo com vista a construirmos um mundo melhor e mais lúcido. 6 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL J

A Pereira Mouta Mendes & Associados é um forte exemplo de liderança feminina. O que a levou a arriscar e a fundar este projeto? O que me levou a fundar este projeto foi essencialmente o cenário de escassez de informação com que as pessoas e as empresas se deparavam, em face das consequências da crise, que conduziu a depressões graves, divórcios a até em alguns casos ao suicídio. O desemprego, originado pela diminuição da procura, pela insolvência das empresas e pela diminuição do poder de compra, originou o chamado ciclo vicioso dos três D’s: Desemprego, Doença e Divórcio. Por sua vez, face à diminuição da procura e do poder de compra, os empresários, principalmente na área da construção civil e áreas conexas, entraram em incumprimento com os fornecedores e os bancos, o que conduziu à insolvência das empresas e também à insolvência dos empresários, dadas as garantias pessoais que concederam aos bancos, no âmbito dos investimentos empresariais. A sociedade está toda ela interligada, é um único tronco em que a ligação das partes compõe o todo, ou seja, um facto condiciona todos os outros. É premente e necessário que haja crescimento económico. Joseph Schumpeter, um grande economista austríaco, preconizava que a economia passa por ciclos altos e baixos, consoante as novas tecnologias vão sendo adotadas e as já existentes vão sendo eliminadas. Schumpeter via a falência e a obsolescência de algumas áreas de negócio como parte desses ciclos económicos.


TEMAMENDES DE CAPA LUSOSMILE PEREIRA MOUTA &// ASSOCIADOS

Flávio Mendes; Fátima Pereira Mouta; Iolanda Mouta Mendes e equipa

As mulheres assumem, cada vez mais, um papel preponderante na sociedade. Nas empresas, a realidade não é diferente. O espírito empreendedor, a capacidade criativa, empática ou de multitasking são apenas alguns dos atributos que imprimem nos cargos de chefia que ocupam ou nas empresas que lideram. Quais são, na sua opinião, os principais aspetos diferenciadores da liderança feminina? As mulheres têm um espírito empreendedor, são muito criativas, organizadas, adaptam-se facilmente a novas situações, que exigem agilidade e interligação com várias tarefas ao mesmo tempo, desenvolvendo intuitivamente técnicas e aptidões que fazem toda a diferença no alcance dos resultados. A sua criatividade permite a criação de novos modelos de negócio, introdução de produtos diferentes e de melhor qualidade, de novos métodos de produção, abertura a novos mercados e fontes de matérias primas mais atrativas. A liderança feminina possui inteligência emocional, ou seja, a sensibilidade e as características intrínsecas da mulher permitem uma melhor cooperação entre equipas e colegas, que gera motivação e empatia, diálogo e discussão da solução mais adequada. Existe simultaneamente autonomia profissional e um ambiente de trabalho mais descontraído e feliz. Portugal vem conquistando uma posição de destaque, sendo hoje um dos melhores países do mundo para as mulheres prosperarem enquanto líderes e empreendedoras, posicionando-se no 6º lugar. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer. Quais as principais dificuldades que as mulheres empreendedoras, em Portugal, continuam a enfrentar? Ainda temos uma sociedade muito masculina, em que a maioria dos cargos de topo nas empresas são homens e a maioria dos empresários também são homens. As mulheres ainda são

desvalorizadas e diminuídas no exercício de certas funções em relação à figura masculina. Na mentalidade da nossa sociedade, ainda existe o pensamento maioritário de que o homem tem mais capacidade e competência para gerir empresas e negócios por ser naturalmente mais agressivo, competitivo e pragmático, pelo que imprime mais autoridade e consegue ter melhores resultados. Todavia, isso não é verdade. Liderar é ter a capacidade de comunicar interna e externamente, de criar boas relações com os stakeholders, de tomar decisões, assumir e delegar responsabilidades, motivar os colaboradores, inspirá-los e promover o entusiasmo pelos projetos, reconhecer as capacidades dos colaboradores, definir objetivos e expectativas, ter flexibilidade e intuição. Apesar disso, todos os dias assistimos a histórias de resiliência e de sucesso de mulheres empreendedoras que vêm conquistando o mercado. Que conselho gostaria de deixar a todas as mulheres que desejem entrar e fazer a diferença no mercado de trabalho? Que o caminho é em frente! É necessário mudar de paradigma e reinventar a sociedade. As mulheres têm características muito especiais e diferentes dos homens, são mais empreendedoras, muito criativas, talentosas, não desistem, são intuitivas, capazes de criar novos modelos de negócio, dadas as suas aptidões intrínsecas. As mulheres são necessárias e muito importantes, tendo em conta os novos desafios decorrentes da globalização e da necessidade premente da recuperação e renovação do tecido empresarial. O grave problema estrutural da economia portuguesa é o fraco crescimento económico que se verifica desde o início do século XXI. Para haver crescimento económico é necessário que as empresas se reinventem num cenário em que a inovação e o empreendedorismo sejam os grandes pilares do novo tecido empresarial, colocando empreendedores e inovadores no cerne, não apenas da recuperação, mas do crescimento económico.

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PORTUGAL CRIATIVO CONTINUIDADE E PERSISTÊNCIA

O ano de 2020 ainda agora começou, mas a ideia de promover pessoas e projetos continua a ser levada com seriedade e dedicação. Da mesma forma, e a serem igualmente encaradas, existem empresas em Portugal que trabalham diariamente para ultrapassar as adversidades com que se deparam. Assim sendo, têm de ir à procura de soluções inovadoras, que vão de encontro com um mundo onde a criatividade se faz ouvir e sentir, cada vez mais. De facto, Portugal tem corrido as bocas do mundo pelas melhores razões, e a criatividade faz parte da lista. São os mais diversos setores de atividade que utilizam a inovação para, no presente e no futuro, conseguirem alcançar o sucesso com distinção. Para que tal aconteça, nos dias de hoje, é fundamental deixar a marca de forma única e criativa. A Revista Business Portugal foi conhecer algumas (de muitas) empresas que deixam essa marca, sem duvidar, de modo algum, da sua capacidade de resiliência. Todas elas representam mais-valias significativas para um país que está, progressivamente, no seu melhor.


QUALISTAMP

www.dmacengenharia.com

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DM AC DMAC ENGENHARIA

GARANTIA EXÍMIA DE QUALIDADE

A DMAC Engenharia é uma empresa de referência na sua área, baseada na sua capacidade técnica e na qualidade dos serviços que disponibiliza, tem vindo a impor-se no mercado das soluções energéticas. Em entrevista à Revista Business Portugal, Daniel Magalhães, fundador e CEO da DMAC Engenharia, apresentou a empresa, salientando que esta tem como visão prestar serviços eficientes e rigorosos.

de Tibães. No entanto, senti necessidade de evoluir, de me emancipar profissionalmente, e decidi abraçar outro desafio, desta feita diretor de produção. Aqui fiz o Hotel Meliá Braga e a reabilitação de algumas escolas do Parque Escolar. Posteriormente, recebi uma proposta aliciante, que consistia em iniciar o departamento de ar condicionado, na ABB - Alexandre Barbosa Borges. Após um processo de reflexão e maturação, terminado o percurso na ABB e já consciente das novas capacidades, conhecimentos e know-how adquiridos, decidi que estava na hora de criar a minha empresa, a DMAC Engenharia.

Descreva o seu percurso profissional até chegar à DMAC Engenharia. Concluí o curso de Engenharia Mecânica na Universidade do Minho e ingressei, de seguida, num estágio numa empresa de controlo de climatização que, de certa forma, acabou por me ajudar a compreender o controlo de equipamentos e como é que estes funcionam. Uma das grandes lacunas que identifico, atualmente, nos diretores de obra que estão associados ao AVAC, é precisamente a dificuldade em perceber como é que se controlam as máquinas. Nesta perspetiva, a empresa onde estagiei foi, deveras, importante, na medida em que me permitiu não só aprofundar alguns conhecimentos, mas também colmatar as lacunas que se verificam em determinadas obras. Posteriormente, decidi enveredar pela área da obra, desde a sua conceção até à finalização e pós-obra. Há, aproximadamente, 14 anos, comecei por fazer algumas obras de maior renome, tendo sido a primeira o Hotel Axis de Viana do Castelo, seguido da Hospedaria no Mosteiro

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Identificou necessidades específicas neste setor e/ou decidiu que era necessário apresentar um ponto de vista diferente a esta área de negócio e, por consequência, aos seus clientes? A minha saída da ABB ocorreu, essencialmente, porque sentia necessidade de abraçar um novo projeto. Numa primeira fase, propuseram-me voltar a trabalhar como consultor, prevalecia a ideia de fazer apenas consultoria na área da engenharia, fazer acompanhamento de trabalhos, alguma fiscalização e otimização de obras. Desta etapa à criação da minha empresa foi um ápice. Obtive várias propostas no sentido de realizar a obra, os clientes não pretendiam apenas a consultoria. Este momento foi crucial, assumimos o compromisso e realizámos, assim, uma das nossas obras mais emblemáticas ao serviço da Federação Portuguesa de Futebol: o Canal 11 – uma obra de grande envergadura e com grande impacto na nossa imagem. Essa foi a obra que nos catapultou para o patamar pretendido: reconhecimento pelo excelente trabalho de execução e rapidez do processo. O retorno foi imediato e não tardaram a surgir novos projetos e desafios.


DMAC ENGENHARIA

Abrangem todos os setores de atividade? A nossa área de ação é vasta e heterogénea. Executamos trabalho na indústria, hospitais, hotéis, porém não negligenciamos o setor doméstico, ainda que não seja o alvo principal. O nosso portefólio é diversificado e o facto de colaborarmos com a F.P.F., a Continental Mabor, o grupo Hospital TrofaSaúde é, indubitavelmente, o melhor cartão de visita que poderíamos almejar. A DMAC destaca-se pela qualidade, assim sendo não nos cingimos a responder a um caderno de encargos, definimos qual a solução a ser implementada e fazemos inclusive um aperfeiçoamento ao projeto, quer ao nível financeiro, quer ao nível funcional, tendo sempre em vista a otimização do investimento, tentando que o custo de exploração seja o mais reduzido possível e a rentabilidade seja a mais elevada. É um setor em que os equipamentos e materiais têm vindo a evoluir rapidamente, e nesse sentido procuramos parcerias com marcas reputadas, que sejam líderes em inovação, tecnologia, fiabilidade, eficiência energética, que ajam numa perspetiva de sustentabilidade e de uma economia circular, com uma grande de abrangência de produtos, soluções e serviços que nos permitam intervir no sector doméstico, comercial, terciário e industrial, e sem dúvida que a Daikin se tem destacado como nosso parceiro de eleição, enquanto marca líder de mercado e com uma presença mundial. De que forma se consegue evidenciar? A evolução está presente em todas as áreas, a minha empresa acompanha-a, não pode cristalizar no tempo, por isso não olhamos apenas para a redução do custo na tentativa do lucro fácil, focalizamo-nos na qualidade do produto que estamos a executar, tendo sempre em mente a satisfação do cliente, para que este nos recomende para outras obras. A filosofia da empresa assenta na boa execução com bons materiais. Seguir este lema tem custos, acabamos por não ser os mais baratos do mercado, mas se a obra e a sua qualidade se evidenciarem, o nosso trabalho fala por si e os clientes falarão por nós. Considera que trabalha num setor onde se paga pela qualidade? Sim. Depende do mercado, mas a maioria das empresas que estão no mercado e que são nossas concorrentes, trabalham com subempreiteiros e, nesse aspeto, sendo o empreiteiro uma entidade que apenas subcontrata, não apresenta valor à solução que está a ser feita e que, na maioria das vezes, não é avaliada a qualidade da empresa, mas sim apenas o preço final que apresenta para concluir a obra. No entanto, na DMAC Engenharia, temos tentado fazer as obras diretamente para o cliente final, que, por sua vez, compreende, que é necessário investir em materiais de qualidade e com mais durabilidade. Nesta área existem marcas com excelentes soluções e, muitas vezes, mais económicas das apresentadas nos cadernos de encargos e é este um dos pontos em que sobressaímos. Para além da capacidade de execução e da celeridade, ainda temos a perspicácia para apresentar preços mais competitivos, sem descurar a qualidade dos materiais.

Vemos, constantemente, reclamações em relação aos aparelhos de ar condicionado por serem prejudiciais à saúde. Isso tem que ver com a qualidade do ar? Isso tem que ver com a falta de manutenção associada a alguns equipamentos e, noutros casos, está relacionado com a falta de verba (principalmente em espaços públicos). Por exemplo, nos hospitais públicos há uma enorme condicionante. Os projetos de obras como os hospitais, para além de terem de cumprir com o decreto Lei 118/2013 RECS, têm também de cumprir os pressupostos de algumas portarias do Diário da República específicas para cada tipologia de serviço hospitalar. Já trabalhei em três grandes hospitais e a regra exige que, no final da obra, a Entidade Reguladora da Saúde faça vistorias, para atestar o cumprimento do projeto e exija um certificado e um ensaio de realização de todos os parâmetros da qualidade do ar, nomeadamente nos blocos operatórios, onde é mais exigente que nos restantes espaços. Todo este processo acarreta custos muito elevados para estas entidades, o que leva a que algumas acabem por descurar a qualidade do ar destes edifícios. Para si, o que significa a criatividade no setor da engenharia? A criatividade é a capacidade/necessidade de desenvolver novas ideias para cada projeto. Apesar de existirem semelhanças entre vários projetos, a verdade é que todos eles têm peculiaridades e isso envolve uma enorme criatividade e capacidade de resposta. Sente que tudo começou na altura certa? Sim, comecei na altura certa. O mercado estava recetivo e, como tal, faturámos um milhão e seiscentos mil euros no primeiro ano. Superámos o nosso objetivo e pretendemos continuar neste caminho. Temos obras para terminar até ao final de março e estamos a orçamentar novos projetos para o ano de 2020. Perspetivamos aumentar a faturação e a equipa e temos o objetivo de trocar de instalações, ainda, no decorrer deste ano.

Daniel Magalhães, CEO

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BALTOR

BUILDING TRUST Com instalações em Viana do Castelo, a Baltor é hoje uma empresa de referência na área da engenharia e construção civil. Este projeto criado em 2008, por Paulo Balinha e Bruno Torres, recebeu recentemente um novo impulso, com a chegada de Cláudio Costa, que em entrevista nos deu a conhecer um pouco melhor o projeto e de que forma se pretende diferenciar no mercado. A Baltor é hoje uma empresa de referência na área da engenharia e construção civil. Poderíamos começar por recordar a génese do projeto e o que vos motivou a arriscar e a criar esta empresa? Paulo Balinha (P.B.): A Baltor surgiu em fevereiro de 2008 e foi criada de raiz por mim e pelo Bruno Torres. Estudámos juntos Engenharia Civil, e depois de um percurso profissional relativamente curto por conta de outrem, optamos por criar a nossa própria empresa. Não era, de todo, a altura mais favorável, uma vez que coincidiu com o início da última grande crise em Portugal, mas isso foi, surpreendentemente para algumas pessoas, uma das principais razões que nos levou a enveredar por este projeto. A maior parte dos nossos colegas, recém-formados, tinha no momento como única perspetiva de futuro, emigrar. Nós, pelo contrário, não tínhamos essa intenção. Portanto, decidimos criar o nosso próprio negócio, a nossa própria empresa, de forma a tentar evitar, precisamente, essa necessidade de emigrar e quem sabe, “surfar" a onda quando viessem melhores dias. E assim surgiu este projeto. A Baltor centra a sua atividade na construção civil e obras públicas, contando com uma consolidada carteira de clientes. Atualmente trabalham sobretudo com o mercado nacional, ou também já trabalham com o mercado estrangeiro? P.B.: O nosso foco é o mercado nacional. Em determinado momento, também se propalou essa ideia e essa necessidade de exportação. A verdade é que, empresas com grandes e pesadas estruturas tiveram essa necessidade, porque o mercado português já pequeno, tornou-se ainda mais com a crise. No entanto, a nossa estrutura otimizada, permitiu-nos fugir dessa necessidade. Temos tentado fazer o nosso caminho cá, dentro de portas. Para já o nosso objetivo continua a ser esse, fazer engenharia e construção em Portugal, tudo o mais português possível.

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Ao contrário do Paulo e do Bruno, que fundaram a Baltor, o Cláudio chegou ao projeto mais recentemente, mas com um grande objetivo. P.B.: A entrada do Cláudio Costa no projeto foi um passo de coragem, mas muito bem pensado. Acreditamos ter feito a escolha certa, que nos ajudará a preparar ainda melhor para o futuro e para darmos mais alguns passos no caminho do crescimento sustentado. Pretendemos com a entrada do Cláudio ficar ainda mais fortes e assim poder fazer face a diferentes tipos de desafios, entrar em novos sectores e estratos. Acreditamos, sem dúvida, que o Cláudio será, com toda a certeza, uma grande mais-valia para o projeto. Cláudio Costa (C.C.): A minha chegada à Baltor é muito recente, mas intensa. Estive cerca de 17 anos ligado a outro projeto, numa estrutura que inicialmente era pequena, mas que num curto espaço de tempo cresceu e se tornou numa das maiores referências do país, o que me proporcionou um grande know-how na gestão e conhecimento do mercado. Vi a Baltor, como uma empresa light, inquieta, verticalmente jovem e sem correntes, o que aliado ao facto de não ser uma empresa familiar, revelou-se para mim impossível recusar esta proposta, seria uma “insanidade” da minha parte, pois a nosso ver é um casamento perfeito. Acho que, realmente, a Baltor vai dar muito que falar… O mais difícil foi criar a empresa e trazê-la até aqui, a minha parte acredito que é a mais fácil. Com a solidez financeira que a Baltor tem, com esta dinâmica acionista / administração jovem, e juntando ainda o facto de estarmos situados numa zona estrategicamente importante para o setor da construção, acredito que temos todos os ingredientes necessários para apostar num vincado e definitivo posicionamento no mercado. Acredito que temos o cartão de visita mais valioso, o da construção habitacional, que é o mais difícil e exigente. As nossas equipas conhecem perfeitamente as exigências deste setor da construção, desde as moradias e hotéis do setor de Luxo, até à habitação/hotelaria do setor económico/low cost. Estes projetos exigem grande gestão


BALTORA

das várias especialidades, recursos humanos e cuidado nos acabamentos, tanto nos casos de maior como de menor nobreza dos materiais previstos, porque ao fim e ao cabo, tem de ficar sempre bem à primeira e no timing certo, para não comprometer as próximas especialidades e a entrega da obra ao cliente, quer seja residente permanente ou de uma noite. Foi o início perfeito para podermos abraçar outro tipo de projetos, levando connosco padrões de qualidade, exigentes. A Baltor quer agora estar mais forte ainda nas grandes superfícies, nos espaços comerciais e nas plataformas logísticas, onde já concluiu com sucesso alguns projetos. No fundo, a Baltor não quer fazer muito, mas quer fazer bem, queremos ser uma referência. A falta de recursos humanos é evidente no setor da construção civil. A escassez de mão-de-obra, sobretudo qualificada, obriga à procura de soluções mais inovadoras? P.B.: Sim, sem dúvida. O caminho passa por procurar soluções que, inevitavelmente, careçam de menos mão-de-obra. Estamos muito preocupados com a formação, mas também em conseguir sistemas construtivos mais céleres, mais eficientes e mais ambientais. Estamos focados em investir na qualificação dos recursos humanos, em ter meios próprios, e também em investir nos processos. Efetivamente, começamos a sentir em Portugal uma tendência para inovar, e inovar é procurar soluções que hoje não careçam de mão-de-obra. No entanto, se compararmos o mercado nacional ao mercado francês, onde já se faz praticamente tudo em construção modular, ainda estamos a anos-luz. Hoje em dia são muito poucas as pessoas que escolhem seguir esta área e, consequentemente, a aposta em formação acaba por ser desvalorizada. Bruno Torres: Nós sentimos sobretudo essa falta de formação em projetos de reabilitação, onde os acabamentos, sobretudo, exigem maior conhecimento por parte do colaborador. Graças a essa lacuna, pretendemos, num curto prazo de tempo, criar uma equipa própria que, depois, será também ela capaz de formar novos colaboradores.

De que forma a Baltor se diferencia no mercado? C.C.: Estamos muito presentes, damos a cara. O principal fator é a proximidade. O maior desafio que temos é crescer, ser uma referência, mas sem nunca perder esta proximidade, o que não é um desafio fácil. Preocupa-nos muito o tema da segurança e do ambiente, sendo a segurança em obra o nosso grande foco. O futuro passa pelo crescimento, sem nunca perder a proximidade com o cliente. Que outros objetivos têm previstos para 2020? C.C.: Formar pessoas é um desafio interno que temos. Estamos em conversações com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, nesse sentido. Sabemos que vamos precisar de recursos e, por isso, estamos a apostar na formação. Queremos formar pessoas à nossa medida. Este é um dos desafios que temos para 2020. Apesar de já estarmos com projetos em Lisboa e no Porto, pretendemos realçar a nossa presença no Porto, onde entendemos que não temos dado a devida atenção, sobretudo na parte de hotelaria e residências. Continuaremos a apostar também em projetos públicos. Concluímos recentemente a Requalificação da Escola Básica e Secundária de Barroselas (aproximadamente 1.85M€) e iniciamos este mês a Requalificação da Escola Sidónio Pais, em Caminha (aproximadamente 3.5M€). A Baltor fecha 2019 com o volume de negócios de quase 9M€ e pretende duplicar este número para 2020. Este ano iremos também inaugurar os nossos novos escritórios centrais e estaleiro, que são completamente disruptivos e diferentes do habitual. Queremos que sejam o espelho daquilo que é o nosso estado de espírito, livre, arrojado, inquieto, mas muito focado e responsável.

Bruno Torres,Paulo Balinha e Cláudio Costa, Sócios

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TOCÁ RUFAR

Rui Júnior, diretor

PROMOVER A CULTURA PORTUGUESA ATRAVÉS DA MÚSICA Criado com a missão de estimular a prática da percussão tradicional portuguesa como catalisadora da inclusão social, o Tocá Rufar é um projeto que vale a pena conhecer nesta edição da Revista Business Portugal. Para isso, estivemos à conversa com Rui Júnior, diretor do Tocá Rufar, que em conversa nos deu a conhecer melhor o trabalho desenvolvido e de que forma o projeto se diferencia.

Apresentam-se como um projeto modelo de formação artística e cultural. Como surgiu a iniciativa de criar o Tocá Rufar? O Tocá Rufar surgiu em 1996, quando me foi dirigido um convite para a criação de um evento no âmbito da Programação Prioritária Nacional da Expo’98. O instrumento escolhido foi o Bombo, um instrumento de percussão tradicional português e, na altura, foram mobilizados 800 tocadores oriundos das escolas públicas do Seixal, de Lisboa e Loures que, durante dois anos, trabalharam para a construção do espetáculo. Uma vez realizada a performance na Expo’98 e para que o trabalho de valorização do Bombo, iniciado neste processo, não terminasse por ali, o Tocá Rufar extravasou o seu propósito inicial e constituiu-se como associação, a 29 de março de 1999. A partir daí o projeto passou a responder por uma orquestra de percussão, uma companhia de música, e pelo desenvolvimento de aulas de percussão e formação de orquestra de percussão em todo o país atraindo crianças, jovens e adultos e realizando parcerias com diversas instituições públicas e privadas. Promover a percussão tradicional portuguesa e do instrumento bombo é o objetivo da Tocá Rufar. Qual a vossa principal missão e em que aspetos se diferenciam? A nossa missão é estimular a prática da percussão tradicional portuguesa como catalisadora da inclusão social, integrando pessoas de todas as idades. A percussão é utilizada como ferramenta para o desenvolvimento social, despertando, 14 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

através do Método de Ensino do Tocá Rufar, competências sociais e pessoais nos seus tocadores, ao mesmo tempo que gera neles um sentimento de pertença, no seio de uma prática artística. Desde 2019 que o Tocá Rufar é membro da Rede de Associação e Clubes para a Unesco, reflexo da nossa vertente de investigação, que resultou na realização de cinco congressos nacionais e na candidatura, recentemente submetida à DGPC (Direção Geral do Património Cultural) pela nossa associação, da “Construção e Práticas Coletivas dos Bombos em Portugal” à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO - Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial - CONVENÇÃO 2003). Este projeto congrega mais de 350 grupos de percussão tradicional portuguesa em sete países. O método utilizado pela Tocá Rufar assenta na criação de novas ideias e novas experiências. De que forma transportam a criatividade e a originalidade para o vosso trabalho? Na atual cena cultural portuguesa a realização de iniciativas culturais, como a que o Tocá Rufar, propõe são necessariamente de intervenção sociocultural e assumidamente uma oferta de modelos e práticas culturais alternativas a uma indústria de entretenimento que pouco apela para o desenvolvimento pessoal e social das pessoas e grupos. Inscreve-se, por isso, nos modelos de intervenção sociocultural tendentes ao desenvolvimento da sociedade civil, nomeadamente das suas componentes mais frágeis e mais carentes de atenção. Neste âmbito, o Tocá Rufar propõe a capacitação de in-


TOCÁ RUFAR

divíduos em termos de técnica e maturidade musical, certificando o desenvolvimento das competências de resiliência, pensamento crítico e criativo, comunicação e autorregulação. Que ações de Team Building desenvolvem e quais as mais-valias das mesmas? As nossas sessões de Team Building são ações de formação para empresas, associações e outras instituições e estruturam-se na forma de oficinas de percussão tradicional portuguesa com duração de uma a duas horas, desenhadas especificamente para gerar um sentimento de equipa, promover e potenciar o trabalho de grupo. Para tal, utilizamos os instrumentos e o repertório tradicional e a dinâmica organizacional própria de uma orquestra. No ano passado, em 2019, realizámos perto de 50 ações de Team Building e os relatórios de avaliação refletem satisfação acima das expectativas. Indique quais os projetos que têm para mostrar a dinâmica da Tocá Rufar. As nossas atividades centrais, para além da reconhecida Orquestra Tocá Rufar, são as ações de formação, seja no âmbito escolar, seja no Curso Livre da Orquestra Tocá Rufar, sempre de forma gratuita. As nossas formações nas escolas, integradas ao ensino formal, fazem parte do currículo da Área de Expressões e ocorrem em escolas da rede pública para alunos do 3º e 4º anos do 1º ciclo nos Municípios do Seixal e da Moita. Já a formação da Orquestra Tocá Rufar é complementar ao ensino formal, e tem como principais atividades a prática instrumental e a realização de espetáculos resultantes deste investimento na formação musical gratuita de crianças, jovens e adultos, e do desenvolvimento de projetos artísticos para apresentação pública em que os intérpretes são os próprios alunos.

TOCARUFAR@TOCARUFAR.COM RUA MIGUEL BOMBARDA, Nº 40 2840-514 SEIXAL

DIRECÇÃO 917 575 664 SECRETARIA 214 057 906

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 15


VA GLOBAL

“WE MAKE OPPORTUNITIES”

No mercado desde novembro de 2015, a VA Global é hoje uma referência na indústria do Marketing de Rede, em Portugal. Para melhor compreendermos este modelo de negócio rumamos até Vilela, Paredes, onde estivemos à conversa com Manuel Martins, CEO e Co-Founder da VA Global.

A VA Global é hoje uma referência na indústria do Marketing Multinível, em Portugal. Poderíamos começar por conhecer um pouco melhor este projeto e em que momento decide apostar na sua criação? O meu primeiro contacto com esta indústria remonta ao ano de 1993. Em 2005 tive a oportunidade de ingressar numa empresa americana de Marketing de Rede, onde permaneci durante dez anos. Esta experiência permitiu-me perceber o potencial desta indústria. Em abril de 2015 surgiu a ideia de avançar com este projeto e em novembro desse ano a VA Global iniciou a sua atividade com o objetivo de criar um modelo de negócio de sucesso para todos os distribuidores e associados, sendo que, atualmente, somos a única empresa portuguesa, em Portugal e na Europa, na indústria do Marketing de Rede . A VA Global surgiu com o objetivo de criar um negócio global de sucesso para todos os seus distribuidores e associados. Em que consiste este modelo de negócio? Este é um modelo de negócio direcionado para aqueles que pretendem criar o seu próprio negócio, ou para aqueles que pretendem poupar nas suas compras. Neste momento, a VA Global tem disponíveis duas vertentes. Temos uma vertente mais empreendedora, direcionada para todas as pessoas que desejam criar o seu próprio negócio e expandi-lo e temos uma outra vertente direcionada para pessoas que desejam apenas consumir os produtos e poupar nas suas compras. No caso da primeira vertente, a pessoa torna-se um distribuidor, da VA Global, e constrói a sua própria rede de distribuição, podendo ter vários associados, ou distribuidores. Esse distribuidor irá assim auferir de um plano de compensação, que lhe vai permitir ganhar sobre toda a rede de distribuição. Por outro lado, a segunda vertente, criada no final de 2019, tem um conceito diferente, mas muito interessante. Nesta opção, criamos uma loja online personalizada para a pessoa (associado), sendo que pode movimentar todos os produtos e serviços das várias marcas existentes na sua plataforma. Alimentação, Saúde e Bem-Estar, Bebidas Espirituosas, Joalharia, Eletrodomésticos, Telecomu-

João Couto e Manuel Martins, Fundadores

nicações e Energias são algumas das áreas de produtos e serviços que pode comprar mais barato e ainda beneficiar sempre que alguém efetua uma compra na sua loja online. . A VA Global destaca-se por apresentar um segmento de produto diferenciado. O que motivou esta aposta? A VA Global, ao contrário da grande maioria das empresas desta indústria, iniciou a sua atividade com produtos alimentares. A principal ideia foi apostar em produtos de qualidade. Inicialmente, começámos com o vinho e com o café, mas hoje já temos um leque muito mais amplo de produtos que vão desde as conservas, ao mel, aos chocolates artesanais e até aos produtos 100 por cento naturais. Todos os nossos produtos diferenciam-se por serem produtos de origem portuguesa, à exceção do café, e também pela sua qualidade. Neste momento, já temos duas marcas próprias, a Ser Aroma’s e a Nutraceutical Healthcare, e trabalhamos também com várias marcas conceituadas que disponibilizam os seus produtos e serviços. Qualquer um dos nossos produtos pode ser adquirido através da nossa plataforma online (www. vagl.pt) que já se encontra disponível em 27 países. O que podemos esperar da VA Global para 2020? Neste momento, estamos a apostar em novas parcerias e a trabalhar em áreas que pretendemos implementar este ano com empresas portuguesas. Em outubro de 2019 criámos também a nossa própria criptomoeda, VAG, que será lançada em exchange no final deste ano (www.teamvag.com). Nesse sentido, estamos também a desenvolver diversas parcerias com empresas que, no futuro, aceitarão a nossa criptomoeda como forma de pagamento.

Obtenha já a sua loja online GRATUITAMENTE e desfrute de poupanças incríveis. Contacte-nos para o 913 950 200 / 255 892 417 ou através do nosso site www.vagl.pt 16 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL PROPOSTA 2020


CRIATIVIDADE FEMININA

A inclusão da mulher no círculo do poder tem vindo a ser um tema discutido nos últimos anos. A verdade é que, cada vez mais, o papel principal no mundo dos negócios tem sido de muitas mulheres, que vivem a sua vida baseada no empreendedorismo - um processo de iniciativa na implementação de novos projetos, com um novo olhar sobre o mundo, alicerçado ao conhecimento e à inovação. A transformação de uma sociedade igualitária está a depender da luta das mulheres e das conquistas impostas por si mesmas. Desta forma, existem muitos exemplos que utilizam a criatividade como área de negócio e que ultrapassam os desafios sociais que as mulheres podem enfrentar. Um deles é a “empreendedora de gema” Madalena Rugeroni, responsável pela Too Good To Go: uma aplicação que ajuda a reduzir o desperdício alimentar, dando oportunidade aos estabelecimentos de vender comida em ótimo estado e ao utilizador de consumir refeições de forma sustentável. O principal objetivo é criar um mundo melhor, com um consumo consciente. Atualmente a mulher está a deixar a sua marca nas mais diversas áreas criativas, levando o nome de Portugal e do empreendedorismo a todos os cantos do mundo.


BE PRESENT

BE PRESENT EVERYWHERE Em apenas um ano, a Be Present implementouse no mercado com muitas multinacionais na sua carteira de clientes. O segredo é o serviço personalizado que presta e o acompanhamento de todas as fases dos projetos. A criatividade está sempre presente, como Sofia Tavares, a mulher que é a alma e o coração da empresa.

Um ano de empresa, mas um longo percurso profissional até chegar aqui. Fale-nos da sua experiência. Apostei na minha formação e comecei a trabalhar para conseguir finalizar os estudos. Essa é uma conquista que me orgulha e que diz muito do meu percurso. Fui para um call center para superar uma dificuldade de dicção, porque sempre achei que podemos melhorar os nossos pontos fracos. Seis meses depois fui promovida a líder de equipa com cinco pessoas a cargo. Juntei-me, depois, à equipa de telemarketing da atual NOS, onde também rapidamente fui promovida a líder de equipa. Quando iniciei a função de assessora numa empresa do grupo BusinessUp (liderada por João Catalão e Ana Penim) percebi que, para desempenhar essas funções, teria de ter conhecimento sobre todos os departamentos da empresa e aí o crescimento foi contínuo. Durante nove anos, fui o braço direito do diretor geral, até que chegou uma altura em que senti que não tinha margem para progredir na carreira, e também não tinha mais nada qualitativo a acrescentar à empresa e fui bater à porta da Talenter (grupo de empresas portuguesas lideradas pelo César Santos).

Trocou o certo pelo incerto? Sentia-me a estagnar e tinha de fazer algo. Fui oferecer os meus serviços ao diretor geral, mas não havia vaga para assessoria e ele propôs-me um lugar na área comercial. Arrisquei, sempre gostei de desafios e correu bem. Passados dois anos, assumi o cargo de assessora do diretor geral (César Santos) e fiquei mais dois anos e meio. Depois, comecei uma nova jornada na Nobre (liderado por Rui Silva), com outro desafio em trade marketing, uma área diferente onde foi útil o background em eventos e formação que já trazia e o conhecimento do mercado português que adquiri na primeira empresa. Quando a minha chefe foi de licença de maternidade, assumi o departamento, onde tive a liberdade de introduzir o meu cunho através de novas ideias e novas metodologias de trabalho. Quando ela regressou não fazia sentido eu voltar à minha função anterior e despedi-me. Nessa fase comecei a desenhar o meu projeto. Ainda experimentei algumas parcerias com as quais não me identifiquei e, em 2018 (dezembro), avancei com a Be Present. Sofia Tavares por Paulo Miguel Martins

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para revista ACTIVA


BE PRESENT

Qual é o principal objetivo da Be Present? É trabalhar com os clientes na ativação da marca, desde a criatividade, às soluções de materiais, na formação de comerciais, ou seja, tudo o que já experienciei e que consigo acrescentar como mais-valias. Há muito trabalho de consultoria, de produção, de gestão de eventos, contratação de promotores... Estou presente em todas as fases, desenho a estratégia e implemento-a, acompanho no terreno, é um serviço muito personalizado. Em que é que a Be Present se destaca face às outras empresas concorrentes? É essencial perceber se o meu perfil se encaixa na necessidade do cliente, depois é procurar uma boa relação qualidade-preço, desenvolvendo um projeto à medida. A Be Present apresenta soluções originais e concretiza-as, tudo tem de ser adequado ao cliente e eficaz. O facto de somar 20 anos de experiência em consultoria e assessoria comercial, formação, gestão de eventos dá-me uma visão panorâmica e um entendimento do mercado que tem de ser capitalizado a favor do cliente. Considera que é uma vantagem ser mulher nesta área? Nós, mulheres, temos outra energia, conseguimos ser mais abrangentes e multitasking e estamos em vantagem a esse nível. Cada vez mais, há um maior equilíbrio entre homens e mulheres no mundo dos negócios, o que não se traduz em igualdade.

Portugal está acima da média no empreendedorismo feminino com destaque para a criatividade… A criatividade prende-se com uma certa sensibilidade na abordagem dos temas, a forma de olhar, de pensar, e como tudo isso se traduz na execução e as mulheres são especialistas nisso. A intuição também é importante e o nosso sexto sentido está sempre alerta. Por outro lado, deixamos um leque de opções em aberto. O facto de assumirmos diferentes papéis, de mãe, dona de casa, trabalhadoras, permite-nos fazer várias coisas em simultâneo e torna-nos mais aptas a resolver com maior facilidade determinadas situações. É-nos fácil empreender, encontrar soluções, criar. Sendo uma empresa apenas com um ano, qual a ambição da Be Present? Consolidar o trabalho desenvolvido e apostar na relação de proximidade com o cliente. A atenção e o cuidado são os pilares da empresa. E, no futuro, talvez lançar um produto dentro da área do retalho para colmatar as dificuldades que identifico in loco. Mas mantendo a mesma premissa: fazer diferente, inovar. Há muita oferta no mercado, mas também há muita margem para crescer de forma criativa, é aí que assenta o empreendedorismo. E se há um segredo para o sucesso da Be Present é seguir essa tendência global, porque, mais do que nunca, Portugal é uma porta aberta para o mundo e quero fazer parte deste movimento e deixar a minha marca.

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AQUI É FRESCO

“ESTAMOS NESTA ÁREA DE NEGÓCIO PARA FAZER DO COMÉRCIO DE PROXIMIDADE MUITO MAIS DO QUE UM ATO DE VENDER”

Carla Esteves, Diretora Executiva da Unimark e Sociedade Aqui é Fresco

Sob o lema “O aniversário é nosso, a festa é sua!”, a rede “Aqui é Fresco” comemora o seu nono aniversário. Em entrevista à Revista Business Portugal, Carla Esteves, diretora executiva da Unimark e Sociedade Aqui é Fresco (AeF), apresenta a visão e alinhamento para o futuro, bem como as novidades que a marca tem para oferecer.

Apresente a marca e o universo Aqui é Fresco. A rede "Aqui é Fresco" é constituída por um grupo de 800 lojas de proximidade independentes, localizadas por todo o país, em que o retalhista não tem qualquer custo de adesão ou franquia. O objetivo principal é de ganhar dimensão, aumentar competitividade, dinamizar as vendas e melhorar a qualidade do serviço prestado. Só desta forma nos é possível competir com as grandes superfícies, levando aos locais, onde a maioria dos grandes empresários acredita não valer a pena investir, os melhores preços, sem nunca descurar a qualidade. Estamos nesta área de negócio porque gostamos do que fazemos e permanecemos neste mercado para servir e ajudar pequenos, médios e grandes empresários a fazer do comércio de proximidade, muito mais do que o simples ato de vender. A relação existente entre a Sociedade AeF, associados e aderentes, é prova disso. No Aqui é Fresco, a relação de confiança criada permite-nos dizer, com segurança, que o cliente é um amigo! É, também, isso que nos distingue dos restantes operadores! O AeF é, atualmente, a maior e mais pertinente rede de comércio independente de Portugal. Revele os desafios que enfrentaram e que vos levaram a atingir este patamar. São vários. A Sociedade Aqui é Fresco é constituída por vários aderentes, que naturalmente, concorrem entre si, pelo que, o principal desafio é o de fortalecer essa colaboração. Concorrência vai sempre existir mas, sendo leal, cooperativa, vai fazer obviamente com que todos cresçamos e consigamos 20 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

atingir melhores resultados. Só assim podemos ser mais competitivos. Relativamente ao comércio de proximidade, este é o momento, está na moda e, ao contrário do que se possa imaginar, não é apenas a população mais idosa que procura este canal, cada vez mais, os jovens recorrem ao comércio de proximidade. Fazer as “compras do mês” está cada vez mais em desuso. Por norma, o consumidor evita desperdiçar muito tempo nas compras, prefere a rapidez e comodidade, é cada vez mais exigente, procurando alternativas fáceis, mas de qualidade, pelo que esta é uma oferta a ter em conta. Assente no lema “Perto e de Confiança”, acredita que esta proximidade e a preocupação com o cliente são os fatores que alavancam o sucesso da marca? Sem dúvida alguma. É, também, isso que nos distingue da nossa concorrência. O lema da rede "Aqui é Fresco" é "Perto e de Confiança", expressa aquilo que, de facto, somos e representamos. Estamos perto dos consumidores, na aldeia, vila ou cidade, na porta ao lado ou na esquina em frente, os consumidores conhecem-nos pelo nome e confiam em nós. Quando cada uma das lojas operava sozinha, não tinha obviamente a capacidade de enfrentar os grandes supermercados e hipermercados. Juntando-se à rede, estão perto de quem confiam pois, unidos, conseguimos ter a capacidade de obter melhores condições de compra, oferecendo aos nossos clientes os melhores preços de venda, mantendo e qualidade, nos produtos e também no atendimento, que não é impessoal. Conhecem o cliente pelo nome, sabem os seus gostos e preferências, levam as compras a casa, entre outras


AQUI É FRESCO

particularidades que marcam uma diferença incontornável que não se encontra, por exemplo, nas grandes superfícies. É incontornável questionar se o crescimento da marca alguma vez comprometerá esta relação de proximidade, confiança e preço orientado para o cliente? Nunca. Exatamente como o nome indica, somos comércio de proximidade, este é o nosso ADN. Trabalhamos para crescer, aumentar o nosso número de lojas, mas sempre com o mesmo objetivo: o de manter a proximidade com o cliente, com um sortido adequado e a preços sempre competitivos. O facto de pertencermos a uma rede composta por várias lojas faz com que consigamos negociar com os mais de 100 fornecedores parceiros as melhores condições, aos melhores preços. Esta é a nossa forma de estar no mercado, com e para o cliente! Fundada em 2012, a rede AeF comemora, este ano, o seu nono aniversário. Descreva as campanhas com que vão brindar os vossos parceiros e o plano das comemorações. Para celebrar o seu 9.º aniversário, o Aqui é Fresco irá levar a cabo uma ação promocional nas suas lojas, a nível nacional, onde os clientes poderão ganhar, de imediato e sem qualquer sorteio, um fantástico trolley/carrinho de compras. A campanha será apoiada através de 3 folhetos especiais com validade entre 16 de janeiro e 23 de fevereiro e publicidade em TV, nomeadamente no programa da manhã com maior audiência em Portugal, O Programa da Cristina, na SIC. Desvende alguns dos objetivos que traça para o futuro da rede AeF. 2020 vai ser o ano da consolidação e inovação. Iremos apostar na ligação online entre retalhistas e grossistas. Esta plataforma de comunicação irá seguramente facilitar o processo de decisão e encomenda, tornando todo o processo mais rápido e eficiente. O retalhista, ao invés de ter de se deslocar ao Cash para efetuar a sua encomenda, poderá fazê-lo via online. Terá igualmente acesso ao cardex existente no grossista a que está associado e ainda a integração das faturas nos stocks, com a respetiva valorização a poder ser feita de forma automática, sem qualquer intervenção humana, o que diminui, significativamente, o fator erro. Irá arrancar também o cartão de fidelização, com as mais-valias inerentes. Este cartão vai permitir fidelizar cada vez mais os clientes às nossas lojas Aqui é Fresco.

http://aquiefresco.com/ REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 21


INFINITY DIAMOND

SÍMBOLO DA IMORTALIDADE E DA PERFEIÇÃO Patrícia Cunha nasceu para criar ambientes únicos e a prova disso é a sua maior criação: a Infinity Diamond. Uma marca de Design de Interiores e Mobiliário cujo principal objetivo é chegar à energia de cada um e desenvolver a partir daí uma verdadeira obra de arte.

Patrícia Cunha, Fundadora João Oliveira, CoFundador

Fale-nos sobre o seu percurso profissional. Sou licenciada em Arte e Design, formei-me na Escola Superior de Educação de Coimbra. Na altura decidi que seria bom ingressar num curso que abrangesse vários designs: o de interior, de produto e o gráfico. No fim do curso, achei por bem começar uma segunda licenciatura de Design e Multimédia, no entanto percebi que o meu caminho não seria por aí. Passado uns anos de estar a estudar em Coimbra decidi voltar para o Porto – de onde sou natural - e começar a trabalhar na minha área. Trabalhei numa empresa de arquitetura e construção civil, onde fiquei pouco tempo porque percebi que o que eles faziam, eu poderia fazer sozinha e conseguia dar muito mais de mim e aos outros na minha própria empresa. Surgiu, assim, a marca Infinity Diamond. Com o apoio fundamental do João Oliveira, o meu noivo e pilar, que me ajudou a tornar o sonho numa realidade e que está a correr tão bem. Além do design de interiores, neste momento, temos parceria com uma empresa imobiliária SWAN, com o objetivo de valorizar e vender a casa do cliente e também ajudar a encontrar a sua casa de sonho, à sua imagem. Esta ideia foi inspirada nos programas televisivos “My Dream Home” e “Property Brothers: Buying and Selling”, é algo que faltava em Portugal. 22 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A inovação e a criatividade fazem parte do dia a dia da Infinity Diamond? Sim, claro! Não podemos dormir na praia, como se costuma dizer. Eu sei que sou muito criativa, tento sempre desenvolver cada vez mais ideias, mas não é sozinha que invento as coisas. Temos diversos parceiros com que trabalhamos, marcas de renome como por exemplo a Porcelanosa, entre outras, e para além disso também temos fabricantes para o nosso mobiliário da Infinity Diamond. Os clientes quando veem isso pensam que só trabalhamos com gama muito alta, mas posso afirmar que conseguimos responder à maioria dos clientes, sendo que um dos nossos maiores objetivos é respeitar o orçamento e tentar não o exceder. Se, por algum motivo, for excedente à expectativa do cliente, é sempre justificado e, na maioria das vezes, é aceite por perceberem que é um serviço único. Foi tudo pensado ao pormenor... No nosso site, o primeiro artigo é a definição do nome. Infinity, porque nós queremos deixar uma marca (positiva) na vida do cliente e a relação não terminar no fim do projeto, e Diamond, símbolo da verdade, perfeição, pureza... Infinity Diamond é mesmo para ser única e o nosso objetivo é ser reconhecida nacional e internacionalmente, mas acima de tudo não queremos ser só mais um.


INFINITY DIAMOND

Qual é a sua maior inspiração? Eu gosto de ver a concorrência porque penso que não se deve criticar mas sim aproveitar o melhor de cada um e é isso que tento fazer. Não só nas marcas portuguesas, mas pelo resto do mundo e eu espero que também o façam comigo porque apesar de nós trabalharmos para os clientes, também queremos ser uma inspiração para os nossos parceiros. Partilho inclusive as minhas inspirações no blog, apesar de ultimamente estar mais parado, mas é devido aos (muitos) projetos. Em relação às tendências, estou sempre a par... Adoro a feira CASACOR, que é a maior feira de design de interiores das Américas e onde temos o sonho de participar (apesar de não ser já este ano). Acima de tudo quem está na área, inconscientemente, tem as mesmas ideias e isso tem que ver com as tendências, cultura e experiência. Um dos meus objetivos é o de criar um estilo de design de interiores que seja identificado como da Infinity Diamond. Como é ser empreendedora em Portugal? É difícil, principalmente na parte do projeto que envolve a construção civil, quando a mão-de-obra ou até mesmo os clientes veem uma mulher à frente de uma empresa e não acreditam que ela seja capaz. Infelizmente ainda existe esse estigma, no entanto, provo sempre que sou capaz e temos dado sempre a volta por cima, e acredito cada vez mais que as mulheres são capazes de gerir uma empresa e de concretizar os seus objetivos.

O que espera do ano 2020? A Infinity Diamond nasceu no ano passado, onde nos focámos mais no design de interiores e na remodelação de espaços. Este ano, tal como já referi, fizemos parceria com uma imobiliária e, neste caso, o objetivo é que as pessoas valorizem a sua casa para a venda se tornar mais fácil ou que encontrem a sua casa de sonho. Outra parceria futura é nas casas modelares, para projetos com design de interiores incluído, já contactamos algumas empresas, ainda não decidimos quais as que vamos escolher. Há uns meses partilhamos a notícia de que faríamos uma linha de louça, que é outro dos muitos objetivos. Mas não ficamos por aqui, a Infinity Diamond vai ser muito falada e o resto fica no segredo dos deuses!

patriciacunha.designer@hotmail.com 933888291

3D de projeto em execução

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L&A REAL ESTATE PARTNERS

NOVA MARCA IMOBILIÁRIA ALGARVIA CONTA COM EQUIPA FEMININA NA LIDERANÇA Foi muito recentemente, e após cinco anos de estreita colaboração entre a Redinvest (fundada por Carla Alcario) e a Maklarhuset Algarve (fundada por Gunnel Levin), que surgiu uma nova referência no mercado imobiliário algarvio: a L&A Real Estate Partners. As, agora, sócias-gerentes explicaram à Revista Business Portugal como tudo aconteceu, numa entrevista intimista que nos elucidou sobre a atualidade do setor na região mais a sul de Portugal.

Carla Alcario e Gunnel Levin, Fundadoras

Esta marca surgiu da junção de duas empresas, correto? Como é que isso aconteceu? Carla Alcario (C.A.) - Eu abri uma empresa há sete anos (a Redinvest) e, poucos meses depois, conheci a Gunnel. Começámos a trabalhar juntas e as coisas foram fluindo naturalmente até que decidimos unir a minha experiência – mais de 20 anos na área imobiliária nesta região – ao know-how da Gunnel – que trabalhou durante 20 anos num banco na Suécia, e que tem um vasto leque de clientes. Gunnel Levin (G.L.) - Assim, fundimos duas marcas numa só, unimos esforços, remodelámos o escritório, refrescámos a nossa imagem e reaparecemos melhores e mais fortes.

cantinho da Europa em que temos todas as condições para sermos uma das melhores zonas do mundo para se viver. Temos segurança, gastronomia, clima, gentileza e domínio da língua inglesa. Para além disso, um dos nossos maiores fatores atrativos, tem que ver com os benefícios fiscais que existem para quem procura residir no nosso país. E não falo apenas dos Golden Visa. Por exemplo, os clientes reformados em França, Itália, Bélgica, Suécia, Noruega, entre outros, são obrigados a preencher alguns requisitos para que se possam tornar residentes no nosso país. No entanto, depois de preenchidos esses requisitos, eles conseguem isenção fiscal no seu país de origem e no nosso durante dez anos.

São uma equipa constituída apenas por mulheres. Foi propositado? C.A. - Não, nunca escolhemos homens ou mulheres, simplesmente aconteceu assim. Penso que as mulheres são mais responsáveis, estão habituadas a ter maior responsabilidade e a fazer várias tarefas ao mesmo tempo. Por natureza, somos mais polivalentes e, no âmbito do trabalho, isso funciona muito bem.

Confidenciaram-nos que cerca de 90 por cento dos vossos clientes são suecos. O que é preciso para se trabalhar e ter sucesso nesta profissão? C.A. - Acima de tudo, é preciso ter honestidade e isso implica transmitir a informação clara e exata aos nossos clientes. Para além disso, aqui a perseverança também é muito importante, porque nunca devemos desistir de encontrar a casa ideal para o nosso cliente.Temos uma grande percentagem de clientes suecos, mas o nosso leque tem se diversificado bastante com os nossos esforços e expandido pelo Canadá, Estados Unidos, Brasil, França, Bélgica, entre outros.

Voltando ao setor imobiliário, como é que este se encontra atualmente? E quais os principais desafios com que se debatem no exercício da vossa atividade? G.L. - Acho que o maior desafio que existe é encontrar o produto ideal para cada um dos nossos clientes. No entanto, em termos de mercado, o Algarve é uma zona muito especial. Nós estamos num pequeno ecossistema e num 24 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

O que vos distingue num mercado tão competitivo como é o mercado imobiliário? C.A. – Tal como muitas outras empresas, nós trabalhamos, maioritariamente, a zona de Tavira, Santa Luzia, Cabanas


L&A REAL ESTATE PARTNERS

e Fuseta. Mas, o que nos distingue é que nós cuidamos dos nossos clientes. Falamos diversas línguas, por forma a conseguirmos chegar a todos eles, e temos um serviço pós-venda único. A verdade é que temos o cuidado de ajudarmos os nossos clientes a adaptar-se à nova morada, aconselhando o melhor café, restaurante, loja de decoração, picheleiro, e todas as outras dicas necessárias ao seu dia a dia. No fundo, nós tornamo-nos amigos e família dos nossos clientes e isso distingue-nos dos demais. Apesar de termos crescido como empresa, mantemos a mesma base, ou seja, uma abordagem muito familiar e próxima com os nossos clientes, que por vezes tornam-se nossos amigos. A nossa maior alegria é ver o cliente satisfeito, pois a nossa maior publicidade têm sido eles, quando nos recomendam. Sentem que, hoje em dia, é preciso criatividade para liderar? G.L. - Sim, é preciso ser-se cada vez mais criativo para se fazer a diferença. Mais do que chefes, temos que ser líderes e tratar bem os nossos funcionários. A empresa somos todas nós e nunca nos podemos esquecer disso. Funcionários felizes são bons funcionários. Tentamos sempre inovar, mesmo nas coisas mais pequenas, pois é com isso que marcamos a diferença. Como será o ano de 2020 para a L&A Real Estate Partners? C.A. - Este é o ano do rato, por isso vamos acreditar que vai ser maravilhoso (risos). No que diz respeito ao mercado imobiliário, penso que estão a ser criadas condições na nossa empresa e no Algarve para atrair novos clientes de novas nacionalidades.

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ALMABIZ

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“AS MULHERES SÃO ÓTIMAS TOMADORAS DE DECISÃO” O

No mercado desde 2018 a ALMABIZ é hoje uma empresa de referência na área da consultoria especializada. Para melhor conhecer este projeto estivemos à conversa com Susana Linhares, CEO da ALMABIZ, que nos revelou o posicionamento da empresa no mercado e o segredo por detrás da liderança feminina. É o rosto por detrás da ALMABIZ, uma empresa de referência na área da consultoria especializada. Poderíamos começar por conhecer um pouco melhor a mulher por detrás do negócio e de que forma os seus conceitos inovadores a tornam única no mercado? Considero-me uma mulher determinada, que adora desafios. Detalhes são, para mim, das coisas mais importantes, é o que nos torna únicos e genuínos. Inovar requer estar atenta, a esses mesmos detalhes. É fazer uma análise das necessidades e perceber o que está a limitar a empresa de crescer, tirar o máximo partido dos recursos já existentes e agregar os que forem necessários. Embarcamos numa importante jornada em 2018, quando nos lançamos no mercado como uma empresa diferenciadora na prestação de serviços de consultoria. O objetivo geral da ALMABIZ sempre foi a execução de um trabalho que espelhasse a sustentabilidade e onde fosse possível criar as condições necessárias para a criação de valor a longo prazo. Este é o pensamento, o foco e a origem da nossa marca. A ALMABIZ é um culminar de serviços de consultoria que permite aos nossos clientes criar diferentes produtos e definir os passos necessários para que o seu o seu público-alvo consiga gerar a transformação esperada com os serviços contratados. Os conceitos inovadores estão diretamente ligados ao ato de empreender ou pretender empreender. Temos de ter noção que atualmente, ser criativo é mais do que uma necessidade, é uma obrigação nos negócios.

É hoje um dos muitos bons exemplos de inspiração para outras mulheres. Que conselho gostaria de deixar a todas as mulheres que desejam ingressar no mercado de trabalho e marcar pela diferença? Para começar, aconselho que explorem as capacidades de team leader, independentemente do gênero, sejam profissionais em destaque. Não tenham medo de dar opinião quando necessário. Contudo, saibam argumentar bem as vossas posições. Tenham a humildade de aprender todos os dias com as diferentes pessoas com que se cruzam e transformem isso em conhecimento aplicável ao vosso mercado de trabalho. Isso leva a mais assertividade, mais produtividade, mais agilidade e mais análise de resultados.

Avenida da Cal Lote 125, 1ºAndar

+351 300 509 509

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Barcelos

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As mulheres desempenham cada vez mais um papel chave na economia mundial. Quais são, na sua opinião, as principais características da liderança feminina e de que forma contribuem positivamente no negócio? Na minha perspetiva, uma boa líder é, sem dúvida, inspiradora, assertiva e motivadora. As mulheres são ótimas tomadoras de decisão. Isto acontece porque sempre tivemos um papel fundamental na construção da família, o que transformou o nosso ego para que fosse mais altruísta, fez crescer a nossa inteligência emocional, tornou-nos humildes e ensinou -nos a ter energia que pensávamos que não tínhamos. Não temos de alimentar o nosso ego para que as coisas funcionem, simplesmente colocamos ação no que pretendemos. Não se trata de competição, mas sim de potenciar as pessoas, e penso que isso é fundamental para quem está à frente de um negócio, ou por detrás de uma marca.


ROOMRACCOON

O SEU PARCEIRO NA GESTÃO DE ALOJAMENTOS

Focada em software para gestão hoteleira, a RoomRaccoon apresenta-lhe a solução mais completa para a gestão do seu alojamento turístico. Para melhor conhecermos este projeto estivemos à conversa com Maria Gouveia, Country Manager Portugal, que em entrevista nos revelou as mais-valias do É um dos rostos da RoomRaccoon em Portugal, uma empresa holandesa focada em software para gestão hoteleira. Poderíamos começar a nossa conversa por conhecer um pouco melhor este projeto e em que momento decidiu arriscar e abraçar este desafio. Sou formada em Jornalismo e infelizmente tive o azar de terminar o curso no pico da crise. Depois de muito procurar emprego na área, acabei por, juntamente com a minha mãe, abrir um hostel em Setúbal há cerca de oito anos. Foi exatamente graças a esse projeto que, há cerca de dois anos, contratámos o software RoomRaccoon. Foi uma experiência excecional e percebemos, de imediato, que quem tinha o desenvolvido tinha experiência em gestão hoteleira. Na altura, a pessoa que estava a representar a marca a partir da Holanda informou-nos que estavam à procura de uma pessoa, em Portugal, para representar a marca e para dar continuidade a este projeto, sendo que um dos requisitos era ter experiência em hotelaria. Candidatei-me e acabei por ser selecionada, assumindo então a função de Country Manager Portugal.

A taxa de adesão ao software foi a esperada? Para nós, superou totalmente as expectativas. Nós já sabíamos que, a partir do momento em que entrássemos no mercado e que as pessoas começassem a conhecer o nosso trabalho, a adesão iria ser grande. Acredito que o sucesso do nosso software se deve ao facto de ter sido desenhado pelos fundadores, o Tymen e a Nadja. A Nadja é proprietária de um hotel na Holanda e deparava-se diariamente com diversas dificuldades na gestão do seu alojamento. Nesse sentido, juntamente com o Tymen, decidiu desenvolver um sistema que não só corrigisse todos os erros diagnosticados, como também melhorasse a gestão de todo o negócio. Todos os dias assistimos a histórias de sucesso de mulheres empreendedoras que arriscaram e hoje são uma referência no mundo empresarial. A Maria Gouveia é um desses exemplos. Que conselho gostaria de deixar a todas as mulheres que desejam arriscar e fazer a diferença no mercado de trabalho? Essencialmente, não terem medo de arriscar. Para a generalidade das pessoas a mudança é um risco, mas devemos arriscar e entrar nos projetos com segurança e resiliência. Costumo dizer que visto a camisola e acho que é isso que as pessoas devem fazer, devem acreditar naquilo que estão a fazer e arriscar. Se realmente acreditam num projeto e acreditam que ele tem pernas para andar, arrisquem!

A RoomRaccoon é hoje a solução mais completa para gestão de alojamentos turísticos em Portugal. De que forma RoomRaccoon se assume com uma mais-valia para o pequeno e médio gestor hoteleiro? A RoomRaccon é o serviço mais completo, integrado dentro da mesma plataforma, em Portugal. Temos todas as ferramentas necessárias para a gestão hoteleira, nomeadamente um PMS, um Channel Manager e também um Motor de Reservas. Tem um preço acessível para quem faz este tipo de gestão e, em Portugal, uma das grandes mais-valias é que, sem dúvida, respondermos a todas as necessidades técnicas e legais exigidas para quem faz este tipo de gestão de alojamento, como por exemplo, ter ligação direta com o SEF e a AT. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 27


Paula Holstein de Mello

HOOLI HOME PORTUGAL

UMA REFERÊNCIA NO SEGMENTO IMOBILIÁRIO NACIONAL A atuar no mercado nacional desde 2018, a Hooli Home é uma referência no segmento imobiliário médio/alto. Para melhor conhecer este projeto rumámos em direção ao Estoril, onde estivemos à conversa com Paula Holstein de Mello, diretora comercial da Hooli Home Portugal, que em entrevista, nos revelou o segredo por detrás do sucesso alcançado.

Poderíamos começar por conhecer um pouco melhor o seu percurso e em que momento decide abraçar este projeto? Considero-me uma pessoa dinâmica e ativa, com facilidade no contato interpessoal e com interesse na área do imobiliário. A minha formação é em História, mas é no ramo imobiliário, no qual já contabilizo mais de 10 anos de experiência, que me sinto realizada profissionalmente, não apenas por ser uma área em forte expansão e desenvolvimento nos últimos anos, mas também porque consigo destacar as minhas soft skills. Qual o principal diferencial da Hooli Home Portugal e de que forma se destaca no mercado? A Hooli Home faz parte do Grupo Delsk, com sede em Pequim, na República Popular da China, que se dedica a várias atividades e interesses corporativos, sendo o segmento imobiliário uma das principais atividades do grupo. Estamos presentes nos quatro continentes e em mais de vinte países, e é esta multinacionalidade e este multiculturalismo, aliado ao know how e à vasta experiência acumulada, que nos permite ter sucesso. Entendemos que o que nos diferencia verdadeiramente é o facto de termos uma forte estrutura em vários países asiáticos, tanto a nível de capital humano como tecnológico, o que nos permite ter um forte suporte e uma rede de contactos e parceiros que ultrapassa as barreiras dos continentes. A Hooli Home destaca-se por estar inserida num grupo de empresas com um vasto leque de serviços que disponibiliza aos seus clientes e que vão desde a mediação

imobiliária, à gestão e remodelação de imóveis, passando pela construção de empreendimentos, serviços de consultoria e de fundos de investimento. É o rosto por detrás da Hooli Home Portugal. De que forma consegue imprimir o seu cunho pessoal e diferenciar ainda mais este projeto? O meu principal contributo prende-se com o apoio prestado aos meus consultores e ao facto de os motivar a serem genuínos com eles e, por consequência, com os seus clientes. Acredito que é esta nossa forma de trabalhar, o nosso know-how e a ligação próxima que mantemos com os nossos clientes, que nos diferencia das outras empresas que se dedicam ao mesmo ramo. Para mim, a proximidade com os nossos clientes é muito importante e só é possível se os nossos consultores tiverem total apoio para estabelecerem uma relação mais próxima e empática. A Hooli Home conta atualmente com duas agências na área da Grande Lisboa: Castilho e Estoril. Para o futuro está prevista a abertura de um terceiro espaço? A empresa está em franca expansão, pelo que a abertura de novos espaços está a ser considerada, contudo, tal não significa que iremos abrir mais espaços físicos, dado que é intenção da empresa continuar a desenvolver o espaço digital e todas as ferramentas tecnológicas que entendemos serem importantes e diferenciadoras neste negócio. Na Hooli Home apostamos no uso de tecnologia, através do desenvolvimento de apps próprias e tecnologia ligada à realidade aumentada.

Agência de Estoril property.estoril@hoolihome.com Rua Melo e Sousa, N.º 395, Loja B 2765-253 Estoril

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Agência de Castilho Condomínio Pedra D'Água, Aldeia de Juzo, Cascais

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property.castilho@hoolihome.com Rua Castilho 59 B 1250-068 Lisboa

+351 216 004 707


IV MOSTRA SILVES CAPITAL DA LARANJA A laranja doce foi trazida para o Algarve por mercadores portugueses que a conheceram na Índia. Desde então que é efetivamente “a mais doce”, “a mais suculenta”, “tem um toque diferente – o da acidez”, “não tem uma casca tão grossa”, “é especial”. As opiniões não divergem no que diz respeito à qualidade deste fruto do extremo Sul de Portugal – a Laranja do Algarve. “Silves, Capital da Laranja” é uma marca registada, desenvolvida pelo Município de Silves, com o intuito de promover o produto que os distingue: a laranja, não só pela qualidade, mas também por serem os maiores produtores deste fruto rico em vitamina C. Com esta iniciativa pretendem divulgar o património e o território, associando um produto à sua história. É de salientar também a IV Mostra Silves Capital da Laranja, promovida pela Câmara Municipal de Silves, que decorrerá entre 14 e 16 de fevereiro de 2020. O Algarve é uma região que se destaca pelo clima, pela natureza e serras, pelos banhos na praia, onde a água é mais quente e a areia é mais fina, onde as arribas são fantásticas e a facilidade de deslocação é outra das características de eleição. É ainda o local que combina características que proporcionam a produção de citrinos e faz com que as particularidades dos mesmos sejam notórias, desde a exposição solar, aos ventos atlânticos, até à própria formação geológica do solo. Atualmente, a laranja é o segundo fruto mais produzido a nível nacional e é apresentada de várias formas nos canais horeca, por exemplo, no famoso sumo de laranja ou então na doçaria tradicional. Nesta edição estivemos à conversa com entidades que assumem um papel crucial para a valorização deste fruto, desde a produção até a promoção do citrino. O objetivo é que seja diferenciador pela qualidade que oferece, a nível nacional e internacional, posicionando-o no patamar da excelência. Desafiamos os leitores a viajarem pelo território da laranja!


REGIÃO DE TURISMO DO ALGARVE

João Fernandes, presidente

UM ALGARVE PARA TODOS, A QUALQUER MOMENTO

Quarenta por cento do território do Algarve tem estatuto de proteção natural, existem dois parques naturais e 21 sítios de Rede Natura. É possível fazer mergulho na costa e encontrar espécies como cavalosmarinhos, fazer observação de cetáceos, skydive em Portimão, parapente em Sagres, BTT de alta competição e caminhar ao lado de cascatas no interior algarvio. João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, apresentounos a região para além do destino de sol e mar. Revelou-nos que, para contrariar a sazonalidade e a litoralização, apostam em elementos como o turismo de natureza e a valorização dos produtos autóctones - como é o caso da Laranja do Algarve, o primeiro produto da região a conquistar Indicação Geográfica Protegida. Desta forma, abarcam uma parte mais vasta do território e geram novas motivações de visita fora da época alta. Qual é o papel desempenhado pela Região de Turismo do Algarve? Atualmente, o nosso papel é mais estratégico, na definição de mercados, produtos e segmentos de aposta. Lançamos desafios a diferentes parceiros para, com eles, desenvolvermos ações de capacitação, estruturação e qualificação da oferta. A título de exemplo, analisando as tendências internacionais da procura, mobilizámos recursos e parceiros para a aposta no turismo de natureza e para o desenvolvimento de um programa cultural na época baixa, como o 365 Algarve. Para além da área do planeamento, a RTA tem ainda na esfera das suas competências, a promoção do destino (em Portugal e Espanha), a informação turística (com 21 postos de turismo) e a organização e/ou apoio a eventos. A atenuação da sazonalidade é um dos pilares para a sustentabilidade. De que forma a diminuem? Hoje, todos os destinos têm presente o imperativo de abraçar o desafio da sustentabilidade. A atenuação das marcadas diferenças da procura ao longo do ano é um desígnio que tem nos últimos anos registado uma interessante evolução, com a sucessiva redução da taxa de sazonalidade. Enquanto destino, temos vindo a diversificar a oferta, gerando novas motivações de visita, acompanhadas de um reforço promocional e das rotas aéreas, privilegiando os períodos fora da época alta. O Algarve é maioritariamente procurado por famílias com filhos em idade escolar, que estão condicionadas na marcação das suas férias às pausas letivas. Neste sentido, temos vindo a promover férias direcionadas para segmentos específicos como os “Empty Nesters” – pessoas que já não têm filhos em casa, que têm uma vida ativa e querem usufruir do tempo disponível. Este é um esforço que deve também

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mobilizar o alojamento, a restauração e as empresas de animação turística, assegurando o funcionamento ao longo de todo o ano. Em termos sociais, é igualmente necessário oferecer melhores condições aos trabalhadores, nomeadamente, quanto à precariedade do vínculo contratual – temos observado que as empresas têm aderido cada vez mais aos contratos sem termo, em detrimento dos contratos a prazo. Há também cada vez mais portugueses e estrangeiros que optam pelo Algarve, não só para visitar numa parte do ano, mas para viver, investir e estudar. Entre 2017 e 2018, crescemos de forma significativa no número de estrangeiros residentes. Neste caso concreto de Silves como a Capital da Laranja, estão a promover um produto que é único em todo o mundo. De facto, no caso da Laranja do Algarve o índice de Brix, que mede o teor de açúcar na fruta, comprova que a nossa laranja é especial, é mais sumarenta e mais doce. Silves apostou acertadamente nessa temática, porque está a investir num produto que reúne condições excecionais de qualidade. Há ainda a considerar que os mercados para os quais se exporta a nossa laranja são simultaneamente países emissores de turistas para o Algarve. Neste sentido, estamos a colaborar com a AlgarOrange (associação de produtores de citrinos) em ações promocionais conjuntas nesses mercados. Numa outra vertente, estamos a trabalhar para a integração da laranja na cadeia de valor do turismo na região. Queremos reforçar a presença dos citrinos do Algarve nas mesas dos hotéis e da restauração e similares para que a nossa laranja seja incluída nas refeições.


REGIÃO DE TURISMO DO ALGARVE

De salientar que os turistas são cada vez mais exigentes quanto às questões ambientais e procuram a autenticidade dos locais que visitam. Por outro lado, do ponto de vista do desenvolvimento sustentável de uma região, ao integrarmos bens e serviços de base local, estamos a proporcionar uma oferta mais genuína e com menor pegada ecológica. Quais são as motivações de quem procura esta região do extremo sul de Portugal? Temos muito orgulho que o Algarve seja o destino turístico recordista de prémios de “Melhor Destino de Praia da Europa” (atribuídos pelos World Travel Awards), ou que tenha recentemente sido considerado o “Melhor Destino de Golfe do Mundo” (segundo a IAGTO - International Association of Golf Tour Operators). Mas quem nos visita não chega até nós com uma única motivação, quer ter a oportunidade de disfrutar de diferentes experiências ao longo da estadia. No Algarve é possível de manhã fazer uma caminhada na Serra (Via Algarviana) e à tarde dar um mergulho na praia. Para além da praia e do golfe, ao longo do ano há várias oportunidades que vão das atividades náuticas, ao turismo de natureza, ao turismo de negócios, autocaravanismo, saúde e bem-estar, cultura, entre muitas outras opções.

De que forma vão celebrar o marco dos 50 anos da Entidade Regional Turismo do Algarve? O programa das comemorações ainda não está fechado, mas contará com vários momentos marcantes. Ao longo do ano vamos ter eventos que realçarão o papel do setor, da organização e dos diferentes atores que contribuíram para este bonito percurso. Temos o grande desafio de organizar com a universidade, a CCDR e os empresários da região o T-Forum (The Tourism Intellingence Forum) uma conferência internacional – de 19 a 21 de março – sobre a transferência de conhecimento entre a academia e o trade. Também as comemorações do Dia Mundial do Turismo, serão marcadas por iniciativas surpreendentes, que ainda não posso revelar. O futuro do Algarve passa pelo desenvolvimento de outros setores para além do turismo? A necessidade da diversificação da base económica do Algarve é hoje comumente aceite. Temos felizmente outros campos de ação com excelente desempenho, nomeadamente, o setor das Tecnologias da Informação e da Comunicação, a Agricultura, o Mar. É esse exercício que fazemos com o próprio turismo que, enquanto motor da economia, pode gerar sinergias que permitam alavancar o desenvolvimento de outras áreas.

O que é o programa 365 Algarve? É um programa cultural que acontece em todo os concelhos da região, entre outubro e maio e que prossegue a estratégia de diversificação da oferta e de diferenciação pela identidade. É um desafio aos agentes culturais e empresas turísticas a trabalharem de forma criativa e contemporânea a história e as tradições da região. É uma agenda de eventos que convida o visitante a participar, enriquecendo a sua visita, e que não esquece o residente, que vê reforçada a oferta cultural da sua terra.

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“DESDE 1998 A DAR VIDA À NOSSA TERRA” O negócio começou há vários anos pelo pai José Inácio – na antiga Agrofaro. Ana e Carlos Inácio, irmãos e administradores, decidiram continuar na atividade da família – com uma nova empresa, a Messinagro – nome eleito pela mãe, que combina a vila de São Bartolomeu de Messines com Agricultura, o core business do negócio. José, Ana e Carlos Inácio

Dois irmãos, um novo rumo, o mesmo negócio A Messinagro, para além de produtos para agricultura, disponibiliza ainda produtos de jardinagem e petfood. Desde 1998 que crescem de uma forma sustentada, não descurando a qualidade da oferta de produtos e o trabalho com que se dedicam à empresa. Os dois irmãos começaram o negócio em São Bartolomeu de Messines “Compramos uma empresa familiar e, a partir daí começámos a aventura. Temos vindo a crescer, a pouco e pouco, ao fim de uns anos abrimos instalações em Faro e Tavira (instalações provisórias), entretanto acabamos por construir o armazém em que estamos, que é a sede da empresa, em Faro”, contam-nos. Mais tarde inauguraram um novo armazém próprio em São Bartolomeu de Messines e, recentemente, nasceu o terceiro armazém, desta vez na cidade de Tavira. Todos os anos a crescer “a pouco e pouco e de forma sustentada” A agricultura é a atividade principal da empresa, constituindo 90 por cento da faturação anual. Contudo têm vindo a desenvolver outros complementos, nomeadamente a jardinagem e o petfood. “As pessoas que vêm à loja aproveitam a nossa oferta versátil. No futuro a intenção é continuarmos a apostar na diversificação de produtos”, afirmam os entrevistados. Em 2019, subiram novamente a faturação, cerca de quatro por cento face ao ano transato. Já receberam vários prémios de PME, algo que confirma não só a estabilidade financeira da empresa, mas também se estende a outros níveis, como o da credibilidade e da confiança perante os clientes. A aposta na sustentabilidade – Valorfito, produtos de resíduos zero e controlo biológico São uma empresa que se preocupa com a parte da ecologia, nomeadamente com ações de recolha de embalagens de produtos poluentes, com a forte aposta em produtos de resíduos zero e controlo biológico e é, oficialmente, um ponto de recolha autorizado de embalagens de produtos fitofarmacêuticos. Facilitam o processo, acondicionando-as, até que sejam recolhidas pela Valorfito - Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura. Considerando que o agricultor muitas vezes não as pode ter em sua posse, caso não estejam devidamente acondicionadas, explicam-nos que “É uma mais-valia, porque o agricultor sente que é mais um serviço a que pode recorrer e que o apoiamos da melhor forma”.

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MESSINAGRO

Equipa multidisciplinar e acompanhamento técnico-comercial A assistência comercial e técnica faz parte da empresa, tornando-se um veículo para acompanhar os produtores agrícolas de perto. Na Messinagro, os gestores afirmam que “para vendermos também temos que prestar assistência. Deste modo, os nossos comerciais, para além de efetuarem a venda, fazem também o acompanhamento técnico”. Alguns dos colaboradores têm formação académica, mas independentemente disso, todos eles recebem formações constantes, aliás, “quase todos os dias”. Os entrevistados defendem que “é um misto de funções” e é assim que deve ser. Para além de venderem, transmitem informações sobre o produto e sobre o setor, conversam sobre a atualidade, os produtos que estão a surgir ou os que vão deixar de existir. Infraestruturas completas em São Bartolomeu de Messines, Faro e Tavira Estão presentes nestas três zonas do Algarve e foram mudando de instalações, sempre para melhor – com condições necessárias, cumprindo todas as normas exigidas e aumentando a capacidade de armazenamento de stock – o que se tornou uma das mais-valias, pois proporcionam, com rapidez, um grande apoio ao cliente com uma ampla disponibilidade de produtos. Nas três infraestruturas possuem salas de reuniões, onde há espaço e condições de trabalho, servindo não apenas para formação dos técnicos, como também para reuniões com clientes. “Estamos sempre a investir, aumentamos os escritórios. O nosso foco é ir inovando e melhorando”, declaram os entrevistados. Messinagro: Um rótulo de confiança no passado, presente e futuro Existem há mais de 20 anos, mas para o cliente, existem há mais tempo, porque são associados pela confiança depositada no negócio de família que já existia. Por vezes, identificam-nos como “o Inácio, que já anda neste negócio há 40 anos, referindo-se ao nosso Pai”. É essa proximidade que leva à confiança depositada nos serviços que oferecem. A confiança é uma virtude padrão, tanto para os clientes mais novos, como para os mais velhos, porque já sabem com o que contar. “Nós temos produtos das melhores marcas, aconselhamos, apoiamos e servimos o melhor que podemos o nosso cliente. É uma procura que passa de geração em geração, tal como nós. Já vêm até nós os netos de clientes que compravam ao nosso pai e que agora compram na Messinagro. Isso traduz a qualidade que se mantém”, explicam-nos. No futuro “o objetivo é crescer, de forma natural, como tem sido até agora, continuando com uma oferta de qualidade e acompanhamento constante”, concluem.

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UNIÃO DE FREGUESIAS DE ALGOZ E TUNES

E-mail: ufalgoztunes@gmail.com 282 574 385

AO SERVIÇO DA POPULAÇÃO

Com uma localização privilegiada, Algoz e Tunes apresenta um crescimento demográfico e empresarial. Sérgio Antão é o presidente da União de Freguesias que, em entrevista à Revista Business Portugal, deu a conhecer a importância da laranja para a região, bem como a força empresarial que impera na localidade. A laranja assume-se como principal produto endógeno e no caso de Algoz e Tunes, a laranja desempenha um papel fundamental, até porque “existem muitos laranjais promovidos por jovens que, ao iniciarem um percurso na agricultura, criam dinâmica no setor”, começa por referir. No que diz respeito ao tecido empresarial, Algoz e Tunes conta com a presença de algumas empresas que funcionam como uma alavanca para a economia local. As mais-valias da união prendem-se com os bons acessos e uma localização central em território algarvio. Estes fatores atraem novas empresas e, consequentemente, mais emprego e poder de compra na região. Tendo em mente alguns projetos ambiciosos, o nosso entrevistado pretende continuar a cuidar do dia a dia de todos os habitantes. Com o apoio do Portugal 2020, a União de Freguesias tem um projeto que irá permitir à população, através de uma aplicação, informar todos os problemas e melhoramentos que podem ser feitos dentro de Agoz e Tunes. A criação desta aplicação tem como objetivo delineado “atuar mais rapidamente naquilo que realmente importa para as pessoas”.

http://smartcity.uf-algoztunes.pt

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Presidente da Junta de Freguesia REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 35


CÂMARA MUNICIPAL DE SILVES

SILVES, CAPITAL DA LARANJA A SERRA, O BARROCAL E O LITORAL Em viagem do interior ao litoral, da serra ao mar, fomos conhecer o Município de Silves – o maior produtor de citrinos no Algarve. Aqui, encontrámos pessoas com diferentes pronúncias, nessas pronúncias costumes, nesses costumes tradições. Em conversa com Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, descobrimos a “Rota da Laranja” – um roteiro que promove a citricultura, envolvendo atividades que caraterizam o património, desde pessoas, fauna e flora, monumentos históricos e gastronomia.

“Silves, Capital da Laranja” é a marca que vos distingue? Apostamos bastante na nossa marca que é “Silves, Capital da Laranja”. Como somos os maiores produtores de citrinos a nível do Algarve assumimos a marca, no sentido de poder divulgar, não apenas a nossa laranja em particular, mas sim o nosso território. A nossa laranja é especial, é suculenta, doce, tem um toque diferenciador. É igualmente importante que os nossos munícipes estejam envolvidos nesta dinâmica, que tenham o sentimento de pertença ao território e que se identifiquem com os seus costumes, que sejam recetivos e saibam explicar a quem os visita. Caraterize o Município de Silves. É um concelho grande e bastante diversificado, portanto é natural que tenhamos populações bastante diferentes. Desde a zona mais serrana, onde temos atividades mais ligadas ao monte – como a extração da cortiça, a apanha do medronho e a elaboração do mesmo, até à apanha do mel. Temos alguns suinicultores

Telef: 224 110 471 36 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL jf-campoesobrado.pt

Rosa Palma, presidente

e inclusive produção caprina. O Barrocal distingue-se pela presença bem vincada de vastos pomares e pela forte produção de citrinos. Na zona litoral temos uma comunidade piscatória ligada à pesca artesanal, que estamos a dignificar e a potenciar com a criação de uma área marinha protegida de interesse comunitário. Explique-nos quais são as caraterísticas da área marinha protegida de interesse comunitário. Esta área protegida não vem interditar a exploração desse território, estamos a desenvolver uma área diferente, de interesse comunitário – para que as populações percebam que a proteção e salvaguarda da biodiversidade e do meio ambiente podem ser um motor de desenvolvimento económico e social e exemplo de sustentabilidade, através da valorização da pesca local artesanal e potenciação


CÂMARA MUNICIPAL DE SILVESEA

da atratividade turística do território. Queremos obter a certificação da qualidade do pescado extraído do maior recife rochoso costeiro de Portugal, mediante o reconhecimento da baía de Armação de Pêra enquanto referência de biodiversidade em termos nacionais e internacionais, daí estarmos a trabalhar nesta particularidade de tentar classificar este território como área protegida. O objetivo do Geoparque Algarvensis (para além de já ser aspirante) é ser considerado parte do Geoparque Mundial da Unesco? O Geoparque Algarvensis, que inclui os municípios de Loulé, Silves e Albufeira, foi considerado aspirante a Geoparque Mundial da Unesco, o nosso objetivo é sermos reconhecidos como tal. É um trabalho que será feito e que vai demorar mais de um ano, englobando os três municípios. Não conseguíamos falar de um território singular, sem falarmos do seu todo (a nível geológico, de fauna e flora). Pretendemos divulgar as zonas do interior, potenciando-as com aquilo que têm de melhor – pelas suas tradições, combinando-o com conhecimento científico. Com o trabalho de equipa pretendemos divulgar a grandeza do território e torná-lo mais atrativo para quem o visita, queremos levar as pessoas que procuram mais a zona litoral a conhecerem também o interior. Apresente-nos a Rota da Laranja. A Rota da Laranja é um roteiro pela região que pretende valorizar a citricultura, desde a produção, à transformação e ao consumo. Um roteiro que envolve as atividades paralelas – como a hotelaria e a restauração, contribuindo para o desenvolvimento do município, através da proposta de usufruto de uma oferta turística sustentável e diversificada. A laranja é o chapéu que vai levar a conhecer, não só os nossos produtores de citrinos, mas também vai albergar as tradições de cada uma destas localidades. Vai permitir conhecer pessoas, vivenciar situações particulares como: a apanha da laranja, a confeção da torta da laranja, ou apenas saborear determinadas refeições com a particularidade do fruto. Associado a isso outros produtos locais bastante tradicionais, como os bolos regionais de amêndoa, os de alfarroba, os nossos vinhos; todas essas tradições vão estar envolvidas no roteiro – cujo centro é a laranja. Queremos envolver um leque vasto para que haja opções diferenciadas para todos os visitantes. A Rota da Laranja será apresentada no dia 8

de fevereiro. Haverá uma aplicação onde o utilizador poderá criar um roteiro flexível, personalizando-o através de filtros e adequando-o aos seus interesses. O que se pretende com esta rota é que as pessoas saibam o que pode ser visitado e que, por sua vez, os monumentos (através de personagens) contem a história dos locais. O que podemos esperar da IV Mostra Silves Capital da Laranja? Este evento – que acontecerá no fim de semana de 14 a 16 de fevereiro – envolve produtores de citrinos, agricultura, produtos agroalimentares, equipamentos, artesanato, restauração e outras entidades diversas. Na mostra existirá a Conferência XXI onde se pretende que haja partilha de informação, através de uma discussão especializada sobre as dificuldades enfrentadas na produção de citrinos e as soluções que possam ajudar a ultrapassá-las. Essa conferência vai colocar em contacto pessoas da área que tenham conhecimento para resolver determinados problemas, não só no debate de ideias, como em situações que podem ser minimizadas e que estejam ao nosso alcance – nomeadamente através de equipamentos novos, fitofármacos, ou até mesmo de financiamentos que existem, mas que os produtores não têm conhecimento. A IV Mostra Silves Capital da Laranja incluirá também momentos culturais com espetáculos musicais. 190 anos do nascimento de João de Deus, um marco importante para Silves. Durante o mês de março, a Câmara Municipal de Silves, em colaboração com diversas entidades, celebrará os 190 anos do nascimento de João de Deus – potenciando a criação de uma programação cultural diversificada para diferentes públicos. As celebrações dos 190 anos do nascimento de João de Deus contarão com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa. João de Deus foi um poeta e pedagogo, nascido em São Bartolomeu de Messines – vila do concelho de Silves, que deve ser valorizado a nível nacional. Um homem que se preocupou bastante com a alfabetização das pessoas, com a propagação do conhecimento, da escrita e da leitura. Escreveu a “Cartilha Maternal”, obra que se destinava a servir de base a um método de ensino de leitura para crianças.

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ALGARTRACTO

HÁ 40 ANOS NO APOIO AO SETOR AGRÍCOLA ALGARVIO A Algartracto é uma empresa que, desde 1980, se dedica ao comércio de máquinas agrícolas e automóveis. Como o nome sugere, é no Algarve, em São Bartolomeu de Messines, que pode encontrar esta entidade gerida pelos irmãos Daniel e Vânia Calado. DanieL Calado, gerência

Como podem contextualizar a origem da Algartracto? A empresa nasceu em 1980 e, por isso, celebra, este ano, 40 anos. É uma empresa familiar que sempre esteve ligada ao ramo agrícola e automóvel. Temos os mais variados serviços que contemplam todas as necessidades dos nossos clientes, ou seja, fazemos reparações, vendemos máquinas agrícolas, damos assistência e temos seguros para qualquer situação adversa. Para além disso, dispomos ainda do serviço de chapa e pintura e somos representantes oficiais de duas marcas de Alfaias: a Same e a Solis. E porquê a aposta no ramo automóvel? A aposta no mundo automóvel tem bastante expressão na nossa área de negócio, porque qualquer agricultor tem uma carrinha e uma esposa (ou outro familiar) que necessite de um automóvel. Assim, nós conseguimos, dentro de portas, colmatar todas as necessidades dos nossos clientes. Têm uma oficina que presta apoio aos inúmeros empresários agrícolas aqui na região. Considera que o setor agrícola se encontra numa fase de crescimento? Não, infelizmente não é um negócio que esteja a crescer, mas por um motivo muito simples: os grandes proprietários cada vez compram mais propriedades, o que leva a que haja cada vez maiores propriedades e cada vez menos proprietários. Desta forma, o mercado nunca cresce com o dinamismo a que estávamos habituados.

Voltando à Algartracto, o que distingue o vosso serviço dos demais existentes na região? Primeiro, e principalmente, é a confiança, porque é uma empresa já com muitos anos e as pessoas já conhecem e já sabem o que fazemos, quais são os nossos serviços, e sabem, acima de tudo, qual é o nosso valor. Os que não nos conhecem, vêm por curiosidade, porque já ouviram falar e ouviram falar bem. Consideram que o evento da IV Mostra Silves Capital da Laranja mexe com a região? Este evento é muito importante, não só para a região, como para o distrito e para o país. É uma Mostra vocacionada para os profissionais, mas naturalmente que está aberta ao público. A principal rentabilidade do concelho advém dos citrinos e toda a sua envolvência, por isso, este tipo de eventos são muito bem-vindos. No ano em que celebram 40 anos de atividade, qual é o balanço que fazem? E quais as novidades que nos trarão em 2020? Temos de fazer um balanço positivo e temos de prestar homenagem aos nossos clientes, ao nosso concelho e ao país maravilhoso onde nós trabalhamos, porque independentemente daquilo que cada um pensa, até os maus momentos trazem algo positivo. Nesse seguimento, este ano de 2020, queremos que seja, acima de tudo, um ano de estabilidade. É o momento certo para podermos amadurecer e não para grandes voos. Será, com certeza, um ano muito bom e muito importante para nós.



ALGARORANGE

GARANTIA EXÍMIA DE QUALIDADE A AlgarOrange - Associação de Operadores de Citrinos do Algarve nasceu em agosto de 2018 para lutar por um único objetivo: promover, divulgar e valorizar a excelência da laranja do Algarve. O engenheiro José Oliveira, presidente da direção, conversou com a Revista Business Portugal sobre um dos setores que mais impacto tem na região. Apesar de ser um projeto recente, a AlgarOrange – fundada pela Cacial, Frusoal, Frutalgoz, Frutas Lurdes, Frutas Martinho, Frutas Tereso, Machorro & Filhos, Matinhos Hortifruticultura e Parafrutas – tem deixado marcas junto do mercado dos citrinos pela sua força de vontade em levar a laranja do Algarve além-fronteiras. Segundo José Oliveira, “o que nos interessa é fazer a promoção e divulgação no mercado externo, porque achamos que o produto que temos pode vender-se pela diferenciação da qualidade. É através da contínua aposta na qualidade e na valorização das particularidades que este produto apresenta que existem intervenientes que se surpreendem com as suas potencialidades – a combinação da doçura com um toque de acidez. O nosso entrevistado conta que “ainda há pouco tempo estiveram uns alemães num pomar do Algarve que ficaram surpreendidos, chegando a comentar que em Espanha era impossível comer umas clementinas com o sabor e qualidade que estão nestas árvores”. Isto só é possível graças às excelentes características que a região tem para oferecer, nomeadamente no que diz respeito ao solo e aos ventos atlânticos. São estes fatores que colocam as laranjas algarvias “num elevado patamar de qualidade”, remata ainda que “quando comemos as laranjas do Algarve temos uma simbiose entre a acidez e o açúcar, o que lhe dá esta potencialidade. A cor do sumo também é mais acentuada, bem como o teor do mesmo”. José Oliveira, Presidente da Direção


ALGARORANGE

que são bons a produzir e fazem-no com toda a qualidade, normas e certificações. Depois há outro setor de produção, o que produz normalmente e não sente essa necessidade até porque o mercado não exige isso, como é o caso do mercado tradicional”, reitera. Entre a distribuição e o mercado tradicional há uma diferenciação muito grande em termos de exigências, contudo, a maioria do produto que vai para o mercado internacional tem de estar sustentado, mais do que nunca, em certificações, em normativos de trabalho e respetivas exigências.

A essência da AlgarOrange São um grupo de nove entidades a lutar por um objetivo comum, que “está aberto e que desejamos que entrem mais”, remata o entrevistado, acrescentando que “isto não é uma organização comercial. Cada um tem, por si próprio, o seu trabalho comercial. A AlgarOrange não vende laranjas. A essência é a promoção e divulgação dos citrinos, assim como a promoção da excelência. Desta forma, conta-nos que “podemos abrir portas a mercados pontuais e específicos, que nos possam pagar o diferencial da qualidade. Esta é a nossa estratégia”. Para o presidente da direção, “o ideal seria que esta conceção fosse estendida à comercialização, mas penso que a AlgarOrange nunca deverá passar por aí, para que não haja fraturas entre as pessoas e organizações”, não descartando a possibilidade de, no futuro, ser criada uma estrutura à parte com esse fim. A internacionalização pela diferenciação do produto A procura da laranja tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Focando nas cadeias de venda em Portugal, os principais operadores de frutas e legumes estão em expansão. Internacionalmente há uma competição muito grande e do ponto de vista interno também, daí “termos de ir para o mercado pela diferenciação. Não temos quantidade para fornecermos grandes mercados, muito menos individualizados”, acrescentando que “um dos nossos objetivos é conseguirmos demonstrar que as nossas laranjas, os nossos citrinos, são efetivamente diferentes dos outros. Queremos abrir novos mercados para esse produto”, declara o entrevistado. Acrescenta que, Espanha, Marrocos, Egipto e África do Sul são concorrentes com os quais o Algarve não consegue competir, não só pela quantidade do produto, mas também pela qualidade da apresentação. Porém, a Associação pretende combater esse desafio através da diferenciação do produto que tem para oferecer, posicionando-se no patamar da qualidade. No setor de citricultura, neste momento, existem dois quadros diferentes: “desde a produção à operação comercial. Na produção são os verdadeiramente empresários agrícolas,

O uso sustentável da água A água é um recurso natural indispensável para a produção da Laranja do Algarve. Como tal, todos os intervenientes no processo garantem o seu uso sustentável. Exemplo disso é a utilização de técnicas de rega avançadas, sustentadas pela modernização dos equipamentos. Contudo, para o presidente da Associação, “as entidades responsáveis devem apresentar um plano para a água do Algarve”, passando, por exemplo, pela construção de barragens de dimensão significativa e também de pequenas barragens. Remata ainda que “a questão que se coloca passa pelo aumento que houve de consumo e da diminuição da reserva disponível. O aumento do consumo verificou-se em todos os ramos de atividade. Comparativamente a um passado não muito distante, talvez na agricultura, tenha até havido redução de consumo por variação negativa da área de regadio. Cada vez chove de forma mais concentrada. A disponibilidade dos recursos é menor e o consumo é maior”, defendendo que a solução deverá passar pelo aumento das capacidades de reserva e de transvases. Por fim, destaca o cuidado com o uso sustentável da água e a utilização racional deste bem cada vez mais escasso que deve ser uma preocupação de todos os intervenientes. IV Mostra Silves Capital da Laranja 2020 A AlgarOrange vai ser uma das entidades presentes na IV Mostra Silves Capital da Laranja 2020, uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Silves, que decorrerá entre 14 e 16 de fevereiro de 2020. Estarão presentes várias dezenas de expositores ligados à citricultura, bem como gastronomia, artesanato e animação. A Associação de Operadores de Citrinos do Algarve vai participar na conferência sobre as alterações climáticas para debater os desafios e constrangimentos do setor.

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MACHORRO & FILHOS

OS MELHORES CITRINOS À SUA MESA Carlos Machorro, Fátima Machorro e seu filho Tomás Machorro Marques são os administradores da Machorro & Filhos, Lda., uma empresa que se dedica à produção e comercialização de citrinos há mais de 30 anos. José Machorro, natural de Pinhel e pai da nossa entrevistada, foi o fundador desta empresa familiar que já celebrou o seu 30º aniversário. Segundo Fátima Machorro, tratava-se de um homem “extraordinário, humano e humilde. Era um visionário e eu tive a sorte de me juntar a ele a tempo de aprender muito do que sei hoje”. Após o regresso de Angola, onde possuíam uma das maiores indústrias de pesca de Bengala, José Machorro recomeçou do zero em Lisboa, apostando, desta vez, na fruta. No entanto, depois de conhecer a doce e especial Laranja do Algarve, José Machorro viu aí um grande potencial de negócio. “O meu pai foi o primeiro a arrendar pomares para a produção de Laranja do Algarve. Na altura, este não era um fruto valorizado e havia muito poucos pomares. Mais tarde, começou ele próprio a produzir e a comercializar a fruta e foi assim que nasceu esta empresa”, contou-nos. Com uma área de produção superior a 100 hectares, a Machorro & Filhos orgulha-se de colocar no mercado citrinos de ótima qualidade. Aqui são produzidas, tratadas e embaladas toneladas de laranjas, clementinas, tangerinas e limões, graças a uma equipa extremamente profissional e experiente que privilegia uma cultura mais sustentável e benéfica quer para o ecossistema quer para o consumidor. A ascensão da Laranja do Algarve Com tantos anos de experiência no mercado dos citrinos, esta empresa acompanhou a afirmação da Laranja do Algarve como sendo um produto único e de elevada qualidade. “A nossa laranja (do Algarve) é especial devido ao solo e ao clima, que lhe permitem atingir níveis de açúcar superiores à produzida noutros locais do mundo. Agora, acompanhada pelo filho Tomás, Fátima Machorro almeja um 2020 melhor que o ano transato: “Ainda estamos no início, mas julgo que esta campanha será melhor do que a anterior”, adiantou. No entanto, a principal novidade prende-se com a iniciativa do Município de Silves e 42 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

tem que ver com a criação da Rota da Laranja, que contará com a parceria da empresa Machorro & Filhos para se assumir como um dos palcos onde os visitantes e interessados poderão ter contacto com a realidade da produção da tão afamada Laranja do Algarve.


MACHORRO & FILLHOS

Machorro & Filhos

30

José Machorro, Fundador

anos

Lugar De Calvos, S Bartolomeu De Messines Faro machorro.pt 282 338 507

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PARAFRUTAS - CITRINOS DO ALGARVE

Armindo Silva, fundador

OS MELHORES CITRINOS ESTÃO NO ALGARVE Na história que lhe damos a conhecer nesta edição da Revista Business Portugal a laranja algarvia é a protagonista. Para lhe trazer este relato, rumamos até ao Algarve, mais concretamente até à Parafrutas – Citrinos do Algarve, onde formos recebidos por Armindo Evangelista, que em conversa recordou a génese do negócio fundado há cerca de 30 anos e que desde então se dedica à qualidade dos seus produtos. A Parafrutas surgiu pelas mãos de Armindo Evangelista em 1993 e desde então dedica-se à produção e comercialização de citrinos. Em conversa com a Revista Business Portugal, recordou os primórdios do negócio, marcados pelo trabalho e dedicação a uma atividade que “já estava no sangue”. “A empresa foi crescendo pouco a pouco. Começámos por vender pequenas caixas de fruta aos mercados, que comprávamos, sobretudo, ao estrangeiro. Com o passar dos anos começámos a apostar mais nos citrinos do Algarve e hoje são eles a nossa estrela principal”. Decorridos cerca de 30 anos, o projeto que começou “com uma brincadeira” explora atualmente, direta e indiretamente, cerca de 700 hectares de terra, de onde provêm as frutas de sabor intenso e qualidade excecional. Laranja é a protagonista Na Parafrutas, a variedade de citrinos é grande, mas é a laranja a estrela principal. Com variedades que vão desde a Navelina, à D. João, Armindo Evangelista assume que apenas comercializa laranjas do Algarve. O motivo é simples: são laranjas únicas de sabor inigualável. “A Laranja do Algarve caracteriza-se por ser uma laranja ‘feia’ de apresentação, mas com um sabor intenso e único. Costumo dizer que a nossa laranja se vende pelo conteúdo e não pela apresentação. Somos únicos, porque a nossa costa permite-nos produzir laranjas de qualidade e sabor excecionais”. É dos cerca de 700 hectares de terra que explora um pouco por todo o Algarve, que a Parafrutas obtém a 44 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

estrela da casa e que lhe permitem produzir e comercializar laranja de qualidade durante todo o ano. “Acredito que o Algarve ainda é dividido em três partes, no que diz respeito à produção de laranja: Tavira, Faro e Silves. Não nos podemos esquecer que cada um destes territórios tem as suas especificidades, que vão desde os diferentes tipos de solo aos diferentes graus de humidade, tornando-se assim mais viáveis para a produção de determinadas variedades de laranja. Ter explorações em diferentes partes da região algarvia permite-nos produzir e comercializar laranjas de diferentes variedades e de qualidade durante todo o ano”. Laranja algarvia reconhecida internacionalmente A qualidade inquestionável do produto produzido e comercializado ditou o sucesso da empresa algarvia que tem vindo a consolidar a sua presença no mercado internacional. É com orgulho que o entrevistado recorda os primeiros passos dados pela Parafrutas no mercado internacional, com a entrada nos mercados da Roménia e da Noruega. “Fui o primeiro a exportar laranja do Algarve para a Roménia e para a Noruega, mercados com os quais ainda trabalhamos”. A estes juntam-se ainda França, Espanha, Angola, Cabo Verde, Holanda, Polónia e, mais recentemente, o Canadá, que representaram em 2019 cerca de 40 por cento do volume de negócios da empresa algarvia. Para este ano, o desejo é consolidar e aumentar a presença internacional e Armindo Evangelista já delineou a meta a atingir: “Pretendemos este ano alcançar os 60 por cento de exportação”.


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PARAFRUTAS

Não menos importante continua a ser a presença no mercado nacional, que é para a empresa gerida por Armindo Evangelista “um importante mercado” e por quem o nosso entrevistado assume ter um grande respeito. “Este mercado (internacional) só funciona se formos capazes de trabalhar com os dois em simultâneo, se existir um equilíbrio. Acredito que na Parafrutas conseguimos esse equilíbrio e, por isso, temos conseguido alcançar bons resultados”. Fruto desta estratégia, a Parafrutas alcançou em 2019 o marco das 20 mil toneladas de fruta vendidas, quer para o mercado nacional, quer para o mercado estrangeiro. União é a palavra de ordem O desejo para 2020 é atingir ou até superar os valores alcançados em 2019. No entanto Armindo Evangelista mostra-se reticente e ressalva que “os anos não são todos iguais”. “Gostaríamos muito de superar os valores alcançados em 2019, mas não nos podemos esquecer que os anos não são todos iguais e infelizmente estamos à beira de anos de muito perigo”. A grande preocupação prende-se com o excesso de produção face ao número de armazéns disponíveis. Perante esta perspetiva, apela à união de todos os produtores da região algarvia. “Gostava que no Algarve existisse o mesmo que há na região de Alcobaça, por exemplo. Uma voz única,

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mais forte e unida. É isso que nos faz falta. Todos juntos ainda somos pequenos, mas separados não somos nada”. Futuro: mais crescimento e mais união Com cerca de 130 colaboradores, 50 dos quais funcionários efetivos, a empresa algarvia vem evidenciando um crescimento sustentado, alicerçado na variedade e qualidade dos citrinos produzidos e comercializados para o mercado nacional e estrangeiro. Para o futuro fica o desejo de crescer, sempre tendo como principal máxima: “citrinos do Algarve de qualidade”. “Gostaríamos de crescer no futuro, mas sabemos que todos temos um limite. Acima de tudo temos que saber até onde podemos ir e até quando conseguimos manter a qualidade dos nossos produtos”. À vontade de alcançar novas metas junta-se o desejo do aparecimento de uma nova geração de produtores, capaz de (re)criar um setor mais desenvolvido, organizado e unido. “Gostaria que as novas gerações conquistassem um pouco mais do que foi conquistado até os dias de hoje. Que este pudesse ser, no futuro, um setor onde prevalecesse a união entre todos”.


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CACIAL

LARANJA CACIAL:

A SIMBIOSE PERFEITA ENTRE DOÇURA E ACIDEZ Produzem a laranja, colhem-na e transportamna. Quando chega ao armazém – equipado com a mais alta tecnologia – é lavada, encerada, calibrada e embalada. Foram os primeiros produtores a distribuir para as grandes cadeias de distribuição, não descurando nunca a qualidade dos citrinos que produzem. Falamos da Cacial. Na Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, o principal objetivo é o contínuo crescimento e o fortalecimento dos seus parceiros produtores. José Oliveira, presidente do conselho de administração e Horácio Ferreira, diretor geral, deramnos a conhecer a empresa. Caraterizem-nos a Cacial – Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve. A Cacial foi fundada em 1964 e opera há mais de 50 anos. Surgiu com uma necessidade dos produtores agrícolas, a de criarem uma estrutura que pudesse comercializar as laranjas do Algarve. Assim, juntaram-se e formaram a Cacial. Atualmente, considerando todos os associados e pomares próprios, estamos a falar de uma área de cerca de 1.200 hectares em toda a região do Algarve. A Cacial opera, anualmente, mais de 30 milhões de quilos de citrinos. A Cacial faz a gestão e o equilíbrio de todos os produtores que trabalham convosco? Sim. Neste momento temos 40 associados, mas trabalhamos com cerca de uma centena de produtores parceiros. No início da atividade, a cooperativa teve mais de duas centenas de associados, mas a reorganização e o cumprimento das regras do código cooperativo levou-nos à realidade dos dias de hoje. A Cacial faz, naturalmente, a gestão da produção e comercialização de todos os produtores que com ela trabalham. Qual é a função da Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve? A Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve é fun48 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

damental para que, com a associação de pequenos produtores, estes possam ter mais expressão no setor dos citrinos. Nós temos um departamento técnico e um departamento de campo. O departamento técnico faz todo o apoio necessário aos produtores – na produção, certificações, adubação – mediante a análise individual a cada um, determinando as intervenções necessárias. O departamento de campo procede à apanha e ao transporte da fruta, considerando vários fatores que determinam quando se deve fazê-lo, por exemplo, o grau de maturação da mesma. Como caraterizam a evolução da Cooperativa ao longo dos anos? O crescimento da Cacial aconteceu de forma contínua ao longo da sua atividade. Nos últimos dez anos crescemos muito. Tivemos anos consecutivos a crescer cerca de 30 por cento por ano, tanto ao nível das instalações, como da modernização de todos os equipamentos. Tivemos sempre a perspetiva de investir continuamente, mesmo na altura da crise. Investimento, esse, que se reflete não só na qualidade do produto, como também na possibilidade de fornecer os clientes. Nós fomos o primeiro operador a fornecer à grande distribuição. Só nesta central em Faro, temos cerca de 100 pessoas a trabalharem connosco. Em Portugal, a Cacial fornece apenas para cadeias de grande distribuição? Em Portugal fornecemos praticamente para as grandes cadeias de distribuição. Foi uma opção que tomamos, porque, para além de serem bastante exigentes ao nível da qualidade


CACIAL

do produto, do ponto de vista económico são mais seguras. Ao seguirmos esta via, fomos “obrigados” a melhorar, porque os patamares de qualidade foram sempre superiores ao restante mercado, o que nos obrigou a uma melhoria permanente. Foi sempre um grande desafio para nós. Hoje, a grande distribuição representa cerca de 70 por cento do mercado de frescos – frutas e legumes – em Portugal e os restantes 30 por cento são ocupados pelo mercado tradicional. Focando na internacionalização, a Cacial já está presente em vários países, nomeadamente da Europa e da América do Norte... Sim. Estamos em Espanha, França, Alemanha, Suíça, Holanda, Dinamarca, para a Itália também enviamos algum produto. Já exportamos para o Canadá e para a Costa Rica; também para Cabo Verde e para Angola, mas por outros parceiros. Note-se que é preciso ter uma determinada escala para sermos capazes de ter uma resposta eficaz e para que tenhamos a capacidade de resolução caso haja algum problema. A consciencialização das pessoas relativamente à parte ambiental é cada vez maior. Esse fator traduz-se na produção da laranja? Há standards aos quais temos que cumprir, impostos pelo mercado. Contudo, daqui a uns anos será possível que se reverta essa posição, perante os problemas ambientais que se colocam, como por exemplo, a utilização de produtos fitossanitários. Caso se consiga mostrar que uma laranja que tem um pequeno defeito na casca, é igual (ao nível de qualidade) a uma que está fisicamente bonita, os consumidores perceberão e esperamos que o mercado passe a aceitar a chamada “fruta feia”. Para que não haja desperdício, nós

fornecemos muito produto ao Banco Alimentar, anualmente cerca de duas centenas de toneladas – uma solução para combater o desperdício e tentar ajudar quem necessita. A produção biológica é o caminho a seguir? Há condições para caminhar por aí, porque o mercado evolui nesse sentido e é natural que a recetividade de “fruta feia” seja percecionada de forma positiva pelo consumidor. O biológico é o caminho, mas é extremamente difícil transformar toda a produção. Uma das soluções será produzir, de forma orgânica, um produto que seja feito de uma forma mais sustentada, onde se apliquem os produtos fitossanitários mais apropriados, diminuindo consequências nefastas para o meio ambiente. Contudo, é um caminho difícil, e serão necessárias medidas globais a nível regional. A laranja é o segundo produto frutícola mais produzido em Portugal. Considera que a cooperativa é um meio de unificação para irem mais longe? A organização da produção é que é importante, algo que faz falta no Algarve, e que seria uma mais-valia em todos os sentidos. Os produtores e operadores dos citrinos são pessoas que vingaram à custa de muito trabalho e compreende-se o facto de quererem continuar a trabalhar de forma individualizada. Para nós, o caminho não é esse, temos que trabalhar em conjunto. Por exemplo, a exportação para clientes de dimensão significativa só pode ser feita em iniciativas conjuntas. O mercado permite a operação de todos, mas se trabalharmos em conjunto teremos maiores benefícios para o bem comum – valorização da laranja do Algarve e posicionamento pela excelência. Assim todas as iniciativas que caminham nesse sentido são importantes, desde associações como a AlgarOrange até à Mostra Silves Capital da Laranja. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 49


ESPECIAL SAÚDE QUALIDADE E INOVAÇÃO EM SAÚDE C

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Em Portugal, a inovação também se tem acentuado na área da saúde, o que representa uma mudança de paradigma na qualidade de vida humana contribuindo, por exemplo, para um envelhecimento saudável e ativo. Para que tal se concretize, é fundamental criar condições para que o sistema de saúde seja eficaz e com a qualidade necessária, sendo também importante para o desenvolvimento da economia dos países e do mundo.

Ciências da Vida | Inovação | I & D | Tecnologia e Biotecnologia Diagnósticos e Terapêuticas Clínicas | Prestação de Cuidados de Saúde 50 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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FUJIFILM

O papel da colonoscopia no Rastreio de Cancro Colorretal (CCR) Nos seus pareceres, a Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) que ao longo da sua história sempre esteve atenta à problemática do cancro colorretal (CCR) e à promoção do rastreio de base populacional desta patologia, refere que o CCR é um problema de saúde dada a sua elevada incidência e mortalidade. Em 2018 em Portugal cerca de 10 mil pessoas terão sido diagnosticadas com esta doença (1º lugar na incidência suplantando os cancros da mama e próstata) e a mortalidade terá rondado os 45% (1ª causa de morte por cancro representando 16% das mortes por neoplasia): são 11 Portugueses por dia a morrer por esta doença, evitável pelo rastreio. Em 2017, o Governo Português legislou finalmente no sentido da implementação de um programa de rastreio nacional de base populacional; na sua sequência, a Direção Geral de Saúde retirou, em conformidade, a norma do rastreio oportunístico do CCR. Nesses pareceres a SPED faz duas referências importantes: • De acordo com as recomendações internacionais, a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes por método imunoquímico (FIT) são os métodos de rastreio de 1ª linha a propor no rastreio do CCR. • Qualquer que seja o modelo adotado em termos populacionais, a realização de uma colonoscopia de qualidade é central porque é geradora de indicadores imediatos relacionáveis com o resultado último de prevenção de morte por cancro. Os indicadores de qualidade da colonoscopia incluem parâmetros, como a taxa de deteção de adenomas, que se relacionam diretamente com a taxa de cancros de intervalo (cancros diagnosticados antes da data proposta para a próxima colonoscopia de controlo) e o risco de morte por cancro colorretal. A este propósito, evidenciamos um, entre diversos estudos clínicos sobre o benefício do Linked Color Imaging (LCI) na redução da taxa de lesões neoplásicas não detetadas no cólon ascendente. Este estudo foi desenvolvido no Hospital Valduce, Como em Itália.Tendo como base um universo de 600 pacientes submetidos a colonoscopia com Sistema Fujifilm ELUXEO e colonoscópios de última geração com ou sem magnificação ótica (EC-760R, EC-760ZP). Como background para este estudo, é referido pelos seus autores que o cólon ascendente pode abrigar uma maior prevalência de lesões neoplásicas que são macroscopicamente mais difíceis de distinguir da mucosa normal, como lesões planas ou não polipóides, que podem provavelmente conter carcinoma invasivo. Da mesma forma, adenomas / pólipos sésseis (SSA / P), com aparência subtil e cor normal, geralmente estão localizados no cólon ascendente. As pregas são mais profundas no cólon ascendente, e os pólipos frequentemente estão localizados nas costas das mesmas e nas curvaturas internas das flexões, iludindo a visão durante a retirada do endoscópio. O propósito será verificar se o LCI melhora a deteção de lesões neoplásicas no cólon ascendente, quando comparado com imagens de luz branca de alta definição (WLI). Os resultados com base nesta tecnologia LCI são os ilustrados na tabela:

Referências: - www.SPED.pt – Pareceres SPED “Rastreio do Cancro Colorretal em Portugal” - Paggi S. et al. Linked color imaging reduces the miss rate of neoplastic lesions in the right colon: a randomized tandem colonoscopy study. Endoscopy. 2018 Apr;50(4):396-402. doi: 10.1055/a-0580-7405. Epub 2018 Mar 14. 52 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


MODO LUZ BRANCA (WLI)

MODO LCI

NOVO ESTUDO COM LCI

O LCI REDUZ A TAXA DE LESÕES NEOPLÁSICAS NÃO DETETADAS NO CÓLON ASCENDENTE Linked color imaging (LCI) é uma nova tecnologia de realce da imagem endoscópica que proporciona imagens endoscópicas com mais brilho e com um contraste de exceção.

Na análise por pólipo num estudo randomizado de colonoscopia, a inspeção dupla do cólon ascendente nos grupos LCI-WLI e WLI-LCI resultou numa taxa de adenoma não detetado de 11,8% e 30,6%, respectivamente (P <0,001). *

* Paggi S. et al. Linked color imaging reduces the miss rate of neoplastic lesions in the right colon: a randomized tandem colonoscopy study. Endoscopy. 2018 Apr;50(4):396-402. doi: 10.1055/a-0580-7405. Epub 2018 Mar 14. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 53


PROCARE HEALTH

SAÚDE E BEM-ESTAR DA MULHER O plano de expansão da Procare Health é, desde a sua criação, um dos eixos estratégicos da empresa, que se assume como uma empresa global que, por uma lógica de recursos disponíveis, estabeleceu a sua sede mundial em Barcelona. O facto de se tratar de uma spin off da Procter & Gamble acaba por explicar esta atitude expansionista. Neste momento, a empresa tem atividades comerciais em mais de 20 países e continua sempre em busca de novas oportunidades de estender a sua marca a outras geografias. Decorrido o primeiro ano, que balanço é possível fazer desta aposta? Foram atingidos os objetivos traçados? Durante este período inicial, deparámo-nos com alguns obstáculos que de algum modo vieram impactar a velocidade do market uptake que definimos no nosso business plan. Contudo, levamos sempre todas as situações que encontramos como parte de um processo de aprendizagem e criámos uma estrutura muito flexível, que nos permite de modo muito rápido adaptar a nossa estratégia de acordo com o que o mercado nos diz. Surgimos na área da Saúde da Mulher com um posicionamento muito próprio, seguindo um plano de comunicação muito sustentado na Evidência Clínica, que resulta de um dos maiores investimentos da empresa, um Plano de Investigação Clínica que produz a matéria prima que sustenta a diferenciação e excelência dos nossos produtos. Temos tido muito boa recetividade pelos profissionais de saúde que compreenderam que a Procare Health é uma empresa biotecnológica focada no desenvolvimento de melhores soluções terapêuticas para a mulher de hoje. Em termos de apreciação global, direi que o saldo é extremamente positivo, principalmente porque nos foi lançado o desafio por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, doentes, de fazermos mais e melhor. Somos um projeto de pessoas para pessoas e é assim que somos conhecidos. Estamos agora a consolidar o nosso sucesso. A Procare Health Portugal destaca-se por apostar na criação de produtos não hormonais, de síntese não química ou de origem natural. É este um dos vossos aspetos diferenciadores e de inovação no mercado? O fator diferenciador no mercado não assenta somente no facto de termos uma base natural e não hormonal nos nossos produtos. A diferença está também na demonstração da evidência de qualidade, eficácia e segurança dos nossos 54 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Miguel Coelho

produtos, como de resto é esperado de qualquer terapêutica. Os nossos produtos são submetidos a estudos clínicos, que vão desde os estudos in vitro, passando pelas diversas fases de Investigação clínica. É daqui que retiramos a demonstração do valor dos produtos. E esse é um processo em contínuo, o de reforçar essa evidência de eficácia e segurança. É com muito orgulho que posso dizer que estamos neste momento a desenvolver investigação clínica em diversos centros em Portugal, que irá adicionar a experiência dos médicos portugueses aos seus colegas de outros países. O conceito de inovação na Procare Health não se resume ao desenvolvimento de produtos. Exigimos ser inovadores também nos processos. Em Portugal, implementámos um conjunto de processos que inovam pela forma como a empresa está no mercado. Mais do que uma estratégia “lean”, estudamos detalhadamente todos os processos que gerimos diariamente e procuramos a todo o momento encontrar “gorduras” que possamos eliminar por forma a tornar mais leve a gestão da organização, o apoio à formação médico-científica, o nosso papel social, entre outros aspetos. Eu costumo dizer que não podemos ser ineficazes na forma como gerimos o nosso quotidiano, sendo que devemos tratar todos os nossos assuntos como se fossem urgentes. Os doentes, profissionais de saúde, stakeholders, etc., não podem esperar. Até porque a concorrência não o faz seguramente. Considera que hoje há maior procura, por parte das mulheres, de soluções mais naturais e farmacologicamente menos agressivas? As mulheres portuguesas estão hoje mais preocupadas com o seu bem-estar e com a qualidade da sua saúde? O conceito de produtos naturais está cada vez mais na base da escolha dos consumidores, a vários níveis, nomeadamente na alimentação A decisão de desenvolvermos terapêuticas com esta característica resultou do conhecimento que


de Ginecologia, em junho de 2018. Totalmente desconhecidos, explicámos quem eramos e quais os nossos objetivos, enquanto empresa farmacêutica. Costumo dizer que a maior motivação que tivemos por parte da Comuexistia na empresa de poder criar tratamentos eficazes com um nidade Científica em Portugal foi o carinho com que fomos recebidos. perfil de segurança favorável. É verdade que vivemos hoje num Eventos como os mais que são organizados Sociedade dão-nos mundo que está desperto para apela sustentabilidade, ondea possibilidade de falar comprocuram muitos profi ssionais, mas sobretudo os consumidores produtos quepartilhar lhes dãoideias, garantias de melhorar a sua saúde e reduzir a pegada ecológica. sermos desafiados. Temos em curso um programa de investigação clínica Menos positivo o facto surgirem no mercado também no nosso país,éfruto da de disponibilidade e interesseprodutos demonstrados de base natural, sem demonstração de Evidência Clínica que pelos Especialistas.

SAVILLS

desenvolvem estratégias de comunicação questionável, muitas vezes direcionada aos doentes e que são percecionadas pelos Entre os dias de 6 a saúde 8 de junho, Algarve, vai realizar-se 193ª Reuprofissionais como no produtos pouco credíveis ea que niãocriam da Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Quais sãotelevisão as expetativas alguma confusão. Eu digo sempre que não é na ou na internet asesta doentes encontram o seu tratamento; é da Procare Healthque para reunião? junto dos de saúde que recebem o diagnóstico Como nasprofissionais anteriores, estaremos presentes nesta reunião. Estee evento mais adequados à sua situação clínica. A Procare temterapêutica uma enorme importância para nós por dois motivos distintos. O Health é uma empresa que tem, a nível global, na equipa de estudo PALOMA, com Papilocare, terminou e estamos em condições de Gestão e Desenvolvimento Científico um conjunto de pessoas apresentar os dados finais. Pela suaasseguram relevância,que é para nós fundamental altamente qualificadas e que a empresa tem um falar composicionamento cada um dos médicos sobre estes resultados, no mínimo global, falando todos a uma só voz em proldesafi da antes. melhoria da saúde das populações. Atualmente, a Procare Health abrange diversas áreas de negócio: Ginecologia, dor-artrose. Quais foram, nestas áreas, as soluções mais inovadoras apresentadas ao mercado? O core business da empresa é a Saúde da Mulher e é nesta área que continuamos a desenvolver novos produtos. Como disse anteriormente, é muito importante ouvir os mercados e por vezes identificamos áreas onde sabemos que podemos oferecer melhores alternativas terapêuticas. Atualmente, temos um conjunto de soluções terapêuticas noutras áreas terapêuticas, como a dor e a artrose, com produtos altamente eficazes e que fazem parte do negócio da empresa. Contudo, não nos desfocalizamos da áreareforçar nobre do nosso conhecimento. Vamos a Evidência Clínica do Papilocare.

Por outro lado, acabámos de colocar no mercado um novo produto, A Procare Health Portugal está em busesta é uma excelente oportunidade de permanentemente apresentar as suas características e ca de novas e melhores soluções terapêuticas. Qual a mais os resultados obtidos.

recente inovação desenvolvida e o que podemos esperar para o futuro? Para além das da Sociedade de Ginecologia, Estamos no Reuniões mercado somente desdePortuguesa 2016 e expandimos em de pouco tempo. Estaa dinâmica resulta do entusiasmo e em muito que tipo eventos é que Procare Health marca presença? do espírito de insatisfação que todos partilhamos na Procare Participamos nos eventos internacionais de maior relevância de modo Health, querendo sempre um pouco mais, todos os dias. desenglobal. Estamos presentes nosfazer congressos nacionais, mas também Por esse motivo, temos em pipeline um conjunto significativo de volvemos ações exclusivas, sempre que queremos anunciar ou celebrar produtos, que iremos oferecer aos profissionais de saúde para, algocom de novo. Por vezes, assumimos posição de Sponsor Major, dada a segurança, tratarem as suas adoentes. importância dosnoeventos. Destaco, entanto, um projeto que consiste numa tecnologia altamente disruptiva, que para resulta de umajunto parceria entre atrabalha Procare com os Asseguramos os recursos estarmos de quem Health e a Universidade da Califórnia, UCLA, com o apoio da nossos produtos, mas também de quem os consome. A doente assume um Universidade de Harvard. Trata-se do projeto “Cervix-on-a-chip”. papel fundamental no nosso plano estratégico e a Procare Health Portugal Esta tecnologia permite mimetizar células cervicais in vitro, num serádispositivo uma organização socialmente interventiva. especificamente desenvolvido, a partir do qual se poderão estudar diversas terapêuticas para patologias relacioPode revelar-nos em retirar que novos tratamentos é que a Procare nadas, sem que para conclusões seja necessário sacrificarHealth animais. É com enorme orgulho que falo sobre um projeto que está a trabalhar no momento? recebeque o apoio desenvolvimento decouma empresa tãorojovem, Tenho ser ume pouco mais específi quando me refi aos próximos cujos recursos são dirigidos à Investigação, a vários níveis.

passos da empresa, considerando que estamos em Portugal há cerca de um ano e ainda não disponibilizámos todo o nosso portfólio, que continuaremos a lançar durante este ano. Mas teremos mais algumas novidades, que surgirão no momento certo para que tenham a recetividade que a sua qualidade exige. A nível internacional, estamos a trabalhar ativamente na globalização

PROPOSTA 2020 REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 55


CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA PORTUGAL – SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

O “FACILITADOR DE NEGÓCIOS” DO MERCADO SÃO-TOMENSE

A Câmara de Comércio e Indústria Portugal – São Tomé e Príncipe é a entidade que facilita as relações bilaterais entre o tecido empresarial de Portugal e de São Tomé e Príncipe. Maria João Mortágua, Vice-Presidente do Conselho Diretivo, partilhou com a Revista Business Portugal a importância da relação económica entre os dois países.

Em que circunstâncias surge a Câmara do Comércio e Indústria Portugal - São Tomé e Príncipe e quais são os pilares em que se apoia essa fundação? Há muito que era sentida a falta de uma Câmara de Comércio e Indústria, por parte de empresários portugueses com presença em São Tomé e Príncipe. No final do ano 2017 foi criada a CCIPSTP, que se assume como uma ponte entre os dois países, com vista à intensificação das relações económicas. A Câmara pretende ser um centro de prestação de serviços para empresas e outros interessados, tanto em Portugal como em São Tomé e Príncipe. Para além da vertente económica, intenta promover a amizade entre ambos. Qual o contributo da CCIPSTP que destaca para potenciar o desenvolvimento em São Tomé e Príncipe? São Tomé e Príncipe precisa de transformar a sua pequenez em singularidade de modo a desenvolver o seu potencial de crescimento, para isso, terá de trabalhar no sentido de obter um crescimento equilibrado e para tal deve contar com o sector privado. A CCIPSTP fomenta o investimento direto das empresas portuguesas em São Tomé e Príncipe – que apresenta oportunidades de negócio em diversas áreas. Do ponto de vista geoestratégico, é um pólo de apoio às empresas portuguesas que desejam desenvolver a internacionalização em países que se situam na região. Com um aumento das trocas comerciais entre os dois países, Portugal terá maior relevância no desenvolvimento da ilha.

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Maria João Mortágua, Vice-Presidente

Atualmente, quais são os fatores de atração de investimento português que São Tomé e Príncipe apresenta? No ambiente de negócios, existe uma moldura legal favorável ao investimento privado no país, nomeadamente o estrangeiro, onde está garantido um conjunto de princípios cruciais, assim como a existência de incentivos fiscais e aduaneiros para projetos de investimento. Para além disso, as empresas dos dois países beneficiam de vários acordos bilaterais que visam a promoção e o reforço das relações de investimento entre ambos. Destaque os indicadores económicos da relação Portugal – São Tomé e Príncipe. O saldo da balança comercial – de 63,8 milhões de euros em 2016 – é bastante favorável a Portugal, sendo o principal fornecedor de bens e serviços de São Tomé e Príncipe. O crescimento médio anual no período 2012-2016 das exportações de bens e de serviços, de Portugal para São Tomé e Príncipe foi de 9 por cento. As importações registaram o seu melhor resultado em 2016. A taxa de crescimento médio anual no período 2012-2016 foi de 63,9 por cento. Nas exportações portuguesas para São Tomé e Príncipe, destacam-se os produtos alimentares (21,1 por cento do total em 2016); nas importações originárias de São Tomé e Príncipe, destacam-se os metais comuns (61,3 por cento do total em 2016). Quais são os projetos futuros da Câmara do Comércio e Indústria Portugal - São Tomé e Príncipe? A CCIPSTP está empenhada em apoiar os seus Associados atuais e potenciais (PME nacionais) nos processos de exportação para São Tomé e Príncipe, assumindo-se como um facilitador de negócios das PME portuguesas no mercado são-tomense. Desde o contacto com parceiros e facilitadores locais da internacionalização e de promoção dos produtos e serviços portugueses, através de ações individuais e de ações conjuntas com outras entidades relevantes.


AULP

ENSINO E COOPERAÇÃO EM PORTUGUÊS A Revista Business Portugal rumou até Lisboa, até à AULP – Associação das Universidades de Língua Portuguesa e entrevistou o Professor Doutor Orlando da Mata, presidente da AULP, no sentido de saber quais os desígnios que traça para esta imprescindível e notória associação.

A Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) é hoje a mais prestigiada organização associativa de universidades do espaço lusófono, com mais de 140 membros. De que forma a AULP promove a cooperação e troca de informação entre Universidades e Institutos Superiores dos oito países de língua oficial portuguesa e Macau? A AULP é uma associação unida pela lusofonia, mas também representativa da diversidade geográfica, da multidimensionalidade dos valores culturais, da pluralidade e validade dos diferentes saberes e culturas científicas reunidas numa só associação. Desenvolvemos um trabalho que não dispensa a revitalização da rede das universidades de língua portuguesa, tendo em conta as diferentes culturas lusófonas; a expansão do papel da língua portuguesa no que toca à disseminação do conhecimento científico, procurando impulsionar a investigação no Ensino Superior; e a promoção da mobilidade de estudantes e professores no campo da educação e da investigação científica. A língua portuguesa une hoje milhões de pessoas espalhadas por quatro continentes. Torna-se imperativo reconhecer a importância e força desta comunidade, bem como do seu contributo em setores como a investigação? Ao longo das diferentes latitudes – compreendidas através da partilha da língua portuguesa – a AULP reconhece os desafios para o desenvolvimento económico e humano, e simultaneamente promove um ensino superior de qualidade, a capacitação técnica das universidades e o desenvolvimento de protocolos de cooperação bilaterais e multilaterais. Com o intuito de atenuar essas diferenças (geográficas, culturais, científicas e até mesmo económicas) a AULP promove encontros anuais itinerantes entre os seus próprios membros e representantes políticos, nos quais se promove a distribuição geográfica e a recolha de contribuições das várias latitudes. Através do Programa Mobilidade AULP contribuímos para a internacionalização e enriquecimento do debate científico entre os membros da comunidade. O Programa de Mobilidade AULP é o primeiro programa internacional académico dedicado ao intercâmbio entre Instituições de Ensino Superior de países de Língua Oficial Portuguesa e Macau (RAEM, China).

Professor Orlando da Mata, presidente da AULP

É reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo e assume desde 2017 os desígnios da associação. Quais considera serem os principais desafios que se colocam no futuro à AULP? Estabelecemos objetivos prioritários e de concretização das nossas atividades; um trabalho empenhado e cumulativo que tem abraçado o desafio da mobilidade de estudantes, contribuindo para a internacionalização. Os esforços da AULP passam por ultrapassar constrangimentos, incentivando ações conjuntas, a mobilidade de estudantes e a partilha de informações de forma a promover a importância da Língua Portuguesa na investigação científica. Enfrentando os desafios atuais para a paz e desenvolvimento sustentável, como líderes do Ensino Superior num mundo em mudança, e líderes de associações e organizações não governamentais, devemos apoiar determinados padrões éticos e de responsabilidade social para os direitos humanos, ambientais e de educação para todos, bem como a promoção da cooperação, capacitação de recursos humanos e novas formas de liderança democrática. Para superar os desafios da globalização e desigualdades geográficas, a AULP compromete-se a contribuir com conhecimento científico e a desenhar estratégias de cooperação, administração e capacitação académica das culturas lusófonas num mundo em mudança. 57 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


CHALÉ TAPAS BAR

QUEIJOS DE PORTUGAL Os queijos portugueses são, sem dúvida, um dos segredos gastronómicos mais bem guardados da Europa. Com sabores e texturas diversas há opções para todos os gostos. Se prefere os de aroma e sabor intenso, fique desde já a saber que os queijos da Serra da Estrela são a escolha acertada. Por outro lado, se prefere uma opção mais macia e leve, o requeijão promete fazer as suas delícias. A verdade é que são inúmeras as opções de norte a sul do país e inúmeros são também os locais onde pode adquirir ou até degustar esta tradicional iguaria. Desde as tradicionais queijarias, aos eventos a ele dedicados, o queijo é, por esta altura, rei um pouco por todo o país. Para os amantes do bom queijo não faltam motivos para sair de casa e percorrer as inúmeras feiras onde o queijo é uma das principais estrelas. Exemplo disso é a Expo Estrela – Mostra de Atividades e Feira de Artesanato, que este ano decorrerá de 22 a 25 de fevereiro, em Manteigas. Considerado um dos mais importantes eventos na região, o certame conta com a participação de dezenas de expositores que levam até si o que de melhor a região tem para oferecer. Nesta edição da Revista Business Portugal damos-lhe a conhecer um pouco mais este evento que todos os anos recebe a visita de milhares de pessoas.

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JUNTA DE FREGUESIA DE PAÇO DE SOUSA

“QUEIJOS DE AGORA, SABOR DE ANTIGAMENTE” Situada na região da Beira Baixa, a Queijaria da Soalheira, dedica-se há três gerações à arte e tradição de fazer queijo. João Alves, CEO, é o rosto por detrás do negócio e foi com ele que estivemos à conversa para melhor conhecer este projeto, aquando da nossa visita às suas instalações.

A Queijaria da Soalheira dedica-se à arte de fazer queijo há mais de três gerações. Fale-nos um pouco mais sobre este projeto e qual o balanço dos anos de atividade? Este é um negócio que vem passando de geração em geração. Começou pelas mãos do meu avô, na Soalheira, e mais tarde deu origem a três queijarias. Tal como o nome indica, iniciamos o negócio na Soalheira, onde ainda mantemos uma queijaria mais pequena e artesanal. Com o passar dos anos sentimos a necessidade de crescer e acabamos por adquirir este espaço, em Castelo Branco, para onde nos mudamos em 2010. A verdade é que desde que viemos para aqui temos conseguido crescer todos os anos e o balanço é muito positivo. Vir para Castelo Branco foi, sem dúvida, uma aposta ganha . Atualmente, quais são os produtos que a Queijaria tem disponíveis no mercado? Desde que viemos para Castelo Branco começamos a investir em novos produtos e hoje já contamos com um vasto leque de queijos. Se inicialmente apenas fazíamos queijos a partir de leite de ovelha e cabra e o queijo queimoso ou picante, hoje a realidade é diferente. Temos desde queijo de ovelha e vaca, queijo de cabra puro, queijo de ovelha amanteigado e mais recentemente, há cerca de dois anos, começámos também a produzir o queijo biológico, que já introduzimos na grande distribuição. Neste momento, a nossa grande aposta são os queijos DOP (Denominação

João Alves, CEO e esposa

de Origem Protegida). “Queijos de agora, sabor de antigamente”. É esta a filosofia da Queijaria da Soalheira? Sim, sem dúvida. Na Queijaria da Soalheira apostamos no fabrico de um queijo jovem, mas com paladar genuíno e antigo. Para manter o sabor característico dos nossos queijos, apenas o leite mais fresco é recolhido das quintas e produtores locais com quem mantemos uma relação de confiança há vários anos. A qualidade da nossa matéria-prima é muito importante para a produção de um queijo de qualidade e com um paladar genuíno e, por isso, apostamos numa carteira de parceiros de excelência. O segredo vai passando de geração em geração. São anos dedicados a produzir queijos de excelente qualidade que já foram por diversas vezes premiados… Sim. Na última Feira Nacional da Agricultura fomos premiados com a Medalha de Ouro no queijo de ovelha e cabra, no queijo de ovelha, no queijo de ovelha amanteigado, no queijo de cabra e no queijo de ovelha e vaca. Também ganhámos o prémio “Sabor do Ano” no queijo de ovelha e cabra e no queijo biológico. A verdade é que temos recebido bastantes prémios, o que é sempre um excelente reconhecimento do nosso trabalho. O que podemos esperar para o futuro? Neste momento, um dos nossos principais projetos passa pela modernização e ampliação das nossas instalações, no âmbito do projeto PRODER (Plano de Desenvolvimento Rural). Pretendemos assim, criar mais uma câmara de cura e ampliar a sala de fabrico. É um projeto longo e que ainda não está totalmente concluído, mas que esperamos que, em breve, nos dê todas as condições necessárias para continuar a produzir queijos de excelência.

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CÂMARA MUNICIPAL DE MANTEIGAS

João Fernandes, Presidente

“MANTEIGAS ESTÁ NA MODA” Integrada totalmente no Parque Natural da Serra da Estrela, Manteigas é um concelho pitoresco composto por um conjunto de qualidades e características únicas indispensáveis para a qualidade de vida humana. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Esmeraldo Carvalhinho, presidente da Câmara Municipal de Manteigas, que nos contou as mais-valias do concelho.

Esmeraldo Carvalhinho, Presidente

Conte-nos como tem sido a experiência de estar à frente do Concelho de Manteigas. Quando assumimos funções pensámos numa estratégia que nos permitisse redirecionar a economia de Manteigas, através da valorização e promoção do nosso território. São intermináveis os sítios magníficos que aqui se podem visitar. As nossas paisagens constituídas maioritariamente por uma floresta multicolor e multifacetada; as nossas lagoas, rios e ribeiras; os montes e vales de sensações únicas e a imponência dos maciços rochosos (cântaros). Só assim foi possível elevar este território a Património Mundial da Unesco como Geoparque. A Câmara desenvolveu um conjunto de 16 trilhos a que chamamos “Trilhos Verdes” . Num total de 200 quilómetros apresentamos percursos diferentes que transmitem sensações e experiências únicas. Este foi um projeto que, de certa forma, atraiu os turistas, até porque as pessoas valorizam, cada vez mais, a natureza. Como somos um concelho com potencial natural acima da média, estamos habituados a preservar aquilo que temos de melhor para melhor podermos receber. Quais foram os projetos que já desenvolveram? Os percursos pedestres, o Centro Interpretativo do Vale do Glaciar do Zêzere; a primeira fase da instalação do Centro de Energia Viva de Montanha; um significativo número de trabalhos de requalificação urbana (parques e jardins) que embelezaram ainda mais a vila de forma a melhor recebermos; a promoção do território fora das 60 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

fronteiras do município; a realização de atividades de caráter nacional e internacional na área dos desportos de montanha e aventura para os quais Manteigas tem um enorme potencial e características únicas (Parapente, Trail Cicling...); a compra de instalações de antigas fábricas onde cedemos espaço para instalação de novas unidades geradoras de emprego que nos permite diversificar a atividade económica, para além do serviços prestados aos manteiguenses e visitantes no âmbito das nossas competências, têm marcado a nossa atividade autárquica. Para promovermos o território temos participado nas feiras de turismo, levando a nossa marca além-fronteiras. Continuamos a organizar eventos promocionais como a Expo Estrela que se realiza há 27 anos e constitui o ponto alto de divulgação das atividades económicas e sociais do concelho. Queremos demonstrar o potencial do nosso concelho nas mais diversas vertentes: económica, social e industrial. Além do foco turístico, a criação de postos de trabalho também foi um objetivo? Claro, é outra área de grande intervenção. Uma das preocupações dos autarcas é a criação de postos de trabalho, porque queremos potenciar a fixação da população e atrair novos habitantes. No âmbito desta estratégia, procedemos à compra das antigas instalações fabris e à conceção do regulamento para cedências de novos espaços a empresários que se quisessem fixar e criar postos de trabalho. Penso que já conseguimos combater aquilo que foi a perda dos têxteis e o desemprego que se fez sentir em Manteigas. Para os empresários que vêm investir no concelho concedemos um apoio financeiro do orçamento da Câmara por cada posto de trabalho criado até um determinado limite.


REGIÃO DE TURISMO DO ALGARVE

Para o ano de 2020, quais são os planos que tem preparados para a vila? Queremos investir na habitação e requalificá-la, no que diz respeito à eficiência energética, para acompanhar o percurso da redução do carbono, mas acima de tudo para conferir melhor conforto à habitação. A eficiência energética da iluminação pública também já está em curso. Vamos também terminar o Centro de Energia Viva de Montanha, um equipamento atrativo para as comunidades escolares e para os turistas. Pretendemos investir na requalificação urbana, nos parques e arruamentos, nos espaços escolares e desportivos, na preservação e vigilância da floresta. Queremos uma aproximação da zona urbana ao rio com a construção dos passeios do Zêzere. Estamos na fase de estudos técnicos para instalação de uma ligação mecânica entre Manteigas e Penhas Douradas. Deixe um convite aos nossos leitores para visitarem a próxima edição da Expo Estrela que decorrerá de 22 a 25 de fevereiro. Queremos partilhar com os nossos visitantes aquilo que Manteigas tem de melhor para oferecer, assim como todas as atividades da Expo Estrela, desde o pack musical à gastronomia, proporcionar o contacto com a atividade económica nas mais variadas vertentes. Deixar também um convite para as nossas práticas de atividades ao ar livre. Temos a melhor pista de descolagem de Parapente da Península Ibérica. Vamos ter ao longo do ano, a prova de corrida e caminhada “12 Quilómetros Manteigas/Penhas Douradas”, o Campeonato Europeu de BTT, o “Estrela Grande Trail”, o Granfondo Serra da Estrela”, a Feira Antiga, o Festival da Juventude e o Festival de Outono. Visitem Manteigas, Manteigas está na moda.


LAR ALDEAMENTO DO IDOSO

“SOMOS UMA GRANDE FAMÍLIA” Situado na localidade de Sarnadas de Ródão, o Lar Aldeamento do Idoso é uma estrutura residencial com capacidade para cerca de 50 utentes e com todas as condições necessárias ao seu funcionamento. Foi aquando da nossa visita às suas instalações que estivemos à conversa com Joaquim Carmona que, em entrevista à Revista Business Portugal, partilhou a sua experiência enquanto administrador da instituição. No espaço que inicialmente estava “destinado à construção de uma área de serviço” existe hoje o Lar Aldeamento do Idoso, uma instituição que conta atualmente com cerca de “35 postos de trabalho e 50 utentes”, como começa por nos contar Joaquim Carmona. Depois de 45 anos ligado à área dos combustíveis, Joaquim Carmona decide enveredar por uma área de negócio completamente diferente. A aposta recaiu sobre a terceira idade e veio, segundo o próprio, colmatar uma lacuna que a região registava à altura. “Percebi que esta região registava uma lacuna no que diz respeito a este tipo de serviços dedicados à terceira idade e, por isso, decidi apostar na abertura deste espaço. Para além disso, acreditava que haveria possibilidades de progredirmos enquanto negócio”. Decorridos 14 anos, o balanço não podia ser mais positivo. O entrevistado diz-se satisfeito com o percurso traçado e assume, que apesar de todas as dificuldades, “esta tem sido uma caminhada muito gratificante”. “Saber que estamos a contribuir para que estas pessoas tenham uma vida mais tranquila e com mais qualidade. Já não me imagino longe daqui e a verdade é que em 14 anos apenas não estive presencialmente no lar durante 15 dias. Ainda que esta seja uma área difícil e que requer muito de nós, muita dedicação e empenho, é um serviço que acaba por compensar pelas pessoas que aqui trabalham e pelos utentes”. Joaquim Carmona faz ainda questão de realçar a aprendizagem diária e constante que traz ao trabalho uma grande gratidão, motivadora para o trabalho que se avizinha. 62 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Joaquim Carmona, administrador

Acompanhamento ao utente As várias valências que a instituição tem disponíveis para os seus utentes tornam-na um espaço acolhedor e multifacetado, capaz de acolher um grande número de atividades e iniciativas que visam promover o bem-estar dos utentes. O Lar Aldeamento do Idoso disponibiliza assim os serviços de animadora sóciocultural, fisioterapia, ginásio, enfermagem (diário) e médico (uma vez por semana) para que todos os seus utentes recebam os cuidados necessários. “Estamos a falar de pessoas idosas e que necessitam muito deste tipo de apoio e de acompanhamento que só os profissionais de saúde podem prestar”.Atentos à necessidade de ativar a consciência social dos seus utentes que, em muitos casos por força do estado de saúde, não estão recetivos à dinamização de iniciativas, o Lar Aldeamento do Idoso aposta ao longo do ano no desenvolvimento de diversas atividades. “De forma a tornarmos os nossos utentes mais ativos, adquirimos uma carrinha para os levar a passear, para além de termos missa todas as semanas na nossa capela”. Para além das inúmeras iniciativas, o Lar Aldeamento do Idoso tem uma vasta área verde, num espaço amplo, para que os utentes possam desfrutar calmamente de um passeio.


LAR ALDEAMENTO PARAFRUTAS DO IDOSO

Uma referência no país Tornar o lar numa casa acolhedora e onde os utentes se sintam bem é o principal objetivo da administração e equipa técnica, que dia após dia trabalha para que esta seja cada vez mais um espaço de referência em todo o país. Para o futuro, Joaquim Carmona espera continuar a despertar sorrisos a todos os utentes da instituição e continuar a fazer do Lar Aldeamento do Idoso um espaço de excelência para a terceira idade. “Acredito que em Portugal devem existir pouco locais como este. Sem dúvida que um dos nossos fatores diferenciadores é a qualidade do serviço e o cuidado que temos com todos os nossos utentes. Somos uma grande família”.

IP2 - Antiga Area de Serviço 6030-116, Sarnadas de Ródão Vila Velha de Ródão ruivo_carmona@mail.telepac.pt ardoidoso@mail.telepac.pt 272 980 120

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SUPERMERCADOS MUITO MENOS

CELORICO DA BEIRA RECEBE MAIS POR “MUITO MENOS” Celorico da Beira recebeu o investimento dos Supermercados “Muito Menos” no final do ano de 2019. A administração apostou no interior, ampliando a marca Muito Menos, criando postos de trabalho e dinamizando a região. Após dez anos da abertura do primeiro Supermercado Muito Menos em Seia, Celorico da Beira foi o local escolhido para a abertura de um novo espaço, em dezembro de 2019. O que vos levou a investir na abertura de um novo espaço neste concelho? O que nos levou a investir em Celorico da Beira, foi por ser uma vila estrategicamente bem localizada e por ser no Interior de Portugal, onde nós cada vez mais acreditamos. Somos o elo de ligação de Viseu à Guarda e ponto de acesso à fronteira com maior afluência que nos liga a Espanha. É uma localidade onde os emigrantes regressam nas festividades familiares como o Natal e a Páscoa e claro está, no verão. Além de todos os benefícios geográficos, fomos muito bem acolhidos pelo município e pelas entidades competentes, criando cerca de 30 postos de trabalho no mesmo espaço. Acreditamos que o futuro vai acontecer no interior! É aqui que realmente há qualidade de vida e temos que criar condições a quem vem da cidade para se fixar por cá, oferecendo o melhor de nós. A abertura desta segunda loja sempre esteve contemplada na estratégia de expansão do negócio? Após quase dez anos da abertura da loja em Seia, de onde somos originários, tínhamos necessidade de continuar a alimentar o crescimento do nosso negócio, que passava por abrir uma nova loja, mantendo o mesmo conceito num espaço moderno e renovado. O supermercado Muito Menos surgiu com um conceito diferente de tudo o que já existia na região. Com uma grande diversidade de produtos e serviços, o grande destaque vai para os produtos e utensílios agrícolas. O que vos levou a apostar na criação deste conceito diferenciado? Supermercados há muitos e espaços agrícolas também. Mas ir comprar sementes, fertilizantes, utensílios de rega, carne e legumes para o almoço, levar o carvão e o grelhador e no final a mesa e as cadeiras, é agradavelmente cómodo ter tudo no mesmo local.

www.muitomenos.pt facebook.com/muitomenoslda Celorico da Beira: 271 023 222 Seia: 238 317 000 64 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Helena Marques e Filipe Freitas (responsáveis de loja)


SUPERMERCADOS MUITO MENOS

Para além disso, a loja conta também com um departamento de engenheiros especializados em agronomia disponíveis a prestar todo o auxílio e acompanhamento aos clientes. É também esta proximidade com o cliente um dos vossos diferenciais? Os clientes gostam de ser aconselhados nas suas escolhas. Temos engenheiras que lideram as farmácias agrícolas e aconselham os clientes nas suas pequenas culturas como hortas ou jardins e também nas vinhas e pomares. Ao mesmo tempo aceitam terra para análise em laboratórios externos e, após os resultados, as nossas engenheiras sugerem o tratamento adequado de forma a corrigirem os solos e assim melhorarem a produção, seja com fertilizantes e/ou com fitofármacos. Ao conceito diferenciado junta-se a aposta nos preços mais baixos do mercado. É esta a filosofia da cadeia de supermercados Muito Menos? A maioria dos nossos preços são realmente mais baixos do que os preços dos mesmos produtos nas superfícies existentes na mesma localidade. Mas o mais importante não é o preço, mas sim a qualidade, a prestação de serviços e a proximidade com o cliente. Primamos pela diferenciação. O cliente gosta de ser acompanhado, acarinhado e assim se cria a relação pretendida e se fazem amigos. E para quem quer poupar ainda mais nas suas compras, o supermercado Muito Menos conta também com o Cartão Cliente. Quais as suas vantagens? Sim, criámos um verdadeiro cartão de fidelização. Além das promoções acumuláveis em cartão, oferece uma percentagem em todas as compras, podendo o valor acumulado ser descontado na compra do dia seguinte (regulamento disponível em loja). Qual o balanço do projeto nesta fase inicial e o que podemos esperar para o futuro? É gratificante ver um projeto realizado. Com quase dois meses de existência, podemos afirmar que estamos a ser bem aceites. Os nossos clientes gostam muito do conceito e do espaço. As pessoas de Celorico da Beira são os nossos “vizinhos” e fazem-nos sentir em casa. São calorosas, afáveis e contamos com os celoricenses e todos os que nos visitam para continuarmos a crescer e juntos fazermos o Interior valer a pena. Um bem-haja a todos eles. Futuro? Continuar a crescer e quem sabe abrir outro espaço, com a garantia que se manterá no Interior do país. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 65


Diretora da agência

Cristina Moreira,

A Decisões e Soluções de Castelo Branco surgiu em 2012, qual é o balanço que faz destes oito anos de existência? Não iniciei a minha carreira na área imobiliária, mas sim na área da publicidade. Nesta área tive que aprender todo o negócio de raiz, foi um grande desafio na minha vida. O início da Agência foi na Vila de Alcains, mas rapidamente passamos para Castelo Branco. Atualmente a nossa loja trabalha não só Castelo Branco, mas também os distritos da Guarda, Portalegre e Lisboa. A Decisões e Soluções é uma empresa 360ª, iniciou o seu negócio na área financeira, e foi criando outros tipos de negócios para responder às necessidades de mercado, e poder assim crescer em conhecimento e faturação. Hoje em dia, os nossos serviços já passam pela mediação imobiliária, intermediação de crédito, mediação de obras, construção de imóveis e mediação de seguros. O que é que considera que vos destaca no mercado? Nós temos uma filosofia de trabalho um pouco diferente, na realidade também somos mais recentes no mercado. Primeiro de tudo, trabalhamos uma série de áreas e somos especialistas nessas mesmas áreas. Sabemos aconselhar, sabemos o que será

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OITO ANOS DE DECISÕES E SOLUÇÕES Cristina Moreira iniciou a sua carreira profissional na área da publicidade e comunicação. No entanto, por ser uma pessoa que gosta de desafios, ingressou na experiência Decisões e Soluções, como diretora de agência. A sua loja é em Castelo Branco e foi até lá que a Revista Business Portugal rumou para conhecer o que a destaca no ramo imobiliário.

melhor para cada cliente. Temos uma perceção global de todo o negócio. Posso estar errada por não ter o conhecimento total, mas eu tinha a ideia de que os profissionais, antes, não se importavam como vender, apenas o fim para o fazer. Eu, por vezes, curiosamente, começo por apresentar primeiro as patologias de uma casa, para que as pessoas saibam exatamente o que estão a ver, e só depois vou às partes boas e finalmente as vantagens do negócio. Queremos, em primeiro lugar, saber as prioridades do comprador, para depois mostrarmos um produto que corresponda às suas necessidades. É algo que acaba por transmitir muita confiança. De nós para eles e deles para nós. É uma área muito emocional e eu gosto imenso disso. Eu fui me conhecendo melhor, percebi que tenho muita facilidade em perceber as pessoas.

mercado, tem sempre muitos ensinamentos para nos transmitir, mas não só. Temos muitas reuniões entre colegas, o que é extremamente importante para a partilha de conhecimentos. Somos uma família. Quais são as perspetivas para o ano que ainda agora começou? São muito boas, aliás, começou da melhor maneira. Fizemos uma mudança de instalações e adequamos tudo à nossa maneira. Numa das nossas reuniões falámos que este seria o ano zero, um recomeço para todos nós. Temos capacidade para fazer sempre melhor e é nisso que nos pretendemos focar este ano.

decisoesesolucoes.com Agência Castelo Branco 272901409

Na sua equipa, acredita na importância da formação contínua? Neste momento nós temos uma equipa de seis pessoas, sendo que vamos agora recrutar mais pessoas para integrar a equipa e, obviamente que sim, acredito na formação contínua, é algo que faz parte da nossa rotina. Temos inclusivamente um formador interno, que é o Vítor Neves - uma pessoa muito conhecida no


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GABINETE DE ENGENHARIA ANTÓNIO TOMAZ

GABINETE DE ENGENHARIA ANTÓNIO TOMAZ

No mercado há mais de 10 anos, o Gabinete de Engenharia António Tomaz (GEAT) com sede em Celorico da Beira, assume como principal missão prestar um serviço de excelência a todos os seus clientes e colaboradores. Com uma área geográfica de atuação que abrange todo o país, o GEAT dedica-se, desde a sua génese, à elaboração de projetos de Arquitetura e de Especialidades, à direção e/ou fiscalização de obra, à elaboração de levantamentos topográficos e, no âmbito da Segurança Contra Incêndio em Edifícios, para além de projetos, á elaboração de Medidas de Autoproteção. Com o objetivo de alargar ainda mais o leque de serviços, o gabinete apostou, mais recentemente, no ramo da certificação energética, oferecendo a técnicos do gabinete a possibilidade de frequentar ações de formação específicas e acreditadas pela ADENE. A equipa multidisciplinar envolvida na execução dos serviços prestados é composta por seis técnicos superiores: a Arq.ª Mariana Oliveira, o Eng.º Topógrafo Rui Gonçalves e os Eng.s António Tomaz, Armanda Silva, Vanessa Santos e Miguel Tomás, e destaca-se pela qualidade e rigoroso cumprimento dos prazos estipulados.

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GEAT Largo Tenente Coronel A.M. Osório Celerico da Beira engenharia.at@gmail.com 912 208 933


REGIÃO OESTE

A Região Oeste está envolvida por doze municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Oeste. Caracterizada pela influência costeira e rural, esta região destaca-se pela hortofruticultura, nomeadamente a Pêra Rocha do Oeste, a Maça de Alcobaça e a Ginja de Óbidos. As praias, o património histórico e atividades como o surf fazem parte do roteiro daqueles que visitam o Oeste. É desta forma que o turismo se evidencia como uma das mais importantes atividades económicas da região. Nesta edição, estão presentes dois municípios que se destacam pela dinamização: Caldas da Rainha, considerada a cidade criativa da UNESCO e Lourinhã que não é feita só de dinossauros. Prova disso é que o município irá lançar uma nova imagem para mostrar o que de melhor se faz pela vila. É também na Lourinhã que está sediada uma clínica que está a revolucionar a área da saúde com o desenvolvimento de um tratamento inovador. Para conhecer melhor alguns destes exemplos que aqui falamos, terá de folhear as próximas páginas e usufruir de uma excelente leitura.

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CÂMARA MUNICIPAL CADAVAL

José Bernardo Nunes, Presidente da CMC

A EXCELÊNCIA DA RURALIDADE ÀS PORTAS DE LISBOA O Cadaval trata-se de um concelho peculiar na região Oeste, a que não é alheio o seu cariz rural, onde a fruticultura e a vitivinicultura se unem à beleza da serra de Montejunto, a uma curta distância da capital. Situado a norte do distrito de Lisboa, o Cadaval é um concelho antigo, que nas últimas décadas tem sabido crescer de modo sustentado. Um município ativo e dinâmico, sempre focado em novas oportunidades de desenvolvimento. José Bernardo Nunes, presidente da Câmara Municipal do Cadaval, refere, em entrevista à Revista Business Portugal, que considera o Cadaval “um concelho essencialmente agrícola, ligado ao mundo rural, que alicerça as suas principais atividades em três grandes ramos: a fruticultura, a viticultura e a floresta”.Este é um concelho com fortes potencialidades agrícolas e climáticas, que permitem condições excelentes para o cultivo e um dos destaques vai para o fabrico próprio do pão-de-ló “Ti Piedade”. Empresas como esta permitem criar uma rede socioeconómica na região.

Capital da produção de Pera Rocha “Somos o maior produtor nacional de Pera Rocha”, começa por afirmar José Bernardo Nunes. É precisamente nos concelhos a oeste de Portugal que se concentra a produção de Pera Rocha, em que o Cadaval assume um forte destaque. Representa 40 por cento da produção deste fruto, considerado o “rei da economia local” e o produto mais evidenciado da região. De salientar que mais de 80 por cento da produção destina-se a exportação. Com um sabor ímpar e uma excelente capacidade de conservação, a Pera Rocha já é conhecida além-fronteiras e não há quem lhe fique indiferente! No concelho existem três centrais fruteiras, ligadas à produção, armazenamento e distribuição. “Temos a maior central fruteira do país, com capacidade para 25 mil toneladas”, refere José Bernardo Nunes. Empresas de impacto que conferem um grande tecido económico não só ao município, como também à região.


CÂMARA MUNICIPAL CADAVAL

Vinhos de Lisboa – “Somos a segunda maior região produtora de vinho” Uma região vinícola com condições únicas faz do concelho uma referência na produção e exportação de vinho. A produção e comercialização está a cargo de duas adegas cooperativas e a exportação tem aumentado consideravelmente. Segundo José Bernardo Nunes, “os vinhos melhoraram na região. Há algumas vinhas novas no concelho, muito devido ao programa de reconversão das vinhas, VITIS, que permitiu reconverter uma parte significativa das vinhas no país, incluindo no concelho do Cadaval, o que veio, de forma expressiva, melhorar a qualidade dos vinhos”. Com este programa, passou a haver mais vinho certificado, engarrafado e vendido. Para além disso, a região de Lisboa é das poucas regiões do país – senão a única –, que tem nove denominações de origem controlada (DOC), dadas as suas características, porque embora seja estreita em relação ao mar, é muito extensa; vai de Ourém ao Tejo”, conclui. Neste sentido, José Bernardo Nunes acrescenta, ainda, que são “a segunda maior região produtora de vinho, a seguir ao Douro” e que, no último ano, cresceu cerca de 16 por cento. Serra do Montejunto, o ex-líbris do Concelho Longe vai o tempo em que o turismo estava concentrado nas grandes cidades e Portugal tem atrações únicas de norte a sul. No concelho do Cadaval, destaca-se a Serra de Montejunto e a Real Fábrica do Gelo. Começamos pela Serra de Montejunto, o “ex-líbris” do Cadaval que, com 676 metros de altitude, permite à vista alcançar uma grande parte da zona costeira do Oeste. No local conhecido por “Varandas da Estremadura”, pode tirar uma fotografia única que promete ficar na memória. E é precisamente no topo da Serra de Montejunto que se situa a Real Fábrica do Gelo, onde durante mais de 100 anos saíram blocos de gelo que refrescavam a corte. Um monumento único no país e um dos raros exemplares que ainda restam na Europa. “É o monumento nacional que temos, e temos vindo a tentar preservar ao máximo, também, a fauna e a flora que ali existe”, refere José Bernardo Nunes. No que respeita a visitantes, “felizmente tem havido um crescimento sustentado do número de visitantes e valorizamos muito a visita de pessoas com interesse em preservar e manter o espaço”, remata. A gestão do monumento inclui, também, a cooperação do Município de Alenquer. A união intermunicipal na Região Oeste “Toda a Região Oeste tem uma situação privilegiada, porque tem tudo o que há para mostrar: praias, monumentos, parques, história, enoturismo, gastronomia”, começa por descrever José Bernardo Nunes. Apesar do Cadaval não fazer parte da zona costeira, “a promoção da costa acaba por criar uma ligação entre os vários negócios locais”, acrescenta. O surf é uma das atividades mais visíveis na costa, o que tem permitido promover toda a região. “Há uma comunidade intermunicipal que une os pontos fortes da região e que acaba por proporcionar um desenvolvimento

integrado de que todos beneficiam”. Estas são as palavras do Presidente da Câmara Municipal do Cadaval, que enfatizam o papel do concelho na região.

A excelência da ruralidade: um município que “respira” saúde “Aqui tudo é fresco e tem mais sabor”, é a frase de destaque para José Bernardo Nunes. A proximidade com os produtores oferece a possibilidade e o privilégio de consumir alimentos frescos e, acima de tudo, com qualidade, Até porque considera que “as pessoas gostam de saber onde foi feito, gostam de visitar, e o facto de ser produzido aqui confere propriedades únicas". Condições excelentes para a agricultura, numa ruralidade bem próxima da capital… “até porque o Cadaval está a pouco mais de 40 quilómetros de Lisboa”. Para José Bernardo Nunes, “aqui podemos ter uma qualidade de vida e um conforto económico que, provavelmente, não se consegue em Lisboa”, facto traduzido também pela pressão turística e imobiliária que se faz sentir na capital. Embora não exista nenhuma via rápida a passar pelo concelho, o Cadaval situa-se a cerca de 45 minutos de Lisboa e apresenta-se como um excelente local para viver. Por fim, José Bernardo Nunes deixa o convite: “quem visitar o Cadaval vai ficar agradavelmente surpreendido com a tranquilidade que se vive”. Motivos não faltam para o visitar! REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 71


CÂMARA MUNICIPAL DAS CALDAS DA RAINHA

TERRA DE ÁGUA E DE ARTES As Caldas da Rainha deram o salto além-fronteiras e estão na rota do mundo. Preservando sempre a sua origem: a água e as artes, o concelho tem-se afirmado e apostado no desenvolvimento de outras componentes, o que tem contribuído na promoção do turismo e economia. Em entrevista à Revista Business Portugal, o Presidente da Câmara Municipal, Fernando Tinta Ferreira, afirma que as Caldas da Rainha estão em constante crescimento, tendo-se tornado atrativa não só para visitar, mas também para viver.

Presidente C. M. Caldas da Rainha Fernando Tinta Ferreira

CÂMARA MUNICIPAL Praça 25 de Abril, Caldas da Rainha geral@cm-caldas-rainha.pt 262 240 000

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CÂMARA MUNICIPAL DAS CALDAS DA RAINHA

As Caldas da Rainha não nasceram como outras cidades, começa por explicar-nos o seu presidente: “Nós nascemos quando a rainha mandou fazer o Hospital Termal e isso define todas as nossas características. Tudo aquilo que resultou em atividade económica, foi por força da atividade termal e continuamos a fomentar e desenvolver isso”. Como consequência de os artistas irem às termas e interagirem com os caldenses, a cerâmica acabou por se desenvolver, fazendo das Caldas da Rainha um local de cultura artística, que prevalece até ao presente. Estas duas vertentes, da água e das artes, fazem com que a cidade acabe por ter um conjunto de cidadãos e investidores e uma organização em termos de vida comercial e de serviços muito relevante. “Somos a capital de serviços e comércio da região, o que faz com que tenhamos um conjunto de prestadores de serviços que se instalam na cidade, juntamente com as suas famílias”, afirma o presidente Fernando Tinta Ferreira, que acrescenta que as Caldas da Rainha têm uma vertente educativa e desportiva muito forte e diversificada, o que contribui também para a afirmação da região: “Temos uma prática desportiva muito eclética, com duas Federações instaladas, um Centro de Alto Rendimento e um conjunto de instalações que permitem que se pratiquem praticamente todos os desportos nas Caldas da Rainha. O facto de organizarmos muitas competições desportivas, por força do conjunto de infraestruturas e praticantes, faz com que muita gente venha às Caldas da Rainha, promovendo os alojamentos e serviços locais”. Investimento e crescimento Tem havido vários investimentos, o que contribui para o crescimento das Caldas da Rainha. Para além da requalificação urbana que está neste momento em curso, com a finalidade de melhorar a qualidade da água, saneamento e o espaço público; foi aberto um concurso internacional para os Pavilhões do Parque, um dos edifícios icónicos do património caldense e está ainda prevista a construção do Montebelo Bordallo Pinheiro Caldas da Rainha Hotel, com previsão de ficar pronto em 2021. “Passaremos a ter um hotel de cinco estrelas de referência nas Caldas da Rainha, o que significará, claramente, um upgrade nas características dos nossos turistas e, portanto, será uma âncora”, defende o presidente. Um dos grandes investimentos feitos pelo município, foi no Hospital Termal, que estava fechado por falta de investimento do Estado. “Em 2012, suspenderam os tratamentos termais e, como vimos que a Administração Central não avançava, acabamos por tomar a iniciativa de negociar com o Estado uma concessão e, a partir de dois de dezembro de 2015, o Município passou a ser concessionário e gestor do património termal. Após cerca de um milhão de euros de investimento, reabrimos, este ano, os tratamentos termais, não estando ainda todas as valências a funcionar, por optarmos por fazer por fases, por se tratar de um grande investimento, mas conseguimos que as águas voltassem a estar sem problema absolutamente nenhum e que as pessoas façam tratamentos com excelentes resultados. ‘O termal voltou!’”, revela, entusiasmado, o presidente.

Diversidade de oferta Caldas da Rainha é uma cidade ativa e dinâmica, com movimento, oferta cultural e qualidade de vida, o que faz com que muita gente – portugueses e estrangeiros – a procure, não só para visitar, mas também para viver. Com uma localização privilegiada, quem por aqui passa não fica indiferente às praias da Foz do Arelho ou Salir do Porto, à Lagoa Azul, ao Parque Dom Carlos I ou à Praça da Fruta. Na cidade, pode ainda percorrer-se a Rota Bordalliana, composta por reproduções de um conjunto de peças de Bordallo, em tamanho gigante e que estão espalhadas pela cidade. “Os turistas vão de peça em peça e acabam por conhecer a cidade, através do conhecimento que faz das peças. É uma rota muito apreciada, assim como uma outra que é de Ferreira da Silva, artista que tem muitas obras públicas espalhadas pela cidade, de escultura e azulejo”, explica o nosso entrevistado. Ao longo do ano, há iniciativas de grande impacto, como é o caso da FRUTOS, Tasquinhas, Caldas Nice Jazz, Street Food Festival e ainda outras iniciativas nas freguesias, como o Festival da Codorniz, no Landal, o que valoriza o concelho. Neste mês, tem lugar o tradicional Carnaval. “Fazemos um sambódromo em frente à câmara. Reconhecemos que não somos a capital do Carnaval, mas é muito rico e festivo, com muita tradição e envolvência, com iniciativas das nossas coletividades e visitado por muita gente”, refere. Cidade Criativa da UNESCO Foi no final do ano passado que Caldas da Rainha foi distinguida como Cidade Criativa da UNESCO, na componente do artesanato e arte popular. “A promoção das atividades da cerâmica, pintura, escultura, música, bordados, com conjuntos de exposições e iniciativas e criação de novos espaços, criam condições para nos ajudarem a demonstrar, junto da UNESCO, que a nossa cidade tem um conjunto de características merecedoras da distinção de Cidade Criativa”, explica-nos o presidente, que acrescenta que Caldas da Rainha deu “um salto internacional. Hoje, somos conhecidos no mundo, o que consagra aquilo que são as Caldas da Rainha na cultura. E isso é evidente: temos a maior concentração de escultura de Portugal em pedra do século XX, o Museu Nacional da Cerâmica, o Museu Malhoa e temos ainda artistas da cerâmica, como Mafra, Bordallo Pinheiro e um conjunto de novos artistas de referência, que são cada vez mais reconhecidos a nível nacional e internacional, que contribuem para a afirmação das Caldas da Rainha”. Afirmação, essa, que está comprovada, tendo Caldas da Rainha um aumento do índice de notoriedade, o que faz do povo caldense um povo orgulhoso da sua cidade e da oferta que esta proporciona. Para quem visitar, o presidente Fernando Tinta Ferreira garante que vai gostar e voltar. “A rainha mandou-nos ser hospitaleiros e nós cumprimos. Serão bem acolhidos e não faltará oferta cultural e espaços de lazer fantásticos”.

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ISEC CÂMARA MUNICIPAL DA LOURINHÃ

LOURINHÃ – AQUI NÃO HÁ SÓ DINOSSAUROS!

O território da Lourinhã, encontrase a 60 km a Norte de Lisboa, estendendo-se por entre 12 km de praias únicas, sem nunca perder o brilho do azul do mar.

A proximidade de Lisboa, tem permitido atrair visitantes, mas sobretudo novos residentes, que sentem neste território a qualidade de vida proporcionada pelo contacto com a natureza, mas também pela segurança e o acesso facilitado a todos os serviços públicos de excelência. A Lourinhã, hoje, afirma-se como um lugar de oportunidades, onde o passado geológico, mais conhecido pelas espécies únicas de dinossauros descobertas pelos principais paleontólogos do país, e o passado histórico visitado pela história de amor de D.Pedro I e de D. Inês de Castro, e pela resistência lusa nas primeiras invasões francesas, tendo o Vimeiro como marco da grande vitória sobre as tropas de Napoleão, se mistura com os campos férteis que permitem uma agricultura de qualidade, com reflexos na produção de referência de hortícolas e de frutícolas, mas também da vinha, onde a aguardente DOC Lourinhã se mostra como uma das melhores do mundo. Neste âmbito foi desenvolvida uma estratégia de turismo da Lourinhã 2019-2027, onde foram definidas um conjunto de linhas estratégicas que o município deve considerar, como forma de potenciar o que de melhor o seu território tem para oferecer. São elas o turismo paleontológico, o turismo militar, o mar e a gastronomia de mar, os produtos da terra, “Pedro e Inês”, o turismo de natureza e de saúde, bem como o turismo religioso. Neste sentido, tornou-se premente a atualização da imagem institucional de forma adequar a estratégia municipal de turismo à forma como comunica institucionalmente. Esta alteração, permite afirmar o território da Lourinhã como uma marca, com posicionamento estratégico nos mais variados campos e voltada essencialmente para a captação de turismo e investimento.

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Novo Logotipo A Lourinhã assenta em atributos específicos ligados à terra, ao mar, às tradições, cultura e gastronomia. Sintetiza-se na autenticidade das suas tradições e comida, na riqueza da sua cultura, na biodiversidade dos seus recursos e na importância da sua história. Os benefícios inerentes à visitação, na visão do turista ou visitante, elencam o contacto com a natureza, a hospitalidade, a tranquilidade, o conhecimento relativo à realidade paleontológica do concelho e ao património histórico e cultural. Por conseguinte, entendeu-se que a representação visual deveria assentar em quatro eixos diferenciadores: Turismo Paleontológico, Turismo de Mar, Turismo Militar e Pedro & Inês. E é precisamente por esta ordem, representados por quatro símbolos diferentes, que os eixos surgem e fazem deste novo logotipo a marca Lourinhã.


CÂMARA MUNICIPAL DA LOURINHÃ

A Startup Lourinhã é uma incubadora, acreditada pelo IAPMEI e integrada na RNI – Rede Nacional de Incubadoras. Nesta altura encontra-se habilitada a apoiar nos programas Startup Visa, Startup Voucher e Vale Incubação. Tem como principal objetivo aumentar a competitividade e atratividade do território, através da identificação, avaliação e desenvolvimento de ideias de negócio das startups. Nesse sentido a Startup Lourinhã, capacita os empreendedores disponibilizando infraestruturas e serviços de apoio especializados em áreas, como marketing, gestão, design, turismo, inovação social, economia, entre outras. Os empreendedores que decidam apostar em desenvolver os seus negócios neste território, onde, nunca é demais dizê-lo, a qualidade de vida favorece a imaginação, a criatividade, a tecnologia, a inovação e a felicidade, beneficiam ainda de networking com todas as entidades úteis ao desenvolvimento dos projetos, como universidades, centros de investigação, redes de mentores, business angels, ou outras adequadas a cada projeto. O acesso aos serviços prestados pela Startup Lourinhã permite aceder aos serviços acima referidos e às instalações, com utilização de posto de trabalho, sala de reuniões, equipamento multiusos, auditório, rede wifi, pátio, copa, acesso 24h por dia, todos os dias. Tem uma ideia de negócio e necessita de apoio? Assinatura O concelho demarca-se por uma oferta turística diversificada, com um património natural rico e um património cultural e histórico diferenciado, capaz de propiciar ao turista, ou visitante, uma fusão de experiências, como se tem vindo a evidenciar. Pretende-se, por isso, comunicar o concelho como um todo, interligando os vários atributos. Os dinossauros irão permanecer como uma forte ‘associação de imagem’, mas o objetivo será o de dar a conhecer aos visitantes e turistas as outras histórias e estórias da Lourinhã. Praça Marquês de Pombal

Qualquer um dos eixos considerados estratégicos para o desenvolvimento turístico - turismo paleontológico, turismo militar, mar e gastronomia de mar, Pedro & Inês, abóbora, moinhos, azenhas, pão e aguardente, esconde uma viagem que perdura na mente de quem a explora. É essa viagem, e essas experiências, que a Lourinhã deve comunicar a quem a visita, ambiciona visitar, ou até mesmo de forma a suscitar a curiosidade em quem nunca visitou.

Antigo Edifício da CML 2530-127 Lourinhã

gael@cm-lourinha.pt

Nesta linha de pensamento, defende-se que o Município da Lourinhã representa a elevação dessas histórias, através da assinatura: “Pegadas Com História”.

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ÁGUAS DO VIMEIRO

UMA ÁGUA COM BENEFÍCIOS ÚNICOS Com um portefólio de águas incomparável e único em Portugal, a Águas do Vimeiro é hoje uma referência na Indústria de Engarrafamento e Distribuição de Águas Minerais Naturais, em Portugal. Para melhor conhecermos o presente e o futuro da empresa estivemos à conversa com Diogo Abreu, administrador executivo da empresa das Águas do Vimeiro, S.A. (EAV).

Poderíamos começar a nossa conversa por conhecer um pouco melhor o seu percurso profissional e em que momento decide abraçar este projeto. A minha atividade profissional foi, durante muitos anos, ligada à banca de investimento e aos fundos de investimento. No início de 2014 terminei a minha atividade no setor financeiro e passei a dedicar-me à consultoria e reestruturação de empresas, essencialmente, industriais. Em março de 2018 recebi o convite para abraçar este projeto e, como adoro desafios, aceitei com entusiasmo. Como sabem, a empresa Águas do Vimeiro tem como áreas de negócio a Hotelaria, Turismo, Termalismo e Indústria de Engarrafamento e Distribuição de Águas Minerais Naturais, sendo esta última, a área que acabei por abraçar e onde tenho como principal missão acrescentar valor à atividade das águas minerais. A água é o principal constituinte do nosso corpo e todos sabemos a importância do seu consumo para o bom funcionamento do nosso organismo. No entanto, nem todas as águas têm as mesmas características e, consequentemente, os mesmos benefícios para a nossa saúde. Como caracteriza as Águas do Vimeiro e quais os seus benefícios? A EAV tem, atualmente um portfólio único e incomparável que vai desde as águas sem gás às águas com gás e desde as águas minerais naturais às águas de mesa. Mas é na água Vimeiro Original, a água mãe que está na origem a todas as águas do portfólio de águas minerais naturais, que está a diferenciação. Por ter uma mineralização muito elevada (cerca de 1100 mg/L), esta água mineral natural sem gás é, comprovadamente, diferente de todas as restantes no mercado. Esta composição, fruto dos seus aquíferos naturais, é bastante importante e benéfica para a saúde. Para além dos sais minerais que a definem, ao contrário da maior parte das águas em Portugal, a Água Vimeiro Original tem pH alcalino, algo que é hoje bastante valorizado pelos consumidores. Aos bebés, pela riqueza em bicarbonato e pH, auxilia o processo digestivo e alivia as cólicas típicas. 76 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

É também uma água que tem muito cálcio e, por isso, o seu consumo é também bastante indicado para pessoas séniores. A estas características soma-se uma série de outros atrativos e componentes próprios da sua elevada mineralização que se revelam muito importantes para quem, por exemplo, pratica desporto, uma vez que consegue, de forma natural e eficaz, repor os sais minerais gastos ao longo da prática desportiva e neutralizar o ácido láctico. Não é por acaso que a Águas do Vimeiro é por muitos conhecida pelo slogan: ‘A saúde está primeiro. Beba Água do Vimeiro’. Isso tem uma razão de ser. Sabemos que existem, claramente, benefícios desde logo por beber água e, ainda mais, se escolher uma água mineral natural, a melhor bebida a incluir na dieta, pois está inteiramente desprovida de quaisquer produtos e tratamentos químicos. Acreditamos que temos, efetivamente, um produto distintivo nesse aspeto. Desde a captação até ao engarrafamento, a água é sujeita a um controlo rigoroso de qualidade, o que se traduz na confiança depositada pelo mercado. É este o segredo para alcançar os resultados obtidos ao longo dos anos? A marca sempre teve uma grande presença no mercado e é uma marca forte porque, apesar das vicissitudes que teve ao longo dos anos, continuou a crescer, continuou a vender e continuou a ter uma presença muito significativa nos diferentes segmentos de mercado. No mercado das águas com gás, somos, seguramente, a segunda marca mais vendida a nível nacional, o que para nós é também muito importante. Apesar de ser um mercado mais pequeno, não deixa de ser um mercado interessante e que está, neste momento, a crescer sendo, por isso, algo que queremos valorizar. Por outro lado, os consumidores estão cada vez mais informados, seja através das redes sociais, de publicações ou até de blogs. Hoje em dia, quem tem interesse pelo tema consegue facilmente perceber que o nosso produto Vimeiro Original tem importantes características diferenciadoras. Adicionalmente, a nossa atividade está sujeita a um rigoroso e permanente controlo de qualidade, o que lhe confere


ÁGUAS DO VIMEIRO

um elevado grau de confiança junto dos consumidores, parceiros e entidades reguladoras. Recentemente, a EAV renovou a sua certificação IFS Food, respeitando os mais elevados padrões de exigência aplicáveis ao nosso setor de atividade e manteve a certificação ISO 9001 que nos acompanha desde há muitos anos. Podemos então afirmar que a estratégia para o futuro passa pela promoção e divulgação deste produto diferenciador no mercado? A EAV tem a sorte de ter um produto verdadeiramente bom, único. No entanto, não deixa de ser necessário comunicar com o público e consumidores. Nesse sentido, a nossa estratégia passa, exatamente, por dar a conhecer e divulgar ainda mais essa informação e promover um produto que consideramos distintivo no mercado nacional. Todos sabemos que uma grande percentagem do nosso corpo é água e, por isso, é importante que a água que ingerimos seja de qualidade. Houve, por isso, a necessidade de alterar a visão da empresa e de apostar em produtos mais distintivos. Para tal, realizámos uma revisão do nosso portefólio, deixamos de comercializar alguns produtos e iniciámos uma maior aposta noutros. 2019 foi um ano de transição em que apostámos na valorização do nosso portfólio, apesar de termos reduzido ligeiramente o volume de litros vendidos. É esse o caminho que queremos prosseguir e que acreditamos que nos permitirá níveis acrescidos de sustentabilidade e autonomia. Reconhecidas pela sua qualidade são também as termas do Vimeiro. De que forma tem sido dinamizada esta vertente? Quer para a Região do Oeste quer para a Grande Lisboa, consideramos que temos, do ponto de vista termal, um ativo que tem importância e que tem de ser dinamizado. O termalismo terapêutico tem vindo a ser cada vez mais valorizado. Há um reavivar e já não é aquele termalismo tradicional “só para os avós que iam para as termas”. A própria classe médica também está mais interessada nas

terapêuticas que o termalismo permite. Temos como objetivo dinamizar mais as termas do Vimeiro que, neste momento, apenas abrem num determinado período do ano, essencialmente no verão até porque as pessoas têm mais disponibilidade, e está associado ao Hotel Golf Mar. Existe interesse por parte das entidades da região (Turismo, Câmaras, Direção Regional de Saúde) de dinamizarmos as termas, por forma a que possam, a prazo, manterem-se abertas durante todo o ano. Como gostaria de ver a Águas do Vimeiro no futuro? Estamos, a todos os níveis da empresa, empenhados e comprometidos em tornar a EAV num player de referência no mercado com uma presença maior e mais valorizada do que a que temos hoje. É com muito orgulho que hoje sinto este objetivo ser assumido por todos os colaboradores da EAV. As organizações são, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico que temos vindo a assistir, pessoas e faz toda a diferença quando atuamos concertadamente para um objetivo comum através de uma estratégia em que todos nos revemos. Ser líder em volume será sempre difícil, no enquadramento atual da empresa. Hoje, não temos uma capacidade instalada que nos permita um volume de litros igual a grandes insígnias que existem no mercado, mas isso não quer dizer que não consigamos ter uma presença, em termos de valor, mais interessante. Ser líder de outra forma. Para a EAV, não interessa, por si só, vender mais um litro do que a concorrência. O que nos interessa, claramente, é afirmarmos, de forma socialmente responsável, a marca Vimeiro no mercado, continuando a ser reconhecida como uma marca de excelência. Rua da Ribeira, 2560-084 Maceira Torres Vedras 261 980 000 comercial@eav.pt www.aguadovimeiro.pt/ REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 77


CLÍNICA TERAPIA DA COLUNA

O TRATAMENTO INOVADOR QUE MUDA VIDAS Na Lourinhã, a Revista Business Portugal descobriu a Clínica Terapia da Coluna, gerida por dois ingleses – Ginny Simmonds e Stephen Gary Jones, que se estabeleceram em Portugal e trouxeram consigo uma terapia inovadora e única: Theraflex. A clínica abriu a dois de janeiro deste ano e já mudou a vida de vários portugueses, com a promessa de revolucionar a de muitos mais. Em entrevista, Ginny Simmonds, Terapeuta da Coluna, conta-nos como descobriu este tratamento, em que consiste e o que a levou a replicá-lo noutras pessoas. Durante vários anos, Ginny Simmonds sofreu de problemas na coluna, o que interferia na sua qualidade de vida. Com dores constantes, começou também a ter outros problemas provenientes desse primeiro, como problemas nos joelhos, na cervical, enxaquecas e dormências e, apesar de recorrer a operações, osteopatas, radioterapias e outros tratamentos, nunca conseguiu ver o seu problema resolvido definitivamente. Foi então que ouviu falar do equipamento Theraflex, que consiste numa “mão biónica” com quatro pistões alimentados por ar comprimido, e decidiu experimentar. “Quando fiz o tratamento, nas primeiras 24 horas senti um alívio incrível e no dia seguinte já conseguia mexer a cabeça. Fui à segunda e terceira sessões e depois só fiz uma manutenção mais tarde. Isso resolveu o meu problema e foi aí que pensei: eu vou comprar esta máquina”, explica a entrevistada. Decidida a dedicar-se à causa de melhorar a vida das pessoas, Ginny Simmonds estudou sobre a temática e adquiriu o equipamento. Há dois anos, começou a realizar o tratamento em Inglaterra, trazendo-o depois para Portugal, sendo pioneira em território nacional. “Eu adoro, genuinamente, isto que faço. Eu compreendo que as pessoas não têm qualidade de vida e, muitas vezes, não têm as operações que necessitam num curto espaço de tempo. Há tanta gente que sofre de problemas deste foro e eu questionava-me porque é que esta máquina não existia em todo o lado. O meu principal interesse é ajudar e fazer com que as pessoas não sofram com estas dores. Se eu conseguir evitar uma operação, se conseguir ajudar de algum modo, sinto-me realizada, não é o dinheiro que me satisfaz. Adoro ouvir as pessoas a dizerem: ‘uau, isto é um milagre. Sinto-me fantástico(a)’”, afirma, orgulhosa, Ginny Simmonds. O que é o Theraflex? O sistema Theraflex Back Care é um tratamento espinhal, que foi desenvolvido por uma equipa de especialistas em Cornwall e é verdadeiramente revolucionário no tratamento da coluna 78 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

vertebral, capaz de mudar a vida de quem sofre de problemas desta natureza. O tratamento consiste no uso de um equipamento especializado – EPVM 2 Vertebral Mobiliser – que permite melhorar o movimento e ativar segmentos individuais da coluna vertebral, tendo uma taxa de sucesso de 100 por cento. A máquina, que ainda só existe no Canadá, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Inglaterra e Telavive. Esta máquina, que também é utilizada por equipas de futebol no Reino Unido, já chegou a Portugal e só está disponível na Clínica Terapia da Coluna. Sendo que se trata de uma máquina rara a nível mundial, Ginny Simmonds defende que “seria importante que os centros médicos, em Portugal, recomendassem esta nova tecnologia, porque apresenta, realmente, resultados”. Quem se submete ao tratamento sente melhorias significativas, pois o Theraflex prepara os músculos e relaxa as costas, ajuda a reduzir o espasmo muscular, desobstróis as articulações da coluna, aumentando a elasticidade e a mobilidade, estimula e fortalece os músculos das costas e serve para estimular os reflexos de alongamento nesses grupos musculares. Ginny Simmonds recomenda que os pacientes façam três sessões e promete resultados imediatos na ciática, escoliose, cifose, dor cervical e estenose espinhal. TESTEMUNHO DE CONCEIÇÃO MONIZ (PACIENTE) “Infelizmente, tive um acidente com apenas nove anos e fiquei com problemas na bacia e a isso somaram-se os efeitos das gravidezes e dos partos naturais. Sempre me disseram que o meu problema não tinha cura e que a única solução seria operar, mas nunca o quis fazer. Sabia que havia um risco elevado e, por isso, preferi nunca recorrer à cirurgia. Curiosamente, quando conheci a Ginny, ela olhou para mim e percebeu de imediato os problemas que eu tinha. Quando me convidou para


CLÍNICA TERAPIA DA COLUNA

experimentar este novo método, não hesitei. Estou a realizar o tratamento há cerca de um mês e as melhorias são incríveis. Eu tinha problemas nos pés, nas pernas e nos ombros e até a minha caixa torácica estava desalinhada. Tinha umas botas novas que não conseguia calçar, hoje já consigo. Ficava com os dedos das mãos frios e dormentes, não os sentia, e hoje, posso até ter as mãos frias, mas não ficam dormentes. Aumentei quatro centímetros nos ombros, a costureira até ficou impressionada quando viu as medidas do ano passado e as deste ano. Fui mandar fazer os óculos e a própria oculista não acreditava no que estava a ver, todo o meu rosto alterou. Os meus olhos estavam tortos, tinha um com mais 0,5 dioptrias e outro com menos 0,5… Hoje, ambos estão a zero. Na respiração também senti melhorias, antes não conseguia respirar pela narina esquerda e hoje consigo. Nós não temos a noção de quanto o alinhamento da nossa coluna é fundamental para o nosso bem-estar geral”. A prevenção também faz parte da solução Ginny Simmonds não deixa de nos sensibilizar para as questões da nossa postura, lembrando que há um papel importante e preponderante das empresas na saúde dos seus colaboradores (veja-se o exemplo da Emma The Doll, boneca que retrata o nosso futuro, devido à nossa postura no trabalho de escritório): “Nos Estados Unidos, as empresas querem os empregados a trabalhar e, por isso, dão condições às pessoas. Já aqui, a mentalidade é diferente. Os funcionários não têm postura, não têm condições. As cadeiras não são confortáveis, os computadores não estão posicionados corretamente… Se os trabalhadores estiverem cómodos, haverá mais produtividade e não haverão baixas, o que acaba por compensar às empresas. Se tratares bem os teus funcionários, eles estão sempre felizes e saudáveis”. Assim, é de considerar que as empresas podem beneficiar se mantiverem parcerias com outras empresas como a Clínica Terapia da Coluna, que ambiciona continuar a crescer e a contribuir para o bem-estar das pessoas, investindo em nova tecnologia, complementando o que já existe, e instalando-se noutros pontos do país, como Algarve, Coimbra e Porto.

Rua Conde Ferreira, nº7, Loja A 2530-134 Lourinhã www.spinaltherapyclinic.com @clinicaTerapiadaColuna therapists@spinaltherapyclinic.com 962613929 / 261469557

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REGIÃO NORTE

A Região Norte corresponde a cerca de 35 por cento da população que reside em Portugal. Composta por 86 municípios e 1246 freguesias, os municípios do Norte do país encontram-se organizados em oito Comunidades Inter-Municipais (CIM). No que ao tecido empresarial diz respeito, nos últimos anos, houve um crescimento das empresas no Norte. Este crescimento afirma-se a nível nacional e assume um peso significativo. O comércio e a indústria são dois dos setores de atividade que mais se evidenciam na região. O crescimento dos negócios mostra-se exponencial, até porque 39 por cento corresponde às exportações nacionais e representa aproximadamente 29 por cento do PIB da economia nacional. No Norte de Portugal também se faz sentir o investimento estrangeiro que permite a criação de mais postos de trabalho. Os investimentos realizam-se, em grande plano, na indústria, no digital, no agroalimentar e nos serviços às empresas. Assim, o projeto Novo Rumo a Norte visa premiar empreendedores e incentivar a criação de novas empresas em áreas de especialização inteligente. Este projeto enaltece o reconhecimento pelo espírito empreendedor e pela força de trabalho. Com visão para o futuro, o Norte do país apresenta excelentes infraestruturas de comunicação e de internacionalização, bem como uma gestão competente e rigorosa dos negócios. Para além disso, conta com uma rede qualificada de equipamentos ligados à ciência e à tecnologia. Nas páginas seguintes desfrute de uma leitura onde impera o empreendedorismo, a inovação e o dinamismo dos nossos empresários portugueses.

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CASA DA TERESINA

UMA “MARAVILHA” PARA RELAXAR CASA DA TERESINA, SISTELO. A casa, composta por três suites (com casa de banho privativa), sala de jantar, sala de estar e cozinha (toda equipada) partilhada, é uma resposta ideal para famílias e/ ou grupos de amigos que pretendem usufruir de uns dias de descanso no meio da natureza. A reserva desta casa inclui o acesso a um pequeno jardim, junto à mesma, que convida à leitura e ao sossego. Aberta ao público desde julho de 2018 – depois de ser adquirida por Sandra Santos corria o ano de 2017 – este espaço encontra-se estrategicamente localizado para quem quer aproveitar ao máximo a sua passagem por uma das sete aldeias maravilha de Portugal. Conhecida como o ‘pequeno Tibete português’, devido aos seus verdejantes socalcos, esta aldeia encontra-se junto às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, região de paisagens de excelência.

Rua da Igreja, Sistelo 963 741 652

Assim, a Casa da Teresina está preparada para receber até seis pessoas em simultâneo e é procurada, maioritariamente, por visitantes portugueses que ali desejam usufruir de uns dias (principalmente fins de semana) de paz num espaço intimista. No entanto, qualquer pessoa pode ter acesso a esta casa, basta que para isso contacte a gerência através do email ou das plataformas de reserva online habituais.

Em confidência à Revista Business Portugal, a administração assumiu o desejo de fazer crescer este projeto turístico em Sistelo, nos Arcos de Valdevez, e, para isso, já adquiriu uma nova casa (apenas com uma suite), que pretende ser uma resposta para as tão importantes e especiais escapadinhas românticas.

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QUALISTAMP

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13 ANOS A APOSTAR NA QUALIDADE DIFERENCIADA Na Qualistamp não basta fazer, é preciso fazer diferente e, para isso, é fundamental estar sempre a par das tendências do mercado e investir. Em entrevista à Revista Business Portugal, Artur Marinho e Romeu Vieira, sócios-gerentes da estamparia têxtil especializada na estampagem localizada, revelam que o sucesso da empresa está assente em três pilares: qualidade, preço competitivo e cumprimento de prazos. Em plena época de crise, há 13 anos, Artur Marinho e Romeu Vieira tiveram a bravura de dar início a um projeto que se dedica à estampagem de artigos têxteis, em Fafe. A ousadia combinada com qualidade diferenciada, tornaram a Qualistamp numa referência no setor têxtil, sendo, pelo sétimo ano consecutivo, PME Líder. Segundo Romeu Vieira, “o êxito da empresa deveu-se à conjugação de dois fatores fundamentais para o negócio: o saber fazer e a gestão acompanhada. A minha área é Engenharia e Gestão Industrial e o Artur Marinho é a base do know-how, com 34 anos de experiência. Com a conjugação dos dois fazemos mais, melhor e diferente”. Quem assegura a formação dos colaboradores é Artur Marinho, dono de uma vasta experiência e que nos elucida que “a estamparia é uma passagem controlada de tinta para o tecido e não é qualquer pessoa que o consegue fazer”. Os nossos entrevistados garantem que a estamparia é uma arte e há duas coisas fundamentais para que esta resulte: toque e sensibilidade.

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QUALISTAMP

Romeu Vieira e Artur Marinho, sócios e gerentes

Com uma equipa jovem, dinâmica e proativa, a Qualistamp assegura a valorização de um produto e o potenciamento da sua venda. Assim que o desenho é recebido e o objetivo de cada cliente percebido, desenvolve-se uma amostra, através de técnicas de estampagem (que vão desde o floco projetado, caviar, devoré, relevo, estampagem 3D, entre outras) e em função das tendências de mercado, potenciando assim uma simples malha, que até então não tinha valor acrescentado. O crescimento sustentado da empresa deve-se à forte aposta num produto diferenciado e da busca insaciável pelo conhecimento, sendo que, segundo os nossos entrevistados, para se prevalecer no mercado é imprescindível manter a qualidade, o preço competitivo e cumprir os prazos estipulados pelos clientes. Com uma forte aposta na tecnologia e novos produtos, a empresa está sempre a inovar. “Acompanhamos a evolução dos produtos, matérias-primas, processos de fabrico e, inclusive, implementamos processos que não existem no mercado. Desenvolvemos mecanismos e até máquinas que permitem fazer inversão de processos de fabrico, ou seja, tornamos possível a conjugação de produtos que são incompatíveis”, explica Romeu Vieira.

Zona Industrial Monte da Pena , Rua da Senra nº 180, Golães FAFE comercial@qualistamp.pt

Telefone: 253 593 331 http://qualistamp.pt/

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QUALISTAMP

Investir para crescer e para diferenciar O que diferencia a Qualistamp é o investimento e procura constante, quer em termos tecnológicos ou em processos de fabrico, aumentando a eficiência da empresa em termos produtivos, quer em conhecimento. "Procuramos sempre acompanhar os mercados, porque isto é tudo muito volátil, muito dinâmico e nós temos de acompanhar constantemente, apostando sempre na melhoria contínua. É um fator preponderante na nossa atividade”, defende Romeu Vieira. Posto isto, a empresa marca presença em várias feiras internacionais, para que conheça, profundamente, o mercado: “Procuramos estar presentes, no sentido de procurar produtos e novas técnicas que possamos transportar para Portugal. Investir nas feiras de referência a nível mundial é muito importante, pois assim estamos onde está toda a informação”, afirma Romeu Vieira, que acrescenta, convicto, que a Qualistamp está na vanguarda. “São 13 anos a investir para fazer diferente e devemos continuar a apostar num produto diferenciado, de valor acrescentado e que seja aceite no mercado”. Presente no mercado espanhol, nórdico e alemão, a Qualistamp tem vários clientes de referência, como são o caso do Grupo Inditex, onde trabalham com cinco marcas (Bershka, Massimo Dutti, Oysho, Pull&Bear e Zara); Sniff; Mango; Esprit e CR7. Neste momento, os mercados-alvo são o norte-americano e irlandês, sendo objetivo apostar nestes mercados, mantendo aqueles em que estão alocados. Segundo Romeu Vieira, os fatores penalizadores dos últimos anos são “a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o Brexit e a questão da Turquia, sendo este último o nosso grande problema. A Turquia é o nosso concorrente mais direto e, em capacidade, tem uma oferta muito superior e uma ferramenta que nós não temos: a moeda própria. Quando desvalorizam a moeda, há uma fuga de encomendas. Só no produto diferenciado é que conseguimos reter encomendas aqui em Portugal”. Fidelizar clientes e dar continuidade ao investimento e diferenciação são os grandes desafios para o ano que agora se inicia. “A única forma de ainda retermos o trabalho aqui em Portugal é fazendo diferente, sendo o nosso foco a fidelização nos mercados-alvo. Queremos manter os padrões de qualidade, que são elevadíssimos, quer no controlo físico e químico dos produtos utilizados em produção, quer em termos de processo, para que haja um cumprimento integral. Em termos de investimento, aquilo que temos contemplado são algumas atualizações em termos de processos tecnológicos, para poder implementar novas técnicas como floco projetado de cinco milímetros e estampados holográficos. Estando capacitados, conseguiremos dar uma resposta rápida e eficiente aos clientes”, remata Romeu Vieira.

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REATIA

comercial@reatia.com Telefone: 926 286 528 Ed. Oriente Office, Av. Infante D. Henrique Lisboa

A FERRAMENTA DE PROPRIEDADES MAIS EVOLUÍDA DO MERCADO Apresente o seu percurso profissional e descreva as motivações que o levaram a criar a REATIA. Sou licenciado em Relações Empresariais pela Universidade Católica Portuguesa e desde cedo trabalhei junto do mercado imobiliário. A minha primeira empresa, a POLISPARTNER, tem mais de 10 anos e trabalha com consultores e agências imobiliárias na área da certificação energética. Ao trabalhar de perto com consultores e donos de agências apercebi-me do tempo que perdiam em portais e sites da concorrência para descobrirem o que havia de novo no mercado, fosse oriundo de particulares ou da concorrência direta. Era notório a falta de transparência e de informação estruturada que vinha dos milhares de sites e portais em Portugal. A plataforma REATIA surge dessa necessidade e lacuna no mercado. Em que consiste esta plataforma e a quem se dirige? A REATIA é uma plataforma metasearch de imóveis. Ela agrega imóveis de milhares de fontes, diariamente, para que estejam disponíveis, para nossos clientes, num só lugar. É com orgulho que podemos dizer que temos a maior listagem de imóveis promovidos em Portugal e também a listagem mais transparente. Para isso usamos a melhor das tecnologias, nomeadamente inteligência artificial para saber que imóveis são promovidos pelos mesmos agentes ou imobiliárias. Mais do que listar, entregamos aos nossos clientes informação fundamental para a análise do imóvel e do mercado. A informação que dispomos é fundamental para o sucesso do consultor imobiliário que acaba, também, por se refletir na qualidade de serviço que entregam junto do seu cliente.

Hugo Venâncio, CEO

Já imaginou ter uma visão única e eficaz de tudo o que se passa no mercado imobiliário em Portugal? Graças à inovadora plataforma REATIA todos os imóveis de particulares e das agências imobiliárias estão, hoje, à distância de um clique. Para melhor compreender este projeto e o mercado em que se insere estivemos à conversa com Hugo Venâncio, CEO da REATIA, que nos revelou as mais valias desta inovadora plataforma. Como é que a REATIA se diferencia no mercado? A primeira grande diferença é que nós sabemos, claramente, o que é que o consultores imobiliários necessitam de saber. Esse foco e clareza leva-nos a desenvolver features que lhes serão úteis diariamente. Por isso é que, em nove meses, atingimos uma liderança inquestionável. Depois, e igualmente importante, a tecnologia que usamos é claramente de outro nível. Utilizamos, efetivamente, a inteligência artificial a nosso favor e em prol dos nossos clientes. Apesar do termo inteligência artificial ser, muitas vezes, utilizado de forma leviana, neste caso não o é. A forma como conseguimos analisar o mercado, o que temos de desenvolver e a forma como o fazemos é realmente única. A abrangência desta plataforma cinge-se a Portugal ou está disponível noutros países da Europa? Atualmente o REATIA está disponível apenas em Portugal e somos, atualmente, líderes de mercado ao fim de nove meses de atividade. Por isso já estamos a preparar a entrada em mais dois países a curto prazo e num terceiro que está a ser estudado. Em 2020 pretendemos disponibilizar este serviço em mais dois países, Espanha e outro a indicar brevemente, e pretendemos chegar à liderança do mercado de metasearch em Espanha até ao final deste ano. É um ano em que, fruto do grande crescimento que estamos a ter, reforçaremos as nossas equipas de desenvolvimento, suporte e vendas com mais 15 pessoas.

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R ISEC RACELAND

RACELAND: SOLUÇÃO A 360° Foi em 2007 que Alfena recebeu a Raceland, um projeto reconhecido mundialmente e maioritariamente direcionado para a construção de veículos e reboques, tendo como seu exponente máximo os outside broadcast. Carlos Teixeira, foi o fundador e é quem conta à Revista Business Portugal a evolução da marca que se rege pela inovação, qualidade e satisfação do cliente.

A formação profissional de Carlos Teixeira está ligada à engenharia mecânica. Mais tarde foi instrutor, piloto de ralis, abraçou projetos na área das escolas de condução e centros de inspeção. A conclusão que conseguimos retirar do seu percurso profissional é que é, com toda a certeza, um eterno apaixonado por veículos. A Raceland aparece mais tarde como uma marca também ela ligada aos automóveis e às corridas. Com o tempo foi mudando e foi direcionada maioritariamente para a construção de veículos. “A construção de veículos apareceu ocasionalmente, através de uma empresa que estava com dificuldades financeiras e que nós apoiámos. Daí retirámos algum know-how que nos permitiu crescer na área da construção de carroçarias e de veículos pesados” afirma Carlos Teixeira. Com o negócio mais estável, houve a oportunidade de se candidatarem a construtores de automóveis a nível mundial e hoje dedicam-se, na sua maioria, a veículos pesados e semi-reboques ou reboques ligeiros, sendo que também podem construir veículos ligeiros. Dentro do carroçamento, destacam-se as alterações a veículos de outros construtores redirecionando-os com as devidas alterações para funcionalidades de acordo com as necessidades.O nosso entrevistado explica. “A ideia da Raceland, é a de abranger esse mercado, de construir tudo aquilo que os habituais carroçadores não querem, ou seja, quando alguém nos apresenta uma ideia, o nosso departamento de engenharia desenvolve o projeto e cria um veículo novo. Ou seja, cria uma transformação que permite ir de encontro a essas necessidades”. O facto de Carlos Teixeira ser uma pessoa (re)conhecida no mundo dos desportos motorizados ajudou ao crescimento da empresa uma vez que levou a que muitas pessoas, também ligadas a este meio, quisessem que os seus projetos fossem elaborados pela Raceland.

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Carlos Teixeira, CEO

O que diferencia a Raceland Os serviços e produtos disponibilizados marcam a distinção da Raceland das empresas do mesmo setor: “Tentamos olhar para os nossos concorrentes e percepcionar o que é que eles não fazem” afirma Carlos Teixeira e salienta que “sabemos que um protótipo é algo que utiliza muita mão-de-obra e, principalmente, ocupa muito tempo. Desta forma, sabemos também que o tempo por vezes é escasso mas, na Raceland, isso foi uma vantagem. Como eu tinha a possibilidade de ser pequeno e de absorver o produto que ninguém queria, agarrei-o e investi todo o meu tempo nisso. Tive ainda a sorte de algumas empresas quererem algo diferente”. É exatamente por isso que a Raceland se rege, pela diferença. O que a diferencia essencialmente é o facto de fazerem tudo à medida do cliente e de acrescentar algumas funcionalidades vantajosas a um veículo já existente. Carlos Teixeira exemplifica: “o que o cliente pretende com um semi-reboque especial para competição é chegar a uma prova, ter a possibilidade de ter um espaço para o piloto, para a equipa, para a parte da engenharia, controlo de tempos, e nem sempre os construtores que já fabricavam esse tipo de veículos têm a capacidade de se adequar. Já estão habituados a fazer, mas segundo aquele molde”. A Raceland adequa-se verdadeiramente ao que o cliente pretende.


RACELAND

Projeto OBV e as suas mais-valias Os OBV - outside broadcast – são, sem dúvida, um dos produtos em que a Raceland marca a diferença, são veículos de televisão de exterior específicos para transmitir em determinado lugar. Estes veículos têm vários tamanhos, sendo que os XL são veículos semi-reboque já com aberturas laterais que se multiplicam em termos de espaço. O conceito verdadeiro é o de criar um estúdio de televisão, em qualquer parte e, essencialmente, no futebol. Para que tal aconteça na perfeição, Carlos Teixeira, conta com a ajuda da Mediapro, sendo por isso o seu principal cliente: “É uma das maiores empresas do mundo em televisão”. Em Portugal, tudo isto foi novidade e por isso um projeto muito (bem) reconhecido. “O primeiro veículo que fizemos para eles foi um sucesso e, a partir desse momento, criámos um ligação forte”. É garantido que, hoje em dia, as empresas – mais do que cliente e vendedor – são parceiras e a parceria da Raceland e Mediapro tornou-se muito forte.

Credibilidade e notoriedade A credibilidade de uma marca em Portugal passa pelo reconhecimento. A Raceland é certificada pelo IPQ (Instituto Português de Qualidade), já na área da construção, existe uma organização mundial que verifica quais são os construtores de veículos e se estão devidamente certificados para o fazer. O crescimento da Raceland foi reconhecido internacionalmente tendo, em 2018, obtido o título de Construtores Mundiais de Veículos ganhando assim a notoriedade pela qual Carlos Teixera esperava. “Já temos carroçadores tradicionais a encaminharem os seus clientes para a Raceland porque somos capazes de solucionar os seus problemas”. Para o futuro, Carlos Teixeira, garante que os clientes têm demonstrado interesse em crescer juntamente com a Raceland e, dessa forma, estão em cima da mesa alguns projetos aliciantes. “Queremos ter o maior camião do mundo noutra área. A nível mundial penso que vamos estar no topo”. Uma das preocupações da Raceland prende-se com ações de solidariedade junto daqueles de quem recolhem as energias porque não é correto não ajudar, se o puderem fazer. Exemplo disso foi a última campanha efetuada em parceria com a Q&F, em Alfena, e ainda uma outra campanha na Gare do Oriente, em Lisboa, com entrega de bens alimentares.

https://raceland.pt/ 22 968 72 46 geral@raceland.pt

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PROVAM

ALVARINHO COM ALMA A PROVAM é uma sociedade constituída por dez viticultores da sub-região de Monção e Melgaço, que com a sua paixão pelo vinho, decidiram, em 1992, construir uma adega moderna e funcional para a produção de vinhos da casta Alvarinho. Abel Codesso (enólogo) e João Marques (diretor comercial) apresentaram-nos o trabalho que tem sido feito por esta entidade. João Marques (diretor comercial) e Abel Codesso (enólogo)

Com que objetivo foi criada a PROVAM? João Marques (J.M.): Já lá vão 28 anos. À data, o setor não estava a corresponder às expetativas dos produtores e, assim sendo, a PROVAM foi criada para dignificar as potencialidades desta região como produtora de vinhos de excelência. Abel Codesso (A.C.): Todos os sócios são de Monção, empresários, que dedicando-se a outras actividades, viram aqui, uma oportunidade de negócio e uma maneira de fixar mais pessoas à terra.

PROVAM elaboramos diferentes perfis de vinho, temos espumantes, vinhos de curtimenta, vinhos fermentados e estagiados em barrica, ou seja, vinhos para todas as ocasiões e para todos os dias. Todos os dias são bons para bebermos vinhos de Monção e Melgaço. Em Portugal, onde podemos encontrar os vossos vinhos? E qual a percentagem de exportação que apresentam atualmente? J.M.: Em Portugal, o nosso vinho pode ser encontrado um pouco por todo o lado, garrafeiras, lojas gourmet, pequenos distribuidores locais, grandes superfícies e restaurantes de referência. Relativamente ao mercado externo, exportamos mais de 30 por cento da nossa produção, para vários mercados, de entre os quais, se destacam a Suécia, a Noruega e o Brasil.

O que caracteriza o vinho desta região? A.C.: Em primeiro lugar, o “terroir” onde este é produzido, seguidamente a casta Alvarinho e a paixão com que as pessoas a tratam. Neste momento, a vinha ocupa grande parte da paisagem da sub-região de Monção e Melgaço. Aqui os vinhos são encorpados, frescos, muito aromáticos e equilibrados. J.M.: O que nos distingue é a nossa mineralidade, o nosso equilíbrio e a nossa capacidade de evolução em garrafa. Quando comprar Alvarinho procure o selo Monção e Melgaço, este selo é o que garante a nossa qualidade e a origem do Alvarinho.

Como alcançaram esses mercados? J.M.: Nós viajamos a vários países para promovermos os nossos vinhos, realizamos provas internacionais e participamos em grandes certames, organizados em Portugal e um pouco por todo o mundo.

Então e como é o alvarinho que a PROVAM comercializa? A.C.: São vinhos muito equilibrados, florais, que proporcionam um grande prazer a quem os bebe, e são vinhos muito longevos. Ainda há pouco tempo provamos um vinho de 1993, com uma frescura e uma jovialidade impressionante, para um vinho com a sua idade. Um vinho de qualidade mundial, fruto do trabalho que se tem feito nas últimas décadas, hoje os vinhos de Monção e Melgaço são todos de um grande nível, do melhor que se faz em Portugal e no mundo. J.M.: Do feedback, que recebo dos nossos clientes, todos falam em um vinho muito genuíno, versátil e gastronómico. Na

Sentem que o alvarinho tem a projeção que merece ou ainda há muito por fazer? J.M./A.C.: Ainda há trabalho por fazer. Não é só no Alvarinho, é em todos os vinhos portugueses. É um facto que nos últimos 30 anos houve uma revolução no setor, mesmo ao nível da formação, há mais jovens enólogos, com formação específica, que trazem novidades muito agradáveis e já não embarcam tanto em modas, elaboram vinhos únicos e diferenciadores. Mas, o vinho português ainda não tem o destaque que merece, porque somos um país pequeno, que detêm uma diversidade de castas e terroir diferentes, como nenhum outro

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PROVAM

no mundo. Não valorizamos o nosso produto e, passamos uma imagem de ‘vinho barato’. Projeção internacional de qualidade e de excelência, é nisso que temos de trabalhar! Como podemos inverter esse cenário? A.C.: Dando a provar! Mostrar que temos produtos de nível mundial, podendo competir com grandes regiões (Borgonha, Bordéus,etc), não pelo preço, mas sim, pela qualidade. Acham que se houvesse mais união entre os produtores, as coisas poderiam ser diferentes? J.M.: No dia em que descobrirmos, que é na união que está a força, as coisas mudarão. A mentalidade ainda é muito individualista e isso reflete-se nas dificuldades que temos em evoluir. A.C. -Infelizmente, há poucas mesas redondas nesta região. A PROVAM vinifica, atualmente, as uvas dos seus sócios-fundadores, bem como as de mais de 200 produtores da região de Monção e Melgaço.Constam da sua oferta as seguintes referências: Vinha Antiga, Contradição, Portal do Fidalgo, Varanda do Conde, Provam, Côto de Mamoelas e Castas de Monção.

Como podem avaliar o contributo que deram, nos últimos 28 anos, para a afirmação e emancipação do vinho Alvarinho? A.C.: O balanço é muito positivo, tirando a Adega Cooperativa e alguns (poucos) produtores, foi desde a criação da PROVAM que a sub-região começou a mexer, fomos o pavio da emancipação e mostramos que valia a pena investir na vinha e no vinho nesta região. Desde a nossa fundação, a vinha cresceu, e os agricultores acreditaram no sucesso desta como produto nobre e onde era seguro investir, pois as uvas eram pagas atempadamente, e no nosso caso, a pronto pagamento. J.M.: Demos um contributo muito forte na área da investigação, demonstrando que o vinho desta região tem um grande potencial de envelhecimento e evolução, podendo elaborar produtos diferenciadores, como são o caso do Vinha Antiga (fermentado em barrica) e o Côto de Mamoelas (espumante). Temos aprendido muito nestes 28 anos. Quais as principais novidades para este 2020? J.M.: Estamos na fase final da ampliação e modernização da nossa Adega. Estas obras vão possibilitar-nos a reestruturação e melhor utilização do nosso espaço. Também vamos ter uma nova sala de provas e uma mini loja com visibilidade para a vinha. Pode ser que surja mais alguma surpresa. Qual a mensagem final que pretendem deixar aos nossos leitores? J.M./A.C.: O vinho da região de Monção e Melgaço é único. Todos os momentos são especiais e devem ser celebrados, se possível com vinhos da PROVAM. Não se esqueçam que “com o passar dos vinhos os anos ficam melhores”. Provem, comparem e não encontrarão melhor, bebam vinhos da região de Monção e Melgaço, sempre com moderação.

Cabo – Barbeita Monção

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CHALÉ TAPAS BAR

RENDA-SE ÀS TAPAS DO CHALÉ É na vila de Fão, concelho de Esposende, que está localizada a única casa de tapas da região. Chama-se Chalé Tapas Bar e o autor desta criação foi Diniz Faria, o gerente e cozinheiro que faz as delícias de todos os clientes que por ali passam. A Revista Business Portugal foi descobrir algumas iguarias num espaço repleto de história. Aspetos diferenciadores Para além da qualidade, da frescura das matérias-primas e da confeção dos pratos ser feita na hora, o gerente salienta que existem aspetos que diferenciam o restaurante, nomeadamente o espaço, o tempo de espera reduzido e os preços acessíveis. A equipa, constituída por seis elementos, é também um dos pontos fortes. Com uma equipa jovem e dinâmica, Diniz Faria assegura que “temos uma equipa muito coesa”. A relação de proximidade e de confiança com os clientes não poderia deixar de ser assinalada. Os principais clientes chegam da Região Norte, como é o caso de Braga, Fão, Esposende, Caminha, Famalicão, Gaia, Trofa e Valença.

Em 2015, Diniz Faria decidiu dar um novo rumo à sua vida. Deixou os locais onde trabalhava enquanto cozinheiro e decidiu aventurar-se no próprio negócio. O dia 15 de janeiro de 2016 marca a abertura do Chalé Tapas Bar. O conceito do restaurante prende-se com a reprodução da cozinha tradicional portuguesa em tapas, até porque o nosso entrevistado é formador nesta área. “Não podíamos ter um restaurante igual aos que já existiam cá. Tínhamos de ter um aspeto diferenciador e que trouxesse algo de novo”, afirma. Com uma carta bem recheada de tapas, os rojões, moelas, ovos rotos, pica-pau e asinhas picantes são alguns dos exemplos. O misto de tapas ou o trio de tapas é um dos grandes ex-líbris, pois os clientes podem selecionar três a quatro tapas que são apresentadas na tábua. Esta é uma excelente alternativa para partilhar entre casais ou amigos. De destacar é também a tão apreciada sopa de peixe, o maior ex-líbris da casa, que, apesar de ser confecionada apenas uma vez por mês, é sempre muito procurada pelos amantes do bom garfo. Com um tempo de confeção de cerca de sete horas, a sopa de peixe é feita a partir do melhor peixe fresco o que lhe confere um sabor único. Para tornar a carta mais completa, existem sugestões como francesinhas, cachorros, saladas, bifes, omeletes e massas. Ao almoço têm pratos diários. Na carta de bebidas estão disponíveis quatro vinhos, incluindo o vinho de serviço rotulado com o logótipo da casa; duas cervejas artesanais: Paulaner e 1163 e as sangrias que são muito procuradas. Para finalizar a refeição e adoçar a boca, não deixe de experimentar os bolos caseiros, os waffles e os crepes, tudo feito no Chalé.

A história do espaço “Tudo o que vemos aqui está relacionado com Fão”. É assim que o nosso entrevistado começa por nos falar do espaço. As cores das paredes, vermelho velho, representam as antigas casas de Fão. Numa das paredes está gravada uma pintura feita à mão, onde se vê elementos da vila e, na outra parede, um painel com fotografias antigas. Por outro lado, a presença da madeira no Chalé deve-se ao facto de estarem inseridos numa zona de pescadores. Já os candeeiros são uma reprodução do primeiro candeeiro colocado em Fão. Futuro promissor Inserido nos roteiros dos Caminhos de Santiago e com três certificados de excelência do Tripadvisor, Diniz Faria quer continuar a oferecer comida confecionada com paixão naquele que é o original Chalé Tapas Bar. Porém, a abertura de um novo espaço é uma possibilidade em aberto e um dos projetos futuros que gostaria de ver concretizado.

Rua Dr. Henrique Barros Lima Fão, Braga, Portugal

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966 456 368


SETÚBAL

Situado no litoral-sul de Portugal, o distrito de Setúbal, à semelhança do restante país, está repleto de incríveis locais que merecem ser visitados. Desde o património cultural, passando pelo património histórico e pelas magníficas paisagens, a terra natal do escritor Bocage e da cantora lírica Luísa Todi é hoje uma referência mundial. Com vários prémios conquistados ao longo dos anos, a cidade do Sado reafirmou em 2019 a sua posição de destaque no panorama nacional, arrecadando seis das 14 categorias na 2ª edição dos Prémios Portugal Cinco Estrelas, distinguindo-se uma vez mais pelos seus recursos naturais, gastronomia, arte, cultura e património. Nesta primeira edição de 2020 da Revista Business Portugal, à semelhança de 2019, continuamos a levar até ainda mais motivos para visitar os recantos desta magnífica cidade à beira rio e deixar-se encantar pela sua magia. Percorra as páginas que se seguem e deixe-se surpreender por casos de sucesso em várias vertentes de negócio e pelo que de melhor a região tem para lhe oferecer.

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N-ARQUITECTOS

“UM ARQUITETO NUNCA TIRA FÉRIAS” Quando estava a estudar ia “comprar casas” para as explorar por dentro. Não tem uma linguagem de arquitetura definida, mas defende que o trabalho contínuo e a forma como se adapta aos clientes são duas das mais-valias para o sucesso. Chama-se Carlos Lopes, é arquiteto e CEO da n-Arquitectos – atelier de arquitetura – um projeto que criou em 2006, apesar de já o sonhar há mais tempo. Em conversa com a Revista Business Portugal, no seu atelier no Edifício Estoril Garden, contou-nos que “nunca esteve um dia sem trabalho”. A história por trás do arquiteto Começou no liceu em Bragança, numa turma de arte e design com apenas seis pessoas. Não sabia que era preciso ter média para entrar no ensino Superior, nem que o curso de Arquitetura estaria ao seu alcance, mesmo tendo ganho o primeiro prémio de arte pública urbana (no décimo ano), num concurso interescolar promovido pela autarquia. Em 1998, mesmo sem a média de 18.4 valores, decidiu ir para a universidade. De Bragança (cidade onde vivia) até Lisboa – a cidade onde começou o seu percurso – sempre com o apoio familiar – mesmo que a distância fosse o primeiro entrave. Trabalho e persistência são duas das caraterísticas do arquiteto Carlos Lopes, que começou a trabalhar no primeiro ano de universidade, num gabinete de arquitetura – Arquitetos Anónimos – “sem saber nada da área”, mas onde construiu todas as bases. Trabalhava durante o dia, enquanto estudava à noite, afirmando que “muitas vezes dormia no escritório”. Terminou a licenciatura, enquanto trabalhava por conta de outrem, mas o objetivo sempre foi ter um atelier próprio. Compreendeu cedo que a reabilitação urbana seria uma prioridade a curto prazo e foi tirar o mestrado em Recuperação e Conservação do Património Construído, no Instituto Superior Técnico – coordenado pelo professor catedrático Dr. António Lamas. Inscreveu-se em todas as disciplinas que podia, apenas pela vontade de aprender a técnica e pela arte de reabilitar, mesmo sem a preocupação de obter o grau de mestre. Mais tarde, abriu o próprio atelier, que deu continuidade até hoje – o n-Arquitectos.

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N-ARQUITETOS

n-Arquitectos – A crescer de ano para ano A empresa foi pensada em 2005, e abriu em 2006 – em Oeiras – pelas mãos do arquiteto e do seu ex-sócio, Hugo Coelho, também arquiteto. O nome n-Arquitectos significa precisamente isso, vários arquitetos espalhados pelo país, que trabalham em projetos diferenciados sob o conceito de teamwork. Os arquitetos colaboram de uma forma integrada no BIM (Building Information Modeling) – um método de trabalho baseado na nuvem e na comunicação em tempo real. Aproveitando a informação bem estruturada, que resulta em enormes ganhos de eficiência: na indústria da construção, ao mesmo tempo que permite quantificar custos de investimento em tempo real, “mediante o que a pessoa tem para investir, fazemos o projeto que necessita”. Portugal é a principal área de atuação, o arquiteto defende que a maior publicidade é a satisfação dos clientes, conseguida pela qualidade dos projetos e pela segurança do acompanhamento dos mesmos. Além-fronteiras, desenvolve trabalhos em parceria com várias empresas, ainda que portuguesas.

Filosofia, inspiração e linguagem arquitetónica O arquiteto afirma que “não tenho um estilo próprio nem quero ter, mas sem querer ele existe, porque nós acabamos por ter uma linguagem”, apesar de não conseguir descrever a sua, tem como base a inspiração do movimento moderno – não só na conceção morfológica e tipológica da arquitetura, mas na redefinição dos novos termos da relação da arquitetura para com a sociedade. O principal objetivo é dar sempre uma resposta coerente com a encomenda de cada cliente, personalizando-a. Acrescenta ainda que, a maior inspiração é a vivência. “Tudo o que nos rodeia é arquitetura e é importante fazermos essa síntese entre a inovação e a memória. Não chega percorrer o espaço, temos que o observar”. Um arquiteto assume o “papel de mediador da obra”, para além de ser crucial “estar no terreno”, declara.

O futuro Para além do atelier n-Arquitectos, possui ainda outras marcas – o n-Engenheiros e o n-Fardas. O futuro passará por criar o n-Obras. Sinónimo de trabalho e resiliência, o arquiteto afirma que “neste processo, nunca descurei a família, o tempo bem organizado dá para tudo”.

Avenida Aida | Edifício Estoril Garden loja 414 2765-187 Estoril +351 210 938 911 +351 933 402 890 n.arquitectos.geral@gmail.com REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 93


CÔTE D'AZUR

UMA COSTA QUE SE MANTÉM AZUL HÁ 8 ANOS Sediada em Sesimbra a Côte d’Azur nasceu em 2012 e já conta com mais seis postos de atendimento: Sesimbra, Santana, Setúbal, Lisboa, Corroios, Azeitão e Algés. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Rachid Timchara e Andreia Pereira, sócios e gerentes da Côte d’Azur.

Andreia Pereira e Rachid Timchara Fotografia: David Caretas

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CÔTE D'AZUR

“Empresa Gazela” Rachid Timchara começou por trabalhar na área da construção e Andreia Pereira era militar na Marinha de Guerra Portuguesa. São amigos há 20 anos e apesar das suas diferentes personalidades, existe algo que os une: a Côte d’Azur. Esta empresa de mediação imobiliária começou com apenas cinco pessoas porque, segundo os nossos entrevistados, “a marca foi criada sem pensar em grandes voos”. Rachid Timchara explica que, embora tenham aberto a primeira loja no ano em que mais se ouvia falar em crise, tal não foi um problema, pelo simples facto de sempre terem trabalhado com uma base sólida. Pode, por isso, dizer que nos seus oito anos de existência, a Côte d’Azur já voou alto. “Neste momento contamos com 150 colaboradores nas nossas sete lojas de atendimento”, afirmam os sócios. Apesar de não terem sido cargos combinados, mas sim impostos pelo tempo e por aquilo com que mais se identificavam, Rachid Timchara representa a Côte d’Azur na parte comercial, enquanto que Andreia Pereira gere internamente o negócio. Ainda assim, garantem que o que os move se baseia no mesmo pilar “o crescimento das pessoas, a nível pessoal e profissional. Todas as conquistas dos membros da equipa são, para nós, uma vitória”. Acrescentam ainda que “formam os seus comerciais para que estes encarem o mercado de forma diferente, inovadora e transparente”, acabando por ser um orgulho para ambos e garantindo que o sucesso da Côte d’Azur se deve aos excelentes profissionais que integram a equipa. Algo que também identifica a Côte d’Azur é a solidariedade diária a que se prestam. “Fazemos donativos a várias instituições, elas fazem parte do nosso mundo. Encaramos a solidariedade como algo que queremos fazer, está no nosso ADN”, afirma Andreia Pereira. A vertente social é algo que está muito presente na empresa, sendo que o que mais importa “não são os números, mas sim as pessoas”. Os clientes Assim como a equipa, os clientes são, tratados de forma especial, tendo todo o tipo de acompanhamento. “Por exemplo, quando são clientes estrangeiros, nós acompanhamos todo o processo, que vai desde fazer o número de contribuinte nacional, abrir uma conta no banco, tratar da documentação para transferir o dinheiro do seu país de origem para comprar a casa, ao registo e mudança de morada. Chegamos, inclusivamente, a fazer compras de mobílias com eles”, explica Rachid Timchara. Moralmente é incutido, à equipa comercial, este tipo de trato, levando a Côte d’Azur a ser uma referência no mercado imobiliário. Profissionalismo, dedicação e honestidade são qualidades priviligiadas na Côte d’Azur. Prova disso é a confiança que os clientes, diariamente, depositam na empresa. Segundo os nossos entrevistados, “90 por cento dos clientes estrangeiros não vêm acompanhados por um advogado, o que quer dizer que confiam totalmente nos nossos serviços”. Neste momento têm mais de mil proprietários que confiam as suas casas aos profissionais da Côte d’Azur.

Objetivos para 2020 Em relação ao futuro e objetivos a longo prazo, os nossos entrevistados referem que querem “continuar a trabalhar a base, a essência e continuar a crescer de forma sustentada”. Rachid Timchara e Andreia Pereira admitem que existem muitas pessoas a perguntar o porquê de não transformarem a Côte d’Azur numa marca de franchising. Apesar de terem condições para tal, afirmam que enquanto os seus nomes estiverem ligados à empresa, é algo que não será pensado. Como tal, dedicam-se ao crescimento das lojas existentes. A loja de Setúbal irá passar, em fevereiro, da Avenida Luísa Todi, para a Praça do Bocage, sendo que o maior objetivo é que chegue ao nível da loja em Sesimbra, passando de 150 para 230 colaboradores. Algo que será para manter é a presença anual na feira “Le Salon de L’immobilier et du Tourisme”, em França, por ser já parte integrante da empresa e, principalmente, pela aposta no mercado internacional, assim como na feira da Bélgica, Dubai e no SIL – Salão Imobiliário de Portugal. A perspetiva para o ano que ainda agora começou é boa, sendo que não podia ter começado da melhor maneira. No dia 29 de janeiro, a Côte d’Azur será homenageada como empresa do ano, pelo Rotary Club de Sesimbra – um grupo que elege personalidades e empresas baseado no reconhecimento do mérito profissional.

info@cotedazur.pt Lojas: Santana, Sesimbra, Setúbal, Lisboa, Corroios, Azeitão, Algés

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PINHAS E PINHÕES DANADO LDA / PINHAS, CORTIÇAS, MADEIRAS LDA

INVESTIMENTO E CRESCIMENTO NA CORTIÇA E PINHAS Localizadas em Alcácer do Sal, a Pinha e Pinhões Danado Lda. e a AP – Pinhas, Cortiças, Madeiras Lda. são empresas familiares, com uma vasta experiência no setor da cortiça e pinha mansa. Em entrevista à Revista Business Portugal, Cláudio Danado, responsável pelo desenvolvimento do negócio iniciado pelo seu pai, António Danado, dá-nos a conhecer o percurso das empresas e o projeto ambicioso que está no horizonte.

Foi em 2005 que a Pinha e Pinhões Danado Lda. abriu portas, dedicando-se à compra e venda de pinha. Mais tarde, a cortiça entra na equação e é então que surge a AP – Pinhas, Cortiças, Madeiras Lda., cinco anos depois da abertura da primeira empresa e para complemento da mesma. Tudo começou pela mão de António Danado, que já estava ligado ao ramo há vários anos, e que acabou por passar o testemunho aos seus dois filhos, Cláudio e Diogo Danado. “Abri o caminho para os meus filhos, que estão bem orientados para o seguirem da melhor forma. É um orgulho vê-los a darem seguimento a isto”, afirma o patriarca da família. Neste momento, em consequência de haver pouca pinha, o principal produto é a cortiça. “A pinha tem vindo a reduzir em termos de qualidade e quantidade. Ela não dá o rendimento que dava há 10 ou 15 anos, devido a fatores climatéricos e à doença do pinheiro manso, que deforma a pinha e faz com que ela tenha menos produção”, explica-nos Cláudio Danado, acrescentado, no entanto, que têm “o equipamento para fazer o descasque da pinha e estamos preparados para o fazer com alta tecnologia”. O nosso entrevistado esclarece-nos ainda como é feito o ciclo produtivo da pinha. “Fazemos a extração da pinha e seguimos o ciclo da transformação, passando pelo pinhão em casca até ao miolo de pinhão, pronto a colocá-lo no mercado para consumo”. Na empresa AP – Pinhas, Cortiças, Madeiras, Lda., depois de adquirida a matéria-prima, é feita a seleção da cortiça, que é trabalhada em vários lotes, para depois ser feita a comercialização, destinada ao mercado rolheiro, de isolamentos e decorativo. 96 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Diogo e Cláudio Danado


PINHAS E PINHÕES DANADO LDA / PINHAS, CORTIÇAS, MADEIRAS LDA

Investimento continuado e crescimento sustentado Portugal sempre foi uma referência mundial no setor da cortiça, no entanto, o panorama atual do mercado não é o mais favorável, mas não é isso que desanima Cláudio Danado, que se confessa confiante. “As perspetivas é de que isto vai mudar e com a nossa evolução, desempenho e com os investimentos que temos feito, vamos melhorar o nosso produto e fazer o negócio evoluir”. O crescimento das empresas tem sido assente nos investimentos feitos, nomeadamente na melhoria das infraestruturas, na aquisição de novos equipamentos e qualificação de recursos humanos, para elevar os níveis de produtividade, a qualidade dos produtos, satisfazendo assim as exigências e necessidades do mercado. O último grande investimento foi na fábrica para trituração de cortiça, havendo previsão de que as obras finalizem em abril de 2020. “Se continuarmos a inovar, vamos continuar a criar novos campos para atuar. Atualmente, cozemos, traçamos e colocamos a cortiça em lotes, mas futuramente, assim que a fábrica estiver pronta, queremos estar a fazer granulados. Será uma grande vantagem, porque hoje em dia os granulados servem diversas coisas, nomeadamente isolamentos, decorativos e rolhas de micro granulado”, explica Cláudio Danado. Os irmãos Cláudio e Diogo Danado adiantam ainda que vai haver um aumento de colaboradores e aposta na sua formação. “Vamos começar o ano projetando o futuro, admitindo entre seis a oito pessoas e apostando na formação dos mesmos, uma vez que o setor da cortiça assim o exige, estando já em contacto com empresas de formação para o efeito”. Cláudio Danado acrescenta que já foram adquiridos equipamentos de sofisticada tecnologia, sendo grande parte destes equipamentos com gestão informatizada. A fábrica irá ter laboratório adequado às necessidades da elaboração e transformação da cortiça, de modo a que se proceda com as análises exigidas pelos consumidores. Sempre com os olhos postos no futuro e tendo como clientes várias empresas de referência do setor, a Pinha e Pinhões Danado Lda. e a AP – Pinhas, Cortiças, Madeiras Lda. prometem não descurar da qualidade e asseguram estar preparados para satisfazer o mercado, com qualidade e rigor.

Qta do Pinhal Lt. 2 Majapôas 7580-206 ALCÁCER DO SAL +351 265612291

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Serra de Montejunto

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Excelência da Ruralidade, às portas de Lisboa

Cadaval


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