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ÍNDICE 16
Infrasecur Inovação no setor da segurança
27
Bureau Veritas Verificação de conformidade de excelência
62
CPLP
E+ Perfil Referência no alumínio
66
ClickHouse Arquitetura modular na construção
74
SOS Animal A saúde animal em Viseu
COSTA DA CAPARICA
EDITORIAL
C
onfesso que esperei pela final do
uma medalha de bronze ao peito. Horas depois,
Tal como no desporto, também nos negócios
das empresas não é mais uma opção, mas sim
Euro 2016 para escrever este edito-
ainda antes do início do jogo de futebol, Patrícia
somos vencedores! E são esses campeões que
um imperativo, pelo que para terem longevidade,
rial. SOMOS CAMPEÕES! Foi sofrido,
Mamona ganhou o ouro no trilo salto, tendo
tornam a figurar na Revista Business Portugal de
é fulcral a capacidade de combinar crescimento
mas um campeão é também fruto de
ainda batido o recorde nacional nesta modali-
julho.
contínuo e resultados.
sofrimento, sacrifício e lágrimas.
dade. Houve ainda tempo para Tsanko Arnaudov
Nesta edição apresentamos-lhe algumas
Conseguimos provar, uma vez mais, que somos
garantisse a medalha de bronze no lançamento
empresas de renome na arquitetura e engenharia
mais fortes e que não nos derrubam com uns
do peso.
nacional. Com projetos além-fronteiras, estas
comentários menos positivos.
Também em França, curiosamente, Rui Costa
empresas-referência têm conquistado o mercado
Mas há mais marcos a registar deste 10 de julho
arrecadou o segundo lugar da Volta à França.
graças à sua inovação.
que nunca mais esqueceremos. No mesmo dia, o
Todas estas conquistas são mais uma
Outras empresas fazem parte desta nossa edição,
atletismo arrecadou várias vitórias. Sara Moreira
demonstração de que somos perseverantes,
todas elas referenciadas no panorama empre-
trouxe o ouro para casa após vencer a meia
lutadores, conquistadores! Não nos amedronta-
sarial nacional pelos seus projetos de sucesso e
maratona do Campeonato Europeu de Atletismo.
mos perante as adversidades e não baixámos os
pelo seu crescimento sustentável e permanentes
Consigo, no pódio, esteve Jéssica Augusta, com
braços quando nos tentam aniquilar.
resultados. Para os entendidos, o crescimento
A direção editorial da Revista Business Portugal
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 5
tema de capa | cplp
no caminho da cooperação e do desenvolvimento “É possível construirmos um espaço, uma organização e uma comunidade assente nos mesmos valores humanos e culturais que sempre nos uniram. Temos um passado comum, um passado difícil, é certo, mas que faz de nós amigos, verdadeiros amigos de longa data”, afirma Murade Murargy, Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Murade Murargy Secretário Executivo
6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
cplp | tema de capa A ideia de criar uma comunidade que reunísse e unisse mais do que os países, os povos de Língua Portuguesa foi partilhada por muitos. Ideia antiga, foi a 17 de julho de 1996 que a CPLP se tornou realidade e, hoje, conta com nove Estados membros: Portugal, Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e mais recentemente, desde 2014, a Guiné Equatorial. Geograficamente distantes, os países integrantes espalhados por quatro continentes unem-se pelo idioma, os laços culturais e históricos e os valores partilhados por todos, fazendo da CPLP uma comunidade única. Esta comunidade é regida, entre outros, pelos princípios da igualdade soberana e respeito pela identidade de cada um dos Estados membros, pelo princípio da democracia, dos Direitos Humanos, da paz e do Estado de Direito ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento e a promoção de cada país integrante. As aspirações passam pela concertação político-diplomática entre os membros – concertação essa que está devidamente consolidada, embora existam sempre projetos a decorrer; pela cooperação em todos os setores de desenvolvimento de um país como a Educação, a Saúde, a Defesa, a Justiça, a Ciência e a Tecnologia, a Agricultura, a Administração Pública, as Comunicações, a Segurança Pública, a Cultura e o Desporto – cooperação que se prova com criação de Planos Estratégicos e que tem dado passos largos e firmes no desenvolvimento dos países integrantes; e pelos projetos de promoção e difusão da Língua Portuguesa. No caminho do constante progresso dos Estados membros são várias as vertentes sinalizadas e desenvolvidas pela CPLP que tem apostado, por exemplo, na Energia: existe um enorme potencial presente em cada país membro, o que leva à consequente aposta na formação dos seus cidadãos; nos Oceanos; na Juventude; e na Segurança Alimentar: nomeadamente, no que diz respeito ao desenvolvimento de ações contra a fome. Nos dias que correm, e cada vez mais, é crucial rever os objetivos desta comunidade
e adaptá-los aos novos tempos. A língua, que não perde importância como ponto unficiador dos países integrantes e já deixou de ser património apenas de Portugal, ganha novos contornos e deve ser trabalhada como instrumento de desenvolvimento noutras áreas, como a área empresarial e de negócios. Para que os obje tivos da CPLP sejam cumpridos na sua totalidade e o desenvolvimento sócio-económico de cada país se torne uma realidade cada vez mais legível, o Homem não pode ser esquecido. “Se conseguirmos que a taxa de analfabetismo dos nossos países seja de zero por cento enquanto o seu desenvolvimento económico cresce, o nosso trabalho está concluído”, admite Murade Murargy. O capital humano da comunidade deve ser valorizado, uma vez que “o Homem é o grande motor de transformação”, e só desta forma é possível ao cidadão ajudar e caminhar, também, para o desenvolvimento. Preparar o Homem e dar-lhe a devida educação é uma das prioridades da comunidade. Já a forma como os jovens veem a CPLP é uma das suas preocupações, tendo, por isso, sido criado o projeto “CPLP nas Escolas” em 2009, um projeto bandeira da comunidade. O objetivo é levar um conhecimento mais aprofundado sobre a CPLP às gerações mais jovens, como forma de responder à lacuna existente nas escolas onde ainda se verifica um certo desconhecimento relativamente ao papel desta comunidade. Aproximar os jovens dos países de Língua Portuguesa entre si ao mesmo tempo que as experiências e as informações são partilhadas e trocadas, construindo pontes entre os membros da CPLP, é a missão desta iniciativa que pretende criar uma parceria global para o desenvolvimento. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa conta já com 20 anos de história e continua a ser “uma obra em progresso” e “uma comunidade em construção”. Os alicerces estão fundados, mas a ambição e a vontade de evoluir constantes tornam esta organização cada vez mais ativa e com uma palavra a dizer no sistema internacional.
CPLP: o mandato de Murade Murargy Murade Murargy, antigo Embaixador de Moçambique em França, Alemanha, Suíça, Costa do Marfim, Senegal, Mali, Gabão, Tunísia, Irão, Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela, Chefe da Casa Civil da Presidência da República de Moçambique e atual Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa desde 2012 a terminar mandato, defende que “o desenvolvimento humano é fundamental” e que “existe um enorme potencial a explorar nos Estados membros”. Com os últimos quatro anos em retrospetiva, o ainda Secretário Executivo, faz-nos um balanço do seu percurso na liderança da CPLP. Numa altura em que está prestes a terminar funções como Secretário Executivo da CPLP, como carateriza esta etapa da sua vida? Teoricamente, terminaria a minha missão no próximo mês de julho com a eleição do novo Secretário Executivo, mas, por diversas razões, a cimeira não terá lugar agora e será realizada apenas em novembro, sem data marcada, ainda. Por isso, e teoricamente também, a minha missão continuará até lá e, se tudo correr como o previsto, termino as minhas funções depois dessa data. A verdade é que esta experiência na CPLP foi um grande desafio na minha vida, um desafio novo, embora, no que diz respeito a funções diplomáticas, eu já estivesse habituado porque representei o meu país, Moçambique, durante muito tempo como diplomata. Mas aqui o desafio era diferente e a questão que se colocava era a de como representar e articular com os nove países que constituem esta comunidade e tentar conciliar as vontades de cada um deles. Uma vez que as decisões na nossa casa são tomadas por consenso, isto é, todos os Estados membros têm que estar de acordo com uma determinada posição, admito que o desafio foi enorme. Não foi fácil reunir esse consenso para algumas questões fundamentais que se colocaram, mas trabalhamos com a boa vontade, a amizade e a solidariedade que caraterizam
a nossa organização desde sempre e conseguimos dar passos muito importantes no crescimento da nossa comunidade. A sua atuação, nestes últimos quatro anos, assentou em que valores e motivações? Quando me vi na liderança desta comunidade pensei que tinha chegado o momento de eu próprio colocar mais uma pedra na construção neste edifício, de forma a conseguirmos ter uma organização que nos orgulhe e que seja, essencialmente, uma força no sistema internacional porque existe um potencial extraordinário na CPLP. Acredito que se tivermos a vontade política necessária, esta organização poderá ser uma força motriz com base no potencial económico e social que caraterizam cada um dos nossos países. Devemos conjugar esforços para que as nossas economias se possam desenvolver com maior rapidez, porque a verdade é que esta comunidade pode ser um complemento para os esforços que cada um dos nossos Estados membros realiza na sua região. A CPLP não entra em contradição com as organizações regionais a que cada país pertence, é antes um instrumento de cooperação e promoção que serve para complementar o trabalho que efetuam. Quando me entreguei de corpo e alma à CPLP disse que a Língua Portuguesa tem uma importância determinante e que todos, enquanto cidadãos desta comunidade, nos devemos dedicar a ela porque é nossa: devemos divulgá-la cada vez mais como meio de comunicação e transformála, também, numa língua de negócios. A verdade é que já se fala português em muitos cantos do mundo, a Língua Portuguesa conquistou o seu espaço porque nós existimos e insistimos em comunidade. Sinto-me à vontade para dizer que é um esforço conjunto. Quando abri a frente de que era necessário ir além da língua que nos une, não pus em causa os valores fundamentais da organização, porque esses estão consolidados. O meu caminho sempre foi no sentido crescente de haver uma maior
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tema de capa | cplp
cooperação para o desenvolvimento que deve ser aprofundado. Acredito que se a área empresarial for mais forte, a CPLP também se fortalece. E foi com esse propósito que abri esta vertente mais empresarial e mais direcionada para os negócios. Os nossos países africanos ainda têm uma grande luta contra a pobreza, contra a fome e contra o desemprego. No que diz respeito ao emprego, não considero que deva ser o Estado o principal empregador. O papel que um Estado deve ter é o de regular e criar as condições para que as empresas se possam instalar e evoluir, e este tipo de investimento trará o emprego necessário. O estado e as empresas são, essencialmente, parceiros no desenvolvimento económico e social, e a CPLP está cá para harmonizar essas políticas públicas que facilitam o exercício da atividade empresarial. Desta forma dei especial atenção à Confederação Empresarial, à União dos Exportadores, à União dos Bancos e à União das Seguradoras da CPLP. O nosso mote é: “Juntos iremos longe”, e se unirmos os nossos esforços, criando condições para que as exportações se façam, para que a circulação de bens, serviços e de capitais se intensifique, então conseguimos obter um maior conhecimento e uma força renovada no sistema internacional. Podemos falar em sentimento de dever cumprido? Posso considerar que o balanço é extremamente positivo e que cumpri com aquilo a que me comprometi. Assumi esta liderança como uma nova página da minha vida, uma bonita página que me trouxe mais conhecimento e uma maior capacidade enquanto líder e enquanto pessoa. Agradeço ao meu país e ao meu presidente da altura por me ter proposto a este cargo, deume um final de carreira extraordinário. Pessoalmente, ganhei uma grande projeção, uma grande visibilidade e deixo este cargo com a consciência tranquila de que fiz o meu melhor. Admito que me entreguei “de alma
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e coração” a esta comunidade, por acreditar nela e saio continuando a acreditar. Posso ter cometido algumas falhas neste percurso, mas foi sempre por ter esta vontade de servir melhor os nossos povos. O que considera ser fundamental para uma comunidade mais forte e dinamizadora? O desenvolvimento humano é a peça fundamental deste puzzle. Há um potencial desmedido a explorar nos nossos países mas devemos preparar o Homem para isso, devemos dar-lhe as ferramentas necessárias. Faço um apelo aos nossos governos para que apostem na educação, apostem na formação dos nossos cidadãos porque sem o Homem e sem educação não há desenvolvimento económico-social. Outra área que também considero de extrema importância é a agricultura. Muitos dos nossos países concentram-se apenas nas indústrias petrolíferas e acabam por esquecer a diversificação que deve existir em todas as economias. A agricultura é importante porque podemos resolver os problemas da fome nos nossos países e, por essa razão, lançamos esta nossa campanha: “Juntos contra a fome”. Apesar de não termos a dimensão que gostaríamos de ter, conseguimos apoiar a Guiné-Bissau e estamos a trabalhar, agora, com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe nesse sentido. São projetos que podem permitir a estes países o relançamento do seu poder económico onde podemos estabelecer acordos triangulares com países que não são membros da comunidade e que têm a experiência e o capital necessário. Para além desta vertente temos, ainda, o turismo, a área de energia e do mar que nos liga e que é repositório de uma enorme quantidade de recursos. Isto são áreas que estamos a desenvolver sem nunca descurar o Homem que continua a ser o centro de todo o nosso trabalho. A CPLP está, também, a dedicar um grande esforço à mudança do papel da mulher no desenvolvimento económico, na sociedade
e no centro das decisões dos Estados. Estamos a criar condições para que a mulher participe e se torne cada vez mais ativa nas sociedades. Por fim, considero que a juventude é o futuro de todos os países. Na celebração dos 20 anos da CPLP queremos criar um espaço para que os jovens conheçam a organização, para que possam entrar aqui e perceber o trabalho que é feito, de forma a conseguirmos uma maior aproximação com
esta faixa etária. A comunidade não é só dos governos, para mim a CPLP é dos povos e, como tal, tem de se aproximar e sentir a intervenção destes. Temos a obrigação de incutir os valores e aquilo que defendemos nos nossos jovens, considero que não podem ficar alheios a este projeto tão bonito e devemos apostar desde tenra idade.
cplp | tema de capa
Como gostaria de ver a CPLP nos próximos anos? Depois de quatro anos em funções ainda anseio um cidadão mais próximo da CPLP, sinto que ainda não atingimos esse objetivo. O cidadão ainda não circula livremente no nosso espaço, o que me leva a concluir que, afinal, ainda não somos uma comunidade digna desse nome. Devemos criar relações de segurança e confiança entre os países, de forma a que o cidadão possa circular sem
que os países tenham receio. No entanto, é importante que se criem sistemas de prevenção preparados para isso. O ideal é existir uma máquina preventiva e não repressiva, este é o meu desejo. O seu mandato está a terminar. E agora? O que pretende fazer depois da CPLP? Posso dizer que atingi um fim de carreira muito agradável e agora vou dedicar-me a outras coisas. Quero poder transmitir os
meus conhecimentos por outros meios às gerações mais novas e, por isso, estou a dedicar-me a escrever as minhas memórias e os meus testemunhos. Mais do que relatar acontecimentos, quero que as minhas experiências ensinem algo e transmitam mais conhecimento aos outros.
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tema de capa | cplp
balanço de murade murargy Assumiu o cargo de Secretário Executivo da CPLP em setembro de 2012. Decorridos sensivelmente quatro anos, que balanço é possível traçar deste período? Que cunho tem procurado deixar no desempenho das suas funções? Sempre afirmei que a avaliação do meu desempenho deve ser efetuada por outros. No entanto, houve momentos que me marcaram e motivaram, como o lançamento da reflexão sobre o futuro da Organização, para darmos um novo ímpeto. O resultado desta reflexão vai culminar na próxima cimeira da CPLP, no Brasil, onde será adotada uma Nova Visão Estratégica. Paralelamente, considero que a cooperação económica e empresarial está a ganhar uma dimensão efetiva dentro da CPLP, nos últimos quatro anos, e a questão da mobilidade de pessoas, dos bens e do conhecimento deverá ganhar novo dinamismo brevemente. Durante o meu mandato, sempre concedi especial atenção às questões que tocam de forma mais imediata as pessoas e as sociedades. Por este motivo, foi com satisfação que verificámos a ativação dos planos estratégicos da CPLP em inúmeros domínios. Sem conhecimento, sem capacitação não seremos competitivos e os processos de desenvolvimento socioeconómico serão mais ténues. Tendo em mente os objetivos de desenvolvimento sustentável, orientámos também estrategicamente, nos últimos anos, a dimensão da segurança alimentar e nutricional. Queremos, Estados e cidadãos, consensualmente, uma CPLP adaptada às exigências do futuro. Por este motivo, lancei o debate sobre a necessidade de adaptar a CPLP às novas exigências. Uma reflexão deve dar frutos na cimeira do Brasil, em novembro próximo. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é o foro multilateral privilegiado para o aprofundamento da amizade mútua e da cooperação entre os seus membros. A comemorar 20 anos de história, que reflexão pode fazer sobre este percurso? A CPLP nasceu após os movimentos de independência que pautaram o século passado. É uma organização que traduz a vontade de aproximação de povos, entre iguais. É indubitável que estamos mais próximos, há um fluxo constante de pessoas e comércio, os nossos países têm excelentes
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cplp | tema de capa
relações bilaterais, não obstante as barreiras à mobilidade ainda verificadas entre Estados membros. Para além de estarmos a trabalhar para tornar a CPLP uma Comunidade, na verdadeira aceção da palavra, a cooperação em torno de objetivos comuns já produziu um importante normativo estratégico, seja na Saúde, Segurança Alimentar, Educação, Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Igualdade de Género, estre outras dimensões. A cooperação nos domínios da Defesa, onde destaco os Exercícios Felino, e da Segurança, onde se reúnem as policias e a proteção civil, também é relevante para o garante da estabilidade e soberanias. Passados 20 anos da sua constituição, a CPLP está igualmente dotada de instrumentos que ambicionam potenciar a Promoção da Língua Portuguesa e a Diversidade Cultural: Os Planos de Ação de Brasília e de Lisboa e o Plano Estratégico de Cooperação Cultural Multilateral da CPLP constituem documentos orientadores nos contextos nacionais dos Estados membros, bem como nos contextos regionais e internacional. É, precisamente, no cenário internacional que a CPLP capitaliza grande notoriedade, participando na Assembleia Geral das Nações Unidas, assinando acordos com outras organizações internacionais e concertando a eleição cidadãos
Hoje, paralelamente, a Língua Portuguesa assume outras dimensões, na medida em que extravasa o espaço territorial dos nossos Estados membros. O evento na Sede da CPLP pretendeu projetar a nossa diversidade cultural e alertar para a necessidade de investir na promoção e difusão da Língua Portuguesa, em particular no ensino, no conhecimento científico e na cultura.
dos seus países para elevados cargos internacionais, como foi, por exemplo, na OMC e na FAO. A força política e, mesmo, económica dos Estados membros é exponenciada pela CPLP. A ideia de comunidade, da existência deste espaço CPLP é uma realidade: Prova disso são os inúmeros Estados que têm vindo a solicitar o estatuto de Observador Associado e de instituições - muito diferentes entre elas - que querem ser Observadoras Consultivas da CPLP. Entre inúmeras conquistas, no vigésimo aniversário podemos afirmar que assistimos ao alargamento da Organização, em termos de Estados membros, Observadores Associados e Observadores Consultivos. Há mais de uma centena de associações e entidades setoriais que atuam sob a “bandeira” ou “causa” da CPLP. A influência e a relevância da atuação da CPLP estão, vinte anos depois, alavancadas.
em Díli, projetando a CPLP na Ásia. No mês de maio, as agências nacionais de promoção do investimento decidiram estabelecer um fórum, brevemente. Se reparar, procuram-se plataformas comuns de negócio em diversas vertentes - como maior destaque durante a atual presidência timorense da organização. Quando os nossos Estados estão em diferentes estágios de desenvolvimento, ficamos condicionados por diversas especificidades. Na essência da sua utilidade, a língua portuguesa deve ser, assim, veículo de conhecimento, de ensino superior e ciência, de equipamentos, de negócios e empreendedorismo, de boas-práticas e outras temáticas de sobeja importância em todos os setores, que podem ser obtidas num Estado membro da CPLP quando escasseiam em outro. Isto, tendo em consideração o equilíbrio defendido pela CPLP entre o crescimento económico, a equidade social e a proteção do ambiente – incontornáveis para a sustentabilidade e o
No passado dia 5 de maio, comemorou-se o “Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP”, com uma cerimónia solene sob o tema “CPLP 20 anos – A Diversidade Cultural Que Nos Une”. Que balanço faz deste evento? Realço que o dia 5 de maio foi celebrado um pouco por todo o mundo. Não foi só pelos governos, como também por universidades e outra instituições nos nossos Estados membros e em países estrangeiros. É um momento em que celebramos a nossa língua e identidade, a amizade demonstrada para com a missão da CPLP e a colaboração de todos os que se juntam a nós para alcançar os objetivos comuns.
alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Que importância assume as áreas da cooperação económica empresarial e a área do conhecimento na estratégia assumida pela CPLP? O somatório da potencial riqueza dos nossos países dá-nos a possibilidade de capitalizar a CPLP no futuro. Para consolidar a cooperação, já institucionalizamos a dimensão ministerial da Energia e empenhamo-nos na cooperação económica para identificar barreiras, para aproveitar oportunidades, estreitando ainda mais os laços com a Confederação Empresarial da CPLP e outro movimento de empresários atuante no mesmo espaço. Os ministros das Finanças e os ministros do Comércio concretizaram reuniões com impacto, nos últimos quatro anos. Este ano, a presidência timorense em exercício na CPLP organizou o Fórum Económico Global da CPLP,
“O Brasil será o centro de uma cimeira “histórica” para lançar a nova visão da CPLP”. Pode-nos falar desta cimeira e qual a sua importância? A próxima Conferência de Chefes de Estado e de Governo realiza-se no maior Estado membro da CPLP, uma potência mundial que vai assumir a presidência pro tempore da Organização. Será uma nova oportunidade para projetar a CPLP mais longe e, acredito, vai ser a cimeira da consagração de transformações profundas para afirmar uma CPLP de maior utilidade e com um novo olhar para os nossos cidadãos.
Neste 20º aniversário, tendo em conta a nova conjuntura mundial, é altura de repensar o futuro da Comunidade? Esse futuro deverá ser assente em que estratégias? A situação dos nossos países não é a mesma de há vinte anos. O mundo está multipolar e interconectado. A integração económica regional é um dado adquirido em todos os continentes, mesmo com o Brexit. Neste mundo globalizado, identificamos e estamos a valorizar as potencialidades existentes nos blocos de integração económica onde os países da CPLP estão inseridos, urgindo definir e concretizar projetos de interesse comum. Temos, latu senso, diversas potencialidades em inúmeros setores, como a Energia, o Ambiente, a Agricultura e Segurança Alimentar, o Turismo, os Oceanos, o Ensino Superior, entre outras áreas de atividade económica que merecem destaque. Com cooperação bilateral, trilateral e multilateral, devemos promover a criação de ambientes de negócios favoráveis ao empreendedorismo intra-CPLP - ambientes regulados e transparentes, os quais permitem aos empresários investir em outro país do nosso espaço e, a partir desse território, abranger todo o bloco económico regional. Como já referi, apostar na capacitação dos nossos cidadãos para o mundo contemporâneo, globalizado, é determinante para o desenvolvimento humano, social e económico. Reflete sobeja relevância no aprofundamento das relações entre os nossos povos e entre todos nós e os povos do resto do mundo. A partilha de conhecimento científico, de tecnologias, de boas-práticas, transversalmente em todas as dimensões da atuação da CPLP, deve ser o fio de prumo do nosso futuro na globalização. Por várias vezes afirmou que pretende uma CPLP adaptada às exigências do futuro. De que forma é que este desiderato poderá ser conseguido? Tudo depende da vontade política dos nossos Estados membros, da capacidade e da tomada de decisão em reformar a estrutura organizacional da CPLP, em reforçar o orçamento disponível para as atividades regulares e os projetos da organização. A este fatores, acrescem os laços estabelecidos bilateralmente entre países da CPLP, que se desejam em trajetória crescente no futuro. Se alcançarmos dentro em breve a plena mobilidade de determinadas categorias profissionais no espaço CPLP, como empresários, jornalistas, médios, académicos e estudantes, juntaremos outro importante fator à utilidade da CPLP. A Nova Visão Estratégica, a ser deliberada na próxima cimeira do Brasil, é crucial para termos uma CPLP atual, contemporânea e correspondente às expetativas geradas, vinte anos depois da sua fundação.
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tema | empresa
“Temos de proteger as gerações futuras” Conhecida pelo extenso areal e pela qualidade do mar, a Costa de Caparica, que a partir dos anos 60 do século passado se tornou no destino turístico de eleição da Grande Lisboa, enfrenta desafios específicos que podem comprometer as gerações vindouras. Em entrevista à Revista Business Portugal, o presidente da Junta de Freguesia, José Ricardo Martins, alerta para o risco das prováveis alterações climatéricas, defende o crescimento sustentado e cuidado e elege o ambiente como uma das principais preocupações.
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José Ricardo Martins Presidente
A cidade da Costa da Caparica consegue ser uma localidade conciliadora da tradição e da diversidade, incluindo várias áreas e satisfazendo todas as necessidades. Se em 1985 foi elevada ao patamar de vila, em 2005 chegou à categoria de cidade. Abrangendo uma área de 10,74km2 e com cerca de 20 mil habitantes, orgulha-se de ser a freguesia do país com mais população flutuante no verão, chegando a oito milhões de visitantes por ano. Em declarações à Revista Business Portugal, o presidente José Ricardo Martins destaca as potencialidades da zona. “Temos uma biodiversidade única na Europa e muito provavelmente no mundo, onde coexistem áreas urbanas e onde o contacto com a natureza e o ambiente natural são predominantes. É nesta conjugação que se criaram as condições de uma grande diversidade de habitats, incluindo ecossistemas marinhos, cordões litorais dunares, arribas, terrenos agrícolas, bosques e matagais que favorecem a existência desta biodiversidade única a nível da fauna e da flora”.
freguesia da costa da caparica | tema de capa
Célia Figueiredo Vogal
A frente atlântica com cerca de 17km, apresenta uma fauna marinha de interesse ecológico muito relevante, onde se encontram comunidades típicas de vegetação dunar. A paisagem protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica é composta por uma vegetação mediterrânica onde se pode encontrar uma diversificada fauna de aves e mamíferos. Este património natural constitui uma das maiores riquezas da Costa de Caparica. Turismo e potencialidades da região Com cerca de 17Km de praia, a Costa de Caparica conjuga o vasto areal com a qualidade das águas, daí resultando a atribuição de algumas bandeiras azuis e de ouro, galardão este atribuído pela QUERCUS às praias cujas águas balneares foram classificadas como “excelente” nos últimos cinco anos consecutivos, cumprindo um conjunto de critérios agrupados em quatro áreas: educação ambiental, qualidade da água, gestão ambiental, equipamentos e segurança e serviços. Célia Figueiredo, vogal do Executivo da Junta de Freguesia, por sua vez, destaca as especificidades da Fonte da Telha. “Temos uma grande extensão de praia que é considerada uma das melhores praias da Europa, com um areal excelente. É na Fonte da Telha que muitas das dinâmicas que têm a ver com o nascimento da nossa fauna marítima acontecem. A Fonte da Telha tem um fundo do mar diferente e é uma praia diferente e por isso nesta zona encontra-se uma espécie denominada carapau-manteiga, muito apreciada na gastronomia do distrito. A zona precisa, obviamente, de um ordenamento e de uma requalificação. Acreditamos que num futuro próximo, a Fonte da Telha será uma das praias mais
procuradas da região da Grande Lisboa”. Requalificar sem comprometer Fustigada pelas intempéries há três anos, a frente de praias foi objeto de uma grande operação de reposição de areia, mas José Ricardo Martins, que na ocasião acompanhou de perto o fenómeno e pressionou o Poder Central para uma solução urgente e eficaz, alerta para as alterações climatéricas que poderão ocorrer com maiores efeitos a partir de 2025 e 2050. “Somos um território de risco”, alerta o autarca. “Temos de proteger as gerações futuras e, como tal, temos de ter alguma sensibilidade quando falamos em crescimento”. O crescimento tem a ver com o desenvolvimento e o turismo, sem dúvida, mas tem que haver um crescimento sustentável e muito cauteloso. “Com todo o cuidado necessário, pretende-se retificar algumas lacunas que podem ser prejudiciais ao crescimento da Costa. Uma das obras mais prioritárias do momento é a requalificação da estrada florestal que liga o campo de futebol à Fonte da Telha”. Segundo o presidente, trata-se de uma estrada que não apresenta as condições de segurança ideais para peões, ciclistas e condutores de automóveis. Este projeto de requalificação, do meu ponto de vista, será a obra prioritária a levar a cabo, não só pela falta de segurança, como também potenciaria as dinâmicas económicas das praias a sul da cidade. Admitindo que a requalificação da Rua dos Pescadores e da Praça da Liberdade, no coração da cidade, serão também obras que dinamizarão e poderão devolver algumas
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tema de capa | Freguesia da costa da caparica “dinâmicas do passado”. Manter e dinamizar as tradições e a cultura Uma das maiores preocupações e objetivos do mandato de José Ricardo Martins é fazer com que a cidade mantenha as suas tradições mais genuínas conjugadas com o crescimento efetivo, mantendo assim uma cidade viva e atraente para todos os extratos sociais e grupos etários. A Costa da Caparica teve um crescimento efetivo nos anos 80. No entanto, no final dos anos 90 e nos anos que deram início ao novo milénio aconteceu um decréscimo bastante acentuado, tendo ficado com a imagem bastante deteriorada. Neste sentido, o autarca apresentou alguns planos que permitem alterar a tendência e colocar a Costa da Caparica novamente no mapa. “Criar novas dinâmicas e limpar a imagem que a Costa tinha, essa é uma tarefa que está a ser conseguida. Nos últimos anos, nasceu o Sol da Caparica e outros festivais. Continuamos, no entanto, a manter as tradições. Celebramos em força os Santos Populares, mais propriamente o S. João, que é o Santo forte do nosso concelho. Temos uma rua típica na Costa da Caparica que é a Rua 15, onde todos os anos pintamos o chão, e que é visitada por centenas ou milhares de pessoas nas noites de 23 e 24 de junho. Este tipo de tradições e interações dos visitantes tem sido o nosso principal objetivo, deixando um pouco para trás a requalificação urbana. Era preciso primeiro apostar na imagem para haver crescimento económico. Ou seja, para a economia local poder ter outras ferramentas, para ser possível capitalizar aquilo que são as dinâmicas da cidade. Isto sem deixar de parte a cultura. A cultura de uma cidade é importante e a cultura da Costa é muito importante porque temos muitas dinâmicas ligadas à nossa cultura”, sublinhou. Caldeiradas promovem gastronomia local Ainda relativamente aos eventos, existem diversas atividades com preponderância e projeção. A encabeçar, surgem o Sol da Caparica e o Caparica Surf Fest. De forma a conciliar as novas tendências com a tradição, as feiras também mantêm a sua importância na cidade, destacando a Feira de Artesanato de verão, a Feira do Fumeiro, o Festival Nacional de Ranchos e os Santos Populares. Um dos problemas que se mantêm é a sazonalidade. “Para tentar inverter esta tendência, foram promovidas diversas iniciativas ao longo do ano, tendo sido feito um esforço mais intenso no inverno para dar outra robustez à época baixa e conseguir-se capitalizar outros entendimentos na procura de dinamizar a economia local. Como tal, e com o Caparica Primavera Surf Fest à cabeça, surgiram novas iniciativas no sentido de inverter a sazonalidade”. Na área da gastronomia, fez-se um percurso para que o concurso das caldeiradas seja uma maior referência a nível nacional e internacional, o que tem sido conseguido. A título de exemplo, pode afirmar-se que a procura este ano subiu cerca de 300 por cento, relativamente a edições anteriores. Ainda nesta área, a Costa de Caparica apresenta iguarias capazes de a destacar a nível nacional e internacional.
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freguesia da costa da caparica | tema de capa efetivo, assertivo e muito interativo na nossa sociedade”. A Junta de Freguesia, o Centro Paroquial e a Santa Casa da Misericórdia de Almada têm trabalhado em conjunto para que se possa apoiar um leque maior de pessoas carenciadas da freguesia. “De realçar que muitas das vezes este trabalho intenso vai muito além da capacidade destas três instituições. Por outro lado, vamos em breve criar um serviço de apoio jurídico para pessoas com fracos recursos económicos”. Economia e pesca Bem localizada geograficamente (a 10km de Lisboa), a Costa da Caparica apresenta um largo crescimento no que diz respeito ao turismo. Para chegar a este ponto, foi também necessário apostar na economia local. Segundo o presidente, foi feito um percurso para dar mais ferramentas a quem trabalha nos setores primários, quer a nível da pesca como da agricultura. Neste sentido, foi possível impulsionar a economia local e apostar na cultura Apesar de serem pouco conhecidas, a Junta pretende dar-lhes outra notoriedade. Pratos como a caldeira à pescador, a sopa de carapau, a corvina com ervilhas e o ratão de pitau são petiscos regionais que podem passar despercebidos. Porém, a equipa de José Ricardo Martins pretende que os restaurantes e hotéis da região comecem a apostar no que é “da casa”. Contudo, trata-se de pratos muito balizados na época em que são confecionados, já que têm a ver com a qualidade, a frescura do peixe da época. “Ainda assim, esta é uma forma de diferenciar e potenciar a região”. Desportos de onda Outra área muito forte na Costa da Caparica é o desporto. Os desportos de onda, como o surf, bodyboard, o windsurf e o kitesurf, entre outros, há muito que têm um lugar de relevo nos motivos da procura das praias da região. Contudo, notou-se um crescimento relativamente aos outros desportos, como o parapente na zona da Fonte da Telha. Devido à sua frente atlântica, é muito procurada também para outras práticas desportivas e de lazer que também marcam presença na cidade. “Todos os dias, em cima do Paredão, temos mais de um milhar de pessoas em atividades de lazer. Convém ainda referenciar o futebol de praia, futebol de onze, atletismo e futsal, entre outros. Temos cerca de 39 escolas de surf ao longo da Costa da Caparica que demonstram o crescimento efetivo neste desporto. O objetivo é claro, queremos formar campeões na Costa de Caparica, aumentando o patamar e chamando a atenção das nossas praias para a iniciação do surf e criar campeões caparicanos. Nesse sentido, assinámos um protocolo com a Associação de Suf da Costa de Caparica para que, na formação, 180 jovens deem os primeiros passos neste desporto. Futuramente queremos também alargar estes apoios a outros desportos de onda, tais como o windsurf e o bodyboard. Com este protocolo, é possível integrar, dinamizar e apoiar crianças carenciadas que de outra forma não teriam acesso à prática do surf. Relativamente a outros desportos, este ano vamos acolher uma reunião internacional de Judo, através do grupo Amigos da Costa da Caparica. Nasceu também uma escola de Rugby e vamos ter um encontro nacional de Muay Thai, sendo de destacar que o atual campeão ibérico, Ruben Avelar é natural da Costa. Enfim, estamos a alargar nas várias vertentes desportivas e há cada vez mais pessoas a procurar a Costa da Caparica para fazer desporto, sejam os mais tradicionais ou o desporto de lazer, graças às condições que temos”, referiu o presidente, que se mostrou satisfeito com o presente, mas confiante no futuro. Programa ‘Escolhas’ Numa política de ajuda e ação social, a Junta de Freguesia da Costa da Caparica tem feito uma aposta junto da população mais carenciada, abrangendo tanto os mais jovens e como os mais idosos. “Fomos selecionados pelo programa Escolhas 6ª Geração. Está em funcionamento e chama-se “Terras d’ Arte”. Está a ter uma interação bastante assertiva com os miúdos da nossa cidade, com as escolas e com os jovens. É muito virado para a cultura, cria novas dinâmicas, ocupa os tempos livres e ajuda na interação dos jovens na sociedade, aprendendo aquilo que vão descobrindo no dia-a-dia. Ainda que seja recente, o programa Escolhas está a funcionar e tem um objetivo concreto. Ainda no campo da ação social, destacamos o trabalho desenvolvido pelo Centro Paroquial Nª Sª. Da Conceição, bastante
da cidade. “Estou a falar de uma arte que é a génese da cultura caparicana: a arte-xávega, que está em vias de ser considerada património cultural. Ainda este mês, vamos promover, a exemplo de anos anteriores, um lanço de arte-Xávega à moda antiga na Fonte da Telha, recriando os primórdios desta arte de pesca centenária. Temos ainda outras pescas que fazem parte da génese cultural, ainda que não sejam tão visíveis, como por exemplo a pesca a malha. Somos a cidade do país com mais artes de pesca. Temos treze matriculadas, mas onze a operarem”, esclarece José Ricardo Martins. Consciente de que há muito trabalho pela frente, José Ricardo Martins conclui, afirmando que a preocupação relativa à requalificação é prioritária, não esquecendo a perspetiva de crescimento. “Temos de ter em atenção o território e o risco que podemos correr em relação às alterações climatéricas. Precisamos de um crescimento sustentado e cuidado. O ambiente e as boas práticas ambientais são uma das nossas principais preocupações na proteção das gerações futuras e quero deixar isto bem claro”.
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EXCELÊNCIA EMPRESARIAL O nosso país conta com empresários de sucesso que todos os dias trabalham por manter e desenvolver o seu negócio, apostando na formação e qualificação dos seus colaboradores. De espírito empreendedor, com visão inovadora, existem portugueses que demonstram todos os dias o porquê de sermos uma referência em diversos setores. A Revista Business Portugal esteve em Sintra, onde teve a oportunidade de contactar com diversos exemplos de boa gestão empresarial, em que a política de desenvolvimento sustentável resulta. Apresentamos nas próximas páginas casos de sucesso, que superaram as várias crises, que procuram todos os meses contrariar as adversidades e que demonstram que o concelho de Sintra não é só uma referência no turismo, mas também na economia local e nacional. Visitámos diversas entidades, traçamos o retrato, a história, a evolução e as perspetivas de futuro de cada uma delas. Nem todos os casos bem sucedidos seguiram a mesma regra, não há uma fórmula ideal, se assim fosse, todos os empresários e empresas estavam a trabalhar em pleno e a economia mundial não teria períodos de recessão. Neste contexto, apresentamos nas próximas páginas, casos em que a gestão é de excelência, exemplos de homens e mulheres que marcam a diferença no contexto empresarial português. Pessoas que contribuem para o desenvolvimento do nosso país, que geram riqueza e que procuram a cada dia através da inovação e do empreendedorismo, serem um exemplo. De pequena, média ou grande dimensão todos os bons exemplos merecem ser destacados, como se pode ler nas próximas páginas.
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Equipa Infrasecur
excelência empresarial | infrasecur
referência nos sistemas de segurança Criada em junho do ano 2000 em Lisboa, a InfraSecur surgiu como resposta à necessidade cada vez mais visível do mercado em encontrar melhores soluções técnicas e inovadoras no setor da segurança. Hoje, é uma multinacional reconhecida além fronteiras e está já representada em Angola e Moçambique.
A InfraSecur, empresa tecnológica direcionada para grandes obras, atua no mercado de equipamentos e sistemas de segurança em três tipos de áreas distintas que se complementam entre si: a área safety com a proteção da vida e salvaguarda de bens; a área security na segurança contra a criminalidade; e a área da gestão técnica centralizada com a automação e eficiência energética dos edifícios. Sendo esta a base do Grupo Infra, “o projeto foi crescendo por si próprio”, conta Rui Jorge, administrador da InfraSecur, “e rapidamente houve necessidade de criar novas empresas de forma a potenciar novos caminhos com uma abrangência de mercado internacional”. Assim, a InfraSecur Angola imposta com parcerias locais, nasceu em 2004 e tem sede na cidade de Luanda. Mais recentemente, em 2013, surge a InfraSecur Moçambique que se tem afirmado como uma mais-valia no mercado onde está inserida e tem sede na capital Maputo. “Cada uma delas é autónoma e independente”, explica o administrador que conta com dois sócios, José Scot e Luís Guerra, ambos na administração da InfraSecur nos dois países africanos. Esta rápida abertura para o mercado externo permitiu novos desafios e melhores parcerias para a InfraSecur, quer na Europa quer em África. Paralelamente a este crescimento, nasceu também, em 2007, a InfraSys no campo da automação, gestão técnica e eficiência energética e, em 2008, a InfraPlan no estudo e execução de salas limpas. Segundo o empresário, esta foi a ordem natural das coisas, uma vez que “nunca vendemos nada que não fosse profissionalismo”. Com esta crescente evolução, a InfraSecur tem novas resposabilidades e torna-se, cada vez mais, uma potencial líder nos mercados onde está inserida. Serviços “Estamos no mercado dos grandes investimentos”, afirma, “onde começamos a ser reconhecidos pelo nosso trabalho e, consequentemente, somos requeridos pelo mercado”. Os serviços são específicos e, como tal, precisam de pessoas especializadas, dado que a área tecnológica sofre atualizações frequentemente. “Nós temos uma componente de formação muito forte”, admite, “que se traduz numa mais-valia crucial para a empresa”. Os equipamentos de segurança são provenientes dos fabricantes mundiais mais importantes na área da Engenharia, garantindo, desta forma, a qualidade dos produtos. O serviço à
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infrasecur | excelência empresarial medida de cada cliente é “chave na mão” ou em colaboração com terceiros, assegurado com a assistência técnica disponibilizada pela InfraSecur, ao mesmo tempo que os clientes são aconselhados pelo melhor na formação de parcerias operacionais. A InfraSecur projeta, instala e mantém os equipamentos. O trabalho com o cliente final é feito depois de os sistemas estarem devidamente instalados, até lá é realizado junto dos gabinetes de projeto e dos empreiteiros de cada obra. “Estamos presentes no terreno e assumimos a responsabilidade”, afirma o administrador, “é muito importante para o cliente e para nós, enquanto empresa”. De forma a conseguir prestar um serviço de excelência, a InfraSecur apoia-se na certificação obtida com os fabricantes que fazem parte do seu portfólio, destacando a Siemens Building Technologies na área de Safety e Gestão Técnica Centralizada; GE com Safety e Security; Notifier no ramo de Safety; ADI e Nexwatch na área de Security, sendo que estas últimas três certificações pertencem à marca Honeywell. No que diz respeito aos mercados externos, mais precisamente o europeu e o africano, a InfraSecur tem o reconhecimento por parte da Siemens e da Honeywell na comercialização de produtos nas diferentes áreas. Em 2012, a empresa conseguiu obter a certificação Bosch de todas as competências técnicas e comerciais dos produtos em Portugal, Angola e Moçambique. Com 50 funcionários na InfraSecur Portugal, a empresa possui clientes de renome nacional de onde se destacam a Vodafone, cliente desde o início da existência da empresa, com todos os edifícios da marca; a NOS com o edifício sede; o Hospital da Ilha Terceira; a Polícia Judiciária no novo edifício sede; e a SONAE com o Tróia Resort.
Participação da Infrasecur em empreendimentos de excelência
Setor “Em Portugal, contrariamente ao que muitos dizem”, começa por explicar Rui Jorge, “considero que o setor está em crescimento”. Segundo o próprio, a recessão económica que se fez sentir nos últimos anos, veio “filtrar” e “posicionar” as empresas, fazendo com que o profissionalismo vingasse. Além disso, o mercado começa a dar sinais de que existe uma maior procura pela qualidade e segurança, em detrimento da procura pelo preço”. “A forte componente de manutenção no serviço pós-venda da InfraSecur permitiu que a crise económica não se fizesse sentir na facturação da empresa, dando a oportunidade de apostar em novos mercados. Para o administrador “a capacidade de realizar novos projetos ao mesmo tempo que existe uma garantia de manutenção faz o crescimento de uma empresa”, e desta forma a sobrevivência torna-se mais fácil, isto é, quando a administração tem uma faturação assegurada a única preocupação real é evoluir e aumentar. Futuro De momento, o foco é o aumento do mercado em Portugal com o intuito de uma maior dimensão e visibilidade que, consequentemente, trará um reconhecimento mais consistente no país. O plano é “dar um salto” mantendo Angola e tentando aumentar Moçambique. Embora a política empresarial da InfraSecur nunca tenha passado pela prospeção de mercado, este ano a intenção é outra. A crença de que é preciso alargar horizontes e dar um passo em frente ganha terreno e o estudo de novos mercados começa a fazer-se ver.
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excelência empresarial | restaurante curral dos caprinos
Sabores que unem tradições Existem saberes e sabores que só se podem apreciar ao longo do tempo. O Restaurante Curral dos Caprinos, movido pela personalização do seu serviço, abre portas a uma dessas experiências únicas e acolhedoras e convida-nos a degustar, sem pressas, a singularidade de um Portugal que se quer tradicional.
João Levita e Ramiro Levita Administradores
Preenchido por raízes familiares, o cliente que aqui entra fica sempre com vontade de regressar; por sua vez, os afetos, que uma paisagem como a Serra de Sintra consegue unir, desperta no Homem o desejo da contemplação. António Pacheco, apurando essa particularidade, fala-nos agora sobre um paisagismo romântico, materializado em 41 anos de história. O projeto, abarcado a 15 de agosto de 1974, começou desde logo por somar mais valias quando o atual gerente (experiente no ramo) decidira partir para o desafio com o apoio de João Levita e Ramiro Levita. Outrora antigo curral de ovelhas e cabras, a casa concretiza-se agora num lugar rústico, onde o cenário exuberante e exótico caminha lado a lado com a alma que nasceu para ser rural. Tornando-se impossível desligar a experiência deste universo com as vivências e conexões que um restaurante assim consegue proporcionar, são diversas as nacionalidades que aqui procuram abrigo. Por entre as descobertas presentes respira-se um passado que jamais será ausente. Sendo um dos lugares mais procurados na zona da Grande Lisboa, o atual gerente sabe que a originalidade não parte da mudança, mas sim das narrativas que se foram construindo paulatinamente dando hoje um cunho próprio àquilo que, intuitivamente, se reconhece como tradição. Como especialidades podemos encontrar o cabrito assado no forno, o cabrito estonado à moda de oleiros, o arroz de tamboril, as espetadas de carne e peixe ou a famosa entrada de
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restaurante curral dos caprinos | excelência empresarial
cogumelos. Esta multiplicidade não se tornaria tão viva sem antes se pensar no vinho que a acompanha. Autêntico pelas mais nobres castas portuguesas serve-se com as tonalidades em que a paisagem se desdobra. “É a cozinha da aldeia, muito regional. Atualmente, continuamos com os mesmos pratos com que abrimos - tradicionais e com o nosso toque único”, caracteriza. Os segredos gastronómicos misturam-se à misticidade da natureza e deixam antever as receitas que foram apuradas de geração em geração. A decoração, inspirada na lavoura, conforta-se em tons sóbrios e elegantes e manifesta a identidade firme e natural da região saloia. Os responsáveis sabem que todos os pormenores contam e, por isso, comandam o projeto alinhando a discrição do espaço à qualidade do serviço. “A refeição é importante, mas o acompanhamento que se dá ao cliente é igualmente indispensável. Temos clientes de há 40 anos”, informa. O carinho envolvente em todo este conceito desperta eventos de grande proporção. Por entre casamentos, batizados, jantares e almoços de empresas, e aniversários, António Pacheco e João Levita abrangem ementas várias e conseguem personalizar o espaço ao gosto pessoal de cada um. Com quatro salas distintas à disposição, a casa tem capacidade para 250 pessoas e encontra-se aberta todos os dias da semana, encerrando apenas na noite de 24 de dezembro, e no dia 29 de junho (feriado municipal). A dedicação que transporta uma arte assim vem revelar como é possível usufruir de um ambiente campestre e ainda continuar próximo do cosmopolitismo da cidade. Os 19 colaboradores que aqui laboram vivem essa mesma entrega e espreitam a atualidade familiar e cativa que os abraça. O futuro, pensado na crescente fidelização de clientes, procurará sempre a essência rural de Cabriz, nunca deixando de piscar o olho à Serra de Sintra.
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excelência empresarial | MCD Garcia
Soluções de excelência para o setor automóvel Há duas décadas a operar em Sintra, a MCD Garcia, Lda. proporciona todas as peças e componentes necessárias ao seu automóvel, firmando-se em valores como a transparência e a qualidade. Tudo isto no menor tempo possível.
Roberto Angelino e Manuel Angelino Administradores
Fundada em 1990, e especializada no comércio de peças e acessórios para o setor automóvel, a MCD Garcia, Lda. assume-se como “uma empresa familiar”, fundada por Manuel Angelino que, “a pouco e pouco, foi adicionando pessoal”, recorda o filho, Roberto Angelino. Sempre a acompanhar o pai, o nosso porta-voz cedo deu pela forma como este projeto “foi crescendo” e se consolidou numa casa exemplar, assumida como uma referência, não apenas em Sintra, mas também numa fatia considerável do distrito de Lisboa. Claro está que um estatuto especial como esse não foi conseguido de ânimo leve. “Passam muitas peças pelas nossas mãos, muitas referências, pois trabalhamos com todas as marcas”, explica Roberto Angelino. Especializando-se no ramo dos automóveis ligeiros, a MCD Garcia, Lda. assume “ter todo o tipo de peças”, não se coibindo de contactar os seus fornecedores num esforço para atender a toda e qualquer necessidade que possa surgir. De facto, da chaparia às peças mecânicas, sem esquecer utensílios como o óleo, o catálogo da empresa é tão vasto e abrangente que “se o cliente quisesse vir aqui procurar um carro inteiro, nós teríamos todos os componentes para lhe vender”, sintetiza. Fazendo jus ao gosto e urgência de cada cliente, a MCD Garcia, Lda. proporciona componentes originais, das marcas desejadas, mas também peças reconstruídas, assumindo sempre – de uma forma ou de outra – “um compromisso para com a qualidade”, independentemente de qual seja a natureza do produto solicitado. “Vendemos peças de primeira linha”, assegura o porta-voz. Mas o profissionalismo e o respeito pelo cliente não se ficam por esse aspeto: “As pessoas são sempre devidamente informadas e aconselhadas sobre os produtos que estão a levar”, garante Roberto Angelino, antes de sublinhar que,
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“quando necessário, também é dado um esclarecimento ao cliente sobre qual o procedimento de montagem correto” para o produto em questão. Um serviço de excelência Para além do serviço de atendimento ao balcão, a MCD Garcia, Lda. é uma empresa que não subestima a importância de proceder à própria entrega (e recolha) de peças automóveis, a pensar nos clientes que se encontram geograficamente mais distantes, sejam eles particulares ou oficinas. “Por norma, fazemos entregas quatro vezes ao dia”, enumera o responsável. Claro que uma valência como esta apenas se torna possível com o acesso a uma numerosa frota de veículos, devidamente munidos para o transporte célere e atempado dos produtos. Esta prontidão na resposta às necessidades do cliente corresponde, efetivamente, a um dos traços que melhor distinguem esta empresa das restantes. Até porque “hoje em dia ninguém espera por ninguém”, observa Roberto Angelino. Entretanto, o profissionalismo e a solidez financeira são aspetos que têm vindo a encontrar eco no modo como, ao longo dos anos, a MCD Garcia, Lda. tem vindo a ser agraciada como o estatuto de “PME Excelência”, o qual permite o natural reforço de uma “credibilidade” já há muito firmada. Atualmente com uma equipa que ronda os 30 colaboradores (e na qual se incluem os profissionais que operam noutras lojas do grupo), a empresa não negligencia a importância do fator formação. “Sentimos falta de pessoal qualificado para esta área”, confessa o nosso interlocutor, que não se poupa a esforços para assegurar a adaptação dos seus funcionários às diferentes evoluções do setor. Assim sendo, “a formação é dada logo desde o início”, uma vez que todos – cliente, empresa e profissional – lucram com o consolidar de conhecimentos. Outras lojas Contando já com duas décadas de experiência, a MCD Garcia cedo provou ser uma empresa atenta e adaptável ao mercado em que opera. Não admira, nesse âmbito, que a casa-mãe tenha vindo a ramificar-se através da abertura de outros estabelecimentos e firmas, como é o caso da RugemPeças, chefiada por Joana Garcia. Com instalações firmadas na Terrugem e na Abóboda, esta é uma empresa que assume um modus operandi em tudo similar ao da sua congénere, jamais descurando elementos importantes como a transparência ou a celeridade no atendimento. A inauguração de novos estabelecimentos no futuro é algo que o grupo empresarial, efetivamente, não descarta. Até porque, a comprovar-se o bom desempenho até aqui sentido, a consolidação de novos clientes e o reforço do estatuto de excelência a tal levarão. Sempre com um catálogo vasto, atento e – acima de tudo – focado na melhor qualidade automóvel.
excelência empresarial | breyer horses portugal
Aproximar com expressão e sensibilidade A fim de percorrer os seus sonhos, Daniela Gamito decidira avançar firmemente no seu projeto - Breyer Horses. Experimentando uma dedicação de cinco anos de história, hoje temos a oportunidade de conhecer melhor um negócio que se conquista a galope.
Daniela Gamito e Ana Gamito Administradoras
Consciente da ligação que une o homem ao cavalo, a nossa interlocutora começa por nos transportar para o universo da equitação, que com tanta tradição cresce em Portugal. Sabendo de antemão que todos os contextos se estabelecem de acordo com os hábitos e costumes de um povo, os mercados avançam na corrente e as pessoas serão sempre o seu elemento mais importante. Embora a prática da equitação já tenha vivenciado momentos “mais fortes”, Daniela Gamito reconhece que o desporto continua “a estar em alta”. A constante abertura de centros hípicos permitiu a democratização de um ensino, cada vez
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mais acessível às pessoas. Abordar esta arte envolve toda uma sensibilidade que vai de encontro às leis da física e à força da gravidade. Perante uma expressão assim, Daniela Gamito não consegue ficar indiferente e, por isso, a loja que ela apelida como “recente”, já ocupa o seu lugar no mercado. Colecionadora apaixonada pelos modelos Breyer, o negócio que começara como uma brincadeira expande-se agora no horizonte, onde a palavra diversidade é a que impera. A abrangência nacional estende-se assim a todos os utensílios que o cavalo e o cavaleiro necessitam para a prática do seu desporto. Trazendo para Portugal produtos que até à época não existiam, a loja online veio igualmente derrubar barreiras e proporcionar um novo conhecimento sobre a área. Porém, este alcance não seria possível sem a proximidade que só o espaço físico consegue oferecer. Completando apenas um ano desde a sua abertura, as pessoas têm-se mostrado bastante recetivas e a Breyer Horses sublinha as mais valias dessa proximidade: “Aqui na loja é sempre diferente porque conversamos diretamente com as pessoas, o que nos permite dar um acompanhamento mais personalizado”. Percecionando as particularidades e necessidades de diferentes pessoas, os três colaboradores que aqui laboram somam os seus esforços e vão ao encontro das soluções específicas que cada cliente pretende. “Não existia nenhuma loja de equitação aqui perto e havia muitas pessoas que nos pediam para abrirmos este espaço”, analisa agora a responsável. Sendo esta uma experiência completamente diferente daquela que poderá ser veiculada noutros meios, a atividade alcança agora as bases sólidas que toda a firma procura para singrar. A chegada de novos clientes consolida a fidelização que têm conseguido gerar até aqui, preparando-os para a visibilidade do público estrangeiro. Um próximo passo já está a ser ponderado, mas Daniela Gamito confidencia-nos que prefere prosseguir calmamente, tendo sempre em atenção por que vias o crescimento se poderá mover. Localizados numa zona onde o cavalo assume o seu próprio património genético, a loja viverá agora o esforço expansivo da sua dedicação, sem nunca deixar para trás as opiniões e sugestões de quem lhes é mais próximo - os seus clientes.
ath | excelência empresarial
Dar a cara pelos seus clientes Com 16 anos de existência, a ATH – Assistência Técnica Equipamentos Hoteleiros, Lda é uma empresa sediada no Cacém, formada por uma equipa técnica especializada, viaturas de assistência e instalações direcionadas para proporcionar aos seus clientes uma resposta rápida e eficaz, garantindo assim a sua satisfação. empresa”, reforça Carlos Ribeiros. A ATH oferece todo o tipo de serviço para cobrir as necessidades dos seus clientes a nível do ramo hoteleiro, tais como assistência técnica, estudos e projetos, obras chave na mão, licenciamentos, ar condicionado, sistema de ventilação, entre outros. “Trabalhamos à medida do que o cliente pretende, não trabalhamos apenas com o produto standardizado. Temos o apoio de gabinetes de arquitetura e engenharia que trabalham conosco e com quem temos parcerias que fazem a parte de licenciamentos na câmara e documentação, que é muito importante para o cliente. Estamos presentes no momento de pré e pós venda, sendo este último o momento mais importante e o mais difícil”, frisa. Implementados em Lisboa, sendo este o principal mercado de atuação da ATH, Carlos Ribeiros admite que a ambição não passa por explorar novos mercados, no entanto refere que “a estratégia sempre foi estar muito próximo do cliente e primar por um serviço rápido, que é
Carlos Ribeiros Administrador
“Começámos a laborar em 2000, éramos dois sócios, mas a certa altura separamo-nos a nível empresarial e fiquei com a ATH. Temos crescido ano após ano, trabalhando muito para conseguir resultados. Têm sido 16 anos de dedicação árdua, mas a nossa maior dificuldade passa por manter a ATH no patamar em que hoje se encontra”, começa por nos contar Carlos Ribeiros, gerente da empresa. Constituída por uma equipa forte e coesa, como o próprio empresário faz questão de salientar, este é, na sua perspetiva, um dos fatores cruciais para o sucesso alcançado. “Só trabalhamos na linha comercial e industrial, como equipamentos para restaurantes, gelatarias, pastelarias, entre outros. Somos uma empresa certificada a nível de refrigeração, com uma equipa técnica muito forte e nessa área somos realmente muito bons. Na parte comercial, somos igualmente muito competitivos e fazemos um bom trabalho com o cliente. Na totalidade somos 10 colaboradores o que nos confere um peso muito forte enquanto
aquilo que o cliente necessita”. A par disso, também a formação, estar informado relativamente à constante atualização respeitante a certificações e alteração de leis que englobam o setor, são o principal foco do empresário, essencial para se manter na linha da frente do que o setor implica. Neste sentido, foram várias as marcas de referência no ramo hoteleiro, quer de fabricantes nacionais, quer internacionais que quiseram associar-se à ATH. “Tentamos sempre primar pelo equipamento nacional. A empresa Jordão, fabricante de material hoteleiro de refrigeração, a JIM ou a Frinox, são exemplos disso e internacionalmente somos agentes da marca Mitsubishi a nível de ar condicionado, entre outras marcas. Trabalhamos também com parceiros grandes a nível nacional, empresas que são importadoras, como a Miranda & Serra ou a Udex, empresas que são fortes a nível de hotelaria e com as quais já temos uma relação de muitos anos e uma boa parceria”, define Carlos Ribeiros. Por fim, o empresário deixa uma mensagem no sentido de perpetivar o futuro da ATH, passando pelos objetivos e metas traçadas para os próximos anos. “A mensagem que quero passar é que enquanto empresa, quando surge um problema damos a cara, não nos escondemos e estamos aqui para resolver e arranjar soluções. A ATH é hoje uma empresa credível e o objetivo passa por manter a estabilidade e a harmonia entre todos a nível de colaboradores e de equipa fvc pois consideramos que são estes os fatores que distinguem o nosso serviço”, finda.
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EXCELÊNCIA EMPRESARIAL | NOVA CLASSE
“A classe do palito” Empresa fundada em 1984, por Júlio Santos Silva Araújo, dedicavase na época à comercialização de palitos, azeitonas e tremoços. 30 anos depois, a Nova Classe especializou-se na produção de palitos, espetos, palhinhas e artigos de festa sendo fornecedora exclusiva de duas grandes superfícies comerciais a nível nacional. Em entrevista a Madalena Silva, sócia-gerente, fomos conhecer a história, evolução e projetos de futuro da Nova Classe.
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Travessada Castanheira, 167 4470-654 V. N. Telha Tel: (+351) 229 443 504 – Fax:(+351) 229 443 505 - Email: info@novaclasse.pt
Madalena Silva, que entrou para a empresa como trabalhadora a part-time e que, devido à sua dedicação, se mantém na empresa até aos dias de hoje, relata que “a empresa foi desenvolvendo, sobretudo, quando entrámos nas grandes superfícies; passámos a trabalhar cada vez mais só com palitos e atualmente somos fornecedores exclusivos da marca própria de dois grandes hipermercados”, revela a responsável. A entrevistada seguiu os passos do fundador Júlio Santos Silva Araújo que fazia questão que a empresa continuasse, mesmo após a sua morte há dez anos. Atualmente, a Nova Classe conta com uma equipa dedicada e eficiente de cinco pessoas que laboram diariamente na fábrica. A entrevistada revela que a empresa tem procurado inovar e desenvolver o seu negócio, e para além dos palitos têm também apostado em produtos diferenciadores como palhinhas e artigos de festa, como por exemplo palitos com decorações festivas, pratos e copos descartáveis. Atualmente, a Nova Classe pretende ser a maior fornecedora de palitos, espetos e artigos de festa das grandes redes de hotelaria e restauração, assim como de super e hipermercados do país, “os palitos são um produto que tem de estar aos olhos do consumidor, visto não ser um bem de primeira necessidade. Atualmente estão no top 20 de vendas de um dos hipermercados que fornecemos”, afirma a entrevistada. A Nova Classe “tem no mercado produtos de primeira qualidade que cumprem todas as normas de higiene e segurança alimentar. Só trabalhamos com produtos de confiança, garantindo que a nossa matéria-prima principal, a madeira, tem origem em florestas certificadas e que o processo de abate das árvores cumpre com a legislação e regulamentação ambiental aplicável”, explica Madalena Silva. Quanto ao futuro, a interlocutora revela que gostava de “desenvolver o negócio atingindo novos mercados, focando principalmente a exportação”.
funerária são joão das lampas | excelência empresarial
Proximidade e cuidado nos momentos mais difíceis Assumindo como vocação um serviço sensível, humano e honesto, a Funerária São João das Lampas – Quintino e Morais, Lda. tem vindo a cimentar o seu estatuto de excelência na região.
Mas a esses argumentos somam-se outros, como o facto de, a servir de sede à instituição, encontrarmos um espaço afável, moderno e limpidamente decorado, onde não faltam as infraestruturas e equipamentos necessários a um serviço de excelência. “Temos um armazém de urnas, uma garagem para os nossos carros – onde se incluem veículos com capacidade de refrigeração –, uma sala de preparação e até uma capela de despedida”, salienta a porta-voz. Entretanto, e numa tentativa de estar o mais próxima possível da comunidade, a Funerária São João das Lampas – Quintino e Morais, Lda. conta ainda com estabelecimentos em Mem Martins e Mucifal (Colares), estando para breve a abertura de uma loja na Terrugem. Ajudar os demais A acompanhar um serviço de especial cuidado e dedicação, a Funerária São João das Lampas – Quintino e Morais, Lda. é também uma instituição atenta à sua dimensão social, nunca se escusando a auxiliar os que lhe são próximos. “Ajudamos festas locais e muitas instituições de bombeiros”, nomeadamente no apoio à obtenção de novos equipamentos e viaturas, explica o sócio-gerente José Fernando Morais, descrito por muitos no concelho de Sintra como um verdadeiro “benemérito” e “homem de coração aberto”. São precisamente atitudes como esta – aliadas à incomparável qualidade na arte do bem atender, servir e acompanhar – que fazem a diferença. Porque, para lá de um serviço, existe uma vocação. E, para lá dessa vocação, o genuíno desejo de todos dignificar.
José Fernando Morais Sócio-gerente
A operar no concelho de Sintra há três décadas, a Funerária São João das Lampas – Quintino e Morais, Lda. abriu as portas em 1982, contando desde o início com a singular visão do fundador José Fernando Morais e do sócio Quintino Gomes. Não admira, portanto, que desde o seu começo a instituição “tenha vindo a crescer gradualmente”, consolidando um estatuto e traço únicos, que ainda hoje a diferenciam de outros agentes da área. Sediada em plena Aldeia Galega, a Funerária São João das Lampas – Quintino e Morais, Lda. proporciona um serviço funerário completo e permanente, não se coibindo de atender a qualquer necessidade 24 horas por dia, 365 dias por ano, em Portugal ou no estrangeiro. “Não paramos nunca, pois temos de ter sempre capacidade de resposta”, explica a esposa do sócio-gerente, Belmira Morais. Até porque, mais do que um mero trabalho, todos os colaboradores reveem nesta atividade uma autêntica “missão”, levada com particular afinco e dedicação. Uma verdadeira missão “Costumo dizer que, neste trabalho, temos que dar algo da nossa essência todos os dias, ou não poderemos ser bons profissionais”, afirma Belmira Morais, antes de acrescentar que este não seria um serviço possível sem “o atendimento personalizado, cuidado e de cariz familiar”. São precisamente características como a sensibilidade, a atenção, o carinho ou a preocupação em compreender o cliente que fazem da Funerária São João das Lampas – Quintino e Morais, Lda. uma verdadeira referência num setor onde a dimensão humana jamais poderá ser negligenciada. E é precisamente este tipo de atitude e visão que os responsáveis procuram transmitir a cada um dos seus fiéis colaboradores, apostando fortemente no potencial da formação em áreas como “o atendimento ao público” ou a “psicologia do luto”.
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excelência empresarial | stfp centro
“Melhores
condições de vida e de trabalho”
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro - STFP Centro foi criado em 28 de fevereiro de 1976, sendo eleita em março de 1977 a sua primeira direção. Após a ditadura, o objetivo que esteve na base da criação do sindicato foi romper com a proibição da existência de organizações de trabalhadores. Atualmente, o trabalho da organização abrange diversas causas, como nos revelou em entrevista José Manuel Dias, coordenador geral do sindicato.
José Manuel Dias Coordenador geral
O STFP Centro surgiu com o intuito de defender os interesses dos trabalhadores do Estado após a revolução de 25 de abril de 1974, na época, estes funcionários eram designados de “servidores, que faziam parte de um setor de atividade fundamental para a promoção e desenvolvimento do Estado Democrático, em construção, que se liga a todos os outros através dos serviços que presta e que queria desenvolver. Era fundamental colocar a administração do Estado ao serviço do povo e lutar pelo acesso de todos à saúde, educação ou habitação”, começa por explicar José Manuel Dias.
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40 Anos após a sua constituição, atualmente, o STFP Centro concentra a sua atuação em quatro grandes áreas de reivindicação: emprego, horários de trabalho, salários e carreiras profissionais. Considerando que “a função pública, ao longo destes anos, foi alvo de políticas diversas de quem vai estando no poder, levando ao enfraquecimento e precarização dos vínculos laborais entre trabalhadores e entidades empregadoras, consideramos que é urgente modificar o atual quadro legal no sentido de dar maior proteção ao emprego, quer público, quer privado, não de forma artificial, mas no respeito pela dignidade e direitos do trabalhador”, esclarece o interlocutor. No que diz respeito aos horários, “existiam de 35 e 40 horas consoante o vínculo, nós defendemos que todos tenham o mesmo horário de trabalho de 35 horas, é um direito adquirido. A partir do dia 1 de julho, os trabalhadores passam a ter direito a usufruir deste horário. Isto será mais complicado em serviços que funcionem durante 24 horas, como hospitais, mas os trabalhadores têm o seu direito salvaguardado. Se verificarmos que há entraves sem serem devidamente justificados atuaremos. Quanto aos trabalhadores que têm contrato individual de trabalho também pretendemos que passem para as 35 horas, mas aí tem de ser com um acordo coletivo de trabalho”, revela o coordenador geral do sindicato. Já no que toca aos salários, o entrevistado revela que “o último aumento salarial para os trabalhadores da função pública foi em 2009, desde então encontram-se congeladas todas as restantes formas de valorização remuneratória, o que leva a um cenário de forte degradação do poder de compra dos trabalhadores. Esta reivindicação assume, hoje em dia, um papel central nas preocupações dos trabalhadores, pois é imperioso que retomem políticas que permitam a recuperação dos rendimentos perdidos nos últimos anos”. Uma outra preocupação do sindicato está relacionada com a inexistência de progressão na carreira dos trabalhadores, medida congelada há vários anos, não existindo qualquer evolução para os trabalhadores, situação que o sindicato procura inverter. Quanto às medidas levadas a cabo pela organização importa destacar que na “administração pública foram já apresentados os cadernos reivindicativos setoriais junto dos vários ministérios. A este nível, há a destacar a negociação de um contrato coletivo de trabalho para os trabalhadores dos hospitais EPE em regime de contrato individual de trabalho”, afirma José Manuel Dias. Outra das ações do sindicato está relacionada com a negociação de Acordos Coletivos de Empregador Público, tendo em vista a melhoria das condições de trabalho. Por outro lado, revela o entrevistado, “concluímos, recentemente, a negociação de um novo contrato coletivo de trabalho com a CNIS, entidade que agrega as IPSS, que se traduziu no aumento de salário de 20 euros para cada trabalhador, entre outras alterações positivas, estando em vias de se concluir o mesmo com a União das Misericórdias Portuguesas”. Sobre o futuro, o coordenador geral do sindicato explica que “com Confiança os trabalhadores se mobilizarão para defender, repor e conquistar direitos, reforçando a sua organização e afirmação social. Explica ainda que o sindicato continuará a sua luta pela afirmação de um modelo de governação social e económico, que marque uma rotura com as políticas neoliberais que governam a UE, e que coloque as preocupações dos trabalhadores em primeiro plano e como prioridade da ação politica”, conclui.
nova classe | excelência empresarial
Verificação de conformidade de excelência A empresa de origem belga, fundada em 1828, está atualmente presente em 140 países, sendo uma referência a nível mundial. Em Portugal, a atividade da empresa está direcionada sobretudo para a área naval, industrial, construção, higiene e segurança e commodities. Em entrevista a Carlos Vaz, diretor de indústria do Bureau Veritas damos a conhecer a atual dinâmica da empresa.
Carlos Vaz Presidente
Carlos Vaz. No norte do país, o trabalho da Bureau Veritas, com instalações no Candal Park, em Vila Nova de Gaia, é essencialmente dedicado a três áreas distintas: indústria, marinha e commodities, “trabalhamos, essencialmente, na área de duas diretivas, a dos produtos de construção e a de equipamentos sob pressão, já que o país tem uma área de metalomecânica desenvolvida. Os produtos têm de ter certificação CE para poderem circular dentro da União Europeia, especializámo-nos neste tipo de serviço, sobretudo, devido às circunstâncias do
Com delegações nas principais cidades portuguesas, é em Lisboa e no Grande Porto que a empresa reúne as principais competências, “o Bureau Veritas, a nível internacional, tem uma filosofia de crescimento orgânico e por aquisição, na área industrial cresceu sobretudo por aquisição, como é o caso de Portugal, após a fusão com uma entidade nacional, a Rinave. A empresa tem oito Linhas de negócio e, em Portugal, o core-business é, essencialmente, a área naval, industrial, construção, higiene e segurança e commodities”, revela o entrevistado, explicando que “somos, essencialmente, uma empresa de verificação de conformidade, ou seja, hoje em dia, quase todos os produtos têm uma marcação CE, que resulta de uma verificação de conformidade, face a uma diretiva, existem normas europeias que são comuns a todos os países que as adotam. Na generalidade dos países, existem organismos notificados cuja missão é verificar que o produto cumpre com as diretivas”, refere o diretor,
mercado”, afirma o interlocutor. No que diz respeito à atual situação da empresa, Carlos Vaz revela que “temos conseguido manter o volume de negócios, o aumento é residual em termos percentuais, mas não tem decrescido, o que é importante. Trabalhamos tanto na área das novas construções (CAPEX) como nas de manutenção (OPEX). Quanto à manutenção, atualmente, quando determinada unidade para já estão definidos todos os procedimentos, as unidades param apenas por curto período de tempo ou de forma segmentada, uma vez que o trabalho já está definido. Se até à data as grandes unidades industriais paravam para manutenção em períodos superiores a um mês, agora é necessário apenas uma semana”. O Bureau Veritas aposta no mercado internacional já que o investimento em Portugal está a níveis históricamente baixos, “grande parte dos trabalhos que realizamos é para o mercado externo, temos uma grande vantagem, relativamente à concorrência, já que a marca Bureau Veritas tem bastante notoriedade e aceitação fora de Portugal”, explica o interlocutor. Quanto aos projetos realizados no nosso país, Carlos Vaz revela que a “empresa foi responsável pela inspeção e ensaios-não-destrutivos das barragens construídas nos últimos 10 anos em Portugal, atualmente, estão encarregues dos “ensaios-não-destrutivos na barragem do Foz Tua, estamos à espera que comece brevemente a construção de uma nova barragem. Neste momento, somos também responsáveis pela construção e inspeção de torres eólicas, projeto com duração prevista até 2019”. Ainda em relação ao futuro, a empresa pretende continuar a expansão que tem vindo a realizar, quer no estrangeiro, quer em Portugal, continuando a optar pela “complementariedade entre as várias delegações nacionais e internacionais”, conclui o diretor industrial Carlos Vaz.
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excelência empresarial | buffet varziela
Fabrico próprio de qualidade BuffetVarziela é o nome da unidade de produção e fabrico, localizada em Árvore – Vila do Conde. A Revista Business Portugal esteve à conversa com os responsáveis da empresa, o casal António e Manuela Duarte, que deram a conhecer aos nossos leitores um pouco mais sobre este negócio de sucesso.
orgulhoso do mais recente investimento, o casal de empresários explicou-nos as maisvalias que as novas instalações trouxeram para o negócio: “Agora podemos chamar os nossos clientes e mostrar-lhes que temos umas instalações que seguem todas as normas e preparadas para as atuais exigências do mercado, adequadas às necessidades e exigências dos nossos clientes e, apesar de o enorme investimento ter sido brutal, um passo acertado que valeu definitivamente a pena”, garantiram. Clientes de luxo A competência, qualidade e profissionalismo demonstrados ao longo dos anos, levou à fidelização de muitos clientes ao BuffetVarziela. São exemplos de empresas e instituições públicas: Hospitais, Agrupamentos Escolares, Faculdades, CTT, Bombeiros, IPSS, Exercito e a António e Manuela Duarte Gerentes
Construir e gerir uma fábrica de padaria e pastelaria sempre foi o sonho de António Duarte. “A empresa nasceu por iniciativa do meu marido porque os pais já tinham este negócio de padarias e, como filho de peixe sabe nadar, nós também decidimos iniciar o nosso negócio. Abrimos uma pequena loja com 80m2 e 16 lugares sentados, o negócio foi crescendo fruto do nosso empenho e dinamismo, evoluímos no fabrico sem nunca perder os segredos e sabores tradicionais, a expansão da empresa foi rápida, com a consequente necessidade de contratar colaboradores e de aumentar a produção para fazer face às necessidades dos clientes e as novas exigências do mercado. Assim, depois de mais alguns investimentos e lojas, surgiu a oportunidade de adquirir este espaço e construir de raiz uma nova unidade de fabrico equipada com tecnologia avançada e adequadas às novas exigências do mercado, que permitem o fabrico de produtos de Padaria | Pastelaria | Vending, de acordo com os melhores padrões de qualidade. Estamos aqui desde 27 de novembro do ano passado, tendo como principal objetivo a prestação de um serviço integral de soluções na área da Padaria | Pastelaria | Vending| Catering e refeições diárias”, explicou Manuela Duarte em início de conversa. Atualmente a gerir duas lojas, a de Arvore e a de Mindelo, os nossos entrevistados confidenciaram que, em setembro, vão novamente retomar a loja de Retorta, que anteriormente já lhes pertenceu. Agora, as atenções voltam-se para a nova fábrica e,
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buffet varziela | excelência empresarial nível privado: o Grupo Eurest, Grupo Trivalor (Sogenave), Hotéis e Empresas de Vending. “Temos um leque de clientes muito grande e diversificado, é numa relação de confiança que o BuffetVarziela, têm consolidado a sua atividade e posição no mercado, isso traz-nos muitas responsabilidades, anteriormente não conseguíamos ter capacidade de resposta e agora temos”, desabafaram os empresários. Produção e aposta no vending O serviço mais significativo do BuffetVarziela diz respeito à padaria e pastelaria: “Temos uma produção muito grande de pão, estamos a falar de mais de 30 mil pães por dia e 20 mil sandes que são distribuídas semanalmente por várias escolas do Grande Porto. A nível de pastelaria, produzimos diariamente cerca de 3 mil bolos. Para o ano de 2016, estamos a fazer uma grande aposta na área do Vending, fizemos um estudo de mercado, que nos lançou mais este desafio, tendo em consideração a excelente oferta que podemos acrescentar a esta área de negócio. Somos uma estrutura profissional já com 25 colaboradores – valorizados e referenciados
pelos administradores da empresa como sendo “muito dedicados, competentes e trabalhadores” e que muito têm contribuído para o nosso crescimento – a nossa distribuição dispõe de uma frota moderna de oito viaturas, preparada para transportar todos os produtos com total segurança e garantia, entregas e distribuição diárias, um serviço de qualidade que permite ao consumidor final saborear o tradicional sabor do pão e doçaria. “Também possuímos uma vertente muito importante a nível de eventos, uma vez que organizamos tudo, desde as preparações das mesas à decoração, passando pela confeção das diferentes e variadas ementas escolhidas”, destacou Manuela Duarte. Certificação e futuro do BuffetVarziela A certificação através do programa Portugal 2020 é uma das próximas metas a alcançar: “Os nossos clientes são muito exigentes e esta certificação é mais uma prova de confiança e garantia para eles”, explicou António Duarte. No que ao futuro concerne, o casal é unânime: “É preciso gostar muito do que se
faz e quando se gosta só pode correr bem, sendo o caminho para o sucesso. O local onde nos encontramos é e continuará a ser a sede de todo o negócio e, daqui a cinco anos, o BuffetVarziela estará certamente melhor, mais consistente, com mais produção e mais clientes. Nós vamos apostar cada vez mais no crescimento da padaria e pastelaria, queremos por a fábrica a produzir 24h por dia. Este crescimento implica a contratação de mais colaboradores, nomeadamente mais padeiros e pasteleiros, o que em breve se realizará”, finalizaram.
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE Em pleno verão, a Revista Business Portugal continua a visitar os vários concelhos e freguesias do país. As tradições, as festas, o desporto, a cultura, a gastronomia, as políticas de proximidade, os projetos e anseios dos vários executivos e responsáveis, são alguns dos temas e sugestões que desenvolvemos nas próximas páginas, divulgando o que de melhor se faz em Portugal. Damos voz aos presidentes que todos os dias lidam de perto com a sua população, mostramos aos nossos leitores as principais atividades que as coletividades e associações de cada aldeia, vila ou cidade desenvolvem ao longo do ano. Depois dos santos populares, julho e agosto são meses de festa e romaria por excelência em cada canto de Portugal, de norte a sul, do interior ao litoral. A riqueza e variedade da gastronomia portuguesa são já uma referência a nível internacional e, em breve, muitos dos nossos emigrantes chegam a Portugal para matar as saudades da família, amigos mas também das boas iguarias que se servem à nossa mesa. A excelência dos nossos vinhos também é merecedora de destaque. Numa outra perspetiva, as freguesias e municípios deparam-se também todos os dias com várias questões por resolver, já que são os primeiros representantes políticos de cada lugar, é a eles que grande parte da população recorre, quer seja para o arranjo de um buraco em plena via pública, quer seja para solicitar documentos oficiais ou então apoio e ajuda para qualquer festividade ou evento solidário ou a favor de qualquer associação, instituição que promovem a cultura e o desporto. O retrato do poder local, a importância da sua missão, enquanto agentes que promovem a qualidade de vida, o emprego, o crescimento e desenvolvimento das regiões. Damos voz ao poder local, à sua visão, estratégia e especificidades que fazem de Portugal um país tão diversificado e rico.
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municípios em destaque | município de proença-a-nova
“Aqui
envelhece-se com qualidade de vida”
Proença-a-Nova é uma vila portuguesa, pertencente ao distrito de Castelo Branco, caracterizada pela sua beleza paisagística e pelas suas belas praias fluviais que, ao longo dos anos, se têm tornado um dos maiores atrativos turísticos do concelho. Aldeia Ruiva, Alvito, Cerejeira, Fróia e Malhadal constituem a rede destas praias, valorizadas pela moldura natural e servidas por equipamentos construídos com a preocupação de preservar a identidade dos locais, recorrendo a materiais como o xisto e a madeira. Fróia e Malhadal foram consideradas pela Quercus, praias com qualidade de ouro, em 2013 e 2014 no Malhadal e na Fróia em 2015 e 2016.
Com o objetivo de ficar a conhecer os projetos e perspetivas futuras da autarquia, a Revista Business Portugal falou com João Lobo, que recentemente assumiu a presidência da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, depois de João Paulo Catarino ter renunciado ao mandato em março de 2016. Assumiu recentemente este cargo e esta responsabilidade que é ser presidente de um município como o de Proença-a-Nova. Que balanço faz destes primeiros meses? O balanço é positivo. É a continuidade do trabalho que o meu antecessor, João Paulo Catarino iniciou com o apoio de todo o executivo, ao longo destes últimos dez anos. Entramos em 2005 neste novo ciclo e nesta nova visão que pretendiamos para o concelho e estes quatro meses têm mostrado que a estratégia adotada foi assertiva, nomeadamente na atratividade das empresas, que é peça fundamental para a fixação de pessoas em territórios como os nossos, potenciando posteriormente todo o resto. Este executivo tem apostado muito no empreendorismo e na criação e fixação de novas empresas no concelho. De que forma é que o vosso gabinete de apoio tem contribuído para o sucesso destes jovens empresários e que tipo de apoios são disponibilizados? Em 2008, criamos um gabinete de apoio ao empresário e ao agricultor que têm vindo a apoiar as empresas e realizado campanhas de promoção. Em 2012, criamos a INOVA Start Up, uma incubadora de empresas que apoia ideias/projetos de negócio e empresas já constituídas, que se encontra no antigo edifício administrativo da ex-SOTIMA, antiga fábrica de aglomerados de madeira. Apostamos muito nos nossos recursos endógenos mas sempre de forma a ir de encontro às necessidades do mercado. O parque empresarial de Proença-a-Nova foi a reconversão de um espaço que estava devoluto, com uma área de 25 hectares, dos quais 26 mil m2 edificados e que hoje é uma oportunidade de negócio para Proença. As paredes daquela antiga fábrica conseguem albergar uma fábrica de cerâmica que está a ser instalada, bem como uma outra indústria que fará a transformação de cereal para consumo humano, uma carpintaria moderna que realiza trabalhos para todo o mundo, uma empresa de construção de equipamentos industriais, lagar de azeite, coalhos, transformação de cogumelos silvestres. Isto significa que há ideias e projetos e com a capacidade de instalações que o município oferece conseguimos ser diferenciadores. Com uma população cada vez mais envelhecida, como é que conseguem fixar a população mais jovem? As empresas têm que estar sempre presentes. As empresas bem sustentadas, que cá estão instaladas, têm-se mantido pela sua resiliência e pela sua capacidade de adaptação às realidades atuais. As novas tecnologias têm tido um papel fundamental na fixação destes jovens e destas empresas. Temos o exemplo da Outsystems, uma empresa que desenvolve todo o tipo de “softwares”, que conta já com 52 engenheiros informáticos no antigo edifício dos Paços do Concelho. Estamos a ampliar as instalações e isso será traduzido, de acordo com um protocolo a celebrar com a empresa, para crescer até 100 engenheiros até ao final de 2017. É desta forma que conseguimos entrar em contraciclo e combater aquilo que é a nossa demografia e a nossa taxa de envelhecimento. Aqui envelhece-se com qualidade de vida e com grandes condições a nível turístico e paisagístico e conseguimos aliar estas qualidades ao turismo sénior.
João Lobo Presidente
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A qualidade de vida, a beleza paisagística e as praias fluviais são uma mais mais valia para os habitantes de Proença-a-Nova e para quem vos visita… Sem dúvida. Temos as praias fluviais, duas delas consideradas pela Quercus, praias com qualidade de ouro e oito percursos pedestres homologados. Temos ainda um centro de btt, responsável pela manutenção das bicicletas dos participantes, com balneários e uma zona de estar. Temos as paredes de escalada, no Vale do Almourão, afloramento rochoso que integra o Geoparque Naturtejo, património da UNESCO.
Município de pROENÇA-A-NOVA | municípios em destaque
Do ponto de vista da natureza temos uma diversidade muito grande e é importante realçar e dar a conhecer o nosso património histórico, através dos campos arqueológicos que temos vindo a realizar. Em julho e agosto vamos abrir mais duas turmas para o campo arqueológico internacional, com o apoio da Associação de Estudos Alto Tejo. Temos recebido estudantes de arqueologia da China, Estados Unidos da América e do Brasil, iniciativa que contará no próximo ano com um congresso de arqueologia internacional. Como é que é a envolvência da população local nos projetos da autarquia? A população é contactada e convidada para as iniciativas que decorrem em Proença-a-Nova e é com agrado que vemos que os cidadãos estão em sintonia com o município. Que perspetivas tem para o futuro de Proença-a-Nova? Por onde passa o futuro do município? O futuro do município passa pela empregabilidade e pela contínua aposta na atratividade de empresas e no apoio a essas mesmas empresas. O setor agroalimentar tem que ser a aposta principal no que diz respeito ao aproveitamento dos nossos recursos endógenos. Temos o queijo, o mel, o vinho, as frutas e portanto temos que tirar partido daquilo que o território nos oferece. É preciso incentivar aqueles que querem investir e que têm novas ideias, alavancálos e criar condições para que estes consigam fazer a sua vida, alicerçando estas práticas às novas tecnologias porque hoje em dia estamos ligados a todo o mundo, independentemente de estarmos ou não inseridos num meio rural. Aqui temos melhor qualidade de vida e menos custo de vida. É imprescindível modernizar estes territórios para que posteriormente se crie um universo de outras condições, que despertem outras atividades que eventualmente não estavam atentas e que com esta capacidade de inovação vão sendo atraídas para outras direções. Para além disso, o turismo também é fator central. É importante tirar partido de todo o património desta região e construir redes que, com o crescente turismo que visita Lisboa, o litoral seja atraído para os nossos territórios. Que mensagem deixaria aos cidadãos de Proença-aNova? E àqueles que ainda não conhecem a vossa terra? Para aqueles que não nos conhecem, através do nosso sítio da internet e página do facebook acompanhem os
eventos que propomos ao longo todo o ano. Contudo, o mais importante é visitarem-nos para tirarem partido do que é o nosso território. A gastronomia aliada às paisagens e ao ecoturismo são face de uma mesma moeda que, com os vários polos industriais e as facilidades que oferecemos para investir e empreender em Proença-a-Nova, nos fazem hoje um local de excelência na região da beira Baixa. Os proencenses que foram construindo este concelho
são chamados sempre, para darem o seu contributo no desenvolvimento que todos desejamos. O presidente da Câmara tem o dever primeiro de servir mas são os proencenses na sua totalidade, residentes e na diáspora, o fator decisivo para projetar o futuro do concelho. Invista, desfrute e viva Proença-a-Nova.
municípios em destaque | município de pampilhosa da serra
“Fazemos uma gestão do município muito humanizada”
Pampilhosa da Serra é uma vila tipicamente serrana, sede de município, situada na região centro do país, caracterizada pela sua paisagem montanhosa, de casas de xisto e paz de espírito, atravessada pelo rio Unhais. As sucessivas mudanças no percurso da história deste concelho têm contado com uma população atenta, de homens e mulheres determinados que, com um forte espírito de consciência coletiva, têm feito do seu concelho um território coeso e com identidade. Prestes a concluir o seu segundo mandato, José Brito, presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, faz o balanço dos projetos que têm vindo a ser desenvolvidos pela autarquia, suscitando a análise e discurso das medidas e projetos de futuro para o concelho.
Atualmente as câmaras municipais têm passado por um período difícil. O quê que é preciso para manter uma boa gestão de um município? Este município não tem dinheiro mas também não tem dívidas. Grande rigor e uma grande preocupação por parte daqueles que me antecederam em nunca dar um passo maior do que a perna foi a receita. Obviamente que não fizeram tudo aquilo que tinham em mente, assim como eu, mas tiveram sempre a consciência de que não podiam hipotecar o futuro do concelho. Esse foi o grande fator que fez com que este município continue estável a nível financeiro. Atualmente qual é o problema que precisa de maior intervenção no concelho? O nosso concelho tem sido vítima de algum virar de costas por parte do Poder Central. Temos sentido muito o peso da desertificação humana. Atrair investimento, criar postos de trabalho e fixar pessoas é o grande objetivo, neste concelho com uma excelente qualidade de vida.
José Brito Presidente
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O que tem feito para promover a fixação dessas pessoas? Temos apostado muito no turismo de natureza. Nas praias fluviais, nos percursos pedestres, no BTT, nas Aldeias do Xisto, etc. As nossas praias são muito conhecidas pela sua qualidade. Em 24 bandeiras azuis de praias interiores, tivemos três, bem como duas que foram classificadas com qualidade de ouro. Para além dos nove percursos pedestres onde as pessoas circulam por paisagens maravilhosas com excelentes condições, o cicloturismo tem sido um dos entretenimentos mais praticados nos nossos territórios. Temos estradas propícias e a circulação automóvel não é assim tão elevada, o que faz com que as pessoas circulem com maior segurança. Pela terceira vez consecutiva, realizar-se-á também de 12 a 21 de agosto, em Pampilhosa da Serra, o “Seaside Sunset Sessions” que contará com a participação de grandes nomes da música eletrónica. É um evento que conta com o alto patrocínio da Seaside e que atrai milhares de pessoas à vila de Pampilhosa da Serra.
Município de pampilhosa da serra | municípios em destaque tão bom temos. Muitas são as iniciativas que mostram claramente que fazemos uma gestão do município muito humanizada. As novas tecnologias também têm sido uma grande aposta. Criámos dez “pontos mais”, com o objetivo de dar resposta às necessidades quotidianas das pessoas. É um serviço de proximidade que se destina a ajudar todas as pessoas e a tornar o dia-a-dia de cada uma delas mais simples e agradável. O quê que gostava de ver concretizado até ao final deste seu mandato? Estou esperançado que seja melhorada a nossa ligação a Pedrógão Grande, que por sua vez nos liga ao IC8 e à A13. Desta forma, a nossa ligação a Coimbra e a Lisboa terá acessos mais facilitados. Esse é o meu grande objetivo, mas obviamente que isso não depende de mim. Temos também sinalizadas uma série de obras e de ações para este próximo quadro comunitário. O plano estratégico elaborado por pessoas que conhecem bem o terreno indica claramente o caminho a seguir e as obras que são mais importantes para que a qualidade de vida, no nosso concelho, seja cada vez melhor.
Quais são as suas expectativas para este verão? As melhores. Temos cerca de 80 coletividades com sede em Lisboa na nossa casa do concelho, que sempre se mantiveram ligadas às suas terras. Estas coletividades foram, em tempos, responsáveis pela construção de algumas infraestruturas e, apesar de estarem longe, continuam a manter uma relação muito próxima com a terra que os viu nascer. Todos os anos vêm passar aqui as suas férias, o que acaba por mexer com a economia local. Durante o mês de agosto a população quintuplica e passamos de cinco mil para 25 mil habitantes. É uma mais-valia para todos e incentivanos a fazer cada vez mais e melhor, para que estas pessoas se sintam em casa. São também muitas as pessoas que nos visitam, sem que tenham ligações a este concelho, mas por saberem da excelência que temos para oferecer. Com uma população cada vez mais envelhecida, o que tem feito para oferecer as melhores condições à população sénior? Preparamos com frequência encontros entre os séniores de todas as freguesias de Pampilhosa da Serra. Para além disso, vamos promover novamente o encontro entre freguesias. Esta iniciativa consiste em fazer um calendário para saber “quem visita quem” e posteriormente, a freguesia que recebe a outra programa o convívio e explica às pessoas o que há de melhor no seu território. Num concelho como esta grande dimensão, há por vezes pessoas que desconhecem aquilo que de
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municípios em destaque | município de murça
Uma terra de encanto que vale a pena
descobrir... Fomos até Murça e conversámos com José Maria Costa, presidente do Município e ficamos a conhecer um concelho cheio de potencialidades.
José Maria Costa Presidente
Quem visitar Murça não pode deixar de prova o mel, o queijo de cabra e os maravilhosos enchidos, produzidos na região. A promoção dos produtos endógenos no país e além fronteiras é uma das principais preocupações deste executivo? Sim, é verdade, quem visitar o concelho de Murça fica desde logo obrigado a degustar uma simpática diversidade de produtos. O facto do concelho ocupar um espaço que vai do Douro, à Montanha e à Terra Fria, conferelhe condições que permitem a diversidade da produção de variados bens e produtos. Contudo, para que se perceba melhor, será conveniente clarificar que as caraterísticas de solo, relevo e clima se alteram e determinam identidades próprias. Assim, a sul da vila de Murça e até ao rio Tua predomina
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a vinha e o olival, num espaço de território designado de Terra Quente, integrado na região demarcada do Douro. A Norte, a Terra de Montanha com a floresta, a pastorícia, a fruta e a castanha. A poente, a terra Fria no planalto de Jales, sobretudo com castanha. A variedade é abundante e os sabores genuínos. O bom vinho do Douro, um dos melhores azeites transmontanos, a castanha, frutas diversas, o mel, o bom cabrito e os tradicionais enchidos de Murça são produtos de referência e como tal a sua promoção e divulgação estão sempre na primeira linha, pois daí depende em muito a vitalidade deste concelho. O papel dos produtores e da autarquia são fundamentais e é com esse objetivo que há vários anos a esta parte promovemos a realização da Feira do Azeite, do Vinho e produtos regionais bem como, sempre que possível, apoiamos a participação em exposições no estrangeiro como aconteceu em 2015 através da presença na Feira de Nanterre em França. Em termos de património natural, a beleza paisagística é um dos pontos caracterizadores do concelho. Quais as atividades turísticas desenvolvidas pelo município no sentido de potenciar esta caraterística única? A diversidade identificada anteriormente oferece ao visitante imagens logicamente diferentes em função da zona, num espaço tipicamente rural em que os meses de Maio e Junho vestem uma paisagem de mil cores e onde o verde dos vinhedos se estende adornando quilómetros de socalcos de xisto. As diversas enseadas e linhas de água como que num acordo perfeito se dirigem ao rio Tinhela que as encaminhará até ao Tua. Há décadas que Murça é conhecida pelo desporto motorizado, sempre um cartaz apelativo para deslocações a Murça. Atualmente com a colaboração de associações locais têm surgido novas modalidades e o BTT tem feito um bom trabalho nesse aspeto. Atualmente procuramos encontrar financiamento para desenvolver e potenciar o turismo de natureza, através da instalação de um Centro Municipal de Apoio ao Turismo de Natureza que permitirá acolher e oferecer aos amantes deste tipo de turismo boas condições e variados programas. Também o facto de integrarmos o Parque Natural e Regional do Vale do Tua vem potenciar a oferta turística no território. Muito importante no concelho é a lenda da Porca de Murça, escultura representante de uma divindade do povo celta, sendo em termos de atração turística o exponente máximo do município... Sim a Porca de Murça é o elemento identificador do concelho no seu todo, mas mais do que a lenda é a escultura. A lenda, simplesmente, é a expressão da necessidade popular de encontrar um argumento, uma resposta para aquilo que não é entendivel ou conhecido. Mas, na realidade, trata-se de um berrão,uma figura animal esculpida em granito, macho, porco ou touro. Neste caso trata-se de um porco que popularmente
foi assumindo a designação de porca. Divina, protetora e vigilante, a Porca de Murça é, dentro deste tipo de monumentos, dos mais corpulentos de uma vasta região Norte e Nordeste de Portugal, prolongando-se por território espanhol. São várias as iniciativas e eventos culturais organizados pelo município, destacando-se a Feira do Azeite e do Vinho de Murça, que atrai milhares de turistas à região. Fale-nos sobre a projeção destes eventos e sobre as iniciativas planeadas para este ano. A Feira do Azeite, do Vinho e produtos regionais é na realidade o maior evento sócio cultural, econômico, turístico e de divulgação do concelho. O feriado municipal assinalase no dia 8 de Maio, data da atribuição do primeiro foral a Noura e Murça por el-rei D. Sancho II no ano de 1224 e foi neste quadro que nasceu este evento. Evoluindo a partir de feira do livro foi ganhando espaço, identidade e projeção regional e nacional, atingiu nas últimas quatro edições uma dimensão interessante, onde se vendem e promovem produtos, um concelho e uma região.Esperamos poder contar com a adesão dos produtores e artesãos locais e também alguns vindos de outras regiões e assim, através do testemunho de alguns empreendedores exteriores ao concelho, estimular os locais a enveredar por uma ou outra atividade empreendedora. Dentro de um vasto conjunto de atividades destaco a Festa do Emigrante, e a Rampa Porca de Murça. Num futuro breve esperamos ter apoio para a realização de eventos comerciais e culturais numa estratégia de apoio ao comércio local e de animação do núcleo central da vila. Em termos de intervenção social, quais as políticas e estratégias delineadas e direcionadas para a classe mais jovem e idosa do município? A este nível o município aprovou recentemente o seu plano de apoio social na área da educação, através do qual pretende enquadrar e prestar um conjunto de apoios sociais muito vasto. Murça é dos poucos municípios onde o ensino pré escolar é, praticamente, gratuito para todos e é frequentado por todas as crianças a partir dos três anos, com transportes, refeições e
Município de murça | municípios em destaque componente de apoio à família gratuitos. Ao nível do primeiro ciclo verificase praticamente a mesma situação, bem como para crianças e jovens com necessidades educativas especiais. Este ano iniciamos também o apoio a jovens que frequentam o ensino superior com a atribuição de bolsas de estudo. Para apoiar a população idosa e foi estabelecido um protocolo com o núcleo local da Cruz Vermelha. Uma parceria que permite o desenvolvimento de um projeto de itinerância e proximidade capaz de prestar apoio na área social e na saúde. Também, o município, através do Gabinete de Ação Social desenvolve ações que procuram romper o isolamento e promover o convívio e a socialização, de onde se destacam os convívio de Natal e de Verão para pessoas idosa e pessoas portadoras de deficiência, para além de um atendimento permanente e continuo a quem dele necessita. O regulamento de apoio a famílias carenciadas permite o apoio em alguns domínios, nomeadamente ao nível das condições habitacionais. Também através do gabinete de desporto é desenvolvido o projeto Seniores Ativos com o objetivo da implementação e manutenção de estilos de vida saudável através do exercício físico. Está a liderar a câmara há apenas um ano e meio, tendo já anteriormente feito parte do executivo municipal, durante mais de uma década. Como vê a evolução do concelho ao longo dos anos? O concelho de Murça tem evoluído na devida proporcionalidade das suas possibilidades, isto é, em função dos seus recursos endógenos, da capacidade empreendedora dos seus produtores e agentes econômicos e das estratégias e opções políticas tomadas, sem esquecer a capacidade de investimento global da autarquia. Podemos afirmar com muito à vontade que o investimento realizado nas diversas áreas de competência municipal foi avultado, tanto na vila como nas freguesias rurais. As infra-estruturas ao nível do saneamento básico e rede de distribuição de águas, a reorganização da rede escolar ao nível do ensino pré escolar e primeiro ciclo, com a construção de um centro escolar e rede de transportes, a ampliação da Escola Profissional, a rede viária secundária, alguma regeneração urbana, a cultura, o desporto, o apoio ao associativismo e coletividades, o apoio às atividades produtivas. Contudo, se evoluir significar ter mais pessoas, mais postos de trabalho e mais dinâmica empresarial, Murça não evoluiu, assim como não evoluiu nenhum concelho no interior do pais, mas se significar melhores condições de vida, isso sim evoluiu, melhorando o acesso a serviços e bens. Mas, por oposição ao objetivo e trabalho autárquico, algumas decisões de governos recentes produziram efeitos negativos tremendos com o encerramento e diminuição de alguns serviços do estado. Os tribunais foi o expoente máximo de uma política desastrosa para estes territórios. Mas a realidade e a verdade é que a evolução e o desenvolvimento estão sempre dependentes dos quadros comunitários de apoio e da capacidade financeira do município. Um aspeto que me parece determinante para a evolução deste concelho tem muito a ver com dois fatores, a qualidade dos seus produtos e a sua localização privilegiada após a abertura da A4. Murça aproximou-se muito dos maiores centros urbanos do norte e centro.
candidatura. Portanto, sentindo o apoio da grande maioria dos cidadãos, havendo vontade política e disponibilidade nas freguesias para formar boas equipas de trabalho, avancei na certeza de que nos seria dado voto de confiança. Para além de que ser juiz em causa própria não é o adequado, estou tranquilo para dizer que faço uma avaliação positiva do mandato em curso, sendo certo que as conjunturas local, nacional e internacional em nada têm facilitado o desempenho autárquico. A nível local, após anos de muito investimento e alterações profundas na lei das finanças locais que colocaram a autarquia em níveis de endividamento elevados obrigaram à necessidade de saneamento financeiro com as limitações daí resultantes. Logo, a gestão tem sido muito condicionada no investimento e limitada na prestação de serviços. A nível nacional, a implementação de políticas restritivas e de austeridade potenciaram o encerramento de empresas, o desemprego e o encerramento de serviços, o que levou à fuga de ativos e jovens licenciados ou não. O encerramento de um quadro comunitário e a “não abertura” do quadro seguinte com uma lógica de ação pouco disponível para as necessidades dos territórios de baixa densidade em nada tem ajudado. Quais os projetos de futuro traçados para Murça? Como já referi, neste momento, procuramos através do quadro de apoio Norte 2020 e no âmbito da CIMDouro que integramos, obter financiamentos para alguns projetos, como o Plano de Ação para a Regeneração Urbana, o qual identifica um vasto conjunto de ações materiais e imateriais de índole público e/ou privado potenciadores da revitalização do núcleo urbano da vila. Através do Plano de Ação para a Mobilidade Urbana Sustentável procuraremos desenvolver um projeto de modernidade no plano da circulação rodoviária pública e de circulação de lazer. No âmbito da recuperação e reabilitação do patrimônio, aliada ao empreendedorismo, o aproveitamento do edifício da antiga cooperativa dos Olivicultores e alguns edifícios escolares criando Núcleos Locais de Apoio ao Desenvolvimento Local. No turismo a criação do Centro Municipal de Apoio ao Turismo de Natureza, com a identificacde rotas e percursos BTT e pedonais são alguns dos projetos mais significativos. A ampliação da Zona Industrial que está em desenvolvimento
de obra e tem merecido, durante este mandato, um esforço significativo numa tentativa de captação de investimento e criação de emprego. E, como já identifiquei anteriormente, rentabilizar o facto de integramos a área de abrangência do Empreendimento Hidroelétrico de Foz Tua e respetivo Parque quer sobretudo no âmbito turístico. Manter os diferentes apoios sociais, dar continuidade ao excelente trabalho desenvolvido na área da educação e formação profissional e ainda modernizar os serviços autárquicos. Por fim, peço-lhe que deixe um convite aos nossos leitores no sentido de visitarem esta terra de contrastes e com os condimentos indispensáveis para satisfazer todo o tipo de turista. Mais que um concelho, Murça é um território habitado por gente hospitaleira que gosta de acolher os seus visitantes com alegria e simpatia, disponibilizando o melhor que tem. Este território, moldado por mãos empreendedoras e dedicadas, tem retribuído com produtos de qualidade e sabores únicos, produzidos nas mais belas paisagens rurais. A Terra Quente, a Terra Fria e a Terra de Montanha oferecem autênticos postais coloridos. Também o patrimônio histórico é único, com a Porca de Murça, o Castro de Palheiros, o Pelourinho, a Capela da Misericórdia, igrejas, cruzeiros, relógios de sol e mamoas, são elementos dignos de uma visita. Não termino sem antes deixar uma saudação amiga a todos quantos lerem este artigo mas, de uma forma especial, a todos os naturais ou com ligações familiares e afetivas ao concelho de Murça, num destaque muito especial à comunidade migrante.
Quais foram as suas motivações para se candidatar à liderança do executivo municipal e qual o balanço que faz do trabalho desenvolvido? A partir de certo momento, no caso autárquico, ser autarca é como que uma obrigação. Isto é, no meu caso e depois de integrar uma equipa durante três mandatos, evoluindo nas responsabilidades assumidas, a vivência com os munícipes, numa relação diria pessoal, os compromissos assumidos e estabelecidos e o conhecimento, como que “obrigavam/impunham” a minha
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municípios em destaque | município de figueira de castelo rodrigo
“Cuidar das pessoas é o
nosso lema” Figueira de Castelo Rodrigo comemorou o Dia do Município a 7 de julho. A Revista Business Portugal esteve presente no evento e destaca a sua importância para o concelho, em entrevista ao presidente da Câmara Municipal, Paulo Langrouva.
No passado dia 7 de julho comemorou-se o Feriado Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, dia em que foi feita a apresentação do evento “Recriação Histórica – Salgadela a Batalha”, no que consiste, quando se realiza, que importância tem para a região? O Feriado Municipal do nosso concelho, assinala o 352º aniversário da Batalha da Salgadela, historicamente designada por batalha de Castelo Rodrigo, batalha esta que deixou uma marca indelével na história do nosso País. Há 352 anos as tropas portuguesas, sob o comando de Pedro Jacques de Magalhães, derrotaram as tropas castelhanas, que procuravam reassumir o domínio de Portugal. Esta Batalha foi a única da Restauração da Independência de Portugal, que ocorreu fora do Alentejo, e veio condicionar os castelhanos, tendo-os levado a desistir de conquistar Portugal, induzindo à assinatura de um acordo de paz, em 13 de fevereiro de 1668. Dada a reconhecida importância deste feito, iremos, dar-lhe a merecida visibilidade através de uma representação histórica da época setecentista que pretende recriar a Batalha da Salgadela, que se realizará no dia 20 e 21 de agosto, dando vida à Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, envolvendo-nos a todos e fazendo-nos viajar a uma época incontornável. Paralelamente, pretende-se aliar os eventos culturais ao nosso ímpar património histórico, de forma a dar continuidade à divulgação destas valências de valor incomensurável, projetando o concelho como destino turístico de excelência. A comemoração do Feriado Municipal contou com a presença do Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, que esteve presente na inauguração de três unidades empresariais na zona industrial. Qual vai ser o contributo que estas novas empresas vão dar à economia do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo? A que tipo de atividades/setores se dedicam? No tocante, às unidades privadas que ináuguramos estamos certos que irão trazer um novo fôlego na economia local, nomeadamente através da criação de empregos diretos e indiretos e por conseguinte criação de riqueza na economia local. A Incubadora de Oficinas e Indústria, constituída por dois pavilhões é um projeto municipal que possibilita a instalação de duas novas empresas privadas, possibilitando-lhes o acesso às instalações a custos reduzidos pelo período máximo de três anos. O Centro de Inspeções de Veículos Automóveis introduz uma nova oferta de serviços aos Figueirenses
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que a partir de agora, não terão que se deslocar a outros concelhos para fazer a inspeção obrigatória aos seus automóveis e permitirá também aos limítrofes beneficiar destas valências. No que respeita à reativação da empresa Lacticínios da Marofa, que encerrou há mais de 5 anos, concretizar-se-á a sua reabertura pela empresa Insulac – Produtos Lácteos Açoreanos, SA. Prevê-se, assim, a criação de 20 postos de trabalho logo no primeiro ano de laboração e a absorção da matéria prima em abundância no concelho, o leite de ovelha e de cabra, uma vez que o nosso concelho dispõe do maior número de cabeças de gado, concretamente, ovino, do distrito. Temos, assim, pugnado por incentivar a fixação de indústria na Zona Industrial, proporcionando, para além da criação de emprego, o dinamismo económico da região.
Município de figueira de castelo rodrigo | municípios em destaque O dia 7 de julho foi um forte exemplo de dinamismo, com a realização de vários eventos, para além dos que já foram mencionados, o que mais há a destacar deste dia? Para além de termos exortado o investimento no concelho, não descuramos a sua vertente solidária e social. Na verdade “cuidar das pessoas” tem sido o nosso lema, e o melhor exemplo disso é a criação do Seguro de Saúde Municipal e a assinatura, neste Feriado Municipal, do Protocolo com a Santa Casa da Misericórdia do Porto, no tocante à teleassistência. Pois, por vivermos num município do interior do país, onde se verifica um significativo número de população envelhecida, não nos podemos conformar com o isolamento, e é precisamente para evitar este isolamento e promover a inclusão social, que assenta a motivação que nos levou à celebração deste protocolo. O projeto em causa, designado “Chave de Afetos”, tem por objeto uma resposta social cujo objetivo é prestar assistência, tendencialmente gratuita à população sénior, que se encontra em situação de maior fragilidade e risco, induzido pelo isolamento/ausência de suporte e apoio familiar, e pelo seu grau de dependência, solidão, idade e rendimentos. O programa atua através de uma rede integrada com entidades locais que sinalizam e acompanham os beneficiários. Consciente da dimensão do problema da solidão e da falta de acompanhamento da população sénior, este protocolo pretende desenvolver todo um conjunto de iniciativas com vista a colmatar ou atenuar este flagelo. Este protocolo é complementar ao projeto “estou no radar” e ao programa de apoio ao idoso, focando-se, exclusivamente, nas pessoas e nas suas necessidades. A Assembleia Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo debateu a Reorganização Administrativa do Território – Freguesias, quais foram as conclusões retiradas desta sessão? A reorganização administrativa territorial autárquica prevista na Lei n.º 22/2012 de 30 de Maio e Lei 11-A/2013 de 28 de Janeiro, traduziu-se num processo de extinção de freguesias em nome de objetivos difusos, utilizando-se como é costume expressões de estilo - coesão nacional, racionalização de recursos, melhorar a eficiência - que como
sempre não aderem à realidade. Das 17 freguesias existentes, apenas cinco se mantiveram. Todas as outras desapareceram, dando lugar a cinco novas freguesias, chamadas União de Freguesias. Não serão precisos grandes estudos, para se concluir que, nestes territórios periféricos em acelerado processo de despovoamento, o desaparecimento de um serviço público, traz mais custos que benefícios, daí que os objetivos que a dita reforma se propunha, nunca poderiam ser alcançados. O impacto financeiro perpetrado por aquele diploma legal é nulo, nada se alterando em termos de eficiência e gestão pública, nem se concretizando qualquer dos objetivos e princípios constantes dos artigos 2.º e 3.º da lei atrás referida e por outro lado, do ponto de vista da proximidade, os efeitos são muito negativos. Perdeu-se a identidade, perdeu-se um bem (a freguesia) que nestes territórios as populações sentem como seu. Mas acima de tudo, sendo a freguesia a única entidade pública que resta, com a sua extinção desaparece a presença do Estado destes espaços. Afinal a dita reforma, acabou por traduzir-se nestes territórios, num novo estilo de desertificação administrativa. Uma reforma seja qual for a sua natureza e objetivos deverá ter em conta que o país é diverso, e mesmo dentro de uma região há espaços diferenciados. Não se pode tratar tudo por igual e aplicar a mesma lei em todo o território, ignorando as
diferentes realidades. Entendemos que estes territórios da periferia têm direito, a exemplo da insularidade, a um estatuto que preveja um conjunto de regras fiscais, autárquicas, financeiras, acesso aos fundos comunitários, diferenciadoras, tendo em conta que descentralizar é aceitar a diferenciação de regimes e decisões locais. Atento ao exposto foi aprovado na Assembleia Municipal uma moção que visa sensibilizar o Governo para que num próximo processo de reorganização, o princípio defendido pelo Tribunal Constitucional que a lógica de descentralização é aceitar a diferença de regimes; Que identifique uma sub-região periférica dotando-a de um Estatuto que consagre regimes diferenciados em várias áreas nomeadamente um regime jurídico de autarquias periféricas e que de imediato reverta a extinção das freguesias, implementadas por força da dita reforma.
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municípios em destaque| município de almeirim
“Destino gastronómico mais importante do país”
O concelho de Almeirim usufrui de uma localização privilegiada, sendo servido pelas vias de comunicação mais importantes do país. Tem na gastronomia a sua maior riqueza, onde a sopa da pedra e as enguias são os principais atrativos. Damos a conhecer as potencialidades de um concelho com futuro, em entrevista a Pedro Ribeiro presidente da Câmara Municipal de Almeirim.
Pedro Ribeiro Presidente
A 45 minutos de Lisboa, em pleno Ribatejo, Almeirim goza de uma centralidade ímpar devido ao acesso às principais vias de comunicação para os vários pontos do país, “estamos servidos por excelentes vias de comunicação, como a ligação direta às autoestradas A1, A15, para todo o Oeste e também através da A13 com ligação a Setúbal e Algarve. A sete quilómetros somos servidos pela estação de caminho-de-ferro de Santarém”, explica o autarca Pedro Ribeiro, acrescentando que “dada a importância da agricultura e da agro-indústria para a economia da região, as vias de comunicação acabam por ter grande importância para o escoamento dos vários produtos”. Num concelho com 23.400 habitantes distribuídos
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por 222 km2, a gastronomia representa a principal atração para os muitos visitantes que visitam a região, Pedro Ribeiro revela que “não tenho grandes dúvidas de que hoje somos o destino gastronómico mais importante do país, comparado connosco só a Bairrada, com a vantagem de que temos preços mais competitivos, a nossa centralidade é maior e a concentração da restauração também. A estimativa aponta que por ano servimos mais de 1 milhão de refeições, o que num concelho com cerca de 23 mil habitantes quer dizer muita coisa. Neste seguimento, o município tem levado a cabo vários eventos que promovem as iguarias da região como o “Festival da Sopa da Pedra e do Petisco que acontece nos últimos dias de agosto e primeiros de setembro, uma iniciativa de promoção da sopa da pedra que decorre junto à Praça de Touros. Este ano, na freguesia de Benfica do Ribatejo, fizemos também a Semana da Enguia que vai passar a quinzena devido ao sucesso que tem alcançado”, destaca o autarca de Almeirim. Este ano o concelho comemora os 25 anos de elevação a cidade, no mês passado, realizaram-se as festas do concelho, onde “recuperámos a tradição das largadas de touros, , temos uma outra vertente que permite às associações do concelho ter as suas tasquinhas com produtos típicos, esta festa promove sobretudo o convívio entre as pessoas e os produtos da região, como o melão, as enguias e o vinho, produtos que têm contribuído para o desenvolvimento do concelho”, afirma o entrevistado.
Município de almeirim | municípios em destaque Almeirim em desenvolvimento O concelho está dotado de diversas infraestruturas que, segundo o presidente do município, contribuem “para a qualidade de vida, com uma oferta grande do ponto de vista desportivo, cultural, associativo e educativo. Neste momento, estamos a fazer alguns investimentos, vamos continuar a requalificação do Estádio Municipal, com a ampliação, há a perspetiva de criar mais dois campos com relva sintética. O pavilhão municipal tem um projeto a terminar de ampliação, adquirimos um hectare e estamos a transformar toda essa zona, estamos a criar condições para melhorar esse espaço. Na freguesia de Fazendas de Almeirim estamos, juntamente, com o clube local a promover a construção de um novo campo. Pretendemos também renovar e reforçar a oferta cultural, portanto, considero que somos efetivamente um concelho onde há dá gosto viver e visitar”, enaltece o interlocutor. Questionado sobre as motivações e o balanço que faz deste primeiro mandato, o edil explica que “já era vereador antes de ser presidente, é uma função que desempenho com gosto, a minha candidatura surgiu naturalmente, a motivação é gostar daquilo que faço. O balanço é positivo, tendo em conta as várias áreas de atuação. Os dados referentes ao período de setembro de 2013 a dezembro de 2015, demonstram que reduzimos a dívida em 25 por cento, reduzimos também o número médio de dias de pagamento aos fornecedores, neste momento, estamos com um número médio de sete dias. A par disto, conseguimos continuar a fazer um conjunto de obras, muitas delas sem apoio de fundos comunitários. De forma geral, temos vindo a dar resposta ao que são as necessidades da população, obviamente, que gostaríamos de fazer mais e melhor, mas olhando para o panorama geral do país, somos das câmaras municipais que tem feito mais investimento, mantendo naturalmente o equilíbrio das contas públicas”, revela o interlocutor. Projetos de futuro No que toca aos projetos que possam ser desenvolvidos a médio prazo, o autarca refere que passa pela “continuidade da circular urbana. Existem um conjunto de ações que já não poderão ser concretizadas, neste mandato, mas que estão a ser projetadas, como a recuperação do mercado municipal, a transformação de uma das antigas adegas do IVV (Instituto da Vinha e do Vinho) num multiusos, que possa dar resposta à parte empresarial, gastronómica e cultural. A reabilitação das escolas do 1º ciclo de todo o concelho, bem como a construção de uma creche pública, obra já garantida pelos fundos comunitários”, revela o entrevistado, concluindo que “estão previstas ainda em todas as freguesias obras de requalificação e criação de espaços e infraestruturas de apoio como parques verdes e urbanos”.
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municípios em destaque | freguesia de almeirim
o mais gratificante é ser reconhecido pela população Situada numa planície aberta no Vale do Tejo, a freguesia de Almeirim é sede do concelho homónimo, no distrito de Santarém. Com aproximadamente 13.000 habitantes, estende-se por uma área de 69,13 km² e é uma freguesia rica em história e tradição. Em entrevista à Revista Business Portugal, Joaquim Catalão, atual presidente da Junta de Freguesia de Almeirim, aborda os mais diversos temas que se vivem na região e dá-nos a conhecer os projetos do executivo até ao final do mandato.
freguesia, tornando-se um desafio para nós. Estamos a fazer um excelente trabalho e o mais gratificante é ser reconhecido pela população.” Almeirim acolhe, no seu território, um grande número de empresas dedicadas à agroindustria, setor muito forte na região. Para Joaquim Catalão, é cada vez mais importante potenciar a agricultura e a gastronomia local, de forma a envolver também a parte turística. “Temos apostado muito nestas empresas e na gastronomia da região. Desta forma temos atraído muita gente até Almeirim, o que acaba por promover o turismo local”. Enquanto autarca, Joaquim Catalão, está consciente da importância que assume, tanto para a freguesia como para o concelho, a criação de condições que constituam um atrativo para a população. Pela sua parte, o presidente da Junta está comprometido com o objetivo de fazer de Almeirim uma freguesia culturalmente desenvolvida, procurando promover diversas atividades e eventos culturais. “Todos os fins de semana temos atividades culturais no Cine Teatro de Almeirim. O vereador da cultura tem trabalhado muito bem. Há muita opção de
Joaquim Catalão Presidente
Depois de 20 anos a colaborar com a Junta de Freguesia de Almeirim, Joaquim Catalão cumpre agora o seu primeiro mandato como presidente e faz o balanço das atividades que têm vindo a ser desenvolvidas pela autarquia. “O mandato está a correr muito bem. Posso dizer que as minhas expectativas foram ultrapassadas. O que nos propusemos a fazer, em colaboração com o presidente da Câmara, está praticamente concluído. A Câmara Municipal tem-nos atribuído novas competências, nomeadamente a totalidade dos espaços verdes da
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freguesia de almeirim | municípios em destaque escolha a nível cultural. No que diz respeito ao desporto, temos muitas atividades desportivas que merecem ser destacadas. Foi realizado recentemente um torneio de futebol denonimado por José Peseiro, que movimenta milhares de pessoas durante o fim de semana. Para além disso temos também provas de atletismo e BTT, o que acaba por atrair muita gente até à cidade. Temos tido uma adesão muito grande a este tipo de eventos e com isto a restauração também tem trabalhado muito bem”. Neste âmbito, o entrevistado destaca ainda a conclusão de algumas obras estruturantes e lamenta a perda de algum património cultural que se tem vindo a verificar ao longo dos anos. “As antigas escolas estão a ser remodeladas e a ideia é transformá-las num museu interativo porque infelizmente perdemos parte do nosso património cultural. Infelizmente esse aspeto não foi preservado mas continuamos a ser uma freguesia riquíssima em acontecimentos históricos”. O rápido envelhecimento da população é atualmente um dos maiores desafios que o país enfrenta. Joaquim Catalão mostra-se preocupado com o assunto mas garante que em Almeirim o caso não é alarmante. “Felizmente somos dos concelhos mais
equilibrados do distrito. O envelhecimento da população e a baixa taxa de natalidade é um mal que está a afetar todo o país. Os jovens são forçados a sair da terra natal para estudar nos grandes centros e normalmente não regressam. É preciso investir na indústria e em empresas que se possam alocar na região para proporcionar postos de trabalho a estes jovens. A taxa de desemprego não é das mais altas do país mas ainda continua a haver algum desemprego. No que diz respeito à população sénior, temos promovido algumas iniciativas como atividades lúdicas e passeios, juntamente com a Câmara Municipal, de forma a proporcionar a estes idosos uma vida mais ativa. Temos ainda uma Universidade Senior em Almeirim, implementada com o objetivo de promover e valorizar o envelhecimento ativo, complementando a oferta gerada pela autarquia”. Dotado de um espírito jovem e interventivo, defende que uma Junta de Freguesia deve assumir-se como “braço direito da Câmara Municipal”, atuando, no terreno, com celeridade. “O nosso presidente da Câmara é muito dedicado ao concelho e faz questão de estar presente em todas as atividades. Ambos trabalhamos em
prol da população e por isso temos que manter uma boa relação”. Futuramente, o presidente anseia continuar com a dinâmica até agora implementada na Junta de Freguesia, e dá-nos a conhecer um projeto que tem vindo a desenvolver com o apoio da Câmara Municipal. “Estamos a trabalhar na implantação de um crematório. Não faz sentido as pessoas terem que ser encaminhadas para Lisboa ou para Elvas quando temos boas condições aqui em
Almeirim. É sem dúvida um bem essencial que vai servir toda a região do Ribatejo”. Em jeito de despedida, o presidente deixa uma mensagem. “Geralmente quem nos visita volta, por isso venham conhecer Almeirim e usufruam dos nossos espaços verdes, da nossa cultura, dos nossos produtos agrícolas e da nossa gastronomia”, conclui.
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municípios em destaque | freguesia de sul
“Sul biologicamente campestre”
José Pedro Maurício Pereira Presidente
É com este slogan que o presidente José Pedro Maurício Pereira nos descreve a freguesia de Sul, um território onde à riqueza da natureza e da paisagem se alia a vontade de afirmar o potencial turístico e agrícola.
Estendendo-se por uma área total de 52 km2, e contando com um universo de aproximadamente 1.100 eleitores, a freguesia de Sul afirma-se como um dos territórios mais belos, rurais e verdes de todo o concelho de São Pedro do Sul. No cerne deste ambiente único – constituindo um verdadeiro ex-líbris da natureza – encontramos a Serra de São Macário, a partir da qual “se tem uma vista ótima sobre todo o concelho e até de uma grande parte do distrito de Viseu”, introduz o presidente da Junta de Freguesia, José Pedro Maurício Pereira. Mas à Serra, que alia a “paisagem” com “bastante área florestal”, acrescentam-se outros pontos de visita obrigatórios, como é o caso do Fujaco, “uma aldeia típica, com habitações em xisto”. Já no que respeita ao património cultural e religioso, destaca-se toda uma série de construções propagadas pela freguesia, como é o caso da Capela do Divino Espírito Santo, construída no século XVI, a Igreja Matriz, ou a Capela de São Macário de Baixo, situada na serra. Fazendo jus a um património que preserva o legado de diferentes patamares da nossa
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História, são as atividades do setor agrícola tradicional – mas também de outras culturas mais recentes –, nomeadamente a produção de mirtilo, limão e tremoço, bem como a criação de porco bísaro – que mais presença marcam na economia local. Mas “outra atividade que tem conhecido alguma expansão é o setor avícola”, explica o presidente. “Temos uma produção intensa de frango de aviário (cerca de 400.000 frangos em cada campanha), na qual as pessoas têm apostado, aproveitando os incentivos comunitários”, acrescenta. Iniciativas Sempre atento às características de Sul, uma das principais metas que o executivo liderado por José Pedro Maurício Pereira (que iniciou funções em finais 2009) assumiu foi o reforço do apoio social, nomeadamente para a população idosa da freguesia. Não admira, posto isto, que a abertura no ano passado de um Centro Social com as valências de apoio domiciliário e centro de convívio, seja encarada como uma autêntica vitória para toda a população, satisfazendo carências importantes, alimentando-se ainda o processo de “criação de emprego”. Paralelamente a isso, “conseguimos fazer vários projetos ligados à floresta, como a limpeza das faixas de gestão de combustível, junto de estradas municipais e caminhos florestais”, e “de grande parte dos rios existentes na freguesia”, enumera o porta-voz. Mas uma grande atenção tem sido dada também ao setor primário. “Um dos projetos da Junta de Freguesia é o incentivo à agricultura biológica”, na tentativa de que “exista um produto diferenciado que tenha um escoamento mais fácil”, assegura. Mas também dignas de grande investimento têm sido outras áreas, como a floresta. No total, “conseguimos celebrar um protocolo com o Município de São Pedro do Sul, que inclui uma série de obras importantes para a freguesia, no valor de 750 mil euros”, onde se incluem a melhoria de acessibilidades, o alargamento e reforço de estradas e, em última instância, “permitindo assim a melhoria da qualidade de vida dos residentes”. Ao longo deste tempo conseguimos realizar obra em vários domínios (abastecimento de água, estradas e arruamentos, requalificação dos muros e entrada do cemitério, criação de espaços de lazer, património e cultura, criação de escola de música, na proteção e prevenção da floresta contra incêndios). Ao mesmo tempo, procurou-se lançar novos caminhos de inovação que permitissem captar o interesse de visitantes, turistas e empresários, pelo nosso território, pelas nossas paisagens, cultura tradicional, património e sobretudo pelo caráter acolhedor das nossas gentes. Temos consciência de que em alguns projetos conseguimos lançar apenas os respetivos alicerces, pelo que ainda muito terá de ser feito no futuro. Já reservados para o futuro, estão “vários projetos em carteira”, como a “execução de um parque de lazer” ou a requalificação do alto da Serra de São Macário. Esta última corresponde a uma iniciativa em que, à equipa de José Pedro Maurício Pereira, se aliam os esforços da Câmara Municipal e de outras Juntas de Freguesia, na tentativa de dinamizar e facilitar o contacto entre a população e um recurso verde, encantador e único que se afirma como um autêntico ex-líbris. Não apenas para o concelho, mas para todo o país.
municípios em destaque | UNIÃO DAS freguesiaS de SÃO MARTINHO DAS MOITAS E COVAS DO RIO
“Terra de lendas e
tradições” A União de Freguesias de São Martinho das Moitas e Covas do Rio estende-se por uma área de 53,72 km², no concelho de São Pedro do Sul. Com cerca de 370 habitantes, esta freguesia rural é caracterizada pela sua qualidade de vida e beleza paisagística. Em entrevista à Revista Business Portugal, José Martins, presidente da junta desta união de freguesias, fala-nos dos projetos que têm vindo a ser desenvolvidos pela autarquia, das atratividades da região e de perspetivas futuras.
José Vasco Paiva Martins Presidente
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A meio do seu primeiro mandato, José Martins, começa por explicar quais os motivos que o levaram a ocupar este cargo e faz agora um balanço destes últimos três anos como presidente da União de Freguesias de São Martinho das Moitas e Covas do Rio. “Sou natural de Sequeiros, uma aldeia desta freguesia. O presidente da Câmara incentivoume a ocupar este cargo e aceitei. Para além disso sou vicepresidente do centro social desde que abriu e ainda motorista de transportes públicos. Não é fácil conciliar tudo. São cerca de 22 aldeias para controlar e apesar de viver pouca gente em cada uma delas, há falta de mão de obra.” Com o apoio do seu executivo, tem conseguido elevar o nome da sua freguesia e mostra-se orgulhoso por aquilo que juntos têm desenvolvido. “Tenho uma excelente equipa. Trabalhamos todos em prol de um propósito comum e por isso temos que caminhar todos na mesma direção.” Como presidente interventivo que é, tenta diariamente dinamizar a freguesia e solucionar todos os problemas que vão surgindo. “Se não faço mais por estas pessoas é porque não posso. A minha freguesia tinha algumas aldeias sem água nem saneamento e neste momento já estamos a trabalhar nisso”. Festas e romarias É uma freguesia cheia de pontos de interesse, entre eles as festas religiosas e as festas civis, aldeias turísticas da Pena e Covas do Monte pela paisagem em seu redor, e a aldeia de Nodar pelo rio Paiva, não esquecer que as outras aldeias também têm a sua beleza natural. Uma das festas de maior
Telefone: (+351) 232 357 078 Telemóvel: (+351) 925 130 110 E-Mail: freguesiasmartinhomoitas@hotmail.com
relevo na freguesia é a romaria ao alto do São Macário no último fim de semana de julho, que conta a lenda. “Há quem diga que Macário era um homem cuja profissão obrigava a prolongadas ausências de casa e certo dia chegou a casa e encontrou um homem a dormir na sua cama. Macário achou que a mulher o estava a trair e cego pelo ciúme, matou o homem adormecido. Mais tarde, veio a descobrir que tinha assassinado o próprio pai, que a mulher teria acolhido em sua casa durante a sua ausência. Para expiar tão grande pecado, Macário fez-se então eremita e foi viver para uma gruta, onde passou o resto da sua vida em jejum e oração. Outros contam que S.Macário terá matado uma serpente enorme que aterrorizava os povos da Pena e da região de Covas do Rio. Aliviada com a morte do monstro, a população construiu uma capela no alto do monte em honra de S. Macário”. Entre lendas, e de modo a promover aquilo que a freguesia tem de melhor, José Martins, tem procurado melhorar os acessos e deste modo fazer com que a freguesia não fique “isolada” das demais. “A Câmara Municipal está a trabalhar num projeto direcionado ao Alto de S. Macário, o que na minha opinião tem tudo para ser um sucesso. É uma das maiores atratividades da freguesia e estamos a tentar promovê-lo ao máximo”, conclui o autarca, esperançoso que melhores dias se avizinhem para a freguesia que o viu nascer. É uma freguesia com várias instituições viradas para a cultura, ao desporto e ação social, todos juntos construímos a beleza desta freguesia.
municípios em destaque | União de freguesias de cartaxo e vale da pinta
“É nosso dever melhorar a
qualidade de vida destas pessoas” A União de Freguesias de Cartaxo e Vale da Pinta estende-se por uma área de 28 km² e surge por agregação da freguesia de Cartaxo com a freguesia de Vale da Pinta, fator que determinou a cessação jurídica destas duas autarquias locais, embora se mantenha a sua identidade histórica, cultural e social. Numa visão generalizada sobre ambas as freguesias e o contexto político e social em que ela se insere, o Presidente Délio Pereira faz o balanço das atividades da autarquia e aborda os mais diversos temas que se vivem atualmente na região.
O que o levou a assumir o cargo de Presidente da União de Freguesias de Cartaxo e Vale da Pinta? Fiz parte desta freguesia de Cartaxo durante dois mandatos como secretário. Em 2005 fui convidado pelo anterior presidente, Manuel Luís Salgueiro, para integrar a sua equipa. Aceitei, tendo em conta o grau de amizade que mantinha com o presidente e em 2013, voltou a fazerme um convite, mas desta vez para assumir a presidência desta União de Freguesias. Achei que tinha capacidade para o fazer e aceitei. Considera que esta agregação da freguesia de Cartaxo com a freguesia de Vale da Pinta foi uma mais valia para a população e para a região? De uma forma geral esta união foi favorável. Acredito que temos feito um excelente trabalho e hoje as comunidades vivem tranquilas e sem esse peso que aparentemente
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seria dramático para a população. Há freguesias que não são sustentáveis financeiramente porque não conseguem criar receita suficiente para se manterem no ativo. Numa altura destas, em que as autarquias não têm recursos, temos que nos unir e partilhar os meios que temos disponíveis para ultrapassar as dificuldades. Quando a lei das agregações saiu estava prevista a agregação de Vila Chã de Ourique com a freguesia de Cartaxo. A proposta foi alterada e agregamo-nos a Vale da Pinta. Infelizmente fomos encontrar a freguesia de Vale da Pinta com sérias dificuldades financeiras e não sentimos grande hostilidade por parte da população. Felizmente o Cartaxo mantinha uma situação financeira estável e permitiu-nos fazer face a esta investida. Até ao final deste ano esperamos ficar com todo o passivo saldado. Contrariamente do que a população pensava, conseguimos ultrapassar estas dificuldades e conservar a aldeia e os funcionários. Demos sempre prioridade a tudo o que fazia parte de Vale da Pinta e penso que a freguesia ficou a ganhar com esta União
União de freguesias de cartaxo e vale da pinta | municípios em destaque
cada vez mais evidente e é um problema que nos vai afetar muito futuramente. Caminhamos para a desumanização da sociedade e diria quase para a sua extinção. Estamos a evoluir drasticamente em termos tecnológicos e cada vez mais o homem está a ser substituido pela máquina. Desta forma, penso que a médio/longo prazo as pessoas vão deixar de ter fontes de rendimento.
de Freguesias. Neste momento estamos a fazer face a algum investimento, nomeadamente a nível de equipamentos. Adquirimos uma viatura de caixa aberta basculante, um trator, uma roçadora de bermas e um reboque para transportar esses equipamentos. Melhoramos substancialmente a nível de equipamentos para podermos dar resposta às necessidades da cidade. Qual é a sua opinião sobre a emigração forçada dos mais jovens, principalmente dos mais credenciados? É preocupante. O concelho de Cartaxo está, de facto, a passar um momento dramático a nível de desemprego. Os jovens recém licenciados não têm forma de se fixar e por isso têm que emigrar ou partir para zonas mais populacionais como Porto e Lisboa. O envelhecimento está
Até ao final do mandato quais são as suas prioridades? Que obras gostaria de deixar concluídas? A minha grande preocupação neste momento é saldar o passivo que herdamos. É preciso conseguir cumprir com os planos de pagamento que estabelecemos e ao mesmo tempo temos que fazer algo pela qualidade de vida das pessoas da região. Neste momento a população está a atravessar graves problemas financeiros e se as autarquias ficarem impossibilitadas de criar essas respostas, mais complicada ficará a vida dos nossos fregueses e municípes. É da nossa responsabilidade respondermos às necessidades da população, melhorando as estradas, os passeios, as zonas de lazer e as zonas verdes, de forma a voltar a trazer ânimo à população. A cidade está deprimida e é nosso dever melhorar a qualidade de vida destas pessoas. Apesar da situação difícil em que se encontram, que mensagem deixaria a alguém que ainda não conhece a vossa cidade? É altura de fazer um esforço para melhorar e atrair as pessoas até ao Cartaxo. Somos um povo acolhedor e gostavamos de poder dar melhores condições às pessoas que nos visitam e às pessoas que cá vivem para que se possam fixar na cidade e para progredir nas suas vidas.
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municípios em destaque | freguesia de oliveira do conde
Património histórico e cultural de relevo
João Acácio Bastos Presidente
A Freguesia de Oliveira do Conde, concelho de Carregal do Sal, é composta por oito povoações, sendo uma das maiores do concelho. Além da sede de freguesia existem os lugares de Azenha, Albergaria, Alvarelhos, Fiais da Telha, Oliveirinha, Travanca de São Tomé e Vila Meã. Outrora sede de concelho, Oliveira do Conde recebeu o Foral de D. Dinis, em 1286 e D. Manuel, em 1516, permanecendo desde essa data Vila, a mais antiga do concelho de Carregal do Sal. Fomos conhecer uma das freguesias mais ricas da região em património histórico e cultural, numa entrevista ao presidente João Acácio Bastos.
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A região é o destino ideal para os apreciadores do património histórico, já que é rica em vestígios e monumentos, como explica o entrevistado, “temos o Circuito Pré-histórico FiaisAzenha com as suas antas, onde existe a Dólmen de Orca que é Monumento Nacional. A Igreja Matriz de Oliveira do Conde é uma das mais importantes do distrito de Viseu, onde está o túmulo Fernão Gomes de Góis, classificado como Monumento Nacional. Há vestígios históricos espalhados por todo o concelho, nomeadamente nesta freguesia. Existem diversas casas solarengas como a Casa Grande, Casa do Visconde”. Mas nem só de história vive a região, a freguesia de Oliveira do Conde é rica e reconhecida como uma das mais importantes na produção de vinho do Dão, “com as novas plantações de vinhas e os novos proprietários são produzidos vinhos de excelência. Neste momento, na freguesia existem cinco produtores engarrafadores que são: Quinta das Marias, Quinta Mendes Pereira, Magnum Vinhos, Quinta Ribeiro Santo e Quinta do Cerrado-União Comercial da Beira, cuja produção tem impacto na economia da região”, revela o interlocutor. Ainda no que diz respeito ao tecido económico da freguesia, “existe o Parque Industrial de Sampaio, onde estão sediadas as indústrias mais importantes do concelho, responsáveis por centenas de postos de trabalho”, revela João Acácio Bastos. Oliveira do Conde tem uma série de valências que permitem à população usufruir de vários serviços relevantes para a melhoria da qualidade de vida. Na freguesia existe “Centro de Saúde, Centro Educativo, uma Delegação da Cruz Vermelha, Caritas Paroquial com lar de dia e, nas antigas instalações do Centro de Saúde, um Pólo da Associação de Paralisia Cerebral de Viseu – APCV e a Fundação José Nunes Martins-Lar de Idosos”, afirma o entrevistado. No que diz respeito à dinamização de atividades e eventos que promovem a cultura, a freguesia possui diversas entidades “incluindo três ranchos: o Rancho Folclórico Flores da Beira, de Travanca de São Tomé, o Rancho Infantil Cravos e Rosas e o Grupo Folclórico D’Alegria, ambos de Vila Meã. Temos a Associação Recreativa e Cultural de Oliveirinha (ARCO), que promove a prática do basquetebol, o NACO - Núcleo Juvenil de Animação Cultural de Oliveirinha, que tem uma excelente escola de teatro, que ombreia com o que de melhor se faz a nível nacional, a Associação Recreativa e Cultural de Alvarelhos (ARCA) que promove a natação, temos os Zés Pereiras que celebram o 1º de Maio, com almoço convívio, realizam as festas do Bussaquito, no lugar da Azenha, promovem as Marchas de São João e São Pedro que têm lugar no Parque do Cantinho
da Ribeira, em Oliveira do Conde e que juntaram as marchas de várias povoações do concelho, Travanca de S. Tomé, Fiais da Telha e Beijós. Temos ainda a Associação Recreativa e Desportiva de Fiais da Telha, Sociedade de Educação e Recreio de Oliveira do Conde, a Associação para o Progresso de Travanca de São Tomé e o Clube de Caça e Pesca Concelhio, sediado nesta freguesia”, destaca João Acácio Bastos. A completar o segundo mandato à frente dos destinos da freguesia, o presidente revela no que respeita às perspectivas de futuro, que “existem inúmeras ruas e caminhos por pavimentar, tendo sido feito um levantamento que resultou em 101 fotografias enviadas em ofício para a Câmara Municipal de Carregal do Sal, visto que estas obras são da competência deste organismo. Atualmente, está já a ser concluída a pavimentação da estrada entre Oliveirinha e Travanca de São Tomé e vai arrancar ainda uma outra, certamente este ano. Havendo ainda outras obras que têm de ser realizadas conforme as possibilidades. Neste mandato desejo ver concluída a remodelação da Praça Brasil Portugal, projeto que já está concluído pelo departamento de arquitetura da Câmara Municipal de Carregal do Sal” afirma o entrevistado, ressalvando que “reconheço que muitas das pessoas que reclamam melhorias, têm razão, mas os meios que temos ao dispor não dão para acorrer a todas as situações, tentamos sempre dar o nosso melhor”, finaliza.
municípios em destaque | freguesia de s.roque
“Tenho esta freguesia como uma paixão”
Quem o disse foi Pedro Gomes, presidente da Junta de Freguesia de São Roque (Funchal), que nos concedeu uma entrevista por forma a dar a conhecer a história da sua freguesia bem como a atual realidade social, económica e demográfica da mesma.
Pedro Gomes Presidente
Apesar de ainda se encontrar no primeiro mandato à frente desta junta de freguesia, não é de agora a sua ligação à política: “Desde muito novo que sou militante do PSD, fiz parte dos órgãos regionais da JSD e depois passei aos órgãos do partido. Fiz a minha caminhada até chegar à posição atual de presidente de junta”, explicou Pedro Gomes. Questionado sobre o balanço que faz sobre o trabalho realizado até à atualidade, o nosso entrevistado confidenciou: “Eu entrei na altura em que a crise estava no seu auge, num momento em que a população necessitava de mais ajuda e a situação económica do país era muito má. Então, desde que entrei na junta, que nos dedicamos muito à parte social, só para terem uma ideia, um terço do nosso orçamento é dedicado à ação social”, reiterou. “A nossa população é envelhecida e alguns moram sozinhos. Para minimizar esse cenário, realizamos uma série de atividades, ocupando-os de forma a combater o sedentarismo habitual nas idades mais avançadas. Trabalhamos em conjunto com a Casa do Povo da freguesia e a Segurança Social, dando-lhes formação em diversas áreas e, para além disso, apoiamos as associações desportivas e culturais da freguesia que também organizam uma série de iniciativas para este público-alvo. No que diz respeito à juventude, temos uma forte componente lúdica, cultural e desportiva, com as associações a darem “bem conta do
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recado”, projetando e enaltecendo o nome da freguesia em vários contextos, seja regional, nacional ou internacional”, aclarou. A freguesia de S. Roque tem cerca de 7,5km2 de extensão e 1248 habitantes por km2: “Somos muitos em pouco espaço”, assumiu o autarca acrescentando ainda: “Na nossa freguesia temos duas centralidades: uma perto da Igreja Matriz (Igreja de S. Roque), onde se encontram pequenos negócios de restauração e outra na zona baixa da freguesia onde podemos encontrar o Banco, a Farmácia, o Supermercado e o Centro de Saúde. Contamos ainda com três escolas básicas, uma secundária e três infraestruturas desportivas”. A falta de emprego é uma preocupação para Pedro Gomes que vê, na sua freguesia, a taxa de desemprego aumentar diariamente. Desta forma, e para combater essa fragilidade, foi criado um Pólo de Emprego, anexo à Junta de Freguesia de S. Roque, que funciona como uma extensão do próprio Instituto de Emprego: “Esta estrutura serve para ajudar nas apresentações periódicas dos desempregados e também para prestar auxílio na procura ativa de emprego, procedendo-se à pesquisa do que se pode desenvolver na freguesia. A nossa luta diária é precisamente essa, ajudar na parte social, porque, infelizmente, existem casos muito complicados”, lamentou. Aposta no turismo O turismo, muito forte em toda a Região Autónoma da Madeira, parece ser a solução para as dificuldades pelas quais S. Roque atravessa: “Nós somos um dormitório do Funchal, temos paisagens magníficas, a Igreja Matriz e temos as pessoas que são muito humanas e lutadoras. É evidente que nós também temos que olhar para o contexto económico da
freguesia de s.roque| municípios em destaque
freguesia e perceber que é necessário desenvolver a mesma, nomeadamente através do turismo. Temos, no Sítio da Esperança, uma Capela do Século XV, que foi construída pelos pastores, onde se realizaram as primeiras tosquias da Madeira. Também é defendido por diversos historiadores que foi naquela capela que foram feitas as primeiras espetadas tão características da ilha. E, existem ainda indícios, de que na época dos descobrimentos era hasteada uma bandeira
ou uma tocha que durante a noite, também no Sítio da Esperança, servia de ponto de orientação para a chegada das naus. Tudo isto forma uma história de valor acrescentado para a freguesia e o objetivo passa por desenvolver uma zona museológica a céu aberto, onde serão explanadas estas informações importantes e outras mais, pois São Roque é “rico” em história”, defendeu o presidente.
Futuro da freguesia Considerando-se um autarca próximo dos seus fregueses Pedro Gomes defende que todos os que estão no poder central deveriam ter passado por uma junta de freguesia por forma a perceber as reais necessidades das pessoas: “Todos aqueles que estão no poder central, deviam passar pelas juntas de freguesia para perceber do que é que a população precisa e sentir de forma mais próxima os seus anseios. Nós resolvemos muitos problemas que, de outra forma, iriam absorver muitos recursos e dinheiro ao estado”, garantiu. Em final de conversa, o nosso interlocutor falou-nos dos seus desejos para a freguesia que o viu nascer: “Sou um presidente bastante próximo da população. Este é um trabalho ingrato, por mais que se faça nunca atingimos a plenitude dos objetivos traçados. Nós temos que fazer isto com gosto e interpretar como uma missão. O que desejo é que o nosso projeto ao nível do turismo dê frutos tornandose numa fonte de receita e de emprego para os nossos munícipes e que a nossa população jovem aumente. Estou a fazer o meu trabalho serenamente e a população são-roquina sabe e reconhece, dando o justo valor ao meu desempenho, sendo que este é o maior “pagamento” que poderia receber. Neste momento olho com otimismo para o futuro e perspetivo o melhor para esta freguesia. Quero que todos saibam que tenho esta freguesia como uma paixão”, finalizou.
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tema | empresa
Manuel Andrade Presidente
“Aqui somos afáveis, colaboradores e muito
acolhedores” Esta foi a frase que o presidente da Junta de Freguesia do Faial, concelho de Santana – Madeira, utilizou para descrever os seus fregueses. Numa entrevista à Revista Business Portugal, Manuel Andrade exprimiu os seus desejos para a freguesia bem como todos os eventos e ações que têm sido realizados na mesma.
Iniciou-se a conversa com a descrição da freguesia do Faial aos olhos do seu presidente: “Do ponto de vista geográfico é uma freguesia muito dispersa, com uma orografia difícil, com sítios muito dispersos na montanha, cortada por duas ou três ribeiras profundas, o que torna as deslocações e os acessos ainda mais difíceis. Existe, assim, uma desertificação do Faial que se estende, também, a toda a costa norte. No que diz respeito à demografia, a população da freguesia é idosa, com a natalidade a diminuir muito e a emigração a ser uma constante”. Obras da junta de freguesia Apesar dos poucos recursos a que o executivo do Faial tem acesso para poder fazer face às necessidades da freguesia, são muitas as obras previstas e os projetos idealizados à
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espera de aprovação: “Nós não temos muitos poderes, nem logística, e são poucas as verbas e, por isso, estamos muito limitados. Mas, o que temos feito é estar próximos das pessoas, temos recorrido a programas ocupacionais para desempregados e estamos, também, a tentar chegar aos fundos comunitários para termos a possibilidade de melhorar as nossas acessibilidades internas e os acessos à freguesia. Fizémos um levantamento das levadas e veredas que têm necessidade de serem recuperadas e faremos uma candidatura por forma a obtermos fundos para isso. A nossa ideia é aprofundar duas vertentes: melhorar as acessibilidades e promover o turismo pelos nossos trilhos, porque há muita gente que tem interesse em percorrer os nossos caminhos, conhecendo as levadas e veredas da freguesia. Nós, no Faial, somos privilegiados, temos a zona balnear com uma praia que foi intervencionada e que é muito procurada no verão, com águas com qualidades excelentes. Temos uma outra baía, do outro lado, que oferece condições ímpares de acesso ao mar por parte de embarcações de pequeno porte. Sei também que, neste momento, no Faial existem 16 ou 17 embarcações para pesca amadora e esta tem sido uma atividade muito praticada pela nossa população e, por isso, com o apoio do Governo Regional da Madeira, julgo que
freguesia do faial| municípios em destaque vamos criar ali as condições necessárias para uma melhor utilização daquela baía”, enumerou o presidente. Principais eventos Apesar de pequena, é uma freguesia muito dinâmica e ativa, contando-se imensos eventos ao longo do ano: “Temos a nível de eventos a maior festa realizada na freguesia, no segundo fim-de-semana de setembro, que é a Senhora da Natividade e, logo na semana a seguir, a festa do Santíssimo Sacramento. Temos, também, a Exposição Regional da Anona realizada em final de fevereiro ou início de março. Posso salientar, ainda, o Rali do Faial (realizado no segundo fim de semana de julho) e que, neste ano, esteve num risco muito grande de não se realizar porque a Câmara Municipal decidiu não apoiar. Por último, temos também o Trial Resistência 4x4. Como podem ver, realizamos muitos eventos ao longo do ano, que permitem que tenhamos muitas visitas e, por outro lado, que as pessoas de cá saiam das suas casas, desçam dos seus sítios, por vezes isolados e convivam um pouco” Locais a visitar Numa freguesia com paisagens
deslumbrantes são muitos os pontos de paragem obrigatória no Faial, desta forma, através da nossa conversa, o presidente proporcionou-nos uma visita guiada pela sua terra natal: “Temos o Fortim do Faial, onde se pode observar um nascer do sol fantástico, e foi recentemente, eleito, por uma revista internacional da especialidade, como o melhor local da europa para esse efeito. Existe a subida da Penha de Águia e ainda contamos com um sítio pitoresco, que é uma mini capela da Senhora da Penha, toda esculpida dentro de uma pedra”, referenciou Manuel Andrade. Futuro da freguesia “As pessoas do Faial são afáveis, colaboradoras e acolhedoras”, referiu o presidente, lamentando a pouca contribuição e apoio financeiro dado pela Câmara Municipal de Santana: “Tenho pena que o nosso município não apoie as juntas e o Faial pouco ou nada tem recebido da Câmara Municipal de Santana. Devido a esse facto, os grupos culturais e associativos do Funchal, por exemplo, têm muito mais dinamismo que os nossos. Tenho que dar os parabéns aos meus fregueses pela tenacidade e pela resiliência ao longo dos
anos e estímulo para que continuem”. Sobre uma possível recandidatura, Manuel Andrade deixou em aberto: “Quanto a um novo mandato ainda não sei, ainda é muito cedo para dizer. Mas, de facto, ainda há muito trabalho por fazer nesta freguesia. Quero é aproveitar a oportunidade para convidar a todos que venham ao Faial, temos uma população acolhedora, existe uma pista de karting, estamos perto do Funchal, temos paisagens lindíssimas e excelentes restaurantes onde comer. Venham que vale a pena e não vão ficar desiludidos”, finalizou o presidente.
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residencial mariazinha - petit hotels madeira
O conforto rural e citadino
O grupo Petit Hotels apresenta uma oferta multifacetada com um hotel e uma residencial em pleno Funchal e ainda um hotel em contexto rural no concelho da Ponta do Sol.
Em plena zona velha do Funchal, está situada a Residencial Mariazinha onde os hóspedes podem desfrutar dos restaurantes e da animação noturna característica daquela zona, principalmente ao fim de semana. Alguns dos quartos incluem uma área de estar para relaxar depois de um dia agitado. Situado numa rua típica, oferece um serviço de pequeno almoço onde estão disponíveis os melhores produtos para que comece o dia com toda a energia. A outra unidade hoteleira pertencente ao grupo é o hotel Madeira Bright Star fica situado perto do Casino Madeira e oferece as comodidades de um hotel de quatro estrelas, com piscina exterior, serviço de restaurante à carta e terraços onde é possível contemplar a beleza das paisagens da serra e do mar. Num outro ponto da ilha, o grupo tem ainda o hotel rural Quinta do Alto de São João, situado no concelho da Ponta do Sol, onde é possível usufruir de uma experiência plena com a natureza. Um espaço acolhedor, calmo onde é possível acordar com o chilrear das diversas espécies de passários existentes e o barulho da água a correr nas veredas e ribeiros. Na sua próxima viagem à Madeira o grupo Petit Hotels deve ser certamente uma a escolha a considerar tendo em conta a vasta panóplia de serviços que disponibiliza.
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resort quinta do lorde
Entre a natureza e o espírito humano, a Quinta do Lorde Resort, Hotel & Marina emerge das cristalinas águas oceânicas da pérola do Atlântico, a Ilha da Madeira. Dista apenas 20 minutos da capital - Funchal - e 10 minutos do Aeroporto Internacional da Madeira. Está situado na Ponta de São Lourenço, Ilha da Madeira. A Ponta de São Lourenço é uma zona única na Ilha, com uma orografia e vegetação singular. É considerada um dos ex-líbris da região, onde o azul do mar se funde com a natureza terrestre. O hotel 5 estrelas é um dos luxuosos ex-libris do resort, onde predomina o requinte e a elegância. É composto por cinco edifícios autónomos, embora interligados por espaços amplamente ajardinados. O edifício principal desenvolve-se em torno da Praça Central e concentra a generalidade das zonas públicas, técnicas e sociais. Nos restantes quatro edifícios localizam-se as unidades de alojamento do hotel, com uma capacidade de 143 quartos. O luxuoso Hotel foi projectado num conceito de integração com a arquitectura de todo o Resort, dotado de equipamentos, materiais e decoração com um nível de qualidade consentânea com a categoria de 5 estrelas, e a par dos mais modernos hotéis do mundo.
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ARQUITETURA E ENGENHARIA Arquitetos e engenheiros podem trabalhar em diversas áreas, mas é na construção civil que normalmente atuam juntos. Em termos gerais, contrata-se um arquiteto para a elaboração da planta, que ficará encarregue da distribuição dos espaços internos da construção, do entorno e da fachada. Cabe ao engenheiro calcular a distribuição das cargas e projetar as instalações hidráulicas. As profissões chegam a confundir-se em pequenas obras, uma vez que engenheiros podem assinar projetos arquitetónicos e arquitetos podem até gerenciar obras de pequeno porte. Isso faz com que o número de engenheiros, que posteriormente procuram uma graduação também em arquitetura e vice-versa, seja muito grande. Engenheiros-arquitetos evidenciam uma melhor qualidade de projetos a partir da dupla formação. Nas universidades, as licenciaturas tendem a ser muito distintas. Os estudantes de engenharia civil têm uma formação mais técnica, mais sólida em ciências exatas, como matemática e física. Os engenheiros precisam de ter uma base mais profunda de cálculo, projetos estruturais, hidráulicos, elétricos, entre outros. Já os estudantes de arquitetura, focam disciplinas como história da arte, conforto ambiental, desenho e projeto arquitetónico. Ainda assim, engenharia civil é um dos cursos com mais ampla área de atuação no mercado. Se a construção civil representa o auge da união entre arquitetos e engenheiros, estes podem ainda, trabalhar na área de saneamento, de transportes ou até na de geotecnia, por exemplo. Já os arquitetos têm como área de atuação mais específica as restaurações, o paisagismo e o design de interiores.
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Especialistas em tetos falsos e decorações Aceritmo – Tectos Falsos e Decorações, Lda., é o nome da empresa localizada na Póvoa de Varzim e que está a cargo dos sócios Tony Faria e Nélson Viana. A Revista Business Portugal esteve à conversa com os empresários e apresenta-lhe agora todos os serviços prestados pelos jovens.
Tony Faria e Nélson Viana Sócio-gerentes
particulares, os outros 80% dizem respeito ao serviço para outras empresas”, afirmaram os jovens empresários. O grande volume de trabalho realizado para outras empresas deve-se à grande lista de clientes que confiam na Aceritmo. Destacam-se as empresas: Garcia & Garcia S.A., Construções Capela Braga, Melom Obras, Construções Adelino Figueiredo, WPR Gestão de Projetos, Lda., Francfil, Lda., Fercopor – Grupo Alberto Ferreira da Costa e Nova Vaga, Lda., etc, aos quais os administradores da Aceritmo querem demonstrar todo o seu apreço e consideração.
Em início de conversa foi Tony Faria quem nos explicou a origem desta empresa: “Eu sou medidor orçamentista, tirei o curso na Mota-Engil e trabalhei dois anos numa empresa da área, até que decidi abrir o meu próprio negócio. Tudo começou em 2007, fui eu que abri a empresa com um amigo mas, passados três anos, ele saiu e veio o Nélson, o meu atual sócio. A verdade é que a empresa foi crescendo, só para vos dar um exemplo, nós começámos com dois funcionários e já temos 17”, explicou.
Novos projetos e novos mercados A crise no setor da construção civil, evidenciada nos últimos anos, não abalou a empresa dos sócios e amigos Tony Faria e Nélson Viana: “Nós não sentimos a crise da construção civil, a reabilitação urbana do Porto deu-nos muito trabalho na área do gesso cartonado, tetos falsos, divisão de gabinetes e armazéns. Desta forma, prevemos que esta empresa cresça nos próximos anos, não só a nível nacional como internacional. A França é um mercado em que temos feito alguns trabalhos mas podemos e queremos fazer mais. Para isso vamos ter que, nos próximos meses, contratar e formar mais pessoal. Lá existe muito trabalho para nós e será, claro, uma aposta nossa”, confidenciaram. A juntar a isto, existe ainda uma ideia inovadora a ser pensada pelos administradores da Aceritmo, trata-se da construção de casas totalmente feitas em estruturas metálicas e materiais como o gesso cartonado: “Queremos implementar em Portugal esta técnica já tão utilizada noutros países. A vantagem deste tipo de obras é que constituem um trabalho rápido”, finalizaram.
Serviços prestados e principais clientes Especialistas em revestimento de interiores de paredes, tetos e em isolamentos acústicos e térmicos, na Aceritmo realizam-se, também, trabalhos ao nível da decoração, nomeadamente: lojas, escritórios, etc. “Nós fazemos subempreitadas, ou seja, somos contratados por outras empresas para fazer os nossos serviços. Cada vez menos trabalhamos para particulares, neste momento cerca de 20% da nossa faturação anual é conseguida através de clientes
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arquitetura e engenharia | e+perfil
Eficiência, qualidade e inovação
Com uma equipa jovem, dinâmica e eficiente, a E+ Perfil é considerada “filha” da crise. Criada em 2009, altura em que muitas empresas fechavam portas, contra todas as adversidades, Pedro Fonseca e Dario Teixeira decidiram arriscar e criar o próprio negócio dedicado ao comércio por grosso de alumínio.
Após alguns anos a trabalhar no setor do alumínio, os dois sócios decidiram investir num novo projeto de raiz, como explica Pedro Fonseca, sócio-gerente da E+ Perfil, “trabalhava numa empresa do mesmo ramo, onde adquiri todo o know-how. Apostámos num novo projeto, não foi na altura mais fácil, mas aprendemos muito, o mercado era exigente, adaptámo-nos, tentámos responder sempre às necessidades dos clientes. Na altura, existia muita mãode-obra disponível e tentámos recrutar os melhores. Ao longo de sete anos, crescemos e evoluímos. Iniciámos atividade num armazém com 600 m2 e hoje já trabalhamos num espaço com 2500 m2. Começámos com uma equipa de seis colaboradores e hoje já somos 20. Tudo isto representa uma evolução muito positiva”. A E+ Perfil dedica-se ao comércio por grosso de alumínio e “armezanamento de material já acabado, pronto a ir para o cliente, temos também o armazenamento de material em bruto, que é preparado, consoante a necessidade de cada encomenda. Desenvolvemos a componente industrial onde damos a coloração e o acabamento final ao produto, dando resposta às exigências das encomendas. Anteriomente, tínhamos apenas a parte do comércio, neste momento, acrescentámos o armazenamento, transformação e acabamento”, refere o entrevistado. Questionado sobre o que distingue e diferencia o trabalho da empresa que lidera, o interlocutor afirma que “estão sempre prontos a responder às necessidades dos clientes, num curto espaço de tempo, garantindo a qualidade. Na E+ Perfil podem contar com uma empresa que está na senda da inovação, através de novas parcerias, procurando sempre melhorar a capacidade de resposta”, explica Pedro Fonseca. Atualmente, a empresa opera para todo o país, mas grande parte da atividade está concentrada na zona norte do país, devido à localização e proximidade com a sede. Sobre os principais mercados de destino, o entrevistado revela que “indiretamente há muito material
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que vai para o estrangeiro, porque muitos dos nossos clientes estão a trabalhar para fora, nós estamos vocacionados realmente para o mercado nacional”, acrescentando que, no que toca aos setores a que se destina o trabalho, “estamos dependentes da construção civil, apesar de este ano ter arrancado de forma tímida, o mercado tendo vindo recuperar. Na E+ Perfil estamos em linha ascendente, registando todos os anos um crescimento na ordem dos dois dígitos”, esclarece o interlocutor. Vantagens do alumínio A empresa com sede em Fajozes, Vila do Conde, trabalha com um dos materiais mais utilizados na construção civil, “devido à sua capacidade térmica e acústica, há a concorrência de outros materiais, mas o alumínio é o que tem revelado melhor capacidade de resposta. Hoje em dia, à nossa volta, quase tudo tem um componente de alumínio, portas, janelas, roupeiros, etc. Optamos, essencialmente por trabalhar com produtos portugueses, 99 por
e+perfil | arquitetura e engenharia cento dos nossos parceiros de negócio são nacionais, uma aposta ganha, temos excelentes parcerias”, reconhece o entrevistado. A empresa está vocacionada para construção de sistemas de abrir e de correr destinados a “portas, janelas, vitrais, tudo aquilo que envolve o fechar de uma habitação, desenvolvemos também componentes para a indústria”, esclarece o sócio-gerente da E+ Perfil. Atualmente, procuram manter o ritmo de crescimento registado desde a criação da empresa, apesar de este ano ser um pouco atípico, pois o mercado regista uma tendência de estagnação. A contribuir para este crescimento sustentável está a aposta na imagem da empresa, com a criação de um novo site que vai permitir aproximar os clientes da E+ Perfil. No que diz respeito aos projetos de futuro, os dois sócios pretendem continuar a trabalhar, tendo em conta a tendência de crescimento que a E+ Perfil tem registado ao longo destes sete anos. A ampliação das instalações, a contratação de novos colaboradores, o crescimento e o desenvolvimento da E+ Perfil, que pode passar até pela abertura de novas filiais, são os objetivos e projetos que fazem parte do pensamento de quem lidera a empresa.
Pedro Fonseca e Dario Teixeira Sócios-gerentes
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arquitetura e engenharia |A+arquitectura
“Projetamos sonhos”
Com quase 20 anos de existência, o gabinete de arquitetura foi reunindo um vasto portefólio com projetos nas áreas da indústria, habitação, urbanismo, equipamentos de ação social e reabilitação. Fomos conhecer o trabalho de Vítor Silva e Bárbara Miranda, os rostos da A + Arquitetura.
Bárbara Miranda e Vítor Silva Administradores
Designado até 2008 como Atelier do Boído, o gabinete adotou desde 2008 o nome comercial de A + Arquitetura, quando surgiu em 1998, “éramos três sócios, fomos crescendo até ao pico da construção, em 2003, nessa altura foi quando as grandes obras em urbanizações pararam. Inicialmente, trabalhávamos muito em investimento habitacional, houve alturas em que fizémos 3500 apartamentos num ano”, explica o arquiteto Vítor Silva. Após 2003, o atelier sofreu algumas remodelações, com a saída de dois associados, atualmente, Bárbara Miranda e Vítor Silva dedicam o seu trabalho a diversas áreas e oferecem aos clientes um vasto leque de serviços: projetos de arquitetura, coordenação de projetos, fiscalização e acompanhamento de obras, pareceres técnicos, peritagens e vistorias, estudos de viabilidades, apoio a candidaturas, projetos de execução, consultoria, legalizações e levantamentos. Os entrevistados esclarecem que no presente “onde temos mais trabalho, no qual nos fomos especializando, é na parte social com a construção de IPSS, lares e centros de dia. Existem vários projetos à espera da aprovação de apoios do QREN, neste momento, há dois privados a decorrer. Trabalhamos também no segmento das casas unifamiliares, foi a área onde elaborámos mais trabalho nos anos complicados da crise. Há alguma procura para a construção de habitação, visto que existe pouca construção nova no mercado. Sentimos também que a indústria está a puxar pelo mercado, temos tido alguns trabalhos neste setor. Em termos de obra pública, temos como exemplo a reabilitação do edifício da Câmara Municipal de Seia, a praça frontal e o espaço de apoio às aldeias de montanha”,
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esclarecem Vítor Silva e Bárbara Miranda. Os trabalhos mencionados são o exemplo da vasta experiência e portefólio do atelier, ao que ainda se somam projetos de reabilitação na cidade do Porto e dois hotéis na zona de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Questionados sobre os aspetos que diferenciam a atuação da A + Arquitetura, os interlocutores destacam que, “tudo o que fazemos é em função dos interesses, prioridades e vontade dos clientes. Não criamos, nem impomos uma imagem, o nosso princípio é: cada projeto tem de ser ao gosto do cliente. Por exemplo, a casa de uma pessoa junta muitos sonhos, expetativas e temos de perder muito tempo a tentar perceber e apreender o gosto do cliente”. Quanto aos traços que caraterizam a arquitetura desenvolvida pelo atelier, os entrevistados revelam que “as pessoas gostam dos espaços grandes, o que por vezes, se torna desconfortável, tentamos compensar isso com espaço e luminosidade, num conforto equilibrado entre a luz e o exterior”. Elaborando um retrato do setor em Portugal, os arquitetos entendem que “está melhor, mas existem problemas, com a legislação, ao permitir remodelações em edifícios, sem qualquer tipo de licença, sem qualquer controlo. A burocracia existente também representa um entrave, por exemplo, os municípios interpretam a lei de forma diferente, cada um tem o seu procedimento”. Quanto ao futuro da A + Arquitetura, Vítor Silva e Bárbara Miranda afirmam que “temos muita coisa em mente, esperamos que os grandes projetos possam vingar, já que a situação económica parece estar a melhorar, se assim for, temos a intenção de nos expandirmos”, concluem.
all guest engenharia | arquitetura e engenharia
O convite vai-se fazendo, a engenharia também Dedicando-se à prestação de serviços, a All Guest Engenharia providencia apoio à indústria, empresas de construção civil, obras públicas e clientes particulares, trabalhando em estreita proximidade com estes na conceção e realização dos seus projetos.
Lurdes Silva Administradora
O convite está feito e é esse mesmo convite que vem dar nome à empresa: All Guest. Corria o ano de 2010 quando a empresa de engenharia nasceu, na freguesia de Loureiro, em Oliveira de Azeméis. Na altura, conta Lurdes Silva, atual administradora da empresa, “fazia sentido nesta área geográfica uma empresa como esta. O meu marido pertencia à área da construção civil e achei por bem criar a minha própria empresa”. A All Guest encontra-se hoje vocacionada para as áreas de Higiene e Segurança no Trabalho, Coordenação e Fiscalização de obras públicas e particulares, Coordenação de Segurança em Obra e Topografia, Análise de Projetos, Elaboração e Lançamento de concursos de empreitadas, Análise de propostas e negociação, contrato de empreitada, Receção provisória e Fecho da obra. Os projetos realizados encontram-se espalhados por diversos pontos do país. O serviço de coordenação e fiscalização de empreitada revela-se como um serviço completo e profissional, do qual fazem parte o contacto com as entidades oficiais relacionadas com a obra, o acompanhamento e controle de obra com a verificação de produtos e materiais,
processos construtivos e a realização e coordenação dos trabalhos, emissão de relatórios de progresso de obra e balizamentos da mesma. A Coordenação e Fiscalização de Obras é hoje uma actividade essencial na área da construção, dando resposta à complexidade crescente que estas apresentam e constituindo um dos vetores fundamentais para garantia da sua qualidade global. “Sabemos ouvir”. A pensar em cada um dos seus clientes e na melhor forma de os servir, a All Guest procura escutar atentamente cada proposta que lhe é apresentada. Assim se cria uma relação de total confiança, empatia e proximidade ao longo de todo o projeto. “Temos de ir ao encontro daquilo que o nosso cliente pretende e não impor o que é mais vantajoso para nós, mas sim para ele”, refere Lurdes Silva. “Não queremos um cliente, queremos um parceiro!”, declara ainda. “Sabemos concretizar”. A All Guest é constituída por especialistas devidamente formados. Empenhados em contribuir para o sucesso dos clientes, a empresa tem mostrado encontrar as melhores soluções para cada caso em particular. “Queremos ir ao encontro das expetativas do cliente, ou mesmo supera-las”, afirma a administradora. Lurdes Silva, a fundadora da empresa, tem uma comprovada experiência nas áreas de construção e engenharia. Para a administradora, sinceridade e honestidade são valoreschave para o sucesso da All Guest. “Temos que ser claros e abertos. Temos ainda que ser competitivos, ter garra”. Tem ainda projetos que diz querer levar a cabo. Entre os principais, a projeção da empresa numa nova vertente, já para o inicio do próximo ano. Este será um passo para uma maior valia para os clientes da empresa, com uma maior fatia de dedicação no setor do projecto e interiores. Em forma de convite, a All Guest deixa o mote para um conhecimento mais aprofundado do seu portfólio de projetos, realizados durante estes quase seis anos. Quanto à ideia chave da empresa, essa é “Ir mais além!...”.
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arquitetura e engenharia |clickhouse
a casa que se constrói num click
José Lista Administrador
Fundada em 2006, a Clickhouse veio revolucionar o papel da arquitetura modular na construção. Com um método inovador, fácil e mais rápido, a empresa dinamizada por José Lista, continua a crescer nos mercados nacional e internacional.
Desde sempre ligado ao setor alimentar, foi há 10 anos que José Lista se apercebeu das potencialidades do material utilizado na secção do frio. Feito o estudo de mercado e aprofundada a competência do material, iniciou-se a produção dos painéis de construção com as alterações necessárias. “Pelas suas características e utilização”, explica o empresário, “representa uma mais-valia para a construção civil” e diferencia-se pela sua qualidade térmica e rápida capacidade de montagem. A empresa produz casas modulares e, inicialmente, direcionou a sua atividade para o mercado africano e, só mais tarde, para o mercado nacional que, aliado à crise
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económica, começou a entender os benefícios deste tipo de construção que, para além de mais barata, é adaptável às necessidades do cliente, mais rápida, fácil de transportar, amiga do ambiente e de isolamento térmico com elevada qualidade. Segundo o José Lista, o respeito pela legislação e pelos projetos é uma das principais preocupações da empresa que conclui uma casa num prazo máximo de 45 dias, após entrada em obra. O módulo de construção é o painel e conta com várias medidas e opções, conseguindo corresponder ao que cada cliente pretende. O catálogo está à disposição com três gamas: Selection, Confort e Essential, e o modelo requerido pode ser desenhado e ajustado à necessidade de cada um. Existem casas que, pela sua facilidade, são vendidas sem montagem, onde é o próprio cliente que a faz na presença obrigatória de um técnico que supervisiona o processo que pode ser feito por fases. Este tipo de casa tem sido opção para todo o tipo de clientes e carteiras: os emigrantes que optam por uma casa mais económica e simples, os jovens casais que vêem esta casa como a primeira habitação e os idosos que preferem soluções mais práticas e confortáveis, tornando esta nova forma numa “alternativa inteligente às construções tradicionais”. De momento, a empresa atua em diversos mercados internacionais como o africano com Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe; o europeu com França e Espanha; e o mercado sul americano com o México, mas é o mercado nacional que representa a maior parte da produção. “Quando trabalhamos com um novo país, estudamos as características do local e desenvolvemos a melhor solução, cumprindo todas as regras e legislação impostas”, conta. É o caso da Nova Caledónia, arquipélago situado na Oceania, e da Holanda, onde a empresa está já em fase final de negociações para montar um show room.
clickhouse | arquitetura e engenharia Em maio de 2016, a empresa marcou presença na Feira Tektónica de forma a projetar a marca e angariar representantes, de forma a tornar o serviço mais local e de mellhor qualidade. Fruto deste acontecimento e com a expansão da empresa no horizonte, existem já negociações no sentido de conseguir representação no Algarve, Lisboa e Madrid, o que permitirá uma maior cobertura de todos os pedidos recebidos. A Clickhouse dispõe de equipas de engenharia e arquitetura, de construção dos painéis em fábrica e uma equipa de montagem e acabamentos no local. A decorrer o processo da patente desta construção em painéis, a empresa não sofre concorrência direta. “O nosso módulo é único e foi criado por nós”, explica José Lista, “não existem outras empresas a trabalhar desta forma”, existem sim, outras empresas de contrução modular com características e materiais completamente diferentes. No futuro, o plano passa por intensificar a internacionalização da empresa e atingir construções mais complexas, com andares, não descurando a rapidez que caracteriza o serviço da Clickhouse. “Acredito que este é o futuro da habitação”, termina.
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CIDADE DE VISEU Famosa pelos seus vinhos tintos aveludados e pelas iguarias gastronómicas, Viseu fascina quem por lá passa com as suas alegres festas populares, as paisagens campestres e a diversidade de tesouros culturais. A meio caminho entre o Porto e Coimbra, o distrito de Viseu fica aninhado no coração da sub-região Dão-Lafões, uma paisagem formada por densos pinhais, rios cristalinos e alguns dos mais famosos vinhedos do país. A cidade atingiu o seu apogeu na arte sacra e na arquitectura religiosa, como comprovam as inúmeras igrejas que adornam o centro histórico, o Museu de Arte Sacra e a própria Sé, um dos mais emblemáticos edifícios de Viseu e testemunho da importância desta cidade beirã como sede de diocese. A catedral de Viseu é, aliás, um excelente ponto de partida para uma visita à cidade. No Adro da Sé, um dos principais locais de interesse do centro histórico, pode encontrar, para além da Sé e dos Museus, a Igreja da Misericórdia, o pelourinho e o Passeio dos Cónegos. Aqui não é raro deparar-se com o negro granito, característico da região, emoldurando em contraste as fachadas brancas de aspecto imaculado. Depois, siga até ao Rossio, onde pode descontraidamente usufruir dos espaços verdes, ou percorra os troços da muralha defensiva erguida por D. João I e concluída apenas no reinado de D. Afonso V, que ainda se erguem para além das Portas dos Cavaleiros e do Soar. Após viver de perto a arte e a cultura da Beira Alta, há que dar ao corpo a merecida recompensa. Sair dos horizontes da cidade e descobrir, em pleno distrito de Viseu, o melhor que a natureza lhe pode oferecer na Serra do Caramulo. Enchendo os pulmões do mais puro ar enquanto perde o olhar numa paisagem imponente, ou tirando partido dos benefícios terapêuticos da água nas Termas de São Pedro do Sul, este é o lugar ideal para que o seu corpo e o seu espírito repousem com tranquilidade e deleite. Para descobrir casas tipicamente construídas em xisto, visite a Aldeia da Pena e a Aldeia da Póvoa Dão, aldeias pitorescas que personificam a influência medieval, que ainda se mantém nalgumas zonas do distrito.
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cidade de viseu | fundação marcos e ana gonçalves
Primar por um serviço diferenciado
Foi a 17 de junho de 1995 que se edificou na Quinta da Coelheira, em Tondela, Viseu, a Fundação Marcos e Ana Gonçalves, uma instituição direcionada para a população idosa que se propõem prestar todos os serviços necessários e adequados a cada utente. Filipe Vinhas, diretor desta instituição, em entrevista à Revista Business Portugal, faz-nos um balanço do trabalho desenvolvido, desde que há oito anos reformulou a identidade desta instituição sem alterar a sua génese, e fala-nos sobre os projetos delineados para o futuro.
Filipe Vinhas Diretor
Uma instituição com história “A Fundação Marcos e Ana Gonçalves foi instituída pelo Dr. José Gonçalves e sua esposa Dra. Maria Helena, que não tendo descendência, entendeu criar uma instituição de solidariedade social para apoio a pessoas idosas e perpetuar o nome dos seus pais, Marcos Gonçalves e Ana Ferreira no nome da instituição. Assim, o terreno com área aproximadamente de 9 hectares, e onde estamos implantados, foi o património com o qual foi instituída a fundação. A missão de realização e desenvolvimento das atividades estatutárias foram confiadas à Primeira Igreja Batista de Viseu que assim ficou responsável pela concretização da visão dos fundadores. A maioria das instituições estão associadas ao meio religioso. Também nós surgimos de um meio cristão evangélico, tendo a Igreja um papel preponderante, até por cumprimento estatutário, em que a instituição se compromete no exercício das suas atividades respeitar a ação orientadora da Primeira Igreja Batista de Viseu. A fundação teve um forte impacto local no seu início, como importante entidade empregadora e colmatando necessidades sociais sentidas na região. Há 20 anos as pessoas iam para os lares mais cedo. Neste momento, 86 anos é a média de idade de entrada na instituição e curiosamente ainda temos utentes que entraram naquela época”, começa por nos contar. Com mais de duas décadas de história, é notória a evolução que a instituição sofreu ao longo dos anos, no que respeita à qualidade e oferta de serviços. O rosto responsável por parte dessa evolução é Filipe Vinhas, que lidera a Fundação Marcos e Ana Gonçalves há oito anos,
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fundação marcos e ana gonçalves | cidade de viseu
constituindo recentemente como desafio, a médio/longo prazo, a alteração da atual estrutura física desta Organização Social. “A minha entrada na instituição, em 2008, coincide com a mudança de paradigma na gestão desta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS). Esta mudança era necessária e evidente, tendo sido assente numa visão estratégica que incuti nas sucessivas direções, que empenhadamente me acompanharam. Obrigámo-nos a reajustar serviços e custos da Institucionalização. Ou seja, serviços mais personalizados e profissionalizados, respondendo adequadamente às necessidades e dependências. Na mesma medida, reajustámos o custo médio por utente, tornando-o consentâneo com a exigência e necessidade de excelência, que desejamos implementar nos cuidados e serviços prestados. Muitas pessoas pensavam, e talvez alguns ainda hoje pensem, que as IPSS seriam estruturas solidárias a toda a força ou a qualquer custo. Esse princípio veio a esbater-se também pela força da economia do próprio país. Coube-me perceber e implementar uma gestão estratégica criando condições para que famílias e utentes compreendessem que tínhamos um novo ciclo pela frente. Criámos melhores condições para os utentes a nível de serviços e bem-estar, promovendo excelentes e próximos cuidados de saúde, que é uma área fulcral em todas as instituições”, explica o diretor. Projeto de reestruturação Nesta instituição, a vontade de fazer mais e melhor, oferecendo o melhor atendimento e serviço, é uma constante. Fruto disso é o novo e ambicioso projeto de reestruturação da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) e Centro de Dia (CD), que não consiste no alargamento da capacidade já existente, mas sim, na restruturação e requalificação da estrutura que este possui desde que iniciou atividade. “A instituição foi construída num terreno de socalcos, que foram aproveitados em termos de obra, constituindo desníveis estruturais. Construíram-se escadarias, rampas e elevadores que
no novo projeto desejamos eliminar. Pretendemos que os nossos utentes num futuro próximo fiquem instalados num só piso. Com o projeto de requalificação, aprovámos uma nova ala direcionada para utentes com patologias específicas, pois consideramos que estes utentes devem ter um tipo de apoio diferenciado, adequado e especifico às suas necessidades e limitações”, destaca Filipe Vinhas, frisando as especificidades do projeto. Na Fundação Marcos e Ana Gonçalves, respira-se ar puro, natureza e tranquilidade. Numa quinta com nove hectares, atravessada pela Ciclovia do Dão e pelo rio Dinha, com um espaço urbanisticamente organizado e marcadamente rural, tudo contribui para o bemestar dos utentes. Este é um benefício concedido e proposto aos seus clientes, que poucas organizações do 3º setor podem oferecer, como frisa Filipe Vinhas. “Somos uma equipa de 33 colaboradores, todos com contratos, porque não nos identificamos com os planos ocupacionais, privilegiando a formação contínua dos nossos colaboradores. De momento, temos 59 utentes em ERPI e 5 utentes em Centro de Dia, propondo a extensão do serviço de Centro de Dia também ao fim de semana. Estamos a implementar outra oferta de serviço, no âmbito do descanso do cuidador, permitindo às famílias a possibilidade de se ausentarem, confiando-nos os seus familiares temporariamente. Os nossos utentes são maioritariamente provenientes do distrito de Viseu, e temos muitos idosos em que os filhos emigraram ou se deslocaram para outras regiões do país. Não podendo substituirmo-nos nunca à família, somos o rosto mais amigo, próximo e de confiança de muitos idosos, transmitindo-lhes o amor e o afeto, alicerce dos valores cristãos”. Para rematar, o diretor desta instituição deixa uma última mensagem “será um privilégio sermos visitados para apresentarmos os nossos serviços, sendo certo que nos comprometemos, servindo com o melhor que temos e o melhor que somos”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 73
cidade de viseu | aurélio quelho advogados
Dedicação, trabalho e ousadia Natural do Porto, cresceu em Figueira de Castelo Rodrigo e, anos mais tarde, regressou à Invicta para se formar em direito na Universidade Católica. Mas, foi na cidade de Viseu que cresceu enquanto advogado. Conhecido pela sua boa disposição, ousadia e profissionalismo, revelamos em entrevista o percurso de Aurélio Quelho, um homem apaixonado pela advocacia.
Aurélio Quelho Advogado
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Advogado há 25 anos, com escritório em Viseu, nunca esqueceu as suas raízes, chegando mesmo a ter, durante alguns anos, um escritório na terra que o viu crescer, Figueira de Castelo Rodrigo. É com grande exatidão que recorda todo o seu percurso profissional, “regressei ao Porto em 1984 para estudar. Na altura entrei no ano zero da Universidade Católica. Licenciei-me no dia 3 de agosto de 1991 com a cedeira de medicina legal, que foi a última nota a sair”. Após a conclusão do curso, a sua vida pessoal influenciou a sua vida profissional, acabando por ficar a estagiar na cidade de Viseu. Após terminar o período de estágio, deu os seus primeiros passos como advogado prestando serviços de consultoria num grupo empresarial e de seguida num escritório de advogados da cidade. Até que um dia recebeu o convite para ser “chefe do gabinete de apoio à Presidência da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, onde estive durante quatro anos”. Em simultâneo fui convidado para, em Viseu, assumir funções de consultor jurídico da Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas do Norte, função esta à qual me entreguei até 2007”, explicou o entrevistado. Quando assumiu estas funções entendeu que era altura de estabelecer o seu próprio escritório como advogado em Viseu. Como explica Aurélio Quelho, “nessa altura, em consequência da experiência adquirida, entendi que era altura de trabalhar como advogado enquanto profissional liberal em Viseu, alavancado pelo crescimento do número de clientes que se ia verificando no escritório de Figueira de Castelo Rodrigo. Com o tempo, também no escritório de Viseu o volume de trabalho e o número de clientes foi crescendo, o que implicou que recorre-se á colaboração de outros colegas com maior propensão para determinadas áreas da advocacia a que fui distribuindo trabalho. O escritório foi crescendo sempre orientado por uma aposta na especialização dos meus colaboradores em função das diversas áreas de advocacia, a quem fui delegando funções sob a minha orientação e coordenação, e o meu nome profissional foi-se consolidando. Como em tudo na vida é preciso sorte, mas como costumo dizer, por vezes ter sorte dá muito trabalho. E por isso, a possibilidade surgida de poder trabalhar em alguns processos que ganharam algum mediatismo e que acabaram por correr bem, aliada ao muito trabalho e aos bons
aurélio quelho advogados | cidade de viseu resultados conseguidos, permitiram-me que hoje tenha um escritório com uma grande pendência processual, possivelmente um dos maiores, se não o maior, da cidade de Viseu”, refere. Atualmente a equipa da Aurélio Quelho, Advogados é composta por sete pessoas, sendo que cada um dos advogados foi-se especializando em determinadas áreas, designadamente do direito do Trabalho, da família e menores, administrativo isto empresarial em geral, comercial e executivo, e com particular destaque, a área criminal. Neste domínio em particular, Aurélio Quelho revela que em casos ligados à área da criminalidade económica e financeira, como seja a fraude fiscal, a corrupção ou o branqueamento de capitais, o escritório é assessorado por consultores externos, designadamente “por dois revisores oficias de contas, já que são áreas com uma componente técnica muito complexa”. Porém, como faz questão de explicar “quando é necessário ir a julgamento sou eu que o faço, embora previamente assessorado pelos restantes membros do escritório quando se trata de casos com maior especificidade, funcionando sempre em equipa”. Tendo em conta a experiência adquirida ao longo de 25 anos de exercício efetivo da advocacia, questionámos o nosso interlocutor sobre quais considera serem as caraterísticas fundamentais para vingar na profissão. Deste modo Aurélio Quelho considera que o “advogado vive também do momento e do sentido da oportunidade. Por exemplo no tribunal, mas também fora dele, há que ter o sentido do momento ideal para suscitar a questão certa. Depois é preciso ter uma grande capacidade de trabalho pois que é ela que
acabará por “ajudar” nos momentos em que só a sorte não chega. Esta é uma profissão cada vez mais exigente. Em nenhuma profissão se consegue singrar sem trabalho, dedicação e rigor. Mas esta, porque envolve um saber multidisciplinar e implica do profissional uma grande dimensão para tudo o que é o mundo e a vida, é particularmente exigente. O advogado comunga muito do múnus próprio do padre e do psicólogo, implicando sempre uma grande disponibilidade e abertura para ouvir, orientar e acompanhar o cliente a qualquer hora ou circunstância, expondo-lhe a realidade, apontando-lhe vias de solução para as questões, numa difícil tarefa de lhe dizer sempre a verdade sem o desencorajar e lhe retirar a última réstia de esperança com que muitas vezes chega até nós”. Questionado sobre a realidade atual do setor em Portugal, o nosso interlocutor considera que “ como noutras áreas profissionais, o caminho passa cada vez mais por dois vetores essenciais: pela especialização, embora sem perder de vista as relações de interdisciplinaridade que existem entre os diversos ramos do direito no âmbito de um mesmo escritório, por um lado; e a abertura a novos mercados além fronteiras. No caso concreto do meu escritório, encaramos cada vez com mais como importantes as relações profissionais com África, onde já temos prestado trabalhos quer em Angola quer na Costa do Marfim; e com o Brasil, socorrendo-nos das parcerias que estabelecemos com a advocacia local”. Quanto ao futuro do escritório, o entrevistado revela que “gostaria de manter a tendência de crescimento a que vimos assistindo nos últimos anos, e isto apesar de saber que existem muitos escritório de advogados que se veem forçados a fechar portas e que existem muitos advogados sem trabalho que lhes permita pagar as contas inerentes aqueles. Porém, a realidade do meu escritório tem-se afirmado de maneira diferente, sendo minha intenção apostar naqueles dois vetores referidos anteriormente como trampolim para esta dinâmica de crescimento”.
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cidade de viseu | sos animal
“Pela saúde dos nossos
amiguinhos!” Os animais de companhia são, cada vez mais, um membro presente nas famílias portuguesas. A propósito da saúde animal, a Revista Business Portugal visitou o SOS Animal – Hospital Veterinário de Viseu e conversou com Abel Fernandes, médico veterinário e diretor clínico do Hospital, e com Filomena Cunha, gerente do mesmo. Os nossos serviços clínicos incluem várias valências nomeadamente a urgência permanente, consulta geral, de pediatria, de geriatria, de animais exóticos onde poderão fazer vacinas, desparasitações e identificação eletrónica, análises clinicas, etc. Também estamos aptos para fazer todo o tipo de cirurgia desde a simples sutura de pele ou destartarização, à cirurgia de coluna, passando pela cirurgia ortopédica e cirurgia de tecidos moles. No seguimento destas valências obviamente estamos preparados para fazer o internamento de animais no geral (pós cirúrgico e doenças não infecto-contagiosas) mas também das doenças infecto-contagiosas sempre com vigilância permanente (24h) por médico veterinário. Dispomos ainda de um serviço de radiologia e ecografia, assim como ecocardiografia Por estas razões colaboramos com os colegas da região, confiando-nos os seus casos em que precisem de internamentos de infecto-contagiosas, de cuidados intensivos ou mesmo para diagnóstico. Desta forma conseguimos resolver quase 100% dos nossos casos no hospital.
Equipa SOS Animal
De portas abertas desde 2009, o SOS Animal- Hospital Veterinário de Viseu (HVV) é já uma referência. Como surgiu este projeto? Este projeto surgiu da necessidade de oferecer serviços veterinários em permanência 24h por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Existiam e existem ainda muitas clinicas veterinárias em Viseu, mas ainda continuamos a ser o único hospital com serviço de permanência e internamento vigiado 24h ou então seriamos mais uma clinica. Há necessidade de um verdadeiro serviço de urgência veterinária e não de um serviço de chamada - muitas vezes a espera é a diferença entre a vida e a morte e nestes momentos não queremos estar a falar com um telefone ou um intercomunicador. E por isso sempre mantivemos o serviço de urgência permanente desde o dia 16/04/2009. Um dos lemas do SOS Animal - HVV é a disponibilidade e dedicação total, assim sendo, que serviços prestam? No nosso hospital, a dedicação e disponibilidade é sempre total! E sempre “…pela saúde dos nossos amiguinhos!” A saúde dos nossos animais não passa somente pelos cuidados básicos, mas também pela saúde e bem-estar dos seus tutores, nesse sentido a equipa do SOS Animal presta todos os serviços necessários e presta o melhor serviço ao animal, sendo possível, presta também o apoio ao tutor que necessite.
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Como caracterizam a vossa equipa? A nossa equipa caracteriza-se por ser dinâmica, pró-activa e de espirito jovem. Temos médicos jovens mas muito competentes, aliados a uma equipe de enfermagem excelente e isso permite-nos estar sempre em constante motivação para melhorar os nossos serviços.
sos animal | cidade de viseu O SOS Animal - HVV não cuida apenas dos animais de companhia, mas também dos de produção e exóticos. No fundo, tratam de todos os animais? Esta diversidade requer responsabilidades extra? Os animais de produção são uma ínfima percentagem dos nossos casos, que claramente reflete o nosso posicionamento e localização. No entanto e em caso de não haver colegas de urgência na área de grandes animais um dos nossos clínicos já com alguma experiencia na área poderá fazer a consulta e resolver o caso. O mesmo se passa com os animais exóticos, onde um colega que trabalha em exclusividade na área dá o apoio necessário quando os casos são mais complexos, deslocando-se ao hospital para a resolução dos casos mais complexos (sob disponibilidade). A responsabilidade é sempre máxima. Encaramos todos os casos com o mesmo empenho e interesse como se fosse um dos nossos animais. Dependendo obviamente do que nos possibilitam fazer! Quais consideram ser os fatores que distinguem o vosso trabalho, quais são as maisvalias? Honestidade. Dedicação. Disponibilidade. Somos um Hospital Veterinário privado e como tal temos que ter receita para que possamos cumprir os nossos compromissos com fornecedores, empregados e instituições. Como tal os serviços prestados têm que ser cobrados Esta é a nossa grande limitação. Só não fazemos mais porque não podemos. Orgulhamo-nos de ser reconhecidos pelos clientes como honestos e justos. Não diferenciamos clientes, mas também não nos podemos sobrepor a instituições que são financiadas para ajuda e caridade.
Tendo em conta que grande parte dos portugueses opta por ter cão ou gato em casa, quais são os conselhos e regras fundamentais que os donos devem seguir? Ter um animal implica necessariamente um conjunto de obrigações que a “pseudo-caridade” de recolha não iliba. Se nos tornamos responsáveis pela alimentação e saúde de um animal temos de ter ou criar condições para que o possamos ter como companhia e não como capricho. Isso implica fazer as vacinações correctas e atempadas, desparasitar interna e externamente, proteger dos elementos e ter disponibilidade, principalmente se habita em apartamento, de facultar ao animal passeios diários. É necessário também ter disponibilidade de tempo para brincar e prestar atenção ao seu animal. O passeio não pode servir somente para que o animal venha fazer as necessidades ao exterior. Ele precisa de ter contacto com outros animais e outras pessoas – fazer a sociabilização! Para que o animal de companhia seja um animal equilibrado de temperamento. Importa destacar que em menos de uma década, o SOS Animal - HVV é uma referência na cidade de Viseu, quais são as perspetivas e projetos de futuro? Os projetos seguem a nossa filosofia de crescer consolidadamente. Existem alguns projectos na calha que estamos a desenvolver e no devido momento serão anunciados. Não pretendemos dispersar serviços ou criar clinicas como cogumelos… pretendemos sim, concentrar os serviços, prestá-los dentro das normas éticas e deontológicas da profissão. Somos um Hospital Veterinário com o verdadeiro serviço de urgência permanente, não somos uma clinica.
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cidade de viseu| freguesia de côta
beleza e tranquilidade A norte de Viseu e entre os rios Vouga e Paiva, existe uma freguesia tipicamente rural, orgulhosa do seu património natural. Com cerca de 43 km2 dominados por uma paisagem de pinheiro bravo, Côta apresenta um riquíssimo património material e imaterial, onde se destacam monumentos de cariz religioso, como a igreja matriz, e histórico como a ponte romana, as sepulturas, as mamoas megalíticas e a necrópole da pedralta.
Vasco Chaves e António da Fonseca Tesoureiro e Presidente
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Em termos de habitantes, a freguesia conta com 975 residentes, tendo sido vítima de despovoamento. Contudo, Côta proporciona uma qualidade de vida inigualável aos seus habitantes, aliada a atividades como a agricultura, apicultura, pecuária e alguma indústria. O facto de a freguesia estar rodeada por montanhas transmite aos locais um ambiente de conforto, paz e tranquilidade. No passado, a maioria dos habitantes praticava uma agricultura de subsistência. Hoje, os mais jovens continuam a praticar a mesma atividade com outra finalidade, visto que a produção de morangos, cogumelos e mirtilos estão em clara expansão. As novas culturas convivem com as tradicionais plantações de milho e centeio. A Junta de Freguesia de Côta já expressou o desejo de apoiar estes novos agricultores no desenvolvimento dos devidos projetos, disponibilizando meios humanos e materiais. Com estas ações pretende-se aumentar a população e dar outra visibilidade ao local. Relativamente à indústria, António da Fonseca, presidente da Freguesia de Côta, expressou a necessidade de agrupar a indústria de alumínios, serralharia e construção civil num parque, com condições propícias para a expansão. Estes postos são os únicos empregadores locais, a par do Lar da Associação de Solidariedade Social “As Abelinhas”. Sem capacidade para absorver toda a mão de obra, a freguesia perdeu cerca de trezentos residentes nos últimos dez anos. Contudo, o presidente já afirmou que “o futuro está nas mãos dos jovens”, que detêm o legado agrícola. Para melhores os próximos anos, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas disponibilizou 11 hectares de área produtiva em Vale de Cavalos para os jovens desenvolverem “os seus projetos e tornarem a agricultura rentável”. Esta freguesia, que tem a zona de Vale de Cavalos como um magnífico cartão de visita, também apresenta outras opções que fazem uma visita parecer obrigatória. Os miradouros de S. Salvador e S. Miguel, o parque de merendas de Silvares e os percursos pedestres inseridos num dos maiores parques naturais do concelho são motivos para elevar Côta a uma posição de destaque. O presidente António da Fonseca candidatou-se à Junta consciente da conjuntura e das dificuldades que ia sentir, mas com a crença que poderia ajudar Côta a alcançar um nível mais elevado. Admitindo que é “resolvendo os problemas mais essências que a Política faz mais sentido”, o autarca explica que o Parque Eólico e a melhoria da qualidade de vida da população foram promessas eleitorais. Hoje, acredita que a aposta foi ganha, já que o parque está em fase de conclusão. Em jeito de conclusão, o executivo orgulha-se de ter alcançado o objetivo de melhorar as condições materiais e sociais das crianças e dos idosos, para além de apoiar os jovens agricultores. Em jeito de conclusão, António da Fonseca convida todos a visitar este paraíso rural, deixando uma certeza, “depois de nos visitar pela primeira vez, não deixará de o fazer por mais vezes”.
AÇÃO SOCIAL Cada vez é mais consensual a aceitação de que o sucesso da acção social encontra limites nos seus domínios convencionais, e que uma concepção mais “activa” pressupõe uma intervenção mais decisiva em domínios convencionais do “económico”. Porém, o sucesso da intervenção no “económico” da acção social depende cada vez mais de competências do social. O sistema público de Segurança Social, através do qual se afirma e concretiza este direito, é uma das mais importantes conquistas do 25 de Abril, que nos cabe preservar, defender contra o objectivo dos que pretendem reconfigurar o Estado, visando a sua conversão num Estado assistencialista. A Segurança Social diz respeito a todas as pessoas, sejam economicamente activas ou não. É através dela que os trabalhadores acedem a prestações substitutivas do seu rendimento de trabalho, como na doença, na maternidade e paternidade, no desemprego, na doença profissional, na invalidez e na velhice, que as famílias são apoiadas, nomeadamente com a educação das crianças e jovens, através do abono de família e de prestações dirigidas à dependência e à deficiência, que as pessoas mais pobres e vulneráveis são apoiadas através de prestações, incluindo as pensões sociais, o Rendimento Social de Inserção e o Complemento Solidário para Idosos. A Segurança Social tem um papel essencial na coesão da sociedade, na concretização dos valores da solidariedade laboral e da solidariedade entre gerações, na salvaguarda do rendimento das pessoas, protegendoas face aos riscos laborais e sociais, na protecção da maternidade e da paternidade, bem como na diminuição da pobreza e da exclusão social.
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ação social | scm montijo
Rumo ao bem-estar de Montijo Em Montijo, território que pertence ao distrito de Setúbal, figura uma Santa Casa da Misericórdia fundada em 1512. Segundo os registos da Santa Casa, D. Nuno Álvares Pereira foi o primeiro provedor da casa. Sabendo que ainda há muito a fazer em termos de solidariedade social e na ajuda aos mais desprotegidos, o atual provedor José Braço Forte esteve em conversa com a Revista Business Portugal, a fim de mostrar os progressos feitos.
José Braço Forte Provedor
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A Santa Casa da Misericórdia começou por ser um albergue, situado junto à Igreja da Misericórdia. Posteriormente tornou-se um hospital com somente duas ou três camas. O antigo hospital foi sofrendo diversas ampliações e mudanças, sendo que hoje está arrendado ao Ministério da Saúde. Relativamente ao riquíssimo património cultural desta histórica casa, destacam-se a Igreja da Misericórdia, cuja construção foi autorizada por uma carta régia de D. Sebastião em 1571, o Museu, onde surge em grande plano o revestimento azulejar seiscentista, os cadeirais de mesários situados na nave, o retábulo-mor de Tomaz Luiz com ligações à Casa Bragança, entre outras peças igualmente valiosas e, por último, a Praça de Touros. Este último edifício foi construído pela população de Montijo e doado à Santa Casa da Misericórdia. Ao nível das valências presentes, existem diversos pontos dignos de registo. Primeiro surge o Lar de S. José, um equipamento social de auxílio a pessoas idosas e às suas famílias. Com capacidade para 73 pessoas, onde funciona também o Centro de Dia com 20 utentes, o lar apresenta diversas atividades, como ginástica, passeios, informática e alfabetização, a fim de melhorar a qualidade de vida dos seus utentes. Posteriormente surge a Unidade de Cuidados Continuados S. Rafael. Segundo José Braço Forte, “a Unidade de Cuidados Continuados foi inaugurada em agosto de 2013, com 30 camas protocoladas”. Esta valência é destinada a utilizadores de internamento de longa duração e manutenção, que por razões de doença ou de patologias associadas à idade precisam de Cuidados Continuados Integrados. Outra valência que merece destaque são os centros de infância. “Temos dois infantários: o infantário da Rainha Santa Isabel e o infantário de S. Jorge, onde acolhemos mais de duas centenas de crianças”, afirmou o provedor. Contudo, foi aberta uma valência recentemente. Trata-se de um assunto desconhecido para a maioria da população de Montijo. José Braço Forte explicou como se aperceberam do problema. “Fomos a Lisboa visitar a instituição Apoio à Vida, onde tomámos conhecimento que a muitos pedidos de apoio eram de jovens grávidas da nossa região. Entretanto contactamos a associação “Vivahávida”, que desde 2006 desenvolve um trabalho de voluntariado nesta área, ao nível do distrito de Setúbal e resolvemos avançar com o Centro de Apoio à Vida do Montijo, (CAV) – o Gabinete de Apoio a Grávidas. Somos pioneiros nessa área nas Santas Casas da Misericórdia”, começou por explicar. “Damos muito destaque a este gabinete por ser uma coisa que não pensávamos que iria ter a atual dimensão. Contratámos uma assistente social e começámos a efetuar o atendimento e o atendimento de situações que nos eram sinalizadas por outros serviços e pelas escolas. Começamos a ir às escolas. Foi aí que percebemos a dimensão do problema. Começaram a aparecer adolescentes com 14 anos. Desde fevereiro de 2015, foram abertos 54 processos. Neste momento já podemos falar de alguns casos de sucesso e de algumas vitórias alcançadas. Este projeto permite dar apoio durante a gravidez e durante o primeiro ano de vida do bebé, de modo a que a família consiga alcançar a autonomia e a concretização do seu projeto de vida”. “Para além do atendimento e do acompanhamento das grávidas, com esta nova valência, ambicionamos concretizar o acolhimento, para tal contamos com uma propriedade que nos foi doada e que está devoluta, já temos um projeto feito para acolher 10/12 grávidas, agora estamos na fase de recolha de fundos. Salientamos o interesse e a motivação demonstrada pela Sra. Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Dr.ª Catarina Marcelino,
scm montijo | ação social e pela Autarquia do Montijo em relação a este nosso projeto”. De forma a satisfazer todas as necessidades da região de Montijo, a Santa Casa da Misericórdia conta, ainda, com apoio domiciliário. “Temos 98 protocolados, mas fazemos mais. Fazemos preços como se fossem protocolados, não levamos mais por isso e pomo-nos à disposição dos utentes”, referiu o provedor. “Temos uma cantina social em parceria com Câmara Municipal e com a Junta de Freguesia, onde servimos neste momento mais de 5300 refeições mensais. No Plano de Emergência Alimentar (PEA) somos comparticipados em 100 refeições diárias.” Com 170 funcionários da Santa Casa, mas com 205 pessoas a trabalhar para a instituição, este estabelecimento é um dos maiores empregadores do Montijo. Todavia, há sempre trabalho para fazer e batalhas para vencer de modo a conceder melhor qualidade de vida aos mais necessitados. Desta forma, José Braço Forte pretende criar
estamos com ideia de avançar para um lar de demências. Porque não há e temos um problema nos lares, uma vez que estão a aguentar com a carga das demências. Depois temos pessoas idosas que estão perfeitamente sãs e que têm de conviver com aqueles que sofrem de demências. Não pode ser, mas é um problema transversal a todas as misericórdias. E não temos uma saída para isto a não ser fazer um centro de raiz”, admitiu. Um dos lemas presentes na Santa Casa da Misericórdia do Montijo é tentar ajudar toda a gente. Para continuarem a seguir essa filosofia, são necessárias as tais inovações, tanto no Gabinete de Apoio às Grávidas como no Lar de Demências. Dessa forma, todas as ajudas são muito bem-vindas. De acordo com o provedor, por vezes torna-se difícil ter receitas para colmatar as necessidades.
mais um elemento que consegue conciliar a inovação com a pertinência. “Nós agora
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ação social | fundação da beata alexandrina de balasar
“Viver para a igreja” Ao longo da sua vida, Alexandrina de Balasar dedicou-se à sua fé e quis sempre espalhar a Palavra. É sob este propósito que surge a Fundação da Beata Alexandrina de Balasar. A Revista Business Portugal esteve com o Pe. Manuel Neiva e ficou a conhecer este projeto em Balasar, Póvoa de Varzim.
O Pe. Manuel Neiva chegou à paróquia de Santa Eulália de Balasar em 2010. Era já conhecedor da história da beata Alexandrina, mas decidiu aprofundar mais o seu conhecimento sobre a mesma. “Fiquei fascinado com a sua história e a sua devoção. Já conhecia, obviamente, a sua história, mas não com esta profundidade. Senti que era necessário dar a conhecer a sua história”. Foi assim que, em 2011, a Fundação Alexandrina de Balasar deu início às suas funções. Esta fundação tem um cariz religioso e sociocultural sob o principal propósito de difundir o culto de Alexandrina de Balasar. “O papel da Fundação é dar a conhecer a sua vida e a sua obra, promovendo iniciativas tendentes a provocar maior amor à Eucaristia”, diz-nos o pároco e presidente da Fundação. Além disso, o apoio aos mais carenciados e a promoção da doutrina social da Igreja fazem também parte do seu leque de atividades. Santuário em honra de Alexandrina No passado dia 25 de abril, data em que se celebrou o 12.º aniversário da beatificação de Alexandrina Maria da Costa, foi apresentado publicamente o projeto do novo Santuário Eucarístico em sua honra. O Santuário será um dos maiores centros de espiritualidade cristã do país, tendo como tema central a Eucaristia. Na descrição de imagem do Santuário, o pároco e presidente da Fundação Alexandrina de Balasar, o Pe. Manuel Neiva descreve-o como “um edifício simples, como Alexandrina. O projeto foi estudado e elaborado para transmitir a mensagem e vida da Beata Alexandrina, baseada em três pontos fundamentais: Eucaristia, Jesus crucificado e Nossa Senhora. O edifício foi pensado ao pormenor. O mesmo tem a forma de uma tenda. Na Bíblia, a tenda e tabernáculo simbolizam a morada de Deus no meio do seu povo. A cruz, em direção ao alto, simboliza o amor de Alexandrina a Jesus Crucificado, e o seu sofrimento pela salvação das almas. A cobertura, em forma de manto, simboliza Nossa Senhora, que muitas vezes a cobria com o seu manto. O interior contempla: o Sacrário e a capela da adoração, que ocupam o centro do Santuário, a nave da assembleia, com capacidade para 2.500 pessoas sentadas, a capela da Eucaristia semanal, com capacidade para 150 pessoas, a capela das confissões e a capela tumular da Beata Alexandrina. Todas as valências têm visão para o Sacrário. O mesmo edifício contempla o Centro de Espiritualidade, com um pequeno auditório, salas, e o Centro de Acolhimento ao peregrino, com as valências de enfermagem e alojamento. Relativamente aos espaços exteriores do Santuário haverá uma zona para a realização de missas campais e outras celebrações. Em sonância com o pároco Manuel Neiva, o Arcebispo de Braga D. Jorge Ortiga declarou que é “muito bom podermos ter uma ideia mais completa de como será o Santuário, centro de espiritualidade e acolhimento ao peregrino”. “Feito o projeto de arquitetura, vamos entrar na fase dos projetos das especialidades. O grande sonho vai tornando-se realidade”, conclui.
O projeto do novo santuário
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fundação da beata alexandrina de balasar | ação social A ‘nova’ casa da Beata No passado mês de janeiro, a casa da Beata Alexandrina entrou em obras de recuperação e restauro. Com estas obras, foi possível consolidar e melhorar a imagem da casa, que é visitada por milhares de pessoas durante o ano e, onde muitos vão rezar. “Estas obras foram fundamentais para a Fundação e para a freguesia.
A visitar Capela de Santa Cruz Em 1832, no dia do Corpo de Deus, apareceu uma Cruz na terra. Este acontecimento veio como um prenúncio da vida de Alexandrina e da sua entrega ao sofrimento. Casa da Beata Alexandrina Alexandrina habitou a maior parte da sua vida nesta casa, juntamente com a sua mãe Maria Ana e a irmã Deolinda. Foi de uma janela desta casa que saltou para se defender. Para aqui, dirigiram-se multidões de pessoas para lhe falar e pedir auxílio. Igreja Paroquial de Santa Eulália Esta igreja foi construída no início do século XX e ampliada em 1978. Aqui se encontram os restos mortais da Beata e um relicário com um osso seu. Capela – jazigo Após a sua morte, os restos mortais de Alexandrina foram acolhidos na Capelajazigo, sendo transladados para a Igreja paroquial, em 1978.
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