Revista Business Portugal | Junho '17

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ÍNDICE 26

Sociedade Portuguesa de Medicina Estética e Antienvelhecimento Rigor e qualidade em Medicina Estética e Antienvelhecimento

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Dark Sky Um hino à descoberta do céu estrelado

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08 - VALPORTAS

Earth Consulters “O sucesso advém dos nossos clientes”

68

Socopaze Serviço de qualidade da origem para a sua mesa

88

Centro Europeu de Línguas 35 anos de ensino diferenciador

13 - MUNICÍPIO DA CALHETA - AÇORES

EDITORIAL

P

ortugal está, definitivamente, na

jovens e com elevados ritmos de crescimento,

começam a desenrolar-se junto ao Tejo. Se ao

quais a nova edição da Revista Business Portu-

linha da frente. A nível europeu,

sustentados ao longo do tempo. São organ-

norte o ritmo é marcado pelo verde da campina,

gal é, uma vez mais, de leitura obrigatória.

temos conquistado quase tudo o que

izações inovadoras, capazes de se posicionar de

mais para sul a paisagem combina com sol,

há para conquistar. E ainda bem que

forma diferenciadora nos mercados.

calor e um ritmo compassado.

assim é. Há um novo alento quando

Fomos também conhecer a realidade da Medici-

Rumamos ao Baixo Mondego, onde encon-

se traz um troféu para o nosso país.

na Estética e Antienvelhecimento em Portugal e

tramos importantes actividades florestais,

E é com esse mesmo alento que vamos em

além-fronteiras!

pesqueiras e pecuárias.

busca de um Portugal inovador, criativo,

Nesta edição, trazemos igualmente várias

Estivemos ainda na Área Metropolitana de

dinâmico, diferente e que não tem medo de

regiões às nossas páginas. Percorremos e

Lisboa, onde tudo acontece!

avançar perante os obstáculos.

revelamos um país de atractivo, diferenciador e

Torres Vedras, Leiria, Tondela, Vila Real, Boticas,

As empresas Gazela são um exemplo primordial

aliciante, de norte a sul, sem excepção.

Sever do Vouga e até os Açores nos acolheram

disso. O conceito de empresa gazela, assumido

Começámos esta edição com uma ida ao

para esta edição.

internacionalmente, corresponde a empresas

Alentejo, onde as planícies a perder de vista

Estas são apenas algumas das razões pelas

A direção editorial da Revista Business Portugal

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tema de capa | valportas

Abrir portas à qualidade e inovação

A vontade de fazer cada vez mais e melhor combinada com os altos níveis de exigência são a base de sucesso da Valportas. Fundada em maio de 1997, Mário Carvalho luta todos os dias para estar junto dos melhores parceiros de negócio, pois reconhece que embora a experiência possa ditar parte das suas vitórias, não esconde que as pessoas que aqui laboram fazem toda a diferença. Nesse equilíbrio seguro, as portas fabricadas em Valongo chegam hoje aos diferentes países da Europa. A Revista Business Portugal teve o privilégio de estar presente na Gala de Aniversário.

Mário e Cláudia Carvalho brindam, com os filhos, aos 20 anos da Valportas

“Inicialmente eu era diretor de produção, mas a empresa estava numa fase menos boa e eu senti a necessidade de enveredar pela comercialização”, introduz. Durante esse período, os obstáculos foram arriscados, mas nem por isso deixou de despertar em si a ambição. “Compreendia o produto, mas não conseguia satisfazer as exigências que eram procuradas naquele momento e então decidi começar a fabricar”, adianta. Com bastante dificuldade em encontrar parceiros no mercado nacional, Mário Carvalho foi paulatinamente disseminando alternativas e soluções. Em 1999, a experiência sugeria um novo ciclo produtivo e uma pequena unidade de 78 m2 fora construída. “Edifiquei com as minhas próprias mãos e na altura a oficina pareceu-me grande”, recorda. Três meses

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depois, o espaço fora ampliado para 250 m2, e passados seis meses voltara a tornar-se pequeno, conhecendo uma ampliação de 600 m2. No decorrer desse ano, fora ainda adquirida a primeira linha de perfilagem, onde todos os perfis utilizados eram 100 por cento fabricados. A inovação presente no código genético desta pequena fábrica, levava-a a acreditar na sua estratégia diferenciadora. Tendo em vista a soma de novos produtos, no ano 2002 inauguraram uma nova expansão. Como uma oportunidade para se antecipar aos concorrentes, rapidamente acresceu para 900 m2 no ano seguinte, com a introdução de uma linha de lacagem. A empresa criou um ambiente propício à inovação e não foi por acaso que paralelamente a tudo isto se deu o processo da internacionalização. “Hoje estamos com

12 mil m2 e começamos esta semana a preparar uma nova ampliação, onde passaremos a ter 18 mil”, informa. Muito mais do que um crescimento em área este é um trilho de expansão. Com já o devido reconhecimento fora das fronteiras nacionais, o mercado da Valportas garante preços atrativos e todo o rigor de controlo de qualidade produtiva e administrativa. 20 anos: um instante Se o ritmo de desenvolvimento parece fugaz é porque a realidade é sempre mais rápida para as empresas e empresários. “O objetivo da Valportas sempre foi reinvestir no seu crescimento, pois só desse modo se tornou naquilo que é hoje”, assume o nosso entrevistado.


valportas | tema de capa

Mário Carvalho e filho içam a bandeira dos 20 anos

Em busca do novo, nenhum dia se assemelha ao outro, e nessa rotina que é construída numa não rotina, o empresário contraria os mecanismos automáticos, preenchendo a vida

O um por cento que faz crescer A Valportas fabrica agora produtos tão variados como grades de lagarto, grades de enrolar, portas de livro,

A força da inclusão O processo de seleção das pessoas é muito mais do que o momento de admissão dos funcionários e desse modo Mário

de todos os colaboradores com entusiasmo e motivação. Sendo esta uma área onde a transformação acontece em cada detalhe, a aposta de novos equipamentos, bem como o incentivo na modernização tem sempre em vista o lançamento de novos produtos. “Apesar de fazermos todos os dias a mesma coisa, nenhum dia é repetitivo, pois em todos eles estamos sempre à procura de desafios. E embora o fabrico de uma porta possa parecer simples, a verdade é que há uma variedade de componentes que existem por detrás dela, e isso é o que torna esta área tão aliciante”, releva. O empresário lembra de que nada é como há 20 anos atrás, e se o mundo está cada vez mais pequeno também fortalece virtudes. “Hoje aproximamo-nos de outras culturas com uma facilidade que não era possível noutros tempos, e naturalmente verificamos necessidades diferentes em cada pedaço de terra que pisamos. Eu penso que nesse aspeto nós temos os melhores trabalhadores do mundo, e não digo isto porque os portugueses trabalham mais, ou são mais inteligentes do que os outros, digo-o porque são os mais flexíveis”, argumenta. Nessa perspetiva, existem características que tornam os países do sul da Europa radicalmente diferentes dos do norte, algo que a firma tem incutido no seu pensamento corporativo. Dedicando-se à exportação desde 2003, neste momento a Valportas transpõe-se para lá do mercado ibérico. Os países, de alguma forma “mais rígidos”, como a França, a Holanda e o Bélgica, mostram confiança no seu trabalho, e tudo indica que esta abertura é favorável, assegurando-lhes um sucesso tão igual, ou melhor ao já alcançado.

portas basculantes, portas seccionadas, entre outras. Simultaneamente, à qualidade do produto existe a qualidade administrativa, sendo por isso certificado pela Bureau Veritas. “Fomos a primeira empresa portuguesa na área de atividade com Certificação de Gestão de Qualidade NP ISO 9001/2008”, confirma. Esta certificação dá-lhes ânimo para crescerem junto dos seus clientes, de forma a que a venda não se consuma num único contacto. Baseando-se na tecnologia de vanguarda vivem a responsabilidade e o conceito que querem transmitir. “Temos ainda uma outra empresa pertencente ao grupo - a Omnipro - onde desenvolvemos toda a componente eletrónica, complementando tudo ao que a Valportas já faz”, reforça. Este método produtivo prioriza objetivos tão fundamentais como a flexibilidade, o custo, nunca baixando a faísca da qualidade e inovação: “99 por cento das portas são todas iguais, mas depois existe o um por cento que as torna diferentes e é nessa que diferença que nós crescemos. E tudo isto acontece aqui, no sul da Europa”. Com uma produção anual de aproximadamente 15 mil portas, a formação e a possibilidade de garantir aos seus colaboradores um crescimento são permanentes metas. Os prémios de PME Excelência (este ano), e de PME Líder (durante anos anteriores), são por isso vistos como um sinal de solidez e estabilidade, mas o empresário assevera “os prémios dão reconhecimento e vieram confirmar o nosso potencial, mas é quando vemos a confiança que os clientes depositam em nós que sabemos que estamos no bom caminho”.

Carvalho está consciente de que “as pessoas têm de se adaptar à empresa, mas a empresa também tem de os saber acolher”. Um princípio tão simples, mas que tem ditado o sucesso das 70 pessoas que se fixaram aqui: “Num ambiente fabril é difícil gerir isso, mas eu sempre procurei criar essa ligação, pois se o meu colaborador tem um problema, esse problema também passa a ser meu”. E se grande parte da vida de cada um de nós é passada no trabalho, os laços aqui criados unem-nos como uma família, “a família que nós escolhemos”, confidencia. “Preparamos tudo com antecedência. Conseguimos ser a primeira fábrica a desenvolver a porta de passagem para as cadeiras de rodas e, durante o próximo ano, a nossa porta vai ser certificada a nível ambiental”, avança. Este potencial humano em que a empresa não cessa de acreditar, fá-la movimentar-se para o futuro, com visão e determinação. Em breve, preparam-se para a ampliação da fábrica, com mais velozes linhas de produção, e produtos ecológicos. Numa abertura fácil e suave, trabalhar-se-ão assim todas as portas do seu futuro, não esquecendo o condão da inovação.

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tema de capa | valportas

“Há 20 anos, quando fundei a Valportas, nunca imaginei que passadas duas décadas chegaríamos a este patamar. À época, apenas comercializámos portões, até que um dia um cliente nos pediu algo que não existia no mercado, e foi neste momento que embarcamos na aventura da produção. A equipa cresceu, hoje acolhemos também a Omnipro Automatismos, outra empresa do grupo Valportas e que é igualmente importante, apesar de recente. Na Valportas apostamos diariamente na inovação e em novos produtos, pois é assim que eu acho que a Valportas deve crescer. Todos dias temos que trazer coisas novas. E foi com este espírito que fomos crescendo e consolidando o nosso nome, porque disponibilizamos desde sempre um produto com qualidade. E, por isso, temos uma preocupação demasiado profunda com os nossos clientes, que passa por satisfazê-lo sempre, sem que ele saiba disso. Não raras vezes, o cliente está satisfeito, mesmo não sabendo disso. Um dia, um colaborar disse que esta é a familía que nós escolhemos e, por isso, tenho muito orgulho em contar com todos vocês. A Valportas é fruto do trabalho de todos os colaboradoress. E sei que, muitas vezes, os funcionários da Valportas têm que retirar ao tempo que têm para dedicar às suas famílias em prol da empresa. E eu sei o quanto isso custa. Sei, porque tive que fazer o mesmo para que a empresa vingasse e pudéssemos estar aqui passados 20 anos. E sei que salários acima da média, prémios e outras regalias não compensam esse tempo que retiramos à nossa família, tenho plena consciência disso. E foi por isso mesmo que, há um ano atrás, quando decidimos que tínhamos que celebrar com pompa e circunstância este aniversário, eu soube de imediato como o queria fazer: com as famílias. Porque a família Valportas é também a família dos nossos colaboradores. Esta festa é para vocês, e espero que daqui a 20 anos estejamos todos juntos, novamente. Pois a empresa não é minha, a empresa é nossa. Obrigado a todos e disfrutem”. Mário Carvalho CEO

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valportas | tema de capa

“Sou contabilista desta empresa desde a sua fundação, o que muito me honra. estar aqui, nesta gala, nas minhas funções, seria normal que fosse falar de números, mas não. Perante esta plateia será um pouco mais importante recordar a história da Valportas. Confesso que quando fui convidado pelos sócios da empresa para assumir as funções de contabilista, não perspetivava, nem de longe, nem de perto, que a Valportas se viesse a tornar, algum dia, na empresa que é hoje. Há 20 anos, a empresa começou num pequeno armazém, com condições mínimas de trabalho e com um número de funcionários que se contava com uma só mão. Mas, desde muito cedo verifiquei que por parte dos sócios, houve sempre vontade de fazer crescer a empresa, optando por investir todos os lucros na melhoria e crescimento da empresa e suas infraestruturas, de modo a que a Valportas conseguisse atingir o seu lugar no mercado. Vencemos muitas lutas e é bom recordar esses tempos passados. A empresa chegou a este patamar, pois quem a comanda, tem visão de futuro”. Mário Mota Contabilista

“Este dia em que a Valportas comemora os seus 20 anos de existência, quero salientar a postura da administração, na pessoa do sr. Mário Carvalho e Cláudia Carvalho, pela visão e determinação com que têm vindo a gerir esta empresa. A prova deste esforço, trabalho, disponibilidade e entrega, fazem com que esta empresa seja hoje uma referência no setor, nos 20 anos da sua existência. Quero também realçar todo o empenho, disponibilidade e profissionalismo de todos os colaboradores e em especial daqueles por quem sou responsável tendo muitas vezes que privar das suas casas e do convívio das suas famílias, para que a Valportas concretizasse os seus objetivos e desse resposta a todos os pedidos dos seus clientes. Sentimos orgulho em pertencer a Valportas e estamos motivados para continuarmos a dar o máximo da nossa potencialidade e qualidade”.

Nuno Perdigão Diretor de produção

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE O poder local desempenha um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento das regiões, quer pelas atividades dinamizadas, quer pelos estímulos concedidos às empresas, trabalhando em prol da qualidade de vida das populações. Neste sentido, a Revista Business Portugal continua o seu trabalho de descoberta dos melhores exemplos e das melhores práticas desempenhadas pelos municípios de norte a sul do país. Os municípios representam também um importante papel na economia, pois em algumas regiões são os principais empregadores o que lhes confere uma grande responsabilidade ao nível social. No seguimento do trabalho elaborado, percebemos que as autarquias estão preocupadas, cada uma à sua maneira, em contribuir para a melhoria das condições de vida e desenvolvimento das suas regiões. Os incentivos à natalidade, ao investimento privado, à dinamização do turismo, ao apoio aos mais carenciados e suporte à terceira idade, são algumas das questões que ocupam o trabalho dos autarcas portugueses. Se no cômputo geral os municípios são os representantes do Estado, já as freguesias e os seus presidentes são vistos, na maioria das vezes, como o primeiro contacto para a resolução de determinado problema. O poder local desempenha pois um papel crucial na dinamização e desenvolvimento do país, desta forma a Revista Business Portugal, destaca os eventos tradicionais e típicos, alguns com dezenas de anos, que animam todos os cantos do nosso país e que contribuem para a manutenção e divulgação das tradições portuguesas, em território nacional e que atraem também os turistas. Nas próximas páginas damos destaque ao papel dos autarcas portugueses, homens e mulheres que acima de tudo abraçaram a missão de liderar e levar mais longe o município que lideram e esperamos trazer orgulho aos munícipes que aqui são contemplados e representados pelos seus autarcas e empresários. Contemple o que de bom tem o nosso país…

Da Pop Arte às Transvanguardas, Apropriações da Arte Popular VILA NOVA DE CERVEIRA Fórum Cultural de Cerveira Castelo de Cerveira Factory VNC Biblioteca Municipal Magic Box Porta XIII República das Artes Convento de S. Payo Espaço público

CAMINHA

Museu Municipal

PAREDES DE COURA Centro Cultural

OURENSE

Centro Cultural Marcos Varcárcel

VIGO

Centro Cultural do Instituto Camões

15 JULHO_16 SETEMBRO 2017 VILA NOVA DE CERVEIRA

bienaldecerveira.pt

PROMOTOR

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APOIO INSTITUCIONAL

MECENAS


município da calheta - açores | municípios em destaque

o contraste da beira mar com a serra Conhecida como o município capital das fajãs, a Calheta sente a mesma como um traço de identidade. “Tudo nos remete à fajã e moldou a individualidade do jorgense”. Quem o afirma é Décio Pereira, o presidnete do Município da Calheta. Gostaríamos que começasse por uma apresentação do município da Calheta. O que podem os nossos leitores esperar e encontrar no território, em termos de património natural e edificado? No essencial, o Município de Calheta caracteriza-se por ser um território com uma riqueza natural, paisagística e cultural muito diversificada. Os trilhos pedestres, as lagoas, as ribeiras e a costa recortada que invariavelmente vai descobrindo as FAJÃS, autênticos jardins matizados por flores silvestres, árvores exóticas e a horticultura de mimos, são linha do rosto. Por outra parte, o contraste da beira-mar com a serra, onde pastam as nédias vacas malhadas, de cujo leite se fabrica o saboroso, reconhecido e inconfundível QUEIJO DE SÃO JORGE, o mar límpido onde é capturado o atum que dá corpo à indústria conserveira SANTA CATARINA e o casario branco onde se criam os homens que fazem deste pequeno espaço do mundo um sítio acolhedor para se viver, sendo pessoas afáveis, de bom trato e que primam pela simplicidade e integridade. Calheta é reconhecido como o “município capital das fajãs”. O que representa esta distinção? Não é apenas uma distinção, é um traço de identidade. Mais, a fajã moldou, em larga medida, a individualidade do jorgense. A memória coletiva leva-nos à fajã. Quer por vontade, por necessidade ou até mesmo por imposição da

própria natureza, fomos e seremos remetidos para a fajã: a casa da avó está lá, o quintal de todo o ano está lá, aquele vinho com aquele gosto particular está lá e se calhar aquela tranquilidade que a todos faz falta também é possível encontrar por lá. Assim sendo, e considerando que somos o município com mais fajãs e com as mais distintas fajãs, como sejam as fajãs da Penedia, Pontas, Fragueira, Vimes, Bodes, Saramagueira, entre outras, instituímos a marca CALHETA, MUNICÍPIO CAPITAL DAS FAJÃS porque temos a obrigação cívica de reconhecer este extraordinário património cultural e de o respeitar, promovendo a sua conservação, reabilitação e transmissão às gerações que se seguem. Com rigor, a distinção tem que responsabilizar. Que retrato económico podemos estabelecer da vila da Calheta? Quais os principais setores de atividade e de que forma eles influem na economia local? É sabido que o emprego gira em torno da produção de leite, da indústria conserveira e dos serviços. O município também se constitui como uma das grandes fontes


municípios em destaque | município da calheta - açores

empregadoras, ao que acresce um número crescente de pessoas já associadas a atividade turística. Emerge, e por via do investimento privado na recuperação de imóveis, nomeadamente nas fajãs, uma oferta laboral a que importa dar resposta, e que tem a ver com o uso de materiais que eram usados nas construções tradicionais. Paralelamente à força que o setor primário ocupa na economia local, o município da Calheta é reconhecido pela riqueza e qualidade dos seus produtos endógenos. Que apresentação nos pode fazer destes mesmos produtos e da gastronomia típica? O queijo de São Jorge, produzido no nosso concelho na Cooperativa dos Lourais e Finisterra e o atum Santa Catarina são divisas do Município. Para além disso, o inhame, a banana, a laranja, até mesmo o café são produtos que se produzem entre nós. Mas sobretudo, importa observar que temos a possibilidade de disponibilizar carnes, peixes e mariscos da mais elevada qualidade que aparecem na confeção de pratos típicos como sejam a carne assada, a açorda com linguiça e ovo, o arroz de lapas, os torresmos com inhames, a veja seca, a caldeirada de congro, o coelho frito, as amêijoas, a morcela com batata-doce a e a molha de fígado. Calheta é também uma vila que se orgulha do dinamismo cultural da sua população. Quais são as principais instituições, organismos e associações culturais presentes no município? Somos, sobretudo, uma terra de bandas filarmónicas, autênticas escolas de vida para muitos dos nossos habitantes e que são instituições que quer a nível local quer para além fronteiras funcionam como veículos de divulgação do concelho. Não é demais lembrar que o notável e reconhecido Maestro Francisco Lacerda é nascido na Freguesia de Ribeira Seca e que a pacata fajã da Fragueira, a sul da ilha, foi local de infância do mesmo. Mas somos mais, também nos organizamos nas pequenas peças de teatro, no folclore, no

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baile com as violas da terra e na produção literário, e ainda recentemente foram produzidas obras como sejam Registos do Sismo de 1980 na Ilha de São Jorge de Regina Tristão da Cunha ou Recordando o Passado de Clímaco Ferreira da Cunha. Importa, neste contexto, lembrar que todos os anos, e sempre com o objetivo de dar visibilidade a atividade cultural local, concretizamos a nossa festa concelhia, o designado Festival de Julho, que vai decorrer de 13 a 17 de julho, e que conta para esta edição com a banda nacional The Gift. Como sabemos, o turismo assume-se cada vez mais como um argumento importante na economia e bem-estar dos municípios portugueses. De que forma tem evoluído esta atividade na vila da Calheta? O turismo, entre nós, pese embora o enorme manancial de recursos, ainda não foi verdadeiramente entendido como fonte de riqueza e, consequentemente, de criação de emprego. Começamos, é certo, a dar os primeiros passos, com o surgimento de empresas viradas para o turismo de natureza, como sejam a Aventour – Azores Adventures, a Discover Experience Açores e MarAzores – Sal & Sonhos, com o aparecimento do alojamento local e de alguns espaços de restauração nalgumas das nossas fajãs e com a maior preocupação com o arranjo dos espaços públicos. Falta-nos, porém, entender que uma coisa são recursos, outra bem distinta, e que implica trabalho, organização e profissionalismo, é a criação de produtos. É este o caminho a percorrer, não esquecendo de apostar na promoção dos produtos locais em todas as vertentes. Quais são, a seu ver, os principais argumentos turísticos de que a Calheta se pode orgulhar? O Município de Calheta tem traços territoriais muito particulares e um conjunto de recursos únicos. Aqui, tanto é possível estar a seiscentos ou oitocentos metros do nível do mar, na serra dizemos nós, olhando para as ilhas vizinhas, a norte Terceira e Graciosa, a sul Pico e Faial, ou então a ouvir o mugir das


município da calheta - açores | municípios em destaque

vacas, como é possível, em poucos minutos, dar um mergulho, apanhar um peixe, envolver-se num sono debaixo duma figueira ou saborear uma aguardente de nêspera ou até mesmo um prato de lapas acabado de sair do calhau. Aqui, tanto é possível percorrer um trilho pedestre como descer uma ribeira ou pegar numa prancha de surf ao encontro de uma onda, como também é possível degustar um queijo de São Jorge com sete meses, como também é possível assistir a uma tourada à corda ou então simplesmente disfrutar de paisagens paradisíacas. Mais, também é possível provar uma espécie, um esquecido ou umas sopas de espírito santo, beber uma angelica ou então visitar uma gruta. Também é ainda possível avistar aves exóticas, caçar um coelho bravo ou uma galinhola. É também ainda possível desembocar numa das nossas imensas fajãs e por lá pernoitar. Por fim, também é possível observar golfinhos, baleias, o milhafre ou então simplesmente olhar para o imenso céu

pejado de estrelas e de sonhos. Isto é um pouco do que pode encontrar na Calheta, o resto é para descobrir percorrendo o território. Considera que o público português já se encontra devidamente sensibilizado para o potencial turístico do arquipélago dos Açores (em geral) e para o município da Calheta (em particular)? O que considera que deve ainda ser feito de forma a incrementar o turismo? Os Açores são hoje um destino turístico de eleição. É evidente o crescimento do fluxo de forasteiros por todas as nossas ilhas. Não cessam as campanhas promocionais, a divulgação para além fronteiras, a presença em fóruns…, contudo, resta-nos perceber que não existe vida sustentável para o turismo sem alojamento, sem espaços de restauração que sirvam o que é nosso, sem animação e sem envolvimento das comunidades e acessibilidades. O município da Calheta conta atualmente

com duas aldeias pré-finalistas no âmbito das “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”: Fajã de São João (na categoria de aldeias remotas) e Fajã dos Cubres (no estatuto de aldeias de mar). Que caracterização nos pode fazer destes dois territórios? São territórios distintos, e hoje com ‘sistemas’ ocupacionais um pouco diferenciados. A norte do concelho, a aldeia dos Cubres, mais abrupta, mais selvagem e mais vocacionada para o pastoreio, hoje virada sobretudo para atividades em torno do turismo e é por lá que passa o fluxo que ruma a mais emblemática fajã de São Jorge,

cagarros, a abundancia de peixe, o contraste do cheiro do mar com o cheiro da montanha, diríamos, um casamento perfeito, o encanto das suas adegas, as suas ermidas, as tortas de lapas, a sopa de funcho, os inhames com linguiça e ovo estralado em banha de porco da galinha que está à porta.

a Caldeira de Santo Cristo. Dizer também que o seu espaço lagunar está integrado na Convenção RAMSAR. A sul, a aldeia de São João, um verdadeiro pomar de todo ano, onde se produz inclusivamente café, e onde vivem pessoas todo ano. Para além do numeroso casario, distingue-se também pelas suas ruas calcetadas e pelos enormes dragoeiros mas também por lá já passam muitos forasteiros. Em comum, a tranquilidade, o canto dos

Calheta. Há muito que são reconhecidas as suas particularidades e unicidades e se dá mediatismo, com insistência, ao espaçotempo fajã. Aliás, não cessam de utilizar estes «pingos do mundo» para promover e divulgar os Açores. Com isto queremos dizer que o que nos importa não são propriamente as nomeações, mais sim o efetivo reconhecimento político da sua importância para o desenvolvimento da Calheta. Não

De que forma vê a inclusão destas duas aldeias na campanha das “7 Maravilhas de Portugal”? Que dividendos acredita que poderão surgir desta nomeação? Não é de hoje o interesse nas fajãs de São Jorge, e em particular nas do concelho de

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municípios em destaque | município da calheta - açores

queremos o debate sobre as fajãs centrado na conversa em torno de mais uma fotografia que deslumbra ou que uma ou outra fajã seja catalogada como sítio de importância comunitária e ou como mais um espaço a integrar esta ou aquela convenção, o que queremos é que todos estes reconhecimentos e interesses abonem em favor do património natural, cultural e paisagístico destes palmos de terra. Falemos agora do trabalho do presidente da Câmara Municipal, Décio Pereira. Quais foram as principais linhas-mestras do seu mandato e que balanço podemos fazer destes quatro anos de atuação? Vivemos, nas últimas duas décadas na Calheta um tempo de desinvestimento no que são os nossos reais recursos e não houve cuidado com a gestão financeira do Município. Nem tudo está por fazer. Temos melhores estradas, mais infra-estruturas, não temos pessoas de facto pobres e constata-se que o nosso povo vive com fartura e com condições de vida muito aceitáveis. Porém, e insistimos no mesmo, fomos displicentes na organização. Residiu aqui o âmago do nosso trabalho. Primeiro, na recuperação financeira da Câmara, depois na recuperação do património municipal e por último na preparação de um leque de investimentos que visam sobretudo tornar o nosso território mais ordenado e atrativo. A seu ver, quais as principais prioridades que o município da Calheta deveria ver atendidas no próximo quadriénio? A requalificação do espaço urbano na sede do Concelho, que inclui trabalhos de proteção da orla marítima e a criação de novos espaços de trânsito pedonal e de viaturas junto ao mar, a institucionalização duma efetiva recolha

seletiva de resíduos, a real melhoria da qualidade da água, a criação de infra estruturas associadas ao incremento do fluxo turístico e o engrandecimento sustentado e objetivo da marca Calheta, Município capital das Fajãs, à qual também esta associada a construção da Casa das Fajãs. Por outra parte, a criação e a disponibilização de um novo espaço urbanizável na Calheta assim como a construção do espaço das tradições e do espaço dos sabores. Por outro lado ainda, a concretização da obra de ampliação do Porto do Topo reveste-se de particular importância para o desenvolvimento daquela ponta da Ilha. Perspetivando o futuro, como gostaria de encontrar a vila da Calheta daqui a dez anos? Esmerada. Virada para a potencialização dos seus imensos recursos. Com uma comunidade cívica e, por conseguinte, política mais ativa e reivindicativa, sem medo da «pequenez» do nosso espaço territorial e social, porque dentro dele estão bens de inigualável e cobiçada riqueza que não pode ser simplesmente ser transferida para domínio alheio. Para terminar, que mensagem gostaria de deixar a todos os habitantes do município? Sobretudo que se empenhem na preservação e valorização do nosso excecional património natural, paisagístico e cultural. Por outras palavras, preservar para desenvolver.

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Lembro que somos detentores de traços territoriais e identitários únicos que importa não deixar confundir. Mais, que temos produtos de excelência que também não podem ser comercializados com «confusão». Que olhem para o Concelho como um lugar, que o é, com elevado potencial e invistam nos seus filhos. Reside aqui o nosso futuro.



municípios em destaque | município de sever do vouga

Um destino para quem busca sensações únicas No distrito de Aveiro, existe um território pintado de contrastes, fruto da simbiose entre o litoral e o interior, constituído pela diversidade da natureza e da obra humana. Falamos de Sever de Vouga. Para darmos a conhecer os segredos e atrações da região, ninguém melhor do que António Coutinho, presidente do Município de Sever de Vouga, para contar a essência da mesma. Assim, o presidente começa por caracterizar o concelho como um território montanhoso, de muita natureza, de rios e quedas de água que convidam à aventura, aliado também a uma gastronomia de sabores inesquecíveis. Geograficamente, descreve uma posição privilegiada uma vez o que o concelho se situa relativamente perto de Aveiro, Coimbra, Porto e Viseu. Além disso, Sever de Vouga tem cerca de 130 quilómetros de mancha florestal, conferindo-lhe a particularidade de ser um concelho verde com um cenário inigualável. Desta feita, a natureza, a tranquilidade, a luminosidade, a gastronomia e a cultura são alguns dos ingredientes que fazem deste território um fruto apetecido para os mais curiosos. Aliado a essas valências, a sua história e as suas gentes contribuem, de igual forma, para um interessante cartão de visita. As atividades tradicionais, especialmente as ligadas ao mirtilo representam a própria génese do concelho e são um marco importante para quem está de visita. “Mas temos outros interesses que suscitam a vinda de turistas que são, por exemplo, a parte monumental e arqueológica, uma vez que somos um concelho muito marcado por vestígios de outras civilizações antigas” salienta o presidente. Para quem busca sensações únicas, António Coutinho refere que este é o destino ideal, sendo um território singular e também um espaço de desenvolvimento económico, que investe nas energias renováveis, na inovação e no conhecimento. A feira do mirtilo Considerada a maior feira nacional dedicada ao mirtilo, a Feira do Mirtilo, que decorre

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António Coutinho Presidente

neste mês de junho, pretende oferecer quatro dias de puro prazer aos amantes do fruto, sendo também uma oportunidade de experimentar a versatilidade culinária do mesmo. Sobre o sucesso desta feira, que arrasta milhares pessoas todos os anos, António Coutinho revela que se deve ao facto do mirtilo ser uma novidade de interesse. “O mirtilo tem sido alvo de novos projetos para pequenos agricultores e tem tido também incentivos para jovens empreendedores” justifica. Neste evento, encontra-se de tudo. Desde a exposição do fruto, por parte de agricultores e empresas, até sub-produtos do mesmo: compotas, licores, gelados, chás, biscoitos. Os visitantes podem também participar na rota do mirtilo, assistindo a palestras e workshops de culinária e pastelaria, e também a vários espetáculos. Este ano existem algumas novidades. Em simultâneo, Sever do Vouga acolherá o seu primeiro festival de cinema,


denominado ‘Paisagens’, numa colaboração com o Cine Club de Avanca e ainda o Festival Internacional de Guitarras, “que permitirá ao visitante assistir igualmente a alguns concertos únicos”. A lampreia e a vitela A gastronomia é sem dúvida um dos pontos mais fortes do concelho de Sever do Vouga, que atrai todos os anos muitas pessoas provenientes de todos os lados. Nesse sentido, há dois produtos-estrela que são valorizados através de uma festa, nomeadamente a lampreia e a vitela. E se a lampreia é iguaria rara que faz com que os seus apreciadores recorram aos restaurantes da beira-rio, já a vitela assada com arroz no forno é o prato gastronómico mais procurado em toda a restauração local. E porque estes produtos são reis, merecem, também eles, o seu festival gastronómico, que decorre há alguns anos a esta parte durante o mês de março. Convocando sabores de oito restaurantes especializados nos pratos típicos, a festa pretende divulgar os produtos e dinamizar também a própria restauração. É, assim, num ambiente de festa que Sever do Vouga o convida a saborear a sua gastronomia local nomeadamente, o arroz de lampreia, a lampreia à bordalesa e a vitela assada com arroz do forno, associando a estes prazeres gastronómicos outras experiências, como partir em descoberta da natureza e do património histórico do território. Esta divulgação serve também para criar impacto turístico que, por via da gastronomia, presenteia uma panóplia de atividades e espaços de alojamento local que os turistas poderão usufruir “hoje temos cerca de 30 espaços de alojamento ao dispor, um hotel e ainda um hotel rural” sublinha o presidente. Para os amantes do desporto Geograficamente pelas águas e pelos rios, o concelho de Sever do Vouga é alvo de várias explorações. Uma delas incide no desporto de natureza, onde se integra atividades e desportos aquáticos como canoagem, o canoying e outras atividades radicais como rappel, slide, escalada, BTT’s, todo o terreno, entre muitos outros. Do ponto de vista histórico, António Coutinho destaca os vários monumentos e estações arqueológicas que confirmam a passagem de povos pré-históricos, podendo encontrar-

se vestígios de arte rupestre gravados em pedras ao ar livre e vários elementos expostos no Museu Municipal. Relativamente ao turismo religioso, o presidente adianta que, atualmente, o executivo está concentrado num projeto que visa ultimar uma fase dos caminhos de Santiago “de forma a concebermos um percurso com condições interessantes para os romeiros” afirma. Deste modo, não só o turismo religioso mas também a arte sacra ocupam um lugar de relevo, tendo esta última a sua expressividade nas igrejas do concelho, o exemplo mais concreto é o da igreja Matriz de Talhadas com formas e estilos barrocos. A par disso, há um conjunto de 11 percursos pedonais que permitem aos visitantes observar não só os monumentos da história, mas também acederem a paisagens naturais, como atravessamento de rios e cascatas que permitem uma aventura de contacto com a natureza. Outra das grandes atrações do concelho é a Ecopista, projeto realizado pela Câmara Municipal que valorizou a linha desativada

do Vale do Vouga e a transformou numa ecopista com cerca de 12 quilómetros. Ao nível paisagístico, António Coutinho realça a Cascata da Cabreia, que tem cerca de 25 metros, e dispõe de uma envolvente “lindíssima, mas também os da Fílveda, Agualva, Gresso e Vilarinho”. Projetos emblemáticos Sobre os projetos recentes, António Coutinho diz que o Museu, que celebrou recentemente um ano, foi um dos projetos-chave deste mandato, do qual se orgulha e acredita ser uma mais-valia ímpar no concelho. “É um Museu muito interativo, que tem feito muito pela cultura”. Também o Ecocentro de resíduos é uma marca deste Executivo. Com um sistema de recolha porta a porta, este é um projeto fulcral num concelho tão ‘verde’ como é Sever do Vouga. Para além desse, o presidente comunica outros projetos de importância extrema para os munícipes, nomeadamente a ampliação e renovação do cemitério e construção de uma nova casa mortuária.

Além disso, a reabilitação de algumas zonas ex-libris do concelho fazem também parte deste leque. São exemplo o Largo do Cruzeiro, na freguesia de Silva Escura, o Largo das Eiras e Canastros, também o Largo da Sra. dos Milagres e o interior da igreja de Talhadas. Na divulgação dos projetos, António Coutinho destaca um dos mais importantes para a dinâmica da economia do concelho, muito forte, principalmente no setor da metalomecânica, produção de torres eólicas, depóstio de gás e combustíveis e estruturas metálicas - aquilo a que chama de ‘vias para a competitividade’ “e é por aí que nós vamos, vamos construir uma via que permita o acesso direto à A25” diz o nosso entrevistado. Esta via irá trazer vantagens principalmente para a dinâmica empresarial, melhorando os acessos para a exportação de produtos que o presidente considera vital para o desenvolvimento das empresas e para a melhoria da competitividade e da internacionalização.


municípios em destaque | município de boticas

MAGIA CÉLTICA REGRESSA A BOTICAS Dias 10 e 11 de junho - junto ao Castro de Carvalhelhos, “recriações históricas, concertos, oficinas e animação de rua trazem a Boticas uma cultura milenar, envolta em mistério e bravura”

A segunda edição da Céltica – Festa Castreja tem data marcada para os dias 10 e 11 de junho. A magia e o misticimo estarão de regresso ao Concelho de Boticas, mais propriamente a Carvalhelhos, sendo uma oportunidade única para conhecer uma sociedade milenar, repleta de mistérios e de um espírito guerreiro que alimentou lendas e factos históricos. Entre recriações históricas, animação de rua, artes circenses, gastronomia, oficinas de artes ancestrais e música, a Céltica – Festa Castreja proporciona um cartaz atrativo de atividades para viver um fim-de-semana inesquecível em família ou com amigos. Um dos pontos fortes da Céltica é a participação da comunidade local como figurantes nas recriações históricas, como as Batalhas dos Guerreiros, espectáculos de dança ou jogos populares. A ideia é recriar a vivência quotidiana com personagens características da época, vestidas a rigor e com as ocupações de há muitos séculos atrás, fazendo o visitante recuar atrás no tempo. Os mais novos, para além de poderem participar em jogos lúdicos retirados do contexto histórico Celta, terão à sua disposição uma espécie de quinta pedagógica, onde animais partilham o espaço do povoado, como acontecia na época. Além disso, haverá acções de arqueologia experimental, designadamente como se faria o fogo, uma determinada peça de vestuário ou até mesmo a guerra. Tudo com a participação da população de Boticas, lado a lado com os recriadores. A animação de rua e a música tomarão conta do recinto da Céltica durante todo o fim-de-semana, onde ganham particular referência o Mercado Celta e as Oficinas, como a do Ferreiro, onde se explica e demonstra a arte de trabalhar o ferro na forja para o fabrico de variados objectos agrícolas, militares e do quotidiano. Na oficina do Oleiro surje uma oportunidade única para se perceber o ciclo criativo das peças produzidas em barro, desde a recolha da matériaprima até à sua comercialização. Haverá ainda a oficina do cesteiro, a falcoaria e os artesãos de produtos da região. Associada ao evento, não faltará também a gastronomia da região, procurando-se recriar aqueles que seriam alguns dos pratos mais usuais na mesa dos Celtas, recorrendo ao uso de produtos agrícolas e às carnes dos animais que eram criados à época, bem como espécies cinegéticas. Os visitantes poderão degustar uma refeição completa no espaço do recinto, ou simplesmente deliciar-se com as

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município de boticas | municípios em destaque iguarias que estarão disponíveis no espaço do mercado. A música será outro dos destaques de todo o fim-de-semana, decorrendo espectáculos e performances ao longo dos dois dias, onde estarão presentes grupos como os “Strella do Dia”, considerados um dos grupos musicais de referência a nível internacional e conhecidos por utilizarem instrumentos de antanho, como a gaita-de-foles, a tarota, a gralla, o corno, o timbalão ou os crótalos. A Céltica - Festa Castreja será, assim, um momento de comunhão com a comunidade local, com um programa diversificado e uma forte ligação à natureza, exaltando ainda a bravura e o culto dos guerreiros. Aliás, o conceito que inspira o evento insere-se nessa lógica, tendo como ícone a imagem das estátuas dos Guerreiros Calaicos, ex-libris do concelho de Boticas e da Arqueologia Portuguesa, que se encontram no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, e que são provenientes do Castro do Lesenho (Séc.I d.C.), aquele que teria sido um dos maiores povoados castrejos e que terá assumido uma importância

acrescida em termos estratégicos e num contexto sobretudo militar. Estas estátuas, representado chefes ou heróis divinizados, eram colocadas em locais estratégicos para as comunidades representavam um símbolo de poder, garante da ordem e identidade do grupo. A entrada na Céltica – festa castreja é gratuita.

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tema | empresa

Desenvolvimento sustentável e contínuo Fernando Nogueira, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira desde 2013, é o principal rosto da equipa que dirige os destinos daquele que foi nomeado, pela Associação Cívica de Transparência e Integridade, o 4º município mais transparente de Portugal. Em entrevista exclusiva à nossa revista, o autarca apontou alguns dos principais atrativos de Cerveira e enumerou os desafios futuros para o concelho altominhoto.

Fernando Nogueira Presidente

Vila Nova de Cerveira é um dos mais emblemáticos concelhos do distrito de Viana de Castelo. Dona de um rico e vasto património cultural, histórico e natural, Cerveira é composta por 15 freguesias e uma população que não chega aos 10 mil habitantes. Conhecido como ‘Vila das Artes’, o concelho é ainda palco da bienal de artes mais antiga de Portugal e da Península Ibérica, com reconhecimento nacional e internacional, e que tem vindo a incrementar esforços com vista ao desenvolvimento turístico da região. Fernando Nogueira assumiu o comando da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira em 2013, numa candidatura apresentada como independente. O autarca, que anunciou recentemente a sua recandidatura pelo Movimento Independente Pensar Cerveira - PenCe, pretende continuar o seu trabalho norteado por aquilo que define como o crescimento sustentado da região. “Trabalhamos sempre com o objetivo de servir os nossos munícipes, melhorando a qualidade de vida, o bem-estar e a felicidade dos nossos concidadãos. Claro que depois há prioridades definidas e orientações a cumprir. Se amanhã, os cerveirenses estiverem melhor e mais felizes do que hoje, é um ótimo indicador. Mas sempre tendo em conta o conceito de sustentabilidade”. Esta

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filosofia garantiu a Vila Nova de Cerveira o 4º lugar na lista de câmaras mais transparentes de Portugal. A Associação Cívica de Transparência e Integridade deu a Cerveira uma pontuação de 97.39 num máximo de 100, o que em muito deixa orgulhoso o presidente da autarquia que, desde o início do mandato, se debateu por uma gestão rigorosa, realista e transparente em prol do equilíbrio financeiro. “Este honroso 4º lugar é a consolidação de um trabalho sério e eficiente não só do executivo, mas de todos quanto trabalham no Município em prol do bem-estar dos seus munícipes e do desenvolvimento do nosso concelho. Não tenho dúvidas de que uma maior participação cívica deve ser encarada como um apoio ao processo de decisão na vida do concelho, mas para isso é imprescindível disponibilizar aos munícipes toda a informação relativa à atividade municipal para ser conhecida e interpretada, auscultando contributos”. Derrubar barreiras e unir os cerveirenses Com o aproximar de novas eleições é também altura de fazer um balanço dos projetos e ações já realizados, mas também definir novas metas para o futuro. O autarca de Vila Nova de Cerveira diz-se satisfeito com o trabalho desenvolvido pelo



municípios em destaque | município de vila nova de cerveira seu executivo, embora saliente que a sua missão nunca está acabada. Fernando Nogueira refere que as preocupações sociais e a política de proximidade com todas as freguesias, pela qual pautou o seu mandato, trouxeram frutos que se traduzem na forma como Cerveira viveu a recente crise económica. “Temos conseguido alcançar vários objetivos, como eliminar algumas barreiras, unir mais os cerveirenses e suscitar uma maior participação cívica. Por mérito dos nossos empresários, Cerveira conseguiu passar este período de crise com um nível de desemprego bem abaixo da média nacional e com um nível salarial ligeiramente acima desta mesma média”, explicou o autarca, que salienta ainda o esforço feito pela Câmara para manter os impostos municipais nos níveis mínimos. Aproveitando o tema da indústria, o responsável máximo do executivo cerveirense refere que é essencial a aposta no setor como motor de desenvolvimento da região. Embora se revele satisfeito com os índices atuais de Vila

também em Cerveira o turismo se revelou num dos principais setores económicos a apostar em termos de investimento futuro. Com um forte potencial turístico, derivado das ricas e belas paisagens naturais e do património cultural cimentado por anos de história, a vila minhota apresenta-se como um dos destinos com maior potencial nesta área. Fernando Nogueira revela que o investimento no setor tem sido mais vagaroso do que o pretendido, mas sempre de forma continuada. Para o responsável, o crescimento turístico do concelho carece ainda da concretização de alguns projetos, de mais investimento privado e de uma maior oferta hoteleira. “Cerveira pode crescer porque tem dois rios maravilhosos, tem montanha com trilhos e grande potencialidade para desportos radicais, aliado a um valioso património histórico e cultural, um bom clima e uma excelente gastronomia. O turismo de natureza é uma potencialidade de Cerveira. Temos simpatia, somos um povo acolhedor. Temos um bom potencial

A sustentabilidade como caminho de futuro Porque o trabalho de um autarca em prol da sua população nunca está acabado, Fernando Nogueira tem já traçado o rumo para o futuro de Vila Nova de Cerveira. Embora com vários projetos em que pretende apostar, para o autarca o essencial é manter o trabalho de equilíbrio financeiro que foi conseguido nos últimos anos pelo executivo. O atual presidente da câmara considera este caminho essencial para garantir o futuro do concelho, independentemente de quem esteja ao comando da autarquia. “Quero que se continue a privilegiar este desenvolvimento e continuar a crescer sustentadamente. E que se dê aos munícipes aquilo que eles merecem, que é saberem que têm na Câmara Municipal uma equipa de amigos com quem podem conversar e trabalhar, e que, mesmo que nem sempre possam resolver todos os problemas, procurem que isso aconteça”, referiu o responsável. Convicto das potencialidades e da riqueza

Nova de Cerveira - o segundo concelho com maior volume de exportações no distrito e o segundo da Região Norte na componente de acessórios para automóveis -, Fernando Nogueira considera que ainda existe espaço para um maior investimento privado na região. “Temos bons índices de iniciativa municipal, e queremos ampliar esta oferta, através de um novo parque industrial de iniciativa municipal e de uma iniciativa supramunicipal, entre os municípios de Cerveira e Valença, para aumentar conjuntamente o nosso perímetro industrial”.

para ainda desenvolver mais esta área”. De entre todas os atrativos do concelho, a gastronomia ocupa um lugar de destaque. A variedade e tradição da culinária minhota representam uma tentação irresistível para a generalidade dos visitantes da região. Fernando Nogueira enumerou alguns dos pratos que considera mais emblemáticos para provar em Cerveira. “A lampreia é o nosso prato por excelência: a melhor lampreia do mundo é a do Rio Minho e a melhor do Rio Minho está em Vila Nova de Cerveira. Pode ser apreciada de diferentes formas, eu pessoalmente privilegio da forma como fui habituado, à bordalesa. Depois temos o sável, um cozido fabuloso, cabrito, frango pica no chão. São tudo iguarias que não se podem perder”, refere.

do concelho, Fernando Nogueira deixa um convite a todos os que pensam visitar Vila Nova de Cerveira, para que não hesitem na hora de aproveitar a multiplicidade natural e cultural que tem para oferecer. “Venham a Vila Nova de Cerveira. Nós temos muito gosto em recebê-los, temos simpatia e afetividade para distribuir. Temos uma excelente gastronomia e muitos atrativos. E, enquanto aqui estivermos, contem connosco para trabalhar desinteressadamente em prol dos nossos cidadãos e de quem nos visita”, conclui.

Um extenso património a ser descoberto À semelhança do que acontece atualmente por todo o país,

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MEDICINA ESTÉTICA E ANTIENVELHECIMENTO A Medicina Antienvelhecimento não é capaz de parar o tempo, mas pode atrasar o nosso relógio biológico, reduzindo substantivamente a velocidade com que envelhecemos, minimizando, desta forma, as possibilidades de patologias, uma vez que iremos repor e receber todas as matérias primas necessárias e indispensáveis ao nosso equilíbrio. O que conhecemos como doença, nada mais é do que a soma das carências graduais, crónicas e cumulativas de matérias primas básicas de que o nosso corpo necessita para funcionar com perfeição. A medicina antienvelhecimento é uma prática clínica preventiva que tem como objetivo retardar o avanço da idade biológica de cada pessoa. Destina-se a pessoas com mais de 35-40 anos. Sem pretender deter o passar dos anos, podem controlar-se determinadas situações permitindo um melhor envelhecimento. As medidas e os tratamentos antienvelhecimento vão retardar e prolongar a etapa adulta da vida sem perda de faculdades físicas e intelectuais. A avaliação dos marcadores biológicos é a chave do antienvelhecimento. A prática da Medicina AntiEnvelhecimento baseia-se em vários aspetos fundamentais: alimentação adequada, exercício físico, controlo do stress, administração de suplementos nutricionais, controlo hormonal e técnicas de Medicina Estética. A Medicina Estética ou Dermatologia Cosmética é uma subespecialidade da dermatologia cujo objetivo é melhorar e corrigir, mediante tratamentos, alterações da pele não provenientes de doença, como rugas, manchas e cicatrizes. A finalidade da Medicina Estética é tornar o aspeto externo mais agradável e atrativo.

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medicina estética e de antienvelhecimento | spme

Rigor e qualidade em Medicina Estética e Antienvelhecimento A Sociedade Portuguesa de Medicina Estética e Antienvelhecimento (SPME) é a representante portuguesa da União Internacional de Medicina Estética (UIME). Em entrevista ao Dr. João Pedro Vale, presidente da SPME damos a conhecer a missão desta associação junto dos seus profissionais e pacientes.

Dr. João Pedro Vale Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Estética e Antienvelhecimento

é de estranhar que a sociedade tenha sido criada após o desafio feito pelos nossos colegas de outros países. Tomada a decisão de criar a sociedade iniciamos contactos internos e externos com outras entidades e sociedades de forma a demonstrarmos o nosso intuito de realizar um trabalho rigoroso e de qualidade. Foi esta relação próxima com as sociedades científicas de outros países que permitiu à SPME ser a representante portuguesa junto da União Internacional de Medicina Estética? Sim. A UIME é uma instituição fundada em 1975 que agrega as 29 sociedades nacionais. O facto de alguns dos membros fundadores da SPME serem professores universitários na área da Medicina Estética nas Faculdades de Medicina desses países facilitou o contacto com as várias sociedades congéneres. Formalmente a adesão foi feita por proposta da Sociedade Espanhola de Medicina Estética (SEME), que conta já com mais de 30 anos de existência e que é a nossa sociedade madrinha.

Começo por lhe perguntar como se define hoje a Medicina Estética. A Medicina Estética constitui uma área de diferenciação médica centrada na restauração, manutenção e promoção da beleza, saúde e bem estar. Constitui ainda um campo médico susceptível de desenvolver investigação, apresenta uma base científica e técnica com uma grande área de competências e como tal requer formação específica para que possa ser praticada. Em que contexto é criada a Sociedade Portuguesa de Medicina Estética e Antienvelhecimento? A formação Médica em Portugal tradicionalmente é realizada em instituições públicas e como este é um campo cujas técnicas se executam fundamentalmente no sistema de saúde não público, os médicos que se pretendem diferenciar exclusivamente nesta área têm a necessidade de se formar fora de Portugal. Desta forma têm acesso a um programa de formação continuo, exaustivo e prático em centros de referência nesta área. Bélgica e Espanha são referências na formação e regulação deste setor, assim não

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Esta relação próxima mantém-se? Sem dúvida, existe um clima de colaboração institucional que se traduz num trabalho semanal de acompanhamento e troca de informação. A título de exemplo, fomos este ano a sociedade internacional convidada do 32º Congresso Nacional da SEME, um evento com uma dimensão internacional considerável, onde se reunem mais de 1000 médicos especialistas de todo o mundo e onde foram vários os palestrantes portugueses, o que traduz a relevância e qualidade dos profissionais do nosso país. Centrando a nossa conversa no espectro nacional, qual a missão da sociedade? A missão da SPME passa por promover a investigação científica e a formação contínua na área da Medicina Estética e Antienvelhecimento. Trabalhar no estreitamento de relações científicas entre os médicos portugueses que se dedicam a este sector, assegurar que é praticada por médicos com formação específica e combater o seu exercício por não médicos. Trabalhamos internamente apoiando os nossos associados mas também numa vertente mais externa, com

o intuito de informar a população acerca dos avanços e procedimentos da estética médica e também dos riscos de as pessoas se submeterem a tratamentos realizados por profissionais não qualificados. O trabalho interno que referiu é seguramente menos visível, como quantifica a sua importância? É fundamental. O motivo da existência da SPME são os seus sócios. Não assumimos uma estrutura hierárquica tradicional, somos claramente um grupo onde todos partilham funções e um objetivo comum. Não fechamos as portas a quem queira contribuir desde que preencha os critérios para ser nosso associado. Quando se constitui uma sociedade tudo está por fazer e muito desse trabalho é estrutural e pouco visível. Não existia, por exemplo, em Portugal um seguro profissional específico para Medicina Estética. Agora já há, o que oferecemos aos nossos sócios efetivos, um trabalho largamente desenvolvido pelo Dr. Pedro Melo. Não existe, na atualidade, em Portugal uma legislação que regule o ato médico. Estamos no presente a colaborar com as entidades governamentais responsáveis pela elaboração desta legislação, um dossier que partilho com o Dr. Eduardo Matos. Quando refere a vertente mais externa da SPME e o seu papel enquanto veículo informação para com a população, considera que existe o risco de esta não estar informada? Penso que existe uma assimetria significativa na qualidade de informação disponível. Facilmente encontramos anúncios online de consultas e tratamentos de medicina estética. É importante que tenhamos a noção de que se tratam de técnicas médicas


spme | medicina estética e de antienvelhecimento A procura por cuidados médico estéticos é feita mais pelo sexo feminino ou masculino? De uma forma geral a procura é assimétrica, sendo as mulheres quem mais recorrem à nossa consulta. Se há uns anos o tratamento das rugas de expressão com Toxina botulínica, vulgarmente denominada de Botox, ou das alterações de volume com recurso a materiais biocompativeis de preenchimento eram efetuadas quase exclusivamente a mulheres hoje em dia verifica-se uma tendência de equilíbrio na procura destes tratamentos e existem inclusive alguns onde a procura se faz sentir mais pelo homem, como por exemplo o transplante capilar.

1º Congresso SPME

que exigem manipulação de fármacos e que apenas podem ser levadas a cabo em instalações legalizadas para o efeito, como hospitais, clínicas ou consultórios médicos. É um risco enorme para a saúde pública a realização de qualquer procedimento médico por pessoas sem treino ou habilitação legal para o fazerem e em instalações onde não estão garantidas condições de desinfeção e higiene. Os perigos são reais e as consequências graves, tratamentos tecnicamente mal executados, sem o correto diagnostico ou realizados por não médicos podem originar problemas de saúde que colocam

Realizaram, em dezembro passado, o primeiro congresso de Medicina Estética. Qual foi o seu propósito? O congresso foi o nosso primeiro evento e globalmente penso que pode ser considerado um sucesso. Contou com uma representação institucional muito importante por parte de colegas da sociedade Espanhola, Italiana e da própria UIME. Realizamos este evento com o intuito de gerar coesão e partilha de experiências entre profissionais nacionais e internacionais. Sob o ponto de vista nacional tivemos a colaboração de colegas de Cirurgia Plástica, especialidade com quem muito se articula a Medicina Estética e colegas da Dermatologia também com ligação à área da estética. Foi um trabalho árduo que em muito dependeu da capacidade de abnegação do Dr. Luis Uva, da Dra. Caroline de Melo, do Dr. Bruno Gonçalves e do Dr. Pedro Alves. Qual o futuro da Medicina Estética em Portugal? Partimos da inexistência para o crescimento sustentado. Verifica-se um aumento pela procura deste tipo de cuidados e a aceitação da Medicina Estética será tanto maior quanto maior for a qualidade e rigor daqueles que a ela se dedicam. Estou certo que trabalhando com profissionais altamente diferenciados, com motivação para a investigação e para a partilha do conhecimento a Medicina Estética continuará a caminhar cumprindo o seu propósito de contribuir para a felicidade, oferecendo a todos a melhor versão de cada um.

32º Congresso SEME

em risco a vida de quem a eles se submete e podem ter como consequência sequelas para toda uma vida. Estes riscos são evitáveis. Neste sentido o Dr. Henrique Machado, em colaboração com o nosso departamento jurídico, tem vindo a desenvolver um importante trabalho no levantamento destas situações e a SPME disponibilizará brevemente um canal de comunicação para que a população nos possa fazer chegar informação de ocorrências merecedoras de denúncia.

1º Congresso SPME

Que factores deverá ter em conta uma pessoa que se pretende submeter a um tratamento médico estético? Em primeiro lugar deverá comprovar que está perante um médico, inscrito na Ordem dos Médicos de Portugal e informar-se sobre a sua formação. A Medicina Estética só deverá ser efetuada por profissionais com formação adequada. Não se trata de injectar o produto x no local y, é necessário conhecer os padrões de beleza, as várias técnicas, quais os efeitos secundários e possíveis complicações de cada uma e também como as saber tratar. Trata-se de uma disciplina em que se realiza uma abordagem individualizada do paciente, onde o correto diagnostico é fundamental para que as técnicas combinadas que se utilizam ofereçam a resposta às preocupações manifestadas. Neste sentido é fundamental a procura por profissionais especializados. Apenas esses possuem o conhecimento transversal das várias técnicas disponíveis as quais permitem uma abordagem global do paciente. A pessoa deverá ainda comprovar que se encontra numa clinica médica licenciada pela Entidade Reguladora da Saude e jamais se deverá submeter a algum tratamento sem que lhe tenham explicado os detalhes do mesmo, os seus riscos e as suas possíveis complicações. Não deverá ainda realizar qualquer tratamento sem assinatura prévia do respetivo consentimento informado. Um conselho sensato passa por desconfiar sempre de milagres. Na dúvida e se lhe parecer oportuno deverá procurar uma segunda opinião médica.

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medicina estética e de antienvelhecimento | clínica serkan aygin

A solução para problemas capilares Na Turquia, a Clínica Serkan Aygin é uma referência mundial no que aos transplantes capilares diz respeito. Beneficiando de preços competitivos e de uma taxa de satisfação de 98 por cento, a clínica atrai pacientes de todo o mundo, incluindo portugueses. Fique a conhecer melhor esta clínica e os serviços inovadores que oferece.

Serkan Aygin

Como surgiu a Clínica Dr. Serkan Aygin? Qual o balanço que faz destes 44 anos de atividade? Serkan Aygin é um conceituado dermatologista especializado em transplantes capilares. Nasceu em 1968 e formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Istambul. Especializou-se em Farmacologia Clínica na Universidade de Istambul e em Dermatologia no Hospital Vakıf Gureba. Trabalhou em dermatologia e doenças do cabelo no hospital Vakıf Gureba. Desde 1996 que se dedica aos tratamentos de queda de cabelo. Hoje, Serkan Aygın é reconhecido mundialmente no campo do transplante capilar. Realiza transplantes capilares e tratamentos na sua própria clínica - Dr. Serkan Aygin Clinic. Todos os dias são realizadas, com sucesso, operações de transplante capilar a pacientes de todo o mundo. Serkan Aygin é convidado frequentemente a participar em conferência em vários países para dar informações sobre transplantes capilares e conhecer pacientes. Serkan Aygin é membro da Sociedade Internacional de Dermatologia. A medicina estética tem evoluído a passos largos nos últimos anos. A vossa clínica apresenta um serviço inovador, com uma técnica (FUE) altamente fiável. Como descreve o serviço que prestam? O excelente serviço que nós prestamos aos nossos pacientes resulta de uma longa

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experiência. Com mais de 10 mil pacientes operados, a nossa clínica adquire cada vez mais conhecimento e torna-se uma referência para todos os que estão interessados em realizar um transplante capilar através da técnica FUE (Follicular Unit extraction). Nesta técnica - a mais avançada no campo do transplante capilar – é utilizado um pequeno aparelho para extrair os folículos saudáveis do paciente. Estes folículos são depois transplantados nas áreas de calvície do doente. É um processo minimamente invasivo, feito com anestesia local, com o menor impacto para o paciente. Esta técnica é muito cara em todo o mundo. No entanto, na nossa clínica, os pacientes beneficiam da melhor qualidade (a nossa taxa de satisfação é de 98 por cento), com preços competitivos (2.490€, incluindo hotel e transporte). Este serviço de transplante capilar tem sido cada vez mais procurado? Existe uma maior preocupação com a saúde estética atualmente? Nos últimos anos observamos que os homens dão cada vez mais atenção à sua aparência e, portanto, o número de pessoas submetidas a cirurgia plástica tem aumentado significativamente. Hoje em dia, os transplantes capilares são um dos processos mais solicitados e crescem no mundo graças ao chamado ‘turismo médico’. Ao mesmo tempo, a quantidade de informação disponível na internet sobre transplantes capilares faz com que as pessoas fiquem mais interessadas na clínica e nos contactem para mais informações. Vemos


clínica serkan aygin | medicina estética e de antienvelhecimento

que as pessoas estão cada vez mais interessadas em saber o que fazemos. De onde são provenientes os vossos clientes? Como podem os portugueses contactar a Clínica Dr. Serkan Aygin? Graças ao nosso parceiro Aratravel, aumentamos o número de pacientes provenientes de todas as partes do mundo. Os nossos pacientes são provenientes especialmente de Itália, Espanha, Brasil e estamos a ficar conhecidos também em Portugal. Organizamos conferências em diferentes países, permitindo que o Dr Serkan visite pessoalmente os pacientes. Em Portugal podem-nos contactar pelo nosso email: info@ transplantecapilarturquia.pt, ou pelo número +351 913916813. Como avalia a importância da formação e de uma mão de obra qualificada neste tipo de serviços? O trabalho qualificado é fundamental para garantir excelentes resultados. Todos os que trabalham na nossa clínica têm anos de experiência e nossa experiência é o fator que transformou a clínica numa das mais importantes na Turquia. A clínica localiza-se em Istambul, já pensaram em abrir uma nova clínica noutra parte do mundo? Quiçá em Portugal? Não. Vamos continuar a operar em Istambul, como fazemos desde há muitos anos. Como disse anteriormente, o nosso sucesso baseia-se no nosso trabalho em equipa e na partilha de objetivos. Além disso, deslocar para qualquer cidade da Europa significa aumentar os custos. Na Turquia, pelo contrário, podemos manter o melhor serviço a um preço razoável Quais os conselhos que pode dar aos nossos leitores por forma a protegerem a sua saúde capilar? A perda de cabelo tem múltiplas causas, incluindo dieta, deficiência mineral, medicamentos, stresse ou doenças graves, poluição e genética. Não há garantias de que os pacientes possam prevenir a perda de cabelo que é geneticamente programada, ou a perda de cabelo causada por fatores que não estão dentro do controle das pessoas. No entanto, as pessoas podem cuidar dos seus cabelos pela escolha de um shampoo adequado para o seu

tipo de cabelo, tendo uma dieta saudável e equilibrada e devem considerar a toma de suplementos. Caso haja queda repentina de cabelo, devem procurar ajuda médica. Por onde passa o futuro da Clínica Dr. Serkan Aygin? O futuro está a começar agora. Acabamos de abrir a nossa nova clínica no último mês, que foi construída com as mais recentes tecnologias inovadoras e estamos à espera de cada vez mais pacientes, especialmente da Europa e América do Sul.

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ALENTEJO

As planícies a perder de vista começam a desenrolar-se junto ao Tejo. Se ao norte o ritmo é marcado pelo verde da campina, mais para sul a paisagem combina com sol, calor e um ritmo compassado. É o Alentejo. A norte pastam cavalos na lezíria; no vasto interior, a planura imensa, searas louras ondulando ao vento; no litoral praias selvagens, duma beleza agreste e inexplorada. A amplitude da paisagem é entrecortada por sobreiros ou oliveiras que resistem ao tempo. Santarém é um miradouro natural sobre a imensidão do Tejo. Aqui e ali ergue-se um recinto muralhado, como Marvão ou Monsaraz, ou a antiguidade duma anta a lembrar a magia do lugar. Nos montes, casas térreas e brancas coroam pequenas elevações, os castelos evocam lutas e conquistas, e os pátios e jardins atestam influências árabes, que moldaram povo e natureza. No Alentejo, a força da terra marca o tempo e cidades como Elvas, classificada Património Mundial pela Unesco, mostram a tenacidade das gentes. Talvez por isso a cultura e a espiritualidade ganhem aqui um caráter particular. Basta conhecer Évora para perceber por que razão foi há muito classificada Património Mundial. Admiramos o templo romano e algumas das suas igrejas, como a de S. Francisco com a célebre Capela dos Ossos. Ou a catedral que marca a memória e identidade como todas as outras do Alentejo, em Santarém, Portalegre, Elvas e Beja. Memórias do passado são também o que perdura nas antigas judiarias, especialmente em Castelo de Vide. A planura facilita os passeios a pé ou de bicicleta, mas os cavalos também fazem parte do lugar. No Campo Branco de Castro Verde podemos combinar esses passeios com a observação de aves e, em barragens como no Alqueva, a serenidade das águas ou a contemplação do manto de estrelas da Rota Dark Sky contaminam a placidez do local. Mas não podemos passar para norte ou para sul sem explorar o litoral. Aí, a paisagem é alta e escarpada, com pequenas praias abrigadas entre arribas, e muitas que são ideais para o surf. E também aqui há aromas de campo, as ervas de cheiro temperam peixes, mariscos e outros pratos regionais, que se acompanham com excelentes vinhos da região. Porque todo o Alentejo vive ao ritmo da terra. In www.visitportugal.com Foto de Miguel Claro

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luzdomus | Alentejo

Sinónimo de confiança e qualidade Com mais de três décadas de experiência no setor da comercialização de material elétrico, Rosinda Valente representa o que é ser empreendedora e líder no feminino. Em entrevista à Revista Business Portugal, a empresária recorda o seu percurso profissional, assumindo que quem vem à Luzdomus não procura apenas material de qualidade, mas sim o atendimento profissional e a seriedade que sempre marcou a atuação da empresária neste mercado. desse aspeto, realizando regularmente ações relacionadas com os novos produtos que entram para o mercado. De facto no último ano, temos vindo a assistir à introdução do LED na iluminação, o que se traduziu num aumento efetivo da procura. Hoje, os consumidores procuram os produtos que lhes garantam menor consumo e maior eficiência energética”, revela Rosinda Valente. Quanto ao futuro, a empresária considera que o caminho continuará a passar por manter a excelência dos produtos, assegurando a qualidade do serviço e da seleção das marcas. “Sentimos que o Alentejo tem um grande potencial de crescimento, e o turismo acaba por ter um impacto positivo na nossa atividade e na dinamização da economia local”, termina. Rua António Francisco Melro nº 9 Zona Industrial – Horta das Figueiras 7005-212 Évora Telef. 266788090 Fax. 266788099 Email: geral@luzdomus.pt www.luzdomus.pt Rosinda Valente é a empresária responsável pela criação do projeto da Luzdomus. Com um knowhow adquirido dentro deste setor de atividade, a administradora garante aos seus clientes o melhor tratamento dos seus pedidos, oferecendo um acompanhamento detalhado das suas necessidades. A Luzdomus é uma empresa sediada em Évora, que dedica a sua atividade ao armazenamento, importação e comercialização de material elétrico, iluminação e eletrodomésticos. “Já conto 35 anos de experiência neste setor de atividade. Comecei o meu percurso profissional como administrativa numa empresa de material elétrico, na época em grande expansão. A partir daí fui passando por outros projetos empresariais dentro deste ramo de atividade, enquanto funcionária e enquanto gerente”, recorda a empresária, e acrescenta: “Claro que o mercado foi sofrendo as suas vicissitudes e crises, levando a que algumas dessas empresas encerrassem atividade. Em outubro de 2008 surgiu a oportunidade de abrir a Luzdomus, com capital social da Casa das Lâmpadas, uma empresa de referência dentro deste setor a nível nacional, dando vida a um novo projeto que se tem consolidado no mercado”. Desde o início de atividade, a empresa sempre teve como propósito a prestação de um atendimento especializado e a seleção das melhores marcas em áreas distintas, tais como aparelhagem, domótica, eletrodomésticos, cabos e condutores, hidráulica, iluminação, imagem, indústria, lâmpadas, pára-raios, videoporteiros, ventilação, entre outros. As marcas que fazem parte do portefólio da empresa são reconhecidas a nível internacional, nomeadamente, a Jung, bpt, Wortex, Ingesco, Electric Perry, Moel, elettrocanali, Maico, disano illuminazione, Linergy, Targetti, vviva, entre outras. Com uma equipa composta por cinco colaboradores, a Luzdomus atua na região do Alto e Baixo Alentejo, e Algarve, tendo como principais clientes as empresas, as instituições públicas e os profissionais do setor. “Para nós a formação é muito importante, mas nesta área as próprias marcas vão-se encarregando

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alentejo | apormor

A maior feira de pecuária nacional Com 27 anos de atividade, a APORMOR é uma organização de produtores pecuários e agrícolas, que representa uma estrutura essencial na fileira dos bovinos em termos nacionais, transacionando uma média de 24 mil animais da espécie bovina e 18 mil da espécie ovina por ano. Hoje, a exportação tem uma importância crucial para o setor pecuário, com a abertura de novos mercados, nomeadamente no Médio Oriente. No primeiro fim de semana de setembro realiza-se a Expomor, a maior feira de pecuária a nível nacional, na qual este ano estará em destaque a raça bovina Alentejana.

“Quem nos visita reconhece que é a melhor mostra do setor em todo o território nacional, ou não estivessemos nós numa das regiões mais importantes, em termos de produção pecuária, razão pela qual denominamos Montemor-o-Novo como a ‘capital nacional da pecuária extensiva’, sublinha Joaquim Capoulas, presidente da APORMOR, e acrescenta: “nesta feira está representado o que de melhor se faz no nosso país. Organizamos colóquios, concursos e leilões de reprodutores, entre outras atividades. O que reconhecemos é que de facto não tem o impacto nacional que merece, em comparação com outros certames”. Desde 2015 que a Expomor implantou o ‘Ano da Raça’, em que em cada feira escolhe e

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promove uma determinada raça bovina. Nos primeiros dois anos estiveram em destaque as raças que mais rapidamente podem influenciar o melhoramento genético das explorações, pela introdução de machos de excelente qualidade permitindo os melhores cruzamentos para satisfazer as exigências atuais do mercado, mais propriamente a raça Charolesa e a raça Limousine. A partir da edição deste ano, que ocorre entre 30 de agosto e 4 de setembro, a Expomor irá concentrar-se na apresentação das raças mais vocacionadas para linha mãe, aparecendo em destaque a raça Alentejana. “O nosso critério limita-se apenas à ordem alfabética. Iremos começar por esta associação e depois convidaremos sucessivamente


apormor | Alentejo

as outras organizações, proporcionando espaço para as raças se promoverem e afirmarem no panorama pecuário nacional, salientando as qualidades de cada uma, tendo em vista o objetivo da satisfação das exigências dos mercados pecuários”, reforça Joaquim Capoulas. Impacto do aumento das exportações Afirmando-se como um polo importante a nível nacional de encontro entre vendedores e compradores de gado vivo, a APORMOR abrange uma vasta área de produtores no concelho de Montemor-o-Novo e concelhos limítrofes, tendo atualmente cerca de 145 associados. Embora, a organização se assuma como um veículo importante para a dinamização económica da região e do país, Joaquim Capoulas refere que “o mercado das carnes em Portugal está estrangulado, muito em parte pelo condicionamento provocado pela grande distribuição, que não permite pagar o justo valor à produção nacional e mostra uma enorme resistência em colocar a denominação de origem nos produtos”. Deste modo, a abertura do mercado externo, com o crescimento da procura por parte do Médio Oriente vem aliviar esta situação e dar uma nova vida à produção pecuária nacional. “Adquirimos novos canais de escoamento para os animais, nomeadamente a saída regular de barcos para países do mediterrâneo e do Médio Oriente. Neste momento os animais estão a vender-se a bons preços, logo há mercado para os produtos, e é de salientar que continuamos a produzir metade daquilo que consumimos em Portugal mas, por motivos de sobrevivência, temos que nos empenhar no aumento das exportações contribuindo, ao mesmo tempo, para a diminuição do défice externo”. Recentemente, a APORMOR recebeu a visita de uma delegação da Arábia Saudita, que quis conhecer algumas explorações da região, percebendo como é que tudo se processa e quais as exigências e as linhas orientadoras do controlo de sanidade animal dentro das propriedades. “Posso referir que ficaram muito satisfeitos com o que observaram, tendo em conta que já tinham visitado outros países da Europa e do mundo. A APORMOR foi a referência durante esta visita, sendo que o que mais lhes agradou foi a qualidade dos produtos e o controlo sanitário, que cá segue normas rigorosas e é amplamente cumprido pelos produtores”, salienta o presidente da associação. Caracterização da APORMOR Constituída em 1990, a APORMOR começou a ser idealizada em finais da década de 80, com o objetivo de concentrar a produção e a comercialização de animais, defendendo os interesses dos produtores da região. Numa primeira fase estava vocacionada só para a venda de ovinos, mas depressa alargou o seu âmbito de intervenção para os bovinos e caprinos. Hoje, esta organização de produtores pecuários e agricultores

assegura um conjunto de serviços que visam contribuir para o apoio técnico, logístico e comercial do setor pecuário e agrícola, nomeadamente no apoio a candidaturas e a licenciamentos de explorações, e na receção e concentração dos animais para venda em leilão. De notar que a grande visibilidade da APORMOR está nos leilões semanais de bovinos e mensais de ovinos, que constituem a bolsa de gado de referência no país. A construção do parque de leilões foi um marco fundamental para o desenvolvimento da associação e do concelho, sendo hoje uma referência incontornável do mercado de comercialização de gado vivo. Atualmente transacionam-se semanalmente e em termos médios entre 400 a 800 animais da espécie bovina e mensalmente cerca de 2 mil ovinos, sendo o único parque a laborar regularmente nas duas espécies para o Alto e Baixo Alentejo. “Nós sabemos que o nosso website é consultado periodicamente, aguardando com ansiedade os valores de referência dos leilões. Aqui definem-se as cotações para o setor, ou seja, Montemor-o-Novo é o barómetro económico, apresentando o valor de referência dos animais. Com o aumento das exportações os leilões adquiriram ainda uma maior importância. No caso dos ovinos, desde 2015 que começamos a ter leilões mensais, trazendo uma mudança completa de paradigma no setor, com o aumento da procura e do volume de vendas”, explica Joaquim Capoulas. Outra das atividades que a APORMOR está a desenvolver é a gestão de Livros Genealógicos, que tem ligação direta com o aumento dos níveis de produtividade e de qualidade genética nas explorações. De referir ainda, o papel importante que a organização tem no desenvolvimento do programa de sanidade, em conjunto com o ADS Montemor-o-Novo, que vai além do exigido pelos organismos oficiais. Pensar o futuro A fomentação de parcerias e a Expomor são os principais planos de divulgação da APORMOR para o futuro. “Tudo o que represente valor acrescentado para os nossos associados, será uma importante mais-valia. Sentimos, porém, a necessidade de uma maior divulgação do trabalho desenvolvido pela APORMOR, na medida em que é a base para a dinamização económica desta região e da produção pecuária. Gostaria, ainda, de endereçar um convite a todas as pessoas para que visitem a Expomor em setembro. A entrada é gratuita e aqui poderão tomar contacto com a produção pecuária nacional, percebendo que de facto esta é a feira mais representativa do setor”, termina Joaquim Capoulas.

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alentejo | acore e ads estremoz

Garantir a sanidade animal dos efetivos pecuários Remonta a 1985 a criação da ACORE - Associação de Criadores de Ovinos da Região de Estremoz. Mais tarde, após a entrada na União Europeia, o país sofreu reestruturações em todos os setores de atividade, inclusive na pecuária. Assim, nasceu o ADS Estremoz agregado à associação fundada dois anos antes. Hoje, o ADS tem um papel crucial no apoio aos produtores, tendo como principal objetivo ajudar a melhorar o estado sanitário dos efetivos pecuários.

António Festas, Augusto Calça e Pina, Joaquim Namorado Administrador

Temos de recuar a meados da década de 80 para assistir à constituição da ACORE, que desde a sua fundação teve como principal objetivo defender os interesses dos criadores de ovinos da região de Estremoz, perante as entidades oficiais. Posteriormente, o Estado criou os Agrupamentos de Defesa Sanitária/ Organização de Produtores Pecuários, agregando esses serviços a associações de agricultores já existentes, atribuindo as competências do ADS Estremoz à ACORE. “Inicialmente o ADS era restrito ao

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concelho de Estremoz, mas rapidamente se começou a alargar a área de intervenção geográfica, começando a ganhar uma maior representatividade em relação à associação”, explica Augusto Calça e Pina, presidente da associação. Hoje, a ACORE dedica-se à elaboração de candidaturas e à organização da FIAPE, enquanto o ADS Estremoz tem como principais serviços: o rastreio de doenças como a brucelose, a tuberculose e a leucose, a promoção de serviços de vacinação/desparatização, os

serviços de SNIRA e I-Digital, e a venda de medicamentos veterinários. Com uma área de intervenção que se estende aos concelhos de Alandroal, Borba, Estremoz, Évora, Arraiolos, Redondo, Sousel e Vila Viçosa, o ADS estabeleceu protocolos com algumas associações, nomeadamente a Ajasul e a Coopar, com o intuito de facilitar a vida dos produtores seus associados. Parceria transfronteiriça O ADS Estremoz está a implementar

um acordo transfronteiriço com três cooperativas de Cáceres, num projeto apoiado diretamente pela União Europeia, no âmbito das relações transfronteiriças. Este desígnio procura melhorar as explorações do ponto de vista da alimentação e reprodução, alinhando estratégias com os novos quadros comunitários, que se preocupam com o aumento da produção e da competitividade no setor agropecuário. “Inicialmente este projeto visará apenas os bovinos, mas poderá ser alargado para os ovinos e suínos,


acore e ads estremoz | Alentejo entidades governamentais. Quanto à ACORE, continuará a promover a qualidade e a excelência da FIAPE, como feira de referência na promoção e valorização das raças autóctones e exóticas, onde se realizam concursos importantes de bovinos e ovinos, e se materializam negócios. Por outro lado, o ADS continuará atento às necessidades dos produtores, prestando um apoio técnico de proximidade.

Gonçalo Fernandes Administrador

através da fomentação de parcerias com as associações do setor para prestar serviços ao nível da sanidade animal”, completa o presidente da direção. Importância do ADS Estremoz Numa primeira fase, o ADS tinha como principal objetivo a erradicação e controlo das doenças obrigatórias. Contudo, o agrupamento começou a alargar os seus serviços, de modo a melhorar os desempenhos das explorações agropecuárias. Nesse sentido, foi criado em janeiro de 2014 o programa VITINDEME, para controlar doenças com grande impacto económico nas explorações e sem obrigatoriedade de planos, mais propriamente o IBR (vírus da rinotraqueite bovina), o BVD (vírus da diarreia bovina) e o Campilobacter. “Neste âmbito estabelecemos uma parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, que efetua as análises e presta apoio técnico. Este programa tem tido uma enorme adesão, muito devido ao aumento das exportações. Por outro lado, gostaríamos de conceder um agradecimento especial à universidade, pelo apoio que nos têm dado”, sublinha Gonçalo Fernandes, coordenador do ADS. Outro dos projetos que o agrupamento está a implementar é o exame andrológico em bovinos e em carneiros, de modo a analisar a qualidade do sémen, obtendo uma noção exata das capacidades reprodutivas da exploração. “Fizemos um acordo com a Universidade de Évora e com alguns veterinários executores, em que todos os exames estão tabelados com o mesmo preço e é elaborado o mesmo relatório pelos médicos veterinários, ou seja, harmonizamos o sistema de trabalho. Neste campo temos tido uma elevada procura, sendo um dos projetos que esperamos maior crescimento a curto prazo”, salienta Gonçalo Fernandes. Relativamente ao posto de venda de medicamentos, foi inaugurado em 2010 e é um dos serviços mais procurados

por associados e não associados. Hoje, a farmácia veterinária comercializa produtos para animais de produção e animais de companhia, desde produtos veterinários a artigos para agropecuária. De salientar ainda a organização das jornadas técnicas para os associados, que procuram aumentar os conhecimentos técnicos dos agricultores, prevenindo para o combate às doenças e o consequente impacto nas explorações. Nas primeiras jornadas que ocorreram em outubro do ano passado, estiveram presentes oradores oriundos da Argentina e de Espanha. Em fevereiro de 2018 irão realizar-se as segundas jornadas, uma iniciativa totalmente inédita, mas com elevada importância para o ADS Estremoz. Criado em 2017, o programa RUMIGEST será lançado no próximo mês de julho. Este projeto visa a gestão e controlo pecuário para os efetivos bovinos e ovinos dos sócios do ADS Estremoz. “Com a informatização dos processos por parte das entidades oficiais, começámos a perceber que era necessário encontrar uma solução para facilitar o controlo dos efetivos dos nossos associados. Nesse sentido, decidimos lançar o Rumigest, em que nós nos encarregamos de proceder a todos os registos, nomeadamente nascimentos, emissão de passaportes, movimentação animal e atualização de mortes e desaparecimentos. No final de cada ano, emitimos um relatório ao produtor, onde constará: o intervalo entre partos da exploração; o intervalo entre partos, por animal; e a informação com possível refugo. Relativamente aos ovinos, ainda iremos realizar uma deslocação à exploração para proceder à leitura e acerto dos efetivos. Isto é uma forma de corresponder às necessidades dos nossos associados, evitando penalizações e tornando estas explorações ainda mais competitivas. É para isso que trabalhamos”, remata o coordenador. Alerta para o futuro Tendo como objetivo primordial a valorização das explorações dos seus associados e ser um polo dinamizador para a região, a direção da ACORE e do ADS Estremoz previne para uma preocupação evidente, que está a assolar o território, ou seja, a falta de água para abeberamento dos animais. Com as barragens a menos de 30% da sua capacidade, os agricultores começam a estar em grandes dificuldades, sendo necessário um apoio imediato das

ADS Estremoz (Agrupamento de Defesa Sanitária) Zona Industrial Lote 86 7100-147 Estremoz Tel: 268 333 061 Email: ads.estremoz@sapo.pt; farmacia.ads.estremoz@gmail.com www.adsestremoz.pt

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alentejo | samuel salgado unipessoal lda

parceiro de confiança dos agricultores

Samuel Salgado Administrador

Sediada em Beja, a empresa Samuel Salgado Unipessoal, Lda foi constituída em 2010, com o intuito de oferecer aos agricultores um serviço de proximidade para a rentabilização das suas culturas. Recentemente, a empresa alargou a sua área de intervenção para o setor das máquinas agrícolas, disponibilizando soluções de qualidade aos clientes.

Com sete anos de atividade, a empresa nasceu com a intenção de dar continuidade ao trabalho já desenvolvido pelo seu fundador, Samuel Salgado, na empresa do sogro, A.Cano, Lda. “Comecei a minha empresa na sala de jantar, mas rapidamente começámos a crescer, contando com as melhores representações, assegurando a máxima qualidade dos produtos e simultaneamente prestando uma boa assistência técnica. Neste momento, temos o nosso armazém e escritórios principais em Beja, mas como a nossa área de intervenção se estende a todo o Alentejo, a Samuel Salgado abriu em 2013 um armazém em São Manços, com o objetivo de alargar o alcance geográfico e prestar um apoio de maior proximidade aos clientes”, explica Samuel Salgado, e refere: “Sempre trabalhei com empresas de mérito reconhecido, na área dos adubos, a Compo, Adubos Deiba, Tecniferti (adubos líquidos) e Lusical (corretivos calcários). Na área das sementes, Pioneer, Battle, Fertiprado, na área dos produtos fitofarmacêuticos, a Sapec, Belchim e Sipcam. Relativamente às análises, representamos um laboratório francês: Agrosystem”. Nos dias de hoje, a Samuel Salgado trabalha na área do regadio, acompanhando culturas como o olival, o amendoal e outros frutos secos, e paralelamente, os cereais, onde se destaca a cultura do milho, trigo, cevada, triticale e aveia, a vinha e algumas fruteiras. Os prados e forragens anuais, de

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sequeiro e regadio, são também uma área onde a empresa se tem empenhado. Representam também duas marcas conceituadas de rações: Nanta e Provimi. A empresa realiza igualmente um conjunto de serviços, tais como recolhas de solo, água, folhas e ainda fenos e feno-silagens, para posterior análise e, por último, o aconselhamento técnico. “Resultado de uma parceria com a empresa Aquagri, ajudamos os nossos clientes a melhorar em termos de eficiência, através do controlo de sistemas de rega, estações meteorológicas, humidade dos solos ou controlo de pragas, que se apresenta como um complemento à atividade desenvolvida. Em 2012 ficámos com a representação de uma marca de vibradores de azeitonas e frutos secos, a ‘Spedo’, iniciando-se assim a nossa história na área das máquinas e equipamentos agrícolas”, recorda Samuel Salgado, reforçando: “Eu quero que os agricultores nos vejam como uma entidade que dá opinião e resolve problemas e, para isso, conto com uma equipa de engenheiros agrónomos que acompanham regularmente os agricultores, prestando um apoio técnico contínuo”. De salientar, na área das máquinas agrícolas, a comercialização de produtos das marcas Husqvarna, e Honda ao nível dos pequenos equipamentos. Nos tratores, representam a Kubota e mais recentemente, a Claas. Quanto às alfaias representam a Kubota alfaias agrícolas, Herculano, Joper e Tomix. Relativamente à marca Spedo, além dos vibradores de

azeitonas e frutos secos, já bastante conhecidos, estão a lançar os inter-cepas para uso nas vinhas e fruteiras, uma máquina que permite a mobilização do solo na própria linha das plantas, evitando a utilização de herbicidas. “Com a entrada destas representações, tivemos de criar em Beja uma nova estrutura, com uma zona própria de receção, uma nova sala de reuniões e ainda uma secção de peças que permita dar apoio ao serviço de assistência técnica. Estamos também a fomentar parcerias com diversas oficinas do Baixo e Alto Alentejo, para podermos garantir um bom serviço de pós-venda”, sublinha o empresário. Na área dos produtos agrícolas, estão a trabalhar os cereais para ‘baby food’ com a empresa German/Nestlé e algumas leguminosas, com contratos de comercialização, efetuando também parcerias na vertente da multiplicação de cereais. “Passámos de um Alentejo de sequeiro a um território de regadio com um incremento enorme no consumo de fatores de produção e de novas tecnologias, tais como GPS com auto-guiamento, drones com câmaras NDVI, mapas de rendimento, agricultura de precisão, etc”. Nesse sentido, Samuel Salgado afirma que “dentro de poucos anos o Alentejo estará totalmente irreconhecível, devido ao esforço, resiliência e coragem para assumir riscos dos empresários agrícolas”. Refere ainda a necessidade de mão-de-obra qualificada, com formação ao nível da mecânica, maquinaria agrícola, sistemas de rega que permitam aos empresários poder desenvolver os seus projetos com sucesso e criar mais emprego. “Acredito num futuro melhor e numa produção de qualidade”, termina.

Sede: Lugar da Suratesta 7800-241 Beja Filial: Rua Gouveia, 43 7005-741 São Manços Tel: 284 320 624 Email: ssunipessoal@gmail.com


clilegre | Alentejo

“Nascemos, crescemos e vivemos por eles e para eles!”

A completar o trigésimo aniversário, a Clilegre – Hospital Veterinário de Portalegre - é uma empresa pioneira no Alto Alentejo, no que se refere à prestação de serviços médico-veterinários na área dos grandes animais e animais de companhia.

Fundada em 1987 pelos sócios João Luís Bonacho Costa e Ana Zulmira Proença Salgueiro, a Clilegre cresceu ao longo de três décadas com base no compromisso de ser uma empresa de referência na área dos cuidados e prestação de serviços médico-veterinários a grandes e pequenos animais. Assim nasce o que é hoje o Hospital Veterinário de Portalegre, atualmente único no distrito. Um longo caminho foi percorrido desde as primeiras intervenções realizadas ao domicílio sobre a mesa da cozinha ou bancadas de trabalho de mecânica dos proprietários, até aos dias de hoje executdas em condições de assepsia e dignidade compatíveis com o respeito e profissionalismo que os nossos pacientes merecem. Na área dos animais de companhia oferecemos acompanhamento especializado assente na elevada experiência profissional de toda a equipa e nos equipamentos tecnológicos de excelência, contemplando um vasto conjunto de serviços designadamente: medicina interna, profilaxia médica, análises clínicas, radiologia, ultrassonografia, electrocardiografia, cirurgia de tecidos moles e ortopédica, fisioterapia e reabilitação, odontologia, hospitalização e urgências 24 horas. Paralelamente é desenvolvida no campo assistência médicoveterinária e acompanhamento permanente a explorações pecuárias com o intuito de protecção da saúde animal e melhoramento da sustentabilidade e competitividade das empresas do setor agro-pecuário. Aqui destacamos a componente formativa com realização de acções de formação dirigidas a produtores. Sendo a formação e atualização importantes na área das ciências veterinárias publicamos mensalmente um artigo acerca do caso que nos parece mais interessante ocorrido na clínica de pequenos animais. Ainda na área da formação e investigação, a Clilegre tem desenvolvido, em parceria com instituições de Ensino Superior, protocolos para estudos na área dos pequenos e grandes animais e posterior apresentação em congressos nacionais e internacionais. No que respeita ao futuro os fundadores gostariam de ver continuidade neste percurso de 30 anos, mantendo o ADN e a filosofia da empresa. Terminando com dois alertas às entidades oficiais reguladoras da sua atividade e Tutela: a necessidade de medidas de apoio às micro e pequenas empresas sediadas no interior do país e de disciplinar a venda, uso e aplicação do medicamento veterinário.

CLILEGRE - Hospital Veterinário de Portalegre Rua Martinho Azevedo Coutinho nº 13A e 16A 7300-817 Portalegre PORTUGAL TEL 245 204 040 / 963 059 125 Email: clilegre.hvp@gmail.com

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alentejo | dark sky alqueva

hino à descoberta do céu estrelado

É em plena região do Alentejo, que encontramos a Reserva Dark Sky® Alqueva, onde uma rara beleza de constelações e rios de estrelas, se junta à majestosa profusão de planetas brilhantes. Detentora da primeira Certificação Mundial Starlight Tourism Destination atribuída pela Fundação Starlight, reconhecida pela UNESCO e pela Organização Mundial do Turismo, esta reserva vem atestar as características únicas do céu noturno, nesta zona do país. Um convite irrecusável para quem gosta de estar em plena comunhão com a natureza. oferecendo ao mesmo tempo serviços de alojamento, de restauração e de atividades de animação turística enquadrados e aptos a receber os ‘astro-turistas’. Por outro lado, existe um amplo trabalho de sensibilização e de combate à poluição luminosa, com vista a aumentar a reputação do destino e a marcar a diferença no panorama mundial. No que concerne à luta contra a poluição luminosa, esse trabalho é moroso e é um dos parâmetros cruciais para garantir a continuidade da certificação”, explica Apolónia Rodrigues.

Data de 2008 o início do projeto Dark Sky® Alqueva como ferramenta de diferenciação da Albufeira do Alqueva através da utilização

diferentes e sensações fortes que apelam aos sentidos, levando o turista a usufruir da beleza do céu desta região, mas não só. Para além da observação astronómica, o visitante poderá optar por realizar atividades noturnas, tais como, canoagem, provas cegas de vinho, passeios pedestres, astrofotografia, passeios a cavalo, desfrutando de uma atmosfera tranquila, sublime e única em Portugal. Apolónia Rodrigues é a presidente da Genuineland – Rede Turismo de Aldeia do Alentejo que assume a coordenação da Reserva Dark Sky® Alqueva. “Fomos o primeiro território a nível mundial a obter a certificação da Fundação Starlight. Com este reconhecimento, nós pretendemos

de um recurso natural, o céu escuro, como um produto com grande potencial turístico a médio prazo e que estava desaproveitado até à data. Com sede na Cumeada, Reguengos de Monsaraz, a “Rota Dark Sky® Alqueva” tem como missão transmitir experiências

dar à região do Alqueva uma nova vida, inovando e trabalhando a componente científica com um caráter lúdico, atrativo e de qualidade. Para nós é primordial que o Dark Sky® represente um destino equilibrado e sustentável, para que quem nos visita tenha uma visão integrada do destino,

Sky® e a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz irão realizar no Campinho, Reguengos de Monsaraz, um evento que irá proporcionar uma experiência única a todos os participantes. Junto ao Ancoradouro irão acontecer provas cegas de vinho, passeios, shows de ciência, workshop

Apolónia Rodrigues Presidente da Genuineland

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Dark Sky Party Alqueva 2017 Nos próximos dias 21 e 22 de julho, a Dark

de astrofotografia, palestras, yoga, entre outras atividades, e a terminar cada noite observação astronómica guiada pelos astrofísicos e monitores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. “Podemos já confirmar palestras com Andy Howell, que nos vai falar da ciência dos filmes, com o Pedro Machado, que terá como tema as férias no sistema solar. Depois teremos o José Augusto Matos com o assunto ‘Um Planeta à Maneira’, o Raul Lima irá focar o trabalho desenvolvido na vertente da poluição luminosa e o Pedro Russo irá explicar a astronomia, de uma forma interativa e envolvente. No fundo iremos transmitir ciência de um modo apelativo, enriquecendo conhecimentos e divertindo todos os visitantes. Queremos que as pessoas venham viver o Alqueva, perdendose na imensidão do nosso céu estrelado, que está entre os melhores céus do mundo para observação.


louro wines| Alentejo

A despertar sensações desde 1951

Numa das principais artérias da baixa eborense, surge uma casa fundada em 1951, por José Mendes Ramalho Louro. A Louro Wines abriu portas há mais de meio século, para ocupar um lugar de destaque no mercado dos vinhos e tabacos. Neste espaço pode encontrar verdadeiras relíquias, surgindo em destaque os vinhos de qualidade superior, difíceis de encontrar.

Rua José Elias Garcia, 32 7000-600 Évora Tel 266 702 700 Email: lourowines@gmail.com www.facebook.com/lourowines

Todas as fotografias creditadas a Jerónimo Heitor Coelho

João Louro Passos, engenheiro geólogo por formação, representa a terceira geração da Louro Wines, uma empresa que sempre se demarcou pelo elevado know-how na área dos vinhos e tabacos, como nos recorda o próprio: “A empresa foi constituída pelo meu avô, que no final dos anos 40 começou a trabalhar com os vinhos do Abel Pereira da Fonseca e com fósforos. No início dos anos 50, dedicou-se também à distribuição de produtos de tabaco, nomeadamente em representação da Tabaqueira. Mais tarde, em 1995, o meu pai assumiu a gerência da empresa, até que em 2004 decidiu confiar-me a Direção desta casa”. Nesta garrafeira pode encontrar mais de 500 referências, entre vinhos portugueses e estrangeiros, vinhos do Porto, vinhos da Madeira, champanhes, moscatéis, espumantes, aguardentes, licores e uma seleção cuidada de produtos gourmet portugueses e estrangeiros e, ainda, tabaco e azeite. Nos vinhos, o portefólio é abrangente e, devido à localização geográfica, como não podia deixar de ser, o vinho alentejano está em destaque, com uma amostra significativa de muitas marcas e referências de qualidade superior. Aqui, na Louro Wines, prima-se por apostar em edições limitadas, o mais exclusivas possível. Exemplos que estão presentes na loja são: Quinta do Mouro, Eugénio de Almeida, Esporão, Grous e os incontornáveis Barca Velha, Pêra Manca e Rótulo Dourado. Mas claro que surgem vinhos de outras regiões do país. “Cada vez mais, uma garrafa de vinho se traduz numa construção de experiências, num ritual. Portanto, queremos ser ecléticos nesse aspeto, mas seletivos naquilo que está ao nosso alcance, marcando pela diferença. A empresa também desenvolveu parcerias de produção (nomeadamente com a Quinta do Mouro), contando já com duas marcas próprias, Louro e D., das quais se destacam produtos como o azeite, o vinho tinto Louro Reserva 2008, o D. Special Selection 2008, a compota de vinho tinto Louro e amora, a compota de Licoroso Louro e laranja e o Licoroso Louro”, reforça João Passos. No que diz respeito aos vinhos estrangeiros, temos algumas referências francesas, destacando-se as zonas de Borgonha, Bordeaux e Champagne. Embora os vinhos nacionais sejam a especialidade da casa, também poderá encontrar vinhos húngaros, espanhóis e vinhos do ‘novo mundo’, nomeadamente do Brasil e da Nova Zelândia. Os acessórios para manutenção e consumo dos vinhos não poderiam ficar de fora, estando presente no espaço várias opções de compra. Complementa-se esta seleção de ouro de vinhos com uma igualmente singular gama de produtos gourmet. Por outro lado, a Louro Wines apresenta no seu espaço o projeto Dark Sky® Alqueva, do qual é parceiro ativo, e que acaba por ser outro dos argumentos para servir, cativar e mobilizar os seus clientes, ao dar a conhecer um projeto inovador, único e de uma beleza extraordinária. “A qualidade do acompanhamento, a excelência das propostas, a garantia no tratamento e na conservação dos vinhos e dos produtos, assim como a confiança estabelecida entre os produtores, a nossa casa e o consumidor também são parâmetros em que fazemos ponto de honra”, assegura o diretor. Olhando para o futuro, a Louro Wines quer dar cada vez mais força à participação em eventos (feiras, mostras), às provas de vinhos e azeites, valorizando a excelência e a qualidade dos produtos e, ainda, implementar cursos de formação direcionados para a área vínica, ou outros serviços, como a elaboração de cartas de vinhos para restauração.

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alentejo |kartódromo de évora

empresa | tema

30 anos a criar emoções aos amantes das quatro rodas A completar o trigésimo aniversário, o Kartódromo de Évora foi uma das primeiras infra-estruturas de karting em Portugal, o qual contribuiu para o desenvolvimento da modalidade no país. Situado à entrada da cidade Património Mundial, o kartódromo apresenta uma pista que conjuga o traçado técnico com a velocidade, proporcionando uma experiência inesquecível, em pleno coração do Alentejo. Inaugurado a 15 de novembro de 1987, o Kartódromo de Évora foi fundado por Dick Peters, pai do atual proprietário Peter Peters. Na altura, a ideia de construir um kartódromo na cidade no final dos anos 80 foi uma iniciativa ousada, pois até então o karting era uma modalidade apenas de competição, pouco conhecida pela população em geral. Volvidos 30 anos, Peter Peters, desde sempre também um apaixonado pelo karting, orgulha-se deste projeto que continua a primar pela mesma essência. Hoje, o Kartódromo de Évora dedica-se ao aluguer individual de karts para adultos e crianças, contemplando ainda uma vertente ligada à competição. Com um perímetro de 908 metros e largura constante de sete metros, este kartódromo é reconhecido como uma pista de qualidade, tanto ao nível do desenho do traçado, como do piso em asfalto, que em conjunto com a diversidade e natureza dos karts promovem a verdadeira realidade da condução. “Todos os karts têm um chip que está ligado ao sistema informático do kartódromo, que permite através do computador de bordo medir todos os parâmetros da corrida, proporcionando uma experiência única a todos os visitantes”, explica o proprietário, acrescentando: “Atualmente a nossa frota é constituída por 65 karts, subdivididos em dois conjuntos, consoante a experiência do utilizador. Primamos pela excelência e pela dedicação do nosso departamento técnico, que trata da manutenção permanente dos karts”. A par da pista de karting, o recinto dispõe de bancada panorâmica,

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oficina, balneários, receção, e ainda, bar e esplanada. A qualidade do serviço, a simpatia no atendimento, o conhecimento da área, aliado à frota equilibrada e ao dinamismo colocado na organização das provas são as maisvalias do Kartódromo de Évora. Para além do aluguer individual de karts, o kartódromo também organiza eventos, nomeadamente provas destinadas a empresas ou grupos, área na qual foram pioneiros há três décadas atrás, e que continua a provocar momentos de intensa diversão e emoção nos seus clientes. Com uma localização privilegiada, o Kartódromo de Évora está aberto todos os dias das 10h00 às 19h00, exceto à segunda-feira. Olhando para o futuro, Peter Peters reconhece a necessidade de continuar a dinamizar a prática deste desporto, promovendo a diversão e a competição saudável dentro da pista. “Penso que este é um veículo importante de

dinamização turística para a cidade e para a região. Estamos a sentir o aumento do fluxo turístico, mas é necessário ainda um trabalho de fidelização que dê continuidade a este crescimento. Por outro lado, gostaríamos de alargar a dimensão da pista, no entanto, será necessário um apoio mais próximo das entidades públicas, para que este espaço seja um polo ainda mais atrativo e dinamizador deste território”, sublinha. “O karting é a nossa paixão e os clientes o centro das nossas atenções, por isso lanço o repto para que todos venham experimentar a sensação mais pura do desporto em quatro rodas”, remata Peter Peters.

Estrada Nacional 114 - Km 182,9 7000 Évora Geral: (+351) 266 737 700 Email: geral@kartevora.pt www.kartevora.pt

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empresa | tema

REGIÃO DO BAIXO MONDEGO

O Baixo Mondego é uma sub-região que compreende a parte inferior do rio Mondego. É uma sub-região da Região Centro e centra-se na histórica cidade de Coimbra. Com uma área de 2.062 km² e uma população de 336.376 habitantes (dos quais metade estão nas cidades de Coimbra e Figueira da Foz), o Baixo Mondego é uma sub-região com uma densidade média de 163/km². Economicamente, a sub-região é dominada pela presença da cidade de Coimbra, que desempenha o papel de capital e principal cidade da Região Centro de Portugal. Coimbra tem uma universidade notável, grandes hospitais, uma ampla gama de serviços, importantes empresas de base tecnológica e diversas atrações culturais. Há também uma forte presença industrial em torno da cidade portuária de Figueira da Foz, que compreende um porto movimentado, o porto de pesca e instalações de turismo de verão. Ao longo das margens do rio Mondego, há uma importante atividade agrícola. A cidade de Cantanhede é o coração de uma importante região vinícola e um centro de agricultura, além de um centro de biosciência moderna e um parque científico. A sub-região ocupa lugar de importantes atividades florestais, pesqueiras e pecuárias e produz quantidades consideráveis de arroz, milho, vinho, azeite, frutas e legumes. Biosciências, engenharia, polpa e papel, cerâmica, tecnologias da informação e alimentos são as principais indústrias. REVISTA BUSINESS PORTUGAL 43


baixo mondego | maçarico

Qualidade e Tradição Fundada na década de 30 pela família Maçarico, a empresa é referência no que ao setor das conservas diz respeito. O negócio, que começou pela azeitona e azeite, a que se juntou o dos pickles, tremoço e piripiri e, mais tarde, o dos condimentos e molhos diversos, manteve o lema de sempre: “produzir produtos de elevada qualidade a preços adequados, satisfazendo as necessidades do mercado e criando mais valor para o cliente”.

António Ribeiro Maçarico Administrador

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“Antes de chegar ao seu prato, os produtos Maçarico passam por uma série de rigorosos testes e controlo de qualidade, a começar pela origem. Têm uma gama de produtos selecionados mediante elevados padrões de qualidade de forma a assegurar a riqueza de sabores que caracterizam os seus produtos”, começa por referir António Ribeiro Maçarico, administrador da empresa. Na Maçarico, depara-se com várias linhas de produção automatizadas, para azeitona inteira, descaroçada, às rodelas e linhas para diversos recheios. Face ao crescimento da empresa e aos constrangimentos de espaço que as atuais instalações na Praia de Mira enfrentam, está a ser contruída uma nova unidade, em Cantanhede: “Vai-se deslocalizar para Cantanhede uma série de produções, exceto a azeitona de mesa que fica nas atuais instalações, na Praia de Mira, e que vai passar por um processo de reestruturação, melhor organização e ocupação de espaço, aqui, desde logo se aumentando, substancialmente, a produção de azeitona, com ganhos de produtividade. E com a nova unidade industrial, em Cantanhede, a capacidade da empresa nos produtos, que lá, irá produzir, aumentará grandemente nas várias produções por lá produzidas e nas novas a estabelecer. A Maçarico está focada no aumento da eficiência produtiva e da produtividade através da investigação, inovação e desenvolvimento, com recursos humanos qualificados, à altura dos desafios que o mercado lhe impõe. 62% da produção é exportada. Compete com os concorrentes de Espanha, o maior produtor mundial de

azeitona, realça António Ribeiro Maçarico. Fazem parte da gama de produtos, as azeitonas pretas oxidadas, azeitonas verdes, azeitonas recheadas, azeitonas mistas, azeitonas pretas galega, pasta de azeitona, azeite, tremoços, pickles e hortícolas, molhos e temperos culinários. “Garantir a satisfação e a fidelidade dos nossos clientes e consumidores é o primeiro dos compromissos da política da qualidade e segurança alimentar da Maçarico. O desenvolvimento de produtos seguros e da maior qualidade assenta nas operações de controlo de todo o processo produtivo, desde a receção de matérias primas até ao produto final. A empresa dispõe de laboratório interno onde se analisam os parâmetros relevantes, assegurando a conformidade de todos os lotes produzidos. A implementação do sistema de qualidade transversal a toda a empresa cumpre com os elevados padrões de rigor especialmente exigidos no setor alimentar. A Maçarico vê o seu esforço reconhecido através das mais rigorosas referencias normativas internacionais. É certificada segundo a norma IFS-Food (International Featured Standards), para todas as áreas de produção desde a azeitona de mesa, tremoço, pickles e molhos. Com este reconhecimento, a empresa vê diariamente redobrada a confiança dos seus clientes nacionais e internacionais. Indo ao encontro das exigências culturais de alguns mercados, a Maçarico possui também a certificação Kosher e a certificação Halal.


sérgiu’s| baixo mondego

Licor de Merda – do nome improvável ao produto de sucesso

Luís Nuno Sérgio Sócio-gerente

Um nome invulgar, sinónimo de sucesso e reconhecimento: Licor de Merda. Inicialmente criado de forma artesanal e com base numa receita familiar de licor de leite, é a imagem de marca da Sérgiu’s, empresa familiar que o comercializa e distribui a nível nacional e internacional. Em entrevista à Revista Business Portugal, Luís Nuno Sérgio, sócio gerente, fala sobre todo o processo de criação, desde a produção artesanal, até à peculiar e irreverente escolha do nome.

Com formação em enologia e interesse pela área desde muito novo, Luís Nuno Sérgio sempre teve gosto em misturar ingredientes e criar novos sabores. “Desde muito jovem que me interesso por isto. Comecei a fazer algumas brincadeiras com vinhos, fazendo vinhos em casa do meu pai, e depois, com a formação que fui adquirindo, comecei a fazer vinhos aos meus amigos, que ainda hoje faço”, explica. O Licor de Merda, a sua imagem de marca e mais conhecida ‘criação’, acabou por surgir cedo neste percurso, associada a uma produção artesanal e a uma venda controlada, sem partir para uma distribuição em massa, apontada manualmente num caderno ainda hoje existente. “O Licor de Merda surge em 1974, depois da revolução. Eu tinha uma receita familiar já muito antiga de licor de leite. O que fiz foi adulterá-la num bom sentido para não ser rigidamente um licor de leite e comecei por colocar citrinos, baunilha, canela e frutos tropicais até apurar e criar um produto de que eu gostasse. Este licor, já na altura era assim, tem maracujá, o que lhe dá uma determinada frescura e que se nota aqui e ali. Só um

apreciador mais atento é que o conseguirá identificar. Numa fase inicial, em que trabalhava em casa tipo artesanato, devo ter produzido cerca de 10 mil garrafas. Penso que isto acabou por ter sucesso muito pelo atrevimento que houve na escolha do nome. Foi um marketing feito à minha medida, de acordo com os meus conhecimentos, e que deu resultado. O nome surgiu de uma brincadeira entre amigos quando nos juntávamos para provar as novas experiências. Na época, atravessávamos um período político conturbado e o nome do licor é uma sátira política, um grito de revolta para ‘homenagear’ algumas personalidades que na época governavam Portugal, obviamente ultrapassada no tempo e na história. Já é famoso desde o tempo em que o fazia pessoalmente”, esclarece Luís Nuno Sérgio. Com um produto de sucesso criado e bem estabelecido,

a ideia de o registar e tornar marca pareceu clara aos filhos de Luís Nuno Sérgio, entretanto formados e envolvidos no negócio. “Em 1974, pleno 25 de Abril, o registo da marca foi recusado. Então em 2002, quando os meus filhos terminaram a formação académica, dei-lhes a marca e fomos à empresa onde antes não consegui aprovar o registo, para tentarmos outra vez. Entretanto eles enviaram uma carta a dizer que ‘finalmente’ tinha sido aprovado. E pronto, criámos a Sérgiu’s para comercializar a marca Licor de Merda de que somos os distribuidores exclusivos. Temos também uma aguardente vínica velha denominada Aguardenturina. As pessoas acham muita graça a estes nomes”, afirma. Com imaginação e curiosidade, Luís Nuno Sérgio já fez mais de 400 licores, muitos deles de sabores improváveis: lampreia, polvo, cavala, camarão. Ainda assim, admite ter uma lista de outros tantos que ainda lhe faltam, revelando ainda qual pensa ser a base do sucesso de um licor. “Praticamente tudo dá para fazer licor. Desde que tenha cor, irá dar paladar, mais ou menos esquisito e ao gosto de cada um, e é preciso ser agradável à vista. Tenho já alguns pensados para fazer: licor de ervilha e novamente o de batata-doce, que ‘saiu mal’ à primeira. Sobre o Licor de Merda, penso que todos os licores gostariam de ser como este...”, conclui.

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baixo mondego | barreiros & Vilas

Mãe e filha à frente de uma empresa unida, trabalhadora e profissional Aida Barreiros Vilas e Aida Maria Barreiros Vilas são mãe e filha e as responsáveis pela Barreiros & Vilas, concessionário da Citroën no distrito de Coimbra. Fundada por Luís Vilas – respetivamente marido e pai das atuais responsáveis e alma da empresa durante quase quatro décadas - e Celso Barreiros, seu sogro – a Barreiros e Vilas continua a ser um exemplo de sucesso e superação no setor automóvel.

Situada na Estrada de Coselhas, a Barreiros & Vilas ocupa uma área de cerca de dois mil metros quadrados. Inclui um amplo espaço de exposição de veículos novos e seminovos e área de oficina com 1.300 metros quadrados, na qual se distribuem os diferentes serviços, nomeadamente a manutenção e mecânica, peças de substituição, controlo técnico, colisão, serviço expresso e veículo de cortesia. Paralelamente, a Barreiros & Vilas dispõe também do serviço ‘Service Racing’, que se traduz na possibilidade de a empresa oferecer ao cliente um serviço rápido que se pode realizar até 60 minutos. Trata-se de um negócio amplamente familiar, como descrevem as responsáveis, que assumem a liderança da empresa desde 2009, ano do falecimento do sócio fundador Luís Vilas. “Não estávamos por dentro dos negócios do meu marido”, confessa Aida Barreiros Vilas. No entanto, mãe e filha consideraram que não seria possível abandonar um projeto “com raízes fortes e com uma responsabilidade social elevada”, dando continuidade à empresa

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como homenagem ao marido e pai. Desde esse momento, e com vista à necessidade de adaptar a empresa aos desafios atuais que o setor enfrenta, as dos uas empresárias procederam a uma reestruturação da empresa, com a consequente remodelação das instalações. Ao mesmo tempo, aumentaram a equipa, que consideram ser um dos principais fatores de sucesso da empresa: “A minha filha e eu já estamos a par de tudo, muito graças à fantástica equipa que possuímos e que nos ajudou imenso. Em oito anos, passámos de 16 de colaboradores para 36. Já somos uma grande família”, refere, com orgulho, Aida Barreiros Vilas. É este carinho mútuo entre a equipa de colaboradores e a duas responsáveis que se destaca logo numa primeira visita à Barreiros & Vilas: “Temos uma equipa fantástica, cada um na sua secção. Eles sentem-se bem cá, dão-nos os parabéns pelo ambiente que se vive aqui. Todas as manhãs a minha filha e eu cumprimentamos um a um. Estamos atentas aos aniversários de todos, há um elo de amizade muito grande que se cria”, acrescenta.


barreiros & Vilas| baixo mondego Aida Barreiros e Aida Maria Vilas Administradoras

Qualidade e exigência Sendo o único concessionário Citroën do distrito de Coimbra, a responsabilidade é enorme. Mãe e filha fazem questão de elevar a empresa aos mais altos patamares de qualidade e exigência. Esta excelência resulta também da grande aposta na especialização e formação de todos os técnicos. “Isto vai-nos no sangue e está já a contagiar os meus dois filhos, Mariana e Luís, que nutrem um carinho enorme pelo negócio que vem dos avós”, realça Aida Maria Barreiros Vilas. Mãe e filha querem continuar a dedicar-se a 100 por cento a este desafio assumido pelas duas, do qual nada se arrependem. As empresárias prometem continuar a lutar pelo crescimento da empresa de que tanto se orgulham, com o profissionalismo, a simpatia e união que tanto a caracterizam. “Queremos abarcar novos desafios. Estamos num mundo sempre em mudança, com novas regras, cada vez mais competitivo, e temos que estar sempre prontos. Queremos continuar com os pés bem assentes na terra, mas com a irreverência que nos é tão própria”, concluem as responsáveis pela Barreiros & Vilas.

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baixo mondego | torre arnado

Primeiro Business Center de Coimbra

A Torre Arnado, no coração da cidade de Coimbra, é o local ideal para o seu negócio. Beneficiando de prestígio, localização privilegiada, estacionamento, shopping, segurança e uma grande flexibilidade de soluções, é, sem dúvida, a melhor opção para a sua atividade crescer.

Remontando ao início dos anos 80, a Torre Arnado é uma marca na paisagem urbana de Coimbra. Completamente remodelada no início deste século, a Torre Arnado foi alvo de um projeto de investimento que a reposicionou no mercado empresarial de Coimbra, convertendo-se no primeiro business center da cidade. “Quem se instalar na Torre Arnado pode encontrar um conjunto abrangente de serviços, desde os diretamente vocacionados para a sua atividade, nos escritórios, como outros serviços complementares e inovadores, que são uma mais-valia para os negócios. O objetivo é que as empresas se preocupem unicamente com o seu core business e não propriamente com a gestão do espaço. Essa é a nossa responsabilidade”, explica Lucas Vieira, gestor executivo da Torre Arnado. Com espaços entre os 14 e 230 metros quadrados, os empresários podem optar por várias soluções: o pack base, que inclui arrendamento e estacionamento; pack profissional, correspondente ao base mais uma série de serviços de adicionais; e, por fim, o pack

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premium, ou ‘chave na mão’, no qual tudo está preparado para o cliente (mobiliário, internet, água, luz). Na Torre Arnado, há um leque de 17 serviços adicionais ou de apoio, que podem ser adaptados, a qualquer momento, para crescimento e evolução natural do negócio: parque de estacionamento subterrâneo, shopping center – comércio e restauração, serviço profissional de segurança, serviço de receção/portaria, salas multiusos para formações ou apresentações, serviços de mensageiro e estafeta, acesso 24 horas às instalações, limpeza de escritórios, atendimento telefónico, presença no website da Torre Arnado, serviços de secretariado, serviços de manutenção, espaço de arquivo adicional, distribuição e recolha de correio, domiciliação social e fiscal, internet wireless e garantia de satisfação. Escritórios virtuais à sua medida Além de escritórios permanentes para arrendamento, a Torre Arnado foi pioneira em criar o


torre arnado| baixo mondego conceito de escritório virtual. Este serviço destina-se a quem não tem necessidade de um escritório permanente, como é o caso de atividades com uma estrutura mais leve ou que precisam, apenas pontualmente, de serviços adicionais. Neste caso, são disponibilizados um conjunto de serviços que incluem a domiciliação social e fiscal, endereço postal, atendimento telefónico e utilização dos espaços da Torre Arnado para receber os clientes, a custos reduzidos. “A nossa filosofia é muito transversal a todos os nossos serviços: o produto é feito à medida do cliente. As pessoas é que dizem aquilo de que precisam. Sabemos que nem todas empresas valorizam os mesmos serviços e, dentro disso, nós adequamos a nossa oferta àquilo que o cliente necessita”, indica Lucas Vieira. Na Torre Arnado é também possível alugar salas para utilizações pontuais, que são apetrechadas consoante a utilização pretendida: “O cliente diz-nos se quer a disposição das mesas em U ou em plateia, se precisa de um quadro branco ou de projetor. Temos as soluções para todos as ocasiões”, reforça o responsável, acrescentando que este serviço se tem revelado especialmente útil em reuniões entre clientes do norte e do sul do país, que escolhem Coimbra para realizar os seus encontros, como ponto central entre ambos: “Somos muito competitivos, temos uma excelente relação qualidade/preço comparativamente com cidades como Porto ou Lisboa”. Um outro serviço que a Torre Arnado possibilita é a realização de eventos, como jantares, aniversários ou festas de empresas, em parceria com empresas de restauração que se encontram no próprio shopping da Torre Arnado. Lucas Vieira encara o futuro da torre Arnado com esperança, atendendo à capacidade de adaptação e à flexibilidade de que o empreendimento é dotado: “Procure-nos porque temos uma capacidade de soluções bastante competitiva. Temos nome no mercado e o nosso conjunto de serviços é, de longe, o melhor que se pode ter em Coimbra. Somos a melhor opção para o seu negócio”, realça Lucas Vieira.

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baixo mondego |efapel

“O ativo mais valioso da EFAPEL são as pessoas” Fundada em 1978 e formada exclusivamente por capital português, a EFAPEL é constituída por uma equipa de 355 profissionais repartidos por quatro modernas unidades industriais com uma superfície total de 26.173 metros quadrados. Situada em Serpins, Lousã, é um dos maiores empregadores do distrito de Coimbra e uma referência nacional em soluções elétricas.

É impossível o leitor não ter ouvido já este nome, EFAPEL, mas pode questionar-se acerca do que realmente faz a empresa. A EFAPEL desenvolve e fabrica produtos de qualidade para instalações elétricas de baixa tensão, tais como aparelhagens, calhas técnicas, som ambiente, DVI (dados, voz e imagem), caixas de chão, colunas e blocos de secretária, aparelhagem modular para quadros elétricos e quadros elétricos. Para tal, possui uma equipa de investigação, desenvolvimento e inovação que se dedica à pesquisa, conceção e desenvolvimento de soluções que melhor correspondam às necessidades dos clientes, tendo em mente três princípios orientadores: boa relação qualidade/preço, facilidade e rapidez de

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instalação e segurança e comodidade para o utilizador. “O nosso objetivo é oferecer aos nossos clientes uma gama completa de produtos que lhes permita projetar e executar uma instalação elétrica completa”, explica Américo Duarte, administrador da empresa. Fundada há 39 anos, a EFAPEL surgiu na sequência do 25 de abril, quando a produção de aparelhagem elétrica caiu e a oferta não respondia às necessidades da procura. Perante este facto, um grupo de oito pessoas, aproveitando uma conjuntura favorável, decidiu dar forma à ideia de produzir aparelhagem elétrica e, assim, a 12 de dezembro de 1978, nasceu a EFAPEL: “Uma vez no mercado, rapidamente se

percebeu que a qualidade, preço e serviço constituíam fatores de sucesso. Foi, portanto, decisivo optar por conceber e fabricar produtos de qualidade que correspondam às necessidades e expetativas do mercado, de um modo rápido e eficaz, a preços competitivos. Entretanto fomos alargando a gama de produtos e a produção, ao mesmo tempo que fomos otimizando o sistema de gestão e o desempenho, com a ambição de ser a melhor empresa do setor”, refere Américo Duarte. Equipa de sucesso Para o responsável da EFAPEL, o sucesso da empresa só é possível com a competência, dedicação e trabalho de toda a equipa de colaboradores: “Temos apostado na

contratação de jovens, sobretudo recémlicenciados, bem como promovido estágios profissionais. No entanto, não podemos esquecer a aposta na experiência e maturidade dos nossos quadros, bem como o recrutamento de candidatos com experiência profissionais consolidadas”, salienta. Para Américo Duarte, só assim é possível conseguir equipas multidisciplinares, o que conduz a uma maior eficácia e eficiência na abordagem de diferentes situações. Sendo uma empresa de referência no concelho da Lousã, a EFAPEL reconhece o papel importante que tem em termos de responsabilidade social perante a comunidade da região. Como tal, apoia anualmente eventos e projetos locais de


efapel| baixo mondego âmbito cultural e desportivo, “tentando retribuir o esforço e dedicação dos colaboradores”. Ampliação das instalações Encontra-se já em fase a construção um novo edifício, com vista a centralizar as áreas administrativas e aumentar as áreas de armazenagem e logística. A finalização desta ampliação está prevista para final de 2017 e, “tendo em conta o crescimento sustentado da EFAPEL e os investimentos em curso, irá ser necessário reforçar a equipa”, adianta Américo Duarte. O administrador da empresa garante que o futuro da EFAPEL passará por uma aposta decisiva na internacionalização, consolidando a presença que já tem nos mercados estratégicos para onde já exporta, como França, Alemanha, República Checa, Áustria, Polónia, Espanha, Irão e Arábia Saudita. Ao mesmo tempo, estão previstos lançamentos de novas gamas de produtos, “que irão certamente ajudar à manutenção do crescimento sustentado da EFAPEL, quer em Portugal, quer no mercado externo”, conclui Américo Duarte. Destaque ainda para uma árvore - chamada “Metamorfose”, da autoria do escultor

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Aureliano Aguiar - inteiramente construída por ferro velho, que integra o património da EFAPEL e decorará o espaço em frente ao novo edifício em construção. Trata-se do mesmo autor da estátua de D. Manuel I, uma estátua com três metros de altura que se pode encontrar em Serpins e que foi oferecida pela EFAPEL em 2015, no decorrer das comemorações dos 500 anos da entrega do Foral Manuelino à freguesia.

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VILA REAL Inspiradas nos ideais liberais e da fraternidade, as Filarmónicas nasceram para democratizar a instrução e elevar o nível cultural das pessoas, contribuindo, assim, para concretizar algumas das conceções de João Amos Coménio, o patrono da UNESCO. Em bom rigor, em muitos países, elas são as escolas de música, locais e regionais. Embora surjam, essencialmente, após a Revolução Francesa, podemos ir até origens muito mais remotas que se perdem na noite dos tempos. Desde que os seres humanos começaram as lutas fratricidas, com uso de meios bélicos, eis que a música foi aliada, como meio de incentivar a força, a coragem e, como forma de lazer, lúdica, nos intervalos entre as guerras. Nesse contexto, mais tarde surgem as fanfarras, constituídas por instrumentos de embocadura e de percussão, usadas pelos militares. Também, aqui, surge a necessidade de evoluir e criam-se as bandas militares, que, em parte, acabaram por ser a fonte de recrutamento e de inspiração para as filarmónicas. Aquelas cada vez mais eram constituídas por músicos profissionais e estas por amadores; umas, mais urbanas; e outras, mais rurais, verdadeiras escolas de música. Na sua maioria, escolheram unicamente ‘sociedade filarmónica’, cujo nome tudo encerra, incluindo a simplicidade que é expressão de grandeza, como a sociedade filarmónica avelarense, datando de 1915, em plena I República e tantas outras.

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restaurante villas | vila real

Inovação na arte de servir à mesa Em entrevista à Revista Business Portugal, Gonçalo Pinto fala-nos sobre o restaurante Villas, um projeto recente mas que já se marca pela diferença.

comida”, numa alusão a um tipo de experiência que se classifica como “um todo”, para o qual cada pormenor contribui de sobremaneira. De resto, e sensíveis ao facto de “as pessoas estarem cada vez mais informadas” e com vontade de conhecer “coisas novas”, os proprietários fazem questão de usar a própria apresentação da comida como fator de inovação, ou não fosse este um restaurante apostado em demarcar-se pelas novas experiências que proporciona. Ainda jovem, este é um projeto que deverá crescer de forma sustentada, embora sempre com arrojo, qualidade e muita arte à mistura. Uma questão de se provar para crer.

Gonçalo Pinto e Mafalda Cardoso Chef e chefe de sala

De portas abertas desde janeiro, o restaurante Villas assume-se como uma nova proposta na cidade de Vila Real, assente numa base simples: a qualidade gastronómica de mãos dadas com a inovação na arte de empratar. Mas já lá vamos. Primeiro, os factos: encabeçado por Gonçalo Pinto (chef de cozinha) e por Mafalda Cardoso (chefe de sala), este corresponde à concretização de um antigo sonho do casal. “Há dez anos, começámos a trabalhar com o chef Rui Paula”, contextualiza o proprietário, antes de acrescentar a importância que outras experiências – no Brasil e em Angola – também ocuparam no seu desenvolvimento profissional. Com um currículo bem amplo nas suas mãos – e passagens por espaços tão icónicos como a Casa da Calçada, o Hotel Vidago Palace, ou os restaurantes Cêpa Torta, DOP e DOC, este último em FOlgosa – o casal sentiu, todavia, a necessidade de regressar às suas raízes e desenvolver “o seu próprio cantinho”, colocando à prova toda a experiência, know-how e visão que até então haviam acumulado. Hoje, o resultado está à vista: “o projeto deste restaurante é uma aposta na cozinha tradicional portuguesa, mas onde brincamos um pouco com os empratamentos, até porque os olhos também comem”, esclarece Gonçalo Pinto. Caracterizado por um espaço acolhedor, aberto e límpido, o Villas transpira uma atmosfera onde a familiaridade, a simpatia e o sossego se aliam ao inconfundível paladar do cabrito assado, da codorniz com puré de castanha, do bacalhau com broa ou do caril de gambas. Consciente, todavia, do contexto em que se insere, o casal não esquece nem subestima o valor dos produtos regionais, fazendo questão de os dinamizar e promover nas suas ofertas gastronómicas. Assim, aos já referidos pratos, acrescentam-se – como obrigatórios cartõesde-visita – os típicos queijos, presuntos e cogumelos transmontanos. Mas a aposta em produtos de qualidade e na essência do verdadeiro sabor português são apenas alguns dos elementos que nos ajudam a compreender a essência do restaurante Villas. A esses acrescentam-se, por seu turno, a qualidade do serviço e do atendimento, que Gonçalo Pinto e Mafalda Cardoso fazem questão que “esteja de acordo com a qualidade da

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vila real | casa vilas boas

Um maior norte para o Norte A honestidade e a ambição de chegar mais longe sempre foram os princípios que nortearam a Casa Vilas Boas. Hoje, Hyron Resende (sóciogerente) desvenda-nos a história de um espaço que ficara conhecido por aquele que mais ferro comercializa em Vila Real.

Hyron Resende Administrador

O projeto nasceu quando ainda decorria o ano de 1959. Naquele tempo, era um empresário local que deu inicio ao negócio. Já na década de 80, Ilídio Gomes (avô de Hyron Resende), “que tinha estado no Brasil e decide voltar para Portugal”, põe mãos à obra, compra e investe na firma. A paixão por este país e a ousadia de lutar por uma cidade melhor sempre o levaram a acreditar na força do trabalho e hoje a prova está a vista de todos. Nos primeiros tempos, a empresa dedicava-se somente à comercialização de algumas peças de pequeno porte. Na década de 90, Ilídio Gomes compreendeu que estava na altura de ampliar o modesto e antigo espaço, não somente porque começava a dificultar na hora de efetuar as cargas e descargas, mas também porque a própria cidade expandia. Assim, nos finais da década de 90 a empresa amplia seu espaço para dois lotes na Zona Industrial de Constantim.

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Começaram por estruturar a empresa numa ótica de rentabilizar o negócio, na Zona Industrial e mantendo a loja no centro da cidade (Rua do Seixo). “No centro ficamos com mais um ponto de venda, o que acabou por nos ajudar no armazenamento de todos os materiais de grande porte que tínhamos antigamente na loja”, adianta. Como Vila Real não possuía este segmento, o impulso arrastou outras oportunidades de negócio, motivando a procura pelo mercado interno. Hyron Resende apenas conhecera os meandros de toda a atividade em 2003 e aquando questionado sobre a vinda dele para a Casa Vilas Boas, esclarece: “embora tivesse passado toda a minha infância no Brasil, a verdade é que sempre gostei de Portugal e como vinha passar férias varias vezes a Vila Real, um dia decidi vir de vez para Portugal e ajudar o meu avô no desenvolvimento da empresa”.

Vindo de uma outra geração, iniciou a sua formação académica na Universidade de Trás-os-Montes e Alto do Douro, rapidamente assimilava todos os ensinamentos que o avô lhe transmitia com a formação que cursava. Esta dedicação deixava adivinhar um futuro risonho e não é por acaso que atualmente a Casa Vilas Boas redefine a alma do ferro e das gentes que vivem este ofício com um carinho maior. Trabalhar e dar trabalho “O meu avô sempre me mostrou o que esta empresa ainda tinha muito para crescer, e sempre me motivou”, recorda Hyron Resende. Os 16 colaboradores, influenciados por esse pensamento, estão conscientes da importância dessa proximidade e ainda mais neste Trás-os-Montes de relações tão vivas.


casa vilas boas |vila real Existe uma tradição muito forte que alimenta a dinâmica deste ofício e se os colaboradores são de longa data, também as relações que mantêm com os clientes e fornecedores foram construídas numa perspetiva de longo prazo. Amigos do trabalho, e amigos da terra, a atividade abrange dois grandes nichos - a construção civil e a serralharia. “Enquanto que na construção o ferro tem em vista a produção varão para executar as sapatas, pilares e vigas, como os perfis estruturais em viga e tubos, malha-sol e os painéis com isolamento térmico (painel Sandwich); na serralharia existem outros elementos estruturais como os tubos, barramentos, chapas, redes e painéis de vedação, entre outros”, aborda. Criar riqueza no interior do país tem claramente mais valias e nessa base de proximidade a Casa Vilas Boas fomenta o espírito de iniciativa. “Podemos chegar onde for necessário, contudo grande parte dos nossos clientes são desta zona geográfica e também temos dos distritos do Porto, Viseu e Bragança”, indica. A distribuição também já está pensada nesse sentido e se o cliente não tiver meios ou disponibilidade de se deslocar, a empresa garante o transporte. Paralelamente, existe toda a componente comercial que tem de ser enfatizada, pois são eles que estabelecem o vinculo mais próximo as necessidades dos clientes e do setor. Crescimento sustentável O ferro tem sido historicamente importante para a

humanidade e existe uma infinidade de aplicações que vão moldando as suas características. O cliente, procurando ou não ferro galvanizado, inoxidável, lacado, entre todos os tipo, vai assim acabar por escolher a durabilidade e resistência do material e/ou a necessidade do projeto. É preciso verificar que a Casa Vilas Boas também desenvolve o trabalho de corte e quinagem das chapas de ferro, tendo por isso a possibilidade de dar forma a produtos finais dos seus clientes. Tudo isto acaba por facilitar a acessibilidade ao cliente, como vem revelar o seu poder de adaptação. “Nós adquirimos o ferro em grandes quantidades para logo de seguida comercializá-lo a medida e quantidade dos nossos clientes, e em muitos casos damos origem a novos produtos projetados pelo cliente”, mostra. Recentemente, a Casa Vilas Boas tem apostado mais na componente física, mas atualmente, com mais experiência e sabedoria, outros alicerces começam a ser desenhados. “A curto prazo, procuramos optimizar e acompanhar as necessidades, mas no futuro, a longo prazo, queremos estar mais na vanguarda do sector”, transmite o jovem empresário. A vertente administrativa e a consolidação dos recursos físicos fazem parte dos planos de agora, mas no futuro esperam ditar maior inovação. Durante este trajeto, pretendem não perder a familiaridade que os une, pois embora o gerente seja uma peça fundamental na orgânica da empresa, ele sabe que só poderá trabalhar com o apoio de todos os colaboradores. “Gosto do que faço e todas as dificuldades por que passei nunca foram impeditivas de crescimento. Daqui para a frente o meu objetivo é continuar em busca de novas soluções em conjunto com os colaboradores, fornecedores e clientes que nos acompanham”, conclui.

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vila real | centro social e paroquial de s. tomé do castelo

Humanidade e carinho em primeiro lugar O apoio social aos mais idosos e necessitados é uma necessidade cada vez mais importante no nosso país. O Centro Social e Paroquial de São Tomé do Castelo desenvolve respostas socias desde 1999 no concelho de Vila Real. Nesta instituição, a humanidade e o carinho no tratamento dos utentes são valores essências para toda a equipa e marcam a diferença.

primordial que distingue a sua atuação, nomeadamente no acesso às estruturas residenciais para idosos, em que são apoiados utentes com doenças neurológicas, pessoas

“Atualmente desenvolvemos várias respostas socias, entre elas a estrutura residencial para idosos, com capacidade para 36 utentes. Temos o Centro de Dia, em que cerca de 10 idosos são acompanhados e ainda o serviço de Apoio Domiciliário que ajuda 45 pessoas”, começa por explicar João Fontes, diretor executivo da instituição. O Centro Social e Paroquial de São Tomé do Castelo foi criado em 1999 e constitui uma referência no concelho de Vila Real. Além dos serviços mencionados, conta ainda com uma Cantina Social, que serve refeições aos mais carenciados e uma outra estrutura residencial para idosos, com lotação para 20 utentes, na freguesia de Folhadela. Apesar de já ter desenvolvido algumas respostas sociais destinadas à infância e juventude, neste momento “só desenvolve atividades destinadas a idosos, que é a grande necessidade da freguesia que servimos”, destaca João

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Fontes. Tal como outras, São Tomé do Castelo é uma freguesia mais rural que até ao ano de 2000 demonstrou algumas fragilidades no apoio social. Com o desenvolvimento da rede de Centros Sociais e Paroquiais no concelho de Vila Real, as freguesias têm assistido à expansão do apoio social, que outrora estava limitado à cidade. Além de contarem com utentes de fora do concelho, o Centro Social apoia geralmente pessoas da região e da paróquia, até porque esta é uma instituição canónica da Igreja Católica. “Temos tido um bom reconhecimento por parte dos utentes e familiares, típico de uma comunidade rural e envelhecida. Temos equipamentos essenciais que garantem que os mais idosos possam ter um apoio social permanente e se sintam acarinhados”, defende. Nesta instituição, “temos uma clara opção preferencial pelos mais pobres e pelas suas necessidades”. Este é um fator

acamadas ou dependentes. “Temos extrema atenção no apoio, independentemente da sua capacidade financeira e optamos por quem realmente precisa. Entendemos que os lares devem servir, sobretudo, pessoas que já não são capazes de estar em sua casa”, explica o diretor. Dependendo da valência social, o Centro Social e Paroquial presta um serviço diferenciador e conta ainda com atividades de animação e socialização. Composta por 42 colaboradores, a instituição aposta em profissionais dedicados essenciais à qualidade do serviço. “Para além daquilo que está nos guiões, o que nós pedimos e destacamos como valores essenciais é humanidade e carinho no tratamento dos idosos. É o mais importante para quem cuida de pessoas”, reforça. Questionado sobre o futuro do Centro Social e Paroquial de São Tomé do Castelo, João Fontes destaca a salvaguarda da sustentabilidade das respostas sociais existentes. “Queremos proceder a algumas obras destinadas ao alargamento da capacidade nas estruturas. Sentimos essa necessidade pelos pedidos que temos recebido e é já uma necessidade do próprio edificado, dado a sua antiguidade”.


gamafer |vila real

A excelência

que atravessa gerações A inovação tem marcado o percurso da Gamafer ao longo dos anos. A empresa de distribuição de gases industriais inaugurou a sua atividade com um projeto pioneiro nesta área e atualmente continua a evoluir e a apostar em novos segmentos. O oxigénio medicinal ao domicílio é mais um exemplo de serviço desta empresa familiar de Vila Real que presta um acompanhamento permanente aos seus clientes. A Gamafer foi criada em 19 de novembro de 1988 e iniciou a sua atividade com a venda de gases industriais para soldadura (Oxigénio e Acetileno). Com a evolução natural do negócio, a empresa apostou num projeto considerado inovador para a altura e marcou o seu percurso. “Arriscamos na distribuição. O cliente já não tinha que se dirigir a Vila Real para levar os gases para a soldadura, começamos nós a levar os gases industriais até às regiões onde se encontravam os clientes”, começa por explicar António Acha. O seu pai Felisberto Acha e Fernando Correia foram os fundadores da empresa e atualmente António e o sócio Fernando Correia assumem as funções de sóciosgerentes. Mas a evolução não ficou por aqui. No segmento dos gases industriais, a Gamafer tinha uma parceria com a multinacional GASIN, sendo os agentes desta empresa nos distritos de Vila Real e Bragança. “Entretanto, o meu pai teve a ideia de acrescentar à distribuição do gás algo novo. Assim, começamos a dedicar-nos também à venda e distribuição de máquinas e ferramentas para os nossos clientes, que eram as serralharias e oficinas automóveis. Começámos a ter este tipo de equipamento e fazíamos dois em um, avança o sócio-gerente. O crescimento da empresa tornou-se notório e em meados de 1995 surgiu uma nova área de negócio – o oxigénio medicinal no domicílio. A aposta na área médica teve o apoio da GASIN e mais tarde da entidade detentora desta atividade, a Linde. “Atingimos a expansão e não estamos só em Vila Real e Bragança mas também estamos presentes em Braga e Viana do Castelo”, afirma. Dadas as condições, a firma inicial optou por se dividir para assim trabalharem com duas empresas gasistas concorrentes no mercado. “Neste momento temos duas firmas: a Gamafer, que se dedica às máquinas e ferramentas e tem a componente dos gases medicinais domiciliários, com a Linde e criamos uma nova, designada GMF, onde temos as máquinas e ferramentas e

os gases industriais da GASIN”, reforça António Acha. Ambas dedicamse à venda de máquinas e ferramentas mas com segmentos diferentes no que diz respeito aos gases que complementam a atividade, sejam medicinais ou até utilizados no setor alimentar. O sócio-gerente defende ainda a necessidade de complementar o negócio com produtos de higiene e limpeza industrial. Até porque na área dos gases são atribuídas zonas específicas e existem outros parceiros noutras regiões do país, evitando a concorrência entre agentes. Para alcançar o sucesso, as empresas contam com uma equipa de 27 colaboradores e com 21 viaturas para a distribuição. Apesar da concorrência das empresas online, a Gamafer e a GMF não pretendem alterar o seu posicionamento no mercado. “Não conseguimos competir em termos de preço porque além do produto também prestamos um serviço, em que visitamos as instalações dos clientes. Temos uma estratégia personalizada e de acompanhamento ao cliente e o nosso serviço acaba por nos diferenciar”, assegura. Para as empresas, os clientes não são apenas um número. Conhecer as pessoas, perceber as suas necessidades e apresentar soluções adequadas fazem parte do reconhecimento. “O objetivo é a satisfação do cliente e manter a qualidade do serviço. Tal como esta firma passou de pais para filhos, servimos também empresas familiares que atravessam gerações e optam pelo nosso produto e serviço. Temos clientes muito antigos começamos por fornecer os pais, estamos agora a fornecer os filhos e esperamos continuar a fornecer os netos e as próximas gerações”, conclui.

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EMPRESAS GAZELA 2016

O número de empresas gazela não cessa de aumentar e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) identificou, no ano passado, 87 empresas com as características necessárias para ter esta designação. Isto quer dizer que em termos comparativos, o número de empresas gazela 2016 da região Centro cresceu de forma muito significativa face ao ano de 2015, passando de 57 para 87 empresas. O conceito de empresa gazela assumido internacionalmente corresponde a empresas jovens e com elevados ritmos de crescimento, sustentados ao longo do tempo. São organizações inovadoras, capazes de se posicionarem de forma diferenciadora nos mercados, nos quais afirmam a sua competitividade e constroem sucesso a um ritmo acelerado, contribuindo fortemente para a criação de emprego. As empresas gazela correspondem a uma pequena percentagem do universo empresarial, mas cada uma delas tem uma importância fulcral. São empresas com ritmos de crescimento muito elevados – acima de 20 por cento ao ano – e com uma criação de postos de trabalho muito significativa, mesmo num contexto económico adverso e marcado por uma estagnação nos últimos anos. As empresas gazela apresentam ainda uma articulação e complementaridade com os setores de atividade económica instalados nos municípios e na região Centro. As empresas gazela de 2016 que foram identificadas pela CCDRC são aquelas que cumulativamente: apresentam crescimentos do volume de negócios superiores a 20 por cento ao ano em 2013, 2014 e 2015; nasceram a partir de 2007 e possuem a sua sede na região centro; empregavam pelo menos dez trabalhadores em 2015; possuíam faturação igual ou superior a 500 mil euros em 2015.



tema | empresa empresas gazela | consjardim

Para o melhor jardim, Consjardim

Augusto Correia Administrador

A Consjardim surge pela mão de Augusto Correia, corria o ano de 2010. Com especialização na construção e manutenção de espaços verdes, dedica-se à prestação do setor público e privado, em grandes espaços verdes, nomeadamente na manutenção de jardins e limpeza urbana.

“O início não foi fácil”, revelou-nos Augusto Correia, , “existe muita burocracia”. Porém, após ultrapassados esses obstáculos a ocasião mostrouse favorável. Fundada pouco antes de se sentir o maior impacto da crise económica que abalou o mundo, a Consjardim registou o seu crescimento mais notável precisamente nesses anos de recessão, nomeadamente entre 2012 e 2013: “Foram anos fantásticos para a empresa, assinalamos um crescimento de 50 por cento, algo quase impensável”. De tal forma foi um caso de sucesso que o Instituto Nacional de Estatística (INE) a classificou como Empresa Gazela, ou seja, Sociedade Jovem de Elevado Crescimento. O reconhecimento foi “uma agradável surpresa”, confessou o nosso entrevistado, “é muito bom ser reconhecido e sobretudo pela entidade que o fez. Até para os nossos funcionários foi um gosto, esta distinção demonstrou que a luta dos últimos anos não tem sido em vão”. De

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facto, não o foi: os anos que se seguiram demonstraram que a empresa foi capaz de manter um crescimento contínuo e sustentável, sem dar um passo maior do que a perna. A classificação como Empresa Gazela também trouxe visibilidade, tanto junto dos parceiros comerciais, como junto dos fornecedores. Augusto Correia explicou que não é uma questão de “benefício financeiro imediato”, que previsivelmente não se verificou, mas sim de “reconhecimento” e de confiança na Consjardim. “É mais um passo na direção certa”, rematou.

colaboradores. Ainda este ano pretendem ingressar no setor das limpezas urbanas, um novo mercado, mais rigoroso, para o qual se estão a preparar. Augusto Correia afirmou que a empresa que administra já tem boas referências e é sabedora do que esse setor procura. Inclusive já concorreram a alguns concursos, não os ganharam pelo preço que praticavam e não pela técnica, “o que é

Como prestadores de serviços, concorrem aos concursos públicos. Nem sempre ganham, mas quando o fazem é garantido que irão desempenhar o seu trabalho com qualidade assegurada pela experiência profissional, que consideram fundamental quando se opera no setor público. Para exemplificar, Augusto Correia expôs que ganharam recentemente a manutenção de parte da cidade de Matosinhos: durante 24 meses a Consjardim é responsável por manter os jardins da cidade, conservar e gerir os sistemas de rega e outros serviços semelhantes. Empregadora de mais de 40 colaboradores, uma entidade deste calibre leva o seu tempo a desenvolver-se e exige conhecimento do funcionamento dos mercados. Este knowhow que possuem fez com que decidissem que o ano atual de 2017 seria de consolidação da empresa e da sua posição no mercado. A exigência aumenta a cada dia que passa nos concursos públicos e a Consjardim tem toda a intenção de estar à altura, seja através da contratação de mão de obra qualificada, como na aposta de formação interna para os

uma satisfação, agora temos de aguardar”, esclareceu. O futuro passa por continuar a cativar os clientes que já têm em carteira, não só expandir. A prioridade da Consjardim é personalizar ao máximo os seus serviços, vantagem que possui em relação às grandes empresas. Apesar da agressividade e volatilidade do mercado, há clientes que se mantêm com a empresa desde a sua fundação: “É bom sinal”, assegurou, “e queremos certificar a empresa, estamos a um passo de sermos certificados em fitofármacos, por exemplo”. O caminho da Consjardim já está definido, e se os anos passados são indicativo do que o futuro os espera então este só pode ser risonho.



empresas gazela | aisp

“O futuro passa pela divulgação de soluções inovadoras focadas na desmaterialização da organização da prevenção”

A AISP Advanced Industry Support Partners nasceu em Portugal com a missão de se tornar uma empresa de referência no setor das energias renováveis. Em entrevista à Revista Business Portugal, Sílvia Marçal, administradora da AISP, fala acerca da evolução do negócio, apontando os caminhos que decidiram seguir e desvendando objetivos e projetos para o futuro. Sílvia Marçal. Com uma carteira de clientes de referência dos quais se destacam as empresas EDP RENOVÁVEIS, EDP COMERCIAL, GENERG, ACCIONA, GAMESA EÓLICA, GAMESA ENERGIA, TRUSTWIND, SENVION, VENTIPOWER, ANDRITZ HYDRO e com a dedicação da sua equipa a ser reconhecida com a atribuição dos prémios excelência no trabalho e Gazela, a AISP continua focada na distinção. “O futuro passa pela divulgação e comercialização das soluções inovadoras que temos vindo a desenvolver dedicadas à desmaterialização da organização da prevenção das organizações a todos os setores de atividade económica”, remata Sílvia Marçal.

No mercado há nove anos, a AISP desde sempre se distinguiu pela qualidade dos seus serviços de consultoria especializada na organização da prevenção no setor das energias renováveis. “A AISP foi constituída com a missão de se diferenciar através de uma consultoria especializada e de qualidade. As empresas que em Portugal intervinham no setor das energias renováveis não tinham apoio especializado na organização da prevenção. Rapidamente começamos a crescer, sobretudo porque em Portugal era difícil encontrarmos empresas de consultoria especializada na área da segurança e saúde no trabalho”, explica a administradora Sílvia Marçal. Embora tendo também sentido os efeitos da crise, nos anos de 2011 e 2012, AISP conseguiu ver através das dificuldades um leque de novas opções e oportunidades de negócio. “Como todas as empresas, também nós sentimos os efeitos da crise económica. Alguns dos nossos clientes passaram por dificuldades que se refletiram na nossa organização. No entanto foi nessa altura que percebemos que as metodologias de trabalho que tínhamos desenvolvido para o setor das energias renováveis poderiam ajudar as empresas a desmaterializar a gestão da informação na organização da prevenção”, esclarece

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earth consulters| empresas gazela

“O sucesso advém dos nossos clientes” Sediada em terras de Viriato, Viseu, a Earth Consulters atua por todo o país. Esta empresa de consultoria e formação, certificada pela DGERT, faz questão de atuar sob os mais exigentes padrões de qualidade. De portas abertas ao público desde julho de 2010, a empresa encabeçada por David Magalhães dirige a sua ação a entidades públicas e privadas em qualquer ponto do país, contando com filiais em Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Aveiro, Leiria, Castelo Branco, Lisboa, Beja, Évora, Portalegre e Faro. Reconhecimento do seu esforço, dedicação e profissionalismo é a atribuição dos galardões PME Líder, Cliente Aplauso e de Empresa Gazela 2016.

David Magalhães esteve, desde cedo, ligado à área da formação. Quando, em 2010, decide iniciar o projeto da Earth Consulters, fá-lo com a noção de que existiam diversas lacunas no mercado para responder à legislação da formação profissional em vigor

Questionado sobre o que distingue a Earth Consulters das restantes empresas existentes no mercado, David Magalhães é perentório na sua resposta: o contacto próximo e regular com formadores e formandos. “Queremos ser os melhores, essa

apenas ao seu negócio, deixando tudo o que é secundário e excedente para nós. E esta é a chave do nosso sucesso porque , efetivamente é isto que nos propomos fazer e fazemos”.

acompanha todas as fases.

em Portugal. “Era nossa intenção, desde o primeiro minuto, disponibilizar um produto e um serviço que alertasse as entidades para a obrigatoriedade da formação profissional, assim como da sua impotância para o aumento da competitividade”, refere o nosso interlocutor. Atualmente, a Earth Consulters continua a promover projetos de formação e intervenção nas empresas nacionais de forma inovadora, em prol da produtividade das mesmas.

é a nossa premissa. Para tal, é necessário um acompanhamento contínuo com colaboradores e clientes, ou seja, formadores e formandos. Além do rigor que aplicamos em todas as tarefas da Earth Consulters, sejam elas internas ou a nível de formação, a nossa equipa está amplamente vocacionada para um atendimento personalizado e que responda às necessidades dos nossos clientes. Queremos que os nossos clientes, ou seja, o empresário português, se dedique

Integridade, credibilidade e solidez Estes são os pilares pelos quais David Magalhães e a sua equipa se regem diariamente. “O nosso sucesso depende da dedicação e ambição da nossa equipa. Costumo dizer que o sucesso não é tudo, mas querê-lo é”. A Earth Consulters é reconhecida pelos seus formadores qualificados, pelo seu departamento de formação dedicado e homogéneo, assim como pelo seu departamento comercial, que

vez mais positivo, com um crescimento consolidado no mercado”. Prova disso são as empresas que voltam constantemente à Earth Consulters para ministrarem novas formações aos seus colaboradores. “Sinto que estamos em velocidade de cruzeiro, o que é muito positivo numa área de negócio como a nossa, onde além de haver demasiada concorrência, a mesma é desleal, pois muitas empresas de formação não cumprem a legislação. Nós, por outro lado,

Sete anos de sucesso Questionado sobre o balanço de sete anos de atividade, David Magalhães revela à Revista Business Portugal que este é positivo, “cada

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empresas gazela | earth consulters temos a homologação e certificação do Ministério da Agricultura, IMT e somos certificados pela DGERT”. Mas além desta realidade dentro das empresas de formação, o nosso interlocutor revela ainda o desconhecimento por parte das empresas portuguesas na obrigatoriedade de ministrarem formações contínuas aos seus funcionários. “Podemos afirmar, infelizmente, que existe uma percentagem significativa de pessoas, nomeadamente empresários, que desconhecem a legislação”. Sentimos a necessidade de fazer ver que a formação profissional não é apenas uma obrigação, mas sim uma mais-valia, tanto para chefias como funcionários. Dou-lhe um exemplo muito prático e que, não raras vezes, chega aos notíciarios: a manobração de tratores. Todos os dias deparámo-nos com notícias de acidentes e mortes com tratores. Isto acontece por duas razões: primeiro muitos dos veículos existentes são já obsoletos e não oferecem a segurança necessária. Em segundo lugar, quem já tem veículos novos, mais modernos, não sabe tirar partido das funcionalidades dos mesmos. Porquê? Porque não tem a formação necessária”. Perante esta realidade, a Earth Consulters já solicitou que seja alargado o seu leque de abrangência para que possam oferecer novos serviços aos seus clientes e, assim, contribuir significativamente para o seu sucesso. Projeto além-fronteiras Sempre no caminho da inovação e diferenciação, David Magalhães e a sua equipa estão a implementar um projeto de internacionalização em Moçambique. Sobre este projeto, o CEO da empresa viseense refere que a realidade moçambicana é muito díspare da portuguesa. “Deparámo-nos com muitos obstáculos legais e governamentais para o desenvolvimento das empresas naquele país, assim como a falta de recursos humanos qualificados”. Apesar de ser um país semelhante a Portugal no que concerne aos sistemas jurídico, contabilístico e fiscal, peca pela insuficiência em infraestruturas económicas, sociais, viárias e energéticas. “Estamos a falar do país da África Austral com a menor taxa de escolaridade”, acrescenta. Questionado sobre a hipótese de avançar com a internacionalização da Earth Consulters para outros países de língua e expressão portuguesa, David Magalhães afirma existir essa ambição. Contudo, os entraves e dificuldades com que se deparam têm deixado ficar um pouco de parte esta vontade. “Mas continuamos a trabalhar para que , mais cedo ou mais tarde, deixe de ser apenas um projeto e passe a ser uma realidade”. Parcerias estratégicas e de sucesso Com filiais por todo o país, a Earth Consulters conta com uma bolsa de formadores altamente qualificada e com experiência profissional enquadrada no setor de atividade a que se referem as formações por si ministradas. “Temos protocolos de cooperação e de espaço estabelecidos com diversas entidades por todo o país, o que nos permite estar presente em todo o lado, por mais recôndito que seja e ministrar as nossas formações em locais apropriados para o efeito, e que cumpram os requisitos necessários à qualidade da formação”. O nosso interlocutor faz ainda questão de referir que a formação profissional contínua, fomenta o espírito crítico e preventivo, incrementando a competitividade e a qualificação dos recursos humanos.

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David Magalhães CEO

Serviços disponibilizados Além da formação, as empresas nacionais podem igualmente contar com a Earth Consulters na área da consultoria. “As empresas vão percebendo a importância e necessidade destes serviços”, refere. “Prestamos serviços de consultoria jurídica, auxiliando os nosso clientes no melhor caminho a seguir para a resolução dos problemas que surgem. Prestamos ainda consultoria na área de marketing e do novo novo quadro comunitário, auxiliando os clientes a incrementar a sua área de negócio, tornando-os mais competitivos num mercado cada vez mais preparado ”. Projetos futuros Questionado sobre o futuro, David Magalhães espera que a Earth Consulters, que já foi galardoada com alguns galardões, entre eles o Prémio de PME Líder, consiga alcançar o galardão de PME Excelência. “Estamos no caminho certo para que isso aconteça, mas vamos continuar a trabalhar, com os olhos postos no futuro, apostando sempre na qualidade e diferenciação dos nossos serviços. Contamos com 50 funcionários diretos e mais de cem indiretos e queremos fazer o melhor nesta área”, conclui.

Empresa Gazela O conceito de Empresa Gazela, assumido internacionalmente, corresponde a empresas jovens e com elevados ritmos de crescimento, sustentados ao longo do tempo. São organizações inovadoras, capazes de se posicionar de forma diferenciadora nos mercados. A Earth Consulters, foi uma das galardoadas do prémio Empresa Gazela 2016, distinção atribuída pela CCDRC. De acordo com David Magalhães, “esta distinção é o reconhecimento do trabalho e sucesso de uma equipa de excelência que todos os dias dá o seu melhor em prol da confiança que os nossos clientes e parceiros depositam na Earth Consulters. Obrigada à CCDRC pela iniciativa e distinção, aos nossos colaboradores e sobretudo aos nossos clientes e parceiros”. O nosso interlocutor acrescenta ainda que se tem sentido um crescimento significativo das empresas sediadas na região centro, pelo que esta distinção vem reconhecer o empenho das mesmas e incentivar a que continuem a apostar em inovação e desenvolvimento, fazendo crescer o país.


TORRES VEDRAS, CAPITAL DA AGROINDÚSTRIA

Terras férteis pinceladas com muita cor, costa atlântica que nos faz viver ondas de prazer, rica gastronomia e gente que o acolhe de braços abertos. Bem perto de Lisboa somos surpreendidos por uma zona cheia de atrativos para quem gosta de paisagens com contraste, história, desporto, gastronomia e gente simpática e muito festiva. Seja bem-vindo ao concelho de Torres Vedras! Há muito para experimentar, muito para recordar, entre ondas de prazer, de mar, ao sabor do vento, do tempo… Descubra Torres Vedras, um concelho com cerca de 80 mil habitantes, marcado pela sua economia essencialmente agrícola e pela sua paisagem de vinhedos, com cheiro a mar atlântico. Com mais de 400 km2 de área, este é o maior concelho do distrito de Lisboa e possui cerca de 20 kms de costa, composta por praias de rara beleza e extensão. Não faltam estações arqueológicas, povoados romanos, castelos árabes, igrejas e mosteiros medievais, fortalezas quinhentistas e solares, dos séculos XVII e XVIII… uma surpresa adicional, numa região que tem bom vinho e deliciosa gastronomia para experimentar. Para tornar a sua visita mais doce, não deixe de experimentar os típicos Pastéis de Feijão – sabores de uma terra que guardará na memória! Na cidade, que dá nome ao concelho, também não falta património rico que merece uma visita, ruas e ruelas que traçam a vivência de uma urbe dinâmica, num contraste de modernidade que integra a história … aqui decorreram guerras, feitos heróicos de resistência (Linhas de Torres Vedras) e grandes vitórias! In www.cm-tvedras.pt


torres vedras, capital da agroindústria |cns

Unidade de saúde para o tratamento de doenças neurológicas é referência mundial O CNS- Campus Neurológico Sénior é uma unidade de saúde direcionada para o tratamento de doenças do foro neurológico, como a doença de Parkinson, Alzheimer e Acidentes Vasculares Cerebrais. Situado em Torres Vedras, o CNS comporta uma clínica médica, uma unidade de neuroreabilitação, uma unidade residencial e uma residência sénior. João Ferreira, administrador do CNS, fala-nos acerca deste projeto de família que se tornou numa referência mundial. O que motivou a abertura do Campus Neurológico Sénior? O CNS é um projeto de cariz familiar, idealizado pelo meu irmão, Joaquim Ferreira, médico neurologista e atual presidente da Sociedade Europeia das Doenças do Movimento, que se tem dedicado há muitos anos ao estudo e ao tratamento da doença de Parkinson. Recebi o convite da parte dele, para edificar este projeto, que desde logo identifiquei como sendo inovador e necessário. No futuro, com o aumento da esperança média de vida, haverá no mundo um número muito superior de pessoas com doenças neurodegenerativas, logo torna-se imprescindível a existência de centros especializados nesta área. O nosso objetivo passa por disponibilizar aos doentes e seus familiares um espaço único onde podem melhorar a sua qualidade de vida e condição de saúde, beneficiando de uma abordagem multidisciplinar e especializada no tratamento de doenças do foro neurológico. Torres Vedras foi o local escolhido. Porquê? A escolha de Torres Vedras tem uma razão emocional, mas também racional. O aspeto emocional prende-se por sermos uma família torriense, o que, de certa forma, condicionou a escolha do local. No entanto e no que toca à parte racional, escolhemos Torres Vedras para abrir o primeiro campus, por estarmos a 25 minutos de Lisboa e do aeroporto, aspecto relevante uma vez que recebemos doentes de vários pontos do globo. Quais são as valências do CNS? Fará quatro anos em setembro que abrimos as portas do CNS e neste pouco tempo de vida julgo que temos estado muito ativos em tudo o que esteja relacionado com doenças neurológicas. No CNS temos uma clínica médica, que conta já com mais de trinta consultas de especialidade, uma unidade de neuroreabilitação, com fisioterapia, hidroterapia, terapia da fala e treino cognitivo, preparada para receber doentes quer em ambulatório quer em internamento. Para estadias de curta, média e longa duração o CNS tem uma unidade residencial e uma residência sénior totalmente equipadas e com o apoio permanente de neurologistas e enfermeiros, com o objectivo de proporcionarmos um serviço de elevada qualidade quer a doentes, familiares ou cuidadores. Com um cariz mais diferenciador, o CNS também apresenta uma unidade de investigação, tendo já a decorrer vários ensaios clínicos, nomeadamente, na doença de Parkinson, Alzheimer, Esclerose Múltipla e Cefaleias. Com o intuito de partilhar conhecimento quer com profissionais

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João Ferreira Administrador

de saúde quer com a população em geral, o CNS tem promovido vários eventos dos quais podemos destacar as Conversas no Campus sobre Saúde, realizadas mensalmente, bem como vários cursos internacionais para fisioterapeutas, terapeutas da fala e brevemente para enfermeiros. O CNS é um projeto pioneiro em Portugal e no resto da Europa. Podemos afirmar que são a referência no setor? No mundo não há muitos centros que no mesmo espaço físico concentrem tantos profissionais especializados que trabalham diretamente com estas doenças. Somos uma referência para milhares de utentes e isso é grande motivo de orgulho. Nós tratamos e estudamos doenças neurológicas e é aí que nos pretendemos distinguir. O nosso histórico até ao momento abona a favor, mas há um trabalho contínuo para desenvolver. O nosso universo de utentes é o mundo e com o CNS, Portugal passou a afirmar-se na área da neurologia. Para além de estarmos geograficamente bem situados, temos excelentes profissionais de saúde, qualidade de serviços e preços de mercado bastante competitivos. Já receberam então, pacientes de várias partes do mundo? Sim, de 30 países mais precisamente. Desde o Brasil ao Canadá, Estados Unidos da América, Índia e um pouco por toda a Europa. Hoje, posso afirmar com grau de certeza que as pessoas dão a volta ao mundo se acharem que do outro lado há um sítio especializado onde podem melhorar a sua condição de saúde.


empresa | tema

A aposta nos recursos humanos é fundamental para a recuperação dos vossos pacientes? Sim, sem dúvida. O CNS tem um espaço físico que consideramos excelente, mas os recursos humanos são a grande mais-valia no tratamento e investigação deste tipo de patologias. A nossa aposta passará sempre por termos recursos humanos altamente especializados para que o trabalho tenha o efeito pretendido. Estamos a falar,

unidade residencial torna mais fácil o acompanhamento permanente do seu estado clínico e dessa forma aquilatar em tempo real as evoluções. O objetivo é que estes projetos venham a ser uma janela de esperança para as pessoas que sofrem destas patologias, que na sua grande maioria ainda não têm cura.

sobretudo, de neurologistas, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas da fala e auxiliares de ação médica com treino nestas doenças. A grande maisvalia é que o corpo profissional pode em conjunto avaliar caso a caso. Todas as semanas os profissionais reúnem para fazer uma avaliação aprofundada sobre cada doente e poderem assim, intervir da forma mais adequada.

clínico? Estão atentos às investigações que decorrem noutras partes do mundo? Como já referi, temos vários ensaios clínicos e projetos a decorrer neste momento. Estamos também a concorrer a dois projetos internacionais. Estamos sempre de olhos postos nas investigações que se encontram a decorrer no resto do mundo. Em apenas quatro anos já estabelecemos parcerias com diversas entidades farmacêuticas e com mais de 20 faculdades ou institutos superiores.

Foi projetado um espaço físico pensado ao pormenor? Admito que quase tudo foi pensado ao mínimo pormenor. Tenho experiência na área da construção civil e normalmente quando finalizo uma obra faria sempre algo de maneira diferente, mas claro que estou muito orgulhoso desta obra. No CNS existem milhares de pormenores que foram pensados para recebermos doentes com estas patologias. Temos pormenores mais visíveis e outros menos visíveis, pensados para garantir o máximo de segurança, conforto e eficiência. A aposta constante na investigação e a permanência dos doentes na unidade são duas peças-chave para se conseguirem avanços clínicos? Claro que sim. Temos um corpo clínico que se dedica à área da investigação e isso faz deles, seguramente melhores profissionais, pois estão permanentemente em processo de aprendizagem. O facto de estarem constantemente envolvidos na área da investigação exige um conhecimento aprofundado sobre este tipo de doenças e o cumprimento de determinados procedimentos torna-se benéfico para os nossos pacientes. A permanência dos doentes na nossa

O CNS está neste momento a participar nalgum ensaio

também uma possibilidade em aberto? A experiência que temos tido a nível de resultados e também a nível financeiro tem sido muito positiva. Por isso, sim, podemos afirmar que o nosso crescimento passará eventualmente pela abertura de novos Campus Neurológicos noutros pontos do país. Este tipo de doentes necessita de um acompanhamento contínuo e para que tal seja possível deverão estar próximos de uma unidade que consiga dar respostas diárias às suas necessidades. Claro que a abertura de novos centros terá que ser pensada a vários níveis. Quanto a abrirmos no estrageiro, confesso que já tivemos alguns convites de pacientes de outros países, são convites que nos agradam e enchem de orgulho, mas que requerem um estudo ainda mais aprofundado.

Realizaram recentemente vários eventos relacionados com este tipo de patologias. A área da formação passa em grande medida pela transmissão de informação? É nossa missão informar e transmitir conhecimento sobre estas doenças. Deste modo, realizamos regularmente um leque de eventos abertos não só a profissionais de saúde, mas também à população em geral. A partilha de conhecimento é a nossa forma de estar e agir. Inauguraram uma nova unidade do CNS em Lisboa. O que vos levou a dar esse passo? A clínica médica e a unidade de neuroreabilitação do CNS Lisboa surgiu com o objetivo do CNS poder estar mais próximo de quem precisa de nós. Desta forma, torna-se mais fácil o acesso dos doentes residentes na área metropolitana de Lisboa aos nossos programas de reabilitação, bem como às nossas consultas de especialidade médica. O futuro do CNS passará então pela abertura de novos centros no resto do país? Abrirem no estrangeiro é

Joaquim Ferreira Administrador clínico

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torres vedras, capital da agroindústria |socopaze

Serviço de qualidade da origem para a sua mesa A Socopaze e a Fernando Ferreira Lda. são duas empresas dedicadas à produção e comercialização de produtos hortofrutícolas. Fundada em 1999, a Socopaze foi a primeira a nascer, em Ferreira do Zêzere, dedicando a sua atividade à comercialização de produtos hortofrutícolas. Mais tarde, sofreu uma apliação, em Torres Vedras, e a Fernando Ferreira Lda. Especializou-se no fabrico de tomate e curgete, com recurso a abrigos e à hidroponia.

Fernando Ferreira Administrador

Fernando Ferreira, profissional da agricultura e da comercialização de produtos hortofrutícolas é o proprietário destas duas empresas do setor agrário. Em conversa, explicou-nos o trabalho que tem desenvolvido, baseado num crescimento sustentado, que lhe permitiu alcançar solidez no mercado nacional e internacional. Relembra o entrevistado, que iniciou a sua atividade empreendedora há quase três décadas, em Ferreira do Zêzere. “Começamos por nos dedicar à comercialização de produtos e por criar uma pequena área de produção. Fomos crescendo até decidirmos avançar para Torres Vedras com um investimento na área da produção de tomate e curgete”, recorda. Atualmente o grupo empresarial possui 14 hectares de produção, dois deles em Ferreira do Zêzere e 12 em Torres Vedras. Sobre a vinda para o oeste, Fernando Ferreira afirma, que “Torres Vedras tem excelentes vias de comercialização e um clima que favorece a produção de hortícolas, reunindo um conjunto de fatores fortíssimos”, ideais para um investimento rentável durante os doze meses do ano. “Nos últimos anos, o concelho de Torres Vedras

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socopaze | torres vedras, capital da agroindústria tem-se consolidado enquanto região de excelência para a produção de hortícolas em Portugal”, acrescenta o entrevistado. Toda a produção está protegida por abrigos, garantindo desta forma uma rentabilidade superior comparativamente com produções ao ar livre, mais propícias às alterações climáticas e invasão de pragas. Através deste investimento, a Fernando Ferreira Lda garante a sua produção durante dez meses no ano. O que permite esta sustentabilidade é também o microclima que circunda a atmosfera de Torres Vedras. “Aqui temos uma janela natural, que deixa entrar o sol e a brisa marítima, com um clima naturalmente ameno e estável”, reforça. Para além dos abrigos e vantagens naturais que o concelho oferece, a Fernando Ferreira Lda. implementou a produção feita em hidroponia, uma técnica de cultivo sem solo. Neste caso preciso, as raízes das plantas do tomate e da curgete desenvolvem-se numa base de fibra de coco, recebendo toda a água e nutrientes necessários ao seu crescimento. Por norma recorre-se a este método de cultivo “na ausência

de um terreno de aluvião (depósito de sedimentos naturais), ou seja que não reúne as condições adequadas, colocando em causa a produção. Baseando-me na minha experiência, este método só traz vantagens, pois a planta tem ao seu dispor todo o alimento que necessita para se desenvolver”, fundamente o entrevistado. Por ano saem destes 14 hectares mais de 1600 toneladas de tomate e 500 de curgete, para algumas das grandes cadeias de hipermercados nacionais e para o mercado espanhol. No tomate apostam em três variedades: o tomate chucha, o tomate salada e o tomate cacho. Salienta Fernando Ferreira, que acima de tudo trabalham “um serviço de qualidade com aposta na certificação de produtos e no atendimento personalizado”. Satisfeito com o trabalho que tem desenvolvido juntamente com os seus 60 trabalhadores e restantes parceiros de negócio, Fernando Ferreira deseja para o futuro “a consolidação das duas empresas, através da aposta no mercado nacional, com olhos postos na exportação”.

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torres vedras, capital da agroindústria |adega cooperativa de s. mamede da ventosa

A maior Adega Cooperativa do país Adega Cooperativa de São Mamede da Ventosa foi constituída em 1956, por um conjunto de sócios produtores com o propósito de valorizarem os vinhos da região. Atualmente é considerada a maior adega do país em produção e capacidade. Em entrevista a Luís Santos, presidente da associação há quase 30 anos e a Joaquim Amaro, membro da direção há seis, damos-lhe a conhecer uma adega cooperativa modernizada que aposta na qualidade do seu produto. Ao longo dos seus 61 anos de existência, a Adega Cooperativa de São Mamede da Ventosa tem conhecido um crescimento notável que lhe confere uma importância extrema não só para a dinamização económica da freguesia da Ventosa (Torres Vedras), onde está localizada, mas também para o reconhecimento e certificação dos vinhos regionais de Lisboa. Hoje têm no ativo 580 vinicultores associados com produção própria, com uma média anual de 28 milhões de quilos de uva, fazendo desta adega a maior do país. Atualmente a adega tem capacidade para receber cerca de 45 milhões de litros, sendo a maioria é em depósitos de inox. Muitos destes depósitos de inox dispõem de sistema de fermentação controlada. Aposta na modernização A modernização das suas instalações e dos processos de produção foram e são uma das constantes preocupações da adega. Contam com cinco projetos comunitários de investimento concluídos e com certificações obtidas pelas normas ISO 9001 e ISO 22000. Refere o

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adega cooperativa de s. mamede da ventosa | torres vedras, capital da agroindústria presidente que procuram “acompanhar a evolução tecnológica para que se possam oferecer melhores condições aos sócios e melhor qualidade aos vinhos produzidos”. O contante processo evolutivo deu-se também ao nível da colheita, sendo que “mais de 50% da vindima é mecanizada” deixando para trás a colheita tradicional, aponta Luís Santos. Também na fermentação recorrem a tecnologias avançadas. Há 16 anos que todo o processo da viticultura é acompanhado por um técnico especialista e, mais recentemente por uma outra técnica. O trabalho destes profissionais passa pelo apoio e aconselhamento à concretização de projetos Vitis, acompanhamento na plantação da vinha, tratamentos fitossanitários (controle de doenças e pragas), constantes avaliações da evolução das castas e previsão de períodos colheitas. Ao serviço está também uma enóloga, que inicia o seu trabalho muito antes da matériaprima entrar no lagar, pois como referem os nossos entrevistados: “o vinho e a sua qualidade começam na vinha”. Aposta na qualidade Para complementar a tecnologia desenvolvida pelo ser humano entra a natureza, também ela importante na qualidade do produto final. “O clima e condições do solo desta região são bastante favoráveis à produção de uvas de elevada qualidade”, acrescentam os entrevistados, que classificam o vinho regional de Lisboa como “aveludado e com graduação alcoólica na casa dos 13,5, vinificado de cordo com as tendências que o mercado atual procura”. No seu portefólio entram onze marcas de vinhos. O vinho topo de gama produzido por esta adega é o Alma Vitis, um DOC Torres Vedras, com variedade de branco e tinto, ambos premiados em concursos nacionais e internacionais. “A região vitivinícola de Lisboa tem sido galardoado nos últimos três anos com o maior número de prémios e a tendência é vir a aumentar em quantidade e qualidade”, faz saber o presidente. Nos próximos anos esta cooperativa tem como foco o aumento da qualidade e certificação dos seus vinhos, apostando em gamas superiores.

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torres vedras, capital da agroindústria | santos & Santos

“Não temos a ambição de produzir muito, preferimos menos quantidade mas maior qualidade” Dedicada à produção e comercialização de vinhos, tanto na região de Lisboa como do Alentejo, a Santos & Santos privilegia a qualidade do seu produto, oferecendo alguns dos melhores vinhos da região. Sediados em Torres Vedras, beneficiam do clima e da proximidade ao mar, caraterísticas que fazem a diferença nas uvas, tendo ao seu dispor um total de 450 hectares de vinhas.

Francisco Santos Administrador

Fundada em 1977 pelos irmãos Adílio e Armando Santos, começou por ser uma empresa de pequena dimensão, com a aquisição de uma vinha pequena. O tempo e o empenho foram ditando o crescimento da Santos & Santos, até atingir a dimensão que tem agora, já a ser gerida por uma segunda geração da família. “Há medida que foram conseguindo, foram crescendo com mais alguma área de vinha, para produzir. Nos primeiros anos vendiam a empresas que compravam vinho por grosso, e depois mais tarde, optaram por começar a vender a estabelecimentos, isto há cerca de

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40 anos, eram tabernas, lojas antigas. Foi um começo de uma empresa, o embrião”, conta Francisco Santos, administrador da empresa. De apanha da uva à produção do vinho Com cerca de 450 hectares de vinhas, na zona de Lisboa e do Alentejo, a Santos & Santos tem à disposição dos clientes vários tipos de vinhos, entre brancos, tintos, rosés, reservas e topos de gama. Atuam no mercado nacional, onde estão bem estabelecidos, mas também no internacional, onde estão presentes em cerca de 17 países com principal destaque para o mercado da China, Rússia, Guiné Bissau, Suíça, Angola, Estados Unidos


santos & Santos | torres vedras, capital da agroindústria

e mais recentemente Brasil. Procuram ter à sua disposição a mais recente tecnologia a ser usada na área, de modo a garantir a qualidade do seu produto. “As adegas que temos, onde transformamos o vinho, têm tecnologia de topo. Nós produzimos a uva, transformamos e armazenamos e, numa fase posterior, a Santos & Santos comercializa. Na parte da apanha da uva funcionamos com vindima mecânica, mas também com apanha manual quando é para os vinhos topo de gama, de reserva. A apanha mecânica, de forma geral, colhe toda a uva que a videira tem, não diferencia o maduro do não maduro, enquanto que na manual podemos selecionar o que colhemos. Às vezes basta um ou dois bagos mais verdes para tirar qualidade à que está madura. Quando se apanha a uva manualmente, consegue-se essa escolha, tirar bagos verdes, alguma uva que não interessa. Usamos mais este tipo de apanha nos nossos vinhos alentejanos, os de Évora, que são mais reserva, mais de topo. No fundo, de forma manual acabamos por ter mais qualidade, consegue-se um produto com mais resultado. Para ajudar e facilitar todo este processo temos um enólogo e um engenheiro, que fazem controlos de maturação, normalmente de dois em dois dias e no pico da vindima todos os dias”, explica Francisco Santos. Para o administrador da Santos & Santos, uma das mais importantes caraterísticas da empresa está no optar pela qualidade em vez da grande quantidade. “Tanto em Lisboa como em Évora não temos a ambição de produzir muito, preferimos menos mas bom. Quanto menos produzir, melhor qualidade temos. O facto de estarmos aqui perto do mar, em algumas variedades e alguns vinhos ajuda a fazer a diferença, acaba por ser benéfico”, afirma o administrador. Qualidade do produto e ambições futuras Com muitos hectares à disposição e recurso

aí, por uma aposta no turismo. A região de Lisboa tem crescido bastante nesse sentido, os vinhos são bons, as adegas têm sido modernizadas, resumindo, o produto final é bom. Na Santos & Santos tentamos todos os dias crescer, melhorar e tentamos estar atuais. Temos a ambição de crescer mais no mercado externo, por considerarmos que é o caminho certo, sem nunca abandonar o nacional. Em termos de faturação, podemos falar de valores a rondar os 10 milhões de euros. No entanto, e com o objetivo de manter elevados os nossos padrões de qualidade, estamos neste momento a tratar de obter uma certificação de topo na área da segurança alimentar, muito por pressão do mercado externo, porque consideramos que faz todo o sentido. No próximo mês vamos lançar um novo vinho no mercado, Fonte Santa que é um vinho regional de Lisboa, branco leve, com graduação alcoólica na casa dos 9,5. No fundo, são 40 anos de atividade, podemos dizer que somos uma referência no nosso setor. Atualmente está à frente do negócio a segunda geração e espero que venha a terceira para dar continuidade”, conclui Francisco Santos. à última tecnologia usada na área, a Santos & Santos acredita que o crescimento do turismo em Portugal pode ser uma via a explorar num futuro próximo, até porque, garantem, qualidade no produto é algo de que se podem orgulhar. “Não somos só nós que temos bons vinhos, mas a verdade é que temos alguns dos melhores da região distinguidos nos mais prestigiados concursos da especialidade. São vinhos da zona que, com o seu valor, acabam por trazer valor também à região em si. Temos crescido bastante com os vinhos de Lisboa e os do Alentejo. Temos uma loja, voltada para o enoturismo, que ainda não está a ser divulgada, vamos vendendo a quem aparece, sem divulgação. Talvez o futuro passe por

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torres vedras, capital da agroindústria |freguesia da ventosa

“O trabalho nunca está concluído, há sempre coisas a melhorar”

Luís Batista Presidente

À frente de uma freguesia atualmente estabilizada em termos de emprego, que vive maioritariamente da viticultura, Luís Batista, presidente da Junta de Freguesia da Ventosa, fala à Business Portugal dos principais desafios que enfrentou no mandato, assumindo a vontade de avançar com uma recandidatura. Dar continuidade aos projetos iniciados é o principal objetivo.

À imagem de outras freguesias do concelho, que vivem sobretudo num meio mais rural, também a Ventosa está, no que à atividade económica diz respeito, ligada à agricultura, com a produção de vinhos a assumir o papel de maior destaque. Numa altura em que cada vez mais jovens apostam em formação e procura de emprego nesta área, Luís Batista admite que o desemprego não tem valores muito significativos: “O principal setor de atividade é a viticultura e a verdade é que tem crescido imenso. Aliás, vê-se pela paisagem envolvente que a viticultura é a nossa principal atividade agrícola. O vinho tem estado a ter bons resultados, fazem-se bons vinhos nesta região. Estamos próximos do litoral, mas com muita ruralidade e o nosso clima é muito bom para a produção de vinhos”.

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Infraestruturas e associativismo Assumindo-se como principal elo entre a população e outras instâncias, especialmente para ajudar a resolver questões e burocracias que ultrapassam as suas competências, o presidente admite que as relações que se criam com os habitantes são um ponto fundamental da sua presidência. “Em muitos assuntos, a Junta de Freguesia serve de elo entro as populações e a Câmara Municipal, ou outras entidades. Às vezes as pessoas têm problemas que não são propriamente da competência da Junta, mas procuramnos para as ajudarmos numa solução, para as encaminharmos para os sítios certos. A

da nossa parte e maior investimento. E não me refiro apenas às novas instalações do Centro Educativo, mas à gestão das refeições, de transportes, de atividades e de recursos humanos. A construção do Centro Educativo trouxe outros desafios, mas tem-se revelado uma mais-valia em muitos aspetos. Depois, como temos muitas aldeias, temos a valorização de caminhos rurais, um trabalho que temos tentado melhorar, a acessibilidade para as pessoas. Sendo esta uma freguesia rural, com muitas aldeias e casais isolados, há todo um trabalho de manutenção de caminhos que nos temos esforçado por melhorar, promovendo uma

de futebol e pavilhão, uma que se dedica ao tiro ao alvo e que tem obtido bons resultados a nível nacional, temos pesca desportiva e atletismo. São também estas associações que se empenham em organizar anualmente as festas das respetivas localidades, entre outros eventos vários”, afirma.

nossa grande aposta é, efetivamente, o apoio à população. Por exemplo, desenvolvemos sempre, em parceria com a Câmara, os Passeios de Verão destinados à população sénior, o que é muito valorizado porque é uma maneira de conviverem e de não estarem isolados. As pessoas gostam destas atividades, as inscrições têm vindo a aumentar. Isto é positivo porque é bom para partilha e convívio. Mas não nos limitamos a levá-los a passear de autocarro, fazemos questão de integrar, sempre, uma componente cultural, como visitas a museus. Damos também apoio a nível escolar, a nível de refeições, material de limpeza e deslocação, porque temos que recolher todos os alunos da freguesia para o centro educativo, uma vez que deixou de haver uma escola em cada aldeia. Isto acabou por ser positivo, sobretudo ao nível das instalações, trouxe mais-valias. Mas é a área da Educação que tem exigido mais cuidados

melhor acessibilidade. São estas algumas das competências da Junta de Freguesia”. Também quanto ao associativismo, ponto fundamental nas relações entre executivo e população, o presidente se mostra satisfeito com a oferta de que dispõem. “Quase todas as aldeias tem pelo menos uma associação, umas com mais atividade do que outras. Na área social, temos três IPSS’s: a ASAS de São Mamede, que trabalha com idosos e dá apoio domiciliário e social, com ambulâncias para transporte de doentes, o Centro Social de São José, que é outra instituição de solidariedade social e que também trabalha com idosos, sendo que está previsto para o próximo ano letivo abrir uma creche, e temos o Centro Social Desportivo e Cultural da Pedra, que tem neste momento em construção um centro de dia e um lar. Depois, temos ainda algumas associações com importante atividade desportiva, mas também recreativa e cultural, com campos

não estamos tão bem servidos. Temos cerca de 5.000 habitantes e apenas um médico regular e um enfermeiro no Centro de Saúde, que funciona no piso inferior do edifício da Junta”, esclarece. “Felizmente conseguimos que fosse aprovada a implementação de uma Unidade de Saúde Familiar, que ocupará todo este edifício e servirá não só esta freguesia, como outras circundantes. Consideramos esta a maior vitória do nosso mandato”. Com este e outros projetos em mente, Luís Batista assume uma recandidatura ao cargo. “A recandidatura é um ponto assente. Há projetos para cumprir. Este mandato foi positivo, fizemos obras e concretizamos projetos, alguns que não estavam no nosso manifesto eleitoral, embora outros que estavam não tivéssemos conseguido realizar. Considero ainda assim um mandato positivo, embora com muito por fazer no futuro. O trabalho nunca está concluído, há sempre coisas a melhorar”, conclui.

Projetos em curso e objetivos futuros Embora faça um balanço positivo do mandato que termina este ano, com muitos dos projetos propostos a terem sido cumpridos, Luís Batista não esconde que é na saúde que está uma das principais fragilidades da freguesia. “A nível da saúde



torres vedras, capital da agroindústria | uf s. pedro da cadeira

“O nosso maior investimento são as pessoas” Num ambiente maioritariamente rural, com grande parte do terreno localizado junto à costa, a União de Freguesias de São Pedro da Cadeira está maioritariamente voltada para a agricultura e viticultura. Sempre com o intuito de manter e fortalecer a coesão social, privilegiam o associativismo, de modo a conseguir fortes dinâmicas em termos desportivos, culturais e sociais.

Carlos Gomes Presidente

O relacionamento com a população é um dos pontos fortes da presidência de Carlos Gomes, atualmente à frente da União de Freguesias de São Pedro da Cadeira, em Torres Vedras. A trabalhar a tempo inteiro na sua função de presidente, acredita que a ligação estabelecida com as pessoas é um aspeto fundamental para que as coisas se mantenham no bom caminho. “Tenho o privilégio de dizer que o meu relacionamento com a população é muito forte, dedico-me às funções de presidente a tempo inteiro, e essa disponibilidade é fundamental. O nosso maior investimento são as pessoas. Ajudarmos os nossos cidadãos é extremamente gratificante, é algo que não tem preço”, afirma Carlos Gomes. Associativismo, educação e ação social Com uma população maioritariamente envelhecida, embora com a taxa de natalidade a subir, o presidente de São Pedro da Cadeira acredita que as relações entre a população, e também entre a população e o executivo, são essenciais. A nível social, Carlos Gomes destaca como principais caraterísticas da freguesia a empatia e entreajuda: “Temos muitas associações locais que permitem alguma dinâmica em termos deportivos, culturais e sociais, na maioria das localidades. A junta tenta, dentro do possível, estar ao lado de todos aqueles que nos pedem auxílio, pois aqui respira-se um ambiente de grande empatia e entreajuda. Para além disso, no nosso entender, o associativismo permite coesão social. A nível desportivo já fomos mais

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fortes, com muitos clubes a competir, mas é no futebol jovem que se faz o grande investimento, tanto em equipamentos como em apoios aos atletas. Temos também três jardins de infância e, em breve, todos os primeiros ciclos serão centralizados num só polo, com mais e melhores condições. A nível de ação social fazemos um esforço para estar sempre ao lado da IPSS de S. Pedro da Cadeira, que tem como valências, um centro de dia, um lar e serviços de apoio domiciliário. Estamos em sintonia com a Câmara Municipal de Torres Vedras e, em conjunto, mantemos um olhar atento sobre as necessidades da população”. Turismo: uma via a explorar Estrategicamente situada entre a praia e um ambiente


uf s. pedro da cadeira| torres vedras, capital da agroindústria

rural, com grande parte do território situado junto à costa, a freguesia tem reunidas excelentes condições para uma aposta no setor do turismo. “Não tenho dúvidas que a curto prazo o turismo será uma mais valia para a economia local. Localizamo-nos à beira mar, temos praias lindíssimas, como a Praia da Foz do Sizandro, e outras mais pequenas, que são óptimos pontos de descanso. Temos boas praias, boa costa, percursos pedestres que já fomos assinalando. Vamos apostar nos desportos naúticos e temos um projeto para uma reserva marinha, para preservar o ecosistema. Vamos também apostar no enoturismo. Basicamente temos o melhor de dois mundos, a praia e o rural. Para já não temos muitos pontos de hotelaria, não estamos muito bem servidos nesse aspeto”, explica Carlos Gomes, reforçando que seria importante haver novos investimentos para o aumento de infraestruturas para alojamento turístico. Mandato em revista Embora considere que a avaliação dos seus anos de mandato deve ser feita pelos seus eleitores, Carlos Gomes sentese orgulhoso do trabalho que tem vindo a desenvolver, considerando que o fato de a freguesia ser maioritariamente rural e voltada para a agricultura é uma mais valia. “Temos uma vantagem em relação a outras localidades precisamente por sermos rurais. Praticamente todas as pessoas têm um espaço onde plantam e criam os seus animais, o que

ajuda a manter o nível de vida. Aqui praticamente não há desemprego, pelo contrário, há até dificuldade em arranjar mão de obra. No entanto, quem poderá julgar e fazer um balanço dos últimos anos é a população, mas do que vejo, acho que posso fazer um balanço positivo. Apesar de ter iniciado o meu mandato num momento difícil, em que Portugal atravessava um período de crise financeira, sei que fiz o possível para melhorar a qualidade de vida em São Pedro da Cadeira. Consegui estabelecer algumas parcerias com empresas locais e isso foi um ponto fundamental para o sucesso destes mandatos”, explica o presidente. Sobre a sua entrada na vida política o entrevistado revela que tudo começou através de um convite que lhe foi dirigido. “Depois de me convidarem, ponderei bastante, e cheguei à conclusão de que reunia condições para avançar. Hoje não me arrependo dessa escolha. Ainda sobre o meu trabalho enquanto presidente, costumo dizer às pessoas que muitas vezes o trabalho mais importante é o que não se vê. Orgulhome da limpeza e do ordenamento da nossa freguesia, um trabalho diário e de extrema importância para o bem estar da população”, conclui Carlos Gomes. Para o presidente, o grande desafio está agora em aproveitar a proximidade de Lisboa e explorar aquele que promete ser um dos principais motores da economia em Portugal: o turismo.

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torres vedras, capital da agroindústria | uf santa maria, s. pedro e matacães

“Procuramos manter um serviço simples, com pouca burocracia e de proximidade”

Com uma dimensão geográfica maior do que as restantes do concelho, a União de Freguesias de Santa Maria, São Pedro e Matacães agrega o urbano e o rural e tem como principal cartão de visita uma das mais conhecidas festas a nível nacional: o Carnaval de Torres Vedras. Em entrevista à Revista Business Portugal, o presidente Francisco Martins fala da importância de manter uma política de proximidade, destacando o papel das associações, que considera serem fundamentais para ajudar a identificar as necessidades da população.

Francisco Martins Presidente

Num território que se estende desde a cidade até a um meio totalmente rural, a qualidade de vida é um dos pontos que mais orgulha o executivo de Santa Maria, São Pedro e Matacães. Apesar do elevado número de habitantes, conseguem manter padrões que consideram ser de grande relevância. “É uma cidade segura, não temos registos de incidentes graves, as escolas funcionam com normalidade, temos desporto e cultura. Nesse aspeto, temos muita qualidade

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de vida. Felizmente, não somos um concelho com problemas sérios de desemprego, temos é o problema de não conseguirmos que os nossos jovens qualificados fiquem no nosso território. Isto resolve-se se conseguirmos que mais indústria se fixe aqui. Ao pensarmos em melhorar o território, temos que pensar em atrair pessoas, cativá-las para se fixarem aqui, criar postos de trabalho. É o que mais nos falta”, explica Francisco Martins.


uf santa maria, s. pedro e matacães| torres vedras, capital da agroindústria A importância da proximidade à população À frente de uma freguesia de grande dimensão geográfica, que se relaciona diretamente com um maior número de habitantes, Francisco Martins considera importante criar uma relação de proximidade com as pessoas, atribuindo nesse sentido um papel de grande relevância às associações que, no seu entender, ajudam a identificar muitos dos problemas da população. “Apesar da freguesia ter crescido muito, sempre dissemos que em termos de estrutura a queriamos manter pequena, precisamente para facilitar as relações entre todos. Facilmente as pessoas chegam a mim ou a qualquer outro membro do executivo. A nossa forma de atuação é diferente de uma freguesia com 1.500 habitantes, não podemos dizer que conhecemos todas as pessoas. Mas procuramos manter um serviço simples, com pouca burocracia e de proximidade. As pessoas estão um pouco fartas de toda a burocracia e dinâmicas que são necessárias para conseguir resolver qualquer coisa. Esta é uma freguesia diferente porque partilha a cidade com a ruralidade, e as necessidades das pessoas da cidade são diferentes das pessoas das aldeias rurais. O nosso papel é extraordinariamente importante. Nós, ao contrário de outras freguesias de menor dimensão e com menos associações, não nos substituímos a elas. Temos alguns projetos próprios mas, por norma, os projetos que existem dentro da freguesia são das associações e nós apenas fazemos parte deles, somos um suporte, seja financeiro ou logístico. Aquilo que queremos é que elas sejam donas dos projetos, que identifiquem necessidades, e nós somos o seu suporte na resolução. Estas associações ainda estão mais perto das pessoas do que nós”, esclarece o presidente.

de competências. “A nossa opinião relativamente à união das freguesias é a mesma que tínhamos quando se começou a falar disso, em 2011 ou 2012. A forma como foi feita não era necessária. Aquilo que era preciso não era uma reorganização administrativa ao nível do território, mas sim de competências, porque esse é que é o nosso problema. Há serviços que prestamos e que não são competência nossa e isso gera um problema nos orçamentos. A nível social, trabalhamos com todos e em todos os projetos. Acabamos de formalizar uma candidatura a um programa comunitário de distribuição de alimentos e é quase certo que nos vai ser atribuído. É um programa que vai ter entregas mensais de alimentos a família, famílias que vão ser selecionadas por mediadores. Aqui se percebe a nossa interferência nas necessidades das pessoas, mesmo que não seja da nossa competência”, afirma. Sendo o concelho com maior produção de vinhos no país, têm na agricultura e viticultura um dos principais motores da sua economia. “Como é evidente a parte vínícula é importantíssima para a nossa freguesia, mas temos também o comércio, que é feito aqui na cidade principalmente, e temos muitos serviços. Ao nível do turismo temos uma aposta, ainda recente, muito por força das linhas de Torres”, explica Francisco Martins. No entanto, outro aspeto faz mexer a economia da região: “Temos uma festa que é conhecida em todo o país, o Carnaval. Atualmente está a atingir uma dimensão muito grande, atrai aqui a Torres Vedras cerca de 300 mil pessoas. Mexe muito com a economia local, com um impato indireto de 10 milhões de euros”, conclui o presidente.

A economia, os serviços e o social Com uma opinião clara acerca da temática da união das freguesias, Francisco Martins acredita que a grande mudança que se exigia não foi ainda concretizada: a distribuição

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torres vedras, capital da agroindústria |freguesia de freiria

Freiria, de olhos no futuro

Em entrevista à Revista Business Portugal, Pedro Bernardes apresenta-nos a riqueza intrínseca de Freiria, à medida que estabelece o balanço do seu primeiro mandato

Pedro Bernardes Presidente

um equilibrado número de serviços sociais, uma farmácia ou uma dinâmica Casa do Povo com as valências de creche, jardim de infância, lar e centro de dia, e ainda uma Associação de Socorros ao serviço não só da nossa freguesia como das freguesias vizinhas.

Inserida em pleno concelho de Torres Vedras, Freiria é uma freguesia de cariz rural com uma população de 2.464 habitantes (dados de 2011) que se estende por um território de 13,5 km2. Apresentando um heterogéneo conjunto de características – onde as áreas agrícolas e de floresta coabitam com território situado em plena serra – Freiria é também o lugar onde o património natural e edificado se cruzam em perfeita sintonia, o que nos permite atentar, com igual encanto, na pureza da sua paisagem ou na beleza de marcos como a Igreja Matriz. Sem qualquer surpresa, é sobretudo nas atividades ligadas ao setor primário que a freguesia encontra a sua principal fonte de sustento. Tal como explica o nosso interlocutor, Pedro Bernardes, “existe uma aposta na agricultura feita com conhecimento” que, por seu turno, se tem vindo a traduzir “numa agricultura de sucesso”. Provas desse mesmo êxito são a projeção, o reconhecimento e a excelência que caracterizam não só a pera Rocha aqui produzida, como também o próprio labor da vinha. Esta última corresponde a uma cultura “que cresceu no nosso território porque o mercado estava apetecível”, contextualiza o presidente da Junta de Freguesia, que também se dedica à sua produção. Essencialmente inseridos na categoria dos vinhos leves da região de Lisboa, os néctares aqui desenvolvidos têm vindo a conquistar uma aclamação – aquém e além portas – que apenas se torna possível pela competitividade e excelência com que os agricultores locais encaram o potencial da sua terra, elevando o nome de Freiria. Mas a Freiria não vive só da agricultura, temos diversas empresas ligadas ao ramo automóvel, serralharia, construção civil, distribuição, transformação de mármores, etc. Freguesia Rural Piloto Pese embora a distância de 12 quilómetros que separa este território da sede do concelho de Torres Vedras, desde há muito que Freiria rima com prosperidade e pioneirismo, merecendo inclusivamente o reconhecimento de “freguesia rural piloto”. A comprová-lo, foi aqui que surgiu uma das primeiras Escolas Básicas de 2º e 3º Ciclo da região, cuja importância e estatuto se mantêm inalterados, ou não houvesse cerca de 700 alunos – da freguesia, de localidades vizinhas e até do concelho de Mafra – a frequentá-la. Mas o carácter diferenciador de Freiria faz-se sentir também na diversidade e riqueza das suas infraestruturas e equipamentos. Afinal, aqui reside “um dos melhores centros de saúde de Torres Vedras”, não constituindo surpresa que a qualidade do serviço justifique a preferência de utentes naturais de outras freguesias. A qualidade de vida corresponde, de resto, a um dos atributos de que Freiria mais se pode orgulhar, havendo à disposição de todos

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Dinamismo associativo Ativo por natureza, não poderíamos subestimar o modo como o espírito das associações culturais e desportivas de Freiria contribui para o constante revitalizar da freguesia. A título exemplificativo, o Freiria Sport Club proporciona atividades que vão do karaté e pilates ao teatro e ao ensino da música, sem esquecer outras iniciativas como as lições de ballet ou quizomba. Na Freguesia existe um ainda Agrupamento de Escuteiros, o Rancho Folclórico da Colaria, o Grupo de Gaiteiros de Freiria e o Grupo de Cavaquinhas da Freiria, que levam o nome da Freiria de norte a sul do país e ainda além fronteiras. Por outro lado, e em nova alusão ao seu cariz pioneiro, Freiria foi o local escolhido para a construção do primeiro campo de futebol sintético no concelho de Torres Vedras. A qualidade da infraestrutura foi já reconhecida pela Academia Sporting Turcifal, que faz questão de treinar os seus atletas neste mesmo equipamento, cimentando ainda mais a popularidade da freguesia. Uma nobre missão Prestes a concluir o primeiro mandato enquanto presidente da Junta de Freguesia de Freiria, Pedro Bernardes fala-nos de quatro anos marcados pelo “desafio”. Assumindo desde o início “estar na política para servir a população e não pelo salário”, o nosso entrevistado confessa passar muitas mais horas em torno da missão para a qual foi eleito do que aquilo que o regime legal de ‘meio tempo’ originalmente pressupõe. Tamanho nível de dedicação apenas se explica pelo incansável afeto que nutre pela sua freguesia. Um executivo para ter sucesso não pode contar apenas com o seu trabalho, tem que agradecer o apoio que tem recebido da população e principalmente dos seus colaboradores que todos os dias se esforçam para que os nossos objectivos sejam alcançados. Também não podemos deixar de agradecer toda a colaboração e apoio que temos recebido por parte do executivo camarário. “Quando assumi a presidência da Junta de Freguesia em 2013, encontrei-a em mau estado financeiramente”, explica Pedro Bernardes, numa alusão às dívidas e ao complexo processo de loteamento que então decorria em tribunal. A vontade, no entanto, de concretizar um projeto eleitoral diferenciador acarreta hoje os seus frutos. “Durante quatro anos, conseguimos endireitar uma Junta que estava com problemas graves”, a ponto de “neste momento encontrarmos aqui um suporte financeiro controlado, onde as dívidas estão pagas e contamos que o processo de loteamento no final do mandato esteja resolvido”. Significa isto que, no final do atual quadriénio, “podemos encarar a Junta de Freguesia como um organismo dinâmico e com obra feita”. De facto, e paralelamente aos imperativos de estabilização financeira, Pedro Bernardes fez questão de reforçar a rede de passeios disponível em Freiria, contribuindo desta forma para reforçar as acessibilidades e o potencial turístico de um território que encontra nos seus percursos pedestres outro belo argumento de visita. Questionado sobre o porvir, o presidente aponta a necessidade de se realizarem obras de reabilitação na EB 2,3 e a Construção de um Polo Escolar englobando JI e EB1 em Freiria, reforçando ainda mais a qualidade do ensino aqui ministrado. Tem em mente também que seja executado o alcatroamento de algumas vias rodoviárias que que encontram em muito mau estado e a necessitar de intervenção urgente. O futuro é, por sua vez, encarado com iguais doses de otimismo e realismo, até porque, tal como vaticina o nosso entrevistado, “Roma e Pavia não se fizeram num dia”.



LISBOA Lisboa é uma das poucas cidades, a nível mundial, a oferecer um cenário natural único. A presença do rio Tejo acompanha-nos ao longo da visita, na descoberta da frente ribeirinha e respetiva zona portuária, das ruas cheias de história das suas gentes e acontecimentos mais marcantes que moldaram o “rosto” desta cidade. Sob um céu quase sempre azul, a luz de Lisboa vai colorindo telhados, ruas, casarios, janelas e verdes recantos numa diversidade de tons e cores, que têm sido escolhidos como motivos para filmagens e sessões fotográficas. Sendo uma cidade construída sobre colinas, dos diversos miradouros, instalados nos pontos mais altos, podem usufruir-se de vistas deslumbrantes. Destaque para o do castelo de S. Jorge, donde alcançamos os cacilheiros na sua travessia para a margem sul, a ponte 25 de abril, o Rossio, o convento do Carmo, o Bairro Alto, o parque Eduardo VII entre outros pontos da cidade. A par da cidade antiga, com um património bastante rico, Lisboa é também uma cidade moderna que se tem renovado em novas propostas culturais e de lazer. Lisboa tem boas e variadas razões para investir, destacando-se a sua situação geoestratégica privilegiada que a situa como porta atlântica da europa com acesso a 500 milhões de consumidores europeus, beneficiando da vantagem de manter relações únicas com os países de língua portuguesa, que representam um mercado de 250 milhões de pessoas. A cidade, centro económico de uma vasta região, dispõe de recursos humanos qualificados, um ambiente cosmopolita e elevada qualidade de vida. Por outro lado, Lisboa é uma cidade com preocupações ambientais, criativa e empreendedora, com uma ampla oferta imobiliária, sendo também uma das cidades mais seguras da Europa.w anuncio de imprensa_1.pdf 11 27-09-2016 12:57:31

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área metropolitana de lisboa | quinta dos gafanhotos

bom gosto e identidade própria Com uma imagem vincada, mantendo uma aposta contínua no tradicional em detrimento de novas tendências, a Quinta dos Gafanhotos oferece serviços de catering em espaço próprio, mas também com deslocações por todo o país. A trabalhar com o mercado particular e o empresarial, são reconhecidos pelo serviço de qualidade que prestam, tendo uma carteira de clientes que, para além de gostarem e voltarem, ajudam a atrair outras pessoas através das recomendações positivas que fazem.

Herdando um negócio que começou com o seu pai, que ainda hoje tem o seu nome muito associado ao serviço prestado pela Quinta dos Gafanhotos, Miguel Esteves e os irmãos cresceram envolvidos na área, estando atualmente à frente do negócio. “O meu pai começou a fazer trabalhos em nossa casa, ele fazia a cozinha em casa. Uns anos mais tarde alugou um espaço próprio, o Panorâmico de Monsanto, espaço célebre em ruínas, com vista de 180º graus sobre Lisboa. O meu pai trabalhou lá durante cerca de dez anos. Nessa altura foi montando todo este serviço de catering e depois fez a aquisição deste espaço, no início da década de 90. Era uma quinta em ruínas, que depois reorganizou para este efeito. Entretanto, já tinha espaço próprio e fazia serviços fora, o que é algo que ainda hoje se mantém. Aliás, o nome Manuel Esteves é reconhecido de norte a sul”, afirma Miguel Esteves, sócio gerente.

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Embora inseridos num meio onde as novidades vão surgindo a grande velocidade, com novas tendências de cozinha a aparecerem frequentemente, para Miguel Esteves uma das principais caraterísticas da empresa é a aposta que mantêm no tradicional. “É um serviço que tem uma cozinha própria, predominantemente tradicional, não é uma cozinha moderna. É mais tradicional, e que, ao paladar, é muito referenciada. Aquilo que nos carateriza e nos diferencia no mercado é que não somos uma empresa de tendências, não seguimos o que está na moda. Temos um trabalho de bom gosto, temos uma identidade própria”, explica o sócio gerente. Com um serviço de qualidade, quer em casamentos e batizados quer no meio empresarial, a equipa da Quinta dos Gafanhotos diferiencia-se também pela dinâmica com que trabalha. “Temos um serviço que começa e acaba sempre de uma

forma muito contínua, uma pessoa acaba de comer a entrada, e entra o prato do peixe, não é hábito estar meia hora à espera entre pratos. A comida tem que sair sempre quente e com dinâmica. Não obrigamos ninguém a estar à mesa três horas, normalmente numa hora e meia temos o serviço concluído, os três pratos, sobremesa, tudo. Quando olhámos para um batizado ou um casamento, sabemos que é um trabalho de muito tempo, normalmente dura o dia todo. Os eventos empresariais são de maior intensidade, mas a rondar duas horas. Há muita intensidade na preparação, mas depois termina rápido”, esclarece Miguel Esteves. Embora com a empresa já estabelecida no mercado, com clientes fixos e que recomendam o serviço a potenciais interessados, Miguel Esteves admite que

ainda há projetos por desenvolver: “Em toda a nossa comunicação, não temos uma imagem trabalhada. Há uma vontade grande de dar nova vida a esta casa e isso passa por comunicar mais, estar mais presente em espaços dedicados a esta área. Este é um desafio prioritário. Quanto a infraestruturas, também existem alguns projetos em mente, sobretudo porque desde sempre foi vontade do meu pai ir remodelando o espaço e apresentando coisas novas, e isso é algo a que queremos dar continuidade”, conclui.


ed&f man | área metropolitana de lisboa

Inovação mundial à escala nacional Assumindo-se como uma empresa mundial com capacidade para se adaptar à escala nacional dos mercados em que atua, a ED&F Man é líder na importação e exportação de um amplo leque de commodities, apostando constantemente na procura de novas áreas de negócio. Fundada em 1783, a ED&F Man é um grupo empresarial que se dedica à importação e exportação de commodities agrícolas e que se caracteriza pela extensão, à escala global, da sua rede de operações. Assumindo-se como líder mundial numa série de mercados – nomeadamente no comércio e distribuição de produtos como o café, o melaço ou o açúcar – este é um agente que também se caracteriza pelo acompanhamento de todo o processo de transação dos bens alimentares, incluindo o seu acondicionamento, transporte e embalamento. Na sequência da aquisição da companhia multinacional SVG – que contava com escritórios no nosso país – a ED&F Man assumiu a sua entrada em Portugal, operando essencialmente como importadora de melaço (um subproduto natural, que deriva da refinação do açúcar de cana ou de beterraba), assegurando a sua distribuição para fábricas de rações e agentes do farm-market. Ressalve-se, neste âmbito, o estatuto de liderança que a empresa assume em território nacional (cerca de 90% do mercado), que se traduz, em média, na importação de 40 mil toneladas desta commodity por ano. Paralelamente, e traduzindo uma aposta impulsionada por Libânio Gonçalves, a ED&F Man Portugal dedica-se ainda à transação de produtos destinados à alimentação humana. “Essencialmente, fazemos a distribuição para os processadores, que depois vendem às grandes superfícies”, contextualizada o porta-voz. Incluídos neste segmento encontram-se, a título de exemplo, bens como o amendoim, o coco, o caju, passas de uva, sementes de girassol ou bagas goji – ou seja, “produtos que não existem em Portugal mas que, aos poucos, têm vindo a ficar cimentados” na nossa alimentação, nomeadamente pelos benefícios no âmbito da saúde. Por outro lado, o estatuto heterogéneo da empresa constata-se ainda pela forte presença que assume no comércio de uma ampla gama de fertilizantes orgânicos especiais (de origem vegetal), atividade impulsionada pelo engenheiro agrícola Hugo Sousa. Importa, neste contexto, sublinhar que jamais são adicionados produtos químicos ou quaisquer matérias-primas sintéticas, por forma a garantir-se o elevado teor biológico e qualidade de todas as soluções proporcionadas. Esta corresponde a uma proatividade inovadora que encontra, de resto, um importante eco na filosofia de todo o grupo. “A ED&F Man fomenta o empreendedorismo e incentiva o surgimento de novas ideias que tragam uma mais-valia para o grupo”, sustenta Libânio Gonçalves, antes de salientar outros valores-chave que melhor definem a multinacional, tais como “a integridade, o respeito, a meritocracia e o foco principal no cliente”. A complementar este mesmo raciocínio, o engenheiro zootécnico Filinto Girão Osório realça “a cultura jovem, de inovação e incentivo” que envolve todo o grupo, fomentando uma atitude de autonomia e de sinergia entre colaboradores de diferentes nacionalidades na procura de respostas para problemas e necessidades comuns. Fazendo da incessante procura de novos talentos outra parte integrante do seu ADN, a ED&F Man tem vindo a assumir-se não como “uma empresa portuguesa integrada num grupo multinacional, mas antes uma multinacional que se conseguiu reduzir à escala nacional”, prossegue o especialista. É precisamente neste contexto – e atendendo ao incentivo que todo o grupo atribui à procura de “novas soluções no mercado” – que a firma portuguesa (atualmente com 11 colaboradores) promete apostar na diversificação da sua gama de produtos. E, precisamente porque o futuro se faz hoje, a empresa não esconde a intenção de preservar o dinamismo que – em consonância com a transparência, honestidade e lealdade que a caracterizam – ajuda a marcar a diferença.

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área metropolitana de lisboa | UF Cacém e S. marcos

Realidades diferentes, pessoas iguais É a pensar na população e no seu bem-estar que se pauta o trabalho desenvolvido pela União de Freguesias do Cacém e São Marcos. Inserida em Sintra, a união é composta por duas realidades completamente diferentes que atualmente já trabalha em conjunto. A área social e as obras de requalificação assinalaram o mandato de José Estrela Duarte que pretende continuar o que iniciou e marcar a diferença nas freguesias. e gastronómica da região visitada. O associativismo é importante e destaca-se uma coletividade de referência na formação de crianças no futebol. O Atlético do Cacém constitui o terceiro clube da Associação de Futebol de Lisboa com mais atletas federados das camadas jovens inscritos. Existem ainda outras associações culturais, académicas e IPSS que apoiam crianças e idosos. A Academia Sénior é também um exemplo de sucesso na organização de tertúlias e debates “à moda antiga”.

José Estrela Duarte Presidente

“São muito diferentes - enquanto São Marcos é a freguesia mais jovem do concelho e uma das mais jovens do país, já o Cacém tem uma população mais envelhecida mas activa”, começa por descrever o Presidente da União de Freguesias, José Estrela Duarte. Separadas pelo IC19 e a Ribeira das Jardas, o urbanismo e os espaços verdes também diferenciam estas freguesias que atualmente trabalham em conjunto, uma realidade que era impossível há uns anos atrás. Além de um vasto e importante património histórico que caracteriza a região, a área social, a integração e a igualdade ocupam um lugar de destaque no Cacém e em São Marcos. “Transportamos por ano cerca de 6 mi pessoas, entre crianças para as

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escolas e agrupamentos e seniores que têm várias atividades ao longo do dia. Acabamos por prestar um serviço social e ao mesmo tempo ajudamos e combatemos o isolamento dos mais idosos. A socialização é muito importante e por isso promovemos, viagens, espetáculos, festas de natal, tardes dançantes, lanches e outras iniciativas para que as pessoas saiam de casa. As freguesias estão preparadas para promover a atividade física dos seniores, com aparelhos desportivos disseminados por toda a freguesia e temos dois centros de marcha, que contam com técnicos especializados para acompanhamento. Organizamos várias caminhadas, idas à praia nos meses de Junho e Julho e temos uma panóplia grande de atividades desportivas e lúdicas”, referencia. São muitos os exemplos da promoção de uma vida ativa e do conhecimento. Várias vezes por ano realizam-se excursões pelo país inteiro sob o lema “Rotas e Sabores” com uma componente histórica

Aldeia Medieval da Criança Nos primeiros dias de Junho, a União de Freguesias do Cacém e São Marcos recebe um evento de referência em que são as crianças que obrigam os pais a participar. A Aldeia Medieval da Criança é mais do que uma típica feira medieval e realiza-se no Centro Carlos Paredes, em São Marcos, um espaço onde se realizam vários eventos de carácter social, recreativo ou desportivo organizados ou em parceria. “Dirige-se às crianças e as suas famílias. É diferente das tradicionais feiras medievais porque tudo o que é feito é dirigido às crianças. Temos jogos de rua, slide, escalada e outras atividades. Ou seja, a ideia é fazer uma viagem no tempo e adequar as vestes, as tradições, os atividades e até os animais a essa altura medieval. A música compõe o ambiente e tentamos ensinar a história e os costumes mais antigos aos mais novos, desde as profissões, gastronomia, artesanato”. A animação está garantida e todas as pessoas estão convidadas a visitar e a participar nesta aldeia típica em que são transportados para outros tempos e tradições. Integração e tolerância O trabalho da União de Freguesias pautase pelo apoio social e valores como a integração, igualdade e transparência. A integração de imigrantes que chegam ao


UF Cacém e S. marcos | área metropolitana de lisboa

nosso país é acompanhada por técnicas da área social, tal como da comunidade islâmica e todas as convicções, tem especiais relações com as paróquias de São Marcos e do Cacém. Os que vivem com dificuldades têm a oportunidade de ir ao mini mercado social, sem qualquer preconceito. “A grande aposta foi e continua a ser a área social porque é algo que me preocupa e todas as pessoas são iguais e devem ter as mesmas oportunidades. A junta deve ter a responsabilidade de transmitir uma mensagem de tolerância e respeito mútuo por todos e que deve ser exemplo para consciencializar os habitantes”, reforça o presidente. Mesmo antes de assumir a presidência, José Estrela Duarte, quis trazer uma relação de proximidade entre freguesias, com total disponibilidade e procurando melhorar as condições de vida das pessoas. “Tivemos que casar duas realidades distintas, com os meios que disponhamos, cortadas por uma barreira artificial que causou grandes impactos nas fronteiras aquando das reorganizações administrativas”, relembra. Para isso, “fizemos algumas obras, para que os jardins e espaços verdes que estavam abandonados pudessem ser utilizados. Temos uma loja do Cidadão, a única do país que tem o serviço SEF. Temos 10 jardins infantis, campos de futebol e multiusos e cinco novos centros de saúde em projeto e outros em construção,”, afirma. Com o objetivo de terminar obras já aprovadas no seu mandato, José Estrela Duarte assegura uma nova candidatura à presidência da União de Freguesias do Cacém e São Marcos. “Queremos aperfeiçoar as ruas e passeios, melhorar os pavimentos com o apoio da CMS, estamos a renovar o cemitério que estava sem obra há vários anos, para melhor servir a população. O contributo dos cidadãos é muito importante na deteção e resolução de problemas. É preciso agir e fazer, acreditar nas pessoas”, conclui.

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área metropolitana de lisboa | centro europeu de línguas

35 anos de ensino diferenciador

Uma filosofia inovadora, um método dinâmico e uma adaptação dos conteúdos às necessidades de quem os aprende são alguns dos elementos que explicam o estatuto de excelência associado ao Centro Europeu de Línguas.

John Walker e Pilar Pantoja Administradores

Idealizado como um espaço onde o ensino de idiomas estrangeiros, a cultura e as artes pudessem conviver em harmonia, o Centro Europeu de Línguas (CEL) é uma escola sediada em Lisboa que tem revolucionado a forma como crianças, jovens e adultos entram em contacto com uma cada vez mais imprescindível área do saber. Na génese de todo o projeto, iniciado em 1982, encontramos o espírito crítico e a singular visão de Pilar Pantoja que, através da sua experiência no estrangeiro, descobriu que “havia métodos de ensino que não se praticavam em Portugal”, mas cuja implementação se afigurava urgente. Mais concretamente, a diretora executiva do CEL sublinha como descobriu “um novo modo de educar, aprender e de estar com as pessoas”, assente numa “forma comunicativa e com sentido de envolvência”, num contexto em que o idioma de Shakespeare era ainda pouco utilizado pelos empresários portugueses. Esta corresponde a uma filosofia que o diretor pedagógico, John Walker, faz questão de sublinhar: “Uma das coisas de que mais gostei quando conheci esta escola foi o facto de ela funcionar ao contrário de todas as outras”, na medida em que “a aprendizagem estava direcionada especificamente para as necessidades dos alunos”, em detrimento do uso de um método formatado. Claro está que uma perspetiva tão ousada de ministrar o ensino de línguas estrangeiras se traduziu, de acordo com Pilar Pantoja, num “choque com a realidade”. Mas o cariz inovador do CEL evidenciava-se ainda pela sua conexão ao mundo artístico, não constituindo surpresa que as obras de arte expostas nas instalações da escola funcionassem como catalisador “para os alunos falarem (noutros idiomas) sobre aquilo que estavam a observar”, associando a aprendizagem à importância de comunicar.

estabeleciam com outros países, quer pela chegada das multinacionais”. Constituído por duas escolas em Lisboa, e com capacidade para promover ações de formação em todo o país (através do apoio de uma equipa de cerca de 70 docentes), o CEL assegura “cursos diferentes, consoante as pessoas que os frequentam”, salvaguardando a adaptação dos conteúdos lecionados ao interesse individual e profissional de cada aluno. Nesse contexto, “os nossos professores passam horas e horas por semana a fazer investigação sobre qual e como se utiliza a linguagem específica” do setor de atividade solicitado, numa postura que faz deste instituto o líder nacional na formação profissional e empresarial em línguas estrangeiras. Significa isto que o método de ensino aqui praticado assenta em três pilares que se entrecruzam, rumo ao sucesso: desenvolver o conhecimento e as diferentes componentes da língua estrangeira (em sintonia com o praticado nas escolas generalistas), adaptar esses mesmos conhecimentos a uma série de importantes competências profissionais (como atender telefonemas, apresentações profissionais, ou participar em reuniões) e, por fim, desenvolver o vocabulário especificamente associado ao setor de atividade exigido. Programas internacionais “Enquanto existirem línguas, existirão culturas e enquanto elas não estiverem associadas, a aprendizagem não avança”, vaticina Pilar Pantoja, numa alusão a outras das importantes filosofias do CEL: garantir que o ensino dos idiomas se encontra contextualizado nas sociedades que os praticam,

Uma oferta adaptada Fazendo jus ao seu nome, o CEL proporciona cursos de variadas tipologias (ano letivo em grupo, intensivos, ateliês, aulas individuas ou semi-individuais, entre outros regimes) num amplo leque de idiomas europeus. Assim sendo, e paralelamente à língua inglesa, é possível adquirir conhecimentos ou efetuar provas de validação de competências em modalidades como, por exemplo, o Espanhol, o Francês, o Alemão, o Italiano, o Neerlandês, o Russo, ou o Português (para estrangeiros). A variedade da oferta formativa encontra, por seu turno, uma importante correspondência no público-alvo. Tal como recorda John Walker, “a ideia inicial da escola passava por fazer a sua oferta incidir sobretudo nos adultos”, uma vez que a maioria destes estabelecimentos se encontrava vocacionada para crianças e jovens (aos quais o CEL também se dedica). De facto, “não havia muitas hipóteses de formação profissional e, na década de 1980, muitos adultos sentiram-se, pela primeira vez, confrontados com a necessidade de aprender uma língua estrangeira, quer pelas parcerias que as suas empresas CEL Areeiro

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centro europeu de línguas | área metropolitana de lisboa

CEL Amoreiras

“algo que temos tentado fazer através dos Programas Europeus de mobilidade”, com que a escola tem trabalhado há mais de 20 anos. Pensado não apenas para jovens que queiram aprender novos idiomas, mas também para quem frequente um dos cursos de Especialização aqui ministrados (Formação de Tradutores e Intérpretes – certificado pelo Ministério da Educação – ou Formação de Formadores em Línguas – validado pela DGERT), o Programa Erasmus+ proporciona, nas palavras de Paula Cipriano, “uma possibilidade fundamental de fazer um estágio profissional noutro país”, reforçando a sua empregabilidade, bem como a aquisição de novas técnicas e conhecimentos. Importa salientar, no entanto, que o CEL é mais do que um mero promotor nacional de programas de mobilidade ou uma entidade de acolhimento. Ainda no panorama internacional, destacam-se os Projetos de Inovação celebrados entre esta instituição e uma série de entidades certificadas que se cruzam, na prossecução de um objetivo comum. É neste contexto que Paula Cipriano destaca a iniciativa “Give Me a Sign”, assente na criação de material de aprendizagem de idiomas “dentro de uma vertente profissional que nunca antes existiu”: as línguas gestuais estrangeiras. Inovador por natureza, este corresponde a um projeto que já foi devidamente reconhecido e premiado até porque, tal como refere a mentora da iniciativa, “os surdos também têm direito ao multilinguismo pois, mesmo estando no seu próprio país, muitas vezes se sentem estrangeiros”. “E como é que um surdo viaja e comunica num aeroporto? Nunca ninguém se lembrou de que estas pessoas também precisam de viajar e comunicar, nomeadamente em situações profissionais, mas nós sentimos essa necessidade”, sustenta Paula Cipriano, à medida que John Walker aponta para o facto de o CEL ser “a única entidade especializada em línguas envolvida no projeto”.

35 anos de inovação Questionados sobre os passos que a instituição assumirá nos próximos anos, os três intervenientes convergem na intenção de continuar a marcar a diferença, dinamizando as metodologias e contextos de ensino. Prova disso é a implementação do sistema “Sem Limites”, que permite a qualquer aluno frequentar aulas num regime flexível, que se adapta perfeitamente aos imprevistos da sua vida pessoal ou profissional, sem a imposição de uma carga ou regime horário específicos. Por outro lado, a utilização de redes sociais ou de ferramentas online como o Skype corresponderá a mais um mecanismo para reforçar competências e atender dúvidas, projetando ainda mais o CEL naquilo que o caracteriza: um ensino de excelência, adaptado ao aluno e de olhos no futuro.

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área metropolitana de lisboa | biofrescos e faster

“Os congelados mais frescos do

João Mascarenhas de Lemos Administrador

Os nomes Biofrescos e Faster são reconhecidos a nível mundial pela qualidade dos seus produtos do mar congelados. Fundada a 7 de julho de 1997 por João Mascarenhas de Lemos e António Damas, a Biofrescos distingue-se como uma empresa pioneira e inovadora e tornou-se numa das principais importadoras e distribuidoras de peixes, cefalópodes e mariscos. Por sua vez, a Faster complementa a atividade através do desenvolvimento de refeições prontas que são comercializadas nas grandes superfícies.

O conhecimento adquirido ao longo de vários anos em empresas do setor, permitiu a João Mascarenhas de Lemos fundar a Biofrescos, juntamente com o sócio António Damas. Com quase 20 anos de atividade e uma vantagem competitiva que tem permitido ser pioneira e inovadora, a empresa está presente tanto no mercado interno como externo. Atualmente, tornou-se numa das principais importadoras e distribuidoras de produtos do mar congelados, desde peixes, mariscos e cefalópodes. Um mercado bastante dependente da importação que chamou a atenção de todos os grossistas, processadores e fabricantes em Portugal. A assumir o risco da compra e da venda, em meados de 2003 a Biofrescos adquiriu a Faster, uma empresa-embrião com alguma experiência no ramo alimentar de produtos congelados. “Na altura havia um projeto técnico e aproveitamos a sinergia da Biofrescos no mesmo ramo e com um conhecimento profundo dos produtos e dos mercados”, começa por explicar Mascarenhas de Lemos. A Faster começou pela produção de salgados, evoluindo naturalmente, de acordo com as necessidades do mercado, para a criação de um vasto leque de refeições ultracongeladas. No entanto, apesar de algumas parcerias e uma carteira de clientes sólidas, a crise financeira

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Jorge Santos e Roberto Marques

mercado”


biofrescos e faster | área metropolitana de lisboa que se fez sentir em Portugal, acabou por abalar as empresas. Mascarenhas de Lemos e António Damas não baixaram os braços e ergueram a estrutura. “Foi duro mas apostamos na exportação, sem altas margens e tivemos êxito. Encaminhamos os produtos da Faster para as grandes superfícies, mantendo a Biofrescos a montante desse segmento, uma estratégia que resultou e levou ao nosso crescimento”, esclarece o diretor. Durante um período de crise, a Faster acabou por ter um percurso curioso que obrigou a administração a alargar e fazer investimentos, devido aos circuitos cruzados existentes. Complementou a atividade da Biofrescos e atualmente comercializa os seus produtos e refeições para cadeias de distribuição como o Lidl, Continente, Intermarché e Auchan. Noruega, Alasca, Canadá, França, Espanha, Itália, EUA, Marrocos, México, Angola, Chile, Argentina, Coreia do Sul, China, Taiwan, Bangladesh, Tailândia, Vietname, Índia, Filipinas, Indonésia, Moçambique, Africa do Sul e Nova Zelândia são os mercados onde

algumas parcerias com o mercado da saudade e temos ainda um projeto para alargar a Faster, com vista a ter mais capacidade produtiva”, reforça Mascarenhas de Lemos. De salientar que a empresa viu a sua faturação ser duplicada em apenas três anos. A importância da equipa Com experiência no setor de mais de 30 anos, a empresa apoia-se em equipas jovens e dinâmicas, sempre com preocupação e exigência na qualidade e sustentabilidade de produtos e ambiente, nunca esquecendo a função social e solidária no meio em que se insere. Uma saudável e agradável relação entre as pessoas é fundamental. “ O sucesso deve-se aos nossos colaboradores. A Faster apostou em quadros com pessoas com formação superior e com ferramentas para executar o serviço. Apostamos também em jovens e damos alguma liberdade para estimular a produtividade. A dedicação não é pagável e contribui para o bem-estar da empresa. Os funcionários têm que se sentir

Motivamos, apostamos na formação e proporcionamos viagens para que eles tragam e levem ideias, conheçam novos equipamentos e organizações. É um modelo que se construi depois de perceber e gostar das pessoas. Definimos funções, distribuímos responsabilidades e trocamos ideias que contribuem para o êxito”, esclarece o administrador. Além desta fórmula de sucesso, a equipa constitui uma prioridade para esta empresa, desde a secretária Filomena ao Paulo do embalamento, todos são importantes. Mascarenhas de Lemos e António Damas acreditam que o trabalho, a dedicação da equipa, a elasticidade e a inovação constituem a fórmula que define as empresas. Estas são de facto as prioridades da empresa e por elas têm sido possível um crescimento sustentado. “Andamos a apostar em pratos novos e pouco comuns nesta área dos congelados, para marcar a diferença. Trouxemos também de fora alguns produtos novos para evitar a massificação de produtos. Queremos marcar a diferença e

a empresa está presente. “Estabelecemos

bem e damos as condições necessárias.

não fazer o que os outros fazem, o objetivo é

sermos criativos e flexíveis”. Com um efetivo de 80 pessoas, a empresa encontra-se preparada estruturalmente para os novos desafios que o futuro promete. “Tentamos responder sempre aos pedidos dos clientes e temos a capacidade de nos reajustarmos. Fizemos um investimento muito importante na tecnologia e equipamentos para atingir a produtividade. Para o futuro, queremos estar!”, conclui.

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LEIRIA A geografia de Leiria é marcada pelas praias extensas e serras de paisagens espetaculares. Das manchas florestais existentes na região destacam-se o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, onde a paisagem é dominada pelo calcário, o que lhe imprime invulgar beleza, e o Pinhal de Leiria , uma das maiores manchas naturais da região centro. Neste distrito, dois mosteiros merecem uma visita, são eles o Mosteiro de Alcobaça, um dos maiores exemplos da arquitetura gótica portuguesa, e o da Batalha, o mais importante símbolo da Dinastia de Avis. Local de fama pela sua indústria vidreira, a Marinha Grande proporciona excelentes passeios pela Rota do Vidro, assim como as praias de Peniche, da Nazaré e S. Martinho do Porto que atraem tantos visitantes ao longo do anos. O distrito de Leiria oferece uma riquíssima gastronomia tradicional, entre carnes, peixes e doçaria. Na zona costeira, os frutos do mar são a base da gastronomia local, com magníficas sopas de marisco, grelhados de peixe fresco e caldeiradas suculentas e o bacalhau. Nas serras, a gastronomia faz uso da carne e das verduras e hortaliças. Entre os inúmeros exemplos temos a sopa saloia de hortaliça e feijão, a carne de porco, utilizada nos enchidos, o cozido à portuguesa, os queijos de ovelha e cabra e a broa de milho. No campo da doçaria, não se pode deixar de mencionar a rica doçaria conventual à base de ovos moles, mel, amêndoas, leite e ovos. A OPEN em parceria com o CENTIMFE e o CDRSP/IPLEIRIA realizou a 11ª edição da Semana do Empreendedorismo de 15 a 20 de maio de 2017. Durante a semana decorreu um conjunto de iniciativas de grande visibilidade e mais-valia para a Região, destacando-se o envolvimento de várias instituições como a CCDRC, CIMRL, IEFP, ACT, Escolas, Politécnicos e Universidades, Rede de Incubadoras da Região Centro (RIERC), Empresas, Empreendedores e Estudantes. Foram seis dias dedicados ao empreendedorismo e dinamização do tecido empresarial da Marinha Grande e de toda a região, este ano com uma vertente internacional e de investigação. A Semana do Empreendedorismo pretende sensibilizar para novas iniciativas de promoção do empreendedorismo, para a prevenção do risco, disponibilidade de financiamento com um vasto leque de figuras de renome, assim como muitos espaços de debate sobre os mais variados temas.

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leiria | favicri

Inovar na arte de manusear e criar o vidro

Fátima, Telmo, Joaquina, Manuel, Paulo, Isabel, Nuno (Santos)

É na Marinha Grande que está uma das maiores fábricas de vidro do panorama nacional. São uma referência desta indústria em Portugal, mas também no mundo, para onde exporta milhões de produtos. A Favicri é uma empresa do sector da cristalaria e do vidro com capacidade para a produção de 15 toneladas de vidro branco dia.

A arte de trabalhar o vidro tem milénios de existência. Os mestres da arte do vidro transmitiam as suas habilidades de pai para filho, através de um percurso de experimentações e de invenções. A habilidade manual e a utilidade do objeto criado fundiram-se com a criatividade artística. A imponência cristalina e transparente do vidro deu uma relevância na sua criação como uma peça de arte e como uma imponência da transparência criativa de o quem trabalha. Criada em 1987, a Favicri, para sobreviver a vários períodos de crises teve sempre de inovar e investir, mas hoje estão a colher os frutos disso mesmo. Nascida pelas ambições de Manuel Santos, os produtos da Favicri começaram por se destacar por serem uma oferta quase única de cinco cores distintas. Começou por se focar apenas no mercado nacional, aposta que se foi contrariando pelo crescendo da procura do mercado estrangeiro. “Começamos a exportar para a Finlândia, depois para o El Corte Inglês e depois foi sempre a crescer”, referiu Telmo Santos, um dos administradores da empresa. Neste momento a empresa exporta grande parte da sua produção sendo o mercado externo o principal foco. A Favicri é uma empresa familiar com um volume de vendas na ordem dos 3.5 milhões de euros. É produtora de vidro manual, soprado, centrifugado, prensado e semiautomático, valências que a destacam por ser das únicas que produz o vidro de todas as formas. É impactante presenciar todo o processo da criação do vidro. A Favicri realiza todo o processo com engenho, criatividade e qualidade. Começa pelo design próprio e sofisticado criado por um designer. Segue-se a criação do molde e por fim a criação da peça em vidro. Todo o processo tem a sua arte e tradição. Apesar dos avanços tecnológicos a mão humana está sempre presente nas peças da Favicri. Em termos de equipamento, trabalham com um novo

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forno contínuo, robots de colha, uma máquina ‘soprando-prensando’ e outra ‘IS’. Dos designers aos grandes distribuidores comerciais Os administradores Telmo Santos e Paulo Santos explicaram a forma como atuam e abordam o mercado: “temos o departamento de design para desenhar as peças, mas também desenvolvemos um design personalizado pelo cliente. Somos relativamente rápidos a desenvolver o projeto. Até criarmos uma amostra do produto para o cliente, demoramos uma semana ou menos”. Telmo Santos continuou, “laboramos com um mercado muito especifico. Trabalhamos para a indústria que são empresas que precisam do nosso produto para complementarem o serviço deles, para decoradores e designers particulares e também para as grandes superfícies comerciais como a Mark Spencer, DigiMax, Tesco, a DiLionardo, Banvel, Aldi, Lidl, Continente, Cost-plus, entre outros. Todos os clientes são importantes dos mais pequenos aos maiores, o importante é servirmos com qualidade para que nos referenciem”. A nível de abordagem de mercado, optam por o fazer de uma forma agressiva, estando próximo do cliente e realizando a produção e a entrega no menor prazo de tempo possível. Atualmente exportam para 27 países, sendo que o mercado europeu é já um mercado normal para a empresa. A nível nacional a aposta é menor, principalmente porque “em Portugal procuram a qualidade, mas não estão dispostos a pagar por ela”,


favicri | leiria destacou Paulo Santos. Para muitos clientes, a Favicri oferece um serviço de exclusividade, fator que fideliza o cliente. Aliando a tradição do soprado manual com novas técnicas do automático, o desafio é colocado ao departamento de design, que é obrigado a criar modelos, vindo assim a competir a nível internacional com fábricas de âmbito automático. Telmo Santos esclareceu, “hoje os produtos têm uma vida muito curta, daí haver a necessidade de estarmos em constante inovação. Desenvolvemos uma linha e damos a exclusividade para alguns vendedores. Hoje em dia são as vendas que mandam, o produto pode ser muito bonito mas se não vender não é bom”. Marca PINHAL A Favicri criou recentemente uma marca própria, de forma a fazer uma abordagem diferente ao mercado. Novas tecnologias e novos métodos de produção, aliados a uma comercialização mais agressiva, tornaram possível a criação de uma marca própria, que apenas em seis meses vendeu mais de um milhão de peças. Telmo Santos explicou a razão deste investimento: “sentimos que precisávamos de abordar o mercado de forma diferente. O processo e o produto já o tínhamos, mas hoje em dia a apresentação e a imagem contam muito. Desenvolvemos as caixas para que visto de uma prateleira seja mais apelativo para a compra. Queremos apelar ao uso criativo do nosso produto”. A marca Pinhal mantém a linha da originalidade da peça, mas apela aos sentidos do comprador para reparar na qualidade do produto que está a ser vendido, é uma forma de se destacarem numa montra. Esta nova marca surge num conceito de criatividade, de usar as peças de forma diferente e para variadas coisas. A marca oferece uma gama de ideias, e o comprador pode usar a sua imaginação para usar o produto como entender. Desafios Um dos grandes problemas e desafios da Favicri é encontrar mão de obra especializada. Em Portugal, perdeu-se a tradição do vidro e com isso deixou de se preparar a mão de obra. Atualmente a empresa contrata e dá a formação que é dada durante o trabalho e que pode durar até

dois anos. Telmo Santos destacou também o corte de horas de trabalho do sector que se fez, “na indústria vidreira trabalhava-se 39 horas semanais. Entretanto decidiram diminuir esse período de tempo. para 36 horas. Nós alertamos o sindicato que iriam acabar com a indústria e assim foi. Aquela meia hora que se tirou por dia fez muita diferença porque ao fim de um ano há um mês de perda na produção”. O facto de muita indústria do ramo do vidro ter caído torna que a procura do vidro português seja mais escassa e menos espontânea, “o cliente estrangeiro não vem a Portugal viajar para comprar vidros numa só fábrica. Neste caso, como o cliente não vem a nós por estarmos quase sozinhos no ramo, temos de ser nós a ir a seu encontro. Para além dos custos fixos de funcionamento outras das problemáticas que acrescenta custos que se poderiam reduzir é a falta de vias de transporte mais económicas de forma a facilitar a distribuição”. Futuro inovador Na vanguarda da inovação de forma a estar já presente no futuro, a Favicri está a desenvolver, em conjunto com o Instituto Superior de Leiria, investigações cientificas sobre novas formas de produzir vidro. Na maquinaria, há a aposta em novos equipamentos para aumentar a produção, de forma a responderem à procura que têm tido. “Está tudo inventado. Mas também tudo está em constante inovação e temos de nos adaptar ao mercado. Vamos adquirir uma nova máquina para ajustar a nossa produção. Aqui a produção manual não se perde e compensamos a falta de mão de obra” explicou Telmo Santos. Para se concretizar está o lançamento de uma nova marca, com novos produtos de novas linhas. O reforço da internacionalização é também um dos objetivos como “agora queremos apostar em novos mercados. Estamos a apontar para o mercado sul americano, mais especificamente a Argentina. Também a China e a Rússia. É um desafio e uma ambição para o nosso crescimento” destacou. O futuro da Favicri está entregue à continuação do passado, um futuro construído pelos valores do passado e acompanhado pelas várias gerações da família. “O que nos trouxe onde estamos

hoje foi a honestidade e responsabilidade e assim queremos seguir. Fazemos investimentos cautelosos e trabalhamos num espirito de equipa muito grade. Estou tranquilo no futuro da fábrica, vamos continuar a crescer” conclui Telmo Santos.

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leiria | l’officina

“Criar e recriar Interiores de forma criativa” Dos candeeiros às cadeiras, do vintage às linhas mais contemporâneas, as novas tendências já espreitam e recriam-se na L’Officina, uma marca de reabilitação e remodelação de interiores e arquitetura de interiores.

João Reis Administrador

propriamente dita”. Realçou ainda que “para cada cliente existe um projeto, não há dois iguais” é este aspeto personalizado que permite dar resposta à procura dos clientes. Existe sempre um acompanhamento constante durante a obra, e este é um aspeto referenciador pela proximidade que se cria com o cliente. “A decoração de interiores também é uma arte. Queremos ser reconhecidos por sermos diferentes e competentes no acompanhamento que fazemos”, destacou. João Reis também falou no principal desafio que atravessa em todas as suas obras. O cumprimento dos prazos estipulados, este desafio requer por vezes um trabalho acrescido parte da sua equipa e uma grande articulação com as empresas subcontratadas. Com um crescimento sustentado na base da satisfação dos clientes, a L’Officina tem alcançado uma posição cada vez mais vincada no mercado. Este sucesso deve-se também aos clientes que reconhecem e referenciam o trabalho realizado. Num olhar direcionado ao futuro, João Reis é prudente, por um lado, há a necessidade e certeza de crescimento, por outro, a necessidade de manter o acompanhamento dado a cada projeto. Nessa conjuntura é dado um passo de cada vez para que não exista um crescimento desmedido. Há ainda um A L’Officina, localizada na Marinha Grande, nasceu em 2013 pelas mãos de João Reis, que depois de abandonar o ramo imobiliário dedicou a criar e recriar interiores. A atividade a que se dedica não se limita à tradicional ideia de decorar uma divisão da casa, mas sim a de projetar um conceito, de alterar os espaços com determinados objetivos, dominando tecnologias que permitam ir sempre mais além. “Basicamente fazemos tudo o que está relacionado com interiores, desde a simples colocação de um cortinado, até à conceção total de um espaço, seja ele comercial, habitacional ou industrial” explicou João Reis. Oferecem um serviço de chave na mão que passa por projetar um espaço e conceber a sua realização. Todo o processo é concretizado e acompanhado pela L’Officina de forma a não desvirtualizar aquilo que é projetado e que o cliente aprovou. Apesar de ter iniciado a sua atividade mais direcionada a habitação, na atualidade a maior fatia do negocio encontra-se na indústria, serviços e comércio. No entanto João Reis, aludiu que “queremos atuar em todos os mercados. Sempre que falamos de interiores, nós temos capacidade para fazer”. A criatividade é um dos fatores de diferenciação dos serviços da L’Officina, mas todo o processo é pormenorizado e personalizado para satisfazer o cliente. João Reis explicou: “temos que saber ouvir o que o cliente pretende, qual o objetivo ou funcionalidade que pretende para o espaço. Depois de termos idealizado o espaço, projetamos o mesmo em 3D é sempre mais fácil visualizar uma imagem. Após aprovação passamos ao projeto de execução onde especificamos todo o projeto, desde a parte de construção civil ao desenho do mobiliário, é uma segurança para o nosso cliente e para nós. Só depois passamos á obra

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projeto de um novo serviço na área do design que está em processo de lançamento, que permitirá a L’Officina acompanhar as exigências dos clientes.


smartinject | leiria

Exigência e rigor pela qualidade Inovação, qualidade, disponibilidade e proximidade. Assim se caracteriza o trabalho da SMARTINJECT, uma empresa de injeção de plásticos que oferece aos seus clientes uma vasta gama de serviços, desde a realização de ensaios e produções de pré-séries, a complexas soluções de engenharia no ramo da indústria de moldes e plásticos. Situada na Marinha Grande, a SMARTINJECT deu os seus primeiros passos nas mãos dos fundadores Nuno Gândara e Miguel Almeida que iniciaram em conjunto um projeto visionário. Desde 2015, com grande empenho e dedicação, a SMARTINJECT tem vindo a crescer de uma forma sustentada, aumentando cada vez mais a sua posição no mercado, sendo já uma empresa de referência não só na região como a nível nacional. Tal facto, se deve à elevada qualidade e exigência nos serviços que oferecem. Com um entusiasmo natural pelo trabalho que faz, Nuno Gândara, explicou “crescemos porque temos pessoas dinâmicas e que sabem o que estão a fazer. Temos dois anos apenas. Para sermos reconhecidos temos de fazer o nosso trabalho da melhor forma para que os clientes nos tragam mais clientes”. Atualmente, a SMARTINJECT conta já com uma ampla carteira de clientes transversal a todos ramos da indústria de plástico, produzindo desde o mais simples copo de plástico ao mais complexo componente de um carro de luxo alemão. Nuno Gândara explicou como funcionam os ensaios praticados, um serviço destinado “para as empresas que têm moldes e querem ensaiar o seu molde. O cliente traz o molde, nós fazemos o ensaio e no final entregamos o relatório de ensaio digital. Estamos preparados para ensaios de moldes, pré séries e produções, abrangemos um pouco destas áreas” O serviço de excelência passa também pela mão de obra especializada e pelo equipamento atualizado e altamente optimizado. A empresa dispõe de uma ampla variedade de máquinas de injeção equipadas com robôs e de vários periféricos que permitem automatizar produções, otimizando assim o processo produtivo. O serviço também se destaca pela constante inovação e adaptação ao mercado. A indústria 4.0 é já um futuro bem presente na SMARTINJECT. “Temos automação. Muito em breve os clientes podem acompanhar em direto na sua empresa os seus ensaios”, explicou Nuno Gândara. Com a visão de ser reconhecida no seu setor e no contexto global, como uma empresa de injeção de plástico que prima pela inovação organizacional e de processo, capaz de prestar serviços com flexibilidade, eficiência e garantindo a qualidade exigida, certificou o seu Sistema de Gestão da Qualidade pela norma NP ISO 9001: 2015 em dezembro de 2016. O futuro passa pela internacionalização e pelo estabelecimento de parcerias com grandes grupos estrangeiros. Nuno Gândara mencionou: “é um mercado muito competitivo, mas existe muito trabalho no mundo dos moldes. Também trabalhamos com empresas internacionais e pretendemos aumentar esse número. São uma mais-valia, temos clientes de grandes marcas que nos referenciam”. O investimento em tecnologias de ponta, a formação contínua dos seus colaboradores e o aumento da qualidade dos serviços prestados são três pilares fundamentais para o crescimento da SMARTINJECT. Contente com o sucesso, Nuno Gândara destacou: “pensamos tudo ao pormenor para alcançarmos os nossos objetivos, pois queremos sempre mais e melhor! Temos tido bons clientes, exigentes e estamos no bom caminho”.

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leiria |jf vidraceiros

Vidros e espelhos para todos os fins Um negócio não se constrói em dois ou três dias, em primeiro lugar é preciso aprender o máximo sobre o setor para depois colocar as mãos na obra. A paixão e o gosto no trabalho levaram José Fernandes, a criar e fazer crescer a JF Vidraceiros. A JF Vidraceiros é uma empresa de instalação e manutenção de vidros, espelhos e acrílicos. Sediada em Fátima, foi concebida por José Fernandes que em 2002 começou a trabalhar sozinho. Hoje é uma das empresas de referência da zona centro do país, no setor em que atua. José Fernandes falou com o ímpeto natural de quem gosta daquilo que faz: “durante 40 anos trabalhei no ramo da instalação de vidro e cada vez gosto mais”. A constante inovação e tecnologias para o trabalho com o vidro são cada vez mais cativantes e a qualidade tem vindo a ser melhorada substancialmente de ano para ano. Acompanhar essa evolução é um dos objetivos da empresa, que tem investido nesse sentido, de forma a alcançar a primazia dos seus serviços. A JF Vidraceiros efetua orçamentação sem compromisso e faz o estudo do trabalho, ou seja, cria e pensa na funcionalidade dos projetos que lhe são propostos de forma a satisfazer sempre o cliente. José Fernandes, o administrador da empresa explicou que atua em todo o tipo de mercado, “do mais pequeno ao maior. Regularmente trabalhamos com pequenas e médias empresas e com algumas empresas de construção civil, mas também fazemos instalações particulares e comerciais”. A empresa referencia-se não só pelo design limpo e luminoso que tenta impor nos seus projetos, mas também pela eficiência e pela celeridade da conceção de todos os trabalhos que realiza. O administrador faz questão de fazer um acompanhamento constante em cada obra, de forma a estar constantemente em contacto com a satisfação daqueles que procuram os seus serviços. Atua em todo o país, de norte a sul, embora o foco seja naturalmente a região centro, onde a empresa se encontrar sediada. Investimentos tecnológicos Acompanhar a constante inovação tecnológica é regularmente esquecida pelas empresas. “O mercado mundial do vidro evoluiu muito nos últimos 20 anos e a procura também. Hoje em dia, nas casas contemporâneas procura-se ter muita luz. Há a ideia que o vidro é frágil, mas é errada, o vidro é muito resistente e oferece cada vez mais qualidade. Faz o controlo de temperatura, de humidade e oferece muita segurança. O vidro inovou e cada vez mais está a ser utilizado” referenciou José Fernandes. De forma a acompanhar esta evolução a empresa fez um investimento em equipamentos, nomeadamente numa nova máquina. “Há apenas três no país. É uma máquina que faz tudo e com acabamentos perfeitos. Os operadores da máquina ainda estão a adaptar-se e com o tempo vai-se tirar o máximo proveito deste investimento”, aludiu. Caminhando com prudência… Com os projetos e objetivos concretizados, o futuro passa pela prudência de cada investimento e pelo continuo crescimento. José Fernandes explicou: “é difícil falar sobre o futuro, estamos num mercado de picos, não podemos ter uma direção certa porque de repente temos a construção a crescer e depois, do nada, baixa. Não é fácil definir um caminho. Temos de crescer, mas com os pés assentes na terra”.

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leiria | viveiros vitioeste

Inovação constante na produção de plantas para vinha Presente no mercado há mais de meio século, a empresa Viveiros VitiOeste de Horto Poense, Sociedade Agrícola, S.A. dedica-se à produção e comercialização de enxertos prontos de videira. Com uma presença de mercado de referência, são a maior empresa nacional na comercialização de plantas para vinha.

Norberto Cardoso, Célia Cardoso e Arménio Cardoso Administradores

Desde os tempos mais remotos, o vinho tem vindo a desempenhar um papel de relevo em quase todas as civilizações. Fruto da videira e do trabalho do Homem, não é ultrapassado por nenhum outro produto da agricultura. Repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo, o vinho surge como uma identidade e uma referência nacional que tem acompanhado os largos anos de história da nossa nação. É na base da produção deste produto, tão simbolicamente português, que a Viveiros VitiOeste entra. A base de muitos dos vinhos colocados à mesa advém, em parte, da produção feita por esta empresa. Em conversa com a Revista Business Portugal, os administradores Norberto Cardoso, Arménio Cardoso e Célia Cardoso explicaram um pouco da razão de serem parte da origem de muitos vinhos. A empresa Viveiros Vitioeste encontra-se sediada na pequena freguesia de Pó, concelho de Bombarral. Nesta região produz-se a maior parte de plantas para vinha comercializadas a nível nacional em que a VitiOeste é líder com uma quota de mercado de 20 por cento, aproximadamente. A empresa tem mais de 50 anos de história, mas está diretamente

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relacionada a este mercado desde a década de 90, quando se direcionou para a comercialização de enxertos prontos. “O enxerto pronto é basicamente a planta da videira pronta a produzir”, explicou Norberto Cardoso. A empresa comercializa, por ano, cerca de 4,5 milhões que são distribuídas pelos grandes produtores de vinhos. De norte a sul do país, do Minho ao Algarve, são imensos os viticultores que criam os seus vinhos a partir de castas produzidas pela VitOeste. A administradora Célia Cardoso frisou: “o vinho é um produto premium e está na moda. É um sector cada vez mais conhecido e com reconhecimento internacional, e nós estamos na base da sua produção, somos a origem daquilo que nós bebemos à mesa”. O crescimento que a empresa tem tido nos últimos anos é destacado com prémios de PME Líder em 2012 e 2014 e PME Excelência em 2016, no entanto “a atividade atravessou uma enorme crise. Quando a crise mundial se instalou, foi quando nós começamos a recuperar. Houve maior motivação na plantação das vinhas, houve maior preocupação ao nível de planeamentos a longo prazo e nós começamos a sair de um período muito difícil. Passamos um período muito mau entre 2002 e 2011. Mas seguimos uma política de investimento, mesmo em épocas de crise. Temos muito dinamismo a nível de empresa e do setor, sendo nós a empresa com maior dimensão, temos muita responsabilidade”, explicou Célia Cardoso. Para além da inovação, a empresa sustém no seu sucesso dos últimos anos uma equipa dinâmica e os valores de qualidade, excelência, credibilidade, ética e inovação, fazendo do seu produto uma referência nacional. A satisfação do cliente e a proximidade que se cria é a melhor forma de vender o produto, por essa razão Célia Cardoso explicou: “fazemos sempre gosto em que os nossos clientes nos venham conhecer, porque é importante que estes conheçam a nossa forma de trabalhar. Transmite confiança e faz com que o cliente acredite nos nossos produtos”. A VitiOeste tem uma forte presença nas regiões vitivinícolas de Portugal, com uma carteira de clientes diversificada e formada por grandes produtores de vinho nacionais. Para além do mercado nacional, a empresa e os seus produtos são igualmente reconhecidos alémfronteiras, sobretudo em Espanha, como explicou Célia Cardoso: “trabalhamos muito com o mercado espanhol, sobretudo o da Galiza, que é um mercado muito semelhante ao nosso


viveiros vitioeste | leiria

mercado dos vinhos verdes. Tratando-se de uma atividade sazonal e havendo uma região que antecipa as plantações é ótimo, pois permite um planeamento financeiro mais eficiente, tendo em conta a estrutura de custos inerente à atividade”. Realçou que no mercado nacional têm a maior oferta também em termos de variedade, ”com uma diversidade de cerca de 40 tipos de castas, sendo que as mais procuradas são, normalmente, a Touriga Nacional, a Touriga Franca e o Aragonez nas tintas e o Alvarinho e o Fernão Pires nas brancas”. Parte do grande desafio da empresa é precisamente o facto de ser um negócio sazonal e de a produção se antecipar cerca de um ano e meio relativamente à comercialização. Dessa forma há a “necessidade de estudar os clientes e as suas necessidades”. Norberto Cardoso referenciou outro dos grandes desafios, a concorrência externa: “os nossos maiores concorrentes são os italianos, que são uma parte significativa do mercado no sector. Isso obriga-nos a estar permanentemente atentos para que eles não embarquem tão rapidamente. Temos de inovar e estar atentos ao mercado”. Projetos inovadores Inserido no distrito que é a capital da Inovação e num mercado em que a evolução é constante, a VitiOeste procura, através da inovação e do empreendedorismo, oferecer uma maior qualidade e melhorar os próprios serviços. Dessa forma, vários projetos têm sido realizados. Em colaboração com o Instituto Superior de Agronomia, tem apoiado na área do melhoramento da variabilidade genética de castas portuguesas, procurando desenvolver uma maior qualidade e ao mesmo tempo conservar o espólio de castas existentes no nosso país. A investigação científica é uma das apostas ao nível do desenvolvimento do produto e da sua qualidade. No âmbito da produção de enxertos prontos, no final de 2015, a empresa iniciou um projeto de instalação de vinhas-mãe em ambiente confinado, como nos indicou a administradora Célia Cardoso, “instalamos os nossos campos de vinhas-mãe em estufa. É um projeto pioneiro em Portugal, que nos dá destaque no mercado. Oferece garantias de qualidade que uma vinha ao ar livre não pode dar, permitindo-nos ainda ajustar de forma mais rápida às preferências dos viticultores. Há uma adaptação constante. Este projeto tem

uma grande preponderância e temos de impactá-lo para que seja reconhecido pelos nossos clientes. Queremos que este investimento seja reconhecido e que o nosso produto seja valorizado. É importante procurar uma solução para a volatilidade das preferências do nosso consumidor. Estamos a preparar-nos para isso. Tendo as vinhas-mãe em vaso, facilmente vamos de encontro àquilo que o cliente quer e precisa”. Este investimento permite maior vigor no controlo sanitário das plantas, resultando num acréscimo substancial da qualidade e maior garantia de sucesso na instalação das vinhas dos seus clientes. Este processo inovador permite um ajustamento quase imediato na resposta às necessidades do mercado, dinamizando todo o setor vitivinícola e permitindo um melhor equilíbrio entre a oferta e a procura. Através destes processos de produção orientados ao futuro e para uma indústria cada vez mais tecnológica, a VitiOeste vai alcançando uma posição no mercado cada vez mais vincada e segura. A aposta constante na inovação é também uma aposta num futuro com ambições de contínuo crescimento de forma a manter uma posição de referência em Portugal.

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leiria |jms pereira

referência em variedade e qualidade Fundada por José Pereira, corria o ano de 1986, a JMS Pereira foi crescendo, aos poucos, de forma ponderada. Hoje é uma referência na venda de materiais de construção em Alcobaça, seja pela quantidade em stock de que dispõem, como pela qualidade do material. Fomos à descoberta desta empresa familiar.

Fernando, José e Teresa Pereira Administrador

“A empresa nasceu por um azar, que acabou por ser uma sorte”, revela, bem-disposto,

esclarece. Foi adquirindo alguns produtos, passo a passo a JMS Pereira foi crescendo

restante: 16 por cento para cada um dos três filhos. No entanto o lucro não era distribuído,

continuamente. Curiosamente, neste ramo intimamente ligado à construção civil,

José Pereira. O gerente e fundador da JMS Pereira trabalhava para outra empresa nos anos 80, até que a oportunidade lhe bateu à porta sob a forma de um prospetor da ‘Lusalite’, marca de sucesso na altura, que procurava uma firma onde se fizessem representar. Os dois empresários chegaram a acordo e José Pereira encontrou o espaço onde abriram a sua primeira loja. Recorreu à irmã e ao cunhado, os quais lhe cederam um terreno que tinham sem previsão de uso. “Iniciei atividade em maio de 1986”,

e dez anos decorridos foi necessário adquirir um novo estabelecimento para conter todo o material que disponibilizava.

mas sim “acumulado para reinvestir na empresa”, esclarece.

registaram o seu pico de crescimento no início da crise económica que tanto abalou este setor. Só sentiram a recessão o ano passado. Este ano, preocupa-os a rutura de stock que se verifica de forma generalizada pelos fornecedores. Para contornar esta questão, fizeram uma gestão mais controlada do material que tinham disponível. Em algumas situações tiveram de mostrar flexibilidade e procurar os produtos que necessitavam fora dos seus abastecedores habituais, de forma a nunca correr de risco de lhes falhar o stock dos

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Empresa familiar Os filhos de José Pereira, estão envolvidos no negócio de família desde que se conseguem lembrar. Fizeram um acompanhamento constante e foram ganhando mais responsabilidade dentro da empresa, até que, em 2004, formaram sociedade com o pai, o qual detém a maioridade (52 por cento) e distribuiu o

O salto Com o constante investimento em material mais tarde ou mais cedo seria necessário mais espaço para armazenamento. Em 2007 esse passo é finalmente tomado, com a abertura de outra loja. Passado um ano e o investimento em espaço estava recuperado. Muito trabalho e dedicação foi aplicado à empresa pela família Pereira, recompensado pelo crescimento que iam registando


jms pereira | leiria

produtos para os seus clientes. Diversidade de qualidade No que se refere ao produto, a JMS Pereira disponibiliza um pouco de tudo, desde o simples parafuso, à diversa maquinaria. Basta dizer que têm 27 mil referências de produtos, desde a primeira pedra aos acabamentos finais de uma construção. Também oferecem produtos relativos à agricultura, serralharia, jardinagem, entre outras áreas. A alargada gama de que dispõem é em consideração ao cliente, o qual, consideram os gerentes da empresa. O cliente não deve percorrer grandes distâncias em busca do que procura, quando o pode encontrar na JMS Pereira. E se não têm

algum produto específico no momento, procuram-no até o encontrarem. É assim que se distinguem e se destacam das restantes empresas no mercado: pela variedade que oferecem e pela qualidade do material. De facto, o lema desta firma é “Só consigo ser melhor se trabalhar com os melhores”. Assim, a JMS Pereira só trabalha com marcas de excelente referência no mercado, o que representa segurança, tanto para si mesma, como aos clientes. Os clientes são quase todos de perto, nomeadamente do concelho de Alcobaça. O comprador pode dirigir-se à loja ou pode ser-lhe entregue o produto em casa, através de encomenda. Atualmente, esta empresa familiar prepara-se para iniciar a venda

online, através do seu website. Se até há pouco tempo os clientes optavam pelo preço em detrimento da qualidade, hoje essa situação já não se verifica. Com a evolução do mercado, a JMS Pereira foise posicionando na esfera da qualidade, obtendo o cliente que procura o bom e não o barato. O gerente explica que se te revelado difícil encontrar produtos de qualidade. A oferta existente no mercado relaciona-se com o preço, quando o que se pretende é a qualidade há que procurar com mais afinco, uma vez que nem sempre é o que está mais disponível. Nesse sentido, a JMS Pereira é uma referência, por terem diversidade e

qualidade, ao mesmo tempo que conseguem ser competitivos a nível de preço, embora essa nunca tenha sido a maior preocupação da gerência. Empenham-se em ter margens necessárias para implementar novos produtos. Para isso, é essencial a formação dos colaboradores, que se mantêm a par das tendências do mercado. O sucesso desta empresa transparece nas distinções como PME Excelência, as quais se devem em grande parte à gestão cautelosa e ponderada de José Pereira. Os gestores estão sempre atentos às oportunidades, que surgirão, sem dúvida, no futuro.

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leiria |luís silvério e filhos

30 anos de referência na distribuição de pescado Cerca de 300 toneladas de pescado por mês são transacionadas pela Luís Silvério & Filhos, que se dedica à comercialização de peixe fresco, congelado e marisco, a partir da Nazaré. Criada do nada em 1987, num armazém dos sogros, é hoje das empresas de referência no distrito de Leiria, com uma faturação de 20,7 milhões de euros de volume do ano passado.

e dourada nacional, a perca da Tanzânia e do Quénia, peixe dos açores, Lula da África do Sul, peixe de Marrocos, da Mauritânia, do Senegal e temos muito peixe do mar nacional e de Espanha” mencionou Luís Silvério “na nossa empresa tentamos ter tudo que seja peixe de qualidade”. No percurso da firma armazenista, onde trabalham 44 funcionários, uma das mudanças relevantes foi o destino de vendas. Atualmente o foco é fortemente vocacionado para o mercado nacional. Os principais clientes são as retalhistas grossitas, mercados tradicionais e grandes superfícies comerciais. Há constantemente uma aposta e preocupação com o produto “todo o peixe é revisto ao pormenor, é selecionado, lavado e colocado em embalagens novas. O essencial é a frescura e qualidade do peixe”, referiu Luís Silvério. Para além da grande variedade de pescado oferecida, distribuir peixe de qualidade é a forma de se destacar das restantes ofertas. Apesar do crescimento registado a cada ano, segundo o administrador o aumento de custos fixos de funcionamento e impostos são um impedimento à oferta de renumerações mais elevadas.

Paulo Silvério, Luís M. Silvério, Luís Silvério e Raúl Anastácio Proprietários

Com 30 anos de atividade, Luís Silvério pode orgulhar-se da presença do seu produto por todo Portugal e também por países como Espanha, Japão, Itália, Estado Unidos da América, Canadá e Angola. Aliás, parte dos grandes restaurantes de Nova Iorque servem à mesa o peixe comercializado pela Luís Silvério & Filhos, um motivo de orgulho e de destaque para a empresa. Luís Silvério, o administrador da firma destacou as razões de alcançar o estatuto de referência nacional: “consegue-se chegar ao sucesso quando nos dedicamos de corpo e alma e gostamos daquilo que fazemos. Estarmos rodeados de pessoas que

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nos querem ajudar é meio caminho andado para o alcançar o êxito, tem que haver um espírito de equipa muito grande. No meu caso sou tão trabalhador da empresa como qualquer outro funcionário e deve-se à nossa equipa e à família toda a razão de sermos a referência que somos atualmente”. Localizada na Nazaré e numa das regiões da pesca do melhor peixe do mundo, a empresa também importa algum do peixe que distribui e comercializa, de forma a oferecer uma ampla variedade e diversidade de peixe. “Trabalhamos com peixe de todo o mundo, o salmão da noruega, as douradas e Robalos de Grécia, Turquia e Espanha, o robalo

Investimento no futuro O constante investimento na inovação e na melhoria dos serviços tem sido desde 1988 uma constante. No ano corrente irá iniciar um novo projeto com um investimento de cerca de 15 milhões. Trata-se de novas instalações com uma área 9.000 metros quadrados que, apoiadas na vanguarda tecnológica, irão sustentar a melhoria das valências de congelação, filetagem, embalagem em vácuo, secagem do peixe, congelação e peixe preparado e pronto a cozinhar. Luís Silvério destacou “a necessidade de inovar e dinamizar o negócio pensando no futuro e na evolução do mercado”. Orgulhosamente acrescenta ainda o valor e apoio familiar, como a principal base não apenas do futuro, mas do caminho percorrido: “a família trouxe sangue novo e dinamismo. Não tinha chegado tão longe se não fosse por eles”.


restaurante o pedro | leiria

Comer peixe e marisco é n’O Pedro de Peniche

Foi numa conversa animada que a Revista Business Portugal conheceu o já afamado Pedro Dias. Dono de um restaurante com o mesmo nome, o Pedro cedeu-nos uma entrevista onde apresenta o seu espaço, serviço e equipa. Essas declarações seguem abaixo.

Pedro Dias Proprietário

Com vista para a Marina de Peniche, o restaurante O Pedro já conta com mais de 20 anos de atividade. Há seis sofreu uma remodelação de forma a acompanhar as tendências e aumentar o conforto com o alargamento das instalações. Atualmente, trata-se de um espaço amplo, mas acolhedor, onde a decoração nos transporta para o mar. A simpatia impera no serviço De facto, é do mar que vêm as especialidades da casa. Caldeirada de peixe, cataplana de tamboril, arroz de marisco, grelhada mista de peixe e o aclamado polvo na telha, são os pratos que mais admiradores possuem, no entanto, neste restaurante também são servidos pratos do dia e petiscos. Na escolha de vinhos, destaque para o vinho da casa que é do Solar da Marquesa, bem como a escolha de garrafeira muito bem recheada, com referências de todo o país, incidindo em vinhos de proximidade, como Caves Vidigal, Sanguinhal, Solar da Marquesa, Casa Santos Lima, Adega da Vermelha, entre inúmeras grandes referências de vinhos nacionais. A possibilidade de escolha é bastante vasta. O nosso entrevistado garantiu que, sempre que possível, todo o peixe é da

costa de Peniche, pois a frescura garantida pela proximidade ao mar, é algo que não se pode desperdiçar. Com capacidade para cerca de 100 pessoas, O Pedro é muito frequentado por turistas no verão e por locais no inverno e nem a concorrência dos inúmeros restaurantes situados na mesma rua são um impedimento ao sucesso desta casa: “A concorrência é saudável, faz-nos crescer e melhorar sempre mais”, afirmou. Por estar localizado numa zona histórica e reconhecida, o restaurante o Pedro é uma ótima escolha para quem se encontra em visita pela região, uma vez que ali perto se encontram as praias do Baleal, da

Consolação, da Foz do Arelho, d’El Rey, entre muitas outras atrações ligadas ao mar como a pesca, wind-surf e mergulho. O verão está à porta, as férias também e Peniche será sempre uma boa escolha, não só para visitar, mas também para provar as iguarias que por lá são confecionadas. N’O Pedro, por exemplo, são seis os funcionários que diariamente trabalham para que seja prestado o melhor serviço a todos os clientes. A principal limitação é mesmo “o inverno ser demasiado longo”, confessou-nos o Pedro, que aproveitou o momento para lamentar o facto de Peniche não estar tão desenvolvido quanto devia: “Em Peniche tudo é bom e bonito, mas ainda está tudo muito pouco aproveitado”. “Espaço amplo e acolhedor. Pratos com doses bem servidas. Preço ao nível dos restaurantes da zona. Atendimento simpático”, “Boa relação qualidade - preço. Muito simpáticos e serviço rápido. O peixe e marisco são muito frescos. Visito sempre este restaurante quando estou em Peniche”, “Tive o prazer de jantar duas vezes neste restaurante! Serviço fantástico, comida deliciosa, peixe fresco todos os dias! Delicioso todos os pratos! Primam pela simpatia!”, são alguns dos comentários que se podem encontrar no Tripadvisor acerca do restaurante O Pedro. Por isso, caro leitor, se estiver por Peniche ou pela região, comprove você mesmo a qualidade do afamado O Pedro.

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ROTA DO DÃO Situada na Beira Alta, é na zona do Dão que se produzem alguns dos melhores vinhos em Portugal. Beneficiada pelas condições climatéricas e pelas características do solo, esta região conta com vinhos de aroma delicado, sabor aveludado e uma nobre e harmoniosa forma de envelhecer. A própria escolha das castas contribui para esse prestígio. Já a Rota dos Vinhos do Dão oferece três itinerários através das quintas dos vinicultores disponíveis. Várias são as casas e quintas que merecem ser visitadas, proporcionando visitas guiadas e organizando provas de vinhos. Quanto às condições geográficas, estas também favorecem a produção das vinhas, uma vez que as serras do Buçaco, da Estrela, do Caramulo e de Montemuro protegem da influência dos ventos. Além das condições antes mencionadas, há outros pormenores que tornam esta zona no que ela é: os métodos de produção, o grande engenho e sabedoria vitivinícola, mas também a escolha das castas mais apropriadas. Tudo isto contribui para as características particulares dos vinhos do Dão. Por exemplo, a Touriga Nacional, que é a casta mais nobre entre as tintas; a casta Alfrocheiro, com excelente equilíbrio entre ácidos, açúcar e boa cor; Aragonez – Tinta Roriz, que intensifica os aromas de fruta madura com boas graduações alcoólicas; Jaen – dá origem a vinhos elegantes, intensos de cor e muito macios; Encruzado, que é primazia entre as castas brancas, com grande elegância e delicadeza; Malvasia Fina, que apresenta aromas simples mas intensos. Desde os tintos, de sabor complexo e delicado, elegantes e encorpados, aos brancos de aroma frutado com acidez equilibrada, passando pelos espumantes persistentes e de bolha fina, terminando com os rosés leves e frescos de misto floral e frutado, muitas são as viagens que a Rota do Dão oferece. Resta convidar o leitor a acompanhar-nos e a desfrutar desta viagem.

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município de tondela | rota do dão

Um concelho ambicioso numa região de bem-estar Amadeu Ferraz de Carvalho (1876-1851) descreve geograficamente o Concelho de Tondela nestes termos: “O Concelho de Tondela alarga-se sobre o planalto, abrange parte da vertente oriental do Caramulo e, ultrapassando a serra, ainda se estende pelas terras altas de São João do Monte, sobre a vertente lenta do contorno superior da bacia do Águeda.” Uma descrição espacial que nos remete para um concelho que, mesmo situado entre o vale e a serra, se tem afirmado como uma potência exportadora e, ao mesmo tempo, cultural. a capacidade de ser dinamizadora, impulsionadora de desígnios e de agregar à sua volta todos aqueles que queiram cooperar, trabalhando em rede”, acrescentou. O Caramulo como identidade tondelense Na região da Serra do Caramulo criou-se uma identidade muito própria associada a este ícone. Hoje, o turismo de natureza é muito fortalecido devido ao Caramulo e, ao mesmo tempo, o turismo de gastronomia (onde o cabrito tem uma presença muito forte) e o turismo de aventura, associado ao desporto automóvel, também se posicionam como grandes atrações. Quer a Rampa do Caramulo que concorre para o Campeonato Nacional de Montanha, quer o maior evento motorizado da região centro que é o Caramulo Motorfestival – que ocorre, normalmente, no primeiro fim de semana de setembro – são, de facto, grandes eventos que se associam a toda uma dinâmica muito própria de um mundo rural com uma forte identidade local. Para além de se projetar no Caramulo, Tondela também se projeta na cultura, no desporto e nas suas capacidades termais. Em Tondela podemos encontrar uma das poucas companhias de teatro que não se encontram nos dois principais centros urbanos de Lisboa e Porto (ACERT – Associação Cultural e Recreativa de Tondela): “Associada a esta companhia implementámos uma rede de oficinas criativas muito focada na produção de elementos cenográficos e de máquinas de espetáculos de rua onde desejamos implementar, a partir de Tondela, um centro de criação para todo o país, dando uso à capacidade inventiva das gentes de Tondela”, confidenciou o autarca. Também no desporto, é uma equipa Tondelense que figura na Primeira Liga de futebol português: o Clube Desportivo de Tondela. As Termas de Sangemil têm a particularidade de serem extremamente benéficas para problemas reumatismais e doenças respiratórias.

José António Jesus Presidente

José António Jesus, presidente da Câmara Municipal de Tondela, afirmou que o que o motivou a candidatar-se a este cargo foi acreditar que podia ter um papel na construção de uma sociedade e de um mundo melhor. Na verdade, o grande mote deste autarca é acreditar que é capaz, com o envolvimento de todos, de projetar um rumo com novos objetivos e desafios, capazes de interpretar os sinais de mudança que são permanentes: “Esta é uma estratégia partilhada e construída por todos. Uma autarquia tem que ter

Concelho altamente exportador Associado a isto, Tondela é, ainda, o concelho com os maiores índices de exportação de toda a região. São 400 milhões de euros que resultam de três domínios: setor automóvel, farmacêutico e agroalimentar. Este facto induz um turismo de negócios que cria novas ambições para o concelho: “Queremos gerar centros de excelência no conhecimento e na competitividade. Atrair quadros, investidores e pessoas com competência qualificada que ajudem a transformar os nossos territórios”, adiantou José António Jesus, que se encontra, atualmente, a terminar o seu primeiro mandato e que já assumiu a sua recandidatura nas próximas eleições. Por fim, o presidente deste município mostrou-se orgulhoso do trabalho realizado pelo seu executivo, mas, principalmente, do concelho que representa: “Conseguimos algo muito positivo para o concelho, que foi a atração de um investimento estrangeiro (alemão do ramo automóvel) que, até 2020, irá criar 500 novos postos de trabalho. Essa foi uma vitória do concelho de Tondela”, finalizou o nosso entrevistado.

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rota do dão | ferrovial

Referência mundial no setor das infraestruturas e serviços

Fundada em 1952, a Ferrovial é um dos principais operadores globais de infraestruturas e gestores de serviços a cidades, comprometida com o desenvolvimento de soluções sustentáveis. Esta multinacional conta com mais de 96 mil profissionais e tem presença em mais de 15 países. Está cotizada no IBEX 35 e faz parte de prestigiosos índices de sustentabilidade como o Dow Jones Sustainability Indexy FTSE4Good. As atividades da Ferrovial desenvolvem-se através de quatro linhas de negócio, nomeadamente construção, aeroportos, autoestradas e serviços. É nesta última que a Ferrovial Serviços desenvolve a sua atividade em Portugal. Miguel Faria, diretor do Planalto Beirão, falou-nos do papel da Ferrovial Serviços na região do Planalto Beirão no que diz respeito à prestação de serviços ambientais e gestão de tratamento de resíduos.

Como forma introdutória, apresente-nos a Ferrovial Serviços e descreva os serviços que presta. A Ferrovial Serviços, filial da Ferrovial em Portugal, é uma empresa especializada em serviços, consolidada e em fase de expansão. Há cerca de quase 30 anos, a Ferrovial Serviços é uma das maiores empresas privadas na gestão de resíduos do país. Oferecemos uma ampla variedade de serviços ambientais, serviços nos setores de recursos naturais e indústria, Facility Management e Serviços às Utilities, cumprindo com os standards mais exigentes de qualidade. Na Ferrovial Serviços gerimos projetos complexos e inovadores, devido às capacidades técnicas das nossas equipas, uma sólida situação financeira, uma presença local estável e um amplo catálogo de serviços e soluções tecnológicas. Comprometemo-nos em ser uma empresa de referência na prestação de serviços especializados e de alta qualidade, tanto para clientes públicos como privado. Atualmente em Portugal prestamos vários serviços para municípios, nomeadamente serviços ambientais. Estes serviços consistem na recolha e gestão de resíduos urbanos que englobam a gestão de ecocentros, aterros, triagem de recolha seletiva e tratamentos mecânicos. Isto é, toda a gestão de resíduos desde o produtor, à valorização e destino final em aterro. Também fazemos serviços de manutenção de infraestruturas, detendo alguns clientes de referência a nível nacional. Estamos presentes no setor industrial nacional com a gestão de resíduos perigosos e não perigosos, hospitalares e em limpezas químicas e nucleares. Na região do Planalto Beirão, é uma das empresas mais empregadoras, com cerca de 300 postos de trabalho. Considera que este facto é um bom indicador do crescimento constante da empresa nos últimos anos? Na Ferrovial Serviços é nossa filosofia contratar pessoas preferencialmente da região. Para além disso, recebemos vários estagiários, como técnicos de manutenção, das várias escolas profissionais circundantes. Estes estágios acabam por ser um importante complemento à sua formação escolar, preparação e posterior inserção no mercado de trabalho. Felizmente temos recebido e formado bons profissionais que, nalgumas casos, acabam por ser contratados

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para empresa. Em 2003, quando fiquei com a gestão do planalto Beirão, tínhamos cerca de 100 colaboradores e apenas algumas valências. Obviamente que este aumento de recursos humanos e crescimento nesta região, me deixam bastante satisfeito. Não só demonstra a evolução que a Ferrovial Serviços sofreu ao longo dos anos, como temos ainda uma grande margem de progressão. Na sua perspetiva, quais os principais fatores de diferenciação que distinguem a Ferrovial Serviços no Planalto Beirão? Tal como referi anteriormente, comprometemo-nos em ser uma empresa de referência na prestação de serviços especializados e de alta qualidade para clientes público e privados. Como Diretor do Planalto Beirão, sei que trabalhar neste setor não é fácil. Contudo, conseguimos criar uma excelente equipa de trabalho que se interajuda bastante, sendo isso a base do bom funcionamento da empresa. Todos os dias recebemos solicitações diferentes de um município ou de uma empresa, e a superação desse desafio é uma motivação para que continuemos a fazer sempre mais e melhor. Quais os principais objetivos a que a Ferrovial Serviços se propõe cumprir futuramente? No Planalto Beirão, o objetivo passa pela aposta na recolha de resíduos industriais, pois neste momento operamos apenas como transportador. No próximo ano, de forma a haver uma maior proximidade com o cliente, pretendemos ter instalações próprias licenciadas para gestão de resíduos, ampliar os serviços de recolha seletiva e duplicar esta área. Posteriormente, é nosso objetivo arrancar com a construção de instalações com um sistema de valorização da matéria orgânica de resíduos, de forma a produzir composto orgânico para ser utilizado na agricultura e floresta. A nível nacional, enquanto grupo, queremos apostar em setores onde nos podemos diferenciar, nomeadamente na manutenção de infraestruturas e manutenção industrial, sendo a segurança e formação dos nossos colaboradores um pilar de extrema importância.


residência sénior chão do grou | rota do dão

Uma nova etapa Ainda em construção, a Residência Sénior Chão do Grou tem contribuído para a dinamização da região através da criação de postos de trabalho e, não só vai ter um papel relevante na satisfação das necessidades da população idosa, como o fará proporcionando excelente qualidade de vida aos seus hóspedes.

José e Ana Paula Machado Proprietários

Com o aumento da população idosa registado nos últimos anos em Portugal, cada vez são mais as localidades que precisam de apoio para as necessidades deste setor etário. Dentro de poucos meses abrirá um Lar Residencial no município de Nelas, distrito de Viseu, o qual contribuirá para colmatar a questão. Este empreendimento surge pela vontade de José e Ana Paula Machado, portugueses que desenvolveram a sua vida na Namíbia, local onde gerem diversos negócios, alguns dos quais na área hoteleira. Apesar de pretenderam permanecer em África, onde os esperam os seus filhos, quiseram investir no seu país de origem. Efetuaram um estudo do mercado em Portugal na procura de uma atividade que pudessem gerir à distância. Decidiram que o ideal seria a criação de uma Residência Sénior, projeto que, para além da vertente do negócio, representa o desenvolvimento de um segmento no qual se presta uma ajuda bem necessária. O projeto foi apresentado à Câmara Municipal de Nelas, que o considerou interessante e o aceitou. Assim se dava início ao que virá a ser a Residência Sénior Chão do Grou. O projeto já arrancou com a primeira fase, a qual consiste na construção de um edifício com um total de 24 quartos e seis apartamentos, que incluem sala, cozinha, escritório, etc. O imóvel congrega todos os serviços

necessários, ou seja, lavandaria, cozinha, salas de apoio, entre outros. Preveem albergar um máximo de 54 hóspedes. Enfase na palavra ‘hóspede’: José e Ana Paula trazem da Namíbia um conceito inovador e bastante diferenciado. “Acima de tudo, pretendemos que os utentes daqui se sintam como hóspedes, é esse o nosso entendimento, tudo gira à volta disso”, afirmam. Numa segunda etapa, serão edificados mais serviços: ginásio, piscina, sala multiusos disponível para fisioterapia, salas adequadas à prática de medicina e até um restaurante com esplanada. A terceira fase é onde mais se destaca a novidade que o casal traz para Portugal: serão 14 vivendas, reunidas num bairro, reservado para idosos. A jeito de exemplo, um casal pode adquirir uma vivenda, ou pagar uma renda, e tem toda a assistência e os serviços que poderá necessitar por perto. De igual forma, os residentes destas vivendas podem conviver com os hóspedes que habitam o Lar. Conscientes da dificuldade que o idoso tem em abandonar a sua própria casa e independência, este pode levar consigo toda a sua mobília para a vivenda, e até os seus animais de estimação. A segurança do bairro está garantida. A quarta, e última, ainda em desenvolvimento, fase consistirá num complexo que vai providenciar uma Unidade de Cuidados Continuados. O convite está aberto a todos os séniores, de todo o país. “Vamos receber idosos que ainda tenham alguma independência e depois, claro, vamos acompanhá-los para o resto da vida, se eles assim o quiserem. A instituição vai adaptar-se a esse acompanhamento”, garantiram José e Ana Paula Machado. Como instituição são flexíveis às exigências e desejos dos seus hóspedes. Com uma área total de mais de cinco hectares, a Residência Sénior Chão do Grou faz uma aposta forte em espaços abertos e verdes, potencializando a mobilidade dos seus utentes. “Vamos ter uma zona pedonal, que permite os hóspedes fazerem caminhadas ao ar livre. Vão ter liberdade e muito conforto, rodeados por uma equipa que se concentrará no seu bem-estar”, explicam. A instituição trará um grande impacto para a região, quer pelos serviços que presta que com a criação de cerca de 59 postos de trabalho. José e Ana Paula Machado estão a selecionar a direção do Lar, a qual, mais tarde, formará a equipa de colaboradores especializados na área.

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rota do dão | solar de vilar

O renascer do Solar de Vilar de Besteiros Edifício emblemático de Vilar de Besteiros, Viseu, o Solar de Vilar ergue-se imponente desde o século XVIII. Chegado ao século XX, foi-lhe dada uma nova vida pelas mãos das irmãs Piedade Andrade e Maria Amaral, que preservaram um imponente monumento e o abriram ao público.

Maria Amaral Administradora

Quando Piedade Andrade e Maria Amaral adquiriram o Solar de Vilar, corria o ano de 1999, este apresentavase em condições bastante precárias. As irmãs, com raízes na região da Beira Alta, quiseram investir na região e reabilitar um património belíssimo, que se deteriorava cada vez mais. Assim, reconstruiram e prepararam o imóvel para animação turística na especialização de eventos, uma vez que se enquadrava na experiência profissional que já tinham. Classificado como Património do Interesse Público, o Solar está mobilado com peças que pertenciam à família das proprietárias. Piedade tem o curso de Artes Decorativas, atribuído pela Fundação Ricardo Espírito Santo, e uma verdadeira vocação para o ofício. A irmã, Maria, revela que todo o equilíbrio decorativo que existe dentro da casa provém dessa aptidão. A traça original de pedra é um dos elementos que sobressai, tanto no exterior, como no interior. O Solar de Vilar divide-se em dois pisos com espaços que usufruem de ambientes bastante distintos. O résdo-chão recebe festas de casamento e outros eventos com grandes números de pessoas. Já o primeiro piso, com uma envolvência mais cuidada, destina-se a festas particulares e institucionais menos numerosas. Maria e Piedade providenciam tudo o que um evento poderá precisar, incluindo os menus preparados nas cozinhas originais da casa.

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Este destino de sonho tem uma vista deslumbrante para a Serra do Caramulo e uma localização acessível entre Lisboa e Porto. Sempre disponíveis, as irmãs revelam que não são raras as vezes em que lhes pedem para ver a casa por simples curiosidade. Têm muito gosto em abrir as portas a este público, interessado em História e Património. Desde que iniciaram a atividade que nunca faltou mercado às proprietárias do Solar de Vilar, algo que só foi possível com anos de árduo trabalho e dedicação. De tal forma que este ano a procura duplicou em relação ao ano anterior, satisfazendo clientes e criando postos de emprego. Para complementar os serviços que já oferecem, ainda este ano, se tudo correr como planeado, irá arrancar o projeto de Turismo Habitacional, composto por cinco quartos aptos a albergar esta nova vaga de turismo que procura mais e mais Portugal como o seu destino de eleição. O públicoalvo são os clientes exigentes e conhecedores, dispostos a experienciar a habitação do século XVIII, envolvida numa paisagem magnífica, com todas as comodidades do século XXI, na qual a apresentação e o serviço serão caraterísticas irrepreensíveis. As irmãs Maria e Piedade Amaral convidam os leitores da Revista Business Portugal a conhecer o interior do nosso país, onde encontrarão oportunidades de turismo de qualidade ímpar.


Pela saúde dos nossos amiguinhos!

Em Viseu encontrámos um hospital veterinário de referência. Sobre o mesmo, a Revista Business Portugal conversou com Filomena Cunha, diretora do espaço referência na cidade de Viriato.

Em atividade desde de 2009, qual tem sido o balanço destes oitos anos? Desde o dia 16 de abril de 2009 que

desde o simples conselho inicial até à resolução cirúrgica de fraturas complexas. Além do que asseguramos um serviço de

Viseu e o distrito tiveram um hospital a trabalhar em regime de 24h. E se nos primeiros anos foi muito duro uma vez que literalmente começámos do zero, atualmente é extremamente gratificante ver o nosso trabalho reconhecido não só pelos nossos utentes mas também pelos colegas veterinários, com quem cada vez mais trabalhamos lada a lado.

internamento permanente (isto é os animas são acompanhados durante a noite e dia por médicos e enfermeiros) e de doenças infectocontagiosas real. Temos também em parceria com o Banco de Sangue Animal um ponto de sangue para realizar transfusões, que podem ser realizadas nos CAMVs dos colegas ou se preferirem nas nossas instalações. São poucas as valências que não realizamos aqui.

Destacam-se por estarem disponíveis 24horas por dia e durante todos os dias do ano. Quais os serviços que oferecem? O principal serviço de um hospital é o serviço de urgência permanente, não só de nome mas também de facto. Claro que ainda temos alguns serviços a instalar mas que não são essências ou principais. Seriam mais comodidades, que serviços médicos. Mas como verdadeiro hospital que somos, tentamos prestar todos os serviços

Que animais de companhia mais estranhos já passaram pelos consultórios do Hospital Veterinário Viseu? Já cá passaram uns quantos, mas mesmo não sendo de companhia o mais estranho foi ter uma ovelha adulta internada durante três dias no Hospital! Era um cheiro muito “sui generis”! Mas já tivemos desde peixinhos, a vários tipos de répteis, a galinhas de estimação e cabritas. Temos vários cobaios

SOS Animal

e coelhos como utentes e dos quais temos muito orgulho! E por vezes mantemos durante a noite alguns animais silváticos para entregar ao SEPNA.

relativamente ao número de partos e cirurgias de cesariana que realizamos! Estes investimentos têm que ter retorno e ser pagos.

Qual a filosofia de trabalho e os pilares do sucesso da SOS Animal – HVV? Desde o início que sempre foi nosso ponto forte a seriedade e honestidade na relação com os nossos clientes. Sem o respeito devido a ambos não pode haver uma relação de confiança, sobre a qual iremos trabalhar em prol da saúde dos nossos amigos e dos seus donos. Tentamos sempre oferecer as diferentes alternativas de tratamento, para as situações que nos chegam de forma a conseguir o máximo de efeito com o mínimo de custos (sejam monetários ou de outra natureza). E se por alguma razão um tratamento ou questão não pode ser resolvida, conversamos com o cliente e sempre há uma solução!

Quais os objetivos e projetos para o futuro da SOS Animal – HVV? O objetivo principal deste Hospital é primeiro consolidar a nossa presença na área como unidade de saúde veterinária de referência. Pretendemos investir em mais algumas valências e avançar na qualificação do corpo médico e de enfermagem. Queremos criar uma estrutura estável, motivada e com um objetivo comum – o bem-estar animal. Pela saúde dos nossos amiguinhos!

Quais os maiores desafios e dificuldades para a SOS Animal – HVV? O nosso maior desafio é sempre superar o que foi feito e sempre prestar o melhor serviço ao nosso utente. A nossa maior dificuldade e pena, é não podermos prestar serviços a todos… Somo uma empresa particular, que não recebe subvenções ou donativos para o nosso orçamento e infelizmente alguns tutores ainda pensam que uma estrutura desta dimensão ainda se mantem com abraços e obrigados… As despesas de formação, equipamentos e educação contínua têm que ser pagas! Ainda este mês fomos ‘obrigados’ a adquirir uma unidade de cuidados perinatais/ intensivos! Foi um investimento necessário

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rota do dão | adega dos sabores

“Temos cerca de 362 referências de vinho” Quase a comemorar o 2º aniversário, o Restaurante Adega dos Sabores alia a gastronomia tradicional portuguesa aos vinhos nacionais de qualidade. Localizado no centro de Mortágua, tem como especialidades os pratos de carne, peixe fresco, pizzas e o conceito de tapas. Com uma procura associada à qualidade em detrimento da quantidade, o ambiente acolhedor da Adega convida a uma prova de sabores únicos.

Lídia e Juvenal Teixeira Administradores

Juvenal Teixeira começou a trabalhar na restauração aos 14 anos. A família nunca esteve ligada à área e foi o gosto pela atividade de bem servir que o fez arriscar na criação de um negócio. Inicialmente ocupou um espaço com maior dimensão, em Mortágua, e em Setembro de 2015 inaugurou o Restaurante Adega dos Sabores. Localizado no centro da cidade, caracteriza-se por ser um restaurante que marca a diferença. “Acho que Mortágua merecia um espaço diferente. O nosso foco não são as diárias e optamos por um conceito de serviço à lista, com qualidade. Somos um restaurante tradicional de cozinha portuguesa e apostamos de forma forte nos vinhos”, descreve o gerente. E se para acompanhar um bom prato tradicionalmente português tem de existir um bom vinho, também Juvenal conta com o apoio da esposa. Para o proprietário do restaurante, Lídia é o seu “braço direito e esquerdo” e juntos levam combinações únicas até às mesas dos

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clientes. Entre as especialidades da Adega dos Sabores encontram-se sabores já conhecidos na região como a lampantana e o borrego. A aposta nas carnes de qualidade é fundamental e nesta casa entram apenas três peças de carne: vazia, alcatra e lombinhos. “Os pratos mais solicitados são


adega dos sabores | rota do dão o nosso bife à casa, a posta, as espetadas de lombinho, que também sai muito bem. Também temos sugestões para duas pessoas, como o “churrascão na telha”, uma espécie de grelhada mista servida na telha. É composta por carne de porco, vaca, borrego, salsicha fresca, ananás e camarão e acompanhada com arroz de feijão, batata frita e salada”, enuncia. Na preparação destas iguarias destaca-se a chef de cozinha Alice, que faz parte desta equipa há mais de 15 anos e mantém o segredo que garantem sabores únicos. Além destes pratos compostos que não deixam os clientes indiferentes, Juvenal Teixeira tem a preocupação de diversificar e servir peixe fresco. “Não estamos numa zona próxima do mar, mas tentamos ter o peixe com a maior qualidade. Por vezes, corremos o risco de não ter e não podermos vender, mas quando temos damos a garantia ao cliente de que é um produto fresco e que pode ser consumido com segurança”, revela o proprietário.

vinho tinto. É algo que não se vê em qualquer restaurante, nós temos essa variedade que constitui uma vantagem. Temos vinhos de todas as regiões do país, desde o Douro ao Alentejo, mas com enfoque para o Dão. Para quem não percebe muito de vinhos, tentamos fazer sugestões adequadas ao gosto do cliente e ao prato escolhido”, explica Juvenal Teixeira. Com menos destaque mas alguma saída, encontram-se as pizzas e o serviço de take-away. No que diz respeito às sobremesas, evidenciam-se doces como o leite-creme, o pudim e o arroz doce. Sobremesas típicas da doçaria portuguesa, confecionadas pela equipa do restaurante de forma caseira e apreciadas pelos mais gulosos.

Tapas e vinhos: a combinação de excelência Com uma lotação de 45 lugares sentados, a Adega dos Sabores deve o seu nome ao conceito de tapas e vinhos de referência que aqui são servidos. Em vez dos tradicionais pratos que compõem a lista e de uma refeição completa, são preparadas tábuas de petiscos à medida do cliente. Um

Qualidade vs. Quantidade “Temos uma grande preocupação com a seleção dos ingredientes. Tentamos usar os produtos aqui da região para promover o que há de melhor”, garante o gerente. Além deste cuidado na preparação e confeção dos produtos, também a arte de bem servir é valorizada pela equipa. Por vezes, apesar da dimensão do restaurante condicionar um pouco o serviço, Juvenal afirma que recebem alguns grupos e eventos ligados ao vinho e à gastronomia. A atenção na decoração e criação de um ambiente acolhedor é primordial para que os clientes

conceito que tem resultado e conquistado cada vez mais adeptos. “Atualmente temos cerca de 362 referências de

se sintam confortáveis e repitam a experiência. “Quando cá entram, as pessoas são remetidas de imediato ao conceito

de garrafeira. A imagem é muito importante e deve traduzir o que temos disponível, entre as várias referências de vinho”, acrescenta. O feedback por parte dos clientes tem sido positivo e os pratos são elogiados pela sua variedade e qualidade. “Hoje em dia, as pessoas já não se preocupam tanto com a quantidade e procuram a qualidade e pratos bem confecionados”, frisa. Sem descurar a ligação dos ingredientes e sabores, o restaurante tem recebido visitas por parte dos habitantes da região mas também por pessoas de fora. “Acreditamos que em Mortágua somos já uma referência na restauração”, assegura. Com o compromisso de manter a qualidade da confeção e serviço, o futuro da Adega dos Sabores passará pela evolução. “Queremos criar a nossa própria imagem visual, com um logótipo próprio. Talvez postar em pratos mais inovadores, até porque é importante estarmos atualizados. As pessoas procuram as novidades e temos que estar atentos para responder às necessidades e aos pedidos dos clientes”, conclui.

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