Revista Business Portugal | Março '16

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ÍNDICE 26

PME Excelência’15 A cerimónia em fotografias

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Tapeçarias Ferreira de Sá Agraciada com o galardão de PME Excelência ‘15, a empresa celebra 70 anos

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CPLP

Próoptica A empresa nacional continua a destacar-se pelos seus projetos inovadores

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Saint Gobain Uma referência na área do empreendedorismo e inovação

72

Living Atmosphere Referência no design e decoração, a empresa é liderada por uma mulher de sucesso

SAFIRA

EDITORIAL

S

urpreendido com a edição de Março

que contam com a Revista Business Portugal para

A área das facility services também figuram

he-nos nesta nossa viagem. Até porque é por si

da Revista Business Portugal? Ainda

se darem a conhecer ao mundo.

nesta nossa edição. Esta é uma área priomordial

que rumamos a novas paragens.

bem. Esse era o nosso propósito.

Continuando esta nossa missão de parceria com

e imprescindível a todas as empresas pela com-

Desta vez, quisemos inovar, quisemos

as empresas portuguesas, nesta edição, contamos

plementariedade que criam e pelos serviços que

ser arrojados, maiores, diferentes.

com algumas das PME Excelência’15, um exem-

prestam às mesmas.

Porque volta e meia é saudável quebrar a rotina.

plo de notoriedade, crescimento e preserverança

Contamos igualmente com algumas autarquias e

É o que pretendemos com esta nossa edição, e

do mercado nacional.

freguesias que desempenham um papel funda-

porque estamos sempre na vanguarda ao dar a

A par disso, no nosso destaque mensal dedicado

mental e único no bem-estar e qualidade de vida

conhecer o que de melhor se faz em Portugal,

à inovação e empreendedorismo, apresentamos

dos seus munícipes. Todo o trabalho desempen-

sentimos que também devemos seguir esse

algumas daquelas das que foram consideradas

hado pelos mesmos tem como pressuposto os

rumo. Queremos ser, assumidamente e sem

as melhores empresas nacionais nas suas áreas

seus e esse empenho merece visibilidade na sua

falsas modéstias, os melhores na nossa área e

de actividade. Este galardão é atribuído há já 21

revista.

tornarmo-nos um parceiro mais distinto, mais er-

anos consecutivos com o intuito de destacar em

Estas são apenas algumas das razões para ver a

udito, uma mais-valia aos empresários nacionais

Portugal pela sua excelência e desempenho.

sua nova Revista Business Portugal. Acompan-

A direção editorial da Revista Business Portugal

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CPLP A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) trata-se de uma organização internacional formada por países lusófonos, criada em 1996. É composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O 2º Fórum da UE-CPLP, iniciativa conjunta da União de Exportadores da CPLP (UECPLP) e da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP) constituiu uma verdadeira plataforma de negócios e de cooperação, geradora de condições para a criação e consolidação de um espaço permanente de apoio à atividade ao empresariado de língua portuguesa, estimulando trocas comerciais e a internacionalização. A forte identidade, relações privilegiadas e presença crescente de empresas do mercado CPLP, justificam uma aposta no estabelecimento de parcerias empresariais, aproveitando sinergias e potencialidades existentes em cada país. A 2ª edição deste fórum demonstrou a força incontornável desta comunidade e os objetivos que pretende materializar, representados por uma génese comum: a criação de novas oportunidades de negócio no espaço da CPLP.

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tema | empresa

fórum económico cplp “A CPLP pode fortalecer a cooperação para o desenvolvimento de sectores cruciais, das mobilidades dos cidadãos, do conhecimento científico, da arte e do desporto e para a facilitação dos fluxos de comércio e investimento”, assegura Murade Murargy, um homem de causas e convicções, que desde 2012 está na liderança da CPLP ( Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, GuinéEquatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), contribuindo inequivocamente para a evolução e crescimento da instituição.

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empresa | tema

Salรฃo nobre do Palรกcio Conde de Penafiel Sede da CPLP

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Murade Murargy Secretário Executivo

fóruns económicos cplp | comunidade países língua portuguesa

A ideia de criação de uma comunidade de países e povos que partilham a Língua Portuguesa – nações irmanadas por uma herança histórica, pelo idioma comum e por uma visão compartilhada do desenvolvimento e da democracia – foi sonhada por muitos ao longo dos tempos. O processo ganhou um impulso decisivo na década de 90, merecendo destaque o empenho do então Embaixador do Brasil em Lisboa,

integrante da própria génese da instituição que hoje representa. A união dos povos contra o colonialismo, motivada pela óbvia necessidade em organizar e definir estratégias, desembocou no afunilamento dos vários movimentos em congregações, tais como o CONCP, que partilhavam o mesmo intuito, para que se fortalecessem e ganhassem, nas suas palavras, a ‘força’ essencial para suportar a luta

países integrantes: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

José Aparecido de Oliveira. O primeiro passo concreto no processo de criação da CPLP foi dado em São Luís do Maranhão, em novembro de 1989, por ocasião da realização do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de Língua Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, a convite do Presidente brasileiro, José Sarney. Murade Murargy, Secretário Executivo da CPLP, recorda a história dos Movimentos de Libertação Africanos como parte

pelas independências. Após a conquista das mesmas, o espírito de solidariedade prevaleceu e foi aproveitado em benefício de outras vertentes de cooperação, de que são exemplo a política, a economia e a diplomacia. No prolongamento desta unidade entre nações, surgiu a institucionalização dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que o Murade Murargy não hesita em identificar como o ‘embrião da CPLP’. A CPLP foi criada mais tarde, em 17 de julho de 1996, e conta com nove

comunidade? A CPLP é regida pelos princípios de igualdade soberana dos Estados membros, de não-ingerência nos assuntos internos de cada Estado, de respeito pela sua identidade nacional, de reciprocidade de tratamento, do primado da paz, da democracia, do Estado de Direito, dos Direitos Humanos e da justiça social, bem como pelo respeito pela sua integridade territorial, promoção do desenvolvimento e promoção da cooperação mutuamente vantajosa. Os seus desideratos são a concertação

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A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é o foro multilateral privilegiado para o aprofundamento da amizade mútua e da cooperação entre os seus membros. Quais os objetivos desta

político-diplomática entre seus estados membros, nomeadamente, para o reforço da sua presença no cenário internacional; a cooperação em todos os domínios, inclusive os da Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Defesa, Agricultura, Administração Pública, Comunicações, Justiça, Segurança Pública, Cultura, Desporto e Comunicação Social; e a concretização de projetos de promoção da Língua Portuguesa. Nestes tempos de mudança que o mundo assiste, torna-se indispensável rever os objetivos da CPLP, ajustando-os aos tempos modernos. Nos dias de hoje, a CPLP não pode apenas ficar agarrada à questão do idioma, mas encará-lo como um instrumento através do qual temos que desenvolver outras estratégias de atuação. A língua portuguesa é um instrumento essencial e vital e já deixou de ser património apenas de Portugal, sendo de todos nós e dos países onde se fala este idioma.


comunidade países língua portuguesa | fóruns económicos cplp Que balanço poderá fazer da atuação da CPLP? A concertação político-diplomática está mais do que consolidada. A cooperação em todos os domínios também, embora de uma forma muito insípida, porque não existem recursos suficientes para se tornar muito mais dinâmica, incisiva e visível. Ainda assim, neste âmbito, estamos a desenvolver diversos projetos. Nos últimos três anos, foram adotados Planos Estratégicos nas áreas da Saúde, Segurança Alimentar e Nutricional, na Cultura, no Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, para além da Educação. No âmbito da cooperação para o desenvolvimento, temos dado passos sólidos e produzido um importante normativo, ao longo dos anos. Institucionalizámos a dimensão da Energia e empenhamo-nos na cooperação económica, estreitando ainda mais os laços com a Confederação Empresarial da CPLP. Sublinho ainda a cooperação que a CPLP tem vindo a tentar erguer em matéria dos Oceanos e Juventude, entre outras, para as quais existem também planos estratégicos multilaterais. Na área da Segurança Alimentar, temos desenvolvido algumas ações, designadamente corridas contra a fome. Para além disso, estamos a encetar dois projetos, um deles na Guiné Bissau que se destina a apoiar pequenos agricultores na produção de arroz. O próximo projeto vai ser em S. Tomé e Príncipe de luta contra a fome e o balanço das nossas ações é bastante positivo, porque temos o envolvimento da sociedade civil. A Energia é uma nova área. Como sabe, todos os países membros têm um enorme potencial energético. No ano passado, realizámos a primeira reunião com os Ministros da Energia para a adoção de políticas e a primeira conferência sobre esta matéria que versou a criação de redes de energia. Neste momento, estamos mais focados na área da Formação. É necessário que desenvolvamos institutos de formação, porque estamos dependentes de técnicos fora da comunidade e nós precisamos de técnicos e engenheiros para o espectro petrolífero. Não é possível desenvolver um país sem um homem preparado, por isso a educação a todos os níveis é um pilar fundamental e tem que ser uma

prioridade da CPLP. O homem é o grande motor transformador, o grande motor do desenvolvimento. Se o nosso cidadão não estiver capacitado, não dominar o conhecimento, não é possível caminhar para o desenvolvimento. A CPLP enquanto organização tem todo o potencial de se poder dedicar a esta área do desenvolvimento do capital humano. Se nós conseguirmos que cada um dos nossos países tenha zero por cento de analfabetismo, que todos saibam ler e escrever, e se conseguirmos que o desenvolvimento económico de cada um dos nossos países se dê ao mesmo passo daríamos os nossos objetivos como concretizados. Os Estados têm que contribuir nas suas políticas com uma percentagem do seu PIB para a área da Educação, Ciência e Tecnologia. Quando refiro, que nos objetivos da CPLP, temos que incluir também o desenvolvimento empresarial e investimento, não se trata da CPLP a fazer negócios e investimentos, mas sim ser o elemento propiciador do ambiente para a realização de negócios, sob o ponto de vista fiscal, da legislação laboral e da proteção dos investimentos. A CPLP deve assumir-se como a entidade que procura as condições para que os empresários possam agir e investir no espaço conjunto dos nossos países. De que forma é que esta comunidade aposta no Turismo, no sentido de captar pessoas para irem visitar os países que têm a mesma língua? O Turismo é outro elemento agregador da nossa comunidade. Todos os países da comunidade têm um enorme potencial turístico. No entanto, é expectável que alguém pergunte: Que comunidade é esta em que não podemos circular sem restrições? O maior desafio com que hoje nos deparamos é criar condições para que o cidadão possa integrar e fazer parte da construção desta comunidade. Também o Turismo vai ganhar com a descomplicação na circulação. Urge harmonizar, o que poderá passar pela criação de uma regulação que contemple, em primeira instância, a livrecirculação de determinados grupos que compõem a nossa sociedade civil, como investigadores, académicos, jornalistas, estudantes, desportistas e artistas para que depois se possa caminhar para a abertura do

2º Fórum Económico da União de Exportadores da CPLP em Braga

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fóruns económicos cplp | comunidade países língua portuguesa

espaço CPLP ao cidadão comum. Sabemos que têm um programa denominado “CPLP nas Escolas”, de que se trata esse programa? O “CPLP nas Escolas” é um projeto bandeira da comunidade, que pretende levar às gerações mais jovens, de forma ainda um pouco lúdica, mas também com alguns aspetos bastante sérios, um conhecimento mais profundo sobre o que é a CPLP. A iniciativa visa a aproximação das gerações mais jovens dos países de língua portuguesa entre si, permitindo-lhes trocar informação e partilhar experiências, construindo pontes entre os Estados-Membros da CPLP. A missão desta iniciativa passa por criar uma parceria global para o desenvolvimento. Este objetivo diz respeito à constituição de parcerias e interações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, na prossecução de um desenvolvimento global sustentável. O programa “CPLP nas escolas” encontrou como alicerce a meta 18, ou seja, tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em particular os da informação e comunicação, através da promoção da

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educação para o desenvolvimento e do acesso a tecnologias da informação e comunicação. A ideia surgiu, em 2009, para responder à constatação de que nos níveis escolares havia ainda um relativo desconhecimento sobre a CPLP. Assumiu o cargo de Secretário Executivo da CPLP em setembro de 2012, que cunho tem procurado deixar nesta entidade? A CPLP é uma obra em progressão, uma comunidade em construção com alicerces que eram já bastantes estáveis quando assumi funções, e aos quais procurei dar continuidade e acrescentar solidez. Porém, continuamos a ambicionar mais e a procurar evoluir com a experiência institucional adquirida ao longo destes 20 anos. Duas décadas que vão dando credibilidade e consistência à CPLP. Entendo a CPLP como uma entidade próxima dos cidadãos e ao serviço dos cidadãos e não uma instituição administrativa e burocrática. O Fórum Económico UE-CPLP foi um

importante encontro entre delegações comerciais e empresas do universo CPLP. Que balanço faz deste evento? O 2º Fórum da UE-CPLP, iniciativa conjunta da União de Exportadores da CPLP (UECPLP) e da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP) constituiu uma verdadeira plataforma de negócios e de cooperação, geradora de condições para a criação e consolidação de um espaço permanente de apoio à atividade ao empresariado de língua portuguesa, estimulando trocas comerciais e a internacionalização. A forte identidade, relações privilegiadas e presença crescente de empresas do mercado CPLP, justificam uma aposta no estabelecimento de parcerias empresariais, aproveitando sinergias e potencialidades existentes em cada país. A 2ª edição deste fórum demonstrou a força incontornável desta comunidade e os objetivos que pretende materializar, representados por uma génese comum: a criação de novas oportunidades de negócio no espaço da CPLP. Decorreu entre 25 e 27 de fevereiro de 2016, em Díli, Timor-Leste, o “Fórum

Económico Global da CPLP”. Em que consiste a iniciativa? O fórum insere-se no lema “CPLP e a Globalização”, escolhido pela Presidência Timorense em exercício da Organização, pretendendo promover o tema ‘Timor-Leste como Plataforma para o Desenvolvimento’ e alavancar a união de esforços para, num ambiente globalizado e cada vez mais competitivo, potenciar as trocas comerciais entre o espaço CPLP e a região ÁsiaPacífico. Na globalização, a CPLP tem de projetar-se enquanto espaço económico com potencial, com crescente impacto na economia mundial. Insere-se na dinâmica para estimular a criação de parcerias entre as empresas do espaço da Comunidade, uma dimensão que tem vindo a ser consolidada pela CPLP e, também, pela CE-CPLP e UE-CPLP. Espero que o fórum permita que Timor-Leste se prepare para a assumir a responsabilidade de ser a ‘ponta de lança’ do mundo empresarial da CPLP para a Ásia e o Pacífico.


Parceiros

união de exportadores | fóruns económicos cplp

numa só língua A União de Exportadores, presidida por Mário Costa, aparece na conjuntura da Confederação Empresarial da CPLP como adjacente económico. A União de Exportadores, está presente em Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, surgiu com um único objetivo, realizar negócios com empresas e instituições da CPLP, devido à conjuntura atual, os países que compõem a CPLP estão todos eles estão com necessidades devido ao contexto económico global da CPLP. De acordo com Mário Costa, Portugal e Brasil são economias desenvolvidas, mas que os próprios países estão estagnados, que significa que não existe crescimento na economia interna, e devido a esse fator, existe uma necessidade de exportar para onde subsiste mais afinidades culturais, nomeadamente os países da CPLP.

P

osteriormente, existem outros países que estão com problemas porque a economia destes é baseada no petróleo e gás, devido a esse fator, estes países tem preços baixos e eles sentem necessidade de diversificar, e por isso, a União consegue coincidir “com duas vontades com países desenvolvidos que estão estagnados e os outros com vontade de diversificar a economia, uns tem knowhow e tecnologia, os outros tem mercado e recursos naturais, não é só petróleo mas tem terras e mar, ou seja, nós não queremos aqui o português a exportar para Angola ou Moçambique, nós queremos que seja a lógica do win-win, ou seja, não é o português a levar para lá o produto acabado e comprar matéria não é barata e fica com o valor acrescentado em Portugal”. O foco destas ligações empresariais, passa também por contribuir para que esses países possam crescer de forma harmoniosa, o conceito é existir um equilíbrio de ambos os lados e assim existir, aumento de emprego com formação. O conceito não é ser um vínculo fornecedor-cliente mas sim de parceria. Essencialmente, a União

representa os dois lados, fazendo com que os negócios corram de uma forma saudável, criando assim redes de networking. Mário Costa, reafirma que “a nossa génese é na confederação empresarial na CPLP e nós não nos esquecemos do associativismo, só que no fundo o associativismo não nasceu para fazer negócios, nasceu para representar as empresas ao mais alto nível, nomeadamente a confederação do poder político e a União de Exportadores veio dar uma nova vida à CPLP imprimindo negócio, porque o nosso foco são as PME´s, essas são as que criam postos de trabalho e riqueza”. Para uma melhor compreensão deste conceito é preciso reter que os países da CPLP estão em zonas de comércio livre, onde estão presentes 86 países, que representam cerca de 30 por cento da população mundial, por isso, a União permite inúmeras oportunidades que surgem de uma forma organizada e sistematizada. Devido à imensidão de diferenças culturais, o trabalho da União de Exportadores passa pelo seu papel de ligador de negócios que é fundamental, dando credibilidade necessária para que, por exemplo, um africano consiga fazer negócios com um asiático, que têm obviamente culturas totalmente diferentes, tanto na forma de estar na vida como nos negócios. Para aderir à União de Exportadores, é feita uma avaliação tanto à pessoa como

na empresa, que exista uma segurança no processo de ligações de negócios, o trabalho da União passa por fazer uma avaliação da pessoa e da empresa. De acordo com Mário Costa, “há espaço para todos, desde que os empresários sejam sérios, credíveis e que queiram estar aqui, porque senão também não entram no projeto, acho que as pessoas acima tudo têm que perceber que o facto de estar na União de Exportadores significa logo o selo de qualidade e segurança de quem está do lado de lá, se vai uma pessoa e mostra o cartão da União de Exportadores é quase como se fosse um aval e pode fazer negócios, porque aquela pessoa pode fazer negócios e tem regras para fazer, porque todos os associados têm determinadas regras para cumprir e senão as cumprir têm penalizações muito grandes”. Fórum Económico Global Em fevereiro realizou-se pela primeira vez um Fórum Económico Global em Timor-Leste. Nós com uma delegação com quase 150 empresários do espaço CPLP onde estavam representadas quase 400 empresas. Os fóruns surgiram pela necessidade de pôr todas as empresas em contato, ou seja, fazer uma amostra onde seja possível mostrar o produto, às salas temáticas onde as pessoas podem ir conhecer um pouco mais qualquer uns dos países, como está o sistema fiscal, como é que é o sistema jurídico do país,

Mário Costa Presidente

que oportunidades existem, como é que o mercado, onde é possível ver o produto e depois ter reuniões de negocio. Funcionam quase como um impulso, quando acaba o fórum é quando se começa a abrir as janelas dos negócios, aí é para conhecer e interagir, funciona essencialmente com um meio e não um fim. Mário Costa, esclarece que “tudo o que nós organizamos tem a ver com a estratégia de cada uma das empresas e fazer negócios, nós não pegamos nas empresas avulso, nós fazemos sempre uma avaliação da própria empresa e vemos se tem perfil para ir para algum dos mercados e se ela tiver construímos um plano de negócios, tudo o que fazemos está inserido numa estratégia”. A União de Exportadores preza-se pela confiança, rigor, organização, competência, formação e qualidade.

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FACILITY SERVICES Os serviços prestados pelas equipas de Facility Management abrangem as mais variadas vertentes, desde serviços de limpeza e higienização de espaços até à consultoria de comunicação, marketing e sistemas de gestão. Os facility services, cuja tradução literal é serviços de facilidades. Esta definição abrange um conceito multidisciplinar que reúne todos os serviços que trabalham no sentido de melhorar a eficiência das actividades primárias de uma determinada empresa através da integração de pessoas, locais e tecnologias. O principal objectivo destas empresas é prestar apoio aos gestores de imóveis tendo disponíveis diversas opções nesse sentido. Para além disso, actuam de Norte a Sul do país e possuem uma equipa de profissionais experientes nas diversas àreas de acção. A sua relação com o cliente tem como suporte a identificação das suas necessidades, bem como a adequação dos serviços às suas diferentes especificidades. A implementação do serviço é baseada numa relação de cooperação com o cliente, com acompanhamento permanente e contínuo.

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facility services | safira

A diferenciação como base do sucesso

Operando no setor dos facility services, a Safira iniciou a sua atividade em janeiro de 2000, tendo desde então, vindo a consolidar a sua posição no mercado, crescendo sempre de forma sustentada. Com uma nova gestão desde 31 agosto de 2015, a Safira tem seguido o rumo da expansão. Em entrevista ao novo diretor geral da Safira, Victor Rodrigues, damos a conhecer a empresa que se quer reposicionar no mercado, qual a estratégia definida, numa entidade que é, neste momento, responsável por quase 5 mil postos de trabalho no nosso país.

A Safira é uma empresa dinâmica e flexível que assume diariamente o compromisso de contribuir para a mudança da imagem do sector onde atua, tornando-se numa referência no mercado da prestação dos Facility Services. Com sede na Maia, a Safira atua em todo o território nacional: Portugal Continental e Ilhas.

Victor Rodrigues Diretor Geral

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“O Grupo Derichebourg” O Grupo Derichebourg opera em vários países da Europa como França, Espanha, Inglaterra, Alemanha e também no continente americano em países como os EUA, o México e o Canadá, “o grupo Derichebourg é um grupo internacional com 2800 milhões de euros de volume de negócios, com 38 mil colaboradores”, destaca o diretor geral. O grupo de origem francesa está dividido em duas áreas: ambiente e multiserviços. No que diz respeito ao ambiente, os serviços prestados estão relacionados com a recolha e tratamento de resíduos, limpeza urbana ou tratamento de águas. Já na vertente dos multiserviços, onde a Safira está integrada, o trabalho realizado prende-se com limpezas, aeronáutica, recrutamento, energia, manutenção, iluminação pública, indústria nuclear e ambientes especiais, segurança e espaços verdes entre outros. O interlocutor revela que em Portugal o grupo pretende impregnar esta dinâmica da diversificação de serviços, já que “a Safira está muito desenvolvida no setor da limpeza e nós


safira | facility services serviço é credibilizado quer pela qualidade dos procedimentos e processos quer pelo profissionalismo dos serviços prestados. Operamos também em escritórios, indústrias, eventos entre outros”. A marca Safira está também associada a parceiros dinâmicos como o FCP e a eventos de solidariedade social como a corrida Jumbo cujos benefícios revertem a favor da Fundação Auchan. O sucesso desta empresa reside na proximidade estabelecida com o cliente, estando também relacionado com a garantia de cumprir com os compromissos assinados. “Os nossos trabalhadores são a chave do nosso sucesso, são eles o rosto da empresa e são os primeiros que temos de respeitar”, destaca o diretor geral. “A cultura da Safira passa impreterivelmente pela valorização e respeito pelos nossos colaboradores, estes são mães, pais, tias, tios e até avós que se levantam diariamente para cuidar dos nossos clientes com o mesmo empenho e carinho com que cuidam das suas casas e das suas famílias.” A estratégia da nova administração passa assim por expandir os negócios através da diversificação do portfólio de serviços e da melhoria da qualidade do trabalho prestado no setor da limpeza, acrescentando novas valências, como é o caso da “jardinagem, queremos acrescentar novos serviços, que já fazemos em outros países. Pretendemos melhorar as parcerias estabelecidas, em termos de produtos, materiais e maquinaria com as empresas fornecedoras com enfoque nas empresas nacionais”, remata Victor Rodrigues, acrescentando que “uma empresa tem de diversificar a oferta para se adaptar ao mercado, seguindo as tendências”. O Grupo Derichebourg é um grupo dinâmico e em constante crescimento, que tem como base o respeito e valorização dos colaboradores e uma política de não acomodação. A aposta na Safira A Safira Facility Services, SA foi no passado dia 31 de agosto de 2015, integralmente adquirida pela DERICHEBOURG Multiservices, grupo que até esta data detinha uma posição minoritária mas já considerável (49 por cento) das ações da Safira. Para liderar esta aposta no projeto Safira, o grupo escolheu um homem da sua confiança, Victor Rodrigues, Luso-descendente, amante de deportos e desafios. Numa vertente mais

lúdica, Victor Rodrigues já representou a marca em corridas de automóveis e veste literalmente a camisola da Derichebourg em treinos e combates de boxe. Diz que tentará imprimir esta energia em todos os projetos da Safira. “Esta aposta muito particular do grupo DERICHEBOURG na SAFIRA foi realizada no intuito de fortalecer a sua posição no mercado Ibérico quer através do reforço no domínio da limpeza quer através do desenvolvimento de outras áreas no sector dos facility services”, esclarece o entrevistado. As alterações não afetaram os negócios da empresa que terminou o ano de 2015 com uma receita de 35 milhões de euros. O diretor geral da empresa esclarece que “de uma forma geral, a Safira cresceu muito na área da limpeza em hipermercados e centros comerciais, onde é valorizada a imagem da marca Safira sempre aliada à qualidade do serviço prestado. Para além destes clientes, a nossa empresa assume também uma presença muito relevante em unidades de saúde e hospitalares, onde o nosso

área que iniciámos em novembro e que está a deixar os nossos clientes muito satisfeitos. Este ano, durante o 2º trimestre, pretendemos integrar uma nova área de operação que contempla a manutenção de primeiro nível”, revela Victor Rodrigues. “Neste novo contexto expansionista, os serviços prestados estão a ser diversificados com o objetivo principal de gerir de forma profissionalizada os serviços de suporte dos nossos clientes para que estes possam centrar-se na essência dos seus negócios. Acompanhamos assim os nossos clientes na sua operação colmatando as suas necessidades nas mais diversas áreas de suporte. Pretendemos reforçar continuamente a nossa posição no setor com trabalhadores da Safira que sentem que são a imagem de uma marca de qualidade que está integrada num grande grupo, que está a investir para eles e para ter sucesso. O Derichebourg pretende manter a marca Safira, impulsionando-a com o seu knowhow em outras áreas de negócio”, explica o diretor geral. O espírito impregnado pelo grupo Derichebourg pretende consolidar a posição da Safira no mercado dos facility services, que atualmente é considerada a segunda maior entidade no setor, em Portugal. Neste processo de aquisição o entrevistado revela que “quando há uma

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facility services | safira qualificação dos recursos humanos tem obrigatoriamente de ter uma importância acrescida. Ciente desta realidade, “a Safira aposta na formação e qualificação dos seus colaboradores, investindo anualmente em abrangentes planos de formação. No grupo Derichebourg damos valor às capacidades, competências e empenho dos nossos trabalhadores e é isto que queremos fazer também na Safira. Vamos investir na formação e estamos a ultimar o plano de formação para 2016 tendo em conta as necessidades dos colaboradores, em função do trabalho que realizam” revela o interlocutor. Exemplo da valorização que é dada a cada colaborador são as palavras do diretor geral ao revelar que ficou “satisfeito com o aumento do salário mínimo nacional, apesar de representar mais um encargo para as contas da empresa. Contudo, isto faz com que, tanto a Safira como os nossos clientes olhem para o mercado de outra forma e cabe às empresas procurarem outras soluções para integrarem esta alteração”, remata Victor Rodrigues. A nova gestão da Safira pretende ao poucos implementar uma nova mentalidade que vá ao encontro daquilo que já é feito pelo grupo Derichebourg. Para tal, uma das alterações que está a ser implementada passa por conceder uma maior “autonomia aos colaboradores, através da partilha de responsabilidades, fazendo com que os colaboradores façam parte das tomadas de decisão da empresa”, evidencia o entrevistado.

aquisição é possível que se possa perder até 20 por cento do volume de negócios. A nossa primeira preocupação foi mantê-los e reforçar a confiança dos clientes. De forma geral, quase 100 por cento dos clientes mantiveram a confiança na nossa marca e nos nossos projetos”, frisa. A vertente humana como fator de sucesso Responsável por cerca de 5 mil postos de trabalho em Portugal continental e ilhas, a Safira pretende continuar a ser uma entidade dinâmica e flexível, assumindo o compromisso de contribuir para a mudança da imagem do setor onde atua, através da valorização dos seus profissionais, “cuida dos teus trabalhadores que eles cuidam do teu negócio. Queremos que os nossos colaboradores se sintam bem na Safira, eles são os embaixadores da marca Safira. Temos feito muito trabalho para garantir isto, olhamos pela sua qualidade de vida”, explica o entrevistado. Neste âmbito, a qualidade do serviço prestado depende sobretudo do desempenho e postura dos colaboradores, sendo que a

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Próximos Passos Questionado sobre por onde passa o desenvolvimento da empresa, o interlocutor é cauteloso, mas revela que é o “mercado que dita a lei, não queremos dar um passo maior do que a perna. Somos um grupo que se dedica às limpezas, mas agora já temos a jardinagem e vamos dar inicío a novos serviços. O futuro depende sempre das necessidades do mercado. Se surgir a oportunidade de operar em outras áreas, como o tratamento de resíduos,

como aconteceu no Canadá, por exemplo, assim o faremos. O grupo a que pertence a Safira é muito dinâmico e faz apostas e investimentos a pensar a longo prazo. Aqui em Portugal poderá acontecer algo semelhante na expansão dos nossos negócios, através de parcerias com clientes e fornecedores”, frisa o diretor geral. Victor Rodrigues define numa frase o destino e o futuro que o Derichebourg idealizou ao adquirir a totalidade da empresa: “Temos que ter escuta ativa e diagnosticar proativamente as necessidades do mercado e continuar a imprimir a marca safira pela qualidade dos serviços prestados.”, conclui o diretor-geral deixando uma citação que reflete a sua forma de estar na vida e nos negócios “Reflete como um homem de ação e age como um homem de reflexão”.


proquimia | facily services António Rodrigo Diretor Geral

Química Transparente

A Proquimia, como empresa portuguesa, está no mercado há dez anos, sendo que, antes do nome atual, esta era conhecida como PQA (Produtos Químicos Avançados). A Revista Business Portugal falou com António Rodrigo, diretor geral desta empresa por forma a conhecer este setor que se tem desenvolvido imenso em Portugal.

A

ntónio Rodrigo começa por nos dizer que o grupo Proquimia tem 44 anos, tendo a sua origem em Espanha. Desde muito cedo que esta empresa

produtos e de mercados, lhes permite, em anos de crise, conseguir subir as suas vendas e a sua rentabilidade. Em termos de projetos de notoriedade, a marca Proquimia é algo a que estão sempre atentos, mas também “somos muito

A Proquimia é uma das empresas do setor da higiene mais estável e isso deve-se também “às parcerias que fazemos, visto que somos uma empresa que se caracteriza pelas parcerias muito estreitas com os nossos clientes”, menciona

teve um cuidado de expansão internacional e passado logo menos de dez anos “já estávamos a abrir mercados externos, nomeadamente no mercado sul-americano por uma questão idiomática e por uma questão de algumas empresas nomeadamente de Barcelona”, revela o diretor geral. O tipo de produtos que são produzidos e comercializados pela Proquimia é direcionado aos facility services, canal horeca e indústria alimentar. “Temos outra área que é a tecnologia química, que consiste no tratamento de superfícies metálicas, onde a Proquimia tem apostado muito em I+D+I nos novos tratamentos nanotecnológicos”. A área de atuação da Proquimia insere-se ao nível continental e ilhas, sendo que o mercado com mais peso na Proquimia é o canal Horeca, quer para hotelaria, restauração, residências geriátricas, cafés, empresas de limpeza, ginásios, entre outras. António Rodrigo salienta que “trabalhamos para um leque variadíssimo de segmentos de mercado” e tem sido este o A-Corporatiu 29/2/16 9:01 segredo da Proquimia,PT.pdf na qual,1 através da diversidade de

seletivos porque pretendemos passar a mensagem correta e chegar aos segmentos de mercado estratégicos. Mas temos sempre todos os anos algumas atividades”, salienta o diretor geral. A Proquimia encontra-se direta ou indiretamente em mais de 20 países, por via de distribuidores ou mesmo através de empresas na qual a Proquimia é a sócia maioritária ou detém cerca de 50 por cento destas. O último mercado que a Proquimia se lançou foi no Brasil desde 2011, fazendo uma join venture com uma empresa também já com 50 anos no mercado e com o mesmo ADN e os mesmos princípios da Proquimia. António Rodrigo expõe que “tivemos uma fase até ao ano passado em que o objetivo da empresa era solidificar os países onde estava, crescer no mercado e melhorar a rentabilidade em vários países.” O diretor geral acrescenta ainda que “esse objetivo foi conseguido!” Existe uma opção estratégica da Proquimia, enquanto grupo, em expandir para novos mercados. Alguns já estão a ser estudados, sendo que já estão a ser feitos alguns contactos em países como a Índia e a Arábia Saudita.

António Rodrigo. Há muita formação interna em relação aos comerciais, sendo que ao todo são nove colaboradores que esta empresa possui. O diretor divulga também que a Proquimia coloca à disposição de cada um várias ferramentas de gestão comercial, como por exemplo, um programa de CRM desenvolvido pela própria empresa que utilizam via iPad. Em Portugal, a Proquimia quer ser uma referência nacional, sendo que o diretor geral pretende que, a médio prazo, que esta empresa esteja entre as três grandes empresas da sua área de atuação, pretendendo crescer em quota de mercado e ao nível das vendas.

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facility services | jodel

Qualidade e visão estratégica são a chave da liderança de mercado A JODEL é uma empresa de estrutura familiar que prima pela qualidade e segurança dos seus produtos. Dedica-se, desde a sua fundação em 1974, ao fabrico e distribuição de detergentes líquidos e sólidos, com marca própria e marcas da distribuição, e a sua estratégia comercial está orientada para duas áreas distintas: doméstica e industrial. Fundada em 1974 por José Ferreira e sua mulher, Maria Manuela Ferreira, a JODEL demonstra ser hoje um projeto empresarial sólido, capaz de se adaptar às exigentes alterações do mercado, dedicando-se, desde a sua génese, ao fabrico de detergentes. Iniciando a sua ação com a produção de detergentes sólidos e líquidos de marca própria – JODEL – a empresa deu os primeiros passos numa pequena instalação fabril em Odivelas. Com um cunho marcadamente familiar e com grande foco no cliente, a JODEL começou por vocacionar a sua atividade para as grandes entidades empresariais, tais como hospitais e unidades hoteleiras. “Chegámos a ser os fornecedores de detergentes de todos os hospitais do país, com uma quota de mercado de 60 por cento”, revela Paulo Ferreira, administrador da empresa, salientando que, na altura, esta foi uma alavanca para o crescimento e desenvolvimento da JODEL, bem como uma parceria estabelecida com a BP, em que assumiu o fabrico dos detergentes para esta empresa de combustíveis. “A partir daí, começou a produção das marcas próprias, que asseguramos há mais de 30 anos”, desvenda o empresário. Entre 1975 e 1998, a JODEL manteve-se em Odivelas, contudo sempre pautando a sua ação com o ideal de melhorar o presente e criar o futuro e investindo nos seus processos para colmatar as necessidades dos clientes. Com o aumento exponencial de vendas no mercado da grande distribuição, nos anos 90, tornou-se imperativo aumentar as suas instalações, por isso em 1997, tiveram início as obras de construção da atual fábrica. Dois anos mais tarde, a JODEL iniciou a produção nas atuais instalações, na Zona Industrial de Aveiras de Cima, que marcou o regresso de José Ferreira à sua terra natal. A visão estratégica do patriarca da empresa levou a JODEL a

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um crescimento e desenvolvimento sustentado, tornando-a uma organização empresarial de referência, quer a nível local, quer a nível nacional. A partir de 2000, as exigências do mercado impulsionaram a necessidade de aumento da capacidade e otimização de processos. Desta forma, em 2006, a JODEL iniciou o fabrico de detergentes sólidos atomizados pelo processo de fabrico NTD e em 2011, a construção de um armazém automático de excelência, acrescentando, assim, uma nova tecnologia do processo, rapidamente afirmando-se no mercado. Hoje, a empresa é reconhecida internacionalmente como parceiro de referência, levando-a a atuar em diversos mercados com reconhecido valor, mantendo indemne o espírito familiar e a ambição de melhoria contínua, que a caracterizam desde a sua génese. A gama de produtos e soluções estão direcionadas para o mercado doméstico, industrial e das marcas de distribuição. “Cerca de 90 por cento desta fábrica destina-se aos produtos domésticos, marcas próprias e outsourcings. Também temos alguns clientes de grande dimensão como o Recheio e a Makro em produtos industriais”, revela Paulo Ferreira, salientando que, na cadeia dos detergentes, só falta à JODEL produzir as pastilhas, no entanto “é um projeto que está identificado, mas que tem vindo a ser protelado em função de outras etapas igualmente importantes no percurso da empresa”. A área da cosmética geral é a próxima aposta da empresa, que assim alarga a sua gama de produtos e soluções para o mercado. “Vamos abraçar um grande projeto, vamos construir um pavilhão com cerca de 12 mil metros quadrados para entrarmos no mercado da cosmética geral”, revela. Grande parte da produção da JODEL está orientada para marcas da distribuição das mais conceituadas empresas

nacionais e internacionais, reconhecendo-lhe inovação e eficácia de todo o seu processo. “Atualmente, a JODEL fabrica os produtos para as marcas da distribuição e, tem cerca de 80 por cento dos produtos no Continente, 40 por cento no Pingo Doce e 50 por cento no Lidl”, confidencia o administrador, acrescentando que também têm como parceiros o grupo Carrefour e o E.Leclerc. Em toda a ação da JODEL, o departamento de Investigação e Desenvolvimento assume um papel de grande importância. Com infraestruturas próprias para o desenvolvimento de novas formulações e embalagens, a empresa tem vindo a assegurar um controlo de qualidade de todas as matérias primas que vão ao encontro das necessidades dos seus clientes. Atualmente, a empresa está presente no mercado espanhol e francês, mas pretende reforçar essa presença, bem como em Angola e Moçambique.


jodel | facility services

Uma filosofia pioneira Em 2015, a JODEL preconizou um grande investimento, designadamente numa máquina de sleeve, marcando mais uma vez no mercado a sua posição vanguardista e pioneira. “Esta é uma forma de dar vida à embalagem, ou seja vamos cobrir a embalagem com um plástico, que com o calor se molda à própria embalagem e, a partir daí, podemos fazer o que quisermos para tornar a embalagem diferente e apelativa aos olhos dos consumidores”, salienta. De acordo com Paulo Ferreira, esta é uma forma da JODEL poder prestar um melhor serviço aos seus clientes e que cria valor aos próprios produtos. É mais um ponto positivo perante o seu cliente, uma vez que este tipo de máquina só existia em Espanha. A qualidade como fator distintivo O conceito de qualidade pode ser definido como uma forma de estar, de conviver e de atuar, no sentido de haver uma procura permanente de obtenção de melhores resultados

a partir de um melhor desempenho de cada elemento interveniente no processo. Como qualquer empresa necessita de dispor de um leque de clientes, a qualidade está sempre orientada para o cliente uma vez que é para ele, e para a satisfação das suas necessidades, que as empresas trabalham e existem. Os responsáveis da JODEL consideram a qualidade como um fator de sucesso. Desde o seu início que a empresa tem procurado, sempre e como princípio fundamental, a obtenção dos mais altos níveis de qualidade dos seus produtos e serviços. Desta feita, é de uma forma natural que a adoção do Sistema de Gestão de Qualidade sob a norma NP EN ISO 9001: 2008 por parte desta empresa se assume como uma opção estratégica, no sentido de consolidar todos os processos e a estrutura organizacional, funcionando como catalisador para que continue a evoluir e a proporcionar satisfação a todos os seus parceiros. Por outro lado, a JODEL revela uma crescente preocupação com a gestão de todos os resíduos tendo implementado um

sistema de recuperação de rejeitados. Em estudo encontrase a viabilidade de utilização de energias renováveis nas suas instalações, estando também em curso a certificação ambiental. SISAB 2016 O SISAB PORTUGAL é considerado a maior plataforma do mundo de negócios na fileira agroalimentar, sendo um espaço onde as empresas nacionais encontram os mais importantes importadores da indústria agroalimentar dos cinco continentes. Trata-se de um evento com características únicas, líder de mercado no apoio à exportação das empresas que marcam presença no certame, possibilitando anualmente milhares de novos negócios. A JODEL foi convidada pela organização a marcar presença, que Paulo Ferreira classifica como “a feira que me traz mais retorno, porque falamos com clientes e potenciais clientes e fazem-se negócios”.

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facility services | Fitisan

Seriedade,

empenho e competência Sediada no Impasse Industrial da Bela Vista, no Cacém, a Fitisan é uma empresa direcionada para a comercialização de papéis e produtos de higiene, com 14 anos de atividade. Em entrevista à Revista Business Portugal, o administrador Nuno Pereira apresenta-nos a sua empresa, fazendo um balanço do crescimento sustentado da Fitisan até aos dias de hoje.

Equipa Fitisan

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Vontade de vencer Caracterizada pela boa disposição com que todos os clientes e fornecedores são recebidos, a Fitisan é hoje uma empresa sólida, que prima pela qualidade dos produtos e serviços dos quais dispõe. “Ao início éramos três sócios, atualmente somos apenas dois, eu no setor administrativo e o António Calmão na logiítica, e lançámos a Fitisan em 2002. Apesar da situação económica do país não ser a melhor na altura, cada um de nós sempre ambicionou algo palpável e algo mais. Já trabalhávamos nesta área e usamos essa experiência no nosso negócio. Já tínhamos alguma concorrência, como há atualmente, mas foi um mercado que já conhecíamos e decidimos arriscar. É um balanço extremamente positivo na medida em que quando começamos éramos três, hoje somos dez. Temos uma equipa , temos um lema ‘Um por todos e todos por Um’”, começa por nos contar Nuno Pereira. No entanto, e apesar da concorrência, o empresário considera que foram a seriedade, o empenho e a competência os principais fatores diferenciadores da Fitisan face a outras empresas no mesmo nicho de mercado. “O nosso trabalho consiste na comercialização de papéis e produtos de higiene desde papel higiénico, a toalhas de mão, aos guardanapos, detergentes, suportes de papel, entre outros. Apesar de representar pouco da nossa atividade também trabalhamos para a revenda, mas estamos mais dirigidos para o cliente final. Trabalhamos essencialmente com o Estado, que é o nosso grande cliente, desde escolas, hospitais, ao Ministério, a faculdades, é este o nosso mercado”, sublinha. Porém, é na boa relação estabelecida com clientes e fornecedores que reside o sucesso da empresa liderada por Nuno Pereira e António Calmão. “Temos também outros clientes que já nos acompanham desde que iniciamos atividade da mesma maneira que os nossos fornecedores são igualmente os mesmos e com os quais mantemos uma ótima relação. A parceria que mantemos com algumas fábricas dão-nos um certo descanso e garantia de qualidade e isso é essencial para o nosso trabalho”.


fitisan | facility services Crescimento e inovação Desde que está inserido nesta área, Nuno Pereira admite que cada vez mais vão surgindo novos produtos e neste sentido nota-se alguma evolução, nomeadamente com o aparecimento de fábricas novas, novas atualizações e consequente melhorias nos produtos culminando com mais e melhor oferta e em que o objetivo da Fitisan passa por acompanhar essas melhorias. “Com o surgimento de novos produtos e serviços cada vez mais sentimos que há procura pela qualidade e notamos isso em empresas com mais poder económico. Quando o cliente pretende o mais barato temos que oferecer igualmente as duas coisas, bom preço e qualidade”. E reafirma as vantagens de estabelecer e manter boas parcerias no sentido de potenciar a sua carteira de clientes. “Cada vez a questão das parcerias se torna crucial pois considero que temos que criar aliados, sinergia de forças e não criar dificulades , a competição deve ser saudável e quando temos que aconselhar um cliente, damoslhe sempre a melhor opção possível. Este tipo de mercado é grande e há espaço para todos, sempre com regras”, destaca o empresário. Apesar de atuar de norte a sul do país, incluindo Açores e Madeira, a Fitisan já alargou fronteiras, tendo desenvolvido um projeto em Angola na área dos detergentes, denotando a expansão substancial da empresa. “Já trabalhamos com Angola a nível de detergentes, temos uma parceria muito forte com uma fábrica de detergentes nacional, em que colocamos nesse país, antes da situação atual das divisas, cerca de 12 contentores. Estava na fase

de arranque, mas devido a este problema tivemos que parar. Apesar de tudo, tratou-se de pessoas sérias e esperamos um dia, quem sabe, voltar apesar de o nosso grande objetivo ser consolidar a nível nacional”. Futuro sustentado A Fitisan é hoje uma empresa razoavelmente conhecida, com reconhecimento por parte do mercado e os grandes objetivos direcionados para o futuro passam por continuar o bom trabalho desenvolvido e continuar a oferecer os melhores produtos aos seus parceiros. “Os nossos projetos passam por suar cada vez mais, trabalhar cada vez mais, continuar a acompanhar o cliente, o mercado. Queremos, com prudência , chegar a mais pontos do país porque não é difícil abrir novos clientes, mas pode ser dificil cobrar e aí temos que ter muita atenção. Preferimos

A Fitisan é uma empresa sólida que prima pela qualidade dos seus produtos e serviços

acompanhar aqueles que mantemos há vários anos e que nos dão garantias. A situação está a melhorar, mas a nossa prioridade passa por manter bons parceiros de negócio”, finaliza Nuno Pereira.

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facility services | euromex

Fazer cada vez melhor A Euromex – Facility Services iniciou a sua atividade há 20 anos. Ricardo Cerqueira, diretor geral, revela uma visão empresarial focada na qualidade dos serviços prestados, na fiabilidade da relação com os clientes, na prossecução de políticas ecoeficientes, na inovação e no desenvolvimento de parcerias à medida das necessidades do mercado. O nosso interlocutor faz ainda questão de referir a importância das políticas governamentais para o crescimento da economia nacional e sustentabilidade das empresas.

Gostaríamos que fizesse uma breve apresentação da sua empresa para que os nossos leitores pudessem conhecer a Euromex. A Euromex Facility Services é uma empresa portuguesa, fundada em 1991, que opera em todo o território nacional. A nossa atividade ‘core’ é a prestação de serviços de limpeza e manutenção de edifícios, tanto do setor público como do mercado privado. Que serviços disponibilizam aos vossos clientes? Somos uma empresa de facility services. Significa, portanto, que disponibilizamos um portfólio de serviços diversos, integrados e complementares entre si, que passam essencialmente pela higienização e limpeza industrial e mecanizada, o fornecimento, gestão e a distribuição de consumíveis de higiene, e ainda a cedência e gestão de recursos humanos. Atuamos numa lógica de complementaridade no que concerne à manutenção de edifícios e à gestão de mão de obra. Quantos colaboradores têm a laborar convosco e de que forma é que estes profissionais recebem a sua formação? Atualmente contamos com aproximadamente dois mil colaboradores, dispersos por todo o território nacional. Naturalmente que o crescimento, a formação e o enquadramento profissional daqueles que connosco colaboram são temas importantes na nossa organização. A empresa dispõe de um plano de formação que é transversal a todo o universo de trabalhadores, que se vai desenrolando ao longo do ano, assente em vários módulos e que atende à especificidade de cada função e ao real contexto de trabalho. Formar, para obter resultados. De que forma é que procuram desenvolver e aprofundar a “consciência ecológica” de todos os que convosco colaboram? Fomos, possivelmente, uma das primeiras empresas do setor dos facility services a implementar o sistema de gestão integrado de qualidade, ambiente e segurança. Somos absolutamente rigorosos com o cumprimento de todas as normas e diretivas de controlo e preservação ambiental. Não só nas metodologias e técnicas de trabalho, mas também nos equipamentos e nos produtos utilizados. Dispomos até, neste domínio, de um módulo de formação específico, que é prestado pelo departamento de qualidade e ambiente, sempre que um novo colaborador é acolhido na empresa. É um tema que nos merece a maior atenção e salvaguarda.

Ricardo Cerqueira Diretor Geral

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Fale-nos um pouco da sua filosofia empresarial ‘Fazer bem para ser melhor’… O ‘mote’ da nossa companhia é ‘Euromex, um parceiro de confiança’, e tudo fazemos para replicar este princípio junto de todos os stakeholders do negócio. Empenhamo-nos desde sempre, e já lá vão cerca de 25 anos, em construir com os nossos clientes, para além de uma relação comercial, uma parceria duradoura e de confiança. Esforçamo-nos por

fomentar uma verdadeira parceria de negócio. Proativos, colaborantes na obtenção de soluções integradas para que as empresas e instituições públicas e privadas sintam que fizeram, de facto, a melhor opção quando optaram pelos serviços da Euromex. Conhecemos bem o setor onde atuamos. Muito concorrencial e competitivo, onde se deteta, não raras vezes, algumas ineficiências e incumprimento. Não é esse, de todo, o nosso segmento, nem é aí que nos posicionamos, aliás, denunciamo-lo todos os dias. Atingir o equilíbrio na tríade: preço de mercado/qualidade da solução apresentada/resultado final é, porventura, o maior desafio que está atualmente colocado a todos os players da área. No que à Euromex diz respeito, a garantia que poderei deixar é a de que todos os dias nos empenhamos para apresentar ao mercado soluções eficazes, fiáveis e seguras. A tal parceria de confiança, que referi. O que vos diferencia de outras empresas do mesmo setor? O conhecimento detalhado do ramo de negócio, que garante a fiabilidade das soluções que propomos, e que advém de 25 anos de presença ininterrupta no sector. O know-how de uma equipa multidisciplinar que consolidou as competências necessárias para corresponder aos desafios que diariamente são colocados. E a vontade de fazer o projeto singrar por mais 25 anos. Como visualiza o futuro da Euromex? Mais do que o futuro da Euromex, importa-me, enquanto cidadão, o futuro e a estabilidade do país. E neste capítulo é essencial que as políticas públicas surtam efeito e que as empresas comecem a sentir as consequências efetivas/ reais de retoma e da recuperação económica, do mercado interno. Mais do que tudo, entendo que é absolutamente urgente um desagravamento fiscal. Somos dos países, senão o país, da União Europeia onde as empresas, mas também as famílias, vivem asfixiadas por impostos, contribuições, taxas e sobretaxas. Inevitavelmente, isto retira-nos competitividade e dificulta de sobremaneira o reinvestimento. Ou o país assume e define, no seu conjunto, independentemente do partido que conjunturalmente tem responsabilidades governativas, uma agenda para o crescimento, para a criação real de postos de trabalho e geração de riqueza que possa ser redistribuída, ou então não avançaremos além das discussões crónicas em torno dos problemas da divida, do agravamento das contas públicas, dos deficits excessivos e da consequente necessidade de incremento de receita que se faz invariavelmente por via do aumento de impostos. Julgo que qualquer empresário e/ou empreendedor, independentemente do setor ou área de negócio, apenas pretende condições mínimas, de estabilidade fiscal, de legislação laboral, e de incentivo ao investimento que lhe permita desenvolver o seu negócio e fazer progredir a sua empresa. Na Euromex não é muito diferente!


PME EXCELÊNCIA’15 O Estatuto PME Excelência foi criado pelo IAPMEI com o objetivo de sinalizar, através de um instrumento de reputação, o mérito de pequenas e médias empresas com perfis de desempenho superiores. A seleção das PME Excelência é feita anualmente, a partir do universo das PME Líder, e distingue as empresas, que nos vários setores de atividade apresentaram os melhores resultados económico-financeiros e de gestão. O Estatuto PME Excelência insere-se no programa de segmentação de empresas do IAPMEI, que visa conferir notoriedade e otimizar condições de financiamento e de reforço competitivo ao segmento das PME com perfis de risco superiores, que pelas suas estratégias de crescimento constituem alavancas importantes do desenvolvimento económico do País. Associadas ao estatuto estão condições de maior facilidade no acesso ao crédito, melhores condições de financiamento e de aquisição de produtos ou serviços, facilitação na relação com a banca e a administração pública, e um certificado de qualidade na sua relação com o mercado. Uma das vantagens destas distinções? As pequenas e médias empresas obtêm um selo de reputação e de notoriedade que as ajuda a melhorarem as suas relações com os clientes e fornecedores. Seja no mercado interno ou externo. E para isso, o IAPMEI - Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, que atribui estes estatutos, está cá para apoiar os empreendedores e as empresas na sua jornada. Através de assistência técnica, aconselhamento especializado, soluções de financiamento. Ao nível empresarial, assistimos a um panorama transversal que se baseia sobretudo em investimentos, inovações, novos projectos e, acima de tudo, a uma mentalidade e postura confiantes de quem sabe o que quer. É por este prisma que nesta edição damos a conhecer empresários, que mediante a sua natureza empreendedora e visionária, têm acrescentado valor às suas regiões e ao próprio país, bem como granjeado um sucesso assinalável.

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pme excelência’15 | cerimónia de entrega de prémios PRÉMIOS PME PRESTIGIO 2015

PAINEL DE ENTIDADES PÚBLICAS

PAINEL DE ADMINISTRADORES DE EMPRESAS

Manuel Caldeira Cabral Ministro da Economia

Miguel Cruz Presidente IAPMEI

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Emídio Sousa Presidente CM Feira


cerimónia de entrega de prémios | pme excelência’15 Auto Cambota

Cadimarte, Lda

Francisco Lourenço, Lda Pinto Lopes, Viagens SA

Qualistamp Marcávado, Lda

TotalSafe

Paula Andrade - Importações, Lda

Transportes Malau

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pme excelência’15 | auto cambota

Uma relação de confiança e proximidade com os clientes

Seguindo princípios fundamentais ao desenvolvimento sustentável de qualquer atividade como a força empreendedora, inovação permanente, visão estratégica, solidez e o rigor na gestão, a Auto Cambota apresenta-se como uma referência, transmitindo uma cultura empresarial e um estilo de gestão próprio, assegurando a satisfação dos seus clientes e parceiros. A distinção com o Prémio PME Excelência representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido. Valorizando o passado, vivendo o presente e pensando no futuro, a Auto Cambota materializa uma filosofia vanguardista, tendo como linhas orientadoras para a prossecução dos seus objetivos a disponibilização de soluções de qualidade e apostando permanentemente na qualificação dos seus quadros, vetores que expressam a sua determinação em oferecer soluções que vão ao encontro das necessidades de uma sociedade em constante evolução. Em entrevista à Revista Business Portugal, Pedro Inácio, diretor da Auto Cambota, deu a conhecer a génese deste projeto empresarial que, em pouco mais de 40 anos, se tornou numa verdadeira história de sucesso através do seu desenvolvimento e conquista de mercado. A empresa nasceu em 1974 pelas mãos de José Jacinto Inácio, assumindo como core business a comercialização e reparação de automóveis. Hoje, a Auto Cambota mantém o espírito familiar com que foi edificada, com os seus filhos, Pedro Inácio e Gonçalo Inácio como timoneiros. “A Auto Cambota foi fundada pelo meu pai e por mais dois sócios. Com o crescimento da empresa a constituição da sociedade foi-se alterando até que o meu pai ficou como único sócio. Foi então que eu e o meu irmão, partilhando o gosto pelo ramo automóvel, decidimos dar continuidade e encabeçar o projeto”, desvenda o empresário. Assumindo sempre uma visão de crescimento sustentado, mas igualmente um espírito empreendedor, Pedro Inácio dá conta de que, há cerca de quatro anos deu-se a mudança para as atuais instalações, centralizando assim todos os serviços disponibilizados numa única unidade mais moderna e mais acolhedora para clientes e colaboradores. “Este novo espaço potencia, incontestavelmente, a prestação de um serviço de qualidade a todos os que elegem a Auto Cambota para adquirir um automóvel ou simplesmente fazer uma revisão”, salienta, acrescentando que a Auto Cambota presta todos os serviços no universo do ramo automóvel, ou seja, desde a comercialização, manutenção e reparação. Questionado acerca das razões que devem levar os clientes a escolher a Auto Cambota, Pedro Inácio foi categórico, dizendo: “Pelo nosso serviço integrado de venda, reparação, manutenção e financiamento de veículos Renault”. O empresário evidencia ainda que a Auto Cambota é uma empresa certificada pelo Centro de Zaragoza, assume-se como oficina recomendada, trabalha com gestão de frotas e mantém relações privilegiadas com as companhias de seguros. Assumindo uma filosofia empresarial onde a inovação é uma peça chave, a Auto Cambota associou-se à ClearMechanic para prestar um serviço inovador, ou seja, dispõe da tecnologia para enviar fotografias, vídeos e diagramas ao seus clientes, por email ou sms, das necessidades de reparação identificadas. Não obstante as potencialidades deste sistema, Pedro Inácio revela que, muitas vezes, torna-se mais eficiente um contacto telefónico, dada a relação de proximidade e confiança que a empresa mantém com os seus clientes. “Esta nova tecnologia é a prova de que a empresa adota uma atitude vanguardista e acompanha as novas exigências e necessidades do mercado”, sustenta o diretor da Auto Cambota. Importa ainda referir a Auto Cambota é agente oficial da Renault, marca que foi considerada líder de vendas em Portugal, pelo

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auto cambota |pme excelência’15 18º ano consecutivo. “O automóvel mais vendido em 2015 foi o Renault Captur, foi lançado o Renault Mégane em janeiro e vai ser lançado em abril o Renault Talisman que vem substituir o Renault Laguna. Estamos com muitas expectativas”, avança. Filosofia de proximidade Como em qualquer empresa, na Auto Cambota o capital humano assume uma importância vital. Neste contexto, a empresa conta com 34 colaboradores devidamente preparados e qualificados para responder aos desafios que lhes são colocados dia após dia pelo mercado. O grande desiderato

da Auto Cambota consiste em prestar um serviço de qualidade, visando a total satisfação dos seus clientes. “Mantemos uma filosofia de proximidade, por isso mesmo, a nossa empresa está perto e ao lado do cliente, cultivando assim uma relação de confiança. As nossas preocupações passam pela qualidade do produto apresentado, a personalização do atendimento e o acompanhamento prestado. É esta mesma filosofia que tem permitido a nossa permanência no mercado todos estes anos”, sustenta Pedro Inácio.

Visão estratégica A qualidade está sempre orientada para o cliente uma vez que é para ele, e para a satisfação das suas necessidades, que as empresas trabalham e existem. Nesta perspetiva, o responsável da Auto Cambota considera a qualidade como um factor de sucesso. A qualidade é uma opção estratégica que, desde o início da sua atividade, permitiu que a empresa granjeasse um crescimento assinalável e consolidado, agora confirmado com a atribuição do Prémio Excelência 2015, uma distinção que muito orgulha os responsáveis da Auto Cambota.

Com os olhos postos no futuro, Pedro Inácio pretende continuar a apostar na qualidade como fator de distinção, prestando sempre serviços de excelência, que na sua ótica, são a base para continuar o rumo do crescimento sustentado. As próximas apostas passam por conferir maior modernidade à oficina, pela aquisição de uma máquina de alinhamento com uma tecnologia inovadora e por continuar a adotar processos e procedimentos económica, social e ambientalmente responsáveis, que assegurem um crescimento cada vez mais sustentado.

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pme excelência’15 | transportes malau

Constante

Marta Águeda Administradora

movimento rumo ao crescimento Os transportes são de extrema importância para a economia de uma região e de um país. Focada no serviço de transportes nacional, a Transportes Malau está cada vez mais empenhada em oferecer segurança, qualidade e garantia nos serviços que presta. Em entrevista à Revista Business Portugal, Manuel e Laurinda Águeda, gerentes da empresa, revelam as dificuldades do sector e os objetivos a alcançar a médio/longo prazo. Com 25 anos de história, a Transportes Malau assume-se como um verdadeira história de sucesso empresarial. O percurso triunfante desta empresa deve-se essencialmente à visão estratégica de Manuel e Laurinda Águeda, dois empresários que, este ano, voltaram a conquistar o prémio PME Excelência. A experiência e know-how adquiridos por Manuel Águeda durante os 10 anos que trabalhou com o seu pai serviram de pedra toque para, juntamento com a sua esposa, construir este pequeno grande império. A Transportes Malau assume, nos dias de hoje, uma posição de referência no panorama empresarial português e, concretamente, no sector onde gravita. As páginas da história da empresa têm sido escritas com bastante empenho, profissionalismo e dedicação, permitindo assim granjear bons resultados. Atualmente, a empresa conta com uma frota de 80 viaturas e outros tantos colaboradores, prestando assim um serviço de excelência e qualidade. A maioria dos serviços prestados são operados a nível nacional, mas o negócio já se expandiu até aos países vizinhos. Com uma localização privilegiada em Crestins, na Maia, próximo ao aeroporto, mas também do porto de Leixões, a Transportes Malau é especialista em transporte de cargas contentorizadas, no entanto os serviços prestados ao cliente não se ficam por aqui. “Estamos habilitados para realizar qualquer tipo de carga geral. Estamos vocacionados para os transportes especiais, ADR’s (transporte de matérias perigosas), bem como

demonstrando uma atitude pioneira. E acrescenta que a empresa tem oficinas próprias para a manutenção das viaturas, pois para que o crescimento de um projeto seja sustentado é imperativa uma gestão rigorosa e cuidada. Com níveis de exigência cada vez maiores, a Transportes Malau está empenhada em fazer crescer o negócio, apostando num serviço de qualidade. “A nossa forma de estar no mercado pressupõe um grande foco no cliente, para satisfazer as suas necessidades, estabelecendo uma relação de confiança, bem como rapidez na execução”, afiança Laurinda Águeda. Por sua vez, Manuel Águeda como empresário experiente reconhece a situação do país e o impacto que tem no seu negócio, referindo que este sector é bastante delicado, no qual existe uma concorrência feroz, sendo por isso necessário medir bem os investimentos. Quanto ao futuro, Manuel Águeda espera que sejam criadas condições adequadas para este sector seja fortalecido. Já Marta Águeda assegura que a Transportes Malau pretende continuar a desenvolver a sua atividade

qualquer tipo de transporte e aluguer de equipamento, desde geradores, empilhadores e camiões grua”, esclarecem os responsáveis. Marta Águeda, filha dos fundadores da empresa, revela que a Transportes Malau sempre esteve na vanguarda da tecnologia e da mecânica, tendo sido uma das primeiras a apostar nos reboques extensíveis,

cumprindo com os seus compromissos, visando a satisfação dos seus clientes e o próprio crescimento da empresa. “Queremos continuar a investir de forma acautelada, prestar um serviço com cada vez maior qualidade e seguir o rumo da inovação”.

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pme excelência’15 | tapeçarias ferreira de sá Joaquim Barbosa, Cristina Barbosa, Fernanda Barbosa e Nuno Barbosa Administradores

Uma tradição de luxo Com 70 anos de história e um percurso de excelência, a Tapeçarias Ferreira de Sá é a mais antiga empresa nacional na produção de tapeçarias tradicionais. Especialista na produção de carpetes personalizadas e à medida dos seus clientes, a Tapeçarias Ferreira de Sá utiliza tecnologias avançadas de fabrico, mantendo igualmente os processos artesanais tão característicos da tradição portuguesa, tendo as suas peças espalhada pelos cinco continentes.

Fundada a 25 de abril de 1946 por Joaquim Ferreira de Sá, a Tapeçarias Ferreira de Sá nasceu como uma pequena empresa familiar e evoluiu para uma organização em grande escala. A história divide-se por três gerações que têm seguido com o sonho de adornar o mundo com tapeçarias de luxo com a assinatura Ferreira de Sá. E se a empresa nasceu pelas mãos de um grande visionário, certo é que a mudança de estratégia para um segmento de luxo, assumida pela terceira geração foi assente numa grande visão que impulsionou o crescimento da empresa. Fernanda Barbosa, engenheira têxtil, é um dos rostos da terceira geração, juntamente com Cristina Barbosa, Joaquim Barbosa e Nuno Barbosa. Tendo o sangue como motivação e a paixão pelo artesanato, a terceira geração alia a tradição à inovação. A estratégia da Ferreira de Sá para conseguir granjear o sucesso foi aliar a qualidade do seu produto à vertente exportadora que a empresa tinha vindo a seguir desde a sua fundação, tentando sempre descobrir novos mercados e apostar na internacionalização. Desde a sua fundação, a Tapeçarias Ferreira de Sá especializou-se naquilo que melhor sabe fazer, levando o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo. Hoje, as peças de arte produzidas pela Tapeçarias Ferreira de Sá estão espalhadas pelos edifícios, hotéis e espaços mais nobres do mundo. Dos Estados Unidos da América ao Kuwait, dos países nórdicos a Angola, ninguém consegue ficar indiferente aos tapetes com a assinatura Ferreira de Sá. Numa era marcada pela massificação, o pormenor e o detalhe ganham um novo significado e relevância. Baseando-se num conceito de ‘alfaiataria’, as carpetes Ferreira de Sá são feitas à mão, por medida, cor e desenho, não havendo duas peças iguais. De acordo com Fernanda Barbosa, a sustentabilidade da empresa assenta, principalmente, “no facto de termos um produto de elevadíssima qualidade, quer ao nível dos materiais utilizados, na sua conceção, quer ao nível do design e técnicas de produção. É um produto hand-made e cada peça é única”, assegura a CEO da Tapeçarias Ferreira de Sá, salientando que não existem estratégias de marketing ou gestão que possam sobrepor-se ou substituir a qualidade do produto, quando se trata de “um segmento de mercado tão alto e específico como o nosso”. Para a produção deste tipo de peças, a empresa aposta em materiais, desenhos e produtos inovadores. “Inovamos a nível da matéria prima e das tecnologias”, revela, salientando a importância de uma equipa especializada, composta por verdadeiros artistas e artesãos que dominam a arte da tecelagem. “A Tapeçarias Ferreira de Sá forma todos os seus colaboradores, porque não se encontra no mercado recursos humanos com conhecimentos nesta área. Esta empresa é a escola de formação na área da tapeçaria”, sublinha Fernanda Barbosa.

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Localizada em Silvalde, no concelho de Espinho, a Tapeçarias Ferreira de Sá tem mostrado ao mundo como um legado cultural pode ser sinónimo de qualidade. O foco do seu mercado, 95 por cento internacional e 5 por cento nacional, são unidades hoteleiras e decoradores, no segmento de mercado de topo, como refere a empresária: “Trabalhamos com uma grande diversidade de arquitetos e decoradores”. Imbuída da experiência e know-how adquiridos ao longo de três gerações, a Ferreira de Sá entrou na indústria dos iates e no mercado da aviação de luxo (air jets). A empresa pretende assim continuar a levar cor, design, requinte e sofisticação aos locais mais exclusivos do mundo, seja em terra, no mar ou no céu. O bom gosto e domínio da cor aliados à capacidade de resposta, o chamado delivery time, são para Fernanda Barbosa os três ingredientes para que a Ferreira de Sá seja procurada por clientes de todo o mundo. Bradley Cooper, Sharon Stone, Putin e François-Henri Pinault são apenas alguns dos nomes sonantes de clientes que elegeram a marca Ferreira de Sá. Qualidade e prestígio A Ferreira de Sá foi distinguida com o Prémio PME Excelência 2015, confirmando assim a qualidade do desempenho, o crescimento sustentado e a solidez de uma empresa que se assume como uma referência não só nacional, mas também mundial. “Esta distinção é um reconhecimento por parte das entidades bancárias, mas recebemos o Prémio Excelência dos nossos clientes há 70 anos”, advoga a nossa entrevistada, salientando ainda a honra de ter recebido o Prémio Prestígio de Gestão no Feminino.


tapeçarias ferreira de sá | pme excelência’15 Estratégia de futuro Fernanda Barbosa deu a conhecer que a empresa está a apostar numa ampliação das suas instalações para potenciar a sua capacidade produtiva e olhar o futuro com otimismo. Com um distinto leque de clientes e com uma aposta clara na qualidade e personalização da tapeçaria que produz, a Tapeçarias Ferreira de Sá assume o desiderato de continuar alargar a carteira de clientes, apostar em projetos relacionados com o mercado dos hotéis e resorts de luxo “e também em parcerias com arquitetos e designers de renome como é o caso do arquiteto canadiano Frank Gehry, com quem temos uma excelente parceria desde 2012, que resultou no lançamento de uma coleção de tapeçarias manuais da sua autoria”, assevera, reiterando que a aposta na internacionalização vai continuar a ser uma prioridade, aliada à procura de novos mercados. Nos próximos anos, ‘a imaginação será o limite’. Uma empresa humana Fernanda Barbosa orgulhosamente conta que a relação com

os 150 colaboradores é muito próxima. O pai da empresária, Fernando Barbosa, é médico e dá apoio na empresa. “Os colaboradores têm o privilégio de ter um médico a tempo inteiro”, revela, sublinhando que até os clientes podem contar com o conhecimento médico do seu pai. E acrescenta que a administração nutre um grande carinho pelos seus colaboradores, porque são artistas únicos. “É com todo o amor e dedicação que temos conseguido um crescimento sustentado e constante. Procuramos as melhores soluções para os nossos clientes, mas não nos comprometemos unicamente com a primazia dos nossos tapetes, mas também na construção de relações de excelência”, sustenta Fernanda Barbosa, sublinhando que aliando o passado ao presente, a Tapeçaria Ferreira de Sá atravessou gerações sem perder a sua identidade, assumindo-se como uma marca de luxo nas tapeçarias personalizadas a nível nacional e mundial. “Estamos a construir um livro sobre a família Ferreira de Sá, que será publicado no próximo mês de abril”, partilha emocionada a empresária.

Mercado nacional Apesar de vocacionada para a exportação desde a sua fundação, a empresa não descura o mercado interno. Prova disso são parcerias estabelecidas com arquitetos e artistas portugueses, como o Mestre Siza Vieira, Daciano da Costa, Nadir Afonso, Nini Andrade da Sila e, mais recentemente, a jovem artista Ana Aragão. A procura – afirmam com orgulho - tem aumentado consideravelmente de ano para ano, começando a ganhar expressão no volume anual de vendas. A razão, explicam, terá a ver não só com a recuperação da economia e do mercado interno, mas também com o conceito “custom-made”, que começa a ter uma maior procura no nosso país. Além disso, a capacidade de resposta da empresa, o envolvimento e suporte prestados pela equipa Ferreira de Sá, que dispõe de um team de sete designers que trabalham em conjunto com os clientes, fazem com que a empresa seja procurada pelos principais nomes do mundo da arquitetura e decoração de interiores para os mais diversos projetos.

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pme excelência’15 | assistécnica

O sucesso é fruto do trabalho de equipa

Equipa Assistécnica

A Assistécnica , Lda foi uma das empresas galardoadas este ano com o prémio mérito excelência. Segundo José Alberto Martins o sucesso da Assistécnica só é possível graças ao “esforço conjunto de toda a nossa equipa”.

A Assistécnica foi fundada, em 1996, por José Alberto Martins. Ao fim de 14 anos a laborar noutra empresa, como técnico de eletrodomésticos, sentiu necessidade de se afirmar e estabelecer por conta própria. “Eu sai de uma empresa também especializada na venda e reparação de eletrodomésticos onde já nessa altura os clientes acreditavam na pessoa que prestava a assistência, e também, pediam conselhos”. No início, a empresa apenas, com dois funcionários, resolvia problemas de assistência técnica. Mas, dada a afluência de pedidos que recebiam começaram também a comercializar todo o tipo de eletrodomésticos. Atualmente, a empresa, dispõem de todos os serviços ligados aos eletrodomésticos desde aconselhamento, venda, instalações, reparações e manutenção. A aposta passa, sobretudo, por dar prioridade à resolução de problemas de produtos de primeira necessidade, aliando sempre a uma resposta o mais rápido possível. “Ultimamente temos estado com excesso de serviço devido ao aumento das vendas e pedidos de assistência técnica” refere José Alberto Martins. “Enquanto que a maioria dos estabelecimentos comerciais de venda de eletrodomésticos envia o cliente para um representante da marca quando este tem um problema com um produto, nós aqui resolvemos , e isso distingue os nossos serviços. Todos os nossos

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funcionários, num total de 13, são especializados numa determinada área, de forma a poder prestar um serviço mais eficiente e personalizado”. Para José Alberto Martins a formação é “uma mais valia”. A proximidade com os clientes é tão importante que grande parte destes passa de geração em geração. “Temos clientes desde o início da loja e muitos passam de pais para filhos e até mesmo netos”. São clientes fidelizados de todas as idades. A empresa tem clientes um pouco por todo o país. As áreas mais abrangidas, pela assistência, são Póvoa de Varzim, Vila de Conde e concelhos vizinhos. O balanço da Assistécnica é bastante positivo. Segundo José Alberto Martins “todos os anos progredimos de forma a aumentar o volume de vendas e de funcionários para podermos dar uma melhor capacidade de resposta aos nossos clientes”. Os planos num futuro próximo passam por conseguir manter uma estabilidade e afirmação no mercado . José Alberto Martins salienta que o sucesso da Assistécnica só é possível devido à equipa e aos seus clientes, como tal agradece a confiança depositada e “um muito obrigado pela preferência e fidelidade” e lembra que “estamos aqui sempre que necessário para o servir “.



pme excelência’15 | cadimarte

Empresa de excelência no seu ramo de atividade

A Cadimarte, uma empresa portuguesa de referência na área de construção civil, celebra este ano o seu vigésimo sexto aniversário. Por forma a conhecer a atual realidade deste setor a Revista Business Portugal entrevistou José Alberto Pessoa e a sua filha, Marise Pessoa, a futura geração desta empresa familiar.

Marise Pessoa e José Alberto Pessoa Administradores

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Fundada a 17 de janeiro de 1990 a Cadimarte conta com uma equipa de excelente qualidade, preparação e conhecimento do setor. “A Cadimarte norteia-se no sentido de se afirmar como uma referência nacional no seu setor de atividade na estrita observância das regras da concorrência e da ética empresarial” e revela ainda “para tal é determinante sustentar-se numa identidade e cultura fortes orientadas por valores e princípios que cimentam a sua estratégia de crescimento sustentado e de ligação às origens, nunca descurando a adaptação atenta e dinâmica à inovação e às transformações que o meio onde desenvolve a sua atividade aconselha”, afirma José Alberto Pessoa, administrador da Cadimarte. Competitiva e dinâmica apresenta em todo o mercado nacional serviços com elevados níveis de qualidade, sendo por isso uma empresa certificada desde 2011, segundo o referencial ISO 9001. José Alberto Pessoa iniciou a sua atividade profissional no setor em 1986 dando formação na área da construção no IEFP - Centro de Formação Profissional de Coimbra. Após a experiência criou a sua própria empresa em 1990 – Cadimarte – Construções, Lda, levando com ele dez formandos para realizarem o estágio profissional. Atualmente, do seu currículo já constam centenas de obras públicas e privadas em todos os domínios de atividade mantendo como clientes preferenciais o Ministério da Defesa Nacional, o Ministério da Administração Interna, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Infraestruturas de Portugal (antiga REFER), o Instituto de Ação Social das Forças Armadas, a Administração Regional de Saúde do Centro, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Autoridade Nacional de Proteção Civil, Direção de Finanças, as Águas de Coimbra, o Grupo Intermarché, Endemol, Kanaal (Bélgica), o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana e Câmara Municipal de Lisboa, Figueira da Foz, entre outros municípios. Para a Infraestruturas de Portugal, a Cadimarte irá realizar durante os próximos anos a manutenção das suas estruturas nas regiões de Coimbra e do Algarve. José Alberto Pessoa não esconde o orgulho que sente quando grandes empresas o chamam para executar as suas obras. “Temos tido um retorno muito gratificante dos nossos clientes, ainda recentemente recebemos mensagens encorajadoras das Infraestruturas de Portugal, Exército e do Instituto de Ação Social das Forças Armadas. Os tempos que atravessamos não estão fáceis para ninguém, por isso as empresas têm que investir numa atitude de criação de mais valias com base na qualidade, rigor, orientação para a satisfação imediata do cliente e no aumento da produtividade, visando assim atingir elevados níveis de desempenho operacional com respeito pelo ambiente, pelas boas práticas da arte e do mercado e pela melhoria da eficiência e eficácia da gestão de todas as componentes da atividade nomeadamente, técnica, comercial, produtiva, administrativa, financeira e social.” É esta a doutrina que a todos orienta, expõe o administrador da Cadimarte. Esta empresa, no quadro da legislação vigente e das regras da concorrência, prima pela satisfação das expetativas e exigências dos seus clientes, procurando assim garantir a sua fidelização e pela realização e bem-estar dos seus colaboradores, motivandoos e valorizando-os profissional e socialmente. “Trabalhamos sob o primado do relacionamento leal, transparente, humilde e cordial com todas as partes interessadas, visando auscultar


cadimarte | pme excelência’15 Distinção PME Excelência 2015 “Este prémio tem bastante significado no panorama económico nacional e principalmente no setor da construção civil, tendo em conta a recente recessão económica que muito tem afetado a nossa área de atividade”, refere José Alberto Pessoa. “Ficámos colocados entre as 34 melhores empresas de construção civil do país, o que para nós é muito prestigiante e motivador”, alude Marise Pessoa. Esta distinção é dedicada a todos os clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros da Cadirmarte, “por termos alcançado em conjunto este desejável estatuto que é um exemplo vivo de que a honestidade e a excelência são fatores decisivos na disputa da competitividade”.

e acolher os seus legítimos interesses e preocupações no propósito de fazer sempre parte da solução e nunca do problema. ‘Fazer bem à primeira’ através da prestação de um serviço competente em termos de qualidade, de cumprimento dos prazos e de apoio durante o tempo que medeia até à receção definitiva da obra, é garantia de que conquistaremos não só mais um cliente mas também e não menos importante, um amigo para toda a vida”, destaca o administrador. Distinguida como sinónimo de qualidade, a Cadimarte orgulha-se da excelente capacidade técnica e disponibilidade permanente do seu pessoal “a consciencialização de que só uma equipa coesa atingirá metas ambiciosas e que a vitalidade resulta da congregação da competência, profissionalismo e força do grupo, traduz-se na dimensão humana e no respeito pelas pessoas na definição da estratégia e da política de gestão de recursos humanos, valorizando o emprego, a progressão na carreira e estimulando a aquisição de mais e melhores capacidades.” Como empresa, essencialmente, vocacionada para o mercado nacional a Cadimarte está presente em vários pontos do país. “Somos uma equipa com valências em quase todas as possíveis áreas de atividade e portanto sempre pronta para todo o tipo de obras e onde elas existam. A permanente disponibilidade, não há horário nem questões rotineiras que se sobreponham aos interesses do cliente, o empenho e a competência são uma obrigação transversal que vai desde a administração, ao quadro técnico, aos encarregados e só acaba no último dos trabalhadores”, esclarece José Alberto Pessoa. Marise Pessoa realça ainda que “uma mais valia que temos é a de trabalharmos com o nosso quadro de pessoal, exceto para algumas especialidades e em casos pontuais de picos de trabalho é que recorremos a subempreitadas, no entanto sempre acompanhadas pelos nossos técnicos, uma realidade que proporciona confiança aos clientes”. A Cadimarte, apesar de ter iniciado o seu negócio com apenas oito colaboradores, atualmente já conta com mais de 90 e todos com qualificação. A responsabilidade partilhada é desenvolvida como forma de aumentar, permanentemente, a credibilidade, visibilidade e imagem perante o mercado e a concorrência. Como forma de garantir solidez e saúde financeira a empresa aposta na sustentabilidade e na diversificação do mercado. “A Cadimarte privilegia uma relação”, garante o administrador. Apesar de estarem inseridos num mercado competitivo, José Alberto Pessoa, afirma que “não renegamos os desafios nem as obras de grande exigência, não só porque nos estimulam e valorizam, mas também porque são veículo importante de afirmação das nossas capacidades e do nosso know how. É difícil competirem connosco de forma transparente, porque somos uma equipa com grande autonomia, confiante, coesa e competente, porque temos colaboradores externos de grande fiabilidade, porque queremos continuar a crescer mas sustentadamente, temos a possibilidade de assumir preços muito concorrenciais”.

Próximos Passos Para o futuro, José Alberto Pessoa conta que “estamos a pensar numa proposta para a internacionalização da empresa, apesar de nos estarmos a dar muito bem no mercado nacional”. O administrador salienta ainda que “desejamos continuar fiéis a estes princípios que têm conduzido a Cadimarte a uma constante e sólida expansão, que a habilita com uma capacidade empresarial reconhecidamente sólida e um retorno muito gratificante enquanto polo de formação e de realização pessoal e coletiva. Queremos consolidar as raízes do futuro reforçando a postura de modernidade, de inovação e de ambição responsável, orgulhosos de um passado que nos fortalece a determinação e a certeza de superar as exigências e desafios que nos esperam”, finaliza.


pme excelência’15 | total safe

Competência,

qualidade e profissionalismo A TotalSafe assume como missão proporcionar aos seus clientes, sistemas e equipamentos de segurança, através da oferta personalizada de soluções tecnologicamente eficientes. Manter a política de crescimento sustentado através da criação de benefícios para clientes, parceiros e colaboradores, de forma a promover o progresso da TotalSafe é outro dos desideratos assumidos, como deram a conhecer, em entrevista à Revista Business Portugal, os gerentes da empresa.

Fundada em 2000, a TotalSafe é uma empresa portuguesa com 16 anos de história e experiência que, paulatinamente tem vindo a tornar-se uma referência na área da segurança eletrónica e da segurança contra riscos de incêndio. Absolutamente centrada nas necessidades, cada vez mais exigentes e particulares dos clientes e mercados em que atua, a empresa apresenta-se com as competências técnicas e tecnológicas e as acreditações fundamentais à prestação de serviços de elevada e comprovada qualidade, podendo, se necessário, desenvolver e implementar projetos chave na mão. Valter Raposo, gerente da empresa, entende que a empresa cresceu, de uma forma sustentada, e que esse crescimento foi alicerçado nas opções estratégicas adotadas ao longo do seu percurso. “Em 2011, surgiu a oportunidade de embarcar num projeto de expansão internacional e de, em parceria, criar a TotalSafe Angola, sempre suportada no know-how da casa mãe em Portugal”, revelam os empresários, sublinhando que o crescimento da empresa também resultou numa forte aposta na diversificação das soluções apresentadas aos clientes. “A empresa estava fortemente vocacionada para a segurança contra riscos de incêndio,

Sónia Bastos e Valter Raposo Gerentes

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total safe | pme excelência’15 dada minha experiência nesta área, no entanto, este projeto empresarial foi evoluindo, ganhámos mercado e os clientes foram solicitando mais serviços”, sustenta Valter Raposo, recordando que a empresa foi então incorporando recursos humanos com mais competências técnicas e valências, o que levou a TotalSafe a entrar no mercado da segurança eletrónica, designadamente sistemas de CCTV, controle de acessos e intrusão. Competência, qualidade e profissionalismo são as bases para o sucesso da empresa, bem como a qualificação dos seus 20 colaboradores e o espírito de equipa, como nos elenca Valter Raposo. “Uma das razões pelas quais os clientes confiam na TotalSafe quer no mercado interno, quer em Angola é o facto de termos uma equipa competente e qualificada”, dizem os gerentes, sublinhando que a empresa comercializa os sistemas e equipamentos, faz a sua manutenção, mas também realiza o projeto e conceção da solução correta e adequada ao cliente. “Fazemos um ‘fato à medida’ de cada cliente, a manutenção durante a vida útil do equipamento e quando esta termina procedemos à sua substituição”, assegura Valter Raposo que

assevera ainda, que os clientes da TotalSafe são muito diversificados: “No âmbito da manutenção de extintores, trabalhamos tanto em lojas de shopping, como em lojas de rua, a nível nacional. Depois em mercados específicos como o de Lisboa, temos alguns clientes fidelizados e conseguimos incorporar os restantes serviços que realizamos”, diz, destacando que a TotalSafe está vocacionada para empresas, cadeias de lojas e grandes instaladores.

lhe permite comercializar, instalar e realizar a manutenção de produtos e equipamentos do SCIE. Simultaneamente é associada da APSEI e, desde 2010, é certificada pela norma NP 4413:2012, que regula a manutenção de extintores, assegurando assim um serviço qualificado e comprovado, bem como certificada pela norma NP EN ISO 9001. “Este é um conjunto de certificações que atestam a qualidade, capacidade e competência da TotalSafe”.

Certificações e acreditações A TotalSafe recebeu o prémio PME Excelência 2015 em sinal de reconhecimento do seu bom desempenho, tendo em conta indicadores económico-financeiros e de gestão. Esta distinção visa discriminar positivamente o mérito das empresas que revelaram níveis de desempenho superior, reconhecendo o papel fundamental que elas têm no desenvolvimento de cada sector e da região em que inserem e, por repercussão, na economia e no emprego do país. Para além desta distinção, a empresa é reconhecida pelo INCI (Alvará de Construção nº 58038) que a habilita a operar no sector da construção civil e está devidamente registada na Proteção Civil (ANPC), o que

Estratégia de futuro Com os olhos postos no futuro, Valter Raposo pretendem continuar na senda do crescimento sustentado granjeado pela TotalSafe até aos dias de hoje. “Queremos continuar a ser uma referência, sempre com grande foco no cliente, apresentando soluções que vão ao encontro das suas necessidades”, avançam os empresários. Quanto a aposta noutros mercados, Valter Raposo é categórico ao afirmar: “Quando iniciámos o projeto de internacionalização, o nosso objetivo era alargar a nossa influência a Angola e Moçambique. Começámos com Angola, e é certo que, neste momento, não é o melhor mercado pois temos sentido algumas dificuldades na transferência

de capital resultante dos processos de exportação. Portugal, enquanto Estado, tem dificuldade em financiar algumas destas intervenções no exterior, ao contrário de outros países com maior capacidade financeira, nomeadamente a China. Fruto desta conjuntura, tem sido muito mais duro para as empresas portuguesas do que para as empresas de outros países, anulando a mais-valia da facilidade de comunicação em português”, esclarece Valter Raposo. O mesmo, salienta ainda, que estas dificuldades condicionaram a expansão para outros mercados, no entanto, a TotalSafe pretende aproveitar a experiência e knowhow adquiridos ao longo destes 16 anos, potenciando e dinamizando as sinergias com os seus clientes para novos países. A estratégia definida passa também pela continuidade de investimento e crescimento no mercado interno, através de uma aposta clara nos recursos humanos qualificados e na sua formação, com o objetivo de satisfazer a constante evolução das necessidades dos nossos clientes, bem como o cumprimento das exigências legais e normativas que regulam este sector.

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pme excelência’15 | dom fininho

Uma delícia para os cinco sentidos

Apostando na gastronomia tradicional aliada a ideias inovadoras e a uma confecção inspirada no rigor e na perfeição, para que todas as suas iguarias ganhem vida nas mesas do restaurante, o Dom Fininho apresenta um serviço requintado e personalizado, proporcionando aos seus clientes um cardápio, recheado de paladares, aromas e cores, capaz de satisfazer as suas mais elevadas exigências. Estas são as razões para o Dom Fininho ter sido distinguido com o Prémio PME Excelência 2015.

Manuel Simões e Annette Simões Administradores

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Bem-vindos ao Dom Fininho, o restaurante em Cantanhede que oferece o que de melhor e mais saboroso tem a cozinha tradicional portuguesa, proporcionando-lhe uma viagem de sensações e de sabores únicos, combinados com um ambiente familiar, acolhedor e intimista. Mas o Dom Fininho é muito mais que um simples restaurante, é também uma verdadeira delícia para os cinco sentidos, principalmente para o paladar, recheado de sabores e aromas, combinados com cores sóbrias e um espírito intimista, francamente apreciados por todos os que frequentam o restaurante. Com uma decoração requintada, elegante e um atendimento personalizado, no Restaurante Dom Fininho encontra os ingredientes necessários para passar bons momentos na companhia dos seus amigos e familiares, portanto o local ideal para um jantar especial, empresarial ou um simples convívio de amigos. A ementa é recheada de pratos «de comer e chorar por mais», enfim o Restaurante Dom Fininho é um espaço criado à imagem de Manuel Simões, que marca a diferença, uma vez que tem na sua génese a promoção da gastronomia tradicional portuguesa na sua mais pura expressão, mas também surpreender com sabores e saberes diferentes, tudo isto num espaço marcado pelo bom gosto, conforto e comodidade. Espaço gastronómico por excelência, o Dom Fininho é o espaço ideal para se deixar arrebatar pelas especialidades da casa, cujos anfitriões Manuel Simões e Annette Simões, nos recebem com grande simpatia e com um olhar atento a cada detalhe, para que cada refeição se torne num momento ímpar e inolvidável. Sem sombra de dúvidas, o Restaurante Dom Fininho é o lugar onde uma refeição significa prazer: prazer de comer, de gostar de estar com amigos e de beber um bom vinho. O conceito de take-away é outra das potencialidades deste restaurante. Assumindo-se como uma referência na região e até mesmo no país, o Restaurante Dom Fininho respeita os seus valores ancestrais, tanto na técnica, como na excelência e frescura dos alimentos e os seus menus representam um encontro entre a tradição gastronómica e o desafio de novos ingredientes e aromas, realçando a simplicidade e os sabores. O número 11 no Largo D. João Crisóstomo, em Cantanhede, tem uma capacidade para 550 pessoas e esconde um universo gastronómico, um verdadeiro desfile de sabores, dos quais destacamos o Festival de Marisco, um rodízio de marisco com sapateira recheada, gambas


dom fininho |pme excelência’15 do Dom Fininho terá todo o prazer em proporcionar-lhe uma refeição ideal, com sabores deliciosos, servidos com arte, simpatia, dedicação e modernidade. A viver o presente, mas sempre a pensar no futuro, Manuel Simões e Annette Simões manifestaram o objetivo de manter a qualidade com que habituaram os seus clientes, bem como o conceito que lhe permitiu granjear um lugar de destaque no contexto do universo gastronómico de Cantanhede. Vale a pena conhecer este espaço gastronómico por excelência que, desde 2003, faz as delícias de todos quantos o visitam! grelhadas, camarão, búzios, camarão à Guilho, ostras e um arroz de marisco, por um valor de 22, 50 euros, em que os clientes podem repetir as vezes que quiserem. Há 11 anos que o Dom Fininho apostou neste conceito inovador que, segundo Annette Simões, deu fama à casa. Mariscada quente com Lavagante, Paelha à Marinheiro, Leitão no churrasco, grande variedade em peixe fresco grelhado e de carnes de grande qualidade são algumas das propostas gastronómicas que pode degustar, enfim uma panóplia de pratos que podem ser bem acompanhados por néctares

de qualidade que afirmam e distinguem a soberba culinária, isto porque o Dom Fininho tem uma excelente garrafeira. E depois de uma excelente refeição, deixe-se deliciar com as sobremesas caseiras como o cheesecake, tiramisu, ou natas do céu. Importa ainda referir que o Dom Fininho pretende ir ao encontro de todos os clientes, por isso há cerca de três anos criou uma ementa de sugestões de combate à crise. O Restaurante Dom Fininho sempre se destacou pela elevada exigência de qualidade e pelo bem-estar que proporciona aos seus clientes. A experiente equipa

Uma história de sucesso Dinâmico, empreendedor e com visão estratégica, assim é Manuel Simões. Estar na linha da frente sempre foi o grande objectivo do nosso anfitrião, por isso sempre pautou o seu percurso por uma inspiração na inovação. A sua experiência na indústria hoteleira já atingiu as quatro décadas, começou em Portugal, mas foi em Newark, nos Estados Unidos da América, que aperfeiçoou os seus conhecimentos e técnicas. No regresso a Portugal, decidiu dar asas ao seu sonho e, em 2003, fez

nascer o Dom Fininho. “Comprei uma antiga serralharia, transformei-a e criei de raiz o restaurante, assente num projecto à minha imagem, que reflectisse a minha visão”, revela Manuel Simões, o proprietário do restaurante e o líder da cozinha. Annette Simões é a gerente da sala do restaurante e sustenta que o Dom Fininho pretende “manter a postura e a qualidade que habituou os seus clientes, mantendo igualmente a filosofia que o tem orientado há cerca de 13 anos rumo ao sucesso”. Pai e filha entendem que a indústria hoteleira é uma área de actividade complicada, na qual só singra quem tiver muita experiência “e quem não pense que tudo o que entra em caixa é lucro”. Manuel Simões assumiu, desde sempre, uma gestão cuidada e planeada ao nível dos pagamentos a fornecedores e todas as despesas inerentes ao funcionamento do restaurante, bem como os impostos. “As despesas ascendem aos milhares de euros por mês, por isso é necessário um grande espírito de sacrifício e uma gestão rigorosa para enfrentar diariamente os desafios que nos são colocados”, assegura Annette Simões.

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pme excelência’15 | proóptica

Inovação e excelência no mercado ótico

Luís Justino Diretor Geral

Em 1993, nasceu a Proóptica e conta já com um percurso longo, cheio de desafios, mas sempre com vitalidade e qualidade nos seus produtos. É distribuidor de referência no setor da ótica e presente em vários países, tendo cerca de 26 funcionários em território nacional, quatro em Marrocos e sete em Espanha.

Falámos com o diretor geral, Luís Justino, onde explica como foi possível, a Proóptica chegar a este patamar de PME Excelência.“Temos vindo a trabalhar para ele já alguns anos. Chegar a PME Excelência não é fácil porque o conjunto de rácios exigidos são duros, sobretudo no momento em que a economia de facto não tem tido os seus melhores anos, nós somos PME Líder há sete anos. Nos últimos anos temos trabalhado a nível estratégico numa lógica de diferenciação e de mercado sustentado, sobretudo, em duas áreas: na internacionalização do negócio, que temos vindo a trabalhar sobretudo nestes últimos cinco anos; e noutra área, na diferenciação das unidades de negócio, ou seja, não trabalhar só uma área de negócios”. A Proóptica é conhecida por ter uma área de negócio bastante diversificada, pois está dividida em quatro unidades de negócio: as armações e óculos de sol que exibem a diferença pela sua tecnologia e detalhes em segmentos de luxo e semi-luxo, moda e consumo; as lentes nikon bastante conhecidas pelo público; os acessórios de oficina e de comércio com um catálogo bastante completo, e a Design+Arquitetura que se foca na remodelação e construção de mobiliário para óticas e seus complementos, com soluções à medida das necessidades do consumidor. Esta última unidade preza-se pelo lado de empreendedorismo da empresa e, por isso, surgiu a ideia de aliar à venda de produtos oculares, o design e a remodelação de interiores de óticas. Esta nova área nasceu conciliando a experiência de uma equipa de profissionais dedicada, procurando satisfazer a necessidade latente da empresa em inovar e adaptar-se ao mercado ótico com uma oferta mais alargada de produtos e serviços. O facto de terem recebido esta distinção, permitiu que a empresa mostrasse uma “maior credibilidade dentro do mercado, dos nossos fornecedores, junto dos nossos clientes, da banca, mas, sobretudo, é um resultado efetivo de um trabalho correto de diferenciação e de posicionamento da Proóptica dentro do mercado, sustentado na diferenciação e na internacionalização”. A confiança no mercado é um fator fulcral para o sucesso de uma empresa, pelo que a Proóptica tem apostado cada vez mais em lançamentos de novas marcas, como o recente lançamento da marca Vespa que está direcionada para um livestyle italiano, sustentada em fenómenos de moda. Já a Vinyl Factory é composta por produtos com design retro contruídos para a

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proóptica | pme excelência’15 ótica, sendo um best sellers de moda dentro do mercado. O nosso entrevistado explica que “são produtos muito bem preparados para um tipo de merchandising. A Vespa muito é reconhecido pelo consumidor; a Vinyl Factory trabalha sobretudo num conceito de música, retro e de moda com muita cor, com um design muito bem estruturado, que eu acho que o consumidor vai claramente gostar dele, o feedback do lançamento é muito positivo, as coisas tem corrido muito bem”. O facto de ser um sucesso deve-se ao trabalho de pesquisa do mercado sobre o que o consumidor pretende, ao mesmo tempo preencher de uma lacuna dentro deste tipo de secção. Desafios no mercado Numa área altamente competitiva, a Proóptica tem muitos desafios. Estar a par das últimas tendências é uma delas, porque cada ano estas mudam e a empresa tem que mudar com elas, como diz Luís Justino. “Nós somos um bocadinho os seguidores dentro do mercado mundial, diria mesmo que é a maior dificuldade que temos hoje. Nós cada vez mais temos empresas multinacionais dentro do mercado, com acessos a preços, a matérias primas e a tecnologia que nós aqui temos, mas pagamos mais caro”. A conjuntura atual de instabilidade económica e política traz consigo uma grande desconfiança por parte do consumidor e para combater essa tendência, a empresa aposta sempre nas oportunidades de trabalho, conseguindo adaptar-se de uma forma muito camaleónica. Apesar de tudo, o diretor geral afirma que “nós neste momento somos a terceira maior empresa no setor dentro da área das armações e óculos de sol”. Isto deve-se ao facto da empresa ser “muito flexível e polivalente, com uma equipa de gente jovem que é capaz de dar aquilo que tem e que não tem para manter esta empresa forte. O galardão de PME Excelência é o reflexo disso, reflexo de uma liderança brilhante, mas sobretudo de uma equipa que é capaz de liderar outras equipas e de ter um espírito fantástico. Há parte dos desafios e dos constrangimentos que passam, a equipa, de facto, pode ser uma grande mais valia e depois os produtos e os parceiros com que trabalhamos têm sido extraordinários a trabalhar connosco”. Este ano, destacamos ainda a parceria com a Fitting box que surgiu através de uma pesquisa de mercado, devido ao aparecimento de um consumidor exigente e que consome cada mais vez via online. Luís Justino esclarece como todo este processo funciona. “Esta é uma empresa de Toulouse feita por dois primos, um geek na área da tecnologia e um matemático que desenvolveu durante muito tempo um logaritmo de conhecimento facial e, portanto, os dois primos foram desenvolvendo este software até chegar a uma excelência de produto, onde fazem os reconhecimentos faciais de uma forma bastante interessante, utilizando avatares que estão por trás, depois de terem feito um estudo morfológico da cara, conseguiram claramente perceber a tridimensionalidade de 700 rostos e conseguiram, através disso, fazer o reconhecimento de quem está no espelho. No fundo, esta empresa tenta é transformar o espelho em algo de facto que eu possa utilizar na tridimensionalidade da armação e dos óculos de sol e, no momento seguinte, posso usar uma base de dados de 50 mil óculos, colocando essa base de dados em tempo real na minha cara, olhando para o espelho”. A ideia é que consumidor omnipresente consuma da mesma maneira do que aquele que vai diretamente à loja, estando assim exposto nas redes socias e no site toda a coleção disponível, mostrando uma solução ao cliente para este ter a mesma experiência em várias plataformas. O diretor geral explica que “não vamos vender online, vamos promover a experiência online, ou seja, o cliente vai online experimentar o que quer e depois vai à loja, porque consideramos que o ótico pode fazer toda a diferença, acreditamos que a venda de óculos não passa rapidamente para a venda online, portanto promovemos a experiência online mas remetemos o cliente para a loja”. Futuro Os projetos futuros passam pelo desenvolvimento em todas as áreas da empresa, criando novos contratos, desenvolver o catálogo de design e arquitetura trabalhando em novas linhas e dentro da área de acessórios, pode existir uma possibilidade de trabalhar com grandes marcas de distribuição europeias.

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tema | empresa

Atendimento personalizado e profissionalismo A Paula Andrade Importações é uma empresa importadora sediada em Vila do Conde, na Zona Industrial da Varziela, que gravita no sector do cash and carry, focando a sua linha em produtos de grande consumo na sociedade atual.

A Paula Andrade Importações recebeu pelo sexto ano consecutivo a distinção de PME Excelência, um selo de reputação criado pelo IAPMEI para distinguir positivamente o segmento das pequenas e médias empresas com os melhores desempenhos. Esta distinção representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido por esta empresa, que viu ainda reconhecida a sua administradora, Paula Andrade, com o Prémio de Mérito 2015, prestigiando assim a liderança e gestão no feminino. Em entrevista à Revista Business Portugal, a empresária deu a conhecer a génese da empresa, abordando as mais-valias e potencialidades, que têm permitido um crescimento sustentado. Vítor Andrade e Paula Andrade começaram esta actividade em 1991 e fundaram em 1994, no Porto, a empresa de cash and carry Oriente 2000, cujo objeto social se centrava na importação e comercialização de uma ampla variedade de produtos de grande consumo. Após vários anos no mercado, e por isso, detentora de uma grande experiência e know-how, Paula Andrade imbuída de grande determinação e coragem decidiu lançar-se num novo desafio, abrindo uma nova empresa em Vila do Conde, que adotou como designação social Paula Andrade Importações. “Há 14 anos, a Zona Industrial da Varziela estava em grande crescimento comercial, por isso juntamente com o meu marido decidi avançar com a nova empresa. Começámos com saldo negativo e com um capital social muito reduzido, mas felizmente conseguimos seguir um rumo de crescimento, pela nossa dedicação, empenho, esforço e espírito de sacrifício”, sustenta Paula Andrade. Em 2004, a Oriente 2000 foi assolada por um incêndio e os seus clientes passaram a Paula Andrade Importações, que assim registou um crescimento assinalável, começando igualmente a importar produtos diretamente da China e de outros países. “Após dez meses de reconstrução, em outubro de 2005, reabrimos a Oriente 2000 e eu permaneci lá durante três anos, com o intuito de reerguer este projeto empresarial”, revela, acrescentando que, entretanto, o seu filho Ricardo Andrade, concluiu os seus estudos na área da Gestão de Empresas, começando a dedicar-se a tempo inteiro à empresa, até que assumiu a sua gestão. Hoje, a

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paula andrade - importações | pme excelência’15

o território nacional, ilhas e países de expressão portuguesa, designadamente Guiné e Angola. Paula Andrade assume-se uma apaixonada pela sua profissão, salientando que a área comercial é o que a fascina mais, essencialmente pelo contacto com os clientes. Dedicação, empenho, atendimento personalizado, simpatia e profissionalismo são os valores que Paula Andrade e Vítor Andrade tentam incutir junto dos seus 20 colaboradores.

Paula Andrade Importaçoes Lda Zona Industrial da Varziela Rua da Rotunda 31 Vila do Conde TEL:(+351 252 248 690) NIF : 506 083 195

Os trilhos do sucesso A Paula Andrade importa e comercializa produtos de grande consumo na sociedade atual, onde a relação qualidade/preço é uma preocupação constante. A variedade de produtos vai desde Higiene e Limpeza,

Plásticos, Ménage, Brinquedos, Louças, Vidros, Alimentação, Decoração e Utilidades Domésticas, dando grande relevo aos artigos Sazonais (época). “Trabalhamos muito bem o sazonal como o Carnaval, Dia dos Namorados, Páscoa, Santos Populares, artigos de verão, artigos escolares, Halloween e o Natal”, sublinha a nossa entrevistada, recordando que a empresa faz folhetos promocionais de 20 em 20 dias. A Paula Andrade Importações serve variadíssimas áreas de consumo, em todo

Oriente 2000 IMPORTAÇÕES LDA Rua Justino Teixeira 451-459 Porto TEL : (+351 225 899 010) WWW.ORIENTE2000.PT geral@oriente2000.pt

Oriente 2000 e a Paula Andrade Importações são duas empresas sólidas, mas que se desenvolveram autonomamente. O Oriente 2000 foi distinguido como empresa PME Líder em 2014 e PME Excelência 2015.

Estratégia de futuro A 10 de dezembro de 2015, o IAPMEI no seu 40º aniversário distinguiu as 40 empresas que foram reconhecidas como empresas de incontornável sucesso. A Paula Andrade, mais uma vez, foi agraciada com esta distinção, que muito orgulha os seus responsáveis. Esta empresa familiar que tem crescido a pulso, sustenta o seu desenvolvimento e evolução no reinvestimento permanente e na visão estratégica dos seus responsáveis. Os últimos anos foram de um exercício assinalável, pela coerência na prossecução dos objetivos, pela consistência da gestão e pela validade da estratégia definida para a empresa. Com estes pressupostos, a competitividade da empresa está assegurada, assumindo-se cada vez mais como uma empresa de referência no sector onde gravita, granjeando excelentes resultados e altos padrões de excelência. Em termos de futuro, os responsáveis da empresa assumem-se apologistas de um desenvolvimento sustentado e na continuidade da luta para consolidar cada vez mais a empresa.

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pme excelência’15 | sobrais

Uma especialista no fabrico de ninhos para radiadores Sobrais é uma empresa de cariz familiar que se dedica maioritariamente ao fabrico e reconstrução de radiadores para automóveis, camiões máquinas e outros usos. Ao longo dos anos, por solicitação do mercado, foi-se especializando igualmente em radiadores e permutadores para fins industriais e maquinaria pesada, incluindo sistemas de refrigeração de óleo ou outros fluidos de média e grandes dimensão, área esta onde a Sobrais é líder de mercado. A atribuição do Prémio PME Excelência 2015 foi o mote para uma visita à Sobrais – Fábrica de Radiadores e Componentes Térmicos, uma empresa com sede em Cantanhede, que ao longo do seu percurso conseguiu granjear o sucesso, fruto da experiência e know-how adquiridos. Em entrevista à Revista Business Portugal, Henrique Sobral, administrador da empresa, dá a conhecer a génese deste projeto empresarial, bem como as suas potencialidades e mais valias que aporta a um mercado cada vez mais diversificado, exigente e competitivo. “Em 1949, o meu pai e um irmão com passado ligado à industria de latoaria fundaram uma pequena oficina. Foi a partir desta pequena oficina, onde já reparavam radiadores e sem grandes conhecimentos técnicos que os dois começaram a tentar fabricar os diversos componentes dos ninhos copiados de radiadores originais com ferramentas

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completamente artesanais”, desvenda o empresário, salientando que com visão, ambição e investimento em alguma maquinaria a empresa foi crescendo e evoluindo. Henrique Sobral e o seu irmão, Carlos Sobral, começaram a trabalhar na empresa do pai desde tenra idade, descortinando todos os segredos desta área de atividade, até ao momento em que deixaram de querer ser simples funcionários, assumindo assim a ambição de ter uma participação no capital da empresa. Este objetivo não foi cumprido, e assim, em 1978, nasce a Sobrais, por divergência dos seus sócios. Na nova empresa recém-criada ficariam um dos sócios e os seus dois filhos e o genro José a reforçar o espirito

os sócios à empresa lançou a Sobrais num caminho de evolução permanente. Apesar do infeliz desaparecimento prematuro do patriarca e do filho Carlos, a persistência e o entusiasmo do filho Henrique, muito ligado à produção tem procurado e conseguido levar o projeto a bom porto. A empresa entrou na terceira geração com a chegada, em 2003, de André Sobral à empresa, partilhando com o seu pai o objetivo claro de, cada vez mais, tornar a Sobrais uma empresa de referência nacional. Especialista no fabrico de ninhos para radiadores, a Sobrais, ao longo do seu percurso, aproveitou sobejamente o crescimento das obras públicas em Portugal, por exemplo ao nível da construção de

resposta, no que concerne a radiadores, para esse tipo de maquinaria que tinham uma conceção específica e a decisão revelou-se bastante acertada”, sublinhou Henrique Sobral, aclarando que, “assim que apresentamos o nosso produto a estes potenciais clientes, que se viam a braços com a impossibilidade da sua aquisição no nosso país, passamos a ser solicitados em crescendo”. Com uma experiência de 55 anos neste setor de atividade, Henrique Sobral entende que a qualidade, competência, versatilidade, especialização dos recursos humanos e a rapidez de resposta são as principais premissas que têm permitido um reconhecimento cada vez mais cabal da

de família, iniciando nova fase do ‘clã’ neste setor com uma ampla nave industrial e moderno equipamento, criando logo a diferença relativamente à concorrência o que potenciado com a dedicação total de todos

estradas, que levou ao aparecimento no mercado de equipamentos pesados como máquinas de terraplanagens. “Face a esse crescimento, a nossa empresa equipou-se também com tecnologia capaz para dar

Sobrais num mercado muito competitivo e global. “A par destes princípios, o sucesso também se mede pela nossa capacidade de investimento em matéria prima, no produto semiacabado e na criação de um bom nome



pme excelência’15 | sobrais Henrique Sobral e André Sobral Administradores

na praça”, assegura o nosso entrevistado, acrescentando ainda que a matéria-prima (fita de cobre) é importada de dois grandes fornecedores europeus. A capacidade de resposta da Sobrais é incontornável, e não raras vezes a empresa consegue dar solução a solicitações e a problemas que parecem impossíveis de resolver, como exemplifica o empresário. “No verão passado, fizemos um radiador de grandes dimensões para uma fabrica de papel que tinha a linha de fabrico em risco. O equipamento era americano, o fabricante não tinha nenhuma peça daquelas em armazém e dava-lhe um prazo de três meses para fornecer a peça. No espaço de uma semana, a Sobrais fabricou uma peça alternativa e resolveu a questão”, avança, salientando que “é esta característica que nos tem distinguido da maioria das empresas que estão neste sector de atividade”. Do percurso desta empresa também faz parte o capítulo da exportação, aposta que, de acordo com Henrique Sobral e André Sobral, só foi possível dada a capacidade de resposta levando o conceito just in time ao limite, bem como diversidade de stock. “Já tínhamos um cliente em Espanha que funcionava quase como um distribuidor, quando fomos procurados pelo maior fabricante de radiadores espanhol. Hoje, satisfazemos diariamente pedidos dos nossos produtos para aquele país”, adianta André Sobral. Com os olhos postos no futuro, André Sobral espera que a Sobrais mantenha um rumo de crescimento sustentado, alicerçado na qualidade e competência, bem como na capacidade de resposta, experiência, knowhow e dedicação dos seus colaboradores.

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Sistema de Gestão da Qualidade, a par do desenvolvimento de um ambiente de parceria e envolvimento com os seus fornecedores, com o intuito de garantir o cumprimento dos requisitos da Sobrais, bem como os dos seus clientes, são outros pontos de grande importância que fazem parte da política de qualidade desta empresa de referência.

Certificação de qualidade Ciente da importância da implementação de um sistema de gestão da qualidade, na actividade desenvolvida, a Sobrais define a sua política da qualidade, assumindo como princípios a orientação das suas atividades e processos, por forma a atingir e manter a satisfação global dos clientes, indo ao encontro dos seus requisitos, bem como o compromisso com a implementação e cumprimento dos requisitos do Sistema de

Empresa de excelência A Sobrais assume-se como uma das empresas pioneiras no fabrico de radiadores em Portugal, tendo atravessado três gerações, apresentando sempre um crescimento sustentável. Este ano, a empresa foi reconhecida pela primeira vez com o Prémio PME Excelência 2015, uma distinção que muito orgulha os seus responsáveis. O estatuto PME Excelência premeia as pequenas e médias empresas que apresentaram os melhores desempenhos económico-financeiros e de gestão. Elementos como os rácios de solidez financeira, de rendibilidade e de crescimento de volume de negócios são critérios para a atribuição deste prémio. A distinção da Sobrais como PME Excelência 2015 atesta a excelência que pauta a atuação desta empresa no mercado, destacando a sua

Gestão da Qualidade, segundo norma NP EN ISO 9001:2000, melhorando continuamente a sua eficácia. Incentivar o envolvimento dos colaboradores, por forma a obter a melhoria contínua das suas atividades e processos do

competência, estratégia e visão, que lhe permitem ter um excelente desempenho económico e financeiro, catapultando a sua afirmação e valorização a nível nacional e internacional.



pme excelência’15 | qualistamp

10 anos de qualidade e distinção A Qualistamp é uma estamparia têxtil especializada na estampagem localizada. Situada em Fafe, esta empresa de referência possui um conjunto de equipamentos modernos e pessoal especializado para a prestação de um serviço de excelência aos seus clientes. A cultura de qualidade da Qualistamp e o crescimento sustentado que esta tem registado foram agora reconhecidos com a atribuição do Prémio PME Excelência 2015.

Romeu Vieira e Artur Marinho Administradores

Criada em 2006, a Qualistamp é uma empresa dinâmica e próactiva que conhece profundamente a área onde centra a sua atividade. O seu trabalho assenta na qualidade, seriedade e responsabilidade. Os seus responsáveis têm consciência que os pequenos detalhes fazem toda a diferença, daí que se direcionem no rumo dos elevados padrões de excelência. Levando este projeto empresarial a bom porto estão Romeu Vieira e Artur Marinho, que entendem que a base do crescimento sustentado e do sucesso da empresa assentam na perfeita combinação entre o conhecimento adquirido na formação académica de Romeu Vieira, licenciado em Engenharia e Gestão Industrial, e a experiência e know-how de Artur Marinho, adquiridos ao longo de 28 anos de dedicação a este setor de atividade. “Esta junção permite-nos, por um lado, um conhecimento alargado de todo o segmento em que estamos inseridos, das diversas técnicas, tecnologia e formação ao pessoal e, por outro lado, uma gestão acompanhada e eficiente”, sustenta Romeu Vieira, acrescentando que assume a responsabilidade pela área financeira e comercial, ao passo que Artur Marinho é o responsável pela produção e qualidade.

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Desde a sua génese, que a Qualistamp sempre primou por uma aposta e investimento fortes em tecnologia de vanguarda, com selo de qualidade português. “São 10 anos a investir, quer em tecnologia, quer na formação e qualificação do pessoal, com o desiderato de garantir a eficiência e a competitividade da nossa empresa”, assumem os empresários. A Qualistamp é uma empresa vocacionada para a estampagem têxtil, que assume como missão o desenvolvimento de estampados e soluções de excelência que permitam superar as expectativas dos seus clientes. “Produzimos todo o tipo de técnicas de estampagem localizada. Acrescentamos valor a peças de vestuário incorporando um desenho numa determinada posição. Como são operações muito repetitivas, apostamos na juventude, pela dinâmica e proactividade, por isso a média de idades dos colaboradores é de 24 anos”, sublinha o nosso entrevistado. Sempre com o intuito de ser uma empresa de referência, reconhecida pela competência, confiabilidade e excelência ao nível da estampagem, bem como pela ótima e genuína relação interpessoal com os seus clientes, a Qualistamp acompanha as tendências do mercado, sempre na procura de novas técnicas. Esta busca incessante pela melhoria contínua resulta do objetivo incontornável de apresentar as melhores soluções, já que a empresa trabalha para segmentos muito exigentes e de qualidade elevada. O principal cliente é representado pelo Grupo Inditex, uma organização detentora de nove marcas no mercado, das quais trabalhamos para cinco (Bershka, Pull&Bear, Zara, Oysho e Massimo Dutti). “Estamos a falar de um segmento com quantidades de 20 a 100 mil peças por modelo”, revela Romeu Vieira, salientando a aposta em encomendas de grande volume, pela relação custo/benefício. “Apostamos na qualidade e na competitividade, por isso investimos na compra da matéria-prima de qualidade e na eficiência na produção, minimizando ao máximo os desperdícios”. Para além do grupo mais representativo a Qualistamp já produziu e produz estampados para as marcas como Mango, Esprit, Desigual, Billabong, O’Neill, Next, Hugo Boss, Quiksilver, G-Star Raw que faz parte do grupo Levi’s, entre outras de renome e referência. “Este segmento refere-se a quantidades inferiores, mas temos que ter uma carteira


qualistamp |pme excelência’15 de clientes aberta a vários segmentos de mercado, até porque um dos requisitos de quem está à frente de um negócio é não estar dependente de um cliente ou setor”, adiantam os dois gerentes da Qualistamp. Romeu Vieira sublinha, no entanto, a existência de três variáveis essenciais, o preço, a qualidade e o prazo de entrega, premissas assumidas pela Qualistamp, que simplesmente não podem ser descuradas. “A qualidade tem que ser garantida, o preço tem que ser competitivo e o prazo de entrega tem que ser cumprido, por isso somos muito flexíveis”, sustentam. Os gerentes da empresa salientam ainda a presença da Qualistamp em todas as feiras internacionais ligadas à sua área de atividade, porque é precisamente nessas feiras que “nos preparamos para as tendências do futuro de técnicas e produtos”, por isso é que a empresa está habilitada para efetuar qualquer técnica de estampagem localizada, assumindo técnicas que outras empresas não dominam, demonstrando a sua atitude vanguardista. A pedido de docentes de escolas superiores a empresa recebe com alguma frequência alunos de Artes e Design com o objetivo de transmitir a realidade do processo de estampagem localizada.

2250 metros quadrados. “Atualmente temos 30 colaboradores, mas prevemos também duplicar este número”, avançam os empresários. Prémio PME Excelência 2015 “A distinção PME Excelência 2015 representa o nosso empenho e esforço num crescimento sustentável. Esta distinção é uma motivação adicional para que continuemos a trabalhar e a servir os nossos clientes com a qualidade que nos distingue. Este estatuto é, sobretudo, um reconhecimento do bom trabalho que temos vindo a desenvolver”, sustenta Romeu Vieira.

Estratégias de futuro Romeu Vieira deu nota de que o espaço atual da Qualistamp está condicionado em termos de layout fabril. As instalações são arrendadas, uma opção assumida na criação da empresa, até porque a compra de um pavilhão exigiria um investimento muito superior aos 375 mil euros com a criação da empresa. “Neste momento, não temos espaço para adquirir mais equipamentos, por isso há cerca de oito meses começámos a delinear um novo layout fabril. Queremos ter uma sequência de trabalho que nos permita mais eficiência e redução de tempos de ciclo de produção, resultando no aumento da mesma”, justifica Romeu Vieira, acrescentando que a nova unidade fabril que está a ser projetada vai aumentar em 40 por cento a capacidade instalada e, consequentemente impulsionar o crescimento e competitividade da empresa. O empresário estima que, em 2018, a Qualistamp faça a transição para a nova unidade, na Zona Industrial Monte da Pena, em Fafe, cujo terreno ocupa 6 mil metros quadrados e termos de construção ocupará

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pme excelência ‘15 |floponor

Lado a lado com o ambiente

Secundino de Nascimento Administrador

Numa edição com destaque às PME Excelência, partimos ao interior do país onde encontramos uma empresa exemplar e de sucesso. Pela voz de Luís Nascimento, ficamos a conhecer a FLOPONOR que em cerca de 20 anos conseguiu uma expansão notória e significativa na sua área de atuação.

D

ecorria o ano de 1996 quando Secundino de Nascimento e Altino Rua criaram a FLOPONOR, com sede no distrito da Guarda. Ambos com uma vasta experiência profissional na área da

exploração florestal, fizeram desta uma empresa especialista em floresta, desde a preparação do terreno, arborização, adubação, poda, limpeza e ainda o abate e transporte de madeiras para as empresas destinatárias. Ao longo dos anos, os administradores foram sentindo a necessidade de alargar o leque de serviços e, consequentemente, as áreas de negócio. Assim, em 1998 desenvolve-se a RESUR, em Sernancelhe. O funcionamento pleno da empresa acontece apenas em 2000, ligada à área ambiental, realizando trabalhos de recolha e transporte de resíduos sólidos urbanos. A RESUR tem vindo a registar uma crescente dinâmica, tendo já expandido a sua área de atuação a todo o país. Simultaneamente, surge o projeto da ASCOP, ligada ao setor da construção civil e obras públicas. A sua área de atuação inicide essencialmente em trabalhos de construção civil, requalificações urbanas, saneamentos e adutoras e água. A sua área de atuação acontece com maior frequência na zona centro do país, mas estão aptos para trabalhar em qualquer zona de Portugal. Luís Nascimento, diretor financeiro, refere que esta expansão “foi muito natural. As oportunidades

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foram surgindo e uma vez que são áreas de negócio que se complementam, fazia todo o sentido de as levar avante. E foi essa visão que tiveram os nossos fundadores, que criaram uma empresa coesa, complementar e com sustentabilidade

pois todos os investimentos que fazemos e todos os riscos que corremos com os mesmos são muito bem estudados e apurados. Esta filosofia vem desde os fundadores da FLOPONOR e temos aprendido muito com a experiência que

financeira”. Sobre a sua área de atuação, o nosso interlocutor frisa “dentro da gestão florestal atuamos por todo o país, assim como na vertente da construção. Não nos cingimos aos locais onde as empresas estão sedeadas”. Questionado sobre a ambição de levar o grupo alémfronteiras, Luís Nascimento refere que essa estratégia está delineada no plano de expansão da empresa. “Atualmente, importamos e exportamos madeira, principalmente de e para Espanha. No nosso plano de negócios está contemplada intenção de reforçar a presença internacional, não só com a comercialização de madeira mas também com os restantes negócios da empresa. Nesse sentido, estamos a estudar e a testar a atratividade de outros mercados na Europa e não só”.

estes nos deixaram no que concerne às empresas”. O nosso interlocutor afirma ainda que “este prémio baseia igualmente a capacidade operacional das empresas, mas valoriza muito a solidez financeira das mesmas, e isso é muito favorável à nossa empresa, pois os nossos rácios são sempre bastante saudáveis”.

PME Excelência 2015 Luís Nascimento é diretor financeiro do grupo, pelo que quando questionado sobre o prémio PME Excelência que foi atribuído novamente ao grupo é representativo da cultura de gestão que a empresa assumiu desde sempre. “A nossa gestão tem por base uma solidez financeira muito forte,

A Floponor foi agraciada com o prémio PME Excelência’15


INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO Despertar a capacidade empreendedora passa por instigar condutas e procedimentos favoráveis à inovação constante, por criar dinâmicas de aprimoramento incessante e por acelerar o processo de modernização e crescimento económico. Paralelamente, se essa capacidade empreendedora estiver associada a uma capacidade de inovação, o desenvolvimento terá uma natureza criadora, geradora de oportunidades de mercado, e consequentemente dará lugar a investimento, empresas, crescimento e bem estar, num ‘ciclo virtuoso’ altamente profícuo. Com efeito, podemos concluir que há uma correlação entre a competitividade e a eficiência do sistema nacional de inovação que tal correlação depende da existência de condições gerais que estimulem a iniciativa empresarial e a inovação. Sob a égide da inovação e do empreendedorismo, nas próximas páginas evidenciamos alguns exemplos de empresas distinguidas pela Revista Exame, no âmbito das 1000 Maiores PME. A análise das 1000 Maiores PME revela-nos que estas empresas estão mais dinâmicas e que mostram capacidade de crescimento: entre 2013 e 2014 as mil maiores PME registaram um aumento de 6,2 por cento no volume de negócios, mais 3,5 pontos percentuais do que as 500 maiores e melhores empresas do país.

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inovação e empreendedorismo | origam group

Criamos espaços que unem pessoas Composta por uma equipa jovem e dinâmica, a Origam aposta numa nova forma de conceção de espaços, que com uma abordagem inovadora criou uma solução hibrida que integra a arquitetura, a engenharia o design e a construção, tudo num só.

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A empresa, apesar de criada há apenas um ano, reúne um conjunto de profissionais experientes que já trabalham em conjunto há cerca de 5 anos, beneficiando assim do know how adquirido ao longo de todo esse tempo, assim como das varias dezenas de projetos em que participaram, a nível nacional e internacional. Surgem então no ano passado, fruto de uma reorganização estratégica, duas empresas irmãs, a Origam Portugal e a Origam Angola, atuando na mesma área de atividade, cada uma no seu pais, mas funcionando interligadas e partilhando os seus recursos. A equipa é composta atualmente por 12 elementos, dos quais 7 em Portugal e 5 em Angola, com formação em áreas distintas mas que se complementam entre si, como por exemplo, o eng João Capitão e a dra Eugénia dos Santos, que partilham a administração, a arq Sandra Cardoso, responsável pelo dep projeto, o Rogério Santos, designer industrial, o João Luis, responsável pela área administrativa, o eng Helder Brites, do dep orçamentação e o Jorge Marto, encarregado geral, pertencente ao dep. produção. Alguns destes elementos dividem-se entre Portugal e Angola, consoante as necessidades e os projetos em curso. São especializados na conceção, construção e reabilitação de espaços e marcas, de cariz comercial, institucional, industrial e residencial. “Através de uma equipa profissional e multidisciplinar, a Origam divide as suas áreas de atuação em 5 eixos principais: arquitetura, interiores e concept store, design, gestão e fiscalização e por último, construção e reabilitação”, frisa a responsável pelo dep projeto, arq Sandra Cardoso. A empresa apresenta-se como inovadora por desenvolver o seu trabalho em diferentes áreas de atuação num sistema hibrido e flexivel, pois todas elas são complementares e que podem ser executadas de forma conjunta ou separada, por exemplo “caso um cliente nos procure para abrir, por exemplo, uma sapataria, nós podemos desenvolver desde o nome do espaço, a imagem corporativa, passando pelos projetos de arquitetura e engenharia, a publicidade, e, no final, ainda executar a obra, ou seja, na Origam damos ao cliente uma solução chave na mão, ficando este a garantia e tranquilidade de que nenhum detalhe importante ficou esquecido”. Para além disso, a empresa pode ainda executar qualquer um destes serviços em separado se necessário “também podem vir ter connosco e solicitarem só um projeto, marca ou obra que nós executamos”, esclarece a interlocutora. O método de trabalho utilizado na Origam simplifica todo o processo garantindo a qualidade dos seus projetos e obras, e dando ao cliente uma solução ‘one stop solution’ que traz lhes uma comodidade acrescida, pois apenas têm de falar com uma pessoa, ganhando tempo, dinheiro e evitando aborrecimentos. Com a ambição de serem uma marca de referência no mercado, na sua área de atuação, atualmente, 60 por cento do trabalho do grupo é desenvolvido para Angola, sendo “toda a parte criativa feita em Portugal”, explica Sandra Cardoso. A Origam está disponível para executar trabalhos em qualquer


origam group | inovação e empreendedorismo ponto do pais, tanto em Portugal como Angola, como refere a Arq Sandra Cardoso “vamos onde os nossos clientes estão e nos desafiam a ir”. Vários são os aspetos que fazem da Origam um projeto diferenciador, a juventude e criatividade da equipa, a vontade de participar em novos desafios, de fugir às soluções tradicionais, e principalmente, de não se deixar abater com as dificuldades do dia a dia “é preciso acreditar e gostar muito no que se faz, para desenvolver um projeto destes nesta fase”, numa altura em que a conjuntura não é tão favorável. “O nome da empresa vem do conceito de origami, arte milenar japonesa que apenas com papel, engenho e arte é capaz de dar forma a várias estruturas. A filosofia da Origam assenta precisamente nesta premissa, com poucos recursos, mas com muita criatividade desenvolve os projetos específicos de cada cliente, maximizando soluções e recursos e tudo tendo em conta também, a relação qualidade/preço”, salienta a entrevistada. Apesar de ter apenas um ano de existência, o seu portefólio é revelador da capacidade de trabalho desta equipa, sendo que a própria sede da empresa, em Tomar, é disso exemplo, um edifício localizado na zona

histórica que está a ser totalmente reabilitado pela Origam, sendo também esta área, da Reabilitação de edifícios, uma das grandes apostas da empresa, dirigida ao mercado Português. Na área do design foram responsáveis, por exemplo, pela identidade corporativa da Revet - Rethink Vet Business e do Hostel Mymou de Lisboa, da marca de água Angolana MPampa, das rações Nutrida, do Resort Paradise Village, no Mussulo e do supermercado Walla, todos estes em Luanda. Na vertente de projeto, gestão e fiscalização esteve a cargo desta equipa, trabalhos como, os escritórios para a instalação da IBM Cenit e do ACT em Tomar, vários restaurantes e lojas em lisboa e Angola. Em Angola, sobretudo em Luanda, são vários os trabalhos executados, como a conceção de um supermercado, de um edifício escritórios, um parque empresarial de comércio/ serviços, um retail-park, uma loja de ótica, uma de brinquedos, de vidros, um salão de estética, entre outros espaços. No futuro, a Origam pretende consolidar e aumentar a sua posição no mercado, com vista a tornar-se, com o tempo, uma empresa de referência na sua área de atuação, polivalente e capaz de responder às várias necessidades do cliente, tendo sempre como ambição o slogan que tão bem a caracteriza: “construir espaços que unem pessoas”.

João Luís, Sandra Cardoso, Hélder Brites e Rogério Santos Parte da equipa Origam

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inovação e empreendedorismo | regras & visão

Qualidade e profissionalismo são os trunfos do sucesso

Ricardo Gabriel e Sara Gabriel Administradores

A Regras & Visão é uma empresa de limpezas e de manutenção, com sede em Matosinhos. Com dez anos de experiência e know-how, a empresa tem trilhado um percurso de sucesso, que lhe permitiu aperfeiçoar métodos de excelência através da formação dos colaboradores e da utilização de produtos e equipamentos inovadores.

Com dez anos de história, a Regras & Visão é uma empresa de limpezas e de manutenção que dispõe de uma equipa altamente especializada em limpezas gerais e específicas, nomeadamente limpezas de condomínios, escritórios,

um período como funcionária, “o administrador fez-me uma proposta de sociedade para a abertura de uma empresa dedicada em exclusivo a limpeza e a manutenção”, revelou a empresária. Mostrando espírito de iniciativa, aceitou o repto

angariar vários escritórios e habitações. A par disso, foi sendo criada a imagem institucional da empresa e o respetivo logotipo, bem como a confeção das fardas que ficaram a cargo de Sara Gabriel, no

alojamentos, garagens, obras finalizadas, ou seja, todo o tipo de serviços de limpeza. A empresa também realiza o tratamento de pisos e oferece aos seus clientes uma variada assistência no campo da manutenção de edifícios, passando pela montagem de sistemas de abastecimento de águas, manutenção de grupos de bombagem, mas também de piscinas e de jardins, além da lavagem de cisternas. Os rostos da Regras & Visão são Sara Gabriel e Ricardo Gabriel, um casal corajoso, determinado e empreendedor que não baixou os braços perante as adversidades que a vida lhes impôs, demonstrando que os sonhos e a realização profissional são alcançáveis com a atitude certa. Em entrevista à Revista Business Portugal, Sara Gabriel deu a conhecer a trajetória da empresa, os obstáculos ultrapassados e as vitórias conquistadas. Com experiência na área das limpezas desde tenra idade, Sara Gabriel sempre demonstrou uma dinâmica e uma postura proativa face aos desafios que foi encontrando no seu percurso, até que as várias etapas da vida levaram-na a trabalhar numa empresa de administração de condomínios, no sentido de garantir os serviços de limpeza. Depois de

e lançou-se neste desafio, porque acalentava uma grande vontade de crescer. Volvidos alguns anos, esta ‘mulher coragem’ lançou-se num novo desafio, decidindo comprar a outra parte da empresa e tornar-se a única proprietária da Regras & Visão. Sempre apoiada pelo seu marido, e com muita dedicação ao seu trabalho, começou a trilhar o rumo duma empresa que, hoje, constituí uma marca de sucesso. O apoio e a força do seu marido revelaram-se indispensáveis ao sucesso da empresa. Inclusivamente, Ricardo Gabriel deixou o seu emprego da altura, na área da eletromecânica, onde auferia cerca de 1.500 euros mensais para passar a receber apenas 500 euros. O primeiro passo foi a compra de uma viatura e lançar-se ao trabalho com toda a determinação, fator que acabaria por ditar o crescimento da empresa. “O meu marido era eletromecânico, mas também um excelente comercial que recomendava a minha empresa a diversas fábricas, até que conseguimos conquistar uma fábrica de telhas, um excelente cliente, que nos ajudou a crescer”, sustenta a empreendedora, adiantando que, a partir daí, começou a

sentido de uniformizar a imagem dos seus funcionário e espelhar o reflexo de uma empresa profissional. Já em 2009, a Regras & Visão adquiriu mais duas viaturas para o desenvolvimento da sua atividade, “uma aposta preconizada com muito esforço e sacrifício”, consubstancia Sara Gabriel, acrescentando que a empresa, neste momento, conta com 18 funcionários e com nove viaturas. Atualmente, Sara Gabriel foca-se essencialmente na área de administração, “mas quando é necessário coloco a farda e vou para o terreno trabalhar”, refere, evidenciando que um dos novos serviços preconizados pela Regras & Visão são os alojamentos turísticos da cidade do Porto, que foram conquistados graças à confiança que os seus clientes depositam na empresa e pela publicidade ‘boca a boca’. Sara Gabriel entende que as razões para o sucesso granjeado pela empresa são o gosto e a paixão pelo que faz, o respeito que sempre demonstrou pelas pessoas e, claro, o brio profissional. A par disso, “ofereço confiança, transparência e a qualidade dos serviços”, advoga a empresária, acreditando que estes são os pilares para um futuro cada vez mais promissor.

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O conceito Multi-conforto aposta num uso eficiente da energia na construção garantindo ao mesmo tempo o máximo conforto.

A referência em isolamento sustentável

Soluções em vidro

Argamassas industriais para a construção sustentável

Soluções acústicas e decorativas para tetos

Soluções inovadoras em gesso


inovação e empreendedorismo | saint-gobain

“Estas

necessidades não se vendem, criam-se”

A Saint-Gobain foi fundada em 1665 pelo ministro francês Colbert com a intenção de fabricar os espelhos para o Palácio de Versalhes. Atualmente, é um dos 100 maiores grupos industriais do mundo e somam já 350 anos de história. Iniciou a sua atividade focada no vidro, e com o passar do tempo ampliou a sua ação e criou novas áreas como fabricação de garrafas, isolamento e canalizações. Uma das últimas atividades que incorporou foi a distribuição de materiais de construção. Hoje, o grupo atua em várias áreas, nomeadamente: produtos de construção, distribuição de materiais e materiais inovadores (vidro). Sendo líderes globais de mercado, dedicam-se maioritariamente ao conforto do habitat e fornecem por isso, soluções inovadoras para os desafios futuros do crescimento, da eficiência energética e da proteção ambiental. O seu desenvolvimento industrial iniciou-se na Alemanha e na Bélgica e chega a Portugal em 1962. Neste momento, conta já com numerosos centros de produção distribuídos por todo o país, todos eles distinguidos por marcas, de forma a ir de encontro às necessidades de cada setor. A ISOVER, líder mundial em isolamento de lãs minerais, é uma empresa que propõe trabalhar em conjunto com todos os setores envolvidos no mundo da construção e da indústria, liderando este desafio. A PLACO é líder mundial na produção de produtos e sistemas em gesso, direcionados para o acondicionamento

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José Marques Diretor Comercial

saint-gobain | inovação e empreendedorismo

de edifícios novos ou em renovação, proporcionando soluções inovadoras e sustentáveis. A marca, pertencente à Saint-Gobain, tem mais de 300 anos de existência e está presente em mais de 50 países. O responsável pela colagem e betumação de cerâmica, e número um na Europa em revestimentos de fachada, é o grupo WEBER. Presente em Portugal desde 1990, investem continuamente no desenvolvimento de soluções inovadoras, garantindo qualidade na produção e comercialização de argamassas industriais. A GLASS é o maior fabricante de vidro da Europa, bem como número um mundial em vidro de capa. Estas empresas produzem e fornecem produtos de isolamento que podem ser aplicados isoladamente e/ ou combinados. Como exemplo disto, podemos referir o isolamento em coberturas com lã mineral, soluções combinadas com lã mineral e placas de gesso em paredes interiores e soluções combinadas com lã mineral e produtos cimentícios em paredes exteriores e soluções de envidraçados na proteção e redução do consumo energético da envolvente exterior. A Saint-Gobain é reconhecida como uma das 100 empresas mais inovadoras em todo o mundo, fazendo parte das 100 empresas na Europa com mais patentes. Para conseguir ter este nível de inovação, a marca líder global, tem sete centros cross-business de investigação I&D espalhados pelo mundo, e mais de 100 centros de desenvolvimento em vários países. A qualidade é um dos pilares fundamentais da SaintGobain, e todos os produtos são projetados e fabricados sob rigorosos parâmetros que asseguram uma ótima qualidade em todos os processos. Aliado à qualidade, está o conforto. A casa do futuro aos olhos da Saint-Gobain não está limitado ao tipo de construção como elemento físico, mas sim ao conceito de utilização do espaço, isto é o conforto. Para a empresa, o habitat deve oferecer a quem o utiliza,

o conforto global em qualquer altura do ano. Para isso definem cinco aspetos principais que afetam a perceção que as pessoas têm do conforto dentro das habitações: o conforto térmico, (determinado pela temperatura do ar interior, humidade e correntes de ar), o conforto acústico, (determinado por parâmetros tais como o ruído exterior, as vibrações, a nitidez do som e a inteligibilidade do discurso), o conforto visual, (determinado por fatores relacionados com a qualidade da luz, a luminosidade, a intensidade das cores e do brilho), a qualidade do ar interior, (determinado pela renovação do ar interior, níveis de poluição e odores) e o fator economicamente acessível, (determinado pelo nível de preço

da construção e manutenção do edifício). Pode dizer-se que, o habitat ideal da Saint-Gobain é um edifício que satisfaça as necessidades dos seus clientes, promovendo a poupança energética e a proteção do meio ambiente. Falámos com José Marques, diretor comercial de uma das representantes da Saint-Gobain em Portugal, a Weber. Com mais de sete anos de experiência, José explica que o tempo e as estratégias rápidas e inteligentes, justificam o sucesso da marca. “350 anos de história é muito tempo. Outro dos fatores que faz com que a marca seja tão conhecida é a capacidade que a Saint-Gobain tem de se colocar e

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inovação e empreendedorismo | saint-gobain posicionar nos segmentos que escolhe como alvos, ou seja de atuar comercialmente e industrialmente.” A Weber está presente em três centros de produção em Portugal, nomeadamente em Aveiro, Avelar e Carregado, com o objetivo de produzir e comercializar argamassas Industriais e argila expandida. Contudo, as vendas são feitas de forma indireta. “Nós produzimos as argamassas e vendemos aos distribuídores de materiais de construção. Não vendemos diretamente ao cliente final.” José Marques conta ainda o processo de expansão da Weber em Portugal e as estratégias usadas que fizeram da marca a número um na Europa em revestimentos de fachada. “A Weber funcionava através de aquisição de carteira de clientes ou de líderes de mercado dos países onde se podia investir. Quando a Weber chegou a Portugal, encontrou duas empresas que trabalhavam no setor da colagem/cerâmica e que eram líderes de mercado. Comprou então a carteira de clientes dessas empresas e instalou-se. Começou a comercializar

Se na década de 80 a construção atingiu o seu auge, nos últimos anos tem vindo a apresentar um violento decréscimo quer na produção como na venda de imóveis. A Weber, estando diretamente relacionada aos materiais de construção, foi o setor que mais sentiu o impacto da crise na construção. Porém, a solução passa por reduzir o volume dos produtos. “Esta quebra na construção veio trazer outra dinâmica. Tem que se vender menos quantidade, mas por outro lado os produtos não são os mesmos. As empresas podem continuar a evoluir no seu volume de faturação mas não em volume. O investimento, neste caso, não deve privilegiar investimentos que venham a traduzir-se em volumes de produção mas sim em qualidade dos produtos, novas tecnologias, ou seja em sistemas de reabilitação diferentes. Foi neste sentido que a construção se transformou e a crise veio a acelerar este processo.” Interrogado sobre a evolução do setor nos últimos anos, José Marques afirma que de uma forma geral o feedback é positivo. “Baixamos consideravelmente o volume

produtos produzidos em Portugal, e nesse período, enquanto investia na área industrial, importava produtos de França, de Espanha ou de outros países europeus e depois introduzia-os no mercado nacional. Essa evolução tem sido feita ao longo dos 25 anos que a Weber está no nosso país.” Quando questionado sobre o reaproveitamento de resíduos e sobre a utilização de materiais sustentáveis, o representante da marca Weber em Aveiro, afirma que seguem normas de forma a não prejudicar o meio ambiente. “Nós temos uma ficha, à qual chamamos ficha de produto, cujo objetivo é validar vários parâmetros relacionados com a criação de produto, sendo um dos parâmetros fundamentais a análise do impacto desse produto no meio ambiente, desde os componentes que nele se integram bem como durante o seu processo de fabrico e, por fim, o tempo de vida útil que é expectável ele durar. Todos esses indicadores são avaliados antes do produto sair para o mercado. Neste momento, fazemos isso de uma forma natural, da mesma forma que validamos se uma determinada matéria prima tem as características necessárias para ser introduzida na receita das soluções que apresentamos.”

de produção da construção em Portugal, mas o balanço é positivo uma vez que as empresas se adaptaram a esta mudança. Podemos dizer que estão mais preparadas para o futuro do que estavam há cinco anos atrás. Neste momento, as organizações e as pessoas que nelas trabalham, estão muito mais habilitadas a produzir valor em mercados de menor volume.” Hoje em dia, o grupo Saint-Gobain é líder mundial no habitat sustentável e nos mercados de construção, sendo a inovação o motor de poupança de energia e de soluções amigas do ambiente. Para José Marques, estes são os fatores necessários para a criação de qualidade de vida e conforto no lar. “Estas necessidades não se vendem, criam-se”. Aponta ainda o pequeno e médio construtor como o principal mercado alvo da marca. “Desde o início que esse foi o nosso alvo. O distribuidor aqui faz parte da cadeia de valor. O facto de Portugal ser um país consumidor de cerâmica também ajuda bastante”. Com vendas anuais superiores a 40 biliões de euros, a Saint-Gobain opera já em 64 países e tem cerca de 180 mil funcionários espalhados pelo mundo.

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planus atlântico | inovação e empreendedorismo

Marcar pela diferença A Revista Business Portugal entrevistou Paulo Lampreia, administrador da Planus Atlântico, de forma a conhecer esta empresa e saber quais são os segredos do seu sucesso, a propósito da distinção enquanto melhor empresa nacional na área de comércio por grosso.

Há quanto tempo é que a Planus Atlântico foi fundada e como é que tem sido o seu percurso até ao momento? A Planus Atlântico Comércio Internacional SA iniciou atividade a 16 de agosto de 2010, e tem registado um crescimento sustentado e equilibrado. Esta empresa assume-se como uma trading e facilitadora da internacionalização dos produtos portugueses. A atividade da empresa caracteriza-se pela aquisição de mercadorias no mercado interno para posterior exportação realizando a intermediação entre os produtores nacionais e os importadores externos. De forma bem-sucedida e assegurando uma lógica evolutiva de investimentos ao nível dos seus recursos, capacidades e competências, a empresa promove o necessário e adequado envolvimento dos seus colaboradores e consultores. Estes são capazes de se orientarem para uma gestão por objetivos, promovendo a elevada satisfação dos seus clientes nos mercadosalvo, detendo uma excelente resposta ao nível da qualidade das soluções oferecidas e na sustentabilidade das suas vantagens competitivas. Quantos colaboradores têm? A Planus Atlântico iniciou a sua atividade com quatro colaboradores, tendo atualmente ao seu serviço oito colaboradores, com vasta experiência no setor. Conta ainda com a colaboração de um elevado leque de consultores externos que apoiam a sua atividade. 3) O que podem oferecer aos vossos clientes? A empresa desenvolve com os clientes, entendidos como parceiros, uma relação de confiança de franca cumplicidade e entreajuda crítica, promovendo soluções à medida, em permanente e aberta discussão. Em função da especificidade de cada cliente e de cada projeto são envolvidos consultores especializados nas diferentes áreas de intervenção que, com a participação do cliente na identificação das suas necessidades, desenvolvem soluções integrais com produtos e serviços à medida. Para que mercados a Planus Atlântico trabalha diretamente? A empresa opera com os mercados angolano, brasileiro e sul-africano. O crescimento do

consumo privado nos mercados emergentes deve-se à expansão da classe média, levando a uma crescente procura de novos produtos e serviços, motivando-nos para um maior esforço de competitividade. A procura da inovação é uma constante realidade na vossa empresa? A inovação e a excelência na procura de produtos e serviços conduzem à adoção de tecnologias e soluções emergentes, adaptadas às necessidades dos nossos clientes, sendo estes um desafio permanente para a empresa. De acordo com a revista Exame, foram distinguidos como sendo “a melhor empresa nacional na área de comércio por grosso”. Qual o segredo do vosso sucesso? Os resultados aparecem fruto do trabalho e profissionalismo da equipa da Planus Atlântico, da colaboração e parcerias estabelecidas com os fornecedores, do rigoroso cumprimento dos prazos de pagamento acordados e do reconhecimento, pelos clientes, da qualidade dos produtos e serviços que comercializamos. Que valores pautam o trabalho da Planus Atlântico? A nossa filosofia assenta em sólidos princípios de seriedade, responsabilidade social e trabalho de equipa, permitindo o desenvolvimento de projetos assentes na transparência para com os nossos clientes e parceiros. Por onde passa o futuro da vossa empresa? As metas da empresa não se cingem às preocupações específicas quanto à qualidade dos serviços e soluções oferecidas, almejando a excelência, através de uma equipa dinâmica, permanente e inovadora, da interiorização do funcionamento e mutações dos mercados, identificando e aproveitando novas oportunidades. A nossa empresa, pretende desenvolver contactos e parcerias com fornecedores, de modo a alargar e dinamizar a sua atividade. A atuação futura da empresa engloba negócios, em várias áreas, nos mercados da América do Sul, Moçambique e São Tomé. Ambicionamos também desenvolver novas parcerias com outros PALOP.

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inovação e empreendedorismo | ramiro gonçalves

Inovação,

qualidade e visão estratégica

José Marques Diretor Comercial

A Ramiro Gonçalves é uma empresa fundada há mais de 30 anos, com uma vasta experiência e créditos firmados na sua área de atividade que é o comércio de combustíveis e lubrificantes. A empresa foi distinguida como a melhor empresa nacional na área de distribuição de combustíveis. Com dois postos de abastecimento de combustível sob a imagem da reconhecida marca BP, esta empresa tem granjeado um sucesso assinalável, bem como a preferência dos seus clientes.

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Instalado há mais de 30 anos na Estrada Nacional 120, em Grândola, o posto de abastecimento BP, propriedade de Ramiro Gonçalves, “sempre apostou na inovação” e está preparado para “se adaptar a qualquer novidade”, refere o proprietário. Em entrevista à Revista Business Portugal, Ramiro Gonçalves deu a conhecer a génese deste projeto empresarial que foi distinguido pela Revista Exame, como uma das 1000 melhores empresas portuguesas, tendo sido agraciada na categoria de distribuição de combustíveis. O empresário começa por lembrar que este foi o quinto posto de abastecimento a abrir com o sistema self-service em Portugal, e o primeiro fora da área geográfica da Grande Lisboa, o que demonstra que Ramiro Gonçalves sempre tentou estar na vanguarda e imprimir uma cultura de inovação nos negócios. Numa altura em que os postos de abastecimento apenas comercializavam combustíveis, o empresário decidiu seguir outra estratégia, por isso para além do serviço 24 horas nos 365 dias do ano, resolveu ainda aliar ao posto de abastecimento um snack-bar e instalações sanitárias para homens, senhoras e pessoas com deficiência, o que à altura, se assumiu como uma aposta inovadora e estratégica. Volvidas mais de três décadas, Ramiro Gonçalves entende que o sucesso alcançado se deve essencialmente à sustentabilidade familiar, ao apoio que sempre teve da sua esposa e dos seus filhos, mas também porque “gosto do que faço e sou feliz”, diz sem esquecer a “fabulosa equipa de 23 funcionários”, e o apoio dos sócios, António Manuel Pereira e Luís Manuel Pereira. O empresário salienta ainda que durante o percurso da Ramiro Gonçalves, sempre teve a sorte e o privilégio de trabalhar com companhias muito profissionais, primeiro com a Mobile e agora a BP, empresas que fizeram uma joint-venture há cerca de 15 anos. Para os leitores menos entendidos, Ramiro Gonçalves evidencia que os combustíveis ao saírem da refinaria são todos iguais, a diferença reside nos aditivos que lhe são introduzidos, por isso sente um enorme privilégio pela ótima relação que mantém com a BP. “É uma empresa que prima por disponibilizar produtos de alta qualidade e que é gerida por pessoas com grande experiência e profissionalismo como Pedro Oliveira (presidente) e João Caetano (diretor comercial)”, refere o entrevistado, salientando ainda que este é um posto de abastecimento estratégico para a BP, dado o seu volume de negócios, mas também pela dinâmica que Ramiro Gonçalves imprimiu.



inovação e empreendedorismo | ramiro gonçalves

Um serviço que fideliza Os dois postos de abastecimento de Ramiro Gonçalves localizados na EN120 oferecem aos seus clientes um serviço complementar de grande qualidade que tem permitido a sua fidelização. No total, são doze ilhas de abastecimento que disponibilizam todo o tipo de combustíveis e o autogás, mas a empresa também comercializa gás doméstico e industrial em botija. Contudo, Ramiro Gonçalves entende que o grande impulsionador do movimento registado no posto de abastecimento é o snack-bar, por causa do serviço 24 horas, pela simpatia com que são recebidos, mas também pela variedade de produtos regionais que tem ao dispor do cliente. Ciente de que, hoje em dia, vender combustíveis é muito diferente de outros tempos, e porque as grandes superfícies comerciais também incluem o serviço de abastecimento de combustíveis, criando uma concorrência ‘desleal’ para com as pequenas empresas privadas, o empresário criou um cartão fidelidade de pontos e, neste momento, “estamos com um desconto diário de 10 cêntimos por litro para ir ao encontro do preço que o Jumbo vende em Setúbal”, advoga. Esta medida foi adotada para contornar os incómodos de uma estrada que necessita de uma requalificação urgente. “A EN 120 é uma estrada nacional que liga as cidades de Alcácer do Sal e de Grândola, usando o litoral Alentejano, como plataforma de Lisboa-Algarve e está num estado completamente lastimável, por isso espero que o novo Governo olhe para esta região, para a importância desta via de comunicação e para o estado de insegurança que os utilizadores desta estrada vivem”, apela o empresário. Neste posto de abastecimento, o cliente tem ainda a oportunidade de apostar nos Jogos Santa Casa e o acesso a uma caixa multibanco, onde poderá efetuar as suas operações financeiras.

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Projetos para o futuro Ramiro Gonçalves pretende abrir um novo posto de abastecimento em Grândola, para o qual já adquiriu o terreno e cujo projeto já está aprovado. Esperando que o novo posto entre em funcionamento no início de 2017, o empresário adianta que o modelo existente será replicado no novo espaço e que os funcionários terão uma formação prévia, onde lhes serão incutidos os valores que têm permitido que a Ramiro Gonçalves seja uma referência. Com esta dinâmica, cultura de inovação e proatividade, esta empresa que, em 2015, faturou cerca de 12 milhões de euros, tem os pressupostos certos para continuar a ter um futuro risonho.


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inovação e empreendedorismo | aralab João Araújo Presidente

Referência mundial de soluções climáticas Um dos principais fabricantes de câmaras climáticas e ambientes controlados no mundo, é desta forma que a Aralab é reconhecida, sendo parceira de entidades líderes mundiais nos ramos da biotecnologia, farmacêutica e indústria. A completar 31 anos, procura através da inovação e da qualidade consolidar a posição de referência global, enquanto fabricante de soluções para simulação de clima.

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Quando surgiu, em 1985, a Aralab tinha como objetivo prestar assistência técnica a equipamentos de laboratório, numa fase em que a investigação em Portugal era escassa. Os fundadores da empresa rapidamente perceberam que existia uma oportunidade de mercado para se posicionarem como fabricantes de câmaras para simulação climática, com controlo de temperatura e humidade, um nicho de mercado que não tinha fabricante em Portugal. Deste modo, um ano mais tarde é vendida a primeira câmara climática fabricada pela Aralab, sendo que o foco é colocado em três segmentos de mercado: biotecnologia, farmacêutica e indústria, com a fabricação de câmaras climáticas para investigação e crescimento de plantas, equipamentos climáticos para ensaios de estabilidade de medicamentos e princípios ativos e desenvolvimento de câmaras climáticas para ensaios de materiais e controlo de qualidade. Depois de 12 anos a trabalhar no mercado nacional, em 1998, inicia-se o processo de expansão para Espanha, com a primeira venda para a Universidade de Compostela. Entre 1998 e 2008, a Aralab atinge um enorme sucesso na Península Ibérica fornecendo equipamentos para universidades, centros de investigação e empresas multinacionais com presença nos países ibéricos. A notoriedade alcançada em alguns projetos, permitiu à Aralab iniciar o seu processo de expansão para países como a Roménia, Brasil ou Tunísia. O processo de internacionalização continuou a bom ritmo, assim, entre 2008 e 2011 intensificaram-se as operações na Europa, em países como França, Itália, Bélgica. Mais tarde, “2012 foi um ano de mudança. Numa Europa marcada pela crise financeira de 2008 que atingiu aos poucos os principais mercados da Aralab, a empresa renova-se com o relançamento da marca demonstrando um novo posicionamento com um claro pendor de inovação e uma linha de produtos mais moderna. A aposta é continuar a levar a


aralab| inovação e empreendedorismo empresa mais longe e atrair novos clientes, mantendo sempre os mesmos níveis de qualidade e serviço que tão bons resultados tinha permitido”. A reorganização permitiu a conquista de novos mercados, com mais clientes e mais distribuidores. Desta feita, 30 anos depois, “a Aralab é claramente reconhecida pelos seus pares como um dos principais fabricantes de câmaras climáticas e ambientes controlados no mundo. O design dos seus produtos aliado às funcionalidades e performances que disponibilizam conferem-lhe esse estatuto”, revela João Araújo, fundador e administrador da Aralab. Posição reforçada por Marco Soares, diretor de marketing, ao afirmar que “o nosso objectivo é fazermos as melhores câmaras climáticas do mundo em termos de características, usabilidade e performance”. Atualmente, o crescimento da atividade da Aralab nos mercados internacionais é notório, sendo que a empresa possui uma rede de distribuidores em mais de 30 países, nos cinco continentes, exportando “mais de 80 por cento dos equipamentos que fabrica, tendo no negócio internacional particular peso o segmento dos equipamentos para investigação em plantas”, área em que a Aralab é reconhecida como um dos principais fabricantes mundiais. A presença em mercados externos também é fruto de uma estratégia de divulgação, que passa pela presença em certames internacionais. Este ano, a Aralab vai estar presente na Arab Lab, Dubai, que se realiza de 20 a 23 de março, feira de equipamento científico, nos Emirados Arábes, dedicada ao mercado asiático. Entre 10 e 13 de maio, a empresa marca presença no certame de tecnologia de laboratório, analítica e biotecnologia, referência no mercado europeu, a Analytica, em Munique. Em outubro, a Aralab ruma a Barcelona para participar na CPhI Worldwide, feira específica para a indústria farmacêutica. Soluções diferenciadoras O sucesso da Aralab, que é hoje reconhecida pelos seus clientes e concorrentes como um líder em inovação e qualidade, devese também à capacidade em integrar “rapidamente novos componentes tecnológicos nas suas câmaras, fornecendo assim ao cliente soluções recentes e de maior qualidade, de forma mais célere que a concorrência”, ressalva o interlocutor. Assim, importa destacar alguns exemplos, a Aralab foi “dos primeiros fabricantes a

introduzir um touch-screen a cores no controlo do equipamento. Foi também pioneira na integração de ventiladores

projetos em curso são: “o Biotronen na Suécia, um conjunto de 12 câmaras de alta performance capazes de simular qualquer

em ambiente controlado, através do qual será possível obter certos hortícolas em regime de indoor farming. Considerando

de comutação electrónica que permitem poupanças significativas de energia e foi ainda o primeiro fabricante a integrar soluções de iluminação LED dos principais fabricantes mundiais tornando-as disponíveis para os clientes de investigação”, revela o fundador João Araújo. Para além das características diferenciadoras dos produtos, a Aralab pauta-se também pela procura de novas tendências de mercado que possam beneficiar do extenso know-how da empresa. Neste contexto, importa destacar, nos últimos dois anos, a entrada da Aralab na participação de duas empresas que prestam serviços inovadores em Portugal, a BluStabil, empresa de estudos e ensaios de estabilidade para a indústria farmacêutica, e mais recentemente a GrowtoGreen, unidade vocacionada para implementar soluções de produção de vegetais e hortícolas em cenário de agricultura de ambiente controlado. Ainda em Portugal, a empresa é fornecedora dos principais centros de investigação nacional, como o Instituto Gulbenkian da Ciência e da generalidade das universidades portuguesas onde se realiza investigação. No ramo empresarial, a Aralab é fornecedora da Visteon Portuguesa, Hovione, Bial, Bosch, Vishay entre muitas outras. Internacionalmente alguns dos

clima para crescimento de plantas e com uma tecnologia de iluminação LED capaz de isolar e simular zonas do espectro luminoso. Temos também o projecto no King Abdulaziz City for Science and Technology (KACST), na Aralab Saudita que visa a instalação de câmaras climáticas de grande dimensão para estudar a eficiência energética de equipamentos de HVAC, entre outros projetos muito interessantes”, explica o administrador da empresa.

as estimativas atuais, no que respeita à produção de vegetais e o forte crescimento da população mundial, esta tecnologia poderá ser uma solução para países com maiores dificuldades de produção de alimentos”, revela o interlocutor. Finalizando, “a Aralab quer manter-se na vanguarda do desenvolvimento e inovação, posicionandose como um player global, sem perder a identidade portuguesa e onde os seus colaboradores se sintam realizados”, conclui Luís Branco, diretor geral da empresa.

Projetando o futuro Nos próximos anos, a empresa pretende reforçar a ligação que já possui com o mundo académico, “a Aralab sempre teve uma forte relação com as universidades e centros de Investigação no desenvolvimento de novos equipamentos. Exemplo atual disso é o projeto em curso com “o ITeCons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção, em Coimbra, ou também um outro, com o Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM) da Universidade de Évora”, revela João Araújo, fundador e administrador da empresa. Neste momento, “a Aralab encontra-se a desenvolver um projeto inovador que visa o desenvolvimento de equipamentos para produção de vegetais

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inovação e empreendedorismo | m&M condomínios

Serviço

personalizado de proximidade

A experiência de 15 anos na gestão e administração de condomínios levou ao surgimento da M&M Condomínios. A empresa aposta na diferenciação através da manutenção preventiva dos edifícios e na transparência do serviço prestado aos clientes.

Cristina Martins é a responsável pela M&M Condomínios, empresa criada em 2011, “estou nesta atividade há 15 anos, passei por duas empresas de gestão e administração de condomínios. No final de 2010, percebi que estava na altura de criar a minha própria empresa e isso aconteceu em 2011, nascemos em plena crise, com o objetivo de criar uma diferença em relação a outras empresas, nomeadamente, no que diz respeito, à manutenção preventiva dos edifícios”, esclarece a interlocutora. A aposta nesta vertente implica uma rede de parcerias especializada, “para isso trabalhamos com dois engenheiros civis que fazem o diagnóstico das anomalias, apresentam os relatórios, que depois são apresentados à comissão de condóminos ou administradores residentes e analisados nas assembleias. No fundo, fazemos um diagnóstico à saúde do edifício”, explica Cristina Martins, administradora da M&M Condomínios, acrescentando que “as pessoas estão mais sensibilizadas para esta vertente, pensam mais na preservação das partes comuns dos edifícios”. Para além destas valências, os serviços da empresa contemplam também a vertente administrativa, assistência aos condomínios, com vistorias semanais ou mensais, limpeza, portaria e jardinagem, nos casos em que seja necessário. Tudo isto é assegurado, através de uma rede de parcerias “que são uma mais-valia. Em algumas assembleias o engenheiro costuma estar presente para prestar alguns esclarecimentos mais técnicos e específicos. Trabalhamos também com dois escritórios de advogados, sobretudo, por causa da questão das dívidas, existe ainda uma parceria com uma entidade que trata da mediação de seguros e, por fim, temos ainda a parte da manutenção total dos edifícios”, esclarece a nossa entrevistada. A eficácia do trabalho prestado está fortemente relacionada com o tipo de relação estabelecido entre a M&M Condomínios e os clientes, “privilegiamos muito a comunicação personalizada, a proximidade é muito importante”, destaca Cristina Martins, administradora. No que diz respeito ao exercício da atividade, a falta de regulamentação e o facto de se lidar com diversas sensibilidades representam os grandes desafios, “é uma atividade complicada, muitas vezes pedem-nos para tratar de assuntos privados, que não são da responsabilidade do condomínio, não estão relacionados com as partes comuns. Temos de manter o sigilo, através de um trabalho de mediação entre vizinhos”, revela a interlocutora. Neste momento a M&M Condomínios é reponsável pela gestão de 30 condomínios, na zona da Grande Lisboa, tendo dois na zona de Sacavém. No que diz respeito aos projetos de futuro, Cristina Martins revela que “o plano para o próximo ano está feito. Queremos manter os atuais condomínios, todos os contratos são renovados anualmente, no início do ano. Queremos ganhar mais dez, alguns deles já estão identificados. Nesta altura do ano, chegamos a receber 50 propostas numa semana e há que analisar todas as situações”, conclui a nossa interlocutora, mostrando que o futuro passa por um crescimento sustentado.

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inovação e empreendedorismo | veolia Gostaria que fizesse uma breve apresentação sobre a VEOLIA aos nossos leitores. Em todo o mundo, a Veolia é um parceiro das cidades e indústrias para gerir, otimizar e rentabilizar os seus recursos. O grupo oferece uma variedade de soluções relacionadas com a água, energia e resíduos para promover a transição para uma economia circular. O foco é a gestão eficiente, o reposicionamento dos resíduos como matéria secundária para valorização, o controlo de perdas e melhor gestão do ciclo da água com a valorização de águas residuais, e necessariamente a eficiência energética, a abordagem é a da parceria mas com garantia de resultados. Que serviços prestam aos vossos clientes? No que se refere às cidades concentramonos nas perdas de água, na prevenção de

A renovar

o mundo há mais de 160 anos

A Veolia está presente em Portugal desde 1992, estando sempre na retaguarda dos desenvolvimentos sustentáveis a nível regional e urbano. A empresa preocupa-se com as questões ambientais, promovendo soluções sustentáveis em todos os 48 países que está presente. Conversamos com José de Melo Bandeira, administrador da Veolia Portugal.

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inundações e na despoluição dos solos, na valorização e reciclagem de resíduos, na eficiência energética, na produção descentralizada e de proximidade de energias, e no aproveitamento de calor gerado em estações de tratamento de águas residuais ou em datacenters por exemplo. Qual o vosso compromisso em relação aos vossos clientes? O nosso compromisso é enorme, no modelo de parceria com os nossos clientes procuramos identificar as possibilidades de melhoria, desenvolvendo conjuntamente as soluções mais adequadas, implementamos e garantimos ganhos de interesse económico e ambiental, suportados pela inovação, tecnologia, modelos contratuais e financeiros. A inovação está muito presente na vossa empresa? A Veolia, a nível mundial, tem uma rede de


veolia | inovação e empreendedorismo conhecimento composta por sete centros de pesquisa agregando cerca de 850 investigadores, seis centros de pesquisa, mais de 270 projetos em curso, 220 parcerias das quais 130 com instituições académicas e é detentora de mais de 2.000 patentes, sobretudo nos campos das tecnologias limpas e escassez de recursos. Acreditamos que o nosso R&D é um fator primordial na melhoria e diferenciação dos serviços que disponibilizamos aos nossos parceiros e que a procura crescente de recursos depende da inovação e criação de novos serviços ambientais. De que forma é que se diferenciam em relação à vossa concorrência? A nossa diferenciação baseia-se na nossa oferta completar de serviços nas áreas de resíduos, água e energia, e na experiencia adquirida em mais de 160 anos de atividade. Desenvolvemos modelos contratuais

inovadores para reduzir os consumos de água, energia e materiais e recursos contribuindo assim para o desenvolvimento, vitalidade e competitividade dos nossos clientes. Quantos colaboradores têm atualmente? A nível mundial a Veolia tem mais de 180,000 colaboradores nos cinco continentes, em Portugal atualmente temos 300 colaboradores, temos justificadas expectativas de continuar a investir e a crescer em Portugal. Como tem sido a evolução e crescimento da VEOLIA no mercado nacional? Estamos em Portugal há mais de 20 anos, temos evoluído como grupo de uma forma sustentada, o novo posicionamento estratégico do grupo dá-nos uma maior responsabilidade e um novo desafio para disponibilizarmos uma nova oferta de

serviços em Portugal nomeadamente no setor das águas, água de processos industriais, tratamento e valorização de águas residuais e de efluentes indústrias, continuamos empenhados no desenvolvimento das nossas atividades energéticas e de valorização de resíduos disponibilizando soluções ambientalmente sustentáveis e economicamente competitivas. A propósito da comemoração do Dia Mundial da Água a 22 de março, quais são as soluções que a VEOLIA oferece para reduzir os consumos na fonte e a reutilização de água numa perspetiva de sustentabilidade ambiental. Os nossos números falam por si, a Veolia gere mais de 4.400 fábricas de produção de água e trata as águas residuais de cerca de 59 milhões de pessoas. A nossa aposta passa pelo reaproveitamento de águas

residuais ou de processos industriais, hoje participamos em projetos industriais em que reaproveitamos 95 por cento da água do processo, e em outros onde se reutiliza águas residuais. Como prevê o futuro do setor e da VEOLIA? O setor do ambiente, água, resíduos e energia não pode ser mais desafiante, temos de conseguir atuando do lado da oferta e da procura introduzindo racionalidade e eficiência, pela inovação e tecnologia, mas também pela alteração de comportamentos. O modelo está claro e é o da economia circular, reaproveitar e valorizar. Estamos a falar da indústria do futuro, de produzir de forma diferente, de forma mais eficiente e ecológica, ninguém pode ficar indiferente a este desafio. Temos a sorte de ter soluções e competências para responder a esta mudança e ajudar a atingir os objetivos de melhorar o planeta.

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inovação e empreendedorismo| Living atmosphere

Design e

inovação ao mais alto nível A Living Atmosphere é uma empresa de conceção, produção e montagem de projetos chave na mão, criada pela designer de interiores Sónia Silva. Falámos com a responsável, que nos contou tudo sobre esta arte de transformar a arquitetura em espaços com vivências.

Há quanto tempo marcam presença no mercado e como surgiu a ideia da criação da empresa? A Living Atmosphere encetou atividade em novembro de 2010, e surge após maturação profissional, pessoal e académica. Maturação esta adquirida desde muito cedo, pois cresci ligada ao ofício de confeção e manufaturação de produtos de decoração para o lar, para escritórios e hotéis na Oficina dos meus pais. Fruto do gosto, interesse e apetência natas e inatas, aproveitei a oportunidade de me formar numa das melhores escolas de design do país - a ESAD da FRESS. Logo após a conclusão da minha formação, fui desafiada para diretora criativa e produção num projeto que tinha como direcionamento e diferenciação a apresentação de uma solução integrada de chave na mão aos clientes, sendo que incluía desde as obras de remodelação do espaço, até à colocação do pionés para o quadro. Esta experiência foi muito enriquecedora, no entanto e uma vez que a minha visão do negócio era diferente, resolvi criar a minha própria empresa. Como é que a vossa empresa se posiciona no mercado e que diferenciação procuram fazer diariamente? Atualmente a Living Atmosphere tem clientes fixos, nomeadamente da área da hotelaria, e uma equipa de profissionais de excelência que nos acompanha ao longo do planeamento do projeto e posteriormente em obra. Isso faz com que o cliente tenha mais confiança no resultado final, visto ter mais garantias de que o processo decorrerá sem grandes percalços. Como também temos oficinas próprias, conseguimos ter preços mais competitivos, onde a relação qualidade preço nunca é descurada. Desta forma conseguimos garantir um acompanhamento em todas as fases do projeto. Desde o planeamento, à obra, passando pela decoração e execução de mobiliário acabando no cortinado e almofadas, roupa de cama, etc! Todo o processo é acompanhado de perto pelo mesmo profissional. Qual a sua visão particular em relação ao seu tipo de negócio? A minha visão assenta na conceção do modelo de negocio obviamente sustentado e orientado para uma solução integrada para o cliente onde incorporamos e conciliamos o tradicional com o mais inovador no que respeita a produtos de design e decoração. Que serviços prestam aos vossos clientes? Desde apenas uma divisão, à habitação completa, comércio, restauração a Living Atmosphere define, acompanha e executa o projeto até à sua conclusão. São os denominados “projetos chave na mão”. Temos também a modalidade de projetos de menor dimensão, ou menos complexos em que, e após o cliente fornecer a informação necessária para a execução do mesmo, delineamos um passo a passo e fornecemos uma listagem de materiais necessários para ter o ambiente pretendido. Por norma estes trabalhos são solicitados online, têm um custo mais reduzido, e são acessíveis a qualquer pessoa em qualquer ponto do país. Pontualmente também colaboramos com produtoras de televisão para quem executamos complementos cénicos. Por fim, e como há referimos, temos oficinas próprias onde executamos mobiliário, estofo e cortinados por medida e ao gosto do cliente. Qual a vossa área geográfica de atuação? Neste momento, maioria dos projetos que detemos situam-se na área da grande Lisboa, isto claro no caso de obras de maior dimensão, em que é necessário fazer um acompanhamento mais profundo. Obras de dimensão mais reduzidas temos por todo o Portugal continental. Relativamente à área mais decorativa temos clientes espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Sónia Silva Administradora

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Considera que o design e a decoração deram um salto gigante em Portugal? Definitivamente que sim. A internet com as várias redes sociais e plataformas virtuais focadas em determinado tipo de áreas, e vários programas de tv, ajudaram a divulgar o que se passa noutros países, em que o design e decoração sempre tiveram um papel mais relevante na vivência e dia a dia das pessoas. Também grandes superfícies e lojas da especialidade trouxeram uma panóplia de artigos acessíveis à maioria dos portugueses, cuja qualidade preço é bastante atrativa. Hoje em dia é possível ter-se um ambiente que tem mais a ver com a pessoa que o vive sem ter de gastar muito dinheiro, e com a ajuda de profissionais, esse objetivo pode ser elevado a outros níveis, sem ter de necessariamente ultrapassar orçamentos. A forma como a informação hoje em dia chega às pessoas fez também com houvesse uma alteração no tipo de abordagem dos nossos clientes. Há uns anos atrás muitos dos nossos clientes ou apareciam sem ter ideia nenhuma do que queriam, ou traziam recortes de revistas, também elas importantes para a divulgação do que se passava lá fora, no entanto não tão acessíveis


à maioria das massas, com uma ou outra ideia do que gostavam. Hoje em dia é diferente, muitos já sabem o que pretendem, preocupam-se mais com o espaço casa, trabalho e lazer, e como a sua organização pode ser mais benéfica para o seu bem estar e produtividade. É fácil ser mulher e estar à frente de um negócio desta envergadura? Esse é um percurso que ainda se apresenta um tanto ou quanto sinuoso… Num ambiente de obra por exemplo, ainda há clientes que não aceitam com a mesma naturalidade a ideia de ser uma mulher a gerir todo o processo, como se fosse um homem a desempenhar essa função. O mesmo não acontece na parte decorativa. Talvez porque nos achem dotadas de uma sensibilidade diferente, ou mais organizadas. Mas tendo uma equipa de excelência a apoiar todas as fases dos projetos, esse tipo de situações, tendem a ser cada vez mais pontuais, pois no final o cliente reconhece que não é o género que define a competência para desempenhar determinada tarefa. Que novidades é que poderemos aguardar da Living Atmosphere num futuro próximo? A Living Atmosphere está em constante crescimento. Desta forma estamos a mudar para um espaço de maior dimensão, onde poderemos concentrar várias valências – atelier, oficina e loja de decoração. Contamos ainda ter uma linha própria de várias peças de mobiliário e artigos decorativos, para além dos que já comercializamos. E estamos também a trabalhar numa loja virtual, em que seja mais fácil ver e saber os detalhes sobre todos os produtos que comercializamos. Recebemos muitas mensagens por dia, via facebook e e-mails a pedir informações, e tem sido muito complicado dar resposta a todas num curto espaço de tempo. Desta forma pensamos que iremos otimizar o processo de vendas e deixar o cliente final mais satisfeito com o serviço prestado.

A Living Atmosphere concilia o tradicional com o mais inovador em design e decoração


inovação e empreendorismo | hc construções

O que nos

distingue é a qualidade

Hugo Conceição Administrador

A HC Construções surgiu com o objetivo de disponibilizar serviços integrados na área da construção, através de uma equipa multidisciplinar, que atua próxima do cliente, prestando um serviço de qualidade. Numa entrevista ao responsável da empresa, Hugo Conceição, damos-lhe a conhecer as valências da HC Construções.

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empresa com sede na cidade de Coimbra entrou para o mercado da construção com o intuito de atuar em várias áreas ligadas ao setor. A HC Construções opera nas áreas da reabilitação, remodelação, manutenção de edifícios, projetos de engenharia civil, gestão e fiscalização de obra, higiene e segurança no trabalho, certificação energética, topografia, arquitetura, design de interiores e avaliação imobiliária. Recordando os primeiros dias da empresa, o interlocutor revela que “a primeira obra foi um parque de estacionamento, agora já temos obras de maior rigor, com um certo requinte. Os clientes confiam no nosso trabalho, sabem que garantimos um serviço de qualidade”, remata Hugo Conceição. O trabalho da HC Construções é destinado ao setor privado e público, a empresas e clientes particulares. Sob o slogan ‘Qualidade por m2’, a empresa oferece soluções integradas assentes na escolha de mão de obra,

ferramentas e materiais de excelência. O gerente destaca que “trabalhamos com ferramentas topo de gama, material bom e profissionais competentes, isto é garantia de qualidade. Fazemos trabalhos com cinco anos de garantia”, garante Hugo Conceição. Ambição, integridade, coesão e espírito de grupo são os valores que regem o trabalho da HC Construções, tendo sempre em conta que a “construção de uma identidade e cultura fortes é determinante para a concretização dos desafios”, esclarece Hugo Conceição. Com trabalhos sobretudo na região de Coimbra, onde são os únicos aplicadores de microcimento, a empresa tem capacidade para atuar em outras zonas e, exemplo disso, são as obras recentes que estão a realizar no setor do comércio em Lisboa. O nosso entrevistado faz questão de frisar que o core business da empresa é “a obra privada e pública de média e alta qualidade. Atualmente, estamos a trabalhar na orçamentação de trabalhos para o setor público da saúde, casas de saúde, lares de idosos e escolas, mas o que tem mais peso são os trabalhos destinados a particulares”. Garantindo um serviço de excelência, Hugo Conceição explica que para se ser competitivo é necessário “optar por uma estrutura leve, de maneira a que se possa oferecer qualidade a preços acessíveis”. Questionado sobre as expectativas para este ano, o interlocutor revela que tem um grande volume de trabalho, já que a avaliar pelas solicitações “o ano de 2016 está praticamente preenchido com trabalhos em escolas, no comércio e na reabilitação de edifícios”. Desafios da empresa e do setor O setor da construção foi o que mais sofreu com as dificuldades sentidas mundialmente nos últimos anos.“Assisti à crise de 2010 a 2012, passavam semanas em que os concursos públicos eram praticamente nulos. Agora o mercado está diferente, tanto no público como no privado e, neste contexto, nós diferenciamo-nos pela qualidade, gostamos de trabalhar com clientes


hc construções | inovação e empreendedorismo exigentes que nos apresentam desafios”, remata o responsável da HC Construções. Questionado sobre as dificuldades do setor, Hugo Conceição afirma que “os nossos grandes adversários são aqueles que operam fora do sistema, que não têm de obedecer às mesmas regras da HC Construções”. A somar a este facto existe ainda “o problema de encontrar profissionais qualificados em que se possa confiar. Existem pessoas com grande vontade, só que é preciso mais do que querer, é preciso saber fazer”, considera o interlocutor, já que “toda a construção tem a sua complexidade, por mais que pareça fácil”, remata o interlocutor. Quanto ao rumo da HC Construções, a inovação é a par da qualidade, palavra de ordem. Assim, “a curto prazo pretendemos fazer análise a patologias de edifícios com drones e também durante o projeto dando a possibilidade ao cliente de circular no edifício, através do recurso à realidade virtual”, evidencia o entrevistado. Provavelmente, a curto, médio prazo “iremos mudar de instalações para um business center, onde as condições são melhores porque, eventualmente, se a equipa

de crescimento e desenvolvimento da HC Construções, o gerente espera “continuar a trabalhar no privado de gama média, alta e reforçar as obras no setor público. Investimos muito em material, durante este ano. Queremos crescer, mas de forma ponderada

equipa com mão de obra qualificada, com valências e capacidades iguais às que já temos”, finaliza o nosso interlocutor. Na HC Construções a aposta passará sempre por garantir ao cliente um serviço de proximidade onde a excelência e a qualidade, garantem

aumentar, necessitamos de mais espaço”, refere Hugo Conceição. Quanto à estratégia

e sustentada”, considerando que a maior “dificuldade vai ser criar uma segunda

resultados diferenciadores.

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inovação e empreendedorismo | quinta do monte salicos

Vinho de qualidade em terras algarvias

João Pedro Cabrita Produtor

A Quinta do Monte de Salicos é gerida pela família Cabrita há gerações. Situada perto da Praia do Carvoeiro em Lagoa, conta com cerca de 14 hectares de área total.

A

o falarmos com João Pedro Cabrita, facilmente percebermos que apesar de estar ligado à medicina, a paixão pela cultura dos vinhos não passa despercebida, descrevendo a quinta como sendo um “espaço muito bonito, dificilmente igualável para outras quintas, é a mais próxima do mar. No ponto mais alto vê-se o mar. Somos um dos poucos produtores do Algarve com a vinha a sul da N125”. Gerida por uma estrutura familiar, a área da viticultura suscitou o interesse por parte da família Cabrita, que com o passar dos anos, desenvolveram o seu próprio vinho

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– MDS - a partir das melhores castas, a Aragonês, Syrah, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional, posteriormente foi acrescentado uma vinha com Piriquita, o chamado Castelão Francês e com uma casta típica algarvia a Negra Mole que, de acordo com João Pedro Cabrita, “esteve em desuso mas que agora está a renascer. Há alguns anos atrás plantámos umas vinhas de uvas brancas com Moscatel e outras castas”. Num clima caracteristicamente mediterrânico e com terras argilo-calcários formam assim um excelente ‘terroir’ para as castas tradicionais, bem como para as castas internacionais, desenvolvendo assim vinhos prazerosos com um sabor único.

As potencialidades da Quinta Monte de Salicos estão em pleno crescimento, graças ao investimento feito pelos atuais proprietários. Fazendo parte da rota dos vinhos do Algarve, será assim possível um maior crescimento e desenvolvimento da quinta. Conjuntura do produtor de vinho do Algarve De acordo com João Pedro Cabrita, “o Algarve tem potencialidades para a produção de vinho e durante muito tempo produziu vinhos de qualidade”. Com o fator turismo e destruição de grandes áreas de produção de vinho associado a alguns problemas com as adegas cooperativas a quantidade e qualidade diminuiu muito e quase desapareceu. Muitas pessoas ainda desconhecem que ainda se produz vinho no Algarve. Atualmente, o vinho do Algarve está a crescer em quantidade e qualidade. Confiantes que com a afluência turística do Algarve, facilmente os vinhos regionais serão conhecidos pela sua qualidade.

Futuro A exportação dos vinhos é um objetivo que vai ser concretizado brevemente, já que grande parte dos clientes são de outras nacionalidades. Não foi possível até agora devido às quantidades necessárias para a concretização da mesma. Toda a produção é feita dentro da quinta, tendo a propriedade uma adega própria. O futuro passa pela abertura de uma sala de provas e uma loja própria, onde serão vendidos em pequenas quantidades, frutos secos, alfarrobas e azeite biológico. O enoturismo é uma grande aposta por parte dos proprietários, estando previsto a possibilidade de visitas à quinta. Com vinhos de excelência, este empreendimento familiar prevê não só uma melhor e maior produção, mas também a aposta em diferentes variedades de vinho. Gerindo de uma forma tranquila, o objetivo da família é ter uma quinta cuidada, valorizada e que a prazo possa dar lucro.



ação social | associação de socorros mútuos e fúnebres do concelho de valongo

Valongo abre portas a um novo Centro de Dia Fundada em 1898 , a Associação de Socorros Mútuos e Fúnebre do Concelho de Valongo, tornou-se uma referência no setor mutualista e da economia social, garantido respostas ajustadas às necessidades financeiras e de proteção social dos seus associados.

Fernando Santos e Gerardo Dias Presidente e Vice-Presidente

Em conversa com o presidente da associação, Fernando Santos, ficámos a saber que no dia 14 de fevereiro foi inaugurado o Centro de Dia Mutualista de forma a reforçar a rede social do concelho de Valongo. “Depois de ter sido feito um levantamento rigoroso sobre as disponibilidades financeiras, achei que estava na altura de partir para uma grande aposta que é hoje o Centro de Dia. Falaram-me de um prédio disponível, gostei dele e depois de ter falado com os restantes colegas da direção decidimos avançar”. Depois de elaborarem o projeto, chegaram à conclusão que era necessário expandir o espaço. “O investimento era muito volumoso e tivemos que pensar em comprar um segundo prédio”. Fernando Santos salienta a importância deste novo equipamento social e chega mesmo a

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associação de socorros mútuos e fúnebres do concelho de valongo | ação social

para dar certo. Está muito bem localizado, temos transportes públicos perto de nós, duas igrejas e um hospital”. O espaço reúne todas as condições necessárias como uma cozinha com capacidade para confecionar 100 refeições diárias, sala de atividades, sala de repouso, sala de refeições, enfermaria e ainda um cabeleireiro. Para além disso, o novo Centro de Dia disponibiliza também o transporte de utentes, de forma a dar-lhes o máximo de conforto. Quando questionado sobre a data de arranque deste novo projeto, Fernando Santos afirma que “foi inaugurado no dia dos namorados, um dia para ser recordado. Agora estamos a ouvir os interessados e a preencher os respetivos questionários mas ainda não está em funcionamento. Estamos a pensar em abrir no dia 1 de março. Estamos um pouco ansiosos porque nunca trabalhámos nisto, mas temos pessoas especializadas encarregues do assunto”. O nosso interlocutor ingressou a equipa em 1990 enquanto secretário e assumiu a presidência em 2010. Para si, o ‘segredo’ está em saber viver em comunidade. “Não há nenhum segredo em concreto. Eu não sou formado, tenho a quarta classe mas sempre trabalhei em prol dos outros. Dáme um certo gosto fazer o bem e vi que podia fazer algo de bom por esta associação”. Interrogado sobre os projetos futuros, o responsável diz que ainda há muito a fazer. “Nós comprámos dois prédios, o Centro de Dia encontra-se no rés do chão e por cima temos mais apartamentos. Um andar está ocupado com o escritório e com um espaço de lazer, onde os utentes podem conversar e ver televisão.” Com mais de 13 mil sócios e quase 117 anos de atividade, a associação é já um exemplo quando se fala em trabalhar em prol da sociedade, tal como Fernando Santos faz questão de frisar: “sempre trabalhei em função dos outros, sempre olhei

pelos meus valores e pelos dos outros”. Para já, fica a forma carinhosa e dedicada com que abraça todos os projetos em que se envolve. Para um futuro próximo, Fernando Santos deixa uma mensagem: “Quero que se lembrem de mim”, conclui.

O novo Centro de Dia inaugurou a 14 de fevereiro e deverá receber os primeiros utentes a partir do mês de março

Fernando Santos e José Manuel Ribeiro Presidente do Centro de Dia e Presidente da CM Valongo na inauguração

intitulá-lo como “a menina dos meus olhos”. Um nome que traduz o carinho e a dedicação com que diariamente trabalha. “Sempre quis fazer algo para os idosos, e infelizmente tenho uma filha com 44 anos, portadora de necessidades especiais, e desta forma consigo acompanhá-la de perto. Para além disso eu fui criado aqui, na rua onde o Centro de Dia foi construído. De certa forma foi um dos fatores que me levou a construir esta instituição neste sítio”. O atual presidente da Associação Mutualista afirma ainda que a inauguração do Centro de Dia já estava prevista há algum tempo. “Eu era secretário na antiga direção e sempre tentei impulsionar isto, mas não tinha o poder de decidir este tipo de coisas. Ainda hoje não decido nada sozinho mas já tenho mais liberdade para pôr em prática as minhas ideias”. O Centro de Dia da Associação de Socorros Mútuos encontrase na Rua Joaquim Marques dos Santos, em Valongo, e implicou um investimento de meio milhão de euros. Tem capacidade para acolher 40 pessoas e uma localização propícia ao bom funcionamento da instituição. “Tem tudo

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BEIRA INTERIOR

A Beira Interior é caracterizada pelos seus limites naturais bem vincados. O relevo de toda a região é acidentado, com destaque para as serras da Estrela, da Gardunha, de Alvelos e da Malcata. Porém, a zona norte da Beira Interior está situada num planalto, fazendo um prolongamento da Meseta Norte, cuja altitude oscila entre os 600 e os 800 metros. A zona sul da região está inserida noutro planalto, mais baixo, sendo este, um prolongamento da Meseta Sul, com altitudes que oscilam entre os 500 e os 700 metros. É ainda banhada por três dos principais rios portugueses, o Douro, o Tejo e o Mondego, e pelos seus afluentes, Côa, Alva, Zêzere, Águeda, Erges e Ocreza, entre outros. A Beira Interior ocupa uma área de 12 533 km². O património natural é um dos cartões de visita da Beira Interior. As suas paisagens bucólicas únicas atraem visitantes de todo o país. A neve, rara em Portugal, mas frequente na Beira Interior, é o principal atrativo. É nesta região que se situa a maior área protegida do país, o Parque Natural da Serra da Estrela, que contém valores naturais relevantes, incluindo algumas espécies de flora únicas no país. Na torre, situase a única estância de esqui natural do país.

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Promover a competitividade das empresas da região A AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira, foi criada em 1988, tem sede em Trancoso e tem como principal missão e desiderato, a defesa dos interesses dos seus associados que são os empresários e as empresas da sua área de intervenção que abrange dez concelhos da região. Em entrevista à Revista Business Portugal, Rogério Tenreiro, secretário-geral da AENEBEIRA dá a conhecer o universo desta associação empresarial.

Quais são as vossas principais valências e serviços prestados? A AENEBEIRA, desde a sua criação que tem vindo a assentar a intervenção junto do tecido empresarial da região em quatro grandes linhas de ação: - Consultoria e apoio às empresas – Para além do apoio e aconselhamento ao nível jurídico, económico, fiscal, elabora também projetos de investimento, estudos de mercado, entre outros. Desde 1997, tem vindo a disponibilizar gratuitamente às empresas diversos programas de consultoria, designadamente o Formação PME, PMETUR, Dinamizar e QIPME. Estes programas possibilitam o apoio às empresas nas suas diversas áreas, através de uma equipa de consultores e formadores especializados. - Formação Profissional – No ano a seguir à sua criação, a AENEBEIRA juntamente com outras entidades do concelho constituiu a Escola Profissional de Trancoso que, ao longo da sua existência, tem formado e disponibilizado às empresas da região técnicos especializados nas mais diversas áreas. Promoveu ainda a realização de centenas de ações de formação profissional com o objetivo principal de qualificar os recursos humanos das empresas e também dos desempregados para que estes possam mais facilmente entrar no mercado de trabalho. - Realização de feiras e outros eventos – A AENEBEIRA é promotora, conjuntamente com o Município de Trancoso, desde 1992, da Feira de São Bartolomeu e, criou, em 2004, a Feira do Fumeiro, dos Sabores e do Artesanato do Nordeste da Beira. – Informação diversa – Os associados poderão obter junto dos serviços da associação os mais diversos apoios relacionados com a sua actividade. A Aenebeira é o promotor Local do Programa DINAMIZAR e Programa QI-PME. Em que consistem estes programas e qual a sua importância para o contexto da região? O Programa Dinamizar está vocacionado para as empresas dos setores do comércio e serviços, enquanto o QIPME se destina às empresas do setor da indústria. Estes programas, consistem na intervenção em empresas durante um período de cerca de 1 a 2 anos através de uma equipa de consultores e formadores, que elaboram um diagnóstico, um plano de ação e implementam medidas de correção ou melhoria nos processos e na gestão das empresas. São cerca de três centenas, as empresas, que já participaram nestes programas, que têm como principal objetivo o aumento das qualificações tanto dos empresários como dos trabalhadores, mas também o aumento da produtividade e competitividade das empresas que neles participam. Creio que a região, apesar das dificuldades existentes, melhorou os seus níveis de competitividade por ter participado nestes programas, dado o número significativo de empresas que a eles aderiram.


beira interior| união de freguesias de trancoso

Fotografias de João Luís

uma janela de oportunidades André Pinto assumiu a gestão da União de Freguesias de Trancoso com verdadeiro espírito de missão e com uma vontade positiva de servir a freguesia e a sua população, tendo em conta que é um homem de desafios, convicções, causas e de trabalho. Em entrevista à Revista Business Portugal, o autarca traça um retrato da freguesia, abordando as suas problemáticas, mas acima de tudo, evidenciando as suas potencialidades. Situado num vasto planalto, a 885 metros de altitude, Trancoso impõe-se na paisagem raiana, com o seu castelo altaneiro e cintura de muralhas, e as lindas paisagens naturais são enaltecidas pela riqueza do património edificado. Trancoso é um dos concelhos mais importantes do distrito da Guarda e, por inerência, esta é uma das mais importantes freguesias. Falamos de uma freguesia com quase 100 quilómetros quadrados de área, com 15 anexas e cerca de 3.400 eleitores. Quem conhece a União de Freguesias de Trancoso encontra uma linda dicotomia entre a urbanidade e a ruralidade, duas realidades distintas com características muito peculiares. De acordo com o autarca trancosense, “o grande problema do Interior, e Trancoso não é exceção, é a desertificação, designadamente a fuga de massa crítica e proativa”, embora considere que Trancoso possa assumir-se como uma janela de oportunidades. André Pinto costuma dizer que “o Interior não é longe do litoral, mas perto de Espanha”, por isso defende a criação de políticas não nacionais, mas sim regionais, porque “só juntos é que podemos desenvolver o Interior. É muito difícil aproveitar-se as oportunidades que existem no Interior se a massa crítica e a melhor preparada tenha migrado ou emigrado”, salienta. O presidente da União de Freguesia de Trancoso defende a existência de políticas de discriminação positiva e um olhar mais atento para esta região. “Nos últimos anos, houve muita centralização no Litoral, sobretudo nas grandes cidades, fazendo com que a qualidade de vida se ressentisse e o nosso Interior começa a ficar desertificado, quando na verdade tem todas as condições, infraestruturas e, para além disso, muito potencial”, advoga o autarca. Para André Pinto, essas políticas de discriminação positiva seriam essenciais para permitir que as pessoas se fixem nesta região e possam criar e desenvolver pequenos negócios, diz, acreditando que as soluções serão sempre a agricultura e a floresta, dois dos principais ativos de Trancoso. Para além disso, o autarca defende ainda que a proximidade a Espanha seja explorada e vista como uma vantagem competitiva em relação a outras regiões do País. “Esta região é quase como uma província espanhola, estamos muito perto e isso pode trazer-nos muitas vantagens. É necessário criar uma política central para desenvolver o Interior e um poder regional mais forte e com mais competências”, declara. Um desafio autárquico André Pinto é um homem de desafios e, principalmente, um amante de Trancoso, estes foram então os dois principais fatores que o motivaram a candidatar-se à União de Freguesias de Trancoso. “A minha motivação

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André Pinto Presidente

união de freguesias de trancoso | beira interior

foi contribuir com a minha experiência e conhecimentos para o desenvolvimento desta terra, porque acredito que tem todas as potencialidades. Sou o principal vendedor de Trancoso e é esse também o papel de um autarca, sobretudo junto dos investidores”, reconhece.Volvidos dois anos de mandato, é possível traçar um balanço positivo da atuação do executivo liderado por André Pinto, pese embora todos os constrangimentos financeiros de um orçamento anual de 90 mil euros e o regime de compensação a que está sujeito o próprio presidente. “Em dois anos de mandato, conseguimos criar uma sede de freguesia, apostar no apoio cultural e um apoio social às famílias, principalmente, no pré-escolar e no primeiro ciclo. No pré-escolar, oferecemos aulas de música a todas as crianças da freguesia, saindo um pouco do paradigma tradicional da educação. No primeiro

ciclo, oferecemos os manuais escolares obrigatórios desde o 1º ao 4º ano”, refere, salientando ainda a criação de um pequeno grupo de teatro, uma semente para a breve trecho avançar com o Teatro Amador de Trancoso. Quando questionado sobre a reorganização administrativa, André Pinto mostra-se a favor da agregação de freguesias, no entanto não quanto à forma como esta foi delineada. Apesar de achar que as freguesias ficaram a ganhar pelo acréscimo de competências, o autarca considera que este processo de agregação poderia ter sido mais ambicioso. “Este processo poderia ter sido melhor preparado e proceder a uma reforma também nos municípios, porque ou pensamos como região ou vamos ser pequeninos para sempre”, defende. “Podemos pensar na região da Guarda como um todo. Os presidentes de Câmara Municipal não podem olhar-se com rivalidade, mas sim criar sinergias que beneficiem a região”, advoga o autarca, mostrando também a sua aprovação à regionalização, porque na sua opinião iria beneficiar as regiões mais desfavorecidas, “se pensássemos Portugal como cada região e não como um país central com poder concentrado em Lisboa”. Objetivos para futuro Com olhos postos no futuro, André Pinto quer continuar na senda do que tem sido feito até agora e, sobretudo, continuar a olhar para as pessoas. “Vamos criar bolsas, sobretudo para os jovens, de forma a contribuir para a sua autonomia e independência, ou seja, para que percebam que um jovem de 15 anos pode ser gestor do seu dinheiro. Temos algumas

ideias tanto a nível das redes sociais, como a nível da web, ferramentas amplamente dominadas pelos jovens de hoje, que consistem em que façam algum trabalho para a junta de freguesia que lhes pagará através dessas bolsas”, revela, acrescentando: “Vamos continuar a apoiar as famílias e tentar criar uma resposta para o aumento da natalidade”, sendo que André Pinto não acredita no chamado cheque-prenda, pois considera que este apoio terá que ir mais longe. A sua ideia de apoio consiste em que uma família que tenha um bebé possa ter fraldas gratuitas, plano de vacinação gratuito, creche gratuita, manuais gratuitos. Para tal, é necessário também o apoio do Município de Trancoso, e quem sabe replicar este modelo no resto do concelho e região. O autarca revela ainda que este ano vai organizar o ‘Dia da Freguesia’, um certame tradicional à antiga que pretende juntar as crianças, os pais, avós e “os nossos velhinhos das aldeias” para um convívio saudável e harmonioso. Visitar e investir em Trancoso Esta é uma das cidades mais interessantes do distrito da Guarda, graças aos seus inúmeros monumentos religiosos, ao património judaico, medieval e ao seu ambiente rústico e tradicional com um castelo medieval e muralhas intactas. Além da história que se respira em Trancoso, “as pessoas são muito afáveis e hospitaleiras, existem boas infraestruturas, acessibilidades e vias de comunicação, o concelho está equipado com fibra ótica, tem qualidade de vida, serra, sol, neve e o sincelo. Venham visitar a nossa cidade, mas sintam que também podem investir em Trancoso”, conclui.

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beira interior | Lactipedros

Sabores de

Isabel Pinto Presidente do Conselho de Administração

prestígio e qualidade Fundada em 1946, a LactiPedros – Sociedade de Laticínios, SA assume como propósito a produção e comercialização de queijos, para os mercados nacional e internacional, através das suas marcas D. Pedro e Serrinha, aliando a tradição às modernas tecnologias, com o intuito de ir ao encontro das novas exigências e tendências do mercado global.

Com um percurso de 70 anos de mercado, a LactiPedros acumula uma experiência inestimável, bem como a tradição e saber-fazer com padrões de excelência em termos de qualidade, que lhe permite continuar a assegurar a satisfação e superação contínua das expectativas dos seus clientes. Em entrevista à Revista Business Portugal, Isabel Pinto, presidente do Conselho de Administração da LactiPedros deu a conhecer a história desta empresa de referência, patenteando todas as suas potencialidades, bem como os desideratos e projetos delineados em termos de futuro. Os fundadores da LactiPedros foram o patriarca Manuel Pedro Pinto, avô de Isabel Pinto, seu pai, tios e, ainda, um primo. Este projeto empresarial surgiu da vasta experiência do seu avô, que dedicou toda a sua vida ao setor dos laticínios. “O meu avô tinha participação no capital da empresa Laticínios de Vila Flor e adquiriu a Laticínios de Santa Cruz, em S. Pedro do Sul, que deu lugar à atual LactiPedros, em Aguiar da Beira”, explica a empresária. Desde a sua génese que a LactiPedros assumiu como missão fortalecer a imagem de prestígio, qualidade e segurança, consolidada pelo reconhecimento público do valor acrescentado dos seus produtos, permitindo a consolidação da sua posição no mercado, bem como a sua assunção como um importante polo de dinamização sócioeconómica de toda a região da Beira Alta. Em 2015, esta fábrica de laticínios de Aguiar da Beira teve o seu pior momento desde a sua fundação com um incêndio que atingiu todas as instalações, com forte incidência na zona de fabrico, afetando toda a sua produção. Este episódio foi considerado como um virar de página na história da empresa, uma vez que em 2014, após a saída da administração do último fundador da mesma, seu pai, António Pedro da Silva Pinto “houve um período transitório, em que quem ficou nos comandos da empresa não seriam as pessoas que ele tinha idealizado, situação que foi alterada no passado dia 31 de outubro, com a alteração da administração”, adianta, salientando que, após vários anos de homens no comando da empresa, a liderança atualmente é assegurada por três mulheres: Isabel, Manuela e Celeste Pinto, irmã e prima, respetivamente. “Estamos a dar continuidade ao projeto dos nossos avós e pais, porque quando se colocou o problema da

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lactipedros | beira interior sucessão da empresa, o apelo emocional da família falou mais alto. Sentimos que este seria o nosso lugar”, revela, reiterando que a atual liderança no feminino contrasta com vários anos de homens na gestão da empresa, “se bem que as mulheres desta família sempre tiveram um papel preponderante, fazendo jus à expressão de que atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher”, avança a administradora. Isabel Pinto sublinha que o objetivo da nova direção é dar um rumo diferente à empresa, sem nunca pôr em causa o seu cunho familiar, bem como garantir que a empresa vai continuar nas mãos da família e que o capital social ficará restrito à família, não obstante a LactiPedros ser uma sociedade anónima. Atualmente, a LactiPedros está em fase de renovação, para a qual existe um projeto de arquitetura que pretende dignificar a empresa, projetando-a para o futuro. “Temos outra empresa, a Agripedros, de

rentabilizando os espaços existentes e criando novos negócios associados”, adianta. Contudo, Isabel Pinto salienta que pretende manter o espírito familiar que lhe foi incutido pelas gerações anteriores, “reconhecendo os nossos 34 funcionários como parte da família, porque são eles que nos ajudam a ter a qualidade dos nossos queijos, nomeadamente, o queijo D. Pedro e Serrinha”, assegura, recordando que a empresa alia a tradição às modernas tecnologias, efetuando um rigoroso controlo de qualidade desde a entrada da matériaprima até ao produto final. Com grande implantação e sucesso no mercado nacional, a LactiPedros não descurou a aposta na expansão internacional, com especial destaque para o chamado mercado da saudade, mas também para os Estados Unidos da América e para o Canadá. “Queremos marcar a nossa diferença em relação ao passado, ou seja, abrir os horizontes da empresa, no que concerne ao mercado externo, reforçando a

agropecuária, por isso estamos a desenvolver projetos, no sentido de criar uma envolvente,

aposta no mercado comunitário. A próxima aposta passa pelo mercado brasileiro, árabe

e pelos países de língua portuguesa”, revela Isabel Pinto, acrescentando que, diariamente, recebem contactos de empresas em Portugal e no estrangeiro, para comercializar os seus queijos. A experiência profissional como advogadas das três administradoras da LactiPedros dá-lhes maior abertura para uma nova visão empresarial e a oportunidade para apresentar candidaturas ao programa comunitário Portugal 2020, com o desiderato da certificação de qualidade, segurança alimentar e ambiental. Isabel Pinto deu ainda a conhecer que o queijo D. Pedro, de grande renome, recebeu este ano, o selo Sabor do Ano 2016, na categoria de queijo amanteigado. Para além disso, estará presente na edição deste ano da SISAB, a maior plataforma do mundo de negócios na fileira agroalimentar, devendo ser encarado como uma oportunidade para iniciar ou reforçar a vertente exportadora das empresas.

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beira interior| casa da prisca

A excelência dos

sabores e saberes da Beira Alta

Localizada em Trancoso, a Casa da Prisca, um negócio de família secular, opta em pleno século XXI por mostrar que a tradição é agora muito melhor do que aquilo que era. Conheça o melhor que Portugal pode levar à sua mesa, no que respeita a enchidos, fatiados, doces, compotas e muito mais… A Casa da Prisca não mede a história em anos, mas em gerações. Em 1917, ano representativo da fundação da empresa, já a venda de carne transformada, em feiras e mercados da região, era a principal atividade da família residente na aldeia de Freches, no concelho de Trancoso. A mistura do saber fazer de gerações adaptada às exigências do mercado, faz com que Casa da Prisca se distinga pela inovação e qualidade dos seus produtos e pelo carácter vanguardista com que se posiciona no mercado. A tradição, o saber-fazer e o sucesso granjeado pelos produtos Casa da Prisca são o resultado de um amor à gastronomia e aos produtos da terra. O grande marco na tradição dos produtos Casa da Prisca aconteceu em 1995, quando Agostinho Santos e a sua esposa, Maria da Conceição, decidiram iniciar a construção de novas instalações em Trancoso. Aqui, toda a experiência, know-how e saber-fazer ancestral se unem à mais moderna tecnologia para garantir “a qualidade dos produtos” e a segurança alimentar. Agostinho Santos, um empresário carismático e dinâmico sempre pautou a sua atividade profissional por uma grande visão estratégica, a par de um grande sentido de responsabilidade e uma grande paixão. Fruto de um vasto know-how e décadas de experiência, Agostinho Santos conseguiu que a Casa da Prisca se mantivesse no topo, assumindo-se como uma referência, quer na economia local, quer na economia nacional. “A entrada na empresa dos meus filhos, José Mário e António, com as suas ideias e nova visão do mercado veio impulsionar ainda mais o crescimento da

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empresa, o que para mim é um motivo de grande orgulho”, revela. A estreita ligação da Casa da Prisca à região onde se insere, por isso mesmo sempre foi importante para Agostinho Santos contribuir e potenciar o desenvolvimento da região, das suas pessoas e dos seus recursos. Este desiderato de um desenvolvimento sustentado abriu horizontes e levou a Casa da Prisca a alargar a sua atividade para outras áreas, como o fabrico de compotas, marmeladas, pastas e patés, reavivando também a doçaria regional com a produção das deliciosas Sardinhas Doces de Trancoso. O patriarca do negócio salientou ainda que deu também início à reinserção da “raça Bísara no concelho de Trancoso, alargando também a atividade para a área do turismo, do lazer e do comércio de produtos regionais”. A espalhar sabores pelo mundo A Casa da Prisca é uma empresa especialista na produção e comercialização de charcutaria tradicional portuguesa, bem como na elaboração de diversos produtos gourmet à base de frutas e vegetais, que abraçam a diversidade das culturas gastronómicas da beira transmontana, sem esquecer as influências atlânticas, ibéricas e mediterrâneas. A marca “apresenta uma excelente seleção de alheiras, chouriças, moiras, salpicões e presuntos tradicionais e uma boa gama de barriga fumada em forno de lenha e lombo fumado”, descreve. Noutra área, o empresário destaca “as saborosas compotas e marmelada de receita tradicional,


casa da prisca | beira interior

Agostinho Santos Administrador

Feira do Fumeiro, dos Sabores e do Artesanato Este ano, a Feira do Fumeiro, dos Sabores e do Artesanato do Nordeste da Beira, decorreu no Pavilhão Multiusos de Trancoso, nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro e, no fim de semana seguinte, nos dias 5 e 6 de março. A 13ª edição desta Feira contou com cerca de 100 expositores/produtores de enchidos e fumados, queijos, pão, doçaria regional, vinhos, mel, azeites e ainda artesanato regional e, constitui, com toda a certeza, a maior mostra de produtos regionais agro alimentares da região das Beiras. A Casa da Prisca também marcou presença no certame, porque reconhece a importância deste tipo de eventos para a dinamização local, mas também a promoção e divulgação de produtos de excelente qualidade.

distintos condimentos, pastas e molhos à base de frutas e vegetais” desenvolvidos especificamente para serem utilizados numa cozinha mais criativa. Os clientes da Casa da Prisca vão desde as cadeias de hiper e supermercados a lojas mais especializadas e exclusivas. Um outro setor ao qual dedica grande atenção é o mercado Horeca (hotéis, restaurantes e cafés), dado que a Casa da Prisca “apresenta soluções bastante interessantes” nesse universo. Mas desengane-se quem pensar que apenas o mercado nacional se pode deliciar com todas estes produtos de excelente qualidade, pois há muito que a Casa da Prisca deu o passo em direção à expansão internacional. Nos mercados internacionais, onde regista um quinto do volume de negócios, a especialista em charcutaria tem dezenas de parceiros comerciais em vários países na Europa, mas também na Rússia, Cazaquistão, Angola, Moçambique, Timor, Macau, Singapura, México e Estados Unidos da América. No mercado interno, destaque para a loja da marca ‘Casa da Prisca’, aberta ao público desde 2000, que Agostinho Santos caracteriza como “uma espécie de sala de visitas da empresa”. Quem visitar Trancoso, não pode deixar de se entregar aos prazeres gastronómicos que este espaço tem para oferecer, sempre com a certeza de ser recebido com simpatia e um sorriso no rosto. Um projeto de turismo em espaço rural No centro da aldeia de Freches, no concelho de Trancoso, envolvidas por campos e pastos

verdejantes, evidenciam-se um conjunto de três pequenas casas, a Casas do Aidro. As características únicas da região da Beira Alta, onde se localizam, permitem a vivências de novas experiências, associadas à descoberta da beleza natural da região, da gastronomia típica, da história e cultura dos nossos antepassados, assim como possibilita a experiência da “vida no campo”. Com uma localização privilegiada, entre a região da Serra da Estrela e a região do Vale do Douro ou do Vale do Coa, surge a possibilidade de explorar uma das regiões mais bonitas do nosso país. As Casas do Aidro sugerem diversas atividades, desde os passeios de BTT ao Trekking. Para os amantes da canoagem e pesca, sugere-se uma visita à Barragem da Teja e, se tem o sonho de praticar parapente, a uma curta distância das Casas do Aidro, poderá realizá-lo, em Linhares da Beira, tendo como cenário a fantástica região da Serra da Estrela. Para que sinta realmente como é “viver no campo”, para além do contacto direto com as gentes afáveis e hospitaleiras, as Casas do Aidro possibilitam ainda o contacto com os produtores locais, nomeadamente, o Lagar de Azeite, a Queijaria e a Agrobacorinho, uma quinta pedagógica local. Agostinho Santos desvendou ainda o sonho e objetivo de reconstruir “a casa onde tudo começou, ou seja, a primeira Casa da Prisca”, com o intuito de transformá-la igualmente numa unidade de turismo rural.

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beira interior| lactoserra

Uma textura que derrete na boca

No setor do queijo encontramos a Lacto Serra. Esta empresa situada em Valverde no lugar do Barracão, no concelho de Aguiar da Beira, foi fundada em 1985 por Sebastião Santos Gomes, tendo vindo a colocar no mercado queijos de excelência.

Sebastião Santos Gomes Administrador

“A Lacto Serra teve o seu inicio com três sócios, sendo eu o fundador”, refere Sebastião Santos Gomes. Os três já trabalhavam no setor do queijo e daí até criarem o próprio negócio foi um processo bastante rápido. Apesar da Lacto Serra ter sido fundada em 1985, só cinco anos mais tarde, em 1990, é que começou a laborar. Os anos seguintes foram marcados por investimentos avultados que levaram a um reforço da capacidade produtiva desta empresa de Aguiar da Beira. Atualmente, falamos de uma empresa que se destaca no setor pela forma como alia a tradição ao acompanhamento das novas tecnologias, o que se reflete no seu sucesso comercial. “Temos vindo a melhorar na parte técnica, na qualidade, nos laboratórios e na própria unidade fabril, tendo em conta, que modernizámos todos os processos de fabricação dos nossos queijos. O grande investimento deu-se em três partes: na produção, na qualidade e no ambiente”, assegura Sebastião Santos Gomes. O leite, tanto de vaca como de ovelha, para o fabrico dos queijos, é diariamente recolhido em toda a mancha da região centro, que vai desde Aveiro a Vilar Formoso, tendo em linha de conta que a Lacto Serra mantem uma parceria com produtores de leite selecionados e exclusivos. Desta produção, dez por cento são para mercados fora do país, sendo que a exportação continua a ser uma aposta forte para a Lacto Serra. “No último ano, faturámos perto de seis milhões de euros”, indica o fundador, acrescentando que a dinâmica exportadora da empresa atinge já “mercados como França, Suíça, Luxemburgo e também Angola ou Moçambique”, sendo estes amplamente reconhecidos como o ‘mercado da saudade’ pela forte presença de comunidades portuguesas nestes países. A China é também um mercado emergente, sendo que a Lacto Serra possui uma certificação para comercializar os seus queijos neste país. Têm ainda uma capacidade de produção de oito toneladas de queijo por dia que, após a devida cura e maturação, podem fluir para o mercado quer nacional, quer internacional. Tipos de Queijo Fonte Mourisca, Cinco Estrelas, Estrela do Mondego, Monte Amial e D. Sebastião são as marcas pelas quais a oferta da Lacto Serra está distribuída. Esta gama de queijos é reconhecidamente uma digna embaixadora da tradição regional e está no mercado com o queijo meio gordo e uma variedade de queijos amanteigados, apimentados ou de mistura (queijo de vaca com o de ovelha). As expectativas passam agora pela introdução de uma linha nova de queijos fatiados.

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lactoserra | beira interior A Sabores do Dão Para além da Lacto Serra, Sebastião Santos Gomes, juntamente com outro sócio (Fernando Andrade), decidiram criar uma queijaria de fabrico tradicional de queijo de leite de ovelha amanteigado, utilizando a flor de cardo (a flor do cardo contém uma enzima denominada ciprozina, sendo esta a enzima responsável pela provocação da coagulação do leite), esta nova empresa é então conhecida como A Sabores do Dão. O nome do queijo é derivado da empresa, sendo que o queijo é conhecido como Sabores do Dão, “vindo substituir o antigo queijo da Serra”, conforme nos conta Sebastião Santos Gomes. Esta empresa foi inaugurada pelo exPrimeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, a 30 de abril do ano transato, juntamente com a inauguração da ampliação das instalações da Lacto Serra. A diferença existente entre estas duas empresas centra-se no processo de fabrico que alia a tradição à qualidade. De referir ainda que a Lacto Serra e A

hidrográfica do Alto Mondego, englobando 18 concelhos de quatro distritos: Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Seia e Trancoso (distrito da Guarda); Covilhã (distrito de Castelo Branco); Arganil, Oliveira do Hospital e Tábua (distrito de Coimbra); Carregal do Sal, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Tondela e Viseu (distrito de Viseu).

Sabores do Dão estão instaladas na Região Demarcada de Produção de Queijo da Serra da Estrela, esta região situa-se na bacia

efetuado investimentos na área ambiental, designadamente com a criação de uma ETAR para tratamento de efluentes e águas

Empresa moderna e sólida A afirmação da Lacto Serra encontra suporte numa estrutura de 30 colaboradores (todos residentes na região) e numa área total que ultrapassa os 5.000 m2. A referida sofisticação tecnológica é acompanhada por um elevado rigor no controlo de qualidade, quer da matéria prima quer do produto final, a nível laboratorial. Esta empresa encontrase também certificada pela ISO 22000:2005 em Sistema de Gestão e Segurança Alimentar. Ao mesmo tempo, como o crescimento no mercado traz responsabilidades acrescidas, a empresa tem, igualmente,

residuais. Equipando-se também com um sistema de concentração de soro, de forma a fazer um reaproveitamento deste, contribuindo assim para um ambiente melhor. Perspetivas de Futuro Sebastião Santos Gomes pretende que a Lacto Serra continue a vingar, tanto no mercado nacional, como no mercado internacional, crescendo sempre sustentadamente. “Queremos continuar a manter a faturação que tivemos no ano passado” e o segredo passa por continuar a manter a qualidade já intrínseca em todo os queijos que são produzidos nesta empresa. Quanto à queijaria A Sabores do Dão, ela ainda está a dar os primeiros passos e, como tal, ainda passará por um período de adaptação para que mais tarde se solidifique no mercado.

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DE NORTE A SUL

Nesta edição da Revista Business Portugal, mostramos que os municípios e freguesias são entidades relevantes para o panorama da sociedade portuguesa, apresentando empresas que são relevantes para a comunidade e na divulgação da mesma, criando uma noção de união e proximidade. No cenário atual, onde o poder público é convocado a agir em prol do desenvolvimento das matrizes económicas, onde a concorrência pelos investimentos escassos é crescente e onde se aprofundou o problema do desemprego estrutural, torna-se urgente para os governos locais a elaboração de políticas públicas e privadas que potenciem os fatores locais, transformando-os em vantagens competitivas. Nas próximas páginas da Revista Business Portugal, colocamos em evidência as dinâmicas autárquicas que têm permitido catapultar municípios e freguesias para um desenvolvimento mais sustentável, contribuindo para a valorização de um todo que é Portugal.

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XVI ROTA DA LAMPREIA E DA VITELA SEVER DO VOUGA 12 A 20 MARÇO’16


de norte a sul | município de sever do vouga

Em prol do

desenvolvimento do concelho Situado na zona centro de Portugal, mais concretamente no limite oriental do distrito de Aveiro, o concelho de Sever do Vouga beneficia da proximidade relativa de alguns importantes centros urbanos, nomeadamente Aveiro, Coimbra, Porto e da proximidade de dois dos principais eixos rodoviários portugueses, a A1, que liga Lisboa ao Porto e a A25, uma importante via de acesso e de abertura do concelho ao resto do país e à Europa. Como tal, entrevistamos António José Coutinho, presidente da Câmara Municipal de Sever de Vouga, para que nos desvende os encantos que esta região encerra. Sever do Vouga é um concelho caracterizado por ser, na sua essência, um território montanhoso, com muita natureza na sua envolvência, rios e quedas de água que convidam à aventura e à prática desportiva, aliado também a uma gastronomia de sabores inesquecíveis. A título de curiosidade, reza a história que quando visigodos e suevos se debateram em luta nesta região, nos inícios do século VI e após vitória dos primeiros, se terá estabelecido por cá um dos seus notáveis guerreiros - o Conde de Sevéri e, durante muito tempo, os seus descendentes usaram esse mesmo título, acabando por dar origem ao que hoje se chama Sever. À palavra Sever juntou-se a palavra Vouga, uma vez que é este o nome do rio que atravessa este concelho. As atividades tradicionais, especialmente as ligadas ao mirtilo representam a própria génese do concelho e são um marco importante para quem está de visita. “Mas temos outros interesses que suscitam a vinda de turistas que são, por exemplo, a parte monumental e arqueológica, uma vez que somos um concelho muito marcado por vestígios de outras civilizações antigas” salienta o presidente. Para quem procura sensações únicas, António Coutinho refere que este é o destino ideal, sendo um território singular e também um espaço de desenvolvimento económico, que investe nas energias renováveis, na inovação e no conhecimento, tendo como principal setor industrial a metalomecânica, com empresas muito exportadoras e que continuam a apostar na internacionalização. António José Coutinho Presidente

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O que visitar O concelho de Sever de Vouga, como mencionado anteriormente, é riquíssimo em água e rios, sendo alvo de várias explorações. Uma delas incide no desporto de

natureza, onde se integra atividades e desportos aquáticos como a canoagem, e outras atividades radicais como rapel, slide, escalada, BTT’s, todo o terreno, paintball, entre outras. Do ponto de vista histórico, António Coutinho destaca os vários monumentos e estações arqueológicas que confirmam a passagem de povos pré-históricos, em que se pode encontrar vestígios de arte rupestre gravados em pedras ao ar livre, integrando a Rota do Megalítico Europeia, visando a valorização destes importantes monumentos através da dinamização temática de atividades e eventos, potenciandoos turisticamente a uma escala europeia. Relativamente ao turismo religioso, o presidente adianta que, atualmente, o executivo está concentrado num projeto que visa ultimar uma fase dos caminhos de Santiago “de forma a concebermos um percurso com condições interessantes para os romeiros” afirma. Deste modo, não só o turismo religioso, mas também a arte sacra ocupam um lugar de relevo, tendo esta última a sua expressividade nas igrejas do concelho, o exemplo mais concreto é o da igreja Matriz de Talhadas com formas e estilos barrocos. Outra das grandes atrações do concelho é a Ecopista do Vouga, um projeto realizado pela Câmara Municipal que valorizou a linha desativada do Vale do Vouga e a transformou numa ecopista com cerca de 12 quilómetros. Ao nível paisagístico, António Coutinho realça a Cascata da Cabreia, que tem cerca de 25 metros, e dispõe de uma envolvente “lindíssima”. Festa da Lampreia e da Vitela A gastronomia é, sem dúvida, um dos pontos mais fortes do concelho de Sever do Vouga, que atrai todos os anos muitas pessoas provenientes de todos os lados. A lampreia é uma iguaria rara que faz com que os seus


município de sever do vouga | de norte a sul

apreciadores recorram aos restaurantes à beira rio, já a vitela assada com arroz no forno é o prato gastronómico mais procurado em toda a restauração local. Desta forma, o presidente da Câmara anuncia a festa da Lampreia e da Vitela integrada na rota nacional da lampreia que se realiza todos os anos durante o mês de março, estando este ano agendada entre 12 a 20 de março. Esta festa pretende divulgar os produtos e dinamizar também a própria restauração. É, assim, num ambiente de festa que Sever do Vouga convida todos os nossos leitores a saborear a sua gastronomia local nomeadamente, o arroz de lampreia, a lampreia à bordalesa e a vitela assada com arroz no forno, associando a estes prazeres gastronómicos outras experiências, como partir em descoberta da natureza e do património histórico do território. Esta divulgação serve também para criar impacto turístico que, por via da gastronomia, presenteia um leque de atividades e espaços de alojamento local que os turistas poderão usufruir. “Hoje temos cerca de 30 espaços de alojamento ao dispor e um hotel dedicado ao turismo rural, sendo este muito completo”, sublinha o presidente. Feira do Mirtilo Considerada a maior feira nacional dedicada ao mirtilo, a Feira do Mirtilo, que decorre na última semana de junho, pretende oferecer uns dias para desfrutar deste fruto dos deuses e, juntando o útil ao agradável, é também uma oportunidade de experimentar a versatilidade culinária do mirtilo. Sobre o sucesso desta feira, que arrasta milhares de pessoas todos os anos, António Coutinho revela que se deve ao facto do mirtilo ser uma novidade de interesse “o mirtilo tem sido alvo de novos projetos para pequenos agricultores e tem tido também incentivos para jovens empreendedores” justifica.

A AGIM (Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga) é uma entidade privada sem fins lucrativos fundada em 2006 pelo Município de Sever do Vouga e centra a sua atividade ao nível do apoio ao desenvolvimento económico do concelho e especialmente do mirtilo, que foi reconhecido a nível nacional através da atribuição do primeiro lugar na categoria de ‘Desenvolvimento Empresarial’, dos European Enterprise Awards promovidos pela Comissão Europeia e pelo IAPMEI. Ação Social Este tema não podia deixar de ser referido, uma vez que António Coutinho continua a fazer uma grande aposta nesta área de suma importância em Sever do Vouga. Por exemplo, o transporte e a medicação para doentes oncológicos que estão para ser assegurados pela Câmara, ou os programas das componentes, almoço e prolongamento de horário dos Jardins de Infância e Escolas do 1º Ciclo, ou as AEC’s, implementados desde o início e a funcionar em todo o concelho, bem como a rede de transportes escolares para todos os alunos do concelho e o sistema de transporte dentro do município que permite viajar das freguesias até à vila e regresso, beneficiando aqueles que não têm viatura e principalmente os mais idosos. Outra grande aposta foi o programa ‘Casa +’, que visa a intervenção em domínios de combate à pobreza e à exclusão social. Nesse sentido, foi criado um regulamento municipal que contribuísse para uma melhor qualidade de vida habitacional de famílias socialmente mais desfavorecidas. O cerne deste regulamento tem a intenção de melhorar a qualidade de vida daquelas famílias que, por circunstâncias várias, se encontram em situação de desfavorecimento social, com vista à progressiva inserção social e autonomização das pessoas carenciadas ou dependentes.

Para além disso, este município quer simultaneamente, contribuir “para a fixação da população nas suas freguesias, intervindo na recuperação das habitações próprias, mediante a prestação de serviços e outros apoios, em cooperação com as Instituições de Solidariedade Social e/ou em parceria com as entidades competentes da Administração Central”, salienta António Coutinho. O que falta para enaltecer a região Sobre os projetos que se avizinham, António Coutinho revela que o executivo da Câmara Municipal já está a trabalhar em muitos projetos, sendo que, por exemplo, em março próximo, será inaugurado o Museu Sever do Vouga, que nos remete para toda a história do património desta região. Um dos projetos turísticos que o presidente desvenda também é o da recuperação das Minas do Braçal dimensionado para várias vertentes, desde a atividade física ao conhecimento do interior das minas, até à parte museológica “um projeto ainda por implementar mas que gostaríamos muito de ver concretizado” desabafa. Na divulgação dos projetos, António Coutinho destaca um dos mais importantes para a dinâmica da economia do concelho - aquilo a que chama de ‘vias para a competitividade’ “e é por aí que nós vamos, vamos construir uma via que permita o acesso direto à A25” diz o nosso entrevistado. Esta via irá trazer vantagens principalmente para a dinâmica empresarial, melhorando os acessos para a exportação de produtos que o presidente considera vital para o desenvolvimento das empresas e para a melhoria da competitividade e da internacionalização. Quanto ao Vougapark, que abriu portas em 2013, António Coutinho afirma que “a captação de novos projetos empreendedores tem sido um desafio muito bem sucedido”, finaliza.

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de norte a sul | município de figueira de castelo rodrigo

“Figueira de Castelo Rodrigo é

uma experiência sensorial Visitar Figueira de Castelo Rodrigo é deixar-se encantar por uma paisagem rural de uma beleza dificilmente igualável, enobrecida ainda mais, pela imponente arquitetura religiosa, com igrejas e capelas de rara beleza. “As Amendoeiras em Flor são um marco e uma referência para este nosso concelho. Um concelho com muito para oferecer, venha até nós e desfrute do ar puro e da tranquilidade, propícias da região”. Este foi o convite deixado por Paulo Langrouva, presidente da Câmara Municipal de Figueira de Catelo Rodrigo.

Presidente, Secretário de Estado e demais convidados brindam à Rainha da Amendoeira

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Em primeiro lugar, gostaria que apresentasse Figueira de Castelo Rodrigo aos nossos leitores. Figueira de Castelo Rodrigo é um concelho do distrito da Guarda, que se carateriza por um extenso e invejável património histórico-cultural. Somos um concelho com muita e relevante história, inclusivamente a nível nacional. A nossa região possui características únicas, das quais nos orgulhamos muito. Somos uma porta de entrada na demarcada Região do Douro, reconhecidos produtores de vinho de qualidade e um território que proporciona qualidade de vida, a quem por aqui reside. Quem visita Figueira de Castelo Rodrigo, leva consigo boas memórias. Gente hospitaleira, boa gastronomia e belas paisagens. Convidamo-lo a visitar a Reserva da Faia Brava, a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, o Convento de Santa Maria de Aguiar, assim como todas as igrejas e aldeias do nosso concelho. Cada uma, tem algo de especial, algo próprio, que apenas vai sentir, caso venha até nós. Figueira de Castelo Rodrigo, é uma experiência sensorial. As Amendoeiras em Flor, são um marco e uma referência para este nosso concelho. Um concelho com muito para oferecer, venha até nós e desfrute do ar puro e da tranquilidade, propícias da região. Quais os principais setores de atividade existentes no concelho? Figueira de Castelo Rodrigo é, sem qualquer dúvida, um concelho agrícola. Sempre fomos um concelho de grande propensão no que ao cultivo das terras diz respeito, assim como uma região com grande tradição no ramo da pastorícia. Temos muitos hectares de vinhas de qualidade, espalhadas pelo concelho, que dão origem a vinhos de alto gabarito. No concelho existe ainda uma grande produção de leite, sendo provavalmente a zona do distrito com maior número de ovinos. Para além disto, existem ainda algumas empresas de transformação de pedra e duas superfícies comerciais de dimensão considerável que mantêm alguns empregos. Relativamente a outras entidades geradoras de alguma riqueza, destaque-se ainda o papel do Munícipio, comércio tradicional, hotelaria e restauração, que criam alguns postos de trabalho. Que estratégias estão a ser utilizadas e quais os apoios que a Câmara tem usado para desenvolver o tecido empresarial da região? O Munícipio de Figueira de Castelo Rodrigo, tem estado atento a esta questão, que é séria e exige empenhamento. O ano passado, inaugurámos um espaço novo na zona industrial, para a possível instalação de novas empresas. É fundamental criar estruturas para depois cativar investimento. O distrito da Guarda, tem sem qualquer dúvida, sofrido bastante com a falta de novos investidores. Sem eles, não criamos postos de trabalho, não havendo assim criação de riqueza a prosperidade. A estratégia do atual executivo camarário, passa por apoiar as empresas que se encontram em funcionamento, e em simultâneo, tentar atrair novas outras. Recentemente, assinámos um protocolo com a Caixa Geral de Depósitos, justamente com o propósito de apoiar empresários com intenções de investir no concelho. Estamos disponíveis para ouvir todo e qualquer investidor, interessado em vir para a nossa região. Temos bastante para oferecer e estamos abertos ao diálogo.


município de figueira de castelo rodrigo | de norte a sul Que apoios prestam à população mais desfavorecida? Naturalmente e numa região onde não existem grandes possibilidades de emprego, há infelizmente dificuldades diversas. Estamos atentos aos nossos munícipes e à sua situação. Temos conhecimento de situações de alguma precaridade social, situação à qual não ficamos indiferentes. Para combater tais assimetrias, criámos o serviço de apoio ao idoso, o apoio e incentivo à fixação de pessoas e famílias, um cartão de saúde municipal, para além da bolsa de estudos que entregamos a todos os jovens do concelho que terminam o ensino secundário. Recentemente, cooperámos com outras entidades, na requalificação de um alojamento de uma família, evidenciadora de grande carência económica. Estamos também, neste momento, a desenvolver um novo projeto social, designado “Estou no Radar”, que pretende apoiar e combater situações desfavoráveis. O esforço nunca é demais, especialmente quando é dirigido aos nossos munícipes, de forma a providenciar um maior apoio e conforto, nas suas vidas. Que ofertas culturais existem em Figueira de Castelo Rodrigo? Figueira de Castelo Rodrigo, dispõe, hoje em dia, de uma oferta cultural significativa. Ao longo do ano, várias são as atividades e os eventos, que por aqui decorrem. Temos a Festa da Amendoeira em Flor, o Festival do Borrego da Marofa, as Festa da Vila, os diversos concertos musicais que vão decorrendo durante todo o ano, entre muitos outros. Mencione-se aqui também, que apesar de sermos um concelho relativamente pequeno, dispomos de uma riqueza invejável a nível de património histórico e de espaços de natureza. A Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, é um verdadeiro marco, que não poderiamos deixar de mencionar. Repare-se ainda no sumptuoso Convento de Santa Maria de Aguiar, no inestimável espólio religioso das igrejas da região, assim como nas estonteantes paisagens da Serra da Marofa ou na região de Barca de Alva. Somos um concelho com muito para oferecer, para além da grande qualidade e diversidade oferecida, a nível de hotelaria e restauração. Fale-nos um pouco do evento “Rainha da Amendoeira em Flor”. Temos muito orgulho, neste lema. Orgulho, porque o mesmo representa na plenitude a grande beleza do nosso concelho, especialmente nesta época do ano. Somos uma atração nacional e uma referência neste campo. É impossível falar de Amendoeira em Flor, sem mencionar o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. O certame que aqui se organiza por esta altura, é longo e repleto de interessantes atividades. Cada ano que passa, não apenas tentamos valoriza o que é nosso, como tentamos também diversificar o cartaz, de forma a atrair e chamar a atenção de todo o tipo de público. Música, exposições, demonstrações gastronómicas, eventos desportivos e fundamentalmente, boa disposição. O florir da amendoeira, traz a Figueira e às suas gentes uma alegria suplementar. É o início de um novo ciclo, que se repete a cada ano. Temos orgulho em ser Figueirenses e dispor de

tamanha oferta, no que à Festa da Amendoeira em Flor diz respeito.

Intervenção Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres

Como decorreu a abertura com a presença de Amândio Torres, Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural? E quais as perspetivas para os restantes dias de festa? A presença do Eng.º Amândio Torres em Figueira de Castelo Rodrigo, para participar na cerimónia de abertura oficial da Festa da Amendoeira em Flor, foi para nós, uma enorme honra. A sua vinda até ao nosso concelho, engrandece e prestigia a referida festa, pois acaba por chamar ainda mais atenção do grande público, relativamente à nossa bela região. A Festa da Amendoeira em Flor, decorre ao longo de quatro fins de semana. Até ao momento e estando já metade da festa passada, podemos fazer um balanço muito positivo. Muitas atividades, a pensar não apenas nos nossos munícipes, mas também em quem por estes dias, nos visita. Gostariamos de frisar aqui, que a Festa da Amendoeira em Flor é um certame abrangente, um evento repleto de iniciativas para todas as idades e gostos. Valorização gastronómica, desportos, música, paisagens. Sem dúvida, vale a pena vir até aqui, especialmente nesta altura.

“Estamos perante uma manifestação importante da capacidade da cidade para tirar partido das potencialidades locais. No nosso território as pessoas são, sem margem de dúvida, um dos principais recursos estratégicos que Portugal possui. Aqui em Figueira de Castelo Rodrigo podemos apreciar a agricultura e a gastronomia que Figueira de Castelo Rodrigo tem para projetar uma marca de grande relevância para a promoção desta terra. É com muito orgulho e muito prazer que hoje aqui estou convosco a partilhar uma destas atrações turísticas da vossa região que é referência nacional e faz parte do imaginário das terras brancas que são as amendoeiras em flor. Estas ações, independentemente do seu tamanho, são sempre traduzíveis naquilo que se consegue fazer de bem no nosso país”.

Que projetos serão adotados pela câmara, tendo em vista o futuro e dinâmica do concelho? O Município de Figueira de Castelo Rodrigo, tem apostado seriamente no campo da saúde. Como é do conhecimento público, existem muitas regiões em Portugal com este tipo de problemáticas, tais como o Alentejo e o Interior. Uma das nossas prioridades logo desde início foi precisamente, combater a falta de médicos, através de uma iniciativa inovadora e pioneira denominada Cartão de Saúde “Figueira Saudável”. O projeto tem resultado e os munícipes estão satisfeitos. Esta é, sem dúvida, uma iniciativa para manter no futuro. Para além disto, brevemente abrirá portas em Figueira de Castelo Rodrigo, o novo Centro de Inspeção Automóvel, que terá o apoio do Município. Graças a este novo projeto, os munícipes evitarão longas deslocações e perdas de tempo desnecessárias, para usufruírem deste serviço. Paralelamente a tudo o anteriormente mencionado, o Município tem-se esforçado bastante, para tentar revitalizar os lactícinios locais, uma vez que temos uma produção de leite massiva, no nosso concelho. Entre muitos outros, destacamos também o apoio aos produtores locais, a promoção da nossa gastronomia e vinhos e ainda a aposta na diferenciação, no que a eventos diz respeito (voltar a aposta na Festa da Amendoeira em Flor, Volta a Portugal em Bicicleta, Festas de Verão, Festivais de Música). Somos fundamentalmente um Município preocupado com os seus munícipes, sendo todas as nossas ações, pensadas para o seu bem-estar.

Apresentação da nova farda

Declarações pós intervenção Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres “Tem de ser, aliás estas visitas servem mesmo para isso. Por um lado, serve para conhecermos as realidades locais e o que se passa no nosso País. Se bem que eu seja uma pessoa do Interior, mas é sempre bom conhecer outras zonas e também serve obviamente para recolher as preocupações que as pessoas têm. Umas coisas podem ser mais facilmente resolvidas, outras poderão estar em vias de resolução e outras teremos que passar aos nossos colegas para eles resolverem. A gastronomia, a agricultura e o turismo são um dos motores do desenvolvimento rural “se nós para nos desenvolvermos não aproveitamos aquilo que é a base de cada local, dificilmente vamos fazer de outra maneira e, em Portugal, durante muito tempo, desvalorizamos um pouco e não demos tanta visibilidade à realidade local das pessoas, que é a agricultura. Reparem que os agricultores e as senhoras agricultoras são das pessoas mais importantes para criar paisagem e manter a paisagem e que muitas vezes estão invisíveis aos olhos da sociedade. Estão tão invisíveis que nem identificam as pessoas que estão a comprar produtos da terra que têm um ponto de venda numa grande superfície. Um pequeno agricultor é aquele em que os rendimentos são baixos, sendo inferiores a dez mil euros anuais e, a partir daí, disponibiliza-se a esses agricultores uma possibilidade de candidatura, que só a eles podem acorrer e com isto pensamos que iremos cobrir as necessidades de cerca de oitenta mil agricultores em Portugal. O sr. Primeiro Ministro diz que o Portugal da raia, o Portugal da fronteira não é o Interior, é a porta de saída e eu creio que com isso ele diz tudo e, portanto, é um claro convite às pessoas que são da raia e que vivem aqui para abrirem a porta a Espanha e até quase que a virar as costas ao mar, mas acho que é essa a porta importante que é preciso abrir bem como estabelecer laços mais fraternos e comerciais entre os dois países e entre as duas populações locais”.

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tema | empresa

Um exemplo de

sustentabilidade

Situada no distrito de Aveiro, a cidade de Águeda tem 15 mil habitantes e desde 2008 - quando foi a terceira cidade portuguesa a aderir ao Pacto Autarcas, que junta 4000 cidades europeias sob o lema da sustentabilidade - tem vindo a conhecer uma série de inovadoras medidas municipais com impacto ecológico e económico. Este conjunto de mudanças tem no presidente da Câmara Municipal, Gil Nadais, um dos mais veementes apoiantes.

Gil Nadais Presidente

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empresa | tema

A dirigir os destinos do concelho desde 2005, Gil Nadais, revela que aposta na sustentabilidade surge no contexto de uma maior afirmação e valorização de Águeda no contexto nacional, mas essencialmente porque introduz nas vivências da cidade e do concelho uma panóplia de princípios e procedimentos sob a égide da sustentabilidade do nosso planeta. “Temos que preservar o meio onde estamos inseridos e, como tal, devemos procurar sempre implementar as melhores práticas”, salienta o autarca, advogando que Águeda juntou-se a quem já tinha maior experiência, no sentido de promover a sustentabilidade em todas as ações preconizadas pelo município. Águeda constitui assim um verdadeiro exemplo de que, em termos de sustentabilidade urbana, a dimensão não importa, mas sim os hábitos e as boas práticas que se incutem, seguindo sempre o

dinheiro”, explica Gil Nadais, dando conta de que na área da iluminação, o Município foi um dos primeiros a ter tecnologia LED, que também contribui para reduzir os gastos com consumo. As poupanças geradas por esta política estão a ser canalizadas para um Fundo de Eficiência Energética que permitirá a implementação de mais medidas. Por outro lado, o Município tem em marcha um programa de acompanhamento dos gastos de água, ou seja, contadores inteligentes que medem os consumos e “temos detetado que existiam fugas que de outra forma não seriam detetáveis. Tudo isto é poupança, tudo isto é sustentabilidade”, refere o autarca, evidenciando: “temos práticas consolidadas de poupança”. A aposta na inovação, as boas práticas, o desenvolvimento tecnológico e o estabelecimento de parcerias são os pilares

em que o recarregamento das baterias poderá ser efetuado no local”, sublinha o autarca, acrescentando que “este projeto tem meia dúzia de anos e está na altura de lhe dar um novo fôlego”.

pressuposto de pensar global e agir local. Em Águeda, foi também criada a Agenda Local 21, uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal para fazer do concelho um exemplo a nível ambiental, social e económico, construindo um município mais justo, com melhor qualidade de vida e que assume as suas responsabilidades pelo ambiente global. Desta forma, a Câmara Municipal de Águeda assume o compromisso, partilhado com os seus munícipes, de continuar a trabalhar pelo bem estar das gerações atuais e futuras, quer ao nível ambiental, quer social e económico. “O nosso objetivo é efetivamente fazer bem e estar up to date com as melhores práticas para fazermos cada vez mais e melhor”, evidencia o autarca. Mais do que as medidas implementadas, no âmbito da sustentabilidade, Gil Nadais destaca a ação que o Município desenvolve nas escolas, atingindo dois objetivos com apenas uma ação. “Por um lado, estamos a mudar, criar e incentivar novos hábitos nas futuras gerações e, por outro lado, estamos a formar mensageiros para que também os pais adiram e possam modificar os seus hábitos”, sublinha o presidente da Câmara Municipal.

do desenvolvimento sustentável que Águeda tem registado. E como o foco da ação e atividade do Município de Águeda é o cidadão, Gil Nadais desvendou a existência de um projeto que está em fase de desenvolvimento, mas que espera poder entrar em funcionamento até ao final de 2016. “O objetivo é avaliar os níveis de ruído, temperatura, ambiente e gases em permanência no concelho, no fundo, estabelecer uma rede que possibilite um conhecimento mais aprofundado das condições existentes na nossa cidade e no nosso concelho”, explica.

Os cidadãos também estão sensíveis à ação do Município, tomaram como seu este desígnio da sustentabilidade global. “Começámos com uma sustentabilidade financeira, modernizando administrativamente a Câmara Municipal e mudando a forma de estar da autarquia, as pessoas sentiram isso de uma forma positiva, porque fomos mais rápidos e eficazes a dar as respostas que vão ao encontro das necessidades das pessoas”, avança, enumerando algumas das suas linhas de ação: qualificação dos espaços verdes, devolução do espaço público ao cidadão, promoção da economia local e empreendedorismo e melhoria da eficiência energética.

Uma política de poupança e eficiência Esta ‘cidade inteligente’ comprometeu-se a reduzir as emissões de CO2 em 33 por cento até 2020 e o desenvolvimento de uma rede de iluminação pública “na vanguarda do país” é uma das grandes apostas para atingir essa meta. O sistema instalado controla individualmente cada uma das luzes e reduz a iluminação nas horas de menor movimento, o que “ajuda a poupar em energia e

Um projeto pioneiro O beÁgueda – Bicicleta Elétrica de Águeda é um projeto piloto inovador implementado pelo Município de Águeda com o objetivo de incentivar os cidadãos a utilizar as bicicletas elétricas partilhadas. Considerado como um projeto inovador e com potencial de replicação noutras cidades europeias, o projeto beÁgueda tem um conjunto de particularidades que o tornam uma referência em diversos setores: o facto de a bicicleta elétrica permitir deslocações mais rápidas na cidade ou concelho e sem grande esforço, mesmo nas ruas com maior declive, bem como devido a ter uma utilização gratuita, torna a utilização da beÁgueda acessível a todos quantos queiram deslocações seguras, rápidas e mais sustentáveis na cidade. Gil Nadais refere que, este projeto implementado em parceria com uma empresa de Águeda, tem corrido bastante bem, no entanto subsistem algumas limitações. “Esperamos por isso que dentro de três meses possamos entrar numa 2ª fase, na qual teremos mais postos de parqueamento de bicicletas e

Uma cidade de excelência O Município de Águeda recebeu já inúmeros prémios e distinções pelo seu contributo na promoção da partilha de boas práticas e no desenvolvimento do empreendedorismo, inovação, desenvolvimento sustentável e da economia verde. Há uma grande aposta para que Águeda seja uma cidade de excelência, onde todos gostem de viver, trabalhar, estudar e visitar. Há uma aposta no sentido de conjugar todos os fatores para que as pessoas se sintam bem em Águeda, desde o emprego, educação, saúde, cultura e desporto.

Visão para o futuro Até o final do mandato, Gil Nadais tem diversos desideratos e projetos a concretizar, nomeadamente, um forte investimento empresarial e a criação de postos de trabalho, mas também o arranque da descentralização de competências na área da educação: “estamos a trabalhar com os agrupamentos de escolas no sentido de proporcionar melhores respostas”. Por outro lado, e após o investimento no saneamento em algumas partes do concelho, vai iniciar-se um programa de reposição de pavimentos. No âmbito da cultura, está a ser criado um centro de artes, no sentido de dotar o Município com um equipamento desta natureza, considerado pelo autarca de grande relevância. “Mas mais do que estas intervenções que são físicas, queremos uma dinâmica económica acentuada por parte dos empresários e fazer com que Águeda seja, cada vez mais, atrativa sob o ponto de vista cultural e turístico”, conclui.

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de norte a sul | município de vieira do minho

Cinco sentidos para descobrir Vieira do Minho

António Cardoso Presidente

Vieira do Minho possui grandes potencialidades que têm sido alvo de aproveitamento turístico, sendo que o recurso mais emblemático deste concelho é a sua paisagem. As paisagens que aqui existem, desenhadas com as mais belas cores que os mestres têm nas suas paletas avassalam pela sua magnitude e pelo seu brilho, é assim que lhe damos a conhecer esta região pelas palavras de António Cardoso, atual presidente da Câmara deste concelho.

V

ieira do Minho possui quatro albufeiras, uma que está situada inteiramente na região e as outras três partilham território com Terras do Bouro e Montalegre. O atual executivo pretende, aproveitando os recursos naturais que têm ao seu dispor, “fazer a promoção de três grandes áreas: a agricultura, a floresta e o turismo”, tendo como base o crescimento da economia local e a criação de emprego. O concelho com 220 Km2 de área, possui cerca de 15 mil habitantes e, nesse sentido, “a aposta recai quer na gestão de recursos

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humanos, quer na gestão de recursos financeiros, dirigindo-se sempre para as populações e empresas do concelho de Vieira do Minho e também apostando na oferta turística, no apoio à agricultura e no turismo, bem como à floresta, nunca esquecendo de dois fatores essenciais, que são a educação e a área social”, salienta António Cardoso. Na área da educação, o presidente manifesta, com muita satisfação, que “somos dos municípios que mais apoio oferecem ao nível da educação”, desde logo através da

oferta das refeições do ensino pré-escolar e do 1º ciclo, da oferta do transporte do préescolar ao 12º ano e da oferta de manuais escolares no 1º ciclo e na disponibilização de manuais do 5º ao 12º ano através de uma bolsa de livros. Quanto a apoios sociais, António Cardoso enumera que em Vieira do Minho existem cerca de 120 habitações sociais e que é assegurado o transporte gratuito para doentes oncológicos economicamente carenciados. Existem dois projetos a funcionar neste momento, na vertente social. Estes são Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) e o programa ‘Escolhas’, prestando um serviço de proximidade para com a população e de promoção da inclusão social de crianças e jovens oriundos de contextos socioeconómicos vulneráveis. Por estas razões, o município foi uma vez mais distinguido com o galardão das ‘Autarquias Familiarmente Responsáveis’. O desenvolvimento da atividade agrícola no concelho também merece atenção especial por parte do autarca, pois “procedemos ao pagamento das taxas de sanidade animal aos agricultores, promovemos a formação aos agricultores, dinamizamos a criação de uma bolsa de terras para potenciar o aproveitamento de terrenos que estão desaproveitadas e ainda existe a associação ‘APOSC’ que promove candidaturas para a reflorestação da Serra da Cabreira, entre

outras atividades”. A funcionar nesta região, está também um call center da Altice, com 110 colaboradores e, brevemente, abrirá outro call center com domínio da língua portuguesa, que empregará 300 a 400 pessoas. Em termos de oferta turística, Vieira do Minho dispõe de mais de 100 casas de turismo em espaço rural. “Temos turismo de qualidade, como o Aquafalls Nature Hotel e a Pousada de S. Bento, e futuramente, esperamos conseguir um campo de golfe com 18 buracos na envolvente da albufeira do Ermal”, sustenta o edil vieirense. ‘Sentir Vieira’ é um programa que aproveita os cinco sentidos do ser humano para que as pessoas possam, uma vez por mês, desfrutar do melhor que se faz em Vieira do Minho. António Cardoso destaca quatro grandes eventos deste programa: a Feira do Fumeiro, em janeiro; a Agrovieira, em junho; a Feira da Ladra, em outubro e o Mercado da Castanha, em novembro, de forma a promover a gastronomia, o artesanato, a agricultura e a cultura. De forma a potenciar o turismo em Vieira do Minho, “a região possui um parque de campismo, percursos pedestres, um barco de recreio na barragem de Caniçada que faz passeios turísticos e ainda um teleski que é único no país, junto ao qual se pretende, a curto prazo, desenvolver uma pista de canoagem”, conclui António Cardoso.


freguesia de espite | de norte a sul

“Tenho recebido muito mais do que aquilo que dou”

Filipe Batista Presidente

Em entrevista à revista Business Portugal, o presidente da Junta de Freguesia de Espite, Filipe Batista, faz o balanço das atividades da autarquia e aborda os mais diversos temas que se vivem atualmente na região. Depois de alguns anos a fazer parte da Assembleia de Freguesia, Filipe é convidado para assumir um novo desafio e a candidatar-se à presidência da Junta de Freguesia de Espite, concelho de Ourém. Em 2009, assume o cargo que

crianças, estamos condenados à extinção e destinados a ser um grupo envelhecido”. De forma a solucionar este problema, o autarca procura promover a integração e o bem estar da população jovem. “Fazemos transporte gratuito de crianças

são a sua principal prioridade. “É a situação que precisa de intervenção urgente, essencialmente na sede de freguesia. A rede em alta já existe, está lá o coletor, mas por falta de verbas os ramais ainda não estão executados”.

atualmente ocupa. “Sempre estive ligado à assembleia e há seis anos atrás convidaram-me para assumir esta responsabilidade. Como adoro a minha terra, achei que ia ser um elemento útil para a população e aceitei”. A emigração em Portugal, continua a ser um entrave para muitos jovens, que são impreterivelmente, forçados a deixar o país em busca de melhores condições de vida. Com cerca de 1100 habitantes, Espite não foi exceção. “A freguesia, atendendo à sua situação geográfica e à falta de acessos era extremamente pobre e as pessoas sentiram a necessidade de emigrar, isto no século passado. As pessoas não tinham condições nenhumas. Grande parte da população emigrou para França e felizmente foram na sua grande maioria muito bem sucedidas, devido ao seu espirito trabalhador e empreendedor”. Mais tarde, perto da década de 80, muitas regressaram à ‘terra’ e dedicaram-se essencialmente à construção civil. Posteriormente, com a crise na construção, muitas viram-se obrigadas de novo a emigrar, fator que fez com que a população se tornasse cada vez mais escassa e envelhecida. “Neste momento, um dos grandes problemas desta freguesia é a falta de pessoas. Faltam jovens e

e oferecemos os manuais na escola primária, entre outras iniciativas. Temos tentado dar o máximo de apoio possível a todas as crianças e jovens”. Como presidente de junta interventivo que é, não recua perante a oportunidade de contacto direto com a população. “Tentamos apoiar as pessoas em tudo aquilo que elas necessitam”. Dotado desse espírito, defende que uma Junta de Freguesia deve assumir-se como uma espécie de âncora para a população e associações, pronta para resolver os mais diversos problemas. “As bermas e as valetas estão a precisar de manutenção e as pessoas disponibilizam-se a melhorálas. Facultamos então os materiais e simultaneamente minimizamos os custos de construção e manutenção. Para além disso, temos ainda um projecto em mente, mediante a disponibilidade de recursos, que consiste em fazer visitas periódicas aos idosos, de forma a acompanhá-los e a tentar mantê-los em contacto com as famílias no estrangeiro através do skype ou de outro meio de comunicação”. Falou ainda das obras de saneamento que, por força dos constrangimentos financeiros, ainda não foi possível avançar com as mesmas. Contudo, adianta que neste momento

O atual presidente da Junta de Freguesia, e também professor no Agrupamento de Escolas Cónego Dr. Manuel Lopes Perdigão, considera a experiência muito positiva e afirma que consegue conciliar facilmente as duas coisas. “Enquanto presidente da junta aprendi muito sobre as pessoas. Tenho recebido muito mais do que aquilo que dou. É uma mais-valia que levo destes anos. Sou professor mas sempre que posso retiro algum tempo para me dedicar à freguesia, portanto consigo conciliar as duas coisas, até porque o órgão executivo funciona como uma verdadeira equipa”, conclui.

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de norte a sul | Freguesia de Alburitel

Ruralidade e

progresso em sintonia Com os seus quase 88 anos de vida, Alburitel é ainda uma freguesia jovem. Situada num pequeno planalto entre as cidades de Leiria, Ourém e Tomar, é a mais pequena Freguesia do concelho de Ourém, mas apenas em dimensão. Com paisagens únicas e sítios marcadamente históricos, Alburitel é paragem obrigatória quando o objetivo é visitar o concelho de Ourém. Para além disso, aponta as mais valias de viver em Alburitel. “Estamos bem situados, com boas acessibilidades, melhoradas agora pela passagem do IC9, com um nó em Alburitel, que nos custou bastante manter cá. Foi uma batalha travada e ganha por nós, pois consideramos que as acessibilidades são essenciais para manter qualquer freguesia viva. Temos farmácia, posto médico, bom comércio, indústria também ou seja, tudo o que é necessário para o dia a dia da nossa população, e contribuir para manter tudo isso é um dos nossos principais objetivos”, declara Elias Dias da Silva. Em termos de apoio à classe idosa, que marca a Freguesia, existe uma associação, a ACRA- Associação Cultural Recreativa de Alburitel, que contem várias respostas sociais como o centro de dia, apoio domiciliário, lar e dá apoio também às crianças em ATL e ao centro escolar, no fornecimento de alimentação (almoço). Existe também na Freguesia um outro lar, a funcionar em pleno e uma casa de acolhimento. Turismo começa a ser uma realidade Para quem gosta de turismo religioso existem na freguesia vários pontos de interesse, como nos conta Elias Dias da Silva. “Em termos turísticos temos na Freguesia a Capela de Nossa Senhora da Ajuda (Séc. XVII), a Capela dos Toucinhos (Séc. XVI), o Vale de Azurrague, a igreja matriz e em termos de paisagem como somos uma terra situada num pequeno planalto, junto ao depósito de água que abastece a freguesia, que é o ponto mais alto, vislumbram-se paisagens surpreendentes num panorama de rara beleza”. No entanto, aponta que é necessário fazer mais e melhor no sentido de potenciar o turismo na região.

Elias Dias da Silva Presidente

Uma freguesia para todos Elias Dias da Silva, Presidente da Junta de Freguesia de Alburitel, começa por nos apresentar a sua freguesia e fala sobre as suas principais preocupações para a mesma, que passam pelas acessibilidades condignas e em criar as condições necessárias para que as pessoas se sediem em Alburitel. “É, agora, a Freguesia mais pequena do concelho, no entanto fazemos jus para que não sejamos tão pequenos quanto isso, na vontade de querer dar à população aquilo que necessita no seu dia a dia, criando infraestruturas para melhorar a sua qualidade de vida”, explica o líder da Freguesia que em termos populacionais mais cresceu tendo em conta o resultado dos últimos Censos, realizados em 2011, tendo 1173 habitantes. Antiga cantina escolar e futura casa mortuária

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“Temos lutado para que se faça mais pelo turismo não só da Freguesia, mas como de toda a região. Neste sentido, o Presidente da Câmara Municipal de Ourém, Paulo Fonseca, tem feito um trabalho extraordinário projetando Fátima, que é mundialmente conhecida, mas na perspetiva de que as pessoas ao visitar Fátima passem também a conhecer o concelho no seu todo porque Ourém tem sítios que merecem igualmente ser visitados de que são exemplo o Castelo de Ourém e a Praia fluvial do Agroal. É preciso trabalhar neste sentido e promover a região através de um circuito turístico”, realça.

Eventos ao longo do ano Sendo a maior festividade da freguesia a Festa do Santíssimo Sacramento (3.º fim de semana de agosto), que ora é organizada pela igreja, ora pela associação, são vários os eventos realizados com outras temáticas ao longo do ano. Sendo a ACRA bastante dinamizadora, na perspetiva do Presidente da Junta, é de salientar os vários concertos musicais organizados e revela, orgulhoso, “a população quando vê que o objetivo da angariação de fundos passa por aplica-los em algo que é para o bem comum da Freguesia, colabora e é bastante ativa”. Sendo co-fundador desta associação, fundada a 1 de maio de 1975, com o objetivo de dar à população aquilo que na altura entendia fazer falta à mesma, que era um espaço onde se pudessem juntar e trocar ideias, como fomentar a cultura e o desporto, pois antes do 25 de abril eram muitos os obstáculos para planear alguma coisa nesse sentido, admite

freguesia de alburitel | de norte a sul

Queremos dar à população aquilo que necessita no seu dia a dia, criando infraestruturas para melhorar a sua qualidade de vida. Somos a freguesia mais pequena do concelho, mas não em vontade”.

que foi a partir daí que partiram as suas motivações para se candidatar à presidência da Junta de Freguesia, onde cumpre o quinto mandato. “O meu principal objetivo é servir a população e tem sido esse o meu lema em todos estes anos, fazendo o melhor que sei e posso (e deixam!), tentando construir obra que contribua para a melhoria da qualidade de vida da população e fixar as pessoas na Freguesia, sem terem a necessidade de se deslocarem para outras terras por não encontrarem aqui o que necessitam”, realça Elias Dias da Silva. Projetos de futuro São vários os projetos que gostaria de ver concluídos até ao final do mandato, no sentido de dignificar a freguesia. “Os nossos projetos passam pela construção de uma nova sede para a Junta de Freguesia pois a atual não está bem situada, nem tem as melhores condições para um bom funcionamento de serviço à população. Com a construção do novo Centro Escolar, inaugurado há poucos anos, a escola inicial ficou devoluta e a ideia passa por requalificar o edifício e a sede de freguesia passar para lá, bem como as instalações onde era o jardim-de-infância serem também requalificadas para passar a unidade de saúde. Temos ainda mais dois projetos, já concluídos e prontos para entrar em execução, que são a casa mortuária, a instalar no edifício onde funcionou a cantina escolar e o parque de merendas na Serra de Alburitel”, conclui.

Antiga escola primária e futura sede da junta de freguesia

Igreja matriz

Antigo jardim de infância e futuras instalações da extensão de saúde/posto médico

Edifício polivalente com sede da junta e acra

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de norte a sul | freguesia de seiça

Terra empreendedora repleta de história

Sendo uma das freguesias mais antigas do concelho de Ourém, Seiça é uma terra repleta de história e tradição, que Custódio Henriques, presidente da Junta de Freguesia e todo o seu executivo fazem questão em manter, preservando assim a essência da freguesia.

da Olaia, a Quinta da Tacoaria, a Quinta da Sorieira, a Quinta de Chão de Maçãs, entre outros, constituem patrimónios arquitetónicos riquíssimos que urge valorizar. “Como as nossas quintas têm um património histórico vasto este também constitui do ponto de vista sociológico, uma referência para a nossa sociedade. A título de exemplo o Centro Social que é uma referência no concelho, desenvolveu uma atividade com

Custódio Henriques Presidente

Na história de Seiça é referência a Ermida de Santa Maria do séc. XII. Nuno Álvares nela rezou aquando da sua ida para a batalha de Aljubarrota, e por promessa a partir dessa data instituiu a realização de uma peregrinação anual de Ourém (Colegiada) para Santa Maria de Seiça que terminou no séc. XVIII, pretendendo o executivo presidido por Custódio Henriques, realizar no âmbito das comemorações dos 500 anos (1517-2017), pois pretende-se valorizar este acontecimento religioso pelo seu simbolismo também histórico. Na freguesia também existiam conjuntos de lagares de azeite e moinhos, que apesar de inativos são um património muito importante na identidade de Seiça, situados na Ribeira de Seiça que é a chamada a ‘jóia da coroa’ pois no âmbito ambiental tem um relevante potencial pela sua riqueza ripícola e fauna, onde merece destaque a existência da rara espécie de lampreia de riacho de nome Lampetra planeri constituindo também um fator diferenciador a nível regional. Enquanto freguesia secular existem várias quintas também seculares, a Quinta de Seiça, a Quinta da Mota, a Quinta

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os idosos na comemoração do aniversário da freguesia no ano passado, que foi o simular da apanha da azeitona com a todo o ritual que a mesma tinha e no final com a participação dos senhores da quinta”, sublinha Custódio Henriques. Seiça é assim, uma das freguesias mais importantes do concelho de Ourém não só pela sua antiguidade ou localização, mas também pelas atividades agrícolas e industriais sendo de destacar a zona industrial de Casal dos Frades que apesar de não responder às necessidades atuais, constitui um grande polo de empregabilidade a nível do concelho. “Apesar de termos alguma indústria dispersa pela freguesia e uma zona industrial, muitas das pessoas que aqui habitam trabalham em muitos concelhos vizinhos pois possuímos bons acessos como a IC9 e linha do comboio – Apeadeiro de Seiça-Ourém”, explica. Sendo uma região marcada pelo turismo religioso, o nosso entrevistado considera que ainda há muito a fazer no sentido de potenciar as freguesias pertencentes ao concelho, sendo que Fátima é, sem dúvida, a mais visitada. “A questão do turismo religioso poderia ser uma alavanca fantástica ao desenvolvimento do concelho o que não tem acontecido, não bastam as boas vontades, a necessidade


freguesia de seiça | de norte a sul de um plano estratégico ao nível concelhio é urgente, o empreendedorismo tem que ser dinamizado e apoiado pois as potencialidades da região são muitas e hoje deve ser um imperativo concelhio tirar partido deste potencial. As propostas para os peregrinos permanecerem mais tempo têm que ser apetecíveis nomeadamente a nível gastronómico e de lazer”, frisa. São muitas as festividades religiosas e eventos culturais e desportivos realizados na freguesia como a Festa dos Pinhões, Nossa Senhora da Purificação, (fevereiro), Festa de Nossa Senhora da Penha de França ( agosto), Festa de Nossa Senhora da Salvação (agosto) e a Festa do Sagrado Coração de Jesus ( setembro), e as diversas atividades das associações, que são oito exercendo atividades fulcrais a nível local e que muito contribuem para o bem estar das populações. “Temos duas associações que têm dos melhores grupos de teatro da região, o Grupo Desportivo e Cultural de Seiça e o Centro Cultural e Recreativo Peras Ruivas (Apolo), mas a Associação Social e Cultural Fontaínhas de Seiça tem um grupo de cantares, a Associação de Caçadores que tem tido um papel extremamente importante a nível de recuperação cinergética, a Associação das Vespas de Ourém também está sediada na nossa freguesia.”, enumera o presidente. Apesar das dificuldades que a freguesia atravessa, são diversos os projetos desenvolvidos com o objetivo de potenciar Seiça. “Temos a noção que a nossa freguesia foi prejudicada antes e depois do 25 de abril, pois só agora estamos a concluir

estradas que já deveriam existir há mais de 40 anos o que não aconteceu em outras freguesias vizinhas”. No entanto, o atual executivo da Junta de Freguesia foi pioneiro na limpeza dos pinhais e conseguiu dinamizar a criação da zona de intervenção florestal (zif) em minifúndio, que está na fase embrionária, e realizaram projetos de limpeza da ribeira e suas margens. Neste momento estão também a criar dois parques de lazer, um deles junto à ponte romana. “Apesar de não conseguirmos atingir os nossos objetivos tem sido possível realizar alguns melhoramentos de grande significado e impacto como a requalificação das estradas principal (113-1), o troço Seiça às Fontainhas, bem como a colocação de tapete betuminoso em pequenos troços mas de grande importância para as populações locais, foi possível a requalificação de casa centenária em Casa Museu e Multiusos, mas as necessidades são muitas e esperamos, a curto prazo, o início das obras da Casa Mortuária. Temos muitas vias de comunicação na freguesia que exigem requalificação assim como pretendemos que o Plano de Desenvolvimento Municipal da nossa freguesia seja revisto. Somos uma freguesia que tem condições para que os seus habitantes tenham qualidade de vida, e neste sentido, temos que valorizar a Câmara Municipal de Ourém, pelo trabalho que têm desenvolvido na nossa freguesia, nomeadamente o presidente, Paulo Fonseca pois conhece bem a forma como fomos marginalizados enquanto freguesia centenária, as nossas dificuldades e os nossos anseios pelo que a sua solidariedade tem sido muito importante”, finaliza.

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de norte a sul | união de freguesias de rio de couros e casal dos bernardos

“A melhor coisa da região é o povo” A União de Freguesias de Rio de Couros e Casal dos Bernardos tem cerca de três mil habitantes e surge por agregação das extintas freguesias de Casal dos Bernardos e Rio de Couros. Estivemos à conversa com Manuel Dias, atual presidente desta União de Freguesias, que nos falou sobre o trabalho que tem sido desenvolvido pela autarquia.

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Executivo da Junta de Freguesia


união de freguesias de rio de couros e casal dos bernardos | de norte a sul Autarca há mais de 18 anos, Manuel Dias começa por explicar quais os motivos que o levaram a ocupar este cargo. “Nasci em Rio de Couros e estudei na escola indústrial e comercial de Tomar. Numa fase difícil que o país atravessava, não consegui arranjar trabalho e decidi ir para a Venezuela. Fiquei lá quase 20 anos e decidi regressar a Portugal em 1996. Comecei a organizar a minha vida novamente, sem nunca pensar em envolver-me na política, mas quando cheguei começaram a falar-me das eleições e acabaram por me influenciar. Decidi candidatar-me, ganhei com algumas dificuldades e fui ficando até hoje”. Apesar do carinho que mantém pela freguesia e pelos respetivos cidadãos, Manuel Dias admite que não se voltará a candidatar. “Já faz parte da minha rotina chegar a casa, almoçar, mudar de roupa e vir para a Junta. Esta rotina vai-me fazer falta, mas estou cansado e algum dia vou ter que a deixar”. Esta junção das freguesias não foi inicialmente aceite por todos, Manuel Dias conta que chega mesmo a haver dúvidas por parte dos habitantes sobre esta recente união. “Muitas pessoas ainda nem sabem que agora somos uma só freguesia. É

uma experiência nova, não fomos nós que escolhemos. Na altura, cada presidente da Junta, quer de Rio de Couros como de Casal dos Bernardos, lutou para que isto não fosse avante, mas o Governo ameaçou, mais tarde decretou e tivemos que aceitar”. Quando questionado sobre os problemas que precisam de maior intervenção na região, o atual presidente afirma que as estradas e o saneamento são as principais preocupações. “Acho que todas as freguesias do concelho sofrem com os mesmos problemas. Um deles é a falta de saneamento, e por falta de verbas ainda não foi possível avançar com as obras. As estradas estão em muito mau estado, vão-se deteriorando e pouco se tem feito para mudar a situação”. O atual presidente da Junta de Freguesia de Rio de Couros, fala-nos da boa relação que atualmente mantém com a Câmara Municipal e dos problemas que, como qualquer outro presidente da junta, em tempos enfrentou. “Os primeiros quatro anos do executivo socialista, foram bastantes penalizadores para as freguesias, porque nos anos anteriores tínhamos sempre um apoio monetário por parte da Câmara Municipal e, nesse período, essas ajudas

foram suspensas. Nestes últimos dois anos, as coisas melhoraram e por isso já podemos dar mais atenção às pessoas e às suas necessidades”. Como presidente, dedica grande parte do seu tempo aos cidadãos com que diariamente lida e faz um balanço bastante positivo destes 18 anos enquanto autarca. “Quando cheguei não existiam funcionários a quem as pessoas pudessem recorrer, o cemitério estava uma desgraça, portanto não era uma junta funcionável. Rapidamente as coisas mudaram, temos uma sede nova, as pessoas que nos visitam notam que temos um dos cemitérios mais cuidados da zona, as escolas já recebem outro tipo de apoios, entre outras coisas. Estamos atentos a tudo, mas também não podemos fazer milagres”. O problema do envelhecimento da população surge quase sempre associado à emigração, em Rio de Couros isso parece não ser excepção. “A população está envelhecida e na minha opinião vai continuar. Estamos destinados a ser um dormitório e um lar de terceira idade. As pessoas que vivem cá neste momento já fizeram carreira noutro lado. A juventude está a fugir, principalmente os mais credenciados. A educação superior

é paga por todos nós e estamos a formar quadros para ajudar outros países. Pode ser que daqui a uns anos as coisas mudem”. Quanto ao futuro da autarquia, Manuel Dias adianta que “depende bastante de quem estiver à frente da Câmara Municipal e à frente da Junta de Freguesia, bem como das pessoas que aqui vivem. Com base nisso e atendendo à situação geográfica de Rio de Couros, temos razões para não ser pessimistas. Temos bons empresários que concerteza farão com que o futuro seja risonho”. Na sua intervenção, o presidente apelou à união de todos para ultrapassar as adversidades, na procura de melhores condições para a União de Freguesias. Em jeito de despedida, deixa ainda uma mensagem para quem ainda não conhece Rio de Couros. “Estamos a 27 quilómetros de Fátima, portanto façam-nos uma visita. Pelo caminho vão ver o Agroal, que mesmo não fazendo parte da nossa União de Freguesias vale a pena visitar. Aproveitem para confraternizar connosco, a melhor coisa da região é o povo e é com ele que vamos continuar a crescer”, conclui.

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de norte a sul | junta de freguesia de nossa senhora das misericórdias

Denso espólio natural,

histórico e etnográfico

Luís Oliveira Presidente

É uma das maiores freguesias do concelho de Ourém, com cerca de cinco mil habitantes e constitui uma das partes históricas mais importantes do concelho, o Castelo de Ourém. A Freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, é uma terra repleta de encantos e recantos e Luís Oliveira, presidente da Junta de Freguesia apresenta-nos esta freguesia, caracterizada pela sua imponência histórica.

“A nível turístico temos a parte histórica, com o castelo, a antiga Colegiada e a fonte gótica, e também as pegadas de dinossauros que fazem parte da Serra de Aire e Candeeiros. Na envolvente do castelo há muito para conhecer, temos o caso de na parte norte e poente onde temos dois caminhos em calçada romana que foram conservados há pouco tempo”, começa por enaltecer o autarca. No entanto, considera que nesta área ainda há muito a fazer, embora haja muita afluência de visitantes, poderia haver muito mais. “O que na minha perspetiva falta para este efeito é maior divulgação, principalmente porque Fátima atrai milhares de pessoas todo o ano e é necessário dar a conhecer o que existe no concelho fazendo parcerias com os agentes turísticos que atuam em Fátima e havendo essa hipótese, certamente haveria uma maior divulgação e adesão de mais visitantes”. Uma das maiores preocupações de Luís Oliveira, como o próprio frisa, é manter o património histórico da freguesia, isto em conjunto com a Câmara Municipal de Ourém, pois a nível arquitetónico não podem ser feitas grandes modificações nas estruturas seculares existentes.

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junta de freguesia de nossa senhora das misericórdias | de norte a sul “Como freguesia temos uma identidade muito forte que se traduz muito na parte histórica onde nos encontramos, dislumbrase a sede de freguesia e as pessoas identificam-se com esta envolvente histórica fortemente vincada na nossa freguesia”. Freguesia dinâmica e ativa A nível de eventos, o presidente destaca a 15.º edição do Fim de Semana Cultural organizado pela Junta de Freguesia, que este ano irá realizar-se a 27, 28 e 29 de maio, com tasquinhas que são exploradas pelas associações da freguesia e atividades culturais. “Como estão presentes coletividades de várias localidades, vêm pessoas desses lugares só para verem a sua tasquinha e normalmente com bastante adesão. Tentamos que esta iniciativa seja a amostra do que melhor que se faz na freguesia. Temos duas bandas filarmónicas e um rancho folclórico que prestam a sua colaboração e quando vem algum grupo musical de fora, sentimos a presença de mais pessoas de outras freguesias”, enaltece Luís Oliveira. As associações da freguesia estão

maioritariamente vocacionadas para a cultura e o desporto, tendo a freguesia, neste momento, 16 associações distintas. Algumas associações, mais direcionadas para o desporto, organizam provas de BTT e caminhadas, isto entre outras atividades, que normalmente se realizam todos os fins de semana em Nossa Senhora das Misericórdias.

freguesia face à pouca empregabilidade existente no concelho de Ourém. “Aqui, notamos que os mais jovens e não só, nos últimos anos emigraram muito. A nossa freguesia e nomeadamente Vilar dos Prazeres, era muito forte na indústria do mobiliário, que dava emprego a cerca de duas mil pessoas, hoje se estiverem lá 200 pessoas a trabalhar, é muito”.

Apoio às suas gentes Para a população mais idosa existem na freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias três lares, um em Lagoa do Furadouro pertencente à igreja, um a nível privado em Vilar dos Prazeres e um outro pertencente a uma associação com sócios, no Bairro, estando assim a freguesia bem preparada a nível de apoio à classe mais idosa. Para os mais jovens, um agrupamento de escuteiros e o grupo de jovens sem fronteiras, são parte integrante das atividades desenvolvidas e Luís Oliveira é perentório em afirmar “quando precisam de algum

Perspetivas de futuro Consciente das dificuldades que enfrentaria, Luís Oliveira decidiu aceitar o desafio lançado pelo anterior presidente da Junta de Freguesia e candidatou-se à sua liderança, tendo anteriormente exercido funções como secretário. “Temos muito trabalho mas é compensatório porque conhecemos muitas pessoas. O balanço é muito positivo”, explica. Neste momento, em termos de investimento, como nos indica, não pode ser muito mas há sempre trabalhos a fazer, nomeadamente a nível das acessibilidades, estando neste momento a finalizar as obras nas acessibilidades ao cemitério da sede da

apoio a nível da junta, ajudamos sempre que podemos”. Também a emigração é uma realidade nesta

freguesia a nível de mobilidade reduzida e o objetivo passa igualmente por continuar a manter a dinâmica entre a junta e a

população. “No ano passado promoveu-se o convívio entre pessoas com mais de 65 anos para passarem um domingo diferente, com um convívio em que a junta paga o almoço. Aderiram cerca de 400 pessoas e assim começou a falar-se mais na parte social pois é para isso mesmo que uma junta também deve trabalhar”. E conclui, destacando um dos grandes projetos que gostaria de ver concluído. “Temos uma infraestrutura onde existia uma pista de ultra leves e com a instalação de um parque eólico não dava para ser utilizada. Está a fazer-se a relocalização da mesma cujo projeto está em andamento e que queremos concluir rapidamente”.

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de norte a sul | união de freguesias de coimbra

A União que faz a Força

A Revista Business Portugal esteve à conversa com Hélder Rodrigues de Abreu, o presidente da União de Freguesias de Coimbra, composto pelas antigas freguesias da Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu.

Os serviços que aqui poderão ser encontrados a nível de secretaria são os seguintes: atestados de residência, insuficiência económica, provas de vida, agregado familiar, recenseamento eleitoral, licenciamento de canídeos, certidões diversas, autenticação de fotocópias, gestão do cemitério paroquial da Pedrulha (limpeza, conservação, utilização de campas e ossários), manutenção, limpeza e pequenos arranjos nas escolas, entre outros. Ao nível social, cultural e desportivo, a União de Freguesias presta apoio às diversas instituições da freguesia, a título de exemplo, a oferta de taças e troféus, utilização gratuita de

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instalações, oferta de cabazes de Natal a famílias carenciadas, passeio de idosos e excursões pedagógicas. Um aspeto que convém salientar é o de que a 22 de junho de 2013, a Universidade de Coimbra, a Alta e a Sofia foram integradas na lista de Património Mundial da UNESCO. “Esta classificação diz respeito ao edificado, mas engloba também uma dimensão imaterial justificada pelo papel da Universidade de Coimbra como construtora e difusora, durante séculos, da língua e cultura portuguesas”, salienta Hélder Rodrigues de Abreu. O presidente desta União de Freguesias refere ainda que “sentimo-nos orgulhosos. Portugal tem outros locais notáveis classificados como Património da Humanidade, mas Coimbra, uma cidade fantástica e encantada, bem o merecia”. Dentro desta linha, o presidente da União de Freguesias de Coimbra ressalta as Festas dos Santos Populares no Largo do Romal e Marquês de Pombal; a viagem de Séniores a Fátima, Batalha e Nazaré, sessões de ginástica para idosos, informatização dos serviços das autarquias; distribuição de cabazes a famílias carenciadas; colaboração no aniversário do Dia Mundial do Coração, reparação e apoio nas cinco escolas; higienização do mercado do Calhabé e a pavimentação na Rua da Casadinha, na Pedrulha. Damos-lhe agora a conhecer um pouco de cada zona que compõe esta União de Freguesias. Sé Nova Riquíssima no campo do património cultural edificado, a Sé Nova, integra-se no conjunto de edifícios também formado pelo antigo Colégio das Onze Mil Virgens e pelo Museu de História Natural, junto ao qual se encontra o Laboratório Chímico. As igrejas de S. João de Almedina e de S. Salvador, sendo este último um dos mais antigos monumentos religiosos da cidade,


Hélder Rodrigues de Abreu Presidente

união de freguesias de coimbra | de norte a sul

datando a sua edificação da segunda metade do século XII. Para além destes, “merecem igual destaque: o Penedo da Saudade, Jardim de Santa Cruz, vulgo da Sereia (feito pelos frades, século XVIII), Jardim dos Patos (Sá da Bandeira) e o Jardim do antigo Liceu D. João III, hoje Escola Secundária de José Falcão”, refere Hélder Rodrigues de Abreu. Santa Cruz É uma das mais importantes zonas de Coimbra, “atendendo ao núcleo histórico e arquitetónico que a compõe e ao valor cultural que representou nos primórdios da constituição do país”.

Santa Cruz foi criada em áreas contíguas ao Mosteiro de Santa Cruz, no arrabalde de Coimbra, “a sua expansão contribuiu, decisivamente, para o desenvolvimento da cidade, sobretudo na vertente comercial”. Os locais mais emblemáticos da zona de Santa Cruz são a Praça 8 de Maio, a Rua da Louça, a Rua da Moeda, a Rua da Sofia, o Pátio da Inquisição e o Largo das Olarias, “que constituem desde tempos longínquos uma zona marcadamente comercial e de arquitetura relevante, no contexto histórico de Coimbra”. Para além de uma grande concentração de monumentos de cariz religioso, existe o Mercado Municipal, e também em grande número, estabelecimentos comerciais, bancários, escritórios, consultórios médicos, livrarias, quiosques, cafés, restaurantes e tabernas. São também espaços que testemunham as celebrações mais significativas das tradições citadinas e académicas (a latada, a queima das fitas, a festa do Corpo de Deus e a procissão da Senhora da Boa Morte, desfiles, espetáculos musicais entre outros). No âmbito da cultura é de referir, ainda, o Teatro da Cerca de S. Bernardo, espaço aberto ao público onde se realizam diversos espetáculos musicais e de teatro. Para além do ferro forjado e estatuária, a cerâmica foi uma das principais atividades artesanais de Coimbra. Almedina Almedina ocupa a área da velha Alta e parte da sua zona histórica. Passa a ter a designação de Almedina por decreto de 7 de

junho de 1913, publicado no ‘Diário do Governo’ de 11 de junho do mesmo ano, ocupando praticamente a área das antigas freguesias de S. Pedro e S. Cristóvão, suprimidas por decreto régio de 1854. Ficou ainda com a zona limitada pelo Arco de Almedina, Quebra-Costas, Rua dos Coutinhos e Arco do Colégio Novo, que faziam parte da freguesia de S. Bartolomeu. São Bartolomeu S. Bartolomeu, “abrange sobretudo a designada Baixa da urbe coimbrã confina a norte com a freguesia de Santa Cruz, a este com a da Sé Nova, a sudeste com de Almedina e a sul e a oeste com de Santa Clara”, salienta Hélder Rodrigues de Abreu. É no emaranhado de ruas, ruelas, becos e travessas ‘da Baixinha’, onde predomina a função comercial, que se desenvolve a maior parte da zona de S. Bartolomeu, conferindo-lhe um aspeto muito peculiar. “Destaca-se neste espaço a praça Velha ou do Comércio, anteriormente denominada por praça de S. Bartolomeu, que se desenvolve entre a igreja românica de S. Tiago que remonta ao século XII e o templo religioso barroco de S. Bartolomeu atribuível ao século XVIII, assente numa igreja românica do século XII”. Futuro Hélder Rodrigues de Abreu, finaliza esta entrevista dizendo que “esperamos que esta União de Freguesias de Coimbra, constituída pelas antigas freguesias de Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu, contribua para uma melhor qualidade de vida dos cidadãos abrangidos”.

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de norte a sul| união de freguesias de eiras e são paulo de frades

Um misto

entre freguesia urbana e freguesia rural Fernando Abel Simões começa por introduzir a sua União de Freguesias da seguinte forma: “Estamos numa freguesia situada a norte de Coimbra que confina com a cidade. Com esta União de Freguesias de Eira e São Paulo de Frades, criou-se um misto entre freguesia urbana e freguesia rural”, refere. No passado, a zona de Eiras foi uma zona maioritariamente industrial, onde estavam, de facto, as grandes industrias em Coimbra. Nos dias atuais, Fernando Abel Simões revela que “começam a regressar outras boas unidades fabris”. Outro ponto que o presidente desta União de Freguesias menciona é o de que, neste momento, todas as grandes superfícies alimentares se encontram bem presentes na região e que outras empresas que desapareceram da região no passado, estão a regressar. Perspetivam-se alguns bons investimentos para obras de grande envergadura nesta União de Freguesias, tendo por base a instalação de um parque industrial. Um fator que agrada imenso a Fernando Abel Simões pois através do desenvolvimento industrial, é exequível a criação de riqueza. A freguesia de São Paulo de Frades é uma freguesia essencialmente rural e com dinâmicas próprias onde, por exemplo, existe uma unidade com cerca de 400 trabalhadores, um centro educativo que agregado possui um lar de idosos, piscinas, a antiga arca, clínicas veterinárias, a universidade de medicina veterinária, entre outras. Quando questionado sobre ofertas turísticas, o presidente desta união de freguesias afirma que “ainda há muito trabalho a fazer nesse sentido”. Do ponto de vista desportivo, existe um clube denominado União Clube Eirense, que é o segundo maior clube da cidade de Coimbra que intervém a muitos níveis, desde o futebol de jovens ao futebol de séniores, passando pelo atletismo, estando também presentes outras modalidades como é o caso da zumba e das artes marciais, envolvendo cerca de 600 a 700 atletas ao todo. Fernando Abel Simões expõe que “temos também dois lares de idosos com funcionamento de centro de dia em Eiras e São Paulo de Frades, havendo também na região lares de idosos de foro privado”. O presidente desta união de freguesias destaca ainda que: “Aqui há, de

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Fernando Abel Presidente

união de freguesias de eiras e são paulo de frades | de norte a sul

facto, uma conjugação de iniciativas que vão ao encontro de melhores soluções para uma fase de maior empobrecimento da sociedade”. Nesta União de Freguesias há também grupos ligados à pratica do ciclismo. A Roda Pedaleira é uma instituição que mobiliza a população ao nível nacional e, em Eiras e São Paulo de Frades existem também dois clubes que estão ligados ao futsal. O presidente da União de Freguesias de Eiras São Paulo de Frades revela que “faz-nos uma falta enorme não termos um pavilhão multiusos coberto” por forma a terem um espaço para realizarem todas as atividades desportivas e não só. Uma iniciativa desta União de Freguesias que decorre duas vezes por semana são as aulas de ginástica para idosos. “Tem funcionado muito bem e penso que ainda vamos

estender esta iniciativa a mais um ou dois sítios, mas tem que ser feito de uma forma progressiva até para irmos consolidando aquilo que estamos a fazer”, evidencia Fernando Abel Simões. Quando Fernando Abel Simões tomou posse havia uma Comissão Social de Freguesia, havendo no início oito instituições agregadas. Na atualidade já existem 30 instituições, quase 31 e, porque cresceu tanto, foi necessário criar um núcleo efetivo de gestão composto pelo presidente da Junta, uma técnica de ação social da câmara, uma técnica de ação social da Segurança Social, um elemento de cada associação de segurança social de Eiras e de São Paulo de Frades, um elemento do centro de saúde e da Cáritas. Este núcleo tem como missão reunir duas vezes por mês e fazer a gestão dos valores que têm à sua disposição, tratando com rigor todos os apoios que lhes são solicitados. Sobre projetos de futuro, o Presidente da União de Freguesias de Eiras e de São Paulo de Frades salienta que “ainda falta fazer muita coisa”, estando, neste momento, a trabalhar neste edifício da Junta em condições infra-humanas e, portanto, por

forma a colocar os serviços a trabalhar, com mais eficácia “temos que criar condições de acessos para as pessoas de mobilidade reduzida ou com carrinhos de bebé”, expõe. Todas as casas ao redor da junta estão na posse desta União de Freguesias, e já foi feito um levantamento que agora carece de projeto para futuramente se criarem nestas estruturas melhor espaço de funcionalidade e, um espaço museológico. Fernando Abel Simões espera também que, num futuro próximo, se faça a variante para Casais de Eiras, que é um tormento nas horas de maior trânsito. Esta variante está projetada já há alguns anos e, entretanto, sofreu um revés para fazer a ligação ao IP3 e junto à auto estrada para Viseu; resultante do anterior Governo ter interrompido a auto estrada A 13 do outro lado do rio ,mais concretamente em Ceira. Este projeto iria ajudar a projetar uma rede viária lateral à cidade de Coimbra, mais funcional e que vinha, naturalmente, potenciar o desenvolvimento para esta região. “Do meu ponto de vista, o crescimento da cidade de Coimbra já só se pode fazer para norte e faz-se com grande qualidade porque não há poluição, a rede viária é boa,

o espaço existe e as condições gerais de acesso com proximidade a rede de auto estradas”, conclui o presidente desta união de freguesias.

Eiras e São Paulo de Frades é uma freguesia essencialmente rural e com dinâmicas muito próprias

REVISTA BUSINESS PORTUGAL 115




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