Revista Business Portugal | Julho '15

Page 1


Distribuído por Proóptica, Lda. | www.prooptica.pt

#DontCrackUnderPressure

TAG HEUER 27° EVOLUTION Sébastien Ogier tem um objectivo: Ganhar! Ogier foi oito vezes Campeão Mundial de Rali, e este ano está a lutar pelo próximo título. Como a TAG Heuer Avant-Garde Eyewear, pretende superar o seu melhor e nunca ceder à pressão.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA

3


PME LÍDER PME EXCELÊNCIA RECONHECER O MÉRITO INCENTIVAR A QUALIDADE

DISTINGUIMOS EMPRESAS COM GALARDÃO PME LÍDER E PME EXCELÊNCIA O Banco BIC registou um crescimento de 77% na carteira do crédito protocolado, desde o final de 2013. Esta evolução demonstra bem o nosso compromisso com as empresas e com a economia portuguesa. O protocolo que celebrámos com o IAPMEI e o Turismo de Portugal confere à sua empresa a possibilidade de aceder aos estatutos de qualificação PME Líder e PME Excelência. Para além do reconhecimento público, que representa um selo de qualidade que passa a apresentar na relação com o mercado, pode ainda beneficiar das seguintes vantagens: bonificação nos spreads e majoração dos montantes de crédito ao abrigo da Linha PME Crescimento 2015 e outras linhas de crédito protocolado; redução no spread em função do rating da sua empresa em novas operações de crédito no Banco BIC; Continuaremos a trabalhar com entusiasmo e responsabilidade para fazer crescer as empresas que se distinguem entre as PME nacionais. Contacte-nos para fazer a sua candidatura através do Banco BIC. Não dispensa a consulta das condições dos produtos e do preçário em vigor junto do Banco BIC.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL EDITORIAL

Editorial

FICHA TÉCNICA Diretor Fernando Silva

EDITORA

além-fronteiras se faz portugal Por Diana Ferreira

Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt)

REDAÇÃO Kathleen Araújo Rita Carreira Sara Gomes Síliva Correia Vera Pinto Ana Miguel Lopes Mafalda Guedes Miguel Marta Caeiro Rita Burmester Sílvia Martins (redacao@revistabusinessportugal.pt)

PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN Tiago Rodrigues

Sabia que há actualmente 8.298 empresas portuguesas em processo de internacionalização com Angola? E outras quantas para o Brasil e Cabo Verde? É um mundo de oportunidades que as empresas nacionais têm estado a explorar, de modo a crescerem com força, aliadas igualmente à inovação. Para uma melhor percepção desta nova realidade e do que esperam as empresas portuguesas, acompanhamos o recente seminário “Crescer para expandir: Oportunidades de Negócio e de Financiamento à Inovação e Internacionalização”. Aqui, os empresários presentes perceberam a importância da promoção do aumento da competitividade e o estímulo à internacionalização, bem como a necessidade de aumentar a capacidade exportadora das empresas. Mas porque nem só de além-fronteiras se faz Portugal, trazemos alguns exemplos das mais variadas áreas de negócio de algumas empresas nacionais. Além disso, destacamos alguns Municípios que continuam a apostar e a implementar as mais diversas medidas de apoio e acção social, assim como em investimento próprio, de forma a proporcionarem às empresas e aos seus habitantes uma maior capacidade de desenvolvimento e uma vida melhor. São alguns desses exemplos que trazemos à edição de Julho da Revista Business Portugal.

SECRETARIADO Paula Assunção

Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico

(paula@revistabusinessportugal.pt)

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO Cátia Fernandes Fernando Lopes Filipe Amorim Isabel Brandão José Machado José Alberto Luís Branco

alguns destaques da edição de julho

06 - município de figueira de castelo rodrigo

Luís Silva Manuel Fernando Paulo Padilha Pedro Duarte

11- hospital veterinário da mata de santa iria

Rui Diogo

EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE

PORTUGAL DE BOA SAÚDE

Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2

54 - Farmácia dos Mares 58 - Orion Portugal

4400-134 - Mafamude (geral@revistabusinessportugal.pt)

CONTACTOS Tlf: 223 754 806 (Geral) Tlf: 224 109 098 (Redação)

A REVISTA BUSINESS PORTUGAL NAS REDES SOCIAS

INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO 24 - Banco BIC Portugal 30 - Virtual Form 34 - BASF

A BEIRA BAIXA

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

62 - Município de Vila Nova de Cerveira 68 - Município de Águeda

UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

77 - Município de Santo Tirso 44 - Junta de Freguesia da Aldeia de St. Margarida 82 - Junta de Freguesia de Vila das Aves 50 - Misericórdia de Rosmaninhal 118 - Festival de Esculturas na Areia DISTRIBUIÇÃO Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID Depósito Legal: 374969/14 Edição de julho

5


REVISTA BUSINESS PORTUGAL OPINIÃO

artigo de opinião SETE PECADOS NOS TRANSPORTES Redigido por João Paulo Correia, Vice-presidente do GPPS

Estamos nas últimas semanas dos trabalhos parlamentares e a cerca de três meses das eleições. Entretanto, decorrem por esta altura sete (!) processos de privatização e subconcessão no sector dos Transportes – TAP, CP CARGA, EMEF, METRO DO PORTO, STCP, CARRIS e METRO DE LISBOA. A este pacote soma-se o novo regime jurídico do serviço público de transporte de passageiros, publicado no passado dia 09 de junho e que entrará em vigor, globalmente, a 09 de Agosto. Em circunstâncias normais dir-se-ia que se trata de uma revolução no sector. Mas não. Trata-se de uma investida desesperada sobre um sector que foi sempre apetecível para governantes com comprometimentos neoliberais. O governo está a impor a sua vontade política ao sector dos Transportes. O governo alega legitimidade política até ao último dia do mandato mas todos sabemos que a legitimidade política dos últimos dias de mandato não é a mesma de há um e dois anos. A legitimidade das decisões tomadas nos últimos dias de mandato está pois naturalmente fragilizada para decisões desta envergadura, irreversibilidade e vínculo duradouro. É altamente provável que parte destes processos sejam finalizados nos últimos dias da governação como é igualmente plausível que outra parte transite para a próxima legislatura. Muitos viram esta agenda neoliberal na campanha das legislativas. Era a chamada “agenda escondida”. Durante três anos e meio, cada uma das sete empresas em causa foi transformada no “fato à medida” para privatizar ou subconcessionar: redução de pessoal, desinvestimento

6

na manutenção e renovação da frota, desinvestimento na conservação das infraestruturas, redução de frequências e carreiras e supressão de linhas. O governo não tem uma estratégia para o sector. O governo procura desmantelar a gestão pública e a presença do Estado no sector dos Transportes e só arriscou arrastar esta agenda financeira para os últimos meses do mandato por…mera incompetência! Só assim se explica a urgência do governo. Não está em causa o confronto entre a sacralização da gestão pública e a medicinal gestão privada. Está em causa, acima de tudo, avaliar e defender o interesse público. A esmagadora maioria dos portugueses certamente não acredita que haja margem para defender o interesse público neste cenário de sete investidas simultâneas no sector dos Transportes em clima de final de mandato. O governo está a cometer sete pecados nos Transportes. O primeiro concurso foi lançado para as empresas METRO DO PORTO e STCP. Sobre a METRO DO PORTO: os caderno de encargos foram alterados por duas vezes, o prazo para a apresentação de propostas foi prorrogado por duas vezes e, por tal, a subconcessão que terminava no final do ano passado foi também prorrogada por duas vezes, a Comissão Europeia não conseguiu esclarecer se o único concorrente validado está habilitado a operar segundo as regras comunitárias, o Tribunal de Contas pediu esclarecimentos e, já em desespero, a administração da empresa assinou com o consórcio espanhol um contrato com vantagens financeiras superiores a vinte milhões de euros que não estavam inscritas no caderno de encargos! Uma enorme trapalhada! Sobre a STCP: o governo inscreveu no caderno de encargos o inédito compromisso de fazer aprovar (!) um novo regime jurídico do serviço público de transporte de passageiros, por forma a permitir a renovação das concessões das carreiras operadas pela empresa fora do concelho do Porto (único artigo que entrou imediatamente em vigor após a publicação da lei), tendo recorrido para o efeito à Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto (entidade em extinção (!) por força do novo regime jurídico) para renovar as concessões antes da entrada em vigor do restante articulado que transfere essa competência para o Conselho Metropolitano do Porto). Tudo isto sem qualquer diálogo e coordenação com os municípios. Sabe-se que haverá redução da oferta e degradação da frota. Nova trapalhada! A subconcessão da operação da CARRIS e METRO DE LISBOA está marcada pela conflitualidade que o governo trouxe ao processo por não querer reconhecer a legitimidade da Câmara de Lisboa em assumir essa

competência consagrada na legislação autárquica. Por outro lado, sabe-se que os subconcessionários não ficarão obrigados às actuais políticas de renovação da frota e de investimento nas infraestruturas, bem como não irão incorporar cerca de seiscentos funcionários que continuarão com vínculo à empresa pública. As subconcessões implicarão a degradação do serviço. Mais uma trapalhada! A CP CARGA e a EMEF são empresas públicas com preponderância estratégica no transporte de mercadorias e intermodalidade marítimo-ferroviária e na manutenção do material circulante respectivamente. No início deste ano, o governo quis colocar o debate sobre o futuro destas empresas entre privatizar ou liquidar! Máfé! Estava tudo preparado para somar estas empresas à agenda privatizadora. As entrevistas que alguns grupos económicos deram nessa altura prognosticaram sem dificuldade que a opção seria, como é, a privatização. Recorde-se que o governo usou a EMEF para desbloquear o concurso da subconcessão da operação da METRO DO PORTO, quando a dois dias do prazo para a apresentação de candidaturas a empresa pública de manutenção de material ferroviário comunicou aos potenciais interessados que descia em 1,7 milhões de euros por ano os custos de manutenção que exigia para ser parceira no consórcio! Trapalhada! A privatização da maioria do capital da TAP ficará na história como um mau negócio para o Estado. Esta é a marca mais inapagável da venda da TAP. Este pecado irá pesar intemporalmente sobre a maioria PSD-CDS. O governo desprezou o sentimento colectivo. A TAP era mais que uma empresa pública e era mais que uma empresa do sector dos Transportes. A TAP empresa pública era um valor estratégico do país. Nem o mais desleixado discípulo neoliberal imaginaria que a TAP fosse alienada por dez milhões de euros mais umas promessas de injecção de milhões que mais não são que engenharias financeiras a construir com activos da TAP! Esta é a maior trapalhada! Todos estes processos foram preparados no segredo dos gabinetes ministeriais. O Governo não adiantou os estudos técnicos e informação económico-financeira que sustentaram as suas decisões. Os processos de privatização e subconcessão exigem tempo de preparação, transparência política, diálogo e espaço de concertação institucional. Não ficou provado que a competitividade destas empresas será melhor sob gestão privada. Não ficou provada a defesa do interesse público. Ficaram de fora a SOFLUSA e TRANSTEJO e os suburbanos da CP de Lisboa e Porto. As eleições são a parede que fará travar a agenda neoliberal que PSDCDS sempre quiseram impor ao sector dos Transportes.


Ciclum/XXXIV/Jun14

3300462


REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA DE CAPA

Um concelho repleto de projetos e potencialidades Município de figueira de castelo rodrigo Figueira de Castelo Rodrigo constitui uma zona geográfica situada numa peneplanície de altitude, rica pela variabilidade das suas paisagens que, culminando na Serra da Marofa, se estendem entre as arribas do Águeda e as encostas do Côa, declinando nas margens do grande rio que é o Douro. Terra de particular encanto e singular beleza, prima pela riqueza do seu património material de cariz arqueológico, histórico, artístico e arquitetónico; pelo património natural com a variância sedutora das suas serras, vales e rios; pelo património paisagístico face à variabilidade de matizes e cores com que se apresenta nas diferentes estações do ano ou na diversidade da flora; quer pela vastidão do seu património cultural imaterial, refletido nas suas tradições, crenças, usos e costumes que herdou dos seus antepassados, os Figueirenses, fiéis aos seus princípios, procuram a todo o custo conservar, valorizar, defender e divulgar, considerando a Convenção da UNESCO para a salvaguarda do Património Cultural Imaterial (PCI) de 2003 e subscrita por Portugal em 2008. A acrescentar a toda esta riqueza, a hospitalidade, a solidariedade, a humanidade dos seus habitantes, mestres na arte de bem receber, ciosos da sua terra e de saber compartilhá-la com os visitantes.

8


REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA DE CAPA

Património rico e identidade local enraizada De entre a enorme riqueza do património edificado basta referenciar as ruinas do palácio de Cristóvão de Moura, integrado no castelo de Castelo Rodrigo, povoação que integra uma das doze Aldeias Históricas, o Convento de Santa Maria de Aguiar e a sua Sala do Capítulo, o Casarão da Torre, ou seja, a Turris Aquilaris dos Romanos, também conhecido por Torre de Almofala e Torre das Águias, a Cruz de Pedro Jaques de Magalhães, na Salgadela, a assinalar o local onde ocorreu uma das três principais batalhas que contribuíram para a restauração da independência de Portugal. Não sendo possível ignorar o património religioso, atente-se nas igrejas e capelas que se espraiam pelo concelho, como também na riqueza do seu interior, com particular referência à talha dos antares, pinturas, quadros e relíquias, e às festas que durante o ano se realizam, com particular devoção aos santos padroeiros, e especialmente às cerimónias da Semana Santa e à festa do Corpo de Deus que se revestem de particular esplendor. Um registo particular merecem a igreja fortaleza de Escalhão, a igreja matriz de Mata de Lobos com torre sineira separada, e o Cristo Rei que do alto da Serra da Marofa protege o concelho e quem por ele circula. E cruzes e cruzeiros, alguns deles a assinalarem caminho aos peregrinos que se dirigiam a S. Tiago de Compostela. Dois solares são também merecedores de notação: o Solar dos Metelos na Freixeda do Torrão, constituído por dois conjuntos, a Casa e a Torre, outrora ligados por uma ponte; e o Solar dos Saraivas, em Vilar Torpim, conhecido por ‘Casa do Fidalgo’, que fora da família Quevedo Magalhães, e que serviu como hospital militar quando do cerco a Almeida em 1844 nas guerras fratricidas entre liberais e absolutistas. Voltando ao património natural e paisagístico poder-se-á destacar a Reserva da Faia Brava, que constitui a única reserva privada a nível nacional, incluindo a Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica. A Meseta Ibérica é a 15ª Reserva da Biosfera Transfronteiriça no Mundo e a segunda em Portugal. Das 631 Reservas da Biosfera da UNESCO apenas 14 são transfronteiriças, o que acontece com esta, localizada em Algodres.

Marofa Folk & Blues Fest 2015 Porém, Figueira de Castelo Rodrigo aproveita estes cenários idílicos para promover o concelho e potenciar a quem nos visitar experiencias únicas e inesquecíveis, aliando, ao que de melhor da natureza e do património podemos retirar, uma panóplia de eventos e iniciativas muito singulares, de que é exemplo o Marofa Folk &

9


REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA DE CAPA

Blues Fest 2015, 1º festival internacional de Folk & Blues de Figueira de Castelo Rodrigo que se realizará a 31 de julho e 1 de agosto, no Palácio Cristóvão de Moura, em Castelo Rodrigo. Pretende-se assim, atrair não só o público nacional como os nossos vizinhos espanhóis, uma vez que se trata de um estilo musical muito apreciado em Espanha onde decorre, inclusivamente, um dos maiores eventos deste género, na Catalunha. O Município reafirma aqui uma relação transfronteiriça de maior proximidade com Espanha atraindo um potencial turístico, de manifesta relevância para o desenvolvimento da nossa terra, promovendo assim os nossos produtos endógenos e a nossa gastronomia, concretamente o borrego da marofa, os nossos vinhos e azeites de reconhecida qualidade, dinamizando-se assim a economia local.

paulo langrouva Presidente

10

Com esta iniciativa o Município pretende a envolvência de todos, desde logo, na própria criação da imagem do evento através de um concurso de ideias para o seu logótipo oficial que se perpetuará nas suas próprias edições, convidando o público a uma intervenção ativa.

Workshop StixCamp Saliente-se ainda o Workshop StixCamp que decorrerá entre 17 e 19 de julho de 2015. StixCamp é um workshop organizado fora de uma região urbana. O principal objetivo deste workshop é envolver comunidades locais e globais, através de standards abertos ao desenvolvimento. ‘Standards abertos’ são padrões disponibilizados ao público em geral e desenvolvidos, aprovados e mantidos através de um processo colaborativo e orientado para o consenso. Os standards abertos são uma referência e têm

revolucionado áreas tão diversas como: ciência (Open Access, Open Labs), educação (Open Educational Resources), tecnologia (Open Software e Hardware), cultura (Creative Commons) e design e arquitetura (Open Making, Open Furniture). Esta iniciativa tem como impulsionador o professor Pedro Russo, astrofísico de renome internacional da Universidade de Leiden (Holanda), distinto filho da terra, e terá ainda como orador convidado Bruno SanchezAndrade Nuño, do Banco Mundial, EUA, entre outros ilustres investigadores e especialistas em astronomia. Também aqui se destaca uma simbiose perfeita entre a natureza e a atividade humana, potenciando o desenvolvimento sustentável do território. Um território envelhecido, como outros periféricos, e com as carências típicas dos concelhos do interior, agora pomposamente designados por territórios de baixa densidade, carências


REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA DE CAPA

estas que o Município Figueirense está fortemente empenhado em colmatar. No domínio da saúde as carências são de mais evidentes, pois é inconcebível que num concelho com mais de seis mil habitantes tenha apenas dois médicos de família para responder às necessidades de cuidados de saúde, sobretudo porque na sua maioria se trata de uma população envelhecida e, portanto, mais carecida e necessitada de cuidados de saúde permanentes e próximos.

Cartão de Saúde Municipal, novidade inovadora a nível nacional Assim, este executivo lançou uma iniciativa pioneira a nível nacional que se traduz na emissão do Cartão de Saúde Municipal, com o que se pretende chegar onde o Serviço Nacional de Saúde não alcança, garantindo, gratuitamente, a todos os munícipes, um acesso efetivo e célere aos cuidados básicos de saúde. Com este Cartão de Saúde Municipal se garante o acesso a consultas de clínica geral e especialidades, bem como aos meios de diagnóstico complementares e ao respetivo transporte às clínicas que distem a mais de 160 quilómetros da sede do concelho.

Feriado Municipal com várias iniciativas lúdicas e culturais No próximo dia 7 de julho, o Município de Figueira de Castelo Rodrigo celebra o seu feriado municipal, comemorando-se o 351º aniversário da Batalha de Salgadela, um marco indelével na história do concelho e do país, como referência para a sua independência. No ano transato, se comemorou com o devido relevo o 350º aniversário da referida batalha de Castelo Rodrigo, que mereceu a presença de ilustres personalidades, entre as quais se destacam o General Ramalho Eanes como representante do Senhor Presidente da República e o Vice-chefe do Estado-maior do Exército, General António Campos Gil. O ato foi abrilhantado com a presença da Banda Militar do Exército. As comemorações realizaramse no concelho no dia 7 de julho e no dia 11 da parte da manhã na Sociedade de Geografia de Lisboa e da parte da tarde na Sociedade Histórica da Independência de Portugal (Palácio da Independência). Será um dia de festa particularmente dedicado a Figueira de Castelo Rodrigo e aos figueirenses, onde não faltarão iniciativas lúdicas e culturais. O município assinalará ainda este feriado municipal com a inauguração de várias obras pelo concelho e com a distribuição dos primeiros cartões de saúde municipal. As festas do concelho não são exclusivas dos figueirenses, antes se convidam todos os naturais e amigos do concelho na participação em tão importante quão histórico momento da história do concelho mas também de Portugal.

11


medicina veterinária

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

12

A

medicina A medicina veterinária é uma das muitas áreas do conhecimento ligada à manutenção e restauração da saúde. Esta é a ciência médica que se dedica à prevenção, controle, erradicação e tratamento das doenças, traumatismos ou qualquer outro problema relacionado com a saúde dos animais, além do controlo da sanidade dos produtos e subprodutos de origem animal para o consumo

pelas suas características de execução e considerando a sua envolvência, foram atribuídas como sendo da responsabilidade do médico veterinário. Com a ampliação do leque de atribuições concernente ao profissional médico veterinário, algumas áreas ganharam destaque especial, as quais têm crescido de maneira bastante significativa, como é o caso da saúde pública, pela promoção da saúde e prevenção e controle de doenças. A Ordem dos Médicos Veterinários tem também ela desempenhado um importante papel quer na promoção da profissão, esclarecendo o papel destes profissionais, quer na defesa de medidas que favoreçam a atividade e os seus profissionais.

humano. Nesta edição, a Revista Business Portugal debruçou-se sobre esta A medicina veterinária está, atualmente, área que tem sofrido um imenso progresso e traz até aos leitores numa procura constante do algumas entidades de referência e importantes conselhos. desenvolvimento científico, que permita aos profissionais questionar resultados e procurar soluções para os velhos e novos problemas, contribuindo assim ativamente para o progresso científico. O desenvolvimento de novas metodologias de diagnóstico e as rápidas alterações verificadas na legislação de saúde exigem do veterinário do século XXI, capacidades renovadas para resolver os desafios de uma profissão em constante mudança. Historicamente, e de forma errada, a sociedade, de um modo geral, concebe o profissional médico veterinário como alguém que cuida exclusivamente de animais de forma clínica e cirúrgica. O seu campo de atuação tem sido alargado ao longo da evolução da sociedade, pelo aparecimento de necessidades específicas que,


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

Sustentabilidade e divulgação na importância da Saúde animal Hospital Veterinário da Mata de Santa Iria Aberto em 2013, o Hospital Veterinário da Mata de Santa Iria, no Turcifal – Torres Vedras, é um equipamento com características singulares no concelho. Visa a implementação de serviços modernos e atuais, trabalhando diariamente na sensibilização da população para os cuidados a ter em prol da saúde pública.

A equipa

O

Hospital Veterinário da Mata de Santa Iria é um autêntico caso de sucesso e uma referência em todo o país. Hoje com apenas dois anos, o centro veterinário acolhe inovação, qualidade e rigor nas suas práticas. Já no tempo da universidade o projeto foi pensado pelo proprietário, Filipe Pereira. “Houve sempre vontade de construir este hospital. Este espaço já existia e a ideia era construir um conceito diferente onde pudéssemos inserir o próprio edifício num espaço de jardim, de maneira a permitir que as pessoas antes e após a consulta pudessem usufruir da zona com os próprios animais um espaço pensado para o cliente e a sua mascote”,

sublinha. Quem entra encontra um espaço amplo, uma zona com pet-shop e um deslumbrante aquário de água salgada na sala de espera que emoldura o ambiente e o torna mais relaxante. O Hospital Veterinário apresenta uma estética moderna, “tendo a construção do mesmo levado em linha de conta preocupações na área da sustentabilidade”. Constituído por um conjunto de espaços completos e com o intuito de servir cada vez melhor, com um atendimento mais fluído e disciplinar o hospital está aberto durante 24 horas por dia. “Estamos disponíveis 24 horas por dia, uma vez que sentimos grande afluência a partir das 19 horas, pois é quando as pessoas chegam

a casa do trabalho e têm mais tempo para estarem com os seus animais e perceberem que algo não está bem e é ótimo ter um serviço destes disponível”, comenta Filipe Pereira. O leque de serviços é abrangente e procura responder a todas as necessidades da população. Numa área extensível o animal usufruí de todas as condições que lhe permitem recuperar, sempre devidamente acompanhado por profissionais experientes. O conjunto de ofertas vão desde banhos e tosquias, consultórios distintos para cães e gatos. “Tivemos necessidade de o fazer, uma vez que para os gatos é complicado estarem na mesma sala que os cães”, zona para internamento, salas para cirurgias, exames de diagnóstico, atendimento de ortopedia/fisioterapia e ainda, um gabinete para atendimento ao cliente e uma sala de reuniões que abriga as formações dinamizadas pelo centro hospitalar. O alcançar de um crescimento sustentável, a prestação de bons cuidados médico – veterinários e o investimento na formação contínua são os maiores objetivos da equipa clínica. Os serviços estão destinados a cães, gatos, animais exóticos e muito brevemente também para equinos. Com uma capacidade de internamento para cerca de 30

13


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

animais este é um hospital preparado e que consegue abarcar um serviço diferenciado e versátil. A equipa de oito profissionais (incluindo médicos veterinários, enfermeira e auxiliares) que constituem o Hospital Veterinário da Mata de Santa Iria defende e está ciente que não é apenas o equipamento tecnológico e o conhecimento especializado que o faz prosperar. “O contacto direto com o cliente e a difusão da informação tornaram-se imprescindíveis na educação e consciencialização dos clientes para a importância a ter com a saúde animal”.

Despertar consciências Outrora, não era tão comum a ida ao veterinário, só ao longo do tempo é que o animal foi preenchendo um espaço cada vez maior na vida das pessoas. Ainda assim, Estevão Reis, veterinário do centro hospitalar, confirma que continua a ser necessário comunicar às pessoas alguns cuidados a ter com o animal, de maneira a evitar problemas futuros. A prevenção revela-se crucial nesta vertente, não apenas na saúde animal, mas também na interligação que esta tem com a saúde humana. “Quando existe interação com o animal a prevenção dele acaba por fazer parte da nossa própria prevenção” alerta. A classe médico-veterinária assume assim grandes compromissos e como tal, procura alertar os donos dos animais para a responsabilidade que têm nas suas vidas. Como por exemplo, a leishmaniose e a leptospirose que são de interesse para a saúde pública, mas para os quais o público em geral não se encontra sensibilizado. Filipe Pereira e Estevão Reis observam que por descrédito às vacinas, por carências económicas ou desconhecimento têm-se vindo a manifestar cada vez mais esses quadros. “Penso também que a nível do sistema em si. A posição do médico veterinário na sociedade ainda deve de ser mais enfatizada, porque muitas vezes a saúde pública está revogada para o médico veterinário municipal e para os colegas que fazem a inspeção sanitária em matadouro e fica um pouco por aí, todos os outros colegas ainda não têm essa importância. É preciso estar vigilante às zoonoses (doenças que o animal pode transmitir ao ser humano) que colocam em risco a saúde pública. Se tratarmos bem os nossos animais todos ficamos a ganhar”, sublinha.

Realidades abordagens

distintas,

sala de espera

diferentes

Os nossos entrevistados salientam a importância do espaço físico em que o animal habita e por isso, denotam abordagens diversas quando um animal vive fora ou dentro de casa.

14

vista do hospital com a envolvente exterior

pet shop


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

piscina de reabilitação

Nos grandes centros urbanos “o animal é visto como um membro da família, vive em casa e partilha hábitos”. Já no meio rural “o animal não é, por vezes, tido como uma companhia, e por isso algumas pessoas recorrem aos serviços veterinários em última estância”. Por outro lado, revelam abordagens distintas em diferentes faixas etárias. “Percentualmente, diria que as pessoas que mais se preocupam com os animais de companhia serão a faixa etária central, as pessoas entre os trinta e os sessenta anos. Abaixo dos trinta é um bocado agridoce e acima dos sessenta, a população encontrase menos informada e acaba por não saber qual o acompanhamento necessário para que o seu animal cresça com saúde”, comentam.

Valorização da vida animal Com a existência de um grande número de animais abandonados o hospital veterinário colabora com cerca de cinco associações locais, realizam check ups e esterilizações e ainda, promovem a adoção de animais de estimação. Alertando os proprietários para os cuidados básicos necessários a ter com os seus animais de estimação.

Projetos

laboratório

Preocupado em oferecer novas experiências aos profissionais da medicina veterinária e aos donos dos animais, o proprietário e diretor-clínico, planeia e executa diversas ações de formação na área da saúde animal. O hospital também dinamiza um projeto pedagógico, durante as férias escolares, destinado a crianças denominado ‘Veterinários por um Dia’, mediante o qual é proporcionado o contacto com animais e uma primeira experiência com a profissão de veterinário, sensibilizando assim as crianças para os cuidados a ter com os animais. Para o futuro, Filipe Pereira e Estevão Reis ambicionam o crescimento sempre com base na satisfação dos clientes e de toda a equipa de trabalho.

burra residente no hospital “azeitona”

Rua General Humberto Delgado, 67 2565-775 Turcifal • T. 261 958 177 Tlm. 914 310 516 E. hvmsi.pt@gmail.com

15


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

Medicina veterinária de excelência no centro do Porto Hospital Veterinário Francisco Corrêa Cardoso (HVFCC) O Hospital Veterinário está instalado, desde 1991, no centro da Invicta. Surgiu da vontade e do espírito empreendedor do veterinário Francisco Corrêa Cardoso. O hospital está aberto 24 horas por dia, todos os dias do ano há 24 anos.

francisco corrêa cardoso Administrador

O

Hospital Veterinário Francisco Corrêa Cardoso (HVFCC) é um dos centros mais antigos localizados na cidade do Porto. O proprietário adquiriu uma casa que adaptou e transformou em hospital veterinário. Após ter terminado o curso superior, Francisco Corrêa Cardoso trabalhou um ano fora do país, regressou e trabalhou também em Lisboa e depois no Porto. A dada altura, “quando achei que estava preparado lancei-me sozinho”, revelou o veterinário e proprietário do Hospital Veterinário Francisco Corrêa Cardoso (HVFCC). O HVFCC tem uma equipa de 14 profissionais “permanente, que está a trabalhar a tempo inteiro, conta-nos, igualmente, com especialistas para alguns nichos. Depois, temos todas as áreas, tanto da cirurgia como da medicina. Quando é necessário, também é prestado serviço ao domicílio. Fazemos sempre tudo o que é necessário para resolver os problemas dos nossos clientes”, salienta o entrevistado. O HVFCC trata sobretudo cães e gatos, “60 por cento são caninos, 38 são gatos, existindo ainda uma parcela pequena de animais exóticos, para isso temos um veterinário especializado”, esclarece o veterinário

16

aos cuidados médico-veterinários, respeitam os animais e isto é transversal a todos os níveis sociais”, concluiu com satisfação o veterinário Francisco Corrêa Cardoso. A evolução também é fruto do trabalho realizado “nos últimos 20 anos, quer na indústria farmacêutica, quer na indústria de alimentação, bem como, tudo o que está relacionado com o tratamento de animais de companhia”, explica o interlocutor, remantando que em termos da medicina veterinária “Portugal está ao nível do melhor que há no mundo, estamos no topo”, remata com orgulho o proprietário do HVFCC. Para a franca expansão do setor contribuiu também a ação “absolutamente meritória da Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia, (APMVEAC) e de outras associações científicas nacionais”, como as instituições de ensino e formação. Francisco Corrêa Cardoso destaca também o papel relevante da atual bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, Laurentina Pedroso.

Francisco Corrêa Cardoso. O hospital sofreu uma grande obra de remodelação, com o aumento do espaço serão As recomendações do especialista dadas ainda melhores condições aos clientes, prestando Um animal saudável deve ir ao veterinário fazer os serviços diferenciados na área de medicina veterinária, exames e consultas de rotina duas vezes por ano. Para que se tornam uma mais valia para todos os utentes. quem está a pensar integrar na sua vida um animal de Desde a cirurgia ao internamento, passando pelas estimação há vários fatores a ter em conta e no Hospital análises clínicas, banho, tosquia, todos os serviços que Veterinário Francisco Corrêa Cardoso pode encontrar visam o bem-estar animal estão contemplados na oferta respostas que necessita, através do aconselhamento do HVFCC. prestado pelos profissionais. No entender do veterinário Questionado sobre a evolução do setor em Portugal, Francisco Corrêa Cardoso, cães e gatos são diferentes o responsável pelo HVFCC, Francisco Corrêa Cardoso “os cães têm um sentido de missão brutal (...) já os gatos refere como exemplo, o próprio hospital, “a medicina são muito territoriais e têm uma beleza de movimentos veterinária é um setor que está contra a corrente, que os cães não conseguem ter”, assim, em primeiro, quase não fomos afetados pela crise económica. Os deve ser avaliada a “disponibilidade em termos de cães e os gatos têm um papel importantíssimo nas espaço do ambiente e de tempo que o dono pode sociedades, especialmente, nas grandes cidades, onde dispensar, depois decidir entre cão ou gato, escolher a há muita gente que vive na maior das solidões”. Os raça mais adequada do animal, consoante a existência portugueses tratam cada vez melhor os animais de de crianças ou pessoas de idade no lar. Pessoas com estimação “as pessoas agora sabem muito mais, estão pouca mobilidade devem, por exemplo, ter um cão tipo mais informadas, mais preparadas, alimentam melhor bulldog inglês, já as famílias que têm crianças devem os animais, existem patologias que nunca mais vi. Os optar por labradores”, explica o interlocutor. “As pessoas donos estão muito mais exigentes, mesmo em relação


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA que não têm experiência devem escolher raças que são próprias para principiantes tipo o retriever labrador, não pode começar por um doberman, que é um cão fantástico com muito carácter, mas que precisa de ser educado, para primeiro filho deve ser uma raça fácil”, elucida, gracejando Francisco Corrêa Cardoso. No que toca aos primeiros cuidados a ter, o responsável pelo HVFCC refere que “o mais importante é ir à consulta dos cuidados básicos em saúde, é a consulta mais importante da vida dos animais, onde tudo é explicado. Por exemplo, em relação à alimentação, há muitos erros, as pessoas esquecem que os cães e os gatos são carnívoros, não são omnívoros, não podem comer como nós”, salienta. Nesta altura do ano, há que ter especial atenção ao combate de pulgas e carraças “a melhor solução passa por misturar vários medicamentos, no caso das pulgas, elas têm fases diferentes e devem ser combatidas, tendo este facto em consideração. O ambiente em redor também deve ser limpo pelo menos duas vezes por ano com produtos que deixem algum resíduo mas que não façam mal às pessoas”, explica o veterinário Francisco Corrêa Cardoso. Todos estes conselhos e as demais dúvidas podem ser esclarecidas no Hospital Veterinário Francisco Corrêa Cardoso, todos os dias do ano a qualquer hora do dia.

17


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

nutrição aliada à saúde Royal canin Reconhecida internacionalmente como uma das marcas em que os donos de animais mais confiam, a Royal Canin é uma empresa de referência em Nutrição-Saúde para gatos e cães por todo o mundo. A marca tem o pioneirismo inscrito no seu ADN e ao longo dos seus mais de 45 anos de história, tem assumido como prioridade o desenvolvimento de alimentos específicos para as diferentes sensibilidades e doenças do gato e do cão, bem como a partilha do conhecimento com os donos e com os profissionais que recomendam os alimentos da marca.

A obesidade é a doença com maior prevalência em gatos e cães a nível mundial com um impacto negativo na sua saúde e bem-estar e, neste contexto, a Royal Canin pretende fazer a diferença na qualidade de vidas

Para fazer face às necessidades nutricionais específicas dos animais obesos, a Royal Canin formulou a gama SATIETY WEIGHT MANAGEMENT.

destes animais e dos seus donos, propondo assim uma abordagem multifacetada à doença em parceria com as equipas médico-veterinárias do país.

A seleção do alimento é a chave do sucesso de um programa de emagrecimento. Em que medida é que a vossa gama ajuda a combater esta doença? A seleção do alimento é, realmente, uma etapa crítica para o sucesso do tratamento da obesidade e, por essa razão, é muito importante referirmos que para combater a obesidade não é aconselhável oferecer ao animal uma quantidade inferior do seu alimento de manutenção. Esta abordagem induziria uma perda de peso não saudável e aumentaria o risco de deficiência nutricional. Os alimentos da gama SATIETY WEIGHT MANAGEMENT ajudam o animal a emagrecer porque conjugam uma refeição apetente (ou seja, de que o animal disfruta) com um baixo teor calórico e um equilíbrio correto de nutrientes. Estes alimentos foram formulados para proporcionar um volume alimentar adequado, ajudando o animal a sentir-se saciado durante o programa de perda de peso e reduzindo a solicitação constante de alimentos, que está identificada como um dos motivos de maior frustração e ansiedade nos donos destes animais. A gama SATIETY WEIGHT MANAGEMENT é a única abordagem nutricional com 5 efeitos cientificamente comprovados: induz uma perda de peso eficaz2,3; reduz a solicitação de alimentos3,4; mantém a massa muscular2; estabiliza o peso5,6 e melhora a qualidade de vida7. Conseguimos isto através de uma combinação especial de fibras que promovem a saciedade, o que reduz o consumo alimentar espontâneo, aliado a um teor proteico elevado que ajudará a manter a massa muscular. Para além disto estes alimentos são suplementados com ácidos gordos essenciais (Ómega 3 e Ómega 6) que, em conjunto com outros nutracêuticos, promovem a saúde e beleza da pele e da pelagem.

O excesso de peso e a obesidade afetam aproximadamente 1 em cada 3 cães e 3 em cada 10 gatos1. Nesse sentido, a Royal Canin desenvolveu um programa de perda de peso. Em que consiste este programa? A obesidade é uma doença muito particular porque é a única doença cuja cura – retorno ao peso ideal– só acontece com uma abordagem nutricional adequada. O programa de perda de peso da Royal Canin está assente em três pilares: o animal (cuja saúde e qualidade de vida estão em primeiro lugar); o dono (que pode sentir-se reticente e receoso em avançar com um tratamento complexo e moroso) e a equipa médico-veterinária (que deve ter ao seu alcance as ferramentas adequadas de suporte ao animal e ao dono durante todo o programa de perda de peso). Um programa de perda de peso adequado demora tempo porque o emagrecimento deve ser gradual para assegurar que o animal perde apenas massa gorda e se mantém saudável. Durante esse tempo, os donos terão momentos de dúvida e podem ver esmorecer a sua vontade de continuar. É nesses momentos que as equipas médico-veterinárias devem intervir, ajustando os moldes do programa, ouvindo os donos e reconhecendo as pequenas vitórias que são alcançadas. O sucesso de um programa de perda peso é uma grande vitória sobretudo para o animal, porque está cientificamente provado que a perda de peso num animal obeso aumenta imediatamente a sua qualidade de vida7 e esse é o objetivo comum à Royal Canin, às equipas médico-veterinárias e aos donos dos animais.

18

Por fim, estes alimentos são suplementados com minerais e vitaminas que asseguram que os animais irão ingerir a quantidade adequada destes nutrientes, ainda que estejam a ingerir menos energia.

Fala-se muito em obesidade, mas do que se trata concretamente? A obesidade é a acumulação excessiva de gordura no organismo causada, normalmente, pelo desequilíbrio entre o consumo energético (muita quantidade de alimento ou com muitas calorias) e o gasto energético (falta de atividade física). As calorias ingeridas que não são gastas armazenam-se sob a forma de gordura levando ao aumento de peso. Considera-se que um animal tem excesso de peso se o seu peso corporal estiver menos de 20% acima do seu peso ideal. Se o peso corporal estiver 20% ou mais acima do peso ideal, considera-se que o animal é obeso.

Como é que os donos podem avaliar se o seu animal sofre de excesso de peso ou de obesidade? São quatro os sinais mais comuns de obesidade: a


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

acumulação de gordura na caixa torácica, sobre a linha da coluna vertebral ou na base da cauda; a acumulação de gordura abdominal e alteração da silhueta dos flancos; a redução da atividade física e a intolerância ao calor. A Royal Canin desenvolveu um website inteiramente dedicado ao problema da obesidade em gatos e cães (http://obesidade.royalcanin.pt/) e que pretende dar a conhecer esta doença aos donos e assim ajudar a combatê-la. Convidamos todos os donos de gatos e cães a visitá-lo e a consultarem as tabelas de índice de condição corporal. Se identificarem um ou mais sinais de excesso de peso ou obesidade nos seus animais, deverão consultar o médico veterinário.

Quais os fatores de risco associados à obesidade felina e canina e quais as raças com maior predisposição genética? Os principais fatores de risco para a obesidade são os erros alimentares associados à ausência de atividade física. A administração de um alimento hipercalórico, os erros na dosagem diária de alimento administrado ou as suplementações alimentares indevidas, também chamadas de guloseimas, são os erros alimentares mais graves. Também sabemos que há uma predisposição racial para a obesidade. As raças caninas mais predispostas são o Labrador Retriever, o Cavalier King Charles, o Cocker Spaniel e o Beagle. No caso dos gatos são os domésticos de pelo curto os que apresentam uma maior prevalência desta doença. Quais as consequências da obesidade? A obesidade é uma doença com consequências graves

para a saúde dos gatos e dos cães, que resulta numa diminuição da sua qualidade de vida e da sua esperança de vida. São várias as doenças associadas à obesidade - doenças osteoarticulares, doenças metabólicas, doenças do trato urinário ou mesmo doenças do trato respiratório superior. Vários estudos indicam que a diabetes mellitus felina tem uma prevalência 4 vezes superior em gatos obesos, ou ainda que as doenças osteoarticulares apresentam uma prevalência 3 vezes superior em animais obesos. Também é importante referir que os animais obesos estão sujeitos a um maior risco anestésico e a uma diminuição da sua resposta imunitária. Pelas razões apresentadas, é vital encarar a obesidade como uma doença importante com impacto real na saúde e bem-estar dos gatos e dos cães e sobre a qual temos de agir prontamente. Refira algumas dicas que possam ser utilizadas para ajudar os animais a atingir o peso ideal? Para ambas as espécies há três regras de ouro para a obtenção do peso ideal: controlar o valor energético total das refeições adaptando a dose diária às necessidades energéticas do animal (que variam de acordo com a raça, estilo de vida, fase da vida, atividade física, estado fisiológico e sensibilidades particulares). É importante assegurar a prática de exercício físico: as brincadeiras ou jogos estimulantes são imprescindíveis para preservar o peso ideal do seu animal. No caso dos gatos pode parecer mais difícil este aumento da atividade física mas visite o website http://obesidade.royalcanin.pt/ e nele encontrará formas fáceis e divertidas de o fazer. A terceira regra de ouro é que não deve dar ao seu animal guloseimas nem sobras das suas refeições. Se desejar recompensar o seu animal utilize o alimento habitual e deduza sempre a quantidade utilizada na dose diária recomendada.

Depois existem algumas diferenças importantes entre o gato e o cão num programa de perda de peso: por exemplo, se tem mais do que um gato em casa (e nem todos têm excesso de peso) tente alimentá-los em locais separados. No caso dos cães, para além do que foi referido deve estabelecer rituais constantes para as refeições, definindo um horário fixo para as mesmas.

Referências bibliográficas: 1.Prevalência do excesso de peso e da obesidade em gatos: 19-55% (APOP, 2012)e em cães: 17-52% (APOP, 2012). 2. German AJ et al. A high protein, high fibre diet improves weight loss in obese dogs. The Veterinary Journal 183 (2010) 294–297. 3. Bissot T et al. Novel dietary strategies can improve the outcome of weight loss programmes in obese client-owned cats. Journal of Feline Medicine and Surgery (2010) 12, 104-112. 4. Weber M, Bissot T, Servet E, Sergheraert R, Biourge V, and German AJ. A high protein, high fiber diet designed for weight loss improves satiety in dogs. J Vet Intern Med 2007;21:1203–1208. 5. German AJ et al. Low-maintenance energy requirements of obese dogs after weight loss. British Journal of Nutrition (2011), 106, S93–S96. 6. German AJ et al. Long term follow-up after weight management in obese dogs: The role of diet in preventing regain. The Veterinary Journal, May 2011. 7. German AJ, Holden SL, Wiseman-Orr ML, Reid J, Nolan AM, Biourge V, Morris PJ, Scott EM. Quality of life is reduced in obese dogs but improves after successful weight loss. The Veterinary Journal.2012 Jun;192 (3):428-34.

19


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

MELHOR QUALIDADE DE VIDA PARA SEU ANIMAL animadomus A AnimaDomus é a empresa fundadora da primeira Rede de Prestadores de Cuidados de Saúde Animal, que veio proporcionar aos donos dos animais de companhia o acesso a seguros de saúde em regime de comparticipação direta dando cobertura a todas as despesas em serviços clínicos, assim como o acesso a preços reduzidos num vasto leque de produtos e serviços não-clínicos considerados vitais para o bem-estar animal.

T

em atualmente cerca de 250 parceiros, prevendo atingir os 300 até ao final do ano. Na prática, a AnimaDomus fornece às seguradoras a possibilidade de criação de seguros inovadores de funcionamento em rede. Criada em 2006, fruto de uma lacuna que havia no mercado - a oferta de seguros de saúde para animais de companhia – a AnimaDomus surge com uma rede de prestadores de cuidados de saúde animal que serve de base aos seguros de saúde para animais em regime de managed care. Assim, através do modelo de prestações

Assim sendo, após alguns estudos nesta matéria, os responsáveis da AnimaDomus constataram que na medicina humana 89 por cento dos seguros de saúde passavam por redes de managed care. Perante esta realidade, os responsáveis consideraram que “não fazia sentido que estas não existissem na medicina Veterinária” e não perderam tempo em avançar com o seu projeto pioneiro e inovador em Portugal. Assim, numa linha geral, a AnimaDomus define-se hoje como a entidade gestora de uma rede composta por profissionais ligados ao segmento dos animais de

Importante será também referir que este modelo permite aos segurados usufruir dos seguros diretamente nos centros de atendimento. Neste contexto, os produtos (seguros de saúde animal) comercializados pelos clientes da AnimaDomus podem ter duas componentes: por um lado a prestação direta (copagamentos); por outro lado, o reembolso. “Ou seja, dependendo da modalidade do seguro contratada, o Segurado pode beneficiar na íntegra do seguro diretamente no CAMV (Centro de atendimento médicoveterinário) ou numa modalidade mista que conjuga o

diretas, os seguros dos seus clientes garantem, para além das normais coberturas associadas à doença e ao acidente, comparticipações na vacinação, esterilização e desparasitação dos animais, sem exclusões nem períodos de carência, válidos para toda a vida dos animais. E para melhor contextualizar a história e a importância desta firma no mercado, o sócio-gerente Ruben Livreiro explica: “Embora existam vários estudos que revelam a extrema importância que tem a companhia de um animal no seio das famílias no desenvolvimento social e psicológico dos seus membros, nomeadamente dos mais jovens e dos mais idosos, e da crescente assunção dessa realidade pela sociedade em geral, na verdade o mercado dos ´’animais de companhia’ não tinha cativado significativamente a atividade seguradora”.

companhia, estabelecendo parcerias com hospitais, clínicas e consultórios veterinários para integrarem a rede de prestadores de cuidados de saúde animal, “e posteriormente, disponibilizamos a utilização dessa rede às seguradoras, que são nossas clientes, para que possam criar produtos que tenham por base o seu uso” salienta Ruben Livreiro. A realidade dos seguros tem vindo a evoluir significativamente, indica Ruben Livreiro “Em 2009, quando foi lançado o primeiro seguro a funcionar na Rede AnimaDomus, passaram a existir no mercado três. Hoje, a oferta mais do que duplicou, existem sete sendo que todos os novos seguros de saúde em comercialização são de funcionamento na Rede AnimaDomus”. Perspetiva ainda que, a curto prazo, sejam lançados novos seguros.

benefício direto com o reembolso das despesas em consequência de doença e acidente”, esclarece o nosso interlocutor. De acordo com Ruben Livreiro, “a grande inovação deste modelo é permitir que todos os atos médicos veterinários, tais como vacinas, esterilizações e checkups, normalmente excluídas dos seguros de saúde para animais, estejam a coberto na componente Prestação Direta. Por exemplo, um dos nossos clientes comercializa um seguro que garante a vacina anual a 100 por cento” exemplifica Ruben Livreiro. Da mesma forma que permite a ausência de exclusões, períodos de carência ou limites de idade (o seguro é válido para toda a vida do animal).

20



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDICINA VETERINÁRIA

Tudo para cães e gatos num só espaço Centro de Bem Estar Animal O Centro de Bem Estar Animal apresenta diversos serviços repartidos entre o hotel para cães e gatos, localizado na Maia, e a loja com produtos, situada na Zona Industrial do Porto. Neste espaço comercial moderno existem acessórios, rações e produtos específicos, tosquias e banhos também estão contemplados.

Loja: Rua Manuel Pinto de Azevedo nº 118, 4100-320 Porto Hotel: Travessa do Bairro nº618, 4475-113 Castêlo da Maia Telefone : 220 998 895 Telemóvel : 917 566 528 www.centrobemestaranimal.pt

A

preocupação com os animais abandonados fizeram com que Andreia Gloystein criasse há 20 anos o hotel para cães e gatos. Inicialmente, surgiu para alojar os animais abandonados, posteriormente “funcionou como local de recolha” e, finalmente, passou a ser um hotel com capacidade para alojar 20 cães, albergando também entre sete a dez gatos. O objetivo do Centro de Bem Estar Animal é promover de uma forma saudável, através dos quatro colaboradores, o maior nível de bem

22

estar possível para os animais de companhia e criar condições que ajudem a fortalecer o vínculo homemanimal. Com a chegada do verão, o hotel tem muito mais afluência, mas a responsável pelo Centro de Bem Estar Animal revela que o espaço está disponível durante todo o ano. Atualmente, quando necessário, ainda alberga no hotel animais abandonados que depois tenta dar para a adoção. Como complemento, surgiu há cerca de dois anos a loja, no Porto, permitindo ao Centro de Bem Estar Animal uma diversificação tremenda nos serviços disponíveis. “Como estou no mercado há muitos anos acabo por ter um know how de todos os serviços necessários, tanto ao nível dos treinos para animais, como na área da veterinária, na vertente do aconselhamento de consultas veterinárias específicas de dermatologia ou psicologia, contribuindo para a resolução de determinado tipo de problemas como a agressividade e a depressão dos animais”, explica a proprietária do Centro de Bem Estar Animal. O

nome não foi escolhido ao acaso e pretende retratar a diversificação existente ao nível dos serviços prestados, que vão desde a hospedagem, aos banhos, às tosquias, passando pela venda de produtos, como acessórios e rações. O transporte de animais é outra das valências e o pedido de reservas por mail também está contemplado. Andreia Gloystein revelou que o “negócio sofreu com a crise, tendo em conta que os portugueses passaram a ir menos de férias”, contudo, a responsável adianta que “agora já se sente um crescendo” novamente, revelando que no futuro pretende continuar a prestar o serviço de qualidade que carateriza o Centro de Bem Estar Animal.



inovação e internacionalização

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

24

A

s empresas portuguesas estão a apostar na inovação como um elemento chave para impulsionar o crescimento e a internacionalização dos seus negócios. A Comissão Europeia lançou o Horizonte 2020 – ProgramaQuadro Comunitário de Investigação & Inovação que vigora entre 2014 e 2020 com um orçamento superior a 77 milhões de euros. A Europa apresenta o Horizonte 2020 como “o maior instrumento da Comunidade Europeia especificamente orientado para o apoio à investigação, através do cofinanciamento de projetos de investigação, inovação e demonstração”. O Parlamento Europeu entende que a inovação “é uma componente fundamental para a criação de melhor emprego, a construção de uma sociedade mais ecológica e a melhoria da nossa qualidade de vida, mas também para a manutenção da competitividade da UE no mercado mundial”. Neste sentido, as empresas portuguesas já perceberam a importância da inovação e, são várias as áreas em que é notório o efeito positivo decorrente do trabalho de inovar para internacionalizar. Nas próximas páginas apresentamos vários exemplos de entidades que estão a contribuir para o aumento das exportações portuguesas. O Banco BIC Portugal tem implementado vários projetos de estímulos financeiros e económicos, no sentido de auxiliar as exportações de Portugal para Angola e para outros países da Lusofonia. A marca internacional de puericultura Chicco, presente em Portugal desde 1974, tem demonstrado que apostar na inovação é uma mais-valia, respondendo de forma eficaz às exigências do mercado, através do lançamento de produtos inovadores. No ramo da tecnologia e informática apresentamos o exemplo da Virtual Forum, que aposta no desenvolvimento de aplicações e serviços informáticos, estando presente no ramo jurídico com o software ibase AE (Agentes de Execução). Outros exemplos serão divulgados nas próximas páginas, evidenciando que as empresas portuguesas estão num novo rumo, apostando fortemente na inovação e internacionalização dos seus negócios.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

“A Economia portuguesa vai ser relançada através das exportações” banco bic portugal Durante nove meses o Banco BIC levou às capitais de distrito portuguesas um conjunto de seminários com o objetivo de promover o conhecimento dos mercados lusófonos e as condições para aceder ao programa Portugal 2020. Estas iniciativas decorreram em dois percursos simultâneos. Os seminários empresariais “Crescer para Expandir” desenvolveram-se em parceria com a Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e a Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI). Os encontros empresariais “A Caminho da Competitividade” contaram com a dinamização das Associações Empresariais Regionais. Em Lisboa, perante uma plateia repleta de empresários, o Presidente da Comissão Executiva do Banco BIC Português, Luís Mira Amaral, afirmou que o relançamento da economia portuguesa passa pelo aumento das exportações. A Revista Business Portugal esteve presente no seminário e apresenta as principais conclusões através de uma entrevista realizada a Luís Mira Amaral.

MIRA AMARAL CEO

Que balanço faz dos Seminários Crescer para Expandir? O balanço é positivo já que temos, não só em Lisboa, mas também nas restantes capitais de distrito, por onde temos passado, esgotado praticamente as salas através da apresentação de dois temas muito apelativos. Um, está relacionado com os novos instrumentos financeiros do Novo Quadro Comunitário de Apoio; outro ponto são os instrumentos do Banco BIC Português para conceder

26

apoio às empresas portuguesas, nos seus investimentos e nos seus processos de internacionalização. O facto de termos uma parceria com a AIP e com outras Associações Empresariais Regionais, permitiu juntar clientes, não só do Banco BIC, e portanto, existiram sinergias entre nós, a AIP e as restantes associações na captação de pessoas interessadas nestes seminários. A evolução do tecido empresarial português

passa pela inovação e internacionalização. Que conselhos gostaria de dar às empresas portuguesas que estejam a pensar expandir os seus negócios além-fronteiras? O programa de austeridade imposto pela troika teve uma vantagem, muitos empresários portugueses confrontados com as dificuldades e a retração no mercado doméstico foram procurar novos mercados no exterior, utilizando a capacidade ociosa que tinham


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

em Portugal, para tentar exportar para outros mercados. Isto foi uma dinâmica que se gerou e espero que seja irreversível para a economia portuguesa. De frisar, que não vai ser através da redução da despesa pública ou do consumo privado que a economia vai ser relançada, tem que se começar pelas exportações e depois pelo investimento produtivo que possa acompanhar essas exportações. Posteriormente, com este aumento podemos começar a importar a mais. De notar, que exportamos ainda apenas 40 por cento do PIB e, um país como Portugal, deveria exportar 60 a 70 por cento do PIB, no mínimo. O primeiro conselho que tenho para dar aos empresários é que têm, obviamente, de ir conhecer os mercados para os quais estão a pensar exportar, devem passar, por exemplo, duas semanas em Angola. Em Luanda, possibilitamos uma reunião com presidente do Banco BIC Angola, Fernando Teles que recebe os empresários e está sempre disponível para esclarecer qualquer questão. O recolher de informação e perceção in loco é fundamental para poder arrancar com um investimento no mercado externo. Preferencialmente, os empresários interessados devem optar por escolher um parceiro local, opção que também é decisiva, uma vez que há bons e maus parceiros. Como se consegue aumentar as exportações? No Banco BIC acreditamos que o nosso papel é tentar puxar pelas empresas de cada região, sejam nossas clientes ou possam vir a ser. Procuramos financiar os seus projetos para o exterior e fazer a ponte nos mercados para onde vão, nomeadamente Angola, Brasil ou Cabo Verde. Claro que a principal fatia do esforço é feita pelos empresários mas também conta a capacitação que estes tiverem para desenvolverem os seus negócios. Nesta capacitação, o Banco BIC, outras instituições e o novo Quadro Comunitário de Apoio têm um papel fundamental.

As empresas portuguesas podem fazer a diferença na lusofonia? Sim. Em Angola, por exemplo, o know-how empresarial, a competência tecnológica e a formação profissional dos nossos trabalhadores e quadros são indispensáveis. Apesar de a economia angolana estar numa fase menos boa, em virtude da descida do preço do petróleo mundial, travando naturalmente as exportações para Angola, esse facto mais chama a atenção para a necessidade de diversificação da economia angolana, o que gera oportunidades para o IDE em Angola, designadamente o português. É caso para dizer que a dificuldade de exportar gera mais oportunidades para investir localmente e assim contribuir para a diversificação da economia angolana. O mercado angolano ainda é atrativo? Durante este roadshow por Portugal essa tem sido uma das dúvidas colocadas mais vezes pelos empresários portuguesas. O que lhes tenho dito é que as oportunidades continuam a ser muitas e devem ser aproveitadas pelos portugueses para gerar retorno dos seus investimentos, na linha do referido anteriormente. Quais os setores onde existem maiores oportunidades? São vários. O governo angolano lançou, por exemplo, um ambicioso programa de construção de habitação social, o que gera óbvias oportunidades para a indústria dos materiais de construção. A aposta do governo angolano no sector primário também é muito forte. Nós não nos podemos esquecer que a população e a dimensão de Angola são respetivamente o dobro e dez vezes mais do que em Portugal. Além de que em termos de recursos naturais é um país riquíssimo, seja nas novas descobertas de petróleo, na exploração de gás natural, nas potencialidades minerais e hídricas e no

desenvolvimento de energias renováveis, seja em toda a exploração agrícola, agroindustrial, pecuária e pescas. Por que razão o Banco BIC se apresenta como uma boa opção para os empresários portugueses? Recentemente lançámos uma campanha dirigida às empresas que evidencia bem o nosso posicionamento. Por outro lado, o Banco BIC SA (Angola) dispõe da maior rede de agências do país fora de Luanda e é o principal banco dos importadores angolanos. O nosso lema, Crescemos Juntos, é um princípio mas sobretudo uma prática. Por isso, queremos que as empresas contem com o Banco BIC para o desenvolvimento dos negócios. Temos dois grandes bancos em Portugal e em Angola, o Banco BIC Português e o Banco BIC SA (Angola) com redes comerciais cobrindo os dois países e trabalhamos em conjunto nos dois bancos para apoiar as empresas portuguesas no relacionamento com Angola. O Banco BIC assinou um protocolo com o IAPMEI e com o Turismo de Portugal que confere aos clientes do banco a possibilidade de acederem aos estatutos de qualificação de PME Líder e PME Excelência. Quais as vantagens desta parceria? Estes programas já existiam, aliás de referir que o programa PME Excelência foi criado por mim há quase 30 anos, quando estava no Governo como ministro da Indústria e da Energia. A vantagem destes programas, com a entrada do Banco BIC, é dar a estas empresas um selo de qualidade que lhes é útil para o acesso aos investimentos bancários, com essa referência de qualidade, as empresas têm mais facilidade de acesso aos apoios financeiros da banca e poderão vir usufruir de spreads mais interessantes.

27


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

A felicidade de ser criança Chicco “Para nós, fazer um bebé sorrir é o melhor trabalho do mundo. E sentimo-nos privilegiados por dedicarmos o nosso tempo a pensar como fazer os bebés felizes. Tudo o que imaginamos resulta de um objetivo específico: entrar numa casa, conhecer um bebé e fazê-lo feliz. Porque sabemos que a recompensa será a melhor prenda de todas. O sorriso de um bebé”. Conheça a Chicco. primeiros quatro ou cinco anos de vida do bebé. A presença da marca é por isso incontornável quando pensamos em todo o universo que gira em torno do nascimento de um bebé, do seu crescimento e da sua família. Em Portugal, a marca Chicco encontra-se em cerca de quatro mil pontos de venda, entre farmácias e parafarmácias, grande distribuição, puericulturas, sapatarias e 36 lojas próprias. Quando falamos em terreno nacional, é impossível dissociar o setor empresarial do setor económico. Como tem sido enfrentar a crise em Portugal? A conjuntura económica dos últimos anos teve um enorme impacto na vida dos portugueses, que se traduziu na alteração de comportamentos, nomeadamente e especificamente no contexto que estamos a abordar, na queda significativa da taxa de natalidade e do consumo em geral. Para uma marca de puericultura, a constante redução da taxa de natalidade acompanhada por uma quebra do poder de compra anuncia anos turbulentos, recheados de dificuldades em termos de potencial de mercado. Naturalmente, a companhia teve que se adaptar a esta nova realidade. Foi crucial olhar para o mercado e encontrar novas oportunidades de negócio. Mantivemos o elevado investimento na marca ainda que de forma mais seletiva e revimos todos os processos da empresa

A Chicco é uma das grandes marcas internacionais de puericultura, roupa e acessórios de bebé e criança, sem esquecer dos produtos voltados para a maternidade. Como define a sua presença em Portugal? A marca Chicco chegou a Portugal na década de 70, mais concretamente em março de 1974. Graças à qualidade e elevada aceitação dos seus produtos, a Chicco rapidamente conquistou a liderança e alargou

28

o portfolio a outras categorias do mundo do bebé, tornando-se uma love brand para a maioria dos portugueses. Somos uma marca verdadeiramente multiespecialista em puericultura. Propomos produtos seguros, simples e adequados a todas as necessidades sentidas pelos bebés e suas famílias em cada fase de crescimento. E dessa forma, estamos presentes em praticamente todos os momentos da vida de uma família, durante os

de forma rigorosa com o objetivo de encontrar melhorias de gestão, tornarmo-nos mais competitivos, aumentar a produtividade, fazer mais com menos. O elevado nível de profissionalismo e de empenho da equipa foi determinante para conseguirmos o mais difícil, a quebra de paradigmas. O resultado deste esforço foi bastante positivo e sentimonos bastante orgulhosos com o que conseguimos. Num contexto tão difícil como é este em que nos encontramos, a marca Chicco em 2014 cresceu em faturação e reforçou as quotas de mercado nas áreas core em que se encontra presente. Qual é a principal missão Chicco? Dedicamos o nosso tempo a pensar como fazer os bebés felizes, é essa a nossa missão e sentimo-nos


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

privilegiados por isso. Acreditamos que uma criança feliz será uma pessoa feliz e que as pessoas felizes fazem do mundo um lugar melhor. Mas só é possivel compreender verdadeiramente o seu significado, os seus valores e o que esta missão representa se andarmos 58 anos de história para trás, para conhecer a fantástica história do seu fundador Pietro Catelli. Logo após a II Guerra Mundial, o jovem Pietro Catelli atravessava a fronteira entre Itália e a Suíça para comprar termómetros e seringas que depois vendia nas farmácias do norte de Itália, montado na sua bicicleta. Em 1946 conseguiu fundar a sua própria empresa, a que chamou Artsana. Em 1958, quando nasce o seu primeiro filho Enrico, Pietro Catelli movido pela sua curiosidade, começa a observar atentamente o mercado de puericultura e a perceber que a oferta existente era claramente insuficiente e que não satisfazia as necessidades dos bebés e suas famílias. Diante desta oportunidade, decidiu criar uma marca de puericultura à qual deu o nome de Chicco, o diminutivo de Enrico. “Estou convencido de que na vida basta olhar… é apenas graças à combinação de curiosidade, paixão e responsabilidade que conseguimos dar vida aos nossos produtos”. 58 anos passaram e o legado mantém-se. Hoje a marca Chicco é líder no setor de puericultura e uma das primeiras dez marcas italianas de Bens de Grande Consumo no Mundo. A Chicco é reconhecida pela qualidade do que faz, mas não fica apenas por aí, e busca inovar em conceitos, materiais, produtos e mesmo em design. Isto é uma marca da sua identidade? Está no ADN da marca investir fortemente em inovação e propor produtos de acordo com as exigências do mercado e em absoluta coerência com as estratégias da marca. Ao longo dos anos, multiplicam-se os produtos inovadores lançados em diferentes áreas, nomeadamente a primeira tetina anti-soluço, o primeiro sistema trio constituído por carro, alcofa e cadeira auto, os primeiros sapatinhos fisiológicos ou os primeiros brinquedos didáticos bilingues. Temos unidades produtivas em todo o mundo, devidamente certificadas. Damos a máxima atenção e importância à qualidade e à segurança dos nossos produtos, colaborando constantemente com laboratórios e entidades certificadoras, ambos entre os mais reconhecidos e acreditados a nível internacional. Conseguimos assim promover uma constante inovação, garantida por uma rede multifuncional assente em fortes competências internas e uma permanente colaboração com universidades, escolas de design e fundações de

prestígio. Todos os anos, além das coleções de roupa e sapatos criadas internamente, são desenvolvidos mais de 200 novos projetos e muitos outros aperfeiçoados. Já são conhecidas as apostas na área da responsabilidade social. De que projetos estamos a falar? Enquanto marca líder de produtos para bebé estamos cientes da nossa responsabilidade e sabemos que, com a nossa ajuda, contribuímos efetivamente para melhorar a vida das instituições e de particulares que recorrem a nós. Ainda que, infelizmente, também tenhamos limitações e nem sempre seja possível ajudar tanto ou tantas famílias ou instituições como gostaríamos. Em 2006 sentimos que podíamos ir mais longe, que podíamos contribuir com o nosso esforço de forma mais abrangente, organizada e continuada para o bem estar das crianças e das suas famílias. Estudámos vários projetos e verificámos que parte das Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) dos hospitais e maternidades se encontravam subequipadas, não respondendo às necessidades da população. Foi assim que nasceu o projeto ‘Chicco dá Vida’, um projeto que ajuda os hospitais e maternidades, mais especificamente os serviços de neonatologia, dotandoos de equipamento moderno que permita aumentar a sua capacidade de resposta. Através deste projeto, a Chicco contribui para a sobrevivência e bem estar dos bebés que necessitam de uma Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN)

bem equipada para sobreviver e, consequentemente, para o bem estar das suas famílias. O nosso objetivo é ajudar um hospital por ano e queremos continuar a chegar a diferentes pontos do país. Desde 2006, já estivemos em Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Aveiro e Leiria. Sabemos que com o nosso trabalho fazemos a diferença. Hoje orgulhamo-nos de poder dizer que ajudamos a salvar vidas. É um projeto de todos, dos trabalhadores da empresa, dos parceiros que tanto contribuem pro bono, dos nossos clientes que promovem esta iniciativa, dos padrinhos que anualmente dão a cara pelo projeto e de toda a população em geral. Por onde passa o futuro da Chicco em Portugal? No futuro, tal como hoje, continuaremos a trabalhar diariamente com especialistas em puericultura: pediatras, psicólogos, educadores, com o objetivo de conhecer sempre mais, de ir sempre mais longe. Para compreender tendências, antecipar necessidades e desenvolver soluções seguras e de elevada qualidade para todos os momentos da vida de um bebé. A Chicco é uma marca sólida e intemporal, que tem atravessado diferentes tendências e fases de mercado ao longo do tempo, mantendo-se sempre atual e fiel aos seus valores e à sua missão. Neste sentido, queremos continuar a ser a marca de referência quando se pensa num bebé e a contribuir para a sua felicidade. É esse o nosso compromisso enquanto marca.

29


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

ÓCULOS QUE COMBINAM DESIGN, ESTILO E GLAMOUR proóptica Foi em 1993 que a empresa nacional Proóptica começou a dar os primeiros passos, um percurso longo, pleno de desafios e conquistas que transformaram uma empresa familiar, num distribuidor de referência no setor da óptica. Em entrevista com Luís Justino, diretorgeral da Proóptica, percebemos que a grande missão desta empresa é criar, comercializar e distribuir produtos de requinte e distinção de forma a constituírem uma verdadeira alternativa aos grandes grupos italianos. Para reforçar a variedade do nosso portfólio e completar a oferta aos nossos clientes, em 2009, fizemos uma parceria com a Nikon, lentes oftálmicas, que nos permitiu reforçar o posicionamento de elevada qualidade e diferenciação tecnológica, bem como, criar o Service Center - serviço integrado de soluções de oficina . Este ano 2015, está a revelar-se igualmente um marco bastante relevante no nosso percurso, com a representação das marcas do principal grupo alemão de armações, o Grupo Menrad, com Jaguar, Davidoff, Morgan, Menrad e Joop!.

Luís justino Diretor Geral

Para que possamos contextualizar os nossos leitores, começo por lhe pedir que nos conte um pouco da história da Proóptica – Sociedade de Óptica e Representações SA? Começámos por representar em Portugal o fabricante espanhol Kadima, distribuindo marcas como Massimo Dutti, Manolo Pertegaz ou Adagio. Vencemos dificuldades típicas de uma empresa jovem, contrariámos as estatísticas que anunciam que 90 por cento das empresas desaparecem antes dos cinco primeiros anos de vida. Lutámos sempre com garra e determinação! Em 1995 e até 2000, aumentámos o portfólio de marca em quantidade e qualidade, através da ligação com o maior fabricante Francês da altura, Airess lunettes. Distribuindo do mesmo grupo, marcas de elevada notoriedade internacional, tais como Escada, Kenzo, Dunhill, Galliano entre outras que permitiu ganhar elevada experiência na distribuição selectiva. Mas em 2000, o grupo faliu, ninguém podia prever o desfecho. Esse momento foi ao mesmo tempo caótico e inspirador. Se por um lado, vivemos um momento de crise, por outro tivemos a oportunidade de perceber novos caminhos e estruturar e organizar a nossa empresa. No ano 2000, começámos a diversificar a nossa oferta

30

e incluir nas nossas unidades estratégicas de negócio os acessórios de oficina e consumíveis. Iniciámos uma forte relação estratégica com o Grupo Breitfeld & Schliekert, o maior fabricante Europeu de acessórios, e que tem desenvolvido até aos dias de hoje uma forte parceria na distribuição dos produtos deste grupo, em Portugal e a nível internacional. Em 2001, iniciámos a estratégia de criação, desenvolvimento e comercialização de Moda Portuguesa de Eyewear, utilizando esta estratégia para nos posicionar no mercado e constituir uma verdadeira alternativa aos grandes grupos italianos. Esta estratégia foi reforçada ao longo da última década, representando hoje a nível nacional e internacional cinco insígnias Portuguesas de renome, nomeadamente, Dielmar, José António Tenente, Lanidor, Quebramar e João Rolo. A partir de 2004, demos início a uma parceria sólida com alguns parceiros internacionais de elevada capacidade tecnológica, design inovador e qualidade superior que nos permitem representar em Portugal marcas de “high end”, das quais destacamos: Tag Heuer, Fred, Jaguar, Davidoff, Laura Biagiotti, Balmain, Cerrutti, Marius Morel, entre outras.

O que distingue as coleções da Proóptica das restantes empresas do mesmo ramo? A Proóptica é uma empresa com maturidade, que se afirma hoje como parceiro de soluções completas e integradas, através da oferta de um portefólio bem estruturado e diferenciado de marcas e serviços. A integração de quatro áreas de negócio diferentes, mas complementares é uma das principais vantagens competitivas e que permite responder às necessidades dos nossos clientes de uma forma completa e integrada, com preços justos, qualidade irrepreensível e focada no serviço e na relação de proximidade. Dividimos a nossa oferta em quatro unidades de negócio: 1 - Armações e óculos de sol de marcas internacionais de elevada notoriedade que se diferenciam pelos detalhes requintados e tecnologia inovadora em segmentos de luxo e semi-luxo, moda e consumo. Armações e óculos de sol de marcas portuguesas com notoriedade que oferecem um óptimo binómio preço / qualidade num segmento de consumo. 2 - Acessórios de Oficina e complementos onde apresentamos um catálogo completo, de fácil utilização, com uma qualidade de produtos exemplar garantida pela marca alemã Breitfeld & Schiekert. 3 - Lentes oftálmicas Nikon, com elevada notoriedade junto dos consumidores finais, que permitem reforçar o posicionamento de inovação e diferenciação tecnológica. 4 - Design+Arquitetura, focada na remodelação e construção de mobiliário para ópticas e seus


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO soluções para artigos desportivos: óculos de natação e de mergulho graduáveis, e óculos graduáveis para a prática desportiva em segurança e conforto (Progear). É igualmente especialista em óculos de segurança ou óculos pré-graduados. Que razões levaram a Proóptica a apostar também nas marcas nacionais? A nossa aventura com as marcas Portuguesas remonta a 2001, com a assinatura do primeiro contrato de licenciamento com João Rôlo, seguiram-se José António Tenente, Ana Salazar e, mais tarde as marcas, Quebramar, Dielmar, Lanidor e Throttleman. Quando iniciámos a aposta nestas marcas queríamos de uma forma altruísta comunicar Portugal aos Portugueses, ajudar a terminar com o preconceito do consumir Português em Portugal. A paixão e orgulho que sempre tivemos pelo nosso país incentivou-nos a dar força a esta estratégia. Apostar nas marcas nacionais significa acreditar em Portugal e impulsionar a nossa economia. Agora, conseguimos olhar para trás e fazer um balanço muito positivo da estratégia desenvolvida. Passámos de um preconceito generalizado no consumo das marcas Portuguesas ao crescimento da confiança e da credibilidade nos óculos de design Português. O design, a qualidade acrescida a um preço justo e um bom serviço pós-venda são os grandes responsáveis pelo sucesso desta unidade de negócio. complementos, com soluções à medida necessidades e expectativas do cliente.

das

Quais as principais marcas de renome internacional com que trabalham? Os fornecedores internacionais acreditam e confiam na Proóptica, o que tem permitindo a conquista de grandes marcas de elevada notoriedade. As marcas internacionais permitem-nos apresentar propostas criativas, de elevada notoriedade e com qualidade irrepreensível. Segmentamos estas marcas em três segmentos diferenciados: 1 - Luxo: TAG Heuer, Jaguar, Fred, Gold&Wood, Frederic Beausoleil e Davidoff; 2 - Moda: Laura Biagiotti, Cerruti e Balmain; 3 - Consumo: Marius Morel, Menrad, Nomad, Converse, Joop e Morgan de Toi. Nas lentes oftálmicas, trabalhamos com a marca nipónica Nikon, com elevada notoriedade junto dos consumidores finais, que permite reforçar o posicionamento de serviço integrado. Destacamos ainda a marca alemã de acessórios, Breitfeld & Schiekert, reconhecida pela qualidade, ergonomia, funcionalidade e distinção. Há mais de 80 anos que a marca inova nesta área para facilitar e cuidar da rotina diária em oficina de óptica, criando igualmente

Esta é uma empresa que também se especializou no ramo de design + arquitectura de interiores de ópticas, como se descreve e qual o objetivo deste ramo? Em 2013, para assinalar o 20º aniversário da empresa, a Proóptica lançou uma nova área de negócios, Design + Arquitectura, que nos permitiu definitivamente apresentar a Proóptica como uma empresa de soluções integradas. A Proóptica Design + Arquitetura é especializada em remodelação de interiores de ópticas, sendo uma alternativa credível na decoração e complementos. Esta nova área nasceu conciliando a experiência de uma equipa de profissionais dedicada com a credibilidade da Proóptica nos mercados onde actua, procurando satisfazer a necessidade latente da empresa em inovar e adaptar-se ao mercado óptico com uma oferta mais alargada de produtos e serviços. Acreditamos que nesta área, o conhecimento que temos do mercado e do negócio dos nossos parceiros é fundamental para traduzir ideias em soluções ideais, criando valor com propostas chave na mão. A que se deve o atual sucesso da empresa? quais os valores que vos definem? O sucesso destes anos da Proóptica só foi possível

graças ao esforço, dedicação e trabalho de toda a equipa, que tornaram esta empresa sólida e relacional. A postura humilde e o respeito que temos pelos nossos clientes, concorrentes, fornecedores e comunidade em geral ajuda muito a integrarmo-nos no mercado de uma forma saudável e séria. Durante todo o nosso percurso, o focus do nosso negócio assentou fundamentalmente nas pessoas e nas relações. A atitude diferenciadora de antecipar as necessidades do mercado, fez da Proóptica uma empresa empreendedora e que aposta na inovação constante. Somos inovadores não por termos Einstein’s na empresa, mas sobretudo por termos equipas unidas que conversam entre si e trocam conhecimento.

A internacionalização da Proóptica será uma aposta futura? Se sim, quais os mercados de maior interesse? Hoje a internacionalização representa uma quota importante nas vendas da empresa e continuará a ser o focus da nossa estratégia integrada. Desenvolvemos a internacionalização de uma forma sustentada e comprometida com os mercados onde actuamos preferencialmente: Espanha, Marrocos, Angola, Cabo Verde e Moçambique. Países que reconhecem a qualidade e as tecnologias dos materiais explorados nas diferentes áreas que oferecemos e que valorizam o compromisso com um parceiro rigoroso e de confiança. Que planos têm delineado para os próximos tempos? A Proóptica inova constantemente na forma como actua no mercado. Queremos ser percebidos como uma empresa que disponibiliza soluções integradas, comprometida em encontrar soluções e novas oportunidades para os seus parceiros. Nos próximos tempos, continuaremos a apostar na sustentação do mercado nacional com o lançamento de marcas e produtos de relevo e na conquista de mercados internacionais emergentes. Queremos fazer mais, somos empreendedores compulsivos! Inovamos! Da aposta na moda portuguesa, às lentes Nikon, à Tag Heuer, aos Acessórios, à internalização em Marrocos, Espanha, Angola, Cabo Verde e a nova área de Arquitectura. Somos activos e queremos fazer a diferença! Com toda a certeza afirmamos, que nos próximos anos podemos alterar a estratégia e decisões de negócio da empresa, mas jamais iremos mudar a atitude e os valores que sempre fizeram parte desta organização. Os nossos clientes sabem que podem contar com uma empresa madura, de confiança, séria, comprometida, proativa, dinâmica e com uma equipa dedicada.

31


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

Uma Base para o Software Jurídico virtual forUm Virtual Forum é sinónimo de software jurídico completo, para gestão de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. Com o programa iBase, a empresa ambiciona ser hoje um software de referência em todas as áreas jurídicas.

António Alvim Fundador e CEO

H

á mais de uma década no mercado nacional, e sedeada no coração da cidade de Braga, a Virtual Forum tem como objetivo principal o desenvolvimento de aplicações e serviços informáticos em diversas áreas. Foi logo após o lançamento da primeira aplicação para o ramo jurídico, em 2005, que nasceu o iBase AE (Agentes de Execução), pelas mãos do seu sócio fundador e atual CEO da empresa, António Alvim. O produto teve uma aceitação imediata no mercado, e, naturalmente, a família de soluções iBase foi-se expandido para uma adaptação às especificidades das várias áreas jurídicas. O iBase chega aos dias de hoje com diferentes soluções exclusivas para agentes de execução, advogados, administradores judiciais, departamentos de mediação legal e leiloeiras, tendo ainda servidores de alta performance e largura de banda dedicados a todo este universo, de forma a assegurar a melhor experiência, enquanto acede às aplicações web, assim como a partilha de informação. No ano de 2008 a empresa dedica-se à exploração de um novo mercado, que vem, àquela data, complementar a área jurídica: o ramo das insolvências e dos administradores judiciais, que precisavam, já na altura, de bastante apoio. Entre 2013 e 2014, conforme nos conta António Alvim,

32

“deu-se o maior boom de penetração do iBase na área dos administradores judiciais. Estes veem no iBase uma ferramenta com condições diferenciadoras de acesso a uma aplicação que vem facilitar a sua atividade”.

iBase e a interligação global Falamos de um dos mais completos softwares jurídicos para advogados, agentes de execução e administradores judiciais, que ambiciona ser uma referência, tornando possível a partilha de informação entre profissionais e clientes ao longo do ciclo de vida de todas as fases de um processo. Ter uma plataforma informática de referência nacional, que permita a interligação entre os diversos intervenientes e agentes da justiça. Esta é uma das principais missões da VirtualForum e, consequentemente, do iBase, para os tempos vindouros. “O nosso caminho é o desenvolvimento destas ferramentas, para que todos estes agentes tenham um bom sistema de gestão para o seu próprio escritório, permitindo-lhes dar resposta aos seus clientes, baseando-se sempre no nosso produto: o iBase. Por outro lado, pretendemos que esta venha a ser uma plataforma global, facultando aos intervenientes uma fácil comunicação”, afirma o CEO da empresa. A Virtual Forum continua a dar cartas na área jurídica,

mostrando provas de confiança a todo o seu leque de clientes. A empresa desenvolveu, recentemente, um sistema que permite a interligação entre escritórios de advogados e a Banca, bem como um outro, que efetua a integração da informação processual de diversos escritórios de agentes de execução, utilizadores do iBase, com uma instituição financeira, permitindo a esta o acompanhamento diário dos seus processos.

Software ‘moldado’ por medida A já designada ‘família iBase’, por forma a resolver os problemas diários das diversas áreas jurídicas, construiu iBases moldados a cada uma destas atividades. “Temos um iBase dirigido aos advogados, um iBase dirigido aos administradores judiciais, um iBase dirigido aos agentes de execução e um outro dirigido a leiloeiros”, esclarece o gerente. Ao contrário da generalidade deste modelo de softwares, que acabam por englobar tudo dentro do mesmo serviço, o iBase oferece uma resposta mais personalizada e mais direcionada para as necessidades específicas de cada um destes mercados. “A manutenção e investimento que temos são bastante grandes, mas conseguimos ter um produto diferenciador, desenvolvemos softwares específicos para cada área, vamos ao pormenor, quer na área da execução, como


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

na das insolvências ou da advocacia”, afirma António Alvim. “Construímos iBases moldados a cada uma destas atividades”, sublinha. O iBASE cumpre todas as normas relativas à certificação de software de faturação, tendo obtido o certificado número 24 pela DGCI, sendo das primeiras empresas em Portugal a ter o seu software certificado.

O que de verdade importa Com uma equipa de 10 elementos para gerir (mais um grupo de cinco pessoas subcontratadas nos projetos fora da vertente do iBase e sempre que assim é necessário), o CEO não esconde que, o que de verdade importa, é “sermos bons, e, se possível, os melhores. Acreditamos que tudo é possível!”. Trabalho e honestidade são duas palavras de ordem quando nos referimos aos valores da Virtual Forum. A preocupação com o cliente é constante, sempre em busca de um reconhecimento de satisfação por parte deste. O facto de dispor de um produto diferenciador, acarreta também a responsabilidade de transmitir uma forte confiança ao cliente e mostrar-lhe todo o pósvenda de um software. Do mesmo modo, é também constante a busca pelo acompanhamento da tecnologia, que deve ser feita diariamente, num mundo que, também ele está em constante avanço tecnológico. No fundo, “trabalhamos para podermos ter menos trabalho”, denota o engenheiro. “Só estando sempre atualizados é que conseguimos ter um produto adaptado à realidade. Temos de saber muito”, acrescenta ainda. Investindo ainda na formação contínua, a empresa

dispõe de programadores, helpdesk e formadores com experiência profissional e académica. Para além das suas áreas de formação, todos os recursos da Virtual Forum procuram constantemente um maior conhecimento na área jurídica e do direito, por forma a serem bem conhecedores das necessidades específicas dos seus clientes nas diversas áreas, dando como exemplo o conhecimento bastante profundo do CPC (Código do Processo Civil) ou do CIRE (Código de Insolvências e Recuperação de Empresas).

Experiência consolidada

que contribuam para o aumento da produtividade dos clientes e que apoiem na gestão integral dos seus escritórios. Tendo sempre como objetivo a satisfação desses mesmos clientes, a linha de produto iBase irá continuar a trabalhar nas diferentes soluções dedicadas às mais variadas áreas de atuação jurídica. Quanto à internacionalização, está já nos horizontes de futuro, mas não a curto prazo. A empresa já conquistou as ilhas e já efetuou contactos com Angola e Moçambique, mas, por enquanto, “é consolidar o trabalho que está feito no continente português”, conclui, satisfeito, António Alvim.

António Alvim, engenheiro de formação, já esteve inclusive ligado à indústria do calçado, onde desenvolveu todo o software de gestão ‘Enter’. Nele trabalhou a gestão das encomendas, o planeamento e compra das matérias-primas, passando pelo controlo nas linhas de produção até aos stocks, vendas e tesouraria. Desses dez anos que viveu à frente do departamento informático, lado a lado com o planeamento e controlo de gestão de uma grande empresa da área do calçado, confessa ter trazido consigo uma grande “mais valia e know-how”, úteis nos dias de hoje. Depois de ter desenvolvido ainda software para a área da educação, em escolas, especializou-se, por fim, na vertente jurídica. É um entusiasta dos livros, recomendando aos jovens empreendedores a leitura de livros como ‘Mavericks no Trabalho’, de Polly LaBarre e William Taylor, ou ‘O meu MBA’ de Josh Kaufman. Na Virtual Forum, a missão continua a ser a de desenvolver aplicações informáticas diferenciadoras

33


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

Referência nacional na fabricação de maquinaria de empacotamento j&j santos Criada em 1982, por Joaquim e Jerónimo Santos, sócios e irmãos, a J&J Santos é uma empresa sediada em Caldas de São Jorge, Santa Maria da Feira, dedicada à fabricação de maquinaria e tecnologia de empacotamento de uma larga e diversificada gama de produtos.

C

omeçou por ser uma pequena oficina, mas com muito esforço e dedicação por parte dos seus fundadores, a J&J Santos possui hoje uma reputação nacional invejável, sendo uma empresa de referência na área em que atua. “Somos uma empresa familiar, que começou com muito sacrifício, mas gradualmente começámos a ganhar o respeito do mercado e a credibilidade necessária para termos chegado onde chegamos. Pretendemos ainda mais”, começa por nos contar Licínio Ferreira, que trabalha na J&J Santos desde 1993 tendo acompanhado de perto a evolução da empresa. Implementada solidamente a nível nacional, Licínio Ferreira confessa que já realizaram algumas exportações sobretudo para Espanha, Togo, Moçambique, Angola, Cabo Verde e Brasil e que o próximo passo passa por

34

criar infraestruturas para internacionalização. “O nosso mercado tem sido desde sempre nacional apesar de esporadicamente exportar. Estamos a criar condições para internacionalização, no entanto a necessidade de criar infraestruturas para dar resposta positiva. A nível técnico e comercial é um processo moroso e que deve ser solidificado. Não estamos a falar de bens de consumo imediato, são equipamentos para uso industrial e cujo a finalidade é aumentar a produção e qualidade que estão sujeitos a desgaste, algumas questões técnicas e tem que haver todo o apoio necessário. Esse é o próximo passo.”, acrescenta confirmando que a “internacionalização não é uma prioridade atual da empresa, mas sim um objetivo de futuro. Dispomos de assistência pós-venda damos todo apoio necessário aos nossos clientes. Trabalhamos com

marcas de material elétrico e eletrónico e mecânico que nos dão garantia de qualidade, o que é relevante por questões de fiabilidade e serviço de assistência pós venda, evitando assim problemas e paragens que podem causar enormes prejuízos e incómodos”, explica Licínio Ferreira reafirmando que no final o importante é o cliente sentir que esta apoiado e satisfeito após aquisição do equipamento. Como é um setor em constante evolução, Licínio Ferreira frisa que neste tipo de empresa é crucial manteremse atualizados e acompanharem de perto a evolução tecnológica na construção deste tipo de maquinaria. “Como trabalhamos com tecnologia é importante estarmos atentos à sua evolução, de outra forma o negócio sai prejudicado. Trabalhamos com máquinas que constroem máquinas, existem novos materiais, novas tecnologias, mesmo a nível de desenho existem novas ferramentas de apoio, desenhos em 3D que já conseguimos fazer uma simulação, há muita coisa que pode efetivamente melhorar o nosso trabalho em termos de qualidade e fiabilidade”. O futuro da J&J Santos, confessa, passa por aumentar desde logo a capacidade de resposta nos processos de fabrico, no apoio técnico, na parte comercial e aumentar no fundo o volume de negócios e a qualidade. “Neste momento trabalham na nossa empresa cerca de 14 colaboradores e não é fácil encontrarmos pessoas qualificadas neste tipo de trabalho. Damos formação e temos vários centros de formação na empresa como a CINCORK- Centro Tecnológico da Cortiça, o Centro de Formação de Riomeão de Espinho e de Vale de Cambra.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

“we create chemistry” basf A BASF é a empresa química líder a nível mundial, oferecendo aos seus clientes soluções inteligentes e produtos de alta qualidade. Atualmente, a BASF comercializa em Portugal a sua vasta gama de produtos através de duas empresas e uma delegação, nas quais trabalham cerca de 70 colaboradores. Em todos os âmbitos da sua atividade a BASF opera dando prioridade a aspetos como a qualidade, a segurança, a saúde e o ambiente. A Revista Business Portugal conversou com Gunther Sthamer, managing director desta multinacional alemã.

com o objetivo de ajudar os seus clientes nas mais diversas áreas de negócio. Portugal tornou-se desta forma um dos primeiros países europeus com os quais a Alemanha estabeleceu relações comerciais após a Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia, a BASF em Portugal tem dois centros de negócio, Lisboa e Porto, emprega cerca de 70 pessoas, e assume-se como um parceiro no fornecimento de soluções inteligentes e produtos de alta qualidade.

gunther sthamer Managing Director

Para que possamos contextualizar os nossos leitores, começava esta entrevista por lhe pedir que nos contasse como nasce a BASF e como chega a empresa a Portugal. A empresa foi fundada em Mannheim, na Alemanha, no dia 6 de abril de 1865 com o nome de ‘Badische Anilin & Soda Fabrik’ (Fábrica de Anilinas e Soda da Região de Baden), para produzir corantes para a indústria têxtil. No decorrer da história da empresa o portfólio e a internacionalização evoluiu, e assim se estabeleceu a posição como líder mundial no setor químico. Há 67 anos a multinacional alemã BASF, criou uma afiliada em Portugal, com sede na cidade do Porto,

36

“We create chemistry”: esta é a melhor forma de caracterizarmos a BASF? Sim, o nosso novo claim demonstra a evolução da BASF! “We create chemistry for a sustainable future”, em português, “criamos química para um futuro sustentável”. Temos a responsabilidade e a visão para que a nossa empresa possa investir num futuro sustentável. Conjugamos sucesso económico, responsabilidade social e proteção ambiental e, para além disso, permitimos, através da ciência e da inovação, que os nossos clientes, de quase todos os setores de atividade industrial, satisfaçam as necessidades presentes e futuras da sociedade em que vivemos. A BASF acredita na inovação e investigação. Em 2014 a empresa investiu 1.884.000 de euros no desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, e emprega mais de 10 mil profissionais nesta área. Em que áreas atuam? A BASF Portuguesa oferece uma vasta gama de produtos e está presente na indústria automóvel, com uma oferta de plásticos, pinturas e aditivos; nas indústrias têxtil e do calçado; na indústria do processamento de papel, na área agrícola, com fungicidas, herbicidas e inseticidas; na indústria química; na indústria da construção; na área do conforto; na indústria alimentar e na indústria de produtos de limpeza, entre outros. Como tem evoluído este mercado tão específico e,

ao mesmo tempo, tão abrangente? Não vejo o mercado de produtos químicos como um mercado tão específico, pois no nosso dia a dia encontramos praticamente em cada momento ‘químicos’, mesmo sem nos apercebermos. Estão no nosso carro, na nossa roupa, em nossa casa, nos cosméticos, nos brinquedos, nos produtos de limpeza, no papel, na energia que consumimos, por conseguinte, em toda a parte. O nosso mercado está diretamente vinculado ao desenvolvimento das economias mundiais. A conetividade é o vosso principal valor? De que forma? Para a BASF a ética é muito importante, tanto a nível de recursos humanos como também nas suas regras de negócios, mas isso subentende-se. Quanto à conetividade, sim, é um valor indispensável no nosso trabalho em equipa e em conjunto com os nossos parceiros. Sempre foi e continuará a ser uma característica básica da nossa empresa estar em contacto com clientes e parceiros, só assim podemos aprender e trabalhar para inovações e soluções sustentáveis. Como exemplo, lançamos por ocasião do nosso 150º aniversário, a plataforma Creator Space ™. De acordo com o objetivo da empresa “We create chemistry for a sustainable future” , o objetivo da BASF consiste em reunir pessoas e ideias num processo de cocriação. Até 2050 haverá mais de nove mil milhões de pessoas a viver no planeta terra. As necessidades da população mundial em crescimento em termos de boas condições de vida, energia e alimentação só podem ser satisfeitas através da existência de inovações. A BASF identificou estes três temas nos quais a química desempenha um papel importante e que estarão no centro do programa do aniversário. Para incentivar o debate, a empresa lançou uma plataforma


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

interativa online denominada ‘Creator Space™’, em

A BASF inventou importantes produtos desde o início

www.creator-space.basf.com. Através deste espaço clientes, cientistas, público e especialistas da BASF são convidados a trocarem impressões e ideias. As opiniões que resultarem do debate online servirão de base a debates em vários eventos de cocriação, virtuais e ao vivo, em todo o mundo. O objetivo consiste em usar esta comemoração para impulsionar a inovação e efetuar um contributo duradouro para a sociedade e para os negócios da BASF. O Creator Space™ online é uma plataforma de internet para ligar pessoas em todo o mundo, destinada ao intercâmbio de ideias relativamente a dez desafios de cocriação transversais aos três temas do aniversário: Vida Urbana, Energia Inteligente e Alimentação. O Creator Space™ online permitirá aos participantes acompanhar, visualizar, debater e modelar o desenvolvimento e resultados de diferentes atividades de cocriação.

das suas atividades, como por exemplo o corante azul índigo sintético que todos conhecemos dos ‘blue jeans’que usamos, o Styropor (poliestireno expansível para isolamentos) ou a fita magnética que nos acompanhou durante muitos anos. A empresa nunca parou de investir, adquirir e crescer. Como exemplos de grandes aquisições podemos mencionar a Ciba Specialty Chemicals, a Degussa Construction Chemicals , a Johnson Polymers e a Cognis, que hoje em dia fazem parte do Grupo BASF, e contribuíram para a tornar na empresa química líder a nível mundial. Desta forma a BASF aproximou-se da sua meta de se transformar numa empresa que oferece não só produtos químicos, mas também soluções a um mundo em constante evolução e crescimento.

São já 150 anos de BASF. Que balanço faz deste século e meio?

Que caminhos há ainda a percorrer? Em 2050, mais de nove mil milhões de pessoas viverão no nosso planeta. A população mundial e as suas necessidades continuarão a crescer, no entanto

os recursos naturais do planeta são limitados. Se não houver uma mudança, serão necessários quase três planetas como o nosso para satisfazer as necessidades da população. Isso representará enormes desafios globais. Vemos três grandes setores, nos quais as inovações baseadas na nossa química irão desempenhar um papel fundamental. Recursos naturais, meio ambiente: a crescente e imensa necessidade de energia é um dos desafios mundiais mais urgentes. Além disso, o acesso a água potável e a outros recursos não renováveis está a tornar-se cada vez mais importante. Qualidade de vida: o crescimento demográfico e a globalização representam outros desafios. As aspirações são consideravelmente diferentes de uma região para outra e entre os diversos grupos sociais, mas existe uma ambição comum: as pessoas querem melhorar a sua qualidade de vida individual. Alimentos e nutrição: uma crescente população mundial precisa obviamente de mais alimentos. E será necessário aumentar a qualidade nutricional A nossa posição diferenciada como uma empresa química global integrada, cria oportunidades para todas as três áreas mencionadas anteriormente no desafio mundial. Por onde passa o futuro da BASF? O nosso objetivo, os nossos princípios e valores estratégicos proporcionam-nos a base sólida de que precisamos para prosseguir. Tudo isso, aliado à nossa experiência em química, irá assegurar o nosso sucesso futuro. É de salientar também, que a BASF se sente orgulhosa por ter uma equipa de colaboradores excecional, quer a nível global quer em Portugal, que é o pilar para o sucesso do passado e do futuro. Somos a empresa química líder mundial, com as melhores equipas em desenvolvimento de soluções inteligentes para os nossos clientes e para um futuro sustentável

37


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

O produtor rebelde que alia tradição à arte de inovar luís pato Os registos indicam que a família Pato começou a produzir vinho, pelo menos desde o século XVIII, na Quinta do Ribeirinho. Hoje, Luís Pato produz 30 vinhos que chegam aos quatro cantos do mundo.

luís pato Administrador

E

m pleno coração da Bairrada, Luís Pato cultiva 60 hectares de vinha que herdou da família: “é um negócio que, presumo, venha desde o século XVIII”, explica o vitivinicultor. Antigamente, “era tradição o cultivo da vinha passar de pais para filhos. No meu caso, a grande alteração que fiz em relação ao meu pai, foi concentrar-me no cultivo da vinha e deixar de lado as restantes produções agrícolas”, revela Luís Pato, que optou por dar à marca o seu próprio nome. Produziu o primeiro vinho em 1980, mas ainda como hobbie. Hoje, encara com orgulho o facto desse vinho “ainda estar vivo”, destacando assim, “a grande virtude da Baga, por ser uma casta com grande longevidade (...). A vantagem da Baga é resultar em vinhos que enobrecem com o tempo”, explica o interlocutor. Recorre à história de Portugal para justificar o seu percurso enquanto vitivinicultor, já que durante anos foi engenheiro químico de profissão, não se considerando um enólogo, mas sim um “experimentalista”. Para ele, “os vinhos portugueses têm algumas vantagens que não têm

Homem. Desde o início, apostei na casta Baga como sendo a identificadora da zona da Bairrada e, felizmente, nos últimos anos, o reconhecimento internacional da casta” mostrou que Luís Pato está no caminho certo. Decidiu dedicar-se à produção de vinhos, de forma exclusiva, após a morte do pai. “O meu pai achava que por eu ser formado em engenharia química seria um fazedor de vinho sem uvas. O que é interessante é que faço vinho com menos adição de produtos químicos do que o meu pai fazia. É uma questão de conhecimento, que hoje é muito mais avançado do que no tempo dele”. Luís Pato intitula-se o “produtor rebelde” por ter “estudado nos tempos rebeldes do maio de 68 em França”. Esta postura reflete-se no trabalho enquanto vitivinicultor, através das experiências que têm resultado em novos vinhos. “Com as minhas viagens ganhei novas visões culturais, e fui tentando fazer vinhos que se adaptassem às diferentes culturas. Todos os anos faço uma experiência nova. O primeiro vinho tinto de uva branca feito no mundo foi feito por mim”, refere Luís Pato. O facto de ser o provador mais antigo

sido exploradas, como é a sua diferenciação em relação aos outros. Não temos Cabernet, mas temos Baga, que é diferente, mas faz vinhos do mesmo nível do Cabernet, em França. A minha teoria é que a Baga veio para cá com os monges Cister, mandados vir pelo rei D. Afonso Henriques. Sofreu mutações ao longo dos séculos, mas resistiu às mudanças climáticas, às doenças e ao próprio

da Internacional Wine Challenge, a maior prova de vinhos do mundo, onde foi o primeiro participante proveniente de um país a não falar inglês, contribuiu como “guia na forma de olhar e conhecer os vinhos”. Atualmente, está prestes a lançar para o mercado o resultado da mais recente investigação: “um espumante só com uma fermentação. Comecei em 2012, e julgo

38

que este ano tenho a solução total na mão”, explica o vitivinicultor, acrescentando como uma mais valia para as suas inovações, o facto de unir “o velho mundo com o novo mundo, tentando fazer o melhor, com qualidade e o mais perfeito possível”, ressalva.

Bairrada: O papel da Baga e do enoturismo O espumante tem levado o nome da Bairrada além fronteiras. Luís Pato explica que a região “tem condições excelentes para produzir brancos e espumantes. O espumante da Bairrada tem a obrigação de ser o melhor do país, porque é a única região, em Portugal, que tem condições climáticas para manter uma boa acidez, fundamental num espumante e, além disso, tem solos que só existem em Champagne. Temos a obrigação de fazer vinhos tão bons como os de Champagne, sendo o objetivo daqui a 20 anos, conseguir vender a preços de Champagne. Os espumantes da Bairrada têm melhorado, nos últimos cinco anos, enormemente. A casta que vai impulsionar a Bairrada é a Baga”, facto que deve, igualmente, ser aliado ao enoturismo em Portugal. No entender do interlocutor, “o enoturismo é importante para o país, que sendo pequeno tem, contudo, uma diversidade enorme, permitindo num curto espaço de tempo, a visita a várias regiões onde são produzidos vinhos muito diferentes, uma variedade


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO que não existe em mais nenhum lugar do mundo”, salienta o vitivinicultor Luís Pato, que já percorreu as zonas vitivinícolas mais importantes a nível mundial.

Luís Pato espalhado pelo mundo Nos 60 hectares de vinha estão plantadas as castas Baga, Touriga Nacional e Tinto Cão nas variedades tintas, e as castas Maria Gomes, Bical, Cercial da Bairrada e Sercialinho nas variedades brancas. “Exportamos para 20 países, sobretudo para países fora do mercado da União Europeia. Os Estados Unidos são o primeiro mercado, Macau o segundo, Brasil e Noruega os terceiros. Tailândia, Austrália, Singapura e Japão são bons mercados. O Pé Franco, por exemplo, obteve 95 pontos do Robert Parker e isso influencia muito a compra, sobretudo dos americanos, brasileiros e asiáticos”, revelou o vitivinicultor. Na Europa, Espanha e França são também países que já consomem os vinhos Luís Pato. O crescimento fora de Portugal está aliado à inovação, e o vitivinicultor revela que “há vinhos que faço praticamente adaptados ao mercado externo”, dando como exemplo, o caso do Japão, um país que “tem um grande respeito pelos portugueses. Fui parar ao Japão porque houve um cliente que quis comprar vinho, e começámos a fazer negócio, um negócio a prazo. Os japoneses têm uma cultura super organizada, vale a pena apostar no Japão”, revela o interlocutor. É um produtor que se considera um emigrante pelo menos quatro meses por ano, e a partir de agora, vai integrar nesta viagem, uma das filhas. O objetivo é acompanhar e seguir os passos do pai, em Portugal e no exterior, seguindo a tradição de família, dando continuidade ao cultivo da vinha e à produção dos vinhos Luís Pato.

39


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

CORTIÇA DE ALTA QUALIDADE DE MOZELOS PARA O MUNDO m.a. silva Fundada em 1972 pelo presidente executivo da empresa Manuel Alves da Silva. A MASilva começou por ser uma “empresa de cariz familiar que foi crescendo de forma sustentada”. Prémio PME Excelência 2014 e Best Wine Industry Suppliers 2015 (entre outros prémios e galardões) hoje “encontra-se entre os principais fornecedores mundiais de rolhas naturais e técnicas de cortiça”, afirma José Oliveira, diretor geral da M.A. Silva.

Indicou que investem os lucros na própria empresa. Qual foi o último investimento que fizeram? Sim. O presidente da M.A. Silva não tira os dividendos, reinveste os lucros na empresa e todos os investimentos são muito bem estudados e estruturados. No ano passado fizemos um investimento de dois milhões de euros na nossa unidade de Alter o Chão, Portalegre, aumentando a sua área para 60.000 m2 e também investimos em empresas no estrangeiro de forma a podermos controlar os canais de distribuição e promover o crescimento orgânico do grupo; só desta forma é que podemos continuar a ocupar os lugares cimeiros na indústria das rolhas de cortiça.

José oliveira Diretor Geral

Como conseguiram chegar a esse patamar? Conseguimos com muito investimento em novos processos, tecnologias e produtos, pois só assim é possível sempre na vanguarda desta indústria. O nosso sucesso também resulta da estratégia de integração vertical da actividade, ou seja, controlamos todo o processo desde a floresta até à cave, eliminando

40

intermediários da cadeia de fornecimento. Desde o ano 2000 que aplicamos seguimos esta estratégia, aproximando-nos cada vez mais do consumidor final (a indústria vitivinícola) e com bastante sucesso. Posto isto, conseguimos criar e consolidar uma imagem de credibilidade e de qualidade que perdura.

O que motivou esse investimento? Expansão. Anteriormente a matéria-prima era comprada no Sul e era estabilizada no estaleiro em Mozelos, Santa Maria da Feira, no norte do país. A partir do momento em que foi concluído o investimento inicial em Alter do Chão, no ano de 2004, passamos a fazer esse processo nessa unidade no sul e comprovamos que além de a qualidade do produto aumentar também conseguimos distanciar-nos ainda mais da concorrência. O crescimento das vendas tem de ser suportado pelo aumento da capacidade a montante.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO A M.A. Silva é uma empresa certificada e premiada. Como encara este reconhecimento? Para a M.A. Silva serve de estímulo para trabalharmos cada vez melhor. Temos por base a melhoria contínua a todos os níveis. Apostamos em aplicar os melhores sistemas de qualidade e primamos pela eficiência operacional. Temos alguns exemplos, nesta indústria, que infelizmente não correram bem e que já não existem, e nós não queremos passar por algo semelhante. Daí a nossa preocupação constante com o crescimento sustentado. A aposta na exportação foi um passo decisivo para a afirmação da M.A. Silva no mercado? A exportação é uma condição ‘sine qua non’ que necessita de vários mercados para minimizar o efeito de sazonalidade. Para uma empresa como a MASilva que trabalha a matéria-prima em bruto é necessário ter vários mercados, não só para combater a sazonalidade, mas também para conseguir o equilíbrio da rentabilidade e ser competitivos em mercados com exigências diferentes. Precisamos de clientes que utilizem rolhas de todas as gamas, desde a de entrada até à gama mais elevada para garantir um ambiente competitivo. Quais são os vossos principais mercados? Os principais mercados são os Estados Unidos da América, Espanha, Portugal, França e Alemanha. Todas as rolhas passam por estas instalações; depois vão para as nossas filiais no estrangeiro, com fábricas em vários países que fazem o acabamento; ou seja, estão no lugar dos nossos antigos importadores/distribuidores. Onde estão localizadas as essas empresas? Nos Estados Unidos, que é o principal, no Chile e Brasil; na europa: Portugal, Espanha e França; na Austrália e fizemos uma nova aposta na China. A entrada no mercado chinês é complicada, mas acredito que vai valer a pena porque a indústria vitivinícola na China vai crescer exponencialmente já nos próximos anos. Pode explicar o processo de produção entre esta fábrica e as demais? Aqui, em Mozelos, tratamos essencialmente da transformação; em Alter do Chão é feita a chamada primeira preparação da cortiça: a cozedura da cortiça e a paletização. Posteriormente vem para o norte para a transformação: uma parte vai para as rolhas naturais e as cortiças mais finas são utilizadas para discos e para fazer aglomerado de cortiça para as denominadas ‘rolhas técnicas’. Estes processos permitem que utilizemos praticamente toda a cortiça. Daqui segue a mercadoria para todo o país e estrangeiro (filiais e clientes directos). Quantos funcionários compõem o quadro desta empresa? Temos 215 postos de trabalho diretos, 180 dos quais em Portugal, fora os trabalhadores indiretos. A unidade do Alentejo emprega 31 pessoas, o que é muito significativo para essa região. Como já observamos, a M.A. SILVA prima pela expansão e aposta no mercado nacional e estrangeiro. Como vê a empresa daqui a dez anos? Acredito que o investimento no mercado chinês já estará a trazer retorno daqui a dez anos. Além disso, como o nosso produto é destinado à vitivinicultura, ele está muito ligado à evolução do mercado de produção e consumo de vinhos que obviamente não vai acabar, antes pelo contrário, está em crescimento. O decréscimo no consumo que se verifica em alguns mercados será compensado e ultrapassado em outras geografias, sobretudo em países emergentes. Houve e continuará a haver muito investimento em tecnologia para melhorar a qualidade e preservação da cortiça e a M.A. Silva continuará a produzir as melhores rolhas de cortiça natural.

41


a beira baixa

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

V

asto, de vales cavados e profundos, e de grandiosas planícies, o território designado por Beira Baixa, composto pelos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão está situado no centro do país, junto a fronteira com Espanha, sendo delimitado a norte, pela Serra da Gardunha e a sul pela planície alentejana. Tradicionalmente, responsável, pelo êxodo migratório para o litoral, o interior é acusado, de não incentivar os investimentos e de prejudicar o progresso económico e o desenvolvimento social. Esta região, graças aos seus importantes recursos hídricos, à fertilidade dos seus solos, à floresta, à exuberância das suas paisagens naturais e construídas, à atratividade turística e ao paladar saboroso da sua versátil gastronomia, tem sabido, ultrapassar essa aparente desvantagem. A existência de vias de comunicação, com excelentes condições de segurança, e a linha ferroviária da Beira Baixa, facilitam o acesso, a todos os que a desejam visitar, seduzidos pela beleza do território, de tão cativante região, paisagem, que se pode apreciar em todo o esplendor, no Geopark Naturtejo, que oferece uma grande variedade de produtos turísticos, e tem como principais mais valias, a natureza e um excelente conjunto de instalações, equipamentos e serviços. Hoje, devido à recente evolução local, alicerçada nas riquezas naturais, nas infraestruturas, polos industriais revitalizados e na sua localização geográfica (aproximadamente à mesma distância de Lisboa, Porto e Madrid), reconhece-se, que este é um território aliciante, para os apoios, ao investimento em novas oportunidades, um espaço, onde a inovação e o crescimento económico, encontraram terreno fecundo e produtivo. Nesta edição damos destaque a Idanha-a-Nova. Conheça melhor esta região de Portugal. Fonte: CIBB

42


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

“como Presidentes temos que ser os primeiros a servir e da melhor forma” junta de freguesia de proença-a-velha É assim que Maria Helena Silva, presidente da Junta de Freguesia de Proença-a-Velha, defende ser o seu compromisso.

maria helena silva Presidente

E

para darmos a conhecer a essência desta freguesia, a presidente apresentou-nos as suas características e algumas das tradições mais simbólicas. Neste sentido, falamos de uma freguesia fisicamente pequena, atualmente com 220 habitantes, mas com uma história e cultura bastante enraizadas. Num primeiro plano, a presidente distingue que Proença-a-Velha e as suas gentes são puro reflexo do orgulho pelo passado, que também se caracterizam pela sua vivência quotidiana traduzida na confiança por um futuro mais promissor. Como uma freguesia muito dinâmica, cuja principal atividade é a agricultura de subsistência, Proença-aVelha realiza um evento que a presidente considera ser um dos maiores do país: o Festival das Sopas Tradicionais. Este é já considerado o maior certame nacional dedicado a sopas, em que são consumidos milhares de litros de sopa pelos muitos visitantes que marcam presença e que, por sua vez, aproveitam o bom

tempo para desfrutar da gastronomia deste concelho. Ali, particulares, instituições e restauração de toda a região põem à prova os seus dotes culinários na eleição das melhores sopas locais. “É um festival de referência para a freguesia que só este ano reuniu 114 sopas em que foram consumidos mais de três mil litros e tivemos visitantes provindos de todo o lado”, salienta Helena Silva. Para além deste certame, das atividades de referência, a presidente destaca ainda o Festival do Azeite e Fumeiro e o Festival dos Acordeonistas e Tocadores de Concertinas, eventos únicos e já enraizados na freguesia. E porque falamos em tradição, não podíamos deixar de referir o prestigiante Núcleo do Azeite/Lagar que a presidente afirma ser ímpar no país, sendo excelente exemplar de arraial beirão que, além das funcionalidades tradicionais, “possui quatro tecnologias diferentes do azeite: o lagar hidráulico, o lagar de varas, o lagar mecânico e um lagar de linha de extracção contínua que tem uma funcionalidade didática e permite explicar qual

o ciclo do azeite”, esclarece Helena Silva. Este complexo simboliza uma aldeia tipicamente agrícola que teve a sua importância num passado recente e que diz muito às vivências quotidianas dos proencenses. Dentro do património religioso, a nossa interlocutora evidencia as várias capelas espalhadas pela freguesia, igrejas históricas, uma Misericórdia secular com 515 anos “e uma série de lugares com muita história e antiguidade dignos de serem admirados”, afirma a nossa interlocutora. Para além dos locais referidos, nesta aldeia podemos ainda observar o edifício escolar, obra do Estado Novo, ladeado pelo polidesportivo da freguesia, um Centro de Dia, uma extensão de saúde, entre outros serviços. Perante todas estas valências, Helena Silva distingue que a população proencense vive muito os acontecimentos locais e agarra-se à sua terra de forma inigualável “porque faz parte da sua identidade e isso para mim, como natural de cá, é um orgulho muito grande” salienta. Relativamente às obras realizadas pela Junta, a presidente identifica os espaços públicos, como ajardinamentos, a requalificação de locais públicos onde as pessoas se sintam bem “e temos agora um projeto em mãos que é a Quinta da Nora que, em colaboração com a Câmara Municipal, vamos tentar fazer daquele um espaço digno para receber festivais e que, de igual forma, seja um local em que a população possa usufruir durante o ano”, explica. E porque o seu comprometimento com as pessoas é ajuda-las naquilo que estas precisam, mantendo e melhorando sempre as suas necessidades básicas, a presidente garante que daqui em diante continuará atenta a todas oportunidades que possam proporcionar melhor a qualidade de vida à população. A par disso, Helena Silva adianta que o futuro passa também por uma maior aposta no turismo rural.

43


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

“Temos que trabalhar para o povo” união de freguesias de idanha-a-nova e alcafozes Do distrito de Castelo Branco, damos a conhecer um pouco das freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes através da entrevista ao presidente Vítor Mascarenhas, que está há um ano e meio ao comando da recente União de Freguesias e com uma larga bagagem de experiência autárquica.

vítor mascarenhas Presidente

C

omeçamos então por desvendar as duas regiões. Idanha-a-Nova encontra-se na região centro e sub-região da Beira Interior Sul, com cerca de 2500 habitantes, em que os vestígios da antiga cinta de muralhas medievais ainda são visíveis e é possível desfrutar, do seu cume, de uma vista panorâmica admirável. Sobre as suas valências, Vítor Mascarenhas não deixa de realçar alguns locais de atração e interesse. Desde o Centro Cultural - com uma apresentação moderna, e uma exposição dedicada à agricultura, que é foco de visita todos os anos - aos fornos de loiça que, por sua vez, são tradição da região e que a Junta já recuperou os três fornos comunitários de loiça que se encontravam abandonados, tendo em conta o seu importante papel da economia da vila “Idanha, noutros tempos, vivia dos fornos em que as pessoas faziam aqui a loiça e iam à Guarda, a que chamavam terra fria, fazer a troca por alimentos ou outros objetos”, esclarece o presidente,

44

reforçando que este é um património indispensável para Idanha e que, a partir dos mesmos está delineado um percurso pedestre PR8 Rota do Boieco, que por sua vez é realizado por esta Junta, de forma a dinamizar o Bairro dos Louceiros. Para além disto, o presidente identifica o Castelo Medieval, construído a partir de 1187, com uma vista fantástica e com uma estrutura que obedece às mesmas linhas arquitetónicas típicas dos templários. Outro foco de interesse é o Fórum Cultural, que alberga sempre exposições principalmente de âmbito religioso, com um posto de turismo e um centro de artes tradicionais. Já em Alcafozes, uma freguesia pacata, que se dedica sobretudo à agricultura e à pastorícia, é possível observar casas antigas e solarengas de grande beleza que reúne uma população mais envelhecida. Nesta freguesia, o presidente destaca a ermida Santuário da Senhora do Loreto, a Padroeira Universal da Aviação, que é honrada numa importante festa religiosa e popular que decorre

todos os anos, no ultimo fim de semana de agosto, cujas cerimónias religiosas se fazem representar as companhias de aviação civil e a aviação militar do país. Do ponto de vista cultural, em Alcafozes há o Festival de Espargos, Criadilhas e Tortulhos, que decorre de dois em dois anos na altura da Páscoa, e que se apresenta com tasquinhas tradicionais com variados pratos de produtos silvestres, cozinha ao vivo, workshops, oficinas temáticas para crianças e um passeio pedestre em busca de cogumelos, sendo um evento com peso que ajuda muito a enriquecer a economia local. Em Idanha-a-Nova há uma tradição de relevo designada “Sábado de Aleluia”, que é a comemoração da ressurreição de Jesus Cristo, e que é organizado pela Junta de Freguesia tendo a particularidade de trazer milhares de pessoas à rua, que anunciam a ressurreição ao som de apitos (fornecidos pela Junta), chocalhos, adufes, e outros instrumentos de sopro e percussão. No final da missa, a população tem ao seu dispor um


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

lanche com chouriço, pão e vinho, fornecidos pelos responsáveis da Junta de Freguesia. No que toca às associações locais, o presidente afirma que felizmente a Junta colabora com algumas, das quais destaca: o Clube de Ciclismo de Idanha – A.C.I.N – que organiza em outubro um passeio de BTT e que reúne sempre mais de 1000 participantes. De seguida,

internacional de ténis com alguns atletas conhecidos e de renome. Por fim, o presidente assinala a marcante Banda Filarmónica, Adufeiras e os escuteiros, que têm muito peso para as gentes da terra. Sobre o futuro das freguesias o presidente adianta “Desde o ano passado, que começámos a requalificar fontes e fontanários, que estavam completamente

a ADIN – Associação Desportiva de Idanha-a-Nova – que organiza torneios de futebol ao fim-de-semana, e que este ano contará com 32 equipas nacionais. Outra associação de igual importância que Vítor Mascarenhas menciona, é a Companhia de Teatro, que todos os anos faz um festival de animação, assim como, o Clube de Ténis, que este ano realizará o primeiro torneio

abandonados. Além disso, vamos mudar ainda este ano toda a toponímia da freguesia de Idanha, com a colocação de placas novas, conferindo uma nova imagem, assim como o melhoramento de caminhos públicos onde mais se justificar”. Outra intervenção futura por parte da Junta é a limpeza das linhas de águas, “é extremamente necessário limparmos os rios

e estamos a concorrer a um projeto para podermos concretizar essa ação”, assegura o presidente. Já em Alcafozes, Vítor Mascarenhas revela-nos que a próxima grande obra será a requalificação do cemitério, que também é determinante para a população. Importa ainda referir que de momento a Junta está em negociações para mudar os seus serviços administrativos para a zona antiga de Idanha, acima de tudo para facilitar a acessibilidade às instalações e por outro lado, será também uma forma de dinamizar a zona antiga. Em conclusão, o presidente afirma: “Estamos aqui para trabalhar para o povo, ajudando em pequenas coisas que fazem grande diferença na vida das pessoas”.

45


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

UMA ALDEIA EMBELEZADA COM FLORES junta de freguesia aldeia de santa margarida Logo à entrada: flores a enfeitar portas e janelas, cores vivas, ruas limpas e aprumadas. Chegamos à Aldeia de Santa Margarida, em Idanha-a-Nova, que nos dá as boas vindas com um cenário que se mostra “alegre”.

zélia curto Presidente

E

m entrevista a Zélia Curto, presidente da Junta de Freguesia, descortinamos a tradição ali vivida e as principais características daquela que é conhecida como a Terra das Flores. E porque as gentes da terra sempre ditaram o hábito de plantar flores e colocar vasos às portas, os responsáveis pela Junta de Freguesia tiveram a iniciativa de arrancar com o Festival das Flores, que decorre durante três dias e tem sido foco para muitos visitantes, contando com a participação da população na decoração das ruas. Desta feita, há alguns anos que a Junta de Freguesia reforça e complementa esta tradição, com a plantação de mais roseiras nas ruas. “A nossa intenção com o festival é que um dia a Aldeia seja uma atração de turismo pela sua beleza incomparável e temos tido um retorno interessante”, explica a presidente.

46

A nível urbanístico, Zélia Curto frisa que o grande objetivo é requalificar algumas casas degradadas, demolir e aproveitar melhor os espaços abandonados. A par disso, a presidente tem projetado adquirir uma casa onde se possa fazer turismo rural, uma vez que é algo que falta na freguesia e tem sido imprescindível para as pessoas de fora poderem aproveitar melhor a sua estadia. De acordo com a presidente, o povo da aldeia é, de uma forma geral, muito simpático, acolhedor e extremamente unido. Outra particularidade que Zélia Curto assinala, é que a população “é briosa, tem o cuidado de manter os espaços públicos limpos e isso é algo que nos orgulha muito”, afirma. No que toca a festas, a população da aldeia é privilegiada. Além do marcante Festival de Flores, há também a festa de Natal. Nesta noite há uma tradição, em que no final

da missa do galo é lançado um balão de ar quente e, por fim, o fogo de artifício. Neste contexto, e desde que Zélia Curto está ao comando da freguesia, há determinadas datas que não passam despercebidas. Uma delas é o Dia Mundial da Criança, outra é o Dia Mundial do Avós, “que no primeiro ano (este ano) teve muita adesão da população, onde fizemos um jantar, oferecemos uma lembrança e providenciamos uma animação musical para finalizar”, realça. No mês de agosto, o ano passado a Junta organizou os ‘Serões às Quintas’, em que todas as quintas-feiras tinham uma atividade cultural no jardim da freguesia - uma noite de cinema, um concerto, um desfile, entre outros. E para além da preocupação da presidente e dos restantes membros em assinalar atividades mensais, a Aldeia também abraça algumas


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA associações que a dinamizam. É o caso da Associação de Bombos (com parte musical e BTT), um grupo de cantares e a Comissão de Festas, que vai realizando atividades ao longo do ano. Desta forma, todos os anos a Junta de Freguesia em colaboração com a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e da comissão de festas, organiza um passeio de BTT, designado ‘Trilhos do Peixoto’, em homenagem a um antigo ciclista bem querido por todos os habitantes. Quando questionada sobre o trabalho que é feito junto dos cerca de 280 habitantes, Zélia Curto afirma que nem sempre é fácil mas está sempre disponível para eles e tenta responder a todas as suas necessidades, “desde as coisas banais às mais complexas, felizmente sinto que a população confia em mim e estou sempre disponível para os ajudar”, explica a presidente. De acordo com a nossa interlocutora, uma das maiores preocupações da Junta de Freguesia da Aldeia de Santa Margarida é estar próxima das pessoas, “a partir daí é aproveitar os recursos para recuperar fontanários, colocação de bandas limitadoras de velocidade, manter e requalificar todas as infraestruturas existentes bem como investir numa casa para turismo rural”, revela a presidente, afirmando que também é preciso manter as valências que têm vindo a construir. Sendo que o grande objetivo daqui em diante será embelezar mais a aldeia e fazer com que esta seja um destino de eleição de mais turistas.

47


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

A despertar para o turismo junta de freguesia de medelim Medelim é conhecida por Aldeia dos Balcões, mas a localidade tem inúmeros pontos atrativos, como a Rua da Judiaria, “uma jóia” que deverá lançar a região para o turismo religioso.

de conferências e reuniões”. A região enfrenta vários desafios sendo que um dos principais, no entender do autarca, é como “viver com as exigências atuais, dando qualidade de vida e conforto às populações, preservando o passado, a tradição e o património cultural que existe”. Através da preservação e rentabilização do património já existente, o futuro de

albano pires marques Presidente

A

freguesia de Medelim está a remar contra a corrente da desertificação e, neste sentido, quer usar o património histórico e cultural existente na aldeia para atrair turistas, habitantes e emprego. Medelim é conhecida em Idanha-a-Nova como a Aldeia dos Balcões, devido à “existência de degraus em granito, com uma escadaria externa, exemplo típico da arquitectura da Beira Baixa”, esclareceu o presidente da freguesia de Medelim, Albano Pires Marques. Contudo, acrescenta o responsável, “a localidade hoje é uma povoação que está a ser descoberta para o turismo, Medelim tem especificidades que outras aldeias não têm”, chamando a atenção de investidores. Brevemente, vai ser inaugurado na aldeia um empreendimento de turismo e alojamento rural, chamado Quinta das Poldras. Atualmente, existe um

48

hotel de charme com sete quartos que abriu portas há um ano, equipado e decorado com requinte e sofisticação. “O desenvolvimento de Medelim é recente e, a partir dos balcões e da existência de uma aldeia com características muito específicas, Medelim tem um conjunto central de ruas muito bem preservadas. Medelim tem uma jóia que importa destacar que é a Rua da Judiaria, onde existem casas com cruzes de cristãos novos à porta”, revelou o presidente da freguesia. É neste sentido, que o responsável Albano Pires Marques entende que o desenvolvimento da localidade passa pela manutenção do património e das tradições já existentes. Para tal, o édil destaca que tem sido fundamental o apoio da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, dando como exemplo a “Casa de Medelim, um solar do tempo dos Filipes que foi restaurado, servindo para a realização

Medelim passa agora por um novo projeto, “que é a criação do Centro de Interpretação da Cultura Judaica, estruturante para Medelim e para concelho de Idanhaa-Nova, que já aderiu à rede de judiarias, sendo que Medelim é a única aldeia que tem uma rua da Judiaria 80 por cento intacta”, destaca o presidente da freguesia de Medelim. Em termos de valências, há a destacar a existência do Lar de Medelim com dez quartos com casa de banho individual e aquecimento central, o que possibilitou a criação de vários postos de trabalho, a extensão de saúde que dá consultas quinzenalmente, a farmácia e ainda uma rede de transportes escolares, da responsabilidade a autarquia de Idanha-a-Nova que leva os jovens para as escolas de Monsanto e Idanha. No que diz respeito a eventos festivos, de dois em dois anos realiza-se a “Festa Judaica, que consiste na celebração da Páscoa Cristã e da Páscoa Judaica, uma festa de duas culturas em que existe uma rua com produtos kosher e outra com produtos da região”. Este ano há ainda a destacar a realização da Festa do Senhor do Calvário, que terá lugar no último fim de semana de agosto. A festa pretende juntar os filhos da terra, o evento é um dos exemplos do “esforço para preservar as tradições”, destaca o presidente da Freguesia de Medelim, Albano Pires Marques.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

DINAMISMO NA ESSÊNCIA DA FREGUESIA junta de freguesia de ladoeiro Situada no interior, na zona de Idanha-a-Nova, Ladoeiro é uma freguesia eminentemente agrícola, com 1290 habitantes que agrega uma população muito jovem, sendo a segunda maior freguesia do concelho em termos de habitantes, e com 63.28 km² de área.

gonçalo costa Presidente

D

e acordo com o presidente, Gonçalo Costa, esta é a freguesia mais próspera do concelho, caracterizada por uma notável força económica que se deve sobretudo à atividade agropecuária e à indústria transformadora. Entre as suas valências, Ladoeiro possui um Centro de Saúde, um Posto Territorial da GNR, uma Escola Primária, dois Infantários, um Banco, um Complexo de Piscinas Municipais, um Polidesportivo, um Centro Cultural, dois ranchos folclóricos, dois clubes desportivos, entre outros serviços e coletividades. Para além disso, a aldeia é particularmente conhecida pelas suas plantações de melancia, pimento, mirtilo e melão, fontes de rendimento e trabalho para as gentes locais e terras vizinhas. Sendo uma região bastante dinâmica e sustentável. Sobre as coletividades que impulsionam a freguesia, o

presidente começa por identificar a A.C.D.L (Associação cultural e desportiva de Ladoeiro), mais vocacionada para futsal mas que também dispõe de rancho folclórico, zumba e teatro. De seguida, menciona o Clube de Praticantes de Atividades Outdoor, direcionado para atividades radicais, sucedendo-se a ARBI - Associação de Regantes e Beneficiários de Idanha, que gere os

vem de fora”, assegura o presidente. Neste sentido, Gonçalo Costa faz questão de frisar que a melancia do Ladoeiro tem características específicas e diferentes das outras, uma vez que é produzida de forma natural, sem químicos, e que possui um paladar açucarado que a torna mais doce e saborosa. Importante será ainda referir que a empresa “hortas

canais de rega da freguesia, a MASCAL - Movimento de Apoio e Solidariedade Coletiva ao Ladoeiro, que é o maior empregador da freguesia e presta serviços de berçário, A.T.L., centro de dia, apoio domiciliário e Lar, a Associação Raia dos Sonhos com um rancho folclórico infantil e um grupo de bombos e, por fim, vários clubes de caça e pesca.

d´Idanha” produz mais de 1500 toneladas de melancias por ano.

Festival da melancia 2015 É já a 11ª edição do tradicional Festival da Melancia do Ladoeiro, organizado conjuntamente entre a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e com a Junta de Freguesia de Ladoeiro, que decorre a 18 e 19 de julho. Este evento patenteia aos visitantes não só o fruto ‘mais fresco do verão’ - a melancia, mas também alguns subprodutos, como provas de sumo, compotas e outras iguarias de melancia, com esculturas do mesmo fruto, uma feira de produtos regionais com dezenas de expositores, tasquinhas, restaurantes e jogos tradicionais. Neste contexto, o certame conta ainda com diversas propostas de animação musical, cultural e infantil, contribuindo também para o enriquecimento da economia local e para a promoção dos produtos regionais “é uma festa muito completa, com muita variedade de produtos e bastante divertida para quem

Aposta nos espaços públicos Relativamente ao método de gestão da freguesia, um fator importante que o presidente faz questão de referir é a colaboração da Câmara Municipal nas iniciativas e projetos da Junta “sem esse auxílio seria tudo muito complicado”, afirma. Deste modo, no que concerne às obras realizadas, o presidente salienta algumas ações pertinentes em espaços públicos, “fizemos há pouco tempo um parque infantil e dotamos o espaço com máquinas de ginástica geriátrica para a população”. Para o futuro, Gonçalo Costa indica que atualmente é prioritário a requalificação das vias de acesso, uma vez que as ruas estão num estado bastante degradado. Em forma de conclusão, o presidente afirma: “Necessitamos de criar conforto e bem-estar às pessoas, porque o nosso papel é ajudar a população nas pequenas coisas do dia a dia e resolver de forma rápida e eficiente os seus problemas”.

49


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

ROSMANINHAL, UMA TERRA DE GRANDE TRADIÇÃO junta de freguesia de rosmaninhal Rosmaninhal é uma freguesia com fortes raízes e tradições vincadas que fica localizada, no concelho de Idanha-a-Nova, em pleno Parque Natural do Tejo Internacional. É uma das maiores freguesias nacionais em termos de área, contando com 26.590 hectares de extensão, detendo também como lugares as povoações de Soalheiras, Couto das Correias e Cegonhas.

joaquim chambino Presidente

À

conversa com o presidente da Junta, Joaquim Chambino, desvendamos as características desta região, bem como, o que se avizinha para os próximos tempos. Em Rosmaninhal a população é maioritariamente envelhecida, mas de acordo com o presidente ainda há pessoas ativas que procuram explorar alguns recursos que a freguesia lhes proporciona, conferindo-lhe maior dinamismo. A atividade dominante desta terra recai no setor primário, na agricultura, e principalmente na cinegética, uma vez que é a grande alavanca da economia local. Não só

50

pelas empresas que lhe estão associadas, mas também porque capta muitas pessoas à freguesia.

Eventos tradicionais Sobre festas emblemáticas, Joaquim Chambino, sublinha a Festa do São João, organizada pelo povo e com apoio da Junta de Freguesia, que é um dos momentos altos de coesão e tradição popular. Os festejos em honra de São João são refletidos numa festa remota e pagã, original em todo o concelho. A organização da festa fica a cargo do Alferes (o elemento mais velho da família nomeada) que, por sua vez, é ajudado por dois padrinhos. Assim,

os preparativos da véspera de São João ficam a cargo destes que têm como responsabilidade dar de comer gratuitamente a toda a população. A 30 de maio, decorre em Rosmaninhal um dos eventos mais importantes para a população, ‘O Festival do Borrego’, organizado pelo município de Idanha-a-Nova e pela Junta de Freguesia que vai na sua oitava edição e já é um enorme sucesso nacional, “lá expõe-se vários pratos de borrego – o nosso produto regional – que é confecionado de diversas formas, seja o ensopado de borrego ou borrego na brasa, e oferecemos muita animação cultural e musical que também dá outro


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA e Espanha, e que revela zonas ambientais mais ricas do país, englobando partes dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão. Deste modo, a vegetação do parque inclui bosques de sobreiros e azinheiras e galerias de salgueiros ao longo dos rios. É, também, uma importante área de nidificação de aves, podendo-se observar a águia-de-bonelli, águia-real, abutre-fouveiro e abutre-do-egito.

Principais trabalhos e serviços dinamismo à festa”, explica o presidente. Para além do São João e do Festival de Borrego, o presidente destaca ainda a Feira da Badana que decorre também a 30 de maio, e é a única feira oficial de gado ao ar livre da região da Beira Baixa, com a tradicional exposição de gado, comes e bebes e animação musical e infantil. Neste encontro histórico entre negociantes e produtores de gado, há também a exposição de alguns ovinos, caprinos, bovinos e cavalos. Em termos de turismo rural, o presidente revela que Rosmaninhal está bem preparado, dotado de casas com boas condições direcionadas para os turistas amantes da natureza. E porque a riqueza de Rosmaninhal não se confina ao seu sublime passado histórico e cultural, Joaquim Chambino realça a oferta turística do Tejo Internacional - um parque natural que abrange uma área em que o rio Tejo constitui a fronteira entre Portugal

Em dois anos de mandato, este presidente nascido e apaixonado pela sua Terra, revela que já recuperou alguns parques de merendas, fontes públicas, zonas de lazer, “e arranjei uma zona de convívio com um jardim e máquinas de desporto destinado aos idosos e aos visitantes que vêm ao fim de semana, para que estes possam usufruir o tempo da melhor forma”, frisa o presidente. Mas para concretizar os seus projetos em prol da freguesia, Joaquim Chambino, não deixa de enfatizar a excelente equipa que o acompanha, que são uma mais-valia em todas as suas iniciativas. “Por isso é que Rosmaninhal, em pouco tempo, conseguiu estar muito mais desenvolvido”, salienta. No que toca às respostas sociais, o presidente frisa que na área da saúde há uma carrinha ambulante com um médico dentista que, de 15 em 15 dias, dispõe de serviços para a população rosmaninhense “uma vez que

temos pouca população, é preferível dispormos deste tipo de soluções, que é mais adequado e acessível para todos”, explica Joaquim Chambino. Para além disto, a Junta de Freguesia em colaboração com a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, conseguiu um autocarro que leva os idosos de Rosmaninhal às piscinas municipais para estes terem aulas de hidroginástica. Ainda em colaboração com a Câmara, a Junta de Rosmaninhal dispõe também de um médico que vem de 15 em 15 dias prestar consultas e passar medicamentos. Mas apesar da forte incidência nas questões de saúde, a área educativa também não é, de todo, esquecida. Prova disso é a futura inauguração das antigas escolas, que irá ser feita em setembro, e que arrancará com um berçário e infantário. Este é um projeto que conta com o apoio da Câmara Municipal e que o presidente garante ser imprescindível para as crianças da freguesia. Outros projetos para um futuro próximo incidem na recuperação de um palco de festas abandonado, na requalificação de um espaço verde situado em frente à capela de São Pedro, assim como, na importante ampliação do cemitério da Terra. “E para além destas ações futuras, iremos mudar as instalações da Junta, para uma sala de 56 m2, com 50 cadeiras, onde vai funcionar os serviços de apoio da Junta e os correios”, acrescentando que este novo espaço será mais acessível para a população e apresentará melhores infraestruturas.

51


REVISTA BUSINESS PORTUGAL A BEIRA BAIXA

Uma missão: dar harmonia à vida das pessoas santa casa da misericórdia de rosmaninhal Por definição um provedor é referido como personalidade que goza, em geral, de uma evidenciada reputação de integridade e independência relativamente à área de atuação, sendo reconhecido pelos seus pares e considerado com grandes conhecimentos sobre o sistema sobre o qual intervém. E na Santa Casa da Misericórdia de Rosmaninhal encontramos a prova disso – a Provedora Luísa Serejo – também vereadora da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e apaixonada pelo trabalho de voluntariado.

Luísa Serejo Provedora

H

á 15 anos à frente da Santa Casa da Misericórdia do Rosmaninhal, inaugurada em Maio de 1997, a provedora começa-nos por assinalar três valências específicas: o serviço de apoio domiciliário, um Centro de Dia e um Lar de Idosos. Recordando um pouco a história, Luísa Serejo revela que a SCM arrancou somente com um Centro de Dia com 10 utentes, e mais cinco em apoio domiciliário, na altura apenas com três funcionários. Mas com o passar do tempo, a Santa Casa evoluiu e aumentou a capacidade dos serviços. Atualmente já alberga três carrinhas, em que os profissionais fazem a distribuição de alimentação aos idosos, assim como, a higiene habitacional em alguns casos. Desta feita, a instituição reúne de momento um total de 30 funcionários, incluindo um médico e um advogado avançados. No Centro de Dia, funcionam também os serviços de

52

CTT, fruto de uma parceria da Santa Casa com a Junta de Freguesia. Tendo também ao dispor da população uma caixa multibanco no seu interior. Após o Centro de Dia estar em pleno funcionamento e sem perder tempo, Luísa Serejo conta-nos que, com alguma persistência, concretizou um objetivo que há muito ansiava – a construção da casa mortuária “no arranque deste projeto pensei logo em colocar só uma cruz, sem altar, para que não fosse uma casa confinada a cristãos, mas que pudesse estar acessível a todas as pessoas de outras religiões” esclarece a provedora. Já em 2013, foi inaugurado o Lar Rainha D.Leonor que com apenas dois anos de existência, teve um papel importantíssimo para a população “estamos cheios, temos 20 camas e temos cerca de 35 pessoas em lista de espera”, destaca a provedora. No lar há um refeitório, sala de convívio, uma copa, lavandaria, escritórios na parte exterior, “e pretendo aumentar a capacidade para

mais cinco ou seis quartos, porque temos condições para crescer”, realça Luísa Serejo, adiantando que neste momento está à espera de apoios que permitam a concretização deste plano. A decoração e o ambiente são outra característica diferenciadora que a provedora diz ser um dado crucial para manter os idosos mais bem-dispostos, conferindo espaços com muita cor, dinâmicos e personalizados. A par disso, o lar dispõe de uma animadora que realiza atividades de ginástica, trabalhos manuais, acompanhaos para passeios, festeja e prepara os seus aniversários, comemora os dias festivos, e empenha-se todos os dias em mantê-los ativos e alegres “felizmente temos uma equipa jovem que está sempre pronta a dar vida ao lar e desempenha um trabalho fantástico diariamente”, assegura a provedora. Deste modo, a SCM de Rosmaninhal é uma associação de fiéis, constituída na ordem jurídica canónica, com o objetivo de satisfazer carências sociais e praticar atos de culto católico, de harmonia com o seu espírito tradicional, informado pelos princípios da doutrina moral e cristã. Sobre o futuro, Luísa Serejo explica que de momento está a projetar a melhor forma de aproveitar um espaço no Centro do Dia para fazer um restaurante, uma vez que na zona de Rosmaninhal não há nenhum.



portugal de boa saúde

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

54

A

saúde tem várias vertentes. Passando pela medicina convencional e alternativa, farmácia, cuidados a doentes e também o ensino, a saúde é uma área complexa, multifacetada e muito multidisciplinar. Talvez por isso a sua definição possua várias implicações legais, sociais e até económicas. No entanto, a definição mais difundida é a encontrada no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde: saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Quando a Organização Mundial de Saúde foi criada, pouco após o término da Segunda Guerra Mundial havia uma preocupação em traçar uma definição positiva de saúde, que incluiria fatores como alimentação, atividade física, acesso ao sistema de saúde, entre outros. De referir que a OMS foi a primeira organização internacional de saúde a considerar-se responsável pela saúde mental e não apenas pela saúde do corpo. Nesta edição da Revista Business Portugal trazemos a estas páginas a sua nas várias vertentes. A Santa Casa da Misericórdia de Arez tem em funcionamento um centro de dia essencial à população. Esta forma de cuidar de quem mais precisa é também uma forma de dar saúde. Apresentamos-lhe também a Farmácia dos Mares, um exemplo de modernidade, competência e inovação neste meio que tem atravessado várias dificuldades. Na área do ensino da saúde, a Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches tem-se desenvolvido e adaptado fruto do conhecimento de natureza biomédica e de acordo com os desafios dos novos contextos e paradigmas de formação do ensino superior. Finalmente, a Orion Portugal é também um parceiro importante na área da saúde, comercializando revestimentos de pavimentos e paredes Pure-Health. Estas são uma inovação no âmbito da desinfecção, conferindo-lhe a propriedade de eliminar 99 por cento de bactérias, vírus e fungos.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL DE BOA SAÚDE

“crescer de forma sustentada e com padrões de qualidade elevados” santa casa da misericórdia de arez A Santa Casa da Misericórdia de Arez, no distrito de Portalegre, foi fundada em 1517 mas a obra social só começou em 1980, com Centro de Dia e mais tarde também com Serviço de Apoio Domiciliário. Maria José Mandeiro, provedora da Misericórdia esteve à conversa com a Revista Business Portugal, onde nos revelou os novos projetos para este ano e nos confidenciou que o grande objetivo é “fazer crescer a Misericórdia e dotá-la de novas instalações”.

maria josé mandeiro Provedora

O

projeto arquitetónico está praticamente concluído e as novas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Arez são a sua principal necessidade, essenciais para manter a obra social atual e mesmo para a sua ampliação. Quem o diz é a provedora Maria José Mandeiro explicando que o facto da instituição continuar apenas com duas valências está a colocar em causa a sustentabilidade da Misericórdia e a necessidade de construir uma unidade residencial, evitando que o utentes de desloquem para outras freguesias, é fucral. “Estamos em perda contínua de utentes e quando saem pessoas da Misericórdia, saem também pessoas da localidade e há uma consequente desertificação da mesma. Se conseguirmos construir uma unidade residencial a nossa esperança é que evitemos não só a saída de utentes para outras instituições, como consigamos atrair pessoas que sairam para trabalhar e no final da sua vida ativa regressem porque estão seguras que têm o apoio social necessário, sendo certo que para tal acontecer não basta o nosso trabalho e entrega total, precisaremos de meios que os fundos comunitários poderão disponibilizar, assim o espera uma

população inteira - mas esta decisão não nos compete a nós”, frisa a provedora. Outro dos grandes projetos, já estando em curso, é a recuperação da Capela da Misericórdia de Arez. A obra, que tinha começado em 2011 e que entretanto esteve parada devido a dificuldades financeiras, foi retomado o projeto de recuperação e preservação no dia 29 de maio deste ano. Foram especialistas em restauração e História da Arte que iniciaram as obras e foi possível nessa fase descobrir pinturas na capela que estão datadas de 1602. “As pinturas estavam cobertas por cal e foram retiradas pacientemente por especialistas. É um trabalho muito moroso e por isso ser tão dispendioso. Agora, no âmbito do protocolo que há entre a União das Misericórdias a Direção Regional da Cultura do Alentejo foi possível retomar a ideia de preservar esse património”, menciona Maria José Mandeiro realçando posteriormente a importância dessa preservação para a localidade. “Para nós, Misericórdia, isto é muito importante porque Arez não é propriamente uma terra onde haja muito património - o que existe tem que ser recuperado e preservado, se não o fizermos da forma certa perde todo o seu valor. Quando tivermos o suporte técnico dos especialistas de Direção Regional da Cultura do Alentejo vamos candidatar a preservação aos fundos comunitários do Portugal 2020, daí estarmos a dar estes passos para depois a candidatura ser suportada tecnicamente por especialistas”. Quando a Mesa Administrativa atual iniciou o seu trabalho na Misericórdia, esta “nunca se tinha olhado

estrategicamente para si mesma, ou seja, nunca tinha pensado no que nós somos e o que queremos ser. Quando estivemos a fazer o planeamento para o mandato apercebemo-nos de quais as nossas mais valias e fragilidades e que, mesmo a nível do concelho poderíamos dar algum contributo, pois existem dificuldades comuns”. No sentido de melhorar a qualidade de vida dos utentes e dinamizar a instituição, foram vários os projetos planeados e a desenvolver futuramente. “Temos projetos a nível de concelhio que tem a ver com a prestação de cuidados, cuidar dos cuidadores. Também numa zona em que a população é maioritariemente envelhecida , é necessário tentar fixar os jovens e dotá-los de competências necessárias para adquirirem emprego. Outro projeto na área da animação comunitária, a nível de música, informática, construção de instrumentos, à realização de workshops enquadrados, também, nos ensinamentos da população e quebrar assim o isolamento dos mais idosos – mas não só”, afirma. Alargar as valências, o espaço e o modo de intervenção, olhar para o meio e perceber qual o contributo que a Misericórdia pode dar combatendo a desertificação, as fragilidades sociais e o isolamento comum nesta zona do Alentejo é preocupação da Instituição: “O que podemos fazer para além da ação convencional? É esse também o objetivo. Queremos crescer de forma sustentada com padrões de qualidade elevados, para isso estamos a preparar-nos, com recurso a uma rede de parceiros diversificada”, conclui.

55


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL DE BOA SAÚDE

“Um negócio de boa saúde” farmácia dos mares Quem o diz é Florbela Braga, farmacêutica e proprietária da Farmácia dos Mares, situada em Lavra – Matosinhos. A nossa interlocutora é licenciada em Ciências Farmacêuticas – Ramo A, pela Faculdade de farmácia da Universidade do Porto. É ainda especialista em farmácia hospitalar pela Ordem dos Farmacêuticos. Em entrevista à Revista Business Portugal falou-nos um pouco do seu negócio e das potencialidades do mesmo.

florbela braga Proprietária

Qual a história da farmácia e como tem sido a sua evolução? O projeto da farmácia iniciou-se no ano 2000 quando surgiu um grande concurso de farmácias, ao qual concorri acabando por ficar classificada em segundo lugar, recorri judicialmente e em 2010 o Infarmed atribuiu-me o primeiro lugar no concurso. A farmácia abriu em setembro de 2012, estando a ser uma ótima experiência. O espaço da farmácia nasceu de uma área comercial, a qual foi totalmente remodelada e decorada. É um espaço que me dá muita satisfação e para isso contribui a equipa de excelentes profissionais que trabalham na farmácia e que sem dúvida são a face vísivel da mesma, mantendo uma relação muito próxima com os clientes. O projeto em si, foi um desafio face à conjuntura económica em que vivemos. No momento atual, a valência de gestão é uma importante ferramenta, esta tem de estar bem estruturada, sendo muito importante evitar o desperdício, seja em stocks obsoletos, quer em horários de atendimento desfasados das necessidades

56

dos nossos utentes. A farmácia como empresa que é, tem de ter objetivos bem definidos e para que estes sejam atingidos tem de haver planeamento, organização e avaliação das necessidades. O balanço destes quase três anos de existência da Farmácia dos Mares é positivo, posso dizer que a farmácia está de boa saúde. Qual o seu ramo profissional? O meu ramo profissional é a área da farmácia hospitalar, mas o sonho de abrir uma farmácia surgiu no ano 2000, aquando do concurso, visto reunir as condições necessárias para conseguir um alvará de farmácia. O sonho acabou por se tornar numa batalha judicial, a qual durou dez anos. Venci a batalha, não desisti neste longo período e ainda bem, porque pude criar postos de trabalho para os meus colaboradores. Para eles é uma mais-valia terem emprego e para mim é um compromisso que tenho de cumprir para com eles e para comigo mesma.

Conseguiu abrir um negócio em plena crise e criar postos de trabalho, foi um desafio? Sim, foi um desafio. Porque em termos profissionais tenho uma carreira estável, tenho reconhecimento dos meus pares e podia ter desistido deste processo, o qual demorou tanto tempo para se concretizar, mas achei que não deveria de desistir a meio do processo e decidi seguir em frente. O facto de trabalhar num hospital proporcionou-me uma visão racional da gestão dos recursos materiais e consequentemente o evitar do desperdício. Como é constituída a equipa? A equipa de profissionais da Farmácia dos Mares é constituida por, três farmacêuticos a tempo inteiro e uma técnica de diagnóstico e terapeuta em part-time. Qual o horário de funcionamento? Durante a semana estamos abertos das 9 às 13 horas e das 14 às 20.30 horas. Aos sábados abrimos das 9 às


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL DE BOA SAÚDE 13 horas e das 15 às 19 horas. Que tipo de serviços têm disponíveis? Além da disponibilização de medicamentos, de produtos de saúde e dermocosmética, aos nossos utentes, estes têm ainda acesso a medição da glicemia, do colesterol, de triglicerídeos, da tensão arterial, assim como a aplicação de injetáveis. Que tipo de parcerias têm? Temos um protocolo com a empresa OrtopediaPortugal que surgiu na sequência de um contacto para divulgarmos o material ortopédico disponível sem ter que o adquirir, é uma forma de gestão controlada. Nós referenciamos os utentes, podendo estes adquirir o produto pretendido pessoalmente ou este ser encomendado pela farmácia, evitando assim a deslocação dos utentes. Este serviço não deixa de ser um valor acrescentado para os nossos utentes, principalmente os idosos que têm um bom serviço com uma oferta diversificada, próximo da área de residência. Nos últimos anos a legislação farmacêutica tem sido complicada, acha que agora estamos a tomar o rumo certo ou continuam a sentir dificuldades? Em Portugal, a atividade das farmácias é exaustivamente regulamentada, o que determina a estrutura do setor. Neste momento, a ANF (Associação Nacional das

Farmácias) está empenhada juntamente com o Ministério da Saúde a tentar mudar o paradigma das farmácias. O farmacêutico comunitário tem também de mudar o seu modo de estar na profissão. Este tem de estar mais próximo dos utentes , procurando saber quais as necessidades e não esperar passivamente que os utentes o procurem na farmácia. No fundo o farmacêutico tem de mostrar a mais valia que pode ser e é junto da comunidade. Qual a sua visão de mercado, neste momento, como vê o panorama nacional, principalmente no Norte do país? Não está bom, todos os dias vemos farmácias a entrar em insolvência, muito provavelmente, devido a gestão mal orientada. Antigamente as farmácias eram vistas como um negócio garantido em termos de rentabilidade, e hoje em dia as coisas não são assim, por isso é que tem de haver uma maior e melhor gestão. O flagelo do desemprego, as reformas reduzidas e a baixa de ordenados também veio afetar os resultados económicos, além das sucessivas baixas de preço dos medicamentos e das margens de comercialização. Em termos de projetos futuros, o que ambiciona para a sua farmácia? Considerando que a farmácia está inserida numa zona

rural com uma população idosa, pretendemos pôr em curso, a médio prazo, a distribuição domiciliária de medicação. Atualmente estamos a divulgar junto dos nossos utentes, a possibilidade de cedência de medicação em doses diárias individualizadas, em caixa específica para o efeito, para o período de uma semana. Como farmacêutica acredito que temos que ter cada vez mais, um papel interventivo junto da comunidade.

Equipa: Florbela Braga – proprietária Fernando Miguel Santos – diretor técnico Carla Moura – farmacêutica adjunta Carina Soares – farmacêutica Joana Silva – técnica de diagnóstico e terapêutica

57


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL DE BOA SAÚDE

o Futuro para ensino das Terapêuticas Não Convencionais ERISA – Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches A Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches (ERISA) possibilita uma formação consistente alicerçada no ensino de excelência das ciências da saúde, que visa a qualidade e a inovação, constituindo uma referência no panorama nacional e europeu do Ensino Superior. Maria Lídia Palma, professora doutora e diretora da instituição, em entrevista à Revista Business Portugal, relata o percurso de sucesso trilhado há 12 anos e fala-nos sobre o futuro.

maria lídia palma Diretora

F

ruto da experiência de formação na área das Tecnologias da Saúde, a Escola de Saúde Ribeiro Sanches assume-se como um centro de criação, desenvolvimento e difusão da ciência alicerçado num ensino de qualidade, fundamentado na investigação, na qualificação dos seus recursos humanos e na prestação de serviços à comunidade. É desta forma que se tem distinguido “pela formação de profissionais e técnicos de saúde com elevadas

58

competências nas vertentes técnica, científica, cultural e humana. Há 12 anos que formamos enfermeiros, técnicos de farmácia, de análises clínicas e saúde pública e de radiologia com uma elevada taxa de empregabilidade”, refere Maria Lídia Palma. De maneira a dar continuidade a este sucesso têm procurado “aumentar e diversificar a oferta formativa, fomentar as sinergias entre as licenciaturas e os restantes cursos e investir na investigação através de parcerias”, explica. Para tal, fazendo parte do Grupo Lusófona, a Escola de Saúde Ribeiro Sanches tem beneficiado da relação existente com a Escola de Ciências e Tecnologias da Saúde (ECTS), com o Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias da Saúde (CBIOS) que produz uma revista científica de publicação própria, Biomedical and Biopharmaceutical Research Journal (BBR) indexada e bilíngue (Português - Inglês), destacando o facto do diretor da ECTS, diretor geral do CBIOS e editor coordenador da revista, o Professor Luís Monteiro Rodrigues ser o fundador da Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches.

Oferta formativa A instituição promove um amplo e diversificado programa de formação que, a par das atuais licenciaturas em Enfermagem e Farmácia, dinamiza pós-graduações

e especializações, bem como diferentes cursos, nas área das Terapêuticas Não Convencionais (TNC´S), o que constitui um exemplo da capacidade de inovar e ajustar a oferta formativa às necessidades da procura de formação nos vários domínios das áreas da saúde. A Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches foi a primeira instituição de ensino superior politécnico a ministrar cursos em Osteopatia, Naturopatia e Medicina Tradicional Chinesa, na modalidade de cursos livres, não conferentes de grau, num formato de quatro anos com 240 ECTS alinhados com o que foi, recentemente, publicado nas portarias do ensino das TNC´s a 5 de junho de 2015. “A publicação das Portarias do ensino a 5 de Julho de 2015, vai-nos permitir submeter à aprovação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) licenciaturas para todas estas áreas”, afirma a diretora. É incontestável que a regulamentação destes cursos irá permitir maior qualidade e idoneidade dos profissionais, com benefícios para os doentes/utentes que, se sentirão mais confiantes. “Os profissionais formados por nós, que ingressam este ano no mercado de trabalho, irão fazer a diferença, são os primeiros terapeutas no âmbito do ensino superior com uma formação de 240 ECTS”. Para o ano letivo 2015/2016, para além da oferta existente ao nível da Osteopatia, Naturopatia e Medicina Tradicional Chinesa, tencionam também incluir a Fitoterapia, “área em que temos importantes


competências instaladas, na medida em que, contamos no nosso corpo docente com vários membros fundadores da Sociedade Portuguesa de Fitoterapia (SPFito) nomeadamente, a sua vice-presidente, Maria do Céu Costa, professora doutora”. “A Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches está preparada para apresentar propostas para todas as TNC´s que vierem a ser aprovadas. Reunimos todas as condições para o fazer, na medida em que, ao longo dos últimos anos adaptamos a nossa escola ao ensino destas áreas, criando laboratórios com equipamento próprio e temos uma importante capacidade ao nível das nossas instalações e das nossas clínicas para criar clínicas de estágio”. A oferta formativa para 2015/16 irá incluir também os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTSPs), neste âmbito a Instituição aguarda a aprovação do respetivo registo da Direção Geral do Ensino Superior para os cursos de Análises QuímicoBiológicas, Cosmética e Estética, Intervenção Familiar e Comunitária e Reabilitação, Massoterapia e Saúde Preventiva.

Articulação da teoria com a vertente prática Além de os estudantes beneficiarem de uma sólida preparação teórica, a oferta formativa da Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches tem também uma importante componente prática. “A articulação da teoria com a vertente prática é, para nós, um fator imprescindível na qualidade da formação”, sublinha. No âmbito das ciências biomédicas a instituição está equipada com laboratórios de Química, Biologia, Biologia Molecular, Microbiologia, Análises Clínicas, Hematologia, Bioquímica Clínica, Radiologia, Fisiologia e Anatomia. Para o ensino da enfermagem, dispõe de vários laboratórios vocacionados especialmente para o treino das várias vertentes do curso. Já no que respeita, ao ensino das Terapêuticas Não Convencionais, para além de laboratórios próprios, beneficia dos recursos disponíveis nos vários laboratórios das ciências biomédicas garantindo as condições para uma aprendizagem sólida nestas áreas. “Os nossos alunos das TNC´s têm uma aprendizagem facilitada e sólida no domínio biomédico, um corpo docente altamente qualificado e um ensino clínico adequado através da implementação de consultas de Medicina Tradicional Chinesa e de Osteopatia que a escola disponibiliza, atualmente, à comunidade. Na nossa clínica de estágios, os alunos, supervisionados pelos professores, adquirem competências sólidas para a avaliação do estado de saúde geral do paciente, elaboração de um diagnóstico diferencial e aplicação das técnicas terapêuticas necessárias”, afirma a diretora.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PORTUGAL DE BOA SAÚDE

Inovar na saúde e zelar pela saúde orion portugal A Orion Portugal comercializa revestimentos de pavimentos e paredes - Sistema Pure-Health. Inovador no âmbito da desinfeção, elimina 99 por cento de micro-organismos e garante uma desinfeção contínua do espaço.

ana rita santos Diretora

A

Orion Portugal é parceira da Orion S.R.L. fundada em Itália, em 1997, com o propósito de produzir ambulâncias e veículos especiais. Quase duas décadas depois, a empresa está empenhada na procura de soluções inovadoras e funcionais, por forma a melhorar o padrão de segurança e qualidade dos veículos de emergência. A Orion S.R.L., em parceria com a Next Technology, depressa se empenhou na busca de materiais inovadores para a criação de produtos biocidas, para encontrar o melhor sistema de desinfeção. Durante o período de investigação, várias soluções foram testadas, até à escolha do Dióxido de Titânio (TIO2), molécula capaz de, sob certas condições, tornar inócuos os elementos contaminantes e prejudiciais para a saúde. Para além disso, e conforme conta Ana Rita Santos, gerente da empresa, o Dióxido de Titânio tem outras vantagens: “Não se desgasta no tempo, ao contrário de

outros materiais, uma vez que funciona como catalisador que só é ativado quando é excitado pela luz e também não altera as características originais dos materiais nos quais está inserido”. O resultado das experiências permitiu desenvolver uma estrutura molecular biocida, uma patente única no mundo, que permite obter uma superfície fotocatalítica nano-estruturada. A utilização combinada desta estrutura com lâmpadas fluorescentes de espectro completo está na base do novo sistema antibacteriano Pure-Health. Assim, no ano de 2011 foi apresentada ao mercado a primeira ‘ambulância antibacteriana’. Nesse ano foram vendidas 200 ambulâncias Pure-Health. O Pure-Health é uma inovação no âmbito da desinfeção, por garantir soluções para pavimentos e paredes em desinfeção permanente. Quando ativado através de luz, o TIO2 tem a capacidade de eliminar 99 por cento das bactérias, vírus e fungos que permanecem nas superfícies. “Temos uma lâmpada que faz a reprodução fiel da luz do sol, desempenhando a mesma função da fotossíntese. Quando a lâmpada é acesa, os raios de luz ativam o dióxido titânio, que capta as moléculas de ar e oxigénio presentes nas superfícies, transformandoas em moléculas fortemente oxidantes, que ficam à superfície do material. Quando os micro-organismos entram em contacto com essas moléculas, são automaticamente destruídos, havendo sempre uma superfície completamente limpa e em processo de desinfeção contínuo, mesmo na presença de pessoas”, explica Ana Rita Santos. A Orion Portugal tem obras executadas com o Sistema Pure-Health nas termas do Gerês, no setor alimentar da

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, numa sala de enfermagem no hospital Santos Silva, em Gaia e ainda numa cantina de uma unidade fabril. Os parceiros italianos têm já executadas: sala de cuidados intermédios, laboratório de investigação, consultórios dentários, balneários de piscinas e também clínicas veterinárias. “A nossa ambição é crescer na divulgação e utilização do produto, por sabermos que é útil, é uma mais valia e é do interesse de todos nós, da nossa própria saúde e da nossa segurança. Queremos apostar na seriedade. Acreditamos que o nosso produto é uma vantagem para todas as instituições”, conclui Ana Rita Santos.

REVESTIMENTOS DE PAVIMENTOS E PAREDES PURE-HEALTH™

Rua do outeiro, 1512 4760-317 Calendário | V. N. Famalicão Tlm. 967 075 584 www.purehealth.it | orion.portugal@gmail.com facebook.com/orion.portugal

60

Antibacteriano Desinfectante Autolimpeza



municípios em destaque

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

62

N

as próximas páginas apresentamos alguns dos melhores exemplos que a região norte e centro têm para dar a conhecer. Em Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo, estivemos presentes na XVIII Bienal de Cerveira que celebra este ano 37 anos. Esta mostra de cultura pretende não só fazer crescer o gosto pela cultura nacional e internacional, mas também trazer o merecido prestígio às artes. No Município de Águeda o turismo é visto enquanto objetivo estratégico a prosseguir para o modelo de desenvolvimento económico local, assim sendo é sistematicamente apontado como uma mais-valia que o concelho potencia, tal como todo o tecido empresarial existente. Também o património, as tradições e a gastronomia são características que distinguem e diferenciam este concelho. Mais para Sul, o município de Pampilhosa da Serra permite-lhe usufruir das belas praias fluviais que podem ser encontradas neste belo interior que mereceram distinção. Território pródigo em recursos naturais propícios à prática de turismo na natureza. Estivemos também com o Conteúdo Chave que tem como objetivo promover o desenvolvimento e produção de soluções urbanas inovadoras, de forma integrada, com vista à estruturação da oferta e sua valorização nos mercados internacionais; potenciar a participação das empresas e cidades portuguesas no mercado das cidades inteligentes; e afirmar a imagem de Portugal como espaço de conceção, produção e experimentação de produtos e serviços para smart cities.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

A capital nacional da arte município de vila nova de cerveira Vila Nova de Cerveira é o epicentro português da cultura. Ou não fosse esta a ‘Vila das Artes’! Este verão traz uma agenda para todos os gostos e também para todas as carteiras. Aproveite a desculpa e passe o seu verão por Vila Nova de Cerveira. Vai ver que não se vai arrepender.

Fernando nogueira Presidente

F

ernando Nogueira, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira fala com orgulho e carinho na voz sobre a sua vila. Terra de uma beleza rara e paisagens de excelência, Vila Nova de Cerveira tem marcado o panorama nacional e internacional pela sua forte aposta na cultura e em diversos eventos que têm como propósito promover a vila e fazer dela uma verdadeira ‘Vila das Artes’. “Vila Nova de Cerveira é um território pródigo em recursos naturais, de uma rara beleza paisagística, numa união perfeita entre a serra e o vale, muito propícios à prática de turismo de natureza. A sua história secular, assim como o valioso património construído, as nossas tradições, assim como a nossa gastronomia são características que nos distinguem e diferenciam”, começa por nos contar Fernando Nogueira. Com uma área tão distinta, uma das fortes apostas do município tem incidido no turismo, nas suas mais diversas vertentes. Neste sentido, a oferta é bastante diversificada.

de excelência criativa com capacidade de promover um modelo de desenvolvimento no plano nacional e internacional. Este ano o evento decorre entre 18 de julho e 19 de setembro. Nesta que é a sua 18ª edição, a Bienal traz à ribalta o tema ‘Olhar o Passado Para Construir o Futuro’, numa perspetiva de valorizar não apenas o novo, mas também o antigo. “Este é já um marco da nossa vila. É um evento dirigido à promoção da arte contemporânea, onde se alia a arte nas suas várias expressões”. Fernando Nogueira completa, afirmando que “este pretende ser um repositório da arte contemporânea nacional e internacional das últimas três décadas. Temos já um espólio com mais de 400 obras, muito representativas da maioria dos grandes artistas portugueses e alguns estrangeiros, permitindo o conhecimento da evolução das artes plásticas”. Esta edição contará com mais de 300 artistas, oriundos de 30 países, que trarão consigo mais de 500 obras.

Bienal de Cerveira

Aquamuseu do Rio Minho

Esta é já uma referência além-fronteiras. Desde 1978 que Vila Nova de Cerveira alberga este espaço cultural

Criado sob o pressuposto de promover e divulgar o património natural e etnográfico associado à pesca

64

tradicional, na bacia hidrográfica do rio Minho. “O Rio Minho é o que nos une a Espanha e essa é uma ligação que queremos manter e cultivar cada vez mais”, refere o edil. Daí que a construção do mesmo tenha contado com o apoio da vizinha Galiza, “pois está inserido num programa de desenvolvimento com caráter transfronteiriço”. O Aquamuseu possui uma área de exposição permanente, que se divide no Aquário Público do Rio onde os visitantes têm a oportunidade de simular uma viagem ao longo do rio, podendo conhecer cerca de 60 espécies de peixes, moluscos e crustáceos da região e no Museu das Pescas onde ainda se preserva a memória da atividade da pesca artesanal, mostrando-se artes de pesca, utensílios, maquetas de barcos e documentos. A mascote do Aquamuseu é a lontra, sendo possível conhecer um pouco mais sobre esta espécie visitando o lontrário, onde vive um casal de lontras de água doce. “O programa do Aquamuseu incide em três grandes áreas. São elas o didático-cultural, turístico e de investigação científica”. Numa década, o Aquamuseu do Rio Minho já recebeu cerca de 200 mil visitantes, onde se incluem 65 mil visitas escolares guiadas e ainda 16 mil em atividades


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

pedagógicas. Decorreram ainda 15 cursos de formação para professores e pescadores e houve o acolhimento de 40 estagiários. O Aquamuseu foi igualmente palco de sete edições do Simpósio Ibérico Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Minho e houve ainda protocolos de colaboração com escolas secundárias da região, Universidade do Porto, Universidade do Minho, Universidade de Vigo e ainda Universidade de Santiago de Compostela. “Pretendemos, essencialmente, que o Aquamuseu continue a ser um promotor e parceiro em diversos projetos de investigação na área dos recursos naturais associados ao rio Minho”, refere Fernando Nogueira. Para assinalar o seu aniversário, a 11 de julho, o espaço recebe um espetáculo de música clássica.

Miguel Araújo e no dia 15 a voz de Teresa Salgueiro.

Outras atividades Mas existem mais razões para visitar esta vila, e não só no verão! Se é adepto das caminhadas e dos trilhos pedestres, aproveite para conhecer os percursos e as travessias que a Vila Nova de Cerveira tem para oferecer. Conheça o verde da montanha e o azul do rio Minho. Se visitar a vila ao sábado, deslumbre-se com uma das maiores e mais concorridas feiras do país. O centro da vila transforma-se num autêntico centro comercial ao ar livre, como refere Fernando Nogueira. Estas são apenas algumas das razões porque Vila Nova de Cerveira está à sua espera.

Regresso ao passado Cumprindo um dos propósitos da sua campanha, Fernando Nogueira acredita que é preciso olhar o passado para construir o futuro, mote adotado para a Bienal deste ano. Assim, e seguindo essa máxima, de 20 a 23 de agosto, a vila recebe a recriação histórica que a transforma num burgo da Idade Média. “Anos após ano, há mais pessoas a deambular pelo castelo da vila e pelas ruas do centro histórico, assistindo a um verdadeiro mercado medieval que se preenche com os mais variados artífices, com trabalho ao vivo e as típicas barraquinhas de iguarias gastronómicas. É uma festa muito bonita”, afirma o presidente. Este evento visa rentabilizar a participação das associações, assim como proporcionar mais um dia de atividade aos comerciantes locais. Tudo é pensado ao pormenor, desde a decoração, a gastronomia, o artesanato e os diversos espetáculos que vão ocorrendo ao longo do dia, como a falcoaria, malabares e acrobatas, tetrao de rua, danças medievais, o cortejo medieval e espetáculos de fogo. Tudo culmina numa perfeita simbioses com o património arquitetónico, remetendo quem a visita para uma época cheia de cor, aromas e animação.

Cheiro a verão De modo a marcar a estação mais quente do ano, desde 2014 que o município aposta num novo conceito de concertos de verão, apresentando as ‘Noites do Fado’ e a ‘Cerveira Acústica’, prestando um tributo à música portuguesa com artistas de renome nacional e internacional. As noites de 2015 contam com quatro nomes reconhecidos em concertos intimistas que tornam ainda mais estreita a interação entre o público e o artista. A 18 de julho pode deliciar-se com a voz de Dulce Pontes e a 25 de julho com Yolanda Soares. No mês de agosto, Vila Nova de Cerveira recebe no dia oito

65


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

A maior bienal do país fundação bienal de cerveira Foi no meios dos preparativos da XVIII Bienal de Cerveira que Henrique Silva, vice presidente do Conselho de Direção da Fundação Bienal de Cerveira, recebeu a Revista Business Portugal. Também ele artista, pintor de renome nacional, e fundador desta mostra de cultura que pretende não só fazer crescer o gosto pela cultura nacional e internacional, mas também trazer o merecido prestígio às artes, Henrique Silva revela o que de melhor esta nova edição traz ao panorama de Vila Nova de Cerveira, no ano em que se celebram já 37 anos desde a primeira mostra. 18ª edição, ‘Olhar o Passado Para Construir o Futuro’, a artista de tapeçaria contemporânea estará presente na mostra, assim como tapeçaria criada em teares antigos, mostrando este confronto entre gerações. Temos também uma convidada especial “Danae Stratou” que, pelo seu trabalho e importância internacional, merece especial relevo no enquadramento do tem desta XVIII Bienal de Cerveira.

Em constante formação

henrique silva Vice presidente do Conselho de Administração

P

resente neste projeto desde o primeiro dia, Henrique Silva afirma que esta Bienal, por entre altos e baixos, primou sempre pela qualidade, muito graças ao apoio da autarquia, mas também por alguma carolice de alguns artistas que quiseram ver este projeto vingar. “Esta Bienal continua a primar pelo sucesso porque vive muito da carolice e da vontade dos artistas, e os artistas são fundamentais”, acrescentando que “é isso que nos diferencia das restantes Bienais, é este movimento dos artistas que querem cá estar, querem conviver, querem mostrar aquilo que fazem”. O público é também uma mais valia desta mostra. Com visitantes que vêm maioritariamente de fora do concelho, inclusivamente do estrangeiro, esta adesão tem feito desta aposta das artes uma aposta francamente ganha. “Este ano prevemos receber entre 80 a 100 mil visitantes”, diz-nos o Vice-Presidente.

Os homenageados Este ano são três os artistas homenageados na Bienal de Cerveira. Eurico Gonçalves, artista plástico português, recebe

66

este reconhecimento não só pela consistência e personalidade da sua obras, mas igualmente pela sua dedicação e contribuição que teve ao longo dos 35 anos desta Bienal, deixando a sua marca até hoje na instituição. Outro dos homenageados é Alcino Soutinho, arquiteto, falecido em 2013, pela sua intervenção no ex-libris de Vila Nova de Cerveira, o Castelo, que graças à sua intervenção recebeu uma integração mais objetiva nos destinos desta Vila das Artes. Finalmente, Dacos, autor de centenas de gravuras e litografias, entre outros, está representado em inúmeros museus, tendo ainda colaborado com poetas, realizando livros de artistas que combinam texto e imagens. O artista colaborou com a Bienal de Cerveira durante mais de 10 anos, tendo sido responsável pelos ateliers de gravura, assim como em workshops organizados durante essa década. Foi ainda co-responsável pela organização de exposições no Museu de Liège de artistas portugueses, no qual participou ativamente, daí que mereça esta distinção na Bienal de Cerveira. Para além dos homenageados, a Bienal irá receber uma convidada especial, Margarida Reis. Sob o tema desta

Durante o mês em que acontece esta Bienal, os visitantes poderão participar em workshops de gravura, litografia, serigrafia, cerâmica, arte digital e também pintura. Estes workshops estão também pensados para os mais pequenos. Os espetáculos estão a cargo entre outros, dos alunos da Escola Superior de Música e Artes do Porto que, por sua vez, irão participar numa conferência de alunos que terá como tema de debate o ensino das artes em Portugal, que contará com a participação de jovens provenientes de uma dezena de Escolas Superiores e Universidades. A organização desta conferência é mais uma das novidades desta 18ª edição. Está igualmente programado um retiro doutoral da Universidade Aberta, no qual participarão candidatos a Doutoramento no último ano. Durante essa semana em que decorrerá o artigo, os alunos irão apresentar os seus trabalhos físicos e defender os seu projetos de tese. “A nossa preocupação é, justamente, trazer alguns trabalhos, lembranças e conhecimentos nacionais e, ao mesmo tempo, desenvolver a atualidade do mundo das artes”, esclarece Henrique Silva.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

PRAIA FLUVIAL DE PAMPILHOSA DA SERRA

O turismo como alavanca do futuro Município de pampilhosa da serra No âmbito da promoção do território pampilhosense, enquanto destino turístico de excelência, a Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra oferece aos seus visitantes praias fluviais de excelente qualidade. Prova disso mesmo, foi a atribuição de bandeiras azuis nas Praias Fluviais de Pampilhosa da Serra, Santa Luzia e Pessegueiro, e bandeiras de Praia Acessível na Praia Fluvial de Janeiro de Baixo e na Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra.

N

o ano em que se comemoram 29 anos de atribuição de bandeiras azuis, a Associação Bandeira Azul da Europa atribuiu este galardão de qualidade ao Município da Pampilhosa da Serra, pelo cumprimento de um conjunto de critérios de gestão e educação ambiental, informação, qualidade da água balnear, serviços, segurança dos utentes, e animação das praias, numa coexistência do desenvolvimento turístico, a par do respeito pelo ambiente. Este ano, 16 praias fluviais portuguesas foram distinguidas, tendo a Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra sido escolhida para ser palco do hastear da primeira Bandeira Azul, a nível nacional, numa cerimónia que serviu ainda para a inauguração da placa conquistada em 2014, de Praia Mais Acessível, o que “constituiu um motivo de grande orgulho”, referiu José Brito, presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, lembrando que as bandeiras foram entregues pelas mãos das crianças das instituições de ensino do concelho, num gesto simbólico que representa “o compromisso das gerações futuras de dar continuidade a este importante trabalho de educação ambiental e promoção da igualdade de oportunidades”.

Para quem não conhece as praias fluviais que mereceram distinção, podemos atestar que são um dos maiores postais ilustrados de Pampilhosa da Serra, pequenas pérolas que podem ser encontradas neste belo interior. Uma das grandes apostas do município continua a ser o Turismo de Natureza e, nesse capítulo, as bandeiras azuis constituem um dos vértices da pirâmide, até porque, de acordo com o autarca: “Não precisamos imitar ninguém, basta aproveitar o que de bom existe no nosso concelho”, disse, recordando que a atribuição das bandeiras azuis constitui um reconhecimento por parte das entidades competentes, mas também uma importante mais-valia, sob o ponto de vista da atração turística.

praia fluvial de santa luzia

Uma nova dinâmica de animação Em 2014, Pampilhosa da Serra foi palco do festival de verão “Seaside Sunset Sessions”, uma nova dinâmica de animação da praia fluvial que resultou num grande sucesso, com ampla visibilidade e projeção turística do concelho. “Esta iniciativa do município, patrocinada pela Seaside, uma marca de calçado portuguesa, cujo fundador é Acácio Teixeira, um ilustre pampilhosense, visou cativar públicos de diferentes idades”, mencionou praia fluvial de pessegueiro

68


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

realçando a importância da implementação de medidas corajosas de incentivo ao investimento das empresas. Perspetivando o futuro, José Brito frisou que, em 2015, novos desafios se impõem, por isso prometeu, juntamente com a sua equipa, tentar encontrar as soluções e os apoios necessários para continuar a implementar dinâmicas de sustentabilidade e a promover as oportunidades de desenvolvimento local que o concelho precisa e merece. “As nossas apostas centramse na coesão social e na captação de investimento, que possa gerar postos de trabalho”, evitando assim a fuga de massa crítica jovem do concelho.

Sabores e saberes josé brito Presidente

o autarca, destacando que um palco transparente foi colocado sobre o rio e que o evento incluiu um vasto

da Serra, propõe e oferece uma grande oferta de atividades: percursos pedestres, desportos radicais, o

leque de atividades: xadrez, aulas de grupo, animação noturna, teatro de rua, desportos radicais e insufláveis, entre outras. Este ano vai decorrer a 2ª edição, de 14 a 23 de agosto, que promete atrair até à Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra muito movimento, dinamismo e animação: “Só com eventos desta natureza poderemos mostrar à região, ao País e aos muitos turistas que nos procuram que temos a praia fluvial mais bonita da região Centro”, sublinhou o presidente da Câmara da Pampilhosa. José Brito destacou ainda que também as “Noites de verão” animam a Pampilhosa da Serra, traduzindo-se num conjunto de eventos e espetáculos que dão vida às noites da vila, divulgando simultaneamente a cultura, as tradições e a música pampilhosenses.

centro BTT e o cicloturismo. Contudo, sublinhou que o maior valor do concelho é a identidade genuína das suas gentes, aliada à gastronomia tradicional da região.

Promoção e desenvolvimento Em entrevista à Revista Business Portugal, José Brito lembrou que a Pampilhosa da Serra pertence à Rede das Aldeias do Xisto, um projeto de desenvolvimento sustentável, liderado pela ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, que em parceria com 21 municípios da Região Centro e com os operadores privados que atuam no território, congrega assim as vontades públicas e privadas de uma região, que se revê na gestão partilhada de uma marca, “na promoção de um território, na criação de riqueza através da oferta de serviços turísticos, na preservação da cultura e do património do mundo rural”. A maior obra da natureza pode ser contemplada nos três rios que atravessam o concelho, Zêzere, Unhais e Ceira e nas três barragens existentes, designadamente Santa Luzia, Alto do Ceira e Cabril, ou seja, “há um potencial enorme que temos obrigação de aproveitar”, reiterou. De acordo com o presidente da Câmara, Pampilhosa

Discriminação positiva A qualidade de vida em Pampilhosa da Serra é incontornável, “o grande problema desta região do interior é a inexistência de discriminação positiva, que permita atrair investimento e criar postos de trabalho”, destacou José Brito, aludindo as dificuldades sentidas pelos pampilhosenses, que no seu entender, foram colocados, ao longo dos anos e pelos sucessivos governantes, no último lugar da lista, no que concerne às acessibilidades. O autarca salientou, uma vez mais, que a ligação a Pedrógão Grande é fundamental para o concelho e para a região fixar população, cativar visitantes e investidores. “Uma obra a rondar os oito milhões de euros que mudaria a vida de quem por aqui mora e dos empreendedores teimosos que acreditam no futuro do concelho” disse,

A XVIII Feira de Artesanato e Gastronomia de Pampilhosa da Serra vai decorrer entre 13 e 16 de agosto, por iniciativa da Câmara Municipal, e promete “quatro dias recheados de muitas atividades, mostras, concertos e muita animação”. As Festas do Concelho em Pampilhosa da Serra são já um evento à escala nacional, que atrai milhares de visitantes e turistas. Trata-se de uma feira que conta com uma centena de expositores, que juntam a excelência do artesanato aos sabores tradicionais da gastronomia regional. “Este ano vai ser novamente um espetáculo memorável, proporcionando momentos felizes e únicos a quem nos visita”, garantiu José Brito.

feira de artesanato e gastronomia

“Seaside sunset sessions” Uma nova dinâmica de animação

69


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Águeda a viver os seus meses mais coloridos município de águeda A cidade de Águeda já fervilha de cor e de alegria de viver! O Agitágueda decorre entre 4 e 26 de julho e o Umbrella Sky Project já se tornou um sucesso global, cujas imagens dos chapéus-de-chuva coloridos vão percorrendo o mundo!

gil nadais Presidente

A

Câmara Municipal de Águeda lança-se à 10ª edição do AgitÁgueda, que decorre entre os dias 4 e 26 de julho, na Praça 1º de Maio, à beira-rio. A cidade renasce com vontade de animar toda a região, aproveitando as potencialidades que o rio, o espaço da Praça recentemente requalificado e a cidade oferecem nesta altura do ano. “Durante o mês de julho não havia em Águeda nenhuma atração de destaque. Nós entendemos que o rio é uma mais-valia para a terra e que pode proporcionar zonas de convívio e de lazer muito interessantes, então decidimos criar este evento junto ao rio”, recorda, Gil Nadais, Presidente da Câmara de Águeda.

70

As edições realizadas desde 2006 foram marcadas por um êxito sem paralelo, com a visita de milhares de pessoas, de dentro e fora do país, a dar o melhor testemunho de uma iniciativa que já ganhou raízes no Verão da região e do país. Para além da componente de arte urbana, que se destaca pela originalidade, o AgitÁgueda apresenta também um cartaz de concertos musicais, do qual fazem parte nomes como James Arthur, Rita Redshoes, Jorge Palma, Paulo Gonzo, entre outros. “É um acontecimento para todas as idades e que vai tendo diferentes públicos ao longo do dia”, refere o autarca.

Para além de todos os espetáculos a decorrer, as Associações do concelho irão servir refeições e apresentar os seus produtos tradicionais e a gastronomia da região. “Isto permite que haja, por parte do movimento associativo, uma menor subsidiodependência”, observa Gil Nadais. Águeda torna-se, por esta altura, um local de passagem e atração turística. O já famoso Umbrella Sky Project tornou-se viral nas redes sociais, que deram a conhecer ao mundo os milhares de chapéus-de-chuva coloridos que desfilam pela cidade, numa iniciativa original e low cost. O projeto, conta o presidente, “insere-se dentro de uma estratégia de afirmação da cidade, para que os


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

habitantes gostem cada vez mais de cá viver”.

Visitar Águeda Águeda é muito mais do que o Agitágueda! O maior concelho do distrito de Aveiro tem cerca de 50.000 habitantes distribuídos por 11 freguesias/uniões de freguesia. Com um variado cartaz de eventos culturais, Águeda convida a uma visita, também pela beleza e imponência da Pateira de Fermentelos, a maior lagoa natural da Península Ibérica, pelos percursos pedestres implementados, que levam o visitante aos principais pontos de interesse do concelho, desde as freguesias serranas às mais litorais e urbanas, encontrando espigueiros, azenhas ou moinhos de água, palacetes e diversos imóveis de valor patrimonial. A cidade oferece uma zona ribeirinha que convida a passeios a pé ou de bicicleta e várias zonas de comércio tradicional, onde se pode apreciar a gastronomia local e encontrar os doces tradicionais. A cidade tem apostado nesta vertente do turismo de Natureza e também na do turismo industrial. As ciclovias e as zonas de passeios pedestres têm sido alvo de melhorias. Para além deste investimento, o autarca pretende ter em setembro próximo todo um parque escolar renovado, e, ainda, iniciar a construção do novo Centro de Artes na cidade.

temos as «Sextas Culturais», com um acontecimento cultural diferente em cada sessão”, explica Gil Nadais. De destacar ainda o “Festival i”, dedicado às crianças, e a animação musical que proporcionam as cinco orquestras do concelho, com a «Orquestra Municipal de Águeda». Hoje, a Cultura desempenha um papel fulcral na atratividade de um território, enquanto fator de competitividade e de diferenciação, sendo um indicador da qualidade de vida e do bem-estar das populações. Como tal, a cultura continuará a ser uma das grandes apostas da Autarquia na promoção e apoio de iniciativas, projetos e ações que visem o desenvolvimento cultural da região e o alargamento das suas potencialidades, bem como a preservação da sua identidade e intercâmbio cultural.

Um concelho industrial Assumindo-se como um concelho industrial, Águeda tem procurado as melhores condições para a instalação empresarial nos diversos espaços da cidade. “Quando cá entrei, não havia nenhum Parque Empresarial e havia bastantes empresas com dificuldades; o primeiro trabalho foi o de proporcionar melhores condições a essas empresas. Então nasceu o parque empresarial,

para a instalação das mesmas. Trabalhamos com elas no sentido de potenciar a sua ação”, conta o autarca. Para além deste carisma industrial, e com uma taxa de empregabilidade acima da média nacional, Águeda mantém uma exploração empresarial nos mais variados sectores. “Temos um projeto de empresários de Águeda que estão ligados ao setor do ciclismo e vão criar uma empresa que vai fabricar quadros de bicicleta em alumínio, com tecnologia totalmente robotizada”, refere. Esta será assim a primeira empresa a soldar quadros de alumínio por robot. Respeito e transparência são palavras de ordem quando pensamos nos valores adotados pela Câmara Municipal de Águeda. “Tentamos transmitir um conjunto de valores positivos, não só aos funcionários da Câmara Municipal, mas também a toda a população de Águeda. Há um incentivo à partilha e respeito mútuos”, salienta Gil Nadais. O presidente remata, afirmando: “Tentamos que as pessoas deixem este mundo melhor do que o encontraram”!

Experiências gastronómicas A gastronomia do concelho é abundante e diversificada. O leitão assado confere-lhe identidade própria. Acrescente-se ainda os rojões, a lampantana com carne de carneiro ou cabra, diversos pratos de lampreia, o coelho “à moda de Águeda”, não faltando o bacalhau “à Lagareiro” (no forno), “albardado” (frito e com molho de cebolada) e “à Ribeirinho” (frito). A broa de milho, a sopa do campo, o caldo do lavrador e o arroz de açafrão contam-se igualmente entre as iguarias que a terra tem para oferecer. Na doçaria, onde abundam o açúcar, os ovos e a amêndoa, distinguem-se os fuzis, os sequilhos, o bolo de Páscoa, as “barrigas de freira” e os típicos pastéis de Águeda - um dos ex-libris da cidade.

Cultura para todas as idades A cultura assume-se hoje como elemento agregador e potenciador de inúmeras dinâmicas sociais, bem como uma alavanca do desenvolvimento de uma sociedade mais criativa, podendo incrementar a economia local e a dinamização dos espaços urbanos. O Município de Águeda tem proporcionado, ao longo do ano, diversas atividades de âmbito cultural. “Na segunda sexta-feira de cada mês, entre o Outono e a Primavera,

71


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Diferentes porque criam, inovam e fazem conteúdo chave e comunicação são as vossas principais competências. Qual o vosso papel, especificamente, em cada uma delas? O que podem proporcionar de novo e diferente? A maior diferença é a forma como nos apresentamos. Mais do que prestadores de serviços, somos parceiros e queremos contribuir e participar no projeto do inicio ao fim. Seja ele qua for. Outra diferença é a responsabilidade social e a franqueza com que atuamos no mercado. Não prometemos o céu e a terra, antes, alertamos para as debilidades, as fraquezas e ajudamos empresas, cidades e até políticos a lidarem com elas e a ultrapassarem-nas. Quem promete resolver todos os problemas mente e falseia muitas questões. Da nossa parte não esperam otimismo, antes muito pessimismo pois se nos procuram é porque algo vai mal e é preciso encontrar soluções. Não faz sentido que uma empresa diga que está tudo bem e depois cobrar o cliente pelos ‘pormenores’ complicados, não os solucionando.

vítor pereira Administrador

Afinal, o que é a Conteúdo Chave? É uma loucura. Teimamos em manter-nos no interior do país, promovendo a criatividade, a inovação e, sobretudo, boas práticas e sensibilização para assuntos que achamos essenciais. Não temos presunção de sermos os melhores, mas também sei que se estivéssemos noutra zona do país, teríamos mais ‘visibilidade’ e ‘atenção’ dos media. Temos de viver com essa falha por enquanto. Que serviços prestam aos vossos clientes? A agência trabalha a comunicação em todas as suas vertentes. Estamos habilitados a encontrar as soluções mais adequadas e temos know-how e experiência

72

nacional e internacional para encontrar a abordagem ideal para os projetos. Hoje em dia é necessário lidar com baixos orçamentos. Temos a vantagem de não pedir muito por aquilo que fazemos. Apenas o justo e que, pelo menos, nos garanta algum gozo na execução. Somos quase voluntários em alguns projetos. Acho que tem de ser assim. Recusamos muitos trabalhos por não terem essa componente. Mais do que ganhar dinheiro, queremos estar bem com a nossa consciência. Temos clientes de design, de assessoria de comunicação e temos cidades que querem coisas novas. São clientes muito diferentes... Inovação,

criatividade,

desenvolvimento

O CityOK é um exemplo do que de novo proporcionam às cidades? É um projeto que será lançado ainda este ano. Pretende ir de encontro a isso mesmo, à honestidade, franqueza e às boas praticas de comunicação das cidades com os cidadãos. Tenho perfeita noção que não será pacifico nem bem visto por todos, mas também sei que os projetos sérios não têm essa virtude. Não se pode agradar a gregos e troianos. Nem se pode mentir no que diz respeito às Smart Cities. Pela simples razão que há cidadãos dessas cidades que conhecem a verdade e sabem quando as coisas estão bem ou mal. Trabalham essencialmente com o foco de promover o desenvolvimento de cidades inovadoras e sustentáveis. Referimo-nos também às Smart Cities. Como é que as cidades portuguesas se têm adaptado a este conceito? O problema que temos hoje no mundo é um problema de comunicação. Nas cidades temos exatamente o mesmo problema. Muitas cidades esgotaram-se e dexaram de ser inovadoras na forma de falar com os cidadãos. Por isso buscam estas modas, estes conceitos Smart, para terem algo novo para mostrar. A nossa postura e o meu trabalho específico nas Smart Cities


SmartCityKEYApps Smart Apps for Smart Cities EVERYONE HAS SOMETHING TO SAY... MAKE SURE YOU’RE HEARD Institutional Communication - Real Time -Easy Setup Monitoring & Insights - Innovative - Citizen Engagement Affordable &Monetized - Global

by CONTEÚDO CHAVE, LDA geral@conteudochave.pt / +351 273 381 209


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE opõe-se a esta política. Somos contra as formulas instantâneas, quase mágicas e às etiquetas que se compram simplesmente para se mostrar o que não se é. Não há varinhas mágicas. Se uma cidade tem problemas, não se escondem debaixo do tapete. Tem de se enfrentar, ao contrário do que muito tentam fazer, ocultar e esconder. Somos parceiros para o bem e para o mal. Desde que saibam onde está o mal. Sei que é especialista também em turismo. Nesse sentido pergunto-lhe se é fulcral às cidades portuguesas e europeias adaptarem a sua oferta turística a este lado mais inovador e sustentável que estão na base das SmartCities. As cidades e o turismo estão de mãos dadas como é óbvio. O facto de existirem péssimos exemplos de cidades a serem atropeladas e destruídas pelo turismo massivo, também todos percebem que não se pode virar a cara à maior industria mundial e fonte de riqueza. A ideia de utilizar de forma inteligente os recursos turísticos de uma cidade de forma a captar o turista ideal, que, de forma sustentável, ajude a manter a genuinidade de um destino e a qualidade de um território, é um segredo ainda na mão de poucos. A tendência é sempre para ‘encher o olho’. Colocar o maior numero possível de gente na cidade ou na região, não fazendo contas, desvirtuando a oferta, promovendo produtos que são totalmente opostos ao que pode, em última instância, ser exclusivo e atrativo. Há um largo caminho a percorrer. Por onde passa o da Conteúdo Chave? Estamos baseados em Trás-os-Montes numa pequena cidade do interior, como é Bragança, contudo, temos projetos globais, um deles a desenrolar-se em Amsterdão que é a nossa segunda casa. É como se tivéssemos de visitar as tias e os avós na aldeia de vez em quando. As diferenças são muitas, mas o interior tem também as suas vantagens. O maior problema é fazer com que os responsáveis apostem mais nas empresas sedeadas na região do que nas de fora. Se há empresas na região

74

com capacidade para desenvolver qualquer tipo de projeto não se entende como se contratam empresas de fora. É um mau sinal que se dá ao empreendedorismo, aos empresários que procuram fixar-se nestas regiões, aos colaboradores e funcionários que aqui desenvolvem o seu trabalho. E das SmartCities em Portugal? Portugal está numa situação muito vantajosa e se soubermos aproveitar bem esta condição de estarmos ao lado de Espanha que tem marcado muito o compasso do tema das cidades inteligentes na Europa, pode ser positivo e trazer muitas vantagens para Portugal. A rede Ibérica de Smart Cities, criada já em 2013 e que juntava na altura mais de 60 cidades (agora são mais de 100) tornou-se na maior rede do Smart Cities no mundo e com algumas das cidades mais inovadoras e disruptivas tanto tecnologicamente como socialmente. As cidades portuguesas, pertencerem a esta rede e beberem de todo este know-how, só traz benefícios e, espera-se, desenvolvimento e progresso a médio prazo. Há, contudo, problemas e alguns condicionalismos provocados pela desertificação do interior que podem comprometer a sustentabilidade de algumas pequenas e médias cidades. Espera-se que tanto autarcas, como governo central e incluindo os próprios cidadãos prestem alguma atenção ao futuro e às estratégias de desenvolvimento que estão a ser postas na mesa que, em muitos casos, pretendem apenas maquilhar os problemas e escondê-los debaixo do tapete. Não pode haver espaço para oportunidades perdidas, seria muito grave. O Vítor foi considerado Personalidade Smart Cities Live 2015, um titulo atribuído, pela primeira vez, no âmbito da Green Business Week, uma iniciativa da Fundação AIP, com o intuito de “distinguir a personalidade que durante o ano de 2014 mais contribuiu para a divulgação e desenvolvimento dos territórios e cidades de Portugal e dos

seus projetos no âmbito da sustentabilidade e inteligência”. Como viu esse reconhecimento? Senti-me lisonjeado, honrado e algo surpreendido por saber que 33 entidades de reconhecida notoriedade nacional e internacional votaram o meu nome por unanimidade. É um pouco assustador e imprime alguma responsabilidade na minha atividade ligada aos conteúdos das cidades. Mantenho uma equidistância e independência em relação aos temas que abordo e relato, de forma livre, bons e maus exemplos no mundo mas sobretudo em Portugal e na Europa. Saber que tenho sido acompanhado, mesmo que a minha atividade principal esteja sedeada numa cidade remota do interior, só me deixa ainda mais motivado para continuar e prova também que as fronteiras físicas e o isolamento digital são coisas do passado. Tem algum projeto neste momento, que te pareça importante focarmos? Tenho trabalhado intensamente em alguns projetos através da Agência e também mantenho a criação de conteúdos para as diversas plataformas e blogues com os quais colaboro. Mais recentemente fui convidado para representar em Portugal o Smart City Business Institute, que nasceu no passado mês de dezembro em Barcelona, e que é uma das plataformas mais interessantes para os stakeholders de Smart Citiies, sejam eles cidades, profissionais, start-ups ou empresas de grande dimensão. Brevemente vamos começar a divulgar em Portugal este instituto e será uma lufada de ar fresco para um tema tão ‘preso’ ideologicamente como é por exemplo o empreendedorismo e as startups. Também vamos apresentar, em breve, em Londres primeiro e depois em Amsterdão (onde temos uma startup a funcionar há um ano), um projeto que vai contribuir para identificar algumas más praticas na comunicação das cidades e ao meso tempo destacar as boas. Estamos a contar ter um novo evento este ano ligado ao tema, será decidido nas próximas semanas.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

“Temos de ser audazes e criar novos valores” junta de freguesia de labruge Desta vez viajamos até Labruge, uma freguesia litoral do concelho de Vila do Conde com aproximadamente 5,75 km2 e que conta com cerca de 2800 habitantes. Para conhecermos as valências desta freguesia, ninguém melhor do que o presidente da Junta de Freguesia, André Araújo, para nos elucidar sobre a situação atual.

O

presidente, licenciado em gestão, economia e contabilidade, começa por contar que aceitou o desafio de “comandar o barco” em outubro de 2013. Com a ambição de ressuscitar a economia de Labruge, a estratégia de André Araújo foi, desde sempre, dar um contributo à sociedade local com base no seu crescimento, “ou seja podemos projetar hoje e ver os resultados a médio e longo prazo”, realça. Foi precisamente através de uma análise SWOT que o presidente definiu os objetivos para levar a Freguesia a um patamar superior, identificando as ameaças, as fraquezas, as forças e as oportunidades. Desde que tomou posse, André Araújo não perdeu tempo e expôs a sua ambição para os próximos quatro a cinco anos “que passa muito pelo turismo, gostaria acima de tudo

76

que Labruge fosse uma freguesia conhecida pela sua qualidade de vida” afirma. Atualmente, o grande objetivo do presidente é potenciar um turismo sustentado, isto porque Labruge é uma freguesia que envolve praias (com bandeira azul), mar, rios e florestas. Para se fazer valer disto, André Araújo revela que prevê abrir no mês de julho um albergue de peregrinos de Santiago de Compostela, “ou seja vamos reconstruir e requalificar uma escola primária para criar um albergue, de forma a prestar apoio aos peregrinos e também a algumas associações culturais”, adianta o presidente. Relativamente às associações, André Araújo faz questão de evidenciar um movimento cívico, da sociedade civil, designado ‘Vamos limpar a Europa’, que consiste

na limpeza de todas as freguesias, potenciando a sensibilização das pessoas no que respeita o meio ambiente. Neste contexto, a Junta de Freguesia irá disponibilizar todo o equipamento necessário e apoiar este projeto a 100 por cento. Relativamente aos lugares de maior atração, o presidente da Junta destaca uma excecional zona arqueológica, identificando o Museu do Castro de S.Paio, um museu de grande valor arqueológico, biológico e geológico. Para além disso, a estratégia de “macro economia” que o presidente está empenhado em implementar, passa por potenciar o comércio local, “Labruge neste momento precisa de um novo modelo, com uma nova dinâmica assente no turismo sustentado, porque hoje um presidente de Junta tem de fazer mais do que limpar


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

espaços. Tem de ser ouvinte, conselheiro e tentar seguir um modelo económico”, revela André Araújo.

Pontos de referência Para o presidente, é imprescindível ter uma visão que passe por aproveitar as oportunidades da freguesia, tendo em conta as suas riquezas naturais e rurais. Uma das oportunidades foi criar passadiços, que permite que as pessoas possam fazer o caminho ao longo da costa marítima. Do ponto de vista social, em Labruge é possível encontrar infraestruturas como um pavilhão desportivo, uma creche e lares para idosos (um deles privado), e também um centro social e paroquial, “que tem feito um trabalho extraordinário, dando apoio às pessoas mais necessitadas, seja cuidados médicos, refeições, transportes, entre outras valências de primeira necessidade”, refere o presidente. A Junta, por sua vez,

estabelece uma parceria com o centro no sentido de apoiar todas essas iniciativas. As praias de Labruge são um dos pontos que André Araújo indica como centro de atração. Todas elas com bandeira azul, muito ricas em iodo e muito procuradas pelos turistas, estando uma delas – a Praia de Moreiró estrategicamente acessível a pessoas com incapacidade motora. Para além disso, o presidente destaca o Rio Onda, que vem desaguar à foz, que a delimita da freguesia de Lavra, a sul. A par disso, no que concerne ao património arqueológico existe o Castro de S. Paio, onde foram encontrados vestígios associados ao Paleolítico Superior. Nesse mesmo lugar existiu uma povoação da Idade do Ferro que se dedicava sobretudo a atividades piscatórias. É o castro mais próximo do litoral em território português. Aliado ao turismo arqueológico, religioso, também há o turismo gastronómico “neste momento estamos a

preparar tudo para fazer um fim de semana do ‘Festival da Amêijoa’, que é uma forma de mostrarmos não só a qualidade da nossa amêijoa mas também outros produtos de foro marítimo e conseguir que Labruge fique também conhecido pelo festival”, salienta o presidente, acrescentando que a Junta de Freguesia está empenhada em levar a gastronomia da freguesia ao mais alto nível. Questionado sobre o que é preciso para gerir uma freguesia, André Araújo garante que é importante ter “ambições concretizáveis”, sendo fundamental seguir uma estratégia que defina para onde ir e que meios usar. Para o futuro, o presidente mostra-se otimista e acredita que seguindo um modelo económico adaptado às necessidades da população, facilmente Labruge chegará a bom porto.

77


um olhar sobre santo tirso

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

78

S

anto Tirso, pertencente à Área Metropolitana do Porto, é sede de município e está subdividido em 14 freguesias, após a reestruturação territorial que foi feita em Portugal. O ponto mais alto do concelho situa-se no Alto de S. Jorge, com cerca de 527 metros de altitude. Tendo S. Bento como padroeiro, este é festejado anualmente a 11 de julho, data em que se celebra o feriado municipal. Já a padroeira do concelho é Nossa Senhora da Assunção que possui um orago no monte homónimo sobranceiro à cidade, situado em Monte Córdova, que se revela um verdadeiro miradouro sobranceiro a todo o Vale do Ave e cartão de visita da região, onde se ergue uma imponente capela. Santo Tirso tem ainda uma doçaria tradicional muito famosa, já que aqui são produzidos os melhores jesuías. Além deste pastem, destacam-se igualmente os limonetes, produzidos com grande qualidade pelas diversas pastelarias da cidade. Além dos vinhos verdes, que têm ganho diversas medalhas, é de realçar o Licor de Singeverga, produzido pelos monges beneditos do mosteiro homónimo. O Convento de Santa Escolástica é responsável pela produção de forma artesanal de diversas iguarias, estre as quais as inesquecíveis e afamadas bolachas conventuais e os bolinhos de mel. Existe ainda uma grande variedade de restaurantes de cozinha tradicional onde se degusta a tradição gastronómica nortenha. Precisa de mais razões para visitar Santo Tirso?


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

um concelho exemplo Câmara municipal de santo tirso Reconhecendo a importância das Juntas de Freguesias na promoção do desenvolvimento local, fortemente potenciado pela sua proximidade às populações, a Câmara Municipal de Santo Tirso tem levado a cabo diversas medidas de apoio às mesmas, além de uma aposta na descentralização dos serviços municipais, através da criação do atendimento da coesão social em funcionamento nas Juntas de Freguesia. Dentro em breve, também nas juntas, serão abertos os ‘Espaços do Cidadão’. Estas são apenas algumas das medidas que Joaquim Couto e o seu Executivo têm implementado em prol das populações.

juntas de freguesia, já que não necessitam de qualquer autorização da autarquia para a sua realização. Esta transferência de verbas não resulta de qualquer obrigação legal, “mas sim da vontade do Executivo em complementar o valor transferido pela administração central para as freguesias, apostando na promoção da descentralização”. A Câmara Municipal deliberou, igualmente, a delegação de competências nas Juntas de Freguesias.

Reorganização do território joaquim couto Presidente

C

iente deste seu papel fundamental junto dos tirsenses, a Câmara Municipal implementou uma medida de apoio às Juntas de Freguesias, que consiste na transferência de 50 por cento do valor que estas recebem do Estado, num total de cerca de meio milhão de euros. “A autarquia entendeu que a transferência de verbas do Estado para as Juntas de Freguesia não é suficiente. Por isso, optámos por fazer a transferência de 50 por cento do montante a que estas têm direito pelo Fundo de Financiamento das Freguesias, de modo a que estas possam fazer face aos fortes constrangimentos orçamentais que têm atravessado”. Além disso, a Câmara transferiu mais cerca de 500 mil euros, para despesas de capital para pequenas obras, reforçando, assim, a autonomia das

Questionado sobre a passagem de 24 freguesias para 14, Joaquim Couto afirma que a fusão de freguesias não foi pacífica em Santo Tirso, até porque, no seu entender, “não foi feita corretamente. O que é necessário fazer não foi feito, que é uma reforma do território. Os distritos manifestaram-se completamente obsoletos, os municípios também já o estão e o mesmo acontece com as freguesias”. O edil defende uma reforma profunda do território, passando pela criação de regiões administrativas, assim como vários patamares de poder e reorganizar o território como aquilo que é comum na Europa. “Basta copiar aquilo que se fez, e bem na Europa. Isso significa uma nova lei de reforma administrativa do Estado, uma nova lei de reformas locais, atribuições de competências a municípios e freguesias. É um absurdo que alguns municípios tenham exatamente as mesmas competências e obrigações que o município de Lisboa, por exemplo”.

Nesta perspetiva, as freguesias deveriam ter essencialmente competências delegadas do município e competências de natureza administrativa local de prestação de serviços.

Descentralização de serviços E seguindo esta base no que concerne às competências das freguesias, a Câmara Municipal de Santo Tirso já arrancou com a descentralização dos seus serviços para as Juntas de Freguesia. Exemplo disso são os vários “Espaços do Cidadão” que estão a ser criados nos edifícios das juntas, “o que permitirá às populações tratarem dos seus assuntos relativos à Administração Central, sem terem que se deslocar ao centro da cidade, à Loja do Cidadão, podendo fazê-lo confortavelmente na sua zona de residência ou de trabalho”. Atualmente, também o Gabinete de Ação Social do município já foi descentralizado, pois “as técnicas de ação social deslocam-se às freguesias do concelho” e o programa ‘Santo Tirso Ativo’ também já foi alargado às freguesias e tem tido uma adesão enorme. Ainda na ação social, e já partir do próximo ano letivo, a Câmara Municipal vai estender o transporte gratuito de alunos até ao 12º ano de escolaridade, num investimento acima de um milhão de euros. Estas são apenas algumas das medidas levadas a cabo por Joaquim Couto e o seu Executivo que fazem de Santo Tirso um concelho exemplar.

79


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

Aposta numa união promissora união de freguesias de santo tirso, Couto (Santa Cristina, São Miguel) Com cerca de 22 mil habitantes e 20 mil eleitores, a União de Freguesias de Santo Tirso, Couto (Santa Cristina, São Miguel) e Burgães é uma região maioritariamente marcada pela sua massa florestal, que representa metade do seu território, pela sua história traduzida pelos vários monumentos espalhados pela freguesia e pelas suas gentes, empreendedoras e que se envolvem fácil e afincadamente nos vários projetos dinamizadores para a região.

fernando jorge gomes Presidente

F

ernando Jorge Gomes, antigo presidente da Junta de Freguesia de Santa Cristina do Couto e primeiro presidente da junta após a reforma administrativa exigida pelo Governo, começa por nos explicar que “assumir a liderança de uma freguesia em mudança foi deparar-se com uma realidade difícil de gerir em termos de inteligência emocional porque a partir do momento que as pessoas fazem parte da mesma casa tem o mesmo direito de mexer e tomar decisões”, acrescentando que a sua freguesia é um exemplo claro da má política realizada. “A reforma administrativa exigida pelo Governo originou uma freguesia com cerca de 22 mil habitantes onde

80

cerca de 181 municípios, mais de metade dos municípios nacionais, são mais pequenos e esse situação transformou-se num cenário difícil de entender porque desde logo é outra realidade. Isso mexe com a população e vai ser um processo longo, mas eu percebo que em termos macro económicos há vantagens a longo prazo pois agora a capacidade de negociação por parte de uma junta de freguesia que tem os recursos e os meios a quadriplicar, também vai ser maior”, refere o autarca.

Conservação da identidade local Apesar das dificuldades, assumiu o compromisso

e acredita que é na conservação da identidade e património de cada freguesia que reside a grande aposta da freguesia. A candidatura a Património da Unesco da Igreja Matriz de São Bento, que, apesar de ser um processo longo, trará muitas vantagens em termos turísticos para a região, acredita Fernando Jorge Gomes é um exemplo dessa vontade. Manter todos os polos das juntas de freguesia abertos nos mesmos horários e com os mesmos serviços, é por si só uma medida comprovativa dessa filosofia bem como a manutenção de todas as atividades características de cada região. “As atividades que estavam enraizadas em cada freguesia procuramos sempre manter agora, por acréscimo, para além dessa vivência e forma de estar nessa zona fazemos com que as pessoas que não fazem parte da freguesia possam usufruir e estar ativos melhorando essas atividades num desses locais”, conta Fernando Jorge Gomes dando alguns exemplos. “Vamos comemorar este ano o centésimo rastreio e já são feitos desde 2006 todos os primeiros sábados de cada mês.. É obra e vamos fazer este ano algo que marque e assinale a importância que tem para uma vida saudável e de prevenção em termos de saúde para os tirsenses. Quando iniciámos este processo de União de Freguesias o que fizemos foi alargar o rastreio a toda a população e é um exemplo muito concreto que tentamos implementar as coisas boas por toda a freguesia e uniformizá-la”, comprova o autarca.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

Projetos e atividades direcionados a todas as faxas etárias Para além desta atividade, também o passeio anual de idosos será alargado a toda a população e os projetos não se ficam por aqui e o presidente revela alguns que merecem maior destaque. “Temos um grande projeto que é das bicicletas citadinas, chamadas de Toupeiras. Neste momento, temos cerca de 20 bicicletas disponíveis em vários locais na União de

Freguesias e que com um valor simbólico de 5 euros as pessoas podem adquirir um cartão que lhes possibilitará andar nessas bicicletas e que depois é vitalício, os jovens que estudam na União de Freguesias não têm que pagar qualquer valor.Temos esse processo há cerca de um ano e já o alargamos e neste momento estão disponíveis em 12 locais tendo este projeto tem uma envolvência social e de solidariedade”. Este executivo tem outro projeto que consiste na construção de um cubo gigante, colocado no centro da freguesia e onde ao longo do ano serão realizadas várias recolhas de alimentos, rações para alimentos e que serão posteriormente distribuídas pelas associações da freguesia e todas as pessoas com mais dificuldades poderão usufruir desse cubo solidário. O desporto é também outra das grandes apostas de Fernando Jorge Gomes. “A Liga Toupeira de Veteranos, que já vai na segunda edição e que já conta com cerca de 150 atletas a participar semanalmente em 14 jornadas, a Caminhada no dia do Ambiente e Lazer, que consiste uma caminhada temática onde procuramos divulgar todas as lendas da região e a subida Sanguinhedo Apik, que é uma subida de 250metros, que conta já com a segunda edição e que tem como padrinho do projeto Toupeira, Sérgio Sousa, são também projetos que serão desenvolvidos ao longo do ano”, destaca.

Questionado sobre se estas atividades são um polo motivador para os jovens e a população em geral se manterem na região, é perentório na resposta. “Eu cada vez mais ouço as pessoas de fora a quererem morar em Santo Tirso e quando me apercebo disso sinto muito orgulho em pertencer a esta freguesia. Temos todas as condições para receber e proporcionar qualidade de vida a quem quiser sediar-se aqui”, ressalva.

Futuro promissor Para os próximos anos, o autarca espera conseguir construir um espaço cultural onde possa agregar todas as associações para que estas trabalharem em conjunto e possam potenciar a cultura e a região e continuar rodeado das pessoas que o têm ajudado de forma positiva neste processo de luta e afirmação. “Começa a minha carreira política em 2001, tinha 25 anos e estive sempre ligado aos projetos de juventude da freguesia. Um líder vê-se pelas pessoas que o rodeiam e eu nesse aspeto sinto-me um grande líder porque tenho as melhores pessoas do mundo do meu lado. Pessoas pró ativas, com vontade de fazerem coisas novas e inovadoras pela região”, conclui o autarca.

81


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

De uma beleza sem igual junta de freguesia de monte córdova Monte Córdova, outrora a freguesia com maior área de Santo Tirso, confunde a sua história com a própria história do concelho, pois é uma terra muito antiga, com inúmeros vestígios de ruínas históricas. A cumprir o seu último mandato, Manuel Leal, presidente da Junta de Freguesia, deixa-nos o seu olhar sobre a terra que o viu nascer e que sentiu ter que servir.

A solucionar

manuel leal Presidente

M

anuel Leal cumpre o seu terceiro e último mandato à frente do Executivo da Junta de Freguesia de Monte Córdova, em Santo Tirso. Apesar do estatuto de presidente ‘a tempo parcial’, a realidade é que estamos a falar de um presidente a tempo inteiro, uma vez que está sempre disponível para receber e ouvir os seus fregueses, “seja em casa, no meu local do trabalho, à saída da missa ou na fila do supermercado”, conta-nos o edil. Uma vez que vive e trabalha na freguesia, proporciona este facilitismo aos seus habitantes. “Acho que nem saberia ser presidente de outra forma”, revela. Dizem os últimos Censos que esta é a freguesia de Santo Tirso que mais cresceu nos últimos anos, no que concerne ao número de habitantes. “Temos constatado que muitos novos casais têm escolhido Monte Córdova como o local ideal para viverem e, curiosamente, muitos deles sem terem qualquer ligação à terra o que retrata, efetivamente, que somos uma boa freguesia para viver”, conta-nos, com orgulho, Manuel Leal.

82

Como se verifica um pouco por todo o concelho, as acessibilidades dentro da freguesia são um dos principais problemas que afeta Monte Córdova. “Ainda temos muitas ruas em terra batida, o que dificulta o acesso no caso de urgência, assim como as ligações à sede do concelho”. A acrescentar, “o saneamento continua a ser uma preocupação”. Manuel Leal refere ainda a carência de alguns equipamentos desportivos e infraestruturas. “Temos várias associações e, infelizmente, não temos equipamentos condignos que sirvam as suas atividades”. Pela sua proximidade a Paços de Ferreira, parte da população opta por usar equipamentos do concelho vizinho, “para tristeza minha, pois chegamos mais depressa a Paços de Ferreira do que ao centro de Santo Tirso”.

Pontos de visita obrigatória Monte Córdova é uma terra muito antiga, sendo inúmeros os vestígios de ruínas que aqui podemos encontrar. No Monte Padrão são visíveis ruínas de um importante castro e nele, até aos finais do século XVI, esteve a igreja paroquial. O Monte Padrão constitui uma das principais referências culturais do concelho de Santo Tirso. O imóvel, pelas características únicas que evidencia, ocupa um lugar de destaque no panorama da arqueologia do norte de Portugal, cujo interesse científico tem vindo a ser patente nos resultados das intervenções arqueológicas realizadas nas últimas décadas. O Castro encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910, beneficiando de uma zona especial de proteção estabelecida em 2011.

Dada a sua importância, foi criado o Centro Interpretativo do Monte Padrão, que está aberto ao público desde 2008. Este Centro pretende a dinamização da estação arqueológica, cujo propósito visa disponibilizar valências de natureza pedagógica, museológica e de apoio ao trabalho de investigação. Mas há muito mais para ver. O Alto de Cabanas é um miradouro natural de uma beleza extraordinária, e a devesa de Valinhas, com o seu conjunto monumental de carvalhos seculares e as quedas de água da Fervença são também locais de visita obrigatória assim como a nascente do Rio Leça. Digno de uma visita é também o Monte de Nossa Senhora da Assunção, onde se encontra uma imponente basílica, onde está a imagem de Nossa Senhora da Assunção, considerada uma das melhores esculturas sacras, da autoria do escultor João da Fonseca Lapa, assim como a igreja paroquial, a capela de Valinhas, a capela de Santa Luzia, a capela de S. Gonçalo, Santo António do Molelo e o senhor do Padrão.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

No caminho para o desenvolvimento junta de freguesia de reguenga Com uma aposta vocacionada para a vertente social, a Junta de Freguesia de Reguenga, em Santo Tirso, assumiu para com os seus fregueses a implementação de várias medidas neste setor, com o propósito de trazer uma vida condigna a quem aqui vive, mas também no de tornar esta uma freguesia mais atrativa para quem aqui pensa viver ou implementar o seu negócio. Em conversa com o presidente da Junta de Freguesia, Paulo Leal, descobrimos um local em constante desenvolvimento e crescimento sustentado.

paulo leal Presidente

C

aracterizada por ser uma freguesia mais rural, com uma forte tradição agrícola, associada à produção de excelentes vinhos e produtos agrícolas, Reguenga é, após a reforma administrativa, a freguesia mais pequena em termos geográficos, do concelho de Santo Tirso. Paulo Leal chegou à Junta de Freguesia de Reguenga há um ano e meio, aquando das últimas eleições autárquicas. Juntamente com o seu Executivo, tem trazido e pretende continuar a trazer à freguesia um conjunto de mudanças estruturais com o propósito de a transformar numa freguesia acolhedora e atrativa para a fixação de pessoas e atividades empresariais. Para tal, tem sido também fundamental uma aposta

em mudanças estruturais, nomeadamente nas vias de comunicação e mobilidade, assim como na habitação e equipamentos sociais, sem descurar as infraestruturas básicas, de lazer, diversão e educacionais, e ainda os espaços verdes e o tecido económico. É este trabalho de fundo que tem ocupado o edil e a sua equipa, com a visão de fazerem da Reguenga uma freguesia nova e moderna, trazendo a si uma merecida e melhorada qualidade de vida. O segredo para tal? “Uma política de proximidade”, diz-nos Paulo Leal. “Os nossos principais objetivos passam pela vertente social, com enfoque na educação, infância e juventude, sem descurar os seniores e a solidariedade com as famílias mais fragilizadas, em termos económicos e sociais”. E o compromisso temse feito cumprir. “Já implementamos vários atividades de encontro a este nosso compromisso para com a população. No caso dos seniores, criamos a Ceia de Natal, organizamos também o passeio anual, que já era realizado pelo anterior Executivo, para que possam conhecer outros locais e concebemos ainda a Semana de Praia dos Seniores. Tal como o nome indica, durante essa semana levamos todos aqueles com mais de 60 anos até à praia de forma completamente gratuita”. Em colaboração com a Câmara Municipal, quinzenalmente a Junta de Freguesia recebe nas suas instalações uma técnica de ação social, para atender os fregueses. “É uma política de descentralização da ação social que a Câmara tem levado a cabo e que nós aplaudimos”, refere Paulo Leal.

Freguesia ‘cultural’ Outra das grandes apostas da Junta de Freguesia de Reguenga passa pela cultura, por manter vivas as tradições da terra. “Somos uma freguesia de músicos. Aqui na freguesia temos vários grupos musicais, nomeadamente grupos de música tradicional, mas também bandas de garagem, o grupo de bombos e temos o único grupo de bombos feminino do país”, revela o presidente. Aliando esta oferta cultural existente na freguesia, o Executivo passou a organizar a Semana Cultural de Reguenga, semana essa que ocorre na penúltima semana do mês de julho. “O ano passado decorreu a primeira edição e foi um sucesso. Trouxe uma nova vida à freguesia”, diz Paulo Leal. Durante essa semana, todos os dias e nos mais diversos horários há animação nas ruas de Reguenga contando com a participação dos grupos da freguesia. “Conseguimos organizar uma Semana Cultural sem recorrer a entidades e grupos exteriores à Reguenga, o que torna este evento ainda mais especial e importante para nós e para a população”. O Rancho Folclórico Santa Maria da Reguenga é também um ex libris, até porque é o mais representativo do concelho. As Festas da Nossa Senhora das Dores, no primeiro fim de semana de setembro, encerram o leque de atividades culturais desta freguesia que, apesar de pequena em área, tem-se revelado muito grande em projetos e ambições. “E é para continuar”, conclui Paulo Leal.

83


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

Freguesia em constante crescimento junta de freguesia de vila das aves Com cerca de 12 mil habitantes, Vila das Aves não é apenas futebol, motivo pelo qual maioria dos portugueses conhece esta freguesia de Santo Tirso. Com uma invejável massa associativa, representativa do envolvimento da população no dia a dia e na dinamização da vila, Vila das Aves é hoje um exemplo de modernidade. Conversamos com Elisabete Roque Faria, presidente da Junta de Freguesia de Vila das Aves. está num estado lastimável. Temos a garantia da Câmara Municipal de que as obras são para arrancar. Estamos à espera”, acrescenta a nossa interlocutora.

Associativismo em força Com cerca de 30 associações, a Junta de Freguesia de Vila das Aves garante apoio logístico a todas elas. “Não damos subsídios monetários. A nossa política passa por ceder apoio logístico sempre que as associações precisam, seja para um evento ou para alguma atividade diária”. A nossa interlocutora faz questão de focar a importância destas associações na dinamização da vila. “A nossa sociedade e os avenses estão organizados de um modo muito particular, que merece ser exemplo em todo o concelho. As pessoas que integram estas associações estão constantemente ocupadas a organizar eventos e outras iniciativas que dão vida e

elisabete roque faria Presidente

V

ila das Aves foi, outrora, a capital do têxtil nacional. Esta freguesia de Santo Tirso acolheu as grandes empresas têxteis a laborar em Portugal, “dando emprego a muitos avenses e também populares das freguesias vizinhas. Hoje, e reflexo do que acontece a nível mundial, a realidade é outra e os têxteis, apesar de continuarem a fazer parte do nosso passado e do nosso presente, já não ocupam o lugar de destaque de outros tempos no nosso tecido empresarial”, revela a nossa interlocutora. A freguesia tem crescido, e atualmente é o setor terciário o grande responsável pela economia de Vila das Aves. “Tenho verificado com algum agrado, que Vila das Aves tem cada vez mais empresas. Há muitos jovens a instalarem aqui as suas empresas, algumas já com uma dimensão significativa”. Questionada sobre o porquê deste crescimento, Elisabete Roque Faria acredita que tal está intrinsecamente relacionado com a criação do próprio emprego por parte da população mais jovem.

84

No entanto, estão instaladas outras grandes empresas como por exemplo a CASFIL (maior empresa de plásticos do país); a Termolan, a Fibrolite, Armando Almeida Lda. Uma das conquistas de Elisabete Roque Faria enquanto presidente da Junta de Freguesia de Vila das Aves foi a construção do parque infantil. “Era uma infraestrutura que fazia falta à freguesia e, felizmente, num curso espaço de tempo, conseguimos proporcioná-la a toda a população e estamos muito satisfeitos com isso. No meu caso particular, foi uma conquista pessoal, era algo que ambicionava muito para Vila das Aves”. Mas ainda há muito a fazer em Vila das Aves mas, infelizmente, não são obras da competência da Junta de Freguesia, pelo que a colaboração da Câmara Municipal é absolutamente indispensável. “Precisamos de diversas obras no que diz respeito aos pavimentos e acessibilidades. Ainda temos ruas em terra, e a avenida onde está o edifício da Junta, a principal avenida da vila,


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

movimento à vila, e enquanto presidente da Junta de Freguesia fico orgulhosa e sinto que é saudável para os avenses esta dinamização”. Estas associações abrangem as mais diversas temáticas, desde música, pesca, rancho e folclore, escutismo e desporto, claro está. A mais recente associação é a Universidade Sénior, que já acolhe cerca de 80 alunos avenses e das freguesias limítrofes.

Cartaz cultural invejável Aquando das comemorações dos 50 anos de elevação a vila, Vila das Aves recebeu o tão merecido Centro

Cultural. Este equipamento municipal é constituído por um conjunto de espaços destinados à promoção de atividades culturais. O Centro Cultural comporta um auditório com a capacidade para 160 lugares, bem como outras valências, distribuídas pelos seus dois pisos. No primeiro piso situa-se uma sala polivalente que, pelas suas características, adapta-se à realização de atividades culturais e recreativas. O mesmo piso alberga ainda uma sala de exposições temporárias, quatro ateliês, um bar e um pátio interior. No segundo piso, além dos serviços administrativos, é possível ainda usufruir da biblioteca, a sala de leitura infantil e uma sala multimédia. Diz a presidente: “pensado e destinado para as associações avenses, é necessário dar uso a esse espaço para o que foi feito: para a cultura. Não aceitamos que a casa da cultura tenha outros serviços que não respeitem a essência do espaço”.

A visitar Na sua próxima ida a Vila das Aves, há alguns pontos de visita obrigatória. Elisabete Roque Faria recomenda uma passagem pelo Parque Amieiro Galego, um espaço que após tantos anos ao abandono foi recuperado, tornando-se um dos locais mais emblemáticos da região, ideal para momentos de lazer em família. O Centro Cultural de Vila das Aves, nas suas variadas atividades e atuações é digno de uma visita.

A igreja matriz de Vila das Aves também merece destaque neste nosso roteiro, assim como o Museu de Arte Sacra e ainda o Mosteiro da Ordem da Visitação da Virgem Santa Maria e o Mosteiro de S. José da Ordem de Santa Clara. Mas o que mais atrai os visitantes é a população avense que é afetuosa, hospitaleira, generosa.

O Desportivo das Aves Falar em Vila das Aves é falar de desporto, é falar do Clube Desportivo das Aves, a equipa mais representativa do concelho de Santo Tirso, que continua a apostar no seu regresso à primeira liga do futebol português. “Temos também a AMCH de Ringe que promove o desporto junto dos mais jovens e, todos os anos, desenvolve o Torneio Internacional dos Pinheirinhos de Ringe. Este ano 2015 é já o 9º. Para os amantes da pesca temos a Pista de Pesca numa margem do Rio Ave”. Além da sua equipa profissional, o Clube Desportivo das Aves tem nove equipas masculinas de futebol de 11, desde escolinhas e juniores; duas equipas seniores de futsal de ambos os sexos e várias de formação desta última modalidade. “O Desportivo Clube das Aves é motivo de grande orgulho dos avenses. Somos muito bairristas e vibramos com tudo o que é nosso”,, refere a edil. .

85


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

“Determinação, empenho e sentido de dever” junta de freguesia de são tomé de negrelos Filho da terra, Roberto Figueiredo viveu em S. Tomé de Negrelos toda a sua vida e foi crescendo com o sonho e ambição de um dia vir a ser presidente da Junta de Freguesia e de poder fazer o melhor pelos seus habitantes. Desta forma, lutou afincadamente pelo seu sonho… E conseguiu concretizá-lo! Tornou-se o presidente mais novo que alguma vez S. Tomé de Negrelos teve. Questionado sobre o seu compromisso para com a freguesia, Roberto Figueiredo não hesita na sua resposta: “determinação, empenho e sentido de dever”. produzindo agora apenas para consumo próprio”, explica-nos o edil.

de eleição no concelho de Santo Tirso.

De visita obrigatória Próximo da população

roberto figueiredo Presidente

V

isitar S. Tomé de Negrelos é viajar no tempo. Esta freguesia do concelho de Santo Tirso, elevada a vila a 27 de maio de 1993, chegou a ser sede de concelho e nos dias de hoje continua a destacar-se no panorama nacional pelo seu património arquitetónico e cultural. Com uma população de cerca de 5 mil habitantes, S. Tomé de Negrelos é, atualmente, e desde há mais de uma década, a terceira freguesia mais importante do concelho de Santo Tirso. A principal atividade da freguesia já foi a agricultura. Hoje, esta é apenas um complemento às atividades profissionais dos seus habitantes. “Com o desenvolvimento, implementação e proliferação da indústria têxtil no concelho, as pessoas vocacionaram-se cada vez mais para esta área e abdicaram da agricultura,

86

Sob uma política de proximidade, o nosso interlocutor assume-se como um presidente próximo da sua população e bastante consciente da sua realidade e, consequentemente, das suas necessidades e dificuldades. “Para além de presidente, sinto-me como um amigo e conselheiro dos meus fregueses. Querme parecer que fazia falta às pessoas serem ouvidas, fazia-lhes falta um pouco de estímulo, mas também de carinho e, nesse sentido, sinto que eu e o meu Executivo temos desempenhado bem a tarefa”. Roberto Figueiredo reconhece que existem alguns problemas estruturais em S. Tomé de Negrelos, problemas esses que não dependem apenas da boa vontade e empenho da Junta de Freguesia para serem colmatados. “Temos um grave problema de acessibilidades rodoviárias. Aqui estão as instalações de uma das mais modernas escolas do país, a Escola Básica de Negrelos, e os acessos não são condignos”. Em conjunto com o seu Executivo, o autarca está a fazer todos os esforços para que este e outros problemas possam ser solucionados, com a maior celeridade possível. E, a pensar em miúdos e graúdos, desde que chegou à Junta de Freguesia, Roberto Figueiredo já dinamizou várias atividades que decorrem diariamente nas instalações da Junta de Freguesia. São elas a informática, a dança, o zumba e pilates… (entre outras). As mesmas fazem desta, uma freguesia ativa e um local

Com um vasto património cultural, S. Tomé de Negrelos é o local ideal para quem gosta de serenidade ou aventura. Para quem aprecia uma visita a locais de interesse histórico e até arquitetónico, a Capela do Santíssimo, unida à Igreja Paroquial, com loggia exterior, é local de passagem obrigatória. Para além desta, o Castro de Santa Margarida, classificado como Imóvel de Interesse Público, assim como o Solar da Quinta de Vilela, onde pode até pernoitar, são locais dotados de beleza e aos quais é indispensável uma visita atenta. Para os mais audazes, os percursos pedestres são, indubitavelmente, um atrativo. Destaca-se o percurso ‘Moinhos do Fojo’, no qual poderá encontrar alguns moinhos de água ainda em funcionamento e um antigo engenho de azeite. No que concerne às romarias, S. Tomé de Negrelos acolhe a maior festa de Carnaval do concelho de Santo Tirso. “O Cortejo de Carnaval da freguesia decorre há já 32 anos. É uma festa bastante grande e que atrai muitos populares não só de Santo Tirso, mas de vários pontos do país”, refere o presidente. As festas religiosas completam este leque de ofertas da freguesia, nomeadamente a Festa do Santíssimo Sacramento e a Festa do Espírito Santo. Impossível de não evidenciar, é a Festa das Vindimas, de caráter associativo, organizadas pela Casa do Povo do Rio Vizela.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

Água Longa, com futuro promissor junta de freguesia de água longa A freguesia de Água Longa localiza-se no extremo sul do concelho de Santo Tirso e é atravessada pelo rio Leça, tão importante no seu povoamento inicial e em toda a sua história. Simplicidade, tranquilidade e encanto são alguns dos predicados que Água Longa apresenta, bem como a genuinidade das suas gentes.

josé pacheco Presidente

C

om 14,85 hectares e 2.500 habitantes, a freguesia de Água Longa beneficia de uma localização privilegiada, constituindo a ponte entre o denso urbanismo, o semi-urbanismo e o rural, apresentando-se como um dos pulmões verdes em redor do Grande Porto, do qual dista cerca de dez quilómetros. Com uma vasta área verdejante e um tipo de construção maioritariamente térrea, não sofreu com a avalanche imobiliária das últimas décadas, mantendo os predicados de uma freguesia harmoniosa, onde a pacatez e o conhecimento de todos por todos é uma determinante. Todavia, esta freguesia tipicamente rural, até finais do século passado, assistiu, fruto das suas acessibilidades, à instalação de algumas indústrias de médio porte, que em complementaridade com o pequeno comércio e as empresas familiares formam um tecido empresarial substancial. “Cremos que no futuro próximo, Água Longa será um polo de investimento, que se pretende controlado e de evolução equilibrada, onde a qualidade de vida seja o

seu potencial”. Sem especificidades, Água Longa oferece aos seus visitantes enorme versatilidade na área da gastronomia, do convívio e do lazer e, fundamentalmente, a hospitalidade e solidariedade é marca de uma população simples e de vincada personalidade. Vale a pena visitar a freguesia e fazer o percurso ao longo das duas linhas de água que a atravessam, o rio Leça e o seu afluente Ribeira do Risão, conhecer o percurso medieval ‘Caminhos de Santiago’, visitar a Igreja Matriz e a Capela de N. S. de Lurdes, bem como os nichos religiosos existentes, sendo o de maior realce o das Alminhas de Pidre.

Água Longa: mais ativa e mais atrativa Nos primeiros cinco meses de mandato, a preocupação do Executivo centrou-se essencialmente em não perder valências adquiridas, melhorá-las organizadamente, oferecendo às pessoas serviços mais eficientes. “Conseguido este desiderato no terreno, em paralelo, adaptámos os serviços de responsabilidades autárquicas com o cumprimento das leis que regem as autarquias locais”. O Executivo tem feito da criatividade o seu principal predicado, pois é sobejamente reconhecido que os tempos são de ‘vacas magras’, fruto dessa capacidade intrínseca dos seus elementos, deu-se a alteração de paradigmas instalados e de difícil abandono, criando uma freguesia mais ativa e mais atrativa. Os cidadãos estão mais confiantes, porque mais do que outrora, cada um está a interiorizar que pode e deve ser parte

integrante deste processo evolutivo.

Projetos de futuro O excelente relacionamento com todas as coletividades e instituições são o garante para parcerias na realização de eventos, como por exemplo o Carnaval, Festa do Emigrante, Festa de N. S. do Rosário, entre outros. Em termos de futuro, os objetivos e projetos da freguesia de Água Longa passam pela melhoria da rede de transportes, limpeza e aproveitamento das potencialidades do rio Leça e do seu afluente Ribeira do Risão e margens inerentes, bem como pela construção de um novo edifício autárquico com valências culturais acopladas e a requalificação da Avenida da Igreja, a sala de visitas da freguesia de Água Longa.

Relacionamento institucional Entre a freguesia de Água Longa e a Câmara Municipal de Santo Tirso, existe um excelente relacionamento baseado no respeito pessoal e institucional. A freguesia apoia claramente as medidas adotadas pelo Município de Santo Tirso, no que concerne à descentralização, nas áreas social, desportiva e de serviços, no entanto, considera que, na área técnica, de urbanismo e território, também é possível a transferência de competências para as juntas de freguesia.

87


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

Onde a proximidade é a prioridade união de freguesias além rio Eurico Tavares, desde cedo, esteve ligado ao associativismo. Primeiro como atleta, posteriormente como dirigente associativo, o atual presidente da União de Freguesias de Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira, em Santo Tirso, é um filho da terra, o que faz desta sua missão mais do que um simples compromisso. Este é um compromisso de honra para com a terra que viu nascer pelo que a proximidade com a população é a sua principal bandeira, juntamente com o seu Executivo.

eurico tavares Presidente

Q

uem o conhece, refere que a sua honestidade, competência, dinamismo, frontalidade e determinação são as suas qualidades mais reconhecidas, sem descurar o espírito de grupo e o trabalho em equipa. Talvez seja por isso que durante a sua conversa com a Revista Business Portugal nunca referiu o ‘eu’, mas sempre ‘nós’, a sua equipa, o Executivo da União de Freguesias. Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira são hoje uma só freguesia, resultado da reorganização territorial que o país sofreu em 2013. Fortemente contra esta agregação, Eurico Tavares consegue hoje tirar algumas

88

vantagens da mesma. “Obviamente, e se analisarmos a questão no seu todo, houve algumas vantagens com esta agregação, essencialmente no que diz respeito a infraestruturas e demais bens. Havia freguesias que não tinham uma carrinha, por exemplo. Hoje em dia, todas têm, porque agora os bens são comuns. Outro exemplo são os polidesportivos. Temos associações ligadas ao desporto, mas nem todos usufruíam destes espaços porque as suas freguesias não têm. Hoje, os existentes, são de todos”, refere o edil. Contudo, houve também alguns aspetos negativos. “Estamos a falar de quatro freguesias bastante distintas tanto na sua essência como na sua história. Quando eram quatro executivos, os mesmos contabilizavam 12 pessoas. Atualmente, são apenas cinco. São menos de metade das pessoas a trabalhar em função do mesmo número de fregueses. Atualmente recebemos menos do Fundo de Financiamento das Freguesias (FFF) do que somando o valor que cada uma recebia individualmente, algo não está bem”, sublinha.

Em prol da população Focando o seu trabalho por base na ação social, são várias as iniciativas que Eurico Tavares, juntamente com a sua equipa, têm levado a cabo em prol dos habitantes das Freguesias Além Rio, nome que adotaram para designar mais facilmente a União de Freguesias, fruto da sua localização. Com um número significativo de associações, muitas

das atividades levadas a cabo pelo Executivo trazem estas associações como parceiros e parte organizadora dos mesmos. É exemplo o Dia Mundial da Criança, e o Campeonato de Veteranos, que este ano contam com a sua segunda edição. A somar às iniciativas dirigidas às crianças e aos adeptos do desporto, torna-se fulcral referir o Campeonato de Pesca, muito apreciado pelos fregueses. “Esta segunda edição contou com o dobro dos participantes. E é interessante perceber que este não envolve apenas os participantes diretos, mas também com as famílias que também se deslocam ao local do concurso para conviverem entre si”. O sucesso foi tal que há muitos que questionam já sobre a terceira edição, que terá lugar só em 2016. Numa perspetiva de bem-estar, este Executivo tem também organizado anualmente rastreios à saúde, completamente gratuito. “Neste segundo ano, graças aos nossos parceiros, conseguimos abranger um maior número de áreas de análise. Além das tradicionais análises ao sangue, e da visão, incluímos as áreas da dentária e podologia. Este ano aderiram cerca de 250 pessoas”. De referir que numa política de descentralização, este rastreio anual ocorre sempre nas quatro freguesias, começando em março e finalizando em junho. A pensar em toda a família, o passei anual da freguesia é também bastante concorrido. “O ano passado foram precisos 14 autocarros para transportarmos


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

e desenvolve algumas iniciativas e interage com outros centros, “pretendemos combater a solidão dos mais seniores das Freguesias do além Rio, qualquer pessoa pode frequentar o mesmo de forma gratuita”. Mas, sem esquecer os mais pequenos, o Executivo apoia ainda a ida dos mais novos até à praia, atribuindo um subsídio por criança aos Jardins de Infância das freguesias. “Há já JI que estão a rentabilizar recursos e optam por organizar esta ida à praia em conjunto. Essa foi aliás, uma sugestão deste Executivo às diferentes direções.

Política de proximidade todos os participantes, e este ano contamos precisar de mais”, prevê Eurico Tavares. O passeio é gratuito para as crianças até aos 12 anos, assim como para os reformados e seniores a partir dos 60 anos. “Os restantes participantes pagam um valor simbólico”, completa. O Verão Sénior é outra iniciativa da Junta de Freguesia dirigida ao público mais sénior. Através deste programa, a população reformada e com mais de 60 anos tem a oportunidade de desfrutar de alguns dias de praia. A Junta de Freguesia tem diariamente aberto o Centro de Convívio, na freguesia de Sequeiro, onde promove

O Executivo desta União de Freguesias faz questão de pautar a sua atuação por uma política de proximidade, pelo que está presente nos quatro edifícios das anteriores Juntas de Freguesia e não apenas na Sede, em Areias. “Acreditamos que a descentralização é uma mais- valia para as populações”, afirma Eurico Tavares. Questionado sobre como promover essa proximidade, o presidente afirma que é necessário estar junto às pessoas e transmitir a ideia de que não há qualquer problema em abordar o Executivo, seja qual for a razão para tal. “Mesmo que não consigamos resolver o problema que o trouxe até nós, temos a capacidade de avaliar o mesmo e encaminhar a pessoa para entidade

ou organismo correto. Esse encaminhamento pode ser a solução, pelo que as pessoas devem de vir à Junta de Freguesia”.

O dia a dia “Tentamos aproveitar e levar para cada freguesia o que de melhor já se fazia nas outras, ajustando mas acima de tudo inovando”, diz Eurico Tavares. “Queremos, todos os dias, poder resolver as questões que são importantes para os nossos fregueses. Temos a ambição de fazer grandes obras, mas temos igualmente a consciência de que, por vezes, faz mais falta uma pequena obra e é nessa perspetiva que organizamos o nosso trabalho e as nossas prioridades. Porque, no final, a nossa prioridade são sempre as pessoas”, completa. Pensando nas pessoas, e para as pessoas, dentro de pouco tempo, “vamos poder prestar mais um serviço, no edifício sede, em Areias, com a criação do Balcão do Cidadão, também ambicionamos ter um outro serviço, com a criação de um GIP (Gabinete Inserção Profissional), uma vez que nos candidatamos ao mesmo. Se passar por Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira, não se esqueça de visitar alguns dos seus locais de passagem obrigatórios”.

89


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

Crescer com prioridades junta de freguesia de vilarinho Banhada pelo rio Vizela, Vilarinho é uma freguesia do concelho de Santo Tirso, que comemora este ano o seu sexto aniversário de elevação a vila e com cerca de 3700 eleitores. O seu presidente, Jorge Fernando Vieira de Faria, começa por nos contar, orgulhoso, que para si, Vilarinho é “uma freguesia cheia de história e repleta de potencialidades”.

jorge fernando vieira de faria Presidente

F

oi há 13 anos que Jorge Fernando Vieira de Faria se iniciou na política, na altura convidado para fazer parte de uma lista, sendo posteriormente eleito para a Assembleia da Freguesia. Passado meio ano, um dos membros do Executivo desiste e fica como tesoureiro, tendo ainda sido secretário antes de o presidente da junta ter-se demitido e ter assumido o seu lugar. “Neste mundo da política, ou se gosta ou não. Eu olho para ela de forma diferente, porque acho que ninguém

90

nasce para ser político. Da única vez que fui a eleições, venci com maioria absoluta. É o resultado da minha proximidade com a população, porque eles precisam da nossa ajuda e temos que ser os primeiros a dar a cara”, explica o presidente. Em termos patrimoniais, Vilarinho é rico em história e o presidente aponta alguns pontos de interesse e de visita obrigatória para quem visita a região. “Temos um mosteiro datado do século XII, que, em termos turísticos, é das melhores coisas que temos em termos históricos. Como dizia o professor Geraldo Coelho Dias, no seu livro ‘Vilarinho tem História’, a nossa freguesia tem história. O importante é que as pessoas se apercebam de que Vilarinho tem essa história”. Na vila, há também a Capela da Nossa Senhora das Dores, recentemente restaurada, a Capela da Senhora da Livração e a Capela de São Pedro. No entanto, o autarca aponta algumas falhas na sinalização dos mesmos. “O nosso grande problema com estes monumentos prende-se com a necessidade de termos placas indicadoras, sendo que é uma guerra que já travamos há muito tempo. Há anos que nos andam a prometer, mas as coisas ainda não estão resolvidas. Para além disso, este ano temos 20 mil euros para obras, tendo neste momento 25 ruas em terra batida e, para pavimentar algumas delas, seria preciso mais do dobro

desse dinheiro”, confessa o autarca, acrescentando que as prioridades da vila são a estrada da Paradela e a requalificação da EM513. São muitas as necessidades desta vila pautada pela descentralização e poucos os apoios para as suprimir. “Por vezes, penso que se esquecem de nós”, critica. No entanto e, apesar de todos os problemas que a freguesia enfrenta, Jorge Fernando Vieira de Faria acredita que o importante é “ter capacidade para os resolver”, confiando num futuro risonho para Vilarinho e as suas gentes. Mas, se ainda há muito por fazer a nível turístico, em termos de empregabilidade são muitas as empresas que se estão a sediar na freguesia, criando assim novos postos de trabalho. “Temos agora uma zona industrial, onde estão cerca de quatro mil postos de trabalho concentrados com empresas de referência que transferiram a sua exploração para Vilarinho. Há pessoas que, por trabalharem aqui, se querem fixar na vila, ajudando na sua dinamização”, explica. O convite fica feito por parte do edil: “Vilarinho é uma vila de história e nós estamos de braços abertos para receber toda a gente”, conclui.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHAR SOBRE SANTO TIRSO

A iluminar Vilarinho cooperativa elétrica de vilarinho Numa época em que a eletricidade não era acessível a todos, um grupo de 12 ilustres da freguesia de Vilarinho, no concelho de Santo Tirso, criaram a Cooperativa Elétrica de Vilarinho, com o propósito de trazer melhor qualidade de vida à freguesia. Estávamos em 1939 e atualmente este é ainda um exemplo vivo do cooperativismo, resultado do esforço e dedicação dos seus fundadores, e de todas as direções que por aqui passaram. necessidades e expectativas dos seus clientes, através Cooperativismo

domingos rebelo Presidente

A

3 de dezembro de 1940, é assinada a escritura de concessão para a iluminação da freguesia de Vilarinho, entre o Município de Santo Tirso e a Cooperativa. A própria freguesia de Vilarinho foi crescendo à luz desta cooperativa. “Sempre foi nosso objetivo ajudar ao desenvolvimento desta freguesia”, diz-nos Domingos Rebelo, presidente da Cooperativa Elétrica de Vilarinho. Os seus serviços contam com os mais elevados níveis de qualidade, serviços esses que vão ao encontro das

da distribuição de energia elétrica em baixa tensão, para iluminação não só da freguesia de Vilarinho como também de algumas zonas das freguesias de S. Salvador do Campo e S. Mamede de Negrelos. Sempre na vanguarda, a Cooperativa Elétrica de Vilarinho conta, já há alguns anos, com um sistema de leitura automática dos seus contadores, a chamada ‘telecontagem’. “Com este sistema, os clientes não têm a necessidade de dar a contagem nem nós temos que nos dirigir às suas casas para fazê-lo. Os contadores enviam a contagem automaticamente para o nosso sistema”, revela o presidente. Com a nova regulamentação do mercado livre, Domingos Rebelo acredita que alguns clientes possam optar por outras companhias, “mediante ofertas e outras promoções que as mesmas possam levar a cabo, mas creio que a maioria continuará fiel à Cooperativa da terra”.

O seu lado de cooperativismo é outro componente importante. “O nosso propósito é o desenvolvimento e promoção de Vilarinho. Por isso mesmo, ajudamos todas as coletividades da freguesia. Além disso, contribuímos com toda a energia para as Festas de maio, as festas mais importantes de Vilarinho”. Pela sua importância e como forma de reconhecimento pelo seu contributo no desenvolvimento da freguesia e do concelho, a Câmara Municipal atribui a Medalha de Mérito Municipal à Cooperativa aquando do seu 74º aniversário.

www.cevilarinho.pt

91


região de lisboa

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A

lém de ser a capital do país, Lisboa é também a cidade mais populosa de Portugal.

Lisboa é reconhecida como uma cidade global devido à sua importância em aspetos financeiros, comerciais, mediáticos, artísticos, educacionais e turísticos. É um dos princi+aos centro económicos do continente, com um crescente setor financeiro e o maior porto de contentores da costa atlântica da Europa. O aeroporto da Portela recebe mais de 18 milhões de passageiros anualmente, enquanto a rede de auto-estradas e o sistema de ferrovias de alta velocidade conectam as principais cidades portuguesas à capital. Lisboa é a sétima cidade mais visitada do sul do país. Localizada na margem direita do rio Tejo, junto à foz, Lisboa é a capital mais ocidental da Europa. Os limites da cidade, ao contrário do que ocorres em grandes cidades, encontram-se bem delimitados dentro do perímetro histórico. Isto levou à criação e várias cidades ao redor de Lisboa, como Loures, Odivelas, Amadora e Oeiras, que são, de facto, parte do perímetro metropolitano de Lisboa. O centro histórico da cidade é composto por sete colinas, sendo algumas das ruas demasiado estreitas para permitir a passagem de veículos. A cidade serve-se de três funiculares e um elevador, o famoso elevador de Santa Justa, e a parte ocidental da cidade é ocupada pelo Parque Florestal de Monsanto, um dos maiores parques urbanos da Europa, com uma área de 10 km2. O Parque das Nações e o Centro Cultural de Belém são também duas das mais importantes referências da capital portuguesa.

92



REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA

Uma freguesia com identidade Junta de Freguesia de Águas Livres “Cada habitante merece de nós uma atenção individual. O grande desafio passa por criar as condições necessárias à população, nunca perdendo naturalmente de vista a continuação do bem público”. Quem o afirma é Jaime Pereira Garcia, presidente da junta de freguesia de Águas Livres e responsável pelo comando dos destinos da terra.

jaime pereira garcia Presidente

S

ituada em plena área urbana do concelho da Amadora, Águas Livres é uma freguesia portuguesa com cerca de 40 mil habitantes e cerca de três quilómetros quadrados de área. A freguesia é constituída por um conjunto de paisagens urbanas que lhe dão uma dinâmica única. Constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, Águas Livres integra o território da antiga freguesia da Damaia, a parte sul da antiga freguesia da Reboleira e a parte norte da antiga freguesia da Buraca. “Com a agregação de três freguesias das quais duas são espartilhadas e como a lei não contemplava nada sobre esta matéria de constituição de freguesias espartilhadas, inicialmente tivemos bastante trabalho a nível do executivo e até da própria secretaria. Fomos de facto à procura das vias estruturais e este foi o grande trabalho inicial, teve que haver uma boa comunicação para que implementássemos igualdade em todas as áreas da freguesia, para que todos os nossos habitantes recebessem, dentro dos possíveis, a mesma qualidade de vida e que usufruíssem de boas estruturas físicas de igual modo”, comenta Jaime Pereira

94

Garcia, presidente da freguesia. Com bastantes equipamentos públicos de teor social e de serviço à população, tais como três USF´s (Unidade de Saúde Familiar), três agrupamentos escolares, oito escolas primárias, três escolas de 2º e 3º ciclo, jardimde-infância, creche, berçário, pré – escolar, Santa Casa da Misericórdia, dois centros de dia, três esquadras da polícia de segurança pública, uma esquadra de trânsito e de registo criminal, piscina coberta e ginásio onde se pode praticar várias modalidades, 32 coletividades “que ajudam a tornar mais eclética a própria resposta cultural, recreativa e desportiva da freguesia”, boas acessibilidades e uma ótima rede de transportes esta é uma freguesia com “respostas fundamentais às necessidades da população”, que se “sustenta a ela própria” e que “qualifica a vida de quem cá reside”. No fundo “é um local onde dá prazer de viver e a nossa população não precisa de ir para o exterior para ter condições de serviço à altura”, salienta o presidente. Do ponto de vista turístico pode-se visitar a capela de Santa Teresinha, a Fonte do Chafurdo que no passado abastecia a antiga freguesia da Buraca, a igreja da antiga freguesia da Damaia e a igreja da antiga freguesia da Buraca. E ainda, os dois ex-líbris da freguesia o Aqueduto das Águas Livres e o Aqueduto das Francesinhas “onde organizamos visitas com alguma frequência”. Não tendo propriamente um produto típico da região, ultimamente têm apostado no Fumeiro, uma vez que quem fundou a comunidade da freguesia foram os oriundos das Beiras e do Alentejo. “Como não temos nenhuma identidade própria, mas temos uma miscelânea de culturas de usos e costumes temos vindo a apostar nos produtos típicos das regiões dos nossos habitantes, tais como o cabrito assado no forno, a caldeirada de borrego e até a própria cachupa”, conta o presidente.

Festividades Numa política de valorização da história, tradições, usos e costumes da freguesia e dos seus habitantes, realizam-se alguns certames com algum impacto local e até regional. O Dia Internacional da Mulher, comemorado num dos parques urbanos da freguesia. A Feira Setecentista, realizada no Jardim dos Aromas,

em abril alusiva ao reinado de D. João V - empreendedor do convento de Mafra, do Aqueduto das Águas Livres que abastece Lisboa e que atravessa grande parte da freguesia, bem como o Aqueduto das Francesinhas. No certame, estiveram presentes cerca de 70 barraquinhas, com uma grande diversidade alusiva à época (com rei e rainha, coches, pajens, escravos e com um cortejo a atravessar praticamente toda a freguesia) e contou com a adesão de cerca de 100 mil pessoas. O dia mundial da criança, no Jardim dos Aromas, que contou com a participação de 1784 crianças. O arraial Popular, que decorreu nos meses de junho, em honra dos santos populares. A Feira do Fumeiro e do Artesanato que este ano conta com a segunda edição, em setembro, onde estarão presentes cerca de 70 barraquinhas. O Encontro Nacional e Internacional de Folclore, também em setembro. E ainda, o dia dedicado aos avós e aos netos, numa politica de valorização intergeracional.

Ação Social Com uma população bastante envelhecida com fracos recursos financeiros aliada a uma população jovem com carência é necessário existir na freguesia um grande apoio a nível social. Assim sendo, a junta de freguesia procura dar respostas às necessidades que vão surgindo no âmbito da ação social, apresentando um inúmero leque de programas, apoios e atividades que possam ajudar na resolução de alguns problemas, junto dos segmentos mais vulneráveis da população. Tais como, o programa “Bom Dia e um Sorriso” que conta com centenas de voluntários sempre acompanhados pela PSP que visitam os mais idosos de forma a perceberem se estes se encontram bem e se necessitam de algum tipo de apoio; o programa Escolhas, o programa FEAC – Fundo Europeu de Auxilio de Carenciados, o programa CLAII – Centro Local de Atendimento e Integração do Imigrante, o programa Porta à Porta, caminhadas pedonais, caminhadas solidarias, Laço Azul, Férias Seniores para Veteranos, o programa Viva Mais, o Fundo Europeu de Auxílio a Carenciados, Ações de emprego e formação e ainda, três lojas sociais onde as pessoas têm ao dispor


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA

vestuário, calçado, móveis e alimentos.

Projetos Futuros Relativamente a projetos futuros pretendem criar duas lojas do cidadão. Terminar as obras do parque urbano do Neudel que contém uma extensa área ajardinada, com linhas de água, relvados, equipamentos infantis e esplanadas e onde já esta instalado o ski-skate - um espaço de diversão, único, ideal para amantes dos desportos de inverno e das modalidades radicais urbanas. Apostar em aulas de concertinas, juntamente com a Casa Regional de Lamego em Lisboa, “para de certa forma ir de encontro aos minhotos que vivem na freguesia”. Inaugurar, em setembro, o cineteatro D. João V. E ainda, apostar nas Unidades de Saúde Familiar. “Temos uma USF na Damaia, uma no setor da Buraca e outro no setor da Reboleira. Mas pretendemos reformular as que estão na Buraca e na Reboleira, pois o que temos no setor da Damaia é moderno e funciona como um pequeno hospital. Os restantes são prédios de habitação com terceiro piso, escadas demasiado gastas, sem elevador, com condições de trabalho precárias para pessoal médico, enfermagem e auxiliar. Dessa forma, a junta de freguesia juntamente com a Câmara da Amadora está a trabalhar no caso de maneira a criar uma USF quer no setor da Buraca quer no setor da Reboleira, que corresponda às necessidades da população. Para isso, já nos prontificamos a ceder um espaço e verbas e até estamos disponíveis para a solução dos contentores. Caso queiram construir de raiz, nós também já prontificamos entregar uma determinada verba e um espaço. Neste momento, apenas estamos a aguardar a palavra final dos nossos governantes para levarmos a cabo este projeto.”, explica o presidente.

Complexo Sócio Desportivo

lências: ento de Apoio à Sócio Desportivo; ultural; Lojas Sol; l; Higiene Urbana e spaços Verdes e pecial;

95 Creche “O


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA

UMA UNIÃO EM CRESCIMENTO União de Freguesias de Torres Vedras: S. Pedro e Santiago, Santa Maria do Castelo e S. Miguel e Matacães “Temos muito espaço para crescer: espaço rural e urbano, além de um enorme potencial nas nossas pessoas e economia. Se observarmos os últimos censos, podemos afirmar que continuamos numa curva ascendente. A linha de comboio divide o interior do litoral e nesta divisão encontramos algumas diferenças: o litoral tem um crescimento bastante acentuado ao contrário do interior”, refere Francisco Martins Presidente da União de Freguesias de Torres Vedras: S. Pedro e Santiago, Santa Maria do Castelo e S. Miguel e Matacães ao descrever a linha de crescimento da União de Freguesias.

e um concelho que consegue ter força dentro desta região.

francisco joão pacheca martins Presidente

Como carateriza a União de freguesias? Somos uma freguesia que tem cerca de 25 mil habitantes e 62,5 km² de área, ou seja, trata-se de uma das maiores freguesias da região oeste. Temos caraterísticas muito especiais, começando pelo facto de, na mesma União de Freguesias, conviver a cidade de Torres Vedras com zonas marcadamente rurais. O tecido económico da freguesia divide-se entre a zona citadina e a zona rural. De que forma o descreve? A zona citadina assenta, de forma vincada, no comércio e serviços, e a parte rural tem uma grande componente agrícola como a fruta, a vinha e os produtos hortícolas. O tecido empresarial centra-se fortemente na indústria vitivinícola, sendo que outrora a construção civil era um grande empregador. Apesar da conjuntura económica do país, não nos podemos sentir completamente desprotegidos. Ainda somos uma cidade, uma freguesia

96

Quais são os pontos turísticos mais relevantes dentro da União de Freguesias? Temos um património vastíssimo! Os turistas podem visitar o Castelo de Torres Vedras, as Linhas de Torres que têm tido, nestes últimos anos, uma projeção muito grande, o Castro do Zambujal, a Ermida da Nossa Senhora do Calvário, entre muitos outros locais espalhados pela freguesia e que são igualmente muito interessantes de visitar. De evidenciar o nosso Parque Verde dentro da cidade onde as pessoas podem conviver, fazer exercício ou simplesmente relaxar. Quer mencionar as festas mais importantes da região? Temos uma festa conhecida a nível nacional que já se tornou numa marca, o ‘Carnaval de Torres Vedras’, que todos os anos traz cerca de 300 mil visitantes para a cidade. Temos a ‘Feira de São Pedro’, com tradição centenária, que também atrai muitas pessoas. A pensar nos mais novos existe o ‘Oeste Infantil’ que já vai na 26ª edição. É uma festa que tem uma afluência de cerca de 20 mil crianças durante o festival. O ‘Festival da Miss Vindimas’, que se realiza há mais de 30 anos, celebra o concelho vitivinícola.

Sendo uma zona com parte rural depreende-se que também são fortes em termos gastronómicos. Existe algum produto típico da região? Sim, temos o pastel de feijão e estamos inseridos no concelho que é o maior produtor de vinho do país. A freguesia está bem servida em termos de restauração e hotelaria? Sem dúvida. Em termos de restauração considero-a de excelente qualidade. Nos últimos anos têm surgido restaurantes com ofertas bastante variadas, para juntar aos excelentes já existentes. A hotelaria também está muito bem representada, mas requer um trabalho contínuo de divulgação e promoção do nosso território e das nossas mais valias. Considera o turismo um foco importante para o desenvolvimento da região? Tem mesmo de ser! A Câmara Municipal e os operadores privados do nosso concelho fazem o seu papel na projeção do concelho, mas nós queremos mais. Queremos aproveitar o facto de agora sermos União de Freguesias para nos darmos a conhecer, com roteiros próprios e detalhados que possam atrair as pessoas a visitar e conhecer o nosso património, cultura e gastronomia.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA Existem eventos de verão para atrair o turismo? Sim, mas essencialmente no litoral do concelho, dos quais destacamos o Ocean Spirit, a Onda de Verão, bem como outros eventos da responsabilidade da Câmara Municipal. No final de Agosto vamos realizar o primeiro evento das ‘Nova Invasões’, este sim na cidade de Torres Vedras, no âmbito das Linhas de Torres. É um evento que terá a participação de cinco países (quatro residentes e um convidado): Portugal (o país invadido), França (o invasor), Espanha e Inglaterra (países aliados) – e o Chile como país convidado, mas que tem como ponto em comum ter sido invadido na sua história. Será um evento com uma vasta agenda cultural e gastronómica, que procurará mostrar a época das Invasões, bem como alguma contemporaneidade dos países convidados. O apoio social é cada vez mais necessário em todas as regiões. Existe muita procura? Sim e infelizmente cada vez mais. Temos vários projetos dos quais destacamos: Terapia Assistida por Cães e acesso ao Apoio Psicológico nas escolas para as crianças. Para os idosos temos o I.S.A. – Idosos Saudáveis e Ativos em que estes participam em atividades como vigilância das igrejas e ajudam as crianças a atravessar as passadeiras, assim como o Desporto Sénior, Oficinas do Saber e o Clube Sénior, atividades promovidas pela Câmara em conjunto com as Freguesias. Ainda damos apoio às famílias carenciadas

e disponibilizamos espaço para formações, entre muitas outras ações. Quais são as ambições para a União de Freguesias? Está sempre presente a ambição de desenvolvimento da freguesia e melhoria das condições de vida dos nossos fregueses. Queremos mais iniciativas e novos projetos. Por exemplo, neste momento estamos a lançar

o orçamento participativo em que perguntamos às pessoas o que gostariam de fazer na sua freguesia com um limite de 5 mil euros. Pode ser uma obra, um evento cultural ou social ou qualquer outra ideia válida. No final, iremos concretizar o projeto vencedor. Desta forma conseguimos perceber o que as pessoas realmente querem e precisam.

97


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA

Uma freguesia viva junta de freguesia de são domingos de rana Inserida no concelho de Cascais, São Domingos de Rana oferece “uma excelente qualidade de vida, onde os incentivos à população são uma forte aposta”, diz Maria Fernanda Gonçalves, presidente da junta de freguesia, em entrevista à Revista Business Portugal.

S

maria fernanda gonçalves Presidente

98

ituada entre a urbanidade e um conjunto de paisagens rurais, São Domingos de Rana é uma das maiores freguesias do país em total de população com cerca de 60 mil habitantes e 20 quilómetros quadrados. Neste território convivem populações oriundas de “várias comunidades e etnias, sobretudo cabo-verdianos, moldavos, ucranianos, angolanos, brasileiros”, o que compraz “uma grande diversidade cultural”, conta Fernanda Gonçalves. Com bastantes equipamentos públicos de teor social, desportivo e de serviço à população, tais como USF (Unidade de Saúde Familiar), posto de correios, 13 escolas primárias, duas escolas com 2º/3º ciclo e secundária, jardins de infância, centros de dia, creches, uma das maiores escolas fixas do país e cerca de 20 coletividades, está é uma freguesia que proporciona respostas fundamentais às necessidades da população. Em termos empresariais, embora tenham uma elevada taxa de desemprego, tem também nos seus domínios algumas empresas de referência nacional e

internacional, tais como a Garland, a Vitron, Progelcone, Combustoil, Soplacas, Cuf Saúde e outras pequenas e médias empresas. Do ponto de vista turístico, a freguesia oferece a Igreja de São Domingos de Rana, como seu ex-libris, e que antigamente servia como posto de vigia, onde se podiam ver os navios que se aproximavam da linha da costa. Também a Casa da Quinta de Rana e o jardim envolvente; a Capela de Nossa Senhora da Graça de Tires; a Ermida de Nossa Senhora da Conceição da Abóboda; as Vilas Romanas de Freiria e Miroiços, com um espólio arqueológico e histórico classificado; e, finalmente, o Museu Artesanal Ilídio Carapeto, onde se pode encontrar uma das maiores coleções de reprodução de barcos em miniatura do país. Já no que toca à gastronomia e não tendo propriamente um produto típico da região, a freguesia apostou este ano no bolo de São Domingos de Rana, com um concurso organizado durante a Feira Medieval.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA homenagem à data de integração de São Domingos de Rana no termo de Cascais há 645 anos.

Ação Social

Festividades Os eventos e demais certames que ocorrem anualmente na freguesia, maioritariamente nos meses de verão, têm sido, além de outras, as festas de Tires que duram dez dias; o festival da canção infanto-juvenil organizado pela Junta, e as diversas festas organizadas pelas várias coletividades. Este ano a Junta de Freguesia resolveu organizar a I Feira Medieval de São Domingos de Rana, celebrando o dia da freguesia no dia oito de abril em

A intervenção das Autarquias e dos Municípios no âmbito da ação social, tem-se revelado cada vez mais indispensável e pertinente, tendo como principal objetivo atenuar os fenómenos da pobreza e da exclusão social. Neste sentido, e tendo um grande número de famílias carenciadas, a Junta de Freguesia de São Domingos de Rana procura dar respostas às necessidades existentes, apresentando um inúmero leque de serviços e projetos que possam ajudar na resolução de alguns problemas que surjam, junto dos segmentos mais vulneráveis da população. De maneira, a conseguir promover uma plena integração social, a Junta estabeleceu “uma loja social onde as pessoas têm ao dispor vestuário, calçado, móveis e alimentos”. A loja tem também “distribuído alguns cabazes no que toca aos casos mais críticos de famílias carenciadas”. Paralelamente, tem sido preocupação da presidente o apoio psicológico às crianças e jovens da freguesia, pelo que se estabeleceu para este ano a Clínica Social, “alargando-se o apoio nas escolas às nossas crianças, aos desempregados e aos idosos”, explica a presidente.

PDM Quanto à discussão do novo PDM para Cascais, a

presidente está de acordo com tudo aquilo que possa trazer desenvolvimento à freguesia, como o aumento de empregabilidade, vias de mobilidade, novos postos de trabalho, entre outros. No entanto, refere que esse desenvolvimento não deve ser feito à custa de espaços verdes, resultando em mais zonas urbanizáveis, promessa aliás feita no processo de revisão mas que não parece materializável. A presidente considera que “vão retirar qualidade de vida aos habitantes da freguesia e nesse sentido, não posso concordar com tudo”.

Projetos Futuros No que toca a projetos futuros, Maria Fernanda Gonçalves gostaria que a freguesia possuísse uma Universidade Sénior sendo uma mais valia para os idosos e para a própria freguesia, aliás numa ótica intergeracional das políticas públicas locais. No entanto, para isso, a junta precisa de um espaço físico para o concretizar. Gostaria também de apostar num espaço de cultura, com escola de música e outras valências interculturais. E ainda, que houvesse uma ciclovia entre São Domingos de Rana e Cascais pelo interior para que assim as pessoas pudessem usufruir das paisagens maravilhosas e uma maior mobilidade na freguesia, “felizmente está em construção uma variante na estrada 249 que vai facilitar o trânsito, estávamos mesmo a necessitar desta construção que há 20 anos estava na gaveta”, confessa a presidente.

99


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA

“de Vale Encantado o qual eu considero o Minho de Lisboa” junta de freguesia de arruda dos vinhos Arruda dos Vinhos faz parte do distrito de Lisboa. Terra conhecida pela produção vinícola e, noutros tempos, pela famosa ‘bruxa d’Arruda’. O concelho de Arruda dos Vinhos é um local encantadoramente acolhedor que não deixa indiferente os seus visitantes e moradores. Arruda, como também é designada pelos seus habitantes, é uma obra da natureza a 30 quilómetros de Lisboa.

graça dinis Presidente

H

á quem designe Arruda dos Vinhos de “Vale Encantado”, mas a nossa entrevistada Graça Dinis, presidente da Junta de Freguesia, também gosta de lhe chamar o ‘Minho de Lisboa’, o que tem atraído muitas pessoas a fazerem desta terra a sua terra. De facto, os números falam por si, nos censos de 2001, a freguesia de Arruda contava com 5835 habitantes; os últimos números relativos a 2011 revelam que esta freguesia passou a ter 8656 cidadãos registados. A presidente da Junta, Graça Dinis, revela que Arruda tem todas as condições necessárias

100

para se viver com qualidade, a começar pelas “escolas que têm ficado muito bem cotadas no ranking nacional”. Ainda na área da educação e cultura, há que destacar o facto de Irene Lisboa, conhecida pedagoga, professora de profissão e escritora, ser natural do concelho de Arruda. Irene Lisboa nasceu em 1892 e faleceu em 1958. A sua obra permanece imortalizada nos vários livros publicados: poesia, crónica, narrativa literária e textos pedagógicos; bem como nos jornais e revistas da época, como disse o escritor José Gomes Ferreira: “Para mim é a maior escritora de todos os tempos

portugueses”. No aspeto económico, o tecido empresarial também está a aumentar: “Têm sido várias as entidades a instalaremse na região, existem serralharias, empresas dedicadas ao ramo alimentar, desde o catering, à produção de comida embalada para a grande distribuição”, revela a presidente da Junta de Freguesia. No que toca ao setor dos vinhos, importante fonte de rendimento da região, há a destacar “que ainda há dois anos a Adega Cooperativa ganhou uma medalha de ouro”, salienta Graça Dinis, para além de existirem produtores privados com vinhos


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REGIÃO DE LISBOA

de excelente qualidade que cada vez mais se destacam no mercado. Depois, há o sector da restauração: quem aqui vier poder-se-á regalar com as iguarias que os múltiplos restaurantes preparam diariamente: “O difícil será escolher”, diz a presidente.

beleza, não pode cair de novo na degradação. Há que o dinamizar e sensibilizar as pessoas para dele usufruírem”, considera a presidente da Junta de Freguesia de Arruda dos Vinhos.

Locais de interesse e atividades Revitalização da zona histórica Um dos grandes objetivos deste mandato é a revitalização da designada zona histórica de Arruda dos Vinhos. Graça Dinis, a primeira mulher presidente da Junta, revela que está “de corpo e alma” na função e fará tudo o que estiver dentro das suas competência em função do bem estar da população, desde o mais pequeno pormenor, que às vezes passa apenas por parar e falar com as pessoas, até às médias e grandes obras. A tradição da festa de Santo António é vivida em Arruda dos Vinhos com muita alegria e dedicação, juntando muitas pessoas que se envolvem durante meses na preparação das marchas que se realizam na noite do dia 12 de junho. “A zona histórica é lindíssima e agora vamos apostar nela, as festas do Santo António foram já aqui realizadas este ano com um sucesso estrondoso. Conseguimos trazer de novo gente e brilho a esta zona. Nas marchas participaram as escolas, a Santa Casa da Misericórdia e o Clube Recreativo. O desfile começou na praça de touros e seguiu até à Junta, na zona histórica, onde depois houve sardinha assada, baile e até se saltou à fogueira”, revela a presidente da Junta. O programa destes festejos contemplou outros eventos, como explica a presidente: “A festa continuou no dia 13 de junho com o habitual passeio pedestre da parte da manhã; depois do almoço, decorreu a inauguração da requalificação dos lavadouros, cujo mural foi pintado por alunos de artes do Externato João Alberto Faria, é um espaço muito bonito que merecia intervenção. Esta foi uma obra que podemos considerar de cariz social: mais do que a reabilitação do edifício, foi requalificar o espaço para impedir comportamentos pouco adequados que

A igreja matriz, com um pórtico de estilo Manuelino, é outra das atrações da região. Após ter sobrevivido à peste que assolou Lisboa, D. Manuel, refugiado em Arruda, prometeu restaurar este monumento, passando a padroeira a designar-se Nossa Senhora da Salvação; o Chafariz Pombalino é outra atração do património edificado; existem também vestígios dos fortes construídos para travar as tropas de Napoleão, aquando das Invasões Francesas. Para além disto, existe o património imaterial: lendas, rezas e mezinhas. Mas a principal atração deste concelho é o património natural e, acima de tudo, as pessoas, como confessa com orgulho Graça Dinis. A preocupação com o bem-estar da população sénior levou a freguesia a proporcionar um momento de convívio diferente. O executivo da Junta organizou, pela primeira vez, um espetáculo, onde as famílias puderam estar reunidas. Uma noite de “revista à portuguesa, com jantar incluído, que juntou cerca de 800 pessoas no Pavilhão Multiusos”, no âmbito do mês do idoso, em outubro do ano passado, relatou a presidente. O evento foi um sucesso e, este ano, Graça Dinis confidenciou que “gostaria de juntar, em Arruda, as freguesias vizinhas num outro espetáculo”. A presidente da Junta de Freguesia de Arruda dos Vinhos ocupa pela primeira vez um cargo público de índole política. Considera que a posição que ocupa existe para “auxiliar a população. Em primeiro lugar, temos de pensar nas pessoas, fazer com que se sintam bem, o seu bem estar é a nossa principal preocupação”. Concluiu, dizendo que “acima de tudo estão os meus fregueses”.

ali foram acontecendo ao longo de vários anos. À tarde decorreu um festival de acordeão e o respetivo baile saloio. A noite foi preenchida por momentos mais formais, foi dedicada ao Fado”, relata Graça Dinis. As ruas de Arruda foram decoradas a rigor e, durante os festejos populares, o artesanato não foi esquecido, até porque “existem na região artesãos fantásticos”, destaca a responsável pela Junta. Com a reabilitação dos lavadouros, “o objetivo é fazer mais atividades e dinamizar a zona mais antiga da vila”, atraindo também mais visitantes e, quem sabe, moradores. A população poderá então usufruir de mais um espaço. Aqui poderão ocorrer “tardes de cultura, e, como é um espaço ao ar livre, poder-se-ão aqui realizar festas de anos e piqueniques”. A restauração do espaço pretendeu dar vida a uma zona um pouco esquecida, nos últimos anos. Contudo, é um local que, “pela sua

101




ensino em portugal

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

104

N

a edição de julho da sua revista damos enfoque ao ensino particular e o ensino profissional. O ensino profissional não tem parado de ganhar terreno aos cursos gerais no ensino secundário. Em pouco mais de década, o número de alunos nesta via quadruplicou. Em 2001, pouco mais de 30 mil estudantes tinham escolhido os cursos profissionais à chegada ao 10º ano, mas os dados relativos a 2013 apontam para perto de 113 mil inscritos nesta via se ensino, quatro vezes mais do que no início do século. O crescimento tem sido constante e acentuou-se desde 2005, quando a oferta de cursos foi generalizada a todas as escolas geridas pelo Estado. Este crescimento permitiu um aumento da percentagem de alunos em cursos profissionalizantes no ensino secundário, que segundo dados oficiais, em 2013 representava, 42 por cento do total. Ainda assim, Portugal está abaixo da média europeia, que ascende a 50.3 por cento. Em 2009, existiam 500 escolas de ensino particular em Portugal, representando cerca de 20 por cento do sistema educativo, num total de 320 mil alunos e 25 mil professores contratados pelas escolas. Conheça alguns exemplos nas próximas páginas da Revista Business Portugal.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL UM OLHARENSINO SOBREEM SANTO PORTUGAL TIRSO

Uma Comunidade de Aprendizagem Agrupamento de Escolas de Constância Situado num dos mais pequenos mas também mais belos concelhos do Médio Tejo, onde o Tejo e o Zêzere se encontram e sussurram poemas de Camões, o Agrupamento de Escolas de Constância tem a sua sede nesta vila poema – Constância. Composto por três jardins de infância, 3 escolas do 1º CEB e a E.B/S Luís de Camões (escola sede) tem no presente ano letivo uma população escolar de cerca de 700 alunos, alguns deles vindos de concelhos vizinhos atraídos também pela qualidade da educação e do parque escolar deste concelho.

anabela gracio Diretora

C

riado em 1999, fruto da vontade de toda a comunidade educativa, cimentando um trabalho de parceria já anteriormente realizado, este Agrupamento de Escolas prossegue deste então o seu objetivo de proporcionar a todos os seus alunos um percurso educativo de sucesso com o desenvolvimento pleno das suas capacidades e aptidões. Conseguir o desenvolvimento integral das nossas crianças e jovens é apostar nas diversas áreas do saber (música, desporto, equitação, arte, ciência…), é apostar na educação inclusiva e participada, é a participação em projetos nacionais e internacionais, é um sem número de atividades de enriquecimento do currículo complementares das aprendizagens no âmbito do mesmo. Mas educação neste concelho é também um desafio social, é a identificação de constrangimentos e oportunidades num trabalho constante de parceria na construção de uma resposta educativa comunitária. Na ligação aos valores e tradições locais, atrevemo-nos a salientar a atividade ‘Pomonas Camonianas’, que se

insere nesta ligação à comunidade pensando Camões duma forma mais atrativa: durante esta atividade toda a comunidade educativa se empolga na recriação da época quinhentista, apropriando-se da passagem do poeta por esta localidade. A oferta educativa vai desde o jardim de infância ao 12º ano, salientando a oferta de ensino secundário com o prosseguimento de estudos (Cursos Científicos e Humanísticos) até aos cursos profissionais em áreas consideradas prioritárias para a região como sejam o Turismo e a Restauração. Da experiência anterior nesta área, salientamos sobretudo a elevada percentagem de empregabilidade dos nossos alunos (mais de 85 por cento), assumindo-se assim desta forma como um dos vértices estratégicos de desenvolvimento local e regional. Para o próximo ano letivo iremos iniciar dois cursos profissionais: Cozinha Pastelaria e Animação de Turismo, escolhas realizadas no âmbito da CIMT, valorizando os recursos naturais e humanos existentes na região mas, ao mesmo tempo, pensando em termos de empregabilidade regional e nacional. Por outro lado a nossa participação, desde 2004 em diversos projetos internacionais, tem permitido aos nosso alunos a construção da consciência dum mundo cada vez mais global, o respeito por culturas diferentes e sobretudo, o abrir de horizontes de partilha de experiências.

Nesta data em que se planeia o próximo ano letivo, é importante a realização de um processo de reflexão, de previsão e de ação que, tendo em consideração os meios materiais e recursos humanos disponíveis seja construída a oferta educativa prevista. Repensar o futuro do agrupamento é sobretudo construir linhas de ação bem definidas, repensando diariamente a centralidade das aprendizagens assente numa resposta articulada e consistente, apostando na formação e motivação diária dos profissionais, mas sobretudo juntos na construção do futuro. *Artigo do Agrupamento de Escolas de Constância

105


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

“TEMOS TODAS CONDIÇÕES PARA OFERECER UM ENSINO DE QUALIDADE” AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE FERREIRA DO ZÊZERE Situa-se na vila de Ferreira do Zêzere e tem perto de 1000 alunos que se distribuem desde o 5º ao 12º ano. Das estruturas educativas que compõem o Agrupamento de Escolas de Ferreira do Zêzere destacam-se: a Escola EB 2,3/S Pedro Ferreiro (sede), o Centro Escolar de Areias, o Centro Escolar Ferreira do Zêzere e JI/EB1 de Águas Belas.

isabel saúde e henriqueta silva Diretora e Diretora-Adjunta

A

Diretora é a professora Isabel Saúde e a adjunta, a professora Henriqueta Silva, que nos deram a conhecer os principais objetivos deste agrupamento no que concerne à qualidade da oferta formativa dos alunos. Tendo por base o estudo das necessidades da região, elaborado pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, surgiu uma oferta educativa dos cursos profissionais, que por sua vez incidem em áreas que se dizem vitais para a CIMT e para o concelho de Ferreira do Zêzere. Desse estudo sobreveio o curso de Animação em Turismo, que Henriqueta Silva, adjunta da diretora e responsável pelo ensino profissional, mencionou como sendo um curso inovador e interessante do ponto de vista formativo: “já tínhamos o curso de Turismo Ambiental e Rural e agora iremos abrir este que é mais especifico, permitirá que estes alunos acompanhem os turistas nas várias atividades, eventos, e vai especializar a oferta que já estava disponível. Acredito que os alunos saiam daqui com uma certificação interessante” esclarece a docente. Para além destes, Henriqueta Silva identifica o curso de Técnico de Mecatrónica Automóvel (mecânica e eletrónica) e o Técnico de Comércio. No

106

último ano letivo, os cursos profissionais contaram com 60 alunos. Estando a Escola Pedro Ferreiro, sede do Agrupamento, localizada numa envolvente com vários percursos pedestres, desportos náuticos, quintas promotoras de eventos, empresas de lazer, com enquadramentos paisagísticos únicos, as professoras entendem que faz todo o sentido tirar proveito daquilo que são os recursos naturais da terra formando os alunos para dinamizar a mesma, de forma a que estes saiam devidamente habilitados para o mercado turístico. Além da oferta diversificada, a diretora Isabel Saúde realça que as parcerias com outros estabelecimentos de ensino são um elemento fundamental. Neste caso, revela-nos que estabeleceram um protocolo com o Instituto Politécnico de Tomar, uma ligação que considera essencial tanto na partilha de espaços físicos, como na partilha de conhecimentos, com a dinamização de formação. Sobre as vantagens do ensino profissional, Isabel Saúde distingue que estes alunos, uma vez que têm uma parte prática muito vincada, saem com competências mais próximas da realidade do mundo do trabalho. “Atualmente há, na política educativa, uma necessidade

de selecionar os alunos com perfil para os cursos profissionais, que têm maior apetência prática” esclarece a diretora. Relativamente ao corpo docente que constitui o agrupamento, a diretora refere que é imprescindível ter professores rigorosos e competentes e, nesse sentido, foi criado um acompanhamento personalizado aos alunos que envolve: aulas de apoio, dois sistemas de recuperação dos módulos e, em casos específicos, apoios tutoriais. Para o futuro o desejo de Isabel Saúde é concretizar um projeto que considera prioritário e que visa a melhoria de infraestruturas, nomeadamente, a requalificação das salas de laboratório. Relativamente à área pedagógica, a diretora revela que pretende diversificar as estratégias de ensino “de forma a conseguirmos aproximar-nos dos interesses dos alunos e colmatar dificuldades que os mesmos revelam nas aprendizagens” constata. A par disso, este Agrupamento abraça uma série de projetos ligados ao empreendorismo, ao desporto, à cultura, à disciplina, à leitura, permitindo que os estudante adotem competências mais transversais.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

107


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

UM ENSINO QUE FACULTA UM FUTURO PROMISSOR agrupamento de escolas d.sancho i Atualmente com um total de 2800 alunos distribuídos pelas diversas escolas de diferentes ciclos, o Agrupamento de Escolas D.Sancho I é hoje uma referência de ensino no concelho de Vila Nova de Famalicão.

antónio pinto Diretor

E

m entrevista ao diretor do Agrupamento, António Pinto, a Revista Business Portugal foi descobrir qual a oferta formativa dos cursos profissionais para o próximo ano letivo, bem como, as várias valências desta instituição. Assim, este Agrupamento é composto por 10 escolas: jardim-de-infância de Esmeriz, Lage, Cabeçudos (também com 1º ciclo) e Louredo. No que respeita ao 1º ciclo englobam-se escolas em Meães, Louredo, Esmeriz e Fontelo, a EB 1/2 Dr. Nuno Simões em Calendário de 1º e 2º ciclo e a Escola Secundária D. Sancho I. E porque a escola secundária foi, na sua origem, uma escola técnica, o diretor revela que essa tradição ainda hoje se mantem através da oferta dos cursos profissionais. Relativamente a esta oferta formativa, e para além do ensino regular, António Pinto revela que no próximo ano letivo irá abrir não só os cursos tradicionais Manutenção Industrial, Eletrotecnia e Contabilidade, mas também Comércio e Restauração e um mais recente em Gestão de Equipamentos Informáticos, que havia sido descontinuado. Este último tem sido alvo de procura por parte dos alunos e, de igual modo, irá permitir que os mesmos aprendam e possam tirar proveito da gestão de equipamentos informáticos da própria escola. “Apostamos muito na formação em contexto de trabalho e temos feito parcerias com instituições de forma a que os nossos alunos possam fazer uma aprendizagem de qualidade que os torne aptos para o trabalho”, destaca António Pinto.

108

Sobre os cursos profissionais, o diretor faz questão de realçar que estes estão diretamente relacionados com as necessidades da região, tendo sido criados para dar resposta ao mercado de trabalho local. No entanto, revela que isso não é um impedimento para que os alunos possam prosseguir estudos. Assim, António Pinto defende que estes cursos devem ser entendidos como oferta complementar ao ensino regular, o que permite que os alunos possam estar preparados tanto para ingressar de imediato no mercado de trabalho, como para dar continuidade aos seus estudos no Ensino Superior. “Damos todas as condições para que os estudantes tenham êxito na sua formação profissional, e para isso temos um corpo docente especificamente orientado para as diferentes áreas e com conhecimentos especializados” explica o diretor. E não é por acaso que a Escola Secundária D.Sancho I tem sido a primeira escola pública do concelho no ranking nacional. Desta feita, um agrupamento que envolve várias escolas geograficamente dispersas exige, na opinião de António Pinto, uma gestão descentralizada com delegação de competências. Neste Agrupamento em particular há “adjuntos e lideranças intermédias com responsabilidades específicas em determinadas áreas, e coordenadores de estabelecimento com autonomia na decisão”, afirma o diretor. Posto isto, é com base numa relação de proximidade com alunos e pais dos mesmos que este diretor diz trabalhar, isto porque a sua porta está sempre aberta para resolver os demais problemas “sempre adotei uma gestão aberta e recebo, sem horas marcadas, os alunos e encarregados de educação que precisam da minha intervenção” revela.

Um futuro auspicioso E uma vez que em setembro este Agrupamento irá entrar num processo de municipalização, o diretor mostra-se expectante quanto aos projetos que tem delineados para o futuro. O primeiro passa por melhorar a informatização dos serviços, assim como implementar o livro de ponto eletrónico para os professores e por fim, mas não menos importante, conservar o alto profissionalismo no ensino e promover uma formação de qualidade e de sucesso.


ENSINO EM PORTUGAL

RECONHECIDA COMO MELHOR E MAIS CRIATIVA EDUCAÇÃO DO MÉDIO TEJO agrupamento de escolas verde-horizonte - mação Verde Horizonte é o nome do Agrupamento de Escolas do concelho de Mação que, curiosamente, foi inspirado na envolvente ambiental onde este se encontra inserido: uma enorme mancha verde.

josé antónio almeida Diretor

C

omo unidade pública de ensino, este Agrupamento é constituído por uma escola sede - Escola EB 2,3/S de Mação e três escolas básicas - Escola Básica de Cardigos, Escola Básica de Carvoeiro e Escola Básica de Mação, todas com Jardins de Infância. Com formação de 2º e 3º ciclos do ensino básico, secundário e profissional, este Agrupamento reúne perto de 800 alunos, com a particularidade de que estes provêm de vários concelhos, “e como tal a nossa responsabilidade é grande”, adianta o diretor José António Almeida. De acordo com o diretor, este Agrupamento trabalha com um modelo distinto dos restantes, uma vez que a qualidade desta unidade reflete-se num trabalho que desenvolve a sua prática tendo em conta a formação integral do ser humano onde a cultura humanista, a solidariedade, a cooperação, a partilha de saberes e experiências, bem como o desenvolvimento de competências são uma prioridade. Prova disso são os vários prémios que já recebeu quer a nível de projetos de empreendorismo e inovação, quer em termos de prémios de criatividade. Recentemente, o Verde Horizonte também recebeu um importante Prémio de Educação do Médio Tejo, tendo sido reconhecido como a melhor e mais criativa educação do concelho. Quanto ao ensino profissional, José Almeida afirma que o método pedagógico adotado é diferenciador, uma vez que possui todas as infraestruturas necessárias para que os alunos tenham a oportunidade de pôr em prática os seus conhecimentos. É o caso do Curso Profissional Técnico de Restauração, em que os formandos contam com um restaurante pedagógico na própria escola,

podendo servir almoços e jantares, assim como, adquirir experiências para posteriormente participar em eventos de gastronomia nacional e internacional. O mesmo acontece com o curso de Mecatrónica Automóvel, em que a escola, em virtude do protocolo estabelecido com a Câmara Municipal usufrui de oficina automóvel. Seguindo-se o curso de Técnico Auxiliar de Saúde, que conta com parcerias com unidades de saúde e apoio social para que estes possam estar totalmente aptos para ingressar no mercado de trabalho. Há ainda um gabinete de estética destinado aos alunos daquele curso que podem usufruir daqueles equipamentos. “Em todas as áreas temos formadores do melhor que há no mercado e isso na formação profissional é elementar”, salienta o diretor. Importa ainda referir que no próximo ano letivo, os cursos profissionais que estarão em funcionamento são na área de hotelaria, saúde e mecatrónica. José Almeida identifica um outro curso na área vocacional de ensino secundário, que incide na Estética – Cosmetologia, que visa ensinar os alunos a utilizar as melhores tecnologias e produtos nesta área de atividade. Em resposta sobre qual o método de formação mais eficaz, o diretor defende a especialização no ensino, isto é, conferir qualidade à formação e “fazer um trabalho bem feito dentro dos recursos disponíveis que temos” destaca. No caso do ensino profissional e vocacional secundário, esta Escola confere ao aluno, no final de curso, uma qualificação de nível 4, que é uma mais valia na posterior

empregabilidade. Mas o ensino regular é também enaltecido pela direção do Agrupamento, e nesta vertente José Almeida distingue que o projeto educativo da escola tem como missão preparar os alunos para as duas realidades distintas, quer seja a entrada imediata no mercado de trabalho ou na continuação de estudos. Neste contexto, o diretor frisa um projeto âncora e único no país que se designa “Aluno 100%”, que assenta em três dimensões fulcrais: assiduidade, comportamento e aproveitamento. Este projeto tem como objetivo incutir valências e bons hábitos aos alunos que, concedendo um galardão numa cerimónia pública aos que respeitarem estas dimensões a 100 por cento. Para o futuro, José Almeida ambiciona continuar com o excelente trabalho ao nível dos projetos educativos e elevar a qualidade do Agrupamento de Escolas Verde Horizonte ao mais alto nível.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

EM BUSCA DO “SUCESSO PLENO” DOS ALUNOS Agrupamento de Escolas José Relvas Seguindo o lema “Qualidade, mais do que uma exigência, um desafio”, o Agrupamento de Escolas José Relvas, inserido no concelho de Alpiarça, revela-se hoje como uma unidade de ensino dinâmica e exigente. Isabel Maria Fernandes da Silva, diretora do agrupamento, com 15 anos de experiência no cargo, revelou em entrevista à Revista Business Portugal alguns dos fatores que considera essenciais para o bom desempenho educativo.

isabel silva Diretora

Que escolas compõem o Agrupamento de Escolas José Relvas? O Agrupamento de Escolas de José Relvas é constituído por três jardins-de-infância, um com quatro salas, localizado na vila e outros dois localizados nos lugares de Frade de Baixo e Frade de Cima; Três escolas do 1º ciclo, uma inaugurada em setembro de 2011 e outra a funcionar num edifico antigo, localizadas na vila e uma escola a funcionar no lugar de Frade de Baixo e a escola sede onde são ministrados três níveis de ensino (2º, 3º ciclos e ensino secundário). Realço que o concelho de Alpiarça é constituído apenas por uma freguesia. Como descreveria a escola a potenciais alunos? Qual o lema por que se regem? O lema do nosso Agrupamento assenta no tema do Projeto Educativo: ‘Qualidade, mais do que uma Exigência, um Desafio’. Neste sentido, continuaremos a investir na excelência e na qualidade, alicerçadas na capacidade de trabalho e numa visão estratégica e empreendedora, só conseguidas com um esforço

110

coletivo e um trabalho em equipa. Um dos nossos principais objetivos assenta na melhoria dos resultados escolares dos alunos e no aumento do sucesso pleno. Para tal, na elaboração do Projeto Educativo e na revisão do Regulamento Interno foram instituídas estratégias e medidas com o objetivo de acompanhar mais os alunos e de disponibilizar-lhes mais tempo, fora da escola, para organizarem os seus estudos de forma mais eficaz. A existência de um Gabinete de Apoio ao Aluno (que acompanha os alunos referenciados pelos Diretores de Turma e/ou que apresentem problemas); os Mentores dos alunos do Ensino Secundário e do 9º ano (que ajudam os colegas mais novos e com mais dificuldades); o Projeto “Toca a Estudar” (implementado este ano letivo, pela primeira vez, e com resultados muito satisfatórios); as Aulas de Reforço Educativo, no ensino secundário (nas disciplinas sujeitas a Exames Nacionais); O facto de termos sido uma das escolas pioneiras com a oferta da língua espanhola, o que acontece já desde 2005, também tem sido um fator muito positivo. Assim, considero que a nossa escola oferece boas condições para os alunos aqui permanecerem, ou para ingressarem pela primeira vez. Foquemo-nos agora um pouco no ensino profissional e vocacional. Que cursos têm à disposição dos alunos nestas duas vertentes? No próximo ano letivo, a nossa escola propôs-se oferecer os Cursos Profissionais de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva e Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos. Ao nível dos Cursos Vocacionais temos em funcionamento um Curso do 3º Ciclo, que esgotou as vagas, no ano letivo transato.

Este ano letivo iremos oferecer, novamente, um Curso do 3º ciclo, designado: “Desporto, Informática e Agricultura: Áreas em expansão”, pois é uma oferta que continua a ter procura e a dar resposta a vários alunos. Por onde passa o futuro do Agrupamento de Escolas José Relvas? No meu ponto de vista, o futuro do Agrupamento de Escolas que dirijo passa por dar continuidade ao trabalho iniciado, e por termos sempre a capacidade de reconhecer e melhorar os aspetos menos bem conseguidos e os constrangimentos com que nos deparamos. Julgo que a forma de solucionar alguns problemas passa por colocarmos em prática algumas medidas e estratégias, nos níveis de ensino inferiores, nomeadamente logo ao nível do ensino pré-escolar, no 1º ano do 1º ciclo e manter controlada a indisciplina. Da minha parte quero continuar a ter capacidade de liderar e fazer com que todos os agentes educativos estejam abertos à mudança, que olhem para a nossa escola e para as suas práticas letivas, sempre com o sentido de que podemos melhorar, de termos a capacidade de nos auto criticarmos. Somos devedores de um passado e de um legado do nosso patrono, José Relvas, que muito nos honra. José Relvas sempre foi um Homem muito preocupado com a Educação. Democraticidade, espírito crítico, solidariedade, diferenciação positiva, empreendedorismo, inovação, criatividade, seriedade e valor do trabalho foram ideais sempre presentes na filosofia de vida de José relvas, e esta é uma parte do legado que queremos ser capazes de transmitir aos nossos alunos, apostando sempre na exigência e na qualidade do ensino.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

“Acreditamos no futuro e investimos nos alunos” colégio do bom sucesso Com quase cem anos de história, o Colégio do Bom Sucesso tem investido diariamente no futuro das jovens gerações, regendo-se pelos valores da Ordem Dominicana e mantendo-se entre as melhores escolas privadas de Lisboa.

os 15 anos.

Acima de tudo, Veritas!

ana mariz fernandes Diretora

N

a origem do Colégio está o Convento do Bom Sucesso, fundado na primeira metade do século XVII, no reinado de D. Filipe III (IV de Espanha). Estávamos por volta do ano de 1630, quando o padre irlandês Daniel O’Daly (Dominic of the Rosary) chega com a missão de fundar uma comunidade religiosa que pudesse receber os filhos dos nobres cristãos do seu país, perseguidos naquela altura pelos protestantes ingleses. A Condessa de Atalaya, com o patrocínio de O’Daley, fundou então o convento que abriu as portas para as primeiras religiosas em 1639, tornando-se no primeiro convento feminino de dominicanas irlandesas no mundo inteiro. O padre cria ainda, para os rapazes, a Comunidade do Corpo Santo. Depois de 1910, o Bom Sucesso era o único colégio interno católico em Portugal. Passou a colégio externo a partir de 1955 e recebe hoje cerca de 700 alunos diariamente, com idades compreendidas entre os 3 e

112

O lema dominicano, Veritas (A Verdade), inspira todo o trabalho dos educadores do colégio e é o princípio que norteia toda esta comunidade. Conforme nos conta Ana Mariz Fernandes, diretora do Colégio, esta verdade só se atinge com ‘transparência e responsabilidade’. “A nossa existência só faz sentido se tivermos esta noção de responsabilidade. E ela consegue-se com disciplina, sacrifício e muito trabalho que traz, mais tarde, o retorno a estes alunos”. É assente no interesse da comunidade, com a consciência ‘do outro’ acima de tudo e com uma clara abertura de espírito que o Colégio do Bom Sucesso tem cimentado o seu passado e desenvolvido a sua própria cultura, que constitui a base do futuro dos jovens aqui formados. O colégio tem sabido adaptar-se às exigências próprias de cada época histórica e social. Educação é também, segundo Ana Mariz Fernandes,

“nós, como adultos, estarmos atentos às necessidades das novas gerações e ao que estas trazem com elas; sabermos adaptar-nos e prever o que pode vir a ser a vida destes jovens”. A diretora acrescenta ainda que “nem sempre as famílias conseguem acompanhar os filhos com a proximidade que desejam e veem nesta escola a possibilidade de completar essa formação, que é, não apenas académica, mas também, e sobretudo, uma formação pessoal e espiritual”. Mantendo um olhar atento no que respeita à formação espiritual, as Irmãs Dominicanas oferecem a estes jovens o espaço necessário para conhecer, aprender e escolher o seu caminho futuro e os seus trilhos no mundo quotidiano.

Educadores e ‘coeducadores’ O Colégio do Bom Sucesso valoriza a importância específica de cada indivíduo. No intuito de viverem uma vida plenamente cristã, os alunos devem ser educados no aperfeiçoamento de todas as facetas do seu potencial: intelectual, cultural, cívico, físico, moral


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

e espiritual. “É muito importante proporcionarmos aos jovens diferentes aprendizagens e experiências a partir das quais eles possam vir a desenvolver e a aprofundar novas competências. O nosso universo não se esgota apenas no português e na matemática, que, embora sendo a base de tudo, não são um fim último”, afirma a Diretora.

alunos ao longo do ano e que conta com a presença dos pais, que chegam mesmo a participar no evento. O colégio considera ainda fundamental o papel dos pais como primeiros educadores dos seus filhos. Os professores são apenas ‘coeducadores’.

A oferta educativa do Bom Sucesso vai do pré-escolar ao 9º ano do ensino básico, estendendo-se por diversas áreas de desenvolvimento e enriquecimento curricular. Assim, durante todo o ano letivo decorrem atividades complementares; a mais recente delas, o ‘Open Day’, decorreu no passado mês de maio, num dia onde se apresentam as diversas atividades preparadas pelos

Com olhos postos no futuro, Ana Mariz Fernandes, também ex-aluna do Colégio do Bom Sucesso, deixa uma mensagem de esperança e de saber a todos os leitores da Revista Business Portugal: “Todos nos preocupamos muito com a educação dos jovens e é muito importante não nos desresponsabilizarmos dessa função; às vezes a nossa sociedade tem pouco tempo

Alegria na construção do futuro

para pensar no futuro dos jovens de hoje. A sua formação prolonga-se por quase um quarto de século e temos que ter consciência do seu futuro daqui a 25 anos e da sua forma de agir na vida. Nós, Colégio do Bom Sucesso, temos uma ideia muito concreta do testemunho que gostaríamos de legar aos jovens que conhecemos e com quem trabalhamos e desenvolvemos laços afetivos. Queremos dar-lhes as orientações e as ferramentas, para que as possam vir a usar ao longo da vida e se lembrem dos ensinamentos e lições que aqui receberam; acima de tudo, que as possam usar para serem cidadãos e pessoas que poderão fazer a diferença na sociedade e contribuir para um mundo melhor. Acreditamos no futuro e, por isso, investimos nos alunos”.

113


contabilidade, consultoria e gestão

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

114

O

s Técnicos Oficiais de Contas têm de ter uma licenciatura e estar inscritos na Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Para isso, têm de fazer a sua inscrição junto da Ordem. Contrariamente ao que se possa pensar, não basta qualquer licenciatura na área económica podia ter pleno acesso à profissão, hoje é preciso ter feito determinadas disciplinas no plano curricular da licenciatura para se aspirar a TOC, nomeadamente contabilidade analítica. Um aspirante a TOC tem ainda que fazer um exame de acesso e, em certos casos, até um estágio. Há algumas restrições ao direito de inscrição na Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, nomeadamente para quem não possua idoneidade moral ou esteja inibido ou interdito para o exercício da profissão. Um Técnico Oficial de Contas estabelece a ligação entre a fiscalidade e a empresa que representa. Não só trata das contas de uma empresa, como se certifica que estas estão de acordo com a lei e que são feitas as devidas contribuições para o Estado. Os TOC são responsáveis por tudo o que se refere à área financeira de determinada empresa, incluindo a conceção de relatórios onde são analisadas todas as questões relacionadas com contabilidade e fianças. Um TOC deve ainda ter bons conhecimentos matemáticos e legislativos, assim como interpretar e analisar corretamente os números dados por cada empresa.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL CONTABILIDADE, CONSULTORIA E GESTÃO

A SERIEDADE DO TRABALHO ALIADO AO MELHOR PREÇO EVIDÊNCIAS REAIS – CONTABILIDADE, FISCALIDADE E CONSULTORIA, LDA Na Evidências Reais não fazemos preços com base no que as pessoas ganham, por isso é que, muitas vezes, os nossos clientes ficam surpreendidos com o valor dos nossos serviços. Acho que ainda há algumas pessoas que não se mentalizaram que o mercado mudou e, na minha opinião, mudou para melhor! Afirma Pedro Morais, um dos donos da Evidências Reais – Contabilidade, Fiscalidade e Consultoria, Lda.

António e pedro morais Administradores

Como surgiu a empresa Evidências Reais? O meu pai é contabilista e eu, seguindo as suas pisadas, abri um pequeno gabinete no Estoril com um funcionário apenas. Por uma questão de espaço e oportunidade viemos para Cascais e coincidiu com o facto de eu adquirir uma carteira de clientes. Hoje a Evidências Reais tem dois escritórios: um em Alcabideche que é do meu pai que trabalha com três pessoas e este em Cascais que é meu. Quantas pessoas compõem a equipa? Neste momento somos cinco pessoas: dois Técnicos Oficiais de Contas (T.O.C.), uma pessoa nos recursos humanos, um Técnico de contabilidade e uma rececionista. A nova geração de T.O.C`s veio, de alguma forma,

dinamizar a oferta? Acho que as segundas gerações como cresceram a acompanhar os negócios dos pais, rapidamente se apercebem de quais são as suas lacunas e quando tomam conta da empresa já têm outra visão e perspetiva para fazer o negócio crescer. Por exemplo, quando digo ao meu pai que tenho parcerias com empresas de higiene e segurança no trabalho ou de um designer de marketing ele questiona se sobre os benefícios que me podem trazer. Nota alterações de comportamento dos nossos empresários em relação à contabilidade e fiscalidade? As mentalidades já começaram a mudar. As pessoas, dada a carga fiscal e o âmbito dos impostos demandam que sejamos criativos e, ao mesmo tempo, percebem que somos uma alavanca forte para os ajudar a manter a contabilidade em dia sem ultrapassar os prazos legais. Que tipo de clientes procura a Evidências Reais? Todo o tipo de clientes nacionais e estrangeiros e de todos os segmentos. Dos clientes estrangeiros

representamos cerca de 50 cidadãos chineses e tenho alguns clientes angolanos. Os clientes dirigem-se ao seu escritório só por causa da contabilidade? Não só por causa da contabilidade, mas também por causa da consultoria. Temos clientes que nos procuram para ter aconselhamento, por exemplo, se é vantajoso pedir um empréstimo ou avançar num negócio com capitais próprios. Muitos dos clientes que vêm pedir aconselhamento antes de abrirem a sua empresa são jovens. Considera que as alterações ao sistema fiscal português, nos últimos anos, foram benéficas? As alterações são sempre complicadas, mesmo para os profissionais mais jovens. Quando estudava estava a fazer-se a passagem de P.O.C. (Plano Oficial de Contabilidade) para S.N.C. (Sistema de Normalização Contabilística), pelo que aprendi ainda nas duas versões, esta foi uma das alterações implementadas para nos tornarmos um pouco mais europeus. Eu não tive qualquer dificuldade, mas para quem tinha 10 e 20 anos de trabalho, essa alteração foi muito complicada. Quais são os seus planos para o futuro? Num futuro muito próximo vamos mudar para outras instalações, com cerca de 400m²; vou aumentar a equipa de cinco para seis pessoas e vamos passar a ter ofertas, para os nossos clientes, no ramo dos seguros. O futuro também passará eventualmente por abrir um escritório em Angola.

115


REVISTA BUSINESS PORTUGAL CONTABILIDADE, CONSULTORIA E GESTÃO

Serviço de excelência com elevado valor acrescentado best account A Best Account é uma empresa que surgiu em Abril de 2013, com sede em Lisboa, especializada na prestação de serviços de contabilidade e gestão de empresas. Os profissionais possuem uma vasta e reconhecida experiência nas áreas da Contabilidade e da Gestão Financeira. Vítor Patrício, administrador da empresa, revela que a Best Account presta um serviço diferenciador no apoio de gestão às Empresas.

Qual a missão e quais os valores que estão na base da Best Account? A empresa tem como missão proporcionar um serviço de excelência com elevado valor acrescentado, garantindo profissionalismo, competência, credibilidade, confidencialidade e responsabilidade, onde o objetivo é merecer a confiança dos clientes, fornecedores e colaboradores. No que diz respeito aos valores, a Best Account rege-se pela integridade, confidencialidade, excelência e especialização, tendo como finalidade a prestação do melhor serviço junto do cliente.

tem de ter acima de tudo o espirito de pro atividade para fazer com que nos antecipemos nas informações a prestar ao cliente bem como encontrar as soluções mais adequadas em cada caso para que dentro da lei o Cliente venha a obter alguma mais-valia. É igualmente necessário que o TOC tendo em conta as alterações constantes do sistema fiscal, transmita ao cliente a forma de como proceder à gestão do dia a dia das empresas para ir ao encontro do que essas alterações obrigam, em resumo, é obrigação do Gabinete de Contabilidade educar o cliente no que à contabilidade diz respeito. É necessário que se perceba de uma vez por todas a importância que a contabilidade tem numa empresa, pois tem de deixar de ser vista como um mal necessário, para ser vista como elemento essencial na vida de uma empresa, não só para não cair de alguma forma em ilegalidades, mas também pelo facto de que a forma de como é lançada a contabilidade poder ser determinante na concessão de crédito junto das instituições bancárias.

Globalmente e tendo em conta a atual reforma do sistema fiscal, qual é no seu entender o papel do Técnico Oficial de Contas (TOC) e dos gabinetes de contabilidade? O Técnico Oficial de Contas (TOC), no nosso entender e tendo por base a estrutura da Best Account, tem como principais tarefas a supervisão dos lançamentos contabilísticos feitos pelos técnicos de contabilidade e

O atual sistema fiscal está adequado à realidade das empresas portuguesas? O sistema fiscal a tual em Portugal é penalizador para as empresas no que concerne ao investimento, criando efeitos negativos por desincentivar a iniciativa empresarial e que consequentemente traz menores receitas fiscais. As alterações verificadas em 2014 no IRC vieram de alguma forma permitir o aumento da competitividade e

Vítor patrício (ao centro) e restante equipa Administrador

116

a atracção ao investimento, no entanto ainda existe a TSU, que é igualmente um elemento inibidor na criação de mais e melhor emprego. Finalizando e voltando à realidade da Best Account, afirmam prestar um serviço diferenciador assente na qualidade. Quais os serviços que vos distinguem? A Best Account, tem uma relação de grande proximidade junto dos seus clientes, pretende-se um relacionamento com base na confiança, em que possamos ser uma mais valia na área da gestão, para isso, enviamos uma demonstração de resultados mensal, efe tuamos reuniões trimestrais para análise económica/financeira, e nos meses de novembro apresentamos previsões de fecho, para por exemplo, o cliente possa decidir se deverá ou não avançar para um determinado investimento. Existe também grande preocupação havendo inclusive um compromisso com o cliente da entrega da declaração do IVA com sete dias de antecedência do prazo legal para que possa assim gerir melhor a sua tesouraria. É nosso objetivo criar um cartão cliente para poder aumentar as sinergias entre todos os clientes, por forma a poderem fazer negócios entre eles. Estamos em fase de crescimento que queremos que seja sustentado, para isso, trabalhamos todos os dias para sermos melhores, com uma equipa jovem mas altamente qualificada e profissional.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL CONTABILIDADE, CONSULTORIA E GESTÃO

Vasta experiência em consultadoria fiscal e internacional orotam A Orotam é uma empresa sedeada em Lisboa e que tem como objetivo conceder às empresas todos os serviços no desenvolvimento e implementação de soluções e essencialmente transformar o conhecimento em valor, visando o benefício dos seus clientes e pessoas. A sua grande aposta é o desenvolvimento das empresas tendo em conta a vasta experiência de Luísa Magalhães.

luísa magalhães Diretora Financeira e Administradora

“A

nossa empresa está no mercado há mais de 20 anos e deriva da vasta experiência que adquiri nos vários países onde trabalhei. Começamos por fazer um trabalho mais vulgar, que consistia em ir ao cliente recolher a sua documentação mensalmente”, começa por nos contar Luísa Magalhães, diretora financeira e administradora da Orotam. Direcionado para empresas multinacionais e para as sucursais sendo este é o nosso leque mais abrangente da empresa, a Orotam oferece aos seus clientes uma panóplia de serviços adequada às suas necessidades.

Especialista na área de fiscalidade nacional e internacional, com várias formações e muita experiência na área, Luísa Magalhães trabalha essencialmente para os grupos estrangeiros fazendo dupla contabilidade, bilingue, sendo estas características que distinguem os seus serviços.

Sobre a autoridade tributária admite que “deveria ser uma figura idónea e de bem e que funciona em favor do partido político que estiver no poder, é um controlo online e em termos informáticos somos um dos países mais avançados, com informação detalhada e de fácil acesso”, explicando que apesar das dificuldades,

“Os nossos serviços passam pela Contabilidade de Gestão, Contabilidade Financeira, Processamento de salários, Processamento contabilístico, Impostos, Aconselhamento Fiscal e tudo o que uma empresa necessita. A nossa maior preocupação é o cliente estar satisfeito e é isso que sempre acontece”, enaltece Luísa Magalhães. “Sempre trabalhei muito com grupos estrangeiros, como o Grupo Sony e Warner, e daí ter trazido esse know-how para esta empresa. Trabalhei cinco anos na Finlândia e nos Estados Unidos o que me ajudou a adquirir mais experiência”, salientando e reformando o porquê de ser uma das maiores profissionais da área. A grande aposta da Orotam, sendo que têm sempre projetos novos e sendo a empresária também formadora certificada, é transmitir os seus vastos conhecimentos às empresas e dar essa formação. “Lançamos cursos dirigidos aos administradores das empresas porque hoje em dia é fundamental, tal como em qualquer outro país, ministrar essa formação, formar os empresários antes de abrirem uma empresa. Têm que perceber e ter uma noção dos custos, da documentação que têm que entregar e das suas responsabilidades. Têm que saber o que fazer no momento de investir”, frisa Luísa Magalhães.

Portugal é um pais pautado pela capacidade de inovação faltando-nos apenas conhecimento e formação sendo duas variáveis fundamentais. “O orçamento e o planeamento fiscal não é feito em Portugal e é esse o nosso principal problema bem como o empreendedorismo mal direcionado. Hoje em dia um TOC tem que estar sempre em constante formação porque as leis e normas estão sempre em constante atualização. É essencial transmitirmos isso aos nossos clientes”, revela. Questionada sobre as pessoas procurarem, hoje em dia, aconselhamento antes de abrirem um negócio, assume que “cada vez mais o fazem e o problema foi não o terem feito anteriormente levando muitas empresas a fechar”. Sobre perspetivas de futuro assume que não poderiam ser melhores sendo que a grande aposta continuará a ser o aconselhamento e formação de empresários para que estes possam racionar custos e terem todas as noções de gestão básicas, com vista à maximização do lucro, rendibilidade do investimento e competitividade.

117


REVISTA BUSINESS PORTUGAL CONTABILIDADE, CONSULTORIA E GESTÃO

Experiência e rigor culminam em empresa de excelência simões & santos Simões & Santos - Contabilidade e Assistência Fiscal, Lda. é uma empresa familiar situada em Oeiras e que existe desde 1980. Jorge Simões foi o único dos três filhos de Arménio Simões, fundador da empresa, que seguiu a área e se juntou ao seu pai na atividade do gabinete.

jorge simões Técnico Oficial de Contas

“A

Simões & Santos existe há mais de 30 anos. Começou com o meu pai, somos três irmãos mas fui o único que optei por esta área. A minha formação base é Contabilidade, tendo posteriormente feito pós graduações em Fiscalidade e em Tributação Internacional, entre outras. Neste ramo não podemos ficar parados e necessitamos de estar em constante formação”, começa por nos contar Jorge Simões, acrescentando que a Ordem dos Técnicos Oficial de Contas tem critérios de formação obrigatórios. Questionado sobre quais são as principais diferenças que encontra na área desde que se iniciou e até aos dias de hoje, revela que é o excesso de burocracia e a constante atualização e inserção de novas regras e leis, que condiciona o serviço que presta aos seus clientes. “Na contabilidade hoje em dia, por um lado, temos uma série de trabalho que nos desafia mas não é a

118

contabilidade que era há 20 anos onde bastava um livro com duas colunas. Hoje é muito mais do que isso. Mesmo para as empresas mais pequenas, que são o

responsabilidades não apenas para os empresários, mas também para a sociedade como um todo. “Temos o papel de educar os nossos clientes e fazê-

nosso mercado, em termos de burocracia são tratadas como empresas internacionais de grande escala o que não se compreende”, afirma Jorge Simões. Hoje, um TOC, no entender do empresário, tem que estar cada vez mais e melhor informado, consequência em grande parte da falta de estabilidade fiscal e legislativa. “Perdemos muito tempo, em que podíamos estar a apoiar as empresas e a educar os nossos clientes. Perdemos muito tempo a ler novas leis e normas. Em termos de legislação fiscal, nós durante o ano enviamos a mesma informação quatro ou cinco vezes em alturas diferentes e para vários organismos. Essa informação, centralizada, podia ser cruzada para extrair o necessário e assim a burocracia não seria tão excessiva”, explica afirmando que era mais simples para os contabilistas se os empresários tivessem uma formação de base. “Existem países que exigem formação para abrir um negócio e é um requisito base. Isso não acontecendo, existe a cultura que as empresas existem para fugir ao fisco e darem prejuízo. Quando uma empresa dá prejuízo, não pode funcionar. Não há educação fiscal, por falta dessa formação e porque não nos é incutida desde cedo”, reivindica. Para tal, Jorge Simões acredita que é essencial que empresários não pensem em si e na empresa como sendo a mesma coisa. As empresas devem ter

los sentir as suas responsabilidades. É necessário cada vez mais implementar a visão de que antes de formar um negócio, as pessoas devem pedir informações e o aconselhamento é fundamental”, frisa o empresário enaltecendo que o sucesso de uma empresa é muitas vezes ditado por um prévio planeamento estabelecido por um TOC. “A Inglaterra e os países nórdicos, por exemplo, têm outra cultura neste ramo, nós os latinos ainda não somos suficientemente rigorosos. Apesar disso, acredito que o mercado esta a andar e que com mais ou menos dificuldades, não vamos bater no fundo. O Estado tem todo o interesse que as empresas cresçam. Nós, os contabilistas precisamos delas e elas de nós”. Para o futuro, Jorge Simões acredita que devido aos gastos fixos elevados que um gabinete comporta, passará por agrupar sinergias e agrupar vários gabinetes e Toc´s num espaço só. “Seria perfeitamente razoável se esta situação viesse a verificar-se”, acredita Jorge Simões. “Quanto melhores condições tivermos para oferecer aos nossos clientes e quanto melhor as suas empresas estiverem, melhor para nós também. É no trabalho que desempenhamos que nos conseguimos distinguir”, finaliza.


Portugal

Moçambique

VIP GRAND

VIP GRAND

LISBOA HOTEL & SPA | Lisboa

MAPUTO | Maputo

VIP EXECUTIVE

VIP EXECUTIVE

ART’S HOTEL | Lisboa

TETE | Tete

Avenida 5 de Outubro nº197 · 1050-054 Lisboa - Portugal Tel. +351 210 435 000 · Fax. +351 210 435 005 sales@viphotels.com

AZORES HOTEL | Ponta Delgada DIPLOMÁTICO HOTEL | Lisboa

VIP EXECUTIVE SUÍTES

ÉDEN APARTHOTEL | Lisboa

MAPUTO | Maputo

SALDANHA HOTEL | Lisboa SANTA IRIA HOTEL | Santa Iria da Azóia

VIP INN

MARQUÊS APARTHOTEL | Lisboa

BEIRA | Beira

VILLA RICA HOTEL | Lisboa ZURIQUE HOTEL | Lisboa VIP INN BERNA HOTEL | Lisboa MIRAMONTE HOTEL | Sintra

PONTA DELGADA

LISBOA SINTRA

TETE BEIRA MAPUTO


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL ALGARVE

A maior Cidade de Areia do mundo está no Algarve Fiesa O Festival Internacional de Esculturas em Areia (FIESA) está mais um ano instalado em Pêra, no Algarve. Até 20 de outubro pode visitar o local, que retrata através da arte na areia a música. Nas esculturas estão representadas ao pormenor os vários estilos musicais e os ícones mais conhecidos do panorama musical português e internacional.

A

alper alagoz Diretor

120

primeira edição do FIESA aconteceu em 2003, este ano, o festival anual começou em março e vai agora na 13ª edição. O tema é a música onde são apresentadas cerca de cem cenas em areia que retratam, de forma criativa, músicos, instrumentos e culturas musicais de várias partes do mundo. A construção do FIESA envolve um grande esforço distribuído por dezenas de escultores e técnicos. O diretor do evento Alper Alagoz revela que “inicialmente foi uma aventura total”, mas o balanço da primeira edição foi muito positivo e a partir desse ano os apoios de várias entidades garantiram o sucesso ao longo dos últimos 13 anos. O FIESA é já considerada “a maior exposição de escultura em areia já construída” em todo o mundo, refere o diretor. O trabalho de construção está “concentrado nas duas semanas que antecedem a abertura, é uma altura muita intensa”, revela Alper Alagoz. A manutenção das esculturas está


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL ALGARVE a cargo de uma equipa de escultores, o diretor do evento explica que a areia da região “é boa, mas não é areia de praia, essa não resulta, a que utilizamos dá para trabalhar molhada e depois de seca com o sol fica como pedra”, permitindo que o evento esteja aberto ao público durante sete meses. A organização revela que “o festival é edificado por um conjunto de escultores, de várias nacionalidades, que exploram diversas técnicas de esculpir em areia, produzindo peças originais que se destacam pela magnitude, pela técnica e pela estética”. Instalado numa área de construção de 15.000m2,, o FIESA apresenta esculturas que chegam a atingir 12 metros de altura mostrando com grande detalhe e de forma criativa músicos, instrumentos e diferentes géneros musicais provenientes de várias partes do mundo. O pop, o rock, a dança e até o circo estão representados no FIESA, as peças esculpidas são acompanhadas de textos explicativos. Alper Alagoz revela que a altura ideal para visitar a exposição é ao final do dia porque “à noite as esculturas são iluminadas por jogos de luzes e sons que dão um ambiente e uma atmosfera especial”. A organização descreve a escultura em areia, lembrando a fragilidade e a temporalidade que lhe são inerentes e que fazem da escultura em areia uma forma de arte invulgar. “É uma nova forma de expressão e de intervenção artística que comunica diretamente com todos os tipos de público, de todas as idades e nacionalidades. Uma escultura de areia é uma

construção feita unicamente de areia e água. Misturando adequadamente esses dois elementos, pode ser criada praticamente de qualquer forma. Além do tradicional castelo de areia, é também possível construir diversas formas arquitectónicas, como figuras, objectos, pessoas ou animais. Contudo, muitos artistas dizem que aquilo que esculpem nem sempre é pré-definido, pois a areia empilhada pode sugerir uma nova forma, ou uma nova figura”, ressalva a direção do FIESA. A edição deste ano começou a 20 de março e termina a 20 de outubro. A organização revela que o Algarve tem as condições atmosféricas ideais, possibilitando o prolongamento do festival, uma vez que os turistas ficam até mais tarde na região. O FIESA abre portas todos os dias às dez da manhã, até ao dia 15 de setembro encerra à meia-noite, depois passa a encerrar às 22 horas. No próximo ano, o FIESA vai apresentar muitas novidades que começam com a mudança de espaço para um local mais acessível, mais espaçoso, proporcionando uma nova experiência ao público. O diretor Alper Alagoz revela que “vão passar a juntar no mesmo espaço dois a três temas. Para o ano vai ser tudo novo, o tema poderá estar relacionado com o Património de Portugal”. Para já a nova localização não foi revelada, mas vai ser mais perto da Estrada Nacional 125 possibilitando uma maior proximidade à zona costeira. Este ano, o FIESA encontra-se localizado no Algarve, na estrada E524, entre Pêra e Algoz.

121


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL FIGUEIRA DA FOZ

Em prol do seu clube do coração núcleo sportinguista do concelho da figueira da foz Sportinguista de alma e coração, Arlindo Ribeiro é o presidente do Núcleo Sportinguista da Figueira da Foz. Sócio fundador e sócio número um do núcleo, é natural de Vila Nova de Foz Côa e mudou-se para a Figueira há mais de 30 anos. Habituado a grandes êxitos em tudo o que se envolve, Arlindo Ribeiro acredita que assumir a presidência do núcleo desde a primeira hora é um “trabalho duro, de muita dedicação mas que se traduz essencialmente em muita satisfação”. fonte de receita. Para além de uma sala de sócios, onde as pessoas podem conviver, temos também e é a minha filosofia em termos de Núcleo, é que temos que representar o Sporting da melhor maneira possível e é isso que tem acontecido ao longo dos tempos e principalmente este ano em que cerca de 250 refeições foram oferecidas a atletas do Sporting”. O Núcleo, conta Arlindo Ribeiro, ofereceu 5.500 euros para a construção do pavilhão e mais 2.500 euros para segurar um jogador que estava em risco de ir para o Benfica sendo que é esta a colaboração que o líder sportinguista da Figueira da Foz entende que deve ser dada ao clube e admite que Sporting sabe que pode contar com o Núcleo independentemente dos seus presidentes.

Grandes projetos desenvolvidos e de futuro

arlindo ribeiro Presidente

Surgimento de um Núcleo de referência O núcleo existe há cerca de 20 anos e o que levou Arlindo Ribeiro a dedicar-se a esta missão, como o próprio descreve, foi essencialmente o amor ao clube. “Como tenho dito muitas vezes, sou um sportinguista do norte e quando vim para a Figueira da Foz as pessoas aperceberam-se que eu era sportinguista convidaramme para entrar no núcleo, aceitei e desde aí procuramos fazer um trabalho que vangloriasse o Sporting. Houve

122

uma altura em que fui presidente da Assembleia Geral, as coisas não correram bem e voltei a ser presidente da direção”, explica. Habituado a grandes êxitos na sua vida e em tudo o que se envolve, Arlindo Ribeiro acredita o seu trabalho no Núcleo não podia ser diferente e fala-nos sobre os serviços que este oferece a quem o procura sendo que o edifício é propriedade do Núcleo. “O restaurante é propriedade do Núcleo e é a sua

Sportinguista por convicção, acredita que quando o trabalho desenvolvido é feito com dedicação, tanto o Núcleo como a equipa, obtêm bons resultados e enumera alguns dos grandes projetos que foram desenvolvidos e os que estão ainda por desenvolver. “O primeiro grande projeto desde que estou à frente do Núcleo foi comprar as instalações onde se encontramos, são nossas e somos nós que as administramos e gerimos conforme achamos que é melhor. Ora, se o Núcleo tem instalações próprias, o Sporting deve olhar para as mesmas como sua propriedade também e deve zelar no futuro pelo bem do núcleo porque se um dia, acaba, e como o edíficio foi comprado com muito esforço e dedicação, naturalmente passará para o Sporting conforme está nos estatutos”, acrescentando que para si “este é um trabalho que não tem preço porque não o faço por mim e quem o fez para si próprio, foi excluído e o Sporting é uma instituição que deve ser respeitada a todos os níveis, a nível do Governo, nos mais diversos âmbitos como a nível da formação. Por exemplo, a seleção tem vários jogadores do Sporting e o país tem obrigação de valorizar o Sporting”. Para Arlindo Ribeiro é necessário que a atual direção


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL FIGUEIRA DA FOZ

do Sporting, que no seu entender está a fazer um bom trabalho neste sentido, exija o máximo de respeito aos governantes e o seu grande objetivo enquando presidente do núcleo é que isso aconteça e colaborar no máximo para que o país aposte em jogadores portugueses e na formação não necessitando de jogadores estrangeiros e desses valores irem para os países de origem.

As maiores dificuldades e conquistas As maiores dificuldades que Arlindo Ribeiro enfrentou desde que é líder do Núcleo Sportinguista da Figueira da Foz foram internas, como o próprio assume. Sportinguistas que nada fizeram pelo clube, pelo contrário e que “mostraram não ter personalidade nem caráter”. “Muitas vezes tentaram denegrir o trabalho que foi e está a ser feito quando todos os núcleos se reveem no desenvolvimento do mesmo. Se o Sporting tiver mais núcleos como este pelo país, será mais forte”, acredita. Na zona onde se encontra o restaurante existia uma rotunda onde haviam acidentes praticamente todos os dias e estava dentro do plano de urbanização da autarquia. “Pagamos os direitos por este espaço por 5 mil euros por ano, a cidade lucra, a câmara lucra e todos nós lucramos. A Figueira da Foz precisa deste Núcleo

porque representamos a cidade a nível nacional e internacional. Entre Rio Maior e Aveiro, essa faxa central, é maioritariemente sportinguista e reveem-se aqui como se estivessem em Lisboa e este núcleo tem ainda a vantagem de estar no centro do país e acolher as pessoas que fazem a viagem de Lisboa para a Porto ou do Porto para Lisboa. Aqui, sentem-se em casa, são bem servidas e contribuem para o desenvolvimento do concelho. Todos os sportinguistas conhecem este núcleo e a sua realidade. Estamos aqui para servir os outros”.

Balanço positivo e vontade de fazer mais O balanço é extremamente positivo e Arlindo Ribeiro está muito satisfeito com o trabalho que tem vindo a

desenvolver e acredita que daqui para a frente vai surgir uma nova etapa que os levará adiante. “O futuro a Deus pertence mas temos muitos projetos. O primeiro projeto foi pagarmos tudo o que tínhamos para pagar e está feito. Daqui para a frente vamos ver se os sportinguistas e os portugueses colaboram para fazermos o que entendermos que seja melhor, sempre tudo estudado ao pormenor e com sustentabilidade. Toda a gente que aqui trabalha, ganha e queremos transmitir a melhor imagem possível do clube, sempre com muita seriedade, bom senso, rigor e dedicação”. Questionado sobre o que o Sporting é para si, assume que “o clube representa muito para mim e não fico satisfeito quando perde. Sinto as derrotas e ainda pior quando são injustas e a verdade é derturpada. É uma forma de vida”, finaliza.

123


REVISTA BUSINESS PORTUGAL EM DESTAQUE

Simplicidade sustentada e criativa tal simplicidade! Sendo uma das maiores gráficas nacionais, a Tal Simplicidade! é uma empresa sólida que nasceu da vontade de conquistar de forma clara o mercado nacional e, posteriormente, alguns mercados internacionais das artes gráficas. Sediada em Santo Tirso, a Tal Simplicidade! é hoje uma empresa sólida, apesar de ser um projeto recente, como começa por nos contar António Lobato, recente diretor geral da Tal Simplicidade!

António lobato e sérgio santos Diretor Geral e Responsável pela gráfica de Santo Tirso

A

Tal Simplicidade! é um projeto recente e nasceu numa vertente de trabalhos gráficos impressos em rotativa de grandes quantidades, “estamos a falar em folhetos, por exemplo, de hipermercados, cerca de 100 mil, 200 mil, meio milhão”, explica-nos o nosso interlocutor. Desse processo, em que os trabalhos eram realizados maioritariamente em Espanha, nasceu a necessidade de produzir trabalhos de quantidade inferior e com determinada qualidade, explica António Lobato. “Posteriormente, foi adquirida uma empresa aqui em Portugal onde se aproveitou todo o knowhow e tecnologia instalada, aproveitando o pessoal especializado com cerca de 15 anos de experiência no ramo do offset folha a folha, e onde acrescentamos o conhecimento que tínhamos na parte das rotativas”,

124

refere António Lobato que, desta forma, conseguiu abranger um mercado maior e oferecer aos seus clientes qualquer tipo de trabalho gráfico, seja comercial, marketing, revistas, brochuras, catálogos, entre outros. “Não temos limites em termos de produção gráfica e temos todos os formatos, o que é muito importante por causa das quantidades e dos tipos de trabalhos, desde 35x50 cm, 50x70 cm, 70x100 cm aliados as rotativas em bobine”, frisa Sérgio Santos, responsável pela gráfica de Santo Tirso. A qualidade, no entender do diretor geral, está institucionalizada e enraízada na empresa, relembrando que, hoje em dia, se tornou um bem adquirido, sendo o reflexo de uma equipa dinâmica e experiente. “Temos grandes clientes, com várias vertentes, tanto em trabalhos offset, como rotativa. Um cliente que se dirija

às nossas instalações já sabe à priori que pode contar com um trabalho e um serviço de qualidade”. Um dos problemas das artes gráficas, refere António Lobato, é que para qualquer investimento neste setor são necessários valores bastante elevados. “Para conseguirmos acompanhar a nível tecnológico toda a evolução que tem surgido nesta área é preciso uma grande ginástica financeira, no entanto as máquinas, com manutenção e cuidado, duram vários anos”, enaltece. Para além de toda a impressão e produção gráfica, caso seja necessário, a Tal Simplicidade! trata de todo o design necessário, sendo uma mais valia para os seus clientes. “Trabalhamos em duas vertentes, trabalhamos com agências de publicidade que nos fornecem o design desejado pelo cliente ou o próprio nos envia, mas estamos igualmente preparados para os ajudar em qualquer alteração ou manutenção de design”. Neste momento, António Lobato como diretor geral executivo admite querer consolidar a empresa, fruto de um crescimento interno, contratando mais pessoal especializado, de maneira a criar três turnos de produção e permitindo assim fortalecer a aposta na internacionalização, sendo que atualmente a empresa emprega vários trabalhadores divididos nas suas duas fábricas, na Maia e em Santo Tirso. “Atualmente, atuamos no mercado nacional e internacional, principalmente em Espanha, mas um dos objetivos prende-se com a internacionalização, apostando em África e em França, crescendo de forma sustentada, e com decisões estudadas como sempre o fizemos até aqui”, finalizam. A Tal Simplicidade! disponibiliza todos os seus contactos em www.talsimplicidade.pt


125


126

www.ibase.pt

Configuramos o seu negócio

Software Jurídico

Agente Execução Execução

Administrador Judicial Insolvência

Advocacia Gestão dos processos de clientes Processo de dívida

Leiloeiras / Encarregados de Venda Vendas de bens

Fluxo de Gestão Processual

REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.