Revista Business Portugal | Maio '14

Page 1





REVISTA BUSINESS PORTUGAL EDITORIAL

Editorial

FICHA TÉCNICA Diretor Fernando Silva

EDITORA Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt)

REDAÇÃO Catarina Carvalho (catarina.carvalho@revistabusinessportugal.pt) Cátia Fernandes (catia.fernandes@revistabusinessportugal.pt) Mariana Agria (mariana.agria@revistabusinessportugal.pt) Andreia Lobo Balolas Carvalho Marta Caeiro Sara Freixo

A hora da mudança Por Fernando Silva

Uma mudança é sempre bem-vinda. Às vezes, as mudanças são necessárias mas, outras vezes, mudamos apenas pelo prazer de mudar. A Revista Business Portugal conta já com 28 edições (e mais alguns especiais) e ao longo deste nosso percurso mudamos o nosso layout, tornamo-nos mais frescos, mais simples, mais atrativos, sempre com o propósito de fazer com que a leitura dos nossos artigos fossem cada vez mais um prazer para si, leitor. E passadas 28 edições, é chegada a altura de uma outra mudança na sua revista, que é também nossa. Queremos ir mais além, queremos chegar além fronteiras e continuar a mostrar o que de melhor se faz em Portugal... lá fora. Ambicionamos mais, por si, por nós, pelo país. E é por isso que, a partir de agora, somos a REVISTA BUSINESS PORTUGAL. Com esta mudança pretendemos fazer crescer o nosso público e as nossas parcerias, de modo a que Portugal possa estar em todo o lado, através das nossas páginas. Continuaremos a mostrar-lhe o que de melhor se faz em Portugal… com a vantagem de fazê-lo também fora de portas. Convido-o a continuar a acompanhar-nos nesta viagem. Seja bem-vindo ao grupo da REVISTA BUSINESS PORTUGAL.

(redacao@revistabusinessportugal.pt)

PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN Tiago Rodrigues (tiago.rodrigues@revistabusinessportugal.pt)

SECRETARIADO Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt)

edição de maio 08 - A1V2

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO Fernando Lopes Filipe Amorim Isabel Brandão Luís Silva Manuel Fernando Nuno Ferraria Paulo Padilha Pedro Paninho Sofia Silva

EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2 4400-134 - Mafamude (geral@revistabusinessportugal.pt)

CONTACTOS Tlf: 223 754 806 (Geral) Tlf: 224 109 098 (Redação)

DISTRIBUIÇÃO Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID Impressão: Lidergraf Sustainable Printing Depósito Legal: 374969/14 Edição de maio

04- Município de águeda CONCELHO DE TORRES NOVAS

SANTAS CASAS DA MISERICÓRDIA

MUNUCÍPIOS EM DESTAQUE

REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

28 - A opinião de Paulo Vasconcelos 34 - Fialho e Ferro 36 - Sociedade Agrícola Alveirão 48 - Município de Coruche 54 - Município de Guimarães 57 - Município de Ponte de Lima

76 - SCM de Figueiró dos Vinhos 78 - SCM de Golegã 80 - Centro Social do Orvalho 92 - Quaternaire Portugal 94 - Topa & Companhia 96 - Plano Opus


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL ÁGUEDA

Quando o esforço e dedicação são recompensados Município de águeda A Câmara Municipal de Águeda foi, uma vez mais, galardoada graças à sua dedicação em prol de ser um município exemplo e de excelência. A propósito da menção honrosa que receberam nos Prémios Kaisen Lean 2013, aos quais se candidataram mais de 80 empresas, falamos com Gil Nadais, presidente do Município.

gil nadais Presidente

Depois de “Autarquia + Familiarmente Responsável” e dos “Óscares Verdes” recebem a distinção no âmbito do “Prémio Kaizen Lean 2013”, sob a prática da melhoria contínua como fonte geradora de inovação e competitividade, na categoria de “Excelência na Qualidade”. Qual o sentimento que este prémio traz ao Executivo e a toda a cidade? É um sentimento de orgulho e simultaneamente de responsabilidade acrescida. Importa, desde já, referir que este prémio representa para os nossos

6

colaboradores uma recompensa pelo esforço realizado para o cumprimento da meta que nos propusemos a alcançar. Sem eles não seria possível atingirmos os objetivos do projeto, mas também sabemos que sem liderança este tipo de processos não existiria. A melhoria contínua é um processo constante, que tem de ser entranhado numa organização e assumido por todos de forma automática. Sem isso nunca poderemos atingir os níveis de qualidade que considero, no fundo, serem uma obrigação da Administração Pública. Ainda não atingimos o nível de excelência que

queremos, sabemos que ainda temos algumas áreas onde precisamos investir mais horas de trabalho, de sensibilização e interiorização dos princípios básicos da melhoria continua. Sempre tivemos a certeza de que este tipo de ações de melhoria daria trabalho, mas acreditamos ser possível e não desistimos, até porque este processo tem um princípio mas não tem um final. É uma ação permanente e contínua. O impacto do prémio está direcionado, não só para a cidade, mas sim para todos os cidadãos e empresas.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL ÁGUEDA

Quando começamos este processo de mudança tivemos muitos ‘Velhos do Restelo’, que não acreditavam e vaticinavam o insucesso. Tem sido desenvolvido ao longo de oito anos e já podemos, desde há alguns anos, aferir resultados e, sem falsa modéstia, estamos satisfeitos, mas não acomodados. É estimulante receber visitas técnicas de outros municípios e apercebermo-nos de que, na maioria dos casos, Águeda marca a diferença e esta muito avançada em relação à média nacional. Esta realidade constitui um motor para a dinamização de todos os intervenientes, desde os colaboradores aos decisores políticos. Foi com muita satisfação que recebemos esta menção honrosa, uma vez que foi reconhecido o nosso esforço e confirmou que estamos no caminho certo. Não nos queremos comparar com as grandes empresas que concorreram na mesma categoria, mas estamos satisfeitos por saber que podemos continuar no caminho já iniciado, porque decerto obteremos os resultados esperados. No que consiste especificamente este prémio? A metodologia KAIZEN LEAN, de origem japonesa, visa a prática da melhoria contínua de uma forma sustentada, tendo como objetivo a excelência operacional através da: melhoria da qualidade dos produtos e serviços; aumento da produtividade e da motivação dos colaboradores; eliminação de desperdícios; redução de tempos de processamento; e, otimização de equipamentos. Este prémio tem como objetivo destacar as organizações como exemplos de boas práticas, motivar as equipas internas para o esforço de melhoria, motivar as lideranças para suportar e dinamizar o esforço de melhoria contínua. No nosso caso, candidatamo-nos à categoria “Excelência na Qualidade”, direcionada a projetos bem definidos e evidência de resultados ao nível de reclamações, problemas de qualidade, melhoria do serviço ao cliente, etc. Curiosamente, a Câmara Municipal de Águeda, não aplicou uma ferramenta KAIZEN LEAN específica. No entanto, as práticas implementadas nos nossos serviços vão ao encontro dos princípios desta metodologia, no que respeita à melhoria contínua na perspetiva da dar uma melhor resposta, ter serviços mais eficientes, reduzindo custos e aumentando a capacidade de resposta. É claro que não quer dizer que a consideremos menos adequada às nossas necessidades e à nossa realidade. Apenas adotamos outro método. No entanto, todas estas metodologias convergem para um mesmo objetivo e encontram-se em pontos comuns que têm os mesmos objetivos. Por esta razão, o júri considerou que já aplicamos os princípios KAIZEN LEAN, mesmo que não tenhamos seguido a metodologia rigorosamente. Porque decidiram concorrer a este prémio? A Câmara Municipal de Águeda concorreu a este prémio, na categoria “Excelência na Qualidade”, com o projeto

intitulado “Modelação estratégica – Inovação na gestão organizacional”, na perspetiva de aferir que o trabalho desenvolvido na Autarquia, no âmbito da reorganização dos serviços numa perspetiva estratégica, se encontrava alinhado com as metodologias mais inovadoras, seguidas nas grandes empresas e serviços públicos. Este trabalho tem como objetivo, através das Competências Organizacionais, identificar e entender, claramente, quais as responsabilidades e objetivos de cada um, que por sua vez constituem um elo fundamental na cadeia de desenvolvimento, para atingirmos e dar cumprimento à Visão e Missão do Município. Assim, pretendemos satisfazer as necessidades e expectativas do nosso “cliente” e, ao mesmo tempo, ter pessoas motivadas e envolvidas nas suas tarefas, permitindo um maior envolvimento e responsabilização dos colaboradores nas tarefas a realizar, assim como a capacidade de gerar mais-valias de capitalização intelectual. Não podemos deixar de referenciar que, todo este processo tem como resultado um impacto na melhoria do desempenho da organização, pela mudança de comportamentos, orientação para a satisfação do cidadão e a eficiência, garantindo a implementação da estratégia definida superiormente, assim como a definição de objetivos e indicadores de desempenho de performance dos serviços.

Este Executivo vai continuar a ser destacado com estes prémios? É intenção do Município continuar a apostar nestas áreas e continuar a ser reconhecido como um município de excelência? O reconhecimento como Município de Excelência nas diversas áreas é o norte e o garante da nossa atuação e visão estratégica. Sabemos que estamos à frente dos destinos do nosso Concelho para valorizar o território, aumentar a sua competitividade, dar qualidade de vida aos cidadãos e garantir um desenvolvimento sustentado. Queremos fazer do Município de Águeda um território cada vez melhor, onde seja bom viver, trabalhar, aprender, passear, ou seja, um destino preferencial. Que outros projetos estão pensados para Águeda? O leque de projetos para este mandato autárquico é diversificado e simultaneamente ambicioso. Destaco a eficiência energética e a inovação social, eixos definidos no âmbito da Estratégia da Especialização Inteligente, que definiu quatro pilares de atuação de apoio as empresas de Águeda (mobilidade, habitat, iluminação e inovação social) será um dos trilhos a seguir. Em complemento, mas não menos importante, a qualificação da vida de todos (emprego, cultura, oferta de formação, espaços públicos atrativos, entre outros).

No seu discurso de agradecimento fez questão de congratular a toda a sua equipa, destacando o trabalho e empenho de todos os seus colaboradores. É também graças a eles que a autarquia de Águeda tem ganho destaque a nível nacional no que concerne aos vários reconhecimentos que tem recebido? Como já tive oportunidade de referir, sem o trabalho de todos os colaboradores não teríamos atingido o nível que justificou a atribuição do prémio. Somos pequenos em dimensão, mas grandes em ambição e temos conseguido provar ser possível obter resultados muito para além do que seria expectável para um Município tão pequeno à escala europeia e mundial. Todos juntos temos de trabalhar para sermos melhores e mais capacitados para enfrentar os novos desafios da sociedade. Longe vai o tempo, e ainda bem, em que a Câmara Municipal construía equipamentos, estradas, beneficiava caminhos, passava licenças e certidões e ficava por aí. Hoje, o desafio é outro! É fazer tudo o que fazia antes, mas com uma ação interventiva no Município que crie uma dinâmica local que atraia novos investimentos, novos valores, aumente o número de postos de trabalho, aumente a riqueza e o rendimento per capita. O papel de um Executivo Municipal é hoje mais rico, mais polivalente, mais ativo! Pensamos que vamos no caminho certo e todas as ações de simplificação administrativa que temos desenvolvido têm dado frutos e contribuído para aumentar a atratividade do nosso território.

7


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

PME Excelência 2013

U

m título de reputação atribuído pelo IAPMEI atribuiu a 1.100 empresas a distinção de PME Excelência 2013. A atribuição do Estatuto de PME é feita a empresas que alcançaram os melhores desempenhos económicofinanceiros e de gestão no exercício do ano de 2012, e que conseguiram permanecer competitivas num contexto económico rígido, com crescimento e consolidação de resultados. As PME Excelência 2013 são sinónimo de criação de milhares postos de trabalho direto, proporcionando um maior volume de negócios, representando uma vitória na luta contra o desemprego que tanto tem abalado Portugal nos últimos anos. São empresas que tiveram um crescimento significativo de 31.7 por cento nos seus resultados líquidos, vendo assim a aumentar o seu ativo em 11 por cento. Associadas ao estatuto estão condições de maior facilidade no acesso ao crédito, a melhores condições de financiamento e na aquisição de produtos ou serviços, simplificação na relação com a banca e a administração pública, e um certificado de qualidade na sua relação com o mercado. A indústria e o comércio são as atividades com maior número de reconhecimentos das PME Excelência 2013, representando mais de 50 por cento do total das empresas distinguidas. De seguida constam áreas como o turismo, os serviços, os transportes e a construção. Devidamente distribuídos os distritos de Lisboa e Porto lideram a maior concentração de PME Excelências no ano de 2013. O reconhecimento das empresas conta com parceiros de bancos como o Barclays, Banco Espirito Santo, Banco BPI, Caixa Geral de Depósitos, Créditos Agrícola, Millennium BCP, Montepio e Santander Totta. Na cerimónia de entrega dos prémios foram apresentadas soluções de financiamento ao tecido empresarial português, bem como os desafios ao crescimento das empresas nacionais.

anúncio_revista negocios_145x42 copiar copiar.pdf

1

06/03/14

10:27

A sua nova casa tem tudo: por tão pouco.

C

M

Y

CM

desde

49/m9ês€

INCLUI TUDO O QUE PRECISA: água, luz, internet, LCD com mais de 60 canais, wc privado, parque de estacionamento, serviço de limpeza e serviço de cafetaria disponível 24 horas por dia.

MY

CY

CMY

Informe-se através do Nºazul:

808 200 320

K

8

Residence



REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

“Ver este sonho concretizado dá-me anos de Vida” A1v2 Nasceu de um sonho e tornou-se realidade. A A1V2 é uma empresa portuguesa que se internacionalizou, presta serviços de excelência em todas as áreas nucleares da engenharia, da arquitetura e urbanismo, pautando a sua intervenção por uma elevada exigência qualitativa. Reconhecida com o estatuto de “PME Excelência” em 2012 e 2013, esta empresa está hoje presente em vários mercados e tem conseguido um crescimento fomentado pela qualidade de todos os que fazem parte da sua equipa. Em entrevista à Revista Business Portugal, Maria José Vicente, sócia gerente da A1V2 e engenheira, explicou, de sorriso no rosto, a forma como este sonho se concretiza a cada dia.

Maria josé vicente e luís casaleiro Administradores

Começava por lhe perguntar como nasce esta empresa e com que objetivos? Esta empresa nasceu em 1997 porque tanto eu como o meu sócio, Luís Casaleiro, também ele engenheiro, éramos engenheiros projetistas e quisemos formar o nosso próprio negócio. Tínhamos todo o know-how técnico e experiência e quisemos arriscar. Claro está que inicialmente passámos muito mal porque não tínhamos experiência na área dos negócios, mas tivemos a sorte

10

de ter quem acreditasse em nós e na credibilidade que poderíamos dar a todo o trabalho realizado. O nome A1V2 surgiu da conta simples de 1 arquiteto mais 2 engenheiros de vias. A ideia por detrás do nome era juntar a arquitetura às vias de comunicação. Fizemos um convite a um arquiteto, mas, na altura, não foi possível integrar esse elemento na criação desta empresa. O nome ficou, na esperança de mais tarde conseguirmos integrar também a área da arquitetura. Felizmente,

esse projeto concretizou-se e hoje nós temos na A1V2 uma equipa pluridisciplinar que abrange arquitetura, urbanismo e todas as áreas das engenharias. Como surge depois a aposta no mercado angolano e na fiscalização? A fiscalização surgiu da adjudicação de trabalhos em Angola. Em 2006, pensei em ir para Angola, na esperança de poder revitalizar a nossa empresa, que


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

na altura tinha uma estrutura pequena. Entendi que merecíamos mais e não queria baixar os braços porque tínhamos toda a capacidade. Fui, então, para Angola decidida a trazer trabalho e pensei que chegaria lá e que as coisas iam acontecer. Foi um redondo engano e, no primeiro ano, a experiência não correu muito bem. Entretanto surgiu um convite e conseguimos trabalho. Hoje somos responsáveis pela fiscalização de todos os caminhos-de-ferro de Angola. Elaboramos um projeto para o novo Aeroporto Internacional de Angola que, infelizmente, não se concretizou em obra. Fizemos ainda a fiscalização do Porto de Lobito, que terminou em dezembro e que é um dos maiores portos de Angola e da Costa Ocidental Africana. Agora estamos a concorrer para um novo porto na Namíbia. Digamos que as coisas estão a correr bem. Somos reconhecidos e respeitados pelo nosso trabalho. As nossas relações de trabalho em Angola são estáveis. Chegamos a ter 40 pessoas a trabalhar lá, mas esse é um número que varia de acordo com a dinâmica das obras. Há que fazer uma gestão apertada porque existem alguns problemas de recebimentos, mas o saldo é positivo porque temos trabalho e perspetivas de outros.

Houve também uma aposta da A1V2 em outros mercados. Que mercados são estes e como surge esta aposta? Em 2009, começamos a investir em Marrocos e Argélia, seguindo-se Qatar e Arábia Saudita. Nesta última, e devido aos princípios um pouco rígidos ligados à religião, tive algum receio, mas fui extremamente bem recebida. Neste momento, na Arábia Saudita, as coisas estagnaram porque é um país um pouco complicado a nível burocrático para a formação de empresas. Já no Qatar e na Argélia, as coisas estão a correr muito bem. Tivemos um enorme crescimento e esperamos seriamente que este ano e o próximo sejam mais uma rampa de lançamento para a A1V2. Acho que vamos ter que reforçar os nossos quadros aqui porque o trabalho vai ser muito. Pode-se dizer que a internacionalização foi determinante para o sucesso desta empresa? Nem podia ter sido de outra forma, atendendo ao estado crítico em que se encontram os gabinetes destas áreas em Portugal que não se internacionalizaram. No mercado interno não há, neste momento,

trabalho. As pessoas deviam todas interiorizar que a internacionalização não passa por chegar aos países e fazer um acordo. Temos que lá estar. Temos mesmo que lá estar o tempo que for necessário para estabelecer as relações. A parte presencial, o olhar olhos nos olhos e conhecer as pessoas continua a ser determinante. Depois é também fundamental que se invista nos países onde se quer trabalhar. Que se crie um escritório nesse país e que se coloque pessoas a trabalhar nesse local. Este investimento é uma forma de mostrar que estamos realmente interessados e de dar confiança aos parceiros de negócio e aos clientes. Têm escritórios em todos os países nos quais estão a trabalhar? Temos em todos, com exceção da Arábia Saudita porque temos que conseguir ultrapassar toda a parte burocrática que referi há pouco para depois, então, podermos dar mais esse passo. De resto, temos já escritórios no Qatar, na Argélia, em Marrocos e em Angola. Se quer que lhe diga, temos em todos estes países e, para além da Arábia Saudita em que estamos em processo de concretizar essa abertura, não queremos ter escritório

11


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

em mais nenhum país num futuro próximo. Isso significa que a A1V2 não tem a pretensão de conquistar outros mercados? Em boa verdade, para já não. Há muita gente que fala do mercado da América Latina, mas não nos queremos dispersar porque é contraproducente. Não temos tempo. Somos só dois sócios e não vale a pena estar a querer dar um passo maior que a perna. Não queremos tentar chegar a todo lado e correr o risco de depois, na prática, não conseguir estar em lado nenhum. A equipa que compõe a A1V2 tem sido também fundamental para o sucesso desta empresa? Eu digo-lhe, sinceramente, temos uma equipa formidável. Eu conheço algumas empresas, inclusivamente trabalhei

12

em algumas delas, e considero que o êxito da A1V2 se deve sobretudo às pessoas que temos a trabalhar connosco porque vestem a camisola. Algumas delas já estão há 16 anos a trabalhar connosco. Foram evoluindo aqui dentro e foram-se formando, tiraram as suas pósgraduações, os seus mestrados. Outros chegaram mais recentemente, com e sem experiência, pois interessa-nos muito o carácter das pessoas e não só as suas qualificações académicas, embora estas sejam importantes, claro está. Há tantos jovens a saírem do país por não terem cá oportunidades, nós queremos captar esse know-how e permitir que fiquem no seu país, perto das suas famílias, oferecer-lhes essa oportunidade. Tenho orgulho em dizer que nós, portugueses, somos mesmo muito bons e reconhecidos internacionalmente. Neste momento, aqui em Portugal já somos 50 pessoas,

mas, como referi, esse número deverá crescer. Temos mais funcionários, mas estão alocados aos outros mercados onde trabalhamos. O que tentamos fazer é ir a esses mercados onde estamos presentes, arranjar trabalho e desenvolvê-lo em Portugal. Para isso foi necessário investir muito em formação de francês e inglês porque todos os projetos têm que sair numa dessas duas línguas. A componente da formação é, então, muito valorizada pela A1V2? Sim, investimos muito nesta componente. Desde a secretária até ao engenheiro, toda a gente tem formação de línguas. Para além disso, tentamos que os nossos colaboradores estejam sempre atualizados no que diz respeito às novas tecnologias que surgem


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

OBRAS internacionais projetadas pela a1v2

no mercado e por isso também damos formação a esse nível. No ano de 2012, demos cerca de 2.900 horas de formação aqui na A1V2. No ano passado, esse número já subiu para mais de 3.000 horas. Para além da formação, a componente social e de interação é também muito importante para nós e por isso associamo-nos também a um torneio de golf. Este já vai ser o terceiro ano que vamos fazer o circuito da A1V2. Eu não jogava golf e foi uma experiência inesquecível. Foi a primeira prática desportiva que me conseguiu descontrair completamente. Para mim, é mais lazer que desporto. Recomendo vivamente porque a ideia que se cultiva que o golf é um desporto caro e de elites não é verdade. Encontra-se, isso sim, pessoas educadas e que partilham interesses em comum. É um ambiente são. Esta é uma iniciativa aberta a todos os nossos colaboradores e, para grande surpresa minha, descobri que temos aqui excelentes jogadores. O que destacaria como diferencial da A1V2 em relação às outras empresas presentes no mercado? Estou em crer que, em qualquer empresa que queira chegar a algum lugar, tem de existir uma relação muito

saudável entre os empregados e a administração. Nenhuma empresa é sustentável se não tiver boas pessoas a trabalhar, porque, para mim, as empresas são as pessoas que lá trabalham, são elas que fazem a empresa. Para além disso, aqui proporcionamos ao cliente o serviço completo. Concentramos todas as valências para alcançar o produto final, poupando ao cliente o tempo e o esforço de ter de procurar um gabinete de arquitetura e outro de engenharia separadamente. Aqui, quando a arquitetura está a nascer, está-se já a analisar a compatibilidade com todas as especialidades, no sentido de perceber se essa arquitetura é ou não possível. Tudo é acompanhado passo a passo. Há, por isso, a certeza de um produto final de qualidade e compatibilizado. O objetivo é otimizar o processo e ter um produto final viável. Queremos dar esta segurança e conforto aos nossos clientes. Temos também um departamento de 3D, que dá vida a todos os projetos de arquitetura e de engenharia, o que é uma grande mais valia, já que permite ao cliente ter uma visão realista do projeto e viajar dentro dele. Somos, acima de tudo, uma empresa com um crescimento bem sustentado, somos respeitáveis e confiáveis.

Quais são as perspetivas para o futuro? Continuar. Nós começamos por projetar obra pública, ou seja, estradas, ETARs, regularização de rios, pontes, abastecimento de água, entre outros. De há uns anos a esta parte, começamos a trabalhar mais para o setor privado e estamos agora a negociar a possibilidade de trabalhar com um novo parceiro, um grupo português, que é muito bom na área de reabilitação. O intuito é nós criarmos o projeto e esse parceiro depois executálo. Grande percentagem do trabalho que temos, neste momento, é no mercado internacional e por isso é muito importante continuar a trazer esse trabalho para ser elaborado cá em Portugal. Os portugueses são muito bem vistos lá fora, especialmente no Médio Oriente, o que tem sido uma enorme e agradável surpresa. No fundo, o objetivo é continuar o trabalho que temos feito até agora. Esta empresa foi um sonho que eu tive e ver este sonho realizado dá-me anos de vida.

13


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

Na vanguarda das telecomunicações Ta comunicações O diretor geral da empresa TeleAplicação (TA Comunicações) João Netto, faz referência ao estatuto de PME Excelência que foi atribuído à empresa como um reconhecimento pelo empenho, dedicação e qualidade de gestão desde a sua constituição há 18 anos.

joão netto Diretor Geral

P

resente no mercado desde 1996, a TA tem como missão fornecer soluções integradas de comunicações de voz e dados, especificamente desenhadas para as necessidades dos clientes. A TA posicionou-se no mercado nacional desde a sua constituição como representante do integrador de comunicações Ericsson, tendo obtido em 2006, como reconhecimento do seu mérito, a certificação de Authorized Partner. Após dois anos e na sequência da compra das fábricas da Ericsson pela multinacional Aastra Telecom Sweden AB, a TA foi galardoada com a certificação de Advanced Partner proporcionando uma maior e mais abrangente relação com os seus clientes. De acordo com as informações do seu diretor geral,

14

as áreas de atuação da TA têm vindo a aumentar acompanhando as exigências dos clientes. Desta forma, através da importante parceria estabelecida em 2006 com a Portugal Telecom, a TA tornou-se agente certificado, tendo passado a disponibilizar aos seus clientes, assim como aos clientes da PT geridos pela TA, todos os serviços associados às comunicações de voz e dados. Atenta aos recentes desenvolvimentos das redes de dados nas temáticas de virtualização da rede, a TA está igualmente a desenvolver uma parceria com a área de Networking da HP Portugal. “Desde a sua génese, o principal objetivo da TA passa por fazer a gestão integral das infraestruturas de empresas

de várias dimensões desde as PME`s às grandes empresas, em diferentes indústrias”, explica. Os seus serviços assentam principalmente em duas vertentes: a comercialização de produtos e equipamentos para a gestão de infraestruturas, assim como na instalação e manutenção destas mesmas infraestruturas. “Temos clientes que delegaram em nós toda a gestão das suas comunicações, desde o planeamento e aquisição até à manutenção, monitorização e melhoria”. A TA atua essencialmente em dois modelos com os seus clientes: • Atuação direta - comercializa, instala e assiste tecnicamente como integrador e fornece soluções globais de infraestruturas de comunicações em regime de outsourcing, em que todo o ativo pertence ao imobilizado da TA, libertando os clientes assim do esforço de gestão das comunicações. Segundo João Netto, este modus operandi “carece de vários investimentos os quais podem ser assumidos pela TA”. • Atuação indireta – representa a Portugal Telecom através de uma parceira onde assume o papel de agente com carteira de clientes. Ou seja, a TA, como agente certificado, possui uma estrutura comercial e de backoffice através da qual conquista clientes e assegura o management desta área agindo como intermediário na relação “PT – cliente”, desde a consultoria que visa a melhor solução, passando pela implementação e terminando num serviço personalizado e próximo do cliente final.

Estatuto de PME Excelência A TA é uma empresa em que o diretor geral tem uma postura interventiva na operação diária. João Netto conhece todos os seus clientes e assegura pessoalmente a monitorização da qualidade de serviço. Esta proximidade com os clientes permite-lhe também assegurar que a formação dos seus colaboradores é dirigida às reais necessidades dos seus clientes. Se assim não fosse, a TA não teria sido reconhecida com o estatuto de PME Excelência pelo desempenho positivo que tem vindo a registar ao longo dos anos.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

João Netto defende que, neste momento, tornase imperativa uma gestão zelosa das componentes económico-financeiras para conseguir fazer frente aos desafios e exigências que os seus clientes lhe exigem. “A nível de recursos humanos tentamos fazer o máximo com um número reduzido de pessoas, daí a aposta na constante formação e motivação dos nossos colaboradores. Como o fazemos? Envolvendo e premiando com o alcance dos objetivos propostos”. Desta forma, esta empresa especializada em comunicações, apresenta uma metodologia de gestão com vista a monitorizar sistematicamente os objetivos definidos. “Até ao dia 15 do mês seguinte fechamos todos os apuramentos/resultados relativos ao mês anterior. Isto ajuda-nos a que nunca tenhamos surpresas a nível financeiro, no final de cada exercício e que todas as entidades que trabalham connosco, nomeadamente

os bancos, estejam alinhadas com a nossa atuação”, constata o diretor geral. Pelo aumento de resultados registado ao longo dos anos, João Netto prevê um crescimento bem alicerçado da sua empresa. A gestão é feita de forma muito pragmática: Não se arrendam instalações, veículos ou infraestruturas, todos os equipamentos de que a empresa necessita de ter ao seu dispor pertencem ao imobilizado, são capitais investidos pela própria TA, o que os faz permanecer ‘dentro’ de uma empresa a longo prazo. “TA Comunicações (novo brand registado internacionalmente) é sinónimo de um parceiro dedicado à gestão das comunicações dos seus clientes enquanto os clientes se dedicam ao seu negócio” – este é o slogan que João Netto associa à empresa.

PME EXCELÊNCIA 2013

15


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

Instinto para o Crescimento Grant thornton & associados Desde a sua constituição, a empresa Grant Thornton & Associados, SROC, Lda. apostou no processo de internacionalização o que levou a uma maior expansão dos seus serviços. Carlos Lisboa Nunes é o managing partner do setor de Auditoria em Portugal e, ainda, principal responsável pelos escritórios de Lisboa e Madeira; Jorge Ledo é responsável pelo escritório do Porto.

carlos lisboa nunes e jorge ledo Managing Partners

C

arlos Lisboa Nunes, esclarece que “como todas as grandes empresas deste tipo de atividade, a designação Grant Thornton advém da junção de dois nomes: Grant, inglês e Thornton, americano” que, através de uma fusão, formaram uma firma que ainda hoje se apresenta como uma das principais líderes mundiais na prestação de serviços especializados em auditoria, fiscalidade e

16

consultoria. Presta serviços a entidades públicas e/ou privadas, procurando acrescentar valor ao negócio dos clientes, ajudando na solução de situações com que estes, muitas vezes, se deparam. “As firmas membro da Grant Thornton International Ltd assentam a sua estratégia no desenvolvimento das competências dos seus profissionais, assegurada pela experiência dos seus responsáveis, como pilar dos

serviços prestados aos nossos clientes” pelos cerca de 3.000 sócios e de 37.000 colaboradores, espalhados por todo o mundo, diferenciando-se das outras empresas através da prestação de serviços, junto dos seus clientes, de forma distinta e personalizada. Para esta empresa a qualidade não se baseia apenas no seu slogan “An Instinct for Growth”, mas sim na forma eficaz e célere com que apresentam possíveis


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

soluções e sugestões. De modo a garantir a qualidade dos seus trabalhos, possuem um sistema de controlo de qualidade, desenhado e concebido de forma a garantir o cumprimento com os requisitos e normativos da profissão e da organização mundial. A Grant Thornton & Associados, SROC, Lda. diferencia-se, ainda, pelos níveis elevados de profissionalismo que introduz nas relações estabelecidas com os seus clientes, encarados como parceiros de negócios, o que dá azo a uma ligação sólida, de forma a possibilitar a realização e expansão de negócios a nível nacional e internacional, independentemente da dimensão que os projetos possam alcançar. Para atingir estes objetivos utilizam metodologias modernas e adaptadas aos mais variados contextos de trabalho, suportadas por ferramentas desenvolvidas pela organização a nível global. “As firmas membro da Grant Thornton International Ltd contam com uma carteira de clientes de variada dimensão inseridos em múltiplos setores de atividade, sendo as suas relações comerciais pautadas sempre pela integridade, respeito mútuo e independência, apostando, fundamentalmente, no conhecimento do negócio de cada cliente e na apresentação da solução mais acertada no momento adequado”, afirma Carlos Lisboa Nunes. O bom ambiente de trabalho e as relações que estabelecem entre os seus clientes mantêm-se sempre como uma prioridade. Refere, ainda o mesmo sócio “as nossas relações com os clientes são sempre regidas por aqueles valores e continuaremos com estes métodos pelo simples facto de os ter mantido como uma chave de êxito, de modo a criar uma relação de trabalho duradoura”. Fruto deste trabalho árduo são os escritórios distribuídos pelas cidades de Lisboa, Porto e Funchal, mantendo uma presença contínua em Portugal Continental e Arquipélago da Madeira. O responsável menciona, também, que “um dos elementos diferenciadores da Grant Thornton & Associados, SROC, Lda. em relação às demais

organizações prende-se na vasta experiência que os seus sócios possuem e que, ao mesmo tempo, lhes permite ter um grande entendimento das situações com que os clientes se possam confrontar.” A abordagem de auditoria que utilizam privilegia o planeamento do trabalho, requerendo mesmo um bom conhecimento apropriado do negócio desenvolvido pelo cliente, assim como da sua cadeia de criação de valor e estruturas de apoio, nomeadamente no que respeita ao seu sistema contabilístico e de controlo interno. Apenas desta forma conseguem atingir os resultados a que se propõem e vão ao encontro das expetativas dos seus clientes, atingindo o patamar de PME Excelência. “É evidente que um prémio desta natureza premeia sobretudo a qualidade da organização, equivalente a um todo, e toda uma equipa dotada de conhecimentos que facilmente os transformam em práticas quotidianas”, conclui Jorge Ledo.

Futuro e internacionalização “Com vista à continuidade de um crescimento sustentado apostamos na internacionalização da empresa, não descurando o mercado nacional, mas sobretudo pela aposta na contínua qualidade da prestação dos serviços que nos permitiu chegar onde chegamos” refere Carlos Lisboa Nunes. Acrescenta ainda, que “em 2010 foi estabelecido um plano de crescimento, com a duração de cinco anos, e que foi desafiado que, nesse período, a Grant Thornton International Ltd, deveria crescer o dobro. Até à data da última conferência registava-se uma subida a rondar cerca de 30 por cento, com uma tendência para aumentar nos próximos anos, sendo de salientar que, principalmente, em virtude de todo o esforço desenvolvido para atingir aquele objetivo, a Grant Thornton foi distinguida com o prémio de organização internacional com o melhor desenvolvimento, em 2013”, finaliza.

A Grant Thornton & Associados – SROC, Lda. assenta a sua estratégia na prestação de serviços de elevada qualidade tendo por base uma equipa de profissionais com competências em diferentes áreas, adoptando metodologias e ferramentas de trabalho, que vão ao encontro dos mais recentes desenvolvimentos da profissão, visando garantir, quer a eficiência dos serviços prestados, quer a realização dos objetivos dos seus clientes. Para além da competência e experiência das suas equipas, utiliza as mais modernas metodologias de trabalho, suportadas por ferramentas desenvolvidas pela organização a nível global. A qualidade não consiste apenas num mero slogan. De modo a garantirem a qualidade dos seus trabalhos desenham, concebem e implementam um adequado sistema de controlo da qualidade, o qual visa garantir que os serviços prestados cumprem com os requisitos da profissão e organização mundial. A GTLI é uma das organizações mundiais líderes em auditoria, fiscalidade e assessoria, constituída por firmas independentes ao nível da sua estrutura societária e de gestão, prestando aqueles serviços a entidades de interesse público, empresas privadas e outros. Em todo o mundo, mais de 35.000 pessoas prestam serviços junto dos seus clientes de forma distinta e personalizada, garantindo elevados padrões de qualidade em mais de 100 países.

17


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

Transformar o negócio mais simples em PME Excelência Sado rent A empresa Sado Rent, especializada no serviço de rent-a-car, tem como principal objetivo suprir as necessidades de mobilidade dos seus clientes. Galardoada como PME Excelência ao longo de três anos consecutivos pela qualidade do seu desempenho e perfil de risco, o propósito passa por manter os resultados obtidos como uma constante para anos vindouros.

Nuno cerqueira Administrador Executivo

N

uno Cerqueira, administrador executivo desta organização, informa que “a empresa surgiu no ano de 1992, no âmbito da experiência dos investidores no setor e da deteção de uma menor exploração do mercado na península de Setúbal. Registara-se aí uma tendência expansionista motivada pelo desenvolvimento industrial – ex. AutoEuropa – e turístico tendo a capital de distrito vindo a integrar o Clube das Mais Belas Baías do Mundo.” Desta forma, um dos seus objetivos passaria por tirar partido da localização a Sul de Lisboa e de todo o vasto leque de oportunidades que se poderiam gerar, naquela zona em concreto, para o ramo de aluguer automóvel. Assim, os principais serviços desta empresa passam pela diversidade de oferta que possui: cobrir as necessidades de locomoção

18

dos seus clientes, quer tenham uma duração curta ou longa, seja em lazer ou trabalho, por necessidade pontual ou apenas pela utilização económica de um veículo num período fracionado de tempo. “De utilitários a executivos, de fun cars a pick-ups, de minibuses a furgões, os clientes – de entidades coletivas a pessoas singlares – encontram a sua mobilidade motorizada na Sado Rent através dos serviços de aluguer automóvel de curta, média e longa duração (ALD) e ainda aluguer operacional de veículos (renting). Podem também usufruir dos serviços de Via Verde, equipamento GPS, dispositivo Wi-Fi, cobertura de quebra de vidros, cobertura de roubo da viatura, entregas e recolhas de veículos e ainda de soluções customizadas de automóveis de aluguer”, afirma o

nosso interlocutor. Esta empresa privilegia não só uma forma dinâmica de auscultação do cliente, mas também uma abordagem ao automóvel quase como um prolongamento evolucionário do ser humano e não somente como uma mera renda financeira. Para se distinguir de outras empresas concorrentes do mesmo ramo, a Sado Rent apresenta celeridade de resposta, flexibilidade a nível operacional e adoção de perspetiva de parceria de negócio com o cliente em vez de se apresentar apenas com o papel de fornecedor. Todos estes elementos conjugados com o alicerçado know-how de cerca de um quarto de século permitem à empresa apresentar uma forte vantagem comparativa na hora da decisão por parte do cliente empresarial. Para além disso, esta empresa com sede na capital do país possui 14 estabelecimentos distribuídos por Portugal Continental, permitindo-lhes uma exploração de oportunidades de negócio nos mercados mais próximos. “O prémio PME Excelência foi-nos atribuído justamente pelo crescimento sustentado e pela elevada produtividade num modelo de negócio definido pelo que designamos de 3As Adquirir-Alugar-Alienar Bem, mas há um elemento essencial sem o qual não poderíamos apresentar estes resultados: trabalho e dedicação”, podendo apresentar a Sado Rent como possuidora de um modelo empresarial atual e para continuar a seguir.

Perspetivas e projetos futuros “Continuaremos o investimento nas tecnologias de informação e comunicação, a apurar o procurement de viaturas e a aprofundar os processos de negócio – uma vez que parte considerável dos clientes empresariais deposita um volume significativo de tarefas administrativas nas rent-a-car – e investir brevemente num serviço de car sharing”, finaliza Nuno Cerqueira.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

Segurança ao mais alto nível Infrasecur Constituída no ano 2000, a Infrasecur pretende auxiliar entidades de todo o cariz empresarial, dando especial prioridade aos seus sistemas de segurança, área em que são número um. Ao apostarem na vanguarda do setor tecnológico, conseguiram atingir o patamar de PME Excelência, apresentando-se como uma mais valia para o país, dentro do setor em que se encontram.

rui jorge General Manager

R

ui Jorge, general manager desta empresa sedeada em Odivelas, começa esta nossa conversa por explicar que em junho do ano de 2000 nasce a INFRASECUR – Sistemas de Segurança Lda, uma unidade empresarial que está na base do que hoje se designa por grupo INFRA. “Inicialmente, a empresa constituiu-se apenas com quatro sócios, sendo eu o único ativo nesta entidade e apresentando-me como único na vertente mais técnica. Rapidamente a situação se inverteu e mostrou-se imperativo a criação de uma área mais comercial que englobasse um contacto mais direto com os nossos clientes”. O nosso interlocutor revela que, nesta altura,

20

a empresa tinha todos os alicerces construídos, mas o único que lhes faltava seria mesmo a sua proliferação no mercado e a aceitação por parte de outras entidades. Com o tempo, aparece como resposta a uma necessidade crescente do mercado em encontrar soluções técnicas personalizadas e direcionadas para a resolução de problemas específicos como aplicação e suporte direto à exploração para as quais as análises e propostas convencionais se revelavam insuficientes. A partir do ano de 2004, a empresa apostou na sua área comercial dinamizando nas comunicações realizadas, dando azo a um aumento significativo dos seus lucros. “Ao longo do tempo, esta matriz de

intervenção, complementada pela não menos relevante disponibilidade de áreas de manutenção e assistência técnica em tempo real, demonstrou estar correta e possibilitou o desenvolvimento de parcerias de longo prazo com clientes importantes, potenciando a procura de campos de intervenção complementares e desenvolvimento de outras e mais alargadas parcerias”, constata. Neste seguimento, como resultado e resposta às necessidades exigidas pelo mercado, outras empresas foram criadas, alargando a capacidade tecnológica de intervenção complementar e desenvolvimento de outras e mais alargadas parcerias. Para dar jus a esta vertente,


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

no ano de 2005 estabelece-se como uma atividade que se estende a Angola, suportada em parcerias locais, cujo desenvolvimento deu origem ao processo de constituição da empresa INFRASECUR ANGOLA Lda, parceria do qual ficou finalizada a abril de 2010. Nos anos seguintes constituíram-se os setores de atividade INFRASYS – Sistemas Integrados SA e INFRAPLAN – Clean Room Technology, Lda nos anos de 2007 e 2008, respectivamente. Mais recentemente, em 2013, foi criada a InfraSecur Moçambique, Lda como resposta estratégica a um mercado emergente onde as valências técnicas disponibilizadas pelo Grupo Infra e os acordos de parcerias estabelecidos com fabricantes de referência mundial (exemplos da Siemens e Honeywell) constituem fatores de diferenciação e mais valia efetiva no âmbito da atividade empresarial. Além disso, Rui Jorge indica que esta organização atribui uma principal primazia à formação contínua de todos os seus colaboradores. “Todos os nossos comerciais têm de ser técnico-comerciais. Isto porque, quando um dos nossos técnicos se desloca a um gabinete de projetos, tem de conseguir auxiliar de forma produtiva o próprio gabinete, ao mesmo tempo que ajudam os técnicos em questão a executar as suas tarefas, desenhar os sistemas e compor os projetos”. Desde o início que apostam em marcas/clientes de referência para acompanhar a relação existente entre qualidade/preço. “Os nossos preços não são altos, estão, isso sim, de acordo com a qualidade dos nossos serviços”, refere. Desde os seus primórdios que esta organização possui uma vertente bastante vincada na exportação dos seus serviços. Assim, para sublinhar este vínculo com alguns mercados exteriores ao nosso, possuem acordos que lhes permitem ser número um nos serviços que prestam. “Possuímos dois contratos com a Siemens de Solution Partner: um Siemens Portugal para o mercado Português e outro com a Siemens Internacional (Suiça) para Angola e Moçambique, assim como integradores com a certificação Platina da Honeywell e contrato Gold de parceria que nos permite ser distinguidos como empresa de topo, autorizada e certificada pela Siemens, para poder trabalhar com materiais desta marca nos PALOP”, dando primazia pela mão de obra portuguesa, que representa uma mais valia a nível nacional. Ao longo destes 14 anos de presença nos mercados europeu e africano, as empresas constituintes do Grupo INFRA têm merecido atenção e reconhecimento pelos seus créditos técnicos e certificados por alguns dos mais importantes fabricantes mundiais de entre os quais se destacam a Siemens e Honeywell e UTC. Quanto ao futuro não pensam proliferar-se nem estabilizar as suas sedes em mais mercados, mas sim procurar exteriorizar os seus serviços a curto e médio prazo de modo a contribuir positivamente para os seus níveis de produtividade.

21


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

A sua mesa frente ao mar

Baía grill - hotel baía

Além da localização mais privilegiada da Costa do Estoril, situado mesmo no centro da vila em frente à Praia dos Pescadores, o Hotel Baía prima igualmente pelo seu Restaurante Baía Grill. Recentemente o restaurante deu as boas vindas ao Chef Stephane Gallou, de origem francesa, expatriado em Portugal há quase 20 anos. Apaixonado confesso pelos produtos portugueses, e também pelo mar – como não podia deixar de ser, Stephane Gallou tem provas dadas na passagem pelas cozinhas dos hotéis Inspira Santa Marta e Solplay, entre outros, e é agora o responsável pela nova carta de primavera do Restaurante Baía Grill.

E

ste espaço aposta fortemente na sua cozinha, como se pode comprovar pelos vários prémios atribuídos. Oferecendo uma ementa variada de pratos tradicionais portugueses e internacionais, as especialidades do Restaurante Baía Grill concentramse no peixe e no marisco. Justa-se a isto uma boa carta de vinhos, um serviço afável e despretensioso, uma agradável esplanada virada para a Baía de Cascais e a receita de sucesso: a sua mesa frente ao mar.

22


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

23


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

“Caminhando passo a passo para a internacionalização” Almeida e silvas A empresa Almeida e Silvas, inserida no setor da metalomecânica, após reconhecimento como PME Excelência, confidencia ser uma “incentivo para continuar a desenvolver um bom trabalho, com produtos de qualidade, não só no contexto nacional mas caminhando passo a passo para a internacionalização”.

joaquim teixeira e nuno teixeira Administradores

Joaquim Teixeira adquiriu Almeida e Silvas no ano de 1987, com uma visão empreendedora e proactiva. Encara o reconhecimento de PME Excelência como “resultado final da qualidade e garantia do trabalho que podem transmitir às empresas clientes”. No fundo representa uma mais valia a nível interno da Almeida e Silvas, sendo para Joaquim Teixeira fundamental que desta forma os clientes identifiquem a posição da empresa no mercado, enquanto fornecedores de primeira linha e contemplem a firma com as suas encomendas. Almeida e Silvas é uma empresa certificada desde o

24

ano de 2000, e uma empresa amiga do ambiente desde 2006. Com cerca de 92 anos no mercado e um crescimento bem sustentado, a empresa tem autonomia financeira de cerca de 65 por cento. Num contexto nacional Joaquim Teixeira e o seu filho, Nuno Teixeira, tentam dar continuidade ao trabalho iniciado, mas a internacionalização é cada vez mais uma ambição, sendo que os valores de exportação já rondam os 45 por cento, sendo os países da Europa o grande mercado. Com garantia de que são uma empresa sólida, com capacidade de fornecer durante um bom período de tempo, países como Espanha, França, Alemanha,

Suíça, Suécia e Holanda já são uma preferência para a Almeida e Silvas.

Qualidade nos serviços A empresa distingue-se pela contínua e constante aposta em equipamentos novos, originando uma empresa mais competitiva, com índices de produção melhores e maiores. Possuem 50 funcionários, com um perfil muito característico, sendo que a flexibilidade é uma das exigências de Joaquim Teixeira, justificado pelas instâncias do mercado de trabalho em que


REVISTA BUSINESS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013

estão inseridos, afirmando que “muitas das vezes de madrugada recebo telefonemas de que algo está com uma anomalia, sendo urgente detetar o problema e solucioná-lo rapidamente. Nessas situações a prontidão e cooperação da nossa equipa é fundamental”. A formação contínua dos funcionários é constante e muito valorizada por Joaquim Teixeira e Nuno Teixeira. Reconhecendo que ao nível da mão de obra qualificada existem algumas dificuldades, nomeadamente no manuseamento de equipamentos muito específicos com que trabalham diariamente, existindo “casos de funcionários que foram adquirindo formação gradualmente, mas cuja permanência na empresa se torna dificultada pela escassez de oferta e excesso de procura”. Outra dificuldade que a empresa enfrenta diariamente prende-se com a concorrência desleal, sendo um fator significativo e difícil de contornar. “Fruto da crise que o país atravessa, existem algumas empresas que deixaram de honrar os seus compromissos e tiram proveito da situação”, confidencia o nosso interlocutor.

Stockfer Almeida e Silvas é a empresa-mãe de mais duas empresas: Hidroser e Stockfer. A Hidroser é uma empresa que desenvolve trabalhos de manutenção e conservação de equipamentos hídricos, direcionada para as barragens. Relativamente à Stockfer, uma empresa em crescimento, esta dedica-se ao desenvolvimento e comercialização de ferramentas e acessórios para a indústria. Uma empresa que já conquistou o território nacional afirma que o futuro passará “pela internacionalização”. A Stockfer nasceu no ano de 1997, sendo uma empresa pioneira em Portugal, com parcerias com empresas que são líderes mundiais nas suas áreas de atuação. Localizados em Lisboa e mais a Norte, em Santa Maria da Feira, é uma empresa que fornece soluções para o setor da metalomecânica. Depois de uma série de mudanças estruturais, atualmente tem no mercado uma posição privilegiada e de liderança. Um know-how fundamental adquirido ao longo dos anos originou a especialização em várias áreas, tentando dividir a empresa em dois setores distintos: o comércio e a indústria. Assim sendo fabricam e fornecem, desde a fixação das ferramentas, as próprias ferramentas, meios de automação, lubrificação e meios de controlo. No fundo a Stockfer idealiza o processo de fabrico, produz o que for necessário, incorporando os produtos que representa e vende a solução na íntegra. Representa assim uma mais-valia para o cliente final, pois transmite a certeza de que o produto é exatamente o que o cliente desejava. Nuno Teixeira assume que o futuro da Stockfer passará

cada vez mais pela internacionalização, “exportando atualmente para países como Espanha, Brasil, República Checa, pretendendo apostar fortemente na Europa, pois considero um mercado com um potencial muito grande e interessante”. A panóplia de produtos e serviços que a Stockfer disponibiliza é abrangente, com uma maior incidência na metalomecânica, a empresa serve também um grande apoio à indústria nacional. Maioritariamente é trabalhada a indústria automóvel, mas áreas como a aeronáutica, moldes, cunhos e cortantes e energias renováveis são de interesse pessoal da empresa.

O futuro Um espirito empreendedor e uma vontade de conquistar novos mercados resulta num futuro promissor para as empresas de Joaquim e Nuno Teixeira. No futuro está a criação de uma nova empresa, um projeto em parceria com a Hanna. “Cada vez mais os clientes são mais exigentes, necessitando de ferramentas e produtos para ontem, nesse sentido estamos a criar uma empresa com capacidade de produzir algumas ferramentas que a Hanna no Brasil tem competência para projetar e produzir. No fundo pretendemos partilhar o know-how necessário para que conjuntamente seja possível alcançar o sucesso desejado”. A parceria rondará um investimento de cerca de 2 milhões de euros e que se pretende que esteja concluído no final de 2014. Considerando que o mercado Europeu é uma forte aposta, com imenso potencial de investimento, os empresários pretendem investir o futuro da empresa nessa direção.

25




REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

Cidade de Torres Novas

O

município de Torres Novas encontra-se como um dos principais concelhos do distrito de Santarém, fazendo jus à fronteira com Tomar, Ourém, Santarém, Golegã, Alcanena, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha e à proximidade que mantêm com infraestruturas de acesso rápido que lhes permite estabelecer laços amigáveis com a vizinha Espanha. Com cerca de 36 mil habitantes distribuídos por uma área de 280 km2 (aproximadamente), é um município que se tem vindo a destacar, com grande enfoque nas vertentes da inovação - procurando que vários setores industriais se instalem nas suas proximidades e desta forma contribuam para o seu desenvolvimento; da ação social e religiosa - que auxilia os mais carenciados mantendo as tradições e valores da região e para que mantenham a sua integridade num contexto acolhedor; da gastronomia torrejana, rica e diversificada, complementada com o tradicional setor vitivinícola - fazendo jus à agricultura biológica que pratica e, fruto disso a congratulação de “melhor vinho tinto do sul”; da produção e comércio de azeite, típicos desta região e da qualidade do seu ensino. Todos os seus habitantes procuram investir sempre num município mais cuidado para que registe gradualmente um desenvolvimento significativo na sua área urbana, complementando com as infindáveis histórias e paisagens verdes que possuí. Assim, Torres Novas merece um especial enfoque nesta edição pelas palavras e presença acolhedora que possui não só pela evolução registada a olho nu mas também pela qualidade dos seus serviços e primazia dos seus profissionais. Todos estes elementos contribuem ao que em simultâneo se demonstram como alavancas para o desenvolvimento do concelho e pólo de atração para os concelhos limítrofes.

28


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

A reforma do mapa judiciário miguel Lima Bento A reforma do mapa judiciário avançada pelo Ministério da Justiça é nas palavras do advogado Miguel Lima Bento “precipitada e carecia de um estudo mais aprofundado”.

miguel lima bento Advogado

C

om atividade em Torres Novas, nas zonas envolventes desta sua terra mãe, mas também na área da grande Lisboa, este advogado generalista diz-nos que os últimos meses têm sido dedicados a casos de insolvência, que “são, infelizmente, cada vez mais”, garante, “dada a conjuntura económica do país”. Com uma atitude de proximidade para com os seus clientes e de sensibilidade para com os problemas dos mesmos, Miguel Lima Bento afirma que “sempre que tenho à minha frente um cliente, sei que antes de ele ser cliente é uma pessoa, pelo que sinto muitas das vezes os seus problemas como se fossem os meus próprios problemas; a minha preocupação visa sempre que possível a resolução das querelas, questões e situações que tantas e tantas vezes são de uma gravidade extrema

na vida das pessoas. Todas as pessoas têm agregadas a si mesmas contextos de relações familiares, laborais e sociais ao que todos estes problemas acarretam um enorme desgaste que nem sempre se pauta pela componente financeira, que muitas vezes o desgaste emocional se torna elevadíssimo, não só para o cliente mas também para todos aqueles com quem está relacionado. Na minha opinião, a imagem do advogado sentado no seu escritório tende a esbater-se”, sublinha. Com conhecimento daquelas que são hoje as temáticas da Justiça que carecem de debate, o advogado aponta os aspetos positivos e negativos ao que hoje é denominado como sistema judiciário português. “Um dos problemas atuais está relacionado com o facto de a justiça ser dispendiosa e isso nota-se na interação com as pessoas”, refere. Miguel Lima Bento

explica que “atendendo à crise económica-financeira que se instalou na Europa do sul e consequentemente em Portugal, a capacidade financeira das pessoas foi largamente reduzida, ao mesmo tempo que, numa proporcionalidade inversa, as taxas do sistema judicial sofreram um aumento. É verdade que a palavra ‘taxa’ se traduz de duas formas: o cliente paga mas os tribunais são obrigados a uma prestação de serviços para com esse mesmo cliente. Acontece que, infelizmente, muitas vezes as famílias não conseguem suportar esses custos.” O advogado refere que na maioria das vezes “os casos que se tornam do conhecimento público são quase sempre os que se arrastam por largos anos sem resolução, e que são por isso mesmo os casos atípicos, ou são processos mais mediáticos que pelo facto de prescrevem se tornam notícia”. Por esta mesma razão, Miguel Lima Bento alerta para a necessidade de não se passar a ideia que a Justiça não funciona dentro dos prazos estabelecidos, porque essa não é regra mas sim a exceção e acrescenta que “nem sempre é facultada aos cidadãos a informação correta”. Ainda a este respeito, o advogado sublinha que apesar das significativas melhorias, “é necessário dotar o sistema judiciário de uma capacidade para responder de forma mais rápida aos problemas, porque estamos a lidar com a vida das pessoas”. Continuando, Miguel Lima Bento diz-nos que “esta reforma se torna precipitada, pelo que esta não deveria ser implementada, sem se desenvolverem estudos mais aprofundados que visem não só a redução dos custos, mas que se debrucem objetivamente para as assimetrias territoriais e sociais do nosso país”. Aliás o advogado vai ainda mais longe e afirma: “É fundamental perceber o impacto que estas reformas terão no equilíbrio de Portugal e dos portugueses. Enquanto assim não for, e não se pensar neste país e nos homens e mulheres que o compõem de forma solidária, correremos sempre o risco de mantermos uma estagnação económico-social, ao mesmo tempo que teremos uma limitação, ainda que indireta, dos direitos, das liberdades e das garantias de todos os cidadãos”.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

artigo de opinião o agente de execução

Redigido por Paulo Vasconcelos - Agente de Execução em Torres Novas

O

Agente de Execução é um profissional liberal, podendo ser Advogado ou Solicitador, que exerce funções públicas no âmbito do processo civil, em especial no processo

executivo. Por lhe estarem atribuídos poderes públicos no âmbito das ação executiva, encontra-se sujeito a um estatuto deontológico e disciplinar específico, nomeadamente ao nível das incompatibilidades e impedimentos. A ideia de que o Agente de Execução atua apenas nas ações executivas, não é correta, pois, embora o núcleo essencial das competências do Agente de Execução se inscreva no âmbito da ação executiva, não se esgota nessa sede, sendo este chamado a: • Realizar citações e notificações nos processos judiciais; • A intervir nos procedimentos cautelares especificados de arresto e arrolamento e nas ações de divisão de coisa comum; • Intervir no âmbito do procedimento especial de despejo (a par do notário). Qual o seu papel na ação executiva? O Agente de Execução efetua a generalidade das diligências de execução, exceto as que estejam atribuídas à Secretaria ou sejam da competência do Juiz.

30

O Agente de Execução “substitui” o juiz no processo executivo, com a exceção dos atos que, segundo o princípio da reserva, sejam de competência jurisdicional ou, constitucionalmente, a eles estejam reservados por se tratar do exercício da soberania do Estado, procedendo às citações em processos declarativos (quando frustradas por via postal). O processo executivo é um fator essencial para o bom funcionamento da economia e do sistema judicial, mas para que o mesmo funcione é imprescindível o conhecimento da lei, que impõe uma permanente atualização dos conhecimentos jurídicos e outros, e o indispensável domínio das novas tecnologias para pleno uso, com todas as potencialidades das aplicações informáticas de suporte da atividade profissional desenvolvida: o CITIUS para Juízes e Advogados; e SISAAE / GPESE para os Agentes de Execução. Ao Agente de Execução impõe-se um enorme investimento em meios técnicos e humanos, acompanhado da vontade, esforço, e empenho na sua aplicação com vista ao objetivo primordial: o funcionamento da justiça. É fundamental uma boa dose de coragem, na medida em que não é fácil tomar decisões que afetam os direitos dos cidadãos (propriedade, habitação, intimidade da vida privada) e porque existem situações delicadas e até de algum risco para a própria segurança pessoal

do Agente de Execução. É necessário ter espirito de missão e interiorizar a ética e deontologia profissional de modo a que em cada momento que somos chamados a intervir, saibamos, de forma imediata a intuitiva, agir em conformidade.

O futuro do Agente de Execução O Agente de Execução no futuro continuará a desempenhar um papel fundamental, apesar de haver tendência para diminuição dos processos executivos e declarativos, situação que decorre de uma tomada de consciência por parte dos cidadãos e empresas, da atual conjuntura económica do país que leva a uma retração ao nível do endividamento, posição que se encontra aliada à reserva por parte das instituições de crédito em concedê-lo. Assim, continuarão a existir Agentes de Execução e prosseguirão os que desempenharem a função em cumprimento dos deveres deontológicos e profissionais, com dedicação, empenhamento e zelo, em prol do bom funcionamento da justiça.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

No centro de Torres Novas Notária cartorial adelaide videira Adelaide Videira é notária e o seu cartório localiza-se no centro urbano da cidade de Torres Novas. Apesar de ser uma das pupilas no setor afirma que é com orgulho que exerce a profissão na cidade e que, ao longo dos tempos, este setor registou uma evolução e apresenta um futuro bastante desafiador.

Inês domingues e adelaide videira Secretária e Notária

“O

notário é a pessoa que coordena a vontade de cada uma das partes, de acordo com a lei”, começa por nos explicar Adelaide Videira. Um notário pode atuar e intervir no decurso dos mais variados domínios como são exemplo o dos contratos, testamentos, procurações (instrumento pelo qual alguém, de livre vontade, emite uma autorização a outrem para essa outra pessoa desempenhar determinada função) e é um elemento que está voltado para o suprimento de certas necessidades da comunidade, estabelecendo uma relação de proximidade com esta, sem nunca deixar de fazer respeitar o imperativo legal. “Atualmente o notário presta um serviço final total”, aliviando as empresas e cidadãos de procedimentos burocráticos tanto anteriores como posteriores ao ato notarial visto de forma estrita, diz a nossa interlocutora. Quando as partes chegam a acordo relativamente a

determinada solução jurídica cabe ao notário (como entidade) perpetuar essa vontade, através de um documento que é público, como é a escritura, e não através de um documento particular. “Como o notário é um aplicador da lei, promove ainda serviços como o acompanhamento fiscal tanto do ato notarial como do ato registral (sempre a posteriori do ato notarial) ”. Uma vez que os notários são entidades que prestam serviços de natureza jurídica, muitas vezes são confundidos com solicitadores ou advogados. Adelaide Videira explica que há uma diferença e que nenhum dos profissionais ganha com esta dissipação de competências, e concretiza: “O notário é uma entidade que se afirma interpartes. Isto é, não representa nem A nem B, encontra-se acima dessas duas partes. Enquanto um advogado ou solicitador são procurados para representarem uma destas partes em específico, ou por uma empresa que procure defender os seus interesses/ direitos, o notário apresenta-se como uma entidade privada, mas dotada de fé pública.” Quer o notário, o advogado ou o solicitador têm papéis muito bem definidos na história do direito português e coexistiram desde sempre, sem se atropelarem mutuamente e, acima de tudo, respeitando-se institucionalmente. Recentemente foi atribuído aos notários um novo desafio - o processo de inventário - que será sempre remetido ao juiz em casos de especial complexidade, mas onde

os notários terão um papel importante no que respeita à resolução de litígio e estarão, uma vez mais, ao serviço do cidadão, mesmo daqueles que não conseguem ou não podem chegar a um acordo, agindo sempre dentro dos critérios da justiça, legalidade e equidade. Na ótica de Adelaide Videira “tudo isto foi importante para a clarificação das competências do notário, advogado e solicitador”.

Futuro da profissão “O notariado é uma profissão com futuro e há toda uma geração de jovens com imensa garra e competência que estão a abraçar este projeto no sentido lato da palavra. A ordem dos notários continua a fazer uma grande aposta em estágios e colocações para novos notários, para que exista uma rede notarial em todo o território nacional, evitando deslocações e custos desnecessários à população em geral para concretizarem os seus negócios jurídicos”. A nossa entrevistada aproveita a oportunidade para esclarecer que “as pessoas devem encarar os notários como alguém que está ao serviço delas e que as ajuda a tomar a melhor opção de acordo com o benefício/ custo do próprio ato em si. O notário é um parceiro das empresas e dos cidadãos. O notário previne, acima de tudo, muitos litígios judiciais”, finaliza.

31


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

artigo de opinião movimento associativo torrejano Redigido por Carlos Trincão, advogado e dirigente associativo

C

omo foi recentemente referido pelo coordenador do Grupo de Estudos do Movimento Associativo Popular à agência Lusa “Boa parte dos autarcas, dos sindicalistas e membros dos partidos vieram das associações, porque era aí que havia o treino, o traquejo e o desenvolvimento cívico das pessoas para a vida pública”. Para Artur Martins, foi a organização da população em associações que lhe permitiu resistir ao período de falta de liberdade e democracia que marcou o Estado Novo. Neste contexto achamos importante apresentar os exemplos de duas associações torrejanas, que se encontram em plena actividade: uma delas com mais de 150 anos de existência - a ASM Montepio de Nossa Senhora da Nazaré – e outra, produto da explosão associativa que se seguiu ao 25 de Abril – A Associação para a defesa do património da Região de Riachos.

Por uma saúde solidária A Associação de Socorros Mútuos Montepio de Nossa Senhora da Nazaré foi fundada em 30 de Maio de 1862. Nas épocas em que ainda não havia sistemas de protecção social obrigatórios, os trabalhadores e representantes dos ofícios tradicionais e da classe média nascente, entenderam que deveriam juntar-se para, através do depósito em conjunto das suas poupanças, poderem dar aos associados, em determinadas circunstâncias de ocorrência de riscos sociais, um apoio ao tempo imprescindível. Estas necessidades, curiosa e sintomaticamente ao fim de mais de 150 anos, continuam a existir nos dias de hoje! Atualmente a instituição tem mais de 2000 associados, uma sede social moderna e situada numa zona nobre da cidade e oferece serviços clínicos aos seus associados numa larga variedade de especialidades sem intuitos lucrativos, com o lema “ Por uma saúde solidária “

Uma memória da comunidade rural

32

Museu Agrícola de Riachos «Será então essa uma das importantes funções dos Museus Etnográficos: devolver as memórias da terra e da vida às gerações que as viveram; às novas gerações o sentido da herança recebida e das suas raízes ?». O lema é de Carlos Veloso, Professor do Instituto Politécnico de Tomar É neste contexto que surge em 1986 a Associação para a Defesa do Património Histórico e Natural de Riachos. Em 1989 o Museu Agrícola de Riachos, tutelado pela ADPHNR, foi instalado no edifício de um antigo lagar de azeite pertença do Dr. José Marques desactivado desde a década de 70. No Museu encontra-se um vasto espólio que procura ser representativo dos vários aspectos da ruralidade, que marcou no passado o modo de vida tradicional das gentes de Riachos, gentes laboriosas, onde se destaca a importância do sector agrícola devido à produtividade do campo, mas ainda representações de outros ofícios tradicionais e aspectos do quotidiano. O Projecto Museológico tem como pilares três Serviços: Serviços de Museologia e Museografia, Serviços de Conservação e Restauro e Serviços Educativos. Assume ainda grande importância o Centro de

Documentação na dinâmica e articulação dos Serviços referenciados, onde se encontra arquivada e organizada para estudo e consulta a documentação que esses Serviços recolhem e compilam. A autoestima na dinâmica do Museu em que esta colaboração e envolvência se têm traduzido tem trazido para os seus participantes, os inúmeros visitantes e as novas gerações que o frequentam uma mais-valia exemplar. * Leia este artigo na íntegra em www.revistabusinessportugal.pt


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL ESPECIAL TORRES TORRES NOVAS NOVAS

“Não vendemos sonhos, mas podemos ajudar com alguns” Up viagens Este é o lema da agência UP Viagens. Aberta em 2013, em Torres Novas, esta agência não vende sonhos mas proporciona a oportunidade de realizar a sua viagem de sonho. Seja qual for o destino, para a Up Viagens o importante é que desfrute uma experiência que vai querer guardar na memória.

raquel ferreira e joão bastos Colaboradora e Sócio-Gerente

D

e portas abertas no centro de Torres Novas, a Agência Up Viagens surge em tempo de crise, da garra de João Bastos, formado em gestão Hoteleira. Concluída a formação, o jovem riachense decidiu atirar-se de cabeça: “Fizemos, e falo no plural porque nós aqui somos uma equipa, um estudo de mercado e percebemos que existiam várias empresas nesta área mas que muitas delas estavam a fechar portas. Apesar desta constatação decidimos arriscar criando um projeto não muito ganancioso mas que pretende aos poucos chegar longe”. Com mais de um ano no mercado, esta agência tem apostado forte na organização de viagens em grupo direcionadas para várias faixas etárias, explica João Bastos, gerente da Up Viagens: “Temos muita atenção ao trabalhar para um grupo específico e o que

procuramos é satisfazê-lo tendo em conta as suas especificidades”. Quer os produtos direcionados para públicos específicos quer outros bastante originais como os passeios mistérios, em que o destino não é revelado, o PEC, produto para esquecer a crise, ou ainda o FMI, fugas mesmo inesquecíveis, são elaborados de uma forma muito peculiar, explica o gerente: “Quando elaboramos um programa fazemo-lo como se fosse para nós, ou seja, pensamos o que gostaríamos de fazer e visitar, onde e o que gostaríamos de almoçar e o que nos surpreenderia”. É esta forma de atuar, garante João Bastos, que “tem distinguido a Up Viagens” e que faz deste projeto uma aposta ganha e uma experiência enriquecedora embora explique que “muitas vezes é necessário sacrificar hoje para ganhar amanhã porque um cliente satisfeito hoje é um cliente que volta”. Numa altura em que na internet abundam os sites que prometem viagens de sonho low-cost, as agências de viagens têm ainda mais dificuldade para se manter no mercado. Ainda assim, João Bastos alerta que estes “sites não podem ser sequer entendidos como um concorrente porque são vários os clientes insatisfeitos com a compra de viagens por essa via já que muitas vezes compram um produto e ele depois não corresponde exatamente ao que era expectável”. Por isso mesmo, o gerente da Up Viagens desaconselha a compra de viagens através destes sites já que depois é

difícil para o cliente poder reclamar e para as agências de viagens resolver uma situação em que não houve acompanhamento desse cliente. Embora seja difícil competir com os preços praticados por esses sites low-cost, João Bastos garante que a diferença é compensada pela oferta de um serviço à medida do cliente, e pela garantia de uma experiência em que se oferece o melhor possível. Nas palavras do gerente da Up Viagens, “viajar é uma experiência enriquecedora e esta agência não vende sonho mas proporciona aos seus clientes a possibilidade de os realizar”. Com uma equipa jovem mas com uma larga experiência no ramo das viagens, a Up viagens distingue-se também pelo espirito de equipa, garante Raquel Ferreira, colaboradora: “Aqui todas as opiniões são levadas em conta na hora de tomar decisões e isso é muito importante porque as pessoas sentem que não são apenas meros funcionários mas muito mais que isso”. Com oito anos de experiência, no atendimento ao público em agência de viagens, Raquel Ferreira explica que “hoje os clientes estão mais preparados e que trazem bastante informação o que facilita em certa parte o trabalho já que antigamente chegavam sem ideia nenhuma do que queriam”. Apesar de estar há pouco tempo no mercado a garra e as ideias inovadoras da equipa da Up Viagens têm sido cruciais para o seu sucesso. Uma equipa que promete continuar a desenvolver um trabalho de qualidade, apostando em produtos diferenciados. Para já o objetivo é continuar a crescer, diz João Bastos, e “começar a trazer estrangeiros para visitar o nosso país que apesar de ser pequeno tem um património muito rico e apetecível”. Com uma localização privilegiada, já que está perto de Lisboa e também de Fátima, Torres Novas poderá também ser dinamizada com o aumento de turistas.

33


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

Uma Congregação com valor

Congregação das beneditas missionárias

A Congregação das Beneditinas Missionárias teve na sua génese o contexto alemão mas rapidamente se viu perante uma expansão que englobou vários países a nível mundial. O espírito missionário e da ação social são valores que ainda hoje continuam presentes, no contexto da cidade de Torres Novas.

irmã timótea

E

stamos no sul da Alemanha, ano de 1885: a Congregação das Beneditinas Missionárias surge como parte da grande família beneditina: “a finalidade da fundação foi renovar, dentro da ordem beneditina, o espírito missionário que levava os monges, nos primeiros séculos da Idade Média, a evangelizar os povos da Europa Central e da Europa do Norte”, afirma a Irmã Timótea, responsável por esta Congregação em Portugal, localizada em Torres Novas. A vocação missionária levou as irmãs a estabelecer-se em vários países europeus; para além da Alemanha, estabeleceram-se também na Suíça, Bulgária, Itália, Portugal e Espanha, em países africanos (Tanzânia, Namíbia, Angola, Quénia e Uganda), americanos (Brasil, Argentina e Estados Unidos) e asiáticos (Filipinas, Coreia e India) espalhando a sua fé um pouco por todo o mundo.

34

Hoje, a Congregação conta com 1.350 Irmãs, que vivem em 18 países e se dedicam por sua oração e trabalho ao anúncio do Evangelho, nos campos da Pastoral, Educação e Serviços Sociais. No ano de 1961, esta Congregação instalou-se em Portugal. A primeira comunidade que surgiu está em Baltar, concelho de Paredes. Em 1982, as Irmãs Beneditinas Missionárias decidiram criar uma sede no contexto de Torres Novas “província do Ribatejo onde construíram o Mosteiro de São Bento. Assim sendo, possui duas comunidades: uma em Torres Novas, onde as Irmãs mantêm como valência o Lar de São Bento para pessoas idosas, e outra em Baltar, onde as Irmãs se dedicam a serviços pastorais. O Lar de São Bento está aberto ao público em geral. Oferecemos aos utentes todos os cuidados básicos essenciais a uma vida digna, de forma a preservar a sua

integridade, e cuidados espirituais como a participação na Eucaristia e em orações”, elucida-nos a Irmã Timótea. A valência do Lar para Idosos possui uma capacidade para internamento de 37 utentes, contando com a prestação de serviços realizada por irmãs e funcionários, simultaneamente. “Faz-se muito no setor social. Mas devido à crise que o país está enfrentando, o número de pessoas carentes é muito grande. A falta de trabalho pesa muito. Devido à baixa natalidade e a crescente emigração de jovens, a população envelhece a cada dia. Os cortes nas pensões fazem com que os idosos ou as famílias destes procurem ‘casas de acolhimento’, que muitas vezes não tem as devidas condições, no que se refere às instalações e até mesmo à prestação deste serviço”, conclui a Irmã Timótea.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

“Seguramente consigo” M. leal seguros A M. Leal Lda. é uma empresa na área da mediação de seguros, fundada por Manuel Leal em novembro de 1999. Desde 1984, Manuel Leal exercia serviços na área, como mediador de seguros e mais tarde como profissional de seguros, participando em vários projetos, nomeadamente na companhia de seguros Metrópole e mais tarde Zurich. O know-how adquirido centrou-se fortemente na gestão de sinistros, tornando-se uma mais-valia da atual empresa M. Leal. Lda.

manuel leal e andré leal Administradores

A

envolvente económica positiva, acompanhado de um conjunto de parcerias inicialmente bem definidas, resultou no sucesso gradual do projeto e uma boa posição no mercado. Manuel Leal valoriza a proximidade com o cliente. Toda a experiência e a excelência no tratamento de sinistros tem originado uma crescente fidelização da carteira de clientes, assim como na elaboração de uma imagem de confiança e companheirismo. Num momento de viragem, Manuel Leal conta com a ajuda do filho André Leal. Consigo chegaram ideias novas, espírito jovem e empreendedor, e espera-se que resulte num crescimento da empresa, tornado a M. Leal Lda. uma empresa diferenciadora das concorrentes na área dos seguros. Para André Leal não é uma área desconhecida, pois desde pequeno que conhece como funciona a área, e pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo pai e do qual tem muito orgulho. A M. Leal Lda. encontra-se no mercado com uma vasta oferta de serviços tanto para particulares, como para empresas. Na área dos particulares têm um grande leque de ofertas e soluções, nomeadamente através da página da internet e no facebook, disponibilizando seguros

para automóveis, saúde, vida e acidentes pessoais para atividades de lazer. André Leal afirma que “as pessoas quando vêm ter connosco já nos conhecem, vêm ter connosco não só para procurar um seguro do automóvel, mas também um seguro complementar ao seguro obrigatório”. Atualmente, a empresa sendo uma mediadora de seguros, pretende cada vez mais afirmar-se como uma empresa de referência na zona do Ribatejo, iniciando contactos e parcerias um pouco por todo o país. Apesar da situação menos favorável do país, a empresa pretende reforçar parcerias com o meio empresarial envolvente, ampliando a carteira de clientes e reforçando a sua posição no mercado dos seguros. O balanço do trabalho desenvolvido pela empresa familiar é positivo, afirmando que “o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido tem de continuar a ser desenvolvido da melhor maneira”. Estando centrados na zona centro, procuram estabelecer outras relações pelo país, mais concretamente nos grandes meios, pois “com calma e com as condicionantes que o mercado exige estamos a tentar expandir a empresa, pois tem tudo para aumentar o volume de negócios”, defende Manuel Leal. Todos os dias surgem novas exigências, sendo necessário investir e tornar-se numa empresa com características diferenciadoras dos seus concorrentes. Cada vez mais o cliente tem acesso ao conhecimento e é igualmente mais exigente, pretende respostas rápidas e nesse sentido o papel do mediador é estar sempre em cima dos acontecimentos, e preparado para dar respostas rápidas. Manuel Leal afirma que

para “o cliente final o mais importante é quem lhe fez o seguro, quem lhe apresentou as condições, é nessa pessoa que ele vai confiar quando tem algum problema, o cliente encontra ali alguém que lhe dê apoio nas diferentes situações”. O futuro é promissor. Neste momento a imagem das instalações da empresa estão a ser alteradas, de modo a cativar mais os clientes, recriando um espaço onde estes se sintam bem. Manuel Leal defende que o “futuro da empresa será o futuro das empresas que estão espalhadas um pouco por todo o país, pois se a conjuntura do país melhorar, não restam dúvidas de que a M. Leal Lda. continuará a crescer, e a ser uma empresa diferenciadora na área dos seguros”. M. LEAL Seguros, porque a segurança é o seu melhor parceiro.

35


REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA ESPECIAL TORRES NOVAS

Publicidade aqui Sim, Obrigada Fialho ferro, lda Constituída em Março de 1996, a Fialho Ferro, Lda é o projeto de vida de José Ferro. Homem de valores e raízes humildes é o exemplo de que com trabalho desvanecem-se os sonhos e nascem realidades. Sem tirar os pés do chão que o viu nascer no Alentejo, Montemoro-Novo, este empresário luta diariamente para manter de pé a empresa especialista na produção de expositores e soluções publicitárias.

josé ferro Administrador

C

om 20 anos de experiência na área, José Ferro que já tinha sido sócio de uma empresa do mesmo ramo quis criar, segundo as suas palavras “um espaço diferente, procurar outros clientes com quem nunca tinha trabalhado numa perspetiva de inovação que passou muito pelo investimento em equipamento tecnológico altamente avançado”. Foi assim que nasceu, corria o ano de 1996, a Fialho Ferro. Vocacionada para a área da publicidade, esta empresa oferece vários serviços aos seus clientes que passam pelo corte e gravação laser e robótica, impressão digital e outros como pintura e lacagem, serralharia e carpintaria. É esta diversidade que possibilita à Fialho Ferro prestar um serviço integral que passa também pela orçamentação do projeto e pela entrega do produto. Apesar de reforçar que não são uma empresa

36

de logística, José Fialho refere que “a Fialho Ferro faz questão de entregar o produto devidamente embalado no armazém do cliente”. A tecnologia de ponta e as diferentes valências que possui, são também cruciais porque possibilitam que a Fialho Ferro, diz o gerente, “possa a qualquer momento, por solicitação ou se o mercado assim o determinar, derivar para outra atividade aproveitando as sinergias internas e a flexibilização dos diversos equipamentos existentes”. Embora hoje já tenha uma posição bem sustentada no mercado, José Ferro explica que um dos grandes desafios iniciais passou pela procura dos primeiros clientes: “Inicialmente procurei as agências de publicidade por ser o mercado mais fácil de atingir mas foi o passa palavra um dos veículos que mais nos ajudou a crescer”. O trabalho passava nessa altura mais pela parte da produção mas o acompanhamento na área da

criatividade começava também já a mostrar-se muito importante porque como nos explica: “Nem tudo o que se cria se consegue tornar exequível em termos técnicos ou económicos”. Com um vastíssimo conhecimento na área da produção, a Fialho Ferro funciona muitas vezes como consultor explicando aos seus clientes se as ideias criadas em papel são possíveis de concretizar e o custo que isso terá já que, como diz José Fialho, “às vezes até é possível concretizar uma determinada ideia mas o custo que isso terá é demasiado elevado para a função desse objeto”. Uma questão que “é ainda mais acentuada hoje”, garante. Apesar de continuar ainda hoje a trabalhar com as agências de publicidade, o gerente da Fialho Ferro explica que também são procurados por clientes finais, tendo, no entanto, o cuidado de não ser concorrente dos próprios clientes. A Fialho Ferro garante não produzir duas


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

vezes o mesmo projeto para dois clientes diferentes: “Já tive casos em que me contactaram a pedir orçamentos para projetos que eu tinha desenvolvido para outra agência, ou cliente e eu recusei-me a fazer isso. Claro que esta atitude, eu chamo-lhe valores, não agrada a todos mas a verdade é que alguns desses clientes que me tinham pedido esses orçamentos acabaram por me voltar a contatar porque perceberam que esta era a atitude certa. Um desses clientes é hoje o segundo maior cliente em termos de faturação da Fialho Ferro, o que demonstra que entenderam que a nossa empresa lhes daria também confiança e mais-valias”. Têm sido estas características e os valores que possibilitam a esta empresa distinguir-se no mercado mas José Ferro nunca esqueceu as raízes humildes e de pés bem assentes no chão cita uma frase bem visível a todos os que entrem na Fialho Ferro: “Não somos os maiores, tão pouco seremos os melhores mas procuramos a todos os dias e a toda a hora sermos idóneos, profissionais e éticos”.

O ontem, o hoje e o amanhã “Há muitas diferenças entre o mercado no qual comecei a trabalhar também neste ramo mas ainda na outra

empresa em que fui sócio em 1976, o mercado no qual me lancei com a Fialho Ferro há 20 anos, em 1996, e o mercado atual em 2014”. É assim que José Ferro lança os dados para um jogo sobre um passado certo, um presente inconstante e um futuro pouco definido. A maior diferença destaca está na forma como as empresas se relacionam entre si. Sem querer fazer juízos de valores, José Ferro entende que há criticas que têm de ser feitas, e o dedo aponta para o défice de formação dos profissionais que estão hoje a ser lançados para o mercado: “Penso que as escolas não estão a formar devidamente, no conceito de mercado, os jovens e o relacionamento interpares que se esperaria ser de parceria é afinal de concorrência, sem ética e desleal”. A forma como os clientes agem perante as empresas é também hoje bem diferente: “Os erros dos clientes quase nunca são assumidos e tem que existir alguém que tem que dar a cara e sofre as consequências e são quase sempre as pequenas e médias empresas”. Resumindo, José Ferro diz de forma clara que “há hoje um mercado, mais explorador, menos respeitador e menos ético”. Apesar da travessia dos últimos quatro anos em que se acentuaram as dificuldades, o gerente da Fialho Ferro sente-se um privilegiado porque “o ano passado

existiu já uma estabilização da situação”, fruto também de algumas medidas tomadas no sentido de reduzir custos e gastos supérfluos mas sem entrar, realça, na “exploração pessoal que é uma ofensa à dignidade”. O ano de 2014 começou, explica, de “uma forma muito satisfatória” e o mais importante refere é que “a Fialho Ferro continua a merecer a confiança dos seus clientes e também da banca com quem trabalha e de quem é dependente”. O gerente espera agora que o resto do ano possa, no mínimo ter os níveis de trabalho que tem tido até ao momento. Embora não de forma direta os produtos da Fialho Ferro têm chegado a vários países europeus e africanos através das multinacionais com as quais trabalha. A exportação direta não está no horizonte de José Ferro que em tom de brincadeira afirma: “No meu 1,68 de altura sou demasiado baixo para ter um passo tão grande”. Os objetivos passam por manter a estabilidade e este projeto, que José Ferro gostava que tivesse continuidade, embora afirme: “Nós só podemos escolher o nosso caminho enquanto cá estamos e às vezes nem isso porque são-nos impostas regras que não nos permitem ir até onde queríamos ou gostaríamos”.

37


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

O melhor vinho tinto do Sul

sociedade agrícola do Vale godinho

Reconhecida e denominada como Alveirão, a Sociedade Agrícola do Vale Godinho nasce num ambiente de cariz familiar, aproveitando as paisagens típicas do norte Ribatejano. A agricultura biológica é um elemento distintivo a favor desta sociedade, que continua a somar pontos positivos, sendo esta característica uma das possíveis soluções para a sua internacionalização.

faria vieira e alexandra mendes Administrador e enóloga

Como foi possível um pequeno produtor de Torres Novas ter visto um dos seus vinhos classificado como o melhor vinho tinto do sul? Que vinho é este? Não estavam a concurso os grandes vinhos do Sul? O vinho a que se refere é o nosso vinho Maximo’S Tinto 2009 e a distinção foi obtida no âmbito da Vinipax 2013. Deixe-me situar um pouco os leitores. A Vinipax é um certame de divulgação dos vinhos do sul no sentido que lhe dá Aníbal Coutinho: Ribatejo, Alentejo, Península de Setúbal e Algarve. A Vinipax realiza-se anualmente e comporta um concurso de vinhos para o qual são convidados todos os produtores do sul. Não tenho a relação exata dos produtores presentes, mais de 60, mas é indubitável que nos batemos com os grandes vinhos do sul. Quanto ao vinho tinto ganhador, julgo que o mais importante a dizer é que não é um vinho gizado

38

para ganhar prémios, feito de uvas hiper-escolhidas e objeto de mini vinificações. É antes um vinho na linha dos nossos topos de gama, que têm saído com a marca Maximo’S. Quando ocorreu o concurso – outubro de 2013 – o Maximo’S Tinto 2009 estava à disposição do público há vários meses e tinha sido objeto de notas de prova pela crítica especializada portuguesa, com pontuações positivas mas sem que tenha ocorrido qualquer estridência. Salientava-se apenas a medalha de prata no Concours Mondiale de Bruxelles, único concurso internacional a que havia sido submetido. Como era constituído o júri? Acha que o facto de o júri ser dominantemente não-português contribui para explicar o prémio? O concurso de vinhos que ocorreu na Vinipax 2013 foi da responsabilidade da Federação Internacional de

Jornalistas e Escritores de Vinhos (FIEEJ), que agrupa críticos de vinhos de mais de 60 países (http://www. fijev.org). Isto explica alguma coisa? Não sei. O júri era constituído por 17 elementos dos quais apenas cinco portugueses. Um outro vinho que lhe submetemos – Maximo’S Branco 2011 – não obteve qualquer distinção. Michael Schafer, que na Vinipax 2013 presidiu a uma das secções do júri e que dedicou recentemente um dia inteiro a visitar-nos, manifestou forte admiração pelo facto de o Maximo’S Branco 2011 não ter ficado pelo menos no “top 10” dos vinhos brancos do sul. Mas a verdade é que não ficou, no seu curriculum consta apenas uma medalha da revista ‘Decanter’. Aproveito para dizer que este nosso branco de 2011 tem por aí uma plêiade de apaixonados. Ainda está à venda, mas em breve será substituído pelo Maximo’S Branco


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ESPECIAL TORRES NOVAS

2012 (menos exuberante no nariz mas a suscitar igual entusiasmo daqueles a quem o temos dado aprovar, não vai haver hiato na qualidade nos nossos branco). Como foi recebido, que efeito está a ter o prémio atribuído ao Maximo’S Tinto 2009? Sendo um vinho feito a partir de uvas biológicas e havendo como há uma imagem não positiva acerca dos vinhos “bio” portugueses… para a causa Bio, que impacto teve? A repercussão mediática do prémio foi perto de zero; excetuou-se a imprensa regional, ‘Almonda’, ‘O Riachense’, ‘O Ribatejo’, etc.. Nos media ou secções dos media especializadas em vinhos ocorreu uma espécie de blackout às avessas. O presidente da CVRTejo, José Gaspar, chegou a manifestar indignação: não esqueçamos que o prémio foi também uma vitória da região do Tejo. Mas percebe-se o incómodo: a luta pela venda de vinho está cada vez mais ríspida em Portugal, quiçá na Europa, quiçá no mundo. No plano da promoção dos vinhos ‘bio’ também houve algum desconforto, com afloramento de posturas competitivas mais do que cooperativas, como seria curial. A ‘onda’ que os produtores de vinho biológico ou de uvas biológicas poderiam ter cavalgado não aconteceu, em parte, porque nem eles nem as suas agremiações fizeram fosse o que fosse por isso; relevese o caso das menções aparecidas no site da nossa associação, AGROBIO (www.agrobio.pt) e em alguns sites institucionais.

entusiasmos com as coisas do vinho nos finais da década de 90. A casa agrícola que está na sua génese era uma exploração familiar, tradicional na nossa região (lembrar que estamos em pleno coração da zona conhecida por ‘figueiral de torres’, hoje em vias de extinção absoluta), produzindo de tudo um pouco: frutos secos, figo preto à cabeça, azeite, vinho, caprinos e ovinos, queijo artesanal, etc.. Num relance caricatural: o figo seco era com a Cooperativa do Figo de Torres Novas, o azeite era com a Cooperativa do Azeite de Árgea, o vinho era com a Adega Cooperativa de Tomar (nossa sub-região em termos vitivinícolas). Falando desta última: lutámos para que ela se organizasse e passasse a produzir também vinhos com marcas dos cooperantes e a partir das suas próprias uvas (tínhamos presente o exemplo da Borgonha). João Melícias (um dos enólogos portugueses senador, que desde estes princípios nos acompanha) disponibilizou-se para liderar o projetopiloto desta reconversão a partir da nossa produção de uvas). Não foi possível e hoje a Adega Cooperativa de Tomar já não existe – como não existe a de Ourém, outra que nos era próxima. Entretanto a exploração, de estritamente familiar que era, tinha evoluído para uma sociedade por quotas, tinha ampliado a área de vinha (por reconversão de encostas antes dedicadas à figueira), neste particular, com o aconselhamento benévolo de Luís de Carvalho, outro senador, de cuja influência ainda hoje beneficiamos, e tinha adoptado o modo de produção biológico, tendo como mentor Luís Mendes. Em 2004 e 2005 vinificamos em instalações de terceiros. A colheita de 2005 dá origem ao nosso primeiro Maximo’S Tinto, em que João Melícias teve

como assistente uma jovem enóloga, Alexandra Mendes, hoje vice-presidente da Associação Portuguesa de Enologia e principal responsável direta pelas nossas vinificações. O resto é história que o leitor adivinhará: procura do nosso nicho de mercado (o consumidor bio e o consumidor exigente de vinhos), internacionalização, sempre tentando tirar partido dos dois fatores mais distintivos, agricultura biológica e vinicultura por uma grande equipa de enologia. Os vinhos “bio” são diferentes por quê? Abreviando ao limite a resposta: porque as uvas de que lhe dão origem são produzidas em obediência a uma norma europeia severa sobre práticas agrícolas respeitadoras do meio ambiente e porque a transformação das uvas em vinho o é igualmente; por exemplo, a utilização do Anidrido Sulfuroso (lembrar a menção ‘contém sulfitos’ que aparece nos rótulos) é drasticamente limitada. E tudo isto sob auditorias sistemáticas de organismos de controlo (no nosso caso, a Ecocert Portugal). A certificação ‘bio’ o que garante é isto: um produto que na sua feitura obedeceu a uma norma. O simples facto de ter obedecido a um regulamento, por mais severo que seja, é garantia de um produto de superior qualidade? Claramente que não. É condição potenciadora da qualidade, é condição porventura necessária; não mais do que isso. No caso dos vinhos é flagrante. Eles têm de ir a provas cegas, onde os jurados não sabem se o que estão a apreciar é bio ou não é bio. Foi o caso do ‘melhor vinho tinto do sul’ que aqui nos tem ocupado, Maximo’S Tinto 2009.

E a ALVEIRÃO quem é? Diga-nos algo da sua história, das suas vinhas, do modo de produção biológico que adotaram. Os vinhos biológicos são diferentes dos convencionais em quê? O consumidor deve preferi-los, porquê? A ALVEIRÃO Lda é uma empresa que nasce dos

39


REVISTA BUSINESS PORTUGAL OPINIÃO

artigo de opinião Internacionalizar para crescer

Redigido por João Rafael Koehler, presidente da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários

S

endo o mercado português exíguo, as empresas nacionais devem procurar comercializar os seus bens e serviços no exterior e internacionalizar os seus investimentos. Tem sido esse, aliás, o caminho traçado pelas empresas portuguesas: o peso das exportações no PIB cresceu 5,7% em 2013, superando os 40%. Ou seja, a nossa economia está a tornar-se cada vez mais global e mais competitiva. Há, no entanto, algumas questões prévias a ter em conta antes de se iniciar o processo de internacionalização. Primeiro: os produtos e os serviços devem ser exportáveis e o custo de transporte não deve ser impactante ou factor impeditivo. Segundo: as empresas devem oferecer inovação tecnológica, isto é, produtos que de alguma forma se possam diferenciar. E, no caso de os produtos ou serviços não serem particularmente inovadores, deve a empresa ser eficiente, flexível e competitiva (factor preço / serviço). Terceiro: importa que as empresas disponham de recursos organizacionais e financeiros adequados à estratégia de internacionalização. Quarto: as empresas devem criar parcerias no exterior,

40

encontrar agentes, distribuidores especializados com know how do mercado local. Finalmente, assegurar mecanismos de crédito que permitam operar com segurança. Ainda a respeito da internacionalização, há que pensar na “internacionalização ao contrário”, o que significa procurar no exterior a aquisição de matérias-primas e serviços competitivos. Em resumo, comprar bem e vender melhor. A internacionalização tem motivado a discussão sobre quais os mercados estratégicos e prioritários para as empresas portuguesas. Sou de opinião que o mercado comunitário é aquele que oferece mais oportunidades às empresas portuguesas. É um mercado seguro, com proximidade geográfica e cultural. É fácil trabalhar num mercado em que há livre circulação de bens, serviços, pessoas, capitais e em que há moeda única. É um mercado maduro, com poder de compra e onde os produtos portugueses são bem aceites. Só depois considero os países emergentes e os países da lusofonia. Os países emergentes, em especial os países do MENA (Middle East North Africa), pelas taxas de crescimento

que registam, pelos recursos financeiros de que dispõem e pelas necessidade que têm de aquisição de bens e serviços que eles próprios não conseguem disponibilizar às populações. Os países da lusofonia são também importantes porque estão a crescer aceleradamente e porque temos identidade da língua. Dito isto, caberá a cada empresa avaliar que mercados se adequam às suas competências para a internacionalização, estudando as condições legais de acesso ao mercado pretendido, qual a situação económica e política do país e qual o potencial de consumo. Para finalizar, uma palavra sobre start ups tecnológicas: têm tudo a ganhar se passarem por processos de incubação e aceleração em centros empresariais internacionais, nomeadamente nos EUA, onde podem adquirir conhecimento, testar produtos / serviço, criar redes de contactos e estabelecer parcerias locais. A inserção em ecossistemas internacionais de tecnologia constitui um importante passo para a entrada no mercado global.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

municípios em destaque

42


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIUOS EM DESTAQUE

O

turismo é considerado hoje o desígnio de Portugal. Com um clima que agrada, paisagens que deslumbram e uma história e cultura rica, o país “à beira mar plantado” capta cada vez mais turistas internacionais. Com uma cidade eleita o melhor destino 2014, o Porto, e considerado recentemente o “Melhor destino de Férias por Aviação” na Europa entre 25 países nomeados pelos Zoover Awards, Portugal ganha relevo e prestígio. Mas nem só do Algarve, e das cidades como o Porto e Lisboa vive o turismo de Portugal. A hospitalidade que está no povo acolhe os que vêm de fora e os que cá dentro querem conhecer o país onde nasceram. Atentos a esta realidade estão os Municípios espalhados pelo país que investem e dinamizam cada vez mais os seus concelhos na tentativa de trazer turistas, que geram riqueza e postos de trabalho. Nesta edição, a Revista Business Portugal foi conhecer alguns municípios para perceber o trabalho que tem sido desenvolvido na dinamização do setor turístico dos concelhos. Belmonte é apenas um exemplo do trabalho desenvolvido pelos municípios portugueses. Esta pequena vila com pouco mais de 8000 habitantes tem conseguido tirar um enorme proveito da história e cultura rica que possuí captando as atenções de muitos visitantes. Com vários projetos para potencializar ainda mais este setor, o município de Belmonte aposta forte naquela que é a sua marca distintiva, a ligação histórica ao Judaísmo. Nesta edição viajamos ainda por outros municípios como S. João da Pesqueira, Trancoso, Coruche, Tavira, Guimarães e Mogadouro. Venha conhecer mais um pouco de Portugal.

ANUNCIO LINDE Online_185x130mm_Portugal_AF.pdf

1

16/04/14

11:43

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

43


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

A cidade medieval de Portugal

Município de trancoso

A recente cidade de Trancoso impõe-se ao país na sua paisagem raiana, com o seu castelo altaneiro e cintura de muralhas. Esta antiquíssima terra acolhe os seus visitantes num cenário medieval que transporta os seus visitantes para um tempo de sonho e maravilha. Pelas suas características únicas e o seu estado de preservação, Trancoso merece o estatuto de ‘cidade medieval de Portugal’.

P

ara além de toda a história e património que Trancoso preserva dentro das suas muralhas, com o seu belo castelo medieval a coroar esse majestoso conjunto fortificado, uma visita a esta cidade pertencente ao distrito da Guarda é obrigatória por muitas outras razões. Amílcar Salvador, presidente do Município de Trancoso revelou à Revista Business Portugal todos os pontos de passagem obrigatória por esta cidade medieval, sem esquecer a gastronomia típica da região, também ela bastante convidativa a uma visita. Muito bem localizada geograficamente, de qualquer ponto do país é fácil chegar a Trancoso. Seja pela EN 226, ou pelo IP2 que liga o concelho a Trás os Montes e Alto Douro, e ainda pela EN 102 que conta com uma ligação próxima à A25, não há desculpa para não ter Trancoso como destino para um fim de semana em família. “Trancoso tem uma enorme tradição de feiras e mercados, e todas elas são um convite para que venham pessoas de todo o país até à nossa cidade”, refere o presidente. De todas as festas e romarias, merecem destaque a Feira de S. Bartolomeu, a Feira do Fumeiro, a Feira da Castanha, que contou este ano com a sua primeira edição e, obviamente, a Feira Medieval, “que traz a vida e as tradições de outros tempos ao centro histórico da nossa cidade”.

44

amílcar salvador Presidente do Município

Mas para lá das feiras, “Trancoso tem um património invejável. E quando me refiro ao património englobo o património histórico, cultural e paisagístico. As paisagens que o concelho proporciona são, no mínimo, excelentes”, diz Amílcar Salvador, deixando transparecer o orgulho que tem na sua terra. Deste leque variado vale a pena referir “as Portas D’El Rei, o Castelo, moinhos, igrejas, pelourinhos, o Solar dos Brasis, e tantos outros locais que fazem da nossa cidade um lugar especial”, diz o edil. A presença judaica em Trancoso remonta a tempos anteriores a D. Pedro I, mas ainda hoje fazem parte da cidade alguns lugares alusivos à comunidade. Daí que Trancoso faça parte da Rede de Judiarias de Portugal. “A Casa do Gato Preto e o Poço do Mestre são alguns dos locais mais emblemáticos. Diariamente recebemos vários turistas, nomeadamente da Terra Santa, que querem conhecer o património judaico de Trancoso”, revela Amílcar Salvador.

Em prol dos trancosenses A cumprir o seu primeiro mandato enquanto presidente do Município, Amílcar Salvador tem dedicado bastante atenção aos seus munícipes. Cientes das dificuldades porque o país atravessa, o seu propósito para estes anos que se avizinham passa essencialmente pela garantia de

condições aos seus habitantes, de modo a incentivar a fixação de pessoas e o desenvolvimento económico do concelho e atrair algum investimento. Neste sentido, a autarquia tem levado a cabo alguns programas de apoio a empresas que se queiram fixar em Trancoso. “Neste momento, uma empresa que queira ficar em Trancoso e garanta a contratação de, pelo menos, cinco pessoas, sabe que até ao final do mandato as únicas despesas que terá com as instalações será de água e luz. A autarquia oferece o espaço a custo zero”, revela o presidente. Existem ainda outros incentivos destinados à população mais jovem de Trancoso, com o objetivo de que estes criam as suas empresas e que consigam singrar no mercado de trabalho. Neste momento, está a ser criado um Centro de Empreendedorismo, Inovação e Juventude, centro esse que receberá a população mais jovem e lhe dará as ferramentas e orientações necessárias à criação da sua empresa. “Aqui, os nossos jovens serão recebidos por pessoas com alguma experiência que irão encaminhá-lo e dar-lhes a informação suficiente e necessária, por forma a que os próprios consigam criar o seu próprio emprego. A nossa grande aposta passa pelas pessoas, porque o nosso melhor património são as pessoas”, conclui Amílcar Salvador.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIUOS EM DESTAQUE

Portas D’El Rei

Solar dos Brasis

Situadas nas muralhas que rodeiam a cidade, a sul, abertas entre duas torres ameadas. Ostentam o escudo da cidade, lavrado em pedra. Exteriormente formam um arco abatido e interiormente um arco em ogiva. Em recuadas épocas, fechavam com grades de pau ou ferro e porta em madeira.

Reza a história que aquele majestoso solar nasceu de uma promessa à Nossa Senhora da Penha. Luís de Figueiredo de Monterroio, antigo capitão do mar, prometeu construir um solar se fosse salvo de uma terrível tempestade aquando do regresso de uma viagem ao Brasil. E assim, durante dois anos, foi construido aquele que hoje é um “primoroso testemunho da relacionada pomposidade luso-brasileira nos alvores dos setecentos”, de acordo com Hipólito Raposo, historiador.

Pelourinho de Trancoso Este monumento manuelino, é contemporâneo do foral novo. O fuste é facetado, sobre quatro degraus e remata com colunelos que formam a gaiola, em número cinco. A cimeira é cónica e remata com uma esfera armilar. Tal como o castrelo, este está classificado como Monumento Nacional.

Castelo e Muralhas O castelo e as muralhas que cercam o centro histórico são os mais importantes e mais antigos monumentos do concelho de Trancoso. A fortaleza é anterior à nacionalidade, foi reforçado por D. Dinis com sete torres amuralhadas, quatro das quais vãs. A torre de menagem era utilizada para guardar o tesouro do califado e do resultado das pilhagens. Este castelo está classificado como Monumento Nacional.

Casa do Gato Preto De origem judaica, com Leão de Judá esculpido em alto relevo na fachada, bem como outros símbolos, como são exemplo a Preguiça e as Portas de Jerusalém. O seu nome provem de no seu interior, existir uma escultura que faz lembrar o animal, lavrada no Lintel e uma porta. Todo o edifício detém as características de moradia e comércio judaicos.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Viagem pelas memórias do Tempo

Município de belmonte

Com pouco mais de 8000 habitantes, Belmonte é uma vila pequena mas com paisagens que deslumbram e com um passado histórico riquíssimo. O turismo e o desenvolvimento das suas potencialidades têm sido uma aposta forte da Câmara Municipal para este concelho do interior. Em entrevista à Revista Business Portugal, António Rocha, atual presidente, falou desta aposta e do que tem sido feito para trazer cada vez mais pessoas a Belmonte.

antónio rocha Presidente do Município

Como descreveria Belmonte no que se refere aos seus atrativos turísticos? Diria que em Belmonte existem três focos principais: primeiro o Histórico, já que é berço de Padro Alvares Cabral que descobriu o Brasil. Essa ligação histórica e sociocultural com o Brasil é uma vertente que queremos aproveitar, desenvolver e aprofundar, estando já ligados com várias cidades do Brasil. É um país com enorme potencial e os turistas brasileiros viajam muito para Portugal. A este respeito temos um atrativo importante que é o Museu dos Descobrimentos que relata a história de Pedro Alvares Cabral, na sua descoberta do Brasil e sua apresentação desse mesmo país. Este é um dos museus mais visitados. Temos também uma casa cultural em Santa Cruz Cabrália, na Costa do Descobrimento, Bahia, onde chegou Pedro Alvares Cabral, que queremos reativar com atividades culturais, exposições e conferências. O segundo foco é o Judaísmo. Belmonte tem uma Comunidade Judaica ativa que mantém ainda todas as tradições seculares, com sua Sinagoga e rabino. Esta foi uma Comunidade que durante muitos anos esteve escondida, que praticou a sua atividade religiosa de uma forma discreta mas que hoje está mais aberta e em contacto com o resto da população e que tem

46

mostrado a sua cultura, as suas raízes e a sua religião. Esta é uma comunidade um pouco mítica para a comunidade judaica internacional porque durante muitos anos manteve esta tradição e este culto. Por isso mesmo, há um grande interesse da diáspora judaica em vir conhecer Belmonte, esta comunidade judaica e participar nos seus rituais. Esta é talvez a área do turismo que está a crescer mais, neste momento. Há uma aposta muito grande na captação deste turismo religioso para o interior e ainda recentemente tivemos presentes em Israel numa feira do turismo, em Tel Aviv, que possibilitou a marcação de diversos grupos para visitar esta região. Nesse sentido, estamos a prepararnos para ter uma resposta condigna a esse turista. Um exemplo disso é o recente aparecimento em Belmonte de várias empresas Kasher, ou seja, empresas que fazem produtos destinados à comunidade judaica seguindo os preceitos judaicos de fabrico e concepção. Para além disso vamos ter também o primeiro hotel Kasher, um hotel que está a ser construído de raiz a pensar na Comunidade Judaica e nas suas tradições mas também nas suas exigências. Esse hotel ficará situado no centro de Belmonte perto da sinagoga, porque os judeus durante o Shabat não conduzem e, por isso, têm de ir a pé sendo a proximidade à Sinagoga muito importante.

Estas ações espelham já a tentativa de dar uma resposta efetiva aquilo que o turista procura e precisa. O terceiro grande foco em termos turísticos é a paisagem. Estamos numa zona muito próxima da serra da estrela e temos paisagens muito bonitas que valem a pena visitar. Em que fase está a construção do Hotel Kosher de que nos falou? Tal como disse, esse projeto está ainda na fase de alicerces, não estando prevista a sua abertura antes do final do ano mas é um projeto, sem dúvida nenhuma, de extrema importância. A Comunidade Judaica é muito grande em termos internacionais e enquanto em outras áreas do Turismo temos mais grupos, no Turismo Judaico não. Para além de existirem visitas organizadas em grupo, também existem muitas visitas individualizadas. O museu Judaico é, neste momento, em Belmonte o museu mais visitado o que já dá também provas que este turismo está muito forte. Este museu vai sofrer transformações de forma a torna-lo mais interativo. Vamos também neste museu criar um memorial ao Cônsul de Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, que salvou 30 mil pessoas sobretudo Judeus durante a II Guerra Mundial e que é algo que está em falta.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIUOS EM DESTAQUE

A nível gastronómico quais são os pratos mais típicos de Belmonte? Belmonte não tem um prato específico. Aqui come-se a comida típica da Beira, como o cabrito. O que podemos destacar aqui, sem dúvida nenhuma, é a comida Kasher. Os judeus comem o que nós comemos, confecionam e preparam é de uma maneira diferente, obedecem a algumas regras próprias de apresentar as refeições e incluso certo de tipo de animais e peixes ou combinação de alimentos não é permitida na Lei judaica, como peixe sem escama e barbatana ou cervídeos. Este tipo de comida é o que nos distingue, e que marca a diferença. Habitualmente os restaurantes e os hotéis não têm comida Kasher para oferecer a quem passa mas já estão preparados para o fazer no caso de existirem grupos. No dia-a-dia é que se torna mais complicado porque não se justifica que tenham essa oferta. No entanto, com o previsto aumento do fluxo de turistas judeus creio que dentro em breve se justificará ter um restaurante diariamente a confecionar comida Kasher. Para os turistas que vêm a Belmonte que pontos, para além dos que já referiu, considera serem importantes visitar? Esta é uma vila que sendo pequena tem muito para oferecer. Temos toda uma área medieval, o castelo e toda a sua envolvente e ainda a igreja de São Tiago. Depois temos a própria Judiaria que é uma área bonita de visitar com todas as casas em pedra, com as marcas, os cruciformes dos judeus nas portas perfeitamente

visíveis. Para além disto, temos ainda a área romana e aí a torre de Centum Cellas que é um ex-libris a nível nacional e a Quinta da Fórnea. Para estas duas áreas que têm estado um pouco mais esquecidas, foi lançado um concurso para se construir um centro interpretativo. O de Centum Cellas vai já arrancar brevemente e o da Quinta da Fórnea arrancará posteriormente. A área medieval está também presente, sendo organizada anualmente uma feira medieval, em Agosto. Esta é uma feira com alguma tradição e a mais forte do interior do país, o que suscita muita atenção e muitas visitas. Este ano, estamos a renovar a organização da feira para lhe dar uma cara nova, com nova animação e diferentes atividades, ainda mais dinâmicas. O que estamos também a desenvolver, paralelamente, é um plano municipal de cultura, ou seja, um plano de atividades culturais mais forte porque hoje em dia não importa só que as pessoas venham ver os monumentos, de uma forma estática. É importante que cheguem a Belmonte e encontrem vida, exposições, teatro, concertos. Por isso mesmo, estamos a fazer uma grande aposta em termos culturais para que exista também essa vertente. Hoje o turista quer mais, quer experiências e portanto é isso que estamos a tentar fomentar em Belmonte. Apostámos, afinal , naquilo que de facto somos e temos, não fomos rebuscar nada. Investimos no nosso património, na nossa cultura e tradições, na nossa memória histórica e nos nossos recursos. Potenciando este conjunto de factores associados à animação certamente que o Turismo pode desenvolver-se de forma sustentável e

gerar sinergias que sugiram o aparecimento de novas actividades ligadas aos mais diversos sectores como a gastronomia, artesanato, animação, merchandising.

A nível hoteleiro têm uma resposta capaz para esse crescimento que é esperado? Esse tem sido um dos pontos fracos de Belmonte. O turista geralmente fica na Guarda ou na Covilhã e vem aqui fazer uma visita. Isso tem-nos penalizado em termos económicos porque significa que o turista passa mas não permanece. Essa é uma preocupação desta autarquia, se bem que temos a noção que esta questão, hoteleira, é um investimento que tem de partir de privados e não da câmara. Agora o papel da câmara é dinamizar o concelho, as ofertas turísticas, criar mais fluxos turísticos de forma a gerar também interesse nos investidores que certamente estarão atentos. Que mensagem gostava de deixar como nota final? Queria dizer que temos um passado rico e um futuro que decerto será risonho. Quero ainda reforçar que estamos em Belmonte à espera que nos visitem e que nos lancem desafios e acreditem nas potencialidades que temos. Somos terra de Historia secular, de paisagens únicas, de gente simpática e acolhedora, no coração da Beira, entre as serras da Malcata e Estrela. Somos autenticamente Belmonte!

47


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Um lugar a descobrir

Município de s.joão da pesqueira

Situado no coração do Alto Douro Vinhateiro, património mundial, o concelho de S. João da Pesqueira possui uma riqueza inigualável em património, sobretudo natural, o que torna um destino atrativo. A relação natural da cultura do vinho com a oliveira e a amendoeira é um cartão de visita importante para o desenvolvimento estratégico regional e local. Em entrevista, à Revista Business Portugal, José António Tulha, presidente da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira falou das dificuldades e potencialidades do concelho a nível turístico.

josé antónio tulha Presidente do Município

Como se caracteriza o Concelho de S. João da Pesqueira? S. João da Pesqueira é o típico concelho da região duriense que vive quase em exclusividade para a produção de vinhos, nomeadamente o vinho do porto. Para além de sermos o concelho com a maior produção desse precioso néctar, temos também grandes produtores e engarrafadores de vinhos de mesa, com marcas muito conceituadas. O azeite e a amêndoa constituem também uma parte importante da produção agrícola que é a principal atividade económica do concelho. A nossa população ronda atualmente as 8000 pessoas, um decréscimo de cerca de 5,6% nos últimos sensos em relação a 2001. Um número que ainda assim não é muito significativo, já que a nível de distrito fomos dos concelhos que menos população perdeu. Sendo um concelho do interior esta perda é uma tendência. Os mais jovens tentam, naturalmente, ir para os centros onde têm mais oportunidades de empregabilidade nas suas áreas de estudo e vão permanecendo as pessoas das faixas etárias mais elevadas. A nível turístico o que tem S. João da Pesqueira para oferecer? Esta região tem das melhores paisagens que existem e durante, o ano inteiro, com exceção do Inverno, há um ciclo vegetativo em que as tonalidades alteram. S. João da Pesqueira estando situado no coração do Alto

48

Douro Vinhateiro goza de uma localização privilegiada, que, numa altura em que o Douro está na moda, pode ser aproveitada no sentido do seu desenvolvimento. É isso que temos tentando, aproveitar as sinergias do próprio rio. Há um grande fluxo de turismo voltado para as viagens no Douro e cabe-nos a nós começar a trazer esse turismo até aqui. Não é uma tarefa fácil mas estamos a trabalhar nesse sentido e estou certo que esse esforço terá os seus resultados. Que trabalho tem sido feito nesse sentido? Temos trabalhado com os operadores turísticos e tem sido feito, também, um trabalho no sentido de dinamizar os centros para que as pessoas saibam os eventos que existem e para que sejam atrativos para os turistas. Todo esse programa e organização de eventos culmina com uma ação que é a Vindouro – Festa Pombalina e que se realiza no final de Agosto ou início de Setembro. Este evento é também o marco do início da época da vindima que é uma altura muito distinta do resto do ano já que é quando o fruto pelo qual as pessoas trabalham o ano inteiro é colhido. A nível hoteleiro S. João da Pesqueira tem no seu entender capacidade suficiente? Não, neste momento não. Temos um hotel, mesmo no centro da vila que tem excelentes condições e temos depois alguns locais de turismo rural. Existe

ainda um parque de campismo que especialmente no Verão é bastante procurado quer por caravanas, quer por campistas de passagem. Este parque tem vários serviços, desde piscina, a campo de ténis, de minigolfe e restaurante. As caravanas além do parque têm também vários locais específicos que podem utilizar. Embora a oferta que temos é de excelente qualidade penso que, neste momento, e isso nota-se principalmente em alturas como a Vindouro – Festa Pombalina, que não existe capacidade suficiente para acolher toda a gente. Era necessário criar novas infraestruturas nesse sentido mas como sofremos aqui do síndrome da interioridade, as pessoas têm um pouco de receio de investir. Como é conhecido as acessibilidades para S. João da Pesqueira não são muito boas, e é evidente que as acessibilidades são um meio de desenvolvimento. Esta é também mais uma razão que faz aumentar ainda o receio de investir, porque os investidores não sabem se terão o retorno desejado. Diria bem à maneira portuguesa que isto é uma pescadinha de rabo na boca. Por um lado não se investe porque existe medo e por outro, as pessoas não vêm porque não existe essa oferta. Entendo que com algumas alterações nessas acessibilidades seria mais fácil trazer investimento e por consequência turistas. Que eventos entende ser de interesse destacar? Ao longo do ano temos vários eventos. Tivemos, no final de Fevereiro, a Festa de Saberes e Sabores que está


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIUOS EM DESTAQUE

relacionada com a flor da amendoeira. Aproveitando a passagem das pessoas fazemos este evento que serve como atrativo para que os turistas parem, se divirtam, apreciem a gastronomia e também as feiras que são organizadas para a venda de produtos típicos da região. Agora vamos ter o São João onde são organizadas várias atividades como os desfiles e depois temos ainda a principal festa que é da responsabilidade da câmara que é a Vindouro - Festa Pombalina. Este último evento traduz-se numa feira ligada ao vinho e ao Marquês de Pombal, que tanto marcou a região. Este ano realiza nos dias 5, 6,e 7 de Setembro. Além destes eventos temos também a Feira Anual que se realiza dia 1 de Setembro e que antigamente servia para as pessoas comprarem todos os objetos necessários para a vindima. Embora continue a existir hoje o propósito já não é esse. Durante a Feira Anual são organizadas corridas de cavalos, tratores e temos também organizado uma corrida de touros que representa um grande atrativo e que tem permitido trazer bastante gente a S. João da Pesqueira.

certa retração em vários campos, do qual se inclui a própria alegria e bem-estar das pessoas. As dificuldades que tivemos nos últimos três anos, contribuíram para essa retração mas entendo que estamos em condições de alterar isso e, portanto as dificuldades vão começar a ser ultrapassadas e as pessoas vão novamente ter vontade de se divertir e a Pesqueira também vai acabar por tirar resultado dessa mudança de atitude. Entendo, enquanto presidente da Câmara, que temos tentado fazer muitas coisas em vários setores, desde logo na agricultura, ajudando os pequenos e médios agricultores que sentiram uma certa dificuldade. Por isso acho que o esforço que tem sido feito por ajudar quer nesse sentido, quer na dinamização de S. João da Pesqueira vai começar a dar os seus frutos. Para acabar quero deixar uma mensagem a todos para que visitem S. João da Pesqueira e que aproveitem os dias mais solarengos que estão a chegar. Temos um conjunto de atrativos a conhecer e uma população simpática, que gosta de agradar e receber. Estou certo que se visitarem S. João da Pesqueira não se vão arrepender.

Quais são as expetativas para o futuro? Eu sou uma pessoa naturalmente otimista. Compreendo que a situação económica do país tem levado a um

49


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Um Município de Cortiça, Regadio e Industria Município de coruche Com cerca de 20 mil habitantes Coruche é a “Capital Mundial da Cortiça”, tendo na agricultura florestal e de regadio as suas principais atividades. A indústria ligada à transformação desempenha também ela um papel fundamental no desenvolvimento do concelho e é a aposta de Francisco Silvestre de Oliveira, presidente da Câmara Municipal, para o futuro do município.

francisco silvestre de oliveira Presidente do Município

V

estuário, acessórios de moda, construção, componentes para a aeronáutica, a cortiça está por todo lado. A diversidade de aplicações deste material não é novidade e Portugal, no mundo da cortiça, é potência internacional. Ciente desta realidade, o município de Coruche, afirma o presidente da Câmara, Francisco Silvestre de Oliveira, candidatouse a “ser a Capital Mundial da Cortiça por todo o património natural que possuí e pela capacidade quer de transformação deste material, quer do seu parque industrial”. Com provas dadas da sua importância no PIB nacional, a cortiça desempenha também em Coruche um papel de relevo na promoção da região e no seu desenvolvimento, particularmente, na criação de emprego, garante

50

Francisco Silvestre de Oliveira: “Na totalidade, as corticeiras empregam cerca de 400 trabalhadores mais aqueles que estão ligados à área da produção, o que representa uma grande fatia da população”. A deslocalização de algumas empresas ligadas a este setor para Coruche foi também, nas palavras do presidente, “fundamental para o concelho”, aproximando a transformação à produção e permitindo que atualmente se produzam mais de um milhão de rolhas por dia no município. Deste projeto que intitula Coruche a “Capital Mundial da Cortiça”, nasceu aquela que é para Francisco Silvestre de Oliveira, a casa mãe de toda esta iniciativa e que agrega vários parceiros onde se incluem empresas ligadas à proteção de cortiça, universidades e equipas

de investigação, o Observatório do Sobreiro e da Cortiça. Este equipamento público, construído com fundos comunitários, permite, refere o presidente, “que todas estas entidades façam um trabalho de investigação e de divulgação”. Trabalho este mais direcionado para a produção, já que, como refere, “ a indústria tem mais disponibilidade, ferramentas e meios para fazer investigação, enquanto a produção está mais condicionada e são conhecidos os problemas que os sobreiros apresentam, sendo difícil estudá-los já que o ciclo da cortiça é longo”. Associada a toda esta dinâmica está a realização da FICOR, Feira Internacional da Cortiça em Coruche. Com data marcada para os dias 29 de Maio a 1 de Junho, esta feira, afirma Francisco Silvestre de Oliveira, “é por


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIUOS EM DESTAQUE TEMA

um lado a oportunidade dos produtores apresentarem a sua cortiça e fazerem negócio e por outro, uma forma de divulgar a inovação no que respeita à sua aplicabilidade em diversas variantes”. Neste sentido, é realizado um desfile de moda, onde são mostradas peças de roupa e acessórios que utilizam este material na sua confeção. Para além da vertente comercial, o presidente, realça que “esta feira tem também uma componente científica, sendo organizados diversos workshops temáticos relacionados com a investigação da cortiça e com os seus problemas”.

Desenvolver e crescer Distinguido como o oitavo maior município do país, Coruche possuí um território com cerca de 1114 Km2 e aproximadamente 20 mil habitantes. Como quase todos os concelhos do interior, Coruche não foge à regra e tem vindo a perder população. Como explica, Francisco Silvestre de Oliveira, “os fatores dessa perda são por um lado, a baixa natalidade, já que o número de nascimentos é diminuto, a saída da população mais jovem, quer para os concelhos do litoral, quer para outros países e ainda o elevado número de idosos existentes”. Se em tempos um dos mais importantes elementos para a fixação da população foi, o grande caudal que o rio Sorraia apresenta, hoje este fator já não é determinante para travar a saída das camadas mais jovens da população. Romanos e Árabes fixaramse nesta zona usufruindo do campo agrícola como meio de comunicação entre povos e desenvolveram engenhosos sistemas de irrigação que ainda hoje persistem. O concelho, maioritariamente rural, explica o presidente, “baseia-se sobretudo no setor primário, sendo a agricultura muito ligada à floresta, produção de madeira e cortiça, e a agricultura voltada para a imensa

área do regadio que o concelho possuí, onde para além das culturas tradicionais começam a aparecer já outro tipo de culturas como o morango ou a framboesa, as principais atividades”. A complementar o setor primário, Coruche possuí indústrias agroalimentares que atuam na produção e transformação alimentícia. A este respeito, Francisco Silvestre de Oliveira, aproveita para expressar o desejo de “que a beterraba regresse ao concelho, já que a produção de açúcar é neste momento feita a partir da extração da polpa da cana, e seria mais vantajoso para os produtores quer do concelho, quer dos concelhos limítrofes, que essa produção fosse feita através da polpa da beterraba, evitando a importação que hoje é necessária e trazendo mais rentabilidade”. O setor secundário assume também um papel importante na região, embora, o presidente explique, que “este setor está a atravessar grandes dificuldades”. Perante este declínio, Francisco Silvestre de Oliveira, refere que se pretende dar algum impulso ao comércio “mas para isso é necessário conseguir mobilizar a economia local”. Uma mobilização que se traduz “na criação de emprego e de atratividade que consiga trazer para Coruche novas áreas empresariais, novas industriais ligadas com a agricultura, já que faz todo o sentido que a área de transformação esteja próxima da área de produção”, explica. A cumprir o primeiro mandato, o autarca afirma ainda que “é necessário desenvolver a área de agricultura ligada ao regadio e a área de agricultura ligada à floresta que tem depois um potencial paralelo ligado com o turismo de habitação, de natureza, de aventura e rural que se diferencia do turismo do litoral e aproveita os novos nichos que estão a ser divulgados e implementados”. Com um enorme potencial nesta matéria, só falta a Coruche, refere, “um operador turístico

51


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

que consiga dinamizar todas estas áreas de interesse”. O desenvolvimento das potencialidades turísticas do concelho englobam também o rio Sorraia que se mantém como um dos elementos principais do concelho pela sua riqueza piscícola e que já foi considerado um dos melhores pesqueiros nacionais, tendo-se já realizado campeonatos do mundo de pesca desportiva neste rio. Mais uma vez terá lugar este ano, de 18 a 24 de agosto o Campeonato do Mundo de Pesca Desportiva de Senhoras em Água Doce. O aproveitamento das herdades particulares para a realização de visitas às adegas, caminhadas, provas de btt e outras atividades é também tido como uma componente a desenvolver.

52

Apesar de Francisco Silvestre Oliveira, sublinhar que quer “apostar forte neste tipo de turismo de natureza”, explica: “O filão de desenvolvimento do concelho passa pelo desenvolvimento industrial porque existindo crescimento, a nossa economia local cresce, existindo crescimento as pessoas têm emprego e se assim for têm os seus rendimentos tendo mais disponibilidade para fazer crescer o comércio”. Apesar de ser uma vila rural, Coruche é, nas palavras do presidente, um lugar onde todos os cidadãos têm qualidade de vida, quer pela facilidade de acesso a todos os serviços básicos, como a saúde ou o ensino, quer pela sua localização privilegiada já que afirma “estando próximo o suficiente da capital para usufruir dos benefícios dessa proximidade e da modernidade, está suficientemente afastada para que os cidadão tenham a tranquilidade de quem vive no meio rural”.

O futuro Há seis meses à frente dos destinos de Coruche, o presidente de olhos postos no futuro fala da importância

de continuar o trabalho feito até agora: “No futuro não podemos perder aquilo que conseguimos até aqui, a projeção do nosso concelho enquanto produtor de cortiça, enquanto divulgador dessa fileira”. Sem perder de vista a importância que a cortiça tem na promoção de Coruche, Francisco Silvestre de Oliveira, quer apostar forte na outra potencialidade do concelho, o regadio: “Aquilo que pretendemos é transformar a FICOR numa feira bianual e intercala-la com uma feira do regadio, já que esta é também uma componente com grande peso no município”. Embora nos últimos seis meses se tenha registado já um grande crescimento da procura deste concelho para a localização de empresas, foram vendidos 10 lotes industriais, o que demonstra nas palavras do autarca que “o município está em contraciclo relativamente ao resto do país”, o presidente pretende tornar o concelho ainda mais atrativo “chamando mais pessoas que venham engrossar a população e conseguindo localizar ainda mais empresas no concelho estando, para isso, já em curso um projeto para uma nova área industrial”.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Mogadouro, um município para descobrir Município de mogadouro Uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Bragança, Mogadouro é um concelho com cerca de 9850 habitantes, que já conta com a nova reorganização das freguesias, contabilizando atualmente 21 freguesias e 28 lugares, o que totaliza 49 aglomerados populacionais.

joana filipa silvA e evaristo neves Vereadora da Ação e Social e Educação e Vice Presidente do Município

O Município do Mogadouro desfruta de uma centralidade resultado do IC5 e do IP2, representando um eixo de excelência para os transportes, bem como uma forte proximidade a cidades de média dimensão. O concelho do Mogadouro é o terceiro concelho do distrito de Bragança com maior área. Fatores como o turismo e a zona industrial têm sido alvo de investimentos, de modo a dinamizar e tornar o município uma referência. Assim sendo a ampliação da zona industrial é um dos projetos em curso, tendo como principal objetivo aumentar o número de lotes para mais 43 novos espaços. Evaristo Neves, vice presidente da Câmara do Mogadouro, defende que é “uma necessidade para dar resposta à forte procura que tem existido, prevendo que num curto espaço de tempo, os lotes fiquem esgotados, pois Mogadouro tem de emergir aproveitando os eixos rodoviários de que dispõe”. O turismo é um forte dinamizador da economia, situado no planalto mirandês e no seu lado nascente possuindo o parque natural douro internacional e no lado poente do concelho a rede natura 2000, em que estamos a falar do vale do douro e do vale do sabor respetivamente. O Mogadouro tem um imenso potencial, possui boas condições para o turismo de natureza, aliado a uma gastronomia de excelência, aos produtos endógenos e acima de tudo ao bem-estar que o interior possui. A questão da sazonalidade é um dos problemas do interior de Portugal, e Evaristo Neves afirma que “estão a ser desenvolvidos projetos e atividades, para combater a sazonalidade em Mogadouro, de modo a não sermos um município atrativo nos meses de Primavera e Verão em que a população praticamente triplica, mas também no Inverno, onde existe inúmeras tradições a valorizar e

54

que podem ser desenvolvidas, equilibrando durante o ano inteiro as áreas da restauração, hotelaria e comércio local”. A criação da semana da micologia é uma das atividades que foram implementadas. O concelho do Mogadouro é um dos melhores produtores de cogumelos silvestres, em que durante os meses de outubro, novembro e dezembro vários agricultores dedicam-se à apanha de cogumelos para comércio. O grande objetivo da Câmara é transformar o Mogadouro “na capital dos cogumelos, e assim associar a gastronomia a atividades dinâmicas, como workshops, e à parte biológica, em que quem visitasse Mogadouro não vinha só para degustar os cogumelos, mas também para realizar estudos no terreno e conhecer os espaços”. No passado mês de novembro foi realizado um evento experimental, em que o concelho recebeu durante uma semana um grupo de 23 noruegueses, onde fizeram recolha de cogumelos, show cookings e saíram maravilhados. No momento da partida ficou a promessa do regresso, provavelmente com mais apaixonados pela atividade, pois “empenho e paixão, são as palavras-chave para o crescimento da atividade, que pretendemos que ganhe vida e dimensão”, revela o vice-presidente. A Feira do Gorazes remonta à idade média e está relacionada com um certame de final de colheitas. É uma aposta contínua, que decorre durante uma semana e já conta com cerca de 200 expositores. Uma feira de multiatividades, desde a agricultura, à pecuária, ao comércio, à prestação de serviços e à representação de marcas. A festividade do solstício de inverno é uma das mais recentes atividades do Mogadouro. O concelho tem uma grande tradição em termos de rituais pagãos em que existem uma série de grupos de máscaras pelas diferentes freguesias. As máscaras já marcaram presença na BTL em Lisboa, e vão à Máscara Ibérica e o objetivo final é candidatar as máscaras a património material da UNESCO ou da Humanidade. O evento fica assim marcado pela noite mais longa do ano, em que é realizado um desfile pagão pelas ruas da vila, em que termina no castelo onde está uma fogueira do galo, onde decorre uma panóplia de atividades culturais sempre presentes com o espírito do planalto mirandês. As sonoridades são inúmeras, desde as gaitas de foles, tamborileiros e associado a esse ritual de máscaras cria uma envolvência extraordinária, que tem muita adesão. A oferta de gastronomia é variada. Desde os doces aos salgados, não esquecendo os licores, as compotas,

a doçaria seca e conventual. A gastronomia é caracterizada quer pela elevada qualidade dos produtos utilizados, quer pela simplicidade dos processos de elaboração. No município do Mogadouro a aposta na gastronomia relaciona-se como pequenos nichos de mercado, principalmente na doçaria, pois no concelho “as pessoas não estão habituadas a receber o subsídio de desemprego, e têm um espirito pro ativo e empreendedor, lançando-se no terreno por conta própria, criando o seu próprio negócio”, afirma Evaristo Neves. Projetos para dinamizar e potencializar o município do Mogadouro são imensos. Promover o turismo e o bem estar do interior são uma forte aposta, mas incentivar as empresas a instalarem-se são também uma prioridade. Projetos no âmbito da ação social: • Projeto Bairro Social – recuperação de todo o bairro habitacional, proporcionando melhor qualidade de vida aos habitantes; • Transporte gratuito aos doentes oncológicos até ao IPO – reconhecendo a necessidade de alargar a situações clinicas graves; • Criação de hortas comunitárias – a título gratuito, surge como uma necessidade de desenvolver a própria cultura, nomeadamente ao nível da batata e das hortaliças; • Cursos de especialização tecnológica – parceira com o IPB; • Implementação de uma escola profissional – aproveitando as instalações de uma escola primária antiga.

zona industrial



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

“Cidade Berço” Município de guimarães Recentemente reconhecida como Cidade Europeia da Cultura, Guimarães situa-se no distrito de Braga e é uma das mais importantes cidades históricas do país. As ruas e os monumentos respiram história e fascinam quem visita Guimarães. Eleito um dos destinos prediletos para visitar, tem diariamente um elevado número de turistas. O seu centro histórico foi distinguido como Património Cultural da Humanidade, tornando a cidade um dos maiores centros turísticos da região.

domingos bragança Presidente

U

m vestígio único, o Centro Histórico de Guimarães foi distinguido pela UNESCO, no ano de 2001 como Património Mundial, justificado pelo significado universal que a cidade usufrui na sua identidade nacional portuguesa.

56

Guimarães transparece cultura, património e tradição. Aproveitando a história envolvente da cidade, associado aos tempos modernos, e à consequente manutenção do património com vitalidade e empreendedorismo, resultou que no ano de 2012 Guimarães fosse reconhecida

como Capital Europeia da Cultura, representando uma grande força de atração turística. Uma iniciativa da União Europeia, que decorreu num período desse ano, que possibilitou à cidade mostrar à Europa a sua vida e o seu desenvolvimento cultural, permitindo ainda um melhor conhecimento mútuo entre os cidadãos da União Europeia. O programa das iniciativas centrou-se em quatro temáticas: cidade, comunidade, pensamento e artes. O centro da cidade proporciona uma viagem histórica. O Castelo, classificado como uma das sete maravilhas de Portugal nomeadas no ano de 2007, é um dos mais emblemáticos monumentos caracterizadores de Guimarães. A oferta de museus na cidade é grande. Desde a Plataforma das Artes e Criatividade, um projeto


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIUOS EM DESTAQUE

infraestrutural de transformação do Antigo Mercado de Guimarães num espaço multifuncional, dedicado à atividade artística, cultural e económico-social. E o Percurso Museológico no Convento de Santo António dos Capuchos que conserva e valoriza o património artístico e cultural e é uma das grandes atrações da cidade. O presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, afirma que “Guimarães tem muito para oferecer a quem visita a cidade, e que o turismo é primordial no desenvolvimento económico do concelho. Assim sendo, pretendo que as pessoas venham até Guimarães e pernoitem pela cidade uns dias, desfrutem do programa cultural e visitem os monumentos e as zonas mais a interior do concelho, que são ricas em gastronomia e eventos culturais”. Cada vez mais Guimarães é palco de grandes concertos. Acompanhando Porto e Lisboa, a cidade de Guimarães

conquista o seu lugar de destaque e referência nacional, com concertos de grandes artistas, nomeadamente a fadista Ana Moura e, em outros ritmos, com uma mistura quente e explosiva de Ana Carolina, são alguns exemplos recentes. O mítico regresso dos Silence 4 aconteceu também na ‘cidade berço’. A programação cultural em Guimarães é muito densa e interessante, e as festas e romarias tradicionais são outra atração da cidade. As Festas Gualterianas, as Festas Nicolinas, a Feira Afonsina ou a romaria de Santo Amaro atraem inúmeros visitantes ao concelho, o que é ótimo do ponto de vista do turismo, bem como do desenvolvimento da economia local. O futuro é promissor e projetos não faltam. Preservar as marcas distintivas de Guimarães, adicionando elementos enriquecedores ao património histórico, são os principais objetivos de Domingos Bragança.

57


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

A inovação em prol dos munícipes

Município de penela

A Câmara Municipal de Penela tem vindo a desenvolver um modelo específico e inovador no que diz respeito à melhoria da qualidade de vida no seu território.

luís matias Presidente do Município

S

egundo Luís Matias, atual Presidente da Câmara de Penela, dos 308 municípios existentes em Portugal (segundo a comparação dos censos de 2001 e 2011, refere) 199 perderam população sendo que dois terços de Portugal está em processo de desertificação acelerado. Sendo este um problema e um desafio que se coloca aos territórios de baixa densidade demográfica, Penela criou um Smart Rural Living Lab. Luís Matias explica à Revista Business Portugal que o Living Lab procura ser um “ecossistema de inovação”, no caso do Smart Rural Living Lab este é associado à inovação em territórios de baixa densidade demográfica. E afinal, qual é a lógica dos Living Labs? A sua criação foi estruturada como um dos pilares da política de inovação da União Europeia, uma vez que procuram colocar o beneficiário, das inovações tecnológicas e da inovação social e da comunicação organizacional dentro dessas mesmas inovações. Isto é, o consumidor faz parte do processo de criação e desenvolvimento de determinado

58

produto ou serviço. O primeiro Living Lab surgiu, segundo Luís Matias, na Finlândia, com a criação do telemóvel tendo havido em seguida a necessidade de colocar o consumidor no epicentro do desenvolvimento daquela tecnologia. Existem “Living Labs” temáticos, focados no desenvolvimento de determinadas tecnologias como o equipamento led ou os smart phones e existem “Living Labs” mais transversais no seu domínio de interacção. O Presidente da Câmara de Penela conta-nos que o Living Lab do município “é claramente de base territorial porque o que nós apresentamos aqui como laboratório de inovação é todo o território de Penela enquanto território com características rurais como muitos outros que há em Portugal e na Europa.” Estes “laboratórios” assentam num modelo de inovação aberta em que há uma integração dos utilizadores no processo de exploração, no desenvolvimento e inovação de novos produtos e serviços que permitem então desenvolver estas soluções inovadoras. Luís Matias explica que esta abordagem é fundamental pela sustentabilidade que representa: “o nosso, especificamente, ainda mais, porque todo o desenvolvimento dos produtos e serviços é feito com base naquilo que são os nossos sectores estratégicos definidos. Portanto, são 4 vectores estratégicos que nós temos e é com base neles que procuramos desenvolver esses produtos e serviços.” É neste âmbito que se integra um dos projetos que está a ser desenvolvido e que está a ter mais notoriedade: o Farm Real. Luís Matias conta-nos que havia numa aldeia de Penela um rebanho comunitário: “o rebanho dos habitantes de Ferraria de São João”. Com o passar dos anos este rebanho foi diminuindo e em quarenta, cinquenta anos “demos um salto de mil e quinhentas

cabras para umas vinte ou trinta que persistem hoje naquela aldeia”. O leite de cabra é fundamental para a produção do queijo Rabaçal que é “um dos produtos mais fortes que nós temos , muito valorizado e com muita procura.” A desertificação dos espaços rurais trouxe-lhes a falta de atividades como a do pastoreio de percurso, essencial ao maneio das cabras tendo em conta que os caprinos não podem ser estabulados, e a falta de pastores levou à falta de cabras e consequentemente à quebra de produção de leite. Em pareceria com o Instituto Pedro Nunes, chegámos ao conceito do Farm Real, em que passamos a ter um rebanho comunitário cujos proprietários já não são os habitantes da aldeia mas sim os internautas. Qualquer pessoa pode ser dono de uma cabra na Ferraria de São João, acompanhar o dia a dia dela através de uma plataforma já criada, perceber quantos litros de leite deu, quantos quilómetros andou e poderá receber um queijo em casa ou até mesmo desfrutar de um fim-desemana em Penela. Este projeto já venceu um prémio internacional no Brasil (primeiro prémio de inovação, educação e tecnologia na maior exposição da América Latina de inovação e desenvolvimento tecnológico) e tem suscitado interesse de muitos investidores, prometendo vir a constituir-se como um forte fator de revitalização da economia local. Para Luís Matias, a “Smart Rural Living Lab” deverá ter como consequência trazer população para Penela pois ”a partir do momento que aumentamos a qualidade de vida das pessoas e aquilo que são as oportunidades diferenciadoras proporcionadas, entendemos que é possível criar condições para a captação e fixação de pessoas para este tipo de territórios.”


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIUOS EM DESTAQUE

Vila de flores, sabores, das feiras e, em maio, dos carros! Município de ponte de lima Decorre este fim-de-semana (3 e 4 de maio) o emblemático e já muito aguardado Rali de Ponte de Lima. A prova regional terá um total 62 km e pretende agora lançar-se num âmbito nacional. O turismo e o desporto continuam na linha da frente, nesta que é a vila mais antiga e mais florida do país.

âmbito nacional. De além-fronteiras, participam já alguns corredores galegos. “Esta oportunidade enquadrou-se dentro daquilo que é a estratégia do nosso município, que é ter aqui um conjunto de eventos de qualidade e com o desejo de que o rali de Portugal volte novamente a Ponte de Lima”, conta o Presidente da Câmara, Victor Mendes. “Este é mais um fator de atratividade e de competitividade para o concelho”, acrescenta ainda.

Uma vila dinâmica

víctor mendes Presidente do Município

A

forte aposta ao nível do desporto fez, desde cedo, parte de uma tradição municipal ao dispor dos cidadãos limianos. Com o Rali de Ponte de Lima, que chegou a arrastar centenas de milhares de pessoas em anos anteriores, esta vila desperta novamente no coração dos seus habitantes, e de todos os amantes do desporto automóvel, a curiosidade e o interesse. A ideia que já se pretende é que este evento, de carácter regional, possa também elevar o seu estatuto a um

Ponte de Lima é um dos concelhos portugueses que mais visitantes recebe ao longo do ano. Durante a “época baixa” do ano, já apelidada na vila de “época alta”, e para que não se perca o dinamismo turístico, existe um conjunto de atividades onde se incluem as típicas feiras, espetáculos, festivais, entre outros eventos. O rali de maio é o ponto de partida desta época, que culmina no mês de setembro com as Feiras Novas. O Festival Internacional de Jardins, iniciativa inédita em Portugal, a decorrer entre maio e outubro, foi galardoado no ano passado como sendo o melhor festival de jardins do mundo. O respeito e a manutenção dos espaços verdes refletese na harmonia que os caracteriza. Existe ainda um conjunto notável de jardins no interior e arredores desta que é, orgulhosamente, a capital portuguesa dos jardins. O melhor clube de canoagem de Portugal, que soma já um título de penta-campeão, encontra-se também em

Ponte de Lima. As atividades náuticas continuam em grande forma no concelho, bem como as equestres, com o Concurso de Saltos Internacional, em maio, e a Feira do Cavalo, em junho. “Há uma preocupação em ter sempre algo de diferente no concelho e que possa ser atrativo para os visitantes”, refere o autarca.

Ao dispor dos limianos As regalias oferecidas pela autarquia apontam, com forte incidência, o seu foco para os próprios habitantes. Os cidadãos limianos e as suas empresas beneficiam de um conjunto de incentivos fiscais, como a redução em 5% do seu IRS e as baixas taxas de IMI. A taxa de desemprego neste concelho encontra-se muito abaixo daquela que é a média nacional. É da gastronomia e do turismo que os cidadãos extraem as maiores fatias de empregabilidade. O Arroz de Sarrabulho à Moda de Ponte de Lima e o Vinho Verde estão entre os bens mais consumidos e mais apreciados pelos milhares de visitantes que visitam a Vila ao longo de todo o ano. O Presidente Victor Mendes deixa o convite a todos os limianos e a todos os portugueses para que assistam ao rali de Ponte de Lima nos dias 3 e 4 de Maio e que, “a sua vinda possa constituir para os visitantes o início de muitas visitas que farão ao concelho, pois terão a oportunidade de ver um dos territórios mais bonitos de Portugal, ou mesmo do mundo!”.

59


REVISTA BUSINESS PORTUGAL LOGÍSTICA E TRANSPORTES

Logitrans 2014

O

Grupo IFE e a revista Logística & Transportes Hoje organizam nos próximos dias 7 e 8 de maio de 2014, no Centro de Congressos do Estoril, a 11ª edição do Salão Logitrans – Salão Profissional de Logística, Transportes, Equipamentos e Armazém, que tem como tema principal a «Performance da Cadeia de Abastecimento como o Motor de Crescimento». O Logitrans é o ponto de encontro de excelência entre os visitantes profissionais e as empresas expositoras nacionais e estrangeiras, e uma excelente plataforma de negócios única em Portugal para todos os players das áreas da Logística e Transportes. Este ano vão ser levados a debate os seguintes temas: • Fator diferenciador e a competitividade do mercado; • Mercados externos – América Latina, Chile, Colômbia, Argentina, Uruguai; • O que é que o supply chain pode oferecer ao retalho do futuro; • A logística e os outros departamentos, a ligação que garante o sucesso!; • Outsourcing logístico; • Inovação; • Eficiência nos processos e controlo de custos; • A logístiva é a chave do sucesso do e-commerce!; • Portos; • Gabinete jurídico. O evento reúne visitantes profissionais e empresas expositoras nacionais e estrangeiras, representando uma excelente plataforma de negócios exclusiva em Portugal. Realizado num ambiente 100 por cento profissional, é um evento gratuito para os visitantes profissionais que visa proporcionar um networking altamente qualificado. O salão Logitrans partilha de um espaço dinâmico com área de exposição que pretende potenciar o benchmarking através de partilha de experiências entre os profissionais do setor. Um programa vasto e ativo, com atividades paralelas com mais de 50 especialistas, onde se destacam as Conferências Especializadas e Workshops Temáticos, estruturados em parceria com as principais entidades de cada um dos setores presentes, palcos de excelência para apresentação de estratégias inovadoras para negócios de sucesso. Outros temas estarão em debate, nomeadamente o fator diferenciador e competitividade do mercado, a inovação, o outsourcing logístico e a eficiência nos processos e controlo de custos. O Logitrans é um evento singular em Portugal por ser exclusivo e gratuito para profissionais, pretendendo demonstrar cara a cara os produtos, serviços e soluções das diferentes empresas, no fundo com o intuito de reforçar a notoriedade da imagem de cada empresa no mercado, promovendo a fidelização dos seus principais clientes/parceiros e revelando estratégias inovadoras para negócios de sucesso.

AF_Logitrans 185x42mm.pdf

1

27-03-2014

16:08:43

INSCRIÇÃO EM

www.logitrans.ife.pt Organização

7 E 8 DE MAIO

CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL

60



REVISTA BUSINESS PORTUGAL LOGÍSTICA E TRANSPORTES

Inovação, inspiração e ação

Linde material handling

A Linde Material HandIing está no mercado ibérico desde 1960 onde se dedica à comercialização de empilhadores e prestação de serviços associados. E fá-lo de forma exemplar, ou não tivesse já sido galardoada por várias vezes como a melhor marca de equipamentos de manutenção, distinção atribuída por uma revista alemã da especialidade. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Jaime Gener, o diretor geral ibérico da empresa. mundial no fabrico de empilhadores. Presente na Península Ibérica desde 1960, a Linde AG inicia a sua atividade em Espanha através da filial Linde Ibérica, S.A. Em 1982, a divisão de Material Handling em Espanha concentra-se na empresa Linde Carretillas e Hidráulica, S.A. O ano de 1992 é fundamental para a empresa, visto que se inicia o negócio de aluguer que posiciona a companhia como uma das marcas de referência nesta área, com uma frota superior a 8.000 unidades. Em 2003, a empresa unifica as operações nos mercados português e espanhol, passando a denominar-se Linde Material Handling Ibérica, S.A. A filosofia do nosso fundador, Carl von Linde, baseiase numa simples premissa, “como podemos fazer melhor?” e esta é uma das motivações da companhia para continuar a inovar e investir em I+D. Na Linde Material Handling, procuramos permanentemente novas fórmulas para que os nossos veículos sejam tecnicamente excecionais, extraordinariamente rentáveis e ecologicamente responsáveis, e que cumpram os critérios de segurança laboral, inclusive para além da regulamentação em vigor. A inovação, a inspiração e a ação posicionaram-nos durante mais de um século como pioneiros no desenvolvimento de veículos de manutenção seguros, eficientes e fiáveis. jaime gener Diretor Geral Ibérico

P

ara que possamos contextualizar os nossos leitores, começo por pedir que nos conte um pouco da história da empresa e qual a sua missão e objetivos. A nível global, a Linde Material Handling tem a sua origem em 1904, quando Hugo Güldner, Carl von Linde e Georg vom Krauss fundaram a companhia GüldnerMotoren-Gesellschaft em Munique, Alemanha, dedicada ao fabrico de motores. Em 1955, a Güldner apresenta o primeiro “Hydrocar”, um veículo de transporte com acionamento hidroestático. Em 1969, a companhia foca-se no desenvolvimento de veículos de manutenção. Em 1977, adquire a empresa americana Baker Material Handling Corporation e em 1984 compra a Fenwick Manutention, o mais importante fabricante francês de empilhadores. Em 1985, a Linde lança a sua série de empilhadores térmicos 351, que revoluciona o mercado e que se converte no modelo mais vendido do mundo. Em 1989, adquire a Lansing Bagnall, a companhia britânica que desenhou o primeiro empilhador retrátil do mercado. Em 2006 torna-se parte do Kion Group, o líder

62

Quais são os principais produtos e serviços que a Linde oferece no mercado? A Linde Material Handling (LMH) dispõe de uma extensa variedade de produtos e serviços para o tranporte e manutenção de todo o tipo de mercadorias, em todos os setores de atividade. Quanto aos veículos novos, a Linde conta com 74 séries de produtos, que incluem empilhadores elétricos e térmicos, veículos de grande tonelagem e empilhadores anti-deflagrantes – para trabalhar em ambientes potencialmente explosivos - assim como uma ampla gama de veículos de interior, que vão deste portapaletes manuais, a porta-paletes elétricos, stacker e preparadores de pedidos. Na Linde interessa-nos estabelecer uma relação a longo prazo com os nossos clientes, por isso dispomos de uma ampla gama de serviços de pós-venda, que denominamos “Linde Costumer Services”, que inclui desde planos de manutenção personalizados, passando por inspeções técnicas de segurança, adaptação de acessórios e implementos, formação de condutores e atualização face ao normativo vigente, até à solução de

qualquer imprevisto. Em toda a Península Ibérica e ilhas os nossos 475 técnicos com formação especializada polivalente e os nossos 405 veículos de serviço dão uma ótima resposta para que os nossos clientes possam ter na Linde a máxima disponibilidade no que se refere aos seus empilhadores. Na Linde, contamos também com diferentes modalidades de aluguer, a curto e a longo prazo, assim como o serviço de gestão de frotas. Outro negócio importante é o Approved Trucks, Empilhadores de Ocasião Linde, com garantia, em perfeitas condições de uso, podendo assim contar com veículos que se adaptam aos requisitos dos clientes. A segurança é um tema chave para Linde. Porquê? A Linde é a marca de empilhadores que dispõe do maior número de soluções de segurança de série. Além disso, a Linde tem um enorme leque de soluções de segurança adicional que tornam mais segura a manipulação e o transporte de mercadorias. Entre outros dispositivos, a Linde conta com detetores de pessoas e obstáculos, sistemas anti-atropelamento, luzes especiais para ver e ser visto, reguladores/ limitadores de velocidade de acordo com as áreas de armazenamento onde circula, circuitos fechados de televisão, sistemas automáticos de extinção de incêndios, sistemas de compensação de cargas em função do deslocamento do centro de gravidade, etc.

Que características diferenciam Linde MH das outras empresas no setor de movimentação de cargas? Como disse anteriormente, na Linde Material Handling, procuramos permanentemente novas soluções no desenvolvimento dos nossos veículos. Se falarmos de eficiência, os resultados do teste de desempenho efectuado para alguns empilhadores e veículos de interior, certificada pela TÜV (organismo alemão de inspeção de veículos) demonstraram que os veículos Linde são mais rentáveis que qualquer veículo de outra marca. A eficiência energética, aliada à produtividade e ao custo são a base do sucesso dos nossos produtos e um fator altamente valorizado por todos os utilizadores que realmente procuram uma redução dos custos operacionais na manipulação de mercadorias. As pessoas são a prioridade em todos os veículos que


REVISTA BUSINESS PORTUGAL LOGÍSTICA E TRANSPORTES

criamos e por isso temos em consideração, em primeiro lugar, o posto de condução, desenvolvemos tecnologia avançada para que a manipulação seja suave, precisa e com o menor esforço por parte do condutor. A proteção do posto de condução dos efeitos de vibrações do veículo durante a condução é um fator que tratamos com especial cuidado na Linde: o habitáculo do condutor encontra-se isolado dos choques e vibrações através de amortecedores de borracha, livres de manutenção, que minimizam o efeito prejudicial que estas produzem. Quanto à segurança, como também já foi mencionado, esta é um dos fatores chave que temos em atenção em todos os nossos veículos. Os nossos clientes valorizam estas características porque sabem que se um posto de condução é agradável, saudável e eficiente, o condutor vai desenvolver o seu trabalho com maior facilidade, aumentando o desempenho e minimizando a fadiga.

Quais são as expetativas de Linde para o ano de 2014? Depois de um ano de 2013 realmente bom em todos os aspetos, creio que 2014 vai ser o início da recuperação do mercado Ibérico no sector dos empilhadores. Estes primeiros quatro meses deixam antever o crescimento do volume de unidades no mercado, tanto em Portugal como em Espanha, e obviamente a nossa expectativa é acompanhar claramente esta tendência.

Estamos a focar-nos no serviço de gestão de frotas, cada vez mais procurado e onde ainda há muito por fazer. Sabemos que com a nossa estrutura, competências e recursos conseguiremos um bom posicionamento nesta área de negócio. Estou convencido de que as nossas soluções vão oferecer aos nossos clientes o valor acrescentado que por sua vez lhes permitirá ser mais eficientes na sua gestão.

Que novidades apresentará a Linde este ano aos seus clientes? Dentro dos novos produtos, no início deste ano lançámos no mercado o empilhador duplo compacto D06 – D08, com capacidades para 600 e 800 kg na elevação principal. Por outro lado, durante a primavera, apresentamos os novos empilhadores elétricos E12 – E20 EVO, de 1.200 até 2.000 kg. Também lançamos os novos empilhadores elétricos frontais com capacidade de 5.000 até 8.000 kg. Nas máquinas de interior fazemos uma clara aposta ma intralogística, colocando no mercado um novo trator de arraste de 6.000 a 8.000 kg, assim como um inovador comboio logístico. Sendo uma das nossas bases a aposta na liderança tecnológica incidiremos na comercilização de máquinas com baterias de iões de lítio e sistemas de carga mais eficientes. Nesta área de gestão intralogística lançaremos o

sistema Optima@, um revolucionário produto e serviço desenvolvido pela Linde com vista a que os nossos clientes disponham, em tempo real, dos dados chave referentes à sua frota, tanto sobre a utilização como sobre o estado técnico dos empilhadores. Com este sistema poderão analisar a utilização do parque em termos de fluxos e rotas, enquanto que a partir a Linde, teremos a informação técnica dos equipamentos de forma remota com o objetivo de assegurar a máxima disponibilidade dos mesmos. Em maio, a Linde Material Handling organiza o World Material Handling em Frankfurt. De que se trata? De 6 de maio a 2 de julho, a Linde Material Handling (LMH) apresentará ao vivo e de forma interativa, o evento World of Material Handling. Num espaço de 20.000 metros quadrados a Linde criará um mundo único de experiências para todos os clientes e interessados na marca, com soluções atuais, tendências e propostas para a manipulação de materiais. Neste evento serão realizadas apresentações e demonstrações multimédia, assim como conferências e palestras por especialistas. Os visitantes serão convidados a fazer um «test drive» num circuito especial, para assim formarem a sua opinião sobre os diferentes equipamentos de manutenção da Linde.

63


REVISTA BUSINESS PORTUGAL LOGÍSTICA E TRANSPORTES

Os Benefícios das Soluções de Voz

Vocollect

Presente em Portugal desde 2005, a Vocollect desenvolve soluções de voz que entre outros benefícios ajudam as empresas a aumentar a sua produtividade. Em entrevista à Revista Business Portugal, Josh Callan, business development manager de Portugal e Espanha da Vocollect, explicou um pouco do desenvolvimento destas soluções e dos benefícios que elas trazem.

Como e quando surge a Vocollect? A Vocollect oferece soluções de voz desde 1990, começou inicialmente nos Estados Unidos e desde 2000 está também presente na Europa. A Vocollect dedicou os 25 anos da sua presença no mercado ao desenvolvimento, exclusivamente, de soluções de voz. Quais as soluções e serviços põem à disposição dos vossos clientes? A Vocollect oferece um pacote completo de headsets (fones com reconhecimento de voz otimizados e desenvolvidos especialmente para aplicações de ativação de voz) e terminais com os acessórios correspondentes em termos de hardware para utilização exclusiva com os softwares Vocollect Client (firmware do dispositivo) e Vocollect Console (gestão do sistema), e ainda uma gama, desenvolvida pela Vocollect e/ou seus parceiros, de conectores e middleware para permitir que os sistemas de base de voz funcionem em quase qualquer WMS (Warehouse Management System). Que mais-valias oferecem as soluções Vocollect? Através da rede de parceiros exclusivos, as soluções de voz Vocollect são reconhecidas no mercado como líderes, oferecendo soluções completas e integradas. Quem são os vossos clientes? Os nossos clientes estão sobretudo no setor do retalho (88% do top 100 das empresas de retalho de todo o mundo utilizam a tecnologia de voz Vocollect) e, temos, desde então, trabalhado também com o setor da logística, bem como o setor da moda e automóvel. Como são desenvolvidas as vossas soluções? A nossa abordagem poderia ser considerada quase consultoria. Procuramos os nossos clientes finais juntamente com os nossos parceiros para diagnosticar o impacto potencial de uma solução de voz e recomendamos as melhores práticas – sempre considerando que a voz pode trazer mais produtividade e precisão para o cliente final como principal beneficio. As nossas soluções baseiam-se, por isso, no cliente final e tentamos juntamente com as necessidades especificas de cada cliente encontrar as melhores soluções.

josh callan Business Development Manager Spain and Portugal

64

Que preocupações têm quando procuram desenvolver uma nova solução? Elas surgem como resposta as necessidades identificadas no


REVISTA BUSINESS PORTUGAL LOGÍSTICA E TRANSPORTES

mercado junto dos vossos clientes? Estamos agora a ramificar-nos em novas áreas ligadas ao centro de distribuição. Nesse sentido, as nossas soluções podem necessitar de se concentrar mais na precisão à medida que nos posicionamos nessas novas áreas onde a precisão na receção é o sucesso da operação. Implementam também essas soluções no terreno e dão formação aos clientes para tirarem o melhor partido dessas soluções? Os nossos parceiros são especialistas nas soluções de voz Vocollect e para isso a formação é o componentechave na estratégia de implementação. No entanto, como já anteriormente mencionado, primeiro e mais

importante que tudo é que o cliente entende que opções deve tomar quando escolhe as soluções da Vocollect de forma a poder tirar o máximo partido da sua solução de voz. Estão presentes em diversos países, desde quando em Portugal? A Vocollect está hoje presente em mais de 60 países e disponível em 35 idiomas tendo começado a desenvolver as suas soluções em Portugal desde 2005. Entende que em Portugal já existe consciência das mais-valias das soluções Vocollect? Portugal é um mercado que tem estado em crise nos últimos 4 anos, e por isso entendemos que o mercado

português tem que de ser desenvolvido particularmente fora dos grandes nomes do retalho. Quais os projetos para o futuro e as expectativas de crescimento? No momento estamos focados numa campanha de marketing, que tem como objetivo atingir o cliente final consciencializando-o e mostrando como uma solução baseada na voz paga-se em menos de 12 meses e dura por mais de cinco anos, não tendo quase nenhuma, ou nenhuma mesmo necessidade de outro investimento inicial. É difícil encontrar outra tecnologia que faz com que o retorno do investimento seja rápido, ao final de um ano, e que é válido por cinco anos.

65


REVISTA BUSINESS PORTUGAL LOGÍSTICA E TRANSPORTES

Especialistas em equipamentos de transporte Reta A Reta é uma empresa especializada em semirreboques, tratores e equipamentos de transportes. O seu core business compreende ainda a manutenção e a reparação de viaturas pesadas e comerciais de transporte, através de uma rede de oficinas modernas e bem localizadas. A propósito de mais uma Logitrans, conversamos com Paulo Caires, diretor de marketing e vendas da empresa.

paulo caires Diretor de marketing e vendas

Quando falamos na RETA, falamos de uma empresa presente há já 25 anos no mercado português. Como tem sido este crescimento? A Reta foi fundada em 1989 e está há mais de 20 anos no mercado português, sendo uma empresa com uma posição consolidada a nível nacional. Somos especialistas na venda e aluguer de semirreboques e tratores, novos e usados, e na prestação de serviços de manutenção e reparação de viaturas pesadas e comerciais de transporte. O nosso expertise na prestação de serviços e a nossa crescente aposta no cliente permitiu-nos crescer de forma planeada e sustentável. Em 2013, a Reta evoluiu em contraciclo com o país, investiu no seu desenvolvimento e reforçou as suas equipas com a criação de 40 novos postos de trabalho. A nossa estratégia de crescimento passa pela aposta na expansão das nossas áreas de negócio, nomeadamente

66

através de novos parceiros. No ano passado, apostámos na venda de peças e serviços técnicos com a comercialização de peças DAF e TRP (insígnia aftermaket da DAF para peças multimarca); e também na área de manutenção e reparação mecânica de tratores multimarca, ao tornarmo-nos DAF Service Partner. Oficializámos também a representação da fabricante espanhola de semirreboques Lecitrailer, marca da qual somos representantes únicos em Portugal. O nosso foco está no serviço, no qual queremos ser cada vez mais especializados, e na gama de produtos diversificada. O nosso plano de crescimento passa, pelo aumento da quota de mercado nas diversas áreas de negócio, e solidificação do projeto de renting de semirreboques. Que serviços e produtos disponibilizam aos vossos clientes? É um leque bastante variado… a oferta diversificada é a estratégia certa? A nossa estratégia passa pela diversificação de serviços e produtos de forma a garantir a melhor solução aos nossos clientes face às suas necessidades. Apostamos na flexibilidade da oferta, quer ao nível o serviço, quer ao nível dos equipamentos. Especifiquemos cada uma das áreas que disponibilizam. No setor dos alugueres, o que tem a RETA para oferecer? O nosso serviço de aluguer de semirreboques e tratores está desenhado para opções de curta, média e longa

duração. Este serviço inclui manutenção preventiva, seguro de responsabilidade civil, seguro de danos próprios com franquia, inspeções periódicas, revisões do veículo e gestão de frota. E na área das vendas? Na área de vendas, a Reta comercializa semirreboques usados multimarca nas tipologias Lonas, Frigoríficos Mono e Bi- temperatura e isotérmicos, com opção de preparação pré-venda e garantia de 6 meses. No que se refere à venda de semirreboques novos, a Reta é representante exclusiva da LeciTrailer em Portugal. Disponibilizam ainda a manutenção e reparação de veículos? A manutenção e reparação de veículos foram criadas para oferecer um serviço completo ao cliente. A Reta oferece uma gama de serviços variada além de um serviço transparente e seguro. Tudo assegurado com uma assistência de 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Tem lugar neste mês de maio a nova edição da Logistran. Que benefícios e vantagens trazem às empresas estas feiras profissionais e que expetativas tem para esta edição? Este tipo de eventos proporciona uma importante oportunidade de networking, o que nos permite uma maior aproximação ao cliente, bem como acompanhar as tendências de mercado. Este ano, a Reta vai marcar presença neste evento, como já é habitual, numa ótica de networking empresarial e de captação de potenciais clientes. Trata-se de um ponto de encontro de visitantes profissionais e empresas expositoras. É uma plataforma de negócios para a área da logística e dos transportes.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL TEMA

Ensino em portugal

E

ducação engloba os processos de ensinar e aprender. Ao longo dos anos todos nós ensinamos e aprendemos lições que se dizem de vida. Mas a educação, embora venha também ela muito da escola da vida, tem nas instituições de ensino poderosas aliadas. Qualquer criança passará mais de uma dúzia de anos na escola e chegará a altura em que o seu futuro dependerá das instituições de ensino que escolher frequentar. Nesta edição de Maio, levamos os leitores a conhecer algumas instituições que se esforçam por formar cada vez melhor os seus alunos e tornar a educação em Portugal um exemplo. Desde as escolas bilingues passando pelas escolas profissionais e outros projetos educativos, mostramos os desafios e dificuldades enfrentadas diariamente e como se ultrapassam todos esses obstáculos em prol de um só objetivo, dar aos alunos a melhor formação.

67


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

Ensino privado de excelência em Portugal St. peter’s school Um estabelecimento de ensino bilingue de língua portuguesa e inglesa, localizado na vila de Palmela, privilegia a formação humana nos seus alunos como fundamento do seu desenvolvimento. St. Peter’s School é um estabelecimento de sucesso e prestígio no ensino privado reconhecido a nível nacional.

isabel simão Diretora Pedagógica

O

colégio St. Peter’s School surge no ano de 1993 com o grande objetivo de criar um modelo de escola bilingue sustentado na cultura anglo-saxónico, influenciado pela experiência de viver e estudar em Inglaterra de Isabel Simão, diretora pedagógica do colégio. Instruir às crianças e aos jovens um espírito solidário é a principal missão do colégio. A transmissão de valores humanos aos alunos é um processo muito valorizado pela instituição, “ensinar os jovens a serem dignos e moralmente honestos, é o grande enfoque da nossa escola”, afirma Isabel Simão. Um exemplo de excelência no ensino privado em Portugal, St. Peter’s School acolhe alunos desde o jardim de infância até à universidade, com um modelo de ensino muito próprio e uma componente curricular bem distinta do ensino público.

68

É desde o jardim de infância que os alunos começam a desenvolver os seus conhecimentos linguísticos. Além da língua portuguesa, em tenra idade iniciam o seu contacto com o inglês de uma maneira divertida, através de jogos didáticos, contos de histórias e músicas são os meios escolhidos. “A língua inglesa está muito presente nos nossos alunos. Algumas disciplinas são lecionadas em inglês, de modo a que os alunos estabeleçam um contacto mais direto com a língua e a própria cultura anglo-saxónica. Os alunos finalistas do 1º ciclo têm ainda a oportunidade de viajar até Inglaterra no final do 4º ano, sendo uma excelente oportunidade para eles demonstrarem em campo os seus conhecimentos”, revela Isabel Simão. Ao longo dos diferentes ciclos, os alunos são preparados para no final do 12º ano realizarem o exame Proficiency, do Instituto Britânico. Para a diretora pedagógica, “o nível de inglês dos alunos St. Peter’s School é brilhante. Todos os anos temos um grande número de alunos que viajam para o estrangeiro para prosseguir os seus estudos. Temos alunos ambiciosos com um nível de preparação de excelência”. O colégio tem ao dispor dos alunos cerca de 40 atividades extracurriculares, desde desporto, teatro, música, artes plásticas, entre outros. No desporto, o destaque centra-se no futebol, natação, ténis, rugby e

esgrima. Na dança, as atenções estão no ballet clássico, na dança contemporânea, em danças, ritmos e nas sevilhanas; nas artes plásticas e no teatro distingue-se o atelier de pintura e escultura e o drama club; e por fim, na música, o realce ao acordeão, o canto, o piano, o violino e a guitarra. “Desenhadas de modo a irem ao encontro das expetativas, as atividades extracurriculares oferecem experiências desafiantes, libertadoras e catárticas, vividas em clima positivo, concorrendo para o desenvolvimento da formação desportiva e da sensibilidade artística, da criatividade, da perseverança e da disciplina mental”, afirma Isabel Simão. As atividades funcionam como uma estratégia de prevenção de comportamentos desviantes, “em idades complicadas dos adolescentes é fundamental definir métodos de contornar situações controvérsias, de modo a que os nossos alunos tomem o rumo correto, preservando todos os valores morais incutidos pela instituição”. O colégio St. Peter’s School é composto por cerca de 206 funcionários e mil alunos e constituído por uma privilegiada área de três hectares, onde estão concentrados os campos de jogos, salas didáticas, laboratórios de informática, biblioteca e auditório. O sucesso da instituição é assegurado por uma vasta equipa pedagógica, provida de formação superior e pedagógica. As aulas são idealizadas de modo a cativar


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

os alunos, possibilitando aulas inspiradoras e mágicas, vivenciadas num ambiente de descoberta, preservando o rigor e a excelência, mas tendo o aluno comum como o grande foco de êxito. A diretora pedagógica afirma que os alunos são socialmente ativos e conscientes da importância do trabalho comunitário, sendo que no colégio é obrigatório e de carácter avaliativo a participação dos alunos em ações de solidariedade e voluntariado. Estas ações podem ser realizadas internamente, em que um aluno mais velho ajuda um colega com as tarefas, ou podem ser feitas no exterior, fazendo companhia a uma pessoa idosa, conversando com ela. A colaboração dos pais é imprescindível para o êxito de todo o trabalho desenvolvido. A relação da instituição e os encarregados de educação baseia-se em confiança e proximidade, “os pais sentem no colégio um aliado em quem podem confiar, acompanhar e que cuidam dos seus filhos com segurança e qualidade” revela a nossa interlocutora. Os pais que procuram St. Peter’s School procuram também um apoio incondicional na formação e educação das crianças, pois são pessoas com carreiras profissionais muito arrebatadoras, e contam com o colégio para ajudar na formação humana dos seus filhos. Os eventos são uma forte aposta da instituição, sendo inúmeros os que fazem parte do calendário escolar do colégio. Festividades e celebrações como o Halloween, uma tradição típica anglo-saxónica, a festa de natal com um emblemático espetáculo de música e teatro e o St.

Peter’s Carnaval são apenas alguns exemplos. “Cativa e motiva os alunos”, são palavras proferidas por Isabel quando se refere aos eventos que possibilitam o convívio e partilha entre os alunos, educadores, professores e diretores de turma, como o mega acampamento e o acantonamento, que ocorrem no início de todos os anos letivos do colégio. Os alunos são convidados a jantar e a passar a noite no colégio, participando em diversas atividades como jogos, histórias, concertos e representações. Enquanto os mais novos desfrutam de um acantonamento, pernoitando nas salas habituais, os mais velhos montam as tendas que trazem de casa, recriando um verdadeiro acampamento ao ar livre, distribuindo-se pelos relvados sintéticos dos recintos desportivos do colégio. Na manhã seguinte, o colégio convida todos os encarregados de educação a tomar o pequenoalmoço com os alunos e professores. Para a diretora pedagógica “é uma atividade encarada por todos como uma importante alavanca para o arranque do novo ano letivo, e que nos enche a todos de orgulho e com força e vontade para encarar mais um ano recheado de trabalho e desafios constantes que nos aguarda”. Outros eventos de destaque da instituição são o Dia das Nações Unidas (United Nations Day) e o Dia da Família (Family Day). O Dia das Nações Unidas é encarado como uma atividade que tem como principal objetivo “celebrar a unidade de todos os povos do mundo, aceitando

as diferenças e as diversidades culturais como um património coletivo, que deve ser respeitado e entendido por todos”. O dia é marcado com uma reunião com todos os alunos do colégio, em que cada turma faz-se acompanhar de cartazes com mensagens ilustrativas ao espirito de união e de fraternidade universal. Relativamente ao Dia da Família é considerado um dos eventos mais importantes do colégio, em que num clima festivo e de convívio, os familiares dos alunos têm conhecimento de parte do trabalhado desenvolvido pelos alunos ao longo do ano letivo. Há lugar a exposições relacionadas com as temáticas das diferentes disciplinas e áreas de saber, e demonstração das atividades extracurriculares e torneios desportivos que incluem a organização de jogos entre professores, alunos e encarregados de educação. Ao longo dos anos o balanço de Isabel Simão destes eventos “é positivo e de grande sucesso”. Relembrando que estas iniciativas só são possíveis com “o empenho e trabalho de toda a equipa do colégio”. St Peters School é um exemplo de sucesso de ensino privado em Portugal. Uma dinâmica incomparável, tem como principal objetivo formar boas personalidades, que aliadas ao ensino de excelência resultam em bons alunos, com boas médias e grandes ambições no momento de prosseguir os estudos.

69


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

Ensino Primordial agrupamento de escolas do infante O Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique aglomera várias escolas na sua alçada e surgiu com o intuito de melhorar a situação de ensino na cidade do Porto e fazer um acompanhamento mais detalhado de cada aluno.

manuela pinto Diretora do agrupamento

“Este agrupamento é composto por quatro escolas. São elas o Jardim de Infância Barbosa Du Bocage, a Escola de 1º Ciclo Bom Sucesso, a Escola Básica de 2º e 3º ciclo Gomes Teixeira, com ensino desde o 5º ao 9º ano de escolaridade) e a Escola Secundária Infante D. Henrique”, elucida a nossa interlocutora Manuela Pinto, diretora deste agrupamento.

Oferta Formativa Com sede na Escola Secundária Infante D. Henrique, o

70

agrupamento contempla uma oferta formativa bastante vasta. Esta engloba os cursos os Cursos de Educação e Formação (normalmente designados por CEF), Cursos Profissionais e um Curso de Secundário regular nas área do Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias (com duas turmas de 10º e 11º anos). “A nossa ideia é fazer conseguir reviver essa componente do ensino secundário regular de modo a que ela sobreviva”. Nas instalações da escola funcionam, no presente ano letivo, vários cursos profissionais que englobam um leque recheado de variadas áreas. Técnico de Mecatrónica,

Técnico de Eletrónica, Automação e Comando, Técnico de Análise Laboratorial, Técnico de Instalações Elétricas, Técnico de Energias Renováveis, Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Técnico de Design, Técnico de Gestão Ambiental e Técnico de Processamento e Controlo da Qualidade Alimentar são alguns exemplos. A nossa interlocutora afirma também que na instituição que funciona como sede deste agrupamento estudam cerca de 260 alunos. O número de alunos da escola tem vindo a registar uma diminuição devido ao estado precário das instalações


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

e equipamentos que possui, uma vez que “na cidade do Porto esta foi uma das três escolas que não obteve qualquer intervenção por parte do Parque Escolar. Somos um dos edifícios mais antigos desta zona, nunca recebemos qualquer tipo de reestruturação nem obra específica. Tudo isto contribui para que não se torne uma escola tão atrativa como muitas outras, dentro deste perímetro”. Por outro lado, a contenção na abertura de mais cursos tem contribuindo negativamente para a diminuição de alunos que escolhem outras escolas profissionais. De acordo com a diretora do agrupamento, as possíveis soluções para que esta situação se inverta passariam pela substituição das suas infraestruturas e equipamentos, de forma a os tornar mais atrativos para os alunos e a cativá-los, visto que primam por um ensino essencialmente prático. A partir daqui, os objetivos da instituição regem-se pela entrada direta dos seus alunos no mundo ativo de trabalho. “Apesar da crise com que somos diariamente confrontados, grande número dos alunos que terminam os cursos profissionais facilmente

se inserem no mercado empresarial. Após o término do estágio dos alunos numa determinada empresa, não é raro esta convidar os ex-estagiários a ingressar no quadro, o que acaba por nos atribuir um papel essencial na formação dos nossos alunos”, refere, com orgulho, Manuela Pinto. Uma vez que primam por um ensino essencialmente prático, o papel dos professores é fulcral para o desenvolvimento do aluno. “Os professores acompanham cada aluno individualmente, tentando desenvolver as suas aptidões e essencialmente, o seu empenho pessoal”. Esta componente desenvolve-se com o trabalho que vão efetuando ao longo do tempo, envolvendo uma dinâmica própria, que capta a atenção do aluno.

simultâneo, docentes, alunos e funcionários, de forma a fortalecer as relações estabelecidas entre estes. “Os projetos para o futuro vão manter-se dentro da mesma linha. Este ano estamos a investir significativamente na área de educação para a saúde (estando agora a serem preparadas campanhas para a prevenção da alimentação e prática de exercício físico), prevendo uma continuidade do trabalho nesta vertente, e na distinção pela excelência com os prémios atribuídos no âmbito do Projeto Porto de Futuro pela nossa parceira, a empresa BA, Vidro, puxando pelo melhor que há nos nossos alunos”´, finaliza.

Projetos para o futuro Como se pode verificar no átrio e no website deste agrupamento, há um investimento contínuo em projetos das mais diversas áreas que envolve, em

71


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

Um ensino diferenciado no Desporto escola superior de desporto de rio maior

Rita santos rocha Diretora

A Escola Superior de Desporto de Rio Maior está localizada na que é considerada a cidade do desporto. O que motiva os alunos a procurar a instituição? A Escola Superior de Desporto de Rio Maior é das instituições públicas mais jovens do país, que atualmente conta com cerca de 800 alunos. É uma escola que se afirmou em contextos especializados na área do desporto, portanto não veio implementar-se como mais uma escola de educação física, mas sim como uma instituição direcionada para áreas específicas do desporto. Depois de algum tempo em instalações provisórias, cedidas pela Câmara Municipal de Rio Maior, a instituição atualmente usufruiu de modernas instalações próprias, que têm equipamentos didáticos e desportivos e instalações desportivas de topo, acompanhando as excelentes condições de prática desportiva que possui a cidade de Rio Maior. Por um lado, a proximidade com Lisboa é uma vantagem, por outro lado, sendo Rio Maior uma cidade pequena e com menor custo de vida, cativa mais os alunos, transmitindo confiança às famílias, no que se refere ao tipo de acolhimento e à proximidade entre os espaços académicos, desportivos e sociais. Quais as ofertas formativas que têm à disposição dos alunos? A Escola Superior de Desporto de Rio Maior disponibiliza várias ofertas formativas que conferem o grau de Licenciado, tais como: Treino Desportivo - com o objetivo de formar treinadores de desporto em diversas modalidades já reconhecida pelo IPDJ; Desporto, Condição Física e Saúde - forma técnicos de exercício físico (diretores técnicos) direcionados para o mercado do fitness; Desporto de Natureza e Turismo

72

Ativo - forma treinadores de desporto de natureza; Gestão das Organizações Desportivas – forma gestores de desporto; Psicologia do Desporto e do Exercício – aberta apenas mais 2 anos, pois infelizmente não foi acreditada pela A3ES, por se entender que a formação de psicólogos deverá residir num contexto universitário; e, mais recentemente foi iniciada uma licenciatura europeia em Atividade Física e Estilos de Vida Saudáveis (Physical Activity and Lifestyle), lecionada em língua inglesa, que forma técnicos de exercício físico, sendo um curso que surge no contexto de um projeto europeu, que envolve oito instituições europeias e que implica a mobilidade entre os vários países envolvidos. A Escola Superior de Desporto de Rio Maior disponibiliza ainda dois cursos de Mestrado em Desporto e em Atividade Física e Populações Especiais, além de um CET em Manutenção de Piscinas. Qual o posicionamento da escola relativamente à investigação? A escola nunca descurou a questão da investigação aplicada em ciências do desporto, tal como a prestação de serviços e a forte ligação à comunidade. A instituição possui perto de 70% do seu corpo docente com doutoramento, sendo que num breve prazo, chegará aos 90%, uma vez que quem atualmente não tem doutoramento, está em processo de finalização. A própria escola faz parte do consórcio que criou o centro de investigação CIDESD, com sede na UTAD, onde estão integrados vários docentes. Outros docentes estão integrados no CIPER, da FMH, no CI&DETS do Instituto Politécnico de Viseu e mais recentemente no CIEQV dos Institutos Politécnicos de Santarém e de Leiria. Ao contrário do que normalmente acontece nas universidades, a instituição aposta na diversidade, não existindo a intenção de criar um centro de investigação dentro da própria escola, mas sim ter os docentes integrados em vários centros de

investigação existentes em diferentes regiões do país, contribuindo assim para a aumentar as sinergias com outras instituições públicas de ensino superior. Recentemente fala-se muito do abandono escolar pelas mais diversas situações. Sentem que na vossa escola tem-se feito sentir essa situação? A situação do abandono escolar tem sido vivida um pouco por todo o país, e desde há dois anos para cá tem sido mais marcante. A ESDRM desde sempre se preocupou com esta questão, sendo que, todos os anos, se procura perceber qual a razão do abandono, a fim de internamente se entender qual o melhor processo a seguir. No nosso contexto particular, são raras as situações de abandono por troca por outro curso ou por questões de saúde. A generalidade das razões do abandono escolar, prende-se com falta de recursos financeiros das famílias. Infelizmente, creio que é uma questão nacional, à qual se deverá dar a maior atenção pelo MEC, e não uma questão particular da ESDRM ou do Instituto Politécnico de Santarém, que disponibiliza os valores mais baixos de propinas. * Leia esta entrevista na íntegra em www.revistabusinessportugal.pt


REVISTA BUSINESS PORTUGAL ENSINO EM PORTUGAL

Aproveitar os recursos agrícolas escola profissional de agricultura e desenvolvimento rural do marco de canaveses A Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses (EPAMAC), tal como grande parte das escolas profissionais em Portugal, surge no contexto de potencializar as regiões essencialmente agrícolas onde se estabelecem, de forma a atribuir especial ênfase a esta atividade mantendo-se como referências no ensino português.

P

edro Martins, diretor adjunto desta Escola Profissional, começa por nos explicar o papel interventivo que a instituição pode ter na vida dos seus 300 alunos, uma vez que lhes oferece um acompanhamento contínuo e orientação vocacional “a partir do momento em que os alunos ingressam na escola, esses elementos tornam-se fulcrais e diferenciadores do resto das instituições a nível nacional”.

Oferta Formativa “Como a escola apresenta uma vertente essencialmente agrícola deu-se primeiro o surgimento do curso de Técnico de Gestão Agrícola, que subsiste até hoje, embora tenha modificado a sua denominação. Mais tarde, a EPAMAC aumentou a sua oferta formativa apresentando-se como a primeira escola no país a ter em funcionamento o curso de Gestão Cinegética (com ligações ao ordenamento da caça e pesca em águas interiores).” Hoje em dia, como o vínculo com a agricultura ainda permanece, a escola opta pela adoção de cursos ligados ao turismo e gestão equina, visto ser uma área que se “encontra em expansão no que diz respeito ao desenvolvimento rural e que deu azo ao surgimento de novos cursos”, explica o nosso interlocutor. Atualmente, o curso de Técnico de Gestão Equina está em fase de afirmação e o centro equestre da escola, filiado na Federação Equestre Portuguesa, já acolhe eventos hípicos e provas do calendário oficial “Um dos nossos objetivos passa por sermos vistos como um centro de referência na prática equestre no norte do

país”, afirma Pedro Martins. Neste momento, a EPAMAC possui uma variada oferta formativa, que vai do terceiro ciclo do ensino básico até ao póssecundário. Os cursos presentemente em funcionamento são Curso de Educação e Formação (CEF) em Jardinagem e Espaços Verdes e Curso Vocacional de Agroturismo (Nível III- básico); Curso Profissional Técnico de Produção Agrária, Curso Profissional Técnico de Turismo Ambiental e Rural, Curso Profissional Técnico de Gestão Equina e Curso Vocacional de técnico de Produção Agropecuária (Nível IV- secundário); Possui ainda cursos de especialização tecnológica (CET - pós secundário) que se traduzem como uma preparação para o prosseguimento de estudos no ensino superior, fazendo jus à parceria que mantêm com a Escola Superior Agrária

de Ponte de Lima (pertencente ao Instituto Politécnico de Viana do Castelo). Com toda esta oferta formativa, a EPAMAC pretende dar o seu contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social dos alunos e para a qualificação da mão de obra da região, através da entrada daqueles no mundo empresarial, onde põem em prática todas as ferramentas adquiridas durante o período de curso. O futuro desta escola visa um crescimento sustentado e engloba a contínua aposta na vertente agrícola e nas suas áreas afins, de forma a dinamizar o setor. Para tal urge fazer alguns investimentos em instalações: “se quisermos manter a oferta formativa e a qualidade de formação necessitamos obrigatoriamente de aumentar a residência escolar, através da construção de um novo edifício”; por outro lado “o desiderato de nos afirmarmos com um centro equestre de excelência abriga-nos à construção de um picadeiro coberto”.

73




REVISTA BUSINESS PORTUGAL AÇÃO SOCIAL

Misericórdias

A

o longo de vários meses, a Revista Business Portugal tem-se dedicado a dar a conhecer as várias Santas Casas da Misericórdia existentes no país. Maio não é exceção e por isso, mais uma vez, temos presente as Santas Casas. Não é por acaso que este meio de comunicação se tem debruçado sobre esta temática e em particular sobre estas instituições. Em Portugal encontram-se no ativo cerca de 400 santas casas, estendidas por todo o território nacional, que representam as comunidades onde estão presentes e se constituem como fontes empregadoras pelas suas múltiplas áreas da saúde e serviço social. Cada uma delas desempenha um trabalho de extrema relevância, ainda mais em tempo de dificuldades. A Santa Casa da Misericórdia é uma instituição de proximidade às comunidades e que quer nas grandes cidades, quer nas pequenas vilas tem um papel fulcral no apoio às camadas mais jovens mas sobretudo aos idosos. Com instalações e equipamentos dotados de modernismo, oferecem todo o tipo de cuidados médicos e sociais procurando responder a grande parte das necessidades das populações locais. É esse apoio e a relevância que têm na vida das populações que a Revista Business Portugal tem procurado mostrar nos trabalhos que desenvolve sobre esta temática. Alertar para a importância destas instituições, e do trabalho que desenvolvem junto das comunidades locais é também nosso papel, chamando ainda a atenção para as dificuldades que alguns destas instituições sentem hoje para conseguirem levar a bom porto a sua missão.

76


REVISTA BUSINESS PORTUGAL AÇÃO SOCIAL

O apoio fundamental à terceira idade Santa casa da Misericórdia de tabuaço A desertificação cada vez mais acentuada do interior do país trouxe uma nova realidade à Santa Casa da Misericórdia de Tabuaço. Atualmente, a instituição incide os seus serviços maioritariamente na população mais idosa do concelho. Pd. Luís Silva,provedor desta Santa Casa, revela um dos seus maiores desejos: tornar a encher as salas das valências de creche e jardim de infância, “agora quase vazias”.

convívio. A lavandaria e a cozinha industrial possibilitamnos igualmente servir com qualidade os nossos utentes”. O nosso interlocutor acrescenta ainda “que uma quinta que a Misericórdia possui e que estamos a tentar rentabilizar pode vir a ajudar na sua sustentabilidade ”.

O antigo hospital

“J

á fomos uma instituição maior com valências para a infância e juventude”, começa por contar o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Tabuaço, no distrito de Viseu. A desertificação do interior do país, a natalidade cada vez mais baixa e o envelhecimento da população têm contribuído para que tal aconteça. Mas esse não é o único problema, na ótica do Pd. Luís Silva. “O prolongamento das atividades e tempos livres nas escolas veio influenciar drasticamente o número de crianças que temos na Santa Casa. Além disso, o município abriu um jardim de infância, o que também não foi muito positivo para nós. Creio que a opção mais correta teria sido trabalharmos em parceria, mas tal não

aconteceu”. Com apenas 30 crianças na valência de creche e berçário, o nosso interlocutor teme que, no futuro, seja obrigado a encerrar este serviço. Atualmente, e porque a realidade do território em que estão inseridos assim o exige, a Santa Casa da Misericórdia de Tabuaço conta com lar de terceira idade e centro de dia. “Contamos com uma equipa diversificada e profissional, capaz de responder às necessidades de qualquer um dos nossos utentes”, diz o Pd. Luís Silva. Mas para lá da equipa, os equipamentos e infraestruturas são outra das mais valias desta instituição. “Todos os quartos primam pelas boas condições que oferecem aos utentes, assim como as áreas comuns de

Ao lado do lar de idosos, encontra-se o edifício do antigo Hospital em estado de degradação cujos serviços foram nacionalizados após o 25 de Abril como aconteceu à grande maioria deles. Em 2003, o Estado entrega-o de novo à Santa Casa, degradado e sem qualquer indemnização ao contrário do que constava do contrato de arrendamento. Foi aberto o projeto ‘Saúde XXI’ e a Misericórdia aderiu mas não foi atendida. “De seguida surgiu o novo projeto o ‘Programa Modelar’, também não fomos contemplados e sempre a fazermos gastos. Por último, concorremos à ON2 que admite a nossa candidatura para uma UCCI e contrata connosco uma verba de um milhão e setenta mil euros. A obra foi posta a concurso, mas a ARSN avisa-nos que não fará acordo para funcionamento e, sem ele, nesta zona do interior e desertificado não podíamos avançar. Tivemos de rescindir o contrato com a empresa adjudicatária à espera de melhores dias e outra oportunidade cientes que esta valência seria uma mais valia para Tabuaço e concelhos limítrofes. Continuamos atentos a todas as possibilidades que possam surgir para realizarmos este projeto pois a saúde está no gene das Misericórdias”, conclui o nosso interlocutor.

77


REVISTA BUSINESS PORTUGAL AÇÃO SOCIAL

Um exemplo de entreajuda e solidariedade Santa casa da Misericórdia de figueiró dos vinhos Num concelho fortemente envelhecido, a Santa Casa da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos prima pela sua dinâmica e interação com a população mais idosa, mas também com os mais novos. Um dos seus pontos fortes e diferenciadores das restantes Misericórdias do país, é o Centro Comunitário, aberto a toda a comunidade. Conheça este exemplo de apoio à população e maravilhe-se com o que de melhor se faz em Portugal no âmbito da ação social.

fernando santos Provedor

F

ernando Santos chegou à Santa Casa da Misericórdia depois da Revolução de abril de 74. Primeiro como vogal, foi crescendo nesta instituição, chegando ao lugar de provedor no final da década de 80. Mas tal não é de estranhar, uma vez que Fernando Santos teve sempre uma veia forte para o associativismo e ação social. “Passei também pelos Bombeiros Voluntários, fiz parte da criação do Rancho Folclórico de Figueiró, estive desde sempre ligado a associações de Figueiró, corre-me no sangue o associativismo”, diz o provedor. Atualmente, dedica-se em exclusivo à Santa Casa da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos. É com gosto na voz que diz “gosto disto e penso que este é um trabalho muito nobre, não só da minha parte, mas de toda a equipa. Penso que cada vez mais se está a perder este lado solidário, de cuidar dos outros e isso faz muita falta à sociedade onde vivemos”. Durante a nossa conversa com o provedor e com Carla Morgado, diretora coordenadora da instituição, ambos fizeram questão de ressalvar a dedicação e apreço de todos os 150 funcionários da instituição à mesma. Carla Morgado refere ainda a importância da Misericórdia, não apenas

78

na vida daqueles que acolhe como uma segunda casa, mas também na vida daqueles que aqui trabalham diariamente. “Numa situação de desemprego como aquela que o país atravessa, acredito que o nosso papel solidário e de ajuda passa também pela garantia de um emprego e, consequentemente, de uma vida mais estável a todos os que trabalham connosco”. De referir que esta equipa multidisciplinar conta com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacional e da fala, psicólogos, técnicos serviços social, educadoras, auxiliares e ainda uma nutricionista.

As valências Esta casa centenária começou, como tantas outras, apenas com o Hospital da Misericórdia que, mais tarde, passou a ser gerido pelo Estado Português. Depois de alguns anos de interregno, a Santa Casa da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos arrancou de novo, há sensivelmente 30 anos. Atualmente, a instituição conta com creche e jardim de infância, dois lares de idosos (num total de 61 pessoas, sendo um espaço reservado a dependentes e outro aos idosos mais autónomos),

centro de dia, lar residencial para portadores de deficiência, unidade de cuidados continuados, nas valências de média e longa duração, num total de 24 camas, e presta ainda os serviços de apoio domiciliário e apoio domiciliário integrado. “Não restringimos os nossos serviços ao nosso concelho, recebemos também pessoas dos concelhos vizinhos”, refere Carla Morgado. Numa ótica de rentabilização dos meios disponíveis e de sustentabilidade da instituição, a Santa Casa da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos alberga nas suas instalações um Centro Comunitário que disponibiliza várias atividades e serviços aos habitantes do concelho. “Neste espaço temos ATL, gabinete de apoio aos jovens e contamos com um grupo de jovens voluntários. Aproveitamos este espaço também para realizarmos vários ateliers e a adesão é bastante elevada. Além disso, o ginásio da Misericórdia, assim como o centro de fisioterapia, sauna e banho turco estão abertos à população em geral. Temos bastante procura em todos estes serviços e o nosso Centro Comunitário é algo que nos orgulha particularmente”, refere a diretora coordenadora. A cantina social é uma das mais recentes apostas da instituição, fruto também do estado atual do país. O número de refeições servidas tem variado de mês para mês entre as 40 e as 50. Para ajudar, não só na cantina social, mas na gestão diária da instituição, a Santa Casa criou a sua própria horta e estufa, de onde advêm muitos dos produtos utilizados na confeção das refeições. De referir ainda, que em todas as valências, o número de utentes apoiados é de 400 pessoas. No ano de 2013 foram servidas 245.849 refeições.

Centro para Alzheimer O grande sonho desta equipa passa pela construção de um centro/lar especializado para portadores de Alzheimer. “Infelizmente, esta é uma doença que afeta cada vez mais idosos portugueses. Nesse sentido, um dos nossos grandes projetos passa pela criação de um Centro de Alzheimer. O espaço já existe, o projeto está a ser feito, só nos falta o financiamento que estamos também a tentar agilizar”, diz Fernando Santos. “Este é o meu grande projeto e espero poder vê-lo concretizado ainda enquanto provedor”, finaliza.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL AÇÃO SOCIAL

A Solução social de Golegã Santa casa da Misericórdia de golegã A somar anos aos 460 já existentes, a Santa Casa da Misericórdia de Golegã dedica-se inteiramente ao município e à sua população, disponibilizando serviços de todo o tipo e que proporcionam o bem-estar e conforto social.

Emprego, Programa Alimentar, Formação Profissional (com o exemplo do curso de Fotografia e Multimédia), Empresas de Inserção, Ginásio, Coordenação do Rendimento Mínimo Garantido e Bairros Sociais. De salientar ainda que o Centro de Férias tem ao seu dispor uma oferta residencial com 28 residências que possibilitam estadias temporárias em serviço permanente e especializado, que mais uma vez contribui para o bemestar e na preservação contínua da integridade dos seus utentes. “Temos desenvolvido um trabalho excelente com serviços de referência, para a obtenção do certificado de qualidade, quer ao nível da institucionalização, quer na diversidade de valências que possuímos”, sublinha. Admite que uma das principais preocupações desta instituição passa pelas “ajudas que a Segurança Social nos dispõe uma vez que, sem elas, a Santa Casa da Misericórdia de Golegã não teria hipótese de apoiar todas as classes sociais nem manter todos os funcionários especializados para desempenhar as suas funções em especifico.” Neste momento, a instituição alberga cerca de 120 funcionários (e 5 médicos voluntários) com cerca de 400 utentes, distinguindo-se economicamente como sendo a segunda maior empregadora da região e contribuindo, de forma positiva, para o desenvolvimento económico da mesma. “Atribuímos bastante prioridade à relação que os idosos mantêm com as crianças que estudam na escola localizada junto às residências visto contribuir positivamente para o desenvolvimento de ambas as partes. Grande parte das crianças cria laços com os idosos e age como se fossem os próprios avós delas, é muito gratificante.”

martins lopes Provedor

O provedor Martins Lopes afirma-nos, com certeza, de que esta instituição foi fundada há quase 500 anos (datada de 1553) tendo como principal objetivo a supressão dos problemas da pessoa humana e em situação de exclusão social. Dedicou grande parte da sua história na área da saúde, funcionando com o Hospital da Misericórdia – que além de medicina geral realizava ainda algumas intervenções cirúrgicas e praticamente, todos os partos do Concelho, apenas até 25 de abril de 1974. A partir desta data, todas as intervenções realizadas incidiam essencialmente no apoio a idosos, marginalizados e carenciados. “Para que uma instituição deste calibre se consiga

80

erguer e estar sempre na vanguarda durante tantos anos necessita, obviamente, de estar em constante modernização e acompanhar todos os dias os que caminham consigo”, verifica o nosso interlocutor. Para que isto seja cumprido, a Santa Casa da Misericórdia de Golegã procedeu a obras de construção, adaptação e ampliação do edifícios que constituem o seu património e tem vindo a desenvolver as suas atividades nos âmbitos de Apoio a Idosos e Famílias nas várias valências que possui (como os casos do Lar, Centro de Acolhimento Temporário de Emergência, Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Convívio, Centro de Dia, Centro de Férias e Refeitório Social), Marcado Social de

Como encaram o futuro? “O nosso principal objetivo para o futuro é continuar a registar um crescimento, como tem vindo a acontecer nos últimos anos, nomeadamente a nível da empregabilidade” mas também é necessário rentabilizar todo o património material da instituição porque “se os edifícios e seus equipamentos se tornam obsoletos, e por sua vez, inúteis não contribuem para que a instituição caminhe para a frente. Já realizamos planos para combater esses prejuízos e até ao final do ano avançamos com uma decisão definitiva.”



REVISTA BUSINESS PORTUGAL AÇÃO SOCIAL

Uma mais valia para Orvalho, Concelho de Oleiros e toda a Região centro social do orvalho O atual complexo do Centro Social do Orvalho (C O), teve o seu início em 1979 com a criação de uma comissão administrativa, no sentido de construir nesta localidade, um edifício para Centro de Dia. Para o efeito, a Comissão encomendou um projeto com uma área de implantação de 160m2. Com a entrada de António Natário, para a comissão, por entender que o projeto era pouco ambicioso, reuniu com os colegas e propôs a substituição do projeto inicial, com 160m2 de implantação, para 480m2. Assim, depois de cumpridas as necessárias formalidades, foi o mesmo apresentado nos serviços competentes, onde foi aprovado. A construção foi efetuada por administração direta.

A

ntónio Natário, presidente da direção há décadas, dedica, praticamente, todo o seu tempo à instituição que, com ele como “timoneiro”, foi crescendo. Atualmente, com 80 anos, afirma-se um homem extremamente feliz. Inicialmente o projeto idealizado restringia-se apenas ao centro de dia, que foi inaugurado a 11 de abril de 1992. Graças à visão futurista e ambiciosa de António Natário, foi autorizada a construção do edifício para lar de idosos, com capacidade para 60 camas, contíguo ao edifício do centro de dia, conforme idealizado, tendo sido inaugurado em 1999. Porque não havia capacidade de resposta para as solicitações que eram feitas, decidiram avançar com outro projeto com capacidade para mais 40 camas, perfazendo um total de 100 em lar de idosos, que foi inaugurado a 17 de fevereiro de 2008. “Este com condições físicas excelentes, porque as humanas são iguais, em todas as valências”. Porque parar é morrer, para não perder a oportunidade de deixar a sua terra, e toda zona, dotada de uma mais valia extremamente importante, com muito sacrifício e

82

algum receio, como que adivinhando o futuro que se aproximava, decidiu-se, mesmo assim, enfrentar o desafio, construindo um edifício de quatro pisos, para uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados, com as tipologias de média e longa duração, que foi inaugurada a 14 de março do ano passado.. A partir desta data, passou-se a poder proporcionar a quem necessitar e tenha condições para tal, a prestação de serviços nas valências de Centro de Dia, Apoio Domiciliário, Lar Residencial (100 camas) e Unidade de Cuidados Continuados Integrados (16 camas em Média Duração e 16 camas em Longa Duração). O CSO é hoje o maior empregador do concelho, com cerca de 120 colaboradores, nomeadamente assistentes sociais, médicos de medicina geral, fisiatras, secretárias, dietista, nutricionista, animadoras, psicóloga, fisioterapeutas, terapeuta da fala, enfermeiros, auxiliares de ação médica, cozinheiras, serviços gerais, entre outros. Encontra-se, assim esta instituição, com serviços de excelente qualidade, de modo a que, aos doentes em UCCI de média duração e aos de longa duração, bem como aos utentes em lar, sejam prestados o melhor

possível, os tratamentos de que necessitem. “A ação da instituição tem-se desenvolvido apenas no sentido dos mais idosos, pois no nosso concelho, atualmente não há hipótese de outras valências. Esperamos que dentro de 10 anos, o aumento da natalidade se verifique, o que obrigará à existência de uma creche, mas isso será para os vindouros, porque eu já cá não estarei”, revela António Natário, muito positivo quanto ao futuro da sua região e da melhoria nas condições de emprego criadas localmente. “Dado o volume que a instituição tem neste momento, há algumas obras que ainda gostava de ver construídas, nomeadamente a ampliação da lavandaria devidamente equipada, pois que a existente é a que foi construída para o centro de dia e um auditório adaptado à dimensão das valências existentes” revela António Natário. Apesar da sua idade, a força de vontade persiste e é o mais importante para o sucesso do centro social do orvalho continuar como até aqui, pois são 30 anos de dedicação exclusiva sem qualquer contrapartida, além do orgulho pela obra feita.



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MAIO MÊS DO CORAÇÃO

“Juntos podemos salvar vidas” O trabalho desenvolvido pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, ao longo de mais de três décadas conseguiu conquistar o reconhecimento e a generosidade da população portuguesa. O professor Manuel Carrageta, em conversa com a Revista Business Portugal, esclarece algumas questões relativas à importância de um coração saudável. Como surge a Fundação Portuguesa de Cardiologia e qual a sua principal missão? A Fundação Portuguesa de Cardiologia é uma Instituição de Utilidade Pública, de âmbito nacional, que visa fomentar a prevenção das doenças cardiovasculares e a promoção da saúde. Atualmente a Fundação está estabelecida em todo o País, com delegações e núcleos, implantados não só no continente como nas regiões autónomas, com equipas de profissionais de saúde e personalidades não médicas de relevo da sociedade portuguesa. Como é que atualmente se luta por corações saudáveis? A Fundação defende que as iniciativas são um meio fundamental para a consciencialização e divulgação da importância de ter um coração saudável. No fundo a Fundação desenvolve um grande conjunto de atividades, que têm de algum modo contribuído para uma maior sensibilização da população para as doenças cardiovasculares. Decorre durante o mês de maio a campanha “Mês do Coração”. Estas iniciativas ganham cada vez mais presença e importância na vida dos portugueses? À luz dos conhecimentos científicos atuais torna-se cada vez mais fácil persuadir a comunidade em geral para a importância da prevenção cardiovascular. Gastar dinheiro em prevenção deve ser cada vez mais percebido não como uma despesa mas antes como um investimento altamente rentável. Sem dúvida que a prevenção é um dos caminhos pelo qual o SNS deverá enveredar. Os portugueses têm mais presente a importância da prevenção de forma a viverem mais saudáveis? É com frustração que reconhecemos que o controlo dos fatores de risco tem melhorado pouco nos últimos anos, o que se deve em grande medida ao facto das mensagens preventivas, apesar de baseadas em cada vez maior evidência científica, não motivarem suficientemente a maior parte da população. O facto dos fatores de risco serem essencialmente silenciosos explica de algum modo a sua falta de visibilidade e o seu esquecimento pelos doentes e pelas famílias. Por isso tornam-se necessárias campanhas mais agressivas e melhor dirigidas. A educação escolar deve dar maior relevo ao ensino de estilos de vida saudáveis e a problemas como o colesterol elevado, a obesidade, a diabetes e a hipertensão. Que cuidados devem ter os portugueses diariamente pela sua saúde? A prevenção destas doenças deve assentar num estilo de vida que inclua uma alimentação saudável, atividade física regular e uma vida sem tabaco. Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores? A Fundação, no seu compromisso com a promoção da saúde e a prevenção das doenças cardiovasculares, aconselha um regime alimentar variado, característico da Dieta Mediterrânica. Esta dieta, recentemente classificada como património imaterial da humanidade pela UNESCO, é caracterizada por um padrão alimentar único, rico em hortaliças, fruta, pão e cereais, peixe, carne de aves, azeite e vinho às refeições, deve ser revitalizada para se adaptar aos tempos modernos. Face à situação atual, a FPC apela a que todos coloquem a sua saúde, nas prioridades da sua vida pessoal, adotando estilos de vida saudáveis.

84


Vila Galé Albacora - Tavira

RESERVE JÁ AS SUAS FÉRIAS DE SONHO NOS HÓTEIS VILA GALÉ 24 HOTÉIS | PORTUGAL E BRASIL | LAZER E NEGÓCIOS | CIDADE, PRAIA E CAMPO

Vila Galé Lagos

PORTUGAL PORTO E CENTRO Vila Galé Porto Vila Galé Coimbra COSTA DE LISBOA Vila Galé Ericeira Vila Galé Cascais www.vilagale.com

Vila Galé Atlântico - Albufeira

Vila Galé Estoril Vila Galé Ópera (Lisboa) Vila Galé Collection Palácio dos Arcos MADEIRA Vila Galé Santa Cruz ALENTEJO E ALGARVE Vila Galé Clube De Campo (Beja)

Vila Galé Marina - Vilamoura

Vila Galé Ampalius (Vilamoura) Vila Galé Marina (Vilamoura) Vila Galé Tavira Vila Galé Albacora (Tavira) Vila Galé Cerro Alagoa (Albufeira) Vila Galé Atlântico (Albufeira) Vila Galé Praia (Albufeira)

SEMPRE PERTO DE SI

Vila Galé Náutico (Armação de Pêra) Vila Galé Lagos EM BREVE Vila Galé Rio de Janeiro Vila Galé Évora

+351 21 790 76 10 | reservas@vilagale.com


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MAIO MÊS DO CORAÇÃO

Prevenir para um coração saudável Lifebeat Situado em Lisboa o LifeBeat - Centro de Diagnóstico Avançado, está vocacionado para a medicina preventiva, dispõe de uma tecnologia inovadora na área da imagiologia, EBT (Electron Beam Tomography), adequada à identificação precoce da doença coronária, cancro do pulmão e cancro do cólon com baixa dose de radiação. No que é considerado o Mês do Coração, a revista esteve à conversa com Ana Aleixo, cardiologista e professora na Faculdade de Ciências Médicas na Universidade Nova de Lisboa e Miguel Barreiros, CEO do LifeBeat.

miguel barreiros CEO

De modo a contextualizar os nossos leitores, falenos um pouco do projeto LifeBeat. Miguel Barreiros: O projeto LifeBeat surge em finais de 2009 para dar resposta a uma lacuna existente no setor da prestação de cuidados de saúde na área do diagnóstico precoce de diversas patologias assintomáticas suportado em técnicas de diagnóstico não invasivas e num conceito de estratificação de risco para propor avaliações dirigidas a esses diferentes estratos da população. A nossa aposta passa igualmente por desenvolver ações específicas na área das doenças crónicas não transmissíveis com um especial enfoque na área cardiovascular, na diabetes e nas neoplasias como o cancro do colon e do pulmão. Nesta edição em particular falamos do Mês do Coração. Qual o peso das doenças cardíacas na mortalidade em Portugal? Miguel Barreiros: As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de mortalidade da população portuguesa. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2012, morreram em Portugal cerca de 90 pessoas por dia, vítimas de

86

doenças do aparelho circulatório, como o Enfarte Agudo do Miocardio e com o Acidente Vascular Cerebral no topo das causas de morte. Quais os principais fatores de risco? Ana Aleixo: Os principais fatores de risco são a hipertensão arterial, as dislipidémias, a diabetes mellitus tipo 2 e o tabagismo. A incidência do enfarte do miocárdio na mulher aumenta após a menopausa? Existe algum programa de prevenção dirigido a este grupo em particular? Ana Aleixo: Não existe nenhum programa dirigido para este grupo da população o que constitui uma lacuna importante, pois os indivíduos do sexo feminino são de difícil avaliação por prova de esforço mas podem já ter doença arterial coronária importante antes da menopausa, particularmente se forem diabéticas e tenham outros fatores de risco. É possível diagnosticar doenças cardíacas antes da apresentação de sintomatologia? Como? Ana Aleixo: Sabemos que o processo de envelhecimento das artérias torna-se mais evidente

nos homens na década dos quarenta e nas mulheres depois da menopausa quando perdem as defesas hormonais. Contudo, estas últimas podem ser vítimas de um processo de evolução de aterosclerose se corresponderem a grupos de risco como as mulheres diabéticas, fumadoras e as fumadoras que fazem contraceção oral. A importância de colheita de dados clínicos é importante: sintomatologia “like pain” como cansaço, dispneia e medição de valores tensionais e dados analíticos: glicémia, HbA1c e dislipidémias. Os testes não invasivos: ECG em repouso, prova de esforço, ecocardiograma, registo de Holter e a avaliação de ”Score de Cálcio”. A existência de antecedentes familiares é um fator de risco relevante? O que se pode fazer uma vez que se trata de um fator não modificável? Ana Aleixo: Por enquanto ainda se pode fazer muito pouco, com exceção de algumas situações como é a Homocisteinémia e a vigilância. Mas estes indivíduos devem ser alertados para o risco de desenvolverem doenças cardíacas por vezes de forma abrupta, e devem fazer terapêutica para corrigir os restantes fatores de risco.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MAIO MÊS DO CORAÇÃO

O exame de TC Cardíaca/Score do Cálcio já está disponível em Portugal mas continua a ser pouco utilizado. Por que razão? Ana Aleixo: Foi mal divulgado em Portugal, de forma pouco científica e causando dúvidas sobre o seu valor diagnóstico e prognóstico. A evolução tecnológica permitiu, com a introdução da Angio TC, entender o seu valor prognóstico principalmente quando ausente na parede das artérias coronárias, mas as outras técnicas de imagem já estavam instaladas e predominaram. Contudo, hoje, volta a existir um interesse na sua determinação não só para afastar a presença de doença aterosclerótica das artérias coronárias, como para afirmar que pode existir e que justifica a investigação utilizando outros meios de diagnóstico mais invasivos. Importa acrescentar que a TC Cardíaca/Score do Cálcio é um exame de baixo custo e cada vez mais acessível.

Ana aleixo Cardiologista

Já existe comparticipação para o exame? E no SNS? Miguel Barreiros: A maioria das seguradoras e subsistemas já comparticipam este exame desde que

prescrito por um médico. O exame de TC Cardíaca/ Score do Cálcio já figura na Portaria n.º 20/2014 de 29 de janeiro do Ministério da Saúde não existindo no entanto convenção para o exame. Que mensagem de alerta gostaria de deixar aos nosso leitores? Miguel Barreiro: A mensagem de alerta que gostaria de deixar é a de que é importante investir na prevenção e adotar estilos de vida saudáveis. Grande parte das doenças que hoje em dia contribuem para um aumento insustentável dos custos com a saúde, são em grande parte evitáveis, apostando na prevenção e na gestão dos fatores de risco. É também extremamente importante no caso de doenças crónicas como a diabetes, estar atento às complicações da doença e agir de forma proactiva. Ana Aleixo: Estes pontos citados são os problemas para a sociedade e para a gestão eficaz dos meios para a saúde. Para os doentes permite-lhes uma duração de vida mais alargada mas com a qualidade necessária que se deseja para um ser humano.

87


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO AUTOMÓVEL

Redes de Oficinas Multimarca

E

mbora em Portugal o número de oficinas que integram redes oficinais esteja ainda muito abaixo do registrado em outros mercados demostrando o caminho que ainda falta percorrer às oficinas independentes no país, o crescimento desse número poderá ou deverá ser acelerado nos próximos anos. As razões estão associadas, por um lado, à crise económica que fará encerrar as portas a muitas oficinas totalmente independentes, por outro lado à dificuldade em acompanhar o desafio tecnológico e ainda a questões de sucessão, já que a idade média dos gerentes é algo elevada. O surgimento das redes oficinais veio abanar o mercado trazendo oficinas mais limpas, preços mais competitivos, prazos curtos de reparação, política multi-serviço, informação ao cliente, boa localização geográfica e mais transparência no negócio. A campanha “Escolha o Melhor Para si” teve também ela um papel importante trazendo ainda mais força às oficinas multimarcas, já que os automobilistas ficaram mais informados sobre a possibilidade que têm de escolher livremente uma oficina multimarca para confiar as operações de manutenção dos seus automóveis, mesmo dentro do período de garantia do automóvel, e mesmo ao abrigo das extensões de garantia posteriores. Nesta edição de maio, e depois de darmos a conhecer a TopCar e a Bosch Car Service, fomos conhecer algumas redes de oficinas multimarcas de que são exemplos a Identica e a Precision. Conheça um pouco melhor estas redes e o trabalho que desenvolvem.

88


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO AUTOMÓVEL

Especialistas em carroçaria e pintura Identica “A rede Identica é uma rede de reparadores especializados e com uma situação única a nível nacional. A diferenciação como princípio da gestão da própria rede começa na seleção dos nossos parceiros. Podemos afirmar que a mais valia da Identica como marca deve muito à qualidade dos empresários que individualmente a constituem”, explicou António Monsanto, responsável da rede em Portugal.

constituintes das carroçarias, das técnicas de repintura. Assim, o serviço aos reparadores profissionais, além de integrar um apoio técnico muito especializado, o qual não se pode limitar a assegurar um correto processamento dos materiais, através da seleção dos equipamentos e ferramentas adequados, do cumprimento das respetivas especificações e da formação dos profissionais, tem de incluir também uma forte componente na área da gestão oficinal. Esta componente justifica-se pelo seu papel decisivo na concretização de todos os objetivos do negócio da reparação, na definição de estratégias de sustentabilidade e na fidelização dos clientes.

antónio monsanto Responsável rede Identica em Portugal

Quando falamos na rede de oficinas Identica, falamos em especialistas em pintura e carroçaria. Pedia-lhe que nos explicasse um pouco da história por trás deste know-how. “Identica” Especialistas em Carroçaria e Pintura é uma marca registada do fabricante de tintas Spies Hecker Gmbh, o qual lançou a rede inicialmente na Alemanha, expandindo-a posteriormente para outros países na Europa. A Spies Hecker é uma marca com mais de 130 anos de existência, tendo muitas décadas de experiência, entre outros, no setor da pintura de reparação da carroçaria automóvel, e sempre com uma relação de grande proximidade com os seus clientes. Nesta atividade da reparação para se cumprir os padrões da qualidade de origem é impossível dissociar “as boas práticas” na reparação dos substratos, ou seja, dos materiais

Qual o conceito das oficinas Identica? O nome Identica, tratando-se de uma rede europeia, significa para vários idiomas uniformidade. A uniformidade dos elevados padrões de qualidade de todas as componentes dos serviços disponibilizados, ou seja, dos procedimentos técnicos, das garantias e do atendimento e apoio ao cliente. Os clientes da Identica podem constatar a constância desta qualidade e o atendimento personalizado em todos os reparadores Identica e em qualquer dos países onde a rede está presente. Sendo reparadores especializados em “multimarca” na reparação e manutenção de carroçaria automóvel e prestando também serviços de mecânica e eletricidade, o sistema tem como padrões as especificações técnicas da origem, utilizando produtos e sistemas de repintura que estão tecnicamente homologados pelos principais fabricantes automóvel a nível mundial. O que difere a rede Identica das restantes redes de oficinas multimarcas? A rede Identica é uma rede de reparadores especializados e com uma situação única a nível nacional. A diferenciação como princípio da gestão da

própria rede começa na seleção dos nossos parceiros. Podemos afirmar que a mais valia da Identica como marca deve muito à qualidade dos empresários que individualmente a constituem. A diferenciação no mercado está firmada sobre o sistema de garantias Identica. Estas são a Garantia Ambiental; a Garantia de Mobilidade; a Garantia de Confiança e, principalmente, a Garantia de Qualidade, 5 anos de garantia sobre o trabalho de chapa e pintura. A questão da qualidade das peças, a garantia das mesmas e a revisão oficial em oficinas de reparação multimarca é ainda desconhecida de muitos automobilistas portugueses? Sim. Tradicionalmente, a utilização dos serviços nos reparadores autorizados é quase total durante o período de garantia. Na fase da “pós-garantia” a procura de serviços a nível independente aumenta. Neste comportamento a motivação ainda passa, principalmente, por questões de percepção de preço, e menos por conhecimento objetivo de direitos enquanto consumidor ou de regulamentação da concorrência. Por onde passa o futuro da rede? Em primeiro lugar, pela manutenção e melhoria contínua dos aspetos qualitativos da gestão das operações e do atendimento ao cliente. Por outro lado, as oficinas Identica em Portugal têm uma posição mais consolidada junto dos clientes profissionais: seguradoras, leasings e frotistas. O futuro passa pela continuidade da atitude pró-ativa nestes clientes. No entanto, é imprescindível uma aproximação ao cliente particular. Consideramos este aspeto determinante. A abertura de novos centros nas regiões do país onde a cobertura da rede é menor é a nossa prioridade a curto prazo. *Leia esta entrevista na íntegra em www.revistabusinessportugal.pt

89


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO AUTOMÓVEL

A oficina de bairro moderna Precision Falar na rede de oficinas Precision obriga-nos a recuar cerca de 40 anos, até 1976 mais precisamente, quando Bill Childs inaugurou o primeiro centro na cidade do Texas, fazendo assim nascer uma das maiores empresas a nível mundial a atuar no mercado das oficinas multimarca. A rede chega a Portugal em 2001e tem marcado a diferença neste setor. Saiba porquê.

guilherme allen e manuel lima Responsável de Operações e Diretor Geral

“T

ratamos do automóvel de A a Z”. É desta forma que Manuel Lima, diretor geral da Precision em Portugal, define a filosofia desta rede de oficinas multimarca. Primando por se distinguirem das demais como uma oficina de proximidade (as oficinas Precision podem ser encontradas no centro das cidades e não tanto na periferia, como é usual nestas ofcinas), esta cadeia aposta numa nova forma de relacionamento com os seus clientes, para além de “sermos a única rede que abrange todas as vertentes do automóvel”, frisa Manuel Lima. Nesta oficina multimarca, o automobilista conta com um serviço completo, desde serviços de diagnóstico, manutenção e reparação automóvel, e também as operações mais simples, como as mudanças de óleo, até serviços mais complexos, nomeadamente as revisões recomendadas pelos próprios fabricantes de automóveis e serviços de chapa e pintura, sem esquecer o ar condicionado, no qual são especialistas. A Precision trouxe para o pós-venda português a experiência adquirida na rede americana da distribuição

90

moderna, cujos melhores exemplos são empresas nos setores da banca, das telecomunicações e da distribuição alimentar. “Além da proximidade, apostamos no atendimento personalizado, na tecnologia e no knowhow”. Para este know-how conta essencialmente a grande aposta em formação que a Precision disponibiliza a todos os seus colaboradores. “Por sermos uma oficina multimarca, sabemos que um problema num automóvel de uma determinada marca não será resolvido da mesma forma numa marca diferente, apesar do problema ser exatamente o mesmo. Daí que tenhamos uma aposta muito forte em formação, formação essa que não se cinge ao pessoal técnico. Também os colaboradores não técnicos recebem formação, pois são eles quem contactam com o cliente e, também por isso, têm que estar preparados”, esclarece o diretor geral.

Qualidade similar, preço inferior A rede Precision pretende proporcionar uma experiência agradável aos seus clientes, desmistificando um pouco a

ideia pré-concebida que existe das oficinas. “Nos nossos espaços pretendemos prestar um serviço de elevada qualidade, baseando-nos na conveniência, competência, transparência e simpatia, além do preço. Conseguimos garantir um preço mais baixo com a mesma qualidade que num concessionário da marca”, afirma Guilherme Allen, responsável de operações da Precision Portugal. A rede multimarca, inserida no grupo Serfingest, conta igualmente com concessões automóveis, pelo que a abrangência de serviços é tão vasta e diferenciada das demais redes. “Estarmos inseridos neste grupo permite-nos criar algumas sinergias de trabalho, o que nos permite destacar o trabalho da Precision e fazermos mais do que os restantes”, completa. Questionados sobre o seu compromisso da revisão oficial e da garantia das peças, Guilherme Allen admite que a maior parte dos condutores portugueses duvida das mesmas, uma vez que desconhece a existência de uma lei que permite às oficinas multimarca fazê-lo. “Quando somos confrontados com essas questões, optámos por dar a conhecer ao cliente que essa lei existe e que existe uma normativa para cada marca, à


REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA qual temos acesso e que, por isso, estamos aptos a fazer a revisão oficial do seu carro. No que diz respeito às peças, nas nossas oficinas são utilizadas apenas peças de qualidade igual ou equivalente, sendo que as peças vêm, na sua maioria, das marcas. Temos também uma preocupação acrescida com os lubrificantes, e utilizamos apenas os produtos de uma conceituada marca no mercado, o que, para além de ser uma garantia para nós, é-o também para o cliente. Tudo isto, aliado à positiva e assim pretendemos continuar”. Mais uma marca que comprova a qualidade desta rede multimarca passa pelo recente acordo efetuado com a maior gestora de frotas nacional, “um objetivo que muito nos orgulha termos alcançado”.

O setor e multimarca

as

oficinas

Manuel lima acredita que as redes de oficina multimarca vão continuar a crescer e a vingar no futuro. “Penso que vamos seguir a tendência dos restantes países europeus, onde as redes de oficina multimarca já representam uma parte muito substancial do mercado, em detrimento das concessões”. Ciente desta realidade, o diretor geral da Precision em Portugal afirma que a rede se está a posicionar nesse sentido, fazendo uma grande aposta na qualidade e em pessoas formadas, de modo a fazer face ao mercado e às necessidades dos seus clientes. Por sua vez, Guilherme Allen acrescenta que as redes de oficina multimarca não tiveram o mesmo crescimento verificado lá fora por questões inerentes à nossa própria

cultura financeira. “Até há uns anos atrás, o acesso ao crédito era muito facilitado, pelo que se optava por adquirir carros novos, o que não implicava idas à oficina com tanta frequência e, quando se ia, escolhiase o concessionário. Hoje em dia, e pela situação que o país e, em consequência, as famílias atravessam, estas redes já são a primeira escolha dos portugueses”. Atualmente, a realidade já é outra e o recurso à manutenção e reparação faz cada vez mais parte do dia a dia dos portugueses, daí que o futuro seja risonho à Precision e às redes de oficina, em geral.

Futuro da rede A gestão de uma rede com a dimensão da Precision é sempre um duelo, de acordo com os nossos interlocutores. Questionados sobre o futuro da rede, Guilherme Allen afirma que o grande desafio passa por uma gestão atenciosa e cuidada dos investimentos que são feitos, tendo sempre em atenção que é obrigatório ser-se competitivo. “Não queremos ser os mais baratos do mercado, queremos, isso sim, manter o nível e a qualidade de serviço que temos, que só se consegue praticando um preço razoável, sem nunca descurar a parte ambiental, que é muito importante para o grupo”. Atualmente a rede conta com 19 oficinas próprias e cinco em regime de franchising, estando em cima da mesa a abertura de mais cinco oficinas para 2014, tendo sempre presente a conveniência, competência, transparência e simpatia, “os adjetivos que melhor caracterizam a nossa rede”, finaliza Manuel Lima.

91


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

Reabilitação e Remodelação Urbana

F

ortemente afetadas pela conjuntura de crise, as empresas de construção viram os seus alicerces vergarem perante a falta de trabalho. A solução para muitas delas passou pela procura de trabalho fora do país mas a reabilitação e remodelação urbana mostraram-se também como uma importante saída para as empresas que apostaram em manter-se no mercado interno. O boom de construção nos tempos que se diziam ser de “vacas gordas”, trouxeram cidades que cresceram rapidamente mas com pouco planeamento. Os prédios amontoaram-se diferentes entre si, e quando já não agradava viver num sítio rapidamente se mudava para outro. Hoje com casas compradas, que já não se conseguem vender, mais do que mudar de casa é necessária mudar a casa, adaptando-a às necessidades atuais de cada família. O peso que a reabilitação e remodelação urbana teve durante anos em Portugal esteve bem abaixo do que é a média Europeia mas com esta dificuldade em mudar de casa começa a surgir sinais de ser possível alterar este número e são criadas cada vez mais empresas especialistas nesta área. A Revista Business Portugal foi conhecer algumas destas empresas e do trabalho que desenvolvem.

92



REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

Urgente pensar as cidades não consolidadas Quaternaire portugal Do centro para as periferias, as cidades foram crescendo depressa demais. Os edifícios aglomeraram-se sem coesão, e muitas vezes sem atender às reais necessidades de habitação. A propósito da problemática da reabilitação e regeneração urbana, conversamos com António Figueiredo e Elisa Pérez Babo, administradores da Quaternaire Portugal (QP), empresa de consultadoria para o desenvolvimento, que reforçam que mais urgente que pensar a reabilitação dos edifícios degradados, é pensar as cidades não consolidadas, resultado do “excedente de oferta”.

São as gerações mais jovens que estão a dar de novo vida aos centros das cidades. As casas das zonas históricas que outrora estavam vazias e onde parecia que já ninguém queria morar têm atraído a população mais jovem impulsionando a própria reabilitação urbana. Elisa Pérez Babo, especialista em questões culturais, chama-lhes a “geração Erasmus”: “Por terem vivido nas zonas históricas das cidades estrangeiras onde foram estudar, regressam a Portugal e optam novamente por essas zonas para viver. É uma questão cultural que tem ajudado a dissolver a ideia estereotipada de que início de vida é sinónimo de casa nova”. No entanto, a administradora da Quaternaire Portugal, alerta que “é forçosamente necessário rever a questão do arrendamento”. Embora lentamente os centros históricos comecem a dar sinais da preocupação emergente com a questão da reabilitação e regeneração, Elisa Pérez Babo explica que “a política nacional de reabilitação urbana para as cidades não tem sido suficientemente estável nem atrativa para os municípios, já que por um lado essa reabilitação exige, sobretudo nas grandes cidades, uma capacidade de gestão muito grande para a administração local, e por outro, porque nem sempre, os princípios nacionais vão de acordo com o que são as prioridades locais”. São estas as razões que, na visão da administradora da QP, têm deixado a questão da reabilitação colocada na prateleira não sendo pensada como uma prioridade nas várias cidades. Um outro entrave que surge passa pela necessidade da criação de parcerias, “o que nem sempre as autarquias conseguem alcançar”. A Quaternaire Portugal, explica Elisa Pérez Babo, “acompanhou 12 autarquias em projetos de reabilitação urbana onde foi possível perceber o esforço das entidades municipais para se posicionarem de uma forma diferente na intervenção da cidade, em parceria com privados e outras instituições mas que acabou por não dar os resultados esperados, já que as parcerias acabaram por desaparecer com o tempo, pois o interesse e a exigência das mesmas se desmoronaram”. Um outro problema que se coloca à reabilitação, este essencialmente ligado às periferias, está relacionado com a crise na construção civil e com o excedente que o país tem em termos de edificação e equipamentos. Segundo a administradora, mais urgente que pensar a reabilitação dos edifícios degradados é pensar as cidades não consolidadas, resultado do “excedente de oferta”. É comum ver-se edifícios inacabados ou abandonados na periferia das cidades emergentes que foram crescendo com uma construção não planeada e pensada. Por isso mesmo Elisa Pérez Babo reforça mais uma vez: “Penso que a verdadeira preocupação com a reabilitação urbana deve passa por aí, por repensar as cidades não consolidadas”.

A Quaternaire Portugal “Há 25 anos, pensar o desenvolvimento local era algo muito ambicioso e uma grande inovação”. É assim que António Figueiredo, administrador da Quaternaire Portugal (QP) começa por falar desta empresa que surgiu em 1990 pelas mãos de várias personalidades nacionais e internacionais, fruto do programa PNUD das Nações Unidas. O objetivo, relembra o administrador, “passava por formar indivíduos que iriam implementar-se no terreno passando estratégias de desenvolvimento local”. Desde essa altura até hoje, a Quaternaire Portugal evolui para uma consultora de desenvolvimento em várias frentes. Atualmente esta empresa continua o seu trabalho de consultadoria de planeamento mas presta serviços diversificados nos domínios da avaliação, da cultura, do emprego, das competências e formação profissional, do planeamento e ordenamento do território, e ainda do planeamento estratégico e das políticas urbanas. A abordagem conceptual da QP aos problemas do desenvolvimento territorial, organizacional, setorial e humana foi amadurecida ao longo de 24 anos de experiência. As suas intervenções de consultadoria abrangem as componentes de hardware, software e orgware e, através das suas competências internas em matéria de educação, formação e planeamento estratégico, permitem-lhe dialogar proactivamente com as questões do empreendedorismo, privado ou social. Com vários estudos e projetos já realizados, a QP está organizada em torno de uma abordagem multidisciplinar e integrada ao desenvolvimento de territórios e à capacitação de organizações privadas e públicas, privilegiando a conceção de soluções à medida das necessidades específicas de clientes e a produção e difusão de conhecimento estratégico pertinente. Para que este trabalho seja de facto possível esta empresa conta nos seus quadros com uma equipa multidisciplinar que carrega um curriculum científico prestigiado nacional e internacionalmente, além de uma experiência profissional muito vasta. Com uma posição consolidada no mercado nacional, os objetivos da Quaternaire Portugal passam agora pela internacionalização. António Figueiredo aponta o mercado africano como o ideal para iniciar este processo, não descartando o mercado europeu como uma possibilidade mas que exigirá uma estratégia diferente: “Acreditamos que com o modelo de trabalho que temos conseguiremos singrar facilmente no mercado africano. Temos ainda a ambição de alcançar o mercado europeu mas neste já teremos que repensar a nossa estratégia. Enquanto em países como Angola e Moçambique a oferta não é muito significativa, o que torna a nossa entrada mais fácil, o mercado europeu é muito competitivo e muito especializado. Uma empresa que abranja tantas áreas, como é o nosso caso, pode não ser bem aceite, pelo que temos de estudar um método de trabalho específico. Mas acredito que vamos conseguir”.

94


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

Quaternaire Portugal NEWSLETTER

A Quaternaire Portugal prima essencialmente pela diversidade de serviços que oferece, aliados a um conjunto de domínios de ‘expertise’. Conheça todas as áreas e serviços que esta empresa de consultoria tem para oferecer. • Engenharia da formação (conceção de planos de formação,#4 elaboração de diagnósticos - setembro 2012 de necessidades de formação e coordenação de ações de formação para o desenvolvimento); • Estratégias e programas urbanos (valorização de áreas urbanas, estratégias e planos de desenvolvimento urbano, ações inovadoras de desenvolvimento urbano); Quaternaire Portugal – uma os tempos • Estudos (macro, meso e micro) sobre o mercado de trabalhoparceria (de caracterização para e prospetivos); • Estudos de avaliação (de programas, de projetos e políticas); difíceis • Estudos e estratégias de desenvolvimento social (diagnósticos sociais e planos de desenvolvimento social); • e estratégias de financeiro planeamentoabateram-se e ordenamentode do forma territórioindiscriminada (estratégias nacionais, de informação OsEstudos efeitos do resgate sobresistemas praticamente todase as organizações monitorização de planos); públicas e privadas, com intensidade agravada naquelas em que o peso das atividades orientadas para de os sustentabilidade mercados externos é nulo ou, menos,XXI residual. • Estudos e estratégias (designadamente do pelo Tipo Agenda Local eEstamos avaliação claramente ambiental perante uma mudança de paradigma das condições de financiamento, a nível nacional seguramenestratégica); te e a nível internacional enquanto a estabilidade financeira continuar ameaçada. • Estudos e estratégicos (de âmbito macro, economiapara da inovação); Mas não económicos é tempo de ignorar oportunidades. E setorial, muito menos esperar passivamente pela che• Estudos para o setor cultural (prospetivos de práticas e consumos culturais); de Fundos Estruturais está aí à gada de ventos mais favoráveis. Um enovo período de programação porta, com novas exigências, novos temas mobilizadores obviamente oportunidades. • Estudos sobre sistemas de educação e formação (elaboração de ecartas educativas novas e diagnósticos sobre os É seguramente um tempo de novas escolhas, públicas e privadas, adaptando projetos e realizações sistemas de educação e formação); às novas condições de financiamento. E também tempo de reorganizações internas, focagens de • Instrumentos de gestão territorial (planos especiais, regionais, municipais e setoriais de ordenamento); . atividade, maior eficiência, melhor capacidade de mobilização e aproveitamento de recursos disponíveis, tempo reinvenção de capacidades. • Operações de de regeneração e reabilitação urbanas (programas estratégicos e parcerias com a regeneração urbana); Perante desafios, é também de atribuir conhecimento, • Planos etais estratégias de política culturaltempo (estratégias regionais,aoplanos estratégicos, técnico, planos de científico marketing);e estratégico,Planos um outro valor,e procurando o seu “good evalue money”,setoriais, quer interpretemos esta • estratégicos programas de maximizar ação (territoriais, de cidades redes for de cidades, organizacionais, de máxima na sua dimensão económica mais restrita, quer lhe atribuamos um valor de utilidade social turismo, demais infraestruturas produtivas, entre outros); abrangente. • Programação e gestão que de estruturas e organizações culturais (têm programação gestão de novas estruturas, apoio É nestes momentos os serviços de consultoria que ser eencarados como uma parceria, partilhando cultural); riscos, estimulando e animando a inovação, nos processos e nos modelos organizacioao empreendedorismo nais, trabalhando à medida das artísticos margens de manobra das organizações. • Projetos de valorização de recursos e culturais (valorização do património cultural, projetos museográficos, A Quaternaire Portugal afirma-se como parceira de tais processos. Coloca o seu portfolio, expeformação de públicos, programação); riência e conhecimento que pode mobilizar internamente e através da sua rede de consultores ao • Projetosdeurbanos (programação, gestão e estudosface de impacte); serviço estratégias reativas e proativas à crise. Este novo número da sua newsletter mos• Sistemas de dos gestãoprojetos de competências (conceção de refereciais de formaçãopreparados por competências). tra, através iniciados e concluídos que estamos para responder a este desafio.

António Manuel Figueiredo

Presidente do Conselho de Administração

Trabalhos em fase de lançamento 95


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

Décadas de experiência Topa e companhia Formada em 1995, a experiência da Topa e Companhia remonta há mais de 60 anos, aquando da criação de um projeto empresarial na vertente de obras públicas de vulto e inúmeros edifícios habitacionais, estabelecimentos de ensino, instalações aeroportuárias, espaços comercias e de serviços, do norte ao sul do país. Páteo das Artes

pedro topa Administrador

Sentindo a necessidade de se renovar e modernizar, também por exigência do mercado, Pedro Topa envolvese na criação e desenvolvimento, então, da Topa e Companhia, seguindo o legado do seu pai. Mantendo a tradição da construção civil, a Topa e Companhia dedica-se à construção e venda de habitações de qualidade, incluindo a reabilitação, remodelação e modernização de edifícios de reconhecido valor patrimonial e arquitetónico, uma estrutura empresarial experiente, cuidada e segura, sobretudo nos aspetos técnicos, projeto, execução de obra e financeiro, em colaboração direta e permanente com os seus clientes, mesmo depois da venda. Pedro Topa é quem está à frente desta empresa sedeada na cidade do Porto. Questionado sobre o estado atual do setor da construção civil e da potencialidade da reabilitação de edifícios, o engenheiro civil afirma que,

96

na sua opinião, o futuro passa pelas sinergias entre privados e públicos. “É importante reabilitar as cidades e preservar os seus centros históricos, sem dúvida. Mas há que haver a garantia de que estas reabilitações irão servir quem lá vive, quem usufrui dos espaços e não apenas na perspetiva do turismo”. Ainda sobre o setor, o nosso entrevistado afirma que o paradigma do mesmo está alterado, “pelo que ainda não temos uma grande perceção sobre o futuro da construção civil. Sabemos que não justifica investir em novos empreendimentos, para já, pelo que a reabilitação é, de momento, a área que temos dedicado mais tempo e atenção”. Pedro Topa aplaude as grandes empresas do ramo que estão a aproveitar as oportunidades que surgem no exterior do país, “e estão a fazer um excelente trabalho”.

No centro da cidade invicta, muito próxima das estações de metro situadas no Campo 24 de Agosto, e perto do Mercado do Bolhão e Trindade, do Jardim de S. Lázaro e do Coliseu do Porto, encontramos o edifício Páteo das Artes. O edifício Páteo das Artes advém da reconversão e reabilitação de um edifício emblemático da cidade do Porto, outrora dedicado às artes gráficas, com fachadas de qualidade arquitectónica assinalável e preservada neste projeto. “Escolhi o nome Páteo das Artes, de modo a que o edifício continuasse a carregar um pouco da sua história. A fachada é a original e mantivemos todos os pormenores que nos foram possíveis. Este é um dos grandes exemplos da Topa e Companhia em reabilitação de edifícios, projeto do qual temos muito orgulho”, diz Pedro Topa. O nosso interlocutor acredita ser fulcral que os projetos de reabilitação mantenham algumas características de raiz do edifício, principalmente quando os mesmos têm lugar nos centros históricos das cidades. “Penso que é uma questão de identidade da própria cidade. Não preservar os pormenores que todos identificam, desde sempre, como sendo daquele edifício naquela cidade não me parece a decisão mais acertada”, finaliza.

Topcasa Em 2008 nasceu o www.topcasa.pt , um sítio da internet que congrega esforços e experiência nos setores da promoção e mediação imobiliária, para desenvolver e melhorar as relações de proximidade com os clientes Topa e Companhia, através de um serviço de consulta e apoio direto e personalizado, ajudando-os na procura e aquisição de casa ou imóvel, à medida dos seus desejos e possibilidades.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

Remodelações Sustentáveis Lmp Constituída no início de 2013, a LMP, sigla de Luís Miguel Pires, é especialista na reabilitação e remodelação urbana, utilizando em alguns dos seus projetos o sistema de construção Light Steel Framing. Em entrevista à Revista Business Portugal, Luís Miguel Pires explicou as vantagens deste sistema de construção e traçou os objetivos de futuro.

novas arquiteturas, de espaços interiores mantendo o mais original possível as fachadas. A LMP desenvolve trabalhos em Light Steel Framing, um sistema que possui algumas vantagens na reabilitação urbana. Que vantagens são essas? A LMP é uma empresa com formação no LSF (Light Steel Framing), feita com o apoio da Futureng, com a qual temos parceria em alguns projetos. As vantagens do LSF é a capacidade do próprio sistema: a fácil adaptação a qualquer projeto de reabilitação e construção, a rapidez de execução e o fácil transporte dos materiais para a obra.

luís miguel pires Administrador

Começava por lhe perguntar como é que a LMP encara a vertente da reabilitação e remodelação urbana? Com respeito e grande orgulho. Respeito por ter oportunidade de trabalhar em edifícios construídos com algumas décadas e descobrir neles os materiais e técnicas usadas para a construção dos mesmos. Orgulho por pertencer a uma geração que tem oportunidade de poder valorizar o património arquitetónico do nosso país e ao mesmo tempo conseguir dar-lhe a nova vida que estas obras merecem com a execução de projetos de

Este sistema tem também vários benefícios se comparado com outros sistemas construtivos. Que benefícios são esses? Os benefícios do sistema LSF são vários. Primeiro é um sistema de construção com materiais sustentáveis, depois é um sistema que em relação ao tradicional é muito mais leve, até dez vezes menos, conseguindo ainda reduzir no global de cada projeto o prazo de execução do mesmo e o custo final da obra. Na sua execução é ainda capaz de manter a obra limpa e com poucos desperdícios. Para além disso, dá qualidade de acabamento nos interiores e diversidade nos acabamentos exteriores, conseguindo também dar uma condição térmica e acústica superior ao sistema tradicional, e ainda maior conforto aos espaços interiores. O LSF é um sistema de construção que se adapta a diversas regras e normas de construção aplicadas no nosso país.

a ampliação e reconstrução de habitações. Atualmente, estamos a executar um projeto de ampliação de um espaço escolar. Todo o nosso trabalho é executado com o apoio de técnicos que conhecem o sistema e acreditam na sua potencialidade. Temos vindo a divulgar o sistema aos nossos clientes e a quem nos procura, e, através dele, procurar dar uma melhor resposta ao mercado. Qual a sua visão do estado da área de reabilitação urbana em Portugal? Para mim a reabilitação é uma paixão, adoro trabalhar nesta área. Só temos a ganhar se conseguirmos recuperar o que tem ficado esquecido pelo nosso país, que está a atravessar um período muito delicado. Com a reabilitação urbana conseguimos dar alguma vida e alegria às ruas de cada cidade. Esta área tem sido pouco trabalhada e o nosso país merece e nós merecemos usufruir dele com orgulho do que é nosso.

Relativamente ao futuro da LMP. Quais os projetos para o ano de 2014? O futuro da LMP está nas mãos dos nossos clientes, de nos darem oportunidades de os servir e mostrarmos a nossa arte. Para o ano de 2014 temos projetado a execução de várias obras na área habitacional e espaços comerciais. Todo o nosso trabalho pode ser consultado no site da futureng (www.futurenge.pt/lmp) e no facebook (www.facebook.com/futureng). A LMP quer agradecer a todos os que nos têm apoiado a adquirir conhecimentos e a desenvolver a nossa técnica na boa construção em aço leve.

Quais os projetos que têm vindo a ser desenvolvidos nesse âmbito? Temos vindo a executar vários projetos, nomeadamente,

97


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

Uma referência na reabilitação urbana

Plano opus

A Plano Opus surgiu em meados de 2001 sendo uma empresa familiar, presta serviços essencialmente de intervenção na área da reabilitação. O know-how adquirido pelos sócios gerentes oriundo de empresas ligadas ao ramo, resultou no projeto que atualmente é o principal objetivo da empresa.

joão fernandes Sócio-Gerente

A

empresa Plano Opus dedicou-se à área de reabilitação de construção civil, desde estruturas de madeiras, estruturas de aço, aço industrial e estruturas de aço leve. E ainda posteriormente toda a linha de acabamentos ligados à reabilitação e património protegido e património classificado. Entre a lista de clientes a empresa possui organismos públicos. João Fernandes, um dos sócios gerentes da empresa, revela que “sempre que possível a empresa adota o sistema de Light Steel Framing, pois é um sistema que permite um vasto leque de opções técnicas, que se adequam perfeitamente à reabilitação de edifícios, reconversão dos mesmos, e até execução de raiz”. O LSF possibilita alavancar um determinado tipo de obras com localizações geográficas complexas, em que a logística muitas das vezes é extramente difícil, nomeadamente em bairros históricos e edifícios localizados em zonas de difícil acesso. O sistema de LSF dispõe de perfis muito leves, e isso

98

altera substancialmente a logística de fornecimentos e de execução de tudo o que são processos de construção na fase de estrutura. Relativamente à fase de acabamentos são também revestimentos pré concebidos, sendo gesso cartonado acaba por aligeirar toda a logística que perante um sistema de construção tradicional é necessário torna-lo rentável. As vantagens do LSF são imensas. João Fernandes enumera algumas situações, nomeadamente no que respeita ao sismo, ao conforto de utilização e transfiguração de um determinado imóvel velho e com características deficitárias, nomeadamente de isolamento térmico, o LSF tem capacidade e valências de o tornar mais apetecível sobre esse ponto de vista. Confrontado sobre a adesão e relação dos arquitetos perante o sistema LSF, João Fernandes afirma que “sinto cada vez mais essa aproximação dos arquitetos em tentar conhecer um pouco mais do sistema. As inúmeras possibilidades criativas associadas ao sistema permitem dar corpo a qualquer projeto, mantendo os custos de forma controlada. Os arquitetos, embora valorizando em primeira mão aspetos de contorno geométrico, começaram já a entender o método como uma solução capaz de responder a todos os anseios estéticos, acrescentando uma maior valia no que concerne à gestão dos projetos”. Como profissional da área de reabilitação e remodelação urbana, João Fernandes confidencia que atualmente a realização de projetos, de raiz é residual. Por outro lado, no que respeita à reabilitação as pessoas ainda não estão totalmente consciencializadas das vantagens

e do proveito que podem tirar desses investimentos, pois grande parte dos proprietários não tomou contato direto ou indireto com o sistema. Ficou já provado e pode ser atestado por várias entidades as vantagens de custo controlado e melhoria significativa da qualidade de vida do interior de edifícios por nós realizados, e estamos em crer do crescendo exponencial do interesse deste sistema associado á reabilitação urbana. A Plano Opus ao longo dos anos já conta com um vasto portefólio e de grande qualidade, nomeadamente em algumas obras para identidades públicas e localizadas essencialmente em Lisboa. Na zona de Lisboa, o Instituto Luís de Camões, no Marquês de Pombal é um exemplo de um edifício revisto e seccionado pela Plano Opus. Mas o Palácio Marquês de Pombal, o Tribunal Constitucional, e o Palácio Ratton são outros exemplos entre os inúmeros que caracterizam a empresa. No futuro a Plano Opus pretende dar continuidade ao projeto iniciado, preservando o foco de atuação da empresa, mantendo a qualidade e rigor característicos. João Fernandes defende que a Plano Opus deveria ser a escolha primordial, pois “tem a capacidade de responder a qualquer tipo de solicitação. A empresa dispõe de uma equipa capaz de prestar serviços desde a idealização do projeto até à conceção nas áreas de imóveis, qualificados ou em vias de qualificação, procede à requalificação ou o edifício de raiz na totalidade e da forma que melhor aprouver ao cliente”.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO E REMODELAÇÃO URBANA

A reabilitação e regeneração em LSF

Futureng

A Futureng é uma empresa portuguesa vocacionada para a prestação de serviços à indústria da construção de edifícios com estrutura ligeira de aço, usando perfis enformados a frio. A sua atividade distribui-se essencialmente pelo projeto, fiscalização e acompanhamento técnico de obra, parceria e apoio técnico, formação e orçamentação. Falamos com João Santos, um dos fundadores da empresa.

Como é que a empresa encara a vertente da reabilitação e remodelação urbana? Construir edifícios eficientes é importante. Mas mais importante é reabilitar os que já existem, melhorando a sua eficiência. Esta é uma das melhores formas de promover o desenvolvimento sustentável no mercado habitacional, reduzindo a pegada ecológica do país. Este deveria ser um desígnio nacional. Em Portugal, a maior parte dos edifícios necessários já estão construídos. De acordo com algumas estatísticas, afirma-se que um milhão de edifícios foram construídos antes de 1945. Assim, reabilitar edifícios antigos significa preservar uma grande parte dos elementos construídos, reduzindo a quantidade de demolições necessárias e das correspondentes reconstruções. Reabilitar significa consumir menores quantidades de energia na produção e aplicação de produtos de construção, reduzir as emissões de CO2 e limitar as quantidades de produtos de demolição a remover e destruir. http://www.futureng.pt/reabilitacao Quais os projetos que têm vindo a ser desenvolvidos nessa área? O nosso trabalho incide sobre uma grande variedade de tipologias, desde as moradias de piso térreo até edifícios com vários pisos, moradias geminadas, outras com arquitetura arrojada e surpreendente. Também

temos projetado armazéns, edifícios comerciais e hotéis. A nível de reabilitação, existem exemplos simples de substituição de coberturas até aumento de pisos em edifícios de valor histórico. Alguns desses exemplos são apresentados nas páginas do nosso site e, mais recentemente, no nosso Facebook: https://www.facebook.com/futureng http://www.futureng.pt/portfolio:futureng O futuro da construção atualmente passará pela reabilitação e remodelação, mais do que pela própria construção de raiz? Naturalmente, será o mercado e a economia a responder a essa questão. Caso a edificação de novas moradias voltar a ter o protagonismo que já teve na indústria da construção civil em geral, o mesmo efeito irá ser sentido pelas empresas construtoras que se dedicam ao sistema LSF. Não podemos esquecer que o que chamamos LSF não é mais do que uma outra forma de executar a estrutura do edifício. A construção de edifícios com estrutura metálica, constituída por perfis em aço galvanizado (sistema LSF), continua a ter uma cota muito reduzida no mercado nacional. Tornar abrangente uma nova filosofia construtiva numa área tão fundamental como a construção civil é um processo que exige tempo. Apesar de tudo, o LSF é cada vez mais um método a

levar em conta no mercado da reabilitação. Visto que as vantagens do LSF são especialmente evidentes nesta área, várias empresas têm recorrido a esta solução nas suas obras. Estamos convencidos que, especialmente nesta área, o sistema LSF acabará por ganhar uma preponderância cada vez maior, ganhando terreno aos métodos mais convencionais. Uma parte significativa do trabalho desenvolvido pela Futureng está relacionado com a execução de projetos de engenharia civil. Em que se baseiam os trabalhos desenvolvidos para construções em “Light Steel Framing”? A Futureng recorre à legislação nacional e europeia, bem como a diversos outros documentos internacionais de natureza técnica, para a execução dos projetos relacionados com o LSF. Apesar dos projetos em si estarem protegidos por direitos de autor, o conhecimento ou “know how” requerido para os executar não carece de homologação nem se encontram patenteados. No caso da seleção do tipo de aço adequado à execução de perfis metálicos, bem como das medidas corretas para cada tipo de perfil, tal como as suas secções e espessuras, a Futureng recorre ao EC3, parte 1.3, onde se encontram as especificações para o dimensionamento de estruturas em perfis de aço moldados a frio.

99


www.revistabusinessportugal.pt

Tecnologia e neg贸cios



O ST. PETER’S SCHOOL é um colégio bilingue que oferece

aos seus alunos a oportunidade de desenvolver a sua educação desde os 2 anos de idade ao 12º ano do Ensino Secundário. Os nossos alunos têm oportunidade de contactar amplamente tanto com a cultura portuguesa como com a inglesa, beneficiando de aulas de Inglês diárias e inúmeras atividades e eventos que espelham a cultura anglo-saxónica.

Os alunos que frequentam o Colégio St. Peter’s School têm a possibilidade de certificar o seu nível de língua inglesa e o de língua espanhola através de parcerias que estabelecemos com a University of Cambridge e Instituto Cervantes. Estas certificações, em conjunto com a orientação individual que cada um recebe, abre portas a todos os que esperam candidatar-se ao ensino superior, quer em Portugal, quer no estrangeiro. O nosso objetivo principal é o de preparar os nossos alunos para um futuro de sucesso, em que possam alcançar todos os seus objetivos pessoais.

Para além da duplicidade do nosso currículo, o Colégio também oferece um vasto leque de atividades e disciplinas extracurriculares que enriquecem o ensino dos nossos alunos. Com uma panóplia de desportos, línguas estrangeiras, áreas relacionadas com a tecnologia e comunicação e vários clubes, em conjunto com as diversas visitas de estudo e cursos no estrangeiro que realizamos, contribuem para o desenvolvimento pessoal das nossas crianças e dos nossos jovens.

INTERNATIONAL SCHOOL Quinta dos Barreleiros, Volta da Pedra 2950-201 Palmela geral@stpeters.pt | Tel. 212 336 990 | Fax. 212 336 999 www.stpeters.pt


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.