empresa | tema
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 1
ÍNDICE 04
Fundação Eugénio de Almeida Reconhecimento dos consumidores
26
Município de Soure À descoberta dos sentidos
36
08 - BOTICAS
Município de Coruche Coruche Inspira
52
adidas Garantia de qualidade
54
Essilor Preservar a saúde visual
12 - RIBEIRA DE PENA
EDITORIAL
C
omeçaram os Jogos Olímpicos do
mos sentir-nos orgulhosos das nossas empresas
medidas e apoios em prol do bem-estar e de uma
Rio de Janeiro. Começou a euforia
e empreendedores.
melhor qualidade. Também a ação social é colo-
para os brasileiros e também para
Percorremos Portugal de norte a sul para
cada em evidência e destaque na nossa revista,
os portugueses, que começaram
trazermos às nossas páginas um país exemplar,
enaltecendo o trabalho de várias instituições que
da melhor maneira, vencendo em
um país empenhado e, acima de tudo, um país
que espalham a semente do bem-fazer.
futebol a seleção olímpica da Argentina por dois
no qual temos orgulho. A excelência empresarial
Em tempo de férias, estas são apenas algumas
golos a zero, marcados por Gonçalo Paciência e
é exaltada na edição de agosto, com exemplos
das razões para folhear e ler mais uma edição da
Pité. Como seria de esperar, também os brasilei-
de empresas nacionais e internacionais que
Revista Business Portugal, bem como o suple-
ros comemoraram a nossa vitória… Mas como
demonstram dia após dia a capacidade de se
mento especial dedicado às relações económicas
se costuma dizer não é como se começa, é como
reinventar e fazer da inovação a pedra toque do
entre Portugal e França. Boas leituras e já agora
se acaba, por isso vamos esperar que os nossos
seu crescimento. Damos ainda a conhecer os
boas férias!
atletas consigam alcançar as suas metas e orgul-
municípios portugueses que encaram com muito
har ainda mais a nação da língua portuguesa. Tal
entusiasmo e espírito de missão o seu papel e
como no desporto, também nos negócios, deve-
as suas funções, preconizando um conjunto de
A direção editorial da Revista Business Portugal
FICHA TÉCNICA | Propriedade: Guidetarget, Lda | Diretor: Fernando Silva | Direção Editorial: Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt) | Corpo Redatorial: Joana Castro, José Oliveira, Laura Azevedo, Rita Carreira Matos, Susana Lopes, Vera Pinho | Direção Gráfica: Tiago Rodrigues | Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) | Dep. Comercial: Fernando Lopes, Filipe Amorim, Isabel Brandão, José Machado, Luís Silva, Manuel Fernando, Paulo Padilha, Rui Diogo (geral@revistabusinessportugal. pt) | Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 6ºandar, sala 6.2 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 | Distribuição: Distribuição gratuíta com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID | Depósito Legal: 374969/14 | Periodicidade: Mensal | Edição de agosto
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 5
destaque | fundação eugénio de almeida
“O nosso maior prémio é o reconhecimento dos consumidores”
A Fundação Eugénio de Almeida é uma instituição portuguesa de direito privado e utilidade pública, sediada em Évora, que baseia a sua atuação numa estratégia que tem privilegiado a apresentação de projetos marcados pela qualidade, excelência e inovação. Ao longo da sua história, a Fundação Eugénio de Almeida tem procurado manter-se fiel às suas origens, adaptada ao seu tempo e preparada para os desafios de um mundo em constante mutação. Na década de 60, Vasco Maria Eugénio de Almeida, personalidade de fortes convicções cristãs e humanistas, vocacionada para a filantropia e o mecenato, sensível às preocupações educativas e sociais, transforma um projeto pessoal de serviço aos outros num projeto institucional perene, e cria a Fundação Eugénio de Almeida, à qual deixa um legado de valores, uma missão e os meios para a realizar. Os seus pressupostos concretizam-se nos domínios cultural e educativo, social, e espiritual, visando o desenvolvimento humano pleno, integral e sustentável da região de Évora. São estas ações que têm vindo a ser desenvolvidas, sobretudo a partir dos anos 80, com o início de uma nova era, com um projeto de exploração agrícola, agropecuária e vitivinícola. “Este projeto permitiu a criação das marcas de vinho mais famosas, que se foram impondo no mercado nacional e internacional”, salienta Luís Faria Rosado, presidente do Conselho Executivo da Fundação Eugénio de Almeida. A partir daqui, deu-se a intensificação da exploração agrícola baseada na produção de vinho, a aposta na plantação de novas vinhas, bem como com a remodelação da adega antiga, que registou um crescimento assinalável até 2006, altura em que se tornou absolutamente necessário avançar para a construção de uma nova adega. Mas a ação da Fundação não se esgota na atividade vitivinícola, uma vez que sempre houve a preocupação da gestão em diversificar as áreas de atuação e de exploração. A atividade vitivinícola, que em termos económicos é a mais importante da Fundação Eugénio de Almeida, contribuindo com cerca de 80 por cento do valor das vendas, tem sido acompanhada por outras atividades agrícolas que a chegada da água do Alqueva permitiu desenvolver e intensificar. “Com a chegada da água, criámos uma nova atividade de produção, o azeite, que levou à construção Luís Faria Rosado Presidente do Conselho Executivo
6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
fundação eugénio de almeida | destaque Eugénio de Almeida desenvolve atividades sociais, assegurando a formação de voluntários e “foi constituído um Banco de Voluntariado na região, para além de outras ações de ordem social e educativas como a atribuição de bolsas de estudo”, assevera o nosso entrevistado. Uma cultura de excelência A marca Cartuxa é um dos principais ativos da Fundação Eugénio de Almeida e atual marca umbrella da Adega Cartuxa, do Lagar Cartuxa e do Enoturismo Cartuxa. O distintivo traduz a identidade dos vinhos Vinea, EA, Foral de Évora, Cartuxa, Scala Coeli e do incontornável Pêra-Manca, bem como dos azeites Álamos, EA e Cartuxa. Excelência e qualidade são estes os valores reconhecidos pelos consumidores à marca Cartuxa. O vinho, o azeite e o projeto de Enoturismo Cartuxa, traduzem igualmente estes mesmos valores. A Fundação Eugénio de Almeida tem vindo a exportar cerca de 40 por cento das suas produções, tendo como destinos importantes, Angola e Brasil, no entanto também exporta para os Estados Unidos da América, para vários países da Europa, bem como para Macau e China, num total de 16 países. “Por outro lado, estamos a crescer muito bem no mercado nacional”, salienta o presidente do Conselho Executivo da Fundação Eugénio de Almeida. Sediado na Quinta de Valbom, a dois quilómetros do centro histórico de Évora, e a 200 metros do Mosteiro da Cartuxa que inspirou o seu nome, o Enoturismo Cartuxa encontra-se instalado na antiga casa de repouso dos Jesuítas. Adquirida no século XIX pela família Eugénio de Almeida, a Adega Cartuxa passou por várias reformas e ampliações ao longo do tempo,
de um lagar, com o lançamento de produtos com marca própria, a partir de 2005. Desde então a Fundação dedicou-se a outras culturas de regadio, umas diretamente, outras em parceria, nomeadamente, tomate para indústria, produção de milho grão e para silagem, produção de papoila para fins medicinais, multiplicação de sementes de girassol e produção forrageira destinada aos efetivos pecuários da Fundação que tem um efetivo bovino superior a três mil cabeças e cerca de quatro mil ovelhas, bem como a produção de porcos alentejanos”, avança. Ao longo da sua história, a Fundação Eugénio de Almeida teve a capacidade de se reinventar e adaptar às exigências de um mundo em constante mutação, refere Luís Faria Rosado, sublinhando que, nos últimos dez anos, a instituição registou um crescimento de dez por cento ao ano. “Depois de se de estudar e colocar em prática um plano estratégico de médio prazo, que começou em 2014 e vai até 2020, ficaram definidas várias áreas de investimento. Esse plano já permitiu triplicar a capacidade produtiva do lagar de azeite, aumentar as áreas de regadio com capitais próprios, sendo que a área regada da Fundação, entre todas as culturas, seja já superior a dois mil hectares”, consubstancia. Atualmente, a Fundação está a fase de apostar numa nova atividade, que Luís Faria Rosado considera ser importante para o cash-flow da instituição, designadamente a produção de frutos secos através da amêndoa. “Temos uma área de amêndoas que ficará este ano nos 135 hectares. Por outro lado, estamos a plantar mais 200 hectares de vinhas, ou seja, a Fundação ficará com mais de 700 hectares de vinhas, para além do investimento na construção de uma nova adega”. Nos últimos dez anos, a Fundação tinha vindo a fazer investimentos médios na ordem dos quatro milhões por ano. Neste novo ciclo vai aumentar significativamente esse valor, embora falte ainda definir exatamente os investimentos que se vão seguir de 2018 a 2020. Os investimentos em curso vão permitir que a Fundação continue a ter um ritmo de crescimento forte, quer de produção, quer de vendas, nos próximos anos, tentando assegurar o futuro desta instituição, bem como a criar emprego, uma vez que atualmente já emprega cerca de 200 pessoas em permanência. É esta conjugação de atividades que origina o resultado que tem vindo a ser o suporte dos investimentos realizados, que recentemente também permitiram recuperar o património edificado. A par disso, a Fundação
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 7
destaque | fundação eugénio de almeida
conservando a riqueza da sua memória arquitetónica e histórica. “Quem visita o Enoturismo Cartuxa tem a oportunidade de usufruir de uma envolvência única e de visitar o edifício onde a Adega Cartuxa foi fundada. Neste local, o visitante pode provar os vinhos e azeites da Fundação, à venda na loja da Adega. As visitas são guiadas e terminam com uma prova de vinhos e azeites”, ressalva Luís Faria Rosado, acrescentando a recente abertura de um novo espaço, onde a arte de bem beber (e comer) são o lema maior. A enoteca da Cartuxa pretende ser um novo espaço de restauração dedicado aos vinhos da Casa e à gastronomia alentejana. Estratégias de futuro Com um plano estratégico delineado até 2020, os objetivos a curto prazo passam pelo aumento da área dedicada ao olival e frutos secos. “Na parte da pecuária, estamos muito
8 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
atentos para efetuar um acompanhamento dos resultados e dos custos da produção em regadio e em sequeiro e, provavelmente haverá alterações na produção pecuária, ainda a definir”. Quase há 20 anos à frente da área produtiva da Fundação Eugénio de Almeida, o nosso entrevistado pretende continuar com a dinâmica e paixão com que tem desempenhando as suas funções, acrescentando porém a importância das equipas de colaboradores, na sua maior parte, “jovens qualificados que vestiram a camisola, muito dedicados e que todos os dias trabalham para a excelência dos produtos”.
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE O poder local desempenha um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento das regiões, quer pelas atividades dinamizadas, quer pelos estímulos concedidos às empresas, trabalhando em prol da qualidade de vida das populações. Neste sentido, a Revista Business Portugal continua o seu trabalho de descoberta dos melhores exemplos e das melhores práticas desempenhadas pelos municípios de norte a sul do país. Os municípios representam também um importante papel na economia, pois em algumas regiões são os principais empregadores o que lhes confere uma grande responsabilidade ao nível social. No seguimento do trabalho elaborado, percebemos que as autarquias estão preocupadas, cada uma à sua maneira, em contribuir para a melhoria das condições de vida e desenvolvimento das suas regiões. Os incentivos à natalidade, ao investimento privado, à dinamização do turismo, ao apoio aos mais carenciados e suporte à terceira idade, são algumas das questões que ocupam o trabalho dos autarcas portugueses. Se no cômputo geral os municípios são os representantes do Estado, já as freguesias e os seus presidentes são vistos, na maioria das vezes, como o primeiro contacto para a resolução de determinado problema. A par dos municípios, as freguesias são o garante do bem-estar das populações contribuindo para a melhoria das condições de vida, apoiando os cidadãos. O poder local desempenha pois um papel crucial na dinamização e desenvolvimento do país, desta forma a Revista Business Portugal, destaca os eventos tradicionais e típicos, alguns com dezenas de anos, que neste verão animam todos os cantos do nosso país e que contribuem para a manutenção e divulgação das tradições portuguesas, em território nacional e que atraem também os turistas. Sendo uma época de festas e romarias por excelência, em que muitos emigrantes regressam às origens, importa dar destaque ao que vai acontecendo no nosso país, eventos que juntam a cultura, as tradições e unem os portugueses. Nas próximas páginas damos destaque aos papel dos autarcas portugueses, homens e mulheres que acima de tudo abraçaram a missão de liderar e levar mais longe o município que lideram.
Casa Branca, o seu restaurante sobre o Atlântico. Almoços executivos Almoços de grupo Gastronomia tradicional Peixe e marisco frescos T. +351 227 727 400 | E. reservas@casabrancarestaurante.pt M. Rua da Bélgica, Nº86 - Praia de Lavadores | 4400-044 Vila Nova de Gaia
municípios em destaque | município de boticas
Um território único de beleza ímpar Visitar Boticas é deixar-se seduzir por magníficos cenários bucólicos, onde a tradição e a modernidade se encontram harmoniosamente. Falamos de um concelho marcadamente rural, que tem na Natureza e na sua orografia as principais potencialidades turísticas.
Fernando Queiroga Presidente
Breve contextualização/apresentação do município, atendendo às características do seu património e aos recursos endógenos. Boticas é um concelho marcadamente rural, que tem na natureza e na sua orografia as principais potencialidades turísticas. É um território de montanha, caracterizado por desníveis consideráveis entre as aldeias localizadas na parte mais alta do concelho, nomeadamente as aldeias de Alturas do Barroso e Vilarinho Seco, no sopé da serra do Barroso, e as localizadas na parte mais baixa, junto ao rio Tâmega, casos de Veral e Fiães do Tâmega. As características de montanha estão intrinsecamente refletidas na história do concelho, na sua cultura e tradições, nos seus hábitos comunitários e até na sua gastronomia. As mesmas características moldaram também a forma de ser do seu povo, habituado à rudeza destas regiões e à agressividade do seu clima, marcado por invernos muito rigorosos e frios – onde a neve é uma presença constante – e verões extremamente secos e quentes. Todas estas características, conjugadas entre si, fazem do concelho de Boticas um território único, com paisagens naturais de rara beleza e um ambiente no seu estado mais puro, o que fazem de Boticas um local ideal não só para a prática de desportos de natureza e aventura, mas também um território de eleição para o descanso e lazer, num contacto mais íntimo com a natureza. Boticas é, efectivamente, a Sedução da Montanha. Quem aqui vem uma vez deixa-se seduzir de imediato e torna-se um apaixonado pelo nosso Concelho. Que retrato pode ser feito relativamente à realidade socioeconómica e empresarial do
10 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
município? O concelho de Boticas, à semelhança do que acontece com a grande maioria dos concelhos do Interior Norte de Portugal, tem sido muito afetado pela sua interioridade, que se reflete, sobretudo, no envelhecimento da sua população e na desertificação do seu território, sobretudo das aldeias, assistindo-se nos últimos anos, fruto da crise económica, a um retomar da emigração. O apoio à criação de emprego e à fixação da população tem sido, por isso, uma das grandes preocupações e prioridades da autarquia. Fruto de uma saudável condição financeira, tem sido possível ao Município disponibilizar diferentes apoios à população, procurando que estes sejam eficazes e que se ajustem às realidades do concelho, não deixando de avançar com as intervenções que se afiguram como prioritárias e mais viáveis face aos desafios e às possibilidades do presente, privilegiando os setores mais frágeis da sociedade. Tirando partido dos anteriores Quadros Comunitários de Apoio, o Município de Boticas conheceu uma fase de assinalável desenvolvimento, tendo sido possível a construção de equipamentos fundamentais para o desenvolvimento social, cultural e turístico. O atual cenário impõe agora a necessidade de colocar esses mesmos equipamentos em funcionamento, criando condições de atratividade para o turismo e garantindo o tão desejado retorno económico para a região, com o impacto que se conhece ao nível da criação de postos de
município de boticas | municípios em destaque trabalho atribuição de um subsídio correspondente a 110 meses de remuneração tendo por base o salário mínimo nacional. Tenho a perfeita consciência que estes incentivos, só por si, não levam à instalação de novas empresas, mas são um contributo muito importante para tal e permitem que o Município de Boticas possa marcar pela diferença, dando um sinal de que está disposto a ser um parceiro fiel capaz de criar as condições de atratividade necessárias ao bom desenvolvimento das suas atividades empresariais. Quais as ações levadas a cabo para promover e desenvolver o município? Quais as áreas consideradas prioritárias? A grande prioridade do Município é sem dúvida o apoio à criação de emprego, pelo que existe um conjunto significativo de incentivos, que referi atrás, no sentido de atrair a instalação de empresas e, consequentemente, contribuir para a criação de postos de trabalho. Em paralelo, outros pilares fundamentais da nossa atuação são a ação social e o turismo. Entendemos que as potencialidades turísticas do nosso concelho e da nossa região são, efectivamente, a nossa maior riqueza, pelo que é nosso propósito criar todas as condições para que o turismo se possa desenvolver na nossa terra e, com isso, contribuir paraque surjam novas oportunidades de negócio e fontes de rendimento para a nossa população.
trabalho e, consequentemente, da fixação da população, em particular dos mais jovens. É um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido paulatinamente e de forma sustentada e que vai progressivamente dando frutos. Em simultâneo, procuramos transformar Boticas num concelho atrativo para o investimento e para a instalação de novas empresas que possam gerar postos de trabalho e, com isso, contribuírem para a fixação da nossa população. Entre esses apoios conta-se a disponibilização de terrenos para instalação de empresas no Parque Empresarial a custos reduzidos; a isenção de IMI pelo período de 5 anos para empresas que se instalem no concelho e criem postos de trabalho; a isenção de IMT relativo aos imóveis adquiridos pelas empresas destinados ao exercício da sua atividade; a isenção de derrama para as empresas com sede e atividade no Município; a isenção de taxas municipais em obras de urbanização e edificação; a isenção de taxas referentes a publicidade; apoios à modernização e promoção; apoios à desburocratização e simplificação e apoios monetários às empresas que se instalem no concelho de Boticas e de acordo com o número de postos de trabalho criados: até 4 postos de trabalho atribuição de um subsídio correspondente a 50 meses de remuneração tendo por base o salário mínimo nacional; entre 5 e 10 postos de trabalho atribuição de um subsídio correspondente a 70 meses de remuneração tendo por base o salário mínimo nacional; entre 11 e 50 postos de trabalho atribuição de um subsídio correspondente a 90 meses de remuneração tendo por base o salário mínimo nacional; acima de 50 postos de
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 11
municípios em destaque | município de boticas emprego, mas temos conseguido contribuir para a fixação de pequenas e médias empresas na nossa terra, que, tudo somado, são o garante do sustento de um grande número de famílias. Que mensagem deixaria aos possíveis visitantes de Boticas? Em primeiro lugar gostaria de lhes transmitir que Boticas é um local aprazível, atractivo e muito agradável para se visitar. Temos reunidas todas as condições para uma estadia prazerosa, onde não faltarão actividades nem locais para visitar. E, depois, é um local calmo, tranquilo, sem problemas de segurança, longe do bulício das grandes cidades. Estou certo de que todos aqueles que nos visitarem não se arrependerão e voltarão muitas mais vezes. Este povo hospitaleiro, que gosta de bem receber, tem sempre as portas abertas para todos quantos nos visitam. Esse trabalho passa pela promoção e pelo dar a conhecer as potencialidades turísticas do concelho de Boticas, assentes, sobretudo, na sua natureza e ambiente em estado puro, na sua gastronomia, de reconhecida qualidade, nos seus hábitos, usos, costumes e tradições. Em relação às festas e romarias tradicionais, quais as que merecem maior destaque? As festas do concelho, em honra de Nossa Senhora da Livração, que este ano se realizam entre 15 e 21 de agosto, são aquelas que merecem um maior destaque, já que atraem milhares de pessoas a Boticas. Já assim é desde há longas décadas e tem-se perpetuado a tradição ao longo dos anos, sendo, por isso mesmo, uma das maiores romarias da região. Não há uma aposta no Turismo Religioso propriamente dito, muito embora não descuremos nenhum tipo de turismo e estejamos sempre de braços aberto para receber todos quantos nos visitam e dar-lhes a conhecer o que de melhor tem o nosso concelho. Neste caso concreto da Festas em honra de Nossa Senhora da Livração trata-se de perpetuarmos uma longa tradição, apenas alterando alguns pequenos pormenores mais relacionados com a sua adaptação aos tempos modernos e a necessidade de criar as melhores condições às pessoas que nos visitam Boticas é um concelho que sofre de despovoamento/desertificação? O que tem sido feito para contrariar este fenómeno? É um fenómeno que não é fácil contrariar, desde logo porque não existem verdadeiras políticas nacionais que incentivem a viver nestas regiões do interior do país. A nossa primeira preocupação passa por garantir que todos os habitantes do concelho, independentemente da idade, encontram aqui condições de vida semelhantes às que teriam noutras regiões do país. Daí que de há uns anos a esta parte tenhamos vindo a implementar um conjunto de apoios que atribuímos desde os bebés aos idosos, que contribuam para que haja uma melhor qualidade de vida. Mas sabemos que tudo isto não chega. O fator principal para fixar a nossa população passa pela criação de emprego e de condições de empregabilidade que permitam às pessoas terem aqui as sua fonte de sustento. Isoladamente somos incapazes de gerar
12 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
município de boticas | municípios em destaque Para onde caminha o município de Boticas? Quais os principais projetos para o futuro? As prioridades que assumimos são, como já referi, os apoios sociais, a criação de emprego e o desenvolvimento do turismo no concelho. Apostando nestes três vectores acredito que será possível contrariar a tendência de desertificação destas regiões do interior do país e, em simultâneo, garantir mais qualidade de vida para as nossas populações. É um trabalho cujos resultados não se vêem no imediato, mas cujos frutos vão surgindo progressivamente e por isso mesmo temos que ser persistentes e acreditar no futuro. Boticas tem muitas potencialidades ainda por explorar e riquezas naturais que podem ser efectivamente mais valias para a nossa terra e para as nossas gentes. Vejo o meu concelho como uma terra com futuro, mas nada cai do céu. É preciso trabalhar muito, acreditar que seguimos no rumo e na direção certas, sermos inovadores e saber tirar partido das nossas imensas riquezas.
Outras considerações que considere relevantes. O concelho de Boticas vende qualidade de vida! Temos 98 por cento de abastecimento de água a toda a população, 89 por cento de saneamento básico, todas as vias de comunicação estão devidamente pavimentadas, temos tido o cuidado de preservar o património das nossas aldeias evitando a tentação das aberrações urbanísticas e, como não poderia deixar de ser, temos uma extraordinária qualidade ambiental. Em simultâneo, ao longo dos últimos anos, foi construída uma série de equipamentos que assegura as mesmas possibilidades de usufruto e de diversificação de atividades que existem em maiores centros. Falo, em concreto, do Parque Arqueológico do Vale do Terva, do Centro de Artes Nadir Afonso, do Parque de Natureza e Biodiversidade, entre muito mais. Tudo isto são boas razões para visitar e ficar a conhecer Boticas.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 13
municípios em destaque | município de ribeira de pena
Um paraíso em transição
Rui Vaz Alves Presidente
Num contexto dito de interior, com características rurais, surge Ribeira de Pena, um concelho com excelentes particularidades. Estendido num território de 217,46 quilómetros quadrados que pertence ao distrito de Vila Real, esta localidade encontra-se encaixada entre duas regiões distintas – Trás-os-Montes e Minho. Esta posição no mapa português permite que Ribeira de Pena usufrua de características ímpares, como a beleza verde e esplendorosa do Minho e a beldade agreste do Alvão. O Tâmega é outro elemento natural que atravessa todo o território ribeirapenense, conferindo-lhe uma panóplia de particularidades naturais inigualáveis. As condições naturais deste paraíso rural permite a presença de diversos rebanhos, provenientes de uma profunda atividade pastorícia, de onde resulta a produção de carne bovina e caprina de grande qualidade.
14 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Em conversa com Rui Vaz Alves, presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena, a Revista Business Portugal ficou a conhecer esta região, seguindo as palavras de quem cá vive e respira esta atmosfera única. Outrora um entrave aos visitantes, as acessibilidades são, hoje, muito favoráveis à visita deste município. Com ligação à A7, os ribeirapenenses poderão facilmente deslocar-se a pontos importantes do país, como o aeroporto Francisco Sá Carneiro, a cidade do Porto, Lisboa e mesmo algumas cidades espanholas, como Verin. A rede viária deixou Ribeira de Pena numa localização bastante favorável, minimizando um dos problemas mais graves do concelho e fazendo com que o longe ficasse perto. Em termos socioeconómicos, a equipa de Rui Vaz Alves tem lutado para reverter uma situação delicada. Uma vez que a crise que se faz sentir no território português teve grandes repercussões no que diz respeito ao emprego, o autarca afirma que este drama continua a afetar Ribeira de Pena, apesar de estar otimista quanto ao futuro. “Sentimos muito esse condicionamento. Uma das nossas preocupações para este mandato era o apoio económico, sobretudo no desenvolvimento do emprego. Conseguimos, pelo menos, ver alguma luz ao fundo do túnel. Fizemos um esforço muito grande para desbloquear o processo de construção do Complexo Hidroelétrico do Alto Tâmega. Este projeto tem um impacto muito forte no nosso concelho. A construção de três barragens em simultâneo teve o seu início em 2014 e no final desse ano foi lançada a primeira pedra. Este processo já criou algum movimento que terá que ser acompanhado e monitorizado pela autarquia, quer do ponto de vista social, quer ambiental”, explicou o presidente, referindo que este conjunto de empreendimentos permite olhar para o futuro com boas expetativas. De forma a caracterizar este belíssimo concelho, o presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena começou por referir o contexto turístico que abraça esta terra. Afirmando as enormes potencialidades para o setor do turismo, Rui Vaz Alves destaca o Pena Aventura Park. Este
município de ribeira de pena | municípios em destaque
parque radical está recheado de atividades, como slide, paintball, escalada, canoagem e tiro ao alvo. “Revemo-nos neste projeto e temos uma excelente cooperação com o empreendimento”, declarou o autarca. “É um pouco a nossa mascote em termos turísticos, que está a criar uma dinâmica muito boa em termos turísticos, não só com o país, como também com o norte de Espanha. Isso fez com que aparecesse um estabelecimento hoteleiro de grande envergadura, de quatro estrelas e com quase cem quartos”. A abertura deste hotel veio criar uma situação totalmente diferente da que existia. O aparecimento desta unidade hoteleira – Pena Park Hotel, que se encontra muito perto da sede do concelho, alia uma combinação de paz e harmonia natural com o modernismo. “Este estilo de paz e tranquilidade tem tido muito sucesso, uma vez que há cada vez mais procura por momentos de paz e repouso. Também veio ajudar a estratégia do município na atração de eventos culturais e desportivos
de maior dimensão. Neste sentido, temos agendado o I Congresso Internacional sobre Camilo Castelo Branco, em setembro, que trará ao nosso concelho alguns convidados estrangeiros”. A autarquia construiu uma rede de caminhos e percursos pedestres no concelho, que permite desfrutar de uma série de paisagens naturais e paradisíacas. “Temos uma queda de água sublime com 64 metros em plena natureza. Temos outros percursos de aventura e adrenalina para o BTT e para bicicleta de todo terreno. Milhares de visitantes percorrem, ladeados e seduzidos pela beleza das paisagens naturais, os nossos percursos, num ambiente de paz e tranquilidade”, finalizou o presidente. Uma vez que esta atmosfera permite a atividade de desportos ligados ao ambiente, como os percursos pedestres e eventos de BTT, Ribeira de Pena foi palco para a Taça de Portugal de Downhill, que se realizou em maio. Paralelamente, houve o cuidado de melhorar a prática desportiva do futebol,
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 15
tema | empresa
16 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
município de ribeira de pena | municípios em destaque
tendo o atual executivo municipal colocado relvados sintéticos nos dois campos principais. Assim, mais de 100 crianças ligadas aos grupos desportivos locais beneficiaram da melhoria das condições para a prática de desporto. Uma das maiores preocupações que orienta a atividade da Câmara Municipal é o apoio aos habitantes. Ribeira de Pena, como a maioria dos concelhos “não litorais”, sofre de um problema: o despovoamento. Rui Vaz Alves afirma ter feito um grande esforço para atenuar a saída de jovens para o litoral e para o estrangeiro. “Nos últimos anos assistiu-se à emigração de bastantes jovens, fenómeno que agora parece
Relativamente à população mais envelhecida, a Câmara de Ribeira de Pena afirma também ter medidas de apoio. Para além da ajuda nos medicamentos, os idosos têm direito a auxílios nos meios de transporte e em atividades de tempos livres. De forma a ocupar o tempo foram criados Centros de Convívio, a fim de executar atividades como educação física, informática, culinária e artes plásticas. Esta medida conseguiu atingir os objetivos pensados, uma vez que tem sido um sucesso junto da população idosa, permitindo combater a solidão e o isolamento entre a população mais envelhecida. Contudo, são os eventos culturais que requerem maior destaque. No ano instituído
pequenos museus locais ligados à tradição, ao artesanato e à produção local. Isto permite estabelecer uma rede local de museus com capacidade para promover uma rota concelhia de visita temática. São museus muito interessantes, aos quais se junta a Casa de Camilo, em Friúme, que tem uma recriação do ambiente camiliano. Vamos inaugurar, no âmbito da Feira do Linho, a casa da Cultura - Museu da Escola, com um espólio ligado às antigas escolas primárias e outras interações com traços de modernidade. Em Cerva, o tema é a exploração mineira do volfrâmio. Temos, ainda, em montagem o Centro dos Vinhos Verdes, em Agunchos. Por fim, destaco
estes são pontos que queremos finalizar o mais cedo possível para melhorar a qualidade de vida dos munícipes. Em termos financeiros, a nossa gestão conseguiu, em pouco mais de 2 anos, alcançar o equilíbrio financeiro da Câmara, que vinha de uma situação muito difícil, com uma dívida muito elevada e incomportável para os cofres da autarquia. Hoje, muitas pessoas, como pequenos comerciantes e construtores locais, podem atestar esta alteração na gestão das contas municipais. Agora, pagamos a tempo e horas, a pronto pagamento, porque só assim se conquista a confiança dos fornecedores e se obtêm melhores preços. E se agora é
estabilizado. Sentimos muito a saída dos jovens. Temos uma população envelhecida que tentamos apoiar o mais possível. Mas o apoio à população jovem tem sido enorme, quer na atração de investimento privado e promoção de emprego, quer no apoio ao empreendedorismo”, contou o presidente. Noutra vertente, esclarece que “em termos de apoio escolar, também apoiamos fortemente as famílias: nas refeições escolares, no transporte, na aquisição de livros e na atribuição de bolsas de estudo aos estudantes universitários”. Para combater o fenómeno de envelhecimento populacional já referido, a autarquia procura, através do incentivo à natalidade, ajudar as famílias a fazer face às despesas associadas ao nascimento de uma criança. O presidente da Câmara refere que, após ter saldado centenas de milhares de euros de dívida herdada em incentivo à natalidade, aumentou o valor do incentivo e está a pagá-lo no momento em que é devido, isto é, na altura do nascimento dos bebés.
como o ano de Camilo Castelo Branco, Ribeira de Pena apresenta um vasto leque de opções culturais. Ao longo do ano, foram realizadas inúmeras efemérides que vão culminar com a recriação do casamento de Camilo com Joaquina Pereira de França. Vários atores de teatro vão associar-se a figurantes locais para recordar e celebrar este acontecimento, decorridos 175 anos sob a data histórica dessa cerimónia. Posteriormente, realizar-se-á o I Congresso Internacional sobre o escritor. Como de grande significado cultural, turístico e de promoção dos produtos locais surge a Feira do Linho, um certame de grande dimensão. Para os menos atentos, trata-se de uma festa que promove não só o artesanato, como os produtos ligados à gastronomia e à agricultura locais. Ainda do ponto de vista cultural, a Câmara fez e continua a fazer um grande esforço para conseguir restaurar e dignificar o património arquitetónico. “Fizemos essa reabilitação para instalar uma série de
o Centro de Interpretação - Museu do Linho, em Limões, inaugurado em 2014, com um espólio vivo interessantíssimo, porque também é a sede da cooperativa de artesanato de tecedeiras de linho local. O retrato do processo de produção, confeção e de bordado sobre os tecidos em linho estão presentes e representa um ex-libris do concelho. As pessoas que ainda trabalham o linho vão fazer uma demonstração ao vivo no início da Feira do Linho. Depois teremos o prazer de nos associar ao lançamento de um livro acerca do Linho”, finalizou o autarca. Em jeito de conclusão, Rui Vaz Alves fez um balanço do seu mandato. “O que nos move neste momento é utilizar os quatro anos deste mandato da forma mais racional, eficaz e produtiva que conseguirmos fazer. Os objetivos podem ser a curto prazo, como a renovação e ampliação da rede viária, a instalação de novas infraestruturas de água, saneamento e a rede de recolha de resíduos.”, expôs o presidente, que leva mais de dois anos à frente da Câmara. “Contudo,
assim, porque não foi sempre assim?”. O Presidente da Câmara destaca também a ação da autarquia no domínio social, onde, neste mandato, já entregou centenas de milhares de euros de incentivo à natalidade às famílias de Ribeira de Pena, procurando contribuir para o rejuvenescimento da população e para o futuro do concelho. Para quem não conhece o município de Ribeira de Pena, fica a indicação que uma vez visitado, não vão deixar de voltar.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 17
municípios em destaque | município de monforte
Um concelho que ´respira´ autenticidade Gonçalo Lagem, presidente da Câmara Municipal de Monforte, sublinha que “o concelho de Monforte tem uma riqueza vastíssima em diversas áreas que importa promover e divulgar”, aludindo à realização da mostra ‘Monforte Ex-Líbris’ nos passados dias 1, 2 e 3 de julho. O evento que pretende evocar a tradição, cultura e gastronomia resultou em pleno, porque todos sentiram Monforte, bem como a sua identidade e autenticidade.
Gonçalo Lagem Presidente
Mourato e agora Manuel Luís Goucha, são alguns dos notáveis que contribuem para a sua visibilidade e notoriedade. Um património ímpar, arquitetónico, cultural, histórico e religioso, que faz jus à condição de Monfortense, é outro dos motivos de uma visita a Monforte. “Mas se a dificuldade é uma constante diária pela falta de gente, a oportunidade é também exaltada, porque o território tem potencial, é nele que acreditamos e nas pessoas que lhe dão alma”, salienta Gonçalo Lagem, acrescentando que o fenómeno é fruto da falta de emprego, porque a qualidade de vida é indiscutível. Para o autarca, Monforte é um concelho sui generis, marcadamente agrícola, onde os agricultores souberam acompanhar as constantes mudanças climáticas ou as políticas neste mercado feroz de competitividade. Aliando a inovação, a investigação e o desenvolvimento com a experiência de várias gerações, conseguiram afirmar o seu trabalho no país e no mundo e, com grande mérito, gerar riqueza e notoriedade no concelho. Falamos também de um concelho com caraterísticas únicas no mundo da tauromaquia, com embaixadores nas principais praças e nas principais feiras, sejam eles cavaleiros, novilheiros, peões de Brega, forcados, ganadarias e coudelarias de renome. E falando em embaixadores, Monforte sempre foi um privilegiado, pois António Sardinha, João Moura, Paulo Caetano, José Carlos Malato, Joaquim
18 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Desafio autárquico O Município de Monforte, em dezembro de 2013, tinha uma dívida global de três milhões de euros. Passados dois anos e meio, “pugnamos pela sustentabilidade financeira, fomos empenhados e criativos para aumentar a receita e o orçamento sem sacrificar os munícipes e preconizámos obras como a requalificação do Tapadão e passeio pedonal junto à escola, passando pela pavimentação da envolvente ao quartel dos bombeiros, requalificação da escola do 1º Ciclo de Monforte, juntamente com a sala polivalente para eventos”. De forma gratuita, o Município de Monforte conseguiu ainda resolver um problema dos arrendatários do IRU, que foram confrontados com um aumento abrupto da renda. “Conseguimos que o Estado transferisse todo o património,
todo o parque habitacional do concelho de Monforte, avaliado num milhão e meio de euros, que era do IRU para o concelho a custo zero”, assevera, acrescentando que o aumento da água e do IMI, ainda que minimamente, foram outras medidas para o aumento da receita camarária. A breve trecho, vão arrancar um conjunto de obras que ascendem a um investimento total de cinco milhões de euros, nomeadamente a requalificação do Hospital Velho em Centro de Educação e Formação da Universidade Sénior e Casa Mortuária de Monforte, a pavimentação do Largo da entrada sudeste, com passeio pedonal, bem como do Bairro da Asseca em Vaiamonte. A construção da sala de ATL e refeições em Vaiamonte, bem como a requalificação do Jardim da Fonte de Baixo no Assumar, do loteamento dos Loureiros em Assumar, do acesso ao Monte dos Pintados em Santo Aleixo, e da Estrada de Veiros a Vila Fernando são outras obras importantes, a par do cruzamento dos Azeiteiros, a sinalização horizontal de todas as vias municipais do concelho e, por
fim, a construção do Lar de Santo Aleixo. “Esperamos ainda neste mandato arrancar com o Centro Escolar, que está mapeado pela tutela da Educação e identificado como prioritário”, consubstancia Nuno Lagem. De acordo com Nuno Lagem, Monforte foi escolhido para um projeto-piloto, que reúne a Associação Dignitude e um conjunto de parceiros, com o pressuposto de ajudar os doentes mais carenciados a levarem todos os medicamentos receitados para casa, sem terem de se preocupar com os custos. O Estado comparticipa os medicamentos na mesma medida para todos os cidadãos, o que a associação Dignitude pretende fazer é ajustar a comparticipação de acordo com a situação económica de cada utente. Em termos de futuro, Gonçalo Lagem gostaria de ver concretizada uma Via Circular de Monforte, a reativação do Hotel, bem como a construção do Monforparque. A culminar, o autarca deixa a mensagem: “Deem mais importância aos pequenos detalhes que a vida nos apresenta todos os dias”.
município de ourém | municípios empresa em destaque | tema
um município transversal
Paulo Fonseca Presidente
Pertencente ao distrito de Santarém, Ourém é uma cidade com características muito particulares: trata-se de uma zona que se orgulha em manter a tradição e que tem o turismo como forte prioridade. Um fator que permite diferenciá-lo dos demais concelhos é a transversalidade: Ourém tem todos os elementos necessários para uma estadia de sonho.
Numa entrevista com Paulo Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Ourém, a Revista Business Portugal ficou a conhecer melhor esta cidade. De forma a iniciar a conversa, o autarca explicou que a transversalidade da região é fundamental. “A mesma pessoa que de manhã está numa cerimónia religiosa em Fátima, depois quer um bom almoço. Posteriormente que passar uma tarde cultural para visitar alguns dos elementos da região, visto termos quatro monumentos que são património da humanidade – o Convento de Cristo, o Mosteiro da Batalha, o Mosteiro de Alcobaça e a Universidade de Coimbra. Essa mesma pessoa pode aproveitar uma estadia cultural, ou de natureza e depois pode aproveitar o acolhimento dos nossos restaurantes e bares”. Há medida que a conversa avançava, foram desvendados alguns dos setores económicos de tradição de Ourém – a madeira e o mobiliário, por ser um concelho florestal, a construção civil e a metalomecânica, um setor em crescendo com empresas muito
dedicada à exportação. Apesar dos efeitos da crise, a cidade manteve esta tradição. Relativamente ao setor primário, Paulo Fonseca admitiu que ainda existe alguma atividade. “Temos alguma tradição nesse setor. Há muito pouco tempo tínhamos 6000 explorações no setor agrícola, normalmente como segunda ocupação. Hoje, devido a características rurais e a um esforço nosso, temos conseguido reabitar o interior, dando condições para que as pessoas consigam ganhar vida neste setor”, explicou o presidente, orgulhoso por algumas instituições começarem a adquirir produtos a entidades locais. No setor vinícola, esta região destaca-se pelo Vinho Medieval de Ourém, que conta com centenas de vitivinicultores registados. Contudo, existe um ponto de eleva Ourém e o distingue dos demais- a internacionalização. “Eu candidatei-me com um programa com somente quatro pontos: excelência social, qualidade de vida, pujança empresarial e internacionalização. Ou seja, 25 por cento da minha dedicação é às questões da internacionalização. Isto por uma razão muito simples. Nós vivemos na globalização. Não há fronteiras.
morto”, afirmou Paulo Fonseca. “Nessa área nós temos um trunfo – Fátima, com o peso e a visibilidade que tem em todo o mundo. Há pessoas que conhecem Fátima mas nunca ouviram falar em Portugal. Juntando Fátima à globalização, temos vindo a desenvolver uma rede de parceiros em todo o mundo”. Nestas ligações, Ourém conta com parceiros em Espanha, França, Alemanha, Polónia, Itália, Áustria, Roménia, entre muitos outros. Um outro ponto fundamental é o ensino. Em termos de apoio à educação, o presidente Paulo Fonseca teve uma ação que levou os alunos a estagiar em locais muito benéficos para a sua formação. “Pusemos os alunos a estudar em tempo real. Estão num ambiente de trabalho real, onde ganham experiência. Desde que tomei controlo da situação, todos os anos fazem estágio no estrangeiro. Hoje temos 78 jovens por toda a Europa”, orgulhou-se o autarca, explicando que tem ainda 20 professores em Riga a fazer um estágio de natureza profissional. Em termos de balanço de mandato, o presidente começa por avisar que chegou a Ourém numa época de contingências. Contudo, foi capaz de reduzir a dívida de forma significativa, o que permitiu dotar o município de capacidade de resposta para todas as áreas de atividade.
Quem não estiver internacionalizado, está
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 19
municípios em destaque | município de ponte da barca
António Vassalo de Abreu Presidente
Cor, Sabor e Tradição Situado na região do Alto Minho, Ponte da Barca é um concelho que se encontra no coração do Parque Nacional da Peneda Gerês. Uma vez que este espaço é considerado reserva da biosfera declarada pela UNESCO, consegue conciliar estas características com os elementos naturais e tradicionais que detém. Em conversa com António Vassalo de Abreu, presidente da Câmara, tivemos a oportunidade de conhecer as particularidades da região. Em primeiro lugar, convém referir que estamos perante um concelho histórico, visto que, em 1513, o Rei D. Manuel concedeu o foral a Ponte de Barca. Contudo, e segundo o nosso entrevistado, Ponte da Barca já existe desde o ano de 1125. Outro ponto que justifica a importância da vila é facto de ser o berço de personalidades como Fernão Magalhães, Diogo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz. Com o passar dos anos, Ponte da Barca foi conseguindo manter as suas características naturais e tradicionais, apesar do esforço em manter-se a par das modernidades. De forma a dar condições aos visitantes que procuram conhecer as particularidades da vila, os alojamentos foram aparecendo e ficando mais capazes. “Temos excelentes condições de alojamento”, começou por afirmar, explicando que houve uma aposta muito forte no setor turístico. “Em 2009, eu apontei como principal aposta a promoção turística de Ponte da Barca, porque temos estas condições e temos de as aproveitar. Nós temos esta situação única – sendo reserva da biosfera, estamos integrados no Parque Nacional da Peneda Gerês”. Contudo, para aproveitar estas potencialidades foi preciso apostar numa rede viária que espelhasse a qualidade dos serviços e atrações de Ponte da Barca. No passado, as acessibilidades eram uma dor de cabeça. Hoje, são de excelência. “Estamos a 50 minutos do Porto, a 50 minutos de Vigo, a 50 minutos de Ourense… Num espaço de uma hora estamos em Pedras Rubras, em Vigo e vamos ficar ainda mais perto da principal estação de comboio - Celanova vai ter uma estação de TGV e vamos ficar muito perto de Madrid”, explicou o presidente. Porém, existe ainda uma aresta por limar. “Gostaria era de ver resolvida a ligação direta a Braga. É uma necessidade, não só para Ponte da Barca mas sobretudo para esta região.” Como já foi dito anteriormente, Ponte da Barca é um município onde o turismo é uma prioridade. Devido à
20 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
importância deste setor, nos últimos anos foram licenciadas 58 casas, englobando turismo rural e de habitação. “Recentemente foi inaugurado um hotel de quatro estrelas,
instalações do melhor que existe. Temos uma Casa da Cultura de excelência. Temos uma Biblioteca considerada uma dos melhores do país e foi inaugurada há relativamente
outro de duas estrelas e vai ser inaugurado mais um quatro estrelas no mês de Outubro. E já entrou um projeto na Câmara para mais um hotel de quatro estrelas”, desvendou António Vassalo de Abreu. Falar em Ponte da Barca e não falar na cultura seria impossível. “Às vezes somos acusados de abusar um bocado nessa área”, riu-se o presidente. “Neste momento temos
pouco tempo”. Paralelamente, a Câmara apoia as mais diversas atividades culturais, desde a música, da literatura e das festas tradicionais. E é neste último ponto que a vila se destaca. Uma das maiores prioridades de Vassalo de Abreu é preservar a tradição. Dessa forma, o ano começa com o Enterro do Pai Velho no Lindoso – “um dos últimos entrudos que existe no
município de ponte da barca | municípios em destaque país”. Depois, no mês de agosto, acontece a principal romaria – “a capital das rusgas populares, o S. Bartolomeu. A noite da festa (23 de agosto) é fantástica e eu aconselho toda a gente a experimentar. Quando dizemos que somos a capital das rusgas populares dizemos com propriedade. São milhares de pessoas e milhares de concertinas na rua, toda a noite para cima e para baixo”. Para este ano, António Vassalo de Abreu tem uma novidade. “Para a romaria S. Bartolomeu, vamos inaugurar um monumento na praça da República às rusgas populares. Porque realmente conseguimos manter esta tradição. Vamos começar a preparar a entrada da romaria de S. Bartolomeu para ser património cultural e imaterial. Estamos a recolher os testemunhos”, declarou o autarca com orgulho na identidade da vila. A última festa de especial destaque é a célebre Feira do Mel, que se fixou no dia 22 de dezembro. “Ano passado, na feira do mel foi feito um bolo de mel com 100 metros. Para este ano, as pastelarias de Ponte da Barca querem fazer com 200 metros. Esta feira também é uma tradição muito forte aqui”. Outro ponto que não poderia deixar de ser ressalvado é a gastronomia. “Aqui tudo é bom”, disse prontamente o presidente. “Quem gostar de lampreia, em Ponte da Barca come-se a melhor lampreia do país. Temos um fim-desemana dedicado à lampreia. Depois temos o Sarrabulho, que é uma tradição. A confraria do Sarrabulho fez uma viagem pelo distrito todo e quem ganhou foi um restaurante daqui. Depois temos o Cabrito à Serra Amarela que é divinal. Temos agora também o Naco à Terras da Nóbrega, com Posta Barrosã, que é de longe a melhor carne que anda por aí”. Paralelamente a esta área, o setor da educação também sofreu algumas melhorias nos últimos tempos. Após uma aposta muito forte, Ponte da Barca ficou com “condições de excelência para os miúdos. A Câmara faz um esforço muito grande, porque pagamos os transportes a todas as crianças,
de casa até à escola e o caminho inverso. Para além disso, também nos encarregamos da alimentação e fizemos centros escolares novos”, declarou Vassalo de Abreu. Apesar de todas as mais-valias, que Vassalo de Abreu soube aproveitar, o sentimento que fica é que há sempre mais a ser feito. “Queremos sempre mais. Gostaria que fossem criadas melhores condições para a fixação de jovens licenciados porque é um drama sobretudo do interior. Todos nós gostaríamos de fazer sempre mais. Mas faltaram-nos apoios. É inqualificável que no anterior quadro comunitário, a Comissão de Coordenação da Região Norte não tenha dado financiamento a uma estrada supramunicipal e onde a Câmara, com o pouco dinheiro que tem, teve de investir um milhão e seiscentos mil euros. Essa estrada serve um Centro Escolar, um Mosteiro Românico do Séc. XI e inúmeros estabelecimentos turísticos e de restauração. Não houve financiamento”, lamentou, explicando que houve falta de apoio. “O dinheiro não tem sido muito e nós temos sido um concelho prejudicado. Na ordem das transferências do Estado, temos sido prejudicados em mais de um milhão de euros/ano, por causa de uma situação transitória que ocorreu no século passado e que ainda não foi resolvida. Refiro-me à construção da Barragem do Alto-Lindoso. Em termos estatísticos, 6,5 por cento da energia hídrica do país é produzida aqui, só que o dinheiro não fica cá. Para todos efeitos, em termos estatísticos somos um concelho rico, quando na prática não o somos”. Em jeito de conclusão, António Vassalo de Abreu deixou uma mensagem a quem não conhece a região de Ponte da Barca. “O que diria a alguém que nunca cá veio? Que venham uma vez que depois voltam sempre”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 21
municípios em destaque | município de ponte de lima
Terra Rica da Humanidade Ponte de Lima é um dos destinos turísticos mais procurados da região norte de Portugal. A sua localização estratégica no epicentro da Euroregião Norte de Portugal - Galiza, a gastronomia, o enoturismo, o património histórico e paisagístico, os desportos de natureza e equestres, o alojamento de qualidade, complementam uma oferta muito apetecível, com identidade e qualidade. Foi aqui em Ponte de Lima, onde se encontra o maior conjunto de solares barrocos do país, que nasceu o Turismo de Habitação.
Víctor Mendes Presidente
Ponte de Lima, para além de ser um dos maiores polos gastronómicos de Portugal, possui vários parques e jardins que compõem de forma singular um quadro diversificado de espaços ajardinados, sendo esta combinação de plantas e cores existentes nas varandas particulares e nos jardins públicos, que a tornam na Vila Florida. Os amantes da natureza podem ainda contar com trilhos e ecovias, com a Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos ou a Quinta de Pentieiros, verdadeiros símbolos da ruralidade da preservação ambiental no país. A par da promoção dos saberes e sabores tradicionais da nossa gastronomia, do artesanato e do turismo rural, o Município de Ponte de Lima incentiva dinâmicas capazes de criar novas oportunidades para a economia local, apostando numa estratégia de captação de novos públicos. Neste sentido, pretende-se contrariar as dinâmicas da tendência sazonal através da realização de um conjunto de eventos, que visam projetar a Vila Mais Antiga de Portugal a nível nacional e internacional. A estratégia de atração de investimento e promoção dos recursos endógenos aposta no incentivo ao crescimento económico no concelho. Ou seja, por um lado promover a localização de novas empresas criadoras de emprego líquido e por outro incentivar ao investimento e empreendedorismo jovem com aposta nos setores estratégicos referenciados. Para além de criarem os seus próprios postos de trabalho, estes jovens poderão, na expectativa de crescimento do seu negócio, gerar no futuro novos empregos. Com o objetivo de estimular esta tendência, o Município dinamiza vários projetos no âmbito do “Terra Finicia” e “Terra Incubadora”. Existe ainda, uma forte aposta nos jovens empresários com a criação do programa de “Terras Agroflorestais de Ponte de Lima”, impulsionando o aumento do investimento no sector agroflorestal com projetos inovadores. Pretende-se assim, promover uma nova mentalidade empresarial que contrarie o anterior modelo de desenvolvimento financeiro português que levou a um aparente aumento de riqueza através da facilidade de crédito para as empresas. Esta forma passa por “poupar para investir”, modelo semelhante ao que autarquia tem feito nos últimos anos. Podemos dizer que desde 2008 que não recorremos ao crédito, não sendo por isso que deixamos de investir. O Município não pode tomar o lugar do investidor, pode sim dentro das suas competências criar as melhores condições para a instalação e funcionamento das empresas. É isso que temos feito e é isso que vamos continuar a fazer. Ponte de Lima mantém os benefícios fiscais que dependem de decisão dos órgãos
22 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
município de ponte de lima| municípios em destaque
municipais. Esta medida é da maior importância pois tem um impacto financeiro direto na vida das empresas e das famílias. Falamos nomeadamente da isenção do pagamento da Derrama Autárquica, a redução do IRS em 5 por cento correspondente à parcela de competência Municipal e da opção pela redução da taxa de IMI para 0,32. A estes fatores de atratividade acresce ainda os baixos custos dos serviços prestados pelo Município, tais como, o abastecimento de água e saneamento e a isenção de pagamento da taxa de recolha de resíduos sólidos urbanos. Veja-se por exemplo que, mesmo tendo sido retirada a possibilidade de isenção do IMT às empresas através da revogação dos Benefícios Fiscais à Interioridade, e sendo essa uma receita da qual a autarquia abdicava, encontramos uma forma de compensar os empresários por esse fato. Para além destas medidas, o Executivo irá apostar numa forte promoção dos nossos Pólos Industriais, através de ações promovidas pelo Gabinete Terra, dando a conhecer as vantagens por aquela opção de localização, nomeadamente as excelentes acessibilidades, as infraestruturas, a fibra ótica e o baixo preço de venda dos terrenos. Existindo ainda a possibilidade de isenção do pagamento de taxas e licenças e a prioridade dada pelo Município na rápida concretização do processo de instalação.
Entendemos que temos à primeira vista uma série de vantagens como indicadores importantes da qualidade de vida deste território e que são facilmente percetíveis falo, como é óbvio, da qualidade ambiental, dos espaços verdes e jardins, da paisagem, da preservação do património e da identidade cultural, que transportam para o equilíbrio e para as questões do bemestar físico e emocional do ser humano. No entanto, como todos sabemos, existem outros fatores que não sendo de observação imediata são, de igual forma, fundamentais para a qualidade de vida da nossa população e que vêm, no fundo, potenciar todos aqueles recursos que o território tão generosamente nos oferece. Refiro-me por exemplo aos equipamentos e infraestruturas criadas que promovem a dinâmica e as atividades existentes ao ar livre (Paisagem Protegida da Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d’Arcos, Festival Internacional de Jardins, Centro Náutico, percursos montanha, ecovias), da excelente rede de equipamentos educativos, culturais, desportivos e sociais criados nos últimos anos, do apoio social que é prestado à população no intuito de promover a inclusão social, dos benefícios fiscais aos quais as nossas famílias e empresas têm acesso e que representam uma importante poupança nos seus orçamentos, quer seja, pelo conjunto de iniciativas e eventos que o Município tem vindo a promover nos últimos anos no sentido de valorizar economicamente os recursos endógenos existentes e de atrair novos investidores e novas empresas para o concelho, quer sejam efetivamente geradoras de emprego.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 23
municípios em destaque | município de s.joão da pesqueira
Um paraíso natural À conversa com José António Fontão Tulha, Presidente da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, a Revista Business Portugal ficou a conhecer as especificidades do concelho.
José António Tulha Presidente
Muito ligado ao setor vinícola, S. João da Pesqueira é conhecido pela ligação ao Vinho do Porto. No entanto, não é só o vinho que se destaca nesta região. “É na nossa região que se produz a maior parte do Vinho do Porto. Existindo também uma grande percentagem de produção de azeite e de amêndoa. Contudo, as pessoas preferem dedicar-se ao vinho”, começou por explicar o autarca. Com uma área geográfica de 264 quilómetros quadrados, este concelho, dividido pelo Rio Torto, apresenta elementos singulares a norte e sul do seu espaço. “A parte sul, estando mais ligada à Beira, tem muita produção de maçã de qualidade. Temos um território com um microclima que permite várias culturas”, afirmou o nosso entrevistado, explicando que ainda assim, o vinho está no topo da hierarquia. Quem percorre os caminhos de S. João da Pesqueira depara-se com uma paisagem de excelência. José António Fontão Tulha descreve-a mesmo como incrível. Num território rico em centros históricos e em património nacional, como a Igreja de Trevões, são as belíssimas vistas que enchem a alma das pessoas. Trata-se, ainda, de uma paisagem evolutiva. “Não é idêntica, vai-se alterando com o passar das estações. Depois, temos espaços paisagísticos referenciados, como o Miradouro de S. Salvador do Mundo, a Senhora de Lurdes, entre
24 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
outros”, declarou o autarca, explicando que o outono em S. João da Pesqueira é mágico. Para dar resposta a estas particularidades, o Presidente da Câmara orgulha-se em ter vários pontos de turismo rural e enoturismo que encaixam que nem uma luva na atmosfera da Pesqueira. Se há uma definição de sucesso é o Museu do Vinho, inaugurado em 2014. Segundo José António Fontão Tulha, o feeback tem sido “muito bom”. “Posso dizer que num ano tivemos cerca de 27.500 visitantes, o que é bastante bom. Queremos integrar este Museu do Vinho numa parceria no Douro, numa rota com outros museus de locais como a Régua, Sabrosa e Tabuaço. O que eu disse é que este é um museu que não é estático, mas sim dinâmico, que tem atividades ligadas à história da região e equipamentos interativos que permitem ao visitante interagir com o museu”, sustentou o entrevistado. E quem ainda não ouviu falar da Vindouro-Festa Pombalina? O evento relacionado com o vinho e com o Marquês de Pombal, que se estende entre os dias 2 e 4 de setembro, reúne diversos expositores, num programa onde não faltarão a habitual animação pombalina e as provas livres com os produtores de vinho. Este ano, o evento será ligado à Feira Anual da Sra. do Monte, no dia 1 de setembro, que até chegou a ser feriado municipal. Para além das atividades equestres que estarão presentes durante todo o dia, a noite abrigará a habitual tourada à antiga portuguesa, que atrai pessoas de todo o país. Em jeito de conclusão, José António Fontão Tulha lamentou a falta de apoios em relação às acessibilidades. Segundo o mesmo, S. João da Pesqueira é uma espécie de ilha, rodeada por autoestradas. Contudo, este município não tem qualquer ligação às mesmas, perdendo dinamismo que alavancaria o concelho de forma avassaladora.
MUNICÍPIO DE SOURE Segundo a informação apurada junto do município de Soure, o concelho que pertence ao distrito de Coimbra, tem por limites, a norte o concelho de Montemor-o-Velho, a nascente, os concelhos de Condeixa-a-Nova e Penela, a sul, os concelhos de Pombal e Ansião e a oeste o concelho de Figueira da Foz. Tem uma área total de 265,1 quilómetros quadrados e uma população de, sensivelmente, 21 mil habitantes. Está dividido administrativamente em doze freguesias: Alfarelos, Brunhós, Degracias, Figueiró do Campo, Gesteira, Granja do Ulmeiro, Pombalinho, Samuel, Soure, Tapéus, Vinha da Rainha, Vila Nova de Anços. Geograficamente, o concelho de Soure apresenta duas zonas com características bem diferenciadas: a zona Serrana, que integra a sub-região de Sicó é constituída pelas freguesias de Tapéus, Degracias e Pombalinho. A produção de queijo de qualidade continua a ser uma das atividades características da região. O resto do concelho, mais plano, dominado pelas bacias de aluvião dos rios Anços, Arunca e Pranto, com maior riqueza de solo e uma maior proximidade dos principais eixos de comunicação da região e do país, naturalmente, tem apresentado um maior índice de desenvolvimento, assente num quadro diversificado de atividades no plano setorial. O concelho de Soure é rico em associativismo, designadamente nos âmbitos, cultural com grupos de folclore, de teatro, filarmónicas, escolas de música e tunas, e também ao nível desportivo e ação social. A Câmara Municipal de Soure tem vindo a consolidar uma política integrada e diversificada de apoios, sempre com dimensão concelhia, opção assumidamente descentralizadora que se tem revelado como um dos vetores mais relevantes na realização efetiva de um investimento público intenso, espacial e funcionalmente equilibrado, estratégia considerada como única e mesmo imperativa, quando o que está em causa é que se continue a fazer de Soure um concelho cada vez mais atrativo, onde todos se possam sentir cada vez melhor. Nas próximas páginas destacamos o que de melhor e mais positivo se tem feito no concelho e também os projetos que ainda deverão ser concretizados.
municípios em destaque | município de soure
Desenvolvimento sustentável, solidário e inteligente
“Soure usufrui de uma situação geográfica muito interessante”, é desta forma que Mário Jorge Nunes inicia a entrevista, realçando que “fruto desta localização achamos que existe uma qualidade de vida sustentável, ou seja, os nossos habitantes ocupam um espaço em concelhos com grande dinâmica económica e empresarial. A sul temos Pombal, Leiria e Marinha Grande, que nos absorve bastante mão de obra especializada, a poente a Figueira da Foz com o turismo, comércio e várias indústrias de ponta, a nível nacional, na área da celulose e ainda Coimbra, uma cidade de serviços sobretudo, na educação e ensino. Soure está no centro e usufrui desta oferta de rendimento e serviços que nos colocam a minutos de hospitais centrais, instituições de ensino, praia e montanha. Soure vai da Serra de Sicó até ao Estuário do Mondego, onde se encontram dos terrenos mais fertéis do país, onde se produz o melhor arroz do mundo, o carolino, que obteve no ano passado certificação de origem protegida pela União Europeia”. A par deste cenário favorável, o município tem procurado também garantir as melhores acessibilidades ao concelho, exemplo disso, foi a abertura do nó de Soure que permite o acesso à autoestrada A1, agora “lutamos para que possa ser feita a ligação ao Oeste e a sul do concelho da Figueira da Foz, para um melhor aproveitamento da autoestrada A17 que passa no concelho, acessos que nos podem conceder grandes melhorias a vários níveis”, destaca. Para além de usufruir economicamente dos setores que dominam nos concelhos limítrofes e que empregam muitos habitantes de Soure, o concelho
28 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Mário Jorge Nunes Presidente
Com uma localização privilegiada, próximo de diferentes pólos como Coimbra, Pombal e Figueira da Foz, o concelho de Soure é detentor de uma paisagem única, com o ponto mais alto na Serra de Sicó, a perder de vista até às planícies dos campos de arroz, no estuário do Rio Mondego. Em entrevista ao presidente do Município de Soure, Mário Jorge Nunes descobrimos as potencialidades de Soure.
município de soure | municípios em destaque é o segundo do distrito de Coimbra com menor taxa de desemprego, Soure tem acompanhado a evolução do mercado de trabalho, com empresas que se dedicam a “setores tecnológicos e inovadores como robótica, informática, design, mobiliário, metalomecâmica de alta precisão, empresas exportadoras para Europa e África”, destaca o interlocutor. Ainda na sequência desta localização, o concelho é uma referência no panorama ferroviário e rodoviário nacional devido à plataforma rodoferroviária AlfarelosGranja do Ulmeiro que está em obras de expansão, um projeto que vai possibilitar o aumento da sua capacidade, dentro de dois anos. Uma obra inserida “num setor com grande potencial de crescimento que é a logística. O projeto da plataforma rodoferroviária de Alfarelos-Granja do Ulmeiro está a ser delineada em parceria com as Infraestruturas de Portugal e investidores privados onde, neste momento, operam comboios internacionais que utilizam cada vez mais a ferrovia e depois distribuem a partir da plataforma existente para a rodovia. Neste momento, operam dez comboios por
semana, no futuro, irão passar a operar 40. Pensamos que dentro de dois anos a obra esteja concluída”, explica o autarca de Soure. Turismo, património e gastronomia O foral concedido a Soure em 1111 por Dona Teresa faz do concelho um território mais antigo do que a nacionalidade portuguesa, “tendo uma importância histórica relevante já que serviu de fronteira e proteção à cidade de Coimbra, na época capital do reino, por isso, integramos a rede de Castelos e Muralhas do Mondego juntamente com mais sete municípios”, revela o interlocutor, destacando a centralidade e a importância histórica de Soure, patente no castelo que pode ser visitado na sede de concelho. A região é também o destino ideal para aqueles que preferem o turismo de natureza com as paisagens e percursos pedestres existentes em plena Serra de Sicó, “existem empreendimentos de alojamento local de grande qualidade como o Villa Pedra Natural Houses. Na Serra de Sicó existem rotas de percursos pedestres, podem praticarse desportos radicais como downwill e a
escalada, que atrai inúmeros praticantes. Em maio, Soure acolheu o Campeonato da Europa de Escalada de Bloco de Jovens, desta modalidade. No campo e nas planícies é possível visitar o Paúl da Madriz, reserva natural e os campos do Arunca e do Pranto. Atualmente começam a ressurgir no concelho investimentos privados que se estão a dedicar à exploração na área do termalismo”. Na gastronomia não faltam grandes referências no concelho a começar pelos queijos, “há três anos consecutivos que o melhor queijo fresco de mistura é proveniente das duas queijarias instaladas no concelho de Soure, Prado da Sicó e Queijaria da Licínia. Estes prémios distinguem o melhor queijo fresco nacional e são atribuídos pela Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL). Importa também destacar o cabrito de Sicó, o arroz e nos peixes do rio temos a lampreia e as enguias”, destaca Mário Jorge Nunes. Em termos culturais, o concelho tem nas diversas coletividades e associações uma riqueza ímpar, entidades “que se dedicam à cultura popular, existem 16 grupos de
folclore, cinco bandas filarmónicas, 20 escolas de música, grupos de teatro e ainda clubes desportivos das diversas áreas”, evidencia o interlocutor. Eventos A atividade cultural no concelho é extremamente dinâmica, havendo eventos todas as semanas, organizados pelas forças vivas da comunidade, nas mais diversas áreas, desde o folclore e a etnografia, ao teatro e à música. O Município complementa a oferta com o desenvolvimento de eventos de maior dimensão, por isso que abrangem todo o concelho e que oferecem aos seus habitantes a oportunidade de assistir a espetáculos e experimentar atividades que sem a intervenção do município seriam difíceis de acontecer. Destacam-se a organização de eventos tais como o Festival das Sopas e do Arroz Doce, que acontece anualmente em abril, a Mega Esplanada, que acontece em julho e se realiza em parceria com os comerciantes locais, e obviamente os festejos concelhios
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 29
municípios em destaque | município de soure que se realizam em setembro – Feira e Festas de S. Mateus e FATACIS. Esta última é o momento de reunião da família sourense, por excelência. No decorrer destes festejos, que este ano decorrem entre 15 e 21 de setembro, milhares de pessoas visitam Soure e as tradicionais Feira das Nozes, Feira da Madeira Feira Generalista, expositores de atividades e os espetáculos proporcionados. Este ano, os míticos Fisher Z levam o revivalismo dos anos 80 a Soure, no dia 17. A oferta de espetáculos tem a preocupação de ser abrangente, pelo que serão também cabeças de cartaz Ritchie Campbell ( dia 16) e Dengaz ( dia 18), para além de outros. Apoio social e perspetivas de futuro Fruto do trabalho do anterior executivo, que o atual quer preservar e melhorar, o concelho de Soure é detentor de uma eficaz e abrangente rede social, já que a população regista um grande índice de longevidade, “devido, provavelmente, ao fácil acesso aos cuidados de saúde. Nas dez freguesias existem 11 IPSS que, no seu conjunto, empregam mais de 600 pessoas, prestando serviços desde as crianças aos séniores, através de apoio domiciliário, centros de dia e estrutuas residenciais”, explica o autarca. Recentemente, o município deu início ao “Programa Cegonhas, de apoio à natalidade, que contribui também para o comércio de Soure, já que o montante atribuído tem de ser investido em compras em Soure. Os manuais e fichas do primeiro ciclo adquiridos no concelho também são financiados pelo município”, afirma o presidente. Questionado sobre as perspetivas e projetos a concretizar no futuro, o autarca explica que a estratégia do executivo que lidera “assenta em três vetores: desenvolvimento sustentável, solidário e inteligente. O desenvolvimento inteligente prepara os cidadãos, desde o dia em que nascem, até à vida ativa através de um conjunto de condições, desde o apoio à infância, com uma educação abrangente que contempla no primeiro ciclo as atividades de enriquecimento curricular, como o reforço do inglês e da atividade física, apoio à cultura, desporto, preparando os cidadãos para que possam chegar à vida ativa mais bem formados e capazes de aplicar todas as suas capacidades, quer através do
30 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
empreendedorismo, quer como trabalhadores inseridos em determinada organização. No que toca ao desenvolvimento solidário, o presidente explica que passa por “aprofundar, quer seja pelas instituições individualmente, quer seja pela capacitação das instituições, a prestação de um serviço melhor, uma forma de as famílias se defenderem e ouparem os mais novos para que possam desenvolver as capacidades empresariais, deixando a retaguarda ao movimento solidário que existe no concelho”. No que concerne ao desenvolvimento sustentável o objetivo é “aproveitando as potencialidades dos recursos naturais, património histórico e cultural, criar novas atividades sustentáveis que não esgotem os recursos sem diferenciar ou modificar a natureza territorial, esta sustentabilidade implica que sejam empresas sustentáveis, atividades que privilegiem as pequenas e médias empresas, entidades que pela sua dimensão têm a possibilidade de serem mais duradouras. Importa criar uma modernização diferente na região, melhorando as acessibilidades, as condições tecnológicas, através de uma modernização administrativa e urbana. Vamos continuar a apostar na sustentabilidade, melhorando a qualidade ambiental do concelho”, finaliza o presidente do município de Soure, Mário Jorge Nunes.
empresa | tema
O ressurgir do termalismo Com cerca de 1300 habitantes, Samuel é a segunda maior freguesia do concelho de Soure, distrito de Coimbra, com uma área de cerca de cerca de 32 quilómetros quadrados e é caracterizada pela proximidade do mar e do campo, bem como pela existência de águas termais. Na época áurea do termalismo, as Termas de Amieira, Azenha e Bicanho foram importantes pólos de desenvolvimento económico para a freguesia. Hoje, os serviços de ação social e a agricultura desempenham um papel de relevo na economia local, esta última, especialmente no que respeita às culturas do arroz, milho, azeite, vinho, começando a surgir novos e interessantes projetos na área da exploração intensiva, em estufas.
Teresa Pedrosa Presidente
Fontes termais e atratividades turísticas De forma a reerguer aquilo que é ainda parte do património cultural da região, surge o Palace Hotel & Spa - Termas do Bicanho. Teresa Pedrosa, Presidente da Junta de Freguesia de Samuel, recebeu-nos no hotel, recentemente inaugurado, e deu-nos a conhecer aquilo que se tornou novamente numa das maiores atratividades da região, bem como o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela autarquia nos últimos anos. Situado numa zona termal com mais de um século de história, mais concretamente nas Termas do Bicanho, o Palace Hotel & Spa – Termas do Bicanho, foi concluído em 2015 e apresenta hoje um alojamento moderno e acolhedor com SPA e piscina dinâmica, bem como um balneário termal com modernos tratamentos termais de saúde e bem estar. Para Teresa Pedrosa, este reaparecimento da exploração termal na freguesia de Samuel, veio dinamizar a região e impulsionar o comércio local. “Há uma clara expectativa em termos
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 31
municípios em destaque| soure - junta de freguesia de samuel
de empreendedorismo e desenvolvimento económico, no sentido da criação de postos de trabalho complementares a esta atividade, nomeadamente com o potencial surgimento de novas ofertas especializadas no âmbito da hotelaria e restauração, saúde e até artesanato. O termalismo não é uma realidade nova na região. A freguesia já tinha estâncias termais há largas décadas. Desde logo, as Termas de Amieira que, foram frequentadas por milhares de pessoas, de norte a sul do país, com águas específicas para os tratamentos de pele. Todavia, na década de 60 a exploração entrou em decadência. Tratava-se de uma exploração privada e a estância foi sendo lentamente abandonada. Atualmente temos as ruínas das antigas termas que a Câmara Municipal adquiriu há alguns anos, no entanto, ainda não foi possível capitalizar o investimento para as Termas da Amieira, que são aquelas que têm maior valor sentimental para a população local. Regozijamo-nos de saber que a intervenção nas Termas da Amieira são uma prioridade para o Município de Soure, que aderiu recentemente ao consórcio do Programa Provere Termas – Valorização Económica das Estâncias Termais da Região Centro. O que é certo é que as Termas do Bicanho têm tido um grande impulso e esperamos que seja a nossa janela de oportunidades de investimento e crescimento.” Apostar no desenvolvimento da freguesia Espera-se que o turismo propicie o crescimento económico da freguesia, aliando a conciliação de valores, costumes e hábitos da sociedade local, constituindo-se numa nova opção económica, responsável pela geração de emprego. O turismo rural continua a crescer nível nacional e a agricultura desempenha atualmente um papel de relevo para a economia em meios rurais, como Samuel. “Hoje em dia a permanência em pequenas aldeias e a recuperação de casas para turismo rural podem ser vistas como grandes potencialidades. Para além do termalismo, a hotelaria e a restauração são áreas que podem ser potenciadoras do desenvolvimento económico da freguesia. Não podemos deixar de falar na nossa agricultura, que tem vindo a crescer. Hoje em dia temos algumas explorações de jovens agricultores que começam a ser interessantes, nomeadamente de produtos como o arroz, o milho, o azeite o mel e a fruta. Os recursos naturais, para além da água, mas também a floresta e a agricultura são sem dúvida grandes potencialidades para o desenvolvimento da economia local. Para além destes, destacar ainda e complementarmente, o património histórico da freguesia, que tem vestígios evidentes e a explorar da Romanização, bem como a sua secular Igreja de Samuel, com o inigualável “Altar das Almas”, de visita obrigatória. O desenvolvimento da freguesia de Samuel, passa obrigatoriamente pela conjugação e articulação de todo este potencial, de forma harmoniosa e sustentável.” Serviços de ação social No campo da acção social, destaca-se uma das mais antigas IPSS do concelho, a Associação Cultural Recreativa e Social de Samuel. Com mais de 30 anos de existência, a instituição constitui um dos alicerces da freguesia. “Temos várias respostas sociais, desde a primeira
32 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
infância à estrutura residêncial para idosos. Para além disso fomos pioneiros a nível do distrito, na implementação do serviço de apoio domiciliário. Neste momento estamos à espera que entre em funcionamento uma unidade de cuidados continuados. A freguesia tem sofrido com a realidade demográfica que se tem feito sentir por todo o país, marcada pelo envelhecimento, a baixa natalidade e a emigração e por isso temos que reforçar as condições a oferecer nas mais variadas respostas à terceira idade, aos dependentes e mais vulneáveis.” Freguesia de Samuel como representante portuguesa na Carta das Comunidades Rurais da União Europeia A Carta das Comunidades Europeias é uma organização que todos os anos junta uma comunidade rural de cada um dos 28 países da União Europeia. O principal objetivo da Carta das Comunidades Europeias é melhorar a integração europeia, juntando os cidadãos europeus à mesma mesa, de forma a promover o conhecimento mútuo em todas as áreas, nomeadamente no que toca à ruralidade e aos problemas comuns a todos, independentemente da nacionalidade. Os participantes ficam alojados em casas de famílias de acolhimento, proporcionando uma experiência inesquecível e enriquecedora, onde diversas nacionalidades ficam a conhecer a realidade de cada um dos países de acolhimento dos encontros, que se fazem de forma rotativa. Portugal faz-se representar nesta organização, pela Freguesia de Samuel.
AÇÃO SOCIAL A definição mais aceite de ação social é aquela que a defende como uma ação que é orientada pelas ações de outros. Assim, ação social é todo comportamento cuja origem depende da reação ou da expetativa de reação de outras partes envolvidas. Essas “outras partes” podem ser indivíduos ou grupos, próximos ou distantes, conhecidos ou desconhecidos por quem realiza a ação. A ideia central da ação social é a existência de um sentido na ação. Como toda relação social , é determinada não só pelos resultados para o agente, mas também pelos efeitos que pode causar ao outro. A Segurança Social, que assume o papel principal nesta ação, é um sistema que pretende assegurar direitos básicos dos cidadãos e a igualdade de oportunidades, bem como, promover o bem-estar e a coesão social para todos os cidadãos portugueses ou estrangeiros que exerçam atividade profissional ou residam no território. Trata-se de um organismo criado pelo Estado para prover condições de provisionamento e condições de vida a todos os cidadãos portugueses. Para tal, é retirada uma comissão percentual em todos os rendimentos ou proveitos de trabalhadores dependentes, independentes ou pessoa coletiva, de modo a criar um fundo comunitário. Esse fundo, existe para situações de desemprego, reformas pensionárias, salário mínimo garantido, Prestações Familiares, cuidados de saúde e outras regalias sociais. Nesta perspetiva, assume um papel essencial na coesão da sociedade, constituindo uma das mais importantes conquistas do 25 de Abril, que nos cabe preservar. As entidades que lhe apresentamos nas páginas seguintes são exemplos da boa prática exercida em Portugal, no que respeita à ação social no país. Exemplos de dedicação e coragem, que diariamente lutam naquela que consideram ser a sua “missão”.
ação social | fundação nossa senhora da guia Paiva de Carvalho Presidente
Pelo bem-estar da comunidade desde
1894
Situada na Vila de Avelar, concelho de Ansião, a instituição presta serviços na área da saúde, tendo também como valências o apoio à infância e aos idosos. Em entrevista ao atual presidente da Fundação, Prof. Doutor José Humberto Paiva de Carvalho destacamos a importância de uma entidade de referência na região.
Pedro Jacob e Paiva de Carvalho Diretor Financeiro e Presidente
A origem da Fundação de Nossa Senhora da Guia remonta a 31 de agosto de 1894, data em que foi inaugurado o Hospital de Nossa Senhora da Guia. O grande impulsionador da obra foi o Prof. Doutor António Augusto da Costa Simões, uma referência na área da medicina. A primeira administração foi encabeçada por Costa Rêgo. No ano em que o hospital inicia funções o responsável pela fundação era Alfredo Teodoro Simões Manso. Desde 2004, que a Fundação de Nossa Senhora da Guia tem como presidente o médico pneumologista Paiva de Carvalho. A instituição tem procurado ao longo da sua existência responder aos desafios e necessidades da população, procurando contribuir de forma significativa para a qualidade de vida das populações. A Fundação é um dos grandes empregadores da região contando neste momento com 130 funcionários e colaboradores. Na área da saúde, a instituição contempla neste momento as seguintes valências: hospital; consultas de especialidade; exames complementares de diagnóstico e a Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), com capacidade para 25 utentes, com todos os técnicos de saúde que a legislação contempla. Para além destas áreas de serviço assistencial, um protocolo estabelecido com a Administração Regional de Saúde do Centro IP permite a qualquer beneficiário do Serviço Nacional de Saúde poder usufruir dos serviços de atendimento urgente e permanente do hospital. O presidente revela que a unidade de saúde presta “um serviço de atendimento de agudos não urgentes, através de uma equipa com um médico, enfermeiro e administrativo permanentes e serviço de raio X. Iniciado em Fevereiro de 2015 este serviço de “urgência”,
34 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
abrange, além de Ansião, os cinco concelhos limítrofes, Castanheira de Pêra, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere e Penela, contemplando cerca de 40 mil pessoas. Estamos abertos 24 horas por dia, com uma média de atendimento de 50 a 60 pessoas por dia”. No hospital da Fundação está também sediada uma ambulância de Suporte Imediato de Vida do INEM, “gerida pelo 112, que auxilia a urgência quando é necessário”, destaca o entrevistado. As consultas de especialidade realizadas na instituição são: cardiologia, cirurgia geral, fisiatria, gastrentereologia, ginecologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pneumologia, psiquiatria e urologia. No que toca aos exames complementares de diagnóstico é possível realizar no hospital da Fundação de Nossa Senhora da Guia: ecografia, eco-doppler, citologia eco-guiada, biópsia e eco-guiada, radiologia geral, ecocardiografia e endoscopia digestiva. O Centro de Bem-Estar Infantil possui as valências de creche, jardim de infância e centro de atividades de tempos livres. A creche tem capacidade para 50 crianças dos 3 meses aos 3 anos. O jardim de infância tem igualmente 50 vagas disponíveis para crianças dos 3 aos 6 anos. O centro de atividades de tempos livres está disponível para acolher jovens dos 6 aos 11 anos, contemplando 31 vagas. Há, assim, condições para a frequência de mais de uma centena de crianças com salas amplas, espaços exteriores de lazer com parque infantil e recintos de recreio. Para este apoio à infância a instituição conta com uma equipa especializada de educadoras e profissionais que asseguram a prestação dos cuidados necessários às crianças. Numa outra vertente, o Centro de Bem-Estar do Idoso, disponibiliza as respostas sociais de
fundação nossa senhora da guia | ação social
Futuro No que toca às perspetivas de futuro Paiva de Carvalho revela que gostaria de “reativar as cirurgias e as consultas da especialidade possibilitando orientar os doentes com credenciais para serem vistos e tratados no nosso hospital. Também gostaríamos de concretizar uma Unidade de Cuidados Paliativos”. A Fundação é aberta a toda a comunidade, exemplo disso, são os estágios concedidos nas diferentes vertentes contribuindo para a formação de vários estudantes, do ensino secundário ao profissional e ao superior. Para finalizar, o presidente da Fundação de Nossa Senhora da Guia espera “que com o apoio dos sócios, as entidades oficiais continuem a olhar para nós como um parceiro importante sem fins lucrativos, que possa ser apoiada por forma a garantir a continuidade da prestação de serviços de qualidade, prevalecendo a humanização nos cuidados prestados”, remata Paiva de Carvalho.
Estrutura Residencial Para Idosos (ERPI), de Serviço de Apoio Domiciliário e de Centro de Dia em funções, desde 1994, apoiando as famílias e cuidando dos idosos contribuindo para o seu bem-estar e melhor qualidade de vida. Atualmente, o Centro de Bem-Estar do Idoso tem capacidade para 93 utentes, sendo 48 residente na ERPI, 28 com serviço de apoio domiciliário e 5 em regime de centro de dia. Para este centro dispõe de Técnicas de Serviço Social e de Animação Sociocultural, bem como de profissionais de apoio. Dados os constrangimentos inerentes à crise económica a Fundação de Nossa Senhora da Guia estabeleceu um protocolo de parceria com Santa Casa da Misericórdia de Ansião possibilitando refeições gratuitas através de uma cantina social a 22 utentes.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 35
ação social | centro social bonitos de amorim
Servir a comunidade de forma acolhedora e responsável Fundado a 9 de Fevereiro de 1952, por iniciativa da Junta de Freguesia, do pároco Joaquim Figueiredo e de uma família benemérita, o Centro Social Bonitos de Amorim é uma instituição de assistência social, que surge no seio da comunidade de Amorim, seguindo as pegadas da “Conferência de São Vicente de Paulo” e do trabalho do pároco Francisco Fernandes da Silva.
Surge com o intuito de fornecer géneros alimentares (Sopa dos Pobres) e auxilio médico diverso aos economicamente desfavorecidos. Com um percurso idóneo e altruísta, o Centro Social Bonitos de Amorim foi chamando a si a responsabilidade de zelar pelo bem-estar da comunidade onde se insere, aglomerando na sua tutela cuidados de saúde e apoio à infância e 3ª idade, atividades culturais e recreativas e atividades desportivas. Atualmente, o CSBA possui uma equipa moderna e jovem capaz, imbuída de espírito comunitário, que permite oferecer de forma eficaz um considerável número de serviços à região. Assim, no concerne à comunidade infantil, o Centro Social disponibiliza os serviços de Berçário, Creche e Jardim de Infância. Para os jovens coloca a disposição o Centro de Atividades de Tempos Livres, o Centro de Estudos e as Actividades Extracurriculares. “Estes serviços distinguem-se pelo facto de proporcionarmos às crianças um ambiente acolhedor e cuidado, correspondendo as suas necessidades” - afirma Domingos Santos, diretor da instituição. Mas a preocupação e zelo do CSBA é intergeracional, e com um aumento significativo de pessoas idosas quer no concelho da Póvoa de Varzim bem como em todo o país, o Centro Social Bonitos de Amorim implementou diversos serviços vocacionados ao auxilio da população mais envelhecida, nomeadamente um centro de dia e um serviço de apoio domiciliário. “O Serviço de Apoio Domiciliário é um serviço vocacionado para a prestação de cuidados domiciliários para a terceira idade e/ou pessoas em situação de dependência, acamados ou em convalescença. O Centro de Dia permite proporcionar aos utentes a vivência de um processo
36 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
de envelhecimento ativo” - explica Domingos Santos. O serviço de apoio ao domicílio conta neste momento com 60 utentes e o centro de dia recebe 35 utentes, diariamente. Além de todos estas valências sociais, o Centro Social Bonitos de Amorim é uma instituição com preocupações culturais e recreativas. De forma a preservar tradições culturais da terra fundaram o Grupo de Danças e Cantares do Centro Social Bonitos de Amorim. Esta instituição demonstra, ainda, a sua vertente desportiva através de atividades como fitness, futsal, atletismo, ginástica e futebol, com uma equipa feminina sénior federada, referência no panorama nacional. Com o futuro em vista, e com os olhos postos no bem-estar da comunidade, o Centro Social Bonitos de Amorim trabalha já num novo projeto social. Com o objetivo de criar um lar para 60 utentes, o Centro Social adquiriu um terreno na freguesia, tendo um prazo de dez anos para a sua conclusão. Ativo e perspicaz no presente, para corresponder as necessidades da comunidade no futuro.
centro social joão paulo II | ação social
“Ser Igreja é servir”
Teresa Falcão Presidente
Localizado na freguesia de Apúlia, na costa marítima de Braga, o Centro Social João Paulo II é uma IPSS pensada para o apoio a idosos e crianças. Fundado a 30 de outubro de 1987 pelo Cónego Eduardo Melo Peixoto. A atual responsável da instituição, Teresa Falcão, esteve à conversa com a Revista Business Portugal, fazendo um balanço dos 30 anos desta magnânima instituição, já com os olhos postos no futuro.
de umas fantásticas instalações, com direito a solário e piscina. Além da população mais idosa, o Centro Social continua a apoiar colónias de férias tanto de idosos como dos mais novos. Com uma cantina requintada e com preços bastante acessíveis, as escolas e colégios procuram esta instituição para alimentar os seus alunos durante os períodos de férias, tendo ao seu dispor não só a zona do refeitório, bem como salas de repouso e espaços de lazer. O Centro Social João Paulo II recebe, ainda, famílias cristãs, grupos apostólicos e outros, e já acolheram, inclusive, refugiados de guerra. “Todas as pessoas têm direito a um local de abrigo. Independentemente de qualquer crença, recebemos as pessoas da melhor forma possível” – afirma a presidente de direção da instituição. Além de todas estas valências, o Centro Social é responsável por uma casa de acolhimento no centro da cidade de Braga, que procura dar resposta às necessidades de pessoas semabrigo, famílias disfuncionais, casos de violência doméstica e refugiados. Com cerca de um ano de existência, este projecto é já uma referência na área de apoio social em Braga. Isto só foi possível graças ao empenho abnegado da direção e todos os colaboradores do centro social, formando uma equipa coesa e determinada, para oferecer o melhor serviço possível a quem nos procura, disse Teresa Falcão.
O Centro Social João Paulo II começou por ser uma instituição vocacionada para apoiar crianças e idosos necessitados, de diversas zonas da região norte do país, através de colonias de férias, em articulação com a segurança social. “Grande parte das crianças, entre os 6 e os 12 anos, que vinham para as nossas colonias de férias nunca tinham visto o mar, e esse primeiro encontro era proporcionado por nós. Algo que nos dava uma imensa satisfação” – confessa Teresa Falcão. Com o término do protocolo com a Segurança Social, o Centro Social alterou um pouco a sua matriz de funcionamento. Atualmente, a aposta da instituição é o ERPI - Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, com capacidade para 31 utentes. Desde o dia 4 de julho, contam com cinco utentes, que usufruem não só da experiência de bem acolher e acomodar pessoas idosas por parte do Centro Social, como de uma zona turística, junto ao mar e à natureza, e
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 37
destaque | município de coruche
“coruche inspira” «Coruche Inspira», não é apenas uma marca que define o território mas uma expressão que se traduz na qualidade de vida de quem vive, trabalha, investe e visita o concelho.
Para perceber as potencialidades deste concelho é importante entender que Coruche possui uma posição de charneira derivado da sua localização na Lezíria do Tejo, entre o Ribatejo e o Alentejo. Além desta localização geográfica, temos o privilégio de ter excelentes acessibilidades rodoviárias (A6 e A13) e a confluência de três eixos estratégicos de fluxos de tráfego: Lisboa/ Setúbal, Beiras/Espanha, Santarém/Sul. Conjugando a localização com a acessibilidade Coruche é um concelho atrativo que consegue conjugar o melhor de dois mundos: estamos perto da Grande Lisboa, mas suficientemente longe para manter a nossa identidade e o melhor que o Mundo Rural pode oferecer. É esta qualidade de vida a par de um património cultural, ambiental e paisagístico únicos que devidamente valorizados fazem com que «Coruche Inspire». O que é a identidade de um território? Na minha perspetiva e na perspetiva da equipa que lidero na Câmara Municipal, é sobretudo valorizar os recursos que já existem que são endógenos e investir no melhoramento desses recursos, de forma a torná-los economicamente viáveis, mas também a identidade passa pelas pessoas, pela sua valorização, pela cultura e pelas tradições, da melhoria da sua qualidade de vida, tornando os espaços públicos atrativos e humanizados. Não devem ser meramente obras de arquitetura mas sobretudo concebidas para as pessoas. É isso que fazemos quando definimos a importância do Desenvolvimento Económico como prioridade absoluta ou quando definimos a importância do Turismo (de natureza e de aventura), do Desenvolvimento Urbano de Coruche, a requalificação da zona ribeirinha e dos espaços públicos, do Investimento nas Freguesias, do Investimento na Inovação e na Cultura sem deixarmos de apostar na Educação e no apoio às Famílias. Definir as nossas prioridades passa por entendermos que o território é um todo e que somos um município do interior do país, com os problemas inerentes ao envelhecimento da população e às respostas sociais que são necessárias dar para combater esse processo. Assumir que o nosso território é diferenciador dentro daquele que é o interior do país é parte do sucesso que assumimos ter na gestão da câmara municipal e na criação de uma imagem de marca que enquadra aquilo que de melhor o concelho tem: a paisagem de montado de sobro, a relação com o Rio Sorraia e a harmonia entre o urbano da frente ribeirinha requalificada, a lezíria, a charneca, a atratividade residencial do centro histórico de Coruche que em muito beneficiou da criação de um programa pioneiro a nível nacional que designamos de «Casas com Gente» cujos objetivos passavam pelo incentivo financeiro na renda/aquisição de imóveis no centro histórico preferencialmente para jovens e que recentemente foi alargado a outras áreas definidas como de reabilitação urbana e que foi crucial para a “nova vida” do centro histórico. Além deste potencial o concelho tem ainda uma vocação natural para o setor florestal e agroalimentar, seja pela fertilidade do Vale do Sorraia seja pela Indústria do setor que é muito importante para a criação de postos de trabalho no concelho, cuja estrutura produtiva é marcada por atividades do setor primário, destacando a agricultura e a extração de cortiça. A aposta no desenvolvimento económico passa por criar mais espaços para alojar potenciais industriais destes setores e outros que têm procurado o concelho de Coruche. Neste momento, posso dizer que a minha ambição e a ambição da nossa governação é finalmente realizarmos o Parque Empresarial do Sorraia. Considero que o Parque Empresarial do Sorraia e todo o desenvolvimento económico do nosso concelho são fundamentais. Só criando atratividade para localização de empresas se conseguirá responder às dificuldades de empregabilidade das pessoas e garantir o desenvolvimento da economia local. A resolução de todos os problemas associados à aquisição do terreno para este
38 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Francisco Oliveira Presidente
parque, nestes últimos dois anos em que lidero a Autarquia, foi vital dado que só este ano conseguimos concretizar a aquisição do terreno. Contudo, em simultâneo, fomos desenvolvendo todos os projetos que têm a ver com as infraestruturas e com o licenciamento por parte das entidades competentes que têm que emitir pareceres e o nosso objetivo é que no início do ano se possa desencadear o processo de lançamento a concurso de uma primeira fase de duas, dos 47 hectares da área disponível. Há muitas intenções e contactos por parte de empresas que mostram interesse em se localizarem nesta área até porque a atual Zona Industrial do Monte da Barca se encontra totalmente preenchida, restando apenas dois lotes de pequena dimensão. Para nós, e para a estratégia que definimos para este mandato, é fundamental que consigamos colocar à disposição dos empresários esta área para que possam instalar-se. O nosso concelho face à proximidade com a capital, com a auto-estrada, com o norte do Alentejo, até com Espanha, como já referi, tem uma atratividade muito interessante, quer para as empresas quer para a população, não esquecendo também a riqueza do nosso património natural, a nossa ruralidade traduzida em qualidade de vida. Temos, inclusive, atratividade fiscal que se traduz numa fraca incidência de impostos para as empresas, os custos de aquisição de terrenos nas nossas áreas industriais são muito acessíveis, o nosso gabinete de apoio ao desenvolvimento económico tem um papel importante naquilo que tem a ver com o apoio à área burocrática e entendemos que mecanismos como a implementação da futura incubadora de empresas – CORUCHE EMPREENDE – Núcleo de Inovação e Empreendedorismo e que terá dois pólos, um mais vocacionado para a área agro-florestal e
município de coruche | destaque outro para os serviços, em que estamos a trabalhar agora, possam vir a desenvolver massa crítica de pequenas e médias empresas que numa fase inicial se localizam neste ninho de empresas e que no futuro se possam vir a instalar no Parque Empresarial do Sorraia. Todas estas condições são fatores que as empresas valorizam muito e que constituem condições de atratividade para os empresários que aqui se queiram instalar. Além do Desenvolvimento Económico, estamos focados nos projetos que definimos como prioritários no PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Coruche – uma vez que foram aprovados cerca de cinco milhões de financiamento. A boa estratégia da autarquia passa, também, por definir como prioritários os projetos que são co-financiados, só lamento o facto de os fundos comunitários terem estado inoperacionais durante tanto tempo o que paralisou em muito a atuação dos municípios. Neste momento, com a aprovação do PEDU que engloba três áreas de acção, designadamente o PARU (Plano de Ação de Regeneração Urbana), cujo objetivo passa pela reabilitação do espaço público na zona do centro histórico da vila de Coruche, e do edificado, identificado no âmbito do plano de ação como estruturante, o PAICD (Plano de Ação Integrado para as Comunidades Desfavorecidas), que enquadra apoios para as comunidades desfavorecidas, seja em termos culturais, seja em termos sociais ou até ao nível da reabilitação do parque habitacional, e ainda o plano para a mobilidade sustentável, PMUS, que prevê a criação de infraestruturas ou ações que promovam a mobilidade de forma mais acessível. Prevê-se na estratégia de implementação do plano um período de seis anos para a sua execução, e durante esse período, o município de Coruche deverá desenvolver as ações que se propôs no âmbito do PEDU e que apresentou ao ALENTEJO 2020. O nosso centro
histórico constituirá o enfoque da reabilitação urbana, com melhoramentos ao nível dos arruamentos, eliminação de barreiras arquitetónicas e criação de condições de circulação, direcionadas essencialmente para o trânsito pedonal. Os particulares podem também recorrer ao financiamento para a reabilitação através do instrumento financeiro, cujas regras ainda não estão totalmente definidas, ao nível das intervenções nas comunidades desfavorecidas, a intervenção versará fundamentalmente em dois bairros sociais e na reabilitação do antigo espaço de cinema, na freguesia do Couço, propriedade da paróquia, mas que está completamente debilitado e que será utilizado para que a comunidade local possa ai desenvolver ações culturais, pedagógicas e de reabilitação de famílias menos estruturadas, criando algumas dinâmicas e favorecendo a componente social. A outra área de ação tem a ver com a mobilidade urbana sustentável, sendo o objetivo principal a promoção de práticas de utilização dos meios não poluentes. Pretendemos efetuar o prolongamento da atual ciclovia, fazendo a ligação entre a localidade da Erra e a sede do concelho. Tendo em conta que a nossa vila está situada na margem direita do rio Sorraia, e na parte alta da vila situam-se áreas de serviços de grande importância para a população, pretendemos criar um plano de mobilidade que permita fácil acessibilidade entre a parte baixa e a parte alta da vila. À partida, a solução passará por um elevador ou um teleférico, ou outra solução que se enquadre no local e na paisagem da encosta do Castelo. Portanto, a estratégia voltando ao nosso princípio de atuação passa sempre pela valorização do nosso património, seja edificado, cultural ou natural. A aposta clara nestes setores – desenvolvimento económico e urbano – está perfeitamente articulada com o marketing territorial do concelho e que passa, também, pelo reforço da
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 39
destaque | município de coruche imagem de marca do concelho: Coruche – Capital Mundial da Cortiça. Precisamente por este facto, Coruche possui um Observatório do Sobreiro e da Cortiça que tem contribuído para a defesa da sustentabilidade económica da Fileira da Cortiça, promove os valores ecológicos e ambientais do Montado de Sobro, apoia a investigação e certificação dos processos da cadeia produtiva, promove e dá a conhecer novas utilizações e novos produtos, através da cortiça. Acolhe o Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça, que tem como objetivo a criação de um quadro de referência da investigação para o futuro da fileira e para a definição da Agenda Nacional para a investigação do Sobreiro e da Cortiça.
E, naturalmente, a Organização da FICOR – Feira Internacional da Cortiça que este ano voltou a contar com o Alto Patrocínio da Presidência da República. A FICOR acaba por ser a imagem pública de muito trabalho feito durante o ano e exige sempre inovação. Acreditamos que este evento é mais do que um evento porque celebra o nosso “petróleo verde e castanho” - o montado de sobro e a cortiça que ao fim de contas traduz-se numa cadeia de exportação onde somos líderes e em trabalho para a nossa população, seja na indústria seja na produção. O Observatório do Sobreiro e da Cortiça é um edifico ímpar do ponto de vista arquitetónico mas a relação do Observatório com a comunidade (sociedade e escolas) do concelho e a nível nacional e até internacional (com o acolhimento de visitas de universidades estrangeiras) é um projeto âncora para a promoção turística, não só de Coruche, mas de toda a região, onde o ecossistema “montado de sobro” é a paisagem identitária. Por outro lado, o Observatório eleva-nos para a nossa identidade nacional, na medida em que é a “casa” de um símbolo nacional, o Sobreiro! Possui um auditório que é um espaço convidativo para a realização de conferências e seminários, que tem vindo, desde a sua inauguração em 2009, a receber um número anual crescente de conferencistas e visitantes. Portanto, é toda essa conjugação entre saber fazer e inovar que faz com que a marca «Coruche, capital mundial da cortiça» responda por si mesma porque retrata de forma fiel o universo que existe em Coruche e pelo qual a nossa função é acrescentar valor, definindo estratégias para que essa mais valia traga retorno. Coruche é sinónimo de ambiente sustentável e isso é valor acrescentado para definir o nosso território. É o que acontece na vocação para o turismo de natureza e aventura no montado, na associação dos sabores do montado ao potencial gastronómico do concelho, para reafirmar a liderança do concelho em equipamentos que são verdadeiros «think tanks» na área da I&D nesta vertente investigação do sobreiro e da cortiça, para atrair investimento e para valorizar um ecossistema sustentável como é o montado. Tanto assim é que fomos galardoados como Município do Ano 2015, na região do Alentejo pela Plataforma UM Cidades da Universidade do Minho assim como recebemos uma Menção Honrosa nos Prémios de Turismo do Alentejo e Ribatejo, e fomos também nomeados para os Green Project Awards. Obviamente que esse reconhecimento reflete o trabalho que a autarquia faz e que espelha a gestão que defino que é realmente uma gestão integrada. Só assim é possível concertar os eventos que realizamos ao longo do ano e pelos quais Coruche é reconhecido. Tal só acontece porque são eventos que existem numa lógica de marketing territorial e não isolados mas devidamente estruturados e planeados. Como referi quando falei do potencial agroalimentar do concelho e associei também aos produtos derivados do montado não podíamos esquecer o toiro bravo que representa a
40 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
simbiose perfeita entre o animal, a natureza e o homem, porque afinal o montado de sobro possuí elementos de todos. E, nesse sentido, realizamos o festival gastronómico dos «Sabores do Toiro Bravo» que se realiza dentro da praça de touros de Coruche e onde verdadeiramente as «pegas são no prato» associando assim a tradição taurina à gastronomia da rés brava que é um sucesso e atrai milhares de visitantes. Portanto, aliar sempre a tradição à inovação não esquecendo a identidade e as pessoas. E tal acontece, também, num dos momentos mais importantes para os coruchenses e sobretudo para aqueles que estão fora do concelho, emigrantes, e que em Agosto retornam à terra para as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo que se realizam de 13 a 18 de Agosto e agregam uma parte religiosa e outra profana, mas que acima de tudo são dias de encontros, reencontros, família e amizade e são também, já, um marco na agenda do Ribatejo e do país. Este ano dois dos momentos mais marcantes das Festas são a Procissão em Honra de Nossa Senhora do Castelo que celebra 500 anos e o Cortejo Histórico e Etnográfico, uma representação cultural pelas ruas da Vila e sob o tema “Da natureza à cultura - 500 anos de devoção a Nossa Senhora”. Serão, com toda a certeza, motivo de atração para milhares de visitantes. Quando reflito nas festas do castelo, como simbolicamente são chamadas, e no espírito que está entranhado no povo de Coruche e que passa pela forma de saber receber, dos afetos e da partilha, recordo sempre aquilo que na minha gestão traduz a forma como defino a atuação da minha equipa e que tem traduzido resultados nestes quase três anos em que assumi a responsabilidade de liderar o concelho. Essa responsabilidade é partilhada pelos vereadores e pelos funcionários da câmara e a compreensão de que fazemos parte da mesma equipa. A nossa bandeira é o concelho de Coruche, é o serviço público, é uma gestão rigorosa até do ponto de vista financeiro e que se revela na excelente condição financeira da Câmara Municipal e na definição de prioridades, que planeamos e executamos em conformidade
com as exigências burocráticas que nem sempre são facilmente entendidas e que não são compatíveis com a missão que os presidentes de Câmara têm que é realizar as obras necessárias para o desenvolvimento das vilas e cidades e estarem próximos das pessoas. Hoje, a burocracia é imensa e faz com que tenhamos tanto processo administrativo que o tempo nunca chega para realizar os objetivos a que nos propomos. Apesar disso, tenho a noção de que o Município de Coruche pelo trabalho realizado, pelos investimentos feitos apenas com orçamento do município está no bom caminho e na rota de desenvolvimento que acredito que é possível ter neste concelho. Coruche tem nos próximos anos, condições de dar o salto na sua valorização económica e acreditando que mediante a estabilidade governativa no nosso país, o concelho terá todas as condições para garantir para todos, melhor qualidade de vida, face a este conjunto de fatores que reunimos e que nos vão permitindo ter esperança e confiança no futuro.
IKI mobile | destaque
Uma marca made in Portugal A IKI Mobile pertence à consultora Univercosmos, do Grupo FF, e começou como um projeto, mas num espaço de dois anos transformou-se numa marca de referência e numa das principais apostas da empresa.
do Sul, Angola e Senegal, Brasil e Canada. Estamos a trabalhar de forma a possuir linhas de assemblagem em diversos países, nomeadamente Europa, África e América Latina. A nossa estratégia principal é criar laços fortes nos mercados onde estamos. A Iki Mobile abrange quantos trabalhadores e qual o perfil dos mesmos? Possuímos uma importante e vasta equipa de profissionais e todos eles são responsáveis pela marca. Trabalhamos por setores, enquanto que uns estudam os mercados e as oportunidades de negócio, outros preparam o conceito, a imagem, o branding dos nossos produtos. Contamos, no escritório (cérebro da operação), com 28 profissionais nas mais diversas áreas como, Gestão/Direção, Financeira e de Prospeção, Marketing, Comercial e Técnica. E temos depois na fábrica, (braços da operação) 22 colegas e mais de 500 postos de trabalho indireto. De que forma se distingue a Iki Mobile da concorrência no mercado? O grande fator diferenciador é ser uma marca made in Portugal no mercado tecnológico internacional, que consiga competir com as ‘love brands’ internacionais já existentes. A empresa é sediada em Portugal, todo o leque de contactos, de profissionais, de empresas e parceiros são lusos por isso, a escolha evidente seria sempre Portugal. Que características pode revelar dos telemóveis Iki Mobile? A IKI Mobile foi lançada no dia de 17 de Novembro do ano passado. O lançamento foi um sucesso e os produtos da IKI Mobile foram comercializados acima das nossas expetativas. Temos noção que este é um mercado de inovação. Por isso inovamos, ao nível de todos os detalhes, os nossos produtos para o ano 2016 e estamos a trabalhar já nos produtos de 2017.
Tito Cardoso CEO
Os nossos produtos de 2016 irão ser lançados no mercado no início de setembro. A IKI Mobile lançou produtos que vão de encontro às expetativas dos utilizadores que pretendem um telemóvel táctil ou com teclas, o KF 1.8 e o KF 2.4. Este produto irá manter-se com melhorias pontuais ao nível do design, especificações e embalagem e as novas versões serão lançadas internacionalmente em setembro. Em relação aos smartphones, telemóvel táctil, A IKI Mobile desenvolveu parcerias com a Sony nas câmaras, com a LG no ecrã e com a AAC nos speakers, ou seja, temos um produto que está desenhado e trabalhado por nós e quando o começarmos a produzir vai posicionar a marca no que diz respeito às novas tecnologias. Vamos lançar novos produtos em setembro, outubro e novembro e esperamos surpreender os nossos clientes.
Breve contextualização da Iki Mobile, atendendo à sua história e às etapas mais marcantes. “...a IKI Mobile surge através da consultora Univercosmos, que existe desde 2010 e pertence ao grupo FF. A consultora tinha um leque de profissionais das mais variadas áreas: design, financeiro, engenharia e arquitetura e todos estes quadros tinham em comum a elevada criatividade. Passados sensivelmente dois anos decidimos que estava na altura de apresentarmos um projeto novo e pioneiro. Creio que esse foi o nosso maior desafio”. Desde o nosso lançamento, do dia 17 de novembro do ano passado, que temos vindo a desenvolver importantes parcerias estratégias de distribuição a nível de diversos mercados internacionais. Damos passos importantes com vista ao sucesso no futuro a curto e médio prazo. Foram assinados contratos de distribuição que firmamos com as maiores distribuidoras de África
Qual a razão da escolha de Coruche para albergar a fábrica em Portugal? A nossa produção é feita numa fábrica chinesa, da qual nós detemos uma parte devido aos negócios que tínhamos anteriormente. A cidade onde temos a nossa produção é relativamente nova, tem 37 anos, e os trabalhadores chineses também o são, daí exigirem melhores condições de trabalho e salários mais elevados. Quando analisamos estas condicionantes, adicionamos a qualidade da mão-de-obra, as garantias e qualidade do produto chinês, o fuso horário leva-nos ao passo seguinte que é a fábrica, porque não termos uma fábrica cá, em Portugal? Analisámos várias locais viáveis, próximos do aeroporto, e escolhemos Coruche por vários motivos, um deles é pela proximidade com várias redes rodoviárias de Portugal, o que facilita o processo logístico de envio para a União Europeia. Outro fator que pesou na nossa decisão foi o facto de a estrada que liga Coruche ao aeroporto de Lisboa é portajada apenas uma vez. Possuirmos uma fábrica em Portugal é como estarmos, numa linguagem futebolística, a jogar em casa. Este foi desde sempre o que nos guiou desde o nosso lançamento até ao presente. Juntos, criaremos uma marca mais forte além-fronteiras. Ansiamos entrar no mercado europeu em força e queremos entrar com produtos diferenciadores não só pela qualidade como pelo preço.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 41
ENGENHARIA E ARQUITETURA A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de vertentes especializadas, cada uma com um ênfase mais específico em determinados campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia. É a ciência, a arte e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma determinada função ou objetivo. Mediante a compreensão destes, propõem as melhores soluções para solucionar as limitações que se sobrepõem. Um engenheiro tem como função, tornar uma ideia em realidade. O resultado é o projeto, a produção e a operação de objetos ou de processos úteis em benefício da humanidade. Sem engenharia, o mundo seria certamente um lugar muito diferente. São vários os ramos da engenharia. Com o progresso das ciências e das tecnologias que lhes são associadas, várias especialidades estão continuamente a surgir, sendo uma área em constante evolução. Em Portugal, a Ordem dos Engenheiros e a Ordem dos Engenheiros Técnicos consideram, respetivamente, 12 e 16 especialidades de engenharia. Exemplos de sucesso nesta área são as empresas que lhe apresentamos nas páginas seguintes. Empresas essas, que fizeram das dificuldades força e hoje são uma referência no seu setor de atividade.
GN engenharia | engenharia e arquitetura
Uma empresa de referência, agora também além-fronteiras Assumindo-se como uma empresa particularmente especializada em Engenharia Eletrotécnica, a GN Engenharia prepara-se agora para percorrer a estrada da internacionalização.
João Gonçalves e Paulo Rocha Administradores
díspares desde a saúde, educação, indústria, residencial, destacando-se inclusive emblemáticos edifícios de enorme valor patrimonial como por exemplo a remodelação das instalações elétricas da Fortaleza de Sagres no Algarve. “Digno de referência é também a responsabilidade atribuída à GN para a manutenção elétrica de todos os edifícios da Câmara Municipal de Matosinhos o que implica um completo know-how nesta área”, explica Paulo Rocha. Internacionalização O facto de a GN Engenharia ser uma A GN Engenharia nasce fruto de uma apurada visão dos seus fundadores e CEO’s, Paulo Rocha e João Gonçalves, sediada em Fânzeres, Gondomar, esta empresa iniciou a sua atividade apenas há um ano, mas a verdade é que tem ao seu dispor, um conjunto de profissionais altamente especializados, com o conhecimento adquirido ao longo de muitos anos de experiência. “Pautamo-nos pelo rigor, a integridade, a qualidade de serviço, a autoexigência e a responsabilidade, sendo estes os valores que regem a nossa jovem, dinâmica e vanguardista empresa”, evidenciam os fundadores. Esta forma de estar garante à empresa um estatuto de liderança na elaboração de projetos de engenharia eletrotécnica assim como na concretização de obras de
instalações elétricas e ITED. Especializada num setor de atividade particularmente exigente e específico, são variados os serviços que a GN Engenharia consegue proporcionar neste âmbito tais como “a instalação de redes de baixa tensão, projetos eletrotécnicos, sistemas de segurança eletrónica, sistemas de som e imagem, manutenção de instalações elétricas, até aos sistemas de produção de energia eólica e fotovoltaica”, conforme descreve João Gonçalves.
empresa recente não a impede de assumir uma postura destemida e ambiciosa no mercado. Em arranque está o processo de
internacionalização, tornado possível através da obtenção de fundos comunitários, que permitirá que os seus serviços alcancem mercados tão distintos como Brasil, Cabo Verde, Marrocos, Argélia ou Itália. É expectável um futuro de particular crescimento para a GN Engenharia, apontando também como prioridade a obtenção de certificações, com particular ênfase nas áreas da qualidade, ambiente e segurança. Tudo isto em prol de um único objetivo: “garantir que a GN Engenharia não se limite apenas a preservar a sua forma de estar, consolidada pelo profissionalismo, exigência e rigor, como também, alcançar a excelência da organização”, ambições reveladas pelos seus fundadores.
Experiência Apresentando-se no mercado com uma equipa técnica particularmente bem preparada para qualquer desafio que a sua área de atuação contemple, esta é uma empresa que engloba já um interessante conjunto de obras concluídas em setores
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 43
engenharia e arquitetura | falual
36 anos de trabalho e expansão na
metalomecânica.
Fundada em 1980, a FALUAL é uma empresa metalomecânica sedeada na Trofa que se dedica à conservação e manutenção industrial, bem como à subcontratação de peças para a indústria em geral, dispondo para o efeito de máquinas e ferramentas de médio e grande porte. O corte, a construção soldada, a maquinação, o tratamento de superfícies, a montagem e manutenção industrial são as atividades destacadas pela Falual, que se adapta às necessidades de cada cliente e de cada mercado. Tomé Carvalho, o fundador, falou connosco e relatou os 36 anos de trabalho e sucesso.
Tomé Cavalho começou a Falual do zero, com a ajuda de familiares, e com um percurso profissional que começou em Angola. Era funcionário da siderurgia nacional em Luanda, vim transferido depois do 25 de abril para o Seixal, e posteriormente para o Norte, com o início da indústria na Maia. A minha família ficou em Lisboa, mas aceitei o convite. Vivi em Gaia e depois aqui na Trofa. Iniciei a minha própria indústria com o auxílio do meu tio, que financiou a compra do meu primeiro torno mecânico. O pagamento de cada letra foi feito com esforço e trabalho. No início, foi difícil, mas com muito esforço e capacidade de trabalho, foi possível crescer e fazer face aos compromissos. Por necessidade, saí da produção e comecei a contratar. A partir daí, foi sempre a crescer. Aumentei a capacidade de produção, mudei-me para um armazém maior, e nunca mais parei. Os mercados da Falual foram modificando ao longo do tempo e a exportação é aposta forte da empresa sedeada na Trofa. A nossa produção está muito direcionada para as estruturas das plataformas petrolíferas. Moçambique foi o último passo, mas estamos presentes noutros mercados como a Noruega, Inglaterra e o nosso principal e mais antigo, a França. Colaboramos em Moçambique na extração do petróleo e, em especial, no gás natural. Em Portugal, a siderurgia nacional continua a ser um cliente destacado, nomeadamente na manutenção industrial. Mais do que um produto ou um desenho, a Falual adapta-se às necessidades de cada cliente, cumprindo altos parâmetros de qualidade e com um cuidado acrescido na higiene e segurança no trabalho. A Falual não tem produto próprio. Faz tudo o que lhe é encomendado por desenho, com capacidade para fazer peças de pequeno ou grande porte, sempre com elevada precisão. Somos uma empresa altamente certificada, o que nos obriga, a nós empresários, a educarnos. Sem controlo de qualidade, higiene e segurança no trabalho, não vamos lá!.
44 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
falual | engenharia e arquitetura A Falual posiciona-se no mercado de forma competitiva e regista um crescimento sustentável, apresentando soluções a todo o tipo de cliente. Sem dúvida que existem desafios no mercado. Mas a Falual está preparada para fazer qualquer peça pedida por qualquer cliente. Temos clientes que vêm à Falual e dizem que procuraram em imensas empresas mas só encontram na Falual a solução. Contamos com 108 colaboradores. A aposta na formação dentro de portas é constante, mas estamos abertos para estagiários que queiram adquirir o conhecimento necessário a cada função. (…) Espanha era a solução para muitas empresas que procuram o nosso tipo de serviço e não o encontravam em larga escala. Hoje, a Falual está equipada com máquinas de grande porte, capazes de responder a qualquer pedido. Se o cliente aparecer, cá estamos. Temos o desenho, temos o conhecimento. Um dos alicerces fundamentais para a Falual é a ligação com o cliente. O próprio também acompanha todo o processo de perto, facilitando o relacionamento, a comunicação e aprimorando o resultado final. Muitos dos clientes fazem questão de se deslocarem à fábrica e acompanharem o processo. O relacionamento entre o cliente e a empresa fortalece e passamos a ser parceiros, após certo ponto. Os clientes também são fundamentais no nosso desenvolvimento, pois falam de nós e outros potenciais clientes, que depois também nos contactam. A nossa
presença em Singapura foi um caso concreto disso mesmo. Mesmo depois de 36 anos à frente da empresa, Tomé Carvalho confessa que ainda encontra desafios no sector. As obras relacionadas com a extração de petróleo continuam a ser as que mais me fascinam. As exigências que nos colocam são sempre desafiantes e o processo de estudo é longo e minucioso. Colaboramos também em obras de barragens em Portugal, cuja responsabilidade e exigência do produto final também é elevada.
necessário um largo investimento, no sentido de produzir equipamento de maior porte para os nossos clientes. É para isso que estamos a trabalhar. Tomé Carvalho também destacou a contribuição na criação da Associação Empresaria do Baixo Ave (AEBA). Após uma feira, e junto com outros empresários, reunimos esforços e fui um dos fundadores da AEBA. Após dez anos envolvido, creio que deixei um trabalho positivo para o crescimento da associação e para o desenvolvimento do tecido empresarial no concelho da Trofa.
A Falual regista uma visão de futuro, contando aumentar a produção e modernizar a maquinaria à disposição, contribuindo para a criação de um produto cada vez mais de acordo com as exigências do cliente. A Falual continua a apostar forte no aumento da produção, tanto é que vamos crescer. Existe mercado para crescer e creio que a conjuntura é positiva. Os fundos comunitários poderão ajudar, aumentando as nossas instalações e a capacidade produtiva. Será
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 45
engenharia e arquitetura | low joule
Otimizar para poupar
A Lowjoule é neste momento uma referência no seu setor. A empresa, sedeada em Guimarães, dedica-se à otimização dos recursos energéticos, essencialmente, no setor industrial. Desenvolve o seu trabalho por todo o País e através de auditorias específicas a processos, equipamentos ou a setores, avalia os potenciais energéticos e propõe medidas que permitam a otimização e eficiência energética.
Graça Gomes e Susana Martins
Criada em novembro de 2009, a Lowjoule nasceu pelas mãos de Graça Gomes, que há muito desejava transformar a oportunidade de mercado e transformá-la num projeto de otimização de energia nas indústrias. Aliando a formação académica em Engenharia Química, a especialização em Gestão de Energia e a sua experiência profissional, Graça Gomes conhece bem as necessidades das empresas, tanto energéticas como ambientais e toda esta combinação de fatores levaram-na a encontrar uma oportunidade de negócio, que tem vindo a crescer “Estamos no mercado há sete anos e este é um projeto de vida, e temos crescido de forma contínua e sustentada”, refere a diretora-geral da Lowjoule. Auditoria, Diagnóstico, Otimização Para cumprir o objetivo do seu trabalho, na primeira fase a Lowjoule realiza auditorias e diagnósticos energéticos, e monitoriza os consumos a nível elétrico e térmico. Graça Gomes considera que a monitorização de consumos na área elétrica é mais simples, no entanto, no que se refere à área térmica, são necessários conhecimentos aprofundados de termodinâmica e fenómenos de transferência que ocorrem nos diversos processos industriais, e por isso mesmo “temos de efetuar medições de temperatura, caudal, pressão e outras variáveis mediante o que se necessita aferir para perceber se a instalação/processo está a ser eficiente e se existem pontos de melhoria”, revela. A abordagem a cada projeto é única. Definindo a estratégia a seguir em cada caso, é elaborado à posteriori um plano de racionalização de energia, que ao longo do tempo vai sendo continuamente atualizado. Cada cliente tem sempre o suporte técnico à disposição. Para além disso, “todos os projetos são elaborados tendo como pressuposto a leitura de
46 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
diferentes departamentos da instalação, como tal, é sempre disponibilizado um estudo técnico-económico que tendo viabilidade e havendo predisposição para o investimento, são projetos bem-sucedidos e que se refletem de forma direta nos resultados das empresas. Temos a parte técnica para os técnicos e a parte financeira para quem decide, até porque um dos pontos principais para o decisor é perceber o período de retorno do investimento”, evidencia a nossa entrevistada, acrescentando que, desde que iniciou a atividade, sente que há uma preocupação crescente das instalações industriais na redução dos custos operacionais, no sentido de se destacarem da concorrência ao aumentarem a sua eficiência energética, tornando-se mais competitivas. E a verdade é que, muitas vezes, são pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença: “A atuação da Lowjoule centra-se no reconhecimento da área a melhorar, tomando contato visual com os processos e percebendo junto dos operacionais da instalação, o quê, quando e porquê as operações são realizadas, de forma a concluir o estado de funcionamento do processo. Um caso que tivemos no passado, onde a instalação tinha custos energéticos avultados no sistema de climatização, contribuindo para um peso expressivo na fatura energética, veio a verificar-se que havia a possibilidade de reduzir 30 por cento dos consumos de energia elétrica”. O serviço de proximidade e acompanhamento dos projetos é a melhor aliança que criamos com os nossos clientes. Assim, e após o primeiro projeto (auditoria ou diagnóstico) é corrente a passagem/ampliação para outras áreas de atuação nomeadamente, o apoio na negociação de contratos (procurement) das várias fontes de energia, bem como a sistematização de processos com a implementação do Sistema de Gestão de Energia segundo a ISO 50001. O estudo de processos com substituição de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis (Biomassa, energia fotovoltaica) é uma importante fatia dos projetos técnicos desenvolvidos,
empresa | tema bem como a valorização energética de resíduos na produção de energia térmica (vapor/ água quente). Futuro Em termos de futuro, Graça Gomes assume o objetivo de reforçar a equipa da Lowjoule, lembrando que a empresa está no mercado com o claro intuito de desenvolver a imagem e a marca, pretendendo constituir-se, cada vez mais, como uma referência na área da consultoria energética. “A nossa missão é continuar a ser uma entidade reconhecida com a exigência, qualidade e competência com que nos caraterizamos, na nossa área de atuação”, conclui, acrescentando que este é um mercado em ascensão e bastante empolgante para se trabalhar visto que além da melhoria dos resultados operacionais estas podem beneficiar ainda da isenção de impostos sobre os produtos petrolíferos (ISP) durante oito anos. Uma aposta na Lowjoule é um investimento na melhoria interna e também de responsabilidade social reduzindo as emissões de dióxido de carbono, contribuindo para o crescimento das energias limpas e garantindo um futuro mais verde para as próximas gerações. Perfil da empresária Natural de Guimarães, Graça Gomes, Engenheira Química, licenciada pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, teve a sua primeira experiência profissional numa grande empresa na cidade do Porto, onde sentiu um choque de valores, uma vez que as pessoas eram reconhecidos como meros números. “O mais importante para estarmos no mercado de trabalho é saber lidar com pessoas e as empresas só seguem em frente quando valorizam os seus recursos humanos”. Continuou o percurso profissional na área da qualidade, passou por outras empresas, até que decidiu tirar um Mestrado em Design e Marketing na Universidade do Minho e, um ano mais tarde uma Pós-Graduação em gestão
de Energia - Eficiência Energética no Instituto de Soldadura e Qualidade. Durante esse período “iniciei o desenvolvimento do projeto Lowjoule, construindo o modelo de negócio que culminou com a conclusão da pós-graduação e o início da minha atividade”, lembra Graça Gomes.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 47
engenharia e arquitetura | manlub
Oportunidades acompanhadas de desafios Tendo como objetivo final a prontidão dos resultados e a satisfação dos seus clientes, a ManLub, Lda. vem dialogar toda a qualidade durante o processo de assistência em equipamentos industriais. Interagindo com diferentes setores de atividade, Fernando Rocha e António Gomes, procuram assim estabelecer relações transparentes com todos os seus clientes e colaboradores.
A equipa de pessoas - o verdadeiro capital da empresa - evidencia a filosofia presente neste universo, apresentando-nos um leque de serviços que vão desde a formação, a manutenção industrial, a consultoria, os projetos de instalação, a inspeção e certificação. Durante essa operação, as questões ambientais vêm exercer uma forte influência, contribuindo para uma
António Gomes e Fernando Rocha Administradores
Os empresários, tendo-se mostrado hábeis no mercado, depressa aprenderam a mover-se no contexto socioeconómico que os envolvia. Através do contacto e conhecimento que outras grandes empresas lhes proporcionaram, a sua visão beneficia agora do espírito de entreajuda e união, fortificando ainda mais as suas relações. “Quando a ManLub foi criada estava focada somente para os serviços ao cliente, não tínhamos a oficina que agora temos”, introduzem. O crescimento que hoje se desenvolve com verdade e abertura desvenda-nos os 16 anos de esforço e dedicação. “Sempre arriscámos, sempre seguimos um passo de cada vez”, sustentam.
48 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
maior harmonização entre todos os recursos dispostos. “O processo de certificação é muito exigente, mas é uma grande mais-valia para abrir portas de trabalho”, realçam. Porém, toda esta gestão não seria possível sem o investimento direcionado em todos os recursos materiais. A viagem desta expansão traduz-se agora com a maturação das suas ideias e o direcionamento estratégico dos seus projetos. Nessa medida, existem prioridades que alcançam dimensões várias e, perante elas, são as indústrias do mobiliário e da madeira que ganham maior altitude. Neste momento, estando também em processo de ampliação de reestruturação, preparamse para aumentar as suas instalações de 470 para 1660 metros quadrados. Todo este crescimento compreende os seus ciclos de expansão e evolução, implicando diferentes estágios de necessidade e sugestão. Fernando Rocha e António Gomes conduzem ao seu próprio ritmo este avanço, sem negligenciar nunca a sua diversificação. De igual modo, a qualificação dos recursos humanos fora uma importante preocupação desde que as bases da empresa foram lançadas. Nessa perspetiva, a formação interna valoriza toda a extensão que o negócio pode conhecer e mostra-nos as possibilidades de crescimento que daí advêm. A equipa formada por 20 pessoas centra a sua atividade por todo o país e também na U E. Daqui para a frente, a ManLub preparar-se-á para avançar os trilhos da internacionalização, encontrando motivação no capital jovem. Não será por acaso que grande parte dos seus colaboradores se sentem estimulados por esta atitude dinâmica e empreendedora.
megautoria | engenharia e arquitetura
O parceiro ideal
André Guimarães Administrador
Especializada na prestação de serviços vocacionados para atuar nas áreas de Engenharia na Indústria e serviços, a Megautoria surgiu há três anos, pelas mãos de André Guimarães que perspetivou na crise, uma oportunidade de negócio. Em entrevista à Revista Business Portugal, o empresário falanos sobre os serviços que disponibiliza, bem como dos projetos desenvolvidos que permitem que a Megautoria seja hoje uma empresa de referência no seu nicho de mercado.
Na área há 18 anos, só em 2013 decide criar o seu próprio negócio. A crise foi um entrave ao mesmo? A empresa surgiu no limiar da terça parte da crise. Foi efetivamente nesta altura que se reuniram todas as condições para dar início a este projeto. Estava numa atividade profissional por conta de outrém, mas o negócio caiu de tal ordem que não poderia continuar a exercer todas as minhas competências e o meu know-how, ou seja, já não tinha campo de atuação para colocar tudo isso em prática. Foi o momento ideal, pois a minha visão é que não é na altura de crise que se fecham as portas a novos negócios. Tinha noção das dificuldades que iríamos enfrentar, mas hoje estamos perfeitamente aptos para dar resposta ao mercado. Com sede em Guimarães, fale-nos um pouco sobre o início da Megautoria. A empresa não nasce em Guimarães, onde hoje estamos sediados, mas junto ao Campo Pequeno em Lisboa, onde estivemos até ao final desse ano. Nesses primeiros meses não registamos nenhuma atividade em termos de negócio, ou seja, foi meramente prospeção de mercado, marketing, comunicação, angariação de clientes e de contactos. Foram meses vitais para o que somos hoje. A partir do momento que conseguimos entrar no mercado, decidimos regressar a Guimarães e daqui trabalhamos para o país todo. Quais são, concretamente, os serviços que disponibiliza? Quando a Megautoria iniciou atividade, o objetivo era termos uma componente muito forte na manutenção, na área da gestão de manutenção do património, nomeadamente edifícios, equipamentos, bens e serviços. Como nascemos em tempo de crise, é uma área que as empresas facilmente prescindem e tivemos muita dificuldade em entrar no mercado. Assim, tivemos que voltar um pouco atrás e iniciar o nosso trabalho na fase de obra, gestão de obra, para que posteriormente, ultrapassada a crise, tivessemos as condições reunidas para poder acompanhar o edifício, no que respeita à sua manutenção até ao seu abate. É nesse nicho de mercado que também nos vamos focar a médio prazo. Posteriormente, surgiu uma nova forma de estar, hoje estamos também presentes na fase de projeto, arquitetura e especialidades, que nos permite executar projetos ‘chave na mão’, ou seja, incluirmos a obra na nossa responsabilidade. Neste sentido, apenas trabalhamos com indústria e serviços, não sendo o ramo doméstico, o nosso foco.
A procura por parcerias com empresas de referência, tanto a nível nacional como internacional, é o vosso principal objetivo? Procuramos sempre mercados que estejam em constante inovação. Percorremos o país nos processos de implementação de novas plataformas, de novos conceitos, como é o caso do Lidl e McDonald’s. Trabalhamos também com a indústria farmacêutica, onde já realizámos grandes projetos em parceria com empresas de referência na área, como a Bial, assim como na indústria alimentar na Compal, na transformação com o IKEA industry, entre outras. Ano após ano temos vindo a crescer, comecei sozinho, hoje somos oito, em setembro seremos dez colaboradores e em termos de volume de negócio temos crescido 100 por cento ao ano, apenas este ano prevemos ficar pouco abaixo dos três dígitos. Quais as perpetivas de futuro para a Megautoria? As perspetivas são muito positivas. Temos já contratualizado vários projetos até dezembro de 2017 e a expetativa é que vamos continuar com um crescimento de dois dígitos dentro da gama de clientes com os quais trabalhamos atualmente.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 49
engenharia e arquitetura | liar
experiência, diversidade e qualidade Em Vila do Conde, existe uma empresa com mais de 20 anos de experiência no setor de licenciamentos industriais, auditorias e representações. Denominada LIAR, esta empresa desenvolveu a sua atividade em diversas áreas, especializando-se nos seguintes serviços: Instalação de climatização, instalação de filtragem e tratamento de águas, mobiliário urbano, licenciamento industrial e iluminação exterior. Numa conversa com a Revista Business Portugal, António João e Maria Fernanda Palmeira, engenheiros e gerentes da empresa, falaram sobre a história da LIAR e como começou a atividade. “A LIAR nasceu em 1995, no sentido de trabalhar na área de legalização de empresas. Constitui-se como uma atividade mais abrangente, para executar obras onde não houvessem soluções de imediato e muita concorrência. No início executamos aqui na zona da Póvoa do Varzim e executamos obras como o auditório em frente ao casino”, exemplificou António João. “Executamos, na mesma altura, umas peças de iluminação, que estão na marginal. Depois, envolvemo-nos na iluminação exterior em madeira, no parque da cidade
50 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
da Povoa de Varzim. Desafiamos o arquiteto a utilizar a indústria nacional para executar esse material. O arquiteto concordou e desenvolvemos essas colunas em madeira”. Quando se fala na LIAR, refere-se a uma empresa que se distingue pelas soluções apresentadas, no apoio a entidades públicas e privadas, na melhoria da performance ambiental e consumo energético. Todo o sucesso da firma foi atingido graças à competência dos colaboradores e dos profissionais. A equipa, que carrega o nome LIAR, está dotada de competências e dinamismo, permitindo a especialização em diversas áreas de intervenção. Uma das áreas de especialização que a empresa se orgulha é a instalação de colunas de iluminação pública. Maria Fernanda explicou um pouco deste setor. “Estamos vocacionados para zonas citadinas que impliquem uma iluminação mais rustica, mas também para uma parte da marginal nas zonas dunares, que implica algo que se confunda com a natureza”, começou por afirmar, destacando o efeito da iluminação nos passadiços. “Ficaram giríssimos. A parte da iluminação LIAR Rust é nesse sentido. Não é iluminação de cidade. Depois trabalhamos para parques de cidade que possam exigir esta parte rústica. É uma iluminação básica com um pedaço de sofisticação”. Sendo um produto amigo do ambiente, os gerentes acreditam que a orla costeira ainda tem de ser muito trabalhada. Os elementos trabalhados pela LIAR conseguem conciliar a beleza da zona com a sua integração, transformando-se num elemento da natureza. Uma outra área que exige cuidado são as ciclovias, área esta onde a LIAR já tem experiência. “As autarquias querem as ciclovias iluminadas mas, por outro lado, são zonas que não podem estar a gastar muito dinheiro. Portanto, os nossos produtos adaptam-se, até numa vertente mais economicista. Até pelo próprio consumo são produtos amigos do ambiente. O facto de não prejudicar a paisagem é fundamental. Têm estar colocados de forma precisa, quase a não se ver. Trabalhamos para que fiquem misturados com a paisagem. Fica misturado e latente. É isso que queremos e consideramos que o país tem muitas zonas em que é aplicável, sem ser algo vulgar”, finalizou a engenheira. Todos os serviços disponibilizados pela LIAR permitem que se distinga no mercado, não só pela diversidade, mas pela experiência e profissionalismo da empresa.
zenithslice | engenharia e arquitetura
Concorrer ao Portugal 2020 com parceiros de confiança Usando como argumentos o amplo know-how e um atendimento personalizado, a ZenithSlice ajudará a sua empresa a candidatar-se aos fundos comunitários do Portugal 2020, acompanhando-a desde a conceção do projeto até à sua conclusão.
Paulo Rocha CEO
Paralelamente à sua atividade enquanto CEO de uma prestigiada empresa de Engenharia, Paulo Rocha é também mentor da ZenithSlice, uma empresa que se dedica – entre outros serviços – ao setor da consultoria, auxiliando empresas portuguesas na elaboração de projetos de vária natureza, tendo em vista a obtenção de fundos comunitários, no âmbito do Portugal 2020. “Sejam pequenas ou grandes empresas, ajudamos as mesmas no desenvolvimento de projetos de investimento, sejam para internacionalização, para qualificação ou de inovação produtiva”, introduz o responsável, antes de acrescentar que praticamente “todos os setores de atividade” têm possibilidade de acesso a estes mesmos apoios desde que os seus produtos ou serviços sejam internacionalizáveis. Assumindo um completo conhecimento sobre as regras e especificidades do acordo de parceria estabelecido entre o nosso país e a Comissão Europeia – que dá pelo nome de Portugal 2020 – a ZenithSlice proporciona um serviço que se distingue pela heterogeneidade e amplo conhecimento de causa. De facto, entre os préstimos que as empresas podem vir a esperar desta firma com sede em Fânzeres, Gondomar, inclui-se muito mais do que o mero auxílio na elaboração dos projetos comunitários. Um serviço integrado “Normalmente, depois das empresas ganharem o acesso a fundos comunitários, precisam de
subcontratar alguém que elabore um bom plano de negócios, estudos de benchmarking e prospeção de mercado, entre outros muito especializados serviços de consultoria”, contextualiza Paulo Rocha. Algo, no entanto, que distingue a ZenithSlice de outros agentes da área é o facto de “prestarmos esses serviços às empresas, conseguindo acompanhar e concretizar os seus projetos até ao fim”, não cessando o apoio depois da obtenção das verbas europeias. Excusado será dizer que tal corresponde a “uma grande mais-valia” para as empresas. Este, por seu turno, corresponde a um serviço exaustivo de consultoria que, para além dos auxílios já mencionados, se
criar uma campanha de publicidade online”, especialmente as que ambicionam a internacionalização, constata o nosso interlocutor. Assumindo como core-business as ações de consultoria e a elaboração de projetos tendo em vista o Portugal 2020, importa referir que a ZenithSlice alarga o seu raio de ação a outras áreas complementares, como por exemplo os serviços de webdesign, o marketing digital, entre outros absolutamente necessários para levar as empresas para níveis superiores. “É ajudando os nossos clientes a concretizar os seus sonhos que consideramos que estamos a ter sucesso”, refere o CEO Paulo
desdobra até mesmo na implementação de sistemas de qualidade, ambiente ou segurança, no desenvolvimento de marcas ou, ainda, na ajuda na inscrição e participação em feiras internacionais. Serviços como aqueles que são prestados pela ZenithSlice assumem uma particular importância se atentarmos ao facto de “a maior parte dos empresários não têm o know-how para aceder aos fundos comunitários, assim como o know-how necessário para concretizar a vasta panóplia de serviços obrigatórios para realização dos projetos depois de aprovados” refere Paulo Rocha.
Rocha. Caso para dizer que há uma equipa apostada em fazer tudo o que for preciso pela sua empresa: a ZenithSlice.
Outras atividades “Muitas empresas que ganham acesso aos fundos comunitários acabam por sentir a necessidade de desenvolver um novo website, uma loja online ou até mesmo
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 51
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA As empresas portuguesas estão cada vez mais voltadas para a inovação, contribuindo para o desenvolvimento da economia portuguesa. Portugal tem bons exemplos, nas mais diversas áreas, empresários que apostam na renovação e na novidade como forma de desenvolvimento dos seus negócios, empresas que inovam nos produtos que lançam para o mercado, nas parcerias efetuadas, nos mercados escolhidos e nos métodos de trabalho adotados, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento das organizações. O Horizonte 2020 é o maior instrumento da Comunidade Europeia especificamente orientado para o apoio à investigação, através do cofinanciamento de projetos de investigação, inovação e demonstração. Recentemente, a Agência Nacional de Inovação (ANI) anunciou que “a participação nacional no Horizonte 2020 tem sido um sucesso, com já mais de 300 milhões de euros captados até à data por entidades portuguesas nos primeiros 2,5 anos do programa. Entretanto os concursos de 2017 já estão publicados e irão disponibilizar cerca de 8,5 mil milhões de euros de financiamento comunitário para projetos de investigação e inovação com dimensão europeia”. Segundo a ANI “a Inovação e Empreendedorismo são apostas centrais na estratégia com objetivos estratégicos que permitem a Portugal reforçar-se como economia empreendedora e inovadora, através o fomento e financiamento do investimento em I&D com aplicabilidade comercial, determinada pela procura e com uma crescente participação de fundos privados; criação de um ambiente favorável ao empreendedorismo e à promoção de uma cultura de mérito e de risco empresarial; desenvolvimento de ações que incentivem iniciativas da sociedade na promoção de start-ups e de fontes de financiamento a novos projetos de empreendedorismo”. De seguida, passamos a apresentar alguns dos exemplos de empresas que estão a contribuir para o desenvolvimento da economia portuguesa nos mais diversos setores, apostando fortemente na inovação.
the lisbon concierge | inovação e tecnologia
Um serviço
em contacto permanente com os convidados para assegurar que a estadia corre da melhor forma. Acima de tudo, oferecemos um serviço com uma qualidade acima da média, um elemento distintivo da marca.
personalizado e diferenciador The Lisbon Concierge arrancou em maio de 2014, granjeando em pouco tempo um sucesso assinalável, essencialmente pela qualidade dos seus serviços, que se assume como um elemento distintivo da marca. Em entrevista à Revista Business Portugal, Paulo Bastos, co-founder & partner, fala da génese do conceito, dos serviços prestados e dos projetos para o futuro.
que muitos outros proprietários poderiam estar a sentir. O timing parecia ser perfeito para este tipo de actividade pois já existiam sinais de um aumento grande no turismo em Portugal. Após uma análise de mercado e a criação do conceito, o The Lisbon Concierge arrancou em maio de 2014 e foi imediatamente um sucesso. No que consiste este conceito? Essencialmente, prestamos serviços de apoio ao arrendamento de curta duração, também conhecido como alojamento temporário local. Alguns dos nossos clientes já arrendavam as suas casas a turistas, mas rapidamente verificavam que não tinham disponibilidade para o fazer e acabava por ser tornar uma dor de cabeça. Nós resolvemos essa dor de cabeça. Gerimos as casas dos nossos clientes, assegurando todo o processo de arrendamento.
Paulo Bastos Co-founder & Partner
Que serviços disponibilizam aos vossos clientes? O serviço mais utilizado é, sem dúvida, o modelo de full management. Os proprietários apenas necessitam de nos entregar as chaves das suas casas e nós tratamos de todos os passos necessários para a gestão da casa para fins de alojamento temporário local. Este serviço inclui a gestão das reservas, contacto com os convidados, limpeza, lavandaria, recepção e assistência durante a estadia. Tentamos que o serviço seja o mais personalizado possível para o convidado, para que não seja apenas um hóspede, mas sim um verdadeiro convidado. Como surge ‘The Lisbon Concierge’? Como é o caso de muitas startups, a ideia surge de uma breve conversa durante um jantar. Neste caso em particular, surgiu durante um jantar em Bruxelas quando um dos sócios actuais falava sobre as dificuldades de obter serviços de suporte ao arrendamento para o apartamento que ele geria em Lisboa através do Airbnb. Decidi criar um conceito para ajudar a combater as dificuldades que ele sentia e
O que vos difere das restantes empresas? Para os proprietários, oferecemos um serviço totalmente transparente, diferenciador e que os clientes apreciam imenso. Aos convidados, oferecemos um serviço
Estão presentes em que cidades? Lisboa foi a ponto de partida, comigo e com a Anabela Cabral, seguindo-se o Porto pela mão do Rui Silva e Luís Carvalho. Com o sucesso nestas duas cidades e já sobre o franchising The City Concierge estamos também presentes em regime de franchising na região do Algarve, Aveiro, Açores e, brevemente, na Madeira. Porquê esta estratégia geográfica? Estamos presentes nas regiões de maior procura a nível de turismo. No caso de Lisboa e Porto, uma vez que existe uma procura cada vez maior por parte dos turistas e por sua vez, mais proprietários interessados neste tipo de rendimento, tornou-se uma opção óbvia. Esta presença em várias cidades permite oferecer serviços completos a convidados que visitam várias cidades em Lisboa e acabam por optar em ficar em casas geridas por nós quando se deslocam para o Porto ou Algarve, por exemplo. E podemos encontrar-vos também além-fronteiras… Embora o nosso foco de atenção seja Portugal, existe uma concessão activa em Bruxelas (The Brussels Concierge) e muitos outros contactos de interessados em levar o franchising do The City Concierge para diversas capitais da Europa. Estamos a definir a estratégia de franchising para a Europa para que, já em 2017, os nossos parceiros estejam a operar na Europa. Por onde passa o futuro da ‘The Lisbon Concierge’? Os nossos serviços têm cada vez mais procura fora de Lisboa, pelo que o futuro passa certamente pelo alargamento da nossa área de actuação. Estamos a criar as condições e a estrutura necessárias para em breve oferecermos os nossos serviços na zona de Estoril e Cascais. Acima de tudo queremos continuar a crescer em Lisboa, mantendo a mesma qualidade de sempre.
personalizado, desde o momento da marcação da reserva até ao final da estadia. Todas as receções de convidados nas casas são presenciais, onde um concierge se encontra com eles para mostrar a casas e ajudar a instalarem-se. Estamos
the l i s b o n
concierge wwww.thelisbonconcierge.com info@thelisbonconcierge.com | +351 925 360 038
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 53
inovação e tecnologia | adidas
Uma garantia de qualidade, consistência e eficiência A adidas Business Services dedica-se à prestação de serviços de backoffice, contabilidade e a todos os serviços de apoio aos negócios das empresas do grupo alemão na Europa e Américas, bem como todas as atividades conexas e relacionadas com os citados fins. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Carlos Guimarães, diretor da adidas Business Services, que nos deu a conhecer as estratégias que têm vindo a ser desenvolvidas pela empresa desde 2009. Começo por lhe pedir para fazer uma breve contextualização da adidas Business Services aos nossos leitores, atendendo à sua história e às etapas mais marcantes, desde o nascimento da empresa até aos dias de hoje. A adidas Business Services nasceu em 2009 com um objetivo muito claro: centralizar numa estrutura de Shared Service os serviços transacionais de contabilidade para todas as empresas do Grupo adidas na Europa. Ao longo dos anos e à medida que fomos incluindo mais áreas no nosso portfólio, alargámos o nosso scope geográfico e, neste momento,
trabalhamos também com os Estados Unidos e Canadá. Tratamos especificamente da área financeira do grupo, desde os pagamentos a fornecedores aos recebimentos de clientes, bem como das despesas dos colaboradores. Somos ainda responsáveis pela área de contabilidade de retalho e, agora mais recentemente, iniciamos tarefas de contabilização das vendas online - eCommerce para o mercado Europeu e do Canadá e, em breve, iniciaremos as mesmas funções para os Estados Unidos. Temos ainda outras funções, não financeiras, que não estavam previstas inicialmente, mas que hoje fazem parte do nosso scope. A abertura desta empresa foi um projeto pioneiro da adidas e a escolha pelo Grande Porto foi estratégica. O nosso principal projeto e objetivo é a expansão geográfica do scope que temos atualmente, sendo que outras tarefas já estão a ser estudadas, o que acrescenta mais valor ao grupo, visto que nos últimos sete anos o grupo tem apostado cada vez mais em nós e no nosso trabalho. A adidas Business Services abrange quantos trabalhadores e qual o perfil dos mesmos? Em 2009 começámos com o primeiro grupo, do qual faziam parte 12 pessoas. Ao longo dos anos, temos vindo a crescer significativamente, sendo que neste momento já passamos a barreira dos 100 colaboradores. Trabalhamos essencialmente com perfis financeiros, mas o mais importante para nós é a integração na cultura da empresa, os tão na moda: soft skills. A cultura da adidas é bastante forte e esta identificação com a mesma é determinante. O nosso ambiente é muito informal, afinal somos uma empresa de desporto e multicultural. A velha máxima do “vestir a camisola” é mesmo verdade na nossa empresa. Sermos promoters é essencial. Numa fase de crescimento da empresa, precisamos de colaboradores com iniciativa, motivação, capacidade de resolução de problemas, que estejam dispostos a crescer connosco e a fazer a diferença ano após ano. Para além disso, é de salientar o bom ambiente que se vive na empresa. Os colaboradores têm um escritório com boas condições físicas, vestem a marca, têm um horário flexível, descontos na compra dos nossos produtos e, acima de tudo, contam com um ambiente onde há potencial de crescimento, abertura à comunicação e um convite muito particular em deixarem a sua marca na história da nossa empresa. Fazer com que as pessoas se sintam bem no seu local de trabalho foi uma das nossas preocupações iniciais. Estarmos contentes com o que nos rodeia aumenta a nossa produtividade, assim
Equipa adidas Business Services
54 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
adidas | inovação e tecnologia
Carlos Guimarães Diretor
como trabalhar com pessoas que nos inspiram. Cada colaborador da adidas Business é um role-model e queremos manter este mind-set. Quais os mercados mais influentes para a adidas Business Services? Europa e América do Norte são os mais influentes neste momento. Que apresentação nos pode fazer da missão e visão da adidas Business Services? A nossa missão é clara. Queremos ser um prestador de serviços de excelência na área financeira. Este é o nosso expertise. Adicionamos valor com processos eficientes, consistentes e com a qualidade no nosso trabalho. São as palavras que melhor nos caracterizam. Temos dado especial ênfase à qualidade dos nossos serviços nos últimos quatro anos. O nosso cliente é interno, mas o facto de ser interno não significa que não tenhamos que lhe dar a qualidade do serviço que espera. A consistência está diretamente relacionada com os nossos processos, uma vez que temos tudo documentado e procuramos continuamente uma resposta adequada e consistente para os nossos clientes. Em relação à eficiência, temos uma focalização muito forte nos processos de melhoria contínua e na standardização dos mesmos. Ao longo dos anos temos vindo a ser cada vez mais reconhecidos pelo grupo como um parceiro de valor na área financeira e isso tem-nos possibilitado um crescimento muito positivo e sustentado.
multinacionais é também um fator bastante importante. O Tecmaia é acima de tudo um local agradável para se trabalhar. Embora fique no seio de uma zona industrial, tem alguns espaços verdes, um ginásio e consegue agregar já bastantes empresas multinacionais. O facto de estar perto do aeroporto é também uma vantagem muito interessante para quem nos visita.
principalmente a forma de comunicar entre eles, visto que num futuro próximo poderemos quase duplicar o tamanho da empresa. Acima de tudo, vamos procurar manter e consolidar os serviços que estamos a desenvolver, mas estou confiante de que podemos crescer muito mais. O nosso valor acrescentado é enorme e cada vez mais o grupo acredita no nosso potencial.
Sente que a presença da adidas Business Services na Maia é um fator de ajuda ao desenvolvimento do concelho? Sem dúvida. Ter uma empresa com 100 pessoas promove o desenvolvimento da cidade. As pessoas falam do Shared Service do Porto, mas quando cá vêm dirigem-se à Maia. A nossa escolha foi estratégica, quisemos descentralizar. As acessibilidades são muito boas, os nossos jovens usam mais o carro do que os transportes públicos, mas o Tecmaia tem um shuttle que vai e vem em horários específicos para o metro, o que facilita muito as deslocações.
De uma forma geral como é que vê a evolução do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido desde 2009? A evolução até aos dias de hoje é extremamente positiva. Mas como em qualquer empresa que começa do zero, tivemos os nossos momentos difíceis. É importante salientar que cometemos muitos erros inicialmente e que fomos aprimorando os nossos processos e estratégia ao longo dos anos, com base na nossa crescente experiência. Por exemplo, nos primeiros dois anos não tínhamos métricas de qualidade, o que dificultava bastante perceber onde poderíamos melhorar. Fomos crescendo com os nossos erros e fomos celebrando juntos as nossas vitórias. É muito interessante ver um projeto a desenvolver-se desde o início e reconhecer que tanto as dificuldades como as vitórias foram sempre momentos de aprendizagem e de crescimento.
Por onde passa o futuro da adidas Business Services? Quais os principais projetos? Temos essencialmente dois vetores de crescimento, nomeadamente o alargamento do scope das nossas funções e/ou a expansão geográfica dentro do mesmo scope. No próximo ano vamos crescer ainda mais e temos que preparar os nossos colaboradores para essa mudança,
A estadia da empresa no Tecmaia, Parque de Ciência e Tecnologia da Maia deveu-se a que fator? O Grande Porto tem bastantes valências interessantes para o mundo empresarial e o Tecmaia é uma delas. Estamos bem localizados em termos de acessos, de universidades, infraestruturas e proximidade com outras empresas. Estarmos inseridos num parque empresarial com outras empresas
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 55
inovação e tecnologia | essilor
“Proteja os seus olhos no presente, para preservar a sua saúde visual no futuro”
A Essilor é uma empresa de origem francesa, líder de mercado nas lentes progressivas. Especialistas mundiais no fabrico e comercialização de lentes oftálmicas, a empresa tem como missão preservar e compensar a visão de cada indivíduo. Apesar de ser uma empresa global, a Essilor orgulha-se do grande nível de satisfação por parte dos clientes, muito graças à melhoria contínua da qualidade que não é negociável e à competência reconhecida dos seus profissionais.
Queria que começasse por fazer uma breve contextualização histórica para que possamos perceber as raízes da empresa, bem como o seu percurso profissional. A Essilor é de origem francesa e resulta da união de duas empresas: A Essel e a Silor. Os primórdios da primeira remontam a 1849, quando foi criada a Sociétè des Lunetiers, em Paris. O acrónimo S.L. deu origem ao nome da companhia. Em 1959, pelas mãos do Dr. Bernard Maitenaz, nasce a primeira lente progressiva da História: a lente Varilux é líder de mercado nas lentes progressivas, resultado de Investigação e Desenvolvimento permanente.A Silor foi a empresa onde teve origem a lente Orma, material orgânico que revolucionou a indústria das lentes oftálmicas, ao substituir as frágeis e pesadas lentes de vidro. A fusão das duas empresas formando a Essilor, ocorre em 1972, em França. A minha chegada à Essilor Portugal acontece em 2015, após dez anos no estrangeiro, onde assumi posições de gestão em vários países. O meu background vem sobretudo das áreas de Marketing e Vendas em empresas como a Henkel, Refrige/Coca-Cola e BIC. Quais as garantias que a marca consegue proporcionar e como é que se tem afirmado no mercado? A Essilor é líder mundial no fabrico e comercialização de lentes oftálmicas, não só devi-do ao enorme avanço na Investigação e Desenvolvimento dos desenhos e materiais das lentes mas nos tratamentos ao nível da proteção da lente e da visão. Há três tipos de desenvolvimento na lente que nos levam à liderança do mercado: o design da lente, proporcionando um elevado nível de adaptabilidade e um alto conforto na sua atividade diária. A matéria da lente, que pode fazer toda a diferença na espessura ou na resistência aos impactos e no próprio filtro da luz azul-violeta nociva. O tratamento que se aplica na lente permite uma elevada proteção (ao nível da radiações UV, embaciamento) tanto para a lente, como para o olho. Além de todo este desenvolvimento tecnológico, no que concerne à lente em si, devemos sempre destacar a nossa atividade junto dos óticos portugueses, nossos parceiros por excelência, a quem dedicamos grande parte dos nossos recursos, para que possam desenvolver a sua atividade o melhor assessorados e preparados possível.
Gonçalo Barral Managing Director
Como avalia a evolução da saúde visual em Portugal? Este é um assunto da máxima importância para nós. A missão da Essilor é muito simples, mas ao mesmo tempo muito aspiracional: “Melhorar vidas, melhorando a visão”. Há uns anos, a função da lente era a de corrigir ou compensar alguma anomalia visual. Sendo esta afirmação verdadeira peca por defeito. A função da lente não pode apenas compensar uma ametropia (anomalia visual) mas, também proteger e prevenir certas patologias ou anomalias que possam surgir no futuro. Como estamos no verão a proteção das radiações UV pode ajudar a prevenir ou atrasar o aparecimento da catarata. Para isso, deve usar-se lentes solares de qualidade, fazendo com que os nossos olhos e pálpebras estejam protegidos. Para uma proteção máxima do sol, é insuficiente o uso de óculos com lentes escuras. O facto da lente ser escura não protege os olhos das radiações nocivas; a cor escura pode filtrar a luminosidade, mas se não proteger das radiações UV, expõe ainda mais os olhos aos UV’s (nefastos), dada a reação natural, face ao “escuro”, de maior abertura da pupila, «porta de entrada» de toda a luz, favorável e
56 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
essilor | inovação e tecnologia nefasta, no globo ocular. Para garantia da saúde ocular, o uso de óculos de sol com lentes de qualidade certificada é primordial. De que forma a especialização dos profissionais tem beneficiado os meios de diagnóstico e tratamento? No nosso país, há especialistas da visão de qualidade reconhecida internacionalmente, que apostam na formação, na evolução do seu conhecimento e nos meios tecnológicos que têm ao seu dispor, para responderem às necessidades dos utilizadores. A Essilor tem fomentado programas de formação, que visam contribuir para uma classe profissional cada vez melhor preparada e informada, de forma a garantirem o conforto, a segurança e a qualidade de visão. Assumindo a posição de líder mundial em ótica oftálmica, de que forma a marca tem vindo a assegurar a qualidade e a inovação? Num mercado onde as mensagens de saúde visual são escassas e onde os óticos que procuram diferenciar-se no campo da saúde visual tendem a manter o seu espaço, a Essilor tem demonstrado, quer em ações diretas (rastreios, formação, política de Relações Públicas) como publicitárias (única marca de lentes oftálmicas a investir massivamente em comunicação na TV) para estar um passo à frente, com vista a garantir os valores da saúde visual no mercado. Em relação aos produtos, a Essilor tem apresentado novidades não só no âmbito de projetos de inovação na compensação de anomalias, mas nos vetores da proteção e prevenção.
por exemplo das novas tecnologias (luminosidade dos ecrãs e dimensão dos caracteres), da evolução da diabetes (pode conduzir à retinopatia diabética), do aumento da esperança média de vida (necessidade de um cuidado mais prolongado), entre outras. A lente deve ter uma qualidade e beneficiar de tratamentos que trabalhem para além da compensação, também no âmbito da proteção e da prevenção. Que estratégias e projetos tem em vista? Os projetos passam por melhorar de forma acelerada a performance dos nossos produtos. As nossas equipas de Investigação e Desenvolvimento trabalham para saber o que afeta e pode vir a afetar a visão humana, e trabalhamos para fazer evoluir os nossos produtos de forma a melhorar a visão dos cidadãos. No âmbito dos serviços, trabalhamos para fornecer aos especialistas da visão um conjun-to de ferramentas modernas e eficazes, para que atraiam mais pessoas, diagnosticando potenciais ametropias o mais cedo possível, e permitir explicar aos clientes os riscos e soluções relacionadas com a melhoria da saúde visual. Que mensagem quer deixar aos nossos leitores para este verão? Gostaríamos de deixar alguns conselhos para o verão: proteja os olhos como a pele. Tal como nos produtos cosméticos com índice de proteção solar, também a proteção das lentes solares pode ser medida por meio do E-SPF, índice de proteção solar ocular, que mede a proteção real das lentes contra as radiações UV nocivas: um E-SPF 50+ é o ideal em lentes solares. Não negligencie o uso de proteção solar de qualidade nas crianças, porque estas fazem parte do grupo de maior risco, porque os olhos são seis vezes mais sensíveis à luz que os adultos. Além disso, passam mais tempo ao ar
livre e em plena luz solar do que os adultos. Muito cuidado com os óculos solares “baratos”, encontrados em lojas não especializadas. Um autocolante ostentando as letras “UV” não significa que filtrem a radiação nociva na sua totalidade. Aconselhe-se com o seu especialista. Proteja os seus olhos no presente, para preservar a sua saúde visual no futuro. Os olhos são para toda a vida.
A constante atualização e a diversificada oferta são alguns dos vossos pontos diferenciadores. Existe alguma relação entre as novas tecnologias e a anomalia visual? A aposta passa pela prevenção? Sem dúvida. É importante lembrar dois factos básicos: a visão é o nosso sentido mais sensível e complexo. Mais de 80 por cento da informação chega através da visão. A Essilor tenta sensibilizar a sociedade para a importância de cuidar da visão o melhor possível, pois os nossos olhos nunca estiveram tão expostos às agressões do ambiente e aos riscos ligados à evolução da humanidade, ou seja, riscos que nos chegam
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 57
inovação e tecnologia | ray human capital
“A inovação
E hoje quase todos os programas de trainees de maior dimensão têm uma fase de avaliação online. Quais as diferentes valências com que interagem e que tipo de suporte/aconselhamento conseguem oferecer? Somos uma empresa de Psicólogos Ocupacionais/ Organizacionais, Estatísticos e Engenheiros, especializados desde 2002, em colocar a avaliação em ambiente digital ao serviço do mundo real. Nesse sentido, acreditamos que a psicometria pode gerar benefícios para as organizações e indivíduos que nenhum outro meio consegue. Por isso, o nosso foco está em criar abordagens inovadoras, sempre suportadas em psicometria e tecnologia com elevados níveis de validade, adequabilidade e aproximação ao negócio.
faz parte do nosso
DNA”
A cut-e é uma empresa de origem alemã especializada em online/mobile assessment que foi criada em 2002 com o objetivo de conciliar tecnologia e psicometria de última geração.
Queria que começasse por fazer uma breve contextualização histórica, abordando também o seu percurso profissional. Desde o início da sua atividade, a cut-e tem tido um crescimento exponencial e hoje, volvidos 14 anos, é um dos líderes mundiais em desenho e implementação de testes e questionários de avaliação online altamente inovadores e disponíveis em mais de 40 idiomas. O grupo tem 33 escritórios, 250 consultores que cobrem todo o mundo, uma vez que os sete milhões anuais de assessments que fazemos são implementados em 70 países. Em Portugal estamos desde 2008, ano no qual criámos uma parceria com a Ray Human Capital, como distribuidora exclusiva no país. Atualmente detemos já uma quota significativa no mercado e clientes de referência nos mais diversos setores, sendo de destacar o Retalho, Utilities, Telecom e Contact Centres como os setores mais representativos do nosso negócio. A minha carreira profissional foi sobretudo desenvolvida em Consultoria de RH, nomeadamente na Ray Human Capital, onde estou nos últimos 11 anos e onde, entre outras, assumi a responsabilidade da gestão da unidade de negócio da cut-e desde 2009. Quais os marcos mais importantes da vossa empresa? Do ponto de vista internacional, sermos os primeiros a desenvolver questionários e testes adaptativos e a incorporação de flash, já no longínquo ano de 2002, é sem dúvida um marco na indústria. Hoje, o facto de já termos
58 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Hugo Bernardes Diretor na Ray Human Capital
feito a transição para o mobile e para o html5 antes de quase todos os outros é também um marco relevante. Quais os programas e soluções que disponibilizam? Somos especialistas em psicometria e tecnologia digital, que colocamos ao serviço da Identificação, Avaliação, Desenvolvimento e Gestão de Talento. Na identificação somos especializados no desenho de campanhas digitais de atratividade. Na avaliação dispomos de um dos maiores portfólios de Avaliação Online do mundo (senão o maior), no qual se incluem, Questionários de Personalidade/Competências – shapes; Questionários de Motivos e Valores – views; Questionário de Integridade e Comportamento situacional – squares e mais de 30 aptidões ou conhecimentos específicos como testes de idiomas. Não obstante, somos mais do que um test provider, e adotamos sempre uma perspetiva consultiva de valor acrescentado para os nossos clientes. Desenhamos Realist Job Previews ou Questionários de Julgamento Situacionais à medida dos contextos dos nossos clientes que com as nossas restantes ferramentas garantem níveis preditivos muito elevados que têm impacto direto no bottom-line do negócio. A título de exemplo qualquer pessoa que se candidate ao site da easy jet, passa por um processo totalmente desenhado por nós.
Qual a filosofia que se encontra subjacente à vossa forma de estar no mercado? A génese da cut-e sempre foi assente em dois pilares, Inovação e Client Driven. Por isso mesmo o lema de “smart, valid and prefered”. Smart está diretamente relacionado com a Inovação que faz parte do DNA e que nos permitiu termos sido os primeiros a ter ferramentas adaptativas e inteligentes e implementar o uso do flash nos nossos testes, questões estas, que à data foram verdadeiramente inovadoras. Promovemos uma relação estreita com as universidades e fomentamos anualmente o Prémio Theta que visa recompensar ideias inovadoras no campo da avaliação ou desenvolvimento humano. Quase todos os anos, lançamos novos produtos, em 2014, foi o squares – Questionário de Integridade e Comportamento situacional, em 2015 foi o sparks – teste de criatividade e inovação e em 2016 vamos lançar um Questionário que avalia um Modelo de Competências Digitais e um Dashboard Visual. Que estratégias e projetos tem em vista? Entrámos no mundo da gamificação psicométrica e neste momento temos uma parceira exclusiva com a Artic Shores que desenvolveu “Gamified Based Assessments” com forte rigor psicométrico. No mesmo sentido, estamos envolvidos com a universidade de ciências aplicadas de Westküste a conduzir estudos de forma a desenvolver mais jogos com boas capacidades psicométricas. Vamos ainda apresentar em Portugal uma ferramenta de gestão de equipas de alta direção denominada Effects que é um novo paradigma da avaliação de equipas de trabalho que se afasta dos modelos vigentes.
myhome | inovação e tecnologia
Uma casa familiar perto de tudo Situada na Póvoa de Varzim, a MyHome é uma casa do início do século XX, cujas características são distintas das restantes. Proprietários desta unidade, Maria Fernanda e António João Palmeira, engenheiros de profissão, decidiram dotar esta casa de capacidades para receber qualquer hóspede. Em termos de localização, a MyHome encontra-se a oito minutos a pé da praia, enquanto a estação do metro fica do lado oposto da rua, estando ainda dotada de um parque de estacionamento gratuito. Relativamente à distância para outras cidades, esta habitação encontra-se perto do Porto, Viana do Castelo, Braga e Guimarães.
Rua Almirante Reis, nº28 4490-438 Póvoa de Varzim
913 987 654 r.pt.goncalves@gmail.com
O conceito que caracteriza esta casa foi pensado ao pormenor por Maria Fernanda: “ter um alojamento local, com utilização total e não partilhada.” Desta forma, a privacidade dos hóspedes mantém-se como uma prioridade. Esta unidade conta com quatro quadros e com duas casas de banho, com secador e produtos de higiene pessoal. A cozinha está totalmente equipada, incluindo uma máquina de lavar roupa, louça e de café. A MyHouse tem duas salas, sendo que uma está equipada com lareira para os dias mais frios. Os hóspedes podem desfrutar ainda de um terraço, um jardim e um quintal. A propriedade contém ainda Wi-Fi. “É uma casa tradicional de família, com tetos trabalhados, onde se resolveu fazer alguns pequenos retoques para a tornar mais apelativa e agradável para turistas nacionais e estrangeiros. Dessa forma surgiu este conceito porque o meu objetivo foi receber as pessoas num ambiente de carinho. Quero que eles se sintam em casa”, afirmou, explicando o nome da propriedade. Caso queiram desfrutar das proximidades, a Póvoa de Varzim é capaz de satisfazer todas as necessidades. Com restaurantes de peixe e marisco e cafés à beira mar, esta localidade tem todas as opções para complementar a estadia. Todas estas facilidades permitem que a casa esteja destinada a todo o género de públicos. “Caso seja para dois parceiros de negócios, podem ficar cada um no seu quarto e têm sala para fazer reuniões. Tanto tenho clientes que procuram a casa para fins empresariais, como tenho casais que pretendem a casa para fins românticos”, contou Maria Fernanda, orgulhosa pelos hóspedes sentirem o ambiente acolhedor da casa. A dinâmica da unidade permitiu que a MyHome atraísse pessoas de todo o mundo. Assim sendo, e de forma a dar a provar alguns produtos nacionais, a engenheira procura deixar uns “miminhos” para os hóspedes. “Deixo sempre produtos portugueses na unidade, como o vinho do Porto e queijo”, admitiu, explicando que os clientes ficam encantados com estes pormenores que os fazem sentir em casa. “Depois do jantar, como não estão num hotel impessoal, podem estar confortáveis à lareira, ou no pátrio exterior. Não estão num lobby. A tranquilidade é um fator importantíssimo”. A MyHome tem sido um caso de sucesso durante todo o ano. Não são os tempos mais frios e chuvosos que afastam as pessoas da atmosfera acolhedora desta casa. “Nem imaginava ter sucesso no inverno”, admitiu Maria Fernanda. “As pessoas aproveitam a chuva para estar bem em casa. Tenho muitos casais que tiram férias numa altura qualquer. Tiram três ou quatro dias e depois andam a visitar o Porto”. O crescimento tem sido favorável, uma vez que os hóspedes têm repetido a experiência. A satisfação faz-se sentir no site dos parceiros “Booking”, onde a MyHome recebeu uma pontuação de 9.7. Todavia, os comentários dos utilizadores são de importância exímia e Maria Fernanda faz que questão de responder a todos, agradecendo as palavras.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 59
inovação e tecnologia | sindicato dos enfermeiros
“OS ENFERMEIROS É QUE SÃO OS PROFISSIONAIS DE AÇÃO” O Sindicato dos Enfermeiros – SE é uma organização centenária, fundada a 3 de Outubro de 1913. José Correia Azevedo, o sindicalista mais antigo em atividade, aborda, em entrevista à Revista Business Portugal, o passado, o presente e o futuro da profissão e deste Sindicato. ela”. Se em todos os países civilizados existe uma tendência para dar maior importância aos Enfermeiros, em Portugal, não é o caso. Colocam-se médicos sem existir necessidade real e deixa-se de fora os que, realmente agem e que visitam e cuidam os doentes. Os Enfermeiros estão infra-aproveitados, em Portugal. Um dos pontos fundamentais da nossa conversa com José Correia Azevedo foi a contribuição do SE, para a valorização da Profissão Enfermeira. A estabilidade, presença e contribuição deste sindicato é responsável pela valorização da Profissão do Enfermeiro, desde a promoção dos ex-Auxiliares de Enfermagem, através do Curso de Promoção Profissional, até à criação do curso superior, passando a Profissão a ter apenas um título, o de Enfermeiro.
José Correia Azevedo Presidente
Terminei o curso de enfermagem em 1962 e comecei a exercer, no serviço de Urologia do Hospital de São João. Desde 1969 que estou neste sindicato e a atividade desta instituição tem sido constante, na defesa da saúde e dos enfermeiros. Sempre trabalhei para a comunidade e assino o blog “O Sindicalista”, pois serei sempre, defensor da difusão da informação certa e segura. Há quem me chame de ‘Dinossauro’, mas a verdade é que não conheço ninguém, com tanta experiência no sindicalismo, no ativo, como eu. José Correia Azevedo abordou o estado da saúde em Portugal durante a entrevista. Os problemas da saúde só se resolvem com os enfermeiros. O enfermeiro e doente estão no centro da saúde, e depois tudo anda à sua volta, incluindo os médicos. A demagogia política que se regista, não permite que a saúde evolua. Se reparar, os Enfermeiros são profissionais de ação, enquanto que os médicos são profissionais pensantes. Com efeito, o papel do Enfermeiro na saúde tem sido, propositadamente, minimizado, com o passar dos anos e o avançar dos negócios. Por cada médico, deveriam existir cinco enfermeiros. E não é assim. Está um pouco “ela por
60 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
No entanto, este assume que a profissão passa por um momento especialmente árduo. O uso e o abuso dos jovens Enfermeiros é algo frequente, mas reprovável. Não existem aumentos, concursos ou progressões na carreira desde 2005 e, em 2009, a Profissão entrou em anarquia com a criação de uma carreira linear, sem hierarquia estável e mal remunerada. José Correia Azevedo sublinha a importância das 35 horas semanais para os enfermeiros, mas não esconde a resistência orçamental da tutela. Aquilo que o Governo se preparava para fazer não era a redução para 35 horas, mas sim o aumento de turnos para o máximo de 11 horas consecutivas e 60 horas semanais, pagáveis em horas, e não em remuneração, evitando a contratação de mais de 5.000 novos enfermeiros nos hospitais e o aumento dos custos. Assim, teremos menos enfermeiros nos serviços e uns pagam a atividade dos outros. José Correia Azevedo também anteviu o futuro do SE e da profissão. Há projetos, ainda, em mente. Esta é a nossa sede definitiva e temos outros espaços extra a funcionar, como uma galeria de arte, um centro de formação e, em plano, o centro de dia. Estes projetos têm sido abrandados pela dessindicalização, mas que serão possíveis, passo a passo. A profissão precisava de bater no fundo, e já o conseguiu, estamos a recuperar e a restaurar, lentamente, pois os Enfermeiros, já se aperceberam que têm de se unir e lutar, primeiramente, contra os que os dividem e, seguidamente, pelo estatuto da sua profissão.
mcd garcia | inovação e tecnologia
Soluções de excelência para o setor automóvel Há duas décadas a operar em Sintra, a MCD Garcia, Lda e a Rugempeças proporcionam todas as peças e componentes necessárias ao seu automóvel, firmando-se em valores como a transparência e a qualidade. Tudo isto no menor tempo possível.
Joana Garcia Responsável pela Rugempeças
Fundada em 1990, e especializada no comércio de peças e acessórios para o setor automóvel, a MCD Garcia, Lda. assume-se como “uma empresa familiar”, fundada por Manuel Angelino que, “a pouco e pouco, foi adicionando pessoal”, recorda o filho, Roberto Angelino. Sempre a acompanhar o pai, o nosso porta-voz cedo deu pela forma como este projeto “foi crescendo” e se consolidou numa casa exemplar, assumida como uma referência, não apenas em Sintra, mas também numa fatia considerável do distrito de Lisboa. Claro está que um estatuto especial como esse não foi conseguido de ânimo leve. “Passam muitas peças pelas nossas mãos, muitas referências, pois trabalhamos com todas as marcas”, explica Roberto Angelino. Especializando-se no ramo dos automóveis ligeiros, a MCD Garcia, Lda. assume “ter todo o tipo de peças”, não se coibindo de contactar os seus fornecedores num esforço para atender a toda e qualquer necessidade que possa surgir. De facto, da chaparia às peças mecânicas, sem esquecer utensílios como o óleo, o catálogo
da empresa é tão vasto e abrangente que “se o cliente quisesse vir aqui procurar um carro inteiro, nós teríamos todos os componentes para lhe vender”, sintetiza. Fazendo jus ao gosto e urgência de cada cliente, a MCD Garcia, Lda. proporciona componentes originais, das marcas desejadas, mas também peças reconstruídas, assumindo sempre – de uma forma ou de outra – “um compromisso para com a qualidade”, independentemente de qual seja a natureza do produto solicitado. “Vendemos peças de primeira linha”, assegura o porta-voz. Mas o profissionalismo e o respeito pelo cliente não se ficam por esse aspeto: “As pessoas são sempre devidamente informadas e aconselhadas sobre os produtos que estão a levar”, garante Roberto Angelino, antes de sublinhar que, “quando necessário, também é dado um esclarecimento ao cliente sobre qual o procedimento de montagem correto” para o produto em questão. Um serviço de excelência Para além do serviço de atendimento ao balcão, a MCD Garcia, Lda. é uma empresa que não subestima a importância de proceder à própria entrega (e recolha) de peças automóveis, a pensar nos clientes que se encontram geograficamente mais distantes, sejam eles particulares ou oficinas. “Por norma, fazemos entregas quatro vezes ao dia”, enumera o responsável. Claro que uma valência como esta apenas se torna possível com o acesso a uma numerosa frota de veículos, devidamente munidos para o transporte célere e atempado dos produtos. Esta prontidão na resposta às necessidades do cliente corresponde, efetivamente, a um dos traços que melhor distinguem esta empresa das restantes. Até porque “hoje em dia ninguém espera por ninguém”, observa Roberto Angelino. Entretanto, o profissionalismo e a solidez financeira são aspetos que têm vindo a encontrar eco no modo como, ao longo dos anos, a MCD Garcia, Lda. tem vindo a ser agraciada como o estatuto de “PME Excelência”, o qual permite o natural reforço de uma “credibilidade” já há muito firmada. Atualmente com uma equipa que ronda os 30 colaboradores (e na qual se incluem os profissionais que operam noutras lojas do grupo), a empresa não negligencia a importância do fator formação. “Sentimos falta de pessoal qualificado para esta área”, confessa o nosso interlocutor, que não se poupa a esforços para assegurar a adaptação dos seus funcionários às diferentes evoluções do setor. Assim sendo, “a formação é dada logo desde o início”, uma vez que todos – cliente, empresa e profissional – lucram com o consolidar de conhecimentos. Outras lojas Contando já com duas décadas de experiência, a MCD Garcia cedo provou ser uma empresa atenta e adaptável ao mercado em que opera. Não admira, nesse âmbito, que a casa-mãe tenha vindo a ramificar-se através da abertura de outros estabelecimentos e firmas, como é o caso da RugemPeças, chefiada por Joana Garcia. Com instalações firmadas na Terrugem e na Abóboda, esta é uma empresa que assume um modus operandi em tudo similar ao da sua congénere, jamais descurando elementos importantes como a transparência ou a celeridade no atendimento. A inauguração de novos estabelecimentos no futuro é algo que o grupo empresarial, efetivamente, não descarta. Até porque, a comprovar-se o bom desempenho até aqui sentido, a consolidação de novos clientes e o reforço do estatuto de excelência a tal levarão. Sempre com um catálogo vasto, atento e – acima de tudo – focado na melhor qualidade automóvel.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 61
inovação e tecnologia | curral dos caprinos
Sabores que
unem tradições Existem saberes e sabores que só se podem apreciar ao longo do tempo. O Restaurante Curral dos Caprinos, movido pela personalização do seu serviço, abre portas a uma dessas experiências únicas e acolhedoras e convida-nos a degustar, sem pressas, a singularidade de um Portugal que se quer tradicional. João Levita e António Pacheco Administradores
Preenchido por raízes familiares, o cliente que aqui entra fica sempre com vontade de regressar; por sua vez, os afetos, que uma paisagem como a Serra de Sintra consegue unir, desperta no Homem o desejo da contemplação. António Pacheco, apurando essa particularidade, fala-nos agora sobre um paisagismo romântico, materializado em 41 anos de história. O projeto, abarcado a 15 de agosto de 1974, começou desde logo por somar maisvalias quando o atual gerente (experiente no ramo) decidira partir para o desafio com o apoio de João Levita e Ramiro Levita. Outrora antigo curral de ovelhas e cabras, a casa concretiza-se agora num lugar rústico, onde o cenário exuberante e exótico caminha lado a lado com a alma que nasceu para ser rural. Tornando-se impossível desligar a experiência deste universo com as vivências e conexões que um restaurante assim consegue proporcionar. Como especialidades podemos encontrar o cabrito assado no forno, o cabrito estonado à moda de oleiros, o arroz de tamboril, as espetadas de carne e peixe ou a famosa entrada de cogumelos. Esta multiplicidade não
62 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
se tornaria tão viva sem antes se pensar no vinho que a acompanha. Autêntico pelas mais nobres castas portuguesas serve-se com as tonalidades em que a paisagem se desdobra. “É a cozinha da aldeia, muito regional. Atualmente, continuamos com os mesmos pratos com que abrimos - tradicionais e com o nosso toque único”, caracteriza. Os segredos gastronómicos misturam-se à misticidade da natureza e deixam antever as receitas que foram apuradas de geração em geração. O carinho envolvente em todo este conceito desperta eventos de grande proporção. Por entre casamentos, batizados, jantares e almoços de empresas, e aniversários, António Pacheco e João Levita abrangem ementas várias e conseguem personalizar o espaço ao gosto pessoal de cada um. A dedicação que transporta uma arte assim vem revelar como é possível usufruir de um ambiente campestre e ainda continuar próximo do cosmopolitismo da cidade. O futuro, pensado na crescente fidelização de clientes, procurará sempre a essência rural de Cabriz, nunca deixando de piscar o olho à Serra de Sintra.
jtd | inovação e tecnologia
A vantagem do constante desenvolvimento e conhecimento
Equipa JTD
Assumindo valores de transparência e grande abertura no mercado, Jorge Tavares sempre reconheceu as mais-valias da sua experiência e tenta a partir dela gerar um crescente crescimento na área dos trânsitos e descargas. Hoje a JTD conhece a visão empreendedora que se dita pela perspetiva internacional e cada vez mais desafiante.
Vindo de uma geração que já experimentara este ofício, o empresário move-se a passos rápidos para possibilidades várias. Essas raízes familiares permitem-lhe agora consolidar e experimentar um mundo que os seus bisavôs e avôs não conheceram. “Eu comecei com a carga convencional, pois na altura ainda não existiam contentores. Entretanto, surgiu essa vertente e tivemos de nos adaptar”, explica o nosso interlocutor. E embora ele já esteja nesta atividade há 28 anos, a empresa acabara por surgir apenas em 2013. Em busca dos melhores resultados, a JTD procura alcançar bons operadores, ficando lado a lado dos seus parceiros de negócio. A experiência e o contacto direto com o mundo dos negócios não é só o seu investimento, mas também a base do seu sucesso. O fenómeno da globalização, cativando a riqueza do nosso país, faz com que dentro das suas estratégias se defina o território das importações e exportações. Tudo isto envolve gestão e precisão - atributos que o empresário nunca descartará.
Porém, são várias as necessidades do cliente e são igualmente diversas as lacunas que o mercado apresenta. Ainda assim, o responsável mantém a sua transparência e move-se por todo este ambiente, acreditando que a viabilidade do negócio se concretiza com base na experiência de anos acumulados. “As pessoas quando entram aqui vêm sem experiência e vão alcançando conhecimento com o seu próprio esforço”, salienta. A formação para este ramo profissional é inexistente e, por isso, a sua habilidade só se materializa quando a pessoa fica motivada a aprender o ofício. “Somos uma empresa pequena e conhecemos todos os rostos”, aproxima. Esta ligação que os une desafia fronteiras e embora acabe por não ter muita expressão em Portugal, explora todo o mundo. São elos assim que fortificam toda a estrutura e permitem robustecer o dinamismo que todos os negócios sugerem. Carregue embora a fragilidade da economia, a JTD avalia todos os ciclos e conjunturas de forma a captar a sua potencialidade. Sabendo de antemão que a distinção das empresas nem sempre se conhece a partir da dimensão dos números, e que a sua confiança se revela através de um conhecimento polivalente, a JTD une-se a diferentes setores de atividade para compreender a sua inserção. “É na parte marítima onde estamos mais inseridos, mas começamos a focar-nos também na área da manutenção das companhias aéreas”, informa. O empresário ausculta agora as transformações significativas neste mundo de negócios e prepara-se para concretizar os objetivos futuros. A fidelização permanecerá intacta e é com o mesmo esforço e rigor que a JTD continuará a traduzir todo o seu foco.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 63
inovação e tecnologia | globelink
De Portugal para o mundo A Globelink foi fundada em 1988 como transitário internacional de mercadorias. Desde então a empresa evoluiu o seu core-business para se tornar um dos maiores NVOCC (Non-Vessel Operating Common Carrier) mundiais, com foco especial na grupagem/consolidação de mercadorias.
Fernando Veiga General Manager
Com sede em Singapura e mais de 100 escritórios em quatro continentes, a Globelink formou em 2009 com os seus agentes a aliança GCA-Global Consolidation Alliance. Fazendo uso dos seus próprios meios e capacidades, o grupo assegura serviços de grupagem que ligam semanalmente mais de 150 portos de embarque a mais de 200 portos de destino. Todos estes serviços porto-a-porto são diariamente complementados com ofertas de serviços aduaneiros, armazenagem, recolhas e distribuição, capacitando o grupo para providenciar serviços porta-a-porta de ou para qualquer destino. Suportando-se na sua rede de escritórios e agentes e de uma excelente rede de plataformas de transbordos geograficamente muito bem colocadas, em todo o mundo, bem como, por avançados sistemas integrados de informação, a Globelink é uma mais-valia permanente para a circulação das mercadorias dos seus clientes, oferecendo um alto grau de confiança, eficiência e flexilidade em todas as suas operações, buscando permanentemente o
64 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
cumprimento do lema “In Unity, We Link The Globe”. Com experiência no mercado português desde 2001, quando cá iniciou a sua atividade através de um agente, a empresa viu no nosso país o potencial de desenvolvimento que a levou a tomar a decisão de em 2010 abrir a sua própria sucursal através da parceria e sociedade com a Globelink Uniexco, subsidiária do grupo em Espanha e líder local no sector NVOCC, com Fernando Veiga que nesta entrevista faz um balanço bastante positivo da evolução da empresa nestes anos. “Foi fácil verificar que o projeto tinha grande potencial e quando a Globelink me convidou, não exitei em aceitar a sua liderança no nosso país. É claro que o nome e a experiência da empresa ajudaram, mas temos que realçar o papel da equipa de pessoas que nos acompanharam neste projeto e que tiveram um papel fulcral na sua implementação e que ainda hoje continuam a lutar pelo seu desenvolvimento e sucesso. Ao fim de um ano, no negócio específico da grupagem, em exportação, já éramos líderes de mercado”, revela o entrevistado. Seis anos após a abertura do escritório em Portugal, o balanço feito pelo responsável é positivo, “na exportação somo líderes com 11 serviços diretos de consolidação regulares de Portugal, o que não tem atualmente comparação no nosso mercado. Estamos a crescer todos os anos desde que abrimos e chegámos a registar racios de crescimento em determinados anos de 30 por cento. Crescemos principalmente através da aposta no crescimento dos volumes consolidados em meios próprios enviados para as nossas plataformas de distribuição, tais como Barcelona, Dubai e Singapura. Esse crescimento e a monitorização contínua dos volumes para os destinos finais embarcados via essas plataformas, levou-nos à abertura de serviços diretos para destinos como os EUA, Brasil, Hong Kong, Shanghai. Oferecemos também serviços próprios de grupagem para Luanda e Maputo. A empresa oferece também serviços de importação de grupagem desde os cinco continentes, “a Globelink tem neste negócio uma posição de liderença destacada no Extremos Oriente,
globelink | inovação e tecnologia
Sub-Continente Indiano, bem como no Golfo Pérsico e Mediterraneo (Turquia e Egito). Os fluxos gerados em cada porto de embarque são de tal forma elevados que oferecemos aos nossos clientes uma elevada taxa de confiança nos nossos serviços, sendo exemplo de realçar, todos os que operamos via a nossa plataforma de Barcelona, onde recebemos semanalmente contentores de grupagem de mais de 50 origens, ligando, duas vezes por semana, por via terrestre com os nossos entrepostos de Lisboa e Porto. Este serviço via Barcelona é realmente muito bom e raramente registamos atrasos significativos. No âmbito da GCA, os nossos agentes nos EUA, América Central e do Sul, também quase todos eles líderes nos seus mercados, asseguram serviços próprios semanais para Barcelona. A verdade é que temos uma cobertura global de excelente qualidade que permite aos nossos clientes planear
slogan mas uma necessidade muito séria”, explica o entrevistado. Fernando Veiga faz questão de destacar a importância do setor para a economia nacional e internacional, uma vez que, no entender do interlocutor “os transitários procuram as melhores rotas e as melhores soluções complementares para dar suporte às necessidades de transporte dos seus clientes e assegurar o fluxo das suas mercadorias sem ruturas. Entre outros serviços, os transitários fornecem, monitorizam e controlam os processos aduaneiros em qualquer ponto, armazenagem e logística das mercadorias e asseguram cada vez mais processos integrados de informação para que os clientes saibam a cada momento o que se passa com os seus produtos. A verdade é que temos um papel essencial na economia que muitas vezes não é devidamente reconhecido no nosso país”. No que diz respeito ao futuro, o interlocutor revela que “a Globelink não é uma empresa que vai atrás de todos os negócios mas não fecha a porta a nenhum, desde que, se revele viável e tenhamos a capacidade e conhecimentos para o dominar. No dia a dia encaramos as questões de forma pragmática subcontratando as áreas de negócio que são complementares ao nosso, como é o caso da área aduaneira, entrepostagem/armazenagem, logística e distribuição, libertando dessa forma os nossos meios para nos concentrarmos no que é fundamental para apoiar os clientes e fazer crescer a empresa. Entendemos que as empresas dedicadas a essas áreas são quem melhor nos pode suportar. Por isso pagamos mas também exigimos, pelo que o processo de escolha dos fornecedores tenha sido e continue a ser bastante seletivo. Existem muito poucas empresas de dimensão global a operar na vertente NVOCC e nós somos uma delas. Por isso a evolução nos próximos anos passa pelo crescimento consolidado nesta área, tendo sempre presente a abertura de serviços diretos de e para novos mercados”, remata Fernando Veiga.
as suas necessidades com enorme grau de confiança. Prova disso é a utilização crescente por parte de clientes empresas ligadas ao setor automóvel onde o just-in-time não é somente um
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 65
MUNICÍPIO DE VISEU Associada à figura de Viriato e eleita pelos portugueses, num estudo da DECO, como a melhor cidade para viver do país, onde a saúde, a educação, a mobilidade e o meio ambiente proporcionam um ambiente de plena harmonia, Viseu é hoje um município de visita obrigatória. A catedral de Viseu é, aliás, um excelente ponto de partida para uma visita à cidade. No Adro da Sé, um dos principais locais de interesse do centro histórico, pode encontrar, para além da Sé e dos Museus, a Igreja da Misericórdia, o pelourinho e o Passeio dos Cónegos. Aqui não é raro deparar-se com o negro granito, característico da região, emoldurando em contraste as fachadas brancas de aspecto imaculado. Depois, siga até ao Rossio, onde pode descontraidamente usufruir dos espaços verdes, ou percorra os troços da muralha defensiva erguida por D. João I e concluída apenas no reinado de D. Afonso V, que ainda se erguem para além das Portas dos Cavaleiros e do Soar. Após viver de perto a arte e a cultura da Beira Alta, há que alargar os horizontes da cidade e descobrir, em pleno distrito de Viseu, o melhor que a natureza lhe pode oferecer na Serra do Caramulo. Enchendo os pulmões do mais puro ar enquanto perde o olhar numa paisagem imponente, ou tirando partido dos benefícios terapêuticos da água nas Termas de São Pedro do Sul, este é o lugar ideal para que o seu corpo e o seu espírito repousem com tranquilidade e deleite. Cidade em constante evolução, também a educação assume um papel predonderante nesta vertente com o Instituto Politécnico de Viseu a assumir o principal papel. Daqui, saem anualmente centenas de profissionais qualificados nas mais diferentes e variadas áreas dando uma nova dinâmica à cidade. Assim e de seguida, apresentamos-lhe o melhor que o tecido empresarial de Viseu tem para oferecer, com o testemunho de várias empresas de sucesso e de referência da região.
município de viseu| Associação Social Desportiva Cultural Recreativa de Silgueiros
“Cuidar é o brilho da condição humana”
A Associação Social Desportiva Cultural Recreativa de Silgueiros tem sido, nos últimos 30 anos, uma instituição de referência na freguesia de Silgueiros, em Viseu, pelo contributo dado na melhoria da qualidade de vida da população local e freguesias vizinhas. A aposta no crescimento continuado das instalações e o aperfeiçoamento do trabalho e meios para chegar às populações deram à ASDCRS as ferramentas necessárias para assegurar um serviço de qualidade a quem por lá passa. Se no início a instituição estava vocacionada para a vertente desportiva, com o tempo as respostas foram sendo alargadas no sentido de ir ao encontro das necessidades da população. Hoje, a instituição dispõe de vários equipamentos sociais, com várias valências, nomeadamente, Creche, Pré-escolar e ATL, Centro de Dia, Estrutura Residencial para Idosos e Serviço de Apoio Domiciliário e, com mais de 50 colaboradores, representa o maior núcleo de emprego a nível local.
Fátima Lopes Diretora Técnica
68 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Apostar no Social para responder às necessidades da população De forma a conhecer a realidade da ASDCRS, a Revista Business Portugal esteve à conversa com Fátima Lopes, diretora técnica da instituição desde 1993, que nos deu a conhecer as estratégias que têm vindo a ser utilizadas ao longo dos anos para garantir o bom funcionamento da mesma. Atenta ao envelhecimento da população e olhando para a necessidade de criar outras valências com respostas mais especializadas, a entrevistada começa por contar que inicialmente, a associação que se dedicava unicamente a duas vertentes, desportiva e recreativa, iniciou a sua atividade direcionada à ação social em 1989. “O presidente José Mota é uma pessoa que dedica a sua vida a causas públicas e sentiu necessidade de fazer algo relacionado com a parte social. A questão da emigração foi e continua a ser uma agravante forte na freguesia de Silgueiros e havia uma necessidade absoluta de criar um serviço de apoio aos familiares dos emigrantes. Começaram os primeiros contactos, mudaram-se os estatutos, e a partir de 1989 a associação ganha o nome de Associação Social Desportiva Cultural e Recreativa de Silgueiros.” Ao longo dos anos, foram diversificando as atividades promovidas até então e alargando as suas valências. “No início fizeram um protocolo com a Segurança Social para a implementação de duas novas valências, Apoio Domiciliário e ATL. A associação foi crescendo e ganhando nome e passaram para a construção de um novo edifício que albergaria duas outras valências, o Pré-escolar e o Centro de Dia. A obra foi concluída em 1993, data em que comecei a fazer parte desta equipa e passámos desta forma a disponibilizar quatro valências.” Com o tempo, foram sentindo cada vez mais necessidade de alargar o âmbito de ação e de procurar novas respostas sociais, nunca descurando as àreas desportiva e recreativa. “A instituição nunca se esqueceu daquilo que foram as suas primeiras valências e propósitos iniciais. Foi nesse sentido que
Associação Social Desportiva Cultural Recreativa de Silgueiros | município de viseu então criar as creches neste mesmo edifício. O acordo de cooperação com a Segurança Social foi celebrado em 2011 e, atualmente, temos capacidade para 66 crianças.” Equipa especializada, projetos e iniciativas A equipa de profissionais é atualmente composta por um médico, enfermeiros, psicóloga, assistente social, educadoras, técnicos de animação, gerontóloga social, ajudantes de ação direta, ajudantes de ação educativa e auxiliares que garantem uma assistência de qualidade disponível 24 horas por dia. Para promover a atividade física e mental dos seus utentes, a equipa que integra a ASDCRS desenvolve regularmente um conjunto de atividades lúdicas e culturais, onde é possivel verificar a interação entre os mais jovens e os de idade mais avançada, algo que Fátima Lopes considera ser uma mais-valia. “Este tipo de convívio faz com que os mais idosos sintam que se estão a relacionar novamente com os seus netos. De segunda a sexta organizamos as mais variadas atividades das 9h às 17.30h e em festas como o tradicional Magusto e o Carnaval costumamos realizar estes encontros com as diferentes faixas
etárias.” É ainda de salientar o evento que é já uma marca da freguesia e da instituição, a Volta de Atletismo em Silgueiros. “É uma marca da freguesia e da instituição há 26 anos. O ano passado chegamos a ter cerca de 300 atletas e pensámos numa nova modalidade para juntar à Volta, em que um grupo de pessoas faz o mesmo percurso que os atletas, mas a caminhar. Este ano o evento realizar-se-á novamente em Outubro e esperamos que a adesão seja tão grande como a do ano passado.” Investir no futuro O aumento da procura dos serviços e a existência de uma razoável lista de espera justificam a necessidade e a vontade de alargar o trabalho manifestadas pela direção da ASDCRS e mostram que a aposta no sector social tem de ser mais efetiva. “Em breve vamos disponibilizar um serviço de apoio aos cuidados continuados com fisioterapia, direcionado a pessoas vulneráveis, em situação de dependência e com múltiplas necessidades. Neste momento, estamos à espera da aprovação do projeto. As unidades de cuidados continuados estão sobrelotadas e como a esperança média de vida tende a aumentar,
os hospitais e este tipo de unidades não encontram respostas para tanta procura e acabam por reencaminhar os idosos novamente para os lares, daí sentirmos a necessidade de criar esta nova valência. Para além disso, temos idosos que se transitarem para esse tipo de unidade, cederão lugar a utentes que precisem de ficar no lar para descanso do cuidador ou outras situações semelhantes.” Fátima Lopes enalteceu a existência deste tipo de associações que se dedicam por inteiro à ação social, frisando que o país carece da multiplicação deste tipo de iniciativas e infraestruturas. Sobre os últimos anos à frente da ASDCRS, a entrevistada garante que “o feedback é muito positivo. Costumo dizer que não tenho sonhos. A minha vida tem sido uma sucessão de acontecimentos positivos e sinto-me uma pessoa feliz e realizada por poder fazer alguma coisa pelos outros.” A diretora técnica está ainda a trabalhar na criação de um anfiteatro, juntamente com os restantes membros da associação, e futuramente anseia “acompanhar esta evolução do envelhecimento para que estas pessoas possam ter um final digno”, conclui.
foi construído um polo desportivo, no qual dispomos de campo de tiro, campo de futebol, campo de ténis e vólei de praia. Eu estou mais direcionada para a parte social, mas penso que esta área aliada à prática desportiva funciona muito bem.” Em 2007, foi aprovado um projecto de candidatura para a construção do edifício em que atualmente se encontram e passaram então a oferecer um serviço mais completo, com a inauguração de uma estrutura residencial para idosos e ainda duas creches. “Só existiam lares no centro da cidade e precisávamos de oferecer esta resposta à população local. Os utentes que tinhamos no Centro de Dia e no regime de Apoio Domiciliário precisavam desta resposta. Outra situação que nos preocupava era o facto de não existir nenhuma creche na freguesia. As pessoas tinham que se deslocar para os seus locais de trabalho, fora da freguesia, e tinham que deixar os filhos mais novos fora de Silgueiros. Resolvemos
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 69
município de viseu| valentim & borges e associados
“Enquanto não alcances não descanses”
A Valentim & Borges afirma-se como uma sociedade de advogados de referência, independente e inovadora, assumindo desde sempre um compromisso absoluto pela qualidade de serviços, formação permanente e a organização profissional. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o advogado José Valentim, que nos falou sobre os principais desafios e exigências da profissão.
advogado deve distinguir-se pela sua elevada postura ética e pela qualidade dos serviços prestados, devendo ser essa a sua melhor publicidade. Assim, o cliente passa a palavra a outro possível cliente e deste modo atingimos um volume de clientes bastante significativo. A honestidade e a transparência são os fundamentos do êxito desta sociedade de advogados. Que relação é que o advogado deve manter com a pessoa que está a defender? Sempre com absoluta confiança e transparência. Não se pode esconder absolutamente nada no decurso do processo, quer da parte do advogado, quer da parte do cliente.
Valentim & Borges e Associados
Gostaríamos de iniciar esta entrevista falando um pouco sobre o seu percurso profissional. Mal terminei o curso em 1992 tive a sorte de estagiar com um grande mestre da advocacia em Viseu. Após o estágio decidi abrir um escritório próprio, não obstante não ter “berço” de advogado. O percurso foi construído com cerca de 16 horas de trabalho diário, com o apoio inexcedível e incondicional daqueles que considero as minhas traves mestras, a minha esposa e filhos, e passados cinco anos fui obrigado a adquirir um escritório maior. Volvidos dez anos, e depois de inúmeras mudanças na sociedade e na justiça, percebi que o futuro tinha de passar por uma organização profissional diferente do exercício da profissão em prática isolada e foi então que resolvi, conjuntamente com o sócio José Borges e Vanessa Cunha Alves, abrir esta estrutura moderna e ampla em 2012, que hoje abriga a Sociedade de Advogados Valentim & Borges. Como é que se fidelizam clientes nesta área e como é que se supera a dificuldade de não os conseguir? Para atingir um patamar elevado, é necessário um trabalho muito árduo, honesto e competente, mantendo uma relação de absoluta confiança e seriedade com os clientes. O
70 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Atualmente quais é que são as áreas de direito que se destacam em Portugal? O mundo do direito é um mundo de profunda diversidade, pelas suas variadas componentes que correspondem às diversas áreas da vida social, económica e financeira, entre muitas outras. Desde cedo percebi que era necessário criar uma estrutura profissional com elevada
valentim & borges e associados | município de viseu
competência técnica, bem equipada, organizada e abrangente porque uma só pessoa não consegue abarcar todas as diferentes áreas. Cada uma delas tem a sua especificidade e complexidade e se o advogado abrange quatro ou cinco áreas está muito mais disponível e tem um conhecimento técnico muito mais aperfeiçoado e atualizado,no sentido de fazer a devida defesa dos interesses que lhe são confiados. Esta sociedade abrange uma vasta gama de áreas do direito, desde o meu caso em concreto, que envolve áreas da responsabilidade civil automóvel, acidentes de trabalho, arrendamento, sucessões e direitos reais. Os colegas abrangem áreas como direito penal, obrigações, comercial, empresas, insolvências, administrativo e fiscal, família e menores, contra-ordenações estradais e outras. O escritório tem solicitações para a resolução de problemas relacionados com as várias áreas e por isso procuramos abranger e encontrar resposta para todas elas.
portugueses. Estou convencido de que a esmagadora maioria dos advogados portugueses são sérios e competentes e não posso deixar de realçar o trabalho que tem sido feito pela atual Bastonária, Elina Fraga, no sentido de elevar cada vez mais esse mesmo prestígio.
Acha que as diferentes áreas carecem cada vez mais de profissionais qualificados? Sem dúvida. Nós procuramos desde o início fazer uma formação incessante nas várias áreas em que atuamos. É de louvar o grande trabalho desenvolvido, desde há uns anos a esta parte, pelo Conselho Regional de Coimbra e pela Delegação de Viseu da Ordem dos Advogados, no que diz respeito à formação permanente nas várias áreas do direito.
Por onde passa o futuro da Valentim & Borges e da advocacia portuguesa? A Sociedade tem neste momento processos e contactos em vários distritos do país e procura essencialmente uma globalização de contactos, no sentido de estabelecer parcerias com outros escritórios e entidades, quer a nível nacional quer a nível internacional e penso que é por aí que passará o futuro da advocacia portuguesa e desta sociedade de advogados. Estamos a acompanhar a globalização e pretendemos cooperar com outros escritórios e colegas, partilhar ideias, soluções e estratégias, no sentido de podermos atingir os objetivos de um crescimento cada vez mais qualificado e competente e de responder a todos os clientes independentemente do local onde estejam.
De uma forma geral como é que avalia o desempenho da advocacia portuguesa? Penso que a advocacia portuguesa é muito prestigiada e competente. Não partilho de todo da crítica social que por vezes é dirigida à classe e ensombra os advogados, que considero injusta e imerecida. Essa não é a verdadeira realidade da advocacia e dos advogados
O público está cada vez mais reticente em relação à justiça que vigora no nosso país? Continuo a acreditar muito na justiça, mas reconheço que em termos políticos têm sido dadas “machadadas” muito fortes na credibilidade da justiça portuguesa. No meu entender e só a título de exemplo, é inconcebível que, para além da desjudicialização de outras matérias, tenham conseguido colocar os inventários nos cartórios notariais e que tenham imposto o encerramento de tribunais. Para bem da justiça temos de inverter urgentemente essas tendências.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 71
município de viseu| junta de freguesia de touro
Uma Junta de Freguesia voltada para a ação social A Revista Business Portugal esteve na freguesia de Touro, uma das maiores do concelho de Vila Nova de Paiva e, foi através do seu presidente, Amândio Salvador, que ficamos a conhecer um pouco mais sobre esta região tão antiga e tradicional. A freguesia de Touro está situada no extremo nordeste de Vila Nova de Paiva, no limite com os concelhos vizinhos de Tarouca e de Moimenta da Beira. É constituída pelos lugares de Touro, Adomingueiros, Avesseira, Cerdeira, Laje Gorda, Póvoa e Viduinho. São vários os vestígios arqueológicos na área da freguesia e que comprovam à sociedade o povoamento remoto desta área. Amândio Salvador iniciou o seu discurso realçando, precisamente, os principais locais a visitar na freguesia que o viu nascer: “A visitar temos desde o pré-histórico: as nossas Antas, ao nível religioso: a Igreja Matriz, na vertente lúdica: a nossa praia fluvial, que atrai diversos visitantes e grupos de escuteiros que cá vêm acampar, temos, também, um Polidesportivo com relva sintética e o Poço Negro, onde os nossos jovens passam as tardes de verão”, enumerou o presidente. Estando, neste momento, a pouco mais de um ano de terminar o seu segundo mandato,
Igreja Matriz
o autarca explicou à nossa revista o que o motivou a candidatar-se: “Candidatei-me porque era um homem disponível e tinha condições para trabalhar para as outras pessoas e para a minha terra. Arranjei uma equipa bastante competente e candidatei-me com o intuito de fazer progredir a minha freguesia”, afirmou, garantindo, ainda, estar a conseguir realizar um bom trabalho, juntamente com o restante executivo: “Faço um balanço positivo, temos trabalhado bem, quer a nível de caminhos, ruas, parques de lazer, ou seja, quer na construção quer na manutenção”. No que concerne às principais atividades económicas realizadas em Touro, o presidente explicou: “As principais atividades económicas do Touro têm a ver com os aviários, produz-se aqui muita carne de frango e temos também cunicultura (criação de coelhos). As pessoas também vão granjeando terrenos, havendo alguma dedicação à própria agricultura”. Uma das mais-valias da freguesia é também o seu Parque Eólico: “Temos um Parque Eólico, com 11 aerogeradores na Serra da Póvoa e mais 8 na Serra da Nave, que nos alimenta, a nós enquanto freguesia e ao próprio município, financeiramente e nos permite dar algumas benesses aos nossos fregueses, que as outras freguesias não conseguem dar”, garantiu o presidente. Contando, atualmente, com 910 habitantes dispersos por uma área de cerca de 50,2 quilómetros quadrados, a verdade Ponte sobre o Rio Covo em Touro
72 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
junta de freguesia de touro | município de viseu Amândio Salvador Presidente
é que a freguesia de Touro se encontra, a par da maior parte das freguesias do interior do país, envelhecida. Desta feita, a Junta de Freguesia de Touro assenta grande parte da sua atividade no desenvolvimento e implementação de iniciativas na área social: “Na área de ação social, apoiámos a construção do Lar, no Centro Paroquial do Touro, com cerca de 70 mil euros. Incentivamos a natalidade, monetariamente, atribuindo, às famílias, 250 euros pelo primeiro filho, 500 euros pelo segundo e 750 euros pelo terceiro e seguintes. Às pessoas portadoras de deficiência, damos 200 euros a cada uma. Criámos também o ATL para que, nos meses de Julho e Agosto, os pais possam ir trabalhar descansados, deixando os filhos connosco. Temos, ainda, três vezes por semana, ginástica para as pessoas adultas que assim as queiram frequentar, ministrada pelos nossos jovens formados em desporto”, evidenciou Amândio. A par destes incentivos, o executivo da freguesia predispõe o seu apoio às duas associações existentes: o Grupo Desportivo e Recreativo Tourense e a Associação Cultural, Desportiva, Recreativa e Social das Terras do Demo (Cerdeira). “Touro é uma aldeia bonita, que tem progredido, e é meu interesse e meu papel mantê-la sempre bonita e limpa”, garantiu o nosso entrevistado, enquanto salientava os principais eventos realizados na Freguesia de Touro ao longo do ano: “Temos o nosso maior evento, que se realiza no segundo domingo de março, que é a Feira do Fumeiro. Esta feira que começou por ser muito pequenina, tem crescido e tem chamado cada vez mais pessoas, só neste ano tivemos mais de cinco mil visitantes. Foi uma boa ideia
criar este evento porque as pessoas estavam a perder a tradição do fumeiro e assim é uma forma de valorizar este nosso património cultural. Para além disso, temos as Festas de Verão, as Festas do Senhor da Boa Sorte, no primeiro domingo de agosto, e o nosso Carnaval que também tem muita tradição e animação na freguesia”, destacou com orgulho. Questionado sobre as principais obras a realizar, ainda no seu mandato, Amândio Salvador, esclareceu-nos: “Estamos a fazer obras na Rua Central, temos mais ruas também onde temos que intervir, queremos aumentar o Parque Infantil, mas, para isso, precisamos do apoio da Câmara e tencionamos continuar na manutenção daquilo que temos. Também estamos atentos aos apoios do PRODER, para onde já fizemos candidaturas para limpeza de floresta, de rios, depósito para os helicópteros abastecerem, entre outros”. “As pessoas daqui são boas, hospitaleiras e têm bom coração. Eu estou dedicado a esta Junta de Freguesia a tempo inteiro”, garantiu o nosso entrevistado à medida que nos aproximávamos do final da conversa. Mas, ainda houve tempo, para um convite do autarca da Freguesia de Touro para que os nossos leitores visitem esta belíssima terra: “Atualmente, a nossa maior necessidade é de jovens, precisamos de juventude na freguesia. Aqui come-se bem, temos o cozido à portuguesa, mas também temos boas trutas do nosso rio e, ainda, o tradicional cabrito. Estão todos convidados a visitar-nos e tenho a certeza de que todos serão bem recebidos e de que ficarão com vontade de voltar”, finalizou.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 73
município de viseu| centro paroquial de touro
Amor ao serviço dos outros Existente desde 1999, este Centro dedicado à ação social na freguesia de Touro, em Vila Nova de Paiva, conta atualmente com uma direção de sete membros e responsável pela tomada de decisões no que a esta instituição diz respeito. De entre eles, estivemos à conversa com o padre António Duarte, o padre Acácio Nunes e Ana Maria Faure (Diretora Técnica).
Acácio Nunes, Ana Maria e António Duarte
“Esta instituição surgiu da necessidade de ajudar as famílias a cuidar mais e melhor dos seus idosos. Antes de abrirmos o lar tínhamos apenas o apoio domiciliário, e, com o tempo, sentimos a necessidade de complementar os serviços que já prestávamos”, começou por explicar o padre Acácio, ao que o padre António acrescentou: “Este projeto começou através da nossa paróquia mas depois toda a população, Junta de Freguesia e Câmara Municipal contribuíram, em muito, para a construção deste edifício”. Apesar de nunca terem pensado em desistir, o processo de construção da Estrutura Residencial para Idosos não foi fácil: “Demorou cerca de quatro anos a ser construído e foi bastante difícil porque existem demasiadas regras, com pormenores, que só complicam a nossa vontade de ajudar. Muitas vezes a lei é lei e as coisas são feitas à letra da lei e não ao espírito da lei”, lamentou o padre António. Com uma capacidade real para 26 utentes, que pode chegar aos 29 (em casos extraordinários e com aprovação da Segurança Social), o Lar proporciona um conjunto de serviços alargado que beneficia, em muito, os utentes: “O balanço deste primeiro ano de atividade é positivo e é mais notório nas pessoas que estão na Estrutura Residencial para
74 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Idosos, uma vez que esta é uma zona com população envelhecida, onde as pessoas vivem isoladas e portanto aqui estão mais acompanhadas o que garante por si só que são mais estimuladas. Depois, dos cuidados de saúde, a medicação certa e a horas, as atividades socioculturais que se vão fazendo, o acompanhamento psicossocial, leva a que o balanço se veja bastante positivo. Penso, ainda, que o nosso Lar tem um enquadramento geográfico que é uma mais-valia, porque está integrado no centro da aldeia o que faz com que os utentes, que têm alguma autonomia, tenham acesso aos diversos serviços da freguesia. A par de tudo isto, contamos, também, com uma animadora e aqui nós tentamos ir ao encontro dos gostos dos nossos utentes. Temos muito cuidado com as atividades de estimulação cognitiva e de desenvolvimento das capacidades artísticas, notam-se alguns desenvolvimentos na manutenção das competências físicas e intelectuais dos nossos idosos”, garantiu a Diretora Técnica, Ana Maria Faure. A política e os valores que regem a ação deste Centro Paroquial e mais propriamente da Estrutura Residencial para Idosos, valorizam e promovem a ligação dos utentes com os seus familiares: “Nós promovemos a ligação com a família de várias formas, por exemplo, temos
centro paroquial de touro | município de viseu
um horário de visitas bastante alargado e as pessoas sabem que se vem um familiar fora de horas para o visitar e, se for viável, facilitamos e deixamos entrar. Tentamos ao máximo que os utentes se sintam em casa, que possam sair quando quiserem e receber os seus familiares quando quiserem. Há regras, para que haja o mínimo de ordem, mas temos muita atenção com este parâmetro tão importante para o bem-estar deles”, explicou, Ana Maria, à nossa revista, lamentando, ao mesmo tempo, o conservadorismo ainda existente relativamente aos Lares de Terceira Idade: “A maior parte das pessoas continua a vir, para este tipo de estruturas, só em último recurso. Eu gostaria que houvesse uma mudança de mentalidades porque a casa tem condições e os serviços estão preparados para beneficiar também pessoas com autonomia”. Com cerca de 20 funcionários, incluindo os cinco elementos da equipa técnica, a laborar neste Centro, a mão-de obra não constitui um problema para esta instituição: “Nós não temos tido problemas com mão-de-obra, todos os nossos funcionários são daqui da freguesia e nós fazemos questão que assim seja, tendo em conta o apoio que a freguesia nos deu na construção destas instalações”, reiterou o padre António.
A par da Estrutura Residencial para Idosos, o Centro Paroquial de Touro conta ainda com outras valências: “O apoio domiciliário (que prestamos a cerca de 20 pessoas) e através de um protocolo com o Banco Alimentar, fazemos o fornecimento de cabazes alimentares a famílias carenciadas da freguesia. No apoio domiciliário, por dia distribuímos cerca de 25 refeições, prestamos cuidados de higiene e imagem, fazemos a higiene habitacional e o tratamento da roupa pessoal e de casa, promovemos atividades lúdicas e asseguramos o transporte e acompanhamento aos cuidados de saúde e outros serviços na comunidade”, acrescentou Ana Maria. “O que nos guia é a caridade ao próximo. O grande objetivo disto é colocarmos o nosso amor ao serviço dos outros”, confidenciou-nos o padre António, com o qual o padre Acácio concordou inteiramente: “A finalidade desta instituição não é uma finalidade económica ou financeira, a nossa razão de ser é o amor ao próximo. Nós sabemos que há pessoas que vivem sozinhas e nós sentimos a necessidade de ajudar essas pessoas”, finalizou.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 75
destaque | restaurante cidade velha
A provar é que a gente se
entende… Estive na Madeira, melhor destino insular do mundo, dizem eles. Dizem eles e digo eu também! Lindo! Tudo muito lindo e mágico e natural e bom. Vou concentrar-me no bom, no bom que foi comer na Madeira…
todos são servidos com a maior perfeição possível. Por falar em perfeição, chegou o momento do empratamento. As batatas são misturadas em cebola e bacon, “para ganharem mais sabor”, ouvi. Espalha-se molho de manga com pimenta rosa no prato, dando-lhe vida. Colocam-se as batatas, formando o monte – acredito que a simbolizar a parte montanhosa do Funchal – e, por cima desse monte, os dois filetes –
Luís com a equipa do Cidade Velha Proprietário
simbolizando o mar – apenas faltando um pouco de hortelã para terminar a decoração. Restou-me avaliar, provando – que pena tive, como devem imaginar, custou-me imenso – um prato natural, colorido, com um cheiro agradável e fresco. Recomendo. É a minha conclusão. Não só o prato, mas, essencialmente, o atendimento. Recordo a simpatia do senhor Horácio e a alegria da Joaninha. Acreditem, vale a pena ir ao restaurante do Luís (como o chamávamos). Não fossem eles e os dez dias na Madeira, não tinham sabido ao mesmo. Muito obrigado, Cidade Velha!
Chama-se Cidade Velha, o restaurante que nos acolheu, e foi no Cidade Velha, que dia após dia, durante dez dias, recuperámos nutrientes, energias e entusiasmo para o trabalho dos dias seguintes. Vou falar-vos do primeiro prato que por lá comi… chama-se “rolinhos de espada recheados com camarão” e, antes de abalar pro continente, usufrui do privilégio de acompanhar o chefe do restaurante, à beira-mar plantado, na elaboração desta refeição. Começou-se pela iguaria principal… com as suas mãos delicadas, o chefe, enrolou os filetes em fatias finas de bacon e colocou pequenos e apetitosos camarões no seu interior. No forno demoraria de 8 a 12 minutos a confecionar e, como o prato também continha batatas, redondas, estas foram as seguintes a serem tratadas. Logo depois colocaram-se os legumes, em pouco azeite, que cozinharam em lume brando. Contavam-se: couve laminada, cenoura, feijão-verde, courgette, todos cortados em “Juliana”, explicou o chefe. E eu, que pouco percebo disso, acreditei. Assisti a muita concentração, onde tudo parecia demasiado fácil. Mexem-se os legumes, salteiam-se as batatas, vigiam-se os filetes. Nada pode falhar. A jornalista da Business Portugal está a ver. Mas isso não importa, porque, neste restaurante, tudo é feito na hora e
76 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
78 REVISTA BUSINESS PORTUGAL