empresa | tema
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 1
ÍNDICE 24
Oeste CIM, Peniche Capital da Onda Terra de surf, ondas, peixe, pescas e agroindústria
48
@Restelo Real Estate Diferenciando-se pela especialização
58
06 - SANTA MARTA DE PENAGUIÃO
Boehringer Ingelheim Líder na produção de medicamentos
70
Edin your ideas Por trás da Yammi
80
Advogado Sérgio Pereira Uma referência em Vouzela
10 - TRANSPORTES MALAU
EDITORIAL
Q
uando chega o mês de Novem-
que têm apostado com veemência em novos
Peniche ‘nas bocas do mundo’. A Figueira da
bro, quase que instantaneamente
projectos, em prol de todos, nomeadamente na
Foz continua a figurar nas nossas páginas pela
entramos em período de reflexão.
indústria farmacêutica e na produção de novos
importância económica que tem representado, no-
Ainda não é o final do ano, não é a
componentes electrónicos.
meadamente pelo turismo, e Oliveira do Bairro é o
época de balanços por excelência,
Abordamos ainda os investimentos imobiliários
exemplo de um concelho em crescimento.
mas o peso da necessidade de repensar o que
que têm ganho relevo em Portugal, muito também
Resta-me deixar-lhe o convite para folhear esta
fizemos durante este período é-nos inerente.
pelo turismo que tem crescido exponencialmente,
nova edição e conhecer um país que vale a pena.
É esse balanço que começámos igualmente a faz-
tornando-se num investimento de retorno garanti-
er nos nossos artigos. Além de que os projectos
do aos investidores.
para 2017 começam também a surgir no papel. E
As regiões de Peniche, Figueira da Foz e Oliveira
são estes projectos que pode começar a conhecer
do Bairro merecem também destaque nesta nossa
nesta nova edição da Revista Business Portugal.
edição. Peniche, a Capital da onda, está cada
Tornámos a trazer os melhores exemplos na
vez mais em voga, muito graças ao campeonato
temática da inovação. São empresas nacionais
de surf que decorreu recentemente e colocou
A direção editorial da Revista Business Portugal
FICHA TÉCNICA | Propriedade: Guidetarget, Lda | Diretor: Fernando Silva | Direção Editorial: Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt) | Direção Gráfica: Tiago Rodrigues | Corpo Redatorial: José Lopes, Laura Azevedo, Rita Carreira Matos, Sílvia Pinto Correira, Susana Lopes, Vera Pinho | Outros Colaboradores: Daniel Moreira, Fábio Oliveira, Helena Silva, José Rocha, Teresa Teixeira | Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) | Dep. Comercial: Fernando Lopes, Filipe Amorim, Isabel Brandão, Luís Silva, Manuel Fernando, Paulo Padilha, Pedro Paninho, Rui Diogo, Rui Moreira (geral@revistabusinessportugal.pt) | Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 6ºandar, sala 6.2 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 | Distribuição: Distribuição gratuíta com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID | Depósito Legal: 374969/14 | Periodicidade: Mensal | Edição de novembro
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 5
opinião de nelson cabal - contabilista certificado e consultor de empresas na área financeira
Confirming: um meio de pagamento como instrumento de gestão
Ao longo dos tempos, um dos maiores problemas existentes para quem tem de fornecedor bens ou serviços é a gestão da sua cobrança, quer pelos custos associados à sua gestão e pior ainda pela incerteza que muitas vezes a sua concessão traz para as empresas e que têm nos últimos tempos levado a que muitas sociedades entrem em processos de insolvência e falência, com prejuízos nefastos para a já débil economia do nosso país. Neste artigo pretende-se demonstrar como a utilização do confirming e implementação nas empresas poderá ser um instrumento de gestão, quais as suas vantagens e desvantagens e como aproveitar a sua utilização, obtendo uma vantagem económica, para ambas as partes. O que é o confirming habitualmente utilizado e mais comum no mercado? O confirming é um serviço bancário através do qual uma empresa cliente (do banco) de bens e serviços transfere para o Banco a gestão dos pagamentos aos fornecedores. Estes, por sua vez podem beneficiar da antecipação total ou parcial dos fundos a receber. Tudo começa com um acordo comercial, através da venda de um bem ou serviço prestado, e a emissão da respetiva fatura. A empresa cliente (do banco) emite as ordens de pagamento a prazo, assegurando a provisão na conta à ordem na data de vencimento da fatura. O Banco, por seu turno, notifica o fornecedor sobre a ordem de pagamento a prazo e concede-lhe a possibilidade de antecipação total ou parcial das faturas, cobrando ao fornecedor despesas e juros acrescido do imposto de selo sobre os juros e comissões, pela antecipação efectuada e ao seu cliente (vendedor) custos da operação. O fornecedor, quando notificado pelo Banco sobre a ordem de pagamento a prazo, pode então optar por antecipar os pagamentos a prazo (conseguindo um crédito imediato), ou receber na data de vencimento acordada e nesta última hipótese sem qualquer custo. Mas não é esta utilização mais tradicional deste serviço que iremos apresentar, mas sim uma outra forma da sua utilização, com uma vantagem económica para o pagador (cliente) bem como para o recebedor (fornecedor). Como obter uma vantagem económica para o pagador (cliente) e recebedor (fornecedor)? Com a utilização deste serviço bancário, passará a liquidar aos seus fornecedores, como se de um pronto pagamento se tratasse, isto porque irá dar indicações ao banco para proceder à liquidação das suas faturas, após a sua receção e conferência, dentro de mais ao menos 8 a 15 dias da sua emissão. Então, deverá renegociar com os seus fornecedores, informando-o que pretende liquidar as
6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
suas faturas, pela via confirming, solicitando um prazo razoável para a sua conferência (8/15 dias) e como tal, pretende que o fornecedor lhe conceda um desconto de pronto pagamento (pagamento antecipado) ao prazo de tempo de crédito que tinha acordado. Hoje em dia, este tipo de desconto (financeiro) anda entre os 1,5 por cento a 3,0 por cento do valor da fatura, que é o “preço” que o fornecedor está disposto a conceder para evitar o custo de gestão de cobrança e eliminar o risco de não cobrança das suas faturas, já que recebendo por este meio o pagamento fica garantido. Por outro lado, nessa negociação do desconto de pagamento antecipado, o pagador deverá informar o seu fornecedor (recebedor) que a aceitação desta forma de recebimento, não lhe trará qualquer custo acrescido, pois os custos com a entidade financeira (banco) serão todos da sua conta. Obtido este acordo, deverá junto das instituições financeiras com que trabalha, solicitar que pretende implementar na empresa o serviço de confirming, para todos ou parte dos seus fornecedores habituais de conta corrente, pelo que pretende lhe apresentem uma proposta para a sua implementação. Será importante definir com o banco qual o prazo pretendido de liquidação da antecipação, isto é se com o fornecedor tem habitualmente 60 dias ou 90 dias da data da fatura, deverá ser esse o prazo para liquidar a sua antecipação, já que iremos funcionar como um pronto pagamento se trate. Na prática estamos a transferir o prazo que tínhamos de pagamento ao fornecedor para o banco e a pagar ao fornecedor a pronto pagamento, sendo nesta alteração que iremos obter a vantagem económica conforme se irá demonstrar com um exemplo prático. Exemplo prático: Condições bancárias para este tipo de serviço: 1 – Comissão de pagamento que oscilam entre 0,10% a 0,20% (dependendo do banco) 2 – Custo fixo por pagamento na ordem dos € 1,25. 3 – Taxa de juro – Euribor 6 meses + Spread que pode oscilar entre 1,75% a 3% (depende do banco e das contas de cada empresa), mas sendo uma entidade com bons resultados e equilíbrio financeiro os valores acima são os razoáveis. 4 – Imposto de selo a 4% sobre juros e comissões. Dados para demonstração: Faturas a liquidar no valor de € 60.000,00 Desconto financeiro por pagamento antecipado – 3% Condições bancárias: 0,15% (comissão pagamento) – custo fixo € 1,25 – Taxa de juro c/ spread – 2%.
Neste exemplo verifica-se que o proveito para quem tem de pagar, já deduzido dos custos incorridos com o banco é de € 1.497,10. Vantagens
municípios em destaque| Município de santa marta de penaguião
Turismo como dinamizador do território
A região demarcada e regulamentada mais antiga do mundo o Douro - é detentora de paisagens inigualáveis onde os socalcos, principalmente os do baixo corgo, recortam a paisagem e criam um conjunto de molduras inesquecíveis. Santa Marta de Penaguião é um destino de excelência para os amantes da natureza e do enoturismo. O município está empenhado em tornar a região numa referência em turismo de proximidade, como nos revelou, em entrevista, o presidente da autarquia de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado.
Luís Machado Presidente
São inúmeras as potencialidades do concelho detentor de uma localização privilegiada, que encara o turismo como um setor chave e estratégico para a sustentabilidade e desenvolvimento do mesmo. Santa Marta de Penaguião está situada no coração da região duriense, a dez minutos da ferrovia e a muito poucos quilómetros das autoestradas A24 e A4, “somos Douro, Património da Humanidade, mas somos também Serra. A Serra do Marão, somente a 20 minutos da sede da Vila, é o manto protetor deste Douro tão genuíno, e grande responsável também pelas paisagens ímpares. Juntos, Douro e Marão, criam uma gastronomia e vinhos diferenciados e de excelência, reconhecidos a nível nacional e internacional”. O concelho com 69,25 km2, composto por sete freguesias, tem delineado um plano que irá permitir projetar Santa Marta de Penaguião como um destino de visitação obrigatório, como nos explica o autarca: “acredito que Santa Marta de Penaguião tem a base histórica e ‘lendária’ para sustentar a verdadeira história da região demarcada do Douro, e dar a
8 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Município de santa marta de penaguião | municípios em destaque conhecer ao mundo, este pequeno canto do país, desenhado e cavado a sangue, suor e lágrimas. Santa Marta de Penaguião está geograficamente muitíssimo bem localizada e as acessibilidades são excelentes. Devem visitar-nos nem que seja para percorrer a Estrada Nacional 2. ‘Santa Marta’, Santa que dá o nome ao nosso Concelho, é a padroeira de toda a Região Demarcada do Douro, e Frei João de Mansilha oriundo de uma das nossas freguesias, o seu mentor. Ele estudou e delimitou a região para proteger os interesses dos lavradores da mesma”. Neste sentido, aliando o património da beleza natural e paisagística, à história real e à Lenda (retratada há anos no vitral da Casa do Douro), o entrevistado considera que “reunimos inúmeras potencialidades para colocar em prática duas ideias que penso que tornarão este destino obrigatório para quem visita o Douro. Uma será o espaço Frei João de Mansilha, onde será possível conhecer de forma interessante, interativa e pedagógica toda a história do Douro, o outro,
mais singelo, mas muito significativo para o Douro, irá denominar-se de espaço Douro Vivo, onde pretendemos dar a conhecer todas as castas autorizadas nesta região vinhateira”, revela Luís Machado, com a ressalva de que os projetos estão ainda pendentes do Portugal 2020. Sendo um concelho que se debate com a problemática de fixar as populações, o autarca revela que existe uma estratégia onde “entendemos o turismo como uma consequência, ou seja, se tivermos algo a oferecer, o turismo acontece, criando riqueza no nosso território, fixando e atraindo nova população. O vinho é o nosso produto de excelência, mas estamos também a apostar noutros produtos, diversificando culturas, criando novas oportunidades. Neste sentido, a convite deste município, juntamos todas as autarquias da Serra do Marão: Amarante, Baião, Mesão Frio, Régua e Vila Real para, em conjunto, desenvolvermos um projeto que promova o turismo de natureza, promovendo a paisagem e a biodiveridade. Se estivermos
organizados o turismo será de facto uma consequência, porque aí sim vamos ter uma oferta de qualidade, organizada e veículo para a promoção económica dos produtos endógenos, possibilitando que futuramente, Santa Marta de Penaguião seja um concelho sustentável e apetecível para as populações. Até porque temos uma qualidade de vida ímpar, que os grandes centros urbanos não conseguem oferecer”. Questionado sobre a oferta hoteleira existente no concelho, o autarca reconhece que é neste setor que existem ainda algumas lacunas, “temos algumas unidades de alojamento local e de enoturismo, mais precisamente cerca de 35 camas. No entanto durante o mês de Novembro será lançada a primeira pedra para o Hotel Temático que vai ser construído na freguesia da Cumieira. Algumas quintas pretendem transformar-se em alojamento local, e penso que isso advém também da confiança que têm neste executivo na promoção do turismo como criação de riqueza. Por fim, temos também na forja um
parque de campismo e caravanismo. Estou convencido que, brevemente, dentro de um a dois anos, iremos ter uma oferta capaz de acolher aqueles que nos visitam”. Missão: Bem estar e felicidade dos penaguienses Na liderança do primeiro mandato, enquanto presidente do Município de Santa de Penaguião, Luís Machado revela que “o mais importante são as pessoas, todos os penaguienses merecem ser felizes, aliás a missão deste executivo passa pelo seu bem-estar e pela sua felicidade. Santa Marta de Penaguião é um concelho com enormes potencialidades socioeconómicas que temos a obrigação de rentabilizar, para que a prosperidade seja uma realidade nos próximos anos”. Sobre os principais desafios enquanto líder da autarquia, este revela que inicialmente “passou por endireitar a situação financeira do município, regularizar todas as contas no primeiro ano e reduzir a metade a dívida à
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 9
municípios em destaque| Município de santa marta de penaguião banca, reduzindo também a zero a dívida da autarquia a fornecedores em 2014. A maior satisfação é ajudar as pessoas e neste sentido reduzimos ao mínimo as taxas do IMI. Neste momento, estamos a abdicar de 113 mil euros no IRS, que ficam no seio das nossas famílias. Desde que estamos no poder reduzimos um por cento em cada ano. Temos um programa solidário muito forte. Oferecemos aos acamados 90 fraldas por mês/cada; apoiamos na aquisição de medicamentos; na reabilitação das habitações degradadas; concedemos bolsas de estudos aos universitários; bolsas de mérito aos alunos dos 2º e 3º ciclos e oferecemos todos os manuais, incluindo livros de fichas e manuais das atividades extra curriculares ao primeiro ciclo, sendo que este ano o Governo ofereceu os manuais ao primeiro ano de escolaridade. Temos de facto um grande enfoque nas pessoas, é um gosto e uma satisfação que a população possa viver melhor, é uma forma de aliviar os efeitos da crise dos últimos anos”, destaca o autarca penaguiense. No que diz respeito às perspetivas de futuro, “penso que, independentemente, das pessoas que se seguirem a nós, o que temos vindo a defender são ideias e projetos para continuar. É por Santa Marta de Penaguião, pelos penaguienses e penso que todos vão reconhecer que estamos a trabalhar, independemente das vontades e das ideias partidárias. Os penaguienses sentem que há finalmente um rumo e uma estratégia para Santa Marta de Penaguião”.
10 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Município de santa marta de penaguião | municípios em destaque
Rota turística da EN2: O projeto do poder local Em Santa Marta de Penaguião vive-se o novo projeto que pretende ser uma referência turística, a Rota da Estrada Nacional 2. Luís Machado revela que “a nacional 2 é uma estrada mítica. É a única na Europa com esta tipologia, ligando o país de norte a sul, de Chaves a Faro. No mundo, só existem mais duas, a Route 40 na Argentina e a Route 66 nos Estados Unidos da América com as mesmas características. Esta particularidade torna-a de facto numa oportunidade única para os 32 municípios por onde passa. O país tem aqui uma oferta ímpar na Europa. Seguindo as declarações do Primeiro-Ministro, no Dia Mundial do Turismo, este projeto representa uma descentralização da oferta turística e um complemento e alternativa ao turismo do litoral. Portugal tem aqui de facto uma oportunidade única de promover o turismo descentralizado, sustentado nos municípios, que são os gestores do território, são quem conhecem melhor cada região. A rota da EN2 é um projeto intermunicipal que envolve quase todo o país. É um projeto para o território e para as pessoas que nele vivem”, destaca o autarca. A rota já foi reconhecida pelo Turismo de Portugal que “se disponibilizou para promover este produto na Europa, bem como todas as entidades regionais de turismo que vêem de facto na EN2 uma oportunidade diferente, única, com um potencial de enorme sucesso. Luís Machado destaca ainda que “quem fizer este percurso passa a conhecer quase toda a gastronomia, quase todos os vinhos nacionais e quase toda a cultura desde o folclore transmontano até ao cante alentejano. É um conceito de turismo diferente. Pretendemos que os turistas da rota conheçam os municípios, aprovem e comprem os nossos produtos endógenos, queremos um turismo de proximidade. O visitante da EN2 terá a possibilidade de ser recebido por todos os presidentes dos municípios e terá um passaporte onde poderá registar a passagem por cada concelho. Essencialmente, o que pretendemos é criar riqueza para todos aqueles que vivem nos territórios de baixa densidade, valorizando o património, desde a paisagem ao turismo religioso e outros pontos de interesse”, destaca o mentor do projeto. Luís Machado revela ainda que esta ação é extremamente vantajosa em termos financeiros, ou seja, os meios que os municípios já têm nas divisões de turismo chegam perfeitamente para a trabalhar e para a concretizar. Neste momento, já está constituída a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2. Falta ainda “protocolar com as Infraestruturas de Portugal a forma como vamos lidar com a rota, já que a estrada é património desta entidade. Gostaríamos que fosse possível a instalação de sinalética da Rota da Estrada Nacional 2”. Luís Machado revela que está a ser discutido com a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD) a possibilidade de desenvolver uma aplicação para smartphones, para que os visitantes tenham acesso a tudo o que a EN 2 oferece. Sobre o processo de adesão dos municípios que são atravessados pela N2, Luís Machado revela que, neste momento, “só Alcácer do Sal é que ainda não aderiu ao projeto”. A Rota Turística da Estrada Nacional 2 nasceu com a intenção de ser um “projeto dos territórios e para as pessoas que neles vivem”, sendo que a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 já é sem dúvida a maior vizinhança do país.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 11
especial 25 anos | transportes malau
25 anos de qualidade e excelência
A Transportes Malau está a comemorar 25 anos de história, assumindo-se como um verdadeira história de sucesso empresarial. Este marco importante no percurso desta PME Excelência foi assinalado com uma cerimónia de descerramento da placa comemorativa dos 25 anos, seguida de um banquete que reuniu várias individualidades convidadas, entre familiares, amigos, clientes, fornecedores e colaboradores. O percurso impressionante da Transportes Malau deve-se essencialmente à visão estratégica e inovadora de Manuel e Laurinda Águeda, dois empresários carismáticos, dinâmicos e empreendedores. A experiência e know-how adquiridos por Manuel Águeda durante os dez anos que trabalhou com o seu pai serviram de pedra toque para, juntamento com a sua esposa, construir este pequeno grande império. A Transportes Malau assume, nos dias de hoje, uma posição de referência no panorama empresarial português e, concretamente, no sector onde gravita. As páginas da história da empresa têm sido escritas com bastante empenho, profissionalismo e dedicação, permitindo assim granjear bons resultados. Na cerimónia de comemoração dos 25 anos da Transportes Malau, Laurinda Águeda mostrouse muito contente e satisfeita pela dinâmica da empresa. “Foram 25 anos de muito trabalho e dedicação. Esperamos que daqui a 25 anos estejamos a trabalhar da mesma forma e a comemorar todos juntos novamente”, sublinha a empresária, recordando que na Transportes Malau “não há patrões nem patroas”, isto porque a empresa é de todos. “Os meus colaboradores são como família, porque sem eles a Malau não seria a empresa que é hoje e não comemoraríamos 25 anos de atividade”, ressalva Laurinda Águeda, lembrando que este aniversário representa o culminar de muito trabalho e dedicação.
12 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Transportes malau | especial 25 anos Manuel Águeda, no seu discurso, também fez questão de exaltar a importância dos seus colaboradores para o crescimento e desenvolvimento da Transportes Malau, fazendo desta empresa uma verdadeira referência. “Queria agradecer a todos os meus colaboradores pelo trabalho, dedicação e empenho que têm demonstrado ao longo destes anos”, confessa o empresário de forma emocionada, aludindo: “É uma honra trabalhar ao vosso lado”. Com 25 anos de história, o percurso da empresa foi sendo desenhado com altos e baixos, mas sempre com a força, ousadia e coragem de fazer mais e melhor para granjear o sucesso, por isso Manuel Águeda agradeceu o apoio dos colaboradores “nos momentos mais difíceis”, disse, mostrando a sua satisfação e regozijo “por vos ver nesta comemoração com as vossas famílias, neste dia tão especial para todos nós. No início, nunca pensei que a empresa chegasse a este patamar, mas chegou, e para isso a vossa dedicação foi verdadeiramente essencial”, relevou o administrador da Transportes Malau. Com níveis de exigência cada vez maiores, a Transportes Malau está empenhada em fazer crescer o negócio, apostando num serviço de qualidade. “A nossa forma de estar no mercado
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 13
especial 25 anos | transportes malau Cristiana, Laurinda, Manuel, Ana e Marta Águeda
pressupõe um grande foco no cliente, para satisfazer as suas necessidades, estabelecendo uma relação de confiança, bem como rapidez na execução”, afiança Marta Águeda, filha dos fundadores. No futuro, Manuel e Laurinda Águeda pretendem que a Transportes Malau continue a desenvolver a sua atividade cumprindo com os seus compromissos, visando a satisfação dos seus clientes e o próprio crescimento da empresa. “Queremos continuar a investir de forma acautelada, prestar um serviço com cada vez maior qualidade e seguir o rumo da inovação”.
14 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE O poder local desempenha um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento das regiões, quer pelas atividades dinamizadas, quer pelos estímulos concedidos às empresas, trabalhando sempre em prol da qualidade de vida das populações. Neste sentido, a Revista Business Portugal continua o seu trabalho na descoberta dos melhores exemplos e das melhores práticas desempenhadas pelos municípios de norte a sul do país. Os municípios têm, também, um importante papel na economia, uma vez que são os principais empregadores, em algumas regiões, conferindo-lhes uma grande responsabilidade social. No seguimento deste trabalho, concluímos que as autarquias estão preocupadas em contribuir para a melhoria das condições de vida e desenvolvimento das suas regiões. Os incentivos à natalidade, o investimento privado, a dinamização do turismo, o apoio aos mais carenciados e o suporte à terceira idade, são algumas das questões que ocupam os dias e o trabalho dos autarcas portugueses. Se no cômputo geral os municípios são os representantes do Estado, já as freguesias e os seus presidentes são vistos, na maioria das vezes, como o primeiro contacto para a resolução de alguns problemas. A par dos municípios, as freguesias são o garante do bem-estar das populações, contribuindo para a melhoria das suas condições de vida e apoiando, dentro do possível, os cidadãos. O poder local desempenha, assim, um papel crucial na dinamização e no desenvolvimento do país. Desta forma a Revista Business Portugal, destaca os eventos tradicionais e típicos, alguns com dezenas de anos, que, neste outono, animam todos os cantos do nosso país e que contribuem para a manutenção e divulgação das tradições portuguesas que atraem, cada vez mais, os turistas que nos visitam. Nas páginas que se seguem damos destaque ao papel dos nossos autarcas, homens e mulheres que, acima de tudo, abraçaram a missão de liderar e levar mais longe o seu município. Venha connosco conhecer estas realidades!
16 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
município de tarouca| municípios em destaque
Concelho cada vez mais dinâmico Falamos-lhe agora de Tarouca, um concelho com uma beleza monumental imensamente bem conservada, onde as atividades lúdicas ganham expressão, onde a baga do sabugueiro é rainha e o espumante é rei. Assim, é através das palavras do atual presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, que lhe apresentamos um concelho onde ainda há muito por descobrir.
pela cultura, exemplo disso são as ceias cistercienses que representam uma refeição da época medieval, o I concerto de canto barroco e já vamos na terceira edição da Taça de Portugal de Downhill. Vamos trazendo muita gente ao concelho, através de ações que vamos criando. Também os jovens merecem a nossa atenção e tudo temos feito para lhes oferecer mais atividade. O associativismo continua a ser um dos principais fatores de participação dos jovens, ao município compete garantir o apoio e condições logísticas para a realização dessas atividades e muitas vezes somos nós que criamos os eventos nas diversas freguesias e na cidade, chamando depois à participação as associações locais”, reiterou o presidente. 3 Grandes Projetos A construção de uma área de acolhimento empresarial local no concelho, por forma a fixar jovens através da criação de emprego, é o principal projeto a ser desenvolvido pela Câmara
Valdemar Pereira Presidente
O município de Tarouca estende-se por uma área de 102 quilómetros quadrados, tendo uma população residente de cerca de 8000 habitantes e onde a emigração é uma realidade. A superfície agrícola do concelho ronda os 30 por cento e a exploração florestal cerca de 53 por cento. À produção de vinhos de mesa e espumantes naturais estão associadas duas importantes unidades, integradas na Região Demarcada de Espumantes e Vinhos de Mesa do Varosa, responsáveis pelo escoamento e rentabilização de grande parte da produção vinícola da região. Atividades e cartaz cultural “Tarouca tem vida” é o mote e à volta dele giram imensos eventos e atividades que são realizadas no concelho. Em conversa com a nossa revista, Valdemar Pereira contou: “Temos muitos eventos diferenciadores e inovadores, que vão da gastronomia ao desporto, passando
Municipal de Tarouca: “Esta é uma lacuna na qual já estamos a trabalhar e que faz muita falta a Tarouca. Queremos iniciar a obra em Janeiro do próximo ano”, confidenciou. Também o Morro de Alcácima será reabilitado assim como a zona ribeirinha, por forma a potenciar o turismo no concelho. Três grandes projetos que implicam uma recandidatura do atual presidente nas eleições que se irão realizar no próximo ano: “Irei recandidatar-me. A minha vida foi sempre em Tarouca e é junto das pessoas de Tarouca que quero continuar”, concluiu. Visitar Tarouca No grande vale do Varosa o mês de maio pode tornar-se uma agradável surpresa para os visitantes, ao depararem-se com a beleza e o agradável odor da flor do sabugueiro. Inicialmente plantada para servir de vedação às propriedades, o sabugueiro tornou-se a principal fonte de receita para muitos agricultores, pois a sua baga tem inúmeras aplicações, desde a indústria farmacêutica à tinturaria, passando pela medicina tradicional e doçaria. Note-se que Tarouca é o concelho do país com maior produção de baga de sabugueiro. Em franca expansão encontra-se, também, a indústria turística, a que não serão alheias as belezas naturais e o notável património histórico, cultural e arquitetónico que atraem inúmeros visitantes, dos quais são exemplos: A Igreja e Mosteiro de S. João de Tarouca, a Ponte e Torre de Ucanha, o Mosteiro de Salzedas, a Igreja Matriz de São Pedro de Tarouca, a Casa do Paço, entre muitos outros. Para uma visita mais completa aconselha-se ainda o leitor a divertir-se nas festas de S. Miguel realizadas, todos os anos, em Setembro.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 17
municípios em destaque | município de figueira de castelo rodrigo
venha conhecer os nossos Paulo Langrouva Presidente
encantos Falamos-lhe agora de Tarouca, um concelho com uma beleza monumental imensamente bem conservada, onde as atividades lúdicas ganham expressão, onde a baga do sabugueiro é rainha e o espumante é rei. Assim, é através das palavras do atual presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, que lhe apresentamos um concelho onde ainda há muito por descobrir. Sendo Figueira de Castelo Rodrigo um concelho rico em património, tendo como exlibris a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, quais são os pontos de visita obrigatória? Quantos museus existem e qual o seu espólio? Existem vários pontos de visita obrigatórios no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, a altaneira Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, o Majestoso Real Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, a Serra da Marofa e o seu Cristo Rei, que do alto dos seus 977 metros permite uma deslumbrante panorâmica destas terras de Ribacôa, as Ruínas de Almofala ou Casarão da Torre, e as muitas e belas Igrejas que estão por todo o Concelho. Figueira de Castelo Rodrigo orgulha-se dos testemunhos de um passado glorioso. É um Concelho rico em monumentos históricos, devido à ocupação romana em toda a área, deixando importantes vestígios espalhados por várias freguesias. Até ao momento os museus em funcionamento são o Museu de Artes e Ofícios Francisco Távora, o Centro Interpretativo e Museológico de Algodres e o Museu Rural e Etnográfico de Vilar de Amargo. O Museu de Artes e Ofícios Francisco Távora, localizado na freguesia de Escalhão, alberga uma coleção de objetos que pretendem demonstrar aspetos do quotidiano do viver rural das gentes da Beira Alta. Os objetos expostos representam o trabalho rural, os ofícios tradicionais, a vida doméstica, a religião e o lazer destas pessoas. O Centro Interpretativo e Museológico de Algodres, inserido em pleno coração do Vale do Côa, pretende dar a conhecer a história, o património, os costumes e as tradições da aldeia de Algodres. No seu interior está patente a exposição “Grãos da Terra” que contém uma mostra de objetos antigos relacionados com as tarefas agrícolas, em homenagem às gentes de Algodres, que sempre tiraram da terra a sua principal fonte de sustento para as suas famílias. Por último o Museu Rural e Etnográfico de Vilar de Amargo, que tem um riquíssimo espólio constituído por centenas de objetos ligados ao quotidiano da vida rural, quer dos trabalhos de campo, quer na vida doméstica. Os museus guardam os sonhos e os sentimentos, de quem os pensou e tornou realidade. Prestam um serviço público à cultura, contam histórias de outros tempos, estilos de vida dos nossos antepassados.
18 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Que eventos realizam de forma a potenciar a riqueza histórica do concelho? É crucial cativar a população local e atrair turistas a Figueira de Castelo Rodrigo, cativá-los a este Concelho que se encontra em constante inovação, que tem excelentes condições de vida, um vasto património edificado em vários pontos estratégicos. E é através da realização de eventos que isso acontece, nomeadamente o evento Figueira Com Vida que decorre durante o mês de agosto, um mês muito importante para a nossa região, a população triplica com o regresso dos filhos da terra que, por circunstâncias da vida, vivem longe da sua terra natal. Um dos eventos mais aclamados foi a primeira recriação histórica da Batalha da Salgadela, em Castelo Rodrigo, intitulada “Salgadela, a Batalha” que teve um êxito e uma adesão enorme, com milhares de pessoas a deslocarem-se a esta Aldeia Histórica. Falamos agora da mais antiga festividade no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, a sua primeira edição conta já com mais de sete décadas, que é a “Festa das Amendoeiras em Flor”, que decorre entre fevereiro e março. São milhares de pessoas, que entusiasmadas com os primeiros raios de sol, nos vêm visitar e desfrutar desta natureza em festa, deste espetáculo com que todos os anos a natureza nos presenteia. As paisagens ganham nova vida, tornando os campos mais coloridos, salpicados com o branco e o rosa desta pequena mas bela flor da amendoeira. Um dos eventos com mais enfase é o já sobejamente conhecido Festival do Borrego da Marofa, que vai já na sua terceira edição. É de salientar a importância desta iniciativa, uma vez que a mesma promove não apenas intervenientes diretos mas também agricultores
município de figueira de castelo rodrigo| municípios em destaque e produtores da região, que fornecem os produtos para o referido festival. Esta ação do Município vem também comprovar que este concelho reúne muitas potencialidades turísticas, às quais se junta agora a vertente gastronómica com o Borrego da Marofa, que já é presença assídua nos menus dos restaurantes Figueirenses. No que diz respeito ao turismo de natureza, que tipo de atividades são dinamizadas e o que existe para ver e experienciar na região? O Rio Douro e o Rio Côa são os principais atrativos? Figueira de Castelo Rodrigo e o concelho têm ao dispor dos visitantes a beleza e riqueza da nossa flora e fauna, paisagens de encantar e monumentos que difundem valores históricos e arquitetónicos de grande relevância. O concelho engloba as vertentes patrimoniais e naturais, de onde se destaca o Alto Douro Vinhateiro, Património da Humanidade, que tem em Barca de Alva, o último caís do Douro Navegável. Ali, em pleno Parque Natural do Douro Internacional, chegam anualmente milhares de turistas provenientes das mais diversas partes do globo, que têm a possibilidade de desfrutar deste património. Figueira de Castelo Rodrigo insere-se numa superfície aplanada, pertencente à Meseta Ibérica, que se trata da unidade de relevo mais antiga da Península Ibérica e se assume como a 15ª Reserva da Biosfera Transfronteiriça no Mundo e a segunda em Portugal. O nosso concelho é também parte integrante do vale do rio Côa, estando intimamente associado às Gravuras Rupestres
e ao Museu do Vale do Côa. É indubitavelmente uma maisvalia turística e com potencial para ter verdadeiro impacto na economia local. A Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, que consideramos a nossa jóia da coroa, é certamente, um espaço especial e tradutor da alma deste concelho. Ali, está marcada na pedra, a secular história deste recanto de Portugal, que num passado remoto integrou o reino de Leão. Foi ali, nas suas muralhas e nos campos envolventes que foi travada uma das mais importantes batalhas da guerra da Restauração, a batalha de Castelo Rodrigo que ali teve lugar a 7 de julho de 1664. Toda esta riqueza histórica, monumental e paisagística tem continuidade nas freguesias do concelho, desde a Serra da Marofa, que permite vislumbrar a quase totalidade do concelho e os concelhos vizinhos, ao Parque Natural do Douro Internacional que partilhamos com Espanha, que com as suas arribas e o voo dos Grifos, oferece aos visitantes paisagens magníficas. Em termos de alojamento e restauração, qual a oferta existente? Quais são as principais iguarias e produtos típicos? O ramo hoteleiro em Figueira de Castelo Rodrigo conta com várias residenciais, uma estalagem e uma hospedaria, e ainda com unidades hoteleiras relacionadas com o turismo rural, de grande qualidade e requinte. As unidades hoteleiras têm programas próprios para os seus hóspedes, que lhes proporcionam a fruição do nosso património, possibilitando-
lhes, de forma organizada, a visitar aos locais de maior interesse no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. A nossa restauração procura divulgar e promover os pratos confecionados com os produtos endógenos da região, dando, assim, notoriedade ao que de bom se produz em Figueira de Castelo Rodrigo, como é o caso do borrego da Marofa, das sopos das Beiras entre outras iguarias. Apostar na sua divulgação dos nossos produtos tem sido uma preocupação constante da Câmara Municipal que frequentemente apoia e incentiva os produtores na participação em certames Nacionais e Ibéricos. Deste modo consegue-se um reconhecimento nacional e internacional dos nossos produtos, tais como, o vinho, os doces, o pão, a amêndoa, o azeite, o mel, os enchidos, os queijos, os licores variados, etc. A abertura oficial da academia sénior e a nova rede de transportes públicos são as principais ações a destacar neste último trimestre do ano. Qual a sua importância para a sustentabilidade do concelho? A Academia Sénior e a nova rede de transportes públicos, denominada “Cegonha Móbil” são dois projetos sociais que visam a melhoria de qualidade de vida dos Munícipes do concelho. Com estes dois projetos, o Município pretende combater o isolamento e exclusão social da população através do conhecimento, do convívio e dando a possibilidade de as pessoas das aldeias se deslocarem à sede do concelho e poderem tratar dos seus assuntos pessoais ou simplesmente dar um passeio.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 19
municípios em destaque | união de efreguesias de Arícera e Goujoim
Freguesias marcadamente históricas
José Machado Presidente
A Revista Business Portugal chegou, nesta edição, às freguesias de Arícera e Goujoim, localizadas no concelho da capital da maçã de montanha, Armamar. Duas localidades essencialmente rurais, com uma população total a rondar os 300 habitantes, mas com muitos marcos arquitetónicos e históricos dignos de serem conhecidos. Por forma a percebermos o que tem sido feito nestas freguesias, estivemos à conversa com José Machado, presidente da União de Freguesias.
Distam cerca de cinco quilómetros do centro da vila de Armamar e têm como principal atividade económica a exploração agrícola do cereal, batata e, mais recentemente, da maçã e pêra. José Machado revelou estar à frente da presidência da Junta de Freguesia de Arícera há já sete mandatos motivado pela vontade “de mudar a freguesia e também pelo gosto pela política”. O baixo número populacional deve-se, entre outros fatores, aos emigrantes que destas freguesias partiram para outros países em busca de vidas melhores, deixando a população mais velha a residir nas suas terras-natal. Uma solução a desenvolver
20 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
a longo prazo passa pela aposta no turismo: “Arícera tem turismo rural e alojamento local mas poderia juntamente com a freguesia de Goujoim ser mais desenvolvida nesse aspeto porque necessitamos de criar emprego para prender os mais jovens”, desabafou o nosso entrevistado. Em Arícera, do património histórico, destacam-se vestígios da civilização dolménica, da ocupação castreja e ainda a igreja matriz de invocação a São Cristóvão, em tempos filial da igreja de São Miguel de Armamar. Já em Goujoim, os inúmeros vestígios arqueológicos ali encontrados são prova mais que evidente da ocupação remota deste lugar. Goujoim é talvez a localidade com o património arqueológico mais rico de todo o município, garantem os entendidos. O nosso entrevistado é próximo dos seus fregueses e durante os seus já quase oito mandatos o presidente que atualmente representa a União de Freguesias de Arícera e Goujoim abriu caminhos agrícolas por forma a permitir a mecanização dos terrenos, construiu uma nova sede para a Junta de Freguesia e construiu um pequeno polidesportivo. No entanto, a obra que mais marcou José Machado foi a construção de um Centro de Dia, para os mais idosos, na freguesia de Arícera: “A minha principal obra foi a construção de um Centro de Dia em Arícera que tem uma direção espetacular”, afirmou. Lamentando o facto de o interior estar desertificado e de ser esquecido pela maior parte da população portuguesa apesar de todas as mais-valias que oferece, o nosso entrevistado reiterou: “O interior encontra-se esquecido a todos os níveis e ainda mais no que diz respeito às vias de comunicação, nomeadamente, as estradas desta região. Também concordo que se deveria apostar mais no turismo porque o turismo até à Régua está mais desenvolvido do que até aqui”, concluiu, fazendo um comentário positivo à organização da Feira da Maçã: “Acho que a Feira da Maçã é um bom evento para o concelho, que atrai pessoas e que tem crescido de ano pra ano. Dá-se a conhecer o nosso produto e a nossa terra. Posso dizer-vos que a maçã de Armamar tem a melhor qualidade do mundo, é mesmo muito boa e o vinho também é muito bom”, garantiu José Machado. Em modo de finalização ficou o convite e os votos: “Desejo aos meus fregueses que sejam muito felizes e aos leitores faço o convite para que nos venham visitar porque vale muito a pena”, finalizou o presidente.
municípios em destaque | união de freguesias de tavares
onde o desenvolvimento é a palavra de ordem Situada em Mangualde, a União de Freguesias de Tavares é uma das maiores freguesias do concelho. Com uma vasta área, a freguesia tem sido palco de um forte investimento que se verifica no progresso positivo que tem tido nos últimos anos. Em entrevista à Revista Business Portugal, o presidente Alexandre Constantino abre-nos a porta desta terra. nesse sentido e temos conseguido mostrar às pessoas que esta união é positiva para todos”. Tavares, que conta com mais de 32 Km2 e tem quase 1600 habitantes, é uma das maiores freguesias do concelho e tem um cariz, essencialmente, rural que se traduz numa forte componente sentida na atividade da população que se prende, em parte, pela pastorícia devido ao leite para a confeção do Queijo da Serra. Existe, ainda, uma agricultura de subsistência transformada, hoje, com os jovens agricultores que trazem novas culturas como o mirtilo e cogumelos, havendo aviários, pomares e alguma vinha. Desta forma, afastada do meio urbano, Tavares que carecia de serviços que facilitassem a vida da população, a
Alexandre Constantino Presidente
Alexandre Constantino, presidente da União de Freguesias de Tavares, é, também, professor de Matemática e Ciências mas esteve, desde sempre, ligado ao associativismo nas mais variadas formas, passando por inúmeras associações desportivas e culturais até às comissões de festas. De personalidade ativa, Alexandre Constantino foi, também, deputado na Assembleia Municipal de Magualde e, desde 2013, é o presidente desta união que
de Chãs de Tavares com oito aldeias, Várzea de Tavares com duas e Travanca de Tavares que era uma única aldeia. No entanto, esta união não foi pacífica, “as pessoas acreditavam que esta agregação vinha tirar a identidade das freguesias”, comenta o presidente que é a favor desta medida, uma vez que considera importante dar “escala e dimensão às freguesias” para que seja possível um maior desenvolvimento. “Hoje penso que está diferente”, esclarece,
resultou da agregação das antigas freguesias
“temos feito um trabalho muito persistente
22 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
primeira fase das prioridades estipuladas pelo executivo, viu reabrir a extensão de saúde com um médico particular e o posto dos correios que dispõe de todos os serviços. Porém, a reestruturação da freguesia é, também, um ponto fulcral no trabalho deste executivo que quer “tornar a freguesia mais competitiva” de forma a atrair investimento externo. “Esta seria uma forma de nos afirmarmos”, explica Alexandre Constantino, “no sentido de garantirmos a atenção do poder político e, consequentemente, um investimento maior” que levará ao desenvolvimento necessário da terra. Quando falamos nas medidas levadas a cabo pelo executivo de Alexandre Constantino, não podemos esquecer da “forte aposta na educação” que começou
união de freguesias de tavares| municípios em destaque A ruralidade que caracteriza Tavares é sinónimo de um problema que se tem alastrado a olhos vistos no interior do país, a desertificação. Desta forma, as aldeias estão a ficar cada vez mais envelhecidas trazendo consequências graves como a baixa natalidade e o aumento da taxa de mortalidade. Como forma de tentar minimizar esta realidade, a Junta de Freguesia conta com a vasta gama de serviços que oferece e aos quais dá acesso, esperando que essa facilidade dê razões à população para se manter. Papel do Executivo “Quando nos candidatamos a um cargo deste género”, explica, “devemos fazer tudo
com uma melhoria das condições na escola, equipando-a com novos mecanismos, ao mesmo tempo que proporciona novas experiências aos 34 alunos que frequentam a escola com atividades diversificadas durante o ano letivo, como cinema ou teatro, “atividades que, de outra forma, muitos não teriam a oportunidade de fazer”. Ainda na área da educação, a Junta de Freguesia oferece, todos os anos, um kit escolar às crianças composto por todos os materiais necessários.
que merece ser valorizado. Assim, Tavares dispõe de um castro situado no monte do Bom Sucesso e considerado partimónio nacional. Palco de várias fases de ocupação humana e em más condições, será requalificado brevemente. O monte, esse, é também conhecido pelo culto religioso que, anualmente, leva pessoas da freguesia e das terras vizinhas numa procissão à Nossa Senhora do Bom Sucesso.“Procuramos manter as nossas tradições”, afirma o presidente, “dando-lhes um novo rosto com
Além dos serviços já referidos, houve necessidade de equipar a freguesia com viaturas que, até então, não existiam. Hoje, a União de Freguesias de Tavares conta com um trator, duas carrinhas e um carro de combate a incêndios, tendo conseguido aprovar a Unidade Local de Proteção Civil em setembro. Esta unidade, que terá atuado este ano, “funcionará em pleno no próximo”, garante Alexandre Constantino. Mas falar em Tavares não é falar apenas em necessidade de investimento e novos serviços. Falar nesta freguesia é falar, também, em cultura, tradição e património
uma maior atratividade”, como a Feira do Gado, uma feira antiga que foi reinventada e que, todos os anos, leva cada vez mais visitantes à freguesia, sendo inúmeras as romarias que começam no mês de junho e se prolongam até setembro. Como freguesia rural, a ligação à religião católica tem um forte peso na vida da população, fazendo parte do seu património 15 igrejas apoiadas pela Junta de Freguesia de forma “a não perdermos as raízes” e que merecem ser visitadas.
aquilo que estiver ao nosso alcance para o bem da comunidade”. Assim, o trabalho levado a cabo pelo exectuvo liderado por Alexandre Constantino tem sido pautado pela exigência e metodologia, havendo um registo diário de todas as medidas e obras efetuadas, mantendo o inventário atualizado. O objetivo é levar o mandato até ao final da mesma forma que foi iniciado e, assim, “não falhar com as pessoas que depositaram confiança em nós e no nosso trabalho”. Em jeito de conclusão, o presidente deixa uma mensagem à população: “Estou aqui para servir o povo da melhor forma possível e deitar-me, todos os dias, de consciência tranquila”.
Desertificação
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 23
municípios em destaque |União das Freguesias de Montalegre e Padroso
“O mais importante são as pessoas”
Rica em património histórico e imaterial, Montalegre atrai todos os anos milhares de visitantes. O executivo da União das Freguesias procura, por um lado, dinamizar a sua terra e, por outro, responder às necessidades da população.
José Monteiro, António Costa e Gorete Carneiro Tesoureiro, presidente e secretária
No decorrer do segundo mandato, a União das Freguesias de Montalegre e Padroso é liderada pelo presidente António Costa, que conta com o apoio de Gorete Carneiro, secretária e José Monteiro, tesoureiro. Em entrevista, começam por destacar que são vários os pontos e motivos de interesse sendo o “castelo, o grande ex-libris. Temos também a Igreja do Castelo, os dólmens, em Santo Adrião, que atraem um público específico. Em Padroso, existe o forno do povo comunitário que continua a funcionar. De destacar ainda na vila de Montalegre, a sede do Ecomuseu de Barroso, o Fojo do Lobo inserido no carvalhal do avelar, o parque de lazer Fernando Rodrigues junto as margens do rio Cávado, a gastronomia, o evento sexta 13, acontecimento detentor de vários prémios de evento público do ano, a tradição das chegas de bois e a feira do fumeiro”, destacam os entrevistados. Tudo isto leva a que, durante todo o ano, Montalegre seja visitado por milhares de pessoas, que acabam por regressar rendidos aos encantos e sabores da região. As portas da União das Freguesias estão abertas de segunda a sexta-feira, em horário útil, prestando à população vários serviços. Os interlocutores explicam que “muitas vezes as pessoas questionam o porquê de existir
24 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
uma junta, numa sede de concelho, no nosso caso, a nossa junta faz muito trabalho de apoio à população mais envelhecida que, tal como noutras zonas de interior, têm dificuldade em ler e escrever e nos procuram para ajudar em coisas que para nós são simples mas para eles acarretam dificuldades, tais como preencher o formulário da prova de vida, ou ler uma simples carta; um trabalho social feito com toda a boa vontade”. Sobre o balanço do mandato, o presidente António Costa faz um balanço positivo, devido à concretização de várias obras “como a cobertura do forno do povo e da corte do boi, os arranjos de caminhos rurais essenciais para os agricultores, o Parque do Rio, ao qual foi dado o nome de Fernando Rodrigue em forma de homenagem pelos seus vinte anos como Presidente de todos os Barrosões e a homenagem a Manuel Lopes que foi presidente da Junta de Freguesia de Montalegre, durante 17 anos”, sublinha, acrescentando que, “recentemente, arrancaram as obras da casa mortuária, obra que fazia falta e que deve estar pronta entre julho e agosto do próximo ano”, revela. A freguesia é responsável também por vários eventos que vão dinamizando, como o passeio anual que se realiza no verão e a “festa da freguesia, que se realiza no final de julho. Nesse dia é celebrada missa, de seguida há festa com comes e bebes, é um grande evento, que chega a reunir meia centena de pessoas e promove o reencontro com os nossos emigrantes”, revela Gorete Carneiro, secretária da União das Freguesias. Questionados sobre os projetos e perspetivas de futuro, os entrevistados revelam que “se fosse possível, era importante fazer mais trabalho social, já que as pessoas são muito simples naquilo que pedem: como ajuda para pagar a luz, a água ou material escolar para os filhos se existisse mais verba era isso que gostaríamos de fazer”. Para finalizar, o presidente António Costa revela que tem a intenção de se candidatar a mais um mandato, “mais quatro anos a ajudar e apoiar a população”, conclui.
união de freguesias de louredo e fornelos| municípios em destaque
entre o
Douro e o Marão
A união entre as duas localidades foi apenas a formalização de vários anos de uma relação de amizade e cooperação entre as gentes das aldeias. A 10 km de Santa Marta de Penaguião, as freguesias de Louredo e Fornelos estão ainda por descobrir. “A freguesia de Fornelos é uma freguesia antiga e, por isso, tem uma história diferente e rica”, começa por explicar Manuel Pinto, presidente da União das Freguesias de Louredo e Fornelos, “por outro lado, Louredo sempre foi mais rural e tem seis locais muito dispersos”, tornando a gestão destas freguesias mais difícil. Embora a relação entre as duas freguesias tivesse sido sempre cordial, “as uniões nunca foram fáceis”, afirma o presidente, “por uma questão de identidade”. No entanto, ultrapassadas as dificuldades iniciais, a União das Freguesias de Louredo e Fornelos tem-se mostrado uma mais-valia e com sinais positivos. Residente na freguesia de Louredo e com um passado ligado à emigração, Manuel Pinto foi convidado na corrida à presidência. Conhecedor do meio, aceitou o desafio de braços abertos por considerar que “havia muito a fazer” e admite que “as coisas têm corrido bem”, na esperança de dar continuidade ao trabalho no próximo eleitorado. Num mandato que tem “acalmado as pessoas”, a divisão entre as duas freguesias é feita de forma organizada e encontra-se, devidamente, documentada. Com uma população que ronda as 850 pessoas, a realidade da União de Freguesias de Louredo e Fornelos é, totalmente, agrícola. Se por um lado temos a aldeia de Fornelos mais direcionada para o setor vínicola, por outro, a aldeia de Louredo tem uma forte cultura da castanha, sendo estas as principais fontes de rendimento das gentes da terra. Mas, existe um fator que contribui positivamente no combate às dificuldades que se fazem sentir nas freguesias: a proximidade com os grandes centros urbanos como a cidade de Vila Real. Desta forma, a população benificia das acessibilidades para se poderem deslocar, encontrando trabalho e melhores condições de vida. E são estas melhorias que, sendo parte da solução, são também parte do problema e contribuem para a desertificação que se tem intensificado nesta zona. “Todos os anos notamos um maior abandono por parte das pessoas”, explica, “que acabam por se deslocar definitivamente para os grandes centros e fazem a sua vida lá”.
Envolvidas pela paisagem do Douro e as enconstas do Marão, pontos de elevado interesse turístico, a união das freguesias alia o património cultural e arquitetónico ao património natural. Assim, podemos visitar a Igreja Matriz de Louredo datada do século XVIII, o cruzeiro de granito de Carvalhais, a Igreja Paroquial de Fornelos e a casa dos “Onze moradores” em Fornelos que, segundo a lenda, foram os fundadores da aldeia. Encontramos, também, vestígios romanos como o Forno Romano e a Ponte Romana que atravessa o rio Aguilhão e era utilizada pela população no caminho para a Igreja Matriz. No Verão, a freguesia convida a visita à praia fluvial com características únicas na região e infraestruturas necessárias para momentos de lazer. Com uma população, maioritariamente, envelhecida, são muitos os serviços e as atividades que a União das Freguesias de Louredo e Fornelos disponibiliza aos seus moradores. “Prestamos um serviço de transporte público”, conta Manuel Pinto, “onde todas as semanas percorremos a freguesia e levamos as pessoas aos autocarros que se dirigem para as vilas”, são organizadas várias as caminhadas durante o ano pela junta de freguesia que leva ao conhecimento mais profundo das bonitas paisagens da zona e existem, ainda, atividades semanalmente e ginástica em duas localidades. No futuro, Manuel Pinto pretende que a evolução e o investimento continue a ser uma realidade e, em jeito de conclusão, deixa uma mensagem às pessoas que ainda não conhecem Louredo e Fornelos: “Venham visitar as nossas paisagens de rara beleza e as nossas gentes. Serão, certamente, bem recebidos”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 25
OESTE CIM - PENICHE, CAPITAL DA ONDA As comunidades intermunicipais de Portugal (CIM), correspondem a unidades territoriais portuguesas e constituem-se como o segundo tipo de entidade intermunicipal a par das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Nesta edição iniciamos um trabalho sobre a Oeste CIM, a entidade responsável pela promoção da região do Oeste, constituída pelos presidentes das câmaras municipais dos doze concelhos integrantes da mesma: Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras. Numa entrevista com o presidente da Oeste CIM, Pedro Folgado, ficámos a entender tudo o que tem sido feito ou pretende-se fazer na região, bem como a opinião do mesmo sobre as potencialidades da região que representa. A par disto, iniciamos com Peniche, como sendo a Capital da Onda, onde no passado mês se realizou o campeonato do mundo de surf e onde foi sagrado o campeão do mundo. Terra de surf, ondas, peixe, pescas e agroindústria, muitas são as atividades económicas e atrações a este concelho e é sobre isso que lhe falamos nesta edição. O potencial da costa de Peniche é indubitavelmente único. Continuar a desenvolver esse potencial é uma aposta segura para o Município. Peniche, pelas suas condições naturais, clima e proximidade geográfica é regularmente referenciado como um excelente spot de surf. Num espelho geral encontramos o surf, o peixe e a hortofruticultura nas páginas que a seguir se seguem e que marcam o início de um trabalho mais completo sobre toda a região do Oeste.
Rodape_255mm x 50mm.indd 1
26 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
14/10/2016 10:54
Mar e a Ilha da Berlenga como pano de fundo Construído em 2007 como hospedaria e requalificado para hotel desde 2010, o hotel PINHALmar é uma unidade turística moderna, localizada em plena cidade de Peniche, bem perto do Cabo Carvoeiro, beneficiando assim de uma localização única e ímpar. O conforto e o bem-estar, presentes em todas as divisões do empreendimento, são a principal preocupação de uma equipa profissional de excelência, que assegura todo o seu funcionamento do hotel, liderada por Jeffrey Almeida. “Grande parte do estabelecimento está decorado com referências ao mar e é sem dúvida um local paradisíaco, ideal para passar umas férias de verão ou uma escapadinha de inverno sem preocupações”, explica o entrevistado. Para este ano, o melhor de sempre em termos de faturação do PINHALmar, a aposta passou pela expansão em termos de espaço do restaurante e bar, o que permitiu organizar e desenvolver festas temáticas neste espaço renovado. Para 2017, o objetivo passará pela renovação dos 27 quartos -duplos, triplos e suites, com vista mar e pinhal. Uma nova cara, na zona da piscina exterior e do Pool Bar também está em mente, tudo isto apenas possível devido à chegada de uma nova gerência em 2014. “Peniche está efetivamente na moda em termos turísticos e são muitas as nacionalidades que nos procuram. Queremos oferecer as melhores condições para continuar a conquistar novos mercados. A aposta passa por uma oferta variada e de qualidade”, conclui o Diretor de Hotel, Jeffrey Almeida.
oeste cim - peniche, a capital da onda
MEO RIP CURL PRO PORTUGAL 2016 Entre os passados dias 18 e 25 de outubro Peniche foi o spot da maior prova de surf realizada a nível mundial: o Meo Rip Curl Pro que teve a sua cerimónia de abertura no MH Atlântico Golf, situado a 1km do centro de Peniche. “O surf está a evoluir de tal forma em Portugal que miúdos de oito anos já podem conhecer os seus ídolos neste evento”, disse um dos organizadores do evento nessa cerimónia, na qual esteve presente o Presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia, que no seu discurso cativou e convidou todos quantos pudessem a irem a Peniche vivenciar o clima que este campeonato potencia no concelho. Junto dele estiveram também presentes: a Ministra do Mar – Ana Paula Vitorino, o Ministro da Economia – Manuel Caldeira Cabral, Luís Nascimento – representante do Turismo de Portugal, entre outros presidentes de câmara da região oeste. Contando com a participação dos melhores surfistas do mundo, o Rip Curl Pro Portugal, prova integrante do WSL World Surf League Tour, disputou-se em Peniche e Cascais porque nessa altura do ano ofereciam as melhores condições para realizar competições de surf. A praia de Supertubos foi certamente o maior palco da competição que terminou mais cedo (estava previsto terminar no dia 29 e terminou no dia 25) com a distinção do surfista John John Florence como campeão do mundo de surf: “Nem quero acreditar. Eu sei que a minha mãe e o meu pai estão a ver, sonhei toda a vida com isto...”, afirmou o havaiano, que interrompeu as declarações para abraçar Coffin, que entretanto chegava à zona dos surfistas, para prosseguir imediatamente: “Quero agradecer a toda a família pelo apoio dado durante todo o ano. Foi longo, mas foi o melhor ano da minha vida. Eu não acredito que sou campeão do mundo. Tenho de pensar, não consigo acreditar, quero tentar divertir-me, mas o título era o meu objectivo.” – pode ler-se no site do jornal Público com a data da final da prova, 25 de outubro, e com o título: “John John sagra-se campeão do mundo de surf em Peniche”.
28 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
oeste cim - peniche, a capital da onda
Peniche capital da onda Peniche assenta sobre uma península com cerca de 10 km de perímetro, constituindo o seu extremo ocidental o Cabo Carvoeiro. A costa é formada por imponentes rochedos e por magníficas praias de banhos, de grande extensão, debruçando-se sobre o oceano num desfilar constante de aspetos surpreendentes a maravilharem os olhos dos visitantes. Fronteiro a Peniche, à vista sobre o Atlântico, para o lado ocidental, fica o Arquipélago da Berlenga. O concelho de Peniche viu desde tempos remotos o seu território ocupado por populações que explorando os recursos naturais disponíveis viram na pesca e na agricultura as suas principais atividades económicas. A Cultura assume-se enquanto importante motor de promoção de conhecimento, de cidadania ativa e valorização pessoal. Alguns dos desafios da programação cultural para 2015 centram-se no delineamento e execução dos seguintes projetos: dinamização da Fortaleza de Peniche enquanto centro cultural de excelência do concelho, aliando a valorização da memória histórica desde imóvel com um discurso artístico e criativo contemporâneo que valorize os atores culturais locais, através da realização de diversos eventos e projetos culturais. Edificação na Fortaleza de memorial evocativo dos presos políticos da “Cadeia do Forte de Peniche”, projeto desenvolvido ao abrigo de protocolo firmado com a União de Resistentes Antifascistas Portugueses. Aposta na dinamização da Rede Museológica Municipal, consubstanciada no reforço da oferta de serviço educativo do Museu Municipal e na divulgação do Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia (CIAB), enquanto pólo cultural de referência, centrado na valorização da memória e ruralidade do concelho. Promoção de atividades, eventos e projetos versando a divulgação da identidade marítima do território, salientando-se a continuação da Semana “Tanto Mar”, organizada com a Fórum Estudante e a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar e do projeto “Mar Pedagógico”, promovido pelo Fórum Empresarial para a Economia do Mar em parceria com diversas entidades – pode ler-se no site da Câmara Municipal de Peniche. Também a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, pertencente ao Instituto Politécnico de Leiria, é uma instituição de reconhecida e importante em Peniche pela maneira como forma os jovens da região. O potencial da costa de Peniche é indubitavelmente único. Continuar a desenvolver esse potencial é uma aposta segura para o Município. Peniche, pelas suas condições naturais, clima e proximidade geográfica é regularmente referenciado como um excelente spot de surf. A Câmara Municipal de Peniche tem aproveitado o potencial único da sua costa desenvolvendo e apoiando várias atividades ligadas às ondas. A opinião pública foi ouvida e aceitou a ideia de “Peniche - capital da onda”, que desenvolve a sua cultura do mar na perspetiva mais moderna.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 29
oeste cim - peniche, a capital da onda
Comunidade Intermunicipal do Oeste A Revista Business Portugal inicia nesta edição um trabalho sobre a região do Oeste, que contemplará tudo o que de melhor esta região tem para oferecer. Desta forma, estivemos à conversa com Pedro Folgado, presidente da Oeste CIM, por forma a percebermos qual tem sido a estratégia adotada pelos membros da comunidade e que planos delineiam o futuro da região do oeste. Trata-se de uma comunidade composta por 12 municípios, seis deles pertencentes ao distrito de Leiria e seis pertencentes a Lisboa e, portanto, são essas sinergias e potenciais maisvalias que pretendemos destacar neste trabalho.
A Oeste CIM começou por ser uma Associação de Municípios mas, em 2008, adotou a identidade de Comunidade Intermunicipal. Como avalia o processo desenvolvido nos últimos oito anos? Não consigo fazer uma avaliação muito precisa sobre estes oito anos uma vez que eu estou na Oeste CIM apenas há 3 anos e enquanto presidente há poucos meses devido à saída do anterior presidente Carlos Miguel que subiu a secretário de estado. No entanto, posso dizer-lhe que nestes oito anos houve entendimento entre os 12 municípios da região por forma a usufruir dos fundos europeus da comunidade europeia e também pela obrigação de passar pelas CIM´s essa transposição dos fundos via municípios e que acelerou essa união dos municípios do oeste. As pessoas tiveram que se situar e portanto foi consensualizado que seriam estes 12 os municípios do oeste. Foram oito anos de crescimento. Somos todos diferentes mas complementares. A avaliação que eu faço é muito empírica mas este é um caminho que se tem vindo a construir e consolidar e temos aprendido uns com os outros na maneira de a poder divulgar, apropriando da região e dos seus produtos o melhor em prol do oeste. É uma avaliação positiva, aquela que eu faço, mas os frutos não são dados de um dia para o outro. As CIM´s são regiões e zonas administrativas que têm que ter um percurso maior para se consolidar e apresentar um trabalho credível ao país. Quais são as mais-valias do Oeste que têm procurado potenciar? A região do oeste tem tudo para se afirmar porque é uma região diversa mas complementar onde nós, os 12 municípios, temos alicerçado no mar a nossa estratégia mas não só no mar porque há um forte potencial no vinho e na fruta. Há aqui chavões económicos muito importantes que podem mostrar o que é a região oeste. À semelhança das restantes regiões temos o turismo e o edificado mas a parte económica, o mar, o vinho, a fruta e os hortícolas são nichos importantes para o oeste porque estes produtos destacam-se em Portugal e no resto do mundo. Se pensarmos no mar temos as praias e o surf associados e, depois, o peixe em termos económicos. Temos também o golf, o campo, o vinho, a montanha, a gastronomia – nós temos os produtos para essa gastronomia – e, ainda, os séculos de história que fazem parte desta região. Tudo junto formam os condimentos necessários para fazer um bom trabalho. Neste momento estamos a aprender a colocar estrategicamente estes produtos à disposição do mundo. Quais os projetos a serem desenvolvidos atualmente? Nós temos vários projetos, nomeadamente em termos turísticos, apostando muito no mar, no surf e na onda. Temos, ao mesmo tempo, uma outra aposta mais transversal que tem a ver com a eficiência energética porque gostaríamos de ser municípios amigos do ambiente e temos um valor significativo contratualizado com a CCDR Centro (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro), no sentido de mudarmos as lâmpadas para lâmpadas LED, esse é um projeto importantíssimo para a Oeste CIM. Mas, há a questão do turismo porque nós queremos afirmar-nos por aí. A Portugal chegam cada vez mais turistas e considerando que a nossa região fica muito perto de Lisboa, onde as acessibilidades são boas, estamos convencidos que esta aposta no turismo é importante para a região.
Pedro Folgado Presidente
30 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Esses são os pontos fortes da região mas quais são as fragilidades com que ainda se deparam? Ainda há algumas acessibilidades que deveriam ser repensadas. Há facilidade em aceder a Lisboa mas entre nós municípios há ainda acessibilidades que precisam de ser feitas. Ainda não temos os melhores acessos em termos rodoviários e mesmo ferroviários. Posso dizer-vos que há já um projeto em curso no sentido de melhorar a linha do oeste, eletrificando-a, e isso pode contribuir para a vinda de mais pessoas cá. Mais no interior do oeste a desertificação é também uma fragilidade e temos que tentar fixar também aí as pessoas, retomando, por exemplo, alguns serviços que foram encerrados na anterior legislatura.
oeste cim - peniche, a capital da onda
Em modo de finalização, como é ser-se presidente de um órgão como a Oeste CIM e, ao mesmo tempo, presidente da Câmara Municipal de Alenquer? É fácil conciliar e corresponder às duas funções? Não é fácil conciliar e este é um caminho que o Estado Central tem que pensar. Quando criaram as comunidades intermunicipais pensaram-nas um bocadinho numa visão administrativa, na divisão dos meios e dos recursos, e não pensaram bem na parte política. Somos eleitos por um município mas depois somos eleitos pelos presidentes dos diferentes municípios para ocupar este cargo também. Este cargo não é decidido pelo povo do oeste mas sim entre os presidentes e acho que se nós queremos consolidar estas regiões administrativas tem que haver uma figura que de algum modo consiga estar sempre presente e que faça esta interligação com o Estado Central. Aqui é que o estado tem que decidir o que é que quer das CIM´s, se lhes quer dar mais autonomia e recursos ou então manter este modelo que existe mas que não tem muita autonomia e que serve apenas de “barriga de aluguer” para fundos comunitários e outras questões. Neste momento o que eu sinto é que eu poderia fazer um melhor trabalho na CIM mas não me posso esquecer do meu município. Poderia fazer-se muito mais pela CIM se a reorganização do sistema fosse diferente. Tem que haver uma reflexão profunda entre o estado central e as comunidades intermunicipais. Em modo de finalização quero só acrescentar que, em 2013, entrou uma nova vaga de presidentes na região do oeste, com uma mentalidade e postura diferentes nesta matéria da valorização do oeste. Se até uma determinada altura as pessoas estavam muito viradas para si e para o seu município agora há uma vontade muito grande de nos virarmos para o exterior e de trabalhar em escala. A Oeste CIM ajuda nesta mudança de mentalidades e, em termos práticos, na relação dos municípios com o estado central.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 31
oeste cim - peniche, a capital da onda |freguesia de peniche
Capital da Onda
Formada pela união de três antigas freguesias: a freguesia da Ajuda, da Conceição e de São Pedro, a freguesia de Peniche contempla uma panóplia de recursos por descobrir. Em entrevista à Revista Business Portugal, Henrique Antunes, presidente da junta, fala-nos sobre as potencialidades desta freguesia.
Henrique Antunes Presidente
Foi no ano de 2013, fruto da reorganização admnistrativa que resultou na agregação de freguesias, que a freguesia de Peniche viu fazer parte do seu território a freguesia da Ajuda que ocupava mais de metade do território da cidade e as freguesias da Conceição e de São Pedro, com uma dimensão inferior. Hoje, a freguesia tem uma área de mais de 8km e conta com quase 15 mil habitantes. O presidente, Henrique Antunes, é um presidente de obras. Desde o início do seu mandato, a incidência do seu trabalho sempre recaiu sobre a obra por considerar ser uma necessidade objetiva e com intervenção direta na qualidade de vida das pessoas. “É racional e responsável investir em coisas palpáveis”, afirma, “e, por isso, sempre direcionei o meu trabalho nesse sentido”, conseguindo uma maior proximidade com os penichenses e com os seus problemas reais. Peniche pelo mar foi, desde sempre, uma terra de pescadores e conserveiras, de construção naval e de oficinas, e de casas de comércio ligadas, essencialmente, è pesca. Aquando da sua candidatura, Henrique Antunes, identificou as necessidades da terra e admite que “os últimos anos têm sido dolorosos” por serem de transição, uma vez que essa tradição se foi perdendo ao longo dos tempos.
32 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Considerada a Capital da Onda, a cidade de Peniche, pela sua localização geográfica e as suas condições naturais, vê no surf “uma lufada de ar fresco” que leva à visita de gentes dos quatro cantos do mundo. “O mar e a paisagem fazem de nós uns felizardos”, afirma o presidente, “e temos a obrigação de saber cuidar daqueles que nos visitam” ao mesmo tempo que “é importante valorizarmos o nosso território e o nosso património”. Nesse sentido, Henrique Antunes, considera ser crucial a melhoria dos acessos aos pontos de interesse turístico. No que diz respeito a património histórico e arquitetónico, dentro da freguesia, conta com a Fortaleza de Peniche, uma fortificação sobre as arribas entre o porto de pesca e a Gruta da Furninha, dona de uma beleza incomparável que é, também um museu, o Museu da Resistência. E conta, ainda, com a Ponta do Trovão de interesse patrimonial de valor científico elevado, tendo sido reconhecida com a atribuição do Prego Dourado, uma distinção de referência mundial na Geologia. Ao mesmo tempo, a cidade de Peniche conta com uma das mais belas praias portuguesas, a praia do Baleal de areal extenso e águas serenas, galardoada com Bandeira Azul. Os projetos passaram pela necessidade de habitação municipal, obra que Henrique Antunes reinvidicou desde o início do seu mandato, no sentido de reabilitar os quatro bairros e que foi conseguido. “Tenho um grande orgulho”, afirma, “em ver que as pessoas da freguesia têm confiado em mim” pelas características reinvindicativas e irreverentes da população. A reposição do asfalto nalgumas ruas foi outra das necessidades levantadas pela junta que já viu, grande parte delas, resolvidas, bem como o bom acesso às casas da população. Assim, “ganhamos todos”. Henrique Antunes assume-se como um presidente ativo e, acima de tudo, “tranquilo”. “Devemos valorizar as pessoas. Estou grato por ser presidente desta junta e não tenho dúvidas de que foi o mais gratificante que fiz”, admite. Enquanto município, Peniche “está no mapa pelas boas razões”, mas o papel das juntas é muito importante e deve ser encarado como um complemento necessário.
freguesia serra d’el rei|oeste cim - peniche, a capital da onda
Vila com importância histórica Situada no concelho de Peniche, Serra D’El-Rei é uma das povoações mais antigas, com inúmeros vestígios e património histórico. Com uma localização privilegiada encontra-se situada a 11 quilómetros da sede de concelho e a 90 de Lisboa. Em entrevista a António Victória, presidente da Junta de Freguesia de Serra D’El-Rei, revelamos quais as mais-valias da região.
António Victória Presidente
A completar quase oito anos de mandato na liderança dos destinos da freguesia, António Victória começa por revelar que tem sido “um trabalho muito satisfatório e exigente, já que procuramos dar resposta a todas as necessidades”. Serra D’El-Rei apresenta um património histórico e cultural de relevo, já que foram vários os reis, com destaque para D.Pedro I, que elegeram a localidade para passar parte da juventude. Antes do século XV, Serra D’El-Rei era conhecida como “Serra da Pescaria” ou “Serra a par d’Atouguia”, devido à proximidade ao mar e à sede de concelho, que, na altura, era a vila de Atouguia da Baleia. Um dos pontos mais importantes da freguesia, é o Paço Real de Serra D’El-Rei, atualmente, propriedade privada, é um dos símbolos da passagem da realeza portuguesa pela região. Um dos ex-libris
da região é a Igreja Matriz de São Sebastião, existe ainda o Poço da Nora e o Santuário de Nossa Senhora do Amparo. No que diz respeito, às festividades e eventos o interlocutor destaca “a Festa de São Sebastião, em janeiro, Festa de Nossa Senhora do Amparo, em maio, Dia da Vila, a 1 de julho e Festa de Nossa Senhora da Piedade, em agosto e o Festival de Bandas que se realiza, em outubro”. À semelhança da realidade nacional a freguesia é composta maioritariamente por pessoas idosas que usufruem das “novas instalações e serviços prestados pelo Centro de Dia e Lar, a funcionar a cem por cento”, revela o presidente da Junta de Freguesia de Serra D’El-Rei. Caracterizada por ser uma freguesia rural onde as explorações agrícolas de horticultura e fruticultura predominam, o turismo tem também importância para a vila de Serra D’El-Rei, onde existem várias unidades hoteleiras que dão condições para os visitantes se instalarem, contribuindo para a criação de postos de trabalho, como explica o entrevistado, “as unidades turísticas dão emprego e temos três restaurantes de boa qualidade. Tudo isto direciona a freguesia para o turismo”. Questionado sobre os principais projetos e obras desenvolvidas ao longo do mandato, António Victória revela que “gostaria de fazer mais, mas a atual situação do país não permite. Contudo, temos a destacar a obra do edifício-sede da Junta de Freguesia, levada a cabo em colaboração com o Município de Peniche. Atualmente, estamos a concluir as obras de um museu que foi construído de raiz”. O presidente da Junta de Freguesia de Serra D’El-Rei deixa um convite a todos os leitores para que visitem a região já que “é uma terra simpática, onde se respira uma atmosfera mágica, inspirada pelas memórias e lendas que se encontram dissociadas da sua identidade e da sua alma. É um lugar aprazível, onde apetece viver e onde se gosta de estar”, finaliza o entrevistado.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 33
oeste cim - peniche, a capital da onda | meganáutica
18 anos de experiência de mar Encontrando-nos a realizar este trabalho na capital da onda, Peniche, torna-se imprescindível falar com aqueles que tratam da manutenção, reparação e venda das máquinas que diariamente percorrem o nosso mar. Desde barcos de recreio a pequenas embarcações de pesca, a Meganáutica encontra-se apta a realizar reparações e manutenções para todas as marcas.
foi um corte geral à comunidade”, disse-nos o fundador da Meganáutica acrescentando que trabalhar com o setor da pesca é mais complicado do que com os barcos de recreio: “Trabalhar com a pesca é mais difícil, porque a pesca não tem ordenado, ganha-se em função daquilo que se pesca. E quando não há um valor mensal é complicado trabalhar. No entanto, graças à nossa experiência, temos um bom leque de clientes”, frisou. Sendo representante oficial da Mercury e da Suzuki Marine a formação torna-se imprescindível: “Ter a representação e o suporte técnico das marcas por detrás é o que faz isto ser possível. Nós temos que ter formações todos os anos e são fornecidas por essas marcas para nos mantermos atualizados. Tecnicamente, a Meganáutica tem evoluído muito e sempre acompanhou a evolução das máquinas”, garantiu. Também a participação em feiras é uma realidade para esta empresa como nos referiu Nuno Ganhão: “Fizemos a FIL este ano, costumamos participar nestas feiras, com barcos nossos em exposição e gostamos de aproveitar essas oportunidades”. A divisão de tarefas na Meganáutica encontra-se muito bem estabelecida, sendo que Nuno Ganhão é o que se encontra mais à-vontade com a parte de software, Luís Artur com a parte
Nuno Ganhão Administrador
Luís Artur e Orlando Ganhão Administradores
São três os sócios responsáveis por esta empresa: Orlando Ganhão, o seu filho Nuno Ganhão e Luís Artur. Estivemos à conversa com pai e filho, por forma a percebermos a atualidade do setor e, numa conversa informal, Orlando Ganhão explicou o início do projeto: “Já lá vão 18 anos. Foi uma iniciativa minha, com a colaboração do meu filho e do meu sócio (que já era mecânico). Como eu já era um apaixonado pela motonáutica e cheguei a participar em concursos de motas de água durante muitos anos, começámos com motas de água e, posteriormente, passámos aos barcos de recreio e de pesca”. Os nossos entrevistados garantiram que atualmente de 60 a 70 por cento do trabalho realizado é em embarcações de pesca uma vez que o negócio dos barcos de recreio se encontra estagnado: “Hoje, trabalhamos mais com barcos de pesca do que de recreio devido à crise, as pessoas já não conseguem manter um barco de recreio. Os impostos adjacentes a este tipo de barcos são muito altos, as marinas também são muito caras e, portanto, esse
34 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
técnica e mecânica, e Orlando Ganhão com a parte comercial. A juntar a isto encontram-se os valores de “sinceridade e honestidade” adjacentes ao atendimento ao cliente que fazem com que esta seja já uma casa reconhecida em Peniche. Para o futuro, Orlando Ganhão pretende “manter o que temos feito até aqui. Este é um mercado que já esteve muito bom, que baixou, manteve e, se assim continuar, eu já não peço mais”. No entanto, Nuno Ganhão, a geração futura da Meganáutica, pretende dinamizar a empresa de uma outra forma. “Estou preparado para assumir a direção da empresa. O caminho será melhorar a abordagem ao cliente, tornando-a mais personalizada. Gostava de implementar um sistema de base de dados de clientes, onde pudesse ter um histórico de cada um para poder realizar um melhor atendimento. Esse histórico teria que conter informações do veículo e da vida pessoal do cliente para que fosse mais fácil a nossa abordagem”, finalizou.
oeste cim - peniche, a capital da onda | tejo ribeirinho
O que vem à rede tem qualidade Quando a conversa é sobre marisco, há um nome que sobressai: a Tejo Ribeirinho, Lda., comercializa e armazena produtos de máxima qualidade, frescos e ultracongelados. Constantemente a crescer, a inovar e a fidelizar os clientes.
Sérgio Pádua Administrador
A primeira pergunta que dirigimos a Sérgio Pádua foi se tinha nascido e crescido com ligações ao mar. Prontamente nos respondeu que não. De facto, viveu 23 anos na Alemanha e nada no seu passado profissional se relacionava com este ramo de atividade. O que sabe aprendeu observando, com os próprios pescadores. “Aprende-se todos os dias”, referiu, “e vai-se sempre buscar informações aos antigos, que percebem”, o que resulta na teoria nem sempre resulta na prática, e há coisas que só as vivências ensinam. A empresa Tejo Ribeirinho, Lda., foi criada em 2007 e está muito próxima de festejar a sua primeira década. No entanto, os gerentes Rui Baltazar e Sérgio Pádua já estão em funções desde 2002 e Sérgio Pádua, em particular, começou a trabalhar corria o ano de 1993. Estes 10 anos de atividade decorreram com algumas dificuldades iniciais, comuns aos empreendimentos jovens. Criaram nome para si próprios, a reputação de um bom trabalho é a melhor marca que têm “e depois é passo-a-passo, mais um cliente e mais outro, de hoje em dia para conquistar um cliente leva tempo para perder um cliente é rápido”. Dedicam-se ao armazenamento e comercialização de marisco vivo e produtos de pesca congelados e o nosso entrevistado confessa que trabalhar nesta área “é complicado”, porque exige “saber e sensibilidade, olhar para o marisco e perceber se está bom ou não, há muitos fatores, mas isso é no dia-a-dia e com a experiência que se aprende, não está nos livros”. Na sua oferta, encontram-se lagostas, lavagantes, sapateiras, percebes da Berlenga (um dos seus pontos fortes) e todos os géneros de pescada, este último consistente em peixe usado com frequência nas refeições do quotidiano. “Na fábrica temos tudo o que seja transformação e congelados, animais vivos temos em viveiros, em tanques”. Todos os produtos são selecionados para garantir a qualidade. A Tejo Ribeirinho providencia trabalho a 12 funcionários, mas pretendem aumentar para 15. A empresa está em crescimento em todos os níveis. Se no início a dedicação principal seria a comercialização, hoje a empresa é muito mais do que isso, incluindo importação e exportação.
36 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
“A exportação não tem muito peso, porque nós a nível nacional temos o produto quase todo vendido”, explicou Sérgio Pádua. Importam os crustáceos de França e exportam o produto interno, simplesmente porque têm “qualidade, que não há melhor em peixe e em marisco, é muito isso que nos diferencia”. Distribuem na Grande Lisboa, em Cascais, Sintra, entre outros locais. A proximidade com a capital portuguesa faz a diferença no negócio, uma vez que é nesta localização que estão “as grandes casas”. Os seus principais clientes são a área da restauração e os pequenos retalhistas. Trabalhar no setor envolve despesas significativas, mas consumir o marisco também. Muitas são as vezes me que associamos este prato como pouco acessível. Questionado se essa situação ainda se verificava, o nosso entrevistado confirmou, mas acrescentou que o “problema” está “na última etapa, em quem vende, as casas inflacionam o preço”, o que nem sempre é vantajoso para o negócio em geral. Em contrapartida, o público está mais consciente acerca do que é qualidade, procura em específico qual o peixe que pretende e como o pretende. Também há “cada vez mais turistas” a procurar. Inspeções? “Não tenho medo nenhum”, revelou o gerente. No pior dos cenários pode acontecer de o marisco morrer, nesse caso o empresário tem um prejuízo considerável, o que é de longe mais preocupante do que qualquer multa. A empresa é cuidadosa e sigilosa do seu produto, realizando com frequência as análises necessárias. Quanto à legislação, esta nem sempre é eficaz. Sérgio Pádua afirmou que a teoria é muito diferente da prática e há certos aspetos dos quais os legisladores não têm conhecimento porque não trabalham na área. A Tejo Ribeirinho encontra-se situada em Peniche, cidade esta que pela sua localização geográfica e raízes piscatórias, permite o acesso a produtos da pesca sempre frescos e de qualidade. Ser empresário nesta cidade ribeirinha traz as suas próprias complicações, uma das quais é a relação com os pescadores, uma vez que estes estão em crer que “tudo o que vem à rede é peixe, mas não é assim que funciona, porque matam o que devia crescer”. As conversações
tejo ribeirinho| oeste cim - peniche, a capital da onda de pouco adiantaram, nas questões de mentalidade pouco ou nada se consegue fazer a curto/médio prazo. Peniche continua a ser um local de passagem, apesar dos esforços da Câmara Municipal em realizar eventos para divulgar a cidade. É preciso captar os turistas. Da perspetiva do nosso entrevistado, os visitantes deslocam-se propositadamente à cidade e depois “passa a palavra” acerca da experiência. Falta alguma “compreensão” por parte dos locais, que se deveriam mostrar mais “recetivos e acolhedores”. A empresa tem perspetivas de penetrar noutros mercados, nomeadamente em Espanha, “que é um grande consumidor de qualidade” e, de futuro, no Sul da Alemanha. Este propósito implica aumentar a produção e distribuir em locais onde há procura mas pouca oferta: “Estes povos já consumem tudo o que esteja ultracongelados. O custo perde relevância em relação à qualidade”. Para manter e aumentar a produção e consequente comercialização, a empresa requere uma gerência eficaz e uma quantidade significativa de tanques e viveiros, para manter vivo o marisco: “Temos uma grande capacidade, são entre 15 e 20 toneladas de marisco nos viveiros, com isto não quero dizer que estejam lá nessa quantidade de forma permanente, está sempre a rodar, o produto entra e sai. Não é bem como as pessoas pensam, é só para manter vivo, nem é para engordar nada, o marisco lá está a estagiar para estar em condições de ser entregue”. Procedem igualmente ao congelamento do marisco e ao armazenamento do mesmo, para o qual têm uma capacidade de cerca de 100 toneladas. “É um investimento que é preciso”, considerou Sérgio Pádua, “temos várias etapas, mas nós temos de ter o produto, se não tivermos é um problema”. Bastou visitar a empresa para compreender que aqui se vive um crescimento sustentado. O empresário confirmou que o “ano passado foi estável, sem
épocas altas e baixas”. Atualmente já se sente um ritmo menos acelerado, apesar de o turista continuar a visitar a cidade. Com as festas, o ritmo volta a acelerar. Porém, Peniche tem capacidade para aumentar ainda mais o ritmo, não só no turismo, mas em muitas outras áreas. Sérgio Pádua concorda e acrescenta “isto é um meio em que há de tudo, temos mais valias em tudo, principalmente no que está ligado ao mar. Só que as pessoas não querem investir, não querem pôr-se à frente, não arriscam”, e termina com mais um provérbio relacionado com a gastronomia: “quem não arrisca não petisca”. Usa, até, como exemplo, a sua própria empresa: “nós eramos dois, agora somos 13. É necessário um investimento constante e é complicado porque se não vier apoios não podemos fazer nada… Tudo o que seja piscatório sempre foi complicado”. De tal forma que, em termos de planos para o futuro, não há dúvidas: “é para crescer, sempre garantindo a qualidade ao cliente, é o nosso ponto máximo, lutar para ter o melhor desempenho e a melhor conservação do produto”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 37
oeste cim - peniche, a capital da onda | Narciso dias e filhos
Referência a nível mundial A completar 85 anos de existência, a Narciso Dias e Filhos é uma empresa de cariz familiar que tem inovado de geração em geração. A atual administração é composta por João Dias, Rui Dias e Maria Dias. Qualidade e inovação estão na base do desenvolvimento do negócio, como revela em entrevista, Rui Dias, um dos administradores.
João Dias e Rui Dias Administradores
A empresa de Peniche está presente no mercado há mais de oito décadas, dando continuidade “ao legado dos bisavós, estamos na quinta geração a dar sequência ao que nos foi deixado, tendo presente a ligação do turismo com a indústria. Temos tentado apetrechar esta unidade com tecnologia de ponta, para que possa coexistir em harmonia com o turismo. Somos das poucas empresas em Peniche que tem uma licença ambiental atribuída devido à qualidade dos equipamentos, um investimento na ordem dos cinco milhões de euros que não pára por aqui”, destaca Rui Dias, administrador da Narciso Dias e Filhos. A empresa procura estar na vanguarda, acompanhando a evolução no mercado com o objetivo de continuar a ser “uma das grandes empresas de referência a nível mundial, em termos de farinhas e óleos de peixe para alimentação animal, exceto ruminantes”, revela o entrevistado. Questionado sobre o trabalho da indústria que lidera, Rui Dias explica que a Narciso Dias e Filhos “transforma produtos de toda a indústria pesqueira. Peniche hoje já não é o nosso principal mercado, em
38 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
termos fornecimento da matéria-prima, fazemos a recolha dos subprodutos a nível nacional, inclusive, Madeira e Açores”. No que diz respeito ao escoamento dos produtos, o mercado nacional de rações para animais representa cerca de 70 por cento da faturação. Contrariando a retração que se verificou em Portugal, sobretudo, devido ao abrandamento da produção nas explorações pecuárias, a Narciso Dias e Filhos encetou a procura de novos mercados, exportando, atualmente, para “Itália, Finlândia e Moldávia. Estamos a trabalhar com outros mercados, temos um produto de qualidade o que justifica o incremento na exportação”, afirma Rui Dias. Responsável por 17 postos de trabalho, o interlocutor revela que, no futuro, o objetivo principal da empresa passa por “aumentar a capacidade de produção e continuar o incremento da exportação”, acrescentando que a médio, longo prazo, gostaria de ver a empresa que lidera “com a mesma segurança e estabilidade que temos tido, ao longo destas décadas, para que consigamos manter o mesmo grau de responsabilidade e cumprimento com os nossos fornecedores e clientes. É um legado muito antigo, somos muito cumpridores das nossas obrigações. Os que vierem depois devem manter os compromissos com toda a gente”. A curto prazo, o maior desafio está relacionado com o projeto de inovação, em parceria, com o Instituto Politécnico de Leiria “na produção de microalgas para a possibilidade de enriquecimento da farinha de peixe, em termos proteicos, para conseguir atingir novos mercados, mais exigentes, estamos muito recetivos a tudo o que seja inovação. Vamos, em breve, começar esta experiência”, conclui o entrevistado.
oeste cim - peniche, a capital da onda | Francisco Baratizo Lda.
Uma história de tradição, inovação e excelência Assumindo-se como uma verdadeira empresa familiar, a Francisco Baratizo Lda. é uma referência na congelação e comércio de peixe que alia o know-how dos seus fundadores à inovação e formação das novas gerações. Tudo isto enquanto proporciona os melhores produtos nacionais.
Francisco Baratizo – concentram-se na comercialização e no contacto com as lotas. Caso para dizer que “temos tudo muito bem estruturado”. A aposta no produto nacional “A nossa principal atividade é a congelação de pescado”, começa por explicar Gonçalo Baratizo. Do carapau à sardinha, sem esquecer a cavala ou a sarda, a Francisco Baratizo, Lda. proporciona um vasto leque de produtos, tendo em vista uma carteira de clientes também ela bastante diversificada. “Nós recebemos o peixe, congelamos e, depois, fazemos a sua seleção consoante o tamanho”, antes do processo de embalamento. Posteriormente, o pescado é comercializado a granel, cedido a clientes tendo em vista a distribuição para restaurantes, ou vendido diretamente ao consumidor final. Estes, por seu turno, propagam-se pelo solo nacional, mas não só: “o mercado da saudade é muito importante para nós”, sustenta o nosso entrevistado, acrescentando que cerca de “30 por cento” do volume de produção é destinado a países como Espanha, França ou Canadá. O pescado que a Francisco Baratizo comercializa é, por seu lado, proveniente única e exclusivamente das águas nacionais. “Temos compradores em todos os portos do país que nos informam diariamente sobre a quantidade, valores e espécies disponíveis”, esclarece o porta-voz. A aposta no produto português é assumida como um ponto de honra: “optamos pelo produto mais fresco, o da nossa costa, até porque queremos explorar cada vez mais o mercado da saudade”. Ainda a este respeito, resta acrescentar que “a sardinha portuguesa é realmente muito boa e não se pode comparar com a de Espanha ou Marrocos”, cujos “sabores e texturas” são inferiores.
Francisco Baratizo Administrador
40 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Maria José Baratizo e netos
Desde sempre sediada em Peniche, a Francisco Baratizo, Lda. é uma empresa que “tem mais de 50 anos”, dedicados à congelação, distribuição e comércio de pescado. Esta é, acima de tudo, a história de uma empresa familiar que começou pelas mãos empreendedoras de Francisco e Maria José Baratizo, a esposa que, volvidos tantos anos, continua na gestão do negócio. A auxiliá-lo, felizmente, o casal pôde contar com a ajuda do filho e, atualmente, dos dois netos. No fundo, a Francisco Baratizo, Lda. é hoje o culminar de décadas (e três gerações) “de muito trabalho e esforço, que nos ajudou a ir evoluindo”, recorda Maria José Baratizo. A comproválo, a nossa entrevistada salienta que, no passado, “tivemos bastante concorrência” embora, neste momento, “só existem duas empresas em Peniche na congelação de pescado e uma delas é a nossa”. Significa isto que, sempre atenta às mudanças de um setor bastante duro, a empresa familiar soube aguentar-se e crescer. Funcionando num verdadeiro trabalho de equipa, o clã Baratizo é uma empresa unida onde também os elementos mais jovens assumem importantes responsabilidades. Formado em Engenharia Alimentar, Gonçalo Baratizo confessa que esta “tem sido uma experiência enriquecedora e um desafio enorme”, até porque este é um trabalho no qual “não é fácil aliar a teoria à prática”, mas que lhe permite simultaneamente ensinar (através das formações em campo, prestadas diariamente aos colaboradores) e aprender (graças ao know-how e à experiência acumulada pelos avós). Já a dar os primeiros passos na área está Ana Rita Baratizo, que não cessa de gabar a avó. “Eu tenho a noção da teoria, mas ela tem a prática”. Formada em Economia, a neta tem auxiliado Maria José Baratizo no trabalho de escritório. Por outro lado, e enquanto Gonçalo Baratizo se dedica aos pormenores voltados para a produção, o pai e o avô – o fundador
Francisco Baratizo Lda. | oeste cim - peniche, a capital da onda
Na senda da evolução Financeiramente, “a empresa está a crescer”, congratula Ana Rita Baratizo. Refira-se, no entanto, que o bom rumo que a firma tem feito explica-se por uma série de fatores. Se, por um lado, importa falar do trabalho de equipa e das excelentes relações que existe entre a família e os cerca de 40 colaboradores, há, por seu turno, que salientar a visão inovadora com que esta mistura de gerações tem vindo a encarar o negócio. Exemplo disso são as obras de ampliação que arrancaram em 2014, com o auxílio do Programa Operacional do Mar 2020 (PROMAR). Hoje, volvidos dois anos, a obra está concluída e as expectativas não poderiam ser maiores: “As nossas instalações já estão a funcionar e em velocidade de cruzeiro”, afirma Gonçalo
Baratizo, que nos explica também o porquê desta aposta. “Decidimos aumentar a nossa capacidade de congelação porque as capturas de peixe são cada vez menos constantes”, podendo a um dia particularmente produtivo seguir-se, por exemplo, uma semana sem matéria-prima. De facto, “como congelamos e armazenamos os produtos para os vender mais tarde, é muito importante que consigamos aproveitar os dias” em que estes são abundantes, prossegue o nosso entrevistado. Neste momento, e atendendo aos reforços aplicados nas infraestruturas da firma, “temos capacidade para congelar oito toneladas” de pescado “por hora”. Mas a forma como esta empresa se preocupa com o futuro é também evidente na relação que estabelece com organismos tão importantes para a região como é o caso da Escola
Superior de Turismo e Tecnologia do Mar. Nunca subestimando a importância de aspetos como a formação profissional ou o contacto das noções teóricas com a prática que só o mercado de trabalho consegue proporcionar, a Francisco Baratizo, Lda. mantém “as portas abertas” para estagiários que pretendam acumular experiência na área, “iniciar carreiras e ter um contacto maior com a realidade”. Também convidadas estão, de resto, todas as universidades que pretendam levar os seus alunos a visitar as instalações da fábrica. Pensar o futuro Munida atualmente com uma “excelente capacidade de produção e congelação”, a empresa aposta agora na intenção de reforçar o seu nível de armazenamento. “Estamos a pensar concorrer ao Portugal
2020 para construir uma câmara, ao lado das nossas instalações, onde possamos colocar toneladas de peixe e suprir essa necessidade”, esclarece Gonçalo Baratizo. Este corresponde, no entanto, a “um objetivo de curto prazo”, sendo expectável que as obras arranquem no próximo ano. Reservado para o futuro está, de resto, o desejo de que a empresa mantenha o estatuto e a consideração até agora nutrida pela vasta gama de clientes. Se fatores como a “concorrência ou a falta de pescado” exigem alguma preocupação, persiste a noção de que a família Baratizo continuará unida a fazer o que sempre soube: proporcionar o melhor peixe português, com o trabalho de equipa que faz a diferença.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 41
tema | empresa
O seu parceiro estratégico Obrana é um grupo empresarial premiado a nível internacional, cujo core business é a oferta de soluções imobiliárias integradas para particulares e empresas que procurem investir em Portugal. Com uma presença de mais de 20 anos em Portugal, a Obrana assume-se como um grupo de referência no mercado imobiliário, prestando um conjunto de serviços que vão desde a conceção, construção, vendas, consultoria, arrendamento e gestão de propriedades. Mas falar da Obrana, é também falar de Rajan Sahay, um empresário carismático que coloca paixão e entusiasmo em tudo o que faz e detentor de uma vasta experiência no mundo dos negócios. Licenciado em Economia pela Universidade de Oxford, Rajan Sahay começou a sua carreira profissional como consultor de gestão na área de fusões e aquisições. Mais tarde, rumou a Boston onde fez consultadoria de marketing empresarial, até que em 1995, fundou a Obrana. É também Presidente da Câmara do Comércio Portugal – Índia. Em entrevista à Revista Business Portugal, o diretor da Obrana confidencia que a estratégia e filosofia adotadas permitiram que rapidamente esta se tornasse reconhecida pela qualidade dos seus produtos, pelo nível de excelência de serviço aos clientes, bem como pela sua integridade, credibilidade e transparência. “Consequentemente, a empresa cresceu, conseguiu fidelizar clientes e foi convidada para realizar projetos específicos de grande prestígio e notoriedade”, sublinha. E acrescenta que “a experiência e know-how da empresa permite-lhe orientar tanto um novo investidor, como apoiar o empreendedor mais experiente a entrar no mercado imobiliário português”. Rajan Sahay salienta que 99 por cento dos seus clientes são estrangeiros, nomeadamente,
42 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Rajan Sahay Diretor
obrana group | oeste cim - peniche, a capital da onda do norte da Europa, de países como Noruega ou Suécia, mas também do Médio Oriente, com grande foco no Dubai, Jordânia, Líbano e Índia. E porquê investir em Portugal? As razões são mais que muitas, mas há que destacar o razoável custo de vida, o sol, a gastronomia e claro a segurança, que nos dias de hoje é uma das grandes prioridades de qualquer investidor. À semelhança de Rajan Sahay, também os estrangeiros se deslumbram com Portugal e com as suas potencialidades. No fundo, “estou a vender a marca Portugal e um conjunto de soluções, porque hoje em dia não podemos vender apenas imóveis”. Assim sendo, a Obrana vende soluções que podem ser uma casa de sonho, um investimento ou um passaporte, isto porque a empresa detém uma substancial experiência no programa de Vistos Gold, desde a sua implementação, estando envolvido nas revisões e atualizações do programa, no qual “temos uma taxa de sucesso de 100 por cento”, sublinha o diretor.
As potencialidades da Costa de Prata A Obrana assume como missão criar empreendimentos excecionais e ambientes únicos. Em Portugal, a Costa de Prata é uma região com grande potencial e “pouco explorada”, por isso mesmo é esta área o foco da Obrana. “A apenas 35 minutos do Aeroporto de Lisboa, a Costa de Prata é o destino europeu favorito para férias e segunda residência. A excelente costa permite a prática de desportos aquáticos como vela, surf, windsurf e mergulho, e os golfistas podem saborear o prazer e o desafio de vários campos de classe mundial. Além disso, o clima é ameno, as cidades e vilas não estão muito exploradas em termos turísticos e aqui podemos conhecer verdadeiramente Portugal”, refere Rajan Sahay, salientando que nesta zona há muita oferta em termos de propriedades, onde se destacam o mercado de resort e de empreendimentos na tranquilidade do campo. Um serviço personalizado A Obrana é conhecida por criar
empreendimentos que superam as expectativas dos seus clientes a todos os níveis. O compromisso da empresa de um serviço personalizado face ao cliente e a qualidade excecional são fatores preponderantes indicados nos testemunhos dos seus clientes. Com uma oferta diferenciadora, “os serviços prestados pela Obrana têm como padrão a qualidade e excelência, com um grande nível de personalização e atenção às necessidades dos nossos clientes, com os quais construímos relações de confiança”, confessa o nosso entrevistado. Rajan Sahay entende que o futuro da Obrana passa melhoria contínua do serviço prestado, de forma a ir ao encontro das expectativas e necessidades dos clientes. “O desafio passa por ouvir os clientes e criar soluções e serviços à sua medida”, reflete o diretor da Obrana. Atlas Property Portugal Rajan Sahay é também administrador da Atlas Property Portugal, uma empresa que tem ao seu dispor propriedades novas,
renovadas e personalizadas nos melhores resorts de golfe, na tranquilidade do campo ou nas cidades costeiras. Com mais de 25 anos de experiência em vendas, a sua equipa multilingue detém um vasto conhecimento do mercado e um espírito empresarial notável, o que lhe permite disponibilizar um serviço de qualidade e excelência. Assumindo o forte compromisso de encontrar a sua casa perfeita, a Atlas Property Portugal tem um vasto leque de propriedades para venda na Costa de Prata, por isso se procura a sua casa de sonho ou um investimento direto do construtor, a Atlas Property Portugal é o seu parceiro imobiliário perfeito. “A equipa de gestão Atlas Property Portugal traz uma amplitude impressionante de experiência e capacidade, aliadas ao nosso compromisso de dar os melhores conselhos sobre as mais diversas propriedades a cada cliente, faz da Atlas Property Portugal uma escolha perfeita para vendedores e compradores”, evidencia Rajan Sahay.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 43
oeste cim - peniche, a capital da onda | profresco
Profresco com sabor a frescura e qualidade A Profresco é uma peixaria com mais de 20 anos de história e tradição onde pode comprar todos os tipos de peixe e marisco, vivos, frescos ou congelados. Aqui tem a oportunidade de escolher o peixe na peixaria e comer no restaurante ou esplanada, com uma vista soberba para as Berlengas. Bebiana Simões
Luís Simões Administrador
Num passeio por Peniche, a caminho do Cabo Carvoeiro, não deixe de conhecer a Profresco, uma empresa que se dedica não só à distribuição e embalagem de peixe fresco e congelado, como tem um espaço de degustação onde o sabor, a frescura e a qualidade são as verdadeiras premissas. Criada em 1994, a Profresco nasceu pelas mãos de Luís Simões, um empresário dinâmico e carismático, com uma vasta experiência e uma paixão pelos sabores do mar. Inicialmente criou uma pequena loja de produtos congelados, que foi evoluindo com novos produtos. “Como estávamos abertos ao fim de semana, sentimos a necessidade de aliar o atrativo do peixe fresco, o marisco vivo e pré-cozinhado ao conceito inicial”, revela o nosso entrevistado. Mais tarde, começou a sentir a “falta de uma retaguarda de embalamento e então formulámos o projeto da construção de uma fábrica com duas linhas: processamento de peixe fresco e de peixe congelado” adianta, acrescentando ainda a criação de marcas registadas como a Baleal, a Profresco, o M de Marisco e o Verdadeiro Hambúguer do Mar. “A marca Baleal é a nossa marca. Consiste nos frescos e congelados que produzimos e embalamos nas nossas instalações. A variedade é imensa, desde espetadas a troncos de peixe, passando pelo polvo da costa e o fígado de tamboril”, afirma Luís Simões.
44 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Por outro lado, a marca Verdadeiro Hambúrguer do Mar refere-se ao primeiro e o verdadeiro hambúrguer de grelhar, 100 por cento feito a partir de matéria-prima de alta qualidade, fácil de cozinhar, já temperado, rico em ómega 3, baixo teor calórico, sem glúten e com uma gama alargada de sabores: peixe, polvo, marisco, vegetariano com algas e, ainda, uma salsicha de peixe. Em parceria com a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, a Profresco tem um projeto muito interessante relacionado com a marca registada Pinga no Pão, inspirada na tradição dos pescadores e das suas famílias. “Os mais antigos, como os pescadores e as suas mulheres, congelavam as sardinhas em garrafões com água do mar, para que estas se conservassem durante todo o inverno. Assim, conseguiam ter as melhores sardinhas durante o ano todo e, como a água do mar conserva o seu sabor e a sua gordura, as sardinhas pingavam no pão”, esclarece Luís Simões, aludindo que o projeto passou pela industrialização desta ideia. Assim, “nós fazemos a congelação por si, para que tenha as Pinga no Pão todo o ano”. Com produtos provenientes de todos os oceanos, a Profresco pretende fazer chegar às famílias a melhor qualidade possível e continuar a ser uma referência no mercado. O conceito da Profresco apresenta-se como uma opção interessante que vai ao encontro de vários segmentos de mercado em termos de poder económico e, por outro lado, privilegia a matériaprima local. “A Profresco compra todo o seu pescado fresco na lota de Peniche, garantindo a total qualidade dos produtos que comercializa”, sintetiza, acrescentando que esta empresa tem uma equipa que pode oscilar entre os 14 e os 25 colaboradores, mas a frescura e a qualidade são premissas incontornáveis. Uma peixaria onde se pode degustar o peixe fresco Há quatro anos “apostámos no take away prolongando a atividade da empresa”, contou o empresário que fez a licenciatura em Gestão Hoteleira na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, polo do Instituto Politécnico de Leiria. “Em 2012, acrescentámos à nossa loja uma cozinha, um balcão de take away e uma esplanada panorâmica com vista para o Arquipélago das Berlengas”, refere Luís Simões sobre o M de Marisco, sublinhando que este espaço oferece uma vista deslumbrante enquanto desfruta da sua refeição. No take away cozinha-se o peixe e marisco que os clientes podem comprar na peixaria e “este é o único local que eu conheço onde se cozinha o que se compra”, evidencia o administrador da Profresco, realçando que há alguns pratos na lista, prontos a sair e
empresa | tema
sugestões diárias, desde saladas de búzios e de ovas, sapateira recheada, percebes, navalheiras, burriés e búzios. De acordo com o proprietário, a Profresco está a apostar na elaboração de um novo desenho para alterar o layout do negócio, isto porque a empresa foi crescendo fisicamente, mas agora necessita de um enquadramento mais consistente de todas as vertentes do negócio. “Estamos a fazer um projeto de arquitetura e decoração de interiores para alterar a disposição dos espaços e criar novos circuitos. Queremos que o cliente entre na loja, decida se vai comer aqui ao não, mas que perceba que quando se sentar vai comer aquilo que viu ao entrar ou pode inclusivamente escolher o que vai degustar”, esclarece. Luís Simões acha que o conceito de comer na peixaria foi muito bem recebido pelos clientes, principalmente pelos estrangeiros que, maioritariamente são franceses, espanhóis, italianos, russos e ingleses. E confidenciou que a empresa está a preparar uma ferramenta informática que permite registar “o número de estrangeiros que nos visita e de que países são provenientes, um projeto desenvolvido, no âmbito do Portugal 2020”. O mercado de peixe do futuro Com os olhos postos no futuro, Luís Simões revelou que quando o conceito do negócio estiver reorganizado, pretende criar uma unidade do M de Marisco, em Lisboa, com uma capacidade de 20 ou 30 lugares, onde se pode comer, mas também levar para casa. “Espero que, no primeiro semestre do próximo ano, consiga abrir este novo espaço”, adianta o administrador da Profresco. Como uma empresa familiar, e como especialista em peixes e frutos do mar, a Profresco esforça-se todos os dias para satisfazer as necessidades dos seus clientes, assumindo-se como o mercado de peixe do futuro, com uma vasta oferta de produtos onde as pedras basilares são frescura e qualidade.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 45
oeste cim - peniche, a capital da onda | ribahorta
Hortofruticultura de qualidade
Rui Santos Administrador
Nem só de peixe e de surf vive Peniche, também a hortofruticultura tem o seu lugar de destaque nas principais atividades económicas aí realizadas. Ribahorta é um dos principais exemplos de produção e comercialização de produtos hortofrutícolas e, para esta edição, estivemos à conversa com Rui Santos, engenheiro agrónomo e elemento da administração desta empresa, que nos explicou a dinâmica do funcionamento da mesma.
Ribahorta é uma empresa familiar que surgiu formalmente quando os atuais gerentes decidiram deixar de trabalhar em nome individual e constituíram a sociedade Ribahorta, fazendo um aproveitamento da estrutura já existente. As instalações, visitadas pela Revista Business Portugal, são instalações constituídas por uma parte administrativa, zona social, zona de receção do produto (onde este é devidamente preparado) e armazém com câmaras frigoríficas. “No entanto, os nossos produtos quase nunca ficam armazenados, até porque a natureza dos produtos não o permite. São, por isso, rapidamente expedidos”, explicou-nos Rui Santos. Conscientes de que num mundo onde cada vez mais existe a preocupação com o bem-estar e com uma dieta equilibrada, os produtos hortofrutícolas são desde logo indispensáveis. Assim, os produtores da Ribahorta veem nestas premissas uma oportunidade de crescimento sustentado tanto no mercado nacional como no mercado internacional, uma vez que cerca de 50 por cento da produção destina-se ao mercado externo, nomeadamente: Espanha e França. Em Portugal os principais clientes desta empresa são armazenistas e grossistas sendo que é política da Ribahorta não trabalhar, para já, com as grandes cadeias de distribuição, devido aos muitos constrangimentos impostos pelas mesmas aos produtores: “nós temos outro tipo de negócio e outro tipo de clientes mais adequados à nossa forma de trabalhar. Ao longo dos anos fomos mantendo o núcleo de clientes que pretendemos manter”, afirmou o nosso entrevistado. Com cerca de 50 hectares de terreno a produzir essencialmente alho francês (principal aposta desta empresa uma vez que foi o produto que mereceu maior investimento nos últimos anos), couve coração, abóbora,
46 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
brócolo, tomate, alface e, mais recentemente, batata-doce, a distribuição é garantida por transporte próprio aos clientes da região e recorrendo a transportadoras aquando da expedição para outros locais mais distantes, nomeadamente para o exterior. Os terrenos encontram-se situados entre Peniche e Lourinhã e grande parte da produção é feita em terrenos arrendados a outros agricultores. No entanto, todo o processo de cultivo é garantido pela Ribahorta: “eu sou o único técnico da empresa e tudo o que é feito é supervisionado por mim. Relativamente aos terrenos que pertencem a outros agricultores nós, para garantirmos que o produto final é aquilo que nós queremos, fazemos questão que as coisas sejam feitas segundo a nossa vontade. Ou seja, as plantas são nossas, plantadas por nós quando nós queremos que sejam plantadas, com as nossas máquinas e o nosso pessoal. O acompanhamento das culturas também é realizado por nós e com a colheita acontece a mesma coisa. O agricultor apenas tem que ceder o terreno e a rega”, esclareceu o engenheiro acabando por rematar: “temos apenas cinco agricultores a trabalhar connosco e, na Ribahorta, somos 17 pessoas no total. Somos uma boa equipa que trabalha junta há muitos anos”. Questionado sobre o patamar de valorização que o produtor ocupa, atualmente, na pirâmide do fornecimento dos produtos, Rui Santos foi perentório. “Nós, produtores, não somos valorizados. Para o esforço que fazemos, para o tempo que gastamos e para aquilo que investimos, devíamos receber muito mais por aquilo que vendemos, para haver mais justiça e equidade. Todos os preços deveriam ser mais altos porque para além dos custos de produção, temos também todos os encargos inerentes à empresa”, lamentou. Um exemplo da realidade atual e difícil que se atravessa nesta área de atividade foi enunciado pelo representante da Ribahorta à nossa revista. “Antigamente, facilmente se enchia um camião inteiro, agora temos que proceder a grupagens de encomendas. Isto porque a concorrência é cada maior e as encomendas são cada vez mais frequentes e mais pequenas. Agora são os próprios clientes quem decide quase tudo e isso obriga a que tenhamos que ter uma capacidade de resposta muito maior e mais dinâmica”, alertou. “Se há uns anos ninguém ligava ao custo das caixas de madeira, por
ribahorta | oeste cim - peniche, a capital da onda
empresa. Estamos numa fase de decisões em que teremos que repensar o caminho a seguir. Mas posso adiantar que temos feito algumas experiências com a batatadoce, tem-se também pensado na questão da abóbora em estufa e, por isso, tentar novos produtos faz parte do caminho a seguir. Também um investimento em novas máquinas terá que ser feito, sempre à procura de um crescimento solidificado”, finalizou o nosso entrevistado.
exemplo, atualmente negociamos cêntimos por elas. A concorrência é muita e é cada vez mais difícil afirmarmo-nos no mercado”, concluiu. Verificando-se uma temperatura atípica para esta altura do ano, em que as temperaturas
ainda se encontram altas, Rui Santos apontou as duas principais consequências desta situação: “as culturas estão bem porque o inverno praticamente não tem
muito melhor e mais depressa mas, por outro lado, se o meu produto se desenvolve bem, o do vizinho também”, aclarou. Já em modo de finalização ficaram os
existido, o que tem coisas boas e coisas más. Por um lado, o produto desenvolve-se
planos para o futuro: “O futuro passa por implementar algumas mudanças na
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 47
INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Com um clima agradável durante todo o ano, uma extensa costa atlântica, uma vasta e completa rede de autoestradas, com um acesso estratégico a vários mercados, reformas pró-ativas e recursos humanos flexíveis e competentes, Portugal é um destino de investimento de excelência. Estas características fazem do nosso país o local perfeito não só para investir, mas, também, para fazer negócios e viver. O processo de aquisição de bens imóveis em território nacional é simples e pode ser concluído num curto espaço de tempo. Se para os portugueses é fácil, não é menos para os estrangeiros que, cada vez mais, olham para o nosso país como uma segunda casa e escolhem Portugal para viver. A verdade é que Portugal celebrou diversos Acordos com outros Estados, acordos esses que devem ser tidos em conta na hora de investir em território português e simplificam o sistema. O mercado imobiliário português é considerado maduro e caracteriza-se por uma oferta de qualidade em todos os setores com uma presença significativa de ocupantes internacionais. A transparência deste mercado leva a que várias consultoras internacionais operem em território português, consultoras que se regem pelas medidas mais exigentes do mercado. Os Fundos de Investimento Imobiliário nacionais contam com um enquadramento legal e fiscal vantajosos e têm sofrido um forte crescimento e desenvolvimento, distribuídos por todos os setores e zonas geográficas do país. Portugal esteve, na última década, com uma presença muito ativa nas intenções de investimento de alguns dos mais importantes investidores internacionais que procuram riscos reduzidos e retornos superiores, neste nosso país que oferece segurança, transparência e uma menor concorrência. As alterações económicas que se verificaram na Europa vieram modificar o cenário vivido até então, cenário, esse, que só voltou a ganhar contornos positivos no final do ano de 2013 com uma retoma ligeira do investimento imobiliário em Portugal. De facto, esta recuperação está, diretamente, ligada ao desempenho da economia e dos mercados financeiros. Em crescimento e com um bom desempenho na capacidade de reequilíbrio das contas públicas, Portugal volta a ser opção e sinónimo de segurança para investir.
48 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
investimentos imobiliários | @Restelo real estate
Discrição e excelência na área da mediação imobiliária
A @restelo surge em 2010 com o objectivo de oferecer um serviço diferenciador na área da mediação imobiliária, distinguindo-se pela qualidade do atendimento assim como pelo profissionalismo e apoio em todas as fases do negócio. Com uma equipa motivada, com elevado grau de formação técnica e ética, a empresa pretende ser uma referência no mercado e compromete-se a prestar serviços de excelência nas várias áreas em que atuam. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Caetana Correa de Barros, administradora, que nos deu a conhecer as estratégias que têm vindo a ser utilizadas pela empresa ao longo destes seis anos, a sua adaptação às novas necessidades do mercado e ainda perspetivas futuras.
Criada em Setembro de 2010, a @Restelo surgiu com o objetivo de proporcionar ao mercado uma nova oferta no ramo imobiliário. Neste sentido, o que está na génese da @Restelo? Sou licenciada em arquitetura, trabalhei como arquiteta há alguns anos e fui tomando especial gosto pela parte dos contactos com os clientes. A certa altura senti que estava na fase de mudar de rumo e, aproveitando esta valência, decidi experimentar a consultadoria imobiliária. Nesse sentido, obti uma pós graduação no ISEG, em Gestão e Avaliação Imobiliária, e mais recentemente, realizei um curso de Luxury Real Estate Sales Management Course, também no ISEG. Ambas foram experiências enriquecedoras, e estou muito satisfeita com os resultados obtidos. Lançamo-nos no mercado numa altura de crise e, apesar das dificuldades, somos hoje uma empresa que se destaca pela qualidade e excelência dos seus serviços. Quais são as vossas áreas de atuação? A nossa actividade desenvolve-se maioritariamente na Zona do Restelo, Belém, Alto de Santo Amaro, zonas nobres de Lisboa, prestigiados condomínios em Lisboa, Cascais e Algarve. Qual é o vosso principal público-alvo? Os nossos imóveis são, na sua maioria, dirigidos a um segmento de mercado médio-alto mas há um pouco de tudo. Aprendi com a experiência a não subestimar um cliente e um imóvel. Há sempre pontos positivos em cada um deles e é com esses aspectos que tentamos trabalhar diariamente. Os vossos clientes são maioritariamente portugueses? O turismo tem revolucionado o setor e temos tido muita procura por parte do mercado estrangeiro. Contudo, o nosso volume de faturação é mais significativo a nível nacional. Notase uma forte necessidade de investir em imobiliário como alternativa ao banco, o que ajuda a explicar este volume de negócios e a respetiva subida do preço dos imóveis. Neste momento há falta de produto no mercado? Sim. Neste momento há mais procura do que oferta.
Caetana Correa de Barros e Rita Pinto Coelho Administradora e Diretora Comercial
Apresentam um conceito inovador através da excelência e rigor, deste modo, porque valores se regem e quais os serviços que prestam? Prestar serviços de elevada qualidade na mediação e prestação de outros serviços e produtos na área imobiliária, centrada numa carteira de activos diversificada e de alto nível, exclusivamente para clientes interessados em zonas prime, com base num conhecimento profundo do negócio e da região. É importante conhecer bem os clientes e criar uma relação de proximidade com cada um deles. Para nós, a discrição é um ponto de honra, a par com a defesa absoluta dos interesses dos nossos clientes. O que vos diferencia dos restantes players existentes no mercado? Diferenciação pelo Conhecimento O crescente grau de exigência do mercado exige forte especialização e o profundo conhecimento desta área de negócio. A @restelo reconhece estas necessidades, proporcionando a todos os colaboradores da empresa uma formação sólida nos planos técnico, ético e de serviço. Diferenciação pela Especialização local Aprendendo e aproveitando o melhor que os mercados globais têm para oferecer, a @ restelo optou por focar-se exclusivamente numa zona, aplicando todos os seus recursos no desenvolvimento de um conhecimento especializado, permanentemente a par das oportunidades e tendências locais. Personalização O nosso principal foco é o cliente. Não procuramos o negócio em massa mas sim o negócio orientado, focado e procurando sempre acompanhar o nosso cliente como se fosse o único. O facto de ser arquiteta também me ajuda a saber selecionar os produtos e saber o seu verdadeiro potencial, podendo oferecer aos meus clientes oportunidades e não banalidades.
50 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
@Restelo real estate |investimentos imobiliários
Vê-se muito nesta área prometerem “mundos e fundos” e depois nada é possível. Presentes há seis anos no mercado, qual o balanço que fazem? Quais foram os principais desafios? Num mercado cada vez mais competitivo, o principal desafio é manter os nossos princípios de escolha, rigor e simpatia. Tendo em conta o investimento estrangeiro e o alavancar de uma nova dinâmica no setor imobiliário, como avaliam o atual panorama do setor, tendo em conta as regiões onde operam? Tem sido uma fase muito boa com todo o investimento estrangeiro que está a acontecer. Começando obviamente por Lisboa, mas atingindo também o Porto, Algarve, Alentejo e Zona do Douro. Espero sinceramente que os
nossos políticos saibam aproveitar esta onda e saibam manter a confiança dos investidores, tomando medidas adequadas, de modo a não afastar esta corrente tão positiva para todos. Antecipo o aumento do fluxo dos tradicionais compradores a partir dos 60 anos, de forma a usufruírem da reforma em Portugal e do regime fiscal. Em simultâneo, poderemos assistir a um maior interesse de investimento direto por grupos internacionais conhecedores deste fenómeno, abrindo assim as portas a áreas de investimento como lares, residências assistidas, residências para estudantes, entre outras, adquiridas ou construídas e geridas por grupos estrangeiros. É expectável também, que o crescimento e o interesse pela zona do litoral sul se continue a verificar. No respeitante a Lisboa, creio que o “Trend” se irá focar nas zonas históricas com potencial de recuperação, dada a sua singularidade. Quais as perspetivas e expectativas de futuro? Perspetivas boas com certeza, que nos fazem sonhar, mas com os pés bem assentes na terra.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 51
investimentos imobiliários | porta do chão
“A excelência tem um nome,
faça parte dele!”
Localizada no centro de Lisboa, a Porta do Chão é uma empresa que atua no mercado de vendas de imóveis habitacionais, com uma vasta experiência comercial na área. Criada originalmente para vender empreendimentos e imóveis residenciais de luxo em zonas Prime, tem ampliado a sua atuação para outros mercados em todo o país e anseia vir a ser uma referência na área da mediação imobiliária na zona de Lisboa. Em entrevista à Revista Business Portugal, Bruno Rodrigues, CEO e fundador da empresa, dá-nos a conhecer a sua perspetiva sobre a evolução do setor ao longo dos anos, bem como as estratégias que tem vindo a utilizar para garantir uma boa gestão da sua empresa.
de oportunidades para responder da melhor forma às necessidades dos nossos clientes. Criada originalmente para vender empreendimentos e imóveis residenciais de luxo em zonas Prime, hoje atuam em todo o país? Quais são os vossos principais mercados? Neste momento temos vários imóveis disponíveis na nossa carteira, em zonas como Estoril e Cascais, mais concretamente na Quinta da Marinha, Quinta Patino e Penha Longa. Estamos também a comercializar um novo empreendimento de luxo na Serra de Carnaxide, o Empreendimento SKYCITY, com 45 moradias isoladas, 70 moradias em Banda e 255 apartamentos. No centro de Lisboa estamos focados no Chiado, onde temos o nosso escritório, com imóveis em carteira desde a Avenida da Liberdade, Príncipe Real e BaixaChiado. Para além disso, dispõem igualmente de um sistema totalmente informatizado, o que permite uma maior agilidade na pesquisa e adequação do perfil do imóvel às solicitações do cliente. Fale-nos sobre este investimento. Foram criadas parcerias com empresas digitais, o que me parece ser uma mais-valia, em termos de pesquisa e divulgação, dos produtos que comercializamos. Foi adquirido um CRM que nos dá a possibilidade de exportar as angariações para vários portais do imobiliário e que, ao mesmo tempo, nos ajuda a filtrar todas as Lead´s que recebemos diariamente sobre os nossos imóveis em carteira. Para além do website da empresa, estamos presentes com parcerias em vários portais de imobiliário, nomeadamente com o BPIexpresso imobiliário, CasaSapo, Imovirtual e Idealista. O que vos distingue de outras empresas que atuam na área imobiliária e qual o vosso posicionamento no mercado? Criámos um slogan que retrata da melhor forma a essência da nossa marca, “A excelência tem um nome, faça parte dele!”. Temos um conceito diferente das imobiliárias tradicionais e das franchisadas. Os nossos clientes são recebidos de uma forma mais privada e com um atendimento personalizado. As nossas instalações são muito modernas e encontramo-nos num edifício com empresas e escritórios de topo no Chiado. Garantir privacidade e conforto aos nossos clientes sempre foram das nossas prioridades iniciais. Achamos que o tipo de cliente que nos contacta, quer para vender a sua casa, quer para encontrar o seu novo imóvel, precisa de uma dedicação em exclusivo, e é desta forma que pretendemos continuar a trabalhar. A empresa nunca teve a ambição de ser uma grande empresa em termos de dimensão, mas sim a de ser uma grande empresa em termos da qualidade do serviço que presta.
Bruno Rodrigues CEO
Como descrevem o contexto do vosso setor de atividade e as perspetivas que se desenham? Portugal está na moda e merece estar. Aos olhos da comunidade de investidores internacionais teve uma conduta exemplar, exibe transparência e credibilidade e tem muitas vantagens em relação a outros países. Mantendo a sensatez de quem nos governa, a par da estabilidade fiscal, não haverá razões para duvidar que Portugal dará continuidade ao fantástico caminho que está a percorrer.
A Porta do Chão - Sociedade de Mediação Imobiliária, é uma empresa diretamente ligada ao setor imobiliário, com uma vasta experiência comercial. Peço-lhe que apresente a empresa aos seus leitores. A empresa surgiu com o objetivo de criar um conceito próprio, diferente das imobiliárias tradicionais. Atualmente, com um padrão de seriedade na prestação de serviços imobiliários, a Porta do Chão procura diariamente executar com disciplina o processo de busca e avaliação
52 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Quais os projetos delineados e os objetivos de futuro que pretendem atingir? Neste momento, estamos a trabalhar em dois novos empreendimentos, o SKYCITY e o 137LuxResidence, fruto da parceria que temos com a JPSGroup-investimemtos. Para além dos imóveis que temos em carteira, o foco será sempre o cliente e a angariação. Foi a pensar no futuro que estabelecemos recentemente uma parceria com a empresa Just Charming, dedicada à elaboração e desenvolvimento de trabalhos de design e decoração de interiores em Luanda e Portugal e estamos prestes a assinar uma segunda parceria com a empresa White Orchid, especialista em arrendamentos, venda e gestão de condomínios de luxo na zona de Cascais. Penso que estas parcerias serão uma mais-valia futuramente, não só pela experiência que ambas as empresas têm na área, mas também pelos contactos que poderão surgir.
investimentos imobiliários | embaixada da casa
Para que se sinta em casa desde o primeiro minuto
A Embaixada da Casa surge com o propósito de assegurar um acompanhamento personalizado de venda, compra e arrendamento, tornando as necessidades de cada um numa missão de todos os colaboradores desta empresa. Este é o ponto de partida para a construção de uma relação sustentável e de confiança em todos os serviços disponibilizados. Conversámos com Magda Sebastião, mentora deste projeto. Magda Sebastião Administradora
A Embaixada da Casa assume o propósito de assegurar um acompanhamento personalizado de venda, compra e arrendamento, tornando as necessidades de cada um numa missão de todos os seus colaboradores. Como surge este projeto empresarial e que balanço pode traçar da sua atividade? Este projeto surge na sequência de um objetivo pessoal que era o de lançar uma marca e, consequentemente num mercado dinâmico e com retorno. Assim, e após analisar vários mercados com os quais me identificava, surgiu o mercado imobiliário, também pela envolvência de pessoas com bastante know-how nesta área que me ajudaram, tendo formado uma equipa com skills para que fosse possível concretizar o meu objetivo, nascendo a Embaixada da Casa. O balanço desta empresa, ainda pequena, é bastante positivo tendo em conta que estamos no segundo ano de atividade e já atingimos o break even. Como descreve a filosofia, estratégia e metodologia de trabalho adotadas pela Embaixada da Casa? A nossa filosofia é completamente virada para a satisfação dos clientes, sejam eles proprietários ou clientes compradores, apesar do produto serem Imóveis é, essencialmente, um negócio de pessoas e como tal é para satisfazer as necessidades de cada cliente que trabalhamos. Temos uma estratégia de acompanhamento personalizado ao cliente com serviços acrescidos além de uma mera venda de casa e é por aí que nos diferenciamos dos demais. A equipa trabalha com o objetivo de se aproximar da excelência, trabalhando com bastante rigor. Não queremos, nem de perto nem de longe, ser uma máquina de vender casas. Pretendemos sim, desenvolver relacionamentos que perdurem na vida.
54 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
embaixada da casa | investimentos imobiliários Não somos ainda uma mediadora de exclusivos mas à medida que o tempo passa vamos tendo cada vez mais e isso deve-se a uma credibilidade que a equipa tem vindo a construir e, naturalmente um aumento de notoriedade da marca Embaixada da Casa . A nível de metodologia temos as mesmas ferramentas que qualquer outra mediadora tem, adequadas à dimensão da Embaixada da Casa e ao nosso target mas manobradas por pessoas diferentes.
entidades bancárias adequadas ao crédito à habitação, mudanças, entre outras... digamos que a Embaixada da Casa presta um serviço ‘chaves na mão’. A mais valia é a de o cliente sentir-se acompanhado desde o início até ao final do processo e, uma vez que pretendemos estar muitos e muitos anos no mercado queremos que todos os clientes voltem e passem palavra pela satisfação criada na prestação de serviços pela Embaixada da Casa.
A aposta da Embaixada da Casa no acompanhamento personalizado pressupõe a disponibilização de um conjunto integrado de serviços. Que serviços são esses e quais as mais-valias inerentes? A Embaixada da Casa fez parcerias em várias áreas relacionadas a uma venda, compra ou arrendamento de casa, tais como: tratarmos de toda a documentação necessária para a venda de um imóvel quando o proprietário não a tem, home staging, restyling, arquitetura e engenharia para recuperação de imóveis, trabalhamos com todas as
Neste contexto, o estabelecimento de parcerias é um elemento chave para promover a competitividade da empresa? Não só mas também. Não só porque todas as Mediadoras o poderão fazer mas para a Embaixada da Casa o mais importante é o rigor, e a transparência em todo o processo que gera uma relação de credibilidade e duradoura com os nossos clientes e fidelizando-os.
AF_Anúncio_Embaixada da Casa.pdf
1
Qual foi a recetividade do mercado face à vossa abordagem de personalização e acompanhamento próximo? Esta forma 11/10/16
de estar permite uma relação de maior fidelização? A recetividade tem sido avaliada à medida que vamos tendo o retorno dos nossos clientes através de comentários de agradibilidade e de nos chegarem muitos clientes pela via da recomendação de outros. É, sem dúvida, um orgulho para a equipa da Embaixada da Casa que assim seja. A vossa área geográfica de actuação centra-se na Linha de Cascais e Lisboa. Inicialmente, concentrámo-nos na Linha de Cascias por ser uma zona bastante atrativa e porque iniciámos com duas pessoas. Ao dia de hoje, já temos imóveis na Grande Lisboa, sendo zonas específicas de Lisboa uma aposta de futuro. Os clientes que vos procuram são essencialmente portugueses ou também estrangeiros? Ambos. Divulgamos a nível nacional e internacional, logo atingimos várias nacionalidades e também porque a nossa loja está no Jumbo de Cascais, logo tem
bastante afluência de estrangeiros. Em vendas efetivas temos, até ao momento, cerca de 70% nacionais e 30 por cento estrangeiros. Num mercado cada vez mais global e competitivo, designadamente no ramo imobiliário, qual o fator diferenciador da Embaixada da Casa face à concorrência? Uma equipa de boas pessoas já com vários anos de mercado imobiliário que adapta os seus conhecimentos à evolução do mercado e como consequência faz um acompanhamento muito próximo ao cliente Em termos de futuro, que perspetivas têm para o desenvolvimento da Embaixada da Casa? Num futuro próximo, será o de abrir uma loja Embaixada da Casa em Lisboa e, posteriormente uma expansão natural a nível nacional. Será a consolidação de uma Embaixada da Casa, a abertura de outra e todos crescermos a todos os níveis.
11:58 AM
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 55
investimentos imobiliários| urban profile
um amigo para a vida Atuando no mercado imobiliário lisboeta, a Urbanprofile oferece as melhores soluções aos seus clientes com um atendimento personalizado. Num mercado em crescimento, a imobiliária disponibiliza todos os serviços necessários para quem pretende encontrar casa, como nos relata Carlos Gouveia.
os passos para que os mesmos se sintam confortáveis com as opções que vão tomar. Fazemos uma triagem exaustiva de acordo com as necessidades e perfil dos nossos clientes, para que aquando da apresentação das várias hipóteses, a escolha se torne o mais fácil possível. Que serviços disponibilizam aos vossos clientes? Disponibilizamos serviços como: a gestão e aconselhamento na compra, venda e arrendamento de qualquer tipo de imóvel; estabelecemos e gerimos a rede de network de potenciais investidores com sinergias de negócio; fazemos análise e acompanhamento de opções de financiamento; gestão de arrendamento temporário de curto e médio prazo, com serviços de check-in & check-out, limpeza e manutenção; a selecção de parceiros com especialização em áreas complementares, tais como: certificação energética; avaliação patrimonial; decoração de interiores; arquitetura e renovação de imóveis; e limpeza e conservação.
Começamos esta entrevista por lhe perguntar como surge a UrbanProfile? A URBANPROFILE surge no seguimento de experiências profissionais que culminam nas várias atividades que temos: Mediação Imobiliária, Consultadoria Financeira, Parcerias, Investimento e arrendamento temporário (férias). A minha experiência profissional iniciou-se na banca de retalho com enfoque no fomento à construção e no imobiliário. Posteriormente, fui Diretor Financeiro e responsável de vendas numa empresa de construção civil e, por fim, decidi lançar a URBANPROFILE nas várias áreas que abrangemos. Que balanço faz destes anos de atividade? O mercado em que estamos inseridos é um mercado volátil e, neste momento, está a atravessar uma fase excelente. Existe uma grande procura de imóveis nas zonas em que trabalhamos: Cascais, Linha de Cascais, Lisboa e Sintra (zonas premium), tornando escassa a oferta devido à quase nula construção de novos imóveis nos últimos anos. Qual a vossa principal missão e o que vos distingue no mercado imobiliário? O nosso lema é: Rentabilizar os recursos existentes em cada ativo imobiliário, maximizando o património dos nossos clientes. Pretendemos dar um atendimento personalizado aos nossos clientes, acompanhando todos
56 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Trabalham na área da gestão imobiliária na linha de Cascais, Sintra e Lisboa? Porquê estas zonas geográficas? A nossa carteira de clientes procura, essencialmente, imóveis de topo em zonas de excelência. A nossa vivência foi sempre feita nestas zonas e os nossos conhecimentos pessoais também. Eu e a minha equipa nascemos, vivemos e trabalhámos nestas zonas, pelo que temos um conhecimento privilegiado deste mercado. Não obstante, e por forma a dar resposta às solicitações dos nossos clientes, temos alguns imóveis em carteira em zonas díspares mas, igualmente, com muita procura. Por onde passa o futuro da UrbanProfile? Pretendemos que a UrbanProfile cresça com rigor e qualidade, abrindo novos espaços em zonas que consideramos fulcrais para o crescimento do nosso negócio. Planeamos, ainda, crescer e desenvolver o atual negócio de parcerias com redes internacionais, que nos trazem clientes da China, França, Holanda, Dinamarca, Suécia, Costa do Marfim, Brasil e Estados Unidos, consolidando o bom relacionamento com vários parceiros internos com quem já fazemos bons negócios. Pretendemos ser um AMIGO PARA A VIDA!
no place like home | investimentos imobiliários
Rui Nuno Tavares e Sílvia Aniceto
“Não existe sítio como a nossa casa” Reabilitação, design e decoração são as grandes áreas de atuação da No Place Like Home. Evitar a contratação de um arquiteto para o projeto interior, de um engenheiro para a execução e ainda de um decorador é a grande mais-valia desta empresa, visto que esta reúne todos estes serviços.
Patenteada desde 2015, a No Place Like Home distingue-se pela proximidade com o cliente, onde todos os serviços são desenvolvidos num ambiente acolhedor e familiar, “tal como é a nossa casa”. Cozinhas e casas de banho são as grandes apostas destes dois empreendedores que estiveram à conversa com a Revista Business Portugal. Rui Nuno Tavares iniciou a sua paixão pela reabilitação enquanto engenheiro civil, área onde trabalhou durante 16 anos. Ao longo do seu percurso profissional, adquiriu experiência em trabalhos como o projeto Porto 2001 e o Museu de Vila Nova de Foz Côa, tendo trabalhado diretamente com os arquitetos Souto Moura e Siza Vieira. Já nesta altura, se incumbia de uma engenharia de projeto, onde se responsabilizava pela parte mais complexa das obras e acabamentos fora do comum. O início do seu projeto pessoal nasce como solução perante a crise que a construção civil em Portugal viveu. A par da engenharia de projeto, aprofundou estudos em design de interiores e encontrou na parceria com Sílvia Aniceto a vertente que completa esta empresa: a decoração. Sílvia Aniceto, que desde muito nova, se interessou pela arte decorativa, desenvolve com os seus clientes a “localização espacial dos objetos” de cada espaço a trabalhar. A decoração é feita conforme o montante que o cliente define, sendo um processo de interação e conhecimento constantes, que vão desde a deslocação com o cliente aos locais de compra até à execução final. Processo este que afirma ser muito gratificante, pois “desenvolvem-se verdadeiras amizades”. Uma das chaves para a obtenção da harmonia nos espaços criados reside neste equilíbrio conseguido através da fusão da energia feminina e masculina desta equipa. Deste modo, encontramos na No place like home a resposta perfeita para os requisitos do projeto e sua execução: reabilitação, design e decoração - um trabalho pautado pela sofisticação e guiado pela paixão. Podemos dizer que: «Não há casas como a “No place like home”».
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 57
INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO As empresas portuguesas estão cada vez mais voltadas para a inovação, contribuindo para o desenvolvimento da economia portuguesa. Portugal tem bons exemplos, nas mais diversas áreas, empresários que apostam na renovação e na novidade como forma de desenvolvimento dos seus negócios, empresas que inovam nos produtos que lançam para o mercado, nas parcerias efetuadas, nos mercados escolhidos e nos métodos de trabalho adotados, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento das organizações. As pequenas e micro empresas detêm um papel, também ele, importante para a economia de um país e contribuem, eficazmente, para o seu desenvolvimento e crescimento. Portugal tem procurado um caminho de valorização apoiado na inovação e no alto crescimento e desenvolvimento económico e social. Para alcançar este patamar, o incentivo para as pequenas e micro empresas com programas de fortalecimento de setor tem sido uma realidade. Desta forma, a competitividade ganha força e a aposta nas tecnologias contribui para fazer frente aos grandes no mercado internacional. De seguida, apresentamos alguns exemplos de empresas que estão a contribuir, positiviamente, para o desenvolvimento da economia portuguesa nos mais diversos setores, apostando fortemente na inovação, na exportação e no desenvolvimento, não descurando os recursos humanos que são o principal fator de sucesso de qualquer empresa. Invista na leitura das próximas páginas e comprove.
Renascimento volta a distinguir-se como PME Líder A Renascimento voltou a ser distinguida com o estatuto PME Líder, selo de reputação de empresas criado pelo IAPMEI para distinguir o mérito das PME nacionais com desempenhos superiores, atribuído em parceria com o Turismo de Portugal e um conjunto de Bancos Parceiros, tendo por base as melhores notações de rating e indicadores económico-financeiros. Este prémio é um certificado de qualidade para as empresas na sua relação com o mercado. “É com imensa satisfação que tomamos conhecimento desta distinção. Continuar a estar entre as empresas consideradas PME Líder é, para nós, um indicador de que estamos no bom caminho… e pretendemos dar continuidade à nossa estratégia, de forma a manter os índices de confiança e satisfação a que temos habituado os nossos clientes e parceiros, nesse sentido as áreas de ambiente, resíduos e tudo o que esteja relacionado com a economia circular continuarão a ter um forte peso na consolidação da nossa empresa”. Para a direção da Renascimento, a atribuição deste estatuto é encarada como mais um fator de afirmação da Renascimento e do seu serviço de Gestão Global de Resíduos prestado no mercado nacional. De salientar que a atual situação e conjuntura económico-financeira constitui um desafio para os gestores das PME nacionais, obrigando a uma atualização permanente, por parte dos gestores, os seus modelos de gestão. Deve, pois, existir um compromisso diário de toda a organização em inovar, implementar novas estratégias, identificar e aproveitar novas oportunidades, visando uma maior flexibilidade e consequentes ganhos de competitividade.
58 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
É importante que as PME e os seus clientes e parceiros aproveitem os benefícios deste tipo de empresas. Um centro de decisão mais próximo, devido às suas estruturas mais “leves”, permite-lhes ter a capacidade de rapidamente se reestruturarem e de se adaptarem a novos requisitos ou a novos mercados, através da inovação dos seus produtos e serviços. Na Renascimento, trabalha-se diariamente para encontrar soluções de gestão adaptadas às necessidades dos seus clientes e para dotar a empresa de uma maior capacidade de implementação e execução destas soluções com sucesso. Outro dos desafios do gestor das PME é ter a capacidade de motivar equipas e trabalhadores, e conseguir que todos se foquem em objetivos comuns, com a consciência de que alcançar os objetivos é bom para todos. “A todos os nossos clientes, colaboradores, consultores, parceiros e amigos, o nosso muito obrigado pela vossa confiança, empenho e dedicação.” Elsa Pereira Nascimento Dir. Desenvolvimento Negócio
inovação e desenvolvimento | Boehringer Ingelheim Portugal
“Valor através da Inovação” A Boehringer Ingelheim é uma empresa líder na produção de medicamentos com os mais elevados padrões de qualidade técnica e científica. Entre as características diferenciadoras do grupo distinguese o forte compromisso na pesquisa, orientada para a investigação e desenvolvimento de novos princípios ativos e formas farmacêuticas, para fazer face às necessidades constantes do mercado. Sandra Marques, a diretora geral, dá a conhecer a visão estratégica e inovadora da Boehringer Ingelheim, em entrevista à Revista Business Portugal.
A filosofia da empresa assenta no pilar “Valor através da Inovação”. Pode dizer-se que a preocupação em trazer inovação está no ADN da empresa? “Valor através da Inovação” traduz a visão da Boehringer Ingelheim. Os avanços da Medicina, a melhoria dos indicadores de saúde e o aumento da longevidade são o resultado da melhoria dos cuidados assistenciais, e do acesso a tecnologias de saúde inovadoras resultantes de I&D. São disso exemplos, a redução da mortalidade em certos tipos de cancro, em doentes com VIH ou em doentes com fibrilhação auricular. O nosso investimento em I&D visa descobrir novas moléculas com potencial terapêutico, e tem contribuído para a descoberta de fármacos inovadores.
Sandra Marques Diretora geral
60 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
A Boehringer Ingelheim está presente em Portugal há mais de 50 anos. Como avalia esta implementação e crescimento notável no mercado nacional? A implementação e crescimento da Boehringer Ingelheim a nível nacional devem-se a dois fatores: às pessoas e ao espírito de inovação. Como a maior empresa familiar a nível mundial, a Boehringer Ingelheim tem conseguido atrair e desenvolver grandes profissionais. A nossa aposta em pessoas que partilham a nossa ambição permite este crescimento acima do mercado. Apostamos em mercados difíceis e, cada vez mais concorridos, assegurando lançamentos de excelência que nos permitiram
Boehringer Ingelheim Portugal | inovação e desenvolvimento cuidados em saúde que são prestados. A garantia de acesso à inovação de tecnologias de saúde é um investimento nessa sustentabilidade. O principal desafio que se coloca hoje ao Estado Português diz respeito aos modelos orçamentais existentes, que têm de ser repensados de forma a garantir o adequado financiamento do SNS futuro, o acesso à inovação em Saúde e simultaneamente poupanças no sistema. Na conjuntura atual os grandes desafios que se colocam à ndústria Farmacêutica (IF) resultam do subfinanciamento crónico traduzido numa incapacidade de responder aos compromissos financeiros. Um exemplo desta realidade é do das dívidas hospitalares à IF, em que o prazo médio de pagamento, pelos hospitais do SNS tem sido superior a 400 dias. Outro desafio é garantir que o desfasamento, em termos de disponibilização de medicamentos inovadores aos doentes portugueses, comparativamente aos outros países da Europa diminua. Os medicamentos representam um quinto dos gastos em saúde. Apesar disso, têm sido o principal foco de medidas de contenção de custos, com a discussão de financiamento de medicamentos a ser baseada em ganhos em saúde e económicos tendo em conta o horizonte temporal da doença, enquanto que os orçamentos são estabelecidos anualmente e as medidas de contenção de custos são analisadas a curto prazo. Os constrangimentos com a exportação paralela também são uma constante, que resultam da diminuição das margens dos armazenistas e das farmácias, aliado ao custo dos medicamentos em Portugal ser dos mais baixos da Europa. Esta situação tem um enorme impacto no abastecimento do mercado farmacêutico nacional com as farmácias constantemente a reportar falhas e o número de doentes afetado a aumentar. As medidas implementadas pelos reguladores não têm sido suficientes para reverter a situação, pelo que o maior desafio que se coloca à IF é continuar a conseguir gerar negócio suficiente para continuar a investir em I&D e continuar a considerar que Portugal continua a ser um investimento positivo.
alcançar, em alguns casos, a liderança de mercado, nomeadamente em áreas chave como a área respiratória. As áreas terapêuticas em que a Boehringer Ingelheim tem uma forte intervenção são a área respiratória e a área cardiovascular. A aposta em outras áreas terapêuticas faz parte da estratégia da empresa? Quais? Claro que sim. Como empresa líder em investigação é para nós uma prioridade diferenciar e aumentar o nosso portfólio com entradas fortes em mercados onde sabemos que podemos fazer a diferença na vida dos doentes, como é o caso dos inúmeros estudos que temos em áreas como Diabetes, Neurociências e mesmo Oncologia. Pensarmos que a preservação do nosso portfólio atual seria o que nos guiaria para os próximos dez anos seria um erro. O medicamento certo para o doente certo hoje, provavelmente não o será amanhã. Daí que seja uma prioridade para nós sairmos da nossa área de conforto, as áreas em que somos líderes, e diversificarmos o nosso portfólio para que mais doentes possam tirar partido real das nossas opções terapêuticas. Quais os principais desafios que se colocam na atualidade ao setor farmacêutico? A sustentabilidade de qualquer serviço nacional de saúde é essencial para a qualidade dos
Qual tem sido a visão estratégica da Boehringer Ingelheim para responder às exigências atuais de um mundo em constante mutação? Os sistemas de saúde na Europa estão a enfrentar enormes desafios em termos de falta de recursos e aumento da procura em cuidados de saúde, como consequência do envelhecimento da população e do aumento da prevalência de doenças crónicas. Caso os sistemas de saúde não se adaptem as estas alterações demográficas, os gastos com cuidados de saúde poderão duplicar tornando a situação insustentável a longo prazo. A Boehringer Ingelheim quer continuar a ser parte da solução contribuindo para tornar os medicamentos mais acessíveis e o sistema de saúde mais sustentável. O nosso objetivo é garantir que os doentes têm o acesso o mais atempado possível à inovação que pode modificar ou salvar vidas. Ao contrário do que é muitas vezes percecionado, os medicamentos são ferramentas poderosas na gestão dos atuais desafios dos sistemas de saúde. O verdadeiro custo para a sociedade está diretamente ligado à prevalência das doenças crónicas e não ao custo dos medicamentos inovadores. Tendo em conta a necessidade de uma gestão integrada da doença crónica, de forma a tornar essa gestão mais eficiente e diminuir os desperdícios, a visão da Boehringer Ingelheim passa por, para além da contribuição em campanhas de prevenção, propor soluções integradas que possam contribuir para facilitar essa gestão, nomeadamente nas áreas respiratória e cardiovascular, áreas em que a Boehringer Ingelheim tem um conhecimento muito vasto. A Boehringer Ingelheim assume o compromisso na descoberta e desenvolvimento de medicamentos que representem elevado valor terapêutico para os doentes, os médicos e os serviços de saúde. A investigação e desenvolvimento assumem-se como a pedra toque para alcançar esta meta? Sem dúvida. O aumento do investimento em I&D é uma prioridade da empresa que investe globalmente nesta área cerca de 20 por cento dos seus lucros líquidos anuais, valor que está acima da média da indústria farmacêutica.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 61
inovação e desenvolvimento | Boehringer Ingelheim Portugal A nível nacional, dados de 2013 mostram que a Boehringer Ingelheim investiu em Portugal cerca de 3,4 milhões de euros em investigação clínica, o que representou um crescimento de cerca de 144 por cento relativamente a 2010. Entre 2010 e 2014, a Boehringer Ingelheim registou um investimento total superior a 11 milhões de euros relativos a 113 ensaios clínicos em várias áreas terapêuticas e que envolveram 2.466 doentes. Acreditamos que o investimento atual pode ser potenciado, se forem ultrapassados alguns dos atuais constrangimentos a nível nacional agilizando todo o processo de implementação de investigação clínica. A competitividade nacional face aos restantes países pode e deve ser aumentada, permitindo projetarmo-nos na vanguarda desta área, onde a Boehringer Ingelheim continuará a investir para disponibilizar aos doentes e profissionais de saúde, fármacos inovadores, mais eficazes e mais seguros. Acreditam que a Investigação e o Desenvolvimento têm ditado o sucesso da empresa. O elevado nível de investimento em I&D é um dos vossos elementos diferenciadores? Em termos absolutos, se considerarmos a razão entre o valor de mercado da Boehringer Ingelheim e o número de projetos de investigação implementados anualmente, a empresa encontra-se claramente na vanguarda. Quando a maioria das empresas da indústria farmacêutica desinvestiu em Portugal, nós decidimos reforçar o investimento em investigação e desenvolvimento, acreditando sempre
62 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
que seria possível superar os obstáculos e implementar com sucesso, investigação clínica em Portugal. Aliás, o número de projetos de investigação tem aumentado de ano para ano, tal como o número de doentes e de centros de investigação envolvidos em ensaios clínicos. Que balanço faz do desenvolvimento da atividade da Boehringer Ingelheim em 2016? Que objetivos e desafios estão estabelecidos para 2017? Todos os anos o grande objetivo da Boehringer Ingelheim é disponibilizar aos doentes portugueses medicamentos inovadores, que venham preencher lacunas terapêuticas e melhorar a sua qualidade de vida e das suas famílias e 2016 não foi exceção. Continuámos simultaneamente a procurar novas soluções terapêuticas que façam a diferença na vida dos doentes. Os grandes objetivos para 2017 passam por dois grandes eixos: o aumento do investimento em ensaios clínicos em Portugal e garantir o acesso a medicamentos inovadores em áreas tão distintas como metabólica, cardiovascular, respiratória e oncológica. O maior desafio estará relacionado com a contínua contribuição para a sustentabilidade do SNS. A sustentabilidade de qualquer serviço nacional de saúde é essencial para a qualidade dos cuidados em saúde que são prestados. Em Portugal, a Boehringer Ingelheim em 2017 quer continuar a ser parceira, reconhecida pela capacidade de inovar e a poder participar na tomada de decisão. Queremos continuar a ser parte da solução e não parte do problema.
inovação e desenvolvimento | grupo caproni
parceiro na gestão da sua clínica
Especializado em gestão e mercado para consultórios e clínicas, o Grupo Caproni oferece soluções práticas aos profisisonais de saúde na admnistração das suas clínicas. Em entrevista à Revista Business Portugal, o fundador do grupo, Roberto Caproni, fala-nos sobre esta empresa que veio transformar a forma de gerir clínicas.
mercado para consultórios e clínicas e encontra-se, já, na 5a edição, tendo sido traduzido para o espanhol e para o inglês. Praticamente todas as bibliotecas das faculdades da área da saúde em Portugal têm um exemplar desse livro à disposição dos alunos. No dia 29 de novembro deste ano, o livro será lançado em Nova York e em 2017 em 52 países. O grupo desenvolve competências ao nível da implementação de consultórios e clínicas. Nesta medida quais os serviços que prestam? Damos suporte para consultórios e para clínicas que já atuam no mercado e, também, para aqueles profissionais que pretendem entrar. Atuamos na formação do profissional da saúde com o curso MBA Compacto de gestão e de mercado e, também, nas consultorias com profissionais especializados na área. A área da saúde engloba setores diversos que interagem, obrigatoriamente, entre si, desde a indústria farmacêutica aos profissionais de saúde, passando pelas clínicas e consultórios. Neste sentido, a inovação faz parte da vossa filosofia? Como é estabeler contactos com todos estes players? A inovação deve fazer parte de todas as organizações modernas. Existe uma cadeia produtiva. Quando otimizamos e fazemos crescer os consultórios e as clínicas, estamos, também, a contribuir para a otimização e crescimento de todos os que fazem parte desta cadeia.
Roberto Caproni Administrador
Atuam em mercados diversos, como Europa e América Latina. De que forma está a ser implementada a estratégia de expansão e internacionalização do grupo? Já tivemos turmas no curso MBA Compacto de gestão e de mercado no Porto e em Lisboa. São vários os profissionais de saúde em Portugal que têm vindo ao Brasil fazer o nosso curso. Temos feito palestras em, praticamente, toda a América Latina, América Central, Portugal, Espanha e Estados Unidos. Em 2017, vamos oferecer cursos online traduzidos para diversas línguas. Será um curso diferente do presencial e conduzido pelos consultores do Grupo Caproni, profissionais especializados. Para contextualizar os leitores, importa dar a conhecer a história do Grupo Caproni, quando surgiu, como foi a expansão, quais os momentos mais marcantes? O Grupo Caproni foi criado em 1994 quando escrevi o livro “Valor Agregado para consultórios e clínicas”. Este foi o primeiro livro escrito em todo o mundo sobre gestão e
64 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Tendo como foco a formação de profissonais, quais as mais-valias dos cursos ministrados pelo Grupo Caproni? Toda a ciência tem uma linguagem técnica que dificulta a compreensão para aqueles que não atuam na área. O Grupo Caproni traduziu a linguagem da gestão e do mercado para
os profissionais da saúde. Desta forma, o profissional da saúde compreende com facilidade o que tem que fazer para otimizar os resultados dos seus consultórios ou das suas clínicas. O suporte dos nossos consultores especializados, também, faz a diferença. O profissional da saúde não tem tempo e cabe-nos a nós, enquanto Grupo Caproni, facilitar essa vertente. O que considera diferenciar o Grupo Caproni dos restantes concorrentes existentes no mercado? Eu formei-me, inicialmente, em Medicina Dentária. Posteriormente, fiz o curso de Gestão. Fiz, ainda, uma pósgraduação em Marketing e em Psicologia. Este conhecimento faz com que entenda a realidade e os problemas enfrentados pelos profissionais da saúde no seu dia a dia. O curso MBA Compacto e o Grupo Caproni surgiram a partir daí, da realidade vivida pelos profissionais da saúde. Não se trata apenas de teorias aprendidas em livros. A completar 22 anos de atividade, qual o balanço? Qual foi o maior desafio? A maioria dos profissionais da saúde desconhecem as ferramentas modernas de gestão e de mercado que se encontram disponíveis. São pessoas concentradas na sua área de atuação e apaixonadas por aquilo que fazem, o que contribui para a excelência do seu trabalho. A paixão é uma grande força motivadora. No entanto, foco e paixão podem gerar um tipo de miopia seletiva, fazendo com que não percebam soluções que se encontram noutras áreas. Ampliar o foco do profissional da saúde, apresentando-lhes uma nova ciência que pode ajudá-los na obtenção de melhores resultados, foi e tem sido um grande desafio. Há 22 anos, este era um desafio gigantesco, hoje, é apenas um grande desafio, já que os profissionais bem-sucedidos que utilizam os nossos serviços servem de referência para outros. Esta corrente amplia-se cada vez mais, facilitando e divulgando os nossos serviços. Quais as perspetivas de futuro para o Grupo Caproni? Durante muitos anos refletimos sobre a forma de levar este conhecimento para outros países, porém, não encontramos um modelo que pudesse assegurar a qualidade dos nossos serviços. Hoje, temos esse modelo de expansão pronto e nos próximos anos, são vários os países que terão acesso aos nossos serviços através de palestras e cursos online pela Internet.
tpjo | inovação e desenvolvimento
Um serviço personalizado a pensar em cada cliente Criada em 2016, a TPJO Portugal, Lda – Real Estate Business, and Services é uma jovem empresa, no ramo imobiliário, com um core business muito direcionado para o mercado luso-árabe, apostando na lógica de bilateralidade entre o mercado árabe e o mercado português.
Assumindo o desiderato de marcar a diferença num mercado cada vez mais competitivo, a TPJO Portugal distingue-se por um serviço integrado, personalizado e de grande qualidade. Com sede na Avenida da República, em Lisboa, a empresa é constituída por quatro pessoas, nomeadamente os sócios-gerentes Paula Costa e Orlando Serra, bem como por Tânia Pó, consultora de informática e investimento, e José Brito, consultor na área jurídica. Contudo, o projeto teve início com Paula Costa e Tânia Pó, fruto da sua experiência e know-how no mercado imobiliário. “Resolvemos iniciar este projeto, porque tínhamos um vasto leque de conhecimentos, para investir no mercado internacional e captar investimentos para Portugal”, revela Tânia Pó. “Tínhamos clientes oriundos do mundo árabe e com os quais nos identificávamos bastante, as coisas corriam bem, havia uma relação muito boa e como tal começámos a pensar e porque não?”, avançam Paula Costa e Tânia Pó, salientando que o passo seguinte foi auscultar a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Árabe. E assim nasceu a TPJO Portugal. Paula Costa e Tânia Pó reconhecem grande potencialidade no mercado árabe, considerando que este não está muito explorado, por isso mesmo a forte aposta neste mercado. “Estamos a trilhar bons caminhos, temos bons contactos firmados e penso que está a correr francamente bem”, sublinham. Paula Costa e Tânia Pó pretendem que a TPJO Portugal seja sinónimo de um serviço personalizado e de grande acompanhamento aos seus clientes, por isso têm como premissa aliar a vertente de captação de investimento e no acompanhamento dos investidores em Portugal. “Queremos marcar a diferença no mundo das imobiliárias, juntando o polo imobiliário com o do acompanhamento próximo ao cliente, tentando mostrar o nosso país e as suas potencialidades de uma forma transversal”, sustenta Tânia Pó. Apesar de ser uma empresa muito recente, a TPJO Portugal detém já uma carteira de clientes bastante interessante que, na opinião de Tânia Pó, será uma mais-valia para alavancar o crescimento da empresa. “A nossa dinâmica inclui um conjunto de parceiros que nos fornecem alguns imóveis, grande parte deles de um segmento elevado. Temos uma carteira muito razoável de imóveis de luxo, quer novos, quer usados recuperados, fundamentalmente em Lisboa, mas também no Porto e no Algarve”, desvendam as nossas entrevistadas, acrescentando que também têm parceiros além-fronteiras, nomeadamente nos Estados Unidos da América e no Dubai. Fórum Económico Portugal-Países Árabes A Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa (CCIAP) tem organizado o Fórum Económico Portugal-Países Árabes, com o desiderato de apoiar a internacionalização das empresas e promover o desenvolvimento das relações económicas entre Portugal e os Países da Liga dos Estados Árabes. Paula Costa e Tânia Pó relevam a importância desta plataforma de networking empresarial árabe-portuguesa para o desenvolvimento da sua atividade, essencialmente porque “acreditamos no que fazemos e sabemos o nosso potencial”, destacam em entrevista à Revista Business Portugal.
José Brito, Paula Costa, Tânia Pó e Orlando Serra Gerentes
Mensagem aos potenciais clientes Paula Costa e Tânia Pó reiteram a abertura da TPJO Portugal para dar apoio a todo e qualquer investidor, seja nacional ou internacional, lembrando que a empresa distingue-se por “um serviço que se caracteriza pela proximidade, pela personalização e pelo apoio permanente ao cliente”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 65
inovação e desenvolvimento |tap
“A TAP do futuro passa pelo seu fortalecimento e sustentabilidade”
No desenvolvimento da sua atividade, a TAP tem por objetivo posicionar-se no setor como uma companhia aérea de referência, prioritariamente orientada para o cliente e para a satisfação e antecipação das suas expectativas, atuando sempre com plena consciência da sua responsabilidade social e respeitando o seu compromisso para com o ambiente e a sociedade. Conversámos com Paula Canada, diretora de Marketing e Customer Care.
Em que valores assenta a ação da TAP enquanto empresa de grande importância para o país? Valores como uma forte cultura de segurança e fiabilidade operacionais, a par da confiança e credibilidade da marca TAP, da transparência e crescente proximidade no relacionamento com o cliente, assim como a aposta na inovação, constituem valores-base da estratégia e orientação da TAP. Qual a missão e estratégia que têm sido adotadas? A orientação estratégica definida pela TAP tem como objetivos fundamentais criar valor económico e social para os acionistas e para o país, satisfazer e antecipar as expectativas dos clientes, bem como assegurar as melhores condições de afirmação e desenvolvimento profissional ao universo dos trabalhadores do Grupo TAP.
Paula Canada Diretora de marketing e customer care
Campanhas especiais para jovens e estudantes têm sido desenvolvidas atualmente. Qual a importância deste público para a empresa? Todos os públicos são importantes para a TAP, mas os jovens e estudantes, que fazem parte dos Millennial, são um segmento a que procuramos estar particularmente atentos, criando produtos que se adaptem às suas novas exigências. Os jovens pela sua própria natureza estão em permanente movimento, e o que é verdade hoje pode não ser amanhã. Entendemos que a nossa comunicação deve conseguir acompanhar esta movimentação de forma a chegar a este segmento, fazendo com que se identifiquem com a marca e que a valorizem. Relativamente à Campanha Especial para Estudantes, em que consiste? A quem se dirige? Em que alturas do ano se encontra disponível? A TAP tem procurado adaptar-se às características deste segmento, que é cada vez mais representativo e que pelas suas características específicas necessita de um tipo de
66 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
tap | inovação e desenvolvimento comunicação próprio e direcionado. O que temos estamos a fazer é criar uma nova estratégia criativa de forma a conseguir transmitir uma mensagem de preço baixo com uma linguagem próxima num tom de comunicação descontraído, divertido, atual e com o qual se identifiquem. Em que consiste a Campanha Jovem? A Campanha Jovem foi elaborada a pensar num produto que acompanhe e que motive um perfil de consumidores para quem tudo conta desde a definição dos seus orçamentos até ao preço final da viagem, onde tudo é considerado nos mais pequenos detalhes. O que motiva este segmento de viajantes são as experiências que têm, ou seja o que vão encontrar quando chegam ao destino. A viagem em si é considerada uma commodity e a sua importância é tanto maior quanto menor for o preço a pagar no final. Daí a importância de uma estratégia de comunicação, inserida na nova política de pricing da TAP, onde se valorizam todos os pormenores que podem contribuir para a escolha final, sendo que a variação do preço
é influenciada por exemplo por a bagagem estar incluída ou não, se prefere escolher lugar com antecedência ou na altura do embarque, entre outros fatores. Como é que a TAP procura diferenciar-se das outras entidades do mesmo ramo de atividade? A TAP tendo vindo a desenvolver uma estratégia de pricing que seja competitiva e interessante para todos os nossos clientes, mas também para que quem não considerava viajar com a TAP por questões de preço e que agora o comece a fazer. Mais do que olharmos para a concorrência temos, em primeiro lugar, de que estar preparados para a evolução do mercado e garantir que a TAP tem produtos e serviços competitivos e que vão ao encontro das expectativas e motivações dos seus passageiros. Queremos continuar a ser valorizados enquanto a companhia aérea nacional e continuar a dar boas razões para que voem connosco. Que outros programas e serviços
inovadores se encontram à disposição do público? Dentro de uma dinâmica em que procuramos estar atentos à procura do mercado a TAP tem o Programa Victoria, um programa de contabilização de milhas dedicado aos seus passageiros e o Programa Corporate que reúne um conjunto de vantagens para as empresas que escolhem viajar na TAP. Recentemente apresentámos novos produtos e serviços como o Stopover, a Ponte Aérea, o Plusgrade, o Quiosque digital e a Assistência Personalizada, o que nos permite adaptar o nosso produto às características específicas dos nossos clientes. A nível de inovação destacamos o novo website, com uma nova área de cliente TAP e uma nova APP e ainda o App Stopover com o intuito de ser o “travel companion” do cliente. Por onde passa o futuro da TAP nos próximos cinco anos? Reconhecida como a companhia aérea portuguesa líder de mercado e uma das maiores exportadoras nacionais, a TAP do futuro passa pelo seu fortalecimento
e sustentabilidade, pelo seu crescimento enquanto empresa geradora de emprego e criadora de valor e pela expansão da sua rede de operações, fazendo o melhor aproveitamento do posicionamento geoestratégico do seu Hub de Lisboa enquanto plataforma operacional de excelência nas ligações aéreas intercontinentais entre a Europa e África e as Américas do Norte, Central e do Sul. Prémios, como o de Companhia Aérea Europeia Líder para África e América do Sul, atribuído pelos World Travel Awards, que significado tem para a empresa? Têm grande significado para a TAP, desde logo porque os World Travel Awards são uma marca de prestígio, conhecidos como os ‘óscares’ da indústria, premiando a qualidade e a excelência no setor das Viagens & Turismo, e naturalmente porque traduzem o reconhecimento da TAP nos grandes mercados internacionais onde operamos, fruto do empenho e do trabalho consistente da companhia ao longo dos anos.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 67
inovação e desenvolvimento | munditransfers
Uma rede inovadora de excelência e confiabilidade
A Munditransfers tem como missão o respeito pelos clientes e colaboradores e como objetivo prioritário ultrapassar as expectativas dos seus clientes, baseando-se em princípios legais e éticos, e seguindo rigorosos e elevados padrões de conduta e responsabilidade. Assume a qualidade do serviço prestado como um compromisso e a satisfação e fidelização do cliente como uma das suas principais metas, como nos contam em entrevista Pedro Moraes e Fátima Fonseca, gerentes da Munditransfers.
alargou o seu âmbito de atuação e, fruto da parceria estabelecida com a MoneyGram, oferece um serviço de transferências para mais de 200 países.
Pedro Sousa Moraes Gerente
Fátima Fonseca Gerente
A Munditransfers é uma instituição de pagamentos e câmbios, contextualizando como e quando surgiu a empresa? A Munditransfers fundada em 1995 é, desde Abril de 2011 uma instituição de pagamentos e câmbios, autorizada e sujeita à supervisão do Banco de Portugal (código 0857), nos termos das normas legais e regulamentares que regem a respetiva atividade. A operar no mercado de câmbios há 21 anos, alargou, em 2005, o âmbito da sua atividade para a prestação de serviços de transferência de dinheiro de e para o exterior. Inicialmente vocacionada para o mercado brasileiro, aproveitando a grande comunidade brasileira existente em Portugal, foi a criadora da “taxa zero”, e converteu-se no primeiro ano de existência, enquanto empresa de transferência de dinheiro, numa empresa reconhecida nacionalmente, que oferece uma rede inovadora de excelência e confiabilidade em serviços financeiros, de forma eficiente e competitiva. Atualmente a ocupar uma posição de destaque no mercado de transferências em Portugal
68 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Quais os serviços que prestam atualmente? De que forma a Munditransfers está presente em Portugal? Presentemente a Munditransfers, enquanto instituição de pagamentos, dedica-se essencialmente a transferências de dinheiro e à compra e venda de moeda estrangeira, trabalhando com praticamente todas as divisas. As transferências de dinheiro, que começaram por ser apenas remessas familiares de imigrantes residentes em Portugal, hoje viram o seu âmbito alargado e, neste momento, a Munditransfers faz também transferências para empresas, investidores e pequenos comerciantes. Na sequência da parceria com a MoneyGram, os clientes da Munditransfers podem efetuar e receber transferências de mais de 200 países. Por outro lado, a Munditransfers tem um serviço de transferências próprio, o qual foi conseguido graças ao facto de possuir uma rede de correspondentes privilegiados para pagamentos em Angola, Brasil e Cuba, o que lhe permite oferecer aos clientes um dos melhores e mais competitivos serviços nesta área. A nossa rede conta com 35 agências em Portugal, algumas com horário alargado (até às 22 horas - incluindo sábados e domingos), cinco agências na Bélgica e uma na Alemanha. Além disso, temos um serviço de atendimento telefónico dedicado que, mediante autenticação, permite ao cliente efetuar as suas transferências para o Brasil sem ter de se deslocar a uma das nossas agências, dando assim cobertura a todo o território nacional e internacional. Disponibilizamos ainda alguns serviços aos nossos clientes como seja o cartão MundiSaúde, fruto de uma parceria com outra empresa que permite aos clientes usufruírem, a um preço muito reduzido, de um vantajoso plano de saúde com condições especiais e acesso a uma rede médica com mais de 23.000 prestadores (RNA Medical). O plano tem muitos benefícios e preços reduzidos, não tem limites de idade, exclusões ou períodos de carência.
munditransfers | inovação e desenvolvimento A Munditransfers rege-se por vários valores que transmitem rigor e confiança, quais são e qual a sua importância para o desenvolvimento da empresa? A Munditransfers tem como primeira e fundamental missão o respeito pelos clientes e colaboradores e como objetivo prioritário ultrapassar as expectativas dos seus clientes, em obediência aos princípios legais e éticos, seguindo rigorosos e elevados padrões de conduta e responsabilidade. A qualidade do serviço prestado é para nós um compromisso, a satisfação e fidelização do cliente a nossa meta. Assim os nossos valores resumem-se em primar pela satisfação do cliente, alto padrão de integridade, responsabilidade social, respeito pela pessoa e um bom ambiente de trabalho. Quais as vantagens competitivas apresentadas que sejam diferenciadoras da concorrência? A Munditransfers sempre teve por objetivo a proximidade com o cliente, por isso o nosso front office é maioritariamente constituído por funcionários que fazem parte das comunidades imigrantes que são os nossos principais clientes. Por outro lado, temos uma rede de balcões própria que dá confiança e segurança ao cliente, e um serviço de atendimento permanente - call center - que permite aos clientes efetuarem transações à distância e esclarecer qualquer questão ou dúvida que tenham. De entre as inúmeras vantagens destacamos a oferta de taxas competitivas, qualidade no serviço, apoio ao cliente e transações de confiança. Para além de Portugal, estão presentes em outros países, quais são e o porquê desta expansão? A Munditransfers decidiu apostar na sua internacionalização com a abertura de sucursais na Europa. O primeiro país escolhido foi a Bélgica pela sua posição geográfica, quer devido à sua proximidade com Portugal, quer por beneficiar das correntes migratórias provenientes dos países fronteiriços e, ainda pelo facto de, atualmente, os seus fluxos migratórios serem mais variados e de longa duração.
Embora o índice de imigração da Bélgica de 1,22/1000 habitantes não seja um dos maiores da Europa, a verdade é que a imigração oriunda do Brasil se encontra a aumentar, sendo um mercado em que a Munditransfers está especialmente vocacionada e pode oferecer serviços especializados sem a cobrança de qualquer taxa. Para além da comunidade brasileira, existe uma crescente comunidade portuguesa, caboverdiana e marroquina. O segundo país em que a Munditransfers apostou foi a Alemanha, mas desta vez em moldes diferentes com a abertura de um agente localizado em Berlim. A Alemanha é reconhecidamente um país com grande índice de imigração e onde também existe uma grande comunidade portuguesa. A nossa opção foi sempre a de privilegiar os países onde existe uma forte comunidade portuguesa. Em termos de futuro, quais são as metas que pretendem alcançar? Qual a visão estratégica que a Munditransfers pretende seguir? Como diz Michael Porter, uma empresa sem planeamento “corre o risco de se transformar numa folha seca que se move ao capricho dos ventos da concorrência”. Embora o crescimento das organizações esteja repleto de acidentes e eventos aleatórios, é inegável que as empresas que prosperam e conseguem perpetuar-se no mercado possuem mais do que boa sorte. O que determina grande parte do seu sucesso é a capacidade de se adaptar às mudanças do seu ambiente, antecipando-se aos seus concorrentes. Assim, num contexto de forte incerteza face ao futuro, motivado pela crise financeira nacional e internacional, é preciso aproveitar todas as oportunidades que se possam transformar em vantagens competitivas. Com um crescimento enfocado na comunidade imigrante, a Munditransfers aposta no alargamento da rede de balcões internacionais, nos novos mercados considerados de elevado potencial, na diversificação dos produtos oferecidos aos clientes, de forma a satisfazer todas as suas necessidades e facilitar-lhes a vida, e ainda em atingir um nível de eficiência superior na qualidade do serviço prestado ao cliente e na competitividade com as empresas congéneres de forma a ser uma referência para o setor.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 69
inovação e desenvolvimento | confap
“Contributo do coletivo para o bem dos nossos filhos”
A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) completa 40 anos de existência em 2017. A Confederação procura ser a ponte entre pais, encarregados de educação, escolas e instituições governamentais, tendo como objetivo, a educação integral dos jovens. Neste sentido, em entrevista a Jorge Ascenção, presidente do Conselho Executivo da CONFAP, procurámos perceber quais os desafios que se colocam hoje em dia às associações de pais e ao sistema educativo.
Jorge Ascenção Presidente
As associações e federações de pais registaram um grande desenvolvimento após a Revolução de Abril de 1974, devido ao sentimento crescente de participação nas questões sociais, que resultou no crescimento do movimento associativo em geral. O entrevistado explica que nos anos 70 “as associações de pais, em todo o país, colaboravam com a escola em algumas necessidades, como obras ou pequenos arranjos. Depois, as associações foram sentindo que estavam isoladas e só conseguiam dialogar com as direções de escola. Os pais começaram a perceber que não tinham competências para resolver alguns problemas, nomeadamente, com as direções regionais de educação e, mais tarde, com o próprio Ministério da Educação. Estes constrangimentos levaram as associações de pais a perceber que necessitavam de criar uma estrutura que as unisse e envolvesse e os pudesse representar no sistema educativo e na estrutura do próprio Ministério da Educação”,
70 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
confap | inovação e desenvolvimento
explica Jorge Ascenção. Neste sentido, foram-se multiplicando por todo o país, a nível local e regional, as associações e federações de pais, consoante a dinâmica de cada região, intercedendo junto dos órgãos com poder de decisão, com capacidade de resolução, como autarquias. Atualmente, o presidente da CONFAP refere que continua a existir “o paradigma da criação de uma associação de pais por cada unidade escolar, exatamente, para podermos acompanhar de perto as necessidades sociais, educativas e infraestruturais, entre outras”. O movimento
apesar de estarmos por vezes em oposição às politicas ou às práticas. O movimento que a CONFAP lidera participa de forma assertiva e madura na vida escolar dos jovens, respeitando as responsabilidades de cada função e recorrendo aos órgãos de decisão corretos”, afirma o presidente da CONFAP. As bandeiras da CONFAP no presente passam por “libertar a escola do estigma de acesso ao ensino superior, procurar políticas de inclusão, conceber mais oportunidades aqueles que, por razões diversas, saíram da escola precocemente, para que tenham
das associações e federações deu origem à CONFAP, em 1977, na altura sob a designação de SNAP. Jorge Ascenção explica que, ao longo destes anos, evoluiu “uma simbiose entre o poder político e parental, em que os pais sentem necessidade de participar. A CONFAP é parceira social do Ministério da Educação há mais de 20 anos”. A CONFAP caracteriza-se por ser uma associação constituída por voluntários, uma organização “que pensa de forma construtiva o sistema educativo, há a preocupação da formação e informação por via da partilha, do diálogo e do debate. Atualmente, para além das assembleias, temos os encontros nacionais das associações de pais e os conselhos gerais com todas a federações de associações de pais”, revela o interlocutor. Usufruindo do reconhecimento junto dos órgãos decisores, nas escolas e na tutela, a Confederação liderada por Jorge Ascenção procura no plano nacional contribuir para a melhoria do tempo na escola e com a família, do conhecimento escola/família, da capacitação parental na representatividade escolar, da qualidade de ensino, ação social escolar, alimentação, manuais escolares, edifícios escolares, ocupação de tempos livres e educação para a cidadania. A CONFAP atua também no âmbito internacional procurando contribuir para suscitar a equivalência de diplomas e títulos, desenvolver trocas de experiência, promover a existência de consenso em matéria de educação na União Europeia e tornar efetivo o reconhecimento universal dos direitos das crianças e de intervenção das associações de pais na definição das políticas educativas. O interlocutor considera que presentemente o “reconhecimento social da escola está melhor, trabalhamos muito bem com as federações sindicais, dialogamos com as duas existentes, outros sindicatos e diretores de escola e com associações de professores. Curiosamente, da parte dos pais, somos maioritariamente solicitados quando algo não está bem, os pais devem ter presente que existe uma associação disponível para os representar, o princípio é que todos os associados participem e possam dar o seu contributo”, esclarece Jorge Ascenção. Atualmente, o interlocutor explica que “o caminho de evolução quantitativa e qualitativa da CONFAP permitiu que tornasse possível participar nas discussões públicas, sugerir e dar opinião sobre políticas educativas, manuais escolares, programas, avaliação, descentralização, entre muitos outros. Institucionalmente e culturalmente o movimento associativo de pais é efetivamente uma instituição respeitada e considerada,
a oportunidade séria de voltar a aprender. É esta a nossa agenda presente a olhar o futuro, porque este já está a acontecer”, afima o responsável da CONFAP. Em jeito de conclusão, Jorge Ascenção deixa uma mensagem de esperança e de confiança: “Apesar das condicionantes que hoje as famílias têm, tanto a nível profissional como pessoal, temos que acreditar. Os que têm vontade de se envolver, que se disponibilizem e nos ajudem efetivamente a fazer valer as preocupações e interesses de todas as nossas crianças e dos nossos jovens. E se entenderem não ter tempo, confiem e associem-se na vossa associação de pais, apoiando e exigindo uma representação digna, esclarecida e informada daquilo que são as preocupações das famílias na Educação e nas aprendizagens dos seus filhos”, finaliza o interlocutor.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 71
inovação e desenvolvimento | edinyourideas
Na EDIN as suas ideias ganham forma Criada em 2013, a EDINyourideas é uma empresa de design/ engenharia de produto, que baseia a sua estratégia numa metodologia própria de desenvolvimento de produtos, com vista à sua exequibilidade técnica no menor tempo e com o menor custo, contando para tal com uma equipa multidisciplinar com competências específicas nas áreas de design, engenharia, industrialização e gestão de projetos.
Dário Teixeira CEO
A EDINyourideas nasceu em 2013 pelas mãos de Dário Teixeira, um empresário carismático e com grande visão estratégica que, após 12 anos de experiência e atividade profissional dedicada ao desenvolvimento de produtos para a indústria automóvel e para a indústria médica, decidiu lançar-se na aventura de criar a sua própria empresa. Em todos os projetos que estivera envolvido até então sentia uma grande distância e separação entre as duas importantes valências presentes no desenvolvimento do produto: design e industrialização. Como sempre entendeu que estas valências deveriam andar lado a lado em todo o processo, fez nascer a EDINyourideas para colmatar esta lacuna existente no mercado. EDIN traduz exactamente isso, ou seja, engenharia, design e industrialização. “Todo o nosso processo assenta nestes três pilares, porque é essencial um design funcional, agradável, vendável que permita a comunicação fácil e fluída com o utilizador, mas também a funcionalidade inerente ao produto, capacidade de industrializar ao menor custo, montar e transportar, bem como a
72 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
sua industrialização”, avança o diretor geral, sublinhando que estes fatores têm que ser tidos em conta, no sentido de colocar o produto no mercado a um valor que o mercado esteja disposto a pagar. Responder às necessidades de desenvolvimento de produto das empresas, concentrando num único interlocutor toda a cadeia de valor do produto, desde o design, passando pela engenharia até à industrialização é, sem dúvida, a missão desta jovem empresa que tem granjeado um sucesso assinalável. Com atuação no mercado da saúde, telecomunicações, eletrodomésticos, desporto e lazer, jardim/outdoor e mercados industriais, a EDIN está dotada de know-how, experiência, capacidade de execução e acompanhamento de todas as fases de desenvolvimento de novos produtos ou evolução/melhoria de produtos existentes. “Na EDIN propomos soluções globais que respondem às especificidades dos projetos dos nossos clientes, assegurandolhes um acompanhamento efetivo durante todo o processo de desenvolvimento”, refere o nosso entrevistado, salientando que um dos segmentos onde efetivamente a empresa está a começar a trabalhar e bem é na área dos dispositivos médicos, na qual há pouca empresas a operar em Portugal. De acordo com Dário Teixeira, por estratégia própria a EDIN não procura ativamente a indústria automóvel, mas está disponível caso a indústria aceite a sua estrutura, e esta foi uma decisão tomada desde o início. “Conheço bem a indústria automóvel e, acima de tudo, o que esta pede e exige dos seus fornecedores, nomeadamente uma estrutura capaz, que se tornaria demasiado pesada para dar resposta a outros segmentos de mercado”, salienta o diretor geral. Com uma equipa multidisciplinar com competências específicas nas áreas de design, engenharia, industrialização e gestão de projetos, a EDIN tem no seu portfólio um conjunto de projetos de grande relevância, dos quais Dário Teixeira destaca o robot de cozinha da Sonae. “É um projeto aliciante e desafiante ao qual a empresa esteve dedicada cerca de um ano e meio, mas que se assume já um sucesso. Naturalmente, olhando para o portfólio de produtos em que a Sonae está envolvida, há uma panóplia de possibilidades, dentro dos setores de produto em que estamos e que gostamos de desenvolver, seja nos eletrodomésticos, acessórios, desporto e lazer ou no jardim e outdoor”, refere, avaliando que se trata de um cliente muito interessante, contudo a empresa não pretende ficar dependente de apenas um cliente.
edinyourideas | inovação e desenvolvimento
A EDIN e o futuro Em três anos de atividade, a EDIN tem registado sempre saldos positivos, com um crescimento na casa dos 60 por cento ao ano, o que se assume como uma grande vitória para Dário Teixeira e a sua equipa. Com os olhos postos no futuro, o diretor geral da empresa considera que os próximos dois anos serão muito interessantes, porque darão forma ao processo de internacionalização da EDIN. “Estamos a começar a explorar mercados estrangeiros, não de forma direta, mas por intermédio de alguns clientes, nomeadamente em segmentos competitivos e em mercados apetecíveis pela dimensão que têm, nomeadamente o mercado
russo, norte-americano e da América Latina”, revela, acrescentando que a empresa vai evoluir e o futuro passa pela abertura de uma nova dependência em Portugal e em espaços mais localizados em mercados internacionais, abraçando o desiderato de ser um parceiro criativo presente a nível mundial, que contribui para a competitividade das empresas.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 73
inovação e desenvolvimento | mavideo
O concessionário nº1 da Samsung A Mavideo presta serviços de assistência técnica, focalizada na satisfação dos seus clientes e parceiros com uma estrutura suportada por uma equipa de recursos humanos, com colaboradores habilitados, dedicados e motivados. Pretende ser reconhecida por uma organização empresarial credível, prestando serviços de assistência de qualidade, apostando em valores como a competência, o rigor e a ética.
Sara Ferreira Ribeiro e Mário Almeida Ferreira Administradores
Há cerca de 30 anos no ramo da eletrónica, reparações e assistência técnica, a Mavideo assume-se como uma referência no mercado pela sua qualidade, competência, eficiência e rapidez. A empresa nasceu pelas mãos de Mário Almeida Ferreira, um empresário carismático, com um grande espírito empreendedor e uma grande paixão pela sua área de negócios.
da Mavideo uma grande capacidade de adaptação, flexibilidade e formação”, esclarece, a administradora e filha do fundador, Sara Ferreira Ribeiro. De acordo com Mário Almeida Ferreira, a estratégia da Mavideo passa pela reparação dos telemóveis, “onde há uma outra exigência por parte do cliente por ser uma reparação urgente, exigindo ter pessoal bem preparado para
Volvido pouco tempo da fundação da Mavideo, fruto da qualidade de serviço e know-how técnico esta foi reconhecida como concessionário nº 1 da Samsung, sempre na reparação da chamada linha castanha. “A Mavideo Eletrónica é um Service Center autorizado Samsung, especializada em LCDs, TVs e Plasmas, apresentando-se como uma empresa que trabalha de forma diferenciada para servir cada vez melhor os seus clientes”, avança o empresário, acrescentando que a empresa repara também equipamentos de outras marcas. O seu telemóvel avariou? O tablet está partido? A Mavideo tem a solução, isto porque recentemente entrou na área da reparação destes equipamentos de consumo. “Começámos com os telemóveis, uma área que veio dar um impulso positivo no desenvolvimento do negócio. Os tempos vão evoluindo e a tecnologia vai-se tornando mais inovadora e complexa, o que exige da equipa
diagnosticar e proceder à reparação dos casos que nos surjam”. Neste ramo específico, a Samsung é uma marca líder de mercado, foi muito bem aceite no mercado devido à qualidade, sendo uma marca que se posiciona num segmento de alta gama. “É uma marca que evolui todos os anos e obriga-nos a constantes formações para dar resposta ao cliente”, afirma. Assim sendo, a Mavideo tem profissionais capacitados para orientar os seus clientes da melhor forma possível, solucionando, atendendo e criando soluções adequadas para cada tipo de situação. Os seus técnicos são especializados e preparados com as tecnologias mais recentes do mercado, fazendo da Mavideo uma referência incontornável. Esta PME Líder tem como parceiros, entre outros, as grandes lojas como a Worten, Media Markt, Fnac, Rádio Popular, nas quais fazem uma recolha diária dos equipamentos para
74 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
mavideo | inovação e desenvolvimento
reparação, permitindo assim uma atuação de âmbito nacional, reconhecida pela competência e know-how, que se reflete na satisfação dos clientes e consequente fidelização. Qualidade como fator de sucesso Os responsáveis da Mavideo consideram a qualidade como um fator de sucesso. Desde o seu início que a empresa tem procurado, sempre e como princípio fundamental, a obtenção dos mais altos níveis de qualidade dos seus produtos e serviços. A qualidade é uma opção estratégica que, desde o início da sua atividade, tem ajudado a consolidar todos os processos e a estrutura organizacional, funcionando como catalisador para que a Mavideo continue a evoluir e a proporcionar satisfação a todos os seus colaboradores. Além disso, influencia positivamente os seus parceiros, quer clientes, quer fornecedores, com quem trabalha e colabora intimamente para melhorar cada dia mais. “Hoje, a Mavideo conta com a certificação ISO 9001, que permite a melhoria contínua dos nossos processos internos de qualidade, e com isso, garantimos a continuidade de nosso trabalho e a satisfação dos nossos clientes”, salienta Sara Ferreira Ribeiro, acrescentando
que, a empresa foi certificada pela APCER há oito anos, e todos os anos as avaliações são positivas. Para tal, a Mavideo conta com a aprendizagem, dedicação, profissionalismo e empenho de toda a estrutura organizacional e de uma equipa multidisciplinar. A formação é um pilar essencial, neste contexto a empresa tem a figura do master engineer que tem formações constantes, transmitindo posteriormente todo o conhecimento aos restantes colaboradores, podendo inclusivamente dar formação a outros concessionários, como nos conta Sara Ferreira Ribeiro. Criar valor é a missão das empresas e, no fundo, é este o mote de trabalho da Mavideo. Nesta perspetiva, os últimos anos foram de um exercício assinalável, pela coerência na prossecução dos objetivos, pela consistência da gestão e pela validade da estratégia definida para a empresa. Com estes pressupostos, a competitividade da empresa está assegurada, assumindo-se cada vez mais como uma empresa de referência no setor onde gravita, granjeando excelentes resultados e altos padrões de excelência.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 75
INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO | Fundação Gaspar e Manuel Cardoso
Cuidado, rigor, segurança e equidade
São estes os valores que regem a ação da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso que celebra, este ano, 60 anos de existência. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o presidente do Conselho de Administração desta instituição, Carlos Campos, que nos falou sobre o recente investimento na Estrutura Residencial para Idosos bem como das premissas que têm guiado a atividade da Fundação.
Carlos Campos Presidente
A Fundação nasceu oficialmente em 1956 com a aprovação dos seus primeiros estatutos por despacho superior da mesma data. Manuel Cardoso Pereira, o benemérito que deu o nome à Fundação, nasceu na povoação do Vacalar (hoje freguesia), concelho de Armamar. Do seu referido testamento transparece claramente a ideia mestra da constituição de uma fundação “que seria denominada por Fundação Gaspar e Manuel Cardoso”, sendo Gaspar o nome do seu tio, de quem fora herdeiro e pretendia
76 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
homenagear. Atualmente, esta instituição possui as valências de creche e pré-escolar para os mais novos e lar de idosos (ou estrutura residencial) para os mais velhos. Desde a sua criação, encontra-se empenhada em apoiar a comunidade local, trabalhando afincadamente para fornecer uma resposta social e colmatar as carências prementes da população: “Somos regidos por valores de humanidade e de apoio a todos aqueles que nos evidenciem carências. Ao longo de todos estes anos, nós próprios tivemos a iniciativa de atuar em algumas situações que estavam sinalizadas, quando víamos que a nossa intervenção era urgente”, confidenciou-nos Carlos Campos. Sobre a ainda recente infraestrutura que funciona como estrutura residencial para idosos, o nosso entrevistado garantiu: “Temos aqui hoje uma obra que nos dignifica, mas não queremos que seja a imagem desta direcção, porque este projeto é fruto de muito trabalho realizado por direções anteriores”, destacou, acrescentando também a importância das restantes valências para a comunidade envolvente: “Temos uma outra estrutura onde funcionam a creche e o jardim-deinfância, com estruturas devidamente
cuidadas. Estamos satisfeitos, mas com noção de que há muito mais a fazer. Desde a primeira hora que nós procuramos, e acho que temos conseguido, cumprir com aquilo que está estipulado e regulamentado em todas as valências em que atuamos. Ao nível das crianças, por exemplo, nós acolhemos crianças sem obstaculizar, sem pensar nos apoios financeiros, mas apenas para garantir uma vida digna a estas pessoas”, concluiu. No que à institucionalização da pessoa idosa diz respeito, o médico de profissão e atual presidente do Conselho de Administração da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso advertiu para as consequências de uma ação brusca ou forçada, uma vez que a cultura portuguesa ainda tem as suas bases nas raízes do lar: “O conhecimento que eu tenho desta população exprime-se na seguinte ideia: podemos ter uma planta bonita num
vaso feio e velho, mudá-la para um vaso novo na esperança de lhe melhorar as condições e ela não se adaptar e acabar por morrer”, respondeu categórico. Como meta a atingir nos próximos anos encontra-se a rentabilização de um espaço de dois andares, no antigo edifício da Fundação onde, atualmente, não se encontra a funcionar nenhum serviço: “Nós já pensámos em diversas soluções, no entanto, com o investimento avultado e recente que fizemos não é possível avançar com alguma dessas soluções sozinhos. Foi um investimento acima de três milhões de euros, nós temos fundos próprios, mas não podemos fazer investimentos, porque temos que garantir a sustentabilidade da instituição. No entanto, gostaríamos de rentabilizar o que temos”, finalizou Carlos Campos.
inovação e desenvolvimento | misericórdia de valpaços
70 anos ao serviço da comunidade A 24 de novembro de 1946 surge em Valpaços a Santa Casa da Misericórdia, uma instituição que hoje apoia cerca de 800 utentes e é responsável por 230 postos de trabalho. Em entrevista, o provedor Altamiro Claro faz um balanço de sete décadas a cuidar dos mais necessitados e traça os objetivos para o futuro.
Altamiro Claro Provedor
Acompanhando sempre as necessidades da comunidade, a Misericórdia de Valpaços surgiu “em torno do seu hospital, a única valência que existiu até ao 25 de abril de 1974. Após esta data, ganhou uma nova dinâmica, na parte social. Atualmente, somos uma instituição com diversos equipamentos sociais: nove estruturas residenciais para idosos, quatro serviços de apoio domiciliário, quatro serviços de centro de dia, creche, jardim de infância, que abrangem 120 crianças e o hospital, onde neste momento só funciona a medicina física”, revela o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços. Todas estas valências permitem que a instituição consiga dar resposta às necessidades dos idosos e crianças da região, sendo a intervenção social uma prioridade. Altamiro Claro esclarece que “a nossa prestação de serviços e apoios procura a satisfação das expectativas e resolução de problemas, daqueles que beneficiam das diferentes respostas sociais, com uma atuação aberta à comunidade que pretende responder à evolução dos contextos e dinâmicas sociais. Para dar resposta a estes desafios, a instituição dispõe de uma equipa multidisciplinar constituída por técnicas da área social, educação, enfermagem, fisioterapia, dietética e animação sociocultural”. No que diz respeito aos projetos em curso, o entrevistado enaltece a importância das “obras de ampliação e recuperação do hospital tendo em vista o retomar de todas as suas valências. Vamos efetuar uma parceria com a Câmara Municipal de Valpaços, no sentido de dar corpo a esse investimento, de qualquer maneira, já estamos a realizar algumas das obras, fechámos todo o edifício da ala norte do hospital e, portanto, estamos em negociações com o Ministério da Saúde para que findas as obras possamos ter os acordos para o colocar em funcionamento. A Misericórdia de Valpaços tem 800 utentes e, actualmente existe uma ponte permanente para os hospitais de Vila Real, Chaves e Mirandela. Os utentes são pessoas com pouca mobilidade muito dependentes e o hospital é fundamental para lhes dar apoio. Vamos ainda este ano abrir o décimo lar aproveitando umas instalações que temos na nossa Quinta Agrícola com seis hectares onde produzimos vinho e azeite. A quinta é também um complemento às atividades da Santa Casa da
78 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
misericórdia de valpaços | inovação e desenvolvimento
Misericórdia. Na altura das vindimas os utentes que estão em melhores condições costumam participar de forma simbólica nesta atividade, queremos que os nossos lares sejam locais com vida e, por isso, apostamos na realização de muitas atividades”. Quanto aos projetos de futuro, a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços tem a ambição de melhorar continuamente a oferta de serviços e, neste sentido, o provedor revela que “estamos a proceder à reabilitação e ampliação de todos os nossos equipamentos, já que duplicámos o número de utentes, temos projetos aprovados através dos fundos comunitários para a recuperação dos lares mais antigos. Temos a ambição de construir uma Unidade de Cuidados Continuados, as condições para avançar com essa obra existem, aguardamos só que as intenções do Governo nos contemplem. Estamos a construir a nova sede social junto à Câmara Municipal onde serão os serviços administrativos, a provedoria, o auditório para 140 pessoas e a biblioteca”. Questionado sobre o que o motivou a abraçar este projeto, Altamiro Claro revela que entendeu dar seguimento ao trabalho “do meu antecessor, costumo dizer que vim colocar a Santa Casa em ‘velocidade cruzeiro’. Sou natural desta terra e é com muito gosto que realizo este trabalho. Desde que sou provedor a misericórdia já cresceu mais de 40 por cento, um trabalho a que posso dar continuidade, já que se conseguirmos mais valências, estamos também a contribuir para o desenvolvimento do concelho”, enfatiza o entrevistado.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 79
inovação e desenvolvimento | sérgio pereira - advogado
As mudanças no Direito A Revista Business de Portugal nesta edição passou pelo concelho de Vouzela e decidiu dar ênfase a um dos seus advogados, Sérgio Pereira, que nos deu uma entrevista sobre o seu trabalho e as suas opiniões sobre advocacia, nos dias que correm.
Sérgio Pereira Advogado
Sérgio Pereira admite que não teve sempre o sonho de ser advogado “não vou dizer que desde criança queria ser advogado, porque não é verdade”, mas o seu primeiro ano de faculdade foi passado a estudar Arqueologia em Coimbra, “efetivamente tive alguma paixão pela arqueologia”, comentou. Não foi o curso que tirou pois apercebeu-se que não iria arranjar emprego facilmente, por tal, no final do primeiro ano transferiu-se para direito, “que era o que eu inicialmente pretendia”, afirma. Após terminar o curso em direito, estagiou em Viseu e começou a advogar em 1995. Fez uma pós-graduação em Direito do Trabalho, sendo este o direito ao qual está mais ligado, Desloca-se semanalmente a Viseu, onde presta serviços a um sindicato dos motoristas, e
80 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
a Oliveira de Azeméis para prestar o mesmo tipo de serviço à delegação de Aveiro desse sindicato. O escritório principal situa-se em Vouzela, onde trata de todo o tipo de casos de advocacia, como contratos, arrendamentos, cobranças e reais. Os serviços prestados ao Sindicato são direcionados para o direito do trabalho em Viseu, Guarda e Aveiro. Sérgio Pereira destaca-se por estar mais familiarizado com as áreas dos transportes e dos motoristas, “é de facto uma área que domino bem, já são 20 e poucos anos que estou nesta área”, comenta. Outro assunto relevante que discutimos, foi o facto de se sentir cada vez mais mudanças na justiça portuguesa, “a justiça de hoje não é mesma que existia quando comecei a advogar, até mesmo as relações com os juízes e procuradores foi alterada”, comenta. Um dos problemas que o Estado causou a Vouzela foi o fecho do tribunal que existia, que fez com que diminuísse o fluxo de pessoas que por aqui passavam, “foi o recuo da sociedade, tendo retirado o pouco de vida que esta vila já tinha”, afirma. Na opinião de Sérgio Pereira, “na justiça deveria haver maior respeito pelas classes, e pelas funções de cada um, porque todos somos necessários”. Recorda que, no inicio da sua carreira a relação que existia entre advogados e juízes era de cordialidade, convívio, respeito e educação, enquanto que, hoje em dia, parece existir atritos entre ambos. Culpabiliza, para a alteração de toda essa situação, o Estado pela forma como forma os advogados e os juízes, e também a crise que há muito se vem instalando em Portugal. Critica o facto de os estudantes de hoje em dia não receberem tão boa formação como deveriam, “quem começa a advogar, pelo menos as pessoas que eu conheço, não têm grande formação jurídica e por isso não conseguem expor os seus conhecimentos a níveis práticos”, expõe. Os cursos de direito deveriam apostar numa vertente mais prática. O futuro para Sérgio Pereira é visto com alguma ambição. Gostaria de abrir uma sociedade de advogados com um colega, “pois entendo que a advocacia se faz pela especialização, que é muito importante, uma vez que a área do direito é muito extensa e complexa”, menciona. Apenas sabe que não poderia ser em Vouzela, “é um meio muito pequeno e não permite a especialização em nada”, explica. Seria um ponto a explorar, para Sérgio Pereira pois considera-se “um inovador” e se existisse um projeto interessante pensaria no assunto, “mas nunca criaria nada sozinho”, terminando assim a sua entrevista.
FIGUEIRA DA FOZ EM DESTAQUE Situada a 40 quilómetros de Coimbra, entre o rio, a serra e o mar, a Figueira da Foz é uma cidade por explorar. A “Rainha das praias de Portugal”, como é conhecida, é, atualmente, um importante centro turístico pelo seu clima ameno e dispõe de longas praias de areia branca macia, de mar ondulado e liso, com os seus eternos encantos que dão para todos os gostos e convidam a férias e passeios, tendo tanto de tranquilos como de divertidos. Referenciada pelos diversos desportos náuticos, a Figueira proporciona momentos de lazer junto do rio Mondego e passeios ao ar livre no Parque das Abadias e na Serra da Boa Viagem. A economia deste concelho está concentrada, sobretudo, nas atividades portuárias, na pesca, no comércio de sal, na construção naval e nas indústrias de cimento e vidro. O porto, ao serviço da região centro e de Portugal, está em linha com o progresso e de mãos dadas com a indústria, e é vocacionado para o short sea shipping, ou seja, o transporte marítimo de curta distância e, de momento, oferece soluções marítimas regulares para vários países da Europa e Marrocos. Mas se durante o dia o mar é o ex-líbris desta cidade e o Verão um dos pontos altos, há um outro lado que a Figueira da Foz pretende manter: a noite. Conhecida, também, pelo Casino Figueira que vem trazer a animação e oferece uma panóplia de espectáculos, a cidade conta com inúmeros restaurantes, bares e esplanadas que fazem as noites de quem por lá passa. A passagem pelo Bairro Novo é obrigatória, uma vez que é aí que se concentram a maior parte das atrações urbanas da cidade. A gastronomia, essa, é um reflexo de costumes e tradições das gentes desta terra que se prendem com a pesca e, por isso, a sua riqueza está na base do peixe que é, automaticamente, sinal de qualidade. Do pescado fresco ao marisco, das caldeiradas à sardinha assada, as refeições terminam com a Brisa da Figueira como sobremesa. Mas nem só de praia e noite vive a Figueira da Foz. Apreciar o seu património é, em si, conhecer a cidade. Assim, são vários os monumentos de património arquitectónico, arqueológico e natural que nos ajudam a perceber um pouco mais da sua cultura, quer na cidade, quer nas freguesias em redor com zonas de grande beleza paisagística e de elevado interesse histórico. Venha connosco descobrir os encantos desta cidade!
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 81
figueira da foz em destaque| freguesia de são pedro
Entre o rio e o mar A Revista Business Portugal viajou até à Figueira Foz e foi conhecer uma das suas freguesias mais marcantes, São Pedro. Em entrevista, António Salgueiro, presidente da junta da freguesia, traça-nos o guia essencial para conhecermos esta terra, com fortes tradições e costumes e que se define por uma forte cultura entre o rio e o mar.
Como forma introdutória, comece por nos apresentar a freguesia, passando pela sua história, festas e romarias em destaque, entre outros temas. Somos uma freguesia com 3 mil eleitores, cerca de 4 mil habitantes, com fortes raízes piscatórias, a zona industrial da Figueira da Foz, o Porto de Pesca e o HDFF. Em meados do séc. XVIII, pescadores de arte xávega, vindos de Ílhavo, fixaram-se junto ao mar, dando origem à povoação da Cova. Anos mais tarde, começaram a deslocar-se para junto do rio dando origem à Gala. A freguesia nasce em 1985, unindo estas duas populações, sob o nome do nosso padroeiro, São Pedro, constituindo a Freguesia de São Pedro. Hoje, a freguesia possui uma identidade única, covagalense, bastante acentuada, estando a população completamente agregada em torno dos interesses da sua “Terra”. Queria destacar o empenho do imenso grupo que suporta este executivo e que trabalha diariamente no engrandecimento da nossa Vila de São Pedro e que sem eles seria impossível alcançar todo o trabalho desenvolvido nestes dois anos. A Festa de São Pedro, a maior realizada no Concelho da Figueira da Foz, acontece em finais de junho, princípios de Julho, envolvendo toda a população e tem uma característica peculiar: dezenas de barcos em miniatura, feitos pelos nossos artesãos, são transportados pelas nossas crianças tornando-a única.
António Salgueiro Presidente
A vossa população demarca-se por uma forte imigração iniciada nos anos 60, 70... Temos uma grande comunidade nos Estados Unidos da América, em New Bedford, que constituíram lá as suas famílias, alguns, um grande número, no verão, fazem questão de regressar às suas origens. Destacaria o nosso conterrâneo Peter Pereira, fotojornalista que foi agraciado no último 10 de junho pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, com a condecoração de grau do Infante de D. Henrique. Um motivo de orgulho para todos nós e o nosso grande embaixador. Queremos recuperar as visitas dos nossos emigrantes que fomos perdendo ao longo dos anos, estando empenhados no sentido de os cativar a voltar. Quais os principais projetos desenvolvidos nestes últimos dois anos, como líder do executivo da freguesia? Nestes dois anos, inaugurámos em conjunto com a câmara municipal, o Espaço Cultural e de Convívio dos nossos pescadores, prestando homenagem aos Homens e Mulheres
82 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
freguesia de são pedro | figueira da foz em destaque Covagalenses. Também foi nossa preocupação, a recuperação e manutenção do nosso Parque de Merendas, visitado por milhares de pessoas de todo o País, assim como a recuperação e beneficiação dos equipamentos e monumentos. Reativamos a Feira Mar e Terra no Parque de Merendas que é realizada anualmente. É uma feira onde mostramos algo genuíno, o que cá se faz, o trabalho dos nossos artesãos, sendo essencialmente uma feira para os Covagalenses e para os nossos emigrantes que nessa altura regressam à freguesia . É uma feira também com a nossa gastronomia e artesanato. Reativámos a Comissão Social de Freguesia, para procurar dar uma melhor qualidade de vida e maior apoio aos habitantes dos dois bairros sociais existentes na Freguesia Nestes dois anos, através das muitas parcerias, conseguimos ter a funcionar um Gabinete do Utente, onde ajudamos as pessoas mais diretamente e um outro Gabinete de Apoio ao Estudo feito por voluntários e destinado a pessoas com carências sociais. Neste âmbito abriu igualmente uma butike conjuntamente com as entidades com quem temos parcerias, onde temos roupas que vamos recolhendo, tratando e vendendo, posteriormente, a preços muito simbólicos. Neste momento o nosso Centro de Saúde mantém-se aberto graças a muita luta da população da freguesia. Queremos agradecer à Dra. Elza Pais, deputada da Assembleia da República, que intercedeu e lutou a nosso favor, o que prova que deve haver uma grande proximidade entre os deputados eleitos na Assembleia da República e as populações que os elegeram, na qual esta deputada é um grande exemplo de empenhamento. Queremos agradecer também ao Presidente da Câmara Municipal que compreendeu esta nossa fragilidade e necessidade, assim como os responsáveis da ARS do Centro. Quais os projetos de futuro que faltam ainda desenvolver? Temos dois projetos para S. Pedro: um referente ao Largo das Alminhas e à sua capelinha que vai fazer 100 anos, na qual gostaríamos de a tornar mais digna para a despedida dos nossos entes queridos e outra é a Praia da Cova, o nosso ex-líbris, onde existe um espaço “Abrigo do Pescador” que queríamos embelezar e melhorar, tornando esta praia acessível para todos. Neste momento, está em execução a construção do Centro Escolar de São Pedro, uma obra há muito desejada e extremamente necessária. Pretende-se que esteja concluída em setembro do próximo ano, para receber as nossas crianças. Outro projeto será a requalificação da zona urbana do Cabedelo, zona bastante degradada e que o ex-libris da nossa freguesia e do concelho da Figueira da Foz e onde se pode praticar o melhor surf. O executivo da Junta de Freguesia aproveita a oportunidade para agradecer aos seus parceiros: Restaurante Palheiro do Avô Restaurante Mar e Sol Mini mercado O Meu Super Mini mercado Amanhecer Mini mercado Sweet Impact (Filipe) Snack-Bar Pôr do Sol (Praia da Cova)
Consultório Dentista Dr.ª Hélia Veiga Parque de Campismo Orbitur da Gala Ana Boutique Meia Leca - artigos de criança e bebé Angel Modas
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 83
figueira da foz em destaque| freguesia de alhadas
Dedicação total a Alhadas
Jorge Bugalho assumiu a gestão da Junta de Freguesia de Alhadas com verdadeiro espírito de missão e com uma vontade positiva de servir a freguesia e a sua população, tendo em conta que é um homem de convicções, de causas e de trabalho.
Jorge Bugalho Presidente
Alhadas é uma freguesia que comemorou recentemente 500 anos de foral, assumindo-se assim como uma das freguesias mais antigas do concelho da Figueira da Foz. A povoação de Alhadas foi elevada a vila em 30 de junho de 1989, culminando um processo de assinalável desenvolvimento local. Atualmente, Alhadas tem cerca de cinco mil habitantes, ocupa uma área de 35 quilómetros quadrados, é a freguesia de maior população entre as freguesias rurais, e a mais dispersa por lugares, com aproximadamente 30 povoações. No que respeita às atividades desenvolvidas na freguesia, estas centram-se, entre outras, na serralharia metalomecânica, exploração de areias, construção civil, carpintarias, padarias e a indústria do mármore. Alhadas, na sequência da vontade expressa pelos cidadãos, iniciou um novo ciclo na sua vida em comunidade. A cumprir o seu primeiro mandato à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Alhadas, Jorge Bugalho sublinhou que as prioridades estabelecidas para este mandato são a concretização, dentro do possível, do programa apresentado aquando da sua candidatura, mas claramente as questões sociais estão em primeira linha. “Como filho da
84 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
R. Jardim Escola, 32 - Alhadas de Baixo 3090-401 Figueira Da Foz Telefone: 233 930 161 | 233 939 935 Fax: 233 939 935 mail@jf-alhadas.pt www.jf-alhadas.pt
terra, chegou a pensar, há anos atrás, poder ajudar a freguesia no seu todo, já na sua cabeça corria a ideia de um dia poder vir a ser presidente da Junta de Freguesia de Alhadas”, revela o autarca, salientando que a vida o conduziu por outros caminhos, afastando-o da freguesia durante 15 anos. Quando recebeu o convite para ser o candidato à Junta de Freguesia de Alhadas não aceitou de imediato, porque o facto de morar noutro concelho e o seu afastamento em relação à terra que o viu nascer fê-lo pensar que não seria uma boa decisão, contudo acabou por aceitar porque tinha o apoio, não só do Partido Socialista, mas também de pessoas independentes e até de outros quadrantes políticos. A vitória nas eleições tornou-o presidente da Junta de Freguesia de Alhadas, funções que assumiu com verdadeiro espírito de missão e com uma vontade positiva de servir a freguesia. “Este é o meu primeiro mandato na freguesia, tem sido um grande desafio. Alhadas agregou a extinta freguesia Brenha, portanto tem uma área grande e muito trabalho para fazer. Temos dois cemitérios e o pessoal que temos a trabalhar é insuficiente para dar resposta cabal às necessidades da freguesia”, avança o autarca, acrescentando que o executivo trata de igual forma todos os lugares que pertencem à freguesia. Uma das prioridades de Alhadas tem sido a esfera social, tendo dois centros de dia com serviço de apoio domiciliário que apoia os idosos, permitindo uma resposta social capaz, ativa e dinâmica. “No que concerne à urbanização social de Brenha estão a ser resolvidos os problemas existentes junto das entidades competentes, nomeadamente a Figueira Domus e a Câmara Municipal da Figueira da Foz, para criar estabilidade e bem-estar”, no fundo resolver os problemas que inicialmente não se previam mas que é urgente resolver. Jorge Bugalho traça um balanço positivo do mandato, sublinhando que foram feitas várias obras e projetos, entre os quais, estradas e pavimentações e espera fazer muitas mais até ao final do mandato, congratulando-se igualmente pelo início das obras da Unidade de Saúde de Alhadas. Projetada está ainda a Rotunda do Lavrador, um projeto antigo em homenagem à figura do lavrador e que espera ver concluída até ao final do ano. Com os olhos postos no futuro, Jorge Bugalho tem como objetivos a requalificação do Centro da Vila de Alhadas, regularização do trânsito no cruzamento da Rua da Fonte da Roca com a Rua Dr. Gaspar de Lemos, bem como do Parque do Arnal, no sentido de o preparar para acolher a Festalhadas e construir um espaço de parque de merendas, onde as pessoas possam conviver. “A Festalhadas é a principal festa da freguesia, organizada pela Junta, feita pela e para a população. Apresenta a prata da casa, com música, gastronomia, exposição de artesanato e termina com desfile etnográfico”, revela Jorge Bugalho, salientando que numa passagem por Alhadas, não deixe de visitar todo o património religioso da freguesia, bem como Dólmen das Carniçosas, a Fonte de S. João e os Moinhos de Água. O mandato está a curtos passos de chegar ao fim e diz o autarca que não tendo conseguido atingir todos os fins a que se propunha, pois quatro anos para adaptação a presidente de Junta de uma freguesia de grandes dimensões e acabada de agregar a vizinha freguesia de Brenha, foram insuficientes, por isso deixa claro a sua disponibilidade para mais um mandato.
silva tomé, irmãos, lda | figueira da foz em destaque
Crescimento sustentado ao longo dos anos
Sediada na Figueira da Foz, a Silva Tomé Irmãos, Lda é uma empresa familiar que se dedica ao comércio a retalho de bebidas e de outros produtos alimentares, com 16 anos de existência. Em entrevista à Revista Business Portugal, um dos seus fundadores a atual administrador, José Tomé, apresenta-nos esta empresa que só no ano passado atingiu os 3 milhões e 600 mil euros de fatuação, com apenas sete funcionários.
é para o mercado externo. Mesmo assim, não perdemos quota no mercado nacional, ou seja, temos vindo a cimentar o negócio gradualmente. No ano passado faturámos 3 milhões e 600 mil euros e em 2016, nesta altura, estamos a crescer uma média de 9% ao ano. Já este mês, conseguiremos atingir os valores de 2015, o que é ótimo para a empresa pois ainda temos um mês e meio para superar esse valor. Quais os nossos principais mercados? Os nossos produtos em termos de exportação, dirigem-se maioritariamente para o “mercado da saudade”. O poder de compra nesses países é superior ao nosso e geralmente adquirem vinhos mais caros que os portugueses. Para além disso, dentro do mercado nacional temos vindo a alargar a nossa área de atuação e não nos limitamos à Figueira da Foz. Hoje atuamos em Coimbra, Mira, Cantanhede, Pombal, Montemor e Soure, ou seja, nos concelhos limítrofes. Trabalhamos também diretamente com restaurantes, bares, mini mercados, instituições, como centros de dia e possuímos atendimento ao público nas nossas instalações. Quais as metas/objetivos que pretendem atingir no futuro? A nossa perspetiva é sempre de crescimento mas, com a nossa estrutura penso que estamos a desenvolver um bom trabalho. São poucas as empresas em Portugal que com apenas sete funcionários conseguem atingir o nosso volume de faturação. Trabalhamos o dobro, todos fazemos um pouco de tudo e é isso que nos permite crescer todos os anos.
José Tomé Administrador
Como forma introdutória à nossa entrevista, apresente-nos a Silva Tomé, Lda e falenos sobre o crescimento da mesma ao longo dos anos. Somos uma empresa familiar, que surgiu em 2000, e que tem vindo a crescer todos os anos. Tratamos da distribuição de vários produtos, como bebidas, batatas, azeites, um produto que poucos armazéns vendem e que é um dos melhores e mais típicos produtos da Figueira da Foz, considerado um dos melhores a nível nacional e até internacional, que é o sal marinho, produzido na região. Apesar de ser um produto com pouca expressão na nossa faturação, fazemos questão de ter e distribuir muito por causa dos imigrantes que principalmente no verão o procuram, e também como uma forma de promovermos um produto típico e de muita qualidade em outras regiões. Possuímos mais de cinco mil referências de produtos e 2 mil m2 de área coberta. Muita da vossa atividade centra-se nos mercados externos. Este facto, foi preponderante no crescimento gradual e sustentado da empresa? Há quatro, cinco anos começamos a exportar e este ano, 45% do nosso volume de faturação
Rua do Azenha, nº 30 ( Estrada de Mira ) | 3080-845 Figueira da Foz Tlf. 233 428 920 | Fax. 233 109 458 E-mail. silva.tome@net.novis.pt
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 85
figueira da foz em destaque | empresa figueirense de pesca
Mais de 100 anos de experiência
Sediada na Figueira da Foz, a Empresa Figueirense de Pesca teve a sua génese em 1934, integrando posteriormente um grupo fundado em 1912. Direcionada inicialmente para a pesca do bacalhau nas águas do Atlântico Norte, conta atualmente com a terceira geração da família Cação à frente dos seus destinos.
António Cação Administrador
Ao longo das décadas, a empresa soube reinventar-se e aproveitar oportunidades, adequando-se à evolução dos tempos e dos mercados. António Cação, administrador único, MBA e ex-consultor em gestão estratégica e reestruturação operacional, em entrevista à Revista Business Portugal, fala-nos sobre a sua visão para o futuro e como a sua equipa de jovens cientistas continuará a imprimir uma forte dinâmica de crescimento à empresa na próxima década. “A pesca do bacalhau foi durante largas décadas o foco único da empresa. Já em Portugal, na Figueira da Foz, o bacalhau era seco ao sol e depois vendido, juntamente com o óleo de fígado de bacalhau, que era fabricado a bordo dos navios. O meu pai, engenheiro de formação e um dos empreendedores mais visionários que conheci até hoje, está na base do que a empresa é atualmente: em 1977 diversifica a atividade piscatória com diversos investimentos, entre os quais, uma unidade de farinha e óleo de peixe ómega-3, também na cidade da Figueira da Foz, produzindo algo em que o nosso planeta é hoje (e cada vez mais) altamente deficitário: proteína para alimentação animal”, começa por nos contar. A entrada de Portugal na Comunidade Europeia acabou por asfixiar a pesca do bacalhau com falta de quotas. Em 1995, as operações de pesca concentravam-se no arrasto, diversificadas mais tarde entre peixe e marisco de alta qualidade, tanto fresco como congelado, em águas portuguesas e africanas. As instalações da empresa, que consistiam numa fábrica de processamento e secagem de bacalhau, foram convertidas em instalações logísticas para arrendamento no ano 2000. “Em 2010, a empresa opta por uma estratégia de expansão industrial, acompanhada pela aquisição de know-how, através da compra de terceiros especializados em processamento de óleos de peixe. Começa assim a refinar óleos de peixe diversos, inicialmente apenas para
86 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
cosmética. Em 2012, a empresa atingiu 100 anos de idade, tendo celebrado novas conquistas como a entrada nos segmentos farmacêutico e nutracêutico. Adquirimos, modernizámos e expandimos também uma unidade industrial em Espanha e, somos hoje uma empresa Ibérica com 20 por cento de quota de mercado mundial”, frisa António Cação. Empresa global, presente nos cinco continentes, fornece os mais reputados nomes da cosmética mundial. O seu enorme investimento em inovação e as fortes ambições de crescimento levam a Empresa Figueirense de Pesca a diversificar a sua gama de produtos em 2014, entrando nos segmentos dos produtos de origem vegetal e dos pré-formulados cosméticos. Cria a marca EFPBiotek, que abarca a sua gama completa de produtos. “A empresa irá crescer imenso ao longo dos próximos dez anos. Contamos com uma equipa jovem e dinâmica, com cientistas altamente qualificados, e um total de 40 dedicados colaboradores, todos apaixonados pelo que fazem. Temos ainda um consultor externo francês
que muito nos ajuda a direcionar os investimentos de forma a acompanharmos as tendências de mercado. A Ásia, região do Mundo com maior dinâmica de crescimento, é o nosso principal mercado, representando 70 por cento das nossas vendas. Os restantes 30 por centro centram-se nos mercados europeu e americano, como não poderia deixar de ser. Os mais de 100 anos do nosso grupo empresarial têm sido, sem dúvida, uma mais-valia, conferindo credibilidade acrescida e abrindo portas, nas quais nunca imaginámos conseguir entrar!”. A empresa ocupava a 22ª posição no top das 50 maiores empresas do concelho da Figueira da Foz em 2014, tendo subido para o top 20 em 2015 com uma faturação superior a 12 milhões de euros. Aproveitando a sua localização geográfica, o know-how e a alta qualidade dos seus colaboradores, o objetivo passa por acrescentar cada vez mais valor aos seus produtos e subprodutos. “Temos que apostar constantemente na inovação, não só por uma questão de diversificação de risco, porque estávamos muito focados num portfólio limitado de produtos, mas também porque se impõe gerir o ciclo de vida desses mesmos produtos. Mais de 30 novas referências foram desenvolvidas e lançadas ao mercado entre 2015 e 2016. Não podemos parar e os próximos anos serão de forte crescimento para a marca EFPBiotek”, conclui António Cação.
Benefícios da
célia marques unipessoal lda | figueira da foz em destaque
confiança e em prol do ambiente Célia Marques Unipessoal Lda. é uma referência no corte, rechega e transporte de madeiras, reflorestação e recolha de biomassas. Fique a conhecer um pouco melhor esta empresa sedeada na freguesia de Marinha das Ondas, concelho de Figueira da Foz.
Célia Marques é o rosto desta empresa à qual dá, igualmente, o nome, no entanto é pelo o esposo Paulo Marques que esta empresa está no mercado e é conhecida. Em funcionamento desde 1996, começando em nome individual, é no ano de 2002 que em consequência do seu crescimento surge enquanto unipessoal Lda. As instalações, essas são ainda mais recentes e datam de 2014, um local feito de raiz para este propósito e em projecto há vários anos para o qual adquiriram os terrenos para assim irem de encontro ás necessidades da empresa, colocando-a em lugar estratégico de divulgação. Diversos serviços Os seus serviços passam pelo corte, rechega e transporte de madeiras, reflorestação, arrendamentos florestais e recolha de biomassas. Célia Marques esclarece-nos que “esta actividade apesar do seu alto risco é bastante interessante. Quem trabalha na floresta tem sempre novos e diferentes desafios: a natureza, o clima, as tendências dos mercados e tantos outros com que todos nós temos que lidar e ultrapassar em qualquer atividade”.
A maior área de negócios da empresa é em torno do eucalipto, no entanto também cortam várias toneladas de pinho por ano. O corte de madeira é feito com máquinas Harvester ou motosserra. A principal dificuldade com que se deparam diariamente é a falta de pessoal qualificado para trabalhar com este tipo de equipamentos, nomeadamente motosserras. Célia Marques refere que “o mais difícil passa por encontrar pessoas novas que saibam ou que queiram trabalhar neste sector”. Obviamente, que esta actividade, considerada de alto risco, tem de muitos encargos associados, nomeadamente higiene e segurança no trabalho, seguros de acidentes de trabalho, responsabilidade civil e de laboração, e que pela sua especificação obriga a uma avaliação anual. Célia Marques refere também “os acidentes acontecem, mas nunca por falta de formação dos funcionários, mas sim devido a causas naturais e por vezes ao excesso de confiança, assim como em qualquer acidente”. Outro risco para a sua empresa e outras que trabalham com esta matéria prima está relacionada com os incêndios. “Este risco coloca sempre em causa as nossas propriedades e, no fundo, a nossa matéria-prima, pelo que temos uma grande preocupação em precaver estas situações, mantendo os locais limpos e fazendo uma manutenção adequada”. Empresas de renome como parceiras A Célia Marques Unipessoal Lda trabalha com a Altri Abastecimento de Madeiras SA e com a Navigator Abastecimento de Madeiras SA, “empresas com as quais celebramos contratos de fornecimento de madeira de eucalipto”, diz a gerente. Uma das outras actividades secundárias da empresa passa pela prestação de serviços de corte, rechega e transporte de madeiras, que tem crescido substancialmente, devido à aposta em máquinas actuais e qualidade nos seus serviços para os principais clientes, Altri Florestal, SA., e Navigator Forest Portugal SA. A empresa tem alcançado o sucesso e um crescimento contínuo, com estratégias de mercado bem delineadas, pois esta “é uma área que exige muita procura, onde é necessário falar diretamente com os produtores e criar uma grande relação de confiança e respeito pelos mesmos”. A nossa interlocutora revela que graças à qualidade do seu trabalho, têm conseguido criar boas relações de confiança com os seus clientes, tendo alargado a sua carteira de clientes através das suas recomendações. Já há três anos consecutivos que mostram, orgulhosamente, o estatuto de PME Líder, certificado que distingue empresas com perfis de desempenho superiores, o que confere ainda mais credibilidade e confiança perante os seus parceiros de negócios. Questionada sobre a fiscalidade em vigor neste setor de atividade, Célia Marques defende que “a lei e a sua fiscalização deveriam ser mais apertadas pois, infelizmente, ainda há quem não cumpra o que está estipulado e convivemos diariamente com uma concorrência desleal. Estamos a falar de uma atividade de risco e bastante dispendiosa, pelo que a fiscalização deveria ser mais rigorosa, para que todos, sem excepção, trabalhássemos com as margens que nos são impostas”. Sobre o futuro, Célia Marques revela que querem crescer gradualmente, “não queremos subir dois degraus de cada vez, não temos pressa, é nosso objectivo mantermo-nos no mercado, com a mesma estratégia e com a colaboração dos nossos trabalhadores sem os quais não estaríamos neste patamar, pelo que merecem a nossa consideração constante e muitos deles fazem parte da nossa história”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 87
figueira da foz em destaque | somisis
Serviços de manutenção industrial Nomes como Celbi, Portucel, DOW Portugal, Nestlé, EDP, Efacec, entre muitos outros, fazem parte do enorme leque de clientes da empresa que agora lhe apresentamos. Falamos, claro está, da Somisis – Sociedade de Manutenção e Sistemas Industriais, Lda., uma empresa fundada por António Pedro com quem a Revista Business Portugal esteve à conversa para compreender a dinâmica desta organização.
António Pedro Administrador
88 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
somisis | figueira da foz em destaque
Assume-me como sendo uma empresa com a missão de proporcionar aos seus clientes elevados níveis de satisfação, através de produtos e serviços de qualidade, a preços competitivos, excedendo as suas expectativas e promovendo a sua fidelização: “Se não houver qualidade de trabalho em pouco tempo as empresas desaparecem. A qualidade é o garante da nossa atividade”, afirmou António Pedro. Mas, a qualidade dos serviços prestados por esta empresa, tem um segredo: a formação dada aos seus funcionários. Segundo o nosso entrevistado esta é “uma área de trabalho muito exigente porque envolve uma formação técnica em áreas diferentes como sendo a eletricidade, a eletrónica, a hidráulica, a pneumática, a termografia, a serralharia e a automação por exemplo”. Por isso, e para garantir uma equipa o mais capaz possível, o administrador da Somisis afirma realizar uma pré-seleção através de entrevistas,
recorrer a estágios profissionais (onde fornece formações aos seus colaboradores) e, posteriormente, contratar esses mesmos colaboradores onde “facilmente ficam nos quadros da empresa, porque esse é o nosso objetivo. Não queremos perder tempo a formar uma pessoa para depois ir embora no final do estágio. Os jovens precisam de oportunidades e eles não têm tido essa oportunidade de mostrar o que valem. A formação é boa se for utilizada”, reiterou. Visão esta que diverge da realidade vivenciada no nosso país, mas que funciona como um pilar para o funcionamento desta empresa onde o profissionalismo e dedicação ao cliente, prestados pelos 90 colaboradores que compõem a equipa da Somisis, são prementes e pontos-chave a cumprir. Empresa certificada onde se garante a satisfação do cliente, através dos produtos e serviços fornecidos, cumprindo os seus
requisitos, os da norma NP EN ISSO 9001, bem como os legais aplicáveis é ainda, inclusivamente, PME Líder desde 2012 e possui um prestígio e confiança entre os seus clientes já muito cimentados. “O passaa-palavra ajuda muito. São 23 anos de prestação de serviços de qualidade, aqueles que tentamos prestar diariamente”, frisou o empresário. São compromissos da Somisis manter sempre: a integridade, a qualidade, o profissionalismo e trabalho em equipa, a melhoria contínua e a satisfação plena de todos os seus clientes. Compromissos ambiciosos mas que têm sido cumpridos na já vasta experiência desta organização no seu ramo de atividade onde a exigência dos serviços prestados são uma constante e onde os recursos humanos são tratados como uma equipa indispensável ao bom funcionamento e ao sucesso do negócio. No que diz respeito à atualidade do setor,
este encontra-se estabilizada, muito devido à modernidade das unidades fabris portuguesas e ao constante desenvolvimento dos equipamentos industriais. “As novas tecnologias têm reduzido muito a manutenção e as próprias máquinas e equipamentos têm uma durabilidade muito maior”, evidenciou António Pedro em entrevista à Revista Business Portugal. No futuro da Somisis encontra-se a possibilidade de ampliação das instalações, a penetração em novos mercados. Fazendo já parte da equipa da empresa um dos filhos do administrador e fundador da mesma, perspetiva-se, assim, um futuro risonho e bem implementado no setor industrial português e internacional no que à manutenção industriais diz respeito.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 89
figueira da foz em destaque | fonte da foz bed & breakfast terrace
“Foi o destino”
Na Figueira da Foz é sempre propício encontrar algo de diferente. Foi com o que nos deparamos na Fonte da Foz, uma guest house, que proporciona uma experiência inovadora a quem lá passa.
Laurence Ferreira e Bernard Poulet Administradores
Esta aventura começa com Laurence Ferreira e Bernard Poulet, em França. Laurence Ferreira tinha uma empresa de biscoitos sem glúten, “uma das primeiras a surgir na Europa”, refere, e Bernard Poulet também possuía a sua empresa, mas num setor diferente de produção, era padeiro tradicional. Com o passar dos anos e devido a alguns acontecimentos, decidiram vender tudo o que tinham, e fazer uma viagem pelo mundo. Os seus amigos mais chegados criticaram a decisão. Pediram-lhes para pensarem melhor e para não se precipitarem, mas foi em vão, pois decidiram avançar com os seus planos, e viajarem durante um ano por todo o hemisfério sul do planeta. Foi nesta viagem que surgiu o projeto de abrirem uma guest house, um projeto nunca visto na Figueira da Foz. Laurence Ferreira tem descendência na Figueira da Foz, e a sua proximidade ao mar, aliado ao desejo de terem uma casa junto à praia, ditou a localização do projeto e também do seu nome: Fonte da Foz. Inicialmente, tentaram encontrar casas para iniciarem o projeto, mas revelou-se uma luta intensa, pois não encontraram nada que se adequasse ao projeto. Mais tarde, um colega mostrou-lhes a casa onde hoje funciona a guest house e foi “coup de foudre (amor à primeira vista), et voilá”. “Agora já não podemos visitar o mundo porque estamos aqui, agora o mundo é que vem visitar-nos”, refere Laurence Ferreira. Apesar de terem a casa desde 2014, só em junho deste ano foi possível abrir a mesma ao público, uma vez que a remodelação e a reconstrução do espaço levou mais de um ano a acabar. Nunca necessitaram da ajuda de um arquiteto para fazer o projeto, “eu sabia como o queria e por isso ajudei na idealização e construção desta casa”, refere o nosso interlocutor. Ao seu lado contaram com Mário Janeiro, uma amigo de família que deu o seu cunho pessoal
90 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
à decoração da casa com a criação dos quadros que se encontram pendurados nas paredes do hostel. Quando abriram a casa tiveram, desde logo, casa cheia, o que foi uma excelente forma de iniciar o negócio e a atividade. “Tivemos clientes, que como não conseguiram ficar hospedados connosco este verão, já reservaram para agosto de 2017”, comenta. Esta casa conta com oito quartos, “de modo a que todos os hóspedes possam conviver”, comentam. “Gostamos de criar relações com os clientes, e temos a noção que se tivéssemos mais quartos essa relação já não seria possível”. A Figueira da Foz é uma cidade que aposta muito no turismo, com maior incidência o verão, o que na opinião dos gerentes, não é suficiente para se poder desenvolver a cidade. “Para existir mudança é preciso fazerem-se esforços”. Na sua opinião, a cidade tem muito para oferecer, mas não tem apostado em quase nada. “Têm os museus fechados, falta um jardim botânico, falta uma forma mais rápida de ligação, entre Coimbra e a Figueira, um melhoramento do funcionamento dos autocarros, uma piscina para as crianças, um centro de cultura e exposições durante todo o ano”, expõem. Preferiam que houvesse um maior envolvimento da população para que a Figueira tivesse turismo durante todo o ano e não só no verão. Gostariam igualmente de fazer uma parceria com uma agência de viagens para poderem proporcionar uma excursão pela cidade aos seus hóspedes, “ou uma viagem de barco”, exemplificam. Outro projeto que têm em mente é a aquisição de um carro para poderem eles mesmos prestar esse tipo de serviços aos seus clientes. Os gerentes concordam, que é significativo para um país e para uma cidade uma aposta forte e bem estruturada turismo, desde que este seja aproveitado nos momentos certos, “agora é que os distritos têm de apostar neste setor, e no desenvolvimento de atividades que façam agarrar os turistas a Portugal, e neste caso à Figueira da Foz”, explica. O principal objetivo desta casa assa por conseguir criar e fazer com que os seus hóspedes se sintam em casa, que sintam que estão em família. “Uma família de diferentes nacionalidades e de diferentes culturas e costumes”, explicam. Contam à Revista Business Porrtugal que o pequeno-almoço é onde se iniciam estas ligações entre hóspedes. A publicidade sempre foi feita pela internet, nomeadamente pelo Facebook e pelo sítio da internet. Neste momento captam os clientes através do Booking, mas gostariam de num futuro próximo que esta publicidade passasse pela recomendação de anteriores hóspedes, para um maior impacto e uma maior visibilidade. “Este verão tivemos uma amiga hospedada durante 15 dias, que era muito dinâmica, e ajudou-nos na distribuição dos nossos cartões pela cidade toda, tanto hotéis, como cafés e também lojas”, inclui. Apenas receberam críticas positivas sobre a casa e sobre o atendimento e as instalações.
fonte da foz bed & breakfast terrace | figueira da foz em destaque
Bem vindo Conhece a Figueira da Foz? Localizada à beira do Atlântico, esta encantadora cidade, mantém intacta a memória do seu passado de prestígio, quando, no final do século XIX foi palco para a aristocracia Portuguesa e Espanhola que vinha deliciar-se no enorme areal da sua praia. Imagine...um edifício dessa época atapetado a azulejos. Quartos e suites requintados, cada um mobilado e decorado de forma diferente, preenchido com obras de arte e casas de banho forradas a mármore. Uma sala de estar elegante e acolhedora, um jardim de inverno - lugar para pequenosalmoços, um terraço arborizado onde é obrigatório fazer uma pausa. Áreas comuns muito espaçosas, luminosas que permitiram aos hóspedes descobrir a coleção de pinturas, desenhos e baixos-relevos do amigo desta casa, Esc. Mário Janeiro. A casa O Fonte da Foz -Bed & Breakfast Terrace nasce de um enamoramento. Depois de terem realizado uma viagem de volta ao mundo, ter conhecido pessoas adoráveis em muitos países onde foram maravilhosamente recebidos, quiseram, por sua vez, construir um lugar que se parece com eles e com a forma de receber. Um sítio único, que espelhasse o seu gosto por viagens, o seu sentido de hospitalidade, o seu desejo de combinar o charme e bem-estar, bem como, intimidade e familiaridade. Restauraram e renovaram totalmente este edifício, em que foi prioritário a utilização de matérias originários de Portugal, promovendo soluções ambientalmente sustentáveis nomeadamente a instalação de uma bomba de calor com painéis solares. Quiseram combinar uma atmosfera única com a sofisticação de um boutique hotel, a partir da originalidade trazido pelos objetos artísticos que marcam as diferentes áreas, e a simpatia necessária de uma casa de hóspedes.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 91
OLIVEIRA DO BAIRRO EM CRESCIMENTO Situado na Região Centro, o concelho de Oliveira do Bairro pertence ao distrito de Aveiro. Com um boa localização, dispõe de acessibilidades que permitem uma ligação rápida aos grandes centros urbanos. Oliveira do Bairro é considerado um concelho rural de 2ª ordem, uma vez que consegue conjugar a agricultura tradicional e a indústria mais moderna. No que diz respeito à atividade agrícola, a vitivinícola é a mais conhecida deste concelho, com a produção do típico vinho da Bairrada, não sendo a única, uma vez que a agricultura de subsistência é, ainda, uma prática recorrente das gentes desta terra. Com uma localização privilegiada, o concelho promove o crescimento das suas zonas industriais em várias freguesias. São mais de 400 as empresas que fazem parte desta realidade e estão, essencialmente, vocacionadas para a cerâmica de grande dimensão e para a metalomecânica, sendo as grandes empregadoras do concelho. Tendo uma forte compenente industrial, o concelho não esquece o seu património e a preservação que tem sido a bandeira da autarquia. Desta forma, Oliveira do Bairro dispõe de vários monumentos repletos de história que merecem ser visitados, bem como os museus de S. Pedro da Palhaça e de Etnomúsica da Bairrda. Ao mesmo tempo, o concelho goza de uma ambiência privilegiada, com 16 parques de lazer espalhados por todo o território e de uma paisagem rural que não passa despercebida a quem por lá passa. Venha connosco descobrir este município!
94 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
lusogolfe | oliveira do bairro em crescimento
Pioneiros no
Minigolfe em 2008, cargo que exerço até hoje”. A empresa está perto de cumprir 50 anos de existência, mas viu um importante impulso no virar do milénio. O fundador Pedro Gomes descobriu o Minigolfe na Alemanha e trouxe a modalidade para Portugal. Mas quando assumi o controlo da empresa, em 2000, ela estava praticamente desativada e foi necessário dar novo impulso. A empresa tem acompanhado a conjuntura financeira do país, mas 2015 foi um ano de crescimento que permitiu reforçar a nossa equipa.
minigolfe em
Portugal
Fundada em 1967, a Lusogolfe é uma empresa especializada na conceção, fabrico e conservação de soluções de minigolfe, quer para lazer, quer para competição. A empresa é gerida, desde 2000, por Victor Condeço, que acumula funções como presidente da Federação Europeia de Minigolfe e presidente e fundador do Clube Minigolfe da Costa Nova, que deu a conhecer a história e atividade da empresa que trouxe a modalidade para Portugal.
Having fun
A Lusogolfe trabalha com diferentes empresas e instituições, com forte incidência na exportação. A Lusogolfe exporta cerca de 70 por cento da sua produção para o estrangeiro, com clientes em 17 países e quatro continentes. No mercado nacional, além dos vários circuitos de minigolfe, operamos com outros clientes, como hotelaria ou câmaras municipais, que também procuram equipamentos para organização de competições, além de os disponibilizar ao público. Como exemplo, dou a Câmara Municipal da Murtosa, que organizou recentemente a Taça de Portugal, e contactou a Lusogolfe para fornecer o equipamento, e também a Câmara Municipal de Portel que irá organizar o Campeonato Europeu em 2018. A empresa tem propostas próprias, mas também se adapta às necessidades de cada cliente. A Lusogolfe tem fabrico próprio, por isso pode adaptar os equipamentos consoante as necessidades de cada um. Compreendemos que existem clientes que gostariam de ter minigolfe, mas não têm espaço para ter circuitos de competição, como os casos da hotelaria. Para contrariar essas lacunas, criámos o ‘Easy Golf’ e o ‘Smart Golf’, de fácil transporte e montagem, e adequados para espaços mais reduzidos, que têm bastante procura no mercado. Além da colaboração com empresas e câmaras municipais, a Lusogolfe participa em projectos de ação social. Tentamos fugir do padrão habitual e impulsionar iniciativas diferentes. Através do Clube de Minigolfe da Costa Nova foi possível levar o minigolfe às escolas, através de equipamento específico transportável, e divulgar a modalidade juntos dos alunos. Recentemene, abraçámos o tema da inclusão, com a receção de várias CERCI’s, IPSS’s, APPACDM’s, e agora a Associação Cultural dos Surdos de Águeda e o Centro de Acção Social de Ílhavo (CASCI).
Victor Condeço Presidente
“Conheci a modalidade em 1990,depois de uma viagem ao norte de Itália. Na altura, vivia na Praia da Costa Nova, onde achei interessante a instalação de um minigolfe, que abriu em 1994. É uma referência a nível nacional, com visitantes nacionais e estrangeiros, organização de campeonatos nacionais e formação de atletas. Serve também como ‘showroom’ do potencial do minigolfe, com dois circuitos de 18 pistas, ambos homologadas pela Federação Mundial, e onde acrescentámos duas temáticas na decoração: Piratas e Ria de Aveiro. O meu envolvimento com o desporto é significativo. Fui eleito presidente da Federação Europeia de
Finalmente Vitor Condeço aborda as perspetivas de futuro da empresa. Temos boas perspetivas para 2017, tanto no plano nacional, como no plano internacional. Queremos reforçar a presença do minigolfe na hotelaria. A modalidade é uma excelente alternativa à piscina ou ao ténis, que são limitados pelo estado do tempo e pela hora do dia, acrescentando diversidade à oferta da hotelaria, especialmente em áreas pequenas, e com um investimento pequeno e manutenção reduzida. Neste momento, estamos envolvidos num projeto internacional em Viena, na Áustria, com um circuito numa das praças da cidade, e que será decorado por alunos universitários de Arquitetura.
Having fun
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 95
oliveira do bairro em crescimento| komudus
o mesmo
conceito, uma nova imagem
No seio de uma antiga e pequena carpintaria, a Móveis Salvador & Silva, Lda. que se dedicava à carpintaria de construção civil em Oliveira do Bairro, nasceu em 2006 a marca Komudus. Hoje, dez anos depois, Luciano Salvador e Rui Santos estão na liderança deste projeto que promete singrar no mercado.
“Tudo começou com uma pequena carpintaria que trabalhava, quase exclusivamente, com a construção civil”, começam por explicar, “desde portas, janelas a soalhos” num contexto de uma carpintaria mais tradicional. Ao longo dos tempos e a pedido de alguns clientes, a empresa foi evoluindo na produção de novos produtos com destaque para o mobiliário de banho, dando origem à marca Komudus. Com um forte impacto inicial, de norte a sul do país, esta nova marca crescia a olhos vistos até se deparar com as quebras naturais de um mercado que sofria uma grave e profunda recessão económica que se prolongou até recentemente. Para ultrapassar as inúmeras dificuldades resultantes desse contexto, foi necesssário alterar o rumo e abordar o mercado de forma diferente. “A estratégia passa, essencialmente, por reavivar a nossa marca”, afirmam, “recuperar e fortalecer a empresa para depois chegarmos aos mercados que queremos”. A forte aposta na diversificação, na qualidade dos produtos,
96 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
na confiança do mercado e na modernização da imagem da empresa levam a que neste momento, o caminho da Komudus se avizinhe favorável. Para os empresários, tendo em conta a conjuntura atual do setor, “a tendência é positiva” com a perspetiva de uma evolução sustentável do mercado. Ainda em recuperação, o setor em Portugal, para além de alguns novos projetos imobiliários, tem beneficiado do significativo crescimento dos setores do turismo e do mercado de arrendamento, com a consequente necessidade de reabilitação de habitações existentes. Com uma equipa de 15 colaboradores, técnicos devidamente qualificados, a Komudus trabalha todo o mercado nacional mas com foco na região centro e Lisboa. A empresa apoia a sua produção em quatro vertentes: a carpintaria de construção civil, a cozinha, o mobiliário de banho e o mobiliário interior. A forte personalização e a variedade dos produtos são as duas características que distinguem o trabalho da Komudus, uma vez que os produtos são feitos à medida do cliente e conseguem abranger todo o tipo de produtos num único espaço. A qualidade e diversidade dos materiais que vão surgindo, aliados à experiência e competência da equipa levam à criação das melhores soluções para os clientes. O envolvimento e permanente cooperação com as equipas de projecto, em especial com os gabinetes de arquitetura são outra preocupação constante, “só esse empenho permite resolver as dificuldades em obra, em especial nas obras de reabilitação, e atingir bons resultados finais que conjugam a qualidade técnica com a satisfação dos clientes”. A procura de novas técnicas e novos materiais são outra preocupação, uma vez que é preciso “estar a par das inovações”. Os clientes estão, hoje em dia, mais esclarecidos e exigentes tornando-se numa vantagem direta para as empresas que são obrigadas a acompanhar a evolução dos tempos e, dessa forma, “todos ganham”. O futuro da empresa passa, agora, por expandir a marca Komudus lançando novos produtos e procurando novos mercados. “Estamos disponíveis para investir nesse sentido porque acreditamos que, devido à nossa qualidade, temos o nosso lugar no mercado”, terminam.
empresa | tema
Qualidade e competência Sediada no concelho de Oliveira do Bairro, a Santos & Cruz apresenta-se no mercado com um desenvolvimento sustentado, primando a sua atividade pela qualidade, competência, seriedade e pela excelente relação de respeito, confiança e transparência para com todos os seus clientes.
acrescentando que, a dada altura, chegou a ter dez colaboradores e cerca de 300 empresas como clientes. Nesta altura, existiam apenas dois escritórios de contabilidade no concelho de Oliveira do Bairro, hoje multiplicam-se as empresas nesta área de atividade, no entanto a Santos & Cruz é o escritório de contabilidade mais antigo em exercício. Há dez anos, Ricardo Santos assumiu a gestão da Santos & Cruz com novas ideias e filosofias, assumindo a missão de criar e manter uma relação de profissionalismo, rigor e confiança com os clientes, zelar pela saúde das empresas, bem como antecipando dificuldades e capitalizando vantagens e oportunidades. Assim sendo, a Santos & Cruz assume-se como um parceiro ético, responsável, competente e orientada para as necessidades dos seus clientes. “A contabilidade é indispensável ao funcionamento de qualquer empresa e à correta e atempada tomada de decisões por parte da administração, por isso, apostamos em prestar um serviço completo e eficaz, tentando ser, mais do que uma empresa de contabilidade, um verdadeiro parceiro das empresas”, avança Ricardo Santos, sublinhando a importância do acompanhamento contabilístico e fiscal ao cliente e o apoio à gestão. Para tal, a Santos & Cruz presta todo o tipo de serviços de contabilidade, apoio fiscal e consultoria financeira, de uma forma eficaz, eficiente e dentro dos prazos exigíveis por lei, colocando os seus clientes sempre em primeiro lugar. A Santos & Cruz esforça-se, diariamente, para incutir junto das empresas e empresários o sentido de organização em termos de processos e procedimentos internos. “Comunicação, confiança, organização e formação são os pilares da nossa atuação, para além da aposta numa relação muito estreita e direta com os nossos clientes”, confidencia o gestor da Santos & Cruz.
Rui Santos e Ricardo Santos Administradores
Criada há mais de 30 anos, a Santos & Cruz é uma organização empresarial comprometida com a qualidade, para não só satisfazer as necessidades dos seus clientes, como exceder as suas expectativas. Com formação em Contabilidade e Administração, e após ter desempenhado as funções de técnico de contas em várias empresas, Rui Santos decidiu, em 1984, lançar-se na aventura de criar a sua própria empresa, a Santos & Cruz que alicerçada na seriedade e na competência cresceu de forma sólida. A visão do seu fundador, possibilitou a evolução das instalações da empresa de umas modestas instalações alugadas para um novo espaço, em 1989, que proporcionou ímpares condições de trabalho e de acolhimento ao cliente. “Estamos a falar no período em que Portugal aderiu à Comunidade Económica Europeia, em que a vinda dos fundos comunitários, permitiu a criação de novas empresas repercutindo-se num boom de trabalho na área da contabilidade”, adianta Rui Santos,
Defesa da profissão Ricardo Santos considera que a Ordem dos Contabilistas Certificados trabalhou no sentido da credibilização do setor, mas considera que muito mais há fazer no âmbito da defesa do profissional de contabilidade e da limitação do acesso à profissão. Salienta, aludindo que, atualmente, existem cerca de 90 mil inscritos na Ordem dos Contabilistas Certificados e cerca de 40 mil a exercer. Os desafios do futuro Com os olhos postos no futuro, Ricardo Santos pretende que a Santos & Cruz marque a diferença, mantendo a sua estrutura, garantindo a prestação de um serviço atempado e de grande qualidade, capaz de responder às exigências do mercado e de corresponder às expectativas e necessidades dos seus clientes e parceiros.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 97
oliveira do bairro em crescimento | sanremo
De Oiã para o mundo Com trinta anos de história e de produção no setor da indústria naútica, a Sanremo Yachts & Boats é uma empresa que aposta na inovação, na credibilidade e na segurança do seu cliente. Orgulhosamente certificada nacionalmente, leva a bom porto os seus produtos alémfronteiras obtendo assim o reconhecimento como marca portuguesa. Em entrevista à Pevista Business Portugal, António Baptista, proprietário desta empresa, menciona como tem sido o percurso laboral até aos nossos dias e as principais valências dos seus barcos.
António Baptista Administrador
Localizada em Oiã, Oliveira do Bairro, a Sanremo Yachts & Boats tem o carimbo ‘Made in Portugal’ nos produtos que fabrica e comercializa. Segundo António Baptista, o importante nos dias que correm é a diferenciação pela positiva no mercado da indústria náutica, afirmado também que a melhoria da imagem da empresa é um aspeto fundamental e em constante renovação. Depois de terminar os estudos e de ter trabalhado em outros setores, António Baptista, através do seu gosto pelo mar, decidiu criar a sua própria empresa e, com o passar dos anos, percebeu que é imprescindível marcar a diferença para sobreviver num mercado tão competitivo. Depois do nome da empresa ter sido mudado para “Sanremo”, o crescimento foi gradual, sendo este um motivo de orgulho . “Tive de criar mais valências para caraterizar a marca e um dos aspectos que eu mais valorizo na minha empresa é a segurança do utilizador”. Com isso, criou um tipo de barco inafundável , mesmo em condições extremas. “Curiosamente, o cliente não valoriza isso , devido à essência da perceção e cabe-nos a nós fazer a diferença e explicar como tudo é processado e criado e explicar todos os passos de construção do barco”, afirma o entrevistado, mencionando também que toda a gama dos barcos é exclusivamente feita à mão. Os barcos são projetados, desenhados e fabricados, com caraterísticas próprias para o mar Atlântico, das quais se destacam o tipo de construção em casco de ninho de abelha, estruturas e superestruturas reforçadas, isoladas e fibradas interiormente. Uma outra característica dos seus barcos é o facto do cliente poder personalizar o seu próprio barco , alterando ou modificando materiais e equipamentos ao seu gosto ou à sua utilização, criando deste modo uma relação de confiança e fidelização com o utilizador. O principal objectivo da Sanremo , é o facto de o barco se poder adaptar ao
98 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
sanremo | oliveira do bairro em crescimento cliente e não o cliente adaptar-se ao barco . Desde sempre, pauteou por fabricar barcos insubmersíveis, facto que demorou a conquistar. Hoje em dia, a Sanremo Yachts & Boats é uma marca reconhecida e de referência na Europa , Africa e América Latina e este ano entraram no mercado Asiático . No ano 2015 , foram campeões de um tipo de pesca tão especifico e particular como é a pesca de Big Game onde os grandes especialistas são os australianos, americanos e, neozelandeses e outros , graças à qualidade e características dos seus barcos. Para orgulho do proprietário, os produtos com qual trabalham são todos ecológicos, certificados e homologados para 60 milhas. Estas certificações são passadas por entidades de renome e internacionais que sabem do poder da qualidade desta marca. O lema para a constante inovação da empresa é a capacidade de poder antecipar e projetar o dia de amanhã. A Sanremo Yachts & Boats trabalha com as melhores marcas de referencia do mercado . Com isto, a personificação do produto vai até ao pormenor, através dos sábios conselhos de quem entende da área. Através das novas novidades e tendências do mercado, os barcos são versáteis e polivalentes, tendo dado como exemplo o Blue Sky, um barco autossustentável, que acarreta todas as aptidões essenciais para a navegação e lazer, estando completamente adaptado para o conforto do seu utilizador. Esta é uma empresa que privilegia as relações com o seu cliente, uma vez que o melhor comercial que existe é o próprio produto e o melhor meio de comunicação e divulgação é o próprio cliente. Aliado a isto, a parte de assistência é muito importante, sendo garantida a qualquer momento. Em relação aos barcos que fabrica, o nosso interlocutor afirma que trabalha somente com produtos de excelência que aguentam todas as adversidades, garantindo que um barco Sanremo é, sem dúvida, um dos melhores barcos feitos no mundo inteiro, apesar da concorrência e da globalização. Contudo, a experiência no ramo, os estudos de mercados, o esforço e a procura da inovação resultam no bom trabalho que se faz. Com uma mão-de-obra altamente especializada e uma equipa que se mantém há longos anos e com uma forte presença em feiras internacionais, a Sanremo Yachts & Boats torna-se uma referência e uma fonte de inspiração para outros fabricantes da área, potencializando também o forte conhecimento e o poderio que Portugal contempla na indústria náutica. “A evolução fez sempre parte do nosso percurso. Não foi um caminho fácil, mas com toda a força interior, com a constante busca de melhorias e com insistência e ultrapassando todas as barreiras e obstáculos de um País que virou as costas ao Mar é um orgulho ter um produto “Made in Portugal”, conclui António Baptista, ressalvando que a Sanremo Yachts & Boats é uma empresa muito bem cotada devido à qualidade dos seus barcos e da sua equipa técnica e pela utilização de produtos altamente reconhecidos, ecológicos e fiáveis.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 99
oliveira do bairro em crescimento | deltatau
A união do abstrato com o científico
por Portugal, onde lecionou nas universidades de Aveiro, Coimbra e foi colaborador com as universidades da Guarda, Évora e a Nova de Lisboa, como também pelo mundo, em Londres, onde se doutorou no Imperial College da Universidade de Londres, em Moçambique onde lecionou na Universidade Eduardo Mondlane, e no Brasil, onde trabalhou durante sete anos e também lecionou nas universidades: PUC-RJ, Federal de Viçosa, Federal Ouro Preto e foi colaborador com a UFMG. Regressou e instalou-se em Aveiro, por ser a cidade capital do seu distrito.
A Revista Business Portugal esteve esta edição em Aveiro, e descobriu a DELTATAU, que veio demonstrar-nos que a qualidade nos serviços numa empresa faz a diferença, para que esta se consiga desenvolver e crescer sustentavelmente.
O nome DELTATAU surgiu pela junção de dois símbolos com relevância para Fernando Ladeira, gerente da empresa. O Delta representa a espiritualidade, a parte divina e esotérica e o Tau é a representação da gnose e do conhecimento científico ligado aos solos e rochas. O nome DeltaTau representa a associação entre o imaterial e o racional. O nosso interlocutor iniciou a sua vida académica em Coimbra, e na altura da ditadura de Salazar, foi forçado a ir para a guerra da Guiné durante 22 meses. Quando regressou, foi o segundo do seu curso a terminar a licenciatura. Autointitula-se como um viajador, tanto
100 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
A DELTATAU foi fundada em 2005 e, desde essa data, tem vindo a crescer. As áreas onde atua são a consultoria, sondagens geológico-geotécnicas, projetos geotécnicos, fiscalizações e supervisões, nas áreas ligadas à Geotecnia: Fundações, Mecânica das Rochas e Solos, Geologia de Engenharia, Estabilidade de Taludes e Geologia Ambiental. Os principais clientes desta empresa são os municípios, mas a DELTATAU tem igualmente trabalhado com entidades privadas, nomeadamente gabinetes de arquitetura, hospitais e empresas de construção, entre outros. Estes clientes vão surgindo devido ao excelente reconhecimento que a empresa foi ganhando com o passar dos anos, muito pelo rigor, qualidade dos serviços prestados, profissionalismo e rapidez de respostas. Para Fernando Ladeira, a missão da DELTATAU sempre foi resolver rápida e eficazmente os problemas apresentados pelos clientes, com muita dedicação, respeitando os prazos estipulados e tendo como valores essenciais a qualidade, competência, rigor e competitividade saudável. “São estes os vetores fulcrais para fidelizar o cliente”, refere. A empresa conta com uma equipa técnica de colaboradores altamente qualificados. A DELTATAU é o exemplo de uma microempresa que tem vindo a afirmar-se em Portugal e ganho grande credibilidade e confiança entre os seus clientes. Os seus objetivos passam por continuar com crescimento sustentável, comenta, a nível nacional, “como sempre estive”, acrescenta
“ Fomos a
Paris por e foi
32€
l ap
· Sem aterrar em cascos de rolha
· Sem acordar com as galinhas · Sem levar marmita de casa
Ida, taxas incluídas. Sabe mais em flytap.com
”