Revista Business Portugal Anuário 2022

Page 1

Anuário
CASAMENTO DE SONHO, À
MEDIDA” Ivnna Jahate, CEO da The Wedding Wonderland INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE ESPECIAL SAÚDE ENSINO SUPERIOR LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS VIVER, VISITAR E INVESTIR ASPE - ASSOCIAÇÃO SINDICAL PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS ARTIGOS DE OPINIÃO Alexandre Meireles António Saraiva Luísa Salgueiro Luís Miguel Ribeiro Miguel Guimarães Ricardo Costa
“UM
SUA

Sustentabilidade é um conceito que está na ordem do dia, presente nas políticas da União Europeia, visando alcançar um mundo mais verde e melhor, mas também, nas decisões de empresários e gestores que apostam na adoção de práticas de sustentabilidade para conseguir mais eficiência de gestão e menor desperdício de recursos. O mundo empresarial, como o conhecemos hoje, não se defi ne apenas como um mercado competitivo. É necessário ser, particularmente, inovador e primar pela diferença.

A capacidade de resiliência das organizações é o indicador que mais se destaca, ao longo de 2022, e aquele que vai prevalecer como ponto-chave para o futuro das organizações. É impreterível que as empresas continuem a apostar na diferenciação dos produtos e serviços, investindo na qualidade, inovação e num plano de comunicação que espelhe a sua visão e estratégia. Nesta edição premium Anuário 2022, a Revista Business Portugal segue, uma vez mais, a lógica de primar pela diferença, afi rmando a sua identidade e essência, apresentando exemplos de empresas e empresários que são verdadeiros modelos a seguir pela performance, atitude e estilo de liderança. Há dez anos que a Revista Business Portugal é o parceiro de comunicação de eleição das empresas e o seu desígnio mantém-se. Deixe-se inspirar pelas próximas páginas.

Boas Festas, Feliz Ano Novo e, como sempre, boas leituras!

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 3
Frt, 4430 -190 V N Gaia | Diretor: Fernando R. Silva | E-mail: geral@revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/Redação: redacao@revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 700 510 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal:
Editorial:
*Foto de Capa: Créditos
Catarina Zimbarra. 78 VIVER VISITAR E INVESTIR 46 LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS ÍNDICE Anuário 2022 Nota de
Anuário 2022... 34 ESPECIAL SAÚDE 6 LÍDERES EMPRESÁRIAS DE SUCESSO 22 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE 41 ENSINO SUPERIOR
Fernando R. Silva
FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: António Fernando A. R. Silva | Redação e Publicidade: Av. República 2208 - 3º Drt Centro
374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto
Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal Dezembro - Anuário 2022 Tiragem: 25.000 exemplares
a
boas-vindas

2022: ANO DA

A UNESCO elegeu 2022 como Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável – Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável e, como tal, a Revista Business Portugal não podia deixar de a escolher para tema central deste Anuário até porque, ao longo do ano, fomos conversando com vários responsáveis de empresas que se preocupam com esta questão e tentam implementar práticas “amigas do ambiente”.

No dia 25 de setembro de 2022, comemorou-se pela primeira vez, em Portugal, o Dia Nacional da Sustentabilidade, sinalizando o dia em que a ONU revelou os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com definição de 169 metas e 231 indicadores de performance

Um dos pontos de partida para a sustentabilidade são as cidades mais amigas dos seus habitantes. A mobilidade é um elemento central, com a multiplicação de opções de transporte elétricas, seja em veículos privados ou coletivos, ainda a precisar de ser incentivada. O desenvolvimento de uma cidade sustentável deve incluir novas arquiteturas, onde o conforto e a mobilidade sejam o foco, e que incorpore ainda zonas verdes, recuperação de rios e linhas de água, novas infraestruturas de transportes públicos limpos, e consumo responsável de energia com preferência pelas energias renováveis e sustentáveis.

4 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

SUSTENTABILIDADE

Do ponto de vista empresarial, este conceito está associado à responsabilidade social e tornou-se, inclusive, numa vantagem competitiva. As organizações que se preocupam com a sustentabilidade são aquelas que cuidam do planeta e se preocupam com a comunidade, o que é sempre louvável aos olhos do público. A sustentabilidade nas empresas vê-se também ao nível económico quando são utilizados processos que permitam a recuperação do capital financeiro, humano e natural.

Na verdade, a sustentabilidade tem ganho relevância nas estratégias de negócio das empresas, ao longo dos últimos anos, com impacto nas políticas de governance, nos compromissos assumidos pelas administrações e nos produtos e serviços, que viram os seus processos alterados para corresponder a metas mais sustentáveis.

O desenvolvimento sustentável é um conceito que se aplica a cada vez mais sectores e organizações. Este pode ser definido como um modelo de desenvolvimento que responde às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras, procurando que sejam adotados, cada vez mais, comportamentos verdes em prol do meio ambiente.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 5

LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

A Revista Business Portugal orgulha-se de retratar esta temática há dez anos. Ao longo das várias edições, fomos dando exemplos de mulheres líderes e empreendedoras, que assumem cargos de relevo na sociedade, provando que o sector empresarial já não diz respeito apenas aos homens. Aliás, as mulheres são donas de uma sensibilidade fora do comum, uma grande capacidade de multitasking e um excecional sentido de pragmatismo e estão muito mais atentas ao próximo. Paralelamente, são mais eficazes na elaboração de estratégias e, consequentemente, de soluções. Todas estas são características essenciais no universo dos negócios.

Pretendemos, de igual modo, inspirar as mulheres portuguesas, uma vez que, em Portugal, são muitos os casos de sucesso de mulheres líderes que desempenham cargos de Direção das Organizações e que constituem um verdadeiro exemplo de empreendedorismo a nível nacional.

Garantimos, por isso, continuar a dar “voz” àquelas que se têm destacado nos meios onde estão inseridas e deixamos-vos com uma citação de Sheryl Sandberg: “No futuro não existirão líderes no feminino. Existirão só líderes.”

6 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

“ UM CASAMENTO DE SONHO, À SUA MEDIDA ”

Ivnna Jahate é natural da Guiné-Bissau, mas veio para Portugal aos três anos de idade, onde viveu e estudou, desde então. Apesar de se ter licenciado em Relações Internacionais, foi no planeamento e organização de casamentos que encontrou a sua verdadeira paixão, o que a levou à criação da sua própria empresa, The Wedding Wonderland, reconhecida a nível internacional. Para além disso, optar por esta empresa para a realização do seu casamento, é ter a certeza de que se está em “boas mãos”, uma vez que Ivnna é considerada uma das melhores wedding planners do mundo.

8 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | THE WEDDING WONDERLAND
Ivnna Jahate, CEO da The Wedding Wonderland

A Ivnna nasceu na Guiné-Bissau, mas acabou por estudar em Portugal, na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Relações Internacionais. Porque é que escolheu esta área?

Eu nasci na Guiné-Bissau, mas vim viver para Portugal com três anos de idade. Quando optei pela licenciatura em Relações Internacionais, o meu sonho era mudar o mundo e fazer a diferença de alguma forma, deixando uma pegada positiva. Via na política internacional, na cooperação para o desenvolvimento e nos direitos humanos, uma oportunidade de dar o meu contributo e fui muito feliz no meu percurso académico e profissional, até descobrir a minha paixão e verdadeira vocação pela organização de casamentos.

A sua mãe era costureira. Podemos afirmar que esse contacto direto que teve, desde cedo, com o mundo dos vestidos personalizados e o ambiente romântico, a inspiraram a criar a sua própria empresa: The Wedding Wonderland?

Não diria que influenciaram na criação da minha empresa, mas, definitivamente, o contacto com os moldes, os tecidos, texturas, cores e padrões, contribuíram para alimentar a minha criatividade e esta minha pretensão de, a partir de uma tela completamente branca, conceber e criar algo único. Penso que o meu desejo de personalizar e fazer tudo à medida já vem desde essa altura.

Em que consiste este projeto e quais os principais serviços que disponibiliza aos seus clientes?

A The Wedding Wonderland organiza casamentos para casais que procuram um evento feito à sua imagem e medida. Criamos todo o conceito do casamento e conduzimos os nossos casais para uma experiência em que podem, verdadeiramente, desfrutar do

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 9
THE WEDDING WONDERLAND | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO
10 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | THE WEDDING WONDERLAND
LÍDERES

processo de organização do seu casamento. Proporcionamos um serviço completo, que consiste no planeamento detalhado de todos os passos do evento e contratação de todos os fornecedores envolvidos, bem como a criação de um projeto de decoração adaptado aos gostos, orçamento e necessidades de cada casal. Por outro lado, também criamos e executamos projetos de decoração para outros wedding planners, que preferem confiar em nós para assumir esta responsabilidade.

O pensamento em cada detalhe, bem como a experiência que proporcionam, tanto aos noivos, como aos seus convidados, criando um ambiente único e memorável, é o que caracteriza a sua equipa?

Sim, sem dúvida. Nós nunca organizamos dois casamentos iguais. Orgulhamo-nos de criar eventos que refletem a personalidade dos nossos casais até ao mais ínfimo detalhe. Não é sobre nós, é sobre os casais que recorrem ao nosso trabalho e sobre os seus convidados. Gostamos de contribuir para que todos os envolvidos tenham uma experiência memorável e que não seja apenas mais um casamento comum, igual a tantos outros. No final, é muito recompensador ouvir os convidados a comentar que foi o melhor casamento em que já estiveram.

Prestes a completar sete anos de existência, qual o balanço que faz deste projeto? Alguma vez pensou que iria ser capaz de alcançar este sucesso?

O balanço é, sem dúvida alguma, positivo. Quando iniciei o projeto queria concretizar o sonho de organizar casamentos e, ao mesmo tempo, criar o meu próprio emprego. O projeto cresceu e o nosso posicionamento no mercado evoluiu de uma forma que nunca poderia imaginar, quando comecei. Neste momento, temos a agenda de 2023 praticamente completa e a de 2024 já bastante preenchida, o que é um ótimo sinal.

Sabemos que a maioria dos casamentos que já organizaram são de casais estrangeiros, que querem vir casar a Portugal. Pretendem começar a atrair, cada vez mais, portugueses? Explique porque razão é que um casal deve escolher a The Wedding Wonderland para a organização do seu casamento.

Sou apaixonada pela dinâmica dos destination weddings e por contribuir para o reconhecimento de Portugal no estrangeiro, como um destino premium, para aqueles que procuram casar fora do seu país. Adoro, também, trabalhar com casais portugueses e somos, seguramente, uma mais-valia para estes.

Distinguimo-nos por conceber casamentos únicos e autênticos, nos quais contamos com os melhores parceiros da indústria, de forma a assegurar uma organização irrepreensível, stress free e com um resultado dificilmente igualável. Gostamos de realizar sonhos e contar histórias de uma forma elegante e intemporal, onde nada é deixado ao acaso.

O que sente ao ver o seu trabalho distinguido nas principais publicações da indústria como a Vogue, a Style Me Pretty ou a Brides e a Ivnna ser, também, reconhecida como uma das melhores wedding planners?

Sinto-me bastante lisonjeada, mas, por outro lado, parece surreal que, para além de ser imensamente feliz a fazer o que gosto, ainda tenha o reconhecimento dos nossos pares, tanto a nível nacional, como internacional.

Um dos maiores desafios que enfrenta, atualmente, é conseguir, em simultâneo, ser mãe, mulher e empreendedora?

Sim. Quando criei a minha empresa, ambicionava ter um maior controlo sobre o meu tempo e uma maior flexibilidade de horários. Efetivamente, o empreendedorismo permite-me uma gestão do meu tempo, em função das minhas prioridades, mas implica, também, trabalhar muito mais e, forçosamente, de uma forma mais disciplinada, organizada e planeada. A minha família é a minha prioridade e estar presente na vida dos meus filhos não é negociável, pelo que, no meu caso, é fundamental rodear-me de uma equipa competente, mas também de uma rede de apoio e suporte que me permita manter o equilíbrio entre trabalho e vida familiar.

Que conselhos gostaria de deixar às mulheres que gostavam de iniciar o seu próprio negócio, mas receiam dar esse passo? Considera que características como a resiliência e a determinação são fundamentais para a construção de uma carreira de sucesso?

A resiliência e a determinação são fundamentais, mas humildade, sede de aprender e autenticidade, também. A aprendizagem e o investimento em formação são pilares essenciais para o crescimento sustentável de uma empresa. Sermos fiéis às nossas convicções e não nos tornarmos copy paste de qualquer outro modelo, também é fundamental para a longevidade de qualquer projeto.

Relativamente ao futuro, o que podemos esperar da The Wedding Wonderland? E a título pessoal, que objetivos tenciona concretizar?

Nós estamos, neste momento, a aumentar a equipa e a expandir o nosso negócio para outras áreas da indústria dos casamentos, como o aluguer de material e a produção de têxteis. Quero, cada vez mais, estar diretamente envolvida na produção dos nossos próprios materiais e estamos a trabalhar em direção a cumprir esse objetivo.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 11
THE WEDDING WONDERLAND | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

DOIS AMORES NUM SÓ CORAÇÃO: A FILOSOFIA E O COACHING

Na eventualidade de poder traçar o seu perfil em poucas palavras, Lígia Koijen Ramos, CEO da IN2MOTIVATION, descrever-se-ia como uma pessoa com pensamento filosófico, ao qual alia a curiosidade que, segundo ela, é uma característica que sempre esteve presente. Nesta entrevista, aproveita ainda para “levantar o véu” sobre alguns projetos que tem em mente para o futuro.

Comecemos por conhecer um pouco mais sobre si. Quem é Lígia Ramos e como tem sido o seu percurso profissional? Em que momento é que soube que a sua vida passaria pelo Coaching?

Iniciei o meu percurso profissional enquanto professora na universidade e no liceu, no ramo da Filosofia. Estive apenas um ano a exercer esta profissão, porque rapidamente senti que esta não era a minha vocação. Posteriormente, fui responsável pelo departamento de recursos humanos na área do retail. Enveredei pela área do Coaching, ainda em Portugal, onde trabalhei numa empresa muito conceituada, mas, mais tarde, acabei por me mudar para Amsterdão por amor, onde atualmente me encontro a viver e a trabalhar, desempenhando o cargo de CEO e Master Coach na IN2MOTIVATION.

Efetivamente, a Filosofia e o Coaching sempre estiveram muito presentes na minha vida e acredito mesmo que foram eles que me “conduziram” a estas experiências.

A IN2MOTIVATION foi fundada em 2009 com o propósito de “fazer as coisas de forma diferente” (doing things differently). Nesse sentido, apresente esta empresa bem como as suas mais-valias para os clientes.

Esta é uma empresa que se encontra a operar no mercado desde

2009, sendo que todos os seus profissionais têm uma vasta experiência profissional adquirida anteriormente, o que faz com que sejam criadores de transformação e, simultaneamente, produtores de conteúdo. Na IN2MOTIVATION não nos limitamos a fazer um “check”, muito pelo contrário, desenvolvemos parcerias com os nossos clientes e trabalhamos muito focados no resultado. Por vezes, nem sequer utilizamos com um programa fixo de formação. Fazemos sempre um diagnóstico ao problema/situação para, depois, encontrarmos a solução que melhor se adequa a cada empresa.

Além disso, também somos movidos pela curiosidade, pois estamos constantemente a desenvolver novos estudos sobre diferentes áreas, nomeadamente no âmbito da liderança.

No fundo, não somos uma mera empresa de formação, mas sim parceiros na busca de soluções para melhores equipas e para modelos de liderança mais eficazes.

Fale-nos um pouco sobre os cursos que disponibilizam.

O nosso trabalho incide, essencialmente, sobre quatro tópicos: a Liderança, a Comunicação, a Neurociência e o Coaching

A título de exemplo, disponibilizamos cursos de public speaking, de vendas, certificações de Coaching, entre outros. Relativamente ao processo, fazemos uma aproximação a estas áreas numa

12 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Lígia Ramos, CEO e Master Coach Fotos: Créditos a Gil Ramos
LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | IN2MOTIVATION

perspetiva da neurociência e, concomitantemente, da vertente mais prática. Utilizamos muito a experiência, trabalhando, por exemplo, com atores e depois vamos aprofundando os temas se virmos que o problema assim o exige.

Flexibilidade, liberdade e mudança são algumas das palavras que vos caracterizam? Como é que descreveria a equipa da IN2MOTIVATION?

Esses são os valores através dos quais pautamos toda a nossa atividade. A nossa equipa (desde os coaches aos designers) vive intensamente estes valores.

Neste momento, dentro do nosso grupo, podemos encontrar dez nacionalidades distintas. Falamos de pessoas com culturas e vivências completamente diferentes, o que diz muito sobre a flexibilidade aqui existente.

Já os termos “liberdade” e “mudança” acabam por estar ligados, pois acreditamos que toda a gente deveria ter possibilidade de escolha e sabemos que, por vezes, isso não acontece. Ainda assim, do nosso ponto de vista, este deveria ser um direito universal e a equipa da IN2MOTIVATION procura fazer tudo o que está ao seu alcance para mostrar às pessoas que existem outras hipóteses, informando-as das suas opções e mostrando-lhes que as suas emoções realmente importam.

Voltando a si, o que a apaixona verdadeiramente nesta área do Coaching? O que a motiva diariamente?

Eu defino-me como uma pessoa extremamente curiosa. Mais do que descobrir o que é que as pessoas fazem, interessa-me saber o porquê de o fazerem, aquilo que as motiva…

Considero que, no meu processo de Coaching, aquilo que trago para a empresa é precisamente essa curiosidade. Não me deixo deslumbrar pela ação da pessoa, mas procuro saber qual é a razão que lhe está inerente, tentando deixá-la (quer seja uma pessoa, a empresa ou até o mundo) um pouco melhor.

“Eu defino-me como uma pessoa extremamente curiosa. Mais do que descobrir o que é que as pessoas fazem, interessa-me saber o porquê de o fazerem, aquilo que as motiva…”

Que perspetivas tem para o seu futuro, tanto a nível pessoal como profissional? Como imagina a IN2MOTIVATION daqui a cinco anos?

Julgo que a IN2MOTIVATION vai ser, cada vez mais, um parceiro internacional para equipas e empresas que se queiram realmente transformar, que pretendam liderar de uma forma ética, saudável e sustentável. Aproveito para informar que vamos disponibilizar mais cursos, alguns deles em português.

Em termos pessoais, acho que vou apenas continuar a fazer aquilo que me apaixona. Neste momento, tenho alguns projetos “em mãos”, entre eles, um livro e um filme que estou a desenvolver em formato de documentário, onde vou partilhar o que é a para mim a liderança pessoal, até porque acho que a minha história de vida já merece esse depoimento.

Creio que chegou a altura de começar a partilhar, de uma forma mais evidente, aquilo que fui construindo ao longo destes 25 anos de carreira.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 13
www.in2motivation.com
IN2MOTIVATION | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

OS MUNICÍPIOS PORTUGUESES ESTÃO COMPROMETIDOS COM OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

De que falamos quando o assunto é a sustentabilidade e o Poder Local? Por um lado, discorremos acerca do compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, por outro, de sustentabilidade das fi nanças municipais.

Na verdade, estes dois ângulos de abordagem da sustentabilidade são duas faces da mesma moeda, porque só é possível trabalhar por um desenvolvimento sustentável ao nível local se conseguirmos manter uma estabilidade fi nanceira ao nível municipal. Só com este equilíbrio é que os municípios podem contribuir ativamente para o cumprimento dos ODS a nível nacional e, consequentemente, o nosso país pode dar o seu contributo para atingir as metas a nível mundial.

O grande desafi o, na atual conjuntura mundial de crise económica, fi nanceira, infl acionista, social, climática..., é criar condições, ao nível local, para que todas as pessoas, independentemente da região onde vivem, tenham acesso aos bens e aos serviços, com a maior proximidade possível, sem obstáculos que lhes difi cultem a vida e lhes diminuam as possibilidades de alcançarem uma vida digna e de ascenderem socialmente através de uma escolaridade completa e da integração no mercado de trabalho.

Para tanto, é preciso implementar políticas sociais verdadeiramente igualitárias, dinamizar o tecido produtivo local e regional, investir na economia circular, assim, gerando oportunidades para todos em todas as regiões e não apenas nos grandes centros urbanos. Como sabemos, a concentração da maioria da população nos maiores centros urbanos e a desertifi cação da maior parte do território é um

ARTIGO DE OPINIÃO
14 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

problema tanto em Portugal como na generalidade dos países em todo o mundo.

Só com políticas de proximidade se poderá promover o desenvolvimento sustentável e construir a igualdade para que nos convoca a Agenda 2030 adotada pelas Nações Unidas em 2015 e a que Portugal aderiu em 2016. Na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), estamos convictos de que, globalmente, os municípios estão empenhados no desenvolvimento de ações políticas que permitam a concretização dos objetivos da Agenda 2030, assim desempenhando um papel principal no movimento que visa transformar o mundo num lugar melhor para todos.

O Índice de Sustentabilidade Municipal 2022, da Universidade Católica Portuguesa, (cito: Abreu, J., António, J.H.C., & Cerol, J. (2022). Índice de Sustentabilidade Municipal 2022. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa.) apresenta um conjunto de valores que nos animam, já que, os municípios apresentam um valor global de desenvolvimento sustentável de 63.3%, o que, de acordo com os critérios deste Índice, signifi ca que, em média, 63.3% “do caminho para o desenvolvimento sustentável está cumprido”. Portugal apresenta um valor global de desenvolvimento sustentável de 64.0%, o que evidencia que os municípios são parceiros ativos neste desempenho do nosso país.

Este Índice também alerta para a interligação dos ODS e para a necessidade de atuarmos em cada um dos objetivos, de modo a cumprirmos a Agenda 2030 nas suas cinco áreas cruciais: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parceria. É neste trabalho em todos os ODS que teremos de investir mais nos próximos anos, pois o Índice (cujo suporte são fontes nacionais, europeias e mundiais fi dedignas) também mostra que há ODS em que o nosso nível de desenvolvimento sustentável é maior e outros em que é menor. Os ODS das energias renováveis e acessíveis, reduzir as desigualdades, água potável e saneamento, saúde de qualidade e educação de qualidade, são aqueles em que o grau de desenvolvimento sustentável dos municípios é maior. O ODS Parcerias para a implementação dos objetivos é aquele em que o nível de desenvolvimento sustentável dos municípios é menor.

Atendendo ao contexto pandémico e à crise provocada pela guerra na Ucrânia, as perspetivas são algo animadoras, dado que, nos últimos quatro anos, o índice global mostra uma evolução positiva de 2.2%. Todavia, há ODS em que a evolução positiva não é sufi ciente e outros em que é pouco signifi cativa ou até ligeiramente negativa, destacando-se nestes os ODS Paz, justiça e instituições efi cazes e Parcerias para a implementação dos objetivos. Ainda assim, o último relatório das Nações Unidas, que avaliou o desempenho de 193 países, posicionou Portugal entre os 30 países mais sustentáveis do mundo (20.ª posição, subindo seis posições face ao ano anterior).

Os dados são cristalinos, mostrando que temos trabalhado melhor ao nível da prosperidade, da paz e das pessoas e pior para o planeta e as parcerias. Estas estão sempre no fi nal da tabela, o que nos deve fazer pensar na necessidade de um trabalho em

rede, levado a efeito por um determinado número de municípios, o que permitirá alcançar mais rapidamente a concretização de um dado ODS e poderá constituir o embrião de uma solução aplicável a outros conjuntos de municípios, quer ao nível das entidades intermunicipais, quer ao nível nacional.

Só assim contribuiremos para uma abordagem que favorecerá a criação de condições de vida melhores para cada vez mais pessoas e, desse modo, para um desenvolvimento mais sustentável do nosso país. Para este efeito, no seio da ANMP, foi constituída uma Secção de Municípios para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a que podem juntar-se todos os municípios. Visamos promover um melhor acompanhamento do trabalho realizado pelos municípios para a concretização dos ODS, no sentido do cumprimento das 169 metas subjacentes aos ODS, metade das quais precisa do envolvimento das autoridades locais e regionais.

“Na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), estamos convictos de que, globalmente, os municípios estão empenhados no desenvolvimento de ações políticas que permitam a concretização dos objetivos da Agenda 2030, assim desempenhando um papel principal no movimento que visa transformar o mundo num lugar melhor para todos”

O caminho do desenvolvimento sustentável não é fácil, mas é a única possibilidade de salvaguardarmos a nossa casa comum - o planeta - e de criarmos condições de vida dignas para todas as pessoas. É este o percurso que queremos percorrer, que, no geral, já percorremos, em cada ano, quando, ao elaborarmos os orçamentos municipais, pensamos os valores de investimento que podemos associar a cada ODS, a cada área crucial, seja para os nossos municípios, seja para o nosso país, seja para o mundo.

Luísa Salgueiro, Presidente da ANMP - Associação Nacional dos Municípios Portugueses

ARTIGO DE OPINIÃO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 15

LIDERANÇA COM EMPATIA

É CEO da empresa Mendes Gonçalves e tem o propósito de marcar a diferença na vida dos outros, pessoal e profissionalmente. Alexandra de Almeida espera agora poder encarar novos desafios que a façam sair da sua zona de conforto e continuar a aproveitar a vida com positividade.

Alexandra de Almeida caracteriza-se como uma pessoa dinâmica, curiosa, entusiasta e gosta de encarar todos os desafios que lhe são impostos de forma corajosa, afirmando que acaba por ter uma visão de “problem solver”. Se pudesse escolher uma palavra que a definisse, seria “e se”, porque vive num mundo onde há infinitas possibilidades e oportunidades para inovar. “Acredito que a inovação faz parte do meu ADN”, confessa a diretora-geral.

A entrevistada conta que, cada vez mais, “nós somos um”, no sentido em que, apesar de termos o nosso papel, a nível pessoal e profissional, é difícil dissociar os dois, porque estes papéis acabam por se relacionar. Aquilo que mais a motiva, em todos os quadrantes da sua vida, é ter um impacto positivo no próximo, quer nas relações pessoais, como profissionais. Alexandra gosta de sentir que faz a diferença de alguma forma.

No que diz respeito aos valores que a norteiam, a gestora conta que passam pelo respeito e a liberdade e remata dizendo que a sua perspetiva, em relação à forma como vê a vida, foi mudando, ao longo do tempo. “Nós vamos evoluindo, enquanto pessoas. Não somos os mesmos aos 20, 30 ou 40 anos.”

Com 17 anos de experiência em gestão na indústria alimentar, em Portugal, a empresária considera que o trabalho neste sector acarreta uma responsabilidade acrescida, sendo que é um dos sectores que não podem faltar na nossa vida. Por isso, “é preciso ter muito cuidado, não descurar a sustentabilidade na produção, as formas de utilização dos recursos e o impacto que causamos no meio ambiente, o que é o maior desafio desta indústria”, diz Alexandra de Almeida. Para além disto, afirma que é necessário ser competitivo, para que seja possível dar resposta às economias mundiais.

Ainda a respeito da responsabilidade social das empresas da indústria alimentar, na questão da sustentabilidade, a CEO acredita que, atualmente, entre os stakeholders e a indústria, tem de haver uma visão de “win, win, win”, ou seja, para além dos stakeholders “ganharem”, também o ecossistema e o planeta em que estamos inseridos, tem de ser preservado. “A sustentabilidade de um único organismo, por si só, não é sustentável”, justifica.

“Aquilo que mais a motiva, em todos os quadrantes da sua vida, é ter um impacto positivo no próximo, quer nas relações pessoais, como profissionais. Alexandra gosta de sentir que faz a diferença de alguma forma”

Enquanto líder, a constante formação e a atenção ao que se passa à sua volta são aspetos cruciais e que podem fazer a diferença numa boa liderança. “Um líder que não consiga aperceber-se das suas limitações e pontos a melhorar, entra no mercado com uma visão enviesada”, explica Alexandra, acrescentando que “temos de evoluir e estar informados acerca de novas técnicas e tecnologias, adquirindo novas capacidades e, assim, causar impacto nas organizações em que nos inserimos”. Para a mesma, os líderes da atualidade têm desafios nunca antes vistos e são postos à prova perante situações que estão fora do seu controlo, mas que têm influência nos seus negócios, como a guerra e a pandemia, por exemplo.

Hoje, a empresária tem uma voz ativa na sociedade e no mundo dos negócios, algo que justifica pelo facto de liderar com empatia, tendo em consideração as pessoas que trabalham consigo. É a favor da “humanização na liderança”, o que consiste em perceber como é que os pontos fortes de cada pessoa podem ser uma mais-valia para a empresa, mantendo a realização e felicidade de cada colaborador.

O desejo para 2023 será que o mundo chegue ao final do ano completamente recuperado da conjuntura em que vive atualmente, o que será muito positivo, “depois de três anos de resiliência”.

É ainda CEO da empresa Mendes Gonçalves, que tem como bandeiras as marcas de molhos Paladin e Sacana, e tem o propósito de marcar a diferença na vida dos outros, pessoal e profissionalmente. Alexandra de Almeida espera agora poder encarar novos desafios que a façam sair da sua zona de conforto e continuar a aproveitar a vida com positividade.

16 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | ALEXANDRA DE ALMEIDA
Alexandra de Almeida, CEO

“A OBSTETRÍCIA

SEMPRE ME PREENCHEU

E ADORO O MEU TRABALHO”

Lúcia Leite é enfermeira, especialista em Saúde Materna e Obstétrica, e Presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros. É mãe de três filhos e explica que é, cada vez mais, importante que as mulheres sejam preparadas para tomar decisões sobre o parto.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 17 ASPE | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO
Lúcia Leite, Enfermeira e Presidente da ASPE

Lúcia Leite, é fundadora da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e, atualmente, preside à Direção e ao Conselho Nacional da ASPE. Também exerce como Enfermeira Especialista no Núcleo de Partos do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE.

Exerce Enfermagem desde dezembro de 1984, tendo concluído o Curso Geral de Enfermagem na Escola Enfermagem de Dona Ana Guedes.

Concluiu o Curso de Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, na Escola Superior de Enfermagem Cidade do Porto, em dezembro de 1990, e exerce a especialidade desde essa data. Licenciada em Enfermagem a 6 de março de 2001 pela Escola Superior de Enfermagem S. João no Porto, atual Escola Superior de Enfermagem do Porto. Entre 2004-2007, foi Presidente da Comissão de Especialidade em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica e, por inerência, vogal do Conselho de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros.

Liderou o projeto, apoiado pelo Ministério da Saúde - “Pelo Direito ao parto normal: uma visão partilhada”, entre 20082010. Este culminou na assinatura de um consenso nacional sobre conceito, princípios e práticas promotoras do parto normal, entre os grupos profissionais diretamente envolvidos na assistência ao parto (médicos obstetras e enfermeiros especialistas SMO), utilizando uma metodologia que incluiu a participação do cidadão, que foi publicado pela Ordem dos Enfermeiros, em maio de 2012.

Entre 2012-2015 cumpriu o mandato como Vice-presidente do Conselho Diretivo (CD) da Ordem dos Enfermeiros e, por inerência do cargo, assumiu com regularidade por delegação, as competências estatutárias do Bastonário nas suas ausências e impedimentos.

Gostaríamos de começar por conhecer o seu percurso. Quando é que surgiu o interesse pela área da enfermagem e por que motivo decidiu especializar-se em Saúde Materna e Obstétrica?

O meu interesse pela enfermagem começou muito cedo e ingressei nesse curso, antes de fazer 18 anos. Naquela altura, não tinha uma ideia clara do que era ser enfermeiro. Felizmente, tinha tido, até então, uma vida saudável, assim como a minha família e, por esse motivo, não estabeleci muito contacto com os serviços de saúde. No entanto, sabia que queria trabalhar na área da saúde e consegui entrar em Enfermagem, mas só percebi aquilo que realmente gostava na profissão, quando comecei a exercer. O curso é repleto de experiências e fazemos vários ensinos clínicos que nos permitem estar em contacto com a profissão.

A especialização em Saúde Materna e Obstétrica surgiu de forma engraçada, de certo modo. Eu inscrevi-me fora de prazo, depois do nascimento do meu filho mais velho e, quando entrei no curso, ele tinha

nove meses, tendo feito o curso enquanto trabalhava e estudava, em simultâneo. Escolhi a Saúde Materna e Obstétrica depois de ser mãe, de ter percebido melhor esta área e, sobretudo, depois de entender que gostava da minha autonomia, enquanto enfermeira. O trabalho nesta área da saúde permite-nos trabalhar sem estarmos dependentes de outras pessoas. A assistência à mulher, a forma como organizamos os cuidados e como atendemos a grávida e, no fundo, a filosofia assistencial que suporta as práticas, depende muito das convicções e caráter de cada profissional. Por essa razão, a Obstetrícia sempre me preencheu e adoro o meu trabalho.

Tendo em conta que, ultimamente, têm sido noticiados vários casos de violência obstétrica, considera que é, cada vez mais, importante “humanizar” o parto? O facto de ser mulher e enfermeira, faz com que tenha uma maior sensibilidade para esta questão?

Eu penso que o que está em causa, neste

aspeto, são os princípios e as crenças que cada um tem, em relação ao parto. A saúde em Portugal é muito paternalista, no sentido em que, apesar de, legalmente, o cidadão estar no centro dos cuidados, na prática, as pessoas tendem a pensar que o médico ou o enfermeiro é que sabem o que é melhor para elas. Ainda não conseguimos pensar que, num parto, por exemplo, os profissionais de saúde é que são os elementos “estranhos”, neste processo fisiológico. Cada vez há mais casos em que se diminui o direito da mulher ou do casal, de tomarem decisões. A gravidez é um processo natural e não é nenhuma doença. Se não vivêssemos em serviços saúde tão controladores, os casais podiam decidir de que escolhas fazer para terem uma experiência de parto positiva. Atualmente, existem evidências científicas que nos mostram que as intervenções desnecessárias no parto causam muito mais riscos do que se o processo decorrer naturalmente, apenas com uma monotorização profissional. O papel de um enfermeiro especialista ou de um obstetra

LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | ASPE
18 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

é garantir que o processo decorre dentro da normalidade e apenas atuar quando é estritamente necessário

Acredito estar mais sensibilizada para este assunto, não apenas por ser mulher e enfermeira, mas, sobretudo, por ser mãe. Sou mãe de três filhos, nascidos por parto normal, sem epidural e sem grandes intervenções. Era isso que queria para o nascimento dos meus filhos e para mim. Considero que as mulheres devem ser preparadas para tomarem as suas próprias decisões, no que diz respeito a esta questão.

Enquanto Presidente da ASPE, acredita que é cada vez mais importante ter mulheres a assumir cargos de liderança? Quais as suas mais-valias para associações como esta?

Sim, sem dúvida. Eu penso que as mulheres são mais ponderadas e têm a capacidade de gerir várias coisas ao mesmo tempo. Normalmente, são mais humanistas, na medida em que se preocupam com o bem-estar do outro. Mas o facto de as mulheres não terem tanta facilidade em atingir cargos de liderança, não se deve apenas às limitações do mercado de trabalho. O problema está relacionado com a necessidade de mudança

da mentalidade e comportamento delas. Eu já liderei vários processos e candidaturas e sei que quando oferecia um cargo importante a um homem, este nunca dizia que não estava preparado para o assumir. Isso acontece muitas vezes com a mulher. E depois há a questão da maternidade. Quando nasce um filho, a sociedade assume que é a mãe que deve ficar de licença parental e cuidar do bebé, e não o pai. Eu própria já me senti julgada, em situações nas quais me faziam sentir que estava a abandonar os meus filhos por estar a trabalhar. Essa pressão não é feita aos homens, é uma questão ainda muito enraizada culturalmente e de mentalidade.

Na sua opinião, os enfermeiros têm vindo a ser, constantemente, prejudicados e esquecidos, no que respeita à progressão e valorização salarial?

Há 15 anos que os enfermeiros têm sido sucessivamente prejudicados e o sindicalismo tradicional contribuiu muito para isso. O sindicalismo tem de mudar, tem que se manter totalmente independente dos interesses político-partidários. Foi também por esse motivo que decidi criar a ASPE. Os sindicatos são fundamentais para regular as condições de trabalho e só os sindicatos fortes conseguem fazê-lo.

É importante que a sociedade perceba que hoje os desafi os para as empresas e para os sindicatos são outros!A retenção e a satisfação dos profi ssionais são aspetos essenciais. Hoje, o mercado de trabalho está refém de uma nova geração que tem outras prioridades e o trabalho não é uma delas!. Para os enfermeiros, a revolução que precisam deve ser feita dentro da classe. Eles gostam muito do que fazem e preocupam-se com os seus doentes, mas há algo que têm de fazer rapidamente, que é mudar o seu comportamento. Têm de dar valor a si próprios e usar as suas competências a seu favor. Quando o fi zerem, vão ser bem pagos.

Numa fase em que nos aproximamos do final do ano, gostaria de deixar uma mensagem de esperança e apoio aos enfermeiros?

Gostava de deixar um apelo aos enfermeiros, para que reconheçam o valor que têm. O que mais desejo, neste momento, é que estes consigam ganhar a coragem e a confiança necessárias para traçar o seu caminho.

Espero que 2023 seja o ano em que os enfermeiros se empoderam.

“Eu penso que as mulheres são mais ponderadas e têm a capacidade de gerir várias coisas ao mesmo tempo. Normalmente, são mais humanistas, na medida em que se preocupam com o bem-estar do outro. Mas o facto de as mulheres não terem tanta facilidade em atingir cargos de liderança, não se deve apenas às limitações do mercado de trabalho”

ASPE | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

CAMINHOS DO FUTURO, POR MARGARIDA SÁ COSTA

“Ocean skipper, planet lover and future thinker” são as principais características de Margarida Sá Costa. Lutando pela construção de um futuro melhor para todos e tendo como objetivo dar a volta à Terra por mar e o sonho de a ver da Lua, em entrevista, dá-nos também a conhecer o seu lado mais humanista, uma das razões pelas quais optou pela licenciatura em Direito.

Dizem que para conhecermos realmente uma pessoa, devemos ter em conta o seu passado e as suas origens. Assim, filha de um juiz transmontano e de uma pintora portuense, Margarida Sá Costa é natural de Braga, terra da qual tem “muito orgulho” e vive em Lisboa, cidade que a adotou aos cinco anos.

O ‘amor’ é das suas palavras de eleição e sempre esteve muito presente ao longo da sua vida. O pai, magistrado durante vários anos, incutiu nela o sentido de justiça e a vontade de fazer prevalecer o Bem perante o Mal o que, em parte, justifica a sua opção por Direito, aquando da escolha da área de formação, em detrimento da curiosidade da física e do amor à matemática, linguagem universal. De resto, juntando tudo, para a Margarida, o Direito é o conjunto de regras matemáticas sobre ética comportamental.

Após a licenciatura na Universidade Católica Portuguesa, trabalhou com o seu o pai, entretanto advogado, mas a vontade de “defender causas e pessoas” aliou-se à de ser livre, independente, e à curiosidade insaciável pelo desconhecido, e essa combinação levou-a a procurar outras “paragens”. Assim, surge a oportunidade de realizar um estágio profissional, no sector das telecomunicações, especificamente na TLP (Telefones de Lisboa e Porto) onde incorporou, no seu pensamento e atitude, a “importância da missão pública, ou seja, de servir as pessoas” e o sonho de um mundo melhor através da tecnologia. Mais tarde, esta empresa deu lugar à Portugal Telecom e, posteriormente, à atual Altice Portugal. O amor ao desafio e à inovação, de que o sector das telecomunicações são apanágio e motor, e a consequente possibilidade de estar em permanente mudança e transformação, cativaram-na e conquistaram-na e o sector, agregando num só, pessoas e caminhos a desbravar com tecnologia... levou-a, transportando-a para a gestão em varias áreas, mundos e distintos compromissos. O tempo e o espaço, que considera pilares do seu caminho, fizeram o resto, sempre num processo de autoconhecimento e autoformação.

Humanidade, Igualdade, Sustentabilidade

Apesar de sempre se ter considerado uma “cidadã do mundo a navegar, imparável, no infinito”, Margarida assume que sente imensamente o seu país, sendo que é, inclusive, defensora da identidade portuguesa, da marca Portugal e da missão pública por Portugal. Nutre um enorme respeito e admiração pelas pessoas que levam a cultura portuguesa aos quatro cantos do planeta, realçando o desejo de “contribuir para que estas comunidades sejam mais valorizadas”, designadamente, as migrantes, e também tem uma grande ligação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), defendendo o seu reforço e fortalecimento, em prol de todos os povos e nações que a compõem.

Paralelamente, é a favor do projeto da União Europeia, numa conceção geoestratégica que classifica de “união em união, com respeito pelas diferenças e história de cada povo e região, até à União de Todos”, sendo uma acérrima defensora dos Direitos Humanos e da Paz.

20 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | MARGARIDA SÁ COSTA

MARGARIDA SÁ COSTA | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE

Desde cedo observa e, agora, colabora com o trabalho e a missão das Nações Unidas, em busca do maior equilíbrio e do desenvolvimento sustentável consciente e responsável. Neste seguimento, Margarida é ativista pela implementação da agenda 2030, das Nações Unidas, para o Desenvolvimento Sustentável, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas. É embaixadora do ODS 17 (parcerias para a implementação dos ODS) pela Aliança ODS Local Portugal, iniciativa de âmbito non-business e plataforma multistakeholder, capaz de organizar os seus membros consoante os ODS e metas que pretendem trabalhar, promovendo pontes de diálogo e cooperação, assim como criar bases sustentáveis para o desenvolvimento de parcerias e a criação de projetos, programas e ações.

Sobre este projeto, a entrevistada revela que foi um desafio que os representantes portugueses lhe colocaram e que, prontamente, aceitou, uma vez que acredita na premissa de que “juntos vamos mais longe e na realização de acordos e pontes de entendimento como o melhor caminho para solucionar problemas”, salienta.

Por outra via, o ODS14, relacionado com a vida marinha, também lhe toca particularmente, tendo em conta que é “patrão de alto mar e mergulhadora”, alertando para o facto de que é urgente proteger e promover a recuperação dos Oceanos e da biodiversidade marinha, a grande plataforma de ligação entre territórios e pessoas, sempre lembrando a água como fonte de toda a Vida.

Para além disso, a Margarida refere que, pensando em Portugal e sendo a nossa ZEE (Zona Económica Exclusiva) de espaço marítimo das maiores do planeta e estando em discussão a correta delimitação da mesma a nosso favor, torna-se especialmente crucial a nossa intervenção e gestão de todo o potencial que a mesma comporta, não só em termos de equilíbrios ambientais, mas também de crescimento económico sustentável, em matérias que vão desde inovação em novas fontes de energia, proteção da riquíssima biodiversidade, gestão portuária de recursos e de recreio, defesa e preservação de estuários, entre outras, tanto de oceano, quanto de oportunidades e desafios de inovar, preservando e recuperando, sustentavelmente. Na sua opinião, temos de saber valorizar o nosso oceano, até por que constitui a maior parte do território português.

A paridade de género, a diversidade e a inclusão, são parte da vida da Margarida Sá Costa, acreditando que o mundo será mesmo melhor com o contributo de todas as pessoas, destacando, também aqui, o importante papel da agenda 2030 das Nações Unidas como uma “agenda do bem e para o bem”. Apesar disso, Margarida reconhece que, no que concerne à igualdade de direitos entre homens e mulheres, “ainda existe um longo caminho a percorrer”. É uma das fundadoras da Federação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras da CE CPLP, organização cujo objetivo primordial passa pela melhoria do ambiente de negócios no espaço CPLP, para a qual deve contribuir a identificação e resolução dos principais entraves, o levantamento das oportunidades existentes no universo CPLP e o incentivo para a abertura a novos mercados, juntando aqui duas temáticas que tem na sua missão de vida. Tendo também na sua ação a presidência do LIDE Mulher de Portugal, para dar mais palco a mais mulheres, em todas as áreas e sectores.

Ainda no âmbito da defesa de mais humanismo, designadamente a nível empresarial, a entrevistada apoia o HumanityE, fundado por Pedro Loupa, o primeiro movimento global de Liderança Consciente que pretende juntar todos os movimentos, organizações e indivíduos interessados em investigar, promover e inspirar uma revolução na

A UNA Portugal

Margarida Sá Costa é fundadora e membro da direção da “Unidade das Nações, Associação para o Desenvolvimento - UNA Portugal” -, associação recentemente criada que visa contribuir para a difusão de conhecimento sobre as Nações Unidas, os seus objetivos e programas, bem como desenvolver ações concretas para os implementar, para maior abertura ao mundo e progresso material, científico e cultural de Portugal. Trata-se de uma Associação totalmente independente de qualquer outra entidade, a qual seguirá apenas as linhas de orientação emandas da World Federation of United Nations Associations, WFUNA, a que pertence. Em toda a sua ação, terá sempre em conta os dez princípios da United Nations Global Compact e a adoção de políticas de sustentabilidade, em todas as suas três dimensões: social, ambiental e económica. Os trabalhos que as UNA fazem são muito abrangentes e de extraordinário impacto, designadamente na Juventude, Direitos Humanos, Migrações, ODS, Relações internacionais, Oceanos, Espaço, Paz e Segurança, Cooperação, Clima.

liderança. Liderança essa que cruza todos os âmbitos da sociedade e todos os movimentos existentes, onde todos são parte do todo. A Humanidade Unida. Trata-se de criar uma rede de líderes ao redor do mundo, verdadeiramente comprometidos com o desenvolvimento da liderança, baseada no "despertar" da consciência e na liberdade de ser. Margarida é, em simultâneo, embaixadora do BSN Humanitário, Direitos Humanos e Reconciliação, no âmbito da ligação deste movimento à “Rede do Empresário”, dedicada ao desenvolvimento de PME nacionais e internacionais. Faz, igualmente, parte do projeto Sharing Knowledge, criado pelo economista Jaime Quesado, que como, o nome indica, é um movimento cívico de partilha de conhecimento, pois acredita que é desta partilha que se gera a sabedoria necessária para a construção de uma sociedade melhor e mais sustentável.

Projetos no horizonte

O pensamento que tem comandando a vida de Margarida é o de contribuir, com o que está ao seu alcance, para melhorar o mundo à sua volta. Deixar, no fundo, uma marca positiva.

Esta preocupação em ser melhor, aliada à vontade de progredir, conduzem-na a uma busca incessante por novos desafios e, por isso, entre os objetivos que tem delineados para o futuro, está já na calha o lançamento de dois livros, um de experiências de vida e outro de ficção, e a criação de uma start-up, dedicada aos temas que a apaixonam, como é o caso dos oceanos, da terra e do espaço, com “uma base de intervenção de consciência e responsabilidade num pensamento em sustentabilidade e futuro”.

O seu sonho de ser astronauta, nunca esquecido, fez dela ocean skipper (patrão de alto mar), permitindo-lhe navegar pelas estrelas (voar) sem limites impostos, cabendo-lhe escolher os que quer. Tal, levará a novos projetos para mostrar ao mundo o mundo, numa outra vertente, criativa, de produção de conteúdos e de disseminação de ideias de futuro e por um futuro melhor!

Em especial neste desafio, diz, estará com outro patrão de alto mar e seu marido, o homem que é o amor da sua vida, agradecendo infinitamente este encontro de almas e a força e a paz que lhe traz.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 21
SUCESSO

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Quando falamos da inovação tecnológica, trata-se da evolução dos processos e produtos por meio do desenvolvimento ou da implementação de uma nova tecnologia com o propósito de otimizar o desempenho e os resultados. O motivo para a realização deste investimento prende-se com uma simples questão: a sobrevivência. O facto de o mercado ser tão competitivo, faz com que as empresas tenham a necessidade de inovar de forma a protegerem a sua posição e, simultaneamente, ganharem mais espaço. Caso contrário, acabam por ser superadas pelas empresas concorrentes que têm produtos melhores e processos mais eficientes. Importa salientar que a inovação tecnológica é uma questão estratégica. Não se deve implementar uma certa tecnologia caso esse investimento seja maior do que o lucro.

Já a sustentabilidade é a procura pelo equilíbrio entre o suprimento das necessidades humanas e a preservação dos recursos naturais, não comprometendo as gerações futuras. Por outras palavras, visa equilibrar a preservação do meio ambiente e o que ele pode oferecer em consonância com a qualidade de vida da população. Este conceito rege-se por três dimensões que indicam uma harmonia perfeita entre as esferas social, ambiental e económica. Os comportamentos sustentáveis não passam por grandes projetos levados a cabo por países, órgãos e instituições. Essas ações começam individualmente, do local para o global. São imensas as práticas que podem ser adotadas, quer individualmente, quer coletivamente, pensando no bem-estar social ligado à preservação do ambiente. Assim, são exemplo as seguintes práticas: evitar o uso de materiais que não são biodegradáveis, economizar água e energia, diminuir o consumo de produtos que utilizem plásticos e utilizar fontes energéticas alternativas.

22 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

E SUSTENTABILIDADE

Mas, na atualidade, a inovação tecnológica e a sustentabilidade “andam de mãos dadas” pelo futuro do planeta. O futuro da sustentabilidade está totalmente dependente dos compromissos que assumimos pela mesma e, para os manter, a arma mais poderosa é a tecnologia.

Quer seja em contexto corporativo, quer a nível particular, temos à nossa disposição várias soluções tecnológicas que nos permitem trazer a sustentabilidade para o nosso quotidiano.

Foquemo-nos no tecido empresarial. Mais uma vez, com o intuito de implementarem estratégias sustentáveis, as empresas devem manter-se a par da evolução da tecnologia, uma vez que, só assim, se conseguem destacar no mercado em que se inserem.

Ao longo das últimas décadas, a tecnologia tem sido a alavanca para que as empresas otimizem o seu desempenho. Mas, de que forma é que a disrupção digital pode ser aproveitada para incentivar práticas comerciais sustentáveis? Entre os métodos utilizados, estão: a inteligência artificial, o blockchain, o data mining, a Internet of things (loT) e a análise preditiva.

Uma vez mais, damos-lhe a conhecer empresas que se preocupam com a questão da sustentabilidade e que, em simultâneo, procuram manter-se atualizadas relativamente à inovação tecnológica.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 23 SANDOZ | 30 ANOS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS EM PORTUGAL

OS CAMINHOS DA SUSTENTABILIDADE

A sustentabilidade é um tema incontornável neste ano que agora se encerra. Depois de períodos atípicos marcados pela situação pandémica, esta nova visão refrescada, atualista e progressista do mundo, que tem de se encarar a si próprio com a noção de recursos limitados e finitos, entrou definitivamente para a nossa agenda.

A questão que se coloca ao nível das empresas é qual o papel que estas podem ter neste processo de transição energética, que será central nos modelos de gestão do futuro e de que forma a sustentabilidade deve ser encarada. A questão coloca-se precisamente a este nível. O que será a sustentabilidade na empresa do século XXI? Uma meta? Um objetivo? Parece-me que aqui está a perspetiva que pode fazer toda a diferença.

A sustentabilidade deve ser algo que está presente nos modelos de gestão das empresas como parte integrante e estrutural dos modelos em si mesmos. Com isto quero dizer que, além de ser uma meta, um objetivo, algo por que devem todos os empresários trabalhar, é também um fator que encerra em si mesmos conceitos de eficiência, de otimização de processos produtivos e de gestão que podem ter também valor económico. A sustentabilidade é uma estratégia, de maior eficiência, de menor invasão ambiental e de maior cuidado com o planeta, que irá tornar as empresas mais eficientes, mais

produtivas, e com isto prestar um contributo incontornável ao processo de descarbonização e redução da pegada ecológica que todos ambicionamos.

Se pensarmos em termos práticos no que isto materializa, estamos a falar de redução e otimização do consumo energético, de redução da utilização de papel, da otimização dos processos de transporte e movimentação de carga e rotas, de otimização do tempo e alteração de métodos de trabalho, como a introdução do trabalho remoto como uma realidade ou da redução da semana de trabalho para quatro dias. Em última análise, estamos a reduzir o tempo e os recursos que se gastam para produzir, para trabalhar, e isto terá um resultado extraordinário naquilo que é a visão humanista do mundo empresarial, a felicidade dos trabalhadores vista como um fator incontornável de desenvolvimento.

Quando pensamos as empresas de uma forma transversal, humanista, eu diria até universal, afirmamos o seu papel na sociedade moderna e tornamo-las veículos do progresso e do desenvolvimento. O ser humano como centro da atividade empresarial, numa visão tão esclarecida como focada, é o primeiro motor do desenvolvimento e da garantia de transição energética e digital, que será o caminho óbvio para o alcance de um mundo mais sustentável. Por outro lado, a sustentabilidade como uma ferramenta de gestão que visa a eficiência é mais do que um desígnio, uma necessidade emergente na comunidade empresarial.

Há ainda uma dimensão bastante interessante, subjacente a esta temática. Falo da dimensão socio-empresarial. Hoje falamos muito em comunidades energéticas, que mais não são do que empresas que formam uma comunidade para partilharem recursos energéticos. Este fator, além do óbvio valor ambiental, é também um estímulo a contrariar o isolacionismo empresarial. A agregação de empresas em projetos de interesse comum, dando músculo financeiro e intelectual para enfrentarem desafios de maior dimensão é, não só uma realidade, como algo incentivado pelas instituições e entidades que corporizam os atores económicos de maior relevo na Europa e no mundo. Esta estratégia que junta e une empresas, sob o pretexto da otimização e eficiência energética, é também, per se, um fator de desenvolvimento e estruturação do tecido empresarial de enorme relevo.

A sustentabilidade é uma estratégia, individual, corporativa e global que não permitirá que ninguém se mantenha à margem, sob pena de cair no isolacionismo empresarial e económico.

ARTIGO DE OPINIÃO 24 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

40 ANOS DE TECNOLOGIA COM PROPÓSITO

Com 40 anos de atividade em Portugal, a Samsung continua a ser a marca de eleição dos consumidores. Conheça os motivos inerentes ao sucesso desta marca, através das palavras de Nuno Parreira, Head of Mobile Division.

Em 2022, para além de assinalar os 40 anos de atividade em Portugal, a Samsung vai, ao que tudo indica, atingir valores históricos no que respeita ao volume de negócios. Podemos, por isso, dizer que o balanço que faz do percurso da Samsung, em Portugal, é extremamente positivo?

Portugal foi o primeiro mercado a que a Samsung chegou quando apostou na internacionalização da marca, há quatro décadas. Há, por isso, um carinho muito especial por parte da casa-mãe, na Coreia do Sul, porque este foi o primeiro território onde foram alocados investimentos, fora da Coreia. O balanço destes 40 anos é extremamente positivo. Nos últimos dez anos, por exemplo, a área de mobile da Samsung teve um crescimento de 90%, num claro sinal de que o mercado nacional confia na tecnologia, na qualidade e na segurança dos equipamentos Samsung. Só na área de mobile obtivemos, em 2021, um volume de negócios acima dos 250 milhões de euros. No segmento TVs Premium, a Samsung lidera o mercado nacional nos últimos cinco anos. As vendas totais de QLED triplicaram e, hoje, são um pilar estratégico da Samsung, sendo líder destacada nas TVs de Grandes Polegadas (+65”) desde 2017. Também nos eletrodomésticos, a Samsung lidera há cinco anos consecutivos, nas seis principais categorias (MDA 6 - Frigoríficos, Máquinas de lavar roupa, Máquinas lavar loiça, Máquinas secar roupa, arcas e Microondas). Globalmente, alcançámos uma faturação em Portugal perto dos 400 milhões de euros em 2021, um valor que deverá ser superado este ano, sobretudo alavancado por produtos de maior valor acrescentado nas diferentes áreas de negócio. Este ano, esperamos novamente um crescimento expressivo no mercado.

Tendo em conta que é, há 12 anos, responsável pela área do mobile, considera que os smartphones, bem como os novos foldables, explicam parte do sucesso da marca em Portugal? Confirma que existe uma procura crescente por parte dos consumidores pelo segmento premium?

Inovar nesta área de atividade significa ter a capacidade de

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE | SAMSUNG
26 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Nuno Parreira, Head of Mobile Division

apresentar sempre equipamentos cada vez mais inovadores e disruptivos num mercado bastante concorrencial. Contudo, não basta sermos pioneiros e apresentar equipamentos inovadores, é necessário garantir que esses mesmos produtos cumprem todos os parâmetros de qualidade que nos caracterizam. E a melhor forma de provar que temos conseguido aliar a inovação à qualidade é o reforço da liderança e o reconhecimento contínuo da qualidade dos produtos por parte dos consumidores. Os foldables são um exemplo de inovação e pioneirismo, tendo em conta que fomos a primeira marca a apostar neste segmento. Atualmente, já vamos na 4ª geração destes modelos dobráveis e, se nas primeiras gerações havia alguma resistência por parte do consumidor, hoje já estamos a ter uma grande aceitação neste segmento, aumentando a notoriedade destes novos equipamentos e dissipando as dúvidas quanto à resistência e usabilidade destes novos formatos. Na verdade, os produtos dobráveis já representam em Portugal 15% do número total de unidades vendidas no segmento premium. Hoje, os portugueses já adquiriram entre 30 a 40 mil foldables e isso leva-nos a crer que esta tecnologia conquistou claramente os portugueses, que entendem o valor acrescentado e potencial que estes telemóveis aportam.

Numa altura que é tão premente a questão da segurança, explique em que consiste a Knox Vault, a nova plataforma de proteção de dados, lançada pela Samsung.

O aumento do trabalho remoto, os atuais conflitos ou mesmo a blockchain trouxeram um conjunto de novos desafios que deixam os utilizadores mais vulneráveis e propensos a burlas ou outros ataques informáticos. Através de uma abordagem holística e de cooperação, a Samsung aposta cada vez mais no seu sistema de proteção multicamadas, o Knox Vault, que garante um nível de segurança mais integrado entre hardware e software, e proteção em tempo real em todos os dispositivos móveis. Certificado em Portugal pelo Gabinete Nacional de Segurança desde 2019, o Knox Vault é uma plataforma de segurança completa, funcionando como um cofre multicamada, que combina um Processador mais Seguro com um novo Chip de Memória Segura, sendo possível isolar a informação mais sensível e confidencial (tais como PINs, palavras-passe, dados biométricos, certificados digitais, chaves criptográficas) do resto do dispositivo, de forma a garantir que esta nunca chega às mãos erradas. Por exemplo, se for detetado um risco de segurança no dispositivo, o Samsung Knox irá bloquear todos os serviços sensíveis como o Samsung Pay e o Samsung Pass, para manter os seus dados visíveis apenas para os olhos e controlo do utilizador. Fruto do forte investimento em R&D, também na área de Cibersegurança, o Samsung Knox tem disponibilizado, ano após ano aos nossos clientes, novas funcionalidades e um número crescente de políticas de segurança. A nossa prioridade é manter o utilizador protegido enquanto explora, no seu smartphone, tablet ou wearable, todo um leque de novas aplicações, experiências e funcionalidades.

O desenvolvimento de tecnologia com propósito, o caminho de disrupção que permite à Samsung acompanhar as tendências e as expetativas dos consumidores e a inovação tecnológica e revolucionária, são características que identificam a marca e que a destacam da concorrência?

A missão da Samsung é e será alcançar o próximo nível da tecnologia, através da expansão do nosso portefólio nas diferentes áreas - seja

mobile, TV ou eletrodomésticos. Estamos prontos para abraçar novos desafios e para convidar todos os utilizadores e futuros utilizadores da marca a embarcar nesta viagem connosco. Temos muitas expectativas quanto ao crescimento do mercado dos smartphones dobráveis, mas também na evolução das TVs para conceitos cada vez mais lifestyle e no lançamento de eletrodomésticos cada vez mais inteligentes. Além disso, estaremos ainda mais empenhados no reforço do software e atualizações de sistema, mesmo após a compra dos diferentes equipamentos da Marca, garantindo que os utilizadores têm a melhor experiência Samsung, garantido que estes cumprem com os mais atuais procedimentos de funcionamento de aplicações, segurança e proteção de dados. Tecnologia que tenha um impacto positivo na vida das pessoas - é esse o nosso propósito.

Olhando para o atual contexto económico em que vivemos, quais é que considera serem os maiores desafios a enfrentar pela marca nos próximos anos?

Os principais desafios da inovação são responder às necessidades dos consumidores com a qualidade que nos caracteriza. A Samsung tem pautado o mercado com inovações que visam refletir novas formas de viver, que criem um novo normal para as famílias, mais simples, eficiente e funcional. Em resultado das mudanças no comportamento do consumidor, o nosso desafio é entregar tecnologia facilitadora capaz de trazer valor acrescentado à vida quotidiana. Através do conceito abrangente de “Connected Living” e do nosso ecossistema, atualmente é possível dotar uma casa de inteligência e assim ajudar-nos nas nossas tarefas, como por exemplo no tratamento da roupa ou na preparação de um plano de refeições semanal. Seguindo esta lógica, todas as novidades da marca vão ao encontro deste novo estilo de vida e apresentam funcionalidades, que não só permitem uma exclusiva e imersiva experiência de visualização no caso dos equipamentos audiovisuais, como um maior apoio na gestão do dia a dia das famílias através de um conjunto de grandes e pequenos eletrodomésticos ligados entre si. Em relação ao atual contexto económico, sem dúvida que o aumento da inflação se vai refletir no custo de vida de todos os portugueses, mas as pessoas vão continuar a comprar os produtos necessários para fazer face às suas necessidades. Possivelmente, vão preferir optar por produtos que garantam qualidade e eficiência e, nestes pontos, a Samsung está na linha da frente.

O futuro da Samsung, em Portugal, passa por continuar a apostar no crescimento e na diferenciação no mercado português com uma oferta, cada vez maior, de equipamentos e soluções inovadoras?

A Samsung tem orientado o seu desempenho pela inovação e pioneirismo. Portugal não é exceção. É um mercado muito maduro, onde os consumidores compreendem o valor acrescentado da nossa tecnologia. Temos sido capazes de apresentar equipamentos cada vez mais inovadores e disruptivos num mercado muito competitivo e o resultado é o reforço da liderança e o reconhecimento contínuo da qualidade dos nossos produtos. Há muitos desafios pela frente, mas estamos muito confiantes na nossa capacidade de resposta, tanto em Portugal como em qualquer outra geografia onde operamos.

SAMSUNG | INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 27

“DAMOS VIDA AO PRESENTE”

Luís Barroso, Presidente da MOBI.E, destaca que a mobilidade elétrica é uma realidade no presente e, para o futuro, a empresa pretende continuar a contribuir ativamente para o desenvolvimento de soluções de mobilidade sustentável.

A MOBI.E atua no mercado desde 2015, assumindo a responsabilidade de gestão e monitorização da rede de postos de carregamentos elétricos. Nesse sentido, apresente as soluções disponibilizadas pela empresa e faça uma breve reflexão sobre o seu percurso.

Na sequência da Diretiva Comunitária nº 94 de 2014 e do DL nº 90/2014, que vem alterar DL nº 39/2010, a MOBI.E, S.A. iniciou a sua atividade em 2015, com a incumbência de recuperar a rede piloto de carregadores para a mobilidade elétrica, que havia ficado abandonada durante o período da Troikaz, e atuar no mercado regulado como Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica nacional (EGME). Em 2016, o Governo encarregou a MOBI.E de expandir a rede piloto, garantindo um posto de carregamento em cada um dos municípios do Continente. Durante a fase de transição, a MOBI.E assegurou o funcionamento da rede piloto, enquanto ia efetuando a sua expansão com financiamento do Fundo Ambiental e do POSEUR. Em novembro de 2018, iniciou-se a primeira fase de mercado com o pagamento dos carregamentos efetuados em postos de carregamento rápido. Em abril de 2019, os postos privados inseridos em espaços privados começaram a cobrar pelo seu serviço, até que, em julho de 2020, se atingiu a fase plena de mercado, com a transferência para o sector privado da operação de todos os postos da rede piloto e o início generalizado do pagamento dos carregamentos em toda a rede. A partir de então, a MOBI.E concentrou a sua atividade como instrumento público do Estado para o desenvolvimento da mobilidade sustentável, assessorando o Governo nas matérias da sua competência e participando em projetos piloto que permitam reforçar as características da rede Mobi.E, bem como EGME, tendo um papel chave enquanto facilitador da integração das diversas redes privadas e promotor de informação sobre a rede Mobi.E, quer fazendo o clearing entre CEMEs (Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica) e OPCs (Operadores de Pontos de Carregamento), quer disponibilizando informação em tempo real sobre o Estado da Rede ou mesmo outra informação relevante que se encontra concentrada no MOBI.Data, no site da MOBI.E.

Em novembro, foram ultrapassados os recordes de utilização da rede MOBI.E, quer em número de carregamentos, quer no consumo de energia. Que significado é que estes resultados?

Em primeiro lugar, é um fator demonstrativo de que são, cada vez mais, os portugueses a adotarem padrões de mobilidade mais sustentáveis e que, neste caso, a mobilidade elétrica é já uma opção do presente que tem sabido acompanhar esta evolução. Em 2022, a quota de mercado de viaturas elétricas tem mantido consistentemente valores acima dos 20%, apesar das dificuldades que as marcas têm sentido em satisfazer a procura, apresentando prazos de entrega entre 8 a 12 meses. Por seu lado, relativamente ao período homólogo, a infraestrutura de carregamento da rede pública tem sabido acompanhar estes crescimentos, tendo o número de postos utilizados crescido 45%, a energia consumida praticamente duplicou, o número de carregamentos da rede de acesso público aumentou cerca de 70%, além de termos vindo a verificar este ano uma forte adesão, também ao nível dos postos em espaços de acesso privado, cujo número mais do que triplicou. A utilização da rede Mobi.E já permitiu evitar, este ano, a emissão de mais de 26.600 toneladas de CO2. Apesar destes números, com crescimentos expressivos, estamos já a preparar-nos para quando as marcas conseguirem normalizar os prazos de entrega de viaturas elétricas e, por isso, no 2º trimestre de 2023, entrará em produção uma nova plataforma de gestão da rede Mobi.E, que irá permitir que os mais de 75 Operadores e os 25 Comercializadores aderentes possam oferecer cada vez mais serviços e soluções aos seus clientes.

Recorde-se que, neste campo das inovações, a rede Mobi.E já disponibiliza, desde abril de 2021, pagamentos ad hoc, sem necessidade de o utilizador fazer um contrato prévio com um comercializador e, recentemente, um dos comercializadores disponibilizou a possibilidade de pagamentos MB Way. Somos também o único país do Mundo que consegue disponibilizar em tempo real a localização e o estado de todos os postos existentes. Isto só é possível, graças à solução integradora, proporcionada desde o primeiro momento pelo modelo Mobi.E.

28 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE | MOBI.E
Luís Barroso, Presidente Foto: Créditos a Vítor Gordo/Syncview

Que balanço faz da presença no London EV Show?

A participação da MOBI.E na London EV Show encontra-se inserida na estratégia da empresa de preparação para o novo regulamento europeu, relativo à criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos (AFIR). De acordo com o que é conhecido, este novo regulamento pretende ser o impulso para dinamizar as infraestruturas de carregamento em toda a Europa, onde a premissa base é a interoperabilidade das diferentes redes que, como sabemos, é um dos pilares do modelo português Mobi.E, a divulgação de informação sobre dados das diferentes redes, onde estamos já bastante avançados com o MOBI.Data, mas também a criação de uma infraestrutura de carregamento para veículos pesados ou a criação de infraestruturas de abastecimento de fontes alternativas sustentáveis, como o hidrogénio verde, onde está praticamente tudo por fazer. Assim, esta foi uma oportunidade para dar a conhecer internacionalmente as virtudes do modelo Mobi.E e como a plataforma Mobi.E poderá ser uma solução adaptável noutras jurisdições, para além, claro, da partilha de experiências e conhecimentos com players de outros países aderentes ao Memorando de Entendimento, promovido pela Aliança de Descarbonização dos Transportes (TDA) para a criação de uma infraestrutura de carregamento de veículos pesados que foi assinado pelo Sr. Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, no passado mês de maio.

Tendo em conta o vosso slogan, “damos vida ao futuro”, como é que olha para o futuro da mobilidade elétrica e qual será o papel desempenhado pela sua empresa?

Esta foi uma assinatura que criámos há pouco mais de dois anos, quando apresentámos o reposicionamento estratégico

da empresa, na sequência do início da fase plena de mercado. Tendo em conta a evolução da mobilidade elétrica e da rede Mobi.E, de então para cá, mau grado o contexto pandémico que atravessámos, que impactou de forma inimaginável na mobilidade das pessoas, começamos a pensar que talvez deva ser atualizada para “damos vida ao presente”. Durante todo o ano de 2020, foram efetuados 580.775 carregamentos, atualmente este número é atingido em pouco mais de 2 meses, os consumos na rede e a poupança de emissões são agora 5 vezes mais do que em 2020, o número de utilizadores mais do que triplicou. A mobilidade elétrica é, assim, uma realidade no presente. Para o futuro, a MOBI.E pretende continuar a contribuir ativamente para o desenvolvimento de soluções de mobilidade sustentável em três planos: i) manter em permanente inovação o modelo Mobi.E; nesse âmbito, estamos a elaborar um grande estudo sobre mobilidade sustentável e que deverá ser divulgado publicamente no 2º trimestre do próximo ano, ii) aproveitar a nova plataforma de gestão para atuarmos como facilitadores estratégicos de todas as empresas que queiram desenvolver a sua atividade, no âmbito da mobilidade sustentável, quer em Portugal, quer no estrangeiro, antecipando soluções de interoperabilidade no espaço europeu e procurando dinamizar a mobilidade elétrica em países que estão em estágios emergentes, com especial enfoque na América Latina e nos PALOP’s e iii) procurar uma maior integração operacional e tarifária com outros modos de mobilidade, suave e transportes públicos, de forma a potenciar um sistema de mobilidade mais acessível a todos os cidadãos, evoluindo do tradicional Utilizador de Veículo Elétrico (UVE) para o Utilizador de Mobilidade Sustentável Inteligente (UMSI).

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 29
|
E SUSTENTABILIDADE
MOBI.E
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
CERCA DE PONTOS DE CARREGAMENTO INTEGRADOS NA REDE MOBI.E DE ACESSO PÚBLICO MOBILIDADE ELÉTRICA O FUTURO TRAZ BONS NÚMEROS 5.500

“SÓ É POSSÍVEL PENSAR NO FUTURO SE COOPERARMOS, PARTILHARMOS E TRABALHARMOS EM REDE, NUMA ÓTICA DE INOVAÇÃO CONTÍNUA”

Graça Cunha Coelho é CEO da Cachapuz, uma empresa com mais de 100 anos de experiência no mercado. Em entrevista, revela os projetos em que a sua empresa está diariamente envolvida, como é o caso do “Buy One Give One”, e salienta que só é possível falar do futuro, se trabalharmos em equipa.

A Cachapuz possui mais de 100 anos de experiência no mercado e o seu percurso tem sido marcado pela evolução e crescimento contínuos. Consegue-nos desvendar o segredo para o sucesso?

Na Cachapuz, para além da nossa história, estamos atentos ao que nos rodeia e sempre em processo de melhoria contínua. Focamos o nosso negócio em oferecer um serviço de qualidade e procuramos acrescentar valor aos negócios dos nossos parceiros.

Nos últimos anos, passamos por grandes transformações e a Cachapuz não foi exceção, a sociedade e a economia sofreram uma reorganização/renovação e devemos usar isso para “evoluir para modelos mais justos, mais eficientes e mais prósperos”, respeitando, cada vez mais, o meio envolvente e estando atentos e preparados para as novas dinâmicas.

Uma das características principais na Cachapuz é a preocupação constante com a gestão das suas pessoas, quão é importante é colocar os RH na agenda da Gestão?

É essencial. As pessoas sempre foram o principal ativo das empresas, mudou foi a perspetiva da gestão e a forma como hoje os recursos humanos estão alinhados com a cultura organizacional da empresa e se orgulham em defender a marca que representam. Mais do que um desafio isolado, a área de RH constitui, atualmente, um conjunto significativo de desafios. Cada pessoa tem a sua individualidade e a sua história e é necessário encará-la como tal, acompanhar o seu percurso individual, nunca esquecendo que fazem parte de uma equipa. Acresce o facto de existirem, hoje, muitas gerações a conviverem dentro das organizações. E, por isso, as políticas de incentivos devem ter em conta todos estes vetores.

A preocupação com o outro está também na vossa génese enquanto empresa e exemplo disso é a ação “Buy One Give One”. Explique em que é que consiste. No futuro, pretendem continuar a abraçar este tipo de causas?

Em agosto foi lançada a nossa nova loja online e pensamos que seria uma excelente oportunidade incluirmos dois novos projetos com impacto social, neste caso, optamos pela ação “Buy One Give One”

Sempre que seja realizada uma compra na nossa página, vamos contribuir diretamente com uma percentagem da mesma para

a Associação YAY e para o Projeto Virar a Página.

São vários os projetos em que estamos envolvidos diariamente, por esse motivo, procuramos que todas as ações que temos tenham um impacto positivo nas pessoas.

Para nós, faz todo o sentido incentivar as nossas pessoas e a sociedade à nossa volta, inspirando a valorização do coletivo neste tipo de ações. Só é possível pensar no futuro se cooperarmos, partilharmos e trabalharmos em rede, numa ótica de interajuda.

30 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE | CACHAPUZ
Graça Cunha Coelho, CEO

Foi recentemente notícia a instalação do SLV Cement, solução IT de Logística avançada, desenvolvida pela Cachapuz, na NovaCim (Marrocos), como muitos outros projetos que foram divulgando este ano. Contribuírem para o melhor desempenho das empresas além-fronteiras, é motivo de orgulho?

Todos os dias, sem exceção, trabalhamos para difundir a marca Cachapuz no mundo.

No caso da Novacim, em Marrocos, estamos a falar de um projeto de grande dimensão, totalmente novo, que terá um impacto importante no negócio do cliente e na sua envolvente. É realmente gratificante percebermos que as empresas continuam a confiar no nosso know-how e nas nossas soluções para aplicarem nos seus projetos, independentemente da localização geográfica ou sector de atuação.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 31 CACHAPUZ | INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE
www.cachapuz.com

“2023 SERÁ UM ANO DE REFORÇO DO POSICIONAMENTO LÍDER DA LG”

O fim de ano é, normalmente, acompanhado por um período de reflexão sobre aquilo que foi feito. Nesse sentido, começo por lhe perguntar como tem sido este ano de 2022 para a LG Portugal? Podemos afirmar que foi um ano de crescimento para a marca?

Na sequência do crescimento sustentado registado há mais de cinco anos, em 2022 trabalhámos por manter este nível em todas as áreas de negócio, tendo sempre em mente o objetivo de crescer acima dos dois dígitos. Esta estratégia foi sustentada pelo segmento premium, pelos produtos líderes da área de Home Entertainment (TVs) e de Home Appliances (máquinas de lavar e frigoríficos Side-by-Side) e, também, pelo investimento nas novas linhas e modelos de IT, com especial destaque para o LG gram e Ergo Monitor. As soluções B2B, como Led Signage Outdoor e Indoor, ecrãs LCD de Alto-Brilho e Interactive Display com capacidade touch, também desempenharam um importante papel na estratégia da

LG Portugal. 2022 foi, igualmente, um ano de investimento em comunicação. Pela primeira vez em Portugal, o LG gram contou com uma campanha 360º no seu lançamento e no regresso às aulas nos principais canais de TV (com spots e cartões), em Rádio, Print, Digital, Out of Home, marcando presença em bombas de gasolina, centros comerciais e universidades de norte a sul do país.

Foram campanhas como esta que contribuíram para o crescimento de 320% do investimento em publicidade na área de PC em Portugal em 2022, face ao ano anterior (dados fornecidos pela PHD para o período Jan-Out 21 e Jan-Out 22), fazendo com que a LG tenha sido a marca que mais investiu neste segmento específico em relação à concorrência.

Esta continua a ser a marca de eleição dos portugueses no que diz respeito aos produtos eletrónicos e eletrodomésticos? Como procuram diferenciar-se num sector tão competitivo?

A LG é líder de mercado em diversos segmentos de produto, sendo reconhecida pela qualidade e experiência oferecida aos utilizadores. Tal só é possível graças à aposta constante em tecnologias exclusivas e inovação por parte da LG, tanto a nível global como a nível local.

Um bom exemplo desta diferenciação é a linha LG gram, a nossa primeira linha de computadores portáteis que, sete anos após o lançamento da primeira gama, se afirmam como uma referência ímpar neste segmento, sinónimos de portabilidade sem precedentes e de um desempenho de primeira classe. Considerados verdadeiras estações de trabalho, os nossos portáteis vieram responder e antecipar as necessidades dos profissionais de hoje em dia, que estão sempre on-the-move e que privilegiam a rapidez, a confiança e a conveniência acima de tudo.

Um dos maiores desafios com que as empresas se deparam na atualidade, é a questão da sustentabilidade. São os produtos e as tecnologias aplicadas que comprovam que a LG é uma empresa “amiga do ambiente”?

A sustentabilidade é uma prioridade para a LG, tanto a nível internacional como local, há mais de 25 anos. Desde então, temos vindo a implementar sistemas de gestão ambiental ao longo do ciclo de vida dos produtos, desde o desenvolvimento até ao fim da sua utilização, de forma a reduzir a pegada ambiental da empresa e, assim, criar um sistema de gestão e um portefólio que assegurem um ambiente melhor. Uma das maiores inovações surge no momento da produção dos equipamentos eletrónicos, com uma forte política de eco design a nível mundial que pressupõe um processo de montagem que é executado de forma a que o desmantelamento permita a reciclagem de grande parte dos componentes, o que se estende também às embalagens. No caso dos LG gram de 2022, todos os produtos desta gama chegam até aos consumidores em embalagens ecológicas, que podem ser reutilizadas após desembalar os portáteis - convertendo-se de forma inteligente num calendário de mesa e porta-lápis.

32 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE | LG
O foco na sustentabilidade, a distinção do LG Gram enquanto Produto do Ano e as novidades para 2023, são algumas das temáticas abordadas nesta entrevista com Patrícia Castelo, IT Marketing Manager da LG Portugal. Patrícia Castelo, IT Marketing Manager

O LG Gram foi distinguido enquanto Produto do Ano 2022. Enumere as suas principais características e mais-valias para o utilizador. O que é que este reconhecimento significa para a LG?

A LG colocou toda a sua capacidade de inovação ao serviço do desenvolvimento dos LG gram, que são reconhecidos pelos consumidores de todo o mundo como verdadeiras estações multitasking perfeitas para responder aos desafios profissionais e de entretenimento dos dias de hoje. Resistentes e efetivamente portáteis, a leveza é uma das mais inovadoras características dos LG gram: com ecrãs de 14 a 17 polegadas, estes computadores têm pesos entre os 999 gramas e os 1,35 kg combinados com uma espessura de apenas 1,68 cm e um design premium. A bateria e a resistência de calibre militar contribuem para a sua capacidade de mobilidade, proporcionando períodos de longa utilização (mais de 25 horas) para trabalhar em qualquer lugar. Cada equipamento da linha deste ano oferece um desempenho poderoso, apoiado por um processador Intel® Core™ de 12ª Geração, com certificação Intel® Evo™ Platform e LG Glance by Mirametrix®, uma solução de software baseada em IA. Por essa razão, é com um enorme orgulho que vimos a nossa exclusiva gama de computadores portáteis receber o selo Produto do Ano, especialmente por ser uma distinção atribuída pelos portugueses pela inovação e qualidade que reconhecem aos LG gram.

Aiden Seo, o novo Managing Director da LG Portugal, afirmou que “a LG Portugal é uma das subsidiárias de maior sucesso a nível europeu, sendo altamente relevante na estratégia global da LG”. Este tipo de distinções, que demonstram a preferência dos portugueses pelos vossos produtos, representa, acima de tudo, um estímulo para continuarem a inovar e a apostar em dar produtos de qualidade e excelência tanto aos consumidores como ao mercado?

Inovação para uma vida melhor é a missão pela qual a LG rege o seu trabalho diário em todo o mundo, um lema que incorpora em todos os produtos de forma a fazer uma diferença efetiva na vida dos consumidores, criando soluções verdadeiramente client-centric para responder e antecipar os desafios do dia a dia e assim contribuir para um maior bem-estar.

Esta premissa é elevada ao seu expoente máximo com a linha LG gram. Incrivelmente leves, ultra resistentes e com uma elevada portabilidade, estes exclusivos computadores portáteis são o aliado perfeito para um estilo de vida moderno e este é um ponto único que os consumidores nacionais reconheceram com distinções como o Produto do Ano.

Para terminar, acreditamos que 2023 será, tal como nos habituaram, um ano de muitas novidades. Pode “levantar um pouco o véu” sobre os planos que têm em mente para o futuro?

Na sequência do que temos vindo a fazer ao longo dos últimos anos, 2023 será um ano de reforço do posicionamento líder da LG nas várias unidades de negócio, com especial foco no fortalecimento do segmento e conceitos premium. O desenvolvimento de produtos passíveis de serem integrados e otimizarem o estilo de vida dos consumidores - as chamadas soluções de lifestyle - continuará a ser o corpo e a alma de tudo o que fazemos, sendo que contaremos com inúmeras novidades na área de PC com uma gama mais alargada com novas propostas para respondermos às necessidades de mais targets e perfis de consumidores.

A IoT e a inteligência artificial são uma das grandes tendências tecnológicas a pautar a investigação atualmente e serão, num futuro bastante próximo, as pedras basilares de casas totalmente integradas. Por essa razão, temos vindo a apostar na nossa plataforma ThinQ, sendo uma área na qual vamos continuar a investir nos próximos anos.

LG | INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE
Equipa de vendas de IT

Anuário

SUSTENTABILIDADE DA SAÚDE . TELEMONITORIZAÇÃO DE DOENTES EM RISCO DIA NACIONAL DA PESSOA COM ESCLEROSE MÚLTIPLA Especial Saúde

SUSTENTAR E VIVER MELHOR

O tema da sustentabilidade da Saúde e, em particular, do SNS é recorrente. Temos de ter em linha de conta pelo menos três dimensões. A primeira dimensão relaciona-se com o benefício direto para os doentes e indireto para as economias familiares e os cofres do Estado. Como demonstrado por estudos realizados, sempre que tratamos os doentes em tempo clinicamente aceitável, o regresso ao trabalho é mais rápido, a qualidade de vida do doente aumenta e a sociedade fica reforçada nas suas múltiplas vertentes. Só por via da diminuição do absentismo recuperamos cerca de metade do Orçamento Geral do Estado para a Saúde. A segunda dimensão relaciona-se com a prevenção da doença e a promoção da saúde e da literacia/educação. Esta dimensão, não só contribui para a sustentabilidade e estabilidade do SNS a médio prazo, como permite também transformar de forma equilibrada o próprio sistema de saúde, no sentido de servir melhor as pessoas doentes e dar mais conforto e qualidade de vida às nossas pessoas mais velhas. O papel do exercício físico e da qualidade da alimentação, da engenharia e arquitetura das cidades (cidades que caminham e cidades 15 minutos) que permitem mais e melhor mobilidade física, protegendo o ambiente, constituem contributos essenciais para a sustentabilidade, a qualidade de vida e viver sem ou com menos carga de doença. Por outro lado, o papel da literacia em saúde permite, por um lado evitar ou mitigar algumas doenças e, por outro, melhorar a correta utilização dos serviços de saúde com ganho substancial para a organização e capacidade de resposta do SNS.

A terceira dimensão envolve objetivos e medidas concretas relacionadas com a implementação de um novo modelo de gestão, que permita mais autonomia das unidades de saúde e promova a eficiência centrada numa governação clínica robusta, liderança médica forte e trabalho em equipa multidisciplinar e multiprofissional. A sustentabilidade envolve a existência de médicos e profissionais de saúde motivados e devidamente valorizados, que permita concretizar objetivos e implementar novas ideias e projetos capazes de desenvolver e criar valor para a saúde dos cidadãos, em que a sustentabilidade e a qualidade caminham lado a lado. A integração de cuidados entre hospitais, cuidados de saúde primários, continuados, paliativos e de proximidade, constitui uma mais-valia para os doentes e para as unidades de saúde. O acesso a cuidados de saúde em tempos clinicamente aceitáveis constitui, desde logo, o núcleo primário da própria sustentabilidade, que significa, a curto prazo, ter mais pessoas saudáveis e menos doentes. O papel de cuidar e evitar contaminar o ambiente inclui um conjunto de medidas sustentáveis e saudáveis, em que emerge a utilização de dispositivos médicos de uso único reprocessados (DMUUr) e o combate ao desperdício de

uma forma geral. A transformação digital, incluindo o processo clínico único, a verdadeira telemedicina entre médicos e médico-doente, a existência de vias verdes para doenças graves e para tornar a referenciação mais eficiente, a utilização da Inteligência Artificial, a existência de aplicações digitais capazes de monitorizar alguns indicadores de algumas doenças à distância, constituem passos fundamentais, para incorporar a evolução tecnológica e científica, respeitando o humanismo, com amplo benefício para os doentes e para a sustentabilidade e atividade do SNS. Investir em investigação e inovação como parte integrante do trabalho normal dos médicos e outros profissionais, permite-nos ser mais competitivos e capazes de concretizar e negociar custos de forma mais eficaz, e contribuir para eliminar barreiras excessivas na adoção da verdadeira inovação terapêutica e tecnológica. Concretizar o uso eficiente da informação, evitar a duplicação e a medicina defensiva, valorizar indicadores de qualidade em saúde, promover uma cooperação mais eficiente entre os diferentes setores da saúde, constituem outras medidas importantes para a modernização e sustentabilidade do SNS. Finalmente, são vitais medidas concretas para equilibrar a demografia e envolver as pessoas nas políticas de saúde. Para acreditar é preciso confiar. É preciso conhecer e entender os objetivos. É preciso ver acontecer. É preciso sentir que quem governa se importa com a nossa saúde e nos apoia na doença. Uma missão que o Governo tem de saber cumprir.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 35 ARTIGO DE OPINIÃO
Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos

TELEMONITORIZAÇÃO DE DOENTES EM RISCO

O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira submeteu, em abril de 2020, um projeto ao Sistema de Apoio à Modernização e Capacitação da Administração Pública (SAMA), do Portugal 2020, para desenvolvimento de uma solução de telemonitorização de doentes de risco em regime de internamento e urgência, no hospital e em mobilidade intra e inter-hospitalar; assim como em regime de Hospitalização Domiciliária. Este projeto foi aprovado para financiamento e a implementação iniciou-se em dezembro do mesmo ano.

Necessidade

Nos tempos recentes, reconheceu-se que há doentes que apresentam disfunções fisiológicas que precedem catástrofes clínicas. Com o intuito de organizar cuidados que possam ter em atenção esses aspetos, desenvolveu-se o conceito de Early Warning Alarm Scores. Estes scores partem, geralmente, de avaliações feitas por profissionais, à cabeceira do doente e depois da aplicação de algoritmos e árvores de decisão, que permitem a identificação de situações de risco acrescido e necessidade de alocação de recursos de apoio adicional. O processo é muito recurso-humano dependente e, por outro lado, o software disponibilizado, quer pelos equipamentos de monitorização, quer pelas centrais de telemonitorização atualmente existentes, não é suficientemente flexível, e em vários aspetos, antiquado. Uma das vias para evoluir passa pelo desenvolvimento de uma plataforma moderna de software, construída de raiz, de acesso aberto.

Objetivos do Projeto

Com o TERI objetiva-se reduzir os episódios de paragem cardiorrespiratória intra-hospitalar, as complicações por atraso nas intervenções terapêuticas, a mortalidade intra-hospitalar e os incidentes, aumentando a segurança do doente. Ao mesmo tempo cria-se um laboratório de investigação em várias vertentes:

• Monitorização contínua e descontínua dos doentes;

• Coordenação de equipas de intervenção em doentes críticos;

• Telecomunicações em situações críticas;

• Gestão de unidades de Telemonitorização;

• Novas modalidades de sensores e de monitorização;

• Sistemas de deteção de descompensação.

A solução

Para a implementação do TERI, o CHUCB defi niu uma equipa interna, liderada pelo Professor Miguel Castelo-Branco; e celebrou um contrato de cooperação interadministrativa com a Universidade da Beira Interior, com vista a reforçar a massa crítica da equipa com consultores para as diversas fases de projeto: desde o levantamento das especificações funcionais e técnicas; desenvolvimento; implementação e divulgação de resultados. A contratação das empresas para a implementação do projeto respeitou as regras da contratação pública.

A solução projetada passou pela criação de um software totalmente web desenhado e construído de raiz para o CHUCB, tendo sido selecionada a empresa Quidgest como responsável pelo desenho e desenvolvimento do software, assim como pelo desenho e criação de raiz de uma arquitetura robusta e dedicada ao processamento de mensagens em tempo real, assente na infraestrutura de suporte necessária ao funcionamento do TERI. A Quidgest foi ainda responsável pelo fornecimento dos monitores multiparamétricos, workstations, monitores de 43” e routers para a comunicação a partir das ambulâncias e dos domicílios. Para esta parte, bem como para a integração dos equipamentos na solução, a Quidgest contou com a ajuda da Dynasys.

O software desenvolvido é bastante complexo, acompanha todo

Professor Miguel Castelo-Branco Craveiro de Sousa, Médico Internista e Intensivista, Coordenador de Serviço de Medicina Intensiva no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira.
TELEMONITORIZAÇÃO | CHUCB 36 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

TERI, página de análise de tendências, dados fisiológicos (inclui alarmes), variando, neste caso, o gráfico de detalhe sobre parâmetro SpO2.

o processo de monitorização de um doente: que vai desde o momento da identificação do doente como sendo de risco; passando pela recolha e armazenamento de diversos parâmetros de saúde de forma automática, com recurso a monitores de sinais vitais ligados ao TERI, assim como integração de resultados laboratoriais. O TERI, como base nos indicadores recolhidos, vai gerar um score de risco e alertas para as equipas que acompanham o doente.

A análise contínua da informação processada pelo TERI abre novas perspetivas no tratamento personalizado, assim como a adoção e desenvolvimento de modelos preditivos de Early Warning Alarm Scores. Com recurso à deteção precoce de deterioração do estado de saúde, bem como a facilidade de leitura em tempo real, e de histórico, do impacto de cada terapêutica no estado do doente, permitem ajustar os planos de tratamento, quando a eficácia não é a desejada ou a prevista.

Ainda no decorrer do projeto foi realizado, pelo Instituto das Telecomunicações e Departamento Engenharia Eletromecânica, da Universidade da Beira Interior, análise da cobertura das redes móveis celulares, no contexto hospitalar e envolvente,

TERI, versão mobile, parâmetros de saúde de um doente (fictício). A análise contínua da informação processada pelo TERI

objetivando-se identificar as zonas que necessitam de melhoria da potência do sinal disponibilizado, por exemplo, através da introdução de pequenas células, por exemplo, femtocélulas no interior das instalações do Hospital.

Potencial disseminador

O TERI poderá ser replicado noutros Hospitais do SNS a custos que se prevêem ser competitivos, uma vez que o CHUCB é proprietário da solução desenvolvida. Também terá um impacto ao nível do ensino superior na área da saúde, nas vertentes de gestão clínica do doente crítico, de coordenação de equipas interdisciplinares e de Telemonitorização de doença crítica.

O projeto está ainda perfeitamente alinhado com aquelas que são, segundo a consultora Accenture, as três tendências que guiam a inovação e criam oportunidades de gerar informação e conhecimento para investigadores no domínio da colaboração entre o humano e a máquina, na área dos cuidados de saúde: novos produtos e dispositivos inteligentes; novas funcionalidades para os aparelhos; e novos desenvolvimentos da inteligência artificial.

CHUCB | TELEMONITORIZAÇÃO REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 37
CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA

DIA NACIONAL DA PESSOA COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

de Associações de EM, visando desenvolver os Caminhos para as Curas da EM - “pathways to cure for MS”.

O desafio que deu mote ao tema central do Congresso - Será possível, no futuro, curar ou prevenir a EM? - assenta em três caminhos em que a ciência, a neurologia e a classe médica estão a apostar, com resultados promissores:

• Atrasar o processo da doença através do diagnóstico precoce e da medicina de precisão;

• Restaurar as funções perdidas, revertendo danos e sintomas;

• Prevenir a EM por meio de prevenção, tendo em conta os fatores de risco e história familiar.

Porque a SPEM acredita que a cura para a EM está no seu horizonte, este Congresso foi determinante para que as PcEM, Familiares e Associações estejam informados sobre as novas evoluções acerca da doença e que o conhecimento é prioritário para agir com determinação e esperança.

A 4 de dezembro assinala-se o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla. Este dia pretende alertar a população para a doença, desde os seus sintomas à sua gravidade e ao seu tratamento e, por outro lado, chamar a atenção para as necessidades das pessoas com esclerose múltipla e das suas vivências.

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central e que surge entre os 20 e os 40 anos de idade. As suas causas são ainda desconhecidas. Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2.500.000 casos da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em Portugal, a estimativa desta doença é de 8.000 doentes.

Sintomas da Esclerose Múltipla:

• Alterações da sensibilidade

• Fadiga

• Dor

Alterações urinárias e intestinais

• Alterações cognitivas

• Alteração de humor e depressão

• Perda da força muscular nos braços e nas pernas • Problemas sexuais

• Neurite ótica

• Dificuldades de equilíbrio e ou de coordenação.

A cura para a Esclerose Múltipla está no horizonte?

O XVII Congresso Nacional de Esclerose Múltipla realizou-se de forma híbrida, nos dias 2 e 3 de dezembro de 2022.

Perseguindo o objetivo das edições anteriores, o XVII Congresso Nacional de Esclerose Múltipla pretendeu ser um congresso de e para as pessoas com Esclerose Múltipla (PcEM), que pretendem dar respostas para questões decisivas e maior conhecimento sobre a doença. Para dar seguimento a este objetivo, e em prol do conhecimento, a SPEM aderiu a um novo Consórcio Internacional

Sobre a SPEM

A Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), fundada em 1984, tem como missão contribuir para a melhoria das condições de vida dos portadores de Esclerose Múltipla, familiares e cuidadores.

A SPEM desenvolve a sua atividade em distintas, mas complementares áreas de ação:

-Intervém junto dos poderes públicos e organismos competentes, especialmente nas áreas da saúde e proteção social, para um eficiente suporte aos doentes e acesso às terapias;

- Presta apoio integrado e multidisciplinar, através de respostas especializadas de intervenção social e reabilitação;

- Promove a informação, consciencialização e capacitação dos doentes, familiares, cuidadores e sociedade civil em relação à doença e ao seu impacto.

Em Portugal a Sociedade tem representação de norte a sul do País. A nível internacional, assegura a representação de Portugal na Plataforma Europeia da EM (EMSP) e na Federação Internacional da EM (MSIF).

A SPEM é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) reconhecida como Organização Não Governamental das Pessoas com Deficiência (ONGPD) e Associação de Defesa dos Utentes de Saúde (ADUS).

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afeta o sistema nervoso central. Surge, frequentemente, entre os 20 e os 40 anos, o que tem um enorme impacto na vida familiar e profissional dos doentes. Em Portugal, estima-se que existam cerca de 8 mil pessoas com esta doença.

38 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 39 PORTUGAL’S TOP INVESTORS AND THEIR STORIES ARE ALL IN PORTUGAL 2022 HEALTH EDUCATION TOURISM TRANSPORT CONSTRUCTION & REAL ESTATE TELECOMS & IT GREEN ECONOMY & ENERGY ECONOMY INDUSTRY FINANCE DIPLOMACY “Portugal has a trifecta of highly valued assets, such as the sea, sun, and wind, and would risk fourth, which is skill.” JOÃO PEDRO SOEIRO DE MATOS FERNANDES and Energy Transition “Microsoft has been present in Portugal for over 28 years and has over 650 people working to live up to our goal of empowering every person and every organization on the planet.” PAULA PANARRA Country Manager, “In 2017, we registered growth of 9% in terms of tourism arrivals, breaking the 20-million mark.” LUÍS ARAÚJO President, Portuguese National Tourism Authority PORTUGAL 2019 Portugal is building hugely ambitious floating wind farm set to come online in 2019. 43 Portugal continues to improve ranking in WEF’s Travel & Tourism Competitiveness Index. 151 IT, TELECOMS & MEDIA Europe’s hottest annual tech relocate from Dublin to Lisbon. 77 Subscribe to our newsletter

RESISTIR À RECESSÃO

Assistimos, em Portugal e na Europa, a um aceso debate sobre o que pode fazer a política orçamental para contrariar o impacto simultaneamente recessivo e inflacionista deste choque de proporções dramáticas.

Dizem os mais cautelosos que a prioridade é combater a inflação e que os esforços dos governos para contrariar uma recessão cada vez mais provável serão inglórios ou mesmo contraprodutivos. Medidas orçamentais, nomeadamente de caráter transversal, comprometeriam os resultados da política monetária para conter a inflação e levariam a medidas ainda mais restritivas por parte do Banco Central Europeu, ou seja, taxas de juro ainda mais altas. Por outro lado, políticas orçamentais expansionistas poriam em risco a sustentabilidade das finanças públicas. O caminho a tomar seria, então, o de recorrer a medidas temporárias e direcionadas às famílias em maior risco, e deixar os mercados funcionar. Reconheço a dificuldade em combater, simultaneamente, a inflação e a recessão. Estou consciente das limitações financeiras dos Estados. Mas entre o voluntarismo irrealista e a inação vai uma distância. A política económica importa, podendo e devendo ser manejada de forma a contrariar evoluções indesejadas. Tanto o Conselho de Finanças Públicas como a Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República afirmam, nas suas análises, que a política orçamental, em 2023, será restritiva pró-cíclica, apesar do impulso orçamental expansionista conferido pelo PRR. Esta política contribuirá, pois, para ampliar os efeitos da deterioração da atividade económica.

Não creio que seja a política adequada.

Face a três objetivos de política - combate à inflação, contrariar a recessão e salvaguardar a sustentabilidade das finanças

públicas - a opção deveria ser a de procurar conciliá-los, num exercício que, reconheço, não é fácil. Esquecer um dos objetivos, desistir pura e simplesmente de uma política que sustente, tanto quanto possível, a atividade económica face ao crescente risco de uma recessão não será, certamente, a solução mais avisada.

É certo que o Orçamento consagra medidas com algum impacto positivo sobre as empresas, refletindo alguns dos compromissos expressos no Acordo de Competitividade e Rendimentos.

Noto, contudo, a timidez destas medidas, que traduz a grande relutância na ativação da política fiscal, quer na resposta a esta crise, quer no sentido de a tornar estruturalmente mais favorável à competitividade empresarial. A principal vertente em que o Orçamento do Estado pode contrariar as pressões recessivas que se fazem sentir será o investimento público e o estímulo ao investimento privado, recorrendo aos fundos europeus, nomeadamente através do PRR e do Portugal 2030. Temos, pois, razões de sobra para olhar para a execução destes programas em 2023 com a máxima atenção e exigência.

Concluo ainda pela importância de um acompanhamento atento da evolução da atividade económica em 2023, com recurso às medidas que se revelem adequadas para resistir a novas pressões recessivas sobre a economia portuguesa. Este é um orçamento para um ano de grande incerteza, devendo ser executado com grande determinação e eficácia, nomeadamente, no que respeita ao investimento, mas também com a flexibilidade e capacidade de adaptação que as circunstâncias determinarem.

Saraiva, Presidente da CIP

ARTIGO DE OPINIÃO
António
40 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

ENSINO SUPERIOR

A entrada para o ensino superior é um dos momentos mais importantes na vida de um estudante. É nessa altura que os alunos escolhem a área em que, à partida, vão trabalhar durante vários anos. Por ser algo que vai ter impacto no seu futuro, é essencial escolher a instituição certa, avaliando uma série de critérios, tais como, a localização, o plano de estudos e as instalações.

Já os estabelecimentos de ensino superior têm feito uma preparação no sentido de providenciar aos seus estudantes as melhores ferramentas para a entrada no mercado de trabalho. Por um lado, apostam, cada vez mais, nas novas tecnologias, uma vez que no futuro todas as profissões vão exigir a utilização e o manuseamento das mesmas. Por outro, procuram incutir diariamente o desejo de saber mais, de ir mais além, criando centros de investigação científica. O elevado nível de exigência também se verifica no corpo docente que é, igualmente, mais qualificado.

Conheça, agora, exemplos de instituições portuguesas cuja qualidade se reflete nos resultados positivos dos seus discentes e na maior facilidade de adaptação à esfera profissional.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 41 SANDOZ | 30 ANOS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS EM PORTUGAL

DE OLHOS POSTOS NA MODERNIZAÇÃO E NA INOVAÇÃO

Com base no pressuposto de que os alunos de hoje serão os profissionais de amanhã, o Professor Doutor Jorge Conde, Presidente do Politécnico de Coimbra, dá-nos conta dos projetos que estão a desenvolver atualmente, nomeadamente o “Espaço U” e a nova escola para cursos técnicos superiores profissionais e pós-graduações.

Estamos na reta final de 2022. Nesse sentido, gostaríamos de saber qual o balanço que faz do trabalho desenvolvido ao longo deste ano?

Apesar daqueles dois anos de pandemia, em que nos vimos obrigados a fazer uma série de ajustes e a esforçarmo-nos no combate da Covid-19, este ano, pudemos regressar à (quase) normalidade e portarmo-nos como uma instituição académica de facto, dedicando-nos àquele que é, efetivamente, o trabalho de um estabelecimento de ensino superior. Por isso, eu faço um balanço extremamente positivo das ações desenvolvidas no presente ano.

Nomeie os principais desafios que o ensino superior enfrenta atualmente. Considera cada vez mais importante que o ensino acompanhe a evolução tecnológica para garantir uma melhor adaptação dos recém-formados ao mercado de trabalho?

Nos dias que correm, o ensino superior português enfrenta um conjunto de desafios que estão diretamente relacionados com a

sua afirmação no mundo. Apesar de termos um ensino de elevada qualidade, estamos num campeonato altamente competitivo, onde existem países com mais possibilidades do que nós. Portanto, se queremos manter os alunos portugueses a estudar em Portugal e captar outros tantos, do ponto de vista internacional, temos que estar permanentemente numa ação de modernização, inovação e desenvolvimento. Para além disso, o volume de dinheiro que o ensino português tem para viver é demasiado curto, pelo que acaba por ser um desafio muito grande para as instituições de ensino conseguir fazer mais, com menos.

Quanto à segunda questão, ter laboratórios e oficinas adaptados à nossa realidade atual é, igualmente, muito importante. A circulação de dinheiro, quer do ponto de vista comercial, quer no âmbito dos apoios europeus ao sector empresarial, tem sido suficiente para ir modernizando a indústria. As instituições de ensino superior que não se adaptarem à utilização das novas tecnologias, estarão sempre a praticar um ensino desfasado no tempo

ENSINO SUPERIOR | POLITÉCNICO DE COIMBRA
42 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Professor Doutor Jorge Conde, Presidente do IPC

POLITÉCNICO DE COIMBRA

e desatualizado comparativamente ao mercado de trabalho atual.

Eu diria que o grande desafio passa por acompanhar a evolução tecnológica e ser capaz de ombrear com as empresas, seja através de parcerias ou mediante o ensino “puro e duro”, no sentido de que os estudantes terminem os estudos muito bem formados e adaptados a essa inovação inerente ao mundo do trabalho.

Numa entrevista recente avançou que estão a construir residência para estudantes com 400 camas. Acredita que a criação do “Espaço U” poderá atrair ainda mais estudantes para a cidade de Coimbra?

Acredito que poderá trazer, pelo menos, uma maior predisposição para, assim que chegar o momento de os estudantes fazerem a sua escolha, optarem pela cidade de Coimbra. Neste momento, não se pode dizer que a cidade de Coimbra tem falta de alojamento, mas sim de alojamento de qualidade. As crises económicas vão fomentando esta situação, isto é, os quartos vão-se mantendo, porém, a sua qualidade vai-se degradando, uma vez que nem todos os senhorios têm disponibilidade para dotarem os seus alojamentos das condições que os estudantes, hoje em dia, pretendem e exigem. É tendo presente esta situação, que decidimos construir um espaço com 400 camas e zonas de apoio, nomeadamente, ao desporto, à saúde e ao estudo. O denominado “Espaço U” será um local atrativo e, através dele, os estudantes vão poder perceber que temos ótimas condições que vão muito para além das salas de aula.

Para além deste espaço, junto à Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em Oliveira do Hospital, vamos dar início à construção de uma residência com 100 camas que visa, igualmente, criar alojamento de qualidade e, consequentemente, tornar a nossa escola mais atrativa para quem quer estudar no interior do país.

Ao que também pudemos apurar, o Instituto Politécnico de Coimbra vai construir uma escola para cursos técnicos superiores profissionais e pós-graduações. Pode-nos revelar quais as suas mais-valias para os alunos?

Temos, aproximadamente, 700 alunos a frequentar Cursos Técnicos Superiores Profissionais(CTeSP). Estes estão divididos por duas das escolas de Coimbra e pela escola de Oliveira de Hospital.

Aliás, neste momento, já podemos falar em três escolas, o Instituto Superior de Engenharia e a Escola Superior Agrária (as mais tecnológicas) e, este ano, na área do desporto, a Escola Superior de Educação também já abriu outro curso.

Esta nova escola que vamos construir tem como objetivo, não só dar resposta às formações já existentes, mas também ter uma maior mobilidade para poder fazer cursos em áreas onde as nossas outras escolas estão saturadas e não têm corpo docente suficiente para esse efeito. Vamos, no fundo, investir em todas as áreas que já existem no Politécnico de Coimbra, mas com uma maior capacidade de criar cursos, de uma forma mais célere do que a atual.

Para além destes projetos, o que podemos esperar do Politécnico de Coimbra no próximo ano letivo?

Para além dos projetos mencionados anteriormente, podem esperar uma maior aposta na inovação e na investigação. Como sabem, defendemos a ideia de que os Politécnicos vão lecionar doutoramentos e vão alterar a sua designação para “Universidades Politécnicas” e, nesse sentido, estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir que estaremos à altura desses desafios. Além disso, vamos ter centros de investigação, corpo docente ainda mais qualificado, condições do ponto de vista tecnológico e parcerias com a indústria para poder fazer tudo isso.

Para terminar, gostava de deixar uma mensagem de Boas Festas tanto à comunidade educativa, como aos docentes e colaboradores do Politécnico?

Sim! Quero desejar a toda a comunidade do Ensino Superior Português e, particularmente, à nossa comunidade do Politécnico de Coimbra, umas festas felizes, em paz e harmonia e que 2023 possa trazer ao mundo a paz que tanto ambicionamos com o final do conflito que vivemos neste momento e com a normalização da nossa vida quotidiana.

www.ipc.pt/ipc/

| ENSINO SUPERIOR
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 43

Boas Festas!

LIDERANÇA:

Existem pessoas que já nascem com o espírito de liderança e com vontade de inspirar equipas. Ora, como é natural, o cargo de líder acarreta uma enorme responsabilidade, pois é a este que parabenizam pelo sucesso, mas é, em simultâneo, o primeiro a quem se “aponta o dedo” quando algo está errado.

Um bom líder deve dar o “corpo às balas” pelos seus colaboradores e garantir que estes usufruem das melhores condições de trabalho possíveis porque, afinal, são eles que contribuem para que uma empresa evolua e seja bem-sucedida.

Além disso, as empresas que demonstram um maior fator de atratividade para trabalhar são aquelas que possuem uma forte cultura de “promover-a-partir-de-dentro”. A possibilidade de progredir na hierarquia é uma motivação extra para as equipas. Seguem-se, por isso, quatro boas razões para se investir num programa interno de desenvolvimento de liderança:

• a cultura é demasiado importante para ser deixada ao acaso;

• prepara líderes suficientemente fortes para passarem por qualquer tipo de provação;

• desenvolve o espírito de camaradagem entre a equipa de liderança;

• promove uma abordagem metódica no trabalho de coaching.

Obviamente, estar à frente de uma empresa coloca em cima da mesa uma série de desafios que põem à prova a sua capacidade de resposta.

46 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

APOSTAS E DESAFIOS

Primeiramente, o líder deve saber alinhar a equipa com os objetivos da empresa para que esta trabalhe de forma produtiva e para que todos se empenhem na busca pelo mesmo resultado.

Depois, é necessário fazer uma boa gestão do tempo. Este é um grande obstáculo para quem não consegue estabelecer prioridades, o que pode causar uma perda de produtividade ou mesmo danos no que se refere ao bem-estar.

Em seguida, é importante saber administrar conflitos, pois dirigir e coordenar pessoas está associado à gestão dos problemas organizacionais. No seio empresarial, onde coabitam pessoas com personalidades e expectativas distintas, é comum que estes aconteçam. O líder precisa, por isso, de saber transformá-los em situações benéficas, de aprendizagem e de crescimento para a equipa.

Um outro desafio é ter capacidade para trabalhar em ambientes de stress, pois, nalgumas áreas como, por exemplo, o atendimento ao público, surgem problemas e reclamações. A pressão constante pelo alcance das metas e dos resultados também acaba por exigir um grande equilíbrio emocional por parte do colaborador. Ademais, uma situação mal administrada, pode gerar sobrecarga de trabalho, conflitos interpessoais, desmotivação, bem como a diminuição do desempenho da equipa.

Por último, mas não menos importante, a evolução tecnológica. É urgente que as empresas se mantenham a par das tendências e, mais do que isso, que as acompanhem, de forma a permanecerem num lugar de destaque, no que ao mercado diz respeito.

Nesta edição, há um vasto leque de empresas que, através das vozes dos seus líderes, são distinguidas pelo excelente trabalho que têm feito e pelos resultados que têm alcançado.

A título de conclusão, deixamos, ainda, uma citação para que o leitor possa refletir: “Liderar não é impor. É despertar nos outros a vontade de fazer”.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 47

SUSTENTABILIDADE: EMPRESAS VÃO RESPONDER AO DESAFIO E SERÃO PARTE DA SOLUÇÃO

ser uma prática conjunta com o relato financeiro das empresas. Isto pretende evidenciar a importância vital de as empresas agirem de modo responsável para com a sociedade e para com a natureza e o território, permitindo que se mantenham controlados os impactos negativos da atividade humana.

Há precisamente 50 anos, teve lugar, em Estocolmo, a primeira Conferência Mundial sobre o Ambiente, organizada pelas Nações Unidas. Hoje, temos plena consciência que este evento foi um marco decisivo para o lançamento do conceito da Sustentabilidade.

Durante este meio século, o mundo assistiu a um nível de desenvolvimento sem precedentes, quer em termos económicos, por um lado, mas também no que respeita à preocupação com os valores sociais e ambientais. No passado dia 15 de novembro, assistimos à passagem de mais um marco histórico: a população mundial ultrapassou a barreira dos oito mil milhões de pessoas! Quando procuramos, hoje ,estabelecer metas ambientais relativamente à situação que se vivia na primeira Revolução Industrial, devemos também recordar que a população mundial, nessa altura, era de apenas mil milhões de pessoas, onde os níveis de pobreza eram maiores do que os atuais. Tudo isto contribui para que, atualmente, toda a atividade humana, incluindo o sector empresarial, esteja sujeita a uma enorme pressão, resultante da necessidade de introdução de inovação nos bens e serviços produzidos e do imperativo de um incremento significativo na eficiência dos processos, designadamente na utilização de recursos naturais e de energia.

Hoje, temos instrumentos e referenciais que ajudam as empresas a implementar os objetivos da sustentabilidade, que possibilitam simultaneamente a comparabilidade interempresas, naquilo que se designa por relato “não financeiro” e que, no futuro, se perspetiva que venha a

Estamos num momento particularmente instável, após dois anos de pandemia e, agora, dentro de um conflito militar internacional, relativamente ao qual não se vislumbra um final próximo e que vem dificultar a capacidade das empresas em assegurar uma atuação responsável e sustentável. Os empresários têm demonstrado uma extraordinária capacidade de se adaptarem aos tempos e à mudança, apostando fortemente na inovação, na eficiência dos processos, ou ainda na qualificação dos seus trabalhadores. Isto mesmo tem sido sentido pela AEP, como resultado do acompanhamento próximo que mantém com o tecido empresarial, mas por outro lado tem também percebido que existem ainda muitos domínios onde as empresas têm de suportar significativos “custos de contexto” que as limitam na sua capacidade para serem verdadeiramente competitivas. Ciente da sua missão de apoiar as empresas e de ser voz ativa na transmissão dos seus problemas e dificuldades junto dos poderes públicos, a AEP tem elaborado um conjunto de documentos de reflexão e análise, oportunamente entregues aos responsáveis políticos, entre os quais destaco o Portugal Industrial 5.0 - Programa Estratégico para a Valorização da Indústria Portuguesa (PT i 5.0). Neste PT i 5.0, defendemos uma aposta na indústria, por excelência um sector transacionável internacionalmente e que possui um elevado potencial na descarbonização, na transição energética, na circularidade da economia e na melhoria da produtividade dos recursos, onde Portugal compara mal com a média europeia.

Reforçar a dissociação entre crescimento económico e utilização de recursos naturais é uma ambição que requer investimentos significativos, pelo que temos de apoiar devidamente as empresas, não só pela via do apoio direto à realização de investimento, mas também com a prossecução de instrumentos de capacitação, de sensibilização e disseminação de conhecimento, que estimulem a adoção de práticas inovadoras e ambientalmente sustentáveis, como os que têm sido implementados pela AEP, com o apoio dos fundos europeus. A preocupação das empresas com critérios de sustentabilidade “ESG” está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e vai de encontro às exigências colocadas pelos consumidores, que valorizam bens e serviços com impacto positivo no meio ambiente e na sociedade.

Estamos certos de que, também neste momento particular em que se encontra fortemente pressionado, o nosso tecido empresarial saberá, mais uma vez, dar uma resposta positiva aos desafios que se colocam e será, seguramente, uma parte muito importante da solução, para que possamos continuar a aumentar a qualidade de vida de toda a população, de modo mais sustentável.

ARTIGO DE OPINIÃO
Luís Miguel Ribeiro Presidente da AEP - Associação Empresarial de Portugal
48 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

2022: O MELHOR ANO DE SEMPRE DA SIKLA EM PORTUGAL

Nuno Cristovão, Diretor-Geral da Sikla Lusa, em entrevista à Revista Business, traçou um balanço bastante positivo do ano de 2022, em que a empresa registou um excelente nível de crescimento e afirmação no mercado nacional. O sucesso alcançado explica-se com um imenso trabalho conjunto, com grande empenho da equipa, tornando a marca diferenciadora nos produtos e serviços que oferece ao mercado, aos seus clientes e parceiros de negócios.

O fim de ano é, normalmente, um período propício a reflexões. Assim sendo, conte-nos como foi este ano de 2022 para a SIKLA.

O ano de 2022 foi particularmente ambicioso em termos de gestão. Após dois anos de pandemia, além do objetivo do crescimento da empresa, a nossa grande preocupação foi manter o foco nas pessoas e no seu bem-estar. Desde do início do ano que sabíamos que os desafios do mercado pós-pandemia seriam complexos e que poderiam comprometer o caminho que tínhamos delineado e aprovado no ano anterior, mas, na realidade, beneficiámos de um empenho excecional de todo o grupo de trabalho. Consequentemente, ultrapassámos todos os objetivos a que nos tínhamos proposto, sendo este o melhor ano de sempre da Sikla em Portugal, e também o ano de maior crescimento.

Este sucesso de crescimento e afirmação no mercado nacional deve-se a um imenso trabalho conjunto, só possível com o empenho da equipa, o que nos tornou diferenciadores nos produtos e serviços que oferecemos ao mercado e aos nossos clientes e parceiros de negócios. Estamos conscientes que a continuação de crescimento, para os próximos anos, continuará a exigir muito de nós, enquanto empresa e equipa de trabalho, e que tal só será possível se o fizermos, de forma sustentável.

Adquiriram, recentemente, um terreno com mais de 50 mil metros quadrados, em Palmela. Com que objetivo? Este feito representa uma afirmação da presença da SIKLA em Portugal?

O Grupo Sikla tem uma estratégia de crescimento muito bem definida e estruturada para a próxima década. O aumento das instalações logísticas e a construção de um novo edifício de escritórios

na localidade onde nos encontramos atualmente, é um projeto que tem vindo a ser planeado nos últimos três anos. Tínhamos previsto iniciar esta obra no primeiro trimestre de 2023, no entanto, face ao crescimento da empresa nos últimos três anos, concluímos que este projeto inicial estava ultrapassado em relação às necessidades atuais e, em particular, no que se refere à estimativa de crescimento futuro e afirmação do Grupo em Portugal.

Tendo em conta que, a toda a área de terreno disponível, no local onde nos encontramos atualmente, não permitiria qualquer outra ampliação e/ou construção, concluímos que esta solução não nos auxiliaria na definição e consolidação dos nossos objetivos futuros. Portanto, foi com naturalidade que optámos por não avançar com este investimento e, em poucos meses, encontrámos um local, dentro da nossa área geográfica, que oferecia a resposta adequada à nossa visão para o futuro.

LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | SIKLA
Nuno Cristovão, Diretor-Geral

Este novo projeto irá permitir uma afirmação mais clara da nossa presença a nível nacional. O aumento significativo da capacidade logística vai abrir caminho a novas áreas de negócio que, neste momento, não conseguimos ter expressão em Portugal, precisamente por essa limitação, ao mesmo tempo, que nos irá permitir afirmar do ponto de vista geográfico, abrindo novos caminhos e rotas para outros países.

Para quem, eventualmente, ainda não teve a oportunidade de conhecer a marca SIKLA, apresente os serviços/produtos que disponibilizam aos clientes.

A nossa área de negócio centra-se nos elementos de fixação e suportes para tubagens, em edifícios residenciais, como em edifícios industriais, tais como, farmacêuticas, refinarias, fábricas, entre outras. Dedicamo-nos ainda a uma área de negócio, que o Grupo Sikla desenvolve apenas em Portugal, a construção de elementos estruturais para a energia Fotovoltaica. Os nossos produtos caracterizam-se simultaneamente, quer pela sua simplicidade, como é o caso dos parafusos ou das abraçadeiras, quer pela sua complexidade, como é o caso das soluções antissísmicas em edifícios, ou estruturas secundárias complexas. Oferecemos ainda outro tipo de serviços a que já habituámos os nossos clientes, como é o caso da elaboração de projetos de todos os elementos de suporte e fixações e de projetos BIM dentro das nossas áreas de atuação.

A base do negócio da Sikla não reside no preço, mas sim na qualidade dos produtos que comercializamos e nos serviços que prestamos. São estas características que nos distinguem no mercado, sendo clara a existência de uma relação estreita entre a componente técnica e a capacidade de disponibilizar os materiais e os serviços. Rapidez e simplicidade é algo que está inerente, há mais de 50 anos, no desenvolvimento dos produtos Sikla.

Face à exigência do mercado, procuram apostar na inovação de forma a conseguirem acompanhar as tendências e manterem-se ao mais alto nível?

Desde o início da fundação da empresa pelo senhor Sigarth Klaus que a componente de inovação é algo presente no nosso ADN. Cada vez mais, o desenvolvimento de soluções técnicas diferentes e adaptadas as novas realidades de construção, tal como

ao novo paradigma que é o conceito de construção metálica, tornam indispensáveis que estejamos continuamente a desenvolver novos produtos e novas soluções. Estas são criadas sempre para irem ao encontro das necessidades dos nossos clientes.

Por isso, mais do que acompanhar as tendências dos mercados, mantemos o nosso foco no desenvolvimento, para continuarmos a ser líderes de mercado nesta área de negócio.

O que caracteriza o “#siklaspirit”? Quem integra os quadros desta empresa sente-se, de certa forma, parte da família?

O conceito #siklaspirit foi criado no pico da crise pandémica. Foi a forma encontrada para passar a mensagem de união e de família, num momento grave, a nível mundial, dentro da empresa. Desde sempre que o espírito familiar se constituiu como a espinha dorsal dentro do Grupo Sikla e a prova disso é o facto de, na condução dos destinos da SIKLA, contarmos já com a terceira geração da família Klauss. Partindo desse pressuposto, temos tido como prioridade dar continuidade à manutenção desse espírito familiar em todas as empresas nacionais e Portugal não é exceção.

Pretendemos que todos os colaboradores se sintam parte desta família, integrados neste espírito, pelo que o desenvolvimento de políticas de recursos humanos direcionadas ao bem-estar e à construção de um espírito comum é um trabalho e objetivo diário.

Que estratégia tem delineada para 2023? Quer aproveitar para deixar uma mensagem de boas festas para os seus colaboradores, parceiros e clientes?

O ano de 2023 irá ser um ano importantíssimo para a continuidade do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, apesar da conjuntura menos favorável, a nível mundial. Temos como objetivo principal manter e fortalecer as bases do negócio. No próximo ano, mais do que o crescimento, estamos a apostar na afirmação clara da marca e na melhoria dos serviços que queremos prestar aos nossos parceiros e clientes.

A todos os nossos clientes e colaboradores, agradeço a oportunidade de fazer parte do vosso percurso e da vossa história, e desejo um ano de 2023 repleto de sucesso, esperando que continuemos a desenhar novos horizontes em conjunto. Um Feliz 2023!

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 51

“É ÀS PESSOAS QUE NOS DEDICAMOS”

No mercado há mais de 20 anos, a SW-Places atua nos vários segmentos do mercado imobiliário. José Brito, um dos sócios da empresa, falou sobre a dedicação aos clientes e o mercado em Portugal.

Os mais de 20 anos de experiência no sector contribuem para que a SW-Places continue a ser a imobiliária de eleição no Sudoeste de Portugal?

Os 20 anos de experiência no mercado imobiliário, nesta região de Portugal, deu-nos uma grande “bagagem” de conhecimento e envolvimento com os sujeitos ativos no mercado, e esse fator, em conjunto com o investimento atual nas novas tecnologias de divulgação e promoção imobiliária, assim como o feedback dos sujeitos, permitem-nos afirmar a classificação de “Imobiliária de eleição no Sudoeste de Portugal”.

Do seu ponto de vista, que características deve ter um bom mediador imobiliário?

O que o motiva, diariamente, na sua profissão, é o facto de ter nas mãos a possibilidade de realizar sonhos e mudar a vida das famílias?

Sem dúvida. O facto de sermos um elemento catalisador para a realização de sonhos de famílias dá-nos um gozo tremendo e reforça, diariamente, a paixão pela atividade. É com muito carinho que vimos a forma como os novos habitantes se integraram na sociedade. São pessoas com outras culturas e, por conseguinte, com outras formas de interagir com os demais.

Um bom mediador imobiliário, na minha perspetiva, deverá ser capaz de ouvir e interpretar o discurso dos sujeitos, ter um discurso coerente e instrutório, no que diz respeito à concretização do negócio. Deverá estar a par das leis e dos mais variáveis regulamentos aplicáveis no determinado imóvel, com uma atitude neutra, mas que demonstre domínio sobre o assunto, promovendo confiança nos intervenientes. Um bom profissional, nesta área, resulta de muita dedicação, criatividade, persistência e essa classificação é demonstrada pelos próprios clientes, que mantêm o relacionamento ativo, mesmo no pós-venda. Com o crescimento que, nos últimos anos, se tem vindo a notar no ramo da mediação imobiliária e com o aparecimento de muitas empresas espalhadas pelo território nacional, a maioria dos agentes imobiliários são mais “mostradores de imóveis” e esse não é um fator de prestígio para os profissionais. Estou de acordo com a alteração da lei, para exigir uma formação adequada e contínua dos agentes imobiliários e que qualquer negócio imobiliário passe pela intervenção de mediadoras, dando-lhes também mais poderes administrativos, nomeadamente, acessos a serviços básicos de aquisição de documentos, de modo a aligeirar o exercício das nossas funções no dia a dia, até porque um contrato de mediação imobiliária deveria ser reconhecido, não só como um documento que dá autorização para a promoção do imóvel, mas deveria funcionar como uma autorização para que, em nome do cliente,

52 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | SW-PLACES
José Brito e Ricardo Miguel, Sócios

fosse possível obter documentos necessários para o exercício contratado.

Infelizmente, a mediação imobiliária ainda está a pagar pela imagem negativa que lhe foi imputada há uns anos. Enquanto o Governo não definir uma legislação para a profissionalização dos agentes, estou convencido de que continuaremos a pagar pelo passado.

Segundo o site Idealista, Portugal é considerado o melhor país para comprar segunda habitação. Concorda? Se sim, isto acontece, sobretudo, por parte de investidores estrangeiros?

O portal Idealista tem vindo a afirmar-se como um instrumento adicional, usado pelas mediadoras imobiliárias em Portugal, e demonstra a sua liderança no seu segmento, com a apresentação de análises interessantes nos mais variados ramos de atividade. Portugal não é só o melhor país para a compra da segunda casa, mas, segundo a nossa experiência, é também o melhor país para comprar a habitação própria permanente, nomeadamente de cidadãos estrangeiros, que têm adquirido imóveis para a habitação e, consequentemente, fixado residência no nosso território, em particular, pela qualidade de vida que proporciona. Ao nível de investidores imobiliários, a nossa zona, embora ainda abrangida pelo plano Golden Visa, não tem tido muita afluência, devido ao facto de os condicionalismos do território estarem abrangidos pelo Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, pela Reserva Ecológica e Reserva Agrícola Nacional, entidades que possuem um regulamento próprio que, a meu ver, muito bem definem condições que condicionam a especulação imobiliária.

Com a inflação alta e os preços das casas a aumentar constantemente, que conselhos gostaria de deixar a quem pretende comprar e/ou vender casa?

Para os clientes - vendedores, aconselho que, quando decidirem avançar para a venda do seu imóvel, procurem serviços profissionais para a promoção. Para os clientes - compradores, face à conjuntura atual, o mercado não espera um reforço significativo da construção nova, porque os custos crescentes dos materiais tornam esse investimento cada vez menos sustentável. Aconselho que sigam o slogan de Rotchild, “Em tempo de crise compre uma casa”. Acredito na perspicácia que este senhor pretendeu transmitir com a sua mensagem. Na minha opinião, é um dos mais sólidos investimentos que existem num ativo que valoriza o património financeiro.

Em termos futuros, quais as suas previsões para o mercado imobiliário em Portugal? E no que diz respeito à SW-Places, que objetivos têm em mente?

Eu sigo o dito popular, “previsões fazem-se no fim”. Acho que Portugal é um país com condições climáticas excecionais para o ser humano, mas quanto à zona onde nos sediamos, pela tendência que se tem vindo a sentir nos últimos anos, em que as crises não afetam os valores das propriedades, eu denominei Aljezur como a “Biarritz do séc. XXI” e, por isso, as previsões para o mercado imobiliário são excelentes. Os objetivos para a SW-Places são muito simples, continuar o trabalho como tem sido feito até aqui, com a atenção virada para as pessoas, porque é a estas que dedicamos os nossos serviços.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 53
SW-PLACES | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

“DAR VIDA AOS SONHOS DAS PESSOAS”

Fomos conhecer o JVG Arquitetos que se diferencia pela interiorização do conceito de projeto do cliente. Em entrevista, o Arquiteto e CEO João Vaz Gomes, faz uma breve análise do futuro do sector e aproveita para desejar boas festas aos seus colaboradores e clientes

“Dar vida aos sonhos das pessoas”, tem sido este o lema da JVG Arquitetos? A experiência e o saber conjugados com a criatividade são o segredo do sucesso desta empresa que já está no mercado há mais de 15 anos?

Sim, a experiência adquirida, ao longo dos últimos anos, tem sido a chave para alcançar o sucesso e o nosso lema “Dar vida aos sonhos das pessoas” mantém-se.

Relativamente ao acompanhamento do projeto, este é constante, pois queremos realizar, efetivamente, os sonhos das pessoas e ajudá-las na concretização dos seus objetivos pessoais. É por todas estas razões que os clientes confiam no nosso trabalho.

Considera que uma das características que diferencia a JVG Arquitetos é o acompanhamento total que fazem do projeto, desde o primeiro contacto com o cliente até à experiência da sua primeira noite passada em casa?

Uma das características deste gabinete é a interiorização do conceito de projeto do cliente, dentro da ideia do imaginável e do possível. Aliando o nosso profissionalismo com a nossa experiência na área, conseguimos uma harmonia total entre a ideologia de projeto inicial e a sua conclusão.

Desta forma, vamos ao encontro das expectativas do cliente e acompanhamos a vivência do dono nesse espaço. Aliás, o que mais nos contagia na forma de elaborar projetos é a alegria do clinte, a vivência da sua casa, a concretização da sua ideia e do seu sonho.

Sabemos que a habitação é o vosso principal foco de trabalho, mas, nos últimos anos, também se têm dedicado a projetos na área da saúde e da hotelaria, por exemplo. Estes têm sido verdadeiros desafios para si e para a sua equipa?

Sem dúvida que a habitação particular envolve cerca de 70% do tempo dispendido do gabinete para projetos. No que diz respeito à área da saúde, conceitos como a habitação social e as residências para idosos, têm sido verdadeiros desafios para a JVG Arquitetos.

Após a conclusão de uma Unidade/LAR, no concelho de Cascais, através dos nossos promotores, vamos conseguir dar vida a duas unidades no concelho de Sintra, com capacidade para 200 camas, contrariando, assim, uma lacuna da região e enaltecendo a encomia local. Através dos nossos investidores prevemos efetuar mais três ou quatro projetos na zona da Grande Lisboa. Os projetos de carácter social têm sido um ponto fulcral para este gabinete e queremos continuar a alargar o nosso portfólio neste âmbito.

Nos tempos que correm, as empresas, para evoluírem e para se destacarem da concorrência, têm de acompanhar as tendências, nomeadamente ao nível da digitalização. Na sua opinião, a evolução tecnológica tem vindo a facilitar o vosso trabalho? De que forma?

A preocupação com a aquisição de conhecimentos BIM tem sido essencial para a JVG Arquitetos e pretendemos, definitivamente, implementar esta ideia nos nossos projetos.

54 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | JVG ARQUITETOS

Um dos maiores problemas que temos enfrentado, nos últimos tempos, têm sido os organismos públicos, uma vez que estes não se encontram suficientemente preparados para a realidade atual, o que, por vezes, prejudica os gabinetes de arquitetura, no que se refere a esta implementação da era digital no nosso ramo.

Como é que olha para o futuro do sector, em geral, e da JVG Arquitetos, em particular?

Esperemos que o futuro do sector não sofra as consequências expectáveis da quebra do mercado. Ainda assim, independentemente das circunstâncias, a JVG Arquitetos está preparada para dar uma boa resposta.

Tem sido objetivo desta empresa obter conhecimento e adquirir projetos novos e estimulantes, pelo que, olhamos para o futuro da JVG com positivismo e com as mesmas expectativas com que temos olhado nos últimos anos.

Uma vez que nos aproximamos da época mais festiva do ano, quer aproveitar para deixar uma mensagem de boas festas aos seus colaboradores e clientes?

A todos os nossos clientes e colaboradores, a JVG deseja um feliz Natal e um próspero Ano Novo, cheio de amor e paz. Esperamos que o ano de 2023 seja igual ou melhor do que o transato.

Particularmente falando, a JVG Arquitetos espera, no próximo ano, continuar junto de si, em harmonia e com muitos projetos em mãos.

Rua dos Caniços, N.º 30 2625-403 Forte da Casa 219 594 946 - 962 734 902 geral@jvgomesarquitectos.com

JVG ARQUITETOS | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO NA ENGENHARIA GEOTÉCNICA

A Engigeo, Engenharia Geotécnica, Lda é uma empresa cuja atividade abrange todas as vertentes da área. A estreita relação com as universidades permite à empresa estar na linha da frente, no que respeita à aplicação de metodologias de projeto e exploração de novas tecnologias de construção?

A ligação às universidades tem permitido o desenvolvimento de colaborações em projetos de maior complexidade técnica que, consequentemente, exigem cálculos e análises fora do comum. Esta ligação é um dos vetores de desenvolvimento que tem compensado e, por esse motivo, vamos manter esta aposta.

Os profissionais da Engigeo têm a capacidade de resolver problemas complexos, em colaboração com o cliente, chegando a soluções técnico-económicas, adequadas a cada situação. É a vossa constante aposta na formação dos colaboradores que contribui para que estes evoluam?

A formação constitui, de facto, uma das nossas grandes preocupações. Ultimamente, temos vindo a apostar em formação, no que respeita a novas metodologias, no âmbito do sector da construção, mais concretamente, em BIM.

Quais é que são as principais áreas de atuação da empresa e os serviços que disponibiliza?

A Engigeo está vocacionada para a elaboração de estudos, pareceres, projetos, revisão de projetos, assistência técnica, assessoria técnica à execução das obras e fiscalização de obras geotécnicas. Maioritariamente, temos tido participação em obras como a estabilização de taludes, estruturas de suporte e fundações especiais. Neste último ano, a Revisão de Projeto tomou uma parte importante da nossa atividade.

O engenheiro Pedro Chitas é Sócio-Gerente na Engigeo - Engenharia Geotécnica, Lda, uma empresa que já conta com quatro anos de existência. Durante a entrevista à Revista Business Portugal, falou sobre a forte aposta na formação dos colaboradores e sobre a relação de franqueza e abertura que a empresa mantém com os clientes.

Dada a constante evolução tecnológica e técnica neste ramo, quais as estratégias que implementam para se destacarem no mercado?

Como já referimos, a questão da formação é essencial. Para além desta, a participação na elaboração de projetos em mercados mais exigentes impôs-nos a necessidade de possuir ferramentas de cálculo mais poderosas do que as usadas correntemente no

56 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | ENGIGEO

mercado português. Um próximo passo passará pela integração de ferramentas em linguagem Python e pelo dimensionamento paramétrico, que são tendências incontornáveis no sector da Engenharia Geotécnica.

A excelência, a integridade, a entreajuda e a justiça são os vossos valores-chave. Como é que os colocam em prática e qual a relação que mantêm com o cliente?

A relação que mantemos com o cliente ou com qualquer outra entidade interessada no projeto é de franqueza e de abertura. Quando há difi culdades, devemos assumir as responsabilidades e comunicar eventuais más notícias, assim que ocorram. A nossa postura, no nosso entender, tem valido a pena. Tem havido um crescimento do número de contratos por cliente, o que acaba por ser a nossa melhor medida de satisfação com os serviços prestados.

Depois de quatro anos de percurso, quais é que são os planos para o futuro da empresa?

O futuro da Engigeo passa por crescer, em termos de recursos humanos. Como é sabido, há uma grande difi culdade, neste momento, em recrutar pessoas para este sector de atividade. É, nesta fase, o maior entrave ao crescimento do sector da Consultoria de Projeto, e nós não escapamos a este constrangimento. Sede:

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 57
ENGIGEO | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS
R. José dos Santos Pereira, 16, 5º dtº 1500-145 Lisboa Escritório: Praceta São Tomé, 11, 1º Esquerdo 2685-370 Prior Velho 210 948 823 geral@engigeo.pt www.engigeo.pt

SUSTENTABILIDADE, UMA OPORTUNIDADE PARA

PORTUGAL

A ressaca da pandemia, a instabilidade geopolítica e as crises energética e inflacionista não podem fazer abrandar os esforços mundiais para acudir à emergência climática. A degradação das condições de vida no planeta é evidente, provocando enormes custos humanos, sociais e económicos. Calcula-se que, até 2050, as alterações climáticas vão levar à perda de 4% do PIB mundial. Aliás, os eventos meteorológicos extremos causaram, nos últimos 40 anos, um prejuízo superior a 487 mil milhões de euros na União Europeia.

O bem-estar da humanidade e também o crescimento, a produtividade e a competitividade económica dependem fortemente da sustentabilidade ambiental. Isto significa que, para lá do dever ético de promover um desenvolvimento sustentável, há um claro interesse económico na descarbonização do planeta. Interesse, esse, que poderá ser game changer e impulsionar o investimento mundial no combate às alterações climáticas, na preservação dos recursos naturais e na promoção da biodiversidade.

O Governo português parece estar comprometido com a transição climática, tendo incluído no Plano de Recuperação e Resiliência um avultado investimento nesta área. Estão previstos cerca de 2,7 mil milhões para projetos de mobilidade sustentável, descarbonização, bioeconomia, energias renováveis e eficiência energética, sendo uma boa parte desta verba dirigida às PME. Também o novo quadro comunitário, Portugal 2030, trará mais investimento em duas prioridades ambientais: a diminuição da dependência energética e a adaptação dos territórios às alterações climáticas. Há, pois, um contexto favorável quer ao desenvolvimento sustentável da economia portuguesa, quer ao crescimento dos chamados “negócios verdes”. Cabe agora aos empresários responder ao desafio da transição climática, adaptando as suas PME aos princípios da economia circular ou lançando projetos empresariais que, a partir da inovação e da tecnologia, promovam a preservação e valorização de recursos naturais. Novas oportunidades de negócio vão surgir no crescente sector do ambiente, sobretudo em áreas decisivas para uma economia mais eficiente, como as energias renováveis, o tratamento e reciclagem de resíduos, a mobilidade sustentável, o mar, a biodiversidade ou as tecnologias verdes.

Perante a atual crise energética, Portugal deve aumentar o recurso às energias renováveis não poluentes, tirando partido das excelentes condições naturais para o desenvolvimento da energia solar, eólica, geotérmica, de biomassa e biogás, maremotriz e hídrica. Além disso, é fundamental investir na racionalização, a todos os níveis, do uso da energia, o que pressupõe o desenvolvimento e aplicação de tecnologias que promovam a eficiência energética nas empresas, nos organismos públicos e nos lares das famílias. A aceleração da transição energética na Europa pode, de resto, ser economicamente favorável a Portugal. Lembro, a propósito, que somos o quarto país da União Europeia que mais consome energia produzida por fontes renováveis. Em 2021, as energias renováveis abasteceram 59% do consumo de eletricidade do país, podendo este indicador chegar aos 80% já em 2025.

As energias renováveis são um fator crítico de crescimento, investimento, emprego, inovação e sustentabilidade. E o nosso país goza de uma situação geográfica e meteorológica que favorece a produção de energia renovável. Acresce que existe hoje, no tecido empresarial português e no nosso sistema científico e de inovação, massa crítica para o desenvolvimento de sistemas e tecnologias energéticas de vanguarda.

Em suma, a sustentabilidade é uma boa oportunidade económica para Portugal. O país deve apostar na economia sustentável, na ecologia industrial e nos “negócios verdes”, não só para cumprir as suas metas de redução das emissões de gases com efeito de estufa, mas também para criar mais valor económico e social.

ARTIGO DE OPINIÃO
Alexandre

Já viu por onde andamos?

Já viu por onde andamos?

Av. da Républica 2208 3ºdrt Cnt Frente

4430-190 - Vila Nova de Gaia

Tlf.223 700 510 Tlm.926 530 440

Tlf. geral: 223 754 806

Tlm. comercial: 937 839 575

E-mail geral: geral@revistabusinessportugal.pt

E-mail comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt www.revistabusinessportugal.pt

E-mail geral: geral@revistabusinessportugal.pt

E-mail comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt www.revistabusinessportugal.p t

98 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

O MARKETING DIGITAL EM 2023

“A pandemia acelerou a transformação digital e os negócios online” é uma frase muito expressada nos últimos três anos, mas que continua a fazer sentido na realidade de muitas empresas e negócios.

Se os nossos comportamentos enquanto indivíduos mudaram, surgiram novos hábitos de vida e de consumo e a perceção da vulnerabilidade humana ficou ainda mais presente nos últimos dois anos.

Cada vez mais, as organizações procuram os meios digitais na mesma medida que utilizam os meios tradicionais no que diz respeito à comunicação e às estratégias de captação e relacionamento com os seus públicos-alvo.

Sendo claro que existem diferenças entre o meio digital e os meios tradicionais, a verdade é que ambos também podem ser vistos como complemento um do outro.

A nível das decisões estratégicas no digital, estas possuem uma base tecnológica, ou seja, o atendimento ao cliente, a criação de experiências e emoções, a aparência e a comunicação são fatores críticos de sucesso para qualquer negócio, sendo que no meio digital deve haver um cuidado especial com a plataforma onde a ação se desenvolve, de forma a captar a atenção dos clientes, bem como despertar os seus desejos. Desta forma, importa que a tecnologia e as decisões estratégicas caminhem juntas.

A forma como o ambiente digital tem vindo a desenvolver-se tem afetado de forma significativa o modo como as empresas definem as suas ações, pois os produtos e serviços estão em constante alteração de acordo com as necessidades dos clientes, que são, cada vez mais, bem esclarecidos e exigentes.

Assim, as empresas devem entender que o conhecimento profundo do consumidor é uma vantagem competitiva num mundo cada vez mais digital, sendo necessário que se coloquem no lugar do consumidor, sintam, pensem e aprendam com ele, pois só desta forma conseguirão antecipar-se em relação às suas concorrentes.

Um mix digital equilibrado pode, no entanto, não ser o suficiente para que a empresa tenha sucesso no ambiente online Importa, pois, que a estratégia seja executável, sendo fundamental a existência de um mercado para o produto ou serviço. Paralelamente, a empresa deve ter a capacidade de fornecer o produto adequado à produção, ao design do produto ou serviço, ao processo de produção e à estratégia de marketing , ao processo de venda, à entrega e ao serviço pós-venda.

A Experiência de colaborador imersiva, em que a tecnologia não abordará apenas processos, mas como experiência de trabalhar numa empresa pertencer a essa empresa, a explosão da inteligência artificial e o aumento na procura de profissionais qualificados na área de Sales e Marketing são outros fatores que tornam esta área ainda mais apaixonante e desafiante para todos.

Não obstante, existem algumas tendências (ou a confirmação) para 2023:

• Criar conteúdo interativo e qualificado é uma excelente forma de criar audiência e reter visitantes aos nossos meios digitais;

• Respostas instantâneas – o uso de chatbots, whatsapp, messenger, entre outros, ajuda a encorajar os visitantes e potenciais clientes a interagir com a marca e na resolução rápida de dúvidas;

• As reviews, avaliações e críticas são cada vez mais importantes na gestão de um projeto de ecommerce. Funciona como prova social e validação da nossa marca, produto ou serviço. Seja através de um comentário ou com partilha de fotografia ou vídeo, é vital este tipo de funcionalidade na loja online

• Otimização do funil de vendas e de programas de fidelização: é mais fácil manter um cliente do que conquistar um novo.

• Dados de clientes; conhecer a nossa audiência é o ponto mais importante deste item. Permite enviar conteúdos e mensagens segmentadas, assim como, proporcionar experiências únicas. O quão surpreendente é enviar um email no aniversário de um cliente, imagine isto de forma regular com mais dados recolhidos. Não esquecer que os novos regulamentos de privacidade e proteção de dados estão a limitar ações com cookies para rastreamento de utilizadores online.

• Pesquisas por voz e textos, SEO e marketing de influência continuam a ser boas ferramentas sempre que sejam adequadas a cada negócio.

Votos de um feliz 2023!

60 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
DS MARKETING | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS
Daniel Sousa, Consultor DS Marketing

“COMÉRCIO DE PROXIMIDADE”

Na convenção da rede Aqui É Fresco, realizada em maio deste ano, faturaram 4,7 milhões de euros. Qual é o balanço que faz deste evento? O que representa, para vocês, atingir este recorde?

A convenção anual de maio deste ano e subordinada ao tema “Aqui queremos um Futuro + Sustentável”, pautou-se por uma adesão massiva de fornecedores, parceiros e aderentes, cuja faturação superou, largamente, os valores das últimas edições, pelo que, o balanço foi francamente positivo.

Acreditamos que este valor recorde foi uma consequência natural da boa organização, onde, à qualidade dos stands, produtos inovadores, oferta disponibilizada e preços especiais, se juntou o apoio inequívoco dos cash&carry que compõem a rede.

Após uma pausa forçada de dois anos, devido à pandemia, o regresso ao formato presencial, a par do sucesso deste reencontro, veio relembrar e reforçar, a força e pertinência desta rede de comércio independente em Portugal.

O conceito da vossa rede de supermercados passa por um “consumo de proximidade”. Em poucas palavras, o que é que isto significa? Explique o que faz desta, uma marca única no mercado e porque é que os consumidores a devem escolher.

São vários os fatores que fazem da nossa rede, uma marca única no mercado:

• A população, em Portugal, está a envelhecer, originando problemas de mobilidade. Estamos perto de casa, fazemos entregas ao domicílio num circuito mais próximo;

• Temos uma oferta de produtos adequada à respetiva clientela, em cada localidade, em cada rua e em cada bairro;

• Somos capazes de ser competitivos, por vezes com preços tão ou mais baratos que nas grandes superfícies, e contamos com o apoio dos cash&carry da rede Unimark;

• Numa altura em que os frescos e perecíveis estão a desenvolver-se a um ritmo significativo, somos a solução para apresentar uma oferta especializada de um grupo de produtores, transversais em todo o país;

• Resumidamente, trabalhamos em conjunto, para a rentabilidade de todos.

Considera que a digitalização é um dos maiores desafios que as empresas atravessam neste momento? De que forma é que as ferramentas tecnológicas podem aumentar o lucro dos supermercados, em geral, e da vossa rede, em particular?

Muito embora, o facto de sermos muitos, nos favoreça em vários aspetos, a nossa missão é também preparar todos os pontos de venda para mais este importante passo, pois a curva crescente de vendas online, já representa uma realidade, também no sector alimentar.

Já há algum tempo que temos vindo a trabalhar este tema, pelo que, o mais difícil está ultrapassado! Sensibilizar a classe de empresários do sector em relação à importância deste canal de vendas, a atualização dos softwares adequados e que contemplem a medição dos KPI’s mais adequados para podermos tomar as decisões de marketing mais acertadas, e, com a ajuda dos nossos

62 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
APOSTAS E DESAFIOS | AQUI É FRESCO
LIDERANÇA:
Carla Esteves, Diretora Executiva da Unimark e Sociedade Aqui é Fresco, em conversa, enumera os pilares para o futuro da rede. Carla Esteves, Diretora Executiva

fornecedores, a compilação das imagens de todas as referências que comercializamos.

O futuro aponta para um misto de canais, com vista à otimização do negócio. Com a evolução do comércio digital, a loja física vai ter de se reajustar.

Acreditamos estar em muito pouco tempo, com uma elevada percentagem de lojas a disponibilizar vendas online

Sabemos que estão, igualmente, atentos à questão da sustentabilidade. Nesse sentido, que tipo de medidas têm implementado? Tendo este tema em consideração, sente que os hábitos dos consumidores também estão a mudar?

A sustentabilidade é uma prioridade para nós. Por isso, temos estado a trabalhar para reduzir o impacto ambiental em toda a cadeia de valor, incentivando boas práticas dentro da empresa. Por exemplo, ao nível de consumíveis implementámos a eliminação do uso de plástico e reduzimos muito a utilização de papel. A reciclagem de plásticos, papel e cartão, vidro e de outros materiais é fundamental, mas não chega. E, por isso mesmo, temos defendido junto dos nossos associados a necessidade de adoção de medidas e comportamentos que ajudem as suas empresas na redução das emissões de CO₂, associadas aos processos logísticos.

Como é que olha para o futuro do retalho alimentar, tendo em conta a conjuntura económica que atravessamos atualmente com o aumento da inflação? Acredita que o preço dos produtos será, cada vez mais, um fator determinante para os consumidores?

O ano de 2023 adensará alguns graus de incerteza, não só devido à inflação, que nos alimentos está a ser quase o dobro da média nacional, como no aumento dos custos de energia que, para muitas empresas, triplicaram. Temos, pois, de reforçar os aspetos positivos que conseguimos durante o período da pandemia, em que um grande número de consumidores voltou a valorizar o comércio de proximidade e reforçar a aposta no desenvolvimento e afirmação da nossa marca própria UP.

Alguns estudos revelam que o volume das cestas de compras dos portugueses, é o menor dos últimos quatro anos, acreditamos, pois, que o preço está a ser determinante na escolha dos consumidores. Paralelamente, o crescimento continuo e acelerado das marcas de distribuição é demonstrativo da necessidade de controlar os gastos.

Em consequência, acreditamos que o mercado aponta, cada vez mais, para uma alteração no consumo e os associados têm de ter uma marca própria que responda a essas mesmas necessidades.

Por essa razão, em fevereiro de 2022, a Unimark assumiu a gestão da nossa marca própria UP, com o único propósito de prestar um melhor serviço aos nossos aderentes e associados, bem como, aos nossos fornecedores e parceiros de negócio.

Acreditamos, pois, que mais do que nunca, o comercio de proximidade irá alavancar e ajudar a promover a Marca Própria-UP, pois são ambos movidos pelos mesmos valores - Qualidade, Preço, Confiança, Segurança, Conveniência, Empatia e Proximidade - gostando de estar perto dos consumidores.

Contam já com 11 anos no mercado e mais de 700 lojas distribuídas por todo o país. O futuro passa por continuar este processo de expansão e garantir um atendimento personalizado e de qualidade aos vossos clientes?

O nosso futuro passa por quatro pilares, bem identificados e com os quais estamos altamente comprometidos:

• O Serviço de Excelência. Estamos focados no desenvolvimento e consolidação da nossa marca UP, do nosso Cartão de Fidelização AeF e na performance dos nossos folhetos quinzenais;

• Aumentar o número de lojas Aqui é Fresco com a nossa imagem corporativa para atingirmos uma maior notoriedade da rede;

• Digitalização. O novo normal, e perante consumidores cada vez mais exigentes, é importante incorporar a tecnologia no nosso dia a dia. As nossas redes sociais são exemplo disso e, por isso, estamos empenhados em manter a sua atualização diária com, por exemplo, receitas que ajudam todas as famílias portuguesas a poupar e inovar;

• E, por último, mas não menos importante, a Sustentabilidade. Acreditamos que as empresas têm um papel fundamental na construção de uma sociedade saudável e próspera, à qual se exige uma maior aposta no desenvolvimento sustentável a longo prazo.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 63
AQUI É FRESCO | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

A PROXIMIDADE COM O UTILIZADOR

plataforma

O KuantoKusta surgiu para colmatar uma falha existente, facilitando a pesquisa e a compra por parte dos seus usuários. Como avaliam, 17 anos depois, o impacto que esta ferramenta causou?

O balanço que fazemos é muito positivo. O nosso principal objetivo é trazer maior transparência para o processo de compra e potenciar a poupança dos consumidores, e os números mostram que estamos no bom caminho. Reconhecemos que o KuantoKusta foi impulsionador, continuando a ser, ainda hoje, uma das referências do e-commerce nacional. O comparador nasceu há 17 anos, quando trouxemos para Portugal um conceito que não existia e apostamos num mercado digital ainda muito incipiente. Tivemos um papel ativo no desenvolvimento do e-commerce e na sua curadoria. Ajudamos a formar, e continuamos a acompanhar, mais de 1300 lojistas para aquilo que são as boas práticas deste modelo de negócio. A entrada de uma nova loja no KuantoKusta é precedida por um processo de validação e qualificação, feito através de um acompanhamento personalizado da equipa do KuantoKusta. Para o utilizador, isto resulta numa maior garantia de qualidade e numa boa experiência de compra, fundamental para que se sintam seguros e confiantes ao comprar online

Para além da comparação de preços, também funcionam como um Marketplace. Para quem ainda não conhece este conceito, podem explicar-nos em que consiste?

O Marketplace KuantoKusta é a plataforma onde o utilizador

pode ver e comparar produtos de várias lojas diferentes. Para cada produto, há uma lista de lojas e as respetivas condições de preço, portes de envio e tempo de entrega. Além disso, a experiência de compra é totalmente feita dentro do ambiente KuantoKusta, com garantias para o comprador. A par da segurança e experiência aportadas pela marca, o usuário beneficia do serviço de apoio ao cliente antes, durante e após a compra. O nosso foco é simplificar o dia-a-dia dos utilizadores e ajudá-los a poupar tempo e dinheiro.

Atualmente, dispomos de mais de 1300 lojas, 16 áreas de negócio, e mais de 2 milhões de produtos, tudo isto numa única plataforma, em que os utilizadores podem comparar preços, clicar e comprar, sem perderem tempo. Os utilizadores do Marketplace KuantoKusta têm a garantia de que estão a fazer uma compra segura, num site seguro, já que o dinheiro só é debitado depois de a encomenda ser entregue, pelo que o cliente está sempre salvaguardado. Têm também várias modalidades de pagamento, de acordo com as preferências, e ainda podem optar pela modalidade de financiamento, dependendo dos equipamentos que estão a ser adquiridos. Soma-se um apoio constante ao longo de toda a jornada de compra. A nossa equipa de atendimento é muito focada no cliente e em ouvir as suas questões para lhes dar a melhor, mais rápida e satisfatória resposta. Ao terem esta proximidade com o utilizador, eles fazem a diferença na experiência de compra em Marketplace KuantoKusta.

64 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Paulo Pimenta, CEO do comparador de preços e Marketplace KuantoKusta, demonstra como a tem sido uma aliada dos consumidores no processo de decisão de compra e como a comparação é indispensável para aumentar a poupança.
LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | KUANTOKUSTA
Paulo Pimenta, Co-Fundador e CEO

Tendo por base a vossa experiência, qual é o atual perfil dos consumidores e as suas maiores preocupações na hora de escolher um produto?

Há duas preocupações que são notórias para os consumidores, independente do perfil: escolher bem e comprar bem. Ou seja, os consumidores não estão apenas preocupados com o produto mais barato. Querem saber mais sobre as características dos produtos e escolher o que melhor cumpre a função para responder às suas necessidades. Depois deste passo, olham para o preço e procuram a melhor opção em termos de preço e/ou prazos de entrega. O KuantoKusta é um aliado neste processo e tem ganho cada vez mais relevância para o consumidor precisamente por responder a todas estas questões, de forma simples, rápida e fidedigna, seja através do site, seja através do blogue.

Quanto ao perfil dos que procuram uma resposta no KuantoKusta, em 2022 constatamos que houve um aumento de visitas por parte dos mais jovens e um abrandamento das pesquisas por parte dos mais velhos - ao contrário do que se passou durante a pandemia - o que é também um indicativo do regresso ao offline por parte dos consumidores que estavam mais habituados ao comércio tradicional. A faixa etária mais jovem, entre os 18 e os 24 anos, passa mais tempo e visita mais páginas no site do KuantoKusta, mas é na faixa entre os 35 e os 44 anos que se encontram os consumidores com o valor mais alto de carrinho de compras.

Estão, constantemente, à procura de inovar e novos desafios. Acreditam que estes “pequenos passos” fazem com que o KuantoKusta seja uma ferramenta importante na hora de comprar um produto?

Acompanhamos o que de melhor se faz no mercado digital e a transformação e melhoria constantes faz parte do nosso ADN. Para isto acontecer, introduzimos continuamente novas funcionalidades, novas áreas de negócio, assim como novas verticais que respondem

à nossa missão de contribuir para uma poupança dos consumidores, seja em dinheiro, seja em tempo. Por exemplo, ferramentas como a página de melhores preços, que mostra a percentagem de descida do preço em relação ao preço médio dos últimos 30 dias, o histórico de preço, que permite analisar a evolução dos preços ao longo de um determinado período ou mesmo o alerta de preço, onde o utilizador define o valor que está disposto a gastar em determinado produto e é notificado quando esse valor é atingido são três funcionalidades que o consumidor tem à disposição para garantir que está a fazer uma compra acertada.

Para terminar, quais são as perspetivas para 2023? Que novidades estão por vir?

Para 2023, as expectativas estão alinhadas com a realidade do mercado. Será um ano de desafios que terão um impacto direto na vida dos consumidores e no seu rendimento. Aquilo que temos em desenvolvimento são verticais de negócio que permitirão aumentar a nossa proposta de valor junto do consumidor, ao mesmo tempo colmatar necessidades que prevemos tornarem-se cada vez mais presentes ao longo do próximo ano. Por exemplo, acabamos de firmar um acordo para disponibilizar um serviço de subscrição de seguros que permite aos utilizadores KuantoKusta salvaguardar os bens adquiridos no nosso Marketplace

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 65
Nem a sogra fica de fora! Clica. Compara. Compra.

“ SER SUSTENTÁVEL NÃO É APENAS UMA TENDÊNCIA, MAS SIM UMA NECESSIDADE E UMA PREMISSA

A proximidade, a qualidade e a confiança são os três pilares em que assenta o modelo de trabalho da Jordilis. Em entrevista, Luís Carvalho (CEO), apresenta as novidades da marca para 2023.

lógicas. Após uma análise cuidada da visão que tínhamos para o futuro da Jordilis, no início de 2021 terminamos completamente a produção de sintéticos, o que implicou a perda de alguns clientes importantes. Era crucial tomar esta decisão. Atualmente, apenas produzimos soluções ecológicas em papel e a grande maioria dos nossos papéis são 100% reciclados e/ou recicláveis. Sempre acreditamos que os materiais ecológicos seriam o futuro e nunca desistimos de os promover junto dos nossos clientes.

Esta nossa premissa não acrescenta apenas valor ao mercado das embalagens, como também a todos os seres humanos e a todo o planeta. Ser solidário com o planeta é ser solidário com todas as gerações futuras.

Que tipo de produtos e soluções disponibilizam aos clientes? Podemos afirmar que a proximidade, a qualidade e a confiança são os três pilares fundamentais do vosso modelo de trabalho?

Desenvolvemos soluções para qualquer tipo de indústrias, desde vinícola, alimentar ou cerâmica até soluções para e-commerce

No decorrer dos últimos anos, o nosso foco tem sido a indústria vinícola, contudo, é bastante interessante ver a adaptação do nosso produto SLIVV® a outras aplicações como a indústria automóvel, metalúrgica, cosmética, entre outras. A descoberta de aplicações tão distintas só é possível trabalhando com proximidade, integridade e confiança de ambas as partes. Para manter esta relação é necessário entregar um produto com qualidade, preço competitivo e compromisso. Com mais de três décadas no mercado, contamos com vários parceiros que confiam em nós. Conhecemos o mercado e tentamos responder e adaptar às necessidades de todos os parceiros de forma a mantermos os padrões de qualidade e de excelência que estes nos exigem.

A Jordilis é uma empresa especializada no fabrico de protetores anti-choque em papéis ondulados. Numa altura em que esta vertente humana e ecológica é cada vez mais importante, considera que a vossa empresa vem, realmente, acrescentar valor ao mercado e contribuir para a sustentabilidade futura?

Ser sustentável não é apenas uma tendência, mas sim uma necessidade e uma premissa para a realização de mais e melhores negócios. Uma empresa da nossa área que não seja sustentável dificilmente consegue entrar em mercados altamente regulados e exigentes, e são esses mesmos mercados que nos permitem crescer. No passado, comercializávamos, maioritariamente, produtos à base de polietileno dado que os nossos clientes assim o exigiam, considerando o fator preço em detrimento das alternativas eco-

Segundo a Scoring, a Jordilis integra o Top 5% Melhores PME de Portugal. Este reconhecimento, para além de ser motivo de orgulho para todos vós, é também uma responsabilidade acrescida no sentido de continuarem a fazer um bom trabalho?

Ser Top 5% PME de Portugal foi motivo de grande orgulho para toda a equipa. Esta certificação é resultado da dedicação e trabalho diário, mas acima de tudo de aprendizagem contínua. Foi necessário questionar muitas ideias pré-estabelecidas, mas também os processos que estavam implementados nos vários departamentos.

Este reconhecimento deriva da aplicação de soluções inovadoras, o que fez de nós o maior produtor mundial de SLIVV®, tendo uma capacidade anual aproximada de 70M de unidades. Ser das melhores PME de Portugal, é honrar uma história que já vem longa. Queremos continuar a crescer e a melhorar, dando o nosso melhor diariamente.

66 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Luís Carvalho, CEO
LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | JORDILIS

Relativamente ao futuro, pretendem continuar a desenvolver produtos versáteis, que se possam aplicar a várias situações e que sejam verdadeiramente “amigos do ambiente”? Para 2023, o que podemos, afinal, esperar da marca?

Para 2023, a nossa estratégia passa pelo desenvolvimento de novos produtos, pela introdução dos que produzimos em novos sectores de atividade, pelo alargamento dos mercados em que estamos inseridos e pela exploração dos que entramos recentemente. Na SLIVV® iremos apresentar um novo catálogo recheado de exemplos de novas aplicações. Com o crescimento do e-commerce , serão lançadas novas soluções de envio e de proteção de produtos, como o ECO Envelope que elimina o envelope de plástico de bolha e garante ainda mais proteção. Possuímos também novos protótipos em desenvolvimento que irão ser apresentados muito em breve, e obviamente eco-friendly . Dentro de portas, comprometemo-nos a manter a equipa unida e a formar os nossos colaboradores, para que sejam cada vez mais efi cientes e efi cazes no desempenho das suas funções.

geral@jordilis.pt www.jordilis.pt

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 67 JORDILIS | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS
Equipa da Jordilis

QUALIDADE, CONFIANÇA E CREDIBILIDADE

Com 31 anos de atividade, a Simões & Guerreiro começou com pequenos trabalhos, mas rapidamente começou a desenvolver obras de maior dimensão, uma vez que conseguiu conquistar a confiança dos seus clientes. Tem sido essa confiança e a continuada fidelidade dos clientes que tem feito crescer o negócio, a par da qualidade do trabalho, como conta Sócio-Gerente, Sérgio Simões.

Conte como é que surgiu o projeto da Simões & Guerreiro e explique o tipo de serviços que são disponibilizados ao cliente.

A nossa empresa surgiu no mercado da construção, no ano de 1991, tendo iniciado a atividade o meu pai, o qual estava já há cerca de dez anos inserido no ramo da construção, a trabalhar para outras empresas, e juntando a sua experiência. Ao ver que havia em falta no mercado uma empresa mais direcionada aos clientes particulares e com especial atenção aos detalhes, decidiu avançar. A nossa empresa está mais focada em restauros de interiores e exteriores de prédios, lojas e moradias, atuando em todas as áreas que englobam o restauro.

Quais os valores da empresa e da equipa que a compõe? Que fatores a diferenciam das restantes inseridas neste mercado?

A Simões & Guerreiro, atualmente, é composta por 11 funcionários, sendo que temos quando necessário um arquiteto e um engenheiro a acompanhar-nos. O que tentamos sempre transmitir aos nossos funcionários, para consequentemente chegar aos nossos clientes, é a atenção a todos os pormenores, para conseguirmos atingir a confiança dos mesmos. Os fatores que nos diferenciam de outras empresas, é praticamente toda a nossa equipa ser composta por colaboradores que já estão na empresa em média cerca de dez anos, o que nos faz dar total garantia na nossa maneira de trabalhar e transmitir segurança aos clientes.

Acreditam que é a confiança e fidelidade dos clientes que contribui para o crescimento da Simões & Guerreiro. Que tipo de atendimento prestam ao cliente e de que forma estreitam a relação com o mesmo?

Temos total certeza quanto a essa questão, pois olhando para as nossas obras durante todo o ano, cerca de 70% vêm de clientes que já nos escolheram para os respetivos trabalhos e voltam passados cinco, dez e até 20 anos depois de nos contactar, mas também acabam por nos recomendar a outros clientes. Tudo isso tem a ver com a confiança que transmitimos e a resposta dos nossos clientes é a fidelidade dos mesmos. Tentamos ser o mais diretos possível, ouvimos o que o cliente pretende e esforçamo-nos, dentro das possibilidades de cada trabalho, para concluí-lo da forma que o cliente pretendia ou ainda melhor.

Uma grande parte das obras realizadas pela empresa estão localizadas nas zonas de Lisboa e, mais recentemente, no Algarve. Pretendam expandir a área de negócio para outras regiões do território português, nomeadamente no Norte? Do vosso portfólio, gostariam de destacar algum projeto realizado?

Sim, o nosso foco principal é o distrito de Lisboa, sendo como disse e bem, termos expandido para o Algarve. Atualmente, e de futuro, a nossa perspetiva é continuarmos focados em Lisboa, mas sem nunca fechar a porta à possibilidade de expansão a qualquer outra parte do país.

Relativamente ao futuro, quais é que são as expectativas para a empresa e que planos têm em mente?

As nossas expetativas para o futuro passam por conseguir manter a nossa estabilidade no mercado, sendo o próximo ano uma incógnita devido à fase que o mundo está a atravessar, mas pretendemos dentro de três a quatro anos, conseguirmos crescer aos poucos, enquanto empresa, a nível de funcionários e, também, a nível dos nossos trabalhos, ou seja, apostar noutro segmento, mas de momento não poderemos desvendar mais.

68 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
R. Afonso I Vivenda Sérgio Filipe - Camarões 2715-437 Almargem do Bispo - Sintra 219 818 300 914 399 642 simoeseguerreiro@sapo.pt www.simoeseguerreiro.pt LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | SIMÕES & GUERREIRO

No futuro, os irmãos gémeos que, atualmente, se encontram à frente do negócio, André e Ricardo Barros, esperam, juntamente com a sua equipa, fazer da Omega Palletes uma referência no mercado da produção e reparação de paletes de madeira.

A Omega Pallets é uma fábrica de paletes de madeira, criada por dois irmãos gémeos. Conte-nos um pouco sobre a história da empresa e do seu percurso.

A Omega Pallets surgiu quase de uma conversa coloquial entre tio e sobrinhos. Como o André já trabalhava no ramo há alguns anos, rapidamente percebeu que as embalagens de madeira teriam sempre um lugar nas cadeias de distribuição. Então convenceu o tio a investir e o irmão (Ricardo) a gerir um negócio que já teria

identificado em Aguim. A empresa foi então adquirida a 100% e todos os antigos colaboradores foram empregados. Os gémeos reconheceram a qualidade dos trabalhadores, que simplesmente precisavam de uma visão comum que os motivasse.

Explique os serviços e soluções que disponibilizam aos clientes, bem como o atendimento que prestam.

Consideramos que prestamos mais um serviço do que a própria venda de produtos, pois rara é a mesma palete que sai para clientes distintos. Cada palete produzida tem um propósito específico e nós procuramos dar essa solução aos nossos clientes. A reparação de paletes, cavaletes e caixotes é, também, um serviço muito requisitado e pouco explorado, pelo que é algo que incluímos nos nossos serviços.

A equipa da Omega Pallets destaca-se pelo rigor, experiência e organização na linha de montagem de paletes de madeira. São estas características que fazem com que a empresa se destaque neste mercado? O que vos diferencia das restantes?

Não fabricamos paletes, mas sim relações. De nada nos vale ter o melhor produto se não reconhecermos a qualidade dos nossos clientes e fornecedores. Por isso, o nosso foco é prestar o melhor serviço possível, desde o primeiro contacto à entrega das encomendas.

Acompanhar devidamente o cliente em todas as fases da relação comercial é algo muito nosso. O processo começa sempre por uma análise das necessidades do cliente e depois sim apresentamos as soluções que melhor satisfazem essas necessidades.

Comprometemo-nos sempre a entregar o melhor produto e aplicamos esse foco em cada tábua, cada prego, cada palete.

Relativamente ao futuro, que planos tem em mente para a Omega Pallets? E quais as expectativas?

Aumentar o volume de negócio, obviamente. Consideramos que o primeiro objetivo foi alcançado: arrumamos a nossa casa e demos condições de trabalho dignas para que os nossos colaboradores possam fazer o melhor trabalho possível.

As próximas metas visam a expansão do espaço físico, implementação de economia circular, certificação EPAL e, por conseguinte, ser referência do mercado na produção e reparação de paletes de madeira.

70 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | OMEGA PALLETES
Rua da Salgueira 28, Vila Franca 3780-623 Aguim 231 504 047 910 926 893 geral@omegapaletes.com www.omegapaletes.com
FABRICAMOS
“NÃO
PALETES, MAS SIM RELAÇÕES”
André e Ricardo Barros, Gerentes

UMA CASA PORTUGUESA COM CERTEZA

José Manuel Barros abriu as portas do seu restaurante, O Lagar de Valinhas, e recebeu-nos de braços abertos. No decorrer da entrevista, identificou alguns dos pratos que fazem mais furor junto dos clientes e garantiu que, nesta casa, a qualidade dos produtos e o serviço de excelência, são prioridade.

Quem já teve a oportunidade de entrar no restaurante O Lagar de Valinhas, em Ponte de Lima, não pôde deixar de reparar que se trata de uma casa tradicional que nos recebe quase como se fôssemos da família. Se o ambiente é bom, os pratos são de “comer e chorar por mais”. A especialidade da casa é o bacalhau, sendo que o ex-líbris é o Bacalhau à Outono que, tal como nos explica o entrevistado, “é assado no forno sobre uma cama de alho, azeite e cebolas”. Além disso, é acompanhado por grão-de-bico, batata à murro e castanhas, o que justifica a origem do nome.

Existem outras opções como o Bacalhau Confitado com Broa, grelos e batata a murro; o Bacalhau à Chefe, frito, acompanhado com puré e coberto de maionese (uma recriação do Bacalhau à Zé do Pipo com uma maionese especial); e o Bacalhau à Narcisa. Ainda na categoria dos peixes, o polvo é, igualmente, bastante requisitado pelos clientes. Já para os amantes da carne, José destaca o Bife da Vazia e o Lombelo. Para além de todos os pratos serem servidos em doses generosas, o proprietário considera que a sua casa tem uma excelente relação qualidade-preço.

Relação com o cliente

Os clientes habituais são as famílias da região. No entanto, para os peregrinos do Caminho de Santiago, este é um ponto de passagem obrigatório, pois localiza-se a 100 metros do seu percurso.

Do ponto de vista de José Manuel Barros, a clientela, para além de ser, cada vez mais exigente, é também mais informada e conhecedora daquilo que são os bons produtos e as melhores formas de os confecionar. Por isso, neste restaurante, a qualidade dos produtos e o serviço de excelência são a prioridade.

Com capacidade para 70 lugares, o proprietário mostra-se recetivo à realização de eventos e já fizeram, inclusive, alguns batizados, casamentos, comunhões, bodas de ouro, festas de aniversário, jantares de natal, convívios, entre outros. José aproveita para deixar uma mensagem de boas festas à sua equipa, a todos os seus clientes, bem como familiares e amigos, desejando umas Boas Festas e um próspero Ano Novo.

A trajetória

Com o restaurante aberto desde 2018, José afirma que este tem sido um percurso bastante positivo e em crescente, tendo em conta que têm angariado progressivamente mais clientes. Aliás, a afluência é tal que, aos fins-de-semana, O Lagar de Valinhas funciona apenas através de reserva.

O entrevistado salienta, ainda, que têm “tentado acompanhar a evolução do mercado, dando uma resposta muito capaz”. Embora, olhando para os tempos difíceis que o sector já enfrentou, aquando da pandemia e para o período de crise que atravessa atualmente, face à inflação, seja preciso “ter muita cautela”.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 71
LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | O LAGAR DE VALINHAS
R. da Ponte Nova 140 4990-832 Vitorino dos Piães Ponte de Lima 966 505 605 restaurantolagar@gmail.com

RESTAURANTE QOSQO: VIEMOS CONHECER A GASTRONOMIA E A CULTURA PERUANA

O restaurante QOSQO já existe há nove anos, em Portugal. Talvez o leitor nunca tenha ouvido falar, mas é um sucesso. Regularmente, organiza eventos gastronómicos com vários chefs peruanos conceituados. Desta vez, o convidado foi o Chef Roberto Sihuay, que preparou um jantar de degustação, com seis pratos, nos dias 24 e 25 de novembro 2022. Dois jantares completamente cheios e com personalidades de várias áreas da sociedade portuguesa como ministros, artistas, cantores, políticos e embaixadas diversas.

preparados com peixe fresco e do dia. Bastante ricos em Ómega 3, são acompanhados de batata-doce, choclo, lima, cebola roxa e leite de tigre.

Com a influência Japonesa no Peru vieram os Tiraditos, são fatias finas de peixe fresco coberto com um molho suave peruano. “Uma variação de Sashimi”. Sem nos esquecermos das CAUSAS, pratos típicos peruanos com base de Puré de Batatas ou os Tequeños recheados com frango e queijo especial.

O QOSQO é o restaurante de comida peruana mais antigo em Portugal, com nove anos de existência. Fica localizado em Lisboa, numa das artérias gastronómicas da cidade, a Rua dos Bacalhoeiros, no Campo das Cebolas, um bom exemplo das viagens que pode fazer pelo mundo, através da gastronomia. Nesta rua, também conhecida como “rua azul”, está situado o QOSQO. Este é o restaurante peruano mais tradicional, sendo visitado, diariamente, por dezenas de portugueses e pela pequena comunidade peruana em Lisboa, que enchem as salas interiores e a esplanada. O espaço foi renovado no início deste ano, proporcionando um ambiente mais confortável e, notoriamente, mais colorido e alegre.

No que diz respeito à carta, a variedade é a rainha da mesa. Começando pelas empanadas, as pequenas delícias de massa tenra e estaladiça, um dos exemplos é a empanada de queijo e cebola caramelizada. Já os ceviches apresentam várias opções, como o Ceviche de Salmão, Ceviche de Atum, Ceviche Clássico e o Ceviche Ají Amarillo, sempre

Os pratos de carne são também dos mais solicitados no restaurante QOSQO, especialmente o Lomo Saltado, com pedaços de lombo de novilho (filet mignon), salteados com vegetais, flambeados com pisco e acompanhados de arroz branco ou batatas fritas caseiras. Um outro prato que não pode deixar de provar é o Ají de Galinha, uma deliciosa galinha do campo desfiada em pasta de pimento amarelo peruano com nozes. Mas no QOSQO também existem opções vegetarianas, até porque a comida peruana é considerada uma das mais saudáveis do Mundo e muito rica em vegetais e, consequentemente, em iguarias com imenso sabor, nas quais os ingredientes verdes assumem o papel de protagonista. Uma delas é a Chaufa de Vegetales, um prato de arroz asiático, salteado com vários tipos de vegetais, cogumelos e um molho especial.

Naturalmente, os maravilhosos pratos do restaurante juntam-se, numa perfeita harmonia, com os vários cocktails da casa, como é o caso do famoso Pisco Sour, a bebida típica do Peru, que conta com três versões: o original, o de manga e maracujá, e, o de frutos vermelhos. O Pisco é a única aguardente vínica que deve ser usada em cocktails, tendo em conta que não se sente o cheiro.

O restaurante QOSQO tem, também, o hábito de organizar eventos temáticos com chefs peruanos conceituados. O mais

72 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | QOSQO
Carlos Molinari, Embaixador do Perú, com Roberto Sihuay, Chef e Consultor Gastronómico do QOSQO

recente decorreu nos dias 24 e 25 de novembro, um jantar único, de degustação, preparado pelo Chef Roberto Sihuay. Este é um dos melhores chefs peruanos a trabalhar na Europa, e é também Chef do Restaurante Lima London, em Londres, Inglaterra e do Restaurante Ibiza Canalla, em Ibiza, Espanha. O menu foi composto por seis pratos e o Chef teve a oportunidade de falar com os clientes acerca da gastronomia peruana contemporânea, a cultura do país e a sua influência na gastronomia saudável, sendo que esta é considerada uma das mais saudáveis do mundo. As várias influências asiáticas fazem da gastronomia peruana uma autêntica fusão, com aromas e sabores que permitem perdurar ótimas sensações nas nossas papilas gustativas.

O Chef Roberto Sihuay teve contacto com a cozinha, desde muito novo, por influência dos seus pais. Ao longo dos anos, foi aprimorando as suas técnicas culinárias, até que se aventurou por terras europeias. Atualmente, com grande reconhecimento e uma Estrela Michelin, no Lima London, situado, precisamente, em Londres, Inglaterra.

Em entrevista, falou-nos sobre a diversidade de pratos que foram servidos no jantar de degustação, no QOSQO, e sobre o feedback que foi recebendo dos clientes, durante os dois dias da experiência. “Senti que os clientes gostaram do jantar, dos pratos que provaram, e aproveitavam para colocar questões sobre a história da comida e da cultura peruana”, afirmou o Chef Roberto Sihuay.

Roberto acrescentou, ainda, que “grande parte dos visitantes do restaurante, nestes dias, eram pessoas que já frequentam o QOSQO, e têm interesse por esta cultura, ou porque já tinham passado férias no Peru, ou porque já viveram lá, ou porque, simplesmente, gostam da comida e querem descobrir o que está por trás da mesma”.

O Chef peruano confessou que já tinha visitado Portugal e revelou até alguns dos pratos da gastronomia portuguesa de que mais gosta. Entre eles, está o bacalhau e as lapas, bastante conceituados neste país. O Chef Roberto considera que a oferta gastronómica em Portugal é bastante ampla e variada, apresentando muitos pratos “caseiros”, que “aquecem o coração”. As pessoas também deixaram uma boa impressão em ao Chef Roberto Sihuay, que afirma que “se respira bom ambiente em Portugal” e que os portugueses são “super amáveis e agradáveis”.

O Chef contou que há planos para abrir um novo restaurante peruano, também em Portugal, em parceria com o Restaurante QOSQO, para dar a conhecer, ainda mais, a gastronomia do Peru. “Creio que há muito espaço, neste país, para apostar na comida peruana, e é isso que pensamos fazer. Abriremos a pensar em oferecer algo novo da gastronomia peruana aos portugueses e quem sabe almejar alcançar algo mais em reconhecimento”, concluiu Chef Roberto Sihuay.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 73
QOSQO | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

“UM HOMEM, UM SONHO. UMA EQUIPA, UMA REALIDADE.”

dar asas aos seus sonhos e contruir o

apenas 19 anos, abraça os constantes desafios, sempre com confiança e com a certeza do que quer, por isso, hoje, lidera uma equipa coesa e dinâmica que tem permitido um crescimento assinalável. O passo seguinte passa pelo franchising das suas marcas e a expansão da esfera de influência, a nível nacional e internacional.

Falamos de um negócio que foi passando de geração em geração, tendo em conta que o seu avô e o seu pai (António e Luís Amorim, respetivamente) estiveram ligados à restauração. Foram eles que incutiram em si o gosto por esta área e o desejo de vingar na mesma?

Sim, sem dúvida alguma. São ambos self-made man, empresários e empreendedores de sucesso, o que me ajudou e contribuiu para um maior enriquecimento intelectual.

Como é que surge o My Guia? Em que é que consiste este projeto e a que se deve a escolha desta região para estabelecer o negócio?

O meu avô já era empresário da restauração, desde 1972, em Lisboa, e a empresa My Guia surgiu em 1997, quando o meu pai, ainda um jovem de 22 anos, decidiu sair da sua zona de conforto para Ponte de Lima, terra natal dos meus avós, em busca da criação do seu próprio império, na área da restauração.

Relativamente aos pratos, tudo é confecionado por vocês? Se pudesse recomendar algum, qual é que seria?

Sim, tudo é confecionado nos nossos restaurantes. Tendo em conta o portfólio de produtos que a empresa apresenta (fast food, cozinha tradicional, marisqueira, entre outros) recomendaria para um grupo de amigos, a Parrilhada Terra e Mar.

Sabemos que também têm disponíveis os serviços de entrega ao domicílio e take-away. Que locais é que abrangem?

Neste momento, estes serviços abrangem Ponte de Lima e Amadora. Brevemente, iremos proceder ao franchising das nossas marcas e expandiremos a área abrangente a nível nacional e internacional.

Tendo em conta que os colaboradores são o cartão-de-visita do seu negócio, como é que descreveria a sua equipa?

Uma equipa que adora superar desafios e em permanente estado de evolução. Agradeço a todos os nossos colaboradores pela honestidade e capacidade de resiliência. Um especial agradecimento a Márcio Miguel Barros, Daniela Dias Rocha e à nossa Diretora, Sandrina Barros Esteves. “Um homem, um sonho. Uma equipa, uma realidade”.

A sua jovialidade vem mostrar uma nova perspetiva ao negócio? Que projetos tem em mente para o futuro do mesmo?

Realmente, sim. Pertencendo a uma geração mais digital, enveredamos por uma nova vertente, mais tecnológica, devido aos novos hábitos de consumo, procedendo à criação de vários restaurantes online. Brevemente, vamos transformar esses restaurantes em marcas de franchising.

Aproveitando o desenvolvimento das novas tecnologias, estamos

74 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS | MY GUIA
Vasco Amorim, CEO da MY Guia, representa a terceira geração de uma família de empreededores, que ousaram seu próprio negócio na área da restauração. Com Daniela Dias Rocha, Márcio Miguel Barros, Sandrina Barros Esteves e Vasco Amorim

a desenvolver um conceito MFS (Multi Franchising System) que nos permite, numa única cozinha, abranger vários restaurantes (online). Este processo será gerido através de uma holding, que controlará todas as empresas do grupo.

Para o futuro, como regra geral, prevejo continuar o crescimento orgânico, mantendo sempre o nível de endividamento inferior a 5% do património da empresa, adquirindo investimentos imobiliários na área habitacional e empresarial, especialmente no sector da restauração e da hotelaria. Em relação à minha jovialidade (19 anos), não há que ter medo, há que ter confiança.

momento, estes serviços abrangem Ponte de Lima e Amadora. Brevemente, iremos proceder ao franchising das nossas marcas e expandiremos a área abrangente a nível nacional e internacional”

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 75 MY GUIA | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS
“Neste
Cátia Amorim com uma Parrilhada de Marisco Royal Vasco Amorim com o avô António Cerqueira Amorim Vasco Amorim, CEO e Luís Amorim

O SABOR E A DEDICAÇÃO SÃO A CHAVE PARA O SUCESSO

A Casa do Pão de Ló existe há quase dois anos e já é um sucesso. Localiza-se na Trofa, mas vêm pessoas de várias zonas do país, provar o excelente pão de ló húmido, produzido por Miguel Campos, o proprietário.

Desde o conceito ao sabor, se há algo que não falta no pão de ló húmido da Casa do Pão de Ló, em Alvarelhos, é a identidade. O negócio foi criado em 2021, numa altura em que as pessoas ainda se mantinham confinadas, a propósito da pandemia. Miguel Campos, proprietário da Casa do Pão de Ló, tem 33 anos e é natural de Cabeceiras de Basto. Esteve, desde muito novo, ligado à área da hotelaria e, apesar de se ter licenciado em Informática de Gestão Empresarial e Sistemas de Informação, aquilo que sempre o fascinou foi o pão de ló húmido, que passou a produzir por ser uma sobremesa que adorava. Segundo conta o próprio, foi “exatamente no dia 4 de março de 2021”, na fase em que a população estava, pela segunda vez em isolamento, que surgiu uma enorme vontade de comer pão de ló húmido. Nessa noite, Miguel colocou, literalmente, as mãos na massa, e fez um pão de ló para a família. O feedback não poderia ter sido mais positivo, o que foi o mote para a fundação da Casa do Pão de Ló. Pouco tempo depois, criou a sua marca, desde raiz, passando pela elaboração do logótipo e do registo nas redes sociais, por exemplo. Um dos aspetos que considerou mais importante implementar na sua marca, foi o conceito. Este foi desenvolvido através da criação da caixa, em forma de “casinha”, pensada com o propósito de partilhar o pão de ló com os outros. “As pessoas podem ir jantar a casa de um amigo ou da família e levarem a caixa, que não é a caixa típica de um pão de ló, parece um presente, e destaca-se”, esclarece Miguel Campos.

Em três dias, após a criação do negócio, vendeu quase 200 pães de ló, o que foi algo “surreal”. Ao longo do tempo, foi evoluindo e os clientes

foram partilhando, nomeadamente através das redes sociais, as suas opiniões sobre o produto, o que, naturalmente, ajudou a promovê-lo.

Miguel Campos conta que, no seio da sua família, teve uma grande ajuda, por parte da sua sogra, que foi a sua “aliada”, desde o início. “Nós temos o nosso grupo restrito de produção. Ao confecionar o pão de ló, garantimos que este sai sempre com a mesma textura e cremosidade, mesmo não sendo industrializado porque, geralmente, quem produz pão de ló húmido, nunca consegue manter o mesmo ponto de cozedura e, neste caso, nós conseguimos sempre esse feito”, afirma o proprietário. Este explica que prefere não industrializar a sua produção de pão de ló, tendo criado uma metodologia própria, o que garante ao seu produto sabores e características que o diferem dos restantes no mercado. Na Casa do Pão de Ló, a produção não é feita com conservantes e os pães de ló não são congelados. “As pessoas fazem as encomendas, nós produzimos naquele momento e entregámos quentes, à hora que o cliente quiser”, conta Miguel. Há semanas em que chega a produzir cerca de 1 000 pães de ló, algo que garante ser possível sem a industrialização, mas “é preciso muita dedicação e passar muitas horas acordado”, um “sacrifício” que não custa tanto quando “gostamos do que fazemos”. Para além da qualidade do produto, uma questão muito importante para Miguel é o atendimento ao cliente e a atenção para com o mesmo. “Eu preocupo-me realmente com os meus clientes, e não houve um único que tenha reclamado”, garante. Para Miguel, a sua passagem pelo Seminário, na Nossa Senhora da Conceição, em Braga, acabou por moldar a sua personalidade, garantindo-lhe a capacidade para lidar com as pessoas, o que é uma mais-valia neste ramo. Relativamente ao futuro, os planos passam por continuar a expandir o negócio que, para além das vendas a clientes particulares, também fornece pães de ló para supermercados locais e alguns restaurantes. Paralelamente, o objetivo é criar um legado e garantir que este continua a ser um negócio de família, que passará de geração em geração.

76 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
www.facebook.com/casadopaodelo @casa_do_paodelo
Miguel Campos, proprietário

PREMYER: A NOVA MARCA DE PUDINS PROTEICOS DA MIXPRICE

A Mixprice foi fundada em 2009 e, ao longo dos anos, foi-se tornando numa marca de referência de qualidade e inovação no mercado alimentar, em Portugal. Recentemente, lançaram a Premyer, a nova marca de pudins proteicos.

A Mixprice está no mercado há 13 anos. Como é que caracteriza o percurso da empresa, ao longo da última década? De que forma cumprem a missão de continuar a fornecer aos clientes produtos inovadores e de alta qualidade?

A Mixprice, Lda foi fundada em junho de 2009, fruto da determinação e entusiasmo de dois profissionais que acumulam, à data de hoje, mais de 30 anos de experiência no mercado da alimentação. Dedicamo-nos ao comércio por grosso de produtos alimentares, trabalhando desde a distribuição moderna a armazéns e Cash & Carry por todo o país. O percurso da empresa tem sido muito desafiante, perante um mercado cada vez mais exigente, o que nos leva a apostar no desenvolvimento e valorização da nossa equipa de trabalho. Além disso, promovemos uma comunicação transparente e responsável, tendo como principal missão a total satisfação dos nossos clientes, criando, com eles relações de confiança nas nossas marcas e nas marcas que comercializamos. Mantemos um permanente compromisso com a qualidade dos produtos que comercializamos, que nos comprometemos a preservar. Acompanhamos as tendências do mercado, apostando cada vez mais em alimentos inovadores que promovam a saúde e o bem-estar dos consumidores.

A empresa foi distinguida, em 2019 no Top 25% PME e em 2020, 2021 e 2022 no Top 5% das Melhores PME de Portugal, pela Scoring, acerca do seu desempenho e solidez financeira? O que significa esta distinção e que planos têm para o futuro?

Sim, é verdade! Estas distinções significam muito para a empresa, para mim e para todos os nossos colaboradores. Os últimos anos, como todos sabem, foram extremamente difíceis em todos os sentidos e, mesmo enfrentando novos desafios, demos sempre o nosso melhor, pelo que, conseguir estas distinções demonstra que valeu a pena todo o nosso esforço e dedicação, assim como a satisfação e reconhecimento por parte dos nossos clientes. No futuro, queremos continuar focados em dar o nosso melhor, continuar a crescer de forma socialmente responsável e ser referência de qualidade e inovação no mercado alimentar.

Recentemente, lançaram uma nova marca de pudins proteicos, a PREMYER. O que nos pode contar sobre a marca e os novos produtos? De que forma é que estes se distinguem no mercado?

Os pudins proteicos PREMYER são uma marca Mixprice, Lda, lançada há cerca de dois meses no mercado português e pensada de forma a colocar no mercado um produto alimentar de qualidade, a um preço competitivo. Disponíveis nos sabores chocolate, caramelo salgado, baunilha e avelã, os pudins proteicos PREMYER são vendidos em copos de 200g, contendo, cada um, 20g de proteína e possuem uma textura cremosa e aveludada. São isentos de lactose e de glúten e possuem um baixo teor de gordura. Destacam-se, ainda, por possuírem um Nutri-Score A e por serem um produto mais sofisticado e de elevada qualidade, sabor excecional e são portadores de um design diferenciador em linear. Podem acompanhar um pequeno-almoço, lanche ou sobremesa, ser consumido após o treino, e os mais aventureiros podem usá-los em batidos proteicos ou como ingrediente em receitas, e farão as delícias, não só dos desportistas, mas de todos.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 77
Anabela Ponce, CEO
MIXPRICE | LIDERANÇA: APOSTAS E DESAFIOS

VIVER, VISITAR E INVESTIR

O turismo é uma das principais atividades económicas em Portugal. Ao longo dos anos, o país foi-se tornando, cada vez mais, numa opção válida para os estrangeiros no momento de eleição do seu destino de férias e isso deve-se, por exemplo, às praias, consideradas as mais bonitas da Europa. Aliás, já pudemos testemunhar casos em que estrangeiros, por um lado, escolhem Portugal para viver, uma vez que têm a possibilidade de trabalhar ou de estudar remotamente e, por outro, fazem do país, a sua casa, após a reforma.

A par da maior valorização por parte dos outros países, também os portugueses começaram a “olhar com olhos de ver” para o que é nacional e, muitos deles, já optam por “ir para fora, cá dentro” e a verdade é que são inúmeras as razões para o fazerem. Portugal possui vários monumentos de interesse histórico, paisagens de cortar a respiração e festas tradicionais de carácter único e inigualável. O turismo rural tem sido, igualmente, cada vez mais uma tendência para aqueles que preferem um ambiente mais tranquilo, bem como o contacto direto com a natureza.

Ainda assim, Portugal não é visto apenas como um país para viver ou visitar. Ultimamente, quer estrangeiros, quer portugueses, têm encontrado excelentes oportunidades de negócio e investimento em pleno território nacional.

Nas páginas seguintes poderá ficar a conhecer algumas regiões que têm beneficiado desta promoção turística e que criam iniciativas para atrair mais e mais pessoas.

78 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

“UM LUGAR DE ENCANTOS E RECANTOS”

a par do Queijo de São Jorge, vem do tempo dos Descobrimentos e já conta com mais de 500 anos de História.

O ex-líbris do concelho de Velas são, de facto, as fajãs, como é o caso da Fajã do Ouvidor ou a Fajã da Ribeira da Areia, por exemplo. Estes são locais que atraem muitas visitas, principalmente dos turistas?

Sim, claramente e, em particular, a Fajã do Ouvidor, pela sua emblemática Poça Simão Dias, uma das mais emblemáticas piscinas naturais do País, sendo um local singular pela sua beleza natural, muito procurado por locais e forasteiros, constituindo um dos ex líbris fundamentais da Fajã do Ouvidor, do Concelho de Velas e da Ilha de S. Jorge. Considerada por muitos um verdadeiro paraíso natural, é Monumento Natural de Interesse Municipal, com as suas águas cristalinas e uma temperatura amena.

De destacar, ainda, a Fajã da Ribeira da Areia, pelo seu imponente Arco Natural de Pedra Basáltica a emergir do fundo do mar,

Visitar Velas, é visitar um local seguro, com uma gastronomia invulgar e paisagens de cortar a respiração. Quem o afirma é Luís Silveira, o Presidente da Câmara Municipal de Velas, com quem tivemos o prazer de conversar.

São Jorge é a ilha das falésias e das fajãs, situada no coração dos Açores. O município de Velas, um dos dois que compõe a ilha, apresenta uma beleza e natureza espetacular. Quais os principais pontos turísticos e pratos gastronómicos da região?

Velas promove-se pela sua marca registada “Velas, Capital do Queijo”, um lugar de encantos e de recantos, desde logo pela sua Paisagem, Património, Usos e Costumes.

São Jorge é uma das ilhas mais verdes do arquipélago e o local perfeito para umas férias em contacto com a natureza e o mar. O verde das pastagens, o castanho das terras agrícolas, o negro do basalto e o azul do mar completam uma paleta de cores e tonalidades.

A Ilha ergue-se do mar, composta por arribas e falésias, numa costa que se recorta mar adentro por um litoral de rara beleza, espelhado nas suas Fajãs - Reserva da Biosfera, que simbolizam a beleza natural e oferecem panorâmicas extraordinárias, num diversificado leque de locais a desfrutar.

No Património destaca-se a Igreja de Santa Bárbara, Igreja do Séc. XVIII e uma das mais belas construções Barrocas dos Açores, o Centro Histórico da Vila de Velas e o seu emblemático Coreto, em pleno Jardim da República, a Vigia da Baleia, antiga vigia situada na Ponta dos Rosais, hoje local obrigatório, com vista privilegiada e onde se vê as cinco Ilhas do Grupo Central, entre muitos outros locais.

Na gastronomia, destaca-se o Queijo de São Jorge DOP (denominação de origem protegida), com fama internacional e paladar único, é um dos produtos gastronómicos mais conhecidos dos Açores e do País, culminando com o Doce Típico, a “Espécie” que,

80 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL VIVER, VISITAR E INVESTIR | CM VELAS
Luís Silveira, Presidente Piscina Natural - Poça Simão Dias Arco Natural Fajã Ribeira da Areia

ou até mesmo a Fajã D’Além, Fajã das Almas, entre outras, nas quais se produzem os Inhames e Café, sendo os mesmos raridades da Gastronomia da Nossa Terra.

O turismo é, precisamente, uma das atividades com mais relevância, nos Açores. Sente que, também os portugueses, têm vindo a valorizar mais “o que é nacional” e têm visitado a ilha de São Jorge?

Sim, bastante. Cada vez mais se nota um valorizar do Mercado Interno Nacional, principalmente nos últimos anos.

O turista Nacional tem vindo a procurar, cada vez mais, as Nossas Ilhas e, em particular, São Jorge e Velas, isso deve-se também ao facto da forte promoção que tem sido feita, mostrando o que de melhor temos para oferecer. Visitar São Jorge, em particular as Velas, é visitar um local seguro, com uma Gastronomia invulgar, com uma paisagem de cortar a respiração, a apenas duas horas do Continente Português e onde se pode ter uma noção real de Arquipélago, por ser a mais central com o Pico e Faial a Sul e Graciosa e Terceira a Norte.

A ilha de São Jorge tem, atualmente, um nível de alerta vulcânico alto, derivado da crise sismo-vulcânica, registada desde março deste ano. Mais recentemente, em novembro, a ilha voltou a ser atingida por um sismo, sentido com intensidade máxima III, em Velas. Que medidas estão a ser tomadas para proteger a população? Existe algum tipo de apoios para as famílias mais afetadas?

A crise está estável e muito pouco acentuada neste momento. Não existem estragos nem prejuízo a registar, contudo, mantemos ativos todos os planos em termos preventivos e de socorro às populações em caso de necessidade…

Em outubro, entrou em vigor um programa de apoio à natalidade em doze concelhos dos Açores, incluindo Velas. Sente que existe uma população cada vez mais envelhecida no município? Que outras soluções existem para a fixação dos jovens na região?

Sim, esta é certamente uma boa medida do Governo Regional dos Açores para ajudar a mitigar a demografia, à qual se junta, no caso particular, o nosso apoio Municipal de Natalidade, que atribui benefícios sociais que se traduzem num cheque-prenda.

Mas, a par disso, de salientar que somos um concelho amigo das Famílias e das Empresas, isto porque somos o concelho da região com uma menor carga fiscal sobre as Famílias, devolvendo a totalidade das receitas próprias da Autarquia em Sede de IRS, ou seja, 5%, dando ainda o apoio no IMI Familiar às Famílias com filhos, apesar de cobrar este imposto pelos valores mínimos previstos pela Lei, não cobrando o Imposto da Derrama às Empresas, permitindo que estas invistam os seus lucros e, por inerência, manter e criar mais postos de trabalho, fixando, assim, as pessoas, sendo estes alguns dos exemplos entre muitos outros…

Para além disso, as Velas é um concelho com uma forte componente Cultural e Desportiva, com espaços novos e modernos para lazer, a título de exemplo, as nossas Zonas Balneares por toda a costa sul e norte do concelho.

Para finalizar, gostaria de deixar uma mensagem de boas festas, otimismo e esperança para 2023, aos seus munícipes?

Sim, gostava de desejar a todos os Munícipes e população em

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 81
|
VISITAR E INVESTIR
CM VELAS
VIVER,
geral umas Boas Festas. A nossa convicção é de que juntos continuamos a fazer da Nossa Terra um Lugar, onde cada vez mais se gosta de estar e de viver, e preparados para bem receber quem nos visita e nos escolhe para o seu destino de férias. Pano Freguesia Rosais - Canal Pico Pano Vila de Velas Pano Fajã das Almas

Recentemente, a Madeira foi distinguida enquanto “Melhor Destino de Cruzeiros da Europa”. Paula Cabaço, Presidente do Conselho de Administração da APRAM, explica o papel que a empresa tem tido na divulgação desta região.

Qual tem sido o papel da APRAM na divulgação e no reconhecimento da Madeira?

A APRAM gere, promove e divulga os Portos da Madeira e Porto Santo a nível nacional e internacional. Promover os portos é, simultaneamente, promover o próprio destino, é mostrar as nossas ilhas, as suas paisagens, características e os serviços que oferecemos a quem nos visita por mar. O Porto do Funchal tem especificidades próprias que fazem com que a chegada à Madeira seja uma experiência inesquecível. A beleza da baía continua a marcar aqueles que escolhem entrar na Madeira por via marítima. Depois, o Porto do Funchal é, desde 2005, um porto exclusivamente destinado aos cruzeiros e ferrys, sem movimentação de cargas - o movimento de mercadorias é feito, sobretudo, no Porto do Caniçal - com a vantagem de estar muito próximo do centro da cidade do Funchal. Paralelamente, dispomos de uma equipa operacional muito boa, elogiada várias vezes pelos comandantes dos navios pela experiência e profissionalismo, com que desempenha as suas funções. Por tudo isto, continuamos a manter o lugar que temos há muito tempo no Atlântico e a parceria que temos com as Canárias, através da marca “Cruise in the Atlantic Islands” tem sido fundamental neste trabalho de promoção e na atração de mais escalas.

Acreditam que, para atingirem este resultado, muito contribuiu a aposta numa relação de proximidade com as várias companhias marítimas e parceiros do sector e o investimento realizado no Porto do Funchal?

Sempre trabalhámos numa ótica de proximidade com as companhias, mas intensificou-se com a pandemia. De repente, um sector que estava em franco crescimento, ficou paralisado, devido à questão de saúde pública de que pouco sabíamos, com restrições que eram para cumprir e para se adaptar. Foi importante termos dialogado uns com os outros e, em conjunto, termo-nos preparado para a retoma do sector.

Aí, entrou o investimento de meio milhão de euros que o Governo Regional da Madeira fez, através da APRAM, garantindo às companhias e aos seus clientes, bem como aos nossos conterrâneos, que éramos e somos portos seguros! Essa mensagem de confiança e diálogo permanente foi fundamental.

Qual a importância que a sustentabilidade e a preocupação ambiental têm na gestão atual da APRAM?

A descarbonização, a sustentabilidade e eficiência são para nós uma prioridade. É nesse sentido que estamos a trabalhar na transição

energética, avaliando os diversos impactos técnicos, financeiros e sobretudo, ambientais, preparando uma “revolução” que terá efeitos positivos, a todos os níveis, na nossa comunidade.

O objetivo é que os Portos da Madeira sejam capazes de fornecer energia elétrica aos navios, aos edifícios, equipamentos, embarcações e veículos dos serviços portuários, energia proveniente, fundamentalmente, das energias verdes ou alternativas. Trata-se de um longo caminho, mas queremos que, antes de 2050, possamos atingir a neutralidade carbónica. Até lá, teremos metas a cumprir até 2030 e 2040 e as necessárias reavaliações ao longo de todo o processo. Fundamental para o sucesso deste projeto é a digitalização dos Portos da Madeira nas várias vertentes, o que também está a ser desenvolvido. A sustentabilidade energética implica a criação de ferramentas de suporte digital e a eficiência dos serviços passa pela digitalização. São projetos que se complementam, no sentido de serem criados, não apenas os chamados Green Ports, mas no sentido das chamadas cidades portuárias inteligentes. Os diversos pacotes de estudos a desenvolver durante dois anos, cofinanciados até 1,2 milhões pela U.E vão permitir analisar, detalhadamente, cada porto da região, tendo em conta a especificidade da frota e o tipo de operação desenvolvida, bem como as fontes utilizadas para a produção de energia, permitindo determinar os benefícios ambientais precisos do projeto. É, pois, um projeto abrangente que vai trazer efeitos positivos na própria imagem da Madeira, enquanto região de turismo, benefícios macroeconómicos indiretos globais e vai contribuir ativamente para os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.

O que podemos esperar da APRAM no futuro? Tendo em conta que milhares de pessoas visitam a Madeira na passagem de ano, qual o convite que querem deixar aos nossos leitores para uma visita neste fim de ano?

A defesa do interesse público da Região Autónoma da Madeira, sempre! É por isso que trabalhamos todos os dias. Nas ilhas, o sector portuário é estruturante. Importamos 95% do que consumimos e a grande maioria dessas mercadorias chega por via marítima. Depois, temos o sector dos cruzeiros com uma média de 300 escalas anuais e perto de 600 mil turistas. Calcula-se que o impacto na economia seja de 55 milhões de euros por ano. Há ainda um outro efeito: é que muitos dos passageiros dos cruzeiros, regressam à Madeira para uma semana de férias. O que significa que o cruzeiro funciona como uma espécie de montra de promoção do destino. A passagem de ano continua a ser um grande cartaz turístico. É um espetáculo único que beneficia da própria orografia do Funchal e conjuga o lançamento do fogo de artifício, as iluminações, a baía repleta de cruzeiros e o ambiente mágico que se vive nas ruas e nas casas. Façam a experiência e escolham vir à Madeira num cruzeiro, neste fim de ano. Prometemos que não se irão arrepender!

82 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL C
M Y CM MY CY CMY K
MADEIRA VOLTA A SER DISTINGUIDA NA EUROPA
Paula Cabaço, Presidente do Conselho de Administração
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 83

BEM-VINDOS À “FREGUESIA DO FUTURO”

Sendo uma das maiores e mais importantes freguesias do concelho de Montalegre, a União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas é um destino com muito por descobrir, por isso, fomos saber o que é que esta região tem de melhor para oferecer com o seu atual presidente, Daniel Reis.

O concelho de Montalegre é reconhecido não só a nível nacional, mas também em termos mundiais. A “Sexta Feira 13”, a Feira do Fumeiro e, também, o Mundial de Rally Cross , são os nomes de alguns dos eventos que se costumam realizar localmente e nos quais milhares de pessoas já tiveram a oportunidade de marcar presença.

Além disso, este concelho foi distinguido enquanto Património Agrícola Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pela biodiversidade, paisagens, genuinidade dos costumes e, ainda, pela sua riqueza ao nível gastronómico.

Já no que concerne a Viade de Baixo e Fervidelas, trata-se de uma das freguesias que integra este município e que se estende ao longo de 43,31 km 2 , contando, atualmente, com cerca de 750 habitantes.

Ao longo dos quatro mandatos, o presidente Daniel Reis, tem procurado dinamizar as potencialidades da freguesia, criar novos postos de trabalho, atrair investimentos e prestar um serviço de proximidade. Entre as ações desenvolvidas pelo seu executivo, destaca a construção de raiz do Posto dos Correios e as obras de remodelação realizadas no edifício da Junta de Freguesia, salientando que “a população é a nossa principal preocupação e a quem prestamos especial atenção”.

Aliás, tendo em conta a elevada afluência de turistas àquela que é considerada a “Freguesia do Futuro”, está em marcha um projeto de edificação de unidades hoteleiras junto à Albufeira do Alto Rabagão (Barragem dos Pisões) que, para além de “constituir uma mais-valia para o território, vai proporcionar a criação de emprego”, garante o presidente. É de realçar, igualmente, os investimentos que se têm realizado na freguesia, dos quais são exemplo, a Estação de Tratamento de Águas do Alto Rabagão ou ainda o Viveiro de Trutas Salmonadas. Estes têm contribuído para o desenvolvimento económico da União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas.

“É de realçar, igualmente, os investimentos que se têm realizado na freguesia, dos quais são exemplo, a Estação de Tratamento de Águas do Alto Rabagão ou ainda o Viveiro de Trutas Salmonadas”

O presidente deixa também uma palavra especial de agradecimento aos seus cidadãos por todo o apoio que lhe têm dado ao longo dos anos, mesmo em circunstâncias mais difíceis, e aproveita ainda para lançar um convite ao leitor: “Venha conhecer o nosso Reino Maravilhoso, tenho a certeza de que vai ficar surpreendido”.

84 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
VIVER, VISITAR E INVESTIR | UF VIADE DE BAIXO E FERVIDELAS
Daniel Reis, Presidente

BOTICAS: FEIRA DO PORCO REGRESSA COM A 25ª EDIÇÃO

Em janeiro de 2023, regressa a Feira Gastronómica do Porco, em Boticas, depois de dois anos em que, devido à pandemia da Covid-19, não se pôde realizar presencialmente. O Presidente da Câmara Municipal, Fernando Queiroga, garante que há grandes expectativas para a 25 ª edição e fala sobre a hospitalidade dos munícipes para com os visitantes.

Em 2023 assinalam-se 25 anos de Feira do Porco, certame que promove o que de melhor há e se faz no Concelho de Boticas e na região do Barroso, considerada Património Agrícola Mundial. O que estão a preparar para celebrar este marco?

25 anos são sempre um marco histórico para um evento que promove um território no seu todo. É um quarto de século a dinamizar e impulsionar a economia local, através de produtos de excelência, em especial, o fumeiro e os derivados do porco.

A Feira Gastronómica do Porco tornou-se, ao longo dos anos, uma das maiores montras de venda de produtos endógenos, porque dedicamo-nos de alma e coração à sua organização, para que seja um sucesso. A 25ª edição será, obviamente, especial, também porque é o regresso da realização presencial do evento, facto que nos deixa naturalmente felizes. Foram dois anos de pandemia muito complicados para a economia local e para os produtores de fumeiro, mas voltamos mais fortes e com vontade de superar as expectativas.

As “Chegas de Bois” são uma das referências deste certame. Explique em que é que consiste esta tradição secular que atrai milhares de visitantes ao concelho de Boticas.

As “Chegas de Bois” nada mais são do que lutas ao ar livre entre dois touros, que demonstram o seu porte, força e robustez, face

86 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
VIVER, VISITAR E INVESTIR | CM BOTICAS
Fernando Queiroga, Presidente

ao adversário. Os confrontos acontecem num espaço próprio, o designado “chegódromo”, onde são salvaguardadas, tanto a integridade física dos animais, como a segurança do público. Na região do Barroso e no concelho de Boticas, em particular, as “Chegas de Bois” continuam a ser uma tradição secular, relacionada com o mundo rural, ainda bem enraizada na comunidade local e que enobrece os produtores de gado autóctone, sobretudo da raça barrosã. É um espetáculo único pelas suas caraterísticas e motivo de atração de milhares de aficionados, por ocasião da Feira do Porco, à vila de Boticas.

A hospitalidade dos locais e a qualidade dos produtos da região, são também um chamariz para o público?

Se há coisa pela qual somos conhecidos e da qual nos orgulhamos muito é a forma como acolhemos quem nos visita. A arte de bem receber está intrínseca em nós e, após dois anos, em que fomos “obrigados” a cancelar a realização presencial da feira, devido à pandemia da Covid-19, estou confiante que a nossa hospitalidade vai ser um ponto a favor para atrair mais visitantes.

Estamos de braços abertos para dar as boas-vindas a todos aqueles que pretendam conhecer ou regressar ao concelho de Boticas, para mais uma edição da feira.

A plataforma de vendas online “BoticasTem” que, desde 2021, tem tido grande adesão por parte dos consumidores, vai continuar em funcionamento nesta edição?

Sim, a plataforma “BoticasTem”, que surgiu de uma parceria entre a autarquia e a Mais Boticas - Associação Empresarial Botiquense, em 2021, para ajudar os produtores de fumeiro a escoarem o stock de produto durante a pandemia, vai manter-se em funcionamento durante a realização da 25ª edição da Feira do Porco, como complemento à feira presencial. Desta forma, conseguimos estar mais próximos daqueles que, por diversos motivos, não têm possibilidade de nos visitar e comprar os nossos produtos

presencialmente. Através da plataforma, os interessados podem adquirir, de forma rápida, simples e prática, alguns dos melhores produtos locais, onde se incluem o fumeiro e os enchidos de Boticas.

De ressalvar que, à semelhança do que acontece com os produtos vendidos na feira, o fumeiro transacionado via online é, também ele, alvo de um rigoroso controlo de qualidade.

O facto de, em 2023, puderem realizar a Feira do Porco de forma presencial, poderá representar um retorno económico, não só para os produtores de fumeiro, mas também para a região?

É do conhecimento geral que a Feira Gastronómica do Porco de Boticas é, desde 1998, um dos maiores eventos gastronómicos realizados na zona norte do país e com grande impacto económico, não apenas para a nossa terra, mas também para a região do Alto Tâmega e Barroso. Somos brindados com a vinda de milhares de pessoas e isso reflete-se, naturalmente, na dinâmica económica e turística do território. São quatro dias de grande importância para a atividade económica da nossa terra e dos concelhos vizinhos, que acabam também por beneficiar com a realização deste evento.

A riqueza gerada durante a realização do evento tem, obviamente, grande impacto nos rendimentos das famílias, que se dedicam ao sector agropecuário e à produção tradicional de fumeiro, e no crescimento da economia local.

Para terminar, o que podemos, afinal, esperar desta edição? Quer deixar um convite aos não-locais?

Além da qualidade inigualável dos nossos produtos e da nossa maravilhosa gastronomia, os visitantes vão encontrar a hospitalidade caraterística dos botiquenses e das gentes do Barroso. São todos bem-vindos ao concelho de Boticas e, como sempre, estamos de braços abertos para receber todos aqueles que nos queiram visitar, não apenas por ocasião da Feira Gastronómica do Porco, mas em qualquer altura do ano.

Esperamos por si em Boticas!

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 87
BOTICAS |
VISITAR E INVESTIR
CM
VIVER,

JANEIRO: UM MÊS “EM GRANDE” PARA MONTALEGRE

local adere massivamente, decorando os espaços comerciais e todos são figurantes nesta grande encenação.

O evento tem sempre início pelas 13h13m, com a visita às muitas barracas de “comes e bebes” e artesanato colocadas na zona histórica e envolvente, sempre com muita música e animação.

O espetáculo que contratamos, e que se desenrola nas imediações do Castelo de Montalegre, é sempre novidade e o ponto alto da festa. A magia e o calor humanos vividos no enquadramento do Castelo de Montalegre, como sempre, lotado de pessoas, é a razão que nos leva a procurar fazer cada vez melhor e todos quantos nos visitam merecem a nossa gratidão, por estarem e repetirem ao longo dos anos.

O fogo de artifício, como sempre, será grandioso e marcará pela positiva este início de ano, que se deseja auspicioso, depois de serem esconjurados todos os males pelo Padre Fontes a todos os que participam na queimada. A noite é longa e a festa continua pelos vários palcos com atuação de grupos e DJ’s no que é um evento fantástico.

Quanto à Feira do Fumeiro, como é apanágio, esperam-se milhares de pessoas e já está tudo a ser ultimado para as receber.

Além da venda, no espaço do Multiusos e online, uma novidade que se tornou um sucesso absoluto, possibilitando a aquisição do excelente fumeiro e demais produtos a todas as pessoas em qualquer parte do país, o certame estende-se à “Praça dos Sabores”, local de degustação e diversão.

A animação será constante ao longo de todo o fim de semana, neste cartaz gastronómico onde vai ter muito para ver, comprar e provar.

Fátima Fernandes, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, em entrevista, destaca a importância da “Sexta 13” - Noite das Bruxas e da 32.ª Feira do Fumeiro, dois dos mais notáveis eventos para a promoção do território e dos produtos endógenos do concelho.

Começando por falar do próximo grande evento a decorrer no município de Montalegre, a “Sexta 13” - Noite das Bruxas, já em janeiro de 2023, o que nos pode contar sobre o mesmo? Poucos dias depois, ocorre a 32.ª Feira do Fumeiro. Que novidades podemos esperar?

O primeiro mês do ano 2023 é um mês “em grande” para Montalegre, pois é quando se realizam dois dos mais notáveis eventos para a promoção do território e dos produtos endógenos. Falamos, primeiro, da “Sexta 13”, seguida da Feira do Fumeiro, que se realiza de 19 a 22.

A “Sexta 13” dispensa apresentações, continuando a ser um dos maiores e mais emblemáticos espetáculos de rua do país, que continua a atrair milhares de visitantes, faça chuva, neve ou sol.

O centro da vila apresenta-se a preceito, sendo que o comércio

Note-se que foram cinco os produtos que passaram a deter a chancela de excelência e que entram na rota da comercialização com a assinatura de produtores de Fumeiro de Montalegre. A saber: Alheira de Barroso-Montalegre IGP, Chouriça de Carne de Barroso-Montalegre IGP, Chouriço de Abóbora de Barroso-Montalegre IGP, Salpicão de Barroso-Montalegre IGP e Sangueira de Barroso-Montalegre IGP.

88 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
VIVER, VISITAR E INVESTIR | CM MONTALEGRE
Fátima Fernandes, Presidente

A Feira do Fumeiro e Presunto de Barroso, como um dos maiores cartazes turísticos e culturais do concelho de Montalegre, vai ter ainda divulgação garantida sábado e domingo através da RTP.

Pelo que pudemos apurar, o Município de Montalegre acolhe vários eventos culturais, como teatros, exposições e espetáculos de dança. A aposta na cultura é um aspeto importante? O que podem esperar os munícipes para 2023, a este nível?

O Município de Montalegre prima pela oferta cultural, sendo que a agenda está repleta de muitos e diversos eventos, como teatro, exposições e espetáculos musicais e de dança, entre outros. Além de se promover os agentes culturais locais, como as Bandas Filarmónicas e Musicais e as Escolas de Dança, Grupos de Concertinas e outros, realiza-se, todos os meses, um espetáculo no auditório municipal.

Os espetáculos de diferentes artes performativas são mais numerosos nos meses de verão e englobam música, que vai do género popular à ópera, representação teatral, com drama, comédia e teatro de revista, concertos dos mais variados. As atividades desportivas, desde futebol e futsal, passando pelas caminhadas e percursos de bicicleta e provas de BTT realizadas ao longo do ano, sendo que há atividade cultural em todas as freguesias e polos do Ecomuseu do Barroso.

Além desta oferta, há um conjunto de outras atividades culturais que se realizam ao longo do ano, como a Feira do Fumeiro, “Sexta 13”, Feira do Livro, Queima do Judas e Carrilheiras do Barroso.

Quais é que são os principais pontos turísticos de Montalegre? E quais as melhores atividades para realizar no concelho?

Montalegre é um concelho muito extenso (805km2) e, portanto, muito diverso na sua orografia, clima e identidade. Daí que sejam numerosos e muito diferenciados os pontos turísticos de Barroso, bem como as atividades a realizar no concelho.

Começando pela parte com maior ligação territorial ao Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), temos Cabril e Fafião, com os miradouros, percursos pedestres e visita aos locais naturais como 7 Lagoas, Cabana dos Pastores, a Vezeira, no polo do Ecomuseu de Fafião e, ainda, Tourém e Pitões das Júnias, com o batismo Celta; ao passar para a parte concelhia ligada ao Minho, temos a freguesia de Salto e Venda Nova, com os lameiros do Barroso, o solar da Raça Barrosã, com visita à casa agrícola no polo do Ecomuseu de Salto, e às Minas da Borralha, com visita ao seu Centro Interpretativo, bem como atividades aquáticas na Barragem da Venda Nova e Alto Rabagão e pesca lúdica; na sede do concelho, temos a visita ao Castelo de Montalegre, à sede do Ecomuseu do Barroso, Espaço Padre Fontes e Fojo do Lobo.

A tudo isto, juntam-se os eventos ligados à gastronomia e que marcam as datas e épocas próprias: magustos, matança do porco e Cozido à Barrosã, as festividades pascais com o cabrito e o anho, a Semana do Barrosão com a vitela dos lameiros de Barroso

Concursos pecuários de Montalegre, Venda Nova, Ferral e Salto, onde se promovem os melhores exemplares da raça barrosã. Além disso, são interessantes os concursos pecuários que se realizam em Montalegre, Venda Nova, Ferral e Salto onde se promovem, desde há décadas, os melhores exemplares da raça barrosã.

No âmbito dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, Montalegre realizou vários investimentos no concelho, entre eles, nos estabelecimentos escolares, com a requalificação de escolas. Qual a importância destes investimentos para a comunidade estudantil? Que outros investimentos estão planeados?

A requalificação e beneficiação das escolas é fundamental. Atendendo a que transitaram para o património da Câmara de Montalegre, as escolas secundárias com mais de 30 anos, as quais já apresentavam sinais evidentes de degradação, foi necessário recorrer a Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, considerando o valor avultado das intervenções e também a responsabilidade do Governo nesta matéria. É importante que os nossos alunos, professores e auxiliares de ação educativa tenham as melhores condições para exercer as suas funções, condições essas que são também promotoras de sucesso. Escolas dotadas de aquecimento capaz, dadas as circunstâncias climáticas do concelho, de salas devidamente equipadas para as diferentes atividades e propósitos letivos, com refeitórios e gimnodesportivos dignos, é desiderato desta autarquia de modo a que os nossos alunos tenham as mesmas oportunidades. Os investimentos nos equipamentos educativos são contínuos e permanentes, dando resposta em cada momento a cada necessidade, mas perspetiva-se, além da melhoria física dos edifícios, a criação de espaços digitais, com renovação do equipamento informático e multimédia, tendo em consideração que o futuro passa por aí.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 89

BREVES MUNICÍPIOS

,

Água cristalina volta a correr na Ribeira do Cadoiço Dentro de, aproximadamente, um ano, os naturais de Loulé e os seus visitantes vão poder usufruir de uma Ribeira do Cadoiço despoluída. O investimento numa nova conduta irá dar resposta a um problema ambiental há muito identificado pelos cidadãos: a degradação do túnel e o facto de, quando chove com intensidade, o esgoto transbordar e entrar na linha de água.

Câmara de Coimbra renova Casa das Talhas Esta casa localiza-se na Rua Fernandes Tomás e vai ganhar uma nova vida. O projeto está avaliado num valor de cerca de 1,3 milhões de euros e prevê a reconstrução do edifício e a construção de apartamentos, um espaço dedicado à restauração e um museu, uma vez que a casa revelou um conjunto de achados arqueológicos relevantes. A empreitada vai ser executada pela empresa Veiga Lopes S. A. e o prazo estimado de execução é de 365 dias.

Município de Viseu requalifica casa a 55 famílias No âmbito do projeto Viseu Habita, um programa municipal que visa o apoio à reabilitação de habitações de pessoas e agregados familiares carenciados do concelho, o município assegurou cerca de 350 mil euros para as obras de requalificação da casa de 55 famílias. Segundo o autarca, Fernando Ruas, esta iniciativa, que já dura há 20 anos, é para se manter no futuro, pois garante melhores condições de habitabilidade e conforto aos munícipes eleitos.

Portugueses reciclam cada vez mais

A Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRBP) chegou à conclusão que a população dos 19 concelhos que a integram praticamente duplicou a prática da reciclagem nos últimos sete anos. Segundo o mesmo estudo, em 2021, cada habitante da região reciclava, em média, 42 quilos de resíduos. Os responsáveis pela Planalto Beirão acreditam que os números deste ano possam comprovar um novo aumento dos valores de reciclagem na região.

“Braga Mais Família”

A Câmara Municipal de Braga vai lançar um programa que incentiva a natalidade e a adoção. Esta medida, intitulada de “Braga Mais Família”, tem como objetivo contribuir para o aumento da taxa de natalidade do concelho. Será atribuído um apoio de 200 euros às crianças que nascerem no decorrer do ano de 2023. A solicitação do apoio deverá ser feita através do preenchimento de um formulário e entregue no Balcão Único ou remetido por correio ou ainda via eletrónica.

Usufrua de visitas virtuais no Museu Amadeo de Souza-Cardoso

O Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso (MMASC) já disponibiliza visitas virtuais. A primeira exposição recorda a amizade entre o escritor Teixeira de Pascoaes e o pintor António Carneiro e foi pensada para comemorar os 150 anos do nascimento de António Carneiro e os 70 anos de desaparecimento de Teixeira de Pascoaes. Esta esteve aberta ao público em setembro mas, agora, pode ser recordada virtualmente.

90 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 91

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.