JANSSEN PORTUGAL
agosto 2019
PME Excelência • Portugal Criativo • Região Oeste • Setúbal • Castelo de Paiva
GRUPO CENTRAL DA ESTRELA
“SOMOS UMA DAS MAIORES REFERÊNCIAS DO MERCADO DAS TINTAS EM PORTUGAL” Fernando Guimarães, gestor do Grupo Central da Estrela
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JANSSEN PORTUGAL
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ÍNDICE
EDITORIAL
Agosto 2019
06 PME
EXCELÊNCIA 13 EUROSUN HOLIDAYS Hotel, transporte e lazer 20 YELLOWFISH Viajar de forma simples, segura e privada no Algarve
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SETÚBAL 66 SUPERMERCADO CORADINHO Onde pode ir às compras e ser sempre recebido com boa disposição
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CASTELO DE PAIVA 77 FARMÁCIA ADRIANO MOREIRA “Dar anos à vida e vida aos anos” 81 QUINTA DE RELIGÃES Vinho verde: de Castelo de Paiva para o mundo
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REGIÃO OESTE 130 DL AMBIENTES A loja nº60 que se tornou em muito mais do que um número
Certamente contou os dias que faltavam para receber esta edição que, de forma empenhada e profissional, preparámos para si. Os prémios PME Excelência reconhecem a competitividade, empreendedorismo e audácia dos empresários que, a dada altura da sua vida profissional, decidiram apostar em si e iniciaram um negócio por conta própria. Fomos ter com os empreendedores para conhecer as suas motivações e auscultar o que perspetivam para o futuro das empresas que criam com muito esforço e dedicação e que, por sua vez, foram reconhecidas pelas entidades governamentais e municipais com tão afamados prémios. O tema Portugal Criativo tem sido constantemente procurado pelas empresas que pautam pela diferenciação ao nível da inovação e criatividade. Tema transversal às mais diversas áreas de atividade e que, como o nome indica, lhe apresenta exemplos de empresas que, pela sua criatividade e inovação, passaram do papel para a realidade. Portugal, país caloroso e de nobre simpatia, pauta por detalhar as artes e ofícios em negócios um pouco por todo o país. Todos os meses percorremos Portugal, pelas suas diversas regiões, em busca da diversidade e do que melhor se faz por cá. É este o nosso trabalho, para si e por si, caro leitor, todos os meses.
FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: Guidetarget, Lda | Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 NIPC: 509 457 045 Conselho de Administração: Fernando Silva Participações sociais Fernando Silva (+5%) Diretor: Fernando Silva Direção Editorial: Ana Miguel Lopes (ana.lopes@revistabusinessportugal.pt) Direção Gráfica: Vanessa Martins (vanessa.martins@revistabusinessportugal.pt) Corpo Redatorial: Laura Azevedo, Sara Freixo, Sara Oliveira, Maria Garcia, Diana Correia, Raquel Caldas, Rita Garcia Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) Dep. Comercial: Fernando Lopes, José Luís Basto, José Machado, Luís Pinto, Luís Silva, Rui Moreira, Vera Pinho (geral@ revistabusinessportugal.pt) Sede da redação: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4, 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 Distribuição: Gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal agosto 2019
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PME
EXCELÊNCIA
Os caminhos de Portugal co ntinuam a se prémio PME r percorridos Excelência, co e as empresas ntinuarão a m Começamos distinguidas arcar presença a revista com com o nesta edição. um excelente ras. Pertence exemplo no âm nte ao Grupo bito empresa Central da E centro de Lis rial: Mania d strela, tornou boa. Hoje, co as Pintu-s e n uma das loja m m ais de 20 loja portuguesa, va s mais conhec s multimarca lorizam os se idas do distribuídas p us colaborad é a marca pró ela região da ores, os fornec pria registada capital ed or es e os parceir pela empresa preço. os. “Brinco T que alia a qu al inta”, idade à excele Para além de nte relação co realçar esta p m o seu rimeira empre município de sa é também A lbufeira, on d e d es d ta e foram disti car o importa Fazem parte nguidas 77 em nte papel do deste separad presas dos m or, exemplos dos, Yellowfi ais diversos se como: Big Sh sh, Incoming tores. angai, Dream Emotions e S Delicie-se co Wave, Atelier oconlar. m as histórias D os Tecide sucesso par tilhadas nas p áginas seguin tes.
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MANIA DAS PINTURAS
TINTAS EFICIENTES E AO SEU GOSTO Intitulada de Mania das Pinturas, a loja de tintas, situada no centro de Lisboa, pertence ao Grupo Central da Estrela. Fundada por Fernando Guimarães, tornou-se numa das lojas com ainda mais distinção ao receber o prémio PME Excelência 2018. A Revista Business Portugal entrevistou o fundador que nos revelou o segredo do sucesso da sua empresa e projetos para o futuro.
assentiu o sócio e fundador. Segundo, Fernando Guimarães, cada vez que uma loja tem lucro, uma percentagem do valor é entregue a cada colaborador. O criador do Grupo Central da Estrela sente orgulho nos seus colaboradores que, diariamente, vestem a camisola para representar a empresa de tintas, como se deles se tratasse: “O segredo é que que nós não conseguimos crescer sem eles, nenhuma empresa consegue crescer sem os seus funcionários. Todos gostam de trabalhar aqui e sentimos que somos uma família empresarial feliz”, afirma, orgulhoso. São os princípios de cooperação, amizade, honestidade e proximidade que Fernando Guimarães tem com a sua equipa, os fatores que trazem benefícios para a empresa, nomeadamente, o constante crescimento no mercado ao longo destes anos.
A
origem da empresa A ideia da criação de uma loja de tintas surgiu há 21 anos com uma brincadeira entre o fundador e os seus colegas. Contudo, tornou-se mais sério quando o mercado, com preços atrativos, foi bem avaliado pelo proprietário. As tintas coloridas das mais variadas marcas começaram a integrar parte dos produtos que a perfumaria de Fernando Guimarães comercializava, até passar a ser uma loja de venda só de tintas. Com este projeto, Fernando Guimarães, permitiu que cada loja que foi criando ao longo dos anos pudesse oferecer, ao cliente, as melhores e mais eficientes soluções, antecipando as suas necessidades ao nível da decoração e tornando as suas casas mais confortáveis e inovadoras. Para isso, gerou valor através da excelência e inovação em produtos e serviços de alta qualidade que respondem às necessidades e expetativas dos clientes, colaboradores e fornecedores.
A importância dos colaboradores Para o fundador, os colaboradores são a base da empresa, admitindo que o segredo é partilhar o sucesso da empresa com eles: “Sempre quis crescer, mas, para crescer, sabia que tinha de contratar bons funcionários e, para isso, tenho de os remunerar bem e repartir com eles os lucros do crescimento da empresa”,
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20 lojas no mercado O desenvolvimento positivo que a empresa tem vindo a alcançar permitiu uma evolução da mesma, com a criação de cerca de vinte lojas multimarcas, todas empresas independentes e espalhadas pela zona da Grande Lisboa. Enumerando, podemos destacar: Caparica Cor, Aldeia Nova, Cor Brilhante, Cor Divina, Damaia Cor, Santinho Cor, Brico Estrela, Mania das Pinturas 1, Mania das Pinturas 2, Mania das Pinturas 3, Cor de Violeta 1, Cor de Violeta 2, Azul Catita, RexCor, SabiCor, Malveira Cor,
Fernando Guimarães, gestor do Grupo Central da Estrela
“O segredo é que que nós não conseguimos crescer sem eles, nenhuma empresa consegue crescer sem os seus funcionários. Todos gostam de trabalhar aqui e sentimos que somos uma família empresarial feliz”
MANIA DAS PINTURAS à origem da conquista do Prémio PME Excelência. As empresas do nosso entrevistado distinguem-se pelo atendimento personalizado ao seu cliente, como pela crescente faturação.
A marca própria Para além das marcas de fabricantes de tinta como a Barbot, Dyrup, Robbialac, CIN e Neuce o grupo tem a sua marca própria marca intitulada de “Brico Estrela”. Uma tinta com qualidade, disponível a preços competitivos, que só se vende nas lojas do grupo. Como forma de facilitar a produção da marca de tinta, no antecedente ano de 2018, juntamente com dois sócios, Fernando Guimarães comprou uma fábrica de tintas, a NIVA. Criada com o objetivo de produzir e tratar dos enchimentos de tinta para a Brico Estrela. A fábrica conta com máquinas de afinação de excelência
O Grupo Central da Estrela, ficou conhecido nos arredores de Lisboa pelo “passa-palavra” e, na opinião de Fernando Guimarães, é a “publicidade mais verdadeira e importante” Templo das Tintas 1,Templo das Tintas 2 e Paleta Azul. Estas lojas, cada uma com uma identidade e nome próprio, são o sinal de um crescimento sustentado, alicerçado e com elevado número de vendas assumidas. Segundo o mentor deste projeto, “o percurso, no geral, tem sido positivo ao nível do crescimento, com altos e baixos”. No entanto, refere que “são muitos mais os momentos positivos do que os negativos. Dentro dos momentos positivos, existem duas lojas que têm vindo a alcançar uma maior notoriedade em relação ao seu crescimento e subsequente faturação a Azul Catita, Tempo das Tintas e a Mania das Pinturas”, sendo esta última a galardoada pelo prémio PME Excelência de 2018, “uma recompensa notória de nível nacional para a empresa”, relata o entrevistado e acrescenta que “é verdade! Nós crescemos, mas nunca demos passos maiores do que a perna, nem nunca arriscamos de forma a colocar uma empresa em perigo. Admito que o nosso serviço é muito personalizado e, modéstia à parte, também é muito bom. Temos um preço competitivo com qualidade, fazemos entrega imediata dos produtos aos nossos clientes e também ao domicílio”, assegurou Fernando Guimarães quando questionado relativamente
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e, com um ano de existência, já ultrapassou o objetivo de faturação traçado para esta recém criada empresa. “A NIVA veio facilitar-nos o trabalho. Conseguimos produzir e personalizar as nossas cores respondendo, desta forma, às exigências e detalhes de cor que os clientes nos solicitam”, refere o empresário.
MANIA DAS PINTURAS
Público-alvo O Grupo Central da Estrela, ficou conhecido nos arredores de Lisboa pelo “passa-palavra” e, na opinião de Fernando Guimarães, é a “publicidade mais verdadeira e importante”. O grupo não foi criado para trabalhar com grandes empresas de construção civil, sendo o seu objetivo servir o mercado dos clientes particulares e as pequenas empresas de remodelações e profissionais da área. Para isso, conta com a ajuda dos seus colaboradores, dos quais
“Continuar a crescer assegurando sempre a qualidade dos seus produtos e continuar a abrir novas lojas não só por Lisboa e proximidades, mas também por outras partes do país”
dois são engenheiros das marcas com as quais trabalha e que têm a capacidade de ajudar os clientes de acordo com as suas exigências.
Projetos para o futuro Com o lema “bom atendimento, qualidade, bons preços e colaboradores felizes”, Fernando Guimarães tem como projetos futuros, “continuar a crescer assegurando sempre a qualidade dos seus produtos e continuar a abrir novas lojas não só por Lisboa e proximidades, mas também por outras partes do país” e termina a parafrasear Nelson Mandela “sem os outros não somos nada. Precisamos dos outros para ser aquilo que somos”. agosto 2019 Revista Business Portugal | 13
RESTAURANTE BIG SHANGHAI
A EXCELÊNCIA NA GASTRONOMIA CHINESA Vitor Zhan foi o porta-voz do restaurante Big Shanghai, localizado em Albufeira – Algarve. Filho de pais chineses (Zhan Ping Ping e Tiju Zhou), o jovem mostrou-se orgulhoso do trabalho que a família tem realizado em Portugal desde 2006 (já lá vão 13 anos).
Vitor Zhan, gerente
O
nosso entrevistado estudou gestão hoteleira e cedo integrou a equipa do restaurante pertencente aos seus pais: “Apesar de termos mantido a decoração e aparência do antigo espaço aqui existente, os meus pais quiseram transmitir uma imagem chinesa maior e, por isso, encontram-se à porta 12 estátuas correspondentes aos 12 símbolos do horóscopo chinês”, começou por nos explicar. Neste restaurante é possível degustar o melhor da comida tradicional chinesa. Fazem parte do menu pratos como: crepes chineses, chop soi, chaw-min, sopas variadas, vinhos de todas as regiões do país e sobremesas típicas chinesas, como a banana frita e o gelado frito. Apesar de este ser um restaurante bastante procurado durante todo o ano, a verdade é que, no verão, os clientes habituais (locais) dão lugar aos clientes estrangeiros (turistas) que por ali passam e entram para ter um contacto com a melhor comida chinesa servida no Algarve: “As redes sociais ajudam neste trabalho de divulgação da comida típica de cada região, o que leva as pessoas a procurar o nosso restaurante para experienciar esses produtos. Porém, temos noção que a maior parte dos clientes não está habituada aos sabores asiáticos e isso leva a que exista uma pequena alteração em alguns sabores para que sejam mais facilmente apreciados por todos”, assumiu Vítor Zhan.
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No restaurante Big Shanghai o atendimento é sempre personalizado e, acima de tudo, explicativo: “Aqui o cliente tem sempre as suas dúvidas esclarecidas quer sobre a nossa cozinha, quer sobre os vinhos e toda a experiência gastronómica a que aqui tem acesso”, garantiu, ao mesmo tempo que lamentou a confusão, ainda existente, entre a comida chinesa e a japonesa: “O cliente ainda não sabe distinguir muito a comida chinesa da japonesa, também porque há uma mistura muito frequente nos restaurantes. Não há um conhecimento dos nomes das especialidades, no entanto, também já há clientes conhecedores e há pessoas que vêm frequentemente e que aprendem com o tempo”, deu-nos conta. O porta-voz do Big Shanghai afirmou que o que diferencia o seu restaurante dos demais é a junção entre a qualidade dos ingredientes utilizados, com os molhos caseiros e sabores únicos. Também os anos de trabalho efetuado, resultam numa confiança bastante importante por parte dos clientes neste restaurante: “Os nossos clientes sabem que podem confiar em nós”, disse orgulhoso. Pela primeira vez galardoado com o prémio de PME Excelência, o Big Shanghai encontra-se no caminho certo para o sucesso: “É a primeira vez que recebemos e acho que é muito positivo. O cliente confia mais e acima de tudo é o valorizar do nosso empenho”, finalizou.
EUROSUN HOLIDAYS
Eusébio Pedro, administrador
HOTEL, TRANSPORTE E LAZER
E
Eusébio Pedro é o administrador desta empresa que apresenta um conjunto de serviços bastante diversificado. Em entrevista à Revista Business Portugal, o empresário, abordou a atualidade do setor turístico onde atua, bem como as suas perspetivas para o futuro.
usébio Pedro integrou o setor do turismo muito cedo, em Troia. Aos 27 anos já era diretor de hotel e, ao longo dos anos, foi consolidando experiências profissionais que o levaram à posição que hoje ocupa: empresário por conta própria e consultor. “Com estas experiências estive acompanhado de grandes profissionais e com a vertente comercial tive relações muito estreitas com o estrangeiro, em especial nas feiras de turismo. Assim, pude estar em contacto com mais pessoas e saber quais eram as principais exigências”, deu-nos conta.
Oferta turística integrada A Eurosun Holidays orgulha-se de oferecer a todos os seus clientes um serviço completo e integrado, que vai desde o transporte de passageiros a partir do aeroporto, até à organização de atividades, passando pela acomodação em hotéis (são três os hotéis
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pertencentes a este grupo: Hotel Afonso III, Eurosun Hotel e, em breve, disponibilizará uma nova unidade com 29 apartamentos). A par disso, esta empresa, detém dois carros clássicos americanos, certificados pela ACP Portugal, que servem diversas necessidades: casamentos, eventos, e são especialmente destinados ao marketing de marcas do sector da moda, 12 motos TOURING com duas viaturas de apoio, com um conjunto de Tours turísticos em Portugal e Espanha, com especial destaque o “Circuito Pousadas” e “O melhor de Portugal” com passagem pela Estrada Nacional 2. Sediada em Faro, a Eurosun Holidays decidiu, recentemente, apostar no mercado motard. Assim, para além das acomodações para estadia, esta empresa disponibiliza atividades para este público em específico: circuitos de fim de semana, circuitos de volta a Portugal e Espanha. O cliente tipo do nosso entrevistado é, maioritariamente, estrangeiro (suíço e austríaco): “São públicos que procuram programas
EUROSUN HOLIDAYS
“São públicos que procuram programas distintos e que (no caso das motas) estão habituados a conduzir e a viajar a um ritmo muito próprio, aproveitando as paisagens e a gastronomia dos locais por onde passam”
André Pedro, tours organizer
distintos e que (no caso das motas) estão habituados a conduzir e a viajar a um ritmo muito próprio, aproveitando as paisagens e a gastronomia dos locais por onde passam”, revelou Eusébio Pedro.
sivo
O segredo está no serviço exclu-
Apesar de se encontrar localizada na região do Algarve, a Eurosun Holidays atua um pouco por todo o país (Estoril, Cascais, Lisboa, Porto, Algarve e Açores são os destinos mais procurados). Nesse seguimento, são 19 os funcionários que compõem esta equipa e que, todos os dias, fazem por bem servir todos aqueles que visitam o nosso país.
As tours organizadas são bastante completas e específicas e, por isso, obrigam a uma dedicação acrescida aquando da sua organização: “Elaboramos apenas três ou quatro programas por ano e dedicamo-nos a elas por inteiro. Assim, restringimos a ajuda externa e conseguimos rentabilizar, ao máximo, os recursos que possuímos. Queremos ter um círculo fechado, em que temos o controlo de todas as questões relacionadas com o programa em questão”, esclareceu o nosso entrevistado. “Não podemos falhar porque existe muitas variáveis nestes tours”.
O futuro desta PME Excelência Eusébio Pedro recebeu o prémio PME Excelência 2018 com bastante orgulho: “Veio enaltecer o meu esforço, bem como o esforço da equipa que trabalha comigo e é isso que importa”, referiu. O empresário pretende continuar o percurso que tem efetuado, acrescentando, sempre que seja viável, novos serviços e produtos. Num futuro mais breve, prevê a organização de um percurso de mota, para 21 dias, que percorrerá Portugal e Espanha. Criar soluções na área do turismo de natureza e aventura também se encontra nos seus planos, bem como criar um produto para um determinado segmento de mercado, que passa pelo chamado turismo residencial integrado.
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DREAM WAVE
PROPORCIONAR SENSAÇÕES INESQUECÍVEIS “Bem-vindo ao mundo Dream Wave, aqui poderá encontrar as mais diversas experiências e sensações que nunca mais esquecerá”, é assim que Renato Coelho e Raul Correia, sócios, apresentam a sua empresa. A Dream Wave Group, sediada em Albufeira, foi criada em 2004 “com o objetivo de fazer passeios de barco de forma a explorar a costa local, visitando as grutas e vislumbrando os golfinhos da região”.
Renato Coelho e Raul Correia, sócios-gerentes
Um leque de atividades para todos os gostos As opções são variadas e há excelentes oportunidades para os amantes do sossego e da mãe natureza assim como há espaço para os amantes de adrenalina: “Mantemos a nossa primeira atividade, onde proporcionamos um passeio pela zona das grutas com vista para os golfinhos, porém, agora temos outros produtos como: Jet Boat, Passeio num Barco à Vela, Jet Ski e Parasailing”, explicaram.
Gate 4 Café
O
s nossos entrevistados reconheceram que no início da atividade o produto não era o mais popular, porém, com o passar dos anos e com a chegada de novas formas de divulgar os produtos e a região, a empresa ganhou outro dinamismo: “Em 2009, quando as redes sociais já estavam bem implementadas na sociedade, percebemos que havia público para nós. O valor das paisagens e das imagens dos nossos produtos era reconhecido e a nossa costa chegou a ser premiada diversas vezes como a mais bonita da Europa”, contou Renato Coelho.
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Com os olhos postos nos clientes que se apresentam cada vez mais exigentes e críticos, os sócios decidiram apostar num espaço café que vem complementar o negócio: “Atualmente, o cliente está mais consciente das possibilidades e compara muito facilmente as empresas concorrentes. Nesse sentido, temos vindo a centrar a nossa preocupação em satisfazer o cliente porque as redes sociais, que nos ajudaram a atrair novos públicos, também podem permitir que esses públicos se dispersem por causa de opiniões menos favoráveis”, afirmaram. Assim, os sócios decidiram “transformar este espaço num café, o Gate 4 Café, que serve de apoio ao check-in para as diversas atividades. É um espaço de convívio onde podem usufruir de algumas comodidades e que nos permite ir alargando os serviços de acordo com as necessidades”.
PME Excelência O prémio PME Excelência significa: “orgulho”, “responsabilidade” e “exigência”. Os fundadores têm noção
de que a distinção foi alcançada com esforço e dedicação, mas garantem que o mais difícil é manter a qualidade do serviço e que esse é o foco. É nos colaboradores que depositam a confiança e em quem apostam para representar, da melhor forma possível, a empresa: “Não é fácil encontrar colaboradores porque, para além de ser um trabalho sazonal, é uma tarefa que acarreta uma exigência linguística bastante elevada. Temos colaboradores fixos durante todo o ano, mas temos alguns só no verão porque temos de ter um equilíbrio entre a procura e a oferta dos nossos serviços. Para os nossos clientes não saírem prejudicados com esta situação, apostamos na formação dos nossos colaboradores”, garantiram.
Um futuro no mar Os desejos para o futuro passam por: servir bem os clientes satisfazendo as suas necessidades, aumentar a diversidade de produtos, ter uma equipa de colaboradores felizes e manter ou aumentar a qualidade dos serviços. Para além destas, é importante consolidar as novas apostas: Parasailing e um investimento numa nova embarcação, com maior dimensão.
ATELIER DOS TECIDOS
TECIDOS COM HISTÓRIA Paulo Miguel, administrador
confeção de cortinados. Produções separadas, mas que se complementam”. Hoje, a atravessar um momento positivo, o plano é conseguir juntar os dois polos num só de “forma a agilizar os processos”. O projeto está aprovado e prevê-se que dentro de um ano estejam erguidos os 2500 metros quadrados onde daremos asas à nossa magia.
Variedade e consistência
Corria o ano de 2001 quando nasceu o Atelier dos Tecidos (em Vilamoura), uma empresa dedicada à comercialização de artigos para estofadores e decoradores. Paulo Miguel, o nosso entrevistado, fala sobre a evolução da empresa, com enfoque na conquista no prémio PME Excelência 2018.
D
eterminação e ambição foram sempre as bases da empresa que em 2009 fez uma nova aposta: “Desde a data da nossa fundação, temos procurado afirmar-nos no mercado nacional e internacional apostando, cada vez mais, na inovação e na qualidade”, explica Paulo Miguel. 2009 ficou marcado por momentos menos felizes que obrigaram a uma reinvenção do negócio: “Para contornar a crise começamos a apostar em produtos destinados à hotelaria, e transformá-los nas nossas instalações. Formamos assim uma linha de confeção, que ainda hoje mantemos. Atualmente, a empresa tem duas fábricas: uma de estofos e outra de
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“Variedade” é uma das palavras referidas, diversas vezes, quando se caracteriza esta empresa. Variedade de produtos, de ofertas, de parceiros e de clientes. Variedade e qualidade, como é óbvio: “Trabalhamos de norte a sul do país, com foco na zona Sul, e temos a preocupação de satisfazer as necessidades do mercado oferecendo um vasto leque de produtos e soluções. Apresentamos uma vasta gama de artigos de elevada qualidade e design, para satisfazer todas as exigências e manter assim a nossa missão: vender produtos com qualidade de excelência a preços justos”, afirma. Esta “variedade” só é possível através da vontade constante de utilizar a inovação e de ter presente o espírito competitivo. Tal como explica o entrevistado, “toda a atividade da empresa é desenvolvida procurando a satisfação e fidelização dos clientes, tendo, por base, as suas necessidades e expectativas e utilizando as mais recentes e criativas políticas e equipamentos, procurando produtos que estejam sempre na moda. Com este fim, asseguramos que os nossos produtos são cuidadosamente selecionados, tendo em conta a qualidade
“Trabalhamos de norte a sul do país, com foco na zona Sul, e temos a preocupação de satisfazer as necessidades do mercado oferecendo um vasto leque de produtos e soluções.”
ATELIER DOS TECIDOS
Do presente para o futuro Com uma capacidade de resposta irrepreensível, mas com cada vez mais pedidos, faz parte dos planos um investimento em novos equipamentos, oriundos da Alemanha, de forma a ser possível o aumento da capacidade de produção e o aumento da carteira de produtos: “O crescimento da empresa está dependente do investimento realizado na mesma. A estagnação
das matérias-primas”. Trabalhando em parceria com Arquitetos e Decoradores conseguimos produzir os produtos que os nossos clientes pretendem. Um grande motivo de orgulho para nós é poder chegar a uma enorme diversidade de clientes. Inseridos na carteira de clientes estão alguns dos melhores hotéis do país. “As melhores vantagens da nossa empresa é a nossa relação qualidade/preço, o nosso conhecimento do mercado, do cliente e a confiança que transmitimos. Essas vantagens dão-nos o know-how para agilizarmos todas as adversidades que nos possam aparecer bem como oferecer a cada cliente a melhor solução para as necessidades apresentadas”, explica.
Uma nova aposta O ano de 2019 fica marcado pela nova aposta da empresa: a construção. “Do que nos interessa ter uma boa cama ou uma boa mesa se não tivermos um espaço apropriado para as colocar? Decidimos mudar um pouco o paradigma da empresa. Assim, ao invés de efetuar apenas remodelações mobiliárias, e como os artigos decorativos são um complemento do imóvel, decidimos que seria uma boa aposta investir na construção do mesmo. Atenção que, quando menciono construção, não falo na construção de uma casa de raiz. Falamos na recuperação do espaço efetuando pequenas obras e que dará uma outra expressão ao imóvel. Tratando-se ainda de um projeto embrionário, recorremos de momento a prestadores externos a realização destes serviços, e que se estão a revelar ótimas parcerias. Mas este novo conceito nunca nos levará a perder de vista aquela que é a nossa praia, a decoração interior”.
“Esta distinção vem valorizar o nosso investimento na empresa e a vontade que temos de fazer mais e melhor. Os colaboradores são também parte principal deste prémio porque trabalhamos todos para um bem comum. Temos 46 colaboradores efetivos que mostram o seu empenho e dedicação a esta casa” não é algo que faça parte do nosso ADN. Vamos modernizar a nossa linha de produção que ainda é muito tradicional e vamos aproveitar as nossas novas instalações para dar esse passo, preparando assim a empresa para as gerações futuras”, remata.
Estatuto PME Excelência Já não é novidade a presença da empresa na lista dos distinguidos como PME Líder, porém, no último ano a distinção chegou um pouco mais longe com o alcance do prémio de PME Excelência. “Esta distinção vem valorizar o nosso investimento na empresa e a vontade que temos de fazer mais e melhor. Os colaboradores são também parte principal deste prémio porque trabalhamos todos para um bem comum. Temos 46 colaboradores efetivos que mostram o seu empenho e dedicação a esta casa”, afirma Paulo Miguel.
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YELLOWFISH TRAVEL
VIAJAR DE FORMA SIMPLES, SEGURA E PRIVADA NO ALGARVE Cláudio Guerreiro e Nuno Silva são os administradores da Yellowfish Travel, uma empresa sediada em Albufeira e que efetua serviço de transferes privados de aeroporto por todo o Algarve. No seguimento da mais recente atribuição do Prémio PME Excelência 2018, Cláudio Guerreiro concedeu-nos uma entrevista onde nos apresentou a sua empresa e as novidades que estão a ser implementadas.
A
Yellowfish Travel é caracterizada como sendo uma agência de viagens, no entanto, não se assume como uma agência tradicional. Aqui não são comercializadas viagens, uma vez que 99 por cento da atividade desta empresa centra-se no transporte de clientes entre o aeroporto e os seus destinos finais, sob a marca Yellowfish Transfers.
Este transporte de passageiros é efetuado em viaturas ligeiras de cinco e nove lugares (a contar com o motorista) e são cerca de 110 colaboradores que, diariamente, respondem às necessidades do cada vez maior número de visitantes que procuram o sul do país para desfrutar de uns dias de férias: “Apesar de termos bastante trabalho durante todo o ano, a verdade é que o mês de setembro tem vindo a ser o mês mais forte, devido à temperatura excelente que se verifica nesta altura do ano e aos preços bem mais competitivos do que os apresentados em agosto, por exemplo”, confidenciou-nos o nosso entrevistado. Oriundos, maioritariamente, da Inglaterra, Irlanda, França e América do Norte, os turistas reconhecem no Algarve um destino de eleição por vários motivos: segurança, maravilhosas paisagens, boa gastronomia e elevadas temperaturas. Já no inverno, por exemplo, o golfe apresenta-se como um dos principais motivos de deslocação para esta zona do país. No que diz respeito ao serviço de transferes, Cláudio Guerreiro deu-nos conta da importância que o motorista assume: “Na maior parte das vezes, o motorista é uma das primeiras pessoas com quem o turista interage quando chega ao Algarve, por isso, fazemos questão de que esse momento seja marcado pela positiva. Também nesse seguimento, temos algumas campanhas que visam mimar quem connosco viaja. Ao décimo transfere, por exemplo, oferecemos um. “Posso dizer-vos que temos clientes que já viajaram mais de 200 vezes connosco”, reiterou orgulhoso. A par da Yellowfish Transfers, existe a Yellowfish Adventure. Esta última conta com um programa de passeios em moto 4 e buggy na parte rural do Algarve e pretende assumir-se como “uma forma diferente de conhecer o Algarve”.
No ADN: Inovação
Claúdio Guerreiro, administrador 22 | Revista Business Portugal agosto 2019
As viaturas ao serviço da Yellowfish Transfers foram as primeiras a contar com serviço wi-fi. Para além disso, foi implementada uma política em que os clientes são presenteados: “Inicialmente, quem fizesse viagem de ida e volta recebia uma garrafa de vinho, de piripiri
YELLOWFISH TRAVEL
ou outro miminho”. Atualmente, as cerca de 260 mil pessoas que viajam por ano com esta empresa, têm ao seu dispor um novo serviço: a Yellowfish Beds, uma plataforma online para reserva de hotéis. Para além disso, estará em fase de testes neste verão, a utilização de pequenas viaturas (citadinas e elétricas) que se destinam a um serviço de aluguer (rent-a-car), com a marca Eco4two. São muitas as inovações levadas a cabo pela Yellowfish Travel, uma empresa que pretende efetuar um serviço de excelência e cada vez mais completo, ano após ano.
A excelência reconhecida em forma de prémio O prémio PME Excelência foi recebido com muito orgulho. Iniciámos este trabalho há 10 anos e esta é a prova de que temos seguido um bom caminho. No fundo, é o resultado do nosso esforço, bem como de todos os nossos colaboradores”, assumiu.
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INCOMING EMOTIONS
UMA FILOSOFIA DE TRABALHO DIFERENTE Enzo Vernuccio e Natália Gonçalves são a cara de uma empresa de turismo com uma filosofia de trabalho relacionada com a dignidade humana ligada à emoção. Em conversa com a Revista Business Portugal, os dois empresários falaram sobre o negócio, a equipa, os desafios e o futuro da Incoming Emotions.
Enzo Vernuccio, diretor
T
udo começou com a palavra emoção. Enzo Vernuccio, natural de Itália, em conversa com o seu melhor amigo, decidiu criar, em 2010, uma empresa ligada ao turismo que tivesse um significado maior do que aquele que todos os que viajam veem neste tipo de empresas. O objetivo é realçar as emoções e vivê-las ao máximo, levando a filosofia da dignificação do ser humano para todo o trabalho da Incoming Emotions. Enzo explica que quando decidiu avançar com este projeto tinha como foco o ser humano. “Não deixando de a Emotions ser uma empresa, com todas as suas características normais de um negócio, mas o nosso maior foco, desde o dia 1, e com todas as nossas falhas, é o ser humano”, refere. “Habitualmente, para uma empresa, o seu cliente é a pessoa que tem toda a atenção. Aqui não. Nós aqui damos, em primeiro lugar, a atenção a quem trabalha connosco”, comenta o dono da Incoming Emotions. Para além de serem uma empresa com um negócio diferente dos negócios na área do turismo, Natália afirma que também são diferentes na forma como recebem os colegas que, todos os dias, trabalham consigo. “Nós aqui não queremos seguir todo aquele rigor e aquela frieza que existe no mercado de trabalho hoje em dia. Já não é tempo disso. Nós aqui tratamos todos com a sua individualidade e passamos a mensagem que somos todos uma família”, explica. Essa realidade é traduzida na forma como trabalham e no local em que podem ser encontrados. A Incoming Emotions, desde o seu início, já teve três espaços com a particularidade de serem sempre em habitações. “Eu nunca
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quis o escritório puro e duro. Escolhemos sempre casas, que depois são adaptadas às nossas necessidades de trabalho, para estar. É muito importante este ambiente de familiaridade. Aqui ninguém é mais que ninguém”, continua Enzo. Com uma equipa coesa, Natália e Enzo tem a trabalhar consigo uma mistura de oito nacionalidades, que dizem que é uma mais-valia para o trabalho, pois cada um traz algo novo para os projetos em que estão envolvidos. “Nós somos uma mistura do mundo e só podemos estar satisfeitos com isso. Fazemos questão de termos esta abrangência de países connosco”, dizem. Com o lema de trabalho “um por todos e todos por um”, Natália deixa claro que esta forma de olhar
Natália Gonçalves, diretora
o outro e de integrar o outro no dia a dia laboral é a maior mais valia da empresa. “Aqui toda a gente se sente bem, estão em casa. Se algum deles tiver um problema, toda a gente para e vamos ajudar a resolver essa questão. Esta é a nossa forma de ver o ser humano e de trabalhar. É diferente do que se vê no mercado, mas achamos que é assim que temos de olhar o outro”, explica.
O serviço que prestam A Incoming Emotions está registada como operadora turística, mas o serviço que desenvolve e presta é um pouco diferente do nome a que lhe está associa-
INCOMING EMOTIONS
do. Enzo esclarece que, na realidade, o que se faz na sua empresa é a chamada “importação de turistas”, ou seja, a Incoming Emotions trata de toda a logística (estadia, transporte, roteiros turísticos, etc…) que passa a um outro operador turístico que, por sua vez, vende ao cliente final. Habitualmente este tipo de serviços é direcionada para pessoas individuais ou para grupos, mas a Incoming Emotions é especializada em trabalhar para e com grupos, tal como conta Enzo. “Nós, ao contrário de outros operadores, só trabalhamos grupos. É mesmo a nossa especialidade. Tal como só trabalhamos, para já, em quatro países: Espanha, Portugal, Marrocos e França”.
PME Excelência e o futuro
Com uma grande presença em Espanha, a empresa tem, ao longo do tempo, trabalhado no sentido de aumentar a sua área de atuação para que possam atingir um mercado mais alargado, mantendo sempre a qualidade que lhes é reconhecida. O mundo do turismo é, segundo Natália e Enzo, um constante desafio. “Nós estamos sempre atentos a todas as mudanças do mercado em cada país. Aliás, nós tentámos sempre anteciparmos e criarmos alternativas para o que possa alterar-se. Não esperamos que algo aconteça para agirmos. Trabalhamos sempre nesse sentido”, avança Natália. “A palavra solidez neste meio é muito relativa. Tudo muda rapidamente. É preciso trabalhar todos os dias”, acrescenta Enzo.
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A Incoming Emotions foi galardoada, pela IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, com o prémio de PME Excelência. O prémio foi recebido por parte de toda a equipa com grande entusiamo e grande alegria, pois representa todo o trabalho desenvolvido por todos ao longo dos últimos nove anos. “É mais um motivo para continuarmos a dar o nosso melhor todos os dias. O nosso segredo, para conseguirmos atingir os nossos objetivos, passa por valorizarmos quem temos connosco, os nossos concorrentes, os nossos clientes e o produto que nós vendemos”, diz Natália com um sorriso no rosto. Muito focados em fazer sempre melhor, a equipa sabe que, hoje em dia, o cliente final é cada vez mais exigente e tem outro tipo de conhecimento de todas as opções que estão disponíveis através das redes sociais, sites, entre outros. “O cliente já não é tão fiel como era antes. Hoje, a realidade é que o turista faz uma pesquisa exaustiva de tudo o que existe e escolhe sempre o preço mais baixo, com o melhor serviço. Não há como fugir disso. Por essa razão é que nos reinventamos todos os dias e trabalhamos para que as nossas propostas sejam sempre as mais apelativas”, remata Enzo. Quando questionados sobre o futuro, Enzo desvenda um dos projetos em que tem trabalhado, em conjunto com Paolo Funassi, um dos elementos da empresa. “Emozioni” é o nome do novo desafio que fará com que os turistas fiquem a conhecer Itália, um dos destinos que, na opinião do Enzo, não é trabalhado em Portugal. Por existir essa lacuna no mercado e, sendo Enzo e Paolo italianos, nada melhor do que explorar um novo país com alternativas diferentes e com novas propostas. Com uma filosofia de trabalho e de gestão humana muito diferente do habitual, a Incoming Emotions traz, diariamente, emoção a todos aqueles que andam à descoberta de um mundo novo através das viagens. Realizam sonhos, proporcionam bons momentos e, acima de tudo, trazem, ao mundo empresarial, uma nova forma de ver o mundo das equipas.
VEGAS BAR
30 ANOS NA VANGUARDA DE VÁRIOS NEGÓCIOS Para muitos o sonho é abrir o seu próprio negócio. Para o nosso entrevistado nesta edição, António Xufre, o objetivo é ter sempre os olhos abertos a novas oportunidades que possam permitir a expansão do seu império,no centro Histórico de Albufeira.
Equipa
U
m percurso feito de oportunidades António Xufre conta com 30 anos de experiência no ramo do turismo. Da hotelaria, onde começou, até ao serviço de bar, que é hoje o seu foco, foi construindo, passo a passo, o futuro. “Quando surgiu a oportunidade de abrir o primeiro espaço eu senti que era o momento ideal. Eu tinha a experiência e queria dar este passo. Assim reabri o Bar Fastnet António Xufre”, explica. O primeiro estabelecimento foi só o ponto de partida para todos os que viriam a chegar. “Após a abertura do primeiro surgiram mais três oportunidades. O bar Atrium, o primeiro bar de Karaoke do país foi a segunda aposta, logo seguido do bar Vegas. Os dois dividem o mesmo edifício em andares diferentes. O FASTNET era um pub irlandês e eu decidi manter o nome e parte do conceito. Já o Atrium é um bar quase só dedicado ao karaoke. Tive sempre a preocupação de colocar a minha identidade nos espaços, mas, ao mesmo tempo, torná-los distintos entre si
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para conquistar públicos diferentes. Quando surgiu a terceira oportunidade eu decidi fazer uma homenagem a Las Vegas e apelidei o negócio de Vegas. Um bar que se tem revelado um sucesso e onde aposto na música ao vivo e nos excelentes cocktails. Por último, mas não menos importante, surge o bar Sir Harrys, um verdadeiro clássico pub inglês já tem 52 anos de existência e que faz a aliança dos melhores drinks, dos melhores petiscos e dos melhores espetáculos ao vivo”, conta.
Uma região aberta ao mundo Sendo Albufeira a “Capital do Turismo” é imperativo que exista, por parte de todos os negócios relacionados com a atividade, uma adaptação aos novos tempos onde se faz sentir um aumento do turismo e também mais concorrência empresarial. “Nós sabemos que recebemos muitos turistas nacionais e estrangeiros. A pensar neles tenho vindo a completar o meu negócio de restauração e bar com a componente de alojamento. Já tenho um estabelecimento de
VEGAS BAR
“Nós sabemos que recebemos muitos turistas nacionais e estrangeiros. A pensar neles tenho vindo a completar o meu negócio de restauração e bar com a componente de alojamento alojamento local, mas a novidade que importa revelar é que já está em marcha a construção de um Hostel. A abertura está prevista para 2021 e o Hostel vai ser construído em cima do Sir Harrys”, revela.
Os motivos de diferenciação Vestir a camisola da casa, enfrentar os dias de sorriso na cara e prestar o melhor serviço possível, são as exigências do nosso entrevistado para com os seus colaboradores. Orgulhoso da sua equipa profissional e dedicada não esconde que são um dos motivos para o sucesso de todos os negócios. “Não me posso esquecer daqueles que diariamente são a cara do meu negócio. E agradecer pelo seu empenho e profissionalismo é uma obrigação. Neste tipo de negócios mais noturnos, as complicações são pontuais e nossa aposta é na comunicação com os clientes,e na segurança privada e boa colaboração com as forças policiais, estas foram duas das minhas apostas desde o início”, explica.
PME Excelência António Xufre, envaidecido pela distinção, explica que “este prémio vem conhecer o nosso mérito e é uma grande ajuda para conseguirmos financiar a mais baixo custo os negócios. Estas facilidades dão margem para poder investir na expansão, na qualidade, nos clientes, nos fornecedores e nos meus colaboradores”.
Futuro O futuro mostra-se sorridente e o nosso entrevistado não quer parar de crescer de forma sustentada. Para os que ainda não visitaram Albufeira os seus estabelecimentos deixa a mensagem: “Visitem a capital do turismo porque serão sempre bem-vindos. Há serviço de excelência para todos os gostos”.
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SOCONLAR SUCATAS
TRANSFORMAÇÃO CERTIFICADA DE RESÍDUOS COM QUALIDADE E CONFIANÇA A Soconlar Sucatas, situada em Loulé, é uma empresa reconhecida pela responsabilidade social e ambiental. Atua no mercado da transformação de materiais, perigosos e não perigosos, e no desmantelamento de veículos em fim de vida.
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e Loulé para toda a região do Algarve, e até mesmo para todo o território nacional, a Soconlar Sucatas está no mercado há vários anos, mais concretamente desde 2010. De forma geral, a empresa tem como objetivo o desmantelamento de veículos em fim de vida e a reciclagem de resíduos perigosos e não perigosos, como por exemplo, aço, alumínio, chumbo, cobre, ferro, latão, entre outros materiais. A Soconlar comercializa peças usadas em Portugal e no estrangeiro para veículos e procede à compra e venda de sucatas e ferro velho. Embora já fixada no mercado e distinguida como marca de confiança, a Soconlar está em constante crescimento. Nasceu na família Jesus e tornou-se, através da qualidade e do rigor que implementa em todos os seus serviços, uma empresa reconhecida no seu meio geográfico. Procuram o crescimento da empresa “passo a passo e sempre atentos à procura do mercado”, conforme contam António e Teresa Jesus, pai e filha, proprietário e gestora da empresa, respetivamente. Além da filha, com formação superior na área da gestão, António tem ainda a sua esposa a trabalhar na área da faturação e uma cunhada que trata da documentação de transporte e do licenciamento ambiental. Mais do que uma empresa com objetivos financeiros traçados, António afirma que “somos uma equipa, trabalhamos a título coletivo em prol da qualidade da empresa”. O crescimento da empresa tem sido notório, uma vez que “começamos com cinco funcionários e hoje somos doze”, declara Teresa Jesus. Não só aumentou o número de colaboradores como, ainda, expandiram o espaço
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Teresa e António Jesus, gestora e proprietário adquirindo dois armazéns na parte inferior do espaço de atendimento ao público. A empresa considera importante dar a conhecer empresas portuguesas familiares que têm o selo de garantia de qualidade e contribuir para o desenvolvimento e progressão. E no que toca a projetos futuros, António relembra que é preciso avançar cautelosamente e sempre de forma criteriosa como, de resto, já é apanágio da Soconlar. Na Soconlar os serviços dentro desta área de atuação de negócio são variados. A empresa compra e recolhe veículos em fim de vida, procede ao abate de viaturas e veículos, emite certificados de abate, faz o desmantelamento e o abate de salvados, recolhe sucata e comercializa peças de veículos usados. A empresa aposta na triagem e separação rigorosa dos materiais. Todos estes serviços só estão disponíveis e são possíveis uma vez que a empresa é fruto do empenho e dedicação de uma equipa que trabalha diariamente numa área de negócio delicada para o ambiente e com uma enorme responsabilidade social e ambiental. António Jesus contou à
SOCONLAR SUCATAS
Business Portugal que “nem sempre é fácil manter a certificação e estar dentro da legislação”. Mas, a imagem de marca da empresa é, sem dúvida, a confiança. Confiança nos serviços de qualidade que apresentam. Confiança na compra e venda dos materiais. Confiança no cumprimento da legislação. Confiança numa marca certificada. E Teresa, gestora da empresa, acrescenta que “trabalhar nesta área de negócio implica rigor máximo, pois preocupamo-nos com o meio ambiente e com a sua preservação.” É por tudo isto que a Soconlar é reconhecida pelas mais variadas entidades que certificam o seu trabalho. A empresa é associada à ValorCar, no que diz respeito à certificação do abate de veículos, sendo, ainda, licenciada com o Título Único Ambiental (TUA), emitido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Além das metas financeiras que pretende alcançar, a preocupação da empresa com o meio ambiente é um traço característico no trabalho desenvolvido diariamente. Assim, a Soconlar apresenta soluções sustentáveis, com a colaboração regular de duas doutoradas em engenheira ambiental, garantindo um impacto positivo na preservação e proteção do meio ambiente. A consciencialização para a preservação do meio ambiente é uma vantagem quer para a empresa, quer para a região geográfica que a Soconlar abrange. Tratando-se de uma região com uma beleza natural deslumbrante, delimitada por praias que trazem o turismo, é absolutamente necessário manter esta área limpa e preservada, contribuindo cada vez mais para a construção de uma moldura paisagística ímpar. Pode conhecer um pouco mais da Soconlar através do seu site em www.soconlar.com, onde se comprova o interesse da marca pela proximidade com os seus clientes e pela inovação. Com um simples clique irá encontrar um site com uma imagem jovem, clara
e com toda a informação necessária, ilustrando e apresentando a empresa de forma transparente e elucidativa. Se reside na zona do Algarve e necessita deste tipo de serviços, não hesite em contactar a Soconlar que mais do que uma empresa de qualidade é uma marca de confiança.
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MARINA DE ALBUFEIRA Desde agosto de 2003 que a Marina de Albufeira se apresenta como um complexo turístico e de lazer e um cartão de visita não só para o concelho, mas também para toda a região. Construída em terra, no interior da Várzea da Orada, a Marina de Albufeira é única no país, gozando do estatuto de “Marina mais segura de Portugal”, pelas suas características e localização. Com uma área de implantação ocupada por hotéis, restaurantes, lojas, apartamentos e moradias, a Marina de Albufeira é hoje a porta de entrada de milhares de turistas na região sul do país. João Amaral, administrador da Marina de Albufeira, recorda que este foi um projeto idealizado há vários anos, mas que só na entrada do novo milénio foi possível iniciar a sua construção. “A ideia de ter a Marina de Albufeira é bastante antiga. Diria que o primeiro passo dado no sentido de concretizar este projeto foi em 1995, com a aquisição de alguns terrenos na zona onde se situa atualmente. As vicissitudes da vida levaram a que o projeto idealizado só tivesse início no ano de 2000”. O percurso nem
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sempre foi fácil, mas é com orgulho que João Amaral reconhece que, “graças a um árduo trabalho de toda a equipa”, a marina é hoje um espaço atrativo. “Na altura da crise, a marina esteve quase parada no tempo e no seu desenvolvimento. Felizmente, graças aos Planos Especiais de Revitalização conseguimos que a marina se fosse desenvolvendo paulatinamente. Foi um trabalho duro e que demorou anos, mas que hoje nos permite afirmar que a Marina de Albufeira está bem”. Paralelamente, o crescimento do número de embarcações marítimo-turísticas, tornou-se um fenómeno que anualmente atrai milhares de pessoas ao espaço. “Atualmente, somos a marina do país com mais embarcações marítimo-turísticas. Esse crescimento do número de embarcações fez, sem dúvida, com que a marina começasse a crescer e a ser conhecida”. A beleza particular da costa algarvia pode ser contemplada nos diversos passeios e atividades possíveis de realizar. “Temos uma incrível diversidade de passeios que os nossos visitantes podem fazer, desde passeios para ver golfinhos, passeios de caiaque ou pesca submarina. Temos ainda um barco com o fundo em vidro e que permite uma
experiência diferenciada”. João Amaral não tem dúvidas de que está “no caminho certo para colocar a marina no patamar de excelência onde merece estar”. O próximo grande passo, passa pela construção do passeio marítimo, que irá ligar a marina ao centro de Albufeira. “O passeio marítimo será sem dúvida uma mais valia e trará mais pessoas à marina. Para além disso, será único uma vez que será construído em cima da água”. João Amaral reconhece a importância do contributo da Câmara Municipal de Albufeira no caminho conquistado ao longo dos anos e assume esperar puder continuar a contar com este apoio. “A Câmara Municipal de Albufeira tem contribuído muito positivamente e apoiado a Marina de Albufeira nos seus inúmeros projetos. Esperamos continuar a contar com esse apoio. Para além disso, para o futuro pretendemos infraestruturar e vender. Pretendemos ter os nossos hotéis a funcionar, continuar a participar em eventos e continuar a realizar o nosso evento anual, que decorre em setembro, e que este ano irá girar em torno da gastronomia, carros, barcos e motas clássicas”.
MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA
O MUNICÍPIO QUE SABE RECEBER
José Carlos Rolo, presidente
Albufeira é a capital do Turismo do país. Todos os anos recebe milhares de turistas de todo o mundo que vêm à procura das paisagens paradisíacas, de festa e de boa gastronomia. José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal, fala à Revista Business Portugal sobre o presente e o futuro da sua cidade.
A
lbufeira é a capital do Turismo do nosso país e tem uma grande porta de entrada para os turistas: a Marina. De que forma é que são preparados, pelas mais variadas entidades, nomeadamente a Marina, estes meses de grande afluência de pessoas na cidade? A Marina é um dos elementos chave do panorama turístico e económico de Albufeira. É um dos pilares importantes e fundamentais na medida em que faz a ligação de uma zona poente para a própria cidade, faz a complementaridade no que toca a todos os outros aspetos turísticos. Embora tenha tido alguns anos mais difíceis, está, neste momento, numa fase em que ajuda muito no desenvolvimento da atividade turística do concelho.
No último ano tem sido registado uma maior vivacidade e uma maior atividade dentro da Marina? Sim, a administração da Marina tem desenvolvido um trabalho muito notável no que toca a modificações do espaço e de todas as atividades que se podem lá encontrar. Quando falamos em mudanças não é só na parte da diversão e dos serviços que estão a prestar, mas também na parte das infraestruturas, que estão a ser trabalhadas de forma exemplar e muito proveitosa para que, mais tarde, se possam alavancar todos os projetos de atividades turísticas que estão a ser preparados e estudados. Quando a parte das infraestruturas estiver totalmente finalizada, eu penso que a Marina, além de ter um papel muito importante naquela zona específica onde está inserida, vai ter certamente uma importância redobrada no restante concelho, porque não podemos pensar, no turismo, que a cidade está dividida por espaços ou por ilhas. A cidade é o conjunto de todas as atividades, locais, pessoas e quando tudo estiver a 100 por cento, certamente que a vida de Albufeira também mudará. Inclusive com atividades, em parceria com a Câmara, como a Feira de Caça, Pesca, Turismo e Natureza que decorreu no passado mês de julho… Foi um desafio que eu lancei para que a feira, este ano, fosse naquela zona da Marina. No início existiram algumas dificuldades por haver a questão de uma possível falta de espaço, mas o que é certo é que acabou por se tornar numa otimização do espaço
onde a feira se desenvolveu. Praticamente todas as pessoas dão um feedback muito positivo da organização, do espaço em si, e, com isso, houve um resultado muito favorável para todos, inclusive para a Marina. Nós recebemos muita gente fora do concelho que, possivelmente, nunca lá tinha ido e, por causa deste evento, ficou a conhecer. Nós temos de agradecer a disponibilidade da administração da Marina pela cedência do espaço. Para além disso, no próximo dia 14 de agosto, vai ser no Porto de Abrigo, na Marina, que vai sair a procissão com a Nossa Senhora da Orada, capela que está muito bem inserida naquele espaço, no complexo turístico — a Alameda da Orada. Após a saída da procissão pelo mar, vai haver um arraial, com tasquinhas e animação. É uma festa, com um registo mais religioso, que também é necessário, que se faz há muitos anos. Sabemos que existe um projeto que pretende ligar a Marina ao centro histórico de Albufeira. O que é que nos pode dizer sobre isso? Nós temos em mente a construção, aqui no concelho, de um conjunto de passadiços de observação das praias, junto a elas e, um deles, seria inserido justamente nesse complexo… Está a ser estudado e nós achamos que será sempre uma mais-valia unir a cidade para que os turistas também possam circular e conhecer um pouco de tudo o que Albufeira tem para oferecer. Albufeira é altamente reconhecida pelas suas praias. Existe um trabalho muito cuidado, por parte da Câmara, para que se possam manter essas zonas limpas, seguras através
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MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA
de iniciativas, algumas reestruturações, desenvolvimento… Por um lado, temos de manter as praias limpas e, todos os dias, temos equipas que trabalham nesse sentido. Temos 25 de bandeira azul, inclusive a Marina, o que dá também a simbologia de qualidade, em conjunto com as vistas das falésias e todos os serviços disponibilizados. E o salão de festas é a Praia dos Pescadores? Como disse, nós não temos grandes espaços para fazer grandes eventos, grandes feiras. Temos a Praia dos Pescadores que, este ano, sofreu uma obra na praça — uma estação elevatória para minimizar os efeitos das cheias, só tem mesmo a função de receber a águia da chuva, elevá-la e a escoar para o mar, mas que era bastante necessário, por isso, este ano, a Praça dos Pescadores está um pouco condicionada. Embora exista esse pequeno condicionamento, no próximo dia 20 de agosto, vai ser lá realizado o Dia do Município, com festa, um concerto da Bonnie Tyler, que é uma das grandes promotoras de Albufeira. É através do Dia do Município que vão ter uma iniciativa inovadora para fazer ligação com a festa de final de ano? A festa este ano vai ser diferente, ainda estamos em negociações e numa fase avançada de planeamento, mas queremos inovar. Não podemos estar sempre a fazer a mesma coisa ano após ano, porque isso vai acabar por afastar as pessoas que nos costumam visitar nessa altura. Mais novidades virão. 34 | Revista Business Portugal agosto 2019
O futuro, em Albufeira enquanto capital do Turismo, passa por onde? O que podemos esperar da cidade nos próximos anos? Estamos num caminho de promoção, com as entidades privadas e públicas a fazer todo um trabalho exemplar nesse sentido, para que Albufeira seja sempre lembrado. Existem projetos para requalificação de hotéis, algumas cadeias hoteleiras de grande renome mundial como a W Hotels estão a construir cá e isso acaba por fazer um upgrade à zona e ao nosso turismo. Temos, também, a nível público, em mãos, a requalificação do espaço público para que se torne mais agradável para
Rua do Município 8201-863 Albufeira Telefone: 289 599 500 Fax: 289 599 511 Email: geral@cm-albufeira.pt www.cm-albufeira.pt
as pessoas, com uma maior mobilidade, através da limpeza que é uma das nossas maiores preocupações e é um dos pontos em que mais temos trabalhado para que o destino Albufeira seja sempre um dos locais favoritos para todos. Vamos tentar também alargar as nossas ofertas de diversão. Nós já temos dois grandes cartazes de festa gastronómica, a Festa do Frango da Guia e a Festa da Sardinha, que são realizadas, todos os anos, no primeiro e segundo fim de semana de agosto. Queremos continuar a apostar, durante o verão, na prevenção e na segurança de todos no que toca ao Sol, às grandes exposições solares, aos locais em que as pessoas se colocam nas praias como, por exemplo, as arribas. Embora a Proteção Civil tenha sempre avisos e o cuidado de sinalizar tudo, as pessoas continuam a deslocar-se para zonas que são de algum risco no que toca à segurança. O futuro passa por dinamizar a cidade e continuar a manter o estatuto de capital do Turismo, por isso deixo o convite a todos a virem visitar-nos.
PORTUGAL CRIATIVO Neste caderno focamo-nos nas organizações resilientes, tentamos perceber a sua capacidade criativa, demonstramos como inovam, o seu espírito empreendedor e os desafios para se reinventar. Não descoramos a investigação científica, o desenvolvimento tecnológico e tentamos perceber o seu papel na competitividade e eficiência nas organizações e na sociedade. Pretendemos com isso, apresentar e levar aos nossos leitores alguns dos melhores exemplos relacionados com Criatividade, Inovação, Empreendedorismo e Investigação e Desenvolvimento em Portugal. Para tal, vamos conhecer a visão, a estratégia, as competências, a determinação e o rigor com que as empresas e instituições olham para estas matérias como proposta diferenciadora, num mercado cada vez mais competitivo e exigente.
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AC STRUCTURES
“A QUALIDADE É UMA OBRIGAÇÃO” Mário Alvim de Castro é o CEO da AC Structures, uma empresa nova no mercado dos perfis pultrudidos e dos materiais compósitos, nomeadamente, plástico reforçado com fibra de vidro, de carbono ou de aramida. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o fundador da empresa, para perceber o mercado, as vantagens deste produto e as áreas em que pode ser aplicado.
A
ntes de mais, como se desenhou o seu percurso profissional, de forma a levá-lo a criar a AC Structures? Esta é a segunda fase do meu percurso profissional. Depois de 21 anos à frente de uma indústria de materiais compósitos, que começou com um spin-off académico, a partir do INEGI, vendi a minha participação devido a divergências na gestão da empresa. Inicialmente, a AC Structures estava ligada à consultoria e revenda de materiais, mas os desafios do mercado levaram à necessidade de ter pessoal próprio para dar resposta às necessidades do mercado. As áreas de atuação da AC Structures são a aplicação em perfis pultrudidos, gradis e peças em plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV). Associado a estas áreas está a conceção, projeto e desenvolvimento de novas aplicações com soluções inovadoras. Que características têm os materiais compósitos com que trabalha? Os materiais compósitos de matriz polimérica são plásticos reforçados com fibra de vidro, de carbono ou de aramida. Estes produtos são quatro vezes mais leves do que o aço e têm grande resistência mecânica e à corrosão. Além disso, têm grande duração, com manutenção muito reduzida ou inexistente. O conhecimento em engenharia de materiais compósitos e a experiência de mais de 25 anos permitem encontrar soluções para desafios mais complexos. Os preços destes produtos, inicialmente mais
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Mário Alvim de Castro, CEO
caros, são compensados a médio prazo com a ausência de manutenção, tornando o investimento inicial facilmente recuperado. Em que áreas se pode aplicar este material? Este material é transversal e pode ser aplicado em várias áreas e para diversos fins, nomeadamente, no saneamento básico e abastecimento de água, indústria de transportes, barragens e setor elétrico, indústria química e nas zonas perto da orla marítima, porque é resistente à corrosão, sendo uma boa solução em varandins, passadiços, portões, escadas e estruturas diversas. São aplicados em ETAR’s e aeroportos, uma vez que este material não interfere, respetivamente, com os radares e a sinalética vertical. Por exemplo, na cidade da Maia foi substituída a sua sinalética toponímica por este tipo de material. A sua característica de flexibilidade permite que, quando sujeito a um embate, este recupere a posição inicial, mesmo que danificado. Outro exemplo é a Câmara
Municipal de Vila Franca de Xira, que preferiu a solução de passadiços em perfis pultrudidos em de vez de metálicos. Estes passadiços, para utilização pedonal e ciclovia com estrutura e gradil em materiais compósitos, têm a capacidade de suportar a circulação de uma viatura de emergência médica. Por último, o Metro do Porto, nas composições Eurotram, tem este material nos painéis exteriores e interiores, dadas as características de resistência à corrosão, ao fogo e à leveza. Além destes exemplos, também existe a aplicação na vertente decorativa, como no caso das rolhas de espumante, colocadas nos municípios da Rota da Bairrada, feitas em plástico reforçado com fibra de vidro e, depois, revestidas com cortiça. As aplicações são inúmeras e tudo é produzido dentro do que é pretendido. O cliente apresenta-nos um desafio e o nosso propósito é encontrar uma solução… o limite é a imaginação. Como se desenha o caminho da AC Structures? O mercado é sempre imprevisível, mas creio que as áreas de grande aplicação deste material continuarão a ser mais tradicionais, como referi anteriormente. Os novos desafios aparecem todos os dias e o caminho da AC Structures será sempre o de se diferenciar da concorrência com novas soluções e aplicações. Estes materiais já são conhecidos, mas têm tendência a crescer e a tornarem-se uma excelente alternativa como um produto inovador, confiável e duradouro para todos quantos optem pela sua utilização.
ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE RIO MAIOR
UMA ASSOCIAÇÃO DINÂMICA E PREPARADA PARA O FUTURO Sérgio Ferreira é Presidente da Direção da Associação Empresarial de Rio Maior há cerca de um ano e meio e, desde que tomou posse, a associação já aumentou os seus serviços e o número de sócios em cerca de 50 por cento. A Revista Business Portugal quis perceber a dinâmica desta associação, quais os programas de apoio às empresas existentes no concelho e as vantagens dos empresários que se instalam em Rio Maior.
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om que objetivo foi criada esta Associação e qual o seu papel, junto dos empresários e das instituições públicas? A Associação nasceu do Grémio do Comércio do concelho de Rio Maior e tem mais de 75 anos de história. Inicialmente, era uma associação comercial, depois alterou o nome de Associação Comercial e Industrial para finalmente no início do milénio com os olhos postos no futuro, adotou o nome que hoje tem – Associação Empresarial de Rio Maior, o que representa uma abrangência total de todo o tipo de negócios e empresas no concelho. Iniciei funções nesta associação há cerca de ano e meio e desde o início procurei, juntamente com a restante
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Sérgio Ferreira, presidente
ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE RIO MAIOR
Direção, devolver uma dinâmica ativa na condução de negócios e de algumas iniciativas que, não só envolvem o comércio, mas a captação de novos negócios para o concelho. Num período difícil para o comércio tradicional, a nossa responsabilidade é auxiliar a inovação e novas práticas de mercado, este é um dos nossos desafios, para os três anos de mandato – fazer da associação uma entidade dinâmica, capaz de fornecer as informações e dar os apoios necessários aos empresários do concelho e fomentar a chegada de novos negócios, por adoção de novas tecnologias de informação, boas praticas ambientais e fomento da economia local. Que serviços já disponibilizam? Dispomos de acompanhamento jurídico gratuito, que permite aos nossos associados verem as suas dúvidas esclarecidas e ficarem a conhecer o seguimento a dar a uma determinada situação\ocorrência; temos apoio também para o setor da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, através de uma empresa que se disponibilizou para esclarecer dúvidas nessa área. Estamos a voltar a implementar a formação profissional. Área que, em tempos, dinamizou muito a associação, e beneficiou os seus associados que entretanto se havia perdido. Estamos a celebrar protocolos com os centros Qualifica e com o IEFP para, em conjunto com os nossos empresários, reconhecermos as necessidades de emprego da região e implementar cursos de formação que vão ao encontro das necessidades das empresas do concelho. Por outro lado, haverá formação ativa a empregados e empregadores, de forma a melhorar as suas capacidades e adequá-las ainda mais ao mercado de trabalho, que se encontra em constante mutação. Disponibilizamos espaços físicos de publicidade e marketing, para promoção e divulgação empresarial bem como Spots publicitários em rádio, redes sociais e outros. Assim como somos parceiros de organização nas feiras do concelho, nomeadamente a FRIMOR, que pretendemos que seja a mostra anual do que melhor se faz no concelho, reforçando a componente empresarial para alavancar as exportações regionais e internacionais, com a componente de dar a conhecer também ao público em geral o que é “made in Rio Maior”, ou seja a marca Rio Maior.
de atividade que constitui a coluna vertebral da economia local. Foi em Rio Maior que “nasceu” a industrial metalomecânica do País, mas atualmente a indústria alimentar, como a Carnes Nobre, a Pampor e a Costa e Ferreira são as grandes impulsionadoras da dinâmica empresarial. O setor industrial de extração, nomeadamente o da areia e pedra tem imensa relevância pois tem características locais únicas que fazem deste uma referência nacional e internacional. Existe uma aposta para futuro na indústria, pois dispomos de um parque industrial de grandíssima qualidade assim como vias de comunicação onde esperamos uma fixação de novas empresas pois oferece qualidades e benefícios que poucos outros têm. Quais são as vantagens atrativas de que as empresas beneficiam quando se instalam em Rio Maior? Atualmente vigora um programa, o RM Investe, que contempla uma panóplia de regalias, nomeadamente, benefícios fiscais, isenção ou redução de taxas municipais assim como a via verde do investimento que facilita a burocracia e permite uma ligação direta com as entidades públicas. É um programa muito atrativo, que já deu frutos – a Generis resolveu instalar-se aqui e investiu num espaço de 88 mil metros quadrados. Para Start-ups, Rio Maior é uma mais valia, pois pertence ao quadro europeu de investimento do Alentejo (NUTSIII), o que lhe permite ter todas as áreas de investimento em aberto e uma vantagem no que fundos europeus diz respeito. Há ainda a salientar a localização geográfica do concelho, estando Rio Maior a 40 minutos de Lisboa por rede viária e com acessos priviligiados às principais autoestradas do País. É por estes motivos que, acredito, não existir nenhum outro concelho com mais vantagens que este. Rio Maior é cidade de Futuro. Diria que esta dinamização é positiva? Sem qualquer margem de dúvida, os benefícios fiscais, isenções de taxas e a vantagem aos apoios europeus ao desenvolvimento, a localização e acessos privilegiados, permite afirmar que existe uma conjuntura perfeita ao desenvolvimento sustentável e estruturado para qualquer empresa.
Como se caracteriza o tecido empresarial do concelho? Mais de 90 por cento do tecido empresarial é composto por micro em pequenas empresas, divididas pelos mais diversos setores
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CORTES DE LISBOA
AS PAIXÕES MASCULINAS REUNIDAS NUM ÚNICO ESPAÇO A Cortes de Lisboa é um projeto jovem, inovador e alternativo, que resultou de uma paixão do seu fundador, Francisco Godinho, por veículos motorizados. Em resultado de uma aquisição em leilão de umas cadeiras de barbearia antigas e de uns veículos de coleção, nasceu uma barbearia, em Alcântara, cuja ideia se difundiu e já se espalhou um pouco por todo o país. Estivemos à conversa com o sócio fundador, para perceber o conceito destas barbearias e o que reserva o futuro.
C
omo surgiu a Cortes de Lisboa? Surgiu há cerca de quatro anos. Começou como uma pequena “brincadeira”, porque não era a minha área e não tinha conhecimento sobre a técnica, mas gosto de ir a leilões de antiguidades e, num desses leilões, licitei e ganhei um lote que trazia umas motas antigas e umas cadeiras e bancadas de barbearias antigas. Tirei as motas e deixei o resto das coisas no armazém. Passado um ano há um amigo meu que vê aquilo e me sugere abrir um espaço de barbearia, já que tinha todo o material necessário para isso. Ele próprio conhecia alguém especializado em cortar cabelos, que é atualmente o meu braço direito, e que era a pessoa ideal para o negócio. Falei com ele e sugeri que ele desse a mão-de-obra e eu o espaço, algo que ele aceitou. Abrimos a primeira loja em Alcântara, numa rua que só tinha comércio tradicional e, desde então, já chegaram bancos e outras marcas de referência àquela rua. Aliás, logo no dia de abertura já tínhamos 20 pessoas à porta. Começámos com uma loja de rua, com apenas duas cadeiras, e hoje já temos cerca de 100 colaboradores e sete lojas e vamos inaugurar outra em breve.
lojas. Temos a parte do gosto pessoal aliada ao negócio. De quatro em quatro anos, tentamos fazer um rebranding nas nossas lojas, para ter constantemente uma imagem renovada. Considero que o espaço tem de fazer com que as pessoas se sintam confortáveis, mas, ao mesmo tempo, deve ter algo novo e inovador e não ser o típico barbeiro tradicional. No que respeita à diferenciação, tentamos que incida essencialmente no serviço prestado. Procuramos que este seja muito cuidado, rigoroso e com técnicas que não se utilizam em todas as barbearias. Além disso, no que respeita à questão da inovação, temos também uma aplicação, desenvolvida por mim, em conjunto com colegas do Instituto Superior Técnico, que está integrada com a loja e permite ao cliente agendar uma marcação. Este ano vamos lançar um serviço novo e único no país – o corte ao domicílio. Já estamos na fase final e pretendemos lançá-lo no final do Verão, simultaneamente em todas as nossas lojas.
No que respeita à diferenciação, tentamos que incida essencialmente no serviço prestado. Procuramos que este seja muito cuidado, rigoroso e com técnicas que não se utilizam em todas as barbearias
Como se deu esse crescimento? A primeira loja foi em Alcântara, uma loja de rua. A segunda foi na Bela Vista, antiga zona de Chelas, também enquanto loja tradicional, mas entretanto equacionei a hipótese de abrir uma loja no shopping. Fiz algumas pesquisas, direcionadas a administrações de centros comerciais e o primeiro a aceitar a ideia foi o LoureShopping. Logo depois, o Colombo também aceitou que abríssemos uma loja naquele espaço comercial. De seguida abrimos em Évora, no Évora Plaza, depois no Allegro Alfragide, Braga Parque e a abertura mais recente foi no Fórum Sintra. A nossa oitava loja irá abrir no Fórum Coimbra. A perspetiva é crescer por todo o país, mas sobretudo para o Norte, onde se concentra o centro financeiro e onde o cuidado com a imagem é maior. O próximo objetivo é abrir um espaço no Norte Shopping. Como define o conceito da Cortes de Lisboa e de que forma se diferenciam no mercado? Eu tenho uma paixão por veículos e o conceito procura ir buscar aquilo que nós, homens, mais gostamos. Eu já tinha uma coleção carros e motas e pensei que seria interessante expor estas peças nas 40 | Revista Business Portugal agosto 2019
Utilizam técnicas que não se utilizam na grande maioria das barbearias. De que técnicas falamos? Nós temos feito um estudo por todas as barbearias do mundo, temos tido várias formações e tentámos selecionar algumas técnicas que melhor se adaptavam à nossa realidade. Em certos países não utilizam lâmina, apenas navalha. Noutros, utilizam o fogo para tirar alguns pêlos, nomeadamente nas orelhas e na cara. Existem algumas técnicas que podemos utilizar e nós procuramos aprender algumas delas para garantir que, quando vem alguém e nos faz um pedido específico, nós consigamos aceder a esse pedido. Além disso, os homens hoje andam mais informados e estão mais abertos às novidades e inovações nesta área e nós queremos que o cliente venha, saia satisfeito e que volte – e acontece isso com cerca de 90 por cento. Para isso, os nossos colaboradores recebem bastante formação, quer seja em técnicas de corte, atendimento ou produtos. O que podemos esperar da Cortes de Lisboa no futuro? Gostaria de crescer mais e expandir para fora de Portugal. Considero que temos capacidade para isso e já temos alguns contactos nesse sentido. Numa primeira fase, não pretendemos franchisar, porque queremos continuar a controlar a gestão do nosso negócio. Talvez quando tivermos uma dezena de lojas essa opção já se afigure mais adequada.
CORTES DE LISBOA
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KOOL4YOU
A CRIATIVIDADE É A ARMA DO SUCESSO A Kool 4 You é uma empresa de design gráfico, impressão, organização de eventos e gestão de carreiras desportivas criada em 2014 por Pedro Silva, em Barcelos. Um amante da criatividade e do mundo do futebol, Pedro conta, à Revista Business Portugal, o seu percurso profissional e como chegou à ideia desta empresa de sucesso.
P
oderíamos começar por conhecer um pouco melhor a Kool 4 You. Em que momento surge a ideia de colocar mãos à obra e abrir o seu próprio negócio? Sou formado em Design Gráfico e desde muito cedo que estou ligado a esta área. Comecei a trabalhar aos 15 anos numa gráfica, em Braga, onde era responsável pela parte gráfica. A minha criatividade e a vontade de criar o meu próprio negócio levou-me a arriscar e então decidi, com 18 anos, lançar-me sozinho e montar a minha empresa, que já na altura se chamava Kool. Era uma agência de criação de imagem digital e de impressão, onde tínhamos a impressão de pequenos e grandes formatos. Mais tarde, surgiu o convite para ir para Angola para onde fui organizar a campanha do campeonato do Mundo da Alemanha, em 2006. Mais tarde, tive também a oportunidade de criar um negócio em design gráfico e impressão digital em Angola, do qual foi proprietário durante dois anos e meio. Seguiu-se Moçambique, onde criei um projeto como nunca se tinha visto no país. À parte de impressão e design juntou-se a vertente de organização de eventos: conferências, feiras, campanhas eleitorais… Ao mesmo tempo começava a ter alguns contactos dentro do mundo do futebol e começava a dar os “primeiros passos” nesta vertente. Atualmente já represento 38 jogadores, em seis países diferentes, todos a jogar na primeira e na segunda liga.
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Pedro Silva, ceo
A Kool 4 You concentra assim a sua atividade em quatro vertentes? Sim. Juntamos quatro valências e fazemos muita coisa dentro desta empresa. A organização de eventos, a imagem e a impressão estão ligadas. Cada evento precisa de imagem, a imagem precisa de outdoors, de comunicação, de impressões… Nós fazemos e tentámos, dentro dos eventos que organizamos, angariar o maior número de parceiros Por exemplo, eu trabalho no meio do futebol, e os clubes precisam de publicidade à volta do estádio. Tentamos ligar sempre as três vertentes, embora nem sempre sejam compatíveis. Fazemos também trabalhos para decoração de interiores em regime de exclusividade
para os nossos clientes. Por outro lado, temos também a vertente da organização de eventos, ou seja, temos quatro vertentes: o design, a impressão, o agenciamento e a organização de eventos. É um trabalho de criatividade diária… A criatividade é a nossa arma mais poderosa. Sou designer gráfico de formação apesar de, infelizmente, não ter muito tempo para a criação, mas é uma arte que adoro e quero continuar a executar. A inspiração, por vezes, falta, mas às vezes mais vale parar uns momentos para que a criatividade surja novamente. Os criativos são como os pintores: têm de estar à frente da tela para que a ideia surja e evolua. Aqui, trabalhamos como uma verdadeira equipa. Reunimo-nos, cada um dá a sua opinião e apresenta a sua perspetiva sobre o trabalho e é desta forma que conseguimos criar um produto à imagem da Kool 4 You. Atualmente, dedica-se 90% ao agenciamento. Esta vertente sempre esteve nos seus planos profissionais? Eu sempre gostei de futebol. Aliás, eu joguei desde miúdo até ao último ano de juniores do Braga e, como tinha um familiar, que foi o primeiro empresário FIFA do mundo, sempre tive o bichinho por esta área. Esse familiar convidou-me para trabalhar com ele e eu não quis, porque já estava em África, então a ideia dele era eu ser olheiro, dos miúdos de África para trazer para os clubes de cá. Na altura em não liguei muito. porque estava mais direcionado para a parte dos eventos, mas o que é certo é que, se fosse hoje, os contactos no futebol seriam outros. Que balanço faz dos anos de atividade e o que podemos esperar da Kool 4 You para o futuro? Não me arrependo de nada e voltava a fazer tudo o que fiz. Ainda hoje mantenho o meu espírito aventureiro. Sempre gostei de correr riscos, sempre fui aventureiro sem me deixar vencer pelo medo e assim espero continuar. A minha perspetiva de futuro é direcionar-me a 100% para o futebol. Já abrimos delegações em vários países e já temos representantes em nove países. A ideia é expandir nos vários mercados e entrar em mercados diferentes. Partilho a ideia de que sozinhos não conseguimos fazer tudo, por isso, temos parceiros locais que nos ajudam e nos abrem portas nesses países. Embora, no futuro, me vá dedicar mais ao agenciamento sei que a parte criativa da Kool 4 You irá continuar com a mesma qualidade, porque tenho criativos incríveis e funcionários fantásticos.
RE/MAX EXPOGROUP
CLIENTES PARA A VIDA SÃO A CHAVE DO SUCESSO DE 20 ANOS NO MERCADO IMOBILIÁRIO
Tony Silva, broker
Tony Silva, natural de Vila Franca de Xira, passou grande parte da sua vida no Canadá, onde também completou os seus estudos. Desde cedo aprendeu o valor do trabalho, primeiro com um part-time num supermercado tendo, aos 18 anos, a sua primeira experiência como empresário na área da camionagem. A sua veia de empreendedor rapidamente o levou para o negócio de compra e venda de madeiras em bruto. Hoje é uma cara muito conhecida do setor imobiliário português.
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RE/MAX EXPOGROUP
O
Tony sempre foi um homem empreendedor, mas antes da Re/max, teve outros negócios. Fale-nos um pouco sobre o seu percurso profissional e da sua chegada a esta imobiliária. O meu primeiro negócio no Canada era os transportes e logística de madeiras em bruto - exportava madeiras para os EUA e para o Japão. Como tínhamos algumas propriedades aqui em Portugal, o meu pai andava a pensar em construir um prédio, nomeadamente em Vila Franca de Xira, onde eu nasci. Cumprindo o seu desejo. Em 1997 vim para Portugal construir esse prédio - na altura era um homem solteiro, tinha-me divorciado no Canadá há algum tempo. Neste período (feliz) conheci a minha atual esposa, a Raquel, e estamos juntos desde então, pais de um lindo casal de gémeos com oito anos. Terminado o prédio, vendi as frações e por cá fiquei. Em 1999, o master franchising da Re/Max, em Portugal, foi comprado pelo Dr. Manuel Alvarez e eu entrei na então Re/Max Ribatejo, assim que eles iniciaram a atividade em Vila Franca de Xira, em 2000. Um ano depois fui para a Re/Max Expo Olivais e lá permaneci até 2007. Quando resolvem abrir mais uma loja na zona, desta vez no Parque das Nações, eu decido dar o meu próprio salto e compro o meu franchising, a Re/Max Momento, no Prior Velho, Sacavém. Faço-o conjuntamente com um grande amigo e sócio, convidando vários Agentes imobiliários para virem trabalhar connosco. Éramos uma equipa forte, mesmo com poucos Agentes e conseguimos excelentes resultados durante os primeiros anos. A loja funcionava bem e estávamos a ganhar algum dinheiro, mas o foco crescente na venda e angariação de mais imóveis levou-me a decidir vender a loja a um investidor. Uma oportunidade que se revelou um excelente negócio e que, ao mesmo tempo, me deixou numa posição confortável de continuar a trabalhar na equipa por mais dois anos, continuando a ser ‘cara’ da empresa. Após este período, juntei-me a vários amigos e colegas que já tinham trabalhado comigo na Re/Max Momento e integrei a Re/Max Eleven. Já em 2013, quando começam os chamados Golden Visa, ainda na Re/Max Eleven fomos pioneiros nas vendas imobiliárias neste novo modelo, tanto em número de transações de imóveis, como em valores transacionados. É nesta fase que acontece a fusão entre a Re/Max Eleven e a Re/Max Tejo, originando o que vem a ser a Re/Max Expogroup. Num crescente contínuo a nível de lojas, faturação e número de Agentes imobiliários a Re/Max Expogroup assume a liderança sendo o Grupo e Loja Número 1 de Portugal e da Europa, por seis anos consecutivos! É uma referência e case study não só em Portugal, mas também na Europa. O record da maior faturação de um Agente imobiliário em toda a Europa, num único ano, está aqui nesta loja. Temos, nesta equipa, profissionais de referência a nível internacional. Em 2013 e 2014, tivemos seis Agentes no Top 10
onde eu também estava incluído. Neste momento, o Expogroup tem 28 Agencias em Portugal, Espanha e Itália. Atualmente, concentro o meu trabalho não só geograficamente, mas também demograficamente. Grande parte dos meus negócios vêm de contactos que se têm desenvolvido ao longo dos anos, de indicações de clientes satisfeitos, do passa palavra, da confiança no trabalho realizado ao longo dos anos, que serve de recomendação aos amigos e familiares. Porém, quando comecei ninguém conhecia a Re/Max e tive de andar porta-a-porta, a dar-me a conhecer e a conquistar a confiança das pessoas. Atualmente, a minha cara é a minha marca. Tenho clientes que se tornaram Amigos Para a Vida, e isso tornou-se no lema da Team Tony! Clientes para a Vida! Hoje é responsável por uma equipa. Como é que funciona a Team Tony? O nosso crescimento como profissionais passa pelo crescimento da nossa equipa, com a partilha de conhecimentos. A Team Tony surgiu naturalmente, como forma de integrar novas pessoas capazes e interessadas em trabalhar no setor imobiliário, beneficiando da minha experiência de 20 anos neste mercado. Atualmente o projeto vai funcionar no modelo Broker-Empreendedor, cuja principal função é ser responsável pela expansão do negócio, recrutando novas pessoas para a equipa, identificar os perfis certos, realizar as entrevistas, coordenar e fazer o acompanhamento do trabalho diário dos novos Agentes. A pessoa que vai ficar à frente deste processo juntou-se à Team Tony há um ano, aportando os seus conhecimentos nas vertentes de Comunicação e Marketing. Tendo já liderado equipas nas suas experiências profissionais anteriores esta será, igualmente, uma mais-valia a potenciar. Garantir o cumprimento dos Programas de formação, que é um fator muito importante e valorizado no Expogroup, será fundamental para que eles se desenvolvam rapidamente, juntamente com um acompanhamento diário e constante pelo Broker-Empreendedor. Atualmente, as imobiliárias têm equipas numerosas, pois existe a ideia (errada) de que qualquer um pode ser Agente imobiliário. Infelizmente isso faz com que a profissão seja mal vista, sendo fundamental a aposta em novas dinâmicas de trabalho.
Quando comecei ninguém conhecia a Re/Max, tive de andar porta-a-porta, dar-me a conhecer e conquistar a confiança das pessoas. Atualmente, a minha cara é a minha marca. Tenho clientes para a vida e isso tornou-se no lema da Team Tony!
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Qual é a base para ser um bom agente imobiliário? A coisa mais importante na vida é termos Paixão pelo que fazemos. Só dessa forma conseguimos ser felizes e transmitir esse sentimento aos outros. Eu sou uma pessoa feliz e adoro o que faço, não vejo a minha profissão como trabalho, pois adoro ajudar as pessoas. A base principal do negócio imobiliário é a angariação de imóveis. Quando um proprietário confia um imóvel a um Agente imobiliário, espera um serviço de qualidade e personalizado, pois a casa é um bem muito precioso que transporta muitas ligações
RE/MAX EXPOGROUP
emocionais. Ao sentirem que estamos a trabalhar para eles com dedicação a 100 por cento não têm qualquer problema em confiar-nos o seu imóvel, sabendo que faremos o melhor negócio para eles. Quando os proprietários recorrem a uma agência imobiliária é porque pretendem contratar um profissional e ter a sua opinião especializada. Por essa razão, é muito importante sabermos o que estamos a fazer. Eu prefiro perder um negócio e dizer a verdade a um cliente, do que criar uma expectativa que nunca vai ser cumprida. Prefiro alertá-lo que o seu imóvel não vale o valor que pensa, informando-o do valor real de mercado. Mas, na maior parte das vezes, é uma realidade que os proprietários não querem ouvir. Com o mercado em alta, alguém que queira vender a sua casa nem precisa do agente imobiliário. Afixa o número na janela e consegue vender a casa rapidamente, mas pode ter muitos problemas até finalizar o processo. Abre a porta a alguém e não sabe se a pessoa quer comprar ou se quer apenas ir ver o que existe dentro da casa para outros fins. A Re/Max pauta-se pela qualidade e serviço ao cliente, pelo que tem tudo isto em consideração e nós temos responsabilidades acrescidas. O proprietário confia-nos a chave da sua casa, com coisas de valor lá dentro, e isso é responsabilidade do Agente. O nosso trabalho passa sempre por marcar reunião presencial com o potencial comprador ou vendedor. Só pessoalmente conseguimos conhecer as pessoas e qualificá-las como reais compradores ou vendedores, só pessoalmente conseguimos perceber os seus reais interesses e necessidades, por forma a darmos a nossa opinião e aconselhamento. Outro ponto importante é a partilha de
A Re/Max pauta-se pela qualidade e serviço ao cliente, pelo que tem tudo isto em consideração e nós temos responsabilidades acrescidas. O proprietário confia-nos a chave da sua casa, com coisas de valor lá dentro, e isso é responsabilidade do Agente negócios. Quem não fizer partilhas, hoje em dia, fica para trás. Se eu tenho um comprador para um imóvel que não está na nossa rede, mas está na rede de outra imobiliária concorrente, eu vou abordar o colega e levo lá o meu cliente. Se o cliente perceber que estamos a fazer o melhor para satisfazer o seu desejo, ele já não recorre a mais ninguém. É do conhecimento geral que a Re/Max só trabalha em regime de exclusividade, no que se refere à angariação. Isto significa que a responsabilidade da divulgação/promoção daquele imóvel fica à nossa consignação, através dos diversos canais existentes, para evitar que entre no mercado com vários preços e seja entregue a diferentes Agentes. Mas não invalida a cooperação com outros colegas ou agências dentro e fora da nossa rede. Todos Ganham, Clientes e Agentes! Considera que existe falta de transparência no mercado imobiliário? Os avaliadores imobiliários baseiam-se nos valores de venda das grandes imobiliárias. Os Team Leaders e os Brokers de Agências têm alguma responsabilidade acrescida nesta matéria. Um exemplo básico: se digo a um cliente meu que consigo vender certa casa pelo valor de mercado de 500 mil euros, e vai lá um colega de seguida que afirma conseguir vender por 600 mil euros, sabendo que o imóvel não vale esse valor, prefiro dizer ao cliente que entregue o imóvel ao colega, porque sei que, provavelmente, não vai conseguir vendê-lo. Já disse a clientes que a casa que estavam a vender não valia determinado valor e eles voltaram, mais tarde, para eu lhes vender a casa. Quais são as apostas para o futuro? O futuro passa por dinamizar a vertente Broker-Empreendedor da Team Tony, de forma a expandir o negócio e, por outro lado, continuar a apostar fortemente na apresentação dos nossos imóveis contando com fotografia e filmagens aéreas dos nossos imóveis, como valorização dos mesmos na sua divulgação. Considero ser uma mais-valia para os nossos clientes. É um serviço que ofereço aos meus clientes há mais de 5 anos.
PRÉMIOS • 2 Prémios RE/MAX Clube Chairman • 3 Prémios RE/MAX Clube Platinum • 1 Prémio RE/MAX Clube Gold • 3 Prémios RE/MAX Clube 100% • 3 Prémios RE/MAX Clube Executivo • 6 Prémios RE/MAX Presidente • 3 Prémios RE/MAX Clube VIP • RE/MAX International Hall of Fame Member • Clube Pioneiro RE/MAX Portugal • Embaixador RE/MAX Europa
AMI 13534
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ENGIGEO
UMA REFERÊNCIA NA GEOTECNIA EM PORTUGAL Constituída em 2018, a EngiGeo, Engenharia Geotécnica, Lda., é uma empresa que se centra nas vertentes da Engenharia Geotécnica, vocacionada para a elaboração de estudos, pareceres, projetos, revisão de projetos, assistência técnica, assessoria técnica, execução de obras e fiscalização de obras geotécnicas. Pedro Chitas, Engenheiro Civil e especialista em Geotecnia, deu-nos a conhecer este projeto.
com experiência internacional, uma vez que tinha estado a trabalhar durante um ano na Bélgica, na maior empresa de construção do país. Entretanto, vimos uma oportunidade dentro do setor. Pessoalmente, acabei por realizar a ambição que sempre tive de ter uma empresa própria. A engenharia geotécnica trata, como o próprio nome indica, tudo o que se relacione com geomateriais – solos, rochas. A engenharia geotécnica abrange um leque que vai desde a engenharia civil até à geologia. De facto, a Engigeo está muito relacionada com a engenharia civil, mas a engenharia geotécnica aborda desde escavações, túneis, prospeção, até ao setor primário como a exploração de pedreiras e minas. Tudo isso é engenharia geotécnica! Há um estudo que é feito antes do início da obra. Este também se pode prolongar durante a obra? Sim, o estudo pode prolongar-se durante a obra, dependendo da perspetiva de quem contrata. Em termos legais, há até uma fase de assistência técnica, ou seja, quando se faz um projeto depois é preciso esclarecer dúvidas. Há uma verba prevista, mesmo em termos de contratação pública. Nesta parte geotécnica, por muito que queiramos caraterizar o terreno há sempre imprevistos, é impossível conhecer na totalidade o terreno. Não tanto em obras públicas, mas quando fazemos trabalhos para empresas de construção, muitas vezes é possível ter a chamada “assistência técnica especial”, ou seja, um profissional deslocado em obra que, com o apoio da equipa que elaborou o projeto, faz adaptações sempre que necessário. Atualmente, a Engigeo efetua trabalhos para os setores público e privado? Nós já temos contratos públicos e diria que, em termos de valor de faturação, a contribuição será cerca de metade de clientes públicos e metade de clientes privados. Temos uma carteira de clientes interessante, pela diversidade. Temos clientes institucionais tradicionais (Donos de Obra), públicos e privados, mas também trabalhamos com empresas de construção, tanto em Portugal como para fora.
Pedro Chitas, engenheiro civil
A
engenharia geotécnica abrange diversas áreas desde a engenharia civil até à geologia. Ligada à engenharia civil, mas com engenheiros geotécnicos, como surgiu a EngiGeo? A empresa iniciou atividade em abril de 2018, tendo os membros da direção desenvolvido atividade anteriormente numa das empresas de referência no sector da Consultoria de Engenharia. Eu já contava
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Quais as áreas em que a Engigeo se pretende tornar uma referência? Uma área em que nos queremos tornar numa referência nacional e internacional, e em que temos muita competência e é uma área de futuro, precisamente porque os países desenvolvidos já têm infraestruturas de transportes relativamente consolidadas, é a estabilização de taludes naturais e de taludes em vias. Os clientes reconhecem-nos competência, temos trabalho! Vamos continuar a apostar nesta vertente. Outra parte que tem a ver com a atividade corresponde à componente geotécnica em obras marítimas e portuárias. Já estamos a trabalhar para fora, mas queremos apostar mais nesta área e que creio que esta aposta vai dar frutos. Outra componente que queremos desenvolver, e onde já tivemos alguns trabalhos, corresponde às fundações especiais. Neste ano e meio de atividade há alguma obra de grande destaque para a empresa? Nós estamos numa fase embrionária, pelo que ainda não existem grandes obras. Mas já participámos em alguns projetos complexos.
ENGIGEO
Contribuímos para um aproveitamento hidroelétrico, onde dimensionámos diversas fundações especiais de estruturas provisórias. Já fizemos uma reformulação das fundações de um encontro de um viaduto em Lisboa para uma ciclovia, que já abriu. Também fizemos um projeto de maior dimensão para uma Gestora de Infraestruturas de Transportes, mas ainda está em fase de conclusão. Neste momento, estamos a trabalhar também para a maior entidade pública no setor das Infraestruturas. Na Madeira, onde temos reconhecimento técnico, também temos trabalhado, mas ainda sem obra executada. Como avalia este setor na atualidade? O que se passou nos últimos anos em termos de consultores de engenharia em Portugal deixa, de facto, muita gente perplexa. Tinha de haver uma correção no setor das obras públicas e da construção civil, uma vez que a situação anterior não era com-
Neste momento, estamos a trabalhar também para a maior entidade pública no setor das Infraestruturas. Na Madeira, onde temos reconhecimento técnico, também temos trabalhado, mas ainda sem obra executada portável. O problema nestes últimos dez anos é que, do meu ponto de vista, houve uma correção no sector da construção que não foi absolutamente vertida para a parte dos consultores de engenharia. Porquê? Porque no mercado de consultoria de engenharia em Portugal, as pequenas empresas têm um custo relativamente reduzido, conseguem sobreviver com um custo mínimo e manter a atividade. Há muitas empresas no mercado que mantiveram atividade e que, em mercados mais competitivos, já tinham fechado. Por outro lado, não houve praticamente movimentos nenhuns de concentração ou de fusões. Por onde passa o futuro da EngiGeo? O futuro será expandir. Digo que ainda não somos uma empresa, somos duas pessoas associadas. Queremos crescer, num horizonte de quatro a cinco anos queremos ter novos colaboradores a trabalhar connosco. Queremos internacionalizar mais, mas para termos um cartão de visita interessante devemos ter obras já feitas, é muito importante apresentar obras que tiveram sucesso. Também queremos apostar mais em coisas que não se fazem em Portugal, mais complexas, para subir na escala no valor do projeto. Em termos de estratégia queremos entrar num projeto de uma envergadura significativa, integrados, eventualmente, num consórcio de projeto no âmbito de um concurso de conceção-construção. É algo que dá muito valor a empresas. Estamos abertos a parcerias!
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ALLRESIDENCE
10 ANOS DE COMPROMISSO PARA COM OS CLIENTES Luís Romão e Luís Gabriel encabeçam o projeto Allresidence, uma empresa que se dedica à mediação imobiliária. Sediado na zona Algarvia e aproveitando o desenvolvimento local sentido após o boom do turismo e a crescente procura de habitação, decide, em 2009, abrir as portas a uma nova aventura.
O
Algarve surge como um excelente destino de férias, mas também para viver registando, por isso, um crescimento ímpar a nível turístico e económico. Qual o posicionamento da Allresidence na região algarvia? A conjuntura internacional esteve vários anos alinhada num sentido que nos favoreceu imenso e essa conjuntura onde a segurança, o clima e a situação geográfica são pontos importantes, incluem-se características internas e intrínsecas do nosso país e que sem elas não teria sido possível. Mas já se sente alguma desaceleração no setor turístico e no imobiliário e penso que seria inevitável e expectável. Os destinos turísticos que se encontravam “moribundos” revitalizaram e muitos deles com pacotes de férias a preços muitíssimos competitivos. Calha-nos a nós fazer também um “mea-culpa” porque falta fazer muita coisa. Quanto à Allresidence, abre portas no ano de 2009, quando o setor estava numa crise profunda e enquanto fechavam mais de 50 por cento das mediadoras imobiliárias. Fomos apelidados de “malucos” mas abrimos conscientes da dificuldade que nos esperava. Foi um crescimento lento nos primeiros anos mas também sustentando e com a visão de que se o nosso serviço ao cliente fosse mais profissional e mais seguro, a jusante iríamos colher os frutos dessa visão. Hoje temos o orgulho de ter uma carteira significativa de clientes que trabalham exclusivamente com a Allresidence e que sabem bem o que esperar de nós. A verdade é que no último ano o mercado imobiliário bateu recordes um pouco por todo o país. Como avalia este mercado na região algarvia? A retoma nos últimos anos foi muito significativa e ao ponto de se falar no fim da crise e de se considerar que voltámos aos anos das “vacas gordas”. Eu discordo e penso que na realidade a crise nunca chegou a ser sanada e que se vai manifestar de novo em breve. Já se sente alguma alteração no mercado, penso que os preços vão tabelar e a médio prazo, vão descer e a voltar a sentir-se, será diferente uma vez que no passado, os investimentos estavam alicerçados no financiamento bancário e muitos empreendimentos/imóveis foram parar ás mãos da banca. Nesta recuperação, deparámos-mos com uma percentagem muito significativa de investidores com fundos próprios. Há uma realidade diferente. Num mercado cada vez mais competitivo a criatividade e inovação são ferramentas imprescindíveis para a diferenciação? De que forma a Allresidence se singulariza na região? 48 | Revista Business Portugal agosto 2019
Luís Gabriel e Luís Romão, sócios-gerentes
A Allresidence procura estar sempre presente nas principais plataformas digitais da atividade, quer a nível nacional, quer a nível internacional. No mundo de hoje, o primeiro passo que o cliente dá, é pesquisar e consultar estas plataformas. Uma taxa muito elevada dos contactos vêm da nossa presença nestas ferramentas digitais, mas a nossa grande mais valia é de facto a preocupação que temos com o serviço que providenciamos ao cliente e consequentemente a sua fidelização. E essa fidelização só se consegue se cada cliente ficar perfeitamente satisfeito e voltar para apresentarmos novas opções. O resultado é que fazemos regularmente, múltiplos negócios com os mesmos clientes. Que leitura faz da atual concorrência neste setor? Há, na sua perspetiva, total transparência? A transparência nem sempre é a melhor e abriram inúmeras empresas de mediação sem qualquer rigor ou controlo e a qualidade do serviço baixou imenso. Uma das razões porque a percentagem de transações imobiliárias concretizadas no nosso país é inferior à de países mais organizados e “desenvolvidos”, como os países do norte da Europa ou mesmo os Estados Unidos, onde o mediador imobiliário é visto como um gestor de conta bancária, como um mediador de seguros, etc. Quando alguém quer comprar ou vender um imóvel vai ter com o seu mediador, um serviço como qualquer outro. Para que isto se materialize, em Portugal, é necessário que o setor seja mais profissional e que seja muito mais monitorizado e regulado. É importante reforçar que a Allresidence é uma empresa local e de locais. Conhecemos o nosso mercado como ninguém e que temos um nome e reputação a defender.
NAU21
TECNOLOGIA, O PARCEIRO CERTO PARA INOVAR Fundada em 2015, a Nau21 é uma empresa que presta serviços nos setores de consultoria, digital e inovação. Em entrevista à Revista Business Portugal, o responsável partilha o rumo em direção a novas tecnologias que promovem a inovação e a disrupção de processos tradicionais.
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omo definiria a Nau21 como empresa? A Nau21 cumpre com o sonho de criar um laboratório de inovação para auxiliar clientes a alavancarem os seus negócios através da utilização inteligente da tecnologia. No último ano decidimos forcar-nos na área de serviços financeiros, nomeadamente em seguros, apontando para a utilização de tecnologia Blockchain. Atualmente, podemos dizer que a empresa se divide em três setores: consultoria, digital e inovação. Sendo o foco da empresa a consultoria, o digital e a inovação, como se distinguem os três pilares e de que forma são uma mais-valia para a empresa e para os clientes? A consultoria no mundo segurador é uma área muito específica, de grande responsabilidade e exigência que requer conhecimento, experiência e espírito crítico. Nesse sentido, reforçamos os nossos quadros com um conjunto de consultores com elevada experiência e reconhecidos no mercado, quer a nível de negócio, quer a nível tecnológico. A nossa carteira de clientes portugueses conta com a nossa perícia tanto na análise de processos, como na definição e avaliação de novos produtos no mercado. O nosso foco é a otimização de processos de negócio através da inovação possível através de novas tecnologias, cumprindo com os nossos objetivos, assim como com os dos nossos clientes. No setor digital, a empresa presta serviços web, através de websites e aplicações
Rui Monteiro, ceo 50 | Revista Business Portugal agosto 2019
digitais. Este setor encontra-se em expansão, sendo esta oferta uma mais-valia para os nossos clientes. Na área da inovação, estamos a vocacionar-nos para a tecnologia Blockchain. Resumidamente, é uma tecnologia que surgiu em 2009, que serviu de base, na sua primeira fase de desenvolvimento, para o surgimento das cripto-moedas e, numa fase posterior, ao aparecimento dos smart contracts (contratos que são programados em linguagem informática). Esta tecnologia faz o registo de dados de forma distribuída por todos os elementos de uma rede, reduzindo, ao máximo, o número de intermediários e utilizando mecanismos de estabelecimento de confiança e consenso quanto aos dados guardados. Integridade, transparência, imutabilidade, simplicidade e o princípio de “não repúdio” são as principais características que distinguem e realçam esta tecnologia. De que forma é que os serviços interagem uns com os outros? Disponibilizando estes serviços e utilizando-os em perfeito equilíbrio e união, estamos a orientar as nossas valências de consultoria em aliança com a inovação em blockchain para a criação de uma plataforma inexistente no mercado. Os nossos objetivos principais são os da prevenção ou, até mesmo, a extinção de ocorrências fraudulentas que afetam, continuamente, as companhias de seguros e a da obtenção de maior transparência nas transações, de mais confiança e, por outro lado, de menos custos operacionais. Apesar de estarmos conscientes da utilidade em diversos setores, de momento, encontramo-nos a analisar a nossa intervenção no âmbito da gestão de seguros de curta duração que são utilizados para cobrir um evento específico – one-time insurance. Uma possível aplicabilidade será nos eventos desportivos, como em maratonas, caminhadas, trails, por exemplo. Esta plataforma de gestão irá promover um acompanhamento excecional dos vários elementos da rede e agilizar processos atuais algo morosos e complexos, desatualizados com os avanços tecnológicos existentes atualmente. No fundo, pretendemos elaborar uma plataforma transparente e confiável que promova uma melhor comunicação e uma melhor gestão dos acontecimentos e etapas antes, durante e após um evento desportivo para todos os elementos da rede, sendo estes os desportistas, as companhias de seguros, os organizadores dos eventos, os prestadores de serviços médicos, entre outros. Este projeto conta já com a envolvência e o reconhecimento de algumas entidades com interesse direto na gestão deste tipo de seguros e de provas desportivas. A plataforma encontra-se numa fase embrionária, mas projetamos uma aplicabilidade primeiramente a nível nacional e europeu e, posteriormente, a nível mundial. Acreditamos que esta plataforma tem tudo para promover a disrupção de processos tradicionais no mercado segurador, desportivo e até no da saúde.
NAU21
substancialmente melhoradas em dois pontos: melhorando a sua eficácia e eficiência e protegendo a sua propensão à fraude. Desde logo, ao ser fornecida informação coerente e confiável do que aconteceu no sinistro, acabamos por ter a capacidade total de combater a fraude e evitar perdas significativas.
Estão focados nos seguros de acidentes pessoais para desenvolver esta plataforma. No futuro preveem desenvolver outro tipo de plataformas para outra área? Na parte da consultoria, estamos muito focados em seguros de vida e de uma forma mais genérica que abarquem todos os seguros sobre pessoas, como seguros de saúde e de acidentes pessoais, movimentamo-nos mais à vontade. Tendo colaboradores com mais de 10 anos de conhecimento dos processos de seguros e conhecem o negócio como ninguém. Acreditamos que podemos fazer a diferença e trazer inovação a esta área, em particular, mas alargando atuação a todo o mercado de serviços financeiros. A inovação não é dita apenas para ser um nome bonito. Dizemo-la porque sentimos, ao conhecer tão bem os processos de negócio, sendo estes de subscrição ou de participação de sinistros, que as companhias de seguros tradicionais podem ser
Num futuro próximo, quais são os projetos que estão delineados para a Nau21? Futuramente, pretendemos continuar a cimentar as nossas relações comerciais nacionais e internacionais e promover nelas e em novas relações a Transformação Digital como a necessidade iminente do século XXI. Vivemos num mundo em evolução constante e veloz e a adaptabilidade das empresas em acompanhar estas mudanças é imperativa. Ao simplificar as operações de negócio através da utilização de novas ferramentas digitais, como por exemplo, da tecnologia Blockchain, toda a cadeia de valor irá desenvolver-se. Por um lado, os clientes esperarão a simplificação
nos processos de contratação e de participação de sinistros e a oferta de serviços e mais rápidos, mais simples e personalizados, à semelhança da experiência que já vivenciam em áreas como retalho e banca, onde foram implementados avançados sistemas de venda online. Por outro lado, a proximidade e o conhecimento dos seus clientes trará às seguradoras uma maior fidelização e boas oportunidades
para explorar up e cross-selling dos seus produtos e serviços. Já para não mencionar na redução significativa de custos operacionais, promovendo a oferta de preços mais competitivos. Acreditamos que, ao cobrir esta lacuna no mercado, poderemos chegar a uma era de descobrimentos tecnológicos jamais alcançada, trazendo reconhecimento a novas tecnologias e explorando novas aplicabilidades das ferramentas.
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SOULPEPPER
“AS MARCAS SÃO COMO AS PESSOAS, PRECISAM DE TER UMA HISTÓRIA PARA CONTAR!”
António Milheirão, fundador
Nesta edição da Revista Business Portugal vamos falar de criatividade. E ninguém melhor que um criativo para abordar o tema. Para isso, rumamos até Lisboa onde estivemos à conversa com António Milheirão, fundador da Soulpepper, que em entrevista recordou a génese do negócio e revelou o segredo por detrás do sucesso alcançado.
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oderíamos começar por conhecer um pouco melhor a Soulpepper e o trabalho que esta desenvolve. Quando e como surgiu este projeto? A Soulpepper é uma empresa, como gosto de chamar, “filha da crise”, ou seja, surgiu em 2008 e como “filha da crise” que é tem as dores da crise e sabe viver com ela. Portanto, o nosso caminho foi sendo traçado de suor e lágrimas e ainda hoje temos muito presente a noção de sacrifício do nosso país. Na Soulpepper vivemos o trabalho e o nosso principal objetivo é satisfazer as necessidades dos nossos clientes da melhor forma, dentro dos nossos conhecimentos e da realidade do mercado. O facto de termos surgido em plena crise deu-nos uma noção muito importante de que temos de gerir os investimentos dos nossos clientes, ou seja, os nossos clientes sabem que connosco não vão esbanjar os seus fundos, mas sim investir. O nosso objetivo é mostrar ao cliente que estamos aqui para o ajudar a estar presente no mercado com custos, controlados e bem direcionados. Quais os serviços prestados pela Soulpepper? A atividade da Soulpepper assenta em duas vertentes principais: a ativação de marca e a organização de eventos. Somos especialistas em ativar marcas no mercado. A ativação de uma marca no mercado ocorre quando uma marca precisa de visibilidade e há necessidade de lhe dar “energia”. Re-
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centemente, fizemos a ativação de marca para uma pasta dentífrica. Essa marca em questão queria fazer uma ação de sampling nas ruas, que iria consistir na entrega de uma amostra da pasta dentífrica aos automobilistas quando estes parassem nos semáforos. Em conversa com essa empresa decidimos apostar numa metodologia mais interessante e criámos uma máquina de sorrisos que, à medida que as pessoas se aproximavam dela e sorriam, deixava cair uma amostra da pasta de dentífrica. No fundo, percebemos qual é que era o problema do cliente e criamos uma solução criativa com poucos recursos e cuja adesão foi surpreendente. Quando conseguimos potenciar um produto que necessita ser potenciado, alcançamos o principal objetivo da ativação de marca. Não há nada melhor do que fazer uma marca com histórias, é como ver os nossos filhos a crescer, é uma coisa maravilhosa e um desafio muito interessante. As marcas são como as pessoas, precisam de ter uma história para contar! Como definiria criatividade? Às vezes o bom serviço é um excelente exemplo de criatividade. Ser criativo não é inventar a melhor solução tecnológica. A criatividade está no nosso dia-a-dia, e todos de uma forma ou de outra, somos criativos. Na Soulpepper, a criatividade surge no momento em que estamos a trabalhar com o cliente. Por exemplo, organizamos um evento que decorre em cerca de 50 países em simultâneo, e independentemente des-
se evento ter características diferentes em todos eles, o evento terá que cumprir o seu objetivo, que é atingir o público-alvo local com as suas características e a sua cultura e envolvê-lo na estratégia global da marca. No fundo, temos que definir uma estratégia que nos permita atingir o objetivo dos nossos clientes. Nós temos que estar focados na necessidade de incrementar o negócio dos nossos clientes e, principalmente, fazer com que eles obtenham os resultados pretendidos. Temos de nos lembrar que para atingir os objetivos dos nossos clientes, temos que os conhecer muito bem, só assim conseguimos ser criativos. As marcas são seres vivos e orgânicas. Há criatividade quando existe um problema e encontramos uma solução. O que está nos planos da Soulpepper para o futuro? Obtivemos recentemente a concessão de um novo espaço para eventos – o armazém 16, com cerca de 3000 metros quadrados e que acolhe todo tipo de eventos corporativos. Neste momento, este é o nosso grande desafio. Pretendemos desenvolver este espaço e potenciar a sua utilização e apresentar soluções “chave na mão”. Por outro lado, queremos manter a relação de confiança que temos com os nossos clientes, continuar a sermos fiéis a eles e que eles continuem caminhar connosco. Nunca foi minha intenção ter uma “fábrica”, mas sim uma empresa com soluções personalizada, feitas com amor e direciona a pessoas.
AMBITREVO
“APOSTAMOS NA VALORIZAÇÃO ORGÂNICA” A Revista Business Portugal esteve à conversa com Luís Rosa, Diretor Técnico da Ambitrevo, Soluções Agrícolas e Ambientais, Lda., operador de gestão de resíduos orgânicos que, em entrevista, relembrou o percurso da empresa e revelou alguns dos projetos para o futuro.
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aumento da produção de resíduos orgânicos e de lamas de ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais), levou à necessidade de se encontrar soluções ambientalmente corretas, para o seu tratamento, nascendo assim a Ambitrevo, em 2007. “Naquela altura, a escassez de soluções, aliada a um crescimento exponencial na construção de ETAR’s em Portugal, que viriam a produzir mais lamas tratadas, ditou a necessidade de criação de soluções dedicadas. Foi por isso que surgiu a Ambitrevo, para fazer face a essa lacuna”. A empresa surge pela mão de Luís Rosa, juntamente com outros sócios, que já contavam com experiência na área de valorização agrícola de resíduos orgânicos, desde que esta teve início em Portugal. “Havia poucas empresas em Portugal a efetuarem o encaminhamento
dessas lamas para o setor agrícola. Este pode ser feito de duas formas: a direta, em que as lamas, previamente tratadas, são encaminhadas diretamente da ETAR para terrenos agrícolas, sendo que neste caso é necessário obedecer a uma legislação específica, que prevê o cumprimento de determinados parâmetros, para salvaguarda do ambiente e da saúde pública. Por outro lado, as lamas de ETAR, conjuntamente com outros resíduos orgânicos, podem ser valorizadas em solos agrícolas, após o processo de compostagem, onde as lamas (e os restantes resíduos orgânicos) são sujeitas a um processo suplementar de tratamento, de estabilização e de higienização, para depois, já sob a forma de composto, serem encaminhadas para fertilização dos solos”. O surgimento do decreto lei nº 276/2009, que veio alterar as regras do processo de valorização agrícola direta, ditou a obrigação legal dos operadores do setor possuírem uma plataforma de tratamento e/ou de armazenamento de lamas. Este facto levou a Ambitrevo para o patamar seguinte. A empresa, com uma forte ambição de crescimento sustentado e eficaz, avançou com a construção de uma plataforma de compostagem (CIVO – Centro Integrado de Valorização Orgânica), localizado em Agolada, Coruche, para fazer face à necessidade de armazenamento temporário e compostagem de lamas de ETAR e de outros resíduos orgânicos. “A construção da plataforma de compostagem veio alargar o leque de resíduos orgânicos e o leque de clientes da Ambitrevo porque, para além das lamas, passámos a receber, e a tratar, uma panóplia enorme de resíduos como frutas, legumes, ovos, pão, bolos, iogurtes, leites, resíduos de jardinagem, etc, em quantidades industriais”, explica-nos Luís Rosa. Desde então, a empresa diversificou o mercado e passou a produzir um composto que, desde início, fizeram questão que fosse de primeira qualidade - o Nutrifolium®.
“A Valorização Agrícola Direta de lamas tratadas de ETAR, é a solução ambiental, agronómica e economicamente mais vantajosa – pelo menos para já” Segundo o Diretor Técnico da Ambitrevo, “os relatórios encomendados pela Comissão Europeia, o nosso Ministério do Ambiente, agrónomos, agricultores, e outros organismos, assumem que esta é uma extraordinária solução em termos agronómicos, económicos e ambientais”. Para além disso, e no caso concreto do nosso país, é uma excelente alternativa para fazer face ao problema que enfrentamos de rápida degradação da matéria orgânica e da consequente desertificação e erosão dos nossos solos. “Face às condições edafoclimáticas, somos dos países da Europa com a maior taxa de degradação da matéria orgânica, o que, aliado à intensificação do sector agrícola, recomenda sérias cautelas a este nível. Práticas culturais adequadas e uma política de promoção da Valorização da Matéria Orgânica, são urgentes e imprescindíveis, para preservarmos a capacidade produtiva dos nossos solos”. As maiores dificuldades apontadas pelo entrevistado resultam da discricionariedade e desconhecimento por parte dos organismos oficiais da tutela, relativamente às mais valias deste recurso para o setor agrícola, que resultam num complexo e moroso processo de licenciamento. “Nos dias que correm, o tempo médio de espera pela aprovação do plano de gestão de lamas (PGL) é de dois a três anos. A burocracia e morosidade destes processos, totalmente incompatíveis com a dinâmica da produção e tratamento de lamas, dá origem a que apenas uma quantidade ínfima seja valorizada em solos agrícolas. 54 | Revista Business Portugal agosto 2019
AMBITREVO
Lamentamos que, desta forma, e em relação aos resíduos orgânicos em particular, o país caminhe em sentido inverso à tão apregoada Economia Circular, à Reciclagem e Valorização, e até mesmo às tendências e diretivas comunitárias. Obviamente que o sector terá a sua evolução natural, que só poderá ser progressiva, e não brusca, sob pena de assistirmos a maus resultados”.
“Atrevo-me a dizer que nenhuma empresa privada do país terá umas instalações com a capacidade e tecnologia como as nossas futuras instalações” Em entrevista, Luís Rosa, revelou que face às dificuldades referidas anteriormente, o grande projeto da Ambitrevo para o futuro, passará pela ampliação do centro de compostagem que exploram em Coruche. “Vamos ter uma capacidade muito superior à atual e com um elevado nível tecnológico - tecnologia 4.0 – tecnologia de automação. Vamos ficar com um processo robusto e automatizado, sendo que a maior parte das máquinas que temos a gasóleo vão desaparecer da equação, para passarmos a contar com máquinas elétricas que, futuramente,
serão alimentadas a energia solar. Pretendemos estar na linha da frente das soluções, e das tecnologias, para o tratamento desta tipologia de resíduos”. Com data prevista de conclusão do projeto para o primeiro semestre do próximo ano, Luís Rosa confessa à Revista Business Portugal que já estão em cima da mesa planos para desenvolver um projeto semelhante
no norte do país, zona onde existe maior escassez de soluções desta natureza. “O que existe é localizado e com pouca capacidade, o que faz com que atualmente não exista, naquela região, capacidade de resposta para as necessidades verificadas”. Com escritório aberto e atividade desenvolvida no norte do país há vários anos, Luís Rosa confessa já conhecer os sistemas, as pessoas, as ETAR’s e até mesmo a realidade agroflorestal. “Na zona norte apostámos muito na floresta. Equipámo-nos com máquinas e equipamentos específicos para aplicação de lamas em floresta. Para além dos resultados extraordinários, em termos agronómicos ambientais e económicos, a aplicação florestal consubstancia-se ainda como uma forma de promover a limpeza e gestão adequada do espaço florestal”, remata Luís Rosa. Complementarmente à atividade de gestão de resíduos orgânicos, a Ambitrevo assume-se como a empresa de referência, na área de desidratação de lamas, através do sistema de Geotube®. A empresa tem vindo a utilizar esta tecnologia, em ETARs de lagonagem, de norte a sul do país, em empresas e sistemas de referência. E também nesta área tem vindo a implementar tecnologias de mais alto nível e equipamentos únicos.
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SETÚBAL Inserida na denominada Costa Azul, a cidade de Setúbal é hoje uma importante zona portuária e de comércio. Situada sobre o rio Sado, a cidade oferece aos seus visitantes o melhor e o mais fresco peixe e marisco, possíveis de adquirir no Mercado do Livramento. O Forte de São Filipe e a Casa da Baía são locais de passagem incontornável, a que se juntam os passeios de barco até à Península de Tróia e a descoberta da Serra da Arrábida, um postal encaixado entre a serra e o atlântico. De destacar são também as excelentes praias caracterizadas pela areia branca e águas cristalinas rodeadas de vegetação. Não podemos ainda esquecer as inúmeras áreas de natureza preservada, nomeadamente a Reserva Natural do Estuário do Sado, onde é possível observar a presença de golfinhos. À beleza singular do território, junta-se a qualidade e variedade gastronómica de onde sobressai o ex-libris da cidade sadina – o choco frito. Aos pratos de sabor inconfundível junta-se o doce paladar do Moscatel, a companhia perfeita para um final de tarde. Deixe-se encantar pelo que Setúbal tem para oferecer!
QUINTA DE VALE MOURELOS EVENTOS E TURISMO DE HABITAÇÃO
Localizada na margem Sul do Rio Tejo, a poucos minutos da cidade de Lisboa, encontramos a Quinta de Vale Mourelos, que remonta ao século XVIII. Dispõe de oito quartos confortáveis, totalmente equipados e preparados para uma estadia relaxante e inesquecível. As refeições podem ser cozinhadas nos quartos, ou encomendadas dos Restaurantes do Grupo António Castela - Maré Viva e Glamour a Bordo. Tem à disposição uma piscina com um mini-bar e um amplo jardim onde pode relaxar, ler um livro, praticar exercício ou simplesmente apanhar uns banhos de sol. Entre a praia e a cidade, a Quinta de Vale Mourelos apresenta-se como o local ideal para umas férias em família. A 5 minutos a pé do Centro Comercial Almada Forúm; A 10 minutos de carro das praias da Costa da Caparica; A 25 minutos de carro da Cidade de Lisboa.
Realizamos casamentos, batizados e todo o tipo de eventos para grupos.
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Rua António Calado, nº 40 - 2815-729 Sobreda Tel. 212 955 358
HERDADE DO ZAMBUJAL
GANADARIA E COUDELARIA: UMA PAIXÃO DE FAMÍLIA
É na Herdade do Zambujal, concelho de Palmela, que se situa uma das coudelarias mais antigas do país e a única ganadaria com encaste Santa Coloma. Luís e Lourenço Vinhas conversaram com a Revista Business Portugal sobre estas duas atividades que passaram de geração em geração.
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ocalizada em Águas de Moura, a Herdade do Zambujal é uma propriedade de grande dimensão com 3500 hectares, agora dividida entre familiares. Luís Vinhas explica que a herdade entrou na sua família “pelo meu bisavô Francisco Henriques de Carvalho, que a comprou há cerca de 120 anos. Desde então tem ficado na família”. Posteriormente, foi o pai (Mário Vinhas) e o tio mais velho de Luís que ficaram a tomar conta da propriedade. Após o falecimento de Mário Vinhas, a herdade está hoje na mão de Luís Vinhas, bem como dos primos. Caracteriza-se por ser um local “com muita floresta, produção de cortiça, eucaliptos, pinheiros e, em alguns lugares da herdade, temos gado”. A acompanhar os extensos terrenos, existe uma casa de família na herdade. A ganadaria e a coutelaria Vinhas são as duas atividades de destaque que exigem uma grande dedicação e paixão. Segundo o criador, “herdamos um núcleo de animais de muito boa qualidade. Gostamos de continuar e consideramos que os nossos antepassados também gostariam que tivéssemos continuado com estes descendentes”, acrescentando que “temos vindo a aperfeiçoar - naturalmente por seleção contínua - com vista a obter os melhores resultados”.
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Luís e Lourenço Vinhas, proprietários
Ganadaria Vinhas: a única em Portugal com encaste Santa Coloma Há mais de 50 anos já havia uma ganadaria na herdade. Nessa altura, optaram por comprar um conjunto de touros e vacas espanholas pelas características interessantes que apresentavam. O único objetivo passava por criar um touro bravo que transmitisse emoção, festa e um bom espetáculo. O nosso entrevistado confessa que a paixão pela ganadaria veio um pouco tardia, “surgiu mais quando o meu pai faleceu”. Porém, a história remota ao tempo do avô, do pai e do tio de Luís que “gostavam bastante, empenhavam-se, vibravam e participavam nas corridas”. Neste momento, consideram fulcral estarem num constante aperfeiçoamento e, dessa forma, selecionarem cuidado-
HERDADE DO ZAMBUJAL
samente para obterem bons resultados dos 28 touros que possuem. “Estamos numa boa fase de resultados. Começamos agora a época, uma vez que as corridas de touros decorrem em julho e agosto”. Os Santa Coloma apresentam características distintas em comparação com os outros: são finos. Por outro lado, “a bravura, ligada a uma certa nobreza, permite encaixar aquilo que se espera deles,
A Ganadaria Vinhas já arrecadou vários prémios nacionais pela participação em diversos concursos. Um fator importante para estas premiações deve-se à existência de pastagem natural durante uma parte do ano
na investida e isso traz confiança e ao confiar cria-se mais emoção”, refere. É de salientar que de todos as encastes que existem no mundo, o Santa Coloma é único em Portugal. Lourenço realça que é “o touro típico, mais pequeno, tem uma cor mais característica, não atingem pesos elevados e têm a cara geralmente mais pequena do que a das outras ganadarias”. Devido ao seu potencial, a Ganadaria Vinhas já arrecadou vários prémios nacionais pela participação em diversos concursos. Um fator importante para estas premiações deve-se à existência de pastagem natural durante uma parte do ano. No restante período do ano é preparada uma alimentação de ração específica feita pelo veterinário. Atualmente, 90 por cento das vendas correspondem ao mercado nacional. Por outro lado, França é o país para onde exportam mais o touro bravo. Entre as mais vastas ganadarias espalhadas pelo país, Luís e Lourenço Vinhas acreditam que o que os diferencia é o facto de serem “a única ganadaria portuguesa que tem encaste Santa Coloma, de origem espanhola.
Coudelaria Mário Vinhas Se antigamente os trabalhos no campo eram feitos de uma forma mais manual, hoje em dia existe uma grande mecanização. “A partir de certa altura, entendemos que esse gado estava ultrapassado e em meados de 1960 resolvemos comprar um conjunto de éguas para começar a criar cavalos. Nessa altura, mudamos o tipo de cavalos que tínhamos para aqueles que tinham aptidão para o ensino e outros para casa de toureiros”, afirma. Hoje em dia, o cavalo puro-sangue lusitano é utilizado para fins de touraria, mas também para ensino. A sua utilização deve-se às características únicas que possui, nomeadamente a docilidade, nobreza, inteligência, generosidade e estão sempre desejosos de tentar adivinhar o que o cavaleiro pede dele. “Estas características fazem com que o cavalo passe muitas vezes próximo do touro para dar emoção. É também fundamental que haja uma grande ligação com o cavaleiro, pois é sinónimo de confiança”, assegura. Nesta coudelaria existem, no total, 60 cavalares. Cada um tem uma personalidade diferente e há muitos fatores a serem avaliados na hora da escolha. A maior parte dos cavaleiros acredita que a árvore genealógica é importante para perceber as características de um cavalo. Nos últimos anos, a Coudelaria Vinhas atingiu uma qualidade e desempenho que há 40 anos era inimaginável. É caso para dizer que o nome lusitano já vai além-fronteiras.
Herdade Zambujal Agualva de Cima 2965-691 ÁGUAS DE MOURA Telefone: 265912098
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JUPITER HOMES
DESMISTIFICANDO TABUS: AS CASAS DE MADEIRA SÃO BOAS SOLUÇÕES E AMIGAS DO AMBIENTE A Jupiter Homes nasceu em 2017, pela mão de Pedro Costa, e dedica-se à construção de casas de madeira. Com um conceito sustentável, qualidade superior e um preço que o CEO da empresa define como baixo, comparando com o mercado habitacional, a Jupiter Homes quer afirmar-se como uma empresa sustentável, ao mesmo tempo, em que providencia casa a um custo mais barato que as construções em alvenaria.
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edro Costa assume que a Jupiter Homes não começou por um simples impulso de mercado, mas sim de uma necessidade de criar algo que não existia: “Eu queria viver numa casa de madeira e não encontrei nenhuma solução no mercado que me agradasse totalmente. Havia sempre algo que não estava bem e, para suprir a minha própria necessidade e, em simultâneo, criar um produto melhor, resolvi investir no meu próprio conceito”. A Jupiter Homes nasceu em 2017, mas só começou a funcionar na íntegra em 2018: “Tive alguma ajuda, pois, um conhecido facilitou os contactos que ele tinha e eu acabei por colocar a empresa ao meu jeito”. Quando começou, Pedro Costa mandava fazer as casas de madeira: “Conhecia uma car-
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pintaria com mais de 60 anos de atividade e foi lá que encontrei os mestres para construírem as casas de madeira. Fizeram-me as primeiras três habitações, mas depois os pedidos começaram a ser tantos que eu tive de arranjar uma equipa própria – acabei por convidar esses carpinteiros para virem trabalhar comigo e hoje somos uma equipa. Reconheço que todos os elogios que os clientes fazem às casas são da responsabilidade deles. São uma parte fundamental desta empresa”.
JUPITER HOMES
A qualidade sustentável O empresário sabe o lugar em que quer posicionar a Jupiter Homes: “Quero que sejamos uma empresa com consciência ambiental. De facto, só existe um planeta e temos o dever de agir sustentavelmente”. Por isso, a madeira utilizada para a construção destas habitações – pinho nórdico – vem de florestas sustentáveis, o que significa que, sempre que os madeireiros cortam uma árvore, plantam outra, para reequilibrar o ecossistema: “Além disso, faço questão de explicar aos clientes que a própria casa permite um estilo de vida mais amigo do ambiente, uma vez que podemos recorrer ao sol e ao vento, para gerar energia, a furos ou captações de água para abastecer a habitação, e a fossas séticas, que são verdadeiramente ecológicas, tratando os dejetos e o saneamento ao ponto de a água resultante desse processo poder ser utilizada para a rega”. A própria habitação tem vida: “Viver numa casa de madeira, para além do lado ecológico, é viver numa habitação viva. A madeira adapta-se às diferentes estações do ano e vários estudos demonstram que é o material de construção mais resistente ao fogo. A acústica e o isolamento térmico também são consideravelmente melhores do que numa casa de alvenaria”. Este tipo de habitação não é enterrada no solo, mas fica assente em pilares, certificados, que a Jupiter Homes importa e que sustentam, cada um deles, o peso de cinco toneladas: “Esta casa é amovível, o que também é ótimo. Ela é construída aqui, na fábrica, e depois levada para o terreno de implantação, onde apenas são montados os blocos que a constituem. Temos três a quatro modelos, sendo que o cliente pode escolher a tipologia, em cada um desses modelos, bem como personalizar as divisões da casa onde e
do tamanho que entender. Demoramos cerca de um mês a montar a casa, desde o projeto, e dois dias a implementá-la no terreno. É um serviço chave-na-mão”. O preço pode ser também uma vantagem, pois, segundo Pedro Costa, o investimento feito neste tipo de habitação é recuperável em muito menos tempo do que aquele de uma construção de alvenaria: “Em Portugal, a maioria dos clientes compram estas casas para o setor do Turismo ou para instalarem, para os próprios, no campo ou mesmo praia, mas esta construção é feita com a máxima qualidade possível, nomeadamente no que respeita ao tratamento das madeiras (três processos distintos), ao isolamento das casas e à qualidade dos materiais utilizados, o que assegura também a sua utilização por parte de quem viva na cidade”. Nos Estados Unidos da América, em França e em Inglaterra esta é uma opção de habitação muito comum, mas em Portugal ainda está a começar a ser implementada: “No entanto, assumo que é um mercado que tem muita margem de crescimento. A Jupiter Homes está em crescimento e a qualidade do produto faz com que as pessoas lhe vão reconhecendo valor. Temos de continuar próximos do cliente e a trabalhar com qualidade para nos diferenciarmos”.
Rua da Indústria, Zona Industrial do Casal do Marco, Armazém 475 H 2840-182 Seixal Tlf.: +351 961 337 247 Email: pedrocosta@jupiterhomes.pt
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JNSN
“TRANSMITIR CONFIANÇA AOS CLIENTES É O NOSSO OBJETIVO” Sediada em Alcácer do Sal, a JNSN foi criada em 2015 com o objetivo de colmatar algumas lacunas que existiam no mercado. João Neves é o gerente da empresa que tem como principal foco servir bem o cliente.
A
JNSN nasce no seguimento da empresa Manuel Veloso Neves. Há quatro anos, João Neves considerou que existiam necessidades no mercado para as quais não existia resposta, nomeadamente na área de tubos hidráulicos e ar comprimido. Nessa altura, desenvolveram uma parceira com a Movicontrol - localizada em Lisboa e, mais tarde, desenvolveram uma nova parceria com a Construlaser. Atualmente, o core business da empresa centra-se na compra e venda de materiais, daí apresentarem uma vasta gama de produtos. Entre eles estão: tubos hidráulicos, acessórios hidráulicos, industriais e agrícolas, óleos lubrificantes e laser. Todos os produtos da JNSN podem ser adquiridos na empresa e através de contato via Facebook. A JNSN encontra-se, neste momento, a trabalhar numa lógica de futuro e digitalização do negó-
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equipa
cio, sendo que brevemente irá disponibilizar todos os seus produtos numa loja online própria, assim como trabalhar diferentes Marketplaces. Com trabalhos a decorrer no distrito de Setúbal, João Neves faz questão de salientar que todos os produtos que têm, estendem-se desde o cliente particular, construção civil, agricultores até à grande indústria e indústria 4.0. A inovação é um dos fatores mais importantes para a JNSN. Para isso, procuram investir em novos equipamentos, novos materiais, novas peças e estarem sempre atentos às tendências para melhor servir os nossos clientes “sabermos as novidades e os produtos que existem no mercado é um dos vetores chave para a nossa Empresa”. Assim, a participação em feiras locais é indispensável para dar a conhecer aquilo que de melhor se faz no setor. “Costumamos participar na Pimel - no concelho de Alcácer do Sal - que decorre no dia do feriado municipal (24 junho) e na feira de agosto, em Grândola. Questionado sobre o que diferencia o trabalho da JNSN da concorrência, João afirma que a mão de obra diferenciadora e especializada, a rápida capacidade de resposta, a disponibilidade aos sábados, domingos e feriados, a proximidade com os clientes e a confiança no trabalho são, sem dúvida, os grandes fatores diferenciadores. Com uma equipa de oito colaboradores, a empresa tem como principal missão continuar a crescer e estar sempre disponível para servir bem o cliente. Projetos não faltam! Para breve irão avançar com a “representação/vendas de alfaias agrícolas da marca Kunh e tratores da marca Maccormick”, bem como a criação de novas instalações. “Só assim é possível transmitir confiança aos clientes e continuar a crescer com qualidade e de forma sustentável”, conclui.
ECOLEVA - GESTÃO DE RESÍDUOS, LDA.
COMPROMETIDA EM ANDAR DE MÃOS DADAS COM O AMBIENTE Prestes a comemorar dois anos de atividade, a Ecoleva - Gestão de Resíduos, Lda mostra estar cada vez mais empenhada em dar o seu contributo na proteção do meio ambiente. A Revista Business Portugal conversou com Alexandre Mota e Luís Rocha – fundadores e sóciosgerentes – para conhecer esta jovem, mas prestigiada empresa.
A
lexandre Mota, começa por referir que “a Ecoleva era uma ideia que já tinha há alguns anos, mas nunca tive ninguém para a desenvolver, até conhecer Luís Rocha”. Apesar de terem um capital reduzido, decidiram avançar, tendo começado por trabalhar nas insolvências – uma das principais atividades até à data, a par das desmatações e limpezas de terrenos. Atualmente, a Ecoleva, tem uma panóplia de serviços: efetuam demolições, fazem gestão de resíduos, falências, arrombamento de portas e troca de fechaduras, terraplanagens, plantação de floresta, urbanizações, construção civil, compra e venda de imóveis e compra e venda de veículos automóveis e sucata. Apesar dos poucos anos de mercado, já se conseguiram afirmar como sendo disponíveis e competentes, procurando sempre deixar o cliente satisfeito: “nós oferecemos soluções. Temos uma equipa disposta a trabalhar quando é preciso, sendo que o que nos diferencia é a prontidão, qualidade e rapidez do serviço”, afirma Alexandre Mota. Para além destas valências, a Ecoleva também se distingue por passar uma imagem de cuidado e atenção ao pormenor, pois “não deixa sequer escapar uma silva em cima do muro”. Outro segredo para o sucesso da empresa é a prevenção: “quando os meus profissionais detetam um problema, procuram o cliente e alertam-no, fazendo-os poupar, (por vezes) pesadas multas”. Explica, orgulhoso, Alexandre Mota. A Ecoleva já desenvolveu vários projetos com municípios e particulares. Para além da obra da Marina de Portimão, em que foram desmantelados barcos apreendidos, estão a estabelecer um acordo com o Ministério da Justiça, em Lisboa, de modo a criarem uma parceria no sentido de fazerem “a guarda de viaturas de luxo, de obras de arte, entre outros materiais apreendidos”, assinalam os sócios. Futuramente vão limpar toda a zona
ECOLE
VA DE MÃOS DADA S
COM O AMBIE NTE
Alexandre Mota e Luís Rocha, fundadores e sócios-gerentes
do Portinho da Arrábida, sendo que têm outras obras em curso para iniciar, nomeadamente duas pedreiras para limpar e vedar no Alentejo.
O desmantelamento de uma lorcha histórica Um dos trabalhos desenvolvidos que destacam até ao momento, foi o desmantelamento do navio Macau, considerado por Alexandre Mota, “a última joia da coroa de Portugal, aquando da governação em Macau”. O desafio surgiu há cerca de um ano, proporcionando uma entrada no mercado, com um trabalho desta envergadura. O convite surgiu da parte da Fundação Oriente, revela Alexandre Mota e acrescenta que “sem dúvida que, até à data, este foi o projeto de referência e que mais orgulha a empresa, no entanto, a equipa está confiante de que, futuramente, irão surgir projetos tão ou mais desafiantes”.
“Proteção da natureza, defesa da saúde pública” “O nosso lema é: Ecoleva de mãos dadas com o ambiente”, refere Alexandre Mota, acrescentando que “colaboramos com todas as atividades relacionadas com o ambiente, não só com os municípios, mas também com a população em geral”. Donos de um serviço diferenciado, Luís Rocha acrescenta, com convicção, que “reconhecemos o trabalho que é realizado por nós”. A dupla de empresários está certa de que consegue assegurar todos os serviços a que se propõe, mantendo a qualidade e excelência a que já habituou os seus clientes.
Estrada Vaza da Borracha, Armazém Nº 3, Afonsoeiro 2870-415 Montijo
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ENERGIA INFINITA
O FUTURO É ESTE: ENERGIAS RENOVÁVEIS A fundação da Energia Infinita, empresa no ramo das instalações de redes de gás, remota aos anos 2000, quando passaram a ser obrigatórias essas mesmas instalações no contexto de construção. Ricardo Inácio, gerente, esteve à conversa com a Revista Business Portugal.
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om uma visão à frente do seu tempo conseguiu detetar, já na altura, que as energias renováveis eram o futuro e que apostar nesse ramo, apesar de não ter um retorno imediato, ia trazer uma longa vida ao negócio. “As reservas de petróleo estavam todas a esgotar e então começámos com os painéis e fontes de calor dessa mesma natureza. Com o evoluir das necessidades na construção e, nomeadamente, com o aparecimento de clientes mais informados de que com um investimento maior poderiam potenciar baixos consumos, fomos realizando diversas formações e hoje em dia estamos a fazer instalações de aquecimentos totalmente apoiadas em energias renováveis. Temos aquecimentos de casas e de piscinas apoiadas exclusivamente por painéis solares fontes de equipamentos através de biomassa”, explica. É nos novos equipamentos e sistemas que vê o desafio de continuar no setor. O facto de poder aprender e aperfeiçoar técnicas é o mais aliciante e sempre foi desde o início. O nome escolhido é prova disso porque, tal como explica o entrevistado, “acreditamos que as energias que conhecemos não sejam suficientes e tentamos descobrir todos os dias novas energias”. Com o objetivo de unir o setor, Ricardo Inácio chegou a fazer parte do grupo fundador de uma associação de empresários da zona da Azeitão “em que criávamos uma sinergia entre todos os envolvidos e de onde resultaram boas parcerias e bons trabalhos”. Para valorizar as parcerias, explica ainda que “não temos muitos fornecedores, mas com os
que trabalhamos temos parcerias fortes. Nós instalamos muito equipamento de uma empresa nacional que nos consegue dar resposta na área a tudo o que precisamos”.
Uma equipa especialista Atualmente, são nove os colaboradores. Sete deles, no terreno, “técnicos especializados em solar, que é o que a legislação exige. Temos técnicos especializados na categoria solar/ térmico. Somo também certificados na instalação de redes de gás, porque foi também por aí que a empresa começou”, conta. Sente orgulho nas suas raízes e não esconde que iniciou a atividade nas entalações de gás, setor que lhe conferiu responsabilidade. “Usamos isso como escola e hoje quando realizamos uma instalação, seja de que tipo for, temos o dobro da preocupação e cuidado. Tentámos transportar a ideologia do gás para a instalação para outro tipo de instalações”, explica. As formações contínuas são também forma de garantir técnicas sempre atuais e uma melhor qualidade na prestação de serviços. “Trabalhamos na grande maioria com empresas, algumas de longa data. Fizemos projetos no novo edifício da Polícia Judiciária em Lisboa, Fórum Sinta, Vasco da Gama, entre outros. Trabalhamos também clientes independentes instalando os sistemas em moradias”, explica. Conta ainda que hoje em dia tem muitos
Ricardo Inácio, gerente
clientes mais jovens que tem uma maior consciência da importância de apostar nestes recursos mais naturais e que também é mais informado sobre as possibilidades. A manutenção e o acompanhamento pós-venda são também importantes porque fortalecem as relações de confiança. Abrangem todo o território nacional e garantem ter uma boa relação qualidade/preço nunca prejudicando um para conseguir o outro.
Mensagem para o futuro “Agradeço a oportunidade que nos dão desde o início e que nos permite estar no mercado e que nos fez evoluir no ano de 2018. Investimos na empresa e agora estamos a colher os frutos desse investimento”, remata.
Rua Rio Tejo, Lote 800 | 2975-151 Quinta do Conde | Tlm.: (351) 967 250 596 | geral@energiainfinita.net | www.energiainfinita.net 64 | Revista Business Portugal agosto 2019
MANOS LINCE
OURO LÍQUIDO ALENTEJANO A CONQUISTAR O MUNDO Em 1980, Francisco Lince teve o primeiro contacto com a produção de azeite, desde então tornou-se um produtor com distinção internacional e já levou o produto de Alcácer do Sal aos quatro cantos do mundo.
“
Começamos em 1995, eu e o meu irmão. Toda a gente conhecia o nosso azeite como sendo azeite dos Manos Lince ainda sem existir a marca”, conta Francisco. Os irmãos já tinham contacto com a produção de azeite desde 1980, ano em que a mãe adquiriu uma cota de uma empresa de azeite. Em 1989 a mãe comprou parte de outra empresa – a do azeite Castelo de Moura – e os irmãos trabalharam lá durante algum tempo, como funcionários. Inicialmente, conta Francisco Lince, o azeite dos irmãos era apenas “dispensado”, isto é, “não era vendido, não tinha rótulo nem nada, dávamos às pessoas. Passado pouco tempo, com a história de nos chamarem Manos Lince, pensamos em criar, realmente, uma marca”, explica, atribuindo a ideia a um amigo que trabalhava em marketing e que sugeriu que aproveitassem a designação dado muitas pessoas já a conhecerem. Hoje em dia, apenas Francisco está por trás da produção do Azeite Manos Lince, mas o nome mantém-se, apesar do irmão ter seguido o negócio dos vinhos. “Separamos a empresa e o meu irmão ficou com a parte mais recente – a dos vinhos – e eu continuei com o azeite”, conta Francisco. Desde 2008, a marca está registada e o sucesso tem aumentado. Em Portugal, o Azeite Manos Lince chega a restaurantes, supermercados e grandes distribuidores, mas esta iguaria alcacerence já não faz o deleite exclusivo dos lusitanos. O Azeite Manos Lince já conseguiu granjear o reconhecimento internacional. “Atualmente, vendo cerca de 150 mil litros de azeite – uma quantidade considerável para a dimensão da empresa. Cerca de 35% da minha cota de mercado é exportação, metade para o Brasil, metade para a Europa: Alemanha, Inglaterra, Bélgica, França, Luxemburgo, Espanha e Itália. Quase tudo. Restauração, com a exceção de Alemanha”, conta Francisco.
Reconhecimento Internacional Além-fronteiras, o azeite dos Manos Lince já teve o devido reconhecimento e recebeu, em Londres, na categoria Qualidade medalha de Bronze na “London International Olive Oil Competitions”. Na Manos Lince, o processo de fabrico do azeite é cuidadosamente orientado desde a compra da azeitona até ao produto final, talvez se deva a isso o seu sucesso. “No meu lagar, trabalho eu e uma funcionária que faz a limpeza. Mais ninguém. Faço tudo, até o embalamento”, conta Francisco, acrescentando que por vezes conta com a ajuda da família que também já se vão interessando pela área. A azeitona utilizada é Cobrançosa, Galega e Cordovil. Azeitonas de elevada qualidade e origem portuguesa que em muito contribuem para a qualidade final do Azeite Manos Lince. Contudo, a receita não está completa sem um processo de fabrico que respeita a essência do azeite. Francisco explica que “hoje em dia, grande parte dos lagares fazem dupla passagem das massas, retirando o primeiro azeite na primeira passagem”, poste-
riormente retiram um produto que é tudo menos azeite saudável, é “quase só gordura”. Os prémios têm importância, mas a opinião dos clientes é o que guia Francisco. “Quero ter um azeite medalhado, mas que as pessoas gostem. No meu azeite é tudo quanto baste. O frutado, o picante e o amargo – tudo equilibrado”.
Futuro nos cosméticos Apesar de não vender, há mais de uma década que Francisco Lince faz artigos cosméticos com azeite para uso pessoal. Por isso, a ideia de incorporar isso no negócio dos Manos Lince nunca esteve tão próxima. “Há muita gente que conhece e fartam-se de me dizer: tens que me vender, mas neste momento eu não vendo. Tenho mesmo que pensar em comercializar porque as pessoas que experimentaram dizem que já não conseguem passar sem aquilo”, exclama Francisco Lince. “Hoje em dia, o azeite já não é apenas um bem alimentar e passou a ser muito importante para a saúde”, explica o cofundador da Manos Lince, acrescentando que, para que o azeite conserve essas propriedades tão importantes, é necessário que seja feito só a frio, como é o caso, e não pode ser “demasiado batido e só assim se obtém um azeite puro e saudável ”. Quem sabe se não é num futuro que o Azeite Manos Lince salta da mesa e faz a vontade a quem já o experimentou como cosmético? Email: azeitemanoslince@sapo.pt Facebook: azeitemanoslince
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NOVODENT - EANES & TELES DENTAL CLINIC
“IR AO DENTISTA É UM MOMENTO DE SAÚDE!” 16 anos após o início do desafio, Rita Bravo Teles, sócia fundadora da NovoDent - Eanes & Teles Dental Clinic reflete sobre o setor onde se insere e faz o balanço dos anos de atividade.
Q
uando e como surgiu a clínica NovoDent? A clínica NovoDent iniciou o seu percurso no ano de 2003, um sonho idealizado por dois jovens e empenhados médicos dentistas, já com a convicção e ambição de nos tornarmos uma referência positiva e uma mais-valia na área que escolhemos. De um pequeno consultório nasceu a NovoDent - Eanes & Teles Dental Clinic, contando já com 16 anos de existência. Foi um crescimento muito positivo, mas foi também bastante tranquilo pois queríamos que fosse gradual e, dessa forma, sustentado para mantermos vivos os valores que idealizámos no primeiro dia e que perduram até hoje. Que tipo de serviços e valências prestam no âmbito da Medicina Dentária? A nossa clínica teve uma importante renovação de imagem e de espaço há quatro anos. Foi uma melhoria que nos permitiu ampliar para cinco gabinetes, ter uma unidade de radiologia digital intra-oral panorâmica 3D e um laboratório “ in Lab” criando um espaço que nos proporciona excelentes condições de trabalho e um ambiente cuidado 66 | Revista Business Portugal agosto 2019
e agradável para os nossos pacientes. Queríamos oferecer, no mesmo espaço físico, todas as respostas às múltiplas necessidades de quem nos procura. Disponibilizamos assim todas as valências no âmbito da Medicina Dentária, desde a Dentisteria Estética, à Implantologia, Endodontia, Periodontologia, Prostodontia Fixa e Removível, Ortodontia e Odontopediatria. Somos atualmente uma equipa multidisciplinar, com especialidades e interesses diferentes o que enriquece as nossas discussões relativamente aos casos clínicos. É um ponto que apreciamos bastante na nossa clínica e fazemos questão que exista, pois consideramos ser uma grande mais-valia para cada caso. Como justificam o sucesso alcançado da NovoDent numa época com tanta oferta? Será que esse sucesso é justificado pela identidade da NovoDent? A Medicina Dentária evoluiu bastante nos últimos 16 anos, quando atendemos o nosso primeiro paciente. Atualmente temos uma Medicina Dentária bastante qualificada, em modos gerais, com profissionais atentos e que não deixam de estudar e apostar na sua formação profissional. Penso que a identidade da nossa clínica reflete um pouco ou quem sabe bastante, a nossa identidade pessoal. Temos ideias bastante claras e valores definidos do que queremos e não queremos, pelo que o nosso percurso acaba por se fazer naturalmente, mas sempre pautado por bastante trabalho e dedicação. É nossa opção trabalhar unicamente com materiais de primeira qualidade, pois queremos garantir a longevidade no trabalho que fazemos. Sempre defendi, e acredito que nesta área tão especial como é a área da saúde, a componente empresarial existe, claro que sim e bem gerida e não descurada, mas não se deve sobrepor à componente técnica e muito menos humana e temos trabalhado nesse sentido. Estamos verdadeiramente empenhados na componente técnica e profissional, como é evidente, mas estamos também emocionalmente comprometidos com o doente e penso que todas estas facetas nos caracterizam e acabam por nos distinguir. A aposta nas novas tecnologias e soluções é uma realidade na NovoDent - Eanes & Teles Dental Clinic. Qual a importância de uma atualização real dos métodos utilizados e da aposta constante em formações do corpo clínico, atualmente? Toda! É fundamental não estagnar, continuar atento ao que se passa à nossa volta e não ficar fechado no nosso gabinete a achar que já se aprendeu tudo! Felizmente somos uma
NOVODENT - EANES & TELES DENTAL CLINIC equipa bastante motivada nesse sentido e talvez por sermos de áreas distintas e com interesses particulares, contagiamo-nos uns aos outros e esse intercâmbio constante torna a profissão bem mais alegre e desafiante. Associado a isto, investimos na última geração em tecnologia digital - O Cerec - que engloba o conceito “one visit Dentistry”. O Cerec é o exclusivo sistema CAD/CAM para restaurações, inlays, coroas, entre outros tratamentos que, após ser feita a leitura com câmara intra-oral, esta unidade é trabalhada informaticamente e a informação é transferida para uma super fresadora Cerec que fresa a peça no bloco do material desejado. Numa única consulta, sem impressões, altamente estético e de longa duração. Também utilizamos a tecnologia digital a nível ortodôntico, o sistema INVISALIGN- aparelho removível que permite a correção ortodôntica através de um conjunto de alinhadores praticamente invisíveis de uma forma confortável e eficaz. Devemos apostar na tecnologia, tirar partido do que tem para nos oferecer, mas nunca esquecermos o “resto”. Os nossos olhos, as nossas mãos, a nossa experiência, tudo o “resto” que traduz um verdadeiro ato médico. Como classificaria a saúde oral dos portugueses na atualidade? Existe uma maior consciencialização sobre a saúde oral ou existe ainda um longo caminho a percorrer? Penso que embora seja um caminho importante que Portugal tem para percorrer, vai ficando, embora mais lentamente do que todos nós desejaríamos, menos longo. Num passado não muito distante, a saúde oral era completamente negligenciada e em grande parte devido a fatores económicos, mas também muito educacionais. Não devemos esquecer que a saúde oral não é um exclusivo dos dentes, mas também da gengiva e do osso de suporte, bem como dos tecidos moles, língua e lábios. As doenças orais têm um impacto direto para o indivíduo através da dor e desconforto, mas trazem consequências para a saúde em geral e qualidade de vida. Um estudo independente da School of Business and Economics da Universidade Nova, utilizando dados da EU-SILC, evidencia que Portugal é o segundo país da União Europeia com a maior percentagem de pessoas com mais de 16 anos, que relatam necessidades não satisfeitas em cuidados de
João Ramalho Eanes e Rita Bravo Teles, sócios-fundadores
saúde oral (17,8 por cento), muito acima da média europeia (7,9 por cento). Segundo o Special Eurobaromenter, os portugueses visitaram o médico dentista no último ano do inquérito, 46 por cento sendo que a média na Europa situa-se nos 57 por cento. Mas a principal diferença é que, em Portugal, a razão pela qual o fizeram foi: 25 por cento em situação de urgência, enquanto os europeus em geral visitam o dentista por razões preventivas, check-up, consulta de rotina ou higiene oral (50 por cento). O cancro oral é o sexto mais comum do mundo e Portugal é o segundo país da Europa com maior taxa de incidência. O diagnóstico tardio, associado claro a fatores de risco contribuem para esses números alarmantes. Mas notamos na nossa prática do dia-a-dia que esta dura realidade tem vindo a melhorar e os portugueses estão mais preocupados com a sua saúde oral. É com enorme prazer e orgulho até, que assisto aos nossos doentes mais jovens, já preocupados, atentos e sensibilizados para a saúde oral dos seus filhos. A prevenção é a chave, e a forma mais eficaz no combate às doenças orais. E para aqueles que ainda temem uma ida ao dentista, o que tem a dizer? A ansiedade e o medo associados à nossa consulta continuam a existir, é um facto. Recebemos muitos pacientes com medo e traumas do passado que acabam por transmitir a outros, pelo que considero que a confiança no seu médico dentista é essencial. Penso que perceber que aquele profissional está ali para ajudar é fundamental para ultrapassar estas barreiras. O medo deve ser controlado para não se transformar numa inibição de uma ida ao dentista que ao ser arrastada no tempo, pode transformar-se num problema mais grave. Uma ida ao seu médico dentista a cada seis meses é um requisito fundamental. Ir ao dentista é um momento de saúde!
Av. Alexandre Herculano, no 87 | 89, 2955-122 Pinhal Novo Tlf.: +351 212 385 282 | Tlm.: +351 933 197 719 Email: geral@novodentclinic.com Horário de Funcionamento: Segunda a Sexta: 9h às 13h e das 15h às 20h | Sábado: 9h às 13h
www.novodentclinic.pt agosto 2019 Revista Business Portugal | 67
SUPERMERCADO CORADINHO
ONDE PODE IR ÀS COMPRAS E SER SEMPRE RECEBIDO COM BOA DISPOSIÇÃO
Coradinho é o mais recente supermercado de Poceirão, onde todos os dias estão ao dispor produtos frescos. O supermercado distinguese pela qualidade dos produtos e pela simpatia de todo o staff. Duas gerações, experiência e entusiasmo, um negócio local, um negócio familiar.
M
ãe e filha, Maria José Corado e Catarina Corado, deixaram os seus trabalhos e decidiram arriscar abrindo o próprio negócio. Com a experiência da mãe e a força de vontade da filha, nasceu o Supermercado Coradinho no Poceirão, em Palmela, onde todos os dias chegam produtos frescos e de qualidade. Maria José trabalhou 15 anos num hipermercado, sendo que sete destes foram à frente do setor da peixaria. O seu sonho sempre foi ter o seu próprio negócio, a sua casa, com o seu nome e que espelhasse a sua dedicação e gosto pelo seu trabalho. Não nega que os 15 anos como colaboradora de um hipermercado tenham sido uma grande escola para hoje conhecer esta área de negócio. De espírito empreendedor, Maria José juntou-se à sua filha Catarina, que também trabalhava na área, e ambas fizeram nascer este negócio familiar. A decisão de abandonar o trabalho não foi tomada de ânimo leve. Sabiam que teriam de começar do zero um projeto em nome próprio e para isso era necessário conhecer a área de atuação do negócio. Apesar de terem sido contactadas com propostas para voltarem ao serviço que tinham, fizeram questão de seguir por um caminho que sabiam que ia ser de luta, de esforço e de muita dedicação. Deram ao negócio o nome de família e família é o que têm vindo a construir neste primeiro ano. Começam agora a dar os primeiros passos e contam com a colaboração de mais cinco funcionárias para serem a equipa perfeita, pois Maria José não tem dúvidas de que são “uma simpatia, temos um atendimento cinco estrelas e produtos como nós, cinco estrelas”. Não podiam ter melhor mote 68 | Revista Business Portugal agosto 2019
do que este para fazerem crescer o projeto. Produtos frescos e de qualidade, preços convidativos e o atendimento mais atento e simpático. Tudo isto para satisfazerem diariamente os clientes que são também eles da família: “Quando faltam, nós sentimos falta. Há clientes que vêm cá duas e três vezes por dia. Se não aparecem como é costume ficamos preocupadas”, testemunha Catarina Corado. Localizado próximo da junta de freguesia de Poceirão, o Coradinho tornou-se, também, a família de muitos dos moradores.
Serviços de qualidade e excelência Padaria, charcutaria, talho, peixaria, frutas e legumes são os serviços que encontramos no Coradinho sempre prontos a serem servidos. Da padaria pode esperar-se todos os dias pão fresco. Da charcutaria saem os produtos de maior qualidade. Do talho as carnes cuidadosamente selecionadas. Da peixaria uma variedade de peixe, desde o carapau e a sardinha até à dourada e ao salmão, ou até um peixe-espada ou o choco, o que importa é ser sempre peixe fresco do nosso mar. Das frutas e legumes espera-se produtos portugueses e de produtores da zona. O Supermercado Coradinho complementa-se com um serviço de cafetaria que serve todos os dias pequenos-almoços e refeições ligeiras, onde há sempre sopa
SUPERMERCADO CORADINHO do dia. “Há quem venha tomar o pequeno-almoço de manhã, volta à hora do almoço para tomar um cafezinho, e fazer uma compra, e até volta à noite para vir buscar alguma coisa para o jantar”, conta Maria José. Os clientes do Coradinho podem encontrar além dos produtos de mercearia da marca “Amanhecer”, produtos frescos “o ex-libris de um supermercado”, segundo a proprietária. Pode-se, ainda, tomar uma refeição leve, uma sopa, por vezes um frango, uns carapaus fritos ou até umas bifanas. O menu vai alterando de dia para dia, basta prestar atenção e perguntar qual será o cardápio do dia. Junte o útil ao agradável, delicie-se com uma refeição ligeira e aproveite, ainda, para comprar algo que lhe faz falta em casa.
O negócio familiar O Supermercado Coradinho é a concretização da ambição e da motivação de duas gerações que nunca se acomodam e lutam constantemente para alcançar mais e melhor. Mãe e filha dedicam-se a 100 por cento ao supermercado e estão presentes todos os dias, desde a abertura até ao fecho. Ambas concordam que os primeiros passos na abertura de um negócio têm de ser dados cautelosamente e “ir com calma porque uma casa demora imenso tempo a fazer”, afirma Maria José. Por isso, dedicam-se a tempo inteiro, sete dias por semana, àquele que é o concretizar dos seus sonhos. Estão conscientes que a concorrência é forte, mas trabalham para dar o melhor aos seus clientes. Confessam que trabalhar em família nem sempre é fácil, mas isso não é problema, o problema é mesmo parar ou não fosse Maria José insatisfeita, como conta a filha Catarina. E, de facto, Maria José não esconde nem desmente: “Eu não me acomodo, para mim nunca chega” e, por isso, procura criar condições para melhorar e, sobretudo, fidelizar os clientes, tornar cada cliente membro da família Coradinho. Maria José e Catarina compraram o imóvel, investiram dedicação e dão incansavelmente as suas mãos pelo trabalho e a cara por uma marca que está em forte crescimento. Como projetos futuros pretendem firmar o negócio e, posteriormente, aumentar a equipa sem nunca dispensar na formação da mesma. O volume de vendas é favorável, principalmente na altura do verão. As proprietárias contaram à Business Portugal que chegaram a amanhar 60 quilos de dourada e 40 a 50 quilos de sardinha aos sábados. Os clientes querem qualidade e o Coradinho oferece-a a bom preço. Aberto todos os dias das 9h às 20h, exceto domingo que encerra às 13h, o supermercado nunca está completamente fechado, pois pontualmente surge um telefonema ao domingo de tarde para fazer uma encomenda e Maria José e Catarina estão sempre prontas a arregaçar as mangas. O último caso foi numa das festas da terra, num domingo de tarde, receberam um telefonema dos organizadores a pedir 8 quilos de bifanas e “lá fui eu com gosto cortar as bifanas”, reportou Maria José. O Supermercado Coradinho é fruto da experiência
Catarina e Maria José Corado, sócias-gerentes
e sabedoria de Maria José e da dedicação e força de Catarina. Maria pretende estabelecer um negócio para deixar aos filhos, sobretudo à filha que trabalha consigo. Ambas conhecem as falhas do mercado e estão atentas à inovação. Estão dispostas as trabalhar cada vez mais para oferecer os produtos de melhor qualidade e excelência aos poceirences e a outros que passarem no Coradinho. Duas mulheres de garra e empreendedoras que, a cada dia que passa, estão a transformar o seu sonho em realidade. Afinal, é bem verdade o que diz o poeta “Deus quer, o Homem sonha e a Obra nasce”. Se vive no Poceirão ou arredores não deixe de visitar o Supermercado Coradinho, espreitar as promoções e comprovar a qualidade e frescura dos seus produtos. Se está de passagem por Portugal e vai passar por Poceirão ,leve os produtos portugueses para onde quer que esteja, em Portugal ou no mundo. Aposte em alimentos frescos, com selo de qualidade. Contribua para o negócio local e familiar.
Rua Alexandre Herculano, 0 2965-304 POCEIRÃO GPS: 38.6342215, -8.7436547
HORÁRIO Dias úteis - 09:00 às 20:00 Email: supercoradinho.amanhecer@gmail.com Sábado - 09:00 às 20:00 Domingo - 09:00 às 13:00 Telemóvel: 936896481
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BIOSTASIA
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA ALIADA AO MEIO AMBIENTE
Presente no mercado desde 2004, a Biostasia apresenta-se como uma empresa em constante evolução e desenvolvimento, que faz uma forte aposta na inovação e tecnologia. A Revista Business Portugal esteve com o gerente Carlos Gabirro, que nos deu a conhecer o projeto, caracterizado por ser ecológico e por criar produtos e serviços biológicos.
A Biostasia é certificada pela ISO 9001 na implementação, concessão, venda e produção de produtos biológicos, oferecendo segurança e qualidade ao cliente
A
Biostasia dedica-se à investigação, produção e comercialização de produtos de controlo biológico, sem resíduos e amigos do ambiente. Quando iniciou a atividade, propôs-se à criação, desenvolvimento e execução de projetos de requalificação paisagística e espaços verdes, na Península Ibérica, tendo como base do negócio a Hidrossementeira. Em 2010, alteraram o seu core business e iniciaram a prestação de serviços na área do Controlo Biológico no combate à praga do Escaravelho Vermelho, sendo hoje reconhecida nacionalmente como especialista no
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controlo de pragas urbanas e agrícolas pelo método de Controlo Biológico. É em 2013 que integram na sua estratégia a conceção de produtos e soluções para o controlo de pragas, fertilização e nutrição com produtos resíduo zero para os dois mercados e lançam a marca Sr. Orgânico, para o cliente final. A Biostasia é certificada pela ISO 9001 na implementação, concessão, venda e produção de produtos biológicos, oferecendo segurança e qualidade ao cliente. Para além de trabalhar com laboratórios certificados
BIOSTASIA
Carlos Gabirro, gerente
sempre que os estudos, a investigação e/ou o desenvolvimento assim o exigem. “Distinguimo-nos porque apostámos no IDI – Investigação, Desenvolvimento e Inovação que temos internamente” afirma Carlos Gabirro. “Estamos a ficar posicionados na parte de investigação e tecnologia e isso é o que nos diferencia” Segundo Carlos Gabirro, “é na área de investigação e tecnologia que temos sido reconhecidos pelos nossos parceiros. Quando falam de nós, já nos associam a uma empresa na área tecnológica, sendo até muito usual virem-nos perguntar qual é a novidade que temos agora, porque estamos sempre a inovar”. A Biostasia afirma-se como uma empresa que trabalha técnicas que, muitas vezes, ainda são inexistentes no mercado. Exemplo disso é a aplicação da nanotecnologia no setor agrícola. A Biostasia comercializa, exclusivamente, produtos de resíduos zero (biológicos), para além de que disponibiliza todo o seu conteúdo online, proporcionando respostas rápidas aos seus clientes: “tudo com que trabalhamos hoje em dia na empresa, tentamos que seja a nível tecnológico. O nosso catálogo não está em papel, é tudo eletrónico e os nossos sacos também já são todos em papel. Nós temos a empresa toda baseada no resíduo zero e no mínimo impacto ambiental”, refere Carlos Gabirro, acrescentando que o objetivo da empresa “não foi o de aproveitar esta novidade do mercado para incrementar preços, mas sim para substituir técnicas, que é o que nós temos estado a fazer”. A Biostasia acredita nos produtos que desenvolve, sendo que Carlos Gabirro chega mesmo a dizer que “os produtos disponibilizados são testados exaustivamente em laboratório”, acrescentando que dão muito enfoque à investigação e análise dos seus produtos e respetivo comportamento no ambiente dos clientes. A empresa caracteriza-se ainda por ter uma relação próxima e de confiança com o seu cliente: “somos reconhecidos
por ser uma empresa inovadora, com um produto tecnológico. Nós acompanhamos o cliente, damos formação e fazemos workshops, para além de que também investimos na formação a nível interno”. Conclui Carlos Gabirro, gerente da Biostasia.
“É na área de investigação e tecnologia que temos sido reconhecidos pelos nossos parceiros. Quando falam de nós, já nos associam a uma empresa na área tecnológica, sendo até muito usual virem-nos perguntar qual é a novidade que temos agora, porque estamos sempre a inovar”
Rua João Lino, Lt 20 - Armazém 2D, Palhais , 2830-222 Barreiro Telefone: 21 050 4878
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IMOBILIÁRIA LINHA RECTA Fotografias: Alex Gaspar
“OS NOSSOS PASSOS SÃO A PENSAR EM SI” O ramo imobiliário já fazia parte da realidade da nossa entrevistada aquando da abertura da Linha Recta Imobiliária. Fundadora de uma das mais antigas imobiliárias da cidade de Setúbal, Mónica Monteiro, não esconde as suas ambições e fala sobre as suas aventuras.
M
ónica Monteiro trabalhava por conta de outrem e, com a dedicação de uma líder, era primeira a chegar ao escritório e a última a sair. Sabia todos os processos e desenvolveu capacidades nos setores comercial e de gestão. Tendo todas estas valências e dedicação, chegou à conclusão que faria todo o sentido começar o seu próprio negócio. É o dia 10 de julho de 2001 que marca o início de atividade da Linha Recta Imobiliária, uma empresa que começou de forma modesta, na cidade que viu a sua fundadora nascer e onde é conhecida desde pequena. Hoje, com 18 anos de existência, relembra os pequenos passos que a empresa teve de dar até se tornar no exemplo de sucesso que é hoje. Mudanças de instalações e crises fizeram parte, mas o percurso é preenchido, essencialmente, com os momentos mais felizes.
Atendimento próximo e personalizado A primeira motivação era ter algo seu que fosse mais proveitoso a nível financeiro, mas também queria aplicar na sua agência fatores de diferenciação: “O que eu desejava era montar uma empresa e uma equipa à minha imagem. Queria transmitir as minhas ideias e queria mostrar que o meu projeto tinha futuro. Apostar na qualidade foi logo um requisito, assim como valorizar as nossas relações com os clientes. Não queremos o cliente que entra e não volta. Queremos o cliente que nos liga anos mais tarde porque os filhos ou os netos querem comprar uma casa”, explica. O espaço e os serviços são complementos do profissionalismo que se tornam essenciais. Flats&Houses by Cláudia Borges, a empresa responsável pela decoração do espaço, fez um excelente trabalho que não deixa ninguém indiferente. A fundadora explica que “queria que este espaço fosse confortável e fosse para o cliente como uma casa. Quando recebemos um cliente sabemos que esta visita marca uma etapa importante da sua vida. A nossa função 72 | Revista Business Portugal agosto 2019
Mónica Monteiro, proprietária
é procurar o espaço ideal para cada pessoa de acordo com as suas necessidades e possibilidades”. Os serviços de venda, compra, arrendamento, trespasse, pós-venda, entre outros estão disponíveis na agência. O cliente é o foco e a maior preocupação é cumprir sempre as expectativas, mantendo-nos disponíveis para os ajudar em todas as etapas. Portugueses e estrangeiros (americanos, franceses e belgas), todos procuram a imobiliária na esperança de encontrar o lugar ideal para a sua família, para as suas férias ou para os seus negócios. “A experiência profissional leva a um aperfeiçoamento da forma como lidamos com os clientes e com os projetos. O cliente que entra aqui não sai só com uma casa. Sai com um acompanhamento completo de serviços: banco, escritura, limpezas, chaveiro, entre outros. Estes serviços marcam a diferença e são proporcionados pelos nossos parceiros de longa data”, explica. Também a pensar no cliente e na conclusão mais célere de todos os processos, Mónica Monteiro decide implantar um método em que todos os seus colaboradores e a agência recebem as comissões no final do negócio. O cliente é também quem escolhe se quer um produto exclusivo ou não. A gerente explica que “se o cliente escolher o formato de produto exclusivo a comissão é menor, porque valorizamos os que confiam em nós”. Apresenta ainda como vantagem a liberdade que sente por não ter amarras a uma marca e poder decidir, caso a caso, a melhor solução.
Continuar a fazer com que os clientes se sintam em casa Mónica Monteiro faz um balanço positivo dos 18 anos de atividade, mas garante que há muito trabalho pela frente, há espaço para crescer e evoluir e que o objetivo é fazer mais e melhor. O desejo é “continuar a ser diferente e continuar a fazer com que os meus clientes se sintam em casa”, remata.
RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL - SUIÇA 100 ANOS DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS BILATERAIS “Portugal tornou-se um mercado interessante para pequenas e médias empresas suíças”. Quem o afirma é André Regli, embaixador da Suíça em Portugal, que em entrevista à Revista Business Portugal fez um balanço das relações diplomáticas bilaterais entre os dois países e avaliou o contributo dos cerca de 260 mil portugueses para o desenvolvimento económico e social suíço.
Q
ual o balanço que faz deste século de relações diplomáticas bilaterais entre Portugal e Suíça? Nos últimos cinco anos, especialmente, o comércio bilateral aumentou bastante e, nos últimos quatro anos, Portugal teve um saldo positivo. Isto mostra que a economia portuguesa está a ir bem e é interessante para a Suíça do ponto de vista da importação. Costumamos estar, normalmente, no 13.º lugar dos maiores fornecedores de Portugal e, do ponto de vista exportador, costumamos estar na 30.º posição. Tanto a Suíça como Portugal são mercados pequenos e têm de procurar outros mercados. Mas Portugal tornou-se um mercado interessante para pequenas e médias empresas suíças. Especialmente no norte temos pequenas empresas que produzem quase só para exportação. Portugal e Suíça podem ser considerados dois amigos ou dois colegas de trabalho? A praça financeira suíça é muito mais forte do que a portuguesa, mas os países não são concorrentes. São, talvez, concorrentes do ponto de vista em que procuram mercados lá fora, porque o mercado interno é muito pequeno. E desse ponto de vista, Portugal aproveita muito bem o facto de ser membro da União Europeia, enquanto a Suíça tem de fazer isso sozinha. Mas, com toda a certeza, somos países amigos. Além disso, as relações bilaterais refletem-se muito no número de portugueses que vivem na Suíça. Hoje em dia são 260 mil, o que ajuda o desenvolvimento económico e social do país. Por outro lado, e um facto muito interessante, é que vêm muitos portugueses da Suíça para cá. No ano passado, os portugueses na Suíça mandaram quase um bilião de euros para Portugal. E isso é interessante para a economia portuguesa. Como é que tem evoluído o número de portugueses a emigrarem para a Suíça? Houve duas vagas de emigrações de portugueses para a Suíça: nos anos 80 e durante a crise financeira portuguesa, entre 2010 e 2012. Esta segunda foi uma vaga muito intelectual: muitos portugueses doutores, advogados e com profissões de alto nível. Contudo, percebemos que nos últimos dois anos há muito menos portugueses a irem para a Suíça, enquanto, pelo contrário, há até portugueses que voltam para Portugal. Porque a economia portuguesa está melhor e, especialmente, os jovens vêem mais possibilidades e não
André Regli, embaixador
precisam de emigrar. Mesmo que ainda haja essa pressão dos salários. Os portugueses que vão para a Suíça vão para que zona? A maior parte vai para a zona suíça-francesa, por causa da língua, porque é mais fácil falar francês quando se fala português. Os portugueses têm talento em aprender idiomas. Aliás, muitas vezes, quando os empresários suíços vêm para cá, a decisão está relacionada com a questão da língua. No turismo é a mesma coisa. Todos os turistas suíços que vêm para Portugal são surpreendidos pelo facto de os portugueses falarem muitas línguas. Quanto tempo ficam os emigrantes portugueses na Suíça até decidirem regressar para Portugal? Da primeira vaga de emigração, a maioria ficou na Suíça e até criou família. Muitas vezes nem voltam. Mas as últimas emigrações são menos longas, porque a vida na Suíça também é cara. A Suíça acolhe bem os portugueses? Muito bem. E os portugueses são muito bem vistos na Suíça. São trabalhadores e integram-se bastante bem nas cidades. Qual é o principal país para onde os suíços emigram? Há cerca de um milhão de suíços fora do país e a maior parte emigra para os países à volta da Suíça: França, Alemanha e Itália. Em Portugal há atualmente cerca de 4.000 suíços. É pouco, mas está a aumentar - há dez anos eram 3.000. Há bastantes reformados que vêm para Portugal e aproveitam o sistema fiscal, o clima, a gastronomia e a qualidade de vida. Dia 1 de agosto comemora-se o Dia da Suíça. Que celebrações se vão fazer para comemorar este dia? Normalmente organizo sempre uma festa aqui no jardim da embaixada suíça em Portugal, onde convido políticos, colegas diplomáticos, empresários e suíços. Aconteceu no dia 16 e foi especial porque comemoramos este ano os 100 anos de relações diplomáticas bilaterais. Em Portugal existem três clubes suíços [Société Suisse] - Lisboa, Porto e Algarve - que, a 1 de agosto, fazem uma festa onde convidam a comunidade suíça. Já na Suíça há sempre muito fogo, porque o fogo sempre foi importante na história da Suíça. Mas também há fogo de artifício, festas nas praças e discursos. agosto 2019 Revista Business Portugal | 73
GLION E LES ROCHES
FORMAÇÃO ÚNICA PARA UM FUTURO VERDADEIRAMENTE GLOBAL As escolas Glion e Les Roches são duas instituições de ensino privadas internacionais líderes no seu segmento. Na Glion Institute of Higher Education e na Les Roches Global Hospitality Education, os estudantes recebem formação segundo o modelo suíço de educação e aprendem em seis campus universitários, em todo o mundo.
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es Roches Global Hospitality Education Fundada em 1954, a Les Roches é atualmente uma das mais prestigiadas instituições de ensino do mundo, estando entre as melhores de Gestão Hoteleira e Turismo e no Top 3 ao nível da taxa de empregabilidade dos estudantes em termos mundiais. O modelo de educação combina aulas teóricas e práticas com a possibilidade de seleção pelos vários campus no mundo (Suíça, Espanha e China) e estágios nas melhores cadeias hoteleiras internacionais, sendo uma das instituições de ensino com maior taxa de empregabilidade dos seus alunos – cerca de 90 por cento dos alunos têm em média três ofertas de emprego até terminarem a formação. A Les Roches orgulha-se de promover o espírito empreendedor junto dos alunos (33 por cento dos Alumni gerem com sucesso um negócio próprio) e os conteúdos das vários cursos têm por objetivo formar líderes e dar soluções inovadoras para uma área plena de desafios. Os cursos e pós-graduações da Les Roches refeletem as mudanças e apontam tendências numa das indústrias que mais tem mudado nos últimos anos. Bachelor of Business Administration (BBA) in Global Hospitality Management com especializações em Empreendedorismo Hoteleiro; Estratégias de Marketing Digital; Gestão de Resorts e Gestão Financeira aplicada à Hotelaria, diploma em International Hospitality Management,
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Pós-Graduação “Executive” em International Hospitality Management, pós-graduação em Gestão de Marketing para o Turismo de Luxo e Master of Business Administration (MBA) in Global Hospitality Management, são alguns dos cursos mais reconhecidos da instituição.
Glion Institute of Higher Education O Glion Institute of Higher Education é uma escola Suíça que oferece aos estudantes de mais de 90 países, cursos em Hotelaria internacional, Luxo e Gestão de Eventos em três campus localizados na Suíça e em Inglaterra. A Glion está entre as melhores escolas do mundo de Hospitality and Leisure Management e ocupa o primeiro lugar na preferência dos empregadores segundo o QS World University Rankings by Subject 2019. Fundada em 1962, a Glion tem uma reputação global e a cada ano apresenta novos cursos e programas, afirmando-se mais uma vez como uma escola líder na formação e como uma verdadeira trendsetter. Os cursos lecionados refletem a atenção às necessidades do mercado e antecipam tendências como é o caso da especialização em Luxury Brand
Management, a primeira a ser criada por uma escola de hotelaria. Para além das licenciaturas - especializadas em Luxury Brand Management, International Hotel Development and Finance e International Event Management - e pós-graduações/masters em Dual Master of Business Administration (MBA)/Master of Science (MSc) em International Hospitality Business em parceria com a GEM Grenoble École de Management e Master of Science (MSc) em International Hospitality Business. A Glion apresenta também programas de formação de curta duração centrados na aprendizagem do Inglês ou as Glion Summer Experiences, uma ótima oportunidade para os estudantes que alia aprendizagem e divertimento. Em Portugal as duas instituições, fazem apresentações regulares junto de escolas de norte a sul e recebem alunos e pais num regime mais exclusivo, através de personal meetings. As próximas têm lugar em setembro (Lisboa, Algarve e Porto) com vista a selecionar os alunos para os próximos cursos que terão início em fevereiro e setembro de 2020. Para mais informações contatar: Pedro Martins – Educational Counselor Les Roches | Glion pedro.martins@ec.sommet-education.com + 351 910513177 www.glion.edu | www.lesroches.es www.lesroches.edu
CASTELO DE PAIVA
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É no sul do rio Douro que floresce uma das portas de entrada para norte. Um território que provém do rio e da serra, do campo e das minas, onde cada recanto convida à descoberta. Numa simbiose perfeita entre a natureza e a mão humana surgem as suas magníficas paisagens vinhateiras de onde sobressai o verde e o doce aroma das uvas amadurecidas. Neste território do distrito de Aveiro, merece também destaque o património histórico e edificado, de onde merece referência o Marmoiral de Sobrado, classificado como Património Nacional, ou ainda as sepulturas medievais escavadas no Penedo de Vegide. A complementar a vasta oferta turística está a diversidade gastronómica marcada por produtos da terra e do rio. O cabrito assado no forno de lenha, o cozido à lavrador, a tradicional vitela assada e o tão apreciado arroz de lampreia são alguns dos pratos obrigatórios de experimentar, sempre acompanhados pela excelência dos vinhos verdes produzidos na região. E se ainda não está convencido apresentamos-lhe agora mais motivos para rumar a “Terras de Payva” e desfrutar do que elas lhe têm para oferecer.
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MUNICÍPIO DE CASTELO DE PAIVA
VENHAM E INVISTAM CÁ! Castelo de Paiva é um tesouro localizado no verde dos campos, das serras e no espelho dos rios Douro, Paiva, Sardoura e Arda. Lá, onde o vinho é o embaixador, empresas de grande porte do setor da relojoaria e marroquinaria empregam mais de 400 pessoas. Em conversa com a Revista Business Portugal, o presidente da Câmara de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, explica as razões de o concelho ser um sucesso e faz um convite a jovens e empresários: “invistam e venham viver cá!”
C
omo ocorreu a inclusão das empresas suíças em Castelo de Paiva? No ano de 2004, o grupo suíço de relojoaria Brasport, através de Alan Dubois, escolheu Castelo de Paiva para investir. Procurou um grupo de trabalhadoras da antiga CJ Clark`s e escolheu Rosa Paiva para liderar o novo projeto empresarial Bradco (relojoaria e marroquinaria). Começou com menos de uma dezena de trabalhadoras, hoje, emprega mais de três centenas de pessoas e está a investir na sua expansão com uma nova unidade industrial. Outra grande empresa que temos aqui em Castelo de Paiva, desde 2011, é a Oropol, ligada ao setor da relojoaria e que emprega mais de 100 pessoas. E, depois surgiu uma outra, também ligada à relojoaria, e com uma componente ligada ao fabrico de componentes para a Medicina, que considero muito importante do ponto de vista da dimensão tecnológica e daquilo que pode representar em termos de recursos humanos qualificados que vão precisar no futuro, a Lauener. Estas empresas são muito importantes e decisivas para o nosso concelho. A atuação destas empresas na área da relojoaria, da marroquinaria e medicina com uma base muito alargada de produção e oferta de postos de trabalho, para além da grande empregabilidade, contribuem para a inclusão e para um grande desenvolvimento do domínio mais tecnológico, exigente e qualificado. Realço também a enorme importância de todas as outras empresas e empresários que fazem crescer todos os dias a nossa dinâmica económica e
Largo do Conde | 4550 - 102 Castelo de Paiva Telefone: 255 689 500 Email: geral@cm-castelo-paiva.pt www.cm-castelo-paiva.pt
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social. Tudo isto ocorre porque, hoje, Portugal vive um momento económico estável e seguro. O concelho tem aproveitado o sentido empresarial e as oportunidades que vão surgindo. A taxa de desemprego teve uma diminuição significativa, mas temos um problema a resolver aqui e no País, a demografia, o envelhecimento da população e menos população em idade ativa. Esse é o nosso grande desafio coletivo no futuro. Continuar a apostar na melhoria da condições na educação, saúde, emprego, habitação e acessibilidades, entre outras, são fundamentais. Na educação, a título de exemplo, Castelo de Paiva conta com dois excelentes agrupamentos de escolas e temos uma fantástica academia de música com 30 anos de existência e com cerca de 500 alunos. Sendo a produção de vinhos um ponto-chave para o desenvolvimento socioeconómico da região, como analisa o estado deste setor? O vinho verde é o grande embaixador de Castelo de Paiva, tem grande prestígio e traz-nos muita visibilidade. Tanto o nosso afamado vinho tinto como também no vinho branco atingem
Gonçalo Rocha, presidente
os patamares de excelência. No turismo, temos uma estratégia global muito assente na valorização das zonas ribeirinhas e dos recursos locais, patrimoniais e endógenos, denominada “Viver o Paiva-Douro”, estando dividida em cinco percursos. O crescimento tem sido notório no setor turístico, a título de exemplo, temos neste momento quase 300 camas no alojamento e hotelaria. Quais são os projetos que tem para melhorar a acessibilidade? A conclusão da variante EN222, que nos vai tornar muito mais competitivos a nível empresarial, social e económico. Trará muito mais qualidade de vida, conforto e segurança para quem cá vive e para quem nos visita e investe. Vamos, com essa obra, reduzir o tempo de chegada ao grande Porto, de 45 para 30 minutos. Não esquecendo também a grande importância da necessidade de concretização do IC35. Podemos dizer: invistam cá. Temos tudo para dar certo: ficamos próximos das grandes ligações rodoviárias, ficamos próximos do aeroporto, ficamos próximo do Porto de Leixões, que é um porto muito importante e estruturante para esta região. Castelo de Paiva não é uma terra acantonada, é uma terra afortunada por estar neste local magnífico e por ter pessoas e uma paisagem que são absolutamente extraordinárias e maravilhosas. Estão aqui todas as condições para se viver bem aqui.
FARMÁCIA ADRIANO MOREIRA
“DAR ANOS À VIDA E VIDA AOS ANOS” Há 83 anos, a 10 de março de 1936, surgiu, no centro de Castelo de Paiva, a Farmácia Adriano Moreira. Atualmente, dirigida por João Carlos Moreira, a farmácia não passa despercebida, sobretudo pelo prestígio e pela qualidade de serviços que disponibiliza.
“
Esta farmácia foi fundada em 1936 pelo, Dr. Adriano Moreira, o meu avô. É uma farmácia bastante antiga que ao longo dos anos manteve a sua localização nesta casa que pertencia aos meus avós. O meu avô era de Castelo de Paiva, como aliás toda a minha família originalmente é, tinha estado a trabalhar numa farmácia em Vidago, após concluir a licenciatura no Porto, e quis ter uma farmácia na sua terra que fosse uma referência, e assim o conseguiu.” É assim que o Dr. João Carlos Moreira apresenta o nascimento da sua “casa”. A equipa, o tipo de atendimento, o nível de aconselhamento, a acessibilidade e a proximidade que têm com as pessoas não deixam margem para dúvidas. “Acho que o grau de confiança que já conquistámos ao longo destes anos todos é aquilo que mais nos distingue”, confessa. Somado à qualidade dos recursos humanos e à localização da farmácia, também a variedade de serviços facultados
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é outro fator que diferencia a farmácia. “Temos vários serviços complementares: consulta de nutrição, de podologia, de dermo-farmácia e cosmética, pé diabético e cessação tabágica. Temos também a consulta farmacêutica, um serviço muito específico que prestámos há alguns anos, que consiste em acompanhar, de forma mais diferenciada, doentes crónicos e polimedicados. Fazemos uma consulta em que basicamente o nosso utente traz tudo aquilo que está a tomar — toda a medicação que faz e todas as receitas que tem — e nós fazemos uma análise, esclarecemos dúvidas e se virmos que há alguma necessidade de encaminhar informação mais específica para o médico de família nós fazemo-lo. É muito útil para esclarecer posologias, detetar efeitos adversos ou interações entre medicamentos e mesmo sobredosagem ou duplicação de medicação, como já várias vezes detetámos. Participamos regularmente em projetos piloto de âmbito nacional, regional ou mesmo local, como foram e são a DPOC, a Pressão Arterial, a Diabetes, etc. Efetuamos rastreios a várias doenças como, por exemplo, o cancro do cólon retal, a osteoporose, entre outros. Ou seja, é todo este universo de serviços que a Farmácia Adriano Moreira presta e que eu acho que nos distingue de forma clara”. Ir à farmácia acaba por ganhar outro significado quando o acolhimento é repleto de tamanho cuidado e quando a comunidade não se dirige à Farmácia Adriano Moreira, é a própria farmácia que vai até à comunidade. “Temos ações de esclarecimento, ações de formação e vamos às escolas sempre que convidados. Estamos sempre disponíveis para fazermos sessões de esclarecimento que são promovidas por nós ou em colaboração com outras entidades, quer seja na cidade ou no concelho. Colaboramos com várias IPSS’s e fazemos, há muitos anos, uma sessão de esclarecimento materno infantil — mais virada para novas mães, mas não em exclusivo — normalmente uma, a duas vezes por ano”. “Acho que a nossa integração e o nosso envolvimento com a comunidade são bastante elevados”, entende o diretor técnico. “A confiança é algo que se conquista todos os dias, nunca é um dado adquirido. Há que todos os dias fazer sempre melhor do que ontem, fazer sempre mais e, sobretudo, manter o foco nas pessoas, perceber quais são as suas necessidades”. Mesmo com todo o perfecionismo e atenção, nem sempre tudo corre como esperado e houve uma época em que o doutor João Carlos Moreira assistiu em primeira mão a uma crise no setor. “Não quero dar excessivo relevo à grande crise por que todos passámos. Penso que temos todos, os portugueses em geral, lutado por ultrapassá-la e, felizmente, parece que estamos a consegui-lo. Deixou-nos, a quase todos, duras lições. Prefiro focar-me no futuro. Ainda assim, acho que a crise foi percetível para a larga maioria das farmácias e para as pessoas também, no espaço de dois ou três anos (2011, 2012 e 2013) o setor como um todo sentiu quebras acentuadas de vendas, cerca de 30 por cento, o que é muito impactante numa indústria que não tem uma margem assim tão grande. A somar a isso tem havido falta de medicamentos nas farmácias, quase sempre por razões que nada tem a ver com elas”. Para contornar a situação, foi necessário acertar vários fatores. Uma das alterações mais significativas foi, exatamente, a ampliação da oferta, que permitiu alcançar a quantidade e o tipo de serviços que são hoje fornecidos na Farmácia Adriano Moreira. Outro aspeto estabeleceu-se na perceção do modelo de farmácia desejado. “Percebi que
FARMÁCIA ADRIANO MOREIRA
João Carlos Moreira, administrador
precisava de colaborar com outras farmácias para conseguir gerar algumas poupanças para continuar a investir na qualidade do que fazemos. Fazemos parte de a uma marca de farmácias há muito tempo, as Farmácias Holon, o que não só nos permite essa economia de escala e o sustentáculo para a farmácia, como também sempre me revi muito na visão que tinham do tipo de farmácia e do tipo de atendimento. Para nós esse alinhamento estratégico é fundamental. Sabemos o que queremos ser e partilhamos uma estratégia e um caminho para lá chegar”. João Carlos Moreira já acompanhava o trabalho das Farmácias Holon, mas só se juntou formalmente no início de 2012 quando atravessava uma luta incessante, mas sempre com esperança que tudo melhorasse a seu tempo. Foi possível “capacitar a equipa” e dar lugar ao “nível de serviço de excelência” que os caracteriza atualmente. Prova dessas qualidades é o estatuto de farmácia do ano em 2017 conquistado e que significa, acima de tudo, orgulho. “É uma distinção que nos alegra muito. Deixou-me muito orgulhoso, porque é um trabalho de equipa e eu sempre tive a visão de que a farmácia tem de ter uma equipa muito boa e homogénea e julgo que estamos a caminhar nesse sentido, sempre a melhorar e isso é muito importante. Eu sempre defendi que a equipa da farmácia tem de valer como um todo, tem de ser competente e homogénea. Todos somos diferentes, mas o nosso atendimento e serviço tem de ser igualmente bom, qualquer que seja de nós a prestá-lo. Sinto que temos conseguido isso graças ao grande esforço de melhoria coletiva que esta equipa tem feito”. “Prestar o melhor serviço possível a todas as pessoas todos os dias” é a principal meta traçada. Como brinca o doutor, “é dar anos à vida e vida aos anos”. E não se fala apenas de tratar o utente. “Estamos também a falar de prevenir, ensinar, colaborar, para que as pessoas tenham também uma saúde ativa e uma vida ativa”. Não basta “aumentar a esperança média de vida”. Também é essencial aumentar a qualidade de vida nesses anos. O futuro é sempre incerto, mas as intenções da Farmácia Adriano Moreira
são claras e otimistas, “melhorar sempre em todos os aspetos”. No entanto, é evidente que há áreas que merecem mais cautela do que outras. “A gestão de stocks tem de ser hiper criteriosa. Não só por uma questão de desperdício ou de margem, mas, sobretudo, porque é extremamente importante que, quando venham à farmácia, as pessoas tenham de imediato o produto que precisam”. É por isso que os olhos estão focados naquilo que está para vir. “Tentamos perceber o que vai ser a farmácia em 2025 ou 2030 e tentamos preparar-nos para isso. Claramente, parece-me que todo o setor evolui para não só vender produtos como também serviços. E isso é uma mudança. É uma mudança que se vai fazendo todos os dias um pouco e, de repente, daqui a 10 anos, quando olharmos para trás, veremos que fizemos um grande caminho”. Quando olha para aquilo que era a sua farmácia em 2012, João Carlos Moreira percebe que a circunstância “mudou bastante”. “Mudou mais neste espaço de tempo do que, se calhar, nos 20 ou 30 anos anteriores. É um pouco porque estamos a viver uma revolução industrial e é tudo muito mais rápido nesta altura. Até por isso, é sempre importante nunca parar, perceber que temos sempre de continuar a olhar para a frente. Temos de estar contentes e satisfeitos com aquilo que já fizemos no passado, mas perceber que passado é passado. Agora é construir sobre ele, continuar a melhorar e esperar que as pessoas continuem a confiar em nós, como confiaram até agora”. Um pouco em conclusão diz-nos “Sou há 17 anos o proprietário e Diretor Técnico da farmácia que o meu avô fundou. Tenho muito orgulho nesta história a que damos seguimento, mas também naquilo que esta geração da farmácia já conseguiu. Os primeiros anos foram duros, de muito trabalho e muito pensamento. A farmácia precisava de uma intervenção física muito considerável. Praticamente não ficou pedra sobre pedra. Demorei três anos a imaginar e desenhar o projeto e mais um para o concretizar. Valeu a pena, sem dúvida. Estabelecemos as fundações para tudo o que veio depois. Já abordei o muito que fizemos e modernizamos nos últimos anos, mas há algo que para mim significa muito: apesar das mudanças físicas e de processos, a matriz da farmácia manteve-se a mesma. Continuamos a ser uma farmácia de referência, reconhecida pela qualidade do nosso atendimento, pela proximidade, simpatia e atenção da nossa equipa e pela confiança que em nós depositam, mas também porque as pessoas sabem que normalmente temos a resposta para as suas necessidades”.
“Estamos também a falar de prevenir, ensinar, colaborar, para que as pessoas tenham também uma saúde ativa e uma vida ativa”. Não basta “aumentar a esperança média de vida”. Também é essencial aumentar a qualidade de vida nesses anos
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PÃO DE LÓ DE SÃO DOMINGOS
“DERRETA-SE COM O MELHOR PÃO DE LÓ DO UNIVERSO” Voltar à casa onde nasceu, cresceu e foi feliz também é o seu sonho? E criar o seu negócio nessa mesma casa com a sua família também já lhe passou pela cabeça? Pois, o nosso entrevistado fez mais do que sonhar, concretizou. António Oliveira e Eulália Oliveira falaram à Revista Business sobre este projeto, sediado em Raiva – Castelo de Paiva.
O
sabor do Pão de Ló esteve presente nas suas vidas desde cedo. Lembram os momentos mais felizes em família onde na mesa não podia faltar a melhor iguaria. Mas, será que imaginou que essa mesma iguaria teria uma receita sua e estaria à mesa das famílias portuguesas nos momentos mais felizes?
Agarrar o sonho “Quando eu era solteiro dizia frequentemente à minha mulher, na altura minha namorada, que depois de nos casarmos eu queria ficar em casa e ter o meu próprio negócio. Bolos foi logo a primeira opção, mas ela não parecia muito recetiva. Eu não desisti do meu sonho e assim que me casei comecei a trabalhar neste projeto. A minha irmã, que tem um restaurante, arranjou-me uma receita e eu enchi-me de criatividade e fui fazendo alterações à receita para a tornar “minha”. Levei à minha irmã para ela provar e angariei aí a minha primeira cliente. O Pão de Ló de São Domingos estava no mercado”, começaram por nos contar. Um início feliz que reuniu todos os ingredientes para o sucesso que se fez sentir rapidamente e que fez Eulália Oliveira render-se ao negócio que passou a ser familiar. “Hoje já não somos só nós. Temos os
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nossos três filhos a vestir os aventais e a fazer parte da nossa história. Nasceram a assistir às nossas vitórias, mas hoje eles fazem parte dessas mesmas conquistas. É um orgulho estarmos todos envolvidos neste negócio e é tranquilizante saber que existe um futuro para o Pão de Ló de São Domingos”.
Inovar o tradicional Se quando imagina a produção de Pão de Ló tem na mente a imagem de grandes cozinhas com produção industrial, desengane-se. O Pão de Ló de São Domingos é feito de forma tradicional tendo como recurso a batedeira doméstica e juntando, um a um, os ingredientes principais: ovo, farinha e açúcar. Porém, inovar é importante para cativar os clientes, por isso, já existe uma versão de ovos-moles, uma de chocolate e até já foi testada, para uma ocasião específica, uma de chá-verde. Para os gulosos, o casal aconselha os acompanhamentos mais indicados: “fruta, gelado ou chocolate”.
António e Eulália Oliveira e equipa, sócios-gerentes
O Pão de Ló tradicional ganhou asas e começou a expandir-se por todo o país. Porto e Braga são os principais pontos, porém, restaurantes e algumas lojas do resto do país contam já com a iguaria nas suas carteiras de produtos. Expansão essa que agradecem a José Miguel Júdice, o parceiro que impulsionou o produto para todos os seus clientes. O reconhecimento é notório e o orgulho que sentem por proporcionar uma degustação sem igual está bem explícito na forma como falam: “A melhor recompensa é a valorização do nosso produto. Estar aqui no nosso cantinho e sermos uma referência na localidade é uma alegria enorme”.
Um doce futuro O futuro passa por apostar na inovação e por continuar a reinventar o produto para que vá, cada vez mais, ao encontro das expetativas de todos. Ouvir os clientes é uma virtude e, nesse sentido, já colocaram a hipótese de fazer uma nova receita que tenha em consideração as preocupações com a saúde. É caso para dizer que esta é uma família que vale a pena conhecer!
QUINTA DE RELIGÃES
VINHO VERDE: DE CASTELO DE PAIVA PARA O MUNDO Sjerp e Jenny Martin são os responsáveis pelos vinhos Chardonnay e Loureiro da Quinta de Religães. Dois vinhos verdes, de excelente qualidade, que fazem a delícia de todos quantos (quer em Portugal, quer no resto do mundo) têm o prazer de o degustar.
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jerp Martin, holandês e ex-gerente bancário, sempre sonhou dedicar-se a uma produção agrícola, num país mais quente que o seu de origem, assim que se reformasse. Quis o destino que lhe fosse apresentada a Quinta de Religães, localizada em Castelo de Paiva, numa das suas muitas visitas ao nosso país. Após alguma negociação, o nosso entrevistado adquiriu a quinta e, depois de se reformar, mudou-se com a sua esposa para este local à beira rio (Paiva) plantado. Inexperiente no setor e responsável por mais de seis hectares de terreno, Sjerp Martin decidiu renovar toda a vinha ali localizada e iniciar uma produção de vinhos verdes de alta qualidade. O objetivo sempre foi a exportação e, por isso, surgiu a ideia de produzir Chardonnay, um vinho apreciado em quase todo o mundo: “Sempre me disseram que era impossível produzir este tipo de vinhos nesta localização, no entanto, cá estamos nós, com vinhos verdes premiados e reconhecidos internacionalmente”. O segredo deste Chardonnay, confessou, está na realização de uma vindima antecipada: “As vindimas realizam-se, por natureza, no mês de setembro. No entanto, isso resultava num vinho com demasiado teor de álcool. Nesse seguimento, decidi começar a minha vindima a meio de agosto e percebi que assim resultava no produto que eu queria”, confidenciou-nos. “A vida é demasiado curta para se beber maus vinhos” É este o lema que rege a atividade do sr. Martin, como é conhecido. Na sua quinta
QUINTA DE RELIGÃES
Sjerp Martin, proprietário
“Portugal pode fazer mais e melhor no setor dos vinhos. Existe muito mais neste país do que os vinhos do Porto e é possível, sim, produzir vinhos verdes de excelente qualidade, que sejam reconhecidos em Portugal e no resto do mundo”
apostar em parcerias públicas e privadas, que permitam levar os nossos vinhos mais longe. Precisamos do apoio do governo, mas também precisamos de união entre todos os produtores”. Ainda sobre a necessidade urgente de melhorar a imagem que os vinhos verdes têm no mundo, Sjerp Martin afirmou que “Portugal pode fazer mais e melhor no setor dos vinhos. Existe muito mais neste país do que os vinhos do Porto e é possível, sim, produzir vinhos verdes de excelente qualidade, que sejam reconhecidos em Portugal e no resto do mundo”, afirmou orgulhoso. Com os seus vinhos Loureiro e Chardonnay, da Quinta de Religães, presentes em vários países europeus, o nosso entrevistado pretende continuar a dar a conhecer e a exportar as suas referências vínicas: “Em setembro, por exemplo, vou a Itália divulgar os meus vinhos e tentar fazer negócio. Eu quero continuar a cooperar com Portugal e com os portugueses e foi por isso que decidi investir neste país. Foi, sem dúvida, uma boa opção para mim e para a minha família”, revelou.
“Tenho Portugal no coração” Foi assim que Sjerp Martin terminou a conversa com a Revista Business Portugal. Não sem antes confidenciar que pretende fazer, na Quinta de Religães, um Boutique Hotel, destinado a todos os que vêm experienciar o seu vinho e que pretendam ali ficar, usufruindo da paisagem envolvente e da tranquilidade que o espaço oferece.
são produzidas apenas 20 mil garrafas por ano, tratando-se, por isso, de vinhos exclusivos e de elevada qualidade. No entanto, e por se tratar de vinhos verdes, Sjerp Martin deparou-se com um cenário muito complicado aquando da sua entrada no mercado internacional: “Infelizmente o vinho verde é considerado, lá fora, como um vinho de fraca qualidade, barato e, por isso, muito desvalorizado. Quando me iniciei na exportação, apercebi-me do quanto iria ser difícil conseguir fazer acreditar que se tratava de um vinho verde de elevada qualidade”, lamentou o agora produtor de vinho. Sobre esta realidade, o nosso entrevistado alertou: “Portugal não pode continuar a produzir vinhos de baixa qualidade, para preços que rondam os dois euros por garrafa. É urgente mudar essa mentalidade e unir o setor em prol de uma produção mais forte, mais coesa, com mais qualidade e que se assuma, nacional e internacionalmente”, reiterou. Para isso, aconselhou, “é necessário
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RESTAURANTE DONA AMÉLIA
ONDE OS AMIGOS SE REÚNEM, DEIXAM UM POUCO DE SI E LEVAM UM POUCO DE CASTELO DE PAIVA É pela porta da cozinha que entram os amigos e, já em casa, são recebidos com boa comida, preparada à moda dos bisavós, a exibir bons ingredientes e simpatia pelas pessoas do restaurante Dona Amélia, localizado em Bairros, Castelo de Paiva.
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Entrar pela cozinha é uma forma de criar laços e relações de amizade entre os amigos que deixam por cá um bocadinho de si e levam um bocadinho de nós”. Nesse ambiente intimista e cheio de tradições são servidos somente cozinhados frescos, nada é congelado ou pré-cozido. “Temos aqui tudo o que é tradicional”, garante António. Do salão é possível sentir todos os dias o cheiro da posta de vitela assada na brasa, servida com feijão preto, batata a murro e arroz de forno. Também estão lá os aromas do cabrito, do anho, da vitela e do galo, do arroz de cabidela, todos preparados no fogão e forno a lenha, sendo que quando é a altura, há também a lampreia, com arroz ou a bordalesa, muito também muito apreciados no Dona Amélia. São sabores que agradam paladares portugueses e povoam as recordações de pessoas dos vários cantos do mundo. “Nós temos colaboradores cá que falam fluentemente inglês e francês e as pessoas sentem-se bem acolhidas ao comunicar com facilidade. E, claro a Internet, as redes sociais acabam por contribuir em muito para a divulgação e promoção do Dona Amélia. Acabamos por manter contacto com pessoas de todo o lado, portugueses ou estrangeiros e que que perduram muito para além do espaço físico do restaurante. Isso é o elo que vem sustentar todo este conceito, que é fazer disto um espaço de amigos”, revela António.
Um espaço dedicado à amizade De início “jogavam cartas, bebiam uns
António Moreira, proprietário
copos, comiam bem e, a determinada altura, decidiram fazer disto um restaurante”, conta. Depois de duas décadas e consolidado, o espaço continua agora com a mesma filosofia e conceito. “Foi uma forma de manter viva a lembrança de Manuel Fontes depois de uma partida precoce. Era alguém que sabia cozinhar, mas também sabia comer, qualidades que lhe renderam excelente senso crítico. Aproveitamos tudo aquilo que de bom ele nos transmitiu. Dentro das nossas possibilidades tentamos melhorar e tem sido isso que, de alguma forma, nos tem projetado”, confessa António. De Manuel Fontes ficou o sabor da carne preparada no forno a lenha e a herança do bem receber. Comer bem e em bom ambiente numa casa onde não há clientes, mas amigos. “Sabemos que de facto, por questões burocráticas, isto é um restaurante, mas gostamos que este seja um local de encontro de amigos”. Se os clientes são amigos, não seria diferente com os colaboradores, que mantêm a corrente do bom atendimento, da presteza e simpatia. “A verdade é que o restaurante tem um carisma, tem um carácter. Um carácter que, de alguma forma, é regional e tradicional”.
O melhor da região à mesa Temos uma cozinheira fantástica e que tem traduzido todos os sabores da região nos pratos que pomos na mesa”. Uma mesa com produtos de fornecedores locais preparados de maneira
Quinta do Casal - Bairros | 4550-064 Castelo de Paiva | Tlf.: 255 698 773
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lenta, com o sabor só lá possível de encontrar. “Privilegiamos o mercado local sempre que possível. A carne vem normalmente da serra em frente a nós, que é a serra de Montemuro e que tem carne fantástica e com um sabor incrível e puro”, explica António. Depois da carne, as sobremesas caseiras e típicas da culinária portuguesa não ficam fora do desfile de iguarias. Da mesma maneira está lá o bom vinho produzido na região, bem como uma boa lista de outros vinhos, nomeadamente os maduros. Tudo bem servido e bem escolhido. Tal como fazem os amigos, uma prenda inusitada é oferecida a quem passe pelo espaço. “Na entrada do restaurante temos algumas fruteiras com frutas de época e quem quiser pode apanhar, pode saborear, mesmo antes de
entrar no restaurante. Aquilo são as entradas, quem quiser vai comer, o mesmo acontece com as nossas cerejas”. Um lugar para visitar e revisitar e, se possível, trazer a companhia de um amigo. “Se pudermos parafrasear o Zeca Afonso, dizemos: ‘traz outro amigo também’. É a sugestão que faço: traga outro amigo também”.
INTERMARCHÉ DE CASTELO DE PAIVA
CASTELO DE PAIVA
SONHO GARANTE SERVIÇO E EMPREGO NA VILA SIMPATIA Casal abraça projeto que transforma as suas vidas e dinamiza a região
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oi em meados dos anos 2000 que o casal António e Maria José Pinheiro decidiu por aquela que seria a maior viragem das suas vidas. Tinham empregos seguros, estáveis e rentáveis em multinacionais na área de Lisboa, mas queriam mais e saltaram para o projeto
que transformaria a sua trajetória profissional e a região de Castelo de Paiva. É ali, entre castas reconhecidamente nobres para a produção de vinho, com a excelência saída das vinhas na beira do Douro, que implantaram uma loja Intermarché. O que há 15 anos era um sonho,
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INTERMARCHÉ DE CASTELO DE PAIVA
há dez transformou-se numa loja consolidada de bens e serviços para facilitar a vida de clientes, abrir oportunidades de trabalho aos habitantes e assegurar a compra de produtos da região. “Foi um desafio e aceitamos. Não éramos da área da distribuição”, confessam ao olhar para o projeto que, claramente, é um sucesso. António lembra que o projeto continua a ser como o planeado: “um negócio de família”. E quando fala de família não está limitado ao convívio nuclear, mas à
O que há 15 anos era um sonho, há dez transformouse numa loja consolidada de bens e serviços para facilitar a vida de clientes, abrir oportunidades de trabalho aos habitantes e assegurar a compra de produtos da região vila que o acolheu com simpatia e para a qual hoje devolve a gratidão na oferta de 47 empregos diretos, na garantia da compra de produtos locais e na qualidade de serviços. Maria José revela que o Intermarché de Castelo de Paiva está quase sempre envolvido nas imensas festas e atividades promovidas ao logo do ano naquela região. “Começam na altura de julho e vão até setembro. “Aqui, convive-se muito”. O apoio é certo e, para conseguir, não há embaraços. São os donos a avaliar a importância e a decisão é dada ali mesmo,
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António e Maria José Pinheiro, proprietários
em família. “Os nossos clientes são nossos amigos, sabem que estamos sempre por aqui”, conta António Luís, defensor de uma relação sem burocracia com as pessoas a quem deve o sucesso do empreendimento. Na altura em que tudo começou, o cenário era uma tempestade de fim de ano. “Chegamos à vila numa noite de inverno e pela manhã ficamos surpreendidos com tudo. Ficamos impressionados”, relembra o empresário, ao confessar o envolvimento do casal na região que escolheram para construir o projeto idealizado numa zona tranquila. Os dois enfatizam, contudo, que ainda têm muitos sonhos e muito trabalho, estão sempre na loja e sempre a pensar em estratégias para facilitar o atendimento ao cliente, a valorização dos fornecedores e o reconhecimento dos colaboradores. Aos clientes ofereceram recentemente uma extraordinária leveza à loja, onde universos de atendimento asseguram a disposição de todos os produtos, conforme as necessidades para as compras do momento. “Nesses universos, o cliente encontra tudo o que procura. No universo do bebé, por exemplo, a mãe encontra as fraldas, as papas, etc. No universo do pequeno-almoço os flocos, as farinhas, o leite. Atendemos bem porque também somos clientes”, explica António Luís. Complementam com a oferta de produtos de qualidade, muitos dos quais comprados aos fornecedores da região e que se fazem representar por vinho, frutas, verduras e produtos de panificação. Os produtos biológicos também estão presentes e são comprados aos fornecedores locais e, assim fomentam a economia com estímulo à geração de empregos indiretos.
INTERMARCHÉ DE CASTELO DE PAIVA
Maria José recorda que, para permitir ainda mais conforto, uma bomba de gasolina permanece à frente da loja. “Dessa forma o cliente tem aqui o que precisa. É mais um conforto que nos foi permitido oferecer aos clientes”, explica sobre o projeto iniciado exatamente há dois anos, a 1 de agosto de 2017. Não poderia haver sucesso sem atendimento excelente e colaboradores de qualidade. Quando a loja do Intermaché foi aberta em Castelo de Paiva, 35 pessoas foram empregadas. O bom desempenho do projeto exigiu mais 12 colaboradores em permanente atualização de rotinas comerciais para proporcionar o melhor serviço a todos os clientes. “Temos aqui colaboradores há dez anos connosco. Oferecemos formação contínua durante todo o
“Temos aqui colaboradores há dez anos connosco. Oferecemos formação contínua durante todo o ano. Os nossos colaboradores são o garante do desempenho do projeto”
ano. Os nossos colaboradores são o garante do desempenho do projeto”, afirma António Luís. Ele e a esposa recordam, com carinho, a maneira como aceitaram o desafio de estar com o projeto Intermarché em Castelo de Paiva, da cidade de Lisboa para a simpática vila de Castelo de Paiva. Da coragem e desafio da decisão, enfatizam que, sim, fariam tudo novamente, “só que mais cedo”, conta o empresário.
São Gião - Sobrado Apartado 12 4550-103 Castelo Paiva | Tel. 255690110 | intercastelodepaiva@gmail.com
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LAUENER PORTUGAL
CHEGA A PORTUGAL As origens da empresa estão na Suíça, mas a presença em Portugal tem vindo a revelar-se importante na conquista de novos mercados e de novas abordagens laborais. Nesse sentido, de forma a transmitir a mensagem da empresa, a Revista Business Portugal esteve à conversa com Zulaia Gonçalves, representante da Lauener em Portugal.
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ma viagem pelas origens da empresa “A empresa surgiu em 1905 e celebrará no próximo ano o seu 115.º aniversário. Ao longo dos anos, a empresa foi passando de geração em geração sempre dentro da família Lauener. O objetivo inicial era a fabricação de peças de precisão para a relojoaria, apostando na inovação, na tecnologia e na formação. Em 1992 conseguimos a nossa primeira certificação (ISO 9001) e em 2000 as seguintes (ISO 13485 e ISO 14001). Em 2002, dá-se a expansão da fábrica, tendo o foco a área medical, uma aposta que tem vindo a crescer desde então. Em 2009, a empresa foi adquirida pelo casal Emmanuel Raffner (Diretor Geral) e Carolina Raffner (Diretora do Conselho de Administração)”, explica. A empresa apresenta assim duas grandes áreas de atividade: relojoaria (50 por cento da atividade da empresa) e medical (45 por cento da atividade da empresa). Os restantes cinco por cento são em diversas áreas menos recorrentes, como é o caso da aeronáutica e da aeroespacial. Na produção de relojoaria a aposta recai sobre o ouro e a prata, entre outros, enquanto na medical os materiais são o titânio, o aço, a platina, etc: “Dentro desta área começamos a produzir peças de forma minuciosa e com enorme precisão para ortopedia, cardiologia, oftalmologia, aparelhos auditivos, neuro-estimulação e medicina dentária. Desenvolvemos assim novas competências e apuramos a nossa visão e sentido de alerta. Neste setor tudo tem de ser controlado ao pormenor” explica.
Uma aposta em Portugal
“Dentro desta área começamos a produzir peças de forma minuciosa e com enorme precisão para ortopedia, cardiologia, oftalmologia, aparelhos auditivos, neuroestimulação e medicina dentária...”
Em 2017, o casal Raffner decide investir em Portugal, mais propriamente em Castelo de Paiva, com a criação da empresa Lauener Europe. O investimento é justificado pela entrevistada quando nos refere os principais motivos da chegada a Portugal: “Portugal foi o escolhido pela qualidade da mão-de-obra, da qual eles já tinham conhecimento através dos portugueses empregados na empresa da Suíça. Para além da excelente capacidade laboral, a preços mais baixos, viram em Portugal outros casos de empresas Suíças que se revelaram um sucesso ao longo dos anos e tiveram a perspetiva de um futuro promissor. A escolha da região foi com base na proximidade ao aeroporto e ao
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JANSSEN PORTUGAL
Zulaia Gonçalves, representante da Lauener em Portugal
porto de Leixões, dois dos grandes facilitadores do processo”. Bem recebidos pelas entidades locais que ajudaram a procurar o local ideal para estabelecer a empresa, iniciaram a sua atividade em 2018, com um “atelier de controlo de peças para o mercado medical. As peças são produzidas na Suíça, posteriormente enviadas para Portugal, onde realizamos um controlo visual, utilizando maioritariamente o microscópico”, explica. São apenas quatro colaboradoras, mas a intensão de futuro é expandir os setores presentes em Portugal de forma a rentabilizar a empresa. Investir nas pessoas e na sua formação é um dos passos que consideram fundamentais, assim como o conhecimento, por parte de todos, de todo o processo de fabrico e controlo. A trabalhar com diversas marcas de renome ao nível internacional, a Lauener é distribuída nos mercados da Suíça (60 por cento), da Europa (15 por cento) e dos Estados Unidos da América (25 por cento): “Os nossos clientes mostram-se satisfeitos com a nossa qualidade e com o nosso rigor e nós temos a preocupação de os envolver nos processos para que os nossos novos produtos sejam adequados a cada uma das suas necessidades”, afirma.
“Os nossos clientes mostram-se satisfeitos com a nossa qualidade e com o nosso rigor e nós temos a preocupação de os envolver nos processos para que os nossos novos produtos sejam adequados a cada uma das suas necessidades” Uma perspetiva para o futuro “Futuramente desejamos trazer novos produtos para Portugal e dar formação nesta área específica. Estamos a falar de processos morosos e rigorosos, mas que fazem a diferença no produto final. Gostaríamos ainda de desenvolver formação para novas funções e trazer o fabrico e acabamentos para o país, mas isto são já planos a longo prazo. Temos boas perspetivas de futuro e o caminho está a ser percorrido passo a passo, tendo em vista o sucesso”, remata.
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UNIÃO DE FREGUESIAS DE RAIVA, PEDORIDO E PARAÍSO
A TERRA “DE ONDE SE VÊ TUDO”
Ao viajar pelos arredores de Castelo de Paiva, podemos averiguar o espírito aldeão da União de Freguesias de Raiva, Pedorido e Paraíso. O presidente Joaquim Martins, com quem a Revista Business Portugal esteve à conversa, enumerou motivos suficientes para visitar esta terra banhada pelos rios Douro e Arda. Joaquim Martins, presidente
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otivos não faltam para visitar a região. A prova disso está nos imensos turistas que por lá passeiam todos os dias. O que os leva até lá? Talvez a natureza envolvente, o Monte de São Domingos — “de onde se vê tudo” —, as duas possíveis futuras aldeias de xisto, a praia de Pedorido, o prestigiado Hotel Douro 41 ou até os acessos que são facilitados pela variante 222. “Passa por cá muita gente que vai para São Domingos a pé e aproveita para visitar a nossa região”, conta o presidente da junta, Joaquim Martins. E quando o verão bate à porta, também as festividades invadem a aldeia. No fim de semana, que antecede o São João, há o Couto Mineiro em Festa, que é realizado pela junta de freguesia e que este ano celebrou a quinta
edição. Há ainda as festas em honra de São Domingos, nos dias três e quatro de agosto, e de Santa Eufémia, de 14 a 16 de setembro. Em tempos, foram três freguesias distintas. Desde então, com a agregação das freguesias que ocorreu há cinco anos, foi Joaquim Martins quem ocupou o lugar de presidente, que, de 2009 a 2013, também já tinha sido presidente apenas da freguesia de Raiva. “Desde sempre gostei disto. O meu pai foi o primeiro presidente de junta aqui, na Raiva, eleito democraticamente e já era secretário no tempo do fascismo.” O autarca recorda-se bem desse tempo, era “pequenino”, mas já acompanhava o pai “pela mão”. Dos serviços que ajudam a garantir a subsistência da freguesia, o presidente destaca o centro de saúde, a farmácia, duas bombas de gasolina e um posto de correios. Para além disso, “temos o único espaço cidadão do concelho que funciona todos os dias”. Sem esquecer os transportes escolares que são essenciais para ajudar famílias residentes em lugares mais afastados. “Temos quatro carrinhas a transportar os alunos, porque é preciso ir buscar miúdos a 20 quilómetros e depois levá-los. Em várias aldeias é assim.” “É uma freguesia muito grande em termos de território e uma pessoa tem que acudir a todos.” Mesmo assim, o próprio presidente faz questão de chegar a cada pessoa. “Gosto de falar com o povo. Eu sou daqueles que vai até ao café para conviver com os habitantes e ficamos a conversar sobre os temas do dia a dia. É assim que funciona nas aldeias onde a luta por melhor qualidade de vida é diária. “Desde que fecharam as minas de Pejão, em 1994, e depois a Clarks — fábrica de calçado britânica — em Castelo de Paiva”, muitas pessoas ficaram sem trabalho. O mercado na zona ficou “um bocado estagnado” e a trágica queda da ponte de Entre-os-Rios, em 2001, não ajudou. Em 2017, também não conseguiram escapar à devastação dos incêndios: “muitas casas ardidas e muitos bens perdidos”, relembra o presidente. Porém, a situação vai melhorando a seu tempo. Mas, por enquanto, o principal objetivo é “manter o que temos porque esta manutenção já é um trabalho complicado”, confessa o presidente. Joaquim Martins deixa o convite e está pronto a receber qualquer pessoa na sua casa. “Venham visitar a nossa freguesia. Tem lindas paisagens e boa gastronomia”. Razões não faltam.
Oliveira do Arda • 4550-577 RAIVA • Tlf.: 255 766 773 • Email:junta.raiva.pedorido.paraiso@gmail.com juntaderaivapedoridoeparaiso 92 | Revista Business Portugal agosto 2019
ALENTEJO LITORAL COSTA VICENTINA
É um permanente e delicioso fascínio descobrir esta parte do Alentejo que se abre ao mar. No percurso que se estende entre Odeceixe e Burgau, a Costa Vicentina surpreende-nos com pequenos paraísos de sol e praia, boa gastronomia e a beleza do património cultural. A Costa Vicentina é hoje uma referência incontornável no turismo em Portugal e muitos são os portugueses e estrangeiros que todos os anos se deixam apaixonar pelos encantos deste território litoral, possíveis de contemplar através da realização da Rota Vicentina, constituída por uma rede com cerca de 400 quilómetros de trilhos pedestres traçados pelo Alentejo Litoral até ao Algarve. Nesta edição da Revista Business Portugal damos-lhe a conhecer um pouco melhor este território e o que de melhor tem para lhe oferecer. Entre connosco nesta viagem e deixe-se fascinar por estas estórias de sucesso que levam longe o tecido empresarial da costa sudoeste de Portugal.
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SAKI: KARTÓDROMO INTERNACIONAL DE SANTO ANDRÉ
O KARTÓDROMO DE VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ Ricardo Lourenço é um amante de desportos motorizados e, por isso, decidiu assumir a gerência do Kartódromo Internacional de Santo André. Com muitos projetos para o futuro, o gerente esteve à conversa com a Revista Business Portugal para falar sobre as modificações do espaço.
C
om muitos anos de história, o SAKI – Kartódromo Internacional de Vila Nova de Santo André é um espaço de diversão que se distingue pelas condições que proporciona aos que o visitam. Com 1020 metros de perímetro e uma largura de oito metros, o projeto foi pensado e desenhado para que fosse mais do que um local para a prática da modalidade. Embora o karting seja a atração do SAKI, o complexo tem também disponível a possibilidade de realização de eventos empresariais ou de competição profissional. O espaço disponibiliza uma sala de reuniões, um restaurante, um café, um salão de jogos, balneários, 16 boxes, torre de controlo e um complexo de lojas. Ricardo Lourenço explica que, nos últimos anos, o Ktartódromo não tem tido a atividade que devia, mas que nos próximos tempos vão ser feitas alterações que trarão
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uma nova vida ao complexo como novas competições, novas atividades e novos desafios para que os mais curiosos deste desporto possam visitar e participar em dias diferentes. “O nosso objetivo é voltar a dinamizar aquele espaço que nos últimos anos tem estado muito parado. Queremos dar-lhe vida”. Considerado um dos melhores kartódromos do país, o SAKI é um dos “ex-libris da região” que, num futuro muito próximo, terá à sua disposição as grandes competições nacionais e internacionais da modalidade, parcerias com as federações de motociclismo, a Oliveira Cup, campeonatos de drift e provas de motard. “Neste momento temos vários jovens promissores, com idades entre os sete e os 16 anos, do motociclismo nacional e internacional, que treinam regularmente no SAKI, e que levam o nome de Portugal ao Pódio”. O gerente do SAKI tem como objetivo a abertura de uma escola de karting para os mais novos, assim “conseguimos incumbir o gosto pela modalidade aos mais novos”, explica Ricardo. “O mais importante acaba por ser conseguir trazer os mais novos para junto de nós. Os mais velhos já conhecem e acabam por só vir dar uma vista de olhos e ir embora, os mais pequenos não. Querem experimentar. Se houver uma escola, acabam por ganhar um gosto diferente”. Ricardo Lourenço sabe que não é uma modalidade barata, mas refere que “com os patrocinadores certos, é um desporto que nos acrescenta imenso”. A comunicação entre o SAKI, as federações e os patrocinadores acaba por ser essencial para que sejam
Equipa
feitos os melhores contactos e se possam criar novas oportunidades para quem queira enveredar por este meio. Para além da escola, os projetos de Ricardo passam também por criar um espaço de karaoke para que os jovens “possam sair de casa e da frente dos computadores”, uma pista de motocross e, também, um parque infantil. Ricardo explica que “no fundo, o objetivo é criar um local que seja para todas as idades e para todos os gostos”. O kartódromo conta com uma equipa que trabalha, todos os dias, para que a experiência de todos aqueles que o visitam seja a mais memorável, não só pelos karts, mas por todo o ambiente que ali está envolvido. “Esta é uma modalidade de emoções e sensações fortes, queremos dar a melhor experiência a todos os nossos visitantes”, remata Ricardo Lourenço. Av. de Sines, ZIL, Expansão 4, Lote 1 7500-062 Vila Nova Santo André Telefone: 928 032 428 Email: geral@saki.com.pt Facebook: https://www.facebook.com/saki.karts/ www.saki.com.pt
CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA DO ALENTEJO
“É POSSÍVEL IR AO DENTISTA SEM DORES, SEM MEDO E SEM ANSIEDADE” A Revista Business Portugal esteve à conversa com a Clínica Médica Dentária do Alentejo, inaugurada em 2015, pelas mãos do Doutor Bruno Costa. Nesta entrevista fique a conhecer o conceito distinto, assim como os projetos para o futuro. Que serviços é que se podem encontrar na clínica? Dispomos de todos os serviços ao nível da Medicina Dentária. Temos dois gabinetes, uma sala de imagiologia, um técnico de prótese sempre presente e colegas das várias especialidades. Temos um corpo clínico que procura investir na formação e atualização de conceitos, o que nos permite ter uma consulta dedicada à odontopediatria (especialidade que atende grávidas, bebés, crianças e adolescentes até aos 16 anos), temos uma consulta de ortodontia e ortopedia dento facial (que intervém no alinhamento dos dentes e dos maxilares da forma mais precoce possível), temos a consulta de
Bruno Costa, médico dentista
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omo é que nasceu este negócio? Sempre foi um objetivo ter a sua própria clínica? Este negócio surgiu após uma grande fadiga naquilo que é a vida de trabalho de um jovem médico dentista e após ter consciência do desfalque existente na zona do Alentejo ao nível da saúde oral. A missão da Clínica Médica Dentária do Alentejo é oferecer um serviço completo no âmbito da Medicina Dentária com uma qualidade elevada e um preço competitivo. A sua clínica tem um conceito diferente das clínicas dentárias das redondezas, baseando em três principais premissas: informar, consciencializar e sensibilizar. Pode explicar-nos de que forma é aplicado este conceito no dia-a-dia? É muito frequente ir a um qualquer médico e sair da consulta sem saber qual o problema ou as várias opções disponíveis para o resolver. A nossa construção enquanto profissionais de saúde passou bastante por melhorar esta abordagem. No dia-a-dia esforçamo-nos por informar o paciente daquilo que é o seu diagnóstico, consciencializá-lo para o seu problema e para as consequências do mesmo a curto, médio e longo prazo e para todas as opções de tratamento disponíveis. O nosso trabalho não fica completo sem a sensibilização que é necessária para que esse paciente possa levar para casa novos ensinamentos e passá-los ao seu seio familiar e social.
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No dia-a-dia esforçamo-nos por informar o paciente daquilo que é o seu diagnóstico, consciencializá-lo para o seu problema e para as consequências do mesmo a curto, médio e longo prazo e para todas as opções de tratamento disponíveis oclusão, reabilitação oral, implantologia e todas as outras valências da Medicina Dentária para que quem nos visite obtenha um serviço completo sempre informado das melhores opções para si. O sucesso da sua clínica deve-se também à sua jovem equipa. Quantos elementos tem a sua equipa? Estão consigo desde que altura? A nossa equipa é bastante vasta tendo em conta todos os serviços que oferecemos. Para além do suporte que se encontra por detrás da equipa clínica ao nível da contabilidade e dos recursos humanos, temos também uma designer que nos prepara conteúdos para disponibilizar aos nossos pacientes no facebook e instagram,
JANSSEN PORTUGAL
equipa
bem como material de suporte que utilizamos de forma didática nas consultas. Ao nível do corpo clínico temos 4 médicos dentistas, 2 assistentes dentárias e uma rececionista que estão connosco desde o início. Não podemos falar em medicina sem falarmos de pacientes. A comunicação entre médico e paciente é imprescindível para que exista uma boa relação entre ambos. De que forma chega aos seus pacientes? Para além das nossas consultas onde dedicamos grande parte do tempo a explicar aos nossos pacientes toda a informação possível sobre o seu diagnóstico e plano de tratamento, fazemos campanhas de sensibilização para tentarmos chegar a cada vez mais pessoas e conseguirmos inverter a tendência que estava instalada no Alentejo de desleixo com a saúde oral e a manutenção de dentes. Cada vez mais vemos pacientes que não pretende extrair os seus dentes porque é mais barato a curto prazo, mas sim preocupados com a estabilidade da sua situação a longo prazo, procurando tratamentos como implantes dentários, mas com facilidades de pagamento. Em Portugal, ainda existe a ideia, principalmente em meios mais pequenos, de que a medicina dentária e os seus respetivos tratamentos não estão acessíveis a todos. Como é que se colmata esse preconceito? Esforçamo-nos por oferecer várias soluções adequadas a vários tipos de possibilidades e mesmo quando não é possível ao paciente pagar a totalidade do tratamento de uma vez só, facilitamos fracionando os pagamentos ou encontrando soluções adequadas ao seu bolso. Cada caso é um caso e na CMDA acreditamos que cada caso é único e por isso tentamos sempre adequar aquilo que
A nossa equipa é bastante vasta tendo em conta todos os serviços que oferecemos é o mais correto a nível científico àquilo que é a expectativa do doente quando nos procura. Estão abertos desde 2015 e brevemente vão aumentar as instalações. Quais são os planos para o futuro? Continuamos a manter uma equipa sólida e responsável, apoiada numa boa estrutura para servir os nosso pacientes. A expansão passa por obter mais espaço físico para podermos chegar a mais pacientes e continuar a melhorar a qualidade e o conforto dos serviços que prestamos. Sempre pretendemos ser uma clínica com uma imagem simples, objetiva e tranquilizante pois nos dias de hoje é possível ir ao dentista sem dores, sem medo e sem ansiedade. Sabemos que o meio onde se insere é para si bastante importante. De que forma intervém ao nível do apoio social? Tentamos ajudar no sentido de desenvolver a nossa região e contribuir para que os nossos pacientes possam desenvolver projetos contando com o nosso apoio. Recentemente compramos um instrumento musical para a Sociedade Recreativa Filarmónica União Artística de Santiago do Cacém, ajudamos vários clubes locais de futebol, voleibol e pequenas festas que necessitam de apoio para continuar a subsistir e manter a tradição da terra. Estamos sempre disponíveis para ajudar dentro das nossas limitações mas é para nós importante que haja oportunidade para todos mesmo num meio mais pequeno.
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ALPHAFITNESS
JÁ SABE ONDE TREINAR EM VILA NOVA SANTO ANDRÉ?
A oportunidade de abrir o AlphaFitness, centro de fitness e nutrição, surge em 2014, por vontade de Pedro e Marta Cordeiro, cuja principal missão era transmitir a ideia de “Sinta-se bem e viva melhor!”. Um slogan que pretende motivar todos a fazer exercício físico sem desculpas e sem adiamentos. Uma mensagem que realça o “agora” como o momento ideal para fazermos o melhor por nós próprios. talentosas no que fazem e com uma boa disposição contagiante (Sónia Silva)”.
Um percurso que merece ser falado
O
espaço é elogiado por todos e no Facebook do AlphaFitness as opiniões são as melhores: “O melhor ginásio de sempre! Excelentes profissionais, desde a equipa comercial até aos instrutores, um ambiente super familiar (Sandra Isabel)” ; “São os melhores, é um gym cinco estrelas, são a nossa segunda casa. É uma relação duradoura, não os troco por nada (Nucha Kok)” ou ainda “Não é apenas um ginásio, é um espaço comercial com um ambiente familiar, são sorrisos que nos cumprimentam todos os dias, são apoio, atenção e cuidado por cada pessoa, são pessoas extremamente
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Mas afinal como se constrói uma casa assim, acarinhada por todos? Já se imaginou a sair do seu local de trabalho seguro para começar uma aventura em nome individual? O nosso entrevistado teve a coragem e hoje não podia estar mais contente do percurso que tem vindo a fazer. Em entrevista à Revista Business Portugal, Pedro e Marta Cordeiro falam sobre as preocupações, motivações e sobre o futuro. Mas como se cativam os clientes? “Os clientes são cativados através da nossa vasta oferta de atividades e serviços, assim como pelo nosso profissionalismo e rigor. Olhar para o mercado da região e saber o que ele precisa foi fundamental para sermos assertivos, mas a diversidade que nos permite alcançar vários públicos de todas as idades, foi a nossa maior vantagem”, explicam.
Atividades para todos os gostos O último ano foi marcado por um aumento significativo de atletas. Hoje, com 450 atletas partilham com todos eles um ambiente familiar, uma segunda casa. “Temos atletas que nos visitam só para tomar café, mas temos outros que aproveitam todas as nossas valências. Nós apostamos na inovação e todos os meses tentamos investir na qualidade e no conforto dos nossos atletas. Temos à disposição, para além da Sala de Exercício (equipamento cardio e musculação), as melhores Aulas de Grupo do Litoral Alentejano (BodyPump, BodyCombat,
ALPHAFITNESS CXWorx, Sprint, Cycling, Localizada, HIIT, ABS, GAP, Pilates, Yoga e Fitkids – para os mais pequenos), Acompanhamento Nutricional, Treino Personalizado (excelente para resultados mais rápidos, facilidade de horários e locais de treino), Treino Funcional, Massagens Desportivas (fisioterapeuta presente uma vez por semana) e Depilação a Laser (serviço que complementa o exercício físico e o conceito de imagem)”, explicam. A nova aposta são as férias desportivas que contam este ano com a primeira edição. “Neste projeto, o objetivo é transmitir aos pais o sossego de saberem que deixam os seus filhos numa atividade que vai contrariar o sedentarismo. Com tanto tempo de férias o que é que as crianças fazem? Veem televisão, jogam no computador e comem. Onde está o lugar para o exercício físico? Está aqui!”, afirmam. Das nove da manhã às cinco da tarde são várias as atividades desportivas desenvolvidas, não há só espaço para o ginásio, também há lugar para a piscina, o ténis, a praia e para o centro equestre.
Uma equipa de luxo Garantem que foi sorte, mas que a sorte bateu à porta certa. Contam com uma equipa excecional que todos os dias desenvolve um atendimento personalizado de qualidade, dedicação essa que é valorizada pelos associados. “Todos com certificação para exercer a profissão são o principal pilar dos nossos entrevistados”, realçam.
Futuro Os objetivos são claros: “crescer onde estamos, solidificar o nosso trabalho e fidelizar os nossos clientes. Por enquanto não pretendemos abrir um novo espaço porque acreditamos que só faz sentido expandir dessa forma quando estivermos plenamente satisfeitos com este primeiro espaço”, rematam.
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AGÊNCIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE DE VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ
UM PARCEIRO DE PREVENÇÃO EM VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ A agência de Seguros Tranquilidade de Vila Nova de Santo André, tem como propósito sólido, servir com honestidade os seus clientes. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o administrador Henrique Silva, com larga experiência no setor segurador, que falou sobre o seu percurso nesta empresa de renome no mercado. Henrique Silva, administrador
C
onversar com Henrique Silva sobre seguros, é falar inerentemente sobre a vida do gestor, que desde 2001 decidiu abraçar determinadamente o desafio de fazer parte da Companhia de Seguros Tranquilidade. Começou como gestor de sinistros em Santiago do Cacém e tão depressa vestiu a camisola que decidiu fazer carreira no mercado e começar a trabalhar por conta própria em 2003. “Vendedor de seguros” foi como o gestor se intitulou em relação ao que fazia no início do seu negócio. “Comecei a trabalhar de porta a porta, sempre de carro, a vender seguros”, indicou.
Valores reconhecidos Foi através deste método de trabalho que Henrique fez crescer a sua carteira de clientes. Alguns já conhe-
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“Um mediador tem de estar sempre presente para o cliente quando os problemas acontecem. É minha obrigação apoiá-los, de forma a garantir que cumpro com as suas expectativas, criadas na primeira instância”
cidos dos tempos em que trabalhava em Santiago do Cacém e outros conquistados pelo seu trabalho e honestidade, após abrir a sua atividade. Vila Nova de Santo André, foi uma das localidades conquistadas pelo trabalho de Henrique e onde o agente sediou a sua loja ao fim de cinco anos de profissão no setor. “Consegui abrir esta loja com a minha dedicação, sempre de camisola vestida e claro, com fundo de carteira”, referiu. Para Henrique Silva, o seu trabalho deve pautar-se pela fidelidade e lealdade para com a Companhia e ser honesto, independente, íntegro, isento e discreto. A simplicidade, proximidade e responsabilidade são também os valores com que encara a sua vida profissional, com um estilo de vida responsável, sendo reconhecido como um parceiro de prevenção pelos seus clientes e colegas da área.
AGÊNCIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE DE VILA NOVA DE SANTO ANDRÉ
Sempre próximo do cliente E é com este trabalho dedicado a seguros de vida, automóvel, saúde, pessoais e de habitação, que Henrique Silva é destacado pelo seu serviço sólido de excelência e proximidade para com os seus clientes. Com uma carteira de clientes que o acompanha desde 2001, pela confiança e pelo trabalho que desenvolve com cada um, o agente tenta tratar de tudo aquilo que necessitam, sendo o mais prestável possível. “Estamos numa zona rural, e conhecemos a maior parte dos nossos clientes, pelo nome e pelo que necessitam. A proximidade com eles é fundamental, o que explica a sua preferência e fidelidade. Na verdade, gosto de ser absolutamente transparente e honesto com eles, explicando sempre muito bem aquilo que
“São objetivos que só contribuem para o nosso crescimento profissional e por isso, considero muito bom quando se é distinguido desta forma. É sempre importante ganhar estes prémios, porque são fruto do nosso trabalho bem desenvolvido”
estão a comprar”, admitiu. Enquanto agente, procura oferecer aos seus clientes sempre as melhores soluções, aos melhores preços e reconhece que tem um papel importante junto dos mesmos. “Um mediador tem de estar sempre presente para o cliente quando os problemas acontecem. É minha obrigação apoiá-los, de forma a garantir que cumpro com as suas expectativas, criadas na primeira instância”, indicou o administrador.
Distinção com direito a prémio Esta dedicação permitiu ao agente a distinção com o prémio “Parceiro estrela” no ano de 2017 e também de 2018. Trata-se de um prémio dividido por várias zonas do país, que engloba os objetivos e produtos estratégicos que a companhia de seguros espera que sejam alcançados pelos agentes, ao longo de um ano. Estes objetivos, passam por adotar as melhores práticas do setor, cumprir pontualmente todas as obrigações e deveres, respeitar escrupulosamente as normas e regulamentos em vigor, estimular e defender o bom funcionamento e a cooperação entre todos, bem como desenvolver um ambiente de respeito mútuo entre o mediador e o cliente. “São objetivos que só contribuem para o nosso crescimento profissional por isso, considero muito bom quando se é distinguido desta forma. É sempre importante ganhar estes prémios, porque são fruto do nosso trabalho bem desenvolvido”, afirmou Henrique Silva.
Alargar horizontes O crescimento da sua empresa é notório e o agente admite querer expandir o seu negócio em zonas onde não existe a Companhia de Seguros Tranquilidade e tentar crescer ainda mais e inovar. “Uma nova loja faz falta aqui nas localidades mais próximas. Essa será a minha próxima aposta”, garante Henrique Silva, Administrador da agência de Seguros Tranquilidade de Vila Nova de Santo André.
AGENTE HENRIQUE SILVA MEDIAÇÃO SEGUROS UNIPESSOAL LDA. Rua dos Navegantes, Lote 1, Edifício 1, Loja 1, R/C A 7500-140 Santo André Tlf.: 269 759 019 Email: henriquemesilva@gmail.com
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ARQUITETA TERESA LEDO
PROFISSIONALISMO E DEDICAÇÃO T e r e s a L e d o • • A R Q U I T E T A • • GRÂNDOLA.
Em Grândola, encontra-se o atelier da Arquiteta Teresa Ledo, tendo a mesma um percurso profissional já bem delineado na área da arquitetura, o qual iniciou há cerca de 15 anos, no Departamento de Urbanismo do Município de Odemira, passando por ateliers em Setúbal e na área das avaliações imobiliárias. Atualmente dedica-se totalmente à sua atividade principal que é a arquitetura.
Teresa Ledo, arquiteta
A
Revista Business Portugal entrevistou a arquiteta para perceber os serviços que realiza, bem como os projetos que estão a ser desenvolvidos em Grândola, num dos concelhos mais atrativos a sul de Portugal. O concelho de Grândola possuiu uma beleza natural, nomeadamente uma extensão de praias, com cerca de 45 quilómetros, que se prolongam desde o extremo da Península de Tróia até à praia de Melides. Em 2016, Teresa Ledo, abriu o seu próprio atelier, tendo como objetivo final a satisfação do cliente, “sendo este o ponto principal para o meu trabalho ser reconhecido e recomendado! ” afirma a arquiteta. O atelier da arquiteta Teresa Ledo encontra-se no centro histórico de Grândola, num prédio de 1750 com brazão, “sendo a sua envolvente caracterizada por edifícios de diferentes épocas e com valor arquitetónico
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único”, refere, orgulhosa. O turismo no concelho de Grândola evidencia-se, atualmente, quer a nível nacional como internacional, em virtude da sua proximidade com as fantásticas praias, natureza e tranquilidade. Por estes fatores, a arquiteta, acumula na sua carteira “clientes portugueses e estrangeiros, nomeadamente, franceses, ingleses, espanhóis, belgas, alemães, entre outros, permitindo desta forma uma partilha de conhecimentos e costumes”. Sendo a sua área de atuação o Alentejo Litoral, a arquiteta dispõe de projetos desde Tróia, Comporta, Carvalhal, Melides, Grândola, Alcácer do Sal, até ao concelho de Odemira, concelho do qual a arquiteta é natural.
Sem preocupações Um dos objetivos da arquiteta é que o cliente tenha o mínimo de preocupações, “no que diz respeito a todos os procedimentos necessá-
rios implicados num processo, em virtude da mesma possuir um conhecimento mais aprofundado das regras em vigor nos concelhos que atua”, esclarece. Para além dos projetos de edificações novas, existem inúmeros tipos de processos/projetos a realizar no gabinete da Arquiteta Teresa Ledo, nomeadamente “processos de legalização, alterações de uso, loteamentos, viabilidades construtivas, empreendimentos turísticos, consultoria , projetos de interiores, reabilitação de edifícios , entre outros” descreve. Caso o cliente assim o entenda, a arquiteta também realizará o acompanhamento da obra ate à sua conclusão garantido, desta forma, que o mesmo seja cumprido. Conforme a arquiteta afirma, “ os projetos são elaborados para os clientes, ou seja os mesmos têm de ir ao encontro dos seus futuros residentes, existindo sempre uma conjugação de ideias até à proposta final”, remata Teresa Ledo. Acrescenta que o atelier tem várias obras, a iniciar ainda este ano, apresentando novas técnicas construtivas nomeadamente em Light Steel Framing (LSF). Questionada se considera que o mercado em que se insere é competitivo, Teresa Ledo admite que “ todo o mercado profissional é competitivo, seja qual for a área, razão da qual tento sempre criar empatia e dar a minha melhor prestação, de forma que os mesmos fiquem satisfeitos, realizando-me assim profissionalmente. A satisfação é notória pelo número de novos clientes que chegam até mim através da referência de clientes que trabalham ou contrataram os serviços do meu gabinete”, refere a arquiteta, orgulhosa.
Novidades a caminho… Com alguns projetos em carteira e outros em fase de execução , todos possuem igual importância para a arquiteta, no entanto há a destacar um condomínio de luxo, moradias unifamiliares e empreendimentos turísticos, entre outros que poderá consultar no seu website WWW.ARQTLEDO.PT .
ARQUITETA TERESA LEDO
ARQUITETURA •︎ ENGENHARIA •︎ TOPOGRAFIA CONSULTORIA •︎ CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA
Praça Marquês do Pombal 6
WWW.ARQTLEDO.PT
7570-139 Grândola
+ 351 966 438 062
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CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE
ORIGINALIDADE E SABOR NO LITORAL ALENTEJANO Em Santiago do Cacém há dois espaços para conhecer e saborear. Camarão com Casca, cervejaria e marisqueira, tem a originalidade do nome e a frescura do mar nos sabores que serve. Texas Taste, hamburgueria, prima pela diferença e pelo ambiente juvenil.
S
ituados em Vila Nova de Santo André, concelho de Santiago do Cacém, o Camarão com Casca e o Texas Taste são dois espaços recentes que já dão cartas na gastronomia da região do Alentejo. José Zorrinho, gerente, pretende mostrar a sua paixão pela cozinha e o amor que tem pelos frutos que a sua ter-
ra dá. Nascido e criado em Santiago do Cacém, sempre sonhou criar o seu negócio e trazer novas pessoas à sua terra. Trabalhou vários anos no Badoca Safari Park, mas, embora gostasse do seu trabalho tendo sido uma aprendizagem pessoal e profissional, achou que deveria seguir por outros caminhos. Por isso, decidiu ir para Inglaterra e investir na sua formação na área da restauração. Esteve dois anos em terras de sua majestade e regresCamarão com Casca: Rua dos Caniços, nº1 | Clube de Ténis | Vila Nova de Santo André | Tlf.: 269 752 355 104 | Revista Business Portugal agosto 2019
CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE
José Zorrinho, gerente
sou com a bagagem cheia de ideias inovadoras, com uma imensa vontade de arregaçar as mangas e pôr mãos à obra. O Texas Taste foi o primeiro espaço de restauração de José, em Vila Nova de Santo André, que começou por ser uma saloon, ao estilo americano, conciliando assim duas grandes paixões – as motas e a gastronomia. O conceito no Texas Taste é servir comida rápida, com produtos de qualidade, satisfazendo os clientes que enchem a casa diariamente “aqui chegamos a servir 180 refeições por dia”, conta José Zorrinho. Entre os vários hambúrgueres no Texas Taste pode-se saborear, ainda, a “alentejaninha”, que se tornou famosa porque se registou 980 alejentaninhas vendidas em três meses. O segredo ficou guardado, mas José descreveu-a como “uma francesinha, mas com hambúrguer e queijo alentejano”. Por vezes, é servida com pão do caco e faz as maravilhas dos turistas. Atualmente, este espaço, que conta já com cinco anos, serve deliciosos hambúrgueres, sendo
famoso juntos dos mais jovens. Com o sucesso do Texas Taste, José Zorrinho sonhou mais alto e quis aventurar-se com um novo projeto igualmente desafiador e não menos inovador. Através de uma crítica nasceu o nome da cervejaria e marisqueira, Camarão com Casca, que há três meses mostra a dedicação e a força de um português com ideias inovadoras e com mãos para a cozinha. Sempre atento às críticas construtivas, e cada vez mais positivas, dos seus clientes, José considera fundamental estar atento às opiniões dos clientes para o crescimento do projeto. Quanto ao conceito, José não quis seguir a linha da cozinha tradicional e abrir “mais um restaurante típico”. Quando delineava o projeto pensou na gastronomia portuguesa e pensou na
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CAMARÃO COM CASCA/ TEXAS TASTE
cozinha italiana, uma vez que já tinha trabalhado num restaurante italiano em Inglaterra. Contudo, ainda não tinha certezas e começou a pensar nos frutos que a sua terra tem para oferecer. A verdade é que Vila Nova de Santo André conjuga o mar com o encanto alentejano, e foi o mar a grande inspiração que fez José navegar por novas águas e ir mais além. O bom marisco e a cerveja fresca foram a combinação perfeita para o início deste novo espaço. Apresenta o espaço como “uma cervejaria inovadora na cidade de Vila Nova de Santo André onde temos marisco fresco todos os dias e três cisternas, com 500 litros cada, de cerveja para matar a sede aos mais sensíveis ao sal do marisco”. Ora, marisco fresco do mar de Vila Nova e cerveja, desde a convencional à artesanal, não faltam para um jantar em família ou para reunir os amigos num final de dia de trabalho. Quanto à ementa, podemos contar com os tradicionais pratos de marisco, como um arroz e a massa de marisco, tudo isso enquanto se petisca uma salada de polvo, uns camarões ou uma salada de búzios. A vitrina do Camarão com Casca é recheada de marisco fresco que o próprio José vai buscar diariamente, desde o camarão, às ameijoas até aos lavagantes, tudo cabe na ementa. A verdade é que José reconhece que o seu sucesso se deve aos produtos de qualidade “que são a maior parte da terra” e à sua equipa de funcionários, sempre simpática e atenta. Porém, o gosto de manter dois espaços de restauração abertos prende-se com o feedback positivo que vão recebendo dos amigos, dos conhecidos e dos clientes “que são muitas das vezes de fora”. José está sempre atento aos comentários nas redes sociais e considera que escutar o
cliente é, de facto, essencial para melhorar o serviço, pois o “passa a palavra é a melhor publicidade”. Assim, no TripAdvisor o Texas Taste está bem posicionado, tendo até recebido, nos últimos dois anos, certificados de excelência. Com ambos os projetos em crescimento, por agora José pretende estabilizar a cervejaria e marisqueira para assim continuar a garantir o serviço e a qualidade de excelência do espaço. Há refeições para todos os gostos e para todas as idades. Do marisco aos hambúrgueres não deixe de saborear os pratos destes dois inovadores projetos na restauração e conhecer a paixão de um português ambicioso e o dinamismo de uma equipa que trabalha diariamente para servir os seus clientes com a simpatia de sempre. Se ficou com água na boca, aproveite este verão para levar a família e os amigos ao Camarão com Casca e ao Texas Taste.
Texas Taste: Rua dos Caniços | Clube de Ténis | Vila Nova de Santo André Tlf.: 269 751 001 106 | Revista Business Portugal agosto 2019
STAND VD AUTOMÓVEIS
A PAIXÃO POR CARROS QUE JUNTOU UMA FAMÍLIA Ana Cristina Pimpão e Vítor Domingues têm uma vida ligada ao setor automóvel. Com um dos stands mais conhecidos no centro de Vila Nova de Santo André, o casal, em conversa com a Revista Business Portugal, fala sobre a paixão pelos carros, os desafios que enfrentam e sobre os planos para o futuro.
É
no centro de Vila Nova de Santo André que encontra um edifício moderno, cinza escuro, com grandes espaços envidraçados, que desperta a curiosidade de qualquer pessoa que por lá passe. Dentro do espaço encontramos Ana Cristina Pimpão e Vítor Domingues, donos do stand VD Automóveis, que nos recebem de sorriso rasgado. Com uma vida ligada ao setor automóvel e às vendas, o casal começa por nos contar que decidiram abrir o próprio negócio há sete anos, em 2012, depois de terem trabalhado muito tempo por conta de outrém. “Abrimos o stand em 2012, na ZIL – Zona Industrial Ligeira -, e embora fosse um sítio escondido e mal sinalizado, conseguimos levar o negócio a bom porto com a carteira de clientes que fui criando ao longo dos anos, pelo passa-a-palavra e através de amigos. Entretanto, em abril deste ano, mudamo-nos para estas instalações”, revela Vítor Domingues. Ana Cristina conta que, quando estavam na Zona Industrial, para além de terem viaturas expostas no espaço próprio, faziam exposições no Bricomarché da cidade e era também a partir dessas mostras que iam ganhando mais clientes e fazendo alguns negócios. A dona do stand VD Automóveis faz questão de deixar um agradecimento aos donos do espaço comercial. “É importante
Ana Cristina Pimpão e Vítor Domingues, sócios-gerentes
referir e deixar um especial agradecimento a quem nos cedeu um espaço para colocarmos os carros e nos permitiu criar alguma visibilidade do negócio. O dono e o responsável de loja do Bricomarché (o Pierre) sempre foram, e continuam a ser, muito atenciosos e prestáveis connosco”. Os donos do stand VD Automóveis explicam que investem na diferenciação, tanto no tipo de veículos que têm para venda, como na forma como tratam os seus clientes. “Nós só trabalhamos com carros nacionais e com fornecedores que nos disponibilizem todas as certificações necessárias. Para além disso, a proximidade que temos com os nossos clientes é um dos pontos que nos distingue porque estamos sempre disponíveis e notámos que existe uma confiança muito grande no nosso trabalho. Outra prova desta relação de confiança
é a venda geracional, vendemos ao pai, mãe e, posteriormente, filhos”. A mudança para o centro da cidade de Vila Nova de Santo André veio trazer uma nova vida ao stand. “Eu, agora, tenho ao meu dispor a venda por impulso, a venda de montra, ou seja, as pessoas passam, olham para o stand e querem vir cá dentro ver o automóvel, acabando, eventualmente, por comprá-lo. Antes, no nosso antigo stand, isso não existia, porque estávamos escondidos. Já notamos a diferença”. Para além do espaço físico, o casal investe também na venda através das redes sociais, o que faz com que façam negócio por todo o país, o que traduz numa logística que começa a tornar-se complexa. “De momento, só trabalhamos os dois aqui, mas, a partir de setembro, esperamos ter outra pessoa aqui connosco para nos ajudar com tudo o que for necessário”. Para o futuro, Ana Cristina e Vítor têm dois objetivos principais em mente: utilizar o espaço de venda antigo para investir em carros comerciais e conseguir aumentar o volume de faturação ao ano. “Não temos grande planos. Para já os carros comerciais são o nosso foco e, mais para a frente, vemos se queremos mudar mais alguma coisa”. ZIL Expansão III Lt 25 7500-062 Vila Nova de Stº André Tlf.: 269751180 | Tlm.: 964015146 Email.: vitordomingues.automoveis@gmail.com
www.vdautomoveis.pt agosto 2019 Revista Business Portugal | 107
PIZZARIA VERA ITÁLIA
A TRADIÇÃO EM FORNO A LENHA Davide Silva é dono e gerente da pizaria mais conhecida de Vila Nova de Santo André, a Vera Itália. Ligado à área da gestão e consultoria de empresas, Davide aventurouse pela restauração, em 2006. Em conversa com a Revista Business Portugal, o dono do espaço conta-nos como tem sido esta aventura pelo mundo das pizas.
equipa
M
assa fina, molho de tomate, queijo, forno a lenha…. É este o dia-a-dia na Vera Itália, uma pizaria situada na Avenida de Santiago, no Bairro Azul, em Vila Nova de Santo André. O seu dono é Davide Silva, natural de Lisboa, e que ainda criança se mudou para esta cidade alentejana onde permanece até aos dias de hoje. Com formação na área da gestão e consultoria de empresas, este alfacinha de gema nunca teve o desejo de ter um negócio ligado à restauração, mas hoje diz não se arrepender de ter arriscado, já lá vão 13 anos. Neste espaço soalheiro e acolhedor, o dono e gerente da Vera Itália conta que a pizaria veio «parar às suas mãos por acaso» e que quando a comprou o seu objetivo era de investimento. «Quando me fizeram a proposta para ficar com o espaço, o meu intuito era vendê-lo. »comentou. A realidade é que 13 anos depois, mesmo com alturas mais difíceis do que outras, manter a pizaria foi, na opinião de Davide Silva, uma ótima opção. «Já tivemos anos muito bons entre 2006 e 2008. Entretanto, com o
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aumento do IVA e com a crise tornou-se um bocadinho mais difícil, mas agora estamos bem. No fundo foi algo que excedeu as minhas expetativas. Não estava a contar que no balanço geral corresse como tem corrido», refere com agrado.
A equipa e o serviço Quando questionado sobre a equipa que tem a trabalhar todos os dias no seu espaço, Davide Silva não hesita em mostrar satisfação e carinho por todos os seus companheiros de aventura. «Demorou algum tempo e deu trabalho construir a equipa que tenho hoje, mas estou muito satisfeito com todos os colaboradores que tenho comigo, são todos especiais”, afirma o gerente. A pizaria Vera Itália tem uma equipa permanente de 6 colaboradores durante todo o ano. Para além das pizas, este espaço de restauração tem também disponíveis
JANSSEN PORTUGAL
outras opções como, por exemplo, massas, lasanhas, saladas e até receitas de bifes com molhos especiais. «Apesar de sermos uma pizaria diversificamos a ementa. Oferecemos alternativas para quem não quiser ou não lhe apetecer comer o habitual. Há algum tempo, acrescentámos no nosso menu a opção dos bifes com vários tipos de molhos. Um deles, o de café, é uma receita que eu costumava fazer muito em casa…», diz divertido, o dono da pizaria, tendo mesmo clientes fieis aos bifes. Com pouca experiência na área da restauração, Davide Silva explica que foi aprendendo ao longo dos anos tudo aquilo que sabe hoje, contando muito com a ajuda da equipa. “Eu tive de aprender tudo aos poucos e poucos, mas acho que vou continuar sempre a aprender algo de novo”, refere. Uma das aprendizagens que gosta de destacar é a forma como se faz a massa na sua pizaria. “Aqui não abdicamos, por nada, de fazer a massa todos os dias. Tal como não abdicamos de cozer as pizas no forno a lenha, e usar só ingredientes de muita qualidade e frescura, ajudando assim a manter a qualidade que já nos é reconhecida”. Estão abertos todos os dias, exceto ao domingo e disponibilizam o serviço de entregas ao domicílio durante a hora de jantar.
Os clientes e o futuro Para a equipa da Vera Itália os clientes são o foco principal, aliado à qualidade da comida que servem diariamente. Davide Silva conta que tem uns clientes alemães que todos os anos, desde que assumiu a gerência do espaço, fazem questão de passar por Vila Nova de Santo André e almoçar ou jantar na pizaria, no caminho para o local das suas férias. “São clientes que acabam por se tornar nossos amigos. Eles vêm cá todos os anos e já trazem outras pessoas com eles, que por sua vez, mais tarde, fazem o mesmo. E isso é muito gratificante”, comenta. No que toca ao futuro, Davide silva confessa que já teve intenções de expandir o negócio, mas rapidamente colocou essa hipótese de parte. A paixão por aquilo que faz na área da gestão e consultoria de empresas mantém-no bastante ocupado e uma eventual expansão para outra pizaria tomar-lhe-ia muito tempo. “Gosto de manter a simplicidade e acompanhar o negócio”. Embora não considere a expansão do negócio o dono da Vera Itália diz que tem projetos para fazer melhorias no próprio espaço e criar ainda melhores condições para todos os clientes que os queiram visitar. “Existem projetos para a reestruturação do restaurante de modo a que o espaço se torne ainda mais confortável
do que já é”, afirma Davide Silva. Na Vera Itália, o lema é “não queremos servir um cliente uma só vez, queremos servir o cliente várias vezes”, refere o gestor.
Av. de Santiago Santo André Setúbal Telefone: 269 708 700 www.veraitalia.pt
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ENCHIDOS DO AZINHAL
O VERDADEIRO SABOR ALENTEJANO A empresa de enchidos nasceu na freguesia do Azinhal, pelas mãos do Sr. Manuel Marques e D.ª Mariana Marques. Mais tarde, já com outros objetivos, abriu a primeira unidade industrial em Vila Nova de Santo André onde permanece há 20 anos. À Revista Business Portugal, Davide Silva, consultor da empresa, fala sobre os projetos que estão em curso para o futuro.
A
tradição é a palavra-chave quando se entra na Enchidos do Azinhal. Situada na Zona Industrial de Vila Nova de Santo André, a empresa caracteriza-se muito pelo seu ambiente familiar de boa disposição e de tradição. Davide Silva juntou-se recentemente ao projeto
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e fala de como os últimos meses têm sido compensadores. «Tem sido um desafio interessante e muito gratificante», afirma. Davide Silva, consultor da empresa, explica que todos os enchidos são feitos a partir das receitas tradicionais e, embora sejam necessárias máquinas industriais devido às quantidades produzidas, a finalização da produção de cada produto passa pela sala de fumo, que remonta à tradição dos fumeiros Alentejanos. De momento, os Enchidos do Azinhal oferecem todo o tipo de produtos de charcutaria, exceto as morcelas de arroz, que são mais confecionadas na zona Norte do país. Para o fundador da empresa, Sr. Marques, um dos artigos que se destaca de todos os outros, aquele a que chama de «estrela da companhia», é a paiola. A forma como é confecionada e todo o processo de fumeiro de que é alvo dá-lhe «um sabor único e característico. Quando se abre a embalagem, é impossível resistir à tentação de o provar», afirma com orgulho o dono da empresa. A qualidade dos produtos é o mais importante para toda a equipa. «Só utilizamos tripa natural nos nossos produtos. Não abdicamos disso. Queremos dar qualidade aos nossos clientes e queremos ser verdadeiros com aquilo que comercializamos», afirma Rui Marques, filho mais velho dos donos. Na Enchidos do Azinhal o passado e o futuro andam sempre de mãos dadas. Através da observação do mercado e de alguns pedidos de clientes, a equipa da empresa empenhou-se para inovar e desenvolver produtos que até então não tinham sido criados: os enchidos de carne de vaca. Esta ideia em particular surgiu, por ideia de Rui Marques, após terem percebido que «existem pessoas que adoram enchidos, mas não comem carne de porco. Sendo utilizada a carne de vaca, todos podem comer estas iguarias que tão portuguesas são».
Outro dos produtos inovadores é a salsicha fresca fumada. Com estas duas especialidades o gestor tem conseguido internacionalizar os Enchidos do Azinhal, sendo um dos seus principais objetivos. «Queremos levar a empresa o mais longe possível e apostar em mercados internacionais. Já estamos na Alemanha com algumas distribuidoras e pequenas empresas, mas pretendemos também entrar no mercado francês», explica. Embora ainda não existam pontos de venda próprios para a comercialização dos enchidos, Davide garante que já estão a ser tomados os devidos passos para que isso aconteça. «Os clientes que queiram comprar algum dos nossos produtos podem dirigir-se diretamente à empresa e realizar a compra”. Para além disso, os Enchidos do Azinhal já podem ser encontrados em algumas lojas Intermaché, nomeadamente em Vila Nova de Santo André, Sines, Santiago do Cacém, Grândola, Alcácer do Sal e Sesimbra. Para o futuro, Davide Silva refere que este passará por «dinamizar mais as vendas e continuar com o processo de internacionalização da marca para chegar a outros mercados». De momento, a empresa tem uma capacidade de produção de 25 a 30 toneladas mês.
CARTÓRIO NOTARIAL LÍGIA FERNANDES GUEDES
PAIXÃO PELO NOTARIADO
Lígia Fernandes Guedes, notária
O Cartório Notarial de Vila Nova de Santo André é gerido por Lígia Andrea Valadares Fernandes Guedes. Verdadeiramente apaixonada pela sua profissão, a notária esteve à conversa com a Revista Business Portugal e contou-nos um bocadinho da sua vida por trás do notariado.
É
ao percorrer as ruas luminosas de Vila Nova de Santo André que nos deparamos com o Cartório Notarial de Lígia Andrea Valadares Fernandes Guedes. No centro da cidade, a notária recebe-nos com boa disposição e com um sorriso no rosto. Natural de Murça, Lígia mudou-se para o Porto para fazer a licenciatura em Direito na Universidade Lusíada. Foi durante os cinco anos de estudo que, a notária teve o seu primeiro contato com os serviços de notariado e, rapidamente, se apaixonou por esta área. “Durante o curso tive algum contacto com questões ligadas ao notariado e fiquei logo apaixonada por esta área”, refere entusiasmada. Após o término do curso, Lígia fez algumas formações, pois achou que as bases que tinha não eram suficientes para conseguir exercer, da forma como pretendia, a sua profissão. Em 2005, submete-se, pela primeira vez ao exame da Ordem dos Notários, mas não consegue passar e, por essa razão, decide ir trabalhar para um Cartório Notarial no Porto para ganhar experiência e, mais tarde, repetir o exame. Em 2007, submete-se novamente aos testes e conseguiu o título de notária.
A chegada a Vila Nova de Santo André Depois de receber o título de notária, Lígia gostava tanto do que fazia que, aquando da abertura do concurso, candidatou-se a todas as licenças disponíveis, inclusive nas ilhas. Vila Nova de Santo André foi a licença que, até aos dias de hoje, detém. A 18 de agosto de 2008 abre o seu Cartório Notarial. Lígia confessa que, no início, a sua adaptação não foi fácil. A notária comenta que, “durante duas semanas, não entrou uma única pessoa no cartório”. Admite que, na altura, se sentiu assustada por ter arriscado mudar a sua vida para um local desconhecido. Rapidamente tentou reverter a situação indo até aos locais mais importantes da cidade como, por exemplo, os bancos, para se apresentar e todos saberem que Vila Nova de Santo André tinha um Cartório Notarial onde poderiam usufruir de todos os serviços. “A partir do momento em que me fui apresentar aos serviços locais, tudo mudou. Começaram a aparecer clientes e, hoje, posso dizer que tenho clientes desde essa altura”.
Os novos desafios Em 2011, Lígia viu-se a braços com um novo desafio: assumir, também, o
Cartório Notarial de Grândola. Explica que, na altura, a notária responsável por aquele espaço concorreu para outra licença, ficando a licença de Grândola vaga. Embora fosse um cartório privado, a transmontana esclarece que, cada Cartório Notarial tem um arquivo que é público e que tem de estar sempre disponível para quem o quiser visitar e, por essa razão, assumiu o comando do Cartório de Grândola até 2017. “Foram seis anos de trabalho a dobrar, mas confesso que me deu muito gozo trabalhar em Grândola também. Admito que o trabalho era imenso e que foi necessário ter uma logística diferente da que tenho hoje em dia, mas, no fim de tudo, compensou. As pessoas souberam reconhecer todo o esforço e tudo o que foi feito lá. Isso é muito recompensador”, diz de sorriso no rosto. Quanto ao futuro, Lígia não duvida que o seu passa por Vila Nova de Santo André. Para além da qualidade de vida e da segurança, existe uma proximidade com os clientes que não se encontra em qualquer lugar. “Nós aqui vamos na rua e conhecemo-nos uns aos outros. É difícil isso acontecer em grandes centros e conseguir ter uma proximidade grande com quem nos visita todos os dias à procura dos nossos serviços de notariado”, diz.
Rua do Mercado, Empreendimento Brasil, Loja 22, 7500-220 Vila Nova de Santo André Tlf.: 269 751 008 | Email: ligia.fernandes.guedes@notarios.pt 112 | Revista Business Portugal agosto 2019
REGIÃO OESTE
AFIRMAÇÃO E COMPETITIVIDADE A criação da Rede Oeste Portugal é uma iniciativa da Comunidade Intermunicipal do Oeste e dos doze municípios que a integram Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras – em articulação com os parceiros estratégicos da região que procuram promover e conferir maior visibilidade e dinâmica aos recursos socioeconómicos, patrimoniais, históricos, turísticos e naturais da Região Oeste. Atualmente, a Região Oeste Portugal é conhecida pela maioria dos portugueses como uma marca sólida associada a um território com inúmeros valores diferenciadores. Com a marca Oeste Portugal, pretende-se a afirmação da imagem identitária, para quem visite a região, portugueses ou estrangeiros, saibam o que o Oeste faz de melhor! Também a Revista Business Portugal elegeu como temática a Afirmação e Competitividade da Região Oeste elencando como pilares: Investir, Inovar, Construir, Viver e Desfrutar. Nas próximas páginas encontre exemplos de empresas e empreendedores com grande visão estratégica que, nas suas áreas de negócio, têm conseguido contribuir ativamente para a dinamização da região. Descubra a Região Oeste nas próximas páginas através do testemunho de empresários de sucesso na região.
Avenida de Angola, 41 / 2530-114 Lourinhã agosto 2019 Revista Business Portugal | 113
IMOBILIÁRIA ACERTOS E MEDIDAS
“ESTE NEGÓCIO É DE PESSOAS PARA PESSOAS” Está no mercado desde 2016 e surgiu com um simples objetivo: proporcionar aos clientes uma melhor experiência na aquisição, venda ou arrendamento de um imóvel. Francisco Valadas e Isabel Ferreira são o rosto por detrás da Acertos e Medidas e foi com eles que estivemos à conversa para compreender a génese do negócio e de que forma este se diferencia no mercado.
P
oderíamos começar por conhecer um pouco melhor a Acertos e Medidas. Como e quando surgiu o projeto? A Acertos e Medidas nasce em maio de 2016 na cidade de Peniche fruto de uma decisão tomada tendo como base a ambição de poder proporcionar aos clientes uma melhor experiência na aquisição, venda ou arrendamento de um imóvel. Podemos dizer que este é o ponto de partida para aquela que é, neste momento, uma empresa da área imobiliária com o seu lugar bem definido e reconhecido no mercado. Com uma vasta experiência no ramo imobiliário, a equipa de profissionais afigura-se uma mais-valia e um diferencial para a Acertos e Medidas? Sim, embora a Acertos e Medidas seja uma empresa relativamente nova, já contamos com vários anos de experiencia no ramo imobiliário, nomeadamente a Isabel com uma experiencia incrível de mais de 15 anos de mercado imobiliário como consultora e gerente de outros projetos na área , bem como o Luís Valla, o nosso gestor de processos com outros tantos anos de experiencia e que foi o primeiro a ser recrutado logo que tomámos a decisão de avançar com o projeto. Isso coloca-nos numa posição privilegiada, pois já passamos por alguns balanços de mercado e isso fez com que tenhamos ganho defesas para enfrentar novos desafios. A restante equipa, também ela muito experiente, dá ao cliente a segurança e confiança de entregar em nós a mediação de venda ou compra de um imóvel. A Acertos e Medidas merece também destaque pelo acompanhamento prestado ao cliente ao longo de todo o processo… Cada vez mais a importância do acompanhamento é crucial para o desenrolar de um relacionamento comercial. A verdade é que antes o nome das empresas 114 | Revista Business Portugal agosto 2019
Francisco Valadas e Isabel Ferreira, sócios-gerentes
vendia-se por si mesmo e havia a ideia que ao trabalhar com a empresa “A” ou “B”, apenas porque tinham um nome conhecido, o processo seria mais célere ou as pessoas que lá estavam seriam mais profissionais. A verdade é que este negócio é cada vez mais de pessoas para pessoas e é importante prestar um serviço de primeira qualidade a quem confia em nós para desenvolver um negócio de mediação imobiliária. O cliente está mais exigente (e ainda bem), pois é nessa exigência que se separa os profissionais dos curiosos. E com o mercado imobiliário a atravessar um momento estável, existe muita curiosidade em “experimentar ter uma agência imobiliária”, sem ter a noção da responsabilidade que isso traz, prestando por vezes um defeituoso serviço ao cliente e denegrindo a atividade de consultor imobiliário e das agências realmente profissionais. No futuro o que podemos esperar da Acertos e Medidas? O nosso trajeto tem sido de crescimento estável e consolidado e é desta forma que queremos continuar, para isso há que trabalhar de uma forma séria e dedicada como temos vindo a fazer. Temos uma equipa de profissionais, perfeitamente, capacitada para ajudar e aconselhar quem confia em nós o seu imóvel para venda ou quem nos procura para ajudar a encontrar a sua casa de sonho ou um bom investimento. O futuro é amanhã e cá estaremos prontos para ajudar os nossos clientes para que possam dizer que tiveram uma boa experiência com a Acertos e Medidas Imobiliária.
QUINTA DE S.MARTINHO
TURISMO RURAL DE CHARME Cesaredas Reguengo Grande Lourinhã – www.quintasaomartinho.pt geral@quintasaomartinho.pt - 261449484
“O gosto por receber pessoas e por conhecer outras culturas” levou Francisco Valadas e Isabel Ferreira a abraçar o projeto da Quinta de São Martinho. Situada em plena zona de património cultural, o espaço destaca-se pela tranquilidade e privacidade características das zonas rurais, que convidam a desfrutar de momentos de pura descontração.
S
ituada em plena zona de património cultural, a Quinta de São Martinho surgiu da vontade de proporcionar uma experiência diferenciadora. Em que momento decidem apostar neste projeto? (Francisco)- Na verdade a Quinta de São Martinho é mais do que um “simples projeto”, é o realizar de algo que sempre esteve nos nossos planos, mas que a bem da verdade não tínhamos um timing definido para o colocar em prática. O gosto por receber pessoas e por conhecer outras culturas, levava-nos a falar e perspetivar a possibilidade de podermos ter um local onde isso fosse possível. (Isabel)- Estando nós ligados profissionalmente à área imobiliária, não deixa de ser engraçado pensar que fui eu a mediar o negócio de compra desta mesma propriedade aos últimos proprietários. Quando estes decidiram voltar a colocar o imóvel no mercado falaram connosco e quando fomos lá para fazer a angariação do imóvel, eu olhei para o Francisco e ele olhou para mim e mesmo sem falar, naquele preciso momento, soubemos que tínhamos tido o mesmo “clic”: “É esta”! Foi precisamente nesse momento que sentimos que era hora de colocar em andamento todo o processo, mesmo sem fazer uma grande análise para aferir se seria a altura certa para desenvolver este tipo de negócio, pois para nós esse fator, embora importante, não era o crucial. Para nós o facto de termos
sentido que era aquele o espaço que queríamos ver crescer o que inúmeras vezes tínhamos falado, foi o suficiente para avançar. Quais as comodidades disponíveis aos hóspedes que vos visitam? Embora tendo um conceito rural, quisemos trazer um pouco de glamour ao espaço, e isso pensamos ser notório em cada pormenor de decoração existente. A casa foi completamente “destruída” no seu interior, dando depois lugar a todo um processo de reconstrução total com cada espaço a ser pensado ao pormenor. Dispomos de sete suites, sendo duas delas familiares, todas com uma decoração própria e diferenciada. Para além da casa onde se situam os quartos, criámos também um espaço de bem-estar onde os nossos hóspedes podem desfrutar do Spa acompanhados por um som ambiente relaxante, enquanto bebem um chá e saboreiam uns bolinhos que colocamos à disposição. No exterior temos um agradável jardim com algumas árvores de fruto e a zona mais procurada que é a zona da piscina. Por forma a que os nossos hóspedes possam usufruir de mais tempo na quinta, temos
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QUINTA DE S.MARTINHO
eventos com um carater mais intimista e privado. Falamos de meetings de empresas que queiram fazer um dia diferente, wokshops, retiros para meditação, yoga, casamentos e batizados, eventualmente, até porque inserida na quinta temos uma bonita capela. Na verdade, a quinta oferece condições para se organizar diferentes pequenos eventos e acima de tudo com muita privacidade, mas há que ter em conta que não somos nem é o nosso objetivo ser uma quinta para eventos. A Quinta de São Martinho afigura-se o espaço ideal para quem deseje mergulhar num estilo de vida mais tranquilo. Qual o balanço do projeto até ao momento?
também um serviço de refeições rápidas com algumas opções para esse fim. A ideia é de facto poder fazer com que os nossos hóspedes não tenham que sair do alojamento para ir almoçar ou lanchar e assim comer qualquer coisa por cá e desfrutar ao máximo do nosso espaço. A Quinta de São Martinho tem como ponto diferenciador a privacidade, afigurando-se uma excelente alternativa para quem deseje uma opção revitalizante para uns dias de descanso junto da Natureza… Sim, o conceito da Quinta de São Martinho é ser um local onde, quem nos visita, encontre a tranquilidade e descanso que as zonas mais rurais têm
A nossa proximidade de Óbidos, Lourinhã e Peniche dá a oportunidade de passear por entre muralhas de História, pelo mundo Jurássico ou por areais junto ao mar. Estas são apenas algumas das inúmeras atividades que se pode realizar, ou então simplesmente percorrer os trilhos que se encontram já aqui ao lado da Quinta por excelência. Sentimos a sensação de dever cumprindo quando na hora de partir os nossos hóspedes dizem “o que é bom acaba rápido, deu para desligar dos problemas e carregar baterias”. Ao descanso aliam-se as inúmeras atividades possíveis de realizar… É verdade. Estamos localizados na região oeste e particularmente numa zona que permite uma alargada diversidade de atividades sejam elas culturais, desportivas ou simplesmente lazer. A nossa proximidade de Óbidos, Lourinhã e Peniche dá a oportunidade de passear por entre muralhas de história, pelo mundo Jurássico ou por areais junto ao mar. Estas são apenas algumas das inúmeras atividades que se pode realizar, ou então simplesmente percorrer os trilhos que se encontram já aqui ao lado da quinta. Tudo isto a menos de uma hora de Lisboa. Enfim, haja vontade que o resto está aqui. A Quinta de São Martinho está também voltada para a realização de eventos. Quais as possibilidades disponíveis? Embora o grosso da atividade seja o alojamento certo é que, muito graças à privacidade que a quinta oferece, existe a possibilidade de se realizar pequenos 116 | Revista Business Portugal agosto 2019
Positivo, sem qualquer sombra de dúvida! Quando no ano passado embarcámos nesta aventura, fizemo-lo movidos pelo emocional e deixámos a parte racional/ financeira um pouco de lado. Como já dissemos, este é um “projeto” de coração e foi pensado ao mais pequeno pormenor desde a banheira antiga a transformar-se numa fabulosa floreira no jardim (ideia da Isabel) até à moldura que fica na horizontal para não ficar descentrada na parede… Isto para dizer que tudo foi feito com muita entrega e se calhar mesmo sem pensar nisso, sempre soubemos que os nossos hóspedes iriam sentir este carinho com que fizemos tudo isto para eles poderem desfrutar. Logicamente que isso se reflete nos números e claro que ficamos satisfeitos quando sentimos que em tão pouco tempo já recebemos hóspedes de quase todos os cantos do mundo. Já somos uma referência para quem visita esta região e já conquistamos o nosso espaço. É gratificante ver as pontuações que nos dão nas plataformas de avaliação e receber esse retorno dos nossos hóspedes é o que nos faz ter a certeza que conseguimos concretizar o que tínhamos imaginado.
RESTAURANTE PÁTEO DA SAUDADE
COZINHA COM SABOR A SAUDADE Através dos seus pratos, o Restaurante Páteo da Saudade pretende voltar atrás no tempo com a tradicional comida portuguesa. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o proprietário, André Delgado, que revelou que a alma do negócio é recriar os pratos “que em tempos nos fizeram felizes”.
O
conceito é simples: trazer para a mesa pratos e sabores que têm como ingrediente especial a saudade. Quem visita o Páteo da Saudade é, imediatamente, transportado para os típicos pátios de outros tempos, onde o “comer na rua” convidava ao convívio. Ao ambiente tipicamente português junta-se a excelência da gastronomia, que prima pelos “sabores à antiga, que nos fazem recordar a comida da casa da nossa avó”. Criado em fevereiro deste ano, o restaurante Páteo da Saudade surge da necessidade de criar algo diferente e inexistente na cidade de Peniche. “A ideia da criação veio colmatar a necessidade e a ambição de ter um restaurante com um conceito de cozinha aberta, dedicada aos sabores tradicionais portugueses. Este conceito é uma forma de expor aos nossos clientes, tudo aquilo que se passa na nossa cozinha e de que forma é que os nossos pratos são confecionados”. A confiança, que André Delgado pretende transmitir aos clientes, alia-se à proximidade e empatia com que cada um deles é recebido no espaço. “Tenho por hábito estar à porta do restaurante para receber os nossos clientes. Esta interação e cuidado são fundamentais para que se sintam bem e em casa”, afirma.
“Damos o nosso melhor a quem nos visita” Com um crescimento notável num mercado bastante exigente, o gerente admite estar preparado. “Tenho uma cozinha preparada
André Delgado, proprietário
para um cliente rigoroso. Nós temos de estar preparados para as necessidades e exigências dos nossos clientes e temos de ter a noção de que só conseguimos existir devido a eles. É por isso que damos o nosso melhor a quem nos visita”. Com sabores simples e capazes de ficar na memória, o Páteo da Saudade destaca-se pela qualidade e frescura dos seus ingredientes. Resultado destas combinações são os pratos que nos fazem crescer água na boca, como o famoso “Bacalhau à Saudade”, a açorda de ovas de bacalhau, a sardinha panada, a saladinha de raia maluca, ou ainda o famoso ex-líbris da casa, a “Lapa Desgraçada”, lapas da costa de Peniche à moda dos Açores. Um
petisco que só se encontra no Páteo da Saudade e que é procurado por clientes assíduos, em qualquer altura do dia. Para além de restaurante este espaço, que nos pretende reavivar a memória através dos sabores dos velhos tempos, conta também com uma cafetaria, aberta todo o dia, para quem quiser deixar a rotina de lado, aproveitando para fazer uma pequena pausa e saborear desde o café aos típicos petiscos. Uma combinação de pratos pensada especialmente naquele cliente que sabe bem o que é apreciar as peculiaridades presentes nos sabores da cozinha portuguesa. “Estamos cá para mostrar que antigamente se comia bem. A verdade é que hoje em dia esses sabores trazem-nos alguma nostalgia e saudade e por isso, pretendemos, através da nossa comida, colmatar essa saudade”, indica o proprietário. Com a ideia de recriar o conceito dos típicos jantares na rua, ao fim de semana o restaurante conta com música ao vivo, para alegrar as noites de quem se quer divertir à mesa. “A comida, a bebida e a música são uns ótimos aliados para receber os nossos clientes”. Com um sucesso acima do expectável através dos seus pratos, o criador do Páteo da Saudade pretende acrescentar o peculiar “alfaquique” ao seu menu. Um peixe de mar que irá combinar com a açorda da casa como forma de evidenciar as raízes de Peniche. “É importante que possamos preservar as tradições penicheiras e as possamos apresentar num belo prato”, conclui.
Largo 5 de Outubro, n.º9 | 2520-228 Peniche | 262 141 714 | 918 857 108 | pateodasaudade@gmail.com |
Páteo da Saudade
ADEGA COOPERATIVA DA VERMELHA
Loja online em: www.vermelhawineshop.pt
VINHOS QUE SURPREENDEM PELA DIVERSIDADE A Adega Cooperativa da Vermelha, fundada em 1963, na Vermelha, é uma referência no que diz respeito ao mercado dos vinhos, sendo a marca “Mundus” líder em Portugal no segmento dos Vinhos Leves, denominação exclusiva da Região Demarcada de Lisboa.
N
o comando há seis anos, o presidente do conselho de administração, Rui Soares faz parte dos órgãos sociais há 12 e contou-nos a história da Adega Cooperativa da Vermelha e o seu posicionamento. “Na Adega Cooperativa da Vermelha queremos estar posicionados pela diferença e pela diversidade que temos, não só numa particularidade de desenvolvimento rural, local e regional, mas também pelo nosso posicionamento a nível nacional e internacional”, começou por elucidar Rui Soares. Tudo começou pelas mãos de um grupo de agricultores que sentiram a necessidade de se agrupar, de forma a conseguir concentrar as suas produções para, mais facilmente, as colocar no mercado e vender aos intermediários e aos consumidores. Com o passar do tempo foram-se adaptando às exigências dos próprios mercados, da sociedade e dos consumidores, evoluindo os seus vinhedos. “Começou-se a melhorar, em termos de tecnologia, de castas e de formação profissional”. O crescimento começou a ser notável: “Começámos a vender vinhos engarrafados, não só brancos, leves e maduros, como tintos. Se no início, havia uma diferenciação entre 30/70, neste momento, andamos na ordem dos 50/50 entre brancos e tintos”. “Tendo em conta a diversidade da região as nossas condições climáticas, bem como o encepamento resultado da restruturação, tínhamos potencial para produzir os vinhos tintos. Desta forma, começámos a comercializar e a vender, não só para os mercados abastecedores e para as grandes superfícies, como também para a restauração e mercado internacional. Os associados sempre foram uma prioridade, motivo que levou a Adega da Cooperativa da Vermelha a apostar na sua formação e na criação de um departamento para apoio técnico das vinhas, “de forma a garantir a melhor matéria-prima para ter um vinho que fosse de encontro às expetativas dos consumidores com as melhores características organoléticas e as melhores práticas ambientais”. O caminho da adega seguiu progressivamente tendo em conta a realidade
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direção
do sector, necessidades e hábitos do consumidor, bem como a evolução e a forma como está posicionada no mercado.
Mundus – a marca âncora A marca “Mundus” é a marca mais forte e mais conhecida. No entanto, a Adega Cooperativa da Vermelha apresenta outras variedades disponíveis no mercado, tal como nos explicou o departamento comercial na pessoa de Nuno Rodrigues. “A marca “Mundus” é uma marca que abrange um vasto portfólio de artigos. Dentro desta, entra não só a gama dos vinhos leves, como as gamas de entrada, E também a gama dos escolhas, reservas e grande reservas. Utilizamos castas tipicamente portuguesas e castas reconhecidas internacionalmente”, referiu Nuno Rodrigues.
ADEGA COOPERATIVA DA VERMELHA
“Nessa perspetiva a marca “Mundus” tem um leque de produtos muito grande. Todos os anos, temos lançamentos de novas referências da marca! “Mundus” é mais que um vinho, é uma marca que abrange e que queremos que esteja conotada como uma marca abrangente”. Com a evolução do mercado, vão sendo desenvolvidas marcas, não só para terceiros (marcas exclusivas), como também para segmentar o mercado. A nível de exportações, todas as marcas são exportadas mesmo as que não estão há venda, para já, no mercado nacional.
Produção e venda para o mundo “Em termos de exportação estamos com cerca de 46 por cento da nossa faturação, são dados dos últimos seis meses de 2019, a perspetiva será de crescer também internamente. O aumento da percentagem de exportação é a nossa maior aposta, é onde queremos desenvolver estratégias de crescimento. A nível de processo, a adega tem capacidade para, em tempo útil, fazer 75 mil litros diários. “Fazemos cerca de 25 mil litros em garrafa/dia e, ao mesmo tempo, conseguimos fazer bag in box e barril (que perfazem mais de 25 mil litros/dia cada linha)”. A grande aposta é na inovação tecnológica, que permite um processo mais célere. “Temos vindo, desde 2010 até agora, a remodelar as linhas de engarrafamento, dotá-las de máquinas com capacidade constante e que consigam garantir estes 75 mil litros diários. Com as necessidades que temos, conseguimos escoar essa produção de uma forma rápida”. Mas a inovação não fica só pela tecnologia. A Adega Cooperativa da Vermelha está provida de um novo showroom que possibilita, não só conhecer os vinhos como também convida a prová-los. “O novo showroom permite ter uma perceção diferente dos nossos produtos. Uma sala de provas permite receber o cliente, escolher o vinho e apresentar as diferentes gamas”, explicou o departamento de qualidade na pessoa de engenheira Catarina Siopa. Mais uma vez, os recursos humanos são fundamentais nesta etapa. “Temos pessoas formadas na área dos vinhos que ajudam num atendimento personalizado, damos atenção ao cliente e contamos as novidades. E também temos os associados que vem aqui à adega, porque se sentem em casa. Estamos na vertente do Enoturismo, recebemos grupos, estamos com condições neste momento para fazer as visitas guiadas”. Além do mais, algumas parcerias estão a ser desenvolvidas para receber grupos, apesar de a adega já ter muitas visitas de escolas e faculdades. “Como exemplo, vem cá uma escola do Norte e eles adoram perceber como é que tudo é feito. A nível tecnológico, estamos com
uma grande evolução na linha e a tendência é sempre ser essa. A nível de laboratório as análises que suportam o controlo que qualidade permitem-nos ter muita confiança no nosso produto e passar essa confiança aos clientes e consumidores. Algumas análises que tínhamos que fazer em laboratório externo passaram a ser realizadas na ACV em consequência da aquisição de novo equipamento”.
Novidade a lançar brevemente “Estamos a ultimar o lançamento de uma nova marca que queremos colocar num nível superior ao “Mundus”, uma marca premium, que é a marca Adega Vermelha e para a qual vão ser lançados, para já, dois produtos: um grande reserva tinto e um grande reserva branco. São vinhos que já estão preparados para o mercado e que têm, de certa forma, caraterísticas diferentes daquilo que está constituído na mente do consumidor relativamente ao “Mundus”. É uma gama que queremos diferenciar, queremos fazê-la superior”.
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HORTIPOR
O MELHOR DA PRODUÇÃO NACIONAL À SUA MESA A Hortipor é uma empresa familiar especialista na produção de tomate. Fundada em 2001 instalou as suas estufas em Sobreiro Curvo, Torres Vedras, mais tarde expandiu-se para o Litoral Alentejano e para Espanha e, mais recentemente, para Alcochete. Hoje, contam com 70 hectares de estufas que permitem a produção durante o ano inteiro.
T
elmo Rodrigues, proprietário da Hortipor é detentor de um know-how que lhe permite aproveitar as vantagens do nosso clima e produzir várias variedades de tomate o ano inteiro. Em entrevista à Revista Business explica que o cultivo de tomate está presente na sua família há largos anos e que a produção em estufa já vem desde o início do negócio.
Os tesouros da Hortipor “Empreendedor” é a palavra que melhor define Telmo Rodrigues que teve visão para se adaptar aos novos desafios da sociedade e soube conduzir a empresa pelo caminho do sucesso. Em 2001 o principal objetivo era a produção de tomate de salada, por ser o mais popular em Portugal e por ser um produto resistente mantendo as suas propriedades intactas por um largo período de tempo. A par e passo com o mundo, foram introduzindo novas variedades e deram asas ao negócio que hoje é representado por tomate rama e por diversas especialidades, tais como: Tomate Cherry Sweet, Tomate Tasty, Kumato, Mini Kumato, Tomate Púrpura, e mais 15 variedades de diferentes tamanhos, cores, sabores e texturas, todas elas produzidas e comercializadas em regime de exclusividade. Cada uma das espécies com a sua valência faz da Hortipor uma empresa distinta e que se destaca. A variedade Tomate Cherry Sweet, produzida exclusivamente no Litoral Alentejano, brilha com o seu toque doce frutado, formato arredondado de pequenas dimensões, tal como uma cereja, porém, é distinto do habitual tomate cereja, pela sensação de explosão de sabor e textura crocante, que lhe valeu duas estrelas no Great Taste Awards. O Tomate Tasty, detentor também de duas estrelas no Great Taste Awards, surge, tal como o nome indica um tomate do segmento sabor. É um fruto redondo ligeiramente sulcado, suculento, textura muito suave, doce e acidez equilibrada. A linha Kumato e Mini Kumato são variedades reconhecidas em toda a Europa. Para além da cor, que varia entre o verde dourado e o castanho escuro, sendo esse o seu aspeto natural, distinguem-se das outras variedades por serem mais doces, e terem notas ligeiramente ácidas, que contrastam e produzem uma sensação única e bem definida. Todo o trabalho realizado no desenvolvimento e introdução de novas variedades, e os resultados obtidos nos últimos anos já valeram um Prémio Inovação e uma menção honrosa, atribuída pelo Clube de Produtores Continente à Hortipor.
Os melhores sabores na sua mesa Para além da produção das melhores variedades de tomate, Telmo Rodrigues tem a preocupação de fazer chegar o seu produto à mesa de cada casa. O mercado português tem sido uma aposta ganha estando presente, desde 2002, nos grandes grupos de hipermercados. Adianta ainda que foi com estes gigantes do mercado que a Hortipor desenvolveu um trabalho qualitativo que lhes permitiu crescer e obter a primeira certificação Global GAP, em 2005. Atualmente a 120 | Revista Business Portugal agosto 2019
Eugénia Fonseca e Telmo Rodrigues, sócios da Hortipor
empresa é certificada em Global Gap, BRC, Clube de Produtores Sonae, Vida Auchan e membro da United Nations Global Compact. O Grupo Sonae e o Grupo Auchan continuam a ser os maiores clientes da Hortipor em Portugal há mais de uma década. A exportação é toda realizada através de uma empresa espanhola, na qual a Hortipor é um dos principais sócios. É através desta empresa que a produção da Hortipor chega aos supermercados e mercados em Espanha, França e outros países europeus, sendo hoje, o principal motor económico da empresa, representando a exportação cerca de 70 por cento do volume de negócio.
Os produtos da terra Está na moda falar dos produtos da terra, produtos virgens, produtos do “bem” que vem dar um novo significado ao conceito de alimentação saudável. Nos últimos anos muitos têm sido os debates mediáticos sobre a adulteração dos alimentos, sejam eles animais ou vegetais, que consumimos em casa. Será o aspeto importante? Será que sabemos o que estamos a comer? Pois, em resposta a estas perguntas, o proprietário explica que “a primeira opção é sempre o recurso à solução biológica”. Apoiando a sua produção nas estufas, sente-se na obrigação de desmistificar o uso dos pesticidas nas estufas. “As pessoas têm a ideia de que um produto cultivado em estufas leva necessariamente mais pesticidas, mas é precisamente o contrário. O cultivo em estufa, não é mais que um cultivo protegido, menos vulnerável a ataques de pragas e doenças, e mais protegido das agressões climatéricas, comparativamente com a produção ao ar livre, que está muito mais vulnerável a essas situações. Prova disso é a nossa linha de Resíduo Zero, lançada em Espanha há um ano e que queremos lançar brevemente em Portugal, em que garantimos que os tomates estão isentos de pesticidas, acima dos valores quantificáveis”. Em 2016 arrancou um novo projeto: a produção
JANSSEN PORTUGAL
Tlf.: 261981954 | Email: geral@hortipor.pt | www.hortipor.pt
do mercado. Eles são mais baratos, mas nós somos melhores”.
Novos lançamentos, novos desafios
de tomate em modo de Produção Biológico. “O objetivo é fazermos esta produção de forma muito profissional, utilizando as melhores variedades do mercado, tanto em aspeto como em sabor, mesmo comprometendo a quantidade de produção. É um mercado promissor, sabendo que a força da produção está no sul de Espanha, e sabemos que os produtores de lá, não estão dotados da mesma tecnologia, nem têm o mesmo clima que nós, para produzir as melhores variedades e apresentar os melhores produtos
“O nosso produto mais recente é o Tomate Púrpura, apresenta uma nova cor, púrpura, e um sabor surpreendente, com um perfeito equilíbrio agridoce, potenciado graças ao sabor Umami, saboroso e exótico. É também um tomate rico em antocianinas totais. 2018 fica marcado pela compra de uma empresa em Alcochete, que já produzia tomate em modo de Produção Biológico, que permitiu aumentar significativamente a capacidade produtiva e melhorar a sua qualidade. “Aumentamos a nossa capacidade de produção e podemos agora usufruir de equipamentos tecnológicos específicos, como as estufas de alta tecnologia, que faziam parte da empresa que compramos, e que melhoram a qualidade dos nossos produtos”, afirma. Reforçar a aposta no mercado português foi também um dos objetivos da empresa que pretende encontrar o seu lugar de destaque no mercado e dar a conhecer os seus produtos biológicos e convencionais de alta qualidade. Para isso lançamos a marca GooMato, para os tomates produzidos em modo de Produção Biológico, e iremos brevemente
lançar a marca Tomaticius, para os tomates produzidos em Produção Integrada. Para o futuro estão previstas várias novidades. Parar não é opção para uma empresa que ambiciona, a curto prazo, crescer no território espanhol, de forma a aproveitar as valências do território, e construir uma nova estufa de alta tecnologia em Portugal para apoiar o crescimento da produção biológica.
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BAR DO BRUNO
“SURF, FOOD, MUSIC & GOOD PEOPLE”
Situado num dos pedaços mais peculiares da costa Portuguesa, a praia do Baleal em Peniche, o Bar do Bruno, foi fundado em 1997 no seio de uma das comunidades de surf mais antigas de Portugal. Bruno Bairros começou a surfar com 11 anos e, hoje, com quase quatro décadas de dedicação ao surf relembra os primórdios desta aventura.
Baleal Surf Camp e Baleal Surf School
C
orria a década de 60 quando os primeiros surfistas portugueses começaram a explorar o desporto na costa de Peniche. Lisboeta de nascença, mas com raízes no Baleal e com residência fixa na região, Bruno garante que era inevitável a sua passagem pelo surf. “Eu sou de Lisboa, mas tenho a sorte de ter uma casa no Baleal desde sempre e aqui é obrigatório fazer surf ou pelo menos experimentar”. Anos mais tarde, quando o entrevistado estudava Relações Internacionais, numa ida à praia para surfar, em 1993, foi abordado por “uns miúdos que queriam experimentar surf e pretendiam que eu lhes emprestasse a prancha e lhes desse umas dicas. Eu ajudei-os e pelos vistos existiram pessoas que assistiram à pequena “lição” e do nada tinha pais a pedir para eu ensinar os seus filhos. Nesse momento pensei: «eu não gosto do curso que estou a tirar e adoro o surf. Porque não apostar neste sonho?» Foi assim que começou o projecto do Baleal Surf Camp”.
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Agosto de 1993 marca o início das aulas de surf tendo tido 25 alunos nesse verão, mas nem todos os processos foram assim tão fáceis. ”Só em 1997 é que consegui agarrar a concessão de praia e aproveitar uma área que não era ainda concessionada. Era um espaço com pouco areal e com algumas pedras, mas, na verdade, o meu interesse eram as ondas, o resto era acessório. Pedi a vigilância da praia de forma a conseguir conjugar assim duas componentes: bar e surf tornando este espaço o sítio ideal para umas férias desportivas de surf ”, explica. As aulas aproveitaram desde logo a zona do Baleal que segundo Bruno Bairros: “é o local ideal para aprender a surfar”. Dos mais novos aos mais velhos, dos inexperientes aos experientes, todos podem e devem aproveitar para praticar este desporto. “A nossa política na escola de surf é dividir os alunos por patamares de aprendizagem para conseguirmos controlar melhor os diferentes grupos e de acordo com a ondulação e marés. Temos aulas durante todo o ano e temos inclusive um programa para famílias para que possam passar um belo momento todos juntos”. Explorando o surf no seu todo e percebendo as necessidades dos clientes, o proprietário cria o Surf Camp, um programa que abrange alojamento, aulas de surf e equipamento. “No que diz respeito ao alojamento temos três modalidades para os nossos clientes escolherem. A modalidade de Hostel é a mais económica, mas
BAR DO BRUNO também a que tem menos privacidade para os clientes. Por norma é escolhida pelos mais jovens que procuram uma experiência de socialização e uma troca de impressões com outros hóspedes. A segunda modalidade é a vivenda, uma casa partilhada com outros hóspedes, mas em que o quarto é privado. A terceira é o apartamento privado, um espaço não partilhado, ideal para casais que gostem de privacidade e para famílias. Para as famílias, tenho ainda um programa especial em que oferecemos uma fotografia, uma aula de skate para as crianças e uma massagem para os adultos”. O projeto liderado por Bruno Bairros recebe turistas nacionais e estrangeiros tendo, até hoje, passado na escola de surf cerca de 86 nacionalidades diferentes, o que demonstra como o turismo de surf é hoje transversal e tem procura a nível mundial e de como Portugal é reconhecido como um destino de excelência para esta actividade. Com uma localização privilegiada no Cantinho da Baía
no Baleal, o Bar do Bruno conta também com a componente de restauração. Antes de 2018, o bar, restaurante e discoteca acolhia as mais variadíssimas festas e eventos. “Chegamos a fazer casamentos, desfiles, apresentações de produtos, despedidas de solteiro(a), aniversários e durante o verão tinha DJ’s todas as noites”, afirma. Porém, em 2018, após o estabelecimento arder na totalidade, houve a necessidade de equacionar as prioridades e começar um novo projecto do zero.
Começar de novo O novo Bar do Bruno está a dar os primeiros passos e, ao nível de restauração, está ainda a operar com os serviços mínimos. No entanto, o novo Plano de Ordenamento da Costa Alcobaça – Cabo Espichel irá trazer uma renovada oportunidade. “A ideia deste novo projeto é a criação de um apoio completo para a prática desportiva. Ou seja, uma estrutura direcionada para o surf onde todo o estabelecimento será reaproveitado e dividido em diversas áreas: receção, armazém de pranchas e fatos de surf, vestiários, casas de banho, cacifos, sala multiusos, entre outros”. Para a restauração o plano é criar um novo edifício independente, mais a norte no areal. O proprietário refere ainda que a restauração não é o seu foco principal, mas que é um complemento importante à atividade de turismo de surf. “Pretendemos que as experiências dos nossos clientes quer na área da restauração, quer na área náutica sejam inovadoras e gratificantes, e que desta forma os consigamos fidelizar. A recente atribuição do estatuto de PME Excelência, em 2018 é um bom augúrio, e demonstra que estamos a seguir o caminho certo”, remata.
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GRUPO CALÉ
DEDICADOS AO FABRICO ARTESANAL DESDE 1980
C
alé é um grupo de empresas dedicado ao fabrico e comercialização de produtos alimentares que, nos últimos 30 anos, construiu uma posição de referência nas áreas da panificação, pastelaria, confeitaria e doçaria. No Grupo Calé, produzimos, vendemos e distribuímos diariamente uma variada gama de produtos para pastelarias, restaurantes, hotéis, resorts turísticos, instituições públicas e privadas, entre outas. O Grupo Calé passou por diversas mutações ao longo dos últimos 30 anos de atividade. O primeiro passo empresarial, a marcar o início do Grupo Calé, foi dado em 1980, quando se assumiu como uma referência no ramo da panificação. Desde então, o grupo cresceu, adquiriu diversas padarias e pastelarias, destacando-se pelo desenvolvimento dos seus produtos e disponibilizando novos serviços, como o cake design, os novos tipos de pão gourmet, a inovação na pastelaria fresca e a oferta de produtos nutricionalmente mais saudáveis. Entretanto, engrandecido por uma nova geração, o Grupo Calé, ampliou a sua oferta ao desenvolver diversos produtos, nomeadamente o Pão D`Algas, Pão do Mar, Pão Biológico, as Rendas Doces de Peniche, o Pastel de Algas e os Pelicanos e Biscoitos de Peniche. A inovação orientada para o cliente e a excelente qualidade são os princípios de atuação das empresas do Grupo Calé.
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GRUPO CALÉ
PASTEL ARIA CALÉ - CALDAS DA RAINHA Rua Dr. Miguel Bombarda, n.º30 2500-238 Caldas da Rainha Telf. 262 844 530
PASTEL ARIA CALÉ - PENICHE Largo 5 Outubro nº 3 2520- 294 Peniche Telf. 262 084 198
OUTROS ESPAÇOS COMERCIAIS QUE PODE VISITAR: - CALDAS DA RAINHA: RUA DO MONTEPIO - PENICHE: RUA DR. JOÃO DE MATOS BILHAU agosto 2019 Revista Business Portugal | 125
CANTINHO SALOIO
“O SABOR DA VIDA DEPENDE DE QUEM A TEMPERA”
Situado em Ferrel (concelho de Peniche), o restaurante Cantinho Saloio está a celebrar os 25 anos de atividade. O negócio passou para a segunda geração familiar e há cinco anos que Fábio Jesus e Vanessa Alves estão à frente da gerência do espaço.
O
s pais de Fábio - João e Isabel Jesus - passaram parte das suas vidas em França. Quando decidiram regressar a Portugal e após um grande esforço e dedicação, decidiram investir e criar o próprio negócio. Foi então que abriram, em 1994, o Cantinho Saloio - o primeiro restaurante a nascer em Ferrel. O nosso entrevistado recorda que “os meus pais abriram no momento mais alto, dia 4 de agosto (a data de aniversário da casa e que nos dias de hoje ainda continua a ser um dia de muita festa)”. Para além de ser uma data especial e que marca o início deste projeto, é o dia que antecede as festividades da freguesia. Em 2014, Fábio Jesus e Vanessa Alves
agarraram este negócio familiar, mas é em 2018 que se dá a grande mudança. “Quando viemos para aqui optamos por dividir as tarefas: eu fico na cozinha e ela na sala”, garantindo que só desta forma é que “conseguimos dar mais atenção aos clientes e, ao mesmo tempo, disponibilizar um atendimento mais personalizado, talvez por sabermos falar bem inglês e francês. Isto faz toda a diferença, porque os clientes sentem-se como se estivessem em casa”, afirma. Apesar de assumir o comando do negócio, Fábio não deixa de realçar que a ajuda dos pais no restaurante é uma peça fundamental para que tudo funcione, “porque, no fundo, fizeram esta casa crescer. Sem eles, todo este sucesso seria mais difícil”. A 21 de junho de 2018 deram um ar mais moderno ao espaço com uma remodelação na decoração interior. “Quisemos criar um conceito de uma casa mais descontraída, mais calma, com música ambiente, para que o cliente aprecie uma boa refeição num ambiente acolhedor e confortável”, assinalam.
Especialidades de comer e chorar por mais… Questionados sobre quais são as grandes especialidades da casa, os nossos entrevistados assumem ser uma questão difícil. “Todos os pratos têm boa saída e a carta reflete aquilo que nós gostaríamos de encontrar num restaurante: produtos frescos, de qualidade e, maioritariamente, locais”. Se começarmos pelas entradas, o espeto de gambas braseado
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CANTINHO SALOIO
Amigos do ambiente e a pensar no futuro do planeta, o Cantinho Saloio aderiu à utilização de sacos de papel, bem como guardanapos reciclados. Consideram que esta iniciativa é apreciada pelos clientes, mas também acreditam que estão a dar o contributo pessoal para o futuro do meio ambiente.
A equipa faz a casa
com molho de manteiga e o mexilhão à espanhola são um sucesso para dar início à sua refeição. Nos pratos de carne destacam-se o naco no espeto à Cantinho Saloio, os mimos de porco preto no espeto, a grelhada mista no espeto à Cantinho Saloio e o frango na Brasa que já existe desde a data de fundação. Nos pratos de peixe apresentam o espadarte à “Bulhão Pato”, a açorda de gambas, as lulas no espeto e, mais recentemente, uma novidade: spaghetti negro com mexilhão e gambas. Se não termina a refeição sem uma sobremesa, esta sugestão é para si: “temos mousse de chocolate com avelãs tostadas, panna cotta de frutos vermelhos, pudim de ovos caseiros, tentação de maçã (apenas quando têm maçãs mais doces) e a tábua de queijos com marmelada e frutos secos”.
Com uma equipa de sete colaboradores - que no verão aumenta para dez -, Fábio e Vanessa dizem que o trabalho de todos é fundamental para que os clientes saiam do restaurante verdadeiramente satisfeitos. “Temos uma equipa fantástica e que nos ajuda bastante. Sabemos que os clientes voltam pela qualidade, mas também pelo serviço que prestamos”.
“Aposta ganha” 25 anos. São 25 anos que marcam a história do Cantinho Saloio. Os gerentes referem que “o balanço é positivo e foi uma aposta muito bem ganha”, acrescentando que “estes anos simbolizam um trabalho de família que ainda se mantém”. Sobre o futuro, não escondem os projetos que, por enquanto, ainda estão só em pensamento. Até lá, deixam um convite aos nossos leitores: “Venha conhecer-nos e deliciar-se no nosso novo conceito”!
Amigos do ambiente e a pensar no futuro do planeta, o Cantinho Saloio aderiu à utilização de sacos de papel, bem como guardanapos reciclados. Consideram que esta iniciativa é apreciada pelos clientes, mas também acreditam que estão a dar o contributo pessoal para o futuro do meio ambiente Para acompanhar a refeição, não pode faltar um bom vinho. Fábio salienta que “têm uma garrafeira muito apelativa e completa que vai de encontro às expectativas dos clientes. Optamos por ter quatro/cinco vinhos de cada região do país e vamos alterando consoante a opinião dos nossos clientes”. Como pode ver, opções não faltam para se deliciar e verificar o slogan da casa: “O sabor da vida depende de quem a tempera”.
Take away “Cantinho Saloio” É desde 1994 e na porta ao lado do restaurante que o Cantinho Saloio dispõe de um take away, onde os clientes já estão fidelizados. Neste espaço irá encontrar frango na brasa, entrecosto, carne de porco à alentejana, bacalhau com natas, atum braseado e espadarte braseado.
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VALE DO LOUREIRO
O MELHOR DA GASTRONOMIA NA REGIÃO OESTE Localizado a apenas cinco minutos das praias do Oeste, o Vale do Loureiro é um local idílico onde a natureza e a arte de bem comer estão em comunhão. Com menus variados e acessíveis a “todas as carteiras”, o espaço afigura-se o local ideal para desfrutar de uma excelente refeição e reavivar os sabores antigos da típica cozinha tradicional portuguesa.
O
Vale do Loureiro é um espaço idílico, único e confortável, que se afigura o local ideal para a realização de eventos. Quais as comodidades disponíveis? O Vale do Loureiro é um espaço que está em contacto com a natureza e a apenas cinco minutos das praias do Oeste, Santa Cruz, Santa Rita e Porto Novo. Tem proximidade às termas do Vimeiro, ao Hotel GolfMar com as suas provas de Hipismo. Este é um local ideal para almoçar diariamente ou jantar às sextas e sábados comodamente ao som de música ao vivo e num ambiente familiar. Para além disso, o espaço tem ainda disponíveis diversos serviços que prometem tornar ainda mais especial o momento. Quais o serviço disponível a quem escolha este espaço para a realização do seu evento? Temos uma ampla sala para realizar a sua festa de sonho com capacidade até 200 pessoas, com palco para espectáculos de música. Os nossos variadíssimos menus destacam-se pela comida caseira, possível de apreciar em ofertas para “todas as carteiras”. As noites de fado são uma constante no nosso espaço e um excelente motivo Rua dos Aeroplanos nº2, Bombardeira 2560-049 A dos Cunhados Tlf.: 261 982 311 Tlm.: 919 794 838 valedoloureiro@gmail.com facebook: valedoloureiro
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para nos visitar. A par disso, temos um espaço exterior para a realização de casamentos civis, para tirar as fotos para mais tarde recordar, tomar um aperitivo enquanto espera pela refeição, estar em contacto com a natureza. E para quem deseje desfrutar de uma excelente refeição, o Vale do Loureiro tem também disponível o restaurante aberto diariamente… Estamos abertos de segunda a quinta aos almoços, sextas e sábados almoços e jantares, domingos só por reserva. Temos menus diários aos almoços durante a semana, grelhados no carvão, comida tradicional portuguesa, feita com amor e carinho para ser o mais próxima possível da comida dos nossos avós. Diariamente temos bacalhau assado com batatas à murro, fillet mignon e frango à moda da guia. À quinta feira temos cozido à portuguesa e à sexta feira e sábado leitão assado. Motivos não faltam para conhecer este espaço e deixar-se encantar por tudo o que tem para oferecer… É verdade, estamos próximos das praias, mas estamos no campo com o barulho dos passarinhos e o cheiro da natureza bem presente, a relva do nosso jardim, as árvores no parque de estacionamento privativo, o padeiro que apita aqui à porta. Fica o convite para nos visitar, estamos na Rua dos Aeroplanos nº2, Bombardeira,2560-049 A dos Cunhados, não se vai arrepender…
IMMO PORTUGAL
O SEU PARCEIRO IDEAL NA HORA DE INVESTIR…
An-Sofie De Vos, diretora
A compra de um segundo imóvel no estrangeiro é, muitas vezes, acompanhada por um investimento substancial e, além disso, para a maioria das pessoas é um acontecimento “uma vez na vida”. Portanto, é muito importante que possa fazer essa compra em segurança com o parceiro certo. Há mais de 12 anos, a IMMO Portugal tem sido a referência para novos projetos de construção na Costa de Prata em Portugal.
Q
uem é a An-Sofie e qual a sua experiência profissional? Como nasceu a IMMO Portugal? Porque decidiu investir em Portugal, nomeadamente, na Costa de Prata? Eu nasci em Ghent, na Bélgica, em 1979. Estudei Contabilidade e comecei a trabalhar como fiscalista na Bélgica. Desde o início, senti que isso não era o suficiente para mim, que não me preenchia completamente, por isso comecei a procurar um negócio que pudesse desenvolver. Na realidade, eu queria ter a minha própria empresa e comandar o meu próprio destino. A motivação e o empreendedorismo já estavam dentro de mim desde pequena, apenas faltava o dinheiro para investir. Demorou algum tempo para encontrar uma oportunidade, mas quando chegou o dia em que uma grande promotora e construtora da Bélgica me deu a oportunidade de me desenvolver como agente imobiliária decidi, em menos de uma hora, que deveria aproveitar essa oportunidade. Decidi desistir do meu emprego e seguir um novo rumo, que mudou a minha vida completamente. A maioria das pessoas só vê a parte boa do sucesso, mas o caminho para o sucesso foi longo e difícil. Os primeiros anos deste novo desafio também significaram trabalhar sete dias por semana, 15 horas por dia, sem tempo para a família ou amigos, foi sem dúvida, 100 por cento de foco no desenvolvimento da minha carreira. Contudo, todo o trabalho árduo foi premiado com sucesso, depois de apenas dois anos, em que criei a minha própria agência imobiliária na Bélgica, especializando-me na venda de novos projetos de construção para investidores e segundas residências na Bélgica e em França. Os preços dos imóveis na Bélgica naquela época estavam a subir demasiado, o que tornou cada vez menos interessante para os investidores comprar uma propriedade na Bélgica. Percebendo este fenómeno, decidi analisar o mercado europeu para ver onde era mais interessante investir em imóveis e propriedades. Este estudo fez-me descobrir que a Costa de Prata, em Portugal, era uma das melhores regiões para investir na Europa. Foi o segundo melhor lugar naquela altura, logo a seguir à Polónia. Analisando a combinação de sol, praias, boa comida e pessoas simpáticas e acolhedoras, a minha escolha foi feita muito rapidamente, por isso decidi apanhar um avião e descobrir a Costa de Prata. Apaixonei-me desde o primeiro momento em que cheguei e soube desde logo que este era o lugar onde iria fazer o meu negócio acontecer. Como ainda era uma nova direção, comecei com o teste de um projeto. Organizei um seminário na Bélgica para apresentar esta nova ideia e resultou diretamente num sucesso, porque encontrei investidores para comprar o projeto, o que veio confirmar 130 | Revista Business Portugal agosto 2019
que o mercado belga estava interessado. Logo depois, decidi promover Portugal exclusivamente e mudei o nome da minha empresa para IMMO Portugal. Os anos seguintes foram os mais difíceis. Podem imaginar o que
IMMO PORTUGAL
durante a construção. Mais que isso, contratei uma equipa portuguesa local que formei para se constituir como uma equipa de vendas bem-sucedida. Ao longo dos anos, encontrei os parceiros certos, como construtores sólidos, advogados e contabilistas experientes e confiáveis, parceiros para aluguer, gestão de propriedades e mobiliário, para que possamos fornecer um conceito integrado para cada tipo de cliente. Como caracteriza o trabalho e os serviços prestados pela IMMO Portugal? O que diferencia a IMMO Portugal, num mercado cada vez mais competitivo? A IMMO Portugal trabalha de uma forma diferente das outras imobiliárias. Em primeiro lugar, somos especializados em novos projetos de construção -
A IMMO Portugal é uma agência imobiliária ativa, o que significa que fazemos muita publicidade internacional. Temos contratos anuais com os maiores jornais, organizamos seminários para investidores e participamos em exposições internacionais
acontece quando uma mulher belga com cabelo loiro, que não fala uma palavra de português, tenta entrar no negócio da construção num país estrangeiro. Posso dizer que esta foi a maior luta de toda a minha carreira. Os construtores nem sempre estiveram abertos para este novo desafio de introduzir projetos no mercado belga, para além disso o estilo de arquitetura portuguesa é bastante diferente do que estamos habituados e o modo belga de fazer negócios é completamente diferente do português. Demorei anos até que o mercado local e os construtores no geral acreditassem em mim. Mas quando eles viram a qualidade e o trabalho árduo que desenvolvemos para obter um nível de resultados elevado, comecei a ser cada vez mais respeitada, o que levou a um sólido relacionamento e parceria com os melhores construtores locais da Costa de Prata. Levou tempo para criar o negócio consolidado que tenho hoje. Depois de algum tempo, vi que era um fator crucial residir em Portugal, se assim não fosse não ia dar certo. Foi por isso que decidi deixar tudo para trás na Bélgica e mudar-me para Portugal para me concentrar na minha empresa e carreira. Abri um escritório de vendas em São Martinho do Porto, bem como um posto de pós-venda para orientar os clientes
propriedades off plan. Exigimos dos nossos construtores uma forma de venda totalmente segura, que inclua garantias bancárias, o que não é fácil de encontrar no mercado português. Temos a nossa própria equipa de pós-vendas, o que significa que mantemos o contacto e comunicação com o cliente até que a casa seja entregue, e não o construtor. Sendo assim, mantemos tudo internamente e o cliente pode ter a certeza de que cuidamos deles durante todo o processo. Falamos holandês, francês, inglês e português para que possamos ajudar muitos clientes internacionais nas suas próprias línguas. Para além disso, preparamos os projetos 100 por cento antes do lançamento, o que significa que verificamos tudo com os nossos próprios advogados, negociamos os melhores preços com os construtores e preparamos todos os procedimentos legais para que os clientes possam assinar contratos e finalizar a sua compra em apenas um dia. Para além disso, a IMMO Portugal é uma agência imobiliária ativa, o que significa que fazemos muita publicidade internacional. Temos contratos anuais com os maiores jornais, organizamos seminários para investidores e participamos em exposições internacionais. Todo este pacote significa uma estrutura de custos elevada para a empresa, mas que é compensada com a alta taxa de vendas. Inicialmente, estávamos apenas focados no mercado belga. Temos um escritório em Antuérpia e uma equipa belga que ajuda os clientes no seu próprio país. Mas, nos últimos anos, com a abertura do escritório em Portugal e com a equipa de vendas portuguesa, estamos cada vez mais a entrar também no mercado português. Sentimos que muitos portugueses de Lisboa e de outras cidades, bem como pessoas locais, vêm até nós e apreciam a nossa maneira de trabalhar. Que projetos e ambições tem para o futuro? Atualmente temos cerca de 200 unidades de novos projetos de construção para venda, localizadas em locais AAA na Costa de Prata. Uma vez que a IMMO Portugal vende cerca de 100 unidades por ano, temos produto suficiente para os próximos dois anos. Enquanto isso, continuamos a investir sozinhos, bem como juntamente com os nossos construtores, em novos projetos para o futuro. O melhor ainda está para vir, por isso certamente vai ouvir falar muito mais de nós!
www.immoportugal.pt agosto 2019 Revista Business Portugal | 131
DL AMBIENTES MOBILIÁRIO E DECORAÇÃO
A LOJA Nº60 QUE SE TORNOU EM MUITO MAIS DO QUE UM NÚMERO
Ricardo Marques, gerente
Com uma das histórias mais singulares da área decorativa em Portugal, a DL Ambientes é, hoje, uma marca de certeza e que se mantém na vanguarda dos serviços e da modernidade que o design de interiores pode oferecer no século XXI. Com uma administração que foi passando gradualmente para os filhos, a Revista Business veio tentar perceber qual a receita para manter uma confiança de tantos anos, sem nunca perder a sua identidade.
R
ua Dr. Miguel Bombarda, nº 60, Caldas da Rainha. O que poderia ser o registo de um simples endereço de terras caldenses para algumas pessoas, é também o significado de muito mais para quem lá passa. Com páginas de história que remontam a 45 anos de existência, a DL Ambientes cimentou-se como a prova do crescimento sustentado da indústria decorativa em Portugal e de como é possível manter a identidade e um estilo atravessando várias gerações. Fundada por Idalina Marques sob o conceito de empresa de cariz familiar, o departamento têxtil foi a base de lançamento da companhia, num período onde o processo decorativo pessoal (residencial) ainda dava os seus primeiros passos. Instalados na conhecida loja nº60 da região, longínquos são os tempos onde o cliente entrava para escolher um tecido ou um cortinado para envaidecer a sua casa. “Hoje, o cliente entra nossa empresa para obter um serviço de projeto de decoração integrado”. A DL Ambientes foi crescendo ao longo das décadas, tornando-se cada vez mais uma marca única no concelho e é, hoje, gerida pelos filhos de Idalina Marques, Nelson e Ricardo, mantendo o cariz de empresa familiar. Um dos fatores que distingue a companhia das restantes é a capacidade de até hoje continuarem a ter o seu atelier de costura (própria), e que “continua a ser uma das mais-valias em termos de serviço”, garante Ricardo Marques, filho de Idalina Marques, entretanto gerente da empresa. Com uma equipa de cerca de sete colaboradores, a DL Ambientes é hoje composta pelo seu gerente, Ricardo Marques que é responsável pelo departamento comercial e de projeto, o departamento de atelier é gerido pela fundadora da empresa, Idalina Marques, pela equipa de montagem e equipa técnica, da responsabilidade de Nelson Marques, com o auxílio de duas colaboradoras na área do design e projetos 3D. Com formação na área de Vitrinismo e Visual Merchindising, Ricardo Marques realça a importância que a sua Mãe ainda ocupa dentro da empresa, e garante que toda a linha do design e de decoração de interiores “tem origem em todo o know-how de trabalharmos nesta área há muitos, muitos anos”. Em 2015, o crescimento da DL Ambientes obrigou a que a companhia aumentasse o seu espaço de comercialização, e abriu 132 | Revista Business Portugal agosto 2019
a loja nº37, mesmo em frente da loja original, tendo hoje os dois espaços abertos para poder agregar as necessidades dos clientes nas várias formas possíveis. Se a loja nº60 é dedicada a toda a área têxtil, a mais recente comporta um showroom com mobiliário interior e exterior. “Temos esta segunda loja, que abriu há quatro anos, fruto da evolução do mercado e das necessidades dos clientes, que são hoje conceitos muito mais amplos. Se antes as pessoas procuravam uma almofada ou um papel de parede, nós hoje temos a capacidade de oferecer muito mais do que isso”. Realçando que para esses serviços “já existem as grandes superfícies”, o gerente da DL Ambientes garante que a base da empresa é fazer… o que os outros não fazem: “As grandes plataformas vendem mais avulso, e nós somos especializados. Somos essencialmente consultores de decoração. Quando um cliente precisa de um projeto de decoração para uma casa ou para uma divisão, vem ter connosco e pede ajuda nesse sentido. No fundo é como se construíssemos um puzzle!”. Reitera o proprietário. Com os projetos de decoração cada vez mais complexos, todos os passos no preenchimento de uma casa tornam-se simultaneamente mais metódicos. Ricardo Marques explica à Revista Business que tudo costuma ter uma ordem, até para o cliente ter uma noção progressiva do que está a criar. “Começamos sempre pelo maior até ao mais pequeno. Ou seja, os clientes primeiro procuram a nossa nova loja nº37, onde o mobiliário interior e exterior, estofos e a iluminação são definidos, sendo que a loja nº60 oferece a exposição das coleções de têxteis vs papéis de parede, de produtos da Castelbel, os tapetes e tecidos, enfim, tudo que seja pormenores, bem como o seu atelier. A evolução foi de tal forma que optamos por
DL AMBIENTES MOBILIÁRIO E DECORAÇÃO
neo, orgânico, onde a luz natural e a inclusão do têxtil procuram dar um ambiente muito próprio e confortável para quem escolhe os nossos serviços”, explica Ricardo Marques. Para além do mais, a DL Ambientes tem tido uma participação cada vez mais ativa em termos de mercado, escolhendo sempre marcas nacionais para trabalhar consigo. O objetivo passa essencialmente por proporcionar uma “experiência a todos os níveis” para os clientes, mas “fortalecendo e apostando sempre na economia nacional, contudo representamos diversas marcas conceituadas internacionais de mobiliário, iluminação e têxteis”, diz o atual administrador e filho
criar condições para responder à procura dos clientes, nomeadamente com a abertura da loja nº37”. Com uma fórmula de clara “chave na mão”, a DL Ambientes trabalha cada vez mais com clientes estrangeiros, que procuram uma gama média alta para decorar a sua casa quando vem para Portugal. Admitindo os estilos diferentes de cada cliente, Ricardo Marque garante que a “versatilidade” da empresa permite dar respostas diferentes a essa procura. Em termos de conceito, apesar de haver uma óbvia adaptação ao consumidor, a DL Ambientes mantém as suas impressões digitais em todos os produtos fornecidos: “Procuraremos sempre manter a nossa linha de estética, ou seja, um estilo contemporâ-
da fundadora. Com os seus serviços a estenderem-se por todo o território nacional, a DL Ambientes não só conta com o seu serviço de costura própria, como também disponibiliza os seus projetos 3D, onde o cliente pode observar e modificar o produto final ao detalhe, e poder ter outra perceção do que realmente deseja para a sua casa. Além do mais, a empresa de Caldas da Rainha aposta ainda no serviço de “Home Staging”, fruto das parcerias com empresas de imobiliário e construção, ajudando os seus parceiros a rentabilizar os imóveis, maximizando o seu potencial comercial, através de diversas técnicas de design de interiores. Quando questionado sobre o futuro e as próximas apostas da companhia, Ricardo Marques sabe que a receita principal é continuar com um “crescimento sustentado e racional da companhia”, e com a experiência obtida até agora, saber quais os momentos certos para investir e inovar. Mas pegando nas marcas de história que atravessaram a Rua Dr. Miguel Bombarda nos últimos 45 anos, Ricardo Marques admite que um dia todo o projeto poderá evoluir para além desta grande rua. “Sem dúvida um dia o nosso objetivo passará por criar um espaço comercial comum, em vez de estarmos divididos por duas lojas, mesmo que na mesma rua, no centro da cidade. Queremos uma centralização de espaços, digamos assim, para a comodidade dos nossos clientes. Mas para isso, teríamos que abdicar do espaço onde tudo começou…”, conclui Ricardo Marques. Rua Dr. Miguel Bombarda, Nº 60 e 37 R/C Caldas da Rainha 262 835 027 | 964 997 725 geral.dlambientes@gmail.com
www.dl-ambientes.com
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JANSSEN PORTUGAL
Nélson Bernardes e Suzete Caseiro, sócios-gerentes
para habitações, nomeadamente quartos, salas, móveis de casa de banho, cozinhas, escritórios, entre outros. A principal matéria-prima utilizada é o aglomerado de madeira, mais conhecido como melamina, que é o nosso produto base. Produzimos algum material em folha, mas corresponde apenas a dez por cento da nossa produção”, explicam.
Da AF Móveis para sua casa
NA LINHA DA FRENTE DO MOBILIÁRIO MODERNO Susete Caseiro e Nelson Bernardes - sócios-gerentes da AF Móveis - falam do legado de família fundado no ano de 1984, em Paio de Baixo (Pataias, Alcobaça).
“
A empresa António Pereira Vieira Caseiro foi fundada em 1984 como sendo em nome individual e em 1986 foi constituída a empresa - António Pereira Vieira Caseiro, Lda. – onde passou a funcionar já nestas instalações. Desde essa data, a empresa tem vindo a desenvolver o negócio” de mobiliário de habitação, como nos começam por contar os nossos entrevistados. O ano de 2019 fica marcado pela chegada de uma nova gerência que une Susete Caseiro (Advogada) e Nelson Bernardes (Engenheiro Eletrotécnico) na liderança. O core business da empresa centra-se na produção de “mobiliário moderno
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O sistema é simples: o cliente faz a encomenda, todos os dias produzidos os móveis que saem diretamente para o retalhista e a partir daí segue para o cliente final. A pensar no cliente é colocado à disposição o serviço de assistência e respetiva colaboração de montagem. Por catálogo ou à medida, têm a solução para todos os gostos e necessidades. “Nós trabalhamos a partir do nosso catálogo e fabricamos de acordo com o que está no catálogo. Porém, podemos alterar esses mesmos móveis em termos de medida, uma vez que os espaços são diferentes. Por vezes, fazemos móveis específicos que não pertencem à nossa linha, mas tentamos sempre seguir o catálogo consoante os modelos e as cores que temos”, referem. As tendências devem ser seguidas e, sensivelmente, de 2 em 2 anos a empresa lança um novo catálogo que tem como objetivo corresponder às exigências dos clientes. A presença em feiras nacionais é também uma grande vantagem para estar a par de todas as novidades. O trabalho é, maioritariamente, a nível nacional, mas já existe produto AF Móveis a ser exportado através de alguns clientes. Em Portugal, contam com vendedores em zonas específicas de vendas no país que fazem pesquisa através de lojas de móveis para perceber onde é mais interessante se posicionarem. Para além da presença física, consideram que a página online “www. moveisaf.com” é cada vez mais importante. Diariamente trabalham 38 colaboradores para transportarem as ideias até à casa dos clientes, sempre com o máximo profissionalismo e qualidade, pois sem eles nada disto era possível. Para isso, dispõem de um processo produtivo bastante organizado. “O nosso processo produtivo consiste em idealizar o móvel consoante as cores e o formato. É feito num programa que engloba o sistema
AF MÓVEIS
i4.0/indústria 4.0. Esse programa é introduzido diretamente nas máquinas e os funcionários apenas chamam o programa e cortam as peças. Depois essas peças levam o seu próprio tratamento de orlagem, e em seguida são feitas as furações necessárias à montagem dos moveis na CNC. Segue-se a colocação da ferragem, o móvel é montado na linha de prensa, e depois é limpo e embrulhado. O objetivo de estar na indústria 4.0 é aumentar a produtividade, eliminar erros humanos e ter uma opção mais dinâmica de produção. Sem essa ferramenta teríamos de cortar uma peça de cada vez, muitas horas de programação , o que quebra muito a produção”.
os gerentes. Assim, pretendem “que a empresa continue a crescer a um ritmo sustentado, que os nossos clientes vejam em nós uma possibilidade forte/um parceiro em termos de produto e de qualidade. Temos entregas rápidas com um design agradável do nosso produto e temos um leque variado de ofertas que vai ao encontro das expectativas dos nossos clientes. A nossa mais-valia é o nosso produto e a nossa imagem, bem como a assistência pós-venda que damos. O cliente final sabe cada vez mais aquilo que quer. É mais exigente e mais rigoroso”, salientam.
Futuro Dispostos a enfrentar novos desafios, Nelson e Susete desejam cimentar e consolidar o trabalho de seis meses de gestão. “Futuramente queremos crescer e a exportação também passa pelos nossos horizontes que será mais a longo prazo. Para isso, a nossa produção tem de ser mais flexível e rápida”, rematam.
PME Excelência / PME Líder ’18 A distinção é recebida com emoção e reflete “um trabalho bem feito, um grande esforço que foi feito e foi conseguido. Não é qualquer empresa que é PME Líder e Excelência. Simboliza a nossa vontade de continuar”. O caminho para o sucesso continua e baixar os braços não é uma opção para
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CAFÉ FERREIRA
“FABRICAMOS O GENUÍNO PÃO DE LÓ DE ALFEIZERÃO” É em Alfeizerão que se encontra o ex-líbris da região: o Pão de ló. Fátima e Paulo Rodrigues são hoje os gerentes do Café Ferreira, a pastelaria que guarda a receita original do verdadeiro Pão de Ló de Alfeizerão.
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udo começou no final do século XIX, quando os mosteiros começaram a ser desocupados. Um grupo de monjas decidiu fugir para a zona de Alfeizerão onde encontraram Amália Grilo (trisavó de Fátima Rodrigues) e familiares. De bom coração a senhora ofereceu estadia às monjas fugidas sem esperar nada em troca. Mas, como tudo o que fazemos de bom, nos é retribuído, foi-lhe oferecido um dos melhores tesouros: a receita do Pão de Ló. A receita foi um sucesso e em 1923 valeu-lhe uma menção honrosa. Já no fim da sua vida, Amália Grilo, entrega o segredo à sua nora para que ela prosseguisse com a doçaria. Maria Ferreira (bisavó de Fátima Rodrigues) agarra assim no negócio e começa a explorar o produto de outra forma. Depois de uma sociedade mal sucedida em 1927, Maria Ferreira decide abrir um espaço, em 1947, e nasce assim o primeiro Café Ferreira. Existiram épocas em que chegou a ter dois espaços abertos em simultâneo, mas em 1964 decidiu demolir a casa original e criar uma de raiz onde permaneceu até falecer, em 1980. O negócio permaneceu vivo com os seus filhos. Em 1983 já estava no comando a quarta geração, ou seja, Maria Rosa Ferreira Suzano, a mãe da nossa entrevistada.. Em 1995, quatro anos após o falecimento da mãe, a casa fica fechada durante ano e meio. O negócio reabre em 1997 com Fátima Rodrigues , irmã, (quinta geração) e Maria de Fátima Ferreira Lopes, prima, (quarta geração)”. Dez anos mais tarde o irmão sai da sociedade e em 2014, por motivos de saúde, Maria de Fátima entrega a sua parte a Fátima Rodrigues com 136 | Revista Business Portugal agosto 2019
uma condição: “tens de manter o nome Café Ferreira”. Assim ficou até aos dias de hoje.
O famoso Pão de Ló de Alfeizerão Conhecido e acarinhado por todos, o Pão de Ló de Alfeizerão tem resistido ao tempo e tem mantido as suas características mais tradicionais. “O fabrico do Pão de Ló foi ensinado com as mesmas técnicas com que se faz hoje não tendo nascido, como dizem por aí, devido a um engano por causa do rei Dom Carlos. Nós temos a noção de que temos nas mãos um legado, um produto que colocou Alfeizerão no mapa. Para isso é importante manter este produto fiel a si mesmo: fresco, fofo e com qualidade”. Tendo como único ponto de venda a Casa Ferreira, Fátima não esconde que passam por lá todo o tipo de clientes, nomeadamente algumas figuras públicas. “Temos muitos clientes que fazem um desvio para conhecer as nossas iguarias”. Mas afinal o que tem de especial o Pão de Ló de Alfeizerão? Tem a leveza, o sabor, os produtos de qualidade da região e, acima de tudo, tem um selo de confiança inquestionável.
Uma grande diversidade de produtos “Tudo o que produzimos é com as mesmas bases dos produtos da região, providenciando sabores diferentes. Em relação às massas dos nossos bolos, os clientes podem encontrar a de chocolate, pão de ló, amêndoa e noz. Depois temos empadas (frango,
frango, caril e maçã, frango e espinafres, bacalhau), empadas doces (maçã e chocolate), trevos de amêndoa (a segunda receita mais antiga da casa), bola de berlim de alfarroba, bolos de aniversário, bolo-rei (só por encomenda), bolo rainha (com os verdadeiros frutos secos), folares de Páscoa, bolo de maçã e mel, broas (com uvas-passas, amêndoa ou noz), entre outros. Queremos estar sempre a inovar e procuramos ser melhores todos os dias”.
Futuro doce Os sonhos são muitos. Desejam modernizar e aumentar o fabrico e começar a fazer distribuição para pontos-chave, mas todos estes planos são a longo prazo. Por enquanto, pretendem manter a essência do projeto e honrar o nome de família.
Rua 25 de Abril nº 215 2460-162 Alfeizerão Tlf.: 262 990 719
ESPECIAL BEIRAS LOUSÃ
O poema escrito em 1954 por António Victor que se veio a tornar o hino da Lousã com a melodia de Eduardo Loureiro reflete os mais belos encantos da região: “Ó minha terra bonita, Garrida vila Coimbrã, Com a tua luz infinita, E o teu nome de lousan. És noiva do horizonte, Toda de branco vestida. Não há nuvem que te afronte, Neste céu da tua vida. Não és forte nem és feia, És pequenina e singela! Como uma casa da aldeia, Que só tem uma janela!...” Inserida na outrora conhecida como região das beiras, a Lousã e a sua serra ficam inseridas na Beira Litoral, na região Centro de Portugal. Uma terra onde os opostos se encontram e se unem para tornar dela uma das mais típicas zonas a visitar. Se é urbana também é rural e permite com esta diversidade explorar os recursos naturais que lhe foram atribuídos: os campos, a serra e rio. Para os apaixonados pelo turismo existem encantos e recantos que devem ser explorados. Das atividades desportivas às experiências gastronómicas a Lousã é de todos e para todos.
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O PÃO QUENTE
PRODUTOS MAIS NATURAIS, BENÉFICOS NUTRICIONALMENTE E TRADICIONAIS A Revista Business Portugal esteve à mesa com Carlos Santos (CEO) no “O Pão Quente”, em Arganil. Não nos sentamos para comer ou beber, mas sim para escutar atentamente a história do empresário e do negócio que construiu e consolidou ao longo do tempo.
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ão tendo condições para prosseguir os estudos, Carlos arregaçou as mangas e iniciou a sua carreira profissional muito cedo, tendo começado por ser ajudante de mecânico, durante cinco meses. Aos 15 anos, surgiu a oportunidade de aprender a arte da panificação e pastelaria, sendo que nunca mais parou desde então: “estava melhor onde estava, porque o mecânico trabalha cinco dias por semana e nós, aqui, trabalhamos seis e sete dias, muitas vezes também à noite. Mas aí começou um percurso! Comecei a ser empresário por volta dos 23 anos, numa outra sociedade aqui perto e, em 1996, começamos com esta unidade. Depois, em 2001, fizemos uma remodelação e aumento de espaço e, em 2004, abrimos um estabelecimento de raiz, com produção em Santa Comba Dão”, contou-nos o entrevistado. Hoje, operam com duas marcas: a “O Pão Quente – Centro Gastronómico”, que atua na área de padaria, pastelaria e atendimento ao público; e a “Golden Cake”, que surge pela necessidade de adaptação ao mercado: “este ano foi o ponto de viragem e foi outra alavancagem na nossa área de negócio, devido à falta de mão-de-obra e falta de formações técnicas nestas vertentes. Assim, começamos na área de pastelaria congelada acabada numa unidade pequena com o foco do mercado internacional”, explica. 138 | Revista Business Portugal agosto 2019
Carlos Santos, ceo
“O interior é bonito, mas não é apoiado” Um grave problema que afeta não só esta, mas várias áreas de atividade, é a dificuldade em contratar mão-de-obra qualificada, além de que o setor também enfrenta a realidade da substituição dos postos de trabalho por máquinas, especialmente na distribuição moderna, onde a grande
O PÃO QUENTE
relações com o estrangeiro”. Carlos tem a necessidade de reinventar o negócio, a fim de ultrapassar os obstáculos que vão aparecendo no caminho. A legislação do país também não é a mais favorável pois, no supermercado, os produtos importados têm mais químicos, aditivos e sal que o pão produzido cá, que está, neste momento, com 0,8 gramas de sal por cada quilo de pão e é feito de forma tradicional, com farinhas e leveduras que levam o seu tempo a estar prontas e, muitas vezes, a opinião dos próprios nutricionistas é incorreta: “devem falar dos produtos distinguindo os tradicionais, sem aditivos, separadamente dos alterados, com produtos químicos”, explica Carlos, acrescentando que a comunicação no setor está a distorcer as informações: “com as novas tendências de emagrecer e de se falar de produtos sem glúten, começa a haver uma procura por outros tipos de produtos. Mas eles também devem lembrar os benefícios do pão. Nos últimos anos temos lutado pela união das associações do setor, para que todos juntos possamos fazer a diferença”. “O Pão Quente” não prescinde de fabricar os seus produtos da forma tradicional e original, sendo que também aposta na inovação e em soluções mais benéficas a nível nutricional: “a distribuição moderna vem alterar as características dos produtos”.
preocupação é a produção em massa. Carlos explica-nos que “esta modernização não só se deve à necessidade de aumentar a produção, mas também à complexidade que se tornou contratar pessoas especializadas. Eu escolhi sempre dar a formação a quem entra no meu projeto e ensinar essas pessoas a fazer os nossos produtos como sempre os fizemos. As poucas formações que existem não são bem orientadas e não são planeadas a pensar no futuro. É importante fazer a pergunta: onde queremos estar daqui a 10 ou 15 anos? Como vai estar o nosso setor? Como podemos fazê-lo evoluir em Portugal?” Outro entrave na evolução do negócio é algo que se arrasta há anos: a desertificação do interior de Portugal, que leva à perda dos clientes que se vão estabelecendo nas grandes metrópoles e arredores, ou mesmo pelo resto do mundo. Para além disso, há ainda as desigualdades entre as grandes e pequenas regiões do país: “continuamos a pagar mais pelos produtos do que na capital, porque temos despesas de transporte elevadas. Continuamos a pagar os mesmos impostos das grandes cidades. Numa reunião, no outro dia, percebi que o estado gasta cerca de 13 euros por eleitor no interior, enquanto nos grandes centros gasta mais de 60 euros. O interior está a ficar envelhecido e os jovens não querem ficar cá. Por isso é que abrimos a “Golden Cake”, para nos dar mais oportunidades. Fortalece, principalmente, as nossas
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“Aqui nós só trabalhamos com culinária saudável, com qualidade e sem aditivos” Este tipo de produção cuidada acarreta custos superiores, o que também leva a que haja uma variedade de produtos superior ao normal, para que se consigam captar mais clientes e compensar o investimento. Ao entrar no “O Pão Quente”, irá deparar-se com uma panóplia de produtos, desde o pão de fermentação natural, que fazem todos os fins de semana; pão de água, feito de forma tradicional, sem aditivos e com farinha em rama; bolo rei; bolo inglês de frutos secos, que vendem às fatias; broa de milho; broa de batata; broa de abóbora; a queijada de queijo fresco, com a qual concorreram na primeira eliminatória das Sete Maravilhas Doces de Portugal; bolos de aniversário personalizados; e o pastel de nata: campeão das vendas. O facto de se diferenciarem pela diversidade, variedade e qualidade, faz com que tenham clientes de todos os pontos do país, que arranjam as mais variadas formas de adquirir os produtos do “O Pão Quente”: desde fazer o desvio nalguma viagem, pedirem a alguém para ir buscar ou fazer encomendas, enviadas posteriormente por transportadora. Apesar das adversidades encontradas, Carlos Santos faz um balanço positivo destes anos de atividade, onde já fidelizou um alargado número de clientes e construiu uma reputação considerável. Apesar de ser uma atividade exaustiva, Carlos ganhou um carinho especial pelo setor, tendo-o transmitido à próxima geração da família: a sua filha mais velha já se encontra a trabalhar com Carlos, estando o filho do meio a terminar a formação, para lhe seguir os passos, no entanto, o mais novo está a seguir o seu próprio rumo: “não imponho que eles venham para cá, mas é bom saber que, pelo menos algum deles, vai seguir com este projeto”. O futuro parece estar assegurado, sendo objetivo consolidar o projeto e concretizar o sonho de pôr a fábrica de exportação a trabalhar na máxima força, não fazendo parte dos planos de Carlos abrir mais unidades noutros locais, quer apenas trabalhar por parcerias nos grandes centros: “temos alguma distribuição em Lisboa, inclusive vamos fornecer uma nova loja gourmet. Expandir iria implicar um grande investimento, porque não quero reduzir a qualidade que temos aqui. Abrir um novo espaço de venda iria traduzir-se em abrir também um novo espaço de fabrico, pelo que preferimos apostar nestes dois projetos com produções e funções muito diferentes: um deles pretende captar os clientes locais, enquanto o outro pretende percorrer o país e o mundo com os nossos produtos”. Rua Comendador Saul Brandão, Bairro do Saptinho Arganil 235 204 734| padariaarganil@gmail.com Avenida general Humberto delgado Santa Comba dão 232888123 | padariasanta@gmail.com
FUNDAÇÃO ADFP 31 ANOS A INVESTIR, COM BONDADE, EM PESSOAS
RESTAURANTE CASA VELHA
INGREDIENTES USADOS NA CASA VELHA: ALMA, ESSÊNCIA, PAIXÃO E EMOÇÃO A Revista Business Portugal teve o prazer de passar um serão na Casa Velha, o restaurante mais antigo da Lousã. Pudemos não só desfrutar de alguns dos seus pratos, mas também ter uma agradável conversa com Maria João Costa, membro da segunda geração da família que continua a levar a bom porto um trabalho que já está a ser desenvolvido há 33 anos.
restaurantecasavelha 142 | Revista Business Portugal agosto 2019
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udo começou, tal como o nome indica, numa casa velha, onde era a Rádio Clube da Lousã. Reinaldo e Maria Emília Costa, pais de Maria João e Márcia Costa (que estão à frente do estabelecimento desde 2017), chegaram à Lousã, vindos do norte do país, para começar tudo do zero. Fruto de muito trabalho árduo, começaram o projeto, no entanto, mudaram-se novamente de malas e bagagens, desta vez para Coimbra, onde estiveram no restaurante Alfredo. Mas quis o destino que voltassem à Lousã para darem continuidade ao seu projeto de vida: a Casa Velha. Depois de vários anos de sala, Reinaldo Costa teve de se afastar do restaurante, devido a motivos de saúde, e a sua esposa e responsável da cozinha, Maria Emília Costa, decidiu acompanhá-lo, fazendo com que as duas filhas assumissem o comando do restaurante. Márcia Costa terminou os estudos cedo e sempre trabalhou no restaurante com os seus pais, já Maria João ajudava nas férias e fins de semana desde os tempos da escola, mas confessa que no início não nutria especial gosto pela tarefa. Com o tempo veio-se a aperceber que a restauração lhe estava no sangue e o problema de saúde do pai acabou por colocá-la novamente na rota do restaurante, para que a irmã não assumisse o compromisso sozinha, levando-a a dividir o seu tempo entre Lousã e Lisboa, onde estabeleceu a sua vida. A Revista Business Portugal apenas se sentou à mesa com Maria João Costa, no entanto, a suas palavras e olhar conseguiram transparecer toda a alma e entrega que a família inteira coloca na Casa Velha. Desde sempre, houve um grande esforço por parte de toda a família e o resto da equipa para chegarem a um serviço de qualidade e para satisfazerem sempre os seus clientes. Todo o staff procura que o cliente tenha uma excelente experiência gastronómica e de convivência e que vá embora contente.
O que comer e beber Ter uma refeição na Casa Velha é fazer uma viagem por Portugal! Baseada na cozinha tradicional portuguesa e mantendo a essência da carta originalmente
restaurantecasavelha
Casa Velha
RESTAURANTE CASA VELHA
Duas geracões da família Casa Velha - 2000 Márcia Costa e Maria João Costa - 2018
Restaurante Casa Velha - 2019
Reinaldo Costa -1987
criada pelos pais, Maria João e Márcia foram-na adaptando e introduzindo novos conceitos. Aqui pode deliciar-se com bacalhau à narcisa, chanfana, açorda alentejana, bacalhau confitado, tripas à moda do Porto, pataniscas de bacalhau com arroz de feijão, filetes de bacalhau fresco com arroz de berbigão, cabrito, perdiz à Beirão, veado, javali, lampreia (sazonal), língua de vitela estufada e tantos outros pratos que nos fazem saborear o país de norte a sul, dentro das mesmas quatro paredes. Para acompanhar, tem ainda uma carta de vinhos com cerca de 350 referências, sendo estas rotativas. Maria João procura ter vinhos económicos, mas tenta fugir às marcas que se encontram nas prateleiras dos supermercados, tendo feito, inclusive, uma forte aposta no vinho da casa: “é da Cuba alentejana, pois não conseguimos ter um vinho da nossa região porque não temos relação preço/qualidade. O nosso vinho da casa é o Vargas, um lote especial feito só para nós”, explica-nos a entrevistada. Para terminar a refeição, pode ainda experimentar a sobremesa típica da região: a tigelada da Lousã, que é a sobremesa mais vendida na Casa Velha e é como se fosse um pudim, mas cozido numa taça de barro, que vai ao forno e leva especiarias, a famosa mousse de chocolate da Dona Emília (mãe), que já faz furor há anos, o bolo de bolacha com um toque especial – uma colher de mousse de chocolate por cima, quindim de coco, sericaia ou a tarte de requeijão com compota de frutos vermelhos caseira. O preço médio por pessoa é de 15/20€ e ao fim de semana é recomendável fazer reserva. O horário de funcionamento é das 11h – 15h para almoço e 19h – 22h30 para jantar, estando o restaurante encerrado domingo ao jantar e segunda-feira todo o dia.
“Se vierem cá vão-nos trazer muitas alegrias” Passaram dois anos desde que Maria João e Márcia Costa estão à frente da Casa Velha e o balanço que fazem é positivo e é notório o orgulho que sentem no trabalho desenvolvido até aqui: “é gratificante para nós podermos dar continuidade ao trabalho de uma vida dos nossos pais. Nós aprendemos tudo com eles: a forma de trabalhar, a qualidade que servimos. Nunca descuramos isso, mas eu via noutros sítios e fui sempre aprimorando e absorvendo tudo”, refere Maria João, que faz
um grande esforço pessoal, pois vai para Lousã à terça e volta para Lisboa à sexta, para não deixar de dar apoio à sua irmã: “faço o sacrifício para não deixar o nome da Casa Velha morrer e para que o bebé eterno dos meus pais possa crescer ainda mais. Sempre prometi que ia continuar a fazer o bom trabalho deles, mas com o nosso cunho pessoal, com uma visão diferente e inovadora”. O sucesso tem-se comprovado através dos clientes, que se têm mantido ao longo de décadas e vão aumentando ano após ano, surgindo de todo o país e mesmo estrangeiro, muitas vezes deslocando-se de propósito para ter uma refeição na Casa Velha. Mas o sonho de levar o nome da Lousã ainda mais além mantém-se e, sempre que é possível às irmãs, continuam a investir para melhorar o espaço, produtos e serviço, de forma a receberem da melhor forma os seus clientes, para que continuem a visitar o restaurante, saiam com uma boa impressão e nunca se esqueçam dele. A equipa da Revista Business Portugal pode garantir que é difícil esquecer a Casa Velha: para além do bom momento passado, podemos verificar a satisfação e alegria das pessoas que nos rodeavam. Não podiam terminar sem mencionar o staff que acompanha o projeto ao longo dos anos e que “já faz parte da mobília” (Chef Mira e Subchef Lurdes) assim como agradecer o apoio e a constante vontade de inovar que se reflete no sucesso diário do restaurante. “Chef Mira é uma comparsa nas ideias para novos pratos e tudo lhe sai bem. Tem um dom natural para cozinhar com alma, pois fá-lo com muito amor. Não podemos deixar de referir a nossa Márcia, que é acarinhada por todos mostrando também um carinho enorme por quem nos visita”. Maria João Costa finaliza a entrevista deixando o convite: “a Lousã tem uma beleza inconfundível, tem uma serra espetacular e um bom restaurante. Passem por aqui, pois se vierem cá, vão-nos trazer muitas alegrias”!
Praça Dr. Francisco Sá Carneiro, lote 14 - Lousã Reservas: 239 991 555 / 919458549 Horário de Funcionamento 11h-15h / 19h-22h30 Encerrado ao Domingo ao Jantar e segunda todo o dia agosto 2019 Revista Business Portugal | 143
UNIÃO DAS FREGUESIAS DE FOZ DE AROUCE E CASAL DO ERMIO
“TEMOS TIDO UMA GRANDE PREOCUPAÇÃO COM A MANUTENÇÃO DO TERRITÓRIO” Com a agregação obtida em 2013, a União das Freguesias de Foz de Arouce e Casal do Ermio encontra-se hoje num trajeto ascendente, e as novas atrações e costumes da região não só tem trazido cada vez mais os olhos dos turistas, mas também os olhos de quem se deseja afixar por mais tempo. A Revista Business esteve à conversa com Henrique Lourenço, Presidente da Junta, e veio perceber quais os sinais do presente e os objetivos para o futuro da freguesia.
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om uma união estabelecida por “imposição legal” em 2013, a junta de freguesia do concelho de Lousã conta hoje com a liderança de Henrique Lourenço (PS), que começou por confessar que uma das primeiras conclusões que obteve no seu primeiro ano e meio de mandato foi realmente a união “estabelecida unicamente no papel” entre Foz de Arouce e Casal de Ermio, porque “na prática, continua cada
Rua Principal n.º 41 - Lugar de Baixo 3200-029 Foz De Arouce Telefone:239992419 Telem: 963677044 Email:freguesiaf.aroucec.ermio@gmail.com www.fozdearouce.pt
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executivo
de Arouce, apesar de ter sido inaugurado há relativamente pouco tempo (Março) rapidamente se tornou num dos maiores pontos culturais da região, contando com espetáculos periódicos, e claro, visitas guiadas com marcação prévia. Quando questionado sobre a fixação e a agregação no território, Henrique Lourenço acredita que tem havido um caminho progressivo nos últimos anos. “Nos últimos anos tem havido, com muita felicidade minha, um grande aumento em termos de imobiliário e de investimento das pes-
um com as suas atividades independentes”, explica. Com a Junta de Freguesia a manter-se em Foz de Arouce, devido ao maior peso de habitantes e eleitores, o autarca refere que a sede da freguesia de Casal de Ermio continua a ser utilizada como uma “delegação” da própria junta. Com uma população conjunta a rondar os 1500 habitantes, a Freguesia de Foz de Arouce e Casal de Ermio apresenta-se neste Praia fluvial da Bogueira verão com uma montra crescente de interesses, fazendo progressivamente que, quem visite a região, encontre cada vez soas, muitas vezes jovens, com a ideia de mais razões para prolongar a sua estadia. se fixarem aqui na nossa região. Mesmo “Temos tido uma grande preocupação com em termos de natalidade tem havido esse a manutenção das nossas atrações. E, sem registo progressivo. Desejamos tê-los por cá dúvida aqui, tanto o local como o turista por muitos, muitos anos”, reitera Henrique encontra a vertente da natureza muito bem Lourenço, que também realça o investirepresentada. É um bem extraordinário mento industrial que tem sido feito, com que a freguesia seja atravessada por um rio empresas locais a obter os maiores números (Ceira)!”, exclama o presidente da junta, de faturação do próprio concelho de Lousã. fazendo alusão também à praia fluvial da Conhecido, em termos gastronómicos, Bogueira, uma referência turística do con- pelo mel da Serra de Lousã e pela panóplia celho, esta zona está equipada com bar, es- de pratos à base da carne de porco, conplanada, e espaço para piquenique, piscina siderado por muitos como um verdadeiro para crianças e campos de jogos. “petisco”, a Freguesia do Foz de Arouce e Mas sem dúvida a maior atração deste Casal de Ermio vai perdendo a inibição verão – e que irá prolongar-se para as outras de demonstrar todos os seus trunfos. Seja estações – é inevitavelmente o “Momo”, turista, local, ou apenas um curioso, será o primeiro Museu do Circo em Portugal. cada vez mais difícil de a ignorar quando Situado na antiga Escola Primária de Foz passar pelo concelho de Lousã.
PARADIGMO
VIAGENS PERFEITAS, LOCAIS MARAVILHOSOS
Em plena serra da Lousã, nasce a empresa Paradigmo. Um negócio que envolve pai (José Gomes) e filho (Gabriel Gomes) na concretização das melhores atividades turísticas da região.
outros locais. Os amantes de desporto de natureza podem ainda visitar a loja de bicicletas, onde podem adquirir e fazer manutenção do material necessário para diversas atividades e trilhos e ainda têm a possibilidade de alugar bicicletas de montanha e em breve também bicicletas elétricas.
Atividades para todos os gostos
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José e Gabriel Gomes, sócios-gerentes
olocar Lousã no mapa O primeiro passo de todo o percurso foi a criação do site Lousã.net, uma página com toda a informação turística da região. Porém, aperceberam-se de imediato que apenas o site não chegaria e decidiram criar uma empresa de animação turística, oferecendo um leque vasto de atividades. A vontade de crescer era notável e, após três anos, o negócio expande-se com o início da exploração da Residencial Martinho, um complemento essencial que permitiu um serviço mais completo. O mês de agosto fica marcado por mais um passo importante: a inauguração do Hotel Bem Estar, completamente remodelado. Para os habitantes do concelho, que não necessitam dos serviços desenvolvidos ao nível local, os fundadores decidiram implementar a organização de viagens para o estrangeiro. Assim, possibilitam aos moradores da Lousã e de todo o país experiências únicas para o sul de Espanha, Pirenéus, Picos da Europa, Suíça, Açores, Madeira, entre Rua Flor da Rosa, nº 11 1º Esq | 3200-085 Lousã Email: info@paradigmo.net Contactos: 926550591/239194473
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Qualidade e profissionalismo são os pilares da empresa que aposta na formação de todos os seus colaboradores para poder oferecer os melhores produtos e serviços não descurando a segurança e a saúde: “A nossa forma de agir é formar os nossos colaboradores para que eles se tornem os melhores. Não queremos colaboradores que saibam fazer razoavelmente tudo. Queremos colaboradores excelentes a fazer algumas coisas específicas. Assim podemos marcar pela diferença”, afirmam.
Lousã assume-se como sendo o ponto de encontro ideal entre a história, a cultura, o desporto e a gastronomia. Com essa ideia na mente, as atividades foram preparadas com a maior diversidade possível: “Temos ao dispor dos clientes atividades desportivas (rapel, escalada, caminhada, montanhismo, passeios de bicicleta, entre outras), visitas gastronómicas (pão, mel, queijo, Licor Beirão) e Caças ao Tesouro (envolvendo a história das povoações)”, explicam. Os turistas chegam de todos os cantos do mundo e são atraídos pela facilidade de compra de um pacote único que engloba: viagem, alojamento, alimentação e atividades diferenciadas.
Uma mensagem para todos “Temos aqui todos os instrumentos para vos ajudar a concretizar os vossos sonhos. Os clientes aqui são amigos e quem vem, quer ficar. Há um mundo para descobrir na Lousã, por isso, não perca mais tempo e venha!”, finalizaram os nossos entrevistados.
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Q
uando se referem a obstipação, a maioria das pessoas reporta-se a defecações pouco frequentes, a “prisão de ventre”, a dificuldade de expulsão das fezes ou a uma sensação de esvaziamento após ter defecado. Este é o senso comum. Em termos médicos, um paciente é obstipado se tiver menos de três defecações por semana. O problema é considerado grave se ocorrer menos de uma defecação por semana. A obstipação aguda (de início recente) é distinta da crónica (de longa duração). Os “hábitos intestinais” são variáveis de indivíduo para indivíduo e a preocupação deve acontecer quando existe uma modificação recente e com agravamento progressivo. Este problema pode ter origem em duas situações distintas: atraso da movimentação das fezes no intestino grosso (cólon) ou atraso na saída do recto. As causas podem ser variadas: medicação, alteração no estilo
de vida ou na dieta, alterações hormonais, doenças do intestino ou alterações funcionais, doenças do sistema nervoso ou disfunção do pavimento pélvico. Em qualquer altura da vida quase toda a gente tem períodos de obstipação e as razões são várias e por vezes múltiplas; alterações na alimentação (menos fibras, menos líquidos, menos fruta, mais gorduras...), menos exercício físico, mais sedentarismo, viagens ou estadias fora do seu ambiente habitual, gravidez, cirurgias... A maior parte são situações mais ou menos transitórias e que não são graves. Também algumas doenças, assim como alguns medicamentos, podem ser causa de obstipação. Existem vários exames básicos que podem ser realizados para diagnosticar obstipação. O tratamento da obstipação deve ser faseado de acordo com a resposta do doente. Numa primeira fase o paciente é aconselhado a aumentar em 50 por cento a quantidade de fibras na dieta. Pode também modificar o tipo de fibras, tomar laxantes de lastro (psílio). Nos casos em que é necessário recorrer aos laxantes, recomenda-se o uso de laxantes estimulantes, derivados de plantas (sene, cáscara sagrada, aloé) ou de contacto (bisacodilo, picosulfato). O recurso aos osmóticos (polietinoglicol, lactulose, leite de magnésia) é também uma das soluções. Quando existem alterações na defecação são aconselhados supositórios ou microclisteres. Em todo o caso, o uso temporário de laxantes, para quem pretende uma defecação mais fácil ou para quem pretende ter fezes de consistência mole (podendo, nesta aplicação, ser utilizado noutros casos como na presença de hemorróidas, após cirurgia abdominal e anorretal, em casos de fissuras anais, etc.), é uma solução muito procurada e aconselhada pelos médicos.
RECOMENDAÇÕES • A obstipação é uma doença que não mata, mas mói. Devemos conviver com o nosso intestino. Temos de viver com ele! • Uma história clínica e o exame médico fazem o diagnóstico da maior parte das situações. Alguns exames só serão necessários em casos especiais. • Na maior parte dos casos, o alívio dos sintomas e a pro-
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filaxia da obstipação conseguem-se seguindo recomendações muito simples: • Alimentação variada • Beber muitos líquidos • Fazer exercício físico • Recorrer temporariamente a laxantes.
ARTIGO INFORMATIVO
O QUE É A DIARREIA E COMO SE TRATA A diarreia é definida pelo aumento do volume e frequência das dejeções ou diminuição da consistência das fezes. Pode ser evitada e tratada. Saiba como.
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diarreia pode ser classificada como aguda (duração inferior a duas semanas) ou crónica (duração superior a 4 semanas). Nas situações ligeiras e autolimitadas não é necessário recorrer a um médico. No entanto, se a diarreia subsistir e for acompanhada de outros sintomas, o caso deve ter o acompanhamento de um especialista em gastrenterologia ou médico de família. A definição estrita de diarreia não é consensual e cabe ao médico avaliar a sintomatologia apresentada. Os sintomas associados à diarreia podem ser variados, tais como: dor abdominal, distensão abdominal, flatulência, desidratação, perda de peso, tenesmo, incontinência fecal, entre outros. Segundo a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), a maioria dos episódios de diarreia aguda deve-se infeções gastrointestinais auto-limitadas e facilmente tratadas. Na diarreia crónica, as possibilidades de diagnóstico são mais vastas, sendo esta mais frequente por causas não infecciosas, como a síndrome do intestino irritável (SII), a doença inflamatória intestinal (DII) e as síndromes de má absorção. Na maioria dos casos, o exame físico é importante para determinar a severidade da
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diarreia e não a sua causa. O exame abdominal deve ser cuidadoso para excluir outras patologias que podem manifestar-se com presença de diarreia, como a diverticulite, apendicite ou lúpus, por exemplo. No que toca à diarreia crónica, a sua abordagem diagnóstica e terapêutica é mais complexa atendendo à multiplicidade de causas, como doença sistémica, stress, toma de fármacos, realização de tratamentos como radioterapia, intolerância à lactose, entre outras. Quando deve ir ao médico? Deve recorrer a um especialista nos seguintes casos: • Quando há sangue nas fezes; • Perda de peso; • Febre e/ou vómitos; • Desidratação; • Na presença de doença crónica; • Quando a diarreia é prolongada ou superior a um período de duas semanas. O que fazer? O tratamento mais importante da diarreia passa por assegurar a reposição de fluidos e eletrólitos. A maioria dos casos de diarreia aguda é auto-limitada, sendo apenas necessá-
rio o tratamento sintomático com fluidos e alteração da dieta. Os fármacos antidiarreicos devem ser utilizados com precaução nos doentes com diarreia sanguinolenta, febre e distensão do cólon. O uso de antibióticos deve ser excecional, reservando-se para os casos prolongados, com febre alta e sintomas como vómitos, emagrecimento e desidratação. A antibioterapia empírica deve ser considerada nos casos de diarreia severa e apenas sob prescrição médica. Na diarreia crónica o tratamento é individualizado, segundo as causas. Como evitar a diarreia aguda? 1. Mantenha as mãos limpas para não ingerir microorganismos potencialmente nocivos. 2. Lave as frutas e legumes para evitar a contaminação por bactérias como a e-Coli ou outros parasitas. 3. Beba água limpa e potável para evitar microorganismos nocivos. 4. Cozinhe bem os alimentos perecíveis para evitar bactérias perigosas. A leitura deste artigo não dispensa a consulta de um profissional de saúde.
Fonte: SAPOLIFESTYLE
OUTRAS REGIÕES
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Portugal é um país de encantos. Em cada esquina um lugar para conhecer, uma aprendizagem a reter e uma história de gerações por descobrir. Este último capítulo reúne alguns dos nossos clientes das mais diversas regiões. Aveiro e os seus canais. O Gerês e as suas cascatas. Barcelos com o seu galo e o Algarve com as suas maravilhosas praias. Todas estas regiões, não poderiam faltar na sua revista de verão. Aproveitando as valências culturais e empresariais de cada região não deixe de visitar melhor cada uma delas. Fique a conhecer nas próximas páginas algumas referências regionais.
JUNTA DE FREGUESIA DE VILAR DA VEIGA
“HAVIA MUITA GENTE A ACHAR IMPOSSÍVEL O QUE REALIZAMOS ATÉ HOJE” Foi na margem sul da serra do Gerês, em pleno coração do concelho de Terras de Bouro, abraçado pelos transparentes rios que embelezam o norte de Portugal, que a Revista Business veio a conhecer a freguesia de Vilar de Veiga. Com António Príncipe ao comando desde 2005, o turismo a preservação da região tem sido as áreas sociais de maior trabalho realizado pela junta.
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om uma população um pouco acima dos mil habitantes, Vilar da Veiga é hoje uma freguesia que se mistura diretamente com uma das maiores atrações da natureza que definem Portugal. Separada entre rios na famosa serra do Gerês, e igualmente reconhecida a vila de Termas do Gerês, a freguesia é hoje presidida por António Príncipe, que em pleno terceiro mandato promete continuar a apresentar obra feita na região. Reconhecendo que os primeiros quatro anos foram marcados pelo “trabalho de recuperação económica”, realça que a freguesia se encontra hoje “recuperada”, e que continuará a tentar melhorar progressivamente os gastos da junta: “O dinheiro público é para se prezar, penso eu. Há pessoas que infelizmente acredito
que pensam ao contrário, mas para mim uma regra muito importante na política é saber prezar ao máximo o dinheiro que não é nosso. E por isso é importante saber como gastá-lo da melhor forma”, explica. Quando questionado sobre a possibilidade de um próximo mandato, António Príncipe garante ainda não ter tomado uma decisão final e esclarece que para haver uma continuidade “saudável” num cargo de presidência é preciso “haver motivação” das próprias pessoas. “Sei que os habitantes de Vilar de Veiga tem estado contentes com o nosso trabalho, ou de outra forma não teria havido reeleição. Claro que com oito anos de presidência uma pessoa já conhece os cantos à casa, como se costuma dizer, e sabe onde estão as soluções para os problemas do dia-a-dia. Mas estará tudo relacionado com a energia que terei para continuar, e que desgaste poderei ter. Mas na altura certa as pessoas saberão”, reitera o edil. António Príncipe promete ainda continuar a apresentar obras ao longo do seu mandato, prometendo nunca mudar de modelo político para lá chegar. “Eu percebo
que há algumas pessoas que possam querer tudo ao mesmo tempo, mas garanto que ninguém na política ou em qualquer cargo de gestão tem sucesso tentando resolver tudo simultaneamente. Prefiro fazer uma coisa de cada vez e passar à fase seguinte. E tem sido esse também parte do nosso segredo”, revela. A estrada de Ermida, os passeios entre as pontes e a Assureira e a recuperação do Banco Ramalho são as principais bandeiras dos seus mandatos que, quando estiverem concluídas irão, com toda a certeza, enriquecer a freguesia. O presidente da Junta de Freguesia de Vilar de Veiga confessa que o trabalho até agora efetuado “enobrece qualquer freguesia”, e acredita que houve uma resposta forte ao pragmatismo com que foi encarado nos primeiros meses. “Houve muita gente que achava impossível, mas com uma grande vontade das pessoas e com um apoio extraordinário do Presidente da Câmara de Terras de Bouro, os resultados foram surgindo e creio que temos hoje uma freguesia muito mais completa, pronta para receber todo o tipo de pessoas, de todas as idades”, prometendo ainda continuar a melhorar o turismo e os acessos da região caso continue num próximo mandato. Lugar de Pereiró, nº 155 Vilar Da Veiga, Braga 253 391 313 • fvveiga@gmail.com agosto 2019 Revista Business Portugal | 153
JUNTA DE FREGUESIA DE SÃO JACINTO
ENTRE A RIA E O OCEANO ESTÁ SÃO JACINTO
‘Sossegada, calma, segura e bela’, assim é a freguesia de São Jacinto. Situada no concelho de Aveiro, é habitualmente conhecida pelas suas praias, sendo o areal selvagem e as inconfundíveis dunas os maiores orgulhos dos habitantes e o fascínio dos turistas. António Aguiar, presidente da junta, dá a conhecer melhor a freguesia onde nasceu e que hoje defende com alma e coração. os mais idosos tem apoio aos medicamentos, aulas de informática, centro social e paroquial e Espaço Social. Temos ainda ajudas para os mais desfavorecidos através da nossa loja social onde oferecemos o que nos é doado e onde proporcionamos um lanche todas as tardes para quem desejar aparecer, para além destes bens, ajudamos ainda com assistência social e fisioterapia”, remata. O ponto forte da economia da região mudou de rumo e hoje é nos restaurantes onde encontram a grande potência da região. Nas mesas dos melhores restaurantes da região o peixe é o rei! É servido, durante todo o ano, seja grelhado ou em caldeirada, mas mantendo sempre António Aguiar, presidente
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paixonado pela sua terra natal, mas obrigado a deixá-la por motivos profissionais, António Aguiar volta às origens enfrentando a aventura de defender a sua terra e de a elevar a um outro nível. “Este cantinho onde nasci era um canto muito frequentado por quem procurava um sítio para relaxar ao fim de semana. O investimento ficou estagnado durante anos e a falta de acessos não era um problema porque tínhamos uma economia própria e tínhamos os recursos necessários para os habitantes locais. São Jacinto tinha um bom estaleiro de construção naval e uma área militar a funcionar em pleno o que permitia garantir o sustento das famílias da freguesia. Os tempos mudaram e estas duas grandes potências deixaram de existir e os postos de trabalho começaram a não ser suficientes para os residentes. Assim, os moradores tiveram de encontrar novos postos de trabalho fora da freguesia e foi nesse sentido que eu também deixei a minha terra”, explica. Dos mais novos aos mais velhos todos se divertem na freguesia de São Jacinto. “Para além de termos uma segurança fora do normal onde os mais novos podem ir livremente à praia sem medos, temos ainda outras atividades para completar os tempos livres. A piscina é uma das atrações mais visitada e onde existem aulas de natação para os mais novos. Os estudantes contam ainda com apoio ao manual escolar e outras despesas de educação enquanto 154 | Revista Business Portugal agosto 2019
Nas mesas dos melhores restaurantes da região o peixe é o rei! É servido, durante todo o ano, seja grelhado ou em caldeirada, mas mantendo sempre a frescura e qualidade do produto a frescura e qualidade do produto. O futuro da região passa pelo investimento na melhoria da qualidade de vida dos habitantes e no aumento de unidades hoteleiras e de restauração para conseguir responder às necessidades dos turistas. “Neste momento, temos um número reduzido de oferta hoteleira (40 camas) e apesar de termos um parque de campismo a oferta continua a não ser suficiente”, conta. O espaço para autocaravanas ainda não é o definitivo, mas há uma solução para os amantes de um turismo menos convencional.
JUNTA DE FREGUESIA DE SÃO JACINTO
A cumprir o primeiro mandato garante que “já deixamos a nossa marca! Em primeiro lugar a nossa preocupação era arrumar a freguesia e limpá-la, mas este trabalho tem de ser contínuo e essa foi a nossa primeira aposta. Para além disso, já inauguramos um espaço social, renovamos a feira das Camarinhas (mudamos o conceito e passamos a incluir as tasquinhas), criamos a semana da maior idade (semana dedicada aos idosos), criamos o campo jovem (semana dedicada aos mais novos) e temos o projeto de circuito de manutenção (criação e reabilitação do polidesportivo e do parque de merendas). Em fase de conclusão temos já o cais dos pescadores, obra da Câmara Municipal de Aveiro, que deverá ser inaugurado no próximo mês com capacidade para 28 lugares”. Porém, ainda há muitos desejos e objetivos por cumprir. Pretendemos avançar com o projeto da casa mortuária, criação de uma ciclovia, projeto da marina e reabilitação do complexo desportivo, da piscina e do carsurf fazendo um espaço único que envolva os dois”, todos comparticipados pela Câmara Municipal de Aveiro, explica. No entanto, tem noção de que todos os projetos terão o seu tempo e a sua oportunidade, mas os pés têm de continuar bem assentes na terra e que os próximos dois anos podem não chegar para terminar todos os objetivos. A proximidade com a população e o conhecimento pleno da região e dos seus habitantes são uma mais-valia para o desempenho da sua função e garante que só assim consegue levar o barco a bom porto. “A nossa junta tem muitos setores e a boa harmonia entre toda a equipa e a minha presença diária em todos os setores, é fundamental. O parque de campismo, o edifício da junta, as piscinas e todo o espaço público são responsabilidades da junta, como tal, é minha obrigação selar por estes espaços e querer deles o melhor possível”, afirma.
Para o futuro deseja que o percurso seja feito com sucesso e que independentemente da cor política e do candidato escolhido a freguesia possa crescer e que consiga acolher mais famílias que vejam a potencialidade da região. Como mensagem final pede para acreditarem “no nosso trabalho porque a nossa prioridade é o bem-estar de todos os nossos habitantes”.
FESTAS A DECORRER: Até dia 1 de setembro feira das Camarinhas todos os fins de semana 14 a18 de agosto : Tasquinhas com as associações e crianças com necessidades especiais de São Jacinto 24 a 26 de agosto: Festival de Dunas (promovido pela CM Aveiro) 5 e 6 de outubro: Festa da Nossa Senhora das Areias Feiras e eventos pontuais durante todo o ano
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JUNTA DE FREGUESIA DE BALANÇA
UMA FREGUESIA POR DESCOBRIR
Alvim Azevedo, presidente
A freguesia de Balança fica situada no concelho de Terras do Bouro e é constituída por 16 lugares. Em termos populacionais, é uma freguesia envelhecida mas, ainda assim, possuidora de alguma dinâmica, visível através do Rancho Folclórico das Lavadeiras de Balança e da Associação Nova Vida e de uma beleza natural única. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o presidente da Junta de Freguesia, Alvim Azevedo, que está à frente deste órgão há dois mandatos.
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presidente da Junta de Freguesia começa por salientar que ambas as escolas primárias que existiam na freguesia acabaram por fechar, dada a escassez de crianças: “Não temos população com carências económicas graves, a maioria tem a sua hortinha onde cultivam parte da sua alimentação, o que ajuda e muito a manter os custos controlados. No que respeita ao apoio social e de saúde, estes em parte estão sob a responsabilidade da Junta de Freguesia e temos feito o possível para auxiliarmos todos os que nos procuram”. A Junta de Freguesia disponibiliza consultas de enfermagem mensais, centradas sobretudo no controlo da diabetes e do colesterol. Estas consultas são da responsabilidade do centro social de Vale do Homem, que também presta apoio a nível oftalmológico. Para além disso disponibilizamos aulas de ginástica, duas vezes por semana, dirigidas essencialmente as pessoas com mais idade e que tem vindo a ter uma grande afluência”. Com uma transferência anual do Fundo de Financiamento das Freguesias de cerca de 26 mil euros, Alvim Azevedo, reconhece que a Junta de Freguesia não pode aspirar a concretização de grandes obras, contando, por isso, com o apoio da Câmara Municipal de Terras de Bouro. “Não temos capacidade para realizar obras de monta como, por exemplo, a reabilitação de caminhos e de vias públicas. Isso é, aliás, o que mais queríamos”. Reconhecida pela qualidade de vida, esta freguesia tem também pontos turísticos de gran-
de interesse como o Rio Homem, que corre numa paisagem deslumbrante e a Geira, uma via romana que atravessa a freguesia, que proporciona passeios pedestres por locais de rara beleza. Está projetada uma ciclovia, que vai ligar Terras de Bouro a Esposende, e que passará na freguesia, junto ao rio. “Temos um ar muito limpo, estamos no sopé da Serra do Gerês e relativamente perto de Braga. Existem alguns alojamentos locais que, no verão, ajudam a dinamizar a freguesia. Isso e a chegada dos emigrantes, em agosto, que enchem a terra de alegria”. Em agosto, no último fim de semana, é também a altura em que se realiza a maior festa da freguesia, a Senhora dos Milagres. “Temos a festa de S. João Batista, que é o padroeiro da freguesia, e ainda a festa de S. Sebastião e S. Pantaleão”. A freguesia continua dinâmica e, para isso, conta com o Rancho Folclórico das Lavadeiras de Balança e a Associação Nova Vida para garantir esse dinamismo. “O rancho é muito conhecido e requisitado a nível nacional tendo também já se apresentado a nível internacional. A associação garante que as pessoas possam reunir-se, num espaço de convívio, numa das antigas escolas primárias da freguesia e onde, frequentemente, são organizados dias com jogos tradicionais. A Junta de Freguesia procura todos os anos proporcionar uns dias de convivência a toda a população, com o seu Passeio Anual e sua Festa de Natal. Já a cumprir o segundo mandato, Alvim Azevedo nota, sobretudo, um afastamento da população em relação à política: “A verdade é que, nesta região, quase nem somos políticos. Somos presidentes de junta, próximos da população, porque tem de ser assim. Conheço todos os meus fregueses e eles a mim. Quando é preciso ajudar em algo, ajudo, seja função da Junta de Freguesia ou não. É preciso ter gosto por ser presidente de junta”.
Lugar do Assento 10, 4840-010 Balança - Terras de Bouro | Telefone: 253 352 821 156 | Revista Business Portugal agosto 2019
GERÊS EQUIDESAFIOS
UM DESAFIO QUE UNE A MONTANHA AO RIO Em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, a Revista Business Portugal encontrou a Gerês EquiDesafios, uma empresa fundada em 2000 por Miguel Faria e Henrique Rodrigues. Apaixonados pela sua terra natal e sem vontade de abandonar as suas raízes, apostaram em oferecer um serviço diferenciado que viesse enaltecer a região.
“
O nosso objetivo era o de ser uma empresa de animação turística, que viesse colmatar a falta de oferta na região. Somos conhecedores desta zona e sabemos as suas maiores valências, pelo que só tínhamos de transmitir aos outros este nosso amor, através de passeios pela natureza”, explica Miguel Faria.
Da montanha ao rio, de Portugal ao estrangeiro As atividades são variadas e a empresa garante estar preparada para “receber miúdos e graúdos”. Aproveitando as belas paisagens da região, existem trajetos que podem ser percorridos através de caminhada, de bicicleta ou de cavalo, um dos projetos dos quais se orgulham. Para além dos percursos, contam ainda com outras atividades como rapel, escalada, canoagem, paintball, tours guiados, entre outros. Desde portugueses a estrangeiros, dos mais novos aos mais velhos, individualmente ou em grupo, todos podem e devem visitar a Gerês EquiDesafios. “Nos últimos anos o cenário tem vindo a inverter-se com um aumento da procura por parte de clientes internacionais. Esta procura deve-se também a uma aposta maior, da nossa parte, em estarmos presentes em feiras internacionais”, conta.
O turismo não é um mar de rosas
zonalidade é um dos principais problemas que enfrentam, porém, existe um esforço para trabalhar todo o ano, garantindo assim os oito postos de trabalho na época baixa. A contratação é o segundo problema e Miguel Faria explica que “é complicado contratar, porque os mais novos fogem desta região e encontrar pessoas com vontade e com capacidade para este tipo de trabalho, onde têm de saber línguas, não é fácil”. A legislação é um foco de problemas e o fundador conta que o maior problema reside na diferença existente nas condições exigidas de uns centros hípicos para os outros. “É preciso entender que ter passeios a cavalo não é só ter um cavalo. É preciso ter formações, pessoas qualificadas e ser um centro certificado. Na região somos o único centro com certificação e, para além de nós, há quem promova este tipo de passeios. Há espaço para todos, mas deviam ser todos nas mesmas condições, até para não descredibilizar o setor”. Ainda relacionado com a
legislação, o setor viu o IVA subir de seis por cento para 23 por cento, situação que está na ordem do dia. Amigos do ambiente e preocupados com as questões que envolvem a preservação do parque natural onde se inserem, procuram promover da melhor forma as práticas mais corretas da utilização da mãe natureza. No entanto, consideram que é necessária uma avaliação dos factos, devido aos limites impostos. “Nós somos profissionais e temos limites muito definidos, mas esses limites não se aplicam ao público em geral, que vá fazer os percursos individualmente. É preciso analisar estas questões e alterar as regras”, refere.
Marca já a tua aventura na montanha! As marcações podem ser feitas online e a Gerês EquiDesafios dispõe também de oportunidades de alojamento. Os interessados podem marcar pacotes de alojamento e atividades, ou escolher apenas as atividades avulso. Ao dispor dos clientes, estão 18 cavalos treinados e capacitados para a realização das atividades. A promessa é: uma experiência inesquecível que é, certamente, para repetir. Experienciar qualquer das atividades é uma aposta na diversão, na qualidade e no profissionalismo. Para o futuro, os fundadores querem continuar a melhorar os serviços, investir no mercado estrangeiro, estabilizar a empresa, ser uma referência na região, ter mais postos de trabalho e diminuir a desertificação da região.
Apesar de fazerem um balanço muito positivo dos 19 anos de atividade, onde receberam emblemáticos clientes e viveram momentos caricatos e felizes, não podem esquecer que existem contrapartidas. A sa-
Rua S. João, 93 | 4840-030 Campo do Gerês | info@equidesafios.com | Tlf.: 253 352 803 | www.equidesafios.com agosto 2019 Revista Business Portugal | 157
RESTAURANTE PORTA 35/36 E À PORTUGUESA
TRÊS ESPAÇOS, TRÊS CONCEITOS E UM NÚMERO DA SORTE A superstição é assumida e Maria Soares revela que o número quatro dá sorte, e assim, com 44 anos e no dia 14.4.14, dá início a uma nova aventura, desta vez no setor da restauração. Estaria a cidade de Aveiro preparada para os projetos da mulher empreendedora que a nossa entrevistada se veio a revelar?
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steve durante 20 anos dedicada ao seu projeto da Quinta Pedagógica de Aveiro e foi com a satisfação de dever cumprido que decidiu seguir um novo rumo. A experiência na área da restauração não existia, mas a sorte, acompanhada de muito trabalho, esteve sempre ao seu lado.
www.porta35.com Porta 35: Os hambúrgueres a comandar o moliceiro “A conversar com uma amiga com larga experiência em restauração, soou uma campainha que fez perceber que estava pronta para um novo desafio e que esse desafio seria abrir uma hamburgaria”. No espaço de dois meses e com o nome Porta 35 (nome escolhido pelo público), Maria Soares abre a hamburgaria no espaço antes ocupado pelo conhecido bar “O Clandestino”. “Nos primeiros tempos recebíamos imensas visitas de antigos clientes que estavam curiosos por saber como tinha ficado o espaço”, explica a entrevistada. Dar asas à criatividade e arranjar formas inovadoras de olhar para os hambúrgueres era fundamental para cativar os clientes locais, interessados em provar novas misturas de sabores. Maria Soares conta que “aqui quem escolhe os nossos hambúrgueres tem de estar preparado para uma mistura agridoce. Valorizamos a mistura do queijo com doces, de fruta com fumados, entre outras harmonias, que nos distinguem”. A carta que, também oferece várias saladas e conservas da região, permite cativar um público distinto sem tirar o mercado da concorrência. Entre o público já fidelizado à qualidade do produto, ao atendimento cuidado e a um espaço carismático, distinguem-se as famílias e grupos de amigos que ao almoço gostam de passear no típico bairro da Beira Mar, coração da cidade, e ao jantar rumam à zona noturna da cidade. “Ouvir algumas crianças a dizer que o nosso hambúrguer é melhor do que os locais mais conhecidos de fast food, faz-nos acreditar que estamos no caminho certo”, afirma. Com dois pisos e uma esplanada, o restaurante consegue receber 60 clientes.
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Porta 36: O peixe e marisco estão na mesa O segundo projeto surge, sensivelmente, um ano e meio depois do Porta 35. Localizado no largo da Praça do Peixe, precisamente no número 36, o restaurante fica apelidado de Porta 36. “A abertura deste segundo projeto foi um salto muito grande, porque apesar de não ser o primeiro, o conceito era muito diferente. Antes de qualquer decisão, tive sempre a preocupação de perceber se conseguiria desempenhar qualquer uma das funções necessárias ao funcionamento do negócio, nomeadamente a produção. Fiz uma experiência e sim, achei que conseguia!” A cozinha deste local dá uma nova vida aos pratos de peixe e de marisco, aliás, como já era tradição daquela mesma casa e, embora tenham alterado a carta, há um prato que se mantém: o tão afamado Bacalhau ao Alho. Pela localização e também pelo conceito, o público distribui-se entre os visitantes e os locais. A iluminação do espaço à noite torna-o muito acolhedor e durante o dia o serviço estende-se para a esplanada no centro da praça.
www.porta36.com
RESTAURANTE PORTA 35/36 E À PORTUGUESA
À Portuguesa: onde a tradição se vê ao espelho Dois projetos ambiciosos não travaram Maria Soares que, um ano e meio depois, decide abrir um terceiro projeto. À Portuguesa é um espaço que foi alterado quase na sua totalidade e onde o cliente se pode deliciar com pratos como o bacalhau com puré de grão e amêndoas, polvo cozinhado a baixa temperatura, rojões à moda de Aveiro, escabeche de mexilhão, entre outros pratos onde a tradição gastronómica é reinventada. O nome permaneceu o mesmo, assim como o logótipo que só mais recentemente foi alvo de uma modernização. Caracteriza-se por um espaço distinto que permite receber grupos mais ou menos formais, alguns deles resultado de várias parecerias que, entretanto, foram criando. O restaurante À Portuguesa está preparado para receber 65 clientes.
Como se unem os três projetos? Conciliar três espaços implica uma grande gestão. Para isso, a gerente procura garantir a máxima qualidade através dos produtores locais. Com dias a servir cerca de 700 refeições, os três restaurantes têm em comum a qualidade dos produtos utilizados, a confeção cuidada e o serviço, onde a simpatia procura garantir uma ótima experiência. “Temos um cartão para os nossos clientes habituais, onde podem receber um carimbo sempre que nos visitam. É interessante ver que há clientes que só visitam uma das casas e há outros que circulam nas três casas. Quando preenchem o cartão, oferecemos um prato que pode ser utilizado em qualquer uma delas. Para os turistas, alteramos um pouco o processo, mas também eles usufruem da possibilidade de experimentar novos sabores e conceitos. Também na vertente de alojamento local, Maria Soares gostaria que os visitantes, que são muitos, prolongassem a sua visita. “Para isso
é preciso criar condições e atrações. É um trabalho que já começou, mas ainda há muito para fazer”, salienta a entrevistada orgulhosa da sua cidade.
O quarto estabelecimento está a chegar Novembro é a data prevista para a abertura de um novo projeto. Sem adiantar muito, Maria refere apenas que: “vai ser um novo desafio, que vai envolver muito a comunidade local”.
Futuro Os prémios de PME Líder e Gazela 2018 são o reflexo do sucesso que tem alcançado. Para isso, o futuro tem de continuar a ser construído com as mesmas diretrizes. Em jeito de despedida, a proprietária deixa a mensagem de que “as portas estão abertas para experienciarem momentos e se deliciarem com os nossos sabores”. agosto 2019 Revista Business Portugal | 159
FARQUIM
50 ANOS DE TRABALHO E DEDICAÇÃO Manuel Gomes é o rosto por detrás da empresa que hoje lhe damos a conhecer. Dedicada ao comércio de eletrodomésticos, gás e lubrificantes a empresa barcelense, fundada em 1969, é há 47 anos gerida por Manuel Gomes que, em entrevista à Revista Business Portugal, relembrou a dificuldade dos primeiros anos de negócio e perspetivou o futuro da empresa que este ano assinala o seu 50º aniversário.
“
Isto nasceu há 50 anos, mas está comigo há 47”, começou por nos explicar Manuel Gomes sobre a génese do negócio, que inicialmente se dedicava, exclusivamente, ao comércio de garrafas de gás para uso doméstico e de lubrificantes. O percurso ao longo das últimas quatro décadas não foi fácil, mas é com orgulho que Manuel Gomes afirma que, apesar da escassez de recursos humanos, a Farquim conseguiu, graças “à força de vontade, ambição e ajuda dos seus colaboradores”, lançar-se no mercado e aumentar o seu leque de serviços. Em 1975, de forma a rentabilizar a sua infraestrutura, a Farquim inicia-se no ramo do comércio de eletrodomésticos e Manuel Gomes coloca à venda o seu primeiro frigorífico. “Quando agarrei este negócio apenas vendíamos gás. Mais tarde, coloquei à venda o primeiro frigorífico, cujo dinheiro da venda serviu para comprar outro para também vender. Foi assim que comecei, com muito esforço, como, aliás, é normal em quase todos os negócios”. O aumento contínuo e sustentado do volume de negócios leva Manuel Gomes a investir num novo espaço, em 1997, que veio satisfazer as necessidades de organização da empresa. Estando desde início ligado ao comércio de garrafas de gás, Manuel Gomes encontra aqui a oportunidade de iniciar uma nova atividade e, em 2003, a Farquim alarga o seu leque de serviços lançando-se na área das instalações de redes de gás. “Atualmente temos oito colaboradores que se dedicam às instalações de redes de gás em habitações. Este é mais um dos serviços que temos disponíveis e que veio completar a oferta neste setor”.
“Na Farquim Home os nossos clientes podem encontrar tudo o que precisam para equipar a sua habitação, desde os pequenos eletrodomésticos, a acessórios para cozinha, candeeiros, ou até ar condicionado” Farquim Home e Farquim Energy
Manuel Gomes, gerente
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Com dois espaços físicos e com cerca de 15 colaboradores, a Farquim conta já com um vasto leque de produtos e serviços disponíveis ao mercado. A mais recente novidade surgiu em 2018, com a criação de dois setores de negócio: A Farquim Home e a Farquim Energy. “Na Farquim Home, os nossos clientes podem encontrar tudo o que precisam para equipar a sua habitação, desde os pequenos eletrodomésticos, a acessórios para cozinha, candeeiros, ou até ar condicionado. Por outro lado, a Farquim Energy engloba os serviços de distribuição de gás industrial, de instalação de caldeiras e de fornecimento de lubrificantes e de equipamentos destinados a cozinhas industriais”. É neste último mercado que Manuel
FARQUIM
Gomes pretende continuar a apostar no futuro. “Acredito que o futuro passará mais pela área da energia. A verdade é que na área dos eletrodomésticos as grandes superfícies tiram-nos o ar. Muito poucas lojas de eletrodomésticos, conseguem ser competitivas com as grandes superfícies e, para além disso, temos um serviço de grande qualidade na área da energia, que nos leva a continuar a apostar neste setor em grande força”.
A confiança de um negócio familiar Presente no mercado há 50 anos, com a clara missão de propor aos seus clientes as melhores soluções em energia e eletrodomésticos, a Farquim encontra na proximidade com o cliente o seu diferencial. Manuel Gomes afirma que a empresa conta com clientes fidelizados há vários anos e reconhece que essa confiança só é possível graças à qualidade do serviço prestado. “Há muita gente que se quer alguma coisa vem à Farquim. Isto só acontece porque sentem confiança. Aqui, primamos pela excelência do serviço e é muito satisfatório ver que as pessoas continuam a escolher a Farquim no momento de equipar as suas casas”. Manuel Gomes não esquece a importância da equipa de colaboradores, de onde fazem parte três dos seus quatro filhos, no sucesso alcançado. “Acredito que para um negócio funcionar bem deve haver harmonia entre toda
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a equipa. Aqui, primamos muito pelo companheirismo e pela partilha de ideias”. Manuel Gomes assume o leme do negócio, mas conta já com a ajuda dos filhos que espera que sigam as suas pisadas e levem a Farquim a mais 50 anos de sucesso. “Tenho quatro filhos e, atualmente, tenho três a trabalhar comigo neste negócio. Tenho procurado transmitir-lhes todo o saber para que no futuro possam ser eles a gerir a empresa e para que consigam levar isto para a frente”.
“Na Farquim temos um espírito familiar” Ao olhar para trás, Manuel Gomes mostra-se satisfeito no caminho traçado. 50 anos de muito trabalho e dedicação que enchem de orgulho o nosso entrevistado. “Foram anos de muito trabalho, de muito esforço e de muitas noites sem dormir. Sei que isto só foi possível graças ao nosso trabalho ao longo dos anos, graças à ajuda dos nossos colaboradores e da minha família”. Meio século que será celebrado com a “família Farquim”, estando prevista para setembro uma viagem com todos os colaboradores. “Aqui, fazemos questão de festejar o aniversário da empresa com todos os nossos funcionários, o mesmo acontece quando alguém faz anos. Na Farquim temos um espírito familiar”.
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AQUAELEMENTS
A ARTE DE SER ÚNICO Com sete anos de existência, a Aquaelements tem como filosofia o desejo de ser diferente. Rui Bailote e a esposa, Cláudia, conversaram com a Revista Business Portugal sobre o conceito da empresa, a sua política de inovação e as mudanças de que está a ser alvo o mercado algarvio, no que respeita ao tipo de cliente e aos materiais e técnicas utilizadas.
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ui Bailote criou a Aquaelements em março de 2012, mas trazia consigo 15 anos de experiência na área da construção e manutenção de piscinas, adquiridos enquanto trabalhou com o sogro. O desejo de inovar e ser diferente fê-lo estabelecer-se por conta própria: “Eu queria ir um pouco mais além, arriscar e inovar. Queria ser diferente, trabalhar com novos materiais e técnicas, então assumi o risco e criei uma nova empresa”.
Claúdia e Rui Bailote, sócios-gerentes
Inovação e diferenciação Estas são as duas palavras-chave que definem o posicionamento desta empresa: “Todos os trabalhos que faço são realizados como se fossem para mim. Este grau de exigência obriga-me a estar presente em todos os locais de obra e em todas as fases, de forma a garantir que tudo fica bem feito. Especializei-me na colocação de tela PVC, inicialmente, porque não existiam muitos concorrentes a fazê-lo e, por esse motivo, fiz alguns trabalhos para outras empresas”. Quando começou a trabalhar sozinho, Rui Bailote teve de começar do zero – tinha apenas cinco clientes, a quem garantia a manutenção das piscinas, mas não eram suficientes para sustentar a empresa: “O meu propósito era abrir uma loja de produtos de piscinas, mas percebi que tinha de angariar clientes e dediquei-me primeiro à manutenção destas”. A partir daí, e com a vontade que tinha de inovar e aprender técnicas novas, foi conquistando clientes: “Neste momento, já tenho quem espere cerca de dois meses pelos meus serviços, porque tenho soluções diferentes. A tela PVC, por exemplo, é a prova de que é possível corrigir fugas de águas de uma piscina, substituindo os tubos e colocando-lhe este novo revestimento. É um plástico que imita a pastilha, que tem 10 anos de garantia e é extremamente resistente. É este tipo de soluções que os meus clientes procuram”.
Um mercado maioritariamente estrangeiro O mercado da construção e manutenção de piscinas não evoluiu de forma considerável, nos últimos anos, mas o responsável da Aquaelements entende que os clientes portugueses também não queriam ir além do básico: “Ainda hoje é assim – os portugueses perguntam preço, querem o básico, no que respeita a equipamentos e, apenas aqueles que já tiveram problemas com produtos de gama mais baixa, reconhecem a utilidade de um equipamento melhor ou mais potente”. A explicação centra-se no facto de a maioria das piscinas de proprietários portugueses se localizarem em casas de aluguer: “Eles querem produtos básicos e simples, que dêem poucos problemas. Já os estrangeiros que vêm residir para o Algarve querem assegurar que têm aqui as mesmas condições e qualidade de vida que tinham na sua terra natal e estão dispostos a pagar por isso”. Rui Bailote conta já com vários exemplos que corroboram a sua explicação. Os investidores franceses, que estão a comprar os prédios e
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moradias antigas na Baixa de Olhão, são os responsáveis pela construção de piscinas no terraço das moradias: “O conceito de piscina está a mudar. Estas funcionam atualmente como espaço social, de convívio e as casas são preparadas, desde as fundações, para ser colocada a piscina no terraço. É mais do que um espaço para se refrescarem, é um local onde se podem sentar, encostar, e conversar uns com os outros”. Além disso, os estrangeiros residentes têm uma visão diferente da construção de uma piscina: “Eles vêm pedir ideias, fazer uma consultoria às possibilidades que existem. O meu papel é mostrar-lhes tudo o que tenho à disposição e deixá-los escolher. A pior coisa que me podem dizer, no final de um projeto, é que ‘se soubessem, tinham feito de uma outra forma’. Eu disponibilizo o máximo de informação e são eles que escolhem o produto que querem”. A garantia de qualidade e de segurança que a Aquaelements passa aos clientes é assegurada pela posição que Rui Bailote quer ocupar no mercado: “Não pretendo ser alguém que trabalha só para faturar. Quero ter conhecimentos, aprender novas técnicas e conhecer novos materiais para estar disponível para discutir com os clientes as soluções para os seus projetos”. Para isso, participa em feiras da especialidade e faz formações com os fornecedores de alguns materiais, para estar atualizado sobre as tendências do mercado. Com uma área de atuação que vai de Vila Real de Santo António a Alcantarilha, a Aquaelements, prepara-se para abrir a loja ao público – o projeto inicial de Rui Bailote: “Vamos abrir em agosto no espaço
“Não pretendo ser alguém que trabalha só para faturar. Quero ter conhecimentos, aprender novas técnicas e conhecer novos materiais, para estar disponível para discutir com os clientes as soluções para os seus projetos”
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que, desde sempre, foi pensado para ser a loja, mas que se transformou no meu armazém. A partir daqui, é possível vender produtos e materiais ao público, bem como negociar saunas e spas, uma outra área de especialidade que desperta interesse aos estrangeiros residentes”. Com uma equipa de quatro pessoas e sem poder aceitar trabalho até setembro, Rui Bailote faz um balanço positivo da sua decisão de criar a própria empresa, mas assume também que isso se deve, precisamente, à sua convicção inicial: “Ser diferente, fazer diferente e bem. É isso que nos distingue, porque para ser igual já existem muitos”.
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