ÍNDICE 32
Eurofactor
62
ISEC
Um parceiro de confiança ao seu dispor
Um caso de sucesso no ensino
118
Porsche Matosinhos
139
Região Turismo do Algarve
154
Adega Monte da Capela e Sapias
06 - MISSÃO GUINÉ EQUATORIAL JUNTO DA CPLP
Novo espaço Porsche em Matosinhos
Algarve merece estar na moda
Verdadeiro Vinho de Pias
10 - PMO PROJECTS
EDITORIAL
U
ma das carac-
alidade das pessoas, cativando
mas também com os nossos
o tão reclamado contacto entre
terísticas que tem
cada vez mais os nossos leitores,
parceiros que, connosco, foram
as mais variadas entidades
pautado a Revista
dando voz a quem faz Portugal.
crescendo e alcançando outros
nacionais, desde empresários a
Business Portugal
Mais uma vez, usando estas
patamares no decorrer deste
autarcas, multinacionais a PME’s,
é o seu pioneiris-
nossas características já tão
ano que agora finda. Soubemos
associações a particulares.
mo. Ao longo
intrínsecas, a Revista Business
criar esta ponte que liga os
Para 2018 ambicionamos contin-
destes sete anos de existência,
Portugal, celebrando igualmente
portugueses ao que de mais
uar a ser verdadeiros parceiros
temos sabido encontrar os temas
o sétimo aniversário, traz neste
importante acontece no mundo
nesta luta constante que são os
mais interessantes, os assuntos
último número um projeto de
empresarial português. Ao longo
Desafios do Futuro.
mais pertinentes, as problemáti-
maior destaque, mais alarga-
deste último ano estivemos real-
cas mais atuais e despertar um
do, criando um maior laço de
mente no terreno, promovendo
maior interesse para a gener-
proximidade com os leitores,
de uma forma séria e exemplar
Fernando Silva
FICHA TÉCNICA | Propriedade: Guidetarget, Lda | Diretor: Fernando Silva | Direção Editorial: Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt) | Direção Gráfica: Tiago Rodrigues, Vanessa Martins | Corpo Redatorial: Joana Gonçalves, Laura Azevedo, Sílvia Pinto Correira, Tânia Pacheco, Teresa Mata | Outros Colaboradores: Daniel Moreira, Diana Barros, Joana Quintas, Jorge Teixeira, Maria Inês Moreira, Telma Moreira, Teresa Teixeira | Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) | Direção Comercial: José Moreira | Dep. Comercial: António Matos, António Santos, Fernando Lopes, Filipe Amorim, Isabel Brandão, Manuel Fernando, Maria José Moreira, Paulo Padilha, Rui Moreira, Vítor Santos (geral@revistabusinessportugal. pt) | Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 | Distribuição: Distribuição gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID | Depósito Legal: 374969/14 | Periodicidade: Mensal | Anuário 2017
6 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 7
tema de capa| missão da guiné-equatorial junto da cplp
“Portugal é uma prioridade para a Guiné Equatorial” A Guiné Equatorial foi o último país a integrar a CPLP. Descobertos por um navegador português, consideram que esta integração foi um “regresso a casa”. Saiba mais sobre este país e o que pode representar para a lusofonia e para o mundo com Tito Mba Ada, embaixador da Guiné Equatorial em Portugal.
Tito Mba Ada Embaixador
A Guiné Equatorial é um país de cerca de um milhão de habitantes.
mundo. Embora tenha sido considerada, até aos anos 90, como um dos
Conte-nos um pouco mais sobre o país e as suas principais
países mais pobres do continente africano, a Guiné Equatorial, graças
atividades económicas.
à descoberta dos seus recursos naturais e às decisões acertadas dos
A Guiné Equatorial é um pequeno país em extensão, mas com grandes
dirigentes, ocupa hoje um lugar privilegiado no contexto do mundo. É um
ambições. Está geograficamente situada na África Central, por baixo
país que deixou de ser apenas recetor de cooperação externa e passou
do Equador. Temos fronteiras terrestres com os Camarões e Gabão e
a ser ele mesmo um grande contribuidor de cooperação mundial. No dia
fronteiras marítimas com a Nigéria e São Tomé e Príncipe. É um país suis
4 de dezembro, o governo da Guiné Equatorial entregou um importante
generis porque nele convivem pacificamente vários grupos étnicos. A
prémio Unesco, posto à disposição da comunidade internacional, que
Guiné Equatorial é um epicentro pois, para além dos seus grupos nativos,
premeia a investigação em ciências naturais. Este ano foi especial, já que
recebe cidadãos de vários países africanos e europeus. É, portanto, um
o vencedor foi um investigador português da Universidade do Minho, Rui
país muito pacífico. A Guiné Equatorial conta, atualmente, com ligações
Luís Gonçalves dos Reis. Além disso, a Guiné Equatorial está a fazer um
aéreas das principais companhias mundiais, estando ligada a todo o
grande contributo para a investigação em áreas como a malária e ébola.
8 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
missão da guiné-equatorial junto da cplp | tema de capa
Não somos um país com muitos recursos, mas partilhamos
temas?
os poucos que temos com a comunidade internacional.
Com Portugal precisamos de reforçar ainda mais a cooperação ao nível do
Fruto desse esforço na cooperação, a Guiné Equatorial vai
ensino. A formação do capital humano é um dos principais objetivos do meu
ocupar, a partir de 1 de janeiro de 2018, o seu assento
governo e cremos que Portugal tem boas condições para ajudar a Guiné
como membro não permanente no Conselho de Segurança
Equatorial. É sabido que ninguém pode falar uma língua não materna em
das Nações Unidas. Economicamente é o terceiro maior
dois dias. A Guiné Equatorial integrou-se voluntariamente na CPLP e tomou
produtor de petróleo de África e é o sexto país africano a
a decisão de assumir a língua portuguesa como terceira língua oficial. Esta
tornar-se membro da OPEP. Além do petróleo e do gás,
decisão está-se a implementar com determinação. O governo já está a cumprir
também tem boa madeira, um mar imenso e uma terra fértil.
a parte que lhe corresponde: já a declarou como idioma oficial; está a introduzir
Esta é a Guiné Equatorial.
a língua nas escolas; os programas informativos da televisão e da rádio estão a ser transmitidos em português; a Universidade Nacional da Guiné Equatorial
Em 2014 tornaram-se membros de pleno direito da
tem aulas em português; os políticos, começando pelo Presidente da República,
CPLP. Que portas abriram essa conquista?
estão a fazer os seus discursos em português. O país está a desenvolver
A Guiné Equatorial tornou-se oficialmente membro da
esforços consideráveis para ser um difusor da língua portuguesa nessa parte
CPLP na cimeira de Díli. Digo oficialmente porque a Guiné
do mundo, mas para isso precisamos da cooperação dos estados-membros.
Equatorial foi descoberta por um cidadão português,
Estamos a tentar criar bolsas de estudo para os jovens, que são a garantia
Fernando Pó. Já nascemos lusófonos. Temos uma relação
da integração, para que possam vir a Portugal estudar e falar com os seus
antiga com o mundo lusófono, uma relação bilateral
homólogos o mesmo idioma.
direta com Portugal, portanto a entrada oficial na CPLP é simplesmente para nós um regresso a casa. Somos lusófonos e esse é um direito que ninguém pode mudar. A integração na comunidade também foi reforçada pelas excelentes relações de amizade e de cooperação que a Guiné Equatorial mantém com cada um dos estadosmembros da CPLP. Com São Tomé e Príncipe temos históricas relações de amizade; com o Brasil temos assinado acordos de cooperação em vários domínios; Angola é um país irmão, tal como a Guiné-Bissau e Cabo Verde, com quem mantemos uma cooperação magnífica. O país que estava mais longe era Timor, mas a Guiné Equatorial conseguiu mobilizar várias visitas de estado entre os dois países para que possa haver uma cooperação mútua. Estes são sinais de que a Guiné Equatorial nasceu lusófona, é lusófona e continuará a ser um país membro de pleno direito da CPLP. É claro que por razões óbvias da colonização passamos a pertencer, na área política, a Espanha. Recebemos de Espanha muita cultura. O importante é celebrar esse triângulo com muitas potencialidades culturais, económicas e políticas, cujo epicentro é a Guiné Equatorial. Em África, somo o único país com três línguas oficiais: espanhol, francês e português, além de outras línguas nacionais. Um cidadão da Guiné Equatorial fala no mínimo quatro idiomas. É uma grande potencialidade. A cooperação com Portugal já se fazia em áreas como a educação e a promoção da língua portuguesa. Que iniciativas foram desenvolvidas em prol destes dois
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tema de capa| missão da guiné-equatorial junto da cplp
O setor agroalimentar, das pescas e da pequena indústria seriam setores a desenvolver, também com a cooperação portuguesa. Os empresários portugueses já estão alertados para o investimento na Guiné Equatorial? A Guiné Equatorial tem um programa de desenvolvimento que foi desenhado quando o país desenvolveu os recursos petrolíferos. O governo, tendo em conta as experiências do petróleo em diferentes países, convocou uma cimeira nacional e convidou parceiros bilaterais para ajudar a Guiné Equatorial a refletir sobre como gerir os recursos. Esta cimeira resultou num programa de desenvolvimento a realizar em etapas: a primeira etapa, que já terminou, prendia-se com a criação de infraestruturas. Não tínhamos estradas, não tínhamos um aeroporto condigno. Hoje temos cinco. Ainda há muito a fazer, mas estamos contentes com as infraestruturas criadas. A segunda fase destinase a evitar a dependência do setor petrolífero. Queremos a diversificação da economia e, para isso, temos que criar novas fontes de crescimento. As prioridades são os setores marítimo e agroalimentar, nos quais Portugal também pode retirar vantagens. Portugal tem muita experiência nessas áreas e queremos que colabore e faça negócios na Guiné Equatorial. Acreditamos que os empresários portugueses já podem avançar para aproveitar as oportunidades que oferece este país. Em termos da entrada no país, que exigências são feitas para se entrar legalmente na Guiné Equatorial? Em diplomacia, impera a reciprocidade. A Guiné Equatorial já tem instalada uma missão diplomática em Portugal que está a oferecer serviços de todo o tipo aos cidadãos portugueses e aos cidadãos da Guiné Equatorial que residam em Portugal. Para obter o visto é simples, basta ter o passaporte válido, o boletim de vacinação internacional atualizado, o certificado de registo criminal e um seguro de viagem. Gostaríamos que Portugal também prestasse este mesmo apoio aos equato-
Guiné Equatorial ao mundo.
guineenses. Infelizmente, a missão diplomática portuguesa na Guiné Equatorial ainda não pode conceder vistos, o que dificulta o programa de cooperação entre os dois
Em que medida é que o processo de adesão da Guiné
países, o processo de integração e a livre circulação de pessoas.
Equatorial a membro de pleno direito da CPLP foi delicado?
Podemos dizer que a Guiné Equatorial é um país seguro?
O processo foi delicado porque muitas pessoas não
Sim. A questão da segurança é uma prioridade para o meu governo. Um país que
entendiam o regresso da Guiné Equatorial ao mundo
não tem paz é um país que não tem desenvolvimento. Fruto dessa estabilidade, a
lusófono e não sabiam a ligação natural que a une a
Guiné Equatorial, nos últimos anos, converteu-se no epicentro de grandes eventos
Portugal. Mais tarde perceberam que a CPLP ganha mais
internacionais. Organizámos a Cimeira da União, os Jogos Africanos, a cimeira com
com a integração da Guiné Equatorial: ganha espaço
a União Europeia, a cimeira com os Países Árabes, a Cimeira ACP (Países de África,
marítimo, ganha mercado internacional, ganha capacidade
Caraíbas e Pacífico). Se não houvesse garantia de paz e estabilidade, esse tipo de
linguística. A CPLP fica numa posição privilegiada através
eventos não se realizaria na Guiné Equatorial.
da Guiné Equatorial. Algumas questões delicadas, como a questão da língua, foram julgadas sem conhecimento
O turismo é uma atividade que já se destaca na economia da Guiné Equatorial?
de causa. Outra questão delicada prendeu-se com a
Já existem infraestruturas para corresponder à procura?
pena de morte. A Guiné Equatorial é um país com muito
Estamos a trabalhar para que o turismo seja seletivo e estratégico. Temos uma
respeito pelos direitos humanos. Acabámos de realizar,
biodiversidade incrível que já se encontra a ser estudada por universidades
pela primeira vez, três eleições ao mesmo tempo: senado,
americanas. É um turismo de investigação. Não queremos um turismo massivo, mas
parlamento e autarquias. O relatório por parte da comissão
sim com qualidade. Temos uma nova cidade que se chama Djibloho, no meio da
de observação diz tudo: transparência. A Guiné Equatorial
natureza, com condições incríveis. Lá, o governo construiu uma nova universidade
tem um programa chamado Ensaio Democrático. A
que vai receber estudantes de todo o mundo. Imaginem uma construção moderna de
democracia não é propriedade de nenhum estado e nenhum
Lisboa, mas no meio no mato. Estamos a criar condições para abrir, paulatinamente, a
tem uma democracia perfeita. Estamos a copiar as boas
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missão da guiné-equatorial junto da cplp | tema de capa
foi adotada a Moratória, já que legalmente não era possível abolir a pena de morte. A abolição implica alterar a Constituição. Em 2012 fizemos um referendo, que é a expressão máxima para mudar a lei fundamental, e não é possível voltar a tocar, em tão pouco espaço de tempo, na Constituição. Por isso adotámos a Moratória, que na prática é o mesmo que a abolição. Já não se pratica a pena de morte na Guiné Equatorial. No entanto, o desafio continua, porque a ausência de acervo jurídico obriga-nos a trabalhar para que a pena de morte tenha leis alternativas nos diferentes códigos do país. Pedimos, assim, a Portugal apoio técnico nesta matéria, para que a Guiné Equatorial possa terminar a obra da melhor forma. Para terminar, e visto que estamos no final de 2017, gostaria de deixar uma mensagem aos nossos leitores? Neste mês de natal gostaria de agradecer a todos os empresários que estão a explorar o mercado da Guiné Equatorial e, sobretudo, gostaria de deixar uma palavra de encorajamento, para que continuem a viajar para Guiné Equatorial. Gostaria também de dizer aos meus compatriotas para que aproveitam as oportunidades que têm ao estar em Portugal. Quero agradecer também aos portugueses, ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa e ao Governo de Portugal por me abrir as portas. Portugal é uma prioridade para Guiné Equatorial e sentimo-nos aqui como em casa.
práticas de uns e a evitar as más práticas de outros, sempre garantindo a paz. Graças a esse programa, todos os políticos da Guiné Equatorial pensam no desenvolvimento do país. A democracia está a avançar com pés firmes. Depois de muito tempo sob herança colonial, a Guiné Equatorial fez um referendo para instituir novas instituições democráticas no país. Antes não tínhamos Senado e agora temos duas Câmaras, não tínhamos Tribunal de Contas e agora temos para ajudar a controlar o Governo e a lutar contra a corrupção. Temos um Defensor do Povo, para acompanhar o cumprimento dos direitos de todos os cidadãos. Antes, o chefe de Estado podia desempenhar essa função eternamente. Agora, há limitação do mandato. Temos muitas mulheres a ocupar cargos importantes, sem descriminação de salário nem de acesso às oportunidades. Somos um Estado católico, que tem respeito pela morte. Não nos interessa a pena de morte, uma herança colonial. Antes de pertencer à CPLP, a Guiné Equatorial já estava a lutar contra a pena de morte com a outorgação de amnistia e concedendo indultos aos condenados. Tínhamos leis coloniais que previam a pena de morte, mas fazer parte da CPLP foi a melhor oportunidade para encontrar uma solução legal para fazer face a esse problema. E, por isso,
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 11
tema de capa | pmo projects
Reconhecimento em todos os continentes Esta é a conversa que faltava com Alexandre Rodrigues, da PMO Projects. Conheça a história e o que o futuro reserva a este empreendedor português. Para que possamos contextualizar os nossos leitores, parece-me
de Lisboa foi repentinamente para a GTBC, a par de muitos Clientes.
importante começar esta entrevista pedindo-lhe que nos apresente
A empresa beneficiava de elevado prestígio no mercado, reagiu, e
a PMO Projects. Como é que nasce, qual a sua área de atuação e
ultrapassou as ditas ações de arresto num curto espaço de tempo.
como tem evoluído o seu negócio?
Achámos estranho os arrestos serem decretados pois estavam muito
A empresa nasce no seguimento do meu percurso profissional
mal fundamentados, cópias uns dos outros, mas resolvemos o problema
internacional entre 1992, com um Doutoramento em Gestão de Projetos
pois a verdade estava connosco. Para fechar pretextos, mudamos a
na Strahclyde Business School, Reino Unido, até 1997 quando integrei
marca para PMO-Projects, a qual submetemos ao INPI e ajustamos
uma consultora International em Boston, uma MIT spin-off. Decidi
segundo instruções do próprio INPI no seguimento de uma reclamação
em 1999 regressar a Portugal e criar uma empresa de consultoria
de Leandro Pereira, e obtivemos o registo definitivo – lê-se no site do
especializada em Gestão de Projetos. Comecei em free-lancing, quando
INPI (sic): “Concluído este processo a sua marca está protegida!”. Para
era Professor Auxiliar na Universidade do Minho e convidei um aluno
nosso espanto, em final de 2011, somos confrontados por um arresto
meu Leandro Pereira a constituir a empresa PMO-Consulting na qual
verdadeiramente assassino: a empresa é acusada de estar a usar uma
eu detinha 67 por cento. A empresa posicionou-se num segmento de
marca confundível com a marca PMO-Consulting a qual o INPI não teria
serviços altamente especializado, e, portanto, difícil de massificar. Ainda
aceite. A Juíza Maria José Costeira decreta uma sentença que arresta
assim, até 2008 o negócio cresceu exponencialmente. A empresa decidiu
não apenas os bens e contas bancárias, mas também todas as receitas
então apostar na internacionalização dado que, fruto do meu networking,
futuras das empresas com objetivo de se poder pagar uma potencial
já havia começado a atuar no Reino Unido, Bélgica e Holanda, onde
indeminização a Leandro Pereira. Porque razão se paralisa a atividade
fomos acreditados pela NATO e contratados por um período de cerca de
de uma empresa, com o risco de a levar à insolvência, quando dela se
dois anos – um ponto alto no nosso percurso, pois fomos selecionados
pretende obter uma indemnização? Mas o pior de tudo foi o fundamento
num processo muito competitivo e seletivo. Correu muito bem! Mas,
do arresto: a marca em uso estava aprovada (comprovável no website
chegados a 2011, fomos literalmente “abalroados” em Portugal por um
do INPI). E como poderia Leandro Pereira alegar prejuízo por não poder
conflito societário no qual a justiça cometeu um erro muito grave.
rentabilizar a marca PMO-Consulting quando eu como coproprietário teria de aprovar o seu uso (o que obviamente nunca faria)? Contudo,
Com a crise do resgate financeiro que se viveu em Portugal nessa
constatámos que nesse mesmo momento, Leandro Pereira havia saído
altura, as empresas depararam-se com sérias dificuldades. Penso
da GTBC (que entrou então em falência) e criou a sua própria empresa
que se notou a partir de 2011 uma diminuição da vossa presença
Winning; as suas principais testemunhas do arresto, José Pinto,
em Portugal. Foi apenas devido à crise ou também se deveu ao
ex-contabilista e formador no Grupo PMO Projects, e Ana Carmo, ex-
problema que refere? O que se passou?
responsável comercial na PMO Projects, ambos testemunhas favoráveis
A crise não nos teria afetado porque a nossa internacionalização
à PMO Projects nos arrestos de 2009, tendo saído de repente e sem
garantiria sempre que poderíamos rentabilizar a estrutura de recursos
razão aparente da PMO-Projects em 2011 lançavam conjuntamente no
que tínhamos em Portugal. O que aconteceu é algo surreal que não
mercado a empresa concorrente Ambithus (viria a falir decorridos dois
queria aqui “esmiuçar”, mas que se impõe esclarecer: o meu ex-aluno
anos, originando a Schopphu e a FirstOnlyTalent). No meio do que parecia
Leandro Pereira, que convidei para sócio, decorridos oito anos decidiu
não passar de um lamentável “golpe palaciano” em conluio, decidimos
abandonar o projeto em 2009, tendo passado para uma empresa
esperar umas semanas pelo julgamento após entrada a nossa oposição
concorrente, a GTBC. Eu andava fora do país na internacionalização.
na qual apresentámos à Juíza a prova objetiva e inequívoca de que a
Ato contínuo, começou a bombardear a empresa com sucessivos
marca PMO-Projects estava registada e aprovada no INPI.
arrestos judiciais, congelando contas bancárias, retirando bens físicos e eletrónicos à empresa, todos baseados em alegações fictícias, desde
Os conflitos sobre marcas e propriedade intelectual até são
laborais até ao uso indevido da marca PMO-Consulting da qual eu era
comuns, mas a forma de os resolver inicia-se através das
coproprietário. Coincidência ou não, toda a nossa equipa de consultores
entidades criadas para o efeito, como o INPI e o Tribunal Arbitral
12 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
pmo projects | tema de capa PERFIL Licenciado em Engenharia e Sistemas e Informática pela Universidade do Minho, Doutorado em Ciências de Gestão pela Universidade de Strahclyde (Reino Unido), certificado PMP pelo Project Management Institute, tem mais de 25 anos de experiência profissional internacional tendo trabalhado para prestigiadas organizações. É atualmente presidente da Secção da Associação Norte-Americana AACE Internacional em Portugal, tendo sido nomeado por esta associação como representante para a Comissão Técnica Internacional responsável pelo desenvolvimento da norma ISO 21500 (Gestão de Projetos), sendo também o coordenador para esta mesma norma na Comissão Técnica Nacional (CT175) do IPQ em Portugal. Foi presidente Fundador do Capítulo do PMI em Portugal e convidado a coordenar os Capítulos do PMI na Europa de 2005 a 2007. Participou no desenvolvimento das normas do PMI o Guia PMBOK® (3ªEd.) e OPM3® (1ªEd.), tendo sido em 2010 convidado pelo PMI a integrar a equipa de oito peritos internacionais selecionados para o desenvolvimento da norma para controlo de projetos (EVM). Desde 2001 que é Consultor Sénior convidado do Cutter Consortium nos EUA e recentemente integrou por convite o Painel Internacional de Peritos que aconselha o Government Accountability Office (GAO) dos EUA quanto às práticas de Gestão de Projetos. Desde 1991 que foi docente convidado em várias Universidades em Portugal, Reino Unido, América do Sul e África. Tem sido orientador e membro de júris de vários estudos de investigação de Mestrado e Doutoramento em Gestão de Projetos. O seu trabalho de Doutoramento foi financiado pela NATO e apoiado pela British Aerospace, tendo sido premiado e distinguido pela Operational Research Society no Reino Unido.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 13
tema de capa | pmo projects
especializado. Não foi por essa via que o seu ex-sócio tentou
E que impactos é que esta decisão judicial trouxe ao vosso projeto
resolver o assunto? Como é possível um grupo de empresas ser
empresarial?
alvo, tão repentinamente, de uma ação cautelar tão violenta?
Não é difícil imaginar o que acontece quando bens, contas bancárias, e
Isso foi exatamente o que explicou na sentença final o Juiz que mais
receitas futuras são arrestadas durante cinco anos: deixa-se de poder
tarde levantou o arresto e no julgamento da ação principal anulou o
pagar salários, a fornecedores... enfim, uma morte lenta e agonizante,
pedido de indemnização que Leandro Pereia reclamava. Disse mesmo
que trabalhadores, fornecedores e o mercado têm dificuldade em
que se assim não fosse, o INPI não serviria para nada. Agora a razão
compreender. Sem uma sentença de julgamento a nosso favor, o que
pela qual a juíza responsável pelo arresto fez o que fez, só ela poderá
poderíamos nós dizer ao mercado de credível? Alguém acreditaria na
explicar. Mas o que é mais curioso é que a juíza em vez de marcar
nossa história?... O mercado nunca compreenderia. É uma morte lenta,
o julgamento semanas após a nossa oposição, como manda a Lei,
com o capricho de uma ‘mordaça’, com o tempero de um sentimento
manteve, sem dar notícias, as empresas arrestadas durante quase cinco
de impotência ao ver-se que ‘o polícia troca o assassino pela vítima´.
anos privando-as da defesa a que tinham direito.
Estamos a falar de dezenas de milhões de euros de prejuízo – em devido tempo deverão ser indemnizados por quem tem responsabilidades.
Como é possível ter decorrido tanto tempo? Eu penso que qualquer pessoa que tome conhecimento dos factos
Entendo que uma das soluções passou por apostar mais
retirará as inevitáveis conclusões. Veja que nestes arrestos a alegada
firmemente na internacionalização. Como correu então essa
‘debilidade financeira’ das empresas era julgada com argumentos
aposta?
falaciosos; por exemplo: a empresa tem uma elevada dívida de curto
Sim, o negócio do projeto PMO Projects concentrou-se então nas
prazo ao Estado. Ora a conta ‘Dividas ao Estado de curto prazo’ refere-se
empresas estrangeiras. Apesar de prejudicados por já não podermos
ao IVA a pagar e ainda não vencido. Portanto quanto maior o seu valor,
recorrer a uma forte estrutura de recursos centralizada em Portugal, foi
mais vendas a empresa realizou. Portanto, a debilidade da empresa era
o prestígio e o bem trabalhar que nos levou a bons resultados. Temos
alegada por a empresa ter muitas vendas! Parece difícil de acreditar, mas
ganho projetos interessantes em organizações de elevado prestígio em
foi isso que aconteceu e está documentado. Nos julgamentos realizados
todo o mundo, incluindo ADVA (Alemanha), Agência Nacional de Energia
decorridos cinco anos, o Juiz que julgou deu como provado tudo ao
Nuclear Russa, VALE e Samarco (no Brasil), Cutter (EUA), Acciona e
contrário: a empresa usava legitimamente uma marca, não estava mal
GasnaturalFenosa (na Espanha), Promigas (Colômbia), ArcelorMittal
financeiramente, a marca PMO-Consulting nunca poderia ser explorada
(África do Sul), South32, BHPBilliton e Rio Tinto (em Moçambique), tudo
comercialmente por Leandro Pereira sem Alexandre Rodrigues autorizar
empresas ou organizações de grande porte, líderes no seu setor no
e, portanto, Leandro Pereira não tinha direito a qualquer indemnização.
mercado internacional - hoje temos clientes em todos os continentes.
Falta ainda um último retoque sarcástico: decorridos cerca de três anos o Tribunal do Comércio de Lisboa terá contactado os nossos advogados
Nesta edição falamos sobre os desafios para 2018. Que desafios se
a questionar se não quereríamos desistir dos julgamentos, dado que já
apresentam hoje à PMO Projects?
tinha passado muito tempo.
Para além de pretendermos voltar a apostar no mercado nacional onde temos já conquistado alguns clientes de elevado prestígio, e contribuir
Ou seja, considera que a justiça falhou com as empresas do Grupo
dessa forma para a retoma da económia nacional, tencionamos apostar
PMO Projects e, em particular, com o Alexandre?
muito em Espanha, reforçar na Colômbia e África, e entrar no sudeste
A justiça ainda terá a oportunidade de retificar o que fez. Agora, a
Asiático. Estamos também apostados em melhorar o nosso modelo
forma como se comportou na origem deste incidente é no mínimo
de atuação global a partir de vários escritórios. Em termos de áreas,
incompetente, negligente, e, quiça, mesmo dolosa. Quero, contudo,
estamos a apostar na Engenharia de Custos, a qual foca na Gestão dos
acreditar que o comportamento da justiça não deve ser generalizado
Ativos que os projetos criam, e na Gestão de Desempenho que foca na
a partir do comportamento circunstancial de algumas pessoas que
medição e controlo dos grandes empreendimentos e ativos. Somos já a
integram o sistema da justiça em Portugal, porque isso seria muito grave
única empresa em Portugal e Espanha acreditada pela Association for the
pois em qualquer sociedade sempre aparecerão pessoas de má índole
Advancement of Cost Engineering International (AACE) e uma das cinco
capazes de tudo; agora, em face dessa realidade o sistema de justiça
empresas selecionadas em todo o mundo (as demais quatro são Norte-
não apenas não atuar eficazmente contra quem prevarica, mas, em
Americanas) pelo College of Perforamance Management (CPM), que
vez disso colocar-se ao seu lado, é gravíssimo! Eu tenho um percurso
acabou de lançar a certificação IPPM (Integrated Program Performance
profissional baseado no mérito, tendo alcançado reconhecidos sucessos
Management) que só as empresas certificadas podem formar e certificar.
e sendo muito respeitado no mercado internacional onde atuei mais
Em 2018 o nosso caminho será continuar a inovar com serviços de
de 50 por cento da minha carreira. Nunca fui tratado desta forma em
qualidade, em clientes de prestígio, com ética e responsabilidade.
nenhuma outra parte do mundo.
14 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
O termo ‘inovação’ instalou-se no discurso público nas últimas décadas. Todos conhecemos importantes inovações que mudaram o mundo, a economia e os modos de viver sociais ao longo do último século. Falamos do avião, antibióticos, televisão, computador, telemóvel e até mesmo a internet. São apenas alguns exemplos desta inovação. Pelos seus efeitos, a inovação adquiriu uma posição central nos processos de crescimento e aumento de eficiência da economia mundial que é consensualmente aceite nos dias de hoje. Atualmente, alguns dos países mais desenvolvidos, como a Finlândia e a Suécia, dedicam cerca de três a quatro por cento da riqueza que criam em cada ano para investir em I&D científica e tecnológica. O objetivo estratégico de grade parte desse esforço consiste em melhorar a sua capacidade de inovação e, através desta, incentivar a sua competitividade à escala mundial criando bases sólidas para o crescimento económico. Portugal não constitui exceção à regra. O país investe atualmente cerca de 2.5 mil milhões de euros por ano em investigação científica e tecnológica e desde há amais de uma década que a palavra ‘inovação’ se tornou presente tanto no discurso empresarial como no das políticas públicas. Portugal conheceu um desenvolvimento científico notável nas últimas três décadas. Neste anuário, tentamos trazer alguns dos melhores exemplos de inovação, investigação e desenvolvimento que Portugal alberga.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 17
ani Futuro escreve-se com Conhecimento da autoria de josé carlos caldeira, presidente Governance, Estrutura Produtiva, Colaboração, Financiamento e Promoção da Inovação. Nestas áreas torna-se importante uma “aliança” solidária entre investimentos privados e públicos para garantir uma gestão eficaz de recursos humanos e financeiros, uma maior qualidade na gestão dos agentes do sistema e uma maior projeção externa da inovação portuguesa. Na área do Governance é importante definir e estabilizar áreas estratégicas de desenvolvimento e projetos estruturantes, em termos de I&D e de Inovação, que promovam a competitividade do país a médio e longo-prazo, clarificar a missão, objetivos e instrumentos de atuação dos diferentes atores do sistema de inovação e procurar maior eficiência na coordenação e na implementação dos diversos instrumentos públicos de apoio à inovação e à competitividade. Na Estrutura Produtiva há que estimular uma maior incorporação de valor na produção e na exportação dos nossos bens e serviços. Por exemplo, promover o aparecimento de mais empresas intensivas em tecnologia e conhecimento e, quando possível, incentivar o desenvolvimento de sinergias com os setores mais tradicionais, levar os benefícios da economia digital e da “Indústria 4.0” às PME e aos setores tecnologicamente menos intensivos, incentivar um maior acesso das nossas PME às redes globais de fornecimento e a fases mais avançadas da cadeia de valor e Na sua mais recente passagem por Lisboa,
aprofundar os instrumentos de compras públicas para estimular a inovação empresarial, incluindo
o comissário europeu Carlos Moedas,
a inovação sustentável e com responsabilidade social.
responsável pelas áreas da Investigação,
Quanto à Colaboração deve-se incentivar cada vez mais a ligação entre os atores do sistema
Ciência e Inovação, anunciou o Prémio
nacional de inovação, nomeadamente através do desenvolvimento e dinamização da rede
Horizonte em Inovação Social. Distinguirá,
de instituições interface, da política de clusters e do apoio a projetos de I&D colaborativos,
com dois milhões de euros, projetos que
nomeadamente os mobilizadores e demonstradores. Também é essencial estimular práticas de
contribuam para a melhoria da mobilidade
inovação aberta, o que implica que as organizações passem da simples lógica da proteção da
dos idosos. A competitividade de um país ou
propriedade intelectual (PI) para a gestão estratégica PI, valorizando e criando valor sobre os ativos
região já não passa apenas pelos clássicos
imateriais das organizações (através de acordos de licenciamentos, venda/compra de PI, criação de
indicadores económicos. Desafios societais
spin-offs, etc.).
como o envelhecimento ativo, a segurança
Promover um melhor conhecimento e compreensão dos diversos instrumentos disponíveis para
alimentar, a sustentabilidade energética ou as
financiar os investimentos em Inovação (financeiros e fiscais, nacionais e internacionais) e agilizar
alterações climáticas, obrigam as sociedades a
a sua utilização integrada, facilitar e estimular o acesso das empresas, em especial das PME, aos
redefinir os seus conceitos de competitividade
mercados de capitais, nomeadamente nas diversas tipologias de capital de risco, são aspetos
e a desenvolver políticas inovadoras. E como é
fundamentais na área do Financiamento.
que se ganha este futuro? Com uma política de
Já na Promoção da Inovação, Portugal beneficiaria de aproveitar melhor, do ponto de vista
inovação centrada na resolução de problemas
económico e social, os resultados da investigação e do conhecimento produzido nas instituições de
concretos das pessoas e das empresas
Ensino Superior e de I&D, de utilizar a política de inovação para dar resposta aos grandes desafios
e alinhada com as prioridades sociais e
societais que o País enfrentará para as próximas décadas e de desenvolver uma estratégia
económicas do país.
integrada de promoção externa da capacidade nacional de inovação, uma “diplomacia” para a
O desenvolvimento, reconhecimento,
inovação.
internacionalização e impacto da inovação que se faz em Portugal pode ter maior alcance se
Fontes:
houver uma atuação articulada em cinco áreas:
http://www.pordata.pt/Portugal/Indicadores+de+envelhecimento-526
18 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
inovação | ordem dos engenheiros
“A Engenharia é crucial para o futuro de Portugal” Uma Ordem dos Engenheiros (OE) cada vez mais voltada para a profissão e para o futuro é o objetivo do bastonário Carlos Mineiro Aires para este triénio 2016/2019. Salientando o papel fundamental da Engenharia para a evolução do país, o bastonário dá-nos conta dos desafios que a profissão enfrenta e da sua importância para a competitividade de Portugal. para a implantação de grandes empresas multinacionais, que aqui encontram engenheiros de excelência e centros de ensino conceituados. “A Engenharia aliada à tecnologia traz inovação e empreendedorismo, competitividade e riqueza. Não posso deixar de afirmar que o papel da Engenharia para o futuro deste país é crucial. Não há riqueza que se crie sem ser com investimentos ligados às engenharias e às tecnologias e, portanto, os engenheiros, enquanto profissão crucial para este processo, são a grande aposta que o país tem a fazer, mas cuidando sempre de lhes assegurar salários dignos e correspondentes aos padrões de rigor e níveis de responsabilidade que lhes exige”, considera. Quase a comemorar 150 anos de existência – primeiro como Associação Nacional dos Engenheiros Civis, mais tarde como Ordem dos Engenheiros – a OE está mais jovem e dinâmica do que nunca, acredita o bastonário. “Uma Ordem que dedica todo um congresso à transformação digital, ao futuro e aos seus desafios, é uma Ordem que está muito atenta e que sabe o que está a fazer. A OE tem uma dinâmica e liderança próprias e diria que representa um conjunto de profissionais que são indispensáveis e cruciais. É uma Ordem que está sempre disponível para trabalhar para o país, para os seus cidadãos e para colaborar com os Governos de Portugal dentro daquilo que será tecnicamente aceitável e lógico. Temos pena de, por vezes, não sermos suficientemente aproveitados para que se evitem muitas das asneiras que são cometidas em decisões menos corretas”, confessa. Sendo uma Ordem virada para os jovens, a OE tem realizado um importante trabalho junto das universidades e dos institutos politécnicos onde são ministrados os cursos de Engenharia. Os estudantes podem tornar-se membros ainda frequentando os cursos e poderão usufruir de um conjunto de regalias, como estágios em empresas parceiras da OE. “Este país precisa de engenheiros. Carlos Mineiro Aires Bastonário
Neste momento não temos engenheiros suficientes, sobretudo em áreas ligadas às tecnologias de comunicação. Temos que criar nos jovens a consciência de que a Engenharia é uma profissão única. É
“É necessário encarar a Engenharia como o epicentro do crescimento
a única profissão em que uma pessoa é formatada para pensar, para
saudável e sustentável e reconhecer o papel do engenheiro na
conceber e para executar. Não há mais nenhuma assim”, salienta Carlos
sociedade”, começa por dizer, em entrevista à Revista Business Portugal,
Mineiro Aires. O bastonário da OE aproveita, neste final de ano, para
Carlos Mineiro Aires. Foi esta, aliás, a principal ideia ouvida no XXI
desejar votos de que a situação do país melhore, e que, com a ajuda
Congresso da Ordem dos Engenheiros, que aconteceu nos passados
da Engenharia, possa criar riqueza, bens transacionáveis, aumentar as
dias 23 e 24 de novembro, sob o tema ’Engenharia e Transformação
exportações e diminuir o endividamento. “Desejo sinceramente que em
Digital‘. Na opinião do bastonário, esta transformação ligada à chamada
2018 tenhamos uma esperança maior no nosso país e que a Engenharia
indústria 4.0 está a fazer com que Portugal seja um polo apetecível
faça parte da solução”, conclui.
20 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
inovação | appb
A alternativa ecológica aos combustíveis fósseis A propósito da importância do biodiesel nos dias de hoje, pelo seu indiscutível papel no contexto das energias renováveis, conversamos com Jaime Braga, secretário-geral da Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis sobre o papel e importância da mesma na sua promoção.
Jaime Braga Secretário-geral
Quando foi fundada a Associação Portuguesa de Produtores de
Porquê a necessidade de fundar esta associação?
Biocombustíveis? Quem são os grupos fundadores?
A APPB tem como principais objetivos:
A APPB – Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis foi constituída em
1.
2009, fundada pelos principais produtores de biodiesel e garantes do cumprimento
biocombustíveis, nomeadamente do biodiesel;
da norma EN14214 em Portugal: Iberol – Sociedade Ibérica de Biocombustíveis e
2.
Oleaginosas, S.A.; Fábrica Torrejana, S.A.; Prio Biocombustíveis, S.A.; Biovegetal –
oficiais na implementação das diretivas europeias sobre
Combustíveis Biológicos e Vegetais, S.A. e Sovena Oilseeds Portugal, S.A.
Energias Renováveis e Créditos de Carbono; 3.
22 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Promover e divulgar a utilização de Assistir e apoiar tecnicamente os organismos
Ser o porta-voz do biodiesel em Portugal;
appb |inovação
4.
Promover os interesses do biodiesel e contribuir para uma discussão
rodoviários em 2020. Este regime legal foi decretado após
esclarecida das vantagens da incorporação de biodiesel em gasóleo;
consulta aos intervenientes e refletiu a compatibilização
5.
possível dos interesses em jogo. Note-se, no entanto, que
Fomentar, simultaneamente, a utilização de matérias residuais o fabrico
de biocombustíveis, e a complementaridade com o setor da alimentação animal,
este regime legal já evoluiu no sentido de uma abertura total
promovendo a racionalidade económica em ambos os setores com evidente beneficio
de mercado. Hoje, este mercado está sujeito à concorrência
para a economia nacional.
internacional, de acordo com regulamentos inseridos no
O biodiesel tem um indiscutível papel a desempenhar no contexto das energias
sistema petrolífero nacional.
renováveis especialmente no setor dos transportes rodoviários. Nesse sentido, a União Europeia alterou a norma do gasóleo (EN590) de forma a permitir a incorporação até 7
O que é preciso para produzir biodiesel?
por cento de biodiesel no gasóleo, considerando ainda uma obrigatoriedade de 10 por
O biodiesel resulta de tratamento químico de óleos e
cento de incorporação de biocombustíveis no gasóleo vendido em cada país até 2020.
gorduras. As matérias-primas utilizadas no fabrico de biodiesel são, portanto, óleos e gorduras de origem vegetal
Em termos económicos, o biodiesel é uma energia barata?
ou animal, daí resultando que, hoje, é o destino preferencial,
O biodiesel é alternativa renovável ao gasóleo, e atualmente é consumido em
inclusive do ponto de vista ambiental para as gorduras de
mistura com este combustível, sem qualquer necessidade de alteração nos veículos
origem animal não adequadas à alimentação, e para os
automóveis e dispensado gastos muito volumosos em novas infraestruturas e postos
óleos alimentares usados, os quais constituem, nesta data,
de abastecimento.
cerca de 50 por cento das matérias-primas que a indústria
Por esse motivo, é hoje a alternativa e o complemento mais económico aos
nacional usa para o seu fabrico.
combustíveis fósseis. Como é visto o biodiesel em Portugal? Os objetivos da Em termos percentuais, que quantidade de energia biodiesel já é produzida em
associação têm sido cumpridos? Tem havido, da parte
Portugal?
das entidades oficiais colaboração nesta matéria?
Pode dizer-se, apesar de, por lei, o mercado estar aberto, que o biodiesel introduzido
Na verdade, o biodiesel, uma vez que é comercializado em
no gasóleo e consumido no país e produzido em Portugal. A percentagem de biodiesel
conjunto com o gasóleo e com esta denominação, é um
introduzida no gasóleo rodoviário foi, em 2016, cerca de 5.5 por cento em volume.
produto do qual muitos consumidores não se apercebem. Mas as questões que, hoje, preocupam este setor de
A energia produzida aqui é toda utilizada cá? Alguma é exportada?
atividade centram-se no enquadramento legal europeu,
A capacidade instalada em Portugal de produção de biodiesel é substancialmente
em mudança e sem horizontes claros após 2020, o qual,
superior às necessidades do país, as quais decorrem das metas de incorporação
pese embora a compreensão e bom relacionamento com as
fixadas por lei. Existe, portanto, capacidade disponível e as empresas associadas
entidades oficiais nacionais, influencia o quadro legislativo
da APPB, que dispõem de unidades de produção eficientes e competitivas, têm
e regulamentar em Portugal. Estas incertezas mantêm em
conseguido frequentemente exportar biodiesel, designadamente para outros países
aberto algumas questões que decorrem da plena abertura
europeus.
do mercado dos biocombustíveis. Neste particular, e para um ambiente de abertura de mercado em sã concorrência,
Quais são as vantagens da utilização de biodiesel?
o que se deseja, será essencial que exista reciprocidade
O biodiesel, como já foi referido, é a energia renovável mais disponível, menos cara,
entre Estados-Membros quanto ao estatuto a conceder
e com resultados comprovados contribuindo eficazmente para a descarbonização dos
às matérias-primas oriundas de resíduos, do qual resulta
transportes. Por outro lado, o biodiesel é hoje um dos componentes decisivos para
ou não o regime de ‘dupla contagem’ e que o controlo
o cumprimento da meta nacional, bastante exigente, de incorporação de energias
da sustentabilidade dos biocombustíveis e das matérias-
renováveis no consumo final do país.
primas que os originaram e das suas especificações seja uniforme, tanto para a produção nacional como para a que
A antecipação que Portugal fez, para 2010, de incorporar biodiesel no gasóleo,
tiver outras origens. Em conclusão, o país, graças à indústria
foi conseguida? Como reagiram as gasolineiras e os produtores de biodiesel a
de biodiesel, está em condições para cumprir as metas
essa antecipação?
europeias de renováveis nos transportes, mesmo que, como
Portugal, quis dar logo o salto legislativo que permitisse, desde já, estar preparado
está proposto e Portugal tem apoiado, essa meta evolua
para uma incorporação superior àquela até agora permitida pela norma do gasóleo
para um valor mais alto do que o que hoje vigora.
(EN 590). Deste modo, tendo legislado nesse sentido, ficaram criadas as condições para o cumprimento da meta de 10% de energias renováveis nos combustíveis
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 23
inovação | courage details
Uma panóplia ao serviço do cliente A equipa formada na Courage Details tem um passado comum onde todos os seus elementos desempenharam funções em prestigiadas empresas nacionais e internacionais.Conversámos com João Saraiva de Almeida, CEO do grupo.
Há quanto tempo surgiu o grupo Cdetails? Conte-me, de forma breve, como surgiu este grupo? O Grupo Cdetails surgiu em 2016 após a abertura da primeira empresa chamada ‘Courage Details Lda’. A primeira empresa do grupo nasceu em 21 de novembro de 2015 (data do meu aniversário) com a necessidade de conseguir, com a maior isenção e transparência, reduzir o custo das operações a nível informático e gestão de frotas, mantendo todo o profissionalismo e a qualidade dos serviços prestados. Com o desenvolvimento da empresa, surgiram outras oportunidades e áreas de negócio que, obviamente, aproveitámos! De momento, para além da Courage Details Auto e Informática, criámos o Mercado dos Frescos nas ilhas onde entregamos produtos frescos à porta e à hora que desejarem; a MIU - Multi Investment Unit onde, mediante o capital disponível dos nossos clientes aconselhamos numa posição de consultoria os investimento possíveis, tangíveis e rentáveis; a EncantoAbstracto operando nas áreas de marketing, comunicação e eventos; o Golden Ocean Club que marcou o seu cunho no Funchal aproveitando as noites quentes oferecendo toda a qualidade de serviço na noite Madeirense e começámos há quatro meses a estudar a viabilidade de duas empresas ligadas aos fornecimento de serviços, com uma vertente de ação social para variados nichos de mercado. A conclusão deste estudo é que existe viabilidade e vamos avançar! Porque é que, a Courage Details tendo uma equipa que já trabalhou nas áreas da informática e auto, internacionalmente, resolveram juntar-se e criar uma empresa nova?
João Saraiva de Almeida CEO
É sempre bom relembrar o início, ter presente as nossas raizes, no caminho que percorremos. Em 2015, as
este cenário, abri com o apoio da DNA Cascais a Courage Details, fiz propostas a
empresas, macro, pme’s e micro ressentiam-se da crise
atuais profissionais que colaboram connosco da qual se fazem munir de um portfólio
que decorria (uns mais que outros), vendas a diminuir,
brilhante nas áreas e do meu conhecimento sobre os seus trajetos. Quando existe
despedimentos e custos a aumentar, ao tentarem investir
uma proposta interessante, aceita-se! Até hoje, estão lado a lado comigo e com o
de forma a conseguirem manter a sua faturação e taxa de
crescimento do grupo.
conversão. Existindo sempre dois fatores de custo para as empresas, a informática e a frota, tentámos atuar nestas
Como se distingue o vosso serviço dos das outras empresas?
áreas de forma a reduzir custos ao cliente final. Assim, com
Os nossos serviços, em todas as áreas em que estamos envolvidos, diferenciam-se
24 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
courage details|inovação
pela qualidade VS custo, pela personalização de
que são principalmente vocacionadas para os
porque quanto mais explicito e cuidadoso for o
cada caso, pelo fantástico CRM desenvolvido,
mesmos.
pedido, mais fácil é para nós corresponder às
pela simpatia e profissionalismo das nossas
expectativas e entregar a solução adequada às
equipas e por todo o espirito de consciência,
No que respeita aos serviços automóveis,
desenvolvimento e inovação que detemos.
para além dos serviços de oficina, que
necessidades sentidas.
outros serviços prestam aos vossos
A DNA Cascais tem ajudado a CDetails em
Na área da informática, dizem-se
clientes?
que medida?
diferenciadores. Em que consiste essa
No que diz respeito aos serviços auto, para
A DNA foi fundamental na abertura da Courage
diferença?
além dos serviços de oficina, efetuamos
Details por todo o apoio prestado a nível
No grupo, diferenciamo-nos por estarmos
seguros, defleet, assistência em viagem,
de organização e auxílio na elaboração do
sempre na vanguarda tecnológica. Esta posição
apoio jurídico, créditos, consultoria de compra
business plan. Sem a Courage Details, o grupo
de mercado permite-nos abranger serviços
e venda de viaturas, entre outros e, assim
Cdetails, provavelmente, não existiria. Com
em todas as áreas, sempre com a ajuda das
conseguimos ter sempre uma solução prática e
uma ideia em mente, a DNA auxiliou em todo
novas tecnologias. Apesar dos grandes custos
honesta à medida de cada um, sendo empresa
o processo.
que imputa esta posição de vanguarda, não
ou particular Neste momento, que balanço fazem deste
olhamos apenas a despesas, mas sim à satisfação total dos nossos clientes. Fazemo-lo
Trabalham também para privados, ou só
projeto?
por gosto, por paixão e acima de tudo, pela
para empresas?
O balanço é positivo, apesar das poucas horas
satisfação das nossa estrutura e dos nossos
Trabalhamos com ambos mas, obviamente,
de sono permitidas, conseguimos em dois anos
clientes.
existem sempre empresas com maior
chegar onde estamos. Acima de tudo, é ver um
aceitação na área empresarial e outras mais
bebé crescer pela nossa mão e sentirmo-nos
Que soluções oferecem a quem vos
vocacionadas para o particular, contudo,
com uma enorme satisfação pessoal.
procura? Têm soluções já previamente
trabalhamos com todos.
criadas ou cada cliente é um cliente e a
O que esperam para o próximo ano? Já têm
solução é adaptada a cada um?
As empresas atualmente já têm uma maior
projetos novos?
Em qualquer uma das empresas, de forma ágil,
preocupação com os seus fornecedores?
Tal como afirmei na primeira questão, existem
rápida, fácil e eficaz (devido ao uso tecnológico)
Fazem questão de ter a certeza que estão
dois projetos que estavam em análise há quatro
conseguimos estudar cada caso como um só,
a fazer o melhor investimento possível,
meses. A sua viabilidade contém números
dando ao cliente a melhor opção para satisfazer
e o mais adequado também às suas
extremamente interessantes e satisfatórios.
as suas necessidades, sejam elas informáticas,
necessidades? Em que é que o grupo
Dado este cenário, é como costumamos dizer
automóveis, investimentos, eventos, serviços
CDetails as ajuda nesse campo? Através de
internamente, é um GO”’ para os implementar.
variados, entre outros.
consultoria?
Estamos na segunda fase de expansão da
O Grupo Cdetails tem como pensamento ‘um
CDetails Informática para a ilha da Madeira.
Também trabalham com particulares.
obstáculo é algo a ultrapassar’, e com esse
Esperamos que 2018 seja um ano de expansão
Neste caso, prestam serviços de reparação
pensamento, para a estrutura, não existem
considerável, com resultados mesuráveis e
informática ou também têm outros
impossíveis. Cada empresa tem o que deseja,
objetivos cumpridos.
serviços?
sendo mais difícil ou mais fácil de concretizar.
Realmente a informática é a nossa base.
Em dois anos, penso que a mentalidade das
Querem deixar alguma mensagem aos
Algumas empresas direcionam o seu potencial
empresas passa por terem a melhor opção
vossos clientes, colaboradores e amigos,
à prestação de serviços empresariais e não
ao melhor preço, terem à medida o que
em época de Natal?
dão tanta importância ao cliente particular.
necessitam e cortarem com as chamadas
Desejo a todos os meus amigos, colaboradores
Nós optámos por fazer um misto, ou seja,
‘gorduras’ nos orçamentos. Hoje em dia
e clientes um Feliz Natal em família, com
damos a mesma atenção tanto às empresas
vemos empresas já a pedirem orçamentos
saúde, paz e amor. Desejo que 2018 seja
como aos particulares. O nicho de mercado
com retificações incisivas e ajustadas a novas
um ano de sucessos, prosperidade, amor e
de particulares é bastante interessante e, por
ideias, verificando uma mente mais aberta a
família. Em nome da Cdetails agradeço toda a
isso, cerca de 30 por cento da receita do grupo
parcerias com cuidado dobrado com o que
confiança depositada em nós.
advém de particulares e tende a aumentar com
pedem e a quem adjudicam. Felizmente,
a implementação das empresas de serviços
estes cuidados vêm facilitar no nosso trabalho
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 25
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inovação | ama
em prol da modernização administrativa A AMA é o instituto responsável pela promoção e desenvolvimento da modernização administrativa em Portugal. A Revista Business Portugal conversou com Pedro Dias, CEO da Agência para a Modernização Administrativa.
Pedro Dias CEO Instituto Público criado em 2007, a AMA atua em quatro eixos: atendimento,
e aproveitar as oportunidades que a internet pode
simplificação, transformação digital e participação pública. Qual é a
representar para a economia e para a sociedade?
importância da AMA?
Portugal é, de facto, uma referência a nível internacional,
A AMA é o organismo da Administração Pública que tem por missão desenvolver
o que nos deve orgulhar a todos. Isto resulta de um
programas e ações de modernização e simplificação administrativas, promover
forte empenho na disponibilização de serviços públicos
o acesso universal aos serviços públicos, de acordo com a definição de linhas
eletrónicos, permitindo que o cidadão possa aceder a
estratégicas no quadro das políticas definidas pelo Governo, de que é exemplo o
qualquer hora e em qualquer dia da semana a um catálogo
Programa Simplex.
de serviços públicos sem a necessidade de se deslocar
Esta missão é suportada pelo desenvolvimento de medidas em diversas áreas,
fisicamente, muitas vezes a largos quilómetros de distância,
desenhadas e implementadas em parceria com diversos organismos da Administração
e aguardar pela sua vez.
Pública que passam pela construção de soluções nas áreas da identificação
A quantidade de serviços que hoje temos online é fruto de
electrónica, da interoperabilidade, dos dados abertos, dos pontos únicos de contacto
um trabalho que envolve inúmeros organismos do Estado
e, por fim, da usabilidade.
que temos procurado, mais uma vez com o foco no cidadão, que conversem entre si para promover a satisfação dos
Portugal já é uma referência no mundo da disponibilização de serviços públicos
cidadãos com a máxima eficiência.
digitais. Como é que se pode enfrentar os desafios colocados pelo digital
O digital deve ser encarado como um fator facilitador,
28 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
ama|inovação reduzindo tempos de espera, simplificando processos,
ainda, utilizar os métodos eletrónicos.
tornando a Administração Pública mais ágil e, não menos
Por outro lado, a optimização de processos e o desenvolvimento tecnológico
importante, interoperável. Temos de facto muito trabalho já
implicarão sempre recursos humanos, quanto mais não seja porque esta melhoria
realizado mas que deverá ser acompanhado de outro, não
é um processo contínuo e constante desenvolvido por pessoas. Não acredito numa
menos importante, que nos permita ter níveis de utilização
visão catastrofista e acredito que assistiremos, gradualmente, a uma reconfiguração
ajustados aos níveis de disponibilização, o que ainda não
das competências e actividades manuais desenvolvidas.
acontece. A internet é um canal que permite aos cidadãos e às
É preciso mudar mentalidades? Como é que se faz o acompanhamento para
empresas o acesso à informação e aos serviços de forma
estas mudanças?
célere, menos onerosa, mais prática e conveniente, mas há
Na perspetiva dos cidadãos, é um processo natural. As pessoas tendem a
todo um outro universo de vetores tecnológicos por trás, que
acompanhar com naturalidade a evolução de determinadas soluções que efetivamente
são necessários para que os canais de contacto, presenciais
lhes facilitam o dia-a-dia. Observamos isto diariamente. Vejam-se as renovações
ou eletrónicos, consigam satisfazer as necessidades dos
online das cartas de condução, a entrega do IRS, a prescrição médica eletrónica, para
destinatários, com qualidade.
dar apenas três exemplos.
A área da identificação electrónica é um desses vetores:
As soluções são implementadas ao ritmo da disponibilização dos equipamentos, que
temos hoje disponível um método simples e seguro de
são cada vez mais intuitivos. A somar a isto, as mudanças são, na grande maioria dos
autenticação nos sites da administração pública, que tem
casos, a mera simplificação ou mesmo supressão de determinados passos, por vezes
vindo a ser adotado também por empresas privadas e que
redundantes. O IRS automático, por exemplo, abrangeu já 1,8 milhões de declarações
é uma referência a nível internacional. Trata-se da Chave
no primeiro ano de funcionamento.
Móvel Digital, que permite a qualquer cidadão aceder
A melhoria implica igualmente uma cada vez maior usabilidade, que é também
a diferentes sites com o mesmo número de utilizador
uma preocupação da AMA: desenvolvemos a plataforma usabilidade.gov.pt, onde
(o telemóvel) e um único pin, recebendo um código de
disponibilizamos princípios de boas práticas, código, design e templates abertos
acesso seguro associado a cada processo de autenticação.
prontos para descarregar e implementar. Esta solução, focada na Administração
Este método é tão seguro como a utilização do Cartão
Pública e também no cidadão utilizador, é, a par de outras, como a integração de
de Cidadão, mas sem necessidade de qualquer leitor de
informação e serviços eletrónicos em portais únicos, resultado desta preocupação.
cartões.
Na área do presencial esta nossa preocupação levou-nos a desenvolver soluções
Por fim, também a interoperabilidade, que está por trás
como o Espaço Cidadão. Trata-se de uma rede já com cerca de 600 balcões em
de muitos serviços prestados na internet, permite a
todo o território nacional, onde são prestados serviços já disponíveis em ambiente
comunicação, de forma segura e totalmente automática, de
digital, mas desta feita através de um mediador que não se limita a realizar o serviço,
dados entre diferentes organismos. É esta interoperabilidade
permitindo aos cidadãos acompanhar todo o processo através de um teclado e ecrã
entre sistemas que nos possibilita, por exemplo, atribuir a
próprios e, assim, fomentar a inclusão e a literacia digital.
cerca 800.000 famílias a tarifa social de energia sem que
Na perspectiva dos colaboradores, creio que tem existido essa capacidade
o cidadão tenha de entregar qualquer documento para o
de adaptação à mudança: este dinamismo afeta a sociedade num todo,
efeito.
independentemente de se tratar do sector público ou privado.
A digitalização e a inovação são, de facto,
Com tanto crescimento e evolução, o que se pode esperar para o futuro?
incontornáveis. A tecnologia e as máquinas estão
Não é possível antecipar a mais de um ou dois anos, mas vamos tentando construir
a ganhar cada vez mais peso na sociedade e na
o futuro todos os dias. Por exemplo, num futuro muito próximo vamos permitir a
economia, isto vai obrigar ao despedimento de
assinatura de um qualquer documento através do telemóvel. Possibilitaremos também
pessoas?
que qualquer cidadão possa assinar digitalmente enquanto gerente de uma sociedade
Não podemos colocar as coisas nesses termos. As
ou advogado, ou mesmo gestor público, sem necessidade de um leitor de Cartão
pessoas são e serão sempre importantes. As nossas
de Cidadão, apenas com recurso à Chave Móvel Digital; teremos um novo Portal de
competências e atribuições, no dia-a-dia, passam por um
Cidadão, mais simples, mais intuitivo e com melhores serviços; disponibilizaremos
natural processo de adaptação, como sempre foi, aliás.
uma nova plataforma de acesso a dados abertos, dando resposta a um compromisso
Mas nada disto invalida a natural necessidade humana
de transparência transversal a toda a Administração Pública; atribuiremos um selo
que requer, em muitas situações, o contacto presencial e
digital de usabilidade a todos os sites e portais que cumpram os requisitos definidos e
a disponibilidade para assegurar tarefas menos rotineiras,
assumiremos, cada vez mais, o princípio do digital por regra, através de pontos únicos
passando a assegurar funções de maior valor acrescentado.
de contacto mas sem fechar portas físicas, não esquecendo ninguém.
Cumulativamente, temos a obrigação de acautelar as
Não adivinhamos o futuro mas antevemos algumas novidades a breve trecho e
necessidades das franjas - cada vez menores, é certo - das
esperamos que facilitem o dia-a-dia das pessoas, levando a que tenham de dedicar
pessoas que não sabem, ou simplesmente não conseguem
menos tempo à resolução de problemas burocráticos. Este é o nosso objetivo.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 29
inovação | spral
Mário, Susana e Nuno Almeida Administradores
50 anos de dedicação Com sede em Ílhavo, a SPRAL - Sociedade de Pré-Esforçados de Aveiro foi fundada em 1966 com uma história notória no mercado. Nuno Almeida, um dos administradores, conta-nos como a empresa chegou à família Almeida e como vê a atualidade deste setor. 50 ANOS DA SPRAL
A SPRAL surge no seio de uma família empresária de Leiria, “dado que tinha uma outra fábrica na altura da mesma área e com um engenheiro aqui da região. Inicialmente, começou por ter um estaleiro dessa fábrica e depois acabaram por construir a atual fábrica em Ílhavo”. Em setembro de 2001, a fábrica passa a pertencer à família Almeida. É assim que a empresa se integra no Grupo Mário Almeida e atualmente conta com três administradores: Nuno Almeida, Mário Almeida e Susana Almeida. Ao longo dos anos, a SPRAL foi variando os seus diversos produtos e alargou a escala para todas as áreas de construção. Hoje em dia, contam com uma gama de serviços ligados à orçamentação, apoio técnico na conceção de projetos, execução da obra e um serviço pós-venda. “Desde a pré-fabricação ligeira como blocos, pavês, lancil, abobadilhas, vigotas, ripas e perfis, a uma série de produtos mais técnicos com características térmicas acústicas.
32 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Depois temos um outro setor que é a pré-fabricação pesada, como pavilhões industriais, mas também fazemos revestimentos de fachadas de edifícios em centros comerciais”, refere Nuno Almeida. Em todos os serviços pretendem melhorar e integrar todos os produtos. Transporte de material O transporte de todo o equipamento é disponibilizado por uma “equipa interna e com formação e aptidão para a condução de veículos pesados com grua”. Este serviço tem uma capacidade que pode ir dos 15.000 kg até aos 25.000 kg. Para não faltar segurança e eficiência nos serviços prestados aos clientes, a SPRAL garante a disponibilidade de transportar “elementos préfabricados de grandes dimensões” através de empresas externas. Obras de destaque São os clientes e as obras que ganham uma especial atenção da empresa para garantir que nada falhe. Obras como os centros comerciais Colombo e Vasco da Gama, em Lisboa, foram realizadas pela SPRAL, uma vez que naquela época
spral | inovação
Parcerias para a reciclagem A Universidade de Aveiro tem sido uma das parceiras da SPRAL. Para além da ajuda que têm facultado à empresa para o recrutamento de técnicos para estágios, A UA ainda tem alguns projetos de investigação com eles, o que acaba “por nos tornar melhores”. Está a decorrer um protocolo com a Universidade de Aveiro. “Tem a haver com uma candidatura internacional, ligado diretamente aos fundos europeus”. Um dos quadros dos fundos europeus é português e quem está presente é a Universidade de Aveiro, a SPRAL, a Navigator Company e a Mega Via. A investigação que conta com a parceria da UA tem como tema central a economia circular. Nuno Almeida explica que vão “introduzir no nosso processo produtivo resíduos de produção e estudar a viabilidade dessa situação, porque são resíduos que a produção tem que lhe dar destino e querem encontrar esse destino onde eles possam ser valorizados”. A Universidade vai fazer parte da investigação a nível laboratorial nos primeiros testes de incorporação da produção de betão e posteriormente a SPRAL vai realizar um ensaio real de uma fração de um pequeno edifício. O seu comportamento irá ser monitorizado com uma previsão de dois anos de monitorização. Um novo projeto entre mãos com a UA, que foi objeto de candidatura ao quadro comunitário, está ligado a uma investigação relacionada com as casas modelares, ou seja, “queremos desenvolver uma solução modelar de habitação com os nossos produtos mas de forma modelar, como se fosse um lego”, refere Nuno Almeida. O objetivo é fazer uma casa de uma forma muito mais económica e estandardizada. Para este projeto se concretizar é necessário enfrentar algumas restrições arquitetónicas e encontrar uma solução eficaz.
Problemas no mercado de préesforçados O mercado tem sido inconstante e “este foi dos setores que mais sofreu com a crise até à data”. Para melhorar estes problemas, Nuno Almeida considera relevante o apoio do Estado para os interesses das empresas. Apesar do crescimento gradual, há um problema que vai afetar o setor nos próximos anos, a falta de mão de obra, principalmente qualificada e mais exigente. “É preciso formação adequada para fazer esta produção”. Outro entrave colocado no setor é a exportação dos produtos, “mais os préligeiros”, mas a SPRAL acaba por estar, de forma gradual, presente em França e em Cabo Verde. “Os custos logísticos são muito grandes, porque os produtos são muito pesados”, afirma Nuno Almeida.
de colaboradores excecional”. O nosso interlocutor revela ainda que o mercado permite que haja um crescimento na préfabricação pesada de betão pronto, mas relativamente à fabricação ligeira “não há a possibilidade de crescer muito mais”, mas sim fazer um acompanhamento na evolução do mercado. É de forma sustentável que têm a missão de progredir, tendo alguma moderação perante as crises. Distinção no mercado Adaptação e solução de problemas. É este o segredo para uma empresa de sucesso que tem esta capacidade técnica e de qualidade elevada. Para solucionar o problema consideram necessário olhar para ele e “ajudar a tentar resolver o mais rápido possível”, finaliza Nuno Almeida. OBRAS
O balanço de uma PME líder Atualmente com mais de uma centena de colaboradores, a empresa celebra um marco importante: os 50 anos de história com uma competitividade no setor localizada mais na parte norte do país. Na perspetiva do administrador, o aniversário foi o momento ideal para refletir nos pontos positivos e menos positivos que aconteceram. “É fundamental percebermos que isto só é possível porque temos uma qualidade de colaboradores que fazem esta casa mexer. Hoje considero que tenho uma equipa
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 33
inovação | eurofactor
Um parceiro de confiança ao seu dispor A EUROFACTOR Portugal proporciona soluções de factoring que se diferenciam pela sua excelência, inovação e segurança. A cimentar um percurso de 25 anos, assume o estatuto de liderança no factoring de exportação, que se apresenta como uma alternativa cada vez mais preciosa para empresas dos mais variados setores. Conversámos com Rui Esteves, diretor-geral da EUROFACTOR.
Para quem ainda não conhece a EUROFACTOR, como pode apresentá-la aos nossos leitores? Em Portugal desde 1992, a EUROFACTOR é um dos maiores players no mercado de Factoring em Portugal e líder histórico no Factoring de exportação. Integrado no Grupo Crédit Agricole (grupo francês), somos especialistas na prestação de serviços de financiamento, cobranças e gestão do risco de crédito da conta de clientes, oferecendo soluções inovadoras e personalizadas tendo em conta as necessidades de qualquer empresa que venda a crédito no mercado nacional ou para exportação. A integração num grupo multinacional com uma presença geográfica global, permite à EUROFACTOR ter uma vantagem competitiva assinalável no Factoring Internacional onde é líder de mercado incontestável em Portugal. Quais os serviços que prestam e quais as suas maisvalias? Disponibilizamos às empresas a possibilidade de antecipar o valor das suas faturas para que possam dar resposta aos seus compromissos através de vários instrumentos de gestão financeira. O nosso propósito é que a nossa capacidade de intervenção permita que as empresas se dediquem à sua real atividade com foco na gestão do seu crescimento. Através da solução Full Factoring, facilitamos o acesso do cliente a três serviços: financiamento, gestão de cobranças e cobertura de risco de crédito. É a solução mais completa que disponibilizamos às empresas e que pode ser aplicada quer nas suas vendas internas, quer Rui Esteves Diretor-geral
para mercados externos. Assim, para além do Factoring Doméstico, e do Reverse Factoring, a EUROFACTOR presta um serviço muito completo e ajustado à realidade das empresas nos mercados externos, com o Factoring de Exportação e o ‘EUROPEAN PASS’. No que diz respeito à internacionalização das empresas, o factoring de exportação é o serviço com maior peso no volume de negócios da EUROFACTOR Portugal e aquele que melhor serve as
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eurofactor |inovação
empresas presentes em mercados externos. Adicionalmente, contamos
económicas que possam existir encaramos estes desafios sempre com
também com uma oferta completamente inovadora e disruptiva no
precaução, procurando possíveis oportunidades e antecipando ameaças.
mercado, e que é exclusiva da EUROFACTOR: o ‘EUROPEAN PASS’; uma
A EUROFACTOR manteve-se ao lado das empresas quando estas
solução concebida para empresas portuguesas que possuem filiais,
mais precisavam e ofereceu-lhes oportunidades de sucesso e apoio,
independentemente da sua dimensão e com uma fonte centralizada de
quando muitos outros lhes voltaram as costas. Conseguimos, através
financiamento. Através desta solução, conseguimos, com apenas um
da nossa política de customização, apresentar soluções específicas e
e único contrato de factoring, centralizar os processos de tesouraria no
ajustadas a cada cliente e isso torna-nos únicos. A confiança mútua
país de origem, dando resposta às especificidades individuais de cada
entre a EUROFACTOR e as empresas é o que nos torna uma referência
país onde a empresa tem presença. Através de um financiamento global
em Portugal e nos torna no parceiro ideal ao serviço de economia real,
e centralizado para todo o Grupo, o ‘EUROPEAN PASS’ oferece uma
apoiando claramente a sua tesouraria, as suas exportações e processos
cobertura de risco de crédito e uma eficiência administrativa, financeira
de internacionalização.
e de recursos, passando a haver apenas um interlocutor dedicado ao grupo. Este apoio e suporte à internacionalização das multinacionais
As empresas portuguesas têm aderido e compreendido cada vez
portuguesas, que concorrem num ambiente cada vez mais competitivo e
mais o conceito da EUROFACTOR?
com cada vez mais players de diversos países, é de extrema importância
Sim, sem dúvida! Conseguimos trabalhar em conjunto com o cliente as
e tem sido, de fato, o nosso foco estratégico.
suas verdadeiras necessidades para apresentar soluções específicas e muitas vezes cirúrgicas. E temos aprendido imenso com cada um
Desmistificando o factoring e a sua importância na realidade
dos nossos clientes, pois esta personalização e constante procura
vivenciada pelas empresas portuguesas e internacionais. Qual é, na
por soluções cada vez mais simples permite também uma adaptação
realidade, a importância do factoring para as empresas?
e ajustamento da nossa parte. Posto isto, ao fornecer as soluções
O factoring apresenta-se como uma fonte de financiamento muito
adequadas às necessidades das empresas portuguesas e do mercado,
credível, resiliente às crises e como uma boa alternativa a outras fontes
é natural que a EUROFACTOR demarque uma posição de referência e
de financiamento mais tradicionais. A atividade de Factoring consiste
inspire confiança nos negócios e nos clientes. Conseguimos perceber
na cedência dos créditos comerciais de curto prazo por parte de uma
que as empresas portuguesas privilegiam, cada vez mais, um serviço
empresa (Aderente), a uma instituição financeira (Factor) referente às
de cobranças, assim como a garantia dos riscos de incobráveis, o que
vendas a crédito de bens e/ou serviços efetuados aos seus clientes
complementadas com o financiamento e a eficiente informação na
(Devedores). Esta operação envolve pelo menos três intervenientes,
gestão da conta clientes, tornam o Factoring um excelente instrumento
o Aderente, o Devedor e o Factor, sendo que esta última presta um
de gestão e ideal para alavancar a economia. Vivemos num mundo
serviço integrado de gestão e cobranças dos créditos, pode assegurar
cada vez mais global, com a possibilidade de muitos produtos serem
a cobertura do risco de crédito (insolvência ou atraso de pagamento)
adquiridos em qualquer parte do mundo, e esta escala tem de ser
e efetua o financiamento (por adiantamento) dos créditos cedidos. O
alicerçada por soluções que permitam dar garantias financeiras às
mercado de factoring esteve alguns anos a sofrer com a economia
empresas para que se possam aventurar e competir junto de outros
portuguesa, pois estava muito ligado ao mercado nacional. O facto de
mercados. O facto de realizarmos operações de factoring de exportação
haver um grupo como o nosso – Crédit Agricole – com a capacidade de
em mercados menos tradicionais, numa altura em que a inovação e o
poder financiar as empresas, seja a nível doméstico, seja com propósito
pensamento ‘out of the box’ são tão importantes, torna a EUROFACTOR e
de alavancar os seus produtos além-fronteiras ou assegurar uma
a sua atividade no parceiro apelativo e ideal às empresas que procuram
internacionalização sólida permite aportar uma segurança financeira
o sucesso internacional. O crescimento da nossa atividade deve-se,
para as empresas poderem desenvolver o seu negócio. O Factoring é
essencialmente, à aposta e à confiança que os nossos clientes têm vindo
verdadeiramente um aliado das empresas portuguesas e uma referência
a depositar em nós ao longo dos anos. E esse aspeto reflete-se no nosso
ao serviço da economia real.
crescente sucesso.
Avalie a importância do fator confiança na relação entre a
Qual o balanço que fazem do trabalho realizado em 2017?
EUROFACTOR e os seus clientes.
Este ano apresentou-se como um período de trabalho produtivo e festivo,
O nosso sucesso é fruto da confiança que os nossos clientes têm
com a comemoração do nosso 25º aniversário em Portugal. Estamos de
vindo a depositar em nós. A conjuntura de instabilidade que vivemos
parabéns não só pelo marco importante que alcançámos, mas também
durante alguns anos obrigou as empresas portuguesas a procurar
pelos resultados e balanço positivo que conseguimos estabelecer.
soluções fora do tradicional crédito bancário, de forma a conseguirem
Encerrámos o exercício de 2016 com um resultado líquido de 5,232
uma maior liquidez e uma gestão mais eficientes e a longo prazo dos
milhões de euros, o que representou um crescimento de 12.9 por cento
seus capitais. Apesar das adversidades do mercado e dificuldades
face a 2015 e uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) próxima
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 35
tema | empresa
dos 16 por cento. O factoring de exportação representou 69.3 por cento
competitivo. A disponibilidade do funding, o respetivo preço e a qualidade
dos créditos tomados no ano passado, o equivalente a uma quota de
de serviço passaram a ser os fatores decisivos na concorrência entre
mercado próxima dos 50 por cento. Para além de consolidar a nossa
os vários operadores. A nossa dimensão e a rede de distribuição,
posição de liderança, a nossa posição de parceiro da economia real é
o serviço customizado e à medida de cada cliente e o ‘EUROPEAN
reconhecida e um fator motivador para continuar a apoiar as empresas
PASS’ continuam a proporcionar-nos vantagens competitivas muito
portuguesas nos seus processos de internacionalização. Ao longo destes
interessantes. Para nos conseguirmos destacar e continuar a apresentar
25 anos, conhecemos centenas de empresas portuguesas que hoje são
resultados de crescimento, é fundamental estar atento às oportunidades
um verdadeiro exemplo a nível internacional e é, de facto, um orgulho
de investimento e é isso que temos vindo a fazer. Mais do que inovação,
perceber que a EUROFACTOR também contribuiu para o seu sucesso.
deve existir uma constante atualização e atenção ao comportamento dos
É também com um rasgado sorriso que vejo cada vez mais empresas
mercados para conseguirmos responder, de forma assertiva, aos desafios
portuguesas detentoras de negócios próprios tão inovadores e diferentes,
que possam surgir.
a terem voz própria neste mercado tão competitivo. Aproximando-nos do final do ano, qual a mensagem que pretendem E que novidades nos aguardam em 2018? Quais os principais
deixar aos vossos clientes e potenciais clientes?
desafios que preveem e quais os desenvolvimentos que poderemos
O nosso sucesso é fruto da confiança que os nossos clientes têm vindo
esperar da vossa entidade?
a depositar em nós durante estes 25 anos. A EUROFACTOR Portugal
Tendo em conta que a exportação continua a ser um dos pilares da
espera que os seus clientes e os seus parceiros continuem a depositar
economia nacional, o factoring de exportação continua a apresentar-
a mesma confiança com que o têm vindo a fazer por muitos mais. O
se como um dos maiores projetos da EUROFACTOR Portugal.
próximo ano promete novas oportunidades e crescimento e também
Paralelamente, estamos a evoluir para a criação de valor acrescentado
uma grande adaptação e poder de encaixe de diversos modelos de
ao nível da internacionalização, ou seja, para a capacidade de apoiar
negócio existentes. Estou muito expectante para conhecer novas formas
a internacionalização das empresas portuguesas em diversos países
de negócios, novos conceitos e novas parcerias além-fronteiras! A
da Europa, através da uniformização e simplificação de processos. O
EUROFACTOR pretende continuar a apoiar as empresas portuguesas
apoio à internacionalização das empresas, sempre com um serviço
através de parcerias duradouras e seguras. Esta crença concede-nos a
especializado, simplificado, e que sustente o nosso conhecimento e
confiança e alento para continuarmos a ser os especialistas na gestão da
expertise dos diferentes mercados, continuará a ser o nosso caminho.
conta clientes das suas empresas e, principalmente, o seu parceiro ao
Com tantos players, em forte concorrência na conquista de novos clientes
serviço da economia real.
e quota de mercado, o mercado nacional de factoring é extremamente
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microplásticos |inovação
30 anos de sucesso na indústria nacional A MICROplásticos é uma empresa familiar, fundada em 1987, que se dedica à produção de componentes plásticos de alta precisão e elevado rigor dimensional, que se foi adaptando às necessidades dos seus clientes, de diferentes indústrias.
Pedro Marques e Frederico Pais Administradores
A celebrar o trigésimo aniversário este ano, o já longo percurso da
principal manter o âmbito familiar da empresa, em comunhão com
MICROplásticos pode ser resumido numa palavra: empreendedorismo.
um crescimento sustentável, conscientes da responsabilidade que tal
Surgindo na década de 80 pela união de dois figueirenses amigos, Vítor
acarreta.
Pais e António Cruz Marques, a empresa, que no início se dedicava à
A entrevista tem lugar na sede da empresa, em Cova da Serpe, Quiaios.
fabricação de componentes plásticos para frigoríficos, foi crescendo,
“Depois dos nossos pais terem experimentado vários locais, decidiram
tornando-se hoje numa referência no que à produção de elementos
instalar-se aqui, em 1987. Esta unidade foi sendo ampliada ao longo
plásticos de alta precisão diz respeito.
dos anos, o que se comprova pelos vários estilos arquitetónicos que aqui
A Revista Business Portugal esteve à conversa com dois dos filhos dos
podemos encontrar. Entretanto, como não havia mais espaço e como
fundadores, Frederico Pais, de 37 anos com experiência profissional no
estamos implantados numa zona não industrial, decidimos construir
estrangeiro e um MBA da ESADE em Barcelona juntou-se ao grupo em
uma nova unidade, na Zona Industrial da Gala, também na Figueira da
2015 para exercer as funções de diretor de Estratégia, e Pedro Marques,
Foz”, explica Pedro Marques. Esta nova unidade, que atualmente está
de 41 anos, licenciado em Engenharia Industrial, com um percurso
de novo em expansão, mantém a ligação ao concelho da Figueira da
na empresa de 15 anos, sendo atualmente o diretor de Produção.
Foz e tem capacidade para absorver não só todo o crescimento previsto,
Ambos fazem parte de um plano de sucessão que tem como objetivo
como para, gradualmente, receber a produção que ainda é feita na sede.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 37
inovação | microplásticos
Em paralelo existe uma outra unidade de produção, na Polónia, que
Trabalhamos em toda as fases do produto, desde a conceção ao design,
começará a laborar no início do próximo ano, fruto de uma estratégia
da produção à distribuição, utilizando várias soluções integradas cada vez
de internacionalização da empresa. Do grupo fazem ainda parte uma
mais eficientes”, considera Pedro Marques. A politica de investimento em
empresa que se dedica à construção de moldes e outra que se tem
maquinaria e equipamentos de elevada qualidade também foi destacada,
especializado em processos de montagem.
a par do know-how interno, como um ponto importante no crescimento dos últimos anos.
Áreas de negócio A MICROplásticos atua fundamentalmente em três setores: automóvel,
Aposta na internacionalização
elétrico e termotecnológico. “O ramo automóvel é atualmente o principal
A nova fábrica na Polónia, que começará a produzir no início de 2018,
mercado da MICROplásticos, representando cerca de 70 por cento da
surgiu devido à necessidade da MICROplásticos crescer para a Europa
faturação. Tendo tomado especial relevância no decurso dos últimos
Central, muito por questões de logística, no âmbito do setor automóvel.
12 anos, traduz-se num mercado extremamente competitivo, com um
“Os nossos clientes, que têm estabelecido muitas unidades industriais
nível de inovação tecnológica altíssimo e um potencial de acrescentar
nessa área, pedem-nos rapidez de resposta. Essa capacidade de dar
valor muito atrativo”, considera Frederico Pais. Na MICROplásticos há
resposta, caso exista algum problema em alguma linha de produção de
uma larga experiência na produção de diferentes tipos de peças para
um construtor automóvel, tem que ser muito mais rápida do que a que
o mercado automóvel, maioritariamente não visíveis aos olhos dos
seríamos capazes de dar à distância que estamos aqui. Começámos a
passageiros, mas fundamentais em várias funções desde a iluminação
perceber que para continuarmos competitivos teríamos que estar mais
aos volantes, a airbags ou fechaduras.
próximos. E depois há a ambição que guiou os dois fundadores e que
Os restantes 30 por cento da faturação dividem-se entre o setor
também nos guia, de crescer e internacionalizar. É um passo muito
elétrico e termotecnológico. A MICROplásticos tem uma experiência no
grande. Depois de ponderarmos vários países, a Polónia foi a escolhida,
ramo elétrico de mais de 18 anos, com a produção vocacionada para
pela posição geográfica e pela proximidade aos clientes”, salienta o
equipamentos de segurança como disjuntores, interruptores e peças
diretor de Estratégia.
de ligação. Nesta área de negócio, é potencializada a standarização
Os dois responsáveis acreditam que o setor automóvel continuará a ser a
dos processos de fabrico com vista à otimização de toda a cadeia de
grande aposta da MICROplásticos, pelo alto nível tecnológico e também
valor. Ao mesmo tempo, a empresa construiu um know-how interno
pela tendência do mercado para os veículos híbridos e elétricos. Estes
no desenvolvimento e produção de componentes ligados à indústria
utilizam cada vez mais componentes plásticos, quer para reduzir o peso
da termotecnologia, maioritariamente para o ramo de sistemas de
que tem impacto nos consumos, quer pela quantidade de sensores
aquecimento de águas. “Oferecemos produtos de valor acrescentado.
e alertas que cada vez mais possuem, em prol de uma condução
38 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
microplásticos |inovação
autónoma. “A quantidade de sensores, câmaras, alertas que um carro
depois porque lhes traz estabilidade. Sempre honrámos os nossos
passará a ter vai multiplicar-se por um número muito grande e todos
compromissos e isso dá muita segurança a quem trabalha connosco”,
esses elementos são em plástico. A condução autónoma vai ditar os
considera Pedro Marques.
próximos anos da indústria automóvel”, acredita Frederico Pais. 2017, ano de grandes apostas Responsabilidade social
2017 é um ano que ficará na história da MICROplásticos. É o ano
Atualmente constituída por 242 pessoas, a MICROplásticos é um dos
do trigésimo aniversário e da concretização do grande passo da
maiores empregadores do concelho da Figueira da Foz. Não esquecendo
internacionalização. É o ano em que a unidade produtiva da Zona
a responsabilidade que representa para muitas famílias, a empresa leva
Industrial da Gala esgotou nas dimensões que estavam construídas e
a cabo um conjunto de projetos e iniciativas que visam dar apoio aos
se avançou para a ampliação do espaço: “Já sabemos que os objetivos
colaboradores e ao seu agregado familiar. Neste âmbito, é dado apoio
em termos de vendas serão atingidos, com uma taxa de crescimento
à educação dos filhos dos colaboradores, bem como um seguro de
de dois dígitos face ao ano anterior. Para 2018 estamos otimistas.
saúde aos funcionários. Estes beneficiam ainda de vários descontos em
Diria que vai ser um ano muito na linha do que está agora a terminar.
empresas locais, fruto de parcerias entre a MICROplásticos e escolas,
Temos que materializar a grande decisão e o grande salto que foi a
farmácias, ginásios, piscinas, combustível, entres outros.
internacionalização e continuar a apostar na qualidade e inovação, pilares
Ao longo do ano são ainda realizadas várias atividades. Este ano, para
estratégicos da nossa empresa. A organização tem que acompanhar
assinalar o trigésimo aniversário da empresa, foi realizado um jantar
esta ambição, através da formação nas pessoas, na melhoria dos
para todos os colaboradores no Casino da Figueira da Foz, com vários
procedimentos e das ferramentas informáticas”, conclui Frederico Pais.
espetáculos. O próximo evento será a festa de natal, com almoço e festa para os filhos dos colaboradores. “Sabemos que as pessoas são fundamentais. Somos muito próximos
Cova de Serpe – Quiaios
uns dos outros, também fruto das origens familiares da MICROplásticos.
3080-512 Figueira da Foz
Hoje em dia somos uma empresa grande, mas não perdemos o
Telefone: 233 917 220
ADN da proximidade entre as pessoas. É uma responsabilidade que
Fax: 233 910 610
não nos assusta, mas agrada-nos. As pessoas gostam de trabalhar
E-mail: geral@microplasticos.pt
na MICROplásticos, primeiro porque é uma empresa de referência,
www.microplasticos.pt
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 39
inovação | era rio tinto
“Queremos trabalhar mais e
melhor” A garra, determinação, motivação e ambição ditou o sucesso das empresárias que avançaram com o projeto ERA Rio Tinto. Praticam uma política de proximidade com os seus clientes, de forma a garantir que encontram o seu lar de sonho. Como surgiu a ERA Rio Tinto? Somos três amigas, de longa data, que tínhamos o sonho de realizar um projeto de trabalho em conjunto. Vimos de áreas de trabalho completamente diferentes (seguros, mobiliário urbano e conservas) e talvez por isso tivemos tanto sucesso. Não sabíamos nada de imobiliário e absorvemos a totalidade da formação ERA. Apesar de pertencerem a um franchising cada agência tem a sua própria identidade. Qual é o ADN da ERA de Rio Tinto? A garra, determinação, motivação e ambição não se
simplesmente veio reforçar a ideia que sobrevivem os que melhor e mais trabalham.
compram. O franchising foi um grande impulsionador, a
Durante este período conseguimos conquistar uma grande fatia de quota de mercado,
marca é muito forte, mas sem as restantes características o
permitindo aumentar constantemente a faturação.
sucesso não seria alcançado.
Temos uma organização muito bem estruturada com cinco equipas comerciais. No total já somos mais de 30 pessoas a trabalhar em full-time neste mercado. Temos
Cada agência tem o seu nicho de mercado. Qual é o
um departamento de processos que trata de todas as legalizações e aprovações
desta agência?
necessárias de forma agilizar os processos.
O nosso nicho de mercado é sem qualquer dúvida o dos
Mas o que mais nos distingue é o trabalho árduo, formação e a nossa marca.
usados, particulares. Mas estamos satisfeitos com a nossa escolha, pois neste momento o “produto” novo é quase
Este é um negócio de pessoas e não de casas. Concorda? É complicado
inexistente e os bancos já esgotaram os seus imóveis.
encontrar o lar que corresponda às expectativas do cliente?
A ERA de Rio Tinto foi das poucas imobiliárias que se
Sim!! Concordo totalmente. É sempre um grande desafio satisfazer o “sonho” de cada
manteve ao lado dos particulares da altura da crise. A
cliente. Temos a tarefa de conciliar o “sonho” / expectativas com o orçamento do
grande maioria das imobiliárias escolherem trabalhar com
cliente e com o que existe no mercado, o que nem sempre é fácil. Mas garanto que
os imóveis da banca enquanto nós nos mantivemos ao lado
é possível na grande maioria dos casos e que a nossa satisfação é enorme a cada
dos nossos clientes particulares.
concretização do “Sonho”!!
No mercado atual, onde a concorrência dentro do setor
Que tipo de produto se encontra neste local? Sente-se falta de produto novo?
é feroz, como se distinguem?
Quanto à diversidade de produto estamos num mercado magnifico. Temos de tudo:
A concorrência sempre foi feroz no nosso mercado. A crise
terrenos, apartamentos, moradias, lojas e armazéns. No entanto sentimos muita falta
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era rio tinto |inovação
de imóveis novos. Quase não existem imóveis novos e temos cliente que procuram
mais de dois mil imóveis na nossa base de dados e os
apenas esse tipo de produto. Precisamos que os investidores acreditem mais no
comerciais conhecem os clientes pelos nomes!!
mercado de Gondomar. É sucesso garantido!! Praticam regime de exclusividade nas vossas Os colaboradores são o cartão de visita de qualquer empresa. Como
angariações? Se sim, porquê?
descreveriam os colaboradores que compõem a vossa equipa? Estão a
Trabalhamos em regime de exclusividade e aberto. O cliente
recrutar?
decide. Obviamente a atenção e investimento despendido
Os nossos colaboradores são muito determinados e extremamente motivados. Têm
é maior quando angariamos em exclusivo. Temos uma
muita formação de forma a dar resposta às mais exigentes questões. Estão aptos a
maior responsabilidade neste caso e trabalhamos com
fazer avaliações corretas aos imóveis. O que mais valor damos dentro da empresa é
maior segurança o imóvel. Não corremos o risco de gastar
à confiança. Confiança dentro da equipa e fazer por merecer a confiança dos nossos
dinheiro na sua divulgação para outro vender... Quero, no
clientes. Em relação ao recrutamento estamos sempre à procura de pessoas que
entanto, aproveitar para alertar para o fato de alguma da
queiram trabalhar e ganhar bem. Pessoas ambiciosas, trabalhadoras, determinadas e
concorrência apenas praticar o exclusivo com o argumento
corretas serão sempre bem-vindas à nossa equipa.
que depois partilha com as outras imobiliárias. Isto é MENTIRA. Nem todas as imobiliárias partilham negócios e
Diriam que praticam uma politica de proximidade com os vossos clientes?
nós garantidamente não partilhamos.
Sim, estamos sempre muito próximos. A nossa prospeção para conseguir novos imóveis é feita porta à porta. Cada comercial
O que ambicionam concretizar no futuro?
é responsável por uma zona restrita de forma a conhecer cada recanto. Sabem que
Queremos trabalhar mais e melhor.
café existe na rua, cabeleireiros, farmácias, ... conhecem tudo da sua zona. Temos
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 41
inovação | v3l engenharia
Engenharia Civil, Economia e Gestão
A V3L, no mercado há quase uma década, é já uma referência nacional quando falamos de engenharia civil. Numa edição com destaque sobre o futuro, a nossa revista conversou com Nuno Viegas, responsável da V3L. Nuno Viegas Administrador
então partir para outras geografias. Que balanço faz destes anos de atividade? O balanço tem sido muito positivo, os últimos anos foram anos muito difíceis no setor da construção, sendo que para a V3L, 2017 foi o ano de afirmação da empresa no setor. Nada está ganho e ainda temos muito para melhorar, mas o futuro prevê-se risonho para a V3L, que continuará a apostar na inovação e qualificação dos seus quadros, com o claro intuito de ser cada vez mais uma empresa de referencia para os seus clientes. Qual é, no seu entender, a base do vosso sucesso e do vosso futuro? Conforma anteriormente referi, a base do nosso sucesso são os nossos
Para que possamos contextualizar os nossos leitores, pergunto-lhe
clientes, os nossos parceiros e os nossos colaboradores. Estes são os
como e quando surgiu a V3L?
três pilares da nossa atividade e a base do crescimento sustentado da
A V3L foi fundada em em 2010 e desde então sempre teve como missão
V3L ao longo dos últimos anos.
prestar um serviço de excelência na área da construção, desde a fase
O foco para o futuro na V3L é claro, satisfação do cliente acima de tudo!
de projeto, à fase de obra, passando pela manutenção e pós-venda, tendo sempre como foco as necessidades e especificidades de cada cliente, assim como, a superação das expectativas, aliando o rigor e profissionalismo à qualidade da execução, ao comprimento dos prazos de execução e orçamento acordado. Quais os serviços e valências prestados pela V3L? A V3L tem um posicionamento claro em 3 áreas de negócio:
Projetos de Arquitetura e Especialidades
Projeto ‘Casa à Medida’ - construção de moradias chave na mão, incluindo projetos de arquitetura, engenharia e construção; Obras novas – públicas e privadas Reabilitação de edifícios. Na vossa perspetiva, quais os principais fatores de diferenciação da V3L relativamente a outras empresas do mesmo sector?
Obras Novas Públicas e Privadas
Reabilitação de Edi�cios
Na nossa opinião, os principais fatores que nos distinguem é o facto da V3L ser uma empresa completamente orientada para a satisfação dos seus clientes, em manter relações sérias e duradouras com os seus parceiros de negócio e em ser uma empresa na qual os seus colaboradores se sintam reconhecidos e felizes no seu local de trabalho.
Construção de Moradias Chave na Mão
Em que mercados estão presentes? Como qualquer empresa portuguesa com ambição, a V3L tem o tema da internacionalização bastante presente na sua estratégia, mas para isso há que consolidar mercado e processos no mercado nacional para depois
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V3L - Engenharia e Gestão de Construção, Lda. Alvará Nº 64412 Alto Business Park. Rua Quinta da Piedade, Lote Q/R, Setor VI, Piso 2, Fração Z. 2625-178 Póvoa de Santa Iria Telf: + 351 210 939 173 . E-mail: geral@v3l.pt. Site: www.v3l.pt
inovação | lusomatec
Produtos inovadores para a arquitetura e construção Fundada a 7 de abril de 2014, a Lusomatec é uma empresa jovem e dinâmica que tem como missão levar até ao cliente produtos inovadores para a arquitetura e construção.
Representam e comercializam marcas de renome internacional,
versatilidade, podendo ser utilizado em moradias, edifícios residenciais
tais como a Agrob Buchtal, Trimo, Ceipo (Cobogó), Celenit, Polysto,
ou em espaços comerciais, no interior ou no exterior, em apontamentos
B-Hygienic, Basf/Pci e Stelcon. Dispõem de variadas soluções para o
decorativos, divisórias, painéis de ensombramento, fachas, etc.
revestimento de pavimentos de alta performance, tanto na indústria como no comércio, com especial experiência no sector alimentar, da
Trimo - painel sandwich metálico para arquitetura
transformação e conservação de alimentos, restauração, automóvel, etc.
Dentro da Trimo existem vários sistemas à disposição do cliente: QBISS. ONE, QBISS.Air, Trimoterm e o ArtMe.
Agrob Buchtal – cerâmica para arquitetura
O QBISS.ONE é um exclusivo sistema de fachada em painel metálico que
Criada em 1992, após uma fusão das tradicionais empresas Deutsche
inclui isolamento, com quatro cantos redondos e juntas configuráveis,
Steinzeug Cremer & Breuer AG e AGROB Wessel Servais AG, a gama
sem soldas, dobras, ou vincos, totalmente impermeável ao ar e à água.
de cerâmicas AGROB Buchtal herda uma história que teve início em
O QBISS.Air é um sistema único de fachada em cortina de vidro com
meados do séc. XVIII. Arquitetos e projetistas por todo o mundo apreciam
um inovador núcleo de isolamento que oferece excecional eficiência
a liberdade de projeto oferecida pela enorme variedade de azulejos
energética e conforto habitacional.
e produtos cerâmicos, com uma ampla variedade de aplicações,
Os painéis de fachada Trimoterm apresentam-se como uma solução
complementada por produtos individuais, personalizados. Com uma
única, para a maioria dos projetos de arquitetura moderna para espaços
consultoria abrangente e a execução de tarefas de pormenorização de
comercial, desportivos ou industriais. Estes sistemas de fachada
rotina, o Gabinete de Apoio aos Arquitectos da AGROB Buchtal funciona
trazem uma nova vida aos edifícios proporcionando características
há mais de seis décadas.
técnicas e estéticas de elevada qualidade em modernos painéis de
A experiência da empresa reflete-se na alta qualidade dos cerâmicos
fachada, garantindo ainda a máxima eficiência e segurança, proteção e
da marca e é baseada em know-how sólido e em soluções inovadoras,
durabilidade das construções.
dando origem a cerâmicas de qualidade ‘made in Germany’, que
O ArtMe é um exclusivo sistema de fachada, de alta tecnologia, que
oferecem reduções de custos em manutenção ao longo do tempo,
permite literalmente expressar em formas ilimitadas, padrões ou efeitos
graças ao exclusivo sistema de revestimento HT, de fácil limpeza. A
visuais e toda a criatividade individual com um resultado verdadeiramente
AGROB Buchtal é ainda pioneira no desenvolvimento de cerâmicas
único. Desde desenhos e imagens, até logótipos, marcas ou inscrições, o
antiderrapantes. Assumindo uma atitude de responsabilidade social
ArtMe permite uma fachada totalmente personalizada.
e ambiental para o futuro, a AGROB Buchtal promove a construção ecológica ‘Green Building’.
Celenit - isolamento natural térmico e acústico
O Campeonato do Mundo Budapest 2017 - FINA World Championships
O Celenit é um isolamento natural térmico e acústico. É constituído
decorre numa piscina revestida com cerâmica da Agrob Buchtal.
unicamente por materiais naturais: madeira, cimento Portland, pó de mármore e água, sendo por isso definido como um isolante natural e
Cobogó
sustentável.
Os cobogós são elementos construtivos e decorativos que permitem uma passagem controlada da luminosidade garantindo ao mesmo tempo uma boa ventilação. Existem há séculos como forma de proteger
A Lusomatec desenvolve soluções para:
as construções de uma excessiva exposição solar, mas também para
Indústria – pavimentos industriais, paredes e tetos;
criar efeitos de luz e condicionar a visão para um espaço sem o fechar
Fachadas – sistemas de fachada ventilada em cerâmica auto lavável;
completamente. Fabricados em terracota ou em grês, em em diversos
Piscinas – Revestimentos, utilizando peças especiais nos seus
formatos, podem apresentar um aspeto natural ou mais moderno e sofisticado, com um revestimento em esmalte colorido. Seja na reabilitação ou em construções novas, é um elemento de grade beleza e
44 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
variados sistemas.
inovação | cases
Reconhecer a economia social
Eduardo Graça Presidente
A CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, tem como principais objetivos a promoção, dinamização, cooperação, qualificação e fortalecimento do setor da economia social, através de uma forte parceria e cooperação efetiva entre o Estado e as organizações pertencentes ao setor, assumindo a forma jurídica de ‘’cooperativa de interesse público’’. competências, responsabilidade e poderes
baluarte”, competindo-nos com prioridade,
de autoridade, no setor cooperativo e,
em todos os momentos, face à maioria dos
mais recentemente, no voluntariado. O
desafios com que somos confrontados e
cooperativismo tem crescido nos últimos
responsabilidades que nos competem assumir,
três anos, em particular, nos ramos da
ser capazes de exercer, em continuidade e com
solidariedade social, serviços e cultura. O mais
previsibilidade, o papel de mediadores entre
relevante programa sob gestão da CASES é o
as entidades da economia social, e entre estas
COOPJOVEM, programa que tem como público
e os poderes públicos, incluindo, em primeira
alvo os jovens NEET, ou seja, aqueles que não
linha, o governo. Com descrição, respeito
frequentam a escola, não frequentam cursos de
pela autonomia das entidades e o máximo de
formação e estão fora do mercado de trabalho.
eficácia possível.
É o público alvo mais difícil de mobilizar e motivar e o programa COOPJOVEM tem como
A aproximação dos jovens a atividades
objetivo promover as condições para a criação
desta índole é cada vez mais frequente?
de cooperativas por jovens nestas condições e,
Os jovens estão presentes, ao contrário do que
de forma mais geral, promover o seu regresso
muitos pensam, nos trabalhos das entidades
à escola ou ao mercado de trabalho.
da Economia Social, quer como trabalhadores,
Para que possamos contextualizar
No que respeita ao voluntariado, competência
quer como dirigentes, utentes, voluntários
os nossos leitores, pedia-lhe que
da CASES desde abril de 2017, é a de
…, mas, paradoxalmente, a economia social
começássemos esta entrevista por fazer
contribuir para a recriação de uma politica
não está presente na escola, nem no plano
uma breve apresentação da CASES e quais
pública na área do voluntariado não certamente
curricular nem, de forma significativa, sob
os propósitos inerentes à sua criação.
destinada a substituir as entidades da
qualquer outra forma. É uma flagrante falha,
A Cooperativa António Sérgio para a Economia
sociedade civil que trabalham nessa área,
não da economia social, mas da politica
Social (CASES) é uma entidade que resultou da
de forma séria e continuada, mas a de criar
pública de educação. Ao contrário de outros
transformação do INSCOOP, Instituto Publico
dispositivos e medidas que incentivem e
países da UE como, por exemplo, a Espanha,
criado, após o 25 de abril de 1974 e cuja ação
apoiem o desenvolvimento do voluntariado,
a educação da juventude no nosso país não
era vocacionada para o setor cooperativo.
nas suas diversas facetas, promovendo um
integra, de forma estruturada e sistemática,
Em 2010 o governo decidiu criar a CASES
debate alargado para a modernização da sua
a aprendizagem dos valores, princípios e
alargando o âmbito da sua atuação ao conjunto
legislação de enquadramento. A CASES dispõe
práticas do associativismo, sob as suas
da economia social. Trata-se, pois, de uma
ainda, entre outros, da gestão do Programa
diversas formas. Há que trabalhar para que,
parceria entre o Estado e as entidades de
Nacional de Microcrédito (PNM).
conforme as regras do debate democrático, se encontrem os melhores caminhos para valorizar
cúpula da economia social tendo como objetivo central a promoção deste setor. O princípio
Que balanço faz destas medidas?
o associativismo livre sob cujos princípios
basilar em que assenta a economia social é o
Todos os programas, e medidas, de que a
se estruturam, de verdade, as sociedades
do predomínio da pessoa sobre o capital que
CASES é responsável estão em curso de
democráticas.
enraíza numa tradição de auto-organização
execução embora em fases diferentes de
das pessoas para resolverem os seus
maturação e desenvolvimento. O balanço do
Existe, efectivamente, economia social em
próprios problemas, emanada e próxima das
ano de 2017 far-se-á até ao final e março
Portugal?
comunidades, em prol do bem comum.
de 2018 e estamos seguros que será, com
A importância do setor da economia social,
suas virtudes e defeitos, amplamente positivo.
para além da sua consagração constitucional,
Falemos agora especificamente dos
Somos uma pequena organização que se
sob a designação de “setor cooperativo e
programas da CASES.
aproxima do modelo de “equipa de projeto”
social”, foi revelada, de forma credível, através
A CASES tem, entre as suas atribuições e
mais do que do modelo de “organização
de duas contas satélites da economia social,
46 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
cases | inovação elaboradas pelo INE e pela CASES, com
assinalável, no decurso de 2017, a realização
métodos tradicionais e tenho como certo que,
dados de 2010 e 2013. O setor entre 2010 e
do Congresso Nacional do setor que conduziu
além da solidariedade individual, praticada no
2013, em pleno período de crise, cresceu em
à criação de uma entidade confederal
seio da família e das comunidade, a mor parte
quantidade, criou mais emprego e acrescentou
representativa do setor da economia social,
das vezes de forma anónima, é ao Estado
mais valor.
fazendo surgir no plano institucional uma “voz
que compete criar e manter dispositivos,
A Economia Social em Portugal é um setor
única”, com salvaguardada da autonomia
mecanismos, programas e medidas que
constituído por mais de 60 000 entidades,
e identidade das entidades que integrem a
possam, ao mesmo tempo, incentivar a auto
muito relevante, em particular, no que respeita
Confederação.
organização dos cidadãos para a defesa do
ao emprego. De fato a Conta Satélite da
De facto, foi assinado, no passado dia 14
bem comum e prestar diretamente apoio
Economia Social revela, com dados de 2013,
de novembro de 2017, na sessão final do
solidário aos cidadãos em todas as situações
que o setor representa 6% do emprego
Congresso Nacional da Economia Social,
de estado de necessidade. É sempre o debate
remunerado a tempo completo, o segundo
um compromisso para a criação dessa
acerca do Estado social, sua natureza e papel
setor de atividade económica, logo a seguir à
Confederação, até ao final de março de 2018,
na sociedade que está presente quando se
Construção, que mais emprego cria no país.
pelas duas Confederações Cooperativas
aborda este tipo de questões.
Isto é muito relevante, mas Portugal ainda está
(CONFECOOP e CONFAGRI), Confederação
abaixo da média europeia, o que quer dizer
das IPSS s (CNIS), União das Misericórdias,
“O futuro da CASES passa pelo seu
que este setor tem um grande potencial de
União das Mutualidades, Centro Português
passado”. De que forma?
crescimento. Representa, por outro lado, 2,8
das Fundações, ANIMAR e Confederação das
Todas as organizações ancoram a sua ação
por cento do Valor Acrescentado Bruto (VAB),
Coletividades de Cultura Recreio e Desporto).
num continuum e só têm futuro se forem
o que é significativo na criação de riqueza nacional.
capazes de dar respostas competentes aos Os portugueses estão mais solidários?
desafios do presente, com respeito pelo seu
Os portugueses são solidários perante
passado. A CASES, em duas palavras, tem
O que é necessário mudar?
grandes desafios e têm manifestado essa
como vocação de futuro contribuir para abrir
As mudanças no setor da economia social
solidariedade, de forma publicamente notória,
caminho, através do pensamento, ação e
em Portugal têm vindo a ganhar fôlego desde
face a desastres que afetam de forma profunda
mediação, para a criação e desenvolvimento de
2010, com a criação da CASES e do Conselho
as nossas comunidades. Mas a medida
uma economia do bem comum, centrada nas
Nacional da Economia Social (CNES) sendo
da solidariedade é difícil de alcançar pelos
pessoas e não no capital.
Tendo presentes:
A proposta aprovada em 14 de novembro de 2016 pelo plenário do Conselho Nacional da Economia Social (CNES) para realização do 1.º Congresso Nacional da Economia Social; O amplo e profícuo trabalho de preparação deste Congresso que decorreu ao longo do ano de 2017, sobretudo materializado na realização de quatro sessões temáticas, em Lisboa, Póvoa de Varzim, Mangualde e Évora, amplamente participadas, quer por dirigentes, quadros e associados das organizações da Economia Social, quer por membros da sociedade civil sem ligação a estas organizações; O empenhamento assumido pelas Entidades de âmbito nacional da Economia Social na organização deste Congresso, visando alcançar os objetivos delineados, em particular: - o reforço do sector da Economia Social no plano institucional, legal e organizacional valorizando o seu papel na economia e na sociedade portuguesa; - a promoção e o aprofundamento de um debate alargado em torno de temas nacionais e internacionais relevantes para a Economia Social portuguesa e para as entidades que a integram; - a apresentação de uma declaração comum contendo um conjunto de recomendações que, no respeito pela diversidade, contribuam para uma melhoria qualitativa da representatividade do sector da Economia Social perante os poderes públicos, a sociedade em geral e, em particular, as instâncias de concertação social; A crescente consciência, por todos assumida, de que o primeiro destes objetivos só será eficazmente concretizado através da criação de uma estrutura comum, de natureza confederativa, que, respeitando a autonomia, a independência e o espaço próprio de intervenção de cada entidade, faça a promoção e a defesa da Economia Social, como um sector específico, designadamente como parceiro social, na concertação, na definição das políticas públicas e nas orientações estratégicas destinadas à Economia Social; Os relevantes passos que, neste sentido, já foram dados, tendo sido possível estabelecer um consenso entre as Entidades signatárias de âmbito nacional da Economia Social para a aprovação do projeto de Estatutos da Confederação da Economia Social Portuguesa (CESP) em anexo. As seguintes Entidades de âmbito nacional da Economia Social: ANIMAR – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL; CNIS – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE; CONFAGRI – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS COOPERATIVAS AGRÍCOLAS E DO CRÉDITO AGRÍCOLA DE PORTUGAL, CCRL; CONFECOOP – CONFEDERAÇÃO COOPERATIVA PORTUGUESA, CCRL; CPCCRD – CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DAS COLECTIVIDADES DE CULTURA, RECREIO E DESPORTO; CPF – CENTRO PORTUGUÊS DE FUNDAÇÕES; UMP – UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS; UMP – UNIÃO DAS MUTUALIDADES PORTUGUESAS;
aqui representadas, assumem, no encerramento do 1.º Congresso Nacional da Economia Social / 2017, o compromisso solene de, até 31 de março de 2018, realizarem o acto formal de constituição da CESP - Confederação da Economia Social Portuguesa, nos termos do projecto de estatutos já aprovado. Lisboa, 14 de novembro de 2017
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 47
inovação | electrolux
Nove décadas em Portugal
A Revista Business Portugal conversou com Marisa Pires, sobre o sucesso que a marca Electrolux tem alcançado e consolidado em Portugal. e hoje podem ser experiências fantásticas.
decorrer?
E podemos estar a falar da preparação de
Na marca AEG temos neste momento
um jantar de amigos, onde o frigorífico, o
duas campanhas a decorrer, uma em cada
forno, a placa e a máquina de loiça são peças
território da marca: Taste e Care. No caso do
essenciais, mas também de cuidar da nossa
território Taste, a campanha ‘Inovar o Futuro’
roupa, fazendo com que as nossas peças
celebra os 130 anos da AEG, uma marca
preferidas se mantenham como novas, lavagem
que aposta na tecnologia de ponta aliada ao
após lavagem.
design, contribuindo para um futuro mais
Marisa Pires Administradora
sustentável. Nesta campanha partilhamos com
Há quanto tempo está a Electrolux presente em Portugal? A Electrolux está presente em Portugal desde 1925, tendo surgido em 1919 na Suécia. Que marcas representam? Temos três marcas, cada uma dirigida a um público-alvo diferente. A AEG, marca de origem alemã cuja inovação é reconhecida pelos consumidores há mais de 130 anos. A Electrolux, que transmite os valores escandinavos de design, qualidade e cuja herança profissional inspira confiança aos consumidores domésticos. E a Zanussi, a marca de origem italiana, também há mais de 100 anos traz soluções que tornam a vida dos seus consumidores muito mais fácil. Quais as principais características dos eletrodomésticos hoje em dia? Há uma característica transversal a todos os eletrodomésticos que é a eficiência energética. Ao longo dos últimos anos têm sido feitos investimentos muito elevados e o consumo energético e de água é hoje uma ínfima parte do que era há uma ou duas décadas. Mas se esta é uma exigência dos tempos modernos, não é esta a característica que diferencia as marcas. O que faz a diferença é que os eletrodomésticos sejam parceiros nalgumas tarefas que eram vistas como desagradáveis
48 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Quem procura um eletrodoméstico, já o faz
o consumidor três valores que têm guiado a
consciente da energia que este gasta ou
marca ao longo de 130 anos: Inovação, Design
do barulho que faz? São questões a que as
e Sustentabilidade. No caso do território Care
marcas procuram dar resposta?
ou Cuidado da Roupa, apresentamos o Care
Sim, como referi esta é uma exigência dos
Label Project, uma iniciativa desenvolvida
consumidores, mas também dos organismos
juntamente com parceiros da indústria da
estatais, nacionais e internacionais, que através
moda, como fabricantes de roupa e designers,
de diversos mecanismos têm vindo a obrigar as
com o objetivo de inspirar, educar e atualizar
marcas a descontinuar os produtos com maior
os consumidores relativamente à forma como
consumo. No nosso caso, estamos sempre um
cuidamos da nossa roupa. Com este desafio
passo à frente. Sendo a melhor classificação
em mente, lançamos uma nova etiqueta de
energética das máquinas de lavar roupa A+++,
lavagem – ‘Não lavar em excesso’ – que
lançámos recentemente um modelo na AEG, a
vem reforçar a importância de pensarmos
série 9, cuja eficiência é 70 por cento superior
duas vezes antes de colocarmos as roupas
à classe A+++. Trata-se de uma máquina com
na máquina. Por sua vez, a marca Electrolux
a tecnologia Softwater e será provavelmente a
convida os consumidores a ‘Tornar a vida
melhor máquina de lavar de roupa do mercado
deliciosa’, transformando as atividades do
quando falamos do cuidado que proporciona
dia-a-dia em experiências memoráveis, com a
às roupas, pois garante um pré-tratamento
ajuda dos produtos Electrolux.
da água para que os resultados de lavagem sejam os melhores, com o menor impacto no
Quais as vantagens para o consumidor que
desgaste da roupa.
compra os produtos em campanha? Na campanha ‘Inovar o Futuro’, ao comprar
Os clientes, de acordo com o site, podem registar o eletrodoméstico. O registo dos eletrodomésticos no site da respetiva marca permite manter a informação sobre todos os aparelhos da e manter contacto com a marca recebendo, se assim desejarem, informações sobre produtos que lhes permitam ter uma melhor experiência de utilização, como consumíveis e acessórios. Os consumidores podem também receber informações de campanhas ou novos produtos, conhecendo as últimas tecnologias e os novos lançamentos. Que campanhas e promoções têm agora a
produtos de encastre, o consumidor AEG
electrolux | inovação pode receber até três ofertas que celebram os
a casa, que em muitos casos pretendem
excelente recuperação dos últimos dois anos.
valores da marca. No caso da sustentabilidade,
melhorar a experiência dos consumidores ao
Mas penso que aumentou um pouco o nível
apresentamos um aspirador Öko AEG, que para
utilizarem os nossos produtos. Falamos de
de exigência dos consumidores que procuram
além de ser fabricado em plástico reciclado,
produtos tão diversos como kits de vapor para
cada vez mais marcas de confiança. Neste
permite uma poupança de energia de até 65
utilização nos fornos, uma sonda térmica para
contexto, a marca AEG tem visto a sua posição
por cento, sem perda de rendimento. Para
garantir que o alimento fica exatamente no
reforçada no mercado e continua a oferecer
celebrar o design presente nos produtos
ponto. Dispomos de um conjunto de panelas,
inovação, ano após ano, que se traduz numa
AEG, escolhemos um conjunto para vodka
frigideiras de nível verdadeiramente superior,
compra ponderada, com um nível de satisfação
onde a simplicidade das formas sublinha o
com um aquecimento rápido e homogéneo e
elevado.
trabalho da lapidação manual. Finalmente, uma
um conjunto para micro-ondas onde aliamos
pulseira monitor de atividade Fitbit simboliza
design e funcionalidade. Também na área do
Que leitura faz para os próximos anos?
a aposta da marca na Inovação. Na compra
cuidado da roupa temos acessórios que vão
A par de outros setores de bens duráveis,
de máquinas de lavar roupa das séries 7000,
desde um saco especial para lavar lingerie até
e mesmo no grande consumo, vivemos um
8000 e 9000 e/ou de um secador bomba de
detergentes e produtos de limpeza. Também
ciclo de recuperação económica bastante
calor da AEG o consumidor usufruiu de 10 por
relativamente aos produtos de manutenção, a
acentuada e até acima do crescimento da
cento de reembolso sobre o preço de compra.
maioria das pessoas não valoriza a manutenção
maioria dos países da europa. Tudo indica
Finalmente, aos consumidores que optem
de um eletrodoméstico e subestima a sua
que esta confiança se irá manter, ainda que a
por produtos de encastre da marca Electrolux
necessidade de utilização. Podemos garantir
um ritmo ligeiramente mais lento. O mercado
oferecemos os ingredientes necessários para
que, para além de aumentarem a longevidade
de construção provavelmente nunca voltará
que possam confecionar a receita para uma
dos eletrodomésticos permitem performances
aos níveis de 2008, mas atualmente existe
‘Vida Deliciosa’, desde um cartão com até 200
verdadeiramente excecionais.
um desenvolvimento latente na área de
euros, até um conjunto Bordallo Pinheiro ou uma liquidificadora Electrolux.
reconstruções de apartamentos e moradias, Os portugueses já recomeçaram a comprar
que se traduz num maior nível de exigência em
eletrodomésticos ou a crise baixou o
termos de marcas de segmentos superiores,
Além de eletrodomésticos, também vendem
número de consumidores?
prestações de eletrodomésticos, como sejam
acessórios para a casa das vossas marcas?
Ainda não recuperámos para os valores que
os produtos integráveis e de mais elevadas
Temos uma vasta gama de acessórios para
o mercado tinha antes da crise, apesar da
eficiências.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 49
inovação | iequaltecs
Investigação e alta tecnologia A IEQUALTECS nasceu em 2015 e deu-se a conhecer aos leitores da Revista Business Portugal no passado mês de outubro. Alexandra Carvalho e Miguel Reis defendem o elevado nível de investigação em Portugal, e a vantagem competitiva para os clientes, da existência de uma oferta privada de investigação. A venda de equipamentos para utilização repetitiva de métodos desenvolvidos na IEQUALTECS e a internacionalização da sua atividade são vias de crescimentos planeadas. No passado mês de outubro demos a conhecer a actividade da IEQUALTECS, uma
internacionalmente, incluindo a área da saúde.
empresa privada de investigação científica, orientada para a resolução dos problemas
Tendo como vetores principais os serviços de investigação,
específicos das empresas clientes. Fundada em 2015 e gerida por Alexandra
a venda de equipamentos é também considerada, pois a
Carvalho e Miguel Reis, dois físicos com mais de 25 anos de experiência na área
IEQUALTECS não pretende realizar procedimentos rotineiros.
da investigação científica, recorre a metódos físicos de análise, mais céleres que
Chegados a um desenvolvimento a esse nível, “o objetivo
os tradicionais e frequentemente não destrutivos nem invasivos dos invólucros e
é vender a solução, o que pode passar pela venda do
materiais a estudar. “Temos a capacidade, por exemplo de quantificar a frescura de
equipamento, do método de utilização desenvolvido, e da
um legume para estabelecer quanto tempo pode ser armazenado, mesmo sem abrir
formação de um técnico da empresa cliente.
a e/ou embalagem, caso esteja embalado em plástico. Conseguimos determinar a
Os equipamentos que usamos, e pretendemos vir a usar no
percentagem de gordura de uma manteiga, margarina ou iogurte, sem abrir o seu
futuro, são sempre equipamentos de desenvolvimento muito
contentor. E estamos em vias de estabelecer procedimentos que nos permitirão saber,
recente, acabados de chegar ao mercado. Ao entrarmos
rapidamente, se uma amostra de sangue guardada dentro de um contentor selado, e
na venda desses equipamentos, a internacionalização e
inviolável, apresenta ou não parâmetros de infeção”, afirma a vice-diretora.
expansão é imediata porque temos mais facilidade em
Apesar do primeiro vetor de ação da IEQUALTECS ter sido o agroalimentar, a empresa
chegar a mercados onde os fabricantes originais têm
salienta a capacidade de prestar vários serviços uteis às empresas em outras
alguma dificuldade de penetração”, concluem.
áreas como a saúde, caracterização de filmes e polímeros, e mesmo na área dos materiais de construção. “O nosso equipamento permite, por exemplo, medir em profundidade, o nível de humidade num determinado material poroso, como o cimento ou a pedra. Perante um objeto conseguimos estudar a superfície e fazer um perfil do que se passa no interior até profundidades de 2 cm”, revelam os responsáveis. A medição de espessuras de materiais complicados é frequentemente possível. Um exemplo é a espessura de membranas hidratadas, como as lentes de contacto. Características importantes, frequentemente difíceis de medir como a viscosidade, podem também ser avaliadas por Ressonância Magnética Unilateral (a técnica em que são especialistas) de forma rápida e segura, mais uma vez, sem abrir embalagens, possibilitando verificar, por exemplo, a adulteração de azeites. Persistência e sucesso A investigação, é uma atividade que se pauta pelo rigor e eficácia, mas que, infelizmente, nem sempre é bem acolhida. “Se chegássemos aos clientes com um produto acabado afirmando que irá resolver o problema, porque assim foi em condições que não são as suas, a aceitação imediata seria frequente. Mas não oferecemos soluções milagrosas: o nosso objetivo é estudar o problema e resolvê-lo, do modo mais eficaz e economicamente mais rentável para o cliente”, assegura o diretor Miguel Reis. Apesar da resistência do mercado em relação a esta
R. Cavaleiros da Espora Dourada, n 15, 1º Escritório M 2560-668 Torres Vedras-Portugal
abordagem a equipa acredita no seu sucesso e ambiciona trabalhar com produtos
Telefone: +351-261024616
nacionais de origem agrícola, como frutas, vinhos azeites ou óleos essenciais, mas
E-mail: geral@iequaltecs.pt
também noutras áreas em que a produção nacional começa a ser reconhecida
50 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
www.iequaltecs.pt
inovação | mcoutinho
MCoutinho Peças AZ Auto Com uma longevidade que remonta ao ano de 1956, o Grupo MCoutinho dedicou-se, inicialmente, ao retalho automóvel mas não quis parar por aí. Com uma evolução permanente e constante chegou aos dias de hoje com o volume de negócio dividido em quatro grandes áreas: Concessão automóvel, Viaturas Usadas, Oficinas de Colisão e Peças. Deste último segmento, o responsável é Miguel Melo, o nosso entrevistado, com a AZ Auto e MCoutinho Peças
Miguel Melo Administrador Em 1999 o grupo apostou num novo conceito de autonomizar o negócio
os pedidos de peças, analisa o stock, de forma a garantir que as peças
de peças onde criaram uma central totalmente focada no cliente.
certas na quantidade certa chegam aos clientes. Há aqui uma série de
Inicialmente trabalhavam apenas com cinco marcas de peças de
filtragens que são necessárias e que fazem a diferença. É tudo feito num
construtores automóveis, mas nos dias de hoje o número ascende às 32,
processo automatizado, de forma a minimizar o erro humano em tarefas
entre elas grandes marcas do ramo automóvel.
que acrescenta valor.
Miguel Melo, administrador da MCoutinho Peças AZ Auto, assegura-nos
Paralelamente, têm também o processo de entrega, em que cada cliente
a eficácia e qualidade do serviço: “Quando se trata de peças originais,
está associado ao armazém mais conveniente da empresa, de Norte a
trabalhamos maioritariamente com oficinas e as probabilidades de
Sul do país. Em Camarate está localizado, exclusivamente, a operação
termos as peças para a marca automóvel que eles necessitam é de
logística dedicada à receção, armazenagem e expedição de peças. Cada
97 por cento. Trabalhamos numa lógica de especialização. Temos uma
destino está assim associado ao armazém mais próximo.
equipa comercial experiente cuja missão é angariar novos clientes
Neste negócio é preponderante o fator tempo e quem nos garante é
e acompanhar os já existentes. Apesar de trabalharmos com esta
Miguel Melo: “O que nos distingue não são só as peças que temos mas
quantidade de marcas, o cliente vê-nos também como especialistas em
também a rapidez com que as disponibilizamos. Atingimos uma escala
cada uma delas. Temos uma disponibilidade média de peças acima do
que dificilmente os nossos concorrentes conseguirão atingir. Arranjar uma
mercado e isso confere-nos um estatuto”.
determinada peça para daqui a um mês é fácil, mas de hoje para hoje
A empresa possui uma equipa de gestão de marcas que recolhe todos
é difícil. Mas nós conseguimos. Os custos logísticos são elevados mas
52 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
mcoutinho | inovação
atingimos um patamar onde esses custos acabam por ser
’A referências das peças‘ no que a peças originais diz respeito e “Especialistas de
diluídos, tendo em conta a faturação que temos e o número
referência” no que se refere a peças de aftermarket. Uma referência na organização,
de clientes com que trabalhamos. Com isto conseguimos
na inovação, criatividade, orientação para o cliente e formação. “Temos uma equipa
oferecer uma larga gama com peças originais, num
jovem e altamente formada, incluindoPós-graduações e Mestrados, conhecendo muito
processo bastante dinâmico”.
bem o mercado em que atuam”.
Mas a estagnação não faz parte dos planos desta empresa
Uma das áreas que também têm vindo a desenvolver é a gestão de informação. Este
e adaptarem-se às necessidades do mercado foi sempre
é, conforme nos elucida o administrador, um negócio de tempo, com uma logística
um fator inquestionável: “temos feito algumas evoluções
muito forte, o que implica uma preocupação com a gestão de informação. Desde logo
em termos estratégicos que nos tem trazido resultados
têm investido vigorosamente em soluções informáticas, obtendo um rápido retorno.
visíveis. Desde logo entendemos que neste mercado tanto
“Porém temos particularidades. Passamos a fazer estes desenvolvimentos a nível
podemos trabalhar com peças originais como com peças
interno, por várias razões. Primeiro temos pessoas competentes para estas áreas
de aftermarket. Nós entendemos, através da leitura do
dentro das nossas próprias portas. São pessoas que programam mas que estão
mercado, que o peso das peças não originais tem vindo
ligadas a este negócio, percebem de peças e conseguem converter essa essência
a crescer ao longo dos anos. Quisemos assim fazer desta
para uma linguagem digital, criando acessos que dificilmente os nossos concorrentes
questão um complemento à nossa gama e, desta forma,
conseguem fazer. Tudo isto é feito de uma forma orientada para o que o cliente quer.
termos o melhor dos dois mundos. Criamos uma rede de
Estes profissionais conseguem fazer o que dificilmente uma software house faria, de
oficinas e trabalhamos na reparação independente, tendo
acordo com as especificidades deste mercado”.
em conta o ciclo de vida dos produtos. Adquirimos o know-
Quando o cenário passa a ser uma oficina, as novas tecnologias também não
how necessário para esta forma de trabalhar, que acaba
ficam de fora: “Em cada oficina da nossa rede Rino, por exemplo, temos um
por ser totalmente diferente do ramo das peças originais.
tablet, com acessos que nós desenvolvemos e com três cliques sabemos o que o
Neste momento somos o único fornecedor do mercado que
que é comendado para aquela viatura em concreto. Apresentamos também uma
consegue oferecer uma solução integrada”.
comparação de preços, entre peças originais e não originais, para que o cliente possa
A MCoutinho Peças AZ Auto surge como uma combinação
fazer a sua escolha. Estamos assim a assumir a qualidade do produto, junto dos
de dois conceitos. Primeiramente surgiu a MCoutinho
clientes. O nosso posicionamento é claramente qualidade/serviço e qualidade/produto.
Peças como insígnia para peças originais e posteriormente
A qualidade do produto e do serviço que apresentamos ao cliente é inquestionável”.
adquiriram a AZ Auto como insígnia para peças de
Quanto a projetos para 2018, a novidades estão à porta. No início do ano vai ser
aftermarket. Atualmente mantêm as duas insígnias mas o
anunciada a entrada de uma nova gama com muito impacto no mercado e que,
intuito é de que num futuro próximos venham a fundir estes
curiosamente, foram os próprios clientes que solicitaram. “Querem comprar e nós
dois conceitos.
vamos à procura das soluções. Procuramos fazer melhor todos os dias. Adaptamo-nos
Ao nível da logística, a MCoutinho Peças AZ Auto é vista no
às necessidades do cliente e esforçamo-nos por nos anteciparmos”, avança Miguel
mercado como uma referência. Aliás, o slogan é mesmo
Melo com um olhar no futuro.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 53
inovação |triauto
Uma startup com 50 anos Com 50 anos de conhecimento, garra e força no mercado automóvel do after market mas com uma grande visão de futuro e com uma grande perspetiva de implementação no mercado: é assim a Triauto de hoje, uma uma empresa do passado mas com visão do futuro. A comemorar 50 anos, a Triauto - uma empresa do ramo automóvel - teve em 2017 uma “lufada de ar fresco” com a entrada de Dina Carvalho Santos como nova gestora da empresa. Dina era advogada da empresa e já há alguns anos que acompanhava a Triauto, quando foi desafiada para esta nova provação que é ser gerente. Uma espécie de general manager da empresa, onde pôde colocar em práctica toda a sua força, energia e conhecimento para esta nova função. Inicialmente ficou apreensiva com o cargo por não ter a certeza que seria a pessoa correta para o mesmo, visto não possuir muita experiência nas componentes automóveis. Em contrapartida tinha muita experiência perto de 10 anos - na parte empresarial. Nada a impediu que aceitar esta demanda.
54 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Dina Carvalho Santos Administradora
triauto | inovação
“Não consigo ver desafios à minha frente e não participar ativamente
marcas de veículos pesados e agrícolas. Para dar resposta a toda a esta
nos mesmos, ou seja, tentar transformar algo que tem muito potencial
nova procura a Triauto teve de triplicar os recursos humanos da empresa,
em algo excecional. Este é para mim um projeto vencedor porque a
recursos esses que são o fator mais importante da empresa, para a
Triauto tem 50 anos de história, conseguiu vingar no mercado com
nova gerente. “Para mim, o fundamental numa empresa não é o valor de
muito pouco investimento. Era uma empresa que estava parada a nível
faturação, nem as parcerias que temos, mas sim a massa humana com
de modernização e quando assumi este cargo, a 1 de junho de 2017,
que trabalhamos. Fico muito agradada com o compromisso que estas
nesse mesmo dia tratei do rebranding da marca, do software de gestão,
pessoas assumem para com a empresa e como sempre me têm apoiado.
compra de hardware, atualização da frota automóvel, novo fardamento e
Sinto-me muito feliz e orgulhosa desta equipa coesa que a Triauto tem.
novas instalações para a Triauto. Desde esse dia, até ao dia de hoje, tudo
O sucesso que temos deve-se a estas pessoas. Temos funcionários com
isto foi implementado. Penso que deixei a minha marca e tenho o projeto
mais de 20 anos de casa, com muita experiência, com muita dedicação e
encaminhado.” Remata a gerente. A Triauto foi assim transformada numa
empenho excepcional.” Importante para esta nova Triauto é a formação.
nova empresa, a trabalhar em novas instalações, no polo da Santogal,
Numa ótica de transmitir conhecimento, a empresa apostou numa área
no Cacém. Quanto aos serviços, mantêm os mesmos que tinham e
de formação com 180 m², a qual vai ser preenchida, com a regularidade
ainda ampliaram. Decidiram ter uma loja aberto ao público com maior
de 1 vez por mês, com mecânicos especializados em equipamentos que
capacidade de resposta para produtos inovadores. Possuem todos os
vão aparecendo no mercado. Esta é uma forma de credibilizar o trabalho
produtos prime disponíveis de forma interativa, onde o cliente pode tocar,
da empresa e apoiar os seus parceiros. Quanto à inovação, a Triauto
experimentar e notar a diferença nas próprias mãos.
não fica por aqui e Dina Carvalho Santos explicou-nos o novo projeto
“Não somos conhecidos por ter os produtos mais baratos, mas
que tem em mãos: “Nós não tínhamos loja online e isso era uma grande
por termos os produtos com maior qualidade e sempre em stock.
falha no meu ponto de vista. Atualmente, esta está a ser desenvolvida por
Trabalhamos com marcas de reconhecida qualidade que nos deram a
uma empresa prime no mercado, com grande experiência no mercado
oportunidade de ter em exposição numa feira, na Expomecânica, dois
automóvel. Tudo o que não tenhamos em stock, é pedido aos nossos
faróis que nem sequer estão no mercado, o do novo Passat e do BMW
fornecedores, imediatamente, através desta loja online.” A inauguração
I3, com vertente tecnológica de ponta que são carros elétricos, que
desta vertente online ocorrerá em meados de Fevereiro, assim como a
são também o futuro do ramo automóvel. Acho que temos de apostar
abertura do novo armazém destinado ao público.
neste tipo de mercado verde, ecologicamente sustentável e sentimos
“2018 vai ser um ano agressivo para a Triauto, muito comprometedor
que temos essa responsabilidade.” Através deste dinamismo que vem
a nível de trabalho e estou bastante segura de que vai ser um ano de
sendo implementado, Dina tem sido chamada para o setor dos pesados.
sucesso.” Colmatou Dina Santos, com os seus desejos para a empresa
Assim, foram-se alargando horizontes através de parcerias com grandes
no próximo ano.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 55
inovação | clínica veterinária do castêlo
15 anos a tratar da saúde animal Situada na cidade da Maia, a Clínica Veterinária do Castêlo, nasceu em maio de 2000 com o objetivo de colmatar uma certa carência deste setor na região. Carlos Paulos, médico veterinário e fundador da clínica, começou a sua formação académica e profissional em virologia na área de investigação, no IIVA e Faculdade de Medicina Veterinária de Nova Lisboa da Universidade de Luanda.
apenas 150 mil. Na perspetiva de Carlos Paulos, este tipo de atividades lúdicas deveria ser mais introduzido nas escolas, já que desenvolve o espírito competitivo, exige dedicação e contribui para alternativas a comportamentos desviantes. Certificação Cat Friendly Clinic Em maio de 2015 a clínica recebeu o certificado de ‘Cat Friendly Clinic’ pela International Society of Feline Medicine. Em Portugal existiam à data apenas 15 clínicas certificadas, três na região Norte. A aquisição deste certificado exige a realização de formações em bem-estar felino, tal como a alteração do ambiente da clínica de forma a torná-la o menos stressante possível. Assim, a clínica possui uma entrada, sala de espera e consultório exclusivos para gatos, bem como uma panóplia de equipamentos específicos, como máquinas de tosquia e balanças próprias para felinos. Mas ser ‘cat friendly’ não é só isto. Toda a equipa está sensibilizada para a natureza única do gato, proporcionando um atendimento especializado para tal. “Com a Cat Friendly o objetivo é que os animais, neste caso os felinos e seus tutores, venham à nossa clínica com o mínimo stress e possam receber de nós os melhores cuidados. Nestas condições, o diagnóstico e o tratamento serão mais fáceis,
Equipa clínica
Em Portugal, esteve ligado ao Laboratório Nacional de Investigação Veterinária durante cerca de cinco anos. Dedicou-se à avicultura industrial, concretamente em aviários de multiplicação e em nutrição animal (fábrica de rações para animais) por quase três décadas. Atualmente, possui a Clínica Veterinária do Castêlo com uma equipa constituída por quatro médicos veterinários e três auxiliares de veterinária onde, com meios de diagnóstico auxiliares como radiografia digital, análises clínicas, ecografia, ECG, endoscopia e dois internamentos, disponibiliza consultas de medicina geral e profilaxia, cirurgia geral e ortopédica, banhos e tosquias, entre muitos outros serviços veterinários, tendo desde sempre disponibilizado urgências 24 horas domiciliárias, com duas ambulâncias. Columbofilia, o desporto com mais atletas federados a nível nacional Carlos Paulos, pioneiro e uma referência na medicina e patologia aviárias, assegura outra vertente que a clínica dispõe desde sempre: a columbofilia. Disponibilizando um vasto conhecimento em clínica desportiva, como responsável técnico da Associação Columbófila do Distrito do Porto há 24 anos, fornece apoio técnico e clínico de excelência ligados ao pombo-correio. O que pouca gente sabe é que este é um desporto com mais de dois milhões de atletas federados, enquanto o futebol tem
56 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
clínica veterinária do castêlo | inovação a recuperação melhor e a cura mais rápida e mais consistente”, explica
Projetos de futuro
Carlos Paulos.
“A pensar já no nosso IV Seminário no próximo ano, preparamo-nos para anunciar, mais duas valências, de que já fizemos formação profissional,
Evolução da medicina veterinária ao longo dos tempos
a Ozonoterapia e a Regeneração de tecidos, como por exemplo tendões
Hoje, admite Carlos Paulos, as pessoas têm uma maior preocupação em
e cartilagens, através da aplicação de células estaminais do próprio
tratar os seus animais nas mais diversas áreas, nomeadamente a do
animal”.
comportamento animal que tem tido crescente importância na Medicina
Um projeto que a clínica também acarinha e quer manter é a realização
Veterinária. Foi neste sentido que organizou em 2015 dois seminários,
anual de seminários gratuitos para tutores. Carlos Paulos acrescenta
tendo sido o primeiro exclusivamente direcionado para o comportamento
ainda que “estes seminários tiveram boa recetividade e representam
felino e conceito ‘Cat Friendly’. Dada a boa adesão por parte dos
uma excelente oportunidade de troca de conhecimentos e experiências”.
proprietários, o segundo também incluiu o comportamento canino e a
Paralelamente, outro objetivo é manter a atualização constante do
vertente do ensino dos princípios de adestramento. Estes seminários,
site da clínica, a manutenção de uma plataforma interativa com os
com entrada gratuita, tiveram o intuito de transmitir aos tutores
tutores de animais para poderem seguir toda a sua anamnese, planos
conhecimentos que lhes permitam proporcionar às suas mascotes
profilácticos e terapêuticos, bem como integrar redes sociais com
a melhor qualidade de vida, prevenindo simultaneamente patologias
conteúdos relevantes e conselhos práticos para os donos e seus animais
comportamentais, bem como comportamentos indesejados no seu dia-
de companhia, estando também em execução uma área dedicada à
a-dia.
adoção de animais. Ainda, a adesão ao Cheque Veterinário, um projeto
“Já em 2017, mais precisamente no dia em que a clínica comemorou o
desenvolvido pela OMV que, em conjunto com os Municípios, vai ajudar a
seu 17º aniversário, a 6 de maio 2017, demos a conhecer pelo seu III
prestar assistência a animais abandonados, bem como auxiliar tutores
Seminário os resultados práticos conseguidos através da prática de dois
carenciados.
anos de medicinas integrativas à nossa medicina tradicional alopata, nomeadamente a foto-bio-estimulação-acupuntura a laser, bem como, também, a aplicação de implantes de ouro já que, acredita, será uma mais-valia no tratamento de algumas doenças, com redução de riscos ou efeitos secundários”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 57
A primeira e fundamental razão para a importância crucial do Ensino Superior em Portugal tem que ver com a própria permanência do país no contexto em que vivemos. Um dos melhores exemplos é a economia. Muitos dos principais agentes nos setores mais dinâmicos da nossa economia nasceram dentro das universidades ou em grande proximidade com as mesmas. A incubação de empresas em meio universitário, em vários casos feito à séria e durante muitos anos, é hoje uma realidade forte. Os dados existentes apontam para números impressionantes: milhares de empregos criados, muitos milhões de faturação e exportações, grande impacto na economia regional e nacional. Aos fins ou interesses coletivos que justificam a importância do Ensino Superior juntam-se os perfis e interesses individuais dos estudantes. Um interesse natural é o que se traduz no acesso a uma profissão mais ou menos específica, por vezes associada à inclinação por esta ou aquela disciplina no Ensino Básico ou no Ensino Secundário, ou até a alguma ligação familiar a um particular ramo de atividade. Mas também pode haver escolha de percursos por motivos exclusivamente de gosto pessoal, diferindo o problema da ocupação profissional futura. Os gostos e os talentos dos jovens devem ser, neste contexto, valorizados como um todo, pois a realização pessoal dos indivíduos é uma riqueza em si. Curiosamente, há alguns estudos de opinião que sugerem que, para a maioria dos jovens que frequentam a universidade, o gosto pessoal ultrapassa, nas motivações de escolha do curso, as perspetivas de trabalho futuro.
crup os desafios das universidades da autoria do professor doutor fontainhas fernandes, presidente
materiais e imateriais do território e, em tudo o que fazem, as universidades devem pensar Global na resolução do Local. Indubitavelmente, a competição pela captação de estudantes e recursos humanos qualificados, de financiamento para a ciência e os desequilíbrios da rede pública, exigem a sua inserção em redes colaborativas de geometria variável, pois permitem uma “gestão por projetos e objetivos” sem colocar em causa a identidade e cultura de Num tempo marcado pela rápida mudança, imprevisibilidade e globalização do
cada instituição.
conhecimento e da informação, antecipar o Futuro das Universidades exige a
Por sua vez, a transformação digital, caso da IoT (internet
interpretação dos principais desafios societais com que se confrontam.
of things), da inteligência artificial e da robotização, a par
A história comprova que a educação e o conhecimento são um bem essencial para o
de outras aceleradas mudanças tecnológicas, apelam a um
progresso da sociedade. Nos últimos séculos, assistimos a sucessivas revoluções, em
novo perfil de graduado universitário, a uma permanente
ciclos com um espaçamento temporal cada vez menor, desde a revolução industrial
procura de novas competências, à educação ao longo
da energia a vapor, passando pela da eletricidade, até à da automação baseada na
da vida. Neste âmbito ganham relevo novos formatos de
eletrónica e nas tecnologias de informação e comunicação.
formação contínua, entre os quais se destaca o ensino
Mais recentemente, vivemos a convergência das tecnologias digitais, físicas e
a distância recorrendo a modernas plataformas e a
biológicas, a quarta revolução industrial, que se prevê ser disruptiva e provocar
ferramentas tecnológicas
mudanças sensíveis na sociedade, nomeadamente nos conceitos de trabalho e
O Futuro das universidades exige também um reforço da
de emprego. Este desafio soma-se a outras questões societais decisivas à escala
investigação, enquanto fator estruturante de um ensino
planetária, caso da sustentabilidade ambiental e da economia circular, as alterações
e de uma interação com a sociedade diferenciados, o
climáticas, as pandemias, a inovação social, entre outras.
aprofundamento das dinâmicas de internacionalização e
É neste contexto de mudança e de incerteza, que deve ser encarada a centralidade
a interação com o mundo económico, social e cultural.
da Universidade, enquanto protagonista da economia do conhecimento, da inovação
Acresce ainda a abertura à sociedade e ao mundo, bem
e agente promotor da cultura. Projetar o Futuro das Universidades é um exercício
como uma universidade mais comprometida com a coesão e
complexo que implica um posicionamento estratégico claro e bem definido, de forma
a valorização do território.
a explorar as alternativas de ação que garantam a sua renovação e adaptação a novas
O Futuro convoca a que as instituições mantenham
coordenadas envolventes. As instituições para sobreviverem têm de ser competitivas,
uma dinâmica proactiva, coesa e plural, bem como o
mediante o aumento da produtividade e eficiência no aproveitamento dos recursos.
compromisso firme de envolvimento no pensar e no agir, de
As questões do ensino, da investigação e da valorização do conhecimento devem
forma a aumentar a visibilidade e o papel da universidade
pressupor metodologias sistémicas e transdisciplinares, que valorizem os recursos
portuguesa no Futuro do país.
60 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
ensino| universidade atlântica
marca a diferença no ensino superior em
Portugal
Numa edição dedicada aos desafios do futuro, a perspetiva de quem está ligado ao ensino torna-se fundamental. Neste sentido, conversámos com o professor Carlos Guillén Gestoso, presidente da EIA.
Começo por lhe pedir que apresente a
úteis à empresa, mas também permitirá à
Esta oferta formativa é distinta pois abrange
Atlântica aos nossos leitores.
Instituição universitária apoiar a empresa em
todas as áreas base e em exponente expansão
A Atlântica nasceu em 1996 como instituição
projetos de investigação e desenvolvimento
em Portugal e no mundo. A nossa oferta
de interesse público, que procurava ser
tecnológico. Através deste novo modelo de
formativa integra licenciaturas, mestrados,
uma referência orientada para a criação,
ensino que privilegia a devida integração
pós-graduações e especializações. Na área da
transmissão e difusão do saber, da ciência e da
instituição universitária/empresa, áreas de
Engenharia temos as Licenciaturas em Ciências
tecnologia através da articulação do estudo, do
conhecimento transversais e complementares
de Engenharia Aeronáutica e Engenharia
ensino, da investigação e do desenvolvimento
e um forte investimento em investigação que
de Materiais, Mestrado em Engenharia de
experimental. Em 1996 tiveram início as
origine inovação aplicada, a Atlântica marca a
Materiais, Mestrado em Engenharia e Gestão
primeiras licenciaturas na área da Gestão,
diferença no ensino superior em Portugal.
de Sistemas de Fabrico e Mestrado em Gestão
Ambiente, Território, TIC e Gestão em Saúde e
e Tecnologia de Manutenção Aeronáutica. Na
em 2001 foi criada a Escola Superior de Saúde
Que balanço faz destes anos de atividade?
área das Ciências Empresariais oferecemos
Atlântica. Desde então, a Atlântica tem alargado
A nossa instituição tem crescido bastante
as Licenciaturas em Contabilidade e Auditoria,
os seus interesses científicos e consolidou as
ao longo destes 21 anos e é com grande
Gestão, Gestão em Saúde e Marketing e
suas vertentes de ensino e investigação. Em
satisfação que vemos a nossa oferta académica
Comunicação Empresarial e o Mestrado
2014, a Empresa Carbures adquire 87 por
crescer, os nossos alunos satisfeitos e os
em Gestão. Ainda oferecemos, na área das
cento do capital social da E.I.A., manifestando
nossos diplomados em posições de destaque
Tecnologias da Informação, as Licenciaturas
o propósito de contribuir para uma alteração
e a regressarem para complementar a sua
em Gestão de Sistemas e Computação e em
do ensino superior em Portugal, pelo fomento
formação base. O balanço é bastante positivo.
Sistemas e Tecnologias da Informação, para
da ligação entre indústria, investigação,
Mas ainda há novos caminhos a delinear e há
além dos Mestrado em Gestão de Sistemas
concretizado através da criação de um polo
que darmo-nos a conhecer. Comunicarmos
e Tecnologias de Informação. Na ESSATLA
tecnológico de desenvolvimento da área das
melhor é um objetivo a curto prazo.
- Escola Superior de Saúde Atlântica, cuja
engenharias de materiais e das ciências das
entidade instituidora é também a EIA, mas que
engenharias aeronáuticas. Esta colaboração
Em que áreas atuam? Que cursos podemos
recentemente deixou de estar integrada na
permitirá transferir conhecimento da empresa
aqui encontrar?
Atlântica. disponibilizamos as licenciaturas em
para a Universidade, numa relação biunívoca,
A Atlântica atua em diferentes áreas
Enfermagem e Osteopatia, as Especialidades
formar licenciados, mestres e doutores, futuros
académicas: Engenharia, Saúde, Ciências
em Enfermagem Comunitária e Enfermagem de
profissionais, com competências realmente
Empresariais e Tecnologias de Informação.
Reabilitação, entre diversas Pós-Graduações.
62 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
universidade atlântica | ensino com aplicações industriais desenvolvidas em empresas. As Licenciaturas e Mestrados nas áreas da Gestão e IT são também uma resposta atualizada às necessidades do mercado de trabalho. Uma das características que o ensino universitário tecnológico deverá ter é a sua relação com o tecido industrial. Os projetos de investigação competitivos com financiamento público ou privado são certamente um dos modos de interação, mas um dos modos mais interessantes e inovador passa pela interação Quais as vantagens que os alunos têm em
aplicada e real através do desenvolvimento
optarem pela Atlântica?
de um portefólio de serviços, produtos e
A Atlântica permite aos alunos uma
patentes em estreita articulação com o tecido
Por onde passa o futuro da Atlântica e da
aprendizagem e investigação de elevada
empresarial, social e industrial onde está
Business and Industry Scholl (ASIB)?
qualidade, com uma formação especializada,
inserida.
É nossa convicção que a educação é um
integrada com a realidade das empresas, e
entre os estudantes e as empresas.
investimento estratégico, pois torna as pessoas
desta forma, maior empregabilidade. Esta
O que vos distingue das demais instituições
menos resistentes à mudança, mais curiosas
relação de proximidade entre a universidade
de ensino superior?
e consequentemente mais informadas. Assim,
e o mercado de trabalho potencia um ensino
A Atlântica distingue-se pela forte ligação à
assumimos o compromisso, no presente e no
vocacionado para o futuro profissional e,
indústria e às empresas. Temos como objetivo
futuro, de aumentar o valor através da inovação
consequentemente, mais aliciante para os
formar os melhores profissionais e enriquecer
tecnológica da nossa estrutura e recursos e da
nossos alunos o que aumenta também a
o mercado de trabalho, incentivando e
nossa oferta. Há um mundo novo a acontecer!
taxa de sucesso. Um dos principais objetivos
implementando a formação e conhecimento
A era 4.0 vai obrigar empresas e instituições
é formar profissionais com uma conceção
específicos a profissionais de base técnica,
a mudarem de paradigma. E isto também se
humanista e científico-técnica e potenciar o
que exerçam ou pretendam exercer funções
aplica ao ensino superior, não só à indústria
seu envolvimento na sociedade, em áreas de
na área de desenvolvimento de produto,
e às empresas em geral. As universidades
conhecimento inovadoras cuja importância será
produção, investigação e manutenção em áreas
terão um papel essencial na formação de
sentida na modernização e desenvolvimento do
como a Aeronáutica, Automóvel e Inovação
jovens educados, responsáveis socialmente,
país. Estamos convictos que quanto maior for o
e Tecnologia. A mais recente área, a área da
competitivos e resilientes. A customização ou
sucesso profissional dos nossos alunos maior
Engenharia, permitirá desenvolver e destacar o
personalização de produtos formativos é um
será o sucesso da nossa instituição!
conceito inovador e tecnológico da Instituição.
dos objetivos da ASIB. A internacionalização
As Licenciaturas em Engenharia de Materiais e
será o futuro a curto prazo: procuramos
A investigação é também uma componente
em Ciências de Engenharia Aeronáutica fazem
desenvolver parcerias estratégicas que
importante da Universidade. Pode falar-nos
parte da pesquisa, produção e comercialização
permitam melhorar a reputação e alavancar
um pouco da mesma?
da Carbures, criando uma perfeita sinergia
a capacidade de atração de estudantes,
A Atlântica assume um claro compromisso
para o desenvolvimento da educação em
alargando o raio de ação geográfica da
com a investigação científica, sendo esta
engenharia e tecnologia, onde os componentes
Atlântica e posicionando-nos nos mercados
área um elemento central da atividade e
de formação serão lecionados em modernos
externos mais relevantes. Este é o caminho
do desenvolvimento da nossa instituição. A
laboratórios próprios, em colaboração direta
inevitável para o ensino superior em Portugal.
investigação desenvolvida pela Atlântica baseiase no desenvolvimento do conhecimento e produção científica nas diferentes áreas globais de atuação: Ciências Empresariais, Engenharia, Tecnologias de Informação e Saúde. As quatro unidades de investigação e inovação da Atlântica estão organizadas nestas diferentes áreas e domínios científicos, integrando a existência de equipas com uma abordagem multidisciplinar e altamente especializada, com elevada experiência científica mas também
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 63
ensino|isec
um caso de sucesso no ensino A Cidade do Conhecimento – Coimbra, assim conhecida pelo peso histórico da sua Universidade, a primeira de Portugal e uma das mais antigas do mundo. Uma das suas instituições de ensino de excelência é o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), unidade orgânica integrada no Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e que conta com quase 100 anos de existência. A Revista Business Portugal teve a honra de entrevistar o recém-eleito Presidente Mário Velindro. um erro porque esta tendência provoca o afastamento ao setor empresarial”. Porém, há um entendimento geral de que “as escolas têm de olhar mais para o exterior, para o mundo profissional e empresarial”. De tal forma que a investigação, uma das apostas do ISEC, “só faz sentido se Mário Velindro Presidente
trouxer contributos para a sociedade e, consequentemente, para as empresas”. “A nossa preocupação é sensibilizar os investigadores, no sentido de se dedicarem a áreas cujos assuntos possam ser aplicados, ou seja, devemos tornar a investigação mais prática, mais útil, caso contrário, não nos traz mais valia nenhuma”, expôs. Cursos diversificados e adaptados às necessidades do Iniciamos a nossa conversa questionando o professor acerca do que leva o ISEC a ser
mercado
uma referência no ensino nacional. Respondeu-nos que a instituição “tem formado
Dentro dos vários departamentos do Instituto Superior de
muitos engenheiros nas mais diversas áreas, todos eles estão bem colocados no
Engenharia de Coimbra há aqueles com maior procura,
mercado de trabalho e a empregabilidade dos cursos do ISEC é muito elevada.”
como a engenharia informática, o qual tem “a casa cheia; os alunos ainda não terminaram o curso e já têm
Acompanhar a evolução
empresas a recrutá-los”. De seguida, outras áreas da
Cada vez mais o ensino superior tem que se adaptar ao mundo profissional, o que se
engenharia registam uma procura elevada, como o exemplo
traduz em alterações necessárias. “Temos de acompanhar a evolução. A engenharia
da engenharia mecânica. Pelo contrário, a engenharia
tem evoluído ao longo dos tempos e temos acompanhado as suas diferentes fases.
civil ressente-se, afetada pela crise da construção e do
Atualmente, encontramo-nos num novo período definido pelo conceito de Indústria
mercado imobiliário, mas estou absolutamente convencido
4.0. Este conceito exige que encaremos o futuro de forma diferente. A robótica, a
que o pior já passou, explicou-nos o Presidente: “De facto,
automação, passando pelas novas tecnologias, vão influenciar de forma significativa
os cursos de engenharia civil estavam muito ligados à
todos os cursos, impondo novas competências aos engenheiros. É considerada a
construção convencional. Todavia, hoje tem de responder
Quarta Revolução Industrial e eu estou convencido que se trata mesmo de uma
a outras áreas, realçando-se a domótica, a impressão
revolução. As instituições de ensino superior têm a obrigação de acompanhar esta
3D e a metodologia BIM (Building Information Modeling),
mudança e impõe-se ao ISEC que esteja atento. Os novos desafios exigem reflexão.”.
entre outras”. Aqui se denota a adaptação necessária que
As mudanças nunca são fáceis e exigem muitas alterações da nossa parte, na forma
referíamos anteriormente. Nos últimos tempos já se sente
de pensar, de ensinar e de fazer. Estas alterações, deverão passar definitivamente
a retoma favorável neste curso. “Os cursos estão o mais
pelo corpo docente, que deve estar disponível para os novos tempos. “Não se
possível adaptados à realidade”. Exemplos da componente
deixar acomodar, nem fazer da forma mais fácil” é o segredo para acompanhar as
prática que está presente no ensino, são os cerca de 40
tendências.
laboratórios ativos que o Instituto disponibiliza. “Na área da mecânica temos uma minibarragem, única no país, que
Componente científica e Investigação
permite aos alunos contactarem com esta tecnologia. Agora
“As escolas de engenharia evoluíram, hoje não se dá atenção unicamente à
não, mas antes produzíamos eletricidade, tal como uma
componente tecnológica, existe a componente científica”, expôs Mário Velindro, “a
barragem real”. Outro exemplo, é o trabalho desenvolvido
capacidade científica de uma instituição é o que define a sua qualidade”. O que tem
com o Hospital da Universidade de Coimbra, através do
as suas vantagens, mas não deixa de preocupar o Presidente do ISEC: “Pode ser
Laboratório de Biomecânica, cujos resultados têm sido
64 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
isec | ensino
um êxito. Os projetos na área da arquitetura, engenharia e
algo que deve “começar pelas escolas secundárias”, onde os alunos deveriam
construção (AEC) estão a mudar face à tecnologia existente.
“aprender experimentando, trabalhando no que tivesse mais aplicabilidade ao mundo
Como se referiu, surgiu uma metodologia denominada
real”. Melhor orientação traduzir-se-ia no despertar de outras vocações. O nosso
Building Information Modeling (BIM), que usa software
entrevistado reconhece, no entanto, que para isso os professores deveriam ser mais
paramétrico e “vai revolucionar completamente a realização
valorizados dentro da sua profissão e que o Governo deveria encarar a Educação
dos projetos, porque são projetados e desenhados em três
“como fundamental”, ou não fossem estes os profissionais que moldam as mentes do
dimensões, vamos poder visualizar virtualmente o resultado
futuro.
final antes de ir para a obra”. Esta característica é uma “vantagem enorme porque os ajustes são feitos na fase
Contacto com as empresas
do projeto”. Assim, é possível fazer as alterações ainda
O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra tem investido na aproximação às
em fase de projeto, e reduzir significativamente os custos
empresas. Afinal, são estas que vão empregar os seus alunos, os quais deveriam,
em obra, evitando-se os chamados “trabalhos a mais”.
idealmente, ter um contacto mais apertado com as mesmas o que pode ser feito
“Quero apostar na formação nessa área, para já ainda
através de estágios. Todavia, Mário Velindro refere que deve existir e é necessária uma
não a temos, mas vai ser uma das nossas apostas. Um
aproximação cada vez maior entre a escola e as empresas. “No futuro as empresas
gestor de BIM faz o cruzamento das várias áreas, desde a arquitetura às especialidades de engenharia, para tornar uma obra mais eficiente, é mais tempo gasto em projeto, mas poupa-se tempo em obra e diminui as probabilidades de erro”, demonstrou Mário Velindro. O Presidente é da opinião que em Portugal deveria existir uma maior aposta estatal nas tecnologias, algumas das quais passam por rever a oferta de cursos: “Há cursos abertos sem sentido nenhum, a Tutela gasta dinheiro, as famílias colocam os filhos nesses cursos, que depois não têm oferta no mercado de trabalho. Falta sensibilização para orientar e alertar os alunos. Um país que não aposte na tecnologia não progride. Há falta de orientação nesse sentido”. Também o facto de o ensino ser excessivamente teórico deveria ser revisto,
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 65
ensino| isec vão perceber que têm de formar os seus profissionais em meio empresarial. A função formação vai ser feita numa perfeita simbiose entre a escola e as empresas. Com o avanço da tecnologia de comunicação, as aulas teóricas serão feitas a distância e a componente prática em meio empresarial. Tudo vai mudar”. Outra estrutura que vai ser criada no ISEC é a Academia de Engenharia de Coimbra, que pretende funcionar como um vínculo de ligação às empresas. Serão contactados empresários que ajudem a direção do ISEC a compreender o que necessitam, formatando cursos à medida e à necessidade de cada empresa, recorrendo a professores de diversas origens, com experiência efetiva. Também as chamadas soft-skills (competências transversais) serão valorizadas, ou seja, as aptidões e projetos extracurriculares dos alunos terão de ser reforçadas. Hoje não basta dominar a técnica, é preciso saber estar, saber comunicar e saber liderar. Vocação versus Empregabilidade O nosso entrevistado admite que os alunos escolhem o curso em função da probabilidade de empregabilidade. Não é só o gosto ou vocação que ditam a preferência. Também revela que muitos são os que “entram no curso superior sem saber bem o objetivo do mesmo”. Nesse sentido, Mário Velindro tenciona “fazer um esforço no sentido de fazer uma aproximação às escolas secundárias e aos seus alunos, para os orientar de forma mais concreta”. O mercado de trabalho sofreu uma alteração profunda nesta última geração: “Hoje temos pessoas a trabalhar em áreas diferentes daquelas em que se formaram. Há essa versatilidade, uma vez que as empresas valorizam a formação específica”.
a qual Mário Velindro não concorda. Os cursos de engenharia deveriam ser obtidos em quatro anos, sendo o último “já na empresa com um tutor que apoiasse os alunos no
Ensino público de qualidade
seu percurso profissional”. Tudo foi feito com o objetivo económico, perdendo-se em
Questionado acerca da oferta de ensino privado, o nosso
qualidade.
orador expõe que “há casos de sucesso e deveria existir essa escolha para quem tiver capacidade financeira”.
Intenções presidenciais
Porém, em engenharia “isso é um investimento
Para concluir a nossa conversa, quisemos saber o que Mário Velindro tenciona levar
considerável” e o Governo terá sempre que assegurar
avante enquanto desempenhar a função de Presidente: “Para além da atenção a
o ensino de qualidade independentemente da oferta no
dar aos recursos humanos, colocando as pessoas em função do seu currículo e
privado. Por uma questão cultural, os portugueses têm muita
experiência, no sentido de as motivar, vamos dar relevo há qualidade do ensino e da
consideração pelos alunos que estudaram no estrangeiro,
investigação. Vou criar a Academia de Engenharia de Coimbra, projeto que já está
apesar de as nossas escolas serem “tão boas ou melhores”.
em andamento, uma unidade do ISEC dedicada às pós-graduações e cursos de curta
“Também nos deveríamos orgulhar pelo facto de o ensino
duração, inclusive para os profissionais desempregados de outras áreas. Vamos
de maior qualidade em Portugal, ser o ensino público. De
também apostar no ensino à distância, que é o futuro”. A ligação aos países de língua
uma forma geral, os nossos alunos que vão estudar lá para
portuguesa também é um dos nossos focos.
fora, são quase sempre os mais bem-sucedidos nessas escolas”. O Tratado de Bolonha reduziu a duração dos
O ISEC é feito por todos. Com estratégia e ambição seremos maiores e melhores no
cursos de engenharia, de cinco para três anos, decisão com
futuro!
Rua Pedro Nunes - Quinta da Nora - 3030-199 Coimbra, Portugal
66 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
+351 239 790 200
info@isec.pt
www.isec.pt
iiiuc | ensino
IIIUC - Cruzamento entre áreas de saber O Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra (IIIUC) é uma Unidade Orgânica de ensino e investigação da Universidade de Coimbra (UC) que promove a investigação e formação avançada interdisciplinares, fomentando o cruzamento entre áreas do saber. Em entrevista à Revista Business Portugal, Amílcar Falcão, diretor do IIIUC e vice-reitor da UC, responsável pelas áreas de Investigação, Inovação, Desporto, Fundos Estruturais e Relações com Associações Privadas Sem Fins Lucrativos, apresenta-nos esta Unidade Orgânica que opera no sentido de garantir capacidade de afirmação internacional da investigação científica da UC, promovendo também a organização de cursos de doutoramento com vocação interdisciplinar.
INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO INTERDISCIPLINAR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Casa Costa Alemão - Pólo II | Rua Dom Francisco de Lemos 3030-789 COIMBRA Tel: +351 239 247 800 E-mail: iii@uc.pt www.uc.pt/iii
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 67
ensino| iiiuc
Amílcar Falcão Diretor
68 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
iiiuc | ensino
“O IIIUC dedica-se essencialmente ao apoio
em assuntos muito específicos. Assiste-se
ajudar e ser ajudados pela universidade e que
à investigação, embora possua igualmente
com muita frequência a uma incapacidade
direitos e deveres lhes podem ser atribuídos.
uma componente pedagógica (apenas
na partilha dessa informação ou mesmo
Os investigadores doutorados constituem um
doutoramentos). Temos atualmente seis
nodiálgo sobre ela com alguém de outra área”,
grupo de enorme valia para a UC e temos
cursos de doutoramento a funcionar e a nível
acrescenta.
trabalhado em conjunto em múltiplas situações,
de investigação aquilo que o IIIUC faz passa
No entanto, a adaptação à vida real, é, na sua
como acontece com as atividades associadas
pela promoção da interdisciplinaridade. Desta
perspetiva, o grande desafio.
ao Dia do Investigador, ao Dia Mundial da
forma, todas as Unidades de I&D da UC ou
“Essa é a parte mais difícil e, nesse sentido,
Ciência, entre outras. O nossos investigadores
onde a UC tem participação, fazem parte,
as ciências sociais desempenham um papel
doutorados são ainda uma ajuda preciosa nos
por direito próprio, do IIIUC. O IIIUC tem um
muito relevante. Permitem humanizar alguma
cursos de doutoramentos, onde ativamente
conselho científico (eleito e marcadmente
da investigação que é feita a outros níveis,
desempenham funções como tutores ou
multidisciplinar), onde as Unidades de I&D se
para além de avaliarem o impacto social da
orientadores, constituindo uma parte muito
encontram representadas, assim como um
produção de conhecimento.. Este cruzamento
importante em vários processos de investigação
conjunto de comissões de trabalho que se
é fundamental para conseguimos não só criar
da universidade. Por direito próprio têm a sua
dedicam à dinamização de áreas específicas
coisas novas, mas também para promovermos
voz no conselho científico e influenciam de
relacionadas com a missão do IIIUC. Nesse
a translação para o mundo real. No entanto,
forma ativa as políticas que desenvolvemos.
sentido, somos únicos porque as restantes
a nossa missão não passa apenas por esta
No que diz respeito à divulgação de ciência, o
Unidades Orgânicas dedicam-se a uma área
questão, passa igualmente por ajudar a
IIUC na atua tanto directamente, organizando
específica e nós, pelo contrário, promovemos o
perceber de que forma a sinergia entre saberes
iniciativas próprias, como indiretamente,
cruzamento entre áreas”, começa por explicar,
diferentes pode originar valor acrescentado à
ajudando a que outras iniciativas se instalem no
Amílcar Falcão, responsável pelo IIIUC desde
produção de conhecimento”.
terreno e dando formação específica no campo
2013, cumprindo atualmente o seu terceiro
Sendo a UC uma universidade de espetro
da divulgação de ciência (ações de formação
mandato.
alargado (dita clássica), o IIIUC é composto
periódicas destinadas a investigadores e
“Temos um conceito de Interdisciplinaridade
por por 39 Unidades de Investigação da UC,
Unidades de I&D).
devidamente aprovado em Conselho Científico
cujo trabalho de investigação envolve todas
Para o futuro, Amílcar Falcão desvenda que
e que promove a sinergia entre áreas distintas
as áreas do saber, sendo várias as iniciativas
gostaria que a Universidade de Coimbra
através do diálogo e troca de ideias. Uma
desenvolvidas no sentido de promover a
continuasse a promover e a desenvolver esta
quantidade importante da investigação
partilha de saber nessas áreas.
Unidade Orgânica, no entanto reitera que “a
científica de ponta, posiciona-se em zonas
“Exatamente,e é por isso que temos
função de vice-reitor de investigação deve
fronteira, ou seja, os resultados obtidos são
instalações especificamente destinadas a
estar diretamente ligada à direção do IIIUC,
altamente disruptivos. Procuramos promover
promover o diálogo interdisciplinar e onde,
complementando-se. Só este modelo permite
a interdisciplinaridade precisamente com o
com assinalável frequência, são organizadas
lideranças duradouras no IIIIUC e maior
intuito de obter produção de conhecimento
reuniões, seminários, workshps, e conferências
eficiência na implementação de políticas de
disrutivo, por contraposição com a produção
destinadas a “agitar” a academia no sentido
âmbito interdisciplinar.
de conhecimento incremental cujo valor
da procura do cruzamento de saberes. Temos
No entanto, mostra-se confiante com o trabalho
acrescentado é francamente menor. A
também outras atividades que ajudam a
desenvolvido nos últimos quatro anos.
investigação disruptiva, que aborda tudo o
promover a articulação entre as Unidades de
“Gostaríamos de ter feito mais, mas, apesar
que é diferente, o que não é expectável, o
I&D, sendo de destacar o nosso posicionamento
disso, com os recursos de que dispusemos,
que ainda ninguém explorou é relativamente
em redes internacionais, o nosso esforço na
acredito que fizemos o que estava ao nosso
difícil de alcançar nas áreas clássicas porque
análise bibliométrica para ajudar à definição
alcance. É reconfortante quando sentimos que
hoje em dia existe muito conhecimento, muita
de posicionamentos estratégicos, ou a nossa
as pessoas com as quais trabalhamos vestem
informação e criar algo totalmente diferente e
relação pró-ativa com o mundo empresarial
a camisola e se dedicam a este projeto. A
novo do que já existe, não é fácil. Acreditamos
(Innovation@UC). Acolhemos igualmente
interdisciplinaridade e a partilha dos saberes
por isso que o cruzamento das várias áreas
no IIIUC uma iniciativa de elevado potencial
são o nosso foco e assim terá de continuar a
do saber é uma aposta com condições para
e à qual atribuímos um grande significado
ser no futuro”, conclui.
conseguirmos resultados mais relevantes.
(Postdocs@UC), no sentido de ir ao encontro
Infelizmente, o investigador “tipo” é atualmente
dos anseios dos investigadores doutorados
alguém muito especializado e que se foca
que tentam perceber de que forma podem
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 69
No panorama da saúde, a nossa esperança média de vida situa-se perto dos 81 anos, um ano acima da média. As mulheres vivem mais. Em média, 84 anos. Já para os homens a esperança média de vida é de 78 anos. Quando questionados sobre o seu estado de saúde, 46 por cento dos portugueses afirmam estar bem ou muito bem e 18 por cento consideram estar mal. Portugal é um país mais pessimista quanto ao seu estado de saúde quando comparado à maioria dos países europeus. Portugal aparece a verde em vários indicadores, como a queda na mortalidade por enfarte, o rácio de cirurgias às cataratas na população idosa e a boa taxa de vacinação. Os portugueses revelam-se mais satisfeitos com o nível de acesso aos seus dados médicos, com os mecanismos de escolha dos médicos, com o leque de profissionais disponíveis para procurar uma segunda opinião e com o acesso a linhas de informação 24 horas. A investigação na medicina, a medicina estética, dentária e visual figuram nas próximas páginas da última edição de 2017 da Revista Business Portugal. 10671_PressSobreRodas_285x175_ela_afc.pdf
1
21/06/16
12:32
ipo coimbra os ipo's têm uma missão tripartida por carlos santos, presidente da administração
de ensaios clínicos, que consideramos de particular importância, não só na captação de recursos e de acesso a novos fármacos, como também de o fazer com rentabilidade. Encontramo-nos na fase de lançar a segunda componente do plano de investimentos: remodelação das áreas cirúrgicas. Temos um plano de investimento de cerca de 36 milhões de euros, provavelmente o único em Portugal feito em 85% com capitais próprios. Em 2016 adquirimos e instalamos um equipamento de radioterapia único no país, ampliamos o “Não sou clínico, sou administrador e, portanto, dou a perspetiva de quem gere uma unidade de
edifício de oncologia médica, ampliamos a
saúde.
capacidade do hospital de dia, praticamente
A notícia de que se tem uma doença oncológica é devastadora e tem um impacto muito grande
duplicamos a lotação de estações de
na vida do utente e na da sua família. Diferenciamo-nos dos hospitais gerais porque estamos
tratamento e ampliamos, também, a unidade
exclusivamente dedicados ao tratamento da patologia oncológica, trabalhando de forma
de internamento. No âmbito desse processo
multidisciplinar e garantindo qualidade.
temos um consórcio com o centro hospitalar
As nossas equipas estão sensibilizados para acompanhamento do doente, desde o momento em
de Tondela, Viseu, em que a aquisição dos
que recebe a notícia, durante as várias etapas do processo do tratamento, da sua reabilitação,
equipamentos de radioterapia vai ser feita em
muitas das vezes da sua cura (porque ao contrário da maior parte das perceções esta é cada vez
parceria, sendo assegurado à distancia, por
mais uma doença crónica, com a qual se vive e cuja taxa de sobrevivência está a aumentar) e, nos
teleradioterapia, tudo o que são planeamentos,
casos em que não é possível, acompanhá-los na fase terminal.
de forma a garantir que os doentes em Viseu
A crise levou a uma redução de recursos. Hoje não me importo, em nome da justiça, de afirmar
são tratados como se estivessem em Coimbra.
que essa redução foi acompanhada por uma diminuição de custos, a qual o governo se encarregou
É a primeira vez que esta experiencia é feita
de negociar desde logo até com a indústria farmacêutica, o que permitiu que houvesse também
em Portugal.
da parte da indústria uma compreensão de que teriam que contribuir para a sustentabilidade do
De futuro, tencionamos remodelar toda a área
sistema e do funcionamento das instituições. Posso garantir que o IPO Francisco Gentil nunca
cirúrgica, desde os blocos operatórios, a novas
sofreu falta de material, sempre tivemos uma gestão financeira muito cuidadosa, nunca nos
unidades de internamento. Contamos entrar
descuramos daquilo que são as nossas preocupações.
em obra durante 2018 e em 2020 ter um
Os IPOs têm uma missão tripartida: prestação de serviço de saúde, formação e investigação.
IPOFG completamente diferente do que é hoje,
Apostamos na investigação clínica, temos em maõs um projeto de dinamizar a nossa vertente
com mais qualidade e conforto”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 71
saúde| icnas
“Somos o exemplo de que o know-how que existe nas universidades pode ser
transformado em valor” Situado no Pólo de Saúde (Pólo III) da Universidade de Coimbra, o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) é uma unidade orgânica de investigação da Universidade de Coimbra, com carácter multidisciplinar e que congrega as principais modalidades de imagem médica (Ressonância Magnética, TAC, PET, SPECT) no mesmo edifício, o qual inclui também um ciclotrão e uma unidade de radioquímica para produção e investigação de radiofármacos. e o que os médicos observam na clínica. Estas concussões são especialmente úteis pois, nas doenças, as alterações na função (fisiológicas) precedem as alterações na estrutura (anatómicas), o que nos permite detetar as doenças mais cedo, de uma forma mais precoce”, começa por nos contar, Antero Abrunhosa, novo diretor do ICNAS. Antero Abrunhosa Diretor
Associado desde o início à criação deste centro multidisciplinar, conta-nos, todo o processo, desde a ideia inicial, que se focava em criar uma unidade orgânica diferenciada e inovadora, até à concretização da mesma, em 2009. “A ideia inicial do Instituto partiu do Prof. João José Pedroso de Lima, ainda na década de 90 do século passado, que decidiu enviar“O ICNAS é uma unidade orgânica da Universidade de Coimbra (UC), que se dedica à investigação
me a mim e a mais 2 colegas para fazer
translacional na área da imagem médica com um enfoque especial em três áreas clínicas
doutoramento em centros europeus de
fundamentais: neurociências, oncologia e cardiologia. Utilizamos diversas técnicas de imagem,
referência (eu fiquei em Londres, o Francisco
algumas mais comuns como a ressonância magnética ou a TAC, outras menos conhecidas como
Alves em Copenhaga e o Nuno ferreira em
a PET (Tomografia por Emissão de Positrões), uma técnica que nos permite ver o funcionamento
Orsay, perto de Paris). Regressámos no início
dos diversos órgãos e tecidos de forma muito detalhada, utilizando moléculas especiais, que
da década de 2000 e começámos a planear
chamamos de radiofármacos. Para isso, é necessário ter internamente uma unidade de produção,
e a supervisionar a construção do que viria a
que envolve equipamento sofisticado, como um acelerador de partículas (ciclotrão), que vai criar
ser o ICNAS. Mais tarde juntou-se à equipa o
elementos que emitem um pequeno sinal radioativo (radionuclídeos). Posteriormente, é necessário
Miguel Castelo Branco, médico e neurocientista
uma química sofisticada para inserir estes radionuclídeos numa molécula por forma a produzir
que acrescentou a componente de ressonância
um radiofármaco que será depois injetado no doente. Após esperar algum tempo para que o
magnética e a ligação à rede de imagiologia
radiofármaco se distribua, é possível obter uma imagem utilizando um equipamento especial
cerebral funcional tornando o ICNAS uma
denominado um tomógrafo PET. As imagens da PET diferem das imagens das técnicas ditas
infraestrutura verdadeiramente nacional”,
“anatómicas” como a TAC ou a ressonância magnética porque permitem ver as células e tecidos
acrescenta Antero Abrunhosa.
“a funcionar”, por exemplo, a consumir glicose, ou a transformar determinados produtos ou
Focados na investigação e projeção do Instituto,
mesmo ver os nossos neurónios a comunicar. Desta forma, conseguimos estudar os mecanismos
os desafios eram constantes e o mais fulcral
fundamentais das doenças diretamente no organismo, o que nos permite fazer a ponte entre a
passava por assegurar a sustentabilidade do
investigação biomédica fundamental (feita por biólogos, químicos e bioquímicos no laboratório)
próprio projeto. Para tal, surgiu em 2009, a
72 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
icnas |saúde preços mais acessíveis. No fundo estávamos a concretizar dois objetivos: retirar Portugal da dependência de Espanha, criando uma competência nesta área e conseguir gerar receita para ajudar a manter a investigação. A reitoria aceitou a proposta e criámos então a ICNAS-Produção, uma empresa totalmente detida e gerida pela UC mas devidamente licenciada e certificada como uma produtora farmacêutica”. A ICNAS-Produção é hoje um caso de sucesso. Foi “empresa gazela” da região centro em 2015 e entrou para o TOP1000 das empresas do distrito de Coimbra em 2017. O lançamento do primeiro produto em janeiro de 2012 (Fluodesoxiglucose [18F] UC) foi um marco na independência de Portugal em temos de radiofármacos PET. É de notar aqui que, apesar de este radiofármaco ser já conhecido há vários anos (era o principal produto comercializado pelos espanhóis em Portugal) a formulação específica comercializada é fruto da Investigação do ICNAS. É precisamente esta a função da empresa: traduzir aquilo que de bom se faz na investigação do ICNAS em produtos que possam ser comercializados, diminuindo os custos para o sistema de saúde e gerando verbas que possam sustentar investigação. “O nosso modelo é esse e é fundamental para a sustentabilidade do projeto. Neste momento, temos cinco radiofármacos no mercado e há relativamente pouco tempo, tivemos o primeiro aprovado em Espanha. Isto quer dizer que, em cerca de cinco anos, passamos de um país 100% dependente da exportação destes produtos, para um país que brevemente poderá estar a exportar”, frisa. ICNAS-Produção, a primeira empresa lançada pela Universidade de Coimbra. “Quando estávamos na fase final de instalação do Instituto, surgiu a questão de como iríamos financiar todo o projeto. Tínhamos equipamentos sofisticados, mas difíceis de manter. Só em contratos de manutenção, estamos a falar de valores na ordem do meio milhão de euros por ano, um valor que a Universidade não poderia suportar e que dificilmente poderiam advir exclusivamente de verbas de investigação. Nessa altura, avançámos com a proposta de criar uma atividade comercial de produção de radiofármacos PET. Com efeito, na altura, Portugal era totalmente dependente da importação destes produtos a partir de Espanha, com um custo estimado de mais de 5 milhões de euros por ano. Neste sentido, sugeri que se criasse dentro da UC uma empresa que pudesse fazer a produção desses radiofármacos para o mercado nacional, a
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 73
saúde| icnas Atualmente, a ICNAS-Produção possui três gerentes: Miguel Castelo Branco, médico e antigo diretor do ICNAS, Amílcar Falcão, diretor técnico da empresa e vice-reitor da UC e pelo nosso entrevistado e atual diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa. “Atualmente o ICNAS e a ICNAS-Produção contam com um total de cerca de 60 colaboradores e todos os nossos equipamentos estão ao dispor da comunidade e podem ser utilizados em colaboração com empresas ou universidades para realizar trabalhos de investigação ou desenvolvimento. O Instituto conta ainda com a visita regular de muitos médicos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e da vizinha Faculdade de Medicina (FMUC) que colaboram diretamente com o ICNAS. Isso permite que esses médicos tenham contacto e se interessem pela investigação e que sejam a nossa principal ligação aos utentes, transmitindo-nos as suas necessidades. O Instituto está também disponível para visitas (incluindo o ciclotrão) todas as sextas-feiras tendo recebido já a visita de dezenas de escolas secundárias de todo o país.” Para o futuro, Antero Abrunhosa mostra-se confiante e desvenda que o plano para os próximos dois anos passa pela aposta na exportação, pela criação de uma Unidade de Ensaios Clínicos e de um Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional. “Acabamos de receber uma patente europeia de um processo de fabrico no ciclotrão de um radionuclídeo denominado Gálio-68, que é fundamental para o diagnóstico do cancro. Fomos pioneiros a distribuir radiofármacos com base nesse radionuclídeo. Hoje muitos nos copiam. Temos numerosas publicações científicas em revistas de elevado impacto, estamos a lançar novos produtos no mercado, ganhámos recentemente um projeto PT2020, com fundos da CCDRC- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, um projeto de meio milhão de euros, que será utilizado para equipar melhor a empresa para que possamos aumentar a nossa capacidade de produção, gerar mais emprego e prepararmo-nos para o próximo passo: a exportação para Espanha. Em termos do Instituto queremos estabelecer-nos em duas áreas fundamentais: ensaios pré-clínicos e ensaios clínicos. Hoje, estamos focados no diagnóstico, mas queremos também vir a apostar na terapêutica, no desenvolvimento de novas terapias e de novos medicamentos. Já estamos a trabalhar neste sentido. Fomos pioneiros em Portugal no diagnóstico de alzheimer por imagem e estamos já a colaborar em ensaios para ajudar a desenvolver medicamentos para esta patologia. O futuro passa também pela criação de uma nova unidade de investigação alojada no ICNAS denominada Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) liderada pelo Miguel Castelo Branco. Nela, pretende-se juntar o que de melhor se faz na UC, e não só, nas áreas da física, da química e da engenharia e aplicá-lo às ciências da saúde. Seremos assim um instituto verdadeiramente translacional.“
74 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
saúde| ormco
Produtos premium na ortodontia A Ormco Corporation surgiu em 1960, pelas mãos de Frank Miller, que veio revolucionar num ápice o mercado da ortodontia com as suas bandas pré-formadas e os respetivos brackets de cimentação direta. A empresa chega a Portugal em 1994 e 23 anos depois continua a ser um dos principais animadores do mercado.
dedicadas exclusivamente a esta especialidade da medicina dentária”. A inovação fez sempre parte do ADN desta empresa. Aliás, logo em 1960, aquando da sua criação, dá-se de imediato uma revolução no mercado com as suas bandas pré-formadas e os seus brackets de cimentação direta. “E assim se tem regido ao longo de mais 55 anos. Fomos pioneiros com a comercialização dos brackets de cimentação direta, com base romboide, arcos CopperNi-Ti e TMA, brackets Titanium Orthos, Damon Q, Damon Clear, Sistema Insignia entre outros produtos visionários que fazem da ORMCO a referência que é na ortodontia”. Hoje a ORMCO propõe uma oferta completa de produtos ortodônticos tais como arcos, tubos, adesivos, instrumentos bem como mais de 20 sistemas de brackets diferentes: Mini-Diamond, StraightwireSynthesis...) e estéticos (InspireICE), linguais (STb), Louis Patel Regional Sales Manager Portugal
e autoligados vestibulares metálicos (Damon Q) e estéticos (Damon Clear). A ORMCO é também pioneira na ortodontia 3D com o Insignia Advanced Smile Design, um sistema de brackets individualizados com a ajuda de um software de Set-up digital muito evoluido. Louis Patel refere que “é exatamente isso que nos distingue dos restantes players existentes no mercado. Nós não Ao longo de mais de 55 anos, a empresa destacou-se numa área
copiamos e não nos limitamos a vender. Há um grande investimento a
verdadeiramente competitiva como pioneira devido à comercialização de
nível de pesquisa de modo a encontrarmos produtos novos, investigação
inovações de sucesso. Louis Patel, regional sales manager em Portugal,
conduzida e levada a cabo por professores que pensam a ortodontia”.
revela que em Portugal a marca chega sob a designação de Ormodent,
Contudo, o nosso interlocutor afirma igualmente que a revolução
em 1994. Mais tarde, a Ormodent é comprada pela ORMCO, a sua
digital está em marcha, “e a ORMCO está a ‘fazer essa curva’”. A
fabricante exclusiva, e passa a designar-se por ORMCO Portugal.
individualização e a estética são duas caractérisiticas que vão guiar os
Mais recentemente, a empresa foi integrada à holding Danaher
futuros desenvolvimentos da ortodontia.
Corporation, que se distribui por vários polos de atividade, onde a
“O próximo ano será rico em novidades tanto ao nivel da ortodontia
vertente da saúde merece destaque. “Na área da saúde, existe o
tradicional como na digital. É uma necessidade para que a ORMCO
segmento dentário, onde também se insirem empresas tão emblemáticas
continue a líderar o mercado e distinguir-se dos restantes players
como a Kerr, a Kavo e a Nobel Biocare.”
existentes no segmento da ortodontia. Vamos continuar a apostar nas inovações tecnológicas na ortodontia tradicional mas também trazer a
Inovação e Desenvolvimento
nossa pedra ao edifício da revolução digital. Pois, conseguimos hoje, a
Questionado sobre a importância que a inovação e o desenvolvimento
partir de um scan da boca, fazer um aparelho ortodôntico completamente
assumem na génese da ORMCO (Orthodontics Research and Marketing
individualizado à boca do paciente, específico para cada dente”.
COmpany), Louis Patel não hesita em afirmar que “a ORMCO é das
É esta individualização que torna a ORMCO um dos principais players no
empresas do mundo, se não ‘a’ empresa, que nesta área de atividade
mercado português, “onde somos reconhecidos pelos nossos produtos
tão específica, que mais aposta na inovação e desenvolvimento. Só
premium e é neste patamar que nos conseguimos diferenciar das
trabalhamos a ortodontia. Não existem muitas empresas em Portugal
restantes marcas”, refere.
76 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Arcos de alta tecnologia
convencionais metálicos (Mini-twin,
ormco |saúde
Jovem com Damon Clear2
Sistema Damon O sistema Damon, desenvolvido por Dwight Damon (daí a sua designação) e pela ORMCO é um dos principais produtos da empresa. É um sistema de tratamento que junta brackets autoligados passivos, tubos, arcos de alta tecnologia e protocolos específicos. Permite alternativas terapêuticas para chegar a melhores resultados de uma maneira mais rápida, com menos consultas e maior conforto para o paciente.
Damon Q O Damon Q abre novas portas para uma maior eficiência, flexibilidade clínica, mais conforto do paciente e estética. É um passo em frente decisivo na tecnologia dos brackets autoligados passivos de baixa fricção que permite ainda mais resultados do que só dentes alinhados. Tecnologia de autoligado passivo clinicamente comprovada para movimentos dentários rápidos e de baixa fricção com porta deslizante inovadora SpinTek para mudanças rápidas e faceis dos arcos. Brackets Damon Q
Traz ainda guias de posicionamento de alta precisão com dois slots para auxiliares, para as novas aplicações de tratamento. O perfil baixo e o pequeno tamanho do bracket juntamente com as bordas arredondadas ajudam a evitar as interferências oclusais, o que melhora a comodidade do paciente e a estética. O seu fabrico em aço inoxidável de 17-4 com molde de injeção proporciona uma resistência e uma durabilidade excecionais durante o tratamento.
Damon Clear2 O Damon Clear 2 combina as propriedades comprovadas da baixa fricção da tecnologia de autoligado passivo com a estética que os pacientes conscientes da sua imagem demandam. O resultado é um aparelho transparente como o vidro que supera as expectativas de beleza e funcionalidade. É a verdadeira inovação em transparência.
Brackets Damon Clear2
As principais vantagens e diferenciação passam pela estética, por apresentar uma maior resistência, pela comodidade que proporciona ao seu utilizador, pela precisão que confere na colocação dos brackets, pela sua eficácia mais do que comprovada e, finalmente, pelo seu protocolo de arcos, pois o Damon Clear 2 está desenhado para ser utilizado com os arcos de força calibrada da Ormco, proporcionando um movimento dentário rápido e eficiente. Para um resultado e fiabilidade ótimos, deve ser utilizada a mecânica e sequência correta de arcos Damon.
Insignia O tratamento Insignia combina a tecnologia 3D, algoritmos informáticos avançados e um software
Kit paciente Insignia
interativo de design com brackets individualizados para conseguir uma oclusão perfeita e um sorriso bonito que é exclusivo de cada paciente. A partir do momento em que o ortodontista definiu o novo sorriso do paciente, o Insignia fabrica os brackets e os arcos de maneira personalizada, de forma a ser o mais eficiente possivel na resolução da má-oclusão. Contrasta com os outros tipos de brackets fabricados em série a partir de informações standards. Por essa razão, o ortodontista deve solucionar as variações de forma na simetria facial. Os brackets fabricados em série pré-informados podem supôr tratamentos mais demorados e consultas mais frequentes para comprovar que o tratamento progride adequadamente. Os brackets Insignia são desenhados Arcos Insignia fabricados à medida
à medida de cada paciente, com a ajuda de um Setup digital 3D utilizado pelo ortodontista. A planificação digital e a visão em 3D permitem ao profissional acrescentar um nível de individualização e detalhe que proporciona a melhor oclusão a longo prazo e o melhor sorriso em menos tempo!
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 77
saúde| mymoment
Entre as melhores do país
A MyMoment foi fundada em 2006, focando-se nos procedimentos de cirurgia plástica, medicina estética, nutrição e dermatologia. Trabalhar com marcas como a Galderma é sinónimo de qualidade e de bons resultados para os pacientes, outro fator que posiciona a MyMoment entre as melhores clínicas do país. espectativas. Para que isso aconteça tem de existir uma relação médico-paciente forte. Vamos fazer alterações no corpo de uma pessoa e, dentro da liberdade do saber e da arte que aprendemos, temos de saber respeitar as fronteiras que a medicina e a ciência nos impõem – balancear os benefícios, os riscos, as espectativas, os materiais e técnicas e a sua adequação a cada caso. O nosso compromisso é o de fazermos o melhor todos os dias, numa dinâmica de aprendizagem constante e em equipa. Um desafio da sociedade será saber educar para a saúde na área da medicina estética, para que as pessoas saibam que devem procurar prestadores credenciados, devidamente treinados, e os melhores materiais e dispositivos, para obterem os melhores resultados com o menor risco – não são, portanto, ‘tratamentos’ que se façam num supermercado, num cabeleireiro e por qualquer pessoa. Nuno Fradinho e Nuno Maria Administradores
Hoje em dia, são utilizadas tecnologias cada vez mais avançadas e com uma qualidade superior. Tendo em conta as tecnologias, que
O que mais distingue a vossa clínica?
inovações procuram na área da medicina estética?
Nuno Maia e Nuno Fradinho, cirurgiões plásticos: O que mais distingue a
O rigor é essencial em qualquer área da saúde e a medicina estética
MyMoment é oferecer uma abordagem única em Portugal: dois cirurgiões
não é exceção. Neste sentido, temos verificado um crescente aumento
plásticos que funcionam como uma verdadeira equipa. Promovemos uma
na área da investigação de produtos e técnicas utilizados na área da
avaliação conjunta, debatendo os desafios apresentados pelos nossos
medicina estética, o que nos dá mais segurança, a nós e aos pacientes
pacientes, discutindo as melhores soluções e ajudando-nos mutuamente
que diariamente tratamos. Na MyMoment somos extremamente
em procedimentos cirúrgicos de maior complexidade. Na medicina
rigorosos com a escolha dos materiais e produtos com que trabalhamos.
estética discutimos regularmente técnicas inovadoras e respetivos
A utilização de produtos de alta qualidade associada à aplicação de
resultados, o que se traduz numa maior qualidade do nosso trabalho.
múltiplas e diferentes técnicas inovadoras em simultâneo permite-nos obter uma melhor harmonia facial, tratando não apenas esta ou aquela
A medicina estética é cada vez mais uma preocupação dos
ruga, mas abordando os pacientes como um todo.
portugueses? Atualmente as pessoas preocupam-se não só com viver mais, mas
Como descreveria o ano de 2017? Que balanço faz deste ano e o
viver com maior qualidade. Saber envelhecer bem, tanto do ponto de
que antevê para 2018?
vista psicológico como físico, são paradigmáticos deste século. Saber
As pessoas começam a desmistificar o tabu da medicina estética e
manter uma boa forma física e uma aparência jovial tornaram-se num
cirurgia plástica e a aceitá-las com naturalidade. Atualmente os pacientes
modo de vida, e os bons profissionais da medicina estética e cirurgia
procuram-nos numa faixa etária mais precoce de forma a atrasar o
plástica encaram o apoio que prestam como uma arte, mas com
envelhecimento ou melhorar determinadas partes do seu corpo. O ano de
regras. A medicina estética e a cirurgia plástica são, cada vez mais,
2017 foi um ano particularmente bom, não apenas pelo elevado número
encaradas como auxílios benéficos a um envelhecimento saudável em
de procedimentos realizados na MyMoment mas pela naturalidade que
vez de superlativos artificiais ao alcance de um pequeno segmento da
os pacientes têm vindo a adquirir face aos mesmos. Acreditamos que em
sociedade.
2018 continuará a haver uma crescente procura na área da medicina estética porque esta se apresenta como um complemento ao estilo de
Na área da saúde é indispensável uma relação de proximidade com
vida saudável, proporcionando um aumento na autoestima dos pacientes
os utentes. Que cuidados têm quando os recebem?
e, consequentemente no seu bem-estar.
O melhor cuidado que podemos ter é o maior respeito por quem nos procura. Qualquer procedimento em medicina estética é um ato médico que requer uma identificação clara dos objetivos do paciente, uma avaliação física e psicológica cuidada e uma clarificação das
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Alameda dos Oceanos 81 F, 1990-211 Lisboa Tel: 218 949 494 Tlm: 938 949 463 E-mail: info@mymoment.pt www.mymoment.pt
rui couceiro Políticas públicas para a leitura: o Plano Nacional de Leitura de rui couceiro, editor A Psicologia Cognitiva da Leitura diz que os livros contribuem para a criação de democratas, de cidadãos. De facto, ler é uma ferramenta para a liberdade e ajuda a compreender melhor o mundo. Por outro lado, a leitura pode constituir também um meio para o crescimento económico e social. São, por tudo isso, da maior importância as políticas públicas para a leitura. A legislatura vai a meio e o governo apresentou recentemente uma nova fase do Plano Nacional de Leitura para o decénio 2017-2027, o PNL 2027. Uma das iniciativas mais relevantes é a realização de um novo estudo sobre a leitura em Portugal, que sucederá ao de 2007. No entanto, o mercado do livro (e o da imprensa escrita também, certamente) adianta algumas possíveis conclusões. Quando a crise estalou, em 2008, o mercado do livro não escolar deu um trambolhão. Em 2007, venderam-se cerca de 14 milhões de livros no nosso país. Em 2016, apenas 11 milhões. Este ano, mesmo com mais otimismo e confiança por parte dos consumidores, talvez nos fiquemos pelos 10 milhões ou nem cheguemos aos dois dígitos. Ou seja, não errarei se disser que o mercado português do livro não escolar, no espaço de uma década, terá encolhido quase 30%. Pelo meio, faliram editoras, distribuidoras e livrarias. E generalizou-se o uso dos smartphones e da internet móvel, ou seja, o acesso fácil e imediato à informação. Em dez anos, as vendas de livros em papel diminuíram muito
gente opta por ler livros. Grande parte
e não há nenhum dado que demonstre que os portugueses passaram a recorrer mais às bibliotecas, nem a
das pessoas utiliza os smartphones,
descarregar milhares de livros digitais (os e-books representam nem 1% das vendas de livros em Portugal).
consumindo rápidas informações
Infelizmente, e embora o português seja a quinta língua mais falada no mundo (e na internet) e se estime
e acontecimentos mais ou menos
que em 2100 possa ter mais 150 milhões de falantes, a indústria cultural do livro não apresenta por cá a
importantes, que constantemente
pujança que vemos noutros países – ou pelo menos uma situação como a que se vive em Inglaterra. Há
reclamam atenção no ecrã. As redes
dias, o diretor geral da cadeia britânica de livrarias Waterstones disse que comprar a empresa (e muito
sociais e muitas aplicações funcionam
haveria a dizer sobre a sua interessante gestão) é um bom negócio para eventuais investidores, face a
como bombas de dopamina para
apostas noutras áreas do retalho, dado que «os compradores de livros tendem a continuar a comprar livros
os nossos cérebros. Habituam-nos
mesmo que parem de comprar máquinas de lavar roupa». Por cá não é assim. Por outro lado, soube-se há
a interagirmos incontáveis vezes
dias que os alunos portugueses do 4.º ano estão na posição 30 entre 50 no que toca à literacia de leitura.
por dia com aqueles pequenos
Na Europa, são dos piores, suplantados apenas por meia dúzia de países. Em 2007, no referido estudo do
aparelhos. O cérebro impele-nos a
recém-criado PNL constatava-se o aumento do uso do telemóvel, aspeto que demonstra o quão distantes
buscar continuamente a recompensa
estamos da realidade que analisava. Há dez anos, ler era a sexta entre nove práticas culturais realizadas
da resposta, do gosto, da interação,
em casa pelos portugueses. Navegar na Internet não estava entre as práticas mais comuns e ainda se
do acontecimento, da novidade, da
lia mais do que se viam filmes e séries, o que duvido que aconteça em 2017. Parece-me, portanto, que
proximidade. Que vontade temos,
também a simples perceção dos dias de hoje antecipa muitas das tendências que o novo estudo sobre
então, jovens mas também menos
a leitura em Portugal vai trazer. Numa entrevista, a nova comissária do PNL, Teresa Calçada, disse que a
jovens, de pegar nos obsoletos objetos
leitura não está na moda, «porque hoje vive-se o tempo de forma demasiado rápida e autoimposta para
de papel e de dedicar-lhes atenção?
que possa dar espaço à leitura. O mundo de hoje é contrário à natureza da leitura, porque é algo que não
Que capacidade de concentração
acontece nem facilmente nem depressa». De facto, à entrada de 2018, «damos por nós hipermodernos,
temos para parar e ler? Onde anda a
polivalentes, aparelhados de tecnologia como uma central ambulante, multifuncionais mas sempre mais
leitura por prazer, esse prazer mediato
dependentes (…), vivendo as coisas sem poder refletir sobre elas». Este retrato certeiro dos dias de hoje,
que nos é dado por intermédio do livro?
tirado por José Tolentino Mendonça, sistematiza a certeza de que o modo de ler mudou. Não no sentido
Espero que o novo PNL traga respostas
de os livros terem passado a ser lidos digitalmente, já o percebemos, mas de terem passado a enfrentar
para estas e outras perguntas, porque
a concorrência de dispositivos móveis, sobretudo dos smartphones, que permitem acesso fácil e rápido a
a realidade ameaça tornar o leitor num
informação e a infindáveis outras valências. E esse aspeto, associado à crise, terá feito do livro um objeto
bicho exótico e é imperioso salvá-lo e
menos necessário. Se viajarmos em transportes públicos, percebemos com facilidade que muito pouca
permitir que se reproduza.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 79
saúde| clínica luso espanhola
“Ter saúde também passa por nos sentirmos bem com a nossa imagem”
Com mais de duas décadas de experiência, a Clínica Luso Espanhola é uma referência no que à medicina estética diz respeito. Sob direção técnica do Dr. Emílio Valls, a clínica tem vindo a merecer reconhecimento nacional e internacional e é cada vez mais conceituada pelo seu carácter inovador e pelos resultados alcançados.
Tudo começou em 1993, com a abertura de um pequeno consultório dedicado à medicina estética, no Porto: “Na altura havia muito pouca oferta deste tipo de serviços e rapidamente tivemos sucesso profissional. Cada vez tivemos mais pacientes e depois, pouco a pouco, fomos alargando as especialidades médicas”, recorda Emílio Valls, diretor clínico e cirurgião da Clínica Luso Espanhola. Hoje em dia, a clínica é uma referência em áreas como a Oftalmologia, Medicina Dentária, Ginecologia, Medicina e Cirurgia Estética. Estas duas últimas especialidades são mesmo a imagem de marca da clínica: “Este ano já ultrapassámos os 600 pacientes e o número de cirurgias estéticas realizadas é próximo do dobro, o que nos coloca entre as duas ou três clínicas do país que mais cirurgias realiza”, refere. O sucesso, conta-nos o nosso entrevistado, baseia-se em dois pilares: um deles é a sistemática incorporação e adaptação das tecnologias mais recentes. Os avanços vertiginosos feitos nos últimos anos em Medicina e Cirurgia tornam necessário um permanente esforço de atualização: “Tentamos facultar aos nossos clientes as últimas tecnologias médicas. Por exemplo, a nossa plataforma laser, à qual vamos incorporando novos lasers e o nosso bloco operatório, onde incorporamos as novas tecnologias”, explica. Por outro lado, há uma formação contínua de toda a equipa e um esforço permanente em abordar o paciente de uma forma muito humanista. Tentar colocar-se no lugar da outra pessoa, perceber o que sente e o que a preocupa e não abordar o tratamento de um ponto de vista estritamente profissional é o que marca a diferença na Clínica Luso Espanhola.
Emílio Valls Administrador
Uma questão de saúde Tendo como objetivo dar resposta às necessidades de uma sociedade com crescentes exigências ao nível de imagem, Emílio Valls acredita que os cuidados estéticos são já uma
80 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
clínica luso espanhola |saúde necessidade comum à maior parte da população: “Se antigamente estavam reservados a uma classe social alta e, mais tarde, aos profissionais que têm uma imagem mais pública, hoje em dia a preocupação estética é transversal a toda a sociedade. Qualquer pessoa quer estar bem apresentada e sentir-se bem, porque é sabido que grande parte do sucesso profissional e humano depende de termos uma boa imagem”. O cirurgião acredita mesmo que ter saúde implica muito mais do que a ausência de doença: “A saúde vai muito além disso, é o bem-estar a vários níveis da pessoa: a nível da própria imagem, do relacionamento com os outros e a nível da felicidade que todos procuramos. Dentro desse conceito de saúde e de realização pessoal não há dúvida que o
da Cirurgia e da Medicina Estética está a crescer, assim como o internacional. Posso
aspeto físico é muito importante. Até porque o aspeto físico
dizer que 25 por cento da nossa faturação provém de pessoas que residem no
reflete a saúde interna. Daí ser tão importante termos uma
estrangeiro. Temos clientes mesmo estrangeiros, principalmente espanhóis, ingleses,
boa aparência física”, considera o responsável.
angolanos, moçambicanos e também portugueses que residem noutros países que
Sendo muitas vezes apelidada de “clínica dos famosos”,
recorrem à nossa clínica, pela confiança que têm nós”, acrescenta o diretor clínico,
Emílio Valls congratula-se pela escolha e pela confiança
terminando com desejos de um bom ano para todos os clientes, com votos de que
que estes depositam na Clínica Luso Espanhola: “Desde
continuem a confiar na Clínica Luso Espanhola.
muito cedo que somos abordados por várias figuras públicas no sentido de lhes prestarmos cuidados estéticos. Habitualmente essas pessoas conhecidas precisam de ter muito bom aspeto e de investir na sua imagem, porque também faz parte do seu sucesso profissional. Sentimo-nos contentes por ter a confiança de todos”, reitera. Fruto do sucesso e do crescimento da Clínica Luso Espanhola, há perspetivas de, dentro de dois anos, surgir uma nova clínica no Porto: “O mercado nacional ao nível
Emílio Valls Cirurgião
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 81
saúde| saúde plena
Referência nacional na medicina estética Andreia Antunes é o rosto da Saúde Plena. A seguir à saúde, os bens mais desejados são a juventude e a beleza, algo perfeitamente lícito mas que não deve ser banalizado. No âmbito da beleza, qualquer procedimento terapêutico destinado a preservá-la ou aumentá-la deve ser considerado como um verdadeiro ato médico, sendo exigíveis uma série de condições.
British College of Surgeons. A curiosidade sobre medicina regenerativa conduziu-me ao mestrado em Medicina Estética e AntiEnvelhecimento da Universidade Complutense de Madrid. Os objetivos da minha empresa ‘Saúde Plena Medicina’, fundem-se com o objetivos da MERA e que incluem a melhoria da imagem corporal, regeneração celular e prevenção da doença com manutenção de um organismo saudável recorrendo a técnicas de suplementação hormonal, vitamínica, exercício físico, enxertos celulares autólogos e bio-regulação, com o fim de deter o processo degenerativo associado ao envelhecimento. Quais os serviços e tratamentos disponibilizados? Uma consulta de MERA começa como Andreia Antunes Administradora
qualquer outra pela elaboração com o doente de uma história clínica detalhada, avaliação
Falar de medicina regenerativa estética e anti envelhecimento é falar, inevitavelmente de
por exames complementares, avaliação de
Andreia Antunes, médica especialista e responsável pela empresa Saúde Plena. Conte-nos
peso e atividade física e avaliação estética das
um pouco do seu percurso académico e profissional.
questões que mais perturbam a auto-imagem
Licenciei-me em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da UNL e sou especialista
do utente, já que a maioria não são doentes.
e Ginecologia e Obstetrícia pelos Hospitais da UC. A Medicina Estética, Regenerativa e Anti-
A elaboração do plano de intervenção é
envelhecimento (MERA) não é em Portugal considerada uma especialidade e dificilmente o será.
realizada horizontalmente explicando o médico
É uma área científica recente, mas países como Espanha, Itália, França, Reino Unido e EUA
benefícios e riscos das alternativas terapêuticas
começaram a organizar formação especifica nos últimos 30 anos, sendo uma área transversal
e esquema personalizado de intervenção. A
a várias especialidades médicas. Cheguei a esta área médica, por paixão, fiz o meu percurso
nível estético facial os tratamentos passam
formativo sobretudo em Espanha e Inglaterra onde concluí dois mestrados e vários cursos
pelo rejuvenescimento em superfície com
internacionais. É uma área muito diretamente ligada na vertente estética á dermatologia e à
melhoria das características da pele através
cirurgia plástica, mas com uma abordagem médica muito mais abrangente, extensiva à medicina
de ‘peelings’, mesoterapia com vitaminas e
preventiva e regenerativa. Começou nestas duas áreas o meu interesse particular; interessei-me
minerais, regeneração com plasma enriquecido
pela cirurgia de reconstrução mamária de mínima invasão com técnicas de lipofiiling e aplicação
em plaquetas ou hidratação com acido
de celulas autólogas. Tive o privilégio de ser uma das 10 alunas de uma Master Class internacional
hialurónico. Destaco também o tratamento das
com o Professor Yves Illouz, um dos nomes incontornáveis da lipo-escultura, técnica com enorme
rugas e perda de volume com preenchimentos
potencial terapêutico a nível da MERA. Concluí o mestrado em Senologia na Universidade
e toxina botulínica, bem como o tratamento
de Barcelona e pós-graduação em reconstrução mamária na Universidade da Corunha e no
da flacidez com fios tensores. A nível corporal
82 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
saúde plena |saúde
incluem-se a dieta cetogénica para regulação
médicas a trabalhar numa área que lhes está
crescente da parte da população feminina, mas
de peso e melhoria da diabetes, HTA, apneia
vedada. Apenas o médico pode invadir a mais
que no nosso país está ainda distante do foco
do sono e alterações osteoarticulares, o
de 2 mm da pele e prescrever fármacos.
das mulheres e inclui o embelezamento genital
mas o aumento da procura pelos homens
Como descreveria o ano de 2017? Os
feminino com tratamentos de rejuvenescimento
começa a ser notório. É uma área que
objetivos foram alcançados?
ou corretivos de inestetismo. É uma área
implica persistência, pois o processo de
Foi um ano de êxito de tratamentos, médicos
que, pela minha formação nutro um interesse
envelhecimento é contínuo e inevitável, assim
e cirúrgicos, com utentes agradecidas e
particular e que espero em breve alguma
satisfeitas com os resultados obtidos, o que
expansão. Será lançada no nosso país em
tratamento da celulite ou retenção líquida com mesoterapia, carboxiterapia e bio-regulação, os tratamentos de lipo-escultura para correção de defeitos de distribuição adiposa, e ainda a suplementação hormonal, vitamínica e bio-reguladora para potenciar a vitalidade. A maioria das intervenções são procedimentos realizados em gabinete de consulta médica, não sendo necessário recorrer a bloco operatório. Habitualmente não aconselho múltiplos tratamentos mas sessões de um, no máximo dois tratamentos, para percebermos a resposta do organismo e se necessário irmos adaptando o plano de intervenção. Diferentes tratamentos implicam diferentes públicos. Quais os vossos públicos-alvo? A população feminina é a maior consumidora,
a intervenção deve começar entre os 35-40 anos e ser mantida. Há tratamentos acessíveis e com ótimos resultados como os ‘peellings’ e a mesoterapia, outros tratamentos são mais onerosos como o botox e os preenchimentos ou fios tensores, mas também mais duráveis. Dependendo dos objetivos podem aconselharse um tratamento menos duradouros mas que
é gratificante para quem abraça esta área; a satisfação e o sorriso de um utente é a nossa maior recompensa! O percurso formativo tem sido também uma forte aposta, pois não pode haver crescimento sem formação atualizada contante e contínua em medicina.
não implica marcas como hematomas; se o
breve um equipamento de reabilitação períneogenital com interesse para a incontinência urinária e relaxamentos muscular pélvico para a melhor resposta da sexualidade feminina. Julgo que pela comodidade ajudará a conquistar as mulheres portuguesas, a quem por motivos educacionais não agrada a exposição genital, que a maioria dos tratamentos obriga.
cliente precisa de estar com a pele radiosa
Quais os desafios para o futuro da Saúde
para uma festa na semana seguinte poderá
Plena?
optar por um microneedling com vitaminas.
Há uma vertente nesta área com interesse
Nota um aumento da sensibilização dos portugueses em relação à estética? É uma área entusiasmante, muito divulgada em países como Espanha, França, Itália, Reino Unido, EUA, Brasil, mesmo países com menor nível de desenvolvimento como América do Sul, Oriente e Ásia nutrem desde há duas décadas um interesse contagiante nesta área. Considero contudo que no nosso país é um campo da medicina ainda profundamente desconhecido e muito exposto a intrusão, com pessoas não
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 83
saúde|opticália
‘Outra forma de ver a vida’ Cidália Ferreira e Luís Moreira Sócios-gerentes
Cidália Ferreira é o rosto da Esonor, uma empresa nacional implantada em Portugal há mais de duas décadas, que integra o grupo Opticalia. Conheça a loja de ótica que veio revolucionar o mercado nacional. sai da ótica sinta uma satisfação total e volte
algumas marcas: Mango, Pepe Jeans, Custo
para nos visitar e comprar, é ponto de honra.
Barcelona, Pull&Bear, Amichi e Javier Larrainzar. O que significa que quando o consumidor
Quais os serviços e produtos
quiser ter uns óculos graduados Mango só na
disponibilizados?
Opticalia os encontrará. Claro que nas nossas
Trabalhamos com as melhores marcas
lojas encontrarão também disponíveis todas
nacionais e internacionais, quer em termos de
as outras marcas pertencentes aos principais
lentes oftálmicas e lentes de contacto, como de
fornecedores de ótica.
armações, sempre num posicionamento moda, aos melhores preços. Quanto aos serviços,
A Opticália não visa somente vender
temos disponíveis consultas de optometria
serviços e produtos, mas acima de tudo
diárias e contactologia.
solucionar necessidades e satisfazer
Como surge a Opticália na cidade do Porto
os clientes. É esta filosofia que permite
e como se tem desenvolvido?
Costumam levar a efeito rastreios da saúde
fidelizar os clientes?
Fomos convidados a integrar um grupo forte
ocular?
Sim, claro. Aliás esse é um dos pontos de
internacional. A intregação da Esonor fez-se de
Sim, os rastreios são uma forma de despertar
chave em que mais trabalhamos dentro da
uma forma natural, estando já a nossa empresa
a consciência coletiva para a necessidade de
Esonor. Para o conseguir, as equipas das
implantada há 20 anos no mercado.
cuidar da saúde visual.
nossas lojas são formadas e motivadas
Em que locais poderemos encontrar os
A moda e as novas tendências são fatores
consideramos essenciais. A dedicação, a
vossos serviços?
cruciais para a Opticália?
polivalência, o brio profissional, a simpatia e
A Opticalia conta atualmente com 220 lojas.
A moda marca o posicionamento da Opticalia.
a empatia para com o cliente e também para
Funciona com um sistema de associados de
Cinco anos volvidos em Portugal, a Opticalia
com os colegas de trabalho uma vez presentes
que a Esonor faz parte. Nós contamos com
prova que não só havia espaço como os
fazem toda a diferença.
11 lojas distribuídas por Paredes, Carvalhos,
consumidores procuravam uma marca de ótica
Gondomar, Penafiel, Vila Nova de Gaia, Valongo,
diferente, que lhes permitisse ver os óculos
Em termos de futuro, que projetos e
Paços de Ferreira, Póvoa de Varzim, Parque
graduados também como um complemento
objetivos estão nos horizontes?
Nascente, Arrábida Shopping e Gaia Shopping.
do seu estilo e tendências atuais. Daí que
Para já, a presença em mais centros comerciais
para respeitar os valores e atitudes que
tenhamos entrado com assinaturas como
é uma prioridade. Queremos também fortalecer
Qual o conceito adotado que tem permitido
‘Moda a bom preço’, ‘Gosto de Óculos’ e agora
a presença e impacto das nossas lojas de rua.
alcançar um crescimento sustentado?
‘Outra forma de ver a vida’. A Opticalia é Moda.
Acredito que temos que estar constantemente
Para a Esonor, a fidelização do cliente, o
a procurar novas formas de evoluir e crescer
garantir que nas nossas óticas haja uma
Quais as principais marcas representadas?
quer a nível pessoal como profissional e daí que
excelência do serviço, que há um acrescentar
A Opticalia tem a particularidade e
estejamos constantemente a procurar novas
de valor à compra, para que quando o cliente
diferenciação de representar em exclusivo
oportunidades.
Marcas exclusivas
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84 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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saúde| excellence corpus
Na vanguarda dos tratamentos estéticos Pedro Pessoa fundou a Excellence Corpus há quatro anos e desde então que, “tem vindo a crescer significativamente”. O sucesso deve-se à “qualidade na prestação do serviço”, a todos os níveis, segundo conta em conversa com a Revista Business Portugal. Para o próximo ano, procura “manter o nível de crescimento e apostar em novos investimentos”, que já estão a ser planeados.
qualidade”. Para Pedro Pessoa, a “qualidade que a marca implementa no serviço para o cliente”, tornou-se um fator diferenciador e bonificador logo desde o início, em 2013. “Para além de todas as coisas que as outras empresas que prestam serviços estéticos podem oferecer ao cliente”, o grande elemento diferenciador da Excellence Corpus é “o diagnóstico inicial”. Antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, o cliente quando chega junto dos profissionais da empresa, é “diagnosticado, consoante o que apresenta: poderá ser facial ou corporal”. E é através “deste diagnóstico que o paciente tem a real perceção da patologia inestética e lhe é explicado o Pedro Pessoa Administrador
processo ideal para a tratar”. A Excellence Corpus, perante o pretendido
Poveiro de raiz, Pedro Pessoa relembra como tudo começou. Sem formação técnica na área da estética, o proprietário decidiu arriscar num Instituto de Beleza que promove o bem-estar, aliado à estética. “Surgiu a oportunidade na Póvoa e decidimos avançar aqui pois é a terra onde nasci e tenho prazer em viver”, ainda que a proximidade com o mar não prejudique a pele e, por isso, não seja um fator decisivo para a localização da empresa. A possibilidade de expansão para o mercado vila-condense não é excluída, uma vez que estas são duas cidades que se complementam face à proximidade. Para o proprietário da Excellence Corpus, o que importa é “prestar um serviço de excelência e que garante a saúde da pele”, seja em que lugar for. A “criação desta marca própria e registada” surgiu com o objetivo de “desenvolver processos para sustentar o negócio, nomeadamente vários investimentos e uma grande aposta no atendimento personalizado, em equipamentos de vanguarda e cosmética profissional de elevada
86 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
excellence corpus |saúde
pelos clientes, adequa o tratamento de modo a obter os resultados de
objetivos estéticos pretendidos num menor espaço de tempo e maior
forma eficaz e, normalmente, “num curto espaço de tempo”.
eficácia. Para a mesma patologia, a Excellence Corpus apresenta mais do
“Conseguimos provar ao cliente o que estamos a dizer”, destaca o
que um método de tratamento para que, dessa forma, consiga abranger
proprietário. Pedro Pessoa salienta que “caso o cliente não nos conheça,
mais do que uma faixa económica.
acredita no diagnóstico que apresentamos porque consegue ver”, in
“É difícil falharmos um diagnóstico ou fazermos um tratamento errado”,
loco, “a patologia apresentada e pode-a comprovar”. Verificar o estado
realça Pedro Pessoa. “É óbvio que cada pessoa tem o seu tipo de pele e
da pele e identificar os problemas visuais, através do “apoio dado pela
a sua reação aos tratamentos”, mas é para colmatar esta diversidade que
esteticista presente”, são alguns dos passos importantes no diagnóstico
“temos vários tipos de tratamentos”. O Instituto de Beleza utiliza produtos
que “permite ao cliente visualizar o seu problema e o grau de gravidade”.
que “dificilmente permitem a criação de alergias ou de anticorpos, pois
Este método não só “facilita o nosso trabalho” como, desta forma,
têm muito poucas contraindicações, sendo que esse caso é nulo em
“diminui o nosso risco de erro”. Ainda que nenhum tratamento seja
praticamente todas as clientes”. Isto permite que a empresa tenha “um
totalmente isento de falha, “a qualidade do serviço e dos produtos, quer
grau de satisfação elevado”.
em gabinete, quer para o cliente levar para casa e complementar o
Para o próximo ano, o proprietário acredita que o crescimento da
tratamento que fez connosco”, garantem uma diminuição acrescida da
empresa se manterá. “Esperamos continuar a crescer e ser cada vez
patologia apresentada primeiramente.
mais sólidos no mercado”, nomeadamente entre a Póvoa de Varzim e Vila
Ainda que seja uma empresa capaz de prestar serviços de estética
do Conde. “Já estamos a planear novos investimentos para o ano”, uma
sem limite de idade, o proprietário da Excellence Corpus, com loja física
vez que “é importante estarmos sempre atentos ao evoluir e crescer da
na Póvoa de Varzim, realça que “o cliente mais frequente é a senhora
estética e do mercado, de modo a mantermo-nos atualizados”. Quando o
entre os 30 e os 60 anos, que trabalha e tem um rendimento médio-
cliente visita a Excellence Corpus, “há sempre algo de diferente” – essa
alto”. Todavia, este não é um fator eliminatório. Nesta empresa, “todas
diferença pode ir desde a decoração do espaço, até ao surgimento de
as pessoas são bem-vindas e, acima de tudo, conseguem alcançar
uma nova forma de tratamento. É esta a premissa da Excellence Corpus
os tratamentos”. Com uma vasta gama de valores, desde tratamentos
e é neste molde de trabalho que pretende “enfrentar os desafios que
económicos e eficazes, até métodos inovadores que alcançam os
2018 tem para nos trazer”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 87
Portugal ganhou, pela primeira vez este ano, o prémio de melhor destino europeu dos World Travel Awards, os ‘Óscares do Turismo’ Além de Portugal, estavam nomeados para o prémio Áustria, Reino Unido, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Turquia. Nesta cerimónia, Portugal foi o país que mais prémios recebeu, 30 por cento do total. O país recolheu 37 ‘óscares’, mais 13 do que em 2016. Ao turismo está associado, indubitavelmente, a gastronomia. Portugal tem uma gastronomia tão rica e variada como a sua paisagem. É o mar que imprime a característica mais marcante à culinária portuguesa. Saboreamos um simples peixe grelhado, sempre fresquíssimo, tal como o marisco que abunda em todo o litoral, e temos a certeza que estamos em Portugal. Porque é aqui que se encontra o melhor peixe do mundo! Mas cataplanas caldeiradas e outras formas de cozinhar o nosso peixe e marisco também são escolhas acertadas. Em pratos de carne, uma sugestão de todo o país: o cozido à portuguesa mistura carnes, legumes e enchidos variados, cozidos de forma suculenta. Temos excelentes carnes DOP de norte a sul de Portugal, seja de vitela, de porco ou cabrito. E ainda legumes e frutas que conservam o gosto de antigamente, alguns também com origens DOP, até porque muitos provêm de produções de tipo biológico.
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turismo e gastronomia| fullest
“Queremos ser a maior marca de turismo portuguesa”
A FULLEST nasceu recentemente, alicerçada num projeto anterior, virado exclusivamente para a restauração. Desde então, já acrescentou mais restaurantes ao grupo, bem como serviços de tour, personalizados pré-definidos, um setor de alojamento com nove apartamentos e uma área dedicada a eventos. A revista Business Portugal falou com o CEO, Gonçalo Fernandes, sobre o nascimento, evolução e futuro do projeto. pretende representar exatamente isso. Aqui importa referir que a localização dos meus restaurantes é essencialmente na Baixa de Lisboa, motivo pelo qual a maioria do meu público-alvo é os turistas que visitam o nosso maravilhoso país. De resto, Portugal acabou de ser eleito o Melhor Destino Turístico do Mundo nos World Travel Awards, o que muito nos honra a todos nós e justifica todo o empenho e dedicação que temos tido, nomeadamente por o grupo FULLEST se encontrar inserido neste sector de atividade. Na verdade, este mérito nacional é conjugado por um sem número de empresários, Gonçalo Fernandes CEO
em sintonia com todo o empenho e investimento do Estado Português para conseguir este resultado. Como é que o grupo conseguiu ganhar terreno no mercado? Em três palavras: Exigência, Qualidade e Inovação. O nosso principal foco é que qualquer um dos nossos clientes, em qualquer uma das nossas atividades não tenha simplesmente um serviço. Nós desejamos que tenham uma experiência e que essa experiência seja única. Só com este pensamento, com esta paixão que envolve Para que possamos contextualizar os nossos leitores, pergunto-lhe
todos os colaboradores desta empresa, é que se pode crescer de forma
como e quando surgiu esta atividade?
alicerçada e, consequentemente, ganhar terreno num mercado tão difícil
Esta atividade surgiu na minha vida desde muito cedo, por influência do
e concorrencial como a área do turismo.
meu pai, o qual sempre esteve ligado ao ramo da restauração. É caso para dizer que nasci em restaurantes. Por esse motivo, conheci e passei
Que balanço faz destes anos de atividade? Conseguiu sempre
pelas diversas experiências inerentes ao ramo, desde a copa a lavar
superar os objetivos? Como foi possível?
pratos, ao contacto com o público e posteriormente na aprendizagem na
O balanço é francamente positivo. Desde o primeiro dia do projeto que
arte da confeção dos pratos. Mais tarde, aquando da escolha da minha
em todos os anos fizemos investimentos e não me refiro só à área da
vida académica, ingressei na escola de hotelaria, onde consolidei a teoria
restauração, mas sim a todas as restantes áreas, como o alojamento,
e a prática das aulas com a consciência da vida real, pelas experiências
o turismo e os eventos. Superámo-nos a cada ano pelo conhecimento
vividas.
exaustivo do mercado, pelo trabalho e pela exigência que tenho por mim e que passo a todos os meus colaboradores. A sorte sem trabalho é um
Atua nas áreas da restauração, alojamento, turismo e eventos.
mito. O essencial para o sucesso é o conhecimento, a exigência e muito
Como define os principais serviços que tem para oferecer?
trabalho.
A minha ideia de negócio inicia-se com a restauração em si, mas cedo percebi que outras tantas necessidades gravitavam em torno desta
Na vossa perspetiva, quais os principais fatores de diferenciação do
área. Por esse motivo, depois de um estudo aprofundado, decidi apostar
Grupo FULLEST relativamente a outras empresas do mesmo setor?
nas outras áreas que mencionou para que, de modo mais completo e
Em praticamente oito anos, começámos com um restaurante e evoluímos
integrado, pudesse dar resposta a outras carências do mercado. Foi por
para a dimensão que assumimos nos dias de hoje. Os fatores de
tudo isto que surgiu a ideia do cross selling, só assim se alcançando a
diferenciação estão na génese das nossas escolhas, por isso, essa é uma
complementaridade em todos os serviços, adequando-nos a qualquer
exigência para o nosso padrão de atuação. O facto de ser inovador, não
necessidade dos nossos clientes. De resto, a nossa marca FULLEST
repetir ideias de negócio já existentes no mercado, um apertado controlo
90 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
fullest |turismo e gastronomia da qualidade e dos custos, a decoração e a imagem dos nossos espaços.
todas as existentes em Portugal. O difícil não é abrir restaurantes, mas
Sem a excelência dos meus colaboradores e dos meus parceiros de
sim criar tantos conceitos onde o pormenor da decoração, da iluminação,
negócio nada disto teria sido possível. Esta união e dedicação é um dos
da música ambiente, da farda, das ementas e de tantos outros
ingredientes.
pormenores encaixem em cada um deles. Implica muitas viagens, muitas horas de estudo e muitas horas de trabalho. Claro que este resultado
Por onde passa o crescimento da empresa?
conta com o apoio da assessoria de profissionais de diversas áreas, não
O nosso objetivo passa por ser a maior marca de turismo em Portugal.
podendo eu deixar de destacar a equipa de arquitetura e decoradores,
Somos ambiciosos, mas este tem sido o nosso fio condutor. Pretendemos
com disponibilidade total, de forma a garantir que somos únicos.
alargar o número de unidades de restauração e fazer também um grande investimento nas nossas outras áreas de negócio. Para breve, temos já
Qual é o foco para o futuro?
planeado o investimento em unidades hoteleiras. O nosso crescimento
Queremos melhorar mais e mais em todas as nossas áreas,
foi alicerçado em projetos muito bem estudados e calculados e assim
nomeadamente através do já mencionado cross selling, mas não só.
continuará no futuro.
Pretendemos ampliar o nosso investimento em prol do mercado interno, diversificando para outro público-alvo que não seja apenas o turismo.
Qual é, no seu entender, a base do vosso sucesso?
Já começámos a investir fora da principal área geográfica, a Baixa de
O nosso lema, é seguramente o esforço, a dedicação, a devoção para
Lisboa. Estamos já em Campo de Ourique e nas Avenidas Novas e a
a satisfação dos nossos clientes, razão primeira e última da nossa
poucos dias de inaugurarmos três novos espaços, um na cidade do Porto
existência pois, são eles que nos têm distinguido ao longo do tempo e
e dois em Lisboa, um no Saldanha e outro na Sé.
nos fazem crescer. São eles os nossos verdadeiros patrões. O sucesso é
O nosso maior objetivo é a qualidade nos serviços que oferecemos, a
resultado do árduo trabalho diário, com uma gestão minuciosa e atenta.
qualidade dos profissionais que temos, a qualidade da marca FULLEST
Um dos fatores de diferenciação surge no facto de não nos replicarmos,
que representamos. O nosso grande desafio é servir a excelência todos
ou seja, de nos expandirmos e estudarmos exaustivamente o mercado.
os dias. Neste grupo de centenas de pessoas que trabalham na marca
Neste momento, temos conceitos de comida italiana, comida portuguesa,
FULLEST abominamos a mediocridade. O sucesso das empresas são as
outros dedicados ao fantástico peixe da nossa maravilhosa costa,
pessoas. São elas quem fazem as empresas, como comprova o sucesso
marisqueiras, cozinha internacional e tapas. Apostámos em um dos
deste grupo empresarial, que é o facto de os nossos colaboradores
nossos restaurantes um conceito para explorar o bacalhau e criaremos
saberem que a excelência terá inevitavelmente de estar em todos os
uma nova Steakhouse no Saldanha, que abrirá em Janeiro, diferente de
momentos em que trabalhamos.
www.fullest.pt
De tours a alojamento local e os melhores restaurantes da cidade, viva experiências únicas e descubra o melhor de Lisboa connosco!
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 91
turismo e gastronomia| quinta das sentieiras
Um dia que não esquecerá Preparada essencialmente para a receção de eventos, sobretudo casamentos, a Quinta das Sentieiras permite uma conexão entre a natureza e a cultura, bene ciando de elementos arquitetónicos e paisagísticos diferencia- dores. Com o foco no cliente e nas suas expetativas, oferecem um serviço de qualidade e rigor, dando impor- tância a todos os detalhes envolvidos.
A Quinta das Sentieiras, localizada no centro do País, na Cidade de Abrantes, cujo as suas origens remontam ao século XVIII tem várias valências à disposição dos seus clientes. Estão direccionados para a organização de eventos, desde casamentos, batizados e eventos empresariais, valorizando a diferenciação entre cada ocasião e colocando rigor e requinte em todos os pormenores. Inserida entre 50 hectares de espaço verde, a Quinta das Sentieiras, percorreu um longo caminho pela História até chegar aos dias de hoje e se tornar um espaço onde a natureza e o bem-estar se unem para proporcionar um dia único e memorável àqueles que a escolherem para realizar os seus eventos. Beneficiando da proximidade com a natureza e associada também à cultura, o espaço físico da quinta permite a quem a visita sonhar com um evento diferente, onde os espaços exteriores disponíveis têm um papel distintivo de grande relevância. Muitas são as fontes de água que brotam naturalmente de vários pontos espalhados pelos jardins. Desafiamos os nossos visitantes a veranear pelos caminhos demarcados e conhecerem a envolvência natural. Quinta das Sentieiras - 2200 Sentieiras/Abrantes E-mail: info@quintadassentieiras.pt Tlm: 932 689 980 | 932689981/3 www.facebook.com/quintadas.sentieiras www.blogquintadassentieiras.pt www.quintadassentieiras.pt
92 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
quinta das sentieiras |turismo e gastronomia
A Quinta das Sentieiras oferece um vasto leque de serviços e tem a capacidade de se adaptar a qualquer tipo de evento: casamentos, batizados,reuniões empresariais, conferências e qualquer outro tipo de festa, seja de media ou de grande dimensão. Para os serviços de catering e animação recorremos em outsorcing mas apenas com empresas cujo o portfólio conhecem e sejam de prossionalismo e de confiança. A decoração é efetuada em parceria com as Isabeis Decoracoes. A gerência da quinta encarrega-se da organização de todos os pormenores, ao mesmo tempo que dá abertura ao cliente para escolher de acordo com os seus gostos e preferências, por forma as expectativas serem cumpridas. A organização dos eventos no espaço é um processo de total dedicação, projetada com rigor e atenção a todos os detalhes em forma de total exclusividade para cada evento. Com duas salas com capacidade para quinhentos lugares sentados, a zona interior de convívio não foi descuidada. Quanto à parte do alojamento, as Casas do Campo, que contam com um total de 10 quartos, que podem ser disponibilizados em ambiente rustic e confortável. O solar e a Capela da Nossa Senhora da Conceição do século XVIII são espaços de um passado que transcende até ao presente e representam um marco emblemático do património desta região. A Quinta das Sentieiras aguarda a sua visita.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 93
turismo e gastronomia| hods
Os sabores do vinho alentejano É nas províncias alentejanas que nos podemos vislumbrar com a paz e o sossego tão característicos do Alentejo. As vinhas são um ponto forte a destacar nesta região pela forte qualidade da HODS, a Herdade do Outeiro Diniz e Santiago comandada pelas mãos de Victor Matos, administrador. Em conversa com a Revista Business Portugal, o Engenheiro Vasco fala-nos sobre a Adega da HODS. Com 50 anos de experiência, Victor Matos fundou em 1997 a HODS.
aconselhada pelos técnicos para que seja possível fazer as vindimas.
Composta por duas herdades em Vendas Novas e no Redondo, a
Após a apanha, as uvas são transportadas para tanques onde é feita a
empresa tem um total de 270 hectares.
fermentação “com recurso à tecnologia em aço inoxidável e frio”.
A Herdade do Outeiro possui terrenos com características muito específicas, com um bom clima local e com excelentes condições para a
2017, “um ano atípico”
plantação da vinha.
A maturação rápida da uva e a respetiva desidratação são duas das
A alta qualidade dos vinhos fazem da HODS um dos principais produtores
consequências da seca que se fez sentir. “Os amadurecimentos da uva
vinícolas. Cada casta tem uma particularidade muito própria e os vinhos
foram todos ao mesmo tempo. Recolhemos todos na mesma altura e
“têm personalidades muito distintas”. “Os nossos tintos são obtidos a
tivemos aqui dias que recebemos cerca de 500 toneladas por dia, mas
partir das castas Alicante Bouschet , Trincadeira, Syrah, Aragonês, Castelão
percebemos que temos capacidade para isso. Fizemos uma gestão
Francês e Touriga Nacional. Nos vinhos brancos elegemos as castas
muito rigorosa, porque a fermentação obriga a ter um tempo que é a
Sauvignon, Arinto, Fernão Pires, Roupeiro, Antão Vaz, Viognier e Verdelho”,
transformação do açúcar em álcool”, acentua o Engenheiro.
destaca Victor Matos. Projetos para um futuro próximo Um lugar a visitar
Neste momento, o objetivo principal da empresa é desenvolver uma
Numa visita à Adega da Herdade do Outeiro, em Vendas Novas, ficamos
central de engarrafamentos. “O processo já está bastante adiantado
a conhecer os 230 hectares, 130 deles de vinha. A Adega tem uma
para fazermos a nave de 2500 m”, refere Victor Matos. Com a linha de
capacidade para 14 milhões de litros, “em que produzimos anualmente
engarrafamento aberta, o foco é conseguirem concentrar o trabalho e
cerca de dez milhões de kg, aproximadamente oito milhões de
terem a produção, comercialização e embalamento no mesmo espaço.
litros”, afirma Vasco. Vasco explicou o processamento dos vinhos que
A qualidade, modernização e inovação são a chave para a nova unidade
atualmente comercializam, sendo vinhos regionais alentejanos de castas
que aí vem, uma forma “de estarmos atualizados com os processos
brancas e tintas. São utilizados métodos inovadores para os vinhos tintos
para atingirmos a qualidade. Isto tem todo um encadeamento. Temos
serem bem incorporados e aromáticos. Por outro lado, os vinhos brancos
os melhores equipamentos e a melhor equipa para isso”, acrescenta
passam por um processo de vinificação rigoroso e são fermentados a
Vasco.Atualmente, a HODS vende os vinhos que produz a granel para
uma temperatura de 10 graus para um aroma fresco. Para uma vindima
diversas empresas. A alargada produção da Adega faz com que haja
perfeita é necessário reunir várias condições para a vinha crescer com
uma capacidade de produzir milhões de litros para entrar em breve no
qualidade e produzir as melhores uvas. Estas devem atingir a maturação
mercado dos vinhos com uma qualidade superior.
Herdade do Outeiro Diniz & Santiago, S.A. Herdade do Outeiro - 7080-341 Vendas Novas Email: info@hods.pt | www.hods.pt
94 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
destaque| earth consulters
“O nosso sucesso advém dos nossos clientes”
Sediada em Viseu, a Earth Consulters atua por todo o país. Empresa de consultoria e formação, certificada pela DGERT, IMT, DRAP, entre outras entidades, faz questão de atuar sob os mais exigentes padrões de qualidade. De portas abertas desde 2010, a empresa encabeçada por David Magalhães dirige a sua ação a entidades públicas e privadas em qualquer ponto do país, contando com filiais em Braga, Porto, Coimbra, Aveiro, Leiria, Lisboa, Beja, Évora, Faro, Madeira, Açores e Moçambique. melhor caminho a seguir para a resolução dos problemas que surgem. Prestamos ainda consultoria na área de marketing e do novo quadro comunitário, Portugal 2020, auxiliando os clientes a incrementar a sua área de negócio, tornando-os mais competitivos num mercado cada vez mais preparado ”. Projetos futuros Questionado sobre o futuro, David Magalhães espera que a Earth Consulters, que já foi laureada com alguns galardões, entre eles o Premio de PME Líder, Empresa GAZELA, David Magalhães quando, em 2010, decide iniciar o projeto da Earth Consulters, fá-lo com a
Cliente Aplauso do Millennium BCP,
noção de que existiam diversas lacunas no mercado para responder à legislação da formação
“Estamos no caminho certo, mas vamos
profissional em vigor em Portugal. “Era nossa intenção, desde o primeiro minuto, disponibilizar um
continuar a trabalhar, com os olhos postos
produto e um serviço que alertasse as entidades para a obrigatoriedade da formação profissional,
no futuro, apostando sempre na qualidade e
assim como da sua impotância para o aumento da competitividade”, refere o nosso interlocutor.
diferenciação dos nossos serviços.
Atualmente, a Earth Consulters continua a promover projetos de formação e intervenção nas
O ano 2017 ficou marcado por uma mudança
empresas nacionais de forma inovadora, em prol da produtividade das mesmas. Questionado
essencial, comunicar cada vez mais e melhor.
sobre o que distingue a Earth Consulters das restantes empresas existentes no mercado, David
A Earth Consulters procurou fortalecer a
Magalhães é perentório na sua resposta: “ O contacto próximo e regular com formadores e
sua imagem empresarial e reforçar o seu
formandos. Queremos ser os melhores, essa é a nossa premissa. Para tal, é necessário um
posicionamento. Além de ter levado a cabo
acompanhamento contínuo com colaboradores a clientes. Além do rigor que aplicamos em todas
um processo de rebranding, decidiu aumentar
as tarefas da Earth Consulters, sejam elas internas ou a nível de formação, a nossa equipa está
também o seu portefólio e a sua forma de
amplamente vocacionada para um atendimento personalizado e que responda às necessidades
comunicar com os clientes “O novo logo
dos nossos clientes”.Questionado sobre o balanço de sete anos de atividade, David Magalhães
pretende enfatizar os valores da marca, cuja
revela à Revista Business Portugal que este é positivo, “cada vez mais positivo, com um
geometria representa a globalização e a
crescimento consolidado no mercado”. Prova disso são as empresas que voltam constantemente
lógica com que a Earth Consulters trabalha no
à Earth Consulters para ministrarem novas formações aos seus colaboradores. “Sinto que estamos
desenvolvimento pessoal e tecnológico das
em velocidade de cruzeiro, o que é muito positivo numa área de negócio como a nossa, onde além
pessoas e das organizações. O símbolo da
de haver demasiada concorrência, a mesma é desleal, pois muitas empresas de formação não
marca, o Globo Terrestre, pretende realçar a
cumprem a legislação. Nós, por outro lado, temos a homologação e certificação das mais altas
ideia torneada e uniforme em certificar o que
entidades do país”.
os nossos clientes fazem. David Magalhães reforça que “O teu trabalho vai preencher uma
Serviços disponibilizados
grande parte da tua vida e a única maneira de
Além da formação, as empresas nacionais podem igualmente contar com a Earth Consulters
ficares realmente satisfeito é fazeres o que tu
na área da consultoria. “As empresas vão percebendo a importância e necessidade destes
acreditas ser um excelente trabalho. Fazeres
serviços”, refere. “Prestamos serviços de consultoria jurídica, auxiliando os nossos clientes no
um excelente trabalho é amares o que fazes.”
98 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
cm boticas|turismo e gastronomia
A sedução da Montanha Está a chegar mais uma Feira Gastronómica do Porco a Boticas. Sob este pretexto, estivémos à conversa com Fernando Queiroga, presidente do Município.
Fernando Queiroga Presidente Sendo Boticas um concelho rural, como descreveria o município?
Fale-nos um pouco dos projetos que já desenvolveu ao longo do
Boticas é um município de Montanha, que tem na agricultura o principal
seu mandato.
setor de ocupação da sua população. Fruto das suas potencialidades
A promoção e divulgação do Concelho tem sido uma das principais
únicas, ligadas, sobretudo, à natureza, o Turismo tem ganho considerável
apostas da Câmara de Boticas. Queremos dar a conhecer o que de
expansão, ligado essencialmente à prática de atividades e desportos de
melhor se faz na nossa terra e potenciar os nossos produtos tradicionais,
natureza e aventura, mas também de lazer e relaxamento. Neste capítulo,
conferindo-lhes uma identidade única, facilmente reconhecível e
a gastronomia tem sido também garante de grande atratividade, sendo
apetecível. Desta forma, garantimos as condições de escoamento
responsável pela visita, ao longo de todo o ano, de milhares de pessoas
desses produtos, que se traduz numa maior rentabilidade do trabalho
ao nosso concelho. É uma gastronomia típica das regiões de montanha,
dos nossos agricultores, o que se traduz num aumento da qualidade de
muito assente nos pratos confecionados com base na carne de porco,
vida na nossa terra. Esta estratégia e este reconhecimento tem trazido
entre os quais o fumeiro e o presunto de Barroso. A estes junta-se a
cada vez mais gente a Boticas, razão pela qual temos também apostado
Carne Barrosã e o Mel de Barroso, dois produtos com Denominação de
na melhoria dos equipamentos culturais e desportivos, para serem
Origem Protegida, e também o cabrito, as trutas e o vinho dos mortos,
capazes de acolher grandes eventos que marquem ao nível nacional
só para referenciar alguns dos produtos mais característicos da nossa
e internacional. A par dos eventos de desporto automóvel, de que a
gastronomia.
Rampa de Boticas, prova do nacional de montanha, é o melhor exemplo,
Mantendo-nos fiéis à nossa história e às nossas tradições procuramos
estamos também a criar condições para a realização de provas na área
potenciar o nosso “saber fazer” tradicional para tornarmos mais atrativo
do motociclismo, com a construção, que se encontra em curso, da pista
o nosso concelho e garantirmos novas fontes de rendimentos e recursos
de motocross de Boticas.
para a nossa população.
De uma forma global, a nossa intervenção passa por estarmos atentos aos pequenos pormenores que fazem toda a diferença na qualidade de
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 99
tema | empresa
vida da nossa população, em áreas tão diversificadas como o Turismo, a
Turismo, o apoio à criação de emprego, a promoção dos produtos
que já me referi, mas também a Educação, a Cultura, os Apoios Sociais e
tradicionais e os apoios sociais. Uns são complementares dos outros,
o apoio à criação de emprego. Mais importante do que construir grandes
tendo como objetivo único a criação das melhores condições de vida e a
obras e grandes estruturas é criarmos todas as condições para podermos
fixação da nossa população. Estas serão as nossas prioridades ao longo
fixar a nossa população e garantirmos que haja qualidade de vida no
de todo o mandato.
nosso concelho. Só assim conseguiremos travar a desertificação destas zonas do interior do país e a perda de população a que se assistiu em
De que forma é que as políticas nacionais deveriam incentivar os
particular nas últimas décadas do século passado.
cidadãos a viver em regiões do interior do país? Entendemos que deveria ser implementado um conjunto de medidas
Relativamente ao património histórico e cultural, que tradições
de discriminação positiva face ao interior do país. Políticas devidamente
guarda o município de Boticas?
estruturadas e não feitas de uma forma avulsa. As principais deveriam ter
O Concelho de Boticas é rico em património histórico, sendo um dos
como objetivo o estímulo ao investimento e à fixação de empresas nestas
maiores expoentes ao nível da arqueologia castreja. Para além do
regiões, o que poderia ser conseguido através de alguns benefícios
elevado número de castros existentes no concelho, de que o melhor
fiscais, mas também ao nível da redução dos custos da energia, tanto
exemplo são o Castro do Lesenho e o castro de Carvalhelhos, o símbolo
para produção como para a deslocação de mercadorias e matérias
da arqueologia nacional, o Guerreiro Castrejo, é proveniente de Boticas.
primas. A contratação e a criação de emprego deveriam ser também
Além do património histórico, muito ligado também ao património
estimuladas, o que poderia passar pela redução das contribuições das
religioso, o Concelho de Boticas conserva ainda tradições ancestrais,
empresas para a segurança social, redução no IRC proporcionalmente ao
sobretudo relacionadas com as práticas agrícolas – desde as segadas à
número de postos de trabalho criados, etc. Há um conjunto significativo
malhada dos cereais, passando pela matança tradicional do porco - que
de medidas que estimulariam a economia nestas regiões e que não
as associações culturais e recreativas do concelho têm preservado. A
passariam pelo princípio da subsidiariedade a que o nosso país se
etnografia, os usos e costumes estão também bem preservados através
habituou nas últimas décadas. Para que haja um real desenvolvimento
dos diferentes grupos de cantares e ranchos folclóricos existentes no
destas regiões, com reflexos ao nível da riqueza produzida pelo país,
concelho.
o trabalho produtivo deve ser estimulado. Estas políticas ajudariam a fixar a população, já que a procura de trabalho condizente com as suas
Quais são as principais prioridades defendidas pelo Presidente da
habilitações e formação é a maior razão que leva as pessoas a saírem
Câmara para Boticas?
das suas terras. Resolvido o problema da falta de emprego com que
As principais prioridades do atual executivo autárquico assentam em
todos os dias nos debatemos seria muito mais fácil ultrapassar todos os
quatro pilares essenciais, que já atrás referi: o desenvolvimento do
outros problemas relacionados com a nossa interioridade.
100 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
empresa | tema Sabemos que o turismo é uma constante preocupação para vocês. Que ações pretendem desenvolver para encarar o turismo como uma potencialidade para a região? Muito para além de todas as nossas potencialidades, o nosso maior trunfo é o caráter afável do nosso povo e a forma como gosta de bem receber. Os botiquenses abrem as suas portas sem qualquer receio e recebem todos de braços abertos. Fruto desta característica muito particular do nosso povo, a que se juntam, naturalmente, as nossas paisagens e a nossa gastronomia ímpar, temos registado um número crescente de visitantes. A nossa estratégia é dar o passo seguinte, ou seja, assegurar regularmente a realização de eventos e iniciativas de maiores dimensões que sejam capazes, por si só, de atrair a presença de um grande número de pessoas, criando importantes dinâmicas para a economia local. A existência de uma oferta diversificada de atividades é o garante da ocupação dos visitantes durante a sua estadia em Boticas, uma estadia que queremos que se prolongue no tempo, passando de um simples fim de semana para períodos mais longos. Para isso é fundamental garantirmos a “ocupação” das pessoas em diferentes atividades, que não apenas nas visitas ao nosso património e aos nossos equipamentos. Que projetos e visões tem para o futuro de Boticas? Acredito que estamos a trabalhar no caminho certo e de que alcançaremos os tão desejados frutos num curto espaço de tempo. Sinceramente acredito que estas regiões do interior do país têm um futuro positivo pela frente, até porque há cada vez mais pessoas a quererem deixar o grande bulício e o stress do dia a dia das cidades para viverem no campo. Depois, com as acessibilidades de que dispomos e com a tecnologia que hoje temos há nossa disposição é muito mais
Quero ainda aproveitar esta ocasião para endereçar votos de Boas Festas a todos os
fácil trabalhar a longas distâncias sem sacrificar a qualidade
portugueses, na esperança de um novo ano cheio de prosperidade e sobretudo de
e a rapidez do trabalho. O desenvolvimento destas regiões,
união entre todos nós.
trará, simultaneamente, novos desafios e necessidades, abrindo-se aqui algumas oportunidades que poderão ser
XX Feira Gastronómica do Porco
uma espécie de pontapé de saída para novos projetos e
Há vinte anos a divulgar o que é tradicional
novos investimentos.
Realiza-se nos dias 12, 13 e 14 de janeiro de 2018, no Pavilhão Multiusos, um dos maiores eventos gastronómicos do norte do país e da região, a Feira Gastronómica
Que mensagem gostaria de deixar à população e aos
do Porco de Boticas. Uma feira ímpar e única, que prima pela qualidade dos seus
visitantes de Boticas?
produtos. Desde 1998 que a vila de Boticas é local de visita obrigatória no mês
Em primeiro lugar, gostaria de convidar toda a gente a visitar
janeiro. Há 20 anos con-secutivos que a agricultura local e os produtos tradicionais
o concelho de Boticas. Aos que já conhecem e aos que
são valorizados e divulgados nesta mostra gastronómica, onde a carne de porco e os
ainda não conhecem, em particular neste próximo mês de
seus derivados são ‘Reis da Fes-ta’. O sucesso que a Feira Gastronómica do Porco
janeiro, altura em que se realiza a Feira Gastronómica do
tem vindo a ter ao longo dos tempos tornou-a num dos melhores e mais importantes
Porco, evento que é um dos maiores em termos de feiras
certames de promoção e divulgação do mundo rural barrosão e de tudo aquilo que de
do fumeiro que existem na região. Tenho a certeza de que
melhor existe nesta pequena mas tão rica vila do interior norte de Portugal. A iniciativa
não se irão arrepender e ficarão com vontade de voltarem a
é, à semelhança das edições anteriores, organizada pelo Município de Boticas em
repetir a experiência.
conjunto com a empresa intermunicipal EHATB – Empreendimentos Hidroelétricos do
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 101
turismo e gastronomia| cm boticas Alto Tâmega e Barroso. Tal como no ano passado, a feira
edições anteriores, todos os preços apresentados na feira, quer nas tasquinhas, quer
apresenta mais de três dezenas de stands de exposição
nos expositores, são devidamente tabelados. Um fator diferenciador e que muito
e venda de produtos alimentares e artesanato e conta,
valoriza a Feira do Porco de Boticas, tornando-a num certame mais atrativo. Este ano,
também, com a participação de meia centena de produtores
no exterior da feira, mais propriamente na zona lateral do pavilhão, haverá um espaço
de fumeiro e enchidos. Ao longo dos três dias da feira
dedicado aos petiscos, como é o caso do hambúrguer barrosão, preparado à base de
são esperados mais de 70 mil visitantes vindos de vários
carne barrosã e que fará as delícias do visitantes, pela sua qualidade e sabor.
pontos do país e da vizinha Espanha. Todos aqueles que nestes dias visitarem Boticas têm à sua disposição cerca
Animação da feira
de 40 toneladas de fumeiro de uma qualidade excecional,
A 20ª edição da Feira Gastronómica do Porco conta com três dias de muita animação.
o que permitirá realizar um volume de negócios a rondar o
Para além da gastronomia e do artesanato, os visitantes poderão disfrutar de muita
meio milhão de euros. Preservar as tradições do barroso,
e boa música. No interior do Pavilhão Multiusos a animação fica a cargo de grupos
o que de melhor há e se faz em Boticas e valorizar a
de música popular e tradicional provenientes do concelho e da região. No exterior
qualidade da carne de porco e dos enchidos através da
decorrerá a tradicional ‘Feira à Moda Antiga’, onde são apresentados inúmeros
apresentação de pratos tipicamente barrosões, recheados
artefactos ligados às profissões de outrora (tanoaria, olaria, cestaria, peles, esculturas
de essência e sabor, são algumas das particularidades de
e instrumentos ar-tesanais) e que ainda vão perdurando no tempo. Como dita a
autenticidade da Feira do Porco. Aos enchidos, concebidos
tradição, no recinto do Campo de Futebol, mais propriamente no ‘chegódromo’,
de forma artesanal, sob um rigoroso controlo de qualidade
realizam-se as célebres ‘Chegas de Bois’ que, anualmente, trazem até Boticas
e cumprindo, a legis-lação e regras em vigor, juntam-se
centenas de aficionados. Pelo sexto ano consecutivo, o programa da TVI ‘Somos
o Presunto, o Pão Centeio, a Bola e Folar de Carne e o
Portugal’ fará a sua habitual transmissão de fim de manhã e tarde de domingo a
tão afamado ‘Vinho dos Mortos’. O artesanato também
partir do Largo de Nossa Senhora da Livração que acolhe, mais uma vez, o programa
continua a ser presença obrigatória neste evento dedicado
líder de audiências nacional. A transmissão do programa é feita para todo o mundo o
à ruralidade e às suas gentes. A Feira Gastronómica do
que dá a possibilidade dos botiquenses no estrangeiro reverem familiares e amigos e
Porco é um dos pontos mais altos da economia local,
amenizarem as saudades de casa através da televisão.
especialmente para os produtores de fumeiro tradicional que veem nesta iniciativa a oportunidade certa para mostrar e escoar os seus produtos de excelente qualidade. Mais do que permitir aos produtores a venda dos seus artigos, que são fonte de sustento de muitas famílias, a feira permite recuperar usos ancestrais, sabores e saberes tradicionais genuínos do concelho e levar o bom nome de Boticas aos quatro cantos do mundo. Os produtos agroalimentares produzidos no Concelho Barrosão são de uma qualidade inigualável, o que lhe atribui caraterísticas de genuinidade e atratividade ímpares. Tasquinhas de Sabores Tradicionais Todos aqueles que visitem a vila barrosã, de 12 a 14 de janeiro, podem apreciar e deliciar-se com as iguarias gastronómicas tipicamente barrosãs nas tasquinhas tradicionais presentes no recinto da feira. Cozido à barrosã, rojões no pote, arroz de chouriça, costelas de vinho e alhos, caldo e feijoada à Barrosã, são algumas das especialidades apresentadas no certame. Nunca esquecendo outras iguarias de excelência como o Fumeiro (alheira, chouriça e salpicão), o genuíno presunto acompanhado da deliciosa bola centeia e dos saborosos vinhos regionais. Mais uma vez, a Feira Gastronómica do Porco conta com a colaboração dos restaurantes locais para apresentarem pratos caracteristicamente barrosões, confecionados à base de carne de porco e enchidos, produtos chave que distinguem a gastronomia local. Pratos únicos onde o sabor e os aromas combinam na perfeição. À semelhança das
102 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Matosinhos é uma cidade que mistura memória e tradição. A gastronomia é, incontornavelmente, a sua imagem de marca. Quem não conhece o famoso peixe e o inconfundível marisco que, há várias décadas, chamam pessoas à beiramar, para saborear o que o mar tem de melhor. Para além de trazer bom peixe, o mar traz também pessoas a Matosinhos. Muitos vêm por turismo, nos cruzeiros que enchem as ruas de diferentes línguas e fisionomias, e outros pelo desporto, como o surf. Aliada à gastronomia e ao desporto, a arquitetura é outro traço marcante desta terra. Álvaro Siza Vieira, nome premiado desta arte, nasceu em Matosinhos e por lá deixou alguns bons exemplos da sua obra, nomeadamente a Casa de Chá da Boa Nova e a Piscina de Marés. Souto Moura construiu a marginal de Matosinhos, por onde se pode passear e apreciar a fantástica costa marítima de que Portugal beneficia, onde se encaixa a mítica Praia de Matosinhos, berço de várias festas populares e peregrinações das gentes do mar. Muito para além do que as condições físicas oferecem, Matosinhos tem indústria. As conservas são um símbolo da região e, durante anos, empregaram grande parte da população. Atualmente, muitas estão a ressurgir, depois de um período conturbado, durante o qual algumas marcas desapareceram. Neste momento, o fulgor voltou e esta é uma área que volta a dar cartas.
garage wines|matosinhos
Onde o vinho é o elemento principal Licenciada em Marketing e Comunicação, mas apaixonada pela enologia e pelos vinhos, Ivone Ribeiro decidiu, há quatro anos, abrir a Garage Wines. No centro da cidade de Matosinhos, esta garrafeira prima, não apenas pela sua vasta oferta, mas igualmente pela qualidade dos seus produtos. Descubra o que faz da Garage Wines uma referência. me dediquei aos projetos dos outros como se dos meus se tratassem. Há cerca de quatro anos senti ser chegada a hora de me dedicar a algo efetivamente meu e assim nasceu este projeto do qual me orgulho e que tem corrido bastante bem, felizmente”, revela-nos Ivone Ribeiro. Questionada sobre o que distingue a Garage Wine, a nossa interlocutora não hesita um segundo em afirmar: serviço e produto. De que forma? “O atendimento que prestamos é muito pessoal e muito próximo do cliente. Além de que sabemos efetivamente o que estamos a recomendar, pois fazemos provas de todos os produtos que comercializamos. Só desta forma é que podemos sugerir algum vinho com conhecimento de causa”, refere. Além disso, a nossa interlocutora Ivone Ribeiro Administradora
destaca que “o que fazemos é prestar um serviço em que tentamos vender os vinhs à medida do cliente, à medida da sua carteira, do seu gosto e do momento a que se destina”. Os clientes abordam-na das mais variadas formas, destacando os elementos que mais apreciam num vinho, desde as características que compõe o seu sabor e aroma, ou até mesmo referindo o menú para o qual o vinho se destina, seguindo, sem hesitar, a sugestão de Ivone Ribeiro. “Já criamos, igualmente, uma relação de afeto e proximidade com os nossos clientes. Há quem passe por aqui apenas para Comecemos pelo próprio nome: Garage Wines é a expressão
deixar um olá ou quem ligue, já fora de horas, a pedir um vinho para aquele dia”.
utilizada para caracterizar os vinhos produzidos em quantidades reduzidas, provenientes das melhores e mais excelentes uvas,
Para lá da venda do vinho
resultando, assim, num vinho de qualidade excecional. É este
São vários os serviços que pode encontrar na Garage Wines, para lá da venda
o propósito da Garage Wines, ser uma alternativa às grandes
de vinho. Ivone Ribeiro e a sua equipa disponibilizam serviços de Home Tasting,
áreas comerciais e às garrafeiras convencionais, apostando
onde são organizadas provas de vinhos privadas num local à escolha do cliente;
num estilo acolhedor e minimalista, onde o vinho merece o
Wine & Dinner Evening, ou seja, o aconselhamento de vinhos para datas especiais;
principal destaque.
Glasse Loan, um serviço de empréstimo de copos e, finalmente, a gestão das
Com mais de 800 referências, que vão desde os quatro aos
garrafeiras de clientes. À sexta-feira, a Garage Wines organiza provas de vinho
700 euros, a Garage Wines pretende romper com o esteriótipo
gratuitas, “e a adesão tem sido enorme. Em cada prova contamos com cerca de
das garrafeiras, primando por uma imagem clean, leve e
50 pessoas”, refere. Aqui pode encontrar vinhos de todas as regiões portuguesas,
minimalista, onde o vinho é o elemento principal.
além de várias referências internacionais, porque “um bom Savignon Blanc é,
Mas como é que uma licenciada em Marketing e Comunicação
indubitavelmente, de Bordéus e um Chardonnay é de Borgonha”.
abre uma garrafeira? “Desde cedo que, a nível profissional,
Sobre o futuro, Ivone Ribeiro refere que este passa por uma aposta constante na
estive ligada à área do vinho e, como em tudo na vida, sempre
diferenciação e no destaque no seu serviço e produto.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 105
tema | empresa
20 anos de rigor, seriedade e qualidade Mercedes Nascida em 1997, a Nasamotor surgiu como filial de outro concessionário Mercedes-Benz nas suas extintas instalações da Rua D. João IV, no Porto. Ao longo dos dez anos seguintes a empresa cresceu com a aquisição de um showroom em Vila Nova de Gaia e showroom e oficinas em Santa Maria da Feira. Este sucesso ditou que, para seguir uma estratégia de contínuo crescimento, em 2007 os dois concessionários realizassem um cisão societária, levando que à Nasamotor fosse anexada a instalação que hoje é a sede da empresa na Estrada da Circunvalação, Matosinhos.
Nos últimos dez anos a Nasamotor foi José Eduardo Alves e José Gomes Alves Administradores
considerada por cinco vezes a melhor oficina Mercedes-Benz em Portugal, tendo mesmo ganho o prémio ‘European C.S.I. Award’ em 2008, ainda hoje é o único concessionário português que conquistou este galardão. Em 2016, o reconhecimento chegou através do prémio das 500 Maiores e Melhores Empresas de Portugal, onde a Nasamotor ficou em primeiro lugar no Retalho Automóvel. Seriedade e rigor em anos de crise A crise financeira e económica que afetou o país no final da década passada levou a Nasamotor a seguir uma nova estratégia, apostando em ter uma autonomia financeira
106 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
nasamotor|matosinhos
robusta e diminuir o recurso a capitais externos. A prova disso é que de 2010 para diante, a empresa cresceu bastante, também pelo sucesso do produto que a Mercedes-Benz apresenta. “A Mercedes ocupou um nicho de mercado onde antes não tinha representação. O lançamento do Classe A foi um sucesso enorme e o modelo tem dado garantias de fiabilidade muito altas. Por isso, o prestígio da marca não foi afetado. Conseguimos ocupar um espaço de relevo num segmento onde não tínhamos nenhuma viatura expressiva, mantendo a qualidade. Além disso,
começam com a compra do veículo e continua
novas alternativas vão surgir na gama de
a Nasamotor investiu em instalações, em
no pós-venda. “Hoje, um cliente que nos
automóveis de passageiros com largo recurso
formação e em tecnologia, para dar a melhor
procura com intenção de comprar uma viatura
a motores de energias renováveis. As versões
resposta aos seus clientes”.
já traz muita informação, recolhida on-line
Plug-in Hybrid vão associar os conhecidos
e em revistas da especialidade. Por isso, é
motores a diesel ao novos motores eléctricos,
Mercedes é mais que um automóvel
comum termos um cliente tão bem informado
permitindo autonomias cada vez maiores sem
A Mercedes-Benz é uma marca de topo e
sobre o modelo quanto o vendedor que o
recurso a combustíveis fósseis. “A marca vai
esse prestígio mantém-se aliando a qualidade,
atende. Contudo continua a ser necessário
lançar o modelo EQ, totalmente elétrico e com
ao preço competitivo e à resposta a todos
aconselhar bem o cliente e orientá-lo, uma
500 cavalos, a um preço competitivo. A ideia é
os segmentos do mercado. “Os carros do
vez que as nossas viatura são altamente
ter soluções para todo o tipo de clientes”.
segmento Premium são comprados por paixão,
costumizáveis e abragem uma gama muito
Para garantir que a energia necessária ao
porém os nossos carros, quando comprados
vasta de versões. É nossa função ajudá-lo
carregamento das baterias destes novos
em renting, acabam por ter um financiamento
a escolher bem. No serviço pós-venda esse
modelos, seja ela também oriunda de fontes
mais baixo do que outras marcas generalistas.
cuidado com a satisfação dos clientes continua,
renováveis, a Nasamotor investiu na aquisição
A prova disso é que a Mercedes-Benz já
por isso contámos com horários alargados de
de painéis fotovoltaicos com capacidade de
ultrapassou a BMW e a Audi, em vendas, pelo
entrega e recolha de viaturas para serviços
produzir até 40 por cento da energia que
terceiro ano consecutivo e é líder no segmento
de manutenção ou sinistros, disponibilidade
consome.
Premium em Portugal”.
do serviço de reboque assim como rent-a-car
A aposta nas novas tecnologias, um mercado
Além disso, a marca alemã intensificou a
própria. Quando um cliente se sente apoiado e
em mudança, o grande dinamismo da região
estratégia de marketing. “Antes, a publicidade
confia, fica satisfeito”.
do Porto e os resultados da empresa fazem
era mais baseada em anúncios. Agora, a
Este reconhecimento tem-se traduzido em
a Nasamotor ver o futuro com entusiasmo.
Mercedes sai à rua, participa em eventos, faz
prémios. “Ganhámos 1º prémio de oficina do
“Acreditamos no nosso produto. A Mercedes
campanhas e comunica por marketing direto
ano com a oficina de S. Maria da Feira e a
é uma marca muito bem representada
com os seus potenciais clientes. A aproximação
oficina da Circunvalação ficou em segundo
em Portugal e os resultados alcançados
ao cliente está a fazer-se de maneira diferente
lugar. Não trabalhámos para ganhar prémios,
no mercado português tem trazido muito
e o consumidor já notou isso. Mercedes-Benz é
mas para garantir a satisfação do cliente”.
prestígio ao país. A nossa confiança na marca Mercedes-Benz é o que nos leva a continuar a
mais do que um automóvel, é um lifestyle”. Crescimento assente nas novas tecnologias Atenção e disponibilidade para o cliente
A Mercedes-Benz tem sido pioneira na
O cuidado e a atenção dispensado ao cliente
mobilidade elétrica. Já durante o ano de 2018
investir”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 107
matosinhos | tubisteel
Uma empresa para fazer frente aos desafios do futuro Com pouco mais de um ano, a TubiSteel é o resultado do acreditar de dois profissionais, Moreira Campos e António Monteiro, que não se deixaram influenciar pelos tempos de crise e partilharam a visão de que era possível criar uma empresa próspera, baseada em novos valores. A leveza hierárquica e burocrática da empresa garante-lhe o sucesso e a progressão constante que tem demonstrado. “A nível de novos produtos, já comercializamos uma nova marca de PPR, que é a NIRON, produto esse, que é alternativo ao aço , nomeadamente em aplicações nas Unidades Hospitalares, porque é o mais resistente à injeção de cloro nas águas quentes sanitárias, o que permite uma maior durabilidade das tubagens, superando largamente o tempo de vida das instalações em aço, e já aprovado, pela Associação Portuguesa de Engineering Hospitalar e pela Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo”. Felizmente a Tubisteel tem vindo a afirmar-se cada vez mais no seu mercado sendo, sem dúvida, o resultado de uma total dedicação e elevado esforço da sua equipa de trabalho, altamente profissional. António Monteiro e Moreira Campos Administradores
“Em relação aos stakeholders, trabalhamos apenas com os licenciados em Portugal o
Especialistas em condução de fluídos, decidiram formar uma nova empresa para a comercialização
que nos garante uma segurança extra no
de materiais dessa especialidade, direcionada, para a indústria Metalomecânica, Petrolifera /
que respeita à qualidade do produto que
PetroQuímica e Construção Civil.
apresentamos ao cliente”.
Neste momento, o produto-rei da Tubisteel é o tubo para redes de incêndio, identificado pela sua
A Tubisteel tem vindo a crescer quer em volume
cor vermelha. Este produto tem um vasto campo de aplicação como por exemplo, nos centro
de negócios, cota de mercado e dos produtos
comerciais - sendo pois obrigatório por lei - o que faz com que a sua procura seja elevada. Permite
que comercializa. “Podemos mesmo dizer que
meios de intervenção de combate a incêndios, de extinção por água, visando a segurança do
foram superadas as nossas expectativas. É
edifício e das pessoas.
nosso desejo portanto continuar a trabalhar a
Apesar da empresa se encontrar ainda numa fase do seu ciclo de vida“ surgimento/crescimento”,
todo vapor, permitindo assim um crescimento
esta, conta já com um registo de vendas por todo o país - Algarve, Lisboa, Porto, Guarda, etc.,
duradouro e sustentável da empresa e da
tendo como destaque a sua participação nas obras do aeroporto de Faro, hospital privado da CUF e
economia em geral”.
o Hospital da Luz.
Assim sendo, bem vindo à Tubisteel, Lda.
110 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
matosinhos | fortiustex
Uma empresa vencedora quer-se sem falhas Fundada em 2004, a Fortiustex é o resultado de uma empresa têxtil em dificuldades que beneficiou de um acionista que acreditou no projeto e nas pessoas que faziam parte dele. Com uma nova política financeira e uma revolução da mentalidade na empresa, a Fortiustex começou a equilibrar as contas logo após a chegada de José Guimarães Teixeira à administração da empresa. O empresário falou com a revista Business Portugal sobre o início da Fortiustex, a sua evolução e o que reserva o ano de 2018.
com uma nova mentalidade e uma nova gestão financeira e foi esse o caminho que fizemos”. A Fortiustex orgulha-se de pagar a todos os seus colaboradores, sempre no mesmo dia do mês, e de ter conseguido fomentar uma relação José Guimarães Teixeira Administrador
de credibilidade com os seus fornecedores. “Temos cerca de 50 fornecedores, a maioria deles nacionais, e estávamos já numa situação completamente descredibilizada. Foi importante falarmos com os nossos fornecedores abertamente, explicar a situação, demonstrar que queríamos corrigir todas as situações de incumprimento em que nos encontrávamos e mostrar-lhes que queríamos continuar a tê-los como parceiros. Atualmente, os nossos fornecedores confiam plenamente em nós, entregam o material a tempo de podermos A Fortiustex foi criada em 2004, na sequência
falência. “A empresa não criava valor para se
satisfazer as exigências dos clientes e sabem
de um outro projeto, também da área têxtil, que
manter sozinha, pois dependia da generosidade
que irão receber no final do trabalho”.
entrou em processo de insolvência, mas José
financeira da BRALI para não entrar em rutura.
O compromisso de honra estabelecimento entre
Guimarães Teixeira só chega à empresa em
Falei com os restantes acionistas, mas já não
a empresa e os seus fornecedores garante-lhe
2009. “A empresa estava a atravessar algumas
acreditavam no projeto ou não dispunham
o cumprimento de prazos junto dos clientes.
dificuldades financeiras, o país atravessava
de meios financeiros para compensar o
“O setor têxtil é conhecido por não cumprir
uma grave crise económica e a empresa estava
desequilíbrio evidenciado.. Decidi então investir
prazos. Isso faz parte da mentalidade deste
em risco. Já tinha pagamentos em atraso,
mais e neste momento detenho o capital total
setor. Aqui tentámos, e conseguimos, acabar
incluindo com os fornecedores e, por isso, eu
da Fortiustex. Isto aconteceu no final de 2013
com essa mentalidade. Os prazos são para
decidi investir e assumi 50 por cento do capital
e, em 2014, a empresa começou a dar lucro”.
cumprir. Se um cliente nosso está dependente
da empresa. Além disso, criei uma empresa
A preocupação de José Guimarães Teixeira
de uma coleção, ou só de uma amostra, e nós
financeira (BRALI), que servia para controlar
eram as cerca de 90 pessoas que ali
não conseguimos entregar dentro do prazo,
os gastos da Fortiustex e responsabilizar-se
trabalhavam e foi por elas que, efetivamente,
a oportunidade de negócio passa. Isso não
pelas contas desta empresa”. Infelizmente, tais
não deixou a empresa falir. “Eu tinha noção de
pode acontecer. A nossa política é de que tudo
atitudes não foram suficientes e, em 2013,
que tecnicamente a empresa estava falida, mas
aquilo que dependa de nós não pode falhar.
a Fortiustex correu efetivamente risco de
também sabia que era algo possível de reverter,
Nós cumprimos prazos, pagamos a tempo a
112 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
fortiustex |matosinhos
todos os envolvidos no trabalho e garantimos
AB, uma marca de roupa sueca, com muitas
qualidade ao nosso trabalho. Os nossos
preocupações ambientais e que está a ganhar
fornecedores perceberam que a mentalidade
muito espaço no mercado. Estes clientes
da empresa era diferente e comprometeram-se
colocam-nos sempre grandes desafios, mas
connosco. Temos sempre matéria-prima para
temos conseguido superá-los”.
trabalhar”.
Os grandes desafios de trabalhar com uma
Para além do cumprimento de prazos, existe
parte do mercado das grandes marcas são
uma gestão financeira rigorosa. “Havia muitos
o preço e a qualidade dos produtos. “Estes
gastos desnecessários, muito desperdício, a
clientes negoceiam o preço até ao cêntimo.
nível de material usado e que desaproveitado
O mercado têxtil português é o melhor do
e também na questão puramente financeira.
mundo, em know-how, em matéria-prima
Neste campo, a Fortiustex neste momento tem
e também em preço, porque temos uma
capitais próprios a 100 por cento. Não trabalha
mão-de-obra muito competitiva. A única
com financiamento bancário, o que nos dá
forma de aumentarmos um pouco o salário
também uma margem de manobra maior, mas
das pessoas do setor é garantindo a máxima
pedido do cliente, porque já contámos com a
exige da nossa parte muito cuidado, para não
qualidade do produto e uma entrega dentro
margem de encolher quando a cortámos”.
gastar mal o dinheiro”.
do prazo, porque isso dá-nos uma folga
O trabalho de acabamento de uma peça é
O compromisso com os trabalhadores também
maior para poder negociar o custo da
diferenciador e indicador da qualidade de uma
foi fundamental. “Os nossos trabalhadores
peça”. Outro grande desafio é encontrar
empresa têxtil. A Fortiustex aposta nisso, “no
são pessoas motivadas e que gostam de
gente para trabalhar. “Não há quem queira
processo de produção de peças de roupa,
trabalhar aqui. Depois de regularizar a situação
trabalhar neste setor. Não há mão-de-obra.
atendemos ao detalhe e garantimos que a
salarial, já foi possível colocar os trabalhadores
Ninguém quer engomar roupa, ou costurar.
nossa peça tem uma qualidade superior à das
a ganhar um salário acima do que está
Temos de subcontratar pessoas, quando
outras empresas têxteis. Todos nós gostamos
contratualizado, e oferecer-lhes condições de
temos encomendas, porque só conseguimos
de ter uma peça com um toque agradável,
trabalho boas. Dispõem de uma cantina com
assegurar dentro da empresa cerca de 15
que é hidrófila e que não encolhe, mas tudo
bastante espaço, têm ajudas, da parte da
por cento da confeção. Em compensação, o
isso é resultado de um bom acabamento. Nós
empresa, caso atravessem um período difícil
corte das peças é praticamente todo feito aqui,
fazemos tudo isso às nossas peças, sem que
de vida, recebem os subsídios e o salário
até porque trabalhamos segundo uns moldes
o cliente o peça. Queremos ser reconhecidos
dentro do prazo, têm um bom ambiente de
determinados”.
pela qualidade do material que produzimos”.
trabalho, quer em termos de instalações físicas,
Este corte específico que é feito na Fortiustex
Para 2018, as previsões são promissoras,
quer entre as pessoas, e sentem-se parte
tem como objetivo garantir a qualidade final
até porque o mercado têxtil está em franco
integrante de um processo maior. As pessoas
da peça. “A qualidade de uma roupa vê-se
crescimento. “As previsões para 2020 já
já não trabalham só para o seu departamento.
no acabamento que tem, mas para que o
foram ultrapassadas, pois em 2016 o setor
Perceberam que a empresa é um todo, que
acabamento seja possível, tudo depende do
já exportou mais de 5 mil milhões de euros e
integram um projeto final e cada um sabe o
corte. No caso de peças que têm tendência a
o mercado continua a crescer. Na Fortiustex,
seu papel”.
encolher, o que nós fazemos é cortar a peça,
teremos uma faturação este ano perto de 7
Estas mudanças profundas e estratégicas
incluindo logo a margem para o encolhimento.
milhões de euros. Só precisamos de nos unir
angariaram à empresa grandes clientes.
Assim, quando a peça está em fase de
mais, enquanto área têxtil. Ninguém trabalha
“Trabalhamos com marcas como a Armani,
acabamento, lavamo-la, secamo-la e sabemos
sozinho e as empresas precisam de entender
Tommy Hilfigher, e a Fjällräven International
que a peça ficou com o tamanho pretendido no
que o cliente final tem de sair satisfeito”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 113
matosinhos | rectireis
Na liderança do setor Prestes a celebrar uma década de existência, a RectiReis – Retificadora de Motores conta com uma equipa com mais de 50 anos de experiência, o que a torna uma referência na reparação de motores, apesar da sua tenra idade. Quem lidera a mesma é Augusto Reis, reconhecido em toda a zona norte do país como o melhor dos melhores nesta área tão específica.
a empresa de Matosinhos alia o profissionalismo e competência dos seus funcionários, com vários anos de experiência para garantir a mais elevada qualidade. “O nosso cliente não é o consumidor final, mas sim as oficinas mecânicas, os concessionários e as empresas de transporte, nomeadamente camiões, autocarros de passageiros e barcos”. Em carteira contam com vários clientes prestigiantes e de renome que continuam a voltar graças ao profissionalismo desta equipa, que prima por cumprir prazos de entrega e orçamentos. Questionado sobre o que o difere a RectiReis das restantes empresas, Augusto Reis é perentório na resposta: a utilização de peças apenas originais. “Trabalhamos só com peças originais, adquiridas nas empresas Augusto Reis Administrador
líderes de mercado, tanto na área de automóveis ligeiros como nos pesados, o que nos confere a qualidade das peças e acessórios, pois
Para conhecer o trajeto de Augusto Reis, é necessário recuar meio
só fornecem marcas reconhecidas e certificadas, o que permite que
século, quando o nosso interlocutor começou a trabalhar nesta área.
os componentes por nós incorporados garantem um sefviço perfeito e
“Antigamente, quando os resultados na escola não eram os melhores,
duradouro”, esclarece Augusto Reis.
ingressávamos no mundo do trabalho, muito cedo, e o mesmo aconteceu
Apesar de localizados em Leça do Balio, na cidade de Matosinhos, a
comigo”, refere. Tinha o sonho de ser eletricista, mas quis o destino que
RectiReis trabalha para toda a zona norte do país, estendendo a sua área
o pai o colocasse a aprendiz que reparador de motores. “E ainda bem
de atuação até Coimbra. “Aqui estamos numa zona muito central, perto
que o fez”.
dos principais acessos e oferece-nos uma maior amplitude do negócio”,
Depois de vários anos a trabalhar com o seu mentor, em 1999 Augusto
acrescenta.
Reis foi convidado para liderar uma nova empresa, já extinta, e foi neste projeto que o nosso interlocutor se ‘lançou’ no mundo automóvel e
A falta de formação específica
alcançou o reconhecimento que ainda hoje impera. Implementou o seu
Questionado sobre o futuro desta especialidade, o nosso interlocutor
método de trabalho que se revelou vencedor, método esse que ainda hoje
refere que é necessário apostar na formação. “Não há nenhum curso
podemos encontrar na RectiReis.
específico para esta arte. Quem aqui chega, mesmo que tenha formação em mecânica, não é capaz de retificar um motor, não sabe.
De Leça do Balio para toda a zona norte
E preciso formar as pessoas do zero. Este é um trabalho muito minucioso,
Fundada a 15 de fevereiro de 2008, a RectiReis – Retificadora de
estamos a falar de peças muito pequenas, onde a sensibilidade para
Motores tem como principal objetivo a retificação de todos os tipos de
manuseamento das mesmas é de extrema importância”.
motores de explosão, assim como serviços de torno e teste/montagem
Contudo, Auguto Reis acredita que a profissão não irá desaparecer, pois
de motores. “A nossa principal preocupação é a satisfação total do
esta é uma área que traz uma grande mais-valia ao setor, além de que
cliente no serviço que disponibilizamos”, refere o nosso interlocutor.
no caso específico da RectiReis “temos qualidade e um serviço que mais
Equipada com a mais moderna tecnologia a nível de equipamento,
nenhuma pode oferecer”, termina.
114 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
matosinhos | tecnogial
Projetos e tecnologia industrial Foi há 35 anos que Rui Almeida, juntamente com os dois sócios António Azevedo e Albino Carvalho, deu início ao que viria ser uma grande referência em tecnologia industrial na cidade de Matosinhos. A Tecnogial, especializada no projeto e fabrico de máquinas especiais pode ser encontrada nos quatro cantos do mundo em diversas empresas de referência das suas áreas de atuação. Saiba o porquê desta ser uma das maiores empresas nacionais quando falamos em equipamentos especiais e automação industrial. Conheceram-sse na Texas Instruments, onde trabalharam num departamento para desenvolvimento de novos equipamentos e melhoria dos equipamentos existentes. “Após três anos de trabalho em conjunto para a produção de circuitos integrados, apercebemo-nos que se montássemos o nosso próprio negócio e passassemos a produzir para a Texas Instruments seria mais vantajoso para ambas as partes. De que forma? Enquanto colaboradores da empresa, só trabalhávamos oito horas por dia, mas enquanto fornecedores poderíamos alargar esse horário. Tivemos o apoio da administração da empresa desde o primeiro minuto e foi assim que nasceu, em 1982, a Tecnogial”, revela-nos o nosso interlocutor. A Tecnogial executa projetos e equipamentos industriais específicos, desenvolvendo soluções de engenharia à medida de cada cliente. “O nosso objetivo é encontrar e fornecer ao cliente de qualquer tipo de indústria soluções técnicas e economicamente otimizadas que satisfaça a sua necessidade produtiva realça Rui Almeida, acrescentando que na maioria dos projetos desenvolvidos “superamos as expectativas nossos clientes. O cliente é a nossa prioridade, pois agimos com ética e honestidade”. Em constante inovação Esta é uma empresa onde o profissionalismo e a vontade de fazer bem são uma constante “Apostamos no desenvolvimento e na implementação de soluções personalizadas à medida das necessidades vigente do mercado, fruto de uma equipa de trabalho detentora de uma elevada capacidade técnica e criatividade invulgar, com mais de três décadas a inovar constantemente. Mantemos os olhos no futuro e ampliamos as nossas áreas de atuação ao nível industrial. Devido a uma constante busca pela excelência, diria que somos uma equipa de sucesso”, assume Rui Almeida. Sobre o que distingue a Tecnogial das restantes empresas existentes na área de atividade, o nosso interlocutor diz ser a sua capacidade de criar produtos à medida do cliente, sob o conceito de ‘chave na mão’. “Se tivesse que enumerar o que nos diferencia, e que nos permite apresentar este conceito de ‘chave na mão’, diria integridade, criatividade, qualidade, experiência, inovação, honestidade, flexibilidade e cooperação. Este é o nosso ADN”.
116 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
tecnogial |matosinhos
A Tecnogial apresenta um n+ivel tecnológico difícil de encontrar em
empregamos 70 pessoas”, elucida Rui Almeida.
outras empresas nacionais. Sem revelar o nome do seu cliente, Rui
A equipa é, também, um elemento fulcral neste sucesso. “Na contratação
Almeida exemplificou à Revista Business Portugal alguns dos trabalhos
de novos técnicos para reforçar a nossa equipa, Temos uma vantagem, a
que a Tecnogial é capaz de desenvolver. “Temos projetado e fabricado
Tecnogial tem parcerias com centros de formação e universidades. Aqui
vários quipamentos específicos para uma empresa multinacional que
vem estagiar aunos do Cenfim e do Instituto Superior de Engenharia do
trabalha em parceria com as marcas de automóveis topo de gama,
Porto que, regra geral, acabam por ingressar a nossa equipa”.
empresa essa responsável por montar e testar automaticamente aparelhos eletrónicos auto. E neste caso, o cliente final, ou seja, a marca
Internacionalização desde o primeiro momento
de automóves, sabe, em tempo real, qual a situação de produção,
Nos últimos anos, a Tenogial tem produzido essencialmente para o
desde peças não conformes, quantos testes já foram realizados, tudo ao
mercado interno. Contudo, são cada vez mais procurados para o mercado
pormenor e ao minuto. Isto são equipamentos que vamos desenvolvendo
externo, integrando os mais diversos projetos. “Temos equipamentos em
e produzindo de acordo com a necessidade do cliente. Se é aquele
vários países da Europa, nomeadamente Reino Unido, Itália, Espanha,
equipamento que oc leinte quer, então é aquele equipamento que a
Alemanha; Mas também Brasil, Estados Unidos da América, México,
Tecnogial vai desenvolver e produzir”.
Angola e Austrália, só para dar alguns exemplos. Há várias indústrias
Claramente, este tipo de equipamentos demora vários meses a até estar
portuguesas que têm uma excelente reputação lá fora e isso estende-se
concluído. “Há equipamentos que demoram cerca de seis a sete meses
à nossa atividade”.
até estarem concluídos. Tudo começa com um projeto, o cliente analisa e propõe as alterações que considera necessárias, o nosso departamento
E o futuro?
de desenvolvimento, que alberga 12 técnicos especializados, verifica e
Sobre o futuro, Rui Almeida diz que este já se vive no presente. “Já
confirma a viabilidade do mesmo e, a partir daí, passamos ao fabrico e
estamos dentro do processo da indústria 4.0. Temos equipamentos
automatização do equipamento. Por isso, são projetos muito morosos,
automáticos desenvolvidos que só com uma operadora fazem o
mas também são muito rentáveis”.
trabalho que antes necessitava de 10 operadores. Acho que os jovens portugueses estão bem formados, falta-lhes ainda assim, alguma
35 anos de crescimento
componente prática. Mas temos tudo para continuar a alcançar o
Desde 1982 que a Tecnogial tem estado sempre em subida. “Nos anos
sucesso”, termina.
de 2008 e 2009 também fomos afetados pela crise e tivemos uma baixa de produção de equipamentos, mas depressa recuperámos. Em relação ao ano passado, posso já adiantar que vamos faturar o dobro”. Questionado sobre o porquê desta subida, Rui Almeida aponta como razão única o tipo de equipamentos que temos desenvolvido. “Cada equipamento, cada projeto é pensado ao pormenor com o cliente e vai de
• Estudo, projeto e fabrico de máquinas especais, com especificações
encontro exatamente àquilo que ele pretende. O cliente não tem que ter
técnicas adequadas às necessidades dos clientes
soluções técnicas. Nós é que temos que criar, de raiz, um equipamento
• Projeto e fabrico de dispositivos automáticos para elevação,
que satisfaça todas as suas necessidades”. Para tal subida contribuiu igualmente o aumento do espaço fabril para o dobro e um aumento de quase 60 por cento de equipamentos de produção. “Temos um parque de máquinas com 12 centros de maquinação. Aumentámos, também por isso o número de funcionários.
alimentação, orientação e manipulação de componentes • Automação de processos e equipamentos • Otimização de linhas de fabrico e montagem • Fabrico de componentes – maquinação CNC (por subcontratação) • Fabrico de componentes – corte a laser (por subcontratação)
No início de 2019 tinhamos 50 funcionários e, neste momento, já
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 117
matosinhos | a. sá teixeira
Providing Solutions
Sediada na cidade de Matosinhos, onde a tradição do mar é parte integral da cultura da região, a A. SÁ TEIXEIRA, LDA – SHIPCHANDLER, é uma empresa dedicada ao fornecimento de todo o tipo de navios (Carga Geral, Graneleiros, Porta- Contentores, Navios Tanque, Navios de Passageiros, etc.), que operam nos principais portos nacionais. Era uma das principais agências do setor e contava com um grande um volume de navios, de importação e exportação, com particular relevo para navios oriundos de África. “Comecei a ser o representante da empresa junto dos navios nos anos 80, passando a fazer a mediação entre armador, Capitão do Navio, Estivadores e Autoridades Locais”, explicou o sócio-gerente. Simultaneamente, a partir de 1988, Victor Hugo tornou-se sócio de uma empresa local da atividade de Shipchandler, onde adquriu
Victor Hugo Laranjeira Sócio-gerente
O início da A. SÁ TEIXEIRA, LDA remonta a inícios de 1974. Durante os primeiros anos, o foco principal foi o fornecimento de navios-tanque/ Petroleiros do Armador Português ‘Sacor Marítima’ como é o caso dos navios Galp Leixões, Galp Setúbal e Galp Lisboa, que escalavam no Terminal de Petroleiros do Porto de Leixões para movimentação de petróleo bruto e seus derivadas para a refinaria de Matosinhos, a Petrogal, SA. Em meados dos anos 90, com a frota da ‘Sacor Marítima’ significativamente reduzida, o foco principal foi alterado para os Navios Costeiros e Graneleiros e de Contentores. Com o crescimento do ramo e com a necessidade de expansão do negócio, a A. SÁ TEIXEIRA, LDA, expandiu a sua atividade aos Portos Portugueses de Aveiro, Viana do Castelo, Figueira da Foz e, ocasionalmente, Portos do norte de Espanha e Portos do sul do país como Lisboa, Sines e Setúbal. Victor Hugo Laranjeira é o atual sócio-gerente que falou do trabalho que a empresa tem realizado ao longo dos mais de 40 anos de atividade e da sua experiência no setor da navegação. Começou por relatar o seu longo percurso profissional, sempre ligado à navegação. “Comecei a trabalhar em 1973 numa Agência de Navegação, junto à Alfândega do Porto”.
118 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
a. sá teixeira |matosinhos experiência relevante sobre o ramo.
à existência de concorrência nesta atividade.
No final dos anos 90 muitas empresas do setor da Navegação
Os serviços ajustáveis à medida de cada cliente, bem como o
começaram a sentir problemas derivados da diminuição de navios.
cumprimento de todas as obrigações alfandegárias garantem a ausência
“A importação e a exportação baixaram e as coisas começaram
de atrasos no fornecimento e o cumprimento das obrigações legais do
complicar-se para o setor”, referiu. Por consequência, em 1997, com a
setor. Victor Hugo explicou ainda a grande receita da empresa: “no atual
insolvência da Agência de Navegação à qual estava ligado, Victor Hugo
momento os armadores (donos dos navios) e os capitães procuram
via-se desempregado. Passados apenas três meses confiou no seu
sempre fornecimentos a baixo custo, o que nos obriga a efetuar uma
espírito empreendedor e adquiriu a A. SÁ TEIXEIRA, LDA, uma empresa
prospeção de mercado cada vez mais eficiente, para proporcionar preços
que foi moldando com as suas exigências e com os seus valores,
baixos, mantendo a qualidade e as nossas margens.”
responsabilidade, proximidade e profissionalismo em cada trabalho
Com o decorrer dos tempos, o desenvolvimento das tecnologias e a
realizado.
evolução do mercado têm sido fundamentais para o setor. O aumento de
Atualmente, a A. SÁ TEIXEIRA, LDA é uma empresa especializada
empresas no mercado, oferece uma maior gama de produtos disponíveis
no fornecimento a navios de produtos alimentares (frescos/secos/
a preços mais competitivos bem como a tecnologia faz com que todo
congelados) para consumo a bordo, e também equipamentos técnicos
o processo de angariação de serviço e atendimento seja mais rápido e
para motor e coberta tais como ferramentas, materiais de segurança
eficiente. “Os contactos com os capitães, que antes se faziam de forma
e todo o tipo de peças de reposição, oferecendo sempre as melhores
morosa através de Telex ou VHF apenas quando os navios estavam
soluções de fornecimento, adequadas a cada cliente e a cada exigência.
próximos do Porto, hoje, graças à tecnologia, consegue-se fazer de forma
No fornecimento de provisões conta com fornecedores especializados
muito mais rápida e com muito maior antecipação”.
de carnes, peixes e vegetais que garantem a qualidade e a segurança
Também o Porto de Leixões tem acompanhado essa conjuntura
alimentar de todos os produtos fornecidos. Em relação às soluções de
de mercado. “Está mais dinâmico, recuperou da quebra do setor e
reposição de peças, a empresa trabalha com os catálogos internacionais
atualmente trabalha mais que há dez anos, o que é sempre favorável ao
do setor tais como o IMPA, ISSA e Kloska para obter todas as peças que
negócio”.
uma embarcação possa necessitar. Para os tempos mais monótonos
Com uma presença solidificada no mercado e uma posição sustentada
a bordo, fornece também uma grande variedade de cigarros, bebidas
na qualidade dos seus serviços e no bom relacionamento com os
espirituosas e refrigerantes.
Agentes de Navegação, atualmente Victor Hugo tem uma perspetiva
Desde o mais sofisticado equipamento até ao mais comum produto
otimista: “as coisas estão bem e vão andando. Vamo-nos prevenindo
que encontramos no nosso quotidiano, a A. SÁ TEIXEIRA, LDA garante
para o futuro, felizmente estamos seguros e prontos para enfrentar
o fornecimento com excelência e com grande proximidade ao cliente.
qualquer eventualidade sempre atentos às necessidades e aos desafios
“Temos de nos antecipar e contactar os capitães antes das embarcações
do setor.”
atracarem”, explicou de forma direta como muitas vezes trabalha, devido
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 119
porsche matosinhos |matosinhos
Novo Espaço Porsche em Matosinhos Com dois anos de existência a PORSCHE MATOSINHOS é já uma empresa com forte implantação na região norte cuja dinâmica contribui favoravelmente para expandir a reputação da prestigiada marca. Estivemos à conversa com Rui Franco, administrador e mentor deste projeto, que nos explicou o que o faz mover e, como não podia deixar de ser, quais os desafios para o futuro. Rui Franco Administrador
Rui Franco é uma referência desta renomada marca na cidade Invicta
A Porsche de Matosinhos iniciou recentemente o restauro de clássicos
desde o ano de 1991. Tendo durante estes 26 anos estado ligado
Porsche, procurando oferecer ao mercado Português um serviço com
também à abertura ou dinamização da marca noutras regiões do país, o
os mais altos padrões de qualidade. Reflexo desta aposta foi a inscrição
que lhe deu um capital de prestígio que lhe é reconhecido no mercado
num concurso de restauro promovido pelo importador PORSCHE IBERICA,
automóvel. As atuais instalações da Porsche Matosinhos oferecem
sendo o único centro em Portugal admitido a concurso. Neste concurso
aos seus clientes “um espaço de 3.600 metros quadrados, com uma
a Porsche Matosinhos apresentou-se com dois veículos que considera
ampla área de exposição que alberga aproximadamente uma dezena
emblemáticos na história da marca o último modelo da linha 356, o 356
de modelos diferenciados da marca, bem como, uma área de serviços
SC cabrio com 90 cavalos e o primeiro modelo do 911.
como mecânica, chapa e pintura, permitindo que “todo o trabalho
Rui Franco confidenciou-nos que avaliação internacional, para este 911
de reparações seja feito in loco”, com a garantia da qualidade oficial
de 1966, ascende a um valor no intervalo de 270.000 a 300.000 euros
Porsche. A abertura oficial ao público decorreu em julho de 2015.
depois de completamente restaurado segundo os padrões definidos pela
De momento, a Porsche emprega 17 colaboradores, número que
marca.
aumentou com o desenvolver da atividade: “Começamos com cerca de
Este facto é por si só revelador de uma oportunidade de investimento
11, temos vindo a aumentar porque o trabalho assim o tem exigido”,
ainda pouco explorada no nosso país, mas que o nosso Centro quer
expôs o administrador, que tem visto crescer de mês para mês o número
proporcionar aos apaixonados pala marca e também a investidores que
de viaturas que procuram este centro.
procurem ativos seguros, como é o caso do mercado dos carros clássicos
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 121
tema | empresa
que apresentou nos últimos dez anos uma das
carro de uso diário sendo o Panamera, um
O ano de 2017 ano correu bem, “superou as
maiores rentabilidades de investimento a nível
modelo pensado também para os executivos,
nossas expectativas, a oficina tem tido mais
mundial.
um produto que alcança empresas.
trabalho, tentamos cada vez mais fidelizar
Rui Franco admite que existem mais carros no
Atualmente, já temos os híbridos e planeia-se
os nossos clientes, temos disponibilizado
estrangeiro para restaurar do que em Portugal,
um carro totalmente elétrico em 2019. Esta
transporte como por exemplo o ir buscar o
embora tenha sempre preferência em comprar
evolução e adaptação aos tempos modernos
cliente ou o carro onde este se encontrar, o
e restaurar os veículos que já se encontram
beneficia muito nas vendas e dinamiza o
nosso objetivo último é ter o cliente satisfeito.
em terras lusas. O mercado dos clássicos em
mercado, bem como a própria marca.
O cliente que nos procura sabe com o que
Portugal já é forte, mas a internacionalização
“Os carros elétricos são o caminho, ainda
pode contar, ou seja, a qualidade e o rigor do
é um caminho que todas as empresas devem
há muito a desenvolver. Hoje um cliente
serviço que o administrador sempre impôs na
procurar e assim a Porsche Matosinhos já está
que compra um carro elétrico tem outras
sua atividade. O automóvel está em grandes
a restaurar carros para clientes da Alemanha e
vantagens: paga menos impostos na compras,
mudanças, os carros elétricos são um desafio
outros países da União Europeia.
têm baterias com garantia de 10 anos, é tão
que temos de abraçar, porque o futuro a curto
A localização foi uma oportunidade, tem bons
seguro e eficaz como os outros, para além
prazo passa por aí, mas encaramos com
acessos rodoviários, estamos próximos ao
das óbvias vantagens ambientais. Ao longo do
grande otimismo, a mudança vai ser decisiva
aeroporto Sá Carneiro, no centro da área
tempo temo-nos vindo a preparar para receber
e complicada. Acho que essa questão pode
metropolitana do Porto, sendo que a estrutura
os carros híbridos e os elétricos”, sublinhou Rui
tornar-se realidade, porém não num curto
do edifício cumpra os requisitos da marca
Franco. Tal como já referimos antes, a Porsche
espaço de tempo, temos que estar atentos e
apresentando até a típica curvatura distintiva
sabe adaptar-se e modernizar-se. Ora, a sua
ir ajustando à realidade do negócio”. “Como
dos Centros Porsche por todo o mundo.
equipa de trabalho não poderia destoar desta
empresário sinto-me pressionado pela carga
A conceção da Porsche Matosinhos ocorreu em
tendência. Assim, a sede da Porsche ibérica
fiscal, que é muito penalizadora”, explicou-nos
plena crise económica, o que não desmotivou
garante formação aos funcionários, para que
o nosso entrevistado, “se essa questão fosse
Rui Franco a acreditar no sucesso da empresa.
saibam lidar com a mais recente tecnologia
revista o setor automóvel poderia ter outros
Com efeito, o nosso entrevistado afirma que o
e estejam aptos a reparar qualquer avaria
números, outro desempenho. De qualquer das
mercado regista um crescimento nas vendas
que possa surgir nos modelos mais recentes,
formas vejo o futuro com otimismo, estamos
de automóveis e na prestação de serviços.
garantindo assistência de excelência.
com outras perspetivas de negócio na área
A marca está associada a uma espécie de
Posto isto, este é um problema teórico, afinal
automóvel para fora do país”.
misticismo: é considerada por muitos um carro
de contas, “a Porsche não avaria”, afirma,
Este ano já se sente outra vontade em adquirir
de sonho ou um objetivo de vida, mais do que
rindo, Rui Franco. Marca associada à elite,
um automóvel, inclusive aposta-se em modelos
um simples carro. A diversificação da gama de
até a nível de preços, é importante esclarecer
mais recentes e com menos quilómetros (e, por
modelos, bem como, o aumento do conforto do
que nem sempre é tão fora de um orçamento
inerência, um pouco mais dispendiosos). Rui
tradicional 911 fez com que o Porsche deixasse
controlado quanto se possa pensar: apesar de
Franco tem todas as razões para permanecer
de ser um segundo carro que se tem para as
não deixar de ser uma marca premium, cada
otimista.
voltas de fim-de-semana, já é utilizado como
vez expande mais o seu leque de clientes.
122 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
matosinhos | associação batista ágape
20 anos a colocar a pessoa em primeiro lugar Nascida no seio do concelho de Matosinhos, a Associação Batista Ágape fez 20 anos no dia 17 de abril deste ano, mas a vontade de ajudar quem a procura continua tão viva como no primeiro dia. No início, o desconhecimento sobre a situação social de Matosinhos era absoluto, mas com a ajuda da Câmara foi possível criar programas de apoio a crianças e idosos que funcionam até hoje.
Paulo Reynal Presidente da direção
A Associação Batista Ágape baseia os seus valores na Bíblia Sagrada,
deixámos que a burocracia se sobrepusesse a uma necessidade básica,
embora esteja totalmente desvinculada da instituição religiosa.
como a alimentação, e a Câmara Municipal reconheceu isso”.
“Acreditamos que a crença sem a prática é vã. Acreditamos no amor
Seis meses depois da sua criação, a Associação foi convidada pela
ao próximo – Ágape significa exatamente amor de Deus, em grego -,
Câmara para gerir o espaço que ocupa até hoje. ”O espaço ainda
na ajuda desinteressada e foi isso que tentámos materializar quando
estava em construção, mas assim que ficou pronto mudámo-nos para
criámos a associação”, explica o presidente da direção, Paulo Reynal.
cá. Passámos de um centro de dia com 15 pessoas e de um apoio
A associação começou por funcionar nas instalações da igreja evangélica
domiciliário a 20 idosos para uma situação bastante maior. Foi um
e contava com um centro de dia e serviço de apoio domiciliário. “Abrimos
grande desafio”. A mudança para as novas instalações ocorreu em março
sem qualquer noção do que seria necessário no concelho, em termos de
e em outubro a associação ficou responsável por gerir as valências
respostas sociais, por isso contactámos a Câmara de Matosinhos, que se
de creche, pré-escolar e ATL. “Ainda hoje trabalhamos com estes dois
mostrou muito colaborante”.
grupos – os idosos e as crianças. Fechámos as instalações na igreja,
Logo após o primeiro contacto, a Câmara reconheceu no trabalho da
porque quisemos separar de forma clara o que era a igreja do que era a
Associação Batista Ágape uma apetência clara para as pessoas e
associação. Havia vozes discordantes dentro da igreja que acreditavam
apostou no seu trabalho. “As pessoas são a razão de existirmos. Nunca
que os dinheiros da associação deviam beneficiar a igreja e nós somos
124 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
associação batista ágape |matosinhos políticos. “Todas as pessoas são iguais. As crianças são tratadas de igual forma, sendo filhas de médicos ou de um desempregado. Os idosos recebem todo o apoio necessário, quer recebam grandes reformas ou vivam com o valor mínimo”. A associação apoia 136 crianças, em creche, pré-escolar e salas de estudo, 30 idosos no centro de dia e 74 em apoio domiciliário. “As dificuldades mais prementes são com os idosos. As crianças vêm e vão com os pais, mas vamos buscar os idosos que estão no centro de dia e temos quatro viaturas de dois lugares, para dar apoio ao domicílio. O problema é que alguns dos carros já têm mais de 20 anos e, no caso das carrinhas de 9 lugares, nenhuma das três que possuímos está adaptada para transportar alguém com deficiência, por isso ficamos impossibilitados de o fazer”. O problema já foi reportado à Câmara e as perspetivas são boas. “Sempre temos andado de mãos dadas com a Câmara e acredito nesta contra isso. Dinheiro público é dinheiro que tem de ser bem usado”. O
presidente. Temos três projetos que gostaríamos de pôr em prática – a
Estado comparticipa em 70 por cento o funcionamento da associação e
criação de um lar de idosos, de um equipamento especializado no apoio
os restantes 30 por cento são conseguidos através das comparticipações
a doentes de Alzheimer, porque é a doença que nos vai ocupar nos
dos utentes e de alguns peditórios e bazares, promovidos ao longo do
próximos anos e precisa de soluções, e um outro centro para idosos em
ano. “Temos a decorrer o Bazar de Natal, nas instalações das salas
risco, para onde se encaminhem os idosos vítimas de maus-tratos, como
de estudo das crianças. Dura todo o mês de dezembro. Estes bazares
faz a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens”.
são fundamentais para a sobrevivência da Associação, porque as
Paulo Reynal tem muito orgulho no trabalho desenvolvido pelo concelho
comparticipações dos utentes são muito variáveis. São calculadas através
de Matosinhos e garante que é muito enriquecedor. “Podemos estar a
da comparação do rendimento e da despesa de cada utente, sobre os
ter um dia horrível, mas chega uma criança com um sorriso, um idoso
quais a Segurança Social aplica uma taxa. É esse valor que é entregue à
que nos abraça e tudo melhora. Só é possível fazer este trabalho se
associação”.
nos entregarmos, se existir emoção no que fazemos. Aqui só sabemos
Mesmo com dificuldades financeiras, Paulo Reynal garante que a
trabalhar assim. A pessoa estará sempre em primeiro, porque é para ela
associação não distingue credos, cores, crenças religiosas ou partidos
e por ela que existimos”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 125
matosinhos | sisprod
Uma empresa ibérica Com quase cinco anos de existência, a SISPROD é uma empresa representante das principais marcas fabricantes de máquinas para a Indústria Electrónica, em regime de exclusividade. Após mais de uma década de sucesso em Portugal, fruto de um projecto anterior, o mercado Espanhol foi uma prioridade desde o início da empresa e neste momento já representa uma fatia bastante importante do volume de negócios da SISPROD, que irá ultrapassar este ano os dois milhões de euros.
solução para resolver os seus problemas. Costumo dizer que a concorrência tem bons produtos e trabalham bem, no entanto nós somos melhores e é esta a diferença que impomos a nós próprios. Em complemento, damos preferência a representações em regime de exclusividade, sendo o nosso catálogo constituído maioritariamente por Equipa
representações exclusivas quer em Portugal como em Espanha. Só aceitamos trabalhar assim, porque traz vantagens a todos os
A SISPROD tem na sua base uma equipa de três pessoas, Ricardo Lopes, Artur Oliveira e Judite
intervenientes. Dessa forma, tanto Clientes
Mendes que, saídos em 2012 de um projeto na mesma área de negócio, decidiram abrir a
como Fornecedores sabem que nos vamos
SISPROD no dia imediatamente a seguir. “Esta empresa iniciou atividade no dia 1 de janeiro de
esforçar por eles e por fazer um bom trabalho,
2013. Começámos a trabalhar exatamente com as mesmas marcas que já representávamos no
colocando o foco principal num profundo
projeto anterior, os mesmos clientes, mas decidimos avançar para o mercado Espanhol, já que é
conhecimento desses mesmos produtos quer
um mercado cinco vezes maior que o Português e que cresce a uma velocidade superior”. Durante
ao nível comercial como ao nível técnico. Em
os três anos que se seguiram, a equipa era formada apenas pelos três elementos fundadores, cuja
verdade, aumenta significativamente a nossa
função foi, sem descorar o que tinham conseguido no mercado Luso, dar a conhecer a empresa
responsabilidade quando nos dedicamos a
em Espanha. “Fazíamos muitas visitas a potenciais clientes naquele mercado, fomos sempre muito
100 por cento aos produtos e marcas em
bem recebidos, embora sem grandes frutos numa fase inicial como já seria de esperar. Deparamo-
que acreditamos e os quais escolhemos após
nos como é óbvio, com a resistência natural pelo facto de sermos pouco conhecidos por aquelas
um processo de selecção rigoroso, o que nos
bandas, assim como o facto de todas essas empresas já terem fornecedores de equipamentos
garante uma maior ligação de confiança com
habituais e de longa relação, a maioria deles Espanhóis. Paulatinamente, fomos conseguindo
o cliente, já que o compromisso com eles
provar a qualidade dos nossos productos e sobretudo do nosso serviço, que é algo que nos
começa muito antes, quando elegemos aquilo
diferencia da forte concorrência”. Uma das principais apostas para dar a conhecer a Sisprod ao
que lhes vamos propor como solução, já que
mercado Espanhol, a empresa, para além do que já foi mencionado, apostou fortemente em expor
estes produtos representam um investimento
na maior feira Ibérica, em Madrid, a Matelec, feira bianual em que a Sisprod tem participado na
bastante elevado, pelo que o cliente procura
máxima força.
uma empresa que lhe dê garantias de
A forma de se relacionar com os clientes e o regime de exclusividade dos seus produtos são dois
qualidade, quer na compra dos equipamentos,
elementos distintivos da SISPROD. “Quem é alheio a este negócio vem à SISPROD à espera de
quer na assistência técnica”.
encontrar uma PME daquelas em que se trabalha sempre atrás de um computador, mas aqui não
Os equipamentos que a SISPROD comercializa
é assim. Sem sairmos à rua, o nosso trabalho não se faz. Somos nós quem tem de ir à procura
servem para produzir Circuitos Electrónicos.
do cliente, de mostrar que conhecemos as suas necessidades e, sobretudo, que temos a melhor
O processo que passa pela montagem de
126 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
sisprod |matosinhos
produção bastante rápidos”. Para além destes a Sisprod comercializa ainda toda uma gama de produtos acessórios e consumíveis dedicados à Indústria Electrónica. “Também vendemos postos de trabalho, indumentaria, pisos e todo o tipo de material ESD de forma a garantir que os locais e pessoas estão protegidos contra a eletricidade estática de forma a não danificar os componentes eletrónicos”. A evolução do mercado tem sido muito positiva e em cinco anos a SISPROD consolidou a sua presença no mercado Ibérico, tendo usufruído de um incentivo a um projeto de internacionalização no âmbito do Portugal 2020, incentivo esse concedido devido a uma classificação acima da media do projecto pela Sisprod apresentado, a tal ponto que já conta com mais três elementos na equipa – Engenheiros Electrotécnicos que têm por função viajar por todo o mercado garantindo uma maior componentes em placas – PCB’s – quer em processo SMD como
proximidade com os clientes e a sua integral satisfação. “No ano passado
THT tem como objetivo final a obtenção de hardware previamente
ultrapassámos a marca de um milhão e meio de euros de faturação e
desenvolvido para uma determinada aplicação. Na Península Ibérica,
este ano já alcançamos os dois milhões, sendo que já temos em carteira
a indústria automóvel é um exemplo de uma área que está sempre na
mais de meio milhão de euros para o ano de 2018. A evolução tem sido
vanguarda dos processos mais atuais. “Dispomos de vários tipos de
fantástica e o que queremos é continuar a crescer, tanto em quantidade
equipamentos, desde aqueles que são fundamentais para a produção de
como em qualidade, e para isso, muito tem contribuído a nossa aposta
circuitos eletrónicos, Printer, P&P, Fornos, Inspecção Óptica, Soldadura
num plano de gestão de qualidade implementado há dois anos com
THT, Manipulação, como outros de cariz mais opcional, sejam os
base na norma ISO9001/2015, tentando garantir dessa forma as boas
de Limpeza, Raio X, Reparação, Cablagens, Deposição de Fluidos,
práticas fundamentais ao estrito cumprimento dos maiores desafios que
Armazenamento Inteligente e em condições extremas, etc.... São
os nossos clientes e esta indústria nos solicitam dia após dia assim como
máquinas que integram tecnologia de ponta e que permitem tempos de
à conquista absoluta do mercado Ibérico”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 127
matosinhos | wine o’clock
Vinhos para todas as ocasiões
A Wine O´Clock é uma jovem empresa, já conhecida pelos amantes de vinho como um espaço de qualidade e excelência, com uma grande oferta de bebidas nacionais e estrangeiras. Ana Dias foi a porta-voz desta empresa aquando de uma entrevista sobre a atualidade da mesma. O´Clock mantém vários vinhos no frio para que estes estejam sempre à temperatura ideal para serem consumidos.
Ana Dias Responsável de loja
Provas e ateliers
Ana Dias foi a representante da Wine O´Clock no dia em que a Revista
É verdade que o vinho está cada vez mais na moda e não raras
Business Portugal visitou as suas instalações. Em conversa, a nossa
vezes ultrapassa a convencional cerveja nos momentos de convívio
entrevistada confidenciou estar no setor do vinho (em empresas
entre amigos. “Os fornecedores e distribuidores de vinho tiveram
distribuidoras) desde 1975 e que dessa experiência adveio o convite da
um papel fundamental nesta realidade ao permitirem que o vinho a
antiga gerência para ingressar a equipa desta garrafeira: “Os primeiros
copo fosse comercializado”, explicou Ana Dias. Mas, neste campo,
donos da Wine O´Clock eram meus clientes”, relembrou. A reabertura
também as garrafeiras podem fazer a diferença com a organização de
desta loja, que atualmente pertence a um investidor de fora do setor, não
eventos diferenciados e que cativem os mais diversos públicos para
foi fácil. “Tivemos que recuperar a confiança de todos os state holders,
a experimentação dos vários sabores vínicos. Assim, a Wine O´Clock
em virtude de situações herdadas da antiga administração”, contou-nos
organiza diversas provas de vinhos e ‘ateliers de introdução à prova’ –
Ana Dias, ao mesmo tempo que destacava a Paula Martins (gerente de
ministrados por AIWS Raul Riba d´Ave –, que cativam públicos de todas
loja) como “a pessoa que está desde o início da loja e que mais contacto
as idades e principalmente “cada vez mais jovens”, confidenciou-nos
tem com os clientes”
a nossa entrevistada. A inovação neste setor é também uma constante e isso deve-se ao facto de “as pessoas estarem cada vez mais
A pressão imposta pelas grandes superfícies
informadas”, afirmou a porta-voz, ao mesmo tempo que expressava a
Se, antigamente, as garrafeiras não eram pressionadas pelas grandes
sua opinião sobre a atualidade do setor vinícola em Portugal: “o setor
superfícies, atualmente são e, por forma a combater essa realidade, a
do vinho está em expansão e a apresentar produtos com cada vez mais
Wine O´Clock procura ter um serviço personalizado, profissional, uma
qualidade, o que nos dá muita satisfação e esperança para o futuro”.
boa embalagem e produtos diferenciados”, afirmou. A grande diversidade
No que concerne à época natalícia que se aproxima, a Wine O´Clock
de vinhos existente nesta garrafeira é visível até na abrangência de
tem ao dispor de todos os seus clientes belíssimos e originais cabazes
preços dos mesmos. “Temos preços para todas as carteiras, dos mais
com produtos tradicionais portugueses acompanhados com o melhor
baratos aos mais caros e a única coisa em comum entre todos eles
vinho para a ocasião. Todos estes cabazes e demais produtos podem ser
é a qualidade”, garantiu-nos. Por exemplo: para os que pretendem,
adquiridos na loja física, localizada em Matosinhos, ou através do site:
à última hora, comprar uma garrafa de vinho para o jantar, a Wine
www.wineoclock.pt.
128 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
matosinhos | gislotica
Uma empresa familiar presente em todo o mundo No mercado há 17 anos, a Gislotica é uma empresa familiar de engenharia, que nasceu na garagem dos pais. Rui Fazenda, atual administrador da empresa, conta-nos que conta atualmente com 40 trabalhadores e possui umas instalações de 16 mil metros quadrados e 2500 metros quadrados de área coberta. O core business é a construção de máquinas para a indústria dos pneus, área na qual a Gislotica tem clientes de renome. A juntar a isto, a empresa prima por uma grande responsabilidade social com os seus trabalhadores.
Rui Fazenda juntamente com o irmão Eduardo Fazenda, responsável pela direção de produção começaram a trabalhar aos 10 anos de idade, na garagem da casa dos pais onde tinham uma serralharia. “Viemos de Angola e tínhamos de trabalhar todos, para ajudar em casa. A serralharia sempre foi uma arte na família e começámos a aprendê-la desde cedo. Com o passar do tempo ambos nos formamos em Engenharia Mecânica. Acabei por fundar oficialmente a Gislotica, em 2000,
Rui Fazenda Administrador
para responder às solicitações da Continental Mabor, entretanto hoje temos como clientes
Enviámos uma máquina para a Índia, recentemente, e quando esta arrancou, percebemos de
praticamente todas as grandes marcas de
imediato que, dadas as temperaturas ambientes, a viscosidade do produto utilizado alterava por
pneus. Para nós a Continental será sempre
completo todo o processo. Problema que de imediato tivemos de resolver”.
especial”.
No que diz respeito à criatividade e à capacidade de trabalho, Rui Fazenda é perentório. “Os
A Gislotica desenvolve máquinas, sobretudo
nossos engenheiros são os melhores do mundo. Eu sou professor no ISEP- Instituto Superior de
para a indústria dos pneus, sempre a pedido do
Engenharia do Porto há 20 anos e a maioria dos engenheiros que tenho na empresa – são 15,
cliente. “Às vezes, o cliente vem e já sabe qual
de várias especialidades, no total dos 40 trabalhadores – vieram da escola onde dou aulas. São
é o problema que tem e como poderá resolvê-
engenheiros capazes quando confrontados com um problema, pensar numa solução e executá-la
lo. Explica-nos o que pensou e nós criamos
de imediato.
uma máquina à medida daquele cliente, para
Infelizmente, a qualidade da engenharia portuguesa ainda não é recompensada monetariamente,
solucionar um problema específico. Outras
comparada com os níveis europeus. “Somos os que menos ganham. Nesta empresa todas as
vezes, o cliente sabe qual é o problema que
pessoas ganham muito acima da média nacional.
tem, mas não sabe como resolvê-lo. Vem até
O conhecimento europeu de mão-de-obra barata em Portugal, cria um problema nacional as
nós porque sabe que, se nos explicar o que
empresas exportadoras como nós. Temos excelentes trabalhadores qualificados, beneficiamos do
se passa, somos criativos o suficiente para
facto de estarmos na Europa e temos a última tecnologia nos nossos equipamentos, o trabalho tem
lhe propor uma máquina que acabe com o
qualidade, ganhamos abaixo da média, é perfeito para o cliente. Não podemos pagar mais como
problema que ele tem”. As máquinas nunca
pretendíamos porque não podemos vender ao preço que deveríamos. São as contingências do
são iguais, mesmo quando são para o mesmo
nosso país”.
cliente e com a mesma funcionalidade. “Há
Por causa da qualidade do serviço e o preço competitivo, as grandes marcas de pneus procuram
problemas que só são detetáveis no local.
a Gislotica quando têm uma necessidade nova. “Os nossos clientes são as grandes marcas de
130 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
gislotica |matosinhos
pneus. É aí que nos sentimos bem, porque foi por aí que começámos
e femininos, dispensa no refeitório, uma cozinha totalmente equipa, para
o nosso trabalho, especializámo-nos nisso e sabemos tudo sobre
quem queira fazer o almoço na empresa, uma cantina com espaço para
esse assunto. Claro que, sendo uma empresa de engenharia, fazemos
60 pessoas, e podem usufruir destes espaços todos aos fins-de-semana,
máquinas para tudo o que nos pedirem. Mas na verdade o nosso
se quiserem dar uma festa, por exemplo. Iremos construir também
core business neste momento ocupa-nos todo o tempo que temos,
um parque infantil e um campo de futebol, que ficarão abertos para o
ao ponto de 95 por cento da nossa produção ser para o exterior, para
usufruto deles e da comunidade. Não queremos morrer ricos. Queremos
países como Índia, Rússia, China e Estados Unidos da América, num
sim morrer satisfeitos”.
total de 35 países”. Mas nem sempre foi assim. “Em 2007 tivemos um
Para além de novas instalações em Portugal, a Gislotica vai abrir
ano de crise, mas mesmo assim não despedi ninguém. O pessoal só
também uma sede na Índia, que agora é um dos principais mercados
vinha trabalhar quando tínhamos trabalho. Curiosamente, foi esse ano
consumidores de maquinaria. “A Gislotica é totalmente autónoma. Tudo
que permitiu depois à empresa crescer exponencialmente, porque eu
quanto é engenharia é feito aqui, internamente, seja da área mecânica,
ocupei o tempo livre que tinha a redesenhar projetos que já existiam,
elétrica, automação ou visão artificial. Se necessitamos de uma
de forma a torná-los mais competitivos, ou seja, arranjar forma de os
especialidade que não temos, contratamos. O segredo do nosso trabalho
produzir com menos custos e em menos tempo, mantendo o preço
fica connosco. Somos uma empresa que quer crescer ainda mais,
para o cliente. Isso permitiu-nos aumentar as nossas margens de lucro
mas de forma sustentada e, sobretudo, envolvendo todos. Não posso
sem encarecer o produto final. Quando as marcas de pneus voltaram a
deixar de referir que sem os nossos fornecedores, parceiros nada disto
investir e precisaram de máquinas, os nossos projetos já estavam todos
seria possível e por ultimo aos nossos cliente que são a razão da nossa
reformulados e prontos a executar”.
existência”.
A partir desse momento, o crescimento da Gislotica foi exponencial. As instalações onde se encontra atualmente a empresa têm dois anos e já vão ser ampliadas, para o dobro. “As encomendas vêm de todo o mundo e são máquinas que ocupam espaço. É preciso um armazém grande para termos espaço para as colocar, para as construir e testar. Este ano, já temos uma faturação de oito milhões de euros, mas dá muito trabalho. Trabalhamos todos os dias, incluindo ao sábado. Só mesmo com colaboradores fantásticos se pode atingir objetivos”. Lucros/prémios anuais são sempre divididos com os trabalhadores, “um determinado montante dos lucros totais que temos anualmente é distribuindo pelos nossos colaboradores, juntamente com o ordenado. Investimos também uma boa parte dos lucros em investigação e desenvolvimento de novos produtos e soluções. Esta empresa começou como uma empresa familiar, e ainda o é. Alargámos o conceito aos empregados. Tanto assim é que eles dispõem de balneários masculinos
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 131
anje smart money, o grande desafio do ecossistema entrevista a adelino costa matos, presidente
Os business angels portugueses têm, pois, de estar à altura destes novos desafios do ecossistema empreendedor. Os investidores devem procurar uma convergência de interesses e vontades, que depois se traduza em soluções de financiamento mais favoráveis para as empresas. Neste sentido, parece-me importante que os business angels sejam capazes de colaborar entre si e de partilhar o risco do investimento. A cooperação entre business angels é muito bem-vinda, podendo ser concretizada através de fundos partilhados e mecanismos de coinvestimento. O risco é assim repartido por vários investidores, o que permite maiores volumes de capital para as startups. O aumento do capital disponível é crucial para a valorização do nosso ecossistema, que precisa de evoluir para níveis de investimento mais elevados. Fundos de pequena dimensão dão origem a carteiras O sucesso dos processos de crescimento das startups está dependente da
pouco recetivas a projetos mais disruptivos e incapazes de
capacidade de captar capital, talento e conhecimento. Ora, para reunir estes três
alavancar startups já na fase growth.
de fatores, o caminho mais expedito é atrair smart money. Ou seja, encontrar
Aliás, o nosso ecossistema está ainda muito focado no
investidores que garantam não apenas capital, mas também know-how. Dentro deste
apoio a ideias de negócio e a projetos nas fases iniciais,
grupo de investidores estão os business angels, normalmente atuais ou antigos
faltando soluções financeiras para promover a aceleração,
empresários que, graças à sua experiência, podem complementar o capital investido
crescimento e consolidação das empresas. Não há muitos
com conhecimento técnico, informação especializada, visão estratégica, networking,
investidores portugueses com capacidade para acompanhar
relações com o mercado, etc.
segundas e terceiras rondas de investimento, o que limita
No nosso país são cada vez mais os projetos apoiados por business angels,
as possibilidades de alavancagem de projetos escaláveis.
designadamente a partir de linhas de financiamento comparticipadas pelo Portugal
Empresas como a Farfetch, a Feedzai, a Talkdesk ou a
2020. Trata-se de um investimento importante para o desenvolvimento do
Veniam, por exemplo, têm sido alavancadas em rondas de
empreendedorismo português, que precisa de capital mas também de estratégias
financiamento internacionais.
sólidas e modelos de negócio adequados. Não faltam em Portugal boas ideias de
Tudo isto para dizer que os business angels têm um
negócio, mas depois há muitas vezes problemas na transposição dos projetos para o
papel fundamental na diversificação das soluções de
mercado.
financiamento das empresas, sobretudo num momento de
A importância dos business angels é exponenciada pelo atual contexto do
crescimento das nossas startups. Mas, para que a ação
empreendedorismo português, em que assistimos a um boom de startups inovadoras
destes investidores seja mais efetiva, importa encontrar
e se verifica a necessidade de dar músculo financeiro a empresas em processo de
mecanismo de coinvestimento e partilha do risco que
aceleração e escalabilidade. As nossas startups de crescimento acelerado necessitam
aumentem o capital disponível para as empresas.
de ganhar músculo financeiro para reforçarem os seus recursos tecnológicos, para
Este é, sem dúvida, um dos grandes desafios do nosso
investirem em inovação, para atraírem talento e para ganharem poder negocial junto
ecossistema, que necessita de atrair volumes de
de fornecedores, clientes e investidores.
investimento mais elevados e com know-how e networking.
132 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
O Algarve é a região mais a sul de Portugal, mas é também aquela onde a serra e o mar estão sempre de mãos dadas, numa junção impressionante de verde e azul. Os cheiros a flores do campo e a maresia misturam-se, naquela que, antes, era conhecida como a região mais turística de Portugal. O turismo é ainda a sua atividade principal. Hotéis e restaurantes pululam nas cidades algarvias, mas o desporto, nomeadamente o golf, começa a ser uma excelente alternativa para os períodos em que o Sol e a praia não são tão aprazíveis. Se for para o interior do Algarve, faça-o a pé. Caminhe pelas
medronho, também original do Algarve.
ruas estreitas e envolva-se no emaranhado de casas caiadas de
O artesanato também é um ponto importante
branco e de chaminés trabalhadas. No litoral, as praias têm um
da região. É fabricado segundo técnicas
papel fundamental e o Algarve possui vários prémios para as
ancestrais e está presente na olaria, cestaria,
praias mais bonitas da Europa.
peças de cobre, latão e nos trabalhos de linho
Gastronomicamente, o Algarve é a casa da caldeirada de peixe e e juta. da cataplana de ameijoas, e também do cozido de grão, nas suas
No que diz respeito a atividades
zonas rurais. No final da refeição, delicie-se com os típicos doces
empresariais, o Algarve está a fugir,
de amêndoa da região, acompanhados de uma aguardente de
finalmente, ao padrão “Sol e Praia”.
Há 10 anos em Vilamoura bar, seis piscinas e uma praia maravilhosa, SPA
composto por Piscinas de jactos, Jacuzzi, Banho
e ginásio, Kid´s Club e oito Salas de Reunião.
Turco, Sauna, Sala de Pedras Quentes, Duche Sensorial e Jardim Zen. Temos apartamentos
Ganharam um prémio de melhor hotel este
que permitem receber turistas de estadias
ano, associado ao Golfe. Que parâmetros
longas, especialmente dos mercados emissores
foram contemplados para a vossa vitória?
nórdicos. E é sobretudo na época baixa e média
Quem vem pela primeira vez, que reações
Foram duas as distinções que recebemos nos
que decorrem as Conferências e Eventos. Isto
tem ao vosso serviço?
últimos meses. Fomos considerados ‘Portugal´s
permite que haja uma maior estabilidade e que
Os clientes sentem-se verdadeiramente
Leading Resort’ e ainda ‘Portugal´s Best Golf
possamos manter uma equipa completa durante
agradados, pois as nossas equipas tem uma
Hotel’. Ficamos muito satisfeitos e honrados.
12 meses.
genuina preocupação com o bem-estar de todos
Somos um hotel e uma cadeia focados na
os que nos visitam. Os nossos colaboradores
satisfação do cliente e estamos inseridos num
Parece-lhe que ainda há muito por explorar
sabem que cada cliente tem gostos únicos e,
meio que oferece variedade e alta qualidade no
no Algarve, para além da ideia do ‘sol e
como tal, a adaptibilidade a cada situação é
segmento do golfe.
praia’? Que alternativas existem? O Algarve será sempre um grande destino de sol
muito importante. Temos, por exemplo, clientes que vêm do norte da Europa e procuram
Que outras atividades vêm desenvolvendo
e praia, contudo para que as unidades possam
refeições mais cedo principalmente ao jantar e já
para, na chamada época baixa?
funcionar 12 meses, é necessário explorar
os latinos têm horas mais tardias.
Apostamos bastante no Spa, temos o maior e
outros segmentos para complementar. Duas
certamente um dos melhores SPA´s do país,
das inicitaivas que estão a ser desenvolvidas
Como é constituído este hotel?
que para além das 12 salas de tratamento
pelos representantes do turismo são o cycling e
É constituído por 176 unidades, 4 restaurantes e
conta ainda com um Circuito Terapêutico
o tracking.
algarve| cm vila do bispo
Terra de beleza única e inigualável Adelino Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, apresenta-nos a sua terra em todas as suas vertentes e potencialidades.
investimentos? O trabalho levado a cabo pela câmara municipal Adelino Soares Presidente
na promoção e divulgação do concelho temse revelado o melhor apoio para as empresas existentes no concelho e para a atração de investimento exterior. À medida que mais gente nos visita e tem contato com o território novas janelas de negócio se abrem para as empresas sediadas no concelho e mais empresários aparecem com interesse e vontade de aqui investir. Vila do Bispo é um destino turístico onde a natureza, a praia e a história se cruzam. Que apresentação faz do município?
De que forma promovem a gastronomia,
O concelho de Vila do Bispo tem a característica ímpar de reunir um misto de excelentes praias de
cultura e turismo da região?
areia fina e clara e águas límpidas, que têm tido várias distinções a nível nacional e internacional, e
Para além da organização de eventos como
um património natural e histórico-cultural muito rico e bem preservado.
o Festival do Percebe (marisco típico desta
Define-se também como um concelho tranquilo e de gente acolhedora, afastado das imensas
costa) ou o Festival de Observação de Aves e
multidões que rumam à região do Algarve, principalmente no período do verão.
Atividades de Natureza de Sagres, a autarquia promove e incentiva os restaurantes da região
Como caracteriza o tecido industrial e empresarial de Vila do Bispo?
a participarem na Rota do Petisco, organiza
O tecido industrial e empresarial do concelho concentra-se, fundamentalmente, em duas principais
e esforça-se por receber iniciativas que
áreas de atividade: o turismo e a pesca.
contribuam para a promoção e divulgação do
No que respeita ao turismo temos as atividades como a restauração, a hotelaria e as atividades
concelho, como o recente 5th International
marítimo-turísticas e de turismo de natureza. Já na pesca, a qualidade do pescado e do marisco da
Tsunami Field Symposium 2017, um encontro
nossa costa falam por si, sendo considerados como dos melhores do mundo e os nossos pescadores
científico, de escala internacional, que reúne
e mariscadores fazem o possível para que ele não falte à nossa mesa e à mesa de quem nos visita.
cerca de 80 investigadores e académicos das áreas da Sismologia, da Sismografia, da
Que medidas toma a autarquia para apoiar as empresas existentes e captar novos
134 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Geologia e da Geoarqueologia, entre outras, que
cm vila do bispo| algarve de abril de 1917, pelo submarino alemão U-35 da 1ª Guerra Mundial, como estes foram ainda considerados Património Cultural Subaquático da Humanidade (UNESCO). A 24 de Abril de 2017, a autarquia organizou, no Forte do Beliche em Sagres, uma cerimónia evocativa do centenário deste episódio da 1ª Guerra Mundial ocorrido nas nossas águas. Por essa altura, e na presença do Comandante da Escola Naval da Marinha Portuguesa, o Contra-Almirante António Manuel Gomes e de altos representantes das entidades envolvidas no episódio, procedeu-se ao descerramento de uma placa evocativa do acontecimento e ao lançamento de um livro, em parceria com a Escola Naval. Em 2015, este Projeto recebeu o prémio Adopt a Wreck Award, atribuído por uma das mais prestigiadas instituições mundiais, a britânica Nautical Archaeology Society. Que projetos realizados destacaria como marcas da Câmara Municipal de Vila do à escala global estudam os fenómenos naturais conhecidos por “tsunamis”, e marca presença, com
Bispo?
empresários da região, em feiras e certames internacionais relacionados com o turismo.
Destacaria a Construção do Equipamento Público de Ação Cultural – EPAC “O Celeiro da História”
O Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres decorre, anualmente,
(obra já adjudicada), a Construção da Ecovia e
no primeiro fim-de-semana de outubro. Este festival, iniciado em 2010, tem tido grande
Ciclovia do Litoral Sudoeste (aguarda início do
projeção a nível nacional e internacional, não só para os amantes das aves, mas também
concurso público), a Paisagem Museu – Vila
para os da natureza. Qual a importância deste evento?
do Bispo Go (a decorrer), o Parque Inclusivo de
O Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres foi criado numa ótica de
Sagres (em fase de projeto), a Requalificação
promoção e divulgação do concelho e na tentativa de atrair turismo fora da chamada “época alta”.
das Praças da República de Sagres e Vila do
Este, tem superado as expectativas tendo vindo a ser superado o número de participantes ano após
Bispo (em fase de projeto) e a Construção do
ano.
Novo Mercado de Sagres, tudo obras com financiamentos garantidos através do Quadro
Este evento é organizado em parceria com outras entidades. Quais?
de Referência Estratégico Nacional dos Fundos
O evento é organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo e conta com a colaboração da SPEA e
Europeus Estruturais e de Investimento (2014-
da Almargem.
2020). A Sede do Clube Recreativo Infante de Sagres – Requalificação da Escola Primária e
O Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres valeu a Vila do Bispo o
Construção do Pavilhão Multiusos de Sagres
Prémio Município do Ano Portugal 2015. Como viu este reconhecimento?
(aguarda visto do Tribunal de Contas), a
Com muita satisfação, naturalmente. Ser contemplado com um prémio de âmbito nacional com esta
Requalificação do Jardim da Fonte em Vila do
importância, enche-nos de orgulho, ainda para mais sendo este um galardão que premeia as boas
Bispo (obra já adjudicada), a Pavimentação
práticas municipais.
da Rua do Barrudo e Envolvente à Escola S. Vicente em Vila do Bispo (a decorrer processo de
Voltou a ser distinguido em 2017, a nível regional, com o projeto “Evocação das Operações do
empreitada), a Ampliação do Cemitério de Vila
U-35 em Sagres”. Qual o seu significado?
do Bispo (em fase de projeto), a Construção do
Tem um significado muito especial. Tudo começou no dia 12 de agosto de 2014 quando, na sessão
novo Cemitério de Sagres (em fase de projeto)
ordinária da câmara municipal, se aprovou o protocolo de cooperação com a Marinha Portuguesa-
e a Ampliação do Cemitério de Budens (em fase
Centro de Investigação Naval. Após quase 3 anos de investigação, os resultados são os melhores: não
de projeto), intervenções a executar com fundos
só foram identificados os destroços submersos dos navios afundados ao largo de Sagres no dia 24
próprios do Município.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 135
algarve| cm vila do bispo
Ao longo deste quadriénio quais foram as principais prioridades do executivo? Que balanço podemos fazer do atual mandato? Desde que assumimos os destinos do Município de Vila do Bispo, está agora a fazer oito anos, uma das grandes prioridades foi fazer tudo ao nosso alcance para reduzir a dívida herdada que estrangulava a autarquia e a impedia de investir. Esse objetivo foi alcançado e existem agora condições para se poder efetuar um investimento em infraestruturas necessárias ao concelho, investimento esse que deve ser sempre bem ponderado para evitar cometer os erros do passado.
136 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Get your look.
algarve| quinta style
Uma casa ao seu estilo Quando visitamos o Studio Shop da Quinta Style em Almancil, no Algarve, encontramos um mundo de cor proporcionado pelas várias amostras de tecido penduradas nas paredes e objetos de decoração que poderiam estar a embelezar a sua casa. Astrid Schep e o esposo, Maarten Hesselink, vieram para Portugal em 1999, altura em que fundaram a Quinta Style.
A área na qual se inserem é design de interiores. Deram os primeiros passos na renovação de habitações, e desde então continuaram o seu percurso profissional até aos dias de hoje, no qual mantém essa especificação, mas também se dedicam à projeção da decoração e mobilização interior de casas construídas de raiz. Acabam por “fazer um pouco de tudo”, explicou Carina Santos, responsável pelo marketing da empresa, que também esteve presente na nossa conversa. Desde o desenho do mobiliário, a escolha do padrão do tecido que irá forrar os sofás, até ao papel que irá decorar a parede, a Quinta Style providencia um mundo de escolhas e fornecem as mesmas. O design inclui toda a divisão (seja ela qual for), apesar de não estarem envolvidos na parte da construção, colaboram na projeção da divisão. Para este tipo de serviços e produtos que a Quinta Style não fornece diretamente têm parcerias com empresas da sua confiança, as quais se enquadram na forma de trabalhar do empreendimento administrado por Astrid Schep e Maarten Hesselink. O objetivo é fazer um “pacote o mais completo possível” para poupar ao cliente a procura desses serviços noutros locais. “No fundo, são estas parcerias que nos complementam”, expõe Carina Santos, “desta forma, conseguimos dar resposta a todas as questões e também dinamizamos ambos os negócios”, ou seja, todas as partes saem beneficiadas. No final, “o cliente sai sempre daqui com várias ideias e possibilidades”. Encontrar estas empresas parceiras não foi tarefa fácil, muito devido à especificidade do trabalho da Quinta Style, que faz tudo por medida, inclusive o mobiliário: “Todas as peças são únicas e personalizadas ao pormenor”. Também a prontidão da resposta aos pedidos de fornecimento contam na hora de escolha: “precisamos de dar respostas rápidas, os clientes não podem ficar um mês à espera”. Esta área de trabalho traz a responsabilidade de não ser um serviço requerido com frequência, principalmente no que se refere aos clientes particulares que procuram renovar ou construir uma habitação. Uma vez que a maior parte das pessoas constrói ou renova uma ou duas
138 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
quinta style| algarve casas durante a sua vida, “não queremos que
é, em grande parte, cidadãos oriundos de fora
empresa responsabiliza-se e corrige. “Nunca
fiquem com uma casa onde não se sentem bem.
de Portugal, de classe socioeconómica alta ou
falhamos o cliente”, afirmou Astrid Schep.
Tenho muito gosto pelo trabalho que desenvolvo
média-alta, que os procuram para qualquer
Desde o início que o trabalho é desempenhado
e, por isso, também tenho gosto que a casa
tipo de renovação ou consultoria de design de
à base de orçamentos pormenorizados, que
fique bonita e ao gosto do proprietário”, intervém
interiores.
permitem ao usufruidor dos serviços desta
Astrid Schep.
empresa verificar todas as especificações dos Equipa multifacetada
produtos utilizados para a decoração do seu
Identidade e alma
Uma empresa forte necessita de uma equipa
imóvel, desde o tipo de candeeiro e lâmpada,
Tocamos aqui num ponto importante: o gosto
forte na qual se alicerçar. A Quinta Style conta
à quantidade de tinta utilizada. Também os
do proprietário. “Muito mais do que fazer um
uma vasta panóplia de qualificações entre
preços sofrem do mesmo nível de pormenor,
projeto bem feito é este estar ao gosto do
os seus colaboradores que, dessa forma,
não há surpresas na conclusão do projeto.
cliente. Tentamos dar aos nossos projetos
representam uma grande mais-valia para a
No sentido de evitar gastos desnecessários, a
o lado emocional, fazer uma conexão entre
empresa. “Temos capacidade de resposta para
equipa da Quinta Style reutiliza muitas vezes
o que as pessoas ambicionam ter nas suas
qualquer desafio que nos apareça, esse é o
o que as pessoas já têm em casa para evitar,
casas e o que nós podemos proporcionar. Daí
nosso ponto forte: uma equipa à disposição,
por exemplo, comprar mobiliário novo. A um
a nossa assinatura ser «Inspiration for homes
flexível e completamente capaz”, assegura a
sofá pode simplesmente ser forrado para ficar
and hotels», queremos que seja inspirador,
administradora e designer, e acrescenta que
como novo, uma mesa que apenas precisa
queremos que os projetos estejam bem técnica
“mais do que uma equipa de trabalho somos
de uma camada de tinta, “tudo o que ainda
e emocionalmente”, revelou Carina Santos. A
uma família”. Aqui há muito trabalho a ser
tiver utilização, nem que seja para vender, é
Quinta Style tem a sua própria identidade, da
executado, cada empreendimento tem uma
aproveitado”.
qual não abdica em todos os projetos que faz,
infinidade de pormenores que não podem
A competência, fiabilidade e eficácia falam por
porém, esta característica está presente de
falhar. Todavia, quando se tem gosto pelo seu
si próprias. A equipa Quinta Style foca-se em
forma discreta, quase implícita, sem nunca se
trabalho é-se mais eficiente e a equipa da
desenvolver o seu trabalho da melhor forma
sobrepor ao estilo e gosto do proprietário.
Quinta Style pode orgulhar-se de o ter.
possível, muito direcionado para o cliente, o
Necessariamente, a equipa da Quinta Style
que, se ficar satisfeito, produz o efeito passa-
estabelece uma relação de confiança e
Logística rigorosa
palavra, a melhor publicidade possível.
confidencialidade com o cliente. “Quando um
Para acondicionar os vários artigos que
Num futuro não muito próximo, Astrid Schep
cliente novo chega temos de lhe colocar muitas
precisam de manter em stock, a empresa
revela que gostaria de ter um simulador
questões, algumas bastante privadas, para
administrada por Astrid possui dois armazéns
online onde o cliente pudesse decorar a sua
proporcionarmos o melhor serviço possível”,
e têm um segundo escritório para além das
divisão conforme a sua vontade e conseguir
explicaram-nos as nossas entrevistadas,
instalações que verificamos em Almancil.
visualizar a mesma em 3D, até porque quem
“tem que se conhecer bem a pessoa para
Nem só da parte criativa se encarrega a Quinta
não é da área nem sempre consegue ter a
encontrar a decoração à sua medida e gosto”.
Style. Todos os produtos são verificados um a
capacidade de imaginar as potencialidades
Depois de compreendidas as preferências
um, nenhuma encomenda chega até ao cliente
existentes. Não será para já mas considerando
estéticas torna-se mais fácil selecionar as
sem que a sua integridade esteja assegurada.
o desenvolvimento registado pela Quinta Style
possibilidades que, em princípio, serão de
Os erros são raros, mas também acontecem,
com certeza que terá sucesso nos seus futuros
maior agrado ao consumidor, poupando tempo
ou não fossemos humanos. Nesses casos, a
empreendimentos.
a ambas as partes. “Informar o cliente das suas escolhas é o mais importante para mim, evita arrependimentos e algumas alterações a um serviço já executado são complicadas e dispendiosas”, confidenciou a designer Astrid. As projeções são reunidas em imagens que são tão fiéis à realidade que quase parecem fotografias. Mais tarde, ao comparar com verdadeiras fotografias, verificamos a imensa semelhança entre as duas. É assim que o cliente visualiza como a sua divisão irá ficar. A Quinta Style disponibiliza os seus serviços a clientes particulares e a empresas. Este último é um grupo composto maioritariamente por hotéis e restaurantes, enquanto que o primeiro
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 139
algarve| natura garden center
Um jardim com arte Natural de França, Jean-Claude Defrance já trabalhava na área da arquitetura paisagística no seu país. Sentiu vontade de mudança, queria exercer a sua atividade noutro local. Assim, foi-se aproximando do sul, para cidades como Nice e Saint-Tropez. No ano de 1989 decidiu-se por Portugal e abriu o seu atual negócio, Natura Garden Center, em Almancil, onde encontrou um nicho de mercado pronto para o receber e a precisar dos seus serviços. Jean-Claude Defrance Administrador
Questionado do porquê de ter escolhido as terras lusas para se instalar, JeanClaude Defrance esclareceu que lhe agradava bastante o clima e a beleza da costa mediterrânica, difícil de encontrar em qualquer outra localização. O administrador relembra existir menos imobiliário a ocupar o lugar da natureza e lamenta esse facto. Empenhado em sensibilizar os algarvios (e, por extensão, os portugueses), Jean-Claude Defrance procura respeitar o que já existe e adaptar-se ao que a região tem para oferecer em termos de flora. “Somos uns privilegiados”, afirma o empresário, “o berço da civilização são as plantas, todas têm historia, principalmente aqui no Mediterrânico. Temos de avisar as pessoas nesse sentido”. Este é um negócio afetado pela moda, como é o exemplo das palmeiras, que pintam a paisagem portuguesa com frequência. Também é afetado pelo medo, como é o caso dos pinheiros, que estão a ser arrancados para evitar a lagarta, problema de fácil resolução: “Agora ninguém quer pinheiro por causa da praga da lagarta, mas faz uma filtração de ar fantástica”. O desconhecimento da importância de determinada planta pode ser crucial. Quando iniciou a Natura Garden Center, Jean-Claude Defrance tinha nos ingleses a morar no Algarve o seu principal nicho de mercado, “haviam poucos portugueses a gastar dinheiro em jardins, era considerado um luxo, hoje a mentalidade está a mudar”. Cada vez mais são os clientes provenientes do próprio país, inclusive da região Norte.
nem sempre é possível recuperar, pelo contrário quando são
É mais procurado pelos particulares, porém também já trabalharam com hotéis. A
plantes endémicas é fácil fazê-lo”.
Natura Garden Center faz jus à sua reputação de empresa de referência: elaboram o
“Os clientes pedem cada vez mais um jardim com plantas
jardim completo, desde o projeto, à construção e manutenção. O serviço de gestão
endógenas, também há mais informação nesse sentido, nós próprios estamos sempre a fazê-lo. Querem carácter mediterrânico”. Nesse sentido, o empresário recorre com frequência à sua árvore preferida: a oliveira, a qual está na moda no Algarve. “Estas árvores têm desde cem a mil anos, ou mais, elas ocupavam o terreno antes de nós e devíamos respeitar os nossos antecessores. A árvore está intimamente ligada aos humanos, se os humanos desaparecem a árvore também. Com oliveiras podemos fazer avenidas fantásticas e a um bom preço”. Jean-Claude Defrance acredita ter o papel de informar o público e fá-lo sempre que pode, informando os seus clientes das suas possibilidades. No fim, garante um serviço de excelência, ao mesmo tempo que preserva as espécies endógenas da região.
paisagística estende-se por uma área alargada, não se limita às terras algarvias. “A nossa empresa está dedicada à decoração de jardins e conseguimos fazer um pouco de tudo, se alguém pretender um jardim de temática japonesa nós fazemos, todavia tentamos sempre inserir elementos endógenos”. Também fazem recuperação de jardins já existentes, aproveitando tudo o que puder ser aproveitado: “Quando são usadas plantas exóticas e foram abandonas durante um período alargado de tempo
140 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Estrada Vale do Lobo Sitio Escanxinas 8135 Almancil-Algarve Tel: +351 289 396 106 Email: info@naturalgarve.com www.naturalgarve.com
empresa | tema
“Algarve merece estar na moda” Há cinco anos no cargo como presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva considera que decorreram muitas mudanças positivas localmente, na medida em que se foram construindo mais-valias. Se até há alguns anos o enfoque se situava apenas no sol, mar e golfe, produtos estrela estrela da região, existe hoje o entendimento de que será necessária outra estratégia - manter o que de bom foi executado e intervir para que a oferta da região seja diversificada.
Divulgação de potencialidades
se que ultrapassem os 19 milhões; os hoteleiros em geral registaram
Nesse sentido, houve um plano de marketing que destacou um
maior faturação. Esta evolução é distintamente interessante tendo em
conjunto de produtos estratégicos ligados ao turismo de natureza.
conta que as taxas de ocupação evoluíram bastante e particularmente
Essa estratégia é um nicho de mercado com uma dimensão cada vez
em períodos não usuais onde esta evolução era possível: estamos a falar
maior. Adicionalmente, são divulgadas aquelas que são as mais-valias
do inverno e da primavera. Estes são números e realidades consolidados.
do território: património, cultura, gastronomia (dieta mediterrânica), artesanato, entre outras. Referimo-nos a uma variedade e diversidade em
Municípios: parceiros importantes
produtos que já existiam mas que não estavam explorados. O resultado
O Algarve é um todo. Assim, há projetos que exigem a participação dos
foi um maior enfâse à região no seu todo.
municípios, os quais se têm revelado parceiros importantes para facilitar
Para demonstrar a eficácia das políticas instaladas, recorremos a
a consolidação da oferta. Esta mudança, que passa por uma intervenção
números: o Aeroporto de Faro teve 5 milhões e 300 mil passageiros
no território, revelou o potencial que cada município tinha, o que foi muito
em 2012, este ano (que ainda não terminou, refira-se) já atingiu os 8
benéfico para a dinâmica da região. Estes resultados já se fazem sentir a
milhões; as dormidas em 2012 rondavam os 14 milhões, este ano prevê-
nível da economia local e do aumento da oferta de emprego regional.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 141
tema | empresa algarve| região turismo do algarve As estratégias não são complexas: consistem na divulgação e valorização do território e tudo o que o compõe através de atividades, percursos e ofertas qualificadas e estruturantes. Todas as partes envolvidas no processo são beneficiadas, aliás, os primeiros a beneficiar desta dinâmica são os municípios. O Algarve merece estar na moda Desidério Silva concorda que Portugal e o Algarve em particular estão na moda. E que claramente merecem essa distinção. O presidente afirma haver oferta, serviços e diversidade que justifiquem esta tendência, pois apesar de ser um país pequeno, tem de tudo um pouco e de uma qualidade cada vez maior. Os anos de crise que Portugal atravessou foram objeto de muita atenção pelos outros países. Esta mediatização funcionou a nosso favor: deu-nos a reputação de sermos um país que fez um esforço muito grande e que foi bem-sucedido. Os mercados, ou seja, países emissores, começaram a aperceber-se da existência de um país com potencial. As próprias companhias aéreas e operadores voltaram-se na nossa direção. Desidério Silva revelou-nos o segredo deste sucesso: o Algarve foi capaz de dar resposta à crescente procura. Há que dar crédito a quem o merece, neste caso às instituições públicas e empresários algarvios que foram capazes de criar as condições para acolher tantos novos visitantes. Por outro lado, revelou-nos ainda o presidente da Região Turismo do Algarve, este processo exige que sejamos cada vez mais interventivos e seletivos. Apesar de existir a tentação de concentrar os esforços no sentido de atrair ainda mais público novo, é importante fidelizar os que já nos visitaram e gostaram, de forma a que tenham sempre vontade de regressar. A nossa oferta tem de ser de tal maneira diferente e de qualidade que crie a vontade de regressar. O Algarve tem feito esse trabalho: atrair todo o ano, não só no verão. Entre o clima, as pessoas e a tranquilidade que se vive, a região algarvia tem todas as condições para continuar a afirma-se como uma região de excelência. Requalificação da oferta Quais foram as condições criadas para receber o aumento de turismo? Já existiam unidades hoteleiras na região, mas houve um grande esforço de requalificação nas mesmas, de melhoria da oferta estrutural e de recursos humanos. As partes interessadas compreenderam que os turistas eram mais exigentes, era preciso mais serviço e mais qualificado. A oferta tornou-se mais diferenciada, uma vez que há quem venha para os hotéis tradicionais, mas também prefira o alojamento local, o turismo rural, ou até o enoturismo, etc. Muitos são o que se arriscam para longe do litoral: fazem caminhadas, percorrem a Via Algarviana, a Rota Vicentina, a Grande Rota do Guadiana, a Ria Formosa, entre outras opções. Todos estes territórios adaptaramse, criando oferta que conseguiu agarrar os visitantes provenientes de vários países, em grupos ou individualmente. A oferta generalizou-se e o passa-palavra funcionou muito bem. Estas evoluções verificaram-se nestes últimos quatro ou cinco anos, sem nunca terem feito o Algarve perder a sua identidade, o que faz toda a diferença dos destinos. O Algarve, definitivamente, não é só praia. Sazonalidade a decrescer “Esbatida” é como Desidério Silva caracteriza a sazonalidade que durante tanto tempo foi (e ainda é) um dos dilemas do Algarve. As taxas de ocupação subiram consideravelmente nos primeiros meses do ano, o próprio Aeroporto de Faro
142 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
empresa | tema registou um crescimento na ordem dos 22 por cento nessa altura, tudo isso é diferenciação. Não existindo espaço para crescer nos meses de verão (por limite de lotação), naturalmente que houve um crescimento nos meses de inverno e primavera, o que ajudou a esbater a sazonalidade. Não é o fim do problema, mas é um primeiro passo na sua resolução. Todavia, se esse é um problema em resolução, os recursos humanos (ou falta deles) ainda não está nessa fase. Desidério Silva inclusive já abordou a Secretária de Estado do Turismo em relação a essa questão. A formação / qualificação é um fator a precisar de atenção urgente. É necessário encontrar mais trabalhadores e isso exige, por parte dos empresários, uma valorização do trabalho, há que encontrar um equilíbrio entre quem emprega e quem trabalha. Nesse aspeto, a Região Turismo do Algarve tem o papel não de dar formação, mas sim de sensibilizar e de alertar para estas questões, valorizando o papel das escolas de hotelaria, das escolas profissionais, do Instituto de Emprego e Formação Profissional, dos institutos politécnicos e escolas superiores da área do turismo, etc. A missão é ajudar a construir os produtos nos diversos territórios, trabalhando nessa ajuda e nesse apoio financeiro. Depois, promover e valorizar esses territórios, não sem antes consolidar o produto que existe. O futuro Financeiramente falando, a situação não está fácil: nos últimos anos a Região Turismo do Algarve sofreu um conjunto de cortes e cativações, foi obrigada a alterar ou não executar planos e estratégias já delineadas. O futuro passará por um desbloqueamento e maior abertura em relação à sua capacidade de intervir, de estruturar o produto, de promover e valorizar. Essas ações estarão dependentes da disponibilidade do orçamento do estado e de quem tem a responsabilidade política. A valorização das regiões depende muito das entidades, e se forem apoiadas, funcionará. O presidente acredita que o potencial humano português é muito rico e vontade de melhorar não falta. Porém, essa vontade e capacidade está num patamar que até agora não está a ser acompanhada pelos meios e pela vontade política para continuar neste registo, o que limita o desenvolvimento. Se essa situação não se inverter, adverte Desidério Silva, Portugal em geral e o Algarve em particular correm o risco de perder terreno para a concorrência. «Despesa» e «investimento» são as palavras-chave: um conceito é muito diferente do outro e o poder político deve compreender isso. No turismo só há lugar para o investimento, que tem um retorno muito forte e muito imediato. Tem sido o turismo a alavancar a economia de crise do país nos últimos tempos, pelo que é uma questão de saber aproveitar o que temos.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 143
algarve| baby moura
Um espaço onde as crianças estão primeiro A Babymoura é um dos espaços mais antigos de Vilamoura. Há mais de 30 anos a receber crianças, engloba creche e pré-escola, num total de 62 crianças. A lotação esgotada do espaço e o carinho dos antigos alunos e pais são a melhor prova de que a total dedicação às crianças vale a pena. a parte pedagógica da Babymoura inclui sempre uma componente lúdica. “Nunca forçamos as crianças a aprender. Estimulamo-las a querer saber mais, mas se elas se recusam, é porque ainda não estão dispostas a saber e deixamo-las brincar. O divertimento e a brincadeira Isabel Águas Administradora
são fundamentais para o crescimento equilibrado de uma criança, por isso tudo o que lhes ensinamos tem de ser a brincar”. Os conteúdos ensinados variam desde a ciência, com algumas experiências básicas, expressões plásticas, conceitos matemáticos, estimulação à leitura e escrita. “Depois, existem as questões sociais, como o saber andar na rua, como se comportar com outras crianças e o sentido de partilha, mas tudo isto de uma forma suave e lúdica, para que a criança aprenda sem se dar conta disso”. As crianças absorvem tudo o que aprendem muito depressa, por Gerir um espaço de primeira infância é um trabalho para apaixonados por
isso é importante que qualquer conversa seja acompanhada de uma
crianças e bastam dois minutos de conversa com Isabel Águas para se
explicação daquilo que elas querem saber. “Elas aprendem rápido e
perceber que é este o caso. “A minha formação inicial é em Educação de
têm muitas dúvidas. Se não estivermos preparados para lhes responder,
Infância e faço o que gosto. Aqui, as crianças são as nossas clientes. É
pelo menos é importante não mentir e garantir à criança que é possível
para elas, e por elas, que existimos e que trabalhamos e nada lhes pode
descobrir. Nunca se pode correr o risco de deixar uma criança daquela
faltar”. Este é o espírito que marca a existência da Babymoura. Há mais
idade frustrada ou magoada connosco por não respondermos às suas
de 30 anos instalado em Vilamoura, este jardim de infância começou
questões”.
sem a valência de creche, que depois acabaria por surgir. “Não somos
A Babymoura disponibiliza também atividades extracurriculares,
uma casa nova, por isso temos de estar sempre a fazer adaptações, quer
nomeadamente natação, ballet, ténis, inglês e karaté, que enriquecem as
em termos de normas de segurança e qualidade, quer em termos de
capacidades psicomotoras dos mais pequenos.
espaço físico. Essa antiguidade nunca nos impediu de ter a casa cheia de
De há anos a esta parte, o aumento das instituições de primeira infância
crianças e de mantermos a confiança dos pais”.
permitiu que a criança começasse a ter contacto com outras crianças
A lotação esgotada justifica-se pela qualidade do serviço. “Não coloco
e a aprender regras sociais. “Aqui existem diferentes materiais para
as questões financeiras à frente das crianças. Para elas tem de haver
conhecerem e experimentarem. A maioria das crianças só sabe correr e
sempre tudo para serem felizes. Sugiro sempre às minhas colaboradoras
andar em terreno direito. No nosso pátio temos terreno inclinado, relva
que se coloquem no lugar das crianças e pensem até que ponto seriam
e areia, o que lhes permite descobrir sensações novas e por à prova as
felizes num espaço como este. Se pudermos ser mais felizes, então há
capacidades motoras em contacto com a natureza”.
que melhorar”.
Para o futuro, Isabel Águas só quer continuar a gerir a sua instituição e a
Nesta instituição, acredita-se que as educadoras devem ser o apoio da
fazer aquilo que mais ama. “Sou uma pessoa rica de sensações, afetos
criança, que passa já o dia inteiro afastada dos pais. A juntar a isso,
e de emoções. Todos os dias chego a casa de coração cheio”.
144 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
/publituris.
algarve| rpl clima
Um serviço profissional para profissionais Este ano a RPL Clima regista um importante marco: foram finalmente distinguidos com o prémio PME Líder, pelo qual estão de parabéns.
Rui Lopes Administrador
os melhores”.
esteve, e não teve acesso ao programa Portugal
O setor onde se insere a RPL Clima é bastante
2020”. O empresário foi confrontado com “o
específico. É uma empresa de comércio “puro
facto de as empresas sediadas no Algarve não
e duro” de peças de ar condicionado automóvel
estarem abrangidas pelo programa, porque,
para os profissionais da área. Trabalham
segundo as entidades competentes, é uma
com oficinas ou com casas de peças, não
zona do país onde se ganha mais per capita”.
fornecem a privados. É do conhecimento de
Portanto, reitera, “há apoios de um lado, mas
Rui Lopes que existem firmas que vendem
não há do outro”.
diretamente ao público com os mesmos
Sem nunca largar as bases do mercado
descontos que vendem às oficinas para
português, que lhe dá sustentabilidade e
revenda. O administrador é completamente
credibilidade, a RPL, através da sua sucursal
contra esta política. De facto, afirma que “a
Automotive Parts, procura outros mercados
RPL orgulha-se de não vender a particulares
dentro da Europa, onde já têm alguns pontos
e vender exclusivamente aos reparadores dos
de venda. Inclusive têm a sua própria marca:
carros”. Operam em todo o tipo de veículos,
RPL Quality, com um preço competitivo.
independentemente da marca do mesmo,
Para o futuro, pretendem manter o ritmo a
como ligeiros, pesados, agrícolas e industriais.
nível nacional, crescer na exportação e estar
Por volta do ano de 2006 iniciaram um novo
presente nas principais feiras do setor. Acima
segmento: o transporte de refrigeração.
de tudo, crescer de forma sustentada.
A concorrência não é uma preocupação, pelo contrário, é bem-vinda e há mercado para
A empresa, fundada em 2000, está orgulhosa
todos, revelou o nosso entrevistado. “A nossa
por este facto. Rui Lopes, administrador,
vantagem é termos começado primeiro que
revelou que o prémio os faz ambicionar mais
os outros, somos líderes no mercado neste
já para o próximo ano, nomeadamente serem
segmento”.
PME Excelência. Têm os números, um staff
Questionado acerca dos fatores que originam o
preparado e até mudaram de instalações
seu sucesso, respondeu-nos que o principal é
recentemente para uma área mais ampla
a sua equipa. “Atualmente, uma empresa para
dentro da Zona Industrial de Vilamoura, Algarve.
estar bem no mercado e ter prestígio tem de
Todos os fatores apontam para a concretização
ter uma equipa muito forte por detrás. Tenho
desse objetivo.
uma equipa fantástica, só assim é possível
Questionado se o prémio traz benefícios para a
manter este nível”.
empresa ou se é mais uma questão de orgulho,
Porém, também há fatores prejudiciais ao
o administrador admitiu tratar-se de ambos
sucesso. O poder local e estatal não apoiam o
Zona Industrial de Vilamoura
os aspetos. “A RPL quer estar sempre nas
empreendedorismo. A burocracia, por exemplo,
8125-496 Quarteira, Faro, Portugal
bocas do mundo pelas melhores razões e acho
em nada facilita a atividade da empresa. Outra
que quer PME Líder ou PME Excelência são o
questão, como expôs Rui Lopes, é “a RPL clima
caminho certo. Temos e queremos estar entre
estar presente numa Feira de Madrid, como
146 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Rua dos Latoeiros Lote 6.I 1/43 F
Telefone: +351 289 381 720 E-mail: geral@rplclima.com www.rplclima.com
Considerada como uma das regiões com qualidade de vida mais elevada, o Alentejo ainda é um local por descobrir. As paisagens planas não devem ser confundidas com monotonia, pois muitos são os segredos que encerram. Comportando um terço do território de Portugal, apenas é habitada por menos de um décimo da população portuguesa. Todavia, este é um local recomendável para viver, trabalhar e descansar, a quem aguentar as condições climatéricas exigentes, mas que potenciam finais de tarde agradabilíssimos no Verão, quando todos os habitantes saem à rua e disfrutam da proximidade e do convívio entre si. Terra de olivais, de pinheiros, de sobreiros e de vinhas, é também (onde se localizam as Termas de Sulfurea) e Alqueva, com a mais recente barragem, comum cruzar caminho com manadas de vacas, um plantel de cavalos, ou rebanhos de ovelhas, muitas das vezes acompanhadas a qual criou uma Albufeira que alterou favoravelmente a paisagem alentejana. Os pelos seus fieis zeladores: os pastores. Falando de Alentejo, é quase obrigatório referir as duas cidades
leitores perdoar-me-ão os vários sítios que
classificadas como Património Mundial da Humanidade pela
ficam, com certeza, por referir.
UNESCO: Évora e Elvas, além dos muitos outros pontos
Cada vez mais são os visitantes que por aqui
atrativos de Monsaraz (como o Castelo), Cabeço de Vide
passam, em busca de um turismo diferente.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 147
alentejo | queijaria almocreva
Almocreva – o sabor único da receita tradicional de Serpa No coração do Baixo Alentejo encontrámos a Queijaria Almocreva, onde se produzem queijos curados, de pasta dura, mole, semi-mole e amanteigada. Com todo o processo dentro de portas, o queijo é preparado com leite cru de ovelha, de excelente qualidade, que lhe acrescenta o sabor característico, garantindo a qualidade reconhecida pelos vários prémios que tem arrecadado recentemente. Alavancar o negócio dentro e fora de portas é o principal intuito da administração, dando a conhecer os sabores, as texturas e os aromas inconfundíveis desta iguaria. conseguindo dessa forma controlar a qualidade da matéria-prima. Desde a criação dos animais à produção de leite, Nuno Cavaco assegura um produto de excelência, através de metódos cada vez mais apurados. “A queijaria tinha um fabrico artesanal, sendo que a maior parte das nossas referências era produzida à mão. No entanto, esta é uma região onde nos deparamos com uma clara falta de mão de obra. Assim, e após visitar diferentes queijarias em Portugal e em Espanha, resolvi investir numa linha automática que reduziu significativamente essa necessidade. A qualidade não se altera e aumentamos a rentabilidade. Por outro lado, decidi aumentar o número de animais na exploração pecuária. O ano passado tinha 700 cabeças de gado, e este ano cheguei às 1200. Com este incremento, o objetivo será transformar cerca de 600 mil litros de leite, triplicando o valor alcançado no ano transato”, explica o administrador. Nuno Cavaco Administrador A qualidade da matéria-prima A confeção de excelência de um produto gourmet como o queijo iniciaAlmocreva Serpa DOP. Almocreva Clássico. Almocreva Seleção.
se na exploração pecuária sendo que um dos principais aspetos que
Almocreva Pimentão. Almocreva Envelhecido. Almocreva Reserva. As
carateriza este queijo é o facto de existir o controlo sobre a alimentação
possibilidades oferecidas pela Queijaria Almocreva são múltiplas, com
dos animais. “Dentro da propriedade também produzimos as rações que
queijos curados, de pasta semi-mole ou amanteigada, de cor amarelada,
damos aos animais. Logo, asseguramos a qualidade dos prados e das
com aroma, sabor e textura únicos, que descrevem a qualidade do queijo
forragens, base da alimentação animal. Inclusive temos um nutricionista
que traduz o saber de mais de vinte anos de experiência.
que nos faz o esquema nutricional com o intuito de produzir litros com
A empresa sediada em Penedo Gordo, Beja, conta com vários anos no
muita qualidade”, salienta Nuno Cavaco.
mercado, mas há sensivelmente um ano que Nuno Cavaco assumiu a
O processo de produção do queijo Almocreva é sequencial, seguindo
administração da Queijaria Almocreva. Uma oportunidade de negócio,
várias etapas, desde a ordenha diária dos animais ao armazenamento
na qual o administrador sempre acreditou, daí a aposta neste setor de
do leite, que fica depositado numa cuba no dia anterior ao fabrico, visto
atividade. “Quando terminei a minha formação instalei-me como jovem
que a queijaria dedica apenas dois a três dias por semana à produção.
agricultor, através de uma exploração de animais de leite, a qual se
No início dessa fase o leite é aquecido a 32 graus, ficando durante
tornou no principal fornecedor da queijaria nos últimos anos”, revelou
uma hora em estágio, sendo posteriormente adicionado o cardo e o
Nuno Cavaco, e acrescentou: “Com a compra da queijaria a equipa
sal. Após a coagulação a máquina dessora a massa e com esse soro
manteve-se a mesma, aliás foi uma das minhas exigências. Um apoio
faz-se o Almocreva Requeijão. Na última fase o queijo é colocado em
fundamental para incrementar esta nova fase da empresa, que contou
formas microperfuradas, seguindo mais tarde para o momento da cura
com o suporte de um dos sócios fundadores, que trabalhou mais de 50
em prateleiras de madeira, onde se cria um microclima que vai ajudar
anos neste ramo, tornando-se uma ajuda importante para me inteirar dos
na criação de sabor do queijo e no seu desenvolvimento, traduzindo-se
métodos que envolvem a gestão da queijaria”.
depois nas várias referências comercializadas no mercado.
Hoje todo o processo de produção concentra-se dentro de portas,
O Almocreva Serpa DOP caracteriza-se pelo sabor delicado e pasta
148 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
queijaria almocreva | alentejo
semi-mole, quanto ao Almocreva Seleção distingue-se pela pasta mole e
Feira Nacional de Agricultura em Santarém, o queijo Almocreva vê assim
cremosa, sendo a referência mais amanteigada da empresa. Em relação
reconhecido o trabalho diário tanto da nova gerência, como da equipa
ao Almocreva Clássico falamos de um queijo de ovelha de sabor delicado
composta por 11 colaboradores. Em 2016 venceu ainda o 1º lugar
e pasta mole, que ganhou recentemente o prémio “Melhor Queijo 2017”.
na feira de Serpa, e em 2017 atingiu a segunda posição no mesmo
Relativamente aos queijos curados surge o Almocreva Pimentão, um
certame, altura em que foi lançada a nova imagem da queijaria. Um
queijo de meia cura (2 a 3 meses), com sabor intenso e barrado com
reconhecimento deveras importante para o administrador, que traça
pasta de pimentão; depois o Almocreva Envelhecido, com oito meses de
como objetivo principal continuar a trabalhar com o mesmo empenho
cura, que se define pelo seu sabor forte e intenso; e finalmente surge o
para manter o valor do produto.
Almocreva Reserva, um queijo requintado, com o mínimo de um ano de
Acreditando que a procura vai continuar a crescer, e consciente de que
cura, que está disponível apenas em edições limitadas.
é vital não descurar a qualidade do Almocreva, Nuno Cavaco revela a
Os produtos da empresa podem ser encontrados no mercado local, assim
necessidade de continuar a trabalhar no melhoramento dos índices de
como em grandes superfícies na zona sul do país, sendo ainda distribuído
produção, como nos explica: “Na componente científica não existem
em restaurantes e supermercados na Grande Lisboa. Em perspetiva está
estudos de transformação de leite de ovelha, pois existem vários
a entrada em outros players da grande distribuição.
indicadores que podem influenciar o rendimento do queijo amanteigado. Por isso mesmo, irei realizar um estudo sobre esta problemática, através de análises peródicas aos animais. Este trabalho científico irá demorar cerca de dois anos e pretende apurar a influência desses indicadores na referência amanteigada. Por outro lado, embora as ordenhas na exploração sejam diárias, o leite é um produto sazonal, que se estende por um período que vai de setembro a agosto. Este ano fiz algumas visitas em Zamora e quero tentar inverter este ciclo tendo leite durante todo o ano, algo que se consegue através de uma gestão de maneio diferente, que se traduz numa maior rentabilidade”. A par com a componente científica, o administrador pretende ainda expandir os canais de comercialização, chegando a novos pontos de
O valor do trabalho
venda e entrando a pouco e pouco na grande distribuição.
Distinguido como o “Melhor Queijo 2017” pela ANIL (Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios) e “Medalha de Ouro 2017” na
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 149
alentejo | vinhos rosa santos
Explicit - “A nossa
vinha numa garrafa” Um vinho que desvenda de forma genuína todas as características da vinha. Assim se descreve o Explicit, uma marca que a cada colheita apresenta aspetos singulares, tornando-se irrepetível e inimitável, o que lhe confere um carácter diferenciador, na Região Demarcada dos Vinhos do Alentejo. A família Rosa Santos é o rosto do compromisso com a produção de vinhos de grande qualidade, com o mercado externo rendido às suas propriedades ímpares. É no Monte do Mata Mouros que há vários anos se começou a delinear a história dos vinhos da família Rosa Santos. Numa zona privilegiada onde se evidencia a excelência do vinho alentejano, a empresa distingue-se pela plantação de castas de elevada qualidade, em condições de grande austeridade originadas pelas condições microclimáticas e pelos seus solos xistosos. Com raízes em Lisboa, a família Rosa Santos adquiriu o monte em 1996, na freguesia da Glória, em pleno Alto Alentejo, que está inserido num contraforte da Serra D’Ossa. Neste local não existia nenhum tipo de construção, tendo todo o projeto arquitetónico sido concebido por Ricardo Rosa Santos, o único dos quatro irmãos que não seguiu o caminho da enologia. Embora o terreno fosse quase impraticável em termos agrícolas, a forte ligação da família à lavoura conduziu à elaboração de um projeto vitivinícola. O primeiro talhão de vinha foi plantado em 2005, cerca de um hectare de Syrah, que deu a sua primeira produção em 2008, produzindo cerca de 2.000 litros. Passados dois anos foi plantada a outra parte da vinha, embora falemos sempre de produções limitadas, tanto pelas condições geográficas, como pelo baixo índice de fertilidade dos solos, e ainda pela escassa disponibilidade hídrica. O Explicit chegou assim ao mercado em 2011, com apenas 2.300 garrafas que esgotaram rapidamente. No ano seguinte foi lançada a colheita 2009, com cerca de 4.000 garrafas, as quais foram totalmente absorvidas pelos canais de distribuição. Percebendo a rápida aceitação da marca, a família Rosa Santos decidiu complementar a gama Explicit com o lançamento de um vinho branco, como nos explica o enólogo Frederico Rosa Santos. “Quando tomámos esta decisão pensamos apenas em qualidade, mas no Alentejo os vinhos brancos, por vezes, pecam em determinados parâmetros. Por isso mesmo, procuramos diferenciar-nos nesta vertente. Em 2011 encontrámos três pequenas vinhas velhas a 600 metros de altitude na Serra de S. Mamede, em Portalegre, com as quais mantemos acordo de exploração, e de onde é originário o nosso Explicit Branco. Falamos de um Alentejo completamente diferente, com muito potencial, que oferece todas as condições para a produção de vinhos de excelência”. A originalidade da marca Desde 2011 que a família Rosa Santos têm-se afirmado no mercado pela persistência e pela excelência dos vinhos que produz. Com o objetivo de chegar a segmentos de mercado distintos, a empresa detém várias marcas: o Implicit Tinto e Branco; o Explicit Tinto e Branco; e a edição limitada do Rosa Santos Família. Embora três dos quatro irmãos sejam enólogos rapidamente chegaram a um consenso sobre o vinho que pretendiam transpor para o mercado. Frederico, Jorge e Vasco Rosa Santos dão desta forma vida a vinhos de qualidade, que marcam sem dúvida pela diferença. A originalidade dos nomes caracteriza a filosofia desta casa, ou seja, as marcas desvendam
150 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
empresa | tema
de forma natural todas as particularidades dos terrenos onde são
para o Reino Unido, Suíça, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suécia,
produzidas.
Dinamarca, Alemanha, República Checa e Cabo Verde. “Neste caso têm
“Deixamos a terra exprimir o terroir, intervindo o menos possível na
sido sempre os importadores a vir ter connosco, iniciando-se a partir
conceção do vinho. Queremos que colheita após colheita se expressem
daí as nossas relações comerciais com estes países. Estamos prestes a
nesta bebida todas as características do terroir durante aquele ano. Logo,
iniciar as nossas importações para os EUA e o Brasil”, completa.
cada vinho é inimitável e é a expressão máxima da vinha dentro de uma garrafa”, sublinha Frederico Rosa Santos. Mas os rótulos do Explicit e do Implicit são igualmente uma imagem que marca pela diversidade. Idealizado e concebido pelo enólogo, o rótulo também sofre alterações ano após ano, tal como o vinho. “Aqui identificamos o seu contéudo, a sua composição, os seus aromas e os seus sabores, tal como fornecemos outras informações, nomeadamente a caracterização do clima durante o período de produção. Logo, quando o consumidor consome o Explicit ou o Implicit verifica e associa as características lá descritas ao que está a provar, verificando de facto a realidade. Isto educa o consumidor, mas ao mesmo tempo desperta curiosidade e vontade de descobrir como será a produção seguinte, porque lá está o vinho nunca será exatamente igual”, justifica.
Perspetivas de futuro
Das vinhas que se estendem por cerca de quatro hectares na Serra
Olhando para o futuro, Frederico Rosa Santos assume que os próximos
d’Ossa produz-se o vinho Explicit Tinto. São características deste vinho o
desafios serão imensos do ponto de vista comercial. “Queremos
seu estágio de 22 meses em barricas de carvalho francês, que se traduz
continuar a crescer no mercado nacional, assim como pretendemos
em equilíbrio, comprimento, intensidade e complexidade.
cimentar a nossa posição no mercado internacional. Gostaríamos de dar
Em 2012 surgiu a marca Implicit, um vinho estruturado, que resulta da
início a contactos com o mercado asiático, mas sabemos que isso exigirá
junção das castas Touriga nacional, Syrah e Alicante Bouschet. Trata-
um trabalho específico da nossa parte, de modo a aumentarmos a nossa
se de um vinho concebido pela família Rosa Santos, produzido com
carteira de importadores”, afirma.
uvas na região de Estremoz, com o intuito de chegar a um grupo de
Do ponto de vista produtivo, a empresa tem aprovado um projeto Vitis,
consumidores mais abrangente.
que visa aumentar a área de vinha. “Iremos plantar as mesmas castas
Mais recentemente, surgiu a edição limitada Rosa Santos Família, com
que servem de base ao lote Explicit Tinto. Por outro lado, estamos a
apenas 1.500 garrafas no mercado.
reconverter a nossa vinha para modo de produção biológico. Na vinha
Com um crescimento significativo no mercado nacional e internacional,
são poucas as mudanças verificadas, porque o facto de os solos não
os vinhos estão disponíveis em todo o território nacional, através da
serem propícios a grandes vigores vegetativos, têm exigido ínfimos
empresa de distribuição Garcias Gourmet, parceria que teve início em
tratamentos fitosanitários. Daqui a sensivelmente dois anos teremos um
2011. No que concerne ao mercado externo, a empresa está a exportar
vinho proveniente de uvas biológicas”, termina o enólogo.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 151
tema | empresa
Uma forte
Foi a 11 de abril de 1951 que nasceu a Cooperativa dos Olivicultores de Borba, uma das mais antigas dedicadas ao setor do azeite. Inicialmente com cerca de 130 sócios, hoje a cooperativa conta com mais de seis centenas de associados.
tradição na
Numa cidade conhecida pela produção vinícola e pela extração do mármore, não
produção de
variedade tradicionalmente portuguesa, de tão sobeja qualidade. O sabor suave,
azeite
biodiversidade, ao apresentar uma perfeita harmonia com a natureza.
Bem no coração da cidade de Borba situa-se a cooperativa dos olivicultores, que há mais de seis décadas e meia se dedica à receção, extração, embalamento e comercialização do azeite proveniente das azeitonas produzidas pelos seus associados. O Dom Borba é a marca mais sonante, revelando-se como o reflexo do conhecimento na arte de extrair azeite.
poderíamos deixar de falar de tão nobre líquido, que se assume como um dos estandartes da cidade, ou não fosse o azeite extraído de olivais de azeitona galega, sem amargos, dotado de um toque a frutos secos e maçã é prova da incomparável excelência, que faz deste azeite tão particular, pois conserva em si o ecossistema e a Diogo Sapatinha, presidente da direção da cooperativa, afirma mesmo que “o azeite é perfeitamente natural, pois não consome recursos hídricos, nem é submetido a tratamentos fitossanitários em excesso, o que traduz o nosso compromisso com a qualidade e a sustentabilidade ambiental. Aliás, estamos a equacionar a certificação do azeite como produto biológico, devido aos fatores anteriormente mencionados”. Embora tenha passado por um período mais conturbado, esta direção que assumiu o cargo em 2010, conseguiu encarar os desafios, efetuando uma reestruturação no seio da cooperativa, que atualmente se assume como um claro caso de sucesso. Nos dias de hoje, a cooperativa recebe cerca de 1 milhão e 500 mil kg de azeitona, donde se extraem cerca de 200 mil litros de azeite virgem extra. Mais de 90% deste azeite é vendido embalado em garrafões de 5 litros e garrafas de 0,5 L, e é colocado no mercado sob a marca Dom Borba, propriedade da cooperativa. “No mercado nacional temos uma rede de distribuição na Grande Lisboa e em Braga, trabalhamos com as grandes superfícies a nível local e também fornecemos a Adega Cooperativa de Borba. Em relação ao mercado externo exportamos uma parte da produção para países como o Brasil ou a Alemanha”, enumera Diogo Sapatinha.
152 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
empresa | tema
Nascido de uma tradição antiga e de olivais ainda mais antigos, o Dom Borba Clássico é um azeite de frutado intenso, revelando-se suave na boca, e de quase imperceptível amargo e picante. O Dom Borba Seleção é um azeite de frutado verde, com nota de maçã e frutos secos, o que o torna extremamente elegante. Quanto ao Dom Borba Tradicional é um azeite levemente espesso, suave na boca, doce e de quase imperceptível amargo e picante, sobressaíndo a cor amarelo ouro. Mas não podemos
Rua Convento das Servas
esquecer o Dom Borba D.O.P., que respeita os costumes desta região, distinguindo-se
7150-164 Borba
na mesa com um aroma persistente e um sabor frutado e doce.
Tel: 268 800 230
Olhando para o futuro, o presidente da direção assume que está atento aos desafios
E-mail: geral@borbazeite.com
do futuro, como são os casos do impacto das alterações climáticas na produção da
www.borbazeite.com
azeitona e da doença Xylella fastidiosa que está a afetar grande parte do olival no Sul da Europa.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 153
alentejo |courela do zambujeiro
“Tão Natural como a Vida!” Inserida numa reserva natural, localizada no concelho de Redondo, a Courela do Zambujeiro, que significa a terra da velha oliveira, nasceu do encontro entre Eduarda e Michel. Assim, surgiu o azeite virgem extra 100% biológico Courela do Zambujeiro, que respeita a tradição, o ambiente e a terra. Extraído unicamente a partir de azeitonas da variedade Galega, Cobrançosa e Branquita, este precioso líquido dourado adquire características ímpares, que lhe conferem uma qualidade superior.
A par com a produção de azeite virgem extra, a empresa produz ainda azeitonas conservadas em salmoura, mel e ervas aromáticas. “Temos o processo de tratamento da azeitona em que mudamos a água diariamente durante cerca de um mês, até desaparecer o gosto amargo. Mais tarde, a azeitona é conservada juntamente com o tempero numa solução de água, sal e ervas aromáticas. Também temos a opção da azeitona partida, em que a água é mudada durante sete dias, juntando-se posteriormente Eduarda Tavares Administradora
Michel Rumiz Administrador
a salmoura, podendo ser consumida ao fim de um mês. Mesmo para quem não costuma ingerir azeitona, asseguramos através de
Foi nos treinos para a Meia Maratona de Lisboa, que Eduarda e Michel se conheceram. Nesse
processos inteiramente naturais, que estes
mesmo ano, Eduarda ofereceu-lhe uma garrafa de azeite produzida no Norte do país, na quinta
produtos não fazem nenhum mal à saúde.
dos pais e, assim, despertou o desejo antigo de Michel por este líquido tão especial. Mais tarde,
Relativamente ao mel fomentamos uma
ao adquirir uma propriedade em Redondo, com oliveiras de idade superior a 500 anos, Michel
parceria com um produtor da região, embora
rapidamente redescobriu os sabores da infância e a vontade de produzir um azeite de excelência.
já tenhámos algumas colmeias, e as ervas
Hoje, a Courela do Zambujeiro é produtora de azeite em modo biológico e biodinâmico, estando
aromáticas são produzidas na propriedade”,
desde a primeira hora certificada pela ECOCERT e Demeter, o que confere a garantia máxima da
completa a administradora.
qualidade dos produtos com sabores genuínos e autênticos. A biodinâmica é, historicamente, o primeiro método de agricultura biológica no mundo, que encara a propriedade como um organismo agrícola. Aqui procura-se cumprir esse ideal, defendendo a biodiversidade e o trabalho humano (em detrimento da mecanização excessiva), de forma a respeitar o desenvolvimento dos alimentos que produz e manter o equilíbrio da própria natureza. A excelência nascida do sonho Com uma área total que ronda os 60 hectares, o azeite Courela do Zambujeiro caracteriza-se por ser totalmente biológico e monovarietal. “O nosso azeite é proveniente apenas de variedades portuguesas, nomeadamente Galega, Cobrançosa e Branquita. Este é retirado de olivais de sequeiro tradicionais. Como referi toda a produção é feita localmente, sendo a apanha totalmente manual. A azeitona é transportada em caixas até 25 kg e entra na adega no dia da colheita, onde passa de imediato para o processo de moagem. Os azeites não são filtrados, sendo apenas decantados em cubas de inox, a temperatura constante”. O azeite Galega caracteriza-se por ser suave e frutado, perfeito para saladas, sobremesas e pratos
N 254 | 7170-107 Redondo
cozinhados. Já o lote Cobrançosa concentra um sabor amargo e picante, enquanto o Branquita é
Tel: 266 999 026
frutado e picante, tornando-se ideal para temperar todos os géneros de saladas. Quanto ao aroma
E-mail: geral@coureladozambujeiro.com
natural do azeite Courela do Zambujeiro provém das ervas aromáticas que cobrem o solo em redor
www.coureladozambujeiro.com
do olival.
154 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
sabores da ponte | alentejo
A tradição e saber do passado que marca o sabor do presente Neste Natal aproveite para desfrutar a quadra em família com Sabores da Ponte. Do saber de gerações e gerações, nascem licores e doces de fabrico artesanal, que marcam pela sua essência e qualidade. “Esta vivência traz à memória momentos doces, que não devem ser esquecidos. Por isso mesmo, queremos proporcionar-lhe momentos marcantes, com uma visão de futuro. Aproveite a vida e viva a vida com Sabores da Ponte”, deseja Elsa Lopes. Os produtos são atualmente comercializados para todo o mercado nacional, quer por via online, quer pela rede de distribuidores que a empresa tem espalhada um pouco por todo o país. Quanto à exportação, a empresária revela que estão a ser dados passos nesse Elsa Lopes Administradora
âmbito, procurando através da participação em feiras e contactos com distribuidores internacionais, alavancar esse caminho nos próximos anos. Quanto ao futuro a intenção passa por criar novas linhas de produtos, que consigam abarcar outros segmentos de negócio, como o canal horeca. Para além disso, Elsa Lopes afirma que a empresa continuará a diferenciar-se pela sua essência e qualidade, surgindo no mercado sempre com produtos distintos, dos que estão disponíveis atualmente. “Preferimos ir dando passos mais pequenos, para dessa forma Com um espírito jovem e uma visão empreendedora, Elsa Lopes é
construirmos um caminho sólido. Queremos criar outros sabores para
o rosto desta empresa, que perante todas as adversidades nasceu
corresponder a novos desafios e ir de encontro às expetativas do cliente.
em pleno contexto de crise económica nacional. Em 2012 surgiu o
Para isso procuramos ouvir as opiniões de outras pessoas que possam
projeto Sabores da Ponte, numa aventura com Rosa Saragoça, com
ou não estar envolvidas nesta área, sempre com o intuito de aprimorar o
o intuito de dar a conhecer os sabores tradicionais, dando-lhes uma
produto e abrir novos horizontes”, termina.
roupagem contemporânea. “A nossa família sempre confecionou doces e licores, logo pensámos em transpor todo este saber de gerações para o contexto empresarial, de forma a assegurar o fabrico das receitas artesanais. Embora o percurso não tenha sido fácil, uma vez escutei que ‘os melhores são aqueles que permanecem’, portanto é fundamental acreditar”, sublinha Elsa Lopes. Dos licores aos doces e compotas, passando pelo mel e rebuçados, Sabores da Ponte prima pela qualidade e diferenciação, tanto no fabrico dos produtos, como pela inovação na composição dos seus sabores. “Temos uma gama de licores artesanais que se distingue pela diversidade de sabores característicos do Alentejo, sendo eles, o Licor de Bolota, o Licor de Medronho, o Licor de Coentros, o Licor de Poejos, aos mais diferentes, como o Licor de Chocolate e Hortelã, o Licor de Urtiga ou Licor de Figo da India. Mas, claro que privilegiamos nas nossas gamas o que de melhor há em Portugal, criando paladares únicos. Assim, dessa conjugação nasceram produtos como a compota de Kiwi com Noz, Pêra com Abacaxi, Maçã e Kiwi, Cenoura Coco e Noz, entre outras”, enumera a empresária. De salientar o facto de falarmos de produtos medalhados, que nos últimos anos têm conquistado o reconhecimento merecido, recompensa do esforço e trabalho desempenhado. Entre os premiados destaca-se o Licor de Café, Licor de Mel com Alecrim ou o Licor de Mel com Poejos, tal como a compota de Pêra com Vinho do Porto, Doce de Abóbora com Amêndoa ou o Doce de Laranja.
Ponte de Sor - Portugal Tlm: 936 718 986 E-mail: saboresdaponte@sapo.pt facebook.com/saboresdaponte www.saboresdaponte.com
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 155
alentejo | adega monte da capela
Das profundezas do Alentejo nasce um vinho singular
Alexandra Mendes, Carlos e Carla Roque do vale,Edgar Azevedo Enóloga e Sócios
Na margem esquerda do rio Guadiana, a região mais quente de Portugal, encontrámos o Monte da Capela, que alia a sabedoria e experiência acumulada dos seus sócios à melhor tecnologia, obtendo vinhos marcantes, de perfil quente e macio, fortemente reconhecidos a nível mundial. Marcar pela diferença, mas respeitando o terroir de Pias, onde a propriedade está inserida, e as castas alentejanas, é o principal intuito do Monte da Capela.
vinhas existentes na propriedade, como nos recorda Clara Roque do Vale: “na altura decidimos plantar apenas castas tintas, nomeadamente o Aragonez, Trincadeira, Alfrocheiro, Alicante Bouschet e Touriga Nacional. Até 2006 todos os nossos vinhos tinham como base as variedades Trincadeira e Aragonez, pois o nosso intuito sempre foi produzir vinhos tipicamente alentejanos, com carácter, que preservassem a identidade desta região. Mais tarde, sentimos a necessidade por parte do mercado em acrescentar ao nosso portefólio vinhos brancos, pelo que introduzimos as castas Antão Vaz e Arinto”. Uma vez que o início da produção ocorreu numa época em que já era grande a oferta de vinhos alentejanos, uma outra das estratégias iniciais da empresa centrou-se na internacionalização e consequente Foi em 2000 que na sub-região de Moura, mais concretamente em
implementação de canais de exportação.
Pias, concelho de Serpa, surgiu a empresa Monte da Capela. Na altura,
Hoje, o Monte da Capela é reconhecido pela excelente relação qualidade/
e atendendo ao facto de que Pias era um núcleo de produção de vinho
preço dos seus vinhos, estando presente nos cinco continentes onde
de qualidade, Carlos Roque do Vale e Clara Roque do Vale decidiram em
comercializam mais de metade da sua produção. De entre um total
conjunto com Edgar Azevedo dar forma a este projeto.
de 19 países para onde exportam, os principais mercados são extra-
A vasta experiência e tradição no setor vitivinícola e o acompanhamento
comunitários, mais propriamente China, Angola, Brasil, Canadá, EUA e
permanente da evolução dos vinhos, sobretudo nesta região, fizeram
Suíça. “Este ano aumentámos, no entanto, consideravelmente o nosso
desta uma oportunidade única para a formação da empresa. Carlos
volume de exportação para o mercado europeu, com a entrada de novos
Roque do Vale foi fundador e administrador de grandes produtores
clientes na Polónia, Bélgica e Holanda, mas este caminho obriga a um
de vinho alentejano. Por outro lado, assumiu durante longos anos a
investimento considerável e a um trabalho constante junto dos nossos
presidência de uma das maiores cooperativas do Alentejo e foi membro
clientes”, sublinha Clara Roque do Vale.
do Conselho Geral da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana. Por sua vez, Clara Roque do Vale, engenheira Agrónoma, trabalhou na Estação
Qualidade autêntica
Vitivinícola Nacional de Dois Portos e desempenhou vários cargos de
“Fundamentalmente respeitamos o terroir, respeitamos as condições do
chefia em instituições como o Ministério da Agricultura e Pescas e
meio onde estamos inseridos. Quando iniciámos o projeto escolhemos
presidiu a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), desde a
as castas que pretendíamos instalar, optando por variedades regionais.
fundação em 1989, até 2001. Foi, ainda, presidente da Associação
Sempre com o princípio de elaborar um vinho, que honre a origem da
Nacional das Denominações de Origem Vitivinícolas, membro da
uva”, explica a administradora.
Comissão Consultiva do Instituto da Vinha e do Vinho e da Assembleia
Falamos de um território em que o clima se caracteriza pelos elevados
Geral da Viniportugal. A par com este conhecimento essencial do setor
valores de temperaturas máximas, pela reduzida pluviosidade e
para a constituição do Monte da Capela, aliou-se o vasto know-how
pelas elevadas amplitudes térmicas. Aqui, os níveis de insolação
de Edgar Azevedo na componente comercial, pois detinha uma larga
ultrapassam as 3.000 horas/ano. Por outro lado, as uvas são obtidas
experiência na indústria das garrafas, enquanto fornecedor da fileira do
em solos de origem calcária, pouco férteis. Tudo isto transmite aos
vinho.
vinhos características sui generis e de grande qualidade. “Os nossos
Com o início da atividade, a estratégia passou pela reestruturação das
vinhos são fortes e concentrados, na cor e no aroma. Mas ao mesmo
156 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
adega monte da capela | alentejo tempo, revelam-se macios, dado que a acidez é relativamente baixa.
o Monte da Capela Premium Branco 2016 conquistou uma Medalha
Reconhecemos que a graduação por vezes é um pouco elevada, mas
de Ouro na categoria de vinhos brancos no V Concurso ‘Melhores
uma vez mais é reflexo da região onde estamos inseridos. No que
Vinhos do Alentejo’, promovido pela Confraria dos Enófilos do Alentejo”,
se refere ao estágio em madeira, algumas das nossas referências,
acrescentando, “claro que o melhor reconhecimento é-nos dado pela
nomeadamente os topos de gama, passam pelo estágio em barrica que
fidelização dos nossos clientes, que continuam a acreditar e a apostar na
lhes confere uma característica própria mas não predominante, pois nós
nossa qualidade”.
consideramos que a madeira deve ser apenas um condimento e não
Paralelamente, surgem ainda as marcas Monte da Igreja, Vila Alice,
deve esconder o próprio vinho e o seu potencial”, completa Clara Roque
Ermida de Pias, Capela de Pias, Da Malta, Bacano, e ainda, a sangria que
do Vale.
completam a oferta da empresa para o mercado.
A Excelência Premiada
Olhar o futuro
Atualmente, a adega Monte da Capela apresenta um portefólio
Desde que iniciou o projeto há mais de década e meia atrás, que
diferenciado, com base na produção dos cerca de 50 hectares de vinha
o Monte da Capela está numa fase de crescimento e investimento.
própria e também na produção de outra área idêntica de três viticultores
“Neste momento, estamos a investir ainda na área produtiva, com
do concelho de Serpa com os quais têm uma parceria há já alguns anos,
a construção de um novo armazém e sala para estágio de vinho em
a partir da qual produzem vinhos genuínos, com elevados padrões de
barricas e admitimos a possibilidade de virmos a adquirir novos terrenos
qualidade, que se destinam a diferentes momentos de consumo e a
para plantação de vinhas. Quanto aos projetos a médio/longo prazo, de
vários segmentos de mercado.
destacar a aposta no enoturismo”, refere Clara Roque do Vale.
“A nossa primeira produção aconteceu em 2003, embora a adega só tenha sido construída em 2010. Num primeiro momento, lançámos as marcas Adega de Pias e Terras de Pias e, posteriormente, fomos
Afinal qual é o verdadeiro vinho de Pias?
alargando o nosso leque de referências. Era nossa intenção desenvolver
“É importante referir que os vinhos de Pias já eram
a marca-região de “Pias”, de uma forma sustentada e foi o que fizemos
reconhecidos como vinhos de qualidade aquando da criação da
até dada altura. Uma marca, ou como neste caso, uma marca-região, não
sub-região vitícola de Moura, em 1991, e, por essa razão, esta
é somente um símbolo legal, mas acima de tudo deve ser um símbolo de
sub-região englobou na sua área de produção a freguesia de
valor, confiança e de qualidade para o consumidor. Quando começámos
Pias do concelho de Serpa. A originalidade e o desenvolvimento
a verificar que o consumidor estava a ficar confuso com a dispersão de
da marca-região de ‘Pias’ consistiu num trabalho devidamente
marcas que utilizam o nome de Pias indiscriminadamente, mudámos de
planeado e sustentado pelos dois produtores de vinho em Pias
estratégia”, revela a administradora.
(Pias do concelho de Serpa): Monte da Capela e Sociedade
Nos dias de hoje, surgem então em grande destaque as marcas Monte
Agrícola de Pias”, explica Clara Roque do Vale.
da Capela e Herdade da Capela, na categoria de DOC Alentejo, com os
A administradora prossegue afirmando que “hoje, o mercado
designativos de qualidade Premium, Private Selection e Reserva. São
foi invadido com uma proliferação de marcas que utilizam
características deste vinho as cores fortes e os aromas intensos em
o termo Pias na sua composição. Há mais de 200 marcas
perfeita harmonia, que consagram na perfeição as condições excecionais
registadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial
para a produção vitivinícola nesta região.
com referência a Pias, mas só há dois produtores de vinho
Prova disso mesmo são os inúmeros prémios que a empresa tem
em Pias: o Monte da Capela e a Sociedade Agrícola de Pias.
arrecadado a nível internacional, como nos enumera Clara Roque do
Estes dois produtores são detentores de apenas seis marcas
Vale: “Felizmente a nossa qualidade e excelência têm sido reconhecidas
“Pias” certificadas como Vinho Regional Alentejano: Adega
em diferentes certames internacionais. Este ano fomos galardoados com
de Pias, Terras de Pias, Monte da Igreja Pias e Ermida de
duas Medalhas de Ouro
Pias, do Monte da Capela; e As Pias e Villa Pias da Sociedade
no prestigiado concurso
Agrícola de Pias”. Clara Roque do Vale confessa que “enquanto
Challenge International
produtores, sentimo-nos impotentes para resolver este assunto,
du Vin, em Bordéus, para
pois o nome da localidade não é protegido e assistimos ao rol
os vinhos Herdade da
infindável de marcas que nada têm que ver com a região de
Capela Reserva 2011 e
Pias e que vão confundindo o consumidor que, por falta de
Adega de Pias Reserva
informação, adquire um vinho que, na esmagadora maioria dos
2014. O vinho Monte da
casos, nem do Alentejo é quanto mais de Pias. Um consumidor
Capela Reserva 2011
atento deve verificar sempre se o produto é certificado como
recebeu também Medalha
Vinho Regional Alentejano e verificar ainda se a sede social
de Ouro no Concurso
do produtor (que consta na rotulagem quer da garrafa quer do
Mundial de Bruxelas
bag-in-box) é em Pias”, reforça Clara Roque do Vale.
e muito recentemente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 157
alentejo | sapias
Desde 1973 a produzir o verdadeiro vinho de
Pias
Margaça – nome do fundador, da história de uma família que ao longo dos últimos 44 anos se tem dedicado à produção de vinhos com qualidade, que se confunde com a tradição do “terroir” onde está inserida. Hoje, com um conjunto de herdades que somam 700 hectares de vinha e olival na freguesia de Pias e cerca de 30 colaboradores, a empresa continua nas mãos da família que a criou, e são os filhos e netos de José Veiga Margaça que mantêm vivos os valores por ele inaugurados. Aqui na vila de Pias produzem-se os originais e verdadeiros vinhos de Pias. altura que se iniciaram as primeiras ‘peregrinações’, com autocarros cheios de gente vinda de Lisboa e Margem Sul, desejosos de visitar e provar o vinho de Pias. No início da década de 80 foi devolvida parte da propriedade e em finais dessa mesma década acabaram por restituir o restante.”, recorda Luís Margaça Lopes. “Esta casa sempre foi conhecida como Margaça e isso ficou perpetuado para sempre, pois as pessoas vinham a Pias, comprar vinho, à adega do Margaça”, revela o administrador e continua: “O meu avô tinha uma Luís Margaça Lopes Administrador
personalidade forte e esteve sempre ligado ao associativismo, conferindo à empresa um importante cariz social para a própria vila. Ao longo deste percurso foi fundamental também o apoio da minha avó, Dona Fernanda,
A história desta empresa iniciou-se com José Veiga Margaça. Natural
que era o seu suporte e uma ajuda importante”.
de Torres Vedras e membro de uma família numerosa, teve desde cedo
Em meados da década de 90 José Veiga Margaça acabaria por
uma ligação forte à agricultura. Começou muito novo a ajudar o pai nas
ser forçado a parar devido a um grave problema de saúde. Com
vinhas e depois nos trabalhos de tanoaria. Mais tarde, tirou a formação
determinação e união, a sua esposa e filhos, alavancaram a continuidade
de adegueiro na Adega Cooperativa de Torres Vedras. Entrou depois
da empresa de família que se mantém até hoje à terceira geração. Em
para a posição de adegueiro da Adega Cooperativa de Dois Portos e
2011 Luís Margaça Lopes assumiu a componente da exportação, tendo
foi nessa altura que foi convidado para vir para o Baixo Alentejo gerir
vindo a acumular funções desde essa altura.
um armazém de vinhos. Esse trabalho incluía a gestão do armazém
Nessa mesma época em que sucedeu o problema de saúde do fundador
e a comercialização dos produtos, que lhe conferiram uma enorme
da empresa, a família contou com a preciosa ajuda do engenheiro
experiência neste setor e conhecimento profundo da região. Rapidamente
Leonardo Maia que, aposentado do Instituto da Vinha e do Vinho, aceitou
se apercebeu que a produção vinícola era de facto excelente em terras
ser o enólogo responsável pelos vinhos da empresa, cargo que mantém
alentejanas. Entendendo que existiam características edafo-climáticas
até ao presente.
sui generis para as vinhas a que acresciam as especificidades dos solos
“Temos uma enorme dívida de gratidão para com ele, pois na altura
de Pias.
para além de necessitarmos de assegurar a estrutura da empresa,
Na sequência do trabalho de comercialização de vinhos no Alentejo e
precisávamos de garantir a identidade, o perfil e a qualidade na produção
criação de vários contactos, partiu então para a aventura de adquirir
dos vinhos”, completa Luís Margaça Lopes.
uma herdade com 800 hectares e uma adega inserida na vila de Pias, juntamente com dois sócios. Hoje a herdade tem uma área total de
Mais de 40 anos de sucesso
700 hectares, após a expropriação de uma parte para a construção
Quando José Veiga Margaça começou a dedicar-se à produção de vinhos
da barragem do bloco de Pias do perímetro de rega do Alqueva, tem
em Pias, toda a produção era comercializada em garrafões, pequenos
abundancia de água, tão indispensável ao desenvolvimento da produção
barris e tonéis. Na altura, década de 70, o Margaça Branco ganhou fama
agrícola no Alentejo.
como vinho de excelente qualidade e ainda hoje se vende em todos os
“O meu avô era de facto um visionário, que com a sua experiência
cafés, restaurantes e tabernas da vila.
profissional e a observação da qualidade das terras alentejanas de Pias,
A primeira marca de vinho engarrafado surgiu apenas em finais da
lhe permitiu a criação de vinhos memoráveis, constituíndo a empresa
década de 80, com o “Encostas do Enxoé”, num ano atípico em que as
em 1973. No Verão de 1975, as propriedades e adega foram ocupadas
pessoas levaram sobretudo brancos e pouco dos vinhos tintos que foram
no contexto do movimento da ‘reforma agrária’. Foi nessa mesma
ficando em estágio. Esse lote acabaria por ficar guardado em tonéis e
158 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
sapias | alentejo
fruto da experiência e sensibilidade de José
enólogo, conquistando rapidamente o gosto
Margaça é sinónimo de origem identitária dos
Veiga Margaça, que foi cuidando, controlando
do consumidor. Numa terceira linha aparece o
vinhos de Pias, tal como da família que tem
e acompanhando a sua evolução, surgiu um
“Quatro Décadas” lançado na altura em que a
contribuído para a dinamização económica da
vinho extraordinário que viria a conquistar o
empresa completou 40 anos. Um vinho criado
região e da população. Uma empresa com uma
mercado. Tratava-se do Encostas do Enxoé de
com a casta rainha dos vinhos tintos, a Touriga
forte componente social, onde têm trabalhado
1988, engarrafado num garrafa pequena de
Nacional, que passa por um bom estágio em
várias gerações de muitas famílias de Pias.
rótulo rústico mas com uma qualidade invejável
barrica e em garrafa. Mais recentemente, surgiu
que ainda hoje é recordada.
o “Dona Fernanda” em homenagem à matriarca e
Durante décadas a empresa acrescentou
mulher de José Veiga Margaça, este vinho está à
sabores ao portefólio, ganhou prémios e criou
venda no mercado com duas imagens distintas. É
toda a logística de distribuição, fazendo dos
um vinho, estagiado em barricas de primeiro ano,
seus vinhos autênticas referências do mercado
e passou igualmente por um estágio de garrafa
português.
em adega durante dois anos.
Hoje, a entrada de gama é o “Margaça”
A riqueza única dos solos em que estes vinhos
Branco e Tinto, que foi a primeira marca
são produzidos e a experiência acumulada têm
comercializada, Continua como simples vinho
sido recompensados com as várias medalhas
de mesa apesar da sua elevada qualidade
de ouro que os vinhos da família Margaça têm
e origem proveniente de uvas alentejanas
arrecadado ao longo dos últimos anos. Um
de Pias. Este é o único vinho que não vai a
reconhecimento fantástico do trabalho realizado
concursos. De seguida o “As Pias” Branco e
por toda a equipa liderada pelo enólogo
Tinto, que vai de encontro à famosa expressão
Leonardo Maia e também pelo agrónomo João
“vamos às Pias”, com a componente tradicional
Torres. Nos principais concursos internacionais,
em pano de fundo. Depois surge o “Pulo do
os vinhos têm conquistado medalhas todos os
Lobo” Branco, Tinto e Rosé que nasceu de
anos. Em particular em 2017 todos os vinhos
uma imagem de marca do Alentejo, mais
tintos receberam medalha de ouro.
propriamente da região entre Mértola e Serpa, em que o rio Guadiana estreita de uma forma
Novos projetos
que o lobo consegue saltar de uma margem
Diversificar as culturas no campo com a vinha,
para a outra. Estas três marcas são os vinhos
o olival e o amendoal, e aumentar o volume
mais jovens da empresa. Na entrada dos
de exportações são os principais objetivos da
reservas encontramos o “Encostas do Enxoé”
empresa para o futuro próximo. “Estamos a
Branco e Tinto, com uma longa história dentro
melhorar as condições da vinha e a introduzir
da empresa, em que ambos os lotes são
novas culturas, como a amêndoa, fazendo uso
trabalhados em barrica. O branco é um lote
eficiente da água. Por outro lado, queremos
selecionado estagiado em barrica durante
alterar o binómio das quotas referentes ao
três meses, que lhe confere corpo e estrutura,
mercado interno e externo, aumentando a
apresentando-se com um perfil de vinho de
exportação. Hoje comercializamos para a Holanda,
inverno. Quanto ao “Igreja Velha DOC” é um
Suíça, Alemanha, Taiwan, Polónia e Brasil, mas
vinho de elegância, muito feito ao perfil do
queremos crescer”, sublinha Luís Margaça Lopes.
Afinal qual é o verdadeiro vinho de Pias? “A fama de Pias está muito ligada às terras e região em que está inserida. Nesta franja, no extremo oriental do Alentejo, os terrenos são excelentes e únicos em Portugal. A estrutura do solo é alcalina, o que proporciona a produção de vinhos de excelência. A matéria-prima dos nossos vinhos (a uva) é totalmente retirada deste território, portanto asseguramos uma qualidade contínua e única. Os solos da Herdade Margaça são solos argilo-calcários, e são um dos pilares diferenciadores dos vinhos produzidos, assim como as características edafo-climáticas”. “Portanto, há uma regra básica para o consumidor destrinçar qual o verdadeiro vinho produzido em Pias. O consumidor deve sempre ter o cuidado de verificar a origem do vinho vendo na parte de trás da garrafa a informação no campo ‘Produzido e Engarrafado Por’ aí verá o nome do produtor e a origem do vinho. De facto só existem dois produtores em Pias, nós Sociedade Agrícola de Pias – Vinhos Margaça e Monte da Capela”, alerta Luís Margaça Lopes.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 159
cop desporto, um mercado de futuro e crescimento económico da autoria de José Manuel Constantino, presidente
Verifica-se, não só no plano económico, mas também no plano político e social, inúmeras fragilidades que comprometem tirar o melhor partido de um mercado cujas potencialidades são universalmente reconhecidas e inscritas nos mais diversos documentos de referência como fatores críticos de desenvolvimento, nomeadamente no quadro da Agenda 2030 e dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esta tendência assume, no nosso país, contornos particularmente acentuados, pois historicamente tem-se vindo a agudizar o desequilíbrio entre o valor socioecónomico que o desporto gera e o contributo que a sociedade confere à sua sustentabilidade e desenvolvimento, nomeadamente o que provem do sector privado e das famílias. Tal circunstância compromete não só a sustentabilidade do modelo de financiamento, mas também a inovação e a competitividade das organizações desportivas no fomento de uma cadeia de valor desde os níveis mais elementares até à excelência desportiva, com naturais consequências nos indicadores de prática desportiva e resultados desportivos no panorama internacional. O Orçamento do Estado para 2018 introduziu um conjunto de alterações que procuram corrigir alguns destes condicionalismos, fundamentalmente no âmbito do mecenato, no quadro de um pacote alargado de medidas oportunamente apresentadas na Assembleia da República, as quais se espera virem a concretizar, mormente no que respeita ao estímulo do dirigismo desportivo benévolo, da publicitação de entidades mecenas ou isenção fiscal no apetrechamento desportivo e O desporto é hoje um sector em crescimento acelerado,
no IRC de federações dotadas de utilidade pública desportiva.
com um impacto económico relevante no espaço europeu
Portugal é hoje um país exportador de talentos e conhecimento técnico em diversas
e uma representação nas economias nacionais comparável
modalidades desportivas, com protagonistas internacionalmente reconhecidos
ao conjunto do sector da agricultura, floresta e pescas,
neste mercado global, reunindo no seu território condições únicas no turismo
representando mais de 2% do PIB global da União Europeia
desportivo, apreciadas, reconhecidas e valorizadas por atletas e equipas de referência
(UE) e 3,5% do total de emprego na UE, com uma forte
mundial que aqui preparam a sua participação nas mais importantes competições
incorporação de tecnologia, inovação e desenvolvimento,
internacionais.
e um ritmo de crescimento consideravelmente superior à
Também por isso, o desporto representa um investimento de baixo custo e elevado
média da economia europeia.
impacto na internacionalização da nossa economia, na afirmação da imagem externa
Contudo, apesar destas estatísticas relevantes atualizadas
do país e na difusão da cultura lusófona, que invariavelmente recorrem aos seus
pela Comissão Europeia desde que o desporto foi inscrito
protagonistas para efeitos promocionais.
no Tratado de Lisboa, o impacto da economia do desporto
Valendo muito mais do que aquilo que custa ao país afigura-se crucial, num contexto
é ainda consideravelmente negligenciado desde o desporto
global de enorme competitividade, o engenho empreendedor e visão de futuro do
de base recreativa até ao alto rendimento e espetáculo
tecido empresarial para internalizar e potenciar estas mais-valias no seio do sistema
desportivo, passando pelo consumo de bens e serviços
desportivo, apostando no seu desenvolvimento e dotando-o dos mais avançados
desportivos das famílias ou o investimento privado e
recursos para que possam melhor servir o país e continuar a desenvolver a sua
patrocínio no sector.
economia.
160 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Setúbal nasceu do rio e do mar. A cidade
do centro da cidade, onde se desenvolve grande parte do comércio.
de Setúbal possui numerosos bairros,
Atualmente, neste bairro encontram-se alguns estabelecimentos
destacando-se entre os mais tradicionais o
ligados à área da saúde, assim como a principal estação
bairro do Troino, as Fontainhas, o Bairro
rodoviária da cidade.
Santos Nicolau e a Fonte Nova, zonas
A zona da Saboaria, assim como a zona das Fontainhas
onde vivia grande parte da comunidade de
foram, durante o século XX, locais de grande concentração
pescadores. As Fontainhas começaram a
industrial. As fábricas de conservas de peixe de Setúbal eram
ser povoadas por volta do século XVII,
nacionalmente reconhecidas, tendo-se verificado nos últimos anos
sobretudo por pessoas oriundas da zona de
alguns esforços de reativação desta atividade na cidade, a qual
Aveiro. Depois da construção da Avenida
atraiu diversos trabalhadores do Alentejo e Algarve durante o
Luísa Todi foi necessária a criação de uma
seu período de maior dinamismo.
nova doca. A zona é composta por inúmeras
Atualmente, na zona da Saboaria encontram-se instalados
travessas, poços e, ao contrário da do Troino,
diversos restaurantes, com uma oferta gastronómica algo variada.
é bastante inclinada. O Museu do Trabalho
Também nesta zona, situam-se a maioria dos clubes noturnos
Michel Giacometti situa-se nesta zona da
e bares da cidade, assim como tem sido feito um esforço de
cidade, perto do miradouro das Fontainhas.
revitalização urbana por parte de empreiteiros e do próprio
O bairro Salgado era a zona onde, por
município.
tradição, vivia a classe burguesa no século
Conheça algumas das freguesias e empresas mais emblemáticas
XIX, pois este bairro fica bastante próximo
da região nas próximas páginas da sua revista.
8I ANOS I48 ANOS COMO ORDEM DOS ENGENHEIROS
www.ordemengenheiros.pt
COMO ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL DOS ENGENHEIROS
AO SERVIÇO DA ENGENHARIA E DO PAÍS
cspp | setúbal
Formação ao mais alto nível O Centro de Soldadura e Processos Prata, Lda., (CSPP), oferece aos seus formandos e às indústrias nacionais e internacionais o mais alto nível de formação nos processos de soldadura com recurso aos seus equipamentos modernos e tecnológicos. alguma notariedade ao CSPP sendo, de certa forma, uma alavanca para que tenha entrado em empresas com nome firmado no mercado nacional e internacional. Também é motivo de orgulho a formação para particulares que querem iniciar a atividade da área da soldadura e para soldadores que procuram se especializar noutros processos que não estejam tão à vontade e em ligas especiais. Os cursos são admistrados com formadores dos quadros da empresa, sendo 95 por cento do curso prático, a parte teórica é dado também em sala quando existe essa necessidade contamos com uma sala para 15 pessoas apetrechada para o efeito. Uma das mais-valias para as empresas é o conhecimento do mercado por parte da CSPP para isso fazemos muitos Skill testes mais para as empresas que atuam no mercado externo, que recrutam grande número de soldadores, Alberto Prata e Benjamim Prata Administradores
tubistas, montadores de flanges e outras profissões ligadas á metalomecânica.
A empresa surge como uma necessidade de responder à falta de
A empressa é constituída por dois sócios, Alberto Prata e
mão de obra qualificada no mercado. A realidade das empresas
Benjamim Prata, a vida profissional teve início muito cedo como
portuguesas ligadas à metalomecânica é que, apesar de terem muito
soldadores, tendo conhecimento da realidade do mercado
bons profissionais, ainda recorrem ao recrutamento de profissionais de
interno e externo desse modo também contam com uma
outros países. O objetivo da CSPP é tornarem-se, num curto espaço de
carteira de clientes muito deversificada nacionais e estrangeiros.
tempo, numa referência ao nível da formação de profissionais na área da
Alberto e Benjamim Prata possuem competências pedagógicas
soldadura.
para exercer a profissão de formador (CAP) e Especialista
A empresa encontra-se com três anos de atividade neste momento já
Internacional de Soldadura, Internacional Welding Spcialist,
tem visibilidade tanto no mercado interno como externo.
Qualificação EWF/IIW nível IES e Vendedor Técnico /
Dando soluções técnicas aos seus clientes apoiando nos arranjos
Consumíveis e equipamento de soldadura.
mais abranjentes a nivel de QS (Qualificações de Soldadores) e pWPS
As instalações tem uma área de 1100m2 sendo área coberta
(Preliminary Welding Procedure Specifications) tendo, para isso, quadros
de 590m2, contamos com 12 boxes de soldadura equipadas
internos com formação necessária para poder desenvolver as mais
com dois equipamentos um multiprocesso e outro TIG, exaustão
diversas soluções aos seus clientes/parceiros e oferecer um serviço
no local de trabalho individual com tratamento do ar com filtros
completo que satisfaz o cliente e que tem fumentado o crescimento da
de carvão activo e reenviado para o ambiente de trabalho.
CSPP, Lda.
Os cursos de soldadura são realizados em horário laboral e
A obrigatoriedade da implantação das normas ISO 9001-Sistema da
pós-laboral, sendo certificados segundo a EN ISO 9606-1 ou
qualidade e a EN 1090-Construção nas empresas tem vindo a dar
ASME IX.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 163
setúbal| 7 janelas
Fabrico de janelas eficientes Iane Douglas alumínios é a empresa que representa duas imagens de marca em Fernão Ferro, a fábrica Idaluminios e, em Setúbal, a loja 7Janelas. A empresa já conta com 13 anos de experiência em caixilharia de PVC e caixilharia de alumínio e similares e destaca-se pela qualidade dos materiais e serviços que oferece aos seus clientes. Iane Douglas é o proprietário da empresa e desde sempre viveu deste
fábrica tem ao dispor dos seus clientes todo o tipo de produtos: “A Iane
ramo. Começou por ajudar o pai na área e decidiu mais tarde abrir o seu
Douglas é um grupo. Nós também fabricamos certas caixilharias para
próprio negócio, em 2004. Filomena Nunes, administrativa da empresa,
determinadas empresas que podemos chamar de concorrentes mas que
fala sobre o desejo do empresário. “Foi uma opção do Iane criar o seu
não têm fábrica. Separamos por completo as duas vertentes que temos
próprio negócio. Ele aprendeu com o pai que trabalha neste setor há
na nossa empresa. Na nossa loja, a 7Janelas, só vendemos material
30 anos. Entretanto, chega a um momento em que as pessoas querem
de topo a nível de isolamento térmico e acústico. Na fábrica vendemos
crescer mais um pouco e querem ter o seu próprio negócio e foi isso que
o melhor, mas também vendemos materiais mais baratos”, concluiu o
aconteceu”. Filomena Nunes acrescenta ainda que Iane Douglas recorre
jovem empreendedor. Para além do consumidor final, a empresa aposta
a métodos mais inovadores e tecnológicos.
na prestação de serviços a municípios. Um dos exemplos é o Município de Setúbal que confia no trabalho da empresa e prova disso foi quando
Os serviços certos para o cliente
após uma explosão ocorrida em 2007, que lesou inúmeras pessoas, a
A empresa presta serviços de caixilharia em PVC ou alumínio,
7Janelas foi escolhida para restaurar todos os prédios danificados. Iane
vidros, estores, resguardos de duche e banheiras, portas exteriores,
Douglas fala com a nossa revista sobre o tema: “Após a explosão em
redes mosquiteiras, grades lagartas, portões,etc. Os colaboradores
Setúbal, foram uns 5/6 prédios que reparámos pela Mundial Confiança,
de montagem e de produção são pessoas experientes no ramo,
trabalhámos com eles. Só não fizemos diretamente a obra porque a
nomeadamente em sistemas de janelas em PVC, para que os seus
Câmara queria que fossem empresas situadas em Setúbal e na altura
clientes contem com um trabalho profissional e de enorme qualidade
ainda não estábamos cá”.
com um resultado fantástico. É perante estes serviços que a empresa consegue obter um feedback positivo por parte dos seus clientes e desta forma assegurar “o conforto de todos os clientes”. Investir em materiais de qualidade Filomena Nunes conta que todos os materiais fornecidos aos clientes são sempre com a maior qualidade. “Um dos materiais que mais
Uma equipa especializada
aconselhamos, embora seja um produto um pouco mais caro, é o vidro
Durante todo o processo a equipa da 7Janelas aconselha os clientes
inteligente da Guardian Sun, muito recorrente actualmente. É a perfeita
através do levantamento das suas necessidades e expectativas. Toda
combinação de controlo solar, pois apresenta um bom isolamento térmico
a equipa está em constante formação, nomeadamente, os instaladores
do mercado graças ao seu valor U de 1.0. As aberturas nas fachadas
e os fabricantes. O departamento específico de assistência técnica
destinadas às janelas são os pontos mais frágeis do isolamento térmico
pós-venda preocupa-se em solucionar pequenos arranjos e reparações
de um edifício, o que significa um inevitável aumento do consumo
requisitadas.A empresa que acompanha todas as novidades do mercado
energético. Por isso, o investimento num vidro de alta qualidade é uma
da caixilharia garante a contribuição de um excelente serviço.
boa forma de ver de volta o valor do investimento”.
É assim que a 7Janelas prima pela qualidade, sendo destacada como a base da empresa. Já a equipa de trabalho segue o lema em virtude de
Do consumidor final aos municípios
acompanhar de perto as novidades do mercado e estar em constante
A empresa de Iane Douglas disponibiliza o seu trabalho para o
formação. Os profissionais especializados estão sempre preparados para
consumidor final, bem como para outras entidades. O proprietário conta
demonstrar aos seus clientes que o bom serviço pode estar aliado a um
ainda que a 7Janelas só oferece o melhor do mercado. No entanto, a
preço excecional.
164 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
nook design| setúbal
arquitetura e decoração Aliando o elemento estético à componente funcional, a Nookdesign procura apresentar soluções de arquitetura e decoração de interiores. Amigas de infância, a arquiteta Sara Pereira e designer Ana Sécio, sócias da empresa sediada no Montijo, partilham, em entrevista, a história deste projeto, a forma de abordar o mercado, o que cada uma traz à atividade e a visão futura do negócio. já tivemos um projeto em Moçambique. A
valoriza cada vez mais este tipo de trabalho.
recomendação de antigos clientes é a nossa
Alguns já nos abordam sabendo o que querem,
principal forma de atrair novos projetos. As
mas outros dão-nos ‘carta branca’, não
pessoas ficam satisfeitas com o serviço,
fazendo qualquer ideia do que pretendem”.
passam a palavra e indicam-nos a amigos”. Abordagem a cada projeto A conjuntura atual na arquitetura
“Primeiro tentamos fazer um estudo do
“Nesta zona sentimos a construção novamente
cliente, percebendo o que gosta e não gosta,
a mexer. No que diz respeito a projetos de
e o nosso trabalho é feito a partir daí. Cada
raiz, o principal mercado tem sido moradias.
projeto é diferente, nós não temos um estilo
Contudo, o grosso do nosso trabalho nos
que seguimos como guia de orientação.
últimos tempos tem sido a remodelação,
Aplicamos as nossas ideias de acordo com o
quer de moradias, quer de apartamentos,
cliente, o espaço e a arquitetura do edifício.
passando pela arquitetura de interiores, e,
Trabalhamos com vários parceiros, nacionais
posteriormente, na decoração, prestando um
e internacionais. Frequentamos feiras e
serviço completo. Ainda existe um pouco a
apresentações, de onde trazemos ideias e
ideia da arquitetura tradicional, mas nota-se
contactos. E cada projeto que fazemos vamos
A experiência do trabalho em conjunto
uma maior abertura das pessoas, e até dos
buscar ideias a fornecedores diferentes, porque
“Este projeto existe há nove anos, mas
responsáveis camarários, a projetos mais
cada um tem o seu estilo. É fundamental estar
trabalhamos juntas há sete. A experiência
modernos. É fundamental que a arquitetura
sempre atualizado, pois ambas as áreas estão
tem sido ótima e existe uma relação pessoal
seja pensada. Toda a nossa envolvente, seja a
em constante evolução”.
muito positiva. Nunca existe um projeto em
nossa casa, local de trabalho, um restaurante
que participa apenas uma de nós. Juntamos
ou uma loja é arquitetura. Se os espaços foram
Perspetivas para 2018
sinergias e a formação de cada uma, pois
bem pensados, automaticamente as pessoas
“2017 foi um ano equilibrado e de crescimento
gostamos ambas de ter participação em todos
sentem-se bem lá”.
em relação ao ano anterior. Esperamos um
Sara Pereira e Ana Sécio Sócias-Gerentes
2018 ainda melhor, especialmente na área
os trabalhos”. As tendências da decoração de interiores
da remodelação de interiores. Existem muitos
Mercado da empresa
“A decoração é um pouco como a moda: usa-
compradores de casas usadas que procuram
“Somos procuradas essencialmente por
se de tudo. Promovemos uma mistura de estilo
este tipo de serviço. O próprio turismo fomenta
particulares, mas também temos feito
e de materiais. As madeiras naturais estão a
essa procura, pois os turistas cada vez mais
remodelações de empresas e espaços públicos.
regressar e o ‘vintage’ continua na moda. Existe
procuram alojamentos a uma escala mais
Espaços, acima de tudo, que procuram uma
muito por onde escolher e o nosso trabalho
pequena e mais familiares e isso promove a
boa apresentação e decoração. Temos procura
passa, acima de tudo, por ir ao encontro
remodelação deste tipo de espaços”.
essencialmente a nível nacional, mas também
das necessidades e objetivos do cliente, que
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 165
setúbal| pedro costa freire, s.a.
Construção portuguesa além-fronteiras A Pedro Costa Freire, S.A. é uma empresa de construção que atua em diferentes áreas, em Portugal e em vários países da Europa. Honestidade é a palavra que, segundo o próprio Pedro Costa Freire, mais define a empresa com o seu nome, que conta já com 17 anos de atividade. Pedro Costa Freire Administrador tubagem, montagem de bombas e eletricidade. “O segredo é fornecer boa mão de obra, qualificada, e resolver os problemas dos clientes. Se os conseguirmos resolver, o “Desde novo que sou apaixonado pela
na conservação e manutenção de edifícios.
trabalho irá continuar a surgir”, refere. Com
engenharia, portanto o meu percurso foi
Ao mesmo tempo, executamos qualquer tipo
Pedro Costa Freire trabalham, em média, 20 a
natural. Licenciei-me em Engenharia Civil,
de empreitada de construção civil”, salienta o
30 pessoas, ultrapassando, por vezes, as seis
trabalhei vários anos em empresas de
responsável.
dezenas, dependendo do volume de obras.
obras públicas, nas quais ganhei currículo e
A segunda área de atuação prende-se com a
Trabalhar em novos países da Europa, com
experiência e, mais tarde, em 2000, abri a
medição imobiliária, também em Portugal, da
destaque para a Inglaterra, Suécia e Noruega
minha própria empresa”, relembra Pedro Costa
construção própria da empresa. “Distinguimo-
são os desejos futuros de Pedro Costa
Freire.
nos pela busca contínua da qualidade, do
Freire: “A construção portuguesa é muito
São três as principais áreas de atuação
conforto, do design e da inovação”.
reconhecida lá fora. Pelo que vejo, ninguém
da empresa. No nosso país, a Pedro Costa
A terceira área e a que mais representa a
faz tão bem como nós. Algumas empresas
Freire, S.A. dedica-se à construção civil e à
Pedro Costa Freire em termos de faturação
com quem temos parcerias têm projetos muito
reabilitação e restauro. “Dispomos de equipas
– cerca de 80 por cento – refere-se aos
interessantes nesses países e seriam mercados
especializadas, capazes de acompanhar
trabalhos realizados em âmbito industrial, em
que também gostaria de atingir”, confessa o
todas as fases de desenvolvimento de um
países como a Alemanha, França, Bélgica e
engenheiro. Experiência, flexibilidade, inovação
empreendimento. Somos especialistas em
Holanda. Aqui, a empresa de Pedro Costa Freire
e rapidez de resposta são as características
reabilitação de edifícios, em restauro de
realiza manutenções nas maiores refinarias e
que continuarão a marcar o percurso da Pedro
interiores e exteriores de habitações, bem como
petroquímicas, em áreas como a soldadura,
Costa Freire, S. A.
166 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
setúbal| côte d’azur
um serviço de excelência na compra e venda de casas Côte D´Azur é uma mediadora imobiliária que surge em 2012, com dois sócios profissionais altamente experientes no ramo imobiliário. Os dois sócios-gerentes agarram este projeto dispostos a mudar a filosofia de abordagem no mercado. Toda a equipa trabalha diariamente para conseguir uma carteira de imóveis diferenciadas para os seus clientes compradores, e garantir um serviço de excelência aos seus vendedores. A Côte D´Azur emprega também uma função social em várias comunidades no distrito de Setúbal. conta ainda que a melhor estratégia de Marketing que possuem é o passaa-palavra. A Côte D´Azur possuí, neste momento, quatro lojas, sendo que duas delas estão localizadas no concelho de Sesimbra, nomeadamente em Santiago e Santana. Setúbal foi um dos locais também escolhidos para abrir loja, assim como a Avenida da Liberdade, em Lisboa. Em janeiro do próximo ano abre uma quinta loja, em Corroios, no concelho do Seixal. A marca Côte D´Azur representa três vertentes distintas, a compra e venda, construção e remodelação e imobiliária, tendo igualmente o serviço pósvenda, que inclui o apoio ao cliente, desde a abertura da conta da água, luz, etc.. Este método de negócio faz com que seja uma empresa com um Rachid Timchara e Andreia Pereira Administradores
serviço completo desde o início ao fim da cadeia. Rachid Timchara explica a origem desta junção: “Há 18 anos que estou ligado ao ramo da construção. Comecei como servente na construção, mas com o paradigma negativista vivido no ramo decidi mudar, entrando no ramo imobiliário e juntando estas duas facetas, assim seriamos capazes de acompanhar de uma forma ampla os nossos clientes e deixá-los sempre satisfeitos. Na atualidade, a empresa de construção possui mais de 25 colaboradores, constroem produto próprio, são investidores e são a empresa que mais imóveis têm para vender no concelho de Sesimbra”, o empresário refere ainda que a Côte D´Azur
Em apenas cinco anos, a equipa Côte D´Azur prova com a sua crescente e vasta carteira de clientes que o profissionalismo, dedicação e honestidade são qualidades valorizadas pela sociedade. A mediadora imobiliária abre portas numa altura em que o país sofre uma crise económica, no entanto, foi nessa altura que Rachid Timchara decide dar início ao seu sonho: “O ramo imobiliário tem evoluído positivamente nos últimos anos, estando em alta neste momento, mas a Côte D’Azur começou no pico da crise económica, conseguimos sobreviver e neste momento somos a imobiliária que mais vende no concelho de Sesimbra. Possuímos a maior quota de mercado no concelho. Atualmente também somos uma empresa que é constituída por 80 colaboradores”, o gerente
168 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
côte d’azur | setúbal
mantêm sempre a sua sustentabilidade financeira.
mantemos sempre o compromisso de corresponder às expectativas dos
A Côte D´Azur, no entanto, ultrapassa as barreiras empresariais e dedica-se
nossos clientes. Estas características tem-nos permitido crescer nestes
também a um apoio comunitário. Rachid Timchara explica que “enquanto
anos em que vamos transformando os sonhos dos clientes em realidade.
houver esperança em vários fatores da nossa vida e que acreditemos em
Encontramos a casa ideal para cada família. Iniciamos a nossa atividade
nós próprios seremos capazes”, e o seu discurso é completado pela sua
em 2012 e continuamos a ser uma empresa familiar e uma mediadora
sócia, Andreia Pereira, que conta as várias iniciativas que a Côte D´Azur faz
da terra, conhecendo bem as necessidades locais onde atuamos”, conta
questão em participar: “Investimos em patrocínios para apoiar o desporto,
Andreia Pereira que ainda refere que a crescente confiança depositada
apadrinhamos várias equipas de inúmeros desportos em Sesimbra e outras
em toda a equipa, traduzida por um número cada vez maior de clientes a
localidades. O nosso espirito passa sempre por dar, pois acreditamos que
confiar no seu trabalho, fez mudar por completo a visão do grupo e ampliar
quanto mais damos mais recebemos, recebemos a satisfação de contribuir
todos os seus recursos e postos de atendimento.
para o melhor bem-estar de pessoas e ajudamos a serem mais felizes”, e
A marca Côte D´Azur está presente na feira anual “Le Salon de L’immobilier
os nossos próprios colaboradores juntaram-se neste espírito de ajuda ao
et du Tourisme”, em França, já é parte integrante do projeto de expansão
próximo”. Esta época também não passa em branco e vamos às escolas
sustentável e a aposta no mercado internacional. Assim como estão
oferecer brindes aos mais pequenos, aliás a nossa mascote foi elaborada
presentes em várias outras feiras do setor imobiliário, em Paris e Lyon,
pelos alunos da escola primária, através de um concurso organizado
levando os seus imóveis além-fronteiras.
por nós que conta sempre com prémios. Desta forma incentivamos a
Venha visitar esta equipa de braços abertos para receber e atender de
criatividade dos mais jovens”, evidência a empresária.
forma personalizada cada cliente. A mesma equipa com toda a capacidade
A equipa da Côte D´Azur não desiste dos sonhos de todos seus clientes.
de responder às necessidades de cada família e prontos a ajudar na
Andreia Pereira conta várias das muitas histórias vivenciadas na mediadora
escolha da casa ideal para si.
imobiliária, onde se prova que faz valer o seu slogan - “o seu objetivo é o
O seu objetivo é o nosso desafio.
nosso desafio”, não dando como perdidos os negócios, mesmo sabendo
Para mais informações, visite o site ou as suas lojas em Sesimbra
que muitos deles são difíceis.
(Santiago e Santana), em Setúbal e na Avenida da Liberdade em Lisboa.
A equipa é, segundo os dois sócios, o segredo para o sucesso: “Somos um grupo com uma grande paixão pelo nosso trabalho, a nossa maior virtude é sempre a transparência com que mediamos os nossos negócios, enquanto
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 169
setúbal| sagovaras
O futuro drama dos produtores em Portugal
Cornelis Smit e Marloes Dekker são um casal de produtores de leite e donos da empresa Sagovaras – Sociedade Agrícola Varas. São holandeses, mas residem e trabalham em Portugal (Grândola) há vários anos. Em conversa com a nossa revista admitiram gostar de viver em Portugal, e até afirmaram que vivem melhor cá do que na Holanda, no entanto, mostraram-se indignados quanto à situação do setor da agricultura no nosso país. As razões para esta indignação seguem abaixo descritas. ao Estado Português”, afirmou indignado. Para além desta situação, Cornelis Smit também lamenta a passividade do Governo português face a esta realidade: “O norte da europa paga muito melhor o litro de leite. O sul da europa não consegue esses valores. Nós temos muitos custos e pouca margem de lucro. A média, este ano, foi de 0,32 cêntimos por litro de leite. O Estado precisa de vigiar muito mais a ação dos Cornelis Smit e Marloes Dekker Administradores
supermercados. Só o Estado pode intervir no que está a acontecer, obrigando essas grandes superfícies a praticarem valores viáveis para todos e incentivando à promoção e consumo dos produtos portugueses”, acrescentou. Inúmeras consequências O nosso entrevistado insurgiu-se, ao longo da entrevista, sobre mais uma realidade vivenciada pelo setor: a falta de jovens agricultores. “Trabalhamos e produzimos bens essenciais que depois não são pagos com valores justos. Os jovens agricultores vão para fora ou simplesmente não investem. Daqui a 20 anos não haverá agricultores em Portugal porque ninguém quer passar por isto. A situação é muito grave”, advertiu. A demasiada legislação existente que regula a agricultura em Portugal também é um problema aos olhos de Cornelis Smit: “A agricultura está esquecida e os produtores são os principais sofredores das consequências. A própria legislação é desadequada à O objetivo desta conversa foi, em primeira instância
realidade e é preciso que as pessoas e principalmente o Governo entendam isso”.
sensibilizar a população portuguesa, através dos leitores da
Por fim ficou a mensagem para os nossos leitores. “Comprem produtos portugueses,
Revista Business Portugal, para a temática e, em segunda
mesmo que estes sejam mais caros, por forma a lutarmos contra a pressão dos
instância, alertar o Governo sobre o drama que afirmam
preços dos produtos importados pelas grandes superfícies”, finalizou.
viver. O casal, produtor de leite, conta com uma propriedade com cerca de 120 hectares de área – que lhes permite para além do leite comercializar cortiça e pinhal, 520 animais, dos quais 240 se encontram em produção e produz, anualmente, cerca de 2,5 milhões de litros de leite. Trata-se, portanto, de um negócio familiar, a enfrentar as enormes dificuldades do panorama nacional. Problemas esses que garantem “vir a ter consequências em todas as empresas relacionadas com a agricultura”. Para Cornelis Smit os preços praticados no negócio do leite (e outros produtos como batatas e arroz) são incomportáveis e imputa a responsabilidade às grandes superfícies comerciais. “Os supermercados têm o monopólio e impõem preços com margens muito pequenas para os produtores e a juntar a isso vão pagar os seus impostos noutros países, porque fica mais barato, dando pouco a ganhar
170 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Vale da Caniceira nº 2819 Água derramada 7570-101 Grândola
clínica volte a sorrir | setúbal
A arte de criar sorrisos
Pioneira no conceito de clínica low cost em Portugal, a Volte a Sorrir é uma marca conceituada na área da saúde oral em Sintra e Setúbal. Com uma equipa de 13 profissionais, o espaço tem já um leque alargado de pacientes fidelizados. Isabel Júlio, proprietária do espaço sadino, falou à Revista Business Portugal sobre a sua clínica e o atual estado do setor. que a nova concorrência em Setúbal é saudável, por ser demonstrativa do crescimento da cidade, mas procura-se diferenciar pelo tipo de atendimento prestado. “Aqui pensamos e preocupamo-nos com nossos pacientes, sempre. Eu gosto que as pessoas venham à minha clínica não só por ter um preço mais acessível, mas porque gostam do serviço”.
Isabel Júlio Proprietária Voltar a Sorrir é uma marca comum a duas clínicas dentárias em Sintra e Setúbal. Embora com proprietários diferentes, os espaços tiveram a mesma origem e partilham ainda uma filosofia de atendimento idêntica.
Saúde oral: uma área fundamental e em desenvolvimento
Isabel Júlio é a responsável pela clínica de Setúbal e uma das fundadoras
Na opinião de Isabel Júlio a preocupação dos portugueses com a saúde
da marca. Com 10 anos de experiência no mercado, a instituição conta já
oral tem aumentado, o que não se reflete tanto a nível da preocupação
com cerca de 26 mil clientes, parte dos quais fidelizados há vários anos.
estética, mas mais no ênfase dado à aposta na prevenção. Para a
A clínica atende na generalidade dos serviços de tratamento dentário,
responsável, esta é mesmo uma área essencial já que evita muitos
embora seja especializada em algumas áreas precisas. “Nós estamos
problemas irreparáveis no futuro. Por isso mesmo, Isabel Júlio realça a
muito focados na parte da implantologia, da reabilitação oral, com ou
necessidade de se terem cuidados básicos com a alimentação e com
sem implantes, e também na parte da estética e da ortodontia”, referiu a
a escovagem dentária. Para além disto, considera também essencial
responsável.
fazer consultas de forma regular. “É indicado para o paciente que queira manter a sua dentição fazer limpeza a cada seis meses. E nessas
Conceito económico, de qualidade e com clientes fidelizados
consultas fazer também check up, ver se existe algum dente a necessitar
Embora tenha nascido com conceito low cost, a Voltar a Sorrir já não
de intervenção para evitar futuros tratamentos mais complexos”, explica.
se enquadra somente nesta definição. Na opinião de Isabel Júlio, os
Para o futuro, a proprietária do espaço de Setúbal da clínica Volte a
preços praticados pelas grandes redes de clínicas vieram alterar esta
Sorrir espera manter os bons resultados atuais e poder concretizar novos
realidade e a qualidade e o atendimento personalizado são cada vez
projetos, como o alargamento do espaço físico da clínica. Isabel Júlio
mais fatores diferenciadores essenciais. Apesar disto, a marca continua
pretende ainda continuar os seus clientes com a mesma qualidade.
a apostar em preços equilibrados sem prejuízo da qualidade, como nos
“Para nós, os pacientes não são simplesmente pacientes, são amigos
refere Isabel Júlio. “O segredo do preço está em ter mais quantidade
que nos confiam o seu sorriso e a sua saúde oral. Queremos que contem
de pacientes, porque o material que utilizamos é o mesmo que utilizam
connosco para que em 2018 continuem a confiar na nossa equipa e a
noutras clínicas que cobram mais”. A responsável da clínica considera
sorrir connosco”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 171
setúbal| padaria bomboca
“Grande parte das nossas receitas são tradicionais” Com uma grande variedade de opções à disposição dos clientes, a Pastelaria Bomboca distingue-se pela diversidade de bolos que todos os dias preenchem montra e balcão. Com a arte de cozinhar a andar de mãos dadas com a criatividade, o cake design é outra das principais valências da empresa, que acaba por conseguir criar opções variadas e à medida de cada pessoa.
de bolos e temos um horário alargado, com 20 horas por dia. Depois temos uma parte muito forte que é o bolo de aniversário, uma vez que o nosso é diferente e há a aposta no cake design. É um produto de referência. Agora para esta altura do Natal e das festas temos muitas ofertas, como o Bolo Rei tradicional e os outros doces típicos da época, este ano estamos mais preparados e com maior capacidade de resposta, sinto que será o melhor Natal da nossa pastelaria. Grande parte das nossas receitas são tradicionais e muitas são caseiras, o bolo de bolacha é um exemplo disso, é uma receita caseira e isso faz a diferença. António Nogueira e Cristina Lameiras Sócios-Gerentes
Trabalhamos com poucos produtos compostos, ainda trabalhamos com farinha! Depois temos o produto da casa, a Explosão de chocolate, que é
A envolvência com a pastelaria não era novidade para Cristina Lameiras,
exclusiva nossa e baseada em seis tipos de chocolate diferentes e com
sócia gerente, em conjunto com o António Nogueira, da Pastelaria
mais alguns segredos. Outra das nossas imagens de marca é o bolo XXL,
Bomboca. O gosto pelos bolos, com especial ênfase no cake design,
que é uma referência, um produto âncora que nos traz clientes de fora e
fazia parte da sua vida e, com naturalidade, surgiu a ideia de abrir um
de todo o distrito de Setúbal. É um conceito que funciona bem. No verão
negócio em nome próprio. “Isto surgiu já vai fazer cinco anos. A minha
a bola de berlim é um ponto forte, fornecemos algumas praias e essa
sócia já fazia bolos em casa, com a variante do cake design, então fomos
acaba por ser das épocas altas que temos”, explica António Nogueira.
procurando um espaço e surgiu aqui, que já era uma pastelaria e já tinha
A trabalhar sobretudo de forma direta com os clientes que se deslocam
este nome: Pastelaria Bomboca. Em janeiro de 2013 pegamos neste
ao espaço, é no atendimento e bem servir que está uma das grandes
espaço e temos estado a desenvolver bastante, a nível de variedade, de
apostas da gerência, que pretende que quem lá se dirige tenha sempre
espaço e de negócio”, afirmou António Nogueira.
uma experiência agradável. Para isso, confessa António Nogueira, faz
Numa área em que muitas vezes há “mais olhos do que barriga”, é
falta mais mão de obra qualificada e interessada em trabalhar em
importante que a primeira impressão de quem visita o espaço seja de
pastelaria: “Um negócio que funciona todos os dias do ano e 24 horas
que há grande variedade e possibilidades de escolha, acima de tudo,
por dia a necessidade e gestão do staff não é tarefa fácil, sentimos isso
saborosas. E é essa a principal caraterística distintiva da Pastelaria
este verão em que a afluência de clientes foi muita, acima do esperado”.
Bomboca. Com aposta em alguns produtos exclusivos, fazem da
Para já, António Nogueira admite estar na expectativa de ver o rumo
qualidade uma referência. “Aqui na zona há muitas pastelarias e muitas
do negócio, no entanto, não esconde que o desejo é que a Pastelaria
de grande qualidade. A distinção que temos é pelo tamanho e variedade
Bomboca cresça. “A nossa intenção, desde início, não é ficar por aqui!”,
dos bolos. Somos na Quinta do Conde a pastelaria com mais variedade
conclui.
172 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
café restaurante barrete verde | setúbal
“à imagem dos clientes” Situado em Alcochete, o Restaurante Barrete Verde prima pela qualidade dos pratos que fazem crescer água na boca. Mariana Rosa, juntamente com os seus filhos, são os proprietários que fazem do Barrete Verde um local de paragem obrigatória na vila portuguesa. Em conversa com a Revista Business Portugal explicam o conceito que faz parte do restaurante. para o Algarve”, o restaurante acolhe “muitos espanhóis, franceses, italianos e holandeses”. Mariana Rosa assinala ainda a importância da fidelização dos clientes que recebem. “Temos clientes que nos enviam recordações e também é isso que nos dá muita força. Os nossos emigrantes de Alcochete quando vêm em Agosto nas festas, vêm logo
Equipa
visitar-nos. Fatores que diferenciam Para além da capacidade para 80 lugares que o restaurante disponibiliza, a decoração é também um ponto a ser abordado. A sala está dedicada Nascida em Alcochete, Mariana Rosa decidiu aventurar-se no negócio
aos toiros e na parte exterior às salinas e ao rio. Mas não são só estes
da restauração, juntamente com a família, e tornar este projeto num
dois fatores que se destacam. O amor que transportam para a comida e
dos momentos “mais simbólicos e inesperados da minha vida”. Apesar
para o trabalho “é que nos diferenciam”, nunca esquecendo a amizade
da ementa não ser extensa, os proprietários querem mostrar aos
com os clientes que, para Mariana Rosa, faz com que haja “um elo de
clientes que o mais importante é servirem todos os pratos que têm na
ligação muito interessante”. Prestes a celebrar 20 anos em janeiro, o
ementa e que todos os produtos confecionados são frescos. Os pratos
Restaurante Barrete Verde pretende continuar a dar o melhor de si e,
regionais são, sem dúvida, uma referência na vila. Desde os peixes
neste fim de ano, não poderiam deixar de dar uma mensagem muito
frescos, feijoada de chocos, caldeirada de bacalhau à antilha, bacalhau
especial para agradecer o apoio dos seus clientes e “desejar um ano
à casa, bacalhau com natas, filetes de polvo com arroz ao coelho frito,
muito feliz”.
não há como resistir à comida tradicional portuguesa confecionada no restaurante. Uma aposta na comida vegetariana Os pratos vegetarianos surgiram numa altura em que Mariana Rosa começou a ter muitos pedidos relacionados com este estilo de vida. Pelas palavras de João Rosa foi algo que “conseguimos sem nunca descaracterizarmos e tem tido muita afluência. Sempre incluímos na nossa cozinha portuguesa”. Para os mais curiosos e atentos a estas especialidades, o Barrete Verde tem na ementa açorda vegetariana e tortilha vegetariana com arroz de frutos, duas grandes referências para o local. A aposta neste segmento deve-se muito pela evolução de mentalidades que a proprietária defende. “Eu acho que a geração está a mudar. Não posso pensar que tenho que viver aquilo que só eu vivi”, acrescenta. Segredos na cozinha Pelo olhar de Mariana e João Rosa, os segredos que guardam na cozinha são, de forma transparente, transportados para os clientes diariamente. A proprietária considera que o mais importante é “colocar no prato o amor que sinto por aquilo que faço. A primeira base está na qualidade”, afirma. “De norte para o Algarve” Não são só os habitantes de Alcochete que querem experimentar todas as iguarias regionais do Barrete Verde. Para além da lista de clientes que guardam e preservam há 20 anos de “norte
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 173
setúbal| gdma
as suas ideias no espaço ideal A GDMA – Reabilitação e Construção, é uma empresa inserida no setor da construção civil, dotada de uma equipa multidisciplinar com vasta experiência profissional nas áreas de Construção, Reabilitação e Remodelação de edifícios públicos e privados. A competência adquirida, ao longo das últimas duas décadas, na Gestão, Planeamento, Preparação e Concretização de vários projetos de renome, veio permitir à empresa o perfeito relacionamento com os seus clientes, pelo escrupuloso cumprimento dos prazos e pelo rigor orçamental assumidos. que a primeira foi executada na Faculdade de Ciências e Tecnologia. Desta forma, começou a ganhar reconhecimento no ramo e a ter um aumento do número de clientes a requisitar os seus serviços.De referir que a empresa teve um crescimento de 400 por cento no seu primeiro ano, estando já previsto um aumento de 200 por cento já em 2018. Atualmente já conta com um leque vasto de clientes particulares, incluindo internacionais, mas também nacionais como a FCT, Empark, Grupo GDMA
AutoEuropa, a Nowo (anteriormente conhecida como Cabo Visão) e a Teleperformance. Hoje em dia realiza obras de maior dimensão como, por exemplo, a construção de um Hotel cinco estrelas na Praça da Alegria em Lisboa, bem como a reabilitação do próprio Hotel Alegria, no mesmo local. Gui Delgado considera que, no passado, as empresas de Um dos exemplos desta vasta competência adquirida é Gui Delgado,
construção estavam voltadas maioritariamente para as obras públicas e
gerente do projeto que nasce em abril de 2016. O empresário inicia
que, com a crise no setor, muitas tiveram de redirecionar o seu esforço
a sua carreira no setor muito cedo, com o curso de desenhador de
e sobreviver, enquanto outras faliram. “O setor estagnou, sobretudo para
Construção Civil, na empresa Teixeira Duarte, inicialmente como auxiliar
obras de grande dimensão. Acredito que o investimento nas obras de
de topografia e, mais tarde, como técnico de construção civil. Desde
pequena dimensão é tão ou mais vantajoso quanto os empreendimentos
então teve a oportunidade de trabalhar em grandes empresas ligadas
de grande dimensão. Acredito igualmente que o mercado neste momento
ao ramo da construção civil. Contudo, chega o momento em que
está virado essencialmente para a restauração e remodelação de
Gui Delgado dá o primeiro salto na sua carreira profissional. “Devido
edifícios e que as obras de grande dimensão já não são uma realidade
as limitações que o meu curso tinha no ramo da construção decidi,
para todos. A nossa empresa está preparada para a esta realidade do
posteriormente, licenciar-me em Engenharia Civil no período pós-laboral.
mercado”. O empresário acrescenta ainda que a aposta do projeto passa
Após muitos anos de experiência tive a oportunidade de trabalhar
sempre por investir na maximização da qualidade do produto final.
noutra grande área de negócio, na Promoção, mais propriamente
Na atualidade a empresa está envolvida em vários projetos como a
como Dono de Obra onde geríamos a nossa própria construção”, o
construção de edifícios, de moradias e casas de grande dimensão,
empresário conta, no momento, com 23 anos de experiência. Chega,
reabilitação/remodelação de lojas, apartamentos e prédios, bem como
assim, o segundo momento decisivo na vida profissional do engenheiro
a manutenção de alguns edifícios. Pensa no crescimento futuro da
que decide abrir o seu próprio negócio. “A empresa tem dois anos de
empresa mas considera que estabilizar é uma ótima filosofia. Já tem uma
existência e é constituída por dois sócios, eu tenho em minha posse 70
carteira de obras garantidas para o próximo ano, prontas a arrancar. O
por cento do capital e o Pedro Amante detém 30 por cento. Contudo,
empresário acredita que possui bons preços de concorrência, apostando
considero que todos os meus colaboradores são meus sócios, pois sem
sobretudo nos bons técnicos e em cumprir os prazos estabelecidos.
eles não conseguiria gerir o negócio”, referindo ainda que a sua equipa
É uma empresa com carisma e preocupação social que se visualiza
é constituída por colaboradores altamente profissionais. Gui Delgado
através de apoios financeiros e não financeiros, que tem como finalidade
inicia o seu projeto realizando obras de pequena dimensão, sendo
ajudar os mais carenciados em diversas causas sociais.
174 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
emiátomo | setúbal
A corresponder às necessidades do cliente A EmiÁtomo surgiu em Sines, durante a ascensão da crise de 2008. Iniciou a atividade no âmbito do comissionamento industrial nas disciplinas de eletricidade e instrumentação com o objetivo de preencher um lugar vazio e corresponder a um mercado cada vez mais exigente. António Relvas juntamente com Fábio Costa, são atualmente os gerentes da empresa e co-responsáveis pela sua criação.
e supervisão. Atualmente a empresa é constituída por um grupo de técnicos especializados nas áreas de Eletricidade, Instrumentação, Automação e Controlo, Mecânica, Segurança e Qualidade, capazes de responder com o máximo de eficiência e profissionalismo às necessidades dos projetos em fase de comissionamento e manutenção. Equipa Emiátomo
Os serviços da empresa destacam-se pela total confiança e dedicação, que proporciona aos clientes. Uma aposta no mercado externo No panorama nacional são uma empresa com serviços únicos e por essa razão têm dificuldades em trabalharem no mercado nacional. A dificuldade burocrática e a dificuldade em receber pagamentos A empresa “começou com uma oportunidade que surgiu na central
são as principais dificuldades na atuação do mercado interno. Nessa
térmica de Sines quando esta começou a fazer a dessulfuração.
perspetiva, o principal enfoque, é quase unicamente o mercado externo,
Apareceu-nos essa oportunidade, conhecíamos pessoas capazes
onde têm vindo a trabalhar ao longo dos nove anos de existência da
e demos o passo”. Na prática o objetivo central do uso do
empresa. Trabalham essencialmente com o mercado espanhol, mas
comissionamento é a sua utilização como ferramenta de apoio na
já juntaram ao seu portefólio trabalho por toda a parte do globo. É,
construção de unidades industriais assegurando a transferência da
portanto, uma empresa que leva os valores da qualidade nacional em
instalação industrial para a operação e a manutenção de forma ordenada
trabalhos realizados um pouco por todo o mundo. São destacados com
e segura, certificando a sua operabilidade em termos de segurança,
certificações de qualidade ISO 9001, Ambiente ISO 14001 e OHSAS
desempenho, confiabilidade e rastreabilidade de informação.
18001 que acabam por ser fundamentais para realizar projetos fora de
Após criação da EmiÁtomo, começaram-se a desenvolver serviços com
fronteiras.
alguns contactos anteriormente adquiridos nas experiências profissionais dos fundadores. A qualidade dos serviços foram fazendo-se ecoar no
Futuro
mercado e assim foram crescendo. A empresa foi consolidando o seu
Com uma presença consolidada no mercado internacional, o futuro passa
posicionamento no mercado acabando, também por expandir os seus
por uma abordagem cautelosa. A aposta é a continuação na abordagem
serviços para a manutenção industrial.
e na exploração do mercado externo. A visão prudente da empresa passa
Com a oportunidade de analisar as necessidades das várias empresas
atualmente por consolidar o presente para sustentar o futuro, mantendo
onde desenvolveu o seu trabalho, acabou-se por conhecer o mercado e
sempre, a qualidade dos seus serviços como principal primazia da sua
impulsionar o âmbito do leque de intervenções também para a operação
imagem.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 175
setúbal| vbd
Marcas visíveis, marcas rentáveis VBD - Imagem & Comunicação, nasce em 1999 com a gerência de Josué Vila Boa. A empresa desde então oferece aos seus clientes e parceiros as melhores soluções de Marketing e Publicidade de forma a tornar as suas marcas visíveis no ponto de venda através de meios estáticos ou móveis.
Josué Vila Boa Administrador Josué Vila Boa, um orgulhoso Alentejano , começa o seu dia às 6 horas da manhã todos os dias, diz que a essa hora o telemóvel toca menos, organiza meticulosamente a agenda de trabalho da empresa
600m2 com maquinaria especializada e uma vasta equipa de montagem
e das equipas de montagem, sempre um dia antes. “São 18 anos de
a nível nacional e ilhas.
experiência na área da publicidade, iniciei a minha vida profissional
A VBD organiza e gere ações de comunicação, faz todo o planeamento,
na empresa da Família. Ao longo dos anos fui colecionando cursos
coordenação e acompanhamento de implementação de campanhas de
variados, tais como fotografia, design gráfico, Marketing e Gestão”, o
Trade Marketing. Desenvolve propostas de ações promocionais e de
empresário refere que aprende muito com os erros dos outros. É severo
ativação de marca, organiza e planifica eventos, gere, coordena e faz
quando fala na carga Fiscal que o governo exerce sobre as empresas,
supervisão das ações. A empresa está igualmente preparada para gerir e
não compreende porque insistem em roubar quem pode minimizar o
coordenar os recursos humanos nas ações. Coordena e forma equipas de
problema económico que Portugal atravessa, ainda assim vai encerrar o
implementação de ações de promoção e ativação de produtos e serviços.
ano de 2017 com uma faturação 70 por cento superior ao ano anterior.
Colabora com as melhores empresas nacionais e internacionais
O empresário esclarece que só é possível alcançar estes resultados com
em Espanha e em Angola. O segredo para o sucesso depende
muita organização financeira, e muito importante o acompanhamento
segundo Josué Vila Boa de uma equipa especializada com produção
personalizado ao cliente, o consumidor está mais exigente e procura
própria, colocando sempre à disposição dos seus clientes soluções
fornecedores que lhe dão conforto e qualidade.
integradas para os serviços que prestam na área da comunicação
“A qualidade é fundamental para reter os nossos clientes”, conta o
visual. Profissionais experientes com elevado grau de conhecimento e
nosso entrevistado que continua o seu discurso dizendo que “todo o
entregues por completo ao Projeto. A equipa está preparada para fazer o
lucro é investido na empresa, em maquinaria e em ferramentas que
acompanhamento em todas as etapas e com garantia pós-venda. Criam
proporcionem um maior conforto aos funcionários para executar as suas
o conceito, desenham a imagem, aconselham os materiais, produzem e
tarefas com qualidade”.
entregam o serviço completo, chave na mão.
O plano de negócio que desenvolveu permitiu a Josué Vila Boa conquistar
Responsabilidade, Qualidade, Ética, Transparência e Versatilidade são os
com eficácia uma carteira de clientes nos mais diversos setores.
valores que moldam o caráter e a cultura da equipa VBD. Cada cliente
O empresário não gosta de esperar nem de fazer esperar, o seu lema é
tem acesso a um atendimento personalizado, num clima informal.
a pontualidade, rigor e a qualidade em tudo o que compra e vende. O
O empresário diz que as empresas têm que reduzir os riscos e produzir
empresário conta como tudo começou: “ A VBD, começou por ser uma
um maior retorno sobre o investimento aplicado, e ter como parceiros
Agência de Publicidade num espaço de 30m2, rapidamente começou a
empresas como a VBD desenvolvendo soluções para promover os
ser procurado pelos clientes também para produção dos materiais que
produtos e serviços de cada cliente, para que sejam vistos e desejados.
desenvolvia graficamente, começou por subcontratar outras empresas
“Uma marca é o que os seus clientes pensam e dizem dela e não o que
para satisfazer os clientes. Atualmente a VBD labora num espaço com
as marcas dizem de si próprias”, explica Josué Vila Boa.
176 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
vbd | setúbal
Qual o benefício de investir em publicidade, quais os argumentos que
necessidades latentes. Um indivíduo, vendo os benefícios
apresentava a um empresário que não tenha como prioridade investir em
que uma marca apresenta acerca dos seus produtos, pode
publicidade?
passar a desejá-los e, consequentemente, efetuar a compra.
Bom, é possível apresentar diversas argumentações, sob pontos de vista
A forma mais eficaz de uma marca obter destaque na
diferentes. Primeiramente, é necessário conhecer o importante papel da
mente dos consumidores é através da repetição. Quando
publicidade na geração de lucros. Investimentos aplicados nessa área aumentam
um indivíduo desperta o desejo de consumo acerca de um
a procura pelos produtos e/ou serviços oferecidos pela marca, aumentando
bem, ele inicia um processo de pesquisa em sua memória;
sua visibilidade no mercado e promovendo maiores índices de fidelização por
e uma marca que tenha promovido sucessivas exposições
parte dos consumidores. A longo prazo é possível atingir uma procura estável,
dos seus produtos e/ou serviços é certamente considerada
reduzindo a sensibilidade aos preços praticados pela marca, que por sua vez,
uma boa opção.
passa a ter mais liberdade para buscar margens de lucro superiores.
A sua filosofia do empresário pode ser lida numa das
Um ponto crucial no sucesso de uma marca é o grau de satisfação que ela
paredes da empresa: As marcas são as pessoas, os
fornece aos seus consumidores. É fato conhecido que clientes insatisfeitos,
colaboradores são a marca da empresa na forma física.
em massiva maioria, não voltam a comprar na mesma empresa. A satisfação
Os produtos, os serviços não falam. A publicidade foi
é obtida através de uma experiência de compra (e pós compra) positiva,
inventada para dar voz aos produtos, numa altura em que
fortemente influenciada pela propaganda aplicada acerca da marca; pode-se criar
as pessoas eram peças de grandes máquinas industriais
expectativa quanto à aquisição do produto, e fornecer segurança pela escolha do
e não tinham voz; as pessoas eram consideradas fatores
produto/serviço.
de produção e de consumo. Hoje as pessoas têm opinião
Uma campanha publicitária não mostra apenas aos consumidores produtos
e expressam-se livremente criando ou matando marcas.
para satisfazer as suas necessidades; ela tem também o poder de despertar
Os colaboradores de uma empresa são o seu mais importante meio de comunicação com o exterior. Cada colaborador de uma marca deverá ser o mais qualificado embaixador da empresa onde trabalha.
Contactos: Contactos: Tlf: 218 256 970 Tlf: 218787 256937 970 Tlm:963 Tlm:963 787 937 geral@vilaboadesign.com geral@vilaboadesign.com Rua dos Tratores, 506 – Pavilhão AT Rua dos Tratores, 506 – Pavilhão AT Alto Estanqueiro/Jardia Alto Estanqueiro/Jardia 2870-631 Montijo 2870-631 Montijo Coordenadas GPS – A 38.672684 L -8.936959 Coordenadas GPS – A 38.672684 L -8.936959
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vbdp.pt vbdp.pt REVISTA BUSINESS PORTUGAL 177
setúbal| yarteck
Yarteck constrói a casa perfeita para cada família Yarteck é uma empresa que aposta na construção sólida e na qualidade e tem como base um estilo contemporâneo, elegante e arrojada. O projeto jovem e dinâmica foi criada em 2007 por Yannick Santos e idealiza e construção da casa de sonho, combinando a arte, a teoria e a prática. O gerente, licenciado em Arquitetura, tem mais de 20 anos de experiência no setor da construção e imobiliário. A sua carreira começou na empresa Fabisan-construções Ldª, e durou 15 anos, ainda hoje, alguns trabalhos são realizados em conjunto. “Desde de miúdo que ajudava o meu pai na sua empresa, toda a experiência que hoje tenho foi adquirida aos longos dos anos mas não achei ser o suficiente e pensei em tiara algum curso para dar-me um estofo profissional ainda maior. Desde dos meus 17 anos trabalho a tempo no inteiro, no entanto, decido formar-me em Arquitetura uma vez que estava relacionado com toda a minha bagagem. Formei-me em horário pós-laboral sem nunca ter deixado de trabalhar”. Yannick Santos conta que desenvolver o seu próprio negócio é a concretização de um sonho de construir casas funcionais, acolhedoras, elegantes e harmoniosas. A Yarteck ganha nome no mercado desde a sua primeira obra, os prédios, no empreendimento Varandas do Montijo. No momento, a empresa está a desenvolver no centro da cidade de Alcochete um projeto que pelos seus fatores diferenciadores vão marcar o futuro da vila. Alcochete é uma vila situada na margem sul do rio Tejo às portas de Lisboa. A típica vila portuguesa proporciona um quotidiano calmo com uma excelente qualidade de vida. “Apostamos em construir nesta área geográfica pois os acessos feitos nos últimos anos colocaram Alcochete muito próximo dos principais pontos de interesse, não perdendo simultaneamente toda a calma e tipicidade que sempre a caracterizou. Alcochete é também a zona perfeita para quem quer descansar,
178 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
yarteck | setúbal com o olhar sobre o Rio Tejo, a ponte e o
a aposta da empresa passa pela utilização dos
deslumbrante pôr-do-sol que relaxa a mente,
melhores materiais e as melhores técnicas de
sendo um local que escapa à confusão das
construção de forma a assegurar a satisfação
grandes cidades”, explica o arquiteto.
dos seus clientes
O nome Yarteck não foi escolhido ao acaso,
O empresário conta que o segredo para a
o arquiteto explica a sua origem. “As duas
qualidade passa por aliar a teoria à prática: “Em
primeiras e últimas duas estão diretamente
primeiro ponto a nossa escolha são sempre
relacionada com o meu nome próprio, uma vez
materiais nobres e modernos trabalhados
que dou a cara pelo menos projeto, o nome
através de técnicas e sistemas de construção
deveria ser a representação da minha postura
inovadores com qualidade e eficácia. Queremos
no mercado. No entanto, na palavra Yarteck
atingir sempre a máxima qualidade e para isso
é possível ler-se as palavras arte e teck, o
apostamos em tecnologia modernizada com
que identifica o el de ligação entre a arte e a
elevados níveis de acabamentos como Tech ,
tecnologia inovadora, pois o maior objetivo do
Tectónica, High-Tech”, o nosso entrevistado
nosso projeto é combinar o melhore destes dois
acrescenta ainda que as melhores práticas de
mundos”, conta Yannick Santos.
construção são utilizadas pela Yarteck para
O projeto inovador destaca-se no setor principal
conseguir construir casa perfeita para cada e bases de chuveiro, de modo a não haver passagens de águas e humidades. A Granulado de Cortiça também é um material que é utilizado pelas suas características termoacústicas, é um material leve e é um produto nacional. Recorremos também ao Fonas 31, um feltro termo-isolante em fibra de poliéster que absorve os ruídos de impacto. No exterior da construção e após a colocação de rebocos hidrófugos, é aplicado uma rede Reforzaglas com uma cola própria de modo a minimizar as fissuras e microfissuras, protegendo o
por conseguir aliar a construção a arte, tão
família.
conforto interior das casas. Na cobertura é
valorizada pelo nosso entrevistado: “Como
O arquiteto conta quais os principais materiais
utilizado uma tela asfáltica derretida a quente,
arquiteto sinto uma maior sensibilidade em
diferenciadores utilizados pela empresa. “Todas
de modo a entrar na totalidade em todos os
relação aos projetos a construir, portanto, existe
as nossas caixas de estores são térmicas e são
poros e é a base para o isolamento que fica á
uma preferência em relação à originalidade do
colocadas no exterior, evitando assim qualquer
vista. Este conjunto de técnicas fará com que
desenho, idealizamos um espaço acolhedor,
contacto com o interior e com eventuais
durante muitos anos não sejam necessárias
elegante, atual e simultaneamente prático
fugas térmicas. Para além disso, o isolamento
intervenções”, explica Yannick Santos.
e funcional. O nosso objetivo é conceder
interior é sempre reforçado, criando um corte
Os materiais utilizados pela Yarteck não são
aos nossos compradores uma casa com um
com as temperaturas exteriores, mantendo
por vezes usados em outras empresas do setor
ambiente harmonioso e envolvente entre
temperaturas uniformes em toda a habitação.
pois são materiais que não são vistos quando
o interior e a zona circundante”, explica o
São igualmente utilizadas telas Antialcalinas,
a construção está feita e acarreta um elevado
empreendedor.
Revestech Dry50 que é uma lâmina flexível
custo tanto do material como da aplicação,
A Yarteck construí a pensar no futuro, portanto,
colocada em todas as zonas de banheiras
levando a projetos com pouca qualidade.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 179
setúbal|cm santiago do cacém
Esta é uma Terra Única Santiago do Cacém tem serra, mar e planície: um verdadeiro paraíso com características únicas no Litoral Alentejano que não deixa ninguém indiferente. Aproveite esta aventura para conhecer as Ruínas Romanas de Miróbriga, visitar o centro histórico de Santiago do Cacém e usufruir de um dia tranquilo na Reserva da Lagoa de Santo André ou nas extensas praias douradas. Em entrevista à Revista Business Portugal, o presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, apresentou-nos este concelho ao pormenor e convida os leitores a percorrer todos os seus recantos naturais. Este município detém um vasto e rico património histórico e cultural. O que podemos visitar em Santiago do Cacém? Desde logo três Centros Históricos de grande riqueza: Santiago do Cacém, Cercal do Alentejo e Alvalade. Depois, temos vários Museus e espaços que valorizam o nosso passado e a nossa etnografia: os Museus de Santiago do Cacém, do Trabalho Rural na Abela, o Museu da Farinha em São Domingos e o Moinho Municipal da Quintinha. Está também a nascer, em Alvalade, o Museu Arqueológico. Um dos nossos principais chamarizes é o Sítio Arqueológico de Miróbriga, bem como o Castelo e a Igreja Matriz de Santiago do Cacém. Temos ainda vários motivos de interesse, no domínio cultural e religioso, em todas as freguesias, bem como percursos pedestres que nos conduzem Álvaro Beijinha Presidente
ao longo deste património histórico e cultural de inegável riqueza. Com tantos motivos de visita, o turismo tem crescido na região? A região do Alentejo é a que mais tem crescido em termos percentuais e essa tendência reflete-se também em Santiago do Cacém. Temos tido vários investimentos de turismo rural que são já referências a nível nacional e alguns já ganharam prémios. Nos últimos anos temos assistido à abertura de mais unidades de alojamento com potencial, para todos os segmentos, dado o aumento da procura. Entre 2014-2017 abriram no Município de Santiago do Cacém 23 empreendimentos turísticos, o que Santiago do Cacém é apresentado como uma terra
representa mais 616 camas, e ao nível do Alojamento Local 76 novas unidades que
única. Que apresentação faz deste município?
representam 339 camas. Ou seja em três anos aumentámos a oferta 995 camas.
É um dos cinco municípios do litoral alentejano, com uma
A restauração também se encontra preparada e temos ainda 11km de costa com
área geográfica de 1058 quilómetros quadrados e mais de
praias de excelência, o que também atrai muitos visitantes. A Rota Vicentina, uma rota
29 mil habitantes. É um dos maiores municípios de Portugal
pedestre que começa precisamente em Santiago do Cacém e termina em Sagres, tem
e o único do Alentejo que cobre duas cidades. É uma terra
cada vez mais pessoas interessadas e tem intenção de alargar os percursos para o
única, pelas pessoas e pelo seu vasto património. É uma
interior do município. É muito importante para combater a sazonalidade e, no Inverno,
terra de gente trabalhadora, empreendedora, dinâmica
temos sentido a visita de muitos estrangeiros, para realizarem o percurso.
que conseguiu construir aquilo que hoje o nosso município representa em várias áreas, sejam económicas, sociais,
De que forma têm promovido Santiago do Cacém?
culturais, associativas e que nos orgulha bastante. Mas
A Câmara Municipal tem procurado convocar todos os agentes ligados ao turismo,
também é Única pelo seu património singular.
desde restaurantes, hotéis, empresas de animação turística e as próprias entidades
180 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
cm santiago do cacém | setúbal públicas que gerem os equipamentos para que se conheçam e haja um
Família, no pré-escolar, em que os pais podem deixar os filhos todo o
intercâmbio de experiências e oportunidades. Promovemos encontros
dia de forma gratuita. Damos um apoio às entidades locais de apoio aos
com o objectivo de dar a conhecer a todos a realidade do concelho e a
idosos e temos um outro projeto que é o Cartão Municipal do Idoso que
sua potencialidade turística. Temos exemplos de pessoas que começaram
permite usufruir de descontos no comércio local e entradas gratuitas
a vir cá passar férias e acabaram por se fixar e investir, nomeadamente
em todos os equipamentos municipais. Em termos de equipamentos
no turismo em espaço rural. Por outro lado, temos procurado promover
de resposta social, temos quatro lares, 11 centros de dia com apoio
o melhor que temos cá, seja através da realização ou o apoio a vários
domiciliário, três unidades de cuidados continuados e uma unidade de
eventos que atraem cada vez mais visitantes ao nosso concelho, como
cuidados paliativos no hospital. Santiago do Cacém é um dos concelhos
a SANTIAGRO (Feira Agrícola e do Cavalo), a Feira do Monte, o Alvalade
com maior cobertura a este nível.
Medieval que é uma feira que faz a recriação histórica do foral Manuelino de Alvalade, as festas de Santa Maria em Ermidas-Sado, com milhares
De que forma gostaria de ver o município de Santiago do Cacém
de flores nas ruas, os Festivais Gastronómicos da Enguia e do Tomate,
nos próximos anos? Quais considera serem as grandes prioridades
seja através da nossa participação na Bolsa de Turismo de Lisboa ou em
/ necessidades do território?
iniciativas no estrangeiro, como foi a promoção do cante alentejano e dos
Temos muitos projetos que queremos levar para a frente, seja na
nossos produtos regionais em Madrid ou em Sevilha.
reabilitação urbana, mobilidade urbana, ambiente e saneamento, educação, património, desporto e cultura. Queremos continuar a
Como carateriza o tecido industrial e empresarial do concelho? Que
desenvolver o nosso município, aproveitando o turismo e os parques
medidas têm sido tomadas para apoiar as empresas existentes e
empresariais para captar novos investimentos e fixar empresas.
captar novos investimentos?
Queremos continuar a apostar na modernização administrativa para que
Temos seis parques empresariais em quase todas as freguesias.
quem procure os serviços municipais tenha um atendimento mais célere
Isso tem permitido a fixação de pequenos empresários e de grandes
e com mais de qualidade na resposta. Queremos captar pessoas, sejam
empresas que têm feito investimentos vários. Alguns são projetos
turistas ou futuros habitantes, mas também queremos manter aqueles
de grande dimensão que empregam muita gente, como é exemplo a
que cá vivem, e por isso temos que continuar a criar oportunidades de
MAREDEUS que emprega cerca de 230 trabalhadores, mas também
emprego, em particular para os nossos jovens. Convidamos todos a
muitas micro e pequenas empresas que são naturalmente muito
visitarem esta terra única que é o município de Santiago do Cacém!
importantes para a criação de emprego e riqueza no concelho. Este ano implementámos uma medida de isenção da derrama para empresas cuja faturação não ultrapasse os 150 mil euros, isto para apoiar as micro e pequenas empresas. Nos parques empresariais, vendemos os lotes a preços convidativos. Para quem quer investir e criar um próprio núcleo empresarial, temos isenção de taxas. Temos um centro de acolhimento de empresas em Vila Nova de Santo André. Temos um Gabinete de Apoio ao Empresário onde os investidores têm um tratamento prioritário e personalizado. Quais os principais eventos que têm projetado o município? Aumentámos o número de iniciativas, como os Festivais Gastronómicos da Enguia e do Tomate, a Feira do Empreendedorismo e o Santiago Style Weekend, que são exemplos de projetos iniciados neste mandato. Depois, temos iniciativas já consolidadas e com grande projeção, já referidas atrás: a SANTIAGRO (Feira Agropecuária e do Cavalo), a Feira do Monte, o Alvalade Medieval, ou as festas de Santa Maria em ErmidasSado. A ação social tem também uma importância extrema. Quais as principais iniciativas? A Câmara Municipal apoia as famílias carenciadas ao nível da reabilitação de casas. Temos o projeto “Engenhocas” que consiste numa visita à casa dos mais idosos ou daqueles que têm mais dificuldade de mobilidade ou carência económica para fazer pequenas reparações. Ao nível do apoio social escolar, damos refeições gratuitas às crianças mais carenciadas, bem como o transporte escolar. Temos o Complemento de Apoio à
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 181
Quem visita Sintra sabe que vai visitar um local que é património classificado da UNESCO. Esperam-se daí grandes sensações e Sintra não desilude ninguém. Desde um castelo em ruínas, a palácios grandiosos, passando por histórias fantásticas e rocambolescas sobre lugares mágicos e mouras encantadas, este lugar tem tudo. A juntar a isso, há ainda o encanto de saber que a vila de Sintra fica em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais. O Palácio da Pena é o ex-libris de Sintra. Um palácio muito colorido, vibrante na apresentação que faz de si próprio a quem o visita, tão excêntrico como o seu primeiro proprietário. A Quinta da Regaleira é um excelente exemplo de arquitetura maçónica. Conhecer este monumento é fazer uma viagem de sentidos, perde-se dentro de si mesmo e permitir-se um conhecimento maior. Uma viagem interior que, se for bem feita, fará com que saia do edifício uma nova pessoa. O Palácio Nacional de Sintra é o palácio mais usado pelos reis portugueses, até à queda da monarquia. O Parque e Palácio da Pena são outras duas fantásticas razões para vir até este concelho, tão antigo como mágico. Ao nível de atividades económicas, Sintra é quase tão rica como ao nível da cultura. As empresas variam entre restauração, indústrias de transformação e de logística e outras bastante inovadoras e tecnologicamente avançadas. O concelho de Sintra é forte em turismo, gastronomia – quem não conhece os famosos travesseiros de Sintra? – e está a tornar-se um pólo económico empreendedor, pelo que merece destaque nesta revista.
sintra | residências sol e mar
A humanidade é o valor Com infraestruturas de elevada qualidade que permitem uma acessibilidade adaptada a todos, o grupo Residências Sol & Mar começou em outubro de 2005 e, desde então, não parou de tratar pessoas e já conta com quatro residências abertas. A participação dos familiares no lar e para com os idosos é uma preocupação e então, procura-se incentivar a presença dos familiares em todos os eventos, como festas, saídas e passeios promovidos pelo lar: “Num país em que temos uma faixa etária cada vez mais envelhecida os particulares têm cada vez mais Eduardo Farinha Administrador
um papel ativo e procuramos ter um papel extremamente ativo e praticar alguma coisa que em termos sociais seja útil”, explica. Os idosos procuram atenção e carinho, são seres de saber e experiência e como tal, é extremamente preciso um acompanhamento especial para lidar com eles. Os valores passam pela humanidade e muito mimo: “acho que é o mais importante para os idosos, Situada numa zona privilegiada junto à serra e ao mar, a Residência Sol e Mar Cascais oferece
sentirem-se acompanhados, mimados porque
soluções residenciais e domiciliárias com características particulares e serviços eficazes que
aquilo que tinham para dar à sociedade já
promovem a autonomia e a qualidade de vida do utente.
deram e agora temos nós que dar a eles.
A humanidade é o valor mais alto deste grupo que procura servir os idosos e apoiar as famílias
Merecem porque já tiveram um percurso de
onde é importante valorizar as pessoas e também, ajudar a dizimar os sentimentos mais negativos.
vida e precisam que nós lhes demos afeto”,
Quem por ali passa pode contar com todo o apoio de trabalha para os servir. Eduardo Farinha,
refere Eduardo Farinha.
fundador e presidente, enumerou os serviços que os idosos podem encontrar nos seus lares:
O futuro passa pelo crescimento como explica
“Temos assistente social, que são as diretores técnicas de todas as casas, fisioterapia todos os
o nosso interlocutor. “Queremos continuar
dias, médico duas vezes por semana, enfermagem 24 sobre 24 horas, animadores nas respetivas
a crescer e temos em mãos um projeto de
casas, centro de dia e cuidados domiciliários”.
criar mais uma residência com 60 camas de
Os residentes usufruem de um acompanhamento total na sua vida assim como a família dos
valência de lar mais 20 camas de cuidados
mesmos que, segundo o diretor, é “tão importante quanto ao utente” porque considera que “se o
continuados. Em termos de sociedade os
utente estiver bem a família também estará e caso contrário há um acompanhamento por parte
cuidados continuados são extremamente
das assistentes sociais uma vez que o fator sentimental pesa muito”.
necessários, não existem em quantidade
No que rege à ação social, Cristiana De Oliveira, assistente social, deu o seu parecer sobre esta
necessária, e é um projeto que estamos
área: “Às vezes as famílias chegam aqui num estado pior que o idoso, com o estado psicológico
a desenvolver neste momento e que é
afetado porque não é fácil tomar a decisão de colocar o idoso no lar. Tentamos passar segurança
autossustentável tanto em termos de energias
à família e ao residente, temos uma participação importante também nesse sentido. Digo que
renováveis como em termos de tudo. É uma
sempre que não substituímos ninguém, somos um apoio e tentamos ajudar sempre”.
aposta séria”, finaliza.
184 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
empresa | tema
Estrada nacional 247, Km 65,9 2705-841 Terrugem-Sintra • 219 616 007 / 927 640 412 www.restaurantedonpedro1.pt
O melhor buffet de comida tradicional portuguesa
Pedro e Elizabete Guedes
A história de amor de Pedro e Elizabete Guedes começou dentro de um restaurante: ele era o gerente e ela a cozinheira. E assim começou também uma parceria de sucesso nos negócios. Em 2011 abriram um restaurante de proporções mais pequenas que, rapidamente, ganhou um enorme sucesso. A escolha de mudar, em 2016, para umas instalações maiores e para o local estratégico em Terrugem, Sintra, foi mais do que óbvia.
Neste momento, o restaurante Don Pedro
diferente com os melhores produtos nacionais
sem dúvida. A comida que se fazia não era
Guedes I tem 500lugares sentados, buffet livre
de qualidade”. Qualidade essa que sai da
comida portuguesa, o que para mim custava
de cozinha portuguesa, um ambiente acolhedor,
cozinha pelas mãos da proprietária, que é
imenso, mas acabou por se revelar vantajoso,
espaço para eventos como casamentos e
também cozinheira exclusiva deste espaço de
porque agora consigo satisfazer os gostos dos
batizados e casa cheia durante todo o ano.
excelência e que confeciona todos os pratos
turistas quando cá vêm”, afirma.
Elizabete Guedes conta-nos a sua história na
com muito carinho, dedicação e experiência.
primeira pessoa.
Cozinheira há mais de 28 anos, Elizabete
Viagem gastronómica de sabores com o
começou por trabalhar nos Estados Unidos
Buffet Livre
A experiência na restauração
da América como empregada de mesa numa
Todos os dias, ao almoço e ao jantar, os
A proprietária revela que a ideia foi do marido,
cadeia de serviços de catering. O fascínio pela
clientes que visitam este restaurante podem
que é empreendedor no ramo hoteleiro há
cozinha despertou quando despendeu o seu
desfrutar de um menu de buffet livre com
muitos anos, quase 40. “Já existiam muitos
tempo a acompanhar o ritmo de trabalho do
base na cozinha portuguesa, com um
buffets na região da região da grande Lisboa
chef daquele espaço. “Devido às dificuldades
toque de criatividade própria que resulta
mas não de comida tradicional portuguesa,
em arranjar pessoal, comecei a gastar as
numa sofisticada e deliciosa combinação,
pelo menos nunca tínhamos ouvido falar e foi
minhas horas vagas na cozinha. Vi e comecei
confecionada diariamente com produtos frescos
por isso que surgiu esta ideia de fazer algo
a gostar, foi uma grande experiência para mim,
e fornecidos por produtores locais e nacionais.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 185
sintra | restaurante d.pedro guedes I A única folga é à segunda-feira, sendo que
a comer em casa, daí a nossa dificuldade em
a formar-se para ser o meu chef substituto.”
no resto dos dias os clientes podem almoçar
arranjar outro chef que me apoie, porque a
Elizabete orgulha-se de ter passado o gosto da
por apenas 8.50 euros ou jantar por 12 euros
maioria vem das comidas gourmet e a ideia
restauração aos seus herdeiros e espera que
(inclui bebida e café). Às sextas, sábados e
não é essa. Queremos manter sempre a
eles continuem com o negócio.
domingos o preço é de 12 euros com comida e
comida caseira.” “Os nossos clientes voltam sempre”
bebida à parte e, geralmente, acompanhamento de animação musical por um saxofonista.
Gerir uma numerosa equipa e conciliar com
A empresária refere que a maior parte das
“Temos a preocupação de apresentar comida
a vida pessoal
pessoas que os visitam são clientes desde
diversificada e, por isso, apostamos não só
Atualmente, o restaurante conta com cerca de
o primeiro restaurante, o que é uma prova
na quantidade mas também, e acima de tudo,
40 empregados divididos em dois turnos, da
dada de que a qualidade mantém os clientes.
na qualidade.” Os pratos com mais procura
manhã e da tarde. Elizabete confessa que a
“Temos clientes há muitos anos, mas também
são justamente os mais típicos como mão de
maior dificuldade é mesmo encontrar pessoas
temos muitos estrangeiros e pessoas que se
vaca, bacalhau com natas, dobrada com feijão
para trabalhar na restauração. “É um trabalho
deslocam de propósito de Sintra, de Lisboa ou
branco, cozido à portuguesa, pataniscas ou
que exige muito de nós e do qual se tem que
de vários pontos do país. No verão é normal
favas à portuguesa. Existe ainda uma forte
gostar muito. Exige toda a uma preparação que
termos mais gente, mas temos movimento
aposta nas entradas e nas sobremesas, como
é feita no momento, é uma grande pressão
durante o ano todo, sempre com casa cheia!”.
“um bom português tem de ser”. A fusão de
na qual as pessoas às vezes não conseguem
E Elizabete garante que os clientes estão
sabores aliada a um serviço personalizado e
lidar. Gerir pessoas é difícil e nós temos uma
satisfeitos. “Recomendam-nos e por isso
ambiente acolhedor com um buffet livre que
grande equipa.” Elizabete e Pedro estão todos
devemos-lhes grande parte do sucesso. Foram
contempla deliciosas iguarias que vão desde
os dias no restaurante, uma vez que são
e serão sempre a nossa maior publicidade”.
entradas frias e quentes, mesa de queijos
os únicos proprietários e gerentes. “É difícil
A proprietária explica que quando iniciaram
e enchidos de diversas regiões do país,
conciliar a vida pessoal com a profissional, mas
este conceito de buffet ainda ponderaram se
saladas, variados pratos quentes de peixe,
quando se gosta tudo se faz e nós vivemos
existiria alguma resistência ao self-service
carne e legumes e para terminar as diversas
verdadeiramente o nosso negócio. Acaba por
por parte dos clientes com mais idade, mas
sobremesas caseiras. “É tudo feito mesmo por
ser a minha família, os meus quatro filhos
aconteceu exatamente o inverso: a ideia foi um
nós. Gosto que as pessoas pensem que estão
trabalham aqui, um deles inclusivamente está
sucesso e teve uma adesão instantânea. “No
186 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
restaurante d.pedro guedes i | sintra meio de tantos pratos, conseguimos agradar a toda a gente”. A confeitaria Para além deste estabelecimento, o casal abriu mais recentemente uma confeitaria na Avenida de Fitares, em Rio Mouro, uma pastelaria e padaria que surgiu da necessidade de fornecer bolos ao restaurante e que também está a ter um enorme sucesso. Neste espaço os clientes podem encontrar pastelaria tradicional variada e bolos de aniversário personalizados consoante encomenda. Tal como no restaurante, a confeitaria mantém a mesma qualidade e os preços. Os desafios Elisabete alerta que para trabalhar neste ramo de atividade tem que se gostar muito do que se faz. “É um privilégio fazer-se o que se gosta e, às vezes, a vida não nos dá essa oportunidade. Somos um caso de sucesso e de expansão porque temos muitas ideias e sabemos conciliar e separar bem as coisas. Para quem está a pensar abrir um negócio tem de ter conhecimentos sobre a atividade e, essencialmente, paixão pela mesma.” Também a formação é muito importante, especialmente na restauração. “Exige muito de nós, é uma aprendizagem diária. Não podemos cair na rotina e todos os dias apresentamos pratos diferentes. Há que ter um grande dinamismo e carinho em tudo o que se faz”, afirma. Quanto ao futuro, Elizabete quer que a sua família dê seguimento aos negócios. A ideia é abrir mais restaurantes, mas sempre na mesma linha de negócio familiar. “O nosso sucesso deve-se aos nossos clientes” A proprietária acrescenta que sem os seus clientes não existiria sucesso e que eles são a chave do negócio. “Se não fossem eles e o seu apreço não fazia sentido nenhum o que nós fazemos. Eles virem até nós é o que nos dá impulso para continuar. Desejamos a todos os clientes e amigos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo”, conclui.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 187
sintra | incomum by luís santos
“À mesa é um momento de união para todos”
Otília Santos e Chef Luís Santos
Um espaço renovado, de novidade e romantismo, o restaurante Incomum By Luís Santos, é dotado de um conceito único. Situado em Sintra, uma cidade de encantos e mistérios que balança com o ambiente do restaurante, é um espaço acolhedor com uma boa mesa.
Para o chef Luís Santos, a aventura na cozinha iniciou-se aos 18
engraçadas e bem decoradas, o objetivo é fazer as pessoas sentirem-
anos, na Suíça, onde começou como ajudante de cozinha. Mas, foi em
se bem e que sintam que é um momento a desfrutar, sentindo-se
Genebra, no restaurante Lyon d’Or que conheceu e aprendeu métodos de
acolhidas. Para o chef, a refeição “é um conjunto, em que ser recebido,
trabalho que o lançaram na gastronomia.
os pequenos detalhes, são essenciais. É importante que as pessoas se
Em 2003, foi o regresso a Portugal e após alguns trabalhos no ramo foi
lembrem da refeição e não do que vem comer. As pessoas são marcadas
em 2014 que fez acontecer o sonho a nível pessoal e profissional. Assim,
por detalhes. Notam-se as diferenças e falam nisso, são os momentos
nasceu o Incomum e vingou na cozinha.
que ficam”. Incomum não é só um nome. Incomum é, também, o que
Sintra, cidade de amor e encantos, foi o local escolhido para o negócio
diferencia este restaurante com receitas que juntam a cozinha francesa
que, desde maio, conta com uma novidade inovadora, uma garrafeira de
com a portuguesa. Diferente da cozinha tradicional que se pode
vinhos portugueses onde os clientes têm ao dispor 108 vinhos a copo e
encontrar na maioria dos espaços, este local torna-se único pelas suas
cerca de 130 referencias de vinho. É um suplemento ideal do restaurante
caraterísticas que fogem das habituais fotografias de azulejos, de cavalos
que, como diz o chef Luís Santos, se diferencia “muito pelo serviço
da vila e do palácio. A ideia era mesmo essa, criar um novo conceito,
prestado pois um restaurante tem que ser isso, o complemento de várias
o que deixa orgulhoso Luís Santos principalmente “quando os clientes
coisas. Pela ementa do restaurante e o suplemento da garrafeira, acaba
dizem que faltava um local destes em Sintra”, o chef vai mais longe e diz
por ser um espaço único”.
que “é mais compensador ouvir isso do que receber o salário no final do
Com um ambiente amável e um espaço requintado, com salas
mês.”
188 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
incomum by luís santos | sintra
Paixão e Experiência
também marcar pela diferença: temos que os saber ouvir e saber o que
A paixão vem desde pequeno e a experiência já conta com 30 anos, são
vem procurar. Transformamos isso no lado positivo, se a refeição é um
conjuntos de “restinhos e sabores” que ficam na memória e acabam por
momento além de comer e matar a fome temos que saber compreender
se conjugar e resultar na recriação de pratos. O que, para o chef Luís
os clientes para eles terem o momento que eles idealizaram”.
Santos, é essencial. “Se deixar de ter a paixão de recriar pratos ou de
No momento da refeição muitos são os temas discutidos à mesa, mas
procurar alguma coisa diferente não vale a pena cá andar”.
refletindo, “não há politica nem há religião que nos separe. Isto é, todos
Mas nem só a paixão era pela restauração. O amor à primeira vista foi
somos obrigados a almoçar, somos católicos, hindus, o que seja, toda a
também por Sintra, “não há palavras, foi a terra que escolhi”.
gente almoça e toda a gente janta. À mesa é um momento de união para
A junção das duas paixões resultou na perfeição e o lema é “trabalhar
todos”.
todos os dias com afinco para que os resultados apareçam. Considero que são bons e gosto que o acaso nos conduza, mas nós temos que
Olhos postos no futuro…
fazer por ele, acho que tenho procurado as coisas boas, mas a sorte
O sonho comanda a vida e, até agora, a verdade é que Luís Santos
também me tem sorrido. É trabalhar e os resultados vão aparecendo”.
obteve o que sempre desejou. Apesar de considerar que a vida nem
O orgulho e o esforço são visíveis o que resulta “em três anos sempre a
sempre é um mar de rosas, a persistência e a paixão fizeram com que
subir, cada vez somos mais reconhecidos tanto a nível local, nacional e
tudo fosse possível.
até internacional, os clientes voltam e é o melhor que podemos ter”.
Para já, consolidar é a palavra utilizada para descrever a ambição, mas, no futuro, o sonho é o de ter uma sala com janelas e vista para o mar,
O cliente e a união
considerando que seria “ouro sobre o azul do mar”.
É certo que cada vez mais com a pressão do dia a dia é difícil desfrutar
Apesar desse sonho, que também é questionado muitas vezes pelos
de um tempo no restaurante. A pressa acomoda-se e, por vezes, não é
clientes, o chef finaliza mostrando empatia pelo local que trabalha: “estou
fácil sentir a essência do espaço onde se come.
muito bem aqui, gosto muito do local que estou, estamos a trabalhar no
Outras vezes, o cliente simplesmente olha para o restaurante e
bom caminho”.
mentalmente faz uma ideia do que esperar e é aí que o chef tenta
Rua Doutor Alfredo Costa 22 2710-523 Sintra Tel: 219 243 719 www.incomumbyluissantos.pt
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 189
sintra | pingo de solda
Um parceiro de confiança Pingo de Solda é uma empresa vocacionada para pequenos e grandes projetos no ramo de serralharia, capazes de transformar todos os materiais de ferro, inox e alumínio. A empresa presta igualmente serviços de qualidade de pintura, lacagem a pó, corte a laser, montagens de estruturas e elementos de publicidade.
Luís Leonardo, Vítor Nunes e Rui Saias Administradores Vítor Nunes, Luís Leonardo e Rui Saias são os três sócios-gerentes da
que “no início foi muito complicado, pois eu e os meus sócios agarramos
empresa resgatada em 2014. Na época, Vítor Nunes era funcionário da
numa empresa que se encontrava no fundo do poço. O mais importante é
empresa falida que decidiu fechar as portas. No entanto, e com postos de
que como uma família conseguimos resgatá-la e juntos temos feito com
trabalho em causa, Vítor Nunes e Rui Saias decidem ficar com a empresa
que ela cresça de ano para ano”, revela Vítor Nunes.
renovando a sua imagem e aumentando o leque de serviços prestados
Pingo de Solda, um parceiro de confiança, é como é vista esta empresa
aos seus clientes.
aos olhos de quem a procura. O nosso entrevistado explica que o segredo
O nosso entrevistado, Vítor Nunes, revela que iniciou a sua atividade
para este sucesso depende de toda a equipa. “Sentimos realmente
profissional nesta área na sua juventude. “Comecei bastante jovem neste
falta de uma mão de obra qualificada, mas a que temos é magnífica,
setor, com os anos fui evoluindo como profissional. Nos dias de hoje é
os nossos colaboradores são profissionais experientes no setor. São os
fundamental para o negócio tudo o que sei. Contudo, confesso que sem
nossos 12 trabalhadores e o nosso esforço que permitem que a nossa
os meus sócios nada disto seria possível. Cada um deles desempenha
empresa continue a crescer”. Vítor Nunes revela ainda que já no próximo
a sua função na perfeição e só com o esforço e a união dos três
ano a empresa pretende faturar um milhão de euros.
conseguimos atingir os nossos objetivos”, reconhece o empresário.
Pingo de Solda orgulha-se de ser a primeira opção de multinacionais
Pingo de Solda trabalha exclusivamente para empresas, colaborando
que recorrem aos seus serviços de qualidade, só possíveis através da
em projetos destinados para o interior e exterior do país. O gerente
constante formação dos seus colaboradores e aposta nos melhores
explica que não reconhece empresas ligadas ao mesmo setor como
materiais e maquinaria.
concorrentes. “Trabalhamos juntamente com firmas com grande fluxo
Para mais informações visite a oficina na Avenida Sidónio Pais, nº 52,
de exportações e, quando há um excesso de pedidos, essas mesmas
2710-730, Albarraque, Sintra, ou através dos contactos telefónicos
empresas recorrem aos nossos serviços porque confiam na qualidade do
+351 219 259 684, +351 965 849 345 ou através do email geral@
nosso trabalho e nos prazos de entrega”. O empresário confessa também
pingodesolda.pt .
190 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
tema | empresa
Dedicação e entrega ao seu automóvel Carreto´s é e um Centro de Reparação Automóvel Especialista em automóveis de origem alemã, nomeadamente Porsche, Mercedes-Benz, BMW, Audi, e restante grupo Volkswagen, que nasce em 2013 através de David Carreto. A empresa Carreto´s inicia a sua atividade, em Sintra, com um conceito inovador de ‘chave na mão’ e coloca à disposição dos seus clientes vários serviços de qualidade sem compromisso. Destacando-se com um novo conceito de reparação automóvel, garante assim a recolha e entrega gratuita de viaturas na área de Lisboa e Vale do Tejo aquando da realização do serviço de manutenção ou qualquer outra situação que impossibilite a deslocação da viatura à oficina. Dispõe ainda de viaturas de cortesia, para ceder aos seus clientes, na eventualidade de uma reparação demorar mais de duas horas, ou até na impossibilidade de deslocação do cliente à oficina “deixamos um e trazemos o seu para reparar.” Este serviço surgiu, como resposta às necessidades do mercado. “Somos uma oficina direcionada para o futuro, e como tal, estamos focados nas viaturas mais recentes, nas necessidades dos seus utilizadores, e em ser uma oficina diferenciadora sempre com soluções e seviços para melhor servir os nossos clientes”. Este serviço criado por David Carreto, garante a mobilidade dos seus David Carreto Empresário
clientes (pessoas com vidas profissionais bastante ativas), enquanto o seu automóvel está na oficina. “Não precisa de adiar mais a manutenção do seu carro”. Por vezes, a falta de manutenção atempada de um automóvel, ainda que
192 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
carreto’s | sintra de forma involuntária, leva ao acumular de mais quilómetros,
para a divulgação da nossa atividade”, conta o gerente do projeto.
levando a grandes, demoradas e dispendiosas reparações.
David Carreto deixa uma mensagem em forma de convite. “ A nossa equipa trabalha
A manutenção preventiva e programada das viaturas surge
com prazer, fazemos o que gostamos e preocupamo-nos com os nossos clientes
como opção mais saudável para o seu automóvel, que assim
e com as suas viaturas. Aplicamos materiais originais e de qualidade superior nos
necessita de permanecer menos tempo na oficina com
automóveis que assistimos e todos os serviços têm garantia. Realizamos também
reparações de menor valor e sem surpresas indesejadas.
um atendimento próximo e personalizado a cada cliente, porque cada cliente é
A paixão pelos automóveis é o principal ‘motor’ da
único”. O empresário termina o seu discurso agradecendo aos seus parceiros. “Quero
equipa que através de uma espécie de simbiose, que
também deixar um agradecimento especial aos nossos principais fornecedores Create
permite a ligação entre o artesão e a matéria prima. “As
Business, Expocar, C. Santos Vp, Mercedes-Benz Comercial, Centro Porsche Estoril,
marcas constroem e nós garantimos a sua fiabilidade e
Baviera Cascais. Um outro agradecimento também às pessoas que têm contribuido
continuidade”, e é essa mesma paixão, que permite uma
indiretamente para o seu desenvolvimento, quer a nível pessoal quer a nível
evolução diária, possibilitando que a equipa trabalhe no seu
empresarial: Paula Martins (personal coach) representante do projeto Skilup, Paula
limite, para que no final o cliente fique satisfeito e sinta a
Mateigueira (formação em desenvolvimento pessoal e profissional), representante do
diferença. David Carreto reconhece o valor inestimável que
projecto Business2level, ao Rui Vítor Jorge, proprietário do Chalé 12 que é um espaço
cada automóvel tem para o seu proprietário, e promete
de Cowork em Sintra onde me refugio para planear o futuro da minha empresa e pôr
tratá-lo com o máximo de respeito, pois o amor partilhado
em prática as novas ideias que surgem na minha mente empreendedora, ao Vitor
pelos automóveis surge na vida do empresário ainda ele
Soares (representante da plataforma de oficinas Izirepair) onde façoquestão que a
era jovem. “Tive a oportunidade de ingressar no ramo
minha empresa esteja presente pois é mais um canal que me ajuda a chegar a novos
dos concessionários, mais particularmente na Mercedes-
clientes, e finalmente ao BNI Decisão que é um grupo empresarial que pertence à
Benz (Automar e C.Santos VP) há 18 anos atrás, onde
maior organização de referências de negócios do mundo BNI, onde num espírito de
assumi elevados cargos de grande responsabilidade. Aí,
entreajuda mútua ajudo a desenvolver o negócio de outros empresários através de
adquiri parte da minha formação enquanto profissional do
referências (oportunidades de negócio) e que mais tarde os mesmos me retribuem da
ramo automovel, passei por todas as áreas de reparação
mesma forma com gratidão passando-lhe também oportunidades de negócio através
automóvel e por outros concessionários de renome (Baviera
de referenciação”.
Cascais BMW, Grupo Salvador Caetano e Santogal VW) o que fez com que tenha adquirido a experiência que tenho hoje”, conta o nosso entrevistado. Sem perspetivas de crescimento profissional na posição que ocupava, movido pela sua ambição, pela satisfação do cliente e pela sua paixão pela mecânica e pela indústria automóvel, decidiu em 2013 iniciar o seu próprio negócio. O projeto conta com seis colaboradores, peças fundamentais para o sucesso da empresa. “A nossa equipa conta com seis pessoas dedicadas por completo, com experiência no ramo e com gosto pelo trabalho desenvolvido em grupo. Aliás, para mim, o trabalho em equipa é o fator mais importante no exercício da atividade e também para o seu sucesso. Apostamos acima de tudo na contínua formação de todos elementos do projeto”. Para o futuro, David Carreto aponta para um crescimento gradual como reflexo de vários fatores diferenciadores. “Queremos continuar a apostar no crescimento da nossa empresa, continuando a investir na qualidade e na inovação das nossas instalações bem como na contratação de novos colaboradores e sua formação”. O jovem empreendedor comenta ainda que as competições automóveis são para continuar. “A equipa Carreto´s participa em várias competições de velocidade em automóveis clássicos. Este ano começámos a realizar estas provas como forma de divulgação da própria empresa. O resultado foi bastante positivo, além de ter conquistado o quinto lugar à geral bem suado na primeira corrida, a nossa participação contribuiu
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 193
sintra | campus dog
“A alma do cão
é a vontade do dono”
O contacto com os cães fez desde sempre parte da vida de Tiago Soares. A Campus Dog, uma escola de treino canina, veio assim completar um sonho de infância. Os conhecimentos adquiridos pelo treinador com a experiência do dia a dia, somados com as bases que o curso lhe ofereceu, fazem da Campus Dog um local de excelência para formar donos e animal, para que o convívio entre ambos e de ambos na sociedade corra pelo melhor. da aprendizagem desenvolvida. Para além dos laços entre dono e cão, é importante que haja disponibilidade física para acompanhar todas as fases do treino do animal, uma vez que só com esse incentivo haverá resultados. “Os donos só conseguem ensinar os cães com uma técnica específica. Dentro da nossa escola é indispensável a disponibilidade física do dono, porque são apresentados vários exercícios em que é necessário que ele acompanhe o seu cão. Se não o conseguirem, o cão também não o fará, porque a alma do cão é a vontade do dono. Se o dono quiser que ele faça determinada coisa, ele faz”, explica o proprietário da Campus Dog. Tiago Soares defende que o treino com os cães deve começar logo desde cedo, uma vez que são seguidos os ciclos de crescimento do animal e admite que um dos graves problemas que encontra é a falta de educação do cão. “Eu aconselho todos os proprietários de cães a que os venham treinar a partir dos três meses, porque nós usamos o método de ensino da precocidade, que segue os ciclos vitais de crescimento físico e psicológico do animal e essa é a idade indicada, até ao final da vida. O cão está sempre em aprendizagem. Eu trabalho para a inserção dos cães na sociedade, para as pessoas consigam usufruir do cão com todas as dificuldades que há lá fora. O grande problema que encontro aqui na escola é a falta de educação dos cães. É o cão não saber andar à trela, saltar para cima do dono sem ele Tiago Soares Treinador e proprietário
O percurso de Tiago Soares com os cães começou bem cedo na sua juventude, primeiro enquanto dono e, ainda antes dos dez anos de idade, com a experiência do treino. A trabalhar na área já há 12 anos, tem agora o seu próprio negócio, a Campus Dog. “Tenho cães desde que nasci e, a partir dos nove anos, comecei a investir na parte do treino, com o meu pastor alemão de pelo comprido. Mais tarde, tirei o curso de formador e comecei a dar aulas, corria o ano de 2005. Reuni muita experiência com cães, ninguém vai tirar um curso sem ter esse contato prévio, o qual nos vem dar todas as bases de saber como treinar o animal, assente numa técnica”, afirma. Treino para cães... e para donos! Ao contrário daquilo a que o senso comum pode induzir, uma escola de treino canino aposta na formação do dono, já que a relação entre ambos é fundamental para o sucesso
194 REVISTA BUSINESS PORTUGAL
campus dog | sintra mandar, saltar para cima da mesa sem o dono querer. O treino é uma coisa, a educação é outra. Aqui começamos pelas ordens básicas (andar ao lado do dono, deitar, sentar, estar quieto...), depois temos a parte de obstáculos, que servem para muscular os animais e colocar-lhes novos desafios. Os cães também precisam de repreensão, que aqui é dado com o comando de «não», com um tom de voz diferente, como se houvesse raiva. As restantes ordens são dadas de forma calma e didática, para o cão sentir que o dono está presente e, quando faz bem, tem a recompensa, que é o carinho”, defende Tiago Soares. Existem raças potencialmente perigosas? Para além de ser treinador na Campus Dog, Tiago Soares é também criador de cães e a sua experiência ajuda-o a ter uma posição bastante assertiva quando o tema são as raças “potencialmente” perigosas. Para o proprietário da empresa, e tal como com os seres humanos, existem simplesmente perfis psicológicos diferentes. “Existem raças que são muito instintivas, como os cães de caça, mas existem os cães ricos em personalidade, que têm vários impulsos herdados (impulso ao alimento, movimento, luta, defesa, poder e conhecimento, como é o caso do pastor alemão). Quando estamos a treinar um cão instintivo, o instinto vai sempre falar mais alto, por isso é que depois vamos precisar da obediência para ajudar a controlar. Os cães ricos em personalidade gostam de estar ao pé do dono, de o proteger, são mais territoriais, e isso vai fazer com que o ensino seja mais fácil. Para além disso, todos os cães
têm diferentes perfis psicológicos: temos o inibido, o muito submisso, o submisso, o dominante e o muito dominante. Em todas as raças existem exemplares de todos estes perfis. O que existem são determinadas raças em que são mais instintivas e foram treinadas para determinada tarefa, o que vai exigir um dono mais exigente. Não o tendo, esses cães começam a querer subir na escala hierárquica”, explica Tiago Soares. O proprietário da Campus Dog conclui salientando o orgulho nos seus alunos: “Tenho muita sorte nos alunos que tenho. Formo-os à minha imagem, sou muito rigoroso, não gosto de erros e, quando eles acontecem, temos que os corrigir”.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 195
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