Revista Business Portugal | Abril '14

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REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL EDITORIAL

Editorial

made in portugal

FICHA TÉCNICA Diretor Fernando Silva

EDITORA Diana Ferreira (diana.ferreira@revistanegociosportugal.com)

REDAÇÃO Catarina Carvalho (catarina.carvalho@revistanegociosportugal.com Cátia Fernandes (catia.fernandes@revistanegociosportugal.com) Mariana Agria (mariana.agria@revistanegociosportugal.com) Andreia Lobo Balolas Carvalho Marta Caeiro Sara Freixo (redaccao@revistanegociosportugal.com)

PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN Tiago Rodrigues (tiago.rodrigues@revistanegociosportugal.com)

SECRETARIADO Paula Assunção (paula@revistanegociosportugal.com)

Por Diana Ferreira

Ao longo destes anos que temos partilhado pensamentos e ideias nesta página mensal, o leitor já se foi apercebendo que sou uma defensora clara daquilo que é nosso e do que é feito por nós. Falemos em inovação ou em tradição, sinto um certo gosto em enaltecer o que de bom se faz em Portugal e gosto, particularmente, de frisar aos outros essa minha ideia, na expectativa de que também eles se tornam um pouco mais orgulhosos do que é nosso. Ou então de perceber que não ando sozinha nestas andanças. Percorrendo este país de lés a lés, à descoberta daquele ‘made in Portugal’ que ingressará as nossas páginas todos os meses, vou ficando cada vez mais deslumbrada com o que vejo. E às vezes só me apetece exclamar “Mas como é que eu não me lembrei disto?”. Já lhe aconteceu o mesmo, mais do que uma vez, aposto. Mas o que me deixa verdadeiramente feliz é que esse alguém que se lembrou do que mais ninguém se lembrou não guardou a ideia na gaveta. Esse alguém preferiu apostar num caminho longo (e tortuoso, com toda a certeza) para fazer vingar essa sua ideia e, mais importante ainda, mostrar ao mundo que esta é ‘made in Portugal’. Mais uma vez, nesta edição de Abril mostramos-lhe o que de extraordinário existe no mundo empresarial e industrial português. Sob as temáticas do programa ‘Portugal Sou Eu’ ou das reconhecidas ‘PME Excelência’ portuguesas, nas próximas páginas conheça e reconheça quem se dedica de corpo e alma aos seus projectos e acredita nos mesmos. Ah, já lhe disse que sou uma apaixonada pelo mar? Então não perca também o especial que dedicamos aos municípios da orla marítima e saiba o que ainda tem para descobrir neste Portugal à beira mar plantado. Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico

edição de abril 18 - município de esposende

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO Fernando Lopes Filipe Amorim Isabel Brandão Luís Silva Manuel Fernando Nuno Ferraria Paulo Padilha Pedro Paninho Sofia Silva (publicidade@revistanegociosportugal.com)

EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2 4400-134 - Mafamude

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ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS

PMES EXCELÊNCIA 2013

SAÚDE

22 - Município de Ílhavo 24 - Município da Nazaré 26 - Escola Náutica Infante D. Henrique

46 - APEGAC 54 - Adiver 64 - admcondomínios

(geral@revistanegociosportugal.com)

CONTACTOS Tlf: 223 754 806 (Geral) Tlf: 224 109 098 (Redação)

DISTRIBUIÇÃO Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID Edição de abril

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30 - Simopeças 36 - PME Investimentos 42 - Peixovar

70 - AMGEN 76 - OPTECH 80 - Grupo Holon 87 - Associação Portuguesa de Hotelaria Hospitalar



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Escolha o Melhor Para Si

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o seguimento da campanha “Escolha o Melhor para Si”, lançada no início deste ano, a ACAP realizou no passado dia 13 de março uma reunião conjunta com todas as comissões especializadas que a integram, na qual, entre outros assuntos, foi feito o balanço desta campanha e delineadas algumas acções a desenvolver. Como já referido em edição anterior desta revista, publicada a 1 e 2 de março, esta campanha visa esclarecer o consumidor final sobre a opção de escolha da oficina onde pretende efetuar a manutenção/reparação do seu veículo, sem perca de quaisquer direitos. A campanha “Escolha o Melhor para Si”, foi veiculada pelas Comissões Especializadas de Fabricantes e de Distribuidores de Peças Independentes da DPAI, a cerca de 9.200 agentes do setor independente, tendo-se verificado uma recetividade bastante positiva. A DPAI, encontra-se já a definir outras ações de divulgação desta campanha, as quais serão oportunamente anunciadas. Tendo em conta a aposta desta divisão no associativismo como forma de promoção e credibilização do setor junto do mercado e da opinião pública, foi, igualmente lançada, uma campanha de dinamização associativa, sob o lema “Não Seja uma Peça Solta”, que pretende angariar o maior número possível de empresas, nomeadamente, fabricantes, distribuidores e retalhistas de peças e acessórios independentes. Se, ainda, não conhece as vantagens de ser sócio da DPAI, contacte-nos por telefone (21 3035300) ou por email (mail@acap.pt). Temos condições especiais para novos aderentes. Em paralelo, a divisão encontra-se a preparar o seu próprio microsite de peças, cujo lançamento se prevê para breve e no qual as empresas associadas poderão aceder, entre outros, aos projetos desenvolvidos pelas diferentes Comissões Especializadas, campanhas, notícias, dados sobre o mercado e legislação específica. A DPAI, através da pessoa do seu presidente, Joaquim Candeias, participou, no passado dia 14 de março no Simpósio Ibérico 2014 – Aftermarket IAM, como orador do painel “Direito à reparação … com qualidade”.

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A rede líder bosch car service Raquel Marinho assume a liderança da rede de oficinas Bosch Car Service no nosso país. Uma rede com características únicas e cuja dinamização tem sido constante, uma conjugação de sucesso que lhe permite posicionar-se no mercado de uma forma muito favorável e completamente diferenciadora. A marca Bosch Car Service tornou-se, assim, uma referência no âmbito da manutenção e reparação automóvel multimarca. Com uma cobertura territorial ímpar, com mais de 140 oficinas distribuídas pelo território nacional garante a proximidade do cliente, promovendo a mobilidade, a segurança, o conforto e a sustentabilidade. Todos os meses, a rede assiste a vários milhares de automóveis que entram nas oficinas, para as mais diversificadas operações, pelas mãos de uma vasta carteira de clientes que já confiam nesta marca e lhe reconhecem um nível de competência técnica multimarca superior. É o que nos conta, com boa disposição, domínio e o entusiasmo de quem tem paixão pelo que faz, Raquel Marinho trade marketeer da rede Bosch Car Service, em Portugal.

Raquel marinho Trade Marketeer

A Bosch é uma marca dotada de níveis de notoriedade inquestionáveis, sendo conotada espontaneamente com qualidade e inovação, quer no nosso país, quer um pouco por todo o planeta, onde atua em diversas áreas. Pode comentar? A Bosch é uma marca de origem alemã com 128 anos de história. Atualmente, está representada em mais de 150 países. A par da sua diversidade cultural está uma forte cultura de valores e princípios procedentes do seu fundador Robert Bosch. Sim, de facto, a qualidade, a inovação, e também, a

credibilidade, a seriedade e a legalidade são valores da marca Bosch, partilhados entre os mais de 280 mil colaboradores do grupo. São estes valores sólidos que têm vindo, sempre, a acompanhar a evolução da marca ao longo dos tempos, e que orientam as atividades que desenvolvemos nas mais diversificadas áreas de intervenção. Tecnologia de ponta, crescimento sustentável, responsabilidade social e ecológica são âncoras fundamentais. Tratando-se de uma das maiores sociedades privadas do mundo, não cotada na bolsa, a Bosch beneficia de

uma independência e solidez financeira ímpares que lhe permite ter uma visão estratégica a longo prazo. Fruto dessa condição especial, nos últimos 10 anos a Bosch investiu mais de 35 mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento, o que lhe permite assumir-se como líder mundial no registo de novas patentes, 19 novos registos a cada dia de trabalho, algo excecional. Em que áreas atua a marca Bosch e como é que a área automóvel se enquadra nas restantes? O grupo Bosch opera em quatro setores de atividade:

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tecnologia automóvel, tecnologia industrial, energia e tecnologia de edifícios e bens de consumo. Na área automóvel, a Bosch é umas das forças que impulsiona a mudança. Este é o setor com mais expressão dentro do grupo, com 66 por cento do volume de vendas. Em estreita colaboração com os construtores de automóveis, a Bosch tem contribuído para tornar a condução cada vez mais segura, ecológica e confortável e com inovações constantes promete continuar a influenciar, de forma decisiva, o que será a mobilidade do futuro. Assume-se como líder inquestionável no desenvolvimento de tecnologia automóvel e na produção de componentes que equipam os automóveis de todas as marcas. E a par dessa próxima colaboração com os fabricantes de automóveis e presença nas linhas de montagem das diversas marcas de automóveis, está o que se designa por aftermarket, sendo neste contexto que se insere a rede de oficinas Bosch Car Service, correto? Correto. O aftermarket é o mercado depois da venda do automóvel. Nesse âmbito, a Bosch atua na vertente B2B, dirigindo-se ao mercado de reparação e manutenção automóvel, apresentando-se como um fornecedor global de peças auto, equipamentos de diagnóstico e de comprovação, informação e formação técnica

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multimarca e serviços. Esta abrangência traduz-se num conhecimento único para manter a maior organização de oficinas multimarca do mundo, a rede Bosch Service com mais de 15.000 localizações, das quais 11.000 são oficinas Bosch Car Service. Quando e onde surgiu este conceito? Conte-nos um pouco da história! O conceito Bosch Service tem mais de 90 anos de história e nasce do fundador da marca Bosch, um homem com uma visão projetada para o futuro fora do comum e uma determinação muito forte. Após a 1.ª Guerra Mundial os novos métodos de produção tornam os automóveis mais acessíveis. Dáse, então, início à produção de automóveis em série, assistindo-se a um boom automobilístico a nível internacional em 1920. Regra geral, os proprietários dos primeiros veículos a circular na Europa eram os senhores ricos que eram conduzidos pelos seus chauffeurs, cuja função acarretava a limpeza e manutenção do veículo. No entanto, a maioria dos condutores destes automóveis tinham conhecimentos muito escassos sobre mecânica. Atento a esta necessidade, numa primeira fase, a Bosch forneceu conjuntos especiais de peças de reposição para que esses chauffeurs pudessem, então, rapidamente realizar pequenos reparos e a substituição de peças de desgaste. Com o aumento do número de

automóveis em todo o mundo, a Bosch foi rápida a reconhecer a necessidade de uma rede de oficinas que pudesse prestar assistência aos seus equipamentos, já a ser produzidos em série. Assim, deu início em 1921 à expansão da sua rede com a primeira de muitas oficinas que tinham de cumprir com exigentes padrões de qualidade e que foram proliferando ao longo dos anos por todo o mundo, até aos dias de hoje, sensibilizando o consumidor para a marca Bosch, tornando-a proeminente e respeitada aos olhos do público. Ao longo destes mais de 90 anos, o conceito passou por adaptações e evoluções importantes capazes de o manter sempre na linha da frente da atualização e adequado às necessidades dos tempos. Por isso, aquilo que era um “Serviço Bosch” no passado já não é aquilo que é um “Bosch Car Service” hoje. Como se caracterizam as oficinas Bosch Car Service no contexto da reparação e manutenção nacional? Qual a proposta de valor que esta rede traz para os automobilistas? O que vos distingue de outros serviços multimarca e multiserviço no mercado nacional? Logo a seguir à habitação, o automóvel é o bem mais oneroso que uma família adquire e que portanto, à partida, quer cuidar e estimar. Por outro lado, uma condução segura requer um automóvel que se


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isto, por um preço acessível, considerando a qualidade, durabilidade e confiança que os nossos produtos propõem.

mantenha nas devidas condições de manutenção e de acordo com as recomendações do fabricante. Ir ao encontro destas necessidades, assegurar a mobilidade, o conforto, a segurança e a sustentabilidade é a missão da marca Bosch Car Service. Neste contexto, são vários os fatores que caracterizam e distinguem esta rede entre as diferentes propostas de oficina que o mercado oferece. Antes de mais, esta é uma rede promovida por uma marca líder em desenvolvimento de tecnologia automóvel e ela própria responsável pela produção de componentes que equipam os automóveis. Assim, para além de usarem peças de qualidade superior, as oficinas Bosch Car Service estão aptas a prestar um conjunto de serviços alargados, dos mais simples aos mais complexos, sendo capazes de corresponder aos mais elevados níveis de exigência dos automobilistas, e com total garantia. Oferecem aos automobilistas os serviços mais comumente solicitados como as revisões periódicas, a mudança de óleo e filtros, a substituição da bateria, das escovas e das lâmpadas, entre outros, e, pelo facto de reunirem competências técnicas acima da média dão resposta, também, às intervenções de maior complexidade técnica. A rede conta, por isso, com os técnicos mais bem preparados, formados e certificados pela própria escola de formação técnica da Bosch, e que dispõem de equipamentos de diagnóstico e de verificação de topo, por sua vez, também fabricados pela Bosch. Graças a uma cobertura geográfica ímpar, asseguramos a proximidade dos nossos clientes para onde quer que se desloquem, e oferecemos uma garantia nacional de reparações. Se um cliente nosso do Porto estiver de férias no Algarve e necessitar de assistência automóvel, não vamos fazê-lo regressar ao Porto para ver a sua necessidade satisfeita. E tudo

O preço é um fator importante, na escolha de uma oficina? Atualmente, o fator preço é o segundo fator de escolha de uma determinada oficina, por parte do consumidor. Este fator nunca foi o primeiro, para a grande generalidade dos consumidores, mas é verdade que tem vindo a deslocar-se de lugares menos importantes e já ocupa o segundo lugar, o que revela que o cliente, hoje, é extremamente sensível ao fator preço. O primeiro fator de escolha é a fiabilidade e a confiança e esse tem-se mantido no primeiro lugar do ranking dos fatores de escolha ao longo da última década, no que diz respeito às oficinas. Na rede Bosch Car Service preocupamo-nos em assegurar a necessária competitividade ao nível do preço e corresponder à expetativa do cliente. O nosso cliente privilegia a qualidade e está disposto a pagar um preço justo por um serviço que lhe confere confiança e garantia. Sendo a transparência um dos valores da nossa marca, lançámos no fim do ano passado uma linha grátis que permite aos automobilistas saber, previamente e sem compromisso qual o preço da revisão do seu carro, segundo as recomendações da marca fabricante do mesmo, numa das mais de 140 oficinas Bosch Car Service à sua disposição em todo o país. Com base nessa informação, o cliente poderá marcar, centralmente, a data da revisão, de acordo com a sua disponibilidade, conveniência e de uma forma planificada, que possa integrar-se no orçamento familiar.

Quanto a esta necessidade do cliente de escolher uma oficina fiável e de confiança, a nossa rede corresponde ao mais alto nível, por todos os fatores de diferenciação que referi anteriormente. Sendo a qualidade um fator de diferenciação da rede Bosch Car Service, como é que a Bosch atesta e garante o nível de qualidade de uma rede de oficinas tão vasta e dispersa pelo país? Somos uma rede altamente focada na satisfação plena dos nossos clientes. Todas as oficinas se regem pelo mesmo código de conduta e de procedimentos, designado por Bosch Service Excellence. De forma a garantir que as oficinas cumprem, na prática, com os parâmetros preconizados, a qualidade dos nossos serviços é monitorizada de forma contínua e segundo os mais exigentes standards da marca, a nível internacional. Todas as oficinas integradas na rede são auditadas por uma entidade externa e isenta, a SGS. Para além da sua atividade ser suportada por um programa de gestão de qualidade, as oficinas estão sujeitas a dois tipos de auditorias: avaliação do perfil de qualidade internacionais Bosch Car Service e avaliação de performance do nível de serviço prestado através de testes, usualmente designados por Mistery Shopping. No que se refere à campanha “Right To Repair”, que avaliação faz do conhecimento por parte dos condutores e do próprio cumprimento da lei por parte dos diferentes operadores no que se refere à garantia da qualidade dos produtos e serviços ao dispor do cliente final? O nível de desconhecimento acerca da norma europeia que concede ao automobilista o direito de escolher

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livremente a oficina que mais lhe convém no âmbito das intervenções de manutenção do seu automóvel, mesmo dentro do período de garantia concedido pelo fabricante, é ainda enorme. Estudos recentes mostram mesmo que a generalidade das oficinas independentes não estão convictas de que tal direito lhes assiste, e é claro que esta falta de confiança passa para o cliente final. De facto, a lei existe mas também é preciso fazer uso da mesma com responsabilidade, para não frustrar as expetativas do cliente. Agir com responsabilidade, implica às oficinas cumprir com determinados requisitos e procedimentos que certamente não estão a ser cumpridos por todos aqueles que estão no mercado. Nas oficinas Bosch Car Service, desde sempre que temos vindo a acompanhar esta temática, sempre trabalhámos de acordo com as recomendações oficiais dos diversos fabricantes e sempre utilizámos peças com o nível de qualidade requerido. Estamos certos de estar a contribuir para um maior esclarecimento dos automobilistas. As oficinas da nossa rede estão perfeitamente conscientes do que implica intervir em automóveis dentro do período de garantia e agem com total confiança e responsabilidade sobre todos os serviços que efetuam. Além do mais, a rede tem a Bosch como parceira, para os auxiliar perante uma eventual incidência que possa verificar-se. No âmbito da referida campanha, que conselho(s) gostaria de deixar aos nossos leitores? Para os automobilistas é importante saber que têm o direito de escolher livremente uma oficina multimarca para confiar as operações de manutenção dos seus automóveis, mesmo dentro do período de garantia do automóvel, e mesmo ao abrigo das extensões de garantia posteriores. No entanto, ao escolher uma oficina automóvel, o automobilista deve escolher uma oficina de confiança e que se responsabilize pelo seu trabalho. Daí ser tão importante escolher uma oficina, que ainda que possa oferecer uma proposta mais competitiva ao nível do preço, seja igualmente fiável do ponto de vista das suas competências técnicas, assegure confiança e assuma total responsabilidade e garantia pelas suas intervenções. Desta forma, recomendo que ponham na balança os diversos fatores de peso que determinam a sua escolha: a credibilidade, a confiança, o preço, a proximidade, a acessibilidade… e que, no fim saiam da oficina com uma fatura discriminada com as intervenções efetuadas, quantidades, referências e designações das peças, de forma a atestar as intervenções que foram efetuadas e quais as peças aplicadas na viatura. A Bosch Car Service juntou-se recentemente

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a diversas outras marcas de prestígio e de notoriedade presentes na cidade das crianças, a KidZania. Porquê esta aposta com este conceito, naquele espaço e para aquele público? A nossa presença na KidZania vem concretizar o desejo de promover o reencontro da marca com os seus clientes e famílias, num contexto diferente do habitual e, neste caso, proporcionando aos mais pequenos, momentos de diversão e de aprendizagem que certamente vão perpetuar-se no tempo e nas suas melhores memórias. Na oficina Bosch Car Service da KidZania, as crianças, para além de conduzir, vão poder experienciar a profissão de mecânico por um dia, montar e desmontar algumas das peças que a Bosch fabrica para os automóveis e

ser sensibilizadas para a importância da manutenção automóvel como fonte de sustentabilidade. E quanto ao futuro, pode revelar o próximo projeto? Fundamentalmente, este está a ser um ano de consolidação de projetos já lançados recentemente. Mas, claro, estar na liderança não nos permite parar… e a par dessa necessária consolidação, já no início do próximo semestre vamos ter um projeto dirigido às frotas e que, neste momento está a ganhar uma forma muito interessante. Muito brevemente vamos, também, mergulhar a fundo no marketing digital… tudo para no fundo, continuar altamente focados e comprometidos em servir cada vez melhor o nosso cliente.


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Pioneiros na inovação Valvoline Porque os automóveis evoluem a cada dia que passa, assim como os seus componentes, a Valvoline, a marca registada de lubrificantes mais antiga do mundo, evoluiu também a cada dia. Representada em Portugal pela Krautli Portugal, Lda., o lema desta marca passa pela satisfação do cliente. Quem o afirma é Paulo Santos, brand manager da marca em Portugal.

paulo santos Brand Manager

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e outrora estávamos habituados a associar pequenos motores a automóveis de baixa potência, hoje a realidade é completamente oposta. A indústria automóvel é cada vez mais influenciada pelas normas ambientais, consequentemente as emissões poluentes libertadas pelas viaturas, fruto da combustão interna dos motores, são cada vez mais uma preocupação presente. Esta evolução obriga a que também os lubrificantes se adaptem à realidade, tendo estes atualmente uma função muito para além de lubrificar o próprio motor. “Os lubrificantes têm sofrido fortes desenvolvimentos e têm conquistado uma importância drástica na longevidade

do motor”, diz-nos Paulo Santos, brand manager da Valvoline em Portugal, marca representada em exclusivo pela Krautli. Fundada em 1866, a Valvoline foi, desde sempre, sinónimo de inovação e acompanhamento do mercado. “A marca conta com laboratórios próprios, com grande capacidade de investigação, que permite evoluir e melhorando os produtos que disponibilizam”, refere. A marca tem uma preocupação muito forte com a qualidade dos produtos que vende, razão para a existência de várias fábricas próprias que asseguram as suas necessidades, evitando a produção em empresas externas. ”A nível da lubrificação somos, seguramente, uma das marcas mais influentes no mercado. Todos os produtos que vendemos são produzidos pela Valvoline e não vivemos em função do preço, mas sim em função da satisfação do cliente”, faz questão de frisar Paulo Santos.

Reconhecimento nacional e internacional De modo a que os produtos Valvoline sejam utilizados da melhor forma e tenham a melhor aplicabilidade, a sua representante portuguesa proporciona ações de formação aos profissionais da área, “sejam eles utilizadores de Valvoline ou não. O nosso objetivo passa por elucidar o profissional sobre aquilo que vai aplicar, de forma a que, mais tarde, o automóvel não apresente problemas derivados da utilização incorreta dos produtos que dispõe. Devo dizer, da minha experiência, que os mecânicos mais responsáveis têm essa perceção, e isso reflete-se no sucesso que a marca tem conquistado neste últimos três anos em Portugal”, refere o brand manager.

Confrontados várias vezes com a questão ‘preço’, Paulo Santos esclarece que, apesar de haver uma preocupação com as redes de grande distribuição, que apresentam, efetivamente, valores de venda mais baixos, a Valvoline não encara tal como uma ameaça, “a partir do momento em que o cliente esteja elucidado sobre o que é e quais as vantagens de utilizar um produto Valvoline”.

Valvoline Service Centre O conceito nasceu nos Estados Unidos há mais de 50 anos, onde a Valvoline é a segunda maior rede oficial de oficinas. Com algumas nuances, o conceito foi importado para a Europa levando em linha de conta as particularidades do mercado europeu “com o objetivo de disponibilizar um bom serviço aos clientes finais”, diz Paulo Santos. A marca em Portugal tem por estratégia uma venda adequada às necessidades da sua rede de distribuição, o sucesso do negócio passa pelo sucesso de toda a rede de clientes. “Funcionamos dessa forma, e nada como formarmos, sensibilizarmos e ajudarmos os distribuidores, que por sua vez sensibilizarão os aplicadores e por fim os clientes finais e proprietários das viaturas para a necessidade de optarem por um produto Valvoline em prol da longevidade do seu veículo. A rede é uma forma de estarmos próximos e referenciados no mercado, porque quem usa Valvoline pode encontrar a marca em qualquer ponto do país. Além disso, encontra no nosso site uma ferramenta que lhe permite a elaboração de um plano de lubrificação completo para a sua viatura, fica a conhecer todos os produtos que a Valvoline disponibiliza e quais os que lhe são adequados”, finaliza.

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a peça que faltava Santogal peças O Grupo Santogal dispõe, desde 2003, de uma empresa especializada na comercialização de peças de todas as marcas representadas pelo Grupo, e uma vasta gama de acessórios a preços competitivos. Estivemos à conversa com Luís Cunha, diretor da Santogal Peças.

Luís cunha Diretor

O Grupo Santogal disponibiliza a Santogal Peças desde 2003. Como nos resume esta última década? Foi uma aposta ganha por parte do Grupo? No ano de 2001, a Santogal tinha a representação de 14 marcas automóveis distribuída por várias concessões situadas na Grande Lisboa e na grande maioria destes concessionários existiam vendedores de peças, que tinham como missão comercializar peças da marca que a sua empresa representava. Como é de calcular, assistiamos a situações caricatas em que, no mesmo cliente, se reuniam vários vendedores da Santogal para vender peças exclusivamente das suas marcas. Esta foi a principal razão que nos levou a tomar medidas, passando do tradicional pracista que apenas vendia uma marca para o gestor de cliente único para todas as marcas que a Santogal representa em acessórios, consumíveis e ferramentas para automóvel. Em simultâneo, passámos a fazer a gestão coordenada e transversal dos stocks existentes nas várias concessões, que só foi possível graças à conclusão do nosso

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programa informático desenvolvido por uma equipa de programadores internos. Este programa permitiu flexibilizar e otimizar os stocks de peças dispersas fisicamente pelos vários concessionários do Grupo, aumentando o número de referências disponíveis e diminuindo o valor para metade do inicial. No começo deste projeto, diria que houve algum ceticismo, quer por parte de algumas marcas automóveis, quer no interior do Grupo. O receio que pudessemos desvirtuar os conceitos tradicionalmente em vigor neste ramo, desviando o fornecimento de peças tradicionalmente da responsabilidade de um único representante de marca para um interlocutor multimarca, foi paulatinamente ultrapassado com o suporte dos clientes. Ao longo destes anos, desenvolvemos pontos de convergência que culminaram num conjunto de iniciativas e ações que aumentaram significativamente a venda de peças OEM junto dos nossos clientes profissionais, melhorando significativamente as condições comerciais, a logística e também a informação de que os nossos clientes passaram a usufruir. Racionalizámos os meios, reduzimos os custos e os clientes passaram a ter a vida facilitada e, por tudo isto, diria que foi, efetivamente, uma aposta ganha. Qual o seu posicionamento da marca no mercado em que estão inseridos? A Santogal Peças posiciona-se essencialmente no fornecimento de peças OEM das marcas que representa e da maioria das restantes marcas que não representa diretamente. São 29 as marcas de peças OEM que normalmente comercializamos. Na sua ótica, o que distingue a Santogal Peças das demais empresas do setor? A experiência, a oferta alargada de marcas e produtos de qualidade, a disponibilidade de um grande stock, o atendimento personalizado e o aconselhamento técnico, complementado com a oferta de consumiveis, acessórios e ferramentas, tudo com excelentes

condições comerciais, garante aos nossos clientes o acesso rápido a todas as peças necessárias para reparar as viaturas dos seus clientes. Porquê uma oferta multimarca? Quais as principais vantagens que essa estratégia traz? De acordo com os dados que dispomos, verificamos que o canal mais frequentado pelos condutores para as reparações dos seus veículos é o das oficinas de mecânica independentes, cerca de 60 por cento. Estes reparadores são, geralmente, multimarca, tendo necessidade de peças das várias marcas de automóveis. Ao analisar a oferta de peças no mercado, constatámos a existência de grandes retalhistas ou centrais de compras, com representação de várias marcas de peças de qualidade equivalente, que têm a sua própria rede de oficinas e, normalmente, não vendem a reparadores independentes. Os retalhistas de peças locais, que têm acordos com vários grossistas ou são sócios de centrais de compras de peças e vendem aos reparadores independentes e concessionários de marca, enquadram a sua oferta apenas nas peças da marca automóvel que representam. Com a Santogal Peças passou a existir uma forma prática, e com um único contacto, do cliente profissional poder garantir o fornecimento da totalidade das peças de marca necessárias à reparação, com a garantia de qualidade das peças fornecidas pelos fabricantes automóveis e respetivas campanhas promocionais. Em termos de serviço, o que tem a Santogal Peças à disposição dos seus clientes, para além da comercialização de peças e outros equipamentos? A Santogal Peças disponibiliza um serviço de entregas porta a porta para todo o continente e ilhas, alargado no número de entregas na zona da grande Lisboa. Os nossos técnicos de peças e gestores de cliente estão preparados para disponibilizar um conjunto de soluções aos clientes profissionais, que vão desde a identificação da referência e aconselhamento técnico, garantia contra defeitos de fabrico e danos no transporte, concessão de


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crédito até à disponibilização de ferramentas de análise e seguimento do negócio. Garantem um serviço personalizado, de qualidade, e o vosso compromisso passa por abordar cada pedido com seriedade. Para tal, contam com profissionais qualificados e preparados para dar resposta a todas as solicitações. Pergunto-lhe, então, como e por quem é composta a equipa da Santogal Peças? A equipa da Santogal Peças é separada em cinco vertentes. São elas a Técnica, composta por especialistas de peças que recebem e gerem os pedidos dos clientes a partir de um call center existente na Abrunheira; a Comercial, com um responsável que coordena uma equipa de gestores de negócio que acompanham no terreno os nossos clientes; o Backoffice, que trata da área administrativa e financeira; a Logística, que garante a entrega atempada e correta das peças que nos são encomendadas; e, finalmente, a Gestão de Stocks, que tem a missão de garantir a disponibilidade de produtos. No total, contamos com 31 colaboradores. Falemos agora um pouco da campanha “Escolha o Melhor Para Si”. No que diz respeito à reparação automóvel e a esta campanha em particular, que avaliação faz do cumprimento da lei por parte dos

vários operadores no que concerne à garantia da qualidade dos produtos e serviços ao dispor do cliente final? Parece-me que deveria haver uma entidade que teria como missão a certificação das peças comercializadas. Como é sabido, a qualidade pode ser muito diferente e variar desde a OEM e há também a peça que pode pôr em perigo o correto funcionamento e segurança do veículo mediante onde é instalada. A informação sobre a qualidade das peças deveria ser obrigatória e chegar aos utilizadores das viaturas, sendo essa uma garantia da escolha da melhor relação qualidade/preço. Enquanto player deste mercado, que conselhos acha pertinente deixar aos nossos leitores no âmbito da referida temática? Gostaria que cada um dos leitores tivesse presente que sempre que coloca o seu veículo a reparar, as peças que são colocadas no mesmo, bem como a sua correta instalação, são o garante da sua segurança. Já a sua qualidade é que dita, uma grande parte das vezes, a frequência das reparações. Aproveito para lembrar que o seu funcionamento deverá ser exatamente aquele com que o projetista a concebeu, garantindo a segurança e a confiança do condutor do veículo onde foi colocada.

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O leitor deve questionar a qualidade das peças e não só os preços porque, como se costuma dizer, por vezes o barato sai caro. Por onde passa o futuro da Santogal Peças? A Santogal Peças está em permanente mutação, analisando o mercado, as necessidades dos seus clientes e as tendências, de modo a adaptar-se às novas realidades. Consideramos essencial e estruturante a formação contínua dos colaboradores para continuar a construir o futuro de forma sustentada. Queremos estreitar ainda mais a parceria que temos com os diferentes fabricantes de automóveis, de modo a que seja possível melhorar a integração das várias marcas numa única plataforma logística. Vamos apostar claramente na disponibilização da informação online para os clientes, pois faz sentido que possam ter acesso rápido à informação de que necessitam no que diz respeito às suas contas correntes, identificação, encomendas e respetivas entregas. Sendo de importância vital para garantir a mobilidade, o futuro passará por melhorar os atuais processos e inovar, nomeadamente na logística, melhorando as condições comerciais e procurando satisfazer integralmente as necessidades dos nossos clientes.

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REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL BIOCOMBUSTÍVEIS

A alternativa ecológica aos combustíveis fósseis Associação portuguesa dos produtores de biocombustíveis A Associação Portuguesa dos Produtores de Biocombustíveis (APPB) foi formalmente criada em 2009, agregando as empresas que, à data, produziam e comercializavam biodiesel, por estas reconhecerem que o caráter específico do enquadramento legal do setor quer nacional, quer comunitário abrangendo constrangimentos à utilização de matérias primas e regras próprias na colocação dos produtos no mercado, justificavam uma agenda própria e uma atuação conjunta na promoção da sustentabilidade do setor dos transportes. Falamos com Jaime Braga, presidente da Associação sobre a mesma.

Jaime braga Presidente

Qual a sua principal missão e objetivos da APPB? A APPB tem como objeto a promoção da utilização dos biocombustíveis no setor nacional dos transportes através de ações de sustentabilidade e de investigação, do apoio ao desenvolvimento de tecnologias associadas, e do incentivo ao consumo de biocombustíveis em aplicações comerciais e industriais. Esta Associação tem como missão a representação coletiva dos seus associados junto das autoridades e organismos nacionais e europeus, designadamente a

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associação europeia de produtores de biodiesel para, entre outros, contribuir na elaboração de documentos legislativos, regulamentares e normativos que tenham implicações diretas ou indiretas no setor. (continua)

De que forma levam a cabo essa missão? No âmbito institucional, a APPB tem diálogo e contactos regulares com o Governo e com os organismos da administração pública com competências na área da

energia, designadamente a Direção Geral da Energia e Geologia e, agora, a Entidade Nacional para o Mercado dos Biocombustíveis. A APPB considera também importante a sua ligação ao conjunto dos setores industriais e, nessa medida, tem assento no Conselho Estratégico Nacional de Energia da CIP – Confederação Empresarial de Portugal. No âmbito técnico, a APPB é membro da Comissão Técnica 38, organismo de normalização setorial dentro da estrutura do IQP – Instituto Português da Qualidade.



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Já quanto à promoção dos biocombustíveis pode darse como exemplo a campanha lançada há meses pela APPB ‘Se não há petróleo em Portugal, planta-se’, que recolheu vasto interesse em todo o país por parte de agricultores e da qual se espera como resultado uma significativa produção nacional de oliaginosas, nomeadamente de colza e a consolidação de uma fileira nacional de produção de biodiesel. Quem compõe a Associação ? A APPB é composta pelas cinco empresas que, à data da sua constituição, eram produtores nacionais de biodiesel: • BIOVEGETAL-Combustíveis Biológicos e Vegetais, S.A. • FÀBRICA TORREJANA, S.A. • IBEROL-Sociedade Ibérica de Biocombustíveis e Oleaginosas, S.A. • PRIO-Biocombustíveis • SOVENA OILSEEDS PORTUGAL Os estatutos da APPB prevêem ainda que poderão existir novos associados, desde que estejam sediados em Portugal e se dediquem à produção de biodiesel em território português. O biodiesel e as suas apetências são ainda desconhecidas do público ? Devido às características do mercado dos carburantes em Portugal, ou seja, largo predomínio do consumo de gasóleo sobre o da gasolina, o biodiesel, como produto compatível e substituto do gasóleo, é o único biocombustível com expressão nacional. Mas temos de aceitar que, apesar do biodiesel substituir mais de cinco por cento do consumo nacional total de combustíveis derivados do petróleo, a generalidade do público desconhece esse facto. O consumidor anónimo, na verdade, quando abastece a sua viatura de gasóleo, não é informado de que este tem já incorporado pelo menos seis e meio por cento de biodiesel. Tem existido pouca divulgação pública quanto a

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combustíveis alternativos aos produtos derivados do petróleo porque as autoridades com competência nas áreas dos transportes, da energia e do ambiente não o fazem e também porque, contrariamente ao que sucede noutros casos, o consumidor não é informado com exatidão do que compra quando adquire gasóleo. Qual o seu papel nas energias renováveis e qual a sua aplicabilidade no dia a dia dos portugueses? O biodiesel é hoje, em Portugal, o único substituto dos derivados do petróleo como combustível rodoviário e é, dada a sua origem em matérias primas agrícolas, sustentável. Para mais, a legislação comunitária sobre biocombustíveis inclui critérios de sustentabilidade que abrangem quer exigências de poupança de emissões de gases com efeito de estufa face ao gasóleo, quer a interdição do cultivo das suas matérias primas em áreas protegidas ou em zonas húmidas, quer o cumprimento das regras de boas práticas agrícolas e de rotação de culturas. Hoje, o biodiesel significa cerca de dois por cento do total da energia consumida no país e mais de cinco por cento do total da energia consumida nos transportes. O biodiesel constitui, para já a base renovável do consumo de energia no setor dos transportes.

Na sua opinião, porque é que o biodiesel é ainda subvalorizado ? O biodiesel tem sido ‘votado’ ao silêncio e, portanto, o grande público não tem e perceção da sua importância real. Provavelmente por haver outros interesses de poder económico muito superior, que dominam a comunicação no setor. Devemos afirmar que se se cumprir a legislação e o conjunto de boas práticas na agricultura, hoje obrigatórias em termos europeus, para além da redução das emissões de gases com efeito de estufa, o biodiesel representa ainda um fator fortemente impulsionador da agricultura e da pecuária. Da agricultura pela aquisição

garantida de sementes de oleaginosas como a colza e da pecuária pelo lançamento no mercado, a preços mais reduzidos de bagaços de oleaginosas, como por exemplo as farinhas de soja e de colza. Na sua perspetiva, o que deverá mudar? Portugal comprometeu-se a produzir 31 por cento da energia que consumir de forma renovável até 2020. O biodiesel, atualmente e com os constrangimentos da legislação em vigor, constitui cerca de dois por cento desse compromisso nacional. Para além do mais, no estado atual da tecnologia, não existem, à escala industrial, em Portugal, outros biocombustíveis além do biodiesel. Poderá mesmo dizer-se que a única alternativa ao biodiesel é, hoje, o próprio gasóleo. O país deverá apostar na criação de uma fileira setorial e que haja interesse, desde a agricultura até ao consumo, na produção de biocombustíveis. Esta é uma condição para a sustentabilidade de Portugal, quer em termos ambientais, quer em termos económicos, pois estar-se-á a criar o que o país necessita urgentemente, ou seja, valor para o país. As inquestionáveis vantagens ambientais e económicas do biodiesel sobre o gasóleo deveriam aconselhar o Governo português, aliás como previstos, a aumentar os níveis de incorporação de biodiesel no gasóleo para o máximo indicado nas normas europeias e prever, explicitamente, a disponibilização aos consumidores de misturas mais ricas em biodiesel, contribuindo assim para o cumprimento das metas de energias renováveis dentro do objetivo europeu 20/20/20. Complementarmente, os serviços do Ministério da Agricultura deveriam apoiar as ações desta Associação de promoção da cultura da colza, que é uma cultura de outono/inverno e que não colide com outras produções agrícolas, carreando para a nossa agricultura benefícios que, infelizmente, têm sido desprezados.


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a orla marítima

Portugal, considerado um dos maiores países marítimos do mundo, situa-se no ponto geoestratégico, geopolítico e económico de enorme potencial. Os planos de Ordenamento da Orla Costeira surgem como uma ferramenta essencial à melhoria, valorização e gestão dos recursos no litoral. As preocupações debatem-se com a proteção e integridade biofísica dos espaços, em que os recursos existentes tendem a ser valorizados e os valores ambientais e paisagísticos conservados. A economia do mar tende cada vez mais a representar um grande número do PIB, sendo que cada vez mais o potencial das atividades tradicionais, nomeadamente a pesca, a construção naval, os transportes marítimos e o próprio turismo, devem ser aproveitados. Atualmente, o turismo representa um forte indicador do crescimento da economia do mar e as medidas de combate à sazonalidade são uma constante preocupação das entidades governadoras. Sol durante grande parte do ano e uma costa banhada pelo Oceano Atlântico tornam Portugal o destino certo. Se a norte as águas são frias e impetuosas, a sul o mar é mais tranquilo e quente. Longos quilómetros que constituem uma costa de vastos areais para grandes caminhadas e pequenas enseadas, não deixando escapar a beleza das formações rochosas junto ao mar e as falésias cor de fogo. A variada oferta de praias, as características distintas e adequadas a todos os gostos, do lazer a umas férias mais ativas, deixa a cada um a escolha final. As atividades desportivas ligadas ao mar estão cada vez mais na moda, nomeadamente o surf que atrai surfistas de todo o mundo às inúmeras praias portuguesas. As fortes ondulações representam um autêntico desafio para os praticantes da modalidade, em locais como Nazaré e a famosa Ericeira. Para os apaixonados por um surf mais tranquilo, não faltam os spots ideias para simplesmente deslizar na onda ao sabor do vento. Portugal tem um forte potencial no mar, que deve ser investido de modo a rentabilizar a economia portuguesa.

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Esposende, um privilégio da natureza Município de esposende Diversidade, qualidade de vida e uma localização privilegiada são apenas algumas das mais valias do concelho de Esposende, um verdadeiro “privilégio da natureza”.

Benjamim pereira Presidente

E

sposende é o único concelho do distrito de Braga com ligação ao Oceano Atlântico. Nas proximidades das cidades de Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Barcelos e Braga, esta tira da costa litoral portuguesa, no eixo Atlântico entre Vigo e Porto, surpreende pela diversidade de oferta. “Esposende destaca-se pela qualidade de vida que proporciona à sua população”, afirmou Benjamim Pereira, em entrevista à Revista Negócios Portugal. Para além da mais valia das acessibilidades, Esposende é uma cidade apetecível para viver, já que devido à sua

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morfologia plana, facilita a mobilidade, apresentando ainda um urbanismo exemplar. Devido à proximidade marítima, a época das grandes navegações foi de extrema importância para esta cidade, e foi D. Sebastião quem elevou este lugar a vila em 1572, criando o município que hoje subsiste. À tradicional indústria da extração do sal, à agricultura e pastorícias coevas, juntou-se, ainda nos tempos das navegações, a construção naval e o comércio marítimo. Se já há séculos, o mar tomava uma posição forte na cidade, atualmente esta realidade permanece. O

potencial do mar é imenso, sendo considerado um fator de desenvolvimento económico para a região. Para o edil Benjamim Pereira o mar traz vantagens, mas também algumas desvantagens. “Quando falo em vantagens refiro-me a todo o seu potencial do ponto de vista paisagístico, nomeadamente as praias e todas as atividades náuticas envolventes. A riqueza do Parque Natural Litoral Norte, justificado pela sua porção de terra e mar, e todo o caminho de investigação e descoberta que proporciona são um excelente atractivo para os visitantes”, afirma.


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Num concelho que concilia todas as vertentes da natureza, Esposende tem para oferecer extensos areais e dunas, pinhais e zonas florestais, montes e arriba fóssil, rio e mar, tudo enquadrado num equilíbrio dinâmico. Já as desvantagens prendem-se, essencialmente, com a forte erosão costeira que tem assolado o concelho nos últimos anos. “É evidente que é uma zona muito dinâmica, onde há um processo acelerado de erosão costeira que tem vindo a tomar conta das praias”, diz o autarca. O turismo constitui um fator de desenvolvimento para a região, pelo que foi criado, na cidade de Esposende, um novo Centro de Informação Turística, reconhecido pela criatividade e inovação que oferece aos visitantes, além de funcionar como uma montra para os produtos locais. O turismo cultural é uma vertente que atrai muitos turistas ao concelho, que oferece um conjunto de percursos e uma diversidade de atividades, sendo frequente encontrar pessoas nas suas caminhadas ou num passeio de bicicleta. A zona de Ofir, conhecida a nível nacional, também dispõe de um grande potencial turístico, que, apesar dos contratempos que a natureza tem vindo a impor, importa preservar. Assim, no âmbito do Programa Polis Litoral Norte, estão a ser desenvolvidos alguns projetos que visam minimizar prejuízos ou até mesmo fazê-los desaparecer. Apesar de reconhecer que “a natureza é difícil de controlar”, Benjamim Pereira refere que “importa defender o que é fundamental proteger, nomeadamente as zonas urbanas consolidadas”.

O combate à sazonalidade Cada vez mais Esposende, como cidade litoral, deparase com a questão da sazonalidade, um flagelo que o Município tem vindo a combater, por exemplo, através

da dinamização de eventos gastronómicos como o ‘Março com Sabores do Mar’ ou ‘Sabores do Campo – Gastronomia de novembro’. Para Benjamim Pereira é fundamental manter esta aposta, trazendo todos os anos novidades ao programa de cada um dos eventos, como meio de atrair mais e novos visitantes. Combater a sazonalidade e promover a gastronomia e os produtos locais são os grandes objetivos associados a estes eventos turísticos do município, que procura, em conjunto com outros agentes do setor, definir o prato típico de Esposende, “um trabalho que está em curso, sendo que, ao que tudo indica, a escolha recairá sobre o polvo, faltando definir a composição definitiva do prato”. A ‘Festa do Pão’, que se realiza anualmente em setembro, em Marinhas, e a ‘Festa da Cerveja e do Marisco’, que decorre em agosto, em Fão, são outros eventos gastronómicos já com bastante visibilidade na região.

Industrialização na região Esposende usufrui de uma localização privilegiada, estando perto do aeroporto Sá Carneiro e do Porto de Leixões, bem como do mercado da Galiza. “Considerando que estamos também na confluência da A11, penso que estamos num nó rodoviário fundamental”, o que, assinala o autarca, “é vantajoso para o concelho na procura de novas empresas que se querem instalar em Esposende”. Estas características, aliadas à qualidade de vida que Esposende apresenta e à aposta da Câmara Municipal na dinamização de zonas empresariais, tem levado a que várias empresas escolham esta cidade para laborar. Benjamim Pereira revela que sempre que uma empresa procura instalar-se no concelho, a Câmara presta toda a colaboração no sentido de agilizar o processo, estudando, por exemplo, quais os terrenos disponíveis

que se adaptam às suas necessidades. A única contrapartida, acrescenta, “é a empregabilidade de pessoas do concelho, apesar de, felizmente, termos um índice de desemprego baixo”. São inúmeros os casos de empresas que procuram e continuam a preferir o concelho para erguer o seu negócio, como é o caso de uma multinacional do setor automóvel, que já adquiriu o terreno para se instalar na zona industrial, “criando mais de duas centenas de postos de trabalho”, revela o autarca. Contudo, as empresas que já laboram na região não são esquecidas. A pensar sobretudo naquelas que funcionam em condições muito precárias, o município pretende disponibilizar pequenos pavilhões, sem qualquer custo associado durante um período previamente estabelecido. Posteriormente, a autarquia oferece a possibilidade de compra do pavilhão, proporcionando o crescimento da empresa. “No fundo, esta é uma ajuda e uma forma de impulsionar o crescimento destas pequenas empresas que estão em funcionamento sem as devidas condições de segurança de trabalho”, explica Benjamim Pereira, adiantando que este apoio também poderá contemplar futuras empresas que pretendam instalar-se nestes espaços

Os esposendenses No que concerne à saúde, o concelho tem dois hospitais que funcionam na base de cuidados primários, com serviço de cirurgia e internamento. Possui ainda duas unidades de saúde familiar e três de cuidados continuados, além de várias instituições particulares de solidariedade social (IPSS), que dispõem de valências para a infância e terceira idade, neste caso centros de dia, centros de convívio e internamento para idosos. O presidente da Câmara considera que “é fundamental as instituições perceberem que, tal como acontece

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na generalidade do país, existem mais idosos do que crianças e é preciso adaptarmo-nos a esta nova realidade e, por conseguinte, às necessidades das pessoas”. O próprio município tem uma preocupação acrescida com este aumento da população idosa, procurando criar respostas às suas necessidades, por exemplo através da dinamização do ‘Programa de Envelhecimento Ativo’, que proporciona a todos os idosos, incluindo os que não estão institucionalizados, atividades como a frequência de piscina, a participação em festas temáticas e passeios. É com enorme satisfação que o presidente da câmara se refere ao Coro de Pequenos Cantores de Esposende, afirmando que é já um projeto de referência, que já atuou nas mais prestigiadas salas de espetáculo nacionais, como a Casa da Música ou o Centro Cultural de Belém.

A importância do desporto O desporto é um bem essencial à saúde, que Benjamim Pereira quer instituir desde cedo nas crianças. O concelho dispõe de excelentes instalações desportivas, nomeadamente estádios relvados, sendo que o futebol, na componente da formação, é uma forte aposta do município, mobilizando largas centenas de crianças em todo o concelho. Além do futebol, a oferta desportiva do município contempla também BTT, Kitesurf, andebol e canoagem. Uma modalidade em crescimento é o Kitesurf, justificado pelas excelentes condições que Esposende proporciona quer para quem se está a iniciar na modalidade, quer para os praticantes mais experientes. O BTT é outra das modalidades que mobiliza milhares de participantes, através da realização de vários tipos de provas, desde as de menor dificuldade às mais radicais, abrangendo uma ampla faixa etária. Benjamim Pereira confessa que “o mais importante é que todos se divirtam, sem um cariz tão competitivo e profissional”.

Obstáculos e dificuldades A questão social é uma temática a que a Câmara Municipal tem dedicado toda a sua atenção. Há cerca de dois anos nasceu aqui um projeto emblemático, a ‘Loja Social Rede Solidária’, instalada propositadamente na zona industrial no sentido de “dignificar quem mais precisa”. No concelho está organizada uma rede social, que faz a recolha de alimentos e bens. “Quando alguém recorre a este serviço pela primeira vez, a pessoa pode levar o que precisar. Posteriormente, é feita uma avaliação socioeconómica de cada agregado familiar que nos vem solicitar ajuda”, esclarece o autarca. Na Loja Social, todos os colaboradores são voluntários, à exceção de uma técnica da Câmara Municipal. “Aqui, quem precisa, pode encontrar de tudo, desde bens alimentares a vestuário”, refere Benjamim Pereira. Os projetos relacionados com o apoio à educação também são inúmeros, desde os transportes à alimentação. O município atribui, anualmente, até 30 bolsas de estudo a jovens que frequentam o ensino superior, oriundos de famílias com carências

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socioeconómicas. Os contemplados com as Bolsas de Estudo desenvolvem trabalhos de índole social, ambiental, administrativa, cultural e/ou desportiva na Autarquia, durante um período de 22 dias úteis/154 horas, no período de férias letivas. “No fundo, esta parceria funciona como uma oportunidade de dar a conhecer aos jovens como opera o mercado de trabalho e prepará-los para o futuro”, diz o edil. A pensar nas pessoas portadoras de deficiência, o município desenvolve programas de hipoterapia em colaboração com a APPACDM. A preocupação com os jovens é notória nos diversos projetos que o município desenvolve, onde se inclui o aconselhamento em relação ao que pretendem que seja a sua opção de futuro. A outros níveis, a autarquia dispõe de um serviço de apoio às pessoas vítimas de violência doméstica, bem como de gabinetes de apoio ao imigrante e às Juntas de Freguesia.

O amanhã Do ponto de vista organizacional e financeiro “o município de Esposende está muito bem, o que nos permite encarar o futuro com otimismo”, afirma Benjamim Pereira, adiantando que “não faltam projetos e há uma imensa vontade de evoluir e trabalhar”. No âmbito do Programa Polis Litoral Norte, serão executadas várias intervenções, incluindo a requalificação da zona ribeirinha de Fão já em curso e uma intervenção com vista à melhoria das condições de acesso às praias, entre outras. Encarando o turismo como uma prioridade, outro projeto já em fase de desenvolvimento é o prolongamento da ciclovia na marginal da cidade que fará parte da ecovia do litoral. “Um emblemático projeto de médio longo prazo” é o Parque da Cidade, que ficará na confluência das ecovias do litoral e do Cávado. Um projeto de cariz mais local é a instalação do Arquivo Municipal, justificada pelo imenso património que Esposende possui, desde a literatura à pintura. A sua concretização deverá passar pela requalificação de edifícios devolutos, evitando, assim, a sua degradação. Consciente da grande responsabilidade e do exigente desafio que tem pela frente, Benjamim Pereira mostra-se confiante no futuro e determinado em tornar Esposende um concelho melhor, mais desenvolvido, com maior qualidade de vida.

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Mar como Alimento Município de ílhavo O município de Ílhavo sempre teve uma forte ligação ao mar, não só pela envolvência natural, como pelo número significativo de marinheiros que tem formado ao longo dos tempos, assim como pela relação constante que mantém com os turistas que por cá passam.

festival do bacalhau

fernANDO CAÇOILO Presidente

S

ituado no distrito de Aveiro, o município de Ílhavo distingue-se desde logo pela estreita interligação com a Ria e com o mar. Apesar de ser um concelho de pequena dimensão tem na sua alçada duas cidades: Gafanha da Nazaré e Ílhavo. Esta característica contribuiu de forma ativa para o desenvolvimento da economia e, em simultâneo, para o crescimento das populações tornando-se um marco simbólico no seu percurso histórico. Para fazer jus a esta localização privilegiada, o presidente da Câmara, Fernando Caçoilo, pretende manter o slogan “o mar como tradição” de forma a chamar a atenção para o principal elemento que está na génese do município,

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e constitui ainda hoje um dos meios de sustento desta terra. A partir do século XVI, como os principais setores de atividade se baseavam essencialmente no comércio e agricultura, a atividade piscatória (principalmente do bacalhau) destacou-se como forma de expansão da população ilhavense, tendo em vista o suprimento das suas carências ao nível da empregabilidade. Este fator acabou por se tornar determinante no desenvolvimento económico e social que propiciou o aparecimento de zonas portuárias, agregando um conjunto de atividades que lhe são inerentes, designadamente a construção e reparação naval, as indústrias de frio e secagem de bacalhau, que deram azo ao crescimento das suas

infraestruturas. Nas décadas de 50/60 a atividade de secagem de bacalhau afirmou-se como uma das grandes fontes empregadoras na região, dando origem ao aparecimento do porto bacalhoeiro na Gafanha da Nazaré. Este permitiu que toda a zona envolvente tivesse um crescimento e desenvolvimento significativos fazendo com que o fluxo de mão de obra oriunda de outros pontos do país atingisse níveis sem precedentes até então. “Tudo isto deu origem a que a verdadeira América se concentrasse na Gafanha da Nazaré: registamos grande migração oriunda do interior do país (Trás-os-Montes e Alto Douro e Beira Alta) que veio a dar emprego às populações que se dedicavam à agricultura como fonte de subsistência”, explica. Após este fenómeno verificou-se um grande aumento no volume da comercialização de bacalhau, o que deu um impulso notável à evolução da região e suas infraestruturas. O polo das Gafanhas teve, nesse tempo, o seu principal desenvolvimento, em que a região se diferenciou das demais pela complexa e árdua tarefa de manusear o bacalhau, uma vez que todo o processo de transformação, desde a lavagem, empilhamento, até à secagem eram manuais, e dependiam sempre das


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condições meteorológicas pela simples razão de, na época, não haver qualquer tipo de intervenção tecnológica. O desenvolvimento deste polo evidenciouse mais com a instalação na cidade, de zonas industriais de maior dimensão para acolher os bacalhoeiros e setor transformador (o que promoveu a criação de várias empresas de referência a nível nacional). “Atualmente a economia local está muito dependente do turismo”, revela Fernando Caçoilo. Neste âmbito, é fundamental aproveitar todos os recursos oriundos do mar no sentido de salientar importância dos equipamentos presentes no município para combater o fenómeno da sazonalidade. Para o efeito, a Câmara Municipal tem recorrido a algumas alternativas, nomeadamente, investimentos orientados para outros nichos de mercado, através da criação de roteiros em torno da cidade, exibindo os elementos mais emblemáticos como a visita ao Museu Marítimo e Aquário dos Bacalhaus, também ao Navio Museu Santo André, a gastronomia, e todo o património que a Vista Alegre disponibiliza. “Não podemos viver apenas da pesca do bacalhau, também é importante realçar as outras valências de igual beleza que possuímos”.

Projetos Fernando Caçoilo afirma que a generalidade dos projetos municipais em curso beneficia de apoios e mostrase com um papel ativo no desenvolvimento de todos eles. Uma vez que a vertente do mar está presente em todos os projetos do município, há que realçar as suas vantagens. Neste momento, encontram-se financiados vários projectos, nomeadamente o Museu Marítimo de Ílhavo e Aquário dos Bacalhaus, com um investimento na ordem dos 10 milhões de euros, que resultou claramente na valorização do património cultural e da história do concelho. A aposta na inovação e dinamismo contribui simultaneamente para o desenvolvimento da economia local e do turismo da região, potenciando a divulgação do vasto conhecimento dos seus marinheiros

centro cultural de ílhavo

de uma forma pioneira. O Aquário dos Bacalhaus é uma das mais recentes obras municipais de destaque. Inaugurado em 2012, este equipamento já se pode intitular “Património de Ílhavo”, uma vez que tem associado um fator de singularidade em termos arquitetónicos, além de que no último ano registou a duplicação no número de visitantes. “Foi uma aposta muito interessante, principalmente porque grande parte das pessoas estava à margem do conhecimento quanto ao formato do bacalhau. Atualmente, o aquário tornou-se numa passagem obrigatória na visita a Ílhavo”. É importante referir que o município recebeu da revista ‘Construir’, o galardão de Melhor Obra Pública pela construção do Aquário, dando-lhe maior visibilidade e cativando novos públicos. Neste âmbito, o Navio Museu Santo André (antigo bacalhoeiro) atua em complementaridade com o Aquário dos Bacalhaus pela articulação de um conjunto de exposições dedicadas à atividade piscatória. A presença da empresa Vista Alegre em Ílhavo é de grande importância. Como forma de potenciar as sinergias existentes, a Câmara Municipal iniciou um protocolo tendo por base o financiamento da reformulação do Museu Vista Alegre. A Edilidade assume, ao longo de dez anos o papel de gestora, no regime de um protocolo de comodato, estabelecendo a ligação ao Museu Marítimo numa estratégia de alargamento e promoção das tradições e cultura Ilhavense. Esta será, sem dúvida, outra das referências para o roteiro que se pretende consolidar, visto que se trata de uma empresa nacional com projeção global.

Ainda no âmbito da temática da Vista Alegre, deu-se início ao projeto de construção de um hotel de cinco estrelas que estará em prossecução nos próximos meses. “Outro projeto em execução baseia-se numa parceria com a Universidade de Aveiro e Administração do Porto de Aveiro, denomina-se de Ecomare”. Este projeto funciona como um laboratório de espécies marinhas e uma unidade veterinária para tratamento animais marinhos, identificando-se como uma mais-valia para a Universidade e como impulsionador do dinamismo económico da região. O Festival do Bacalhau, realizado a cada mês de agosto, tornou-se numa referência incontornável a nível nacional, que mobiliza um considerável número de associações e empresas do município. Um dos principais objetivos da Câmara para o este ano, consiste em consolidar a notoriedade alcançada ao longo deste percurso, atraindo um maior número de empresas do ramo da pesca e transformação de bacalhau para se associarem e apoiarem o evento, bem como um maior número de visitantes. “Outro grande desafio para o futuro consiste na possibilidade de construção da Marina da Praia da Barra. Trata-se de um processo bastante complexo, mas poderá vir a ser um investimento que otimizará e referenciará a região. Uma aposta fulcral para a componente turística distinguindo Ílhavo como elemento diferenciador dos demais”.

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Uma natureza privilegiada Município da nazaré Uma natureza privilegiada localizada no centro de Portugal, a Nazaré atrai inúmeros turistas todos os anos, proporcionando uma viagem apaixonante pelas tradições e uma cultura incomparável, nunca esquecendo a deliciosa e distinta gastronomia que tem para oferecer.

WALTER CHICHARRO Presidente

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Nazaré naturalmente bem localizada, dispõe de uma fantástica ligação rodoviária e uma forte proximidade com os meios de transporte, a 100km de Lisboa e 250km do Porto, é assim uma vila no coração de Portugal, característica apreciada e favorável ao core business: os turistas. Uma vila reconhecida pelas inigualáveis praias possui no mar uma relação primordial no desenvolvimento do concelho. Tudo na Nazaré tem uma forte ligação ao mar, desde a pesca à náutica de recreio e a marítima turística, é também o mar que atualmente tem tido uma elevada projeção internacional, fruto das ondas magníficas da praia do Norte. “Em particular nos últimos três anos, existe uma realidade muito presente, com o famoso caso de MacNamara”, revela Walter Chicharro, presidente da Câmara da Nazaré. Este fenómeno tem projetado ao mundo a vila portuguesa, marcando presença no New York Times Show, promovendo o melhor que o concelho tem para oferecer. Este projeto tem permitido atacar fortemente a sazonalidade, nomeadamente nos meses

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de final de ano, sendo outubro, novembro e janeiro, “tendo em conta que dezembro com a época natalícia e a passagem de ano já era por si um mês muito dinâmico e que atraía muitos visitantes à vila”. Walter Chicharro afirma como conterrâneo que “as ondas primordiais da Nazaré continuam a ser as ondas para a família”. As ondas da praia do Norte são sobretudo um cenário natural espetacular, que tem permitido ter em terra, nos meses de época baixa, muita gente a consumir na vila, muitas pessoas a visitar o anfiteatro natural da praia do Norte. Os hotéis enchem, são consumidos os produtos da terra, a restauração é procurada, “resultando numa Nazaré com um colorido que vai para lá da época alta, em que essa está garantida há alguns anos”, afirma o presidente. Considerado um fator fundamental para o desenvolvimento económico local, os projetos desenvolvimentos no âmbito do mar têm merecido uma especial atenção por parte da Câmara, particularmente no que respeita ao mar e às praias, sendo dois fatores de atração turística muito forte. Assim sendo, Walter Chicharro pretende continuar a lutar para manter a bandeira azul. A bandeira da quality cost é também um processo que tem vindo a ser desenvolvido, que apesar de estar garantido até 2015, pretende-se preparar uma candidatura prévia para assegurar os anos seguintes. Acima de tudo, “desejamos ter praias de qualidade nos vários parâmetros e que possibilitem continuar a promover a imagem das praias da vila”. A imagem da Nazaré continua a ser difundida essencialmente pela praia da vila, por aquilo que caracteriza o turismo de sol e praia, denominado de turismo familiar que atinge principalmente os meses de verão. Por outro lado, a

ligação à pesca é incontornável na essência da vila e nas tradições enquanto povo nazareno. Por consequência do que a natureza tem presenteado, atualmente o número de pescadores e a pujança no setor que existia há algumas décadas começa a dissiparse. De modo a contrariar a tendência, a Câmara pretende executar projetos no âmbito da requalificação do porto, em que estão a ser desenvolvidos contactos. “Neste momento, o porto está abandonado. Tem problemas nos dois molhes, fruto do mau tempo. O molhe norte está destruído, o farol caiu, estando atualmente já submerso. O molhe sul tem problemas a meio, com os processos de erosão, bem como a queda do molhe norte. Julgo que a barra também terá problemas que necessitam de uma drenagem”, dificuldades citadas pelo presidente que, com grande tristeza, descreve que “o porto está abandonado a todos os níveis, existindo um desinvestimento brutal do mesmo. Quer na área dos pescadores, quer na área com menos impacto, mas que se reflete no turismo da área da marina”. A Câmara tem vindo a desenvolver contactos no sentido de atrair negócios, nomeadamente na área do pescado, no próprio comércio e na área da aquacultura. Na relação do mar e do turismo há uma postura muito clara a uma abertura de negócios que possam surgir ligados ao mar, particularmente na náutica de recreio. O canhão da Nazaré, segundo os peritos, é um canhão diferente dos outros, com particularidades muito exclusivas. Segundo o presidente “é do canhão que resultam as incríveis ondas da praia Norte e a excelente qualidade de peixe da vila”. O projeto de recifes artificiais já implantado pode alavancar duas temáticas fundamentais: a renovação


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dos stocks pesqueiros para os pescadores locais, bem como o desenvolvimento das atividades ligadas ao mergulho. A Nazaré tem uma baía imensa, com uma possibilidade fantástica no campo do mergulho, “curiosamente foi confirmado há pouco tempo, que há um submarino alemão da II Guerra Mundial afundado na Nazaré”, desvenda o presidente, considerando que esta pode ser uma referência no mergulho e um fator de atração para os apaixonados pela modalidade de mergulho visitarem os mares da vila.

Turismo, cultura e costumes Do ponto de vista do património e ainda relacionado com a temática do mar, a Nazaré tem uma riqueza imensa, desde património edificado ao património natural, não esquecendo o património intangível, abrangendo as tradições e as famosas sete saias. Atualmente, têm sido desenvolvidos esforços com as autoridades governamentais, no sentido de lhe chamar atenção de que existem medidas que devem ser tomadas mas que não estão ao alcance da Câmara da Nazaré, sendo necessários esforços conjuntos, funcionando como um parceiro fundamental. A vila da Nazaré tem uma igreja visigótica, a Igreja de S. Gião e tendo em conta que só existem duas na Península Ibérica é um fenómeno louvável e que tem de ser aproveitado. “É uma igreja que se encontra entaipada há imensos anos, uma situação que está há cerca de 20 anos para ser resolvida e estamos à espera que as entidades marquem uma reunião tripartida, para tomar uma decisão final em relação a S. Gião. Enquanto presidente tenho feito esforços e gostaria de ver o imóvel em nossa posse, sendo algo tão único e incomparável, gostaríamos de tirar algum proveito para o bem da vila”, revela Walter Chicharro. A Nazaré tem um culto mariano de grande fervor e de grande impacto nacional como é a Nossa Senhora da Nazaré, onde fazem romarias no mês de setembro, mas existe atualmente outro fator de admiração, representado pelas ondas das praia Norte. É de realçar que o farol tem aqui um papel primordial, sendo a imagem mais simbólica do que é o projeto ‘North

Canyon’. É ainda um imóvel que, além de servir de sede ao evento e a uma exposição fantástica que exemplifica as invasões francesas, também a história deste projeto e os frutos que tem trazido para Portugal e para a Nazaré. Enquanto presidente da vila “posso afirmar que estamos interessados em ficar com a gestão administrativa do imóvel, mas não possuímos condições para fazer a sua requalificação. Quem sabe, futuramente, tenhamos condições para fazer a sua manutenção. Temos muito interesse no imóvel pois temos consciência do seu valor simbólico na sua relação com a história e o povo da Nazaré”. Neste momento, o imóvel está ao dispor da comunidade desde novembro de 2013 e tem sido recorde de visitações, o que significa que atualmente temos o mar da Nazaré e o mar da praia Norte como anfitrião das ondas grandes, representando um desafio constante para quem se aventura a surfar aquelas ondas. A vila da Nazaré tem um vasto leque de tradições e cultura. Preservar e transmitir aos visitantes toda a essência da vila é um dos objetivos da presidência. A recuperação do carapau seco e a secagem do peixe feita em frente à antiga lota é um dos projetos apresentados em campanha e que brevemente estará concluído, justificado como um nicho de mercado e um espaço incógnito que merece ser requalificado, transformando-o num espaço cultural. O presidente defende ainda que “é um espaço económico, pois existem perto de duas dezenas de famílias que tiram algum rendimento daquele negócio e pretendemos dar ao espaço uma dignidade diferente, e colocá-lo ao serviço dessas mesmas famílias, bem como ao serviço de toda a comunidade e daqueles que nos visitam, pois é algo que está ligado à nossa tradição, à nossa essência, de povo ligado ao mar e que não queremos perder”. A promoção dos sabores gastronómicos da vila será uma forte aposta por parte de Walter Chicharro. “Há um conjunto de duas a três mostras/festivais gastronómicos que vamos promover a longo prazo”. É esperado que um deles ainda esteja este ano em vigor, a mostra gastronómica do carapau seco, um projeto endógeno que utilize produtos nacionais com um valor

gastronómico bem assinalado. Outros produtos, como a sardinha e a caldeirada são dois pratos gastronómicos que terão uma especial atenção da Câmara Municipal, no sentido de se desenhar eventos nessa direção. Do ponto de vista patrimonial e das tradições de Nazaré, no ano de 2014 vai ser implementado a recriação da arte xávega. A arte xávega foi reconstituída há cerca de três anos mas não é dessa forma que se pretende avançar com o projeto. O presidente afirma “queremos recriá-la com os nossos trajes. Já temos inclusive um rancho folclórico para fazer essa recriação típica e isso também é fator de venda de uma imagem que pretendemos continuar assinalar”. O emblemático traje e as suas sete saias terão brevemente um evento, ou para a eleição do melhor traje ou então um desfile de trajes ou ainda para a eleição da saia mais bonita. Um evento cultural de grande destaque, que visa a promoção dos trajes típicos da vila, “uma tradição que não se pode perder”, defende o presidente. Nas épocas do carnaval e Páscoa, as mulheres da terra vestem as suas sete saias, de modo a mostrar toda a beleza e essência dos trajes tradicionais. No passado dia 15 de março foi apresentado na Nazaré uma aplicação, denominada de «Nazaré Museu», que funciona como um áudio guia que cada visitante da Nazaré pode instalar no seu smartphone, tablet ou computador. Um guia turístico que explica a história da vila e as suas emblemáticas tradições.

E o futuro? Walter Chicharro encara um futuro promissor, de crescimento para a Nazaré e seus habitantes. Realça que para a realização de investimentos as parcerias serão fundamentais e que a promoção da Nazaré no estrangeiro continuará a ser um meio indispensável. “ A Nazaré tem muito para oferecer, quem vem conhecer, de certeza que não se irá arrepender. Temos uma natureza privilegiada ao dispor dos turistas e um carinho nazareno característico ao qual ninguém fica indiferente”, finaliza o presidente.

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REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL ESCOLA NÁUTICA

Um país desde sempre ligado ao mar Escola superior náutica infante d.henrique O ensino praticado na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique é oficialmente considerado de nível superior, ou não estivéssemos a falar da única escola superior do país vocacionada para a formação de Oficiais da Marinha Mercante e de outros quadros superiores das atividades portuárias e dos transportes marítimos. Luís Baptista, o novo presidente da ENIDH deixa o desafio: “Porque esperamos para investir mais neste setor? A nossa história demonstra que só fomos uma grande nação quando apostámos no mar”.

da Marinha. A construção da Escola Náutica Infante D. Henrique, em Paço de Arcos, foi encarada pela primeira vez em 1956, tendo-se iniciado os estudos para a sua construção em 1960. Em 1972, foi inaugurada a Escola Náutica Infante D. Henrique nas suas atuais instalações, em Paço de Arcos, no concelho de Oeiras. Neste mesmo ano, o ensino praticado na ENIDH é oficialmente considerado de nível superior. A partir de abril de 1974, a ENIDH passou para a tutela do Ministério dos Transportes e Comunicações. Em 1989, é integrada no sistema educativo nacional ao nível do Ensino Superior Politécnico. Finalmente, em 2007 passou a fazer parte integrante do Ministério de Educação e Ciência como escola superior não integrada.

Luís Baptista Presidente

Como surgiu a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique? O ensino náutico em Portugal data do século XV e XVI, onde o ensino da navegação e da cartografia náutica eram dos mais conceituados à época. Até 1887, o ensino náutico foi comum à duas marinhas: a de Guerra e a Mercante. A partir dessa data, foram criadas, no Ministério da Marinha, a Escola Naval e a Escola de Pilotagem.

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A Escola Náutica teve origem numa separação do ensino náutico realizada em 1924. Nessa época, os cursos de Pilotagem e Máquinas eram ministrados na antecessora da Escola Náutica, a Escola Auxiliar de Marinha, instalada na rua do Arsenal, em edifícios que ainda hoje pertencem à Marinha. Em 1936, a Escola Náutica separou-se da Escola Naval, transferindo-se para a Direção Geral de Marinha, tendo permanecido até 1974 sob a orientação do Ministério

Enquanto estabelecimento de formação quais são os seus principais objetivos? A ENIDH é a única escola superior do país vocacionada para a formação de Oficiais da Marinha Mercante e de outros quadros superiores das atividades portuárias e dos transportes marítimos. Compete-lhe proporcionar uma sólida formação cultural, científica e técnica, desenvolver a capacidade de inovação e análise crítica e ministrar conhecimentos científicos de índole teórica e prática, dirigidas ao desempenho das atividades características do setor marítimo-portuário. Embora vocacionada para a formação de quadros superiores da Marinha Mercante, desde sempre que tem dado um assinalável contributo para a formação de quadros técnicos superiores para todo o setor dos transportes, portos e indústria em geral, assegurando aos seus diplomados um mercado de trabalho muito diversificado e do qual o país se encontra bastante carenciado. Quais os cursos que oferecem a quem procura a


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escola? A Escola oferece atualmente seis licenciaturas, quatro mestrados e quatro cursos de especialização tecnológica (CET), vocacionados para o setor marítimo-portuário e genericamente para o setor dos transportes. As licenciaturas dividem-se em dois grupos: as destinadas fundamentalmente à formação de quadros superiores da Marinha Mercante (Pilotagem, Engenharia de Máquinas Marítimas – diurno/noturno) e as restantes dirigidas essencialmente a técnicos superiores para o setor dos transportes (Engenharia de Sistemas Eletrónicos Marítimos, Gestão dos Transportes e Logística e Gestão Portuária). Os mestrados em funcionamento são os seguintes: Pilotagem, Engenharia de Máquinas Marítimas, Sistemas Eletrónicos Marítimos e Gestão Portuária). Finalmente, temos os seguintes CET: Manutenção Mecânica Naval, Eletrónica e Automação Naval, Exploração do Transporte Rodoviário de Mercadorias e Turismo Náutico. Qual o público-alvo a quem dirigem os cursos da escola superior náutica? A escola procura atrair um público-alvo jovem que se interessa pelas atividades ligadas ao mar. Por outro lado, oferece cursos a jovens já inseridos no mercado de trabalho, pelo que também temos algumas ofertas formativas a funcionar em horário pós-laboral, nomeadamente mestrados. Contudo, pode dizer-se que o público-alvo da ENIDH são todos os que connosco

queiram ganhar competências para poder enfrentar com sucesso os desafios da futura atividade profissional. Considerando a envolvente dos nossos cursos, assim como da localização do campus da ENIDH, temos sempre bem presente a preocupação de estimular o interesse dos nossos alunos pelos desportos náuticos. As saídas profissionais que os cursos permitem, considerando o atual panorama de crise que se vive em Portugal, constituem um fator de competitividade importante que muitas vezes não é conhecido pelos candidatos ao ensino superior. A certificação marítima internacional conferida pelos cursos da ENIDH, permite aos nossos diplomados exercer a sua atividade profissional em qualquer parte do mundo. O potencial do mar é imenso e cada vez mais funciona como um mecanismo de desenvolvimento económico. É essencial continuar a apostar na formação contínua desta área de modo a garantir resposta às necessidades do mercado? O mar é estratégico para o nosso país, situado na confluência das rotas marítimas entre a Europa, África e Américas. Somos um país com uma grande tradição marítima, pelo que é imprescindível apostar-se fortemente no chamado cluster do mar, dadas as suas enormes potencialidades. Note-se que países com uma tradição marítima muito menor que a nossa, já aproveitam com sucesso as riquezas proporcionadas pela economia do mar. Portanto, porque esperamos para investir mais

neste setor? A nossa história demonstra que só fomos uma grande nação quando apostámos no mar. As parcerias entre empresas do setor são importantes na aproximação ao meio empresarial, bem como na integração de recém-licenciados no mercado de trabalho? As parcerias com as empresas são fundamentais para a nossa atividade, pelo que temos vindo a estabelecer muitos protocolos para a realização de estágios, nomeadamente com empresas de navegação, administrações portuárias, estaleiros de construção e reparação naval, empresas do setor dos transportes e da indústria em geral. A qualidade dos nossos diplomados é amplamente reconhecida pelos empregadores, pelo que estes são bastante procurados pelas empresas do setor marítimo-portuário, bem como de empresas dos setores mais tradicionais da nossa economia. Recentemente, ocorreu a tomada de posse do novo presidente. Quais os projectos que pretende desenvolver neste ano de 2014? Vamos apostar fortemente na divulgação das nossas ofertas formativas de modo a atrair mais alunos e investir fortemente em atividades de investigação com impacto junto do setor marítimo-portuário. Por outro lado, é fundamental apostarmos na internacionalização da escola através da participação no programa Erasmus+ e atrair mais alunos dos países de língua portuguesa.

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PME EXCELÊNCIA

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Estatuto de PME Excelência foi criado pelo IAPMEI com o objetivo de sinalizar, através de um instrumento de reputação, o mérito de pequenas e médias empresas com perfis de desempenho superiores. No projeto, o IAPMEI conta com a parceria do Turismo de Portugal, I.P. e dos principais bancos a operar no mercado, designadamente o Banco Espírito Santo, e BES dos Açores, o Banco BPI, o Barclays, a Caixa Geral de Depósitos, o Crédito Agrícola, o Millennium BCP, o Montepio e o Santander Totta. A selecção das PME Excelência é feita anualmente, a partir do universo das PME Líder, e distingue as empresas, que nos vários setores de atividade, apresentaram os melhores resultados económico-financeiros e de gestão. O Estatuto PME Excelência insere-se num programa de qualificação de empresas do IAPMEI, o programa FINCRESCE, que visa conferir notoriedade e optimizar condições de financiamento e de reforço competitivo ao segmento das PME Líder, empresas com perfis de risco superiores, que pelas suas estratégias de crescimento constituem alavancas importantes no desenvolvimento económico do país. Associadas ao estatuto estão condições de maior facilidade no acesso ao crédito, melhores condições de financiamento e de aquisição de produtos ou serviços, facilitação na relação com a banca e a administração pública, e um certificado de qualidade na sua relação com o mercado. Na cerimónia de entrega dos galardões foram debatidas as soluções de financiamento ao tecido empresarial português, mas esteve também em cima da mesa a discussão sobre os desafios ao crescimento das empresas nacionais. Entre os intervenientes destes painéis estiveram Nuno Fernandes Thomaz, vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos, Luís Laginha de Sousa, presidente da Euronext Lisboa e António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal, entre outros. Fonte: www.iapmei.pt

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Preparando o futuro simopeças Após 20 anos de atividade na área, a Simopeças distingue-se hoje como uma empresa certificada e como PME de Excelência dando prioridade à qualidade das inter-relações estabelecidas dentro da empresa. A sua principal atividade passa pela prestação de serviços, manutenção e comercialização de viaturas de limpeza urbana.

carlos simões Administrador

A

no 1994: Carlos Simões, colaborador de uma empresa há mais de 18 anos, vê-se perante uma situação repentina de desemprego. De modo a suprir alguns dos problemas económicos da família, uma vez que “tinha filhos para criar” resolve pôr mãos à obra e criar uma empresa de pequena dimensão no espaço da sua garagem. “Decidi ir à luta já que não tinha nada a perder. Na altura solicitei a totalidade do montante do subsídio de desemprego a que tinha direito, pago antecipadamente, o que ajudou a iniciar esta aventura”. O auxílio e motivação dos familiares juntamente com o seu trabalho árduo demonstraram ser os elementos fulcrais para constituição da empresa, apesar das limitações espaciais existentes. Com o passar dos

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anos, a empresa foi crescendo, admitindo ex-colegas de trabalho e estes acabaram por se demonstrar uma grande ajuda no desenvolvimento desta jovem organização. Nos primeiros anos de atividade, a Simopeças dedicouse exclusivamente à comercialização de peças e componentes para viaturas de limpeza urbana. Após os primeiros anos de existência, decidiram expandir-se para outros mercados mais abrangentes e investiram em instalações propícias para permitir a manutenção de equipamentos mais complexos. Com as novas instalações capazes de albergar uma equipa mais dotada de meios técnicos, a empresa começou a registar uma maior produtividade, ao mesmo tempo que contribuía para a empregabilidade da região. “Uma das

nossas preocupações sempre passou pelo tamanho dos nossos investimentos: nunca demos passos demasiados grandes para que a eventual queda não fosse ainda maior”, afirma. Com o passar dos anos, a empresa foi registando um aumento gradual da sua atividade só possível com o empenho dos seus colaboradores e a confiança dos seus clientes em relação aos serviços que presta. Este aumento traduz-se na qualidade prestada nos seus serviços, fazendo automaticamente que cada cliente passe palavra a terceiros e estes, por sua vez, estabeleçam o contacto direto com a Simopeças. A sua carteira de clientes conta com instituições públicas que abrangem os mais variados setores, desde câmaras municipais a entidades relacionadas com a prestação


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de serviços, como juntas de freguesias e outras. Os seus serviços passam pelo fabrico e distribuição de consumíveis para limpeza de vias, serviços de reparações em viaturas e equipamentos especiais o que lhe atribui a distinção de empresa preferencial neste setor específico.

Primazia pelas inter-relações Carlos Simões afirma-nos que, na Simopeças, a qualidade das relações entre colaboradores e administração sempre se afirmou como uma prioridade porque só com o empenho de todos se conseguiu chegar ao patamar de excelência. “Todos os elementos da nossa equipa se constituem fulcrais para a empresa. Este envolvimento interno é fundamental para o bom relacionamento e desenvolvimento crescente da mesma”. Explica que para que aja um bom ambiente de trabalho, não basta ver as pessoas como simples colaboradores mas, também como amigos, estar sempre atento às suas necessidades, problemas diários e procurar ajuda a resolvê-los. Só com este envolvimento se consegue atingir os altos níveis de produtividade e relação de confiança com todos os seus clientes mais vistos como parceiros de negócios. “Damos primazia à satisfação das necessidades dos nossos clientes uma vez que preferimos que estabeleçam connosco uma relação a longo prazo do que apenas a assinatura de um contrato pontual”. Criando neles a certeza de que poderão contar sempre com a Simopeças para ajudar a resolver os seus problemas. Atualmente, a Simopeças é uma empresa com o estatuto de PME Excelência e conta com a presença diária de 25 funcionários nas suas instalações e mais alguns parceiros externos nas mais variadas valências. A experiência de todos estes anos contou para que atingisse um patamar de referência e excelência a nível nacional, neste setor.

Quanto ao futuro Futuramente, a empresa vai continuar a apostar no seu desenvolvimento sustentado e na gestão equilibrada que tem mantido desde o seu surgimento. “Com a aquisição de espaço mais amplo já concretizado, torna-se mais fácil o manuseamento de certos equipamentos. A próxima aposta será a venda de viaturas elétricas”. Já puseram à disposição dos seus clientes um veículo para demonstração tendo em conta as temáticas ambientais que hoje tanto se abordam e pela preocupação da continuidade da pegada ecológica. Este prémio de PME Excelência foi um grande reconhecimento do trabalho realizado por todos os elementos que constituem a empresa. A Simopeças prevê continuar a crescer e angariar uma variada lista de clientes, de forma a criar relações duradouras com todos eles e contribuir para o desenvolvimento gradual do país, apesar da concorrência no setor não ser fácil. Termina com uma mensagem direcionada aos mais jovens “apesar das dificuldades não devem desistir. Existem sempre alternativas que ajudam a ultrapassar todas as complicações que possam surgir no vosso caminho mas, para isso, é necessário ir à luta e não desistir nunca”. Refere a empresa e a sua estrutura familiar muito sólida como exemplo e, de certo modo, tenta incentivar os mais novos a arranjar soluções mais criativas e inovadoras que impulsionem o país. Desta forma, constituem-se como mais-valias para todos contribuindo para os níveis de migração em Portugal sejam cada vez mais diminutos fazendo assim com que o país se afirme.

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Alimentar com a Arlize Arlize Distinguida como PME Excelência pelo seu comportamento de referência, a Arlize juntamente com as empresas do setor rodoviário, desempenham um papel fundamental para a contribuição positiva da balança comercial nacional. José Manuel Rodrigues, sócio da empresa juntamente com Arnaldo Vicente dos Santos, explica a importância do cumprimento dos prazos estabelecidos uma vez que um grande tecido empresarial está dependente do seu desempenho.

José Manuel Rodrigues Sócio

A

empresa Arlize foi criada em 1999 e especializou-se na área de transportes rodoviários de mercadorias sobretudo ao nível das matérias-primas para alimentação. Esta denominação deu-se a partir das iniciais dos sócios fundadores que inicialmente investiram o capital social para que todo este processo fosse possível e, ainda hoje continuam a exercer a sua profissão contribuindo para o bom funcionamento da empresa. Apesar de só se ter constituído no ano de 1999, a empresa conta com sócios que possuem um conhecimento especializado na área provindo de anos e anos de experiência, contribuindo diariamente para a estabilidade da empresa. Esta entidade presta serviços de transporte rodoviário nacional e internacional sendo que 90 por cento dos seus serviços traduzem-se no transporte de produtos para alimentação animal e humana. Os principais serviços são o transporte em estrados, transporte em contentores e ‘carga geral’, o transporte em lonas e transporte de cereais a granel. Opera na logística da distribuição assegurando aos seus clientes toda uma panóplia de serviços eficazes

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e distribuição de produtos, o que lhes permitiu serem distinguidos com o prémio de PME Excelência estendendo a sua rede de serviços em territórios que abrangem toda a área da Península Ibérica.

Qualidade nos serviços Possuem uma lista de clientes no mercado português e espanhol, o que lhes permite ser reconhecidos pela qualidade nos serviços prestados e satisfação dos seus clientes, optando por uma relação de proximidade entre estes elementos fulcrais para a sua estabilidade “gostamos de tratar os nossos clientes e colaboradores de forma tão peculiar para que se sintam na sua área de conforto”, salienta. Isto faz com que seja possível realizar um intercâmbio de serviços entre os dois países vizinhos dando azo à construção de relações bastante sólidas e duradouras “a nossa lista de clientes pode não ser muito vasta mas contrariamente a outras empresas do ramo mantemos relações que se prolongam”. José Manuel Rodrigues explica que começou por se estabelecer na área dos transportes a granel há cerca

de 35 anos através de um negócio familiar. Desta forma foi estabelecendo um vínculo importante com este setor e, até agora, estabelece-se como uma das suas maiores paixões congratulando o trabalho de todos os elementos que constituem esta empresa, de pequenas dimensões mas de pilares assertivos, com o estatuto de PME de Excelência “este prémio foi uma forma de reconhecimento pelo trabalho que se tem vindo a efetuar ao longo destes anos”. Refere que “em tempos, o cliente pagava as viagens realizadas de ida e volta, mas hoje em dia isso já não acontece” e, tendo em conta este fator, é necessário que haja uma gestão muito equilibrada dos recursos económico-financeiros reunidos e fazer com que haja um feedback eficaz destes evitando custos desnecessários “há situações em que o cliente se apercebe da fraqueza das transportadoras mas não consegue eliminá-los, apenas atenuar”. Desta forma, pretende distinguir-se das demais empresas concorrentes pela fixação da tabela de preços de venda por quilómetro fazendo jus à relação entre qualidade/preço que pratica e pelo cumprimento de


REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL PME EXCELÊNCIA 2013 prazos estabelecidos no que diz respeito à entrega de mercadorias. O fator competitivo neste ramo também se constitui como importante pela concorrência desleal que se instalou no mercado, de há uns anos para cá. Atualmente tenta reunir todos os recursos necessários para que as empresas consigam encontrar neles uma escolha de referência. José Manuel Rodrigues verifica que uma das grandes e importantes componentes que possuem são a excelência dos seus serviços e a especialização dos seus colaboradores na área “procuramos trabalhar arduamente para que não haja falhas”. Alberga cerca de vinte funcionários que têm à sua disposição veículos de transportação próprios para os serviços e estão em constante formação nomeadamente no tratamento utilizado com os seus clientes.

Quanto ao futuro A Arlize tem aproveitado para retirar todos os louros do crescimento atenuado mas muito sustentado que registaram ao longo destes anos. O futuro continua a reservar-se numa incerteza devido à situação que o País enfrenta, mas aos poucos e poucos “esperamos que a situação se inverta”. José Manuel Rodrigues aproveita para deixar a mensagem de que deveria ser atribuído um reconhecimento mais significativo ao setor transportador e a todos os que se têm mantido fiéis nesta área porque ainda se regista uma discrepância muito grande em relação a alguns setores da área.

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Na vanguarda das telecomunicações Ta comunicações O diretor geral da empresa TeleAplicação, João Netto, faz referência ao prémio de PME Excelência que lhes foi atribuído como um reconhecimento pelo empenho, dedicação e controle apertado de gestão desde a sua constituição há 18 anos, e faz relevância à qualidade e abrangência da prestação de serviços cuja tecnologia de ponta se assume como imperativa.

joão netto Administrador

P

resente o mercado desde 1996, a TA tem como missão fornecer soluções globais e integradas de comunicações de voz e dados, capazes de sustentar e fortalecer o negócio dos seus clientes. A TA posicionou-se no mercado nacional desde a sua constituição como representante do integrador de comunicações Ericsson, tendo obtido em 2006 como reconhecimento do seu mérito a certificação de Authorized Partner. Após dois anos, e na sequência da compra das fábricas da Ericsson pela Multinacional Aastra Telecom Sweden AB, a TA foi galardoada com a certificação de Advanced Partner proporcionando uma maior e mais abrangente relação para com os seus clientes.

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De acordo com as informações do seu diretor geral, as áreas de atuação da TA têm vindo a aumentar consoante as exigências do mercado. Desta forma, e através da importante parceria estabelecida em 2006 com a Portugal Telecom, agora PT Empresas, a TA tornou-se agente certificado, tendo passado a disponibilizar aos seus clientes diretos, assim como aos clientes da PT geridos pela TA, serviços integrados, equipamentos de última geração, as melhores soluções de voz e internet, redes móveis e fixas, televisão, soluções de videoconferência, e soluções de tecnologias de informação com a melhor qualidade disponível no nosso mercado. “Desde a sua génese, o principal objetivo da TA passa

por fazer a gestão das infraestruturas de empresas de uma forma transversal às diferentes industrias, desde as PME`s às grandes contas, trabalhando diretamente com estas”, explica. Os seus serviços assentam principalmente em duas vertentes: a comercialização de produtos e equipamentos para a gestão de infraestruturas necessárias à arquitetura comunicacional de uma empresa, assim como a instalação e manutenção destas mesmas infraestruturas. Segundo João Netto, no que diz respeito aos serviços prestados, a sua empresa aborda o mercado de forma direta e indireta. Em relação à atuação direta, ora comercializa, instala e assiste tecnicamente como integrador, ou fornece soluções globais de infraestruturas de comunicações em regime de outsourcing, em que todo o ativo pertence ao imobilizado da TA prestando assim um serviço global mediante regime de mensalidades, tornando os seus clientes mais rentáveis e proporcionando-lhe que se dediquem ao seu core. Segundo João Netto, este modus operandi carece de vários investimentos provocando grande esforço financeiro, daí a preocupação nesta modalidade por empresas com planos de negócio consistentes. No que diz respeito à atuação indireta, outra das principais características distintivas desta empresa e conforme foi já referido, passa pela parceria estabelecida com a PT Empresas (Portugal Telecom) onde assumem o papel de agentes com carteira de clientes. Ou seja, a TA, como agente certificado, possui uma estrutura comercial/ backoffice na qual consegue fazer toda a angariação e management de clientes da entidade em questão e pode dizer-se que age como que um intermediário (ou gestor) interventivo na relação empresa – cliente desde a consultoria que vise a melhor solução, passando pela implementação e terminando num serviço personalizado de elevada qualidade no pós-venda.

Estatuto de PME Excelência Apesar do desconhecimento de muitas pessoas, a TeleAplicação constitui-se como uma entidade unipessoal e, deste modo, todos os dias se empenha em zelar pelo nível de satisfação dos seus clientes ao mesmo tempo que prima pela contínua formação dos seus colaboradores que constituem o ambiente familiar


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da própria empresa. Se assim não fosse, não teriam sido reconhecidos com o prémio de PME Excelência pelo desempenho positivo que tem vindo a registar ao longo dos anos. João Netto admite que, neste momento, torna-se imperativo a TA conseguir gerir as suas capacidades económico-financeiras para conseguir fazer frente aos desafios e exigências que o mercado possa estabelecer “a nível de recursos humanos tentamos fazer o máximo com o mínimo das pessoas, daí a aposta na constante formação dos nossos colaboradores. Como o fazemos? Premiando, envolvendo e galardoando-as com os objetivos e projetos propostos.” Desta forma, esta empresa especializada em comunicações há já 18 anos, apresenta um plano de gestão muito controlado com vista a atingir novos objetivos a cada ano que passa “Até ao dia 15 do mês seguinte fechamos todos os apuramentos/resultados relativas ao mês anterior. Isto ajuda-nos a que não tenhamos surpresas a nível financeiro a cada término de ano e todas as entidades que trabalham connosco,

nomeadamente os bancos, são informadas destes registos”, constata o diretor geral. Pelo crescente registo verificado ao longo dos anos, João Netto prevê um crescimento sustentado com empresas que o permitam. Uma vez que não alugam instalações, veículos ou infraestruturas, todos os equipamentos que necessitam de ter ao seu dispor pertencem ao imobilizado, são capitais investidos pela própria TeleAplicação, o que os faz permanecer ‘dentro’ de uma empresa a longo e não curto prazo. Assume que a sua atuação não é alicerçada num foco de relação transaccional pontual mas sim num modelo de relacionamento de longo prazo. “TA Comunicações (novo brand registado Internacionalmente) é sinónimo de um parceiro consubstanciado para a gestão do próprio cliente. Dedicamo-nos à gestão do cliente e o cliente dedica-se ao seu negócio sem preocupações” – este é o slogan que João Netto apropria à empresa.

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Por um sistema financeiro ao serviço das empresas Pme investimentos Constituída em 1989, a PME Investimentos pretende auxiliar na as empresas portuguesas na realização de operações de natureza financeira e na prestação de serviços conexos, que visem fundamentalmente a melhoria das condições de financiamento de entidades do setor não financeiro, de forma a impulsionar o investimento, o desenvolvimento e a reestruturação empresarial.

Carlos de castro Vice-Presidente e CEO

Assistimos no passado dia 6 de fevereiro à entrega dos Prémios PME Excelência, em Santa Maria da Feira. Na sua ótica, o que é que este galardão transmite a quem o recebe? É o reconhecimento merecido pelo seu esforço? As empresas têm vindo a apresentar os prémios PME Excelência como um elemento diferenciador, um cartão de visita, pelo que podemos deduzir que é o próprio mercado que entende estes prémios como o reconhecimento público do esforço dos empresários portugueses, no sentido de melhorarem os desempenhos económicos das suas empresas. O tecido empresarial português tem vindo a alterar-se significativamente e atualmente as empresas focamse cada vez mais na inovação e na exportação como forma de ultrapassarem as dificuldades. Esta capacidade dos nossos empresários de constituírem a força motriz da recuperação económica portuguesa deve ser incentivada e creio que os prémios PME Excelência cumprem este objetivo. Trata-se, sem dúvida, de uma excelente iniciativa do IAPMEI em conjunto com a banca nacional. Falemos agora especificamente da PME Investimentos. Qual o seu papel, concretamente? A PME Investimentos tem por missão a promoção, de acordo com os objetivos de política pública, da internacionalização empresarial, do empreendedorismo,

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da inovação e da competitividade, numa lógica de complementaridade e de partilha do risco com os investidores privados. Tendo cerca de 1.600 milhões de euros sob gestão, a PME Investimentos gere diversos instrumentos financeiros, quer de dívida quer de capital, que facilitam o acesso das empresas portuguesas ao financiamento e que, por essa via, contribuem ativamente para fomentar o crescimento do tecido empresarial português. De facto, desde 2003, ano em que lhe foi atribuída a gestão do Fundo de Sindicação de Capital de Risco e do Fundo de Garantia para Titularização de Créditos, que a PME Investimentos assume o papel de refinanciadora do mercado de PME em Portugal e desde 2008 que é a entidade gestora do FINOVA (Fundo de Apoio ao Financiamento à Inovação), veículo preferencial do Programa SAFPRI, inserido no âmbito do QREN –, e cuja constituição teve como missão e fundamento a centralização de recursos de intervenção pública no domínio das novas oportunidades de financiamento às PME, e que se assumiu e continua a assumir como um veículo de excelência a atuar como financiador da economia Portuguesa. No desenvolvimento da vossa atividade, dedicamse essencialmente a que serviços? Apesar da PME Investimentos gerir vários fundos, o mais relevante é, sem dúvida, o FINOVA, o qual concentra em

si múltiplos instrumentos de financiamento, de origem nacional e comunitária, e cujo principal objetivo é, na sua essência, contribuir para a melhoria das condições de financiamento das empresas. No âmbito da sua atividade, a PME Investimentos gere diversos produtos: produtos de dívida, como as linhas de crédito PME Investe e PME Crescimento, e produtos de capital de risco, como as linhas de financiamento destinadas a Business Angels, Fundos de Capital de Risco e os Fundos Revitalizar (que, apesar do seu nome, são fundos exclusivamente destinados a empresas saudáveis e a projetos de arranque e expansão). No que respeita às linhas de crédito, a PME Investimentos gere atualmente 12 linhas de crédito, sendo a primeira datada de 2008 e tendo as duas mais recentes sido lançadas no decorrer do presente mês de março, sempre com o objetivo de permitir às PME acederem a crédito bancário a que não teriam normalmente acesso, ou cujo acesso seria bastante mais dificultado. Numa primeira fase, estas linhas de crédito incluíam uma componente de bonificação parcial da taxa de juro. No entanto, tem havido uma mudança do modelo de intervenção, sendo que neste momento operam sobretudo através da assunção de encargos relacionados com a obtenção e contratação, por PME, das garantias destinadas a assegurar o cumprimento dos financiamentos concedidos àquelas. Com efeito, a atribuição de crédito bancário em ambiente empresarial


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tem frequentemente como contrapartida a exigência de garantias patrimoniais, o que pode inviabilizar o acesso das PME a tal crédito, nomeadamente aquelas recém constituídas ou cuja atividade assenta principalmente em capital humano e que, por estes motivos, não dispõem de bens ou de um volume de negócios suficiente para a prestação de garantias adequadas. Assim, a nossa intervenção atual visa sobretudo a mitigação do risco associado a estes financiamentos, já que o cumprimento dos mesmos é parcialmente assegurado pelo Sistema Nacional de Garantia Mútua. No que respeita às atividades de capital de risco desenvolvidas pela PME Investimentos, atuamos no mercado essencialmente através do FINOVA, o qual assume a qualidade de participante em 18 fundos de capital de risco, em percentagens que variam entre os 50 e os 70 por cento, tendo o capital remanescente de tais fundos sido subscrito por investidores institucionais privados. O FINOVA, financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do Programa Operacional Factores de Competitividade (COMPETE) e dos Programas Operacionais Regionais de Lisboa, permitiu, com um investimento público no valor de cerca de €80M, a constituição e/ou participação em 18 FCR diferentes com um montante total disponível para investimento de €150M, que se destinam exclusivamente ao financiamento de projetos de investimento em PME. Ainda no âmbito do capital de risco e sempre enquanto fundo de fundos, o FINOVA participa em 50 por cento no capital dos três fundos de capital de risco Revitalizar, cujo capital total conjunto ascende a €220M. Estes fundos, sendo formalmente FCR, destinam-se a apoiar PME com forte potencial e que prossigam estratégias de expansão, tendo em vista a aceleração do crescimento económico, a renovação do tecido empresarial nacional e da criação de riqueza, sempre numa lógica de complementaridade ao mercado nacional de investidores em capital de risco. Adicionalmente, a PME Investimentos gere ainda dois instrumentos inovadores no panorama nacional, as linhas destinadas a Business Angels, também elas promovidas com fundos FEDER, que consistem na concessão de financiamento, pelo FINOVA, a entidades veículo constituídas por Business Angels para investimento em projetos desenvolvidos por PME nas fases de early stages e pre-seed. A primeira linha lançada em 2009, com um montante de investimento disponível de €43M, e a nova linha lançada no passado mês, com um montante de investimento disponível de €15M, visam financiar projetos inovadores de PME, com escalabilidade e potencial de crescimento, fomentando assim o crescimento económico, sendo uma alternativa às tradicionais formas de financiamento das empresas. Este instrumento, que conta não só com o aporte financeiro dos Business Angels, mas também com o apoio/knowhow e networking dos próprios Business Angels, tem a particularidade de permitir uma alavancagem muito significativa dos investimentos, uma vez que o investimento das entidades veículo beneficia de um financiamento do FINOVA que poderá ir até

aos 65 por cento, sendo o restante financiado pelos Business Angels e outros investidores. A nível de concretização de investimentos, contamos já com cerca de €17,5M de investimento em PME, cujo montante total de Financiamento do FINOVA ascendeu a €11,3M, que permitiram apoiar 94 PME, e criar / assegurar cerca de 240 postos de trabalho. Quais as estratégias que utilizam para promover o desenvolvimento e dinamização das PME? A nossa estratégia consiste em apoiar o fortalecimento do tecido empresarial português ao nível das PME prosseguindo no nosso âmbito de atuação as políticas de empreendedorismo, de inovação, de aumento da competitividade e de internacionalização empresarial que têm caracterizado o investimento público português nos últimos anos. A atuação da PME Investimentos tem também o condão de promover a captação de novos recursos para o setor do investimento sob a forma de capital de risco, já que atua com finalidades de partilha de risco, através de parcerias com os operadores privados nos termos das quais é dada prioridade a investimentos nos mercados alvo de intervenção das políticas públicas de financiamento às empresas, fomentando a interação entre a realidade pública e a privada, o que acaba

por constituir um forte incentivo a que os operadores privados aumentem os capitais disponíveis para investimento em capital de risco. As PME ainda podem crescer em Portugal? De acordo com dados de 2011, as PME representavam mais de 90 por cento do setor empresarial privado não financeiro português. Contudo, deste número elevadíssimo de PME, apenas 4 por cento correspondiam a verdadeiras pequenas e médias empresas, com os restantes 95 por cento a corresponderem a microempresas. Neste sentido, entendemos que existe ainda muito espaço de crescimento para as PME, em particular no que respeita à consolidação e crescimento das microempresas para verdadeiras pequenas e médias empresas. Aliás, este movimento poderia ter um efeito muito interessante no que respeita à melhoria dos números do emprego em Portugal, já que a transição das microempresas dá-se por, entre outros critérios, um aumento do número de trabalhadores das empresas em causa. Por outro lado, apesar das PME terem já um papel crucial na criação e manutenção de emprego e de darem uma relevante contribuição para o produto interno bruto, em termos setoriais, consideramos também que

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existe muito espaço para o crescimento das PME, já que a área da produção tem sido pouco explorada no nosso país e poderá ser alvo de dinamização. Por outro lado, as PME são uma estrutura com uma flexibilidade intrínseca que as posiciona como veículo preferencial de estratégias empreendedoras e de fomento à inovação. Consideramos, pois, que o potencial de crescimento do nosso tecido económico e empresarial é muito elevado. Acreditamos que a PME Investimentos, através dos instrumentos financeiros que coloca ao dispor da economia portuguesa, e todos os nossos parceiros, de cuja presença e participação necessitamos para intervir na economia portuguesa, contribui e vai continuar a contribuir para melhorar as condições de crescimento do país, em especial do setor alvo primordial, que é o das PME. Continua a valer a pena investir em novos projetos ou o mais acertado será consolidar projecos já existentes? Ambas as opções são acertadas e viáveis, dependendo do projeto concreto a que nos estamos a referir, e a PME Investimentos dispõe de instrumentos especificamente destinados a cada uma das opções, exactamente para

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permitir chegar a todas as PME que sejam promissoras e careçam de acesso a financiamento adequado ao desenvolvimento da sua atividade. Mesmo nos casos em que são apoiadas empresas já consolidadas, o enfoque dos produtos que gerimos é essencialmente a expansão da sua atividade e não apenas o financiamento das suas atividades correntes, procurando com isto que o apoio prestado à economia portuguesa se traduza num contributo efectivo para a criação de valor intrínseco. Por outro lado, e apesar de considerarmos fulcral apoiar a inovação e o empreendedorismo, tendo em consideração a atual situação económica, incluindo a crescente dificuldade no acesso ao crédito, entendemos que não podemos descurar os projetos já em curso pelo único motivo de não constituírem novidade. Aliás, tanto mais que estas PME já consolidadas e que procuram o nosso apoio demonstram apostar cada vez mais na internacionalização e exportação, assim contribuindo para a consolidação da economia portuguesa. Na sua perspetiva, por onde passa o futuro das PME em Portugal? Como já discutimos, entendemos que o caminho

preferencial a adoptar pelas PME em Portugal deve ser o do seu crescimento orgânico. Naturalmente, para que isto aconteça será necessário que as mesmas encarem a conquista de novos mercados como desafios ao seu alcance, já que o mercado interno não demonstra, por ora, sinais de poder, por si só, sustentar o crescimento das PME de forma sólida e com caráter permanente. Por outro lado, também será importante que os empresários portugueses com investimentos em PME compreendam a importância de se aliarem a outras PME por forma a permitir a criação de economias de escala e o desenvolvimento de projetos integrados dos quais se possa extrair retorno adicional para todas as partes envolvidas, bem como, que vejam como aliados os investidores em capital de risco, face ao facto destes poderem ativamente desempenhar um papel no sucesso das suas estratégias, em particular, por oferecerem soluções de financiamento aliadas a um acompanhamento de gestão que poderá, de facto, melhorar as condições de funcionamento das PME em causa.


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Qualidade, Seriedade e Apoio aos Clientes Manuel rodrigues da cruz e filhos São estes os pilares que sustentam uma empresa com 59 anos de existência. Fundada em 1955, a empresa Manuel Rodrigues da Cruz e Filhos está inserida num setor de atividade que impressiona os mais sensíveis, o fabrico e comercialização de caixões e urnas mortuárias. Ainda assim e apesar da idade, o negócio está de boa saúde. Prova disso é ter sido pela segunda vez consecutiva distinguida com o título “PME Excelência”.

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m prémio merecido, mas que não faz brilhar os olhos do homem que assumiu juntamente com a irmã, o negócio que o pai, Manuel Rodrigues da Cruz, criou e fez crescer a pulso. Fundada em 1955, a empresa passou a denominar-se Manuel Rodrigues da Cruz e Filhos apenas em 1993 mas, bem antes dessa altura, já Darcílio Cruz trabalhava ao lado do pai. Vocacionada para a indústria de fabricação e comercialização de caixões e urnas funerárias, esta empresa, garante Darcílio, “tentou sempre acompanhar a evolução e continua na senda da modernização e consequente evolução qualitativa dos seus produtos, sendo por isso muito bem reconhecida hoje no mercado”.

Com 20 funcionários que não têm mãos a medir, a Manuel Rodrigues da Cruz e Filhos trabalha com madeira maciça e põe ao dispor dos seus clientes “vários modelos adaptados a distintos fins”. Os produtos são comercializados na totalidade no mercado interno, embora o sócio-gerente garanta que “no futuro poderá abrir-se a porta para a internacionalização, mas isso obrigaria a uma estrutura maior porque não existe capacidade instalada para produzir mais”. Por mês, a Manuel Rodrigues da Cruz e Filhos fabrica, em média, 200 urnas e escoa de imediato a totalidade do seu produto para a forte carteira de clientes que possui. Uma carteira criada ao longo de 59 anos de existência e que só é possível

manter, garante Darcílio Cruz, “tendo a consciência que o cliente tem sempre razão e acompanhando todo o processo para que se algum produto não estiver de acordo com a expectativa do cliente se possa fazer de imediato a sua substituição”. O sócio-gerente acrescenta ainda: “o cliente, sempre que precisa de alguma ajuda, estamos prontos a ajudar. Não é só vender por vender. É necessária colaboração e ajuda em tudo o que ele precisa. Esta maneira de agir que já vem de há uns anos para cá começa agora a dar os seus frutos, a refletir-se”. De facto, todo o trabalho desenvolvido tem permitido a esta empresa atingir resultados muito positivos. “A faturação tem vindo a crescer desde 2009, resultado também do investimento que a empresa fez em novas instalações que permitiram criar melhores condições e agilizar todo o processo de produção”. Mas este não é o fator principal do sucesso da Manuel Rodrigues da Cruz e Filhos. Sem segredos a guardar, Darcílio da Cruz explica. “Muito antes de sermos galardoados com o título PME Excelência, esta casa já primava pela excelência dos seus produtos e serviços, pela excelente relação qualidade preço, pela seriedade, honestidade pelo apoio aos seus clientes, pela humildade”. São todos estes fatores que têm mantido viva e de boa saúde esta empresa com mais de meio século. Dracílio Cruz pretende, tal como o pai, “deixar uma empresa credível, de confiança, capaz e respeitadora dos clientes”. Mas, para já, a preocupação passa por fazer “produtos com qualidade e cada vez mais qualidade” bem como “lutar junto com a Associação das Indústrias de Madeira para que seja criada uma marca portuguesa de urnas”.

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Por uma atitude mais ecológica Tinturarias fontainha Distinguida com o prémio de PME Excelência pelo seu comportamento de referência relativo ao ano de 2013, a Tinturaria Fontaínha, Lda. liderada pelos seus sócios-gerentes José Fontainha, Rosário Fontainha e também a sua filha, orgulham-se de todo o trabalho realizado nesta empresa com teor familiar.

josé fontainha Sócio-Gerente

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ongratulado com o título de PME de Excelência pelo seu serviço de referência a nível nacional e pela qualidade dos serviços prestados “este prémio é uma garantia de todo o trabalho realizado ao longo destes anos e um marco pela evolução que temos vindo a registar”, verifica. A Tinturaria Fontaínha constitui-se como uma empresa de pequeno porte e de teor familiar que se dedica ao serviço de limpeza rápido englobando todo o tipo de vestuário, inclusive peles e têxteis lar, pertencendo à rede de franchisados da marca ‘5 à Sec’. “Para quem desconhece o verdadeiro sentido lato da marca ‘5 à Sec’ passo a citar: baseia-se nos CINCO preços para A limpeza a SECo e que englobam todo o tipo de vestuário de A a Z”. Têm ao seu dispor todas as componentes de limpeza, nomeadamente a impermeabilização e tratamento anti-ácaros dos elementos anteriormente referidos que

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também englobam todo o tipo de serviços para o lar (como é exemplo a limpeza e manutenção de tapetes e cortinados). O nome de ‘Tinturaria’ surgiu com a existência da indústria de tingimentos há cerca de 40 anos, quando se deu o início de atividade desta firma. Este tipo de indústria dedicava-se sobretudo ao tingimento em grosso de tecidos (principalmente a granel) para mais tarde se proceder à sua confeção. Neste momento, a designação de ‘Tinturaria’ continua no ativo, se bem que esta componente tem tido tendência para diminuir, uma vez que só é utilizada na recuperação de vestuário que, por qualquer circunstância, viu a sua cor alterada. Convertendo todos os seus serviços de lavandaria tradicional em franchise da marca 5 à Sec, oferece todo o tipo de serviços da marca. Tendo iniciado a sua expansão no Centro Comercial das Amoreiras, há 29 anos, ainda como lavandaria

tradicional, atualmente, a Tinturaria Fontaínha encontrase distribuída por várias localidades com lojas em Benfica, no Centro Comercial das Amoreiras, na Avenida João XXI, no Centro Comercial do Campo Pequeno e no Centro Comercial Colombo, empregando cerca de 40 funcionários. Para que o cliente esteja 100 por cento satisfeito com os seus serviços, a Tinturaria Fontaínha procura uma rapidez dos serviços juntamente com a utilização e manuseamento de produtos de grande qualidade, apostando na formação contínua de todos os seus colaboradores, que englobam processos inovadores de engomagem, de forma a reduzir o esforço ao mesmo tempo que aumentam a produtividade e nas áreas de segurança, higiene e saúde, atendimento, produção, remoção de nódoas, informática, entre outras.


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Quanto ao futuro Relativamente ao futuro, José Fontainha afirma que com certeza absoluta “a marca 5 à Sec irá abrir mais estabelecimentos” mas refere que é sempre necessário respeitar os locais da marca pelos seus franchisados, por isso, para já, e atendendo à atual conjuntura sócio-económica, não pensa alargar a sua rede de estabelecimentos, pelo menos em território nacional. Como faz jus ao facto da empresa ser de formato familiar, passou o legado do negócio à sua filha, alargando horizontes para Angola. “Neste momento, ela detém um master franchise para Angola juntamente com um parceiro angolano. Esperemos que esta parceria se traduza numa expansão e possível crescimento do negócio familiar”, sublinhando a importância da internacionalização não diretamente pela tinturaria, mas pelo negócio em si. “Neste momento, a nossa maior preocupação é o reaproveitamento e renovação dos recursos”, refere José Fontainha. Sublinha a importância de ser feita uma pré-seleção de todos os produtos antes de irem para a reciclagem, uma vez que “devemos preocuparnos em conseguir fazer uma reutilização dos próprios recursos antes de serem enviados para reciclagem”

porque, no final, estão a otimizar as potências instaladas e, simultaneamente, a reduzir os consumos de bens essenciais como a água e a eletricidade. Esta atitude verde acabou por trazer os seus benefícios como a reutilização de águas limpas, utilizadas no arrefecimento de máquinas e que anteriormente eram desperdiçadas. Uma eficiência a nível energético que levou José Fontaínha a transformar a sua frota de veículos em 100 por cento elétricos “não só para conseguir utilizar as energias renováveis que possuímos, como também a possibilidade dos veículos circularem com um custo relativamente reduzido e sem emissões”. Investiram e têm vindo a desenvolver uma tecnologia de ponta especializada em limpeza a húmido que permite a lavagem de vestuário extremamente delicado, que anteriormente teria elevados condicionantes, quer ao nível da composição, quer pelos adornos aplicados. Todo este processo engloba uma limpeza com acabamento de proteção final e que reúne todos os benefícios da limpeza a seco e da lavagem sem os inconvenientes ou interdições das mesmas, “e que se traduz numa maior higienização, devolvendo às peças um aspeto mais leve e fresco, não correndo o risco de se estragarem”, finaliza.

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Qualidade que vem do mar Peixovar A Peixovar festejava os seus 10 anos de existência quando foi distinguida pela primeira vez como PME Excelência. Para João Paulo Rodrigues Ramos, fundador da empresa, este reconhecimento “chegou um bocadinho de surpresa, porque à medida que fomos alcançando etapas definidas pela empresa, conseguimos o reconhecimento pelo primeiro ano de PME Líder e, posteriormente, com grande admiração, fomos contemplados com o prémio de PME Excelência, o que significa uma grande responsabilidade para a Peixovar”.

joão paulo rodrigues ramos Fundador

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empresa foi criada no ano de 2003, por João Paulo Rodrigues Ramos e Maria da Paz Ramos Rodrigues. A vasta experiência no ramo, acompanhado de um espírito empreendedor distinto, contribui para o crescimento sustentado da empresa e para o reconhecimento que atualmente dispõe. O comércio é desenvolvido por grosso e retalho de peixe, crustáceos e moluscos. E critérios como a qualidade e rigor são palavras-chave no sucesso da empresa, de modo a estabelecer no mercado uma postura inovadora de total colaboração com parceiros de negócio. A Peixovar está presente a nível nacional. Possui a sua

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sede em Ovar, mas desenvolve toda a sua atividade no Porto de Pesca de Aveiro, onde tem o seu armazém e posto comercial. Resultado de um crescimento bem sustentado, conseguiu alcançar uma parceria de vendas na doca pesca em Matosinhos, e tem ainda criado várias parcerias sociais igualmente importantes. Ao longo dos anos, a empresa tem procurado diferenciar-se dos seus concorrentes. A Peixovar trabalha exclusivamente com produtos frescos da costa portuguesa, diretamente das lotas de Aveiro, Figueira da Foz, Peniche, Nazaré, Sines, Matosinhos e Viana do Castelo. As parcerias comerciais são de extrema importância

para a empresa, representando o meio de exportação de mercadoria exclusivo da lota de Aveiro para o mundo. Todos os produtos que chegam dos barcos têm de ser despachados num período de 12 a 24 horas, sendo fundamental o pescado ter o menos tempo possível, de modo a estar bem conservado e com a máxima qualidade. Para João Ramos as parcerias locais são importantes: “é um trabalho muito forte, onde é imprescindível uma dinâmica muito vigorosa, bem como uma capacidade de comercializar rapidamente”. A Peixovar tem um representante em cada porto, bem como empresas mais específicas e de nível nacional como é exemplo


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a Oceanic. “As parcerias são uma mais-valia, porque a Peixovar, neste momento, tem o prazer de escolher os seus parceiros comerciais. Não é qualquer um que trabalha com a nossa empresa, pois para trabalhar connosco é necessário preencher parâmetros de qualidade e rigor que nós exigimos”. Os volumes dependem da capacidade das pescas que os barcos trazem do mar. A Peixovar está capacitada para trabalhar o pouco e o muito. Fazendo uma média diária de produtos comercializados pela empresa, podemos considerar que “a Peixovar possui capacidade de trabalho global e diário de cinco toneladas de peixe”. A empresa tem a seu encargo todo o processo desde que o peixe chega do mar até que é despachado, desde a calibragem, embalamento e rotulagem. “Para nós, enquanto empresa, o mais importante é dar segmento ao produto de modo a que este fique conservado e sempre fresco. É fundamental que o peixe chegue ao cliente sem perder a sua essência”. Atualmente, a Peixovar ocupa um lugar de destaque no mercado, justificado pela qualidade dos produtos e serviços que oferecem. Todas as infraestruturas da empresa respeitam as certificações de qualidade e ambiente de Portugal e dos países comunitários com quem têm relações comerciais. Apesar de privilegiarem parcerias que subscrevam o Código de Conduta por uma Pesca Responsável, para João Ramos “mais importante do que qualquer código, é a experiência de uma vida dedicada ao mar. Tenho

uma experiencia de vida muito forte, realizando sempre o meu trabalho com dedicação e rigor. Faço-o com gosto e prazer e não apenas porque me foi imposto. Todo o meu esforço, no fim, é compensatório”. Os preços competitivos são uma atração. Quem visita a Peixovar pela primeira vez fica surpreendido pelos custos acessíveis que encontram. Privilegiam também a competência e lealdade, acompanhado da melhor relação qualidade preço, em que a satisfação do cliente é a maior e máxima prioridade. No futuro, a empresa espera um crescimento bem sustentado. Conscientes que de que exercem uma atividade muito instável, afirmam que “nem sempre se consegue definir metas ou objetivos, pois a própria natureza é improvável. Mas uma coisa é certa, enquanto existir produto para trabalhar no porto de Aveiro, a Peixovar continuará a ser líder. Encaramos que, de certa forma, o mercado nacional está um pouco saturado, e que nos últimos anos muitas pessoas têm vindo abandonar o circuito do peixe fresco. Começam a existir picos no consumo de peixe, nomeadamente nos meses de verão, em que, acompanhado das visitas dos turistas a Portugal a diferença é notória”. No fundo, o mercado nacional está cada vez mais pequeno, pelo que o caminho mais indicado é a exportação. A Peixovar deseja apenas que “quem vem, volte”, pois a qualidade do peixe é garantida.

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Liderança na inovação Linkcom A Linkcom apresenta-se como uma empresa de prestação de serviços, baseada na inovação e tecnologia, que pretende apoiar essencialmente os sistemas informáticos de empresas de referência a nível nacional e internacional. Foi distinguida como PME Líder, vários anos seguidos, mas em 2014 foi galardoada pela segunda vez com o prémio de PME Excelência pela sua prestação de mérito.

pedro quintela Administrador

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edro Quintela, administrador da empresa, explica-nos que a Linkcom “surgiu da necessidade de apoiar de uma forma integrada as PMEs portuguesas e utilizar os sistemas informáticos como mecanismo de produtividade de forma a aumentar a sua competitividade, quer nos mercados nacional ou internacional”. Como no mercado português este setor tecnológico não apresentava uma oferta muito variada, a empresa investiu nesta indústria para demonstrar a sua diversidade e flexibilidade nos mercados em que atua. Assim, esta empresa com sede em Lisboa oferece soluções de software, serviços de suporte técnico, webdesign e soluções de comunicações juntamente com o fornecimento de equipamentos. Deste modo, a Linkcom tem como missão suprir todas as necessidades que possam surgir aos seus clientes,

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de modo a adaptar as suas soluções ao negócio de cada empresa, dos mais diversos ramos, e às suas capacidades de investimento. Tudo isto distingue o modo de atuação desta empresa relativamente às demais pela sua flexibilidade de soluções, inovação dos formatos, rapidez de respostas, qualidade das soluções e serviço, vasta experiência em implementação e pela apresentação da melhor relação qualidade/preço. “Contrariamente a outras empresas, os nossos produtos não são materiais. Traduzem-se nos serviços que prestamos e que abrangem várias áreas de atuação”, constata. Possui uma série de ofertas que se adaptam às soluções dos seus clientes e abrangem as áreas de hardware e software - managed services, managed cloud e managed applications. Todas estas ferramentas fazem com que se apresentem como um marco de referência para o mercado nacional ao mesmo tempo

que contribuem de forma positiva para o peso da balança económica. “Podemos dizer que este panorama de crise colocou novos desafios às empresas do ramo, afastando muitas das existentes. Apenas as que se conseguiram adaptar e tornar-se mais especializadas sobreviveram. Este crescimento fez com que os nossos serviços se tornassem mais especializados e pormenorizados” explica. O seu slogan “Gerimos Conhecimento Consigo” vinca ainda mais a importância que os parceiros de negócio possuem e atuam nos mais variados ramos de atividade (logística e distribuição, indústria, serviços, saúde, telecomunicações e media) o que lhes valeu a conquista de uma certificação técnica gold em Management & Virtualization e cinco silver pelas parcerias realizadas com a Microsoft e das certificações Dell nas áreas de Redes, Segurança e Storage. Apesar do sucesso no mercado nacional, a Linkcom teve de se expandir e apostar continuamente na sua internacionalização. A Linkcom conta com projetos em países como Espanha, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Holanda e Brasil, traduzindo inovação e dinâmica nos vários tipos de tecnologia, adaptados às soluções empresariais, que lhes permite aumentar a eficiência, eficácia e rapidez de resposta nos crescentes desafios de mercado. Pedro Quintela admite que, para o futuro, prevê a expansão e crescimento da empresa para mais países, apesar deste processo se demonstrar complicado. “Muitas empresas apostam no processo de internacionalização que se diferencia muito da exportação dos seus serviços. É um processo moroso”. Para Pedro Quintela, “este prémio traduz a excelência dos serviços que é reconhecida pelos nossos clientes, e que se traduziu nos resultados da empresa e que consequentemente nos permitiu ser reconhecida como PME Excelência.”


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O que é um condomínio?

Quando se compra uma casa integrada num condomínio, adquire-se algo mais do que o espaço que se encontra para além da porta de entrada: as escadas, os terraços, os elevadores e até a porta da rua pertencem, conjuntamente, a todos os condóminos. Isso significa que há direitos e deveres relativamente a esses espaços, que afetam de igual forma todos os proprietários. Por outro lado, o simples facto de viverem em condomínio faz que, mesmo quando se encontram nas suas próprias casas, tenham de respeitar um certo número de regras indispensáveis a uma sã convivência. Mas o que consiste um condomínio? Como se sabe, não basta que os andares de um prédio sejam habitados por diferentes famílias para que este constitua um condomínio. Para que tal aconteça, é necessário introduzir as noções de compropriedade e propriedade exclusiva. Ou seja, um condomínio existe quando um edifício ou um conjunto de edifícios estão divididas em partes perfeitamente distintas (as frações autónomas), pertencentes a diferentes pessoas; e ao mesmo tempo integram espaços que são de todos. Assim, um prédio que pertença a um só indivíduo e cujo os andares estão arrendados, não constitui, obviamente, um condomínio, nem tão pouco uma moradia em que vários familiares vivam em diferentes frações, se estas não tiverem sido legalmente divididas. Na origem do condomínio está a constituição da propriedade horizontal. A situação mais comum é que o edifício seja construído já com a intenção de se fazer dele um condomínio. Mas nem sempre é assim. Por exemplo, um senhorio pode desistir de o ser e decidir vender cada andar autonomamente; o proprietário de um prédio pode optar por dividi-lo, já que isso lhe permitirá ganhar mais dinheiro do que vendendo-o por inteiro. Noutros casos, a propriedade horizontal até pode ser uma solução para certos problemas, Imaginenos, por exemplo, que os quatro filhos de um determinado proprietário herdavam um prédio de quatro andares, Em princípio, esse facto faria deles comproprietários de todo o prédio e, portanto, todos passariam a ser donos de todos os andares. Mas é provável que a situação não lhes agradasse e que preferissem autonomiza-los, de forma que cada um pudesse exercer os seus direitos relativamente a apenas uma das habitações. Fonte: www.deco.proteste.pt

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REGULAMENTAÇÃO PRECISA-SE Associação portuguesa de empresas de gestão e administração de condomínios Criada em 2004, a Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios surge para congregar as empresas do setor e dar-lhes credibilidade. Dez anos volvidos, em entrevista à Revista Negócios Portugal, Vítor Amaral, presidente da direção da APEGAC explica a luta que associação tem levado a cabo pela regulamentação da atividade, e quais os maiores desafios que o setor enfrenta.

vítor amaral Presidente

Qual é atualmente a maior luta da APEGAC? Uma das nossas lutas principais, que já o era deste a fundação da APEGAC, é tentar que a atividade de administração de condomínios seja regulamentada. Embora a regulamentação não elimine os maus profissionais, é uma importante forma de credibilizar o setor e de fazer alguma filtragem e fiscalização. Essa filtragem será feita com a emissão de um alvará apenas às empresas que cumpram alguns requisitos, como a idoneidade comercial, serem titulares de seguro de responsabilidade civil, entre outros. Isto trará, logo à partida, uma maior segurança para o cliente final. Nestes dez anos de APEGAC temos feito um grande

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trabalho em prol da regulamentação da atividade mas, inexplicavelmente, sendo nós um país onde todos os dias surgem novas leis, não conseguimos até ao momento que a atividade fosse regulamentada, com os prejuízos daí inerentes para o consumidor final, que são os quase três milhões de proprietários de frações em prédios sob o regime da propriedade horizontal e para o próprio setor que não adquire a necessária credibilidade. Iniciamos este processo pedindo ao Centro de Investigação Jurídico-Económica da Faculdade de Direito da Universidade do Porto que apresentasse uma proposta de regulamentação da atividade. Como pequena Associação, este foi para nós

foi um enorme esforço financeiro, mas entendemos que seria um bom investimento por ser um trabalho com uma boa sustentação jurídica e que poderia permitir ao InCI (Instituto da Construção e Imobiliário, na altura IMOPPI) ter um bom ponto de partida. No entanto, não surtiu o efeito desejado e depois disso já nos foram apresentadas, no mínimo, três propostas, todas elas diferentes e que pouco ‘beberam’ do trabalho feito pela Faculdade de Direito. Em meados do ano passado, foinos apresentada o que seria a proposta final do diploma. Embora inicialmente tenhamo-nos insurgido contra alguns pontos dessa proposta, após algumas reuniões entendemos, mesmo assim, aceitá-la porque chegamos


REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS à conclusão que mais valeria ter aquela proposta convertida em lei do que não ter nada. Foi-nos garantido que ela seria apresentada este ano a conselho de ministros e, recentemente, esta garantia foi-nos reiterada. Aliás, fomos recentemente recebidos pelo presidente do InCI, que nos deu a possibilidade de, antes da proposta ser apresentada a Conselho de Ministros, apresentarmos as sugestões que entendermos convenientes, estando o nosso departamento jurídico a fazer esse trabalho. Por isso, cremos que, desta vez, a lei que regulamentará a atividade profissional de administração de condomínios será uma realidade dentro desta legislatura e é de extrema importância que assim seja porque é uma atividade que, além de movimentar centenas de milhões de euros anualmente, pode contribuir para eliminar uma grande parte da economia paralela que a atividade gera. Para além deste desafio, que outros enfrenta hoje o setor? É uma atividade muito mal remunerada precisamente porque não está regulamentada. Posso adiantar que muitas empresas, especialmente as mais novas no mercado, praticam dumping, ou seja, praticam honorários abaixo do preço de custo do respetivo serviço. Ao aparecerem empresas de outros setores de atividade a fazer administração de condomínios cria-se uma concorrência desleal com o prejuízo das empresas que estão no mercado de uma forma profissional e honesta e tendo a administração de condomínios como atividade principal. Esses administradores de ‘vão de escada’ até podem não cobrar honorários pela administração de condomínios porque ganham noutros serviços que prestam, o que não é correto e se torna desleal. A administração de condomínios deve, na minha opinião, ser uma atividade principal porque o administrador do condomínio é pago para zelar pelo interesse dos condóminos. No que respeita às partes comuns do prédio e entendo que poderá haver conflito de interesses se a mesma pessoa ou entidade faz a administração e simultaneamente presta outros serviços ao condomínio, sem tornar clara esta situação, e ela só será clara se os condóminos dela tiverem conhecimento e com ela concordarem. Quando falo em serviços refiro-me a limpeza, obras, reparações, manutenção, etc. Isto pode eventualmente acontecer, até porque o mercado infelizmente aponta para aí, mas ser feito de forma transparente. Inicialmente defendíamos que a administração de condomínios devia ser uma atividade exclusiva, mas ao longo destes dez anos nada foi feito e a queda do mercado imobiliário fez com que entrassem muitas empresas no mercado de administração de condomínios. Antigas empresas de construção e de imobiliária seguiram este caminho e passaram a fornecer serviços aos condomínios para conseguir sobreviver, servindo a administração do condomínio apenas como uma muleta para entrar nos prédios. Se isto não puder ser evitado, pelo menos que seja regulado. Com isto, as empresas tornam-se mais transparentes e os condóminos ficam informados sobre os vários serviços que a empresa disponibiliza e sobre os seus custos, de modo a poderem tomar uma decisão mais informada. Outro grande desafio está relacionado com a formação. Não é exigida formação rigorosamente nenhuma para

se fazer administração de condomínios. Por essa razão uma das preocupações da APEGAC é dar formação aos seus associados. Temos feitos vários workshops, organizado seminários e possuímos inclusive uma parceria com a Faculdade de Direito e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Entendemos que a formação deve ser obrigatória, mas tudo caminha para que assim não seja. Recentemente, tivemos uma reunião onde ficou decidido criar um curso de administração de condomínios e estamos a lutar para que este curso seja certificado. O seguro de responsabilidade civil profissional é também outro desafio. Aliás, com a regulamentação da atividade ele passará a ser obrigatório e, nesse caso, as seguradoras têm que o fazer e não haverá só uma ou duas a fazê-lo com preços altíssimos, como acontece hoje. Este seguro é de extrema importância porque é uma forma de os condóminos se sentirem mais salvaguardados. Outra questão ainda está relacionada com a cobrança das quotas. Sempre foi difícil efetuar a cobrança de quotas porque, na generalidade dos prédios, há condóminos que não pagam atempadamente, dentro dos prazos aprovados pela assembleia, mas a crise veio agravar esta situação e apareceu também com ela um novo fenómeno, que são os incobráveis. Esta é uma situação complicada principalmente porque afeta os condóminos que pagam atempada e regularmente, já que, muitas vezes, acabam por ter que pagar o que alguns não pagaram. Quanto associados tem a Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios? Neste momento já passam de 200 associados mas é muito pouco. Estimamos que devem estar no mercado mais de 1000 empresas de administração de condomínios mas não há dados e não os há porque a atividade, embora tenha um CAE, um código de classificação específico, existem várias pessoas com outras atividades e que, mesmo não estando registadas com a atividade de administração de condomínios, também a exercem. Por essa razão, não é possível ter um número preciso de quantas empresas estão no mercado. Explicar porque é que desse universo só temos 200 associados não é fácil mas penso que, em primeiro lugar, as empresas atravessam dificuldades financeiras e como não têm grande rentabilidade reduzem ao máximo os custos, considerando como um custo a quotização para a associação, que é de 25 euros mensais. Por outro lado, não há obrigatoriedade das empresas se associarem, até porque, como já disse, a atividade não é regulamentada. No entanto, há necessidade do setor se mobilizar e se unir, de forma a que ganhe uma maior capacidade de intervenção junto dos organismos públicos. As empresas associadas da APEGAC recebem formação gratuita, têm acesso a informação sobre a atividade, são divulgadas no nosso site, por concelho e distrito, têm apoio para o desenvolvimento da sua atividade, com conselhos de boas práticas e informação técnica. Para as empresas não associadas damos a possibilidade

de participar nas formações, convertendo a inscrição nessas formações na jóia de inscrição, sendo uma forma de as isentar do pagamento desse valor. Mesmo assim, temos poucos sócios porque se entende que é uma área em que não é obrigatório ter formação, não é necessário ter alvará de atividade, não é necessário que a administração de condomínios seja atividade principal, etc. Voltamos sempre ao mesmo ponto, que é a necessidade de regulamentar esta atividade. Aproveito para lançar um apelo a todas as empresas do setor que se associem à APEGAC porque, dessa forma, estarão a contribuir para uma maior credibilização desta atividade junto dos organismos públicos e do público em geral. Não será que existe também um problema de fundo relacionado com a falta de informação por parte dos condóminos do que realmente representa a atividade de administração de condomínios? Isso é, de facto, uma questão pertinente porque sinto que os condóminos não estão preparados para viver em condomínio, não sabem o que representa viver em condomínio. Isto nota-se nas reuniões de condóminos onde são colocadas questões básicas e muitas vezes fora do âmbito do condomínio. Há uma coisa que eu digo muitas vezes e repito: não há más empresas de administração de condomínios, não há maus administradores de condomínios; há sim maus condóminos. Digo isto porque entendo que as empresas e administradores de condomínios são aquilo que os condóminos quiserem que elas sejam. Em primeiro lugar, devem exigir do administrador do condomínio a apresentação detalhada do serviço que presta e celebrar um contrato de prestação de serviços, onde devem ficar explícitos quais são os deveres que o administrador tem, a que é que ele se obriga. Em segundo lugar, os condóminos devem fiscalizar o cumprimento desse contrato, seguindo de perto a atividade do administrador. O problema é que nas assembleias de condóminos é raro ter-se a maioria do valor total do prédio. Muitos condóminos não se interessam pela vida do seu condomínio, esquecendo-se que dele fazem parte e nele vivendo como se fossem inquilinos e não como proprietários. Isto é não cuidar do seu património, do seu prédio. Os administradores não podem tomar decisões sozinhos, elas têm que ser discutidas, aprovadas e acompanhadas. A educação sobre aquilo que é viver em condomínio e quais são as obrigações do administrador é de extrema importância. Quando as pessoas compram uma fração autónoma num prédio esquecem-se que estão a fazer uma sociedade com outras pessoas que nem conhecem, porque um condomínio só existe porque existem partes comuns, porque quanto a elas estamos perante o regime da compropriedade. Era preciso mudar a mentalidade das pessoas para que se pudesse exigir mais às empresas de administração de condomínios. É imperioso saber viver em condomínio, não só por questões de vizinhança, mas porque nenhuma fração é tão autónoma que consiga sobreviver sem as partes comuns e, não se cuidando destas é o património de cada um que estará em causa.

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“Mais consciência do que é viver em condomínio” Urbimo Com uma vasta experiência no setor de administração e gestão de condomínios, Filipe Ramos, sócio gerente da Urbimo, entende que “se não existir mais consciência do que é viver em condomínio os problemas vão agravar-se cada vez mais”.

“O

s condomínios são o espelho da nossa sociedade”. É sem rodeios que o sócio gerente da Urbimo traça uma imagem clara dos problemas que hoje enfrenta o setor da administração e gestão de condomínios. A confusão entre o que são os deveres do condomínio e dos condóminos é desde logo, uma das causas apontadas por Filipe Ramos que explica ainda que “as pessoas que moram no mesmo edifício têm de perceber que há espaços comuns que vão ter de partilhar e que isso implica deveres, direitos e obrigações e que não podem agir da mesma forma como agem dentro da porta de sua casa, porque quando existem várias pessoas envolvidas nas decisões é necessário cedências de parte a parte”. A conciliação, harmonia e o respeito mútuo são, por isso, cruciais para o bom funcionamento do prédio e para que os interesses do mesmo sejam salvaguardados, em detrimento do que são os interesses individuais de cada uma das partes. É disto que se trata a administração de condomínios, da salvaguarda do património dos condóminos, muito embora “eles nem sempre compreendam isso”. Como refere o sócio gerente da Urbimo, “os condóminos sabem onde começa a nossa função mas muitas vezes não sabem onde termina”.

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Com 30 anos de existência, a Urbimo enfrenta hoje os mesmos problemas que as empresas ligadas ao setor de administração e gestão de condomínios. Um deles, refere Filipe Ramos, “é a falta de cumprimento com os pagamentos o que gera por associação um conjunto de outros problemas”. Para solucionar esta questão, que tem posto muito em vezes causa a sobrevivência das empresas ligadas a este setor, o sócio gerente da Urbimo aponta um caminho que muitos, explica, “consideram radical” mas que faz jus ao velho ditado que diz “para grandes males, grandes remédios”. Filipe Ramos defende. “No meu entender quem não pagasse o condomínio não deveria poder usufruir de alguns serviços, quer isto dizer que durante o tempo em que o condómino estivesse em dívida não poderia por exemplo usar o elevador e poderia ser encontrada uma forma legal e expedita de não usufruir, por exemplo, do abastecimento de água sempre que esse abastecimento passasse por um equipamento de bombagem de água ou de tratamento da mesma, serviços esses que seriam restabelecidos logo que tivesse efetuado o pagamento”. Esta solução apontada é na ótica do administrador uma forma de agilizar a questão das dívidas de condomínio já que a resolução pela via judicial é lenta e nem sempre compensatória: “ Esperamos entre 3 e 5 anos por uma

decisão judicial e se considerarmos que os valores suportados pelos condóminos são muitas vezes baixos, é necessário esperar que a dívida atinja um valor e que compense coloca-las em tribunal”. Tendo como áreas de intervenção Vila Nova de Gaia e Porto, a Urbimo além da administração e gestão de condomínios presta ainda serviços de manutenção e limpeza. Com uma equipa profissional, esta empresa, refere Filipe Ramos em tom de brincadeira, “tem a desvantagem de saber que dois mais dois são quatro e não três, nem cinco”. Com esta afirmação, o sócio gerente pretende dar a entender que esta é uma empresa séria e rigorosa e que os seus clientes devem estar conscientes disto. Uma outra característica que define a Urbimo e é seu lema é o “saber na gestão”. Filipe Ramos explica. “Para administrar condomínios é necessário o saber prático mas também o saber teórico, que falta a algumas empresas, para travar os condóminos quando estes pretendem adotar soluções que a curto ou longo prazo causem problemas ao edifício”. Para o futuro, a Urbimo pretende, nas palavras do sócio gerente, “ter clientes que cumpram dois requisitos simples: que tenham dimensão para uma gestão mais simples e que paguem”.



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A Administrar desde 1996

mgtm

No mercado da administração de condomínios desde 1996, a MGTM tem crescido com base no tratamento personalizado dos seus clientes, foi pioneira na inovação de serviços e produtos hoje em dia imprescindíveis a qualquer condómino. Em entrevista à Revista Negócios Portugal, Maria João Cardoso, gerente da empresa, faz uma reflexão sobre os desafios que enfrenta este setor e aponta os caminhos para a sua resolução. Acresce ao exposto que, a par da parca cultura do “dever cívico” (que era expectável existir em cada indivíduo, cada condómino e cada agregado familiar) se junta a displicente justiça do nosso país que parece acautelar apenas os interesses do estado, senão vejamos: porque é que para se alienar um bem imóvel, é necessária a entrega ao Notário, de uma declaração de “não dívida” às Finanças e o mesmo não tem de acontecer em relação ao condomínio? Qualquer devedor vende a casa e o novo proprietário fica livre dos encargos atrasados para com o condomínio! A obrigatoriedade da junção desta simples declaração teria um impacto significativo na recuperação de dívidas condominiais!

Maria João cardoso Gerente

Quais são hoje os desafios que esta empresa enfrenta estando ela inserida no setor da administração e gestão de condomínios? Os desafios são vários, para os entendermos temos de analisar esta questão sob dois prismas. Por um lado, a nível interno, onde é necessário um investimento constante na formação da equipa e na procura de novos serviços e produtos para inovar e continuar a ganhar quota de mercado. Por outro lado, temos os desafios externos, motivados não só pela conjuntura sócio-económica do nosso país, como pela falta de regulamentação no nosso setor de atividade, que proporciona a qualquer pessoa ou empresa menos qualificada/vocacionada, o exercício do cargo de administrador, levando, muitas vezes, a resultados catastróficos, pondo em causa o empenho e o investimento que outras empresa mais sérias e honestas têm vindo a desenvolver.

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É fundamental a regulamentação do setor nesta altura porquê? Claro que sim! Por tudo o que atrás foi dito, está mais do que na altura deste mercado ser regulado! Ainda que essa regulamentação venha a trazer alguns investimentos acrescidos às empresas do setor, estamos dispostos a tal, aliás, a MGTM tem vindo ao longo dos anos a pôr em prática grande parte do que está previsto na regulamentação para este setor. Há quem fale da necessidade de ser entregue todos os anos às finanças um modelo onde são declaradas as receitas e despesas do condomínio. Eu entendo que um condomínio não tem de ter contabilidade organizada porque se assim fosse deixávamos de ser administradores para ser contabilistas. No entanto, sou a favor que todos os anos, no final do ciclo contabilístico de cada condomínio (que na minha opinião, não tem de ser igual ao do ano civil), seja declarado às finanças o valor anual das receitas e despesas, descriminando os fornecedores do mesmo. Acredito que esta medida contribua para diminuir a economia paralela que é uma realidade no nosso país. Concorda que o setor tem também um papel social? Absolutamente! Desde ‘fiscais’ a conselheiros, passando por ser bons ouvintes, temos de estar preparados.

Qual seria o cenário ideal para a MGTM trabalhar? Para além da implementação da regulamentação da atividade e das alterações necessárias à legislação em vigor, seria a divulgação da abrangência das tarefas e responsabilidades inerentes ao cargo do administrador do condomínio, pois certamente concluiriam que certos preços praticados neste mercado são reveladores, ou da falta de experiência neste ramo de atividade e consequentemente do desconhecimento dos investimentos necessários à realização de um serviço capaz, ou à falta de seriedade de quem os pratica. Qual é a fórmula de sucesso para esta empresa estar no mercado desde 1996? O empenho e dedicação, a transparência e acompanhamento personalizado que damos aos nossos clientes são sem dúvida razões, graças às quais, a MGTM continua a ser uma empresa de referência. Apesar de existirem padrões e regras de funcionamento, nunca nos podemos esquecer que cada caso é um caso. Tentamos sempre ter em linha de conta a particularidade de cada um dos prédios e frequentemente até de cada uma das pessoas com que estamos a interagir. Para além disso, a pontualidade na apresentação das contas, a correção e o rigor fazem e sempre farão parte da forma da MGTM atuar no mercado. Ao longo destes anos têm sido estes os aspetos que contribuíram para que os nossos clientes nos referenciem. Temos em carteira condomínios que administramos desde o primeiro dia da empresa e isso é revelador da forma como nos dedicamos aos nossos clientes. Projetos futuros? Em termos de futuro o que queremos é continuar a crescer de forma sustentada como temos vindo a crescer ao longo destes anos e apresentar produtos inovadores que vão de encontro às necessidades dos nossos clientes.


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Eficiência e diferenciação em prol do conforto Oficial São já 13 anos de experiência na área da gestão e administração de condomínios que a Oficial® conta no seu curriculum. E em todos estes anos, nas centenas de condomínios que teve e continua a ter a seu cargo, sobressaiu a competência e a responsabilidade desta equipa multidisciplinar como elementos-chave do seu sucesso. na competência e na responsabilidade podendo, assim, garantir um serviço de qualidade ao seu cliente, “adaptando sempre soluções flexíveis e adequadas a cada condomínio”. Quando questionado sobre o balanço que faz destes anos de atividade, Marco Peres não hesita em adjetivá-lo de sustentável, “e foi isso que desde sempre procuramos”. A empresa foi crescendo consoante as necessidades dos seus clientes foram também crescendo. “Um crescimento lento, é certo, mas sempre ponderado e necessário, de modo a que o passo nunca fosse maior do que as pernas”, afirma o diretor. O crescimento da empresa foi tendo sempre por base os seus resultados sólidos, procurando sempre ter e manter os seus clientes satisfeitos, “até porque o sucesso dos clientes é o nosso sucesso”. A sua reputação ao longo de mais de uma década assenta essencialmente na relação qualidade/ preço dos seus serviços, mas também na proximidade que assegura a quem escolhe a Oficial® para gerir e administrar a sua propriedade horizontal. Com sede no centro da cidade de Matosinhos, a empresa opera em quase toda a zona geográfica do Grande Porto, tendo a seu cargo condomínios não só da cidade que o acolhe, mas também Porto, Valongo, Vila Nova de Gaia, Maia, Espinho, Leça da Palmeira e até Vila do Conde. marco peres Diretor

M

arco Peres é quem encabeça este projeto. Ciente de que este é um mercado altamente competitivo, que peca essencialmente pela falta de regulamentação, o diretor da Oficial®, em entrevista à Revista Negócios Portugal, afirmou que esta equipa está no mercado com base

Serviços ao dispor O leque de serviços disponibilizado pela Oficial® é vasto, não se restringindo à gestão e administração de condomínios. Nesta temática específica, o cliente pode contar com apoio administrativo, financeiro e jurídico. Noutras vertentes, um edifício ‘Oficial®’ terá à sua disposição serviços de manutenção que englobam

a manutenção de edifícios, equipamentos e até de centros comerciais, parques de estacionamento e uma assistência 24 horas para qualquer emergência. Neste pacote de ‘Assistência LAR 24horas’ a entidade gestora do condomínio indica quais as melhores empresas e que consigo trabalham para as diferentes especialidades a que possa necessitar de recorrer, como é o caso da construção civil, reparações elétricas, serralharia, pichelaria e bricolage. A empresa de Marco Peres estabelece parcerias dessa índole com entidades credenciadas, “que nos garantem uma melhor e maior qualidade de serviço, o que nos permite também adquirir maior competitividade no mercado, o que nos permite prestar um serviço de excelência ais nossos clientes”.

Regulamentação do setor Uma questão sensível e que na ótica de Marco Peres, como tanto outros seus colegas de atividade, tarda em chegar e é fulcral ao fim da concorrência desleal é a regulamentação do setor. “Como é que eu posso competir com alguém que faz da administração de condomínio uma espécie de biscate, pelo que não paga impostos, não passa faturas e, consequentemente cobra um valor mais baixo do que eu? Numa época de crise como aquela que o país atravessa, 90 por cento dos condóminos opta por esta administração de ‘vão de escada’, sem sequer pensar nas consequências gravosas que daí podem advir”. A regulamentação das administrações de condomínio tornaria esta e outras situações menos suscetíveis de acontecer, tornando o setor justo, credível e, acima de tudo, asseguraria a qualidade e o cumprimento da lei perante os condóminos, “e é neles que temos que pensar”, finaliza.

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“Preservamos o seu imóvel no presente para que valorize no futuro” primiungest A empresa Primiungest situada em Matosinhos, no Porto, dedica-se à gestão de ativos e imobiliários, em que se insere a gestão de condomínios - edifícios habitacionais e escritórios; como a gestão do património de outras identidades em termos institucionais. apoio solicitado para o interior das habitações é uma realidade crescente, considerando quer o pouco tempo disponível para quem tem uma atividade profissional, quer para o cliente sénior que está em casa”, afirma Nuno Vasconcelos. A empresa em termos geográficos, desenvolve a sua ação a nível nacional. As parcerias locais são fundamentais, permitindo que em situações de urgência disponibilizam sempre o devido apoio.

Regulamentação da atividade

nuno vasconcelos e luís duarte azevedo Sócios-Gerentes

U

ma coligação entre Nuno Vasconcelos e Luís Duarte Azevedo, antigos colegas que partilharam uma longa experiência profissional e um know-how acumulado na mesma área, obtidas num dos maiores grupos empresariais nacionais, resultou na criação da Primiungest há cerca de dois anos, e que pretende oferecer ao cliente um serviço diferenciador na gestão de ativos imobiliários. Nuno Vasconcelos, um dos fundadores da empresa, revela que “a atividade de gestão de condomínios disponibiliza no mercado ofertas de qualidade. Tendo como prioridade a preservação dos ativos, o cumprimento das normas legais e o tratamento administrativo e financeiro de cada condomínio como se de uma empresa se tratasse, a Primiungest desenvolve a sua acção com base nestes três princípios”. A política de desenvolvimento comercial perspetivada para a sociedade é efetuada de forma consolidada,

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selecionando os edifícios nos quais a relação comercial possa constituir uma mais-valia para ambas as partes. São ainda inúmeros os edifícios em que a administração do condomínio está ao encargo de um morador. A falta de conhecimentos dos formalismos a cumprir conduz invariavelmente a situações bastantes complicadas. Perante estas dificuldades é por norma solicitada uma empresa de gestão de condomínios para ‘resolver’ os problemas. Neste sentido, a Primiungest presta também apoio a administrações ‘internas’, colocando à disposição os meios e informações necessárias ter em conta, a fim de salvaguardar e evitar problemas, de foro legal e outras, no futuro. Defendem ainda que as propostas de orçamento para gestão de condomínios devem, na sua essência, versar sobre o valor e tipo de acções propostas para a gestão do imóvel. Atualmente, os condóminos são pessoas bem informadas, exigentes, com cada vez mais consciência da importância do património, entendendo este edifício como um todo. “Acreditamos que é fundamental a existência de um elo de comunicação permanente, e disponibilidade não só para os assuntos que às zonas comuns concerne. O

A regulamentação da gestão e administração de condomínios tem sido alvo de grandes lutas e debates. No decorrer do ano de 2014 é esperado que esta situação seja resolvida, como apelam os profissionais da área. “É imperioso a regulamentação desta atividade, pois só assim se contribuirá de modo inequívoco para a sua dignificação. A criação e adoção de um código deontológico que imponha regras aos profissionais é seguramente uma mais-valia quer para os próprios quer para os clientes”. Para os sócios Nuno Vasconcelos e Luís Duarte Azevedo, “a implementação de um código deontológico está sem dúvida em falta, pois existem regras que merecem ser respeitadas mediante os seus pares”. Afirmam ainda “que quem mais sofre por estas falhas são os edifícios e os condomínios, e a comprovar isso mesmo são as inúmeras empresas que vão desaparecendo do mercado. Uma associação e um código deontológico, em que delineassem bem toda a atividade envolvente era fundamental, de modo a salvaguardar toda a atividade e os seus profissionais, com o intuito de que desta forma estes não possam exercer atividades paralelas, o que nos parecia fundamental e muito vantajoso”. Complementarmente a legislação e regulamentação do setor, que de acordo com as últimas informações, ocorrerá no ano em curso, vais seguramente dinamizar e implementar melhorias a todos os níveis, concretizandose deste modo um objetivo desejado há muito, refere Nuno Vasconcelos.


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“É urgente a regulamentação do setor”

condiloulé

Vasco Oliveira é o rosto da Condiloulé. Com 141 condomínios na sua alçada, o administrador diz ser urgente a mudança, começando pela regulamentação e “o civismo entre condóminos”. comuns, caracterizando-se pela: Transparência: No tratamento das operações e na movimentação bancária Rigor: Na contratação e coordenação de todos os serviços prestados. Rapidez: Na tomada de mediadas e racionalização dos meios do condomínio. Simpatia: Um atendimento eficaz aos condóminos. Orgulhamo-nos em ter como carta de recomendação os nossos atuais clientes, bem como os nossos fornecedores de serviços. Este tem sido o nosso veículo publicitário, sinal inequívoco da qualidade e rigor dos serviços prestados pela Condiloulé.

vasco oliveira Administrador

Começo esta entrevista por lhe pedir que nos conte a história adjacente à criação da Condiloulé e como tem sido o seu crescimento? Trabalhava no departamento técnico, numa empresa nacional de grande nome no mundo dos automóveis e numa conversa com um amigo nasceu a administração de condomínios, tendo começado há 16 anos em nome individual. Em 2009 foi constituído a empresa Condiloulé, administrando condomínios nos concelhos de Loulé, Faro, Olhão e S. Brás de Alportel. Quem procura a Condiloulé encontrará um serviço que se rege por que valores e missão? A Condiloulé atua na área da administração e gestão de condomínios. O nosso objetivo é oferecer um conjunto de serviços de alta qualidade ao melhor preço, através de um serviço profissional e eficiente, sob o lema ’Servimos Qualidade, Minimizamos Problemas, sendo a Condiloulé uma empresa para minimizar os problemas que os condóminos tem na administração dos espaços

Quais são hoje os desafios que esta empresa enfrenta estando ela inserida no setor da Administração e Gestão de Condomínios? A administração das partes comuns dos edifícios em propriedade horizontal não é tarefa fácil e grande parte dos desafios relaciona-se com o aumento da agressividade e insatisfação dos condóminos. De uma maneira geral, enfrentam dificuldades financeiras e que temem pelas casas, constatando que muitas vezes não conseguem honrar os compromissos assumidos. Por outro lado, não é fácil construir uma equipa forte estável como a Condiloulé já tem para fazer face às dificuldades. O que é necessário mudar? É necessário mudar muito, começando pelo civismo entre condóminos, civismo com os administradores, os condóminos liquidarem as quotas aprovadas em assembleia, deixando de pensar que é o administrador que deverá pôr o seu dinheiro para liquidar a eletricidade o seguro etc. e que o administrador é só das partes comuns, não sendo um polícia, pois acham por pagar uma quota de para fazer face às despesas, que administrador tem a obrigação de fazer tudo. Uma realidade que continua a imperar são os administradores amadores. Qual a sua opinião sobre esta questão? Estas tendem a criar alguma

renitência às empresas administradoras de condomínios? Trazem mais prejuízos ao setor? As administrações amadoras, tal como o nome indica não são profissionais e até pode ser aceitável, quando realizadas pelos proprietários, mas tudo deverá ser feito com rigor. Seguramente, com a regulamentação, os condomínios e as empresas ditas amadoras que estão no mercado para administrar mas não cobram os valores da administração, mas sim nas várias reparações que os edifícios exigem vão deixar de o poder fazer. Sabemos que hoje qualquer pessoa pode ser administrador. Assim, muitas vezes ouvimos histórias de desfalques nas contas dos condomínios, ou encerramento de empresas de gestão de condomínio de um dia para o outro. Desta forma, a falta de profissionalismo deverá ser combatida com a imposição legal de licenciamento da atividade. O setor aguarda a aprovação da legislação para regular a sua atividade. Quais as suas expectativas? É essencial a regulamentação porque, dessa forma, teremos todos regras iguais no mercado e serão dadas mais garantias ao consumidor/condomínio que as empresas que se encontram no mercado cumprem as mesmas regras, elevando o grau de profissionalismo e qualidade nos serviços prestados. Por outro lado, considero que as novas regras de penhora das contas bancárias, bem como a dispensa de despacho liminar nas execuções que têm por base as atas das assembleias de condóminos, vieram agilizar os processos de cobrança dos débitos dos condóminos. Mas é urgente a regulação da atividade da administração de condomínios. Que projetos futuros ou expetativas gostavam de ver concretizadas? A Condiloulé tem como projeto aumentar a carteira de condomínios e a expansão a nível distrital, e gostava que as cobranças tornassem mais fáceis de efetuar, porque o tempo de espera é muito e os prestadores de serviço não querem saber do atraso.

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Quando o empenho e a transparência são as palavras-chave Adiver condomínios Há mais de 20 anos no mercado da administração e gestão de condomínios, Paula Marques e Carlos Figueiredo são os rostos da Adiver. Esta empresa da Póvoa de Varzim, que alarga a sua área de trabalho até Vila do Conde, prima essencialmente pela confiança e segurança que transmite aos condóminos dos edifícios que administra. Qual o segredo do sucesso? Persistência, diligencia e seriedade, acima de tudo.

paula marques e carlos figueiredo Fundadores

P

aula Marques e Carlos Figueiredo criaram a Adiver há 22 anos, com a convicção de desenvolver um novo conceito de atuação na atividade da administração e gestão de condomínios. À época, após um estudo de mercado, apresentaram e defenderam um projeto no Instituto de Emprego e Formação Profissional, cuja concretização permitiu adquirir experiencia, solidez e responsabilidade no âmbito desta atividade.

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Este projeto que, no início, arrancou com cerca de uma dezena de condomínios foi crescendo progressivamente, tendo hoje a seu cargo perto de uma centena de edifícios, mantendo-se alguns dos quais desde o início da atividade da empresa. Questionada sobre o método e forma de trabalho, a nossa interlocutora responde prontamente: “persistência e dedicação”. Tomemos como exemplo as assembleias gerais de condomínios, que em 22 anos de atividade,

Paula Marques e Carlos Figueiredo, estiveram sempre presentes em todas elas, de modo a informar e esclarecer, na primeira pessoa, os assuntos e questões colocados. Carlos Figueiredo acrescenta que o resultado dessa atitude reverte na angariação de novos clientes. “Grande parte de quem recorre à Adiver fá-lo porque alguém nos recomendou, face à satisfação do nosso trabalho, do qual nos congratulamos”. Quanto ao papel da administração, referem que são inúmeros os condóminos que ainda confundem as funções do administrador. Muitas vezes confrontada com queixas que exigem a resolução de problemas que não se enquadram no âmbito da ação da administração, Paula Marques relata alguma complexidade em esclarecer esses condóminos. Continua, esclarecendo, que compete à administração tornar possível a execução das deliberações tomadas pelos condóminos em assembleia, ao contrário do entendimento de muitos que veem a administração como a decisora de tudo ao que ao condomínio diz respeito. Assim, o papel da administração passa, não só por cobrar as quotas, tarefa cada vez mais difícil, mas gerir tudo o que diz respeito ao condomínio, desde elaboração de orçamentos de receitas e despesas, os seguros obrigatórios aos edifícios, assegurar a execução do regulamento e das disposições legais e administrativas do condomínio, prestar contas aos condóminos bem como convocar as assembleias e redigir as atas das mesmas. Face à conjetura atual, Carlos Figueiredo faz também relevância, ao facto da administração do condomínio ter um papel de “ouvinte”. “Muitos aproveitam para desabafar, face às suas dificuldades no cumprimento das suas obrigações como condóminos”, finaliza.


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“Humanizar os prédios” Real condomínio Há 20 anos no mercado da administração e gestão de condomínios, a Real Condomínio presta serviços nos concelhos de Almada, Lisboa, Seixal e Sesimbra. A administrar atualmente cerca de 200 condomínios, esta empresa tenta diferenciar-se da concorrência atuando de forma a “humanizar os prédios”.

Madalena pessanha Sócia-Gerente

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expressão pode, à partida, não ser de fácil entendimento mas esta forma de atuação que tem sido a chave do sucesso da Real Condomínio não esconde segredos. “Tentamos humanizar os prédios e, na prática, isto significa que a forma como atuamos em cada um se diferencia de acordo com as pessoas que o habitam”. Quem o diz é Ana Paula Costa, o braço direito de Madalena Pessanha, sócia gerente da empresa. Com um gosto peculiar pelo seu trabalho, Ana Costa fala com paixão e reforça sempre a ideia “que os condomínios e os condóminos não podem ser vistos apenas como números”, que “num prédio onde habitam sobretudo idosos as pessoas que fazem quer a limpeza, quer a manutenção têm de ter um comportamento diferenciado relativamente a um outro prédio onde habitam maioritariamente jovens”. É este um dos fatores que diferencia esta empresa de administração e gestão de condomínio, mas não

é o único. Madalena Pessanha explica que “a Real Condomínio procura sempre resolver com celeridade os problemas que chegam e os clientes sabem que esses problemas não caem no esquecimento”. Criada em 1994, a Real Condomínio, refere a sócia gerente, “nasceu com a perceção de que havia uma grande carência de empresas vocacionadas para a administração e gestão, consequência do desenvolvimento do mercado imobiliário”. 20 anos passaram desde o seu aparecimento e, embora muitas coisas tenham mudado neste setor, outras parecem ter permanecido paradas no tempo. A Real Condomínio é hoje administradora de cerca de 200 condomínios, o que equivale a mais 2.500 frações e, para além do serviço de administração, coordena ainda os serviços de limpeza, manutenção, apoio jurídico e contencioso aos seus clientes. A equipa conta já com nove colaboradores, repartidos pelo setor administrativo e setor de limpeza, estando este último a cargo do outro sócio da empresa,

Luís Pessanha. Mas se, por um lado, existem empresas que trabalham, tal como a Real Condomínios, de uma forma profissional e séria, a realidade é que o “setor da administração de gestão de condomínios é ainda olhado com desconfiança”. A regulamentação que é inexistente permitiu que se criassem muitos “administradores de ‘vão de escada’” mas este não é o único motivo. O maior, diz Madalena Pessanha, está relacionado com um problema cultural. “As pessoas acham que só têm que cuidar da porta para dentro e que o condomínio não faz parte do seu património. Às vezes, não percebem que quando compram uma fração num prédio estão a comprar também um espaço comum que precisa de manutenção, de reparações, de limpeza, que tem gastos de água e luz”. Com a conjuntura de crise que afeta atualmente o país, um dos problemas do setor agravou-se, criando mais um desafio às empresas de administração e gestão de condomínios. Tal como muitas empresas, a Real Condomínio, diz Madalena Pessanha “viu aumentar muito significativamente o número de devedores”. Este é um problema que poderia ser resolvido se “a justiça fosse mais célere, porque os processos arrastam-se muitas vezes durante cinco anos, período no qual a empresa de administração e gestão de condomínio não pode fazer nada”. Além disso, acrescenta ainda a sócia gerente, “durante o processo, os solicitadores vão conseguindo reaver parte do valor, mas este não é entregue de imediato às empresas, já que só quando é reavido o valor total é que tal acontece e, muitas vezes, esse valor nunca chega a ser reavido pois as pessoas estão num ponto tão crítico que já não possuem nenhuns bens”. Apesar das enormes dificuldades que estas e outras questões criam no setor, a Real Condomínio promete continuar a ser um exemplo de uma empresa de administração e gestão de condomínios séria, empenhada em zelar pelo património do seu cliente, próxima e célere na resolução de todos problemas.

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Dedicação no ramo imobiliário Leixõesdomus A LeixõesDOMUS é uma empresa de administração e gestão de condomínios, fundada em 2011, por F. Fernandes da Eira que tem uma vasta experiência no setor, salientando a sua colaboração no “Guia do Imobiliário” do Semanário Expresso e a gerência de uma outra empresa administradora de condomínios de que foi fundador, em 1999.

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ontrariamente a algumas empresas do mesmo ramo de atividade, a LeixõesDOMUS dedicase, em exclusividade, à administração e gestão de condomínios, estando cientes que o vasto leque de serviços relacionados com a manutenção, com a limpeza e com as pequenas reparações estão definidas desde a sua raiz. “É uma questão de disponibilidade porque não há tempo para a dedicação à administração dos condomínios e ainda ter a preocupação de controlar o pessoal da limpeza e do jardineiro, por exemplo, pelo que se contrata pessoas de fora”. F. Fernandes da Eira tem conhecimento que outras empresas do setor dispõem desses serviços, até ao ponto de algumas empresas de limpeza, enquanto tais, administrarem condomínios. No âmbito da regulamentação da atividade do setor, “muitos ficarão desiludidos porque, em obediência às normas europeias, o exercício de uma qualquer atividade é livre, sendo apenas obrigatório o registo no InCI, que regulará a atividade”. Deveria definir-se bem o que se pretende, desde logo, um programa de contabilidade, à semelhança do existente para as sociedades comerciais e para a função pública, para que as contas fossem todas elas apresentadas uniformizadas, cumprindo-se

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rigorosamente as disposições legais, nomeadamente as atinentes com a divisão das despesas de um condomínio. E, finalmente, criar a consciencialização da proteção do património quer na sua conservação, quer na segurança de pessoas e bens. “No meu entender, as Câmaras deveriam vistoriar periodicamente todo o edifício e não apenas os elevadores, porquanto a segurança dos residentes não se reduz ao transporte vertical. Muitas vezes, ao fim de uns anos, o sistema de combate a incêndios está inoperacional, pelo que urge verificar se o prédio tem a segurança prevista aquando da emissão da respetiva licença”. A única solução seria a criação de um departamento de fiscalização aos imóveis, no seu todo, porque “as pessoas só se lembram que existe um condomínio e que são elas quem verdadeiramente o administram quando têm problemas nas suas frações … até aí não querem saber”. Se as Câmaras cumprissem o RGEU, muitos dos prédios não apresentariam o atual estado de degradação, o que leva a custos desnecessários porque as obras não foram feitas em tempo oportuno. “Quando alguém compra um carro, sabe o plano de manutenção para a sua conservação, mas quando compram uma casa, já não têm a mesma preocupação”. É fulcral que as pessoas comecem a olhar para as suas habitações como um património a conservar, tal como o fazem com os seus carros, e não se lembrem delas apenas quando necessitam de uma grande intervenção,

na sua ótica. Infelizmente, ainda existe muito a ideia de recorrer às empresas de administração de condomínios apenas quando existem situações conflituosas entre os vizinhos ou quando é necessário obras de envergadura, para usufruírem da experiência dos profissionais do setor. É preciso desmitificar que as empresas de administração de condomínios apenas querem gastar o dinheiro dos condóminos, porque é aos condóminos, em assembleia, que compete definir o que querem, já que são membros de pleno direito do principal órgão de administração de um condomínio: a Assembleia-Geral. Há administradores que se comportam como “donos e senhores” do condomínio quando, apenas, devem cumprir, para além das deliberações da Assembleia-Geral, o estatuído da Lei. A longo prazo, os custos com os honorários das empresas administradoras dos condomínios são uma vantagem, já que conseguem baixar os custos por terem um maior poder negocial com os prestadores dos serviços. F. Fernandes da Eira verifica que, muitos dos clientes que procuram os serviços da LeixõesDOMUS, o fazem para a resolução de problemas que se arrastavam há muito. Em pouco tempo já houve obras de recuperação em cinco edifícios, e outros sete estão em preparação para entrarem em obras logo que as condições climatéricas o permitam.


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A qualidade de um condomínio também depende da excelência do seu administrador castelogest A Castelogest nasceu há 17 anos, com o objetivo de prestação de serviços de nas áreas financeira, contabilidade, fiscal e assessoria administrativa. Contudo, a empresa especializou-se na área de administração e gestão de condomínios, movida por princípios de introdução do fator de moralização e profissionalização neste campo. Manuel Gonçalves explicou à nossa revista a razão do sucesso desta empresa da Madeira que conta com mais de 60 condomínios, ultrapassando as 2.600 frações.

tendo na fidelidade dos seus clientes a principal razão do seu sucesso.

e custos adicionais. A morosidade da justiça, em alguns casos, também não ajuda.

manuel gonçalves Administrador

Que serviços disponibilizam aos vossos condomínios? Estamos vocacionados para a administração de condomínios, com sólida experiência conquistada neste 17 anos de história. Administramos com zelo, competência e honestidade os imóveis que nos são confiados, procurando reduzir ao mínimo as preocupações dos condóminos. Dispomos de profissionais qualificados para assegurar o equilíbrio financeiro necessário à gestão quotidiana, bem como a manutenção em bom estado de conservação, limpeza e jardinagem os edifícios sob a nossa administração, por forma a valorizar o património dos nossos clientes.

Quais os principais valores pelos quais se rege a Castelogest? A Castelogest rege-se por princípios de ética comercial, transparência, rigor orçamental e informação periódica da situação das contas dos condomínios. Os seus responsáveis constataram que havia empresas que enganavam os seus clientes e não eram claras nas contas que apresentavam. E era preciso alterar esta situação. Assim, temos como principais pilares a excelência, transparência e qualidade dos serviços prestados. Tem sentido uma evolução extraordinariamente positiva,

Quais as principais dificuldades que o setor atravessa? O setor atravessa várias dificuldades. A primeira assenta no facto de a atividade não estar regulamentada. E isso permite que qualquer um se possa considerar apto para administrar condomínios. Os prejudicados são os condóminos. No aspeto de administração de condomínios, atualmente, há mais dificuldades na cobrança das quotas. Evidentemente que as dificuldades económicas e financeiras que o país atravessa têm um reflexo importante neste sector. A cobrança das quotas torna-se mais difícil. Isto acarreta sobrecarga de trabalho

Uma realidade que continua a imperar são as administrações amadoras. Qual a sua opinião sobre esta questão? Estas tendem a criar alguma renitência às empresas administradoras dos condomínios? Trazem mais prejuízos ao setor? A gestão de um condomínio assume-se como algo que à primeira vista pode parecer simples, mas ao analisarmos todas as dinâmicas e vertentes existentes compreendemos que as dificuldades são muitas, sendo portanto mais razoável e racional entregar a quem sabe e a quem faz da gestão de condomínios o seu dia a dia. Exige formação técnica, pessoal e profissional. O tempo do amadorismo está ultrapassado. Tendo como desiderato supremo, a defesa do interesse dos seus clientes, os condóminos, a Castelogest procura transmitir valores assentes em pilares de estabilidade, credibilidade e prestígio junto dos fornecedores e aos prestadores de serviços dos seus condomínios. Assumimo-nos como solução, pois é uma empresa com know how adquirido e reconhecido, coadjuvando a isso uma enorme capacidade de liderança, transmitindo esses valores aos seus clientes. Temos quadros altamente qualificados, na área de gestão e jurídica, gozamos de estabilidade financeira própria e possuimos uma equipa de manutenção competente e disponível.

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Para lá da gestão de condomínios Imoadeuropa Jorge Pascoalinho, solicitador e consultor jurídico da empresa ImoAdeuropa Lda., gestora de condomínios em Portimão, tem acompanhado ao longo dos últimos 30 anos os problemas inerentes à gestão do setor. À Revista Negócios Portugal revelou os mesmos e também o que é necessário mudar.

Jorge pascoalinho Solicitador e Consultor Jurídico

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zona sul do país, nomeadamente o Algarve em particular, apresenta características muito peculiares, dada a sazonalidade de que se reveste a ocupação da grande maioria dos apartamentos ali edificados. Por serem, sobretudo, residências para férias, o acompanhamento e interesse da maioria dos seus proprietários é relegado para segundo plano, criando grandes dificuldades de tesouraria aos administradores. Os atrasos reiterados na contribuição das quotas-partes inerentes ao cumprimento dos pagamentos das quotizações, prejudicam fortemente a gestão dos prédios e, bem assim, as funções das empresas de administração dos condomínios. É certo que a cobrança coerciva, por via da execução das dívidas, sentiram alguma melhoria na celeridade processual, na sequência do reforço dos poderes de intervenção, por parte dos Agentes de Execução, com a alteração introduzida ao Código do Processo Civil a partir de setembro último. Todavia, a acumulação dos montantes em dívida atingiu milhões de euros, o que contribui para o degradar contínuo do edificado e das condições de habitabilidade e funcionalidade de grande parte dos edifícios, bem

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como da crescente dificuldade de exercício funcional das empresas do ramo que, desamparadas pelo não recebimento dos seus honorários, se vêm a braços com a sua normal sobrevivência. Este estado de coisas leva ao aparecimento de empresas oportunistas, sem qualificação nem pessoal certificado para o exercício das funções. Uma empresa profissionalizada competente e eficaz, tem que ter nos seus quadros, pessoal altamente qualificado nas mais diversas valências, de modo a cumprir com qualidade os objectivos inerentes à actividade. Assim, a concorrência desleal, baseada numa política de preços baixos, sem qualquer avaliação, face às obrigatórias funções a desempenhar, é aquela a que os proprietários atentam numa primeira escolha pouco cuidada e que leva muitas vezes os condóminos a serem espoliados de verbas, por parte de pessoas menos escrupulosas. Não só se prejudica a actividade, como se dá uma imagem negativa do sector em geral, de forma injusta, pelo que a regulamentação do sector é algo que todos aqueles que diariamente se esforçam pela competência desejam. A ImoAdeuropa é apenas uma entre algumas daquelas que poderemos considerar melhor apetrechadas para defender a dita qualificação que se pretende estender a todo o sector, através da formação contínua dos elementos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo,

quer técnico. A inclusão no quadro de colaboradores de um ou mais juristas é, obviamente, uma garantia qualitativa para os seus clientes. O conhecimento e rigor da aplicação das normas tipificadas, bem como a transferência e clareza de métodos e a normalização dos programas contabilísticos a nível geral, facilitam a leitura e acompanhamento por parte dos condóminos que vêem, deste modo, garantida, a aplicação dos seus recursos, numa época difícil que o país, em geral, atravessa. É com essa certeza e com a firme convicção, que só unidos e em sintonia, todos beneficiarão de uma melhor aplicação da dita regulamentação em falta, que se poderá acreditar numa mudança de mentalidades, quanto ao encarar desta problemática sobre condomínios por parte dos portugueses. A ImoAdeuropa, orgulha-se de cumprir e incluir-se nesta temática e reconhece o esforço que tem vindo a ser produzido pela carolice de alguns elementos que têm acreditado nestas premissas, através da APEGAC, instando o Governo e as entidades competentes à implementação definitiva da Regulamentação do Sector.

Jorge Pascoalinho não segue o novo acordo ortográfico


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“Por si, tudo fazemos” Belcondomínios Localizada em Vila Nova de Gaia, a Belcondomínios, especializada na administração e gestão de condomínios, é formada por uma equipa dinâmica, com capacidade para abranger a gestão de condomínios residenciais, escritórios, zonas comerciais, assim como todo o tipo de património imobiliário, em todas as suas vertentes.

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rivilegiando uma estreita relação com os seus clientes, a sua área de actuação centra-se na cidade de Gaia, de modo a poderem responder a todos os pedidos de forma célere e eficaz. Américo Santos é o rosto mais presente desta casa. À Revista Negócios Portugal conta que a regulamentação do sector, “prometida desde o Governo de Pedro Santana Lopes é cada vez mais necessária. Qualquer dia existem mais administradores do que prédios para administrar”. Este técnico oficial de contas revela que um dos principais problemas que se nota hoje em dia é que grande parte dos que se dizem administradores de condomínio não tem capacidade nem conhecimento para executarem tal tarefa da forma mais correcta e como a lei exige. “Vejamos o exemplo do fundo de

reserva. Esse fundo é obrigatório por lei, não é um capricho das administrações. Há quem não o faça, apenas para que possa argumentar que cobra menos de taxa de condomínio. Obviamente que numa época de crise como aquela que vivemos, grande parte dos condóminos opta pela opção mais económica. Mas sem esse fundo, quando há algum problema sério que implica grandes investimentos, há que suportar o custo na totalidade e, hoje em dia, as famílias não conseguem fazer esse esforço financeiro”, explica Américo Santos. A questão da definição do papel do administrador é outro dos pontos que a regulamentação deverá esclarecer. “Há que perceber que existem questões nas quais não podemos intervir. Se há um problema entre vizinhos, não cabe à administração resolver, mas sim servir de mediador entre as partes”.

Há mais de uma década no mercado e com cerca de 40 condomínio sob a sua alçada, Américo Santos diz que a sua experiência mostra ser “mais fácil gerir um condomínio onde vivem pessoas de uma classe média/ baixa que de uma classe média/alta”, finaliza.

Rua Manuel Moreira da Costa Júnior, n.º 571 Valadares * 4405-571 Vila Nova de Gaia Telf: 220 991 949 * Fax: 220 932 541 Telm: 917 586 797 (adm) / 913 489 110 (avarias) Email: geral@belcondominio.pt

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“O trabalho do administrador não é apenas receber dos condóminos e pagar despesas” admcondomínios Transparência e disponibilidade são os valores por que se pauta a admcondomínios®, uma empresa de gestão de condomínios que desde 2009 opera na área do Grande Porto. Em entrevista à Revista Negócios Portugal, Paulo Almeida, gestor e dono da empresa, revela as dificuldades e desafios que o setor enfrenta enquanto aguarda a aprovação de legislação específica. “Tem de existir uma lei que regule a atividade que, neste momento, pode ser executada por qualquer pessoa com ou sem conhecimentos”. sob o risco de dar má imagem para o setor. Uma das propostas que me agrada é a de que as empresas passem a ter um seguro de responsabilidade civil. Neste momento, nenhuma companhia de seguros o faz porque não está regulado. É importante haver uma segurança para os proprietários que passam a poder acionar o seguro de responsabilidade civil, caso a empresa provoque algum dano relacionado com a sua gestão. Outra vantagem para a atividade é que este projeto de lei prevê que a administração de condomínios só possa ser feita por quem tem formação nesta área. E, nessa matéria, nós somos uma empresa que já tem formação específica na administração de condomínios. Uma administração amadora pode trazer mais prejuízos que benefícios? Exatamente. Muitas vezes, a gestão amadora tem uma única preocupação: reduzir o custo. Mas quando se tenta, por exemplo, reduzir o custo com uma reparação e colocar um remendo, mais tarde acaba por dar origem a um gasto superior. Para evitar esses imprevistos propomos aos condomínios a manutenção preventiva.

paulo almeida e carla costa Gestores

Que dificuldades o setor enfrenta? Falta uma legislação que regule a atividade. A lei do condomínio que existe é bastante antiga, feita a pensar no administrador residente e não nas empresas de condomínios. Os condomínios são cada vez mais complexos e com dimensões superiores, o administrador tem mais responsabilidades, por exemplo, ao nível da segurança contra incêndios e da verificação dos seguros dos condóminos. O trabalho do administrador não é simplesmente receber dos condóminos e pagar despesas, este tem de ter conhecimentos técnicos ao nível do funcionamento do edifício: sistemas de bombagem de água, de ventilação, climatização, de

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segurança, de rede, entre outros. Existem, atualmente, nos edifícios uma série de aspetos técnicos que, embora não se espere do administrador a feitura da reparação, espera-se que conheça o funcionamento desses equipamentos. O setor aguarda a aprovação de legislação para regular a sua atividade. Quais as expectativas? Tanto para as empresas de condomínios como para os proprietários é importante que a lei seja aprovada. Tem de existir uma lei que regule a atividade que, neste momento, pode ser executada por qualquer pessoa, com ou sem conhecimentos. Isso não pode acontecer,

Por norma, as empresas de condomínios são chamadas já em situações de urgência... Acontece muito lembrarem-se dos condomínios quando o prédio já está a cair ou quando os condóminos não pagam as mensalidades. As administrações amadoras não cumprem um princípio básico que está no Regime Geral das Habitações Urbanas (RGHU) de prover a manutenção preventiva dos edifícios a cada oito anos. E todos nós sabemos que ninguém o faz. Basta olharmos ao redor da cidade do Porto e ver como estão os edifícios. Ora, esta manutenção preventiva é essencial, mas persiste na maioria das pessoas que, no caso de acontecer qualquer coisa, a companhia de seguros aciona o pagamento das reparações e isto nem sempre acontece. Por isso, era importante que as pessoas tivessem consciência que ao ir atuando desta forma preventiva conseguem resolver muitas situações com custos inferiores. Outro aspeto a salientar é a importância da constituição de um fundo comum de reserva - que na maior parte dos condomínios não existe - destinado a cumprir o RGHU no que toca à junção de verba para a realização de obras de maior monta.


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Por que não é feito este fundo comum de reserva? O problema tem origem logo aquando da contratação da empresa de condomínio. Os condóminos, regra geral, desconhecem como proceder a esta seleção. Pedem propostas às empresas com a única preocupação de poupar nos condomínios e escolhem quem apresenta o menor montante. Mas, muitas vezes, o orçamento proposto é insuficiente para suportar todas as despesas no edifício. Resultado: o exercício administrativo no final do ano apresenta uma receita inferior à despesa, termina com dívidas a fornecedores e não vai ser possível constituir o tal fundo de reserva. Por isso, quando as pessoas estão a analisar um orçamento devem ver se estão contempladas todas as despesas do edifício e se aquele valor será suficiente. Que critérios devem presidir à escolha de uma empresa de gestão de condomínios? Os condóminos devem evitar precipitar-se na obtenção de orçamentos. Devem fazer uma consulta de mercado e perceber que serviços as empresas têm para oferecer e quais os honorários que cobram. É importante escolher uma empresa que atue na área próxima do prédio. Até porque, quanto maior for a proximidade, mais rápida poderá ser a resposta dada pela empresa a qualquer problema. Depois, hoje em dia, as empresas

disponibilizam outros serviços para além do relativo à administração. Que outros aspetos distinguem a admcondomínios® das concorrentes? No caso da admcondomínios® prestamos serviços na área da manutenção, limpeza, serviços de apoio ao lar (eletricista, picheleiro, construtor civil, baby sitter, engomadoria). Todos estes serviços estão descriminados no nosso site em www.admcondominios.net. Outra coisa é ainda os condóminos contratarem uma empresa de condomínios que tem uma assistência de 24 horas, ter um técnico disponível para se dirigir ao edifício em caso de alguma avaria, outra coisa é uma empresa que não tem esse tipo de serviços. Nós temos. Quando nascemos em 2009, marcamos a diferença entre as empresas de condomínios. Notamos que havia muitas reclamações de condóminos que contactavam as empresas e estas nunca estavam disponíveis, Notamos também problemas também ao nível da apresentação das contas, e por isso, optamos por nos diferenciar pela disponibilidade. Estamos disponíveis 24 horas. Sempre que acontece uma situação urgente, vamos ao edifício acompanhar e resolver a situação. Pautamo-nos também pela transparência.

Como? Disponibilizando aos nossos condóminos o acesso, através de uma ferramenta acessível no nosso site, à situação financeira do condomínio. Qualquer condómino pode entrar na nossa plataforma e sempre que quiser retira o balanço do condomínio, acessa à sua conta corrente, aos extratos bancários, cronograma de quotas, enfim, toda a informação. Ou seja: há transparência. E isto também deve ser um critério que deve influenciar a escolha da empresa de condomínios. O condomínio é obrigatório mesmo nos prédios onde todos os apartamentos estão arrendados? Sempre que existe um edifício que seja uma propriedade horizontal tem de existir um condomínio inscrito no Registo Nacional de Pessoas Coletivas: que o equipara a uma entidade coletiva e lhe atribui um número de contribuinte. Mesmo que os apartamentos estejam arrendados, têm sempre um proprietário a quem pertence a fração. O edifício tem despesas e os proprietários são sempre responsáveis pelas despesas de manutenção e conservação do edifício.

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Uma gestão de condomínios que mora na Internet Softinmotion O Flexdomus é um software para gestão de condomínios, acessível em qualquer local via internet e sem custos de hardware ou manutenção. A Revista Negócios Portugal foi conhecer a tecnologia por detrás desta marca alojada nos melhores datacenter mundiais. Com utilizadores ilimitados e com acesso para os condóminos, este software poderá ser usado por todos, devido à sua facilidade de utilização.

manuel costa Diretor-Geral

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orria o ano de 2006, quando foi criada a Softinmotion, empresa que atua nas áreas de desenvolvimento de software à medida e consultoria informática. No final de 2011, a Softinmotion é contactada por uma das maiores empresas nacionais de gestão de condomínios. “Essa empresa precisava de um software feito à medida, então nós desenvolvemos um pacote vendível tanto a essa, como a outras empresas. É daí que nasce a ideia do Flexdomus, que arrancou em junho de 2012”, recorda Manuel Costa, diretor-geral da empresa. Sendo uma pequena empresa, mas com uma equipa

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com mais de 20 anos de experiência na área das tecnologias, o Flexdomus adquiriu o know-how necessário para se tornar num produto especificamente direcionado ao mercado da gestão de condomínios. A marca diferencia-se por apresentar um produto baseado na internet e tem como público-alvo as empresas de condomínio e os condomínios com gestão própria. A acessibilidade a partir de qualquer local e em qualquer dispositivo, a ausência de limite de utilizadores e o acesso simplificado tornam o Flexdomus num já reconhecido parceiro de confiança. Para os utilizadores, não há qualquer custo de hardware

ou manutenção. “Nós não colocamos limites, quer no número de condóminos que acedem ao sistema, quer no número de utilizadores que a empresa tem. A nossa unidade de faturação é a fração”, explica o diretor. Cada fração tem um custo de médio de 0,10 euros e está disponível uma demonstração online e gratuita, para quem queira experimentar. Os condóminos podem também eles ter acesso ao Flexdomus. O acesso e a gestão são dados por cada empresa ou administrador do condomínio. O Flexdomus permite a gestão completa do condomínio, em todas as suas vertentes: frações, fornecedores,


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contabilidade, contratos de manutenção, obras, seguros, visitas, entre outras funcionalidades.

Na vanguarda tecnológica Em tom altivo, Manuel Costa costuma até dizer que a sua empresa anda “dez anos à frente de Portugal”. “Estamos sempre com a última tecnologia que existe na área da internet e tentamos que o nosso software seja sempre amigável para o utilizador”, observa o empresário. O software do Flexdomus foi desenvolvido para a Cloud – um alojamento na internet que é flexível, redundante (isto é, se houver um problema num servidor, ele arranca imediatamente noutro ponto do mundo) e que cresce em servidores conforme o número de utilizadores que tem, permitindo sempre uma rapidez no seu acesso. Do ponto de vista da segurança, é tão seguro quanto um acesso bancário online.

Moldagem e flexibilidade O respeito pelo cliente, está, na visão de Manuel Costa, acima de qualquer valor fundamental na empresa. O

software, conforme nos explica o diretor, “nem sempre é desenvolvido à medida de um determinado cliente, pois todas as pessoas têm necessidades diferentes. O que nós notamos na maior parte do software existente no mercado é que, por vezes, é difícil molda-lo às necessidades de cada empresa. No Flexdomus o princípio é diferente, uma vez que são aceites propostas de todos os clientes, e, se elas forem úteis para a maioria dos clientes, nós desenvolvemos essa funcionalidade imediatamente”. O facto de ser baseado na internet permite a disponibilização de novas versões muito rapidamente, ao contrário dos sistemas antigos. Desta forma, também a equipa de trabalho do Flexdomus se procura moldar e flexibilizar às exigências do mercado.

Entrega à tecnologia O software representou desde cedo uma verdadeira paixão na vida deste empresário. “Desde pequenino, quando tive o meu primeiro computador e comecei a jogar, fui utilizando o computador para aprender a

programar. A pouco e pouco fui desenvolvendo mais software profissional, até entrar para a universidade, onde aprofundei o meu conhecimento. Continuo diariamente a aprender tecnologias novas, pois é a única forma de me manter atualizado num mundo em constante mudança”, conta Manuel Costa. A Softinmotion, sempre que lança um projeto novo, usa a mais recente tecnologia para que esteja sempre na vanguarda da tecnologia. O diretor deixa ainda claro que, nesta área da gestão de condomínios, a maioria das pessoas “tem muito receio de experimentar as novas tecnologias, sobretudo na internet”. Manuel Costa deixa, por isso, um apelo ao público em geral para que experimentem, deixando de lado o receio inicial. Para o futuro da Flexdomus, estuda-se uma potencial internacionalização, que, numa fase inicial, se direciona aos PALOP’s e, possivelmente, ao Brasil, onde existe um potencial mercado. Aumentar a capacidade da gestão analítica e a inclusão de novos módulos, mantendo sempre os preços competitivos, está também nas metas alcançáveis e já pré-delineadas para o Flexdomus.

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Dia Mundial da Saúde SMALL BITE:

BIG THREAT

Find out how to protect yourself www.who.int/world-health-day/en

O Dia Mundial da Saúde é celebrado a 7 de abril. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948, aquando da organização da primeira assembleia da OMS. Desde 1950, no dia 7 de abril é celebrado o Dia Mundial da Saúde. Cada ano, a organização escolhe um tema central para ser debatido no Dia Mundial da Saúde e que representa uma prioridade na agenda internacional da OMS. O Dia Mundial da Saúde é uma oportunidade única de alertar a sociedade civil para temas-chave na área da saúde que afetam a humanidade e desenvolver atividades com vista à promoção e bem estar das populações, assim como promover hábitos de vida saudáveis. Este ano, o dia é dedicado às doenças transmitidas por vetores. A campanha está centrada nestes pequenos organismo, como mosquitos, insetos, carraças e caracóies que podem transmitir doenças de pessoa para pessoa e de local para local. Podem colocar a saúde em risco no trabalho e quando viajamos. Esta escolha da Organização Mundial de Saúde é justificada por mais de metade da população mundial estar em risco de contrair doenças transmitidas por vetores, como são exemplo a malária e a dengue. Esta última, sofreu um enorme crescimento nas últimas décadas, aumentando a sua incidência cerca de 30 vezes.

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Generis®

genéricos de referência

A GENERIS® tem o compromisso de disponibilizar o maior portefólio de genéricos em Portugal. A GENERIS® possui 2 unidades fabris em Portugal promovendo as exportações ao assegurar 30% dos 13 milhões de embalagens produzidas por ano para 40 empresas das quais 20 multinacionais. Com 220 colaboradores, que são merecedores da sua confiança, a GENERIS® promove diariamente a garantia da qualidade. Fruto do forte investimento e de uma política de inovação contínua, a GENERIS® tem como objectivo o lançamento do 1º medicamento genérico de cada substância, promovendo a investigação própria no seu laboratório de desenvolvimento galénico. Com um equilíbrio na política de preços disponibilizamos soluções terapêuticas de elevada qualidade a um custo acessível.

www.generis.pt Sede Headquarters Rua João de Deus, 19 2700-487 Amadora, Portugal


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O dia Mundial da Saúde Direção geral de saúde Cristina Abreu Santos é a coordenadora da Unidade de Apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências em Saúde Pública e em entrevista à Revista Negócios Portugal explicou a temática sob a qual recaiu a escolha da Organização Mundial de Saúde para assinalar o Dia Mundial da Saúde 2014. Além disso, faz ainda conta de como anda a saúde dos portugueses.

Cristina abreu santos Coordenadora da UESP

Nesta edição damos destaque ao Dia Mundial da Saúde. Este ano, a Organização Mundial de Saúde lança a campanha “Proteja-se contra as doenças transmitidas por vetores – pequena picada, grande ameaça”. Porquê esta escolha? Esta preocupação da OMS é justificada pelo facto de mais de metade da população mundial estar em risco de contrair doenças transmitidas por vetores, tais como a malária ou a dengue. Apesar destas doenças ocorrerem habitualmente em áreas tropicais e subtropicais (ou em locais em que o acesso à água potável ou o saneamento básico possam constituir um problema), nos últimos anos tem-se assistido à sua disseminação para outras áreas geográficas. Esta propagação pode ser facilitada por vários fatores, nomeadamente o aumento das viagens e comércio internacional, a introdução de novas

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práticas agrícolas, a evolução sócio demográfica da população e sobretudo as alterações climáticas, em particular as questões ligadas ao aquecimento global. Como exemplo, salienta-se o enorme crescimento que a dengue sofreu nos últimos 50 anos, aumentando a sua incidência cerca de 30 vezes! Por outro lado, estas infeções podem ser graves, levando muitas vezes à morte. Veja-se, como exemplo, a malária que em 2010 causou cerca de 660.000 óbitos a nível mundial. Também a OMS, referindo-se à leishmaniose, reporta que o aparecimento de novos casos da doença é estimado em cerca de 1.3 milhões anuais, dos quais 20.000 a 30.000 resultam em óbito. A investigação sobre a prevenção e o tratamento destas doenças tem preocupado, por isso, governos e cientistas a nível mundial, com progressos assinaláveis nalgumas delas. É, por isso, fundamental esta chamada de atenção para o facto de que a prevenção destas doenças é possível, com medidas simples tais como proteção individual contra as picadas dos vetores e, para algumas doenças, com vacinação. Percebe-se o lema “medidas simples para se proteger a si e à sua família”, da OMS, ao contemplar a adoção do uso de repelentes ou roupas que cubram a maior parte do corpo, o uso de redes protetoras nas janelas e portas, a eliminação de possíveis criadouros de mosquitos, tais como recipientes com água, ou a administração de vacina, quando adequado e disponível (febre amarela, principalmente). A possibilidade de (re)introdução de algumas destas doenças no espaço europeu tem sido motivo de análise aprofundada e de sucessivas avaliações de risco, visando estabelecer estratégias integradas para controlo vetorial e implementar medidas de saúde pública adequadas. Recorda-se o recente surto de dengue que ocorreu em finais de 2012 na Ilha da Madeira, que obrigou a uma resposta integrada das autoridades de saúde daquela Região, com acompanhamento a nível nacional e internacional. Falamos de que insetos especificamente e de que consequências? Os vetores são, sobretudo, artrópodes que transmitem a infeção através de picada quando eles próprios são portadores de agentes patogénicos, como vírus e parasitas. Como se sabe, são as fêmeas dos artrópodes que se alimentam de sangue, enquanto os machos são em regra vegetarianos. Os mais comuns são os mosquitos (de várias espécies), mosca da areia (flebótomos) e carraças (ixodídeos). Apenas uma picada pode transmitir doenças tais como

malária, dengue, chikungunya, febre do Nilo Ocidental, leishmaniose, doença de Lyme, febre amarela, encefalite japonesa, entre outras. De forma global, os quadros clínicos no ser humano têm grandes variações, desde sintomas ligeiros até manifestações exuberantes, que podem levar à morte.

Acredita que estas iniciativas são verdadeiros alertas para os portugueses? Que outras missões e iniciativas tem a Direção-Geral da Saúde a decorrer neste momento? Estas iniciativas são muito importantes porque reavivam a necessidade de continuidade de trabalho nesta área. A monitorização destas doenças é uma preocupação habitual da Direção-Geral da Saúde (DGS), de outras Instituições do Ministério da Saúde (tais como o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge - INSA) ou de centros de investigação portugueses como o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT). A DGS, na sua função técnico-normativa, elabora e divulga sempre que necessário orientações técnicas ou recomendações para cidadãos e viajantes para países de risco para algumas destas doenças. Além disso, mantém um sistema de notificação de casos que permite monitorizar a evolução e tomar medidas adequadas em Portugal. A deteção precoce de casos de doença é também uma prioridade. Também o INSA coordena a Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), que tem como principal objetivo melhorar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes no país, a sua distribuição e abundância, contribuindo para o esclarecimento do seu papel como agentes de transmissão da doença e detetar atempadamente a introdução de espécies invasoras com importância em saúde pública. O IHMT dá grande importância à investigação, quer no que respeita aios vetores como no que se refere aos agentes vivos que provocam infeções. No seguimento do surto de febre de dengue que teve início em 3 de outubro de 2012 na Região Autónoma da Madeira, tornou-se clara a necessidade de garantir o aconselhamento especializado da população e dos profissionais de saúde, aprofundar a transmissão de conhecimentos científicos sobre esta matéria e estabelecer medidas de controlo e prevenção que permitam minimizar o impacto destas doenças na saúde pública. Foi por isso criada a Plataforma de Especialistas em Entomologia Médica e Saúde Pública, a “quem compete coordenar a promoção de


REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL SAÚDE atividades de investigação e formular propostas que visem a prevenção e controlo de doenças humanas de transmissão vetorial.” Em todo o país estão disponíveis “consultas do viajante” e centros de vacinação internacional destinados a informar os cidadãos sobre as medidas que devem ser tomadas em caso de viagens para zonas de risco e promover a sua vacinação. Saliento que o Dia Mundial da Saúde será também

comemorado em Portugal sob a égide do mesmo tema, no dia 7 de abril de 2014, no auditório do INFARMED.

descendente, tal como acontece, por exemplo, com a tuberculose.

Como está a saúde dos portugueses? Desde a introdução do Serviço Nacional de Saúde que a saúde dos portugueses tem evoluído de forma positiva. Os principais indicadores dão sinais de resiliência perante a crise económica e financeira, uma vez que a taxa de mortalidade infantil continua a sua trajetória

Por onde passa o futuro da DGS? A DGS foi criada em 1899 e tem sabido adaptar-se ao tempo. Esperemos que assim continue. Essa é a nossa missão.

SMALL BITE:

T A E R H T G BI

Find out how to protect yourself www.who.int/world-health-day/en

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Líder mundial em biotecnologia Amgen Em 2013, a Amgen celebrou 20 anos da sua presença em Portugal. Durante este período, a Amgen e a biotecnologia evoluíram conjuntamente e em simultâneo. Ramón Cosmasena afirma que é possível valorizar o contributo da Amgen em muitas diversas formas.

Comecemos esta entrevista pelo Dia Mundial de Saúde, que merece destaque na nossa edição de abril. Qual o contributo da AMGEN para a saúde dos portugueses ao longo destes últimos 20 anos? Em 2013, a Amgen celebrou 20 anos da sua presença em Portugal. Durante este período, a Amgen e a biotecnologia evoluíram conjuntamente e em simultâneo. Acho que podemos valorizar o contributo da Amgen em muitas diversas formas. Introduzimos no mercado nacional oito medicamentos inovadores que vieram eficientemente colmatar “unmet needs” clínicas, nomeadamente em áreas tão diversas como a oncologia, nefrologia e hematologia. Do mesmo modo estamos numa posição privilegiada para continuar com este contributo para os nossos doentes e esperamos poder disponibilizar mais cinco ou seis novas moléculas inovadoras nos próximos 4 ou 5 anos. Mas não só contribuímos a trazer medicamentos inovadores para os doentes portugueses, contribuímos também para o desenvolvimento do I+D+I em Portugal. A inovação está nos genes da Amgen. Desde a sua origem na Califórnia por investigadores da Universidade de Califórnia, o foco da Amgen é a inovação, desde o descobrimento de novos targets terapêuticos, novas moléculas que possam atuar especificamente com aqueles, assim como a produção e fabrico dos fármacos. A Amgen é uma companhia que investe perto do 20 por cento da sua faturação em I+D. Em Portugal, apesar da crise económico-financeira que vivemos, foi possível manter e duplicar o investimento em ensaios clínicos durante a última década. O melhor contributo da Amgen nestes últimos 20 anos são os mais de 200 mil doentes portugueses que se beneficiaram dos nossos medicamentos. Este é o objetivo final do trabalho de cada uma das pessoas que colaboram com a Amgen. Esta foi a nossa motivação durante todos este anos. Em Portugal o vosso enfoque dá-se às áreas de oncologia e insuficiência renal crónica, contando com uma importante equipa de profissionais

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microorganismos, culturas de tecidos, células vivas ou enzimas celulares. São fármacos com uma estrutura com elevado peso molecular, muitocomplexas e instáveis, com vias muito específicas de degradação e ativação, muito diferentes dos fármacos de síntese química. Adicionalmente, estas características tornam estes fármacos impossíveis de serem copiados genuinamente quando são utilizadas linhas celulares provenientes de diferentes fabricantes. Daqui a diferença absoluta entre medicamentos biológicos entre si e entre estes e os seus biossilimares.

ramón cosmasena Diretor Geral

qualificados. Que balanço faz do trabalho desenvolvido? Um trabalho espetacular, uma companhia é o que as suas pessoas são, acreditam e fazem com ela. O sucesso da Amgen é o sucesso dos seus profissionais. Por muito bons produtos que tínhamos, por muito boa estratégia, são as pessoas que fazem a diferença. Sintome muito orgulhoso de poder ter partilhado estes quase quatro anos com esta grandíssima equipa portuguesa. Já trabalhei em muitos países de Europa e não só e tenho a certeza que em qualidade e profissionalismo os portugueses não ficam atrás de ninguém, mas ainda mais, em paixão e compromisso são e somos líderes. Isto é o que me dá mais confiança no futuro da Amgen Portugal. Pedia-lhe que nos esclarecesse os nossos leitores sobre o que são medicamentos obtidos por biotecnologia. São medicamentos obtidos através do uso de

Qual a sua valorização para quem os utiliza? Os medicamentos biotecnológicos imitam sustâncias que o nosso corpo tem (eg. anticorpo monoclonais) e que vão ao encontro de mecanismos específicos de nosso organismo. Deste modo, se forem estudados cientificamente os mecanismos genéticos associados à resposta a estes medicamentos, podemos identificar sub-populações de doentes em que essa resposta terapêutica (alvos terapêuticos) pode ser obtida com maior eficiência e menores efeitos secundários. Tal traz melhoria substancial do tratamento dos doentes, com maior efetividade, menos risco e criando as bases para a sustentabilidade do SNS através do aumento da eficiência e racionalidade da utilização de medicamentos. Que projetos e campanhas estão pensados para Portugal? Estamos desde há meses a trabalhar diretamente com as autoridades e as sociedades médicas para conseguirmos lançar novas moléculas Portugal. Para isso é importante caracterizar muito bem a nossa população de doentes, mostrar o benefício clínico para estese e económico para toda a sociedade e SNS. Este tem que ser um trabalho em parceira não só da indústria (Amgen neste caso), mas também dos clínicos, investigadores, sociedades médicas, hospitais, universidades e as autoridades de saúde e Governo português.



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As terapias inovadoras medtronic Luís Lopes Pereira, diretor geral da Medtronic, a propósito do Dia Mundial da Saúde, falou à Revista Negócios Portugal sobre o contributo à saúde dos portugueses daquela que é a empresa líder mundial em tecnologia médica, oferecendo soluções que aliviam a dor, restabelecem a saúde e prolongam a vida a milhões de pessoas em todo o mundo.

LUÍS LOPES PEREIRA Diretor Geral

Em abril celebra-se o Dia Mundial da Saúde. Qual o contributo da Medtronic para a saúde dos portugueses? A Medtronic é líder mundial em tecnologia médica e tem como missão aliviar a dor, restabelecer a saúde e prolongar a vida de doentes crónicos. Redigida há mais de meio século, a missão da Medtronic continua a ser o objetivo inspirador dos mais de 40 mil colaboradores em todo o mundo. Esta missão orienta o trabalho diário de todos os colaboradores e recorda-nos que o nosso compromisso e empenho ajudam a mudar a forma como a doença crónica é percepcionada por milhões de pessoas. Este é o grande contributo da Medtronic em Portugal e

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em todo o mundo: oferecer soluções inovadoras que melhorem a qualidade de vida dos doentes crónicos e, nalguns casos mesmo, disponibilizar terapias que salvam vidas. Só no ano passado, mais de 9 milhões de pessoas em todo o mundo beneficiaram das terapias da Medtronic; o que faz com que a cada 3 segundos, uma vida seja melhorada por uma solução ou terapia da Medtronic. A dor é um dos sintomas mais associados à doença e é este o enfoque da Medtronic. A dor pode assumir uma condição crónica para a qual temos uma solução que se aplica a doentes com condicionalismos específicos da terapia. Em geral o

nosso enfoque são as doenças crónicas. Um dos vossos propósitos é alterar a forma como é encarada a doença crónica. Como está a correr este projeto? Na Medtronic, estamos a mudar a forma como a doença crónica é encarada através da parceria com médicos de diversos pontos do mundo e do desenvolvimento de soluções que ajudam os doentes a realizar atividades que julgavam ser impossíveis de executar. A tecnologia médica, particularmente os dispositivos médicos, pode ser indispensável para melhorar a qualidade de vida dos doentes e para tratar as doenças crónicas. Neste sentido, na Medtronic apostamos na informação junto


Ajuda a melhorar vidas

A cada 3 segundos, a Medtronic ajuda a melhorar uma vida em todo o Mundo. Através das nossas soluções inovadoras cumprimos todos os dias a nossa Missão: aliviar a dor, restabelecer a saúde e prolongar a vida.

UC201401976 PT ©2014 Medtronic, Inc. All Rights Reserved.

Para mais informação, por favor visite: www.medtronic.pt

Innovating for life.


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dos médicos referenciadores, nomeadamente dos médicos de família e medicina interna, para que se ultrapassem algumas barreiras sobre o conhecimento da eficácia e da eficiência das tecnologias médicas e dos dispositivos médicos. Falemos agora de inovação, que poderá ser um sinónimo de Medtronic… A indústria da tecnologia médica é o setor mais inovador do Mundo: a cada 50 minutos é criada uma nova patente de um dispositivo médico. Melhorar o diagnóstico e tratamentos, e garantir maiores benefícios na saúde são desafios difíceis de cumprir e ao mesmo tempo muito aliciantes, aos quais as empresas em todo o mundo procuram responder diariamente. A I&D é a base de sustentação da Medtronic e creio que o facto de termos dois terços dos nossos produtos com uma vida (life cycle) inferior a dois anos é indicador dessa interdependência entre investigação e crescimento. A inovação é um fator convergente na Medtronic que une (continua)

áreas de negócio, pessoas, métodos, planos, procedimentos, investimentos, comportamentos e atitudes. A miniaturização dos produtos e as técnicas minimamente invasivas são duas das apostas da Medtronic, que demonstram a importância da investigação e inovação na área da tecnologia médica. Em todas as áreas de negócios estamos empenhados em desenvolver produtos cada vez mais pequenos que revolucionem a forma como os dispositivos são implantados, com o objetivo de melhorar os resultados alcançados, reduzir custos aos sistemas de saúde e tornar as cirurgias cada vez menos invasivas. Exemplo do cariz inovador da empresa, recentemente a Medtronic anunciou o primeiro implante em humanos do pacemaker mais pequeno do mundo, um dispositivo com um décimo do tamanho de um pacemaker convencional e, em termos de tamanho, comparável a uma cápsula grande. Esta revolução no tratamento das arritmias cardíacas está neste momento em fase de investigação em todo o mundo.

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A sociedade é também uma das vossas principais preocupações, pelo que têm vários programas de apoio à comunidade. Como é este lado da responsabilidade social? Na Medtronic apostamos na implementação de campanhas de sensibilização, educação e formação para diferentes doenças. Desenvolvemos iniciativas que possam contribuir para o conhecimento mais alargado dos doentes, sobre as suas condições de saúde e que possam dotar os profissionais médicos e técnicos de ferramentas que lhes permitam diagnosticar e tratar com maior precisão cada paciente. Na Medtronic, valorizamos esta relação de confiança e os esforços dos nossos parceiros para a construção de uma cultura de responsabilidade. Por isso, todas as campanhas que apoiamos contam com o endorsement de sociedades médicas e de importantes líderes de opinião na área da saúde para que toda a informação veiculada ajude no verdadeiro esclarecimento da população. A título de exemplo, apoiamos a campanha ‘Aorta é Vida’ que é promovida por sociedades médicas e que tem como objetivos sensibilizar a população para os aneurismas da aorta abdominal, divulgando os principais factores de risco sobre esta doença grave e silenciosa. Apoiamos também a campanha ‘Olhe pelas Suas Costas’ que pretende ensinar as pessoas a prevenir as dores e tratar as principais doenças da coluna. Que outros projetos gostaria de destacar da Medtronic? Gostaria de destacar dois programas desenvolvidos e implementados pela Medtronic. O primeiro é o programa Medtronic Eureka, um portal europeu para inovação na área da tecnologia médica, desenvolvido para ajudar os médicos e inventores de tecnologia médica a ‘dar vida’ às suas ideias inovadoras. O programa Medtronic Eureka (www.MedtronicEUreka. com) foi desenvolvido para proporcionar um processo único e eficaz de submissão de ideias, de forma a criar parcerias fortes entre a Medtronic e inventores europeus para que conceitos de novos produtos sejam lançados no mercado e melhorem a vida dos pacientes a nível

global. O programa responde, assim, à necessidade dos médicos terem um processo simples e claro, que permita que o potencial das suas ideias seja avaliado por profissionais. Em Portugal, este projeto foi divulgado e incentivado junto dos clientes da Medtronic, universidades de engenharia e profissionais de saúde. Outro programa que gostaria de destacar é o Medtronic Global Heroes, uma iniciativa que reconhece pessoas que vivem com uma condição crónica de saúde, mas que não deixam de ser uma inspiração para todos. A Medtronic apoia a participação de 25 atletas portadores de dispositivos médicos de qualquer parte do mundo na Maratona Twin Cities, em Minneapolis, nos EUA. No ano passado, pela primeira vez, Portugal esteve representado pela atleta Ana Luísa Vaz, diabética e portadora de uma bomba de insulina. Por onde passa o futuro da empresa em Portugal? A Medtronic lidera a maior parte dos mercados onde apresenta soluções terapêuticas. Numa altura em que impera a crise económica e financeira, achamos que existe uma necessidade mútua de consolidar parcerias e partilhar riscos de forma a mantermos um bom nível de qualidade de saúde através de ganhos de eficiência. Estamos dispostos a assumir esse compromisso com as instituições de saúde em Portugal para ajustar os custos aos recursos disponíveis. Dessa forma, estamos a apresentar soluções integradas aos hospitais que, além de incluírem produtos e serviços, constituem soluções que ajudam o próprio hospital a gerir os seus recursos de uma forma mais eficiente, mantendo a atualização de conhecimentos dos profissionais de saúde e o desenvolvimento das suas aptidões, garantindo que o equipamento hospitalar continue actualizado e acompanhe o desenvolvimento tecnológico, ajudando os hospitais a conhecer melhor a sua estrutura de custos, introduzindo novos conceitos de gestão, de engenharia de processos e de qualidade e, além de tudo, permitindo que mais doentes possam beneficiar das nossas terapias e da inovação em geral.



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O cuidado da visão Ophtec A Ophtec BV, foi fundada em 1983 em Groningen, na Holanda, e é uma empresa de capitais privados que desenvolve e fabrica dispositivos médicos para oftalmologia, nomeadamente lentes intra-oculares e outros dispositivos para as áeras de catarata refrativa

sandra bayan General Manager

Nesta nossa edição damos destaque ao Dia Mundial da Saúde e, todos sabemos, que a saúde começa na prevenção da mesma. Os portugueses fazem prevenção no que diz respeito à sua saúde ocular? Sendo a visão considerada como um dos mais importantes sentidos, julgo que há por parte da população em geral, uma preocupação acrescida com a sua saúde ocular. No entanto, é sabido que a ida ao oftalmologista não é feita de forma regular e preventiva, principalmente pelos grupos de risco, mas sim quando algo de errado se passa com os olhos. Consideram-se grupos de risco, as pessoas com história

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clínica e familiar de diabetes, hipertensão arterial e degenerescência macular. Estes grupos devem manter uma vigilância mais regular dos seus olhos, para que seja possível detetar qualquer alteração atempadamente, que permita uma intervenção rápida no sentido de travar a evolução da doença. A Direção Geral de Saúde (Ministério da Saúde) disponibiliza no seu site informação relativa às patologias mais correntes, bem como explicações breves e acessíveis de como prevenir e atuar em caso de deteção de anomalias nos olhos e/ou alteração da visão. Existem diversas entidades públicas e privadas, que promovem a realização de rastreios visuais, sendo estas excelentes iniciativas de sensibilização da população

para a saúde dos seus olhos. Também a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia tem um importante papel na sensibilização da população, e recentemente publicou, na pessoa do seu presidente, Paulo Torres, os dez mandamentos que se devem conhecer para uma melhor saúde ocular. No essencial, são dez conselhos simples que permitirão manter uma visão mais saudável. Estes passam, essencialmente, por manter uma alimentação saudável e a realização de exercício físico, que para além do bem estar geral do organismo, contribuem para a diminuição da incidência de diabetes e hipertensão arterial. Recomenda-se o uso de óculos de sol com protecção


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UV durante todo o ano, pois previne patologias graves como a catarata e a degenerescência macular. O repouso ocular é fundamental, essencialmente para tarefas realizadas ao perto, principalmente as que estão relacionadas com o uso de tecnologia (computadores, consolas de jogos e outros gadgets). A proteção ocular em determinadas profissões e desportos pode reduzir em mais de 90 por cento o risco de lesões oculares. Cuidados acrescidos devem ser tomados em relação às crianças, pois a deteção precoce de problemas visuais deve começar a partir dos 2 anos de idade. A idade escolar é outro dos momentos que requer a atenção dos pais, pois também aqui se podem detetar alterações que necessitem da intervenção de um oftalmologista (miopia, hipermetropia e astigmatismo). Que campanhas tem a OPHTEC a decorrer neste âmbito? A Ophtec está neste momento a desenvolver uma campanha publicitária a nível mundial que tem por objetivo principal informar o público acerca da existência de uma alternativa ao uso de óculos e lentes de contacto – as lentes intra-oculares (implantáveis para miopia, hipermetropia e astigmatismo) – As Artilens™ – O foco da campanha não é a empresa/marca Ophtec nem os seus produtos, mas sim permitir o acesso a uma informação detalhada acerca de alternativas credíveis

e fiáveis para os utilizadores de óculos e lentes de contacto. A campanha dirige-se a um target situado entre os 20 e os 49 anos de idade. Serão disponibilizadas brochuras em vários idiomas, e foi desenvolvido um website específico www.artilens. nl, onde é disponibilizada informação simples e com exemplos práticos e objetivos do dia a dia para pessoas com problemas refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo). Através do website, os utilizadores podem ver esclarecidas grande parte das suas dúvidas num FAQ para lentes implantáveis. Acredita que iniciativas como o Dia Mundial da Saúde são o alerta necessário para a população ficar ciente da importância que deve dar à sua saúde? São naturalmente ações muitíssimo importantes. Qualquer tipo de iniciativa que permita alertar e sensibilizar a população para um estilo de vida mais saudável, é válida. Todas as campanhas, quer a nível nacional, promovidas por entidades públicas e meios de comunicação quer a nível local, por iniciativa de entidades privadas, são meritórias. A intervenção de figuras públicas nalgumas destas ações, permite captar maior atenção por parte da

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população, quer pelo facto da linguagem ser mais acessível quer também pela identificação do cidadão comum com situações semelhantes, no caso da partilha, por parte destas figuras, de problemas graves de saúde que conseguiram ultrapassar. De um modo geral, a população está mais consciente de que a manutenção de um estilo de vida saudável, onde uma alimentação equilibrada e a realização de atividade física, traz maiores benefícios. E no que diz respeito à investigação, que novos produtos tem a OPHTEC em estudo? A Ophtec tem em mãos diversos projetos, três dos quais em fase de finalização, que permitirão apresentar novos produtos nos próximos dois anos. Prevê-se já para o próximo ano a ampliação do portfolio das duas principais famílias de produtos da empresa, Artilens™ e Precizon™, o que nos permitirá ter uma oferta mais alargada para os segmentos de cirurgia refrativa e de catarata. Encontram-se também já em fase de estudo, outros produtos que seguem a linha de inovação sempre presente em qualquer projeto por nós desenvolvido. Isto significa que nos próximos anos, teremos sempre algo de inovador a oferecer aos profissionais de saúde da área, que lhes permitirá disponibilizar melhores soluções para os seus pacientes.

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“Há que haver consciência de que genérico é sinónimo de qualidade” Generis O principal objetivo da Generis é disponibilizar à classe médica e aos seus doentes o maior portefólio de medicamentos genéricos em Portugal. Ao longo dos anos têm constituído um portefólio de referência, com garantia terapêutica e que respeitam o período de proteção da patente dos respetivos medicamentos de referência. Uma indústria de produção portuguesa começa a investir na exportação.

paulo lilaia CEO

P

aulo Lilaia, CEO da Generis, revela que 2013 foi um ano difícil para a indústria farmacêutica, pois voltaram a perder valor de vendas, no ambulatório e no hospitalar. “Para os medicamentos genéricos, fazendo um balanço global, concluímos que também não foi um ano fácil, mas no final de ano os preços atingiram alguma estabilização”, diz o nosso interlocutor. Desde o ano 2008, que os preços desceram quase 70 por cento, originando uma forte queda, não deixando margem para as empresas de genéricos tivessem possibilidade de continuar a descer os preços. “Para nós, enquanto empresa, apesar dos preços estarem muito baixos, a estabilização dos preços já nos deu alguma previsibilidade de atividade”, acrescenta Ainda fazendo o balanço anual da Generis, no que

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respeita ao volume do mercado de genéricos, Paulo Lilaia afirma que este continuou a crescer, mas muito menos do que é considerado o seu potencial, inclusive muito menos do que eram as metas definidas pelo governo. Assim sendo, na sua ótica, o que está acontecer é que o mercado de genéricos está a crescer pouco em unidade, levando assim ao afastamento das previsões do governo e do da troika. “Relativamente aos medicamentos genéricos considero que existiram aspetos positivos e aspetos negativos. Os aspetos positivos debateram-se com a liderança do mercado de genéricos em Portugal, o que para nós enquanto empresa local a concorrer com as maiores empresas do mundo, é gratificante e muito positivo. Neste momento, somos também os segundos fornecedores do Sistema Nacional de Saúde. No que

corresponde ao ambulatório mantivemos a liderança e crescemos um pouco em unidade e em valor, na parte hospitalar crescemos alguma coisa em unidades, mas não crescemos em valor, justificado pela prática de preços tão baixos, acompanhado da questão do pagamento tardio por parte do Estado, sendo esse considerado um aspeto negativo. Por último, um aspeto positivo para a empresa, prendeu-se com o aumento das exportações, em que a Generis continuou a reforçar a sua presença em África e no Médio Oriente. Por fim, apontamos os aspetos negativos, a questão à pouco referida que se prende com a área hospitalar, em que são vendidas muitas unidades para o Estado a um preço muito baixo, e acabamos por receber muito tarde. A Generis tem de pagar aos seus fornecedores ou adiantado ou a 30 dias, e depois as vezes do Estado


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recebemos a 350 dias, o que acaba por nos criar um sério problema, e em alguns dos casos com margens tão baixas ou até mesmo negativas, acabamos por ter de retirar alguns produtos do mercado hospitalar”.

Novos mercados A Generis já procedia a vendas em África, nomeadamente Angola, Moçambique e Cabo Verde. Mas o leque de países têm-se alargado e atualmente estão também com uma parceria na África Francófona a partir da Costa do Marfim. No Médio Oriente estão a fazer alguma comercialização de produtos, que pretendem reforçar. Para uma empresa como a Generis que sendo grande num país pequeno como Portugal, ter a capacidade de se expandir internacionalmente é um acontecimento complicado, que Paulo Lilaia tem contornado e dado frutos. “Consideramos que não é saudável para uma empresa estar tão dependente do mercado nacional, sendo fundamental existirem outras saídas”. A ideia principal da empresa passa por reforçar a sua presença em Portugal, mas em simultâneo tentar avançar para o exterior, pois consideramos que a exportação tem imenso potencial.

Novos produtos “Tivemos a introdução de vários produtos. Retiramos alguns porque eram inviáveis de os comercializar, mas depois no geral a tendência é de crescimento de portfólio quer da vertente hospitalar, quer da área de ambulatório”, refere o nosso interlocutor. Em 2013 foram lançados entre 15 a 20 novos produtos. “Foi um ano de lançarmos muitos produtos novos”. O que às vezes significa bastante em unidades, em volume, mas depois acabam por significar pouco em valor, explica Paulo Lilaia. “É preciso lançar muitos produtos novos para ter um impacto razoável na empresa”. Questionado sobre se a nível da cota que o Estado pretendia obter com os genéricos tem a haver também as moléculas disponíveis para os medicamentos genéricos, Paulo Lilaia afirma positivamente que “num mercado potencial de genéricos, se todos os medicamentos fossem genéricos, onde é possível que

sejam, a cota de mercado de genéricos no mercado farmacêutico total em valor de 60 por cento”. Segundo o CEO da Generis, esta situação é mais evidente nos países mais desenvolvidos, sendo os países que mais aderem aos medicamentos genéricos. Neste momento, em Portugal, a cota de mercado está à volta de 30 por cento, “o que nos deixa uma grande margem de produção e de crescimento dos medicamentos genéricos”. Paulo Lilaia acrescenta que vai continuar a trabalhar, com o objetivo de crescimento. “Atualmente, medicamentos com um preço mais baixo e acessível existe. Agora se as pessoas optam os usar ou não, já é outra questão. Não é fácil consciencializar as pessoas de que os medicamentos genéricos são uma opção positiva”. Mas quem continua a travar esse aumento da utilização dos medicamentos genéricos em Portugal? A resposta não tarda. “Um variadíssimo conjunto de situações. As próprias pessoas, os próprios médicos, as farmácias, e até mesmo o próprio Estado, se calhar ainda não percecionaram todos das vantagens do medicamento genérico. Por outro lado também ainda não existe uma divulgação tão forte do medicamento, e os seus benefícios como era desejado. As coisas vão mudando, mas vão modificando a uma velocidade mais lenta do que nós consideramos que deviam mudar, como já mudaram nos países mais desenvolvidos”.

O Dia Mundial da Saúde e o contributo da Generis A Generis e os genéricos têm dado um contributo grande na saúde dos portugueses em dois sentidos, sendo que um é a poupança direta, por os medicamentos genéricos terem os preços mais baixos e com a garantia da mesma qualidade. E outro aspeto muito importante debate-se com o fato de metade dos medicamentos genéricos reduzir em muito o valor do mercado farmacêutico total. “Temos uma situação atual de mais equilíbrio do valor de medicamentos que importamos é bastante menor, e além disso o que exportamos é bastante maior”. Paulo Lilaia afirma ainda que cada vez importamos um valor menor de medicamentos, e cada vez exportamos um valor maior de medicamentos. A Generis contribui para que os medicamentos tenham um preço mais baixo,

possibilitando as pessoas medicamentos de qualidade por um custo mais acessível, e acredita que esse contributo é bem significativo. Melhor ainda é o facto de tudo isto ser feito por uma empresa considerada local. “Nós não comercializamos apenas medicamentos, mas sim produzimos medicamentos em duas fábricas: Venda Nova e em Loures. Fizemos grandes investimentos na área industrial para aumentarmos a nossa capacidade de produção em 50 por cento, portanto este é um caminho que tem de ser feito. Na nossa opinião contribuímos para a economia, através de emprego, e contribuímos para as pessoas que tomam os nossos medicamentos, tenham acesso a medicamentos de qualidade, através de um custo mais baixo”.

Para 2014 O principal objetivo da Generis para o ano actual é continuar a ser líder no mercado dos genéricos, em Portugal. Depois existem outros inúmeros projectos, nomeadamente aumentar significativamente a capacidade industrial e a sua produção, e desenvolver também claramente as exportações. “Pretendemos vender mais Portugal, queremos vender mais fora e desejamos produzir mais medicamentos para as Generis e para outras empresas”. Os medicamentos que são produzimos nas unidades industriais, neste momento chegam a mais de 30 países, começando assim a ter uma plataforma de clientes que fazem com que os medicamentos produzidos em Portugal, pela da Generis, sejam consumidos em diversos países. CAIXA DE TEXTO É fundamental que as pessoas em relação à Generis e aos seus genéricos estejam consciencializados de que os medicamentos são de qualidade, que os países mais desenvolvidos do mundo são os que mais utilizam este tipo de medicamentos. Optar por medicamentos genéricos é uma opção inteligente. Quando escolhem a Generis como a sua marca de medicamentos genéricos, estão ainda a escolher a indústria de Portugal, e desse modo é gerada mais economia e riqueza no país e ajudam à criação de mais emprego, o que é ótimo para a dinamização de Portugal e a sua economia.

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Um dia todas serão assim Grupo holon As Farmácias Holon nascem em 2007 com o objetivo de dar corpo a uma marca e a um novo conceito de ser farmácia. Este conceito preconiza uma farmácia mais organizada, mais pensada e mais centrada no serviço, no aconselhamento e no acompanhamento dos doentes e dos consumidores. Hoje, mais de 100 Farmácias Holon beneficiam de um projeto e modelo de gestão integrados; outras cerca de 50 farmácias assumem um registo do projeto mais simplificado em que usufruem de alguns dos serviços proporcionados às Farmácias Holon. Em entrevista à Revista Negócios Portugal, Ema Paulino, diretora de projetos e serviços, explica esta que é a assinatura da marca Farmácias Holon: “Um dia todas serão assim”.

ema paulino Diretora de projetos e serviços

De que forma é que se diferenciam as Farmácias Holon das restantes que estão presentes no mercado? Gostamos de nos comparar connosco próprios, ou seja, consideramos que neste modelo de organização é possível evoluir e alcançar o modelo de farmácia que preconizamos. Este é um modelo que disponibiliza à população um serviço integrado de saúde, congregando não só os medicamentos e produtos de saúde

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necessários para as patologias, mas também todos os serviços essenciais para garantir a efetividade e a segurança dessas mesmas terapêuticas ou tratamentos prescritos. Considero que temos evoluído de uma forma bastante favorável, uma vez que nos tem permitido aproximar cada vez mais deste modelo de farmácia. Neste momento, temos equipas farmacêuticas a desenvolver serviços relacionados com a revisão terapêutica, o acompanhamento farmacoterapêutico, a

participar em ações junto da comunidade sobre assuntos como a diabetes ou as doenças cardiovasculares. Trabalhamos, ainda, com outros profissionais de saúde, nomeadamente com nutricionistas, podologistas e enfermeiros, que nos permitem complementar a nossa intervenção farmacêutica com outras que fazem sentido no domínio da saúde. Todos estes profissionais organizam e participam numa séries de projetos, de que são exemplos os workshops de leitura de rótulos, sessões de cuidados de higiene no idoso, entre muitos outros. O trabalho tem sido realizado mediante a identificação dos serviços e projetos que fazem sentido do ponto de vista das necessidades da população e da saúde pública; simultaneamente, permite uma aproximação aos parceiros e profissionais de saúde que auxiliam na obtenção dessa finalidade. Esta organização em rede permite ter um conjunto de atividades e serviços que, individualmente, as farmácias teriam muita dificuldade em obter. De que forma é que as farmácias entram para o grupo? São elas que procuram o grupo Holon ou vocês também vão ao encontro delas? É um misto. Há farmácias que nos procuram proativamente porque conhecem outros proprietários


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de Farmácias Holon ou porque nos vão conhecendo através dos meios de comunicação social. Sendo intuito do projeto ter representatividade nacional, existem outras farmácias às quais apresentamos o conceito, por se encontrarem em zonas do país onde ainda não temos cobertura. Quem entra numa Farmácia Holon percebe que a forma como o espaço está concebido se diferencia bastante das farmácias comuns. Explique-nos de que forma foi pensado o espaço e que estratégia foi adotada. Na nossa opinião, na maioria das vezes, existe um excesso de comunicação nas farmácias. Isto é, a grande quantidade de comunicação disponibilizada e distribuída pela indústria farmacêutica acaba por retirar visibilidade ao profissional de saúde. Nas farmácias existem recursos humanos altamente qualificados para prestar aconselhamento e fazer o acompanhamento dos doentes, dos seus problemas de saúde e da sua terapêutica. Estas pessoas são o core da farmácia e é a elas que deve ser dado o destaque. Nas Farmácias Holon apresentamos um ambiente o mais limpo possível de ruído visual, de modo a valorizar a intervenção dos profissionais. Naturalmente que, de modo a garantir estes elevados níveis de profissionalismo e competência, é fundamental a aposta na formação. Por este motivo, existe um departamento de Recursos Humanos focado na elaboração de planos anuais de formações customizadas a todos os profissionais das Farmácias Holon. Após a formação, as equipas são avaliadas de modo a garantir o acompanhamento e a proatividade que pretendemos que sejam características

das Farmácias Holon. Uma outra área trabalhada ao nível dos recursos humanos passa pela adoção do conceito de atendimento sentado. Regra geral, nas farmácias o atendimento é feito ao balcão. Este atendimento é adequado quando não existe a necessidade de uma interação prolongada com o doente. No entanto, há situações em que o atendimento é mais complexo, podendo ser necessário fazer um conjunto de questões para perceber a efetividade da terapêutica e se os medicamentos estão a ser utilizados corretamente. Nas Farmácias Holon os clientes beneficiam de um local, na zona de público, que confere privacidade e conforto, permitindo a realização deste tipo de intervenções que, não carecendo de confidencialidade, envolvem maior duração. Além destes postos de atendimento sentado, as Farmácias Holon possuem também gabinetes de atendimento personalizado, onde é prestada a maioria dos serviços Holon, tais como a determinação dos parâmetros ou o acompanhamento farmacoterapêutico. Os próprios balcões de atendimento também apresentam uma dimensão inferior ao comum, de forma a criar uma maior aproximação e movimento dentro da própria farmácia. Atualmente, o consumidor, apesar de já ter níveis de informação elevados, procura constantemente saber mais e tomar as suas próprias decisões acerca dos seus processos e cuidados de saúde. Para isso, é necessário que o profissional de saúde tenha a capacidade não só de indicar, nos casos em que é necessário, um produto específico, mas também de transmitir as opções ao utente de forma a que ele as compreenda e possa tomar a sua própria decisão. Este tipo de aconselhamento

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é o profissional das Farmácias Holon que brilha e que garante a correta utilização dos mesmos. No entanto, não é apenas nesse sentido que os produtos Holon surgiram. Em determinadas áreas, verificámos a inexistência de produtos para satisfazer as nossas necessidades, ou seja, sentíamos a falta de alguns produtos no mercado e que faziam sentido do ponto de vista dos serviços que prestamos, de que é exemplo o serviço de nutrição. Assim, e dada a inexistência de respostas satisfatórias no mercado, foi criado um conjunto de produtos que satisfaz não só às necessidades dos nossos serviços, mas também as dos nossos utentes, ao mesmo tempo que funciona como elemento de divulgação da marca Farmácias Holon.

exige uma maior proximidade e uma capacidade de comunicação distinta, que deve refletir-se no próprio ambiente da farmácia. Esta estratégia está presente em toda a imagem da farmácia, inclusivamente nas montras, onde adotamos uma estratégia de comunicação que nos remete para o setor dos serviços e nos afasta do simples comércio de produtos. As Farmácias Holon têm também produtos de marca própria. Como é que surgem estes produtos?

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Num conceito de comunicação de uma marca, ter produtos próprios acaba por ser importante do ponto de vista do reconhecimento da marca pelo consumidor e pela exclusividade dos mesmos. As suas fórmulas são pensadas por nós, de forma a garantir a maior satisfação dos nossos utentes, que valorizam a qualidade e a segurança. Também costumamos dizer que um produto pode estar por todo o lado e o que faz a diferença é o serviço prestado pelo farmacêutico. Nesse sentido, um produto Holon só é bem vendido numa Farmácia Holon, onde, de acordo com os nossos fundamentos,

As farmácias Holon levam também a cabo várias ações. Que ações são estas? Neste momento está a ser desenvolvida uma ação em parceria com a Europacolon (Associação de Luta contra o Cancro do Intestino). O cancro do intestino é a segunda forma de cancro mais prevalente no nosso país e tem uma mortalidade associada de aproximadamente 50 por cento. Todos os dias morrem 11 pessoas com esta patologia e todos os anos surgem mais de 7 mil novos casos. Se for detetado inicialmente, as probabilidades de sobrevida aumentam consideravelmente, daí a importância do diagnóstico precoce. Neste sentido, esta ação consiste no rastreio de sangue oculto nas fezes. Em todas as Farmácias Holon, são distribuídos kits para a recolha de fezes a clientes que sejam identificados como tendo alguns fatores de risco. Estas pessoas deixarão, posteriormente, as suas amostras na farmácia e as mesmas serão sujeitas a análise. Os resultados são depois, enviados para o cliente. A importância deste rastreio prende-se com a necessidade do encaminhamento para o médico, caso os resultados sejam positivos, de forma a avaliar se serão necessários mais exames para determinar se se trata de um caso de cancro no intestino. Uma outra ação de elevado sucesso foi levada a cabo em novembro de 2013, desta feita em parceria com a Respira (Associação Portuguesa de Pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e outras Doenças Respiratórias Crónicas). Consistiu na realização de mais de 950 espirometrias, realizadas por cardiopneumologistas, em todas as Farmácias Holon. Estes testes permitiram detetar 182 casos de doentes que tiveram de ser encaminhados para o médico, visto padecerem de obstruções graves a nível respiratório. Há algum serviço que ainda não tenham adotado mas que faça parte do projeto futuro para as Farmácias Holon? Existem inúmeras possibilidades associadas àquilo que procuramos fazer: disponibilizar soluções de saúde


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integradas às pessoas com necessidades. Neste momento, penso que já oferecemos todos os serviços que consideramos core e que são os mais importantes do ponto de vista do doente crónico mais prevalente. Há determinados serviços que já temos adotado de uma forma pontual e que faz sentido que sejam também reforçados. Para o futuro, um dos nossos objetivos é aumentar a frequência com que nos associamos a profissionais de saúde para fazer rastreios. Sabemos que as farmácias, de uma forma geral, são os estabelecimentos de saúde mais acessíveis à população e contactamos quer com pessoas doentes, quer com pessoas que ainda não estão doentes ou que ainda não foram diagnosticadas. Assim sendo, as farmácias estão numa posição privilegiada quer para a prevenção quer para a deteção precoce de patologias. Vamos procurar potenciar os nossos serviços nessa matéria e ser mais proativos ao nível da prevenção secundária, que decorre das complicações em doentes já diagnosticados com algumas patologias.

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sinto muito, mas não contagiamos Associação Portuguesa de Psoríase Em entrevista. João Vaz Martins, eleito o novo presidente da Associação Portuguesa de Psoríase (PSO) para o biénio 2014/2015, fala dos projetos definidos pela direção para a promoção da qualidade de vida dos cerca de 250 mil portugueses afetados por esta doença.

O que é a Psoríase? A psoríase é uma doença crónica da pele, não contagiosa, que pode surgir em qualquer idade e que afeta 1 a 3 por cento da população. O seu aspeto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas. A origem da psoríase não está totalmente esclarecida, embora se saiba que é geneticamente determinada e envolva alterações no funcionamento do sistema imunitário, que provocam inflamação e aumento da velocidade de renovação das células da epiderme.

joão vaz martins Presidente

Assumiu recentemente a presidência da Associação Portuguesa de Psoríase. Quais são os objetivos traçados pela direção para o próximo biénio? A associação tem como principais objetivos: • Promover a melhoria da Qualidade de vida dos portadores de psoríase, no seu contexto pessoal, profissional e social; • Desenvolver esforços no sentido de reconhecer a psoríase como doença crónica, por parte do Serviço Nacional de Saúde; • Promover iniciativas de índole social e cultural com o propósito de estabelecer e sensibilizar a opinião pública acerca das características da doença; • Cooperar com as entidades técnicas de saúde, no desenvolvimento e na investigação da doença, disponibilizando informação aos técnicos de saúde, bem como aos doentes, e das reações aos vários tipos de tratamento; • Defender os direitos dos portadores da doença nas suas atividades profissionais e sociais; • Estabelecer protocolos com associações e outras

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entidades, com o intuito de partilhar experiências, informações e apoios no que diz respeito à forma de lidar com a doença. Uma das grandes premissas do trabalho da Associação Portuguesa de Psoríase prende-se com o reconhecimento por parte do Serviço Nacional de Saúde da psoríase como doença crónica. Importa aqui destacar que só em Portugal existem cerca 250 mil doentes que sofrem desta patologia. Este reconhecimento traria benefícios para os doentes ao nível da isenção do pagamento das taxas moderadoras. Atualmente, apenas estão isentos aqueles que têm um grau de incapacidade superior a 60 por cento. Por outro lado, ao contrário dos medicamentos, em que há três que são comparticipados, os tratamentos tópicos, como os cremes e champôs necessários no tratamento da doença, são considerados como produtos de cosmética, não sendo por isso comparticipados, sendo taxados com a taxa máxima de IVA. A associação pretende ver esta situação revista, uma vez que os tópicos são essenciais para os doentes desta patologia.

A associação está aberta à cooperação com as entidades técnicas de saúde, no desenvolvimento e na investigação da doença, disponibilizando informação aos técnicos de saúde, bem como aos doentes, de reações aos vários tipos de tratamento. Neste âmbito temos promovido alguns eventos de caráter informativo e esta aposta continuará a ser feita. Defendemos a necessidade de uma resposta eficaz por parte do Serviço Nacional de Saúde a todos aqueles que têm psoríase. Consideramos importante que dermatologistas e reumatologistas intervenham no tratamento duma forma conjunta, porque a psoríase deve ser tratada não só pelos problemas causados na pele, como também a partir do interior, uma vez que também afeta as articulações – é o caso das artrites psoriásicas. Há ainda trabalho a fazer para um melhor conhecimento da psoríase e combater o preconceito associado? Outro dos grandes objetivos da PSO passa por promover a melhoria da qualidade de vida dos portadores de


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Vitor baião e o atual presidente

psoríase, no seu contexto pessoal, profissional e social. Há ainda um estigma e preconceito em relação aos portadores desta doença. Ainda neste contexto, pretendemos promover iniciativas de índole social e cultural com o propósito de estabelecer e sensibilizar a opinião pública acerca das características da doença, bem como defender os direitos dos portadores da doença nas suas atividades profissionais e sociais. Estamos, por exemplo, a falar de decretos-lei ainda em vigor e que estão descontextualizados e desatualizados, principalmente no que diz respeito à nossa Constituição com a qual estão em contradição. A título de exemplo, existem decretos que proíbem que um indivíduo com psoríase de ter acesso às forças armadas e policiais, o que vai contra a Constituição. Estamos, por isso, em conversações com o Grupo Parlamentar da Saúde no sentido de rever estas situações. Pretendemos também estabelecer protocolos com associações e outras entidades, com o intuito de partilhar experiências, informações e apoios no que diz respeito à forma de lidar com a doença. Que projetos se perspetivam para a Associação Portuguesa de Psoríase? Temos um projeto para a abertura na nossa sede de um Centro médico. Para isso contactámos a Câmara Municipal de Lisboa, no sentido de nos facultar mais uma sala, anexa à Nossa Sede, a fim de o podermos criar, sendo as obras de nossa conta. Estamos a

aguardar Estamos também em conversações a fim de elaborarmos um protocolo com os hospitais da CUF que, dado estarem localizados em diversos pontos do país, seria a forma de podermos dar uma resposta eficaz aos nossos associados ao nível das consultas da especialidade. Preocupamo-nos também com a falta de informação sobre a doença e o seu tratamento nomeadamente no interior do país e continuaremos a apostar em ferramentas comunicação, por exemplo, através da distribuição nos centros de saúde de panfletos informativos elaborados pela PSO, bem como sessões informativas para médicos e enfermeiros. Por outro lado, defendemos o aproveitamento das estâncias termais nacionais para tratamentos psoriásicos, sendo fundamental a comparticipação do SNS. Neste âmbito, marcaremos presença na Expo Saúde e Termalismo que se realizará de 15 a 18 de maio em Paços de Ferreira. Continuaremos com uma política de trabalho ativa com a participação em iniciativas que visem esclarecer a psoríase e promover a qualidade de vida dos doentes, em sessões a nível nacional, e para as quais contactámos todas as Universidades Séniores, tendo já realizado bastantes sessões de esclarecimento, contando para isso com médicos dermatologistas que nos acompanham e esclarecem os ouvintes tirando dúvidas e fazendo uma apresentação da doença.

Contacte a nossa Associação, quer pelo telefone: Tlf: 217 978 201 / 960 307 343 Ou através do nosso site: www.psoportugal.com Faça-se sócio – 20euros por ano – A ficha está no nosso site – Veja também as vantagens, acordos e protocolos com farmácias, entre outras entidades.

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www.revistabusinessportugal.pt

Tecnologia e neg贸cios


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Os conceitos de hotelaria adaptados à área hospitalar Associação portuguesa de hotelaria hospitalar Promover a troca de experiências entre profissionais que exercem funções em qualquer uma das áreas e desenvolver parcerias com outras instituições da área é um dos principais focos da Associação Portuguesa de Hotelaria Hospitalar (APHH). Na voz de Maria João da Silva, presidente da Direção da mesma, ficamos a conhecer a história da sua criação, antecipando por onde passa o seu futuro.

Maria João da Silva Presidente

Como surgiu a Associação Portuguesa de Hotelaria Hospitalar (APHH)? Digamos que não foi um surgimento imediato. Teve o seu período de gestação e de maturação, depois sim, o nascimento. Em 2007, a IIR Portugal organizou um Seminário de dois dias sobre hotelaria hospitalar, julgo que em outubro ou novembro desse ano, onde estiveram presentes três membros da Junta Diretiva da Asociación Española de

Hostelería Hospitalaria (AEHH). Disseram-nos que em 2008 iriam organizar um Congresso em Badajoz e, por ser uma cidade junto à fronteira com Portugal, gostariam de ter a nossa participação no evento. Em março de 2008, a Junta Diretiva da AEHH, reuniu em Badajoz para preparar a organização do Congresso em outubro. Convidaram-me para estar presente nessa reunião e propuseram que apresentasse uma comunicação sobre a ’Hotelaria Hospitalar em Portugal’. De regresso a Beja,

falei com o Conselho de Administração e pedi-lhes apoio, para realizar um trabalho de investigação. No final do Congresso tivemos uma reunião com o José Luis Iáñez, presidente da AEHH que nos aconselhou a constituir a nossa associação ou, na impossibilidade de o conseguirmos, integrarmos a deles. Uma das colegas que trabalhava, na altura, no Hospital Egas Moniz, ofereceu-se para contactar com o respetivo órgão de gestão para ceder o auditório para uma reunião.

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Quais são as principais áreas de atuação da hotelaria hospitalar? As cinco principais áreas da hotelaria hospitalar são a Alimentação e Nutrição, Higiene e Limpeza, Segurança e Vigilância, Tratamento de Roupa e Tratamento de Resíduos Hospitalares. No entanto, podem ser englobadas outras, pois há hospitais que as têm integradas nos seus organogramas das áreas hoteleiras, designadamente como Área Intermédia de Administração e que são a Gestão de Transportes, a Central Telefónica e Comunicações e os Serviços Gerais, abrangendo as funções dos Assistentes Operacionais que participam na prestação direta dos cuidados de saúde hospitalares. Nessa reunião informal, que reuniu diversos colegas portugueses com responsabilidades na gestão da área hoteleira hospitalar, questionamos se pretendiam formar uma associação portuguesa ou se preferiam integrar a espanhola. A maioria das pessoas manifestou-se a favor da criação da Associação Portuguesa de Hotelaria Hospitalar. E cá estamos. Qual a sua principal missão? Promover a troca de experiências entre profissionais que exercem funções em qualquer uma das áreas que compõem a APHH e desenvolver parcerias com outras associações, de forma a permitir que a hotelaria hospitalar seja um fator de desenvolvimento de todas as unidades de saúde do país. Nessa conformidade, e logo no nosso primeiro ano de vida, criámos parcerias com a Asociación Española de Hostelería Hospitalaria, nossa madrinha; com a Hospitality Management Nederland; com a Associação Portuguesa de Dietistas, com a Associação Portuguesa dos Nutricionistas, com a Associação de Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses e com a Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, solicitando-lhes que divulgassem os nossos eventos e prontificando-nos para divulgarmos os que eles organizassem, nomeadamente, através do site da APHH. Para a área da comunicação social, estabelecemos ainda uma parceria com a ‘Engenho e Média’, que para além de coorganizar as jornadas connosco, é a empresa que edita a ‘Revista Hotelaria e Saúde’, ou seja, a revista da APHH, que tem saído semestralmente. Durante as últimas jornadas, firmámos também um protocolo com a Associação Portuguesa de Turismo de Saúde e Bem Estar.

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Os objetivos do ano de 2013 foram cumpridos? Foi possível cumprir alguns deles, nomeadamente o da organização do evento principal anual: as III Jornadas da APHH, em Faro. A APHH fez-se representar em vários eventos organizados por associações nossas parceiras, tais como a APD, a APN, a ADHP e outras, e a Ordem dos Nutricionistas convidou a APHH para integrar uma mesa redonda sobre ’Aspetos a considerar na Gastronomia Hospitalar‘, cabendo-nos uma abordagem relacionada comos custos/benefícios. Estivemos ainda presentes na primeira edição do Observatório da Nutrição e Alimentação em Portugal que se realizou em março na Gulbenkian. Uma vertente muito importante para o cumprimento dos objetivos da APHH é o trabalho desenvolvido pelos grupos de trabalho. Assim, foram criados vários grupos, um por cada grande área da hotelaria hospitalar, logo no

primeiro ano da nossa existência. Alguns têm funcionado e outros, infelizmente, não pelo que podemos dizer que, neste ponto não foram cumpridos todos os objetivos que pretendíamos. Um dos principais objetivos para 2014 é a dinamização destes grupos. Atuam apenas a nível nacional ou também internacional? A APHH é basicamente de âmbito nacional. Apesar disso, a APHH aderiu no ano passado à HCI (Healthcare Catereres International), e nas últimas reuniões tem sido discutida a importância da criação de uma ferramenta comum que permita aos membros entrar em contacto e entender o que está a ser feito no âmbito desta organização. Pretende-se que o site do HCI tenha um foco mais dinâmico e participativo, criando uma comunidade de utilizadores e sendo um ponto de encontro para todos os que se desejam ligar a outras pessoas responsáveis pelos serviços hoteleiros da saúde, tirando, assim, proveito da união de esforços. Pretende-se criar uma janela aberta para o conhecimento, comunicação e informação, através da partilha de boas práticas e das melhores técnicas existentes. Assim, pessoas diferentes em países diferentes podem estar a fazer coisas que podemos fazer também no nosso, e vice-versa, e é esta aproximação que pretendemos. O objetivo será atrair mais países à comunidade do HCI e, através deles, os profissionais, vencendo barreiras linguísticas e de distância. Portugal pode ter aqui um papel privilegiado perante os países lusófonos. Tanto para as II como para as III Jornadas, convidámos as Embaixadas destes países para estarem presentes. Em ambas respondeu positivamente


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As instituições privadas apostam muito na qualidade e excelência das áreas hoteleiras, pois elas contribuem para a sua boa imagem, uma vez que estão em causa aspetos rápida e facilmente percebidos pelos utentes. Relativamente às Jornadas organizadas pela APHH, o que é que as pessoas mais procuram neste tipo de eventos? Relativamente às Jornadas, procurámos dar-lhes um cunho semelhante ao utilizado pelos colegas espanhóis no seu congresso anual. Eles têm sempre no programa uma parte técnico-científica e uma parte lúdico-cultural, e nós também a tivemos nas duas últimas edições. Considerámos importante introduzir este conteúdo no programa para possibilitar que as pessoas, num ambiente mais informal, se conhecessem melhor e se viessem a tornar amigas.

a Embaixada de Moçambique. Relativamente a Angola, a Embaixada não se fez representar mas estiveram presentes congressistas angolanos. Gostaríamos de ver estes países a colaborar com a APHH. O país tem vindo atravessar um período de crise em vários setores. Na área de hotelaria hospitalar também têm sentido essas dificuldades? Evidentemente que sim. A saúde, assim como outros setores da Administração Pública, têm vindo a sofrer cortes sucessivos, pelo que têm sido imposta, pelos últimos Governos, uma diminuição das despesas nestas rúbricas do orçamento hospitalar. Uma parte significativa das áreas hoteleiras estão concessionadas a empresas privadas e se lhes pagamos menos, exigindo o mesmo tipo de serviços, a qualidade tende a decrescer. Por um lado, pode haver um aproveitamento dos recursos diferente; mais racional mas, a partir de certo nível de corte, a qualidade tende mesmo a decrescer. Estou a falar concretamente de instituições públicas de saúde.

Respondendo diretamente à pergunta formulada, o que é que as pessoas procuram? A troca de ideias, a troca de experiências, o convívio com as pessoas da mesma área, a aquisição de conhecimentos face a novas tecnologias, a procura de soluções para problemas existentes. No que diz respeito às empresas, estas podem apresentar inovações, novas formas de fazer as coisas. São bem-vindas e esperamos as suas propostas de participação nas próximas Jornadas. Quais as expetativas e que projetos para este ano? Estamos a preparar a organização das IV Jornadas da APHH que este ano vão ser no Porto. Não vou esconder que no ano de 2013, em Faro, não obstante a atualidade e pertinência do programa, tivemos menos inscritos que nos anos anteriores, bem como as empresas patrocinadoras. Vamos tentar por de pé as IV Jornadas em conformidade com o que foi planeado. Para já, estão

marcadas para os dias 30 e 31 de outubro e o tema é ’Segurança e Gestão do Risco na Saúde‘. Já recebemos o convite da Associação Portuguesa de Infeção Hospitalar, para organizarmos uma mesa redonda sobre a ’Área Hoteleira na Prevenção das IACS‘ a ser integrada no Congresso Internacional APIH, com o tema ’Prevenir e Combater as IACS - Métodos de Atuação Translacional‘. Terá lugar em Coimbra, nos dias 25 e 26 de setembro. O Anual HCI Board Meeting & Conference este ano vai ter lugar nos EUA, mais concretamente, em Minneapolis, no Minesota. Vamos tentar que alguém da APHH esteja presente. O Congresso da AEHH este ano vai ser em Sevilha e terá lugar na primeira semana de outubro. Recentemente fomos convidados pela APD, Associação nossa parceira, para fazermos parte da Comissão de Honra do Congresso Português de Dietética e Nutrição

que vai ter lugar em abril, na ESTeSL, no Parque das Nações, convite que, desde logo aceitámos. Quanto aos grupos de trabalho, queremos dar continuidade ao trabalho que já foi desenvolvido. Finalmente, e no que concerne ao desenvolvimento do quadro social da APHH, o nosso desejo é que todas as pessoas que trabalham nas áreas hoteleiras das instituições de saúde públicas e privadas, hospitalares, de cuidados de saúde primários e também outras como residências sénior, termas, instituições que oferecem turismo de saúde, se identificassem connosco e se associassem a nós. O nosso desejo é que todas as empresas implicadas se associassem igualmente a nós e que estivessem presentes no principal evento anual que são as Jornadas para partilhar, aprender, ensinar e confraternizar.

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Portugal Sou EU

O

‘Portugal Sou Eu’, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros 56/2011, é um programa do Ministério da Economia que visa a valorização da oferta nacional. A economia nacional enfrenta um conjunto de desafios, incluindo-se a dinamização do seu tecido empresarial, uma aposta na reindustrialização e em bens transacionáveis como fundamentais. Este programa assenta em orientações com o objetivo de mobilizar o país para o desígnio do crescimento económico, evidenciando a importância social e económica do consumo e da produção de produtos e serviços com relevante contributo para a economia nacional e competitividade das empresas e do emprego: - Apoiar a competitividade das empresas nacionais; - Fomentar a produção nacional de bens e serviços com acrescida incorporação de valor; - Estimular a mudança de atitude dos consumidores e das empresas, no sentido de reconhecerem a qualidade intrínseca dos produtos e serviços nacionais; - Dinamizar a procura dos produtos e serviços que mais contribuem para a criação de valor em Portugal; - Contribuir para o equilíbrio sustentado da balança comercial. Até à data, 187 empresas já aderiram ao programa, representando 1.413 produtos, numa média de oito produtos por empresa, a que correspondem seis mil postos de trabalho. Outras 847 aguardam certificação. Destes produtos, a esmagadora maioria tem patentes e/ou marcas registadas e 76 por cento são do setor agro-alimentar. O objetivo estabelecido para este ano é ultrapassar os 800 milhões de euros em volume de negócios faturados em 2013, estando previstos mais de 100 eventos internacionais para promover a nova imagem do ‘Made In Portugal’. O próximo passo dos promotores do ‘Portugal Sou Eu’ é levarem a grande distribuição a utilizar a insígnia nas marcas próprias. Estão igualmente a ser estudados os critérios que permitam aos estabelecimentos aderentes do comércio, hotéis, restaurantes, cafés e turismo utilizarem a marca. Fonte: portugalsoueu.pt

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A inovação em alimentação maxiprimus Começaram por importar, mas depressa viram que o caminho a seguir deveria ser o inverso. A Maxiprimus é uma referência nos produtos alimentares ultracongelados. Este projeto nasceu em 2001 e já se afirmou no país… e no mundo. Conheça a Primus, uma marca que integra o projeto “Portugal Sou Eu”. consumidores portugueses, obtendo uma classificação de 9.09, numa escala de zero a dez valores, a classificação mais elevada entre os produtos testados nesta categoria.

cento português, mas também como um produto de elevada qualidade, ou não fôssemos nós reconhecidos pela gastronomia. Encontra-o em caixas de seis unidades.

Os produtos ‘Portugal Sou Eu’

Jorge leitão Diretor Geral

Com produção exclusiva e 100 por cento portuguesa, tanto na mão de obra como nos produtos, a gama Primus, da Maxiprimus, pretende, desde a sua criação, dar aos seus clientes produtos e soluções novas, utilizando a criatividade na forma de abordar o mercado. O objetivo foi traçado, desde início, e amplamente alcançado. É Jorge Leitão quem nos dá a conhecer a gama de produtos que a empresa comercializa. Divididos nas gamas ‘Fondant’, ‘Tradicional Portuguesa’, ‘Sobremesas do Mundo’ e ‘Pães do Mundo’, os produtos desta marca são, claramente, inovadores e com uma aposta na qualidade acima da média. O reconhecimento é tal, que a Maxiprimus produz para diversas grandes superfícies em marca própria. “Foi uma forma de nos conseguirmos afirmar no mercado. Agora que a nossa qualidade está reconhecida, não só através do símbolo ‘Portugal Sou Eu’, mas também do ‘Sabor do Ano’ e ‘Produto do Ano’, pretendemos impor a nossa marca Primus”, diz o nosso interlocutor. A entrada nos mercados internacionais é também já uma realidade, que tende a solidificar-se nos próximos anos, através da efetivação de parcerias locais nas áreas de maior potencial. Conheça os produtos mais emblemáticos.

Todos eles reconhecidamente portugueses, o certificado destes produtos Primus com o selo ‘Portugal Sou Eu’, acabam por ter um duplo significado. “Além de 100 por cento de produção portuguesa, estes produtos são, todos eles, tipicamente portugueses, e ilustrativos de diferentes zonas do país”, diz Jorge Leitão. Bolo do Caco Além do selo ‘Portugal Sou Eu’, este produto tipicamente madeirense ganhou o prémio de ‘Produto do Ano’, por ser um dos mais inovadores. Este pequeno pão com cerca de 80 gramas pode ser encontrado em packs de 12 unidades.

Toucinho do Céu Este doce conventual feito a partir de ovos, amêndoa e gila é um verdadeiro exemplo de “Portugal Sou Eu”. Poderá muito em breve vê-lo à venda em packs de quatro unidades individuais.

Pudim Abade de Priscos Esta verdadeira iguaria de ovos e vinho do Porto é uma das marcas de destaque da Primus e do nosso país, ou não tivesse ele também já ganho o galardão de ‘Sabor do Ano’. Prove-o em doses individuais, à venda em pack de quatro unidades.

Sabor do Ano A Maxiprimus viu os seus sabores repetirem a proeza de serem escolhidos pelos consumidores como o ‘Sabor do Ano 2014’, apenas e só pela sua qualidade gustativa e visual, uma vez que esta selecção se baseou numa prova cega. Sob uma metodologia regulamentada internacionalmente, os produtos da marca Primus foram testados sem que os consumidores tivessem conhecimento da marca. A gama de Petit Gâteus’s Primus, nas variedades chocolate e black&white, foi distinguida pelos

Pastel de Nata Sinónimo do nosso país, o pastel de natal Primus vai em breve levar a todo o mundo o selo ‘Portugal Sou Eu’, identificando-o não só como 100 por

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Empresa tecnológica pioneira no “Portugal Sou Eu” T&t software A tecnológica T&T Software de Gestão aposta na campanha “Portugal Sou eu” para solidificar a sua área de atuação nacional. Uma oportunidade do Ministério da Economia que pretende valorizar a oferta nacional, de modo a aumentar a economia nacional, dinamizando e promovendo o que feito em Portugal e de grande qualidade.

paulo marques Administrador

“O

nosso mercado de atuação está centrado em Portugal, apesar de continuarmos a defender que a melhor estratégia de propaganda está no ‘palavra passa a palavra’. Encaramos esta campanha como uma boa oportunidade de certificar os nossos produtos, tendo em conta que é 100 por cento português, tem características únicas, e são de confiança para os nossos clientes”, revela Paulo

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Marques, administrador da empresa. A empresa, sediada no Parque das Nações, surgiu no ano de 1991, com o objetivo de comercializar para revenda e venda direta ao público equipamentos informáticos e de software. A T&T Software apostou inicialmente na vertente de montagem de computadores e assistência técnica em complemento da sua atividade comercial. O sucesso e o crescimento sustentado da atividade originou que a empresa alcançasse um lugar de destaque no mercado dos produtos informáticos. No ano de 2000 a empresa sofreu algumas alterações, constituindo uma equipa de profissionais para o desenvolvimento de softwares e integração de sistemas. Atualmente, a equipa é composta por 15 funcionários, que desenvolvem diariamente um conjunto de aplicações de gestão para empresas e particulares, bem como asseguram a assistência constante aos clientes. O mercado tecnológico está em constante mudança e a necessidade de responder às solicitações do mercado atual levaram a T&T Software a desenvolver diversas áreas de negócio, nomeadamente a faturação, sendo esta a área em que detém mais conhecimento. Além disso, na T&T Software poderá encontrar também soluções de gestão comercial, gestão de condomínios e contratos de arrendamento, gestão associativa, gestão de economato, gestão bancária, gestão de frotas e controlo de acessos. O know-how e a experiência adquirida ao longo dos anos facilita à empresa aprofundar conhecimentos e especializar-se em determinadas áreas de negócio, e assim disponibilizar uma variedade de soluções de gestão orientadas a pequenas, médias e grandes empresas, permitindo-lhes o acesso a ferramentas de gestão de grande produtividade e elevados índices de desempenho, com uma grande vantagem: “a relação

qualidade vs preço”, afirma Paulo Marques. A questão da relação ‘qualidade vs preço vs assistência’ prende-se com o facto de os produtos disponibilizados pela empresa serem de confiança, com grande qualidade, mas a “um preço acessível, que permite ao cliente que adquira o produto, se ao fim de um ano não estiver totalmente satisfeito, não tem a obrigatoriedade de renovar. Por outro lado, a assistência que oferecemos aos nossos clientes cria uma certa proximidade com eles, o que torna que estes se sintam confiantes e apoiados nas suas escolhas, que acaba por ser fundamental”. A formação contínua é encarada pela T&T Software como um meio imprescindível na rentabilização de utilização de alguns produtos. Desse modo começaram a desenvolver ações de formação presenciais nas suas instalações. Os temas abordados nestas ações de formação baseiam-se sobretudo no funcionamento e utilização do software T&T, tendo como principal objetivo transparecer aos utilizadores conhecimentos para aumentarem as suas competências e descobrirem potencialidades do produto, de modo a obterem o maior proveito do produto que utilizam. Paulo revela que “dispomos ainda de uma formação personalizada, tratando-se de um método mais específico, focando-se nas necessidades de cada cliente, de modo a adaptar o programa a cada realidade de negócio”. A T&T Software pretende diferenciar-se das empresas concorrentes através dos processos simples que oferecem. No futuro, desejam continuar a crescer, de modo a manter o destaque que alcançaram no mercado, sempre marcando a diferença das empresas concorrentes, algo que Paulo Marques considera “fundamental para o desenvolvimento contínuo da empresa”.



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Sabores da Moita Pastelaria fidalgo’s Os melhores doces da Moita estão na Pastelaria Fidalgo’s. Amândio Campos, fundador e pasteleiro, revela que o sucesso dos seus bolos está na “qualidade e nos produtos naturais todos os dias utilizados no seu fabrico”.

amândio campos Fundador e Pasteleiro

As famosas ferraduras, os exclusivos claudinos e os saborosos pastéis de nata foram os produtos da casa selecionados por Amândio para certificar e participar na campanha “Portugal Sou Eu”, um programa do Ministério

da Economia que visa a valorização da oferta nacional, com a finalidade de aumentar a economia nacional, dinamizando o que é português e de qualidade. Os critérios de candidatura não estão ao alcance de todos os que desejam participar, tornando assim a Pastelaria Fidalgo’s tão especial e diferenciadora, sendo a única pastelaria a alcançar a distinção e a ter a oportunidade de possuir o símbolo nas suas instalações e nos seus produtos. Amândio Campos continua a resistir aos produtos pré-fabricados. Preserva a receita da ferradura, confecionando-a da mesma forma há cerca de 40 anos, confidenciando que “é feita com farinha, açúcar, leite, margarina e ovos, mas dando grande destaque à excelência da massa e do doce de ovos”. A certificação é encarada por Amândio Campos como

uma garantia da qualidade que pretende transmitir a quem visita a Pastelaria Fidalgo’s, assegurando de que o cliente terá sempre certezas de que o que está a consumir é de qualidade, feito com rigor e acima de tudo com uma enorme paixão à profissão, que é dedicada todos os dias em cada doce confecionado.

Pastelaria Fidalgo’s A Casa das Ferraduras Largo do Trabalhador Rural, 3 2860-415 Moita T. 212 897 730

O sabor e o aroma da poesia Thyro wines

joão cardoso lopes Fundador

Esta é uma história de amor. Não aquela convencional, como a de Romeu e Julieta, a que o leitor está acostumado. Esta é história de um jovem empreendedor que quis manter e avivar as raízes familiares a uma terra do Douro que, quis o destino, ficasse em suas mãos para que do passado criasse o seu futuro. João Cardoso Lopes é o seu nome “e sem saber bem no que me metia, iniciei com a minha mãe um projeto ligado à agricultura, tendo em vista afirmarmo-nos no

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mercado dos vinhos, um mercado altamente competitivo, mas sob um ponto de vista diferente do usual”. Há apenas quatro anos no mercado, João Cardoso Lopes optou por uma estratégia alternativa à que normalmente os produtores vitivinícolas procuram para os seus produtos. O néctar desta Quinta de Vilarinho, em terras de Barrô, só pode ser encontrado em restaurantes selecionados, além de outros eventos ligados à cultura, como são exemplo exposições de desenho, pintura e escultura. Recentemente, lançou também um azeite de Trás-os-Montes e um vinho branco da região dos Verdes, latitudes ligadas às origens deste jovem empresário. Mantendo a estratégia de surpreender o mercado com uma contínua introdução de novos produtos, deixa a promessa de apresentar no próximo ano um vinho tinto do Douro e um mel de Trás-os-Montes. …Mas voltemos ao amor que este suco liberta. Thyro, uma homenagem a seus pais (TH de Teresa Y RO de Roger), no primeiro ano de colheita trouxe os sabores de um vinho Branco, outro Rosé e ainda uma Colheita Tardia, provenientes de castas Semillion, Malvasia Fina, Cerceal e Touriga Nacional. Mas este amor vai mais longe, passando também pelos pequenos detalhes que o tornam apaixonante. Desde os rótulos às rolhas, em todas as garrafas Thyro, o seu apreciador encontrará poemas, símbolos e dizeres representativos de tudo aquilo que o empreendedor e a sua equipa, nomeadamente o enólogo, o designer e, claro está, a sua mãe, colocam neste seu projeto.

“Dá-me a beleza fácil das coisas úteis e torna-me feliz” é o verso presente nas rolhas, da autoria de Roger Lopes. Vinhos de beleza fácil, para serem apreciados no dia a dia ou em dias especiais. Vinhos que provam que a felicidade das coisas úteis e simples é a mais sincera e reconfortante. A Thyro é uma empresa ‘Portugal Sou Eu’, “porque há que valorizar o que é nosso e dar a conhecer o que de melhor se faz no nosso país. Daí termos aceite imediatamente o convite que nos endereçaram para participar neste programa”, diz João Cardoso Lopes. E àqueles que ainda duvidam que este é um amor para toda a vida, Charles Baudelaire responde que “são horas de vos embriagardes. Para não serdes os escravos martirizados do tempo, embriagai-vos sem cessar. De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha”.

Casa do Alto 5370-553 Mirandela www.thyrowines.com T. 96 285 5116


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Apoio às ideias portuguesas A EDP está novamente a promover o prémio EDP Inovação, uma iniciativa que distingue “os melhores projetos empresariais focados em inovação tecnológica ou em inovação de modelo de negócio, na área das tecnologias limpas no setor da energia”. As inscrições estão abertas desde fevereiro e terminam a 13 de maio, sendo que até 14 de abril a empresa estará em roadshow por 12 universidades portuguesas, mostrando o conceito e as oportunidades que ele traz além do prémio monetário. Tal como nos anos anteriores - o prémio vai já na sua sexta edição - o vencedor ganha 50 mil euros para desenvolver o seu projeto ou produto e “recebe ainda um programa de pré-aceleração de startups e uma viagem a São Paulo, durante a qual terá a oportunidade de apresentar o seu projecto à EDP Brasil e estabelecer uma nova rede de contactos”, diz a empresa em comunicado. A inovação aberta, envolvendo a participação, entre outros, de empreendedores, grandes empresas, financiadores, universidades, centros tecnológicos e comunidade científica em geral apresenta significativas vantagens do ponto de vista de eficácia na busca de soluções e eficiência na utilização dos meios alocados à inovação, fazendo há muito parte integrante da estratégia de inovação prosseguida pela EDP com considerável sucesso. A atração de talento e a capacidade empreendedora para o setor da energia é fundamental para prosseguir o esforço de desenvolvimento tecnológico e de modelos de negócio. O Prémio EDP Inovação traduz-se assim no incentivo do Grupo EDP ao desenvolvimento de novos projetos empresariais focados em inovação tecnológica ou em inovação de modelo de negócio, na área das tecnologias limpas no setor da energia Além disso, a EDP premeia ainda os três finalistas com “um ano de incubação na EDP Starter [apoio ao empreendorismo], onde terão todo o apoio para desenvolver o seu projecto”. Na lista dos vencedores estão, entre outros, um projeto para limpeza de florestas e recolha de matéria-prima para biomassa; um equipamento que permite poupar energia em sistemas trifásicos e um outro que se instala nos pisos dos edifícios públicos e permite aproveitar a energia produzida pelas pessoas ao andar.

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No cerne da indústria do plástico português Logoplaste Há mais de 35 anos que a Logoplaste atua como pioneira na indústria do plástico, tendo na sua alçada mais de 60 fábricas. Procura manter sempre o mesmo princípio desde o seu nascimento com a técnica “hole-in-wall” (furo na parede), fornecendo embalagens de plástico um pouco por todo o globo.

marcel de botton Presidente

F

undada em 1976 por Marcel de Botton, a Logoplaste encontra-se sediada em Portugal (mais propriamente na Malveira – Cascais) com filiais em vários países. Representa-se como um grupo industrial que produz embalagens rígidas de plástico para os setores da alimentação, bebidas, higiene (pessoal e doméstica), óleos e lubrificantes, estabelecendo parcerias com algumas das firmas mais reputadas da atualidade. A empresa começa por iniciar a sua atividade com algumas entidades de relevo mantendo o princípio da produção in-house, com o conceito “hole-in-wall” (“buraco na parede”). Este conceito relaciona-se com o facto de se instalarem nas próprias fábricas do parceiro. Ou seja, “o parceiro fornecia única e exclusivamente as paredes, o restante investimento, equipamento e gestão era trabalho nosso”, explica. Este sentido de ‘buraco na parede’ faz com que a Logoplaste se apresente como uma divisória anexa à fábrica de enchimento, nas suas próprias instalações, produzindo componentes (como tampas) e embalagens (nomeadamente iogurtes) que hoje se tornam essenciais no nosso dia a dia.

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Este conceito conseguia trazer algumas vantagens para as fábricas do cliente uma vez que “não havia stock, nem paletes, nem transporte”, mas, em compensação, os contratos teriam de ser assinados a longo prazo (com um período de cinco anos, por exemplo) para dar equilíbrio ao investimento feito, incluindo nas máquinas utilizadas. No ano de 1990, em resposta à relativa saturação dos possíveis mercados portugueses e à primazia que a economia atribuía a outro tipo de produtos, a Logoplaste instalou 17 fábricas com a mesma metodologia. Assim, viu-se obrigada a expandir os seus serviços alémfronteiras. Iniciou o seu projeto de internacionalização para Espanha – com a aposta nas águas minerais e a abertura de uma fábrica similar à de Portugal em Barcelona, na produção de sumos naturais, tendo depois entrado no mercado francês com a aposta nas bebidas gaseificadas. Posteriormente, o Brasil constituiu-se como um investimento, apostando nos produtos lácteos e deu-se o início da construção de uma nova sede em Cascais. Com o decorrer do milénio, a empresa iniciou um

significativo esforço de expansão, englobando vários países da Europa como Inglaterra, Áustria, República Checa e Holanda. A empresa continuou a crescer, iniciando também a sua produção nos E.U.A. (com a América do Norte e Canadá) e abriu novas fábricas em países como Ucrânia, México e Malásia, apostando na produção de embalagens para produtos lácteos, limpeza e cuidados pessoais. Marcel de Botton afirma que a Logoplaste, ainda hoje, se rege por este princípio de permanente inovação, mantendo-se como um dos seus elementos diferenciadores de outras empresas da mesma área de atividade. Isto faz com que a empresa tenha a cargo a gestão de mais de 60 fábricas a nível nacional e internacional e tenha mais de 350 máquinas presentes em 16 países: Brasil, Bélgica, Canadá, EUA, Espanha, França, Holanda, Itália, Malásia, México, Portugal, República Checa, Reino Unido, Rússia, Ucrânia e Vietname. Os seus serviços passam pela injeção, estiragem-sopro e extrusão-sopro utilizadas na produção e fabrico de embalagens que englobam vário setores de mercado. “A Logoplaste é a maior empresa conversora de plástico rígido no Brasil e é número um nas operações hole-in-wall na Europa e no Brasil”, diz o nosso interlocutor. Acompanhando a crescente evolução da empresa, o volume de vendas encontra-se, neste momento, nos 450 milhões de euros. Apesar da sede estar instalada em Portugal e concentrar nela muitas das atividades administrativas das suas dependências globais, a Logoplaste possui grande parte das suas fábricas fora do país. “Podemos afirmar que a única exportação que fazemos é a de conhecimento, não fazemos qualquer tipo de exportação no que diz respeito à fabricação de peças e à sua venda”. O sucesso que registaram ao longo de todos estes anos deve-se essencialmente aos investimentos feitos. “Muitas pessoas perguntam o porquê da inovação ser um elemento tão importante. Digo-lhe que sem este fator, a Logoplaste não existiria nem se mantinha no mercado com a qualidade dos seus serviços”. Posto isto, o fator da inovação demonstra-se essencial ao desenvolvimento desta empresa, de forma a manter o seu lugar no topo da pirâmide.


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Plástico para todos ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INDÚSTRIA DO PLÁSTICO Para quem não conhece a APIP, esta tem a denominação de Associação Portuguesa de Indústria do Plástico e, tal como o nome indica, dedica-se ao setor industrial do plástico em Portugal. Isabel Ferreira da Costa, directora da Associação, refere a importância do peso do associativismo a nível nacional e o facto de se manterem como uma organização sem fins lucrativos, procurando dar todo o apoio possível aos seus membros.

Como se posiciona a nível mundial a indústria dos plásticos portugueses? Estima-se que em Portugal existam mais de 600 empresas neste setor industrial, número este explicitado nas estatísticas do INE. No entanto, algumas destas empresas não estão especificamente contempladas na CAE dos plásticos, porque fazem parte de empresas de outros setores industriais que transformam plásticos para consumo próprio. Este aspeto reforça o que a APIP vem dizendo há já muito tempo, que os materiais plásticos/materiais poliméricos se encontram cada vez mais presentes no dia a dia dos cidadãos, ao ponto que os próprios nem se dão conta de quanto estes matérias são importantes para o seu próprio bem estar. Os produtos deste setor industrial estão presentes nos eletrodomésticos e eletrónica, nos automóveis e aviões, nos equipamentos médicos, nas embalagens a todos os níveis, nos produtos da construção, nas tubagens para água, gases e esgotos, nos equipamentos que integram os nossos lares, espaços de lazer, etc. Estas 600 empresas empregam cerca dos 20 mil trabalhadores. De acordo com os últimos dados disponíveis, o correspondente volume de vendas situa-se na ordem dos 2,34 mil milhões de euros.

A formação é uma das apostas da Associação. É fundamental acompanhar a evolução do sector no que diz respeito às novas tecnologias desta área? Desde há muitos anos que a formação tem sido uma aposta da APIP. Também procuramos organizar workshops sobre matérias específicas, chamando para tal especialistas nas diversas áreas e/ou encaminhando as empresas para centros de competência e universidades, organismos que detêm a maior especialização na área da inovação, desenvolvimento e novas tecnologias, pois não temos dúvidas que as empresas, para competirem, têm de evoluir tecnicamente. A APIP mantém estreitas relações com as universidades, sobretudo com a Universidade do Minho e o PIEP- Pólo de Inovação em Engenharia de Polimeros. Com os nossos seminários de plásticos anuais e dada a categoria de muitos dos oradores que costumam participar, as temáticas apresentadas servem também de formação para os representantes e colaboradores das empresas que neles participam. Que apoio dá a Associação a quem queira enveredar pela indústria dos plásticos? Neste aspeto prestamos os esclarecimentos que nos solicitam, muito embora não seja uma questão colocada frequentemente. Hoje em dia e, face ao desenvolvimento tecnológico que o fabrico de produtos plásticos requer, quem pretende montar uma indústria de plásticos, já tem conhecimentos suficientes para saber como deve atuar e, a maior parte das vezes, as questões que nos colocam são mais em termos de legislação aplicável do que propriamente questões de ordem técnica. Este é um sector onde se sente o apoio dos diversos concorrentes no sentido de tornar a indústria forte e coesa? Infelizmente a questão do associativismo e coesão das empresas deste setor industrial ainda se mantém longe do desejável, o que no entender desta Associação é um contra-senso, pois o debate de problemas/dificuldades comuns permite desenvolver estratégias de atuação em defesa dos interesses das empresas, quer a nível nacional quer internacional. As empresas por si só, dificilmente o poderão fazer. Verifica-se mais união e aproximação das empresas

quando surgem problemas graves que as influenciam negativamente, mas muitas vezes esta união já chega um pouco tardiamente à APIP, dificultando a sua atuação eficiente pois tudo requer preparação e estudo. A APIP reserva na sua página de internet uma área específica a Oportunidades de Negócio. Que apoios dá a Associação a quem queira enveredar pela indústria dos plásticos? Uma das tarefas, quase que diária, da APIP é a difusão de Oportunidades de Negócios às empresas associadas. Estas oportunidades provêm-nos de diversos organismos nacionais e internacionais e são reencaminhadas para as empresas fabricantes dos produtos solicitados. Cabe posteriormente a estas empresas darem resposta direta aos organismos referidos, uma vez que a APIP não interfere na área comercial das empresas. Podemos acrescentar que muitos negócios têm tido origem nestas oportunidades difundidas pela APIP. Acresce, que para além destas oportunidades de negócios acima referidas, somos solicitados com enorme frequência, por empresas e particulares, pedindo o nosso auxílio para conseguirem encontrarem fabricantes dos produtos de que necessitam. A APIP dispõe de uma base de dados específica para dar resposta a esta questões. E o tuturo da indústria dos plásticos? Tendo em conta a crescente e maciça utilização dos materiais plásticos, esperamos que este setor industrial se continue a desenvolver, no mundo, na Europa e em Portugal. Não duvidamos do crescente aumento do consumo dos materiais plásticos, sobretudo por duas razões: - A crescente substituição dos materiais tradicionais pelos materiais plásticos - O aumento da população mundial, que vai tendo cada vez mais acesso aos bens de Consumo produzidos com materiais poliméricos. Não podemos deixar de referir, que a indústria de plásticos em termos globais, tem apostado fortemente no desenvolvimento de novos produtos e novas soluções em materiais plásticos, acompanhados também pela inovação em novos materiais poliméricos por parte dos produtores de matérias-primas.

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representação das pequenas empresas do setor Associação dos industriais e entidades conservadoras de elevadores A AIECE – Associação dos Industriais e Entidades Conservadoras de Elevadores foi fundada em 22 de outubro de 1987, representando as PME suas associadas em todos os âmbitos da sua competência e atuando como parceiro social representativo interlocutor e portavoz do setor, perante instituições públicas ou privadas e opinião pública.

Francisco dinis, maria lasalette e joaquim porfírio Presidente do Conselho Fiscal, Presidente da Direção e Presidente da Assembleia Geral

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o ano de 1986/87 a ANIEER, organiza uma reunião na feira das industrias, para legalização dos técnicos responsáveis das empresas. São convidadas todas as empresas do setor da altura. Nesta reunião responsáveis das empresas de maior dimensão, (nomeadamente Campos Gonçalves da OTIS, engenheiro de profissão), dão a entender que as pequenas empresas não deveriam fazer parte desta

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associação, nem mesmo deveria a DGE atribuir-lhes o alvará de laboração, cujos técnicos responsáveis não fossem engenheiros ou não tivessem o curso industrial de eletricistas da altura. Tais afirmações originam um movimento de contestação por parte de mais de duas dezenas de pequenas e médias empresas que se insurgiram, contra tais afirmações.

Assim, nasce um movimento de pequenas firmas que decidiram promover uma nova associação, a Amadeu Ferreira da Silva, Lda. apesar de ser associada da ANIEER nessa época, decidiu desvincular-se desta e fazer parte da comissão que deu corpo à AIECE, tendo sido convidado Nandim de Carvalho, professor doutor, para elaborar os estatutos. A AIECE é uma associação representativa das pequenas


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empresas do setor da manutenção dos elevadores. É composta por um conjunto de industriais do setor de serviços muito empenhados na manutenção da imagem de profissionalismo e capacidade de atendimento personalizado dos seus clientes. Estas empresas, muitas de génese familiar, tem vindo a qualificar-se constantemente e a cumprir com metas de certificação de qualidade que são apanágio de um mercado cada vez mais competitivo, responsável e competente num quadro de uma concorrência que se pretende leal, e sem ofensa de abusos e desvios que a lei e as instituições como o Conselho da Concorrência devem vigiar e acautelar, e com quem a AEICE pretende colaborar. Na realidade, o tecido empresarial português por razões de história, natureza e características do seu mercado é composto maioritariamente por PME e estas são a regra no caso do setor dos equipamentos elevatórios que incluem como se sabe, não apenas elevadores, mas também monta-cargas, tapetes e escadas rolantes entre outros. AS PME, em Portugal, aliás beneficiam de proteção do texto constitucional pois o artigo 86º da Constituição que se reporta a empresas privadas especifica que o Estado incentiva a atividade empresarial, em particular das pequenas e medias empresas, e assim, quer a AEICE, quer os seus associados, independentemente da função económica que desenvolvem ao serviço dos seus clientes, empresários, trabalhadores e fornecedores constituem-se também em interlocutores institucionais do nosso modelo de mercado e de economia conforme e em sintonia com os princípios e normas jurídicas da União Europeia. Na verdade, o pluralismo político económico da matriz político-jurídica portuguesa não comporta apenas grandes empresas, ou só empresas do setor público ou do setor privado. Convém ter presente e sempre o artigo 82º da Constituição que impõe a existência de três setores de propriedade dos meios de produção que englobam o setor privado, o público e o social ou cooperativo! A AEICE tem vindo a recorrer a técnicos de várias especialidades e competências que têm vindo a ajudar a afirmar uma voz séria de representação do seu universo de associados determinados que estão em prosseguirem na sua atividade económica, no respeito das leis e regulamentos, e em obediência a saudáveis critérios de segurança, economia e satisfação do cliente. Por isso, as empresas associadas na AEICE orgulhamse do certificado de qualidade pelo facto de terem sido admitidas no seio desta prestigiada associação, assim reconhecida pelas próprias entidades oficiais como se tem comprovado pelos convites da DGEG para participação em vários grupos de trabalho, de estudo, e

de reflexão sobre o enquadramento técnico e jurídico do setor, já desde há muitos anos. Na última Assembleia Geral da AEICE foram, entretanto apresentadas, novas linhas programáticas para a atividade a desenvolver nos anos 2013/2014 que de entre outros aspetos se destacam as seguintes: 1. Continuar a manter estreitas relações com os órgãos da Administração Pública competentes, bem como colaborar e interceder com todas as entidades e organismos públicos nacionais e internacionais do setor da manutenção de elevadores. Promover o progresso das empresas do setor a todos os níveis, colaborando na elaboração das normas legislativas, permutando informação com e entre os seus associados com vista a uma maior regulação, conhecimento e desenvolvimento do setor. 2. Promover e realizar sessões de sensibilização, diretamente ou/e em colaboração com organismos oficiais, para a necessidade da melhoria das condições de segurança nos elevadores. 3. Foi estabelecida a necessidade de modernização do

web site da Associação (www.aiece.pt) e através dele divulgar uma newsletter informativa junto das associadas com notícias técnicas, incluindo com fonte em revistas da especialidade bem como normas e regulamentos oficiais, provenientes de fontes oficiais, e internacionais sobre o setor 4. Foi ponderada a realização de uma campanha de informação aos consumidores finais da qualificação do setor das PME filiadas na AIECE (associação de proprietários; condomínios; empresas e entidades de serviços ao público da Administração Publica e Municipais, bem como a promoção de ações de sensibilização, incluindo um concurso, em escolas secundárias sobre as regra de segurança – como utilizar um elevador? (com recurso as novas tecnologias da informação incluindo o Youtube e redes sociais) 5. Vai também ser lançada uma campanha de obtenção de novos sócios com base em diligências dos atuais sócios e mails de convite para visitarem a web page, e realizado encontro nacional de EMA’s para discussão e análise dos problemas do setor, com o objetivo entre

outros de criação de um selo de qualidade de serviço para os associados com o logotipo da AEICE As principais linhas de orientação estratégica da AIECE incluem, ainda a adoção de um código de ética de procedimentos e comportamentos, o incremento das relações internacionais que já se iniciaram com o estabelecimento de contactos com a associação da Extremadura, para eventualmente se realizarem umas jornadas Luso-espanholas das PME de manutenção de elevadores, com uma agenda que inclua: análise comparada dos regimes jurídicos de Portugal e Espanha, (laboral, fiscal e de acesso à atividade), da concorrência, e perspetivas técnicas de evolução futura dos equipamentos e dos mercados A AEICE é, pois, um válido parceiro social da Administração Pública que projeta prosseguir um diálogo institucional qualificado na linha de compatibilização dos interesses dos seus associados com o interesse público do seu respeito, e de acordo com as regras da democracia participativa contida na nossa Constituição, o que pressupõe sempre a audição das entidades representativas dos legítimos interesses económicosociais. Num país onde as condições económicas são cada vez mais penalizadoras e os proventos escassos, em que a maior parte do parque de elevadores é antigo, a necessitar de obras de remodelação e beneficiação, a legislação, em vigor e a que está para sair, merece à AIECE, pelo contexto socioeconómico descrito, grandes reservas na sua aplicação, a não ser que em Portugal, a exemplo do que se passou em determinados países da União Europeia, sejam tomadas medidas institucionais que tentem colmatar tal situação.

Porquê associar-se? Isoladamente, as empresas tornam-se vulneráveis e impotentes perante uma envolvente concorrencial cada vez mais forte e nem sempre leal. É neste contexto que o associativismo e a AIECE – Associação dos Industriais e Entidades Conservadoras de Elevadores surge como um catalisador de vontades, de iniciativas e de novas perspetivas de desenvolvimento do negócio, numa atitude pro ativa de crença num melhor futuro para Portugal e para os portugueses.

Se pretende tornar-se associado envie-nos um e-mail para geral@aiece.pt a apresentar a sua candidatura a sócio com os seus dados, ou contacte-nos pelo telefone 213 886 592 ou ainda pelo telemóvel 914 939 548. Ficamos à sua espera!

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O ambiente era um inimigo do negócio, mas, hoje em dia o ambiente é, ele próprio, uma oportunidade de negócio Bureau veritas O Bureau Veritas é líder mundial em testes, inspeções e certificação (TIC), prestando serviços de alta qualidade. Esta é uma multinacional francesa que apoia os clientes a enfrentar os desafios crescentes de qualidade, segurança, proteção ambiental e responsabilidade social. Bureau Veritas é hoje uma marca reconhecida e acreditada internacionalmente pelos principais organismos nacionais e internacionais.

Parceiro de confiança

Ricardo lopes ferro Diretor-Geral

C

om quase dois séculos, fundado em1828, o grupo Bureau Veritas surge no mercado como entidade classificadora para o meio marítimo, representando na altura uma importantíssima entidade de informação no meio naval. À medida que o mercado o foi exigindo, a empresa alargou o leque de atuação a outras atividades a montante: primeiro a inspeção na área industrial de estaleiros e, mais tarde, na área da construção civil. Passados 186 anos, o grupo continua a fazer esta verificação de conformidade, em todas as áreas industriais. O Bureau Veritas está hoje dividido em oito áreas de negócio: a inspeção industrial, a inspeção e verificação em serviço, a certificação, o controlo de qualidade na construção civil, a inspeção de cargas a granel, a inspeções de produtos de consumo, serviços de governo e comércio internacional e ainda, transversalmente, a consultoria técnica e formação para todas as áreas como entidade verificadora de conformidade.

Crescimento sustentado Ricardo Lopes Ferro, atual diretor-geral do Bureau Veritas

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Certification, entrou no grupo no ano 2000, altura em que os colaboradores, em todo o mundo, rondavam os 16 mil, distribuídos por 140 países nos cinco continentes. Hoje são mais de 60 mil, em 1.400 escritórios. O diretor recorda que “houve uma grande aposta no crescimento orgânico, mas também na aquisição de empresas que reforçassem o posicionamento da empresa em determinadas geografias, Austrália, América do Norte e Ásia”. Em Portugal, o Bureau Veritas adquiriu a totalidade do grupo Rinave, em 2004, juntando mais tarde outros grupos empresariais. “Rigor e reconhecimento do trabalho, feito de forma sustentada, por parte dos antecedentes do Bureau Veritas” são, para Ricardo Lopes Ferro, palavras de ordem na explicação do forte crescimento da empresa. Por outro lado, o fenómeno da globalização vem trazer uma necessidade de entidades independentes que verifiquem conformidade em qualquer parte do mundo. O gestor garante que o Bureau Veritas em Portugal, com cerca de 200 colaboradores, é parte de uma vasta equipa em todo o mundo para prestar um serviço com qualidade e consistente a nível global.

A confiança que é hoje depositada nas mãos de quem trabalha no grupo Bureau Veritas tem sido adquirida, em grande parte, através das experiências internacionais, inerentes à marca. O grupo Bureau Veritas trouxe novos referenciais para o mercado português como foram os casos da Nova Delta, com a SA 8000 – trabalho que valeu à empresa um reconhecimento internacional por parte das Nações Unidas há cerca de dez anos - ou a Certificação na área de segurança de informação (ISO 27001) com a Zon. Na área industrial, para além da aplicação de novas tecnologias nas áreas dos ensaios industriais, projetos como a atuação enquanto organismo notificado para a refinaria de Matosinhos são marcos incontornáveis, fazendo parte do vasto portfolio de referências em Portugal. “Temos estado na liderança, e a aportar nas melhores práticas que há, na área da verificação de conformidade, quer em projetos de certificação, quer em projetos industriais”, refere Ricardo Lopes Ferro.

“As exigências são uma oportunidade” Neste que é, literalmente, o escritório da verdade (Bureau Veritas), os valores-chave passam pela entrega de valor acrescentado ao cliente, pela exigência e pela identificação clara da necessidade e objetivos do cliente. O gestor deixa claro que “com um conhecimento profundo das normas e legislação aplicáveis, extraindo todo o seu potencial, permite às empresas posicionaremse de forma competitiva à escala internacional”. Numa fase em que a responsabilidade ambiental tem aumentado dentro das empresas, o diretor do Bureau Veritas Certification vê nesta área uma oportunidade de eficiência: “O paradigma do chavão ambiental mudou muito desde os anos 80. O ambiente era um inimigo do negócio, mas, hoje em dia o ambiente é, ele próprio, uma oportunidade de negócio”.


cempalavras.pt

Demonstre o seu compromisso com o Ambiente O Bureau Veritas oferece diversos serviços relacionados com o Ambiente: n Gestão da Responsabilidade Social: SA 8000; NP 4469; ISO 26000 n Relatórios de Sustentabilidade n Gestão Ambiental: ISO 14001; EMAS; GHG Emissions; Verificação de Emissões de CO2 n Gestão da Saúde e Segurança: OHSAS 18001; NP 4397; SCC n Outros Referenciais

Bureau Veritas www.bureauveritas.pt info@pt.bureauveritas.com 217 100 900


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Uma empresa com fibra optilink A empresa Optilink, sedeada em Pombal, surgiu pelos irmãos Artur Gonçalves e António Gonçalves, no ano de 2007. Um projeto inovador, uma vontade imensa de fazer diferente, levou os dois irmãos a projetar algo que em Portugal era considerado inexistente – cabos pré-terminados óticos.

artur e antónio gonçalves Sócios-Gerentes

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rtur Gonçalves, administrador da Optilink, revela que “inicialmente a ideia foi considerada uma mais valia para o mercado nacional”, passo a passo, ao fim de sete anos, a empresa que já conta com 30 funcionários, “demonstra um crescimento sustentado, e um projeto inovador que continua a dar frutos, contrariando o que no início muita gente julgava difícil de vingar”. “Porque não apostar na produção em Portugal?” foi a questão com que os irmãos Gonçalves começaram a delinear a ideia. A viabilidade e o modelo de negócio levaram a muitos contatos e viagens ao estrangeiro, nomeadamente a feiras do setor. Nos últimos anos, os cabos de fibra ótica têm vindo a substituir os clássicos cabos de cobre, o que facilita a conetividade entre sistemas. Com equipamentos de alta tecnologia, capazes de realizar testes de medida, de detetar problemas e de validação, a Optilink dispõe de um dos mais bem equipados laboratórios da Península Ibérica, onde produzem cabos de fibra ótica para os mais

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variados projetos. A outra vertente da empresa deparase com a área de outsourcing e consultadoria, em que têm cerca de 14 funcionários em campo, divididos em cinco equipas, por cinco carrinhas. A Optilink colabora com várias empresas a título de parcerias, desde o mercado interno ao mercado externo. No que corresponde ao mercado nacional “disponibilizamos apoio técnico e soluções, que muitas empresas não tinham há alguns anos atrás, e que atualmente com os nossos serviços sentem-se mais confiantes”, afirma Artur. Relativamente ao mercado externo tem sido um processo levado com calma, e que ainda não está completamente definido, apesar de “termos uma parceria no Brasil e mais recentemente em Angola, a nossa capacidade de exportação passa sempre por ações com parcerias locais, tendo em conta a dimensão da empresa”. A estratégia comercial dita a apresentação dos produtos é feita junto do público-alvo, defendendo que “a melhor publicidade é o passa a palavra. Ao longo dos anos a

Optilink não fez grandes investimentos em publicidade, mas estamos conscientes que este é um momento de viragem, sendo que atualmente estamos com o nosso website em construção”. O futuro para a Optilink perspetiva-se promissor. São inúmeros os projetos para o exterior, alargar horizontes e sair da área de conforto é um dos desejos dos jovens empreendedores, mas consciencializados das dificuldades, salientam que “as iniciativas fora do mercado nacional passarão sempre por parcerias que tenhamos confiança e em que tenhamos boas oportunidades de negócio”. A nível nacional, as ambições e os projetos não faltam, estando neste momento a decorrer obras para o alargamento das instalações da empresa, de modo a assegurar e possibilitar o contínuo crescimento da empresa e com a missão de continuar a dar resposta aos clientes com rapidez, eficácia e qualidade, como são reconhecidos no seu setor de atuação.


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“Educar é a nossa forma de amar” Colégio amor de deus O Colégio do Amor de Deus, em Cascais, pertence à Congregação das Religiosas do Amor de Deus que celebra este ano o seu 150º aniversário. O seu fundador, o Venerável Pe. Usera, considerou a mulher como a base da família e a educação integral dos mais novos algo de primordial na promoção da sociedade. É por estes valores que ainda hoje Maria José Fernandes, diretora pedagógica, rege o projeto curricular de escola.

Em Portugal, a Congregação conta com dois estabelecimentos de ensino, sendo um deles o Colégio do Amor de Deus, na vila de Cascais. “A congregação foi-se estendendo por vários países, nomeadamente na Europa, América e África, e todas os centros educativos se regem pelo mesmo ideário”, explica-nos Maria José

Fernandes. “Este é um colégio que assenta nos valores cristãos e na promoção de saberes. Essa é a nossa grande prioridade”, diz a diretora. Aqui, a educação não é concebida sem a promoção de saberes das mais variadas vertentes. “No fundo, todos os níveis do saber. E assenta ainda nos valores fundamentais cristãos, e uma coisa nunca é indiferente da outra, há uma fusão destes valores com a promoção do saber”. A prioridade deste colégio passa, segundo as palavras da diretora, pela formação de pessoas que estimam os valores cristãos e que, por outro lado, sejam competentes, de modo a que se tornem excelentes profissionais. O colégio conta com ensino pré-escolar, ensino básico e ensino secundário com os quatro cursos: ciências e tecnologias, ciências socioecónomicas, línguas e humanidades e artes visuais.

As atividades extracurriculares são outra das características que tornam este, um colégio especial. Aqui, os alunos podem encontrar os mais variados desportos, desde karaté, judo, badminton, voleibol, ginástica rítmica, esgrima, ténis, entre outros, a atividades de âmbito cultural, como piano, guitarra e teatro. Há ainda a possibilidade de frequentar o centro de estudos, que pretende ser um local de acompanhamento escolar, com salas de estudo com a presença permanente de um professor, explicações individuais e de grupo, salas de ocupação de tempos livres com material didático e salas de informática com acesso à internet, enciclopédias eletrónicas e outros materiais de apoio.

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Ação Social em português A promoção solidária é uma entrega e uma dádiva de tempo de vida, na base de uma dinâmica própria, que leva à concretização de múltiplas ações, na sua grande maioria com resultados concretos e palpáveis na melhoria das condições de vida de muitos e muitos concidadãos. A promoção solidária vive-se numa entrega voluntária a sensibilidades, a capacidades e a ideias e desenvolve-se na ciência do intuir necessidades, projetar respostas, realizar propósitos e sonhos... A promoção solidária reflete-se, também, na expressão de um tempo e de uma prática de inegável virtude: de saber crer, saber querer, saber fazer. Essa ciência/virtude de saber crer, saber querer e saber fazer assenta numa cultura, ou numa forma de estar na vida, em que se vão desenvolvendo valores como os da fé, da vontade, da justiça, da verdade, da persistência, da teimosia... São estes valores e estes saberes – valores e saberes de natureza e de virtude – que moldam os agentes da promoção solidária particularmente, dos seus voluntários e dinâmicos dirigentes. São valores e saberes que se apoiam numa prática desenvolvida ao longo de décadas, com postura perante a vida, perante as pessoas, perante os problemas e perante os dramas sociais, solidificando-se, desenvolvendo-se e adaptando-se às realidades, às necessidades e às vicissitudes de cada época. Cada dirigente solidário e cada instituição particular de solidariedade social tem a sua história própria, individualizada das demais, porque é uma história caldeada de acordo com as circunstâncias em que se desenvolve, dos desafios que ousa enfrentar e dos padrões culturais das terras que as quiseram e as querem como suas a que se responde com a tal ciência/virtude/cultura de saber crer, de saber querer, de saber fazer e com acentuados graus de liberdade para que a capacidade imaginativa e criadora floresça e permanentemente se desenvolva... É neste espaço de ciência/virtude/cultura, neste mundo de valores e saberes que estão milhares de dirigentes de muitas e muitas instituições particulares de solidariedade social, numa verdadeira comunhão dinâmica. Padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade in www.cnis.pt

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Renovar uma instituição com 500 anos santa casa da misericórdia de proença-a-nova Criada em 1513, a Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova é uma das mais antigas do país tendo completado meio século em 2013. José Pereira Bairrada, doutor e atual provedor desta Misericórdia, assumiu o comando há cinco anos e garante que “o maior desafio passa por renovar uma instituição com tantos anos de história”.

josé pereira bairrada Provedor

“H

á sempre novos projetos”. Assim arranca a nossa conversa com o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova. Apesar das dezenas de anos que transformaram esta Misericórdia numa instituição secular, José Pereira Bairrada garante que “há ainda muitas coisas a fazer”. É na população mais idosa e na dinamização desta instituição que se têm centrado os esforços de toda a equipa da Santa Casa de Proença-a-Nova. Com o objetivo bem definido de renovar a instituição, o discurso do provedor foca-se essencialmente nas ações e projetos futuros, no seguimento dos passos seguros cada ano dados na “procura de melhorar mais e mais”. O local onde outrora funcionou o hospital e que é hoje a casa de muitos seniores é um exemplo desse progresso. A transformação do antigo edifício permitiu expandir o lar que já existia e hospedar 150 idosos. Hospedar porque aqui, garante o provedor, “as pessoas são vistas e tratadas como hóspedes”. Para além destes dois lares agora juntos, a Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova possui ainda uma residência sénior onde pernoitam 30 pessoas e apoia domiciliarmente

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mais 55 idosos.

Unidade de Cuidados Continuados “Apesar de vivermos numa área do interior, cuja situação socio-económica é demasiado conhecida de todos, não podemos nem queremos baixar os braços. Com a criação de postos de trabalho é que se combate o desemprego. Saudamos os empresários, pequenos que sejam, que se instalam no concelho. Deste modo, teremos mais crianças na creche e as mensalidades dos nossos utentes melhor garantidas. Com vista a prestar um melhor serviço à população e criarmos também umas dezenas de postos de trabalho, continuamos a insistir na Unidade de Cuidados Continuados. Lembramos que a nossa candidatura ao Programa Modelar – 2ª fase veio aprovada. Não desistimos. Aprovada sob condição de haver reforço de verba para a Região Centro. Queremos ajudar a ARS do Centro a desatar este nó”, refere o provedor. Entretanto a vida continua. Os esforços concentramse por isso em melhorar e reforçar as valências que já existem destinadas a esta população. “No que se refere

ao lar já melhorámos as condições criando espaços exteriores para as pessoas poderem estar também ao ar livre, criámos o espaço da fisioterapia, e temos ainda um nutricionista e um professor de ginástica e várias atividades de animação”, refere José Pereira Bairrada. Apesar das melhorias feitas, há ainda muitos projetos que esta instituição tem delineados, com o objetivo de oferecer aos idosos uma melhor qualidade de vida. Um deles passa por reforçar, como explica o provedor, o apoio domiciliário. “Queremos reforçar o apoio domiciliário dando aos nossos utentes apoio ao nível da enfermagem no que se refere, particularmente, à gestão da medicação, marcação de consultas e pequenos tratamentos que podem ser feitos no domicílio. Um projeto gizado pelo Enfermeiro Coordenador, Paulo Lourenço. Isso melhoraria substancialmente a qualidade de vida dessas pessoas, principalmente dos idosos que vivem sozinhos”. A animação é também uma das vertentes consideradas de grande importância até porque José Pereira Bairrada afirma. “Fico sempre muito satisfeito quando chego a um salão e vejo os idosos a realizar atividades, devidamente enquadrados”. Por isso mesmo garante que querem “investir cada vez mais na animação”. A esse nível pretendem, por um lado, “enriquecer o dossier de cada idoso para conhecermos o seu percurso de modo que a interação com ele seja feita de uma forma mais eficaz através dessa informação” e por outro lado “trocar experiências com várias misericórdias de forma a criar novas atividades que cativem os idosos”. Um outro projeto que José Pereira Bairrada gostava de ver concretizado era a construção de um espaço com piscina. Embora os idosos atualmente realizem atividades físicas e façam hidroginástica na piscina municipal, este espaço mais próximo e com melhores condições para realização de práticas físicas “era uma mais-valia para as pessoas que têm alguma dificuldade em se deslocar e permitiria diversificar mais os exercícios”, refere o provedor que explica que este projeto ainda não é viável porque não existe, por enquanto, espaço para o concretizar. A grande aposta que a Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova tem feito na animação, nos exercícios físicos e numa alimentação adequada às necessidades de cada utente possibilitou reduzir o consumo de medicamentos. Uma estratégia inspirada pela médica da instituição, Graça Veiga, e que, garante José Pereira


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Bairrada, tem tido “um resultado muito positivo já que os idosos tomam menos medicação mas sentem-se melhor que antes”.

A ajuda ao próximo É graças à equipa de profissionais que trabalham nesta instituição que todas estas ações são possíveis, com a supervisão técnica de Andrea Martins. Uma equipa que conta já com 105 funcionários e à qual o provedor não poupa elogios. “Este não é um trabalho fácil porque exige muito mas temos uma equipa atenta as necessidades dos nossos utentes, que faz um excelente trabalho e com muito carinho”. Um trabalho reconhecido na festa que a Santa Casa organiza anualmente dedicada aos seus funcionários e onde o provedor faz questão de deixar uma mensagem a todos. Estas são algumas das palavras da última mensagem: “Todos nós sabemos que, sem esforço nada se consegue. Todos nós temos muito para dar. Mais do que julgamos. Como sabeis, a Santa Casa aceita, com muito gosto, as sugestões de melhoria, vindas de vocês que estais no terreno. (…) Queremos que sintam orgulho, um orgulho são e generoso, por pertencer a esta família que é a Santa Casa.” Mas nem só destes profissionais se vale a Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova. Os voluntários são importantes aliados em todas as valências, como explica Filomena Silva, voluntária da instituição e doutora de formação. “Há voluntários em todas as áreas, cada um está integrado naquela em que se sente mais à vontade. Temos uma voluntária que conta histórias, temos outros que ajudam a dar as refeições e ainda os que conversam com os idosos.” Quer sejam profissionais ou voluntários, têm todos em comum a vontade de ajudar o próximo. Uma vontade que o provedor quer levar também aos mais jovens. “Um dos nossos projetos é divulgar junto dos mais novos, nas escolas, este sonho de ajudar o próximo porque queremos que a instituição se renove e porque entendemos que os jovens estão hoje desligados desta realidade porque não contactam com ela”. Por essa mesma razão, garante que o espaço está aberto para que os jovens possam entrar para ver esta realidade.

Às vezes basta um sorriso Também dentro da instituição se promove esta ajuda ao próximo, diz José Pereira Bairrada. “Aqui, sempre que posso, procuro incutir nos nossos hóspedes a preocupação com o vizinho do lado porque às vezes basta um sorriso para ajudar o outro e isso também facilita o trabalho das nossas colaboradoras”. Uma vontade de ajudar o próximo hoje como há 500 anos, quando a Santa Casa da Misericórdia de Proença-aNova abriu portas. É assim que o provedor encara o futuro. Com a vontade de levantar os que ficaram pelo caminho. “Então os que ainda podem ajudem os companheiros que precisam. Os que sofrem. Os que não conseguem levantar-se”.

Apoio nos primeiros anos de vida Para além das valências de apoio à terceira idade, a Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova está também presente na vida dos mais pequenos apoiando os primeiros passos tão importantes para o desenvolvimento de cada criança. O Cortiço tem hoje 40 crianças na creche e 33 no jardim de infância. Uma escola que festejou 30 anos em 2013 e cujo “corpo docente em articulação com os pais das crianças tem procurado assegurar um

serviço educativo de qualidade, articulando a dimensão individual com a social com o objetivo de ajudar as crianças a desenvolverem as suas capacidades de raciocínio, construção da comunicação e reflexão”, pode ler-se no texto escrito pela diretora pedagógica do Cortiço, Sandra Pires, a propósito do aniversário das três décadas de existência da escola. E “transmitindo os valores da família”, como insiste o avô-provedor, José Pereira Bairrada, doutor.

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Rede solidária de Porto de Mós santa casa da misericórdia de porto de mós A Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós, exercendo a sua ação sobre os grupos mais vulneráveis da região, é considerada pelos vários agentes locais como uma instituição de valor meritório no âmbito da solidariedade social. Esta casa é a segunda maior empregadora da vila de Porto de Mós.

Eduardo amaral e josé ramos Mesário e Provedor

Q

uando chegamos às instalações da Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós (SCMPM), depressa nos deparamos com um jardim harmonioso onde podemos vivenciar as quatro estações do ano. Seguindo pelos diversos corredores que preenchem o edifício, somos levados a sentir-nos em pleno conforto, num espaço que foi remodelado para respeitar aquele que é o valor basilar desta casa: as pessoas. Dentro da SCMPM funcionam as valências de lar, centro de dia, apoio domiciliário, creche, jardim de infância e ainda uma cantina social. Na área da saúde, funciona ainda um centro de fisioterapia – com medicina física e de reabilitação -, a UCCI – Unidade de Cuidados Continuados, de longa duração – e um SPA com jacuzzi, banho vichy, banho turco, sauna e sala de massagens e tratamentos de corpo. “Nós estamos cá porque há utentes, e, amanhã, seremos nós”, refere José Ramos, provedor da SCMPM. “Se olharmos para os outros como se fossemos nós, tudo corre sobre rodas. Esta é a base”, acrescenta ainda o provedor. A SCMPM conta com uma equipa de 117 funcionários,

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entre eles os animadores sócio-culturais, que se encarregam de devolver aos idosos a sua auto-estima e confiança. As famílias estão, muitas das vezes, envolvidas nas atividades realizadas, para que as referências familiares nunca se percam. “Enquanto que os idosos num lar normal estão quase que à espera do seu momento final, aqui passa-se o contrário. Queremos que as pessoas sintam que têm continuidade e procuramos essa estratégia diariamente”, conta Eduardo Amaral, mesário da SCMPM. A UCCI, sendo a mais recente valência desta casa, com capacidade para 30 utentes, veio dotar a vila de Porto de Mós e o seu concelho de uma importante infraestrutura de cariz social. Com uma população cada vez mais envelhecida e com níveis de longevidade cada vez maiores, torna-se imperioso investir nesta área de saúde.

Passado e futuro A Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós foi fundada em 1516, mas somente em 1911 foi constituída como instituição privada. No final do século XX, foi designada uma comissão

administrativa que diligenciou no sentido de promover a construção de um edifício onde pudesse funcionar uma valência de creche/pré- escolar e um serviço de apoio domiciliário na vila de Porto de Mós. Foi a partir desta altura que a casa foi expandindo a sua abrangência, até aos dias de hoje. José Ramos sente que esta obra não está ainda completa. “Sinto que há necessidade real de dar resposta aos nossos utentes que por aí andam”, afirma. Deste modo, aumentar a capacidade do lar e acrescentar camas, fazem parte dos planos futuros desta casa, assim como uma divisão em dois lares, de cariz mais leve ou mais velho. “Somos uma casa aberta para toda a gente. Queremos reavivá-la e dizer que estamos vivos e que continuamos a querer responder às necessidades da população”, salienta o provedor. “Isto assenta nas relações humanas, para além da qualidade técnica. E é fundamental que as pessoas sintam que é através das relações humanas que conseguimos criar laços”, conclui Eduardo Amaral.



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Uma casa de afetos santa casa da misericórdia da marinha grande Sediada no coração da Marinha Grande e dentro de quatro paredes que transpiram harmonia, educação e amor, a Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande já assiste mais de 400 pessoas na região. Há 23 anos à frente desta casa, João Pereira, provedor, não hesita em frisar que “uma instituição destas vive essencialmente da dinâmica da direção”.

joão pereira Provedor

C

onsideração, carinho, educação, afeto e, acima de tudo, amor. Estas são as palavras de ordem que estão patentes nos olhos de qualquer membro da Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande (SCMMG), quando tentamos decifrar a linguagem que nesta casa se fala. É a qualidade de vida que se visa proporcionar dentro deste espaço moderno, adaptado a cada necessidade específica. “A maioria dos nossos idosos nunca teve uma vida como a que tem aqui”, conta-nos João Pereira, provedor da SCMMG há 23 anos. “Se nós pudermos dar-lhes a possibilidade de eles viverem sempre num sentido positivo, na certeza de irem para junto de Deus, cumprimos a nossa missão”, acrescenta o provedor. A Santa Casa emprega atualmente 163 funcionários e presta assistência a mais de 400 pessoas na Marinha Grande, distribuídas por diversas valências. Do berçário à creche e ensino pré-escolar, passando também pelas valências de lar, centro de dia, apoio ao domicílio, unidade de cuidados continuados e ainda a cantina

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solidária, a SCMMG emprega uma grande fatia de mão de obra na região. “Toda a gente é tratada por igual, desde idosos, crianças, funcionários ou a direção”, salienta João Pereira. Projetos em mente não faltam para fazer crescer ainda mais esta Santa Casa da Misericórdia. Um centro permanente de crianças desprotegidas ou abandonadas está entre os planos a concretizar num futuro próximo. O objetivo é conseguir incluir neste espaço todas as fragilidades regionais que nele caibam e, conforme refere o provedor, “servir bem a população e contribuir para um engrandecimento da Marinha Grande, mesmo em termos de emprego”.

A importância da família A solidão é um problema que ainda parece afetar um número significativo de idosos em Portugal. Segundo indicam os dados dos Censos de 2011, existem no país cerca de 400.000 idosos que vivem sozinhos. Nesta Santa Casa há, confrontando um pouco estes

números, famílias carinhosas e que se revelam presentes no acompanhamento e visitas aos idosos. De acordo com João Pereira, 75 por cento das famílias que por lá passam, encontram-se nesta fatia, confrontando com os 25 por cento que assumem um papel inverso, com visitas pouco frequentes. A maior das carências destes idosos é, muito mais do que os bens materiais, a ausência de afeto, e é aí que as famílias, bem como a SCMMG, desempenham um papel crucial. É a esta causa que o provedor João Pereira dedica a maior parte do seu tempo, também numa assistência física direta. “Eu sou católico praticante e entendo que uma forma de fazer evangelho é esta, de nós darmos apoio e, fundamentalmente, afeto às pessoas carenciadas. Em termos espirituais isto corresponde àquilo que é o meu ideal”, refere. “O elemento mais importante nesta casa não é a direção nem os funcionários; são os idosos. Eu ponho o idoso à frente de tudo”, conclui, satisfeito, o provedor da Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande, que foi fundada há já 66 anos atrás.



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Uma mais valia para Orvalho centro social do orvalho O Centro Social do Orvalho começou por ser um projeto de centro de dia iniciado com pequenas expetativas, centradas em apenas 60m2, o que rapidamente veio a ser contrariado com a chegada de António Natário à instituição, alargando projetos e horizontes para 420m2.

A

ntónio Natário, presidente da direção do Centro Social do Orvalho dedica os seus serviços à instituição desde 1985, atualmente com 80 anos afirma-se “um homem extremamente feliz”. Inicialmente, o projeto idealizado restringia-se ao centro de dia, mas a visão futurista e ambiciosa de Natário, a obra para o lar de idosos foi realizada. Ao longo de 29 anos de atividade na instituição foram procedidos vários projetos, nomeadamente a unidade de cuidados continuados, que começou a ser pensada em meados de 2008, e está em funcionamento há dois anos. A instituição possui, assim, unidade de cuidados continuados integrados de longa duração e manutenção com capacidade para 16 pessoas, e média duração e reabilitação que pode acolher até 16 casos. O principal objetivo resume-se ao bem estar da população, proporcionando apoio social e cuidados de saúde a pessoas com doenças crónicas que não reúnam as condições necessárias para serem cuidadas no domicílio, bem como a pessoas com perda transitória de autonomia que seja potencialmente recuperável, no caso dos tratamentos de média duração e reabilitação.

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O Centro Social do Orvalho é considerado o maior empregador do concelho, empregando 120 funcionários, desde animadoras, a psicóloga, a terapeutas da fala, enfermeiros e assistentes sociais, a instituição encontra-se assim com serviços de alta qualidade, proporcionando excelentes qualidades de vida sobretudo aos mais idosos. “A ação da instituição tem-se desenvolvido apenas no sentido dos mais idosos, pois no nosso concelho, atualmente não há hipótese de outras valências, mas estamos certos que dentro de 10 a 15 anos, acompanhado do aumento da natalidade, existirá a necessidade de construir uma creche”, revela António Natário, muito positivo quanto ao futuro da sua região e das melhorias nas condições de emprego criadas localmente. A instituição possui ainda lar, centro de dia e apoio domiciliário. O lar com capacidade para 100 pessoas, foi criado como resposta social, desenvolvida com equipamentos de alojamento coletivo de utilização temporária ou permanente para os idosos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos utentes e das

famílias. O centro de dia tem como finalidade responder a pessoas idosas em situação de risco ou perda de independência temporária ou permanente, assim tem como principal objetivo proporcionar uma vida digna, confortável e saudável, prestando ajuda direta ao idoso e indiretamente às suas famílias. Por fim, o apoio domiciliário que presta serviços a 15 pessoas pretende garantir os cuidados necessários à diminuição da institucionalização do utente, possibilitando-lhe a oportunidade de selecionar esta resposta social, assegurando a satisfação das suas necessidades básicas com qualidade de vida, estando inseridos no seu meio familiar. No futuro “há algumas obras que gostava de construir, dado o volume da instituição, nomeadamente uma lavandaria devidamente equipada, e um auditório adaptado à dimensão das valências existentes” revela António Natário, apesar da sua idade, a força de vontade persiste e é o mais importante para o sucesso do Centro Social do Orvalho continuar.



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Uma instituição de referência em Avelar fundação nossa senhora da guia A Fundação Nossa Senhora da Guia (FNSG) está sediada em Avelar, no distrito de Leiria. É uma fundação institucionalizada desde a década de 60 do século passado, que tem ao dispor da população um vasto conjunto de serviços de elevada importância, com relevo para o Hospital de Avelar inaugurado a 31 de Agosto de 1894.

joão paiva de carvalho Presidente

J

osé Paiva de Carvalho, médico e atual presidente da Fundação Nossa Senhora da Guia, reconhece que ao longo dos 120 anos de existência do hospital houve um crescimento sustentado. As apostas em diferentes valências foram uma constante e a preocupação com o bem-estar da população é o mais importante. O cuidado em dar resposta às necessidades da população e o desejo de contribuir de forma significativa para níveis compatíveis com uma excelente qualidade de vida originou grandes investimentos. Para o efeito, a Fundação Nossa Senhora da Guia dispõe de um hospital, de uma unidade de cuidados continuados, de um centro de bem-estar do idoso e de um centro de bem-estar infantil. Considerado um hospital de referência na região, emprega cerca de 90 profissionais do quadro, acrescido de um staff de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde contratados em regime de prestação de serviços. Na FNSG, os pacientes encontram consultas de diversas especialidades médicas e cirúrgicas, abrangendo uma área geográfica que interessa a cerca de 80 mil pessoas num raio de 40km2. O Hospital de Avelar dispõe de serviços comuns a

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unidades de saúde semelhantes, com urgências das 9 às 19 horas, acompanhado de serviço de internamento e enfermagem 24horas/dia. À disposição das pessoas estão equipamentos de última tecnologia, destinados aos diferentes exames médicos, sejam estes complementares ou para um diagnóstico, bem como a serviços de tratamento, nomeadamente na vertente da fisioterapia e reabilitação que requerem uma atenção especial, quer em regime de internamento ou ambulatório. Além do hospital e da unidade de cuidados continuados, o centro de bem-estar do idoso e o centro de bemestar infantil são duas valências da Fundação muito valorizadas. No que respeita ao idoso, o centro dispõe de unidade residencial de 50 camas e centro de dia, e no apoio ao domiciliário são prestados serviços a mais de 30 utentes. As crianças constituem uma parte fundamental do projeto da Fundação, defendendo que são o futuro e que merecem crescer com a devida qualidade de vida. Está à disposição dos mais novos uma creche e serviço de pré-escolar, com capacidade para 50 crianças, em cada respetivamente. Possuem ainda ATL com lotação para 30 crianças.

Para José Paiva de Carvalho, um dos grandes projetos que gostaria de ver realizado no ano de 2014 passa pela instalação de um serviço público de urgência articulado com SNS, 24horas/dia, “pois idêntica cobertura foi interrompida no mês de março do passado ano de 2013, em consequência das alterações ocorridas no Sistema Nacional de Saúde. Enquanto médico e presidente da Fundação Nossa Senhora da Guia, defendo que seria uma mais-valia para o nosso concelho de Ansião, bem como para os restantes concelhos do norte do distrito de Leiria, de modo a garantir resposta qualificada às necessidades das populações em termos de assistência não programada”. A Fundação Nossa Senhora da Guia é uma instituição de referência para a região, oferecendo aos seus habitantes serviços de qualidade, que são indispensáveis para a saúde e bem-estar da população.



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“É bom viver em Celorico de Basto” Município de celorico de basto Sob o slogan de que é bom viver em Celorico de Basto, o presidente da Câmara Municipal Joaquim Mota e Silva revelou à nossa revista que esta realidade se consegue através de uma aposta muito forte nas áreas da educação, ação social, saúde e sem esquecer a industrialização, como fomentadora de emprego.

joaquim mota e silva Presidente

J

oaquim Mota e Silva é um filho da terra e nutre por Celorico de Basto e pelas suas gentes um especial carinho, pelo que a sua dedicação enquanto presidente da Câmara deste município carrega um cariz de maior responsabilidade, como que um agradecer à terra que o viu nascer. O edil e a sua equipa têm feito uma forte aposta em diversas medidas, no sentido de melhorar a cada dia a qualidade de vida das famílias de Celorico. “Em primeiro lugar, temos apostado muito na educação. Atualmente, temos um dos melhores programas escolares a nível nacional, além das infraestruturas para esse efeito, assim como os apoios, tanto para alunos como professores. Penso que não há nenhum concelho com melhores condições do que as que oferecemos”. Mas porque nem só de educação se fazem as pessoas, o Município de Celorico de Basto contempla no seu plano de atividades uma rede social de equipamentos e respostas sociais, ou não fosse esta uma ‘Câmara Amiga’.

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Este programa surge de forma a complementar os apoios existentes no terreno e tem como principal papel melhorar as condições de vida dos sues utentes, promovendo e facilitando a integração da camada mais idosa na social atual, proporcionar aos cidadãos que usufruem dos vários serviços disponibilizados pelo departamento de ação social uma maior autonomia nas suas casas, mantendo um serviço de proximidade para a qualidade de vida dos utentes. “Pensamos que o mais certo é apostar numa ação concertada, de modo a garantir o apoio e o acompanhamento de forma a proporcionar uma vida com qualidade a quem mais precisa”, diz Joaquim Mota e Silva. Este programa ‘Câmara Amiga’ engloba várias medidas de intervenção, nomeadamente o Banco Local de Voluntariado, uma Oficina Móvel Municipal, que presta apoio domiciliário para pequenas reparações domésticas; conta ainda com uma Unidade Móvel de Saúde e, finalmente, o programa ‘Celorico a Mexer’. Ainda na vertente social do município, existem diversas

respostas sociais direcionadas também aos mais novos e às pessoas portadoras de deficiência. “Essa é uma preocupação muito presente no concelho”, afirma o nosso interlocutor. Outro vetor que merece atenção redobrada deste executivo é a saúde. “Sentimos que os cuidados de saúde, e apesar de toda a situação que o país atravessa nessa área, têm que ser assegurados e, por outro lado, acreditamos ser necessário promover o incremento de outros cuidados de saúde além dos considerados fundamentais. Este trabalho está a ser feito em estreita coordenação com o Ministério da Saúde, sempre numa lógica pró-ativa, pois só desta forma conseguiremos vingar nesta área”.

A empregabilidade Numa altura em que o desemprego bate recordes em Portugal, Joaquim Mota e Silva investe muito do seu trabalho enquanto presidente da Câmara Municipal


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de Celorico de Basto na empregabilidade. Confessa que é uma área bastante difícil nos dias que correm, “mas temos conseguido criar dentro do concelho mais emprego relativamente ao novo número de casos de desemprego”. Com uma forte aposta na área industrial, Celorico conta até à data com três polos industriais, todos eles nas áreas limítrofes do concelho, de forma a poder atrair empresas não apenas do centro da sua área geográfica, mas também dos concelhos limítrofes. “Estamos a crescer nas indústrias do calçado e têxteis, normalmente associados aos concelhos vizinhos. Contudo, e pelas condições de acesso que temos oferecido, algumas empresas optam por Celorico de Basto”, diz o presidente. O edil acredita que o ponto de vista percentual, o seu concelho é um dos do país que atualmente conta com maior incremento da atividade industrial comparativamente com os restantes. “Creio que dentro de um ano, e comparativamente há cinco anos atrás, teremos uma indústria mais forte com várias centenas de trabalhadores nas áreas do calçado, têxtil, novas tecnologias e também atividades industriais ligadas à floresta, área essa que tem crescido bastante e significativamente nos últimos anos”. O turismo é outra das formas de empregabilidade

da região, uma vez que a aposta nesta atividade tem também merecido destaque por parte da Câmara Municipal. Joaquim Mota e Silva esclarece que hoje em dia Celorico de Basto conta já com mais de 100 quartos para a prática turística, “quando há pouco tempo atrás contávamos com cerca de 30”. O plano passa para, em pouco mais de três anos, contarmos aproximadamente com 300 quartos, o que nos permite perspetivar o crescimento, em termos de empregabilidade, também nesta área. O nosso interlocutor refere que este crescimento não derivará apenas de unidades hoteleiras mas também de turismo rural e de habitação que tem crescido consideravelmente.

Visitar Celorico Desafiado a deixar um convite a todos aqueles que querem visitar este concelho que integra a Rota do Românico, o presidente da Câmara faz questão de referir as casas brasonadas que existem espalhadas por todo o concelho, como são exemplo a Casa da Boavista e a Casa da Portela. “O concelho de Celorico é um excelente local a visitar, pois possui um vasto património histórico, arquitetónico e arqueológico”. Os vários espaços verdes como parques de lazer, ou

áreas sazonais de banho proporcionam uma estadia bastante agradável a quem lá passa. O visitante pode ainda desfrutar das belas paisagens, apreciando o seu encanto natural e visitar os famosos jardins de camélias. Mas é quando falamos nos pratos típicos e na gastronomia da região que a conversa ganha outro sabor. Por aqui o bacalhau tem presença assegurada em todas as mesas e preparado das mais diversas maneiras. O ‘bacalhau à Freixieiro’, com broa e presunto, é dos pratos mais sonantes de Celorico. O cabrito faz também jus à fama, sem nunca esquecer o bom vinho verde para acompanhar.

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Ensino com Excelência

Escola profissional de fermil

A Escola Profissional de Fermil, Celorico de Basto surgiu com a necessidade de suprir as satisfações dos seus habitantes, uma vez que se trata de uma região onde o setor da agricultura assume particular relevância, e que ainda hoje se mantém como um marco de referência a nível nacional.

fernando fevereiro Diretor

F

ernando Fevereiro, diretor desta Escola Profissional de Fermil, Celorico de Basto assumindo que “a escola surgiu na década de 70 na sequência da supressão das necessidades da nossa população essencialmente agrícola” mas que, ainda hoje, assume um papel fulcral para o desenvolvimento da própria região. Com capacidade para albergar cerca de 230 alunos, esta escola vê-se perante uma situação de lotação (quase) sempre esgotada pela qualidade do ensino eminente. Atualmente, a EPFCB conta na totalidade com uma área espacial de 23 hectares distribuídos pelo próprio edifício da escola e pela exploração agrícola que ocupa 21 hectares de terreno. O edifício que ocupa cerca de dois hectares possui ao seu dispor 13 salas de aula, uma biblioteca, um auditório com capacidade para 180 pessoas (aproximadamente), um centro de formação para todos os professores da região de Basto e Barroso, uma cantina (com refeições diárias) e a parte de internamento de alunos com capacidade para 30 camas e para professores de 14. “Apesar de sermos

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uma escola com pequenas dimensões, temos uma dinâmica muito ativa”, afirma Fernando Fevereiro.

Oferta Formativa Neste momento, a EPFCB oferece cursos de nível II para complemento do 9º ano, cursos de Educação e Formação – Mecânica de Veículos Ligeiros e cursos do nível IV em que se inserem quatro áreas: de agricultura (com o curso de Gestão Equina e Técnico de Produção Agrária), energia (com os cursos de Instalações Elétricas e Energias Renováveis), saúde (com os cursos de Auxiliar de Saúde e Auxiliar Protésico), turismo (com os cursos de Técnico de Turismo, Técnico de Restauração e Técnico de Comércio) e ainda o curso de Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho Ambiental. O diretor afirma que “com o passar dos anos, vão-se implementando cursos que sejam mais necessários às satisfações das populações da região e dos centros limítrofes”. Esta escola não só representa a região mas também

assume especial importância pela entrada direta no mundo de trabalho dos seus alunos. Para que isto seja possível, oferece estágios com a denominação de ‘Formação em Contexto de Trabalho’ através dos quais os alunos têm o benefício de estar em contacto direto com as empresas das áreas que optaram. Fernando Fevereiro orgulha-se em verificar que “muitos alunos que por aqui passam têm o privilégio de estagiar em países como França e Brasil e grande parte consegue ficar empregue seja nesses mesmos países ou em todos os pontos de Portugal”. O diretor da EPFCB faz grande referência ao projeto educativo da sua escola, dando importante relevância ao período que assola o país e interfere no funcionamento de muitas instituições “a educação é um elemento fundamental. Esse aspeto é fundamental e contribui para que haja um melhor funcionamento da instituição e um ambiente positivo entre alunos e professores”. Os valores constituem-se como os grandes pilares da educação lecionada nesta instituição e contribuem, de certo modo, para a criação de uma cultura mais rica.



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Aposta na agricultura Para a EPFCB, a produção agrícola assume-se como um dos principais fatores diferenciais de outras escolas profissionais. Assim, é no âmbito do curso agrícola que os alunos produzem bens essenciais como leite, kiwis e vinho, fazendo com que grande percentagem desta produção contribua para a balança económica portuguesa. Fazendo um trajeto vindo diretamente da vacaria, a produção é vendida a uma empresa do setor que abastece o mercado nacional; a produção de kiwis oferece-nos aproximadamente sete toneladas de fruto, com tendência a registar um aumento uma vez que o diretor faz questão em investir nesta área; e a produção vinícola numa região “onde se encontram as melhores uvas”, mais tarde vendidas a uma empresa de referência nacional com sede em Penafiel. A partir daí, os seus alunos tiram seu partido ao que produzem e engarrafam o próprio vinho, que na altura de ser vendido, já tem destino definido. Fernando Fevereiro aposta essencialmente nos recursos naturais que a própria terra oferece “damos preferência ao que a natureza nos tem para oferecer”. Esta produção da escola assume, essencialmente, três vertentes: venda de produtos produzidos nas próprias instalações, o cariz pedagógico que assume e a dimensão que esta

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instituição possui ao participar em feiras com cariz internacional. A temática ambiental continua a ser um dos pontos a sublinhar uma vez que tiveram o cuidado de optar por investir em painéis solares, permitindo uma redução significativa em gastos energéticos, e continua a ter a exclusividade de possuir uma ETAR biológica para tratamento de águas residuais.

Projetos Futuros “Este ano os projetos que se avizinham passam pela continuidade dos cursos já existentes e abertura de um novo curso de ótica ocular”. Fernando Fevereiro explica que o aluno terminará o curso com estatuto de técnico permitindo que faça as lentes, colocá-las na armação correta, trabalhar as dioptrias e manusear todos os componentes que envolvam este processo. A contínua aposta no setor agrícola será um dos investimentos da EPFCB visto que “é preciso dinamizar o setor primário e acreditar na agricultura como motor de progresso” e que as camadas mais jovens estejam cientes dos recursos que possuem ao seu dispor e que possam abraçar esse projeto das mais variadas formas.




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