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EDITORIAL | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 3
Editorial
futebol e pespi: do que se faz um país por diana ferreira
Ficha Técnica DIRETOR Fernando Silva
EDITORA Diana Ferreira (diana.ferreira@revistanegociosportugal.com)
REDAÇÃO Ariana Ferreira (ariana.ferreira@revistanegociosportugal.com) Cátia Fernandes (catia.fernandes@revistanegociosportugal.com)
COLABORADORES Andreia Lobo Balolas Carvalho Bárbara Silva Sara Freixo Teresa Soares (redaccao@revistanegociosportugal.com)
PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN Tiago Rodrigues
Fui um dos portugueses que não pôde ficar agarrado à televisão para saber se Portugal rumava ao Brasil. A edição especial dedicada ao Cluster da Aeronáutica (a sua Revista Negócios Portugal foi a revista oficial do Aerospace Meeting) obrigou alguns membros desta equipa a assistirem ao encontro futebolístico mais importante dos últimos tempos apenas com um olho no ecrã, enquanto o outro se focava no trabalho. Foram uns longos 90 minutos! E a cada relato mais efusivo por parte de Nuno Matos, a nossa atenção era desviada por completo para os 22 em campo. Foi sofrido... ainda mais sofrido por não lhe dedicarmos a atenção que consideramos necessária! Até parece que o jogo não vai correr bem só porque não o estamos a ver devidamente. Não fica com essa sensação, às vezes? Mas vencida a batalha na Suécia, foi outro campo de guerra que se instaurou nos portugueses. A lamentável acção de marketing da Pepsi levou uma nação inteira à revolta, grande parte dela expressada através das redes sociais, com aqueles que afirmam que nunca mais beberão Pepsi na vida, à portuguesa TAP ponderar deixar de servir esta bebida nas suas viagens ou até mesmo ao proprietário de um restaurante que destruiu uma máquina de venda de bebidas por esta fazer publicidade ao refrigerante (apesar de ter que pagar pelo estrago da mesma, quase de certeza). Acredito que haja quem considere exagero ou até mesmo ridículo esta ‘sede’ de revolta que assolou grande parte de nós. Mas também acredito que é nestas atitudes que se vê o orgulho de um país. O mais provável é que amanhã grande parte se tenha esquecido do incidente e que depois de uma quebra nas vendas, que creio que se fará sentir, a Pepsi volte ao mercado e continue a ser uma das bebidas mais consumidas. Mas, neste preciso momento, é uma nação que se defende, que se orgulha do que é e que está disposta em manter-se firme e unida. Sim, é só futebol, mas leva-nos a revelar o verdadeiro português, não acha?
(tiago@revistanegociosportugal.com)
SECRETARIADO
*Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico
Paula Assunção (paula@revistanegociosportugal.com)
GESTÃO DE COMUNICAÇÃO Fernando Lopes Filipe Amorim Isabel Brandão José Carneiro Luís Silva Manuel Fernando
dezembro COMUNIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA 05 - CPLP 08 - UCCLA 10 - AIDA
Nuno Ferraria Paulo Padilha Pedro Paninho (publicidade@revistanegociosportugal.com)
EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2
VIH, FERTILIDADE E MEDICINA NUCLEAR 18 - GAT 22 - Gilead 35 - Diaton
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2013
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comunidades de língua portuguesa e Internacionalização
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa trata-se de uma organização internacional formada por países lusófonos, criada a 17 de julho de 1996. Composta inicialmente por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, acolheu Timor-Leste como país integrante em 2002, após a conquista da independência. Com uma missão assente na integração e desenvolvimento dos países que têm como fator comum a língua portuguesa, a CPLP procura convergir as nações que representa para a unidade, através da reunião de esforços em prole de ideais e ideologias sóciopolíticas comuns. A CPLP goza de personalidade jurídica e é dotada de autonomia financeira. Os objetivos gerais que pautam a atuação desta instituição centram-se na concentração político-diplomática entre os estados membros, na cooperação alastrada a todos os domínios e na materialização de projetos de promoção e difusão da língua portuguesa. O atual Secretário Executivo desta instituição sediada em Lisboa, o moçambicano Murade Murargy, tomou posse a 20 de julho de 2012, durante a IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Maputo.
COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 5
CPLP para além da
Língua
Comunidade dos países de língua portuguesa
A herança histórica comum, o idioma, a cooperação em todos os domínios e a concertação político-diplomática estão na origem da constituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A desempenhar funções de Secretário Executivo desde 2012, o antigo embaixador de Moçambique no Brasil, Murade Murargy, empenha-se pela livre circulação entre os Estados membros e pela passagem das palavras à ação.
Murade Murargy Secretário Executivo
Há um certo orgulho patente quando o atual Secretário Executivo da CPLP, Murade Murargy, relembra a história dos Movimentos de Libertação Africanos como parte integrante da própria biografia da entidade que hoje representa. A união dos povos contra o colonialismo, motivada pela óbvia necessidade em organizar e definir estratégias, desembocou no afunilamento dos vários movimentos em congregações, tais como o CONCP, que partilhavam o mesmo intuito, para que se fortalecessem e
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que o nosso entrevistado não hesita em identificar como o “embrião da CPLP”. Ainda sobre a importância das nações africanas da CPLP na disseminação da língua portuguesa, um dos ainda propósitos chave desta comunidade, é-nos relembrada a evolução interessante ocorrida durante o tempo da luta armada e da libertação dos povos africanos. A estreita cooperação mantida com países socialistas da Europa,
Criada a 17 de Julho de 1996, a comunidade conta atualmente com oito países integrantes: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, este último acolhido em 2002.
ganhassem, nas suas palavras, a ‘musculatura’ essencial para suportar a luta pelas independências. Após a conquista das mesmas, o espírito de solidariedade prevaleceu e foi aproveitado em benefício de outras vertentes de cooperação, de que são exemplo a política, a economia e a diplomacia. No prolongamento desta unidade entre nações, surgiu a institucionalização dos
Ásia e Américas levou a que estes aprendessem a língua, de modo a facilitar a comunicação entre todos. É neste seguimento que Murargy afirma, taxativamente: “os grandes precursores da língua portuguesa são, justamente, os países africanos de expressão portuguesa que durante a luta difundiram a língua pelos países que os ajudavam”.
entende-se que a mesma não se deva cingir a esta questão, dada a existência de outros pontos comuns capazes de tornar a CPLP mais dinâmica e mobilizadora. Porém, como ressalva o Secretário Executivo, convém não esquecer o enquadramento específico em que foi criada, cujos contextos internos de cada país, como a necessidade de recuperação dos estados em guerra
A união faz a força Embora a Língua Portuguesa seja o foco unificador mais evidente entre os países membros da comunidade,
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ou saídos da guerra em África, a crise financeira vivida no Brasil, ou mesmo a “euforia da entrada na União Europeia”, por parte de Portugal, acabara por desviar a atenção aos propósitos desta organização. “Ao longo deste período, os nossos países, preocupados com as suas situações internas, não tiveram muita disponibilidade tanto em termos morais, políticos e financeiros para porem esta máquina a funcionar com toda a força pretendida”, lamenta, acrescentando, “a CPLP tem de ser muito mais do que a língua, muito mais do que política e diplomática”. Sendo a língua “um instrumento de comunicação essencial na negociação dos nossos compromissos, para que estes sejam favoráveis e não se saia em prejuízo”, e que se projeta em todas as dimensões inerentes ao funcionamento dos Estados, a descontinuidade geográfica da CPLP não pode ser entendida como um obstáculo. “Estamos inseridos em blocos regionais. Se uma empresa, se um consórcio de empresas de língua portuguesa se instalar, por exemplo, em Moçambique ou em Angola, precisamente por causa da língua a sua produção terá um mercado vasto. Timor está situado na Ásia, que é um mercado muito grande”, razões pela qual a dispersão, no entender do diplomata, não constitui problema. E, se com Portugal, por razões de índole histórica, a relação de vê estreitada, o oposto acontece do outro lado do Atlântico, onde o Brasil cultiva relações com as Américas. “O Brasil está mais distante mas precisa de estar mais próximo”, o que poderá ser alcançado através das vertentes culturais, desportivas, económicas e empresariais. No que diz respeito à concertação político-diplomática
que se tem vindo a consolidar a nível das instâncias internacionais, é seguro dizer que a vertente se encontra de boa saúde, graças a uma estratégia de coordenação de posições entre os assuntos de preocupação comum. Um dos frutos mais recentes desta conjunção de esforços foi a eleição do brasileiro José Graziano para Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Outro exemplo plausível, entre muitos outros, foi a eleição do embaixador brasileiro Roberto Azevedo para Diretor Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). A colaboração entre os países que integram a comunidade estende-se, no entanto, a outros planos. Em relação à Segurança Alimentar e Nutricional, projeto adotado na IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em Maputo, pretende-se elaborar “uma estratégia para garantir o direito à alimentação, como direito humano fundamental das populações”. O que passará, obrigatoriamente, por uma concentração de “recursos para que os países mais necessitados da nossa comunidade possam apoiar os pequenos agricultores, para que vejam as suas produções e produtividades aumentadas, de modo a que sejam autosuficientes na obtenção da sua dieta alimentar diária”. Para tal, o incentivo da FAO, que instalou uma delegação em Lisboa com o intuito de melhor acompanhar a CPLP nesta demanda, é essencial. “Acabei de chegar de Cabo Verde”, refere o embaixador Murargy, “onde participei no «IV Simpósio sobre Segurança Alimentar na CPLP» e na reunião de pontos focais desta área. Temos um plano de trabalho a contemplar os eixos da Governança, da melhoria das condições de vida de grupos mais desfavoráveis e da Agricultura Familiar”. Brevemente, “vamos ter uma campanha para a angariação de fundos para a melhoria da situação alimentar e nutricional” e, no final de novembro, “arrancamos com uma campanha de sensibilização para a violência contra as mulheres em todo o espaço da CPLP”, sublinha o embaixador Murargy. Nos campos da Ação e Proteção Social está prevista, para breve, a assinatura de um acordo que permita aos cidadãos que trabalhem noutros Estados membros, com contribuições para a respetiva segurança social beneficiar desses descontos no seu país de origem. Um grande passo em frente, entendido como uma “conquista extremamente importante”, com base na noção de que a CPLP tem de servir “o cidadão. Ser uma CPLP do cidadão e não apenas dos Governos”. Contra a criminalidade, esta entidade implementou em São Tomé o projeto ‘Meninos de Rua’ e o projeto ‘Capoeira’, que tem em vista a promoção da inserção social de crianças de rua, através de atividades de
âmbito cultural. Direcionadas também para os mais jovens, serão desenvolvidas ações com o intuito de incutir cidadania nas escolas. A CPLP ambiciona um dia poder criar uma cidadania própria, “mas é necessário que a nível político não haja nem reservas, nem desconfiança, nem complexos e queiramos um projeto comum de comunidade. Porque hoje não temos uma comunidade, temos uma organização. Comunidade implica que comunguemos dos mesmos objetivos e ideias. Para lá caminhamos... mas isso é muito mais do que estamos a fazer até agora. Uma comunidade tem de ser envolvente para que todos os cidadãos se sintam envolvidos”. Na área da Saúde, em Cabo Verde apostou-se na formação de especialistas, “projeto que deixa a CPLP muito satisfeita”, e na “relevância estruturante das Redes das Escolas Nacionais de Saúde Pública, das Escolas Técnicas em Saúde e dos Centros Técnicos de Instalação e Manutenção de Equipamentos. Isto porque, a partilha do conhecimento, da produção de conhecimento em Saúde, vai fortalecer um sector fundamental do desenvolvimento humano”, observa o Secretário Executivo da CPLP. Outra aposta importante prendese com o reforço do ambiente de negócios favorável à actividade empresarial entre os nossos países. Por isso, “tenho dado muita atenção à cooperação económica e empresarial como fonte de complementaridades e sinergias, como fator de desenvolvimento”. Motivações para o futuro “Que comunidade é esta em que não podemos circular sem restrições?”, questiona Murade Murargy perante o maior desafio com que hoje se depara:“criar condições para que o cidadão possa integrar e fazer parte da
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construção desta Comunidade”. Na sua opinião, urge “harmonizar”, o que poderá passar pela criação de uma regulação que contemple, em primeira instância, a livrecirculação de determinados grupos que compõem a nossa sociedade civil, como investigadores, académicos, jornalistas, estudantes, desportistas e artistas para que depois se possa caminhar para a abertura do espaço comunitário ao cidadão comum. Inserida nesta problemática da circulação, pesa também a necessidade de criar condições para que os empresários possam circular livremente. “Sem circulação estamos a enganarnos a nós próprios em relação à ideia de comunidade”, garante. Daí que tenha sido peremtório no lançamento de um debate sofre o futuro, agora que a CPLP se aproxima do 18º aniversário. “Acredito que CPLP tem um grande futuro”, reafirma, “mas para isso tem de haver coragem para avançar”. Naturalmente, há que apostar no capital humano. “O Homem é o grande motor transformador, o grande motor do desenvolvimento. Se o nosso cidadão não estiver capacitado, não dominar o conhecimento, não é possível caminhar para o desenvolvimento. A CPLP enquanto organização tem todo o potencial de se poder dedicar a esta área do desenvolvimento do capital humano. Se nós conseguirmos que cada um dos nossos países tenha zero por cento de analfabetismo, que todos saibam ler e escrever, e se conseguirmos que o desenvolvimento económico de cada um dos nossos países se dê ao mesmo passo daríamos os nossos
objetivos como concretizados”. A CPLP recebeu recentemente a delegação de uma empresa de produção de petróleo de Timor-Leste, que veio “lançar um desafio tremendo à comunidade”, assente na proposta de uma associação com outras empresas do setor presentes no espaço CPLP. “Uma iniciativa para acarinhar e para se levar avante”, sendo que “o nosso bloco é uma potência no que concerne a petróleo e recursos energéticos. Temos imensos recursos nesta área e na área da agricultura, mas faltanos o Homem”. Esta contínua dependência de mão de obra estrangeira não se justifica, e a solução, de acordo com o diplomata, está na abertura das universidades, ou seja, mais uma vez, na circulação. “Não sou uma pessoa de teorias, sou uma pessoa muito prática. Gosto de ver as coisas acontecerem”, afirma, revoltado com o impasse de toda esta situação, e remata, “não quero que sejamos uma organização de discursos, mas sim de atuação”. Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) Como referido, a vontade da criação de uma entidade que unificasse os povos que têm como característica comum a língua portuguesa está na origem daquilo a que mais tarde se veio a tornar na CPLP. Apesar de idealizado no decorrer do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe),
promovido pelo então Presidente brasileiro José Sarney, em São Luís do Maranhão, em novembro de 1989, o IILP só viu a luz da sua concretização dez anos depois, durante a VI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP. Responsável por uma gestão supranacional da língua, atua na defesa, no enriquecimento e na difusão da língua portuguesa, enquanto veículo de cultura, informação e como mecanismo indispensável à obtenção de conhecimento científico, tecnológico e de utilização oficial em fóruns internacionais. Na perspetiva do Secretário Executivo da CPLP, muita da importância atual do IILP reside no apoio prestado aos ditos países observadores associados, ou seja, na formulação de projetos que ajudem à integração dos países que pretendam ser membros plenos da CPLP. Embora seja indiscutível que este instrumento de alta importância continue a ser uma “boa aposta”, Murade Murargy mostra-se consciente das condicionantes financeiras dos dias que correm, que atrapalham o bom funcionamento da instituição, e aponta para a reformulação como o caminho mais viável a seguir. “Nesta fase em que os recursos são menores, talvez o IILP necessite de uma reflexão – de sofrer uma reorganização, e de se adaptar a um modelo mais dinâmico, para que a sua força seja renovada e a sua incisividade aumentada”, justifica.
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Uma
aposta
cultural e afetiva
União das cidades capitais de língua portuguesa
Criada a 28 de Junho de 1985, a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) tem vindo a revelar-se essencial no estreitamento de relações entre os países lusófonos. Uma missão que continua a orientar a conduta da instituição, como nos garantiu Vitor Ramalho, Secretário-geral, em discurso direto para a Revista Negócios Portugal. Escritores de Língua Portuguesa, integrado no Festival Literário de Natal, onde levamos sempre muitos escritores. Este ano, por exemplo, levámos 12 escritores de vários países de língua portuguesa – de Angola, de Moçambique, de Cabo Verde, e mesmo de Macau – e também muitos portugueses, a dois dos quais (Afonso Cruz e Nuno Camarneiro) foram recentemente atribuídos dois prémios. Levámos, também, outros escritores de nomeada, como o José Carlos Vasconcelos ou o João de Melo, por exemplo, e até humoristas como o Ricardo Araújo Pereira. Tudo isto no domínio da cultura, para além da promoção de iniciativas culturais de outra natureza que aqui se desenvolvem. Paralelamente, desenvolvemos ações de formação profissional e ações de formação dos próprios empregadores nas cidades destinatárias dessas necessidades, de modo a que se estabeleça todo um conjunto de entreajuda entre as cidades em função das prioridades que as próprias cidades determinam.
Nuno Pereira da Cruz Agente Oficial
Que motivações estão na origem da fundação da UCCLA e que objetivos pautam a conduta desta instituição? A UCCLA foi criada antes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), há 28 anos, pelo então presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), o engenheiro Nuno Krus Abecassis. A motivação que está na sua origem é simples: a UCCLA surge no resultado da necessidade das cidades, na altura capitais dos países de língua portuguesa, estreitarem relações, uma vez que há um acervo muito grande de relações afetivas entre os nossos povos, mas também conceções arquitetónicas das próprias cidades e da localização das mesmas que resultam deste encontro secular de culturas entre os nossos povos e países. É uma organização que conta já com 28 anos. Os objetivos são exatamente esses de estreitarmos relações entre as cidades, e nesse domínio há todo
um conjunto de respostas que a UCCLA procura dar, ao nível daquilo que são as chamadas redes temáticas (interesses comuns das cidades), nomeadamente ao nível da proteção civil e também no que respeita à defesa dos centros históricos das cidades. Algumas cidades são históricas e reconhecidas como património mundial, como é o caso, por exemplo, da cidade Velha de Cabo Verde, ou mesmo aquela que se encontra em vias de apresentar uma candidatura à UNESCO, M’Banza Kongo, em Angola. Portanto, para além destes dois centros temáticos, há toda uma preocupação também ao nível da própria sinistralidade. Num outro plano, há um conjunto de ações que têm sido desenvolvidas do ponto de vista da saúde, nomeadamente da prevenção dela, concretamente no combate ao Dengue, onde têm sido desenvolvidas ações muito meritórias em Moçambique e em Cabo Verde, coroadas de êxito. No plano da cultura, foi recentemente realizado, em Natal, o IV Encontro de
Como já foi referido, a UCCLA encontra-se a caminho de completar o 29.º aniversário. Que balanço pode ser feito destas quase três décadas de trabalho? O balanço é extremamente positivo e marcante. Timor na sua requalificação é indissociável da existência da UCCLA. Só para exemplificar, o Palácio do Governo de Timor foi projetado na sua reconstrução e requalificação através de iniciativa da UCCLA e em concreto pelo arquiteto João Laplaine Guimarães. Os próprios estabelecimentos de ensino de Díli e parques desportivos para as crianças foram por nós projetados. É uma marca que fica, como toda respeitante à cidade da Praia onde a UCCLA deu um contributo idêntico ao que se desenvolve aqui, em Portugal com os POLIS (Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades). Mesmo os encontros de escritores são determinantes, na medida em que são abertas perspetivas sempre voltadas para o futuro, permitindo que sejam criados laços de afetividade que propiciam novos desenvolvimentos noutras paragens. Toda a nossa atividade humana e toda a nossa atividade
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institucional ou coletiva funciona por ciclos, como é evidente. Nós próprios o sentimos a cada passo, nas nossas próprias vidas, que vamos encetar um novo ciclo na UCCLA. Tenciono, a esse propósito, levar a efeito uma homenagem àqueles jovens que, nos anos 60 do século passado, vieram estudar para Portugal e que depois deram lugar a uma ação que acabou por levar a uma descolonização dos territórios então colonizados por Portugal. Jovens esses que vinham para cá estudar porque não havia universidades nas suas terras de origem. A Casa dos Estudantes do Império foi uma casa criada pelo regime anterior onde esses jovens que, para cá vinham estudar, convergiam na sua convivencialidade e com objetivos que, a partir de determinada altura, eram indissociáveis da noção que a sua própria terra de origem podia ser também auto determinada. Eles também tiveram um papel muito importante aqui, em Portugal, e posteriormente nos territórios e países de origem, depois libertados, como foi o caso do Amílcar Cabral, do Agostinho Neto, do Pedro Pires, do Joaquim Chissano. O mesmo acontece com escritores de enorme nomeada como o Pepetela, a Alda de Espírito Santo, o António Jacinto, entre outros. Toda essa gente nasceu para a cultura e para a política nessa Casa dos Estudantes do Império, e por isso tencionamos levar a efeito, como disse, uma homenagem que acontecerá, aliás, em cooperação com a CPLP. O senhor Secretário
Executivo já respondeu positivamente a esse propósito que eu lhe manifestei. No plano internacional, apostamos no estreitamento das relações com a União das Cidades Capitais Iberoamericanas (UCCI), o que é muito importante porque o português e o castelhano são duas das línguas mais faladas no ocidente, e com uma potencialidade enorme, porque são línguas económicas e com um fator de dinamização deste mundo global muito importante. Nós não podemos perder isto de vista e, nesse sentido, desloquei-me recentemente a Madrid onde participei numa reunião de diretores da UCCI, exatamente nessa lógica de estreitamento de relações, propiciando a que no futuro haja uma nova base de apoio para este domínio. Tenciono, numa terceira vertente, reforçar a relação com o mundo empresarial. Vamos outorgar um protocolo com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o que propiciará que este ramo tão importante seja ligado à própria cultura e sejam
que dar largas à imaginação para responder, sobretudo, a preocupações que podem ser almofadas por verbas que as próprias empresas sintam que lhes possam trazer utilidade.
articuladas iniciativas entre o mundo empresarial e o mundo cultural nas cidades que são nossas associadas. Tudo isto envolverá, nos planos cultural e económico, uma articulação que responderá a este novo ciclo em que vamos entrar, num período muito difícil em que a imaginação tem de ser fértil e cada vez mais fértil, porque há constrangimentos de toda a natureza. Temos
quadros, muito qualificados desse organismo, que estão destacados na UCCLA, para que possamos contar com essas pessoas em domínios que são fundamentais de intervenção técnica. A maioria das pessoas que aqui trabalham são, de facto, colaboradores da CML.
Concretamente, que mecanismo a UCCLA tem à sua disposição que lhe permitam garantir o cumprimento dos objetivos enunciados? A UCCLA vive, fundamentalmente, das contribuições dos associados. Mas essas verbas são naturalmente insuficientes para o suporte de todas as ações a que nos propomos. Fundamentalmente, os objetivos que prosseguimos têm respostas em candidaturas que apresentamos à União Europeia (UE) e ao Instituto Camões, quando abertas. Para além das contribuições próprias dos associados, a UCCLA beneficia também de parcerias que estabelece com essas cidades e que acabam também por mitigar um pouco as dificuldades. A CML tem aqui também um papel determinante, uma vez que há um conjunto muito significativo de
* Leia esta entrevista na íntegra em www.revistanegóciosportugal.com
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Compromisso fiel com os
empresários aveirenses Associação industrial do distrito de aveiro A esta circunstância acrescem problemas como a complexidade do sistema fiscal, morosidade da justiça e elevados custos da energia que em nada facilitam a vida das empresas. Felizmente, os empresários da região têm dado provas da sua obstinação e resiliência. A aposta, a que se tem vindo a assistir, na reestruturação e recapitalização das empresas e na criação de valor pela diferenciação tem sido decisiva para as empresas da região que, apesar dos obstáculos, estão a conseguir afirmar-se nos mercados externos.
Elisabete Rita Diretora Geral
Inicio esta entrevista perguntando-lhe, como surge a Associação Industrial do Distrito de Aveiro e qual o seu propósito. A AIDA surgiu, em 1986, impulsionada por um grupo de empresários que sentiu necessidade de mobilizar o tecido empresarial da região no sentido de o mesmo ganhar, junto do poder político, a força e representatividade necessárias que lhe permitissem reivindicar a criação de condições para o exercício da sua atividade e a adoção de medidas que colmatassem as necessidades sentidas pelas empresas. Considerando o facto da região ser altamente industrializada e dinâmica optou-se por constituir uma associação de cariz multissetorial agregadora dos variados setores de atividade, o que funcionou também como forma de dar visibilidade à capacidade empreendedora dos seus empresários. Qual o vosso compromisso para com os vossos associados? O principal compromisso da AIDA sempre foi representar os seus associados, assumindo o papel de interlocução com os demais agentes económicos e, em simultâneo, prestar um cada vez maior e melhor apoio às empresas,
através de serviços relacionados com a sua atividade. A atuação da AIDA tem sempre por base uma relação de estreita proximidade com o tecido empresarial, imprescindível para que a associação tenha uma noção objetiva da realidade. Nesse sentido, está em permanente diálogo com os empresários, incentivando-os a dirigir-se à associação, não só manifestando as dificuldades sentidas no dia a dia como propondo sugestões de melhoria, o que tem permitido manter uma especial relação de confiança no trabalho desempenhado. Qual a realidade da indústria e dos empresários aveirenses atualmente? Como tem conseguido ultrapassar as dificuldades que atravessam o país? O atual contexto económico é, como se sabe, particularmente adverso para a indústria portuguesa e os empresários aveirenses ressentem-se, naturalmente. O tecido empresarial da região é, tal como no resto do país, constituído por uma grande percentagem de micro e pequenas empresas que, na sua maioria, estão dimensionadas para atuar no mercado interno que está claramente esgotado.
Quais os serviços disponibilizados aos vossos associados? A AIDA tem vindo, aos longo dos anos, a alargar o leque de serviços prestados adequando a sua estrutura e equipa técnica às necessidades das empresas. De entre esses serviços destacam-se a prestação de informações sobre os Sistemas de Incentivo em vigor, o apoio na elaboração de candidaturas, o acompanhamento de processos de licenciamento industrial e gestão da qualidade, formação profissional, consultoria jurídica, consultoria técnica e económica, promoção de seminários especializados e workshops. A internacionalização, nomeadamente da vertente das exportações, é uma das áreas na qual a AIDA se especializou, tendo em vista a prospeção de novos mercados e a potenciação de oportunidades de negócios. De referir que a associação realiza anualmente uma em média dez missões empresariais, que se têm revelado extremamente profícuas. A título de exemplo note-se que todas as empresas que, em 1991, participaram na 1.ª missão empresarial organizada pela AIDA, e que teve Angola como destino, mantêm atualmente relações comerciais com aquele país. A preparação de missões de importadores é outra vertente da internacionalização à qual a AIDA se encontra a dar ênfase. Subjacente a este trabalho, está a auscultação das empresas sobre os mercados alvo preferenciais e o estudo daqueles que, pelas suas características, lhes possam oferecer oportunidades de negócio. Essencial é, também, o trabalho de acompanhamento dado pela AIDA aos processos de internacionalização
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uma vez que, como se sabe, trata-se de algo moroso e que exige, em regra, reforço dos contactos. Ao nível do associativismo empresarial, a AIDA promove iniciativas através das quais procura incrementar a proximidade entre os empresários da região e restantes players nacionais, dos quais são exemplos o Fórum Empresarial da Região de Aveiro (que conta já com três edições) e a recente constituição do CER- Aveiro – Conselho Empresarial da Região de Aveiro. Falemos do SIGAME. Qual o seu propósito e objetivo? Este projeto, que é promovido pela AIDA em parceria com a ANEME, tem como principal objetivo estreitar as relações entre os empresários portugueses e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) designadamente Angola, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Brasil (estado do Ceará). No seu âmbito foram já criadas redes de suporte de apoio à cooperação empresarial (uma por país), constituídas por várias entidades governamentais e associativas, tendo em vista promover, apoiar e incentivar as empresas a integrar mecanismos de cooperação interempresarial, assim facilitando o estabelecimento de relações comerciais entre os países de língua oficial portuguesa (PALOP). O SIGAME coloca ao dispor das empresas serviços como o acesso a concursos públicos e oportunidades
Sessões internacionais para a divulgação do projeto SIGAME
de negócios, simulações de proximidade a clientes e fornecedores, ferramentas de autodiagnóstico de cooperação e de internacionalização. Este projeto está suportado num Sistema de Informação Georreferenciada, que permite interligar toda a informação e dados relativos às empresas e território onde estão inseridas. Como tem corrido esta aposta? Os trabalhos têm decorrido de forma muito positiva, havendo um elevado interesse por parte dos diferentes países parceiros e respetivas empresas, sendo cada vez maior o número de manifestações de interesse para integrar a plataforma. Entre julho e outubro, a AIDA e a ANEME promoveram sessões internacionais nos diferentes países, que visaram dar a conhecer o projeto e suas potencialidades, bem como validar, junto dos parceiros internacionais e empresas presentes, as funcionalidades da plataforma e suas virtualidades. Esta plataforma foi reconhecida por todos como uma excelente ferramenta para dinamizar as trocas comerciais entre os vários países e explorar conjuntamente novas oportunidades de negócio. Que projetos futuros estão na carteira da AIDA? A AIDA prepara o futuro em duas frentes, uma que passa pela consolidação dos resultados do trabalho
desenvolvido até ao momento e outra que passa pelo reforço da sua representatividade, capacidade de lobbie e pela implementação de novos projetos. Entre esses projetos podemos destacar o INTEX – Internacionalizar para Exportar, o IREAM AVEIRO II, o B2G- Business Intelligente para o Mercado Alemão, o GLOBAL PME - que promovem a competitividade internacional das empresas, o aumento das exportações e a diversificação de mercados, este último também em colaboração com a ANEME. O incentivo ao empreendedorismo e inovação será efetuado através do EMPREENDER+ e ao nível da eficiência energética e ambiente o +SUSTENTABILIDADE +COMPETITIVIDADE e o C MARKET, a desenvolver em parceria com a ANEME. De forma a reforçar a participação de empresas portuguesas em candidaturas de cooperação internacional europeias (7.º PQ I&DT – Cooperação e Capacidades), a AIDA continuará a dinamizar os projetos HORIZON20VIEW, ProPOR e GetFP7. Será igualmente promovido, com parceiros europeus, o projecto METAL-INNOVA que tem como objetivo promover a inovação e a constituição de redes estáveis de cooperação em matéria tecnológica, focalizando-se no setor da metalurgia.
12 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | INTERNACIONALIZAÇÃO
Líder
mundial na avaliação
de conformidade e certificação
Bureau veritas
Líder mundial na avaliação de conformidade e certificação, são um parceiro de confiança para os seus clientes, oferecendo serviços e desenvolvendo soluções inovadoras para reduzir o risco, melhorar o desempenho e promover o desenvolvimento sustentável. oferece um portfolio de serviços dirigidos nos domínios da gestão de activos, certificação, classificação, consultoria técnica, inspeção e auditoria, ensaios e formação, desenvolvidas para solucionar as suas necessidades. Quais os vossos principais valores? Os valores estão presentes, desde 1828, no simbolo da nossa organização.
São líderes mundiais na avaliação de conformidade e certificação. Como se alcança este estatuto? Somos uma empresa que desde a origem, 1818, se posicionou como entidade independente e ao longo dos ano soube manter essa independência, aliada a um enorme rigor técnico suportado por um quadro
Ricardo Lopes Ferro Diretor
Explique-nos qual o papel, objetivo e missão da Bureau Veritas. O Bureau Veritas, fundado em 1828, é um grupo internacional que atua nos domínios de avaliação de conformidade e de certificação aplicados às áreas da Qualidade, Ambiente, Saúde e Segurança e Responsabilidade Social. As atividades do grupo consistem em inspecionar, testar, auditar ou certificar, produtos, ativos (infraestruturas
industriais, equipamentos, navios e edifícios, etc..) e sistemas de gestão, nomeadamente Normas ISO, em conformidade com referenciais regulamentares ou voluntários. Cada um das 8 linhas de negócio – Marinha; Indústria; Inspeção e Verificação em Serviço; Saúde, Segurança e Ambiente; Construção; Certificação; Produtos de Consumo e Comércio Internacional – estão relacionados com um leque específico de necessidades. Cada uma
de pessoal altamente qualificado e experiente que tem crescido sempre de forma sustentável, permitindo aos novos colaboradores apreenderem a cultura e procedimentos da nossa Organização. Atualmente, o Bureau Veritas está presente em 140 países, com cerca de 60 mil colaboradores, através da sua rede de mais de 1330 escritórios e laboratórios servem mais de 400 mil clientes a nível mundial. O que vos diferencia das restantes empresas da área? O forte compromisso de, apesar de sermos uma multinacional, atuarmos localmente tendo em conta as necessidades de cada país e do seu tecido empresarial, investindo fortemente na capacitação local ao nível de pessoas e equipamentos.
INTERNACIONALIZAÇÃO | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 13
Em Portugal, nenhuma outra empresa multinacional nossa concorrente investiu tanto na respetiva capacitação local. Nos últimos 10 anos investimos cerca de 10 milhões de euros e somos hoje mais de 250 colaboradores em Portugal com seis escritórios e quatro laboratórios, que contrasta com os cerca 50 colaboradores e dois escritórios no final de 2002. A atuação do Bureau Veritas fruto da globalização dos negócios e a presença internacional dos vários parceiros, obrigaram ao desenvolvimento de metodologias de avaliação e controlo de fornecedores consistentes e harmonizados, independentemente da parte do globo aonde as mesmas sejam produzidas e a sua verificação por parte de empresas como o Bureau Veritas tornou-se incontornável. Neste contexto, o Bureau Veritas auxilia as organizações nacionais nos seus processos de internacionalização, de melhoria da eficiência dos seus processos produtivos, quer no auxílio à construção de um desempenho de qualidade junto do cliente. Atuam nas mais diversas áreas, nomeadamente qualidade, segurança, proteção ambiental e responsabilidade social. É um leque bastante vasto… Que serviços disponibilizam? A missão do Bureau Veritas consiste em inspecionar, verificar e certificar bens, assim como, projetos, produtos ou sistemas, de acordo com referenciais internos ou externos, de forma a emitir um relatório de conformidade. Dentro desta missão, estamos divididos em oito áreas de negócio, sendo as áreas com maior expressão em termos de volume de negócio a área de indústria e inspecções e verificação em serviço com as atividades de verificações de conformidade mandatória a equipamentos e instalações industriais ou por especificação do cliente, revisão de projetos, inspeção na oficina (empreiteiro), inspeção da obra (estaleiro), gestão de ativos, qualificação de pessoas, certificação de equipamentos industriais e ensaios (ex. ensaios não destrutivos). Relativamente à Inspecção e Verificação em Serviço (IVS) executamos inspeções periódicas de equipamentos e instalações de acordo com regulamentos mandatórios ou especificações do cliente e dispomos também de serviços aplicados a instalações elétricas, sistemas de segurança contra incêndio, equipamentos sob pressão e de elevação e máquinas. A terceira área em termos de faturação e número de colaboradores é o Comércio Internacional representado por serviços de Governo, tais como, inspeções pré e
pós-embarque, raio-x, verificação de conformidade de bens importados e ainda verificação da conformidade do produto em termos de construção e quantidade, inspeção e controlo de mercadorias para importação e exportação. A área com maior exposição e notoriedade é a Certificação, que atua na certificação de sistemas de gestão, processos, produtos/serviços e pessoas nas áreas da qualidade, saúde e segurança, ambiente e responsabilidade social e auditorias de segunda parte baseadas em especificações de clientes ou referenciais desenvolvidos pelo BUREAU VERITAS Certification. Na Construção, atuamos de forma a responder de forma exaustiva a todas as exigências regulamentadas do setor da construção, assim como, a todas as necessidades de assessoria técnica. Operamos no controlo técnico de qualidade, controlo técnico de caixilharia, gestão do projeto, auditorias e peritagens, apoio técnico à gestão do património, segurança durante a execução da obra (coordenação de segurança e proteção da saúde em obra, planos de prevenção e verificação de conformidade durante a obra) e por último na assessoria técnica na construção nas áreas da Qualidade, Ambiente e Segurança. No que diz respeito à Saúde, Segurança e Ambiente (HSE) executamos inspecções, auditorias e medições nas áreas de ambiente, saúde e segurança e oferecemos assistência técnica para apoiar as organizações a definirem estratégias para a gestão de HSE, nomeadamente: Auditorias de aquisição “Due Dilligence”, Prevenção de Riscos Laborais, Conselheiros de Segurança, Avaliações de Conformidade Legal, Planos Estratégicos, Planos de Gestão de Resíduos, Estudos de Impacte Ambiental, Levantamentos Ambientais e de Segurança, Avaliação de risco geral, Avaliação de risco de incêndio, Planos de emergência e de evacuação, Outsourcing Técnico. Por último, refiro a atividade histórica do Bureau Veritas, a Marinha com a classificação de Navios, certificação de equipamentos, assessoria técnica e serviços de outsourcing. De forma transversal, somos entidade formadora em todos os domínios e especialidades onde atuamos tecnicamente. A vossa aposta passa, essencialmente, pela inovação. Esta é a vossa mais valia? A possibilidade de trazer as mais inovadoras tecnicas, metodologias e equipamentos, quando aplicável, na verificação de conformidade, em sentido lato, é uma
mais valia que nós e as empresas nossas clientes têm ao seu dispor para se colocarem nos lugares cimeiros de qualidade e exigência a nível mundial nos respetivos mercados. Temos que fazer um esforço conjunto para por um lado comunicar melhor e por outros que a sua adoção seja mais generalizada. Este é um ponto de enorme importância em que nós e os nossos clientes teremos que dedicar mais atenção. Nesta edição falamos de internacionalização e da importância da certificação para a internacionalização das empresas. Nota que esta certificação torna mais fácil a entrada das empresas portuguesas no mercado exterior? A certificação permite evidenciar ao mercado, parceiros e potenciais clientes que a empresa desenvolveu e implementou um sistema de gestão com metodologias de avaliação e controlo consistentes e harmonizados, que garantem os cumprimentos legais. A certificação por parte de um organismo internacional como o Bureau Veritas Certification fornece um instrumento que garante uma cadeia de fornecimento sólida e consistente com o desiderato de estabelecimento de relações de parceria que todos, de uma forma geral, pretendem. E o futuro, como se avizinha? O futuro para uma empresa como o Bureau Veritas prevê-se, apesar de alguma reserva, otimista. Nós estamos com as empresas que se internacionalizam, com as que apostam na qualidade dos seus produtos e na eficiência ambiental e para estas o mercado é cada vez mais global e empresas como o Bureau Veritas são naturalmente um parceiro incontornável para esse futuro. Por isso, acredito que a transformação de Portugal num país com maior peso exportador será bom para o país e para o Bureau Veritas. Naturalmente que o mercado nacional é para nós muito importante e estamos a sofrer com este ajustamento, mas juntos com as empresas nossas clientes estamos certos que na medida nas nossas atividades vamos suportá-las e auxiliá-las para serem mais eficientes e que o seu bom desempenho e produtos sejam cada vez mais reconhecidos internacionalmente.
14 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MEDIAÇÃO
A mediação Laranjeiro dos santos e associados
Nos Estados Unidos da América, no fim dos anos 60, surgiu a ideia do tribunal multiportas, em que os cidadãos teriam ao seu dispor diversos serviços de resolução de litígios, como a mediação, a conciliação, a arbitragem – esta proposta atraiu várias pessoas, uns que procuravam a solução para a falta de eficiência da justiça, outros, acérrimos críticos do direito, buscavam alternativas à resolução de litígios. É neste contexto, de crítica e de crise do Direito, que damos a conhecer a mediação ao cliente, como uma das soluções possíveis.
Sandra Laranjeiro dos Santos Advogada e Mediadora de conflitos
A mediação de conflitos é um meio alternativo de resolução de conflitos, que de acordo com a informação disponível no vosso sítio da internet, privilegiam em todas as demandas que lhes são confiadas. Porquê esta estratégia? A primeira abordagem à Justiça (ou a um advogado) é, regra geral, um recurso de última instância, as pessoas preferem “automedicar-se” e apenas quando já nenhum “receituário caseiro” parece fazer efeito procuram um profissional do foro. A experiência diznos que um dos motivos (senão o principal) deste comportamento é a morosidade e complexidade do sistema judicial. A mediação, enquanto mecanismo alternativo é extremamente célere e simples, é por isso uma excelente solução para um cliente que quer ver o seu assunto resolvido em prazo relativamente curto e de forma simples.
Quais as diferenças e vantagens da mediação de conflitos em relação a um processo normal, digamos assim? O princípio e fundamento da mediação é o empowerment, i.e. o pleno domínio do processo pelas partes, num processo judicial o domínio do processo compete ao juiz, estando a parte numa posição subalternizada e espartilhada pelos comandos processuais que permitem (ou não) a sua intervenção e audição. Por exemplo, até à reforma de setembro de 2013, em processo civil, as partes apenas poderiam depor em Tribunal (i.e. serem ouvidas de viva voz perante o juiz) para confessar factos que lhes fossem desfavoráveis (depoimento de parte), já se quisessem contar a sua versão dos factos estavam impedidas de o fazer. Na mediação são as partes e não um terceiro, que controlam os procedimentos, desde o início até ao fim do processo. A grande vantagem da mediação é que assenta no princípio “ganha-ganha” e não “ganha-perde”, ou seja, a solução alcançada terá de satisfazer ambas as partes em litígio. Acresce que é menos dispendiosa que um processo judicial, mais célere e sigilosa. Em nossa opinião, a mediação permite a preservar o relacionamento entre as partes, por exemplo, no caso da empresa X se o cliente Y tem uma dívida para com ela,
terão todo o interesse em resolver o assunto de forma célere, sigilosa e de preferência extrajudicialmente, de forma a preservar as relações comerciais, o mesmo se passa com a situação empresa/fornecedor: pode ter acontecido um problema com um fornecimento, mas não é desejável que aquela situação contamine toda a relação já estabelecida entre as partes – como sabemos o recurso à via judicial a maioria das vezes dificulta que assim seja. Tem notado um aumento da mediação de conflitos? Na sua opinião de profissional, o que justifica essa realidade? Os sistemas de mediação pública têm-se desenvolvido de forma gradual em Portugal, iniciando-se com os Julgados de Paz, seguiu-se em 2006 o sistema de mediação laboral e, por último, em 2007, o sistema de mediação penal e o alargamento do sistema de mediação familiar a todo o território nacional (antes apenas existia em Lisboa). A diversificação das áreas de atuação da mediação muito contribuiu para o aumento do número de casos que recorrem à mediação. De igual forma a publicidade do “boca a boca” é crescente. Conheço inúmeros casos de pessoas que recorreram à mediação porque tinham amigos ou familiares que já o tinham feito e solucionado de forma muito satisfatória os seus problemas. Acredita que a mediação de conflitos vai continuar a merecer a preferência dos portugueses? Sim, sem dúvida, a recente reforma do processo civil, com o desenvolvimento da conciliação é um reflexo das intenções do legislador nesta área, cabe ao cidadão (des)acreditá-la, mas estamos convictos que a mediação já provou que é uma aposta segura e que permite afirmar a Justiça!
INTERNACIONALIZAÇÃO | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 15
Rigor e especialização legal link | Cavaleiro e Associados
A LEGAL LINK | CAVALEIRO & ASSOCIADOS é uma “boutique jurídica” que pugna por um aconselhamento rigoroso e especializado. O projeto nasceu de advogados oriundos das melhores estruturas em Portugal, conferindo agora a mesma expertise jurídica com total focalização no cliente. assessoria de investimento estrangeiro em Portugal, assessoria de empresas portuguesas e investidores nacionais no estrangeiro, serviços de representação legal, interações com Bancos e organismos públicos são alguns dos mais frequentes. A prestação de serviços jurídicos internacionais deve assentar num bom entendimento técnico, com conhecimentos locais – entre advogados, entidades públicas e privadas - e experiência em operações anteriores.
João Quintela Cavaleiro Managing partner
Nesta edição em particular falamos da aposta na exportação de serviços jurídicos. Esta é já uma realidade presente na Legal Link? A LEGAL LINK |CAVALEIRO & ASSOCIADOS conta com uma intensa atividade na assessoria a empresas numa advocacia de negócios, com incidência no suporte à decisão das Administrações, bem como na internacionalização e captação de investimento estrangeiro. Assessoramos cada vez mais os nossos clientes nos seus processos de internacionalização e, como consequência desse crescimento, abrimos em 2012 em Paris, em associação com uma “boutique jurídica” francesa. Uma das vossas áreas de atuação passa pelo Direito Internacional. Que serviços prestam nesta área específica? O acompanhamento de projetos internacionais é transversal a várias áreas, impõe aos nossos advogados capacidade de diálogo multidisciplinar. Serviços jurídicos como a celebração de contratos internacionais,
É também por aqui que passa esta exportação de serviços? O sucesso dos projetos que temos acompanhado motivou-nos para reforçar ainda mais esta área. O conhecimento das necessidades das empresas portuguesas e dos mercados tem facilitado o trabalho. A exportação de serviços jurídicos continuará a crescer se a qualidade oferecida corresponder às necessidades. A presença do advogado no seio de transações internacionais é um sinal de segurança. Estamos, por isso confiantes, pois conhecendo a qualidade dos nossos advogados, a exportação dos nossos serviços jurídicos continuará a crescer. O acompanhamento sempre presencial dos nossos clientes além fronteiras tem sido uma das chaves de sucesso. Como funciona? A Legal Link | Cavaleiro & Associados trabalha com empresas portuguesas que querem ir além-fronteiras, com empresas estrangeiras que se querem implementar em Portugal ou ambos? Temos assistido ambos os casos. Assistimos muitas empresas portuguesas que expandem a sua atividade para mercados estrangeiros, como o mercado Francês e o mercado Alemão, assim como os mercados
emergentes da América do Sul (Brasil e outros), Moçambique, Angola e outros países do Norte de África. Mas também temos sido procurados por clientes internacionais - europeus e não só - que procuram as oportunidades de investimento oferecidas pelo país no momento atual, sendo que uma grande parte da nossa atividade se centra na assessoria a multinacionais. É mais frequente esta procura de serviços? Esta procura de serviços tem vindo a aumentar desde o início da sociedade. Se por um lado sentimos um forte crescimento por parte dos nossos clientes nacionais em processos de internacionalização, por outro lado temos sido procurados por empresas e mesmo investidores estrangeiros que sentem, que no momento atual, há uma oportunidade de investimento a condições vantajosas no mercado português. Estamos a reforçar a aposta para 2014. Por onde passa o futuro da Legal Link | Cavaleiro & Associados? O futuro da Legal Link | Cavaleiro & Associados passa por dar continuidade ao que tem sido feito desde o início da sociedade. O conceito de boutique faz parte da nossa estratégia e é uma escolha consciente. A atenção dada ao cliente, estudo profundo e especializado dos dossiers, assim como a proximidade e disponibilidade dos sócios, são alguns dos pilares sobre os quais erguemos o nosso crescimento. Mas será sempre um crescimento orgânico e ponderado, pois não queremos perder o cariz de sociedade especializada, que conhece cada pormenor de quem assessora, num trabalho de valor acrescentado.
16 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE
VIH fertilidade medicina nuclear e mais saúde!
Em termos estatísticos, no que concerne à esperança média de vida, a taxas de natalidade e mortalidade, e na generalização daquilo que entendemos como cuidados de saúde, temos caminhado ao mesmo passo da maioria dos países desenvolvidos. Consequentemente, há um aumento da longevidade que se traduz no aumento da esperança média de vida tanto por altura do nascimento como ao longo da vida, e que se deve essencialmente aos avanços vários campos da investigação científica, na melhoria progressiva dos cuidados de saúdes disponibilizados e pelos apoios e incentivos de que auferem os cidadãos seniores, que lhes suportam e garantem a sua integração em comunidade. O envelhecimento da população, por sua vez, tem origem na diminuição de nascimentos que se prendem a questões de índole económica e à protelação da primeira gravidez em prole da carreira ou da obtenção de condições mais favoráveis à constituição da família. No que respeita à mortalidade, os cancros malignos, as doenças cerebrovasculares e as doenças isquémicas do coração constituem as causas de mortalidade mais comuns em Portugal. Na base destas doenças encontram-se, muitas das vezes, a relutância da maioria da população portuguesa em adotar um estilo de vida saudável. Ainda como preocupações a não a descurar, encontram-se a diabetes e a obesidade. Com o passar dos anos, os gastos em medicamentos têm acrescido, o que leva a que cada vez mais sejam considerados os medicamentos genéricos e que o estigma inicial causado pela introdução desta alternativa no mercado seja posto de parte. Fonte: saude.sapo.pt
A ViiV Healthcare é uma companhia global especializada em VIH/SIDA, criada pela GlaxoSmithKline e Pfizer em Novembro de 2009, empenhada no desenvolvimento de novos medicamentos e na assistência às pessoas que vivem infetadas pelo VIH/SIDA. VIH - Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH) VIIVHIV HEALTHCARE, Unipessoal Lda - R. Dr. António Loureiro Borges nº 3 Arquiparque-Miraflores - 1495-131 Algés Portugal Telef. 210940801 Fax. 210940901 NIF: 509117961 Para mais informações fale com o seu médico.
PRT/INS/0007/12(1) VAL:11/2014
ViiV Healthcare
18 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE
o acesso à
prevenção
grupo português de ativistas sobre tratamentos de vih/sida
Comecemos por fazer uma breve apresentação do GAT e a sua principal missão. O GAT – Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA – Pedro Santos é uma IPSS formalmente constituída em 2003 que junta pessoas que vivem ou afetadas pelo VIH. O GAT tem como missão promover o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamentos de qualidade para todos. Este trabalho é baseado no conhecimento e na promoção dos direitos humanos e participação plena das pessoas e grupos mais vulneráveis à infeção pelo VIH. Os portugueses estão conscientes do que é o VIH Sida? Os portugueses ouviram falar do VIH/SIDA mas na nossa opinião não conhecem a dimensão enorme da epidemia em Portugal. Continuam a ter preconceitos sobre formas de transmissão. O estigma e a discriminação, incluindo o auto-estigma, continuam, o que explica porque tão poucas pessoas vivem publicamente com a infeção. Como tem evoluído a doença no nosso país? Portugal continua a ser um dos países com uma das taxas mais altas de novos diagnósticos. A mortalidade tem diminuído mas muito menos rapidamente do que nos outros países da Europa Ocidental. O diagnóstico em mais de 60 por cento das pessoas é feito muito tardiamente. É uma doença que pode atingir qualquer pessoa mas que continua concentrada em grupos específicos mais vulneráveis como pessoas nas prisões,
indocumentados, pessoas envolvidas em sexo comercial, utilizadores de drogas, as mulheres transexuais e os HSH (Homens que têm Sexo com Homens). E no que diz respeitos às entidades competentes? Sente que estas têm desempenhado o seu papel no que concerne à prevenção e até desmistificação? Na nossa opinião as entidades competentes têm tido recursos humanos, técnicos e financeiros insuficientes para uma prevenção à altura da dimensão da epidemia. Note-se que o Estado português investe em medicação mais de 200 milhões de euros/ano e o investimento direto em prevenção tem sido inferior a 5 milhões de euros/ano. Ainda há muito para fazer neste âmbito… Cremos que se pode dizer que se sabe o que deve ser feito, como e com quem. No entanto, isso exige recursos, sustentabilidade e monitorização da qualidade e dimensão das respostas, que trabalhamos para que venham a existir mas que temos de reconhecer ainda não existem na qualidade e dimensão necessárias. Os novos medicamentos, com avaliação prévia já aprovada pelo INFARMED, estão disponíveis nos hospitais? Os novos medicamentos para o VIH e patologias associadas, regra geral, demoram entre 18 meses a dois anos entre a aprovação central Europeia e a aprovação no INFARMED. Depois devem ainda passar pela inclusão
nas normas de orientação clínica, formulário hospitalar e comissões hospitalares ou seja, geralmente estes medicamentos chegam (quando chegam) aos doentes em Portugal cerca de três anos depois. Estás assegurada a equidade no acesso a estes medicamentos em todo o SNS? Na nossa perspetiva não está assegurada a equidade, dado que pessoas em situações de saúde semelhantes não têm o mesmo tipo de acesso nos diferentes centros. O trabalho do GAT é também a favor da equidade e da sustentabilidade do SNS. Falemos de alguns projectos específicos do GAT. O que têm feito junto das populações? O GAT trabalha no acesso à literacia em saúde das pessoas que vivem com VIH o que implica acesso a formação e informação de qualidade. O GAT procura aumentar a capacidade de ativismo, advocacia e participação da comunidade, para políticas de saúde baseadas na evidência. O GAT tem ainda projetos na área da prevenção e rastreio em contextos comunitários para as populações mais vulneráveis de que são exemplo o CheckpointLX, o In-Mouraria PUD, In-Mouraria TS e o In-Mouraria Migrantes. É parceiro fundador do Centro Anti-Discriminação VIH/SIDA e trabalha em parceria com organizações comunitárias e da sociedade civil e instituições nacionais e europeias como o IHMT, O ISPUP, INSA, IPO, ECDC, OMS e ONUSIDA entre outras.
SAÚDE | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 19
Como correu a A III ConferênciaVIH Portugal? A III Conferência do VIH Portugal cujo tema foi Zero novas infeções, Zero casos de discriminação e Zero mortes por sida, foi secretariada pelo GAT e contribuiu, cremos, para o trabalho em conjunto dos vários stakhoklders e para colocar na agenda política, científica, do Sistema de Saúde, as prioridades para o controlo da epidemia. “Zero casos de discriminação”…. É possível? Zero casos de discriminação é para onde temos de caminhar. Por onde passa o futuro do GAT? A sustentabilidade do GAT, bem como de muitas outras ONG nesta área, está em risco pela redução cega de apoios estatais. Temos trabalhado com algum sucesso para diversificar internacionalmente os apoios ao GAT e ao nosso trabalho mas a continuação da política de financiamento zero em conjunto com a situação de crise económica e social vai levar a que os indicadores de saúde nesta área piorem rapidamente com custos elevados para todos.
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“liga-te a
nós”
Liga portuguesa contra a sida também fortes implicações no âmbito relacional e social, afectando as relações interpessoais e toda a dinâmica social em que se insere. As pessoas que vivem com o VIH continuam a ter de se confrontar com o estigma e a recear a discriminação, a rejeição e a possibilidade de virem a ser marginalizadas, o que conduz muitas vezes ao isolamento.
Maria Eugénia Saraiva Presidente
* Créditos: NB
Para que possamos contextualizar os nossos leitores, pedia-lhe que começássemos esta entrevista por fazer uma breve apresentação da LPCS e a sua principal missão. A LPCS fundada em 1990, é uma IPSS sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública e como ONGD pelo IPAD, sendo, actualmente, a mais antiga associação a actuar na área do VIH/SIDA. Tem como principais objectivos o apoio às pessoas infectadas e afectadas pelo VIH/SIDA e outras patologias infecciosas e a promoção e educação para a saúde. Os portugueses estão conscientes do que é o VIH Sida? Portugal continua a apresentar elevada incidência de casos de infecção por VIH e de Sida. A situação do país continua a ser preocupante. De facto, a nossa actuação permite-nos perceber que embora muitas pessoas estejam informadas sobre a infecção e conheçam as suas formas de transmissão, continuam a ter comportamentos sexuais de risco. Ou seja, informação e conhecimento são necessários, mas por si só, são insuficientes para mudar comportamentos. Continuam a persistir muitos obstáculos quanto à utilização consistente do preservativo e dificuldade em negociar práticas sexuais mais seguras, quer devido à baixa percepção de vulnerabilidade quer à subvalorização do risco de contrair o VIH/SIDA. É importante referir que o portador de VIH não sofre apenas da infecção em si, certo? Há outros problemas associados, como a solidão, a marginalidade… Fale-nos um pouco desta realidade subjacente… Um diagnóstico positivo tem um grande impacto na vida das pessoas, podendo, muitas vezes, conduzir a sensações de incerteza e instabilidade. Não é apenas a sua condição de saúde que se altera, com a necessidade de apoio médico regular e tratamento contínuo, há
E no que diz respeito às entidades competentes? Sente que estas têm desempenhado o seu papel no que concerne à prevenção e até desmistificação? O Programa Nacional para a Infecção VIH/SIDA constitui um dos programas prioritários da DGS. No actual Programa, o desenvolvimento de estratégias de prevenção e diagnóstico precoce, nomeadamente nas populações mais vulneráveis, assume um carácter prioritário. No entanto, a actual conjuntura económica do país, com repercussões no poder de decisão e autonomia financeira da direcção do Programa, a escassez de recursos humanos, não tem sido favorável a que mais e melhor se consiga fazer. O exemplo da não abertura de candidaturas para novos projectos das ONG desde 2011, é realmente uma preocupação de todas as instituições, uma vez que reforçará o papel das estruturas de base comunitárias e fortalecerá os programas de prevenção, de diagnóstico precoce e de luta contra o estigma e a discriminação. Queremos acreditar que todos juntos contribuiremos para o lema da UNAIDS - Zero novas infecções, Zero casos de Discriminação e Zero mortes por SIDA. Ainda há muito para fazer neste âmbito… Sim, há ainda muito a fazer ao nível da prevenção. São necessários mais programas de prevenção dirigidos a populações específicas, com mensagens preventivas adequadas. É preciso informar mais, mudar crenças, influenciar atitudes, promover competências, envolver pares, envolver a comunidade, envolver as pessoas que vivem com o VIH. É importante promover a responsabilidade nas escolhas e decisões sexuais. Capacitar os técnicos e profissionais de saúde para a importância da prevenção e diagnóstico precoce. Generalizar o acesso aos testes de rastreio, não só do VIH, como também de outras IST. Acabar com o vírus social associado à infecção. Disponibilizam vários serviços aos doentes que a vocês recorrem. Pode elucidar-nos um pouco sobre os mesmos? A LPCS, desde a sua fundação, tem mantido e desenvolvido um conjunto de acções numa perspectiva
de apoio integrado, procurando abranger áreas de intervenção prioritárias nas diferentes problemáticas relacionadas com o VIH/SIDA. Nestas acções incluemse sessões de prevenção e (in)formação, bancas de prevenção e sensibilização, a Linha SOS SIDA 800 10 20 40, confidencial, anónima e gratuita, a funcionar todos os dias das 17h30 às 21h30 e apoios técnicos especializados (psicológico, social, jurídico, nutricional e grupos de inter-ajuda). Todas as actividades são disponibilizadas de forma gratuita e confidencial aos utentes. Quais os que nota terem mais procura? Porquê? No contexto dos centros de atendimento e apoio integrado, Espaço Liga-te, em Lisboa e Cuidar de Nós, em Odivelas, são os apoios psicológico e social os que têm maior procura por parte dos nossos utentes. Atendendo ao impacto do diagnóstico de infecção por VIH, em que é comum a vivência de choque emocional e perturbação psicológica intensa, muitos dos nossos utentes, procuram apoio a nível psicológico, que irá, não só, fornecer suporte emocional, como também, promover recursos internos que conduzam à integração do diagnóstico, reforçando sentimentos de controlo e esperança. O apoio social é muitas vezes solicitado para obtenção de esclarecimentos e informação sobre inserção social, direitos e benefícios sociais, bem como, pedidos relacionados com bens de primeira necessidade como alimentos, produtos de higiene e artigos para o lar, em grande medida devido às dificuldades causadas pela actual conjuntura socioeconómica. O acompanhamento dos utentes aos hospitais, para consultas e apos realizarem os rastreios ao VIH, Hepatites Víricas e a outras IST, na Unidade Móvel de Rastreios “Saúde+Perto” da LPCS, tem igualmente sido bastante solicitado. Por onde passa o futuro da LPCS? O futuro da LPCS passará, certamente, por manter o compromisso na concretização dos seus objectivos, em conformidade com as orientações e estratégias nacionais e internacionais. É nossa intenção continuar a contribuir para que um número cada vez maior de pessoas conheça o seu estatuto serológico e tenha acesso a prevenção, cuidados de saúde e tratamento mais atempado, procurando inovar, com respostas cada vez mais adequadas e fundamentadas em evidência científica, indo ao encontro das necessidades de populações específicas. Mas para assegurar a continuidade dos serviços e actividades que desenvolvemos e a sustentabilidade da LPCS, precisamos da solidariedade de todos os portugueses.
22 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | SAÚDE
os padrões do gilead Portugal
futuro crónica. São áreas que requerem um know-how acrescido. A inovação torna-se o vosso ponto forte nesta matéria? São efetivamente áreas muito específicas que, nalguns casos, comportam também desafios significativos nas áreas de produção pela complexidade dos processos de fabrico. Atualmente, o desafio mais próximo para a Gilead é a hepatite C, com um extenso programa de desenvolvimento clínico.
Cristina Bernardo Diretora geral
Começava esta nossa entrevista por lhe pedir que nos falasse um pouco sobre a Gilead, nomeadamente sobre a sua missão. A Gilead foi fundada em Foster City, na Califórnia, em 1987 e em apenas 26 anos, tornou-se uma das empresas do setor biofarmacêutico com mais sucesso em todo o mundo, com um portfólio de medicamentos em rápida expansão e um forte investimento em atividades de investigação e desenvolvimento. Qual o vosso compromisso? Investigar e desenvolver novos medicamentos ajustados às melhores expectativas e necessidades dos doentes e dos sistemas de saúde, contribuindo para A nossa missão é desenvolver e tornar acessíveis aos doentes, terapêuticas inovadoras em áreas onde existe necessidade médica não preenchida. Quando falamos na Gilead falamos em terapêuticas bastante específicas e até mesmo delicadas, como é o caso do VIH/Sida, tema que abordamos nesta nossa edição… Sim, a investigação de soluções terapêuticas na área do VIH/sida tem sido, desde muito cedo, uma das prioridades da Gilead. Centrando-se no indivíduo infetado, a empresa tem apostado no desenvolvimento de terapêuticas inovadoras possibilitando a administração
do regime terapêutico antirretroviral completo num só comprimido, de toma única diária. Temos naturalmente um grande orgulho em fazer parte da história de sucesso da infeção por VIH/sida que, nas últimas duas décadas, evoluiu de uma doença fatal para uma doença crónica, com um incremento substancial, não só da esperança de vida individual, como da qualidade de vida das pessoas infetadas. Existem ainda outras terapêuticas que merecem a vossa atenção, como doenças do fígado, cardiovasculares e respiratórias. Porquê a opção por estas temáticas? A prioridade da investigação da Gilead tem sido orientada para o preenchimento de necessidades médicas ainda não satisfeitas, onde as lacunas terapêuticas são grandes. Globalmente, as áreas terapêuticas são seis: infeção VIH/sida, hepatites virais crónicas B e C, infeções fúngicas invasivas, fibrose quística e infeção pelo vírus Influenza A e B, Oncologia e Inflamação, e as doenças cardiovasculares em que se enquadra a hipertensão arterial pulmonar e a cardiopatia isquémica. Em Portugal, a Gilead comercializa cerca de 14 medicamentos em 4 áreas terapêuticas distintas: VIH/ sida, Hepatite crónica B, Infeções fúngicas invasivas e Fibrose quística. Em breve contaremos ainda com um medicamento destinado ao tratamento da hepatite C
Dizem criar padrões do futuro. Sentem mesmo que a vossa presença e forma de estar no mercado são capazes de determinar este futuro? Quando se contribui significativamente para alterar o percurso natural da história de uma doença, com ganhos na esperança e qualidade de vida de tantas pessoas afectadas por estas patologias, quando se actua com responsabilidade ética e social centradas no doente e na procura de uma gestão integrada da doença, penso que poderemos afirmar que estamos a contribuir positivamente para a criação desses padrões de futuro, os quais é claro requerem os esforços de todos os atores envolvidos – doentes, profissionais de saúde, órgãos de decisão, indústria farmacêutica, entre outros. Como é que se torna possível que os medicamentos desenvolvidos pela Gilead possam estar acessíveis a todos? Como conseguem tal abrangência? Como líder no desenvolvimento de terapêuticas para o tratamento da infeção por VIH/sida, é responsabilidade da Gilead ajudar a garantir que os seus medicamentos inovadores estejam disponíveis e acessíveis a todos os que possam beneficiar deles e que deles necessitam. Em 2003, foi criado um Programa de Acesso para possibilitar a disponibilização dos medicamentos da Gilead para o VIH, a preços substancialmente reduzidos em cerca de 130 países, que representam dois terços dos países do mundo e as regiões mais afetadas pela epidemia VIH/sida. Falemos agora um pouco do Programa Gilead Génese. Em que consiste o mesmo? O Programa Gilead GÉNESE é um programa Institucional da Gilead em Portugal, criado com o objetivo de incentivar, a nível nacional, a investigação e geração de
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dados, a promoção de conhecimento e a implementação de boas práticas de acompanhamento dos doentes em áreas terapêuticas como a infeção VIH/SIDA, hepatites virais crónicas, infeções fúngicas invasivas e fibrose quística. Com o lançamento deste Programa de apoios Institucional, os objetivos da Gilead Sciences Portugal foram, essencialmente, três: - Promover a divulgação do Programa junto de novos Parceiros por forma a dinamizar o desenvolvimento de novos projetos e iniciativas - Incentivar a realização de estudos científicos e de carácter comunitário possibilitando a geração de dados - Imprimir um carácter independente ao Programa Gilead GÉNESE através da constituição de uma Comissão Externa de Avaliação, composta por 5 peritos, de áreas diferentes e complementares, a quem competiu a apreciação dos projetos candidatos quanto à sua pertinência e carácter inovador, qualidade, organização e metodologia. Quais as áreas de projeto deste programa? A 1ª edição do Programa Gilead GÉNESE, que decorreu em 2013, teve um âmbito bastante alargado, contemplando várias áreas relacionadas com a atividades da Gilead Sciences . Aceitaram-se candidaturas em áreas de Rastreio e diagnóstico precoce; Geração de dados clínicos, epidemiológicos e de avaliação económica em saúde; Projetos de investigação básica e translacional e de intervenção comunitária direcionados a pessoas que vivem com infeção por VIH/SIDA ou com outras infeções virais crónicas. E porque falamos este mês de VIH, que tipos de projeto apoiará a Gilead neste âmbito? Na área do VIH salientaria os projetos de Rastreio e diagnóstico precoce, que se insere nas prioridades do Programa Nacional para a Infecção VIH/sida, e os estudos na área da adesão e persistência aos antivirais, qualidade de vida e preferência dos doentes. Quem se pode candidatar ao Programa Gilead
Cláudia Delgado Diretora do Departamento Médico da Gilead
Génese? Podem candidatar-se ao Programa Gilead GÉNESE pessoas coletivas como Instituições Académicas, Hospitalares ou outras que se dediquem à investigação científica e/ou clínica; Organizações ou Associações de Profissionais de Saúde e da Sociedade Civil, como Associações de doentes. Esta é uma forma de incentivo à investigação. Quais as expectativas que têm para este programa? Posso dizer-lhe, com bastante orgulho, que a 1ª edição do Programa Gilead GÉNESE, lançado a 20 de Abril de 2013 foi muito bem-sucedida. Foram recebidas, através da plataforma informática criada para a gestão do Programa, 43 candidaturas, das quais 30 oriundas de Instituições Académicas ou de investigação científica e/ou clínica e 13 provenientes de Organizações da Sociedade Civil, nomeadamente Associações de doentes. A Comissão externa de avaliação do Programa Gilead GÉNESE apreciou as 43 candidaturas e, de acordo com os critérios de avaliação previamente estabelecidos,
selecionou 14 projetos que foram financiados pela Gilead. Estamos convictos de que o Programa Gilead GÉNESE já reúne o reconhecimento das Comunidades Científica e Comunitária enquanto instrumento impulsionador do conhecimento científico e promotor de boas práticas de acompanhamento dos doentes. Esta iniciativa traduz ainda o papel ativo da Gilead para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e dos resultados em saúde. O futuro da Gilead, por onde passa? Pela consistente procura de terapêuticas inovadoras, centradas no doente, que preencham necessidades médicas não satisfeitas e contribuam positivamente para o aumento da esperança e qualidade de vida dos doentes. Passa também pela participação contínua, ativa e responsável na discussão das políticas de saúde e de acesso aos medicamentos, bem como pelo incentivo à geração de dados e conhecimento científico no nosso país, os quais nos parecerem fundamentais para melhor suportar os processos de decisão.
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1º Congresso: objetivo cumprido SOS Hepatites
Emília Rodrigues faz o balanço do primeiro Congresso SOS Hepatites. E já há data para o próximo ano.
Emília Rodrigues Presidente
No passado dia 9 de novembro realizou-se o 1º Congresso Nacional SOS Hepatites. Que balanço pode ser já feito desse incentivo ao diálogo e à reflexão em torno desta doença? O melhor possível! Em primeiro lugar, queremos destacar que, pela primeira vez, a Ordem dos Médicos abriu as suas portas a uma associação de doentes para a realização de um Congresso. Este facto é importantíssimo porque demonstra uma parceria efetiva entre médicos e doentes no combate às hepatites. Estiveram presentes o presidente da World Hepatitis Alliance (WHA), Charles Gore, da presidente da Associação Europeia dos Pacientes Hepáticos (ELPA), Tatjana Reic, e do presidente do Grupo Otimismo (Brasil) e representante da AIGA - Aliança Independente dos Grupos de Apoio, Carlos Varaldo. Contámos também com a presença dos nossos parceiros sociais, salientando a representação de outras associações de doentes como a ANDAR (Associação Nacional Doentes Artrite Reumatoide), a Liga dos Combatentes, vários laboratórios de análises clínicas, médicos das mais variadas patologias e ainda, os deputados Ricardo Baptista Leite (PSD), Maria Antónia Almeida Santos (PS) e João Semedo (BE) estiveram também presentes a discutir o futuro das hepatites. Apresentámos um estudo económico realizado pelo economista Albuquerque Dias, com o título “QUANTO CUSTA NÃO TRATAR AS HEPATITES EM PORTUGAL?”, e conseguimos demonstrar que não tratar a hepatite C, em Portugal, vai resultar num custo maior para o
erário público, nos próximos anos. Este custo estimado inclui os valores das consultas, exames, internamentos, tratamento da cirrose e até transplantes de fígado. A Presidente da Comissão Parlamentar da Saúde, Maria Antónia Almeida Santos, propôs à SOS Hepatites uma campanha na Assembleia da República que, a seu devido tempo, será realizada. A indústria também esteve presente, na qualidade de parceiros sociais. Mas mais importante! Foi a primeira vez que os doentes apareceram e deram a cara sem ser numa reunião “fechada” onde só eles estão presentes. Em entrevista à Revista Negócios Portugal afirmaram que as vossas expectativas se centram nas necessidades de informação e alerta face doença, “porque é altura de alertarmos a sério”. Trata-se de um objetivo cumprido? Foi, na realidade, um objetivo cumprido. Temos, neste momento, mais parcerias, e mais portas abertas para o futuro, pelo que, continuamos a acreditar que todos juntos conseguiremos lançar um alerta sério para a problemática das hepatites. Que consequências práticas, no que diz respeito à investigação das doenças hepáticas, resultaram deste encontro? Neste encontro, com a presença dos três presidentes das maiores Associações Mundiais, quisemos demonstrar a realidade de todos os países e a necessidade urgente de tratar os doentes de hepatite que tenham indicação
médica para tal, pois cerca de 20 por cento deles irá desenvolver cirrose e/ou cancro do fígado (carcinoma hepatocelular). Existem hoje, inibidores de protease que associados ao interferão e a ribavirina (do tratamento convencional) proporcionam ao doente 75 a 80 por cento de hipótese de cura. Contudo, aguardamos com grande expectativa que, no início de 2014, estejam no mercado novas terapêuticas que proporcionam 90 a 95 por cento de cura! Alguns destes tratamentos sem interferão e/ou ribavirina, contribuindo significativamente para uma melhoria da qualidade de vida destes doentes. Quais acreditam ser, a longo, médio e curto prazo, as repercussões do evento? Acreditamos que, a longo prazo, a maioria da comunidade esteja envolvida na problemática das hepatites; que, a médio prazo, todos os doentes, com indicação para tal, estarão em tratamento; e a curto prazo acreditamos que o Ministério da Saúde, na pessoa do Senhor Ministro, nos apoiará proporcionando a equidade no acesso ao tratamento a nível nacional. Que questões ficaram por discutir? Consideramos que as questões mais importantes neste momento foram todas discutidas no âmbito deste congresso. Para quando um próximo congresso? O próximo Congresso realizar-se-á em novembro de 2014.
vamos reescrever a história da hepatite c
10/2013//MI/101
A AbbVie está empenhada em criar impacto na vida das pessoas com Hepatite C
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AbbVie, Lda. Estrada de Alfragide, 67 Alfrapark - Edifício D | 2610-008 Amadora Telf. 211 908 400 | Fax. 211 908 403 Contribuinte e Matrícula na Conservatória do Reg. Com. da Amadora n.º 510 229 050 | Capital Social 4.000.000€
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2013: Year of Commemoration of the 30th anniversary of Ophtec BV Ophtec
The Ophtec BV was founded in 1983 in Groningen in the Netherlands and is a private equity firm that develops and manufactures medical devices for ophthalmology, including intraocular lenses and other devices in the areas of cataract, refractive (myopia, hyperopia and astigmatism) and trauma.
Sandra Bayan General Manager
The company distributes its products through an international network of representatives and is involved directly in some countries through subsidiaries located in the United States , Portugal , Spain , Korea, Germany, South Africa and Asia Pacific. Everything starts in 1958 , when Prof. . Jan Worst in partnership with other greats of the era of Ophthalmology , among which stand out S. Fyodorov , C. Binkhorst , developed the first artificial lenses for cataract treatment , and performed the first surgery to treat this disease , constituting this moment , a milestone in the history of ophthalmology . Subsequently , Prof. Worst developed a unique concept that adapted to their cataract lenses - the concept of the Claw or pincer ‘’ lobster ‘’ - and that has to do with a spe-
cific form of attachment to the patient’s eye , emerging as the first Artisan lens ®. Again , we are witnessing a revolution , which marks another major development in the field of ophthalmology worldwide . Later , Prof. . Worst , realizing that solutions / techniques available at that time , to solve refractive errors were neither satisfactory nor predictíveis , develops the first lens for the correction of myopia and born ® Artisan Myopia lens ( at the time called lenses Worst Myopia Claw ) . However, he had already been created by Ophtec BV A.Worst , the wife of Prof. . Jan Worst in order to create the necessary research and development structures products devised by her husband . The enterprise is born , with a strong research and development which has always guided the guidelines for
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“E
sta parceria, permitiu ao longo dos últimos 25 anos, assistir ao desenvolvimento de um leque de produtos que deriva da evolução das lentes Artisan, tendo neste momento 7 versões deste produto incluindo a versão dobrável denominada – Artiflex®
Erik-Jan Worst Presidente e CEO
EW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • NEW • N
Family CT
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S TA B L E PL AT F O RM , PREM I U M O P T IC S , MIC RO INC IS ION
PE
, has transformed in recent years , the company one of the leading international players in terms of Ophthalmology In presentation of news , we are developing a comprehensive advertising campaign , directed primarily at young , which includes an interactive website ( www. artilens.nl ) where anyone can put their questions and clarify any doubts regarding the surgery. There are also a number of advertising materials and brochures for placement in Hospitals and Clinics specialty . The company is betting heavily on online communication through the use of internet and social networks , Twitter , Facebook , Youtube , eyetube . Thus , the company intends to get closer to either of professionals or consumers , who increasingly actively seeking information about your eye problems and solutions available for solving them . Our main mission and driving force of our motivation is the possibility, through the products we sell, can contribute significantly to improving the quality of life of many thousands of people , enabling them to perform activities they deemed impossible to implement .
EX
the study and development of innovative products and premium , using , for its design and production, the latest technology . All this work has been developed in partnership with a selected group of surgeons internationally, each of which range referenced as KOL ‘s ( Key Opinion Leaders ) in their area of specialty. Erik -Jan Worst , current President and CEO of the Group , has transformed in recent years , the company one of the leading international players in terms of Ophthalmology This partnership has allowed over the last 25 years , watching the development of a range of products derived from the evolution of the Artisan lens , and this time 7 versions of this product including the so-called folding version - artiflex ® This range of products covers the entire area of refractive surgery , and who have given all the evidence of its safety and effectiveness for users and allowed the company to reach the global leadership of implantable devices as an alternative to prescription glasses , has always been the core business of the company After 25 years of success in this area , and the recognition by the professionals , it was decided to redesign the product portfolio of the company , by creating 2 main Family : Artilens Precizon ™ and the latter corresponding to a strong investment in the segment premium lens ( cataract lenses with specific characteristics that include younger segments of the population ) . The Familia Artilens integrates all artiflex and Artisan lenses and Family Precizon part premium lens for cataract , which was internationally presented last month during the European Congress on Refractive Surgery and Cataract . Erik -Jan Worst , current President and CEO of the Group
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“Prezamos muito a qualidade do atendimento” Clinimer
Margarida Silvestre e Ana Peixoto, diretora administrativa e financeira e diretora clínica, respetivamente, fizeram um balanço da atividade desenvolvida na Clínica de Medicina da Reprodução, localizada no Centro Cirúrgico de Coimbra, um hospital privado. Especialistas em Ginecologia-Obstetrícia, com a sub-especialidade em Medicina da Reprodução, garantem que “a disponibilidade para o atendimento aos casais”, aliado à qualidade certificada dos serviços, são os fatores que distinguem a CLINIMER.
Margarida Silvestre e Ana Peixoto Diretora administrativa e financeira e diretora clínica
Que tipo de trabalho desenvolve a CLINIMER? Ana Peixoto (AP): Dedicamo-nos ao estudo e tratamento de casais com problemas de fertilidade, desde a realização dos exames complementares de diagnóstico até aos tratamentos médicos, cirúrgicos e também os de procriação medicamente assistida (PMA). Como enquadra o problema da reprodução medicamente assistida em Portugal? Margarida Silvestre (MS): A taxa de infertilidade em Portugal ronda os 10 por cento, segundo um estudo feito há dois anos. Mesmo assim estamos a falar de quase 300 mil casais com problemas de infertilidade. A nossa unidade pode surgir como uma mais valia por termos a vantagem de estarmos integrados num centro de maior dimensão. No decurso do estudo, podemos fazer os diversos exames complementares de diagnóstico: ecografia, histeroscopia, histerossalpingografia no centro de radiologia, sob radioscopia. Realizamos as cirurgias
necessárias, algumas de diagnóstico, outras de tratamento no âmbito da fertilidade também as diversas técnicas de PMA: inseminação artificial, fecundação in vitro e microinjeção de espermatozóide no óvulo. AP: O que é importante referir é sobretudo a nossa disponibilidade para o atendimento dos casais. Conseguimos “perder tempo” a ouvir o casal e ouvindo os seus problemas conseguimos orientar noutros sentidos se necessário, nomeadamente para apoio psicológico, com a nossa psicóloga clínica, ou de colegas de outras especialidades, que aqui trabalham e connosco colaboram sempre que necessário. E prezamos muito a qualidade do atendimento. É importante referir, sobretudo a nossa disponibilidade para o atendimento dos casais. Conseguimos ter tempo para ouvir e ajudar a solucionar os problemas encaminhando-os muitas vezes para outras áreas nomeadamente, para apoio psicológico, com a nossa psicóloga clínica, ou para colegas de outras especialidades, que aqui trabalham e connosco colaboram sempre que necessário. Presamos muito a qualidade do atendimento. MS: Acompanhado da qualidade do desempenho a nível laboratorial, porque só assim é que podemos obter as boas taxas de sucesso que temos nos tratamentos. É sublinhar que estamos a falar de taxas num centro privado, que tem uma percentagem muito grande de doentes com mais de 40 anos. Portanto, são aquelas
mulheres que já não têm idade para entrar nos centros públicos. A fertilidade vai diminuindo significativamente com a idade e ora se nós temos essa parcela importante da nossa população que há partida tem probabilidades de êxito menores e se globalmente isso dá uma percentagem que fica acima da média, significa que a qualidade do trabalho é boa. Qualidade que está certificada? AP: Na última auditoria à nossa organização não tivemos uma única não conformidade. Estamos com um forte sistema de gestão da qualidade que tem sido muito elogiado nas diversas auditorias. MS: Começámos em final de novembro de 2008, no ano em que o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida lançou as normas e requisitos de funcionamento dos centros. Fomos o primeiro centro que começou a exercer já autorizado pela Direção Geral de Saúde, como tendo os requisitos necessários ao seu funcionamento. Em 2009 começamos imediatamente com o processo de certificação. Que critérios devem presidir à escolha de um Centro de Reprodução? MS: Os casais sentem que perdem muito tempo a encontrar um sítio que lhes resolva o problema. Nós, além de ginecologistas e obstetras gerais, temos formação e muita experiencia nesta área específica. Não faz sentido perderem tempo, procurando ajuda não especializada. E o problema é esse! Se aos 25 anos o tempo pode não ser tão importante, a partir dos 35 pode fazer toda a diferença, porque se inicia um declínio a pique da fertilidade e as pessoas estão a perder oportunidades em termos daquilo que querem. *Pode ler este texto na íntegra em www.revistanegociosportugal.com
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“Promovendo a melhoria dos cuidados de saúde” APDIS
A APDIS - Associação Portuguesa de Documentação e Informação de Saúde, é uma associação sem fins lucrativos, constituída em 1991. Agrega os profissionais de informação da saúde, contribuindo para a investigação, educação e desenvolvimento de cuidados de saúde em Portugal. Sendo uma associação pequena, que conta com o trabalho voluntário dos seus associados, tem um papel importante junto dos profissionais da informação e na cooperação com instituições da área das ciências da saúde. associados... A formação é uma área muito importante. Tanto a área da saúde como as tecnologias de informação estão em constante evolução e por isso a formação é indispensável. Apesar da conjetura socioeconómica pouco favorável, a APDIS promoveu algumas acções de formação interna e em parceria com instituições congéneres. Susana Henriques, Sílvia Lopes, Margarida Meira, Sofia Amador e Teresa Martins Direção da APDIS
Qual o compromisso da APDIS para com os seus associados? O compromisso passa por garantir o papel insubstituível dos bibliotecários das Ciências da Saúde, na promoção do acesso à informação. A força da APDIS reside no envolvimento e na participação dos seus associados, pelo que angariação de novos associados é fundamental, bem como a dinamização de canais e redes de comunicação interna. Falamos de um tema bastante específico, a saúde. Isso torna o vosso trabalho mais minucioso? Minucioso e cada vez mais especializado. Os bibliotecários, pelas suas competências, são um elo essencial para o desenvolvimento da investigação e da educação na área das Ciências da Saúde, promovendo a melhoria dos cuidados de saúde. Têm também formação disponível aos vossos
Outra grande aposta são as Jornadas e Conferências... As Jornadas realizam-se de dois em dois anos, desde 1993. Promovem o encontro, a partilha de experiências, a atualização e enriquecimento dos conhecimentos. A APDIS organizou também, com sucesso, duas Conferências da EAHIL - European Association for Health Information and Libraries. A primeira, em Coimbra (1996) e a outra, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian e no Centro de Congressos do Estoril (2010). Neste momento, estamos a organizar as XI Jornadas APDIS, subordinadas ao tema “Bibliotecas das Ciências da Saúde: Que futuro?”, a realizar na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, nos dias 27 e 28 de março de 2014. Sendo um encontro nacional, contamos com a presença de colegas de outros países, como Espanha, Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs). Nestas jornadas, que contarão com comunicações, posters e exposição de editores de revistas científicas, teremos uma sessão
dedicada à “Rede ePORTUGUÊSe”, desenvolvida pela OMS, e que promove a informação de saúde, em língua portuguesa. O período para submissão de resumos de comunicações e posters decorre até 20 de janeiro de 2014 e os temas estão disponíveis em http://www.apdis.pt/jornadas Por onde passa o futuro da APDIS? A APDIS tem investido na modernização das suas estruturas. Procurou-se uma maior eficiência dos serviços administrativos através da informatização dos serviços de contabilidade e da organização do arquivo. O reforço da identidade da associação passou pelo desenvolvimento de um website com uma nova abordagem técnica e visual. Esta modernização está patente também nos dois recursos disponibilizados pela APDIS: a LAO - Lista APDIS Online, que permite localizar e requisitar artigos de revistas científicas existentes em instituições da saúde portuguesas, fundamental para a satisfação das necessidades de informação de investigadores, professores, estudantes e profissionais de saúde; e o RBAS – Repertório das Bibliotecas da Área da Saúde. Um marco importante foi o estabelecimento de um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa, para a cedência de um espaço para a sede da APDIS. Este permitirá conservar todo o espólio da associação, bem como criar condições para o desenvolvimento de todas as atividades a que nos propomos. * Agradecemos à Biblioteca da FF | ULisboa que gentilmente nos acolheu nas suas instalações para a realização desta entrevista.
OS FACTOS ESTÃO À VISTA: UMA PELE CUIDADA PRECISA DE PROTEÇÃO UV TODOS OS DIAS.
T H E B E A U T Y O F C E R TA I N T Y
Todos os dias, todo o ano, mesmo através de vidro ou nuvens, os raios UV (UVR) podem danificar todas as camadas da pele, até as mais profundas. Isto pode levar até 90% do envelhecimento prematuro da pele. Ao contrário da maioria dos produtos, as novas fórmulas dos cremes de dia SERUM7, SERUM7 LIFT e SERUM7 RENEW protegem a sua pele em profundidade* dos raios UV (UVR), atrasando o aparecimento dos sinais do envelhecimento prematuro da pele.
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Anti-idade, Pró Juventude Boots laboratories
Aos 55 anos, a mulher dos dias de hoje ainda se encontra em plena atividade ao conciliar a sua vida profissional, afetiva e familiar numa existência sobrecarregada que se abate sobre a idade e, consequentemente, sobre a pele. Dos conhecimentos que advêm da experiência de mais de 160 anos da Boots Laboratories chega Serum7 Renew, uma nova gama antienvelhecimento que visa contrariar as marcas do tempo e conferir às suas utilizadoras uma aparência mais concordante com a atitude jovem e energética que empregam.
Que produtos compõem a gama Serum7 Renew, lançada recentemente? A Serum7 Renew, nova gama antienvelhecimento da Boots Laboratories, é composta por quatro produtos para o cuidado diário do rosto: Serum7 Renew Serum Inovador, Serum7 Renew Creme Dia Reestruturante SPF15, Serum7 Renew Creme Noite Reparador e Serum7 Renew Contorno Olhos Remodelador. Como é devem ser aplicados estes produtos e quais são os seus principais pontos de atuação? Que resultados prometem? A Serum7 Renew tem resultados comprovados na reativação dos genes das células da pele madura, deixando-a com uma aparência visivelmente mais jovem. A pele fica renovada, e para se conseguir o efeito máximo, deverá ser seguido o seguinte regime diário: - de manhã, há que aplicar na pele limpa o Serum7 Renovador. De seguida, aplicar o Creme de Dia
Reestruturante e o Contorno de Olhos Remodelador; - À noite, volta a aplicar na pele limpa o Serum7 Renovador. De seguida, aplicar o Creme Noite Reparador. Que inovações tecnológicas ao dispor dos vossos laboratórios estão na origem da elaboração da gama Serum7 Renew? A grande inovação tem a haver com a nova pesquisa avançada feita pela Boots Laboratories, que revelou que à medida que a mulher envelhece, os seus genes são desativados, fazendo com que as células da sua pele não se comportem da mesma forma como quando esta era jovem. Com o passar dos anos, os níveis de colagénio e fibrilina diminuem, originando linhas e rugas. As alterações hormonais e o acumular da exposição UVR também aceleram o processo de envelhecimento das pele. Os queratinócitos e os fibroblastos de uma pela madura não se comportam como os de uma pele jovem.
Que aspetos merecem destaque na composição de Serum7 Renew e de que forma esses compostos contribuem para a obtenção dos resultados esperados? A nova pesquisa avançada feita pela Boots Laboratories revelou que os Complexos Age Defense e Renewal Complex reativam os genes das células da pela madura. O Age Defense Complex, comum a todas as gamas Serum7, ajuda a proteger os níveis de colagénio e fibrilina, que suportam a derme, e logo ajuda a reduzir a aparência das rugas e rídulas. O Renewal Complex reativa a renovação celular à superfície, e logo reduz a aparência de manchas cutâneas e dá luminosidade ao rosto. Que pesquisa e que motivação estão na origem da criação deste produto? A motivação que está por trás da criação deste produto tem a haver com as necessidades da pele nas diferentes etapas da vida. Com o passar dos anos, a pele do rosto
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fica mais seca, com mais rugas, menos firme e com manchas cutâneas. O processo de envelhecimento da pele decorre da passagem do tempo, mas é também consequência de outros fatores como a exposição aos raios UV (UVR). As alterações hormonais têm também um efeito direto no envelhecimento cutâneo prematuro e é aí que aparece o Serum7 Renew. O que diferencia esta gama de outras semelhantes à venda do mercado? A Gama Serum7 Renew tem uma fórmula inovadora e completa, como já referimos atrás. Para além da fórmula e dos resultados cientificamente comprovados, temos igualmente de referir a cosmeticidade dos produtos Serum7. Uma só aplicação do Serum Renovador é suficiente para se sentir um efeito imediato, ficando a pele com uma textura melhorada. Que cuidados complementares recomendam às utilizadoras destes produtos? É muito importante referir que a pele deve ser devidamente limpa, antes da aplicação de qualquer cuidado diário da pele. Nesse sentido, a gama Serum7 tem três produtos de limpeza disponível para as suas consumidoras: leite de limpeza revigorante, água tonificante luminosa e o exfoliante renovador.
A que tipo de mulher é que se dirige este produto? A nova Gama do Serum7 Renew está indicada para o cuidado antienvelhecimento de uma pele madura, ou
só saem para o mercado depois dos resultados desses testes serem muito satisfatórios para os consumidores. A satisfação dos nossos consumidores é a nossa
seja, a partir dos 55 anos.
prioridade. Por outro lado, um dos princípios fundadores da Boots Laboratories tem a haver com o preço – o nosso objetivo é sempre ter produtos de excelente qualidade acessíveis a todos.
Dedicada à dermocosmética, a Boots Laboratories, conta já com uma experiência de 160 anos. É o know-how adquirido que está na base da satisfação dos vossos clientes? Sem dúvida – com mais de 160 anos de experiência, a Boots Laboratories orgulha-se pelo desenvolvimento de produtos cientificamente avançados com qualidade e eficácia cientificamente comprovadas. Todos os produtos da Boots Laboratories são testados em situação real e
Onde podemos encontrar a gama Serum7 Renew? A gama Serum7 Renew está disponível em farmácias.
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a
Medicina Nuclear
Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear Como nasce esta Sociedade e quais os seus principais propósitos? A Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear (SPMN) é uma associação científica, voluntária e sem fins lucrativos, que tem como objetivos estatutários “estimular e promover a discussão, a divulgação de ideias, experiências e resultados, no campo do diagnóstico, do tratamento, da investigação e da prevenção, em Medicina Nuclear, com vista a um benefício da saúde pública e da humanidade”. A SPMN integra, entre os seus associados, elementos de diferentes grupos profissionais envolvidos no exercício da Medicina Nuclear, maioritariamente médicos, físicos, farmacêuticos e técnicos de diagnóstico e terapêutica. A Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear foi fundada em 1978, como membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa (SCML), destacando-se, na sua história mais recente, os seguintes marcos, por ordem cronológica: - Em 1992, elementos da SPMN participam na organização, em Lisboa, do Congresso Anual da Sociedade Europeia de Medicina Nuclear; - Em 1995, são dados os primeiros passos na criação de grupos de estudos, com o objetivo de promover e facilitar a troca de experiências nas áreas mais relevantes da Medicina Nuclear; - Igualmente em 1995, surge o Boletim Informativo da SPMN, que pretende divulgar aos sócios as iniciativas da Direção e estabelecer um canal de informação sobre os acontecimentos ligados à Medicina Nuclear em Portugal; - Em 1998, a SPMN autonomiza-se da SCML, adquirindo a estrutura jurídica e estatutária atual; - Em 1999, surge a primeira página web da SPMN e é igualmente reformulado o Boletim Informativo, com inclusão de alguns textos científicos e uma nova apresentação gráfica; - Em 2000, a SPMN organizou no Porto, conjuntamente com o seu Congresso Nacional, o Congresso IberoAmericano de Medicina Nuclear (XVII ALASBIMN); - Em 2001, é oficializado o logotipo atual da SPMN e surge o primeiro número da sua Revista Científica. Afinal, o que é a Medicina Nuclear? A Medicina Nuclear é uma especialidade médica, criada
em Portugal em 1980, na qual se utilizam isótopos radioativos, isoladamente ou ligados a fármacos, com o objetivo de obter estudos de imagem da sua biodistribuição através de imagens em câmara gama ou tomógrafo de positrões (diagnóstico de imagem), de estudos sem imagem (estudos funcionais) e de tratamento (vertente de radioterapia metabólica). Esta é cada vez mais importante na medicina, pelo seu auxílio fundamental no diagnóstico... Hoje sabemos que as alterações a nível da fisiologia celular e a nível molecular precedem, claramente, as alterações a nível de estrutura anatómica. Em Medicina Nuclear são administradas moléculas marcadas com um traçador radioativo e observada, através de aparelhagem adequada, a respetiva biodistribuição. Assim sendo, os diferentes exames de Medicina Nuclear equivalem à observação in vivo das alterações fisiopatológicas do metabolismo celular e dos tecidos que incorporam os diferentes órgãos do corpo humano. Num certo sentido, a Medicina Nuclear consegue visualizar os processos patológicos a nível celular e tecidular. Pela sua precocidade, o diagnóstico de diferentes patologias a nível cerebral, cardíaco, oncológico, endocrinológico, renal, ósseo e outras, torna-se cada vez mais necessário, no que se refere ao custo-eficácia em medicina. Acresce que algumas das moléculas utilizadas para imagem, quando marcadas com isótopos emissores β ou α, poderão ser utilizadas para a terapêutica. Pergunto-lhe se os seus profissionais e também pacientes correm algum risco por estarem expostos à mesma. Encontra-se claramente definida na legislação portuguesa e europeia a utilização de substâncias radioactivas em seres vivos. Nesta legislação encontramse definidos os limites anuais de exposição a radiações, quer para as pessoas profissionalmente expostas, quer para a população profissionalmente não exposta. Todos os exames realizados num serviço de Medicina Nuclear têm que estar requisitados por um médico e têm que estar indicados para a utilização diagnóstica ou terapêutica pretendida. Os serviços devem estar certificados, fazendo parte do processo de certificação,
auditorias nas quais é observado o cumprimento de todos os processos de funcionamento. Nos nossos dias existe o cuidado, mas também, a desmistificação do tema radiação. Por exemplo sabemos que, a nível do mar, um ser vivo é submetido a uma radiação de 0,01µSv/h; que num avião é submetido a 0,10µSv/h e que em altitude (p.e a 5000 metros) se submete a 0,5µSv/h; como tal, e aquando da realização de um exame de Medicina Nuclear, é fácil de explicar ao doente que o vai realizar, transformando a radiação a que vai ser submetido em equivalentes da vida comum. A Medicina Nuclear utiliza sempre, na sua atividade, o princípio fundamental do ALARA (“As Low As Reasonably Achievable”). Como tem evoluído a Medicina Nuclear nos últimos anos? A evolução e crescimento da Medicina Nuclear deve-se a dois fatores fundamentais: a investigação e a aplicação clínica. Estes dois fatores têm sido observados nas áreas da tecnologia e da farmacologia e química. Quando comecei a dar os primeiros passos nesta minha atividade (anos 80) utilizava-se aparelhagem mais rudimentar, mas à data muito valiosa, tal como, sondas de captação e aparelhos de gamagrafia linear, Nos primórdios dos anos 80 surgiram em Portugal as primeiras câmaras gama, as quais foram um enorme avanço, com obtenção de estudos por imagem. Nos anos 2000, em Portugal, surgem os primeiros tomógrafos de positrões, com o subsequente acréscimo de resolução das imagens obtidas. No que respeita à farmacologia e à química, iniciou-se todo um processo de investigação e aplicação clínica de um maior número e variedade de moléculas que permitem, na atualidade, pela sua especificidade, a obtenção de exames quase equivalentes a uma biópsia metabólica por imagem. * Entrevista cedida por Jorge Gonçalves Pereira, presidente da SPMN
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Uma ferramenta à medicina
essencial
Diaton
A história da DIATON – Centro de Tomografia Computorizada Lda - começou por ser uma empresa ligada apenas à tomografia computadorizada (TAC) ainda na década de 70.
João Faria Diretor
Depois abarcou sucessivamente as valências da Medicina Nuclear (MN) e da Ressonância Magnética (RM). Estas constituem hoje o core da sua atividade, que ainda se estende a outras valências diagnósticas, como imagiologia geral e diagnóstico laboratorial, através de empresas suas participadas. “Neste momento dispõe assim de capacidade para a prestação de um leque alargado de meios auxiliares de diagnóstico”, conclui o médico Faria João, especialista e diretor clínico na área de Medicina Nuclear, com quem a Revista Negócios Portugal esteve à conversa sobre Medicina Nuclear. Medicina Nuclear tem alguma coisa a haver com energia nuclear? Tira partido de alguns aspetos das ciências nucleares aplicadas à medicina. As bases da física da radiação estão naturalmente subjacentes a esta área da medicina, tanto nas vertentes diagnóstica como terapêutica, aliada também a outros ramos da ciência com destaque para a fisiologia, a biofísica, a biologia, a bioquímica, e a imunologia. Nem toda a medicina molecular é nuclear nem vice-versa. Pode-nos explicar melhor essas distinções? As ciências médicas têm evoluído essencialmente a partir de uma base interdisciplinar com o universo das biociências, conforme já referido. Pode dizer-se que a Medicina Molecular se iniciou com a descoberta do ADN e teve o seu desenvolvimento inicial com os estudos genéticos. Hoje não se estuda só um determinado
órgão ou a sua estrutura celular. Os conhecimentos atuais situam-se já ao nível das moléculas que intervêm nos processos metabólicos e que estão alterados muito antes de haver manifestação clínica da doença. Assim começou a haver tendência para a designação de Medicina Molecular, no âmbito da Medicina Nuclear, quando esta passou a ter possibilidade de marcar com um elemento radioativo substâncias cada vez mais específicas (pequenas moléculas), ou seja em linguagem mais percetível, a procurar tendencialmente dispôr de um ‘marcador’ para cada doença. Como métodos de obtenção de imagem molecular no âmbito da Medicina Nuclear o destaque vai para a tomografia por emissão de positrões (PET), que utiliza câmaras de PET acopladas a CT ou a RM, aliando assim a informação metabólica (PET) com a estrutural (CT ou RM). É ainda possível realizar alguns estudos de imagem molecular em equipamentos de gamagrafia convencional com a técnica de SPECT (tomografia por emissão de fotão simples). Deve contudo salientar-se que a designação de imagem molecular é ainda referida a outras tecnologias diagnósticas, com destaque para a Ressonância Magnética. Entre algumas das principais aplicações médicas da imagem molecular deve realçar-se, por exemplo o contributo nas áreas da Oncologia e das Neurociências, tanto na vertente diagnóstica como terapêutica. A título de exemplo cita-se o estudo das doenças de Parkinson e síndromas demenciais, nomeadamente de tipo Alzheimer. Como chegou a esta área da Medicina? Tive na fase de pré-graduação a perceção de uma ciência que estudava bastante a fisiologia e os processos metabólicos, as bases bioquímicas da própria medicina e não apenas uma ciência de imagiologia em que a informação obtida era essencialmente de índole estrutural. São estas particularidades inerentes à Medicina Nuclear que a distinguem da radiologia convencional, atendendo a que existe naturalmente tendência para estabelecer algum paralelismo entre as duas áreas médicas,
embora com alguma tendência atual no sentido da sua convergência, embora polémica. Acredita que a área imagiológica é o futuro da medicina? Por um lado, se é já uma das áreas de grande impacto, este será progressivamente mais relevante na medida em que a aplicação das ferramentas fornecidas pelas ciências ligadas à Medicina Molecular se torne mais acessível, tendo necessariamente uma base de melhor relação de custo/eficiência, com especial destaque para as aplicações em Oncologia, em Neurologia, em Cardiologia e na generalidade das doenças degenerativas. E a nível internacional, em que posição se coloca a nossa Medicina Nuclear? Não há dúvidas de que na generalidade está qualitativamente bem posicionada a nível internacional, tendo nomeadamente recuperado de algum atraso no início da implementação e disponibilização da valência de PET. Por exemplo, decorreu cerca de uma década desde a existência de PET em Espanha até a sua implementação em Portugal. A taxa da sua utilização ainda se encontra, contudo, significativamente abaixo da média europeia.
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Um trabalho à imagem do
fundador
Análises Clínicas Dr. Luís Aguiar Soares
Jurista de formação, com pós- graduação em gestão para licenciados em Direito, obtidos na Universidade Católica do Porto, Miguel Aguiar Soares, é o administrador da Análises Clínicas Dr. Luís Aguiar Soares. Do Direito à Saúde, a viragem acontece por razões familiares: “O meu pai era médico patologista e fundou este laboratório”.
Chegou à empresa paterna em 2002, ano em que atualizou a pós-graduação para um MBA na área da gestão, tendo posteriormente frequentado outra de Gestão de unidade de saúde e outra em marketing da saúde. Frequentou a parte letiva do curso de especialização em Administração Hospitalar, na Escola Nacional de Saúde Pública. “Por força da minha formação e a do meu irmão que trabalha em engenharia eletrónica e telecomunicações, desenvolvemos as competências de gestão, começamos a gerir esta empresa e houve um novo estímulo”, recorda Miguel Aguiar Soares. Em S. João da Madeira, os Laboratórios Luis Aguiar Soares, chegaram a representar uma percentagem relevante da faturação do setor, assegura o administrador. “É um negócio com uma particularidade, que nunca pode ser esquecida, a de que lidamos com a saúde das pessoas”. Como se gere uma empresa, como diz, com “padrões familiares”? Maximizando o nosso bem-estar e o de quem trabalha connosco e garantindo que o trabalho é feito com um padrão de excelência. Não nos orientamos com o estrito objetivo de maximização do lucro. Até porque há um sócio que todos temos que só nos aparece nas alturas em que corre bem, que é o Fisco (risos). As empresas familiares gerem-se de duas maneiras: maximizando o lucro pelo lucro em si, ou maximizando o bem estar da empresa e de quem a rodeia e não propriamente o
lucro. Não investimos muito em publicidade. Fazemos donativos e temos ofertas mensais em espécie, dos nossos serviços a instituições de solidariedade, refirome a Santas Casas da Misericórdia, e lares, só para dar dois exemplos. Temos uma postura diferente. Fazemos serviços externos ao domicílio com cinco viaturas e não cobramos nada, ou seja, fazemos colheitas no sentido de poupar aos utentes o tempo e algum incómodo de virem até ao Laboratório. O que o distingue dos concorrentes? Somos um laboratório médico de análises clínicas e gerimos as nossas estruturas sempre com parâmetros de servir o melhor possível os doentes e quem nos procura. Isto significa ajudá-los no diagnóstico o mais depressa possível e proporcionar os tratamentos nas outras estruturas. Mas onde temos excelência comprovada é aqui. Somos o único laboratório médico de raiz entre Arouca, Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis e S. João da Madeira. A nossa equipa de direção clínica é composta por três médicos patologistas, e especialistas farmacêuticos em análises clínicas que perfazem uma diferença de monta. De modo que há atos médicos que nos são permitidos, nomeadamente o da prescrição. Para além do Laboratório que outras valências têm? O nosso grupo compreende cinco clínicas. Mas ainda colaboramos em mais meia dúzia delas. Com uma vantagem que, para nós, é mais confortável do que para
os outros: não somos concorrentes dos nossos clientes, nem dos nossos parceiros. Oferecemos também o nosso know-how. A sede do grupo, nestas instalações, é exclusivamente dedicada à atividade laboratorial. E, temos uma organização habitual: um laboratório central, com postos de colheita espalhados por várias clínicas. Qual a importância das análises clínicas no âmbito da saúde pública? Não sendo o setor mais caro no espectro dos tratamentos é o que tem o maior potencial de diagnóstico. Para ter uma ideia, representando 2 a 3 por cento do custo hospitalar, quando representa, chega a ter 80 por cento de informação relevante do processo clínico dos doentes. Isto é muito importante. Mas não deixámos de ser meios complementares de diagnóstico. O médico é o principal interlocutor e um meio de atingir o objetivo fundamental do doente, que é velar a sua doença e obter a cura. Quando os sintomas não são evidentes, o médico auxilia-se de outros meios auxiliares de diagnóstico, onde nós nos incluímos como laboratório. Recuando um pouco à história do Laboratório... O meu pai foi o fundador. Era médico patologista especialista em análises clínicas e cirurgia. Frequentou um dos primeiros cursos de Medicina do Hospital de São João, no Porto. Este laboratório ostenta com muito orgulho o seu nome. A marca Análises Clínicas Luís Aguiar Soares está registada e é propriedade da família. Será cedida a uma fundação entretanto criada em 2010,
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também com o nome do pai: Fundação Doutor Luís Aguiar Soares. Inicialmente a empresa funcionou em Vale de Cambra, depois transitou para S. João da Madeira em 1977. A sua fundação acontece depois de o meu pai retornar de Angola onde foi assistente de Daniel Serrão, professor doutor. Curiosamente, muitos anos depois, também eu fui aluno dele no curso de Direito onde lecionava Medicina Legal. Fomos os dois alunos do mesmo indivíduo em cursos completamente distintos. De resto, a história do laboratório é pautada pela evolução normal do setor. Qual a missão da Fundação Doutor Luís Aguiar Soares? A Fundação foi criada para continuar uma postura de benemerência que o meu pai tinha. Trabalhando sobretudo em dois concelhos, Vale de Cambra e Arouca (a origem do meu pai), visa atuar na área, muito negligenciada, da Saúde Pública. Entendida segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), não como mera ausência de doença, mas como um completo estado de bem estar físico, psíquico e social. Há várias dimensões onde isto se pode enquadrar. Já nos apresentaram muitos projetos, alguns que faziam muito sentido serem apoiados. Chegamos a apoiar iniciativas na área da música, porque entendemos que a
cultura é a expressão de saúde do povo. Esta Fundação não tem uma dimensão assistencial normal. Queremos trabalhar de uma maneira diferente e em coisas nas quais a maioria das pessoas não está habituada. Por exemplo, fazer um rastreio, mas um que seja relevante, de fundo, pensado, estudado, com um comité científico a acompanhar e resultados que permitam perceber o seu impacto na população. Desafios para o futuro? Tendo em conta o estado da economia e conhecendo bem o negócio, como conheço, as perspetivas para o futuro são boas, mas não necessariamente risonhas. Não obstante, estarmos num setor muito contingente e frágil a intervenções da tutela. Num ímpeto podem-nos baixar a tabela do serviço nacional de saúde em 30 por cento. Como aconteceu, sendo que a tabela representa uma larga fatia do que fazemos aqui. Sabemos ainda que vivemos num mercado fechado, porque a demografia na nossa região não conhece aumentos extraordinários, nem sequer um aumento normal. A população de S. João da Madeira é na ordem dos 24 mil habitantes, a de Vale de Cambra, igual, portanto, se há crescimento num lado, há diminuição no outro e as coisas vão estando constantes. Oliveira de Azeméis, Arouca e Sever do Vouga também não crescem muito. O próprio Porto, também tem a mesma dificuldade. Mas tudo isto, claro
é um problema geral do país. Mas sabendo de tudo isso e da existência de uma limitação à prescrição por parte dos médicos, dos centros de saúde e das administrações para contenção de custos, se ainda assim temos um aumento do número de pessoas a vir cá, significa que estamos a trabalhar bem e a ser reconhecidos por isso. Gostava de ver a descendência a tomar conta do negócio da família? Eu tenho um filho, com 11 anos. Um sobrinho que vai fazer 3 anos, outro que entrou este ano para o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, e mais dois que manifestam já a vontade de seguir os passos dos pais (ambos médicos) e do avô. A estrutura que temos agora, no momento atual, está a ser gerida pela minha mãe, pelos meus irmãos e por mim. Portanto, não sucumbindo àquilo que é normal acontecer nas empresas familiares em que a primeira geração cria, a segunda aumenta e a terceira destrói, obviamente, gostaria muito que a empresa continuasse na família, como creio ser também a vontade dos restantes membros.
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“Aqui respira-se
saúde”
CeNtro geriátrico - lar de idosos e centro de dia
O ar é puro. Ao redor, uma extensão de três hectares de natureza convida ao lazer. Na Casa Ribeira – Centro Geriátrico respira-se saúde. A localização é excelente, pois permite conjugar os benefícios de estar a dez minutos do Porto e ainda assim estar rodeada de uma envolvente desafogada e contactar com a natureza. Situada em Valongo, esta é a Casa que promete oferecer, quer aos clientes do lar quer aos de centro de dia, atividades que os permitirão encarar a vida com otmismo e vitalidade até porque, para Inês e Filipa Pereira, mentoras deste projeto, “as pessoas não devem sentir que vêm para aqui para passar os seus últimos dias de vida, mas sim para serem felizes. É esta a nossa missão!”.
Como é que surge o projeto Casa Ribeira? A ideia foi crescendo e se apoderando de nós, queríamos um conceito diferenciador dos demais que promovesse o envelhecimento ativo e feliz. E tudo foise compondo através de trocas de ideias e também conhecendo o que existe em Portugal, no que se refere a lares para idosos. Somos uma equipa jovem e motivada com uma atitude diferenciadora no que concerne aos cuidados geriátricos. Com base nesse conhecimento geral e olhando para as potencialidades do local identificamos que este projeto de lar de idosos e centro de dia fazia sentido. Fizemos visitas a alguns lares e o que encontrávamos era pouco satisfatório e que se tivéssemos 70 ou 80 anos não gostaríamos de estar nesses espaços. E então pensámos: porque não fazermos algo ao nosso gosto, algo que corresponda às nossas expectativas, que corresponda ao que, como idosos, nos fizesse feliz? O que vos distingue dos demais? As instalações são de altíssimo nível, estando equipadas com os mais modernos equipamentos geriátricos, proporcionando todo o conforto. Temos piscina interior aquecida, biblioteca, espaço para cabeleireiro e estética,
salão polivalente, quartos amplos com WC privativo, jardins e extensos espaços exteriores que convidam ao passeio e descontração. Toda a prestação de cuidados geriátricos está focalizada no nosso cliente e nesse sentido desenvolvemos parcerias de forma a subcontratar serviços que são acessórios à nossa atividade. Porquê? Para nos libertar, para nos dedicarmos totalmente aos nossos idosos. Temos uma equipa jovem e especializada em cuidados geriátricos, totalmente imbuída na nossa missão de proporcionar bem estar e momentos de felicidade aos nossos clientes. Pensámos em atividades diferenciadoras e integradoras. E que atividades são essas? As potencialidades que este espaço poderá proporcionar aos nossos clientes são inúmeras e sempre focadas no desenvolvimento do bem estar físico, psíquico e social. Nesse sentido, pretendemos desenvolver diversas acividades em diferentes domínios: - atividades físicas e de promoção do bem-estar como aulas de ginástica para seniores, hidroginástica (em
piscina interior na Casa Ribeira), yoga, tai-chi entre outras; - interação com a natureza como o cultivo de hortas, cuidar de animais de quinta, passeios na natureza, jardinagem, e outras. - sociais como canto, yoga do riso, festas temáticas, aulas de inglês e internet e leitura. O contacto com os seus familiares poderá ser através do facebook ou skype, de forma a promover a interação familiar e social. - culturais: teremos as visitas a museus, idas a teatro, cinema, visitas temáticas a centros históricos. - estética: cabeleireiro, manicure, pedicure, sessões fotográficas. O que pretendemos é oferecer qualidade de vida, recriando o gosto pela vivência quotidiana. Possibilitamos ainda que o cliente traga o seu animal de estimação, temos boxes preparadas para receber os animais. Poderá continuar a conviver com o seu animal de estimação, ter esta ocupação diária fá-los-á sentirem-se úteis, promovendo a auto-estima. Temos também um campo de futebol, de voleibol e baloiços. E porquê? Para promover o convívio familiar, partilhando momentos únicos de lazer. Esta interligação geracional é fundamental para o equilíbrio emocional.
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Queremos criar todas as condições para os familiares venham e estejam cá, comungando do prazer da partilha de momentos com os nossos clientes. Têm capacidade para ter quantos idosos na Casa Ribeira? Vamos iniciar com seis pessoas no lar de idosos e 15 no centro de dia. Podemos crescer de seis até nove pessoas no que se refere ao lar, mas para já queremos arrancar com este número porque queremos acompanhar os idosos de uma forma muito humanizada e próxima. No centro de dia disponibilizamos o serviço de transporte de e para casa. Temos uma equipa especializada para acompanhar os nossos clientes em todas as suas necessidades. Existem também vários protocolos assinados. Ao nível da assistência médica, temos já protocolo firmado com uma clínica privada que é uma referência na prestação de cuidados médicos de excelência que permitirá ter assistência integral em todas as valências médicas, desde medicina oral a fisioterapia passando pela psicologia, entre outras. Temos ainda protocolos com algumas ordens profissionais como a Ordem dos Advogados, a Ordem dos Economistas e várias associações profissionais.
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Mediação Imobiliária das casas de luxo às casas de retoma
Legalmente regulada, a mediação imobiliária é uma atividade que consiste na imputação a uma empresa, por parte dos seus clientes, na procura de destinatários para a realização de negócio que contemplem a constituição ou “aquisição de direitos reais sobre bens imóveis, bem como a permuta, o trespasse ou o arrendamento dos mesmos ou a cessão de posições em contratos que tenham por objeto bens imóveis”. Para que possa ser exercida, a mediação imobiliária requer uma atribuição de licença de validade limitada emitida pelo Instituto da Construção e do Imobiliário. A concessão e atribuição desta licença implicam que os requerentes aufiram de posse de idoneidade comercial e que aufiram de seguro de responsabilidade civil ou garantia financeira ou instrumento equivalente que o substitua. Fonte: Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP)
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42 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA
“Questão de Aransa
status”
Com uma sólida trajetória de mais de 35 anos no setor imobiliário, o Grupo Aransa é considerado como uma empresa de referência pela sua experiência e profissionalismo.
O Grupo, com grande diversidade geográfica e linhas de negócio, abarca praticamente todos os aspetos do processo, destacando-se entre eles a promoção e construção de imóveis de todo o tipo de tipologias, em todos os segmentos de mercado. A sua experiência e vocação de liderança faz com que sejam avaliados como uma empresa de referência dentro do setor imobiliário em Espanha e, fundamenta a sua solidez no âmbito internacional. Apostando desde sempre na qualidade, o empreendimento Boss Luxury Towers, na Boavista, uma das zonas mais luxuosas da cidade do Porto, é o exemplo perfeito de um empreendimento com a assinatura Aransa. Boss Luxury Tower & Apartments Este é um empreendimento exclusivo, com localização privilegiada e excelente qualidade. Integra apartamentos T2, T3 e T4. Estas diferentes distribuições permitem-lhe escolher o ambiente mais adequado. Aqui, o design atual e materiais topo de gama conjugamse na perfeição. Os acabamentos são cuidados e os serviços exclusivos, porque de acordo com o administrador-delegado da Aransa, Gonzalo Álvarez, “um edifício deve sastisfazer as necessidades e expectativas dos clientes porque trata-se da sua casa , que é um
investimento importante na nossa vida. Devemos otimizar os espaços sem renunciar a qualidade, a modernidade e a comodidade porque é o lugar que partilhamos com a pessoas que mais queremos”. Dividido em dois estilos, Urban e Classic, o empreendimento Boss foi desenhado para permanecer inalterado com o passar dos anos. Para que assim seja, foram eleitos materiais nobres de reconhecidos fabricantes, de alta resistência, com excelente comportamento térmico e acústico. Reduzindo gastos e emissões de CO2, respeitando o ambiente sem que para tal a beleza e elegância das habitações e edifício sejam comprometidas. Moderno, atrativo, funcional, tanto no exterior como no interior e primando pela qualidade. Decididos a marcar a diferença, o Grupo Aransa estipulou que “Boss é muito mais do que apenas uma habitação, é um estilo de vida”. Por isso, foi criado o Club Boss , um serviço exclusivo para os moradores do edifício que lhe permitirá desfrutar de uma seleção de serviços ao seu redor. O serviço pós-venda é outro dos pontos fortes deste grupo imobiliário. “Nós queremos fidelizar clientes para a vida. Por isso mesmo, a nossa ligação não termina quando entregamos a chave de uma casa. Estamos sempre presentes”, finaliza Gonzalo Álvarez.
O Grupo Aransa encontra-se organizado através dos seguintes departamentos: Arquitetura e engenharia: A sua equipa desenvolve os projetos conforme o gosto e necessidade do cliente privado e instituições. Construção civil: A Aransa conta com uma empresa construtora própria que se encarrega da execução de projetos próprios e de terceiros, desenhados pelo Grupo. Serviços imobiliários: O Grupo conta com uma rede de vendas própria em Espanha, Portugal , Brasil e no México, o que lhes dá um conhecimento exaustivo e de primeira mão do preço e das possibilidades de comercialização de qualquer ativo imobiliário. Promoção residencial: Desde a fundação do Grupo até aos dias de hoje, o volume de promoções que levou a cabo cifra -se em mais de 10 mil habitações, todas elas canalizadas através de diferentes sociedades mercantis do grupo. Industrial e retalho: AransaIBD surge como resposta do Grupo Imobiliário Aransa às necessidades de desenvolvimento de projetos e instalações destinadas ao tecido empresarial. Consultoria urbanística e imobiliária: Aransa Gestão Imobiliária nasce na sequência de novas circunstâncias de mercado, do qual é essencial ter um conhecimento global e do negócio imobiliário, que permita assessorar as entidades financeiras na gestão dos ativos imobiliários adquiridos, na área geográfica nacional e internacional.
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Transparência e acompanhamento Fracção exacta
A Fracção Exacta Imobiliária, sediada no Porto, opera nos distritos do Porto, Aveiro e Lisboa com um posicionamento e atitude original. Perante o mercado tem como missão prestar um serviço de excelência. Com uma equipa jovem mas com bastante experiência no mercado imobiliário, a Fracção Exacta assume como valores chave a transparência, orientação para o cliente e inovação.
Com uma equipa jovem mas com bastante experiência no mercado imobiliário, esta marca do Grupo Fracção Exacta assume como valores chave a transparência, orientação para o cliente e inovação.
Perante o número sempre crescente de crédito malparado em Portugal, em 2008 nasce um projeto inovador, uma rede imobiliária especializada na exploração de imóveis de retoma, trabalhando exclusivamente para os bancos. É sob este propósito que o Grupo Fracção Exacta criou a marca Retoma de Bancos. “Esta é uma necessidade cada vez mais presente no mercado, o escoar de imóveis que foram entregues aos bancos, seja por dações em pagamento, seja por ações judiciais”, revela Jorge Fonseca, CEO do Grupo. Este incumprimento bancário, fruto essencialmente da subida de taxas de juro e consequente aumento das prestações no crédito à habitação, levaram a que as instituições bancárias ficassem com vários imóveis em carteira. A Retoma de Bancos mostra-se, aqui, a solução ideal para estas instituições e investidores. A marca tem conseguido explorar com bastante sucesso as necessidades que o mercado manifesta e aliá-las a boas oportunidades de negócio. Tratando-se de uma área com um perfil muito específico, decidiu-se criar um departamento próprio, com um site à medida e uma equipa dedicada. Atualmente, a Retoma de Bancos, com sede em Vila Nova de Gaia, opera nos distritos do Porto, Braga, Aveiro e Lisboa, diferenciando o seu trabalho pela atitude original e um serviço de excelência.
Uma nova realidade “Paralelamente ao que tem acontecido com os imóveis avulso, ou seja imóveis de particulares que deixaram de pagar a prestação das suas casas aos bancos, estas entidades têm também ficado com alguns empreendimentos, fruto de promotores que não conseguiram cumprir com os seus compromissos”, diz Jorge Fonseca. Perante esta nova realidade, a Retoma de Bancos torna a marcar pela diferença e a mostrar o seu valor, ao ver-lhe confiada a promoção de um empreendimento de luxo numa zona de destaque na cidade do Porto. “No espaço de um ano já vendemos cerca de 80 por cento dos imóveis”, revela. Com condições especiais de financiamento e descontos acima dos 40 por cento face ao valor do imóvel, a Retoma de Bancos tem feito da Quinta dos Amieiros a escolha de várias famílias portuguesas para viver. Localizado junto a um dos mais importantes eixos rodoviários da cidade do Porto, próximo do pólo universitário e do Hospital S. João. Este empreendimento classifica-se como um dos empreendimentos PRIME da cidade. A sua configuração em ‘U’ confere-lhe características de segurança e comodidade exclusivas. Os apartamentos apresentam elevados padrões de qualidade, com áreas generosas, amplas varandas, cozinhas equipadas com eletrodomésticos ‘De Dietrich” e uma extraordinária garagem. Se ficou curioso, aceda à página da internet da Retoma de Bancos e conheça aquela que pode vir a ser a sua casa de sonhos. www.retomadebancos.com
QUINTA DOS AMIEIROS Com descontos superiores a 40 por cento! Tipologia T3 Antes - 287.500 euros Agora - 169.000 euros Tipologia T4 Antes - 362.500 euros Agora - 235.000 euros Tipologia T5 Antes - 427.500 euros Agora - 335.000 euros
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fracção exacta em novos
Fracção exacta
voos
E depois do ramo imobiliário, o Grupo Fracção Exacta torna a revolucionar o mercado, desta vez na área do turismo. Mantendo-se fiel ao seu conceito de inovação e serviço de excelência, a nova marca Voo Exacto trará ao seu cliente várias vantagens. A mais significativa: a garantia do preço mais baixo do mercado.
Sempre atenta às necessidades do mercado, como, aliás, já habituou os seus clientes, o Grupo Fracção Exacta torna a surpreender. Com o termo ‘low cost’ a ganhar cada vez mais importância na vida dos portugueses, a agência de viagens Voo Exacto chega como uma lufada de ar fresco ao mercado português e torna acessível o incrível mundo das viagens a todas as carteiras. “Aqui garantimos o preço mais baixo. A concorrência não conseguirá oferecer um preço abaixo do nosso. Essa é a nossa garantia”, afirma Jorge Fonseca, mais uma vez mentor de um projeto inovador e que traz várias vantagens aos seus clientes. Preço baixo, qualidade acima da média “Com a conjuntura atual, cada vez mais as pessoas se preocupam em terem os serviços pelo menor preço possível. Tendo presente essa realidade, o Grupo decidiu apostar numa agência de viagens low cost”. Este novo conceito da Fracção Exacta pretende manter a sua estratégia de qualidade, qualidade essa a que os seus clientes já se habituaram com o setor imobiliário desenvolvido pelo Grupo. Jorge Fonseca faz questão de frisar que o facto de ser low cost não significa que a qualidade vai ficar aquém das expectativas. “O Voo Exacto irá disponibilizar
destinos premium, as viagens de sonho dos nossos clientes, mas sempre ao preço mais baixo do mercado”. E isso é possível, questionamos nós. A resposta não se fez tardar. “Tudo é possível neste segmento e vamonos empenhar para sermos os melhores e sem nunca descurarmos na qualidade de serviço”. Realizar sonhos Disponível a partir de dezembro, a Voo Exacto começa por abrir portas na rede de lojas Retoma de Bancos, contando com pessoal especializado e com experiência no ramo do turismo. “No fundo, vamos rentabilizar recursos, o que também nos permite conseguir o mercado mais baixo do mercado, e aproveitar o knowhow e os conhecimentos que já fomos criando enquanto agência imobiliária com os nossos clientes”, explica o CEO da empresa. “Com esta nova vertente de negócio não pretendemos vender o que há de mau no mercado, muito pelo contrário. Pretendemos, isso sim, ter uma oferta diversificada por todo o mundo, mas sempre com o melhor preço de mercado. O nosso objetivo é garantir aos nossos clientes que não vão encontrar aquela viagem com aquelas características por nenhum valor mais barato. Este é o nosso compromisso”. Continuando a marcar pela diferença, as agências de viagens low cost Voo Exacto não cobrarão taxas de reserva, uma característica comum das empresas do
ramo. Além disso, as novas agências farão uma busca incessante por todos os operadores para cumprirem o seu compromisso no que ao valor diz respeito. “Vamos trabalhar com todas as companhias aéreas, incluindo as low cost, algo a que a maioria dos operadores turísticos colocam algumas reservas por não ser lucrativo. Mas não estamos preocupados com isso”, confessa Jorge Fonseca. Viagem “chave na mão” Sem colocarem impeditivos ou apresentarem planos de viagem inalteráveis, os profissionais das agências Voo Exacto permitirão aos seus clientes planear a sua viagem de sonho, sem que nada seja deixado ao acaso. E há várias formas de o fazer. “O cliente podenos apresentar o que quer fazer, que locais visitar ou, por outro lado, apresentar-nos o valor que pode disponibilizar para essa viagem e, mediante o tipo de destino que pretender, nós apresentar-mos um pacote à sua medida e ao seu gosto”. Jorge Fonseca acrescenta que “não há impossíveis. É importante que os nossos clientes e potenciais clientes saibam que tudo é possível, até mesmo ir ao Funchal de carro”, graceja, “e que tudo faremos para que a sua viagem de sonho se concretize ao pormenor. Sempre com a garantia de que temos o preço mais baixo”. Saiba mais em www.vooexacto.com
46 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MISERICÓRDIAS
Santas Casas da Misericórdia e Ação Social
As Misericórdias desempenharam um papel determinante na história de Portugal, no que toca à organização da assistência aos pobres e aos excluídos, motivo pelo qual é justificado o seu reconhecimento. Hoje em dia, ainda sobre a alçada da prestação de auxílio aos mais necessitados, estas instituições de cariz religioso incidem sobre as mais variadas áreas, que vão desde os cuidados de saúde, ao acolhimento e integração social, não descurando as vertentes culturais e lúdicas da população. A partir de 1498, as Misericórdias disseminaram-se por todo o território nacional, incluindo os arquipélagos da Madeira e dos Açores, acabando, naturalmente, por se tornarem de um símbolo do povo português. Mantendo fortes ligações ao Estado, estas entidades mantêm-se ativas com uma margem de atuação específica e organizam-se autonomamente. Os rendimentos atuais das misericórdias, posteriormente aplicados às atividades de âmbito solidário que executam, advêm essencialmente dos lucros da Lotaria Nacional, Totobola e Totoloto, entre outros jogos licenciados pelo Estado.
48 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | MISERICÓRDIAS
Uma Casa jovem e de boa
saúde
Santa Casa da Misericórdia meda
É em Meda que encontramos uma das Misericórdias mais jovens de Portugal. Com uma história ainda pequena para contar mas uma missão muito vasta, a Santa Casa da Misericórdia de Meda surge a 20 de Agosto de 1926 para fazer face às carências de uma população maioritariamente idosa. Hoje orgulham-se de serem uma das poucas Instituições do país que consegue manter uma boa saúde financeira.
com muita animação é uma boa terapia para o idoso, pode até ser melhor do que uma consulta médica. Nas nossas festas trazemos sempre um grupo de música e até mesmo os idosos que têm mais dificuldades cantam e dançam, vê-se que sentem uma alegria tremenda nestes convívios”. Anselmo Antunes de Sousa admite que nunca imaginou vestir a farda de provedor e presidente de câmara em simultâneo e até recordou que as eleições para a provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Meda estão aí à porta. “Estou a ponderar se vou continuar ou não à frente da instituição mas a verdade é que criei um grande amor por esta Casa”.
Anselmo Antunes de Sousa Provedor
Anselmo Antunes de Sousa, professor e presidente da Câmara Municipal de Meda, está ligado à missão há vinte anos, primeiro como membro da Mesa Administrativa e atualmente como provedor. Conhece bem os cantos à casa e orgulha-se do curto mas importante caminho percorrido. Recorda que a instituição foi importante para o concelho logo nos primeiros anos de existência mas admite que foi a partir dos anos 80 que a Santa Casa da Misericórdia de Meda se tornou numa referência para a região. “Durante estes 15 anos acho que fizemos uma excelente obra, criamos excelentes condições, neste momento temos dois Lares de Idosos com capacidade para 100 utentes o que para o nosso concelho é
bastante envelhecida e pelo contrário temos cada vez menos crianças, a desertificação é o grande problema do interior. Neste momento temos cerca de 100 utentes e uma lista de espera enorme, estou convencido que se tivéssemos mais vagas, teríamos utentes para preencher”. Em Meda, a Santa Casa assume a sua importância na área da saúde mas também na economia. A instituição é o maior empregador a seguir à Camara Municipal, contam com 80 funcionários. “Temos a nossa instituição dotada de um corpo técnico muito bom, temos assistentes sociais, diretores técnicos, dois enfermeiros a tempo inteiro e um médico”.
muito bom. Além do lar temos a valência de Centro de Dia, Apoio Domiciliário, Atividade de Tempos Livres e Cantina Social”. Garante que estão sempre prontos a atender a qualquer carência social no concelho mas é nos idosos que encontramos a grande missão desta instituição. “Infelizmente a nossa população está
O Natal para os idosos de Meda A poucos dias do Natal o provedor não deixa a data passar em branco. “Temos agendado um convívio com todos os idosos do concelho, é a nossa festa de Natal” celebra, ”Não tenho dúvidas que uma tarde de convívio
O futuro: Unidade de Cuidados Continuados Quanto ao futuro o provedor anuncia que o grande projeto em cima da mesa é “uma Unidade de Cuidados Continuados porque penso que aqui para o nosso concelho é uma mais-valia. Neste momento temos uma ameaça constante do encerramento do centro de saúde e se assim for ficamos muito limitados. Neste momento sempre que há algum caso mais grave os utentes têm de fazer 70 km até a Guarda”. Garante que têm condições para avançar com a construção até porque além de a instituição estar bem consolidada ao nível financeiro o provedor admite que “o governo está a voltar a apostar fortemente nas misericórdias porque a saúde fica muito mais barata nas instituições do que nos hospitais.” A futura Unidade de Cuidados Continuados já tem destino “em princípio será construído nas antigas instalações do lar antigo”. O provedor estima que a unidade custará à instituição um milhão e meio de euros mas finaliza que não só será um investimento na população idosa do concelho mas também uma forma de criar emprego.
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400 anos a praticar o bem
Santa Casa da Misericórdia de Mangualde
O lema diz tudo e é seguido à risca na Santa Casa da Misericórdia de Mangualde. Foi há 400 anos, em março de 1613, que dentro da corrente assistencialista da época iniciado pela rainha Dª Leonor, surgiu um movimento local no sentido de levantar a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia em Mangualde. Não se sabe muito sobre os 100 anos que se seguiram mas foi com a família Pais do Amaral que esta Santa Casa ganhou um novo fôlego quando construíram a Igreja da Misericórdia, a primeira sede oficial desta instituição.
Fernando D’Almeida Provedor
400 anos volvidos, o provedor Fernando D’Amleida orgulha-se da obra feita. A mais recente é a Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração inaugurada em março de 2012. Representou um investimento de 2.7 milhões de euros. “Foi uma altura difícil, abrimos na altura em que o Governo teve de parar para fazer contas” conta o provedor que lamenta o sufoco financeiro que a Misericórdia então viveu graças ao investimento na Unidade de Cuidados Continuados. Atualmente a UCC integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados tem as 38 camas ocupadas e dá emprego a uma equipa de 38 jovens e dinâmicos profissionais da saúde. Apesar das dificuldades financeiras esta misericórdia orgulha-se de estar num dos poucos concelhos em Portugal onde o desemprego não toma proporções devastadoras, Fernando D’Almeida diz que “felizmente estamos numa zona onde o desemprego
não é tão gravoso devido a algumas empresas que empregam grande parte da população”. A saúde é uma tradição centenária nesta misericórdia que para além da UCC dispõe ainda de dois lares com lotação para 140 utentes. O Lar Morgado do Cruzeiro é o mais antigo, foi inaugurado em 1975 e sofreu obras de ampliação em 1983. Já o Lar Nossa Senhora do Amparo foi inaugurado em 1994. Ambos surgem na tentativa de quebrar o isolamento dos mais velhos. Para além da missão de cuidar dos idosos que estão na Santa Casa da Misericórdia, o provedor mostrouse sobretudo preocupado com os que estão isolados e não estão sinalizados. Fernando D’Almeida admitiu que o Conselho Local de Ação Social (CLASM), do qual também fazem parte todos os presidentes de junta do concelho, irá reunir em breve para “os sensibilizar para a existência destes casos isolados”.
“Cuidar com amor” Mas não só para pessoas idosas se faz esta casa que em março de 2007 inaugurou a Cresce Mariazinha Lemos sob o lema “Cuidar com amor”. O provedor conta que “a cresce foi construída com base num donativo” e funciona no edifício do Lar Nossa Senhora do Amparo. Foi pensada para acolher crianças dos quatro meses aos três anos. Fernando D’Almeida lamenta no entanto que a cresce se tenha tornado num problema devido à perda de natalidade ao longo dos últimos anos, conta que no início “a procura era bastante e depois caiu”. Culpa sobretudo a “emigração por levar os jovens do concelho e o desemprego que faz com que as mães optem por cuidar das crianças em casa. A cresce já obrigou mesmo à movimentação interna de pessoal, ainda conseguimos fazer isso mas temos medo que as coisas se agravem”, conta o provedor. Melhorar as condições Quanto ao futuro o provedor diz que “o apoio domiciliário está na agenda dos Cuidados Continuados mas idealizamos um apoio mais abrangente e que preste um serviço completo à pessoa que dele necessite”. Fernando D’Almeida admite no entanto que este será um projeto a médio prazo sobretudo porque “exige muito pessoal e neste momento não é comportável mas temos em mente que isto possa passar para uma próxima geração”. Quanto ao futuro próximo, o objetivo do provedor é melhorar as condições existentes em áreas como a segurança e a climatização.
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Resistir ao despovoamento
Santa Casa da Misericórdia de Almeida
Foi em dezembro de 1520 que um escudeiro real da Coroa de D. Manuel I propôs a criação de uma Misericórdia no concelho de Almeida, uma terra distante do litoral populoso, mas central no que toca às rotas europeias. Nasce assim a Santa Casa da Misericórdia de Almeida para fazer face à pobreza na região.
Carlos Pereira Provedor
Carlos Pereira chegou a esta instituição como médico, foi vice-provedor durante nove anos e em 2012 ascendeu a provedor após o falecimento de António José de Sousa. Já conhece bem os cantos à casa e fala com orgulho das valências em Almeida mas considera que ainda tem muito para aprender. “Estou a fazer uma aprendizagem, é muito diferente ser vice-provedor sem grandes responsabilidades ou ser provedor e assumir toda a responsabilidade desta instituição”. “Se há interior, nós estamos no interior do interior” A sede desta Misericórdia situa-se num dos mais antigos edifícios desta terra, num antigo hospital concelhio dentro da área muralhada de Almeida. O edifício sofreu grandes obras nos últimos anos, da década de noventa, hoje as antigas dependências são um Lar de Grandes Dependentes com capacidade para 17 utentes. “Neste
momento é a nossa sede por razões históricas mas também porque aqui funciona um Lar de Grandes Dependentes”. Também anexado ao antigo hospital existe uma Igreja que recentemente sofreu obras de renovação. Fora da área muralhada foi construído de raiz um complexo de dois hectares onde funciona um Lar de Terceira Idade com capacidade para 60 utentes e que está numa fase de conclusão de obras para a instalação de um sistema de controlo de incêndios que inclui portas e janelas corta-fogo. Um lar com condições acima da média onde todas as casas de banho são acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida. “Aqui, apesar da assistência prestada, dos todos os idosos podem ser independentes e tomar banho na cadeira de rodas”, diz o provedor orgulhoso das condições do lar. Desde que adquiririam uma viatura adequada ao transporte de
alimentos esta Santa Casa faz ainda esta distribuição a famílias carenciadas da comunidade, através do plano anual da distribuição de géneros alimentícios. Ainda dentro do complexo, num recente edifício separado do lar, a Instituição dispõe das valências creche e jardim de infância. “A creche é muito recente, tem cinco anos”, conta o provedor que lamenta no entanto que “no ano em que a inauguramos, foi criado um jardim infantil oficial. Nós aqui já somos um concelho tremendamente despovoado onde o envelhecimento é visível mesmo para quem anda distraído, a população estudantil está em queda abrupta e portanto se tínhamos poucos, ficamos com ainda menos crianças, fomos mesmo obrigados a dispensar uma educadora”. Carlos Pereira diz-se um “apaixonado pela terra mas um pessimista em relação ao futuro”, recorda o tempo em que nasciam 120 crianças no concelho e lamenta que
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no ano passado tenham nascido apenas 23. Apesar de admitir que a creche e o jardim de infância não são um bom negócio do ponto de vista financeiro, acredita que a Santa Casa tem o dever de manter estas valências. Para além destas valências, o provedor tem em mãos uma obra muito maior que está em fase de conclusão, a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração que “se o cronograma for cumprido estará concluída no fim deste ano”. A UCC terá capacidade para 30 utentes e estará no auge da modernidade de Cuidados Continuados. Entre outros equipamentos e facilidades o provedor conta que “vamos ter enfermagem, salas de apoio, sala de eletroterapia, sala de fisioterapia, tanque de recuperação”. Dar mérito a quem merece Questionado sobre o empenho dos funcionários que servem esta causa nobre, o provedor não hesitou em admitir que alguns veem esta casa como uma empresa, mas não quis deixar de destacar aquele que considera ser “o motor da Instituição”. José Fareleira tem 80 anos, é mesário e tesoureiro e diz o provedor que a ele se deve muito do sucesso desta casa. “Há aqui algumas pessoas que merecem um destaque diferente, o nosso tesoureiro, é um homem que esta aqui há muitos anos, é o melhor funcionário que cá temos sem ser funcionário porque quando a casa abre ele já ca está e quando os outros vão embora ele fica cá”, conclui o provedor.
56 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | NANOTECNOLOGIA
Nanotecnologia Sempre presente
Nanotecnologia é o nome dado à ciência que estuda a manipulação da matéria em contexto de escalas anatómicas e moleculares. Atua, portanto, em estruturas cujas medidas variam entre um a 100 nanómetros. Um nanómetro, milimícron ou milimicro é a subunidade do metro correspondente a um milionésimo de milímetro, ou seja, a um bilionésimo do metro. Desenvolvida no Japão, esta área promissora tem como ideia base a construção de estruturas e de novos materiais a partir dos átomos. Apesar de se encontrar ainda numa fase muito recente da sua história, os desenvolvimentos no campo têm sido surpreendentes. O debate, porém, está mais que estabelecido, e muitas são as questões que se colocam face às suas futuras implicações, nomeadamente no que concerne à toxicidade e impacto ambiental dos nanomateriais, seja que haja quem advirta cenários apocalípticos. Será seguro afirmar, portanto, que o futuro da nanotecnologia terá de passar, obrigatoriamente, pela regulamentação. Fonte: wikipedia
58 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | NANOTECNOLOGIA
Nanotecnologia, a aposta do
futuro
Nanovalor
Quando lhe falamos em nanotecnologia, talvez o leitor associe de imediato a algo complexo e difícil de perceber. Não deixa de ser verdade, é um facto. Afinal, estamos a falar de uma tecnologia que mexe partículas mil vezes mais pequenas que um milímetro. Mas se lhe dissermos que lida com a mesma diariamente no seu telemóvel, no seu televisor LED, no seu computador, no seu automóvel, nos seus cosméticos e nalguns casos até mesmo na sua roupa, talvez já sinta a nanotecnologia como algo mais familiar. A propósito desta temática, a Revista Negócios Portugal conversou com Vasco Teixeira, um expert português em nanotecnologia.
Vasco Teixeira Professor, invertigador e coordenador
Foi na cidade de Braga que Vasco Teixeira, professor, investigador e coordenador do projeto NanoValor nos recebeu simpaticamente para uma ‘aula’ de nanotecnologia. Apaixonado por esta ciência, o nosso interlocutor deixa à vista a sua dedicação e empenho aos projetos que integra a cada simples explicação que nós dá sobre nanotecnologia e suas aplicações. Começamos esta nossa conversa com a pergunta da praxe, obviamente. Afinal, o que é a nanotecnologia? “A nanotecnologia não é mais do que a manipulação a uma escala muito pequena de átomos, moléculas ou nanopartículas para assim construirmos novos materiais, alguns dos quais que lidamos no dia a dia. Podemos considerar uma televisão com monitor OLED que apesar de ter um ecrã muito grande foi construído com finas camadas de nanomateriais, utilizando-se processos de micro- e nanotecnologia, que ultimam naquela peça de tamanho substancial. Outro exemplo é o da construção
de painéis fotovoltaicos com células fotovoltaicas à base de filmes finos de silício amorfo”, explica-nos logo Vasco Teixeira. “Ultimamente vários jornais e outros meios de comunicação têm dado alguma atenção à nanotecnologia. E estamos aqui no Minho, que se reconhece como a região da inovação, do empreendedorismo e da nanotecnologia. Foi em 2005 que os governos de Portugal e Espanha decidiram a criação e operação conjunta de um Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Nanotecnologia. Foi assim aprovada a construção do maior laboratório ibérico de nanotecnologia (o INL), que está sediado em Braga. A primeira pedra foi lançada na XXIII Cimeira Ibérica, que se realizou nos em janeiro de 2008 em Braga”, começa por nos contar o professor. “Com o INL, a Universidade do Minho que também detém muitas competências científicas em nanotecnologia, o
CENTI e empresas da região que operam na área dos nanomateriais, podemos considerar esta região com um grande potencial e capacidade de promover projetos neste domínio que aumentem a competitividade das nossas empresas”, acrescenta. “Há que perceber e encarar a nanotecnologia como uma ciência que permite construir e desenhar novos materiais, para dispositivos e componentes à nanoescala. “Ou seja, é possível a partir de nanoestruturas efetuarse uma assemblagem para no final conseguirmos um produto, e que às vezes nem nos apercebemos que foi conseguido através de processos de nanofabrico”. No que concerne à aplicabilidade destes produtos, a variedade é imensa! “Atualmente, a nanotecnologia está a despoletar como o domínio científico e tecnológico de maior expansão de Investigação e Desenvolvimento (I&D). Um dos principais objetivos é que a nanotecnologia permita melhorar a segurança e qualidade de vida das populações e também oferecer soluções para problemas industriais através de técnicas de nanofabricação resultantes”. Sendo uma tecnologia em ascensão, a nanotecnologia torna o impossível em realidade. Contudo “há ainda muito caminho a percorrer no que diz respeito às aplicações tecnológicas e industriais, pelo que a aposta em investir em I&D no domínio da nanotecnologia tem sido fundamental para acrescentar valor aos produtos”. Assim, a nanotecnologia pretende tornar um produto específico mais eficiente para apresentar funções e capacidades extra, que seja produzido por uma tecnologia limpa, de baixo consumo energético, com um longo período de durabilidade e com um custo baixo. NanoValor São vários os projetos de I&DT que o nosso interlocutor integra, todos eles tendo em vista a promoção e divulgação da nanotecnologia e do trabalho de investigação desenvolvido nesta área tão específica. Assim nasceu, há sensivelmente três anos, o Projeto NanoValor, que tem por propósito a criação de um
NANOTECNOLOGIA | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | 59 pólo de competitividade para a nanotecnologia para capitalização do potencial de investigação e desenvolvimento tecnológico nas regiões do norte de Portugal e Galiza. Este projeto POCTEP, co-financiado pelo FEDER, pretende transformar o I&D desenvolvido em novos produtos e serviços. “O NanoValor tem permitido transferir o conhecimento que é gerado nos laboratórios das universidades, nos centros de investigação e centros tecnológicos para as empresas, ou seja valorizar economicamente o conhecimento em nanotecnologia”, revela. Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia - INL Fruto de um memorando entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Português e o Ministério da Educação e Ciência Espanhol, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia é um pólo de excelência e referência dedicado à investigação aplicada em nanotecnologia. Sediado em Braga, o Laboratório coloca à disposição da região infraestruturas tecnológicas e também científicas internacionalmente competitivas. “A Universidade do Minho já é reconhecida há muito como uma instituição credível e reconhecida internacionalmente pela qualidade da sua investigação e cursos de pós-graduação ligados a nanociências e nanotecnologia. Aliada ao Laboratório Ibérico
Internacional de Nanotecnologia, torna a região bastante competitiva nesta índole”, conclui. Nanotecnologia, o que é? A nanotecnologia trata da manipulação de átomos e/ou moléculas para a produção de materiais, de dispositivos e até mesmo de máquinas. Um nanómetro é a subunidade do metro, correspondente a 1×10−9 metro, ou seja, um milionésimo de milímetro ou um bilionésimo do metro. Tem como símbolo nm. “para se ter uma ideia deste reduzido tamanho; por exemplo nanopartículas com 10 nm de diâmetro utilizadas pelos cientistas no fabrico novos materiais, refira-se para comparação que o diâmetro de um fio de cabelo tem cerca de 80 mil nanómetros”, esclarece Vasco Teixeira. Perfil Vasco Teixeira é considerado por muitos um dos mais conceituados investigadores e fomentador da nanotecnologia em Portugal. Mas, depois de vermos o seu curriculum, a distinção faz todo o sentido. O professor foi Pró-Reitor para a Investigação na Universidade do Minho (UM) entre outubro de 2009 e novembro de 2013, é docente na mesma instituição desde 1989. Empreendedor e investigador em nanotecnologia, nanomateriais, engenharia de superfícies e revestimentos
nanoestruturados, é também autor e co-autor de mais de uma centena de artigos científicos publicados em diversas revistas internacionais da especialidade, editor de três volumes de revistas científicas ISI, cinco capítulos de livros, quatro prémios de Mérito/Inovação Industrial e Empreendedorismo Tecnológico e proferiu mais de 30 palestras convidadas em conferências internacionais. A somar a esta já longa lista, Vasco Teixeira é ainda Editor-in-Chief do Journal of Nano Research. Encabeçou e participou em vários projetos nacionais e europeus de I&D e Inovação, organizou e co-organizou várias conferências nacionais e internacionais nas áreas de nanotecnologia, nanomateriais, revestimentos, transferência de tecnologia e empreendedorismo. É ainda mentor tecnológico e sócio fundador de empresas de base tecnológica na área de nanotecnologias, engenharia de superfícies e revestimentos técnicos para a indústria de moldes e injecção e metalomecânica. Foi galardoado com três Prémios de Inovação/Melhor Plano de Negócios e de Empreendedorismo e foi ainda distinguido com o Prémio Janus em 2012 pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de S. Paulo, Brasil.
60 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | NANOTECNOLOGIA
Será o Smart inovation
céu o limite?
É já no mês de dezembro que a Smart Inovation inaugura a Smart Factory, um espaço criado de raiz para produção de nanoparticulas (100Ton/mês), um espaço de I&D com um laboratório de experimentação e outro de caracterização além de um espaço para incubação de novos projetos. Pedro Pinto (CEO) e César Martins (CKO) são dois dos rostos deste projeto.
Pedro Pinto e César Martins CEO e CKO
A tecnologia desenvolvida pela Smart Inovation é inovadora e única consistindo numa matriz de nanopartículas que permite transportar substâncias ativas e ligar-se a diversos materiais conferindo-lhes assim novas propriedades e características. “A nanotecnologia vai revolucionar o mundo industrial e terá o mesmo impacto na vida das pessoas como teve a luz, o telefone e até os computadores” diz Pedro Pinto CEO da empresa. “Com a nanotecnologia podemos tornar possível o impensável e aplica-la em diversas áreas desde a construção civil, agricultura, saúde, ambiente e desporto… a lista é interminável”, acrescenta Gostava de ter uma casa à prova de mosquitos? Pois a Smart Inovation tornou o sonho realidade. Basta adicionar as nanoparticulas “SI REPEL MOSQUITO” à tinta que usa para pintar a casa e pronto poderá dormir sossegado pois os insetos não o irão picar e incomodar. “Estamos a falar de uma tecnologia amiga do ambiente,
www.smartinovation.com
versátil, fácil de utilizar e acessível em termos de custo”. Refira-se que as tintas com inseticidas foram proibidas recentemente na Europa pela que o “SI REPEL MOSQUITO” sendo um repelente é uma ótima alternativa para os produtores de tintas e utilizadores finais que queiram proteger as suas casas dos insetos. Esta tecnologia também poderá ser aplicada em redes mosquiteiras, uniformes escolares, fardamentos militares, toalhitas, têxteis e vestuário, cortinas, etc. Outra das potencialidades destas nanoparticulas passa pela área da saúde. A Smart Inovation desenvolveu o “SI BACTERICIDA” que é um produto eficaz e inovador sem qualquer risco de utilização que pode minorar substancialmente os custos provocados pelas infeções nosocomiais como também em outro tipo de situações. Pode ser utilizado na roupa hospitalar, uniformes para médicos e enfermeiros, hospitais, clinicas, meias, roupa interior, etc. “O papel da prevenção é fundamental na área da saúde não só pela redução de custos que o Estado pode ter bem como na melhoria da qualidade de vida das pessoas” diz Pedro Pinto. Ainda aliada à temática da saúde a empresa conta na sua equipa com dois médicos prestigiados com vasta experiência como é Sousa Basto, dermatologista e Afonso Inácio, especialista de medicina geral e familiar que nos tem permitido desenvolver soluções altamente
inovadores e diferenciadores em relação ao que existe no mercado como sejam o “SI PÉ DIABÉTICO”, “SI PÉ DE ATLETA”, “SI FRIEIRAS” para aplicação em meias e luvas. Além-fronteiras África e Mercosul são os destinos prioritários para Pedro Pinto, pelo que os esforços de penetração nesses mercados têm sido uma preocupação constante. Internacionalizar a tecnologia através da criação de parcerias nos diversos países para que ela chegue às pessoas e organizações será por estes tempos o nosso grande desígnio. “Temos produtos muito atraentes e as negociações têm decorrido a bom ritmo” revela Pedro Pinto. Credibilidade e sustentabilidade Como empresa de I&D é fundamental criarmos parcerias duradouras com entidades de referência no SCT como é o caso da Universidade Minho, Universidade Coimbra, IHMT, CITEVE, etc. “É fundamental consolidar o papel do Conselho Consultivo e Cientifico (CCC) da Smart Inovation liderado pelo Prof. Vasco Teixeira que tem o papel importante na vigilância tecnológica, captação de novos projetos e divulgação da tecnologia Smart Inovation mantendo-nos assim no topo do desenvolvimento na área da nanotecnologia“, diz o nosso interlocutor. “Somos uma empresa de tecnologia, podemos criar muito mais a partir do que já foi feito e iremos trabalhar muito para sermos reconhecidos no mercado da nanotecnologia. Queremos ser uma referência para os empresários que querem mudar o paradigma do seu negócio” finaliza Pedro Pinto CEO da Smart Inovation.
62 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | INOVAÇÃO
Pelos ‘trilhos’ da Thales
inovação
A Thales em Portugal iniciou a sua atividade no início de 1990, trabalhando na modernização da rede ferroviária portuguesa. O grupo emergiu como líder no mercado de transporte integrado em Portugal com as suas soluções de comunicação e de sinalização a serem utilizadas ao longo de mais de 1.200 quilómetros da linha ferroviária nacional.
João Araújo Presidente do Conselho de Administração
Comecemos esta nossa entrevista por conhecer um pouco da Thales Portugal. Como chega o Grupo Thales ao nosso país? A Thales Portugal é a subsidiária portuguesa do Grupo Thales e foi criada em 2007, na sequência de uma operação de transferência de atividades e ativos entre os grupos Alcatel e Thales. Neste contexto, a equipa que a Alcatel construiu desde o fim dos anos 80, dedicada sobretudo aos transportes, autonomizou-se e constituiuse como Thales Portugal. Anteriormente, as atividades do Grupo Thales em Portugal desenvolviam-se quase exclusivamente no setor da defesa e eram resultado de iniciativas com origem em diferentes unidades estrangeiras da Thales, diretamente ou suportadas por agentes locais. Desde a sua criação, a Thales Portugal manteve o foco nas competências e atividades principais da equipa que a integrou, os transportes, e gradualmente alargou ao setor da proteção de infraestruturas críticas e ao setor da defesa. São já líderes de mercado em sistemas de transportes integrados em Portugal. Como se alcança este marco e, principalmente, como se preserva este estatuto? A posição atual da Thales Portugal resulta da concorrência de dois atores fundamentais: a existência de um plano de modernização ferroviária no qual o
grupo teve um papel importante, e a vontade de com esse plano assegurar a transferência das competências do grupo para Portugal, aumentando assim o valor local. Adicionalmente, o facto de o grupo ser o único grupo industrial com capacidade e competências para endereçar, com soluções próprias, os domínios das telecomunicações e da sinalização ferroviária, permitiu ter uma presença mais completa e endereçar de modo integrado estes dois domínios que na prática são muito interdependentes. Assim, a existência de um plano de modernização da rede ferroviária nacional permitiu que a equipa portuguesa tivesse oportunidade de desenvolver e consolidar os seus conhecimentos e experiência, levando a que o grupo lhe reconhecesse estas capacidades ao ponto de a tornar Centro de Competência Mundial desde 1996. Como Centro de Competência competia à unidade portuguesa a conceção, integração e implementação de complexos projetos multidisciplinares de telecomunicações e sinalização ferroviária. Adicionalmente e a fim de complementar a oferta e portfólio do grupo, a equipa portuguesa da Thales iniciou na mesma altura a constituição de um centro de I&D para o desenvolvimento de produtos que respondem às necessidades dos setores ferroviário e security, como sejam os sistemas de informação ao passageiro, infotainment e as plataformas de gestão vídeo. Entretanto
estas atividades de I&D alargaram-se a outros domínios, através de parcerias com Universidades e participação de projetos de I&D, encontrando-se a Thales Portugal em domínios de vanguarda em várias tecnologias e soluções tecnológicas para os setores já mencionados. Participam em todas as fases de vida de um projeto. É possível elucidar os nossos leitores sobre esta temática? Quais as várias fases de um projeto desta índole e de que forma atuam nas mesmas? Os projetos que a Thales Portugal desenvolve e onde melhor se destacam as suas competências e valor acrescentado, apresentam uma complexidade, multidisciplinaridade e duração significativa. A implementação deste tipo de projetos desenrola-se ao longo de etapas bem definidas, nas quais a Thales Portugal aplica todas as suas competências e recursos. As etapas/tarefas fundamentais que marcam o ciclo de vida de um projeto deste género são: - Interface único com o cliente e responsabilidade pelo desempenho da solução integrada apresentada; - Análise de requisitos e desenho/adaptação das soluções aos requisitos do cliente; - Integração e interface entre sistemas e entre as diferentes entidades intervenientes no projeto; - Elaboração dos projetos de detalhe para as fases de
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instalação, testes e colocação em serviço; - Gestão global do projeto com vista ao cumprimento das obrigações contratuais, boa execução dos trabalhos, planeamento temporal, e orçamento; - Suporte à operação e atividades de manutenção. Em que áreas tecnológicas atuam? Como já foi referido a Thales Portugal implementa projetos nos seguintes domínios: - Sistemas eletrónicos de regulação e controlo de tráfego ferroviário, integrando as suas componentes de equipamentos, software e serviços, sendo os produtos predominantemente Thales, mas não limitados ao grupo; - Sistemas integrados/multidisciplinares/multisserviços de telecomunicações para o meio ferroviário; - Sistemas integrados/multidisciplinares/multisserviços de telecomunicações e controlo para a proteção de infra-estruturas críticas; - Desenvolvimento de produtos e soluções de informação ao público bom como de plataformas de gestão de vídeo. Apesar de sediados em Portugal, esta célula do grupo reflete-se em vários países. De que forma? Tal como referido, após o reconhecimento das suas competências pelo Grupo e a criação do Centro de Competências, a atual equipa da Thales Portugal
Thales Portugal S.A 212 484 848 thales.portugal@thalesgroup.com www.thalesgroup.com/portugal
iniciou as suas atividades de exportação de projetos, inicialmente limitados aos sistemas de telecomunicações e posteriormente alargado aos sistemas de sinalização ferroviária e security. Assim, a Thales Portugal está hoje presente em 18 países através de projetos integrados, representando cerca de 80 por cento do seu volume de negócios.
Por onde passa o futuro do grupo em Portugal? O futuro do Grupo em Portugal passa claramente pela continuidade do seu papel líder no setor dos transportes, estando atentos às iniciativas que se desenvolvem e
oportunidades. Ao nível tecnológico, a Thales Portugal mantém também uma atividade constante na aquisição de novas competências, seja pela experiência que novos projetos lhe trazem, seja pelas suas atividades de I&D. É também foco da Thales Portugal, assumir um papel cada vez mais preponderante no seio do grupo, no que respeita à sua política e estratégia tecnológica e de produto. O desenvolvimento do setor da defesa é já uma realidade na Thales Portugal, com o objetivo que a sua intervenção seja cada vez maior e com maior incorporação local, tanto para as Forças Armadas nacionais como na exportação. Para tal, o reforço da posição acionista na EDISOFT permitiu que o grupo Thales se dotasse em Portugal de massa crítica e conhecimentos para de uma forma consistente dar uma melhor e mais próxima resposta aos diferentes ramos das Forças Armadas e da Segurança Nacional.
desenvolverão no futuro, de modo a contribuir na tarefa que iniciou nos fins dos anos 80, a modernização da rede ferroviária nacional. Em termos de exportação a Thales Portugal mantém continuamente uma pressão sobre os mercados de exportação seja por iniciativas do grupo, seja pela abordagem direta desses mercados, de modo a aumentar a sua presença e a captura de novas
Este investimento traduz, numa altura de dificuldades económicas e de incerteza no país, o empenho, reconhecimento e expectativa que o Grupo Thales coloca sobre Portugal, sobre a capacidade da equipa da Thales Portugal, sobre o setor da Defesa Nacional e sobre as competências que a EDISOFT adquiriu, desde há 25 anos quando a Thales assumiu um papel de acionista na Edisoft.
O grupo Thales é sinónimo de inovação? Sim e de modo acentuado. O Grupo Thales promove internamente a inovação, investindo nestas atividades cerca de 20 por cento do seu volume de negócios. A Thales Portugal é uma das unidades que contribui para esta comunidade com uma equipa local.
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No motivar é que está o
ganho
Polopique
Se dependesse da vontade política, de acordo com Luís Guimarães, diretor da Polopique, o setor da indústria têxtil, um dos mais rentáveis em território nacional, “estaria morto há mais de 20 anos”. Um cenário contrariado pela empresa que gere, que tem na motivação dos funcionários a sua principal estratégia.
Luís Guimarães Diretor
Quando se trabalha por paixão e se vão aglomerando vastos conhecimentos na área, voar sozinho é sinónimo de seguir em frente. Assim o fez Luís Guimarães, cujo percurso se inaugurou a bordo de uma empresa familiar, e que há 17 anos se deixa desafiar pela Polopique, Comércio e indústria de Confecções, S.A. Detida pela Polopique SGPS (que detém também a Polopique Tecidos e a Polopique Acabamentos), a designação desta empresa, fundada em 1996, devese ao facto de, inicialmente, comprar, transformar a matéria-prima básica e executar o produto acabado em regime de subcontratação, ou seja, “puro outsourcing”. Contudo, há cerca de dez anos viram-se obrigados a orientar a sua estratégia para a industrialização e hoje são totalmente verticalizados, colhendo até o seu próprio algodão. Uma escolha motivada pela dificuldade em encontrar no mercado indústrias que pudessem prestar o apoio adequado. As razões que justificam a mudança de panorama no
contexto português e o encerramento de várias fábricas passam pelos esforços que o poder político concentrou, a partir dos anos 80, na promoção de indústrias alternativas para região do Vale do Ave. O fator que mais estará na origem desta opção cingir-se-á à reputação do setor enquanto explorador de mão de obra barata. Na opinião do empresário, que contabiliza 33 anos de experiência, trata-se de um cenário que não tem razão de ser, e sublinha, “o que se sabe da indústria têxtil é aquilo que os sindicatos e que os políticos querem que se saiba da indústria têxtil”. Será essa mesma falta de noção face à realidade, por culpa da exposição dos casos de fechos e despedimentos e da informação veiculada por estas entidades, parte importante do problema. Por outro lado, o abandono da indústria por parte das entidades competentes e dos empresários subsídio-dependentes, regidos por interesses, também contribuiu. O desapoio é notório, igualmente, por parte da banca,
uma situação irreal para com uma indústria que, para além de exportadora, é responsável por 10 por cento do PIB nacional. Luís Guimarães ressalva que o mesmo não se passa no resto da Europa e refere a Alemanha e a Áustria como países em franca ascensão têxtil. Também em Espanha, a história é outra: “Espanha, ainda há bem pouco tempo, tinha uma força laboral na área têxtil maior que a nossa. Tentaram tudo por tudo para que a indústria têxtil não fosse desmantelada. Facilitaram na contratação, reduziram aos impostos... Tentaram reunir os industriais à volta disso e só não puderam fazer mais porque têm o mesmo problema que nós, são governados por políticos que estão à distância da realidade das coisas”. Atualmente, o maior obstáculo ao avanço têxtil são os custos energéticos. Portugal tem das taxas de energia mais elevadas e as despesas de luz e eletricidade têm demasiado peso no orçamento das empresas. Luís Guimarães acredita que esse é motivo pelo qual “muitos empresários não têm a coragem de pagar mais
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aos seus trabalhadores”. Os sucessivos aumentos nesse sentido não podem ser traduzidos no aumento de custo do produto, para que os negócios não sejam inviabilizados. É também a este nível que descarta a atuação das associações e fundações do setor que nada parecem fazer para que as mesmas benesses de que auferem outras instituições sejam aplicadas à indústria. Em relação à banca, demonstra, mais uma vez, o seu descrédito. Em contacto direto com a realidade dos fornecedores, que procura ajudar na criação de mecanismos para o que o dinheiro das encomendas seja realizado rapidamente, conhece bem o resultado da aplicação das taxas de juro elevadas. Apesar de gozarem de boa saúde financeira, a Polopique, Tecidos e a Polopique Acabamentos candidataram-se, pela primeira vez, aos “Sistemas de Incentivo à Inovação”, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional. Por amor à camisola foi comprada uma tecelagem em vias de encerramento, e os investimentos avultados que esta requereu motivaram as candidaturas, cujo resultado é aguardado com algum ceticismo. Condicionantes à parte, Luís Guimarães tem muita confiança na empresa que gere, garantindo que o percurso percorrido “foi baseado e alicerçado porque sempre acreditei na indústria têxtil portuguesa. Tenho a felicidade de fazer aquilo que gosto, o que é muito importante”. O sentimento mantém-se face ao futuro do setor. “Portugal tem um know-how invejável e não estamos a saber tirar partido dele. Há quem diga que não se deve ser otimista e nem é uma questão de ser otimista, sou realista e penso muito nas coisas”, confessa. Desde que haja visão, não há limites para o crescimento da indústria têxtil. É, porém, essencial, motivar a classe trabalhadora, o que passará, em primeiro lugar, pela atribuição de salários condizentes. A Polopique orgulha-se de privilegiar o pagamento de bons salários e de destinar aos seus funcionários parte do lucro da empresa, até porque compreende a desmoralização de um operário mal pago e que este se sinta mais aliciado pelas regalias do fundo de desemprego quando não é devidamente valorizado.
Assegura também seguros de saúde e de vida e criou um fundo destinado a melhorar a reforma de todos os colaboradores. De salientar no estreitamento das relações entre patronato e proletariado está também a festa de Natal, organizada anualmente, que promove a convivência entre todos. “Temos bons profissionais e bons criativos”, e por isso mesmo Luís Guimarães deita por terra a ameaça das indústrias do Extremo Oriente. Crê, aliás, que acalentar um clima de medo face às mesmas é contraproducente. Continuamos a beneficiar de melhor localização e a produção massiva deixou de ser uma vantagem numa indústria que se renova criativamente a cada instante. Para continuar competitivo, o país deveria apostar na formação dos colaboradores. Estes não deveriam estar dependentes “da nossa boa vontade e da nossa necessidade, que faz com que façamos nós essa formação. Criaram-se novos benefícios para quem
contrata desempregados, mas isso não chega. Estamos a contratar alguém que nunca viu um tear à frente, por exemplo e que são obrigados a aprender com a paciência dos mais velhos. É uma pena porque temos muito boa gente”. Uma batalha desleal que terá de ser travada a “trabalhar com muito brio, muito profissionalismo e muito rigor, acreditando nas nossas capacidades e nas dos nossos criadores, e acreditando, sobretudo, que sabemos fazer melhor que os outros”. Concorrência e clientes Face à concorrência, a estratégia é simples: “não pensar nela”. Na Polopique a ordem contraria a competição desenfreada e estabelece uma relação salutar com os colegas da área. Apesar das desconfianças que isso possa suscitar, Luís Guimarães tem uma visão diferente, que passa pela ajuda – “Eu sozinho não faço nada.
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Nada sobrevive dessa forma. Não estou bem se à minha volta os outros não estiverem bem”. Uma atitude que não negligencia, no entanto, a certeza de que há que sobreviver no mercado. Nesse sentido, o investimento constante em recursos humanos e técnicos é primordial. “Não podemos jogar à defesa, temos de estar sempre a jogar ao ataque”, reflete o diretor, numa altura em que as inovações tecnológicas surgem com tanta frequência. Como exemplo, refere a fiação com cerca de um ano que montou com equipamento recente, e que, numa parceria com os fornecedores, já alojou nova maquinaria para ser testada. “, conclui. Quando aos clientes, a aposta foca-se em prestar um serviço cada vez melhor, tirando-lhes trabalho
conseguia ser tão bom fornecedor tendo um leque de clientes tão diferente. Preferi especializar-me e dar um serviço melhor ao cliente e tirar partido da proximidade”, justifica.
e, sobretudo, fazendo com que não se esqueçam da empresa, praticando para isso uma conduta de “bons profissionais, que oferecem um serviço inovador e de qualidade. Daí que o custo de investimento nesta empresa seja muito alto. As áreas de desenho e de desenvolvimento de produto têm pesos de custo bastante altos e isso é importantíssimo”. Desde 2002, no setor destinado ao vestuário, a dedicação é feita em exclusivo para a distribuidora Inditex. O que poderia ser uma decisão perigosa não o é, tendo em conta a abrangência e a pluralidade de marcas do grupo, que acaba também por impor uma exigência que requer uma total disponibilidade de atenção. Para além de todas as condicionantes a nível financeiro, “não
dos problemas dos colaboradores. Uma ideia que, de acordo com Luís Guimarães, surge da necessidade de colmatar as falta de resposta do Estado social. Fora do contexto da empresa, a Polopique presta ainda apoio a diferentes entidades sociais, de que são exemplo organizações que se dediquem aos cuidados de idosos e crianças. “Fazemos o que devia ser feito pelo Estado. Temos uma fatia do nosso orçamento mensal destinada a esses fins. As empresas e as indústrias não servem apenas para ganhar dinheiro. Têm que o ganhar, mas também de o saber distribuir”, defende o diretor. Quanto a políticas ambientais, o empresário garante que todos os requisitos são cumpridos, e que a atuação nesse campo apenas não é maior devido aos custos
Responsabilidade Social Manter os trabalhadores motivados é, como já se verificou, uma prioridade, daí que as políticas de responsabilidade social praticadas pela Polopique passem, obrigatoriamente, por essa preocupação. A este respeito está a ser criado um departamento de Responsabilidade Social, com previsão de funcionamento para 2014, que contemplará as mais diversas valências e concentrará esforços na resolução
elevados que acarreta – “Ainda agora estamos a reformar as empresas e a respeitar tudo o que nos é pedido por lei”. Porém, a prioridade reside na “área social, que é a maior lacuna do nosso país e onde estamos a apostar fortemente”. À margem da Política Luís Guimarães é perentório: “Sou contra os políticos do nosso país porque considero, infelizmente, que tivemos e continuamos a ter políticos incompetentes”. Ainda este ano o empresário foi agraciado com uma medalha de ouro de mérito municipal concedida pela autarquia de Vizela, que declinou imediatamente. Apesar de considerar tratar-se de uma atribuição merecida, esta rejeição acentua a postura de afastamento para com o poder político que patenteia o seu discurso. “Chamaremme para ser condecorado por fazer aquilo que deveria ser feito pelo Estado parece-me um perfeito disparate. Não poderia, de forma alguma, compactuar com essa situação”, remata. A criação de postos de trabalho é o ponto forte do impacto da Polopique na área circundante, mais concretamente nos concelhos de Santo Tirso e Vizela. Ao longo deste ano, empregou mais de 150 trabalhadores.
68 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Ação proativa pelo
ambiente Apetro
A Apetro, Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas tem como missão “fomentar o estabelecimento e desenvolvimento de condições envolventes apropriadas que facilitem uma operação responsável e lucrativa do setor petrolífero em Portugal”.
Que medidas estão na origem do cumprimento deste objetivo e que lacunas vem a Apetro preencher no contexto do setor petrolífero a nível nacional? O objetivo de qualquer associação setorial é a promoção e a defesa de interesses comuns às empresas suas associadas, no sentido de contribuir para a criação de condições que possibilitem o desenvolvimento da sua atividade. No caso da indústria petrolífera, não falaríamos em preenchimento de lacunas mas sem dúvida que a criação da Apetro veio permitir uma ação mais proativa no estabelecimento e desenvolvimento de condições adequadas para que melhorem ou para que pelo menos se mantenham níveis de rentabilidade e competitividade aceitáveis, capazes de manter a atividade sustentada do setor, e permitir o investimento. Esta difícil e aliciante tarefa cobre áreas tão abrangentes como a representação da indústria petrolífera ao nível dos processos legislativos e regulamentares, as relações públicas e a comunicação, as áreas de formação e de desenvolvimento e a promoção de altos padrões de qualidade, quer a nível da segurança, em todas as sua vertentes, quer das operações e serviços. Fundada em setembro de 1992, a Apetro advoga uma postura de total independência e isenção relativamente a interesses políticos e institucionais. Por que (outros) valores de índole ética se regem e de que forma pautam o desenvolvimento da vossa atividade? Os elevados padrões éticos de gestão e condução de negócios que defendemos, incluem uma postura de total independência e isenção relativamente a interesses políticos e institucionais, a promoção de informação clara e transparente aos consumidores no que respeita
à indústria petrolífera e o incentivo ao estabelecimento de Normas e Boas Práticas de Procedimento e Conduta nas áreas de segurança e proteção ambiental. Num contexto económico de grande adversidade, haverá despesas no que concerne a preocupações de natureza ambiental que poderão ser encaradas como fator de inibição para os vossos associados. Como é assegurado o cumprimento das normas ambientais? De que estratégias de incentivo neste campo dispõem? O contexto económico não pode inibir a contínua aposta numa cultura de segurança e de respeito pelo ambiente. O cumprimento das normas ambientais é essencial numa indústria como a petrolífera, com os riscos humanos, materiais e ambientais que esta envolve. Para além das questões económicas, a sustentabilidade dos nossos negócios está dependente de uma atuação ambientalmente responsável, com enfoque na gestão do risco e na minimização dos impactes ambientais associados às atividades desenvolvidas. Quais são, atualmente, as vossas maiores preocupações ambientais e que iniciativas lhes estão associadas? Pela natureza das atividades desenvolvidas pelas nossas associadas, as preocupações ambientais da Apetro são muito diversificadas, incluem temas como a eficiência energética, as emissões industrias, a responsabilidade ambiental, para destacar apenas alguns. Gostaríamos de salientar o trabalho desenvolvido no âmbito da responsabilidade ambiental. Com a publicação do Decreto-Lei n.º 147/2008, de 28 de junho, a Apetro identificou algumas lacunas que punham em causa a adequada implementação deste regime legal. Proativamente, propusemos à Agência Portuguesa do
Ambiente (APA) a promoção da partilha de informação e a elaboração de guias setoriais, aplicáveis às atividades de armazenamento, distribuição e comercialização de produtos petrolíferos, tendo sido estabelecido um protocolo de colaboração entre as duas entidades. Estes guias, disponibilizados no nosso site, tiveram como objetivo definir uma a metodologia de avaliação de riscos para cada atividade, selecionada em função das características, do grau de heterogeneidade e do potencial de risco de cada uma. Para a armazenagem, foi definida uma metodologia de risco ad hoc já utilizada no âmbito da prevenção de acidentes graves, tendo apenas de ampliar a avaliação para todos os cenários de acidente, uma vez que existem novos recetores não considerados na Seveso. Para a distribuição e a comercialização foram desenvolvidas ferramentas de cálculo de ponderação do risco com base na avaliação de parâmetros que se consideram representativos desse risco (características técnicas e operacionais e envolvente onde se realiza a atividade). Estas ferramentas estão disponíveis, gratuitamente, no site da Apetro, permitindo a todos os operadores interessados calcular o risco da sua atividade. Este projeto incluiu também a realização de sessões de divulgação dos guias, com a participação da APA, aos parceiros de negócio e outras entidades relevantes para as atividades em causa. Continuamos a apostar no desenvolvimento de procedimentos e boas práticas de atuação na área do ambiente para o setor petrolífero, em antecipação aos novos requisitos legais. Um bom exemplo é o novo protocolo de colaboração que estabelecemos com a APA para desenvolvimento de um guia setorial para proteção de solos e águas subterrâneas no setor petrolífero.
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70 | REVISTA NEGÓCIOS PORTUGAL | ECONOMIA
negócios em portugal 15% das empresas em Portugal deslocalizaram atividade 15,3% das empresas em Portugal com mais de 100 colaboradores deslocalizaram atividades para o estrangeiro. Esta deslocalização teve como destinos preferenciais a União Europeia e PALOP. Os dados divulgados pelo INE apontam ainda que 12% das empresas em Portugal planeiam fazê-lo entre 2012 e 2015. Segundo os dados do inquérito europeu às Cadeias de Valor Globais, Portugal surge no 4.º lugar entre os países participantes com empresas a realizarem ‘sourcing’ internacional. Face ao período 2001-2006, a percentagem de empresas que recorreram ao ‘sourcing’ internacional aumentou 3,1 pontos percentuais, nota o Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre as empresas que deslocalizaram atividades para o estrangeiro entre 2009 e 2011, 72% faziam parte de um grupo económico.
275 horas para pagar impostos em Portugal São 275 horas que demora, em média, por ano, uma empresa portuguesa no cumprimento das obrigações fiscais. Oito pagamentos anuais para manter em dia as obrigações fiscais, que têm um peso de 42,3%. A nível global, Portugal está classificado na 81ª posição entre 189 economias analisadas, tendo caído quatro posições no espaço de apenas um ano, segundo o estudo “Paying taxes 2014” da autoria da consultora PwC do Banco Mundial. É nos países do Médio Oriente que é mais fácil pagar os impostos e onde a carga dos mesmos tem um peso menor no balanço das empresas, com o pódio a ser ocupado pelos Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita. O top 10 do ranking fica completo com Hong Kong, Singapura, Irlanda, Bahrein, Canadá, Omã e Kiribati, na Polinésia. O estudo indica, no entanto, que a queda de Portugal deveu-se à melhoria de outros países, que “introduziram reformas fiscais e outras medidas que melhoraram os seus sistemas fiscais”, e não a uma degradação da situação no país.