REVISTA BUSINESS PORTUGAL EDITORIAL
Editorial
FICHA TÉCNICA Diretor Fernando Silva
EDITORA Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt)
REDAÇÃO Catarina Carvalho (catarina.carvalho@revistabusinessportugal.pt) Cátia Fernandes (catia.fernandes@revistabusinessportugal.pt) Márcia Cardoso (marcia.cardoso@revistabusinessportugal.pt) Andreia Lobo Balolas Carvalho Carlos Borges Marta Caeiro Sara Pelicano (redacao@revistabusinessportugal.pt)
O que de melhor temos Por Diana Ferreira
Pelo segundo ano consecutivo, Portugal foi eleito como o melhor país do mundo para visitar por uma das mais conceituadas publicações turísticas do mundo. Os motivos desta escolha, realizada online pelos leitores da revista, prendem-se com a combinação da cultura, gastronomia, os vinhos, praias, campos de golfe, história e principalmente pelas características dos portugueses. Para os leitores da dita revista, Portugal é considerado um destino com uma impressionante variedade de paisagens. Numa outra votação, a cidade Invicta foi eleita como o ‘Melhor Destino Europeu 2014’. Já em 2013, o Porto foi eleito como o melhor dos 10 destinos de férias de eleição na Europa, de acordo com uma publicação líder mundial de guias de viagem. O reconhecimento estrangeiro das nossas cidades deverá ser encarado como uma oportunidade de apostar cada vez mais no turismo em Portugal e esta aposta deverá ser pensada no seu todo. Há muito que o turismo no nosso país deixou de ser apenas as praias. Para além da extensa mancha azul junto aos nossos areais (este ano contamos com 298 bandeiras azuis), começamos já também a olhar para a gastronomia e a cultura como atractivos a Portugal. E ainda bem que assim o é! Continuemos, então, esta caminhada rumo a um país apetecido por muitos, para que esses muitos nos continuem a fazer crescer.
PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN Tiago Rodrigues (tiago.rodrigues@revistabusinessportugal.pt)
SECRETARIADO Paula Assunção
edição de junho
(paula@revistabusinessportugal.pt)
08 - Abbatiale
GESTÃO DE COMUNICAÇÃO Fernando Lopes Filipe Amorim Isabel Brandão Luís Silva Manuel Fernando Moisés Leite Nuno Ferraria Paulo Padilha Pedro Paninho Sofia Silva Susana Ramos
EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2 4400-134 - Mafamude (geral@revistabusinessportugal.pt)
CONTACTOS
04- STDM Investimentos imobiliários MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
MAIS SAÚDE
INOVAR PARA CRESCER
MISERICÓRDIAS
62 - Ciclum Farma 64 - Jaba Recordati
14 - Município de Penela 20 - Município de Ponte de Sor
84 - SCM da Chamusca 86 - SCM do Cartaxo 88 - SCM do Pombal 90 - SCM do Crato
23 - Conforama 36 - Royal Canin 40 - Repsol 42 - Escola Alemã de Lisboa
Tlf: 223 754 806 (Geral) Tlf: 224 109 098 (Redação)
DISTRIBUIÇÃO Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID
errata:
Por lapso, na última edição a fotografia da M.Leal foi erradamente legendada. Aos visados apresentamos as nossas desculpa.
Impressão: Lidergraf Sustainable Printing Depósito Legal: 374969/14
Legenda: Manuel Leal e André Leal, Administradores
Edição de junho
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Valores em construção Stdm investimentos imobiliários Alicerçada no grupo financeiro Stanley Ho, a STDM Investimentos Imobiliários S.A. é uma empresa consolidada no mercado português, que prima pela excelência e qualidade de construção de edifícios, em zonas nobres da cidade do Porto. A propósito dos mais recentes investimentos na Invicta, conversámos com Vieira Coelho, administrador da empresa .
vieira coelho Administrador
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STDM Investimentos Imobiliários S.A. estrutura a sua ação no desenvolvimento e promoção de projetos urbanísticos e habitacionais. Combina uma procura contínua pela vanguarda e estética da construção, aliadas à materialização de espaços confortáveis, funcionais, seguros e ambientalmente integrados, moldados ao ritmo das necessidades contemporâneas. O arrojado ‘Complexo Boavista’ é um exemplo. Composto por um conjunto de quatro edifícios, reflete os valores e princípios orientadores da empresa, que se pauta pela qualidade de construção, segurança e conforto, associados à primazia da localização. Mas recuemos uns anos para percebermos a
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implementação deste grupo na cidade mais importante e carismática do norte de Portugal. “A STDM Investimentos Imobiliários surge em 1992, pelas mãos de Stanley Ho, na sequência da aquisição de um terreno de grande dimensão, na cidade do Porto, onde está hoje o ‘Complexo Boavista’, iniciando uma estratégia de investimento na área do imobiliário em Portugal”, começa por nos explicar o administrador, Vieira Coelho. Esta aquisição prendeu-se igualmente com a vontade demonstrada pelo fundador em investir no norte do país, “a zona económica mais desenvolvida , onde crescem as marcas de renome internacional, no calçado, móveis, têxteis e vinhos”. O projeto inicial para este terreno contemplava a
construção de um empreendimento turístico hoteleiro. Contudo, sob a égide de Stanley Ho, o projeto foi alterado, para um complexo habitacional de elevada qualidade e diferente do que habitualmente se construía na cidade do Porto, culminando na construção de quatro edifícios. “O projeto de implantação e volumetria dos edifícios no terreno, e o primeiro edifício ali construído, são da autoria do arquiteto Siza Vieira, que consideramos ser um dos melhores arquitetos portugueses e, por isso , quisemos contar com ele neste nosso empreendimento”. Este complexo, constituído pelos edifícios ‘Mare Nostrum’, ‘Navegador’, ‘Portus Mare’ e ‘Infante’ foi um sucesso. “Tentámos, criar um conceito diferente, marcado por uma construção de alta qualidade, compartimentação interior
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adequada a uma vivência moderna, acabamentos de luxo, sistemas de segurança de alto nível, preocupações de eficiência energética e uma pormenorização estética muito cuidada”, refere o nosso interlocutor. Um dos objetivos passou também pelo esforço de reavivar o comércio de rua, característico do Porto, apostando em espaços comerciais nos edifícios, circundados por amplas praças e lugares de estacionamento, “onde surgiram as primeiras lojas de marcas de renome internacional na cidade”. Seguiu-se a aquisição de dois novos terrenos, onde nasceram o ‘Porto Magnum’, em plena Avenida da Boavista e o Edifício Damião de Góis, na rua a que lhe dá o nome. “O Edifício Damião de Góis foi um projeto ambicioso, pois é de uma arquitetura bastante diferente de tudo o que existe naquela rua, o que não o deixa passar despercebido”, diz Vieira Coelho. A construção destes dois edifícios contempla as mesmas características de qualidade do ‘Complexo Boavista’, como são exemplo as fachadas ventiladas e revestidas a pedra natural e o sistema de segurança, com detetores de incêndio, monóxido de carbono, inundação, fuga de gás e eletroválvulas de corte. “Começámos por comercializar o edifício Damião de
Góis, que, neste momento, está com uma ocupação de 50 por cento. Por sua vez, a conclusão do ‘Porto Magnum’ coincidiu com a crise imobiliária, pelo que fomos forçados a seguir uma estratégia diferente”. Perante esta realidade, a STDM II optou por arrendar as habitações, tendo já ocupados cinco dos 13 pisos habitacionais que o compõem. Contudo, atualmente o objetivo passa por estender o negócio ao mercado asiático, “que tem uma grande afetividade por Portugal e sente-se confortável em investir no nosso país”. O Golden Visa poderá ser uma forma de estimular este investimento. Na perspetiva do nosso entrevistado, esta ‘autorização de residência’ para a permanência em território português de cidadãos estrangeiros, “é um incentivo que está bem estruturado pelo Governo português e pode trazer bastantes vantagens, não só para os investidores estrangeiros, neste caso particular, asiáticos, mas também para quem, como nós, investe na construção de empreendimentos de luxo e qualidade superior”.
O futuro da STDM II
enveredar pela reabilitação urbana, estendendo a sua área de atuação a outras cidades do país. “Ainda não é possível revelar os projetos que temos em estudo, mas olhamos com atenção para a questão da reabilitação urbana”, divulga Vieira Coelho. “Acreditamos que as cidades devem recuperar o seu património e apostar na dinamização dos centros habitacionais, promovendo a criação de infraestruturas de apoio comercial, parqueamento automóvel e rede de transportes urbanos para incentivar o seu repovoamento, e não concentrarse apenas na construção de novos edifícios. Portugal tem muito pouca reabilitação, por várias razões, mas essencialmente pela burocracia existente , o que torna estes investimentos muito caros e complexos”. O nosso interlocutor dá o exemplo das casas no centro histórico da cidade que não têm garagem nem parques de estacionamento próximo, e hoje esse é um espaço fundamental . Contudo, as dificuldades com que se possam deparar não vão alterar os projetos da STDM II que pretende continuar a marcar pela diferença na qualidade, “independentemente da área em que enveredarmos”, finaliza.
Atentos ao mercado e à realidade que vai atravessando o país, a STDM Investimentos Imobiliários S.A., considera,
vista do último andar do porto magnum
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Edifício Porto Magnum Junto às principais vias de acesso à cidade do Porto, em pela Avenida da Boavista, no coração da mais prestigiante zona de serviços, comércio e ao lado dos mais importantes equipamentos culturais, o edifício Porto Magnum abre as portas à cultura e ao lazer, além de uma vista magnífica que proporciona das suas amplas janelas, permitindo a quem lá habita desfrutar de uma vista panorâmica única da cidade, do rio e do mar. Das suas principais características, destacam-se a segurança, a qualidade e o conforto, possíveis graças ao elevado investimento feito pela STDM Investimentos Imobiliários. A preocupação dedicada à segurança e bem estar
Edifício Damião de Góis Numa zona nobre e central da cidade Invicta, marcada pela diversidade do seu comércio tradicional e serviços, associa-se a uma localização fulcral, perto da Boavista, das Antas e da própria Baixa, com acessibilidades únicas e diretas ao nó de acesso à VCI. Este edifício de traçado sóbrio, é um verdadeiro brinde à arte de bem viver, juntando aos rigorosos parâmetros de qualidade de construção, as excelentes infraestruturas de apoio e os avançados equipamentos de segurança. A uma arquitetura moderna, de linhas sóbrias e intemporais, aliam-se generosas áreas interiores,
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é visível nos modernos e sofisticados sistemas de segurança. A ventilação mecânica, por seu lado, permite a renovação cíclica do ar e a eliminação de odores no interior das habitações. A ventilação das fachadas reforça também o índice de conforto interior. O isolamento acústico foi igualmente objeto de elevada preocupação projetual, aliando panos duplos de tijolo maciço com caixa de ar preenchida com lã de rocha, pavimentos e tetos com enchimentos de betão leve, lages estruturais maciças e revestimentos finais adequados. As habitações contam também com um sistema de alta segurança Siemens, que engloba detetores de incêndio, inundação e fuga de gás, além de aspiração central em toda a casa.
A qualidade dos acabamentos transforma todos os espaços em ambientes confortáveis, seguros e harmoniosos, para receber com elegância a família e amigos. Se, por outro lado, procura um investimento num estabelecimento comercial ou escritório, saiba que o Porto Magnum contempla igualmente estes espaços, com acesso independente, por uma extensa praça, onde poderá circular em segurança e longe do bulício da avenida. Assim como as habitações, as lojas e escritórios foram merecedoras de equipamentos de excelência, como são exemplo as portas de segurança Dierre em aço, com fechadura eletrónica, ou o sistema de vídeo porteiro e CCTV centralizado no átrio de entrada, com controlo da entrada e acessos ao estacionamento.
particularmente bem distribuídas, racionalizadas e projetadas a pensar no conforto e bem estar de quem procura, na qualidade e bom gosto dos materiais aplicados, a tranquilidade de um viver exclusivo e requintado. Recuperando a tradição do brincar fora de casa, no edifício Damião de Góis num jardim privado de 2.700 m2 e em segurança, poderá proporcionar aos mais novos, memórias para mais tarde recordar. Este é o local ideal para quem aposta na qualidade, conforto e segurança, uma vez que as habitações contam com avançados equipamentos de segurança como sistema de videovigilância, portas de segurança
em aço com fechadura eletrónica, central de segurança Siemens com detetores de incêndio, inundação e fuga de gás, além da aspiração robotizada. A qualidade dos acabamentos transforma estes espaços em ambientes agradáveis e de bom gosto, onde é possível receber com todo o conforto e elegância a família e os amigos. O edifício integra ainda um bloco de escritórios, equipado com modernos sistemas de segurança, perfeitamente autónomo do núcleo habitacional, conferindo-lhe uma identidade própria.
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Em pleno coração da cidade do Porto, junto à Baixa e com acessos privilegiados a serviços de saúde, educação e lazer, o Edifício Damião de Góis dispõe de tipologias de T2 a T4 com estacionamento privativo, arrecadações e um jardim privativo com 2700m2. A sua arquitetura moderna, de linhas sóbrias e intemporais, alia-se a generosas áreas interiores, particularmente bem distribuídas, a pensar em si, no seu conforto e bem-estar. A qualidade dos materiais aplicados e a tranquilidade de viver num apartamento único e requintado, estão ao seu alcance com condições únicas de aquisição. SÓ PARA SI.
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STDM NA VANGUARDA STDM - Investimentos Imobiliários, S.A. pertence ao prestigiado grupo financeiro de Stanley Ho, é especializada em projetos imobiliários e tem como referência a qualidade das suas construções nas mais nobres áreas da cidade do Porto.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL CAVALO PURO SANGUE LUSITANO
“O nosso objetivo é criar cavalos Lusitanos para competir a nível internacional” abbatiale A afirmação é de Carlos Gomes, coordenador Abbatiale, uma marca de Alcobaça aplicada a licores mas também ao cavalo Puro Sangue Lusitano, criado na quinta com “paixão e dedicação”. O trabalho é minucioso com objetivo de ter “bons cavalos” e “competir a nível internacional” com a equipa de Abbatiale Dressage by RAX.
equipa da abbatiale - pedro, tomás, carlos, tiago, zé, gonçalo e sandro
A Abbatiale nasce em 2006, em que contexto? A empresa nasceu pelos licores Abbatiale. O antigo diretor do Mosteiro de Alcobaça, Rui Rasquilho, promoveu a divulgação de diversas atividades locais com ligação aos monges cistercienses e ao mosteiro. A ideia materializou-se com a recriação dos licores que os monges produziam. Começámos pelo licor de ginja. O segredo da nossa ginja, resultou de apurada pesquisa e tem propriedades medicinais identificadas pelos monges, designadamente no que diz respeito ao combate à tosse, inflamação da garganta e laringe. Produzimos também os licores de maçã de Alcobaça, de frutos vermelhos (amora, framboesa e morango) e sorva. Os frutos são colhidos na nossa granja e, sempre que necessário, compramos a produtores locais. Somos os únicos a produzir licor de sorva, uma espécie de planta que existe na região e era usada em tempos de fome. Outra homenagem que insistimos prestar é ao amor eterno de D.Pedro e Inês de Castro, cujos túmulos estão no Mosteiro de Alcobaça. Fizemo-lo através de dois packs, o ‘Amor Eterno’ e os ‘Momentos Pedro e Inês’. Também foi nesta fase que nasceu a nossa assinatura A:E:AFIN:DOMUDO. É a inscrição no túmulo de
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D.Inês de Castro, mandado construir por D.Pedro cuja interpretação, que adotamos como assinatura, representa o amor eterno – até ao fim do mundo. O que fazemos, fazemos com paixão, para que fique gravado nas nossas menórias, até ao fim da nossa existência.
pack amor eterno para celebrar os momentos que ficam gravados eternamente nas memórias dos intervenientes
Aos licores, aliaram a criação do cavalo Puro sangue lusitano. Porquê a escolha desta raça? Começámos com a influência de duas pessoas, que são referências para mim e que, infelizmente, já faleceram. José Manuel de Mello, para quem o meu sogro, José Gonçalves Viegas Dias, trabalhou a vida inteira. Tínhamos na quinta da Lezíria, em Alcobaça, uns cavalos cruzados e numa das visitas que José Manuel de Mello nos fez, o meu sogro mostrou os nossos cavalos. José Manuel de Mello, direto como sempre o conheci, viu-os e afirmou que nos ia escolher cavalos à séria, cavalos da Ravasqueira. Pouco tempo depois, fui com Vítor Tomão ao Monte da Ravasqueira, onde conhecemos Júlio Jerego que nos informou que José Manuel de Mello nos ia disponibilizar uma de duas éguas pré-selecionadas para entrar na Manada da Ravasqueira nesse ano. Júlio Jerego comunicou-nos a nossa sorte: ficávamos com a Xaquira. Nessa data, optámos por adquirir também a Trowa. Mais tarde, após o falecimento deJosé Manuel de Mello, quando o Monte da Ravasqueira decidiu terminar com a criação do Puro Sangue Lusitano, ficámos com as outras três éguas. Mais uma vez, nesta fase, a intervenção de Júlio Jerego foi preciosa para termos ficado com a Tijela, a Zamora e a Brawa. Temos, assim, cinco éguas
o licor de ginga tem um segredo cisterciense
REVISTA BUSINESS PORTUGAL CAVALO PURO SANGUE LUSITANO
Malhado de Alcobaça - henrique vIII é o varrasco da granja
da Ravasqueira. Foi um privilégio, uma sorte e uma honra ter ficado com o património genético do Monte da Ravasqueira que já foi campeão do mundo em atrelagem, em quatro cavalos. Beneficiámos da muita qualidade do trabalho efetuado na Ravasqueira. Demora anos a fazer uma coudelaria, a seleção dos animais é um trabalho longo. Tivemos o privilégio de ficar com cinco éguas que são a nossa base. Quais as características desta raça? No meio é aceite e promovida a ideia de que o cavalo lusitano apresenta fortes vantagens na facilidade com que se deixa montar e se adapta ao cavaleiro e na flexibilidade da sua utilização. O que queremos com os nossos o Lusitanos é que progressivamente vão evoluindo até ao ponto de reunir as condições para serem campeões do mundo. Seguindo uma máxima de José Manuel de Mello, para nós, cavalos bons são os que ganham. Ele fez a demonstração prática de que um cavalo Puro Sangue Lusitano pode ser campeão do mundo na atrelagem. Outros já voltaram a reforçar esta ideia mais recentemente. Na dressage o cavalo Lusitano começa a aparecer com maior frequência ao mais alto nível (por exemplo, nos últimos Jogos Olimpícos e nas provas internacionais que se vão realizando) e com melhores resultados. O caminho percorrido é de qualidade e positivo. Quem sabe se não conseguiremos chegar ao nível dos que ganham? Entendemos a competição como o local onde podemos mostrar de forma saudável a nossa qualidade, dos cavalos e da equipa. É também o local privilegiado para corrigir erros, avaliar as nossas opções e evoluir. Quando ganharmos, melhor. Ficaremos mais felizes, mas não é uma obsessão. Temos trabalhado, utilizando a excelente base que herdámos, à qual procuramos juntar os melhores garanhões. Um trabalho com uma base o mais científica possível que desenvolvemos com o valor acrescentado que a parceria com o Francisco Cancella de Abreu nos proporciona.
O objetivo é dar continuidade ao espírito de competição do Monte da Ravasqueira? Sim. O nosso objetivo é criar bons cavalos para competir a nível internacional para os tentar vender no mercado internacional. Quem cria cavalos espera ter alguns excecionais. Esses não os vendemos. Fazem parte da nossa equipa. Para saírem dela terá de existir uma proposta irrecusável ao nível do projeto de competição. Teremos alguns cavalos bons e, depois de treinados, esperamos vendê-los, sobretudo a clientes estrangeiros. E depois teremos cavalos normais que vamos procurar promover através do nosso centro hípico. O mercado internacional está aberto à raça Puro Sangue Lusitano? Quais os mais apelativos? Estamos a apostar nos mercados do centro e norte da Europa. Queremos vender a ideia de que é possível ter um cavalo residente no nosso centro hípico. Se tiver capacidades de competição, nós podemos gerir o programa de competição. O cliente pode vir ao Centro Hípico Abbatiale montá-lo. É mais barato do que ter o cavalo permanentemente no seu país, por exemplo. Este é um caso concreto de dois clientes nossos que queremos replicar. Na região de Alcobaça há também muitos estrangeiros a residir e o nosso objetivo é que eles possam ter um sítio, com todas as condições, para ter o seu cavalo, seja de passeio ou competição. Pelo facto de tratar de um produto de nicho e de elevada qualidade, fica menos afetado com a crise financeira? Os cavalos e a coudelaria é uma paixão, que procuramos controlar e dosear de forma a que possa ser rentável. Como negócio em si, não acredito que uma dimensão muito grande seja a solução. Também não acredito que se fique milionário a criar cavalos. Por outro lado, a seleção dos cavalos, a evolução da qualidade média dos animais, nos últimos dez anos, é brilhante. Isso consegue-se com um trabalho metódico, observando as características de cada égua e escolhendo o melhor garanhão para essa égua. Avaliamos todos os nossos
cavalos, todos os anos. Isto só é possível fazer quando se tem uma dimensão pequena. Acreditamos que, em tempos de crise, é mais fácil de vender animais de inegável qualidade. E junta-se o facto de ser uma paixão, o que pode atrapalhar o objetivo de rentabilidade. Contudo, temos o privilégio de fazer algo com gosto. Acredito que este seja o modelo de maior probabilidade de sucesso. Considera que o cavalo Lusitano é valorizado em Portugal? A exposição mediática do Lusitano faz-se ganhando. Competindo, ganhando ou, pelo menos, estando presente ao mais alto nível. Isso aconteceu com o Rubi [cavalo que esteve nos Jogos Olímpicos de 2012] que é propriedade de uma senhora luxemburguesa. É um modelo interessante e porque não replicá-lo? Como quase todos os mercados em Portugal, também este está a desaparecer, o que leva à redução de efetivos, como aconteceu nos últimos anos. Para exportarmos, temos de mostrar que somos bons.
éguada a pastar nos campos próximos da nazaré propriedade do elemento da equipa iuri
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operacional, é o dono dos campos onde os animais estão a pastar. A Margarida é a nossa veterinária. O ferrador é o João Robalo. Todos fazem o seu trabalho com rigor e são muito profissionais. Todas estas pessoas trabalham por paixão aos cavalos.
filósofo montado por tiago no picadeiro coberto
Na senda desse objetivo estão a formar a vossa equipa de dressage? A nossa equipa chama-se Abbatiale Dressage by Rax. E estamos a prepará-la porque queremos mostrar que fazemos bons cavalos por brio da equipa. O acompanhamento técnico da equipa é assegurado pelo treinador Camilo Borges, que também é juiz da modalidade. RAX é o nosso patrocinador para os próximos três anos, o que permitiu a construção das infraestruturas de competição (picadeiro coberto de 20x40, picadeiro ar livre de 100x40 e 18 boxes) e o financiamento dos custos de preparação e manutenção da equipa. Temos o nosso centro de equitação de competição a funcionar com todas as condições mínimas necessárias, designadamente com um piso de qualidade (o piso de areia de sílica foi recolhida em Rio Maior) onde os cavalos podem treinar em ambiente e dimensões reais.
Temos uma escola no centro hípico para satisfazer os clientes locais e temos o espaço para os cavalos dos clientes estrangeiros. Por fim, temos espaço reservado para os nossos cavalos que queremos preparar para a nossa equipa. Às condições do espaço e à paixão, o projeto alia ainda uma equipa coesa. Em que medida o trabalho de equipa é parte do sucesso da Coudelaria? São fundamentais. O projeto nasce numa relação de amizade e paixão com todos os intervenientes. A Mafalda e Carolina são as minhas filhas. Elas opinam muito quando é para escolher o garanhão, depois da pré-seleção do Francisco Cancela de Abreu. São também elas que decidem o nome dos cavalos. O Vítor Tomão, nosso maioral, é um amigo de longa data. O Tiago Oliveira, equitador profissional, é nosso vizinho há 16 anos. O Iuri, para além de toda a colaboração
Na Granja têm também um campo de mini-golfe e uma componente de preservação de espécies autóctones. Pode pormenorizar? Nos seis hectares da Granja Abbatiale temos animais autóctones e em vias de extinção como porco Malhado de Alcobaça e as Cabras Serpentinas. Também temos um circuito de árvores antigas da região e um pomar de árvores em extinção. Queremos contribuir para preservar tudo o que não seja massificado. As pessoas podem visitar-nos e passar um dia, fazer um circuito pelos pomares utilizar o restaurante para festas, efetuar diversas atividades como slide, trampolins, bicicletas, pedal kart, vólei, pingue pongue, futebol, badmington, entre outros. Queremos um sítio onde as famílias que apreciam o ar livre, possam passar algum tempo juntas. Para que a visita seja efetuada num jogo de família, instalámos o nosso campo de mini-golfe de 18 buracos pelos 6 hectares. No circuito de mini-golfe divulgamos e promovemos marcas da região pertencentes aos antigos Coutos Cistercienses de Alcobaça de inegável qualidade. São exemplos a Maçã de Alcobaça e os vinhos do Monte Capuchos. A Granja Abbatiale pode ainda ser reservada em exclusivo. A coordenação de todas as atividades e reservas é assegurada pelo Gonçalo Santos.
núcleo de cabras serpentinas lideradas pelo amendoím
Abbatiale é um termo latino que significa abadia. Na assinatura da marca lê-se “Até ao fim do mundo”, escrito de uma forma medieval. A expressão foi imortalizada por D. Pedro no túmulo de D. Inês como símbolo do amor eterno que uniu os dois. É esse espírito de paixão, até ao fim da existência de cada um, que Carlos Gomes quer também transmitir ao projeto: “uma paixão que está connosco, em tudo, até ao fim do mundo”. RAX – patrocinador da Abbatiale Dressage A RAX – Real Assets Exchange, é uma plataforma de negócios reais, com sede em Hong-Kong. Se tem para venda ou procura comprar algum ativo real em qualquer parte do mundo, contacte: http://www.assetsx.com http://gobusinessfinance.ch/en/home
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
municípios em destaque
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tualmente, o território de Portugal conta com 308 concelhos onde características como os costumes locais, a cultura, a gastronomia, a história e as figuras de destaque são os traços mais evidentes de cada região. Localizados no interior do país, municípios como os de Bragança, Mirando do Douro ou Pinhel lutam contra a desertificação e procuram atrair e fixar mais população, sobretudo jovem no seu território. A agricultura biológica, o turismo rural e de natureza e a atividade vinícola são apenas alguns projetos que estão a ser trabalhados, no sentido de potenciar, promover e desenvolver o interior de Portugal, que tem muito para oferecer. Mais no centro do país, entre Coimbra e Tomar, em plena artéria rodoviária que liga a Lusa Atenas ao burgo banhado pelo rio Nabão, e a cerca de três dezenas de quilómetros da primeira, situa-se a vila de Penela, na encosta poente de um monte entre as cotas 230 e 290 metros, local preciso da Torre de Menagem do Velho Castelo, ex-libris da monumentalidade do concelho. Para além do castelo é ainda possível visitar outros monumentos como a Igreja de São Miguel, a Igreja da Misericórdia, o Pelourinho de Penela, a Vila Romana do Rabaçal, entre outros. Ainda no centro do país localiza-se também o município de Montemor-o-Velho, uma vila do distrito de Coimbra com um património cultural, histórico, gastronómico e paisagístico de fazer inveja. Quem se deslocar a esta vila pode apreciar a beleza e ficar a conhecer as histórias e lendas do Castelo de Montemor, principal cartão de visita do município, assim como, saborear os famosos pastéis de Tentúgal ou uns saborosos e aromáticos morangos, produzidos em regime de agricultura integrada.Portugal é um vasto território, onde cada município tem os seus encantos, venha conhecer mais um pouco do nosso país.
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História que o Passado criou e que o Presente mantém município de penela Uma Rede de Castelos e Muralhas Mondego: este é o projeto que oito municípios abraçaram em 2011 e que vêm hoje apresentar aos leitores da Revista Business Portugal. Um projeto assente na riqueza patrimonial da linha defensiva do Mondego que visa uma valorização e intervenção da arquitetura militar, através de um produto de turismo cultural de excelência na região Centro.
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luís matias e marisa mendes Presidente da Agência e Colaboradora do Município de Penela
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Rede de Castelos e Muralhas do Mondego foi criada em 2011 e dela fazem parte as cidades da Figueira da Foz, Pombal e Coimbra e as vilas da Lousã, de Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Penela e Soure. Esta, que começou por ser a verdadeira “Linha Defensiva do Mondego”, tinha como função a guarda avançada da cidade de Coimbra na época da Reconquista e acabou por dar origem à criação da rede, onde a presença de elementos patrimoniais de grande importância histórica está ainda hoje presente. Os Castelos de Montemor-o-Velho, de Soure, de Penela, da Lousã, de Pombal, a Torre Sineira de Miranda do Corvo, a Atalaia de Buarcos e a cidade muralhada de Coimbra são o hoje resta desta época histórica na rede. A história reporta-nos ao ano de 1064, quando D. Fernando, o Magno, reconquista Coimbra e entrega a guarda do condado a D. Sesnando, tornando-o primeiro Governador de um extenso território encabeçado por Coimbra. Este moçárabe acaba por requalificar um conjunto de estruturas defensivas, assegurando nesta época a guarda avançada da cidade de Coimbra. Assim, estes oito municípios, apoiados por um consórcio alargado de entidades públicas, do qual fazem parte a Entidade Regional de Turismo, o Turismo do Centro, a Direção Regional de Cultura do Centro, o Instituto Pedro Nunes e a Universidade de Coimbra, uniram-se para valorizar os Castelos e Muralhas do Mondego. “Estamos orientados naquilo que é a estratégia nacional de turismo e temos um vastíssimo e riquíssimo património cultural para ser experimentado”, conta Luís Matias, presidente da Direção da Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego. Para além da valorização do património, pretendese também que esta rede seja a base para o desenvolvimento económico local, desenvolvendo então um produto de turismo cultural de excelência na região Centro. “Procuramos implementar uma dinâmica de valorização deste património, associado àquilo que são hoje os fatores distintivos do âmbito cultural e da própria história, e, a partir daí, criar um produto turístico inovador”, afirma o presidente. E “inovação” passou a ser também palavra de ordem quando nos referimos a este projeto e a esta Agência. Encontramos uma inovação social, presente na ligação
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do património às pessoas, “para elas próprias poderem ter orgulho naquilo que é o legado de que são também responsáveis”, conforme refere o, também, autarca de Penela. A tecnologia é tão ou mais inovadora em cada atividade ou desafio lançados à população no âmbito desta iniciativa.
Os Áudio-guias Um dos primeiros e grandes equipamentos lançados no âmbito da valorização dos castelos foram precisamente os guias interativos, um projeto desenvolvido pela empresa CrossingAnswers, tratando-se de um equipamento cujo download pode ser feito através do website da Rede de Castelos e Muralhas do Mondego a partir do dia 15 de junho de 2014. O equipamento visa uma permanentemente interação com cada um dos pontos de interesse existentes à volta de cada monumento da Rede. “Cada monumento tem os seus pontos de interesse, que são inovadores, não só em termos das temáticas, mas também na sua apresentação: temos lendas, músicas, histórias de vida e conteúdos ao nível de todas as outras ciências (biologia ou geologia), que se relacionem com o monumento”, explica Ivânia Monteiro, coordenadora técnica da Agência. À medida que o utilizador se vai deslocando no
monumento, é localizado através de um identificador, recebendo notificações pertinentes sempre que passe perto de algum ponto de interesse. O áudio-guia está disponível em cinco línguas (português, castelhano, francês, inglês e alemão) e existe até uma versão para invisuais, desenvolvida em colaboração com a ACAPO.
Caixa de Memórias Lançado em Março de 2012, o projeto “Caixa de Memórias” recolheu vivências pessoais de centenas de idosos no âmbito de 15 Instituições de Solidariedade Social da Rede. Ivânia Monteiro explica-nos como funcionou a dinâmica: “Oferecíamos às IPSS’s uma caixa vazia e ao longo de um ano os idosos eram convidados a recolher memórias, recordações sobre o património material ou imaterial e, simultaneamente, a visitar os nossos monumentos. Fizemos mais de 50 visitas aos monumentos da Rede e percebemos que, a maior parte dos idosos, nunca tinha ido ao seu monumento de residência. Para além de terem contribuído para enriquecer um conjunto de memórias que agora estamos a trabalhar, sentiram-se eles próprios valorizados, ao fazerem uma coisa que nunca tinham tido oportunidade de fazer”. Hoje, após terem sido recolhidas 15 caixas cheias destas
memórias, elas estão a ser trabalhadas e é possível visitar a exposição itinerante até ao final de 2014. Em junho ela estará no concelho de Penela.
Música e Muralhas Esta iniciativa estende-se muito para além da música e das muralhas no seu conceito literal. Todas as formas de manifestação artística se uniram com o propósito de dar um cunho cultural aos monumentos. Várias entidades culturais, no domínio da música ao teatro, ou mesmo à dança têm, desde há três anos, um lugar especial dentro dos castelos, nos meses de maio, junho e julho. Assim, conforme atenta a coordenadora técnica, “as pessoas podem observar o património e desfrutar dos espetáculos que lá ocorrem”. Os projetos, atividades e iniciativas promovidas pela Rede de Castelos e Muralhas do Mondego, em conjunto com os restantes municípios e entidades parceiras, não terminam e em tudo se revelam inovadores. Entre outros desafios lançados às crianças e ao público em geral, a Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego acaba de lançar um glossário infantil, em formato tecnológico, e único na Península Ibérica, onde identifica e descodifica mais de 100 termos que as crianças não conhecem no âmbito da arquitectura militar.
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Castelos e Muralhas do Mondego Município de montemor A criação da Rede de Castelos e Muralhas respeitou a antiga aliança estratégica da linha defensiva do Mondego. Visando a sedimentação de um projeto de cooperação para potenciar a competitividade territorial e a inovação pela valorização do património e da história dos municípios que integram a rede, assume-se como elemento de alavancagem de um território competitivo e inovador, gerador de novas dinâmicas de desenvolvimento económico. A própria rede fomenta o aparecimento de um novo turista tipo, que visita todos os castelos da linha defensiva do Mondego, num claro fomento de partilhas culturais, pelo que a realização de eventos em todos os monumentos é uma mais-valia para a região.
Emílio torrão Presidente
Qual é o papel do turismo no centro do país? Importantíssimo. O centro do país é uma zona privilegiada, pela sua diversidade paisagística, cultural e gastronómica. A paisagem é deslumbrante e a gastronomia riquíssima. A exuberância dos monumentos não nos deixa esquecer a história e histórias da zona centro. E há ainda o encanto do património imaterial e o romantismo que carateriza a zona centro: as lendas, as canções e as tradições. Qual é a importância do projeto “Castelos e muralhas do Mondego” para o município de Montemor-o-Velho? A rede de Castelos e Muralhas foi criada para desenvolver um produto de turismo cultural de excelência na região centro, um projeto assente na riqueza patrimonial da linha defensiva do Mondego. Com base nos elementos patrimoniais de extrema importância histórica, os doze parceiros: municípios
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de Coimbra, Figueira da foz, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Penela, Pombal e Soure, apoiados pela ERT, Turismo do Centro, pela Direção Regional de Cultura do Centro, pelo Instituto Pedro Nunes, pela Universidade de Coimbra e pela Associação Comercial e Industrial de Coimbra – trabalham agora em conjunto para valorizar não apenas os Castelos e Muralhas do Mondego, mas também a economia, o turismo, a criatividade, a inovação e o património material e imaterial da região. A rede de Castelos e Muralhas do Mondego procura criar a partir do património histórico e cultural um produto turístico de excelência, como é que isso tem sido realizado em Montemor-o-Velho? De variadas formas. Através de iniciativas locais, que a rede já apoiou, ou com projetos comuns a todos os municípios. Este ano o Castelo de Montemor-oVelho vai receber intervenções ao nível da sinalética,
instalação de equipamentos virtuais, produção de áudioguias e de materiais de divulgação (roteiros locais e transversais na rede, folhetos informativos) e integração em círculos turísticos da rede. Ainda durante o ano de 2014, Montemor-o-Velho vai ser palco de uma animado programa cultural da rede Castelos e Muralhas: música e muralhas, a Ciência Viva, os workshops de empreendedorismo cultural, e a peça de teatro “ Avazil de Coimbra”. De realçar o Raid Castelos e Muralhas do Mondego, uma parceria com o clube Escape Livre que teve lugar no fim de semana de 24 e 25 de maio, que comtemplou uma viagem todo o terreno pela história, através dos castelos, muralhas e vestígios históricos, percorrendo paisagens diversas, dos corta-fogos às planícies do Mondego, sem esquecer a gastronomia. Quem visitar o concelho de Montemor-o-Velho o que pode encontrar? História, natureza, boa gastronomia e sobretudo
REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE experiências. O Castelo, para além de um elemento patrimonial diferenciador do território, carrega consigo séculos de história de Montemor e do país. É estratégico ao nível do turismo, sendo o principal cartão-de-visita do município, tendo um valor identitário e cultural inestimável. É a maior fortificação do Mondego e uma das maiores do país. O concelho de Montemor-o-Velho é dotado de um património cultural, arqueológico e arquitetónico rico, com um forte significado histórico, importante fonte de recursos turísticos. As paisagens presenteiam com a sua magnífica ruralidade, cujos campos de arroz conferem a Montemor-o-Velho uma vista única e sempre diferente. E depois há as experiências que estimulam todos os sentidos. Da degustação da doçaria conventual, à observação de aves raras, em Montemor há muito para descobrir. O arroz carolino, as hortícolas e os morangos de produção integrada, são alguns dos produtos de excelência deste município. O turismo é uma aposta ganha para movimentar a economia e dar vida a conhecer as riquezas do concelho? É uma aposta a ganhar. Estamos a crescer nesse sentido e a trabalhar para que o turismo seja uma das principais potencialidades do concelho. É um negócio que pode gerar grandes receitas, logo há que reinventar, potenciar, dinamizar. Neste momento, estamos a dotar as infraestruturas de equipamentos que facilitem a visita
do turista, como é o caso do projeto para a colocação de sinalética, uma aplicação completamente inovadora para sistemas android e iphone que permitirá aos turistas uma visita guiada pelo castelo e ficar as conhecer as suas histórias e lendas.. O que é que tem pensado para inovar e atrair mais turistas ao concelho? Potenciar a nossa riqueza histórica, arqueológica e gastronómica, cultural e desportiva. Somos riquíssimos do ponto de vista gastronómico: temos o arroz carolino, a lampreia e toda a doçaria conventual, do pastel de Tentúgal à queijada de Pereira, das pinhas doces às queijadas de Tentúgal. A criação de parques agrícolas de forma a congregar todos os produtores é outro grande projeto. Temos o castelo, o convento dos Anjos, o museu do Campo, com um espólio de mais de 1200 peças, e outros monumentos de interesse nacional, para além de um centro hípico com um grande dinamismo. Estamos a fazer a promoção da gastronomia conventual em eventos de outros municípios, num intercâmbio que procura valorizar os produtos de Montemor-oVelho. Vamos potenciar o paul do Taipal, que permite a observação de mais de 125 espécies aquáticas. Já inovamos com a recente realização do Race Wars, um festival motorizado inédito, no âmbito do qual recebemos o Campeonato Nacional de Aceleração e que trouxe à vila milhares de pessoas.
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Sustentabilidade e Eficiência Energética Município de águeda A preservação do meio ambiente e o cultivo de uma economia sustentável há muito que fazem parte da lista de prioridades da Câmara Municipal de Águeda. A “Agência para a Sustentabilidade e Competitividade” é um novo projeto intermunicipal que surgiu no âmbito de uma candidatura ao programa ‘Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação’. À Câmara Municipal de Águeda foram atribuídos os pelouros da “Sustentabilidade e Energia” e “Modernização Administrativa”. Em conversa com o presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, e com a chefe de divisão de Ambiente e Sustentabilidade, Célia Laranjeira, fomos conhecer melhor as circunstâncias da criação desta Agência assim como os principais objetivos envolvidos.
gil nadais Presidente
O
novo projeto “surgiu com a ambição de tornar os municípios da região semelhantes a um farol: ao serem melhor preparados numa determinada área, servirão como exemplos de boas práticas para outros municípios”. Poderá, assim, criar-se um padrão de comparação e melhoria contínua com outros municípios a nível nacional e internacional. A Agência vai, de forma mais ou menos profunda, face ao “apertado cronograma” que têm estabelecido, abordar sete eixos temáticos, “sete áreas do domínio do conhecimento e da atuação das autarquias” que vão desde a eficiência hídrica e eficiência energética à economia verde, à construção sustentável, às alterações climáticas, passando pelos resíduos, a mobilidade suave e mesmo ecoturismo. São “muitas áreas e onze municípios envolvidos”, uma região que abrange quase 350 mil habitantes” portanto “não será fácil, no tempo
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que nós temos, para já, estabelecido desenvolvermos atividades marcantes em todos estes eixos”. A Agência para a Sustentabilidade e a Competitividade da Região de Aveiro é um projeto intermunicipal. Quais são os principais objetivos desta Agência? O projeto da Agência para a Sustentabilidade e a Competitividade da Região de Aveiro, cofinanciado pelo programa ‘Mais Centro’, está enquadrado no âmbito da Rede Urbana para a Competitividade e Inovação (RUCI). Esta Agência tem como objetivo dotar a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) de um conjunto de práticas inovadoras, no contexto nacional e internacional, promovendo-a como uma região de excelência, dinâmica e competitiva, com práticas e metodologias diferenciadas, nomeadamente no que diz
respeito à sustentabilidade. A Agência que estamos a desenvolver abordará diferentes vetores/eixos. No que diz respeito à eficiência energética e de forma direta, prevê a medição de consumos (eletricidade, gás e água), porque se nós não medirmos, até podemos saber que gastamos muito mas não sabemos quanto e especificamente onde, nem o que é que poderemos fazer para alterar comportamentos. Por isso, uma das medidas que vamos desenvolver é a colocação de contadores inteligentes para medir os diferentes parâmetros (água, gás e energia elétrica). Isto vai permitir saber onde estão os consumos e, por exemplo, detetar fugas (já detetámos aqui na Câmara duas fugas de água que, de outra forma, não iríamos detetar). Depois, dentro da candidatura, temos ainda mais eixos temáticos: Economia Verde, Eficiência Hídrica, (a Eficiência Energética), Alterações Climáticas, Construção Sustentável, Resíduos e Mobilidade Suave/ Ecoturismo. Aquela onde vamos atuar mais efetiva e diretamente é na Eficiência Energética. Vamos promover a realização de auditorias energéticas a edifícios públicos, um em cada um dos onze municípios. Queremos fazer uma análise profunda desse edifício para ver o que poderemos melhorar e vamos controlar os consumos em um destes edifícios, bem como em mais cinco. Nestes últimos, maioritariamente escolas, vamos colocar também os contadores inteligentes de forma a controlar os consumos, e de uma forma construtiva envolver os seus utilizadores em ações com vista à redução destes
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mesmos consumos. Prevemos ainda, e já durante este ano, que todos os 11 municípios tenham aderido ao Pacto de Autarcas, comprometendo-se assim toda a CIM a reduzir em pelo menos 20 por cento as emissões de CO2 e o consumo de energia, bem como aumentar o uso de energia a partir de fontes renováveis, um importante compromisso da região de Aveiro no combate às alterações climáticas. Há alguma razão específica para a colocação dos contadores em escolas? As crianças e jovens são a melhor forma de disseminar a informação porque além de ficarem dotados de comportamentos mais sustentáveis, vão mobilizar os pais para agirem. Por outro lado, também é uma forma de dotar as crianças de mais conhecimentos práticos (e teóricos) sobre as áreas temáticas que serão trabalhadas, tornando-as mais motivadas e participativas na sociedade. Aquilo que queremos é criar uma “competição sustentável” entre as escolas para ver quem consegue poupar mais. Na área da construção queremos também fazer ações sobretudo para técnicos, mas também para outras pessoas, no sentido de dar recomendações do que é que se pode fazer ou o que é que se deve evitar na construção (opções de materiais, técnicas de construção e outras)no sentido de ter casas mais confortáveis e com menos gastos de energia. Na criação desta Agenda, como foi feita a distribuição de pelouros a nível intermunicipal? A atribuição destes pelouros, no seio da CIRA, deve-se ao trabalho desenvolvido por parte da Câmara Municipal de Águeda ao nível do Pacto de Autarcas e do Energy Cities. Já há bastante tempo temos desenvolvido várias ações e muito trabalho na área da sustentabilidade. Começámos pela Agenda 21 Local, fomos um dos primeiros municípios a aderir ao Pacto de Autarcas, onde o nosso PAES (Plano de Ação para a Energia Sustentável) prevê a implementação de um conjunto de ações que nos permitirão reduzir até 2020 as emissões de CO2. Temos ainda implementado outras ações e projetos que nos granjearam o prémio de “Environmental Best Practices” dos LivCom Awards. Águeda e Almada fazem parte de um projeto internacional, Infinite Solutions. Em que consiste este acordo? Este projeto surge no âmbito do Energy Cities e o que estamos a fazer é procurar as melhores práticas europeias que há nesta área de forma a poder trazêlas para Portugal. Alguns países criaram fundos para a eficiência energética designados “revolving funds”. No caso, pode-se encontrar uma entidade bancária ou pode esse fundo também funcionar só em termos autárquicos. Em Águeda já estamos a dar os primeiros passos para criar um fundo com o qual procuraremos realizar intervenções em edifícios, na iluminação pública e outras iniciativas de sustentabilidade. Começará com a
disponibilização de uma verba (a intenção é de começar com o valor de 300 mil euros) que aumentará com as poupanças energéticas feitas. Ou seja, o que poupamos vai ser revertido para esse fundo. Clarificando, nós estamos a pensar fazer uma intervenção nas piscinas, substituindo as caldeiras por soluções mais adequadas e eficientes Isso trará, como consequência, a descida da fatura do gás, então essa diferença vai ser canalizada de novo para o fundo para depois podermos reinvestir noutras áreas e medidas de eficiência energética. De que forma, além do financiamento, esse fundo contribuirá para a sustentabilidade? Queremos avaliar isto de uma forma muito mais próxima e alargar a ações já feitas no âmbito da eficiência energética, mas também de eficiência hídrica, gestão de resíduos entre outras áreas. Queremos começar a contabilizar os ganhos que estamos a ter com estas medidas de sustentabilidade para incorporar os mesmos neste fundo e, com o montante em causa podermos dizer ‘este dinheiro que sai da eficiência energética é para reinvestir, para obtermos mais ganhos económicos mas também ambientais e sociais’. Daqui a alguns anos, a médio prazo, poderemos dizer que a eficiência energética traduziu-se numa redução das faturas do Município, bem como da sua pegada ecológica. Isto vai de acordo com os objetivos que temos do Pacto de Autarcas onde, entre outros, o município se comprometeu a reduzir em 33 por cento as emissões de CO2 e, como tal, a reduzir os consumos energéticos e daquela que é a política global de sustentabilidade que temos no município. Há uma vertente que estamos ainda a analisar que é mais complexa, face à legislação portuguesa que temos, mas também não existem muitos exemplos noutros países da Europa, que é chamar os privados para este tipo de fundos. Contudo, esta questão está a ser equacionada e vamos ver se durante este ano poderemos já pensar e programar algum projeto comum. Em suma, a Agência vai
funcionar como uma forma de implementar e difundir estas práticas de sustentabilidade, criando a estrutura com conduz à poupança, bem como à implementação de um conjunto de boas práticas na Região de Aveiro e nos 11 municípios que constituem esta Comunidade Intermunicipal em particular. Existe algum conselho que o Município de Águeda queira dar a outros municípios? Algo que consideramos fundamental e aquilo que temos procurado desenvolver é medir tudo aquilo que fazemos. É através destes levantamentos e medidas que conseguimos clarificar os gastos associados a determinadas infraestruturas e ações, permitindo-nos desta forma avaliar onde e de que forma poderão estar a ocorrer perdas e gastos desnecessários ou mesmo ajudar a programar e justificar intervenções que conduzam à redução de custos e uma melhor gestão municipal. Consideramos ainda que o trabalho concertado, e a cooperação intermunicipal poderão conduzir a importantes resultados, ao desenvolvimento de boas práticas e casos de estudo que, certamente, se traduzirão em benchmark de excelência a nível nacional e internacional.
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INVESTIR PARA CRESCER E DESENVOLVER Município de ponte de sôr Podia ser este o lema do Município de Ponte de Sor. Com 17 mil habitantes, o concelho localizado no alto interior alentejano quebra a imagem do ‘devagar devagarinho’, tão associada a esta região. Em entrevista à Revista Business Portugal, Hugo Hilário, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, recentemente eleito, traça-nos um panorama claro da política diferenciadora praticada.
hugo hilário Presidente
Quais são as principais áreas económicas do concelho de Ponte de Sor? Embora o concelho de Ponte de Sor viva os constrangimentos comuns a todos os outros concelhos do interior do país, tem áreas económicas importantes, três das quais salientamos como fundamentais para o desenvolvimento do nosso concelho. Refiro-me, em primeiro lugar, à indústria da cortiça, já que Ponte de Sor é dos concelhos do país que criou mais postos de trabalho nesta área. Este facto constitui para nós um orgulho e representa uma aposta ganha, quando o anterior presidente desta autarquia criou todas as condições para que a deslocalização da indústria transformadora de cortiça se tornasse uma realidade, sendo que, neste momento, a razão quantidade/ qualidade da matéria-prima é também nesta região
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das melhores do país, fator este ‘natural’ que nos obriga a potenciar e a promover este setor económico fundamental no crescimento sustentável do nosso território. Em segundo lugar, o setor agroalimentar e agroflorestal. À semelhança do que acontece no país, o setor agrícola também aqui tem sofrido os constrangimentos conhecidos. Cientes desta situação, temos vindo a implementar medidas de apoio às empresas na divulgação dos seus produtos. Realizámos a segunda edição da ‘Feira dos Sabores’, na qual todos os produtores locais interessados e das mais diversas áreas tiveram oportunidade de divulgar os seus produtos e, dessa forma, potenciar o seu negócio. Da mesma forma apoiamos a feira agroflorestal, realizada pela primeira vez no ano transato, em julho, no decorrer
das festas da cidade, e que como plano estratégico apresentou a promoção do mundo rural e todas as atividades a ele associado, envolvendo, em simultâneo, o setor profissional, direta ou indiretamente, ligado ao sistema agroflorestal. Em parceria com as organizações agrícolas já existentes, estamos focalizados em apoiar as iniciativas que a nível agrícola vão surgindo no nosso concelho, tornando esta atividade cada vez mais num elemento fundamental do desenvolvimento sustentado da economia local. De facto, a agricultura apresenta nichos de mercado que serão capazes de a potenciar como atividade industrial associada. Assim, a Câmara Municipal, os agricultores e as instituições ligadas ao setor estão em conjunto a construir uma dinâmica propiciadora de criação de riqueza. Por último, a grande aposta do anterior executivo e que
REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE nós, presentemente tudo faremos para a desenvolver e potenciar, a atividade aeronáutica desenvolvida no aeródromo municipal. Neste momento, e depois de alguns investimentos efetuados, conseguimos atrair para Ponte de Sor uma das melhores, senão a melhor, escola de pilotos da Península Ibérica. Sabendo nós que daqui a poucos anos haverá no mundo inteiro um défice de aproximadamente 400 mil pilotos com necessidade de formação e certificação que lhes permita desenvolver a sua atividade profissional, não hesitámos em fazer esta aposta. São investimentos avultados que têm o seu retorno a médio e longo prazo, mas que começam a dar os seus sinais de sustentabilidade e de uma forte dinâmica económica determinante ao desenvolvimento do nosso território. Ponte de Sor tem sofrido perda de população? Na última década o concelho teve um ligeiro decréscimo de população, o que aliás tem acontecido com a grande maioria dos concelhos do interior e em maior escala. Na incessante luta contra o estigma da interioridade, temos desenvolvido políticas no sentido de contrariar esta realidade, procurando atrair para Ponte de Sor investimentos que sirvam de âncora à fixação de população. Infelizmente, no passado muito recente vimos encerrar em Ponte de Sor uma grande multinacional, a Delphi, que atirou para o desemprego algumas centenas de trabalhadores. No entanto, fomos persistentes e corajosos na promoção do nosso concelho e na tentativa de captação de investidores. Na verdade sinto que já conseguimos colmatar os mais de 300 postos de trabalho que tínhamos perdido com o encerramento daquela empresa. No meu ponto de vista seria importante legislar de forma a que fosse permitido ao Estado ou às autarquias locais ficar na posse das instalações destas empresas, em caso de encerramento das mesmas. Acredito, que se tal tivesse acontecido hoje já tínhamos certamente outro qualquer investidor nas instalações da ex- Delphi. De que forma é que Ponte de Sor se tenta diferenciar? Tenho que fazer justiça à dedicação, ao empenho e à visão estratégica que tiveram os anteriores executivos no que diz respeito à construção do aeródromo que é hoje
um investimento diferenciador que marca o concelho e que já é um ponto de referência positivo na região. Neste momento o aeródromo de Ponte de Sor está muito perto de se tornar uma alavanca robusta no desenvolvimento sustentado e consequentemente da economia do concelho. A estruturação dessa estratégia, iniciada há alguns anos, tem por âmbito ultrapassar as fronteiras do município e da própria região, tornandose um elemento de importância nacional como se comprova com a existência da Base Nacional dos Meios Aéreos da Proteção Civil. É neste contexto que muito nos orgulha estarmos neste momento a concretizar muitos dos objetivos propostos e inerentes à promoção de um cluster aeronáutico na região. Ultrapassada a fase da análise dos manifestos interesses dos investidores, chegámos ao momento de os concretizar. A escola de pilotos Gair, as parcerias com várias entidades de ensino superior irão suportar a vertente científica e o acordo com a direção geral dos estabelecimentos escolares (DGEST) e o agrupamento de escolas de Ponte de Sor, permitirá a formação no âmbito dos cursos vocacionais na área da aeronáutica. Nesta sequência e tendo como finalidade base tornar a infraestrutura Aeródromo Municipal num equipamento transversal ao setor da Aeronáutica, lançámos um concurso para construção de um ‘Campus Universitário’ equipado com salas de aulas e alojamentos para os alunos. Esta tipologia certamente que servirá os propósitos da proteção civil, da academia de pilotos, das empresas de manutenção de aeronaves e das escolas superiores e ou universidades. Não está no nosso horizonte ganhar dinheiro com esta infraestrutura, obviamente que a mesma terá que ser autossustentável. O nosso propósito é que possa gerar cada vez mais postos de trabalho, tão necessários à nossa comunidade. Esse será certamente o retorno pretendido. O turismo pode ser também uma força motriz do desenvolvimento de Ponte de Sor. A Barragem de Montargil tem um significado importante e oferece grandes potencialidades para o incremento deste setor no mercado, o que poderá constituir um elemento diferenciador em relação a outros concelhos da região. O que entende que é necessário as autarquias do interior fazerem para combater os
constrangimentos decorrentes da sua localização? Ponte de Sor, felizmente, ocupa uma posição estratégica no que diz respeito à sua localização. A pouco mais de uma hora de distância da capital do país e da Extremadura Espanhola e fazendo extrema com o Ribatejo é ponto de passagem quase que obrigatório para quem se desloca, quer para as beiras, quer para Espanha. Tendo em conta esta nossa realidade é necessário definir uma estratégia concertada entre todas as autarquias da nossa região. É importante termos capacidade para engendrar políticas de investimentos que sejam transversais a todos os concelhos. Tempos houve em que cada concelho lutava pelos seus interesses, procurando dotar o seu território das infraestruturas básicas. Hoje, de uma maneira geral todos têm as suas vias de comunicação melhoradas, estão dotados de infraestruturas necessárias ao bem estar das suas populações, pelo que se torna necessário, no âmbito do próximo quadro comunitário, haver uma concertação entre todos os municípios no sentido de criarmos projetos de desenvolvimento económico que sejam do interesse comum. Só assim faremos desta região, uma região rica capaz de captar investimentos, que sejam geradores de postos de trabalho. Os autarcas, os agentes económicos, as entidades responsáveis deste distrito, têm que definir e decidir o que é indiscutivelmente estruturante para a região e atuar em conjunto naquilo que de momento é indispensável e imperioso, a captação de investimento com a consequente criação de postos de trabalho e riqueza. Penso que, se esta estratégia de desenvolvimento económico tivesse sido implementada, duma forma concertada entre todos, hoje não estaríamos preocupados em atrair pessoas para usufruírem das infraestruturas de excelência que temos no nosso território. Não é certamente caminhando cada um per si que alcançaremos o sucesso, cabe-nos a responsabilidade de lutar contra o estigma profundo da interioridade e de atenuar a distância em relação a outros meios com uma capacidade infinitamente maior. Urge a necessidade de alteração do paradigma generalizado de direcionar os grandes investimentos apenas para os grandes centros urbanos e/ou litoral do país, o Alto Alentejo necessita de âncoras que nos ajudem a fixar gente nos territórios do interior.
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inovar para crescer
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as últimas edições a Revista Business Portugal tem destacado o trabalho de diversas empresas e instituições que se caraterizam pelo empreendedorismo e inovação do leque de produtos e serviços que colocam à disposição dos seus clientes. Assim sendo, o conceito de inovação assume particular relevância e define-se como o processo de exploração de novas ideias com vista ao sucesso de uma organização. Ou seja, traduz-se no aumento de faturação, internacionalização e exploração de novos mercados, aumento das margens de lucro, entre outros benefícios. A inovação tem a capacidade de agregar valor aos produtos de uma empresa, diferenciando-a, no atual mercado, altamente competitivo. A comprovar isso mesmo, e com objetivos bem delineados no horizonte próximo, empresas e como a Conforama, a Junius, do Grupo Valerius, a FAPWines, a Core, a Royal Canin, a Repsol, e instituições de ensino como são exemplo a Escola Alemã de Lisboa e a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter Chão, têm na inovação a sua principal alavanca para o crescimento. Considerando que as inovações são capazes de gerar vantagens competitivas a médio e longo prazo, inovar torna-se essencial para a sustentabilidade das empresas e dos países no futuro.
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Conforama apresenta novo conceito de loja Conforama No passado dia 23 de maio, pelas 10 horas, a Conforama inaugurou o novo conceito de loja, no seu espaço no CascaisShopping, que contou com a presença do diretor geral da Conforama Ibérica, Manuel Estévez ,e do diretor comercial da Conforama Ibérica Bertrand Lefort, que anunciaram em primeira mão o novo conceito da marca para Portugal e o posicionamento mais próximo de um público jovem, cosmopolita, moderno e atual que a marca pretende adquirir.
Manuel estévez Diretor Geral da Conforama Ibérica
“D
esde há cinco anos que a Conforama unificou as filiais espanholas e portuguesas num projeto que pretendia unir e ser mais forte num contexto económico complicado, e assim nasceu uma nova Conforama Ibérica muito mais forte”, referiu o diretor geral da Conforama Ibérica, Manuel Estévez. Assim sendo, “este novo conceito de loja foi trabalhado para apresentarmos uma melhor visualização dos produtos identificados por espaços, e também trabálhamos a nossa oferta de produtos, de modo a termos uma maior diversidade de produtos, renovados, modernos e atrativos” sublinhou Manuel Estévez. Desta forma, a marca inicia o novo ciclo com uma imagem completamente renovada e uma carteira de produtos que inclui mais diversidade de marcas e coleções, tendo a sua maioria o selo ‘Made in Portugal’, já que seis dos principais dez fornecedores da marca são portugueses,
como é o exemplo da Lusocolchão e da Molaflex. O que por um lado permite uma melhor adaptação ao gosto dos consumidores portugueses e por outro lado, alavanca a economia portuguesa, ao mesmo tempo que diminuiu os custos de transporte dos produtos. Após esta renovação do layout da loja, os clientes de Cascais podem usufruir de seis mil metros quadrados de exposição, num espaço agradável e amplo onde a arquitetura de interiores, e as peças de design, com cariz nacional são um fator indiscutível de atração. “Esta loja de Cascais, que é propriedade nossa, é o ponto de partida para recuperar uma imagem de modernidade que a Conforama atualmente não tem”, destacou o diretor geral da Conforama Ibérica. A satisfação dos clientes é uma prioridade. Assim sendo, os consumidores têm a garantia da disponibilidade imediata dos produtos e o acesso a promoções diárias numa variada gama de coleções para os mais diversos
estilos e preferências: cozinhas, sofás, salas, quartos, colchões, escritórios, decoração, têxteis, iluminação, eletrodomésticos e imagem e som. Relativamente, às expetativas para 2014, o diretor geral da Conforama Ibérica referiu que “iniciámos 2014 com a missão de renovar o conceito e o formato das lojas Conforama, sedo esta a primeira de dez que estamos a abrir ou a reinaugurar”; e acrescenta que “a Conforama dispõe agora de um conceito de loja que possibilita ao cliente uma experiência de compra ainda mais simples e eficiente, dado que disponibiliza uma grande oferta de produtos, de origem nacional, com a melhor relação qualidade/preço. Os novos espaços são particularmente pensados e desenhados para um público jovem e sofisticado, que procura para o seu lar, qualidade a preços acessíveis, para todos os gostos, estilos e orçamentos”. No mercado português desde a década de 90, a
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reabertura desta loja insere-se numa estratégia de expansão da Conforama e o reforço do posicionamento do grupo Steinhoff a nível mundial no mercado de equipamentos para a casa, especialista em cozinhas, móveis, decoração e eletrodomésticos. Esta aposta no mercado português comtempla um plano de expansão e a abertura de seis novas lojas, em território do continente nacional e na ilha da Madeira, num investimento que ronda os 20 milhões de euros e a criação de 240 postos de trabalho até 2017. Os objetivos da Conforama passam por “alcançar o segundo lugar na venda de mobiliário e decoração em Portugal, privilegiando as
equipa diretiva da conforama
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relações com os fornecedores de móveis portugueses” frisou Manuel Estévez. A Conforama define-se como o maior ator de mobiliário para o lar na Europa do grupo Steinhoff, e tem atualmente uma rede de 272 lojas, 206 em França e 66 a nível internacional um pouco por toda a europa: Portugal, Espanha, Suíça, Luxemburgo, Itália e Croácia. No total a Conforama conta já com 13.200 colaboradores. O recente acidente, que em fevereiro passado destruiu completamente a loja do grupo em Vila Nova de Gaia é encarado por Manuel Estévez como uma oportunidade neste novo plano de expansão.“Está previsto para o final
de 2014 a abertura da nova loja de Vila Nova de Gaia, uma loja que não tem nada que ver com a anterior, será maior, com uma superfície muito maior de exposição de produtos e no seguimento da modernidade e atualidade que queremos dar às nossas lojas” adianta.
Conforama apoia reconversão do Teatro Confluência A Conforama é o mais recente patrocinador da causa solidária apadrinhada pelos atores Ruy de Carvalho e Ricardo Carriço. A marca vai fornecer o novo conjunto
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de cadeiras para a plateia do Teatro Confluência, na vila de Cascais e ainda a decoração de vários espaços e salas do edifício, garantindo assim que este espaço cultural permanece em condições para acolher os mais variados espetáculos. Queremos estar mais próximos com a comunidade de Cascais, pois a integração na comunidade é uma maneira de nos darmos a conhecer na cidade e na região” destacou Manuel Estévez. Desta forma, “apoiamos a reconversão de um teatro emblemático da vila de Cascais e estamos abertos a outros projetos nas cidades onde nos encontramos”. Aberto ao público há 18 anos, o Teatro Confluência conta com um vasto portfólio de ações culturais e assume-se como um espaço de referência na zona
histórica de Cascais. Com esta iniciativa de apoio, a Conforama demonstra a sua preocupação para com a promoção da cultura.
Ricardo Carriço destaca positiva da Conforama”
“atitude
“Acho que existe aqui uma atitude de grande positividade quando uma empresa como esta se começa a relacionar com a comunidade local, esta disponibilidade que a Conforama demonstrou em redecorar o Teatro Confluência é muito importante. Eu acho que quem vê estas empresas a apoiar hoje o teatro, amanhã outra grande instituição cultural identifica uma atitude que é sempre de louvar.
Penso que a cultura é encarada como o parente pobre, sendo que as grandes empresas apostam em eventos que, apesar de muito curtos no tempo, são muito mais mediatizados, como é o caso dos jogos de futebol. Esta lufada de ar fresco vai permitir ao Teatro não se preocupar com a decoração e ao mesmo tempo tornar o espaço mais agradável. O Teatro Confluência assume características particulares, em que a relação artista/ público é muitíssimo próxima, o que faz com que o público que lá vai queira voltar, e os atores querem voltar sempre.”
nivalda costa Responsável de comunicação
Ricardo carriço, ruy de carvalho e rita salema Atores presentes na inauguração
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Grupo Valérius abre sétima unidade têxtil: Junius Grupo Valérius – Junius Com as portas abertas desde o início do mês de maio, a Junius é a sétima unidade têxtil do Grupo Valérius. A nova empresa têxtil, que criou 100 postos de trabalho em Vila Seca, Barcelos, nasce no local onde outra do mesmo setor encerrou portas, depois de entrar em insolvência, e permitiu absorver 30 dos trabalhadores da antiga unidade. A Revista Business Portugal esteve à conversa com José Vilas Boas Ferreira, CEO do Valérius Group, para conhecer melhor quer este novo projeto, quer o grupo Valérius.
primeiro-ministro assistiu à inauguração da junius Fotos de “Barcelos Popular”
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,5 milhões de euros foi o valor investido na criação da nova unidade do Grupo Valérius. A Junius nasce, nas palavras do CEO do grupo, “de uma oportunidade” e do desejo de “ter uma unidade fabril com um centro de desenvolvimento”. Com capacidade para produzir entre 30 e 40 mil peças por dia, a produção da nova unidade destina-se 100 por cento à exportação.
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Nascida, conta José Vilas Boas Ferreira, no seguimento de uma estratégia muito focada, a Junius destaca-se das outras unidades do grupo pelo serviço de rapidez: “É uma empresa que está preparada para fazer um serviço de alta rapidez, permitindo fazer entregas no prazo de quatro semanas, o que cria um ritmo alucinante mas, ao mesmo tempo, muita dinâmica”. Por esta razão, não é qualquer cliente que tem perfil para se tornar um cliente
Junius. O CEO do grupo explica: “Os clientes desta empresa têm de ter grande capacidade de compra, cerca de 2 milhões de euros ano, não pode ser um cliente que ainda está a perspetivar”. A reorientação estratégica e operacional que fez nascer esta nova unidade foi alavancada quer pelo know-how do grupo Valérius, quer pela vontade de criar uma unidade produtiva forte e competitiva. A sua estratégia,
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pode ler-se na informação disponibilizada pelo grupo à Revista Business Portugal, “baseia-se na especialização produtiva na área dos têxteis de malha circular, apostando igualmente numa nova área produtiva para o grupo, nos têxteis técnicos (roupa desportiva e roupa interior)”. O foco da nova unidade passa, assim, a dirigirse “à produção e design próprios para segmentos de elevado potencial private label high-cost e smart price, e igualmente na produção de colecções próprias no mercado internacional e europeu, mais propriamente”. Para alcançar este objetivo muito contribui o centro de desenvolvimento, agregado a esta nova unidade. Como explica José Vilas Boas Ferreira “com este centro podemos criar entre 50 a 60 modelos por mês para serem apresentados aos nossos clientes, que podem ainda chegar aqui e escolher o design, a matéria-prima e sair no mesmo dia com um exemplar da peça que pretende já pronta”. Por isso mesmo, o CEO reforça a importância deste centro afirmando: “Este centro de desenvolvimento é o seguro de vida do nosso grupo na área têxtil”. Com um modelo e conceito inovador a Junius, lê-se nas informações disponibilizadas pela cadeia Valérius, “pretende apostar na criação de onze coleções por ano, promovendo-as junto das grandes marcas internacionais – high-cost e smart price, procurando que as suas propostas para private label possam ser alvo de pick-ups pelas diversas marcas internacionais para integrarem as suas coleções”. Com este modelo a empresa desvia-se da tradicional venda e promoção e dos modelos de entrada nas grandes labels internacionais, adotando um modelo de negócios e
promoção completamente descolado e em contra ciclo em termos de prospeção, promoção e venda com o dos seus concorrentes. A proximidade do cliente é de extrema importância na estratégia delineada como explica José Vilas Boas Ferreira: “Nesta altura de crise temos que nos posicionar à porta dos clientes porque desta forma podemos rapidamente perceber o que eles precisam”. Da mesma forma a captação de novos clientes é essencial e para isso, o grupo conta com uma rede de profissionais espalhados por vários mercados internacionais que fazem uma primeira abordagem e seleção. O passo seguinte passa por deslocar uma equipa técnica, que leva já a informação recolhida, até ao cliente para então dar seguimento ao trabalho. Com 27 anos de experiência, o grupo Valérius assistiu às mudanças da área têxtil e ao desaparecimento de muitas unidades. O CEO do grupo explica que a área têxtil está outra vez na moda mas que “é necessário existir uma cultura diferente, porque até há pouco tempo achava-se que se podia fazer tudo em Portugal e o têxtil aqui era muito flexível até em demasia, o que levava a que as grandes séries fossem feitas na Ásia e no nosso país apenas o que restava, o que não era comportável”. Por isso mesmo, José Vilas Boas Ferreira garante que “hoje os clientes têm que assumir também um compromisso com as empresas do setor têxtil” e que os empresários portugueses desta área “não podem ter medo nem ficar à espera, mas antes erguer a cabeça e ir à luta”. Com uma estratégia bem definida, o objetivo para
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a Junius é que consiga atingir no próximo ano uma faturação de 10 milhões de euros e em 2016 estar a faturar 20 milhões. Números que, segundo o CEO, são bastante optimistas mas possíveis porque, como explica, “esta multiplicação já foi feita”. Para este ano o objetivo desta unidade é chegar aos 5 milhões de euros de faturação e produzir uma média de 7500 peças por dia. A qualidade, diz José Vilas Boas Ferreira, nem se põe em questão, já que é a máxima do grupo que tenta vender o inatingível. “Peças são sonhos e nós queremos vender muitos sonhos”, remata o CEO.
Valérius: Um grupo em crescimento Embora tenha iniciado a sua atividade em 1987 com a criação em Barcelos da Valérius – Têxteis, SA, o Grupo Valérius é formado apenas em 2010 com o intuito de organizar as participações sociais que a família Vilas Boas Ferreira detinha na sua carteira de investimentos. O grupo tem vindo a crescer nos últimos anos contando hoje com sete empresas no setor têxtil: a Valerius, a Erius, a Junius, a Clothius, a Rio Mau, a Tervemar e Alivana. A sua atividade têxtil assenta na produção de vestuário exterior em malha, fabricando uma gama diversificada de artigos direcionados para homem, senhora e criança, essencialmente para exportação. São fabricadas por dia cerca de 22 mil peças que têm como destino a exportação, para quatros continentes. Utilizando materiais inovadores – Seacell – fibra que incorpora algas, aproveitando os efeitos benéficos para o bem-estar do consumidor, e investindo em novas
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tecnologias, o grupo Valérius está a consolidar a sua aposta nos mercados internacionais, na distribuição e reforço da sua carteira comercial, visando assegurar a sua competitividade de forma sustentável a longo prazo. Com representação em Espanha através da Valérius España e em Inglaterra com uma parceria comercial local, o grupo marca a sua presença tendo ainda na sua força comercial, para além de diversas equipas multidisciplinares radicadas nas empresas produtivas, um grupo de colaboradores denominados de “comerciais avançados” sendo estes nativos dos mercados onde atuam. “Estando no coração do cliente e respondendo com eficácia às suas necessidades estes “comerciais avançados” passam ainda uma semana por mês nas fábricas do Valerius Group conseguindo o grupo, desta forma, uma simbiose quase perfeita entre as necessidades do cliente e as condições e interesses das fábricas”, pode ler-se nas informações disponibilizadas pelo grupo à revista Business Portugal. Estes comerciais estão presentes na Alemanha, Benelux, França, Itália e ainda em Espanha e Inglaterra. O grupo, situado no concelho de Barcelos, tem no setor têxtil um total de 625 trabalhadores contratados de forma direta, sendo que a estes se somam os indiretos, através da subcontratação, que rondam as 1000 pessoas. Em 2013, segundo dados disponibilizados pelo grupo, o Valerius Group faturou um montante de 27,5 milhões nas diversas unidades de negócio têxtil. A totalidade das vendas teve como destino o mercado estrangeiro.
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Uma questão de nome… e rótulo Fapwines Após 12 anos de experiência, João Matos decidiu redesenhar todo o seu percurso no mundo da enologia, por alturas de junho de 2013, com os vinhos Giroflé, pela FAPWines. Com uma nova perspetiva sobre o mercado, João Matos espera que aqueles que se deliciem com os vinhos Giroflé associem o seu sabor a um momento divertido e único das suas vidas.
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amizade que une o nosso interlocutor a vários enólogos e o seu gosto comum pela partilha, foi o primeiro passo para a criação dos vinhos Giroflé. Espalhados por diversas regiões vitivinícolas do país, João Matos pode tirar partido de cada uma delas, sempre com o objetivo de agradar aos seus consumidores. “Queremos que este seja um vinho com novas formas, mantendo o espírito alegre, fresco e descomprometido que em tudo se aproxima com o meu espírito, com a minha forma de estar”, diz João Matos. A diferença destes vinhos começa, desde logo, nos seus rótulos. Completamente distintos dos habituais, pois “pretendia que cada rótulo tivesse uma identidade e contasse uma história”, João Matos recorreu-se dos artistas lá de casa para o seu primeiro vinho loureiro. “O rótulo do primeiro vinho Giroflé foi criado pelas minhas filhas e dois dos seus amigos. Este é um vinho alegre, um vinho novo, jovem e fresco, pelo que o mesmo permite que seja relacionado com estes desenhos”. Por sua vez, o seu espumante foi retratado pelo grafitter Portuense Hazul Luzah, um nome já reconhecido internacionalmente na sua arte, especialmente por pintar apenas edifícios devolutos, nunca estragando o património de outros, ou paredes sujas. “Esta imagem é muito particular. Esta imagem retrata o flute visto
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de cima, quando o abanamos”, explica-nos o nosso interlocutor. O artista definiu a sua ilustração como : “Aqui se reproduz o suave rodopio acompanhado por esferas flutuantes” . O sucesso foi tal, que João Matos já conta com o artista para ilustrações futuras, “como é o caso do vinho do Douro que vamos lançar brevemente”. Em 2014, é lançado um novo alvarinho “e havia aqui um problema, que era fazer um rótulo que conjugasse os já existentes”. Para tal, o nosso interlocutor contratou António Queiroz, experiente e reconhecido designer que recentemente viu um dos seus trabalhos ser considerado pela Revista Internacional Wine Spectator um dos melhores 100 rótulos do mundo. Perante tal reconhecimento, a escolha era óbvia! “Quando me apresentou o desenho vi, de imediato, o elo de ligação entre os outros dois vinhos. As cores são idênticas e utiliza alguns dos elementos desenhados pelas minhas filhas, fazendo a junção perfeita entre ambos”, diz, satisfeito com o resultado conseguido. “Cada rótulo conta uma história”, diz, com orgulho na voz. “Somos uma empresa bastante recente, existimos apenas há um ano. Cada vez mais, as pessoas gostam de ter algo por trás do produto e o vinho é algo muito social,
com tradições e raízes à terra. Por isso mesmo, sentimos a necessidade de que os nossos vinhos tivessem algo para contar através dos seus rótulos. Estes vinhos são feitos a pensar nos amigos e na alegria de partilhar a vida”.
A produção Os vinhos Giroflé não provêm de uma só quinta ou de um só espaço de vinhas. Para a produção deste vinho alegre e jovial, como João Matos gosta de o caracterizar, o mesmo estabeleceu parcerias com alguns vitivinicultores. Uma área específica das suas vinhas foi cedido à FAPWines e é desse espaço que nascem estes vinhos. “É um trabalho bastante peculiar e preciso, com bastantes vantagens. Nestas adegas há a facilidade de perceber o que faz falta ao nosso vinho para conseguirmos o produto que ambicionamos e, dentro dos vinhos que essa adega tem, conseguimos arranjar esse ‘algo’ que falta. Assim, conseguimos afinar o lote final e conseguir, na perfeição, o produto a que nos propusemos. É como construir um fato à medida, escolhemos o tecido e o corte”. Questionado sobre um futuro além fronteiras, João Matos revela à nossa revista que os vinhos Giroflé já podem ser encontrados na Alemanha, Suíça, Bélgica e Holanda e que a FAPWines está já em negociações para chegar aos mercados dos Estados Unidos da América, Angola, Brasil, Canadá e Dinamarca.
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Uma visão inovadora Core A CORE é uma organização de consultoria dedicada ao avanço da Responsabilidade Empresarial Estratégica (REE). A sua missão é clara: inspirar e apoiar empresas e organizações a maximizar o impacto positivo sobre si próprias, pessoas e comunidades. Conversamos com Tiago Seixas acerca deste projeto.
Fale-nos um pouco da história da CORE. Como surgiu e qual a sua missão? A CORE surge do interesse de um grupo de profissionais em maximizar o impacto positivo das empresas, através de práticas de responsabilidade. Reconhecemos as empresas como players para a criação de modelos de inovação social que visem, por um lado, o alcance do sucesso e da sustentabilidade empresarial e, por outro, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, considerando que os interesses sociais e os interesses corporativos não são competitivos mas complementares. Que tipo de serviços têm à disposição do cliente? Apresentamos serviços de consultoria à criação ou maximização de programas que convertam ideias e aspirações em projetos inovadores, com valor económico e social. Avaliamos iniciativas e concebemos planos de comunicação que alinham as mensagens aos objectivos estratégicos, utilizando instrumentos de social media que privilegiem o networking. Há empresas com uma forte orientação para a responsabilidade mas que optam por não comunicar as suas práticas, por não as reconhecerem como elemento da sua estratégia de negócio ou por considerarem dispendioso. Sobre este ponto afirmamos que um plano de comunicação estrategicamente pensado pode gerar retorno.
O que é a responsabilidade empresarial estratégica? A responsabilidade empresarial estratégica dá-se quando as iniciativas são alinhadas com a missão, core business e cultura das empresas. Assume um compromisso diferenciado das práticas comuns de filantropia ou de voluntariado por se consubstanciar em atividades integradas e com resultados de winwin. Desafia empresas e organizações a repensarem ações que atendem exclusivamente a necessidades ou prioridades pontuais, e a considerarem aplicá-las de forma continuada e sustentável para o bem comum. De que forma a responsabilidade empresarial estratégica presta assistência às empresas de modo a clarificar os seus objetivos e oportunidades? A responsabilidade não deve acontecer espontaneamente no seio de uma empresa; deve ser resultado de uma análise integrada na sua estratégia global e nos objetivos dos seus stakeholders. Ao alinhar as prioridades de ação corporativa com as oportunidades existentes (matching), apoiamos a clarificação das estratégias empresariais e a antecipação dos potenciais ganhos. Por exemplo, uma empresa de restauração que pretenda alinhar as práticas de responsabilidade ao seu core business, poderá integrar ementas saudáveis nos menus, desenvolver ações de promoção da saúde, campanhas de prevenção da obesidade e segurança alimentar. Ao fazê-lo, alinha interesses comuns e assegura o retorno do investimento, pelo lucro das vendas aos clientes que se identificam com a sua missão. Vê ainda a sua imagem promovida e a sua reputação aumentada pela forte mensagem que veicula.
aspetos da produção de valor. Quais e em que se baseiam os sete aplicativos da responsabilidade empresarial? São diversas as áreas pelas quais uma empresa se pode assumir “responsável”, não havendo melhores ou piores. Da utilização de fontes de energia renováveis à prevenção do insucesso escolar de jovens, todas as aplicações são válidas e podem resultar em valor. Os aplicativos de responsabilidade da CORE são sete: ecossistema; cultura organizacional; mercado; advocacy; capital social; mudança social e comunidade, e têm em linha de conta os múltiplos aspetos subjacentes à esfera de influência de empresas e organizações, apontando para aplicações diversificadas. Como avaliam a recetividade das empresas? Encontramos cada vez mais empresas responsáveis e interessadas em estender a sua ação a outros domínios da sua atividade de negócio. A questão já não é tanto sobre ser ou não ser uma empresa responsável mas, como refere Bill Gates,“sobre como ser responsável.” As iniciativas de responsabilidade estão associadas à possibilidade de as empresas se relacionarem melhor com os seus stakeholders, obterem mais lucro, serem mais competitivas, aumentarem a sua reputação, atraírem interesse mediático e novos clientes. Pode ainda ser um fator de motivação e de identificação dos colaboradores à empresa. Em termos futuros, quais os projetos previstos? Paralelamente à consultoria e formação, a CORE desenvolve projectos que incidem em temas sociais centrais como a promoção da empregabibilidade, a erradicação da pobreza, o acesso à educação e à saúde, a defesa dos valores democráticos e dos direitos humanos. Nestas ações são chamadas a participar empresas que procurem novas formas de investimento e de influência, e cujo ADN se alinhe com os objectivos a atingir. Investir na CORE é também apontar novos caminhos para a mudança.
A responsabilidade empresarial engloba todos os
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Ligada ao ramo alimentar há mais de seis décadas
abel narciso jorge, s.a.
No ano em que comemora o seu 63º aniversário, a Abel Narciso Jorge, S. A. opera na vertente da distribuição num total de 600 clientes distribuídos pelo alto minho. Esta empresa do ramo alimentar iniciou a sua atividade num edifício do centro histórico da Vila de Caminha, estando hoje a sua plataforma logística sediada em Seixas, freguesia do concelho.
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oi pelas mãos de Abel Narciso Jorge, juntamente com um outro sócio, que a empresa de distribuição alimentar nasceu, em maio de 1951, mantendo o nome do seu fundador até então. O centro histórico da Vila de Caminha foi palco do primeiro edifício que serviria de sede a este negócio. Contudo, a expansão de mercado fez-se sentir, obrigando a uma transferência para uma nova unidade, na freguesia de Seixas. O ramo da distribuição de produtos alimentares incorpora a primeira das três atuais vertentes de trabalho da Abel Narciso Jorge, S.A.. Foi através deste alargamento, ocorrido em 1990, que a empresa encontrou a segunda vertente do negócio: o Cash & Carry. “O mercado obrigou-nos a crescer e permitiu-nos criar, nesta nova unidade, a capacidade para os clientes se auto-servirem ”, recorda José Augusto Jorge, atual presidente da empresa. O Retalho, a terceira das vertentes de atuação da Abel Narciso Jorge, S.A., conta hoje com quatro supermercados. “O retalho representa 15 por cento do volume de negócios e foi, com o conhecimento adquirido através desta nova forma de venda que a empresa conseguiu ajustar-se às verdadeiras
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necessidades do mercado, transformando o modo de atuação/cardex de mercadorias no Cash & Carry”, conta José Augusto Jorge. “Criar lojas de retalho representou para nós uma maisvalia muito substancial, permitiu-nos ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes de uma forma mais sustentável. A nossa área do retalho, se não tiver uma incidência nos produtos de rotação diária, não flui naturalmente. Daí termos também alargado a nossa atuação à área dos frescos e dos congelados”, explica o presidente. Como consequência da integração no retalho e, no sentido de colaborar com os nossos clientes, criouse ainda, em conjunto com a Unimark o projeto “AQUI É FRESCO”. Este projeto prepara atividades promocionais pontuais que os nossos clientes utilizam nas suas lojas, ou seja, negociamos com os fornecedores determinadas ações que irão ser postas em prática pelos nossos clientes do grosso ao público em geral. Sempre com o intuito de ir ao encontro das necessidades do mercado, em 2013 estabelecemos uma parceria de negócio com um colega distribuidor de produtos congelados que nos permitiu aumentar ao nosso portefólio de produtos os congelados, ficando assim a nossa oferta completa, mercadoria seca, refrigerados e congelados.
Vilar de Mouros, Lanhelas, Vila Nova de Cerveira e Seixas são os locais onde estão situadas as lojas de retalho desta empresa com a insígnia UNILOJA, nas quais são comercializados produtos frescos, congelados, bem como todos os restantes produtos de mercearia e DPH. Filho do fundador da empresa, José Augusto Jorge, encontra-se há 35 anos à frente deste negócio, onde seguiu o legado do pai. Ainda que tenha frequentado um curso de engenharia, a atividade familiar acabou por interessá-lo e integrou desta forma o negócio. A empresa conta hoje com 25 funcionários. É com esta equipa coesa e sempre disponível, com uma elevada carteira de clientes no que respeita à distribuição e com o público em geral no retalho, com um leque variadíssimo de fornecedores e com as centrais EuromadiPort e Unimark que, José Augusto Jorge procura manter uma relação comercial que se pauta pela seriedade e transparência. Para um futuro próximo, a Abel Narciso Jorge, S.A. vai procurar manter-se no mercado apesar de todas as vicissitudes e ainda, expandir o seu retalho através da abertura de supermercados sendo que, o primeiro a abrir será na sede do concelho que viu nascer há tantas décadas a atividade da família.
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Cheira bem, cheira a Fafe Cofafe Fafe tem novos aromas. Desde que a Cooperativa de Produtores Agrícolas da cidade de Fafe (CoFafe) lançou o projeto Aromáticas respiram-se na cidade novos cheiros, encontram-se novos agricultores. São 11 os jovens que encabeçam o projeto de produção biológica de plantas aromáticas e medicinais. A Revista Business Portugal foi cheirar de perto estes novos aromas.
antónio azevedo, maria joão e teixeira alves Coordenador Técnico, Produtora e Presidente da Direção
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ncontramos as mãos da professora Maria João sujas de terra. É assim quase sempre que o tempo, o do relógio e o do São Pedro, lhe permitem. É a filha que faz parte do projeto Aromáticas da CoFafe mas ainda a estudar é ela que vai de enxada na mão cuidando das pequenas plantas biológicas. Sem muitas palavras, Maria refere que “este é um trabalho que nunca acaba mas quando se investe tem que se cuidar” e por isso está sempre atenta a qualquer sinal de alerta. Assim como a filha de Maria existem mais dez jovens produtores de ervas aromáticas e medicinais biológicas em Fafe. O projeto financiado pelo fundo do Proder surge da iniciativa da CoFafe que, como refere Teixeira Alves, presidente da Direção desta cooperativa, “tentou inverter a tendência de abandono dos terrenos agrícolas e de envelhecimento da agricultura tradicional existente no concelho”. Para isso “foi necessário primeiro identificar dentro da cooperativa grupos de jovens que pudessem
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ser recetáculos da necessidade de produzir culturas novas para novos mercados”, explica o presidente da direção. O curso de agricultura biológica, no qual António Azevedo, coordenador técnico da secção de produção de aromáticas, foi monitor, constituiu o passo que faltava para encontrar esse grupo que viria a candidatar-se individualmente, mas que no seu conjunto criou um projeto de fileira. Depois de mais este passo dado, diz Teixeira Alves, “faltava apenas quem assegura-se a transformação e a comercialização das ervas e aí entrou a cooperativa que possui também uma exploração semelhante à dos restantes agricultores”. Embora financiado, este projeto requereu algum investimento por parte dos jovens agricultores e por isso mesmo, diz o presidente da direção, “de forma a dar algum apoio no arranque, a cooperativa ofereceu a todos um contrato de exclusividade durante cinco anos”. Na prática, explica, este contrato traduz-se na obrigatoriedade da cooperativa comprar toda a produção
a estes agricultores e dos mesmos não a poderem vender a mais ninguém. Um compromisso que, segundo Teixeira Alves, “denota a vontade de levar este projeto em frente e de resolver juntos os problemas”. Escolhidos os jovens para integrar este projeto foi necessário escolher também as espécies a produzir. Aí entrou em campo a experiência e sabedoria de António Azevedo, coordenador técnico da produção de aromáticas: “Fomos desde o início à procura de clientes para perceber as necessidades do mercado e ao visitar a BIOFACH começamos a identificar as espécies que tinham mais interesse comercial e que podíamos produzir aqui em Fafe, dada a aptidão dos terrenos e clima”. Desta análise resultou a escolha do limonete, da cidreira, da hortelã-pimenta e da salva que se traduziram, no primeiro ano de produção em seis toneladas de produto já seco. Toda a produção foi vendida, segundo Teixeira Alves, “para o mercado externo, especificamente para França, assim como acontecerá também às
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produções vindouras”. Apesar de mais voltada para a exportação, a cooperativa decidiu recentemente apostar numa nova espécie “a pensar no mercado interno”, afirma António Azevedo: “Mais recentemente apostamos no hipericão-do-Gerês que tentaremos introduzir em nichos de mercado, principalmente em empresas que trabalham na área das medicinas alternativas e também no mercado nacional, porque no último ano quase que não foi possível encontrar esta erva em Portugal”. A introdução de novas espécies está também a ser estudada mas, Teixeira Alves, refere que é necessário “esperar que o mercado defina que espécies são mais interessantes e os preços”. Relativamente a este ponto, António Azevedo explica ainda que “há interesse em introduzir novas espécies mas o mercado é muito volátil e por isso a necessidade de uma espécie hoje pode já não existir quando a produção atingir o seu exponente máximo”.
Para além do constante apoio que presta aos jovens agricultores, foi da iniciativa da cooperativa que nasceu a unidade de transformação com uma capacidade total de secagem de 210 metros cúbicos. Esta unidade serve para realizar a secagem forçada das ervas aromáticas através de um processo em que é passado ar quente por entre as plantas que se mantêm às escuras. Todo o funcionamento destas unidades utiliza 100 por cento de energias renováveis. Para além disso, todo o processo de produção e de transformação está certificado em Modo de Produção Biológico. Com as dificuldades inerentes a uma produção biológica, António Azevedo garante que os desafios para estes agricultores são ainda maiores porque “Portugal é um país pequeno onde muitos produtos destinados a este tipo de cultura ainda não estão homologados e isso cria uma desvantagem relativamente a outros países da Europa”. Embora garanta que no país já começa a existir
outra mentalidade relativamente aos produtos biológicos, o coordenador técnico, explica que os preços continuam altos mas que isso está relacionado com os custos acrescidos de produção e com a redução dessa própria produção por problemas que surgem nas culturas. Com 16 hectares já cultivados, os objetivos da cooperativa passam agora por aumentar a produção, integrando mais jovens neste projeto, explica Teixeira Alves: “Quando se fala do futuro, 200 hectares pode ser pouco porque pretendemos que as aromáticas e medicinais em Fafe sejam mesmo uma proposta para recuperar os solos abandonados”. A finalizar, o presidente da direção da cooperativa, lança um apelo para que “todos os produtores de aromáticas em Portugal rapidamente encontrem um fórum onde seja possível partilhar informações e problemas e encontrar soluções”.
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“Porque quem gosta cuida”… e é reconhecido por isso Royal canin Reconhecida pelo público em geral pela qualidade e excelência dos produtos para animais, a Royal Canin é também uma empresa exemplar. Além de terem sido consideradas um das 100 melhores empresas para trabalhar, no caso português, foram ainda galardoados com o prémio de ‘Igualdade de Género’, sendo considerada uma das melhores empresas para as mulheres trabalharem. A propósito destes reconhecimentos e dos projetos futuros da marca, conversamos com Joana Machado, diretora geral da Royal Canin Portugal.
Existe um clima de amizade e companheirismo que torna a nossa empresa única e muito especial. Mais do que colegas, falamos em amigos e até família. A comunicação flui e todos os colaboradores têm a oportunidade de ser envolvidos na tomada de decisões para a empresa, contribuindo ativamente para o seu sucesso. Ao mesmo tempo, cada colaborador sente que está ativamente a construir a história da empresa para o futuro. Na Royal Canin existe uma cultura diária de reconhecimento do esforço, trabalho e impacto que cada colaborador tem na performance do nosso negócio. Para quem passa algum tempo connosco, aquilo que mais se destaca é o espírito da equipa e a sua capacidade de união, mesmo em momentos de adversidade. É uma empresa que promove a expressão de opiniões e ideias, que motiva o desenvolvimento dos seus colaboradores, estimulando a sua autonomia e capacidade de acreditar que é possível fazer sempre mais e melhor.
joana machado Diretora Geral
Todos sabemos que a Royal Canin é a melhor opção para os nossos animais. Mas, além disso, é também uma das melhores empresas para trabalhar em Portugal. Fale-nos um pouco deste reconhecimento. O que sentiram quando foram galardoados? Uma enorme alegria, foi o reconhecimento que a nossa equipa atribuiu ao trabalho que em conjunto temos vindo a desenvolver. Além disso, são uma das 100 melhores empresas para trabalhar na Europa, certo? A Royal Canin é uma empresa que faz parte do Grupo Mars que é considerado uma das melhores multinacionais para trabalhar na Europa e no mundo.
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E, como se não bastasse, ganharam também recentemente o prémio de ‘Igualdade de Género’, sendo considerada uma das melhores empresas para as mulheres trabalharem… É verdade, foi mais um grande reconhecimento que muito nos encheu de orgulho. Na Royal Canin Portugal, 70 por cento da equipa é constituída por mulheres com 67 por cento de mulheres na direção da empresa. No entanto, não existe uma política específica para mulheres, mas sim, um conjunto de benefícios que estão disponíveis para todos os nossos colaboradores. Qualquer ausência é passível de compreensão por parte da empresa e restantes colegas sendo que, nesses períodos, as equipas reorganizam-se para que os colegas possam estar tranquilos durante o período de ausência. Assentam o vosso trabalho em cinco palavras: qualidade, responsabilidade, mutualidade, eficiência e liberdade. Porquê estas cinco? Consideramos a qualidade, a responsabilidade, a
mutualidade, a eficiência e a liberdade como os valores base que conduzem o nosso negócio e que nos diferenciam, orientando-nos na forma de abordar o negócio, as relações, a criação e partilha de valor. Falemos agora da Royal Canin. Porque deve o dono de um gato ou cão optar pelos produtos desta marca? Quais os seus elementos diferenciadores que o fazem o produto ideal? Desde o surgimento da marca e fundação da empresa em 1967, a Royal Canin colocou “o gato e o cão em primeiro lugar”, expressando, desta forma, a posição de destaque que é dada a estes animais em todo o processo de inovação e investigação. Os alimentos da Royal Canin refletem a observação diária das necessidades dos gatos e cães e o profundo conhecimento adquirido no centro de investigação da marca e através das parcerias estabelecidas com criadores, médicos veterinários e profissionais das lojas da especialidade. Assim, a promessa da marca é transformar a saúde, o bem-estar e a longevidade dos gatos e dos cães através de resultados que são visíveis para os seus donos, reforçando assim a sua escolha pelos alimentos da marca. Adicionalmente os donos de gatos e de cães sentem a segurança na marca Royal Canin devido a uma série de outros fatores para além dos benefícios nutricionais dos quais se destacam, a utilização de matérias-primas de elevada qualidade, os processos de fabrico exigentes e que dão garantias de segurança alimentar, qualidade e conservação dos alimentos e a disponibilidade de um serviço de apoio ao dono. A Royal Canin é uma marca diferenciadora por focar todo o processo de inovação nos nutrientes (versus o foco comum em ingredientes). Seria muito mais simples dirigir todas as nossas ações em torno dos ingredientes, termo mais próximo e, por isso, mais fácil de interpretar pelos donos, mas isso certamente apenas atenderia a uma motivação de marketing e comunicação e não ao melhor interesse dos que verdadeiramente consomem diariamente os nossos produtos. Ao contrário do que se possa pensar, não existem
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apenas alimentos para cães e gatos na sua generalidade, mas sim produtos específicos consoante o cão e o gato que estejamos a falar. A variedade é imensa, correto? A Royal Canin tem o pioneirismo inscrito no seu ADN, o que tem permitido à empresa desenvolver soluções nutricionais para gatos e cães, considerando a sua idade, o seu nível de atividade e estilo de vida, o seu estado fisiológico, a raça e as suas sensibilidades. Orgulhamonos de proporcionarmos a gama mais diversa e adaptada a cada gato ou cão e temos no nosso portfólio de alimentos, fórmulas nutricionais inovadoras, disruptivas, e que trazem ao mercado de pet food oportunidades de prescrição nutricional únicas. A ação da Royal Canin inclui igualmente alimentos desenvolvidos para animais com doenças específicas, de prescrição pelos médicos veterinários, assim como alimentos para a fase da reprodução destinados a cadelas e gatas gestantes e às primeiras fases de vida dos cachorros e gatinhos. A Royal Canin trabalha onde acredita poder fazer a diferença para a melhoria do bem-estar animal. Por onde passa o futuro da Royal Canin em Portugal? Para a Royal Canin, o principal desafio é a expansão contínua do território da nutrição-saúde para gatos e cães, através da antecipação das suas necessidades,
das tendências e dos modos de vida que influenciam a sua saúde e bem-estar pelo que queremos continuar a descobrir novos caminhos. O mercado de petfood em Portugal apresenta um índice de cobertura calórica muito reduzido (57 por cento em gato e 38 por cento em cão) por comparação com outros países europeus (p.ex. Reino Unido e França com rácios acima dos 70 por cento), o que significa que o rácio de cães e gatos que consomem um alimento industrial face à população total destes animais em Portugal, é ainda muito diminuto. Na Royal Canin vemos que temos um caminho de oportunidades. Na Royal Canin às vezes dizemos que somos “teimosamente científicos”! Há mais de 47 anos que produzimos alimentos segundo fórmulas muito precisas e equilibradas que satisfazem as verdadeiras necessidades dos gatos e dos cães. E fazemos tudo isto, confiando na ciência, nos dados, nos factos e no conhecimento sobre gatos e cães para o qual a marca também contribui. Somos científicos e vamos continuar a ser. Não é o caminho mais fácil, mas é aquele que nos tem permitido cumprir junto dos gatos e cães com as promessas que os nossos alimentos fazem, porque os resultados são visíveis para os seus donos.
leia esta entrevista na íntegra em www.revistabusinessportugal.pt
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A Repsol diferencia-se na sua aposta pela inovação tecnológica Repsol A Repsol é uma marca líder dentro do seu setor, que se apoia em linhas de investigação, inovação e desenvolvimento de forma constante. A marca pretende reinventar-se a cada dia, e por isso, fazem grandes investimentos no desenho e desenvolvimento de produtos para resolver as necessidades presentes e futuras dos seus clientes.
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rande parte dos projetos de investigação em lubrificantes que a Repsol está a levar a cabo estão dirigidos à obtenção de produtos que contribuam para o desenvolvimento sustentável. Para isso, este grupo mundial trabalha em diferentes vias. Por outro lado, a Repsol desenvolve produtos com viscosidades mais baixas, o que está demonstrado que permite reduzir o consumo de combustível dos motores. Por outro lado, a marca tem investido um importante esforço para desenvolver novos componentes cuja resistência ao envelhecimento seja cada vez maior. O
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principal objetivo é que os produtos finais tenham maior duração, reduzindo o consumo de matérias-primas e a geração de resíduos perigosos, como é exemplo o óleo usado. Além disso, a Repsol dedica uma forte investigação para a obtenção de novas moléculas que substituam as que tradicionalmente são incluídas nos óleos, com o fim de reduzir as emissões contaminantes dos veículos. Outro ponto inovador que merece a atenção da Repsol é a utilização de componentes para o fabrico de óleos procedentes da refinação de óleos usados. Estão ainda a ser desenvolvidos óleos lubrificantes
biodegradáveis, cuja finalidade é reduzir o impacto ambiental, no caso de um derrame acidental.
Indispensável aos agricultores A nova fórmula do Repsol AgroDiesel e+10 contribui para manter a maquinaria nas melhores condições, reduzindo ao mínimo os custos de manutenção e respeita o meio ambiente, graças à sua nova fórmula sem enxofre (menos de 10 partes por milhão, segundo o Decreto-Lei 142 de 2010). Repsol AgroDiesel e+10 está especialmente indicado
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para a maquinaria agrícola com sistema de injeção de combustível ‘common rail’. Este produto, graças às suas propriedades e excelente qualidade, é o único recomendado pelos principais fabricantes de maquinaria agrícola.
10 razões para AgroDiesel e+10
utilizar
Repsol
Conheça as dez principais razões porque deve optar por este produto Repsol. A sua formulação exclusiva e patenteada está disponível em exclusivo na rede oficial de distribuição, e é recomendada pelos principais fabricantes de maquinaria agrícola, como a New Holland e a Kubota. A versatilidade é outra das suas características, pois foi desenhado para todo tipo de maquinaria agrícola, e especialmente para a de última geração com sistema de injeção “common rail”. Por ser anticorrosivo, aumenta a vida útil da maquinaria, ao proteger os motores da corrosão, conservando em condições adequadas o sistema de alimentação e injeção de combustível. A estabilidade do combustível ao minimizar a formação de partículas insolúveis, e reduzindo a colmatação dos filtros, especialmente nos filtros de baixa micragem dos equipamentos de última geração é também uma das razões apresentadas pela Repsol para a utilização deste produto. A manutenção é muito mais em conta, graças à proteção do sistema de alimentação do combustível e da menor colmatação de filtros. O AgroDiesel e+10 evita a oxidação do combustível ao impedir a formação de partículas insolúveis no gasóleo, que impediriam o correto funcionamento dos injectores e permite ainda a otimização da combustão, mantendo as prestações iniciais da maquinaria, como a potência e o consumo.
Desempenho esse que se traduz em economia. Notase ainda uma maior fiabilidade da maquinaria agrícola, maximizando o tempo de operação e reduzindo as incidências. Outra das razões para a sua preferência passa pela rentabilidade de armazenamento, ao conservar as propriedades do combustível mesmo durante períodos de armazenamentos prolongados, permitindo uma maior flexibilidade de uso e minimizando os custos de provisão e renovação. Este combustível foi ensaiado em maquinaria agrícola de alto stress térmico, como as ceifeiras John Deere com motorizações “common rail”. Mas, para além de tudo isto, a Repsol oferece condições personalizadas de fornecimento deste produto, para maior comodidade e segurança do seu utilizador. A marca preocupa-se em oferecer produtos de qualidade e uma assessoria completa aos seus clientes através de um serviço de total garantia, já que todos os veículos utilizados para a distribuição do Repsol AgroDiesel e+10 dispões de contadores volumétricos homologados e verificados anualmente.
Principais propriedades e vantagens • Repsol AgroDiesel e+10 protege o sistema de injeção do combustível e o circuito de alimentação contra a corrosão. Esta característica assegura o bom funcionamento do motor durante mais tempo, com uma redução de incidências; • Este combustível permite que as prestações iniciais da maquinaria (consumo, combustão, emissões) se mantenham durante mais tempo; • Repsol AgroDiesel e+ 10 protege o motor contra a corrosão, conservando nas melhores condições o sistema de alimentação e injeção do combustível; • A utilização deste combustível mantém limpo o sistema de injeção, e evita a colmatação dos filtros. Estas características traduzem-se num menor custo de manutenção; • Graças à sua eficácia no motor, Repsol AgroDiesel e+10 faz com que a maquinaria funcione melhor e sofra menos avarias.
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A excelência do alemão em Portugal Escola alemã de lisboa Tendo sido galardoada pelo Ministério da Educação Alemão como ‘Escola de Excelência’ no estrangeiro, a Escola Alemã de Lisboa é um exemplo de ensino de sublimidade e sucesso, do qual é prova a elevada taxa de alunos a ingressarem no ensino superior em países estrangeiros e também nas faculdades portuguesas, regra geral, no curso de primeira escolha dos seus alunos.
A Escola Alemã de Lisboa, recebeu o diploma de ‘Escola de Excelência’, diploma esse atribuído pelas entidades alemãs. “Após uma inspeção ao nosso estabelecimento de ensino, o Ministério da Educação Alemão consideranos com um perfil em tudo idêntico ao das escolas na Alemanha. Depois dessa avaliação qualitativa e quantitativa fomos galardoados com o diploma de excelência no estrangeiro. Quantitativamente, atingimos pontuação máxima e isso é algo que muito nos apraz”, revela-nos José Valentim, diretor dos Estudos Portugueses nesta escola. Contudo, José Valentim faz questão de frisar que o mais importante passa, efetivamente, pela avaliação qualitativa, ou seja, a parte prática. “Na minha perspetiva, algo de excelência tem de mostrar um produto de qualidade que, no nosso caso, culmina com o ingresso dos nossos alunos nas faculdades com taxas de sucesso bastante altas, regra geral, nos cursos de primeira opção, o que é muito importante, principalmente porque estamos a falar de uma instituição privada, em que a frequência implica custos ”. Ultrapassada esta etapa, o objetivo da escola é que os seus alunos possam ingressar no mundo do trabalho, “dentro de um prisma mais otimista do que muitas vezes tem acontecido no nosso país”. Por um lado, verifica-se que, por vezes, os alunos que foram admitidos numa universidade portuguesa em primeira opção acabam por ir para o estrangeiro, visto não perspetivarem poder encontrar no nosso país um emprego que os satisfaça, justificando até o investimento feito pelos seus pais durante a sua vida académica. Muitos dos que decidem ingressar numa faculdade estrangeira acabam por não voltar. “No nosso caso particular há que analisar os dois lados da questão: o português e o alemão. Enquanto português, é pena os nossos alunos não permanecerem em Portugal e aplicarem aqui os seus conhecimentos, uma vez que têm todas as competências para entrarem no mercado de trabalho português. Por outro lado, os nossos alunos têm uma preparação aprofundada para optarem pelo estrangeiro, nomeadamente pela Alemanha. Sabemos que os nossos alunos são normalmente uma excelente referência ao ingressarem nas faculdades portuguesas, alemãs e em muitas outras, josé valentim Diretor dos Estudos Portugueses
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– dado que o ‘Abitur’ (exame final do 12º ano) é um diploma reconhecido internacionalmente – , o mesmo acontecendo no mercado profissional”, diz com orgulho José Valentim, acrescentando que “a nossa excelência é pensada numa tentativa de prepararmos os nossos alunos para o sucesso”. Uma das principais características dos alunos da escola é ganharem autonomia, organização no estudo e metodologia de trabalho, além de um nível linguístico elevado, visto que os alunos se vêem confrontados com quatro línguas obrigatórias: alemão, português, inglês e francês. “Sabemos que, nesses aspetos, os nossos alunos se diferenciam e têm vantagem quando escolhem uma faculdade, indo competir de forma diferente no mercado de trabalho”. Com as valências do jardim infantil, a escola primária e o liceu com o secundário, a componente letiva tem uma estrutura semelhante à escola portuguesa até ao início do ensino secundário, com excepção do ensino em língua alemã.
Secundário: organização difere da escola portuguesa Ao contrário daquilo que acontece no ensino secundário português, na Escola Alemã de Lisboa, à semelhança do programa escolar implementado na Alemanha, os alunos não optam por um agrupamento. “Digamos que o ensino secundário não é mais do que a continuação do 9º ano”, explica-nos o diretor dos Estudos Portugueses da Escola. Se no ensino português os alunos têm disciplinas específicas consoante a sua escolha (sejam elas da área científico-natural, da economia, das artes ou das humanidades), o ensino alemão preserva especialmente a questão cultural e a abrangência do currículo, pelo que todas as áreas são contempladas. “A questão linguística é muito importante, pelo que é obrigatória a aprendizagem de quatro línguas, nomeadamente o
alemão, o português, o inglês e o francês, passando esta última a ser opcional no 11º ou 12º anos”. No que diz respeito à área da matemática, o processo é idêntico. “Todos os alunos têm Matemática até ao 12º ano e todos no mesmo nível, não há matemática A ou B, por exemplo”, esclarece José Valentim. As ciências são outra área de destaque, “pois todos têm de frequentar no mínimo uma ou duas disciplinas desta área – Física, Química ou Biologia –, independentemente do seu percurso académico passar pelas ciências ou não”. No que concerne às áreas das letras, “todos têm a disciplina de História até ao 12º ano, tendo ainda de escolher Filosofia ou Religião, sendo uma delas obrigatória”, o mesmo se verificando nas artes em que os alunos têm de frequentar Música ou Arte. Além disso “a Educação Física continua a ser obrigatória no ensino secundário”. Esta forma de ensino está muito relacionada com a questão cultural alemã. “É uma área que os alemães valorizam bastante e o seu método de ensino está adaptado a essa realidade. Nessa perspetiva, o sistema alemão tem uma abordagem abrangente”, elucida-nos o nosso interlocutor. Esta estrutura tem também em conta o facto de os alunos, aos 15 anos, idade em que habitualmente terminam o 9º ano, ainda não terem as apetências e a maturidade necessárias para saberem que área pretendem seguir, “escolha essa que é determinante para toda a vida. E, no sistema português, se por alguma razão percebem que afinal o agrupamento escolhido não vai ao encontro das suas expectativas, se pretenderem mudar, terão de começar tudo de novo. Aqui, isso não acontece, porque o ensino secundário abrange todas as áreas de estudo”, conclui. Em média, um aluno da Escola Alemã de Lisboa tem uma carga horária de 35 horas, “superior à de um aluno que frequenta o ensino português, mas tal também se justifica pelo facto de os nossos alunos terem cerca de 12 disciplinas”. De referir que os alunos que pretendem ingressar no
ensino superior português têm algumas disciplinas suplementares lecionadas em português. “Uma vez que os alunos podem ter de efetuar provas de ingresso portuguesas se optarem pelo ensino superior português, têm essas disciplinas em ambas as línguas. Por exemplo, um aluno que queira entrar em economia tem a disciplina de Matemática em alemão e também em português”, afirma José Valentim. Para além das disciplinas obrigatórias, os alunos têm ainda à disposição uma panóplia de atividades extracurriculares, de modo a estimular ainda mais o seu método organizacional e a interação entre as diversas faixas etárias. “Com estas atividades pretendemos proporcionar um complemento pedagógico e lúdico ao trabalho das aulas, onde os alunos podem mostrar as suas aptidões noutras áreas”, esclarece José Valentim. Aqui, os alunos podem desenvolver os seus talentos, testar as suas competências e até fazer uma autoavaliação, descobrindo diversas formas de estudo para além das que estão previstas no currículo obrigatório. Algumas das atividades passam pela música e o canto, o teatro, o circo e a oficina de escrita e até a metodologia de estudo ou o modelo de Parlamento. Apesar de se tratar de uma escola alemã, cerca de 80 por cento dos alunos que a frequenta são de origem portuguesa, o que obriga a uma seleção cuidada dos mesmos. “Os que vêm para a escola logo no Jardim de Infância, começam desde logo a ter contacto com o alemão. Os que ingressam no 5º ano depois de frequentarem no 1º ciclo uma escola portuguesa, mesmo sabendo que as suas famílias não dominam o alemão, são selecionados e têm de adquirir um nível elevado da língua alemã, uma vez que as aulas são lecionadas em alemão. Os alunos que vêm de novo vão sendo gradualmente integrados na escola com os restantes alunos. Acreditamos que esta integração moderada é a melhor forma de fazer um novo aluno sentir-se em casa na nossa escola”, termina.
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a excelência no ensino profissional Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter Chão A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter Chão (EPDRAC) existe desde a década de 90 e atualmente conta com mais de uma centena de alunos divididos por vários cursos. Para Conceição Matos, presidente da Cap “esta é uma instituição de ensino de referência não só na região, mas também a nível nacional, uma vez que, os nossos alunos são procurados por várias entidades nacionais e até internacionais”. Em entrevista à Revista Business Portugal, Conceição Matos falou das vantagens e dos constrangimentos desta instituição.
conceição matos e carlos alberto frutuosa Presidente da CAP e Presidente da APEPA
Qual é a missão da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter Chão? A escola existe desde 1990 e nessa altura contava com apoios por parte dos patrocinadores, da Câmara Municipal e da Escola C+S e assim foi trabalhando até 2001, ano em que o seu regime se alterou e passou de privada a escola pública. Em 2010 esta escola fez parte de uma experiência que o Ministério da Educação decidiu fazer, que consistiu em agrupar esta escola profissional ao agrupamento, e que ia sendo a morte da escola. Esteve dois anos agrupada, moribunda, dado que lhe retiraram praticamente a identidade, e em 2012 o Ministério da Educação desagregou novamente a escola, e eu fui nomeada para presidente da Cap. Neste momento, sou candidata a diretora porque tem que ser um projeto a longo prazo, de pessoas que gostam desta escola, que se sintam motivadas porque a EPDRAC é exigente. Atualmente, a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter Chão conta com uma oferta educativa alargada, que vai dos cursos profissionais de nível IV, com os cursos de Técnico de Gestão Equina e Técnico de Gestão Cinegética. Passando pelos cursos Vocacionais, nível secundário, uma experiência piloto com o curso Técnico de produção animal e o curso
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Técnico de ferrador. Terminado no curso de educação e formação – CEF tipo 2 de Tratador e Desbastador de Equinos, num total de 120 alunos. A vertente da equitação é a nossa grande aposta. Com o é que definiria a família EPDRAC? A EPDRAC é uma escola que, tendo cerca de 120 alunos, possui um ambiente familiar onde todos se preocupam com o bem-estar e o sucesso educativo e escolar dos seus alunos, que aqui passam os melhores anos da sua juventude. Procuramos educar para a mudança e, para isso, é necessário saber a direção e o caminho, da e na mudança. É este o desafio para a educação dos nossos jovens! A EPDRAC é uma escola que se vive! Vive-se os problemas dos alunos e a sua resolução, vive-se diariamente e intensamente com os alunos, os professores e os funcionários! Vive-se com os pais e encarregados de educação! Vive-se com a comunidade envolvente! Só esta vivência faz sentido nesta escola. O espaço onde a escola está alojada é excelente – a Coudelaria de Alter! Temos excelentes condições para as áreas e cursos que lecionamos. Sabemos que nem tudo tem corrido da melhor forma, na e para a escola, mas com o esforço de todos vamos
ultrapassando os obstáculos que nos são colocados. Ensinar e aprender são processos coletivos e não individuais que só com o esforço e empenho de todos os que querem que a EPDRAC seja uma escola de futuro podem ser concretizados. Educar é mudar e, é nesta mudança que temos todos os esforços concentrados. No ano letivo anterior pude perceber o gosto e o sentido de família que os nossos alunos possuem relativamente à escola. Este sentir leva a que os pais demonstrem satisfação ao confirmarem que os seus filhos estão bem e que são apoiados nos momentos bons e menos bons. Qual é o balanço que faz destes dois anos? O balanço é muito positivo. Eu conheci o processo da agregação por dentro e não concordava minimamente com ele, e este desafio de alterar o rumo das coisas motivou-me e continua a motivar-me, porque as coisas tem sido feitas, tem estado a resultar. Era necessário dar um rumo à casa. Vale a pena apostar e erguer este valor nacional. Nesta escola nós não sabemos onde começa a escola e termina a Coudelaria, são duas instituições diferentes, mas que cooperam e partilham um espirito de missão.
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É fácil atrair alunos para esta instituição? Nós somos procurados a partir de fevereiro por alunos de vários pontos do país, e isso reflete a excelência de condições que a EPDRAC possui, nomeadamente, ao nível da gestão equina. Porque existem várias escolas que ministram este curso, mas não reúnem as nossas características. Relativamente à empregabilidade, os nossos alunos acabam o 12º ano e as coudelarias, escolas de equitação e outras entidades empregadoras procuram-nos para lhes indicarmos jovens que queiram ingressar no mercado de trabalho. Neste momento, temos vários pedidos por satisfazer porque desde fevereiro que não temos alunos para entrar recomendarmos. A maior parte dos nossos alunos encontra-se a trabalhar ou prosseguiu os seus estudos no ensino superior, o que é um motivo de grande satisfação para nós. Projetos para o futuro? Para o futuro temos em marcha alguns projetos, como é o caso da produção de azeite da EPDRAC, que pela primeira vez este ano produziu o seu próprio azeite. Outro grande projeto está relacionado com a cedência de uma casa na vila de Alter do Chão à escola por parte da Coudelaria, com terrenos circundantes. Este ano, com a colaboração da Câmara Municipal já fizemos um picadeiro neste espaço, de forma a envolver a vila nas atividades desportivas equestres. Neste momento a nossa maior preocupação é edificar a casa que está a começar a cair, uma vez que, é um edifício com um
enorme potencial, para fazermos lá uma pousada, um projeto de turismo integrado na vila. Esta escola precisa de voltar a estar no mapa, sobretudo em relação à gestão equina. Qual é que é a importância da realização da gala da APEPA nas instalações da EPDRAC? Sem dúvida que tem uma enorme importância, e foi muito fácil convencer o diretor da Apepa, Carlos Alberto Frutuosa, assim como as restantes escolas do país, porque perceberam que era importante dar aqui algum incremento para que esta escola tenha alguma credibilidade. Penso que foi um dia bem passado em que demos a conhecer a EPDRAC. 20 anos da Apepa celebrados na EPDRAC em Alter do Chão Carlos Alberto Frutuosa foi eleito recentemente como presidente da Apepa, que este ano comemorou o seu 20º aniversário na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter Chão. Em perfeita sintonia com o tecido empresarial, a Associação Portuguesa de Escolas Profissionais Agrícolas (APEPA) é formada por 15 instituições de ensino dispersas de norte a sul do país. “Unir os esforços e as vontades das escolas, permitindolhes ter uma voz ativa no desenvolvimento rural e socioeconómico de Portugal é o objetivo da Apepa” revelou o seu presidente. “Presentemente, as escolas profissionais agrícolas estão a ser confrontadas com
alguns constrangimentos económicos. Neste sentido, temos reunido com o Governo a fim de concertar e consensualizar modelos de ação de modo a permitir a necessária sustentabilidade das escolas que integram a APEPA” revela Carlos Frutuosa. Assim, “de acordo com a última reunião com o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, estamos confiantes de que um novo Decreto dará maior autonomia e margem de manobra às escolas profissionais agrícolas públicas. Portanto, tenho esperança que esta situação seja resolvida muito em breve. Estou confiante que haverá uma maior proximidade da APEPA aos Ministérios da Agricultura e da Economia e a estas instituições de ensino que são determinantes no crescimento económico de Portugal”, reitera. Com 20 anos de vida, a APEPA assume-se como uma Associação empreendedora, inovadora e cooperante que integra os projetos e as ideias de todas as instituições de Ensino Profissional Agrícola, valorizando o setor primário como motor de desenvolvimento do país. O 20º aniversário da Apepa comemorou-se no passado dia 30 de maio, na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão, num evento que reuniu diretores de todas as escolas, alguns representantes dos docentes, personalidades da região que ao longo do dia puderam observar as condições da EPDRAC, e discutir o futuro da Apepa no contexto da agricultura e do desenvolvimento rural de Portugal.
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garagem +
inauguração das novas instalações
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solicitadores, agentes de execução e balcão único
É
necessário recuar ao século XII, mais precisamente ao ano de 1174, altura em que surge a menção ao “vozeiro”, figura indistinta nas funções de solicitador e advogado cujas declarações, mesmo que contrárias ao cliente e se este não as impugnasse faziam prova plena. Atualmente, nos termos do Estatuto da Câmara dos Solicitadores aprovado pelo DL 88/2003 de 26 de Abril (alterado pelo DL 226/2008, de 20 de Novembro) os solicitadores com inscrição em vigor na Câmara dos Solicitadores podem, em todo o território nacional, e perante qualquer jurisdição, instância, autoridade ou entidade pública ou privada, exercer atos próprios da profissão, designadamente atos jurídicos, e exercer o mandato judicial, nos termos da lei de processo, em regime de profissão liberal remunerada. Mais recentemente, surgem os agentes de execução, recrutados, inicialmente, de entre solicitadores de execução, passando a desempenhar funções de relevo, nomeadamente, no desenrolar da ação executiva. A este profissional cabe a prática da generalidade das diligências de execução, por exemplo: penhoras, citações, notificações, despejos e arrestos. Assim, uma das linhas estruturantes da reforma da ação executiva, operada pelo Dec- Lei nº 38/203, de 08/03, constituiu na criação de uma nova profissão – a agente de execução. Ainda dentro da área da solicitadoria, nasceu o Balcão Único do Solicitador, que é o local onde, sem complicações e deslocações desnecessárias, é prestado um conjunto de serviços, por um profissional especialmente habilitado: o solicitador. Agora, no Balcão Único do Solicitador, de uma forma cómoda, pode-se comprar e vender uma casa, um automóvel, criar uma empresa, ou certificar fotocópias e traduções, bem como, autenticar documentos. É ainda possível reconhecer assinaturas, tratar de procurações, liquidar impostos, entre outros assuntos, de uma forma personalizada e sem custos desnecessários. Para um serviço de qualidade, rápido e eficaz, procure perto de si um Balcão Único do Solicitador. Ganhe segurança jurídica, economize tempo e dinheiro.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL SOLICITADORES, AGENTES DE EXECUÇÃO E BALCÃO ÚNICO
“A FUNÇÃO DE AGENTE DE EXECUÇÃO É UM TRABALHO DE EQUIPE” aijm Criada em 2005 a AIJM assenta na experiência de mais de 25 anos dos seus sócios fundadores. Com uma equipa de profissionais altamente motivada, esta empresa tem como única atividade a tramitação de processos executivos. A Revista Business Portugal foi até Braga conhecer este projeto único no país.
marta pinheiro, isabel miranda e júlio reis Sócios-Fundadores
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uem chega ao Parque Industrial de Pintancinhos em Plameira, Braga, e olha para a pequena placa na porta do enorme armazém cinzento a dizer AIJM não imagina o que vai encontrar lá dentro. Assim que a porta se abre e se mergulha na entrada, rapidamente se esquece que lá fora tudo era cinzento. Aqui reina a cor que oscila entre o branco, o laranja e o vermelho. No teto e nas paredes podem-se ler palavras que orientam quem chega. Na entrada a palavra informação. O silêncio paira no ar com uma mistura de concentração e profissionalismo. Os olhos das duas administrativas que se encontram por detrás do balcão só se levantam
com o som da chegada de alguém. Pelo corredor que faz a ligação da entrada até à sala de reuniões mais uma palavra escrita no teto – reunião. Ouve-se o som do trabalho. Nada, nem uma palavra. Os telefones vão rompendo este silêncio mas não a concentração. Aqui respira-se trabalho. Na sala de reuniões, Isabel Miranda e Júlio Reis já estão preparados para explicar como nasceu este projeto – a AIJM solicitadores, agora Agentes de Execução. Os dois sócios são cúmplices nas palavras e nos negócios. Cumplicidade que partilham também com Marta Pinheiro, o terceiro elemento desta sociedade.
O nascimento da AIJM “Aquilo que nos juntou foi, em primeiro lugar, as evidentes vantagens do trabalho em equipa”. As palavras são de Isabel Miranda que acrescenta ainda que “nunca tivemos dúvidas que este modelo ia funcionar”. É desta visão conjunta que nasce a AIJM – solicitadores. Júlio, Isabel e Marta conhecerem-se neste espírito de entreajuda e dele nasceu um forte relação de confiança que permitiu partilhar conhecimentos e desenvolver os objetivos que as expectativas geraram. Foi isto que, em 2003, levou um punhado de agentes de execução a juntarem-se no mesmo espaço. Nessa altura, apesar de
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uma individualização do trabalho, existia já uma partilha. Júlio Reis garante que no projeto AIJM cabiam todos os agentes de execução desta região. A concretização de tal ideia não foi possível já que, explica, “o projeto foi muito arrojado”. Dificuldades à parte, a AIJM surge em 2005 da “necessidade de uma organização que potenciasse uma maior eficácia das execuções, na forma e no conteúdo”, diz Júlio Reis. “Percebemos desde cedo que tratar as execuções sem uma partilha permanente e constante de ideias era errado. Era necessário e útil distribuir as tarefas de forma a aproveitar o talento de cada um. Era muito claro que um bom desempenho repercutir-se-ia na eficácia e rapidez da resposta, já que entre o trabalho de gabinete, que implica as complexas respostas aos inúmeros, para não dizer imensos, despachos judiciais, e o trabalho de rua, que comporta, entre outros, penhoras, notificações, citações, alguns
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deles urgentes, como os arrestos, exigia um projecto com esta amplitude e alcance”, explica o sócio. Júlio Reis afirma a este respeito: “Conseguimos com este modelo fazer um trabalho muito mais conseguido e apoiado. Abordagens diferentes contribuem para melhores soluções. Isto é partilha”. O sócio vai ainda mais longe e garante que com este modelo foi possível “lidar com os desafios e enfrentar as constantes mudanças da evolução legislativa e do interesse económico subjacente. Todos os elementos da AIJM têm o mesmo nível de responsabilidade”. Para além desta questão da partilha, um outro motivo do sucesso é a especialização da empresa apenas na tramitação de processos executivos. Embora com competências para efetuar outros trabalhos, até pela equipa multidisciplinar que possui, os sócios da AIJM entenderam desde cedo a importância de se dedicarem
apenas a uma área, no caso concreto nas execuções. Atualmente, a empresa tramita cerca de 3.000 processos executivos por ano, a nível nacional, com uma capacidade instalada, de imediato, para mais do dobro.
A construção do sucesso Há quem diga que o sucesso se faz de sorte mas aqui, diz, desde logo, Isabel Miranda, o resultado deve-se á conjugação de esforços e á visão positiva de uma equipa com objetivos. Nada é deixado ao acaso e só assim esta empresa conseguiu atingir a credibilidade e os números que apresenta. Não passa de um mito, garante Júlio Reis, “a ideia desvirtuada que a AIJM só trabalha com execuções de grande valor, desprezando as pequenas”. O sócio deixa claro que todas as execuções merecem da parte desta equipa AIJM a mesma atenção e refere
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ainda que “a execução de baixo valor, mais rápida e por consequência mais ligeira administrativamente, é a que melhores resultados oferece”, embora, seja óbvio que execuções de grande valor impliquem uma maior responsabilidade. Para isso, os sócios da AIJM – Solicitadores contam com importantes aliados, os colaboradores. A equipa conta já com 30 pessoas, 90 por cento delas licenciadas, Para além de cinco agentes de execução, esta equipa é composta por vários solicitadores e ainda dois advogados. Estes últimos elementos foram uma aposta que, diz Júlio “não foi feita de ânimo leve”. “Os dois advogados, a tempo inteiro, prestam acessoria nas questões mais complexas”. O capital humano é de extrema importância para esta empresa que quando integra mais algum elemento, sabe que há um caminho a percorrer até que esse elemento esteja preparado. É necessário cerca de “um ano para formar cada novo colaborador” que chega à AIJM, diz o sócio, que garante ainda que hoje o nível de exigência obriga a uma selecção mais exigente. A equipa foi crescendo à medida que a AIJM foi conquistando espaço. Uma equipa que sabe que nesta empresa não há horários. Uma equipa que tem consciência dos prazos a cumprir, que é crítica em relação ao trabalho e que se empenha em todas as suas tarefas. Uma equipa que não acaba o dia sem satisfazer todas as solicitações,quer sejam e-mail, fax, telefone, ou qualquer outro. É neste ambiente que a AIJM vive, e é este o modelo que garante as expectativas dos seus parceiros, os advogados que lhes entregam os processos. Uma equipa que nas palavras de Isabel Miranda permite também “satisfazer os diversos objetivos dos diferentes exequentes”. Uma equipa em formação técnico-juridica permanente e contínua que lhe permite antecipar dificuldades inerentes às constantes alterações legislativas, explica Isabel, que garante que “não são poupados esforços financeiros na contração dos melhores formadores”. O espaço físico e a logística foram também uma preocupação dos sócios da AIJM. Todo o espaço foi pensado para que a equipa que aqui trabalha tenha o melhor ambiente possível. E a nível logístico não
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poderia faltar um armazém onde são depositados os bens penhorados. Uma aposta que, segundo Júlio Reis, faz todo o sentido. “Desde sempre defendemos que ter um armazém onde depositar os bens penhorados, promoveria uma maior eficácia da diligência de penhora de bens móveis. Sempre defendemos a penhora com a remoção. A falta de meios não podia ser óbice. O exequente apenas dirá se dispõe de armazém ou pretende usar o nosso. Naturalmente, isto facilita o processo de venda dos bens. Permite aos potenciais interessados a visualização dos bens em venda”. O sistema informático foi também um dos grandes investimentos desta empresa, refere a sócia Isabel: “Desenvolvemos um sistema informático próprio, uma vez mais, pela necessidade de um suporte alternativo ao institucional, que ao tempo (2003) era pouco eficaz, impedindo a normal tramitação das execuções. O investimento foi grande mas necessário”.
O presente e o futuro A AIJM é hoje uma “máquina que funciona a todo o vapor”, garante Júlio: “Com o modelo criado, o funcionamento desta autêntica secretaria de execuções, é uma realidade. Permite deslocações em todo o país, designadamente, deslocações regulares à Ilha da Madeira para as diligências”. Um modelo que só é possível quando há ambição, explica o sócio: “Apesar da nomeação individual, os processos são comuns. É um modelo único no país pela forma como funciona, possível apenas porque a ambição é grande e a ganância nula”. O objetivo passa agora por continuar a crescer sem nenhuma meta estabelecida. Isabel Miranda diz que “o objetivo era projetar e realizar”. A este respeito Júlio acrescenta que “o projeto singrou e o futuro passa pelo crescimento porque nesta atividade só há lugar ao crescimento, estagnar é impossível”. O sócio estabelece ainda uma comparação: “É como quem nada contra a corrente e parece não sair do sítio mas quando deixa de dar as braçadas é imediatamente arrastado para trás. É um movimento constante.” Com o know-how que possuem e com o trabalho desenvolvido ao longo da última década, os sócios a AIJM – Solicitadores acreditam que se provou a bondade do modelo. Júlio Reis garante que “com as capacidades geradas é possível ultrapassar as dificuldades porque elas existem hoje como no passado”. Com engenho e arte acreditam poder ultrapassar qualquer obstáculo até porque como diz Isabel Miranda: “Aqui não há nenhum sonho mas uma enorme vontade de fazer”. Assim nasceu e se desenvolveu uma secretaria de execuções eficaz e competente.
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Parque Industrial de Pintancinhos, lote 16 Palmeira 4700-706 Palmeira Braga Tel. +351 253610512 Fax. +351 253610545 Telemóvel: 96 397 1408 e-mail. geral@aijm.pt
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O agente de execução albino José Vaz – Agente de Execução O escritório de Albino José Vaz, solicitador, localiza-se no centro de Oliveira de Azeméis e conta com uma equipa de três profissionais especializados, um agente de execução, uma solicitadora e uma colaboradora forense, que se dedicam essencialmente à área da execução.
Albino josé vaz Agente de Execução
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o exercício de funções há uma década o solicitador e agente de execução refere que viu nesta área da solicitadoria “uma oportunidade”, sendo que “tento realizar o meu trabalho da melhor forma possível, com uma correta abordagem para com os executados”.
O profissional da execução As funções de agente de execução são desempenhadas por solicitadores e advogados designados, pelo exequente ou pela secretaria, de entre os inscritos na comarca ou em comarcas limítrofes, ou, na sua falta, de entre os inscritos em outra comarca do mesmo círculo judicial. Tendo em conta a situação económica e financeira débil que o país atravessa, as ações de execução torna-se diligências mais complexas. “Penso que atualmente, as pessoas perderam um pouco a vergonha relativamente às ações de execução, e sempre
que posso recorro ao acompanhamento policial“, revela o agente de execução. Com um trabalho que abrange todo o território nacional, este solicitador com a cédula 3536, afirma que atualmente os processos tentam ser resolvidos em primeira instância através das bases de dados que fornecem informações sobre os executados, ou seja, através dos bancos, salários, património, e só posteriormente se avança para o confronto direto com os executados. No exercício de funções como agente de execução há 10 anos, Albino José Vaz faz um balanço iminentemente negativo da atividade: “já se conseguiu recuperar melhor, as pessoas queriam resolver a situação através de acordos de pagamento, dinheiro emprestado, e hoje não é isso que se verifica”. Relativamente ao estado atual da profissão, este profissional considera que “está estagnada e uma das razões para isso é a facilidade com que as empresas pedem a insolvência”, sublinha. Para colmatar esta
situação é essencial a alteração da lei: “penso que a lei ainda é um pouco branda na área da execução, pois existem muitas maneiras de se conseguir dar a volta”, revela o nosso interlocutor. “Existem ainda muitos agentes de execução tendo em conta o trabalho e a área territorial do país”, afirmou o profissional. Para Albino José Vaz a profissão de agente de execução, que atualmente pode ser desempenhada por solicitadores e advogados carece de um estatuto próprio. “A execução deveria ser encarada como uma área autónoma, com um estatuto próprio, independente da câmara dos solicitadores, uma vez que, não se devem misturar as coisas”, sublinha. A atuação da Câmara dos solicitadores que rege a profissão “está muito aquém das expetativas”, e nesse sentido, “há cerca de uma ano que em Lisboa está a ser criado um movimento autónomo, o qual eu apoio”, afirma o agente de execução. Competência, diligência e humanidade são as características fundamentais a um agente de execução, uma vez que, cada caso é um caso, e “há que entender que existem cidadãos que não pagam porque não podem e outros que não pagam porque não querem”, frisou Albino Vaz. Com um software próprio essencial ao desempenho das funções de agente de execução, mas que, nem sempre funciona nas melhores condições, é ainda necessário ter todos os processos em formato papel, o que faz multiplicar as prateleiras no escritório de Albino Vaz. Para o futuro, este jovem profissional prevê o crescimento do seu escritório e a continuação da realização de um bom trabalho a nível nacional, em que a colaboração e a parceria entre os profissionais da área são fundamentais.
Agente de Execução C.P. 3536 Av. António José de Almeida, nº292, 3º 3720-239 Oliveira de Azeméis Tel: 256 688 949 Fax: 256 683 050 E-mail: 3536@solicitador.net
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Um único balcão, todas as soluções luciana santos - solicitadora Localizado em Alcanene, no concelho de Santarém, o Balcão Único da solicitadora Luciana Santos representa uma mais-valia para a população. Após ter iniciado a sua atividade como solicitadora, registou a marca como Balcão Único, justificado pela localização em que estava inserida.
luciana santos Solicitadora
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onsciente da falta de esclarecimento perante as pessoas, Luciana Santos defende que “deveria existir mais publicidade, principalmente nos meios mais pequenos. Quando a marca ‘Balcão Único’ foi implementada, foi realizada alguma publicidade nos diferentes meios, como por exemplo multibancos. Mas em meios pequenos, com uma população muito envelhecida, esse tipo de iniciativas não têm grande impacto”. Para a solicitadora era importante elucidar as pessoas das vantagens e modo de funcionamento do balcão, sendo que a fácil identificação do serviço pelo seu logótipo, como acontece em outro tipo de serviços era um passo fundamental. A solicitadora define um balcão único como uma “centralização de serviços”, com capacidade para realizar tudo o que um profissional de solicitadoria está habilitado a fazer, nomeadamente a elaboração de documentos particulares autenticados, compras e vendas, doações, partilhas, reconhecimento de assinaturas, certificação de fotocópias, registos automóveis, registos prediais
e comerciais, avaliações de imóveis, legalização de automóveis importados, entre muitos outros serviços. Milhares de atos diários com todo o rigor e rapidez. Sem filas e grandes deslocações. Num balcão perto da população, o serviço de balcão único ajuda a solucionar os diversos problemas com toda a comodidade. Em entrevista à nossa revista, Luciana Santos defende que “a profissão de solicitadoria tem vindo a ser um pouco generalizada, isto é, as competências que foram dadas aos solicitadores e advogados que trabalhavam áreas muito específicas, foram também atribuídas a outras entidades. Desse modo carateriza-se como a grande dificuldade que os solicitadores enfrentam atualmente, pois não lhes foi atribuído apenas a titulação do ato, como fazem o serviço que o solicitador tem capacidade de executar, a procuradoria”. Indicado para pessoas profissionalmente preenchidas, bem como para uma população envelhecida que já não possui capacidades físicas para grandes deslocações. No fundo, o serviço de balcão único desempenha um
papel de companheiro no dia a dia de muitas pessoas, facilitando a resolução de muitos problemas num passo muito simples. Luciana Santos, solicitadora, afirma ainda que é importante a consciencialização, pois “muitas das vezes o cliente tem noção de tudo o que é papel é um dinheiro gasto desnecessariamente, e que tudo é muito caro. Na minha opinião é fundamental incutir nas pessoas de que os valores para regularizar muitas das situações pendentes, é mais acessível e barato do que há uns anos atrás”. Caracterizada como uma profissional ambiciosa, o futuro de Luciana Santos só podia ser promissor. Após incutir um pouco de estabilidade no escritório em Alcanede, a solicitadora pretende criar um novo balcão único, numa área geográfica idêntica. “O estabelecimento de outro balcão passará sempre por uma vila, algo calmo e sossegado, onde exista a verdadeira necessidade dos serviços que o balção dispõe”, revela Luciana Santos.
Solicitadora Cédula: 5023 Rua Dr. Torres Paulo, nº7 2025-055 - Alcanede Telef: 243 102 148 Telm: 910 612 001 E-mail: 5023@solicitador.net
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Balcão Único do Solicitador. Um balcão, todas as soluções Balcão único do solicitador césar marques O Balcão Único do Solicitador (BUS) é o local onde, sem complicações e deslocações desnecessárias, é prestado um conjunto de serviços, por um profissional especialmente habilitado: o solicitador. Figura criada recentemente, o BUS, possibilita de uma forma cómoda e rápida, comprar e vender, doar ou partilhar um imóvel, um automóvel, criar uma empresa, ou certificar fotocópias e traduções, bem como autenticar documentos. Para além, destes serviços pode-se ainda reconhecer assinaturas, tratar de procurações, liquidar impostos, entre outros assuntos. - Sala de atos - Formação Especifica
césar marques Solicitador
“ O Solicitador resolve” César Marques, nascido e criado em Veiros, Estarreja possui cédula profissional de solicitador nº 5616 exerce desde 2011 e é um dos solicitadores em regime de Balcão Único do norte do país. Na ótica deste solicitador, “o cidadão ainda não conhece bem o solicitador, ou o que é que o solicitador pode fazer, e eu e os meus colegas mais novos temos muitas dificuldades em exercer a nossa profissão”. Para este profissional da solicitadoria são inúmeras as vantagens do Balcão Único do solicitador: - Fidelização de clientes, o solicitador tramita os processos desde o seu início até ao término sem deslocações, com uma maior comodidade. - Uma maior economia de tempo e dinheiro, para além da segurança jurídica que o solicitador garante a cada caso.
O porquê do Balcão Único do Solicitador para César Marques Numa fase inicial da sua carreira, César Marques dedicou-se mais à ação executiva. Contudo, com o passar do tempo, foi-se apercebendo de que não era essa a vertente que queria seguir. Já com alguma experiência e prática adquirida e depois de inúmeras
formações, o solicitador decidiu que era o momento de fazer os ‘Documentos Particulares Autenticados’, documentos esses a que a lei atribuiu o mesmo valor legal e probatório que as escrituras públicas feitas no cartório e aderiu ao Balcão Único do Solicitador. “Penso que os solicitadores devem aproveitar este nicho de mercado, e apesar da área imobiliária estar em queda atualmente, é algo a explorar”, salienta o solicitador. Outro mercado em fraca expansão para os solicitadores é o mercado emigrante, e Veiros, em Estarreja, é um exemplo disso mesmo. “Nesta aldeia existem muitos emigrantes nos Estados Unidos da América em França entre outros países e é importante que o solicitador possa fazer o acompanhamento do cidadão lá fora” salienta o solicitador. Para César Marques o “BUS vem trazer reconhecimento e novas competências”. “Eu gosto do que faço, gosto da minha profissão, eu vivo para as pessoas e os problemas das pessoas são os meus problemas”, referiu este profissional da solicitadoria.
Condições necessárias para solicitador em Balção Único: - Estrutura de arquivo - Equipamento Informático
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O balanço está a ser francamente positivo, contudo numa fase inicial não foi fácil para a sociedade entender o que era o Balcão Único do Solicitador e o que nele pode ser efetivamente feito. Na perspetiva deste jovem solicitador, os cidadãos e as empresas que se dirigem ao Balcão Único do Solicitador sabem que estão em boas mãos. “Nós, os solicitadores constituídos em regime de Balcão Único queremos, cada vez mais, que o cidadão e as empresas nos conheçam, que confiem em nós e que juntos podemos resolver os problemas, com a certeza de que a excelência só será alcançada com muito trabalho, formação e divulgação de competências”, esclareceu César Marques. Atualmente, a solicitadoria encontra-se estagnada, é urgente que os solicitadores sejam definitivamente reconhecidos no ordenamento jurídico português e que lhes sejam dadas mais competências, atendendo à formação académica e jurídica necessária ao cabal desempenho das funções de solicitador. Só assim o futuro da profissão poderá ser animador. No entanto, “considero que a solicitadoria não é só para os grandes casos, é também para ajudar nos pequenos casos, nomeadamente, as pessoas e empresas mais vulneráveis que se encontram desacompanhadas”, afirma o solicitador.
Solicitador Cédula Nº 5616 Rua do Molar, 48 3860-629 Veiros-Estarreja Tel/Fax: 234 858 109 Rua de Timor, 99-1º Sala F 3880-180 Ovar Tel/Fax: 256 572 589 E-mail: 5616@solicitador.net
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A evolução do agente de execução Carla barreira - solicitadora e agente de execução O agente de execução, recrutado, inicialmente, de entre solicitadores de execução, passou a desempenhar funções de relevo, nomeadamente, no desenrolar da ação executiva. A este profissional cabia a prática da generalidade das diligências de execução, por exemplo: penhoras, citações, notificações, despejos e arrestos.
e sobretudo, uma estrutura humana qualificada, com formação contínua e virada para uma cultura de excelência, se poderá vencer os novos desafios que se apresentam. Em suma: o Agente de Execução encontra-se sobretudo ao serviço de uma boa e adequada administração da justiça.
Carla Barreira - Agente de Execução
Carla Barreira Solicitadora e Agente de Execução
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ssim, uma das linhas estruturantes da reforma da ação executiva, operada pelo Dec- Lei nº 38/203, de 08/03, constituiu na criação de uma nova profissão – A Agente de Execução. Segundo Carla Barreira, Agente de Execução desde 2010 “ estamos perante um profissional liberal que exerce funções que lhe são atribuídas pelas leis públicas”. Assim sendo, encontra-se estatuariamente sujeito a um regime específico, nomeadamente, em matéria de acesso à profissão e respetiva formação, incompatibilidades e impedimentos, direitos e deveres, remuneração dos seus serviços, controlo e disciplina. Nesta medida, tornou-se fundamental estruturar um novo regime que regulasse a profissão, surgiu então um novo estatuto da Câmara dos Solicitadores, aprovado pelo Dec- Lei nº 88/2003, de 26/04, tendo sido logo estruturada em colégio a especialidade de solicitador de execução.
criada pela aprovação do Dec- Lei nº 226/2008, de 20711, assiste-se ao reforço do papel do Agente de Execução, o que corresponde a um leque mais amplo de competências, no âmbito do processo de execução. Neste sentido, assistimos ao alargamento aos advogados no acesso à profissão. Ou seja, com o novo regime, solicitadores e advogados estão sujeitos a uma formação específica, comum a ambos, destinada à sua inscrição como agentes de execução. Tendo em conta estas alterações, foi criado um novo órgão – a Comissão Para a Eficácia das Execuções (CPEE), sendo este órgão independente da Câmara dos Solicitadores, com competência específica em matéria de acesso e admissão a estágio, de avaliação dos agentes de execução estagiários e de disciplina dos agentes de execução.
A atual fisionomia da profissão
Dada a cada vez maior complexidade das funções de agente de execução, só com uma boa capacidade de organização de meios, uma estrutura física considerável,
Com a recente simplificação da ação executiva,
Carla Barreira
O Futuro da Profissão
Com umas instalações amplamente renovadas, na rua Frei Caetano Brandão, em Oliveira de Azeméis localizase agora o escritório de Carla Barreira – Agente de Execução. Com uma equipa de 6 pessoas, na sua maioria solicitadores e juristas, “ celeridade e empenho” são as características que melhor definem estes profissionais afirma Carla Barreira, que tem em marcha a expansão da equipa. Após ter concluído a sua formação académica, enveredou pela área executiva, e “ foi a partir dai que começou o bichinho da solicitadoria e do agente de execução” adianta esta profissional. Motivação é a palavra-chave que carateriza Carla Barreira. “ Eu sempre gostei de colaborar com a justiça e ajudar na resolução da parte burocrática da justiça, até hoje é isso que me motiva” salienta a Agente de Execução. “ Humildade e saber falar com as pessoas são os segredos para o correto desempenho desta profissão, e comigo as penhoras têm corrido de forma pacífica” revela Carla Barreira. Formadora na Câmara dos Solicitadores, Carla Barreira trabalha com exequentes a nível nacional, sendo que se desloca por todo o país. Aos seus alunos, a agente de execução revela que “ é no terreno que nós colocamos em prática todos os conhecimentos adquiridos”. Relativamente ao estado atual da profissão, Carla Barreira entende que “ que a profissão tem vindo a melhorar muito, devido as novas ferramentas fornecidas pela Câmara do Solicitadores, tem havido uma grande evolução desde 2003 até aos dias de hoje “
Agente de Execução Cédula: 4547 Rua Frei Caetano Brandão, 192 r/c - D. 3720-265 Oliveira de Azemeis Telef: 256 683 873 E-mail: 4547@solicitador.net
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Os desafios dos solicitadores Sérgio pinto - solicitador Sérgio Pinto é um dos quatro solicitadores que trabalham no concelho do Entroncamento. Com escritório aberto desde 2002, não falta trabalho a este solicitador que, conhecido da gente da terra, tem uma área de atuação que vai do Minho ao Algarve. Em entrevista à Revista Business Portugal, Sérgio Pinto explicou quais os grandes desafios desta área e as vantagens do Balcão Único do Solicitador. que, quando existem ações em que é necessário efetuar alegações jurídicas, transitar para um advogado. No entanto, em alguns processos judiciais nós conseguimos dar um certo tratamento conforme a alçada do tribunal. Até à primeira instância há várias coisas que fazemos e não precisamos de ter um advogado a acompanhar. Há, inclusive, advogados que têm nos seus escritórios solicitadores porque há muitas atividades mais práticas que podem ser os solicitadores a desenvolver.
sérgio pinto Solicitador
De forma contextualizar os nossos leitores pedialhe que explicasse um pouco do trabalho dos solicitadores. O trabalho de solicitador é algo complexo porque vai muito para além do trabalho desenvolvido dentro do escritório e que abarca praticamente todas as partes burocráticas. Este trabalho pode ir desde um simples requerimento até a alguns casos em que o solicitador pode ser o secretário de uma assembleia geral de uma sociedade. A área de trabalho é bastante grande e diversificada. Embora existam os chamados ‘solicitadores generalistas’ que fazem praticamente tudo, existem também vários solicitadores que se especializaram em uma determinada área. Eu, pelo meu passado profissional, tenho muito serviço de cadastro geométrico já que trabalhei, desde 1966, em serviços com este tipo de cadastro. Todo o trabalho de correções matriciais e de correções de registro predial que são feitas por algumas empresas com quem trabalho passam aqui pelo escritório. Estou mais ligado a este tipo de trabalho e à área fiscal, enquanto outros colegas estarão mais ligados a outras área. Dentro das áreas genéricas fazemos praticamente tudo com um pequeno impedimento de algumas coisas que a nível judicial têm
O que é que pensa do Balcão Único do Solicitador? Entendo que quem souber explorar o Balcão Único do Solicitador, numa vertente de balcão propriamente dito, consegue desenvolver várias atividades. A visibilidade do balcão único é maior dentro das grandes cidades e é pena não serem exploradas todas as áreas que este balcão faculta. No essencial podem-se fazer várias coisas desde a transmissão de imóveis elaborando os vários tipos de documentos particulares que serão autenticados e depósito desses mesmos documentos, registos on-line de predial, comercial e automóveis, passando pelo reconhecimento de assinaturas, liquidação de impostos, obtenção de certidões e muitas outras coisas. Embora eu não tenha um modelo de balcão típico porque quando decidi abrir o escritório não existia nenhum espaço adequado a esse modelo acho que quem souber explorar esse modelo pode retirar daí benefícios. Quais são os grandes desafios enfrentados nesta área? São vários. Primeiro, é complicado, porque as pessoas atualmente não têm dinheiro. Há muitas coisas que são caras e as pessoas fogem um pouco a estes custos. Eu lembro-me que quando abri o escritório ninguém perguntava o custo das coisas, hoje as pessoas pedemme que faça um orçamento. Por isso mesmo, tento sempre que os meus clientes consigam resolver os seus problemas gastando o mínimo possível e para isso aconselho-os. Este aconselhamento é muito importante porque os meus clientes sentem que têm alguém que os acompanha e os ajuda e assim estabelecese uma relação de confiança muito positiva. Além disso, há muitas pessoas de idade que me procuram com questões simples mas que para elas são muito complexas e eu procuro ajudar sempre a esclarecer essas dúvidas. Depois há também o problema da concorrência. A concorrência hoje é muito grande e a maior é mesmo
a do ‘pseudo solicitador de vão de escada’. Nós procuramos, sempre que possível denunciar esses casos. Aqui, no Entroncamento, não se passa muito isso mas em localidades aqui à volta há muita gente a trabalhar clandestinamente. Isso é algo muito negativo porque fazem as coisas mal e depois quando as pessoas vêm ter connosco para resolver os problemas já é difícil. Uma questão que se resolvia com pouco dinheiro acaba por custar muito mais. Aliado a isso, ultimamente têmse formado demasiados solicitadores que saem das universidades e não têm capacidade de abrir o seu próprio escritório nem encontram outras oportunidades dentro da área. Depois, a formação que esses jovens trazem é um pouco deficiente. Muitos dos solicitadores acabados de sair das universidades e politécnicos nem um documento particular sabem fazer. Isto é mau para a classe porque a classe fica mal vista com os erros que eles cometem. Por fim não quero esquecer que a Câmara de Solicitadores está a desenvolver uma nova área de trabalho, relacionada com os levantamentos topográficos georreferenciados, denominado “GEOPREDIAL”, que irá permitir a um leque vasto de solicitadores desenvolverem a sua atividade nessa área, muito especialmente no norte e centro do país onde não existe cadastro geométrico.
Solicitador Cédula: 2359 Rua 5 de Outubro, 57-1ºDt 2330-095 Entroncamento Tel: 249 711 016 Fax: 249 711 066 Rua da Palmeira, 7, Aldeia dos Redondos 3100-003 Pombal Cerro da Maritenda - Casa do Alto - CP 109 Z 8100-084 Boliqueime Tel: 289 366 197 Telem: 917 827 898 E-mail: spinto_solic@iol.pt
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“Muitas pessoas não sabem o que faz um solicitador” Andreia pinheiro - solicitadora Encontramos Andreia Pinheiro no primeiro andar de um edifício do centro histórico de Amarante. Com escritório montado neste local há três anos a solicitadora, que é também agora agente de execução, explicou que existe ainda muito desconhecimento sobre esta profissão.
andreia pinheiro Solicitadora e Agente de Execução
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erá surgido no início do séc. XII. Nessa altura o solicitador era alguém ligeiramente mais instruído que a restante população da aldeia ou vila e ajudava as pessoas na elaboração de certos documentos. Figura que acompanha as partilhas, que faz o louvor aos terrenos, que corrige áreas e que faz escrituras. É possivelmente esta a imagem que, diz Andreia Pinheiro, “as pessoas mais antigas ainda guardam do solicitador”. Mas dessa altura até agora a profissão evolui e os profissionais desta área possuem hoje muito mais competências. Se, por um lado, a população mais antiga, principalmente no meio rural, ainda guarda uma imagem do solicitador mais ligado às partilhas, Andreia Pinheiro não tem dúvidas que quando se fala da camada mais jovem da sociedade, difícil será encontrar quem saiba o que faz um solicitador, ou quem não o associe ou confunda com um agente de execução. Ao que ao segundo ponto diz respeito, a solicitadora não tem dúvidas que a confusão surge
pelo “maior mediatismo que tem a figura dos agentes de execução”. Por isso mesmo, Andreia Pinheiro esforça-se por esclarecer o papel do solicitador explicando desde logo a exigência de se ser licenciado na área para poder exerce a profissão. A solicitadora refere ainda: “Hoje temos muito mais competências que no passado. Competências que passam, desde logo, pela área do notariado, já que podemos fazer documentos particulares autenticados, no fundo escrituras, mas também pelo acompanhamento integral quer de uma empresa em toda a sua atividade, quer de particulares em todas as questões do quotidiano que envolvem a compra de um veículo, o investimento num terreno, a realização de um crédito”. Informações importantes já que, garante, “muitas vezes as pessoas não recorrem de imediato aos solicitadores porque não sabem muito bem o que eles fazem, nem as vantagens dos serviços que oferecem”.
Mais ligado às empresas, o escritório de Andreia Pinheiro centra-se na área da solicitadoria, embora a profissional tenha recentemente alargado o seu leque de serviços e áreas de atuação. “A minha incursão na vertente da execução surgiu recentemente e derivou da necessidade de completar as minhas competências. Quanto mais opções tiver e reunir no meu escritório mais serviços coloco à disposição dos meus clientes e, uma vez que trabalho com empresas essa vertente de agente de execução é bastante importante”. Com uma concorrência cada vez mais notória, “há cada vez mais licenciados em solicitadoria e em Amarante existem vários solicitadores”, a oferta de um leque variado de serviços é crucial mas não chega. A solicitadora refere que é necessário cada vez mais “não se limitar a fazer apenas o que os outros já fazem, sendo fulcral procurar acrescentar mais à formação conseguindo assim prestar um melhor serviço ao cliente”. Os desafios hoje passam acima de tudo, nas palavras de Andreia Pinheiro, pelo “facto da lei estar sempre a mudar e com isso se alterarem os procedimentos”. É por isso fundamental, nas palavras da solicitadora, estar cada vez mais informado e especializar-se porque como refere,“com tanta informação dispersa nós não conseguimos abarcar todos os conhecimentos, em todas as áreas”. Nesse sentido, Andreia Pinheiro tem investido continuamente na sua formação, e para além de se ter inscrito como agente de execução, fez ainda um curso de especialização em registo de notariado para ter um pouco mais de saber. No futuro para além de continuar a dedicar-se às empresas e também às partilhas e registos antigos de terrenos, as áreas que mais a fascinam, a solicitadora tem como perspetivas “evoluir, abraçando novos projetos e conquistando novos clientes”.
ANDREIA PINHEIRO
Solicitadora & Agente de Execução Notariado, Registos e Contratos; Familia e Sucessões; Recuperação de Créditos; Fiscal Rua 31 de Janeiro, 208, 1º Esq |4600-043 Amarante (Zona Histórica de Amarante – Arquinho) Tlf: 255 107 205 |Fax: 255 100 026| Tlm: 925 840 834 | E-mail: 5248@solicitador.net
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Mais saúde
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ramo da saúde assume vital importância nos dias de hoje. Assim sendo, a atividade do Ministério da Saúde é enquadrada e estruturada de acordo com diplomas legais. Antes de mais, pela Constituição da República Portuguesa, que garante o direito à proteção da saúde. A Lei de Bases define, por sua vez, os princípios da política da saúde. O sistema de saúde resulta de um processo evolutivo de aperfeiçoamento constante, influenciado por determinantes diversificadas que não dependem apenas das decisões governamentais, mas também, da participação e adesão das forças envolvidas, destacando-se os profissionais de saúde e, em especial, os cidadãos. Dentro da área da saúde o mercado de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) foi liberalizado em 2005, com a autorização de venda destes medicamentos fora das farmácias e o estabelecimento de um regime de preços livre. Existem muitos MNSRM diferentes, alguns classificados como MNSRM há muito tempo, e para os quais existe um conhecimento alargado de seu perfil de segurança e eficácia. Existem outros MNSRM mais recentes, cuja dispensa ao público iniciou-se como sujeita a receita médica e posteriormente foi alterada para não sujeita a receita médica. Nesta edição da Revista Business Portugal damos conhecimento das empresas Jaba Recordati e Ciclum Farma, exemplos na comercialização de medicamentos de venda livre.
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Ciclum/XXXIV/Jun14
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A inovação em proteção solar Ciclum farma Ladival é a primeira linha de proteção solar no mundo que, para além de proteger contra os raios UV-A e UV-B, também protege contra a radiação Infravermelha-A. Estudos recentes comprovam que a radiação Infravermelha-A penetra nas camadas mais profundas da pele, sendo responsável pela destruição das fibras de colagénio e do envelhecimento prematuro da pele. Sobre este produto falamos com Moisés Apura, diretor geral da Ciclum Farma.
Ladival é uma referência nos produtos de proteção solar. Qual o fator diferencial do produto Ladival relativamente a outros produtos similares? A maioria das pessoas pensam que ter uma pele bonita e saudável é exporem-se ao sol umas horas na praia para bronzearem r a p i d a m e n t e, quando na realidade estão a despoletar o envelhecimento precoce da pele, o aparecimento de rugas, a provocarem queimaduras e a facilitarem o possível desenvolvimento de cancro cutâneo. No entanto, para evitarem todas as situações nocivas devem usar um protetor solar que seja completo e Ladival® responde a estas exigências. Ao aplicarem Ladival® não terão um bronzeado rápido mas sim gradual e natural porque Ladival® é um verdadeiro ecrã protetor da agressão dos raios ultravioleta (UVA e UVB) e, também, dos raios infravermelhos (IV-A). Apenas os raios infravermelhos (IV-A) penetram nas camadas mais profundas da pele (hipoderme), e também são responsáveis pela destruição das fibras Moisés apura Diretor-Geral
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de colagénio, pelo envelhecimento prematuro da pele e formação de cancro cutâneo. É reconhecido o efeito dos antioxidantes contra o envelhecimento prematuro da pele e através de investigação específica às propriedades de cada um dos antioxidantes isoladamente, conseguiuse encontrar a combinação perfeita da fórmula de proteção solar contra os efeitos dos raios IV-A. Os filtros UV-A e UV-B possuem uma estrutura química que permite transformar os fotões solares em energia térmica inofensiva e penetram até à camada córnea da epiderme. Assim, uma proteção eficaz deve ser feita desde as camadas mais profundas da pele e os protetores solares convencionais atuam à superfície da pele, não oferecendo proteção suficiente contra os raios IV-A. Para além destas características, Ladival® não tem corantes, não tem perfumes, não tem emulsionantes PEG e não tem parabenos, sendo o mais adequado para todo o tipo de peles sensíveis e crianças. Ladival® é um protetor solar que respeita a pele e evita reações alérgicas. Sendo líder do mercado farmacêutico na Alemanha há cerca de 25 anos, qual a gama de oferta existente atualmente em Portugal? Desde 1984 que a nossa investigação, nesta área, tem procurado responder às necessidades identificadas pelos médicos para melhor responder à proteção nociva dos raios solares durante todo o ano, em situações extremas de desportos na neve, maratonas, praia e envelhecimento da pele. Em Portugal, temos uma gama de oferta de Ladival® alargada e adaptada a vários tipos de pele e utilização, dividida por três linhas de apresentação: corpo, rosto e peles tatuadas: Quais as principais características do produto? Cada linha de apresentação tem características comuns e outras especificas à utilização e local do corpo. Linha de Corpo • Ladival® Peles Sensíveis ou Alérgicas tem uma aparência leitosa, em gel, sem emulsionantes e sem gorduras, de aplicação agradável e ótimas propriedades cosméticas. É uma inovação na prevenção da alergia solar e da acne de Maiorca • Ladival® Crianças e Peles Atópicas em leite protetor solar, emulsão em água em óleo, à prova de água. É ideal para as crianças que gostam de brincar na água porque estão mais protegidas e não têm necessidade de frequentes aplicações. • Ladival® Pós-Solar desenvolvido especialmente para casos de alergia ao sol e acne aestivalis. É hidratante, rapidamente absorvido sem deixar gordura e hipoalérgico. Linha de rosto A pele do rosto e das costas das mãos denunciam a nossa idade por estar exposta ao sol todos os dias do ano. Os raios infravermelhos (IV-A) são um dos fatores externos do envelhecimento cutâneo e provocam
rugas em profundidade, flacidez e manchas, pelo que é importante proteger da exposição solar. • Ladival® Peles Sensíveis ou Alérgicas; é um protetor solar facial em gel creme, sem óleo, de rápida absorção e é o ideal para peles com tendência para a acne. Pode ser usado como creme diário, uma vez que protege e hidrata a pele em profundidade. • Ladival® Anti-Manchas; a composição da sua fórmula previne eficazmente o aparecimento de manchas e reduz visivelmente as manchas já existentes, dando um tom uniforme à pele. Suaviza as rugas de expressão, aumentando a luminosidade da pele. • Ladival® Serum Regenerador; o uso diário ajuda a recuperar o equilíbrio natural depois da exposição solar e contribui para a regeneração das células da pele. Previne os sinais de envelhecimento e protege o ADN celular preparando a pele para nova exposição solar. • Ladival® Stick Labial; protege os lábios do efeito solar mantendo-os hidratados. Linha Peles Tatuadas A proteção e hidratação diária da pele tatuada com exposição solar é importante para manter a tatuagem por mais tempo com as cores vivas. Nos locais do corpo onde a pele é mais fina – pulso, mãos, tornozelo ou zonas mais sensíveis - a penetração dos pigmentos não é muito profunda e é mais fácil o desbotar da tatuagem, sendo necessário um protetor solar adequado. • Ladival® Peles Tatuadas; tem na sua fórmula agentes hidratantes para uma máxima hidratação, contendo também pró-vitamina B5 (dexpantenol) e vitamina E, que contribuem para a regeneração celular. Ladival® Peles tatuadas tem alta resistência à água. O Ladival é um produto de venda livre. Onde se encontra à venda? Ladival® é comercializado exclusivamente em farmácias. No entanto, em caso de dificuldade em encontrar disponível na sua farmácia, poderá comprar diretamente através da nossa loja online, visitando o nosso site www.ciclumstada.pt . Um produto sem perfume, corantes ou conservantes artificiais. Quais as vantagens do Ladival? Porque é que no momento de decisão, deve ser o produto de eleição do consumidor? A vasta gama de Ladival® permite que possa ser usado durante todo o ano em diferentes situações continuando a usufruir do sol ao ar livre. O facto de Ladival® não ter conservantes, corantes e perfumes pode ser usado por pessoas de pele mais sensível ou alérgica. Ladival®, para além de proteger dos efeitos nocivos do sol, tem propriedades que ajudam à regeneração da pele, evita o aparecimento de manchas, evita as queimaduras, mantem a pele hidratada e é à prova de água. Ladival® é o ideal na proteção da tatuagem, no desporto e trabalho ao ar livre, na praia, na neve ou no campo.
Nesta primeira fase, Ladival® tem sido divulgado através de diferentes revistas, nos médicos e farmacêuticos e nas farmácias. Como tem sido a adesão ao produto Ladival em Portugal? As pessoas que usam Ladival® estão satisfeitas e fidelizadas. Temos conhecimento desta satisfação através das muitas cartas e emails que recebemos a darnos conhecimento, principalmente do uso em crianças. No entanto, o grande obstáculo que temos encontrado não é na adesão do utilizador mas sim na disponibilidade das farmácias quererem dispensar um produto exclusivo da farmácia. Os farmacêuticos falam muito na situação difícil das farmácias em Portugal, mas não compreendemos que preferiram vender outros produtos que estão disponiveis em todo o tipo de lojas comerciais, incluindo supermercados, do que um produto exclusivo e que fidelize o utente à sua farmácia, contrariamente ao que acontece nos outros países! Felizmente que algumas farmácias, com mais visão estratégica, aceitaram imediatamente ter um produto exclusivo e único. Como tínhamos muitos telefonemas de potenciais utilizadores, a perguntarem onde podiam encontrar Ladival®, porque nas farmácias da sua zona de residência não encontravam disponível, decidimos facultar uma outra forma de satisfazer os utilizadores através da criação da nosssa loja online. No ano de 2014 serão lançados novos produtos OTC’s? Em Portugal, o Grupo STADA tem duas empresas afiliadas; Ciclum Farma, Lda, especializada em medicamentos genéricos, e Stada, Lda, focada na comercialização de marcas e produtos de venda livre. A nossa estratégia é continuar a apostar nos medicamentos genéricos e biossimilares através da Ciclum Farma e no lançamento de produtos de marca e venda livre pela filial Stada. Nos últimos anos temos lançado duas a três marcas por ano e neste momento já comercializamos 13 marcas. Para este ano, além da extensão da gama Ladival®, iremos lançar mais 3 produtos diferentes neste segmento de produtos de venda livre, exclusivos e únicos para farmácia.
De que forma é que o produto tem sido divulgado?
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Sal que não faz mal… e outros produtos em prol de uma vida saudável Jaba recordati É reconhecido por todos que o consumo excessivo e prolongado de sal está associado a vários problemas de saúde. Mas, o que ainda precisa ser esclarecido é que o verdadeiro problema do sal é um dos seus principais constituintes: o sódio. O sódio é um nutriente essencial ao organismo mas, consumido em excesso, comporta sérios riscos para a saúde estando relacionado com o aumento da tensão arterial, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), insuficiência renal, problemas hepáticos, entre outros. Nesta senda, a Jaba Recordati alargou o seu portefólio com uma solução que constitui uma mais-valia na área da prevenção da doença e promoção da saúde, representando um coadjuvante à terapêutica: o SAL&VIDA®. Nelson Pires, general manager da Jaba Recordati falou-nos sobre este e outros produtos que distinguem esta empresa farmacêutica. A missão da Jaba Recordati passa por contribuir de forma significativa para um melhor estado de saúde das populações que servem. De forma se alcança este propósito? Este propósito, ou melhor esta missão, alcança-se com o espírito de missão típico de qualquer desafio gigantesco dado que pretendemos ser um “player” especializado, reconhecido como inovador e sustentável no mercado farmacêutico. Apenas o conseguimos no dia-a-dia, comercializando produtos farmacêuticos de elevado valor acrescentado, que proporcionem efetivamente mais e melhor vida. Beneficiando não só os doentes e técnicos de saúde, mas também todos os outros stakeholders – clientes, acionistas, parceiros científicos e comerciais, colaboradores e suas famílias. A Jaba Recordati já nos habituou a produtos e serviços inovadores. Um dos produtos que tem merecido mais destaque é o ‘Sal & Vida’. Como tem sido a aceitação deste produto por parte dos portugueses? Tem sido muito positiva, com um nível de notoriedade e conhecimento da marca elevadíssimo. Acima de tudo o reconhecimento que é possível atualmente alimentarmo-nos de forma equilibrada ao nível de sódio (ou seja sal) sem correr riscos cardiovasculares. Pois o consumo excessivo de sal é um dos factores de risco mais elevados para a nossa saúde cardiovascular. Sal&Vida® é o único sal natural que não faz mal. Acresce o fato num país como Portugal em que o adultos consomem o dobro de sódio (sal) que deveriam consumir e as crianças o triplo, devemos realmente de ter muito cuidado com este factor de risco. E Sal&Vida® ajuda a resolver este problema.
Nélson pires General Manager
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Quais os resultados mais imediatos que os utilizadores do ‘Sal & Vida’ beneficiam? Para além do prazer da comida temperada com sal, tão apreciada pelos povos latinos, ao fazê-lo (mesmo nos doentes de alto risco como os diabéticos ou idosos que deveriam comer comida insonsa ) não está a consumir
Ref.: 220/2013
A VIDA SEM SAL NÃO TEM SABOR Dê sabor às suas refeições sem prejudicar a sua saúde. Todos os anos morrem 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo devido ao consumo excessivo de sal. O verdadeiro responsável é o sódio, um mineral que constitui 40% do sal tradicional. Dados da Sociedade Portuguesa de Hipertensão indicam que bastaria cada português consumir menos 1,6g de sódio para termos menos 7.000 mortes por ano no nosso país. Por isso chegou SAL&VIDA , o sal 100% natural com 5 vezes menos sódio. ®
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SAL&VIDA , O SAL NATURAL QUE NÃO FAZ MAL
Lagoas Park, Edf.5, Torre C, Piso 3. 2740-298 Porto Salvo, Portugal | Tel.: 21 432 95 00 Fax: 21 915 19 30 | www.jaba-recordati.pt | Capital Social de 2.000.000,00 Euros | Contribuinte nº 500492867 matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Cascais sob o mesmo número.
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sódio, logo não está a aumentar o risco cardiovascular. Mas está a ter prazer na sua refeição com um produto saudável e 100% natural. Tem o sabor do sal pois é um produto natural (ao contrário de outros que existem no mercado que são produtos quimicamente alterados e não sal natural). Por outro lado, devido aos oligoelementos presentes exclusivamente no Sal&Vida®, os consumidores aindam retiram outros benefícios que se coadunam com a beleza de pele e bem-estar. Consegue ainda um modo de administração muito “cool” e inovador, pois a apresentação em spray líquido permite que ao utilizar esta formulação (4 a 6 sprays/pulverizações por pessoa, dependendo de como gostar da sua comida, mais ou menos saudável) seja temperado uniformemente por todo o prato. De forma a maximizar a duração da embalagem, recomendamos que toda a comida seja feita sem sal e depois temperada no tacho ou no prato depois de confeccionado. Desta forma uma embalagem de 250 ml dura 3 meses para uma família de quatro pessoas. E é excelente a temperar saladas. E a longo prazo? A curto, médio e longo prazo consegue fazer prevenção primária e secundária (depois dos eventos) de eventos cardiovasculares, pois como é sabido o consumo excessivo de sal (ou sódio, neste caso) é um factor de risco relevante na doença cardiovascular. Aliás a DGS tem divulgado programas de educação para a saúde precisamente sobre este perigo do consumo excessivo de sódio/sal (a OMS recomenda o consumo de 4mg/ dia e em Portugal consome-se 12mg/dia). Como tal, ao consumir Sal&Vida® está a proteger-se de forma natural deste potencial risco que é o consumo excessivo de sódio e das suas consequências cardiovasculares. Existem outros produtos na área alimentar a serem trabalhados pela Jaba Recordati? Na área alimentar estamos a ponderar e a estudar e avaliar o mercado, até porque somos “newcomers”
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neste segmento e pretendemos conhecer melhor os Critical Success Factors do mesmo. Expandimos a comercialização e Sal&Vida® para a distribuição moderna e o canal Horeca, pelo que no final contamos poder desenvolver uma visão estratégica para este segmento. No entanto, o próprio Sal&Vida® permitenos lançar extensões de gama sem fim à vista.Nesta edição damos igualmente destaque aos medicamentos de venda livre, designados de OTC’s. Esta é uma área em que a Jaba Recordati é também particularmente forte… A área de OTC é muito dinâmica na nossa companhia. Quer com produtos como Guronsan®, TransAct® Lat, Aloclair®, Euphon®, Microlax®, ou seja, marcas muito reconhecidas e consumidas pelos portugueses. Estamos neste momento a finalizar a análise de um novo produto. Pretendemos lançar um novo OTC por ano. Na medida em que o volume de investimento inicial é muito superior, e para atingir o retorno a dois anos, que é o objetivo traçado pela empresa, implica um enorme esforço financeiro. A Jaba Recordati utiliza antes do lançamento ferramentas de “crowdsourcing” e pretendemos posteriormente lançá-lo nos mass media. Deste modo é um grande esforço financeiro que implica retirar de outros retornos e lucros. Assim sendo, o nosso objetivo é lançar um OTC por ano, seja na área da saúde oral, bem-estar e estilos de vida ou na área da pediatria. Em que áreas temáticas está a Jaba Recordati presente neste segmento? Estamos presentes nos segmentos tradicionais e core da companhia: Saúde oral (com Aloclair® e Euphon®; bem estar com Guronsan®; Dor com Frenalgil® e TransAct® Lat; Saúde infantil com Biogaia®, Microlax® lactente e Casenlax® (recentemente adquirimos a companhia Casen especializada na área gastro e pediatria); e, finalmente na área da Saúde do adulto com Microlax® adulto, Citrafleet® e Procto-Glyvenol®. Isto é, estamos focados nas nossas áreas core competences que nos permitem um nível de especialização e conhecimento
dos segmentos elevado. Por outro lado, estamos a reforçar a nossa presença com estes segmentos no marketing digital e social media, que nos permitirá ainda conhecer melhor os nossos consumidores e satisfazer melhor as suas necessidades. Há algum projeto a decorrer nesta área? Para além de estarmos a estudar novas oportunidades ao nível de novos produtos para lançar ainda este ano, estamos acima de tudo a repensar mudanças ao nível organizacional e da forma como comunicamos. E aí temos inúmeros projectos. Iniciámos campanhas de crowdsourcing para levar o consumidor a participar no posicionamento e campanha de alguns produtos; estamos a analisar novos modelos de Supply Chain e distribuição; construímos um sistema de E/B Learning que estamos a lançar neste momento; e estamos a redefinir a nossa estratégia de Marketing Digital e Social Media. Como gostaria que os portugueses definissem a Jaba Recordati? Gostaria que nos percecionassem como uma companhia farmacêutica multinacional de investigação inovadora (quer ao nível de produto quer organizacional), interrnacionalizada e dinâmica, com um elevado rigor ético e científico, financeiramente estável para trabalhar, com uma cultura meritocrática e de responsabilidade social e com um conjunto de colaboradores de elevada qualidade e compromisso e dedicação à nossa missão; e cuja missão e compromisso é o de acrescentar mais e melhor saúde a todos os portugueses (Médicos, Farmacêuticos, Enfermeiros, Doentes e outros stakeholders da saúde).
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portugal sou eu
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Portugal Sou Eu, aprovado pela resolução do conselho de ministros 56/2011, é um programa do Ministério da Economia que tem como principal objetivo a valorização da oferta nacional. Este programa surgiu numa altura em que tal como agora a economia nacional enfrenta um conjunto de desafios, incluindo-se a dinamização do seu tecido empresarial, uma aposta na reindustrialização e em bens transacionáveis como fundamentais. Este programa através de um conjunto de iniciativas procura melhorar a competitividade do país, e contribuir para o equilíbrio sustentado da balança comercial. Isto é, pretende reforçar o desenvolvimento das empresas portuguesas, através da valorização da oferta nacional, com base numa estratégia coletiva inovadora e diferenciada, capazes de funcionar como argumentos distintivos para a recuperação económica e promoverem o reforço do tecido económico. O Portugal Sou Eu tem o objetivo de aumentar a produção nacional através da dinamização do mercado interno, mas contribuindo também para criar condições para aumentar o número de empresas com implementação em novos mercados, nomeadamente, de nível internacional. A boa operacionalização do programa e das iniciativas do Portugal Sou Eu é assegurada por um órgão operacional composto pela AEP, AIP, CAP e liderado pelo IAPMEI que trabalham em parceria para alcançar o sucesso desta iniciativa. Qualquer empresa ou instituição pode associar-se à iniciativa Portugal Sou Eu, tornando-se desta forma consciente da importância que a valorização da produção nacional representa para a sustentabilidade económica e a criação de emprego em Portugal.
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pela qualificação das empresas Nerba O Nerba, como associação empresarial de âmbito regional, tem a missão de contribuir para a qualificação das empresas suas associadas, através da transferência de informação e da disseminação de boas práticas em matérias de gestão, competitividade, inovação e internacionalização, ajudando assim a transformar e a modernizar as empresas numa óptica de criação de valor. Conversámos com António Eduardo Malhão, presidente da direção da associação.
Quais os valores do NERBA? Os valores do NERBA são prioritariamente orientados para a cooperação institucional, para a defesa de um associativismo forte e de uma comunidade mais justa e mais solidária no acesso ao mercado de trabalho, seguindo os princípios da transparência, da isenção e da legalidade.
hernâni dias, pedro passos coelho e eduardo malhão Presidente da CM de Bragança, Primeiro-Ministro e Presidente do NERBA
Norma Rodrigues, Hernâni Dias e Pedro Passos Coelho Diretora Geral da AIP, Presidente da CM de Bragança e Primeiro-Ministro
Pedro Passos Coelho visita a Expo Trás-os-Montes
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O que é que mudou ao longo destes 30 anos? Essencialmente mudaram os mercados, tendo-se tornado cada vez mais abertos, mais competitivos e mais globalizados. Depois, em matéria de regulação há mudanças bastantes assinaláveis que introduziram mais exigências e um maior controlo na relação com os consumidores. Ao nível fiscal, contabilístico e financeiro verificaram-se também alterações profundas e com impacto significativo na vida das empresas. Por último, refiro os grandes avanços tecnológicos e a chegada da era digital que vieram revolucionar por completo os sistemas de gestão e toda a cultura organizacional das empresas. Quais as vantagens das empresas em serem associadas do NERBA? Existem muitas vantagens, as quais vão muito para além da defesa e da valorização das empresas. Desde logo, o cheque formação que permite que os associados recuperem o valor das suas quotas beneficiando de horas de formação gratuitas num valor equivalente às mesmas. Refiro ainda as vantagens que advêm da sua participação em programas co-financiados como as ações modulares ou o MOVE-PME. Para além disso, beneficiam de descontos em todas as iniciativas promovidas pelo NERBA, designadamente feiras, seminários e sessões de informação e esclarecimento. Por último, existem também os descontos protocolados com os nossos parceiros do cartão de associado, os quais permitem igualmente um retorno direto do valor das quotas. Relativamente ao programa ‘Portugal Sou Eu’, quais são as mais-valias? Fundamentalmente o ‘Portugal Sou Eu’ posicionase como uma boa estratégia de marketing que visa consciencializar os consumidores para a importância de
comprar o que se produz no país, numa perspetiva de apoio à economia e à criação de emprego. Por essa via, a nossa matriz identitária também sai reforçada, uma vez que o programa une o país em torno de um objetivo comum e de um ideal mobilizador representado pelo desígnio nacional de fazer crescer a nossa economia. Como é que caracteriza o tecido empresarial transmontano? A estrutura do tecido empresarial da região não representa uma ilha mas antes uma pequena réplica do tecido empresarial do país como um todo, uma vez que em ambas as situações predominam micro e pequenas empresas de matriz familiar, pouco profissionalizadas em termos de gestão, descapitalizadas e com baixa propensão à internacionalização. Diria mesmo que os problemas das empresas de Trás-os-Montes são em muitos aspetos similares aos das empresas de outras regiões do país.
EXPO TRÁS-OS-MONTES As maiores empresas exportadoras da região estiveram presentes na Expo Trás-os-Montes, que se realizou em Bragança de 30 de maio a 1 de junho. A sua organização foi da responsabilidade do NERBA, que pretendeu afirmar este certame como uma mostra da capacidade produtiva da região, este ano com especial enfoque nas organizações que apostam na internacionalização e na inovação como forma de reforçarem a competitividade. Ao longo de três dias de certame, cerca de 100 empresas projetaram uma imagem positiva da região transmontana, divulgando a sua capacidade empreendedora, os produtos e serviços que colocam no mercado português e além-fronteiras, bem como oportunidades de negócio. Além disso, a Expo Trásos-Montes foi também uma montra dos produtos de excelência com origem na região. Pelo terceiro ano consecutivo, o NERBA lançou o desafio aos produtores, aos empresários, aos artesãos, às escolas, aos operadores turísticos, aos municípios e outros agentes de desenvolvimento, confirmando a determinação de todos em aproveitar o enorme potencial da economia regional.
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“Um verdadeiro prazer de degustação para o mais exigente apreciador” Quinta holminhos A Quinta Holminhos é uma empresa familiar que nasce nos anos 90, resultado de uma longa tradição de exploração de produtos agrícolas. A propriedade localiza-se na freguesia de Seixo de Manhoses, em Vila Flor, em pleno Douro Superior.
vítor teixeira Produtor
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registo da marca Holminhos surge no ano de 2003, sendo o primeiro vinho comercializado em meados de 2004, caracterizado pela singularidade e microclima próprio, cujas virtudes naturais conferem aos seus vinhos uma personalidade única e inconfundível. Vítor Teixeira, manager da empresa, explica que “a vinha é plantada ao alto e em patamares, produzindo uvas de qualidade superior com predominância das castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca”. Nas atuais instalações o vinho é armazenado, engarrafado e embalado, desde a apanha até à entrega ao consumidor final, todo o processo passa por Vítor Teixeira, um produtor ambicioso, que pretende “elevar o seu sabor único, fazer pulsar o seu aroma frutado e a sua cor sublime”. Um produto muito idêntico ano após ano que valoriza o mercado nacional, mas ambiciona o mercado internacional, estando neste momento a reunir as condições necessárias para dar o salto e captar novos mercados. “Atualmente, estamos presentes na Alemanha, onde já marcamos presença há cinco anos. Em situações pontuais já fornecemos países como Itália e brevemente exportaremos para Angola, ainda com a possibilidade de alcançar o mercado brasileiro”. O ano de 2014 é definido por Vítor Teixeira como sendo “um ano de mudança que passará por reestruturar a
empresa e estabelecer condições para poder dar resposta às necessidades do mercado”. Os projetos são inúmeros. A adega está a ser ampliada, estando a ser realizado outro pavilhão da mesma dimensão do atual, bem como a criação de um outro espaço denominado de Centro Interpretativo do Vinho e da Vinha (Wine House). A Wine House será um espaço diferente. Um futuro ponto de referência na região para usufruir de degustações de vinho, acompanhado com petiscos ou cursos de iniciação de provas. Um vasto conjunto de atividades, demarcado num espaço com 208m2 com uma pequena cozinha de apoio, Vítor Teixeira revela que “as duas obras permitem à Holminhos trabalhar em melhores condições e que para o público geral tem possibilidade de interagir e ter o contato real com as nossas práticas e com os nossos produtos. Desejamos também criar um roteiro de várias atividades que possamos promover no concelho, criando pacotes turísticos que atraia pessoas à região, proporcionando momentos de lazer diferentes, conhecendo Vila Flor e aprendendo mais de vinhos através da nossa marca. Será um marco para a nossa empresa num momento em que neste presente mês de junho comemoramos o 10º aniversário”. A Quinta Holminhos aderiu à iniciativa Portugal Sou Eu, defendendo que “o consumo dos produtos nacionais
deveria ser uma prioridade para o consumidor final, pois existe uma oferta de produtos muito boa e que deve ser valorizada. Considero que nos devemos unir, pois Portugal merece e precisa que privilegiemos o que é nosso e acho que é uma boa forma de fazer campanha e informar o consumidor de que produzimos com qualidade, representando uma mais-valia”. A aposta no crescimento da marca e a intervenção em novos projetos caracteriza a Quinta Holminhos. Atualmente estão envolvidos no desenvolvimento de um sistema que permitirá às empresas produtoras de vinho um melhor controlo sobre o gosto da rolha nos vinhos. O sistema reconhecido como Encork será baseado na tecnologia de deteção de odor aplicado com sucesso em narizes eletrónicos que permitem a deteção de concentrações muito baixas de compostos orgânicos voláteis, desse modo será permitido separar as rolhas contaminadas antes de entrarem no sistema de engarrafamento. Um crescimento sustentável que prevê um futuro promissor. Acompanhando todos os projetos que estão em processo de execução, Vítor Teixeira revelase esperançoso e não deixa passar a oportunidade de desafiar os nossos leitores que ainda não conhece os seus produtos, a irem comprar uma garrafa e a degustar com cuidado e com prazer, pois não se irão arrepender.
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Uma força da natureza Azeite jão da barbas Maria Constança Doutel de Andrade, de 84 anos, é a orgulhosa produtora do Azeite Virgem Extra DOP Biológico João das Barbas. Com uma vida rica de experiência e conhecimento, esta transmontana começou a embalar azeite com 79 anos e alcançou já diversos prémios. qualidade muito superior a um azeite dito tradicional. “Este ano está muitíssimo bom. Este produto resulta da junção das várias cultivares existentes no casal”, finalizou a produtora.
Turismo de habitação “Q’entre quem é”
Maria constança de castro doutel de andrade Produtora
“D
urante 20 anos meti a azeitona na Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, mas era diferente, não era o meu azeite, era de todos, e eu queria fazer o meu azeite”, começou por nos contar Maria Constança, revelando as suas raízes. “Sou natural do Porto, mas é na aldeia de Cabanelas onde estão as minhas raízes paternas e todas as vivências da minha família, e em Vila do Conde, onde andei no colégio, tenho as minhas amizades e onde tenho vivido a maior parte da minha vida”.
O nascimento dos azeites João das Barbas e Mitança “Era um sonho que acalentei durante anos. Tive que aumentar a produção, pois era insuficiente para fazer face às necessidades. Após uma análise ao mercado constatei também que a aposta deveria recair na qualidade em detrimento da quantidade”, afirmou Maria Constança. Com o projeto de produzir e embalar o próprio azeite, esta empreendedora de idade avançada, mas de espírito jovem, tinha a missão de encontrar o nome adequado para este produto biológico. Assim sendo, e com a figura paterna como uma referência, nasceu o azeite João das Barbas, nome pelo qual era conhecido João Doutel de Andrade, o pai de Maria Constança. “Encontrei a marca e a homenagem que queria fazer ao meu pai”, recordou com emoção a nossa entrevistada. Este azeite DOP tem na sua composição três variedades de azeitonas: cobrançosa, madural e verdeal transmontana. Logo no primeiro ano de embalamento, em 2010, esta empresária viu o azeite DOP João das Barbas
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classificado entre os 20 melhores do ano pelo Flos Olei, o mais prestigiado Guia de Azeites Virgem Extra de todo mundo, elaborado pelo famoso provador de azeite Marco Oreggia. “Fui receber o referido prémio a Roma, onde estavam os representantes da embaixada portuguesa, em Itália, o adido comercial e o adido cultural, atual vereador da cultura da Câmara Municipal do Porto que me recebeu com a maior das cordialidades”, confidenciou Maria Constança. Depois deste primeiro prémio outros surgiram, nomeadamente Terra Olivo 2010, Israel, Medalha de Ouro; 2º lugar da Categoria Virgem Extra DOP do Primo Campionato del Mondo Olio Extravergine di Oliva - Expo Xangai 2010, promovido pela Associazione “Fiera Itinerante del Medio Tirreno Calabrese - F.I.ME.TI.CA.; Olivinus 2010, Argentina, Medalha de Ouro Prestígio; Terra Olivo 2011, Israel, Medalha de Ouro Prestígio; Olivinus 2011, Argentina, Medalha de Ouro Prestígio; Expo-Xangai 2011 - 3º lugar da Categoria Virgem Extra DOP, Nova Iorque; referência no Flos Olei com a pontuação de 90 (2011); Terra Olivo 2012, Medalha de Ouro Grande Prestígio, Israel; Olivinus 2012, Medalha de Ouro Prestígio, Argentina; referência no Flos Olei com a pontuação de 90 (2012). Por motivos alheios à nossa interlocutora, em 2013 e 2014 já não marcou presença em nenhum concurso. Com certeza que a qualidade tem-se mantido…
Mitança Para além do conhecido e prestigiado azeite João das Barbas, Maria Constança Doutel de Andrade é detentora de uma outra marca, o Mitança, cujo nome resulta da junção de Maria Constança, que se define como um azeite de cozinha, que na última colheita obteve uma
Localizada na freguesia de Cabanelas, concelho de Mirandela, a casa da família Doutel de Andrade, uma casa senhorial de grandes dimensões em pedra, está atualmente desabitada. Foi nesta casa onde cresceu e viveu o João da Barbas e data dos finais do século XVII. A capela foi construída posteriormente, na segunda década do século XVIII, pelo capitão de cavalaria António Gomes da Costa, junto às casas novas segundo reza a escritura. Sem nunca ter saído da família, a casa chegou às mãos de Maria Constança, colocando-se a questão relativamente ao uso a dar à casa. Sem descendência e a família não a querendo, foi doada graciosamente ao Seminário de S. José de Bragança. Ainda sem um rumo estabelecido por parte das entidades agora responsáveis, para Maria Constança está já bem definido qual o destino a dar à casa e este passará por um projeto de turismo rural, cujo nome está também definido - “Q’entre quem é”, expressão usada pelo pai aquando da chegada de alguém junto à porta. “Esta aposta no turismo rural seria uma fonte de rendimento para o Seminário, que bem precisa, e ao mesmo tempo não se deixaria morrer uma casa que está classificada de interesse municipal com todas as características de um solar transmontano”, acrescentando: “Este investimento seria uma mais-valia para a região, porque no meu entender sem tradições não há presente nem futuro”.
João das Barbas no Portugal Sou Eu Tendo em conta a sua visão estratégica de negócio e valorização das tradições e do que é português, Maria Constança não hesitou em aderir a este programa. “O Portugal Sou Eu é um programa que se adequa aos meus princípios de entreajuda, porque fui educada numa altura em que toda a gente se ajudava mutuamente. Além disso, espero que este selo de qualidade me ajude a impulsionar a marca João das Barbas” concluí a olivicultora. Qualquer empresário pode associar-se à iniciativa Portugal Sou Eu, tomando consciência da importância que a valorização da produção nacional representa para a sustentabilidade económica e a criação de emprego no nosso país, ajudando a partilhar e a afirmar estes valores no seu quotidiano.
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Mel biológico de qualidade Bioapis A Bioapis – Apicultura Biológica, Lda. é uma empresa transmontana que está a constituir-se no mercado e que já possui alguns contratos internacionais. Produtos e serviços
jorge fernandes Apicultor
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á poucos anos, a apicultura estabelecia-se em Portugal quase completamente como uma atividade recreativa. Atualmente, a realidade é diferente, havendo já uma proporção de cerca de dez por cento de apicultores profissionais. A Bioapis – Apicultura Biológica, LDA., sediada em Vimioso, faz parte dessa percentagem. É uma empresa portuguesa de produção de mel biológico, que resultou de uma iniciativa de caráter privado, iniciada por Jorge Fernandes, em meados de 1999. Na altura, o produtor adquiriu cerca de vinte colmeias instaladas numa pequena localidade no concelho de Vimioso, Angueira. A produção iniciou-se, portanto, numa zona com grandes aptidões para a produção do mel de grande qualidade, tornando possível a compra de novas colmeias e a reprodução de colónias. O objetivo sempre foi produzir mel biológico, fator que originou a própria designação da empresa (bio – biológico; apis - designação científica da abelha). Mas foi apenas em 2003 que Jorge Fernandes a título individual se iniciou na produção do mel biológico, com um total de cento e trinta colmeias, já nessa altura. Jorge Fernandes confessa que nesta altura “não se sabia trabalhar” com o mel biológico. À disposição havia apenas um regulamento comunitário que referia o que era permitido fazer, mas não como fazer. Tendo já a exploração apícola adquirido cerca de quatrocentas colmeias, em meados de 2006, surgiu a derradeira questão: continuar a conciliar a apicultura em parttime com as suas atividades profissionais – no caso
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de Jorge Fernandes, a engenharia agrícola - ou ampliar os efetivos e partir para algo mais sério nesta área? A matéria-prima que lhes permitia produzir de modo biológico existia, felizmente, ali na zona. Para além disso, já se produzia mel numa quantidade considerável e já se exportava o produto para França. Assim sendo, Jorge Fernandes pensou esta ideia de negócio: porque não ampliar significativamente os efetivos para uma dimensão considerável de modo a tornar este projeto de cariz familiar em algo maior? E assim foi. Em 2008, decidiu apostar fortemente nesta zona do nordeste transmontano, de forma a alterar o caráter deste projeto para uma dimensão empresarial. Foi assim que surgiu a empresa BioApis-Apicultura Biológica LDA. Para esta aposta, contou com o apoio do ProDer Programa de Desenvolvimento Rural. Os processos burocráticos acabaram por atrasar o início do projeto para o princípio do ano de 2011. A empresa Bioapis foi financiada em 40 por cento por este programa de apoio, isto por se constituir como um projeto de fileira e como um produto de qualidade. A Bioapis é, portanto, uma unidade agro-industrial que se instituiu com 60 por cento de financiamento de capitais próprios, que neste momento detém quatro postos de trabalho em permanência e que produz mel de alta qualidade que embala e comercializa. O sócio-gerente deste projeto, Jorge Fernandes, acredita que com a Bioapis estão “a criar uma mais-valia para a região” com a criação de postos de trabalho, com o desenvolvimento da atividade apícola da região e também com uma dinamização económica do concelho.
Esta empresa produtora de mel, pólen, própolis e outros produtos apícolas possui uma equipa de trabalho vocacionada para a produção e uma outra vocacionada para o acondicionamento, transformação e comercialização do mel. Para além disso, oferece serviços de consultadoria técnica na área da elaboração de projetos de investimento no âmbito dos programas de desenvolvimento rural e tem desenvolvido inúmeras iniciativas. “Temos colaborado com empresas creditadas na área da formação profissional e somos nós que damos formação aos novos apicultores aqui da região, em colaboração com essas empresas”. Para além disso, a Bioapis fornece aconselhamento a apicultores que necessitem de algum tipo de conselhos ligados à área, sem que tenham qualquer tipo de custos. Para além dos serviços já referidos, a Bioapis possui uma loja de revenda de todo o tipo de maquinaria e material apícola. O que distingue esta empresa transmontana é “uma forma de pensar dirigida para o produtor, para a valorização do produto e para a convivência com o apicultor. Nós somos apicultores, pensamos enquanto apicultores e não enquanto comerciantes, essa é a nossa filosofia”. O principal objetivo da empresa é, portanto, a própria produção, transformação e comercialização. “Este é um projeto que foi pensado para fazer o ciclo completo”, afirma Jorge, acrescentando que “temos os nossos próprios efetivos que são superiores a 1.800 colmeias em produção e pretendemos atingir as 3.000 colónias na próxima primavera de 2015 se tudo correr pelo melhor”. Mas o futuro não passa apenas pelo aumento da produção. Para além de outros projetos que estão já a ser trabalhados, está em vista o desenvolvimento de um novo nicho de mercado. Trata-se apenas de aproveitar a estrutura que a Bioapis já possui e darlhe outra dinâmica, o que apenas implicará a criação de mais um posto de trabalho. Esta nova atividade terá início no final deste ano e consistirá na produção de mel convencional, que não é produzido pela Bioapis mas por produtores da região que são de confiança e que colaboram com esta empresa. “Se eu puder lançar um novo projeto e criar um novo posto de trabalho, fá-loei, porque sei que esse posto de trabalho, além da sua ocupação, poderá ajudar-nos a fazer outras atividades”, afirma Jorge Fernandes. É importante salientar que trabalham na Bioapis dois técnicos com formação superior. São eles o proprietário, Jorge Fernandes, um colaborador da área da engenharia florestal. * Leia esta entrevista na íntegra em www.revistabusinessportugal.pt
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“Uma empresa criada a pensar em si” Rural futuro Situada no concelho de Mogadouro, a Rural Futuro e Serviços Agro-Pecuários nasceu no ano de 2005, cujo objeto social caracteriza-se pela comercialização por grosso de leite e seus derivados.
lurdes gonçalo e fernando pais Administradores
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ediada no Nordeste Transmontano, a empresa Rural Futuro procede à recolha em seis concelhos do mesmo, de produtos de leite de ovelha, cabra e de vaca. Fernando Pais, administrador da empresa, em entrevista à Revista Business Portugal explicou que “o projeto iniciou-se com um restrito grupo de produtores. Atualmente, e após um crescimento bem sustentado, a Rural Futuro é requisitada constantemente por produtores que pretendem aderir, bem como de potenciais clientes no processo de compra do produto tão nobre como é o leite”. Ambicioso e com projetos muito bem delineados, Fernando Pais deseja dar uma resposta plena aos problemas da região, num setor debilitado, que requer a implementação de medidas urgentes de organização. Considera fundamental definir medidas estratégicas de comercialização dos produtos dele originário, no sentido de precaver o desaparecimento de uma prática tão enraizada na cultura e economia local como é a área de produção e transformação do leite. A Rural Futuro comercializa leite de ovelha, leite de vaca, leite de cabra e queijo, produtos com inúmeras vantagens, que Fernando Pais considera que grande parte do consumidor final desconhece, nomeadamente
Futuras instalações do centro de recolha de leite
no que respeita aos produtos provenientes da cabra e da ovelha. O leite de cabra tem propriedades mais benéficas para a saúde do que o leite de vaca, nomeadamente na prevenção da falta de ferro e da desmineralização óssea. É um tipo de leite que favorece a utilização digestiva e metabólica de minerais como o ferro, cálcio, fósforo e magnésio. Ajuda a prevenir doenças como a anemia e é especialmente ativo na neutralização da acidez gástrica, contribuindo para a cicatrização das paredes do estomago. O leite caprino não é o substituto ideal do leite materno, mas, dentro das outras opções, é ainda o que mais se aproxima em relação aos benefícios que traz ao bebé. Acerca do leite de ovelha, Fernando Pais esclarece que “é tanto nutritivo quanto saboroso. Possui uma coloração branca intensa e homogénea. Com um sabor levemente adocicado e suave e um aroma característico, contém glóbulos de gordura, conferindo uma cremosidade única ao leite e seus derivados, sendo também encarado como um produto futuro no alimento da dieta humana. Por fim, o leite de ovelha contém ácido lático, uma forma conversora de lactose, tornando-a mais facilmente aceite pelas pessoas intolerantes à lactose”. A Rural Futuro foi uma das empresas aderentes ao
Portugal Sou Eu, afirmando que a iniciativa “pode ter um papel de extrema importância na expansão a novos mercados, bem como no processo de valorização do que é nacional. Considero ainda que um empresário tem de ter consciência de que atualmente vivemos num mundo globalizado, em que a concorrência no mercado é muito forte, sendo imprescindível apostar na qualidade dos produtos, bem como na imagem de confiança e credibilidade”. O setor lácteo atravessa momentos difíceis, caracterizados pela diminuição do poder de compra dos consumidores finais, quer pela conjuntura internacional. Fernando Pais demonstra-se confiante no futuro, afirmando que “com empenho de todos nós, este setor tem possibilidade de crescer e caminhar para um futuro sustentável. Neste momento, estamos a construir uma unidade nova que pretendo que venha a revolucionar o setor. Pensamos estabelecer brevemente parcerias com algumas universidades, no sentido de conseguirmos maior aproximação estratégica e de integração, no que respeita ao conhecimento científico e de realidade produtiva”. A Rural Futuro espera contribuir para o desenvolvimento da região e do setor, prestando um serviço de qualidade e excelência a todos os produtores e clientes.
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“Go Green, stay clean” Globalconfort A VacuPlay® é a forte aposta da Globalconfort, uma empresa portuguesa focada em equipamentos para a habitação. Este sistema de aspiração é um novo e revolucionário sistema de limpeza, amigo do ambiente, concebido e fabricado em Portugal. Paulo Reis é o mentor desta máquina que já carrega consigo o selo do “Portugal Sou Eu”.
paulo reis Administrador e fundador
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ascida em 2007, a Globalconfort iniciou a sua atividade como representante e revendedora de equipamentos de limpeza para a habitação. Contudo, Paulo Reis, administrador e fundador da empresa, depressa percebeu que queria ir mais além, criando um sistema de aspiração central próprio, português e, acima de tudo, inovador. “Estive sempre ligado a esta área, há cerca de 17 anos, onde adquiri o know-how necessário para saber distinguir a qualidade dos produtos, as suas características e potencialidades. Além disso, adquiri a experiência necessária para criar um produto de raiz, competitivo com os existentes no mercado e com o selo português”, conta-nos Paulo Reis. Atualmente, estamos perante uma empresa que se dedica ao desenvolvimento, fabrico e comercialização de centrais de aspiração. Passados sete anos desde a sua criação, a Globalconfort é já hoje uma empresa internacional exportando para mais de 12 países, nomeadamente Polónia, Alemanha, Itália, França, República Checa, Malásia, entre outros. Para a criação deste novo produto, Paulo Reis elegeu os pontos fulcrais para o mesmo. “Tinha que ser um
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produto inovador, com um design apelativo (algo que se assemelhasse com um eletrodoméstico da casa), económico, amigo do ambiente e produzido, senão no seu todo, com produtos maioritariamente portugueses”. E assim se iniciou um trajeto de sensivelmente três anos até à concretização deste projeto, a VacuPlay®. A tecnologia provém de duas das mais conceituadas Universidades do país, a Universidade de Coimbra e a Universidade do Minho e todos os restantes componentes, à exceção do motor, são produzidos em Portugal. “Posso afirmar que esta é uma das melhores centrais de aspiração do mundo”, diz o nosso interlocutor, com orgulho na voz. Perante todas estas características nacionais, a adesão ao programa “Portugal Sou Eu” foi o passo lógico a seguir. “Se o propósito deste programa é promover as marcas nacionais e alavancar o processo de reindustrialização da economia nacional, a nossa adesão ao mesmo é quase obrigatória. Além de sermos uma marca portuguesa, com um produto português, que por si só gera riqueza ao país aquando da sua aquisição, o facto de todos os nossos componentes serem fabricados em Portugal, estamos a contribuir para a economia também
por outra via, pela da empregabilidade”. O nosso interlocutor faz ainda questão de referir que este projeto tevo o apoio do QREN, “sem o qual nunca teríamos conseguido chegar a bom porto e alcançar o que nos propusemos”.
As principais vantagens As centrais de aspiração VacuPlay® proporcionam aos seus utilizadores o máximo em qualidade, design, inovação e tecnologia. A VacuPlay® é prático e fácil de usar, transformando as tarefas do dia a dia em momentos menos dolorosos, uma vez que só é necessário transportar uma mangueira e o acessório de limpeza adequado à tarefa. Acaba-se o sacrifício de subir escadas com o aspirador nos braços e o incómodo de andar a bater com o aspirador nos móveis e portas, por vezes danificando-os. O silêncio é outra importante vantagem deste sistema. Pelo facto de a unidade estar localizada fora da área habitacional, nomeadamente na cave ou garagem, o ruído interior é quase nulo. As centrais de aspiração VacuPlay® são tão silenciosas que permitem a sua
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utilização a qualquer hora do dia. Além disso, a VacuPlay® é um aparelho bastante higiénico. Todo o pó aspirado é canalizado para o balde, evitando que este circule novamente na habitação. Torna a tarefa de limpeza mais cómoda, prática, rápida e saudável e, regra geral, só é necessário despejar o depósito uma vez por ano. No que diz respeito à potência, é 3 a 5 vezes mais potente que um aspirador convencional. Proporcionando resultados impressionantes com menor esforço. Para além de todas estas vantagens, a VacuPlay® é ainda muito discreto. As tomadas, semelhantes às do sistema elétrico, ficam localizadas em pontos estratégicos da habitação e a rede de tubagem fica
oculta. Com este sistema, a economia é dupla. Para além de ser ter um custo de instalação bastante baixo, há também a economia de tempo. Comparado com os aspiradores tradicionais, com a VACUPLAY consegue aspirar os mesmos espaços em cerca de 1/3 do tempo, consoante o tipo de pavimentos. As centrais de aspiração VacuPlay® vêm equipadas com um disjuntor de proteção elétrica e protetor térmico. No caso de aquecimento anormal do motor, um sensor de calor cortará o circuito aos 70 graus. Por outro lado, evita-se a existência de um aparelho de alta tensão ao alcance das crianças pelo que a segurança é outra maisvalia deste aparelho português.
Finalizando, as centrais foram desenhadas e construídas para durar. São fabricadas em ABS, não enferrujam, não perdem a cor e são à prova de choque. A garantia é outra questão que não passou despercebida a Paulo Reis. Graças aos sucessivos investimentos realizados na área de produção, no que diz respeito à inovação, desenvolvimento e à utilização de materiais de elevada qualidade, a VacuPlay® pode oferecer aos seus utilizadores o que de melhor existe ao nível de sistemas de aspiração central. “Como foi possível alcançar estes elevados níveis, as centrais de aspiração VacuPlay® têm uma garantia de 5 anos contra defeitos de fabrico e de acordo com os nossos manuais de utilização.”
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guimarães, a capital dos negócios
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uimarães é um município do norte de Portugal, com uma área de 240,95 km² e cerca de 158 124 habitantes, constituído por 69 freguesias. Limitada a norte pelo município de Póvoa de Lanhoso, a leste por Fafe, a sul por Felgueiras, Vizela e Santo Tirso, a oeste por Vila Nova de Famalicão e a noroeste por Braga, a cidade de Guimarães é também conhecida como “ cidade berço” pelo fato de ai se ter estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense, e fundamentalmente, pela importância histórica que a Batalha de São Mamede, travada na periferia da cidade em 24 de Junho de 1128, teve para a formação da nação portuguesa. Guimarães assume-se como uma das mais relevantes cidades históricas do país, sendo o seu centro histórico considerado Património Cultural da Humanidade pela Unesco desde 2011, tornando-a definitivamente um dos maiores centros turísticos da região. Para quem visita esta cidade é possível passear pelas ruas e visitar monumentos tão conhecidos como o castelo de Guimarães, Paço dos Duques de Bragança, o convento de Santa Clara, ou o Mosteiro de São Torcato, símbolos de um povo e de uma nação que respiram história e fascinam quem os visita. Com uma gastronomia rica e diversificada, na cidade berço é possível saborear umas papas de sarrabulho, os típicos rojões ou terminar a refeição com as famosas tortas de Guimarães ou o conhecido Toucinhodo-céu. No calendário da cidade existem várias festividades ao longo de todo o ano, destacam-se as Gualterianas, as Nicolinas, a festa de Santa Luzia e a romaria grande de São Torcato. Atualmente, Guimarães goza de uma boa reputação a nível internacional, a comprová-lo estão eventos como o Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, Guimarães Cidade Europeia do Desporto 2013 que captaram um elevado número de visitantes de todo o mundo, colocando a cidade nortenha na rota do turismo internacional. Fundada em 1973, a Universidade do Minho está entre as mais prestigiadas instituições de ensino superior do país, tendo também vindo a afirmar-se progressivamente no panorama internacional. Constituída por dois grandes polos, o campus de Gualtar, em Braga, e o campus de Azurém, em Guimarães, que atraem estudantes de todo o país, contribuindo para a evolução e crescimento do tecido empresarial da região. Com uma intensa atividade económica o concelho de Guimarães destaca-se nas áreas da fiação e tecelagem de algodão e linho, cutelaria, curtumes, quinquilharia e artesanato, ourivesaria, faianças e bordados. Estes projetos económicos de interesse municipal representam um investimento no concelho de Guimaraes de 35.848.080,00€, criam 282 postos de trabalho dentro de um período de execução médio de 1 a 2 anos. Existem ainda outros processos em análise que se prevê classificar muito em breve e que representam um aumento de 10 milhões de euros.
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um produto de qualidade reconhecido pelo cliente Inovadoce A Inovadoce é uma empresa de comércio de produtos de padaria e pastelaria, com um vasto conhecimento de mercado sem paralelo e assume-se como um parceiro de negócios essencial. Distinguida pelo IAPMEI, como PME Excelência’13. A empresa é versátil e a qualidade predominante.
A Inovadoce surge no ano de 2007, apesar de ser resultado de 17 anos de história e de um percurso iniciado por João Ribeiro. A necessidade de crescimento originou que ao fim de dez anos no mercado, o empresário criasse um novo nome, uma nova imagem e uma marca própria que revelasse toda a atividade da empresa. Com um crescimento sustentado, a marca foi-se instituindo aos poucos juntos dos profissionais da área, conquistando um lugar no mercado que começou a permitir que fossem as empresas a procurar diretamente os produtos da Inovadoce. Atualmente, a empresa possui umas instalações de cerca de 1000m2 de área coberta e abastece essencialmente a zona Norte, no setor da pastelaria, padaria e hotelaria. Com uma equipa de 12 colaborares, de modo a dar
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resposta ao constante crescimento, tem existido uma média de duas a três contratações por ano. Diariamente ao lado dos clientes na rua, Norberto Ribeiro e Carlos Ribeiro defendem que “a proximidade com os nossos clientes é fundamental. Não queremos ser reconhecidos como mais um fornecedor, mas um parceiro de trabalho disponível para esclarecer todas as dúvidas e dar os melhores conselhos. Igualdade, flexibilidade e troca de informação são as palavras de ordem”. O contacto permanente com os clientes permite conhecer a verdadeira realidade, ajudando a reconhecer e desenvolver os melhores produtos, de modo a dar resposta às necessidades do mercado. “Não basta chegar às empresas e vender um determinado produto. É fundamental conhecer que tipo
de produto a empresa necessita, quais os artigos que gastam e posteriormente obter um cliente satisfeito com o serviço”, confessam os irmãos Ribeiro. Existe uma grande variedade de produtos no mercado, o fator diferencial e considerado pela administração da Inovadoce como fundamental é “saber seléciona-los, com o intuito de fazer diferente”. Questionados das maiores dificuldades que enfrentam no setor em que estão inseridos, Norberto Ribeiro e Carlos Ribeiro afirmam que “o setor da panificação e pastelaria é muito tradicionalista e nesse aspeto surgem alguns desafios. Conseguir alterar as mentalidades, e desse modo introduzir novos produtos nas empresas é um processo complicado e que demora algum tempo, pois as pessoas estão demasiado formatadas para determinados produtos e processos”. A formação dos colaboradores é constante, sendo que os comerciais da Inovadoce conhecem os seus produtos, bem como aplicação e potencialidades, possuindo ainda conhecimentos da área de planificação e pastelaria. Para as empresas clientes, a Inovadoce tem apostado na realização de demonstrações, para dessa forma possam interagir com formadores técnicos de nível internacional. Os irmãos Ribeiro acreditam num futuro promissor e afirmam que “projetos não faltam e as novidades chegarão brevemente. Acima de tudo, pretendemos continuar a satisfazer os nossos clientes, primar pela qualidade e oferecer os melhores produtos”.
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34 anos no mercado do cartão canelado e embalagens Sebastião e martins Fundada em 1980, a Sebastião & Martins é uma empresa familiar com uma posição e imagem sólida no mercado da indústria de cartão canelado e embalagens. Acompanhado de um crescimento sustentado, a estrutura da empresa tem sofrido algumas ampliações, com perspetivas de novos mercados e dando resposta às necessidades e exigências dos clientes. O reconhecimento como PME Excelência’12 é um marco na história da empresa, privilegiando a excelência de serviços prestados.
sebastião martins Administrador
No ano em que celebram o seu 34º aniversário a empresa de Sebastião Martins em entrevista à nossa revista revelou como o seu projeto começou e atingiu a posição no mercado que atualmente usufruiu. “Começamos a desenvolver a atividade nos fundos de uma garagem, em que passados três anos iniciamos a produção de caixas. Cortávamos planos para a indústria das toalhas e dos lençóis, numa altura em que tudo era um processo muito artesanal, pois não existiam os equipamentos e a tecnologia que nos dias de hoje predomina”, recorda com algum carinho Sebastião Martins, fundador da empresa. Passo a passo estão a ser implementadas condições
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de trabalho que quando a atividade foi iniciada não existiam. No ano de 1985 foi construído o primeiro pavilhão com 2000m2 de área coberta, passado mais de três décadas de trabalho possuímos cerca de dez vezes mais das instalações de área coberta. Enquadrados num setor em que os desafios são constantes, de entre os fatores de diferenciação, destaca-se a persistência e a preocupação em servir os seus clientes com eficácia, inovação e adequação aos tempos modernos. Com uma faturação de 20 milhões e com a colaboração de cerca de 150 funcionários, o resultado da empresa é positivo, assinalando um crescimento sustentado,
e primando na proximidade com o mercado, com os clientes e com os fornecedores. “A razão da nossa existência ao longo dos anos justifica-se pelo tipo de serviços que prestamos: excelência na qualidade” Um atendimento sublime e personalizado, em que todas as entregas são efetuadas dentro do prazo acordado, “em cada cliente que entramos não é fácil de sairmos, pois o cliente fica satisfeito com o serviço”, afirma o administrador. A luta pela diferenciação e inovação é diária. Sebastião transmite aos seus colaboradores um dos principais lemas enquanto fundador da empresa: “temos de ser diferentes, temos de nos diferenciar pelo serviço que
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prestamos e pela oferta que disponibilizamos”. A internacionalização é considerada um mercado atrativo. Com a entrada de uma segunda geração na empresa, essa questão tem sido mais explorada. É com orgulho que Sebastião confidencia que os seus filhos começam a dar os primeiros passos na empresa dando continuidade ao seu trabalho, Miguel Martins exerce trabalhos na área comercial, muito direcionada para a exportação, Romeu Martins presta funções na área administrativa e João Martins trabalha a área comercial e produção. A aposta em equipamentos é constante e fundamental para o crescimento da empresa. “Na área de armazenamento no último ano procedemos a algumas obras de ampliação, possuímos máquinas de alta resolução de modo a fazer face às necessidades do mercado, e nunca deixar de acompanhar os nossos concorrentes mais fortes. A aposta em equipamentos e inovação permite-nos também dar uma maior capacidade de resposta”, revela Sebastião. Cada passo é ponderado e fundamentado, conscientes dos riscos e das suas capacidades. A qualidade de excelência é assumida e acompanhada pelos novos equipamentos e por toda a tecnologia adquirida. Inseridos num setor que tem revelado algum crescimento, “trabalhamos com todo o tipo de clientes, desde a indústria farmacêutica, metalomecânica, têxtil, calçado e alimentação. No fundo todas as áreas de atividade implica embalagens de cartão canelado”. Desde sempre preocupada com o meio ambiente, a Sebastião & Martins inseriu na empresa os processos produtivos e as tecnologias necessárias para minimizar e controlar os impactos ambientais da sua empresa. Natália Pereira é uma das responsáveis pela área do ambiente e falou um pouco à nossa revista, esclarecendo algumas das prevenções tomadas pela empresa. “Na nossa empresa respeitamos todos os requisitos exigidos por lei, bem como os que não são obrigatórios, como é o caso do EMAS. Mas assumimos uma preocupação constante, até porque trabalhamos com uma matériaprima de proveniência natural, portanto acima de tudo adotamos uma responsabilidade que para nós quanto empresa é considerada como uma necessidade”. No ano de 2006 obteve a certificação do Sistema de Gestão Ambiental, em semelhança com a norma 140001, integrando-o ao da qualidade. No ano seguinte em 2007 foi reconhecido o registo EMAS II, representação da gestão ambiental moderna, que comprova os esforços da organização na melhoria contínua do seu comportamento ambiental. Em 2008 regista-se no Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia, estabelecendo medidas de redução de consumo energético, no âmbito do Plano de Racionalização consequente da auditoria energética. Por fim no ano de 2011 e em busca da sustentabilidade e da melhoria da relação com o meio ambiente e qualidade
de vida, a empresa passa para o EMAS III, demonstrando assim consciência da crescente importância que com as questões ambientais demarcadas no nosso quotidiano. O lema da empresa definido pelo fundador Sebastião Martins debate-se através “do futuro como objetivo”. Um projeto com alguns anos, um crescimento que se tem vindo a verificar elevado, tem de ser diariamente cuidado, de modo a prolongar-se no tempo salvaguardando os clientes, trabalhando de acordo com as necessidades presentes, modernizando dentro do que é os limites em termos ambientais. O futuro é ambicioso e Sebastião afirma “nunca parar!”. Os projetos passam por ampliar novamente a empresa, aumentando uma parcela de modo a estabelecer
melhores condições de trabalho. “O cartão canelado ocupa muito espaço e nós enquanto empresa nunca estamos satisfeitos, ambicionamos sempre mais. Sentimos necessidade de acompanhar o setor, e os investimentos têm sido elaborados ao longo dos anos através de uma forma sustentada de modo a não descuidar de todo o património que foi conquistado ao longo dos tempos”. O cliente é que comanda e dita um pouco a tendência, enquanto empresa a Sebastião & Martins tenta acompanhar, disponibilizando respostas rápidas ao cliente, assegurando um serviço de qualidade e excelência.
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misericórdias
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o decorrer das últimas edições a Revista Business Portugal tem vindo a divulgar e dar a conhecer o trabalho que as várias Santas Casa da Misericórdia do país desenvolvem e esta edição não é exceção. Como órgão de comunicação temos a missão de mostrar e dar a conhecer bons exemplos de instituições, algumas das quais com mais de 5 séculos de existência, e que se continuam a pautar pelo rigor, excelência de serviços e igualdade de oportunidade para todos. Atualmente, encontram-se a funcionar 400 Santas Casas da Misericórdias espalhadas pelo território português, que em muitas localidades, a par da Câmara Municipal são uma das principais entidades empregadoras da região. Com diversas valências como lar de idosos, centro de dia, creche, posto médico, cantinas socias, lojas socias prestam um apoio indispensável à população e proporcionam cuidados adequados a quem mais necessita. Com uma nobre missão estas instituição não são alheias aos constrangimentos que Portugal atravessa, e em muitos casos lutam com grandes dificuldades para enfrentar o dia a dia. Cabe-nos também o papel de dar a conhecer os serviços, valores e princípios que regem as Santas Casas da Misericórdia de Portugal.
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Séculos de história em prol dos que precisam Santa casa da misericórdia da chamusca Fernando Barreto e José Nobre, provedor e vice-provedor respetivamente, são os rostos mais visíveis da Santa Casa da Misericórdia da Chamusca. Apesar das idades contando o Provedor com mais de oitenta anos, os anos parecem não passar por si e o espírito jovem é uma das suas principais características. À Revista Business Portugal contaram os desafios diários que passam para ‘governar’ uma casa fundada em 1622.
fernando barreto e josé nobre Provedor e Vice-Provedor
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pesar da sua fundação remeter a 1622, só em 1630 é publicado o primeiro alvará que lhe concede fundamento legal. O mesmo está, ainda hoje, guardado com todo o cuidado nos cofres da instituição. Com a implantação da República, em 1910, e, consequentemente, com a criação de uma nova Constituição é promulgada a Lei de Separação da Igreja do Estado. Nessa altura, a Santa Casa da Misericórdia da Chamusca vê o seu património fortemente espoliado e passa a debater-se com graves dificuldades financeiras.
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Vale-lhe, então, a generosidade daqueles que se multiplicaram em atividades caridosas, de forma a conseguirem os bens necessários à manutenção da instituição. Nos anos de 1919 e 1943 são oferecidos à Misericórdia a Praça de Touros e o Cine-Tetro, o que veio acalentar um pouco as suas necessidades, uma vez que era possível angariar receitas a partir dos espetáculos que aqui eram feitos. A Revolução de 74 põe termo ao denominado ‘Estado Novo’ e possibilita a aprovação de uma Constituição
democrática e socialista dois anos depois. “Este foi o facto determinante na longa existência desta Santa Casa. Velhinha de séculos, mas sempre bem viva e ativa na prática das obras de misericórdia, ela sempre encontrou forças para ultrapassar todas as vicissitudes que se lhe deparam e sempre estará atenta e prosseguirá na sua missão, na defesa da moral cristã e no auxílio aos necessitados do nosso concelho”. É com estas palavras que a equipa que estava à frente desta instituição, em 1984, da qual o atual provedor já fazia parte, enquanto vogal, terminam a apresentação desta
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Santa Casa no seu compromisso.
Cuidados Continuados: o projeto mais recente Em 2010, a Santa Casa da Misericórdia da Chamusca inaugurou a sua unidade de cuidados continuados, um equipamento que permite receber pacientes que necessitam de internamento de média ou longa duração. O acordo em vigor permite à instituição receber 25 utentes, na tipologia de média duração e reabilitação e 22 utentes para longa duração e manutenção. Aproveitando as antigas instalações do hospital da Misericórdia, a UCC da Chamusca representou um investimento, que contou com apoios comunitários, de mais de 2 milhões de euros, comparticipados em cerca de 700 mil euros pela autarquia local. Esta unidade, funciona em permanência (24 horas por dia ao longo de todo o ano). Esta unidade emprega cerca de 50 pessoas, entre auxiliares de ação médica, médicos de clínica geral, fisiatras, fisioterapeutas e assistentes sociais. “O papel das Unidades de Cuidados Continuados é de extrema importância na sociedade de hoje. Estas instituições pretendem contribuir para a gestão das altas hospitalares de doentes, permitindo a utilização dessas camas para internamento de outro tipo de doentes. Aqui
proporcionamos cuidados que previnem e retardam o agravamento da situação de dependência, além de que promovemos a reabilitação, estabilização clínica e promoção da independência dos nossos utentes”, diznos o provedor. Aquando da inauguração da UCC, Fernando Barreto garantiu que a Misericórdia da Chamusca acabava de cumprir um sonho já com mais de uma década. Além disso, fez questão de salientar o elevado espírito de cooperação da Câmara Municipal, que ajudou igualmente na recuperação e construção do lar de idosos, creche e jardim de infância, assim como no edifício de S. Francisco, Cine-Teatro, Praça de Touros e Capela Mortuária. O nosso interlocutor ressalva que as parcerias com o Estado são de extrema importância, “porque sem elas não teremos hipóteses de apoiar condignamente os mais carenciados e atingir os nossos objetivos de ver esta unidade de saúde ser reconhecida como entidade prestadora de cuidados continuados de excelência, que assume a centralidade dos utentes como o seu principal compromisso”.
As restantes valências A Santa Casa da Misericórdia da Chamusca, para além da Unidade de Cuidados Continuados, conta com Lar de
Terceira Idade e infantário. “O nosso lar tem capacidade para 50 utentes. De momento, estamos lotados e há alturas em que uma situação pontual nos obriga a arranjar espaço para mais uma ou duas pessoas. Mas essa é a nossa missão, auxiliar quem precisa e sentimos que não podemos falhar”, diz o vice-provedor. Para a construção do lar, em 1982, foi igualmente indispensável o apoio da Câmara Municipal que, aquando da sua construção, cedeu o terreno onde estão estas instalações. A construção contou também com o apoio do Governo português. Direcionado também aos mais idosos da região, a Santa Casa presta Apoio Domiciliário a 30 utentes, serviço esse que inclui higiene pessoal, refeições e deslocações para tratamentos. Por sua vez, o Centro de Dia recebe 16 utentes. O infantário, por sua vez, acolhe, neste momento cerca de 80 crianças. “Houve alturas em que tínhamos mais de 100 miúdos mas, além da taxa de natalidade ter vindo a decrescer nos últimos anos, a Chamusca conta também com um infantário da Câmara Municipal, o que também justifica esta diminuição”, esclarece. O património da Santa Casa da Misericórdia da Chamusca conta ainda com uma Praça de Touros e um Cine-Teatro.
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Uma casa construída por “homens bons” Santa casa da misericórdia do cartaxo Luísa Pato é a atual provedora da Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo. A solidariedade e a vontade de ajudar correm-lhe no Sangue. Filha de um dos “homens bons” (como a própria faz questão de referir) que fizeram parte da fundação do Lar de S. João (a primeira unidade que a Santa Casa criou para idosos), desde cedo começou a percorrer os corredores desta casa e a apaixonar-se pelo trabalho aqui desenvolvido. Ciente da importância do passado e focada no sucesso do presente, Luísa Pato faz questão de continuar a sonhar por um futuro risonho para a Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo.
luísa pato Provedora
A
Santa Casa da Misericórdia do Cartaxo celebra em 2014 os seus 67 anos de existência, e apesar de mais de seis décadas passadas a sua missão mantém-se inalterada: ajudar quem necessita, satisfazendo as carências sociais dos que ali habitam. Esta Santa Casa realiza um trabalho social e humanitário apoiando diariamente mais de 200 pessoas, na sua maioria pessoas idosas. Para tal, conta com seis respostas sociais. São elas Lar para Idosos, que funciona no Lar de S. João e na Casa de Santa Cruz, o Centro de Dia, o Apoio Domiciliário, o Atendimento Domiciliário Permanente, denominado “Sempre Consigo”, as Residências e, ainda, uma resposta mais abrangente na área do Apoio a Carenciados. Luísa Pato diz, com orgulho que o Lar S. João presta diariamente um serviço notável. Foi neste espaço que a Misericórdia deu os primeiros passos no apoio aos mais velhos, em 1977, onde outrora funcionou uma enfermaria para onde eram encaminhados aquelas que padeciam de tuberculose. “Na altura, um lar de terceira idade era uma novidade demasiado inovadora e recordo-me que os mesários e os fundadores do Lar andaram a angariar utentes de porta em porta, a pedir aos populares mais velhos que viessem para o lar”. Hoje, a situação é completamente oposta, uma vez que não
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é possível dar resposta a todos os pedidos. O Lar de S. João tem capacidade para 65 utentes e não consegue responder a todas as necessidades da comunidade. Há cerca de dez anos, os Órgãos Sociais da Santa Casa apostaram na construção de um novo equipamento, “não comparticipado, recorrendo a um empréstimo bancário”. Do espaço que outrora serviu de hospital (inicialmente Albergaria do Espírito Santo e mais tarde Hospital de Santa Cruz), foi conservada a fachada do edifício, mas o restante edificado reflete uma arquitectura diferente e moderna. Este lar tem capacidade para 37 residentes e, todo o espaço interior e exterior foram pensados ao pormenor. “Aqui, as pessoas têm uma envolvente do ponto de vista de jardim muito apelativa. O exterior é um ponto que, para nós, é muito importante”. São cerca de 90 funcionários e um grupo alargado de voluntários que fazem desta instituição um local de referência e permitem a que quem dele usufrui sentir-se em casa. Luísa Pato garante que continua a sonhar todos os dias com o que pode fazer para tornar esta casa cada vez mais “a casa dos outros”.
As demais valências O Lar de S. João recebe também os utentes de
Centro de Dia. Esta vertente tem capacidade para 24 utentes e foi criada em 1981. A Misericórdia garante o transporte diário até ao Centro, os cuidados de higiene e a alimentação. Além disso, os utentes têm ainda ao seu dispor cuidados de enfermagem, tratamento de roupas, assistência religiosa e atividades de animação cultural. Para completar, este Centro de Dia tem ainda serviços de reabilitação, nomeadamente fisioterapia e psicomotricidade. O apoio domiciliário, criado em 1988, auxilia 40 utentes, entre as oito e as vinte horas, e engloba cuidados personalizados no domicílio, de acordo com as necessidades específicas do utente e da sua família. A higiene pessoal e habitacional, a alimentação, o tratamento de roupas e a cedência de ajudas técnicas são apenas alguns dos serviços disponibilizados. Aqui, os utentes podem ainda usufruir de um serviço de Telessaistência que possibilita uma resposta de auxílio 24 horas, por parte da Instituição (o Atendimento Domiciliário Permanente). A Santa Casa presta, também, apoio aos mais idosos através de Residências Assistidas. Aqui, o alojamento dos utentes é feito em vivendas individualizadas, de utilização temporário ou permanente. Os serviços disponibilizados são idênticos aos dos dois lares, mas o utente encontra-se num ambiente privado, como se da sua própria casa se tratasse. Por último, outra das respostas disponibilizadas consiste no apoio a carenciados. “Este serviço vem do historial das Santas Casas, de fazerem o acolhimento de passantes, sejam eles peregrinos ou sem abrigos, e a carenciados da comunidade local, apoiados no espírito das 14 obras de Misericórdia”, diz a provedora. A Instituição apoia os mais necessitados de variadíssimas formas, nomeadamente: através do fornecimento de bens alimentares, cozinhados ou não; disponibilizando o acesso a serviços de higiene pessoal; doando vestuário e roupa de cama; cedendo mobiliário de primeira necessidade ou, ainda, prestando assistência social e religiosa.
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“É fundamental inovar e crescer” Santa casa da misericórdia de pombal A Santa Casa da Misericórdia de Pombal, com mais de 400 anos de existência, privilegia os valores culturais, bem definidos nos seus objetivos, nas suas áreas de atuação e no sentido da dádiva aos que procuram a instituição.
maiores na área da saúde, com o aumento de doenças, particularmente ao nível das demências”. Reconhece ainda que aquele novo equipamento social não substitui a função da Unidade de Cuidados Continuados, “mas é também uma necessidade premente” em Pombal.
Certificação única joaquim guardado Provedor
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esde o século XVIII, a instituição tinha apenas como património o Hospital, que se tem mantido, mas que é atualmente gerido pelo Estado. A preocupação com os idosos surge mais tarde, tendo os órgãos sociais da Misericórdia construído um lar em 1988, denominado de Lar Rainha Santa Isabel. O Lar Rainha Santa Isabel tem três respostas sociais – Estrutura Residencial para pessoas idosas com capacidade para 71 utentes, serviço de Apoio Domiciliário com capacidade para 60 utentes e Centro de Dia com capacidade para 30 utentes. O Lar Rainha Santa Isabel tem capacidade para 71 pessoas, “o que é considerável para a instituição, pois hoje os lares têm capacidades de acolhimento mais reduzidas”, afirma o provedor Joaquim Guardado. Neste lar trabalham cerca de 50 funcionários entre os quais assistentes sociais, psicóloga, animadora sociocultural, fisioterapeuta, enfermeiros, médica e auxiliares. No apoio à infância, a instituição possui pré-escolar com capacidade para 80 crianças e creche para acolher 42 crianças, denominado ‘Casa da Criança’. Como o provedor revela à Revista Business Portugal
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“no fundo, conseguimos dar resposta a 120 crianças com características sociais e humanas completamente distintas”. Os projetos são inúmeros e a preocupação com o futuro é constante. “É fundamental inovar, crescer, mas sempre conscientes da dimensão que possuímos e do que somos capazes de idealizar e realizar”. O atual Governo suspendeu a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados, cujo contrato já tinha sido aprovado e assinado, em Braga, no âmbito do ‘Programa Modelar’, que garantia um financiamento de 750 mil euros, por parte do Estado. Com tal decisão, a Santa Casa da Misericórdia não avançou com a construção. Aproveitando os recursos de que a instituição dispõe, a Mesa Administrativa decidiu proceder a um novo projeto para a construção de uma Estrutura Residencial para idosos, junto ao Lar Rainha Santa Isabel. Para o provedor Joaquim Guardado “este projeto é uma maisvalia para o concelho, pois atualmente existem poucas estruturas para apoio a idosos, particularmente na freguesia de Pombal. Os idosos têm hoje uma vida cada vez mais prolongada, sendo as exigências cada vez
A Santa Casa da Misericórdia preocupa-se com a qualidade dos serviços da instituição, e por isso, pretendem que a gestão e o trabalho desenvolvido pela instituição, seja “reconhecido pelas entidades competentes, neste caso a Associação Portuguesa de Qualidade (APQ). Estamos hoje num projeto de certificação pelo modelo EQUASS Assurance, reconhecido na Europa, o que significa que se a instituição alcançar a certificação EQUASS Assurance ficará igualada à qualidade das instituições sociais da Europa”, revela o provedor. O projeto é uma candidatura apresentada ao POPH, pela União das Misericórdias Portuguesas que reúne 25 misericórdias, do norte a sul do país. O provedor demonstra-se “entusiasmado”, e afirma que a sua instituição “será das primeiras a solicitar à Associação Portuguesa de Qualidade para ser certificada de acordo como o modelo EQUASS Assurance”. O futuro é ambicioso e o provedor Joaquim Guardado considera que a Santa Casa da Misericórdia de Pombal é, atualmente, uma instituição de referência no concelho. Em termos de investimento, na atual conjuntura, “defendo que não devemos dar um passo maior que a perna, mas estamos hoje em condições de investir em novos projetos, como a Estrutura Residencial para idosos para colocar ao serviço dos pombalenses”.
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“O bem-estar dos nossos utentes é a prioridade” Santa casa da misericórdia do crato A Santa Casa da Misericórdia do Crato é considerada uma instituição de mérito na vertente de solidariedade social. A instituição é a segunda maior empregadora da Vila do crato.
mário cruz Provedor
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o sentido de proporcionar uma qualidade de vida melhor, a Santa Casa da Misericórdia conta com uma equipa de colaboradores, que ao longo dos anos estabeleceram condições para promover a sua autonomia e possibilitar a valorização pessoal de cada um. A Santa Casa da Misericórdia do Crato emprega atualmente cerca de 100 funcionários, que trabalham diariamente nas diversas valências da instituição, com um único objetivo comum: possibilitar o bem- estar e a qualidade de vida dos idosos. O infantário possui valências que vão do berçário até ao pré-escolar, e na terceira idade desenvolvem-se por Lar, Centro de Grandes Dependentes, Apoio Domiciliário e Centros de Dia. O seu espaço comtempla para além dos quartos, alguns apartamentos, salas de convívio e de visitas, sala de snozelen e de fisioterapia, assim como salão de cabeleireiro / barbeiro. O provedor Mário Cruz afirma que “na freguesia de Monte da Pedra funciona ainda um centro comunitário, prestando assistência em centro de dia e serviços de apoio domiciliário”. A estas valências juntam-se ultimamente a Cantina Social e o fornecimento diário de 75 refeições. A grande preocupação é o idoso, além do apoio e
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acompanhamento 24h, os utentes da instituição têm ao seu dispor diversos serviços. O provedor Mário Cruz revela à nossa revista que “está à disposição do utente uma alimentação cuidada e adequada, disponibilizando as dietas específicas quando devidamente prescritas”. Toda a equipa de colaboradores é devidamente competente e especializada, prestando um conjunto de cuidados e de qualidade ao utente. A instituição possui ainda um posto médico com enfermagem permanente e médico duas vezes por semana. Disponibiliza aos utentes transporte e acompanhamento para consultas e exames médicos. Do património cultural da Santa Casa realça-se a Casa Museu Padre Belo, que é um autêntico ex-libris do concelho e do distrito, visitado por milhares de pessoas.
As dificuldades da instituição A Vila do Crato para o provedor Mário de Carvalho Cruz não consegue atualmente ser suficientemente atrativa para cativar novas pessoas a instalar-se na Vila, o que se reflete na diminuição de crianças, pondo em risco a viabilidades do Centro Infantil, levando inclusivamente ao despedimento de funcionários e fecho de salas, de modo a rentabilizar o espaço da melhor maneira. A
instituição possuía ainda ATL, mas com a criação das atividades extracurriculares nas escolas, atualmente essa valência está em funcionamento na SCM apenas no período de férias. Uma população mais envelhecida requer outros cuidados, sendo também uma valência com algumas dificuldades. Se há uns anos atrás as famílias procuravam a instituição para colocar o idoso justificado pela necessidade do seu trabalho, nas palavras de Mário Cruz nos dias de hoje acontece o inverso. “As famílias fazem todos os possíveis para não colocar o idoso na instituição pois necessitam do dinheiro da sua reformaMais grave é o facto de muitas das vezes irem retirar o idoso após já estarem institucionalizados há alguns anos”. Aliado a estas situações está a conjuntura do país, que origina a procura por parte dos familiares de lares com menos condições, e consequentemente mais baratos para acolher o idoso, sendo o papel da segurança social fundamental, pois são imprescindíveis rigorosas inspeções, com o intuito de perceber se a lei está a ser respeitada e se as instituições possuem as devidas instalações para prestar um serviço de excelência aos idosos. No decorrer da entrevista à nossa revista, Mário Cruz questionado se a SCM exercia alguma distinção entre utentes com reduzidas possibilidades financeiras, o provedor afirma que “na nossa instituição não há nenhum idoso que diga que não entrou na SCM do Crato porque a reforma era pequena. Devido ao custo médio por idoso, temos muitos casos em que as reformas ficam muito longe de cobrir as despesas, o que significa num enorme prejuízo para a instituição”, pelo que tem que haver um equilíbrio financeiro bastante rigoroso.
Projetos e futuro da SCM do Crato O futuro é difícil mas os projetos são ambiciosos. Atualmente a SCM tem um projeto para ampliação do lar, por forma a repor as diretrizes de Segurança Social no que diz respeito ao número de camas por quarto. O provedor Mário Cruz revela ainda que a instituição, recentemente candidatou-se ao projeto VIDAS – Valorização e Inovação em Demências a qual foi selecionada para fazer parte das 20 comtempladas. Em jeito de conclusão o provedor afirma “ser necessária uma boa gestão que continue a proporcionar esta paz de espiíito que a SCM do Crato usufrui, em que não podendo fazer tudo o que desejávamos, ajuda-nos a preservar o que já alcançamos”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL REABILITAÇÃO URBANA
Urgente pensar as cidades Quaternaire portugal Do centro para as periferias, as cidades foram crescendo depressa demais e fortemente induzido por um sistema de crédito permissivo e de fácil acesso. Os edifícios aglomeraram-se sem suficiente estruturação das malhas urbanas e, muitas vezes, sem atender às reais necessidades de habitação ditadas pela demografia. A propósito da problemática da reabilitação e regeneração urbana, conversamos com António Figueiredo e Elisa Pérez Babo, administradores da Quaternaire Portugal (QP), empresa de consultadoria para as áreas do desenvolvimento, que reforçam que é urgente não apenas pensar a reabilitação dos centros históricos e do núcleos antigos, mas também as zonas da cidade não consolidadas.
As gerações mais jovens têm contribuído para o desenvolvimento de novos padrões de vida nos centros históricos ou antigos das cidades. As casas das zonas históricas têm atraído progressivamente a população mais jovem, contribuindo para dinamizar o mercado da reabilitação urbana. Elisa Pérez Babo, especialista em questões culturais, chamalhes a “geração Erasmus”: “Por terem vivido frequentemente nas zonas históricas das cidades estrangeiras onde foram estudar, regressam a Portugal e optam mais facilmente por essas zonas para viver. É uma questão cultural, que tem ajudado a mudar os padrões de procura no mercado de aquisição e de arrendamento de habitação”. No entanto, a administradora da Quaternaire Portugal, alerta para “a necessidade de rever a questão do arrendamento”. Embora lentamente os centros históricos comecem a apresentar sinais da prioridade emergente das políticas de reabilitação e regeneração urbana, Elisa Pérez Babo explica que “a política nacional de reabilitação urbana não tem sido suficientemente estável nem atrativa para os municípios, já que, por um lado, essa reabilitação exige, sobretudo nas grandes cidades, uma capacidade de investimento significativa para a administração local, e por outro lado, porque nem sempre as orientações da política nacional têm ido ao encontro das prioridades locais”. São estas as razões que, na visão da administradora da QP, têm dificultado e retardado uma dinâmica mais acentuada de reabilitação em muitas das nossas cidades. Uma outra exigência colocada por alguns dos instrumentos de política POLIS XXI associados aos instrumentos de financiamento no âmbito do QREN refere-se à criação de parcerias locais, “o que nem sempre as autarquias conseguiram que produzissem de facto resultados e impactos significativos no processo de reabilitação das cidades”. A Quaternaire Portugal, explica Elisa Pérez Babo, “assessorou cerca de uma dúzia de autarquias na preparação de “Parcerias para a Regeneração Urbana” candidatas aos Programas Operacionais Regionais (no Norte, Centro e Alentejo), que foram aprovadas, e em que foi possível perceber o esforço das entidades municipais para se posicionarem de uma forma diferente na política de cidade. Essa exigência de estabelecimento de parcerias com privados e outras instituições públicas acabou por, na maioria dos casos, não assegurar mudanças e resultados significativos no modo de governação e de participação dos diferentes stakeholders nos processos de regeneração urbana. Por outro lado, pela parte dos Programas Operacionais não foi suficientemente valorizada a monitorização e avaliação deste novo tipo de instrumentos em termos da política de cidades e da política de reabilitação urbana”. Um outro problema associado às cidades e às políticas urbanas, este particularmente presente nas áreas de expansão urbana ou nas periferias, está relacionado com a crise na construção civil e com o excedente que o país hoje possui em termos da oferta de edifícios para habitação e para serviços ou comércio. Segundo a administradora, é urgente para além de abordar a reabilitação dos edifícios degradados ou devolutos dos centros antigos, pensar nas zonas não consolidadas das cidades, que na sua maioria resultam de investimentos imobiliários excessivos, não ignorando o desafio de conservação que a maioria dos condomínios vai começar a revelar a curto prazo. Por isso mesmo Elisa Pérez Babo reforça mais uma vez: “Penso que a preocupação com a reabilitação urbana não deve descurar a intervenção nas zonas não consolidadas da cidade”.
A Quaternaire Portugal “Há 25 anos, pensar o desenvolvimento local de modo integrado e envolvendo a formação de recursos humanos para o coordenar era algo muito ambicioso e uma grande inovação”. É assim que António Figueiredo, administrador da Quaternaire Portugal (QP) começa por falar desta empresa que surgiu em 1990, e que agregou as vontades de várias personalidades nacionais e algumas internacionais, que tinham estado envolvidos num Programa de Formação de Agentes de Desenvolvimento, apoiado pelo PNUD e a OIT. O objetivo relembra o administrador, “passava por formar indivíduos que iriam fixar-se no terreno para promover e coordenar estratégias de desenvolvimento local”. Desde essa altura até hoje, a Quaternaire Portugal evolui para uma empresa de consultoria com trabalho em vários domínios, mas que mantém como matriz central o desenvolvimento regional e territorial, mais propriamente o desenvolvimento. Atualmente esta empresa presta serviços diversificados nos domínios da avaliação de políticas públicas, de programas e projetos, da cultura, do emprego, das competências e formação profissional, do planeamento e ordenamento do território, e ainda do planeamento estratégico e das políticas urbanas. A abordagem conceptual da QP aos problemas do desenvolvimento territorial, organizacional, setorial e humano foi amadurecida ao longo de 24 anos de experiência. As suas intervenções de consultadoria abrangem as componentes de hardware, software e orgware e, através da combinação de competências internas em matérias de educação, de formação, de planeamento estratégico, de ordenamento territorial e urbano, consegue dialogar proactivamente com as questões do empreendedorismo, privado ou social. Com vários estudos e projetos já realizados, a QP está organizada em torno de uma abordagem multidisciplinar e integrada ao desenvolvimento dos territórios e à capacitação
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Quaternaire Portugal NEWSLETTER #4 -
setembro 2012
Quaternaire Portugal – uma parceria para os tempos difíceis organizações privadasfinanceiro e públicas,abateram-se privilegiando a conceção soluções à medida das necessidades específicas Osdeefeitos do resgate de formadeindiscriminada sobre praticamente todas as organizações privadas, com intensidade agravada naquelas em que o peso das atividade clientes e apúblicas produção ee difusão de conhecimento estratégico pertinente. des orientadas para os mercados externos é nulo ou, pelo menos, residual. Estamos claramente Para que estemudança trabalho seja facto possível estacondições empresa conta nos seus quadros acom umanacional equipa multidisciplinar perante uma dedeparadigma das de financiamento, nível seguramenum curriculum enquanto científico prestigiado nacional financeira e internacionalmente, além de uma experiência profissional te que e a carrega nível internacional a estabilidade continuar ameaçada.
muito vasta. Mas não é tempo de ignorar oportunidades. E muito menos para esperar passivamente pela chegada ventos mais favoráveis. Um novonacional, períodoosde programação de Fundos estápela aí à Comdeuma posição consolidada no mercado objetivos da Quaternaire PortugalEstruturais passam agora porta, com novas exigências, novos temas mobilizadores e obviamente novas oportunidades. internacionalização. António Figueiredo aponta o mercado africano de língua oficial portuguesa como o ideal paraÉ seguramente um tempo de novas escolhas, públicas e privadas, adaptando projetos e realizações estecondições processo, não o mercado europeu como uma emborainternas, exigindo uma estratégiade àsiniciar novas dedescartando financiamento. E também tempo depossibilidade, reorganizações focagens diferente: “Acreditamos que com o modelo de trabalho que temos e com as parcerias certas conseguiremos ganhar atividade, maior eficiência, melhor capacidade de mobilização e aproveitamento de recursos dispo. níveis, tempo de reinvenção capacidades. expressão no mercado africano.de Temos ainda a ambição de alcançar o mercado europeu, mas neste já teremos que
Quaternaire Portugal NEWSLETTER #4 -
Perante desafios, é também de atribuir conhecimento, técnico, científico e estratégirepensartais a nossa estratégia, afirmandotempo competências mais ao específicas e menos globais. Enquanto em países como co, um outro valor, procurando maximizar o seu “good value for money”, quer interpretemos esta Angola e Moçambique a oferta vai muito ao encontro das tipologias de produtos já consolidadas no mercado interno, máxima na sua dimensão económica mais restrita, quer lhe atribuamos um valor de utilidade social o que torna a nossa entrada mais fácil, o mercado europeu é muito competitivo e muito especializado. Uma empresa setembro 2012 mais abrangente.
abranja tantas áreas, como o nosso caso, pode ter dificuldade em participar nos consórcios É que nestes momentos que os éserviços de consultoria têm que ser encarados como mais umadinâmicos, parceria, partilhando riscos, estimulando e animando a inovação, nos processos nos modelos organizaciopelo que temos de afirmar competências mais específicas. Mas acredito que vamos econseguir”. nais, trabalhando à medida das margens de manobra das organizações.
Quaternaire Portugal – parceira uma de parceria para A Quaternaire Portugal afirma-se como tais processos. Coloca os o seutempos portfolio, experiência e conhecimento que pode mobilizar internamente e através da sua rede de consultores ao difíceis A Quaternaire Portugal prima essencialmente pelaface diversidade serviços quenúmero oferece,da aliados um conjuntomosde serviço de estratégias reativas e proativas à crise.deEste novo sua anewsletter tra,domínios através projetos iniciados concluídos preparados para a este de dos ‘expertise’. Conheça todas ase áreas e serviçosque queestamos esta empresa de consultoria temresponder para oferecer. desafio. Os efeitos do Engenharia resgate financeiro de forma indiscriminada praticamente todas as • da formaçãoabateram-se (conceção de planos de formação, elaboraçãosobre de diagnósticos de necessidades organizações e privadas, intensidade naquelas em que o peso das atividade formaçãopúblicas e coordenação de açõescom de formação para o agravada desenvolvimento); des orientadas para os mercados externos é nulo ou, pelo menos, residual. Estamos claramente • Estratégias e programas urbanos (valorização de áreas urbanas, estratégias e planos de desenvolvimento perante uma mudança de paradigma das condições de financiamento, a nível nacional seguramenurbano, ações inovadoras de desenvolvimento urbano); te e a nível internacional enquanto a estabilidade financeira continuar ameaçada.
António Manuel Figueiredo
Presidente do Conselho de Administração
• não é tempo Estudos meso e micro) sobre oEmercado de trabalho (de esperar caracterização e prospetivos); Mas de(macro, ignorar oportunidades. muito menos para passivamente pela cheTrabalhos em fase de lançamento gada• de ventos maisde favoráveis. novo período de eprogramação de Fundos Estruturais está aí à Estudos avaliação (deUm programas, de projetos políticas); porta, temas mobilizadores e obviamente oportunidades. • com novas Estudosexigências, e estratégiasnovos de desenvolvimento social (diagnósticos sociais e novas planos de desenvolvimentoÉ seguramente um tempo de novas escolhas, públicas e privadas, adaptando projetos e realizações social); condições de financiamento. E também tempo de reorganizações internas, focagens de às novas • Estudos e estratégias de capacidade planeamento ede ordenamento do território (estratégias nacionais, sistemas de atividade, eficiência, melhor mobilização e aproveitamento de recursos dispo. Estudomaior Socioeconómico da Fronteira Hispano-Lusa níveis, tempo reinvençãodede capacidades. informação ede monitorização planos);
Perante tambémde tempo de atribuir(designadamente ao conhecimento, • tais desafios, Estudos e éestratégias sustentabilidade do Tipotécnico, Agenda científico XXI Localeeestratégiavaliação A Quaternaire Portugal participa presentemente estudo socioeconómico sobre a quer fronteira hispano-lusa que co, um outro valor, procurando maximizar o no seu “good value for money”, interpretemos estaa ambiental estratégica); Rede Ibérica de Entidades (RIET) lançouquer oportunamente. O estudo realizado sob a coordenamáxima na sua dimensãoTransfronteiriças económica mais restrita, lhe atribuamos um évalor de utilidade social ção• do Professor Luíseconómicos Domingueze(Professor de História dainovação); Cátedra Jean Monnet da Estudos estratégicosTitular (de âmbito macro, Contemporânea setorial, economiaeda mais abrangente. Universidade de Vigo) e envolve equipas universitárias portuguesas e espanholas.
• Estudos para setorserviços cultural (prospetivos e de práticas e consumos culturais); como uma parceria, ÉOnestes queo os de consultoria têmdiversificados que ser encarados estudo momentos envolve a construção de um sistema de indicadores sobre o território de fronteira, para • Estudos sobre sistemas de educação e formação (elaboração de cartas e diagnósticos sobre partilhando riscos, estimulando e animando a inovação, nos processos nos modelos cuja conceção a participação da Quaternaire Portugal foi essencial, integrandoeeducativas ainda leituras e organizaciointerpretações nais, à medida das margens de manobra das organizações. sucintas desses ostrabalhando sistemas deindicadores. educação e formação); A Quaternaire Portugalde afirma-se como(planos parceira de tais processos. Coloca o seu expe• Instrumentos gestão territorial especiais, regionais, municipais e setoriais de portfolio, ordenamento); riência e conhecimento que pode mobilizar internamente e através da sua rede de consultores ao • Operações de regeneração e reabilitação urbanas (programas estratégicos e parcerias com a regeneração serviço de estratégias reativas e proativas face à crise. Este novo número da sua newsletter mostra, urbana); através dos projetos iniciados e concluídos que estamos preparados para responder a este desafio. • Planos e estratégias de política cultural (estratégias regionais, planos estratégicos, planos de marketing);
• estratégicos programasHistórico de ação (territoriais, de cidades e redes de cidades, setoriais, Plano de Planos Pormenor do eCentro de Odivelas
António Manuel Figueiredo
Presidente do Conselho de Administração
organizacionais, de turismo, de infraestruturas produtivas, entre outros); • Programação e gestão de estruturas e organizações culturais ( programação e gestão de novas estruturas, A Quaternaire Portugal iniciou em agosto e elaboração do PP do Centro Histórico de Odivelas, adjudicado apoio ao empreendedorismo cultural);de um Plano de Salvaguarda de uma área central da cidade de Odivelas mediante concurso público. Trata-se Trabalhos emdefase de lançamento que• inclui umaProjetos parte considerável classificado do concelho e que do assume grande significado valorizaçãododepatrimónio recursos artísticos e culturais (valorização património cultural, projetosna sua identidade cultural. museográficos, formação de públicos, programação); O desafio deste Plano reside na valorização da principal referência identitária do concelho, reforçando a sua • Projetos urbanos (programação, gestão e estudos de impacte); capacidade polarizadora e o seu caráter multifuncional. Assim, a missão da Quaternaire Portugal consiste no desenvolvimento de umdePlano que capaz de:(conceção i) assegurar requalificação da áreapor urbana, mantendo a sua • Sistemas gestão deseja competências de areferenciais de formação competências). escala e morfologia; ii) salvaguardar o património cultural construído; iii) e melhorar as relações entre o centro
Estudo da Fronteira Hispano-Lusa histórico, aSocioeconómico Ribeira de Odivelas e a cidade.
O Plano de Pormenor será desenvolvido em 5 fases e terá uma duração aproximada de 12 meses, incluindo de apreciação. A períodos Quaternaire Portugal participa presentemente no estudo socioeconómico sobre a fronteira hispano-lusa que a Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) lançou oportunamente. O estudo é realizado sob a coordenação do Professor Luís Dominguez (Professor Titular de História Contemporânea e da Cátedra Jean Monnet da Universidade de Vigo) e envolve equipas universitárias portuguesas e espanholas.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL JUDO EM PORTUGAL
Colocar a Associação de Judo de Santarém junto das Melhores associação de judo de santarém É este o objetivo do trabalho que a Associação de Judo do Distrito de Santarém (AJDS) tem desenvolvido. Quem o diz é Filipe Lopes atual diretor técnico da AJDS. A Revista Business Portugal foi conhecer melhor os projetos que visam potencializar a modalidade neste distrito.
filipe lopes Diretor Técnico
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omeçou em 1989 a ligação de Filipe Lopes ao Judo. Com apenas nove anos teve a sua primeira ligação com a modalidade motivada por um membro da família praticante de Judo. 25 anos passaram e hoje, para além de treinador, assume também o papel de diretor técnico da AJDS, um cargo que encara com enorme responsabilidade: “Tenho tentado cumprir a missão de desenvolver o judo no distrito de Santarém, o que é uma enorme responsabilidade mas que é também algo que me orgulho de poder fazer”. Para cumprir esta missão, Filipe Lopes, tenta criar uma união entre todos os agentes do distrito ligados à modalidade. Um trabalho que vai de encontro, diz o diretor, que passa também esta mensagem aos seus atletas, a um dos princípios básicos do judo e da vida:“ Só poderei ser mais forte se trabalhar com os outros, sozinho não consigo”. Para potencializar esta modalidade, que no ano de 2014 regista no distrito de Santarém mais de 1000 praticantes, sendo 600 deles inscritos, os restantes estão associados ao judo escolar onde os jovens apenas praticam a modalidade sem o incremento competitivo. A AJDS tem desenvolvido diversos projetos e eventos desportivos, para os escalões mais jovens, de formação, foi criado o Projeto Especial, explica Filipe Lopes: “Este projeto é destinado aos jovens entre os 5 e os 14 anos e consiste num circuito de 5 torneios por ano. Uma competição com uma participação média de 200 jovens, pouco formal e onde o objetivo é que se divirtam, aprendam a competir e onde os treinadores podem também dar o seu cunho de formadores”. Com o crescimento natural dos atletas a vertente de competição entra no tapete: “Quando os jovens evoluem para o escalão de Cadetes, o primeiro de competição um pouco mais a sério, têm atividades quinzenais,
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denominados treinos associativos, que a AJDS organiza por entender que se cria desta forma mais um espaço para os atletas treinarem, partilharem experiências e criarem resultados”. Resultados importantes quando o objetivo é, como afirma, “criar atletas até ao escalão sénior que possam competir com os mais fortes e construir resultados de relevo”. Ainda destinado ao primeiro escalão de competição, a AJDS organiza no dia 29 de Junho, o II Torneio Internacional Open Cadetes. No dia 28 do mesmo mês tem ainda lugar o II Torneio de Katas, e do dia 30 de Junho a 4 de Julho realiza-se o IX Estágio Internacional da AJDS em Torres Novas. Todas estas atividades criam nas palavras do atual diretor técnico “mais-valias para o Distrito de Santarém trazendo também algum valor económico para a associação poder suportar os custos de outras atividades”. Mas os projetos não terminam por aqui. O mais recente e inovador a nível nacional é projeto de judo adaptado que consiste na implementação da modalidade junto das populações com deficiência. Para tal a AJDS tem realizado workshops demonstrativos junto dos Centros de Reintegração Social no distrito de Santarém. Uma iniciativa importante já que, refere Filipe Lopes, “têm existido algumas atividades neste sentido a nível nacional mas de forma isolada e o que se pretende é alargar ao distrito de Santarém por completo”. Embora, o diretor técnico não queira adiantar muita informação, garante que está em estudo um outro projeto que liga o judo ao ambiente empresarial. No sentido de potencializar ainda mais a modalidade no distrito, a associação isentou as crianças até aos 10 anos do pagamento de quaisquer taxas. Uma medida fulcral já que a modalidade, embora hoje
com maior desenvolvimento graças aos resultados atingidos por alguns atletas a nível internacional, do qual se destaca a conquista da medalha olímpica, não tem sido apoiada, nas palavras de Filipes Lopes, convenientemente, particularmente nos escalões de formação. “Nos clubes mais pequenos nota-se algum afastamento de jovens porque não há condições para organizar atividades ou desloca-los aos torneios e isso é extremamente negativo já que se a base começa a ficar curta o topo da pirâmide a médio prazo ficará mais fraco e será difícil ter atletas de alto rendimento”. Confiante nos resultados do trabalho que a AJDS tem desenvolvido, o diretor técnico, olha confiante para o futuro e acredita ser possível colocar esta associação junto das melhores. Para isso, explica: “É necessário continuar a trabalhar, a inovar, a criar condições para que os atletas do distrito possam competir ao mais alto nível e construir, não é atingir ou conseguir, é construir, resultados desportivos de relevo”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS
A qualidade de um condomínio também depende da excelência do seu administrador castelogest A Castelogest nasceu há 17 anos, com o objetivo de prestação de serviços de nas áreas financeira, contabilidade, fiscal e assessoria administrativa. Contudo, a empresa especializou-se na área de administração e gestão de condomínios, movida por princípios de introdução do fator de moralização e profissionalização neste campo. Manuel Gonçalves explicou à nossa revista a razão do sucesso desta empresa da Madeira que conta com mais de 60 condomínios, ultrapassando as 2.600 frações.
tendo na fidelidade dos seus clientes a principal razão do seu sucesso.
e custos adicionais. A morosidade da justiça, em alguns casos, também não ajuda.
manuel gonçalves Administrador
Que serviços disponibilizam aos vossos condomínios? Estamos vocacionados para a administração de condomínios, com sólida experiência conquistada neste 17 anos de história. Administramos com zelo, competência e honestidade os imóveis que nos são confiados, procurando reduzir ao mínimo as preocupações dos condóminos. Dispomos de profissionais qualificados para assegurar o equilíbrio financeiro necessário à gestão quotidiana, bem como a manutenção em bom estado de conservação, limpeza e jardinagem os edifícios sob a nossa administração, por forma a valorizar o património dos nossos clientes.
Quais os principais valores pelos quais se rege a Castelogest? A Castelogest rege-se por princípios de ética comercial, transparência, rigor orçamental e informação periódica da situação das contas dos condomínios. Os seus responsáveis constataram que havia empresas que enganavam os seus clientes e não eram claras nas contas que apresentavam. E era preciso alterar esta situação. Assim, temos como principais pilares a excelência, transparência e qualidade dos serviços prestados. Tem sentido uma evolução extraordinariamente positiva,
Quais as principais dificuldades que o setor atravessa? O setor atravessa várias dificuldades. A primeira assenta no facto de a atividade não estar regulamentada. E isso permite que qualquer um se possa considerar apto para administrar condomínios. Os prejudicados são os condóminos. No aspeto de administração de condomínios, atualmente, há mais dificuldades na cobrança das quotas. Evidentemente que as dificuldades económicas e financeiras que o país atravessa têm um reflexo importante neste sector. A cobrança das quotas torna-se mais difícil. Isto acarreta sobrecarga de trabalho
Uma realidade que continua a imperar são as administrações amadoras. Qual a sua opinião sobre esta questão? Estas tendem a criar alguma renitência às empresas administradoras dos condomínios? Trazem mais prejuízos ao setor? A gestão de um condomínio assume-se como algo que à primeira vista pode parecer simples, mas ao analisarmos todas as dinâmicas e vertentes existentes compreendemos que as dificuldades são muitas, sendo portanto mais razoável e racional entregar a quem sabe e a quem faz da gestão de condomínios o seu dia a dia. Exige formação técnica, pessoal e profissional. O tempo do amadorismo está ultrapassado. Tendo como desiderato supremo, a defesa do interesse dos seus clientes, os condóminos, a Castelogest procura transmitir valores assentes em pilares de estabilidade, credibilidade e prestígio junto dos fornecedores e aos prestadores de serviços dos seus condomínios. Assumimo-nos como solução, pois é uma empresa com know how adquirido e reconhecido, coadjuvando a isso uma enorme capacidade de liderança, transmitindo esses valores aos seus clientes. Temos quadros altamente qualificados, na área de gestão e jurídica, gozamos de estabilidade financeira própria e possuimos uma equipa de manutenção competente e disponível.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL ARTIGO DE OPINIÃO
artigo de opinião Desafios de Portugal no pós-troika
Redigido por João Rafael Koehler, Presidente da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários
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ormalmente, Portugal concluiu o seu programa de ajustamento a 17 de maio. Porém, a necessidade de aprofundar a consolidação orçamental e, ao mesmo tempo, de acelerar o crescimento económico e a criação de emprego não permitem um abrandamento do esforço nacional. Neste cenário, identifico três grandes desafios a vencer no pós-troika: a reforma do Estado, o financiamento da economia e o reforço da competitividade. A reforma do Estado necessita de ser aprofundada para que se produzam mudanças estruturais na organização, gestão e financiamento da administração pública. Foi positivo o novo enquadramento financeiro das autarquias, limitando as despesas dos executivos locais. Neste caso, verificou-se uma verdadeira alteração de paradigma. Mas a reestruturação, fusão e extinção de organismos estatais revelou-se demasiado tímida. Importa ir mais longe na ponderação do interesse público dos organismos estatais, extinguindo-se os que não são absolutamente necessários ou se afiguram redundantes em relação a outros. Seria igualmente pertinente reduzir o chamado Estado paralelo, prosseguindo, por exemplo, o processo de eliminação de fundações sem efetivo interesse para a comunidade.
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O financiamento da economia é outra questão que ganhou acuidade com a crise financeira mundial, a partir de 2008. E hoje, conhecido o elevado nível de endividamento das nossas empresas e as suas dificuldades de capitalização, o problema do financiamento mantém-se perigosamente atual. Até porque, ultrapassada a contração da procura interna e externa, as empresas necessitam de fazer novos investimentos de natureza produtiva e com intensidade de inovação. Não é, contudo, de esperar para breve uma maior disponibilidade da banca para conceder empréstimos a custos comportáveis. Logo, há que encontrar fontes de financiamento alternativas ao crédito bancário, aproveitando o novo ciclo de fundos comunitários e a gestão que deles fará a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD). O novo quadro comunitário deve ser preferencialmente direcionado para as empresas, tendo a industrialização, a internacionalização, o capital humano e a inovação como prioridades. É sabido, aliás, que as empresas com projetos financiados por fundos comunitários registam aumentos consideráveis das exportações, o que diz bem da importância destes apoios para a nossa competitividade. Concluído o ciclo das infraestruturas,
importa então que os fundos comunitários sejam canalizados sobretudo para o apoio ao investimento e para a capitalização das empresas. Neste âmbito, caberá à IFD a boa gestão dos instrumentos de apoio às empresas resultantes do financiamento comunitário para 2014-2020. Por fim, Portugal tem de vencer o desafio da competitividade. Durante o programa de ajustamento, assistimos ao aumento das exportações e ao acentuar da internacionalização. Mas trata-se de um processo que carece de consolidação, como os números do 1.º trimestre de 2014 vieram confirmar. O mercado externo não pode ser visto como o último recurso das empresas, mas sim como uma opção estratégica de crescimento e de valor acrescentado. Para isso, as empresas têm não só de adotar modelos de gestão virados para a internacionalização como de reforçar a competitividade com investimentos na inovação, na tecnologia e na criatividade.