Revista Business Portugal | Novembro '14

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA

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Há mais de 12 anos que a Unidade de Medicina Desportiva da Joaquim Chaves Saúde oferece cuidados diferenciados para atletas de alta competição bem como para todos aqueles que se preocupam com o seu bem-estar.

www.jcs.pt

Unidade Medicina desportiva


REVISTA BUSINESS PORTUGAL EDITORIAL

Editorial

até breve, 2015 Por Diana Ferreira

FICHA TÉCNICA Diretor Fernando Silva

EDITORA Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt)

REDAÇÃO Cátia Fernandes Márcia Cardoso Kathleen Araújo Sara Gomes Ana Lopes Marta Caeiro Rita Burmester Sílvia Dias Sílvia Martins (redacao@revistabusinessportugal.pt)

PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN Tiago Rodrigues

SECRETARIADO

Esta época do ano é, seguramente, uma altura em que grande parte das pessoas, pelas questões inerentes à nossa tradição e cultura, ganham um novo alento, procurando formas de realização pessoal e, inevitavelmente, pensar nos 12 meses que se seguem. Sim, falo de 2015. Acredito que as casas iluminadas, os pinheiros enfeitados e a música típica da época são o reflexo de um estado de espírito mais feliz, mais generoso e mais sonhador. Quer queiramos, quer não, esta época traz o melhor que há de nós e faz-nos acreditar num futuro mais próspero. É necessário recuperar as energias que foram esgotadas na labuta diária, entre reuniões e relatórios, avaliações e congressos. Por estes lados, a labuta diz mais respeito a entrevistas, reportagens e viagens… muitas viagens! Acredito que este estado de espírito deverá exteriorizar-se também ao lado profissional. É certo que, não raras vezes, este ‘espírito’ que deverá reflectir-se no sucesso, não depende exclusivamente de nós. Aqui, na Revista Business Portugal, o sucesso não seria possível sem o apoio e confiança dos nossos parceiros. Comprometemonos, para com eles, em 2015 a continuar a fazer o que sabemos melhor: apresentá-los, dignificá-los e, o mais importante, sermos um veículo de aproximação aos nossos leitores. Para nos despedirmos de 2014, contaremos com a nossa edição Premium, que faz referência a mais um aniversário da sua/nossa revista. Conte com a participação de várias personalidades do panorama nacional, entre outras temáticas que, com certeza, lhe agradarão. Desta forma, os nossos votos para o próximo ano passam por continuar a crescer, ao seu lado. Continuaremos a presenteá-lo com o que de melhor se passa em Portugal, a mostrar-lhe tradições e inovações, diferenças e semelhanças, sempre com a qualidade e o rigor a acompanhar-nos. Faça, uma vez mais, ouvir a sua voz. Até breve, 2015 * Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico

Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt)

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO

edição de novembro 4- avlc

Fernando Lopes Filipe Amorim Isabel Brandão José Machado Luís Silva Manuel Fernando Paulo Padilha

EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE

10 - instituto de técnicas da saúde

Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2 4400-134 - Mafamude (geral@revistabusinessportugal.pt)

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II CONGRESSO SOS HEPATITES

MUNICÍPIOS

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

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30 - SPG 32 - SOS Hepatites

44 - Município de Figueira de Castelo Rodrigo 48 - Município de Almodôvar

Tlf: 223 754 806 (Geral) Tlf: 224 109 098 (Redação)

DISTRIBUIÇÃO

35 - Mediare 36 - Carla Soares

78 - Santa Casa da Misericórdia de Pernes 88 - Santa Casa da Misericórdia de Alcanede

Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID Depósito Legal: 374969/14 Edição de novembro

ESTATUTO EDITORIAL • A Revista Business Portugal é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do tecido empresarial português. • A Revista Business Portugal é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica. • A Revista Business Portugal define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação. • A Revista Business Portugal rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade. • A Revista Business Portugal faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL REFERÊNCIA INTERNACIONAL NA ADVOCACIA

“O reconhecimento dos nossos clientes é a energia que nos move rumo ao futuro” António vilar, luís cameirão & associados Com uma tradição de mais de 37 anos, o gabinete de advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados (AVLC), com sede no centro do Porto e escritório em Lisboa, fundado pouco depois do 25 de abril, é hoje uma referência nacional e internacional no universo da advocacia.

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esde o seu início que o gabinete se vocaciona para os negócios internacionais, sem nunca descurar a intervenção atenta na realidade portuguesa. Ao longo dos anos, o gabinete foi evoluindo, bem como, reforçando as suas áreas de atuação. Em 2012, quando Luís Cameirão, advogado e com largos anos de experiência em gestão empresarial, entrou na titularidade e direção do gabinete, assistiu-se a um novo impulso na senda de um cada vez melhor serviço aos seus clientes e parceiros. Assim, como preocupação primordial, o advogado decidiu potenciar tudo aquilo que já eram as conexões e competências do escritório e alargar para novos horizontes “um pouco mais centrados na problemática das empresas, quer nacionais, quer internacionais” refere Luís Cameirão, aproveitando desta forma o seu vasto know-how para identificar e compreender aquilo que são as necessidades das empresas do ponto de vista jurídico/ económico. Para além disso, houve também um reforço da vertente internacional, para levar os serviços jurídicos um pouco mais longe. “A história é um pouco isto, um escritório que ao longo da sua caminhada, se preparou e se prepara diariamente para responder às necessidades quer dos cidadãos, quer das empresas” explica o nosso entrevistado. Hoje em dia, pode-se dizer que o gabinete António Vilar, Luís Cameirão & Associados é um ponto de referência não só em Portugal mas também em determinados mercados externos, como é o caso dos mercados espanhol, francês e alemão. Adotando uma visão sem fronteiras no que respeita à prática da advocacia, atualmente este gabinete é reconhecido como capaz de assessorar eficazmente qualquer projeto de implantação de empresas em Portugal, e também de países de influência portuguesa que estão estritamente ligados, nomeadamente Angola, Moçambique, Cabo Verde e mais recentemente com Macau (que ajuda a fazer a ponte para a China pela língua e pela legislação que é idêntica). “São países de grande potencial de crescimento e considero que Portugal deve assumir-se como uma plataforma para os investimentos europeus nesses mercados, e o nosso gabinete esta bem posicionado para apoio a projetos

Luís Cameirão

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empresariais transnacionais” sublinha o advogado. Neste âmbito, o nosso interlocutor aponta para questões de elevado peso no que respeita ao estado de desenvolvimento desses países, nomeadamente no seu ordenamento jurídico. Além disso, como se trata de países de independência relativamente recente, têm ainda muitas lacunas principalmente na falta de juristas locais qualificados “que possam assessorar projetos europeus” refere Luis Cameirão. E é precisamente aí que Portugal entra, dando o seu mais completo apoio , através, nomeadamente dos seus juristas e advogados.

Rede internacional de advogados E porque o passo da internacionalização deve ser prudente e proveitoso, através da “EUROATLANTIC LAWYERS”, uma rede internacional de advogados desenvolvida e criada em 2004, o gabinete de advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados está presente nos principais centros de negócios do mundo. Neste campo, e descortinando a importância da atividade, “o objetivo é que o gabinete esteja capacitado para apoiar os nossos clientes em qualquer parte do mundo, onde estes pretendam instalar-se ou desenvolver qualquer tipo de atividade”. Neste sentido, o nosso interlocutor destaca a mais-valia de ter um parceiro local, altamente qualificado, que – em coordenação com o gabinete – faz a assessoria jurídica e garante um serviço de excelência aos seus clientes onde quer que

eles estejam. Assim, António Vilar, Luís Cameirão & Associados acompanha de perto os seus clientes na internacionalização das suas atividades comerciais e industriais, abarcando desde a Europa à América Latina, da Africa à Asia.

Conjuntura económica em Portugal Debatendo sobre a difícil situação económica que o nosso país atravessa, Luís Cameirão levanta uma questão que o preocupa: até que ponto a economia portuguesa estará capaz de captar investimentos estrangeiros de qualidade? E uma vez que em matéria de competitividade, ou somos competitivos ou não somos, o advogado reforça a ideia de que para “nos tornarmos num país verdadeiramente competitivo não o pode ser só em matéria fiscal, temos de o tornar amigo do investimento”, avaliando que isso não está a acontecer porque cada vez mais se dão sinais contraditórios aos mercados, e aos empresários e que, muitas vezes, uma determinada medida que podia ter um alcance com retorno muito positivo, acaba por ser prejudicada por outras medidas menores. “Temo que com isto estejamos a atingir o mau investimento estrangeiro, isto é, começa-se a assistir a uma criação maciça de empresas estrangeiras em Portugal mas que não se destinam a produzir nada por cá” destaca o interlocutor, explicando que isto acontece porque estas

empresas vêem apenas beneficiar de uma taxa de IRC menor que no seu país de origem não trazendo postos de trabalho nem novas tecnologias ou know how. E qual a solução para esse problema? Do ponto de vista do advogado, é necessário que Portugal tome medidas e clarifique algumas das suas posições, uma vez que ao afirmar-se como um país capaz de atrair investimento “real, sério e efetivo” tem que atuar não só através da questão fiscal, mas através de todo o ambiente que envolve as empresas, de forma a conseguir melhorar essas condições de competitividade. Neste seguimento, introduzir questões de previsibilidade na economia e na ordem jurídica é vital para que as pessoas possam decidir investir confiantes no mercado português. “É contraproducente baixar o IRC e ao mesmo tempo criar impostos verdes, como se os impostos tivessem cor, aumentar e instalar portagens em todas as vias relevantes, sobrecarregar empresas e cidadãos com uma imensidão de taxas sobre tudo e qualquer coisa. Estamos num pais em que qualquer entidade se sente legitimada para taxar. Todos estes custos são tidos em conta por quem quer investir e são muitas vezes motivo para escolher outras paragens.”

Diferenciação: um ponto-chave António Vilar, Luís Cameirão & Associados define-se como um gabinete bem capacitado do ponto de vista dos seus recursos humanos – reunindo um corpo de

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advogados especialistas em todas as áreas de direito - com capacidade para atender em cinco línguas (português, espanhol, alemão, italiano e francês) e com tecnologias de trabalho avançadas. Luís Cameirão diz que para além destas características cruciais, há elemento distintivo e diferenciador que se assenta na rapidez de resposta “qualquer pessoa que nos coloque uma questão tem uma primeira resposta em 24 horas e isto faz toda a diferença especialmente quando lidamos com empresas nacionais e internacionais”, frisando que esta acuidade e prontidão constituem forte motivo de preferência de muitos clientes. E porque os administradores estão conscientes de que a inovação e a melhoria contínua é o meio caminho para o sucesso, decidiram recentemente ampliar o escritório situado na Rua de Ceuta, Porto – aumentando o espaço em mais 300m2. O objetivo foi dotar o gabinete com novas funcionalidades e melhores condições de trabalho

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para os advogados e colaboradores. Para além disso, há relativamente pouco tempo, os administradores decidiram abrir um escritório em Lisboa, de forma a corresponder a uma necessidade e procura crescente que vinham sentido relativamente ao mercado da capital onde o gabinete é cada vez mais solicitado.

Contratação pública: o que vai mal No contexto europeu, um dos grandes motores da economia são os próprios Estados. Quem o diz é Luís Cameirão, explicando que as necessidades de aquisição de bens e serviços dos próprios estados são indutoras de um crescimento económico e, consequentemente, de decisões de investimento a nível global. Neste âmbito, o nosso entrevistado elucida-nos que desde 2009 que Portugal reformou a legislação sobre contratação pública que é “um grande labirinto – extenso, minucioso

e extremamente exigente”, fazendo com que qualquer procedimento público tenha sempre motivos para que os concorrentes possam fazer reclamações e impugnações judiciais. Para o advogado este é um assunto de extrema relevância, em que há uma enorme necessidade de simplificar e desburocratizar as regras de contratação pública, associando-lhes uma maior responsabilidade por parte das entidades adjudicantes, nomeadamente as duas administrações e decisores políticos. Por esta razão, o nosso entrevistado ressalva: “o mais importante num processo de contratação pública é que o estado consiga aprovisionar as suas necessidades, sejam bens, sejam serviços, com qualidade, ao melhor preço possível”. Deste modo, o responsável afirma que neste campo temos uma legislação claramente inadequada incapaz de proporcionar um sistema de contratação transparente e eficaz. E frequente o estado pagar muito mais caro aquilo que necessita apenas porque as


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melhores propostas em qualidade preço sucumbiram no labirinto da legislação. No entanto, com a diretiva comunitária 2016, Luís Cameirão tem esperança que esta se possa traduzir numa oportunidade de melhorar o setor.

Progredir na área da saúde Com um serviço nacional de saúde público, que é tendencialmente gratuito e universal, onde há um conjunto de normas e também de obrigações no âmbito das convenções internacionais, há ainda algumas lacunas. Segundo o advogado, Portugal assume algumas responsabilidades internacionais, através da convenção do Cartão Europeu de Saúde, presta serviços a utentes estrangeiros que se encontram transitória e ocasionalmente em território nacional. Contudo, quer no âmbito do cartão europeu de saúde quer no caso de cidadãos extracomunitários, fá-lo de uma forma inadequada: “o problema é que quando os cidadãos estrangeiros que nos visitam são tratados nos hospitais públicos portugueses, estes não dispõem de nenhuma capacidade para depois proceder à cobrança do valor desses tratamentos, quer junto dos próprios cidadãos, quer junto das companhias seguradoras”. Isto acontece por várias razões, ou porque os hospitais não têm pessoas que falam outras línguas, ou porque não têm departamentos e recursos humanos vocacionados para tratar desses assuntos, “e em grande parte dos casos quase nem registos completos tomam dessas pessoas” aponta Luís Cameirão. O grande desafio é que o Ministério da Saúde crie serviços nos hospitais capazes de fazer a gestão dessas situações. Por sua vez, usufruindo desta falha, o advogado conta que se tem verificado recentemente que já chegam pessoas de outros países, em período de férias, com o objetivo de se tratarem gratuitamente. Luís Cameirão ressalva que “a área da saúde é uma das áreas em que o Estado português pode e deve fazer melhor até para potenciar a capacidade dos serviços que temos instalada”.

Dar passos no sentido de uma independência judicial “Do ponto de vista da organização do Estado, adotamos um modelo politica assente numa ideia que vem da revolução francesa que é «o princípio da separação de

poderes», onde temos o poder executivo, o legislativo e judicial” esclarece o nosso interlocutor. Esta separação de poderes, na ótica do advogado, traz um conjunto importante de mais-valias, no entanto em Portugal a justiça caba por não beneficiar plenamente dessa independência em relação ao poder executivo: “no meu entender para que isso acontecesse, tinham que se criar soluções para que os tribunais tivessem plena autonomia nas decisões. Não se pode apregoar independência quando todas as decisões em matérias relevantes para o setor são tomadas pelo poder politico e não judicial. Veja-se a este propósito os recentes problemas coma plataforma Citius. Veja-se a esse propósito quem decido que meios humanos e materiais estarão afetos à justiça. Não há independência quando não existe controlo sobre os meios.”. Na perspectiva de Luís Cameirão o setor da justiça, devia ser responsável pelas suas próprias decisões, criando maior credibilidade, visto que acabaria por excluir suspeitas sobre a influência dos executivos.

Crash do Citius Como é do conhecimento de alguns, viveram-se 44 dias de um quase total apagão da plataforma digital CITIUS - aplicação informática que se destina a responder às necessidades do trabalho dos magistrados judiciais - que impediu que os operadores judiciários (juízes, advogados, solicitadores e funcionários judiciais) pudessem ter acesso aos seus processos. Este bloqueio no arranque do novo mapa judiciário, a 1 de setembro, gerou críticas de magistrados, advogados e funcionários judiciais, que alertaram para o “caos” gerado nos tribunais. Quanto a esta questão Luís Cameirão defende: “O Ministério da Justiça, que tem a gestão da plataforma, devia ter acautelado esta situação. Tinham que ser criados planos de contingência para o caso de acontecer uma situação destas, porque aquilo que aconteceu é de tal forma grave que não poderia ter acontecido. E não vale a pena correr mundo à procura de bodes expiatórios, o sucedido tem como único responsável o vértice do Ministério da Justiça.”

tal como refere “é com base naquilo que fazemos no dia-a-dia que construímos o futuro”, defendendo que em qualquer negócio ou atividade o reconhecimento dos clientes e parceiros é a chave. A linha condutora do gabinete António Vilar, Luis Cameirão & Associados, é composta por uma prestação atenta, qualificada, empenhada em defesa dos interesses dos clientes “e ao fazermos isso o futuro está assegurado” sustenta Luis Cameirão. Aliada a esta linha, e porque se preocupam em superar as expectativas, periodicamente o administrador faz uma avaliação ao grau de satisfação dos seus clientes e, segundo o nosso interlocutor, os resultados têm sido sistematicamente positivos, levando ao registo um procura cada vez maior. Relativamente ao balanço que faz sobre a atuação diária do gabinete, Luís Cameirão conclui orgulhoso: “É gratificante resolvermos situações de vida que à partida as pessoas vêem como algo destruidor e dramático e sentirmos o seu reconhecimento. O gabinete vai continuar a fazer o seu trabalho com elevada responsabilidade e sempre focado no interesse do cliente e da justiça”.

Atividade pro bono Dentro de uma política de responsabilidade social, Luís Cameirão interpela diariamente o seu gabinete para o patrocínio jurídico pro bono a pessoas carenciadas, atividade essa entendida como o contributo social e imperativo ético que tem de oferecer aos mais desfavorecidos. “O direito à justiça não pode ficar pelo papel, consubstancia-se numa pratica diária a que um advogado comprometido com a justiça não pode fugir”.

Foco no presente Questionado sobre os projetos que se avizinham, Luís Cameirão diz que não se dedica muito a pensar no futuro, prefere criar condições no presente porque

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL PERSONALIDADE EM DESTAQUE

personalidade Mentora do Planetarismo Margarida António - Artista Plástica

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alar de Margarida António é falar de cultura, de arte, de pintura e também de paixão ao belo. A artista plástica recebeu a Revista Business Portugal na sua casa, no Porto, e revelou-nos todas as histórias da sua infância e juventude que a tornaram numa das artistas plásticas mais reconhecidas no nosso país, mentora do ‘Planetarismo’, tendo exposto recentemente no Museu do Louvre, em Paris. “As minhas raízes são o Douro. Nasci em Vieira do Minho, a 24 de julho, em Salamonde, mas fui desde logo para Picote”, começa por nos contar Margarida António. Fruto da profissão de seu pai, Luís António, Margarida António percorreu durante a sua infância toda a região do Douro. Uma vez que este era chefe das Barragens do Douro, foi percorrendo o percurso das mesmas até à Régua, onde terminou a sua carreira. “A minha infância passei-a em Picote e Miranda e a juventude na Régua”, e foi neste percurso da sua infância e juventude que a reconhecida artista plástica tomou contacto com todas as realidades sociais, consciência social e apetência pelo belo. “Muitos desconhecem, mas a Barragem de Picote é considerada o berço da arte moderna em Portugal”, revela a nossa interlocutora. A simples abertura das comportas, que classifica de ‘espetáculo balético’, os montes verdejantes e os socalcos do Douro, trouxeram ao de cima a sua consciência estética. Já as vindimas, a apanha da azeitona, da amêndoa e tardes da desfolhada do milho, transmitiram a Margarida António o suor de quem labuta e os rostos expressivos e, simultaneamente, sugados pelo cansaço.

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Os bairros de lata, quer em Picote, quer em Miranda do Douro, despertaram, desde cedo, o seu lado ligado à solidariedade social com os desfavorecidos. Mas a sua verdadeira tomada de consciência social dá-se com a leitura d’”O Lodo e as Estrelas”, um livro de Padre Telmo. Mas, assim como o rio, “vim desaguar ao Porto, já em adulta, muito embora o meu coração continue lá”, conta-nos, saudosa. Já na cidade invicta, Margarida António estudou na faculdade de Letras até que, em 1975, ingressou na Faculdade de Belas Artes, como sempre ambicionou. Durante o tempo em que esteve a estudar, Margarida António dedicou-se de imediato ao ensino. “Comecei, desde cedo, o meu percurso profissional, não esperei por concluir a licenciatura”, diz-nos, “tendo terminado mais tarde a licenciatura, o mestrado em pintura, uma pós-graduação em arte contemporânea e doutoramento em arqueologia, na Universidade de Granada”.

Os primeiros passos Sempre gostou de bailarinas e de ver os seus movimentos delicados enquanto dançam. Daí, não será de admirar que a sua primeira composição na Faculdade estivesse subjacente a este tema. “A Bailarina, para mim, além de estar associada a tudo o que é movimento, está associada ao decorrer da vida, ao mecanismo solar, a todo o movimento da própria vida, pelo que resolvi estudar um pouco da história da bailarina e soube, por exemplo, que inicialmente as bailarinas eram as prostitutas, o que tornou a bailarina um símbolo da libertação da mulher”. A partir dessa data, a bailarina

passou a ser um símbolo do projeto de Margarida António. As simbologias, passaram assim, a estar inerentes ao seu projeto artístico Eco-quadrado, derivado da trilogia concha/quadrado/bailarina e, por sua vez, estas afirmam o seu projeto e a sua filosofia de vida na busca de um mundo melhor. A bailarina, simbologia da libertação e emancipação da mulher mas também da responsabilidade da mulher na procura de um mundo de valores humanos equilibrantes entre razão e emoção enquanto pilar do contraponto da melodia com a harmonia (+) tornando-se ponto de mira e ponto de fuga. A concha enquanto símbolo de água e início de vida, permite suscitar a polémica sobre o evolucionismo humano e o aspeto ecológico, sendo que nos equaciona a própria vida enquanto dança, bem como sugere toda uma plasticidade balética. O quadrado – ecrã dos nossos dias, denunciado pelo homem da caverna a partir do registo da sua mão nas suas paredes; e, na mão está o quadrado que no contemporâneo toma a figuração do ecrã. E, porque da mão humana partiu a construção do mundo e de toda a arte, ela é reveladora da flor de Margarida na sua rotação, também ela universal, e daí o planetarismo – corrente artística contemporânea.

O Planetarismo Margarida António é mentora do movimento criado em 2001, o ‘Planetarismo’ e explicou-nos as bases desta nova corrente. “Na arte contemporânea, defende a obra fundamentada num projeto artístico por um mundo melhor, defende a técnica, o espírito e a ciência em perfeito equilíbrio e harmonia na obra de arte. Defende o bem, o belo, a paz, o progresso e refuta qualquer obra que perpetua o horror, o mal, o sofrimento e a guerra”. O Planeterismo defende os direitos humanos, os direitos dos animais, direito da criança, o respeito pelo género: cromossoma X e Y e o respeito pelos valores herdados da natureza, solidariedade, o amor, o bem, a paz e o progresso.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL XII CONGRESSO DE MEDICINA DESPORTIVA

Xii congresso de medicina desportiva

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Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva (SPMD) foi fundada em outubro de 1994, em Lisboa, por 17 médicos fundadores.
Anualmente, realiza um congresso anual com o objetivo de dar a conhecer os avanços os avanços e inovações do setor, congresso esse que vai já na sua 12ª edição. Este ano o evento terá lugar no Centro de Congressos do Estoril, entre os dias 11 e 13 de dezembro. Quer ao nível europeu quer mundial, o papel da Medicina Desportiva ultrapassou há muito o ‘apenas’ conceito do tratamento das lesões desportivas. Esta área de medicina ao longo dos últimos 30 anos evoluiu e assumiu um relevo significativo no contexto médico. A investigação existente na Medicina Desportiva, ao longo das últimas décadas, tem sido extraordinária e tem permitido melhorar as diferentes técnicas médicas de avaliação e tratamento dos desportistas, assim como a preconização de medidas para o aumento da qualidade de vida das populações. Neste XII Congresso com o tema: Medicina Desportiva – novos desafios para o século XXI, serão abordadas diversas formas de intervenção em Medicina Desportiva. O objetivo deste XII Congresso é trazer para a discussão vários temas de Medicina Desportiva com a ‘visão’ dos vários intervenientes no processo, oriundos de áreas de formação distintas e cujo contributo será uma mais-valia para todos, atletas e população ativa no exercício.

Formação Avançada para Profissionais de Saúde

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A arte de curar com as mãos Instituto de técnicas de saúde Foi em 1978 que a osteopatia foi implementada em Portugal, e o grande responsável por este feito foi Mário Alberto Borges de Sousa, Osteopata, que veio de África de Sul com uma experiência e um conhecimento bastante avançado.

Borges de sousa Presidente

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uando estava em África do Sul decidiu enveredar pelo caminho da Osteopatia mas, segundo o doutor, tudo aconteceu de uma forma casual “tinha várias áreas para escolher, não sabia o que era aquilo mas arrisquei e comecei ganhar vocação pela área” revela Borges de Sousa. O que nunca imaginara é que hoje representasse um marco a nível nacional e internacional dentro deste ramo, sendo já apelidado como o ‘pai da osteopatia’ em Portugal. Assim, e de uma forma clara, a osteopatia é uma terapia que utiliza várias técnicas manuais, entre elas a da manipulação do sistema músculo-esquelético (ossos,

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músculos e articulações) para ajudar no tratamento de doenças. Licenciado em Osteopatia pela Faculdade de Osteopatas do Lindlaher College of Natural Therapeutic of South Africa, Borges Sousa no seu regresso a Portugal, começou a trabalhar com um médico ortopedista. No entanto, com o passar do tempo, foi criando cursos de massagens e posteriormente foi solicitado para dar as primeiras aulas de osteopatia em parceria com a Oxford Brookes School of Osteopathy. E se hoje existe esta terapia não convencional em Portugal – estando já a ser regulamentada - é devido ao árduo trabalho de investigação e à experiência

transferida pelo nosso interlocutor “Quando cheguei a Portugal ninguém conhecia a terapia osteopática, só conheciam a osteopatia como doença e eu fiz um longo trabalho pedagógico desta atividade”. Entretanto mais tarde, através da sua tese no âmbito do Mestrado em Gestão do Desenvolvimento e Cooperação Internacional pela Universidade Moderna de Lisboa, redigiu a tese intitulada de Medicinas complementares e o seu desenvolvimento no contexto económico e social: importância destas Medicinas no Serviço Nacional de Saúde Português, em 1998, a qual foi enviada para diversas individualidades entre elas para a Assembleia da República, que fez com que passasse a ser “a bíblia


para a atual regulamentação das medicinas não convencionais”. Posto isto, nasceu o importante e inovador Instituto de Técnicas de Saúde, com instalações em Lisboa e no Porto, vocacionado para a preparação de Osteopatas, sob a liderança de Borges de Sousa, que foi quem o lançou, implementou e desenvolveu dando origem aos primeiros cursos de osteopatia para os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, licenciados do desporto, e outros profissionais de saúde) “e nessa altura começaram inclusive a vir alguns osteopatas de Inglaterra” acrescenta o nosso interlocutor. Um fator diferenciador que Borges de Sousa faz questão de frisar nos seus ensinamentos é que a osteopatia é das poucas terapias que não é dolorosa. Atualmente o Instituto de Técnicas de Saúde estabelece parceria com entidades de formação, através da coordenação e docência, designadamente na Escola Universitária Vasco da Gama, em Coimbra, no Instituto Superior de Educação e Ciências e na Escola Superior de Tecnologias de Saúde de Lisboa. Os alunos que frequentam o ITS acabam por reunir competências para a avaliação do estado de saúde geral do paciente, para o diagnóstico diferencial, e inclusive adquirem a agilidade necessária à aplicação da técnica osteopática. Com esta implementação o professor criou não só escolas com um curso completamente novo mas, acima de tudo, uma nova profissão que por conseguinte gerou uma importante era de empregabilidade.

Valências do tratamento Outrora conhecido como o ‘pai da osteopatia’, Borges de Sousa diz ironicamente que, dado o seu longo percurso profissional, atualmente já poderá ser considerado o ‘avô’. Para ele, o conceito desta terapia não convencional traduz-se em ‘biomecânica’ – na medida em que trabalha toda a mobilidade do ser humano, sendo a sua função dar melhor mobilidade articular e, consequentemente eliminar as dores. “Nós trabalhamos atos de saúde e não atos médicos”, distingue Borges de Sousa, explicando que quando existe qualquer problema e a pessoa começa a ter sintomas, é esse conjunto de sintomas que define uma doença e quando o médico vai tratar essa doença, vai tratá-la não pela origem mas pelos efeitos, “a osteopatia diferencia-se da medicina e de outras terapias convencionais, porque quando há um desequilíbrio fisiológico, os osteopatas vão descobrir, através de testes específicos, o que originou esse problema e vão tentar eliminar o que provocou esse desiquilíbrio, fazendo com que o próprio organismo se normalize na sua totalidade - homeostase”. Isto restaura a normalidade do Todo Fisiológico, promove e restaura a saúde, portanto são actos de saúde que diferem do acto médico que procura curar a doença baseando-se nos efeitos patológicos e utiliza os diversos mecanismos da medicina convencional. Deste modo, a osteopatia trata especialmente problemas osteomusculares de origem mecânica. E apesar de ser uma terapia procurada por muitas pessoas, o doutor indica que há uma incidência maior na terceira idade, uma vez que são as pessoas idosas quem têm mais problemas de mobilidade. As vantagens do tratamento fazem-se sentir sobretudo ao nível da diminuição da dor e no aumento da mobilidade funcional.

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Para além disso, esta terapia pode ter uma abordagem preventiva, de manutenção ou cura. Perante o conhecedor máximo da osteopatia nacional, interrogamos Borges de Sousa sobre o significado que esta área tem na sua vida: “nós utilizamos as mãos para tratar, imagine só que é através das nossas as mãos as pessoas ficarem curadas? É gratificante, adoro o que faço” acrescentando que a osteopatia é uma arte porque é uma técnica manual, sendo que um bom osteopata é aquele que transmite ao doente a cura através das mãos, mais especificamente dos dedos. Ainda nas palavras do nosso entrevistado, o corpo humano é um todo e esta terapia trata o todo, desbloqueando os problemas e melhorando a saúde.

Desafio atual: pôr em vigor a legislação A legislação, que consente autonomia técnica e deontológica aos profissionais, foi publicada em Diário da República com a Lei n.º 71/2013 de 2-9-2013 que Regulamenta a Lei 45/2003 e que vem regulamentar

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o exercício das terapêuticas não convencionais. O principal benefício desta regulamentação assenta na proteção dos osteopatas e dos pacientes, ao assinalar que só os terapeutas titulares da Cédula Profissional passa pela ACSS é que poderão desempenhar a atividade. Para Borges de Sousa, o atual desafio desta terapia é que a legislação que já existe seja posta em vigor, com a publicação de portarias por parte do ensino. Isto porque para ser possível regular esta terapia, garantindo qualidade e seriedade para os doentes, torna-se fulcral criar um organismo que defina a educação e formação contínua de investigação e ética, com o devido projeto dos objetivos a atingir e a sua metodologia de avaliação.

O que o futuro reserva à osteopatia Segundo Borges de Sousa, a Osteopatia é o setor dentro das terapias não convencionais mais credível porque acaba por se traduzir num complemento da medicina, trazendo melhorias imediatas ao doente. Para janeiro do próximo ano, Borges de Sousa adianta que a Instituição Técnica de Saúde (ITS) irá lançar a especialização em ‘Osteopatia no desporto’, isto é, a aplicação das técnicas de ensinar desporto aos osteopatas para que eles apliquem as suas técnicas nos problemas desportivos como o que já é muito usado no estrangeiro, contando com especialistas de renome internacional. “O desporto tem interesse porque falamos de mobilidade e articulação e para além disso falamos a mesma linguagem, que é mecânica, e todo o nosso curso é baseado no movimento” explica o doutor. Esta inovação é também uma estratégia para potenciar o desenvolvimento do profissional. Ainda em janeiro de 2015, o IT Saúde prevê arrancar com mais um curso de osteopatia destinado aos profissionais de saúde. Em conclusão, Borges de Sousa reforça a mensagem de que esta é uma profissão de futuro porque terá uma importância muito significativa na vida dos portugueses e especialmente dos idosos devido à crescente percentagem de doentes com problemas osteomusculares. Deste modo, com o aumento da população idosa, os processos de degeneração tenderão a aumentar. Como a Osteopatia tem sido a terapia que melhores resultados evidenciou para melhorar a mobilidade do ser humano esta é, na opinião do nosso interlocutor “uma importante terapia de futuro, tendo em conta a população em geral e em particular as camadas mais envelhecidas, mais propensas às degenerações osteoarticulares, constituindo, assim, uma mais-valia como resposta terapêutica eficaz e mais económica do que as terapias convencionais nestas patologias”.

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rigor e qualidade cpl meetings & events Esta é uma empresa de renome, assente na organização de eventos nacionais e internacionais, atuando particularmente na área da ciência, tecnologia e desenvolvimento. O rosto da instituição é Linda Pereira, sempre atenta aos desafios do setor que passam por fora do seu conhecimento e experiência em cada especialidade. Operando em mais de 83 países, a CPL Meetings & Events adota regras tendo em conta a exigência na estratégia de gestão, na capacidade de averiguação de meios financeiros e nas novas tecnologias.

Biografia de Linda Pereira, Directora Executiva da CPL Meetings & Events Linda Pereira é Consultora e professora sobre «Meeting Industry» em diversas Instituições e Universidades no UK, USA, Portugal, África do Sul, Rússia, entre muitos outros países, onde tem sido Palestrante, incluindo presenças como «Keynote Speaker» em mais de 700 eventos de referência a nível mundial. Integra a Direção de importantes associações e instituições internacionais, como a New World Leaders Association, a WECAI, Women’s eCommerce Association International, o Advisory Board of the Meetings Show UK, o Russian Meetings Industry Forum e é Presidente da Comissão Instaladora da APPEN - Associação Portuguesa dos Profissionais de Eventos de Negócios. Em 2013 foi eleita personalidade dos Eventos de Portugal e ganhou o prémio de global marketing personality atribuído pela WE Magazine destinada a mulheres empresárias nos Estados Unidos. É a única Europeia a ter recebido este galardão, e também a única profissional no feminino a ser convidada como palestrante num evento da Arábia Saudita.

linda pereira Diretora Executiva

Para que possamos contextualizar os nossos leitores, começo esta entrevista por lhe pedir que nos apresente a CPL Meetings & Events. Qual o vosso conceito? Que elementos identificaria como diferenciadores da CPL Meetings & Events em relação à restante oferta existente no mercado? Estão vocacionados para algum tipo de evento, em particular? A CPL Meetings & Events não opera ou trabalha com eventos que se implantam no sector turístico. Trabalha na economia do conhecimento, focando todo o seu conhecimento e ação na área da ciência, tecnologia e desenvolvimento. Como organiza eventos internacionais, opera em mais de 83 destinos, colocando o evento do seu cliente onde o mesmo irá alcançar mais valias para a área em questão. Os clientes da CPL Meetings & Events

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são maioritariamente associações, sociedades, ONGs, estado, etc., quer sejam de cariz nacional ou internacional. Como tal, a CPL Meetings & Events acaba por se involver muito na captação de eventos do conhecimento que traz para Portugal com uma certa frequência, eventos esses que não só deixam grande impacto económico directo e indirecto no destino, mas que também trazem grande conhecimento que contribui para o desenvolvimento do país e alavancam a economia. A CPL Meetings & Events está envolvida desde o primeiro momento no conceito, no desenvolvimento dos objectivos e na implementação do evento final. Ou seja, fazemos o papel do arquitecto do projecto e depois temos a equipa de “engenheiros” que implementa o mesmo. Os eventos médicos, profissionais, científicos, políticos e militares são a nossa especialidade. Como somos acima de tudo especialistas

na área da economia do conhecimento, trazemos ao cliente a garantia de conhecer este sector em todas as suas facetas e em todo o mundo e, como tal, temos uma posição privilegiada em Portugal por nos termos especializado só nesta área onde, para já, não temos concorrência. Quais os maiores desafios que a área da organização de eventos obriga actualmente? Atualmente, a área de eventos requer um grande conhecimento de comunicação, de estratégia de gestão, de capacidade de angariação de meios financeiros, de conhecimento de novas tecnologias. Cada vez menos interessa o saber posicionar logisticamente uma sala, tours, autocarros, eventos sociais, etc. O que está acima de tudo e onde se detecta falta de talentos são as novas


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profissões ligadas às tecnologias, como gestores de redes sociais e peritos em comunicação em eventos. Se o evento é silencioso, a sala está vazia, se o evento não é financiado a ciência não participa. Ao contrário de outros países, o reconhecimento do valor da ciência e do life-long learning que tarda a ser reconhecido em Portugal é que muitas vezes nos leva a que os eventos falhem. Existe muito em Portugal o sentimento de que o nosso conhecimento é responsabilidade dos outros, dos chefes, do governo, do estado, do nosso empregador, etc. Vai ter lugar brevemente o XII Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva. Que cuidados específicos são necessários para um evento desta índole? Um evento da índole do XII Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva é um evento com necessidades e requisitos muito específicos. Afinal estamos a lidar com uma especialidade de medicina que está sempre em foco (como se viu agora com a seleção aquando do Mundial) e que requer conhecimentos muito específicos tais como equipamentos. Ainda mais, hoje em dia, as regras na organização destes eventos, que em larga parte contribuem para melhorar e atualizar os conhecimentos de novos médicos, são extremamente rígidas e muito vigiadas pelas instâncias internacionais... costumamos dizer que cada congresso médico requer uma licenciatura nova em organização de eventos. São eventos que involvem médicos, farmacêuticas, nova informação, casos de estudo... tudo isto com impacto direto em vidas e pessoas. Daí que as equipas envolvidas na organização têm que ser altamente especializadas. Depois existe a necessidade de financiar estes eventos e em Portugal estamos, como é do conhecimento geral, com as empresas e os potenciais parceiros altamente fechados para estes eventos neste momento e muito do trabalho se foca na atração de patrocínios e na salvaguarda de boa gestão de orçamentos. O que nos trará de novo o congresso no que diz respeito à sua entidade organizadora? Quais as expectativas da CPL Meetings & Events em relação ao congresso? A Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva tem um papel muito importante nesta área de especialidade e este congresso junta pela primeira vez várias valências que contribuem para a medicina desportiva num só congresso, desde nutricionistas, psicólogos, médicos e fisioterapeutas. Assim, num evento se estuda e troca experiências sobre todos os aspetos dos cuidados ligados à medicina desportiva. Temos como oradores convidados: Fábio Pigozzi, Presidente da Federação Internacional de Medicina Desportiva, Jan Ekstrand, médico da UEFA, entre outros. Este congresso terá o melhor programa de conteúdos da história do congresso e será também o mais participado.

Que outros projetos futuros da CPL Meetings & Events merecem destaque nesta nossa edição? Como a CPL Meetings & Events se especializa em captação de eventos estamos sempre a olhar para a frente. Criámos, em 2012, o Clube de Embaixadores de Cascais & Costa do Estoril (CECE) que reúne mais de 100 peritos em várias áreas do conhecimento, desde as várias especialidades da medicina, terapia da fala, engenharia, arquitetura, agricultura, florestas, etc, que em parceria com outras empresas e com a Câmara Municipal de Cascais, apoiam a captação de eventos das suas áreas para Cascais, em particular e para Portugal em geral. Só em 2013, o CECE captou congressos para a região com um impacto direto de aproximadamente 47 milhões de euros, eventos esses que terão lugar entre 2014 e 2017. Em 2015, Cascais recebe também o congresso Nacional de Fisioterapeutas e vêm aí muitas mais surpresas, como o Congresso de Liderança de

Mulheres Empresárias do e-Commerce, entre outros. Por onde passa o futuro? O futuro passa por continuar sempre a aumentar os nossos conhecimentos e a dar cartas neste setor. A CPL Meetings & Events também se envolve muito na partilha de conhecimentos com o nosso próprio setor. Fazemos parte do Conselho Científico do GEST, um evento anual de reunião dos profissionais de eventos; presidimos à comissão científica do congresso das associações e ONGs Europeias, que tem lugar em Londres todos os anos em Julho, somos frequentemente convidados para palestrar em congressos internacionais, por todo o mundo, sobre o setor e as tendências para o futuro e estamos ligados ao ensino na área de eventos ao nível de licenciaturas e mestrados em três países, onde vários elementos da empresa lecionam as partes práticas. O futuro é bom e recomenda-se.

Novos Desafios para o Século XXI

11 a 13 Dezembro de 2014 Centro de Congressos do Estoril A Ética no Desporto Asma e Exercício Físico Psicologia no Desporto Acupunctura no Desporto Traumatologia no Desporto Sarcopénia e Doenças Crónicas Nutrição em Medicina Desportiva Rastreio Cardiológico em Medicina Desportiva Aspetos Médicos e Técnicos do Treino Desportivo Prevenção de Lesões - Estratégia para melhor Rendimento Desportivo Workshops: Ecografia; NeuroBandas; Ligaduras Funcionais; Ondas de Choque.

Datas Importantes: Inscrições Antecipadas - Até 11 de Novembro Inscrições - Até 8 de Dezembro Submissão de Resumos - Até 15 de Outubro

Organização:

Secretariado do evento: CPL Meetings & Events secretariado@congressospmd.org Tel: 21 400 35 40

Apoio:

www.congressospmd.org

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uma referência nacional na saúde grupo joaquim chaves saúde As Clínicas Médicas Joaquim Chaves Saúde, bem como todas as unidades e projetos do grupo Joaquim Chaves Saúde, pretendem ser uma marca prestadora de serviços de saúde que se distingue pela diferença. Quer ao nível dos profissionais como das instalações e equipamentos de que dispõe, presta serviços de qualidade focados nas necessidades de quem nos procura, num patamar de qualidade e atenção.

Bernardo Vasconcelos Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva das clínicas médicas Joaquim Chaves Saúde

A

s Clínicas Quadrantes (entretanto em mudança de designação para Clínicas Médicas Joaquim Chaves Saúde) contam com várias Unidades Médicas de Ambulatório que disponibilizam consultas das mais variadas especialidades, e exames complementares de diagnóstico (Laboratorial, Imagiologia, Medicina Nuclear, Gastroenterologia, entre outros) e com cinco Unidades de Radioncologia. A Unidade de Medicina Desportiva da JCS é já uma referência nacional a nível de recursos técnicos e humanos. Para isso, a sua aposta é muito bem priorizada e incide na procura dos melhores profissionais, numa permanente atualização, assim como de soluções tecnológicas, com um foco diário nos utentes e doentes. A JCS acredita e aposta em equipas muito dinâmicas, trabalhadoras e que diariamente sintam que poderiam ser elas, enquanto pessoas, a estar no lugar dos utentes. A par disto, e numa componente de gestão, procuram ser cuidadosos com o bem-estar e reconhecimento de quem consigo colabora. Presentes um pouco por todo o país, é na Grande Lisboa que encontramos maior número de Unidades. Contudo conta com Unidades no Algarve, Santarém, Porto e Madeira. Quanto aos Laboratórios do grupo, prestam serviços para muitos hospitais e outros operadores públicos e privados de todo o país, bem como algumas entidades estrangeiras. (Dr. José Chaves)

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A Medicina Desportiva JCS A prática de exercício físico é cada vez mais uma realidade no nosso país, tanto ao nível da prática profissional, federada, como a nível amador. Felizmente a ideia de que o exercício físico é um factor determinante na saúde, em qualquer fase da vida, massificou-se, deixando de ser reservado às crianças e adolescentes para se abrir ao grande público em todas as idades. O exercício físico tem ainda um papel reconhecido num envelhecimento mais saudável. O público está cada vez mais informado sobre a diversidade de oferta que existe para a prática do desporto e da atividade física. Na Unidade de Medicina Desportiva (MD) acredita-se que todos podem praticar atividade física, contudo, para quem a vai iniciar pela primeira vez, é importante ter em conta alguns cuidados. É muito importante a realização de um check-up médico anual, a prática acompanhada por profissionais do exercício/ fisioterapeutas numa primeira fase e o cuidado com a alimentação e a hidratação. Com o intuito de prevenir lesões é importante avaliar a existência de possíveis factores de risco para lesão, quer sejam intrínsecos ao atleta ou extrínsecos, como o equipamento que utiliza para a prática desportiva. Os atletas amadores devem respeitar a evolução progressiva do treino e o trabalho de flexibilidade. Reforçam-se estes últimos pontos porque, com alguma frequência, recorrem à MD atletas

amadores que resolveram reiniciar a prática desportiva de uma forma pouco cuidada e em pouco tempo começaram a ressentir-se das primeiras lesões. Desde abril de 2002, a Joaquim Chaves Saúde oferece cuidados de saúde diferenciados na área da MD. As mais-valias da Unidade prendem-se com a formação e experiência dos seus prestadores no tratamento, na preparação e apoio ao pré e pós exercício do desportista profissional ou amador e com a qualidade das instalações e equipamentos disponíveis. O espaço é moderno e sofisticado, ao nível dos melhores centros internacionais. A Unidade é dinâmica quer a nível tecnológico quer através da formação contínua dos profissionais. O corpo clínico promove o trabalho em equipa multidisciplinar, discutindo os casos clínicos, tendo o atleta no centro do processo. Pretende-se que os atletas recuperem totalmente e no mínimo espaço de tempo possível. A MD trabalha ainda com não desportistas, alimentando a motivação para a prática do exercício físico, como forma de melhorar a sua qualidade de vida e prevenir o aparecimento de patologias do foro músculoesquelético. Procura-se que quem não entra desportista saia motivado para se tornar num. O atleta tem à sua disposição consultas médicas de Medicina Desportiva, Ortopedia e Traumatologia (com sub-especialização em patologia da coluna, músculotendinosa, do joelho, do ombro, do cotovelo e punho, da anca, do pé e ortopedia infantil), assim como todas


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as especialidades médicas que possam eventualmente ser necessárias no seu tratamento. Os médicos que colaboram com a Unidade também estão aptos a realizar o check-up médico-desportivo. No âmbito das terapias a Unidade dispõe de Fisioterapia Desportiva, Reeducação Postural Global (RPG), Osteopatia, Massagem desportiva e Pilates Clínico. Inserida na Clínica Médica Joaquim Chaves Saúde (JCS) de Miraflores tem uma situação privilegiada, uma vez que o atleta tem ao seu dispor todo o tipo de exames de diagnóstico e terapêutica, necessários para uma avaliação e monitorização da sua disfunção mais rápida e eficaz. A coordenação está a cargo do Dr. Bernardo Vasconcelos, Especialista em Cirurgia Geral e Medicina Desportiva, que durante vários anos foi o Presidente da Direção do Colégio de Medicina Desportiva da Ordem dos Médicos. Dedicado à patologia muscular, tendinosa e articular, foi médico do Sport Lisboa e Benfica durante 22 anos, tendo uma vasta experiência em gestão de Unidades de Saúde. O corpo médico conta com elementos que colaboraram no Sport Lisboa e Benfica, no Sporting Clube de Portugal, que apoiaram atletas portugueses nos Jogos Olímpicos e que colaboraram com Federações, entre elas a Federação Portuguesa de Judo e a Federação Portuguesa de Natação. A Unidade MD da JCS é o parceiro escolhido para assegurar todos os cuidados médicos dos atletas do Portugal Rugby Youth Festival. A equipa de Fisioterapia tem no seu currículo a colaboração com a Selecção Nacional Feminina de Basquetebol e equipas de basquetebol, a Equipa Sénior de Andebol do Sporting Clube de Portugal e a Selecção Nacional de Judo. Para além do seu currículo profissional, de referir a paixão e interesse desde sempre vividos pelos médicos e fisioterapeutas enquanto praticantes. Os anos de prática desportiva, associados à formação académica e à experiência profissional no campo, são as chaves da sensibilidade para o trabalho com atletas. Esta marca a diferença da abordagem da MD para a que seria realizada numa clínica de fisioterapia convencional. Os objetivos do tratamento, estabelecidos desde o primeiro contacto pela equipa e atleta, estão centrados na recuperação total e retoma da sua atividade no mais breve espaço de tempo possível. O diagnóstico tem sempre por trás o conhecimento do gesto desportivo e as demais características do desporto em questão.

O futuro da Medicina Desportiva O XII Congresso Da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva, que se vai realizar no Estoril de 11 a 13 de dezembro de 2014, tem como tema principal os novos desafios para o século XXI. Vai proporcionar a preleção do Professor Jan Ekstrand, Vice-Presidente do comité médico da UEFA, sobre a prevenção das lesões na prática do futebol, bem como a Lição Magistral sobre a Ética no Desporto, pelo Professor Fábio Pigozzi, Presidente da Federação Internacional de Medicina

parte da equipa de medicina desportiva

Desportiva. A Medicina Desportiva em Portugal, através do seu Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos, conseguiu finalmente criar a formação de médicos especialistas pelo internato de especialidade do Ministério da Saúde a partir de 2014. Este foi um ponto de viragem, para que o futuro da Medicina Desportiva no nosso país tenha espaço e reconhecimento para se implantar junto das entidades públicas, como os Centros de Saúde ou os Hospitais, a fim de dar assistência a toda a população portuguesa que faz atividade física, tanto na vertente da prevenção como no tratamento e na prescrição do exercício. A Unidade de Medicina Desportiva (MD) da Clínica Quadrantes, agora designada Clínica Médica Joaquim Chaves Saúde de Miraflores, desde 2002 que desenvolve a atividade de Medicina Desportiva com uma prática e uma visão de futuro. Damos grande

realce ao ensino, prevenção e rastreio das lesões desportivas, continuamente melhoramos e atualizamos os equipamentos, para poder responder com eficiência às necessidades dos praticantes de desporto que nos procuram, sejam eles amadores ou profissionais. Deste modo o futuro da Unidade de Medicina Desportiva passa por continuar a ser uma referência nacional para todos os atletas e organizações desportivas.

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A excelência da Medicina Desportiva Portuguesa clinica Espregueira-mendes No âmbito da Medicina Desportiva, o médico portuense João Espregueira-Mendes, diretor da clínica Espregueira Mendes, contou à Revista Business Portugal o que levou esta unidade, localizada no Estádio do Dragão – Porto, ser eleita o único centro de excelência da FIFA em Portugal.

João Espregueira-Mendes Diretor Clínico

“T

udo começou em 1926 quando o meu avô criou no Porto as primeiras camas de ortopedia e isso fez com que a partir daí houvesse três gerações de ortopedistas – avô, pai e filho” é assim que começa a contar a história João Espregueira-Mendes, diretor da clínica e Presidente da ESSKA (o mais importante cargo europeu na área da traumatologia Desportiva). Assim, a família Espregueira criou uma tradição na área da ortopedia e da traumatologia e ao longo das gerações foi criando sucessivas clínicas até terminar na clínica do Dragão. Deste modo, esta unidade de saúde nasceu em 2006, fruto de uma vontade de fazer um projeto de Medicina Desportiva e Traumatologia Desportiva que combinasse um conjunto de fatores, nomeadamente: que tivesse uma localização muito apelativa e uma especialização nestas áreas - tendo

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todas as valências médicas - e, por fim, que pudesse ser um centro reconhecido a nível nacional e internacional. “Tivemos a sorte de conseguir atingir todos os objetivos e a decisão de virmos para o Estádio do Dragão resultou num grande sucesso” revela o diretor. Relativamente ao público-alvo, podemos indicar os atletas em geral e, apesar da proximidade e ligação com os atletas de todas as modalidades do Futebol Clube do Porto, a clínica não se limita, recebendo atletas amadores e profissionais de outros clubes nacionais e internacionais, onde o grande objetivo é torná-la acessível e aberta a todos. Espregueira-Mendes revela ainda que, no momento em que decidiram enveredar por este percurso, o primeiro passo foi selecionar, desde logo, profissionais que já tivessem prestígio e reconhecimento na Medicina Desportiva. Atualmente, com 114 médicos, a clínica reúne os mais diversos

serviços, desde a Ortopedia, a Traumatologia Desportiva, a Medicina Desportiva, Fisiatria, Reumatologia, entre outros. Uma das mais-valias desta unidade assenta no facto de ter uma acessibilidade fácil do ponto de vista de acordos – com companhias de seguros, serviço nacional de saúde e com a ADSE – isso faz com que haja simultaneamente a possibilidade de todos os doentes que estejam numa situação financeira menos boa, poderem ter acesso aos tratamentos. Este modelo, segundo o diretor, é imprescindível porque possibilita que a clínica possa chegar a todos, tendo atualmente 500 doentes por dia. Quando falamos da Clínica Espregueira Mendes, estamos também a falar do centro oficial ESSKA - Sociedade Europeia de traumatologia Desportiva e centro oficial ISAKOS - Sociedade Internacional de Artroscopia. Para


além disso, aporta consigo a acreditação máxima no futebol, a distinção da FIFA enquanto único centro médico de excelência, sendo a única clínica portuguesa e a primeira da Península Ibérica com esta acreditação.

Invenções da Medicina Desportiva E porque a inovação torna-se indispensável na área da saúde, Espregueira- Mendes - Professor da Universidade do Minho e do Porto responsável pelas pós-graduações em Reabilitação e Medicina Desportiva, recentemente eleito para o grupo dos 10 mais influentes Ortopedistas do Mundo - tem desenvolvido algumas invenções que marcam a diferença na progressão do setor. Entre eles, podemos destacar: Porto Knee Testing Device – único aparelho no mundo que pode medir a lesão dos ligamentos do joelho dentro da Ressonância Magnética – vendido nos 5 continentes, Porto Plate – placa de cirurgia para corrigir eixo das pernas, Enxerto de cartilagem - um enxerto que tem a grande vantagem de não causar dano nas articulações que estão danificadas - e o Menisco artificial (desenvolvido pelos 3B´s).

Turismo Cirúrgico O turismo cirúrgico clássico nasce com um conceito (muito ligado à cirurgia plástica e dentária) em que o turista vai de férias e aproveita para fazer uma cirurgia. No entanto, o professor Espregueira-Mendes diz não gostar do termo e prefere adotar a designação de ‘cirurgia deslocalizada’, “isto é, tentamos posicionar-nos no mundo em duas grandes vertentes: numa cirurgia competitiva, em termos de preço/qualidade, e num pacote completo e personalizado – onde é apresentado um orçamento, aguardamos o doente no aeroporto, oferecemos uma visita guiada à cidade do Porto, fazemos a cirurgia no Hospital de Santa Maria e, por fim, dispomos de um fisioterapeuta e uma administrativa que o acompanha” explica o nosso interlocutor. Além disso, a clínica disponibiliza de um serviço dedicado em exclusivo aos atletas de alta competição de todo o mundo, em que são convidados cirurgiões de renome internacional para realizar as cirurgias no Porto. Neste sentido, Espregueira-Mendes conta que foi o responsável pela equipa que operou no Porto o jogador Pepe (Real Madrid), Navarro (Basket Barcelona FC), Mitchu (seleção nacional espanhola), Thomas Huddlestone (Tottenham Hotspur), Al Shawary (AC Milan), Glina Voskoboeva (tenista russa), entre outros atletas.

Medicina Desportiva em Portugal No próximo mês, o diretor avança que a Clínica iniciará serviços em Riade (Arábia Saudita) – tendo uma parceria com um hospital local em que a clínica disponibilizará de uma equipa de cirurgiões de diversas áreas que irão a Riade fazer as cirurgias que não são realizadas localmente. Bombaím será o próximo alvo, no início de 2015. Outros mercados de enorme potencial e com elevada necessidade que a Clínica vê como os seus principais alvos são Médio Oriente, África, China e Índia.


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Um portal de saúde completo e credível atlas da saúde Atlas da Saúde é um portal de saúde online que tem como principal missão informar e esclarecer os mais diversos temas ligados à saúde. À conversa com Bruno Guedes da Silva, diretor do projeto, fomos perceber as mais-valias que podemos retirar deste portal.

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om o propósito de facilitar a vida dos utentes e melhorar a qualidade da informação prestada ao nível da saúde, o Atlas da Saúde procura falar a mesma linguagem das pessoas que o procuram, bem como responder às suas necessidades através de vários serviços. Bruno Guedes da Silva, formado em Direito, conta que este órgão de informação surgiu de uma forma muito natural. Quando terminou o curso esteve três anos a trabalhar numa empresa que era editora de publicações técnicas para o profissional de saúde, “e na altura pensei que de alguma forma podia contribuir para fazer algo mais” revela o diretor. E assim sucede o Atlas da Saúde, fruto também da necessidade de desenvolver outra valência importante da empresa, o Mapa Terapêutico – uma publicação técnico-científica onde estão descritas informações sobre os medicamentos à venda em Portugal. Após constatar o que os outros países faziam dentro deste universo, os responsáveis repararam que poderiam ir mais além e criar um meio destinado à população nacional que pudesse ser o mais credível e completo possível. E como em matéria de saúde não se pode vacilar, Bruno Guedes da Silva destaca que, desde logo, a informação transferida teria que ser forçosamente cuidada e verídica. No início decidiram que teriam um serviço com uma vertente para o público em geral e outra para o profissional de saúde, adaptando a linguagem aos diferentes tipos de público-alvo (uma mais técnica e outra mais simples). Uma vez que este é um meio que explora desde o tema mais simples ao mais complexo, o diretor frisa que “mesmo os assuntos mais complicados carecem de especial atenção para que se transmita a informação com a linguagem mais clara possível”. A informação publicada pretende responder às perguntas “o quê? quando? onde? porquê?” aliadas a uma navegação fácil e intuitiva que, de forma cómoda, nos transmite toda a informação que queremos sobre determinado assunto ou doença. Diariamente atualizado, o Atlas da Saúde é assim um órgão de Informação que pretende explorar a saúde na sua globalidade, e que tem como principal objetivo

Bruno Guedes da SIlva Diretor

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL XII CONGRESSO DE MEDICINA DESPORTIVA assegurar a todos os leitores o direito à informação sobre este tema, ressalvando as áreas reservadas aos técnicos de saúde (informação classificada e devidamente assinalada). Como é feita a recolha da informação? Esta é uma plataforma que respeita os direitos e deveres constitucionais da Liberdade de Expressão e de Informação e que distingue, criteriosamente, as notícias de todos os outros conteúdos opinativos ou não. Para além disso, Bruno Silva revela que este portal rege-se por critérios científicos e jornalísticos com padrões de rigor e isenção, respeitando todas as opiniões ou crenças “temos muito cuidado em não colocar publicidade de forma abusiva, porque queremos que os conteúdos sejam sérios, fidedignos e que a pessoa chegue ali e saiba que o que está a ler é o que corresponde à realidade”. Assim, a grande missão dos responsáveis é emitir diariamente conteúdos e notícias fidedignas oriundas de várias fontes, incluindo autoridades de Saúde, líderes de opinião, associações médicas e farmacêuticas e outras instituições ligadas à área da saúde e do medicamento, sempre respeitando a Lei. Tal como evidencia o diretor: “Fomos ter com o INFARMED, com as ARS (administrações regionais de saúde), com a DGS e apresentamos o nosso plano para o Atlas da Saúde, e foram eles que nos indicaram o que podíamos ou não colocar no portal”. Outra das regalias do portal é que, para além de transmitir uma informação completa e séria, vem acabar com alguns mitos de determinados assuntos de saúde. Sendo um órgão de informação online, é importante referir que não pode nem deve ser confundido com um meio de compra ou venda de medicamentos.

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O que se pode encontrar no Atlas da Saúde? São vários os departamentos onde as pessoas podem navegar: Doenças de A a Z, infeções, saúde oral, doenças do viajante, doenças raras, informação sobre medicamentos (a sua constituição e folhetos informativos), sobre o corpo humano, cuidados com a alimentação, entre outros. No Portal fala-se inclusive de algo que não existia em Portugal que é a definição de várias “Doenças Profissionais”, informação como lesões músculoesqueléticas, ergonomia, saúde mental, possibilitando às pessoas perceber os efeitos causados pelo exercício de determinada profissão, e por conseguinte, os cuidados a ter em cada caso. Outro pormenor de extrema importância para o meio foi a divisão entre: Saúde Infantil, Homem, Mulher e Sénior, facilitando a busca e permitindo aos visitantes consultar cada faixa etária consoante as suas necessidades. Nomeadamente na área “serviços de A a Z” pode-se encontrar múltiplos serviços ligados ao tema da saúde tais como: Associações de Doentes, Centros de Saúde, Clínicas de Exames, Consultórios, Farmácias, Hospitais, Instituições de Solidariedade, Linhas de Apoio, Ordens Profissionais e Sociedades Científicas. Há ainda disponível uma divisão designada de Biblioteca, com livros ligados ao ramo da saúde para que os visitantes possam ter a possibilidade de desfrutarem de uma leitura online. Outro suporte muito procurado são os vídeos informativos, isto porque, tal como constata o diretor, “a tendência geral das pessoas é saírem do médico e ir de imediato à internet pesquisar sobre o seu problema”, reforçando que a ideia do portal é funcionar como fonte de esclarecimento. Finalmente há uma área onde estão disponíveis todos os

contactos, onde os interessados podem enviar questões e esclarecer as suas dúvidas. Neste sentido, Bruno Guedes da Silva realça que “para além da missão de informar, também pretendemos dar espaço às pessoas e instituições e criar maior interligação”. A par da rigorosa organização, Bruno Silva defende que o Atlas da Saúde pretende estar sempre a par do presente “não faz sentido falarmos da gripe em agosto, optamos por falar dos efeitos do sol ou da alimentação mais saudável, portanto o que fazemos é analisar a altura do ano em que estamos e transmitimos aquilo que for mais adequado”.

Melhorias no Portal Otimista, Bruno Guedes da Silva revela que têm registado um crescimento significativo, que só é possível devido ao empenho da equipa que está por detrás do Atlas da Saúde, tendo especial rigor na informação que publica, uma vez que há questões muito técnicas, sendo incansáveis na pesquisa de novos temas. Melhorar a área da multimédia é o próximo passo a seguir. Melhorar também a interação da informação, fazendo com que as pessoas consigam aceder a mais conteúdos. Outro objetivo futuro passa por fidelizar as pessoas que consultam o portal, assim como aumentar as visitas. No entanto, o nosso interlocutor destaca que o grande foco para 2015 é melhorar o binómio de informação-como aceder, bem como aumentar o nível de personalização dos serviços para que se adequem, aos gostos e preferências dos leitores.


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Com os seus Clientes em qualquer lugar CBS - creative building solutions, sa Fundada em 2010, a CBS - Creative Building Solutions é uma empresa dedicada ao design, construção e montagem de stands e espaços expositivos, prestando um serviço completo em toda a fileira de valor deste setor de atividade. que impulsionaram o espetacular crescimento da empresa, à qual regressaram muitos dos anteriores clientes da Construtora da Ferraria. “Garantir o sucesso dos nossos clientes constitui um desafio permanente para as pessoas da CBS, algumas das quais chegam a passar mais de um mês seguido fora do país, em trabalhos em diversos parques de exposições, espalhados por esse mundo fora”, afiança Raquel Lopes.

Confiança, disponibilidade e garantia

Raquel Lopes Diretora Geral

A empresa funciona, desde novembro de 2012, num espaço de 30 mil metros quadrados, dos quais cerca de 10 mil são de área coberta, repartida pelas áreas de projeto, construção e armazenagem de stands. A CBS agrega no seu corpo acionista os proprietários da antiga Construtora da Ferraria, a que se juntaram os principais quadros daquela empresa, que liderou este sector de atividade até 2008. “De uma empresa com 12 trabalhadores e um volume de faturação de 1.3 milhões de euros em 2012, vamos terminar 2014 com uma faturação a rondar os 4.5 milhões de euros e um quadro com cerca de setenta trabalhadores permanentes”, adianta a diretora geral, Raquel Lopes. “Foram dois anos de forte crescimento da empresa, fruto da estratégia delineada pela nova administração, com elevados investimentos em recursos materiais e capacidade de gestão, suportada numa aposta clara na qualidade das pessoas que estão no projeto”, refere a diretora geral. Num setor com características muito específicas, com variados fatores que condicionam o resultado final, são fundamentais pessoas conhecedoras da atividade, como é o caso de Raquel Lopes, que conta já no currículo com mais de uma década de experiência no setor.

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São esses colaboradores, altamente especializados e motivados, que dão suporte à confiança dos clientes,

Baseando a sua filosofia de trabalho em três eixos bem delineados - Confiança, Disponibilidade e Garantia a CBS é já uma das empresas de referência do setor. “Contamos com o know-how e a credibilidade de uma equipa especializada em promover grandes marcas nas maiores feiras e eventos nacionais e internacionais” afirma Raquel Lopes. “Garantimos ainda a execução e implementação do projeto em qualquer parte do mundo, on-time, desenvolvendo soluções perfeitamente adaptadas às necessidades de cada cliente e com elevados padrões de qualidade” adianta a diretora geral. Para além dos típicos stands em feiras, a CBS é contratada para a realização de showrooms, museus, exposições e eventos internacionais. A intervenção na


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produção e instalação de diversas componentes do Museu do Futebol Clube do Porto ou instalação de áreas de patrocinadores da final da Liga dos Campeões em maio passado, no Estádio da Luz, em Lisboa, são dois exemplos recentes. Sendo uma empresa vocacionada e dimensionada para apoio a participações em feiras internacionais, a CBS tem uma grande tradição no setor do calçado, marcando presença em diversas feiras internacionais. O setor têxtil, a indústria farmacêutica, o setor agroalimentar e os vinhos e a indústria metalomecânica são apenas algumas áreas de atuação da CBS, amplamente instalada num mundo que se define como global. “A empresa tem uma forte presença no mercado internacional, com clientes de países como África do Sul, Moçambique, México, Colômbia, Brasil, Dubai, Itália e Alemanha, entre outros” refere Raquel Lopes. Para a diretora geral “o facto de os clientes poderem

tomar contato prévio com o stand que vão ter na feira, assistindo à sua pré-montagem nas instalações da CBS, constitui uma garantia adicional de que o trabalho contratado é produzido de acordo com as especificações definidas”. O futuro da CBS, que é já uma empresa de renome tanto a nível nacional como internacional neste setor – é a única empresa portuguesa que faz parte da prestigiada Federação Internacional de Empresas de Serviços para Feiras e Exposições ( IFES ), passa por continuar a trilhar o caminho traçado, com a segurança que o conhecimento e a dimensão adequada permitem sustentar. “Vamos continuar a trabalhar e a fazer bem, como temos feito até aqui; não nos interessa exponenciar a faturação, mas sim aprimorar os nossos serviços por forma a servir cada vez melhor os nosso clientes e reforçar a relação de confiança que com eles estabelecemos” conclui.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 2º CONGRESSO SOS HEPATITES | DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA A SIDA

II CONGresso sos hepatites

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II Congresso da SOS Hepatites terá lugar no próximo dia 29 de novembro e contará com a presença de vários profissionais e especialistas do setor. Depois de um balanço extremamente positivo após a primeira edição, que se realizou sobre o tema “Que futuro: racionar ou curar”. Marcaram presença neste evento importantes hepatologias, gastroenterologistas e infeciologistas, bem como, Charles Gore, presidente da Aliança Mundial de Hepatite, Tatjana Reic, presidente da Associação Europeia de Doentes do Fígado e Carlos Varaldo, presidente do Grupo Otimismo, no Brasil. Este Congresso SOS Hepatites realizou-se pela primeira vez em Portugal e teve como principal objetivo encorajar a prevenção, diagnóstico e tratamento das Hepatites, uma doença que mata um milhão de pessoas todos os anos e que afeta uma em cada 12 pessoas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Sob o tema Fígado: entre a doença crónica e a cura este evento espera alcançar o sucesso da primeira edição.

Dia Mundial da Luta Contra a SIDA

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m 1987, o dia 1 de Dezembro foi instituído pela Assembleia Mundial de Saúde com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) o Dia Mundial da Luta contra a SIDA. Desde essa altura a data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infetadas pelo VIH. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. Em Portugal a UNAIDS estima que existam cerca de 42.000 pessoas infetadas, o que representa 0,4% da população portuguesa. Com o aproximar do Dia Mundial Da Luta Contra a SIDA, trazemos aos nossos leitores um artigo sobre um projeto desenvolvido, desde 2011, pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e a Biofarmacêutica GileadSciences, Lda. “Este projeto incide sobre modelos de financiamento e contratualização efetiva, enquanto mecanismos por excelência de garantia do acesso com qualidade, num patamar de sustentabilidade, aos doentes em tratamento”.

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Advancing Therapeutics, Improving Lives.

Há mais de 25 anos que a Gilead, investiga e desenvolve medicamentos inovadores em áreas de importante necessidade médica como a Infeção pelo VIH/SIDA, Hepatites Virais Crónicas, Infeções Fúngicas Sistémicas, Doenças Respiratórias e Cardiovasculares e, mais recentemente, na área da Hemato-Oncologia. Trabalhamos diariamente para melhorar a esperança e a qualidade de vida dos doentes afetados por estas patologias. Em todas as nossas atividades, privilegiamos a responsabilidade social, desenvolvemos e apoiamos projetos de investigação, programas educativos e fóruns de discussão centrados na prevenção, na educação para a saúde, no diagnóstico, no tratamento e nas políticas de saúde. Na Gilead, acreditamos que os medicamentos que desenvolvemos devem estar ao alcance de todas as pessoas que deles necessitam.

Gilead Sciences, Lda.

Atrium Saldanha, Praça Duque de Saldanha n.º 1-8.º A e B,1050-094 Lisboa - Portugal Tel. 21 792 87 90 | Fax. 21 792 87 99 | N.º de contribuinte: 503 604 704 Informação médica através de N.º Verde (800 207 489) departamento.medico@gilead.com. Os acontecimentos adversos deverão ser notificados e comunicados à Gilead Sciences, Lda. por telefone, fax ou para portugal.safety@gilead.com 000/PT/14-10/IN/1768


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vih - de uma doença aguda para uma doença crónica gilead A infeção pelo VIH assume, atualmente, uma relevância prioritária de intervenção em documentos estratégicos de planeamento em saúde, de âmbito nacional e internacional, dada a expressão epidemiológica e o impacto socioeconómico a que se assiste. A investigação tem também sido identificada, pelo Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção por VIH/SIDA 2012-2016, como uma das áreas prioritárias de intervenção, enquanto instrumento efetivo na resposta à infeção, bem como a promoção da atualização das regras de financiamento de acordo com os quadros normativos vigentes, e, ainda, a utilização dos mecanismos de contratualização para melhorar a execução das recomendações de tratamento.

ana escoval Professora Auxiliar de Política e Administração de Saúde na Escola Nacional de Saúde Pública

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econhecendo, ainda, a grande importância das estratégias de boa governação, que assegurem uma distribuição efetiva dos recursos públicos e um custo-benefício sustentável, a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL) e a Biofarmacêutica GileadSciences, Lda., desenvolvem, em colaboração, desde 2011, um projeto que tem incidido sobre modelos de financiamento e contratualização efetiva, enquanto mecanismo por excelência de garantia do acesso com qualidade, num patamar de sustentabilidade, aos doentes em tratamento. O objetivo genérico principal foi compreender se o modelo de financiamento do VIH/Sida se adequa às boas práticas definidas para esta área de tratamento, com recurso a um trabalho de caracterização da prática clínica considerada adequada, em contexto nacional e internacional, na prevenção e tratamento do doente com infeção VIH/Sida, de determinação do perfil de consumo dos recursos hospitalares destes doentes e, finalmente, de emissão de reflexões tendentes a contribuir para a adequação, assente nas normas de orientação clínica, do modelo de financiamento à prestação de cuidados de saúde para a prevenção e tratamento da infeção VIH/ Sida.

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A modalidade de pagamento para a infeção VIH/Sida introduzida em 2007 tinha por objetivo assegurar o acesso ao melhor tratamento disponível, de acordo com o estado da arte, a todas as pessoas infetadas por VIH, dado estarmos perante uma mudança de paradigma – de uma doença aguda para uma doença crónica. Nesse ano, foi implementada uma modalidade experimental de pagamento adicional dos cuidados prestados, em ambulatório, aos doentes com infeção VIH que iniciassem pela primeira vez terapêutica com anti retrovíricos. A explicitação do modelo de financiamento da prestação de cuidados em ambulatório permitiria aumentar a transparência e contestabilidade do modelo, responsabilizando o prestador de cuidados e o financiador, aumentar a racionalização da prestação de cuidados, garantindo expressamente a sua qualidade, equidade e acessibilidade e fortalecer a capacidade negocial das unidades hospitalares, visto possibilitar o planeamento e orçamentação da prestação de cuidados. A principal alteração ao modelo de financiamento em VIH/Sida em 2012 consistiu no alargamento da linha de financiamento para o tratamento em ambulatório de pessoas que vivem com a infeção VIH/Sida a todos os doentes em tratamento.

O alargamento da linha de financiamento a todos os doentes em tratamento suscitou, porém, incertezas sobre a adequação do preço compreensivo a todas as situações, para além de persistirem dúvidas sobre as implicações, na prática, da nova metodologia, o que justificou a continuidade do projeto, para o estudo desta temática. Uma vez aprofundado o tema através de entrevistas em profundidade e recolhida informação sobre o perfil de utilização de recursos da pessoa com infeção VIH/Sida, a equipa de investigação aplicou o método Delphi, uma técnica que tem como objetivo identificar uma opinião robustamente consensual sobre um determinado tema, junto de personalidades com particular sensibilidade, conhecimento e/ou experiência na matéria em estudo, através do envio, por rondas, de questionários, com retorno dos dados de opinião, até à obtenção de consenso. Foram convidados a participar 294 peritos de diferentes áreas profissionais: Organizações nãogovernamentais; Associações de Doentes; Parlamento Europeu; Assembleia da República; Ministério da Saúde; INFARMED; Ordens dos Médicos, Farmacêuticos e Enfermeiros; Conselhos de Administração (Presidentes,


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VIH/SIDA

Financiamento e Contratualização assente na Eficiência e Qualidade

Uma iniciativa:

Directores Clínicos e Vogais); Administradores Hospitalares; Professores Universitários; Médicos; Farmacêuticos; Investigadores. A taxa de resposta foi de 13,3 por cento. Responderam, maioritariamente, administradores hospitalares e médicos. Como resultados do Painel, resulta consensual o princípio money follow the patient, base do princípio da liberdade de escolha, bem como a adequação da modalidade de pagamento, tal como existe atualmente, às leges artis. Por outro lado, o Painel diz também que o modelo “doente a cargo” é igualmente adequado a estes doentes, assim como a evolução do modelo para a constituição de unidades autónomas que assegurem a gestão clínica e financeira, o que sugere que os respondentes consideram que o modelo de financiamento em VIH está preparado para uma nova etapa evolutiva. É consensual ainda que o financiamento deve ser direcionado para o doente, devendo ser transparentes os custos diretos e indiretos resultantes do tratamento. O painel não obteve, porém, consenso quanto à adequação do preço, em termos médios, aos custos do seguimento de acordo com as leges artis, o que pode revelar desconhecimento dos profissionais relativamente a esta matéria. De facto, é consensual que as descidas e modificações do preço não são justificadas de forma clara. O Painel concorda, contudo, com a evolução do preço para uma diferenciação de acordo com a complexidade dos grupos de doentes. Na definição da modalidade do pagamento, houve consenso quanto a dever envolver-se o INFARMED, de modo a salvaguardar o acesso dos doentes à inovação terapêutica, bem como quanto à necessidade de ser assegurada a equidade no tratamento, devendo ser disponibilizadas terapêuticas farmacológicas alternativas, para um mesmo estadio da doença, definidas por um órgão nacional. A necessidade de ser incorporada, na construção do preço, a inovação terapêutica teve

concordância inequívoca dos peritos. A importância das Normas de Orientação Clínica (NOC) enquanto balizadoras dos desvios clínicos e administrativos no tratamento destes doentes é clara. Os peritos defendem, ainda, que as NOC devem permitir um acesso equitativo a nível nacional à inovação terapêutica. No que se refere aos sistemas de informação, é claramente consensual que não reportam atualmente toda a informação relevante respeitante a estes doentes, sendo também claro que deverão evoluir de maneira a permitirem a obtenção de outcomes clínicos e de benchmarking, bem como a integração de tecnologias e-health interativas entre prestadores e doentes. Os participantes do Painel concordam também com a necessidade de existência de um indicador público de qualidade e, acima de tudo, com absoluto grau de consenso (100 por cento), com a importância do envolvimento dos prestadores nessa discussão. É, pois, consensual a necessidade de se cruzarem indicadores económico-financeiros e clínicos, que permitam avaliar uma gestão eficiente, e de se integrarem indicadores qualitativos que acompanhem o doente em todo o percurso no sistema. Emergem, inclusivamente, do Painel várias propostas de indicadores, como adesão à terapêutica, tempo desde infeção até deteção, tempo de espera para primeira consulta, existência de consulta aberta, acesso à inovação, existência de consulta integrada, entre outros. Quanto à reorganização da prestação, os peritos consultados concordam que a articulação entre prestadores em função dos doentes e das necessidades deva constituir a principal preocupação, sendo que o financiamento, enquanto instrumento, deverá induzir esse comportamento. É defendido também que a reorganização da prestação depende de lideranças clínicas fortes e, por outro lado, do abandono da lógica de serviços e de especialidades médicas para uma abordagem multidisciplinar. O modelo de financiamento

do VIH deverá, também, de acordo com os peritos, sofrer modificações de modo a funcionar como indutor da deteção precoce. O Painel concorda, ainda, com a necessidade de se equacionar um modelo de centralização da compra de medicamentos, deixando os hospitais focalizados na gestão dos RH e na dinamização e inovação na gestão das unidades, bem como a centralização dos laboratórios de biologia molecular, para a garantia da qualidade dos testes de resistência. A rede de referenciação para uma adequada linkage to care é também considerada muito importante. No que se refere à articulação entre níveis de cuidados, reconhece-se que, atualmente, os médicos especialistas têm dificuldade em dar alta para o tratamento nos cuidados de saúde primários, mas, caso isso aconteça, é consensual a importância dos clínicos gerais sentirem segurança técnica na gestão destes doentes. É consensual, finalmente, a necessidade de controlo externo e análise crítica da atividade dos centros, para confronto com os desvios e criação de sentinelas. A avaliação deverá ser, segundo os peritos, do domínio público, reconhecendo-se a importância da pressão dos pares. Respeitante a este tema, os participantes do Painel consideram que os doentes devem poder saber se estão a ser seguidos num local que segue as leges artis e que tem capacidade para tratar com qualidade. A equipa de investigação empreendeu esforços no sentido de recolher a opinião de um conjunto de personalidades muito próximas da temática do VIH, sustentada em processos metodológicos reconhecidos pela comunidade científica, e espera, dessa forma, ter acrescentado valor nesta área do conhecimento e contribuído para que o modelo de financiamento evolua de forma a garantir o acesso destes doentes às melhores práticas, sem prejuízo da sustentabilidade do sistema e das organizações de saúde.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 2º CONGRESSO SOS HEPATITES

“Nova realidade, novos horizontes” sociedade portuguesa de gastrenterologia A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia emana da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, individualizando-se nos anos 60 como consequência da criação da especialidade de Gastrenterologia e da sua autonomização, agrupando um conjunto de médicos cuja actividade se desenvolvia ou se relacionava mais com a área da Gastrenterologia. Falamos com José Cotter, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e Coordenador da Reunião Monotemática da SPG/2015.

josé cotter Vice-Presidente

Que balanço faz destes anos de existência? Ao longo dos mais de 50 anos de existência da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia pode afirmar-se com a maior certeza que o balanço da sua existência é francamente positivo. O apoio à investigação científica, o investimento na formação pós-graduada, a organização de importantíssimos eventos científicos nacionais e internacionais, a criação de bolsas de estágio e de investigação, o esclarecimento populacional na esfera da especialidade e a presença em importantes estruturas internacionais atestam-no por si só. A gastrenterologia é uma especialidade da medicina que se focaliza na estrutura, função e doenças do aparelho digestivo. Os portugueses já estão mais cientes destas e vigiam o seu aparelho digestivo? A Gastrenterologia é uma especialidade que se dedica

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às doenças do tubo digestivo, pâncreas, fígado e vias biliares e a tudo o que com elas se relacione. Como é sabido, em todas estas áreas existem múltiplas doenças que quer no âmbito da prevenção, diagnóstico e tratamento necessitam da intervenção do especialista em Gastrenterologia. Felizmente, por força de múltiplos factores que se relacionam com uma melhoria do nível cultural da população, de inúmeras campanhas e ainda da facilidade de acesso à informação conforme hoje é uma realidade, os cidadãos estão bem melhor informados do que há alguns anos atrás e a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia tem contribuído de várias formas para esta realidade. Tal implica que as pessoas já se preocupem hoje com aspetos preventivos, dos quais alguns hábitos do quotidiano e alguns rastreios específicos (do qual o cancro do intestino é um bom exemplo) são uma

realidade. Estas são realidades que importa constatar. Que cuidados deveríamos ter no dia a dia, de modo a prevenir as mesmas? Estes cuidados são essenciais, pois como é vulgar dizer-se a medicina preventiva é sempre muito melhor do que a medicina curativa. Por isso nunca é demais investir numa vida com hábitos saudáveis, traduzidos por actividade física regular, combate à obesidade e ao tabagismo, alimentação sadia do tipo da dieta mediterrânica com abundante quantidade de frutas e hortaliças, ingestão de líquidos igualmente abundante e redução drástica do consumo de sal, por exemplo. Associadamente fazer consultas médicas com carácter preventivo e não apenas quando há sinais ou sintomas, bem como realizar os rastreios no momento oportuno sempre que recomendados pelo médico assistente.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL 2º CONGRESSO SOS HEPATITES Quais as principais causas das doenças do aparelho digestivo? De certa forma tudo aquilo que contrarie o que foi explicitado como aconselhável na resposta anterior, associado ao facto de hoje existirem múltiplas agressões externas ambientais, ou mesmo iatrogénicas (relacionadas com a toma inadequada e sustentada de alguns medicamentos, alguns dos quais não sujeitos a receita médica), que favorecem o aparecimentos de algumas doenças e complicações potencialmente graves. Nesta edição em particular damos destaque à Hepatite C. Em janeiro terá lugar a Reunião Monotemática subordinada a este tema. Quais as expectativas que têm para a mesma? Esta reunião, pela sua importância e atualidade, juntará em Guimarães no dia 31 de janeiro de 2015 além de alguns peritos mundiais, a generalidade dos médicos especialistas portugueses que se interessam por esta patologia, que diagnosticam e tratam estes doentes. Esta Reunião Monotemática organizada pela SPG será seguramente um momento único no panorama científico do próximo ano, pela sua especificidade, actualidade e qualidade dos interlocutores. Daí se prever que o sucesso esteja antecipadamente garantido. Associadamente aos aspetos científicos, a abordagem político-económica que o tema encerra e que igualmente será debatido através da presença de autoridades com responsabilidade nestas matérias, aumenta a expectativa de que se tratará de uma reunião marcante.

“Nova realidade, novos horizontes”… por onde passa essa realidade e esses horizontes? De facto o desenvolvimento no âmbito da Hepatite C tem sido enorme nos últimos anos. Se agora pensarmos que há cerca de 20 anos atrás não era possível fazer um diagnóstico rigoroso desta doença, que os tratamentos iniciais tinham taxas de sucesso de cerca de 20 por cento apenas e que hoje, se consegue fazer o diagnóstico facilmente, que com os fármacos mais recentes se conseguem taxas de cura de 80-90 por cento, sem recurso a medicamentos injectáveis, com uma toma diária de um muito reduzido número de comprimidos, sem efeitos colaterais importantes e com tratamentos de curta duração (12 semanas), percebemos como felizmente nesta área a medicina evoluiu. É claro que há problemas com custos que importa discutir, mas do ponto de vista estritamente médico a Hepatite C é hoje, desde que corretamente tratada, uma doença com taxas elevadas de cura definitiva. Alertam para a necessidade de se fazer o exame da Hepatite C pelo menos uma vez na vida. Os portugueses já o fazem? Este alerta relaciona-se com o facto da doença ser silenciosa na maior parte dos casos, e de em cerca de um terço das pessoas infetadas não se identificar a fonte de contágio. Como o diagnóstico se faz com uma simples análise sanguínea que poderá ser facilmente acrescentada quando por alguma razão se vai fazer qualquer outra análise, torna-se pertinente este alerta.

Que outros conselhos gostaria de deixar aos nossos leitores? Falando da Hepatite C, que olhem para esta doença não como algo de dramático, mas como um problema sério, que origina cerca de mil mortes por ano em Portugal, que em 30-40 por cento dos casos evolui gravemente para cirrose e nestes, uma percentagem que pode atingir os 40 por cento desenvolve cancro do fígado. Contudo, se a doença for diagnosticado e tratada atempada e corretamente numa consulta de Gastrenterologia, a probabilidade de cura é hoje elevadíssima. Por onde passa o futuro da SPG? A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia continuará nos próximos tempos a ter uma atuação e uma linha de orientação de acordo com os parâmetros que têm sido percorridos nos últimos anos. O apoio à investigação e à formação pós-graduada estarão sempre na linha da frente, será sempre dada uma grande atenção e consequente capacidade de intervenção pública a tudo o que se relacione com as áreas que lhe dizem respeito, seja no campo do aparelho digestivo ou do fígado, e desenvolverá uma maior atenção especificamente no que respeita ao cancro digestivo, uma vez que sabemos que em Portugal um em dez cidadãos morrem devido a esta causa (cancros do intestino, estomago, esófago, fígado e pâncreas), o que equivale a uma morte por hora. São números impressionantes que nos fazem pensar e sobre os quais há muito a fazer para que a realidade no futuro possa ser outra.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL 2º CONGRESSO SOS HEPATITES

hepatites: tratamento e cura soS hepatites O 2º Congresso Nacional SOS Hepatites realiza-se a 29 de Novembro. Fale-nos um pouco da temática escolhida, “Fígado: Entre a Doença Crónica e a Cura”, e da importância de tratar este tema. Num ano em que chegou a inovação total através dos novos fármacos com 3 meses de tratamento, com mais de 90% de cura e sem efeitos secundários, impunhase esta temática uma vez que a maioria dos doentes continua à espera da medicação. Para quem ainda não conhece esta associação, conte-nos um pouco como e quando ela surge? A SOS Hepatites foi fundada em Abril de 2005 e surgiu da necessidade de um portador de hepatite (Val Neto) e de um familiar (eu) em apoiar e acompanhar todos aqueles que estiveram na mesma situação que nós e não encontraram apoio. Encaminhamos, e acompanhamos, os portadores de hepatite para os médicos especialistas e para os psicólogos e fazemos acompanhamento também aos familiares e amigos. Realizamos reuniões mensais para os doentes, e para os familiares, onde estão presentes doentes que já fizeram, que estão a fazer e que vão começar o tratamento. Fazemos campanhas de sensibilização / informação, a nível nacional, junto das escolas, santa Casa da Misericórdia, Juntas de Freguesia e Estabelecimentos Prisionais. Na sua opinião existe hoje uma mentalidade diferente em relação às hepatites? Embora hoje já exista mais conhecimento sobre a doença o estigma ainda está presente e é muito grande. A doença ainda é conectada com álcool, sexo e toxicodependência e muitos dos portadores não “dão a cara” por este motivo. No entanto “procuramos” e alertamos para a necessidade do rastreio principalmente os combatentes da Guerra do Ultramar e/ou da India, quem foi operado antes de 1992 (mesmo que em pequena cirurgia), quem deu ou recebeu sangue antes de 1992, quem fez algum aborto (mesmo que há muito tempo), quem tem análises com valores de ALT, AST ou Gama GT elevados, quem tem tatuagens e/ou piercings.

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Para os menos esclarecidos explique um pouco dos tipos de hepatite que existem, dos sintomas a elas associadas, e dos números de infetados que existem? Hepatite quer dizer inflamação do fígado e existem as hepatites virais “provocadas” por vírus, a hepatite alcoólica pelo excesso do consumo de álcool e a tóxica pelo excesso de consumo de medicamentos e/ou estupefacientes. Nas hepatites virais existem: Hepatite A – Por norma durante o período de incubação a doença não se manifesta. Inicialmente assemelha-se a uma gripe com febre, dores de cabeça e mal-estar geral, depois aparece a icterícia, a falta de apetite e os vómitos. Transmite-se através de alimentos ou de água contaminados por matérias fecais. Consumo de mariscos de viveiros contaminados por água de esgotos. Frutas, vegetais e saladas ou outros alimentos crus. Contacto com matéria fecal. Hepatite B – Os primeiros sintomas são febre, malestar, desconforto, dores abdominais; mais tarde surgem icterícia, urina escura e fezes claras. Esta hepatite decorre sem sintomas em 90 por cento dos casos. Transmite-se através do contacto com sangue contaminado (tatuagens, acupuntura, transfusões de sangue e derivados antes de 1992); do contacto sexual sem preservativo; da transmissão mãe-filho; partilha de seringas e outros materiais usados pelos consumidores de drogas intravenosas. Hepatite C – Em 75% dos casos os infetados pelo VHC não apresentam sintomas. Podem ocorrer sonolência, mal-estar geral e intestinal, febre, perda de apetite, intolerância ao álcool, dores na zona do fígado e, muito raramente, icterícia. O indivíduo com infeção crónica pelo vírus da hepatite C pode não apresentar qualquer sintoma e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro do fígado. Transmite-se através de sangue ou produtos sanguíneos contaminados. A transmissão por via sexual é rara, mas pode ocorrer. Existe um risco de 6% da mãe infetada poder transmitir o vírus ao feto. É frequente nos toxicodependentes intravenosos. Com o despiste sistemático do anti-VHC nos dadores de sangue, a partir de 1992, a hepatite C pós-transfusional

tornou-se excecional. Hepatite D – Só existe com a Hepatite B. Na coinfeção: fadiga, sonolência, anorexia, náuseas durante 3 a 7 dias após o período de incubação; depois surgem icterícia, urina escura e fezes claras. Na superinfeção: na fase aguda são idênticos; na fase crónica, os sintomas são semelhantes, mas menos intensos. A hepatite D fulminante é rara, mas é dez vezes mais comum do que noutros tipos de hepatite provocada por vírus. Caracteriza-se por encefalopatia hepática, mudanças de personalidade, distúrbios no sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e, por último, estado de coma. Transmite-se através do contacto com sangue contaminado e fluidos sexuais. Hepatite E – Os jovens e os adultos, entre os 15 e os 45 anos, apresentam icterícia, falta de apetite, náuseas, vómitos, febre, dores abdominais, aumento do volume do fígado e mal-estar geral. As crianças, em geral, não apresentam sintomas. Transmite-se através de alimentos mal cozinhados (carnes de porco) ou águas contaminadas por matérias fecais, sendo rara a transmissão de pessoa para pessoa. Não há registos de transmissão por via sanguínea e sexual. Não há dados concretos do número de pessoas infetadas, principalmente pelas hepatites B e C pois os fatores de risco foram muitos no passado e a doença é completamente assintomática. Qual é a mensagem que gostaria de deixar à população em geral? Se nasceram entre 1945 e 1985 solicitem o rastreio junto do médico de família. Não partilhar, no dia a dia, giletes, escovas de dentes, corta unhas e alicates das unhas. Estão a realizar uma recolha de fundos para a abertura de um Centro de Apoio e rastreio SOS Hepatites. A SOS Hepatites está a realizar uma recolha de fundos para abrir um Centro de Apoio aos portadores, e familiares, com vários médicos especialistas e os serviços de que os doentes necessitam



REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Mediação de Conflitos em Portugal

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Mediação de Conflitos é um método de resolução de conflitos em que duas ou mais partes recorrem a um mediador, com o intuito de trabalhar o conflito de forma a chegarem a um acordo satisfatório para todos os envolvidos. Este método de resolução de conflitos assume-se como um meio alternativo aos tradicionais, nomeadamente judiciais, na medida em que as partes envolventes têm controlo sobre o processo e o seu resultado. Durante o processo de mediação, os intervenientes com o apoio do mediador, dialogam sobre o conflito e trabalham em conjunto com o objetivo de encontrarem uma solução que vá de encontro às suas necessidades e interesses. Consoante, o parecer das partes envolvidas, a solução final de um processo de mediação pode ter força executiva se for confirmada por um juiz, ou pode ter o valor legal de um contrato jurídico. Em Portugal, e noutros países, a mediação de conflitos é vista de forma uni direcional, ou seja, atrás da atuação de mediadores de conflitos, inscritos nos julgados de paz, tal como é indicado na lei nº 78/2001 de 13 de julho. O papel do mediador é o de facilitar a comunicação entre os mediados, este é imparcial, não decide, não sugere soluções e não presta assessoria jurídica, nem técnica. É determinante a sua capacidade de analisar, investigar, e escutar, o verbal e o não verbal, de gerar empatias e confiança, de ser persistente, dinâmico, de liderar e de promover a cooperação entre as partes envolvidas. Em Portugal existem mediadores de conflitos das mais variadas áreas, tais como Escolar, Familiar, Ambiental, Civil, Comercial, Comunitária, Hospitalar, Laborar, Penal e Administrativa.

Um novo paradigma Redigido por Maria Manuela Selas, Mediadora de Conflitos

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á algum tempo atrás, bastava uma simples constipação para levar as pessoas às urgências dos hospitais. Assim estava organizado o sistema de Saúde. Mas o sistema começou a falhar e as coisas tiveram que mudar. O mesmo se passa hoje na Justiça. E o sistema também está a mudar. Por força da minha atividade profissional estive, ao longo dos últimos anos, envolvida na enorme máquina judicial onde credores, devedores, mandatários, testemunhas, partes, advogados e muitos outros atores se movem em permanente conflito e pude sentir, dia após dia, a desumanização cada vez maior deste sistema. Pude constatar quão dolorosos

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e pesados podem tornar-se alguns processos. O custo que têm para as pessoas, para as suas vidas e para as suas famílias. Além do custo financeiro há todo um desgaste emocional que, muitas vezes, lhes tira o seu bem mais precioso: a saúde! Acredito que, com outros meios, a Justiça poderá efetivamente garantir um serviço mais célere, mais justo, eficaz e eficiente. Numa situação ideal, aos Tribunais apenas deverão ficar reservadas as situações que realmente carecem da sua superior intervenção ou seja, quando as partes, ou o próprio conflito, não sejam suscetíveis de mediação. E o sistema está finalmente a mudar. A entrada em vigor da Lei 29/2013 ,de 19 de abril, que veio regular a atividade de

Mediação de Conflitos trouxe, realmente, uma mudança de paradigma. Com esta Lei, o legislador conferiu a este meio de resolução alternatíva de litígios, a dignidade que lhe compete, regulando o exercício da atividade de Mediador de Conflitos e atribuindo eficácia executiva ao acordo obtido por via de Mediação. O artº 13º desta Lei prevê ainda a possibilidade de suspensão de prazos com o recurso à Mediação, o que é muito importante. Aliás, é de salientar que, apesar de não ser obrigatória a intervenção de advogado na Mediação, este pode acompanhar e aconselhar as partes o que, por vezes, é até desejável. A Mediação de Conflitos é, assim, o meio mais adequado para situações em que, apesar de haver conflito, há que preservar canais de comunicação ou compromissos que garantam a manutenção de relações futuras, necessárias ou desejáveis. É o caso de filhos em comum, laços familiares, relações de vizinhaça, comerciais, laborais ou cíveis, por exemplo. Por isso, as partes podem recorrer à Mediação acompanhadas dos seus advogados o que, não sendo obrigatório e´, em muitos casos, bastante aconselhável. No norte, a Mediação de Conflitos está organizada, e qualquer pessoa, empresa ou instituição pode contactar o Centro de Mediação do Porto, para solicitar serviços de Mediação ou obter informações. Com a Mediação de Conflitos a funcionar em pleno poderemos ter um sistema de Justiça mais justo, mais equilibrado e, acima de tudo, mais próximo das pessoas.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

A Mediação de Conflitos está a sair da infância mediare - multiportas Após anos a trabalhar para e com as pessoas, Gabriela Cunha na área dos Recursos Humanos, Formação e Moderação de Workshops de Melhoria Contínua, e Maria João Bravo na área da Advocacia, estas duas Mediadoras de Conflitos decidiram criar a MEDIAREmultiportas, dado terem desde logo abraçado também a área da Mediação de Conflitos.

maria joão bravo e Gabriela cunha Mediadoras de conflitos

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endo consciência que a Mediação de Conflitos tem como núcleo fundamental as pessoas e suas circunstâncias, e sendo a mediação um recurso recente em Portugal, “na esfera privada está neste momento a sair da infância”, como refere Gabriela Cunha. “Quem nos procura são pessoas que sabem ter um problema, um conflito com outro alguém ou com uma instituição, tendo também consciência que nem sempre os conflitos se resolvem simplesmente deixando passar o tempo, tendo sim que ser enfrentados, com coragem, consciência, e o melhor apoio possível.”, como nos refere Maria João Bravo. A mediação define-se como um recurso extrajudicial e voluntário de resolução de conflitos, sendo especialmente vocacionada para todos os litígios em que existe um relacionamento entre as partes, existindo por isso mesmo um interesse especial, por parte dos seus intervenientes, em atender ao futuro desse mesmo relacionamento (comercial, de vizinhança, amizade, familiar), através de uma atitude de responsabilização e cooperação cívica, respeitosa e sigilosa, na resolução do problema e sua observância futura, dizem-nos as entrevistadas.“A mediação de conflitos acontece quando existe um conflito visível, mas trabalhamos também na prevenção (seja apoiando pessoas e instituições em casos de conflitos latentes, seja dando formação nesse sentido). Vivemos numa realidade sistémica, daí que aquilo que nos aparece muitas vezes como um conflito laboral, tem subjacente um conflito familiar, por exemplo”, salienta Maria João Bravo. “Assim, temos que trazer soluções integradoras ao nosso trabalho, que resolvam o conflito e que ajudem as partes a crescer.” A

Mediare–Multiportas é um projeto recente nascido na cidade do Porto. “Este projeto trabalha essencialmente as pessoas, suas condições e emoções, sem esquecer que o conflito, como algo humano que é, tem sempre que ser trabalhado. Fazemos em primeiro lugar um diagnóstico, após o que propomos aquela que nos parece ser a melhor opção”, refere Gabriela Cunha, “em termos dos nossos serviços disponíveis, que incluem Mediação de Conflitos Familiar, Cível, Comercial, Organizacional, Laboral; Terapias Relacionais - Psicoterapia e Terapia Familiar; e aconselhamento jurídico.” Questionadas sobre as inúmeras vantagens da mediação, as fundadoras da Mediare não hesitam: “trata-se de devolver às pessoas o seu próprio poder para crescerem a partir do conflito, entendendose melhor a si próprias e ao outro, e, claro, ao chegarem ao seu próprio Acordo de Mediação, auxiliadas pelo mediador, isto torna a taxa de cumprimento dos acordos muito mais elevada”. Para um mediador, “é determinante a capacidade de investigar, escutar o verbal e o nãoverbal, gerar empatia e confiança, ser persistente, dinâmico e criativo, liderar e promover a cooperação entre as partes”, salienta Maria João. “Para além de licenciatura base e de muita formação nas várias vertentes de mediação, é necessário seguir alguma disciplina que permita ao mediador ir-se desenvolvendo como pessoa, como a meditação e yoga“, refere Gabriela Cunha. O futuro da mediação passa “por

cada um de nós desenvolver os seus projetos com características próprias, e continuar a trabalhar em rede, pois é possível trabalhar uma vertente comercial e ao mesmo tempo apoiarmos a mediação como um todo”, frisou Gabriela Cunha. Apesar da sua curta existência, “a Mediare está a fazer esforços para criar esta rede de encontros, de partilha, e também de recolha e apresentação de todos os projetos de mediação em Portugal e naõ só, através da sua newsletter mensal Notícias da MEDIARE (ver MEDIARE no facebook)”, concluiu Maria João Bravo. Porque pensa ser importante trazer o conhecimento sobre o Conflito e a Mediação às tenras idades, Gabriela Cunha lança a 3 de dezembro o terceiro livro da trilogia “LILI, do Conflito à Mediação de Conflitos”, para crianças do pré e do 1.º ciclo, apresentando os seus livros também em escolas de todos o país, como fará em dezembro no Funchal.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

“A mediação é forma mais perfeita de se chegar a um consenso” Carla soares - mediadora de conflitos Nesta edição abordamos um tema relativamente recente em Portugal e de muito valor social - a mediação de conflitos. Para isso a Revista Business Portugal contou com as declarações de Carla Garcia Soares - advogada, mediadora de conflitos e empresária têxtil que de uma forma bastante assertiva falou das potencialidades desta atividade nos dias de hoje.

Carla Soares Mediadora de Conflitos

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natural que, dada a pouca divulgação, grande parte da sociedade desconheça uma alternativa ao meio judicial para resolver os seus problemas. É aqui que surge a mediação de conflitos, que é um meio alternativo para a resolução de conflitos, em que duas ou mais partes, voluntariamente procuram este meio a fim de alcançarem um acordo com a assistência e colaboração de um mediador, estando vocacionada não apenas para o conflito presente mas também para resolver as consequências futuras, possibilitando a manutenção das relações futuras entre as partes. Numa linha geral, Carla Soares descreve-nos o mediador como um terceiro, imparcial e independente que não tem poder de decisão - o seu poder está em “colocar as partes a comunicarem entre si” refere a nossa interlocutora. O mediador apenas orienta as partes na descoberta dos pontos fracos e fortes das suas posições e interesses ajudando-os a perceber

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de forma cooperativa as responsabilidades de cada um de forma a criarem uma solução justa e equitativa. Podendo ser utilizada em qualquer tipo de conflitos, sendo mais procurada a nível familiar, civil, comercial e laboral. “Peculiarmente, podemos ver a mediação como um meio que gera confiança, e onde as partes retiram alguns benefícios, nomeadamente: a rapidez dos processos, a informalidade, a autonomia da vontade das partes, a exequibilidade, a confidencialidade, um menor desgaste emocional, uma diminuição de custos, que proporciona um ambiente mais cooperativo, facilita a comunicação e permite atender a todos os interesses e expectativas em jogo, de forma mais rápida e informal, melhorando os relacionamentos entre as partes envolvidas, o que irá permitir um maior compromisso das partes em cumprir um acordo construído por elas.” Quanto à posição desta atividade em Portugal, a nossa interlocutora refere que é algo muito recente “só em 2013 é que saiu a lei para regular a mediação de conflitos, e cada vez mais noto que tem que existir um esforço muito grande dos mediadores para informar as pessoas”. A falta de informação acerca do que é a mediação de conflitos e a resistência à mudança são fatores que bloqueiam a prática da mediação no nosso país. Do ponto de vista de Carla Soares é essencial que as pessoas tenham noção que nesta atividade “trabalha-

se tendo em conta os sentimentos, os interesses das partes e que se vai mais além do que em qualquer outro meio de resolução de conflitos, tentamos saber e entender o ‘porquê’ dos problemas”. Relativamente ao perfil do mediador na hora de tratar um conflito, a nossa entrevistada afirma que é necessário que o mediador tenha uma “escuta ativa”, que gere confiança ás partes, que use uma linguagem normal evitando termos técnicos, que potencie o diálogo entre as partes, que seja um conciliador. Para Carla Soares, toda a sociedade beneficiará com o recurso a este meio de resolução de conflitos, porque com a satisfação das partes em verem o seu conflito resolvido e a manutenção nos relacionamentos futuros entre as partes, a sociedade beneficiará com a manutenção da paz social e com a redução de contendas judiciais desnecessárias, deixando aos tribunais judiciais espaço para os litígios cujo acordo das partes não permitam uma solução pacífica. Futuramente Carla Soares acredita que, apesar de Portugal ainda ser “novo” nesta área, a mediação vai conseguir atingir os seus objetivos, ficando mais conhecida e procurada “e considero que se trata de uma evolução muito positiva, que permite que a sociedade saiba que pode recorrer a este método sem antes procurar a via judicial, sendo que a mediação permite a eficácia dos resultados.” As experiências já em curso em outros países são um fator importante a considerar e a motivar a reflexão do leitor. Nos EUA, a mediação é estimulada há mais de 30 anos, levando ao descongestionamento dos tribunais, na Europa esta técnica também já está a ser utilizada há alguns anos, adotada principalmente pelas empresas, no âmbito comercial, conclui.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Mediação familiar em casais do mesmo sexo isabel rama - mediadora de conflitos De modo a contextualizar o leitor, começamos por explicar que a mediação familiar é um meio de resolução de conflitos onde as partes em litígio procuram alcançar um acordo, que gere e reorganiza as relações familiares, tendo em conta as necessidades das partes envolvidas. É um processo extrajudicial, confidencial e voluntário.

isabel rama Mediadora de conflitos

Para a sua realização é necessária a intervenção de um mediador - um profissional especializado, escolhido pelas partes que se encontram em conflito, para as ajudar a regulá-lo, atuando com total imparcialidade nas relações com elas e promovendo mútuo respeito.

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À conversa com Isabel Rama, mediadora privada que integra a Lista de Mediadores de Conflitos que poderá ser consultada no site da Direção Geral da Politica de Justiça, e formada em Serviço Social, com vasta experiência na área, ficamos a conhecer um projeto pioneiro a nível nacional no âmbito da mediação familiar. Neste contexto, exploramos um tema algo inovador: “A Mediação familiar em casais do mesmo sexo” – sendo o seu mote de tese de Mestrado - onde a responsável lança um novo desafio aos mediadores portugueses. Isto porque, não vendo qualquer especificidade ou diferença, a nossa interlocutora defende que todas as pessoas sejam elas heterossexuais ou homossexuais - têm igual direito de resolver um problema familiar, sendo tratadas nos mesmos moldes e com métodos de atuação exatamente iguais.

Destacando alguns benefícios da mediação privada, a nossa entrevistada assinalou primeiramente o tempo gasto, porque com este meio reduz-se o tempo médio de resolução dos conflitos. Financeiramente, os custos acabam por ser menores e para além destas vantagens, os intervenientes sabem que estão num processo extremamente confidencial onde podem controlar os procedimentos desde o início até ao fim, podendo pôr fim à mediação sempre que pretenderem. Um ponto que a responsável aponta como indispensável para o futuro, é um maior investimento na divulgação da mediação familiar, principalmente às pessoas mais desfavorecidas, “no entanto, penso que rapidamente a mediação passará de atividade a profissão e, nesse sentido, penso que Portugal está a evoluir positivamente” conclui Isabel Rama.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL AGENTES DE EXECUÇÃO E ADMINISTRADORES JUDICIAIS

Agentes de execução e administradores judiciais

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ssim como nas ediçoes anteriores, a Revista Business Portugal prossegue o trabalho de dar a conhecer alguns agentes de execução. A visão destes profissionais, os desafios e as questões levantadas pelo Procedimento Extrajudicial Pré-Executivo (PEPEX) são apenas algumas das temáticas abordadas e que permitem perceber um pouco melhor o trabalho destes que são muitas vezes considerados os “ maus

da fita”. Na presente edição iniciamos ainda a incursão pela área profissional dos administradores judiciais percebendo o impacto que a crise económica e financeira teve no número de processos de insolvência. Com a Lei nº 22/2013, de 26 de fevereiro, que estabelece o estatuto do Administrador Judicial, os administradores da Insolvência passaram a ser designados, nos estatutos, pela terminologia de “Administradores Judiciais”.

Construção da carreira EMA Partners international

Entrevista a Jorge Fonseca, Executive Search & Career Coach Consultant

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uma altura em que não só a economia portuguesa, mas também a economia europeia e mundial enfrentam fragilidades, o mercado de trabalho modificou-se e assumiu características particulares, tornando-se volátil e em constante alteração. Assim sendo, e com setores praticamente estagnados, como é o caso da construção civil e da arquitetura, surge a necessidade de os profissionais procurarem novos caminhos e novos desafios dentro ou fora de portas. É neste contexto que

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surge a EMA Partners International, uma empresa há 25 anos no mercado e que se assume como uma das principais empresas multinacionais de recrutamento. Com escritórios localizados nos principais mercados económicos, a EMA Partners International destaca-se pelo profissionalismo, qualidade de atuação e lealdade para com os clientes. “Sabemos que o sucesso dos nossos clientes é o nosso sucesso. A nossa missão é avaliar cada função por meio de uma análise de acordo com as necessidades da empresa ou da organização,

para identificar a pessoa certa para o nosso cliente” refere Jorge Fonseca, Executive Search & Career Coach Consultant. Ou seja, “encontramos os indivíduos mais qualificados e adequados para as necessidades específicas dos nossos clientes”, salienta o consultor. Outra vertente do trabalho deste especialista passa por trabalhar diretamente com Executivos que procuram um novo projeto ou desejam mudar de área profissional: “proponho aos indivíduos clientes do serviço de Career Change potenciar a geração de entrevistas e ser bemsucedido nessas mesmas entrevistas, de forma a receber propostas de emprego e/ou convites de Associação ou Consultoria”, elucida Jorge Fonseca. Questionado sobre os eventos nacionais e internacionais a que se desloca diversas vezes, o nosso interlocutor salienta: “sabiam que mais de 70 por cento das ofertas de emprego surgem dos contatos pessoais? A rede de contatos será sempre uma grande mais-valia”. Esta crise económica trouxe consigo adversidades que nos ensinam a importância de se enfrentar e aceitar a mudança. A mudança implica como é evidente, alterações no mercado de trabalho, com a consequente e evidente importância nas carreiras. “Hoje sabemos que os atuais recém-licenciados farão frequentes mudanças de emprego ao longo dos seus percursos profissionais”, salienta Jorge Fonseca.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL AGENTES DE EXECUÇÃO E ADMINISTRADORES JUDICIAIS

“A união (construtiva) faz a força” Ângela Lopes - Agente de execução Ângela Castro Lopes é agente de execução desde 2003, ano em que a atividade chegou ao nosso país. Da ‘primeira fornada’ de solicitadores licenciados no ISMAI, esta agente de execução, que agarrou desde logo o desafio, acredita faltar união na sua classe, não vê a necessidade da criação de um organismo para além da Câmara dos Solicitadores e confessa que o Congresso de Solicitadores, que decorreu em Aveiro no passado mês de outubro, lhe trouxe um novo alento no que diz respeito à sua classe.

Ângela Castro lopes Agente de Execução

“Penso que o Congresso foi muito positivo. Vim com outra perspetiva, com uma ideia de continuidade da minha profissão e que existem bastantes projetos para a nossa classe”, revela-nos, logo no início da nossa conversa, a nossa interlocutora. Questionada sobre as mudanças necessárias aos agentes de execução, Ângela Castro Lopes não hesita em apontar a falta de união como o principal problema destes profissionais. “Penso que nos falta sermos mais unidos. Estamos muito dispersos, muito focados em nós mesmos enquanto individuais, e penso que isso nos tem prejudicado. Parece-me pertinente aplicar a máxima de que ‘a união (construtiva) faz a força’, e até ao momento sinto que ainda não fizemos tudo o que estará ao nosso alcance para garantir esta união”, refere. Virá essa força através da criação de uma associação específica aos agentes de execução? A resposta não tarda. “De todo. A meu ver, a criação de outras associações além da Câmara dos Solicitadores serve apenas para dispersar recursos e atenção daquilo que deve ser a focalização da classe e, regra geral, para fomentar quezílias políticoparticulares que nada têm que ver com os profissionais agentes de execução. Acredito que estamos bem entregues à Câmara e que esta tem feito o possível em prol da nossa classe, sendo certo que este trabalho nunca estará terminado. Aliás, é bom que assim seja pois permitirá manter os níveis de motivação sempre elevados. A verdade é que cabe-nos a nós saber exactamente que Câmara dos Solicitadores queremos ter!”, refere.

Em crescente evolução Há 11 anos a trabalhar como agente de execução, Ângela

Castro Lopes afirma que a profissão tem evoluído de uma forma positiva e com suficiente sustentabilidade, tanto no que diz respeito à legislação como às próprias ferramentas que têm à sua disposição. “Entramos nesta área – leia-se 2003 - com acesso a meios muito limitados e tivemos muitas dificuldades. Além disso, os processos eram muitos para tão poucos. Esta situação tornava a organização do trabalho difícil, tanto mais que implicava ter noções de várias áreas, entre elas, gestão contabilística e financeira, algo para o qual não fomos minimamente preparados e cujo legislador não preveniu aquando da atribuição das funções aos Solicitadores de Execução”. A nossa interlocutora acredita ainda que os primeiros agentes de execução foram mal interpretados por outros agentes da justiça “também muito por culpa da nossa inexperiência”. Atualmente, estes profissionais estão já munidos de uma excelente formação e as ferramentas de que dispõe tornam o seu trabalho mais objetivo e eficaz. “O trabalho da Câmara dos Solicitadores tem sido essencial”, acrescenta. Perante tal, é perentório questionar: o que ainda falha? “Um dos nossos problemas continua a ser o facto das pessoas ainda não terem a noção clara do nosso trabalho, do nosso papel. Ainda não há uma clareza de que cumprimos uma ordem

judicial garantindo o direito do exequente sem com isso prejudicar o executado. Portanto, não executamos em nome próprio”, esclarece.

O PEPEX “Penso que a ideia do Pepex passou por controlar as estatísticas dos processos judiciais, pois sendo um Pepex não é um processo judicial, pelo que não é uma pendência no tribunal”, diz-nos Ângela Castro Lopes quando questionada sobre esta recente medida. A nossa interlocutora defende que o trabalho dos agentes de execução fica, em certa parte, limitado. “Quando sabemos, à priori, que o executado não tem bens para penhorar, penso que é uma boa medida. Mas nos casos em que isso não acontece, vejo-o como uma limitação de timing que, por vezes, nos pode impedir de penhorar algum bem que ainda exista”, conclui.

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Uma negociação de confiança leiloeira al-noemi A Leiloeira Al-noemi, situada em Rio Tinto – Porto, foi fundada por Álvaro Rocha e conta já com mais de 17 anos de experiência. O fundador já trabalhava neste ramo, e depois de adquirir a experiência necessária numa outra leiloeira no Porto, viu uma oportunidade de negócio e, sentindo que era capaz, decidiu dar o salto criando o seu próprio negócio.

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aqui nasce a Leiloeira Al-noemi “comecei do zero e as primeiras instalações foram em casa, só depois o negócio foi ganhando asas e tive necessidade de abrir em Rio Tinto (Porto) e mais tarde houve a necessidade de expandir ainda mais, abrindo escritórios no Algarve, Figueira da Foz e Viana do Castelo” conta o administrador. Neste sentido, a empresa arrancou com toda a força. Especializada na atividade de leilões em negociação particular de bens penhorados judicialmente, na Alnoemi pode-se encontrar todo o tipo bens: imóveis, móveis, terrenos, veículos, eletrodomésticos, máquinas, material de hotelaria, informática, entre outros. Para além da venda, Álvaro Rocha salienta que também executam um serviço de remoção de bens e veículos para os seus

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armazéns. Neste contexto, as entidades com que trabalha são advogados, solicitadores, companhias de seguros, tribunais, finanças, empresas, entre outros. Assim, após uma avaliação prévia dos bens, há uma negociação entre as partes envolvidas e finalmente é feita a venda ao interessado. Falando sobre o percurso da empresa, o administrador afirma com orgulho que “foi sempre a crescer, devido ao esforço e garra da equipa que o acompanha”.

A vantagem da negociação particular A principal caraterística desta leiloeira é a venda feita assente numa negociação particular, que o administrador

defende não haver melhor negócio do que aquele feito em “confronto presencial” por considerar que é mais uma forma de confiança, “gosto de saber com quem estou a negociar, sendo que este método também confere outro tipo de seriedade de ambas as partes” esclarece. Outra mais-valia deste tipo de negociação é que a pessoa interessada num determinado bem, pode apresentar uma proposta inferior ao valor base, ficando posteriormente a aguardar a decisão do exequente e do tribunal. Há ainda a venda via online, onde a Al-noemi se encarrega de enviar newsletters aos clientes que se encontram inscritos com as novidades e os bens prontos a ser vendidos – aí os interessados poderão enviar


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um mail de informação onde podem negociar com a Leiloeira Al-noemi os valores inicialmente assinalados. Um dos aspetos que o administrador faz questão de evidenciar é que uma compra feita em parâmetros judiciais é mais segura porque uma venda judicial obriga sempre à existência de um título do tribunal, que confere a devida garantia. Pode-se dizer que a Leiloeira Al-noemi trabalha tendo em conta três grandes características: confiança, seriedade e negociação particular. E aqui também se patenteiam as parcerias com advogados, solicitadores, tribunais “sendo essencial gerir bem os processos, saber em que ponto da situação estão, estabelecer propostas, e controlar tudo com o máximo rigor” sublinha o administrador.

Próximos desafios “Fazer a venda e receber no tempo previsto” é o que Álvaro Rocha define como o principal obstáculo e o atual desafio do setor, acrescentando que a solução passaria por estabelecer uma data específica de pagamento. E sendo que a venda é feita com bens penhorados,

Álvaro Rocha afirma que muitas vezes esta profissão traz consigo algumas desavenças “quando vamos penhorar bens a casa das pessoas podemos não ser bem recebidos na primeira abordagem porque há pessoas que não se conformam com a perda, mas quando as situações complicam recorremos à segurança policial”, partindo do princípio de que é necessário compreender as pessoas e fazê-las perceber que têm sempre oportunidade de adquirir os seus bens mais tarde. Para o próximo ano, o administrador avança que irá apostar na criação de lojas de venda ao público de bens judiciais (pelo menos uma em cada cidade onde a leiloeira tem filial). O sucesso obtido nos últimos anos não veio ao acaso, na medida em que há uma filosofia bem patente por parte do fundador que se reflete nas sua atividade diária “eu sempre gostei de trabalhar, seja que área for, e quem tem gosto pelo trabalho consegue atingir objetivos” conclui.

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“Com a crise económica e financeira o número de processos de insolvência aumentaram” filipe campos - administrador judicial A Revista Business Portugal à conversa com Filipe Campos, administrador judicial e administrador de insolvências, foi tentar perceber como é que decorrem os processos de insolvência em Portugal nos últimos anos.

no processo de insolvência, num tão curto espaço de tempo quanto possível, uma vez que este é, no fundo, um processo de execução universal.

Filipe campos Administrador Judicial

O que é que difere o administrador judicial do administrador da insolvência? Com a Lei n.º 22/2013, de 26 de Fevereiro, que estabelece o estatuto do Administrador Judicial, os Administradores da Insolvência passaram a ser designados, nos estatutos, pela terminologia de “Administradores Judiciais”. Pode-se dizer, embora não seja juridicamente correto, que se trata de uma alteração da nomenclatura legal da figura de Administrador da Insolvência, passando agora, a designar-se de “Administrador Judicial”. Quando e em que circunstâncias se entra em situação de insolvência? Nos termos do seu artigo 3.º n.º 1 do CIRE, encontra-

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se em “situação de insolvência o devedor que se encontre impossibilitado de cumprir as suas obrigações vencidas”. Assim, um devedor que não consiga cumprir com as suas obrigações vencidas, seja porque se não tem património, seja porque não tem crédito, encontrase em situação de insolvência. Mais, um devedor que se encontre nesta situação tem a obrigação legal de se apresentar à insolvência. Qual o papel do administrador de insolvência nestes processos? O Administrador Judicial é alguém que gere a massa patrimonial dos insolventes, quer sejam eles pessoas singulares ou pessoas coletivas, visando a satisfação da maioria dos créditos reclamados e reconhecidos

Como tem sido o fluxo de insolvências nos últimos anos em Portugal? Nos últimos anos Portugal sofreu uma grave crise económica e financeira. O que levou a que crescessem o número de empresas em dificuldades financeiras e, consequentemente, o número de processos de insolvência. Tenho verificado que nos últimos anos quatro anos aumentou o número de insolvências no sector da construção civil. Antes disso, também o setor da têxtil passou por um período muito difícil. Contudo, com a recuperação da situação económica de Portugal, acredito que haja uma redução do número de processos de insolvência, pelo menos, aqueles processos que vão para a fase da liquidação, passando agora para a ERA dos processos de insolvência com Planos de Recuperação no caso das empresas e processos com Planos de Pagamento, no caso das Pessoas Singulares. Aliás, esta redução já tem sido notória nas empresas, sendo ainda um pouco visível nos processos de insolvência das pessoas singulares. Quais são os projetos para o futuro? Desempenho a profissão de Administrador Judicial a tempo inteiro há alguns anos, e não tenho, neste momento, outro projeto profissional. Embora acredite numa redução do número de processo de insolvência, estas nunca irão acabar. As empresas têm um ciclo de vida, seja este de maior ou menor duração. Vai haver sempre insolvências.


municípios em destaque CELEBRE A FESTA DE NATAL DA SUA EMPRESA COM OS HOTÉIS VILA GALÉ Os hotéis Vila Galé têm o espaço ideal para o seu evento de Natal. Feito a pensar em si apresentam uma diversidade de propostas nas várias unidades hoteleiras localizadas de norte a sul do país.

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Vila Galé Coimbra

ortugal é um vasto território que está dividido em 308 concelhos com características identitárias, costumes e tradições completamente distintos. Assim sendo, a promoção, defesa, dignificação e representação de cada região através da gastronomia, lendas ou tradições assume uma particular relevância no contexto atual.Tendo em conta o estado atual que a economia portuguesa enfrenta, surgiu a necessidade de os próprios municípios se reinventarem e alavancarem novas soluções, assumindo-se como os principais interlocutores num processo pela busca contínua da sua sustentabilidade económica e social. É neste contexto que esta edição da Revista Business Portugal dá a conhecer três municípios exemplares, em termos de património paisagístico, cultural e diversidade de eventos. Assim sendo, viajamos até ao norte de Portugal Continental e encontramos o município de Sabrosa, pertencente ao distrito de Vila Real onde ainda é possível encontrar alguns artesãos que trabalham nas áreas das rendas, tanoaria, cestaria, marcenaria, tamancaria e queijaria. Como concelho transmontano que é, também em Sabrosa, se pode apreciar a boa gastronomia nortenha de onde se salientam o Cabrito assado com arroz de forno, o cozido à portuguesa, a bola de carne, os enchidos tradicionais, o pãode-ló, as cavacas altas e os afamados vinhos do Douro e vinhos do Porto. Em pleno coração da região do Riba Côa situa-se o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, constituído por 17 freguesias. Uma das maiores riquezas do concelho é a diversidade de património edificado, encontrando-se em todas as suas freguesias, obras de grande valor que desvendam segredos e recordações de grandes episódios de nossa história. Por últimos viajamos até à fronteira do Alentejo com o Algarve e ficamos a conhecer a vila de Almodôvar, caraterizada pela sua gastronomia e beleza paisagística. Viaje connosco e venha conhecer Portugal.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

1º Festival do Borrego, dos Vinhos e outros produtos da Marofa apresentado em Lisboa município de figueira de castelo rodrigo A autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo em parceira com a Hamburgueria Gourmet lançou o hambúrguer de Borrego da Marofa. A ideia nasceu com o objetivo de divulgar o 1º Festival que decorre durante todo o mês de Novembro.

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oi com entusiasmo que a autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo, representada pelo presidente Paulo Langrouva, apresentou o primeiro hambúrguer de Borrego da Marofa, em Lisboa. A iniciativa pretende levar à capital os sabores característicos de uma região reconhecida pela qualidade da carne de Borrego e pelos vinhos. A Hamburgueria Gourmet, situada na Baixa de Lisboa, quis ser parceira da iniciativa e até ao final de Novembro, vai ter na ementa o hambúrguer de Borrego da Marofa. Em declarações à Revista Business Portugal, o presidente da autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva considerou que a ideia de criar um hambúrguer de Borrego surgiu com o intuito de “mostrar a versatilidade da carne” e espera que a inovação venha a ter “sucesso”. E foi pelas mãos do chef Rui Domingos que nasceu o Hambúrguer de Borrego da Marofa. A Hamburgueria Gourmet quis ajudar na divulgação de um produto “bem português e único”, afirma Andrea Zamorano, proprietária do restaurante. O 1º Festival de Borrego, dos Vinhos e Outros Produtos da Marofa pretende dinamizar a economia local da Vila de Figueira de Castelo Rodrigo. A iniciativa tem como objetivo ajudar os pequenos agricultores que, com a crise acentuada no interior do país, têm dificuldade em escoar os seus produtos. Durante a apresentação do evento, foi divulgado também o novo vinho da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo. “Sábia Trova” é o nome do produto que,

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nas palavras do presidente da autarquia, Paulo Langrouva, será destinado ao mercado “da classe média e alta”, um nicho “apreciador de bom vinho”, para ser comercializado nos grandes centros, como Lisboa, Porto, Coimbra e Braga. Paulo Langrouva diz ainda que se este vinho tiver uma “boa aceitação no mercado”, o próximo passo será a “exportação das marcas do Vinho de Figueira de Castelo Rodrigo”. O autarca considera essa aposta fundamental para a “sustentabilidade” da Adega Cooperativa. O evento e as suas iniciativas com impacto económico na Vila de Figueira de Castelo Rodrigo seguem a linha do investimento lançado pela autarquia. Os recursos permitem uma “estratégia para potenciar, sobretudo, o turismo que vai ajudar os agentes económicos”, como nos conta Feliciano Martins, Presidente da Assembleia Municipal. O Festival decorre durante todo o mês de novembro. Vários restaurantes de Figueira de Castelo Rodrigo associaram-se ao evento e vão confecionar os pratos típicos de Borrego. As ementas têm um preço único. Com o objetivo de levar turistas a Figueira de Castelo Rodrigo, foi, também, celebrado um acordo com a CP - Comboios de Portugal. Quem viajar de comboio para saborear o Borrego da Marofa, vinhos e outros produtos da região terá desconto no bilhete. E para quem está em Lisboa, poderá degustar o Borrego da Marofa num jantar que vai marcar o final do evento, no Casino de Lisboa no próximo dia 29 de novembro.


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Sabrosa, património mundial município de sabrosa “O maior problema dos territórios de Baixa Densidade, é a ausência de um modelo e de uma estratégia de desenvolvimento em termos nacionais que considere as especificidades destes territórios”, começa por dizer José Manuel Marques. Em declarações à Revista Business Portugal, o presidente da Câmara Municipal de Sabrosa admite que a ausência de uma politica nacional de desenvolvimento enquadradora, remete para a tendência natural que é cada território procurar “trabalhar por si e para sí”, sem que haja a “devida e necessária articulação regional e nacional.

josé manuel marques Presidente

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autarca defende que urge implementar uma política que comporte um desiderato nacional que se adeque a integrar e a desenvolver todo o território nacional com base numa estratégia que potencie os valores e os recursos endógenos dos próprios territórios, qualificando esses mesmos territórios e, sobretudo, envolvendo os agentes locais sendo, para isso, necessário, que haja constante preocupação de os ouvir e de “descer” do Terreiro do Paço a um interior sempre “tão longe” e tão ignorado, o que não acontece . “Não podemos prescindir de nenhum território. Portugal tem a grande vantagem de ser um país com uma grande diversidade e com imensos recursos, ao contrário daquilo que se diz” e, por esse motivo, é necessário “criar as sinergias para que esses mesmos recursos possam emergir”, assegura o presidente da CM de Sabrosa. Questionado acerca da economia local e da questão do emprego, José Manuel Marques admite que “o maior desafio desta região é o gerar riqueza e postos de trabalho” e reconhece que “um território que não seja capaz disso, assim como de fixar os seus jovens à sua terra, conduzirá à falência destas regiões”.

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Consciente do problema, Sabrosa definiu uma estratégia que tem por base as pessoas e as relações que o território estabelece com elas: como espaço de vida para os munícipes, como espaço público para os cidadãos, como património mundial para os turistas e visitantes e como um espaço de oportunidades para os empreendedores, caso as políticas de coesão social e económica correspondam adequadamente. Uma estratégia cujo desafio é o de associar a natureza, a paisagem, a vida económica e social Trata-se, assim, de valorizar uma ruralidade que permite um espaço de vida em que há proximidade, identidade, ambiente, cultura e criatividade. “ Uma ruralidade que tem a força cultural do Douro e é Património Mundial da Humanidade “. Assim, Sabrosa apostou na melhoria das acessibilidades, com destaque para a ligação do concelho à A24, em importantes investimentos na regeneração urbana, em infra-estruturas educativas, desportivas e culturais. O centro escolar Fernão de Magalhães, as piscinas climatizadas, o relvado sintético, o espaço Miguel Torga, a instalação Fernão de Magalhães, o Pólo Arqueológico de Garganta, o Espaço Aires Torres, entre outros, são disso exemplo,estimulando,sobretudo,o turismo cultural.

O Centro de Estudos e Investigação Defesa e Segurança Estratégica de Trás-os-Montes e Alto Douro é um outro projeto inovador e importante para o concelho e para a região, o qual congrega uma parceria entre a Universidade (UTAD), o Exercito Português e a Câmara Municipal de Sabrosa. Entre outras apostas, destacamse as dinâmicas associadas à agricultura biológica promovendo a aceitação de estágios profissionais em articulação com as universidades, mas tudo isto “ainda se manifesta insuficiente pois os efeitos não são imediatos e para estancar o êxodo dos mais novos, necessitaríamos de criar rapidamente 30 ou 40 postos de trabalhos”, afirma o autarca. Falando das perspectivas de futuro, o autarca diz que o município de Sabrosa, assim como outros territórios de baixa densidade têm necessidade de investimento externo e de “massa” critica qualificada, sendo por isso uma prioridade criar condições de atractividade e competitividade a estes territórios, mas para isso tem que haver sintonia por parte das políticas da administração central. “Não se alavanca um território deprimido com estas políticas fiscais e com a extinção de Serviços públicos da administração desconcentrada do Estado.


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É preciso que o governo central trabalhe em parceria com o poder local que é quem melhor conhece o território e as suas necessidades”, garante o presidente da CM de Sabrosa. Salientando a importância “de criar consensos regionais, e estes, só são possíveis se estivermos a falar de regiões do ponto de vista da sua gestão e desenvolvimento”, o autarca defende a regionalização classificando-a como “crucial” para o desenvolvimento destes territórios. E dá como exemplo, o Douro. “Grande parte das empresas que extraem o vinho no Douro pagam os impostos, não em Sabrosa, não na Régua, não no território que gera a riqueza, neste caso o vinho, mas sim, onde estão as suas sedes, como no Porto, Vila Nova de Gaia, etc.”, remata.

As mais-valias de Sabrosa e a sua ligação a Fernão de Magalhães Com cerca de 6 500 habitantes, Sabrosa é um município no distrito de Vila Real, na sub-região do Douro, onde a produção de vinho, azeite e castanha são produtos de excelência a par das infra-estruturas de enoturismo. Tendo parte do seu território integrada no Alto Douro Vinhateiro , classificado em 2001, pela UNESCO como

local património mundial na categoria de “Paisagem cultural, evolutiva e viva”, Sabrosa é também um concelho com fortes ligações à Europa e ao Mundo, principalmente a França, Espanha, Dinamarca, Argentina, Chile e Filipinas. Berço de Fernão de Magalhães, a quem se devem os planos e a execução parcial da primeira viagem de circum-navegação, Sabrosa está no epicentro do Projeto da Rede Mundial das Cidades de Magalhães, tendo acolhido a realização do seu III Encontro, no passado mês de Outubro, com a participação de autarcas, e representações diplomáticas dos países e cidades que constituem esta Rede que envolve cidades da Europa, América, África e Ásia. Este inovador projeto de cooperação constitui uma janela de oportunidades para a promoção internacional do concelho, do Douro e de Portugal. Para além do navegador, Miguel Torga é também uma das figuras locais de referência de Sabrosa. Como tal, e de forma a homenagear o escritor, o município, apostou num projeto cultural que funcionará em rede com os principais centros literários nacionais e internacionais, apostando num espaço físico interpretativo, desenhado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, vencedor do prémio Pritzker.

Para chegar a Sabrosa, e para quem viaja do Porto, deve fazê-lo através da A4 até Vila Real. Aí deve tomar a A24 em direção a sul e depois sair para a N322, seguindo a indicação para Sabrosa. Já para quem vem de Lisboa, o caminho é mais longo. A jornada deve começar, invariavelmente, pela A1, até Coimbra, e aí tomar o IP3 e a A24 em direção a norte. Já bem perto de Vila Real, deve sair para a N322, seguindo, igualmente, as indicações para Sabrosa.

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Manter a tradição e potenciar atrações turísticas município de almodovar Com grande energia e vontade o presidente da Câmara Municipal de Almodôvar, António Bota, deu-nos a conhecer como tem desenvolvido a sua gestão tendo em conta os interesses e as necessidades dos almodovarenses.

antónio bota Presidente

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ara o presidente não há maior orgulho do que servir a sua terra, sendo este o seu primeiro ano de mandato. Demarcou os seus primeiros passos honrando alguns dos compromissos que o anterior executivo havia efetuado, e que, no entender deste autarca, eram projetos que representam maisvalias para a população, e abortou outros que poderiam empenhar o futuro do concelho, na estratégia deste executivo. Em detrimento da necessidade de colaborar com as demais instituições do concelho, António Bota diz assumir inteira disponibilidade para dialogar, cooperar e encontrar as melhores soluções direcionadas acima de tudo para a ação social, educação, saúde e o empreendedorismo. Assim, a postura deste executivo centra-se em dar as melhores respostas à população e potenciar o

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crescimento, melhorando as condições em todas as áreas de maior urgência e, ao mesmo tempo, implementar diversas atrações turísticas, preparando o concelho para o futuro. Com grande sentido de responsabilidade pública, António Bota - licenciado em Literatura Inglesa, mestre em ensino de inglês - e com uma experiência de vida entre Portugal e os Estados Unidos, não deixa de frisar a vontade de sublimar a confiança que os cidadãos almodovarenses depositaram no município. Segundo o presidente da Câmara, uma das principais atrações de Almodôvar é o “saber receber bem”. Em termos de turismo o nosso interlocutor revela que o concelho tem fortes potencialidades para o turismo cultural e o turismo religioso. No campo cultural destacase o Museu Severo Portela, o Museu da Escrita e as

Mesas do Castelinho – zona de escavação arqueológica de interesse turístico. O município tem também eventos que promovem o concelho trazendo turistas, tais como o Carnaval, um evento que o presidente distingue como fator de grande atração turística indicando que, dada a excelente organização, só no ano passado o número de visitantes duplicou. Outra festa local, de igual importância, é o Mercado Medieval - que este ano vai ter alterações significativas. António Bota realça a presença da significante FACAL – Feira de Artes e Cultura de Almodôvar, que é já um icone de Almodôvar e segue para a sua XX edição. Existem ainda os eventos desportivos tais como as provas de ciclismo, com forte tradição na terra, que trazem amantes e admiradores de todo o pais.


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Feira do Medronho e do Cogumelo – O evento mais popular da Região Serrana A Câmara Municipal de Almodôvar, em colaboração com a Junta de Freguesia de São Barnabé, promove no último fim de semana de novembro, dias 29 e 30, a Feira do Cogumelo e do Medronho, que terá lugar na freguesia de S. Barnabé, concelho de Almodôvar. O evento tem como principal objetivo mostrar e valorizar recursos endógenos da região, com especial foco no cogumelo e no medronho. Ao mesmo tempo, realizase o Festival Internacional dos Licores e Aguardentes Tradicionais (3ª edição) que exalta a tradição e o grande valor dos licores e aguardentes artesanais. “Esta feira é um evento anual em que os habitantes apresentam e promovem os seus produtos e podem escoar a sua produção de todo o ano. É um evento com uma componente cultural e comercial bastante interessante, trazendo a visita da população do concelho, de filhos da terra que vêem de férias e de muitos turistas que visitam a zona serrana à procura da qualidade e genuidade dos produtos”, frisa o presidente. Alguns dos ingredientes que vão compor o cartaz dos eventos desta feira são: espetáculos musicais, cante alentejano, venda e prova dos produtos tradicionais, provas de degustação, conferências, oficinas de cocktails, tasquinhas, danças do mundo e muita animação. Tendo em conta o bem-estar dos almodovarenses e o espirito afável tão típico da Terra, António Bota afirma que o município está sempre empenhado em dar um apoio total ao associativismo, de modo a que haja a promoção da cultura e do espetáculo, ajudando a atrair pessoas ao concelho.

Planos para revitalizar o turismo Na opinião do nosso entrevistado, a região de Almodôvar tem o privilégio de ter excelentes condições para promover tanto o turismo gastronómico, como o turismo de natureza (passeios pedestres), como ainda o turismo de lazer. “Estamos inclusive a preparar a promoção de Almodôvar como destino de conferências e reuniões uma vez que, quando terminarmos a obra do Cine Teatro que está em curso, ficaremos com cinco salas com capacidade para perto de 70 lugares em cada uma”. Em paralelo, o executivo está também dedicado em construir o Museu do Pão, que terá uma forte vertente turística, cultural e comercial, mas acima de tudo uma acentuada vertente pedagógica, sendo o espelho do nosso Alentejo e dos seus produtos. “Isto porque Almodôvar é atualmente a capital do pão Alentejano, por isso iremos demonstrar as fases de produção do mesmo, a sua história e ciclo e, quando construido, será um espaço comercial mas acima de tudo, um local que espelha a identidade de um povo”. Iniciativa que ditará mais uma alavanca para o turismo e desenvolvimento local. Outra ideia a implementar será o aproveitamento e a requalificação de zonas com valor paisagístico como é o caso da zona envolvente na Ribeira de Cobres, que está sub-aproveitada e pode vir a ser uma zona privilegiada

para lazer e comércio. Tendo consciência do esforço financeiro que acarretam projetos com estas características, o município propõese a criar todas as condições não só para embelezar os espaços naturais mas também para fomentar a prática do desporto, onde será feita uma grande aposta no ciclismo, “porque vejo no ciclismo uma porta importante para o turismo desportivo, trazendo consigo uma enorme capacidade de promoção do concelho e muitos turistas,

para alem de ser um desporto com o qual todos os Almodovarenses se identificam,” justifica o presidente. Outro evento de extrema importância que o presidente também faz questão de mencionar é o Summer End 2014, uma festa vocacionada e organizada para os jovens, em que o principal objetivo do município é divulgar o concelho e fortalecer o comércio. Durante os dois dias deste certame, o primeiro aconteceu em 2014, houve acampamento gratuito e atividades radicais e um

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workshop de BMX – desporto praticado com bicicletas especiais. As piscinas municipais estiveram também à disposição dos festivaleiros. O evento promovido pela autarquia, além de marcar o final das férias escolares, reflete-se numa iniciativa que vem ao encontro de um interesse que os jovens almodovarenses demonstraram quando o executivo apresentou o seu projeto, visto que no concelho não havia nenhum evento anual específico para a juventude. O sucesso do primeiro foi motivador para continuar em anos futuros. Atualmente, a Câmara Municipal de Almodôvar está determinada em delinear objetivos que passam por criar e apoiar atividades rurais, apostar no turismo e levar o concelho a um crescente desenvolvimento económico e cultural. “A nossa equipa começou sem qualquer experiência autárquica mas todos nós tínhamos uma ambição em comum que é colocar o concelho de Almodôvar como um concelho de topo e de orgulho dos seus residentes”, conta António Bota, adiantando que neste primeiro ano de mandato a equipa tem-se esforçado para valorizar a região, fazendo um controle de gastos muito apertado e estando sempre disposta a investir, desde que os projetos e as iniciativas venham ao encontro das necessidades da população e do desenvolvimento da região, preprando o futuro de todos nós.

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Um pequeno paraíso turístico solar da portela Situada na estrada de S. Sebastião (acesso á auto-estrada do Sul) em Almodôvar, a Quinta Solar da Portela foi criada a pensar no turismo, precisamente na altura em que José Lança, fundador e administrador, se apercebeu que havia uma lacuna no concelho dedicada aos espaços para eventos sociais. e acabamos por ganhar todos” sublinha o empresário. Posto isto, pode-se dizer quem quiser visitar o Solar da Portela poderá desfrutar de um pacote recheado com uma gastronomia muito própria e um leque de pratos regionais, programas de lazer, paisagens naturais, contacto com os animais e um conjunto de atividades desportivas.

Particularidades de Almodôvar

José e diogo lança Administradores

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objetivo inicial estava delineado: era preciso construir um espaço que fosse amplo, com boas condições e capaz de receber muitas pessoas para os vários eventos - batismos, casamentos, comunhões ou reuniões. E assim foi. Com cerca de 10.000 m2 num monte Alentejano semirústico com uma paisagem panorâmica sobre a vila e outra pela vasta planície Alentejana, nasce a Quinta Solar da Portela dispondo de 2 salas e de uma tenda para a realização de diversas festas, com capacidade para receber até 400 pessoas. Para além disso, na Quinta também podemos encontrar um espaço com cavalos e coche (para o transporte dos noivos) e para atividades de equitação. Geograficamente, encontra-se numa posição privilegiada, a 30 minutos do Algarve e de Beja e a hora e meia de Lisboa. Hoje em dia, Solar da Portela vocaciona-se não só para os típicos eventos tradicionais/familiares como também está preparada para receber colóquios, workshops, exposições sociais e culturais, entre outros. Com o passar dos anos, José Lança, apercebendose que havia mais espaço para desenvolver outro tipo de negócio, decidiu apostar na vertente do alojamento (com capacidade para 12 quartos), dando dinamismo à Quinta e ao turismo rural. A partir daí foi necessário valorizar aquilo que há de melhor no Alentejo, usufruindo das paisagens, dos produtos regionais, das atividades

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rurais “tentando sempre criar roteiros turísticos de dois a três dias para cativar o público, uma vez que a nossa região tem características muito próprias” realça José Lança.

Atividades para desfrutar Uma das atividades recentes e de grande valorização é a observação de aves noturnas, em que a Quinta organiza um percurso para os visitantes nacionais e estrangeiros, poderem admirar e observar o ritual dos animais no seu meio natural à noite. E para além dos passeios paisagísticos, o administrador relembra que também desenvolve outro tipo de atividades ligadas essencialmente ao desporto como é o caso da equitação - onde as pessoas desfrutam de um agradável passeio a cavalo, podendo inclusive ter aulas de aprendizagem. “Temos vários equipamentos provenientes da autarquia para aproveitar os espaços e assim acabamos por fortalecer a própria economia local” explica o administrador. E porque todo o sucesso tem por detrás uma estratégia forte e bem pensada, José Lança ressalva que para atrair turistas e desenvolver um pacote de atividades criativas é necessário, acima de tudo, estabelecer importantes parcerias com outras empresas da região “porque se nos unirmos ajudamo-nos uns aos outros

Relativamente aos produtos regionais José Lança destaca alguns dos mais nobres: “o nosso pão tem uma característica muito própria, recomendamos sempre que experimentem porque é de excelente qualidade, depois também temos o mel, de diversos tipos, o queijo da serra, salsicharias e outros produtos da Terra” reforça. Uma das principais características deste empresário é que não se confina apenas em expandir o seu negócio hoteleiro. Fruto do seu tão vincado espirito de equipa, José Lança empenha-se em enriquecer outros negócios locais que façam de Almodôvar um concelho com uma oferta rica e digno de ser visitado. Importante é também referir que o Solar da Portela faz parte do Grupo Lança, sendo este um conjunto de negócios detidos por José Lança e pela sua família. “A minha família sempre trabalhou comigo na área hoteleira e daí surgiu o momento de criar outro tipo de empresas inseridas nas áreas financeira, contabilidade, seguros e turismo”, refere o administrador, acrescentando que apesar do país não estar na sua melhor fase têm conseguido, com muita dedicação e trabalho, atingir os seus objetivos.

Programa Fim de Ano Falando um pouco sobre o que podemos esperar para o Reveillon, José Lança diz que só o ano passado a Quinta recebeu 280 pessoas, “e este ano para que possamos repetir o sucesso, criamos três pacotes específicos, onde alguns deles incluem visitas guiadas às indústrias agroalimentares e aos museus, outros integram atividades desde equitação, BTT, jogos de ténis” revela o nosso interlocutor. Os preços vão desde os 50 euros com pratos quentes e bar aberto a noite inteira. À meia-noite há champagne, passas, fogo-deartifício e animação musical até às seis da manhã. Com um espírito bastante empreendedor, José Lança conclui dizendo que as pessoas deveriam visitar o concelho aproveitando a riqueza natural de Almodôvar e a vasta oferta turística que têm desenvolvido nos últimos anos.



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Tradição e beleza natural a perder de vista município de Fornos de Algodres Fornos de Algodres é uma vila da Beira Alta, que apesar de se localizar no interior do país tem muito para oferecer aos seus visitantes. Da Fraga da Pena ao Castro de Santiago, são vastos e luminosos os horizontes que se avistam ao longe. Da Serra da Esgalhada à Serra da Estrela, os nossos olhos deslumbram a riqueza da vegetação e o contraste das cores das vinhas, olivais e pinhais com as tonalidades brandas dos prados matizados de flores. Visitar o município de Fornos de Algodres é contemplar o passado e o presente, a paisagem e o património, assim como os usos e costumes.

antónio pina fonseca Presidente

Como é que carateriza a vila de Fornos de Algodres? Em termos geográficos este é um concelho do interior do país, com os problemas que todos os concelhos desta zona do país apresentam. Por um lado, é um concelho com uma população envelhecida, com a pirâmide etária completamente invertida. É uma situação complicada, em que no concelho existem apenas 5 mil habitantes. São necessárias medidas que incentivem a fixação da população ou correremos sérios riscos de perder cada vez mais habitantes. Existem apenas duas escolas primárias com alunos, sendo que já chegaram a funcionar 16 escolas em todo o concelho. Qual é a sua opinião relativamente ao novo mapa judiciário? Desde sempre que eu fui formalmente contra esta

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reforma, e solicitei diversas vezes uma audiência à ministra da justiça, sendo que, nunca fui ouvido para nada. Penso que a equipa que em Lisboa elaborou este novo mapa judiciário deveria ter tido em conta não só o número de processos que entram anualmente, como também os investimentos que foram realizados em termos de estruturas físicas. Em Fornos de Algodres foram realizados investimentos num tribunal que atualmente se encontra fechado, que tem apenas 12 anos e reúne todas as condições em termos de infraestruturas e logística. Temos também duas habitações para o alojamento de magistrados que nunca foram habitadas. Houve um investimento por parte do estado que atualmente não foi capitalizado, dado que os edifícios se encontram fechados e ao abandono. No que diz respeito à fixação da população, quais são as medidas que a autarquia tem em mente? Não é fácil sem a ajuda do governo fixar pessoas no concelho. No entanto, temos em mente algumas ideias, por exemplo no próximo dia 5 de dezembro vai realizarse uma ação relativa ao empreendedorismo, numa parceria com o Instituto de Ciências Sociais e Superior de Lisboa. Com esta ação vamos dar formação a 20 jovens com o objetivo de que com a incubadora de empresas que estamos a projetar para Fornos de Algodres, estes jovens possam criar o seu próprio posto de trabalho. Não é fácil criar postos de trabalho, nem atrair investimento para o concelho. Tentamos também ajudar os jovens agricultores, que estão fixados na região. Existem já duas explorações de mirtilos, uma exploração

de cabras e outras coisas que vão aparecendo. Durante este primeiro ano, quais foram as maiores dificuldades que encontrou? Foi sem dúvida a situação financeira, que é uma situação dramática. Neste momento a Câmara Municipal de Fornos de Algodres tem uma dívida para com a banca de cerca de 31 milhões de euros e o município tem um orçamento de apenas seis milhões de euros. Para além desta divida estão também em tribunal dois processos que correspondem a mais de um milhão de euros, dívida realizada pelo interior executivo. Quais são as principais atrações do concelho? É necessário algum tempo para conhecer este concelho do interior do país. Com uma grande diversidade em termos de património histórico, existem diversas antas, cemitérios romanos, um vasto património religioso e paisagístico, principalmente na região mais a norte do concelho. Uma mensagem final? Sou uma pessoa muito otimista e acho que, apesar destas dificuldades todas que o município apresenta, quero que este concelho tenha outra imagem. Quero também que as pessoas de Fornes de Algodres se sintam bem em viver cá, e espero que haja uma mudança de mentalidade, para que as pessoas sejam livres de expressar a sua opinião. Acima de tudo espero que as iniciativas deste executivo levem as pessoas de cá a terem gosto na sua terra!



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leiloeiras e antiguidades

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uma altura em que não só a economia portuguesa, mas também a economia europeia começam a dar sinais de uma recuperação efetiva, as Leiloeiras voltam a assumir um papel de destaque no dia-a-dia dos cidadãos. Quem recorre aos serviços das leiloeiras procura artigos antigos, jóias ou peças de coleção que não encontra nas lojas comuns, quem se desfaz deste tipo de peças habitualmente apresenta dois motivos: a necessidade de realizar dinheiro de forma rápida ou o desaparecimento dos donos das peças, perdendo-se assim o valor sentimental das mesmas. Em Portugal existem diversas Leiloeiras, sendo que, na a maioria se dedica ao comércio de peças antigas, que habitualmente se encontram em exposição nos dias que antecedem o leilão. Nesta edição de novembro da Revista Business Portugal damos-lhe a conhecer duas leiloeiras do norte do país que são uma referência de qualidade e prestigio a nível nacional: a Leiloeira Marques dos Santos e a Leiloeira Côrte Real.

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Um negócio de clássicos… inovadores marques dos santos leiloeira O gosto pelas antiguidades surgiu em novo e desde essa altura que Sérgio Marques dos Santos soube que o seu caminho profissional passaria por aqui. Em 2006 decidiu ser chegada a hora de enveredar por este caminho até que, finalmente, em 2008, nasce a Marques dos Santos. Leilões de Antiguidade e Objetos de Arte. A Revista Business Portugal foi conhecer a história desta casa de referência e o que move o seu fundador.

sérgio marques dos santos Administrador

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novação, qualidade e diversidade são os adjetivos que Sérgio Marques dos Santos escolhe para qualificar a sua casa. “Cada leiloeira distingue-se por quem está à frente dela e nós temos uma visão muito própria sobre a oferta que queremos apresentar aos nossos clientes, de modo que tentamos que esta seja bastante abrangente para um leque de público o mais vasto possível e o mais complementar”, refere. Sérgio Marques dos Santos e a sua equipa fazem questão de ter uma oferta diversificada e de qualidade. “Gostamos de arriscar, de correr alguns riscos no que toca aos produtos que oferecemos, sermos inovadores diversificando a oferta o mais possível de modo a captar novos segmentos de mercado”.

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Sinal desta inovação passa por terem sido pioneiros no nosso país a apostar em peças de autor do século XX. O próximo ‘passo inovador’ aparecerá já no próximo leilão, onde serão apresentadas peças de moda vintage, nomeadamente malas de senhora e outras peças de griffe e de autor, “algo que é já uma tendência lá fora e que ainda não acontece no nosso país. Conseguimos organizar um pequeno núcleo para percebermos a recetividade dos nossos clientes a peças desta índole”, revela-nos o nosso interlocutor. “Isso está no nosso código genético: diversificar, oferecer produtos novos, outras estéticas mais modernas, mais antigas, não dando menos atenção às tradicionais, muito pelo contrário, estamos sempre muito interessados nas

antiguidades clássicas e na oferta de qualidade, mas gostamos de não nos limitar. Penso que é isso que nos tem caracterizado desde sempre”, completa. Há quatro anos, Sérgio Marques dos Santos decidiu apostar igualmente em arte chinesa, o que se revelou decisão acertada. “Atualmente, temos já leilões especializados de peças de arte chinesa e oriental e têm corrido todos muito bem, sem exceção”. Para além disso, esta equipa tem o seu principal enfoque na qualidade das peças e no rigor da apresentação das mesmas no seu catálogo, uma vez que este representa o primeiro contacto dos seus clientes com as mesmas. “Isso é fundamental”, reitera. Tal tarefa é ainda facilitada pelo espaço físico onde a


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leiloeira se encontra, espaço esse estrategicamente escolhido para que a apreciação das peças possa ser feita em excelentes condições. “Este espaço onde estamos há cerca de um ano, tem uma superfície expositiva muito maior e consegue proporcionar outra intimidade entre o público e os objectos, para que as pessoas consigam apreciar devidamente as peças”. Questionado sobre a origem do seu gosto por antiguidades, Sérgio Marques dos Santos revela-nos que esta nasceu casualmente, por volta dos seus 18 anos e, nessa altura “comei a visitar exposições, antiquários e arte. Comecei por me dedicar a esta área em parttime, durante o período que estive na faculdade, mas em 2006 decidi dedicar-me a 100 por cento. Passados dois anos criei a leiloeira Marques dos Santos”, conta-nos.

A arte de leiloar Segundo Sérgio Marques dos Santos, os leilões são uma forma de promover a Arte. “Aqui recebemos os objetos à consignação dos seus proprietários e o nosso trabalho passa por documentar, peritar e valorizar as peças”. A Marques dos Santos caracteriza-se ainda por serem muito ativos na angariação de peças interessantes e distintivas, de interesse para os seus clientes. “O nosso trabalho passa essencialmente por identificar peças interessantes, que possam ser do agrado dos nossos clientes, sempre com a melhor qualidade possível, para além do seu natural interesse histórico e estético”, acrescentando que “desta forma, ganha quem vende e ganha quem compra uma vez que as peças, nestas

condições referidas, atingem valores de mercado bastante interessantes”. O recorde de venda da Marques dos Santos é uma peça de arte primitiva africana, uma taça Real Luba do Congo, vendida no ano passado pelo valor de martelo de 130.000 euros. “Além de ser o recorde da Leiloeira é também um recorde Nacional tratando da peça de arte primitiva mais cara vendida em leilão no nosso país”. Catalogadas todas as peças, é organizada uma exposição onde as peças podem ser vistas e apreciadas e depois leiloadas em hasta pública, vendidas à melhor oferta. Pontualmente, existem clientes que recorrem à leiloeira para que esta lhes consiga um artigo específico, com determinadas características, “mas não é algo comum de acontecer”.

Negócio burocrático? “Não vejo a burocracia como um entrave às leiloeiras. Existe alguma burocracia, é um facto, mas é a lei e temos de cumprir. Por vezes pode significar alguma demora na entrega das peças ou no pagamento das mesmas por parte dos clientes. Há o exemplo específico das peças que requerem CITES que obrigam a uma série de licenciamentos, mas vemos isso de forma natural e necessária. Pontualmente os processos podem demorar um pouco, mas isso nada tem a ver com as legislações várias que abrangem o sector leiloeiro de arte e antiguidades”.

Mercados externos Os leilões organizados pela Marques dos Santos leiloeira têm sobretudo afluência de portugueses com alguma nota para outros cidadãos europeus. Contudo, o nosso interlocutor acredita que os próximos clientes destes eventos passarão por outros mercados nomeadamente o angolano, “mas não tão cedo quanto se pensa”. De acordo com Sérgio Marques dos Santos, o mercado angolano, poderá vir a revelar-se muito importante na aquisição de peças de gosto Português, pese embora esteja ainda numa fase de desenvolvimento. “Penso que se trata de uma questão de amadurecimento natural do mercado. Como país emergente, centra neste momento mais as suas atenções noutras áreas mas poderá despertar fortemente para o nosso mercado”. Um mercado outrora forte e hoje em dia mais desvanecido é o brasileiro. “A crise chegou também ao Brasil e sentimos bastante isso nos nossos leilões. Antes eram muito visitados por brasileiros e hoje a afluência já não é tanta. Mas é interessante perceber que os brasileiros têm vindo até cá em busca de peças de gosto comum aos dois povos invertendo a tendência das três últimas décadas que era a recolha Portuguesa de peças em solo brasileiro”. Perante esta demonstração do Brasil, Sérgio Marques dos Santos completa a sua ideia anterior: “talvez os angolanos façam o mesmo que os brasileiros e venham à procura de arte com passado histórico comum, talvez em busca de reencontrarem as suas raízes”.

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Tradição e diversidade na cidade do Porto leiloeira côrte-real Fundada numa zona tradicional da cidade do Porto, a Leiloeira Côrte Real nasceu em 1994, tem como principal objetivo a venda de objetos de arte, antiguidades e joias, através da realização de leilões mensais, com 820 lotes, dos quais 200 lotes são para o mercado internacional. Decorrem habitualmente na última quinta e sexta-feira de cada mês, nas suas instalações na rua Côrte Real nº.122 na cidade invicta.

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s leilões são precedidos de uma exposição das peças que compõem os lotes em leilão, que se realiza na terça e quartafeira anteriores ao leilão. “ Devo ser o único leiloeiro no Porto que realiza leilões mensais, e a maior parte das pessoas, não se apercebe do trabalho intenso que isto representa” adianta Manuel Guilherme, proprietário da Leiloeira Côrte Real. Manuel Guilherme da Cunha Santos é a alma deste negócio, que surgiu de uma brincadeira entre dois amigos: “ tinha um amigo que gostava de coisas antigas e me desafiou para montar a leiloeira, neste espaço que na altura pertencia ao meu pai, começou por ser uma verdadeira aventura que se mantém até aos dias de hoje” revela o fundador da Leiloeira Corte Real. Como é que funciona o mundo dos leilões? Perguntamos a Manuel Guilherme. “ Mensalmente é elaborado e posto à disposição dos clientes um catálogo com a descrição dos lotes que compõem o leilão e o preço base de licitação, sendo que, as descrições são acompanhadas pela respetiva fotografia” revela o proprietário de uma das casas de leilões da cidade do Porto. “ A compra de qualquer lote poderá ser realizada através de uma licitação presencial, por meio de uma ordem de compra ou, ainda, telefonicamente” acrescenta Manuel Guilherme. Esta é uma área que há 20 anos atrás se encontrava em franco crescimento, mas que fruto das alterações económicas que não só Portugal, mas também toda a europa tem enfrentado sofreu drásticas alterações. “ Nestas duas décadas mudou muita coisa, nomeadamente, o gosto das pessoas, o valor das peças que baixou drasticamente, mas a este negócio teve sempre uma margem de manobra interessante” refere o proprietário. Não sendo um bem de primeira necessidade, as antiguidades, peças de arte, joias ou outros artigos disponíveis na Leiloeira Côrte Real são de uma grande abrangência, vocacionados para os clientes com poder económico elevado ou para os clientes com possibilidades mais modestas. Este é um dos princípios basilares desta empresa,

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que desde o início agrega no mesmo espaço peças de valores simbólicos, até peças que podem ascender aos vários milhares de euros. “ Neste momento as peças mais procuradas são as de boa qualidade, é mais fácil vender um artigo com qualidade, ainda que com valores elevados, mas muito longe dos praticados antigamente” adianta Manuel Guilherme “ O colecionismo é outro fenómeno interessante em que as pessoas adquirem peças fora do vulgar, algumas mesmo de museu e aí sim despendem somas avultadas” refere o proprietário da leiloeira Côrte Real. Manuel Guilherme Cunha Santos é já uma referência no mercado das leiloeiras da cidade do Porto, e como tal as peças chegam até este aficionado por objetos antigos através de pessoas que se querem desfazer dos bens para realizar algum valor monetário ou por morte de familiares e consequente perda do valor sentimental. Desta forma, os armazéns anexos às instalações da leiloeira encontram-se repletos de objetos que alimentam os leilões mensais, que são constituídos pelos objetos diários que as pessoas vendem. Sobre o futuro do negócio Manuel Guilherme não hesita na resposta: “o que me motiva é não saber o que amanhã vai aparecer”.


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valongo em crescimento

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ituado na região Norte e sub região do Grande Porto, num vale rodeado de Serras, o concelho de Valongo consegue-nos oferecer uma paisagem tipicamente urbana e a tranquilidade do mundo rural. A cidade possui uma das maiores pedreiras de lousas do país, mas também é bastante conhecida pela indústria panificadora que abastecia toda a região. Daí o município ser conhecido como “A terra do pão e da lousa”. Entre o património natural destaca-se o Parque Paleozóico que pode ser explorado a pé, os parques e jardins e ainda, as áreas protegidas. A riqueza cultural da cidade é enorme, como por exemplo as festividades das Bugiadas onde entram em exibição danças, fantásticas máscaras representando mouros e cristãos que ainda hoje, constituem um fenómeno de expressão cultural que atraí todos os anos milhares de visitantes ao concelho. Atualmente candidata a Património Cultural da Humanidade. A Associação Industrial e Empresarial do Concelho de Valongo foi criada em abril de 2013 por um grupo de empresários que sentiu que o concelho estava a perder, a vários níveis, pelo facto de não ter uma associação que trabalhasse em prol dos empresários da região. Hugo Monteiro encabeça a mesma desde a sua formação e refere que o principal trunfo desta empresa é ser constituída por empresários. “Como estamos no terreno, sabemos exatamente o que precisam e quais as carências dos empresários da região, pelo que estamos a dirigir todo o nosso trabalho de acordo com as necessidades que nós mesmos sentimos”. O presidente defende ainda que assim se tornam muito mais eficazes no seu papel enquanto promotores e defensores dos empresários valonguenses. De imediato, optaram por criar diversas parcerias, conseguindo disponibilizar aos seus associados diversos serviços que consideram fundamentais, como a formação, apoio para expansão nacional e internacional, consultadoria e processos de certificação, implementação de sistemas de qualidade e sistemas de melhoria contínua, serviços de informação e consultoria jurídica e assessoria jurídica em negociação de contratos coletivos de trabalho e participação em missões empresariais. A pensar nas singularidades que distinguem cada empresa, a AIEV elabora planos e formação à medida das suas necessidades, permitindo uma resposta eficaz e personalizada para os desafios se enfrentam. Recentemente, a AIEV recebeu uma delegação de empresários paquistaneses e Hugo Monteiro acredita que esta foi uma excelente reunião de trabalho e a AIEV proporcionou esta aproximação que esperam vir a contribuir para o sucesso das empresas do concelho. (delegação na foto)

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Valongo é um território a descobrir município de valongo “Valongo é um território a descobrir!” Quem o afirma é o presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro. Questionado sobre aquilo que o seu concelho tem de melhor para oferecer, o autarca responde sem hesitações e com orgulho que, ao contrário de outros concelhos que lutam com a dificuldade de criar uma marca que simbolize a sua terra, o concelho de Valongo tem várias marcas que são o ADN desta terra e dos seus habitantes.

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stão identificadas no rodapé desta página e são seis. A primeira marca é a Serra. Valongo tem as serras do Porto! As serras de Santa Justa e Pias são o símbolo da importância do património natural na evolução da vida deste concelho e possuem um forte potencial de desenvolvimento futuro. Segundo José Manuel Ribeiro, as serras são perfeitas para o aparecimento de empresas ligadas a atividades outdoor como o BTT, o Trail running e o pedestrianismo e para o aparecimento de empresas ligadas ao turismo, pois albergam uma das maiores extensões do mundo de minas e fojos criados no tempo em que os romanos exploravam o ouro. Nestas serras podem ainda visitar o Parque Paleozóico e descobrir uma quantidade imensa de fósseis vegetais e trilobites que remontam à era paleozóica. A segunda marca é a Regueifa e o Biscoito. Em Valongo fazia-se a regueifa e o pão que abasteciam grande parte dos restaurantes da cidade do Porto. É provável que o biscoito (pão em forma de patela e cosido duas vezes) tenha feito parte das rações dos marinheiros que partiram do Porto para as descobertas. Abriu-se assim caminho para o fabrico do biscoito que hoje conhecemos, representado atualmente por duas

biscoitarias artesanais (a Diogo e a Valonguense) e pela fábrica Paupério que já apresenta uma produção mais industrializada. A Câmara de Valongo promoveu este ano um concurso para eleger a melhor regueifa e o melhor biscoito de milho no evento “Feira da Regueifa e do Biscoito” que foi um sucesso. “Acredito que esta indústria com empresários empreendedores e com visão pode crescer e criar riqueza no concelho”, afirma o autarca. O Brinquedo Tradicional Português é outra das marcas. Em Ermesinde e Alfena surgiram fábricas que produziram brinquedos de madeira, chapa flandres e plástico que durante muitos anos fizeram as delícias dos mais novos. Ainda hoje existe uma fábrica em Alfena detentora das marcas Pepe e Jato, que produz alguns destes brinquedos. A Câmara de Valongo, em parceria com a Junta de Freguesia de Alfena, pretende criar condições para salvaguardar e promover este património tão importante onde felizmente existe um acervo de milhares de peças. A Bugiada e Mouriscada é um dos maiores eventos de mascarados do mundo e reúne cerca de 1000 figurantes todos os anos no dia 24 de Junho (dia de São João). Neste dia na freguesia de Sobrado é recriada a

lenda da luta entre cristãos (os bugios) e mouros (os mouriqueiros), dando vida a uma tradição popular ímpar e que merece ser visitada pela sua cor, vida, animação e espetacularidade. A Ardósia negra originou os primeiros tablets, ou se preferirem as ipedras, que durante muitos anos serviram como caderno aos nossos avós permitiram que milhares de pessoas pudessem ter aprendido a ler e a escrever, usando um material ecológico e em constante reciclagem. Esta marca do concelho sai das entranhas das serras de Valongo e é considerada uma ardósia de grande qualidade, que pode potenciar o aparecimento de novas empresas que queiram trabalhar este produto na sua forma e na sua aplicação. Por último o Património Religioso, motivo de peregrinação diária, uma das vertentes mais difundidas e imponentes do património edificado do concelho. As igrejas matrizes, as capelas, as alminhas, os calvários e os cruzeiros são as marcas mais evidentes de uma devoção ao sagrado, característica de populações ligadas à terra e a tudo o que dela emana. Estas não se pouparam a esforços para a criação dos mais belos exemplares para louvar a Deus, em agradecimento das benesses recebidas.

“Venha a Valongo, visite um território com muito para descobrir. É com orgulho que apresento aqui o nosso rico e diversificado bilhete de identidade, que nos distingue e afirma na Área Metropolitana do Porto. Nesta terra poderá conhecer surpreendentes monumentos religiosos, recordar brinquedos artesanais e descobrir a terra da ardósia, pedra negra com a qual foram feitos os primeiros “tablets”. Ao longo da sua visita e se a fizer no dia 24 de Junho disfrutará das Bugiadas e Mouriscadas, uma das maiores festas de máscaras do mundo e uma poderosa manifestação cultural celebrada e vivida uma única vez por ano no dia de S. João. Nesta terra poderá também abrir o apetite para saborear deliciosos biscoitos artesanais e saborosas regueifas e apreciar bons vinhos verdes, terminando a sua visita nas magníficas Serras de Santa Justa, Pias e Castiçal, que são também as Serras do Grande Porto, onde poderá usufruir de um riquíssimo património natural e cultural e praticar escalada, BTT, trail running e outras atividades desportivas e recreativas ao ar livre.”

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Valongo é um território a investir

“Valongo é um território a investir! Com uma área de 75,12 quilómetros quadrados e cerca de 100 mil habitantes, onde convivem as cidades de Alfena, Ermesinde e Valongo e as vilas de Campo e Sobrado, o Município de Valongo integra a Área Metropolitana do Porto e possui uma localização estratégica na região litoral norte de Portugal. O concelho tem excelentes acessibilidades sendo atravessado por duas autoestradas (A4 e A41), estradas nacionais e ferrovias, que o colocam a pouco mais de 10 minutos do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e do Porto de Leixões, garantindo assim a conexão do concelho com a rede de transportes transeuropeus e intercontinentais. A grande proximidade à segunda maior cidade de Portugal é um importante motor de desenvolvimento local, permitindo relações estreitas com importantes agentes impulsionadores de atividades empresariais. O concelho possui ainda em cada uma das suas freguesias infraestruturas industriais relevantes como é possível perceber pela imagem. Descobrir e investir em Valongo é apostar num local que a natureza bafejou com riquezas únicas. Atendendo às características geomorfológicas do território do concelho, Valongo apresenta uma grande riqueza geológica e paleontológica – factos que têm interessado particularmente os meios universitários mas que podem representar o aparecimento de novas empresas ligadas ao setor turístico e aos desportos de aventura.

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valongo em crescimento associação portuguesa de hotelaria, restauração e turismo Redigido por Rodrigo Pinto de Barros, Presidente da APHORT

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m Valongo, concelho limítrofe do Porto, a restauração e a hotelaria têm, como principal mercado, uma procura associada à intensa actividade económica do concelho e de zonas vizinhas, de que Valongo é a principal centralidade. Por isso, a APHORT tem como objectivo estratégico, neste concelho, desenvolver um programa regular e duradouro de qualificação e valorização dos empresários do sector, e responsáveis pelos estabelecimentos, particularmente da restauração e da produção de pastelaria e padaria, não esquecendo a oferta hoteleira, ainda jovem. A pensar nos Associados e nestes objectivos a nossa actividade associativa em Valongo tem hoje uma outra dimensão, na sequência da Aliança Associativa que estabelecemos com a AIEV Associação Industrial e Empresarial de Valongo.

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As duas Associações partilham, em comum, a mesma visão sobre a missão do movimento associativo empresarial, pelo que estabeleceram uma Plataforma de Aliança Associativa que respeitando a história e identidade de cada uma das Associações e o poder de representação de que são titulares de per si, promova uma acção conjunta das duas Associações, tendo em vista reforçar e melhorar o apoio aos Associados e coordenar a actuação junto dos Municípios e demais entidades dos concelhos abrangidos. É neste âmbito que as nossas actividades estão a ser desenvolvidas desde o inicio de Setembro e estamos certos irão crescer no futuro com resultados visíveis a curto prazo. Temos presente que Valongo dispõe de um conjunto de recursos turísticos, na área da gastronomia e do património que, devidamente, trabalhados e organizados

poderão estimular o crescimento do turismo, numa primeira fase sobretudo do mercado interno. Na Gastronomia saliento o tema do Pão, com largas tradições e mesmo com um espaço museológico, o doce branco, os biscoitos, a regueifa. A nossa agenda associativa APHORT/AIEV para 2015 vai dar um lugar de destaque a este lado da nossa gastronomia, tão rica em Valongo. No campo do Património saliento toda a temática associada à Lousa. Neste campo estaremos disponíveis para colaborar com a Câmara Municipal na procura das melhores formas de promoção e de comunicação. Estou certo que o exemplo dado pela APHORT e pela AIEV vai contagiar outras entidades do concelho e os empresários do sector, para uma oferta cada vez mais qualificada.


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A fazer mais pelas pessoas junta de freguesia de campo e sobrado Campo e Sobrado é mais uma freguesia das que nasceu da reorganização do território português. Nascida de duas realidades distintas, o desafio de Alfredo Sousa, presidente da Junta, passa essencialmente por potenciar as duas comunidades e criar sinergias que conduzam a um maior desenvolvimento de ambas.

alfredo sousa Presidente

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ontando com cerca de 49 por cento da área geográfica do concelho de Valongo, Campo e Sobrado é a casa de cerca de 18 mil pessoas. Apesar de serem agora uma só, fruto da reorganização do território e, consequentemente, união de freguesias, estas duas comunidades são muito díspares entre si, representando realidades diferentes, Sobrado mais rural e Campo já com um desenvolvimento significativo a nível industrial. Alfredo Sousa, presidente da Junta de Freguesia revelanos que “as comunidades sendo diferentes notamos no dia a dia bem essas realidades”. Falar de Campo é falar numa comunidade com ADN mineiro. “Aqui explora-se a extração da ardósia, em que cerca de 90 por cento da sua produção é para exportação um pouco por todo o mundo”, conta-nos o edil. Agora mais direcionada para a indústria, “temos uma grande zona industrial com um único Porto Seco Ferroviário em Portugal”. Por sua vez, a comunidade de Sobrado é um pouco mais rural, “um espaço social, onde as pessoas são mais arreigadas às suas origens e às suas tradições”.

A união das freguesias Alfredo Sousa, assim como as pessoas das comunidades de Campo e Sobrado, foi contra a união destas duas freguesias. “Achamos que esta foi uma má lei, feita a regra e esquadro e contra as pessoas, tendo em conta as características históricas e sociais de Campo e Sobrado”, diz-nos o nosso interlocutor. Além disso, o presidente aponta ainda uma outra contradição: “foi-nos sendo dito que as uniões de freguesias tinham como propósito a poupança financeira, mas, na realidade

passa-se exatamente o oposto. Sentimos um aumento da despesa financeira, tendo em conta as necessidades quase imediatas de recursos a disponibilizar para organizar a própria agregação”. Todavia, “temos que ser otimistas e reativos e uma vez agregados, vamos tentar explorar os aspetos positivos desta união”, completa. O primeiro objetivo desta reestruturação passa pelo planeamento das áreas a potenciar. “Na comunidade de Sobrado existem muitas lacunas ao nível dos equipamentos e, juntamente com a Câmara Municipal, estamos a tentar corrigir esses desequilíbrios”. Alfredo Sousa afirma que estar à frente desta ‘nova’ freguesia tem sido um desafio enorme. Diz estar na política apenas com o objetivo de ajudar as pessoas a viver melhor, fazendo um trabalho que possa ser reconhecido pelos seus habitantes. “Noto que o nosso trabalho é fundamental, nós somos o primeiro ponto de socorro e de apoio das populações e, por isso mesmo, há que fazer um trabalho de proximidade com as pessoas para dignificar as nossas comunidades”.

encontrar e realizar alguns eventos culturais e outros desportivos que, anualmente são realizados na freguesia. “Este será um projeto estruturante”, afirma. A manutenção do apoio às associações da freguesia para Alfredo Sousa e a sua equipa revela-se fundamental para a identidade desta comunidade. Em Sobrado, a Câmara Municipal está a iniciar a requalificação do estádio com um novo relvado sintético, criando os meios essenciais para a prática desportiva e a formação das nossas crianças, dignificando também a nossa comunidade. “Estamos igualmente a requalificar o Largo do Passal, uma referência em Sobrado e no concelho, estamos a reestruturar também a antiga Casa do Povo (Casa das Artes), num investimento de mais de 220.000 euros, assim como o cemitério paroquial de Sobrado, este último num investimento que pode chegar aos 300 mil euros, para os quatros anos de mandato”, acrescentando que “estamos a tratar do nosso território e, simultaneamente, da nossa gente”.

Os projetos Nas palavras do nosso interlocutor, Campo e Sobrado ficaram sempre ‘esquecidos’ aos olhos do anterior Executivo da Câmara Municipal, por exemplo com o encerramento das piscinas, “temos agora a oportunidade de inverter essa situação. “Apesar desta crise económica, estamos a fazer todo o esforço possível para investir em projetos que são fundamentais para o nosso bem estar enquanto comunidade”, diz o edil. Em Campo o objetivo será a construção de um Centro Cívico junto ao rio, numa primeira fase com cerca de 8.000 metros quadrados a requalificar, criando finalmente um centro onde todas as pessoas se possam

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Conquistar o seu próprio espaço junta de freguesia de ermesinde Há cinco anos à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho acredita que este organismo deve “conquistar o seu próprio espaço”. Em entrevista à Revista Business Portugal, o presidente falou das apostas que a junta tem feito no sentido de apoiar os mais de 50 mil habitantes desta freguesia.

Luís ramalho Presidente

Quais as áreas que têm merecido maior atenção por parte da Junta de Freguesia de Ermesinde? Em primeiro lugar, a Junta de Freguesia decidiu apostar no lado mais empobrecido da cidade. A linha de caminho-de-ferro que por um lado proporcionou uma fixação muito grande de pessoas nesta freguesia também a dividiu e é notória a diferença socioeconómica dos dois lados. Neste âmbito o que a Junta fez foi abrir um posto dos CTT na travagem onde para além deste serviço prestamos também todos os serviços disponibilizados pela Junta. Ao lado abrimos ainda uma loja social, inaugurada no passado dia 17 de outubro, porque entendemos que esta é uma resposta necessária e importante também para dinamizar esse lado da cidade. A criação desta loja social é reflexo das dificuldades que surgiram com a crise económica? Ermesinde está, de facto, a pagar a fatura da crise porque era muito sustentada numa classe média precária. As pessoas organizaram-se para ter um nível de vida que viram alterar-se drasticamente. Notamos que há uma classe de novos pobres a surgir que eram aparentemente pessoas com uma vida financeira muito

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estável até há pouco tempo e que começam a fraquejar. Por isso é que criamos as lojas sociais. A loja criada recentemente é uma loja onde as pessoas podem doar os artigos mas também deixa-los à consignação. As pessoas preenchem uma ficha de fornecedor e deixam o artigo para venda. 15 por cento dessa venda reverte a favor da loja, para suportar os custos do seu funcionamento, e de 15 em 15 dias só têm que lá passar e levantar o resultado da venda dos seus artigos. Adotamos esta metodologia porque em Valongo já existia uma loja social tradicional com doações de vários artigos e achávamos que essa resposta já era suficiente. A nossa loja dirige-se a quem já perdeu o estigma de que só compra nas lojas socias quem é pobre. Foi necessário fazer um trabalho grande de desmistificação da loja social. Depois desta resposta criada vamos agora avançar para uma segunda fase que passa por alargar esta resposta também ao material terapêutico. A nossa ideia é avançar em duas vertentes: a primeira de empréstimo gratuito às famílias referenciadas por terem menores condições e a segunda de aluguer a preços mais convidativos que os praticados pelas redes privadas.

Que outras medidas estão a ser tomadas para apoiar as famílias com dificuldades? A Junta de Ermesinde a pensar nessas famílias criou um fundo de emergência social dirigido precisamente para as situações de pobreza emergente com o objetivo de estancar estas situações. Saldamos ou renegociamos as dívidas existentes e em troca as pessoas dão trabalho a favor da freguesia, valorizado em função do seu rendimento. Isto permite que o agregado seja responsabilizado pelos atos que o levaram a esta situação. Quando o fundo de emergência social não é suficiente o que fazemos é integrar as pessoas ao abrigo de um contrato de emprego inserção nos nossos serviços para desta forma majorar o rendimento do agregado com o compromisso que o agregado liquidará as dívidas. Que outras apostas têm sido feitas pela Junta de Freguesia? A população sénior tem sido também uma aposta. Protocolamos com algumas entidades da freguesia acordos, como por exemplo ginásios, em que com o cartão da freguesia os idosos têm acesso a preços mais baixos do que os praticados. Esta iniciativa é direcionado


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a todas as pessoas com mais de 55 anos em situação de desemprego ou com mais de 60 anos. Entendemos que nem toda a gente se encaixa no perfil das aulas comunitárias que a Câmara oferece e desta forma as pessoas podem fazer as atividades que mais lhe agradam. Para além disto, temos também protocolos com associações locais onde são dinamizadas aulas de dança e realizadas aulas de hidroginástica. Fora do domínio da freguesia existem também protocolos com outras entidades ligadas aos cuidados e assistência a idosos. Uma outra aposta da Junta da Freguesia foi a promoção de uma Horta Social, inaugurada há cerca de um ano. Com este projeto pretendemos não só proporcionar um espaço de cultivo capaz de assegurar a alguns agregados bens alimentares por si produzidos, como também proporcionar um espaço de partilha e de convívio aos utilizadores do espaço. Sendo verdade que é um espaço pequeno atendendo à população da freguesia e ao interesse crescente demonstrado pela mesma neste projeto, estamos já a trabalhar no sentido de alargar o mesmo com a criação de uma nova horta biológica com capacidade mais alargada do que a existente atualmente.

trabalho tem desenvolvido a Junta de Freguesia? Na área da educação há três anos a Câmara lançounos o desafio de assumirmos os prolongamentos de horário para o pré-escolar e no ano letivo passado, alargamos esta resposta também ao primeiro ciclo. Temos, no primeiro ciclo, atualmente quatro salas de prolongamento a funcionar, uma das quais há duas semanas. O prolongamento no primeiro ciclo é prestado por professores para que possam apoiar os alunos na realização dos trabalhos de casa. No pré-escolar as ofertas são expressão plástica, expressão dramática, expressão musical e educação física. São atividades que não são trabalhadas na sala de aula. Como analisa o seu percurso enquanto presidente e que mensagem gostava de deixar? Aquilo que posso dizer é que gosto de desenvolver estas respostas, não gosto dos dissabores do exercício das funções mas faz parte. Nem sempre o reconhecimento é devido e muitas vezes as pessoas esperam que resolvamos situações que não dependem da junta de freguesia. Os tempos não são fáceis mas acredito que proximamente nós teremos uma reviravolta. A Junta está próxima das pessoas e aposta em ser um organismo que as tem como preocupação máxima.

No que diz respeito aos mais pequenos, que

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Alfena, uma jovem cidade Junta de freguesia de alfena Em primeiro lugar, as pessoas. É assim que podemos caracterizar o trabalho desempenhado pela equipa liderada por Arnaldo Soares na Junta de Freguesia de Alfena. Empenhado em desenvolver esta “jovem cidade” em prol da sua população, o presidente da Junta de Freguesia contou à Revista Business Portugal quais os seus projetos para esta cidade marcada pelo urbanismo e ruralidade.

e, consequentemente ter a possibilidade de desenvolver e criar melhores condições de vida aos seus habitantes”.

Prioridade: as pessoas

arnaldo soares Presidente

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lfena, uma freguesia com 15 quilómetros quadrados e 18 mil habitantes é um exemplo português de crescimento e desenvolvimento. Típica cidade dormitório, Alfena tem vindo a inverter esta mesma tendência, conseguindo fixar no seu seio alguma indústria e, consequentemente, tornarse um local com bastante vida e autonomia. Arnaldo Soares, presidente da Junta de Freguesia, justifica esta procura por parte de investidores com a localização estratégica que a cidade oferece. “Porque estamos num cruzamento de vias, Alfena torna-se indispensável como um entreposto entre o litoral e o interior. Penso que esta é uma das principais razões pelas quais Alfena tem crescido e tem sido procurada por investidores das mais diversas áreas para aqui se instalarem e concretizarem os seus negócios. Já temos um tecido empresarial significativo”. O Hospital Privado de Alfena é um dos melhores

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exemplos destes investimentos. “O grupo Trofa Saúde escolheu Alfena para a localização de um dos seus hospitais, exatamente pela sua localização, que permite a receção de cerca de dois milhões de pessoas em apenas 15 minutos de viagem”, explica-nos Arnaldo Soares. Está ainda em estudo a construção de uma plataforma logística, representativa de um investimento de 54 milhões de euros. “Com este investimento serão criados umas centenas de postos de trabalho de forma direta e, com certeza, muitos mais de forma indireta”. Arnaldo Soares acredita que este será um investimento âncora, e que o próprio atrairá novos investimentos. “Penso que há aqui um conjunto de condições que ainda não têm sido aproveitadas na sua plenitude devido às circunstâncias económicas que o país atravessa, mas assim que esta estabilize e haja de novo confiança na economia nacional, Alfena tenha condições para crescer

“O primeiro foco de atenção da equipa da Junta de Freguesia são as pessoas. A nossa atuação começa por tudo aquilo que possamos fazer para ajudar as famílias a ultrapassarem toda esta dificuldade”, começa por referir o nosso interlocutor quando questionado sobre o seu papel. Nesta perspetiva, a área social tem tido um papel de primazia. Foi criada uma Plataforma Solidária, um local que concentra uma escola sénior, uma loja social, um gabinete de ação social, um gabinete de inserção profissional, um banco alimentar local e a gestão de um banco de horas. “Estamos a falar de um edifício exclusivamente dedicado à ação social, que eu acredito ser fundamental e necessário”. Arnaldo Soares faz questão de frisar que esta plataforma só é possível graças à colaboração da Câmara Municipal, de populares e associações, nomeadamente do Centro Social e Paroquial de Alfena, um dos maiores do país, “que faz um trabalho excecional no que diz respeito à índole social”.

Rio Leça em destaque “O rio Leça tem sido esquecido em Alfena e acreditamos que uma cidade com uma linha de água é uma cidade mais rica”. Perante tal, a Junta de Freguesia, em parceria com a Câmara e com alguns particulares, pretende conseguir alguns terremos junto ao rio, “de forma a reconciliar a população com o rio, com a recuperação de moinhos e levadas, permitindo às pessoas tornarem a passear junto do rio, a conviverem entre si com a frescura, beleza e excelência do Leça”, conclui.



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Concretizamos Resultados consultâmega Constituída em 1996 e especializada em Consultoria e Formação, a Consultâmega é uma empresa vocacionada para intervir no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, tendo atualmente um pólo de formação em Felgueiras e outro no concelho de Valongo. A Revista Business Portugal conversou com Sónia Martins, responsável de formação da Consultâmega e com Vera Sampaio coordenadora do pólo de Valongo.

vera sampaio e formandos Coordenadora do Pólo de Valongo

A Formação A formação profissional, enquanto elemento potenciador de saberes e competências, constitui uma das melhores respostas às necessidades de um mercado cada vez mais exigente e competitivo. Certificada pela DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho), a Consultâmega mantém-se focada em oferecer soluções de formação versáteis na medida exata das necessidades garantindo a qualidade enquanto operadora do Sistema Nacional de Qualificações. Com uma oferta bastante diversificada, a Consultâmega possui quer formação financiada - Formações Modulares Certificadas, destinadas a aperfeiçoar os conhecimentos e competências dos adultos empregados e

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desempregados, e Cursos de Aprendizagem, dirigidos a jovens, privilegiando a sua inserção no mercado de trabalho e permitindo o prosseguimento dos estudos, quer cursos não financiados, com ações de formação contínua intraempresas. No concelho de Valongo a grande aposta da Consultâmega tem sido a área de Hotelaria e Restauração. Mas a escolha, reitera Vera Sampaio, não foi feita ao acaso: “O Porto é hoje uma referência ao nível do turismo e a nossa oferta formativa (Técnico/a de Cozinha/Pastelaria e Técnico/a de Mesa/Bar) complementa a arte de bem receber. A restauração é um setor emergente em que escasseia mão-de-obra qualificada, cuja necessidade é comprovada através das cinco turmas que temos em curso, cada uma iniciada

com 25 formandos e em que conseguimos colocálos a todos em restaurantes e pastelarias. Temos já confirmada, por parte de algumas dessas entidades (onde decorre a formação prática em contexto de trabalho), a intenção de contratar formandos após o término dos cursos”. O desenvolvimento de determinadas saídas profissionais em detrimento de outras visa dar resposta à procura por parte do mercado de trabalho nas regiões onde aquela entidade se insere. A responsável de formação refere “A Consultâmega diferencia-se das demais empresas do setor pela garantia de empregabilidade” e a coordenadora do pólo de Valongo acrescenta “Por esta razão somos associados da AIEV - Associação Industrial e Empresarial de Valongo, já que é uma


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forma de estarmos mais próximos das empresas e podermos responder às suas necessidades. É assim que cumprimos os nossos objetivos e concretizamos resultados”. Números importantes e que dão ainda mais alento a toda a equipa, refere Sónia Martins: “Como somos uma entidade certificada, temos que avaliar o impacto da formação, após meio ano do término de cada ação de formação de longa duração. Para nós mais do que uma obrigação, é uma oportunidade de medirmos o nosso desempenho e de facto temos obtido uma taxa de satisfação muito positiva. Só para dar um exemplo, entreguei há dias os resultados de um dos Cursos de Educação e Formação de Jovens (Tipo II, de equivalência ao 9º ano) e de 15 ex-formandos inquiridos, 3 encontraram emprego, mas 11 acabaram por prosseguir os estudos, 9 dos quais na Consultâmega, em cursos de Aprendizagem”. O segredo do sucesso da Consultâmega resulta do trabalho de toda a equipa, que integra mais de uma centena de colaboradores internos e prestadores de serviços, ressalvando o papel determinante dos

formadores. Apesar da experiência acumulada pela Consultâmega nos 18 anos de existência, o futuro da formação, explica a responsável, é incerto: “Com uma atividade maioritariamente financiada por fundos públicos (Estado Português e União Europeia), estamos dependentes das decisões tomadas centralmente. O novo quadro comunitário começou no dia 1 de janeiro de 2014, mas até à data ainda não abriram candidaturas, estando a Consultâmega na reta final dos projetos em execução. O impacto da nossa intervenção está à vista, por isso queremos continuar a fazer mais e melhor”.

técnico e logístico dos seus clientes e parceiros, potenciando os resultados dos agentes envolvidos. Numa atividade que consiste, sobretudo, na implementação dos mais rigorosos procedimentos nas matérias da sua especialidade, a equipa de consultores da Consultâmega está preparada para intervir em áreas diversas como: Projetos de Investimento, Formação Profissional, Gestão Recursos Humanos, Eficiência Energética, Produtividade, Qualidade, Ambiente e Segurança, Comunicação, Imagem, Marketing, Publicidade e Internet.

A Consultoria Para além da formação, esta empresa atua também na área da Consultoria. Com um ambiente de negócios repleto de incertezas e riscos, a eficiência e eficácia tornaram-se, mais do que em qualquer outro momento, fatores decisivos para o sucesso das organizações. Com uma equipa de peritos com créditos reconhecidos, a Consultâmega ajuda ao desenvolvimento humano,

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149 anos de história das “Louzas” de Valongo empresa das lousas de valongo Fundada em 1865, a Empresa das Lousas de Valongo (ELV) comemorará em 2015 150 anos de história. A Revista Business Portugal conversou com Rui Teotónio Pereira, administrador desta empresa desde 1985. A ardósia é uma rocha metamórfica, de baixo grau de metamorfismo, de granulometria muito fina, com clivagem e constituintes minerais invisíveis a olho nu. A Ardósia de Valongo possui cor cinzento-azulada, a cinzenta escura. É homogénea, compacta, finamente granular. Devido às suas qualidades naturais de beleza, resistência e cor inalterável, tem aplicações desde tempos remotos, tanto no sector da construção civil como na decoração. Esta pedra natural possui resistência à flexão e aos ácidos que lhe confere uma estabilidade e durabilidade excecionais. A face natural da ardósia possui uma rugosidade intrínseca que incute uma expressão natural impar aos locais onde é aplicada. O seu ciclo de vida é assinalável, conferindo-lhe uma elevada sustentabilidade ambiental. Esteticamente, a ardósia combina com todos os tipos de materiais.

rui teotónio pereira Administrador

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história da Lousa de Valongo é tão antiga como a da empresa que hoje Teotónio Pereira administra. A exploração deste material no concelho começou em 1865 com a instalação da companhia inglesa The Vallongo Slate & Marble Quarries Company, que mais tarde, após a venda, adquiriu o nome de Empresa das Lousas de Valongo. Conhecida pelas características específicas da região onde se situa (Valongo – Douro Litoral) e pela idade geológica das suas pedreiras (Landeiliano Superior, 450 milhões de anos), a “Ardósia de Valongo” (denominação registrada EN12440) distingue-se nas palavras de Teotónio Pereira das demais existentes: “A nossa lousa tem um caracter próprio e é por isso que continuamos no mercado”. De referir que ardósia ou lousa referem-se exatamente à mesma pedra, sendo este último termo mais usado no norte do país. Por não existir “hoje em Portugal a tradição de utilizar lousa portuguesa”, refere Teotónio Pereira, toda a

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produção da Empresa das Lousas de Valongo destinase ao mercado externo: Alemanha, Inglaterra, Espanha, Suíça, Estados Unidos, Japão e países do norte da Europa. São precisamente estes últimos que Teotónio Pereira destaca: “Os clientes do norte da Europa conhecem esta lousa melhor que nós. Temos clientes nestes países há mais de 80 anos”. Como referência destacam-se algumas obras onde as lousas ELV estão presentes: Edifício Sede da Telenor, Trondheim, Escola “High School of Gotemborg”, Gotemburgo, Biblioteca “Werner Oechslin”, Einsiedeln, Zurique, Casa da Música, Porto, Hotel Four Seasons, Toronto, Canada, University of Oregon Football Performance Center (Nike Centre), Oregon, EUA. Proprietária de mais de 100ha na faixa lousífera de Valongo, a capacidade de produção da ELV ultrapassa os 4.000 ton ano. Como principais produtos, o administrador destaca os ladrilhos e placas para pavimentos e revestimento de paredes, soleiras,

cobertura de degraus, rodapé, tampos de cozinha em ardósia, telhas para telhados e pedras para bilhares. Pelas suas características os produtos da ELV colecionaram prémios de várias exposições mundiais históricas: exposição mundial de Paris (1867), exposição de Viena (1873), exposição de Filadélfia (1876), Adelaide (1887), Lisboa (1888), Londres (1871), Porto (1897), Paris (1900) e Rio de Janeiro (1908). Atualmente com 45 trabalhadores, com a extração e transformação toda mecanizada, a Empresa de Lousas de Valongo não tem como objetivo crescer muito mais até porque refere o administrador: “temos as vendas em mercados muito diversificados mas, a situação actual requer alguma prudência”. Os investimentos passam por aperfeiçoar e criar novos produtos aumentando o valor acrescentado e no setor da energia, estamos a fazer investimentos que nos vão garantir uma grande poupança de eletricidade.


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“Juntos somos mais fortes” sigmacode Sediada em Valongo desde 2011, fundada por quatro pessoas com uma vasta experiência no software de gestão PHC, a SigmaCode é uma empresa de consultoria e serviços informáticos. O seu objetivo é potenciar os negócios do seu cliente, aconselhando-o na utilização mais eficaz e eficiente dos recursos informáticos, colocando ao seu dispor o seu know-how, na perspetiva de o dotar com os melhores instrumentos.

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este modo, a SigmaCode assume-se como uma empresa que presta um acompanhamento próximo, eficiente e de continuidade aos seus clientes dispondo de soluções diferenciadas e integráveis, sempre na perspetiva de rentabilizar recursos e libertar o seu cliente para o que ele de melhor sabe fazer, gerir o seu negócio! A SigmaCode acredita que só um serviço dedicado e inovador poderá agregar valor ao negócio dos seus clientes, refere Armanda Raposo. Assim sendo, o desafio foi constituir uma empresa que criasse valor acrescentado e que fizesse as coisas de um modo diferente, ou seja, diagnosticar as necessidades dos clientes e passar isso para dentro do software, não negligenciando a formação, pilar base de um bom desempenho dentro das organizações. Adianta mais dizendo: “A maioria dos clientes que nos procuram têm um software excelente, profissionais muito competentes, mas que, efetivamente, nunca tiveram grande formação ao nível do software e não potencializam aquilo que têm”. Sendo um parceiro exclusivo PHC comercializa produtos para soluções de mobilidade, controlo de assiduidade e gestão da produção perfeitamente integráveis com este software de gestão. Outra das vertentes de que a Sigmacode se

orgulha são os serviços de consultoria que presta numa primeira fase de contato com os clientes, de forma a diagnosticar quais são as suas necessidades e a melhor solução para as colmatar. Armanda Raposo vai mais além e diz que maximizar recursos e minimizar custos aos seus é palavra de ordem. As TI’s representam uma fatia considerável dos orçamentos das empresas na gestão e promoção dos seus negócios. Mais do que desenvolver e implementar soluções, é fundamental pesar os meios e custos necessários para as realizar e tal só é possível com rigor e equilíbrio de serviços. “Colocar-se no lugar do cliente, proximidade, conhecer e perceber o seu negócio, compreender as suas necessidades e preocupações ajuda-nos a enquadrar a solução não só do ponto de vista tecnológico, como legal e económico. É esta dedicação ao cliente que cultivamos todos os dias”, acrescenta Armanda Raposo. Apesar de ser recente, esta empresa sediada em Valongo reúne já uma vasta carteira de clientes, na sua maioria médias empresas com uma grande exigência, sendo que, a internacionalização não é um dos objetivos da empresa. Porém têm clientes em Angola onde trabalham em parcerias com outras empresas.

O rigor, a dedicação, a eficiência e o equilíbrio são o lema desta empresa que pretende também fazer crescer o concelho. Para isso, é necessário agregar sinergias com outras organizações de Valongo. Foi também com este propósito que o ano passado nasceu a Associação Industrial e Empresarial de Valongo da qual fazem parte e muito se orgulham. A SigmaCode acredita “que a união de vontades é muito positiva e as sinergias que se criam entre as empresas são importantíssimas”. É como disse Rudyard Kipling: “A força da alcateia é o lobo, e a força do lobo é a alcateia”, reforça Armanda Raposo. Assim senso, o principal papel das associações passa por aproximar os empresários e dar a conhecer as competências e o know-how de cada um deles, e assim atrair novas empresas para o concelho, de modo a potencia-lo a nível nacional e internacional. O futuro da SigmaCode passa por continuar a crescer de forma sustentada, como tem acontecido desde a sua fundação, por forma a responder eficientemente aos seus clientes, sem querer crescer desmesuradamente – “small is beautiful”, acrecenta sorridente. “A nossa equipa é motivo de orgulho para esta empresa, possuimos quadros técnicos multidisciplinares para que se complementem e se completem. Altamente dedicados e motivados onde impera o espírito de partilha e ajuda”. Armanda Raposo remata com uma citação. “Qualquer atividade torna-se criativa e prazerosa quando quem a pratica se interessa por fazê-la bem feita, ou até melhor.” (John Updike).

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“Qualidade e bem servir” a Regional valonguense Localizado na rua D. Pedro IV na cidade de Valongo, o restaurante ‘A Regional Valonguense’ assume-se como um estabelecimento com cozinha tradicional que aposta nas iguarias bem conhecidas da gastronomia portuguesa.

ismael lourenço Proprietário

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trabalhar desde 1985 este restaurante é já uma referência, não só de Valongo, mas do grande Porto, o atual proprietário Ismael Lourenço salienta “a aposta numa ementa diversificada, com pratos e sobremesas com uma qualidade superior, uma garrafeira selecionada e um atendimento personalizado”. Assim sendo, são várias as especialidades da casa que vão desde o polvo assado ao bacalhau com broa, passando pela posta à regional, picanha até um leque alargado de sobremesa tradicionais, como é o caso do leite-creme. De segunda a sexta-feira à hora de almoço este estabelecimento oferece um prato económico de peixe e de carne, onde a qualidade não é descurada. Ao jantar funcionam com um serviço à lista em que possibilitam aos clientes a escolha de um leque alargado de pratos tracionais portugueses. Com um espaço amplo e acolhedor, com capacidade para cerca de 150 pessoas, onde impera uma decoração simples,tradicional e rústica ‘A Regional Valonguense’ assume-se como um local de eleição

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para os almoços de família, jantares de amigos ou eventos mais alargados. “Dispomos de uma outra sala onde são realizados aniversários, casamentos, batizados, comunhões ou outro tipo de evento que nos seja solicitado” adianta o proprietário. “Prestamos ainda serviços de catering personalizado, em casa do cliente ou em espaço próprio, tendo atualmente um acordo com o Park Hotel e a Quinta das Arcas”, refere o também sócio gerente. Sempre na procura de um serviço de excelência, Ismael Lourenço cria e dinamiza várias experiências no seu estabelecimento. A criação dos fins de semana gastronómicos em que permite aos visitantes de Valongo ficarem a conhecer as especialidades gastronómicas deste distrito limítrofe do grande Porto é um exemplo. Outra iniciativa que apraz registrar são os jantares vínicos e as provas de vinho onde os clientes são convidados a degustar uma carta de vinhos de grande qualidade acompanhados com ementas adequadas a cada tipo de vinho. Ainda na senda do vinho, convém referir que ‘A Regional Valonguense’ tem uma garrafeira selecionada com mais

de 300 marcas de vinho, aguardente velha e wiskys de todo o país, com uma excelente qualidade-preço. Permite ainda aos seus clientes levarem o seu vinho de eleição para apreciar em casa, num momento de lazer ou a acompanhar uma refeição. Quem entra neste restaurante regional não fica indiferente aos vários produtos gourmet que se encontram em exposição para venda. Assim sendo, é possível levar para casa queijos, azeite, compotas, biscoitos, mel, frutos secos, assim como, produtos de confeitaria fina, confecionados com ingredientes locais e nacionais. Á frente do estabelecimento desde 2001, este transmontano natural de Mogadouro faz um balanço muito positivo destes 13 anos. “Tem sido um caminho trilhado com muito sucesso, em que cada cliente é encarado como um amigo e é tratado com um atendimento e aconselhamento personalizado”. Ainda até ao final de novembro Ismael Lourenço lança um novo projeto: o vinho Leonês em packs de três garrafas, apenas disponível para venda no estabelecimento. ‘Comer e conversar, uma mesma arte’. É com este mote que Ismael Lourenço convida todos a uma visita ao restaurante ‘A Regional Valonguense’ e assim experimentar uma das iguarias gastronómicas da região.


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A bebida mais apreciada do mundo café tropical Esta é a história de uma empresa familiar que começou a sua atividade a distribuir café e produtos associados de outras marcas, mas rapidamente, e face ao crescimento da empresa, sentiu necessidade de ter a sua própria identidade. A aquisição da ‘Tropical Cafés’ determinou a orientação da empresa na conquista dos seus clientes, pela oferta de produtos de qualidade e uma proximidade permanente, numa relação de colaboração constante com os seus parceiros.

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bel e João Ribeiro são os mentores deste projeto. Acompanhados pelo forte aroma dos grãos de café, revelam à Revista Business Portugal a essência desta história. “Depois de cerca de oito anos na venda de café e produtos associados chegou um momento em que decidimos que era a altura certa para darmos mais um passo em frente.” A aquisição de uma torrefacção e consequentemente da marca ‘Tropical Cafés’. Remodelaram por completo a marca, dando-lhe uma nova filosofia, elevando os patamares de qualidade, rejuvenescendo-a com uma nova imagem. Depois, chegou o momento de novas instalações. “Em janeiro de 2003, a Tropical começou a laborar em Valongo numa unidade fabril construída de raiz, onde apostamos fortemente na modernização e melhoramento dos nossos produtos e serviços, os quais foram positivamente afetados com as novas condições de trabalho”, diz-nos Abel Ribeiro.

Sabores além fronteiras Já é possível beber um café Tropical além fronteiras, como são exemplo França, Suíça e muito recentemente

Inglaterra. Atualmente, as exportações representam cerca 30 por cento da faturação, mas é ambição desta equipa crescer neste setor. Questionado sobre que outros mercados estão na mira da empresa, João Ribeiro refere o mercado de Leste como a próxima aposta. “Até há bem pouco tempo, estes países não tinham o hábito de beber café, como acontece nos países ocidentais. O café foi sempre associado a uma bebida de elites, não acessível a todos! Mas o regresso de alguns emigrantes aos seus países de origem, com novos hábitos de consumo fez com que a bebida começasse a ser apreciada por outros extratos sociais, criando assim uma nova realidade, e hoje em dia gostam e bebem café com maior regularidade. Sendo assim, o momento é o mais favorável para explorar novos negócios nestes países”. No entanto, estamos sempre atentos a novas oportunidades “qualquer mercado, nacional ou internacional que nos apresente uma boa parceira, poderá obviamente contar com a nossa presença”.

doméstico, decidimos avançar com uma nova gama de produtos para consumir em casa. Brevemente o consumidor final poderá encontrar a marca em lojas e mercearias mais distintas. Sendo produtos de gama superior que passam por café em grão, moídos, pastilha e onde não poderiam faltar as cápsulas com três lotes distintos, sendo um deles 100% biológico, estas serão compatíveis com a marca mais representativa do mercado. A ‘evolução’ continuará a fazer parte do ADN desta empresa. Sendo nas infraestruturas, equipamentos ou novos produtos com a manutenção da qualidade dos produtos e serviços que nos é reconhecida por quem servimos. “Queremos ser uma referência cada vez maior, vamos continuar a persistir e vamos seguramente, continuar a crescer”, finaliza.

Novas tendências Com o aumento do consumo de café destinado ao uso

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“Apoio à gestão é fundamental para o sucesso das empresas” oliveconta - contabilidade e seguros A OLIVECONTA – CONTABILIDADE E SEGUROS é uma empresa com 20 anos de experiência, fundada em 1994, pela mão de Carlos Jorge Oliveira. Esta empresa, com sede em Ermesinde, presta serviços de contabilidade, quer a empresas, instituições, empresários e trabalhadores independentes na organização de empresas e no apoio fiscal. Para além disso, a OLIVECONTA – CONTABILIDADE E SEGUROS dedica-se ainda à mediação de seguros.

carlos jorge oliveira Administrador

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entrando o seu negócio em duas áreas essenciais, contabilidade e mediação de seguros, Carlos Jorge Oliveira e a sua equipa primam essencialmente pela relação de proximidade e apoio que dão aos seus clientes. “O nosso trabalho não se resume ao preenchimento de declarações fiscais. Prestamos, por exemplo, um apoio muito forte na gestão financeira e económica das

empresas, com um acompanhamento permanente”. Contam com uma carteira de clientes muito vasta, que incluem empresários em nome individual, instituições, sociedades por quotas e sociedades anónimas, num total de cerca de 200 entidades. “Já nos seguros, a grande fatia dos nossos clientes são particulares, cerca de 75 por cento”, refere o nosso interlocutor. E porque falamos de um negócio ligado sobretudo à economia e gestão das empresas, questionamos Carlos Jorge Oliveira sobre o impacto que a crise económica trouxe à OLIVECONTA. “Não sentimos a crise como outras empresas nacionais, ou seja, não reduzimos o número de clientes. Sentimos, isso sim, uma crise de liquidez por parte dos nossos clientes”. A redução substancial do financiamento bancário trouxe também algumas dificuldades aos seus clientes, “e tentamos contornar essas questões através da proximidade e

apoio que disponibilizamos”. Sobre o futuro, Carlos Jorge Oliveira diz não ambicionar um crescimento muito grande, uma vez que a grande aposta passa, sobretudo, por prestar um serviço de qualidade e “temo que um maior volume de trabalho não nos permita fazê-lo com a qualidade e acompanhamento a que já temos habituado e fidelizado os nossos atuais clientes”, finaliza.

Avenida João de Deus, 735 - Apartado 1008 4445 – 474 Ermesinde Tel.: 22 973 88 24/ 22 975 51 33 Fax: 22 975 93 89 Email: geral@oliveconta.com www.oliveconta.com

Líder na produção de licores xarão licores A Xarão - Companhia Portuguesa de Licores, Lda. é especializada na produção de licores, xaropes e destilados, comercializando no total 42 referências

hugo monteiro Administrador

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undada em 1982, a Xarão é uma empresa familiar e certificada que opera no mercado nacional e internacional, exportando para doze países. Na década de 80, altura em que a empresa dava os primeiros passos, o volume de produção era muito baixo e artesanal, e a comercialização era feita exclusivamente em solo nacional. “Inicialmente, estávamos limitados ao Grande Porto, mas nos anos 90, surgiu a nossa melhor oportunidade de negócio, fechamos contrato com duas distribuidoras a nível nacional, que faziam entrega nas lojas do Norte”, explica Hugo Monteiro, administrador.

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Em 2004, com a entrada da segunda geração da família, a empresa cresceu e modernizou-se, aumentando assim a procura dos produtos Xarão, tanto no mercado português como internacional. Hoje em dia é possível ver os destilados, xaropes e licores da empresa em mercados europeus como Espanha, França, Suíça e Polónia. Em Africa, estão presente em Cabo Verde, Moçambique e Angola e na América atuam no Brasil, Paraguai e Canadá. E ainda atuam no mercado asiático, em Macau e China. “Começamos a exportar a partir de 2012, pois percebemos que a crise estava a afetar os nossos clientes e se continuássemos com o mesmo registo íamos descer as vendas, então criamos novos clientes, apostando no mercado externo”, refere o administrador. A empresa espera que até 2016 a exportação represente cerca de 40 por cento do volume total de faturação. Com 30 anos de experiencia, a empresa foi recentemente certificada pela SGS com a norma ISSO 22000 na área da higiene e qualidade alimentar, e orgulha-se de ter alcançado há poucos meses atrás o

selo de PME Líder. A Xarão tem como principais clientes as grandes cadeias de hipermercados e os cash & carry que trabalham diretamente com a restauração e hotelaria. De momento, estão a estabelecer uma parceria com uma faculdade, de forma a apostarem na área de criação de novos produtos. Relativamente a projetos futuros, está pensado a ampliação das instalações da empresa, de forma a obterem uma maior capacidade de armazenagem, e pretendem também solidificar os mercados onde já atuam, para além de criar novos mercados.

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Misericórdias e Ação Social

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Revista Business Portugal tem divulgado o trabalho eficiente que as Santas Casas da Misericórdia têm vindo a desenvolver ao longo dos tempos. Em Portugal encontram-se no ativo, aproximadamente, 400 instituições, por todo o território português, e em muitas localidades, são uma das principais entidades empregadoras da região, movendo a economia local e promovendo a fixação da população mais jovem nas regiões mais desabitadas. Com variadas valências como lar de idosos, centro de dia, creche, posto médico, cantinas sociais, lojas sociais e unidades de cuidados continuados prestam todo o tipo de cuidados médicos e sociais, dando resposta a grande parte das necessidades da população. Com uma nobre missão estas instituições não são alheias à atual conjuntura económica do país, e em muitos casos lutam, diariamente, com grandes dificuldades. Para dar a conhecer os serviços, valores e princípios que regem estas instituições, neste presente mês de novembro estivemos à conversa com as instituições de Alcanede, Alcanena, Pernes, Vermoim, Castelões e S. Martinho de Pousada de Saramago.

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“Projeto Vidas, Valorização e Inovação em Demências” Santa Casa da MIsericórdia de Pernes A Santa Casa da Misericórdia de Pernes, no âmbito do Projeto Vidas – Valorização e Inovação em Demências, promovido pela União das Misericórdias Portuguesas, encontra-se a desenvolver uma unidade de cuidados especializados para pessoas com esta patologia.

manuel frazão Provedor

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Projeto que a S.C.M. Pernes abraçou, desde a primeira hora, congrega várias vertentes numa mesma intervenção. Para além da componente de diagnóstico sobre a realidade das demências em Portugal, e da conceção de um completo programa de formação e qualificação dos cuidadores de pessoas com este tipo de patologias, a intervenção passa pela avaliação das respostas sociais, como nos conta o provedor Manuel João Maia Frazão. No que se refere à vertente de investigação, estão a ser desenvolvidos vários trabalhos à volta dos resultados obtidos no terreno, que irão permitir desenhar novas formas de atuação e melhores respostas para esta problemática emergente, que se verifica não só nesta Instituição como também na sociedade portuguesa, refere o provedor. Relativamente à formação, esta envolve diferentes profissionais, existindo a necessidade de formar na área das demências os seus recursos humanos, de forma a

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dotá-los de conhecimento e competências para a execução de boas práticas. Assim, encontramse a decorrer várias ações formativas direcionadas a dirigentes e toda a equipa multidisciplinar, deste caso, designadamente médico, enfermeiros, diretores técnicos, terapeuta ocupacional, ajudante de ocupação e ajudantes de ação directa. “Estas ações que pretendem garantir o nível de cuidados adequados a pessoas com demência, terá necessariamente de apostar na qualificação dos profissionais cuidadores”, diz o provedor. Interessa dotá-los de conhecimento e competências para a execução de boas práticas, não só os que integram as estruturas residenciais, mas também os que prestam serviço de apoio ao domicilio, dando também aos utentes com demência que permanecem nas suas residências uma resposta mais ajustada. Este projeto revela-se, ainda, de grande pertinência e com capacidade mobilizadora para alterar o paradigma

da situação atual, não só na área da aquisição de competências, como também na conceção de um conjunto de instrumentos e na adaptação das infraestruturas e ambiente, contribuindo para a melhoraria do bem estar da pessoa com demência. Por último, e no seguimento deste projeto, será desenvolvida no Edifício Social e de Saúde, em Pernes, uma unidade com capacidade para dez utentes, que será inovadora pela sua natureza, pois possibilitará responder de forma individualizada às necessidades identificadas ao nível dos cuidados, do conforto e da segurança, apostando num conceito mais familiar. O provedor termina referindo: “É com agrado que aceitamos este desafio, lançado pela União das Misericórdias Portuguesas e parceiros do Projeto Vidas, porque projetará esta instituição, tornando-a diferenciadora, e a responder às necessidades identificadas no Diagnóstico Social do Concelho de Santarém”.



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Um século de história em prol da solidariedade Centro de bem estar social de alcanena O Centro de Bem Estar Social de Alcanena tem mais de 100 anos de história e dedicação à população do Concelho de Alcanena, mas mantém a sua missão inalterada - ajudar quem necessita, colmatando carências sociais que nos últimos anos têm-se agravado.

eduardo camacho Presidente

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história do Centro de Bem Estar Social de Alcanena remonta a 1912, quando José Alves Anastácio convocou uma assembleia geral, com o intuito de construir um estabelecimento hospitalar para proteção de socorros clínicos aos habitantes da, então freguesia de Alcanena, concelho de Torres Novas. Mais tarde, e depois de todas os problemas ultrapassados, o hospital foi construído e foi o grande suporte para a criação do Concelho de Alcanena, “infra-estrutura importante para elevar Alcanena a Concelho”, sublinha Eduardo Camacho, presidente do CBESA. A 25 de novembro de 1963 foi fundado o jardim-deinfância de Alcanena com o alvará do Ministério da Educação. Em novembro de 1981, iniciou-se as obras do Lar de Idosos, em S. Pedro, num terreno legado por António Mendes Garcia Curates. A sua inauguração oficial ocorreu em setembro de 1984 e contou com a presença do Bispo de Santarém, António Francisco Marques.

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Com o objetivo de contribuir para a promoção da população de Alcanena, o CBESA tem atualmente residência para idosos, centro de dia, apoio domiciliário, hospital, creche, Jardim de infância e centro de atividades para tempos livres (CATL). A residência para idosos conta com 74 utentes e tem como missão responder adequadamente e com humanidade às atuais necessidades da população sénior. Já o apoio domiciliário conta com 40 utentes, a sete dias por semana. A creche e jardim de infância têm cerca de 120 crianças e o CATL 20. Para além das valências referenciadas, ainda têm uma cantina social com capacidade de servir 49 refeições diárias. Para prestar apoio a todos os utentes, a equipa do Centro é constituída por 125 funcionários. “Além de tentarmos dar as melhores condições possíveis aos nossos utentes, criamos postos de trabalho, asseguramos esses postos de trabalho e vamos tentando garantir o equilíbrio económico e financeiro da Instituição, apesar dos recursos serem cada ano mais escassos”, frisa Eduardo Camacho.

Como forma de promover o convívio entre instituições, frequentemente, juntamos cerca de dez IPSS´S e Misericórdias da região onde técnicos e todos os utentes com mobilidade trocam experiências e fazem atividades em conjunto.

Hospital O Hospital de Alcanena serve todo o concelho e freguesias vizinhas e é uma das valências do Centro de Bem Estar Social de Alcanena para prestação de consultas de várias especialidades, assim como, o internamento de recuperação e controlo de cuidados de saúde. “Realçamos os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde que muito valorizam a componente humanista, dedicada e técnica do nosso hospital”. O hospital tem 28 camas, 12 enfermeiros, médicos, técnicos superiores e várias especialidades, tais como otorrino, medicina dentária, cirurgia geral, cardiologia,


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pneumologia, ortopedia, osteopatia, urologia, medicina geral, psicologia e acupuntura.

Tele - assistência Para além do apoio domiciliário, sete dias por semana, a Instituição ainda presta o serviço de enfermagem ao domicílio e tele-assistência. Com cinco equipamentos de tele-assistência distribuídos e um acordo com a Cruz Vermelha Portuguesa, asseguram a segurança dos idosos no seu domicílio.

Património, Remodelações e Projetos Futuros O futuro do Centro de Bem Estar Social de Alcanena passa pela aposta contínua na sustentabilidade da Instituição. Nesse sentido, recentemente foi ampliada a creche, o jardim de infância e o CATL, foram feitas ainda alterações no hospital. “Estávamos a trabalhar com bloco operatório mas não se justificava bem como o espaço onde funcionava a radiologia, já inoperante, então aproveitamos os espaços para dois quartos e consultórios”, comenta o presidente. Com candidaturas efetuadas ao PRODER foram substituídos os equipamentos dos quartos, salas de repouso, cozinha e lavandaria da residência para idosos. De momento, aguardam a chegada da nova carrinha de nove lugares, com plataforma electro hidráulica e com capacidade para duas cadeiras de rodas. Em cinco das dez vivendas, vivem pessoas com autonomia. As outras cinco foram alocadas ao projeto de Apoio à Vítima de Violência Doméstica, “projeto muito importante, porque no país apenas existem 40 casas de apoio, no distrito do Ribatejo não existe nenhuma e estas pessoas precisam de condições, principalmente quando estão envolvidas crianças”, refere Eduardo Camacho. Até ao fim do ano vão implementar uma candidatura ao PRODER, já aprovada, para substituir o mobiliário e material didático da creche e do jardim de infância. Têm aprovado uma ampliação de 12 camas na residência para idosos, obra a realizar em finais de 2015 até meados de 2016. Detêm ainda vinte e quatro espaços de habitação, em regime de rendas sociais. O Centro de Bem Estar de Alcanena é uma das maiores entidades do concelho de Alcanena, não só pelos serviços que presta, educação, saúde e apoio social, mas também pelos postos de trabalho que manteve e aumentou.

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Uma instituição atenta às necessidades da comunidade centro social e paroquial de castelões O Centro Social da Paróquia de Castelões foi fundado em 1978 com o objetivo de estar ao lado da comunidade procurando dar resposta às suas principais necessidades. Em prol de uma sociedade mais equilibrada, mais apoiada e mais justa para com as suas franjas mais desfavorecidas esta instituição presta apoio desde a infância até aos mais idosos.

josé carlos costa Presidente

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pós sofrer obras de conservação, embelezamento e humanização dos espaços, este Centro Social tem vindo a redefinir a sua atuação ao longo dos anos, conquistando e ultrapassando várias etapas. Atualmente, o rosto da instituição é o padre José Carlos Costa, que procura imprimir dinamismo e proatividade. “Trabalhamos diariamente e de forma cooperativa em prol da comunidade, partilhando o mesmo objetivo: o bem-estar pleno dos nossos utentes, sejam eles crianças, jovens ou pessoas idosas”, salientou o padre. Quando falamos da diversidade das respostas sociais que o Centro Social da Paróquia de Castelões disponibiliza são um exemplo claro da abrangência da instituição. Numa fase inicial, a instituição surgiu tendo como prioridade o acolhimento e educação de crianças órfãs e desfavorecidas, após ter acontecido uma tragédia na freguesia. Na década de 80, inicia o apoio prestado à terceira idade, criando respostas sociais que convinham às necessidades da população da freguesia e que perduram até aos dias de hoje, tais como, o centro de dia, serviço de apoio ao domicílio (SAD), centro de convívio e o lar, num apoio a mais de 160 pessoas. O SAD presta serviços de higiene e conforto pessoal; higiene habitacional; alimentação e apoio nas refeições; tratamento de roupas; serviço de teleassistência; atividades de animação e socialização, designadamente, cultura, animação, lazer, aquisição de bens e géneros alimentícios, pagamento de serviços, deslocação a entidades da comunidade, serviços de enfermagem e de apoio psicossocial; transporte;

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algumas atividades no centro social

cuidados de imagem e a realização de pequenas modificações ou reparações no domicílio. Na área da infância o Centro Social da Paróquia de Castelões recebe cerca de 50 crianças na creche, 70 crianças no pré-escolar (entre os 3 e os 6 anos) e o CATL (centro de atividades dos tempos livres) acolhe 124 crianças. “Nesta área, a instituição procura criar condições para que as crianças se desenvolvam de forma integral e brinquem de verdade”, afiança o presidente do Centro Social, padre José Carlos Costa. Em 2005, a instituição aceitou um novo desafio e ampliou o seu leque de intervenção social, assumindo a direção do pólo de Pedome, ultrapassando as fronteiras da freguesia de Castelões indo novamente ao encontro de satisfazer as necessidades dos mais desfavorecidos e evitando o encerramento de respostas sociais, com a dissolução da instituição que as desenvolvia. Assim sendo, neste polo, na área infantil funciona a creche com 29 crianças, o pré-escolar dá apoio a 23 crianças e o CATL recebe 52 crianças. Ao nível da terceira idade encontram-se 25 idosos no centro de convívio, três no centro de dia e 40 no serviço de apoio domiciliário. Outra das respostas sociais que nos últimos tempos assumiu uma importância crescente foi a cantina social. Face ao período conturbado que não só Portugal, mas também a Europa enfrenta em termos financeiros, surgiu a necessidade de servir diariamente múltiplas refeições às famílias mais carenciadas, muitas afetadas pelo flagelo do desemprego ou que, simplesmente, não conseguem fazer face aos seus compromissos. Esta resposta surgiu

no âmbito do Programa de Emergência Alimentar, que tem como objetivo suprir as necessidades alimentares das pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade socioeconómica, através da disponibilização de refeições gratuitas. Neste momento, o Centro Social da Paróquia de Castelões serve 200 refeições, 100 na sede e 100 no pólo de Pedome. “Dispomos de instalações modernas e adequadas para a confeção e serviço de refeições, dado que existem muitas famílias que necessitam desta ajuda. Asseguramos o bem-estar, segurança e confidencialidade dos beneficiários e o respeito pela sua individualidade e, na ausência de rede de transportes públicos, levamos as refeições a casa das pessoas” refere José Carlos Costa.

Projetos futuros Um dos aspetos mais importantes que as instituições de solidariedade social proporcionam é a alimentação de uma economia social alavancada na criação de postos de trabalho: no Centro Social da Paróquia de Castelões e no polo de Pedome trabalham 96 profissionais, sendo uma das maiores entidades empregadoras do concelho. Para José Carlos Costa o futuro desta instituição passa pela “realização de obras de reabilitação do espaço, num esforço de maior funcionalidade, modernização e adequação à legislação em vigor, sempre com o objetivo primordial de criar uma situação de conforto e de bemestar aos residentes, frequentadores e colaboradores”.



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Crianças e idosos de mãos dadas centro social e paroquial de S.Martinho de Pousada de Saramago Já lá vão mais de quinhentos anos desde que surgiram as primeiras instituições de solidariedade social (IPSS) e que desde então se tem revelado o “porto seguro “ de muitos portugueses. Estas instituições nasceram sob o mote da ajuda aos mais necessitados e tem-se revelado uma ajuda fulcral para muitas famílias.

uma das grandes apostas é o apoio domiciliário

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freguesia de Pousada de Saramago, pertencente ao concelho de Vila Nova de Famalicão tem aproximadamente dois mil e 300 habitantes, muitos dos quais necessitam de uma resposta social adequada às suas fragilidades. É neste contexto que desde meados da década de 80 se encontra em funcionamento o Centro Social da Paróquia de Pousada de Saramago, num terreno que no período anterior ao 25 de abril pertencia à família detentora da fábrica Riopele, uma das maiores do concelho. Esta instituição assume-se como um espaço dedicado aos que mais precisam, promovendo uma convivência saudável entre as várias gerações, desde os bebés, passando pelas crianças até aos mais velhos. Assim sendo, atualmente esta instituição é uma referência no concelho ao nível da infância e juventude, prestando apoio a 50 bebés na resposta social de creche, 75 crianças no pré-escolar e 106 crianças do 1º, 2º e 3º ciclos no CATL (Centro de Atividades de Tempos Livres). “Dispomos de uma sucessão de respostas sociais que configura um verdadeiro percurso de natureza socioeducativa, com o qual pretendemos contribuir para o desenvolvimento integral de crianças e jovens, desenvolvendo a integração, espírito crítico e de iniciativa, sentido de responsabilidade e de organização, apoio na descoberta das suas capacidades e interesses, através de atividades sociopedagógicas e do estimulo de experiências culturais e recreativas múltiplas e diversas e da sensibilização e colaboração com a família na resolução dos problemas ínsitos ao desenvolvimento da criança, facilitando a conciliação da vida profissional dos pais com o acompanhamento das crianças e potencializando as relações entre a família, a instituição

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josé carlos costa Presidente

e a comunidade”, saliente o pároco José Carlos Costa, responsável pela instituição. “Um atendimento individualizado e a colaboração estreita com a família, numa partilha de cuidados e responsabilidades, em todo o processo evolutivo das crianças” pretende ser o coração do projeto pedagógico e uma mais-valia da instituição, sugere o padre José Carlos Costa.

“ Oferecemos um lar fora do seu lar” No que respeita às respostas sociais dedicadas à terceira idade, o Centro Social da Paróquia de Pousada de Saramago tem um leque abrangente, procurando colmatar as carências da população. Assim sendo, esta instituição de solidariedade social presta apoio a 15 idosos em regime de lar (estrutura residencial para pessoas idosas), e 30 em centro de dia, mas vocaciona grande parte da sua atuação para o serviço de apoio domiciliário (SAD) que serve 50 pessoas. “Ajudamos quem mais necessita. O nosso serviço de apoio domiciliário, busca promover a melhoria da qualidade de vida de pessoas e famílias, através da prestação de cuidados e serviços adequados às suas necessidades, no seu domicílio, com o objetivo de retardar ou evitar o recurso a estruturas residenciais e contribuir para a promoção da autonomia e a prevenção de situações de dependência”, salienta o padre José Carlos Costa. Para a prossecução destes objetivos, o SAD proporciona um conjunto diversificado de cuidados e serviços, em função das necessidades das pessoas, nomeadamente cuidados de higiene e conforto pessoal; higiene habitacional; fornecimento e apoio nas refeições; tratamento da roupa de uso pessoal do utente; atividades de animação e socialização,

designadamente, animação, lazer, cultura, aquisição de bens e géneros alimentícios, pagamento de serviços, deslocação a entidades da comunidade e outros serviços, designadamente: formação e sensibilização dos familiares e cuidadores informais para a prestação de cuidados às pessoas idosas; apoio psicossocial, de enfermagem e de fisioterapia; confeção de alimentos no domicílio e serviço de transportes. “Eu sou um defensor que o idoso deva permanecer no seu meio habitual de vida o máximo de tempo possível” refere José Carlos Costa. Este polo I do Centro Social funciona num edifício completamente novo, desde dezembro de 2013, construído ao abrigo do programa PARES, num investimento que rondou e um milhão e 100 mil euros. Para além, de todas as condições ao nível das infraestruturas, dispõem ainda de uma equipa com formação adequada e perfeitamente capacitada para dar resposta às variadas solicitações dos utentes. “Temos de ter equipas experientes e com excelente desempenho, dado que as instituições de solidariedade social são, paradoxalmente, o suporte familiar de muitas famílias,. Isto é, realizam tarefas familiares que a família não quer, não sabe ou não pode fazer”, frisa o pároco. O futuro do Centro Social da Paróquia de Pousada de Saramago passa por manter a instituição a funcionar nos moldes atuais, em estreita colaboração e articulação com as entidades oficiais, com o intuito de melhor alcançar o combater às desigualdades, otimizar os recursos disponíveis e melhorar os serviços à comunidade, privilegiando os grupos e pessoas mais desfavorecidos.



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Nova resposta social para a comunidade de Vermoim em 2015 centro social e paroquial de vermoim

Desde a sua fundação, há mais de cinco séculos, que as instituições de solidariedade social (IPSS) têm sido “porto de abrigo” para milhares de portugueses. Estas instituições nasceram do preceito cristão da caridade, e visam a ajuda aos mais necessitados e fragilizados pelos flagelos da sociedade.

josé carlos costa Presidente

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conjuntura económica frágil que o país atravessa acentua a importância e a necessidade de haver múltiplas respostas sociais, que possam de alguma forma, ir ao encontro das pessoas mais desfavorecidas e assim colmatar algumas das suas carências. Assim sendo, as instituições de solidariedade social desempenham um papel primordial e reconhecido por todos como fundamental no apoio às franjas da população mais desprotegidas. É neste contexto que em Vila Nova de Famalicão está em construção desde 2008 o novo Centro Social e Paroquial de Vermoim. A primeira pedra desta instituição foi lançada em 2008 e é um dos onze projetos sociais do concelho de Vila Nova de Famalicão aprovados no âmbito do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), do Ministério do Trabalho e da Segurança Social. “O espaço físico deste projeto é maravilhoso, penso que o arquiteto que projetou esta obra teve muita sensibilidade e atenção

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para com os futuros ocupantes da instituição” refere o pároco José Carlos Costa. Esta instituição terá uma estrutura física térrea, ampla e confortável, amplamente iluminada por luz natural e com capacidade para receber nas diversas valências dedicadas à pessoa idosa, com uma capacidade para cerca de 65 pessoas. A estrutura de lar, construída sob todas as normas exigidas sempre visando o conforto e o bem-estar dos seus utentes terá capacidade para acolher 20 ou mais idosos, em centro de dia estão projetadas instalações para receber 30 idosos e em serviço de apoio domiciliário (SAD) a instituição prevê apoiar cerca de 15 utentes. Este é um serviço cada vez mais solicitado pela população, uma vez que, retarda cada vez mais a institucionalização nas variadas respostas sociais que existem um pouco por todo o país. Assim, os benificiários do SAD podem usufruir de cuidados de higiene pessoal, alimentação, higiene da casa e tratamento das roupas, assim como, serviços

de enfermaria, o acompanhamento ou a realização de tarefas diárias, como a compra de medicamentos que facilitam em muito a vida desta franja da população. José Carlos Costas herdou, já na fase final, o projeto do Centro Social e Paroquial de Vermoim e, não obstante os constrangimentos financeiras, as expetativas são altas: “Atualmente o projeto encontra-se numa fase de certificação e se tudo correr dentro da normalidade prevemos a sua abertura dentro do primeiro trimestre de 2015, para contento de todos os interessados e realização das expetativas dos habitantes desta freguesia”. Com todas as condições em termos de estrutura física e equipamentos necessários esta instituição visa estar ao lado da população, procurando sempre responder e antever às suas necessidades. Para tal vai contar ainda com a colaboração de cerca de 20 funcionários que tornarão o dia a dia dos utentes mais preenchido e agradável.



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“Existimos para servir” santa casa da misericórdia de alcanede Desde a sua fundação, há mais de cinco séculos de existência, as Misericórdias têm sido “porto de abrigo” para milhares de portugueses. Estas instituições nasceram do preceito cristão da caridade, expresso nas 14 obras de bem-fazer: sete espirituais e sete corporais e a Santa Casa da Misericórdia de Alcanede não é exceção.

maria da conceição gaspar Provedora

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asceu em 1604 sob o preceito da ajuda aos mais necessitados, e nos últimos 13 anos Maria da Conceição Gaspar é o rosto desta instituição. Fundada em 1604 por D. Filipe com a designação de ‘Irmandade do Espírito Santo’, a Santa Casa da Misericórdia de Alcanede existe com o propósito de proporcionar e promover o bem-estar da população, estando especialmente vocacionada para idosos, com as valências de lar de idosos, centro de dia e apoio domiciliário. Após alguns anos de inatividade, a instituição voltou a ganhar vida pelas mãos do reverendo Padre António Augusto Gonçalves Diogo que contou com o apoio de toda a comunidade paroquial para a reativação da Santa Casa da Misericórdia de Alcanede em 1997.

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Do século XX até à atualidade “A criação de respostas sociais que melhorassem a qualidade de vida dos utentes, que criassem postos de trabalho e que de alguma forma contribuíssem para uma maior coesão social foram os principais objetivos que levaram a instituição a enveredar pelo projeto de adquirir umas novas instalações” salienta a provedora Maria da Conceição Gaspar. Com estas preocupações em mente, a Santa Casa da Misericórdia candidatouse a vários projetos financiados e recorreu ao crédito bancário para adquirir um edifício, onde foi necessário realizar obras de intervenção, local onde atualmente funcionam as valências de centro de dia e lar de idosos. “Foram criadas as condições para pudermos confecionar comida, aumentar a capacidade da lavandaria, assim como, o número de utentes” refere

a provedora. Relativamente ao projeto de inserção, foi permitido à instituição criar uma lavandaria, aberta à comunidade, que ao mesmo tempo assegura alguns postos de trabalho e gera receitas importantíssimas para a Santa Casa da Misericórdia. “Todos estes projetos foram conseguidos com muito esforço, porque a Santa Casa da Misericórdia não tinha receitas de lado nenhum, e portanto foi uma grande aventura e uma experiência muito positiva” revela a provedora. Com cerca de 30 funcionários, esta instituição do concelho de Santarém presta apoio a 23 utentes em regime de apoio domiciliário, onde são dados cuidados ao nível da alimentação, higiene pessoal e cuidados com o lar. Presta ainda apoio a 17 utentes em centro de dia e 35 utentes em lar. Ao nível das cantinas sociais a Santa Casa da Misericórdia de Alcanede tem-se revelado um parceiro importante, dado que, assegura diariamente o fornecimento de refeições a cerca de meia centena de pessoas. O banco alimentar e o banco de roupa constituem ferramentas importantes que esta instituição particular de solidariedade social tem à disposição das famílias mais carenciadas, neste local recebe os alimentos e as roupas, que posteriormente são distribuídos pelos mais desfavorecidos. A instituição dispõe ainda de duas carrinhas para prestar o apoio domiciliário e duas carrinhas de nove lugares para o transporte de utentes. “Nunca fechamos a porta a ninguém, e aparece aqui muita gente carenciada a todos os níveis” refere Maria da Conceição Gaspar. Esta antiga professora, que se carateriza pelo dinamismo e por uma energia inesgotável não para, e tem já em mente novos projetos para a Santa Casa da Misericórdia de Alcanede. Um deles passa pela construção de uma unidade vocacionada para as demências, como o alzheimer, um projeto que ainda está a começar.


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“Do renascer à afirmação” plasmeriz Esta é, talvez a melhor forma de descrever a Plasmeriz. Fundada em 1986, esta fábrica de plásticos esteve na iminência de encerrar em 2013, aquando a sua insolvência foi inevitável. Adquirida por um grupo empresarial de renome, a Plasmeriz tem ‘renascido’, ganho uma nova vida e afirmando-se, novamente, como uma das melhores empresas do setor.

alírio mota Diretor Geral

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alar em Plasmeriz é falar numa referência em Portugal no setor de transformação de plásticos, nomeadamente embalagens plásticas, polietileno e polipropileno biorientado em filme. Alírio Mota é o diretor geral e um dos novos rostos da Plasmeriz. “No grupo, temos a filosofia de nunca recorrer a empresas externas para satisfazer as nossas necessidades. Como uma das atividades a que estamos ligados tem necessidade deste tipo de produtos, nomeadamente embalagens e sacos de plástico, quando surgiu a oportunidade de adquirir a Plasmeriz, nem pensamos duas vezes”, explica-nos.

Postos de trabalho garantidos Se, inicialmente, os trabalhadores estavam um pouco apreensivos com a nova gerência e modo de gestão, atualmente tal não acontece e confiam plenamente na mesma. “Todos os postos de trabalho foram mantidos. Inclusivamente, estamos a contratar novamente trabalhadores que já estiveram na Plasmeriz mas que foram dispensados pela antiga administração. Optamos por esta estratégia porque se tratam de pessoas já com experiência no ramo, pelo que não se coloca a necessidade de darmos formação de base”.

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Outras medidas já foram igualmente implementadas, em prol de todos os funcionários, como é o caso da recuperação das instalações. Toda a área comercial, administrativa e de gabinetes já está completamente remodelada, estando neste momento a decorrer obras na cantina. “Queremos tornar a mesma um local mais agradável, de convívio, onde as pessoas, além de fazerem as suas refeições, possam descontrair um pouco e conviver entre colegas”.

Internacionalização Depois da consolidação da Plasmeriz, o próximo patamar a alcançar passa pela internacionalização da empresa. “O primeiro mercado que pretendemos conquistar é o espanhol, por uma questão estratégica de proximidade”, diz Alírio Mota. Segue-se o resto da Europa e os PALOPs para esta empresa de Famalicão que, tal como uma Fénix, está a renascer das cinzas, afirmando-se novamente no mercado nacional.

Produtos de Excelência Os produtos criados pela Plasmeriz têm várias aplicabilidades, sendo a mais comum os sacos de

plástico. Estes são sacos de alta qualidade, que podem ser totalmente personalizados, de acordo com as necessidades de cada cliente. Filmes, mangas e sacos, desenvolvidos para acondicionar pequenas ou grandes porções de produtos usados na área alimentar. Todas as matérias primas e auxiliares utilizados na fabricação de materiais plásticos para contacto com géneros alimentares são aprovados pelo FDA.

Produção Certificada Todos os métodos de produção dos trabalhos realizados pela Plameriz seguem os parâmetros normativos exigidos pelas certificadas como, aliás, acontece desde sempre. “Apesar de sermos uma nova administração, nunca foram alteradas as formas de produção, ou seja, continuamos a produzir de acordo com o exigido pelas certificações, nomeadamente a ISO 9001”. O nosso interlocutor faz questão de ressalvar que, mesmo em insolvência, a Plasmeriz teve sempre clientes e encomendas. “Aqui o problema, na minha opinião, foi mesmo uma gestão incorreta, uma vez que a Plasmeriz foi sempre reconhecida pela extrema qualidade dos nossos produtos. Obviamente que alguns clientes se perderam mas, felizmente, já os tornamos a recuperar”.


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