JANSSEN PORTUGAL
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JANSSEN PORTUGAL
QB CONCEPT
“O QB CONCEPT É UM EXEMPLO DE SUPERAÇÃO” Sérgio, Andreia, Daniela e João Piscarreta, sócios-gerentes
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ÍNDICE
EDITORIAL
Março 2019
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ÕTAKA RESTAURANTE A COZINHA NIKKEI CHEGOU A SÃO MIGUEL
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4 MARAVILHAS DA MESA DA MEALHADA 26 VIRGÍLIO DOS LEITÕES A Rota do leitão nas mãos de quem quer ser e servir cada vez melhor 38 TERMAS DE LUSO Termas de Luso: o equilíbrio entre o corpo, a mente e a alma
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AÇORES ESPECIAL PONTA DELGADA 50 AGÊNCIA DE VIAGENS MELO Viajar com confiança
78
MULHERES LÍDERES 84 IN2ACTION Empreendedorismo na base da In2action 87 CASA ERMELINDA FREITAS Onde o sucesso se faz… no feminino
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TURISMO RURAL E GASTRONOMIA 126 MUNICÍPIO DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO Figueira de Castelo Rodrigo recebeu visita de António Costa
E aqui está mais uma edição da Revista Business Portugal, representando o país, de norte a sul. São várias as temáticas que encontrará na edição de março. O Leitão da Bairrada, um dos sabores mais típicos da região centro é um dos temas centrais desta nossa edição. Água, pão, vinho e leitão, são estas as quatro maravilhas da Mealhada que nos levaram até à região. Uma vez mais, viajamos de Vila Nova de Gaia até ao Algarve, onde encontramos empresários com conceitos inovadores e de excelência nas áreas onde atuam. Turismo e gastronomia continuam a ser o principal enfoque do sul do país, mas também as energias alternativas e as seguradoras integram este especial. O setor da moagem e transformação está também em realce. Um setor que, nos últimos anos, esteve em decréscimo em Portugal e que, ultimamente, tem ganho um novo ânimo graças aos jovens empresários portugueses que têm apostado em fazer renascer as pequenas moagens pertencentes às suas famílias e que estavam, em alguns casos, já encerradas ou prestes a fechar portas. E porque março é o mês da mulher por excelência, apresentamos os melhores exemplos de liderança pelas mulheres nacionais, mulheres essas que tiveram que demonstrar em dobro as suas capacidades para se provarem capazes de ocupar os cargos máximos das entidades em que trabalham. ‘Portugal Criativo’ tem sido um tema recorrente na Revista Business Portugal. E porquê? Porque somos, de facto, um país inovador e de inovadores, onde novas ideias de negócio surgem a todo o instante e a sua revista empresarial é feita, maioritariamente, de boas ideias! Isto e muito mais para ler na edição de março da Revista Business Portugal!
FICHA TÉCNICA Propriedade: Guidetarget, Lda Diretor: Fernando Silva Direção Editorial: Diana Ferreira (diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt) Direção Gráfica: Vanessa Martins (vanessa.martins@revistabusinessportugal.pt) Corpo Redatorial: Ana Miguel Lopes, Diana Correia, Jorge Teixeira, Laura Azevedo, Maria Garcia, Maria Joana Costa, Marisa Ventura, Sara Freixo, Sara Oliveira, Teresa Mata, Vera Pinho Secretariado: Paula Assunção (paula@revistabusinessportugal.pt) Direção Comercial: José Moreira Dep. Comercial: Eduardo Nunes, Fernando Lopes, Isabel Brandão, José Luís Basto, Luís Pinto, Luís Silva, Manuela Nogueira, Rui Moreira (geral@revistabusinessportugal.pt) Redação e Publicidade: Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15, 9ºandar, sala 9.4 4400-134 – Mafamude / +351 223 754 806 Distribuição: Distribuição gratuita com o jornal Público / Dec. regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Periodicidade: Mensal março 2019
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DESTAQUES 6 EC TRAVEL “A EC Travel é uma lição de vida” 8 QB CONCEPT “O QB Concept é um exemplo de superação” 12 GUERREIROS SEGUROS “Os seguros são todos iguais, a diferença está nas pessoas” 16 ÂMAGO-ENERGIA INTELIGENTE No Âmago da Eficiência Energética
ALGARVE TURISMO E DESENVOLVIMENTO Cenários idílicos para desfrutar! A diversidade da Natureza é, definitivamente, uma das maiores riquezas do Algarve. Facilmente pode movimentar-se nas diferentes nuances de um mesmo mundo. Do litoral à serra algarvia, há toda uma diversidade possível de explorar de formas, também elas, diferentes. Na orla costeira, um sistema ecológico de espantosa biodiversidade – desde aves autóctones, com ninhos entufados, aos moluscos e crustáceos que representam a principal fonte de rendimento dos marisqueiros do sul – convida a uma observação mais atenta durante agradáveis passeios pedestres. Longe das extensas praias e das arribas abruptas, o verde garrido mistura-se com as tonalidades castanhas da terra na vasta extensão do Barrocal, que abre as portas de outro Algarve aos visitantes, coberto de laranjais e de pomares de figo, alfarroba e amêndoa. E também aqui há trilhos por desbravar. Léguas de paisagens de características geológicas especiais – xisto e rocha aparentada ao granito – para serem desfrutadas na calmaria da serra, entre amigos ou em família. O tecido empresarial da região adapta-se à realidade da mesma, apostando no turismo e gastronomia, entre outras vertentes como a engenharia e construção. Conheça mais na edição de março da Revista Business Portugal.
ERRATA: Na última edição, na página 68 referimo-nos à Progescom como Progelcom, aos visados apresentamos as nossas desculpas. 8 | Revista Business Portugal março 2019
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EC TRAVEL
“A EC TRAVEL É UMA LIÇÃO DE VIDA” Já lhe chamaram o Mourinho do Turismo e o epíteto assenta bem. Eliseu Correia criou a EC Travel em 2010, numa altura em que tudo, desde o mercado às expectativas de compra no setor do turismo, estava em queda acentuada. Com base na confiança que tinha granjeado ao longo dos anos a trabalhar neste setor, no profissionalismo da sua equipa – a quem apelida de Galáticos – e no slogan ‘fazer mais, com menos e mais rápido’, Eliseu Correia conseguiu criar uma filosofia dentro da empresa que a fez ser, por várias vezes, PME Líder e Excelência, ganhar repetidamente o Prémio de Melhor PME na área de Serviços e ser distinguida como uma das melhores empresas para trabalhar em Portugal.
N
Eliseu Correia, administrador
uma conversa intimista, o CEO da empresa explicou o porquê de ter investido numa empresa própria, e as razões que o levaram a fazê-lo, após mais de 20 anos a trabalhar no setor do turismo. “Há pessoas que são empreendedoras e criam logo a sua empresa, dispensando a necessidade de trabalhar para outros, mas comigo não foi assim. Comecei a trabalhar em restauração, quando ainda era adolescente e depois enveredei pela área do turismo. Trabalhei durante algum tempo numa empresa de aluguer de viaturas, onde tinha um bom salário e um bom ambiente de trabalho, mas a verdade é que aquele trabalho já não me preenchia. Foi por isso que arrisquei e fundei a EC Travel”.
Uma empresa única A EC Travel é uma DMC (Destination Management Company), uma empresa de incoming, cujo posicionamento no mercado a distingue das restantes empresas do setor. “Quando quis fundar a empresa, tinha de perceber se havia espaço no mercado para mim e posicionei-me como sendo uma empresa média, no setor das DMC. Existem as empresas muito grandes e as muito peque-
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nas, e depois existe a EC Travel. Não há mais nenhuma igual, porque queremos ter como clientes aqueles operadores que ainda não são muito grandes, mas que querem crescer. O nosso slogan é ‘fazer mais, com menos e mais depressa’, para conseguir combater precisamente as dificuldades sentidas por DMC maiores, que têm um serviço mais lento, dada a sua dimensão, e oferecer preços mais competitivos, porque temos mais capacidade de compra, que é algo que as DMC mais pequenas não conseguem ter”. A empresa de Eliseu Correia não efetua serviços para retalhistas ou para o consumidor final, apenas vende pacotes de serviços a operadores turísticos offline e online, grossistas, que depois os vendem a retalhistas e consumidor final: “um operador estrangeiro vem falar comigo e pede-me 400 hotéis, sendo que 100 seriam no Algarve, outros 80 noutra região do país e outros noutros lugares do país. Além disso, pede-me também que, destes hotéis, 150 sejam de cinco estrelas, 50 de quatro e 200 de três estrelas. O que a minha equipa faz é construir um pacote que respeite estas especificações e vender-lho”. Para isso, a EC Travel investe anualmente cerca de três a quatro milhões de euros em compra de camas, em todos os locais em que está presente. “A EC Travel
EC TRAVEL
Com oito anos completos, a EC Travel já venceu todos os prémios possíveis, nomeadamente os de PME Líder e Excelência, e já por várias vezes foi considerada a melhor PME de Serviços e uma das melhores empresas para trabalhar
nasceu e cresceu no Algarve, mais propriamente em Faro, pela proximidade com Montenegro, que é a minha terra, tendo-me mudado para Olhão há quatro anos, por isso é natural que o peso da operação esteja concentrado aqui, mas estamos presentes, fisicamente, na Madeira, em Lisboa e no Porto, e estes três últimos mercados estão em franca ascensão, face ao algarvio, que já não tem muito mais por onde crescer”.
“As pessoas são 90 por cento do sucesso da EC Travel” Quando Eliseu Correia criou a empresa, quis criar uma filosofia de trabalho muito própria, deixando de fora tudo aquilo que tinha aprendido de errado: “trouxe para a empresa valores como a amizade, a transparência, a honestidade, o respeito e a proximidade entre as pessoas. Eu não sou ‘patrão’, sou quem atrai as atenções para que a minha equipa possa trabalhar à vontade. Somos uma família e aqui
ninguém fica para trás. Estou sempre disponível para os defender”. A equipa da EC Travel tem, no total, 21 pessoas, mas o CEO deixa claro que a empresa é muito maior que isso. “A EC Travel é feita daqueles que aqui trabalham todos os dias, e que são os meus Galácticos, mas também daqueles que confiaram em nós desde o início, e nos apoiaram para podermos crescer. Temos a obrigação de retribuir à sociedade aquilo que ela fez por nós e é por isso que a responsabilidade social é tão importante”. A EC Travel apoia em permanência mais de 13 causas sociais, nas áreas do desporto, da cultura, do apoio social a crianças e idosos e na saúde: “vamos ter agora a MamaMaratona, em conjunto com a Associação Oncológica do Algarve, da qual somos patrocinadores e apoiamos repetidamente pessoas que precisam de ajuda para tratamentos caros e indispensáveis, aquisição de equipamentos de saúde e cadeiras de rodas, por exemplo. A responsabilidade social faz parte da filosofia da EC Travel e os próprios colaboradores trazem-nos casos para ajudarmos”. Como explicação para este empenho, Eliseu Correia lembra um acordo que fez com Deus: “combinei com Ele que, caso a empresa tivesse sucesso, que uma parte desses lucros seria destinado a ajudar quem precisav, porque acredito que aquilo que nos sobra, faz falta a alguém. Ele tem
cumprido a parte Dele, e eu também”. Frenético, Eliseu Correia pensa e faz acontecer muito rápido. “Às vezes, tenho que me desculpar com a minha equipa, porque eu acredito que eles estão a perceber o meu raciocínio quando, na verdade, eu só lhes disse metade. Tenho necessidade de viver, de fazer acontecer. Percebi, depois de perder a minha mãe quando tinha 14 anos, de forma repentina, que a vida não avisa quando vai acabar, por isso enquanto cá estiver quero garantir que faço tudo o que posso e que não deixo nada por dizer. Falo com Deus todos os dias, para ver se ele me dá mais um dia para continuar a realizar projetos”. Com oito anos completos, a EC Travel já venceu todos os prémios possíveis, nomeadamente os de PME Líder e Excelência, e já por várias vezes foi considerada a melhor PME de Serviços e uma das melhores empresas para trabalhar. Para Eliseu Correia, o fundamental é que isso não deslumbre a equipa, nem lhes permita facilitar. “Podemos sempre melhorar, e trabalhamos todos os dias para continuar a crescer. O ano passado faturámos 33 milhões e temos crescido desde que nascemos. Este é o nosso caminho”.
WE MAKE IT EASY! WWW.EC-TRAVEL.PT março 2019 Revista Business Portugal | 11
QB CONCEPT
“O QB CONCEPT É UM EXEMPLO DE SUPERAÇÃO” O QB Concept é uma marca portuguesa, criada por Andreia e Sérgio Piscarreta, Daniela e João Piscarreta, dois casais, unidos por laços familiares, que se aventuraram na criação de um novo conceito de restauração em centros comerciais. Presentes em Tavira, Guia e Portimão, as lojas QB Concept são um sucesso, ao ponto de já se equacionar franchisar o projeto. Porém, antes disso, os quatro sócios passaram por um rigoroso e exigente processo de criação de marca e fidelização de clientes, que só ultrapassaram porque acreditaram sempre que o projeto seria vencedor.
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s quatro sócios receberam a Revista Business Portugal na primeira loja que abriram, localizada no centro comercial Tavira Gran-Plaza. Nenhum deles estava ligado a projetos de restauração – Andreia, Sérgio e João têm formação em Gestão, Daniela em Turismo e Marketing – mas o empreendedorismo falou mais alto. O projeto pioneiro pertence a Andreia e Sérgio Piscarreta, que apostaram num franchising de uma marca de fast food Portuguesa já consolidada. “A Andreia já trabalhava na sede desta marca de fast food e foi lá que nos conhecemos, porque eu trabalhava para uma empresa associada a essa marca”, explica Sérgio. “Pouco tempo depois de começarmos a namorar, já pensávamos em abrir um negócio em conjunto, porque sempre fomos empreendedores e queríamos ter um projeto nosso. No início não foi fácil e deparamo-nos com algumas dificuldades”. Porém, não desistiram e, numa passagem por Tavira, tomaram conhecimento de que o centro comercial estava em construção e havia vagas para lojas. “Contactámos imediatamente o centro comercial, que ficou interessado na nossa proposta. Apresentámos esta nova ideia à marca e conseguimos levar o projeto avante. Abrimos esta loja em 2009, com a ajuda de um Fundo Comunitário. O primeiro ano foi difícil, a mudança para uma nova cidade, a adaptação à gestão de um negócio, muitas horas de trabalho para garantir que tudo corria como nós queríamos, acompanhando de perto toda a operação para garantir o sucesso”. Daniela e João acabavam por passar muitos fins de semana em Tavira, para estarem mais próximos de Andreia e Sérgio: “foi um ano intenso, uma aposta grande do meu irmão e da minha cunhada e nós fomos acompanhando de perto a evolução do negócio”, lembra João. 12 | Revista Business Portugal março 2019
QB CONCEPT
O nascimento do QB Concept Durante o primeiro ano de vida do projeto de Andreia e Sérgio, uma das lojas no food court do centro comercial ficou livre para comercialização. Viram aí uma oportunidade para trazer para perto de si João e Daniela. “Estávamos insatisfeitos com os nossos trabalhos. Não tínhamos mais por onde evoluir e queríamos mudar. Vimos uma oportunidade de trabalho para a Alemanha, que iria funcionar quer para mim, quer para o João e estávamos a pensar emigrar. O Sérgio e a Andreia não gostaram muito da ideia e, quando surgiu a vaga numa das lojas, propuseram-nos abertura de um projeto em conjunto”, explica Daniela. Sérgio acrescenta que, além de querer o irmão e a cunhada por perto, acreditava também que haviam outras oportunidades de negócio naquele espaço comercial aliando a vinda deles para Tavira à oportunidade existente no food court nasceu o qb Concept. “Queríamos criar um conceito de comida caseira, com o qual as pessoas se identificassem, mas na verdade nem sabíamos muito bem o que isso representava. Começámos por querer fazer a comida em casa, para provarmos tudo e decidirmos o que iríamos vender, mas somos quatro e todos têm opiniões diferentes, por isso, acabámos por decidir ter ingredientes frescos e naturais e permitir aos clientes criar os seus próprios pratos”, relembra Daniela. O conceito do qb Concept nasceu em março 2013 e passava por ter três opções – massas no wok, saladas e baguetes. Os clientes podiam escolher todos os ingredientes que usavam na confeção, quer do seu prato de massa, quer da sua salada, ou baguete, o que proporcionava uma escolha grande e uma variedade de combinações sem fim. “O nosso objetivo era que as pessoas que viessem comer regularmente ao centro comercial, pudessem construir os seus pratos e acabassem por nunca repetir uma refeição, mas essa ideia revelou-se um desafio”, recorda João. “A ideia não passava para o público. As pessoas chegavam à loja,
“Já temos o manual e o plano de negócios para franchisados preparados” viam os cerca de 40 ingredientes que tínhamos disponíveis – através de uma vitrina para expor os produtos, que também foi uma inovação neste espaço – e não entendiam o conceito”, conta Andreia. “Era uma frustração muito grande, porque investíamos muito tempo na preparação dos ingredientes. Todos os produtos eram frescos, cortados e preparados no próprio dia, na loja. Tínhamos dois momentos de preparação – de manhã e à tarde – e só parávamos para servir os almoços e os jantares e, depois, para as limpezas obrigatórias. Como o cliente tinha que construir o seu próprio prato e não dávamos sugestões, era frustrante que as pessoas não percebessem o conceito que nós achávamos inovador”, explica Andreia. O primeiro ano de qb Concept foi muito duro para os quatro sócios. O investimento tinha sido grande e o retorno não estava a ser o esperado: “a sensação que tínhamos, no final do primeiro ano, era que ou mudávamos tudo, ou fechávamos. Não foi fácil, deu origem a muitas discussões, dificuldades, recebemos muitas críticas e sentíamos que não estávamos a comunicar a ideia como devíamos. Ainda assim, acreditávamos no projeto e foi, por isso mesmo, que voltámos a tentar”, recorda Sérgio.
O renascimento do QB Concept Depois de muitas noites sem dormir e algumas desilusões pelo caminho por não saberem como se posicionar no mercado, os quatro sócios resolveram não desistir do projeto com que tinham sonhado. “Em 2014, com o apoio de um vale empreendedorismo fizemos uma nova aposta na marca. Após várias reuniões, março 2019 Revista Business Portugal | 13
QB CONCEPT concluímos que a grande falha estava na comunicação. Por isso, resolvemos redesenhar a marca, incluindo o logótipo, mudar as cores e fazer as pessoas perceberem que não queríamos estar associados à ideia de comida light, mas sim a uma comida criativa, de qualidade, com a qual dava para inovar”, conta Daniela. De verde e branco, o logótipo passou para laranja e castanho, cores associadas à terra e à naturalidade e origem dos produtos que vendem. “Além desta mudança, percebemos também que precisávamos de criar menus com sugestões, receitas testadas e aprovadas por nós, para ajudar o cliente na sua escolha. Propostas simples mas igualmente saborosas
“Estamos a estudar várias hipóteses para no próximo ano estarmos presentes em Lisboa e Porto” e com a mesma qualidade”, diz João. Assim, o qb Concept passou a ter dois tipos de menus distintos – o qb Menu, onde o cliente continua a poder escolher os ingredientes e, em três passos, montar o seu prato, ou o Go Menu, onde o cliente pode escolher entre as sugestões de receitas já preparadas e sugeridas pela equipa qb Concept. “A ideia seria manter a essência da nossa marca, mas também facilitar o cliente no processo de escolha, através das nossas sugestões – Go Menu. A mudança foi um sucesso e, finalmente conseguimos ter uma posição clara junto do público e dar a conhecer às pessoas a marca qb”, esclarece Andreia. As massas utilizadas na cozinha das lojas qb Concept são todas preparadas num wok, de acordo com os padrões de cozinha portugueses, o que garante um sabor único ao prato. “Não queremos ser associados ao conceito asiático na preparação das massas, mas sim a uma comida caseira, com sabor português confecionada no wok. Estas são, aliás, o nosso ex-libris”, clarifica Sérgio. “Percebemos no verão, mesmo com outras opções, nomeadamente as saladas, que o nosso produto ‘estrela’ eram as massas, porque nem nessa época de maior calor o seu consumo diminuiu”, diz Andreia.
O Go Menu tem seis opções já preparadas. Nas massas, pode escolher entre Carbonara, Italiana, Nápoles,4 Queijos, Oriental e Campestre. Nas saladas, também existem seis opções – Mediterrânea, Atum, Americana, Algarve, Nórdica e Vegetariana. Se optar por uma baguete, existe a de Atum, Delícias, Frango, Clássica e Salmão. Se preferir montar o seu próprio prato, é só seguir três passos: escolher a base (o tipo de massa, salada ou pão), optar por cinco dos mais de 40 ingredientes existentes (quatro verdes e um vermelho) e escolher o molho frio ou quente que quer que acompanhe o seu prato. Os molhos que acompanham os pratos são outra particularidade do qb Concept, pois são todos feitos na loja e originais. “Inicialmente, tínhamos optado por encomendar os molhos a empresas externas, mas eram tão maus que decidimos prepará-los em casa. Fomos fazendo experiências, até que os molhos estivessem do nosso agrado. Foi mais de um ano de trabalho, desde o início do projeto, até à sua reformulação. Agora, temos as receitas oficializadas e não existem molhos iguais aos nossos no mercado”. Existem seis molhos qb – carbonara, 4 queijos, agridoce, tomate, cogumelos e natas – pontualmente aparecem novas criações.
A família qb Concept João, Daniela, Sérgio e Andreia Piscarreta, sócios-gerentes
Uma marca é feita das pessoas que nela acreditam e trabalham. No caso do qb Concept, os colaboradores são fundamentais e os quatro sócios reconhecem a sua importância: “a todos os colaboradores que formamos, tentamos sempre explicar o quão fundamental são determinados valores para podermos oferecer um serviço de excelência
“A grande carga fiscal aplicada às empresas cria grandes dificuldades no crescimento” 14 | Revista Business Portugal março 2019
QB CONCEPT ao cliente. A simpatia, o brio profissional, o ‘vestir a camisola’, fazem parte dos padrões de serviço do qb”. Com três lojas abertas, os colaboradores já são cerca de 30, o que aumenta a complexidade da gestão dos recursos humanos. “Nós temos sempre o processo de recrutamento aberto, porque o facto de trabalharmos em shoppings obriga-nos a uma rotação de pessoal muito grande, para cumprir todos os turnos. No verão, há a necessidade de aumentar substancialmente os colaboradores e, se não os tivermos já preparados, torna-se muito complicado”, revela João. Aliado à dificuldade na gestão diária dos colaboradores, existe ainda a grande
PRIMEIRO LAYOUT - LOJA DE TAVIRA
carga fiscal aplicada às empresas portuguesas, que cria ainda maiores desafios. “Gostamos que os nossos colaboradores se sintam estimados e queremos reconhecer o trabalho que fazem. Um exemplo sobre a carga fiscal elevada são as taxas sobre os prémios e incentivos. Os prémios de produtividade não deveriam ser taxados, a carga fiscal que inside sobre os mesmos torna-se desmotivante para ambas as partes. Temos muitos casos em que, apesar de pagarmos mais, a pessoa acaba por receber menos, devido aos descontos”. “As margens para quem trabalha na restauração em shoppings são muito pequenas e os impostos a que estamos sujeitos são muito elevados o que cria um obstáculo ao crescimento das empresas”, esclarece Sérgio.
O crescimento do projeto e a aposta no franchising Depois da reformulação da loja de Tavira, o conceito começou finalmente a ganhar público fidelizado, o que fez com que os sócios desenvolvessem uma ação de marketing através de um cartão de fidelização. Quando o cartão estiver totalmente carimbado, têm direito a uma refeição gratuita. “As pessoas começaram finalmente a reconhecer-nos, enquanto marca e enquanto mais-valia na alimentação de um centro comercial. Trazemos boas opções, saudáveis no que respeita à qualidade e frescura dos ingredientes e com opções que agradam a toda a família. Essa fidelização dos clientes foi fantástica. Neste momento, as pessoas já vêm à praça da alimentação para vir comer ao qb Concept, e dizem mesmo que vão comer às massas, e é desta forma que nos temos vindo a destacar com este produto diferenciador”, revela, orgulhosa, Daniela. Graças ao sucesso e aos bons resultados da marca, em 2016 receberam propostas de outros centros comerciais para que pudessem dar a conhecer o qb noutros locais. Assim, em maio de 2016 abriu a loja qb Concept no AlgarveShopping situado na Guia – Albufeira, e em setembro, do mesmo ano, nasceu outra unidade no Centro Comercial Continente em Portimão. “Desde então não abrimos mais nenhuma loja, não por não termos oportunidades, mas sim porque decidimos que a marca precisava de amadurecer. Neste momento, a nossa estratégia de negócio passa por um crescimento sustentado, com a abertura de mais unidades próprias, de forma a testar a marca noutros contextos, para de seguida avançar com um modelo de negócio em franchising. Já temos o manual e o plano de negócios para franchisados preparados, no entanto, acreditamos que ainda conseguimos simplificar e definir melhor os processos de forma a tornar o negócio mais simples e rentável para
quem vier a apostar na marca qb Concept. Queremos que os nossos parceiros sejam um de nós e que tenham um negócio pensado ao pormenor”. Um dos objetivos passa por centralizar a preparação dos alimentos, para depois os distribuir pelas lojas. Sérgio explica que este passo requer algum investimento, mas para isso será necessário a abertura de mais lojas: “estamos a estudar várias hipóteses para no próximo ano estarmos presentes em Lisboa e Porto. Dois mercados que são, para nós, fundamentais para o
NOVO LAYOUT - LOJA DA GUIA
crescimento do qb. Perspetivamos até 2024 chegarmos às 20 lojas. Por enquanto, a curto prazo vamos continuar a consolidar a marca, tendo sempre presente os valores, qualidade, frescura, rapidez e simpatia qb Concept”.
“Perspetivamos até 2024 chegarmos às 20 lojas” TAVIRA Tavira Grand-Plaza Rua Almirante Cândido dos Reis, n.° 247 8800-318 Tavira GUIA AlgarveShopping Shopping Lanka Parque Comercial e Industrial do Algarve, Lote R, Fracção 3, 8200-417 Guia PORTIMÃO Centro Comercial Continente Avenida V6 1, 8500-510 Portimão Telefone: 281 328 376
www.qbconcept.com
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GUERREIROS SEGUROS
“OS SEGUROS SÃO TODOS IGUAIS, A DIFERENÇA ESTÁ NAS PESSOAS” No mercado desde 1997, a GUERREIROS seguros é uma empresa conhecida pela sua proximidade e capacidade de ajudar os seus clientes quando estes necessitam dos seguros. Afirmam mesmo que os Guerreiros existem para proteger e defender os seus clientes.
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reocupados em encontrar as melhores soluções para os seus clientes e que se orgulham de nunca ter tido qualquer problema, no que respeita à insatisfação ou à falta de acompanhamento de quem confia nos seus serviços. Vítor Hugo Guerreiro é o mentor por detrás deste projeto e foi com ele que a Revista Business Portugal esteve à conversa, na loja da empresa, em Faro. Vítor Hugo, como é mais conhecido, já contava com sete anos de experiência na área dos seguros quando decidiu abrir a sua própria empresa. Inicialmente, a GUERREIROS seguros nasceu na baixa de Faro, e contava apenas com Vítor e uma secretária: “comecei o meu percurso nos Cabos Especialistas da Força Aérea Portuguesa, mas depressa percebi que a carreira militar não era uma boa opção. Quando acabei o meu período na Força Aérea, enveredei por um curso de formação patrocinado pela União Europeia, de Técnico de Gestão Empresarial, e com o mesmo aprendi bastante na área da Gestão, como Economia, Fiscalidade, Direito, Contabilidade e Analítica, entre outras. Quando saí de lá, tinha trabalho numa empresa de infraestruturas elétricas, que trabalhava exclusivamente para a EDP e os CTT. Foi nessa empresa que nasceu a minha vertente comercial, porque depois
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Vítor Hugo Guerreiro, administrador
de ter agilizado todo o departamento de gestão, disse à gerência que devia criar uma área comercial, para conseguir angariar clientes privados e acabar com a dependência excessiva dos únicos dois clientes institucionais”. Quando um antigo colega seu se apercebeu da vertente comercial de Vítor, falou dele a uma seguradora, que o contactou de imediato. “Tratava-se de uma seguradora espanhola que estava a entrar no mercado português. Davam-me excelentes condições e teria o meu próprio espaço para trabalhar, podendo gerir os meus clientes. Fiz, então, uma formação intensiva em Lisboa e depois voltei para o Algarve, onde tive um sucesso quase imediato”. Vítor ficou na Mapfre Vida durante um ano, seguindo depois para a Generali, onde se formou nos Ramos Reais. Surgiu a oportunidade para integrar numa mediadora de seguros, mas que só trabalhava com os seguros do próprio grupo ao qual pertencia: “fiquei aí cinco anos, e alarguei o negócio a outros clientes fora do grupo, para tornar a empresa mais independente. Findo esse período, e continuando a quer criar condições diferenciadas para aconselhar e assistir os meus clientes, decidi que já era altura para abrir a minha própria empresa e foi o que fiz”.
GUERREIROS SEGUROS
O início de uma empresa de confiança e proximidade. Quando abriu a GUERREIROS seguros, Vítor Hugo já tinha muitos clientes no mundo dos seguros, a maioria empresas. Ainda assim, a prospeção para a sua própria empresa fez-se necessária e Vítor voltou a percorrer as empresas algarvias, para angariar clientes. “Abri a GUERREIROS em finais de 1997 e dois anos depois já tive a necessidade de mudar de local, porque
Vendemos algo intangível, é como vender uma ideia a alguém. Se vendêssemos um produto físico, teríamos esse produto para mostrar e demonstrar as potencialidades dele, as suas características físicas. No nosso caso, enquanto consultores de seguros, não temos nada a não ser os conhecimentos técnicos e teóricos sobre a cobertura e a proteção que estamos a propor passei à fase em que queria que os meus clientes viessem ter comigo – eu já não tinha capacidade de os visitar a todos e queria ter um espaço para os receber e acolher, queria ainda aumentar a oferta a clientes particulares. Assim, mudei-me para esta avenida, uma das principais de Faro, onde os meus clientes têm estacionamento à porta e são recebidos numa loja de seguros, perfeitamente enquadrada na nossa filosofia”. Vítor Hugo era atento às necessidades dos clientes e a confiança que passava prevalece ainda hoje: “vendemos algo intangível, é como vender uma ideia a alguém. Se vendêssemos um produto físico, teríamos esse produto para mostrar e demonstrar
as potencialidades dele, as suas características físicas. No nosso caso, enquanto consultores de seguros, não temos nada a não ser os conhecimentos técnicos e teóricos sobre a cobertura e a proteção que estamos a propor. Temos de conseguir explicar aos clientes que situações estão cobertas pelo seguro e a nossa capacidade de criar confiança com o cliente”. Também este último requisito tem-se revelado fidelizador, pois as pessoas não têm de perceber de seguros, de garantias ou coberturas, querem sim estar protegidas e acompanhadas por alguém que as entende e as ajuda a proteger. “Existem comissionistas que en-
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GUERREIROS SEGUROS
fiam seguros aos clientes com a bandeira do preço. Também existem algumas formas de distribuir os seguros que não têm qualquer capacidade de aconselhamento, pois nalguns casos nem formação adequada eles têm. Os seguros são demasiado importantes na vida da pessoas, das suas famílias e também nas empresas, por essa razão não podem ser mais um produto que aviamos aos clientes.” O Vitor referia-se às entidades bancárias, alguns concessionários automóveis, aos centros comerciais e outros, que de forma fácil vão “canibalizando os seguros”. Vítor Hugo reconhece que seria importante a existência de um curso universitário na área dos Seguros, como existe para o setor da Banca, que permitiria aos consultores profissionais especializarem-se na sua área de trabalho e, aos clientes, terem a segurança para poder exigir um trabalho de informação, venda e assistência, competente e correto: “a falta de profissionalismo de quem vendia os seguros foi sempre um grande problema nesta área. Quem vendia nem sempre sabia exatamente o que estava a vender e isso descredibilizava o setor dos seguros. Quando um sinistro acontecia, afinal não estava previsto nem coberto pela apólice. Isso criou nos clientes uma desconfiança generalizada face à aquisição deste tipo de produtos”. Um outro problema prendia-se com o posicionamento das seguradoras e dos gestores de sinistros, estavam focados nas exclusões e na forma de não enquadrar nas cobertu-
Saiba mais em www.guerrei ros. pt
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Vítor Hugo Guerreiro (ao centro) e equipa
ras do seguro, para não pagar ao cliente: “atualmente, esse posicionamento mudou radicalmente e, em todas as companhias de seguros, o cliente está no centro do serviço. O propósito principal é manter o cliente satisfeito e, preferencialmente, proporcionar proteção para os riscos que todos os dias estamos expostos”.
A mudança da mentalidade portuguesa Em Portugal, os seguros sempre foram vistos como uma despesa necessária, pelo que a população adquiria apenas as apólices absolutamente necessárias. “Os portugueses só compravam os seguros obrigatórios, enquanto os europeus têm por hábito fazer seguros para tudo e para qualquer coisa. Atualmente, a população já começa a ver as companhias de seguros de uma outra forma, e grande parte dos clientes particulares que tenho já são clientes multi-apólice”. A GUERREIROS seguros está particularmente ligada a duas seguradoras – a Fidelidade e a Generali – mas quando necessita de produtos mais especí-
ficos, recorre também a outras companhias de seguros. “É impossível um mediador de seguros conseguir trabalhar e conhecer todos os produtos de todas as companhias de seguros. No caso da GUERREIROS seguros, temos todos os tipos de seguros, mas temos as soluções estudadas e tipificadas para podermos adequar a cada necessidade. Quando estamos perante o nosso cliente temos de analisar muito bem as suas necessidades de proteção e segurança, e depois em função dessa avaliação é que vamos adequar a oferta ou seja as soluções para servir e satisfazer o cliente. Esta é exatamente a essência de um Consultor de seguros – aconselhar, explicar, demonstrar ao cliente qual a melhor solução para ele, expondo uma solução de um nível abaixo e outra de um nível acima, para que o cliente possa escolher em conformidade”. Vítor Hugo explica que o papel de um mediador profissional de seguros é conseguir fazer um negócio que satisfaça ambas as partes – a companhia de seguros e o cliente final: “só um negócio que satisfaça ambas as partes é um bom negócio. Na GUERREIROS seguros, estamos sempre em alerta e quando existe um sinistro, entramos em ação! nesse instante temos de estar ao lado do cliente, disponíveis e atentos, para o auxiliar na resolução do problema, no menor prazo de tempo possível. Estamos aqui para proteger o cliente, e a maior prova de que fazemos o nosso trabalho bem feito é ver que o cliente vem ter connosco, anualmente, para renovar o seguro. Isso é a nossa maior prova de sucesso”.
JANSSEN PORTUGAL
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ÂMAGO-ENERGIA INTELIGENTE
NO ÂMAGO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
João raposo (ao centro) e equipa, gerente
Nesta Edição, a Revista Business Portugal apresenta-lhe a ÂMAGOEnergia Inteligente, a empresa Algarvia que tem vindo a afirmar-se no mercado nacional como uma parceira pró-ativa e diligente, ideal para quem procura poupar a carteira e o ambiente! Através de uma multiplicidade de serviços, a ÂMAGO garante alcançar a eficiência energética do seu edifício ou empreendimento e, claro está, a redução dos custos associados à sua fatura energética!
A
miga do Ambiente e Amiga do Negócio
Instituída a 29 de fevereiro de 2008, a ÂMAGO surge com a finalidade de conter e reduzir os custos de energia dos edifícios, tornando-os mais eficientes. A Revista Business Portugal esteve à conversa com João Raposo, responsável da ÂMAGO, que nos esclareceu acerca dos benefícios e vantagens de recorrer à prestação de serviços da Âmago e nos revelou que “o maior desafio da ÂMAGO é fazer o público entender que é possível pagar muito menos para aquecer ou arrefecer um edifício”.
Projetos AVAC, Certificação e Auditorias Energéticas O engenheiro térmico começou por revelar que o grande objetivo da empresa é “tornar Portugal completamente independente de combustíveis fósseis, num 20 | Revista Business Portugal março 2019
futuro próximo”. Para isso, segundo afirma, “é fundamental mudar mentalidades” e “mudar a forma como são concebidos os edifícios em Portugal”. Neste sentido, a ÂMAGO assume-se na posição central da questão que envolve a eficiência energética em Portugal. Esta eficiência, clarifica o engenheiro, “passa por promover e conceber uma construção melhorada”. Através de um maior aproveitamento dos recursos naturais ou da utilização de tecnologia que permite aquecer e arrefecer os edifícios de forma natural. Muitos são os engenheiros ou arquitetos que procuram os serviços prestados pela ÂMAGO no âmbito da realização de projetos térmicos ou projetos de ventilação, climatização e ar condicionado (AVAC). Mas não fica por aqui, a ÂMAGO realiza, ainda, a certificação energética de edifícios e auditorias energéticas.
Gestão Técnica Centralizada Em grandes edifícios, a ÂMAGO realiza
a chamada ‘Gestão Técnica Centralizada‘. Esta gestão, conforme explica João Raposo, consiste na “concretização de projetos, direcionados para edifícios já construídos, cuja finalidade é reduzir os custos do consumo energético, tornando os edifícios e os sistemas mais eficientes”. Através de um sistema central, a ÂMAGO é capaz de regular e controlar a utilização de sistemas de climatização como caldeiras, depósitos de água quente, chillers, entre outros. Em tempo real e através de um computador, os profissionais da empresa algarvia monitorizam e regulam todos os sistemas instalados num edifício ou empreendimento.
A Única Empresa Nacional a Realizar Contratos de Desempenho Energético A ÂMAGO é a empresa em Portugal que realiza Contratos de Desempenho Energético in-
ÂMAGO-ENERGIA INTELIGENTE
tegrando o consumo energético total de um edifício ou empreendimento. Perante o ceticismo do público e de forma a demonstrar confiança no serviço prestado, a ÂMAGO decide desenvolver um modelo de negócio apelidado como ’Contratos de Desempenho Energético‘. Estes contratos implicam a disposição da Âmago em investir pelo cliente, realizando a instalação de novos equipamentos e recuperando este investimento com a poupança gerada. O período contratual entende uma cooperação que se estende por cinco a sete anos. Trata-se de um modelo benéfico para todas as partes envolvidas e com garantias asseguradas pela empresa. Nas palavras de João Raposo, “no seguimento de uma auditoria energética, a ÂMAGO apresenta ao cliente um relatório em que, por exemplo, um investimento de 300.000 euros representaria uma poupança de 100.000 euros, por ano, para o cliente. Isto significa que o investimento inicial estaria pago em três anos e o consumo de energia do edifício seria consideravelmente reduzido. Enfim, garantimos a eficiência do edifício, sem custos acrescidos para os nossos clientes. Aliás, o cliente rentabiliza, ainda, 10 por cento da totalidade da poupança”.
A Empresa Nacional com Maior Número de Contratos de Desempenho Energético
Através de um sistema central, a ÂMAGO é capaz de regular e controlar a utilização de sistemas de climatização como caldeiras, depósitos de água quente, chillers, entre outros
Atualmente, a ÂMAGO é a empresa nacional com maior número de contratos deste género, principalmente com grupos hoteleiros de grande dimensão. A forma como a ÂMAGO leva a cabo este tipo de projeto subentende, ainda, a utilização de métodos inovadores no tratamento de sistemas de climatização. O engenheiro explica: “somos uma pequena equipa de sete pessoas. Nesta área da climatização - uma área muito específica que implica muitos conhecimentos de várias áreas, como a térmica ou a electrotécnica
- nós temos uma enorme mais-valia nos recursos humanos. Somos uma equipa de engenheiros eletrotécnicos, engenheiros mecânicos, arquitetos e a direção administrativa e financeira: todos juntos fazemos uma equipa que funciona muito bem no campo, uma equipa empenhada que se desloca aos locais e realiza as medições necessárias. Esta combinação de conhecimentos permite um tratamento de dados que se traduz numa previsão, muito assertiva, dos resultados finais e na concepção de soluções ideais a cada caso, tendo em conta os recursos existentes.”
Gemax – Software de Gestão e Manutenção
Simples e eficiente, o Software de Gestão e Manutenção Gemax tem a assinatura da ÂMAGO. Porque todos os equipamentos precisam de manutenção, curativa e preventiva, para funcionarem de forma eficiente e otimizar o seu ciclo de vida útil, tornou-se evidente, para os profissionais da ÂMAGO, a criação de um software de gestão que visasse a correta utilização e regulação dos equipamentos existentes em empreendimentos hoteleiros. Assim, surge o GEMAX – um software de gestão da manutenção que já se encontra em utilização em todos os hotéis do Grupo Pestana, nas Pousadas de todo o país, em todos os hotéis de Portugal continental e ilhas, em hotéis do Brasil, Espanha e Marrocos. Trata-se de um software único, desenvolvido especialmente para edifícios hoteleiros e com origem totalmente algarvia.
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HOTEL BOA VISTA BELVER
O HOTEL COM A MELHOR VISTA DE ALBUFEIRA!
Situado no ponto mais alto da cidade de Albufeira, o Hotel Boa Vista Belver é o local ideal para apreciar de uma excepcional vista sobre o mar Algarvio. O espaço vintage e intimista, construído na década de 60, representa o refúgio perfeito para desfrutar de umas férias revitalizantes.
O
Grupo Belver e o Hotel Boa Vista
João Alves, diretor-geral
O Grupo Belver é um grupo hoteleiro, de origem nacional, com cinco hotéis espalhados por Portugal Continental. Entre eles, o Hotel Beta Porto, situado na zona do amial da cidade do Porto, o Hotel Príncipe Real, na capital, o Hotel da Aldeia, no Algarve, apenas a 500 metros da Praia da Oura e o Resort Porto Dona Maria, colocado entre a Praia da Luz e o Burgau, também na região do Algarve. Por último, e não menos importante, o Hotel da Boa Vista. É deste que, nesta edição, lhe falamos!
“O Hotel Perfeito para o seu descanso!” Com o slogan “O Hotel Perfeito para o seu descanso”, o grupo Belver não mente! O Hotel Boa Vista é um espaço de design único, profissionais excepcionalmente simpáticos e, claro está, uma vista hipnotizante que lhe trará paz de espirito e energias carregadas!
Rua Samora Barros 20 8200-178 Albufeira - Algarve Tlf.: (+351) 289 589 175 Email: hotelboavista@hoteis-belver.pt www.belverhotels.com 22 | Revista Business Portugal março 2019
A Revista Business Portugal esteve com João Alves, o director geral do hotel com a melhor vista de Albufeira, que nos apresentou este excepcional espaço de repouso! Instaurado numa zona privilegiada da pitoresca cidade de Albufeira, este hotel conta com uma vista panorâmica sobre o azul do mar Algarvio, que pode ser apreciada na maioria dos 84 quartos disponíveis. Com restaurante e bar, o hóspede tem acesso a pratos típicos da comida tradicional portuguesa, com o buffet “Familia” aos Domingos ou o Buffet “Noite Típica Portuguesa” às 5ª Feiras. Para quem prefere escolher, o Almoço é à la carte e pode ser saboreado na zona interior ou exterior do hotel. Exclusivamente para adultos, o hotel é conhecido pela sua tranquilidade. Simpatia e atenção não faltam ao hóspede desta casa! Para o garantir, Bianca Ferreira, a relações públicas do hotel Boa Vista, está sempre disponível para o auxiliar em qualquer tipo de questão. A aposta na qualidade do serviço é notória, de tal forma que, o hotel Boa Vista conta com uma pontuação de 8.2 na booking.com. João Alves revelou, em entrevista à Revista Business Portugal, que desempenhar o papel de director geral do Hotel Boa Vista desde Janeiro de 2018 “tem sido uma aprendizagem constante. É um hotel de pequena
dimensão que exige uma postura mais intimista. É mais desafiante que um grande hotel. Sou obrigado a estar dentro de todas as áreas ao mesmo tempo. Aqui tudo se torna mais pessoal, a relação entre trabalhadores, a relação com os clientes, tudo exige mais proximidade e maior dedicação. O hóspede do Hotel Boa Vista sente-se em casa. Não há grandes formalismos, há proximidade e são criados laços. O cliente que cá vem pela primeira vez repete e acaba por se tornar parte da família”.
Um Conceito Inovador em Bem-estar, Beleza e Estética : O SPA Implementado há cerca de 11 anos, o Spa é um serviço extremamente procurado pelo hóspede do hotel Algarvio. Gratuitamente, o hóspede conta com a vantagem de utilizar os serviços de Ginásio, Banho Turco e Sauna. Agora, através de uma parceria com Sara Gomes – Terapeuta de Albufeira – o Hotel Boa Vista apresenta um conceito inovador em bem-estar, beleza e estética, sendo um complemento ideal para uma estadia dedicada ao repouso e ao descanso. No sexto primeiro piso do antigo edifico do hotel, o visitante pode encontrar um espaço repleto de serviços como o Duche Massagem (Vichy), Jacuzzi ou Cabeleireiro e os mais modernos equipamentos.
4 MARAVILHAS DA MESA DA MEALHADA Agua | Pão | Vinho| Leitão “água | Pão | Vinho| Leitão - 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada” é a marca criada e registada pelo município em 2007. Estes são os quatro produtos de referência da oferta gastronómica do concelho. Esta marca pretende garantir ao consumidor a qualidade e a autenticidade deste quatro produtos, respeitando as suas tradições e distanciando-os de outros que não são mais do que meras reproduções. A água do Luso, o pão cozido em forno a lenha, o vinho dos produtores do concelho e o tradicional leitão assado refletem o que de melhor o concelho tem para oferecer. Produtos únicos, que caracterizam o município, agregados num projeto de valorização gastronómica que pretende garantir a qualidade e originalidade destes produtos e reforçar o posicionamento do concelho enquanto centro de excelência gastronómica do país. Nove anos após o seu lançamento, a marca é reconhecida no mercado. Ganhou estatuto e dimensão e tem merecido a adesão dos agentes económicos dos diversos setores que, de dois em dois anos, apresentam ou renovam a sua candidatura. Este é um ano de renovação da marca que, inclusive, apresenta uma nova categoria: a de “Produtos Alimentares Associados”, dirigida a produtos que representem um efetivo acréscimo de valor à marca. Mas falar de leitão é também falar da região da Bairrada, pelo que a Revista Business Portugal visitou algumas das casas mais emblemáticas da região. Vai resistir a provar estas iguarias?
DESTAQUES 20 MUNICÍPIO DA MEALHADA Maravilhas da Mealhada: Qualidade e Autenticidade 22 JUNTA DE FREGUESIA DE LUSO O lugar onde se respira tranquilidade 24 JUNTA DE FREGUESIA DE VACARIÇA Uma freguesia histórica 26 VIRGÍLIO DOS LEITÕES A Rota do leitão nas mãos de quem quer ser e servir cada vez melhor 28 FORNO DA MEALHADA leitão assado tradicionalmente à moda da Bairrada 30 PORTAGEM BAIRRADA CENTER Portagem bairrada center 32 NOVA CASA DOS LEITÕES/ QUINTA DA MATA FIDALGA Um casamento perfeito de sabores 34 PEDRO DOS LEITÕES Primeiro restaurante do mundo a vender leitão assado à Bairrada 36 JPF EVENTOS Sabores e Saberes Tradicionais 38 TERMAS DO LUSO Termas de Luso: o equilíbrio entre o corpo, a mente e a alma
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MUNICÍPIO DA MEALHADA
MARAVILHAS DA MEALHADA: QUALIDADE E AUTENTICIDADE Água, Pão, Vinho e Leitão. As 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada. Uma marca concebida pela Câmara Municipal em 2007, dando corpo a um projeto que tem como desideratos a valorização e promoção dos quatro ícones gastronómicos do concelho, entre os quais a água do Luso, o pão de quatro bicos cozido em forno a lenha, o vinho dos produtores do concelho e o leitão da Bairrada. Hoje, a marca é profusamente reconhecida no mercado, assegurando ao consumidor a qualidade e a autenticidade dos produtos.
O
projeto 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada leva o nome da Mealhada aos quatro cantos do Mundo, com ênfase nas suas riquezas gastronómicas: Água l Pão l Vinho l Leitão. A marca é amplamente reconhecida e representa qualidade, excelência, satisfação por parte dos clientes e consumidores que se deslocam ao concelho para degustar produtos tradicionais e genuínos. Para conhecer melhor este projeto e a sua importância, a Revista Business Portugal foi ao encontro de Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, que também assume a representação da Associação Maravilhas da Mealhada. “Criar e registar a marca teve o propósito de a dar a conhecer melhor, falar de quatro produtos que são que não apenas de cá, o leitão por exemplo não é
só de cá, é da Bairrada, mas que aqui tem uma especial incidência com a quantidade de restaurantes, assadores, matadores e a quantidade de animais que são consumidos ao longo do ano na restauração”, salienta o autarca, lembrando que a água do Luso que é uma marca nacional e internacional, o pão
Rui Marqueiro, presidente
é um produto mais local, mas que os restaurantes da Mealhada utilizam para as sandes de leitão e, finalmente o vinho que também é um fenómeno bairradino. Rui Marqueiro é categórico ao afirmar que em boa hora se decidiu criar este projeto que assumiu igualmente o desiderato de juntar as pessoas à volta da mesa, espelhando uma imagem promocional unificada assente nos ícones gastronómicos do concelho. “O que fazemos na FITUR (Feira Internacional de
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MUNICÍPIO DA MEALHADA
Turismo) e na BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) mostra uma unidade, a imagem do município, ou seja território e produtos, e essa é a grande vantagem da Associação 4 Maravilhas” clarifica o autarca. De resto, lembra que em 2016, o projeto incorporou uma nova categoria: a de “Produtos Alimentares Associados”, dirigida a produtos que representem um efetivo acréscimo de valor à marca. Os primeiros a serem validados foram os casticitos, os caramujos e as cavacas do Luso, e os doces tradicionais confecionados pela Docealhada. No final de 2018, a Associação Maravilhas da Mealhada lançou hoje no mercado o espumante ‘4 Maravilhas da Mesa da Mealhada’. “Um produto novo, exclusivo e que enriquece o portfólio da marca identitária de garantia de qualidade e originalidade dos produtos”, que está a venda no posto de turismo e loja ‘4 Maravilhas da Mesa da Mealhada’, na sede do município. O novo espumante junta-se ao vinho tinto ‘4 Maravilhas da Mealhada’ no catálogo de produtos da marca “Água|Pão|Vinho|Leitão. As 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada”. Rui Marqueiro assume a intenção de criar um portfólio de vinhos, contudo lembra que isso exige um forte investimento. Por outro lado, o autarca reitera a importância da marca, que prestigia a gastronomia e os vinhos, ajuda os operadores económicos da região e dá palco mediático e notoriedade às riquezas do concelho, ao mesmo tempo que proporciona bons frutos à economia local.
Dinâmica e investimento No domínio da promoção do município, todos os eventos produzidos pela Câmara Municipal e a sua ação vai no sentido de dinamizar a economia local. “Quando organizamos galas, o Festame, o Festival de Jazz ou promovemos a Associação Maravilhas da Mealhada estamos preocupados com a economia local, com os cidadãos e com a sua qualidade de vida”, advoga o autarca. Por outro lado, a educação assume-se como uma preocupação do município, uma vez que pessoas com pouca literacia terão dificuldades em termos de oportunidades de trabalho, isto porque Rui Marqueiro entende a educação como um investimento e não como uma despesa. Com um programa de investimentos na ordem dos 32 milhões de euros, o executivo da Câmara Municipal da Mealhada pretende levar a cabo um conjunto projetos a pensar nas pessoas, olhando para “as infraestruturas desportivas, culturais, redes de abastecimento de água, nova ETAR, nova RSU, recuperação do património e candidaturas comunitárias para executar”, revela o autarca, salientando que a obra emblemática que gostaria de preconizar é um novo edifício municipal, contudo trata-se de uma obra orçamentada em cerca de cinco milhões de euros. Rui Marqueiro realça ainda o objetivo de valorização do Bussaco, acreditando que nos próximos dois anos seja possível avançar com projetos interessantes nomeadamente numa nova lógica de floresta terapêutica aliada às termas, fazendo jus à posição cimeira que a Mealhada tem e quer continuar a ter nos 19 municípios da região de Coimbra, em termos de qualidade de vida.
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JUNTA DE FREGUESIA DE LUSO
O LUGAR ONDE SE RESPIRA TRANQUILIDADE Localizado no centro do país, o Luso caracteriza-se por ser uma vila pequena, agradável e com bons acessos. Em entrevista à Revista Business Portugal, Claudemiro Semedo, presidente da Junta de Freguesia, realçou a importância de dinamizar a vila tendo por base a essência dos espaços verdes envolventes. e no Natal. A animação no verão é primordial para os turistas e decorre aos fins de semana, entre sexta à noite e domingo à tarde, tendo um programa vasto e diversificado que pode todos os anos ser consultado com bastante antecedência. No Natal, o programa de iluminação não pode faltar e está acompanhado pelos mercados natalícios e por uma tenda com concertos adequados à época. Desde há dois anos, cada aldeia e vários bairros da vila de Luso constroem dezenas de presépio. O objetivo passa por criar um roteiro de presépios através do qual os visitantes e residentes podem percorrer toda a freguesia num ambiente de verdadeiro Natal.
A
Claudemiro Semedo, presidente
presidência de Claudemiro Semedo na Junta de Freguesia do Luso começa com uma proposta lançada pelo presidente da Câmara Municipal. Após analisar o projeto, Claudemiro considerou que tinha potencial e aceitou o desafio, sendo que atualmente está no segundo mandato consecutivo. Existem muitos objetivos a cumprir, mas o mais importante é a proximidade com a população de cada uma das nove aldeias que fazem parte da Freguesia. Num meio em que a população é essencialmente envelhecida querem “tentar ajudar a população e ser o primeiro elo de ligação entre o cidadão e a Câmara. Fazemos pequenas coisas que levam à satisfação da população”, assinala. A captação de turistas estrangeiros reformados para se sediarem nas aldeias é outra ambição do presidente tendo como foco a dinamização da Freguesia.
Valências que fazem a diferença Para além do centro escolar, que conta já com 74 alunos no primeiro ciclo e cerca de 40 no pré-escolar, e do mercado com intervenções de reabilitação em 2010 e 2015, a freguesia de Luso dispõe de um conceituado centro de estágios e de um pavilhão gimnodesportivo. “Vêm cá treinar seleções nacionais e estrangeiras, bem como clubes da primeira divisão. É uma aposta do município na área do desporto”, salienta.
Atividades para miúdos e graúdos Nascida da vontade de comerciantes e hoteleiros da freguesia de Luso, em 2014 nasceu a Associação AquaCristalina que se dedica à dinamização cultural e comercial da vila (e da freguesia) de Luso. Com o apoio institucional e financeiro da Câmara Municipal da Mealhada e da Junta de Freguesia de Luso, é a principal responsável pela gestão das atividades que decorrem maioritariamente no verão 26 | Revista Business Portugal março 2019
Desfrutar do que de melhor a ‘vila-jardim’ tem para dar Melhor do que descrever é ver que o Luso é, de facto, um local tranquilo em que as pessoas vão pelo bem estar. Para os mais curiosos, não podem perder a Fonte São João, o ex-libris que tem 11 bicas a deitar água 24 horas por dia. Já o largo, que está a ser reabilitado, consiste num espaço lúdico onde quem vai aproveita para relaxar e desfrutar do sossego que se faz sentir. As pequenas ruelas com os edificados antigos são outro dos pontos icónicos a visitar. A paisagem urbana faz-se de um misto entre palacetes de veraneio das classes mais ricas do início do século XX, casas senhoriais, antigas pensões e diversos hóteis que emprestam ao Luso, uma aura muito própria e um sentimento de acolhimento permanente. “É como se fôssemos habitantes desta terra”. Ao cimo da Avenida Emídio Navarro (grande impulsionador do desenvolvimento da vila de Luso) domina o edifício do antigo Cine-Teatro Avenida, hoje degradado mas que a Câmara Municipal da Mealhada (proprietária do imóvel) pretende reabilitar até final de 2020. “Vai ficar com a mesma imagem e vão manter a fachada, mas com uma sala polivalente. A dinamização futura poderá passar por uma parceria com uma associação local”, afirma. Com este cenário e a paz que se respira, deve ficar para pernoitar, até porque existem várias opções de alojamento, nunca esquecendo a gastronomia em que o leitão é o prato principal.
O Luso e o Bussaco – um capítulo especial e imprescindível A vila de Luso, na cota dos 200 metros de altitude média, é a porta de entrada para a serra do Buçaco e para a fabulosa Mata Nacional do Buçaco. Se a serra nos oferece uma imensidão de caminhos e trilhos onde podemos disfrutar da natureza até aos concelhos vizinhos de Penacova e Mortágua, já a Mata Nacional transporta-nos para uma outra dimensão, quiçá, para uma outra era e para um estado em que o espírito se funde com as árvores colossais, com o silêncio e com as construções singulares. Os Fra-
JUNTA DE FREGUESIA DE LUSO des Carmelitas Descalços fundaram aqui o seu único mosteiro em Portugal e iniciaram a plantação de uma mata sagrada que, com o passar dos séculos, chegou até nós no seu maior esplendor. O Luso e o Bussaco são duas almas gémeas que vivem e respiram com o bater do mesmo coração e por isso, Luso-Bussaco é a forma como os Lusenses vivem esta relação.
A potencialidade da Água de Luso “Neste momento, temos de dar valor à Sociedade de Água do Luso”. É desta forma que Claudemiro começa por nos explicar que se atualmente a água é uma aposta forte, anteriormente não lhe era dada o devido reconhecimento. “Antes não associavam a Água do Luso a uma terra”, acrescenta ainda que “neste momento, o gabinete de marketing da Central de Cervejas adotou uma estratégia de ir ao encontro das origens e de reconhecimento dos valores locais, para os associar ao seu produto premium que é a Água do Luso. Os anúncio gravados na Serra e na Mata Nacional do Buçaco que mostram a origem da nascente, são elogiados e bem recebidos em geral”. Estes aspetos fazem com que a curiosidade e o interesse das pessoas seja despertado e que haja uma ligação de que “existe uma terra onde a água nasce (que é na encosta da Serra do Buçaco). Sentimos que da parte da Sociedade Central de Cervejas há um retomar das origens em que a água do Luso volta a assumir o seu principal papel como embaixadora da imagem e do turismo local e da região como o foi no início enquanto apenas agente de tratamento termal”.
Sucessivos projetos Para os amantes da natureza, a Junta de Freguesia do Buçaco criou um trilho pedestre e ciclável - que se chama LusoBussaco360º - e percorre as várias aldeias ao longo de 13 quilómetros num circuito 360º. “Apesar de não entrar na Mata do Bussaco, tem vistas muito bonitas ao longo do percurso”. Em relação ao Buçaco, a Fundação Bussaco e a Câmara estão a trabalhar para que a Mata Nacional do Bussaco seja classificada como Património Mundial da Unesco.
Outro projeto de sucesso é o ‘Cultiva a leitura com…’, “trata-se de um projeto de dinamização da leitura, numa perspetiva de levar a todos os habitantes e visitantes um pouco mais da nossa cultura e criar mentes despertas e críticas. É escolhido um autor/escritor por ano e, durante o ano inteiro são dinamizadas actividades diversas, tais como:, tertúlias, concursos, leituras, exposições e muito mais. O intuito é envolver a população em geral mas também a comunidade educativa, contando sempre com o apoio da freguesia”. Em 2017 o escritor selecionado foi José Luís Peixoto, em 2018 foi Valter Hugo Mãe e, este ano, o projeto conta com a participação de José Eduardo Agualusa. Os principais projetos que a Junta de freguesia e a população querem ver concretizados são a recuperação do cineteatro, o parque de estacionamento da entrada junto ao centro de saúde e a requalificação urbana da vila de Luso, nomeadamente estacionamento interno e arruamentos com a beneficiação de passeios e sinalização. Existem outros investimentos que permitem a inovação e a promoção das termas, da mata, do Grande Hotel e da Sociedade da Água Luso. O presidente Claudemiro Semedo não deixa de concluir a entrevista sem antes referir a importância dos espaços verdes para a vila, que a tornam ainda mais especial, bem como a autenticidade e a arte de bem receber os turistas e toda a população. Em jeito de conclusão, parece-nos extremamente feliz a escolha de uma frase por parte da Junta de Freguesia de Luso capaz de resumir todos estes valores e atrativos: “Luso-Bussaco: tantas razões, um só destino!”
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JUNTA DE FREGUESIA DE VACARIÇA
UMA FREGUESIA HISTÓRICA Com uma carta de foral atribuída há mais de 500 anos, a Vacariça é uma freguesia rica em história e ninguém melhor que o presidente Pedro Ferreira para contar à Revista Business Portugal alguns dos segredos escondidos desta localidade que se insere no concelho da Mealhada.
mais velhos acima de tudo nos serviços mais simples do dia a dia, “fazer uma serventia para uma terra ou terreno, arranjos em caminhos, limpar valetas, coisas muito básicas mas que, para eles, é complicado dado a idade avançada”. Deste modo, abraçou o desafio de presidir a Junta de Freguesia e traçou vários objetivos para o seu mandato, um deles explorar a parte histórica da Vacariça, pois acredita-se que em tempos foi uma região muito importante para o Clero.
Um pilar para o Clero Como explica Pedro Ferreira, “a Vacariça já foi sede de concelho e a Mealhada pertencia à freguesia da Vacariça mas as coisas depois inverteram-se. Isto remonta a 1837, aqui já foi o grande centro”. Acredita-se que foi graças ao Clero que a Vacariça se desenvolveu e que lá existiu um mosteiro que seria um marco importante na rota dos mosteiros a par com o mosteiro de Lorvão. O objetivo principal será avançar com os estudos de prospeção do terreno para, assim, tentar recuperar parte da história da Vacariça, visto que o mosteiro não tem nenhuma parte visível e que, segundo o presidente, “é algo muito importante para as gentes da terra, que os faz manter vivos e satisfeitos por se valorizar o que é deles e dos seus antepassados”. Este ponto é bastante importante, segundo o presidente Pedro Ferreira, pois as informações que existem são passadas ‘de boca em boca’ pelas pessoas e para a freguesia seria uma mais-valia ter essa parte história comprovada e documentada, garantir a riqueza que acreditam ter em mãos.
Viver a Vacariça e viver na Vacariça
P
Pedro Ferreira , presidente
edro Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Vacariça, revela que é um apaixonado por política e que, sendo um filho da terra, sentiu que precisava de agir perante algumas debilidades que existiam na freguesia principalmente dada a população envelhecida que lá habita. Para Pedro Ferreira era necessário apoiar os
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A Vacariça é sede de freguesia e a ela pertencem atualmente nove aldeias que são dinamizadas ao longo do ano através de festas tradicionais, sendo a Feira de Gastronomia e Artesanato a mais relevante. Caracteriza-se por ser uma freguesia pacata e com uma vista belíssima para a natureza, com polos importantes na indústria - como é o caso da Sociedade de Águas do Luso, na agricultura, produção de cereais e na viticultura onde se destaca a Quinta do Valdoeiro, propriedade das Caves Messias. A juntar à água e ao vinho, a Vacariça tem ainda ao dispor o pão e o leitão tão característicos da região, através de assadores premiados em vários concursos. Reunidas as 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada, podemos afirmar que a Vacariça é ainda uma freguesia que dispõe de várias valências como posto de saúde com médico permanente, que constitui um fator importante para os habitantes de idade mais avançada, serviço de jardim de infância que em tempos funcionava em paralelo com o ensino primário. No entanto com a criação de centros escolares as crianças de Vacariça foram deslocadas para Mealhada, Pampilhosa ou Luso. Uma das vertentes a que Pedro Ferreira dá destaque é o desporto, em particular à secção de andebol da Casa do Povo da Vacariça, na Vacariça, que tem atingido marcos importantes enquanto equipa e ainda à criação de uma nova secção de ténis de mesa, pelo Centro Recreativo e Cultural e Desportivo do Travasso, no Travasso, que vem completar o leque de possibilidades dos habitantes mais novos da freguesia pois para o edil “ é muito agradável e algo que queremos manter é essa dinâmica em manter os miúdos envolvidos pelo desporto”.
JANSSEN PORTUGAL
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VIRGÍLIO DOS LEITÕES
A ROTA DO LEITÃO NAS MÃOS DE QUEM QUER SER E SERVIR CADA VEZ MELHOR
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quele que agora é um restaurante cujo edifício imponente e de cor rosa, que chama à atenção de quem viaja pela estrada nacional 1, começou por funcionar numa pequena casa de habitação de família, através dos sogros de Fernanda, a atual proprietária, que partilha a gestão do restaurante com o seu filho, Luís Salvador. Como Fernanda explica, a génese começou com os pais do seu falecido marido, que após as obras de alargamento da estrada nacional 1 decidiram investir e construir o edifício que hoje existe e, assim, começar a servir o tão apreciado leitão à Bairrada. Passado algum tempo, Fernanda e o marido asseguraram a gestão do restaurante, sempre mantendo vivos os ensinamentos dos sogros e, inclusive, mantendo as mesmas receitas e fornecedores desde esse tempo até à atualidade. Procurados por clientes de norte a sul de Portugal que reconhecem no Virgílio dos Leitões a qualidade que procuram no leitão à Bairrada, o molho característico deste restaurante é algo que o diferencia de todos os outros e Fernanda garante que “esse é um dos nossos segredos aqui, não modificar os temperos para garantir a qualidade. São temperos usados já no tempo do meu sogro, que nunca foram alterados. Hoje até há situações engraçadas de clientes a pôr molho de leitão até em cima do queijo e a comer, a molhar nas batatas fritas e a comer assim. É um molho que não é gorduroso demais, não faz
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Localizado na estrada nacional 1, o Virgílio dos Leitões é um dos restaurantes referência na arte de assar leitão à moda da Bairrada. Uma casa com mais de 60 anos de existência, que tem vindo a passar de geração em geração, é procurada por clientes de norte a sul do país.
mal à saúde nem ao estômago, é diferente”. O Virgílio dos Leitões possui matadouro próprio onde são abatidos os animais que chegam de produtores da região. O tempero e a assadura estão também assegurados nas instalações do restaurante e, segundo a proprietária, além da qualidade do animal é também necessário utilizar uma lenha específica – as vides – que além de conferirem a temperatura ideal à confeção, também tornam o leitão mais saboroso. Seja servido no prato, com a típica laranja e batata frita a acompanhar, regado com um bom espumante ou vinho – que também é produzido na adega do Virgílio dos Leitões – seja dentro do pão da Mealhada, um pão com uma coroa de quatro bicos, que serve as conhecidas sandes, ou mesmo comercializado ao peso ou inteiro, por encomenda, faz as delícias de quem procura o Virgílio dos Leitões, uma casa cujo lema é “ser e servir cada vez melhor”. Como explica Fernanda, o negócio do leitão à Bairrada
Patrícia e Fernanda , funcionária e gerente
mudou ao longo dos tempos. “Hoje em dia há mais oferta, muitas das vezes por alguém que não tem aptidão nem sabedoria para assar leitão”. Por isso mesmo, o Virgílio dos Leitões prima na diferença não só através da qualidade do leitão como por outros pratos típicos que servem, sempre acompanhados pelos vinhos que produzem em adega própria e cuja marca denominaram por Bacus Virgilius. “Seja tinto ao natural, branco ao natural, espumantes, os nossos clientes apreciam bastante os nossos vinhos”, que são produzidos por um enólogo especializado e da confiança da família que aproveita a qualidade das uvas e lhes confere as características pedidas e apreciadas pelos clientes. O futuro avizinha-se risonho, para Fernanda é importante manter viva a tradição e o legado que foi deixado pelos seus sogros e pelo seu marido, que tanto era acarinhado e procurado pelos clientes, e como tal faz questão de estar presente no restaurante, ir às mesas e falar com as pessoas, perceber se estão a gostar e, assim, melhorar sempre a qualidade dos seus serviços.
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FORNO DA MEALHADA
LEITÃO ASSADO TRADICIONALMENTE À MODA DA BAIRRADA Manuel Silva, o empresário que gere atualmente o Forno da Mealhada, nada tinha que ver com o setor da pecuária e produção de leitão e nem sequer é oriundo da zona da Bairrada, no entanto, desde 2013 que assegura a gestão do Forno da Mealhada, um negócio que prima pela qualidade do produto que comercializa.
C
omo Manuel Silva relatou à Revista Business Portugal, apesar de não ter ligação com a área geográfica que é a Bairrada nem com o ramo do leitão, foi convidado para se juntar ao projeto Matadouro de Leitões do Centro, mais conhecido como Filarvina, no ano de 2013. O matadouro, sediado na Zona Industrial de Febres, uma freguesia do concelho de Cantanhede, existe desde o ano de 2007 e é atualmente gerido por Manuel Silva. Constitui uma parte importante do seu negócio uma vez que é lá, na Filarvina, que é feita a receção do animal, o abate e embalamento com as devidas medidas de acondicionamento para garantir a qualidade do produto que é mais tarde vendido no Forno da Mealhada, negócio que Manuel Silva gere em paralelo com o matadouro e que é onde assa e vende o leitão à moda da Bairrada. O Forno da Mealhada dedica-se à confeção e comercialização de leitão da Bairrada que é feito em fornos tradicionais a lenha e como garante o gerente, é preciso ter conhecimento sobre a morfologia do leitão para garantir que é um produto de qualidade. Não conhecendo a área a que se propôs trabalhar e aceitando o desafio, Manuel dedicou-se ao estudo e investigação junto das explorações e produções pecuárias para perceber um pouco mais do produto rei da zona da Bairrada e garante que “a morfologia do leitão de assar é um leitão esguio, comprido e nada apresuntado” e que é com esse tipo de produto que a Filarvina, o negócio paralelo ao Forno da Mealhada, trabalha e que é desta forma que consegue um produto diferenciador de
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Manuel Silva, gerente
todos os outros restaurantes da Mealhada. Manuel pretende valorizar o leitão como o produto nobre que é na região e acredita que é através do acompanhamento que faz com os seus produtores e fornecedores que o consegue. Os leitões que compra, ainda vivos, para abater na Filarvina, são criados ao ar livre e com rações naturais e como afirma Manuel “estamos a falar de qualidade
do produto desde a origem até ao produto final” e que inclusive, Manuel visita com regularidade, para acompanhar o processo de criação dos animais, na exploração em Santa Comba Dão. Manuel Silva, que já estava ligado ao setor através da Filarvina, decidiu abraçar o desafio de gerir o Forno da Mealhada, um espaço que como o nome indica, se localiza
FORNO DA MEALHADA
na Mealhada e que estava na altura em vias de fechar, através da administração da altura. Manuel retrata que se deparou com um cenário de má gestão da empresa e de falta de sustentabilidade e de metodologia no negócio. Percebeu rapidamente que “as pessoas que nascem ‘no meio do leitão’ são aquelas que mais o banalizam” e que ao invés de defender o que é da região, acabam por banalizar totalmente. A Revista Business Portugal dá agora a conhecer o trabalho de restruturação que Manuel Silva fez com o Forno da Mealhada onde criou um conceito inovador que o faz diferenciar-se dos seus concorrentes: o facto de o preço do leitão inteiro ser sempre o mesmo, 85€ a unidade, não trabalhando com venda ao peso, nesse caso. O Forno da Mealhada comercializa leitão trabalhando com um sistema de encomenda e possui também uma parte de take away,
O Forno da Mealhada comercializa leitão trabalhando com um sistema de encomenda e possui também uma parte de take away que acaba por ser uma mais-valia visto que este é um negócio para clientes que estão de passagem pela zona, como refere o gerente. No fundo “é a parte final do processo e pretende ser referência na Mealhada como qualidade acima de média e como sendo um negócio com autonomia total para assegurar as contas da empresa seguindo a minha gestão”, sempre em paralelo com a Filarvina, onde além de matadouro, também possuem fornos para a confeção do leitão. Aderente e destacado no projeto das “4 Maravilhas da Mesa da Mealhada” que englobam: água, pão, vinho e leitão, e que naturalmente o produto destacado é o leitão, no caso do Forno da Mealhada, Manuel refere que em termos de números “em época baixa vendemos cerca de 150 leitões assados por semana mas é um número que pode ir facilmente até 300 numa semana”. Refere também o fator da sazonalidade do negócio que é sentido nos meses de verão, principalmente em Agosto ondem chegam a assar cerca de 1300 leitões em duas semanas. Apesar das críticas dos seus concorrentes e de se considerar “uma pedra no sapato aqui na Mealhada”, Manuel pretende continuar a gerir a sua casa da forma como tem gerido até então e admite que a falta de tempo é uma das dificuldades que tem para poder fazer crescer ainda mais o projeto Forno da Mealhada. Em suma, Manuel refere ainda a parceria que tem com a cadeira de supermercados Pingo Doce, do Grupo Jerónimo Martins, que apesar de não ser uma parceria direta – é feita através de um fornecedor da cadeia e não diretamente
com a cadeia em si – tem presente o seu produto nas lojas e áreas de catering onde é entregue o leitão devidamente preparado e temperado, seguindo os protocolos de embalamento a vácuo e garantindo a qualidade do produto que fica assim pronto a assar e a ser comercializado. Manuel não é apologista de trabalhar com grandes superfícies comerciais, mantendo-se assim fiel ao comércio que tem na Mealhada e também exportando para países como Suíça e Luxemburgo, que são os maiores consumidores de leitão, a nível europeu, muito por graça da forte presença de emigrantes.
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PORTAGEM BAIRRADA CENTER
PORTAGEM BAIRRADA CENTER Localizada a 500 metros da A1, na Mealhada, a Portagem Bairrada Center é um espaço onde o cliente pode provar a especialidade da gastronomia da região, o Leitão assado à Bairrada, mas também um espaço que além do restaurante dispõe ainda lounge bar, sala de eventos para grupos e um hotel com um design renovado.
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Revista Business Portugal esteve à conversa com Carlos Boiça, um empresário de paixão em vários ramos e zonas geográficas, que atualmente gere o espaço Portagem Bairrada Center, na Mealhada. Foi há cerca de dez anos que Carlos decidiu abraçar este projeto e como conta “o edifício já existia e depois de estar muitos anos fechado eu vi que estava a venda e decidi apostar nesta área”. Oriundo da zona bairradina, Carlos Boiça revela que esse fator de proximidade com a sua terra natal o fez apostar no negócio e que apesar de residir no Algarve – onde possuí outros nichos de negócio – vai frequentemente à Mealhada e garante a gestão da Portagem mesmo à distância: “além de ajudar telefonicamente os meus funcionários é complicado gerir a área da restauração à distância. É preciso estar em cima das coisas, ver se os pratos saem bem ou não… e o cliente é naturalmente exigente”. No entanto, este é um projeto que diz gerir “mais com o coração” e que até agora lhe tem dado gosto manter. A Portagem Bairrada Center é um espaço que se localiza perto da A1, na Mealhada, e que conta com uma área de restaurante de duas salas com capacidade total para cerca de 600 pessoas em que são realizados os mais diversos eventos desde casamentos, batizados, comunhões, reuniões, congressos, entre outros. O restaurante possui uma sugestão diária do chef com pratos variados apesar de o prato mais requisitado ser o Leitão Assado à Bairrada. A Portagem está distinguida, no âmbito das 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada com os quatro selos: Água, Pão, Vinho e Leitão. Além destes selos o restaurante conta ainda com a Bandeira de Mérito de Excelência e possui fornos próprios para a confeção do leitão, um investimento que foi terminado há cerca de um ano e que permite
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uma autonomia muito maior ao negócio de Carlos Boiça. Muitos são os clientes que visitam a Portagem e que se deslocam de propósito para provar e comer o leitão assado à Bairrada, como refere o gerente Carlos Boiça: “os clientes da Portagem são pessoas que param para almoçar ou jantar por este ser um sítio de passagem e
Carlos Boiça, administrador
outro que gere, no Algarve, o Parque de Campismo de Albufeira: “também exploro a ligação com o parque de campismo no Algarve, onde é dado aos clientes um voucher que podem utilizar aqui na Portagem e que lhes dá uma percentagem de desconto nos nossos serviços”. Além da área de restauração, a Portagem Bairrada Center possui ainda um hotel com 17 quartos que foram renovados aquando a reabertura do espaço pelas mãos de Carlos Boiça. Futuramente o empresário pensa em ampliar o espaço e construir mais 35 quartos. O projeto está feito, no entanto, segundo Carlos Boiça, não são dados os incentivos e apoios necessários, pela parte do Estado português, para que os empresários avancem com os seus projetos e dinamizem os seus negócios e as regiões em que se inserem. Nos projetos futuros, Carlos refere ainda a construção de uma entrada direta ao seu espaço, feita pela parte da frente do edifício – na estrada de ligação à A1 – que irá facilitar o acesso dos de acesso à A1 que fica ‘à mão’ para seus clientes à Portagem Bairrada Center, quem está em viagem”. Uma das visto que essa ainda é uma lacuna que mais-valias é também a ligação que sente na dinâmica e desenvolvimento o empresário faz entre este espaço e do seu negócio.
O restaurante possui uma sugestão diária do chef com pratos variados apesar de o prato mais requisitado ser o Leitão Assado à Bairrada
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NOVA CASA DOS LEITÕES/ QUINTA DA MATA FIDALGA
NOVA CASA DOS LEITÕES/ QUINTA DA MATA FIDALGA: UM CASAMENTO PERFEITO DE SABORES Em conversa com a Revista Business Portugal, Fabiano Santos, membro da administração, conta a história de uma casa com mais de 50 anos que é uma das referências não só na confeção do leitão à Bairrada como também na produção de vinhos.
C
omo tudo começou…
É impossível dissociar dois nomes: Nova Casa dos Leitões e Quinta da Mata Fidalga. Como explica Fabiano Santos, membro da administração e parte integrante nos dois projetos, a Nova Casa dos Leitões surgiu em 1965, pelas mãos de Augusto Virgílio e sua esposa, Maria Cecília Sousa – pais de Lídia Santos e sogros de Fabiano, que entrou na família em 1984. Inicialmente o restaurante tinha capacidade para 35 pessoas sentadas, serviço de take away de leitão ao peso e sandes de leitão e possuía apenas dois fornos – um que assava três leitões em simultâneo de três em três horas e outro, para confecionar a tradicional chanfana. Outra das valências que a Nova Casa dos Leitões já possuía nessa altura era um matadouro próprio e uma adega, que ajudava na produção do vinho que vendiam a granel/à caneca no restaurante, naquela altura. A motivação principal do projeto Nova Casa dos Leitões foi o facto de o seu fundador, Augusto Virgílio, já estar ligado à área do comércio e também da produção na agricultura, na vinha e ter decidido investir na restauração. Implementou as instalações do restaurante num terreno herdado de família, desde então tem vindo a evoluir e a crescer, não só em número de lugares sentados – as salas têm uma lotação total na ordem dos 370 lugares – mas também o matadouro que já existia foi alargado tornando-se num matadouro industrial com cerca de 1.000 m2, que dispõe de 20 fornos tradicionais e que hoje serve não só a Nova Casa dos Leitões como outros restaurantes da
zona da Bairrada que lá recorrem para fazer o abate dos animais. Também a adega que existia de origem foi alargada, como conta Fabiano Santos. Por volta de 1986, começaram a perceber o potencial e a procura das uvas, por parte das adegas e das caves da região, decidindo nessa altura apostar no projeto Quinta da Mata Fidalga. Como relata Fabiano: “todos esses serviços trouxeram uma mais-valia ao longo dos anos, porque esses passos que foram dados tornaram-se importantes não só para o crescimento desta casa mas também para a região da Bairrada”.
Um casamento perfeito de sabores à mesa: Nova Casa dos Leitões Quando questionado sobre o segredo de servir um leitão com qualidade, que se diferencia na região bairradina, onde está inserido o restaurante Nova Casa dos Leitões, Fabiano Santos garante que desde sempre apostaram em preservar o método tradicional, que o seu sogro Augusto Virgílio ensinou. O segredo começa na criação do leitão e, para isso, contam com parceiros importantes, nomeadamente os produtores de leitão da região da Bairrada que garantem um leitão cruzado com uma percentagem no mínimo de 75 por cento bísaro, é uma raça em que o animal é mais comprido, menos apresuntado e com mais costela, não ultrapassando os 9/10kg ainda vivo, o que garante que vai ser um leitão de qualidade e muito saboroso. Outro dos segredos é também o profissionalismo com que os animais são abatidos, cumprindo todas as normas do bem estar animal (na Nova Casa dos Leitões o abate é feito lá
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NOVA CASA DOS LEITÕES/ QUINTA DA MATA FIDALGA
diariamente) e para Fabiano, a qualidade de um leitão abatido e assado no mesmo dia é totalmente diferente de um leitão que passa pela refrigeração, sendo assado apenas dias depois do abate. O tempero também é um dos pontos importantes na confeção do leitão, em que é necessário garantir a qualidade das matérias primas utilizadas, tais como pimentas, alho, sal, entre outros, para aromatizar o leitão, assim como a perícia que os assadores da Nova Casa dos Leitões têm em confecionar o leitão à temperatura ideal, através de fornos de tijolo reflatário prensado, aquecidos de maneira tradicional, com vides, que além de ajudar a aromatizar o leitão lhe confere também a pele crocante, dourada e estaladiça, tão procurada pelos clientes. Existe ainda aliado à Nova Casa dos Leitões, um take away em Matosinhos, ‘Prazeres da Bairrada’, onde é comercializado também o nosso leitão da Bairrada, gerido por um dos sócios da Nova Casa dos leitões, Augusto Sousa, onde os clientes podem adquirir leitão inteiro, ao kilo, ou em sandes.
Quinta da Mata Fidalga Para acompanhar o leitão da Bairrada, nada melhor que um bom espumante ou vinho da região. Esta harmonia é garantida à mesa da Nova Casa dos Leitões, através dos vinhos da Quinta da Mata Fidalga e outros vinhos da região da Bairrada. Este projeto, que remonta a 1986, começou porque Fabiano Santos desafiou o sogro, Augusto Virgílio, a apostar neste setor, começando a engarrafar o vinho que, até então, era vendido no restaurante e parte das uvas eram vendidas às adegas da zona. Fabiano, filho de pais agricultores a 100 por cento, sempre teve uma paixão e interesse pela área vitícola e facilmente concluiu com o seu sogro, que as uvas que tinham nas suas
Fabiano Santos, membro da administração
“Atualmente produzimos e engarrafamos vinhos e espumantes clássicos da região da Bairrada” mãos, através dos hectares que possuíam de vinha, tinham bastante potencial até porque eram muito procuradas, não só por adegas, como por caves da região. Desta maneira, começaram a produzir e a engarrafar o vinho das suas vinhas, também como forma de complemento ao restaurante. Assim nasceu o projeto Quinta da Mata Fidalga, uma marca que foi registada com o mesmo nome que é dado aos terrenos onde está instalado o restaurante, a adega e parte dos 30 hectares de vinha que possuem. Fabiano, que com a confiança dos seus sogros e esposa, gere e explora a parte da adega da Quinta da Mata Fidalga, garante que “atualmente produzimos e engarrafamos vinhos e espumantes clássicos da região da Bairrada. Felizmente, temos uma casta riquíssima aqui na nossa região, a casta Baga, que além de uma acidez muito própria, tem também taninos diferentes das restantes castas o que nos permite fazer vinhos e espumantes sui generis. Inclusivamente, há franceses que já procuram a Bairrada para produzir os seus vinhos, pois estão a perceber que esta região, pela qualidade dos solos e microclima, conseguem aqui criar vinhos tão bons ou superiores ao que produzem no seu país, França”. Fabiano Santos refere que o mercado do Algarve é onde as vendas dos vinhos da Quinta da mata Fidalga
têm mais expressão, além da Nova Casa dos Leitões. A produção anual aproxima-se dos 200 mil litros. A Quinta da Mata Fidalga também está presente no restante mercado nacional, possuindo uma garrafeira/loja nas instalações da Nova Casa dos Leitões. Exporta ainda para países como França, Suécia, Angola e Estados Unidos da América. Para Fabiano, “procurar o gosto do consumidor é logo meio caminho para garantir o sucesso, porque o cliente sabe que fizemos aquele determinado produto especialmente a pensar nele” e, reflexo disso, é a criação do Rosé Blush, um dos vinhos do portefólio da Quinta da Mata Fidalga, que se distingue pelo tom cor casca de cebola, um rosa muito suave que chama a atenção do cliente. “Este vinho surgiu através de uma conversa de mesa com o nosso distribuidor, Rui Castro da RCL Wines, que comentou que gostava de ter um rosé com estas características”. Hoje já é um dos vinhos mais vendidos e apreciados pelo consumidor, por ser um vinho tranquilo, sem gás e que acompanha muito bem pratos de peixe, marisco e que, para Fabiano, é também ideal para tomar numa esplanada durante uma tarde soalheira, servido bem fresco. A conjugação de sabores entre o leitão de qualidade e os espumantes e vinhos tinto, branco e rosé diferenciam a Nova Casa dos Leitões e a Quinta da Mata Fidalga dos demais restaurantes da região. Como afirma Fabiano Santos, “o que nos distingue é o prazer que nos dá servir os clientes, o bem que nos faz proporcionar-lhes bons momentos e contar-lhes o que mais gostamos: bom leitão, bom vinho e boa mesa”. março 2019 Revista Business Portugal | 37
PEDRO DOS LEITÕES
PRIMEIRO RESTAURANTE DO MUNDO A VENDER LEITÃO ASSADO À BAIRRADA
Mealhada é sinónimo de leitão e leitão é sinónimo de Pedro dos Leitões. A Revista Business Portugal visitou o restaurante que já conta com 78 anos de existência e que atualmente é gerido por Sandra, Pedro e Filipe Castela, netos do fundador e impulsionador do Pedro dos Leitões, o primeiro restaurante do mundo a vender leitão assado à Bairrada.
Á
lvaro Pedro, o ‘Pedro dos Leitões’ A génese desta casa é Álvaro Pedro, nascido em 1903 no lugar de Alpalhão, que com apenas 17 anos partiu para o Brasil a fim de trabalhar como chefe de um carro de jantar num comboio que liga o Brasil à Argentina e que, quando regressou a Portugal aperfeiçoou a sua formação e em 1941 abriu o primeiro estabelecimento, onde comercializava sandes de leitão e que, como conta Filipe Castela, seu neto, “tudo começou numa casa pequenina, onde é atualmente o parque de estacionamento do nosso restaurante. O meu avô alugou uma casa que era uma mercearia com meia dúzia de mesas e era onde servia o leitão”. Álvaro Pedro inaugurou as novas instalações do restaurante em 1948, no mesmo local onde hoje está localizado e cuja fachada do edifício se mantém fiel desde então assim como toda a envolvência clássica e elegante do seu interior e das salas de refeição que são a imagem de marca do restaurante para os clientes que o visitam. Foi pelas mãos de Álvaro Pedro que tudo começou e desde então que uma das preocupações atuais é manter viva a memória do seu fundador e manter-se fiel não só aos fornecedores com quem trabalham desde essa altura como também ao modo de confeção e corte do tão típico leitão assado à Bairrada, legado deixado por Álvaro Pedro.
A arte de um serviço com elegância e qualidade Como Sandra e Filipe explicam “Mealhada é sinónimo de leitão e como tal os nossos clientes procuram o Pedro dos Leitões nesse sentido”. Segundo os mesmos, é essencial garantir a qualidade do leitão desde a sua produção e como tal mantêm-se fiéis ao mesmo fornecedor que já trabalhava com o seu avô, em quem confiam e que lhes garante “o produto que nós queremos. Um leitão de qualidade, com o máximo de cinco semanas de criação, que não seja um animal gordo e que depois de assado não ultrapasse os quatro a cinco quilos”. Além de um leitão de excelência afirmam ser importante garantir também pimentas de qualidade, que conjugadas com o sal, o alho e a banha, resultam num molho de leitão apreciado pelos clientes que os visitam.
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PEDRO DOS LEITÕES
A apresentação do leitão à mesa é algo que diferencia o Pedro dos Leitões dos demais restaurantes da região bairradina e essa característica começa no corte do leitão. Como explica Filipe Castela “somos os únicos que cortam o leitão sem lhe tocar com as mãos; cortamos com uma pinça e uma tesoura diferente de todas as outras, também. A maior parte dos restaurantes usa uma tesoura de poda, a nossa é uma tesoura de trinchar carne que vem diretamente do Brasil. Só usamos essas tesouras e aliamos a uma pinça, que por acaso é da construção de um primo nosso, que usamos na mão esquerda e que nos auxilia no corte. Não tocamos com a mão no leitão nem mesmo a fazer sandes”. O próprio corte do leitão é diferente e é uma tradição que preservam do tempo do seu avô “o nosso corte para a mesa é diferente do corte dos outros, é um corte maior. Nós cortamos a costela desde a espinha até à barriga, inteira, precisamente para dar a conhecer ao nosso cliente o verdadeiro tamanho do nosso leitão. O nosso corte sempre foi assim desde o tempo do meu avô e é algo que nos diferencia e que queremos manter”. Sandra e Filipe Castela asseguram que o Pedro dos Leitões é procurado em todas as
Sandra e Filipe Castela, sócios-gerentes
alturas do ano sendo as épocas festivas os momentos mais fortes e nos quais recebem mais clientes. Com uma capacidade para cerca de 430 pessoas, é um restaurante que à semana é essencialmente um “restaurante de negócios, de pessoas que estão de viagem” e consideram que a procura por parte de turistas – em particular brasileiros e americanos – cresceu bastante nos últimos tempos. A ligação ao Brasil é mantida desde a época
em que Álvaro Pedro lá trabalhou e atualmente “muitos dos clientes brasileiros que nos visitam, quando voltam para o Brasil, recomendam a amigos que venham provar o nosso leitão”, como referem. O Pedro dos Leitões está até incluído em vários roteiros turísticos de agências de viagens do Brasil e é portanto uma referência além-fronteiras. “É preciso vir cá e provar” como assinala Sandra. Não só o leitão mas sim a conjugação das 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada – água, pão, vinho (e leitão), que estão presentes na mesa desta casa diariamente e que fazem as delícias de quem os visita. O futuro avizinha-se risonho numa casa que prima pela sua identidade, pela história do seu fundador e que se mantem fiel ao modo de confeção do típico leitão da Bairrada. Para acompanhar a refeição, o Pedro dos Leitões oferece uma lista de vinhos com cerca de 1.500 exemplares à escolha do cliente, incluindo o tão tradicional espumante. Fechamos com a chave de ouro, pelas palavras de Filipe Castela que garante não poder dizer se são ou não os melhores, deixando isso para os seus clientes apreciarem mas afirmando que “O Pedro dos Leitões foi o primeiro a comercializar leitão e os outros serão todos uma réplica perante o Pedro dos Leitões.”
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JPF EVENTOS
SABORES E SABERES TRADICIONAIS A JPF Eventos dedica-se ao fabrico de pão regional da Mealhada, em fornos a lenha ambulantes, mantendo a tradição na sua confeção, que pode ser observada in loco, em feiras dentro e fora do concelho da Mealhada. Ao pão regional, Fátima e Jorge Manuel Jesus juntaram uma panóplia de sabores que têm feito das delícias de quem prova, como nos contaram em entrevista.
S
endo um dos ícones mais celebrados da cidade da Mealhada, o pão é amassado, tendido, e cozido, em forno de lenha, por mãos hábeis e experientes de padeiras cujo saber atravessa gerações. Foi esta tradição que Fátima e Jorge Manuel Jesus, um casal empreendedor e dinâmico, quiseram resgatar e, desde há 15 anos têm vindo a afirmar e valorizar cada vez mais o pão como uma das maravilhas da mesa da Mealhada. Com muita entrega e dedicação conseguiram criar o seu próprio negócio e alcançar o reconhecimento do seu trabalho. Tudo surgiu de uma pequena brincadeira, mas hoje a empresa contribui para a dinamização da economia local. “Os meus filhos pediam-me para fazer pão com chouriço com caldo verde, algo que adoravam comer nas feiras populares. Comecei a fazer o pão com chouriço, os meus filhos levavam para a escola e suscitavam a curiosidade dos amigos”, revela Fátima Jesus, lembrando que, nessa altura “o professor Nelson, natural da freguesia da Vacariça, convidou-me para ir à Escola Básica de Anadia para demonstrar aos seus alunos a tradição de amassar e cozer o pão”, 40 | Revista Business Portugal março 2019
refere a nossa entrevistada, sublinhando que convidou um grupo de pessoas de idade, com saber e experiência na arte de fazer o pão para a acompanharem e proporcionarem esta aprendizagem.
“O leitão é todo desfiado, a pele toda cortada e depois vai tudo dentro da massa ao forno com o tempero do leitão” Tudo isto fez com que as pessoas sentissem maior curiosidade em consumir os produtos confecionados por Fátima Jesus, o que levou o casal a agarrar esta oportunidade de negócio. E assim surgiu o primeiro
convite de José Rosas, na qualidade do presidente da Junta de Freguesia da Vacariça, concelho da Mealhada, para apresentar os produtos na Feira do Travassinho, que já não se ficavam pelo pão tradicional ou o pão com chouriço, isto porque Fátima Jesus emprestou a sua criatividade ao negócio e criou uma panóplia de sabores desde o pão com leitão, pão com atum e milho, bôla de sardinha, ou bôla de carne, sobejamente apreciados por todos. Estando na Mealhada é certo e sabido que o leitão continua a ser o rei e por isso mesmo o pão com leitão é o mais solicitado. Mas desengane-se quem pensa que é fácil, na verdade tudo isto dá muito trabalho, porque “o leitão é todo desfiado, a pele toda cortada e depois vai tudo dentro da massa ao forno com o tempero do leitão”, refere, realçando que este é um dos seus segredos. Também a decoração é pensada ao pormenor, com artefactos tradicionais, que surgem da imaginação e criatividade de Fátima Jesus, mulher guerreira, dinâmica e carismática. E hoje, são várias as feiras de gastronomia em que a empresa está presente com os seus sabores e saberes tradicionais. Em paralelo, Fátima e Jorge Manuel
JPF EVENTOS
Pedro Miguel, Fátima e Jorge Manuel Jesus, administradores
Jesus decidiram criar outras dinâmicas que permitissem organizar festas, eventos e convívios, aliando outras iguarias gastronómicas como o porco/pernil no espeto com arroz de feijão, leitão no churrasco e grelhados. “Para isso, investimentos em equi-
Em todo o trabalho levado a efeito, há uma grande vontade e empenho em manter a tradição e proporcionar momentos inesquecíveis
pamentos de qualidade como grelhas em inox e fornos e, hoje em dia, temos cinco fornos fixos nos locais onde habitualmente fazemos as feiras e fornos portáteis para os eventos privados”. A uma boa gastronomia tem que se juntar um bom vinho, por isso mesmo o casal harmoniza os seus cozinhados com os vinhos que vão buscar diretamente aos produtores da região da Bairrada. Em todo o trabalho levado a efeito, há uma grande vontade e empenho em manter a tradição e proporcionar momentos inesquecíveis. De resto, Fátima Jesus lembra que na região criou a tradição de fazer o segundo dia de casamento, ou seja, “as pessoas gostam de celebrar o casamento com um copo de água mais formal, mas no segundo dia a JPF Eventos delicia os convidados com o seu porco no espeto com arroz de feijão. Fátima Jesus recorda que a empresa tem já no seu portfólio diversas festas, convívios, bodas de prata, bodas de ouro e até um aniversário de 100 anos, momentos que para a nossa entrevistada são muito gratificantes. O futuro passa por continuar um caminho de qualidade e de valorização, levando os sabores da JPF Eventos mais além, proporcionando momentos inolvidáveis.
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TERMAS DE LUSO
TERMAS DE LUSO: O EQUILÍBRIO ENTRE O CORPO, A MENTE E A ALMA
L
As Termas de Luso, rodeadas pelo encanto e pureza da Serra do Bussaco permitem a recuperação do equilíbrio entre Corpo, Mente e Alma. Em entrevista à Revista Business Portugal, Bernardo Moreno, membro da equipa de gestão das Termas explica de que forma é possível aliar o termalismo a serviços inovadores como o spa termal.
ocalizadas na vila de Luso, as Termas de Luso garantem, a quem as visita, um conceito diferenciador a nível nacional, quer pelos seus serviços de Termalismo, Spa Termal e Medical Center, mas essencialmente pela pureza e qualidade da Água Termal de Luso, uma água com características únicas em Portugal. Como explica Bernardo Moreno, em fevereiro de 2017 foi iniciada a gestão das Termas de Luso pela equipa do Grande Hotel do Luso “no sentido de criar uma sinergia positiva para ambas, não esquecendo que as duas empresas estão umbilicalmente ligadas através de um túnel de acesso entre os edifícios”. A proximidade dos serviços e a união da gestão permitiram a criação de produtos mais atrativos para os visitantes das termas e do hotel, que acabam por conseguir aliar dois serviços num: o alojamento e a parte de tratamentos termais ou de Spa Termal. Esta medida pretende atrair mais visitantes e utentes às termas e rentabilizar ambos os serviços, no fundo inovar e garantir atualidade aos serviços para corresponder às necessidades dos aquistas. O Grande Hotel de Luso que foi alvo de duas remodelações recentes, conta com 132
Bernardo Moreno, membro da equipa de gestão das termas
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quartos, alguns deles comunicantes entre si, uma ótima solução para famílias com crianças que lá fiquem alojadas, bem como um conjunto de serviços onde destacamos a piscina exterior olímpica, a piscina interior renovada e um ginásio totalmente equipado com ultima geração de equipamentos. As crianças são uma grande preocupação e como tal existe no hotel o espaço Luso Kids com e vários jogos e atividades para as crianças poderem permanecer. Uma das novidades que Bernardo Moreno destaca nas Termas de Luso é a criação de um espaço para as crianças poderem estar, à semelhança do que existe no hotel e que, no entanto, nas termas, ainda é uma debilidade, como refere “quando estão hospedados no hotel as crianças ficam no Luso Kids e os pais podem ficar descansados, quando não estão alojados na nossa unidade é mais difícil suprir essa necessidade, no entanto estamos a trabalhar nesse sentido”. Outra das novidades vai ser a possibilidade de integrar as crianças nos tratamentos “e para isso estamos a rever a nossa oferta de spa onde vamos incluir tratamentos para que as crianças possam acompanhar os pais nesse momento de
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TERMAS DE LUSO
relaxamento”. Bernardo destaca ainda a forte procura de tratamentos para as vias respiratórias “tem vindo a haver uma maior procura por parte dos pais – em grande medida por indicação médica – pois este tipo de tratamentos não utiliza fármacos, e previne doenças do foro respiratório”. Esta envolvência com as crianças é bastante importante para a administração e gestão da termas pois para Bernardo, o caminho para a sensibilização da importância do termalismo, passa por elas, como afirma “o crescimento de uma unidade como a nossa passará realmente por apostar numa sensibilização para a saúde e aí nada melhor do que o fazer através das crianças, como aconteceu com a reciclagem, com as regras do trânsito etc…só há um caminho para essa consciência: as crianças” e como tal a ideia é transmitir a mensagem de que as termas não são um luxo nem uma atividade “só para velhos”, um sítio onde têm que estar um mês inteiro em tratamento, mas sim uma experiência que pode ser feita apenas em sete dias no caso do termalismo ou mesmo num fim de semana no caso dos tratamentos do spa termal…no fundo criar esse hábito na vida das pessoas e, por consequência, melhorar a sua qualidade de vida. As Termas de Luso apoiam-se em três valências complementares, são elas o Termalismo, o Spa Termal e o Medical Center, direcionado para a Medicina Física e de Reabilitação, bem como a criação de hábitos de alimentação saudável através da nutrição. Outra das valências das Termas e do hotel é a parte desportiva, como relembra Bernardo Moreno “apostamos, desde 2015, nos tratamentos a atletas profissionais e, nesse sentido, finalizámos a construção de um ginásio munido com os melhores equipamentos de treino e outros serviços. Temos excelentes relações com a Câmara Municipal da Mealhada, detentora do Centro de Estágios que se encontra nas nossas imediações, que devido ao facto de ser um local aprazível e sossegado tem atraído muitos clubes que celebram parcerias connosco e com o Grande Hotel do Luso no sentido de realizarem os seus estágios”. Os estrangeiros representam apenas 5 por cento dos nossos utentes, sendo o grande volume são portugueses com mais de 55 anos e, na sua maioria, reformados porque têm mais disponibilidade temporal. Os tratamentos de termalismo exploram as propriedades curativas da Água Termal de Luso em patologias de diversa ordem, nomeadamente, renais, metabólicas, respiratórias, da pele, do aparelho circulatório e músculo-esqueléticas. Existe um leque variado de escolha de tratamentos para quem procura as termas: hidropinia, duche de agulheta, hidromassagem, duche Vichy, banho de vapor à coluna, hidrocinesioterapia, termoterapia, emanatório (construído sobre a nascente termal) entre muitos outros serviços. O Spa Termal foi um serviço pensado para momentos de relaxamento e conforto e inclui massagens de vários tipos, bem como alguns serviços adaptados do termalismo, como é o caso do Duche Vichy, 44 | Revista Business Portugal março 2019
que pretendem ativar as sensações do utente durante o tratamento. Ainda no Spa Termal de destacar o Circuito Acqua Sensations, zona de excelência para experiencias de banho e calor que explora os benéficos terapêuticos da Água Termal de Luso e que engloba no mesmo espaço Sauna, Hammam, Fonte de Gelo, Duche Suíço, Duche Sensações e piscina interativa com diversos tipos de jatos e camas de hidromassagem subaquática. Neste espaço pode ainda relaxar ao som de musica ambiente e degustar diferentes Águas de Luso na sala de relaxamento. O Medical Center das Termas de Luso pretende disponibilizar um serviço de reabilitação física e de criação de hábitos de vida saudável. O edifício onde se encontra o Medical Center, remonta a 1893, e conta com uma piscina encantadora cujo projeto esteve a cabo do gabinete de Gustave Eiffel. O espaço de reabilitação das termas conta com uma equipa médica multidisciplinar de acompanhamento do utente. Como Bernardo realça, visitar as Termas de Luso é ter uma experiência rica e diferente onde é permitido aos clientes usufruir das propriedades terapêuticas da Água Termal de Luso e onde se podem deixar envolver pelos sentidos que são despertados em cada programa exclusivo, pensado para os clientes. Os programas exclusivos incluem diversas experiências e podem inclusive ser feitos a dois, no caso de casais que pretendam receber um tratamento e experiência conjunta, na cabine dupla com jacuzzi. A sinergia criada entre hotel e termas alarga-se também à vila de Luso “a nossa diferença é marcada através da nossa envolvência com a natureza, a nossa gastronomia, estarmos tão próximos da Mata do Bussaco - respirar ali dentro é ganhar anos de vida-, a vila de Luso é calma, bucólica…a água, “A Pureza” (que é o símbolo das Águas de Luso) tem aqui um conjunto de infraestruturas e serviços completo, as pessoas são dedicadas e quem vem fazer termalismo pode experimentar outras valências como spa e bem-estar… as unidades hoteleiras que aqui se encontram são diversificadas e para todas as carteiras, e no fundo a Água Termal de Luso é única e não existe em mais nenhuma parte do país. É algo que só experimentando é que as pessoas conseguem ter a noção”. Quem visita as termas e a vila de Luso é convidado a sentir o poder da água e a experienciar as 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada: água, pão, vinho e leitão, um conjunto de produtos que atraem bastantes turistas estrangeiros e de todas as zonas do país e que são uma fonte importante para a valorização da região.
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DESTAQUES 44 MUNICÍPIO DA POVOAÇÃO Povoação, o concelho mais lindo dos Açores 46 RESTAURANTE VALE DAS FURNAS Da caldeira para o prato 48 ÕTAKA RESTAURANTE A cozinha Nikkei chegou a São Miguel 50 AGÊNCIA DE VIAGENS MELO Viajar com confiança 52 ERA PONTA DELGADA A era de Ricardo Moura 54 CGA - CONSTRUÇÕES E GESTÃO AÇORIANA LDA. Construir (n)os Açores 56 5AV HAIR STUDIO 5Av Hair Studio mantém-se na vanguarda da beleza
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AÇORES ESPECIAL PONTA DELGADA Entre os 308 municípios portugueses, a maior e mais populosa cidade açoriana ocupava, em 2018, o 24.º lugar nacional do Portugal City Brand Ranking da Bloom Consulting. Ponta Delgada é a primeira entre os 19 municípios dos Açores nas categorias Negócios, Visitar e Viver. A qualidade de vida, a segurança, a diversidade de escolhas dos cidadãos em matéria de cultura, desporto, educação e bem-estar social são algumas das características associadas a esta cidade açoriana. Ponta Delgada é um concelho empreendedor que não perde de vista o desenvolvimento integrado da cidade e das suas freguesias, alicerçado na sua identidade, cultura e tradições. Um concelho respeitador do ambiente, membro da Associação Internacional das Cidades Educadoras e da Rede de Cidades Saudáveis, inteligente, com ambição e excelência para ser cada vez mais acolhedor e merecedor de se viver. Nas páginas seguintes encontrará o que de melhor se faz por Ponta Delgada, nas mais variadas áreas de atividade. Aproveite, caro leitor, e viaje para o meio do Atlântico sem sair do seu lugar.
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MUNICÍPIO DA POVOAÇÃO
POVOAÇÃO, O CONCELHO MAIS LINDO DOS AÇORES Pedro Nuno Melo é o interlocutor ideal para que conheçamos a Povoação. O presidente desta Câmara Municipal apresenta o município ao pormenor. Conheça o ‘concelho mais lindo dos Açores’ nesta edição da Revista Business Portugal.
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ara quem não conhece, como pode apresentar o concelho da Povoação? Abrangendo a costa sueste de São Miguel, o Concelho da Povoação faz parte da maior e mais populosa das nove ilhas que compõem o arquipélago dos Açores, local onde desembarcaram os primeiros povoadores o concelho é constituído por seis freguesias e estende-se por 110.32 km2. A freguesia de Água Retorta, tipicamente rural, com uma enorme fajã mesmo à beira do calhau junto ao mar; o Faial da Terra, presépio da ilha, com tradição na caça à baleia; a Freguesia de Nossa Srª dos Remédios, terra outrora rica em cereais com o seu ‘Museu do Trigo’; a Ribeira Quente, freguesia tradicionalmente piscatória com uma praia de águas tépidas; a freguesia de Furnas na qual
Pedro Nuno Melo, presidente
se pode sentir o pulsar dos vulcões, com a sua lagoa, caldeiras, parques botâncos e águas termais, e a Povoação, freguesia de riqueza histórica a partir da qual se podem desbravar os ‘caminhos do povoamento’ ou trilhos pedestres. Povoação assume-se como paragem obrigatória para todos quantos visitam a ilha de São Miguel. Nesse seguimento, quais são os principais pontos turísticos a visitar? Visitar o nosso concelho é estar permanentemente em contacto com a natureza. Na terra ou no mar, oferecemos um vasto e variado leque de opções que certamente desejará repetir. Com jardins e miradouros de inigualável beleza, parques de sonho, de elevada riqueza botânica, tem ainda caldeiras, lagoa e piscinas de águas quentes férreas onde poderá relaxar. Possuímos um campo de golfe, variados hotéis e casas de turismo rural, entre várias outras opções onde poderá pernoitar. E no que respeita aos sabores? Com uma gastronomia rica e diversificada, no concelho poderá saborear alguns dos melhores pratos e doçaria regionais. Os peixes grelhados e mariscos, as famosas fôfas, os bolos lêvedos, os licores e os biscoitos são apenas bons exemplos de iguarias de eleição. Sobressai da nossa ementa gastronómica, o cozido das Furnas, confecionado com o vapor que sai do interior da terra vulcânica e que lhe dá um paladar inconfundível.
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O Município da Povoação recomenda… FURNAS Aventura-se num passeio pedestre pelas margens da Lagoa das Furnas. É o local ideal para piqueniques, passeios de canoa e de bicicleta. Nas suas margens pode-se ainda observar a zona dos cozidos e a Ermida de Na. Sra. Das Vitórias. Recomendamos ainda, que prove o tão afamado cozido, confecionado nas entranhas da terra. RIBEIRA QUENTE Nos dias quentes de verão, nada como um mergulho na Praia do Fogo, da freguesia da Ribeira Quente. Este areal paradisíaco conta com historial de Bandeira Azul e Praia Acessível e com ótimas condições de bar, balneares e estacionamento. Sendo a Ribeira Quente uma freguesia piscatória, é certamente freguesia de bom peixe. O cardápio é vasto, mas fica a sugestão de provar os afamados chicharros. VILA DA POVOAÇÃO No coração da vila, encontra-se o Jardim Municipal, o principal local de encontro e lazer da vila da Povoação. Para muitos visitantes, a passagem pela vila da Povoação significa uma ida ao café em busca do emblemático doce da Povoação: as fofas. Poderá degustar esta doçaria enquanto passeia pelas artérias da vila, onde encontrará ‘história’, com a passagem pela primeira paroquial da ilha de São Miguel, Porta do Povoamento que eterniza a chegada história dos primeiros povoadores à ilha de São Miguel. NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS É uma das localidades que oferece aos visitantes uma vista panorâmica de cortar a respiração. O Miradouro Pôr-do-sol é um local aprazível para piqueniques e, onde pode vislumbrar-se com uma vista da costa sul da ilha de São Miguel. Quem passar por esta freguesia terá, obrigatoriamente, de visitar um dos pontos turísticos de referência, o Museu do Trigo. Um antigo engenho onde os visitantes podem observar os instrumentos tradicionais utilizados na ceifa do trigo, bem como, degustar os afamados licores, produzidos pela Cooperativa local ‘Celeiro da Terra’. FAIAL DA TERRA Freguesia situada entre duas montanhas ciclópicas de onde brotam água límpidas com o oceano quase a beijar as ruas e a ribeira, separando a localidade a meio, conhecida também como o ‘Presépio da Ilha’. Aproveite a sua passagem pelo Faial da Terra e faça o trilho do Salto do Prego, onde se vislumbrará com uma cascata de água cristalina. Termine a visita com um mergulho no Portinho da Baleia, galardoado também com Bandeira Azul.
ÁGUA RETORTA Não poderá regressar a casa, sem antes passar pela freguesia ‘mais pitoresca dos Açores’. Uma visita à Fajã do Calhau é obrigatória a todos os que nos visitam. Esta zona de veraneio, muito procurada na altura de verão, oferece momentos de descanso e descontração. Quem visitar a freguesia de Água Retorta, certamente encontrará belíssimas paisagens naturais, um Parque Florestal de encantar e um rico património edificado, entre as quais a Igreja Matriz, dedicada à Padroeira: Nossa Senhora da Penha de França.
RESTAURANTE VALE DAS FURNAS
DA CALDEIRA PARA O PRATO Este é o principal conceito do restaurante Vale das Furnas, localizado na freguesia que lhe deu o nome. Maria Teresa Pimentel, ou Dona Teresa como é mais conhecida, contou-nos, em entrevista, o segredo por detrás do famoso cozido que serve, todos os dias, a locais e visitantes da ilha de São Miguel. Maria Teresa Pimentel e equipa, administradora
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ssumidamente um local de paragem obrigatória, a freguesia das Furnas é visitada, diariamente, por milhares de turistas que ali procuram banhar-se nas águas férreas termais, contemplar as belas paisagens e degustar boas refeições, cozinhadas debaixo de solos com águas em grande ebulição. Com 19 anos de existência o restaurante Vale das Furnas sempre foi uma referência na região, no entanto, desde 2007 que o mesmo é gerido pela Dona Teresa que, desde então, nunca mais parou. Este restaurante tem a particularidade de se encontrar junto a um parque de cam-
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pismo (gerido pelo marido da nossa entrevistada), com um grande parque de estacionamento e espaço para miúdos e graúdos brincarem e passearem à vontade. O espaço encontra-se aberto todos os dias das 9 horas às 22 horas (no inverno) e das 9 horas à meia-noite (no verão).
O cozido à moda antiga O Vale das Furnas é conhecido pela qualidade dos pratos típicos servidos. Falamos do cozido de carnes, mas também do polvo, da feijoada e da bacalhoada, que também são cozidos nas caldeiras naturais (todos estes produtos demoram cerca de seis a sete horas a estarem devidamente cozinhados).
O segredo está nas “ótimas carnes que utilizamos, na qualidade dos enchidos, da hortaliça e no tempero – baseado em pimenta da terra, alho e pimentão doce”, contou-nos a gerente do espaço que é também a cozinheira. Para além destes pratos, o restaurante também serve o Bife à Regional, iscas de vaca, entrecosto e uma novidade: france-
RESTAURANTE VALE DAS FURNAS
sinha à moda do Porto. “Posso dizer que o meu molho foi aprovado por pessoas naturais da cidade invicta e, por isso, somos muito procurados também pela francesinha”, confidenciou a Dona Teresa.
Açores como destino de eleição Os voos realizados por companhias low-cost e a BTL (Bolsa de Turismo de
Lisboa) foram os grandes impulsionadores do turismo dos Açores. “São cada vez mais os portugueses, vindos do continente, a visitar as nossas ilhas e isso tem sido muito bom para a restauração. Para além dos portugueses, também temos muitos espanhóis, russos e alemães a visitarem o arquipélago”, esclareceu-nos a nossa anfitriã. Com uma equipa composta por 12 pessoas, Maria Teresa Pimentel lamentou a dificuldade existente na angariação de mão-de-obra para o setor da restauração: “é tão difícil que eu vejo-me obrigada a manter a mesma equipa durante o ano inteiro para não perder ninguém”. A par disso, a proximidade com o cliente também é uma preocupação constante: “divido-me entre a cozinha e a sala para poder cumprimentar os meus clientes porque eu sinto que eles vêm cá, não só pela minha comida, mas porque gostam de mim também”, assumiu. Composto por 150 lugares, este restaurante pode ser utilizado para casamentos, batizados, aniversários e ainda serve take-away. Numa perspetiva de futuro risonho, a Dona Teresa confidenciou-nos a sua vontade de alargar o espaço do restaurante. “Quero construir mais uma sala, aqui ao lado, onde tenciono oferecer um serviço buffet que dê resposta àquelas pessoas que não têm tempo de reservar mesa, mas que querem comer algo típico da região, sem terem que esperar”, finalizou a nossa entrevistada empreendedora.
O segredo está nas “ótimas carnes que utilizamos, na qualidade dos enchidos, da hortaliça e no tempero – baseado em pimenta da terra, alho e pimentão doce”, contou-nos a gerente do espaço que é também a cozinheira
Telefone: 296 584 307 | Email: restaurantevaledasfurnas@gmail.com Facebook: restaurante.valefurnas
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ÕTAKA RESTAURANTE
A COZINHA NIKKEI CHEGOU A SÃO MIGUEL Ponta Delgada é morada de inúmeros restaurantes, com os mais diversos conceitos associados. No entanto, há um ano, estreou-se na cidade e na ilha, um restaurante com um conceito inovador que promete surpreender todos os que se aventurem por esta viagem de sabores proposta pelo casal Anne Teixeira e José Pereira (nossos entrevistados nesta edição).
Õ
taka – nome do restaurante – “é a tradução da palavra açor em japonês”, começou por nos explicar o casal que se conheceu há 12 anos na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Ele é açoriano e ela é brasileira, ele domina na cozinha e ela surpreende na pastelaria, juntos são a chave do sucesso deste espaço que é já uma referência em toda a ilha. Depois de trabalharem em vários hotéis em Lisboa e, mais tarde, em Genebra, decidiram regressar. “O nosso objetivo sempre foi voltar a Portugal”. Os Açores eram o local desejado e São Miguel acabou por ser a escolha mais acertada: “é aqui que se encontra o nicho de mercado que pretendemos, é aqui que está a maior
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parte da população e turistas e é aqui que o nosso conceito faz mais sentido”, esclareceu Anne Teixeira.
Cozinha de fusão Aberto ao público há um ano, o restaurante Õtaka apresenta uma cozinha Nikkei, num conceito que funde o Japão com a América do Sul (nomeadamente o Peru). A decoração do espaço, a música ambiente cuidadosamente selecionada, a disposição das mesas e a cozinha aberta que permite ao cliente apreciar como os pratos são confecionados, resultam numa experiência única onde os menus de degustação são o centro das atenções. “Apostamos muito nos menus de degustação num conceito de partilha, porque queremos que as pessoas provem muitas coisas, todas elas diferentes”. Nos pratos confecionados por José Pereira “os molhos são a essência e o segredo que faz a diferença”, por outro lado, nas sobremesas a cargo de Anne Teixeira “a base francesa cria uma harmonia perfeita com os aromas japoneses utilizados”. Nesta simbiose, a carta de vinhos não foi descurada e, por essa razão, “é uma carta enxuta, rica em referências açorianas que combinam muito bem com os alimentos que servimos”.
A equipa e o fator ‘Uau!’ Para este restaurante o fator ‘Uau!’ é muito importante: “o cliente tem de sair daqui completamente satisfeito e, para isso acontecer, um prato bom só não chega. É preciso criar todo um ambiente que crie sintonia com o momento de degustação que promovemos”, reiterou o chef José Pereira. Para além da qualidade dos alimentos confecionados e da beleza dos em-
ÕTAKA RESTAURANTE Anne Teixeira e José Pereira, sócios-gerentes
“É aqui que se encontra o nicho de mercado que pretendemos, é aqui que está a maior parte da população e turistas e é aqui que o nosso conceito faz mais sentido”
(para o segundo), para receber os clientes que atempadamente fizeram a sua marcação. “Foi um conceito difícil de implementar porque as pessoas estranharam,
mas depois acabaram por aceitar e perceber o porquê de isto funcionar assim: é preciso tempo para degustar e viver toda esta experiência”. Também por esta razão, o espaço só abre ao jantar. “Nós estamos a trabalhar cada vez melhor os nossos pratos, estamos a servir melhor e, por isso, acreditamos que este vai ser um excelente ano, um ano de afirmação”, finalizaram os nossos entrevistados, ao mesmo tempo que nos confidenciavam que “o Õtaka veio para ficar, mas não paramos por aqui”.
pratamentos servidos, a elegância do serviço não é deixada ao acaso. A jovem equipa que compõe o staff do restaurante Õtaka é atenta aos pequenos pormenores que fazem toda a diferença num serviço de excelência. “Pedimos aos nossos funcionários para não agirem de forma mecânica, mas sim para serem sensíveis por forma a sentirem o que o cliente precisa, quando ele precisa. Como nós tivemos a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais da alta cozinha mundial, tentamos transmitir aos nossos colaboradores o tipo de serviço que queremos apresentar aos nossos clientes”, confidenciaram os nossos entrevistados.
Para muitos, o melhor restaurante da ilha Num conceito completamente inovador, o restaurante Õtaka apresenta um serviço por turnos, abrindo as suas portas às 19 horas (para o primeiro turno) e às 21.30 horas
Rua Hintze Ribeiro n.º5 a 11 9500-049 Ponta Delgada Tlm.: 919 312 080 otaka.nikkei@gmail.com
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AGÊNCIA DE VIAGENS MELO
48 ANOS A SERVIR COM EXCELÊNCIA
VIAJAR COM CONFIANÇA A Agência de Viagens Melo, localizada em Ponta Delgada, conta com 48 anos de existência. Nesse seguimento, Catarina Cymbron – atual diretora e nossa entrevistada nesta edição – herdou o legado que lhe permite ajudar os açorianos a conhecer o mundo e o mundo a conhecer os Açores.
O
pai da nossa entrevistada foi pioneiro na elaboração de programas que permitiam turistas estrangeiros visitarem as ilhas do arquipélago. Catarina Cymbron seguiu-lhe os passos e já há 24 anos que se dedica à mesma profissão: ser agente de viagens. Atualmente esta empresa apresenta dois serviços distintos: o de auxiliar os açorianos na organização das suas viagens (sejam elas em lazer ou em trabalho) e o serviço incoming, que permite a continentais e estrangeiros usufruírem de um pacote de serviços e atividades totalmente planeados por forma a permitir a melhor experiência possível no contacto com a beleza natural açoriana. “Organizamos programas individuais e de grupo para pessoas que querem visitar os Açores, nas mais diversas áreas: percursos pedestres, golfe, mergulho, circuito entre ilhas e demais atividades que vão ao encontro das expetativas e desejos dos nossos clientes”, explicou-nos a nossa entrevistada.
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Catarina Cymbron, administradora
Ainda sobre a crescente procura que se tem evidenciado, a diretora da Agência de Viagens Melo assumiu a cada vez mais exigente postura do mercado turístico, que obriga a uma maior flexibilidade e dinamismo por parte das empresas do setor: “dou-vos o exemplo de um nicho de mercado que começa agora a surgir: o turista que procura as nossas ilhas em função da sua energia, conexão espiritual e holística. Isto é uma novidade para nós e temos que nos saber adaptar a ela”. No que diz respeito às tendências do mercado, Catarina Cymbron confidenciou-nos que, na hora de viajar, os açorianos optam cada vez mais por cruzeiros e destinos de sol e praia (a par dos continentais) e, no sentido contrário, os Açores são muito procurados, principalmente, por alemães, escandinavos, ingleses, franceses e, agora (devido aos voos diretos existentes entre Nova Iorque e Ponta Delgada), norte-americanos.
Açores: um destino para o ano inteiro Consciente da imprevisibilidade do setor onde atua: “nós estamos muito dependentes de fatores externos porque, em alturas de crise, o primeiro corte que as famílias fazem é nas viagens e nós sofremos com isso”, a empresária lamentou a ainda existente sazonalidade na procura pelo destino Açores. “A verdade é que o nosso arquipélago tem tanto de bonito no verão como no inverno. E no que diz respeito a atividades, somos dos poucos destinos que apresenta um elevado número de programas para as várias estações do ano. É preciso contrariar a sazonalidade e é nesse sentido que estamos a trabalhar”, finalizou a nossa entrevistada. Rua de Santa Luzia nº 7/11 | 9500-114 P. Delgada - São Miguel – Azores Tel.: +351 296 205 381 | www.melotravel.com
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ERA PONTA DELGADA
A ERA DE RICARDO MOURA Quando um piloto com ADN de campeão se junta a uma marca especialista na competição imobiliária de alto nível, o resultado só pode estar coroado de vitórias. Ricardo Moura (nosso entrevistado nesta edição) e ERA são duas máquinas de alta performance que vão acelerar o mercado imobiliário açoriano.
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omo é que o setor imobiliário surgiu na sua vida? Na verdade, sempre tive um fascínio pelo setor no geral. Mas foi em 2007, depois de acabar a minha licenciatura, que comecei a trabalhar como diretor comercial numa promotora imobiliária, onde estive sete anos. Aí ganhei know-how e abriu portas para anos mais tarde integrar a ERA de Ponta Delgada. Já tinha alguma experiência no ramo, não particularmente na área da mediação imobiliária, mas fiz todas as formações necessárias e como a ERA já tinha um histórico de sucesso dentro da rede, foi como dar um salto em alta velocidade para tentar dar ainda mais ímpeto a essa mesma empresa. O que, aliás, temos conseguido.
Ricardo Moura é casado, tem dois filhos e é licenciado em Estudos Europeus e Política Internacional pela Universidade dos Açores. Apaixonado por desportos motorizados foi, por 10 vezes consecutivas, campeão dos Açores de ralis e três vezes campeão nacional na mesma modalidade. “Confesso que durante muitos anos o meu foco foi esta modalidade, o que no fundo contribuiu muito para abrir um conjunto de oportunidades e conhecimento. No entanto, desde que assumi a gestão da ERA de Ponta Delgada, sabia que seria muito difícil conciliar os ralis com a atividade profissional e, por essa razão, a partir de abril do ano passado deixei de competir a tempo inteiro. Agora pratico apenas por lazer”, confidenciou-nos. O espírito competitivo que o caracteriza, devido à sua paixão pelos ralis, ajuda-o no exercício desta profissão? Além do espírito competitivo eu Ricardo Moura, broker
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sou conhecido pela minha persistência. Não aceito um não com facilidade e normalmente, esgoto todos os recursos antes de ver algo ser-me negado. Isso tem dado os seus frutos, porque junto com a minha equipa, que tem também este ADN, assumimo-nos como muito competitivos e líderes no setor imobiliário. Como define a marca ERA? A maneira mais fácil de a definir é não a definindo de todo, é sentindo-a. A marca ERA não se define, a marca ERA sente-se. Quem está envolvido no universo ERA percebe o que digo. No fundo é uma rede com um número enorme de colaboradores com um ADN comum. É uma rede que está sempre a procurar as melhores soluções e, por isso, transmite uma enorme confiança a todos os seus franchisados. O crescimento em rede é sempre mais assertivo e mais rápido porque existe uma partilha muito grande de experiências e metodologias entre os próprios franchisados. O que distingue a sua loja? Acima de tudo é a enorme seriedade com que trabalhamos. Temos um historial que fala por si e uma loja que tem cerca de 16 anos, quase sempre no Top 10 nacional da rede ERA. Tudo isto fruto da equipa que trabalha, todos os dias, arduamente em prol da satisfação dos nossos clientes.
A ERA de Ponta Delgada conta com 30 funcionários, uma loja principal (junto ao Hotel Vip Executive) e um ponto de venda, localizado no centro histórico, junto às emblemáticas Portas da Cidade. Como se encontra o mercado imobiliário micaelense? O mercado tem vindo a crescer significativamente, também por ser uma região cada vez mais procurada por pessoas de fora (continentais e estrangeiros), o que alterou o paradigma da procura. A par disso, a vinda de um voo regular de Nova Iorque para Ponta
ERA PONTA DELGADA
Delgada faz-nos acreditar que temos um potencial de crescimento com o mercado norte-americano. Também esta alteração da notoriedade dos Açores no mundo, uma vez que fomos considerados um dos melhores destinos no setor do turismo sustentável, fez com que o setor imobiliário crescesse em duas vertentes distintas: os residentes que investem em alojamentos locais para darem resposta a esta crescente procura e, por outro lado, os estrangeiros que procuram os Açores para segunda habitação ou, até para criação de negócio na área do turismo. Portanto, essa dinâmica que a região tem tido, faz-nos acreditar num futuro muito positivo.
Queremos continuar a ser a Agência imobiliária de referência em São Miguel, tendo cada vez mais clientes satisfeitos. Também em 2019 pretendemos continuar a ser uma agência de confiança para todos os investidores nos Açores E a construção tem acompanhado esse dinamismo? Aí creio que não. A construção não tem acompanhado a procura ao ritmo desejado. Isso prende-se com o facto de os promotores locais terem sofrido muito com a crise no início da década e, por isso, ainda não conseguiram avançar com projetos de promoção imobiliária com alguma dimensão. No caso concreto da captação de investimento no setor da promoção imobiliária na região temos tido algumas dificuldades, porque os investidores procuram negócios rápidos, com boa rentabilidade e nós, neste momento, em termos operacionais e do ponto de vista burocrático, penso que ainda não adotamos os mecanismos ajustados a esta realidade. Ou seja, existem alguns compassos de espera, que na ótica dos investidores, são impeditivos e, por isso, julgo que o setor público precisa de se reajustar. O que é preciso para se ser um bom vendedor de casas? Do ponto de vista de um franchisado, é preciso ter um controlo muito grande sobre o seu negócio. É importante termos uma peneira muito fina em que poucos negócios escapam. E isso faz-se com muito controlo, muita presença, muito rigor, muita imaginação e muito foco. Do ponto de vista do agente
imobiliário, com a avalanche de clientes compradores e com a escassez de produto, sobretudo novo, exige-se muito foco, muita assertividade na gestão do seu tempo e muito critério de seleção. Saliento que nós só trabalhamos com colaboradores em full time, precisamente para termos apenas pessoas focadas no negócio e a verdade é que os nossos resultados espelham essa entrega. Esta é uma profissão valorizada ou ainda temos um caminho a percorrer? Ainda temos um caminho a percorrer. Como é evidente esta é uma profissão que tem de ser mais valorizada porque tratam-se de profissionais que vão ser responsáveis pelos negócios mais importantes da vida de cada pessoa (a compra da sua habitação) e, portanto, essas pessoas devem ser cada vez mais qualificadas e consequentemente mais respeitadas. Para isso, creio que esta deve ser uma profissão com acreditação e formação adequada. Como é que o ano de 2019 vai ser para a ERA de Ponta Delgada? Queremos continuar a ser a Agência imobiliária de referência em São Miguel, tendo cada vez mais clientes satisfeitos. Também em 2019 pretendemos continuar a ser uma agência de confiança para todos os investidores nos Açores. Queremos ser um veículo promotor do investimento de capital de fora da região, ajudando na captação do mesmo e afirmando-nos como um suporte para os investidores que vêm de fora. No fundo, nós temos a capacidade de dar seguimento a qualquer projeto e temos bons negócios a propor com boas rentabilidades. Finalizo, dizendo que tivemos um crescimento muito grande nos últimos dois anos, mas acreditamos que é possível crescer mais, quer em quota de mercado, quer na obtenção de novos clientes e novas oportunidades de negócio. Enquanto gerente, confio plenamente que com a nossa equipa, com as estratégias que estamos a seguir e com as readaptações em termos de organização interna, associadas ao facto de estarmos a investir fortemente na certificação de qualidade, vamos ter ainda mais argumentos para nos afirmarmos no mercado.
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CGA - CONSTRUÇÕES E GESTÃO AÇORIANA LDA.
CONSTRUIR (N)OS AÇORES
CGA – Construção e Gestão Açoriana que se dedica à construção e reabilitação de edifícios num conceito chave-na-mão: “Desde o projeto até à entrega da obra concluída”, frisou.
“Estamos numa fase mesmo muito boa, há muita construção nova, muita reabilitação, muita requalificação e muito investimento a acontecer” Turismo alavanca a construção
A CGA – Construção e Gestão Açoriana Lda., gerida por Rui Câmara e Pedro Pacheco, é já considerada uma das principais empresas de construção dos Açores. Sedeada em Ponta Delgada conta com três anos de existência e mais de 100 colaboradores.
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ui Câmara – nosso entrevistado – conta com mais de 20 anos de experiência na área da construção civil. Questionado sobre a origem da CGA o empresário esclareceu: “Eu já tinha uma empresa ligada ao setor e o meu sócio também. Eu dedicava-me aos acabamentos e ele à construção pelo que decidimos unir-nos numa empresa só”. Desta união surgiu a
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Com a crescente procura pelo destino Açores, a construção tem ultrapassado uma fase muito positiva na ilha micaelense: “Estamos numa fase mesmo muito boa, há muita construção nova, muita reabilitação, muita requalificação e muito investimento a acontecer”, confidenciou-nos o empreiteiro. Com obras garantidas até, pelo menos, 2023 a CGA trabalha quase em exclusivo com investimento privado e denota que “cerca de 70 por cento desse investimento é feito por estrangeiros que veem potencialidades turísticas na nossa ilha”. Do leque de projetos que se encontram em desenvolvimento, Rui Câmara destacou o Hotel Verde Mar (que irá ser inaugurado no verão deste ano), dois hostels no centro de Ponta Delgada, um alojamento local em Ponta Garça e outro em Nordeste. O elevado número de obras em construção justifica a existência de 120 colaboradores afetos à CGA – Construção e Gestão Açoriana: “Cerca de 60 por cento dessa mão de obra é qualificada, no entanto, notamos que é cada vez mais difícil encontrar jovens que se interessem por aprender e trabalhar neste setor”, lamentou o nosso entrevistado.
CGA - CONSTRUÇÕES E GESTÃO AÇORIANA LDA.
Da construção à distribuição de materiais As principais características desta empresa prendem-se com a utilização de materiais exclusivos e topo de gama e com o cumprimento de todos os prazos de entrega das suas obras: “Nós nunca falhamos com um prazo de entrega. Nem que o material venha de avião. É um ponto de honra para nós o cumprimento do prazo de entrega da obra. Nós somos das empresas mais caras do mercado, mas asseguramos um serviço completo e de excelência”, garantiu-nos Rui Câmara. Por outro lado, e para além da construção civil, a CGA – Construção e Gestão Açoriana também se dedica a outra atividade: a distribuição de materiais de construção pelos lojistas das várias ilhas do arquipélago. Tudo começou devido à lacuna existente nos stocks dos lojistas e armazenistas da ilha: “Uma das principais dificuldades com que as empresas de construção, localizadas nas ilhas, se deparam é com o atraso no fornecimento dos materiais. É muito caro e os barcos não têm capacidade para o abastecimento necessário para satisfazer as nossas necessidades. Outra grande dificuldade encontra-se na revenda, as lojas de materiais de construção não têm capacidade de fornecer aquilo que nós queremos comprar”. Conscientes desta realidade, os administradores da CGA começaram a agrupar todo o material que mais gastam e a comprar diretamente às fábricas: “Atualmente fornecemos também os lojistas. Trazemos para cá o material em grandes quantidades e fazemos o nosso próprio stock. Por causa disso, tornámo-nos em revendedores, distribuidores e aplicadores desses materiais, alargando assim o core business da nossa empresa”, esclareceu. Em final de conversa, o nosso entrevistado confidenciou: “A construção civil é, para mim, mais uma paixão que uma profissão. O facto de ver algo surgir do nada, evoluir e depois de um tempo ver a obra concluída fascina-me. Acompanhar todo este processo é muito gratificante, dá gosto”.
“Nós nunca falhamos com um prazo de entrega. Nem que o material venha de avião. É um ponto de honra para nós o cumprimento do prazo de entrega da obra. Nós somos das empresas mais caras do mercado, mas asseguramos um serviço completo e de excelência”
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5AV HAIR STUDIO
5AV HAIR STUDIO MANTÉM-SE NA VANGUARDA DA BELEZA O espaço conta com cinco anos de existência e é gerido por Carla Vieira e Hermínio Arruda.
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ocalizado no centro de Ponta Delgada, o 5Av Hair Studio conta com instalações de grande dimensão e com inspiração nova iorquina. Por outro lado, apresenta uma equipa jovem, dinâmica e em constante formação, capaz de satisfazer qualquer necessidade dos seus clientes: “faço muitas viagens internacionais, precisamente para marcar a minha posição no mercado e acompanhar a inovação que todos os dias acontece. Fazer constantes formações resulta num investimento muito grande, mas
Hermínio Arruda e Carla Vieira, sócios-gerentes
Largo S. João, Nº3 - Ponta Delgada 296 098 673 // 917 790 553 5av.hairstudio | 5av.hairstudio 60 | Revista Business Portugal março 2019
a verdade é que vale a pena”, assumiu Carla Vieira que já conta com mais de 20 anos experiência na área. O 5Av Hair Studio representa as melhores marcas profissionais do mundo dos cabelos: Kérastase e L´oréal. Para além disso, neste espaço são realizados inúmeros serviços: massagens, mesoterapia, gessoterapia, extensões de pestanas, microblading, tratamentos de emagrecimento, cavitação, coloração possível de ser feita em doentes oncológicos e, mais recentemente, próteses capilares, assumindo-se como o primeiro e único espaço nos Açores a ter este serviço: “o futuro passa pelas próteses capilares. É uma solução não invasiva, rápida de colocar, indolor e muito mais económica do que um implante”, desmistificou Hermínio Arruda. O diagnóstico capilar, as técnicas vanguardistas utilizadas e os produtos de excelência adotados fazem com que aqui se preste um serviço profissional de excelência: “nós não brincamos aos cabeleireiros”, finalizou Carla Vieira, a cabeleireira que reúne a preferência dos micaelenses. Para conhecer melhor este espaço e os seus trabalhos pode também visitar as páginas do Facebook e Instagram do 5Av Hair Studio!
JANSSEN PORTUGAL
marรงo 2019 Revista Business Portugal | 61
INDÚSTRIA DA MOAGEM E TRANSFORMAÇÃO
DESTAQUES 59 ANIM ANIM apoia a Produção Nacional - 15000 toneladas moídas em 2018 62 CREDIN PORTUGAL Produtos diferenciados para o sucesso do seu negócio
A produção de cereais em Portugal passou a ser praticamente inexistente nos anos 90 após a extinção da Empresa Pública de Abastecimento de Cereais. No entanto, recentemente algumas associações têm tentado revitalizar o setor e já existe alguma produção. Apesar disso, Portugal depende das importações de cereais para fazer face ao consumo de farinhas e outros produtos derivados. Estas importações provêm essencialmente de países como a França, Alemanha alguns países de leste, Canadá e Estados Unidos da América. Em Portugal, as empresas de moagem são maioritariamente familiares. Muitas estão já na terceira geração enquanto outras, foram recuperadas pelos jovens, que decidiram revitalizar empresas do tempo dos seus avós. À semelhança do que acontece com a agricultura, também no setor de moagem encontramos diversos casos de retorno às origens. Conheça a realidade das empresas nacionais num especial dedicado à indústria da moagem e transformação.
64 IMECRAL A sua parceira desde o projeto à instalação
MAIS DE 300 ANOS DE HISTÓRIAS DE VÁRIAS GERAÇÕES
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Sociedade Industrial do Louro, conhecida como a moagem do Louro, registada em 1948, mas com um passado longínquo, conta com mais de 300 anos de história. A família é detentora da última azenha movida a água e em mó de pedra em funcionamento em Portugal e dedica a sua atividade à produção de farinha de milho e centeio. O futuro está já assegurado pelas novas gerações que já nasceram a aprender a arte de forma tradicional, como sempre a quiseram manter.
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Rua da Azenha, 11 4760-214 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 322 681 Tlm.: 965 124 510
ANIM
ANIM APOIA A PRODUÇÃO NACIONAL - 15000 TONELADAS MOÍDAS EM 2018 A Associação Nacional dos Industriais de Moagem, Trigo, Milho e Centeio tem vindo a desenvolver um papel essencial juntos de todos os associados, tendo em vista a preservação do setor das moagens de cereais. Em entrevista à Revista Business Portugal, os membros da direção da ANIM, destacam o esforço feito em apresentar novas soluções para combater os maiores entraves do setor.
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edimos que comecem por nos apresentar a ANIM e qual os valores pelos quais a associação se rege. A ANIM é uma associação sem fins lucrativos de entidades nacionais que no território nacional e internacional exercem a produção, moagem e comércio de todo o tipo de cereais, leguminosas, massas e derivados. Tem por fim defender os justos interesses da indústria que representa e contribuir para o seu progresso. É a mais antiga associação do setor existente no país, com mais de 50 anos de história.
ANIM
Uma vez que este setor também tem uma outra associação a si dedicada (refiro-me à Associação Portuguesa da Indústria da Moagem – APIM) será importante esclarecer os nossos leitores da diferença entre as duas. A APIM é uma outra associação do setor. Conta atualmente com dois grupos moageiros associados. A nossa associação junta todos os tipos de moagens desde a tradicional, com mós de pedra, às mais industrializadas com moinhos de cilindros. As tradicionais podem ser movidas a água, a vento ou através de motores elétricos. Quais são as vantagens de ser sócio da ANIM? A ANIM além de ser representante dos seus associados junto de entidades públicas, organizações profissionais e sindicatos, apresenta também várias parcerias com empresas nas áreas de consultoria, formação, contabilidade e gestão, software, segurança alimentar, segurança e higiene no trabalho, entre outras, ou seja, tentamos assegurar as necessidades dos nossos associados ao nível de todas as exigências legais. É do conhecimento comum que a legislação e a sociedade são cada vez mais exigentes. Por isso, e como forma de a indústria de moagem se manter na vanguarda da segurança alimentar, a ANIM pretende disponibilizar acordos com várias entidades por forma a conseguir reduzir custos fixos aos seus associados. Custos esses que são comuns a empresas modernas e a empresas que trabalham segundo o processo tradicional. Consideramos também de elevada importância certificar os nossos associados. À semelhança da marca DOC e DOP queremos
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implementar uma certificação que permita à panificação saber que pode confiar no produtor e na qualidade do produto que recebe na sua empresa. Será, com certeza, do vosso interesse angariar mais sócios, uma vez que a união faz a força. O que têm feito nesse sentido? Procedemos recentemente à alteração dos estatutos, pois estes eram muito limitativos. No passado, a ANIM tinha mais de 400 associados, no entanto e após várias crises no setor ficamos reduzidos a menos de duas dezenas, também muito por conta do encerramento de pequenas unidades produtivas. A nova direção tem feito um grande esforço no sentido de agregar vantagens para os associados. Desde que o cereal é plantado até o pão chegar à mesa passa por muitos processos. Por isso e após consulta aos nossos associados foi decidido que devíamos incluir nos possíveis sócios, empresas cujo ramo de atividade esteja integrado nesta cadeia de produção. Existe, por parte dos jovens, interesse neste setor de atividade? Que incentivos são dados pela associação para motivar o interesse? As empresas de moagem são maioritariamente familiares. Muitas estão já na terceira geração enquanto outras, que cessaram atividade, foram recuperadas pelos jovens, que decidiram revitalizar empresas do tempo dos seus avós. À semelhança do que acontece com a agricultura, também no setor de moagem encontramos diversos casos de retorno às origens. Assim, a nossa associação através de parcerias ou junto de
ANIM
entidades, tentamos ajudar estas gerações a recorrer a apoios que existem para o setor, redução de custos de produção e todo o apoio necessário para se manterem no mercado de trabalho. O setor da moagem passou por uma fase menos favorável. Já se sentem os sinais da retoma? Que fatores podem contribuir para o desenvolvimento do setor? Gostávamos de conseguir ter o otimismo necessário para encarar o futuro do setor moageiro sob uma perspetiva mais ambiciosa. O setor da panificação, do qual dependemos está a passar por sérias dificuldades, muito por culpa da impunidade com que o grande retalho prospera. Tudo isto acaba por ser uma ‘bola de neve’ que se reflete no nosso setor. Aliado a esta situação, é importante fazer referência à entrada de grupos moageiros espanhóis que vão conquistando mercado à custa da redução de preços e com os quais se torna difícil competir. Seria um bom ponto de partida se algumas destas questões tivessem uma resolução à vista. A farinha é a matéria-prima do pão mais passível de negociação. Como é que os moageiros se podem tornar mais competitivos? Apesar do processo de moagem ser muito industrializado existe pouca diferença na farinha de trigo proveniente da moagem tradicional. Já na de milho é precisamente o contrário, não podemos fazer farinha com processo tradicional igual à do processo industrial nem vice-versa. A forma que as moagens têm de se tornar mais eficientes passa por efetuarem boas compras de matéria-prima, reduzirem custos energéticos, adquirirem valências que permitam tornarem-se numa mais valia perante a industria da panificação, referimo-nos às certificações como a ISO 22000, BRC, IFS. Para além disto apostar em produtos diferenciados. Portugal é um país com produção competitiva de milho, centeio e trigo? Os nossos associados têm apoiado muito a produção nacional. Na presente campanha de cereais, mais de 15 mil toneladas de cereais moídos por sócios da ANIM são de origem nacional.
A produção de cereais em Portugal passou a ser praticamente inexistente nos anos 90 após a extinção da EPAC (Empresa Pública de Abastecimento de Cereais). No entanto, recentemente algumas associações têm tentado revitalizar o setor e já temos alguma produção. Apesar disso, estamos completamente dependentes das importações de cereais para fazer face ao consumo de farinhas e outros produtos derivados. Estas importações provêm essencialmente de países como a França, Alemanha alguns países de leste, Canadá e Estados Unidos da América. Quais são os maiores entraves que o setor enfrenta neste momento? O decréscimo acentuado na produção de cereais a nível nacional tem contribuído substancialmente para perda de competitividade face à concorrência estrangeira, ou seja, como referimos anteriormente a concorrência das fábricas de Espanha é cada vez mais uma preocupação para o nosso sector. Por um lado, estas moagens têm acesso à matéria-prima a custos muito mais reduzidos pelo facto de serem produtores de cereais, nomeadamente de trigo. Por outro, em termos fiscais acabam por ter mais benefícios quando comparado com as empresas portuguesas. As questões que recentemente se levantaram sobre as intolerâncias ao glúten bem como os fundamentos sem base credível (em muitos dos casos) acabam por desqualificar o nosso setor e os produtos que fabricamos. Existem, sim, problemas associados ao consumo de farinhas refinadas devido à presença de glúten, no entanto deveríamos questionar-nos mais à cerca dos produtos que intervêm na composição de determinado pão.
Como é possível existirem profissionais de saúde a recomendar o consumo de ‘pães de forma’ ao invés do típico pão português, feito de farinha, água e sal? Que fundamento está por trás dessa recomendação? O pão está na nossa alimentação há mais de cinco milénios e faz parte de uma boa dieta alimentar. É importante a desmistificação do pão escuro, porque quando um médico ou nutricionista diz que devemos comer pão escuro, refere-se à quantidade de fibra incluída nesse pão. Ou seja, devemos comer pão o mais perto do integral possível, seja ele de trigo, centeio, milho ou outro cereal apto para a panificação. Com ajuda governamental esperamos equilibrar o mercado, para que as moagens ainda existentes prosperem e o setor da panificação possa continuar a comprar produtos nacionais para transformar e colocar nas mesas dos portugueses. O que é que a ANIM ambiciona para o seu futuro? O principal objetivo da ANIM é que os seus sócios prosperem e que sejam cada vez mais. Como disse inicialmente, a união faz a força. Contamos também interceder junto das entidades estatais de forma a corrigir situações menos boas para que num futuro próximo o setor possa afirmar que a crise é só uma palavra do passado.
Av. Elias Garcia 76, 1.º B 1050-100 Lisboa Telefone: 21 796 1143
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CREDIN PORTUGAL
PRODUTOS DIFERENCIADOS PARA O SUCESSO DO SEU NEGÓCIO Há mais de 46 anos no mercado, a Credin Portugal apresenta os produtos ideais para as áreas de panificação e pastelaria. Sendo a procura de soluções inovadoras um dos principais objetivos da empresa, Fernando Coelho, CEO, pretende continuar a desenvolver projetos que desafiem o percurso da Credin.
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m trajeto aliado ao crescimento Foi em janeiro de 1973 que a Credin Portugal começou a conquistar o mercado. A empresa dedica-se, desde o início, à produção e comercialização de ingredientes e matérias-primas para as indústrias de pastelaria e panificação, nomeadamente farinhas para o fabrico de vários tipos de pães e bolos, cremes para rechear ou decorar, geleias, chocolates, margarinas, frutos secos e fruta confitada. Estes produtos são um exemplo da gama alargada de produtos que a Credin fabrica e comercializa. A história da Credin é marcada pela importação de produtos da empresa Credin AS sediada na Dinamarca. Posteriormente e em 1978, iniciaram em Portugal a sua produção,
mais precisamente nas instalações em Moreira da Maia. Já em 1983, estabeleceram um acordo com a FNM - Fábrica Nacional de Margarina - parceria que terminou em 1992 quando a Credin AS obteve todo o capital. Assim, a expansão do negócio permitiu que em 1996 construíssem uma fábrica moderna em Lousa, concelho de Loures. Com o sucessivo crescimento tiveram de alargar novamente as instalações e em 2000 acrescentaram uma plataforma logística. Foi desta forma que a unidade da Maia passou a ser o apoio central de todos os clientes da região norte. O investimento de vários milhões de euros permitiu a compra de equipamentos automatizados, laboratórios para investigação, desenvolvimento de produtos, aplicações e controlo de qualidade. Todos estes aspetos
Fernando Coelho, CEO
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A Credin Portugal foi distinguida pela revista Exame em parceria com a Informa D&B e Delloite como sendo uma das 1000 maiores e melhores PME portuguesas ocupando a 480ª posição do ranking resultaram na inovação, na qualidade, na excelência do serviço prestado aos clientes e ainda na implementação de sistemas de garantia da qualidade e segurança alimentar, tendo em conta as normas ISO 22000 e BRC. As empresas Credin, do grupo Palsgaard A/S, foram adquiridas (em 2003) pelo grupo norueguês Orkla ASA, “passando a fazer parte da divisão de ingredientes alimentares
CREDIN PORTUGAL
soluções, produtos, conceitos, embalagens e o marketing são fatores importantes que representam oportunidades para os clientes desenvolverem os seus negócios com a maior rentabilidade possível.
Exportação na linha da frente A presença no mercado internacional tem registado um contínuo crescimento, conquistando uma grande percentagem do volume de negócios da Credin. Espanha (onde têm uma empresa subsidiária com escritório em Barcelona), Norte da Europa, Centro da Europa, países de África e continentes Americano e Australiano fazem parte dos destinos para onde os produtos são exportados.
Uma estratégia bem definida
(OFI - Orkla Food Ingredients)”. Este grupo tem cerca de 60 empresas e 27 unidades de produção espalhadas por 21 países europeus.
Panificação e pastelaria A Credin Portugal, atualmente com 80 colaboradores, assenta o seu core business na panificação e na pastelaria, duas das áreas com maior destaque e importância no setor da alimentação. Para que nada falhe, a empresa dispõe de uma equipa técnica especializada que acompanha todas as empresas, desde padarias e pastelarias artesanais até às grandes indústrias e superfícies comerciais. É feito um trabalho em rede com as empresas do grupo Orkla (na Europa) para que seja possível trabalhar as soluções caso a caso consoante as necessidades de cada um. A presença da inovação é essencial para o sucesso da empresa. O CEO explica que a capacidade de criar, dar a conhecer novas
Com o decorrer da crise financeira entre 2010 e 2014, a direção da empresa fez uma reflexão sobre qual seria a melhor estratégia a seguir, nunca esquecendo que “uma estratégia é sempre uma escolha”. A escolha feita, e que faz parte da missão empresarial da Credin, é a produção e comercialização de “produtos e serviços de qualidade a um preço razoável”. Apesar da estratégia estar bem consolidada, o nosso entrevistado refere que um dos maiores desafios que o setor enfrenta é o facto de “os nossos clientes perderem os consumidores. Se isso acontecer nós perdemos os nossos clientes e, consequentemente, o mercado desaparece”. Acrescenta ainda que “há uma classe média cada vez mais exigente, onde crescem as preocupações com o que
O investimento de vários milhões de euros permitiu a compra de equipamentos automatizados, laboratórios para investigação, desenvolvimento de produtos, aplicações e controlo de qualidade consomem e as repercussões na saúde”. Isto resulta numa maior preocupação não só com a origem mas também com a sustentabilidade das matérias-primas que são utilizadas. Para isso, a gama de produtos tem de ir ao encontro das necessidades dos clientes. “Pães com menor teor de sal, pães com fibras, com sementes, ricos em ómega 3, pães feitos à moda de antigamente, bolos com baixo teor de açúcar e de gordura, bolos com fibras, sem gorduras hidrogenadas, ricos em fruta, bolos e pastéis bem decorados e com acabamentos atraentes, pães e bolos expostos com elegância e profissionalismo”, são alguns dos exemplos das ofertas que a Credin disponibiliza aos clientes. Questionado sobre o futuro, o CEO acredita que “o futuro depende, essencialmente, do que cada um de nós faz no presente e da nossa contribuição. A Credin, daqui a 46 anos, será aquilo que as pessoas fizerem dela”, conclui.
CREDIN PORTUGAL - Produtos Alimentares, SA Rua Heróis do Ultramar, 370, Freixeira, 2670-747 Lousa, Loures - PORTUGAL Tel.: +(351) 219 668 150 | Fax: +(351) 219 660 206 | credin.portugal@credin.pt www.credin.pt
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IMECRAL
A SUA PARCEIRA DESDE O PROJETO À INSTALAÇÃO
David Cruz e Eurico Cruz, gerente da IMECRAL
A IMECRAL – Indústria Metalomecânica do Ramalhal, em Torres Vedras, celebra 30 anos de sucesso. Eurico e David Cruz apresentaram-nos a empresa de soluções para a indústria que prima pela qualidade do serviço.
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orria o ano de 1989 quando a IMECRAL foi fundada. Eurico Cruz trabalhava numa outra empresa por sua conta, até que foi abordado por António José dos Santos no sentido de gerar uma parceria com a Rações Valouro S.A., a qual consistiria na criação de uma empresa de metalomecânica que pudesse dar resposta à grande manutenção, com maior eficácia, de mais tecnologia e de rapidez. Nascia, assim, a IMECRAL- Indústria Metalomecânica do Ramalhal, Lda. A celebrar 30 anos de atividade, o fundador, Eurico Cruz, explicou à Revista Business Portugal que parte do segredo do sucesso deste empreendimento é que “só avançam com os dois pés bem assentes na terra” e investem sempre de forma “muito ponderada e a jogar pelo seguro”. Assim, não é de admirar que o balanço destas três décadas seja positivo. A IMECRAL especializa-se em encontrar soluções para a indústria. São uma empresa projetista e instaladora, dedicada ao estudo, conceção, desenho, fabrico, montagem e manutenção de equipamentos de armazenagem, transporte, elevação, movimentação e tratamento de matérias e produtos em unidades industriais. Têm intervenção na organização do processo produtivo de qualquer indústria transformadora ou extrativa, proporcionando soluções globais, completas e personalizadas em acordo com as especificidades de mecanização requeridas, que vão desde o diagnóstico de necessidades à manutenção programada, passando pela conceção e execução de projetos de instalação industrial. 68 | Revista Business Portugal março 2019
Para além de continuarem a ser um parceiro fundamental a várias empresas de rações para animais, também se expandiram por forma a suportar outros setores, entre os quais os da moagem e o setor da gestão do tratamento e reciclagem de resíduos sólidos e de águas residuais. Conhecer a fundo o cliente é muito importante para o bom desempenho desta empresa do Ramalhal: “idealizamos e projetamos consoante as necessidades do cliente, seja para fazer uma fábrica de raiz ou uma atualização do que já existe. Colocamos os equipamentos no local, po-
demos auxiliar na montagem do mesmo e conseguimos fazer uma fábrica chamada ‘chave na mão’. Temos de proporcionar os equipamentos necessários para que a qualidade, a eficiência e a rentabilidade seja adequada. O cliente pretende determinada produção e nós funcionamos com base nisso”. Não só é possível a construção de uma fábrica de raiz como a atualização de determinados setores, seja pela substituição de modelos ultrapassados ou por necessidade de se rentabilizar a produção. De facto, “fases de remodelação e ampliação é o que mais fazemos, em setores distintos”, refere Eurico Cruz. “Realizamos transformações de rentabilidade, de produção e de qualidade de fabrico. O aumento, por exemplo, da produção de 17 toneladas por hora para 20 toneladas representa um aumento de produtividade diária muito grande” e é fundamental para as empresas.
Ração animal e moagem Na área da ração animal e da moagem, todos os componentes relativos à maquinaria de fábrica, desde a entrada da matéria-prima, até à saída do produto final, podem ser adquiridos através da IMECRAL. “O conhecimento que adquirimos ao longo dos anos no setor da ração animal conse-
IMECRAL guimos começar a integrar no mercado das moagens. Nós usamos o nosso know-how e depois o cliente que sabe o que quer lima-nos as arestas, é do interesse de ambas as partes que assim o seja”. Contudo, “em termos de fabrico, a moagem é radicalmente diferente”, elucida-nos o fundador, “em termos de armazenagem de matérias-primas é muito semelhante, mas a partir daí, é muito diferente quanto ao tratamento do grão. Especificidade no tratamento do grão. Nas rações, a linha de produção é quase uma linha contínua. Na moagem há outra vertente, há muitos processos em paralelo e do mesmo grão consegue-se tirar vários resultados e aqui está a especificidade do setor. A técnica da própria moagem é fundamental: saber extrair do grão o que se quer e da forma que se quer. Por isso dizemos que a moagem é um produto mais fino, mais nobre. Aí a tecnologia é diferente e é mais especifica e com grandes marcas a fornecer. Nós estamos no processo em volta dos equipamentos mais específicos (máquinas) fornecidos por grandes fabricantes, onde procedemos ao fabrico e montagem de equipamentos na linha de fabrico.
Mais-valias na escolha da IMECRAL Os mais de 30 colaboradores que com-
põem a equipa da IMECRAL são profissionais experientes e com know-how acumulado de vários anos. “Os nossos colaboradores acompanham a empresa desde há muitos anos, alguns desde o princípio”. Desde 2016 que a gerência pode contar, oficialmente, com um novo apoio: David Cruz já integra a equipa e, sempre contando com o apoio do pai Eurico, será a próxima geração na administração. A acessibilidade é outra das mais-valias da empresa torrense, a qual se encontra disponível para esclarecer o seu potencial cliente e em demonstrar equipamentos sem compromisso. Bem como a disponibilidade para cumprir o timing exigido pelo cliente. Acima de tudo, primam pela relação qualidade-preço. Como nos afirmam pai e filho: “na IMECRAL temos uma gama de qualidade que queremos garantir ao cliente e aconselhamos nesse sentido. Acreditamos que a aposta na qualidade é uma mais-valia, tal como na parte de projeto, que complementa”. O futuro “está difícil de prever”, revelam-nos. O certo é que procuram sempre “mais eficiência” e sustentabilidade. “Se nos mantivermos como estamos é positivo, mas ainda há muito caminho a percorrer”, finalizam Eurico e David Cruz.
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DESTAQUES 67 OESTE SOLUÇÕES IMOBILIÁRIA Uma marca da Região Oeste 70 PREVROD Consultadoria e formação rodoviária de excelência 72 RE/MAX GRUPO ORIGEM Uma aventura em expansão 74 SOLAR DE CISTER Uma segunda casa entre o mar e Serra d’Aire e Candeeiros 76 FERREIRA DA SILVA Um passo em frente em direção ao sucesso
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REGIÃO OESTE Repleta de sol e bom tempo, a região Oeste é uma constante caixa de surpresas que lhe oferece um pouco de tudo: museus e monumentos fascinantes, uma gastronomia deliciosa com sabor a mar, lugares cheios de história e os alguns dos melhores destinos de surf do mundo. Aqui, não precisa de se arriscar por trilhos perdidos para descobrir os maiores tesouros do património histórico, cultural e religioso do Oeste. Atravessando as terras desta região, encontrará rotas especialmente criadas a pensar em si. Mas se o que procura é explorar o melhor da arte nacional, deixe que a Rota do Barroco e a Rota do Gótico guiem a sua aventura pelo Oeste de Portugal. Para conhecer e participar nas mais antigas tradições regionais, a Rota da Cerâmica, a Rota
dos Moinhos e a Rota do Vinho são as suas melhores opções. E não se esqueça da Rota dos Mosteiros onde poderá deixar-se levar pelo o encanto dos mais belos mosteiros em Portugal, como o de Alcobaça. Numa região tão rica como esta seria um desperdício passar todo o seu tempo entre quatro paredes. As matas da região Oeste convidam ao descanso ao ar livre com paisagens simplesmente deslumbrantes. Os amantes da observação de aves terão dificuldade em escolher por onde começar a sua aventura na natureza. No fino areal da Lagoa de Óbidos, cada passo que dá é uma nova oportunidade de encontrar animais raros. Já na Serra de Montejunto, explore ao ritmo da natureza e vá ao encontro de mais de 115 espécies de aves que por aqui passam durante o ano. E se preferir acompanhar a observação de aves com um pouco de desporto, porque não passar uns dias na Nazaré ou em Peniche? É verdade: um dos melhores destinos de surf do mundo é também uma das melhores regiões para observar aves migradoras da Europa!
OESTE SOLUÇÕES IMOBILIÁRIA
UMA MARCA DA REGIÃO OESTE A Oeste Soluções, imobiliária, tem uma nova imagem, mas os valores pelos quais sempre se regeu mantêm-se: muito trabalho e honestidade acima de tudo. A Revista Business Portugal esteve presente na inauguração do novo espaço em Torres Vedras e fomos recebidos por Sérgio Santos.
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elebrou cinco anos em janeiro e qual a melhor forma de festejar do que dar uma nova imagem à casa e convidar a comunidade a participar? Assim o fez Sérgio Santos, com a abertura da nova loja da imobiliária Oeste Soluções em Torres Vedras: “senti que deveríamos projetar a imagem da empresa para o exterior, dando mais visibilidade, ao mesmo tempo que proporciona condições de trabalho mais agradáveis aos nossos consultores e mais conforto aos nossos clientes, aquando das suas visitas”. O projeto inicial “era mais modesto” e consistia numa loja mais pequena. Porém, logo no primeiro ano de atividade, a imo-
“Não queremos ser como as imobiliárias tradicionais mais frias, queremos que as pessoas entrem e já se sintam em casa”
biliária registou um grande crescimento, bastante superior ao previsto e, por isso, depararam-se com a necessidade de mudar de instalações. Hoje, a “imagem exterior é uma prioridade”, garante-nos o diretor da imobiliária torriense e têm vindo a dar alguns passos nesse sentido ao longo dos anos. “Em 2019 o objetivo principal é esse”. Já causavam impacto positivo nos clientes, faltavam as instalações que refletissem isso mesmo. “Entrar em casa e sair com uma casa”: foi esta a resposta de Sérgio Santos quando questionado acerca do que pretendia atingir com a nova arquitetura e decoração da Oeste Soluções em Torres Vedras. Sentir-se em casa ainda antes de encontrar o seu lar, missão na qual será auxiliado pelos profissionais desta imobiliária: “não queremos ser como as imobiliárias tradicionais mais frias, queremos que as pessoas entrem e já se sintam em casa”. A Oeste Soluções já contava com uma loja na Lourinhã e nas primeiras semanas de março abriram, também, instalações em Odivelas. Muito em breve será Caldas da Rainha. “Esta foi a estrutura que idealizei
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OESTE SOLUÇÕES IMOBILIÁRIA
quando fundei a Oeste Soluções: ser uma marca da Região Oeste”.
O mercado oeste Aproveitamos a oportunidade para questionar o diretor e consultor imobiliário acerca das particularidades do mercado da região. Atualmente, há falta de apartamentos T2 e T3, tipologia mais frequentemente procurada. O mercado está muito virado para os centros de cidade – Torres Vedras, Lourinhã, Odivelas – e há muita procura por construção nova neste momento. “Os projetos são vendidos ainda antes da construção se iniciar, parece que regressamos ao mercado de há vinte anos”, expôs. Quando a Oeste Soluções se estreou no mercado, em 2014, Portugal passava por uma fase particularmente difícil de crise neste setor: “quando começamos estava péssimo, agora estamos totalmente estáveis. Fomos capazes de lidar com todas as situações que apareceram e ainda antecipar algumas. Já sabíamos, por exemplo, que iria surgir a questão da falta do produto novo”, confessa-nos o empresário. Dentro desse espírito de antecipar o mercado, a imobiliária conta com um departamento totalmente dedicado à banca e ao investimento. “Sentimos a necessidade disto, há dois ou três anos o que mais se vendia eram imóveis da banca, devido aos valores muito mais baixos. Eu estou convencido de que essa época vai voltar, infelizmente, e, desta forma, estamos um passo à frente”. Na última década, o setor imobiliário tem tido mu-
Sérgio Santos (ao centro) e equipa, administrador
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OESTE SOLUÇÕES IMOBILIÁRIA
danças radicais de um momento para o outro. “Esteve tão mal que nem os telefones tocavam, depois estava muito bem, mais tarde havia falta de construção nova… Portanto”, resume, “temos de estar sempre a planear o passo seguinte”.
Serviço chave na mão “A nossa forma de trabalhar é que o nosso cliente, comprador ou proprietário, tem de sair da nossa agência sem qualquer tipo de preocupações”, afirma Sérgio Santos. O cliente “compra casa, leva consigo a chave e entra em casa com tudo em funcionamento: água, luz, tudo pronto”. Futuramente, a imobiliária também terá parcerias a nível de decoração de interiores, para completar o serviço chave-na-mão que já presta: “o cliente tem de sentir que a casa é dele”. São estes serviços que consistem em valor acrescentado e que distinguem a Oeste Soluções da concorrência, porque no estado atual do setor há que justificar o recorrer aos serviços de uma imobiliária. “Também não fazemos promessas em vão, não vamos prometer vender a propriedade a um valor mais alto só para garantir a angariação da mesma”, remata. O futuro da Oeste Soluções a curto e médio prazo irá consistir em “solidificar esta aventura”, indicou o proprietário. Todos os passos tomados são ponderados e o ano de 2019 irá consistir em investimento na imagem e na divulgação da imobiliária torriense: “dar a conhecer a Oeste Soluções. Angariar mais contactos e mais clientes”, finaliza Sérgio Santos.
Minita Lourenço e Cinara, coordenadora de loja e consultora imobiliária
Cinara, consultora imobiliária, e Minita Lourenço, coordenadora de loja, foram as porta-vozes da equipa da Oeste Soluções. Cinara faz parte da equipa da imobiliária praticamente desde a sua fundação, enquanto Minita integrou o projeto em setembro de 2018. Ambas concordam que aqui há “espírito de família” e gostam do trabalho que desempenham, algo incomum no mundo empresarial de hoje. “Esta não é uma área fácil, há muita competição e concorrência desleal”, admitem, “temos de provar ao cliente que somos uma mais-valia pelos serviços que prestamos. Não nos limitamos a angariar um imóvel. Ser leal, tanto para com o vendedor como com o comprador, é fundamental”. Pode sempre contar com disponibilidade, honestidade, simpatia e boa disposição por parte da equipa Oeste Soluções. Aqui a preocupação com o cliente é uma prioridade absoluta, bem como o respeito pela relação de confiança que se estabelece. Cinara e Minita Lourenço concluíram a nossa conversa confessando que adoram a nova imagem e convidam o leitor a verificar por si mesmo.
“A nossa forma de trabalhar é que o nosso cliente, comprador ou proprietário, tem de sair da nossa agência sem qualquer tipo de preocupações”, afirma Sérgio Santos
OESTE SOLUÇÕES RITMOS E TEORIAS UNIPESSOAL, LDA | AMI: 10545 Morada: Rua Dr. José de Bastos, 2B 2560-332 Torres Vedras Telefone: (+351) 261096118 Telemóvel: 913580792 E-mail: info@oestesolucoes.pt www.oestesolucoes.com.pt
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PREVROD
CONSULTADORIA E FORMAÇÃO RODOVIÁRIA DE EXCELÊNCIA A formação rodoviária está na génese da empresa, mas foi na aliança com a consultadoria que viram a oportunidade de se diferenciarem. A PrevRod nasce em 2015, em Torres Vedras, sendo já uma referência no mercado nacional, sendo certificada pela DGERT e espera homologação de várias áreas novas pelo IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes).
A
PREVROD está certificada em quatro áreas de educação e formação distintas: Serviços de Transporte, Comércio, Desenvolvimento Pessoal, Produção Agrícola e Animal e Segurança e Higiene no Trabalho. Unir a consultadoria à formação é uma ideia tão prática quanto inovadora, e vem colmatar uma falha existente no mercado ligado ao setor rodoviário. Na PrevRod, em Torres Vedras, pode encontrar ambos os serviços, os quais
Todos os meses as empresas clientes enviam ou são recolhidos pela PrevRod, os dados tacográficos dos motoristas e dos tacógrafos dos veículos para serem analisados os erros cometidos 74 | Revista Business Portugal março 2019
são distintos, mas também se complementam mutuamente, numa oferta de excelência e diferenciada. A formação aos motoristas é obrigatória, a empresa disponibiliza formações para condutores ou gestores de frotas de veículos pesados, mercadorias ou de passageiros. A Prevrod pretende assim aproveitar as sinergias relacionadas com o conhecimento especializado que possuí no setor dos transportes, decorrente de experiência do serviço de consultadoria prestado aos seus clientes e conciliá-lo com as melhores práticas em matéria da formação profissional, de modo a oferecer um serviço complementar aos clientes de acordo com as suas necessidades. A proximidade e disponibilidade com os clientes cria uma relação de confiança e contribui para uma taxa de sucesso de aprendizagem. São cerca de 100 empresas e 1.700 motoristas que já confiam na empresa Torreense. Os formadores são especializados e contam com uma vasta experiência nesta área. Com a aposta na consultadoria, a PrevRod fica não só com a formação, mas também com um acompanhamento permanente, que pode ser ministrada a
Elisabete Santos, gestora de clientes
qualquer motorista ou colaborador da empresa que emprega os seus serviços. O contacto permanente e a disponibilidade que demonstram com os clientes são uma forma mais ágil, prática e completa de auxiliá-los. O ponto de diferenciação da empresa é no
PREVROD
âmbito da legislação comunitária sobre a regulamentação de tacógrafos e livrete individual condutor (LIC), utilizando o mesmo programa que as entidades fiscalizadoras e a ACT (Autoridade das Condições de Trabalho). Este programa permite visualizar os registos tacográficos dos condutores, assim terem acesso a todas as ocorrências, para que possam ser suprimi-las. Trabalhar por antecipação para fornecer as informações às empresas e seus motoristas, antes de serem confrontados com essas situações é o principal objetivo. Como explicaram à Revista Business Portugal, nesta área, no que toca à legislação, há sempre alterações e atualizações frequentes. Estas são diferentes de país para país e há uma preocupação de dar esse
Sede: Rua Joaquim Maria Simões nº.1 2560-281 Torres Vedras Edificio: SmartSpace Salas: Cordial e Nobre Tlm.: 967 159 955 E-mail: geral@prevrod.com www.prevrod.com
conhecimento aos parceiros. Outro dos pontos que diferencia a empresa é estarem aptos a trabalhar com motoristas e empresas que usem quer o analógico, quer o digital. Adquiriram uma impressora que permite passar o analógico para digital e possibilitar assim todos os dados numa única plataforma. Todos os meses as empresas clientes enviam ou são recolhidos pela PrevRod, os dados tacográficos dos motoristas e dos tacógrafos dos veículos para serem analisados os erros cometidos. Se forem de fácil resolução é resolvido com uma chamada telefónica, onde são dadas indicações para colmatar. Questões mais complexas haverá uma deslocação à empresa cliente, onde são dadas sessões de esclarecimento ou formações certificadas. A PrevRod envia mensalmente as empresas os relatórios com os erros cometidos e instruções, para os motoristas melhorarem a sua conduta em prol da segurança rodoviária. A empresa é responsável por qualquer infração cometida pelo condutor, ainda que fora do território nacional. A responsabilidade da empresa é excluída se esta demonstrar que organizou o trabalho de modo a que o condutor possa cumprir o disposto no Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março, serviço esse que é prestado pela PrevRod aos seus clientes. As empresas demonstram uma redução nas coimas, desta forma o valor pago pelos serviços justifica os benefícios que os clientes passam a usufruir. Isso é um motivo de orgulho para a PrevRod. Os serviços não obrigam a uma fidelização obrigatória e não tem custos elevados. No âmbito da proximidade e partilha de conhecimentos, a PrevRod anualmente efetua convívio com os motoristas, são organizados jogos pedagógicos relacionados com temáticas no âmbito rodoviário, com objetivo de formar e orientar os condutores, são premiados os que conseguirem atingir a melhor pontuação nesses jogos. O futuro passa pelo crescimento sustentado. Em 2019 pretendem aumentar a publicidade de forma atrair mais 50 empresas a nível nacional. Um passo mais perto do futuro que ambicionam, mas nunca esquecendo a realidade vivida e a ideia de sustentabilidade. A Prevrod não esquece o lema que os define: Chegamos longe para servir mais perto! Antecipar e prevenir no presente e acompanhar no futuro!
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RE/MAX GRUPO ORIGEM
RE/MAX GRUPO ORIGEM: UMA AVENTURA EM EXPANSÃO A experiência no ramo imobiliário começou no início dos anos dois mil quando Margarida Lopes e Ernesto Nogueira eram comerciais na RE/MAX Mosteiro, em Alcobaça. Com as dificuldades que se atravessaram no caminho, em 2008 surgiu a oportunidade de agarrarem o negócio, tendo assim a primeira loja.
O
sonho começou a ser vivido e não escondem que os primeiros tempos foram “uma aventura”. A época não era a melhor e sobreviver aos tempos de crise só foi possível com “trabalho árduo, dedicação e qualidade de serviço que sempre mantivemos. Essa é a nossa imagem de marca desde o início. Estas são as qualidades que realmente achamos que fazem a diferença e que nos ajudaram a sobreviver nos momentos mais delicados”, explicam. A marca RE/MAX é um grande apoio mas é fundamental que cada líder imprima nas suas lojas as suas próprias características. Na RE/MAX Mosteiro não é diferente. “Nós, como começamos como comerciais, quisemos sempre trazer para a nossa liderança, uma preocupação com a nossa equipa. Os nossos compromissos e a nossa dedicação é com eles. Somos uma família”. O projeto não fica apenas com RE/MAX Mosteiro. Em 2017, Margarida Lopes e Ernesto Nogueira expandem o negócio quando assumem a gerência da RE/MAX Rainha, nas Caldas da Rainha. Mais recentemente, em setembro de 2018 abrem a primeira loja Margarida Lopes e Ernesto Nogueira, sócios-gerentes 76 | Revista Business Portugal março 2019
RE/MAX GRUPO ORIGEM
totalmente de raiz, a RE/MAX Clássica, em Porto de Mós. Com a terceira aquisição, formam o Grupo Origem. A expansão não se reflete apenas nas lojas. É também no número de colaborares que vêem, a cada dia, um aumento da família. “Começamos o ano de 2017 com onze colaboradores e o objetivo era crescer. Hoje já somos quase 40 e queremos chegar as 60 até ao final do ano. Ser colaborador da RE/MAX é uma enorme alavanca para o sucesso no setor imobiliário com base na nossa política de partilha e entreajuda”. É através da formação que mantém os colaboradores sempre capazes de conseguir transmitir conhecimento, competência e valor de serviço, sempre com o objetivo de satisfazer e servir bem o cliente. Os mercados são diversificados e as realidades de cada uma das lojas é bem distinta. “Alcobaça é uma zona onde as freguesias são muito dispersas e a população também está mais dispersa e em que predomina o meio rural. Falta ainda investimento que aumente os postos de trabalho”, explicam. No entanto, devido à localização geográfica, é uma zona com bastante investimento estrangeiro, em especial, o que procura um turismo relacionado com praia, serra, campo, cultura, história e religião. “Nas Caldas da Rainha o mercado já é distinto. “É uma cidade muito mais aglomerada onde o tipo de imóveis procurados também já é um pouco diferente. É uma
cidade onde há mais ofertas para a população. Porto de Mós, fica marcado por ser o mais rural de todos e por cativar principalmente os estrangeiros e os investidores interessados em turismo rural. É certo e sabido por todos que a procura continua a ser maior que a oferta e que muito do trabalho das imobiliárias passa pela rotatividade do imóvel usado. A RE/MAX Grupo Origem usa como trunfo a prestação de serviços variados como os complementos financeiros, de consultadoria e de solicitadoria. “Tentamos dar o máximo apoio aos nossos clientes com uma estrutura o mais completa e mais competente possível. É uma mais-valia, pois os clientes sentem-se mais apoiados e confiantes. O crescimento no ano de 2018 foi acentuado. O futuro passa por consolidar os projetos e continuar a crescer apostando nas novas gerações que são os novos clientes aos quais o mercado terá de se moldar. “Cada caso é um caso e cada um deles, deve ser tratado como único. Comprar casa é uma experiência que tem de ser vivida em pleno” afirmam. Margarida Lopes e Ernesto Nogueira, deixam ainda a mensagem de agradecimento a todos os colaboradores, clientes e parceiros. “Gostaríamos de agradecer o voto de confiança que dão à nossa empresa, e acima de tudo queremos continuar a corresponder e a elevar a fasquia na prestação do nosso serviço”.
“Cada caso é um caso e cada um deles, deve ser tratado como único. Comprar casa é uma experiência que tem de ser vivida em pleno”
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SOLAR DE CISTER
UMA SEGUNDA CASA ENTRE O MAR E SERRA D´AIRES E CANDEEIROS O projeto surge de um sonho de Alda Costa que sempre teve um carinho especial pela terceira idade que complementava com a sua educação e formação de vida e é realizado pelo seu marido aquando da construção do edifício, tendo hoje como braço direito, o diretor técnico, Paulo Madeiras.
“
Fazemos o melhor que podemos para marcar a diferença. Sempre foi a nossa intenção que os nossos utentes se sentissem em casa. Para além de ter de haver regras, não há restrições. No seu quarto, que é a sua casa, cada um pode receber a família, os amigos, fazer os seus lanches e acima de tudo pode ter os seus próprios horários. Uma liberdade e uma independência que raramente se vê”. Para tal também contribuiu o facto de uma horário de visitas rígido não existir, “os utentes podem receber
Paulo Madeiras, diretor técnico
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visitas em qualquer dia e, praticamente, em qualquer hora”. Para além da independência, a gerência aposta na proatividade. “É importante que estas pessoas, apesar da idade, se sintam integradas na comunidade e que, de certa forma, se consigam sentir úteis. A pensar nisso, temos uma animadora a tempo inteiro na nossa instituição para permitir uma dinâmica mais interessante”. É neste sentido que existe uma panóplia de atividades que são desenvolvidas diariamente e que fazem parte da vida dos utentes mudando a forma como os idosos encaram a estadia numa residência sénior. Fora as atividades do dia a dia, existe também uma preocupação em envolver os utentes com a comunidade local. “Nós temos a preocupação de os envolver através de festas temáticas como é o caso do carnaval em que desfilam com a escola, mas também através de visitas a outras instituições e passeios frequentes para ir ver o mar, comer um bolo e visitar monumentos. Por vezes pensamos que é um pequeno gesto, mas depois olhamos para eles e sabemos que fizemos o dia deles”, contam. Os serviços prestados são também uma referência. Para além de prestar auxílio nas áreas comuns como alimentação e saúde, há também serviços como o ginásio, a capela, as massagens, o cinema, o teatro, as aulas de música (duas vezes por semana) e o salão de cabeleireiro (que segundo contam, faz fila à sexta-feira para os preparativos do fim de semana). Um espaço onde é valorizado o ‘eu’ de cada um para que aproveitam a última etapa de vida com a qualidade merecida e que muitas vezes faltou nos tempos de mocidade.
É gratificante quando ouvimos: “eu gosto de estar aqui e é aqui que eu quero ficar”
SOLAR DE CISTER
A instituição conta com um corpo clínico abrangente, com médica e enfermeiros e todo o espaço tem instalação de ar condicionado, para um maior conforto dos utentes. Os utentes chegam de todas as partes do país e até mesmo do estrangeiro. O Solar de Cister já espalhou a sua boa imagem além-fronteiras. A capacidade total é de 53 utentes e que a taxa de ocupação é de, quase sempre, 100 por cento. As dificuldades são diversas, mas é o gostar daquilo que se faz e respeitando o trabalho a realizar que se enfrentam as situações. “Todos os dias temos desafios e é importante sabermos reagir e saber dar resposta a esses entraves”, explicam. O fato de serem uma instituição privada ajuda na tomada de decisões, mas garantem que a maior ajuda vem da comunicação assertiva e clara entre todos. Nos seis anos de atividade as histórias são muitas e relembram que nunca tiveram um utente que não se tivesse adaptado. “Tivemos uma utente que veio cá passar uns dias por necessidade para não estar sozinha e agora já não
quer ir embora e temos aqueles que não vem agradados, mas a verdade é que todos se integram rapidamente e hoje, já nenhum quer ir embora. É gratificante quando ouvimos: “eu gosto de estar aqui e é aqui que eu quero ficar”, assim sabemos o valor do nosso trabalho. Este reconhecimento é a razão pela qual queremos continuar a marcar a diferença pelo trato, pelo amor e pelo carinho”. Acreditam que para além de proporcionar uma melhor qualidade de vida, esta estadia serve para criar novas relações e para partilhar histórias e momentos. O Solar de Cister desenvolve todos os meses um jornal onde, a cada mês, dão a conhecer a história de vida de um dos utentes. “É interessante esta iniciativa porque cada um deles deixa de ser mais um para passar a significar mais para cada um de nós. Este projeto vai para além do nosso jornal e temos uma parceria com a escola primária em
que recebemos as crianças e eles vêm com o intuito de saberem mais coisas sobre a infância dos nossos utentes”. Esta partilha é muito importante para que todos tenham a consciência do passado, do presente e do futuro das gerações. “Ainda falta algo que nunca termina que é melhorar, melhorar, melhorar. Melhorar em todos os aspetos desde o bom funcionamento da equipa até ao cuidado que prestamos aos nossos utentes. Este nosso trabalho permite que possamos disser às famílias que o Solar de Cister é uma segunda casa onde os idosos podem sentir-se em segurança e onde serão bem tratados”, afirmam. É através de conversas que identificam as falhas e que a cada dia encontram novas e melhores alternativas para alcançar a fórmula do sucesso. “Esta missão nunca vai terminar porque depois de darmos um passo, há sempre mais um por dar”, rematam.
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FERREIRA DA SILVA
UM PASSO EM FRENTE EM DIREÇÃO AO SUCESSO As áreas de atuação são amplas, complementando a produção, a exportação, a importação e ainda um serviço de transportadora. A Ferreira da Silva, encabeçada por Vítor Fonseca, Susana Marques e Vítor Nunes chega assim a todo o mundo com o objetivo de “frutificar o mundo”.
A
empresa conta já com uma experiência de 31 anos no mercado nacional e, sobretudo, internacional estando presente em três continentes: Americano, Europeu e Africano. “Começámos como uma empresa importadora de mangas, depois fomos evoluindo para os outros frutos exóticos, ou seja, trabalhávamos sempre com fruta fora de época. Quando não havia, nós importávamos… Primeiros os exóticos, depois os citrinos, as maçãs e as peras e fomos mantendo, basicamente, uma empresa importadora”. A localização é favorável e permitiu a expansão do negócio que depois da importação consolidada aposta na exportação do produto nacional. A exportação foi um sucesso e, hoje em dia, é o principal motor na empresa. “Temos de estar sempre a rentabilizar a empresa e a forma de fazer isso é ir sempre procurando novas formas de melhorar alargando os nossos serviços e melhorando os já existentes”. É com base nessa ideia que começaram a ser produtores associando o negócio à região onde se insere, uma região hortícola com bastante produtividade. “Adquirimos uma quinta no Cadaval com 100 hectares e conseguimos parcerias com os produtores locais que são uma mais-valia para os nossos serviços”. As mentalidades estão a mudar e os produtores já não são um entrave, percebendo que, nos tempos que correm, é importante produzir “mais, melhor e mais barato”. Um dos grandes segredos é a diversidade de mercados com os quais se relacionam. “É nessa variedade que não nos tornamos dependentes de um mercado dando margem, caso esse mercado comece a falhar. Os nossos anos de atividade já nos dão este conhecimento, porque em tempos já passamos por momentos desse género que nos fizeram repensar a forma de preparar o futuro. Vivemos numa época em que a resposta tem de ser rápida e que de um momento para o outro as coisas podem alterar”. 80 | Revista Business Portugal março 2019
Os novos equipamentos adquiridos recentemente, são uma mais-valia no tratamento do produto. “Nós trabalhamos muito com a maça para exportação e esse fator levou a que houvesse da nossa parte uma preocupação maior com o estado da fruta depois de passar por todo o processo”. Para além dos novos equipamentos o serviço de transporte é, também, uma forma de assegurar a qualidade até ao consumidor. Os clientes são, por norma, “grossistas, empresas importadoras, supermercados, hipermercados, mas principalmente empresas com grandes dimensões, que sejam importadoras”. A primeira marca registada foi a ‘Doce Mel’, especificamente criada para representação dos frutos exóticos. No entanto, com a expansão do negócio, surge a necessidade de criar uma marca mais recente, ‘A Portuguesa’, usada essencialmente em exportação de pera e maçã. “Começou pelo Brasil, porque referiam que, em relação à pera, “eu quero é a portuguesa” e assim ficou. No fundo, esta marca é para dar a conhecer a Ferreira da Silva no mercado externo”, explicam. Contam com cerca de 210 colaboradores fixos e admitem que é na contratação que vem uma das maiores dificuldades. Em época de campanha e de poda é quando sentem de facto mais falta de mão de obra o que dificulta todo o processo.
Os projetos para o futuro é continuar a alargar a zona de produção com novas plantações, consolidar a marca ‘A Portuguesa’, procurar novos mercados, aumentar a exportação, alargar o mercado direcionado para a banana dando uso à câmara de amadurecimento e, acima de tudo, dar valor aos novos investimentos técnicos que serão, no próximo ano, uma grande vantagem para a empresa. “Que todos os parceiros de negócios e colaboradores continuem ao nosso lado porque o nosso objetivo é que sejamos todos unidos de forma conseguirmos continuar as parcerias duradouras, como até agora tem sido”, é a mensagem que deixam.
JANSSEN PORTUGAL
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DESTAQUES 79 MINDEAT ‘One size doesn’t fit all’ 80 PEOPLE FOR PEOPLE Aquilo que realmente importa são as pessoas 82 RAINBOW PORTUGAL “O melhor produto de limpeza doméstico e purificação do ar” 84 IN2ACTION Empreendedorismo na base da In2action 86 DIANA AQUINO “A sociedade pensa que temos que ser supermulheres”
MULHERES LÍDERES No mês da mulher e nos mês em que a lei da igualdade de género que obriga as empresas a pagar o mesmo salário a homens e mulheres que desempenham funções equivalentes entrou em vigor, a Revista Business Portugal conversou com várias mulheres que estão, diariamente, em posições de liderança, um lugar histórica e socialmente atribuído ao sexo masculino. O número de mulheres em cargos de direção nas organizações em Portugal tem vindo a aumentar. Segundo estudos da última década, apenas 28,2 por cento dos cargos de liderança nas empresas estão nas mãos de mulheres. Contudo, o número tem crescido desde 2011 mas ainda assim revela que a presença feminina nas organizações em Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer.
87 CASA ERMELINDA FREITAS Onde o sucesso se faz… no feminino 88 SOFIA LOBO CERA Feng Shui: a arte do bem-estar
SABIA QUE?
PARA QUEM SABE O QUE É
ERMELINDA! WWW.ERMELINDAFREITAS.PT
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MINDEAT
‘ONE SIZE DOESN’T FIT ALL’ ram ganhar saúde sem recurso a medicamentos, seja para eliminar gordura, auxiliar na fadiga mental ou melhorar a gestão do sono. Cada paciente é único. Definimos os objetivos na primeira consulta e fazemos o acompanhamento multidisciplinar durante todo o processo. O sucesso de cada paciente traduz-se no sucesso da MindEat.
Rita Andrade, fundadora
A MindEat Belém Clinic abriu em março de 2017, pelas mãos de Rita Andrade. Licenciada em Ciências da Nutrição, é membro da Ordem dos Nutricionistas, com formação complementar em Avaliação Bioquímica, Nutrigenética e Medicina Funcional pelo IFM (Institute for Functional Medicine). Fez ainda formação em Nutrição na Gravidez e Laser Aesthetic. Conheça este projeto inovador pela voz da sua fundadora.
O
que a fez iniciar este projeto de Nutrição Inteligente? A nutrição clínica funcional não se esgota na gestão do peso e a MindEat surge para trabalhar caso a caso no ganho de saúde. Mais do que uma clínica, somos uma marca que tem como missão a melhoria dos estilos de vida. Explique como funciona o conceito da MindEat. A MindEat tem três áreas que se complementam: a nutrição, medicina estética e os suplementos alimentares. Faço uma abordagem científica à nutrição. Não trabalho com sintomas, mas com causas. Sigo os princípios da biologia, da química, da fisiologia, da nutrição e da alimentação quando defino os planos alimentares. Na minha equipa de nutricionistas tenho a doutorada em desporto, Isanete Alonso, que acompanha os atletas de alta competição. Na medicina estética, Dr. Miguel Morgado diagnostica as necessidades de cada paciente para reverter ou prevenir os sinais visíveis da idade, fazendo uma abordagem anti-aging. Os nossos suplementos são indicados para pacientes que procu-
Quem são as pessoas que mais a procuram? Não há um estereótipo. Há pessoas que nos procuram porque querem perder peso, outras porque se sentem sem energia, outras porque andam deprimidas. A verdade é que está tudo interligado e a nutrição funcional atua sobre todos estes campos ao mesmo tempo. É possível (e desejável) criar uma dieta adequada a cada pessoa? Não faz sentido que seja de outra forma. Se cada pessoa tem um ADN diferente, com reações alimentares e ritmos biológicos específicos, então todos os casos são especialíssimos e exigem um plano de nutrição de alta precisão. Qual é a área que tem mais procura? A nutrição, mas há cada vez mais pessoas a procurar os tratamentos SMART Lipolaser, pelos seus resultados rápidos e eficazes, que permitem obter os resultados de uma lipoaspiração sem ter de se submeter a uma cirurgia. Sem dor e sem agulhas, elimina a gordura localizada e persistente nos flancos, abdómen, costas, coxas (internas e externas) e papada em sessões de 25 minutos por área. Os cuidados com o corpo, no setor da saúde e da nutrição, têm tido cada vez mais adeptos? É verdade que há cada vez mais pessoas a praticar desporto, mas isto por si só, se não for acompanhado por um plano alimentar de acordo com as necessidades individuais, não produz os efeitos desejados em termos de saúde e até pode ser contraproducente. O que falta desmistificar, no que respeita a dietas? Um dos nossos lemas é ‘one size doesn’t fit all’. A mesma dieta não funciona para todas as pessoas. Daí o nosso conceito de nutrição de alta precisão. Este é um projeto inovador? Como vê o futuro da MindEat. Um futuro saudável e que contribui para o bem-estar da sociedade portuguesa. É isso que nos move, contribuir não só para o aumento da esperança de vida dos portugueses, mas também para a qualidade desses anos que vão viver mais e com a possibilidade de adaptar a dieta a cada fase de vida.
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PEOPLE FOR PEOPLE
AQUILO QUE REALMENTE IMPORTA SÃO AS PESSOAS A PEOPLE FOR PEOPLE surgiu com a finalidade de dar resposta a uma necessidade atual do mercado, na área de gestão do capital humano, com o propósito de aumentar a flexibilidade dos gestores de recursos humanos, com o auxílio de ferramentas tecnológicas inovadoras, que permitem otimizar os processos burocráticos, para que estes se possam focar naquilo que realmente importa, as suas pessoas. Conheça a empresa que foi, novamente, eleita a melhor fornecedora de tecnologias e sistemas de informação aplicados à gestão de recursos humanos, pela voz de Carla Patronilho.
O
que se entende por ‘gestão de capital humano’? O capital humano é o ativo mais importante das organizações. A gestão de capital humano passa por conhecer as capacidades dos colaboradores para desenvolverem atividades e desempenharem as suas funções, de forma a tornarem as organizações competitivas e diferenciadoras, com o objetivo de atingirem resultados pessoais e organizacionais mensuráveis. É essencial que as organizações acompanhem e se adaptem a todas as alterações que vão surgindo, em contexto empresarial, quer a nível interno como externo e principalmente a nível tecnológico. O departamento de recursos humanos já não pode ser meramente administrativo, tem de ser um dos principais timoneiros na estratégia das organizações, uma vez que é responsável por identificar, reter e motivar os melhores talentos, bem como proporcionar-lhes os 84 | Revista Business Portugal março 2019
Carla Patronilho, administradora
meios e as oportunidades para a aquisição de novos conhecimentos, que beneficiam tanto a organização quanto o colaborador. No entanto, é importante ressalvar que embora este processo se encontre centralizado nos recursos humanos, esta tarefa deve ser partilhada com os responsáveis que acompanham as equipas. O departamento de recursos humanos atua como orientador e facilitador dos processos, estando os líderes comprometidos em todas as fases dos processos de atração, retenção e gestão de talentos da organização. A gestão de capital humano é um ponto diferenciador para as organizações porque sem Pessoas motivadas e empenhadas, no desempenho das suas funções, as organizações não permanecem no mercado. O ‘capital’ e o ‘humano’ são esferas correlacionadas desde o princípio dos tempos. Nesta equação, qual é a importância da ‘gestão’? De forma muito simplista, gerir, significa definir e decidir o caminho de excelência para a persecução de um objetivo, para tal, é necessário realizar um conjunto de atividades, nomeadamente diagnosticar, identificar, avaliar, planear e agir. Se analisarmos todas as tarefas e atividades que desenvolvemos no quotidiano, estamos sempre a gerir e quando não o fazemos, a probabilidade de algo correr mal é muito elevada. Posto isto, a gestão mais do que importante, é fundamental na equação do capital humano. As organizações que têm a capacidade de equilibrar esta equação através da delegação de competências na sua
equipa, em tecnologia e em parceiros estratégicos de confiança, além de diferenciadoras, serão certamente promissoras e terão garantido o seu futuro. Qual é a maior necessidade do mercado atual, relativo à gestão de capital humano, e de que forma lhe dão resposta? As pessoas são a maior necessidade do mercado, esta necessidade é provocada, maioritariamente, pelo processo de mudança geracional e pela escassez de pessoas altamente qualificadas. O aumento da esperança média de vida tem como consequência o aumento da idade da reforma, se associarmos a este fenómeno o facto das gerações se renovarem em períodos cada vez mais pequenos, associado ao decréscimo significativo de pessoas disponíveis face à geração baby boom, estamos perante uma situação crítica de mão de obra disponível face às necessidades do mercado. Esta situação poderia ter sido evitada caso tivesse havido um maior investimento na qualificação das pessoas e, consequentemente, em tecnologia, mas como preferimos ser reativos em vez de pró-ativos, resta-nos acelerar o processo de qualificação das nossas pessoas e de digitalização das nossas organizações, para que se consiga otimizar e, em alguns casos, alcançar a tão desejada competitividade. A People For People, diariamente, investe na melhoria dos conhecimentos das suas pessoas, pondo à sua disposição formação e ferramentas que permitem agilizar as suas tarefas. Tecnologicamente, dispomos de uma equipa que analisa as necessidades do mercado e que contribui para a evolução das nossas soluções, com o objetivo de disponibilizar aos nossos clientes meios, para que num curto espaço de tempo, executem as suas tarefas rotineiras. Desta forma, poderão dedicar-se à gestão das suas pessoas, que são o que realmente importa dentro de uma organização.
PEOPLE FOR PEOPLE Qual é o perfil do cliente que procura os serviços prestados pela People For People? Este ano comemoramos 30 anos de mercado, dos quais três anos enquanto People For People. Ao longo destes anos, o perfil dos clientes que nos procuram têm sido empresas de média e grande dimensão, com um grau de complexidade de processos e de atividade médio/elevado. Embora este seja o perfil histórico dos nossos clientes, estamos adaptados e aptos para dar resposta a novas realidades, nomeadamente a organizações de pequena e média dimensão, empresas de trabalho temporário, de trabalho sazonal, bem como a alguns mercados externos. Quantos colaboradores fazem parte da equipa da People For People e que características têm eles? Atualmente, a nossa equipa é constituída por onze colaboradores, sendo que, na sua maioria, estão exclusivamente dedicados à operação. Procuramos que todas as nossas pessoas sejam heterogéneas e que a sua diferença individual se complemente e nos ajude a ser diferentes num mercado altamente competitivo. Embora valorizemos muito a diferença, existem caraterísticas que penso serem transversais a toda a equipa, nomeadamente, o gosto pelo saber, o espírito de equipa, o foco no cliente e nos desafios que o cliente nos propõe, e acima de tudo, a humanidade e humildade que deve caraterizar todas as profissões. O que distingue a People For People das restantes empresas do mesmo setor? Embora a flexibilidade funcional e a experiência de utilização sejam apreciadas, não só por quem trabalha connosco, mas também por quem nos quer conhecer, acreditamos que o fator diferenciador não é a nossa tecnologia, mas sim a metodologia de implementação utilizada que é muito própria, e a complementaridade de todas as pessoas da nossa equipa, que nos permite dar respostas céleres, credíveis e eficientes. Posto isto, a People For People não tem como
propósito vender licenças de software, mas sim acrescentar valor às organizações, transformando-as culturalmente e na grande maioria dos casos digitalmente. Carla Patronilho, quais são as vantagens e desvantagens de concretizar uma liderança no mundo empresarial atual, no feminino do singular? Ninguém é líder só porque o quer ser! Para ser líder é necessário muito mais do que a vontade individual, é necessário que exista o reconhecimento de determinadas caraterísticas por parte de um conjunto de pessoas e que estas estejam dispostas a seguir determinada pessoa, na maioria dos casos, tornamo-nos líderes pelo exemplo e pelo respeito que temos pelo próximo, e consequentemente, pela disposição a abraçar projetos e/ou formas de estar. Creio que a grande vantagem de concretizar uma liderança, está no reconhecimento e confiança que os pares depositam em determinada pessoa que consideram como modelo. O reconhecimento é difícil de alcançar, mas a crítica é extremamente fácil de se atingir, posto isto, acredito que a grande desvantagem, que é inevitável, está na condição humana do líder, na medida em que todos temos momentos menos bons e mais cansativos. Nestes momentos, não é fácil manter a perseverança e continuar a ser modelo sem defraudar expectativas. No que respeita às vantagens de liderar no feminino, basta olhar para a nossa história e para a história de algumas das nossas empresas, por exemplo, a história da indústria vinícola ou da indústria livreira, em particular, nos momentos de crise, para efetivamente percebermos, com base no exemplo de mulheres singulares, as vantagens da liderança no feminino. No entanto, é fundamental mencionar, que embora singulares na concretização das suas lideranças, nada é possível sem o reconhecimento e apoio dos seus pares. Em suma, desenvolver e concretizar uma liderança direcionada para as pessoas, em contexto empresarial, só traz vantagens às organizações e ao mercado onde estas atuam.
ENTRE CONNOSCO, NA ERA DIGITAL. “O INNERGY RH é desenvolvido para automatizar um conjunto de processos centralizados no departamento de recursos humanos. Cada módulo é direcionado para um conjunto de tarefas específicas que são facilmente ajustadas à realidade da sua organização.” WWW.PEOPLEFORPEOPLE.PT
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RAINBOW PORTUGAL
“O MELHOR PRODUTO DE LIMPEZA DOMÉSTICO E PURIFICAÇÃO DO AR” Com mais de 300 mil clientes espalhados de norte a sul do país e ilhas, a Rainbow regista um sólido crescimento ao longo de 25 anos no mercado. A Revista Business Portugal entrevistou Fernanda Alves, uma dos dois presidentes, para conhecer o sucesso desta máquina de limpeza e os desafios a concretizar no futuro.
A
liderança no feminino é um tema pertinente pelos crescentes casos de sucesso. Enquanto empresária, sentiu alguma dificuldade no seu percurso profissional por ser mulher? Tenta encorajar uma política de igualdade dentro da sua empresa? Para mim, não é o género que marca a diferença, mas sim o carácter da pessoa. Todos temos a oportunidade de sermos e fazermos o melhor e é isso que verdadeiramente importa. Mantenho-me sempre firme nos meus princípios e valores. Os resultados falam por si, e é isso que conta. Atualmente, as mulheres estão mais conscientes deste facto e muitas, sozinhas ou acompanhadas, estão a contribuir para um estilo de vida mais equilibrado. A liderança não implica autoritarismo nem prepotência, mas comunicação e interação constantes, independentemente do género, idade ou etnia. Liderar é, antes de mais, fazer parte ativa da equipa ou do grupo que tem um objetivo comum, ser exemplo de ação mas estar aberto a sugestões diferentes e criativas e ser o primeiro a apoiá-las quando o consenso geral assim o aconselha. Não poderia trabalhar numa empresa que pusesse no género o foco da escolha de colaboradores. Na Rainbow em Portugal a entreajuda e a conjugação de vontades e esforços, e a partilha de resultados definem a empresa e a sua dinâmica tão especial. Festejamos juntos os sucessos e abraçamos quaisquer desafios para reforçarmos a nossa capacidade coletiva de melhor servir o cliente. A área das limpezas e lides domésticas são, ainda, muito associadas ao papel feminino. Têm sentido um aumento do interesse por parte do público masculino pelo vosso produto? Sim, o feedback que recebemos dos nossos clientes é que cada vez mais é o público masculino a utilizar a Rainbow. Sendo um produto que salvaguarda a saúde e proporciona o bem-estar do ambiente familiar é abrangente a
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ambos os géneros. De notar que a empresa recebeu o prémio de Escolha do Consumidor, ganhou pela sétima vez o prémio de vendas e de crescimento do ano a nível mundial, um novo recorde desde 1935, o prémio nacional Escolha Acertada e em vários anos tem merecido a qualificação de PME Líder. O equipamento Rainbow é, sem dúvida, distinto de outros do mesmo setor. Quais são as principais vantagens do uso do vosso equipamento? A máquina Rainbow é, além de um facilitador de tarefas domésticas, um auxiliar para tornar o lar num lugar mais saudável. Tem múltiplas funções e necessita apenas de água para funcionar. A empresa Rainbow disponibiliza, também, diferentes fragrâncias, óleos naturais e uma máquina de aromaterapia que permite aromatizar o ar e retirar os odores da sua casa. Este conjunto de produtos Rainbow permite melhorar a qualidade de vida e da saúde, especialmente das
Fernanda Alves, presidente
“Ninguém será grande líder se quiser fazer tudo sozinho, ou ter todos os louros por o ter feito.” Andrew Carnegie
RAINBOW PORTUGAL
pessoas que tenham animais domésticos, que sofram de alergias ou asma e que deem valor à higiene e à limpeza. O sistema de limpeza Rainbow é comprovadamente o melhor produto de limpeza doméstico e purificação do ar, recomendado por muitos médicos e instituições, como a Fundação Portuguesa do Pulmão, e algumas associações americanas, como, entre outras, a Asthma & Allergy Foundation, a Association of Home Appliance Manufacturers e o Carpet and Rug Institute, Inc.
A máquina Rainbow é, além de um facilitador de tarefas domésticas, um auxiliar para tornar o lar num lugar mais saudável. Tem múltiplas funções e necessita apenas de água para funcionar Que tipo de acompanhamento dão aos vossos clientes? Temos mais de 300 mil clientes em Portugal e as nossas equipas focam-se em aumentar esse número diariamente, o que, embora implique persistência e motivação, não é um objetivo muito difícil. A qua-
lidade comprovada do sistema cujo funcionamento demonstramos ao vivo é sempre divulgada com satisfação entre os familiares e amigos. Acompanhamos o cliente após a compra, procuramos informá-lo sobre novos produtos e, sobretudo, confirmar a sua satisfação com o desempenho da máquina. O que podemos esperar para o futuro da Rainbow Portugal? Tudo indica que continuaremos o percurso ascendente que fazemos desde há 25 anos, quando a Rainbow surgiu em Portugal. O sucesso obtido é muito gratificante e continuaremos a dar o nosso melhor para permitir que mais pessoas em Portugal vivam num ambiente doméstico livre de poeiras, mais saudável e com maior qualidade. É a pensar no futuro que mantemos o projeto que está em curso há mais de 25 anos: ‘A Oportunidade Rainbow’. É um convite a todos aqueles que estão dispostos a melhorar o seu bem estar económico, sentindo a gratificação de realizarem uma tarefa que
contribui para um ambiente mais saudável e, simultaneamente, aumentarem os seus rendimentos de forma significativa. Esta é uma oportunidade atraente para obter ou manter a sua independência económica, e desfrutar de mais tempo livre para outras atividades, nomeadamente a de poderem acompanhar mais de perto a sua família. E, neste Dia da Mulher, é este o convite que lhe fazemos: procure-nos e conheça ‘A Oportunidade Rainbow’. Como importadores desta máquina em Portugal, somos um elo de ligação entre o fabricante americano, os distribuidores, agentes e staff, estando sempre presentes e disponíveis para os orientar, ouvir, recompensar e festejar. Sabemos que podemos contar com todos, da mesma forma que temos também em consideração as sugestões e opiniões dos
clientes, permitindo-nos corrigir, melhorar e inovar. São os clientes os felizes utilizadores de uma máquina Rainbow, o elo principal desta corrente gigante de esforços, alegrias, celebrações e ganhos.
ONDE PODE ENCONTRAR A
RAINBOW
EM PORTUGAL Carnaxide, Porto, Setúbal, Madeira, Vilamoura, Odivelas, Santarém, Açores - Terceira, Beja, Gaia, Açores - S. Miguel, Braga, Leiria, Portimão, Coimbra e Aveiro.
www.rainbow-portugal.com março 2019 Revista Business Portugal | 87
IN2ACTION
EMPREENDEDORISMO NA BASE DA IN2ACTION Movida pela paixão de fazer mais e melhor, Maria João Figueiredo desafiou-se a si própria a abrir uma empresa na qual acredita a 100 por cento. A In2action nasce há cerca de três anos como prova de que todos os sonhos são possíveis de serem concretizados quando acreditamos no seu potencial e, claro está, em nós próprios.
D
efinida por ser uma empresa de consultoria de gestão, a In2action está ligada ao desenvolvimento de recursos humanos, nomeadamente a programas de treino em soft skills, feedforward e liderança, ao coaching, entre outros desenhados à medida. O outro lado da In2action assenta nos eventos corporate que juntam duas peças fundamentais para o processo: num lado está “a experiência em terreno dentro das grandes organizações” e do outro está “o conseguir falar a linguagem do negócio e transformar um evento numa estratégia de comunicação para diferentes targets”. Nos eventos que organiza, Maria João Figueiredo procura, através de estratégias bem delineadas, ajudar os clientes a clarificar e comunicar eficazmente os objetivos que pretendem alcançar, nomeadamente durante um processo de transformação, um teambuilding ou uma ativação de marca. Só assim se compreende bem o valor e a essência de um evento organizado pela In2action. “Criamos experiências memoráveis e é a memoria associada a essa experiência que vai ajudar a fazer toda a diferença num processo de comunicação e de gestão de mudança” refere a empresária. Ao dar ao cliente diferentes estratégias e alternativas de como implementar e comunicar os seus objetivos num evento, ou num programa de desenvolvimento, a empresária sublinha a importância dos participantes perceberem e sentirem o que levam de cada experiência, de modo a compreenderem as mensagens e a ritualizar os objetivos “é importante perceber se é um ‘ato isolado’ no tempo ou se, de facto, é o início de uma nova viagem de transformação rumo ao objetivo desejado”. Por norma, os seus clientes diretos são 88 | Revista Business Portugal março 2019
decisores, CEO’s, Diretores de Recursos Humanos, Marketing & Comunicação e Operações, que têm no seu plano de ação desafios e objetivos a médio/longo prazo e que contam com a In2action para definir a melhor forma de os alcançar.
Criar serviços para cada um dos clientes Personalizar um serviço para cada cliente é um dos fatores que tem diferenciado o trabalho da empresa no mercado. Tal como cada pessoa é única e tem necessidades específicas, o mesmo se aplica a cada cliente/ empresa. “Por exemplo, num treino com dez participantes, o conteúdo do treino é comum, mas valorizamos os percursos e experiências individuais, promovendo uma comunicação adaptada a cada participante e incorporando as diferentes realidades e enquadramentos profissionais. Cada pessoa é una e singular e apreende melhor quando se sente reconhecida e valorizada”, explica. Acrescenta ainda que “a realidade de cada um é determinante para que ele compreenda e veja vantagens pessoais nos objetivos e na transformação pretendida.” Também nos eventos corporativos ou nos projetos de desenvolvimento, a In2action acredita que “cada empresa tem um ADN específico, uma cultura própria e necessidades específicas”, razão pela qual as fases de diagnóstico e desenho de cada projeto são tão especiais e personalizadas a cada cliente. “Cada empresa tem o seu ecossistema exclusivo, razão pela qual todos os nossos projetos são únicos e adaptados à realidade e objetivos de cada cliente”, reforça Maria João Figueiredo. Identificar claramente o “estado atual”, o “estado desejado” e como vão saber que o atingiram é fator crítico de sucesso em cada projeto realizado pela In2action. “E ter a
capacidade de nos adaptarmos à realidade específica de cada cliente, de valorizar o seu ecossistema e respeitar a sua identidade e experiências anteriores são determinantes para que todos se sintam “tocados” pelos nossos projetos e consigam levar algo novo
IN2ACTION
e de maior valor para o seu dia a dia.” Maria João refere ainda: “o nosso objetivo é criar experiências impactantes e que promovam melhores resultados. Das pessoas, para os negócios. Levar a transformação e a mudança de comportamentos à ação”.
“Engaging People & Business” In2action é sinónimo de Pessoas e Negócio, não fosse o grande lema da empresa ‘engaging people & business’. A crença por detrás desta afirmação assenta no princípio elementar de que os negócios não existem sem as pessoas e são essas mesmas pessoas que os erguem, desenvolvem e os levam mais longe (ou não...). Isto leva ao logótipo da empresa. O número ‘2’ deitado, sinónimo de “um ecossistema onde coabitam, de forma harmoniosa, os dois elementos essenciais: pessoas e negócio, onde ambos se alavancam um através do outro, das pessoas ao negócio, e do negócio às pessoas”, salienta. Pessoas e Negócios ligados num “ecossistema virtuoso” onde ambos crescem “juntos e de forma colaborativa”.
Liderança no feminino Mulher, empreendedora e mãe de dois filhos gémeos, Maria João passou por vários cargos de destaque e liderança ao longo da sua vida profissional, tendo trabalhado em empresas de referência como a Novabase e a Portugal Telecom. Ao longo de um percurso com mais de 20 anos, e uma grande paixão por pessoas e pela sua capacidade de transformação, a empresária foi vendo os frutos do seu trabalho reconhecidos, bem como a sua energia e entusiasmo renovado a cada projeto onde se envolvia. Aliado a uma inquietação pessoal e a uma vontade de partilhar a sua experiência com mais organizações, colegas e amigos seriam também uma alavanca para se renovar no mundo da liderança e criar o seu espaço no mercado. Foi aí que o bichinho de criar o seu projeto, fruto das suas paixões, a levaram a fundar aquilo que é hoje a In2action. Mas como aliar o mundo empresarial ao pessoal? “É um desafio”, assegura. Houve vários momentos da sua vida que, por ser líder e por ser mãe, a marcaram. “A Portugal Telecom foi uma escola de vida e ainda hoje vejo projetos com a minha impressão digital que me enchem de orgulho e me fazem brilhar os olhos. Na altura, trabalhava cerca de 14 horas por dia, por querer mais e ter uma força e energia quase inesgotáveis”. Posteriormente e devido a alguns acontecimentos pessoais, “comecei por mudar pequenas coisas na minha vida profissional para conseguir ter mais tempo pessoal, em especial maior presença na vida dos meus filhos, como por exemplo, conseguir ir buscá-los à escola pelo menos dois dias por semana e passar mais tempo com eles.” Hoje em dia, e passados mais de 10 anos desses tempos Maria João reforça “continua a ser um enorme desafio equilibrar os lados pessoal e profissional, mas hoje, tendo os meus filhos 15 anos, é muito interessante e gratificante sentir o orgulho deles pela mãe ser uma empresária empreen-
Maria João Figueiredo, administradora
dedora e reconhecerem na mãe uma líder, uma coach e acima de tudo uma amiga”. Sobre as figuras femininas que tem como referência, a nossa entrevistada afirma que num primeiro pensamento poderia referir Madre Teresa de Calcutá, Oprah Winfrey, Michele Obama, entre outras. Mas, na verdade, as pessoas que mais presa são as mulheres, as mães, as empreendedoras e empresárias que diz serem grandes inspirações, em espacial a sua mãe e grande amiga. No tema igualdade de género fala sobre as mulheres que lutam em mundos masculinos: “devemos falar a linguagem dos negócios e ter a capacidade de nos adaptarmos a uma linguagem mais masculina, quando necessário. Se tivermos que levantar a voz para nos ouvirem, levantamos, mantendo toda a educação. Não deixamos de ser femininas ao nos adaptarmos num mundo mais masculinizado. E claro, sermos fiéis aos nossos valores e aos nossos princípios”.
Mais desafios, mais conquistas Com os pés em terra firme, e uma enorme vontade de vencer, Maria João revela que um dos grandes desafios deste ano será aumentar a carteira de clientes. “Temos bons clientes desde o momento zero da empresa e clientes recorrentes com quem temos feito projetos muito interessantes e com quem nos reinventamos todos os anos”. Outro desafio é o crescimento sustentável, na medida em que tudo aquilo que prometem aos clientes cumprem. Como não há duas sem três, poderá estar previsto para 2020 o lançamento do seu primeiro livro que, apesar do cunho muito pessoal, também já é um projeto da empresa. No passado dia 8 de março, dia da mulher, a In2action inaugurou o seu primeiro escritório físico, localizado em Alvalade, com o objetivo de receber os seus Clientes, ter um espaço próprio para realizar sessões de trabalho, coaching e formação, tornando aquele espaço num lugar acolhedor e muito funcional.
Av. Estados Unidos da América, nº112 B 1700-179 Lisboa Email: info@in2action.pt Tlm.: + 351 96 829 56 20 Tlf.: + 351 21 796 05 44
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DIANA AQUINO
“A SOCIEDADE PENSA QUE TEMOS QUE SER SUPERMULHERES” Diana Aquino pertence à segunda geração presente na administração de um grande grupo de empresas sediado da zona centro do país. A propósito do Dia Internacional da Mulher, conversámos com a empresária sobre o papel que a mulher tem desempenhado na sociedade portuguesa, principalmente enquanto líder das organizações.
O
tema da igualdade de género e de oportunidades é, cada mais, alvo de debate e análise na sociedade portuguesa. Apresente-nos a sua opinião e visão sobre o tema. Em relação a este tema, penso que existe uma certa ideia pré-concebida na sociedade portuguesa de que a mulher tem de ser uma ‘supermulher’ para poder abraçar o papel de mãe, de mulher e de gestora. Existem muitos exemplos de que a mulher tem de preterir uma coisa à outra quando se depara numa encruzilhada em certo ponto da sua vida. São efetivamente muitas responsabilidades para uma só pessoa. Mesmo que essa ideia se esteja a esbater nos dias de hoje, a sociedade, principalmente no âmbito empresarial, ainda não está mentalizada de que a mulher terá de ter sempre um lugar garantido quer escolha estar com os filhos durante um ou dois anos, quer escolha ter mais que dois filhos, etc. Já existem várias políticas em outros países da UE nesse sentido e penso que o mesmo terá de ser feito também em Portugal. Defina o que é, para si, a liderança no feminino. Acho que devido à condição inerente de sermos mulheres, a liderança no feminino é diferente da liderança no masculino. Observo todos os dias que as mulheres têm aptidão para serem líderes de uma outra forma que os homens. Está sempre presente o rigor e a disciplina, mas também a sensibilidade e o espírito critico. Existem várias caraterísticas que definem um líder. Quais são as mais importantes? 90 | Revista Business Portugal março 2019
Nos dias de hoje, em que o mundo muda a olhos vistos, a característica que defino como mais importante é a adaptabilidade, tanto no que acontece fora como no que acontece dentro da empresa. Um líder tem de ser flexível ao ponto de ouvir os que os outros dizem durante uma reunião de duas horas, mas também de lhes mostrar um caminho difícil e complexo numa apresentação de 10 minutos. E talvez também passa por criar empatia, construindo no dia a dia uma relação de confiança com os outros. Acredita que essas caraterísticas são inatas nas mulheres ou têm de ser trabalhadas, independentemente do género do líder? Como se costuma dizer, ‘há pessoas que não nasceram para ser líderes’, e efetivamente o carisma é uma característica que é inata à pessoa. Mas, por outro lado, existem muitas características que se podem adquirir com a aprendizagem e com a experiencia de vida. Ser líder é também um processo evolutivo, e como tal, sou da opinião que nunca deveríamos deixar de querer aprender. Baseada na sua experiência como empresária é correto afirmar que muitas mulheres só se apercebem que são líderes natas quando lhes é dada a oportunidade de abraçar um cargo de chefia? Talvez não. Hoje em dia, já há muitas mulheres que se querem afirmar e que, por isso, se destacam. Talvez não com o intuito de serem chefias, mas sim de fazerem um bom trabalho e de chegarem
Diana Aquino, board member
ao fim do dia satisfeitas com os objetivos que atingiram. Pode ser talvez uma demonstração de falta de ambição. Mas isso acontece porque somos mulheres e a nossa biologia não nos deixa demonstrar uma ambição desmedida em subir na carreira. Mas, efetivamente chegar a um cargo de chefia torna-se uma evolução natural com base no trabalho que desempenha e nas características que demonstra. Em todo o caso, e com o exemplo de tantas empreendedoras que temos no nosso quotidiano, eu diria que no subconsciente de cada mulher está sempre um pensamento de que é possível chegar longe e de que é possível ser-se líder de uma pequena ou grande organização. Existem personalidades femininas que a inspiram? Quem são? Felizmente, na nossa história, temos muitos casos de mulheres que marcaram época e que foram, e ainda são um exemplo de vida. Vêm-me à cabeça, por exemplo, Madre Teresa de Calcutá, Marie Curie, Amelia Earhart, a Princesa Diana, entre tantas outras. Atualmente, talvez Michelle Obama pois tem uma voz ativa e influencia comportamentos, principalmente nos jovens, e também Jacinda Ardem, primeira ministra da Nova Zelândia, a primeira mulher a levar a filha bebé para assembleia da ONU.
CASA ERMELINDA FREITAS
ONDE O SUCESSO SE FAZ… NO FEMININO
E
stamos a um ano de celebrar um século! Quais os principais desafios que estes cem anos foram trazendo à Casa Ermelinda Freitas? Não podemos esquecer o primeiro desafio do engarrafamento que foi a marca Terras do Pó, que faz este ano 20 anos de existência, mas o grande reforço, de facto, foi com o Dona Ermelinda, que é uma homenagem à minha mãe (a mulher da terceira geração), assim como toda a linha Casa Ermelinda Freitas, que é um reforço e consolidação de todo o trabalho efetuado ao longo de todos estes anos. Todas as marcas acabam por ser um desafio, pois todas são criadas com grande amor e dedicação, de modo a presentear os nossos consumidores com os melhores produtos ao melhor preço.
A Casa Ermelinda Freitas é um nome sonante no panorama vínico nacional e internacional. Ermelinda deu continuidade à casa criada em 1920 que, curiosamente, teve desde sempre uma ‘mão feminina’ na sua gestão. Atualmente, é Leonor Freitas quem comanda os destinos desta referência no mundo dos vinhos. eles que vai todo o nosso trabalho. Podemos sempre destacar o grande prémio ganho pelo nosso CEF Syrah de 2005 no Vinalis Internacionalis Paris 2008, que foi considerado o Melhor Vinho Tinto do Mundo, sendo que a Casa Ermelinda Freitas já obteve mais de mil prémios a nível nacional e internacional. O ano de 2019 começa também com dois grandes prémios, o CEF Espumante ficou entre os 50 Melhores Espumantes do Mundo feitos no método tradicional, bem como o prémio Agricultura 2018, atribuído a Casa Ermelinda Freitas na categoria empresas. Desde 1999, os vinhos Casa Ermelinda Freitas angariaram mais de mil prémios nacionais e internacionais, num total de 386 medalhas de outo, 426 de prata e 232 de bronze.
A fama dos vinhos da Casa Ermelinda Freitas certamente também se deve ao terroir. Descreva-nos as suas características. Só podemos fazer bom vinho com boas uvas e, para isso, o terroir é indispensável. Estamos no Leonor de Freitas, administradora sul, temos muito sol e calor, daí a importância das seguintes características: terrenos arenosos, o lençol freático com terras elevadas, a frescura que advém das brisas marítimas pois estamos próximos do mar, terrenos pobres que proporcionam uma grande concentração das uvas e temos Quais são os desafios a que se propõem para o futuro? as castas bem adaptadas a este terroir. Tudo isto conjugado com grande Continuaremos a trabalhar cada vez mais sempre com o objeprofissionalismo, bem como o acompanhamento das vinhas, assim como tivo e responsabilidade fazermos melhor. E o futuro já é o inicio depois na enologia dos vinhos para manter e preservar a sua qualidade. do presente posicionamento, além de continuarmos a apostar nos vinhos da Península de Setúbal, vamos poder presentear os Onde é que as pessoas podem adquirir os vossos vinhos, tanto nosso consumidores com vinho verde e vinho do douro, pois no mercado interno como externo? adquirimos recentemente duas quintas nestas duas grandes Atualmente, a Casa Ermelinda Freitas encontra-se em todas as granregiões que nos vai reforçar a linha Casa Ermelinda Freitas, em des superfícies nacionais, onde se podem encontrar as marcas Terras do Portugal e no mundo. Temos também uma novidade recente Pó, Dona Ermelinda, CEF Monovarietais: Syrah Reserva, Trincadeira dentro da nossa gama, dois vinhos Casa Ermelinda Freitas MoReserva, Touriga Nacional, bem como o Quinta Mimosa, a nossa Gama novarietais, o nosso novo CEF Carmènère Reserva, um vinho de Espumantes e o grande precioso produto da região da Península de diferente para pessoas que gostam de produtos diferentes, que Setúbal, o nosso CEF Moscatel de Setúbal. A nível internacional a Casa faz lembrar os clássicos vinhos franceses com toque de pimenErmelinda Freitas já exporta para mais de 33 países em todo o mundo to no nariz mas, ao mesmo tempo, (Europa, Rússia, Brasil, América do Sul, América do Norte, África, Ásia, trazem elegância e complexidade dos entre tantos outros). Atualmente, 60 por cento da produção é para o vinhos com muito sol e cremosos mercado nacional ficando os restantes 40 para o mercado internacional. como são os nossos vinhos do sul, no Felizmente, a marca está cada vez mais nacional e internacional e espenosso caso, na Península de Setúbal. ramos que o nosso consumidor continue a preferir os nossos produtos. Podemos dizer que junta o melhor dos dois mundos. A Casa ErmeOs vinhos já foram galardoados com vários prémios. Quais foram linda Freitas é uma casa dinâmica e os prémios mais relevantes? em constante evolução, pelo que no Todos os prémios são importantes para nós, todos eles correspondem decorrer do presente ano iremos ter a um grande esforço e profissionalismo de um júri diversificado sendo certamente mais novidades. No ano provas cegas, que servem para reforçar que estamos no caminho certo e de 2020 completamos 100 anos de que vamos ao encontro do que o consumidor gosta e procura, pois é para existência…
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SOFIA LOBO CERA
FENG SHUI: A ARTE DO BEM-ESTAR Fundada em 2009, a Consultoria de Feng Shui de Sofia Lobo Cera vem mudar mentalidades e gerar bem estar em ambiente profissional e habitacional.
Sofia Lobo Cera, consultora de Feng Shui
A
ntes de mais, pedia-lhe que começasse por nos esclarecer acerca das técnicas de Feng Shui e quais as vantagens da sua prática. O Feng Shui, arte milenar chinesa com cerca de 4.000 anos, estuda a forma como a energia flui num espaço que, quando se encontra em equilíbrio e em harmonia se traduz em mais bem estar e conforto para quem a usa e se movimenta nesse mesmo espaço. As pessoas sentem-se melhor, mais felizes e mais estáveis a todos os níveis. Qualquer espaço que tenha estas técnicas aplicadas de uma forma profissional e consciente será mais positivo a todos os níveis. No âmbito empresarial, os agentes económicos fortalecem-se, consolidam-se e as suas equipas são saudáveis na prossecução dos seus objetivos. Este é um conceito que já está implementado em Portugal ou ainda há muito desconhecimento? Há 21 anos quando comecei a falar sobre
Feng Shui no ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa), onde estudava na altura, os meus colegas quase que duvidavam da minha sanidade mental! Todavia, engenharia e Feng Shui para mim, sempre estiveram relacionados, não fossem a Astronomia e a Física parte estruturante das bases do Feng Shui, em que se estudam corpos e partículas que constituem o espaço e a matéria. Nas casas e nas empresas é exatamente a mesma coisa, ou seja, colocando as pessoas e o mobiliário em determinadas posições, provocam-se reações químicas de onde resulta, digamos de forma simplista, a circunstância da pessoa se sentir bem ou não, num determinado espaço. Quando isso acontece, há conforto e consequentemente trabalham e vivem melhor. Em Portugal, embora existam já algumas empresas a aplicar o Feng Shui nos seus espaços, ainda há um longo percurso a percorrer. Já ao nível habitacional há maior aposta, principalmente na Grande Lisboa. Qual o feedback que tem obtido dos seus clientes que já implementaram estas técnicas? Tem sido muito favorável, especialmente ao nível empresarial. Geralmente estamos perante objetivos de crescimento, consolidação do negócio, lucro, produtividade e bem-estar dos colaboradores. Muitas empresas já perceberam que uma das chaves para o sucesso é terem funcionários felizes e satisfeitos. Normalmente temos dois tipos de situações: conseguir uma nova dinâmica em espaços já estabelecidos para evitar estagnação ou declínio; ou projetos de raiz,
Feng Shui Society Accredited Consultant www.sofialobocera.com // geral@sofialobocera.com // Procure-nos no Youtube, no Instagram e no Facebook
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isto é, quando uma empresa vai para um espaço novo (novo para ela ou novo em termos de construção) e todo este espaço é organizado, disposto, decorado, ou até construído com base em cálculos rigorosos de Feng Shui clássico. De todos os projetos de raiz que tenho feito, passe a imodéstia, os resultados têm sido excelentes, o que me dá uma incalculável satisfação. A liderança no feminino é um tema pertinente pelos crescentes casos de sucesso. Enquanto empresária, sentiu alguma dificuldade no seu percurso profissional por ser mulher? Sim e não. Não porque como sou muito determinada e focada, nunca me deixei afetar por quaisquer ‘julgamentos’. No entanto, como mulher sinto que o esforço é mais acrescido, pois também sou mãe e responsável por toda a logística familiar. Nem sempre é fácil gerir as imposições dos demais, próximos, que pelo facto de ter um negócio próprio consideram que tenho de demonstrar disponibilidade absoluta, o que é completamente errado. No ‘meio’ do Feng Shui em Portugal não senti até ao momento quaisquer barreiras, mas no Oriente não é assim tão fácil, pois a sociedade ainda é muito conservadora. O que é que ainda ambiciona concretizar a nível profissional? Estou constantemente a perspetivar o que vou fazer a seguir. Parar não faz parte dos meus objetivos. De momento, vai fazendo o seu percurso, com algum sucesso, o projeto ‘Casa Organizada Vida Equilibrada’, inédito em Portugal, no sentido de chegar a mais pessoas com o objetivo de que tenham uma vida melhor e mais feliz. Consiste num conjunto de vídeos disponibilizados no meu canal oficial do YouTube, com dicas e sugestões práticas, que convido todos a seguirem.
PORTUGAL CRIATIVO
DESTAQUES 90 ISEC ISEC promove debate sobre a economia circular
“Portugal está na moda!”: eis uma afirmação que o leitor, com certeza, já ouviu pelo menos uma vez. De facto, o nosso país tem corrido as bocas do mundo pelas melhores razões: segurança, empreendedorismo, inovação, beleza, património, qualidade de vida, criatividade, entre muitas outras. Portugal tem um dos melhores sistemas de saúde da Europa. É acessível aos menos afortunados, tem profissionais muito bem qualificados e infraestruturas para corresponder às necessidades do exercício da profissão. Não é uma área sem as suas dificuldades, mas há casos que superaram os obstáculos e o leitor pode encontrá-los nas páginas seguintes. São as várias as temáticas que aqui abordamos, mas todas elas são exemplos de empreendedorismo e inovação. No fundo, exemplo de um Portugal criativo, de um país no seu melhor. Os portugueses têm tendência de se subestimarem e, por vezes, só se lembram dos seus próprios feitos quando são reconhecidos por alguma entidade ou personalidade estrangeira. A Revista Business Portugal vem tentar contrariar essa predisposição e valorizar o que de bom e melhor Portugal tem.
92 SWB - SEISMIC WORKBOATS Experiência e competências únicas 94 TECLA DIÁLOGO “A confiança é a nossa obsessão” 96 ARCADA IMOBILIÁRIA “Nós vendemos confiança!” 98 BAROSA PESCADOS Uma empresa familiar do Litoral Oeste 100 SARILAUTO A vanguarda da inovação no setor automóvel 102 GRUPO JORGE ANJOS Especialistas em recursos humanos
ESPUMA TRIPLA AÇÃO
PARA CABELO ESCASSO EFIC ÁCIA ANTIQUEDA CLINIC AMENTE COMPROVADA
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março 2019 Revista Business Portugal | 93
ISEC
ISEC PROMOVE DEBATE SOBRE A ECONOMIA CIRCULAR
Mário Velindro, presidente
O ISEC é uma das instituições mais prestigiadas do país e que tem a preocupação de implementar conceitos importantes que estão na ordem do dia. O professor Mário Velindro, presidente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, conversou com a Revista Business Portugal sobre o que é a economia circular, os projetos que rodeiam este tema e ainda a transformação digital.
A
economia circular tem sido um dos temas cada vez mais falados. É por isso que o ISEC tem tido a preocupação de debater um conceito que se mostra essencial para o nosso planeta.
Mas afinal, o que é a economia circular? O conceito de economia circular passa por, a partir do momento em que um produto entra em circulação, tenha todo o circuito definido para, 94 | Revista Business Portugal março 2019
quando deixar de ser usado, volte rapidamente para o ciclo da produção. O objetivo é não só terminar com os resíduos, mas também gerar novas oportunidades de negócio. A grande dificuldade deve-se ao facto de, neste momento, o planeta ser incapaz de guardar o lixo que é produzido pela sociedade. Mário Velindro exemplifica este problema através da comparação do planeta à dispensa de uma casa. “Se formos guardando as garrafas vazias ou as latas chegamos a um ponto em que não temos espaço e depois temos que tirar tudo para recuperarmos novamente esse espaço”, acrescentando ainda que “a nossa dispensa global é o planeta”. Quem se dedicou ao estudo da economia circular conclui que muito em breve não teremos mais lugar para o lixo que é produzido. Entre eles estão os lixos gasosos “com as emanações provenientes das fábricas” que muitas vezes são tóxicos e provocam reações adversas para a atmosfera, face à incapacidade para filtrar raios nocivos, nomeadamente “o aumento do cancro de pele, distúrbios cutâneos, alergias e problemas de saúde ambiental”; os lixos sólidos em que existem objetos que têm vários componentes que não são reutilizados; nos lixos líquidos em que a maior parte das empresas, na área química, apresentam líquidos que contaminam e que são colocados para a terra. Assim, prevê-se que se o ser humano continuar com este comportamento, em 2050 “serão precisos três planetas iguais ao nosso para albergar os resíduos”, assegura.
Reorganização da economia Na Resolução do Conselho de Ministros foram abordados vários planos de reorganização que, como referido anteriormente, resultam em novas oportunidades. Para isso, é fulcral que haja uma estrutura que faça de raiz toda a separação de resíduos e que conte com profissionais que estejam devidamente preparados e especializados para esta mudança. Esta medida será o ponto de viragem para que não seja necessária tanta matéria-prima. O professor explica que “isto é uma revolução que vai mexer com todos os setores de atividade, porque as empresas não estão preparadas para, de um momento para o outro, fazerem essas mudanças. A ideia é promover a reorganização do modelo económico. Quem fizer uma fábrica de raiz vai ter de o fazer no novo modelo para que na
ISEC componente produtiva haja esse cuidado”. Assim, para que a economia circular comesse a funcionar é primordial tornar objetos e produtos mais recicláveis e, em vez do único destino ser o desperdício, deve ser feito o desmantelamento do material com a devida separação dos componentes. Assim, surge o conceito de metabolismo da economia. Que significa que quanto mais depressa os materiais voltarem a ser utilizados, maior será o metabolismo de economia, visto que é reutilizado e volta a gerar valor económico. Porém, no início do projeto tem de haver um planeamento estratégico para que o material se transforme novamente em matéria-prima.
a robótica e a impressão 3D, que ocupará em parte o lugar da engenharia convencional. Através dos contactos estabelecidos entre o ISEC/Coimbra Engineering Academ e o setor empresarial, esta Instituição de Ensino Superior encontrou nas empresas dificuldades, no que diz respeito aos recursos humanos, em adaptarem-se às novas competências digitais. Acrescentou ainda que acredita que a forma de transmissão do conhecimento será alterada. “O professor passará
ISEC realiza atividades dedicadas à economia circular Num ciclo de três conferências, o ISEC vai iniciar a primeira no dia 21 de março - dia da árvore - a debater o tema Economia Circular, ‘uma visão para o futuro’. Serão convidadas várias entidades que, de diferentes formas, estão envolvidas nesta temática. “A nossa ideia é discutir o assunto, trazer pessoas à escola que estejam ligadas a este domínio e que nos ajudem a ver como podemos contribuir, porque vai haver investimento para esta área que está ligada à sustentabilidade, à eficiência energética, energias renováveis”, explica Mário Velindro. No mesmo dia irão aproveitar, de forma simbólica, para plantar uma árvore. Isto deve-se à iniciativa criada pela ONU de eleger 2019 como o ano da tabela periódica que comemora 150 anos. Uma vez que a tabela periódica tem 118 elementos, o ISEC irá criar uma tabela periódica humana. “Vamos incentivar cada um dos alunos, professores e colaboradores, nos seus locais, nas suas casas plantar uma árvore, ou seja, 118, cada elemento da tabela periódica”. Outra iniciativa será o desenvolvimento de uma tabela periódica no formato de calendário que vai ser distribuído pelas escolas secundárias, “não só para chamar a atenção da importância da tabela periódica como também promover a economia circular e a sustentabilidade. Dizer aos nossos jovens que os materiais existem e juntam-se em ligações químicas em que algumas delas são perigosas e é preciso ter cuidado na sua utilização. Quando se fazem essas misturas têm de ser feitas de uma forma inteligente e o mais sustentável possível. Começa tudo pela formação de base e temos uma responsabilidade acrescida”, salienta.
Novos desafios: a transformação digital O tema sobre a transformação digital irá fazer parte do ciclo de conferências realizado pelo ISEC. O professor considera que este assunto irá estar presente na sociedade ao longo dos próximos anos, pois a evolução tecnológica irá exigir mais conhecimento nesta era digital, já vulgarmente chamada por 4ª Revolução Industrial. Formar e reconverter os profissionais que estão no mercado será um passo importante para desmistificar a transformação digital que está relacionada com todos os setores, com especial ênfase para a robótica e para a inteligência artificial. Neste âmbito o ISEC já tem uma parceria com a empresa Critical Software, através do programa ‘Apostar em ti’, sendo já um exemplo de boa prática no campo de ação do INCoDE.2030, que é uma iniciativa governamental. Para desenvolver ainda mais esta temática, Mário Velindro pretende implementar um projeto a começar pelas escolas básicas e secundárias para promover, junto das crianças, temas como
a funcionar como um mentor e como um gestor de informação para o aluno. Grande parte da informação está na internet mas tem que ser filtrada e é o professor tem que ajudar o aluno para avaliar entre aquilo que é bom ou não”, prossegue. Isto significa que a componente futura de formação será a diminuição do contacto entre professor e aluno em que o contacto físico vai diminuir. A parte fundamental do professor vai estar mais ligada ao domínio prático, o domínio do saber-fazer.
Projetos para o futuro da economia Para o futuro da economia circular, o ISEC vai promover programas de sensibilização sobre este tema para os alunos, quer do ensino básico quer do ensino secundário. “Vamos fazê-lo de forma simples, apelativa e através da imagem. Temos uma série de planos para mostrar às crianças o que é a economia circular e os seus conceitos”. Por outro lado, na formação dos seus alunos, vão implementar diversos workshops que os sensibilizem para este tipo de temas. Estas iniciativas irão permitir que quando saírem da escola tenham “uma nova ideia e que haja mais partilha de informação entre gerações”, conclui. Rua Pedro Nunes - Quinta da Nora 3030-199 COIMBRA Telefone: +351 239 790 200 E-mail: info@isec.pt www.isec.pt março 2019 Revista Business Portugal | 95
SWB - SEISMIC WORKBOATS
EXPERIÊNCIA E COMPETÊNCIAS ÚNICAS Filipe Duarte, Naval Architect & Marine Engineer BSc, MSc, é o rosto da SWB – Seismic Workboats. Numa conversa informal, revelounos os segredos por trás do sucesso desta empresa.
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omeço por lhe pedir que nos apresente a SWB. A SWB - Seismic Workboats, é uma empresa que produz embarcações, fornecendo as melhores tecnologias e materiais disponíveis atualmente no mercado. A empresa tem como objetivo o projeto e construção de embarcações de trabalho, nomeadamente embarcações de apoio à prospeção de Oil&Gas.
compósitos para a área naval e aeroespacial. Uma das garantias para o sucesso desta empresa resulta da capacidade de reunir uma equipa com vasta experiência e competências únicas, patente nos currículos dos recursos humanos afetos à empresa. No que consiste especificamente esta tecnologia? As embarcações são projetadas e construídas em materiais compósitos avançados através do processo de infusão e com recurso a resinas de alta qualidade de epoxy, fibra de vidro e fibra de carbono. A estrutura é trabalhada de forma detalhada, sendo cada uma das zonas da embarcação construída tendo como base cálculos estruturais e otimizando-se cada região da embarcação consoante o esforço a efetuar e o peso a suportar. O comportamento estrutural excecional e superior estabilidade e segurança das embarcações produzidas pela SWB contrasta com a maioria das embarcações que ainda são produzidas em poliéster reforçado a fibra de vidro e sem cálculo detalhado de engenharia. Quais as suas principais vantagens? A sua qualidade. O excelente comportamento no mar da embarcação, a sua manobrabilidade e fiabilidade transmitem confiança ao mestre. O estudo hidrodinâmico da carena levou a uma redução do consumo de combustível de 20 por cento na velocidade de projecto.
Filipe Duarte, Naval Architect & Marine Engineer BSc, MSc
Como tem corrido esta aposta? A SWB desenvolveu uma embarcação sísmica inovadora à escala mundial e dotada de características diferenciadoras, nomeadamente ao nível dos coeficientes de segurança e conforto a bordo, permitindo que seja a única embarcação sísmica que cumpre com a legislação europeia que regulamenta o segurança dos trabalhadores a bordo. Este resultado foi possível de alcançar com recurso desenvolvimento interno e com a parceria de uma multinacional líder na produção de materiais
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Falamos de uma área muito específica, a da indústria naval. É complexo trabalhar com tecnologia para esta área? Esta área enfrenta desafios muito peculiares em Portugal face à escassez de recursos humanos qualificados. Quanto à introdução e
SWB - SEISMIC WORKBOATS Mais do que uma mais-valia, poder colaborar com um antigo professor do curso de Engenharia e Arquitetura Naval com experiência de projeto e construção de centenas de embarcações que cobrem áreas como lanchas de pilotos, navios de passageiros, lanchas de desembarque, Ferries, navios de investigação, embarcações de pesca, embarcações de recreio e com uma vasta rede de contactos internacional, não é uma mais-valia, é uma vantagem competitiva. Como vê a evolução do setor? Em crescimento e com uma rápida introdução de tecnologia, nomeadamente na vertente de navegação autónoma. E da SWB? O que está pensado para o futuro? Iremos competir em áreas de conhecimento especializado, único e de referência no mercado, mantendo uma aposta forte na formação do pessoal e em I&D; ser um fornecedor de soluções de tecnologia, e não de fatores produtivos ou subprodutos da indústria de construção das embarcações especiais e internacionalizar as soluções desenvolvidas quer através da venda do produto, quer através da transferência de tecnologia.
penetração de tecnologia nesta área, esta tende a ser relativamente fácil e rápida tendo em conta os requisitos dos Armadores que são empreas multinacionais que operam no Oil&Gas e pretendem acima de tudo qualidade e fiabilidade. Sabemos que tem uma relação privilegiada com a Mark Arkus. É uma mais-valia ser parceiro de uma empresa com esta referência?
Sediada em Leiria, a Mar-Arkus é uma empresa de Arquitetura e Engenharia Naval que dá cartas no mercado desde 2016. Desde então, Álvaro Oliveira, fundador da Mar Arkus, vem assegurando uma posição de destaque no mercado nacional e internacional e hoje já conta com mais de 90 navios e embarcações e mais de 60 estaleiros. Com uma oferta diversificada de serviços, a Mar-Arkus acompanha o projeto desde o primeiro momento, participando, ativamente, nas diversas fases que o compõem. Realizam construção, reparação, análise de projetos de construção e reparação naval e conceção de novos projetos.
março 2019 Revista Business Portugal | 97
TECLADIALOGO
“A CONFIANÇA É A NOSSA OBSESSÃO” Com apenas três anos de atividade a TeclaDialogo é uma referência nacional no mercado das telecomunicações. Em entrevista à Revista Business Portugal, Carlos Rios, administrador da empresa, revelou-nos o segredo para o sucesso alcançado.
N
o mercado desde 2016, a TeclaDialogo ganhou vida pelas mãos do seu administrador, Carlos Rios. Desde 2001, ligado à área das telecomunicações, o interlocutor, facilmente, reconheceu o potencial do setor que hoje gere. Carlos Rios admite que o projeto “surgiu de uma forma muito natural” e com o objetivo de dar resposta às carências que o mercado vinha evidenciando. “A TeclaDialogo é constituída por um grupo acionista e por mim. Esse grupo acionista, que já tinha uma ligação com o grupo Altice, estabelecia o contacto com o cliente, e direcionava-o para a PT Empresas. Depois disso perdia-se o contacto com o cliente e com o negócio”, começa por contar o entrevistado sobre a origem da empresa. “A empresa surgiu nesse sentido. Pegar nesses clientes e gerirmos o negócio e
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Uma equipa orientada para o cliente
As melhores soluções para cada cliente
A estratégia da TeclaDialogo assenta, principalmente, na qualidade dos seus produtos e serviços e no contacto próximo com os seus clientes, criando assim uma relação de confiança e transparência, que vem sustentando o sucesso alcançado. “Quando criei a TeclaDialogo, pensei naquilo que nos poderia diferenciar, naquilo que poderia marcar pela diferença e cativar o mercado e o cliente. Percebi que a pior coisa que podemos fazer a um cliente é não lhe atender o telefone e ignorá-lo. Foi por aí que procuramos ser diferentes. Não é por acaso que temos como slogan: ‘a confiança é a nossa obsessão’, nunca deixamos um cliente sem resposta. Nós conseguimos ganhar a confiança nas pequenas coisas”, assume o interlocutor,
Com uma oferta diversificada de serviços, a TeclaDialogo afigura-se o parceiro de telecomunicações ideal para as empresas nacionais, oferecendo as melhores soluções e equipamentos do mercado e os mais acertados às necessidades de cada cliente. “A nossa solução vai desde a empresa de retalho, até à grande empresa, que necessita de soluções Cloud e ou com Data Centers”, começa por explicar Carlos Rios a diversidade de serviços disponíveis. “Nós somos um parceiro, exclusivamente, da Altice. Portanto, vendemos tudo o que a Altice tem no seu portefólio empresarial, que é a marca PT Empresas”. Com soluções dotadas de flexibilidade e adaptabilidade, a TeclaDialogo tem também disponíveis soluções à medida de cada empresa. “Para além daquilo que é o portefólio, nós conseguimos fazer ‘um fato à medida’ de acordo com
que encontra na sólida estrutura da empresa outra explicação para o sucesso alcançado. “Em termos de BackOffice trabalhamos muito bem, conseguimos antecipar algumas reclamações que possam surgir, nomeadamente as reclamações de faturação, fazemos muito bem isso. E tudo se traduz na satisfação do cliente. Foi muito por aí que conseguimos construir um caminho que, efetivamente, nos está a diferenciar daquilo que é a nossa concorrência. Temos uma equipa direcionada para o cliente”. Carlos Rios orgulha-se de ter um atendimento personalizado e que tenta sempre corresponder às exigências dos clientes. Atualmente com uma equipa composta por 25 colaboradores internos, divididos pelos departamentos de telemarketing, venda direta e revenda, a TeclaDialogo conta ainda com parceiros espalhados por todo o país, que uniformizam a presença da empresa em território nacional. É nos seus
o cliente com acompanhamento profissional sempre focados no cliente, temos a experiência e know-how da área”. Desde a sua génese, a TeclaDialogo vem evidenciando um crescimento sustentado e constante, que a colocam num patamar de excelência no panorama nacional.
Carlos Rios, administrador
a necessidade especifica de cada cliente. A dinâmica das empresas é completamente diferente. Há empresas que precisam mais do serviço de voz, outras que precisam mais do serviço de dados. A diferença de um gestor dedicado é exatamente essa, falar com o cliente e conseguir perceber as necessidades que ele tem e orientá-lo para a melhor solução. A Altice é o único operador do mercado com solução para todos os negócios, desde a simples solução de voz passando por soluções setoriais até à Cloud. Não há nenhum operador em Portugal que seja tão completo e único como nós, Altice”.
TECLADIALOGO
colaboradores que o entrevistado assume encontrar uma das mais-valias da empresa que gere. “Quando a TeclaDialogo nasceu o principal desafio foi encontrar massa humana com a capacidade que eu desejava. Profissionais da área, pessoas que trabalhassem e pessoas que tivessem o mesmo perfil que eu. Nós conseguimos isso. Fui à procura de pessoas que estivessem do lado dos clientes, fossem sérias e que fosse esta a sua profissão, temos que a defender acima de tudo. Sei que tenho a melhor equipa”, conta Carlos Rios, que assume com satisfação que “quase 90 por cento das pessoas que estão connosco trazem agregada 20 anos de experiência da PT, agora Altice”.
Do passado a caminho do futuro, sempre com os nossos clientes Caminhar lado a lado com a inovação e com o desenvolvimento tem sido também uma mais-valia para a empresa, que tem apostado, incessantemente, em soluções pioneiras. “30 anos é muito tempo. Lembro-me perfeitamente da evolução das telecomunicações em Portugal. Telex, fax, telefone campainha, Rdis. Passámos do telefone de disco para o digital, passámos do telex para a internet. Do telefone de carro ao smartphone. A velocidade tecnológica equipara-se à velocidade dos dados, de Kb a Gigabyte, tudo se tornou mais rápido, mais presente. O mundo tornou-se uma porta, que desde um toque é possível alcançar. Mais do que nunca o acesso à informação é o futuro e fazer com que o seu aceso seja rápido e eficiente tornou-se o ouro do seculo XXI. Nós temos essa consciência. Qualquer mercado, sabe que tem que acompanhar a evolução tecnológica. Nós abraçamos os projetos dos nossos clientes e orientamos para o futuro, fazemos essa caminhada juntos”.
Aposta na expansão O sucesso da TeclaDialogo mede-se pelo crescimento que tem apresentado nestes anos de experiência e Carlos Rios assume, com satisfação, que “o balanço do último ano é muito positivo. Triplicámos o crescimento face a
2017. Para além disso, fomos reconhecidos pela Altice como o agente que conseguiu incrementar mais receita, dos 63 que comportam a sua estrutura. Isso para nós é uma vitória”. O empreendedorismo é também uma palavra de ordem numa empresa que perspetiva crescer e investir noutros espaços e noutras áreas. “Atualmente, estamos no Porto e em Lisboa, mas queremos crescer na zona Centro Interior, na zona de Coimbra. Lá, há um núcleo empresarial muito interessante. Queremos também arrancar com um projeto direcionado ao cliente residencial, mas fora do âmbito normal”. A par disso, e como não poderia deixar de ser, pretendem continuar a ser, cada vez mais, uma referência de qualidade para as empresas portuguesas.
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ARCADA IMOBILIÁRIA
Pedro Pires, CEO
“NÓS VENDEMOS CONFIANÇA!” A empresa foi criada em 1999 tendo como casa a cidade de Aveiro. Ao longo dos 20 anos de existência o negócio foi-se expandido e ultrapassando as barreiras que foram impostas e hoje, o CEO, conta à Revista Business qual o estado do mercado imobiliário referindo quais são as ambições e projetos que se avizinham.
P
ara além da sede da empresa situada em Aveiro, existem ainda mais duas lojas (Forca e Bairro do Liceu). A Arcada está também presente em Ílhavo (Praia da Barra), Oliveira do Bairro, Albergaria-a-Velha, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Ovar, Porto, Coimbra, Leiria, Lisboa (Arroios e Saldanha) e Algarve (Portimão e Albufeira). São 16 as lojas espalhadas ao longo do território nacional que vem servir as necessidades dos clientes. “Em Aveiro somos a imobiliária com mais lojas e continuamos a apostar 100 | Revista Business Portugal março 2019
no nosso projeto de expansão”, conta. A ideia foi desde o início, fazer melhor e fazer diferente. “Isto é um negócio de pessoas e de emoções. Na minha opinião, esta atividade não pode deixar de ser um negócio de números, mas esta não é a nossa principal preocupação. As pessoas que trabalham e colaboram diretamente connosco são parte
“Em Aveiro somos a imobiliária com mais lojas e continuamos a apostar no nosso projeto de expansão”
ARCADA IMOBILIÁRIA
integrante e essencial nesta rede. Mais do que um negócio de casas é um negócio de pessoas porque nós vendemos confiança”, explica o CEO. Pedro Pires explica que “quando um cliente procura os nossos serviços, não lhe são mostrados simplemente os imóveis, previamente fazemos uma qualificação financeira a identificar qual será o valor que o cliente poderá pagar pela casa, e desta forma evitar visitas a imóveis com um custo superior ao seu orçamento. Fazer o cliente ver um imóvel acima da sua capacidade financeira, cria falsas expectativas e pode comprometer o negócio. Temos de ser objetivos”. É neste modelo que assenta a elevada taxa de sucesso. Um formato que permite fidelizar os clientes e os seus familiares, que depois de comprarem, se tornam amigos e que voltam a recorrer aos serviços da Arcada sempre que necessitam. “A confiança é a melhor garantia que podemos dar ao mercado. Ninguém vai colocar o sonho de uma vida nas mãos de uma pessoa ou empresa na qual não confia. A compra de uma casa é uma experiência e nós temos a preocupação de tornar esse momento especial e positivo”. A venda de casas e sonhos não é a única valência. A Arcada dispõe ainda, em parceria com outras entidades, serviços como crédito habitação, crédito pessoal, seguros, certificados energéticos, estudos de mercado, segurança, eletricidade e gás dos quais os clientes podem usufruir.
O diretor geral aposta também na formação frequente dos seus colaboradores por considerar que é na formação e não na formatação que está o segredo. “Nós temos bons comerciais em constante evolução. Apostamos numa formação contínua de forma a dotarmo-los de ferramentas para um mercado extremamente competitivo. Essa evolução fica evidente quando alguns dos nossos franchisados começaram como comerciais e hoje tem uma ou mais lojas”, explica. Apesar dos diferentes mercados que enfrentam em território nacional a forma de venda é comum em todas as zonas transmitindo os valores da Arcada. O balanço é positivo e não existem dúvidas para o CEO que quer expandir o negócio. “Queremos crescer e disso não temos dúvida. Porém, o processo vai continuar a ser ponderado, não vamos abrir lojas por abrir. Queremos que todos ganhem. Neste negócio não pode ser só uma pessoa a ganhar”.
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BAROSA PESCADOS
UMA EMPRESA FAMILIAR DO LITORAL OESTE Foi nas Caldas da Rainha que tivemos a oportunidade de conhecer a empresa que hoje lhe apresentamos. No mercado dos pescados congelados desde 1978, a Barosa Pescados é a representante de diversas marcas internacionais, apostando numa relação de proximidade e lealdade com os seus clientes.
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Barosa Pescados é o arquétipo da inovação e diferenciação. No mercado desde 1975, surgiu pelas mãos de Manuel Barosa e da sua esposa que, após regressarem de Moçambique, embarcaram na aventura do mercado de produtos alimentares congelados. Quem nos conta é Jorge Barosa, filho dos fundadores, que reconhece que, na altura, foi uma aposta arrojada. “O meu pai tomou uma decisão bastante arriscada e decidiu despedir-se e voltar para Portugal sem nada, apenas com muitos conhecimentos. Quando chegámos decidiu abrir uma empresa de importação de marisco. Na altura da primeira descarga, disseram que o meu pai era ‘louco’, porque não acreditavam que alguém fosse comprar camarão moçambicano congelado”. O mercado mostrou o contrário e passados 44 anos de história, Jorge Barosa assume que “as coisas têm corrido de vento em popa”. Jorge Barosa e o irmão assumem em parceria com o pai, Manuel Barosa, a gestão da empresa, juntando-se aos restantes 35 funcionários que a constituem. Com uma capacidade de frio de 3.000 m3, a Barosa Pescados concentra as suas atenções na transformação, corte, embalagem e comercialização de pescado congelado. “Fazemos a transformação de uma gama bastante grande de pescados, cerca de 35 espécies”, afirma o gerente. A essa série de produtos ainda se somam os cefalópodes, bem como os bivalves, crustáceos e preparados, em que apenas realizam o embalamento. Ao contrário dos produtos de padaria, pastelaria e salgados, fabricados em empresas nacionais, a grande maioria do
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peixe é importado. A escassez de produto em Portugal afeta transversalmente as empresas deste setor, que encontram na importação de pescado uma solução. “Em certas alturas do ano há muita dificuldade em comprar peixe. Atualmente, cerca de 90 por cento do nosso peixe é importado, mas não somos só nós, todas as empresas importam porque não há peixe em Portugal”, confessa Jorge Barosa, que alerta para a necessidade de uma intervenção nesta área para “salvaguardar empresas como a nossa”.
Mercado no Litoral Oeste A Barosa Pescados é uma empresa familiar a atuar no Litoral Oeste e é assim que se pretende manter. Com um raio geográfico delimitado pelos concelhos da região Oeste, a Barosa Pescados é uma empresa “estrategicamente regional” que encontra na proximidade com o cliente um dos trunfos para o bom serviço. “Só trabalhamos na região Oeste e não temos planos para expandir mais. Queremos continuar a ser uma empresa familiar, ter muita estabilidade e dar um bom serviço ao nosso cliente”, afirma Jorge Barosa, que encontra na capacidade de “colocar o produto, rapidamente, no cliente” uma mais valia da empresa. “Se estivermos longe do cliente não o conseguimos fazer. Quanto mais longe estiver o cliente pior é o serviço. A proximidade é algo em que apostamos muito”.
Criatividade e Inovação Desde a sua génese a empresa vem sendo acompanhada por um espírito criativo e inovador. Jorge Barosa reconhece que esta
Luiz, Manuel e Jorge Barosa, sócios-gerentes e fundador (ao centro)
forma de estar no mercado foi determinante para empresa em períodos menos positivos, contribuído para que a Barosa Pescados vingasse no mercado e assumisse uma posição de destaque. “Quando chegaram as grandes superfícies comerciais começaram a fechar muitas lojas de comércio tradicional. Nessa altura, tivemos de tomar uma decisão, atempadamente, que nos retirasse do rumo certo, a falência. Foi nessa altura que focalizámos todas as nossas atenções para um só mercado, o canal Horeca”. Conscientes dos desafios do mercado que agora abraçavam, iniciaram uma reestruturação da empresa, criando a marca Barosa FoodService, de forma a encontrar novos produtos e soluções. Tem sido assim ao longo dos anos e Jorge Barosa assume que “a nossa tendência é andar à procura do que as pessoas querem e colocar isso no mercado. Isto é um ‘jogo’ permanente”. O caminho está longe de estar terminado e para o futuro Jorge Barosa vislumbra um crescimento sustentado, cujo suporte “continuará a ser o serviço, a equipa, a qualidade e a lealdade com as pessoas. É assim que queremos continuar”.
JANSSEN PORTUGAL
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SARILAUTO
A VANGUARDA DA INOVAÇÃO NO SETOR AUTOMÓVEL Sediada em Casal de Cambra, no concelho de Sintra, a Sarilauto está no mercado há mais de quatro décadas. José Manuel Santos é o rosto por detrás desta empresa, que atua no ramo das peças automóveis, e foi com ele que estivemos à conversa aquando da nossa estadia na região.
José Manuel Santos, administrador
“
Isto começou um pouco às cegas e sem grande perspetiva”, começa por revelar José Manuel Santos, sobre a origem do negócio. “Na altura, eu e um colega de trabalho decidimos criar este negócio, mas nem sequer era para nós, era para as nossas mulheres”. Com apenas 22 anos de idade, o empresário embarcou naquele que viria a ser o projeto da sua vida e ao qual se dedicou, desde sempre, de corpo e alma. O percurso nem sempre foi fácil e o interlocutor confessa que “foi preciso muito sacrifício” e resiliência para levar a bom porto o negócio criado. Com a saída do sócio da empresa, José Manuel Santos, acaba por assumir as rédeas do negócio, contando sempre com o apoio da esposa, que ali se manteve a tempo inteiro até ao nascimento das filhas do casal. “Quando começámos tínhamos poucos recursos, meia dúzia de prateleiras e caixas vazias para dar a ideia de capital de negócio, a ideia de um poder de compra que ainda não tínhamos. Não havia stock. Foi assim que comecei, mas com muito trabalho, dedicação e com uma equipa fundamental e imprescindível, conseguimos crescer e afirmar-nos no mercado”. A história da empresa é ainda marcada pela criação de uma central de compras, a Atlantic Parts, da qual José Manuel Santos é sócio fundador e onde assumiu a presidência durante seis anos.
“Não nos afastamos muito desta zona” As oficinas da região representam o principal cliente da empresa, que aposta num
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“negócio local, não muito abrangente”. José Manuel Santos mostra-se satisfeito com os 15 quilómetros de superfície geográfica alcançada e não pretende alargar o seu raio de influência. “Não nos afastamos muito desta zona. Para nós é muito importante prestar um serviço rápido e só o conseguimos se estivermos próximos dos clientes”. De forma a garantir um serviço de entregas rápido, organizado e eficaz, a Sarilauto realiza quatro itinerários de distribuição diários, com uma rota previamente definida.
Aposta na inovação 42 anos passados, desde a fundação da Sarilauto, existem já várias diferenças no mercado, que José Manuel Santos conse-
“A informática e a sua evolução veio ajudar muito. Hoje, já não é necessário ter um profissional de peças, é necessário ter um profissional que conheça bem o automóvel e com bons conhecimentos de informática” gue, facilmente, identificar. “A atividade no passado não tem nada a haver com o que é hoje. Com a inovação tecnológica as coisas são totalmente diferentes”. Se no passado, José Manuel Santos assume que trabalhavam “com base na memória e sabíamos as referências dos produtos, quase todas, de cor”, hoje já não há essa necessidade. “A informática e a sua evolução veio ajudar muito. Hoje, já não é necessário ter um profissional de peças, é necessário ter um profissional que conheça bem o automóvel e com bons conhecimentos de informática”. Acompanhando a evolução tecnológica do mercado, a Sarilauto dispõem, há cerca de
SARILAUTO
José Manuel Santos (à direita) e equipa, administrador
cinco anos, de um programa para clientes profissionais, que através da matrícula do automóvel permite, em alguns segundos, efetuar orçamentos e encomendas via online. “Quando surgiu esse programa, fomos dos primeiros a apostar na sua implementação. Gostamos de inovar e de acompanhar a evolução dos tempos procurando tirar todas as vantagens possíveis”, afirma o interlocutor, que assume a introdução do programa lhes permitiu “ganhar tempo. Tínhamos os telefones sempre ocupados e agora temos menos. Com a implementação deste programa viemos ganhar tempo, tanto nós como os clientes. Este sistema permite-nos agilizar trabalho”. O acompanhamento da evolução tecnológica tem sido uma constante na empresa, bem como a contínua formação dos seus funcionários e colaboradores, promovendo, frequentemente, ações de acordo com as necessidades sentidas no momento. “Há muitas empresas que não resistem, porque
não se adaptam à evolução e às exigências do mercado e dos seus clientes. Nós temos sempre essa preocupação”. Em 2017, ano em que comemorou os seus 40 anos de existência, a Sarilauto renovou o seu espaço de loja, conferindo-lhe um visual diferente. Uma aposta na decoração do interior que passou também pela criação de uma nova área de balcão e atendimento, tendo sido criados postos individuais de trabalho, com vista a melhorar a receção dos clientes através de um atendimento mais personalizado. A mais recente inovação procurou tornar a imagem exterior da loja mais ousada e apelativa, através da introdução de um painel luminoso e interativo. Atualmente, com uma equipa constituída por sete colaboradores, da qual faz parte uma das suas filhas, José Manuel Santos prevê para a Sarilauto um futuro de continuidade e de sucesso, revelando que não pretende parar, porque “gosto do que faço”.
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GRUPO JORGE ANJOS
ESPECIALISTAS EM RECURSOS HUMANOS A propósito da inauguração das novas instalações dos Grupo Jorge Anjos, a Revista Business Portugal conversou com a administração do mesmo e ficou a conhecer os principais desafios que a área dos recursos humanos atravessa e o que reserva o futuro.
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undada em 2015, que balanço faz destes quatro anos de atividade? O balanço tem-se revelado bastante positivo. O Grupo foi fundado em Vila Nova de Gaia, com um número muito reduzido de trabalhadores, sendo que neste momento já nos conseguimos expandir e ingressar numa rede de serviços na área dos Recursos Humanos que, funcionando a nível nacional, vai de encontro às múltiplas necessidades da atual vida das empresas e dos novos desafios encontrados pelas organizações.
Neste momento, o Grupo Jorge Anjos dispõe de uma carteira de profissionais diversa e altamente qualificada que vai de encontro às necessidades dos nossos clientes Quais são as grandes vantagens que os empresários têm ao estabelecerem uma parceria (na área de recursos humanos) com o Grupo Jorge Anjos?
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GRUPO JORGE ANJOS
Administração
As vantagens em estabelecerem uma parceria connosco são múltiplas. Em primeiro lugar, os nossos parceiros não têm de ser preocupar com o recrutamento e seleção de trabalhadores. Neste momento, o Grupo Jorge Anjos dispõe de uma carteira de profissionais diversa e altamente qualificada que vai de encontro às necessidades dos nossos clientes. Aliás, caso os prazos apertem ou exista a necessidade de substituir um colaborador que se tenha ausentado em caso de baixa médica, por exemplo, nós conseguimos num curto espaço de tempo assegurar um trabalhador no local. Para além disso, possuímos uma equipa de formação que implementa uma aprendizagem on-going para os nossos colaboradores. Em segundo lugar, nós tratamos de todas as obrigações legais inerentes à contratação de pessoas, como é o caso do processamento salarial, admissões, seguros, e todas as tarefas administrativas inerentes. Tudo isto se dilui numa redução de custos e encargos para os nossos clientes, e é por isso que acreditamos ser uma mais-valia. Como descreve a equipa de profissionais do grupo? O Grupo Jorge Anjos possui uma equipa experiente e qualificada em diversas áreas. O nosso capital humano é o nosso bem mais valioso e, por isso, procuramos não apenas recrutar os melhores, mas também implementar um conhecimento diário através das formações que realizamos. O nosso principal intento é termos ao nosso lado uma equipa em que podemos confiar e que nos permita ter um cliente satisfeito com os serviços que prestamos. Atualmente, quais são os maiores desafios com que se debatem? Os desafios com que nos debatemos são vários, como em qualquer empresa seja de que ramo for. No caso do trabalho
temporário, por vezes, deparamo-nos com alguma sazonalidade do negócio e com a reduzida mão-de-obra disponível e qualificada. Estes são, sem dúvida, os dois principais desafios que encaramos diariamente.
O nosso principal intento é termos ao nosso lado uma equipa em que podemos confiar e que nos permita ter um cliente satisfeito com os serviços que prestamos
A abertura de novas filiais, de norte a sul do país, poderá ser um dos objetivos para o futuro? Neste momento, contamos com duas filiais, uma na capital e outra recentemente inaugurada em Vila Real. O nosso objetivo é crescer e expandirmos as nossas áreas de atuação para nos podermos aproximar geograficamente dos nossos clientes, por isso acreditamos puder abrir outras filiais em diversas zonas do país.
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LIMAPOLYS
FAZER A DIFERENÇA NUM DISTRITO DO CORAÇÃO Perto do mar e da capital de Viana do Castelo, a localidade de Amorosa conta com uma imobiliária que junta o melhor de dois mundos: o ambiente familiar e a modernidade. Pai e filho falaram à Revista Business Portugal do passado e do futuro da Limapolys.
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eria de esperar que o amor de Serafim Teixeira pela Amorosa, em Viana do Castelo, tivesse nascido com ele, mas não foi o caso. Foi uma paixão que cresceu ao longo dos anos com este famalicense de gema. O antigo escriturário contabilista costumava passar férias naquela pequena localidade com praia, muito apreciada pelas famílias e pelos praticantes de surf e bodyboard, até que decidiu juntar o útil ao agradável. “O meu pai comprou cá um apartamento de férias há mais de 30 anos”, começa por contar Rui Teixeira, gerente e filho do fundador da imobiliária Limapolys, também ele natural de Famalicão e igualmente apaixonado pela Amorosa. Serafim, atualmente com 70 anos, começou por desfrutar da região como veraneante e depois como trabalhador. “Após uma formação profissional efetuada em gestão de empresas, despertou e motivou-me a mudar de área. Comecei como vendedor de uma empresa de construção até à criação da Limapolys”, disse o antigo escriturário. O sonho de ter a sua própria empresa, “onde pudesse concretizar a minha visão e as minhas ideias sobre o mercado imobiliário”, era antigo e concretizou-se ao fim de alguns anos de experiência no ramo. A escolha da localidade e da localização da loja foi mais que natural. “Na Amorosa conhecia bem o mercado, sabia como se trabalhava e senti o potencial de oportunidades que oferecia, sempre acreditando que podia fazer a diferença”, garante Serafim. E assim foi. Criou a imobiliária a 26 de novembro de 2003, juntamente com a empresa de construção para a qual trabalhava como comercial, tendo depois comprado a empresa e ficado como gerente. O nome Limapolys surgiu “da proximidade a Viana do Castelo, nomeadamente ao seu rio, o rio Lima. Daí o Lima do rio e o Polys de cidade”. Em 2006 entrou na equipa o Carlos Marques, que ainda hoje se mantém, “faz parte da família e muito contribuiu para a imagem de confiança e respeito que a Limapolys tem hoje”, afiança Rui. Já este, de 37 anos, veio
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Carlos Marques, Serafim Teixeira e Rui Teixeira
para a Limapolys em 2014. Formado em Economia, quando decidiu abraçar este projeto, “sempre com o meu pai”, foi com o objetivo de dar um toque de modernidade. “O maior contributo que consegui dar foi atualizar a empresa para a exigência do mercado de agora. Antes o mercado funcionava de modo diferente, as pessoas vinham passear até à Amorosa e tinham conhecimento dos imóveis para venda. Atualmente, as coisas já se processam de forma diferente, nomeadamente através do uso da internet. Se não estivermos presentes digitalmente, é quase como se não existíssemos. Outrora, era tudo tratado manualmente e tivemos necessidade de informatizar tudo. Assim, conseguimos chegar um pouco mais longe”, garante Rui. Esse objetivo foi cumprido e a ligação entre pai e filho fortaleceu-se. “Trabalhar com o meu filho é muito positivo, há uma passagem da experiência e de conhecimento que depois é aplicado seguindo as novas exigências do mercado para as quais o meu filho está mais preparado”, reforça Serafim Teixeira. Estas mudanças fizeram com que o negócio se renovasse com sucesso. Tendo em conta que há anos o tipo de clientes que tinham eram veraneantes de agosto ou emigrantes e agora são jovens que procuram “bons imóveis com boa qualidade de construção para viver à beira-mar” e fugir das cidades, o futuro só pode ser risonho. No caso da Limapolys, conseguem essa projeção pelo foco que colocam na publicidade, no mundo digital e na loja física. “Procuramos sempre servir o cliente da melhor forma possível, respondendo e superando as suas expectativas e fazendo das suas preocupações as nossas. Com isto, criamos laços muitos fortes e duradoiros de amizade e confiança, que vejo como a nossa grande imagem de marca”, salienta o fundador. “Mudamos a loja e o design há pouco tempo. Fomos a primeira empresa em Viana a ter os expositores em LED em plena crise e teve resultado. São pequenas coisas que fazem a diferença. Em agosto, quando Amorosa está com mais de 90 por cento das pessoas que no inverno, as pessoas vêem que a empresa mudou, pensam que mexeu e vêm cá investir”, continua o filho.Quanto ao futuro, Serafim e Rui Teixeira ponderam a abertura de uma agência imobiliária em Famalicão, dependendo da evolução do mercado, querem continuar a “ser sempre uma referência” e deixam uma mensagem aos leitores. “As pessoas quando sentem que estão a fazer as coisas bem, têm que continuar e acreditar porque as coisas vão dar”, assegura o mais novo.
FINICLASSE
A APOSTA CERTA PARA O SEU AUTOMÓVEL Com sede na Guarda, a Finiclasse é uma empresa do setor automóvel que tem como objetivo garantir as melhores ofertas aos seus clientes. A administração refere a vantagem de serem o único concessionário Mercedes-Benz e Smart nos distritos de Viseu e Guarda, assim como o serviço pós venda ser um dos elementos diferenciadores.
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omeço por lhe pedir que nos apresente a Finiclasse. A Finiclasse é uma empresa do setor automóvel. Surge na Guarda, enquanto concessionário e oficina autorizada Mercedes-Benz, em julho de 1999 resultante de uma estratégia de crescimento e consolidação de negócios, que o seu promotor, Francisco Fernandes, tinha vindo a desenvolver ao longo de vários anos nos setores da construção civil e comércio automóvel de entre outros. A ligação e a experiência do fundador da Finiclasse ao setor automóvel, remontam ao ano de 1976, tendo desde então representado oficialmente diversas marcas. Em conformidade com a referida estratégia, no ano 2002 o grupo expande a sua atividade para o distrito de Viseu, representando aí as marcas Mercedes-Benz e Smart. No ano 2008 inaugura o concessionário representante oficial da Seat, na Guarda. Chegados ao ano 2015, concretiza o projeto de fusão das, até então três empresas, ficando a designar-se Finiclasse, SA. A atividade da Finiclasse comporta, para além da comercialização de veículos, peças e acessórios, a prestação de serviços de assistência técnica ao nível da reparação e manutenção de viaturas, das diversas gamas de viaturas comercializadas pela Mercedes-Benz, (os Automóveis ligeiros, os comerciais ligeiros e pesados, smart e Mercedes-Benz AMG). Para o efeito e com vista ao perfeito desempenho da sua atividade, em perfeita sintonia com os elevados padrões de rigor, enfoque no cliente, qualidade e excelência, a Finiclasse conta com um quadro de colaboradores altamente especializados e formado adequadamente, para além de dispor de Instalações e equipamentos com elevada qualidade, adaptabilidade funcional e aferidas pelo mais recente grau de desenvolvimento tecnológico. De referir, que celebramos no ano em curso o nosso vigésimo aniversário. Duas décadas de atividade e trabalho, sempre com o mesmo foco, o cliente.
Como tem corrido esta aposta? A ligação e experiência dos sócios no setor automóvel, conjugadas com a oportunidade de aproveitarem as concessões de marcas conceituadas, têm permitido obter importantes sinergias. Estas, aliadas aos valores que regem o grupo, dos quais o rigor, a competência técnica, a honestidade e sinceridade, têm-nos permitido construir um percurso de crescimento equilibrado e sustentado. Porquê optar pela Finiclasse? O que vos distingue das restantes empresas existentes na região de Viseu? Desde logo distingue-nos a marca que representamos, uma vez que somos o único concessionário automóvel Mercedes-Benz e Smart para os distritos de Viseu e Guarda. No entanto, apesar de ser uma vantagem, também não nos sossega, trabalhamos todos os dias para manter os elevados padrões de qualidade da marca, e oferecer um serviço de excelência aos nossos clientes. E porquê a opção pela Mercedes, Smart e Seat? Quais as mais-valias para o consumidor em escolher um veículo destas marcas? São marcas muito dispares entre si, e, portanto, conseguimos desta forma chegar a mais pessoas, e ter uma solução costumizada a cada uma delas, dada a vasta gama de produtos. O serviço pós-venda, é um dos vossos elementos diferenciadores? De que forma? O serviço pós-venda é para nós um elemento diferenciador, uma vez que se traduz no acompanhamento do cliente. A motivação da equipa, a especialização dos nossos profissionais na marca, a sua qualificação técnica e os softwares de que dispomos, permitem-nos oferecer um serviço de qualidade e excelência, por forma a satisfazer as necessidades do cliente, e mantê-lo connosco, fidelizá-lo. Orgulhamo-nos de promover o trabalho integrado e em equipa, e acreditamos que só assim somos capazes de oferecer um serviço personalizado, adaptado às necessidades de cada cliente. O que reserva o futuro à Finiclasse? Acreditamos que o futuro nos reserva alguns desafios, a digitalização do mercado, a eletrificação do automóvel são já questões que requerem a nossa atenção. Temos consciência de que precisamos de preparar os nossos recursos, materiais e humanos, por forma a adaptá-los às novas necessidades do mercado, para que possamos não só dar melhores respostas, como também agir proativamente.
Ed. Finiclasse, E.N. 231 – Ranhados | 3500-631 Viseu Tel. 232 470 930 | Fax. 232 470 931 Email: viseu@finiclasse.pt | www.finiclasse.pt Facebook: @finiclasse | Instagram: Finiclasse
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NUTRINOVA - NUTRIÇÃO ANIMAL, SA.
“SOLUÇÕES INOVADORAS EM NUTRIÇÃO ANIMAL”
Sediada na Zona Industrial de Vilar de Besteiros, no concelho de Tondela, a Nutrinova - Nutrição Animal, SA. foi fundada em 2011 tendo iniciado a atividade comercial em 2012. A Revista Business Portugal foi conhecer os desafios por trás da empresa, bem como todo o crescimento sustentável e constante.
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Nutrinova surge no mercado como um projeto independente no setor da produção animal. Para garantir as soluções inovadores, dia após dia, colaboram com um grupo de técnicos com Know-how e experiência em nutrição, sanidade animal e maneio de explorações. Especializada em nutrição animal, a Nutrinova tem como core business
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a produção e a comercialização de pré-misturas e de alimentos complementares para animais (aves, suínos, ruminantes e equídeos), investigação, desenvolvimento nutricional e prestação de serviços relacionados com a nutrição e o bem-estar animal. A Nutrinova também comercializa leites de substituição, blocos minerais, adsorventes de micotoxinas, higienizantes, aditivos, entre outros. A empresa dispõe de um laboratório dotado com equipamento tecnológico avançado, capaz de corresponder às necessidades de controlo analítico de clientes e fornecedores. Este serviço de apoio tem por base o controlo analítico de matérias-primas e de alimentos para animais, a avaliação do estado sanitário das explorações, o estudo de processos de maneio e gestão e serviços de formulação. O laboratório da Nutrinova está acreditado pela norma NP EN ISO/IEC 17025: 2005. Com uma gama de serviços alargados, a Nutrinova conquistou uma posição sólida no mercado português e tem como parceiros empresas de referência em várias áreas de produção. Por outro lado, a exportação de produtos e tecnologia faz parte da dinâmica empresarial. De olhos postos no futuro, a Nutrinova acompanha diariamente todo o desenvolvimento do setor animal, estando consciente dos desafios que lhe são propostos. Garantir a satisfação de todos os clientes com rigor e qualidade (de acordo com as normas internacionais e requisitos legais) é a principal missão da empresa, sempre aliada aos produtos e soluções inovadoras para o mundo animal.
Instalações Zona Industrial Vilar de Besteiros Lote 10 · 3465-192 Vilar de Besteiros Tel. +351 232 853 072 Email: nutrinova@nutrinova.pt
www.nutrinova.pt
TRANSPORTES, TRANSITÁRIOS E LOGÍSTICA Os transitários são um elo imprescindível nas operações logísticas. A construção de uma cadeia logística adaptada às atuais necessidades do mercado requer uma postura diferente daquela em que, no passado, a área dos transportes era frequentemente negligenciada no planeamento estratégico das empresas. Operações logísticas mal pensadas poderão provocar atrasos e custo adicionais, quer devido a mau planeamento das rotas, quer a lacunas na documentação a nível do transporte. Existe contudo um elemento ao qual recorrer e que atua como um importante intermediário: o transitário como representante dos interesses das partes. Pelas suas características, o transitário traz uma nova dinâmica à cadeia logística. O transitário está familiarizado com as pautas aduaneiras e os regulamentos/procedimentos de cada país de origem e destino da carga, tal como os direitos e as restrições ao fluxo de mercadorias. Igualmente importante é o domínio dos Incoterms (International Commercial Terms) e a capacidade para gerir o transporte, o risco e os custos, bem como aconselhar condições de transporte e de entrega que sejam vantajosas para o seu cliente, além de que compreende as necessidades dos carregadores e adapta os serviços que oferece às necessidades destes. O principal objetivo é alcançar o balanço entre o tempo de trânsito e os custos do transporte, de acordo com o tipo de carga e a urgência na entrega da mercadoria. Conheça melhor esta realidade nas próximas páginas da edição de março.
DESTAQUES 108 YILPORT “O mais eficiente terminal de contentores de import-export da península ibérica” 110 AMG TRANSPORT Um negócio de pessoas 112 VERSÁTIL QUESTÃO Importação e Exportação com confiança
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YILPORT
“O MAIS EFICIENTE TERMINAL DE CONTENTORES DE IMPORT-EXPORT DA PENÍNSULA IBÉRICA” Fundado em 2000, o Terminal de Contentores de Leixões caracterizase por ser um dos terminais mais importantes, tanto em Portugal como no mundo. Em 2017 ocorreu uma das mudanças mais marcantes: o TCL foi adquirido pelo Yildirim Group of Companies - um grupo com uma visão futurista onde o sucesso e o crescimento estão na linha da frente.
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o longo dos anos, a história do TCL é marcada por vários acontecimentos e mudanças, no que diz respeito à estrutura acionista. É sabido que, em 2017, o grupo turco Yildirim Group of Companies (que detém a Yilport Holding Inc.) obteve a totalidade do capital social da empresa. “Começámos como TCL. Hoje em dia somos denominação social TCL, a marca comercial é a Yilport e fazemos parte da Yildirim Group of companies, com presença em 21 países e quatro continentes.”, acrescenta Nuno David Silva, diretor geral. A Yilport Holding Inc. é a empresa que abarca os portos e logística que fazem parte da companhia. Atualmente, a Yilport holding é o 12º maior operador mundial de terminais e o segundo a nível europeu. Enquanto grupo têm uma panóplia de terminais, mais concretamente 23, espalhados pelo mundo. Apesar da Ibérica ser a região com mais terminais, ainda há espaço para Turquia, Noruega, Suécia, Portugal, Espanha, Malta, Perú, Guatemala e Equador. Muito em breve também estará presente em Itália e Estados Unidos. A Yilport Leixões tem a exclusividade da movimentação de contentores no Porto de Leixões serve um hin-
Nuno David, diretor geral
terland de 14 milhões de pessoas e um foreland de 184 países.
Estratégias definidas para melhorar a qualidade ambiental e sustentabilidade Em relação à Yilport Leixões, o ambiente tem sido, cada vez mais, uma das variáveis fundamentais de toda a operação. Nos dias de hoje, em Portugal, ainda são feitos contratos de concessão que não apresentam cláusulas ambientais. Porém, o diretor geral acredita que, no futuro, o fator ambiente será “a chave” das novas concessões. Em Leixões, praticamente todo o equipamento de movimentação disponibilizado e que está a ser operado é movido a energia elétrica. “Não utilizamos combustíveis fosseis. A energia elétrica já é utilizada em reaproveitamento da energia produzida pelos equipamentos. Já vendemos energia à rede dessa mesma energia que produzimos”, prossegue. Uma vez que o porto está dentro da própria cidade, o mesmo “tem de se desenvolver, criar alternativas e métodos de movimentação que sejam amigos do ambiente e, por sinal, que o respeitem”. Em relação aos restantes terminais do Grupo Yilport em Portugal, Nuno David explica que está a decorrer um retrofitting de todas as máquinas para que passem também a funcionar em modo elétrico. Pelas palavras do diretor geral, a questão da qualidade ambiental tem sido cada vez mais debatida, pois a indústria está a caminhar no sentido do híbrido e do
“Não utilizamos combustíveis fosseis. A energia elétrica já é utilizada em reaproveitamento da energia produzida pelos equipamentos. Já vendemos energia à rede dessa mesma energia que produzimos”
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YILPORT elétrico. Se, por um lado, influencia o menor consumo de combustível e consequentemente diminui o custo operacional, por outro toda a movimentação será mais amiga do ambiente.
Maiores dificuldades do setor portuário No que concerne ao Porto de Leixões e para além da questão ambiental e da interação do porto com a cidade, Nuno David Silva salienta que existe uma dificuldade inerente ao setor: os navios que pretendem escalar o Porto são cada vez maiores. “Nós, portos, temos de conseguir acompanhar a evolução natural da indústria que continua a caminhar no sentido do crescimento da dimensão dos navios. Temos de conseguir adaptar rapidamente o porto às características desses navios, sob pena de os mesmos não escalarem o nosso Porto e a indústria que servirmos se tornar por inerência menos competitiva no mercado global”.
Conferência ‘Portos e concorrência’ Questionado sobre a conferência ‘Portos e concorrência’, direcionada ao setor que se insere, o diretor geral assinala que é bom realizarem a conferência, no sentido de darem a oportunidade de falar da indústria e da importância económica que os portos têm. “É importante que os próprios da indústria conheçam a realidade dos portos, as estratégias de desenvolvimento, onde estamos e para onde vamos”.
Balanço “mais do que positivo” Com a ambição do Chairman Robert Yildirim em crescer, o balanço da Yilport é marcado de forma bastante positiva e é caso para dizer que é uma história de sucesso. Atualmente a movimentar 660 mil TEU, a empresa assegura que o movimento permitiu um novo recorde em 18 anos, na medida em que quase triplicou. Em Portugal, o Porto de Leixões é considerado “o mais eficiente e com melhor produtividade. Temos sido sempre eleitos, mesmo pelos nossos clientes, o melhor terminal de contentores do país, o que aumenta a nossa responsabilidade e nos motiva a sermos melhores todos os dias”, sublinha.
Novo projeto a caminho… Para se adaptarem aos mercados e acompanharem a inovação dos equipamentos, a empresa está a desenvolver um projeto no terminal de contentores sul. O investimento ronda os 43 milhões de euros que irão garantir uma maior capacidade de armazenagem para corresponderem à procura que têm na linha de cais. Este investimento permitirá um processo logístico mais direto e competitivo. Assim, o sucesso aliado ao crescimento, “obriga-nos a ser e a fazer cada vez melhor. Sabemos que isto não seria possível sem as nossas pessoas, a nossa equipa e esse é o nosso segredo. Toda a equipa sente o TCL e a Yilport Leixões como sendo também delas”, finaliza. março 2019 Revista Business Portugal | 113
AMG TRANSPORT
UM NEGÓCIO DE PESSOAS
Alexandra Melo, ligada ao setor transitário há 20 anos, gere desde 2014 a AMG Transport, uma empresa sediada em Leça da Palmeira e que é uma referência nacional e internacional dentro da sua área de trabalho.
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m conversa com a Revista Business Portugal, Alexandra melo conta que está ligada há 20 anos ao setor transitário e que chegou a esta área através da sua formação. Iniciou o seu percurso como estagiária em 1999, concluindo o curso de Planeamento Gestão e Controlo de Tráfego na Câmara do Comércio Luso Alemã em 2002. Em 2007 adquiriu Capacidade Técnica para Transitário e revela que trabalha naquilo que realmente gosta, sentindo-se uma pessoa e uma profissionalmente realizada. Apesar de ter a seu cargo a gestão da empresa garante que as operações são a sua paixão. “Nós, enquanto gestores muitas das vezes temos que conseguir distanciar mas eu não consigo, tenho um bichinho… e acredito que o sucesso para o nosso bem estar é fazer aquilo de que se gosta e eu faço aquilo de que eu gosto, não mudava”. A AMG Transport surgiu no ano de 2014, financiada por um grupo económico – O JP GROUP, que na altura necessitava de apoio para a movimentação das cargas de algumas empresas do grupo. “Esta parceira
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“Subcontratamos todos os serviços, é tudo externo. Acredito que cada pessoa deve fazer aquilo que sabe e portanto recorremos à prestação desses serviços de forma externa, através de parcerias de qualidade”
trouxe-nos know-how sobre procedimentos específicos em países com legislação mais complexa” Esta tornou-se a mais-valia da AMG num mercado tão concorrencial como é o do mundo dos transportes e logística. Alexandra Melo explica que a sua gestão e “estrutura light” passa, desde início, por subcontratar serviços e criar parcerias de forma a complementar o seu negócio e a sua empresa: “subcontratamos todos os serviços, é tudo externo. Acredito que cada pessoa deve fazer aquilo que sabe e portanto recorremos à prestação desses serviços de forma externa, através de parcerias de qualidade”. Este é um dos fatores que diferenciam a AMG Transport dos outros transitários.
A proximidade com o cliente Um transitário puro, como Alexandra designa a sua empresa, proporciona todo o tipo de solução aos seus clientes, realizando transportes por via aérea, marítima e rodoviária. Um dos fatores que diferencia a AMG Transport de outras empresas do ramo é a proximidade ao cliente e o acom-
AMG TRANSPORT
panhamento que é dado desde início a cada caso em concreto. Tal como explica Alexandra “não é só pegar numa palete de carga e levar de um sítio para o outro, isso qualquer um faz hoje em dia. Nós não estamos aqui só para ganhar dinheiro, queremos otimizar também os custos para o cliente e, para isso, é importante perceber qual é o seu negócio e perceber onde é podemos ser uma mais-valia dentro do processo”. A forma de trabalhar da AMG Transport faz com que muitos dos novos clientes surjam por recomendação de atuais clientes, o que é uma enorme valorização para a empresa e uma demonstração da satisfação e qualidade dos serviços que prestam, o que acaba inevitavelmente por fidelizar o cliente. O apoio dado aos clientes passa pela diferença, como garante a nossa interlocutora: “fazemos algo diferente… quando os nossos clientes têm projetos de grande dimensão em países complexos, nós vamos mesmo fisicamente ao país, reunimos com as autoridades, alfândegas, parceiros, tentamos perceber tudo. Este trabalho de consultadoria é feito pela AMG e inclui todo o pipeline da movimentação da carga, custos, valor dos impostos, a escolha da melhor rota, etc”. O método de trabalho da AMG Transport, que os diferencia no mercado, acaba por permitir também um enriquecimento do quadro de trabalhadores a nível cultural, de cada país, da forma de trabalho de cada um e das possibilidades que podem explorar para o transporte das cargas dos clientes. O papel do Transitário em Portugal tem vindo a perder-se, a falta de legislação/fiscalização e o desconhecimento dos clientes perante a mais-valia do parceiro de negócio faz com que a figura do transitário seja assumida por armadores, transportadores, despachantes, consultores, etc.. que apesar de serem uma figura importante na cadeia logística, não têm o know-how para aconselhar os importadores/exportadores de como atuar em mercados externos. Ser transitário é assumir uma responsabilidade na economia do país e representar as empresas junto dos seus clientes. É ser a imagem de um país em todos os outros! A gestora da empresa garante que “na AMG Transport os problemas em vez de serem solucionados são antecipados e “esta é uma mais-valia”, garante. “Nós queremos sempre servir melhor, acompanhar melhor, ter o melhor tipo de informação” e, para isso, não só Alexandra como os seus colaboradores têm formação regular sobre o setor. Em 2017, a AMG Transport abriu a AMG Travel, uma agência de viagens. Este é outro serviço que complementa o apoio às empresas. A AMG Transport planeia e executa o transporte das cargas e a AMG Travel coordena o transporte das pessoas/funcionários por forma a que os custos sejam reduzidos e os timings rentabilizados.
Um dos fatores que diferencia a AMG Transport de outras empresas do ramo é a proximidade ao cliente e o acompanhamento que é dado desde início a cada caso em concreto Balanço de quatro anos de AMG Transport A caminho do quinto ano de existência, o balanço que Alexandra Melo faz da AMG Transport é positivo. “É uma atividade enriquecedora com novidades todos os dias, não há duas cargas iguais nem dois clientes com o mesmo tipo de necessidades. Estamos sempre a aprender e a melhorar. É um verdadeiro desafio!”.
O futuro da AMG Transport A nível de perspetivas futuras, Alexandra garante que não pode ainda revelar muitos detalhes e que “o segredo é alma do negócio”. A gestora garante que em 2020 vão aparecer novidades e que a empresa está a trabalhar nesse sentido, para que este ano seja melhor que o ano que passou e que haja sempre satisfação da parte do cliente. Consciente de que este 2019 vai ser um ano difícil, a AMG Transport está a preparar-se para um ano bom mas de grande instabilidade global, com retração de mercados mas também de novas oportunidades.
Rua Sarmento Pimentel, 164 Leça Da Palmeira - Porto Telefone: 22 905 1670 Email: geral@amgt.pt @amgtransportelda www.amgtransport.pt
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VERSÁTIL QUESTÃO
IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO COM CONFIANÇA Dedicou-se durante 33 anos à importação, exportação e transporte de mercadorias até decidir entrar no negócio por sua conta. Fundou a Versátil Questão em 2016 e já considera alargar a equipa “crescendo de forma sustentada”, afirma António Pinto, diretor.
António Pinto, diretor
O
espírito empreendedor levou-o a fundar a sua empresa, mas as preocupações, tempos operacionais e gestão temporal continuam a seu cargo... Atualmente sou eu que regulo o meu tempo, defino os budgets e objetivos da minha empresa, o que é totalmente diferente de ter de responder a uma chefia como acontecia nos cargos que ocupei anteriormente. Decidi trabalhar a carteira de clientes e fornecedores de forma mais personalizada e com foco na qualidade de serviço e eficiência. Precisarei, a breve prazo, de apoio a nível comercial porque consegui um crescimento de 40 por cento, de 2017 para 2018 e quero continuar a crescer de forma sustentada e centrado na grupagem de mercadorias. Na sua opinião qual será o impacto que o Brexit terá no mercado dos transitários? O Brexit exigirá um ajustamento dos mercados mundiais a esta nova questão, mas não será nada a que os transitários, principalmente os mais antigos, não estejam habituados. Desde 1992, ano em que as fronteiras foram abolidas, que os pesados de mercadorias circulam livremente pela Europa fazendo-se acompanhar apenas por uma guia de transporte. Com a saída da Inglaterra da União Europeia esses processos vão ser mais morosos, dispendiosos e vão exigir a criação de novas leis. Um exemplo prático: os ingleses gerem o seu trabalho através do booking e quando existe um atraso, quer por questões legais ou de mau tempo, atrasa o normal fluxo de mercadorias durante vários dias. Prevê-se uma saída
sem acordo, o que complicará ainda mais os processos de circulação de mercadorias, os preços irão inflacionar a as empresas que assentam os negócios neste país terão de rever a sua estratégia comercial. Portugal exporta praticamente tudo para Inglaterra desde produtos alimentares passando pela cortiça e granito. Os empresários do setor já têm alguma informação complementar de como transportar carga para um país fora da União Europeia? Existe uma legislação como a que se aplica na Suíça. Para a situação de Inglaterra só existem especulações. A APAT – Associação de Transitários de Portugal é um entidade que presta muito apoio aos associados e sempre em consonância com os congéneres europeus, mas ainda não conseguiram responder a muitas das questões que os associados colocam porque ainda não existem regras definidas, nem informações das entidades oficiais. Levantam-se muitas questões pertinentes como a de como proceder quando existe transporte com grupagem que leva carga para Inglaterra e para, por exemplo, a Irlanda e a Escócia. Na sua opinião, o que deveria mudar já neste setor? Deveria haver mais união entre os transitários porque há muita concorrência desleal e os preços estão demasiados esmagados por causa disso. Apostar nas parcerias é uma vantagem para o setor e acredito que, quando começarem a ficar fortalecidas, o setor sentirá mais confiança e os preços serão tabelados.
Avenida da República, 1263 | 4430-204 Mafamude | Vila Nova de Gaia | Tlm.: 936 895 390 | Tlf.: 220 170 697 | Email: apinto@apintosl.pt
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LEIRIA Entre o Castelo e o rio Lis nasceu e cresceu Leiria. Enamorada por dois rios, o Lis e o Lena, banhando-se nas areias douradas do Atlântico, povoada de belas matas, a cidade de Leiria propicia a quem a visita locais inesquecíveis e de raro encanto. Capital de distrito e localizada no centro litoral do país, a atração pelo concelho de Leiria está à vista: rios, praia, pinhal, lagoas, salinas, abrigos rupestres, arquitetura religiosa e civil, a monumentalidade das construções medievais, museus, termas, tradições populares nas suas manifestações mais puras, artesanato e muita, muita e rica gastronomia.
DESTAQUES 114 LUSOACERO Qualidade, experiência e consultoria 116 SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA MARINHA GRANDE Uma instituição que acompanha o progresso 118 MISSISSIPPI - ALUMÍNIOS E SERRALHARIA CIVIL Qualidade, Rigor e Seriedade
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LUSOACERO
QUALIDADE, EXPERIÊNCIA E CONSULTORIA A Lusoacero nasceu em 2005, pela vontade dos seus sócio, Gabriel Temido, engenheiro e Joaquim Frazão, dedicava-se inicialmente à consultoria na área da construção metálica, (projeto e gestão de obra) e à montagem de estruturas metálicas. Sediada em Leiria, esta empresa prima pela qualidade e pelo acompanhamento do cliente. Estivemos à conversa com Gabriel Temido, no seu escritório, para conhecer a filosofia e os aspetos diferenciadores desta empresa.
G
Gabriel Temido, sócio-gerente
abriel Temido licenciou-se em Engenharia Civil na Universidade de Coimbra, mas foi anteriormente no ISEC, principalmente pela influência do saudoso professor Jorge Lourenço,
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a quem presta aqui a sua homenagem e o seu muito obrigado que compreendeu que ser engenheiro é muito mais do que matemática e física. “Ser engenheiro envolve saber estar, o saber fazer de forma correta com a tecnologia e os meios disponíveis, e sempre com ‘coluna vertebral’”. Quando concluiu o curso, encontrou trabalho numa das maiores empresas de construção metálica do país, mas rapidamente percebeu que o seu projeto pessoal passava por ter a sua própria empresa, juntando esta vontade à mesma vontade e experiência de Joaquim Frazão nasce a Lusoacero. “A Lusoacero tem este nome porque nasceu virada para a construção metálica. Na verdade, quando criamos a empresa o mercado espanhol estava muito forte neste setor e daí o nome ‘acero’”. Ao longo dos 14 anos de existência, a empresa alargou a sua área de negócio e foi criando parcerias com outras empresas, para diversificar os produtos a apresentar ao cliente. “Das cerca de 300 obras que já fizemos ao longo destes anos, cerca de 90 por cento são de construção metálica. Temos o ‘saber fazer’ dentro da empresa que nos permite dedicar-nos à construção civil, mas o mercado levou-nos a especializarmo-nos mais na parte metálica, projeto e obra”. O know-how é, aliás, uma das características diferenciadoras da Lusoacero, na opinião do seu co-fundador. Para Gabriel Temido, o que melhor distingue a sua empresa é a capacidade de realizar trabalhos desafiantes com o objetivo de acrescentar valor ao produto final por via da qualidade e da economia: “fazemos trabalhos há anos para os mesmos clientes, repetidamente e, já por várias vezes, fizemos trabalhos para novos clientes por recomendação de antigos”. Ser parceiro do cliente e fazer um trabalho de consultoria: “hoje, com as ferramentas informáticas de cálculo e desenho 3D é mais fácil apresentar ao cliente o produto que vai adquirir, pretendemos um cliente satisfeito principalmente no futuro não só no presente. Tratando-se de uma empresa que realiza construção em altura, na medida em que trabalha essencialmente na construção de edifícios industriais – embora Gabriel Temido refira que a Lusoacero já tenha executado moradias e outros edifícios de serviços – a segurança é um fator muito importante e, também aí, a Lusoacero pretende diferenciar-se. “Nestes anos todos, não tivemos nenhum acidente grave. Reconheço que é necessário um trabalho diário no que toca à segurança, mas a mentalidade e o ambiente de obra está a mudar e a tecnologia veio ajudar muito, quer a minimizar o trabalho físico pesado, quer a aumentar a segurança”. Todavia, cada vez mais as
LUSOACERO
obras têm prazos de execução mais curtos, mas Gabriel Temido afirma que é possível, e imprescindível, conjugar a produtividade do trabalhador com a sua segurança. Com obras e projetos feitos de norte a sul do país, a Lusoacero tem vindo a apostar no mercado estrangeiro, essencialmente em França, ainda que já tenha realizado obras em Espanha, Suécia, Marrocos, e Venezuela
e projetos, (sempre de execução), ou consultoria em França, Espanha, Luxemburgo, Marrocos, Angola, Brasil e Venezuela: “queremos equilibrar a faturação entre Portugal e o mercado estrangeiro. Em Portugal, existe sempre maior incerteza e o estrangeiro dá-nos uma maior margem económica. Porém, pretendemos manter sempre um nível de qualidade que satisfaça o cliente”. Gabriel Temido explica que a Lusoacero não pretende trabalhar em quantidade, mas preocupa-se em apresentar soluções e garantias de durabilidade ao cliente. “O nosso objetivo em obra é construir de forma a evitar reparações e manutenções desnecessárias de futuro, e asseguramos em simultâneo a execução de um projeto onde o cliente possa economizar onde efetivamente é possível economizar, nós apenas fazemos projetos de execução”. Depois de ter atravessado a severa crise económica, a Lusoacero posiciona-se agora no mercado como uma empresa de nicho, com clientes seleciona-
dos e que pretende crescer de forma sólida e sustentável, norteada sempre pela satisfação e aconselhamento do cliente.
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SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA MARINHA GRANDE
UMA INSTITUIÇÃO QUE ACOMPANHA O PROGRESSO A Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande foi fundada em 1948. O provedor, João Pereira, está ligado à instituição desde há cerca de 30 anos. No ano em que se prevê concluir a construção de uma nova Unidade de Cuidados Continuados, o provedor recebeu a Revista Business Portugal, fazendo um balanço do seu tempo à frente dos destinos da Misericórdia e revelou os seus desejos para o futuro.
J
oão Pereira é um homem de causas, natural da Guarda, que veio para a Marinha Grande trabalhar como muita gente que aqui reside. Começou cedo a trabalhar e, como trabalhador estudante, sem nunca ter ido a uma aula, concluiu a sua formatura em Direito, trabalhando como advogado até hoje. A sua vida cruza-se com a Misericórdia em 1992, quando foi contactado pelo provedor de então para intermediar um negócio com uma empresa hoteleira de Lisboa, que pretendia construir um hotel na Marinha Grande no terreno pertencente à Misericórdia, fazendo uma troca do terreno pela construção de um lar com capacidade de 40 utentes. Assinado um contrato de promessa, a empresa avançou logo com os projetos e, aprovados estes, recusou-se a confirmar a troca, o que levou à morte quase de imediato do provedor de então. Com a morte deste, João Pereira foi eleito provedor para
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avançar com a obra no novo lar, fazendo uma troca com uma empresa sua conhecida. Foi assim que nasceu o lar dos Outeirinhos, inaugurado em 1994, com uma capacidade para 40 utentes. Passado quatro anos foi ampliado, passando para 66 utentes. João Pereira é um empreendedor, ma, só passa para um novo projeto, quando tem o primeiro devidamente estabilizado, afirmando: “o nosso lema é sempre estabilizar primeiro um investimento antes de avançar para outro. Mas, tem a noção de que a instituição tem de ajudar e estar presente na sociedade”. Com o primeiro lar a funcionar, pouco depois foram abertas as valências de Centro de Dia com 30 utentes e a valência de apoio domiciliário com 42 utentes. Logo a seguir, em 1995, a Misericórdia fez um acordo com o Centro Distrital da Segurança Social passando a gerir um Centro Infantil na Marinha Grande, com 197 crianças, gestão que ainda se mantém.
João Pereira, provedor
A doação de Júlia Barosa e a nova UCC Em 1997 foi iniciada a construção de um segundo lar nas Vergieiras, inaugura-
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA MARINHA GRANDE
A nova UCC em construção
do em 2009, obra esta “resultante de uma doação feita por Júlia Barosa, ligada à empresa Santos Barosa que, dois meses antes de morrer, deixou um testamento, doando um lote de terreno com 8.000 metros e o saldo que existisse de uma conta bancária sua, à data da sua morte, para constituição de uma fundação, encarregando a Câmara Municipal de a constituir no prazo de oito anos. Não tendo sido constituída no prazo, o terreno e o dinheiro foram entregues à Misericórdia, assim nascendo o lar das Vergieiras, também conhecido como lar D. Júlia Barosa”, inaugurado em 2009. Quase no final da construção do lar surgiu a ideia de uma UCC, que foi inaugurada em 2011. Há cerca de cinco anos foi comprado um terreno à família Barosa onde está em construção uma nova UCC para 60 camas, com um investimento de cerca de cinco milhões de euros, para começar a trabalhar
em 2020. João Pereira caracteriza a Marinha Grande como uma terra com carências de apoio à infância e à terceira idade, até porque recebe muitas pessoas de fora que aqui se fixam para trabalhar e precisam de apoio e não têm cá familiares. Quanto aos idosos que estão no lar, considera que merecem ter qualidade de vida, porque muitos deles começaram a trabalhar aos seis anos e viveram com muitos sacrifícios. João Pereira, com 80 anos de idade, diz que gostaria de deixar a sua função de provedor, havendo um sucessor que continuasse a sua obra mas, sempre, com a preocupação de prestar melhores serviços e com estabilidade financeira. Concluindo disse: “o que faço é por amor e os nossos utentes sabem disso. Estou satisfeito com a obra feita mas a evolução e o crescimento não podem parar”.
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MISSISSIPPI - ALUMÍNIOS E SERRALHARIA CIVIL
QUALIDADE, RIGOR E SERIEDADE
José Luís Cardoso, sócio-gerente
A
Mississippi – Alumínios e Serralharia Civil é uma empresa vocacionada para a serralharia civil e serralharia industrial, com uma vasta experiência no setor, tendo desenvolvido o seu mercado, no sentido de satisfazer os mais elevados padrões de qualidade dos seus clientes, apresentando-lhes soluções capazes e inovadoras. Em entrevista à Revista Business Portugal, José Luís Cardoso, administrador da empresa, deu a
Localizada em Maceira, concelho de Leiria, esta empresa dedica-se a trabalhos de serralharia civil e serralharia industrial, tendo como principais clientes empresas de diversos setores, nomeadamente metalomecânicas, vidreiras, moldes e plásticos. José Luís Cardoso, sócio-gerente da empresa, que fundou em 2003, revela que dá emprego a cinco pessoas e que tem como clientes algumas grandes empresas da região. conhecer a dinâmica e estrutura organizacional da Mississippi, evocando um passado rico em experiência, profissionalismo e know-how. Em entrevista, lembra que tudo começou em 2003, um pouco por brincadeira, com um sócio que queria fazer um portão. Esta necessidade levou-os a embarcar na ‘aventura’ de construir uma empresa. Um ano depois, José Luís Cardoso fica como sócio único e, a partir daí, tudo ficou com um carácter mais sério, até porque o empresário não
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imaginava o que era ter uma serralharia. Mas a verdade é que, esta mudança de percurso profissional fez nascer uma nova paixão que volvidos dois anos da fundação da empresa acabou por partilhar com o seu filho, David Cardoso. Hoje, passados 16 anos a empresa cresceu e tornou-se uma referência na região, através da gestão de José Luís Cardoso, com o apoio da sua equipa, e concretamente David Cardoso, responsável pela fabricação e pela área do desenho. E se quando registou a empresa com o nome Mississippi, este não era adequado a uma serralharia, hoje toda a gente já o decorou, sendo conhecida e reconhecida na região como uma serralharia de referência. Numa primeira fase, a empresa estava mais direcionada para a serralharia civil vocacionada para a construção civil, mas em 2011 com a crise, o empresário teve que encontrar uma alternativa para “equilibrar o barco”, e decidiu vocacionar a empresa para a serralharia industrial, que envolve o fabrico de equipamentos industriais, nomeadamente na área dos automóveis, vidros e plásticos. De
resto, os clientes da Mississippi são grandes empresas da região, concretamente da Marinha Grande. “A vertente de serralharia industrial veio dar uma lufada de ar fresco e fazer com que a empresa pudesse consolidar-se”, salienta José Luís Cardoso. Procurando sempre apresentar soluções capazes e inovadoras, a Mississippi desenvolve um conjunto de produtos, dos quais destacamos um produto em lançamento, as placas de polietileno PE 500 e PE 1000, com diversas cores dimensões e espessuras. Esta solução é ideal para corte de carne e de peças plásticas e tampos de bancada, entre outras funcionalidades, esclarece o nosso entrevistado, realçando a atitude da empresa na prossecução da inovação e desenvolvimento. Grande parte das peças fabricadas pela empresa são entregues em bruto e os acabamentos preconizados pelos seus clientes, no entanto há três palavras-chave que são o segredo do sucesso da Mississippi – qualidade, seriedade e rigor técnico. Não é à toa que muitas das peças que nascem na Mississippi acabam por viajar para vários destinos nacionais e internacionais através dos seus clientes de referência. Como objetivos estratégicos, José Luís Cardoso pretende apostar na criação de valor sustentável e na obtenção da qualidade, uma opção estratégica que tem ajudado a consolidar o crescimento e desenvolvimento da Mississippi.
SAÚDE A saúde é um dos mais poderosos fatores de integração e coesão sociais, mas também de geração de riqueza e bem-estar. Em Portugal, a opção por um modelo de Serviço Nacional de Saúde (SNS) surge como a melhor forma de garantir os valores do acesso, da equidade e da solidariedade social. O SNS tem evoluído de forma muito significativa ao longo dos últimos anos, com progressos claros ao nível da eficiência, do acesso, da qualidade e da sustentabilidade. Os indicadores demográficos mostram-nos que Portugal segue a tendência dos países ditos desenvolvidos. Ou seja, os portugueses vivem cada vez mais anos. Uma realidade que revela uma melhoria geral das condições de vida, mas também o acesso aos avanços da medicina e da tecnologia, com terapêuticas e medicamentos mais inovadores e eficazes. Hoje, somos uma população envelhecida, com um baixo índice de fecundidade, que se depara com novos problemas de saúde, assumindo as doenças crónicas um peso crescente. Não menos relevantes são os atuais estilos de vida que revelam dinâmicas comportamentais associadas a fatores de risco determinantes para o estado de saúde dos portugueses. Perante este contexto sociodemográfico e os progressos da inovação tecnológica, o Sistema de Saúde português, no geral, e o SNS, em particular, estão a adaptar-se para responder com qualidade às novas necessidades de cidadãos mais informados e exigentes. Numa lógica de proximidade e humanização dos serviços, olha-se, cada vez mais, o cidadão como o centro do sistema. É nesse sentido que a prestação de cuidados se tem vindo a reorganizar, integrada num quadro de transparência, inovação e responsabilidade social, permitindo melhorar o acesso à saúde e, consequentemente, reduzir as desigualdades. Isto a par de uma melhoria da gestão dos recursos humanos, com enfoque no reforço e na valorização do ‘capital humano’ do SNS. Fazendo da capacitação dos cidadãos uma prioridade, a promoção da saúde e a prevenção da doença são dois
DESTAQUES 120 ARTIGO DE OPINIÃO DE JOAQUIM MOITA O Sono: Abordagem Multidisciplinar 122 CHARTWELL PHARMACEUTICALS Inovação, Visão Estratégica e Criação de Valor 124 FARMÁCIA CENTRAL DE BORBA Qualidade e cuidado no atendimento dos utentes
eixos fundamentais e transversais a todos os níveis de prestação de cuidados de saúde. Mediante problemas que merecem respostas urgentes, Portugal tem sabido desenhar estratégias específicas de atuação, com resultados evidentes e reconhecidos internacionalmente. Um país moderno, justo e centrado no desenvolvimento não pode deixar de considerar o seu sistema de saúde como um dos elos mais fortes na criação de bem-estar e de condições sociais e laborais favoráveis ao desenvolvimento das pessoas, mas também da economia. ‘Retrato da Saúde’ é um olhar, enquadrado no espaço europeu, ao estado de saúde dos portugueses e ao seu sistema de saúde. Quase 40 anos passados desde a criação do SNS, é evidente que só através da excelência do mesmo se garante a equidade no acesso a cuidados de saúde de qualidade. Só assim se defendem os cidadãos e o Estado Social. In www.sns.gov.pt
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ARTIGO DE OPINIÃO DE JOAQUIM MOITA
O SONO: ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
O
SONO NA SOCIEDADE PORTUGUESA Os portugueses dormem pouco e mal. A maioria dorme menos do que seis horas. A sociedade está organizada para estudarmos e trabalharmos cedo ao mesmo tempo que nos deitamos tarde. O sono ainda é visto como desperdício de tempo. Contudo, Portugal é o país europeu onde são consumidas mais benzodiazepinas para adormecer. A insuficiência de sono crónica é causa de acidentes rodoviários e laborais; baixa produtividade e mau rendimento escolar. As recomendações para minimizar os efeitos dos turnos noturnos não são cumpridas. A situação tem que ser contrariada. O sono, juntamente com uma dieta equilibrada, atividade física e equilíbrio emocional são os pilares da vida saudável.
colchão com uma espessura de pelo menos 30 cm. A temperatura no quarto de situar-se entre os 18-20º C. O ambiente deve ser silencioso e escuro. Transforme o seu quarto num santuário sóbrio dedicado exclusivamente ao sono. DOENÇAS DO SONO Estão identificadas mais de 100 doenças próprias do sono. Abordamos as mais frequentes. Joaquim Moita, Coordenador do Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Presidente da Associação Portuguesa de Sono
dos os dias. Ao fim de semana, se necessário, durma não mais do que uma hora do que o habitual. Procure imediatamente a exposição solar. A luz da manhã tem propriedades (radiação azul) que o prepara para um dia ativo.
O QUE É UM SONO PERFEITO?
A duração do sono deve ser suficiente Recomenda-se que entre os 18 e os 65 anos se durma entre 7 a 9 horas. A duração de sono varia ao longo da vida. Crianças e adolescentes precisam de dormir mais horas, mas existe uma grande variabilidade individual. A sesta até aos cinco anos é necessária para muitas crianças.
Os ciclos de sono devem ser contínuos, sem interrupção O nosso sono está estruturado em ciclos com duração de 90 minutos. Em cada ciclo atravessamos de forma sequencial as diferentes fases de sono: sono ligeiro (N1), intermédio (N2), profundo (N3) e sono REM (Rapid Eye Movement), associada à maioria dos sonhos. O sono REM é fundamental para a aprendizagem e consolidação de memórias.
O sono deve ser profundo o suficiente para ser restaurador em termos físicos, cognitivos e emocionais. O QUE É NECESSÁRIO PARA DORMIR BEM?
Ter um horário regular de deitar e acordar. A hora de acordar deve ser a mesma to124 | Revista Business Portugal março 2019
A atividade física regular, moderada ao inicio da manhã (evitar as 6:00 horas altura em que o cortisol atinge o pico máximo) ou ao final da tarde é recomendada. Se tem por hábito dormir a sesta após o almoço não ultrapasse os 20 minutos. Sestas no sofá depois do jantar são proibidas. Tenha uma dieta saudável; a mediterrânica seguramente. Não fume, não beba álcool exageradamente. Em particular, não ingira álcool ou cafeina nas seis horas (há pessoas mais suscetíveis que outras) anteriores ao início do sono. Evite mesmo todo o tipo de líquidos que o façam levantar para urinar. Não leve problemas para a cama. Registe (em papel por exemplo) o que não fez hoje; resolve amanhã. O anoitecer induz a produção de melatonina que promove o sono. Esta hormona é inibida pela luz azul dos ‘LED’, presentes nas lâmpadas modernas, nos televisores, nos telemóveis e tablets. É necessário evitar todos estes dispositivos antes de deitar. Utilize uma cama a 30 cm de chão e um
Insónia Crónica A insónia crónica é uma doença que afeta 10 por cento da população. Acompanha-se de perturbações cognitivas, emocionais, fadiga, ansiedade e depressão Nos últimos anos a insónia tem-se estabelecido como condição médica. Em particular a variante de insónia de sono curto objetivo está associada a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e mortalidade precoce. A insónia está frequentemente interrelacionada com a doença mental. Uma particularidade é a interação com os comportamentos aditivos como o alcoolismo. A insónia tem custos sociais elevados, sendo a maioria relacionados com a baixa produtividade e absentismo. A doença é tratável, embora, na maioria dos casos, não o seja de forma eficaz em Portugal onde se verifica uso excessivo e inapropriado de benzodiazepinas. As benzodiazepinas provocam dependência, quedas e alterações comportamentais durante o sono (sonambulismo, violência, comer noturno), sedação diurna, alterações cognitivas, perturbação de memória e mesmo demência precoce. Existem alternativas farmacólogas e ainda a terapia cognitiva comportamental cuja implementação generalizada em Portugal é fundamental.
O Síndrome das Pernas Inquietas O Síndrome das Pernas Inquietas atinge cinco a 15 por cento dos adultos e caracteriza-se pela vontade irresistível de movimentar as pernas. Surge habitualmente ao final do dia, em períodos de inatividade, e prolonga-se noite dentro, provocando privação de sono e
ARTIGO DE OPINIÃO DE JOAQUIM MOITA sonolência diurna. Pode estar associado a outras patologias do sono, doenças renais, neurológicas, hipertensão arterial, enfarte do miocárdio. A privação de ferro é particularmente importante, admitindo-se cada vez mais que a alteração do seu metabolismo tem um papel central na génese da doença.
Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) De acordo com o último grande estudo europeu (Heinzer, 2015), 49.7 por cento dos homens e 23.4 por cento das mulheres têm, ou virão a ter, com o avanço da idade, SAOS. A obesidade é o principal fator de risco. São também comuns alterações anatómicas a nível da via aérea superior, da face e do pescoço. Manifesta-se por pausas respiratórias (apneias) durante o sono que resultam do colapso intermitente da faringe. As apneias provocam diminuição do oxigénio e aumento do dióxido de carbono no organismo. Causam pequenos despertares ao longo da noite. O doente não tem memória deles, mas são responsáveis pela fragmentação e má qualidade do sono. Porque dorme mal, o doente tem sonolência e cansaço durante o dia. O ressonar alto está sempre presente e é interrompido pelas apneias. Durante a noite o doente levanta-se frequentemente para urinar. Têm memória dos sonhos. Muitas vezes há movimentos das pernas. Acorda cansado, com cefaleias, e sensação de um sono não reparador. Tem sonolência diurna excessiva (causa frequente de acidentes profissionais e rodoviários), perda de memória, irritabilidade. As dificuldades sexuais são comuns. Os doentes têm maior risco de desenvolver arritmias, doença coronária e Acidentes Vasculares Cerebrais. A maioria tem hipertensão arterial precoce. O SAOS contribui assim e de forma decisiva para a principal causa de mortalidade Portugal: a doença cardio e1 cerebrovascular. Hoja 18 x em 12 cm DreamWear Portugal.pdf 25/2/19 17:47
A doença é grave, mas é tratável. Nas formas moderadas e graves o dispositivo de pressão positiva contínua (CPAP) é o tratamento de eleição. Os dispositivos de avanço mandibular (DAM, goteiras para uso durante o sono) podem e devem ser propostos a ressonadores ou doentes com SAOS ligeiro (menos de 15 apneias por hora) sem complicações cardiovasculares. Com o CPAP, o ressonar, as apneias e os microdespertares desaparecem; o oxigénio e dióxido de carbono normalizam. A sonolência diurna regride. O raciocínio e a memória melhoram. O mesmo com a ansiedade e depressão que frequentemente acompanham a doença. A hipertensão arterial durante o dia tende a estabilizar ou mesmo a diminuir. O risco de doença cardíaca e AVC diminui. O CPAP contribui decisivamente para a recuperação da disfunção eréctil. Os atuais equipamentos têm dimensões e peso reduzidos; facilmente transportáveis. São silenciosos e, sobretudo, dispõem de mecanismos que tornam a adaptação fácil. Para os utentes do Serviço Nacional de Saúde, o CPAP e a assistência que lhe está associada, são gratuitos.
Sono em Pediatria De acordo com a pediatra Dra. Helena Estevão, o sono, que ocupa grande parte da vida da criança, influencia todos os seus aspetos. Entre 25 a 40 por cento das crianças sofrem, durante o seu crescimento, algum problema de sono que poderá ir desde simples acordares noturnos até situações mais complexas como apneia do sono ou narcolepsia. Os sintomas podem ser subtis, de difícil diagnóstico. Embora alguns dos problemas sejam transitórios, há muitos que se podem prolongar até à idade adulta, com repercussão importante no crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e na qualidade de vida física, psicológica e social.
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CHARTWELL PHARMA
INOVAÇÃO, VISÃO ESTRATÉGICA E CRIAÇÃO DE VALOR
Criada em 2010, a Chartwell Pharmaceuticals tem como core business o desenvolvimento e fabrico de produtos farmacêuticos, em fórmulas sólidas orais, assumindo um compromisso de qualidade, rigor, conformidade e excelência, com foco no atendimento e satisfação do cliente.
A
Manuel Eduardo Fernandes, diretor-geral
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Chartwell Actives resulta de uma decisão estratégica do grupo norte-americano Chartwell Pharmaceuticals, sedeado em Rockland County, no Estado de Nova Iorque, de investir na área dos princípios ativos. Jack Goldenberg, Managing Partner da Chartwell, começou por interessar-se pela aquisição de um grupo farmacêutico em Portugal, perspetiva que se gorou. No entanto, a ideia manteve-se e acabou por conduzir à criação da Chartwell Actives, filial em Portugal, constituída em outubro de 2016, assumindo-se como um centro de competência europeu na área dos princípios ativos para a indústria farmacêutica (API). Para Manuel Eduardo Fernandes, diretor-geral da empresa, a escolha do Solvay Business Park, em Vila Franca de Xira para instalação da empresa, deveu-se ao facto de ali se congregarem fatores como “a cultura de indústria química, o forte compromisso com a segurança e uma infraestrutura que potencia licenciamento, investimento e procura de serviços”, o que se assume como um espaço ideal para acolher, caso a empresa assim o entenda, uma unidade piloto. “Este parque industrial reúne as condições ideais para o desenvolvimento dos nossos projetos. Mais: o parceiro que nos acolhe é indústria e fala a mesma linguagem profissional”, evidencia Manuel Eduardo Fernandes. Falamos portanto da indústria de produção de genéricos, setor no qual a Chartwell Actives pretende assumir um papel como ator global de valor acrescentado, num nicho de mercado em que a forte integração com a empresa-mãe e a dimensão da indústria farmacêutica dos Estados Unidos representam trunfos importantes. “Abraçámos o projeto e estamos a trabalhar com grande proximidade com a equipa dos Estados Unidos”, onde se tem registado um crescimento significativo do negócio,
CHARTWELL ACTIVES
bem como uma forte preparação dos dossiers dos produtos, os chamados ANDAs, o que permitirá durante este ano lançar seis a sete produtos. “Estamos a ajudar sobretudo nas áreas da qualidade, “gap-analysis” identificação e qualificação de fornecedores de API , e criámos um sistema de validação de limpeza para garantir que a fábrica pode operar em modo multiproduto cumprindo as boas práticas de fabrico”. Dos planos da empresa faz parte a aquisição de uma unidade industrial de produção de API (princípios ativos), dotada de um portfólio de produtos de elevado valor, refere o diretor-geral, realçando no entanto que a ideia passa por “identificar aquela que nos poderá trazer mais-valias e vantagens competitivas, ou seja queremos identificar a oportunidade certa”.
Aposta em tecnologias de ponta A inovação está intrinsecamente ligada ao ADN da Chartwell Actives, por isso mesmo com recurso a tecnologias de ponta,
a filial portuguesa pretende introduzir no mercado produtos de nicho, que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas atuando também numa lógica externa de apoio aos seus potenciais clientes, tendo como mercados alvo os Estados Unidos e a União Europeia. Manuel Eduardo Fernandes realça também dois fatores distintivos da empresa, o primeiro com um acento tónico muito forte na intensificação de processos, ou seja na mudança do paradigma tradi-
cional numa lógica de produção por lote para um paradigma de produção contínua. Este é um conceito “em desenvolvimento que poderá ser aplicado com sucesso a um determinado conjunto de reações químicas que aparecem com frequência na indústria dos princípios ativos”. Nesta medida, a Chartwell Actives tem feito esforços no sentido de contactar empresas nos Estados Unidos e na Europa que estão na vanguarda do desenvolvimento desta tecnologia, para que possa incluir essas inovações nos projetos que tem em desenvolvimento. O segundo fator refere-se à abordagem que a empresa tem com os seus clientes, exemplificando com o envolvimento da empresa num projeto de construção e operação de duas unidades fabris em Portugal, relevando o conceito de construção modular contrariando o approach tradicional, ou seja “podendo ser construídos módulos em fábrica, testados, desmontados e depois montados no local final”, permitindo ganhos substanciais. A empresa portuguesa, embora recente, dispõe de uma equipa coesa e experiente
de 15 quadros superiores, engenheiros químicos e farmacêuticos, que cobre todos os aspetos desta indústria desde a produção, logística, engenharia, ambiente e segurança. Além disso, o facto dos elementos da equipa trabalharem juntos há vários anos, permite-lhes dar uma resposta mais rápida e cabal. “A capacidade operacional da equipa é relevante, com um leque de competências diversificado, um processo de decisão ágil e muito focado nos clientes”, advoga.
Objetivos e ambições Em entrevista à Revista Business Portugal, Manuel Eduardo Fernandes antecipou que o plano estratégico da Chartwell Actives inclui diversos projetos entre os quais a construção de uma bio-unidade em Portugal e a construção de uma fábrica de produção de extratos naturais para utilização medicinal. Por outro lado, a Chartwell, com um parceiro Esloveno, está em conversações com uma grande farmacêutica para a produção de um API de grande interesse para esta empresa. Se este projeto se vier a concretizar e tudo indica que tal venha a acontecer, o modelo de licenciamento e royalties a 10 anos, poderá proporcionar uma rentabilidade muito interessante para a Chartwell Actives”, conclui o diretor-geral.
Chartwell Actives, LLC Located in Portugal we are connecting EU pharma companies to the US market.
A Passion for Life Science
Office: R. Eng. Clément Dumoulin - Business Park – Ed. P, r/c 2625-106 Póvoa de Santa Iria | Portugal Head Office: 77 Brenner Drive | Congers NY 10920 | USA
info@chartwellactives.com Tel: +351 913 981 000
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FARMÁCIA CENTRAL DE BORBA
QUALIDADE E CUIDADO NO ATENDIMENTO DOS UTENTES Uma farmácia que prima pela qualidade e personalização do atendimento, premiando o contacto direto com os seus utentes. A Farmácia Central de Borba é fundamental para “ajudar a população das aldeias que, sem nós, estariam aqui totalmente isoladas no acesso ao medicamento”. Miguel Ribeiro, formado em Ciências Farmacêuticas, é natural de Évora, mas vive desde novo em Borba e encontrou na área o realizar de uma paixão de família.
É
no número 42 da Avenida 25 de Abril que se encontra a Farmácia Central de Borba. No mês do Farmacêutico fomos até Borba, no distrito de Évora conhecer uma farmácia que, ainda que localizada num local com população reduzida, tem vindo a apostar na diversidade de serviços, qualidade e inovação tecnológica e social. O atual proprietário viveu em Lisboa durante alguns anos mas regressou à terra-natal, para “poder tratar do negócio de família e da profissão em que tenho o gosto de trabalhar”. Quando o projeto da farmácia surgiu, Miguel pensou em “optar por outro
um sonho antigo, Miguel pretende implementar na farmácia, a consulta de acompanhamento farmacoterapêutico. Este serviço consiste na “realização de uma consulta ao utente, mediante prévia inscrição, e haver o acompanhamento da medicação e do estado de saúde do mesmo, em paralelo com o médico”. A ideia é “acompanhar a pessoa, a sua medicação e ajudá-la com a adesão à terapêutica”. Esta é uma forma próxima de medir se os resultados “estão a ser visíveis”, acrescenta. A Farmashop, foi uma “forma de chamar à atenção do público com uma aposta tecnológica e trazer a atualidade para o nosso espaço”. A plataforma apenas procede à venda de dispositivos médicos e produtos de saúde.
Aposta na qualidade de serviço e atendimento
Miguel Ribeiro e equipa
local, mas que tipo de pessoa seria eu se fosse embora de Borba e fosse investir noutro sítio?” Esta foi uma forma que o farmacêutico encontrou para “ajudar a puxar pela terra”. Um desafio que, após nove meses, “tem dado os seus frutos e estamos a aumentar o tipo de serviços que estão disponíveis”.
Diferenciação dos serviços A equipa composta por seis elementos tem procurado aumentar a implementação de novos serviços que vêm colmatar as evidentes necessidades da população, naturalmente envelhecida. E em paralelo com o cumprimento de 128 | Revista Business Portugal março 2019
“Uma farmácia que aposta na diferenciação na qualidade de serviço e atendimento”, explica Miguel. Em comparação com outros tempos, “já estamos melhor do que o que estávamos”, garante. A “satisfação de terem sido bem atendidos e encontrarem apoio quando nos procuram” são os principais motivos que levam Miguel a apostar num setor que sobrevive. Atualmente, “as farmácias têm um volume de negócio muito grande, mas tem uma margem de lucro muito pequena”. Em recentes declarações Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, denunciou que “existem 1835 farmácias com prejuízo (63% por cento da rede) e que o setor da distribuição tem centenas de milhões de euros em créditos de grossistas”. Estas declarações vêm comprovar a instabilidade sentida no setor farmacêutico mas, mesmo com estes parâmetros, Miguel
continua a “querer cumprir um sonho e continuar o negócio de família”. O papel do farmacêutico continua a ser de inqualificável importância, uma vez que é importante garantir que “o Serviço Nacional de Saúde tem de ser económica e socialmente sustentável”, Daqui a cinco anos, o proprietário da Farmácia Borba imagina-se “no mesmo sítio mas com bem mais serviços”. A esposa, formada em ensino e em técnica auxiliar de farmácia, dá um “dinamismo interessante ao negócio”.
Av. 25 de Abril, nº42 Borba - Évora Telefone: 268 894 102 Email: fcentralborba@hotmail.com
TURISMO RURAL E GASTRONOMIA O turismo gastronómico é uma das melhores maneiras de descobrir a cultura e o estilo de vida de uma cidade. Perder-se pelos diferentes mercados locais ou participar em provas de vinho em vinhas privadas, sem esquecer de petiscar em pequenos restaurantes familiares, tudo isto lhe dará uma visão privilegiada de como é a gastronomia dos habitantes locais. Ao alugar um alojamento de férias poderá desfrutar da cidade e ao mesmo tempo degustar dos melhores pratos tradicionais e vinhos do mercado, e inclusive melhorar as suas habilidades culinárias! O turismo gastronómico proporciona aos viajantes uma experiência inigualável e um grande conhecimento e ligação à zona que visitam. A Gastronomia constitui-se como importante atrativo turístico-cultural de um local, região ou pais. Portugal está identificado como um dos melhores destinos de Gastronomia e Vinhos da Europa. Conheça alguns dos mlehores lugares para ficar e o que provar!
DESTAQUES 126 MUNICÍPIO DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO Figueira de Castelo Rodrigo recebeu visita de António Costa 128 QUINTA DO POMAR MAIOR Um refúgio para todas as idades 129 ENCOSTA DOS TÚNEIS TURISMO E LAZER O encontro entre o charme, o conforto e a natureza 130 QUINTA D’ALÉM DA PONTE Um tesouro a descobrir
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MUNICÍPIO DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO
FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO RECEBEU VISITA DE ANTÓNIO COSTA
Situado no coração da região do Ribacôa, o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo recebeu a visita do PrimeiroMinistro, António Costa, e do Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos. A Revista Business Portugal acompanhou a visita às instalações da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, que decorreu no âmbito das jornadas dedicadas ao setor vitivinícola.
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igueira de Castelo Rodrigo recebeu, no passado mês de janeiro, pela primeira vez, a visita do Primeiro-Ministro, António Costa, que se fez acom-
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MUNICÍPIO DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO
panhar pelo Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos. A visita, que decorreu no âmbito das jornadas dedicadas ao setor vitivinícola, teve início no concelho de Mêda e terminou nas instalações da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo. Instituição ligada ao setor vinícola há mais de 60 anos conta, atualmente, com a cooperação de 800 viticultores. Os vinhos de incontestável qualidade, medalhados e reconhecidos internacionalmente, obrigam à incontornável passagem pela Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo para degustação e prova para de quem deseje visitar e conhecer esta vila da Beira Interior, cuja base da dinâmica empresarial é a agricultura. A visita às instalações teve início com o descerramento da placa comemorativa da presença dos governantes, seguindo-se de uma visita guiada às instalações da adega cooperativa, onde decorreu, em simultâneo, uma mostra de produtos regionais. Do pão, aos doces e compotas, passando ainda pelos azeites e vinhos de excelente qualidade, foi longa a lista de produtos que se deram a conhecer, em “prenúncio da Festa das Amendoeiras em Flor”, que se realizará no concelho de 8 a 17 de março. Figueira de Castelo Rodrigo apresenta-se como um território cuja produção agrícola e pecuária é, fortemente, marcada pela aposta na qualidade, e foi com grande agrado que o autarca do município testemunhou a visita ao concelho. “A presença do Governo neste território do Interior de Portugal constitui um forte estímulo ao setor, cujos empresários estão empenhados em demonstrar a sua capacidade para investir e captar mais investimento para a região”. António Madeira, presidente da Adega Cooperativa, também não escondeu a felicidade, apelidando a noite de “memorável. Nunca senti um contentamento tão grande, como quando soube que ia ter aqui a visita do meu Primeiro-Ministro e do meu Ministro da Agricultura”. Na liderança de um concelho que depende maioritariamente do setor primário, Paulo Langrouva aproveitou a presença do Primeiro-Ministro e do Ministro da Agricultura para salientar a importância do projeto de regadio que o município tem em curso e que irá beneficiar cerca de 1000 hectares de terras no concelho. “Agradeço ao senhor Ministro da Agricultura e ao senhor presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura e do Mar por toda a disponibilidade e entrega que têm demonstrado no sentido de transpormos os obstáculos com que nos temos deparado neste trajeto, já percorrido a fim de concretizarmos este projeto”. Dado que a Barragem de Santa Maria de Aguiar
Do pão, aos doces e compotas, passando ainda pelos azeites e vinhos de excelente qualidade, foi longa a lista de produtos que se deram a conhecer, em “prenúncio da Festa das Amendoeiras em Flor”, que se realizará no concelho de 8 a 17 de março não pertence ao Ministério da Agricultura, visto estar classificada unicamente para fins de abastecimento público, a autarquia via-se impedida da sua utilização para fins agrícolas. No entanto, foi com grande alegria que o autarca ouviu
da boca do Ministro da Agricultura a informação de que “chegámos a um acordo com o Ministério do Ambiente para reclassificar a barragem para fins múltiplos o que virá permitir que este investimento seja candidato ao Programa Nacional de Regadios”. O presidente apelou ainda à possibilidade de cedência do edifício do antigo Centro de Formação Agrária ao Município, para que aí se possam realizar “formações temáticas direcionadas às necessidades dos nossos empresários, sobretudo dos mais jovens, que queiram investir na agricultura”. O Primeiro-Ministro, António Costa, não terminou a noite sem deixar uma mensagem de incentivo, a Figueira de Castelo Rodrigo e a todos os territórios do Interior salientando que “os territórios designados de ‘Interior’, estiveram muitos anos esquecidos, mas hoje torna-se fundamental a necessidade de reconhecer e valorizar o seu enorme potencial”.
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QUINTA DO POMAR MAIOR
UM REFÚGIO PARA TODAS AS IDADES
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O projeto era intimista e começou por ser um refúgio familiar idealizado por Alberto Leal, mas rapidamente passou a ser um exemplar projeto de agroturismo sustentável liderado pela sua filha Vânia Leal. Naturais de São João da Madeira, mas apaixonados por Arouca não foi difícil encantarem-se com a Quinta do Pomar Maior. Quinta do Pomar Maior - Lugar de Barreiros 4540 Sta. Eulália - Arouca Telf: (+351) 963 162 137 geral@quintadopomarmaior.com www.quintadopomarmaior.com
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quinta tinha quatro proprietários, mas com o tempo surgiu a oportunidade de adquirir os restantes espaços ficando assim com a totalidade da quinta. “Quando adquirimos os espaços, existia uma casa de pedra num dos terrenos que era a casa original da quinta do Pomar Maior e começamos a pensar qual seria a utilidade. Daí surge a ideia de restaurar essa casa e começar a alugar e começarmos a alargar essa mesma casa para ter novas instalações”, conta Vânia Leal. O projeto foi idealizado em 2013, mas foi em 2014 que os sonhos foram concretizados. Natural e sustentável são as palavras que melhor caracterizam o projeto. “As casas foram todas construídas com material da região como a cortiça e a madeira. Os tetos das casas são ajardinados com plantas da região que ajudam no isolamento e manter a nossa ideia inicial de sustentabilidade. Fazemos ainda o aproveitamento das águas fluviais para a rega. Um projeto que tem como objetivo ser o menos impactante possível para o meio ambiente”, descreve. Com capacidade para 26 pessoas a quinta é composta pelo inicial refúgio familiar que alberga oito pessoas e tem piscina privada. Para além desse tem ainda outro T4 que em conjunto com dois T1 e dois quartos duplos partilham a piscina comum. “Cada apartamento está equipado com cozinha, duas televisões, internet, serviço de pequeno-almoço e parque de estacionamento”, explica. Para além destas comodidades os clientes podem ainda desfrutar de uma horta onde “podem e devem ir buscar frutas, legumes e ervas aromáticas para confecionar as refeições”. Os clientes são diversificados e se durante o verão são os estrangeiros que mais visitam o resto do ano é preenchido com as escapadinhas dos portugueses. “A sazonalidade é neste momento o nosso maior desafio. Estamos certos que todos juntos, alojamento, Geopark, empresas de animação turística a prestar um serviço de qualidade, será uma boa maneira para desencadear o interesse na época baixa.” Para o público sénior, organizam caminhadas e visitas a museus. Os mais novos podem usufruir a uma panóplia de atividades de aventura e de natureza. “Ninguém vive sozinho e ter estas parcerias de confiança é uma mais-valia”, afirma. A concorrência é saudável e todos juntos tentam passar uma imagem de Arouca mais positiva e atrair clientes para visitar a vila que recentemente, com os Passadiços do Paiva foi recebendo uma maior notoriedade. “Saber receber é a base porque ter um espaço deslumbrante não é tudo. Temos de saber mimar os clientes e dar uma atenção mais personalizada que é o que eles procuram neste tipo de turismo”, explica. É com gratidão que deixam uma mensagem aos clientes e futuros clientes. “Muito obrigada a todos que passaram por cá e que são como a nossa família. Aos que ainda não nos visitaram venham conhecer a Quinta do Pomar Maior, vão sentir-se em casa”.
ENCOSTA DOS TÚNEIS - TURISMO E LAZER
O ENCONTRO ENTRE O CHARME, O CONFORTO E A NATUREZA O projeto Encosta dos Túneis – Turismo e Lazer nasceu em 2016 da paixão de uma família pela sua terra, pelas suas raízes e pelo gosto de as partilhar com o mundo, mostrando o que de mais belo e autêntico existe em Sever do Vouga e no nosso país.
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om cerca de 72 hectares, numa zona privilegiada entre o mar e a serra, a Quinta do Vale Côvo, onde se encontra inserido este empreendimento, é atravessada pela Ecopista do Vale do Vouga e confronta com o rio Vouga. A Encosta dos Túneis oferece diferentes tipologias de alojamento, desde villas equipadas com kitchenette, suites e quartos duplos, todos eles mantendo a traça original das casas em pedra, mas aliando o conforto ao requinte.
O dia neste empreendimento inicia-se com um delicioso e variado pequeno-almoço, feito com os produtos produzidos e colhidos na quinta, para que se atinja a máxima qualidade e frescura na sua confeção. Revigorados pelo pequeno almoço, existe uma panóplia de atividades a realizar. Desde um mergulho na maravilhosa piscina de borda infinita, uma caminhada até ao rio ou um passeio de bicicleta na Ecopista, que permitirá descobrir túneis em pedra e a ponte centenária do Poço de Santiago. Os hóspedes não podem deixar de reservar um tempo da estadia para uma visita à quinta, cujas encostas estão repletas de uma vegetação rica, com árvores centenárias e autóctones, de cascatas, de um moinho de água, podendo, ainda, observar-se pavões e outras aves, coelhos
bravos, cavalos e até trutas. A máquina fotográfica é obrigatória! Terão ainda ao seu dispor áreas equipadas para fazer um churrasco; ler um livro com toda a tranquilidade; fazer uma massagem; jogar às cartas. Para os mais aventureiros, estão pensados vários pacotes que incluem a estadia acompanhada de atividades lúdicas, desde rappel, passeios todo o terreno, caminhada aquática, canoagem, passeios a cavalo, passeio guiado em BTT, percursos pedestres, tudo com o grau de aventura adequado a cada hóspede. Todos os que visitam a Encosta dos Túneis são convidados a participar nas vindimas, no magusto e nas demais atividades temáticas, assim como a contactar com a natureza, colhendo os mirtilos, as laranjas, os limões, os morangos, as castanhas, os medronhos existentes ao longo de toda a quinta; bem como a disfrutar da horta biológica e do quanto ali se produz para a confecção das suas refeições. No último ano, tiveram uma ocupação compreendida entre os 95 e os 100 por cento nos meses de verão, verificando-se a mesma tendência em datas festivas. 70 por cento dos hóspedes são portugueses, os restantes 30 por cento são essencialmente oriundos de França, Espanha e Bélgica. São, assim, metas para os próximos anos o aumento do número de reservas nas épocas mais baixas. Como forma de diversificar as potencialidades de um espaço tão apelativo, encontra-se já a ser construída uma adega turística, com a possibilidade de organização de eventos, bem como um ginásio e novas áreas de lazer para os hóspedes.
Encosta dos Túneis - Turismo e Lazer, Lda Rua da Portela, n.º 261, 3740-078 Paradela - Sever do Vouga Tlm.: 969 619 263 | Email: encostadostuneis@gmail.com
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QUINTA D’ALÉM DA PONTE
UM TESOURO A DESCOBRIR
Banhada pela água cristalina do rio Arda, a Quinta D’Além da Ponte é um lugar mágico, que vale a pena visitar. A Revista Business Portugal esteve à conversa com Anabela Pinheiro, responsável do espaço, e agora dá-lhe a conhecer este recanto idílico.
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nserida na natureza verdejante do concelho de Arouca e banhada pelo rio Arda, a Quinta D’Além da Ponte é um lugar a descobrir. Quis o destino que Anabela Pinheiro e Nuno Ribeiro embarcasse na aventura de abraçar este projeto, há cerca de um ano, após aceitar a proposta dos antigos proprietários. “Eu era cliente cá, gostava disto e já conhecia esta casa há cerca de 20 anos. Entretanto, surgiu a proposta de vir para cá. Aceitei e iniciei o projeto”, começa por contar a interlocutora, que assume que “no início não foi fácil”, mas que a exigência que a caracteriza, permitiu levar o projeto a bom porto e hoje ser uma referência na região.
Gastronomia de excelência A Quinta D’Além da Ponte afigura-se o local ideal para a celebração de momentos inesquecíveis, tendo disponíveis dois salões para a realização de eventos com capacidade para cerca de 220 pessoas. Com uma equipa de catering exclusiva, composta por profissionais de excelência, aqui tudo é pensado para tornar o seu dia único. Para além disso, o espaço possui também um restaurante que oferece o melhor da gastronomia portuguesa. Instalado num antigo moinho de água, o restaurante ‘O Moinho’ prima pela qualidade e pelo atendimento de excelência. Com uma cozinha de autor, fortemente, inspirada pela cozinha tradicional portuguesa, ‘O Moinho’ leva até si o melhor da culinária, através de pratos e sabores de outrora. Aqui, os amantes do bom garfo podem degustar do que de melhor a região tem para oferecer. A vitela assada
Lugar do Carvalhal 4540-624 Tropeço - Arouca Tlm.: 913 499 053 quintadalemdaponte@hotmail.com |
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@quintaalemdaponte
e o cabrito são reis na mesa, mas não podemos esquecer a postinha no espeto com o saboroso arroz de feijão, o bacalhau com migas, bem como o cozido no pão, uma inovação que ‘O Moinho’ trouxe para a mesa. “O cozido no pão foi lançado recentemente e está a ter muita procura”. Anabela Pinheiro confessa que a escolha dos melhores ingredientes é imprescindível e por isso, optam por produtos e produtores da região, que asseguram, em permanência, a qualidade dos pratos que são confecionados, quase na sua totalidade, na cozinha do restaurante.
Um espaço único Com capacidade para cerca de 40 pessoas, o restaurante ‘O Moinho’ conta ainda com uma zona de esplanada com capacidade para cerca de 80 pessoas, a que se juntam mais 100 possíveis de colocar na tenda de refeições, situada ao ar livre, junto ao rio. A gastronomia de excelência, aliada ao cenário idílico que envolve o espaço, constituem, na opinião da entrevistada, o grande diferencial. Aqui, é possível degustar uma refeição em comunhão com a natureza, onde as quedas de água são a principal melodia. “Aqui, na zona de Arouca, é o único. Estar a almoçar e ouvir a queda de água é algo que não se encontra em outro sítio”. Um espaço único, que é já procurado por pessoas de todo o país e por clientes estrangeiros que visitam o local em grande número. “Já temos clientes fidelizados, que nos visitam quase todas as semanas”, conta Anabela Pinheiro, que assume ainda: “Acima de tudo, temos qualidade e um excelente atendimento. Os clientes frisam que se sentem em casa”.
No caminho do sucesso O caminho ainda está longe de terminar, mas o balanço não podia ser mais positivo. “O último ano foi muito bom. Superou as minhas expectativas”. O futuro afigura-se risonho e Anabela Pinheiro assume que “há muitos projetos na gaveta, que vão ser realizados”. Empreendedorismo e dinâmica fazem parte do ADN da entrevistada, que pretende investir num espaço para alojamento local. “Sentimos a necessidade de investir num espaço, porque verificamos muita procura. As pessoas preferem pernoitar na parte mais rural”. A par disso, pretendem continuar a apostar na “qualidade e na fidelização dos clientes”.
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