Revista Business Portugal Edição de Maio 2021

Page 1

SCA GLOBAL ADVOGADOS “Digitalização e paridade de género: o futuro da advocacia” Dulcinda Guarita, Advogada e Partner

LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | ESPECIAL SAÚDE LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR EBUSINESS INVESTIR REVISTA PORTUGAL // 1


A sua energia muda tudo Hoje é um bom dia para mudar. Para virar a página e focar a energia nas famílias e nas gerações futuras. Em novos hábitos. Para criar um Mundo 100% sustentável e cada vez mais verde. A transição está na energia de cada um de nós, nos pequenos gestos de todos os dias e numa marca que quer estar sempre ao lado de quem muda, para, juntos, sermos mais felizes. Descubra tudo em galp.com

2 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


ÍNDICE

Nota de boas-vindas...

Maio 2021

13

38

37

52

ESPECIAL SAÚDE

LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

ARTIGO DE OPINIÃO PRESIDENTE DA ANJE ALEXANDRE MEIRELES

MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR

A disrupção causada pela pandemia levou a que, na generalidade, as organizações se tenham tornado mais resilientes e mais fortes, melhor adaptadas aos novos desafios, e a acelerar de forma determinada para a transformação digital da sua atividade. O contexto atual veio despertar a inovação e a transformação, mas mais do que isso, tem mostrado aos líderes que têm de adaptar os modelos de negócio e dotar os profissionais com as capacidades certas para enfrentar os desafios do futuro. Esta realidade fez-nos sair a todos da nossa zona de conforto, mas impulsionou mudanças importantes, os exemplos que aqui apresentamos trazem uma perspetiva mais promissora para o futuro e mostram que a capacidade de resiliência das organizações é o indicador que mais se destaca, ao longo do último ano, e aquele que vai prevalecer como ponto-chave para o futuro das organizações. Nesta edição de maio, a Revista Business Portugal volta a trazer às suas páginas empresários e empresas de referência, destacando os seus produtos e serviços de excelência, o amplo know-how dos seus profissionais e a aposta clara numa cultura orientada para a qualidade, inovação e satisfação das necessidades do cliente. Somos e queremos continuar a ser o parceiro de excelência das empresas!

Fernando R. Silva

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: AFARS | Redação e Publicidade: Rua Raimundo de Carvalho, 64, 1º andar - Sala C, 4430 -184 V N Gaia | Diretor: Fernando R. Silva | E-mail: geral@ revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/Redação: redacao@revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 751 652 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: YellowMaster | Avenida João Azevedo Coutinho nº643, 2755-101 Parede Estatuto Editorial: Disponível em www.revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Mensal Maio 2021

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 3


SCA GLOBAL

DIGITALIZAÇÃO E PARIDADE DE GÉNERO: O FUTURO DA ADVOCACIA

Dulcinda Guarita, Advogada e Partner

Em 1918 as mulheres viram garantido o direito de acesso à advocacia através da publicação de um diploma e, apesar de ser um processo lento e gradual, “é notória a presença cada vez mais forte das mulheres”. Dulcinda Guarita, Advogada e Partner da SCA Global Sociedade de Advogados, nunca sentiu, por parte dos seus sócios, qualquer tratamento diferenciado por ser mulher e assumir um cargo de liderança, como nos confidencia em entrevista à Revista Business Portugal. A Dulcinda Guarita licenciou-se em Direito em 1995 pela Universidade Autónoma de Lisboa e exerce a atividade de advocacia desde 1997. Porquê a área do Direito? Junto “dos meus mais próximos”, sempre me identificaram como uma pessoa de convicções. Reporto-me à altura da minha vida em que ainda não equacionava ser advogada. Se acredito, vou até ao fim, não desisto. Defendo, argumento e, preferencialmente, só dou o discurso por concluído quando sinto que fui suficientemente convincente. Essa satisfação interior foi-me suscitando a vontade de a transpor para a vida profissional. Não menos determinante na escolha desta área, foi a atração que sinto em acolher e defender as causas alheias como se fossem as minhas. Em complemento, o facto de nutrir um especial interesse pela leitura e pela escrita, levou-me a encarar o Direito como uma forma de corporizar em termos profissionais, todas estas características pessoais. Para mim, sempre foi um objetivo prioritário exercer uma profissão em que me sentisse realizada. 4 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A independência pessoal e profissional da mulher permitiu-lhe passar a exercer profissões que durante séculos foram referenciadas como sendo exclusivamente masculinas, como a Advocacia. Na sua perspetiva que características emocionais foram determinantes para essa conquista? Existem caraterísticas emocionais e intelectuais, divergentes nos homens e nas mulheres. Empatia, afetuosidade e intuição, são algumas das caraterísticas muito presentes na mulher. Naturalmente empática, a mulher coloca-se no lugar dos outros com muita facilidade, o que contribui para uma lúcida escolha da estratégia a seguir em cada processo. Também a afetuosidade é imprescindível para, numa primeira fase, conquistar a confiança dos Clientes. Por fim, a intuição, esta perceção instintiva que faz parte da mulher, tem-se revelado fundamental na resolução de determinados litígios judiciais e extrajudiciais. A base de dados Pordata de 2021, indica que as mulheres ultrapassaram em 30 anos os homens, em profissões que eram culturalmente masculinas, como a advocacia. Enquanto mulher e advogada é um orgulho ver esta crescente mudança de mentalidade? É um privilégio viver numa época em que mudanças de mentalidade estão a ocorrer velozmente. Simultaneamente um orgulho em, espero, estar a contribuir para que tal aconteça. O facto de as mulheres estarem a ultrapassar os homens em determinadas profissões, não é por si só positivo. Esta realidade só assume destaque porque um dia, o cenário foi o contrário. O que é de louvar é a tendência de deixar de existir essa imparidade.


SCA GLOBAL

No meu caso em concreto, nunca senti por parte de nenhum dos meus três sócios, todos eles homens, qualquer tratamento diferenciado em relação à minha pessoa, pelo facto de ser mulher e assumir um cargo de liderança. De igual modo, na SCA, 75 por cento dos seus elementos são mulheres. Desde 2010 que é sócia da SCA Global Sociedade de Advogados e atua nas áreas de contratos, família e sucessões, imobiliário, penal, recuperação de crédito e atos notariais do advogado. Após várias experiências na área, sentiu necessidade de abraçar um novo projeto? A minha integração na SCA Global não se revelou um novo projeto, antes uma nova fase de um mesmo desafio que já decorria. O projeto profissional a que me propus iniciouse em 1997, altura em que abri um escritório em Loures, exercendo advocacia em prática isolada e de forma ininterrupta. Foi assim que com apenas 25 anos abracei o meu projeto. Com o volume de trabalho em crescendo, era imperioso arranjar uma solução que me permitisse aumentar a minha capacidade de reposta, de me apoiar numa estrutura mais coesa, de consolidar e fortalecer as minhas apetências e aptidões, tudo com vista a prestar um serviço ao Cliente, mais estruturado e abrangente. Após conhecer os meus atuais sócios, rapidamente percebemos que partilhávamos os mesmos objetivos profissionais e encarávamos o exercício da advocacia com o mesmo sentido de responsabilidade e seriedade. Seguiu-se a formalização da intenção.

Em 2015 a SCA passou a ser o membro português da ABL – Alliance of Business Lawyers, integração que lhe permite garantir, em qualquer parte do mundo, o mesmo serviço personalizado e otimizado. Manter ligações estreitas com escritórios de advogados, nacionais e internacionais é sinónimo de prestígio? É um facto. Quando a ABL, uma associação de sociedades de advogados de todo o mundo, nos convidou para sermos os seus únicos representantes em Portugal, foi uma honra. Desde então a SCA Global tem mantido relações de proximidade e parcerias, recorrendo variadíssimas vezes a esta estrutura, não só para acompanhar os seus Clientes de uma forma mais abrangente e personalizada em qualquer parte do mundo, como também para apoiar os restantes membros da ABL sempre que os seus serviços nos são solicitados. Em 2017 a ABL realizou uma conferência internacional em Lisboa, tendo a SCA Global sido a anfitriã, recebendo advogados de todo o mundo. Mais recentemente, e num claro reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver, a SCA, na pessoa de um dos seus sócios, passou a fazer parte do Conselho Executivo da ABL.

Constituída em 2000, a SCA é uma sociedade multidisciplinar que presta apoio geral e transversal, abarcando a grande maioria das valências do direito, na procura de resposta às necessidades dos Clientes. Qualidade que se traduz na antiguidade de muitos beneficiários, a maioria PME´s líderes nos segmentos em que se inserem, que confiam no vosso trabalho? Não obstante o apoio jurídico que prestamos, transversal às diversas vertentes do Direito, consideramos que para oferecer um serviço de excelência como é o nosso lema, é fundamental uma estrita organização interna que passa por, entre outros aspetos, canalizar cada um dos seus membros para determinadas áreas do direito, com vista a uma tendente especialização prática de cada um de nós, o que vem sucedendo. Estes nossos esforços têm produzido os seus resultados e sem dúvida que a melhor forma de avaliarmos a qualidade do nosso trabalho é reconhecermos a antiguidade da carteira de Clientes que temos. A fidelização dos nossos Clientes, traduz o seu grau de satisfação. Essa realidade deixa-nos congratulados, pois saber que empresários de sucesso depositam em nós a confiança necessária e encaram-nos como parceiros na sua vida empresarial, é a melhor recompensa que podemos ter. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 5


SCA GLOBAL

a Clientes e Colegas que compareciam, não obstante as reuniões com estes se realizassem por videoconferência, sempre que possível. Investimos nas condições técnicas e informáticas necessárias, para corresponder ao apelo dos Tribunais em realizar diligências judicias à distância. Recorremos ao teletrabalho com 90 por cento dos nossos colaboradores e aplicamos horários desfasados entre aqueles que obrigatoriamente tinham de se deslocar ao escritório, sendo que nessas alturas assegurávamos transporte particular para essas deslocações de forma a excluirmos o uso de transportes públicos.

Consciente dos desafios que Portugal sistematicamente enfrenta, a SCA tende a procurar soluções simples, objetivas e imediatas. Que mudanças foram necessárias aplicar com a chegada da pandemia? A reorganização do trabalho com vista à minimização do risco de transmissão de infeção da doença Covid-19, com a rapidez que se impunha, implicou um esforço conjunto. Internamente, foram asseguradas todas as medidas de higiene, etiqueta respiratória e distanciamento físico, designadamente através de distribuição de álcool-gel, da disponibilização de máscaras quer aos seus membros quer

6 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Felizmente em Portugal, muitas mulheres são exemplos de Liderança de sucesso com cargos de Direção nas Organizações e grande exemplos de Empreendedorismo nacional. A digitalização e paridade de género serão cenário reais da advocacia do futuro? Ninguém fica impune ao poder da digitalização. A advocacia, de hoje, e de amanhã, não é exceção e tem sido alvo de mudanças dantescas, como resultado. A tecnologia digital veio e irá facilitar a prática da advocacia em todas as suas vertentes. Hoje, e seguramente ainda mais no futuro, temos plataformas digitais extremamente eficazes que contribuem para o exercício da advocacia cada vez mais à distância, mas garantindo a necessária segurança no sistema judiciário. Quanto à paridade de género, apesar do mundo judicial estar preenchido de elementos femininos, reconheço que a igualdade de género, principalmente na progressão da carreira, nos rendimentos auferidos, no acesso a cargos de topo, ainda é um problema. Portugal encontra-se abaixo da média da União Europeia em termos de paridade de géneros. As normas culturais e sociais, surgem como barreiras à incrementação da paridade de géneros. É notória, no entanto, a presença cada vez mais forte das mulheres. Este é um processo lento e gradual que dará a curto prazo os seus frutos, promovendo a igualdade de género e o combate à discriminação.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 7


LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | SANDRA R. SANTOS PSICÓLOGA CLÍNICA

“A mulher pode acrescentar valor e inspirar o mundo empresarial” A Psicologia é uma área preventiva, muitas vezes encarada como medida de atuação a curto prazo, mas cada vez mais a sociedade desperta para a importância da saúde mental. Sandra R. Santos, enquanto psicóloga e mulher, destaca em entrevista à Revista Business Portugal, a visão estratégica, resiliência e capacidade de gerir várias exigências ao mesmo tempo, conjugadas com a capacidade humana e empática de se preocupar com o outro.

Falando daqueles que com frequência “entram na casa das pessoas” posso enumerar pelo menos três homens bem conhecidos no meio, e pelo menos uma mulher. Porque será? Porque apesar de sermos muito mais mulheres psicólogas, continua ainda a existir de forma implícita uma maior credibilidade atribuída à figura masculina para nos representar. Recentemente a Ordem dos Psicólogos Portugueses teve pela primeira vez uma mulher como candidata a Bastonária, embora não tenha ganho as eleições. É um passo muito importante da afirmação da capacidade das mulheres psicólogas!

Sandra R. Santos Psicóloga Clínica

Como Especialista em Psicologia Clínica, Formadora, Investigadora, Especializada em Parentalidade Positiva e em problemáticas como Depressão, Ansiedade e Dificuldades Sexuais, sente que a pandemia foi um virar de página neste estigma? Sim, sinto que cada vez mais as pessoas estão a despertar para a importância da saúde mental e a perceber o quão essencial é trabalharmos as nossas vulnerabilidades e fatores de risco para prevenir o surgimento da doença mental. A psicologia já foi vítima de algum estigma pela sociedade, mas as mentalidades começam a mudar, sobretudo no que à mulher diz respeito. Ser mulher e psicóloga é um desafio ultrapassado? Sim e não. Se cada vez mais as pessoas procuram o nosso trabalho porque dão cada vez mais valor à sua saúde mental, por vezes ainda recebo contactos de pessoas que querem ir ao Psicólogo, mas pedem-me a indicação de um profissional do sexo/género masculino. Para isso basta pensarmos por exemplo nos nomes mais sonantes da Psicologia atualmente em Portugal, ou os nomes da Psicologia que nos representam na televisão, quantos deles são femininos?

Nos dias correntes, é inevitável falar da saúde mental e durante uma situação de crise, acumula-se um elevado nível de stress. De que forma repensou e adaptou o serviço que presta à população? Esta é uma situação de crise e tem de ser tratada como tal, por isso essencialmente foi necessário focar o trabalho na intervenção em crise e na minimização de danos. Além disso, apesar de no nosso caso como profissionais de saúde ser permitido continuarmos o trabalho presencial, decidi como cidadã que sou respeitar as medidas impostas e por isso implementei o serviço on-line de forma mais permanente. Já tinha este serviço antes da pandemia, embora fosse procurado muito pontualmente ou em casos específicos de pessoas que estavam fora de Portugal. Acabei por estendê-lo a todos que assim o pretendessem. Mesmo quando foi possível retomar as atividades presenciais, quem assim o desejou manteve o apoio on-line. Este serviço continua ativo e manter-se-á com ou sem pandemia. De que forma pode a Mulher acrescentar valor e inspirar o mundo empresarial a superar os mais diversos desafios? A mulher pode acrescentar valor e inspirar o mundo empresarial através da sua visão estratégica, da sua capacidade de ultrapassar dores e obstáculos, da sua resiliência e da capacidade para gerir várias exigências ao mesmo tempo, conjugando tudo isso com a sua capacidade humana e empática de se preocupar com o outro. E estas características não são exclusivas das mulheres, mas por vezes são em nós encaradas como fraquezas e não como forças. É cada vez mais reconhecido o valor que as mulheres têm no mundo do trabalho e o quanto acrescentam ao mesmo, o quanto são igualmente capazes e por isso cada vez vemos mais mulheres em posições de destaque e importância. Se ainda estamos aquém da igualdade que pretendemos atingir? Sem sombra de dúvida! Mas o caminho faz-se caminhando e espero poder ver-nos atingir isso em breve, não só porque isso é uma conquista para todas nós, mas também um ganho para a própria sociedade, para o país e o mundo.

Sandra R. Santos

Psicologia Clínica

8 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Telemóvel: 913 683 024 Website: www.sandrarsantos.pt Email: psicologa@sandrarsantos.pt Locais: Rua Cerâmica do Vouga 15, 3º Q, 3800-011 Aveiro


PATRÍCIA TENREIRO LOPES ADVOGADA | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

“É IMPRETERÍVEL ACREDITARMOS NO NOSSO VALOR ENQUANTO MULHERES E PROFISSIONAIS” A determinação, força e resiliência são características que descrevem Patrícia Tenreiro Lopes na perfeição, enquanto mulher e profissional. Em entrevista à Revista Business Portugal, a advogada realçou que as mulheres têm de acreditar mais em si próprias e no seu valor enquanto mulheres e profissionais, assumindo valores como a confiança, determinação, esforço e dedicação, são pilares basilares de qualquer profissional de sucesso.

Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, a Patrícia Tenreiro Lopes decidiu especializar-se no Direito Imobiliário. Sendo uma área em que é fundamental determinação, força e resiliência, caracterizam-na enquanto mulher e profissional? Sem dúvida. A especialização em Direito Imobiliário foi encarada por mim como uma forma de poder dar uma melhor resposta ao meu trabalho que assenta sobretudo nessa área, uma vez que sou Advogada de uma Empresa do sector Imobiliário com atuação em todo o território continental e ilhas, onde os desafios são constantes e, portanto, a determinação, força e resiliência são postas à prova todos os dias. Mas em bom rigor, o estar nestas funções foi já o manifestar desses valores. Isto porque, desde os meus primeiros passos no Direito, ambicionei mais do que a minha cidade (Coimbra) tinha para me oferecer, enquanto oportunidade de vir a exercer a minha atividade, diretamente e maioritariamente, no sector empresarial. No entanto, não tive a possibilidade de sair de Coimbra aquando do início do estágio da Ordem dos Advogados, em 2014. Em meados de 2018, após ter já alguma experiência profissional, decidi rumar à Grande Lisboa e abracei a área do sector imobiliário. Mas estava longe de imaginar, àquela data, que esses valores iriam ser tão preponderantes.

“A determinação, força e resiliência são postas à prova todos os dias" As dificuldades que estamos a enfrentar a vários níveis representam uma grande oportunidade para remover as barreiras existentes, levando a uma maior participação de género e paridade para as mulheres nos negócios. A pandemia veio apenas acelerar um cenário que já era esperado num futuro próximo? De forma inesperada, todas vimos o nosso espaço familiar e profissional coincidirem e readaptámo-nos à nova realidade, descobrindo inclusivé ferramentas que nos permitem fazer ainda mais e melhor, desde logo otimizando ao máximo o tempo anteriormente despendido em deslocações. Conjugando essas circunstâncias com a capacidade de adaptação, de multi-tasking e de elaboração de estratégias que, por si só, já caraterizam as mulheres, a resposta à questão só pode ser afirmativa.

Patrícia Tenreiro Lopes Advogada

As mulheres são reconhecidas pela facilidade que têm em elaborar estratégias e criar soluções para os imprevistos que surgem diariamente. Essa qualidade e capacidade foi determinante na sua vida pessoal e profissional? Essa capacidade tem de ser a pedra basilar sobretudo para o exercício de profissões jurídicas. Em bom rigor, quando um Cliente procura um Advogado está à espera que lhe apresentemos uma solução. A juntar a isso, não podemos esquecer que qualquer processo tem, pelo menos, duas partes, com diferentes visões sobre a mesma matéria controvertida e que, aquilo que era inicialmente a nossa estratégia pode ficar gorada em função da estratégia exercida em contra instância, o que nos obriga a readaptar rapidamente. Centrando-nos no mercado imobiliário, estando este em constante movimento, essa capacidade torna-se ainda mais imperativa. A paridade de género, apesar de não ser uma realidade, está cada vez mais perto e mulheres como a Patrícia Terneiro Lopes são uma inspiração para outras que tenham a pretensão de ser líderes e empresárias de sucesso. Que conselhos quer deixar a todas essas mulheres? Em primeiro lugar é impreterível acreditarmos em nós próprias, no nosso valor enquanto mulheres e profissionais. Valores como a confiança, determinação, resiliência, esforço e dedicação são sem dúvida os pilares basilares de qualquer profissional de sucesso, independentemente do género.

PATRÍCIA TENREIRO LOPES – ADVOGADA Coimbra – Cascais – Sintra – Seixal Tlm: 910 130 165 | E-mail: patricia.tenreiro-57008c@adv.oa.pt https://www.facebook.com/Patricia-Tenreiro-Lopes-Advogados-112043633914886 https://www.linkedin.com/in/patricia-tenreiro-lopes-59a30b183 REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 9


LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO | DSOLUTIONS

15 ANOS DE SOLUÇÕES À MEDIDA DO CLIENTE A DSolutions é uma empresa de Consultoria e Formação criada em 2006 que se distingue pela vasta experiência no mercado em que intervém. A trabalhar na área da consultoria de gestão, essencialmente na vertente de projetos com apoios de fundos comunitários, ao longo de 15 anos, Dulce Forte, Sócia-Gerente, sentiu a necessidade de abraçar novas vertentes.

Dulce Forte Sócia-Gerente

10 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Entidade formadora certificada pela DGERT desde janeiro do corrente ano, há 15 anos que a DSolutions apoia as empresas na implementação de sistemas de gestão. Presta serviços estratégicos para o crescimento dos seus clientes, apoiados por uma equipa de consultores qualificados que prestam apoio às empresas no processo de desenvolvimento e crescimento. O objetivo é disponibilizar serviços de qualidade que criem valor e vantagens competitivas para as empresas, adaptando os serviços prestados à cultura organizacional das mesmas. Desde 1991, que Dulce Forte, sócia-gerente da DSolutions está ligada à área da consultoria de gestão e formação. A viver uma instabilidade profissional, decidiu pôr em prática a sua veia empreendedora e criar a sua própria empresa em 2006. Inicialmente, a empresa não tinha marca própria e estava integrada num franchising, que incidia sobretudo na área da consultoria financeira. O desafio profissional levou-a, em 2015, a registar a marca DSolutions, um projeto que a orgulha, e a trabalhar de forma autónoma decidiu apostar no seu principal core: formação e projetos de investimento com apoios de fundos comunitários, uma das áreas de reconhecimento da empresa. Ao longo dos anos, numa dinâmica de resposta à procura de mercado, foram surgindo novas valências. Pela amplitude de serviços, a DSolutions acompanha o cliente em diversas áreas, uma mais-valia, sobretudo quando se trabalha em projetos de grande dimensão. “Muitas vezes, sugerimos aos clientes algumas intervenções, porque conhecemos a empresa e o seu funcionamento interno, e como nos conhece de uma determinada área acaba por aceitar a sugestão”.


DSOLUTIONS | LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

Valências que acompanham as necessidades do mercado Em 2017, devido ao volume de trabalho, aos contactos e à experiência interna, Dulce Forte percebeu que era imperativo e aliciante integrar na oferta da DSolutions a vertente imobiliária, direcionada essencialmente para a vertente de investimento. E, assim, nasce a DSolutions Real Estate, que “não é o tradicional do imobiliário habitacional, está direcionada para o investimento de grandes empresas nacionais e estrangeiras, no âmbito da hotelaria e logística”. A empresa acompanha a implementação, em Portugal, de alguns grupos ligados a essas áreas, que investem em terrenos, hotéis e outros projetos no nosso país. Foram os clientes que desafiaram Dulce Forte a enveredar pelo imobiliário, que conta atualmente com uma equipa de consultores especializados. Em janeiro de 2020, a empresa criou a área da Contabilidade e Fiscalidade, mais uma valência que nasceu por inerência dos clientes que detinha nos projetos de formação. “Sentimos que poderíamos ser também um apoio nessa área e, por isso, contamos com uma contabilista interna e uma carteira de clientes diversificada”. A DSolutions encontrou na pandemia um momento de oportunidade para criar novos serviços com-

"A empresa acompanha a implementação, em Portugal, de alguns grupos ligados a essas áreas, que investem em terrenos, hotéis e outros projetos no nosso país"

plementares, no sentido de responder às necessidades dos clientes que tinham, bem como de outros potenciais. “Já éramos uma entidade que implementava planos de formação, mas com a chegada da pandemia lançámos, em abril de 2020, a nossa plataforma de e-learning – DSolutions Academy – autonomizada com o seu site e que atualmente com a certificação DGERT nos permite dar formação reconhecida”. É um projeto que apoia as organizações que apostam na qualificação e desenvolvimento profissional dos recursos humanos implementando projetos de formação contínua. Presencialmente ou em regime e-learning, as empresas colocam os seus colaboradores em formação, procura que, como nos confirma Dulce Forte, continua a crescer e, por isso, é um projeto vencedor. Para o futuro, a gerente perspetiva “consolidar as valências existentes e manter o nível de qualidade dos serviços prestados”, acrescentando sempre valor ao cliente.

Entre, sente-se e relaxe. Nós cuidamos do seu investimento imobiliário! REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 11


12 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


Especial Saúde

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

100 ANOS DE INSULINOTERAPIA | DIA MUNDIAL DA ESCLEROSE MÚLTIPLA | MÊS DE CONSCIENCIALIZAÇÃO DO MELANOMA DIA INTERNACIONAL DA SAÚDE FEMININA | SAÚDE ORAL


100 ANOS DE INSULINOTERAPIA

CENTENÁRIO DA INSULINOTERAPIA Como está a ser comemorado o centenário da insulinoterapia em Portugal e qual o envolvimento da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) nas iniciativas comemorativas? Está a ser planeado um conjunto de eventos que acompanharão uma exposição sobre os 100 da insulinoterapia a ser realizados nos 18 distritos do país (ver cartaz da exposição).

Prof. Davide Carvalho, MD, PhD

Head of the Department of Endocrinology, Diabetes and Metabolism Centro Hospitalar Universitário de S. João Associate Professor Faculty of Medicine University of Porto (UP), Portugal Core Researcher i3s UP

A prevalência da diabetes, principal causa de cegueira, a primeira causa de insuficiência renal e causa importante de doença cardiovascular no mundo ocidental, duplicou nos últimos 20 anos, em todo o mundo. Num ano em que se comemora o centenário da insulinoterapia, o Professor Davide Carvalho alerta para a educação terapêutica fundamental ao longo de todo o tratamento. Há uma realidade muito distinta antes e depois do aparecimento da insulina. Que importância teve a introdução da insulina no tratamento da diabetes? A insulinoterapia é única terapêutica para o tratamento da diabetes tipo 1, uma terapêutica utilizada por 20 a 30 por cento dos diabéticos tipo 2 e por muitos doentes com diabetes gestacional. Antes da introdução da insulinoterapia muitos destes doentes morriam muito precocemente – ao fim de meses. Muitos doentes com diabetes mellitus tipo 2, ao longo da progressão da sua doença irão eventualmente requerer e beneficiar de tratamento com insulina. A diabetes tipo 2 é uma doença progressiva e deve ser objetivamente explicada de forma regular aos doentes a possibilidade de ser necessário iniciar esta terapêutica, devendo os profissionais de saúde evitar usar a insulina como uma ameaça ou descrever o início da insulinoterapia como um sinal de falência pessoal ou de castigo. Pelo contrário, devem sublinhar a importância da insulina para manter e atingir um bom controlo glicémico dada a progressão da doença. A educação terapêutica é fundamental ao longo de todo o tratamento da pessoa com diabetes, mas mais ainda quando necessita de insulinoterapia. O doente deve estar envolvido no tratamento e fazer a auto-titulação das doses de insulina baseada na autovigilância glicémica. A educação deve incluir como proceder em caso de exercício, compreender também aspetos da dieta e como evitar e tratar as hipoglicemias (baixas de açúcar). 14 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A pandemia da Covid-19 está na ordem do dia. No entanto, ouve-se dizer que a diabetes é a pandemia do século XXI. Concorda com esta afirmação? Os números da diabetes têm vindo a crescer de forma dramática e todas as expectativas pessimistas têm sido excedidas. Em 2000 a prevalência de diabetes era 4,6% em todo o mundo, em 2020 duplicou para 9,1% (mais de 463 milhões) e em 2045 prevê-se que seja de 11,7% (mais de 700 milhões). Admite-se que com todas as campanhas de prevenção será possível reduzir para 10% a prevalência em 2045. A diabetes é hoje responsável por 5 milhões de mortes: em cada 6 segundos morre uma pessoa com diabetes. Mas mais importante é que 50% dos casos estão por diagnosticar. Em 2009, o Estudo Prevadiab apurou uma prevalência de Diabetes no território nacional, entre os 20 e os 79 anos de idade, de 11,7%, e cerca de 44% da população desconhecia ter a doença. Tendo por base o Prevadiab, o Observatório Nacional para a Diabetes estimou para 2015 uma prevalência de Diabetes de 13,3% e que 44% das pessoas desconheceriam o diagnóstico. Em 2015, de acordo com o Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015), a prevalência padronizada da Diabetes na população residente em Portugal com idades entre os 25 e os 74 anos era de 9,9%, sendo mais elevada nos homens, que apresentam uma prevalência de 12,1%, por comparação com 7,8% das mulheres. Neste estudo, 13% das pessoas com Diabetes desconheciam o diagnóstico. O mesmo não incluiu a PTOG para estabelecer o diagnóstico. Esse facto, bem como diferenças ligeiras no grupo etário estudado, terão contribuído para obtenção de uma prevalência não coincidente com a estimada, tendo por base o estudo Prevadiab. Em relação a 2017, a OCDE (na sua publicação de 2018) apontava para uma prevalência padronizada de Diabetes tipo 1 e tipo 2 diagnosticadas em Portugal, de 9,9% na população entre os 18 e os 99 anos. Existem dois tipos de diabetes. Como podemos diferenciá-los e quais os sintomas em cada um deles? Para além da diabetes gestacional, que é uma forma de diabetes de aparecimento na gravidez e que desaparece com o fim da gestação, a diabetes tipo 1 é mais característica da criança, embora possa aparecer em qualquer idade, e caracteriza-se por marcada perda de peso (5-6 kg em poucos dias), muita sede e urina com muita frequência e em grandes quantidades. A diabetes tipo 2 aparece em pessoas obesas e é frequentemente assintomática, e pode manifestar-se por apetite aumentado e sede, e volumes de urina aumentados.


100 ANOS DE INSULINOTERAPIA

A medicina e a saúde em geral têm evoluído significativamente ao longo das últimas décadas. Que progressos ao nível do diagnóstico, do controlo e do tratamento da diabetes gostaria de destacar? Nos últimos anos houve o aparecimento de medicamentos que modificam o prognóstico da diabetes, uns são inibidores da reabsorção da glicose pela urina (Inibidores dos SGLT2) e outros estimulam a secreção de insulina e inibem o glucagon (agonistas dos receptores do GLP1). Concentrar-me-ei, no entanto, nas novidades na insulinoterapia. Os avanços na engenharia genética permitiram aos fabricantes modificar a sequência de aminoácidos da molécula de insulina para alterar as suas propriedades farmacocinéticas e, assim, criar análogos de insulina; o primeiro "análogo" da insulina, a insulina lispro, tem uma ação mais rápida do que a insulina solúvel convencional. Ficou disponível na década de 1990. Também foram desenvolvidos análogos que têm uma taxa de absorção muito mais lenta e, portanto, uma duração de ação prolongada. A insulina quando injetada a nível subcutâneo tem tendência a formar hexâmeros biologicamente inativos, a velocidade do início da sua ação depende da rapidez com que se dissocia em monômeros ativos.

Lis

Tre Lys A1

Fen

Tir

Fen

Gli

Arg

Gli

Precipitação Dissolução Hexameros 10-3 M

A21

Asn

Val Leu

Tir Asn

Tir

Ile

Gli

Val

Leu

Ala

Gln

Gli

Gli Gln Cis

Leu

Tir Cys

Tre

Ser

Ile

Cis

Ser

Val

Leu

Leu His Gli

B1

Fen

Val

Asn

Gln

His

Leu

Cys

Ser

Monomeros

10-5M

10-8 M

Insulina na circulação sanguínea

Gli

Cis

Dimeros

Membrana Capilar

Cis

B29

(B30)

Gli

Pro

Tre

Insulina

A insulina humana tem um início de ação mais rápido do que qualquer uma das insulinas de origem animal (insulina suína tem um início de ação mais rápido do que a insulina bovina). Contudo, as insulinas solúveis convencionais mais antigas têm um comportamento relativamente lento, pelo que a pessoa com diabetes deve tomar essas insulinas cerca de 30 minutos antes de comer. Os análogos humanos de ação rápida, as insulinas lispro, aspártica, glulisina, fast-aspártica, têm ligações fracas entre os componentes monoméricos, permitindo a rápida dissociação de hexâmeros em monômeros. Estes análogos podem então ser absorvidos rapidamente do local de injeção, e o seu efeito hipoglicemiante começa 5 a 10 minutos depois. Por outro lado, análogos de insulina de ação prolongada - insulina glargina, glargina U 300, insulina detemir, degludec e icodec – dissociamse mais lentamente e são absorvidas muito lentamente, quase desprovidas de pico de insulina, e o seu efeito pode ser prolongado até aos 7 dias. As concentrações plasmáticas de insulina a estes análogos de longa ação atingem um nível de planalto, que persiste na maior parte do dia e é mais parecido com a secreção basal de insulina na pessoa em estado não diabética. Geralmente são administrados uma vez ou duas vezes por dia. Os análogos de ação mais longa, como a insulina degludec, duram até 42 horas sem pico de concentração. A icodec é uma insulina humana em que a substituição de 3 AA impede a degradação enzimática e assegura a estabilidade, a adição de ácidos gordos di-ácidos de C20 proporciona uma ligação forte e reversível à albumina e consegue uma duração de ação de uma semana sendo o estado de equilíbrio alcançado ao fim de 4 semanas. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 15


100 ANOS DE INSULINOTERAPIA

Brevemente vai ser lançada no mercado uma nova insulina ultrarápida (aparentemente mais rápida do que a Fast-aspártica), a insulina Lyumjev em que a adição de citrato aumenta a permeabilidade vascular local e acelera a absorção da insulina, e o treprostinil, induz a vasodilatação local de forma a conseguir uma absorção acelerada da insulina lispro e fica indetetável no plasma após administração. Há uma variedade de dispositivos infusores de insulina comparticipadas pelo SNS. Em geral, existem dois tipos de dispositivos de bomba: As bombas de insulina tradicionais têm um reservatório (ou recipiente) de insulina e um mecanismo de bombeamento, e ligam-se ao corpo com tubos e um conjunto de infusão. O corpo da bomba contém botões que permitem programar a administração de insulina para as refeições, tipos específicos de taxas basais ou suspender a infusão de insulina, se necessário. As bombas adesivas de insulina são usadas diretamente no corpo e têm um reservatório, mecanismo de bombeamento e conjunto de infusão dentro de uma pequena caixa. As bombas adesivas são controladas sem fio por um dispositivo separado que permite a programação da administração de insulina para as refeições a partir do adesivo. Os novos dispositivos de monitorização subcutânea têm revolucionado o tratamento da diabetes e fornecem dados contínuos durante 14 dias. Novos dispositivos implantáveis subcutâneos podem permitir obter resultados contínuos durante 3 a 6 meses.

"A diabetes é a principal causa de cegueira, a primeira causa de insuficiência renal e causa importante de doença cardiovascular no mundo ocidental" Que cuidados especiais se devem ter na prevenção da diabetes? Os avanços na prevenção da diabetes tipo 1 têm-se revelado avanços muito tímidos com uso de fármacos imunomoduladores. O aumento da atividade física associada a dieta hipocalórica têm demonstrada uma eficácia superior a 50% na prevenção da diabetes tipo 2. A grande dificuldade tem sido a manutenção destas modificações de estilo de vida a longo prazo. Que mensagem final gostaria de deixar no sentido de uma maior consciencialização da população portuguesa para a doença da diabetes? A diabetes é a principal causa de cegueira, a primeira causa de insuficiência renal e causa importante de doença cardiovascular no mundo ocidental. As pessoas com história familiar ou com excesso de peso devem procurar a prevenção da sua doença. Embora haja grandes progressos no tratamento da diabetes, a prevenção é o mais importante.

16 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Banting e Best com o cão 408, pancreatectomizado e tratado com insulina em agosto de 1921, no telhado do edifício da Universidade de Toronto. Marcos no desenvolvimento da Insulina: 1920 – Isolamento e desenvolvimento das insulinas solúveis 1930 – Insulinas de longa duração de ação (adição de protamina e de zinco) 1940 – Insulina isofânica (NPH – Neutral Protamine Hagedorn) 1950 – Insulinas Lentas 1970 – Purificação das insulinas animais 1980 – Insulinas Humanas 1990 – Análogos de Insulina 2000 – Biosimilares da Insulina


REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 17


DIA MUNDIAL DA ESCLEROSE MÚLTIPLA

ESCLEROSE MÚLTIPLA INOVAÇÃO E PROXIMIDADE Francisco Del Val Country Lead Sanofi Portugal e General Manager Sanofi Genzyme

A Esclerose Múltipla, uma doença crónica, incapacitante e que, a longo prazo, impossibilita a vida laboral ativa dos portadores, afeta cerca de 2,2 milhões de pessoas em todo o mundo.1 Em Portugal estima-se que a doença afete 8 mil pessoas.1 Acreditamos, no entanto, que muitos mais doentes estejam por diagnosticar, dado os sintomas poderem ser confundidos com outras patologias. A Esclerose Múltipla começa a manifestar-se frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade, apresentando-se com uma maior incidência nas mulheres em relação aos homens, pelo que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar a qualidade de vidas das pessoas portadoras desta doença.2 Como a Esclerose Múltipla é uma doença que afeta o sistema nervoso central (SNC) e este sistema controla a maior parte das funções do organismo, podem surgir uma grande variedade de sintomas, tais como fadiga, dificuldade em andar, problemas de visão, dormência ou formigueiro no corpo, dor e comichão, espasmos, fraqueza, tonturas e vertigens, problemas de bexiga ou intestinais, alterações cognitivas ou emocionais e problemas sexuais.1 Devido à multiplicidade de sintomas e ao facto de estes poderem estar associados a outras patologias, o diagnóstico normalmente é demorado, sendo necessário verificar, por exemplo, se existem sinais de lesões na ressonância magnética em pelo menos duas áreas separadas do sistema nervosos central (SNC); verificar se essas lesões ocorreram em momentos diferentes; excluir outras possíveis doenças que possam desencadear os mesmos sintomas.1

É, por isso, nosso dever apoiar estes doentes na sua jornada e proporcionar-lhes uma melhor qualidade de vida, além de todo o apoio necessário em termos de informação e de acesso ao medicamento. Na Sanofi, levamos o nosso compromisso com os doentes de forma muito séria e comprometida. Conhecemos as suas necessidades e procuramos responder de forma célere, eficaz e com a inovação que nos caracteriza, proporcionando uma melhor qualidade de vida. A investigação e a inovação estão no nosso ADN e a procura de novas soluções é uma constante, com o intuito de acelerar o acesso dos doentes a soluções terapêuticas inovadoras. Além das terapêuticas desenvolvidas e que são o core da nossa atividade, apostamos de forma permanente em ações de formação, em iniciativas de sensibilização, na escuta ativa dos profissionais de saúde e das associações de doentes. Em suma, investimos na proximidade com os diferentes intervenientes e envolvidos na luta contra a Esclerose Múltipla. E se até há pouco tempo as nossas ações e o nosso apoio estavam muito focados em iniciativas essencialmente presenciais, a revolução e a proximidade das redes sociais abriu um conjunto de possibilidades e oportunidades para estarmos ainda mais perto de quem de nós precisa. Com essa proximidade em mente e como um dos pilares da nossa atividade, esforçamo-nos por criar uma maior proximidade e as redes sociais são uma forma de chegarmos aos doentes que procuram informação séria, credível e cientificamente fundamentada, além de promovermos um ponto de contacto entre os portadores de Esclerose Múltipla que poderão partilhar as suas experiências. A plataforma EM One-to-One é disso exemplo. Um website totalmente informativo, onde é possível recolher informação sobre a patologia a diferentes níveis e acompanhar as últimas notícias sobre o tema. Além disso, a EM One-to-One derivou numa página de Facebook com informação sempre atualizada e, mais recentemente, numa página de Instagram, precisamente para chegarmos a todos os portadores de Esclerose Múltipla. É esta a nossa missão e é este o caminho que queremos continuar a trilhar sempre com o objetivo último de fazermos mais e melhor em prol de todos aqueles que precisam da nossa ação. Referências: 1. GBD 2016 Multiple Sclerosis Collaborators. (2019) Lancet Neurol. 18(3):269-285. 2. Compston A, and Coles A. (2008). Multiple Sclerosis. Lancet. 372:1502-17. MAT-PT-2100606 – v1.0 – 05/2021.

18 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 19


MÊS DE CONSCIENCIALIZAÇÃO DO MELANOMA

O MELANOMA CUTÂNEO O Melanoma é o tumor maligno com origem nos melanócitos, que são as células responsáveis pela produção de melanina que dá a pigmentação à pele. Por essa razão estas lesões apresentam uma cor "castanha escura a negra". No entanto, raramente o melanoma pode ter um aspeto rosado ou branco (melanoma amelanótico). É um tumor relativamente raro, representando cerca de 5 a 10 % dos cancros cutâneos, mas é responsável por cerca de 80% das mortes por este tipo de cancro. Incidência e mortalidade A incidência e mortalidade por melanoma têm vindo a aumentar em todo o mundo, sobretudo nas duas últimas décadas. De acordo com os últimos dados da OMS, referentes a 2018, a incidência de melanoma em Portugal é de cerca de 1.320 casos e de 356 de mortalidade. Trata-se de um problema maior de saúde pública que exige uma estratégia de intervenção eficaz. Sintomas e sinais Em geral, no início da doença não há sintomas, apenas alterações morfológicas a nível dos sinais (nevos) suspeitos, com aumento das lesões, alteração da cor, assimetria (ABCDE). Por vezes ulceram e sangram. Só nos estádios avançados surgem as queixas. Qualquer idade O Melanoma pode atingir qualquer grupo etário e é relativamente frequente em adultos jovens (<35anos) e raro na infância. O risco de desenvolver melanoma é sobreponível nos dois sexos, com diferenças consoante os países. Aparece com mais frequência nos indivíduos de raça caucasiana, mas pode surgir na raça negra, sobretudo nas palmas das mãos e plantas dos pés. A idade média de aparecimento anda um pouco acima dos 57 anos. Na mulher o melanoma localiza-se preferencialmente nos membros inferiores e no homem a localização habitual é o tronco. As pessoas de pele clara, sardentas, ruivas ou louras, de olhos claros, nevos atípicos, com história de exposição solar intensa e intermitente “escaldões”, sobretudo na infância, têm um maior risco de desenvolver este tipo de cancro. Tratamento A cirurgia é o tratamento de eleição do melanoma em fase inicial. (Estádios I e II) com uma taxa de cura elevada que ronda os 90%. No entanto, os doentes com melanoma de alto risco em estádio III (IIA-B-C-D) ao diagnóstico e o melanoma metastizado (Estádio IV) têm uma abordagem terapêutica distinta e mais complexa que será abordada na página seguinte. Cuidados Redobrados no Verão Na época balnear, nunca é demais salientar os cuidados a ter em relação ao sol, devendo ser evitados os comportamentos de risco, como a exposição solar intensa e prolongada (escaldões), sem proteção e a ida aos solários. É importante usar óculos escuros, protetor solar com fator superior a 30, uma camisa de preferência escura, chapéu de pala com proteção das orelhas e evitar a exposição solar das 12-16h, hora em que há uma maior incidência da radiação ultravioleta. Cuidado sobretudo com as crianças, pois são mais sensíveis à radiação solar! 20 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Assimetria Bordo irregular Coloração castanha escura ou negra sobre um nevo atípico sugere a sua transformação em melanoma Diâmetro > 6mm pode corresponder a malignidade, pelo que estas lesões devem ser excisadas e analisadas. Evolução – o “sinal “suspeito aumenta de tamanho, altera a sua forma e muda de cor, ou aspeto, ou cresce numa área de pele, antes normal.

Maio: Mês de Consciencialização do Melanoma O mês de dezembro é um marco a nível mundial para a consciencialização sobre o cancro de pele, mas o melanoma é lembrado um pouco por toda a parte também durante o mês de maio. Isto acontece, porque este tipo de cancro cutâneo é um dos mais agressivos e por vezes fatal. Por outro lado, a possibilidade de cura é grande quando o melanoma é diagnosticado nos estádios iniciais. O mês de consciencialização do melanoma chama a atenção para a deteção precoce e para a prevenção, já que 90% dos casos de melanoma são decorrentes da exposição aos raios solares ultravioletas (UV). Dia Europeu do Melanoma (11 de maio) Este dia tem como objetivo alertar a população para os perigos da exposição solar excessiva e os efeitos nocivos a nível da pele. O melanoma é o tipo de cancro da pele mais grave e a sua incidência tem aumentado em todo o mundo de forma rápida e consistente ao longo das últimas 4 décadas, sobretudo em populações de pele clara e origem caucasiana. Todos os anos, surgem mais de mil novos casos de melanoma em Portugal, sendo cerca de 100 diagnosticados no Algarve.


Maria José Saramago Galvão Passos • • • •

Licenciada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, 1978 Especialista de Medicina Interna (1988) Especialista de Oncologia Médica (1997) Formadora creditada pelo Ministério do Trabalho desde 1998

Posição Atual: • Assistente Hospitalar Graduada de Oncologia Médica, colocada desde Maio de 2021 no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, onde se dedica ao seguimento e tratamento de cancro cutâneo avançado, com destaque para o melanoma de alto risco e em fase avançada.

Maria José Passos, Médica Oncológica

O que torna o Melanoma um dos mais temidos cancros de pele? O Melanoma é o tumor maligno com origem nas células produtoras de melanina: os melanócitos. É de todos os tumores da pele, o menos frequente, mas o mais agressivo, sendo responsável por cerca de 80% das mortes por cancro cutâneo. Durante a evolução da doença, uma percentagem significativa de doentes desenvolve doença localmente avançada inoperável e/ou metastizada (Estádios IV). À data do diagnóstico cerca de 2-5% dos casos pode apresentar-se já em estádio IV. Neste contexto, a probabilidade de cura é baixa e a sobrevivência global aos 5 anos é inferior a 10%. No que diz respeito à investigação, Portugal tem vindo a apostar no desenvolvimento de tratamentos inovadores menos invasivos em Oncologia. No que diz respeito ao Melanoma, há várias opções terapêuticas, nomeadamente o tratamento adjuvante do melanoma. Como definir e caracterizar estes avanços terapêuticos? A partir de 2011 começaram a surgir novos fármacos mais eficazes, com diferentes mecanismos de ação, que demonstraram pela 1ª vez um aumento da sobrevivência global em doentes com melanoma avançado. Foi o caso das terapêuticas dirigidas para os doentes com mutação no gene BRAF e da imunoterapia (inibidores de checkpoint CTLA-4 e PD1). Ao contrário da quimioterapia antineoplásica, a imunoterapia atua sobre o hospedeiro e não diretamente sobre o tumor, modulando as respostas imunológicas do organismo, de modo a que este consiga lutar de forma eficaz e duradoura contra o melanoma. O mecanismo de ação dos diferentes agentes imunológicos condiciona as respostas clínicas e os efeitos secundários de causa auto-imune. Em regra, estes efeitos são controláveis, quando reconhecidos e tratados precocemente com corticoides. Além da imunoterapia, existem vários tratamentos importantes para os melanomas avançados que apresentam mutações no gene BRAF: os inibidores BRAF e MEK.

• • •

• • • •

Trabalhou no Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, (IPOFG) Lisboa desde 1997-2020, onde fez a maior parte da sua formação em oncologia médica. Nos últimos anos, dedicou-se especialmente ao tratamento do cancro da mama e cancro cutâneo, com ênfase para o melanoma. Titulada no Concurso de Chefe de Serviço, Serviço de Oncologia Médica, IPOFG, 2003 Coordenadora do grupo de Melanoma do IPOFG (2010-2018) Fundadora e Presidente do Intergrupo Português de Melanoma (IGPM), tendo organizado sete simpósios nacionais (2012-2019) Autora e Coordenadora do 1º livro técnico português sobre melanoma intitulado “Melanoma 2013”, lançado na Assembleia da República em 13 de maio de 2014. A convite da EORTC, foi responsável pela organização de uma reunião internacional do Grupo de Melanoma da EORTC que decorreu pela 1ª vez em Lisboa em 27 e 28 de outubro de 2016. Desde 1998 até final de dezembro de 2020 participou na investigação clínica do IPOFG de Lisboa, sendo investigadora principal, em mais de 20 ensaios clínicos em cancro da mama e melanoma, vários no âmbito da EORTC. Apresentou comunicações orais em conferências nacionais e internacionais e tem vários artigos publicados em revistas médicas nacionais e internacionais. Desde janeiro de 2020 que colabora, a título voluntário, com a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Sul na organização de ações em literacia em saúde. O objetivo destas ações é esclarecer dúvidas sobre várias temáticas no âmbito da oncologia, estimulando a melhoria da literacia em saúde e promovendo a discussão informal e participada sobre as dúvidas que surjam ao abordar os vários temas, relacionadas com o cancro. Mantém a sua atividade clínica de oncologista médica em regime privado na Sâvida e consultórios. Membro Ativo da Sociedade Portuguesa de Oncologia/ESMO. Membro Ativo do Grupo Europeu de Melanoma da EORTC Membro Ativo da ASCO (Sociedade Americana de Oncologia). REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 21


MÊS DE CONSCIENCIALIZAÇÃO DO MELANOMA

A Imunoterapia e as terapêuticas alvo, agora utilizadas no tratamento desta doença levaram a um aumento de sobrevivência global e a respostas duradouras, transformando muitas vezes uma doença agressiva em doença crónica com poucos sintomas. Atualmente, em Portugal tratamos os nossos doentes com estes novos agentes (inibidores BRAF+ inibidores MEK e imunoterapia) e dispomos de ensaios clínicos multicêntricos internacionais em melanoma de alto risco/avançado. Os excelentes resultados atingidos com os tratamentos dirigidos e com a imunoterapia em melanoma avançado encorajaram à realização de novos ensaios, com os mesmos agentes, mas agora em contexto adjuvante após cirurgia nos melanomas de alto risco. Sabe-se que estes doentes em estádio III (III A-B-C-D) ao diagnóstico (doença loco-regional, com envolvimento dos gânglios linfáticos regionais) têm risco acrescido de recidiva local ou à distância após ressecção cirúrgica. A sobrevivência aos 10 anos para este grupo de doentes varia bastante, consoante o grau de atingimento ganglionar: a micrometástase é de 30-70%, mas para os doentes com metástases ganglionares clinicamente evidentes não ultrapassa os 20-40%. Por esse motivo foram testadas com êxito novas estratégias terapêuticas, em contexto adjuvante à cirurgia, de forma a evitar o aparecimento de metástases à distância e a melhorar a sobrevivência e qualidade de vida dos doentes com melanoma em estádio III. Na verdade, estes ensaios foram positivos e levaram à aprovação rápida destes fármacos na prática clínica em quase todos os países. Recentemente foram também aprovados em Portugal pelo Infarmed e estão a ser utilizados nos nossos hospitais, o que representa um avanço significativo para os portugueses com melanoma de alto risco e metastizado. A pandemia da Covid-19 afastou muitos doentes das unidades de saúde. Na sua ótica, qual o efeito da Covid-19 nos doentes com melanoma? A preocupação excessiva e o medo do Covid-19 levaram os doentes com outras patologias a não procurarem o médico, o que foi um erro, sobretudo nas doenças graves, como os acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas e oncológicas, em que o diagnóstico e tratamento tardios tiveram consequências nefastas. Quanto ao efeito da Covid-19 no melanoma parece ser idêntico ao de qualquer doença oncológica, embora este assunto mereça um estudo mais aprofundado e em larga escala. Muitos destes doentes são idosos, fumadores, obesos, imunodeprimidos e com várias comorbilidades, o que por si só são fatores de mau prognóstico que levam ao aumento da mortalidade. Estima-se que, nos próximos tempos, o número de casos de melanoma irá aumentar. Tendo em conta a dificuldade ou receio na acessibilidade em todos os campos – primeiras consultas, diagnóstico, tratamentos e follow-up – o que deve ser feito para reverter esta situação? Sim, sem dúvida. O efeito negativo desta pandemia está a ter repercussões na nossa prática clínica. O medo de consultar o médico, o atraso de exames e consultas de clínica geral e de especialidade, com adiamentos consecutivos são uma realidade preocupante, que contribuiu para o atraso de muitos diagnós-

22 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

ticos oncológicos, prejudicando os nossos doentes. Há que aprender a viver com estes novos vírus e, com cautela, retomar progressivamente a nossa atividade normal, o que não será fácil, mas é essencial para recuperar o tempo perdido. Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores? Queria deixar uma mensagem de esperança e otimismo a todos os portugueses e em especial aos nossos doentes com melanoma. O advento da imunoterapia com inibidores de “checkpoint” e as terapêuticas dirigidas anti- BRAF mudaram radicalmente a história natural do melanoma, destronando definitivamente a quimioterapia antineoplásica e demonstrando uma eficácia incomparável, em contexto metastático e agora também adjuvante, nos estádios III. Temos ainda muitos desafios pela frente, mas a revolução vai continuar... Todos os doentes com melanoma avançado devem ser encorajados a participar em ensaios clínicos com novos fármacos!

Conselhos da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) - Evite a exposição solar excessiva e as queimaduras solares, sobretudo nas crianças: os escaldões sofridos na infância aumentam o risco de cancro na idade adulta - Evite o sol entre o meio-dia e as quatro horas da tarde - Proteja sempre a pele com filtros de índice alto e largo espectro (anti UVA e UVB) e defenda-se usando t-shirt, chapéu e óculos escuros - Consulte imediatamente um médico se notar algum sinal suspeito ou uma ferida que não cicatriza - Sinais de alerta: se tiver dúvidas em relação a um sinal, lembre-se do ABCD: Assimetria, Bordo irregular, Cor não uniforme e Diâmetro (superior a 5 mm).


SABIAS QUE, EM PORTUGAL, SURGEM ANUALMENTE CERCA DE 1.000 NOVOS CASOS DE MELANOMA?1

Descobre mais sobre o que é o melanoma, a sua prevenção e o seu diagnóstico precoce através do GUIA DO MELANOMA. Lê este QR Code através da câmara do teu Smartphone.

DEIXA A TUA MARCA!

Participa nesta campanha de sensibilização, compartilhando uma fotografia da tua pele com um para mostrar que também estás atento ao cancro cutâneo.

COMO PODES PARTICIPAR: Segue a página da Eau Thermale Avène Portugal

Tira uma fotografia com o filtro “Markagainstmelanoma” e partilha nas tuas redes sociais identificando a página da Avène @eauthermaleaveneportugal.

JUNTA-TE A ESTA INICIATIVA E DEIXA A TUA MARCA CONTRA O MELANOMA. 1. The Global Cancer Observatory. Melanoma of Skin, fact-sheet. Disponível em https://gco.iarc.fr/today/data/ factsheets/populations/620-portugal-fact-sheets.pdf. Consultado em 11 maio de 2021.

PFM-090-05/21

*

Um programa da Pierre Fabre para nos unir contra o cancro cutâneo

*Unidos Contra o Cancro Cutâneo.

Pierre Fabre Médicament Portugal, Lda. https://www.pierre-fabre.com/pt-pt | Tlf: 21 381 5320 | NIF 500230366 R. Rodrigo da Fonseca 178, 2º, 1099-067 Lisboa REVISTA BUSINESS PORTUGAL //reservados. 23 Copyright © Grupo Pierre Fabre 2021 | Todos os direitos


DIA INTERNACIONAL DA SAÚDE FEMININA

Higiene Íntima Feminina A higiene íntima consiste na utilização de um produto que não agrida os genitais externos, com características diferentes da restante superfície corporal, contribuindo para o bem-estar, conforto, segurança e saúde da mulher. Incontinência Urinária Feminina A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina, sendo mais frequente na população feminina. Apesar das perdas involuntárias de urina interferirem significativamente na qualidade de vida, a incontinência urinária feminina continua a ser subdiagnosticada. Trata-se de uma situação muitas vezes ocultada, por vergonha ou por ser associada ao processo normal de envelhecimento.

Avanços científicos No âmbito da saúde da mulher, os avanços mais significativos verificaram-se no domínio da reprodução, com o desenvolvimento da contraceção hormonal e das técnicas de procriação medicamente assistida, e na área da prevenção do colo do útero, com a introdução do teste de Papanicolau e das vacinas contra a infeção pelo HPV. Alguns cuidados a ter Os cuidados obstétricos e neo-natais, o tratamento da infertilidade, a disponibilidade de métodos contracetivos e a prevenção dos cancros do colo do útero e da mama são áreas de intervenção prioritária para o bem-estar da Mulher. Dia Internacional da Saúde Feminina

Insuficiência Venosa A insuficiência venosa é consequência de uma alteração estrutural do sistema venoso dos membros inferiores, em que as veias têm dificuldade em transportar o sangue venoso para o coração. Sinais como os derrames e as varizes, mais cedo ou mais tarde, acabam por aparecer, podendo evoluir para formas mais avançadas da doença (eczemas venosos, várias alterações da pele, flebites, hiperpigmentação e úlcera de perna). Cerca de um terço dos portugueses sofre de doença venosa crónica, sendo a prevalência maioritariamente no sexo feminino. Não ignore o que as suas pernas lhe dizem e consulte o seu médico! Doenças Cardiovasculares na Mulher As doenças cardiovasculares (DCV) só na mulher são responsáveis por mais de 22 mil óbitos por ano, devido essencialmente ao acidente vascular cerebral e à cardiopatia isquémica. Surpreendentemente morrem mais 4 mil mulheres que homens por ano, em Portugal, por doenças cardiovasculares, constituindo estas, ao contrário do que se pensa, a principal causa de morte das mulheres portuguesas. A título de exemplo, saliente-se que morrem, todos os anos, nove vezes mais mulheres por DCV que por cancro da mama. 24 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

O Dia Internacional da Saúde Feminina é celebrado a 28 de maio. Este dia, criado em 1987, visa alertar a população para a desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde e promover ações de sensibilização para a importância da saúde feminina e do devido acompanhamento médico a todas as mulheres. Algumas patologias são exclusivas da mulher, chamando este dia também a atenção para sintomas e doenças especiais do sexo feminino e para a necessidade de uma higiene diária cuidada. Nos países em vias de desenvolvimento, muitas jovens e mulheres são vítimas de discriminação no acesso aos cuidados de saúde, com base em fatores socioculturais. Esta situação é relembrada uma vez por ano, a 28 de maio, mas exige o esforço diário de todos para ser contornada. Neste dia, governos, agências internacionais, organizações civis e outros tipos de entidades unem-se na promoção da saúde feminina.


* L A U R T S N E M R O D A N Z A MAIS EFIC ALÍVIO RÁPIDO

DIRETO

À DOR

DUPLA AÇÃO ANALGÉSICA + ANTI-INFLAMATÓRIA

DE DORES SABEMOS NÓS. *Comparação da substância ativa ibuprofeno vs paracetamol no alívio da dor menstrual segundo estudo Clinical efficacy and differential inhibition of menstrual fluid prostaglandin F2alpha in a randomized, double-blind, crossover treatment with placebo, acetaminophen, and ibuprofen in primary dysmenorrhea; M Yusoff Dawood 1, Firyal S Khan-Dawood; AM J Obstet Gynecol. 2007Jan. Trifene 400 é um medicamento não sujeito a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia, indicado para adultos nas dores de intensidade ligeira a moderada: dor reumática e muscular, dores nas costas, nevralgia, enxaqueca, dor de cabeça, dor de dentes, dores menstruais, na febre e nos sintomas de constipação e gripe. Contraindicações: não tome este medicamento se for alérgico ao ibuprofeno, a qualquer outro componente do medicamento ou a outros produtos anti-inflamatórios não esteróides utilizados geralmente para o alívio da dor REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 25ou da febre, se tiver antecedentes de hemorragia gastrointestinal ou perfuração, relacionados com tratamento anterior com anti-inflamatórios não esteróides, se sofrer de úlcera péptica/hemorragia ativa ou tiver antecedentes de úlcera péptica/hemorragia recorrente, se tem alterações da coagulação, hemorragia cerebrovascular ou outra hemorragia ativa, se sofrer de insuficiência cardíaca grave, se sofrer de insuficiência hepática ou renal graves, se está grávida ou a amamentar, se sofrer de desidratação significativa, se sofrer de distúrbios sanguíneos, se sofrer de alcoolismo crónico, se tem idade inferior a 18 anos (exceto se recomendado por um médico). Leia atentamente o folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, consulte o seu médico ou farmacêutico. (Rev 07-11-2019). Trifene-2021-02-JC-01 elaborado em fevereiro 2021.


DIA INTERNACIONAL DA SAÚDE FEMININA | SÍNDROME GENITURINÁRIA DA MENOPAUSA

A MENOPAUSA NÃO SUSPENDE A FELICIDADE

Dra. Fernanda Geraldes, Presidente da Secção Portuguesa de Menopausa da Sociedade Portuguesa de Ginecologia

Já ouviu falar da SGUM (Síndrome Geniturinária da Menopausa)? Se desconhece não se preocupe. Neste artigo a Dra. Fernanda Geraldes – Presidente da Secção Portuguesa de Menopausa da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), apresenta-lhe todos os sinais e sintomas associados. Com o avançar da idade, aparecem problemas que afetam o sexo feminino, nomeadamente a atrofia vulvovaginal e a menopausa. A partir de 2013 este conceito passou-se a designar de Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGUM). Em que consiste a SGUM? A SGUM é uma nova terminologia criada em 2013 para as alterações da vulva, vagina e aparelho urinário baixo em resposta à deficiência estrogénica que surge com a menopausa aprovada pela “International Society for the Study of Women's Sexual Health” e pela “North American Menopause Society”em 2014. Consiste num conjunto de sinais e sintomas associados à diminuição dos estrogénios, que inclui as alterações dos pequenos e grandes lábios, clitóris, vestíbulo, intróito vaginal, vagina, uretra e bexiga. É um conceito mais abrangente que inclui, para além das alterações vulvares e vaginais, as alterações do sistema urinário baixo, nomeadamente a bexiga e a uretra, por apresentarem a mesma origem embriológica. Em consequência dessas alterações, surgem sintomas como a secura vaginal com ou sem prurido vulvar, dispareunia (dor nas relações sexuais) e urgência miccional associada ou não à incontinência urinária de urgência. Sabemos que muitos dos distúrbios sexuais nesta fase se relacionam com a secura vaginal e atrofia vulvar que causam dor nas relações sexuais, dificuldade na obtenção do orgasmo e como consequência diminuição do desejo sexual e baixa autoestima.

26 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

De acordo com dados epidemiológicos, qual o número de mulheres portuguesas afetadas por esta realidade? Estima-se que em 2020 mais de 50 milhões de mulheres americanas estavam na menopausa (U.S. Census Bureau, 2010). Em Portugal, a percentagem de mulheres aumentou para 52,2%, sendo que a população feminina entre os 30 e 69 anos cresceu 9% e para idades superiores a 69 anos, o crescimento foi da ordem dos 26% (INE Censos 2011), estimando-se cerca de 2 milhões e meio de mulheres na menopausa. A SGUM tem uma prevalência elevada (mais de 60 %) e em 83,1% há referência a mais de uma queixa vulvovaginal. Em 40% das mulheres a efetuar terapêutica sistémica com estrogénios mantém sintomas vulvares e vaginais e apenas cerca de 7% das mulheres com sintomas estão a ser tratadas de acordo com o estudo REVIVE (REal Women's VIews of Treatment Options for Menopausal Vaginal ChangEs). Há algo que se possa fazer ao nível da prevenção? · Informação - Em primeiro lugar a mulher deve estar informada (sem dramas) sobre as alterações e os sintomas decorrentes do hipoestrogenismo característico da fase da perimenopausa e menopausa. · Pedir ajuda – Deve marcar uma consulta quer com o seu médico de família quer com o seu ginecologista e falar abertamente sobre os seus sintomas. · Estilo de vida saudável – Indispensável para melhorar a saúde em geral e também a genitourinária já que por exemplo o aumento de peso aumenta o risco de secura vaginal. A manutenção da atividade sexual é também uma medida eficaz e recomendada. · Exercícios de Kegel – Estes exercícios para além de fortalecerem o soalho pélvico aumentam o tónus vaginal melhorando a SGUM. · Tratamento – Quando indicado deve ser iniciado precocemente antes que as alterações tróficas tenham ocorrido e deve ser sempre mantido. Como identificar os sintomas e o que se deve fazer assim que eles apareçam? Os sintomas mais vezes referidos são a secura vaginal, prurido vulvar, dispareunia (dor nas relações sexuais), redução do desejo sexual/dificuldade na obtenção do orgasmo e urgência miccional associada ou não à incontinência urinária de urgência. Estes sintomas podem condicionar as atividades básicas diárias como andar, sentar e mesmo a prática de exercício físico, forte impacto na sexualidade redefinindo o papel de ser mulher e podem provocar stress emocional e diminuição da qualidade de vida que se estende ao parceiro sexual. Tem que haver uma atitude pró-ativa quer por parte da mulher quer por parte do médico. Por parte da mulher, logo na fase da perimenopausa aquando dos primeiros sintomas mesmo que ligeiros deve marcar uma consulta e falar com o seu médico.


SÍNDROME GENITURINÁRIA DA MENOPAUSA | DIA INTERNACIONAL DA SAÚDE FEMININA

Por parte do médico, este deve estar sensibilizado e criar um ambiente favorável para poder questionar sobre os sintomas vulvovaginais. Deve dar uma oportunidade para a mulher falar sobre a sua sexualidade, integrando-a num paradigma global de saúde e bem-estar e informar que existe solução para os sintomas de modo a alterar o conceito de inevitabilidade associado ao envelhecimento.

Nesse mesmo inquérito à questão onde procura informação sobre saúde, referiram em primeiro lugar o recurso ao médico de família, em segundo lugar quase ao mesmo nível do terceiro o ginecologista e o farmacêutico, seguido da internet pelo que realça a responsabilidade de todos estes intervenientes de fornecer informações corretas e atualizadas. No que diz respeito à internet e aos meios de comunicação, é importante fornecer bons sites e artigos que informem de forma adequada devendo ser sempre pautados por elevado rigor científico e não com base em notícias bombásticas de desinformação. Tem alguma mensagem para as mulheres quando precisam de ajuda? Quando deve uma mulher procurar uma consulta? As mulheres devem marcar uma consulta na fase da perimenopausa e expor as suas dúvidas e inseguranças e se tiverem sintomas, referir as suas queixas de forma objetiva. Por parte do médico deve:

Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico da SGUM na maior parte das vezes é essencialmente clínico não necessitando na maioria das vezes de exames complementares de diagnóstico pelo que podemos afirmar que um médico experiente através de uma observação ginecológica cuidada faz o diagnóstico correto facilmente. Por vezes em situações particulares e com necessidade de efetuar diagnósticos diferenciais com outras patologias vulvares pode haver necessidade de recorrer a exames mais específicos como sejam a vulvoscopia, avaliação do pH vaginal e mesmo a biópsias vulvares e vaginais. Qual a relação da mulher portuguesa com a menopausa? Quando sentem os sintomas procuram ajuda médica? O tema “menopausa” parece ser um tema que tem suscitado muito interesse nas mulheres em determinada faixa etária sendo que o termo “menopausa” foi dos mais pesquisados nas redes de busca de acordo com o Google trends. Num inquérito realizado em maio de 2018 em Portugal Continental e Ilhas a mulheres entre os 45 – 60 anos, concluiu que a menopausa quando associada a sintomatologia afeta negativamente a vida da mulher. 80% apresentam sintomas vasomotores (calores, afrontamentos e suores noturnos), 66% têm alterações do sono, 24% têm dor nas relações sexuais e 23% têm redução do desejo sexual. As mulheres no grupo da menopausa também referem uma menor satisfação sexual quando comparada com as mulheres que não estavam na menopausa (12,9% para 26,3%), bem como com a perceção sobre a sua aparência, neste caso muito satisfeitas (8% para 15,3%). A maioria das mulheres (82%) referiram desejo de recorrer ao médico contra 5% que não desejavam fazê-lo.

· Informar e esclarecer – É importante que o médico tenha tempo para ouvir e depois informar e esclarecer explicando que a menopausa é um evento fisiológico que corresponde a uma outra fase da vida da mulher com aspetos positivos e negativos. Se necessário fazer um exercício de listagem dos problemas. · Implementar hábitos de vida saudável - A abordagem não farmacológica tem um papel de destaque na menopausa, seguindo o princípio que nunca é tarde demais para implementar hábitos de vida saudável como sejam a prática do exercício físico regular, evitar o consumo de álcool e tabaco e estimular hábitos alimentares corretos dando prioridade a um bom aporte de cálcio na dieta. O paradigma da prevenção em saúde tem nesta área da menopausa a aplicação perfeita. · Quando indicado, instituir terapêutica - Personalizar a terapêutica. Está indicada para as mulheres que apresentem sintomas que interfiram na qualidade de vida e que não apresentem contraindicações devendo ser instituída tão cedo quanto possível já que é nessa fase que os sintomas são mais exuberantes comprometendo assim a qualidade de vida. · Aconselhar a vigilância médica regular - Para aferir acerca da adesão ao tratamento ou mesmo alterá-lo, se necessário. Incentivar a mulher a aderir aos exames de rastreio preconizados nesta faixa etária.Enfatizar que a mulher na menopausa só tem “pausa” da menstruação e da fertilidade, mas não tem “pausa” para mais nenhum outro aspeto da sua vida nomeadamente no que diz respeito à sexualidade e a procura da felicidade. E para nós médicos, desejo que os medos infundados não nos impeçam de proporcionar uma melhor qualidade de vida à mulher na menopausa que nos procura.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 27


LIDERANÇA: DIA INTERNACIONAL NOVOS DESAFIOS DA SAÚDE| YARTECK FEMININA CONSTRUÇÕES | PROCARE HEALTH

“ESTE DIA É UM DESPERTAR DE CONSCIÊNCIAS” O Dia Internacional da Saúde Feminina, celebrado a 28 de Maio, teve origem em 1987. Este dia foi criado com o objetivo de alertar a população para a desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde.

Sendo consensual que o acesso à saúde é um direito incontornavelmente universal, não deixa de ser extraordinário que a necessidade de chamar a atenção para esta realidade tenha sido sentida somente há cerca de 30 anos. Este dia é um despertar de consciências para o que ainda está por fazer em prol da igualdade de direitos, nomeadamente dos direitos entre género, mas dá-nos também o mote para identificar o que muito evoluímos desde então. A desigualdade de género está muito enraizada ainda em determinadas sociedades, muito impactada por tradições, costumes, religiões, entre outros fatores. Para as sociedades mais a Ocidente do globo, parece-nos inverosímil um mundo onde sobre as mulheres ainda existe o poder do homem pai, que passa depois para o homem marido, que dispõe da mulher como se de um bem fosse legítimo proprietário. Relativamente à Saúde da Mulher, é incompreensível e inaceitável que ainda exista mutilação genital, que a mulher veja a saúde e bem-estar do seu corpo castrada por tabus e silêncios. Mesmo nas sociedades ditas desenvolvidas, está ainda muito presente um sem número de conceitos que causam um impacto tremendo no equilíbrio físico e emocional das mulheres.

Miguel Coelho, Diretor-Geral

A menopausa não significa que a mulher se tornou menos mulher por já não ter a faculdade de procriar; a primeira menstruação não é uma doença, muito menos um acidente; a relação sexual não tem por objetivo único da mulher o ato de procriação, sendo legítimo ter prazer; não ter vontade de ter relações sexuais naquele dia não tem que significar uma desilusão no parceiro; ter uma doença genital não significa falta de higiene. Falar sobre tudo isto é uma atitude normal. Apesar de haver ainda um espaço por percorrer, vivemos hoje uma realidade em que a mulher conquistou definitivamente o seu espaço e progride irreversivelmente no sentido de ver reforçado o seu papel na sociedade, nas empresas, nos centros de decisão, conseguindo conjugar tudo isso com a sua condição de mulher, mãe, cônjuge, preservando a sua feminidade. A Procare Health desenvolveu um profundo conhecimento sobre a Saúde da Mulher, através de um projeto de Investigação de formas inovadoras e mais eficazes de combater a doença.

28 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

"A Procare Health desenvolveu um profundo conhecimento sobre a Saúde da Mulher, através de um projeto de Investigação de formas inovadoras e mais eficazes de combater a doença" Sendo um projeto jovem, em Portugal e no Mundo, temos vindo a trabalhar, perseguindo os nossos objetivos, com uma missão e valores fortemente enraizados, que levamos às mulheres e profissionais de saúde de mais de 55 países. Com um conjunto de soluções terapêuticas em áreas como a prevenção do cancro do colo do útero, combatendo o vírus papiloma humano, a menopausa, as infeções do trato genital, a disfunção sexual feminina ou a fertilidade, temos a responsabilidade social de alargar a nossa pegada para que mais mulheres possam beneficiar da nossa Investigação.


PROCARE HEALTH | DIA INTERNACIONAL DA SAÚDE FEMININA

Enquanto agente da saúde focado na mulher, é essencial ter bons produtos, mas temos que assegurar que estes chegam às doentes. Acreditamos que a formação de parcerias com quem partilha os mesmos objetivos na promoção da saúde é fundamental para termos mais mulheres tratadas de forma eficaz e segura. A Procare Health tem um ambicioso programa de Investigação Clínica, para o qual são alocados recursos importantes, cujo objetivo é o de trazer a Evidência Científica da eficácia e segurança dos nossos produtos, não apenas na fase de lançamento, mas acompanhando todo o seu ciclo de vida. Essa é a matéria-prima que os profissionais de saúde necessitam para, com segurança, tratar as suas doentes. Não nos limitamos a implementar ensaios clínicos desenhados pelos nossos investigadores. Damos eco às iniciativas de Investigação por parte dos médicos que, nas suas unidades de saúde, pretendem conduzir os seus próprios estudos independentes e encontrar os resultados que suportarão as suas decisões terapêuticas. Mas um projeto como a Procare Health não se esgota na excelência dos seus produtos, envolvendo-se em áreas tão disruptivas como o modo como se investigará no futuro. É disso exemplo o projeto “Cérvix-on-a-chip”, numa parceria com as Universidades da Califórnia, de Harvard e mais recentemente de Toronto. Com este projeto, no futuro poder-se-á substituir a investigação com recurso a animais e obter as conclusões do comportamento de um fármaco ou de um agente patogénico sem sacrificar seres vivos. Num outro quadrante da empresa, o projeto na área da Gestão das Pessoas “P&HR”, acrónimo para “People & Human Resources”, é um programa global de desenvolvimento das nossas pessoas e dos nossos recursos internos em toda a organização para garantir que cada colaborador da Procare Health dá o seu contributo para o crescimento da empresa e o seu próprio desenvolvimento, pessoal e profissional. Não separamos estas duas vertentes, porque dizem respeito à mesma pessoa, que empresta à organização a sua forma de estar e se identifica com os Sucessos e Mindset da organização. . pt REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 29


SAÚDE ORAL | ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HIGIENISTAS ORAIS (APHO)

APOSTA NO PROGRESSO E NA EVOLUÇÃO DA CARREIRA PROFISSIONAL A Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) centra a sua atividade essencialmente na valorização da profissão, defendendo os direitos e deveres dos profissionais e na melhoria dos cuidados de saúde pública. Em entrevista à Revista Business Portugal, Fátima Duarte, Presidente, traça um balanço da ação da associação, avalia o presente e antevê o futuro da saúde oral em Portugal.

A APHO ao longo dos seus 30 anos de existência, tem vindo a crescer em número de associados e em importância, definindo padrões de excelência e despertando na sociedade hábitos de prevenção. Que balanço traça da ação da APHO? O balanço é muito positivo. De facto, quando iniciámos, mais precisamente há 32 anos, eramos muito poucos, a profissão era nova em Portugal e a representação social da profissão era (quase) inexistente. Hoje podemos afirmar que essa representação tem uma relevância muito maior, quer junto aos parceiros diretos da classe profissional, quer ao nível da população em geral. O crescimento da afirmação a nível internacional também é uma realidade, fruto da nossa pertença às Federações Europeia e Internacional de Higiene Oral. Portugal é um dos países de referência em termos de formação, e o único país do mundo a oferecer um programa de doutoramento na área específica de Higiene Oral. E este reconhecimento muito se deve aos esforços que todos os dirigentes que passaram pela APHO ao longo destes anos, e muito claramente aos profissionais que têm trabalhado para elevar e dignificar a profissão. Mas há ainda um caminho muito longo a percorrer. É necessário investir mais e melhor para tornar os higienistas orais cada vez mais presentes a nível do sector privado, no 3º setor e SNS, com abordagens individuais e também a nível comunitário, integrados em equipas multidisciplinares, em prol da saúde oral dos portugueses.

Qual a estratégia definida para a concretização dos vossos desideratos? A formação contínua é um dos vossos pilares para dotar os profissionais de conhecimentos e competências atualizados? O amplo espectro de ação junto, nomeadamente, da tutela, dos sindicatos do sector, do Fórum das Tecnologias da Saúde, de organismos nacionais e europeus, visa a defesa dos direitos e deveres dos profissionais e da saúde pública. Procuramos manter uma estratégia de comunicação aberta, pró-ativa e ativa, antecipando e respondendo aos múltiplos desafios que nos vão sendo apresentados por todos os stakeholders com quem nos relacionamos. A atualização e aquisição de conhecimentos e a valorização dos nossos associados através da formação contínua é uma das principais missões da APHO. Realizamos anualmente, o nosso congresso e a reunião científica com a SPEMD (Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária) e ainda diferentes formações específicas, orientadas para ajudar o Higienista Oral no seu dia a dia. As parcerias criadas com a Indústria proporcionam cursos, criando valor em termos de condições preferenciais (atualmente mais em formato on-line) para os nossos associados. As temáticas abordadas variam e dependem dos interesses dos associados, assumindo um caráter de inovação, divulgação de orientações e guidelines, de encontro ao que se identifica de forma mais recente de boas práticas, do ponto de vista clínico e científico.

Fátima Duarte Presidente Direção

Susana Ribeiro Vice-Presidente Direção

Ana Paula Carvalho Tesoureiro Direção

Patricia Gouveia Secretário Direção

Carlos Lopes Vogal Direção

Mariana Simões Vogal Direção

Maria João Seia Presidente Assembleia Geral

Filipa Bombert Secretário Assembleia Geral

Gabriel Pereira Secretário Assembleia Geral

Helena Amaral Presidente Cons.Fiscal

Maria Alexandra Queirós Secretário Cons. Fiscal

Maria Graça Moura Secretário Cons. Fiscal

30 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HIGIENISTAS ORAIS (APHO) | SAÚDE ORAL

Como analisa o contributo dos higienistas orais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e no sector privado? O contributo dos higienistas orais no SNS é inequívoco. Os dados dos estudos epidemiológicos nacionais confirmam que nos locais onde existem higienistas orais integrados no SNS os indicadores de saúde oral são melhores. Isto orgulha-nos! No entanto, somos ainda muito poucos para as necessidades e procura existentes. A área de abrangência e a potencial ação do HO com outros grupos populacionais deve ser muito mais vasta, com grávidas, idosos, pessoas com necessidades especiais, pacientes com doenças crónicas, entre outros. Pelo seu papel primordial na prevenção da doença e promoção da saúde oral e geral a aposta das políticas públicas deveria ser mais focada nos higienistas orais, pois é a estratégia que cria mais valor, traz mais ganhos levando a menos iniquidades em saúde. A nível do sector privado, os Higienistas Orais têm que ser considerados como membros imprescindíveis da equipa de saúde oral, cujo papel será criar e facilitar as melhores condições para que os seus pacientes adquiram e mantenham hábitos de saúde oral adequados, e trabalhar em parceria com médico-dentista ou estomatologista na manutenção dos tratamentos efetuados. Só assim se conseguirá obter melhores resultados em termos de saúde oral e saúde no geral. O estudo Global Burden of Disease mostrou que a saúde oral em todo o mundo não melhorou significativamente nas últimas três décadas e que continua a ser um grande desafio para a saúde pública global. Chegou pois a hora de desenvolver uma nova abordagem para promover a saúde oral. Aquela que considera a saúde oral como uma parte inequivocamente integrante da saúde geral e que responde às necessidades das populações e inclui uma abordagem integrada de saúde pública para combater os determinantes sociais das doenças crónicas, aliás os mesmos das “nossas” doenças crónicas, as mais prevalentes, a cárie dentária e doença periodontal. E, é claro o diagnóstico precoce do cancro oral. O foco na prevenção promoverá a saúde oral da população e reduzirá a carga sobre os serviços curativos de inúmeros casos de doença oral, gerando melhores ganhos em saúde (oral e geral) da população a custos mais baixos. Em Portugal, essa é a grande carência: literacia, acesso ao sistema, higiene oral, avaliação do risco de cada paciente, e prevenção, prevenção... Os cidadãos precisam de ter acesso efetivo à prevenção na saúde oral. Um cheque higienista oral para assegurar que ninguém fica excluído ou desinformado neste processo.

Que avaliação faz do presente e como antevê o futuro da saúde oral em Portugal, no contexto da pandemia e do pós-pandemia? O impacto da Covid-19 na saúde oral pode ser complexo e extenso. Desde logo, pela progressiva afetação do acesso aos cuidados de saúde oral. A crise económica que infelizmente acompanha a crise sanitária, torna ainda mais difícil a acessibilidade, sobretudo para grupos populacionais mais desfavorecidos, e até das classes médias, exacerbando as desigualdades já sentidas em período pré-pandémico. O acesso também pode ser prejudicado por ansiedade associada à (não)segurança e de infeção Covid-19. As mudanças nos comportamentos de saúde em resposta à Covid-19 estão já francamente documentadas, como os aumentos relatados no consumo de álcool e tabaco, afetação de atividade física regular e problemas de saúde mental: todos eles fatores de risco que afetam a saúde oral. Claramente que maiores esforços e abordagens diferentes são necessários para promover a saúde oral global. Há um consenso ao nível da OMS e organismos internacionais sobre os benefícios decorrentes da integração da saúde oral nos cuidados de saúde primários. É a abordagem defendida de Cobertura Universal de Saúde (UHC). A reafectação de higienistas orais no apoio aos serviços de saúde pública durante a crise foi mais um passo para a integração dos cuidados de saúde oral e geral e demonstrou a versatilidade, adaptabilidade, resiliência e o espírito de equipa dos Higienistas Orais. A principal lição oferecida pela pandemia Covid-19 foi que, esforços combinados são cruciais para abordar uma pandemia com sucesso. Da mesma forma, esforços concertados são necessários para controlar o impacto da saúde oral na saúde dos indivíduos e populações, abordando as falhas dos sistemas de saúde oral. A promoção de valores de justiça social e a redução das iniquidades em saúde oral devem ser centrais a qualquer nova abordagem.

Avenida Rainha D. Amélia, nº 36 R/C Dto, 1600-679 Lisboa geral@apho.pt Tlm: 913 957 298

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 31


SAÚDE ORAL | ORTODONTIA

H Á UM A IDA DE CERTA PA R A COLOCA R A PA R ELHO ORTODÔNTICO?

Não existe uma idade definida para colocação de aparelho ortodôntico, no entanto, há um momento oportuno de intervenção consoante o problema que está na base da má oclusão dentária. Este problema é variável de caso para caso, tornando-se assim evidente a necessidade de uma avaliação por parte de um médico dentista ortodontista. Então, quando fazer essa avaliação? A Associação Americana de Ortodontia aconselha que a mesma seja efetuada por volta dos 6 anos de idade, altura em que erupcionam os primeiros dentes definitivos, contudo, existem algumas situações em que é necessária uma intervenção mais precoce. Nesse sentido, é fundamental uma avaliação e um diagnóstico atempado para determinar o que está na base dessa má oclusão. Se a causa estiver relacionada com a parte óssea ou com o desenvolvimento dos maxilares, é muito importante não perder o “timing“ ideal de intervenção e assim evitar tratamentos mais complexos de futuro, como a cirurgia ortognática. Atualmente, esta área da medicina dentária oferece diversas possibilidades de intervenção, de acordo com as situações clínicas. A Ortodontia Preventiva, por exemplo, tem como principal objetivo a prevenção de possíveis problemas que podem ser percebidos em crianças durante o crescimento ósseo facial e durante o início da troca dos dentes de leite pelos dentes definitivos. Isto pode acontecer entre os 5 e os 12 anos, e implica uma abordagem educativa de correção e eliminação de maus hábitos que podem comprometer o correto desenvolvimento da arcada dentária, como, por exemplo a sucção digital (chupar o dedo), o uso de chupeta, a onicofagia (roer as unhas), a respiração só pela boca e a colocação da língua entre os incisivos na deglutição e dicção. Nesses casos é, muitas vezes, necessária a colaboração de Otorrinolaringologia e Terapia da Fala. Os aparelhos usados nesta fase são habitualmente removíveis.

32 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A Ortodontia Intercetiva, por sua vez, tem o propósito de “travar “ um problema oclusal ou dentário, para que ele não se instale completamente, como, por exemplo uma mordida cruzada, mordida aberta, “céu-da-boca” estreito, apinhamento dentário, desenvolvimento desigual do maxilar superior e inferior, dentes anteriores salientes, entre outros. Estas intervenções têm impacto na aparência e autoestima da criança, na correção de hábitos orais nocivos, na preservação de espaço para a correta erupção dos dentes definitivos, no adequado crescimento craniofacial, no redirecionamento do crescimento da maxila e da mandíbula e na redução do tempo de tratamento. Os aparelhos usados nesta fase podem ser removíveis ou fixos. Contudo, a ortodontia mais comummente vista é a Ortodontia Corretiva, que se destina à correção de uma má oclusão já instalada. Este tipo de tratamento é efetuado a partir dos 12 anos, quando a dentição permanente estiver completa. Os aparelhos usados nesta fase são essencialmente fixos e, de acordo com a sua especificidade, podemos dividi-los em convencionais (brackets na face externa dos dentes e utilização de arcos e ligaduras elásticas), autoligáveis (brackets na face externa dos dentes e utilização de arcos, mas sem o uso de ligaduras elásticas), linguais (brackets colocados na face interna dos dentes, sem que seja visível qualquer aparatologia), e alinhadores invisíveis, que consistem numa sequência de goteiras removíveis e transparentes. Em jeito de conclusão, podemos então afirmar que o tratamento que mais bem se adequa a cada doente só poderá ser determinado após a realização de um rigoroso estudo de ortodontia feito pelo médico dentista ortodontista. Porém, é fundamental ter em conta que a avaliação e diagnóstico devem ser efetuados precocemente, de forma a obter os melhores resultados. Dr.ª Margarida Bessa (OMD3940), Médica Dentista com formação em Ortodontia, no Trofa Saúde Braga Sul


10 milhões* de sorrisos, 10 milhões de obrigados.

Agradecemos a todos quantos, em todo o mundo, tornaram este marco possível e confiam os seus sorrisos aos alinhadores Invisalign. Agradecemos por percorrerem este caminho connosco e partilharem o amor. As risadas. E, acima de tudo, os sorrisos. Todos os 10 milhões de sorrisos. Torne-se um Provider

*A partir de 31/03/2021, dados arquivados na Align Technology REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 33


SAÚDE ORAL | CLÍNICA DE PÊRA

“A QUALIFICAÇÃO É UMA PEÇA FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO”

A Clínica de Pêra, situada na pequena vila algarvia com o mesmo nome, é um excelente exemplo de como é possível aliar um atendimento tradicional e personalizado com tecnologias de vanguarda. Neste espaço vai encontrar uma equipa de excelência e a mais moderna tecnologia, para além de uma panóplia de serviços, que vão desde a medicina dentária, passando pela nutrição e psicologia até à fisioterapia. José Camelo Ferreira e Cláudia Ferreira são os rostos que lideram uma equipa especializada que segue uma cultura focada no paciente. A Clínica de Pêra, para além dos serviços de medicina dentária, disponibiliza uma panóplia de serviços, como a nutrição, a psicologia e fisioterapia. Os serviços foram crescendo tendo em conta as necessidades da população ou a ideia inicial do projeto sempre foi prestar um serviço variado? A ideia surgiu logo após a nossa vinda de Lisboa para o Algarve, há quase 18 anos. Queríamos ter um projeto em que pudéssemos pôr em prática as nossas ideias de como uma clínica dentária deveria funcionar. Queríamos abrir a melhor clínica, com os melhores materiais e com todas as tecnologias disponíveis, que tornassem o nosso trabalho um prazer e os nossos tratamentos uma mais-valia para os nossos pacientes. Queríamos abrir um espaço que tanto pudesse funcionar numa pequena vila algarvia como em Lisboa, Tóquio ou Nova Iorque. Faltava-nos descobrir um sítio onde o projeto pudesse criar raízes e assim surgiu o nome da vila de Pêra. Sentimos, desde o início, que seria fundamental fazer parte da comunidade, não só com o nosso trabalho, mas também com a inclusão da nossa família no quotidiano da vila. Fomos muito bem recebidos pela população e ficámos a saber de algumas carências a nível de serviços médicos básicos como por exemplo as recolhas para análises clínicas. Assim, e em parceria com a Aqualab, conseguimos 34 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

trazer esse serviço para a nossa clínica desde a sua abertura, assim como as consultas de clínica geral. Com o crescimento do próprio espaço da clínica, fomos adaptando os serviços complementares às necessidades dos nossos pacientes e do nosso espaço clínico. Neste momento, além da Medicina Dentária em todas as suas vertentes, temos Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Alergologia, Cirurgia Plástica e a recolha para Análises Clínicas. A formação constante, dentro e fora do país, é uma realidade transversal a todos os serviços que disponibilizam. Investir no conhecimento é a chave para prestar o melhor serviço? Investir no conhecimento é a chave para tudo na vida e na medicina, qualquer que seja o ramo, essa máxima ainda é mais verdadeira e importante. O nosso maior medo sempre foi aparecer um paciente para o qual não tivéssemos uma solução terapêutica competente e, desde o início, interiorizámos esse conceito. A boa escolha das formações que fomos fazendo foi realmente a pedra angular da nossa evolução clínica e profissional e sempre estivemos conscientes disso. Já perdi a conta dos países que já tivemos a sorte de conhecer nas nossas formações. Se existe alguém, onde quer que seja, que realmente seja o melhor em determinada técnica ou conceito terapêutico posso garantir que, se ainda não estivemos lá então, num futuro muito breve, vamos lá estar. Ao longo destes quase 18 anos de existência, criámos laços com alguns dos melhores dentistas portugueses e estrangeiros e, hoje em dia, posso dizer que a Clínica de Pêra e os seus trabalhos são conhecidos em muitas partes do mundo. Por essa razão, temos pacientes de todos os cantos de Portugal e do mundo. Em relação aos pacientes estrangeiros, alguns deles vêm de propósito a Portugal e à pequena vila de Pêra por confiarem em nós e nas nossas capacidades. O facto de isso acontecer numa clínica, que existe numa pequena


CLÍNICA DE PÊRA | SAÚDE ORAL

vila algarvia a mais de 240 quilómetros de Lisboa, dá-nos ainda mais gozo e vontade de continuar a crescer como profissionais e como estrutura, assim como a melhorar os serviços e a sua qualidade. Assim, eu especializei-me em Cirurgia Oral Avançada e a Dra. Cláudia Ferreira, tem-se especializado ao longo dos anos na área da estética dentária e harmonização orofacial (fazendo parte da direção da recente Associação Portuguesa de Harmonização e Terapêutica Orofacial)onde o foco passa a ser não só a estética dentária passando a incluir todas as suas estruturas anexas melhorando a face e a boca do paciente como um todo, recorrendo para isso ao uso de toxina Botulínica, preenchimentos com ácido hialurônico, entre outras técnicas. A excelência dos serviços aliada a uma equipa especializada e capaz é fundamental para servir de forma mais personalizada e focada no paciente? A qualificação é uma peça fundamental para o sucesso. E essa qualificação tem de ter expressão nas necessidades e vontades dos nossos pacientes, nunca esquecendo que o mais importante é conseguirmos ouvir e entender o que os nossos pacientes desejam, quer a nível clínico, quer a nível humano. Para o sucesso de uma clínica é fundamental que todo o pessoal, desde os médicos às assistentes, do pessoal da receção ao do secretariado, goste de pessoas. Todos os profissionais que trabalham connosco sabem que isso é a coisa mais importante e a que mais tentamos valorizar aqui na clínica. Temos alguns pacientes que já estão connosco há mais de 17 anos. O segredo acho que está precisamente no equilíbrio: ter uma clínica moderna que possa trazer mais qualidade aos nossos pacientes, qualificação e capacidade dos profissionais, sem nunca perder o espírito familiar de pequena vila que sempre quisemos imprimir ao nosso projeto. É vulgar um paciente, português ou estrageiro, dizer no fim de uma consulta que nunca tinha visto uma clínica tão moderna ou dizer que adora o tratamento que recebe no contacto com o nosso pessoal. Outro elogio que ouvimos muitas vezes é em relação ao nosso profissionalismo e é esse feedback que nos vai deixando sorrisos, satisfação e motivação para continuar. Claro que para esses sorrisos chegarem ao fim do dia (e ao fim do mês) também é importante haver uma compensação financeira condizente com essa postura dos nossos funcionários. A digitalização é uma realidade incontornável e transversal a todas as áreas, e nessa vertente a Clínica de Pêra tem sido muito dinâmica, principalmente durante a pandemia. Manter uma proximidade com o público e sensibilizá-los para a temática é promover a saúde oral? Sim, a digitalização é o futuro e quer se goste ou não é uma vertente que vai ser impossível de ignorar ou contornar. Desde o início, e conforme fomos adquirindo know-how sobre vários campos da nossa prática clínica, fomos sempre investindo em novas tecnologias. Sempre nos pareceu óbvio que o crescimento anda de mão dada com a atualização e com a modernidade. Num mundo em que a tecnologia cresce exponencialmente, quem ficar para trás corre o risco de já não ir a tempo de apanhar o comboio e isso é a ultima coisa que queríamos que nos acontecesse. Posso dar alguns exemplos para que entendam melhor a nossa postura: Depois de tirar o meu primeiro master de implantologia em Madrid, quis saber qual era a melhor marca de implantes e foi-me referenciada por vários colegas a Nobel Biocare. Claro

Dra. Cláudia Ferreira e Dr. José Camelo Ferreira

que a Nobel era também a mais cara do mercado, mas essa não era a minha preocupação. O que eu queria era ter o meu nome relacionado com o melhor material possível para poder tratar os meus pacientes com a máxima qualidade. Se eu necessitasse de ter implantes na minha boca será que não iria querer os que considerava os melhores do mercado? Eu e a Dra. Cláudia Ferreira sempre partilhámos esta convicção e esse foi o caminho que fizemos em relação a tudo, desde as nossas unidades de tratamento dentário "cadeiras de dentista", meios de diagnóstico e com todos os restantes aparelhos e materiais que utilizamos. Sempre achamos que os bons profissionais têm de escolher os materiais que utilizam, não pelo que dinheiro que poderiam poupar, mas pela qualidade extra que poderiam trazer aos seus tratamentos. Os pacientes, na sua maior parte, não têm conhecimento sobre estes pormenores, mas claro que, quando vêm e sentem o resultado final dos seus tratamentos, essa qualidade transparece e isso é o que mais lhes importa. Outro bom exemplo é a forma como planeamos as nossas cirurgias. Nunca fazemos uma cirurgia sem primeiro a ensaiar num modelo 3D no computador. Quando vamos para a cirurgia já tivemos oportunidade de reduzir ao máximo qualquer imprevisto, salvaguardando assim a segurança do paciente, reduzindo o tempo cirúrgico e maximizando os resultados estéticos. Já há muitos anos que utilizamos um scanner CAD/CAM para fazer as nossas reabilitações orais de forma digital. Neste momento, estamos já com o pé em cima da linha que nos vai levar num futuro muito próximo ao processo digital completo propriamente dito. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 35


SAÚDE ORAL | CLÍNICA DE PÊRA

A pandemia fez ressurgir uma crise económico-social que se fez refletir em diferentes sectores. No vosso caso específico sentiram uma diminuição da procura? Tiveram necessidade de repensar na dinâmica dos vossos serviços? Esta pandemia não deixou pedra por virar. Como todos sabemos, as dificuldades foram transversais a quase todo o comércio em geral. Direta ou indiretamente este vírus afetou toda a gente. Tal como aconteceu ao nosso próprio país, a nossa empresa estava talvez na melhor fase desde que tínhamos aberto. Nesse aspeto, e falo apenas ao nível empresarial, nunca tínhamos estado tão preparados para este embate. Também a nível empresarial e numa leitura oposta, esta epidemia não podia ter sido mais cruel pois interrompeu um crescimento exponencial que a nossa empresa tinha ininterruptamente há 17 anos e que estava, mesmo antes da epidemia, a atingir uma fase de maturidade. Houve duas etapas muito más para nós e penso que para todas as clínicas Dentárias. A primeira foi o encerramento precoce da clínicas dentárias a meio de março de 2020, a outra foi o medo que todos os funcionários e pacientes tiveram no momento de voltar a abrir. Felizmente, os nossos colaboradores estiveram sempre ao nosso lado nesta luta, conseguimos manter todos os postos de trabalho, sem lay-off e com a ajuda e vontade de toda a equipa conseguimos reorganizar os nossos tempos de trabalho, adaptá-los ao novo panorama, de forma a tentar recuperar o tempo perdido. Com um tremendo esforço, conseguimos chegar ao fim do ano com uma faturação semelhante à de 2020 e ainda sermos considerados uma da PME Top 5% de Portugal, um grande motivo de orgulho para nós. O segredo foi a resiliência dos nossos pacientes, que pouco a pouco, foram sentindo segurança para voltar aos seus tratamentos. A grande maioria sentiu segurança nas medidas que implementámos na clínica aquando da reabertura. A maior parte dessas medidas já eram utilizadas na época pré-Covid, como por exemplo as proteções para os sapatos. Instalámos purificadores de ar em todas as salas da clínica, limitámos o número de pessoas que podiam entrar, vestimos fatos de protecção e redobrámos todos os cuidados com a higiene no geral. Fomos também criando formas de facilitar pagamentos a alguns pacientes que estavam em maiores dificuldades e, em suma, não fechamos a porta a ninguém, pois o lado humano nunca pode ser esquecido quando se fala de medicina, qualquer que ela seja. Já este ano conseguimos compensar os nossos funcionários com um pequeno aumento nos ordenados, tentando premiar toda a dedicação e entrega que tiveram durante um ano tão difícil para todos. Pena tenho eu não poder arranjar uma forma de conseguir vacinar todas as pessoas que trabalham na nossa clínica.

Urbanização Barrocal, Lote C – 59 8365 – 204 Pêra Telf: 282 315 098 Telm: 934 187 686 clinicadepera@gmail.com

36 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A qualidade da medicina dentária em Portugal tem evoluído de forma consistente e gradual. Acompanhando este crescimento e estando a população mais consciente da valorização da saúde oral, que projetos estão pensados para o futuro da clínica? Tem razão quando diz que a medicina dentária em Portugal tem evoluído, pois a meu ver tem evoluído muito e bem. Acho mesmo que Portugal é um dos países do mundo com os melhores médicos dentistas e com as melhores clínicas particulares. A grande lacuna está no serviço médico dentário social, mas um dia lá chegaremos também. Da nossa parte, o projeto futuro é precisamente continuar com as mesmas ideias que nos trouxeram até aqui, sendo fiéis à mesma filosofia que nos fez crescer: modernizar cada vez mais, apostar num workflow cada vez mais digital, continuar a apostar na formação e nas novas vertentes da medicina dentária, como por exemplo a harmonização orofacial, sem nunca descurar o elemento principal da a nossa existência: os nossos pacientes!


ALEXANDRE MEIRELES | ARTIGO DE OPINIÃO

NÃO HÁ TRANSIÇÃO DIGITAL SEM COMPETÊNCIAS

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê cerca de 2,8 mil milhões de euros para a transição digital. O investimento será repartido por três pilares estratégicos: “escola digital”, “empresas 4.0” e “Administração Pública digital”. Para as “empresas 4.0”, estão alocados cerca de 23% dos fundos, o que representa 650 milhões de euros. O grosso do investimento vai para a Administração Pública, que receberá 58% dos fundos para a transição digital, ou seja, 1.670 milhões de euros. A “escola digital” fica com 19% dos fundos, num total de 538 milhões de euros. Há, portanto, um maior investimento do PRR na transição digital da Administração Pública do que em igual processo no tecido empresarial. Contudo, se forem bem aplicadas, as verbas destinadas à digitalização da máquina do Estado podem melhorar o ambiente de negócios e, consequentemente, favorecer as empresas. A transição digital da Administração Pública potencia a qualidade dos serviços públicos, a simplificação dos processos burocráticos e a redução dos custos de contexto. Numa altura em que Portugal se prepara para receber um novo pacote de fundos europeus, a eficiência da Administração Pública ganha uma importância acrescida. Há que evitar a morosidade na análise, avaliação e acompanhamento dos projetos verificada nos anteriores quadros comunitários. Isto implica clarificar a informação sobre os incentivos, agilizar as candidaturas aos concursos e otimizar o funcionamento das entidades competentes. Ora, para concretizar tudo isto, é fulcral a digitalização da Administração Pública. No que toca diretamente à transição digital do tecido empresarial, o PRR promete requalificar 36.000 trabalhadores, apoiar 30.000 PME, criar 10 aceleradoras digitais, capacitar 4.000 empresas com formação e consultoria em Indústria 4.0 e emitir vouchers para 3.000 startups. Trata-se de um apoio de largo espectro e que vai ao encontro das principais lacunas do tecido empresarial, designadamente a falta de competências digitais. Apenas 26% dos trabalhadores portugueses têm competências digitais na ótica do utilizador e só 12% dispõem de competências avançadas, de acordo com o Índice de Digitalização da Economia e da Sociedade 2020. Há largas franjas da população que não sabem realizar tarefas básicas como enviar um e-mail ou fa-

Alexandre Meireles Presidente da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários

zer uma videochamada. Mas a situação é ainda mais preocupante no que se refere a competências mais complexas, como o domínio da inteligência artificial, do big data ou da automação. Por conseguinte, há que investir fortemente em programas de formação e capacitação empresarial, tendo em vista a promoção da literacia e inclusão digitais e a qualificação digital mais especializada. Este desafio deve mobilizar as empresas e as diferentes instâncias de poder, não só a Administração Central como os próprios municípios. Por estarem mais próximas das empresas e serem um fator de dinamização das economias locais, as autarquias têm um papel fundamental quer na recuperação socioeconómica pós-pandemia, quer na transição para um modelo de desenvolvimento mais digital. No atual contexto pandémico, os apoios dos municípios são importantes para as empresas retomarem as suas atividades e relançarem o investimento. Mas, numa perspetiva mais ampla, interessa também que as autarquias promovam a qualificação dos ecossistemas empresariais locais e, desta forma, acelerem a sua transição digital. Consciente disto mesmo, a ANJE tem em curso, em parceria justamente com municípios, o programa de capacitação digital de empresas REINVENTA. Convém, contudo, que os novos fundos não impulsionem apenas a digitalização das empresas, ou seja, a mera simplificação, otimização e automação de operações através das tecnologias digitais. Devemos ambicionar uma verdadeira transformação digital nas empresas, o que implica a alteração profunda de processos, competências e modelos de negócio com vista ao reforço da produtividade e da competitividade.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 37


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

C

omo ser um bom líder na Era Digital? Eis a grande questão para os líderes do século XXI. O conceito tradicional de liderança viu-se por terminado com os avanços tecnológicos e os desafios que decorreram dos mesmos. As exigências da sociedade obrigam a um estilo de liderança diferente, mais próximo e inovador. Na Era Digital precisamos de um novo tipo de liderança, onde se confia mais nos recursos humanos e as ideias fixas e profundamente enraizadas são a ponte para baixos resultados. O líder tem de estudar e perceber o comportamento de seus clientes, para identificar que novos modelos, conceitos e oportunidades podem ser adicionados. Os “nossos” líderes apresentam essa capacidade de aprendizagem e escuta ativa do mercado quando o futuro dos seus negócios se sustenta, sobretudo, na sustentabilidade e eficiência. Nos novos desafios impostos à liderança impera a colaboração, uma mentalidade mutável, a partilha de ideias. É reaprender a liderar!

38 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


Polo Industrial de Codal, 1223 Cerqueda | Apartado 38 3730-543 Vale de Cambra | Portugal +351 256 410 860

geral@riocaima.pt EXCELÊNCIA

www.riocaima.pt

PME líder desde 2014

´15

´16

´18

´20

certificação acreditada

IPac

certificação acreditada

IPac

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 39


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | RIO CAIMA

A EMBALAGEM QUE VENDE O SEU PRODUTO Fernando Valente, Presidente do Conselho de Administração

Integrada no Grupo Rio Caima, a empresa Embalagens Metálicas Rio Caima SA, é a prova viva de que um negócio criado em bases familiares sustentadas consegue alcançar um nível de excelência. É com convicção e orgulho que Fernando Valente, Presidente do Conselho de Administração, realça uma evolução positiva e um crescimento contínuo e sustentado, que levaram a empresa a alcançar o patamar de PME Excelência, desde 2015. A qualidade, competitividade e um serviço de excelência, que desde o início, fazem parte do core business da empresa, posicionam a Rio Caima num patamar sublime. Esta é a grande missão – ser uma referência no mercado, como nos garante Fernando Valente. Fundada em 1965, atualmente nas suas terceiras instalações, com uma área de 12.000 m2, estando em curso a sua ampliação para 20.000m2, a Rio Caima é reconhecida pela qualidade dos seus produtos e pela atenção para com todos os seus clientes. A empresa assume o compromisso, entre os demais, de fornecer produtos e serviços energeticamente eficientes e eco-friendly, por isso aposta em materiais amigos do ambiente e na otimização de processos, com aposta em energias limpas, como painéis fotovoltaicos que cobrem uma grande parte da cobertura da unidade fabril e que permitiram uma redução de cerca de 240 Toneladas de CO2 / Ano, sendo uma empresa com certificação energética pela ISO 50001, sempre em prol da sustentabilidade energética, da diminuição da pegada ecológica e de uma forte aposta na reciclagem de todos os seus resíduos, perseguindo sempre grandes níveis de melhoria contínua dos seus processos e produtos.

bidas a partir da folha-de-flandres, oferecem resistência à luz e a temperaturas consideráveis, numa embalagem robusta, sendo uma excelente opção para manter as características de conservação dos produtos, sejam eles para a área alimentar ou para a área química, com certificações UN, RID e ADR, ou simplesmente embalagens decorativas. Na área das embalagens plásticas, a gama de aplicações abrange o sector alimentar, tintas, óleos e lubrificantes, cosméticos e, ainda, produtos de saúde. A forte aposta em tecnologia de Impressão Digital e certificação TUV, permite oferecer aos clientes embalagens personalizadas, num espaço de tempo mais curto e com uma qualidade de impressão sem limitações de personalização. O uso de matérias primas da melhor qualidade, aliado a modernas tecnologias e a um elevado stock, são o garante de uma satisfação das necessidades dos nossos clientes, just-in-time. Como nos conta Fernando Valente, a constante inovação do mercado e a grande procura, levou a que, em 2003, a empresa instalasse a primeira Unidade Litográfica onde, desde então, é possível imprimir e dar forma a qualquer tipo de grafismo pedido pelo cliente, inovação essa que garante à empresa total autonomia na conceção, produção e comercialização de qualquer tipo de embalagem. O processo de litografia está em constante atualização no que respeita a métodos, desde a pré-impressão, recorrendo a recursos gráficos de última geração, tecnologia CTP de grandes formatos, até às técnicas de impressão e acabamentos de vernizes para se dar resposta a todas as exigências normativas e dos seus clientes, nomeadamente no sector alimentar, sempre com o foco em garantir entregas no mais curto espaço de tempo, com uma excelente qualidade ao mais baixo custo e, sobretudo, garantir a satisfação do cliente.

Qualidade e inovação: fatores inseparáveis Ao longo dos anos, a Rio Caima foi-se aprimorando e, hoje, produz embalagens metálicas que chegam ao cliente de forma rápida e eficiente, garantindo a sua satisfação e criação de valor, porque dispõe de profissionais experientes e qualificados. Com mais de 50 anos de experiência, garante liderança no sector, através de investimentos contínuos na mais avançada tecnologia que lhe permitem prestar elevados níveis de qualidade, consubstanciados pela certificação ISO 9001. As embalagens metálicas são conce-

Líder além-fronteiras Com a modernização e investimento em novas tecnologias e certificações exigidas nos mercados internacionais, catapultaram as exportações para além dos mercados europeus, com forte presença em Espanha, França e Itália, assim como apresentam uma grande expansão para clientes de Marrocos, Tunísia, Cabo Verde, Gana, Brasil, Peru, Chile, México. São 50 anos a inovar, investigar novas ideias, processos e soluções que fortaleçam os negócios dos clientes com os quais estabelece relações que perduram no tempo.

40 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


RIO CAIMA | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

THE PACKAGE THAT SELLS PRODUCT THEYOUR PACKAGE THAT SELLS

RIO CAIMA | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

YOUR PRODUCT As Fernando Valente tells us, the constant innovation of the mar-

Integrated in Rio Caima Group, the company of Metallic Packaging Rio Caima SA is the living proof that a business created on a sustained family basis is able to reach a level of excellence. It is with conviction and pride Integrated in Rio Caima Group, the company of Methat Fernando Valente, positive tallic Packaging RioChairman, Caima SA ishighlights the living aproof that a business on a sustained family basis is ablewhich to reach evolution andcreated a continuous and sustained growth, a level of excellence. It is conviction pride that led the company to reach thewith level of SMEand Excellence, since Fernando 2015. Valente, President of the county of administra-

ket and the great demand, led the company, in 2003, to install the first Lithographic Unit where, since then, it is possible to print and shapeAsany type ofValente graphics by theinnovation client, innovation that Fernando tellsrequested us, the constant of the marguarantees thegreat company total in the design, ket and the demand, ledautonomy the company, in 2003, to production install the firstmarketing Lithographic Unittype where, since then, itThe is possible to printprocess and and of any of packaging. lithography any type of graphics requested by the client, is shape constantly updated in terms of methods, frominnovation pre-press, that using guarantees the company total autonomy in the design, state-of-the-art graphic resources, large-format CTPproduction technology, marketing of any type packaging. e lithography tion highlights a positive evolution and a continuous and toand printing techniques andofvarnish finishes, in order toprocess respond is constantly updated in terms of methods, from pre-press, sustained growth, which led the company to reach the level The quality, competitiveness, and a service of excellence, which to all requests and to the normative demands and desiresusing of its state-of-the-art graphic resources, technology, of SME Excellence since core 2015. have been part of the company's business since the beginning, customers. The company has alwayslarge-format focused on CTP ensuring deliveries to printing techniques and varnish finishes, in order to respond positions Rio Caima on a sublime level. This is the great mission in the shortest possible time, with excellent quality at the lowest e quality, competitiveness, and a service of excellence, which to all requests and to the normative demands and desires of its - to be a reference in the market, as Fernando Valente assures us. cost and, above all, guaranteeing customer satisfaction. have been part of the company's core business since the beginning, customers. e company has always focused on ensuring deliveries Founded in 1965, currently in its third facilities, with an area positions Rio Caima on a sublime level. is is the great mission in the shortest possible time, with excellent quality at the lowest of 12,000 m2, and is currently being expanded to Valente 20,000m2, Rious. cost and, above all, guaranteeing customer satisfaction. - to be a reference in the market, as Fernando assures Caima isFounded recognized for the quality of its products and attention in 1965, currently in its 3 facilities, with an area of to all its customers. 12,000 m2, and is currently being expanded to 20,000m2, Rio TheCaima company is committed, prois recognized for theamong qualityother of its things, productsprovide and attention ducts to and efficient and eco-friendly services, invests in all energy its customers. environmentally friendly materialsamong and inother the things, optimization e company is committed, provide of pro ductswith andaenergy efficient eco-friendly services, invests processes, focus on clean and energy, such us photovoltaic pa-in environmentally friendly the optimization nels that cover a big part of thematerials factory's and unit’sincoverage, and thatof processes, with a focus on clean energy, such us photovoltaic allowed a reduction of about 240 Tons of CO2 / Year, being apanelswith that cover a big part of thebyfactory's unit’s coverage, that company energy certification ISO 50001, always inand favor allowed a reduction of about 240 Tons of CO2 / Year, being of energy sustainability, reduction of the ecological footprint and a a energyallcertification by ISOpursuing 50001, always in favor strongcompany focus onwith recycling its waste, always high levels of energy sustainability, reduction of the ecological footprint and a of continuous improvement of its processes and products. strong focus on recycling all its waste, always pursuing high levels of continuous improvement of its processes and products.

Quality and innovation: inseparable factors Over the years,and Rioinnovation: Caima hasinseparable been improving Quality factorsand, today, it producesOver metal packages that reach the customer, and it the years, Rio Caima has been improvingquickly and, today, efficiently, guaranteeing their satisfaction and creation of value, produces metal packages that reach the customer, quickly and becauseefficiently, it has experienced and their qualified professionals. With over 50 guaranteeing satisfaction and creation of value, years of experience, it guarantees in the sector,With through because it has experienced andleadership qualified professionals. over 50 continuous investments most advanced technology that through allow years of experience,initthe guarantees leadership in the sector, investments the mostthis advanced technologyby thatISO allow you tocontinuous provide high levels ofinquality, is substantiated you to provideMetal high levels of quality, this from is substantiated by ISO 9001 certification. packages are made tinplate, resists 9001 packages are from tinplate, resists to light, andcertification. considerableMetal temperatures, in amade robust package, being to light, and considerable temperatures, in a robust package, being an excellent option to maintain the characteristics of the product an excellent option to maintain the characteristics of the product conservation, whether for the food or chemical area, with UN, RID conservation, whether for the food or chemical area, with UN, RID and ADR certifications, or simply decorative packaging. and ADR certifications, or simply decorative packaging. In the area of plastic packaging, the diverse range of areas: food In the area of plastic packaging, the diverse range of areas: food applications covers the food sector, paints, oils and lubricants, cosapplications covers the food sector, paints, oils and lubricants, cosmetics, and also health products. The strong investment in Digital metics, and also health products. e strong investment in Digital Printing technology and TUV certification, allows us to ourour Printing technology and TUV certification, allows us offer to offer customers customized packaging, in a in shorter period of time and customers customized packaging, a shorter period of time and with awith printing quality without personalization limitations. a printing quality without personalization limitations. The use theofbest quality raw raw materials, allied to to modern eofuse the best quality materials, allied modern technologies and a high stock, are the guarantee of a just-in-time technologies and a high stock, are the guarantee of a just-in-time satisfaction of ourofcustomers' needs. satisfaction our customers' needs.

Cross-border leader With modernization Cross-border leader and investimento in new technologies and certifications requiredand in investimento internacionalinmarkets, capapulted With modernization new technologies and certifications in internacional exports beyond therequired European markets, withmarkets, a strongcapapulted presence in exports beyond European with a strong to presence in Spain, France andtheItaly, as wellmarkets, as a large expansion customers Spain, France and Italy, as well as a large expansion to customers in Morocco, Tunisia, Cape Verde Ghana, Brazil, Peru, Chile, and in Morocco, Tunisia, Cape Verde Ghana, Brazil, Peru, Chile, and Mexico. Mexico. It has been 50 years of innovating, investigating new ideas, It has been 50 years of innovating, investigating new ideas, processes and solutions that strengthen the business of customers processes and solutions that strengthen the business of customers with whom Rio Caima establishes relationships that last over time. with whom Rio Caima establishes relationships that last over time.

REVISTA PORTUGAL // 41// 41 REVISTABUSINESS BUSINESS PORTUGAL


FAZER PARTE DA SOLUÇÃO E NÃO DO PROBLEMA Ser uma empresa de excelência no domínio de soluções para a habitação, reconhecida pela qualidade, capacidade de inovar e empenho no desenvolvimento sustentável tem sido o motor constante da IHT. Em conversa com a Revista Business Portugal, Marco Duarte, CEO, apresenta-nos um conceito inovador único – o CGarden – “uma horta urbana, para além de extraordinariamente eficiente, extremamente sustentável.” A IHT é uma empresa jovem, no ramo da indústria, que se dedica ao desenvolvimento, produção e comercialização de soluções inovadoras para a habitação. Desde 2010, que a empresa mantém o seu core business: desenvolver e produzir pavimentos e revestimentos compósitos, tais como decks e fachadas ventiladas. Atualmente a IHT exporta os seus produtos para mais de 30 países da Europa, América do Sul, África e Ásia. Procura através do desenvolvimento de materiais e soluções de elevado desempenho e eficiência, garantir a sustentabilidade dos recursos sem comprometer a qualidade, oferecendo soluções simples, inovadoras, duráveis e com design de vanguarda. Oferecer ao mercado produtos diferenciadores Acreditar que num mercado global, como aquele em que atualmente vivemos e competimos, nomeadamente na indústria, “se queremos ser competitivos e vingar, temos de oferecer produtos diferenciadores, que aportem valor.” Esta é a visão da IHT que nos é apresentada por Marco Duarte, CEO. Hoje é impossível e insustentável uma indústria competir numa lógica só de preço e qualidade. “O mercado está inundado de produtos com bons preços e bons níveis de qualidade, portanto, as indústrias ou têm algo mais para oferecer ou passarão por dificuldades”. Esta é a premissa base da IHT e, nesta lógica, todos os produtos que desenvolvem acrescentam sempre, têm algo mais a oferecer. 42 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Relativamente aos pavimentos e revestimentos, destacam-se os sistemas de fixação. “A forma como se aplicam os produtos é completamente diferente de todos os outros que existem no mercado porque, por exemplo, no Cdeck, para além de produtos de elevada qualidade e com 25 anos de garantia, o sistema de fixação permite abrir réguas individuais, caso se pretenda limpar ou apanhar alguma coisa que caiu para baixo do deck”.


FARMÁCIA GARCIA | A FARMÁCIA EM CONTEXTO DE PANDEMIA IHT | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

CGarden - uma solução revolucionária de horta em casa e única no mundo A forte preocupação ambiental da IHT faz com que esta jovem empresa queira fazer parte da solução e não do problema. Com uma equipa jovem, consciente das questões ambientais, tem na sustentabilidade o seu foco principal, procurando promover uma mudança comportamental na comunidade. Nesse sentido, lançou, em 2020, uma nova gama de produtos – A CGarden, patenteada, desenvolvida e fabricada em Portugal. Trata-se de uma horta biológica que permite cultivar frutas e legumes orgânicos, saudáveis e saborosos. O conceito tem um grande impacto na cadeia de consumo e distribuição, com um enorme potencial ao nível da sustentabilidade, integrando diversas funcionalidades. Segundo Marco Duarte, “a CGarden nasceu de uma necessidade pessoal, porque queria ter uma horta” e há cinco anos que vinha a desenvolver o projeto sobretudo para encontrar soluções para os problemas que tinha enquanto utilizador. No desenvolvimento do projeto, foi-se apercebendo que era um conceito comercializável e com futuro no mercado e, embora o lançamento estivesse previsto para este ano, a pandemia acelerou o processo e a CGarden acabou por ser lançada mais cedo. O conceito baseia-se nos ciclos e processos da natureza, integrando recolha e armazenamento de água em grandes quantidades, para ser usada na rega, um compostor que degrada os resíduos orgânicos e produz composto para uso na horta e faz simultaneamente a adubação da água guardada. Fertilização e rega podem funcionar de forma automática com recurso a energia solar, permitindo transformar um pequeno espaço numa horta praticamente autónoma.

São inúmeros fatores que a tornam única a nível mundial, para além de “extraordinariamente eficiente, extremamente sustentável”. Quando o projeto foi apresentado, a equipa não tinha a noção do impacto que uma horta deste género poderia ter ao nível da sustentabilidade. “Quando temos em nossa casa a capacidade de produzir os legumes que consumimos estamos a impactar muito ao nível da sustentabilidade, porque reduzimos em muito o uso de embalagens, reduzimos o consumo de combustível nas viagens ao supermercado, reduzimos em muito o consumo de energia para refrigeração dos legumes e temos a possibilidade de envolver os mais jovens em atividades que são ao mesmo tempo lúdicas, educativas e produtivas.” Marco Duarte salienta ainda que “se olharmos para as ações que podemos tomar com maior impacto a nível das emissões de gases, a ação com mais impacto, é a redução do desperdício alimentar”. Com a CGarden cada um pode fazer o seu contributo. Um produto com grande impacto ao nível da sustentabilidade e do bem-estar em geral Para além da crise económico-social que a pandemia veio instalar, a problemática da saúde mental tem levantado novas questões. Com a população a passar mais tempo em casa, soluções como a CGarden podem ajudar a minimizar os efeitos negativos do isolamento e da pandemia. Marco Duarte esclarece que para além das vantagens ao nível da sustentabilidade, a horta apresenta um grande impacto ao nível do bem-estar físico e psicológico. “Vivemos num mundo cada vez mais virtualizado e acelerado e a possibilidade de ter uma horta confortável como é a CGarden, onde não temos de nos baixar e é possível fazer as tarefas de uma forma confortável, é importante”. Numa primeira fase, o produto que está a ter muito sucesso, foi comercializado apenas em Portugal, porque, como explica o administrador caso se identifique alguma possibilidade de melhoria, é possível intervir de imediato para garantir a satisfação dos clientes. Neste momento, está a arrancar uma segunda fase que se direciona para o lançamento do produto no mercado externo. “Estamos a lançar variantes mais pequenas e viradas para apartamentos, para quem tem uma varanda e, esperamos assistir a uma aceleração em termos de comercialização”. Toda equipa da IHT trabalha para responder às necessidades atuais dos clientes, mas também sempre numa perspetiva de longo prazo. “As pessoas que estão na IHT querem daqui a 20 anos olhar para os seus filhos e dizer fizemos parte daqueles que ajudaram a criar a solução.” A IHT é uma empresa que está continuamente a crescer com pessoas que se identificam com esta forma de estar no mundo e nos negócios.

IHT - Innovative Home Technology Zona Industrial de Soure, Rua E 3130-551 Soure Portugal Phone: +351 239 501 339 Email: info@iht-group.com

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 43


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | QUINTA DA COMPORTA

Onde experiências autênticas criam memórias inesquecíveis

Miguel Câncio Martins, Arquiteto

Localizada próxima da reserva natural da Comporta (no tecido urbano da aldeia), a Quinta da Comporta é o primeiro projeto sonhado, construído e desenhado por Miguel Câncio Martins. A paixão pela Comporta, que faz parte da identidade, herança e tradição familiar do arquiteto, aliou-se a um projeto que reúne harmonia, exclusividade e sofisticação. Como uma inegável homenagem ao património cultural da Comporta, a Quinta da Comporta traduz na perfeição o seu estilo de vida inspirador, através da integração de linhas arquitetónicas tradicionais, ligação ao seu ambiente natural, proximidade para os locais e história inerente. "Sempre considerei que este era o local ideal e o que melhor representaria o lifestyle da Comporta, por estar integrado na aldeia, perto das praias, mas com uma abertura para os arrozais, que confere uma amplitude e liberdade incríveis ao espaço", afirma Miguel Câncio Martins. O desejo com mais de 25 anos está agora materializado num espaço que proporciona exclusividade, uma experiência local autêntica e um serviço de alta qualidade. Através das 73 unidades, em que se englobam espaçosas villas com piscina, apartamentos, suites e quartos, a Quinta da Comporta convida-o a um retiro profundo, onde o bem-estar e a tranquilidade são garantidos. "Graças a todas as comodidades, serviços e aos espaços diversos, a Quinta da Comporta afigura-se, cada vez mais, um destino de eleição para quem deseja viver uma experiência autêntica, inspirada na harmonia, simplicidade e fascínio único do melhor que Portugal tem para oferecer", esclarece. 44 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Conforto e sustentabilidade Dedicada a preservar a essência da Comporta, a Quinta da Comporta foi moldada através de uma viagem que abraça os pilares fundamentais da sustentabilidade. Miguel Câncio Martins esclarece que "o projeto de construção girou em torno da reabilitação de estruturas e materiais pré-existentes em toda a propriedade". Com um processo de desenvolvimento criterioso e dedicado a privilegiar um conceito construtivo de baixo impacto, a Quinta da Comporta recorre, por exemplo, ao uso de painéis solares que geram eletricidade sustentável e à implantação de processos de tratamento, que permite o reaproveitamento das águas residuais dos jardins. "Criar um projeto e um espaço sustentável, sempre foi das principais preocupações. Todo o conceito foi pensado de forma a que este espaço fosse o mais sustentável possível. É esta a forma de a Quinta da Comporta ampliar o seu verdadeiro valor: ao respeitar a Natureza gera mais compaixão nos seus hóspedes, que podem descobrir e valorizar o privilégio de simplesmente apreciar e estar ligado à Natureza". A consciência ecológica do Resort prolonga-se na utilização de materiais e artefactos de origem local que os artesãos portugueses continuam a criar genuinamente. Este mesmo conceito estende-se ainda ao restaurante que conta com produtos locais e pratos sazonais elaborados com vegetais, frutas, flores comestíveis e ervas colhidas no bio jardim. “O compromisso de sustentabilidade da Quinta da Comporta é também palpável na ligação que criou com os seus habitantes e com as tradições da aldeia. A rua principal que dá acesso ao Resort, e onde vai nascer a igreja (outro projeto que estou a desenvolver e a apoiar juntamente com a Câmara), que vai ser revitalizada, dando uma nova dinâmica à área e valorizando ainda mais a região”, finaliza.


INFORMANTEM | LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS

UM DISTINTO FORNECEDOR DE SOLUÇÕES E SERVIÇOS A Informantem, Informática e Manutenção, empresa de referência em Portugal e em vários países do mundo, fornece soluções e serviços de Tecnologias de Informação (TI). Pedro Gil, DiretorGeral, apresenta um crescimento suportado numa grande transformação orgânica e na aquisição de novas competências. Quais os fatores distintivos, refletidos em 25 anos de história? Este ano completamos 25 anos de presença no mercado a promover a tecnologia e isto enche-nos de orgulho. Temos uma evolução crescente, investimos e adquirimos outras empresas, desenvolvemos parcerias estratégicas e expandimos com isto a nossa proposta de valor. Criámos mais de 200 postos de trabalho, avançámos para outros continentes e conquistámos conhecimento, solidez e agilidade suficientes para enfrentar um mundo pandémico. É interessante pensar que o mundo parou, mas a Informantem não. Assim como todos os da linha de frente, também estávamos em combate. Tínhamos a licença para deslocamentos para realizar a nossa missão: facilitar a tecnologia com as nossas soluções e manter a economia viva. A nossa atuação eficiente dentro deste cenário único e desafiador que o mundo vive - há pouco mais de um ano - foi possível através da confiança de nossos colaboradores, em especial a equipa técnica, que proporcionou aos nossos clientes a transformação das suas rotinas de trabalho para a casa, em metodologias, o entusiasmo que todos temos pela tecnologia e a nossa proposta de valor completa garantida a partir da relação construída com os melhores fabricantes de hardware e software do mercado. Todo este conhecimento adquirido e impulsionado pelo crescimento contínuo sustenta a nossa tagline: o Keep IT Simple. Este é o nosso espírito! As parcerias com os maiores fabricantes do mundo das TI e a vossa experiência e competência, dão lugar a um conjunto de soluções inovadoras. De que soluções falamos e quais as vantagens da sua aplicabilidade? É impossível falar em inovação sem mencionar diversidade e relacionamento humano. A nossa capacidade de oferta ao mercado nacional e internacional surge a partir destes 25 anos de história que temos e as parcerias estratégicas consolidadas deste então. Durante toda a nossa existência sempre consideramos diferenciador o nosso relacionamento com os melhores fabricantes de hardware e software. Se hoje somos reconhecidos como consultores tecnológicos é devido ao conhecimento adquirido. Contamos com equipas altamente especializadas e certificadas nas mais diversas áreas, garantido soluções multi-fabricantes que permitem aos nossos clientes um atendimento completamente integrado, personalizado e direcionado para com as suas necessidades para que possam retirar os melhores resultados dos investimentos efetuados. Ao longo do último ano ouvimos muito a buzzword “transformação digital”. Sabemos há imenso tempo que ser digital era uma necessidade. Entretanto, passou a ser um requisito de sobrevivência para muitos negócios e somente através

Direção de Inovação e Transformação Digital Catarina Teixeira, Pedro Gil (CEO), Lu Moreda e Augusto Lacerda

desta diversidade de portfólio conseguimos implementar soluções de Datacenter, mobilidade, virtualização, postos de trabalho, segurança. Ou seja, soluções para diferentes estágios dentro deste movimento de transformação digital. A Informantem promove uma forte política de sustentabilidade ambiental, em que se insere o Programa ReSeed. Em que consiste e quais os objetivos inerentes? Acreditamos que a tecnologia é vital para definirmos cadeias produtivas mais eficientes e sustentáveis. O projeto ReSeed criouse a partir dessa crença, responsabilidade social e consciência coletiva. Este mindset de transformação social é crescente dentro de nós; seja ao disponibilizarmos soluções integradas no nosso portfólio, que otimizam bens e recursos, ou através de ações internas, como por exemplo: utilização de biodegradáveis para um simples café ou evento interno, garrafas reutilizáveis para os nossos colaboradores e etc. Desenvolvermos uma cultura de compensação e reflorestamento em conjunto com os nossos parceiros e clientes a partir da conversão da utilização do papel do serviço de Managed Print Services em árvores foi mais um passo alcançado, algo natural, completamente alinhado com nossa missão e valores uma vez que sabemos que o meio ambiente não é uma temática a ser celebrada ocasionalmente. É indiscutível o valor transformador que a tecnologia pode gerar. E, se depender de nós, esta transformação será positiva, democrática e sustentável. Antes da pandemia, a Informantem já havia iniciado o programa de transformação digital, tendo definido a estratégia empresarial 2020/2022. Quais os pilares desta estratégia e como estão a ser materializados? Inseridos na recém-criada DITD - Direção de Inovação e Transformação Digital - lançamos alguns programas e projetos internos de transformação organizacional que acreditamos serem os pilares da nossa atuação nos próximos anos, nomeadamente quando no pós-Covid19, se intensificam a utilização de alguns modelos de trabalho como o teletrabalho e os canais digitais de relacionamento com os clientes e parceiros. Internamente, lançámos também alguns projetos, como uma nova ferramenta de CRM, um portal de serviços, uma nova plataforma interna de partilha de conhecimento, tudo isto acompanhado com uma revisão da imagem e um programa de incentivo à produção de conteúdos técnicos.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 45


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | NOVAGEO

Manuel Arcângelo, Diretor-Geral

“SOMOS CAPAZES DE PRESTAR SERVIÇOS QUE, SEGURAMENTE, POUCAS EMPRESAS FAZEM EM PORTUGAL” Estabelecida em Portugal, a Novageo Solutions tem como objetivo fornecer serviços de software com uma forte componente de inovação tecnológica e de sistemas integrados preparados para responder em tempo real aos principais desafios das organizações na era digital, da globalização, da sustentabilidade, das parcerias, da mobilidade das equipas e da monitorização geoespacial do negócio. Manuel Arcângelo, diretor geral, dá a conhecer nesta edição o presente e futuro da empresa. Fundada em 1992, a Novageo Solutions dedica-se desde a sua génese à prestação de serviços na área do Ordenamento do Território, do cadastro de equipamentos e parcelas, e da cartografia. Poderíamos começar a nossa conversa por conhecer um pouco melhor a Novageo e o trabalho que desenvolve. A Novageo tem como objeto a prestação de serviços de software na área do cadastro e Ordenamento do Território, disponibilizando aplicações informáticas com uma forte

46 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

componente de inovação tecnológica, cujos serviços são suportados pelas mais recentes tecnologias em uso nesta área de atividade. Está assim preparada para responder, em tempo real, aos principais desafios das organizações na era digital, da globalização, da sustentabilidade, da Internet das Coisas, das parcerias, da transformação digital, da mobilidade das equipas, e da monitorização geoespacial dos ativos de qualquer negócio. Um bom exemplo da aplicação prática e da importância dos dados espaciais é a monitorização diária realizada pelo Governo com recurso ao Mapa de Gestão de Risco Covid-19 por Município. Trabalhamos essencialmente na área de Ordenamento do Território, e procuramos ajudar os nossos clientes a utilizarem, de um modo eficiente, o conhecimento que têm acerca do espaço onde atuam. Os dados espaciais são frequentemente subvalorizados na gestão das atividades e nas decisões políticas. Porém, são algo extremamente valioso para qualquer organização que presta serviços (seja a clientes, seja a munícipes ou fregueses, seja a cidadãos ou a empresas) porque, sem grande esforço extra, permitem a essa organização tomar as melhores decisões com base na distribuição espacial daqueles para quem trabalham. Neste momento, a Novageo já trabalha com clientes nacionais e internacionais. Os nossos clientes nacionais encontram-se, na sua grande maioria, ao nível do governo local ou regional (municípios, freguesias, e comunidade intermunicipais), e também no governo central ou em empresas privadas. A nível internacional trabalhamos essencialmente com parceiros locais, o que faz com que os nossos produtos sejam utilizados em África e na América, para além da Europa. Posso afirmar que, neste momento, não somos apenas uma empresa de informática, ou apenas uma empresa de geografia. Somos uma empresa com competências nas duas áreas, capaz de prestar serviços que, seguramente, poucas empresas fazem, em Portugal.

A agricultura está a tornar-se numa atividade altamente competitiva, mostrando cada vez mais evidente a necessidade de utilizar as tecnologias de informação e comunicação em toda a cadeia produtiva, para uma melhoria significativa em todo o processo. Tendo consciência desta realidade, a Novageo estruturou uma vertente da sua oferta direcionada para a agricultura de precisão. Fale-nos um pouco mais deste serviço e de que forma veio ajudar os agricultores nas suas tomadas de decisão. Outra das áreas de atuação da Novageo está relacionada com a agricultura de precisão, algo em que temos vindo a investir, com o objetivo de permitir uma melhor gestão dos recursos agrícolas, ajudando sempre os decisores a tomarem as melhores decisões em cada momento. Para isso contamos com um conjunto de serviços especializados, à volta do nosso sistema de informação geográfica construído de raiz numa pilha de software aberto, que nos permite uma total integração com praticamente todos os outros sistemas agrícolas, desde o controlo de rega e distribuição de fitossanitários, até à análise de informação. Parte desta informação pode ser recolhida com o nosso avião, utilizando sensores multiespectrais (a luz que os nossos olhos não vêem), ou tirando partido da informação de satélites, a qual é disponibilizada pela União Europeia. No fundo, o nosso intuito nesta vertente é quase conhecer individualmente cada árvore (ou talhão, para as plantas de menor porte). Através da adoção do niuGIS, remotamente, conseguimos identificar o estado de desenvolvimento de cada planta, inferir o tratamento de cada fileira, ou determinar a produtividade de cada talhão. A Internet das Coisas, no campo, permite ter dados precisos sobre produtividade, clima, solo, infestação de ervas daninhas, doenças, pragas, índice pluviométrico em diferentes épocas do ano e muito mais, dados esses necessários para, por exemplo, estabelecer a quantidade de água necessária para uma irrigação consoante o cultivo. A adoção deste tipo de solução tecnológica permite, por exemplo, avaliar a eficiência de performance da aplicação de determinado


recurso em determinada condição climática e por consequência a introdução de mecanismos de comparação. Este tipo de avaliação comparativa de resultados permite evidenciar o grau de eficácia dos vários métodos e sobretudo a forma como contribuem para as performances mais competitivas. É também uma forma de ajudarmos os agricultores a contribuírem para uma efetiva resiliência climática, tal como todos desejamos. Atualmente, a Novageo tem em fase de consolidação a sua mais recente aposta, a implementação do modelo preconizado pela Diretiva INSPIRE... A Diretiva INSPIRE é uma diretiva europeia, transposta para a legislação portuguesa, e que procura dotar os estados-membros de uma infraestrutura de dados espaciais comum a todos, que permite um fácil intercâmbio de informação envolvendo várias áreas, entre elas o cadastro de parcelas, as regiões marinhas, a utilização do solo, entre outros. A diretiva prevê um modelo de dados e um conjunto de procedimentos, não só para aquisição e disponibilização dos dados, mas também para a verificação da conformidade por parte das infraestruturas nacionais. Tendo nascido com um grande foco nas questões ambientais transfronteiriças, esta diretiva conta atualmente com 34 temas. Dada a relevância da Diretiva INSPIRE e o seu alinhamento com a tecnologia e serviços já disponibilizados pela Novageo, nomeadamente através do niuGIS (a nossa plataforma portuguesa de suporte à informação geográfica, baseada em

código open-source), estabelecemos como um dos nossos objetivos dotar os agentes do Estado Português de uma plataforma intercooperativa comum à totalidade dos agentes, a fim de tornar possível uma visão global única sobre os recursos espacializados portugueses. Acreditamos que a adoção desta plataforma terá uma importância estratégica na gestão de recursos nacionais e infraestruturas, no planeamento regional e urbano, e ainda na infraestrutura de informação de suporte ao investimento público e privado, nacional e internacional. Para que os dados sigam um modelo comum ao nível dos vários estados-membro, é necessário que, dentro de cada estado, o modelo de dados seja comum em cada Comunidade Intermunicipal; por sua vez, para isso ser possível é necessário que cada município adote também este modelo. É essa a ajuda que nós prestamos, com vista à informação europeia facilmente partilhável, a começar nos municípios.

“O presente e futuro da Novageo passa pela mobilidade. A mobilidade é crucial para que se consiga fazer uma gestão eficaz das comunidades”

Tendo como objetivo final a satisfação total do cliente, ao qual oferece soluções flexíveis, inovadoras, de desenvolvimento rápido e de alto valor, a Novageo tem um percurso marcado pela excelência. O que podemos esperar da Novageo para o futuro? O presente e futuro da Novageo passa pela mobilidade. A mobilidade é crucial para que se consiga fazer uma gestão eficaz das comunidades e, simultaneamente, dotá-las de autossuficiência em termos de informação. Se tivermos uma comunidade capaz de comunicar entre si, através de ferramentas móveis e que essas mesmas ferramentas consigam transmitir informação recolhida no momento, conseguimos ter informação geográfica em tempo real e transmitir informações importantes para a tomada de decisão. A Informação Geográfica Voluntária é um conceito no qual temos vindo a investir, e é uma maneira dos cidadãos voluntariarem o seu tempo, a sua disponibilidade, e fornecerem informações úteis, não só aos tomadores de decisão, mas também a todos os outros cidadãos. A recolha de informação geográfica, seja feita por profissionais, seja feita pelo cidadão comum, deve ser fácil e rápida, e hoje temos ferramentas mais eficientes para o fazer. Destaco também o impacto e importância da Internet das Coisas, do 5G, e da combinação das nossas múltiplas tecnologias capazes de prestar serviços de notificação e entrega de informação em tempo real, dirigida a pessoas individuais ou segmentada por grupos dentro das comunidades, constituídos por pessoas com características ou interesses comuns.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 47


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | EPDRAC Vera Tita, Diretora

A garantia de um futuro promissor A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão (EPDRAC) é um caso de sucesso e a prova é que os seus alunos têm mercado de trabalho garantido quase a 100 por cento. Com o fim de um ano letivo e a preparação do próximo, a Direção, presidida por Vera Tita, aposta em novos cursos e na melhoria dos que já existem.

Muitos alunos conseguem o seu primeiro trabalho através de contactos pessoais, fruto de estágios e formação em contexto de trabalho? A grande maioria dos nossos alunos consegue o seu primeiro trabalho após o primeiro estágio de Formação em Contexto de Trabalho; alguns formandos chegam mesmo a fazer um acordo com as entidades empregadoras, que ficam a aguardar que os mesmos concluam os seus percursos formativos para os poderem finalmente contratar. A qualidade dos protocolos e parcerias revelam-se uma mais-valia para a escola e para a qualidade da formação, pois proporcionam ambientes e experiências de aprendizagens únicas. Uma das maiores referências da EPDRAC é, sem dúvida, a qualidade profissional dos nossos alunos, característica que facilmente lhes abre as portas do mundo laboral. A EPDRAC aposta num ensino inovador e tem sido um ator importante no paradigma do ensino profissional, cada vez mais valorizado, e ano após ano vai aumentando a oferta formativa respondendo às necessidades de quem vos procura. É isso que vos torna diferentes? Não sei muito bem o que nos torna diferentes, mas somos realmente especiais. A EPDRAC é mais do que uma escola, é uma família, por isso aquilo que fazemos é com amor… É assim um “estar e viver” quase em espírito de missão. Ninguém ensina nada se não gostar dos seus alunos, se não sentir paixão pelo que faz. E os alunos sentem essa diferente forma de estar e ser; sentem também que são valorizados e que o seu trabalho é reconhecido. O valor humano e a criação de laços entre alunos e instituição, que perduram para além do término do curso, são os grandes pontos diferenciadores da EPDRAC. Esta relação de proximidade e afeto conjugados com o espaço privilegiado onde está inserida são decisivos na escolha dos alunos? Somos realmente uns privilegiados por usufruirmos deste espaço magnífico que é a centenária Coudelaria de Alter. Tudo conjugado, escola e coudelaria, resulta na experiência única que se vive na EPDRAC; e quando vivemos intensamente algo, tal resulta em experiências diferenciadoras que perdurarão no tempo. Penso que é esta simbiose que pesa na escolha dos alunos. Ser EPDRAC está para além do que os olhos podem alcançar… é um sentimento! 48 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

OFERTA FORMATIVA

Escola Prof

Sendo neste momento prioritário encontrar soluções os | 2021 de para Desenvolvimen 2020 novos desafios impostos, qual é o plano estratégico delineado de Alter D para o ano letivo 21/22? WWW.EPDRAC.PT Para o próximo ano letivo não vamos apostar em novos cursos, mas sim reforçar os que já existem com novos projetos e desafios. Temos vivido momentos muito particulares da nossa existência; a pandemia levou-nos a esperança, adiou-nos os sonhos, colocou as nossas vidas em suspenso, forçou-nos a parar para pensar, a refletir e equacionar tudo o que fomos, somos e o que queremos realmente vir a ser. Obrigou-nos a reconstruir pontes e a reinventar estratégias, a encontrar soluções para a mudança drástica que se ia abatendo sobre nós. Como tal, o nosso plano estratégico pressupõe a implementação de vários projetos de âmbito internacional e o desenvolvimento, entre outros, de três projetos inovadores que constam na implementação de um Centro de Testagem e Performance de Raças Autóctones e Exóticas de Pequenos Ruminantes, um Centro de Recuperação e Reprodução da Raça Autóctone Peru Preto Português, da qual somos detentores do livro da raça, um Centro Tecnológico de Reprodução FO e Colheita de Sémen de Ovinos e Caprinos e um projeto para estudo da biodiversidade do nosso concelho. A estes projetos acrescem os habituais concursos equestres que tanto nos caracterizam e que são a SE bandeira da escola há vários anos. A adversidade obriga-nos a crescer, tornando-nos resilientes e pessoas resilientes superam melhor os problemas. Que os ensinamentos desta guerra silenciosa e invisível nos tornem C U Rpessoas S O Smelhores P R OeFnos I Sfaçam S I Oacreditar N A I Snum novoCamanhã, URSOS ED Nível 4de Ensino Secundário pleno diferentes oportunidades. Que não nos falte aEforça e aR M A Ç Ã FO inspiração para continuar a investir nos nossos alunos! Tipo 2 3º Ciclo

OFERTA FORMATIVA

S

| Técnico de Gestão Equina

| Técnico de Produção Agropecuária | Técnico de Acompanhante de Turismo Equestre

| Tratador e Des

| Operador Agríc Horticultura / F

| Técnico de Turismo Ambiental e Rural NOVO

SUBSÍDIOS

| Alojamento

| Alimentação

| Transporte

| Estágios Interna

Ao abrigo do progra Cofinanciado por:


2021 | 2022

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 49


LIDERANÇA: NOVOS DESAFIOS | CENTRO SOCIAL BONITOS DE AMORIM

Domingos Santos Diretor

68 ANOS DE APOIO À COMUNIDADE O Centro Social Bonitos de Amorim tem por objetivo "colaborar com as famílias na formação e educação dos seus filhos, bem como na promoção sociocultural da comunidade, coadjuvando os serviços públicos competentes e outras instituições num espírito de solidariedade e colaboração. O Diretor Domingos Santos relembra o trabalho idóneo do Centro que há 68 anos zela pelo bem-estar de todos.

50 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

História com grandeza social Fundado a 19 de fevereiro de 1952, o Centro Social Bonitos de Amorim, era designado inicialmente de Beneficiente. No entanto, anteriormente à data da fundação e no mesmo registo, funcionava em Amorim a Conferência de S. Vicente de Paulo, presidida pelo Pároco da freguesia, que recolhia junto dos mais abastados géneros e dinheiro para distribuir pelos mais carenciados na antiga residência paroquial. Ajuda que se estendia aos doentes e idosos, com refeições enviadas por familiares e também, entre 1958 e 1969, a cerca de 40 crianças que frequentavam a escola primária. Posteriormente, a instituição passou a ser denominada por Centro de Assistência Bonitos de Amorim, e nessa altura foram elaborados os primeiros estatutos aprovados por despacho ministerial de 6 de fevereiro de 1959 e publicados no Diário do Governo n. 85, III Serie, a 10 de abril de 1959. Mais tarde, e por sugestão do Ministério dos Assuntos Sociais, o centro passou a designar-se Centro Social Bonitos de Amorim, alteração aprovada, por unanimidade, em assembleia geral em 1978, que serviu para

aprovação dos novos estatutos da instituição. Atualmente, o Centro Social Bonitos de Amorim conta com, aproximadamente, dois mil associados, e além do estatuto de IPSS, é uma instituição de Utilidade Pública Sem Fins Lucrativos, sendo a única associação da freguesia de Amorim com estas características. A sua ação abrange a freguesia de Amorim e freguesias circunvizinhas do concelho da Póvoa de Varzim. Um apoio que chega a todos Em 1975, o Padre Figueiredo doou à instituição um terreno e casas que eram sua propriedade, que deram lugar à construção do novo edifício do Centro, inaugurado a 2 de outubro de 1982, pelo Sr. Professor Marcelo Rebelo de Sousa, na altura Ministro do Governo presidido pelo Dr. Pinto Balsemão. Domingos Santos revela-se orgulhoso com o trabalho desenvolvido até à data. A equipa jovem e qualificada presta de forma eficaz um considerável número de serviços. O projeto, que começou inicialmente apenas com as valências pré-escolar e Centro de Atividades de Tempos Livres, foi crescendo, adaptando-se e alargando a oferta de serviços aos mais idosos. O Centro Social Bonitos de Amorim implementou diversos serviços vocacionados para o auxílio à população mais envelhecida, nomeadamente um Centro de Dia e o serviço de apoio domiciliário. De olhos postos no futuro, está em curso o projeto para a criação de um lar, um grande investimento para a comunidade. Domingos Santos, mostra-se confiante no futuro da instituição que em breve, graças a este novo projeto social, terá uma nova valência.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 51


MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR Os municípios são, nos dias de hoje, players de referência na competitividade territorial. O futuro turístico das regiões depende de projetos que valorizem as marcas e pontos fortes de cada uma delas, sem nunca esquecendo as pessoas que são promotores e atores locais e também elas dinamizadoras socioeconómicas. O Plano Estratégico de Turismo e Desenvolvimento Local assume-se primordial em vários municípios, que pretende, sobretudo, salvaguardar

52 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

as identidades, negócios e atividades, garantias de um futuro promissor e otimista. Mas o tema central do futuro é transversal a todas a regiões, independentemente da sua dimensão e estrutura: a Sustentabilidade Ambiental, sector em que incidem a maioria dos projetos autárquicos. Para viver, visitar e investir é preciso ir além do possível e imaginável, porque os desafios são constantes e é imperativo estar sempre um passo à frente.


REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 53


PRÉMIO AUTARQUIA DO ANO | C. M. VAGOS

Silvério Regalado, Presidente

VAGOS: “ATÉ ONDE QUEREMOS IR” Em toda a sua história, o Município de Vagos tem sabido aliar as tradições à inovação, a ruralidade à criatividade, o património à juventude, mantendo sempre os valores característicos das suas gentes. Silvério Regalado, Presidente, evidencia a dinâmica e atratividade do município conseguidos com a criação de projetos impulsionadores. No início de 2021, salientou a importância do envolvimento das pessoas, instituições, agentes económicos e culturais de vagos no desenvolvimento do concelho. A Responsabilidade, Ambição e Esperança, que destacou, são a chave para um futuro auspicioso? Estes são, inequivocamente, pontos chave na abordagem a uma realidade, que como sabemos, foi profundamente alterada pela crise pandémica de Covid-19 e à qual me referi em altura de Natal e Ano Novo, onde a situação, como bem nos recordamos, era bastante mais desfavorável. Agora, em altura de desconfinamento progressivo, faz cada vez mais sentido trazer para o discurso esta noção. A “Responsabilidade” de sabermos interpretar este regresso a uma normalidade progressiva, tendo sempre em atenção, quer nos comportamentos que adotamos do ponto de vista pessoal assim como na própria gestão do que vai acontecendo no Município. É importante fazer acontecer, mas sempre dentro do estrito cumprimento dos preceitos higiénico-sanitários, com o objetivo de não colocar em risco o trabalho extraordinário que os vaguenses, como os portugueses têm levado a cabo. Felizmente, os números estão a descer, o processo de vacinação corre em bom ritmo. Estamos no bom caminho e aqui reside a parte da “Esperança”, porque acredito sinceramente que com a resiliência já demonstrada e com o empenho que todos temos demonstrado, vamos mesmo conseguir vencer esta provação. A parte da questão que se prende com a “Ambição”, tem a ver sobretudo com o trabalho que, apesar de todas as condicionantes deste último ano e meio, temos colocado no apoio à Educação, à Cultura, ao Desenvolvimento Económico, à Ação Social, ao Desporto e à Sustentabilidade Ambiental. Com efeito temos estado, como é de resto nosso dever ao lado das nossas crianças e dos nossos seniores e das instituições que deles cuidam, como é o caso das IPSS´s, das empresas, das associações e coletividades, das artes e dos artistas. Apesar de todas as condicionantes, o concelho de Vagos nunca parou. 54 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Para alavancar o comércio local, no âmbito da pandemia Covid-19, o município e o Núcleo Empresarial de Vagos criaram "Vagos + Comércio", um programa de revitalização da economia local premiado na 2ª edição do Prémio Autarquia do Ano. Significa que o tecido empresarial e a população estão a receber todo o apoio necessário? Significa que estão a receber todo o apoio que tem sido possível à autarquia fornecer. Com efeito, a campanha de vouchers “Vagos+Comércio”, levada a cabo através de uma parceria com o Núcleo Empresarial de Vagos, durante oito meses injetou no comércio local, mensalmente, a quantia de 4 mil euros, num total de 32 mil euros, através do sorteio de 40 cupões relativos a compras feitas no comércio local aderente à campanha, no valor igual ou superior a 10 euros. Os premiados receberam vouchers no valor unitário de 100 euros, a serem empregues em novas compras no comércio local. Foi uma iniciativa que teve uma adesão crescente e massiva quer da população, quer dos estabelecimentos comerciais, a tal ponto de considerarmos que seria útil com ela continuar até ao final de outubro, uma vez que as pessoas e as unidades comerciais continuam a necessitar do nosso apoio. O reconhecimento desta campanha levou ao prémio que referiu, sendo que o melhor prémio que podemos ter é percebermos que as nossas ações estão, de facto a ter impacto e a surtir efeitos nas pessoas e no comércio local. Esse é o nosso maior contentamento.

Arte Xávega


Santuário de Vagos Festival do Moliceiro

Passadiços Quinta do Ega

A Câmara Municipal de Vagos procura responder ao mercado atual, criando condições para a fixação do investimento no concelho e potenciar o empreendedorismo e a inovação, com uma visão estratégica. As bases em que assenta essa estratégia é, sobretudo, para garantir emprego e permitir a construção de estabilidade económica e social? Sem dúvida! Já desde o início do nosso primeiro mandato, em 2013, que defendemos que só existem condições para o desenvolvimento eficaz e harmonioso de todo o concelho na medida em que este seja capaz de captar investimento empresarial gerador de emprego, que por sua vez, irá permitir que mais pessoas se fixem em Vagos, contribuindo, dessa forma para o seu crescimento progressivo. Ora, através da instalação de diversas unidades industriais de elevado quilate e de inegável pujança e sustentabilidade, quer na Zona Industrial de Vagos, quer no Parque Empresarial de Soza, por via quer das condições que estes espaços oferecem para a instalação de novos equipamentos industriais, quer pela sua localização privilegiada – com destaque, neste particular, para o Parque Empresarial de Soza – temos aumentado significativamente a captação de investimento e conseguido manter os níveis de desemprego em valores manifestamente residuais. É, naturalmente, uma tarefa nunca acabada e na qual estamos muito fortemente empenhados. Neste particular, só lamento que um projeto que seria muito importante na captação de investimento, que é a ligação da Zona Industrial de Vagos aos eixos rodoviários A25/A17, não tenha sido contemplado no Plano de Recuperação e Resiliência elaborado pelo Governo. Este é um dos novos objetivos e creio que teria todo o cabimento ao abrigo do referido documento.

O Município de Vagos é um destino turístico integrado na Ria de Aveiro, que alia a tradição à inovação, a ruralidade à criatividade, o património à juventude. Tem todos os ingredientes para marcar um alojamento local e viver uns dias revigorantes e inspiradores? Eu não teria descrito melhor o nosso concelho do ponto de vista das suas potencialidades. De facto, Vagos, como nos apraz dizer, é “Até onde queremos ir”, uma vez que, felizmente, dispomos de um enquadramento singular do ponto de vista da diversidade natural e geográfica que nos torna um dos destinos a visitar. Basta atentar que Vagos abrange a região da Bairrada, da Gândara e da beira-mar e cada um destes territórios tem uma multiplicidade de ofertas. Da nossa parte bairradina, a saliência vai, por exemplo, para a produção de espumantes, mas também por trilhos que favorecem a prática de BTT, um desporto cada vez mais em crescimento no concelho. Mais a sul, em território gandarês, gostaria de destacar a tipicidade das nossas emblemáticas casas gandaresas ou os trilhos pedestres, nomeadamente o Trilho da Lontra, situado na União de Freguesias de Fonte de Angeão e Covão do Lobo. Saltamos depois para a beira-mar, com as nossas praias da Vagueira, do Labrego e do Areão, com excelentes condições para a prática de surf, para umas férias retemperadoras ou apenas para um passeio sentindo a brisa do mar por companhia. Pode ser pela areia ou pelos nossos convidativos passadiços, que também podemos encontrar na sede do concelho ladeando o Rio Boco e a belíssima Quinta do Ega. Vagos destaca-se também pela sua religiosidade, cujo expoente máximo é o santuário mariano de Nossa Senhora de Vagos. Mas também pela Cultura, com o Museu do Brincar como um dos nossos “pontas-de-lança”. Isto só para citar alguns dos exemplos que fazem de Vagos, realmente, “até onde queremos ir…”. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 55


MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR | C.M. SEVER DO VOUGA

O presente e o futuro turístico de Sever do Vouga

António Coutinho, Presidente

Com o objetivo de traçar uma estratégia para o futuro turístico do concelho, que valorize as suas marcas e pontos fortes, a autarquia severense está a elaborar um Plano Estratégico de Turismo e Desenvolvimento Local, como nos conta em entrevista, António Coutinho, Presidente da Câmara Municipal. O Município de Sever do Vouga iniciou, em janeiro de 2021, a elaboração do Plano Estratégico de Turismo e Desenvolvimento Local, cujo desiderato é traçar uma estratégia concertada para este sector de atividade, alinhada com a oferta de todo o território e baseada nos seus elementos diferenciadores. Para tal, a autarquia procedeu à recolha de propostas de intervenientes locais e realizou entrevistas a entidades locais e regionais ligadas ao sector, bem como inquéritos on-line aos operadores turísticos locais para recolher contributos “que apontem caminhos para o futuro, para valorizarmos o turismo de Sever do Vouga”, realça António Coutinho. Este plano de desenvolvimento, cuja primeira fase já foi apresentada, espelhará os investimentos necessários a fazerem-se no concelho, nos próximos anos, para alavancar as atividades turísticas, com o intuito de “intensificar a vinda de visitantes e turistas ao concelho”, construindo uma nova oferta para públicos distintos, aproveitando a beleza natural do concelho, “valorizando o potencial em torno do turismo de natureza e aventura ou investindo em novas atrações que posicionem o concelho como destino principal das rotas turísticas”, afirma. Sem esquecer a oferta ao nível da restauração e do alojamento de um serviço de qualidade, relevando a excelente gastronomia e a arte de bem receber do povo severense, que constituem um ponto vital de atração. “Será um plano para fazer ao longo dos próximos anos para que possamos acrescentar valor”, avança o presidente, salientando que este vem mapear o concelho ao nível do seu presente turístico e projetar o futuro de uma forma sustentada. 56 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


C.M. SEVER DO VOUGA | MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR

Sever do Vouga: um destino de emoções Terra de contrastes, um destino turístico preservado e genuíno, assim é Sever do Vouga. A fim de fortalecer o concelho, enquanto produto turístico, o município está a desenvolver um conjunto de ações, nomeadamente três candidaturas a nível cultural e de valorização dos espaços naturais. “Uma delas envolve os concelhos de Águeda e Albergaria-a-Velha, aposta na valorização do rio Vouga, marca comum dos três municípios. Estamos numa outra com os municípios de Oliveira de Frades, Vouzela e São Pedro do Sul, que aposta na valorização da tradição do canto polifónico da região. Por último, uma candidatura que aposta na escrita, poesia e pintura, envolvendo figuras representativas de Sever do Vouga, Estarreja, Murtosa, Albergaria-a-Velha e Ovar”, revela o presidente, realçando que os três projetos têm uma dinâmica de valorização do turismo e da cultura dos concelhos. A par disso, Sever do Vouga está envolvido num projeto de uma Rota do Megalítico, juntamente com um grupo de 13 municípios, que visa valorizar os espaços megalíticos do concelho. António Coutinho destaca ainda a criação de projetos de valorização turística, zona de fruição junto à barragem e uma praia fluvial, para ser utilizada pela população em geral, e a intervenção na Eiras e na Aldeia dos Ameais, associando os percursos pedonais, valorizando a água do concelho e um grupo de cascatas lindíssimas que foram intervencionadas”. Estão também a decorrer os trabalhos de implementação da Grande Rota da Ria de Aveiro que abrange os 11 concelhos que representam a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, dos quais faz parte Sever do Vouga. Para o autarca, é “uma mais valia para o concelho e para o seu desenvolvimento turístico”, frisando também a presença do território severense na Grande Rota das Montanhas Mágicas.

Feira Nacional do Mirtilo Considerado o maior evento nacional dedicado ao mirtilo, a Feira do Mirtilo é uma grande marca do Município de Sever do Vouga, que se assume como a Capital do Mirtilo, dando voz a uma história de sucesso que começou, há cerca de 30 anos, com as primeiras plantações. A feira serve para projetar a imagem do concelho, alavancar o turismo, melhorar as condições de produção do produto, criando valor para a economia local. Sever do Vouga vai acolher mais uma edição da Feira Nacional do Mirtilo, nos próximos dias 26 e 27 de junho, o evento será presencial, ao contrário do que aconteceu em 2020, contudo, pelos constragimentos decorrentes da pandemia, o certame terá uma dimensão diferente, envolvendo mais os produtores locais e incidindo mais no produto.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 57


MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR | U. F. MOSCAVIDE E PORTELA

UM TERRITÓRIO COM MEMÓRIA E INOVAÇÃO

Ricardo Lima, Presidente

O executivo da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, liderado por Ricardo Lima, considera que, atualmente, as freguesias, são players de referência na competitividade territorial, nunca perdendo de vista que as pessoas estão em primeiro lugar e, por isso a sua ação, desde 2017, tem sido no sentido de tornar a freguesia, cada vez mais, um território de excelência para se viver, trabalhar, investir ou estudar. Situada na fronteira entre o concelho de Lisboa e Loures, a União de Freguesias de Moscavide e Portela assume uma geografia privilegiada pelo acesso direto às várias artérias de acesso à cidade e a todas as redes de transportes públicos. É, portanto, uma boa freguesia para viver, visitar e investir? A Freguesia de Moscavide e Portela é um território de excelência para se viver, trabalhar, investir ou estudar, não só pela sua proximidade a Lisboa ou Loures, mas também pelo conjunto de serviços que disponibiliza desde o comércio de rua à restauração, sem perder de vista a segurança e tranquilidade de um território com memória e inovação. A região privilegia de uma população bastante heterogénea, com diferentes necessidades e que oferece todos os dias novas aprendizagens. As medidas de atração de investimento e desenvolvimento económico são planeadas abraçando todas as faixas etárias? Naturalmente. A Junta de Freguesia de Moscavide e Portela tem uma visão estratégica para a captação de investimento que, não só privilegia a fixação de negócios tradicionais, mas também a captação de atividades económicas ligadas à inovação e tecnologia, permitindo dessa forma um espectro amplo que toque todas as idades e tendências sociais.

58 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

No momento frágil pelo qual passamos a dinamização das principais atividades económicas da região, a captação de investimento interno e externo e a valorização dos produtos locais torna-se ainda mais fulcral. A proximidade com os habitantes e a criação de projetos que os apoiam tem sido a vossa principal ação? Este momento “frágil” apenas veio reforçar a aposta que fizemos, a partir de 2017, e prova que a estratégia de valorização das atividades económicas locais e a sua promoção num quadro regional mais alargado era a correta. Aproxima-se uma época mais turística e economicamente mais favorável, mas este ano diferente e com restrições inerentes à pandemia. A atratividade e o futuro das freguesias dependem muito neste momento da capacidade dinamizadora dos executivos? Como na União de Freguesias de Moscavide e Portela? Evidentemente. Aliás este executivo da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela sempre considerou que hoje, as freguesias, são players de referência na competitividade territorial e, por isso, é importante que os eleitos locais tenham uma visão e abordagens mais alargadas do seu mandato. Esse foi um processo que iniciámos em 2017 e que, superadas as restrições e constrangimentos resultantes da pandemia, reforçaremos, sempre no objetivo de trazer mais pessoas à freguesia, potenciar os negócios locais e promover o território na região metropolitana em que se insere.


www.jf-avenidasnovas.pt

REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 59


AVENIDA NOVAS: O CENTRO DOS NEGÓCIOS Considerada uma das zonas habitacionais mais nobres de Lisboa, Avenidas Novas é hoje um dos centros de negócio estratégico da cidade. A freguesia que nasceu a partir da reforma administrativa de 2012, é hoje onde Ana Gaspar, Presidente da Junta de Freguesia, tem vindo a apostar. Hoje, as Avenidas Novas são uma área privilegiada na cidade de Lisboa e um local de cruzamento entre fregueses, não residentes, comerciantes, visitantes e turistas, portanto uma freguesia unida, sólida e equilibrada e “interessante do ponto de vista sociológico”. A 2 de outubro de 2017, Ana Gaspar iniciou um novo ciclo político como Presidente da Junta de Freguesia de Avenidas Novas. Nascida e a viver há 65 anos no território, a autarca revela um sentimento de honra e

orgulho de representar uma freguesia de um grande e notável território. “Rigor, competência e ternura” é o lema que a professora e militante social segue escrupulosamente e que se reflete num trabalho que faz com “todo o gosto juntamente com a restante e especializada equipa notável”. Os projetos que desenvolve são orientados pelo brio profissional, mas também pela ligação afetiva que a liga às Avenidas Novas e que se reflete no caráter de proximidade que existe no território. “Fazemos compras, vamos aos restaurantes, frequentamos os espaços culturais, fazemos a vida diária, tudo nesta freguesia e, por isso, recebemos mais facilmente o feedback dos cidadãos”. Por razões várias, Ana Gaspar garante que é bom viver nas Avenidas Novas um território com grande potencial.

Diversidade socioeconómica e cultural assente na proximidade A gestão de uma freguesia tão diversa, do ponto de vista socioeconómico e cultural, requer muito rigor, motivação e uma profunda dimensão humana. Para tal, é necessário o trabalho autárquico, perceber as necessidades de cada freguês e neste aspeto a Junta de Freguesia de Avenidas Novas tem sido exímia. É importante ouvir todas as pessoas nesse nível, “os vizinhos do lado”, os habitantes e os que nos visitam. O conceito lato de 60 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL


J. F. AVENIDAS NOVAS | MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR

“vizinhos e de vizinhas” é a representação da proximidade que o poder autárquico estabelece com os habitantes, que têm nas Avenidas Novas um lugar “ótimo para viver, passear, com uma restauração formidável”. Avenidas Novas é uma das zonas que melhor espelha o espírito da capital no que concerne à dinamização da população. “O que fazer em casa” é um projeto que reflete uma junta de freguesia ativa, mesmo durante o período pandémico. O projeto visa essencialmente dar uma atenção e um olhar especial a quem está em casa e pode estar sozinho. A par de conteúdos diários on-line, distribuímos o Entretém, cultural e recreativo, sempre com o objetivo de estimular o conhecimento para aqueles que, de igual forma estão em casa e não têm acesso aos meios digitais. O olhar atento de autarca, cidadã e professora estendeu-se à preocupação com o encerramento dos equipamentos desportivos da freguesia, colmatado com a disponibilização de conteúdos diários relacionados com a prática de Educação Física, alguns deles vocacionados especialmente para os mais idosos, elaborados por professores especializados. “Temos rigor, competência e uma profunda ternura como mote”, salienta a autarca.

Ana Gaspar, Presidente

Escutar, debater e construir uma rede de pessoas e instituições Numa altura de fragilidade económica e social, são importantes projetos que apoiam a comunidade a esse nível. Neste domínio a autarquia apostou na ampliação do Cartão freguês que já existia. São já 75 as lojas aderentes, que vão desde a restauração, ao comércio e aos equipamentos culturais de Avenidas Novas. Uma maneira simples de promover o comércio local e, por outro lado, estimular os fregueses a comprar na sua própria freguesia. O comércio local é também potencializado com a realização de duas feirinhas semanais que permitem aos artesãos vender os seus produtos. A Junta de Freguesia quer acima de tudo escutar, debater e co-construir uma rede de pessoas e de instituições. As sinergias, que Ana Gaspar considera fundamentais, serão, sempre, o foco do executivo da Junta de Freguesia de Avenidas Novas no futuro. A freguesia tem parcerias com a Associação do Turismo, com a ARESP, International Club of Portugal, Rotary Club, e com todos os organismos económicos culturais e sociais porque todo o tecido socioeconómico é fundamental. A autarca não tem dúvidas de que as Avenidas Novas são centrais no “business” e, nesse sentido, traça um futuro risonho. O Mercado do Rego, hoje revitalizado, é um exemplo dessa centralidade, porque agrega no mesmo local espaço cidadão, posto de enfermagem e um polo da junta, a par dos comerciantes, antigos e novos e da loja “âncora”, claro. A outros níveis, o futuro passa também pelo aumento do grau de literacia, conhecimento e de esperança que é necessária alimentar nos jovens de camadas sócio-económicas mais desfavorecidas, “que são o presente”. Como resposta a esse objetivo foi elaborado a proposta de um protocolo institucional com a Universidade Nova, com quem, desde o início, trabalhamos”. A pandemia atrasou, naturalmente, alguns projetos, mas a presença e o seu olhar atento do território e conhecimento que tem do mesmo permite-lhe responder a todos os desafios. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 61


MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR | U. F. CASCAIS E ESTORIL

“EM CASCAIS E ESTORIL, NINGUÉM FICA PARA TRÁS” Pedro Soares, Presidente

A sustentabilidade é um tema prioritário “de hoje, de ontem e de amanhã” para o executivo da Junta de freguesia de Cascais e Estoril. A autarquia, liderada por Pedro Soares, premiada na área da sustentabilidade ambiental como Eco Freguesia, tem concebido diversos projetos que salvaguardam os recursos potenciadores da freguesia.

A Junta de Freguesia de Cascais e Estoril pauta-se pela forte dinâmica do executivo que se estende à população em geral. Exemplo disso é a iniciativa “Cozinheiros à mão” na qual voluntários das paróquias de Cascais e do Estoril, em colaboração com a junta, cozinham para as famílias mais carenciadas? Sem dúvida. Este é um executivo que se preocupa de facto com a população e com as suas dificuldades nas mais variadas áreas, pelo que fazemos tudo o que nos é possível para estar junto das pessoas e responder a essas dificuldades. E para o conseguirmos fazer contamos com vários parceiros de diversas áreas e com a generosidade de pessoas comuns, como é o caso dos Cozinheiros à Mão, um grupo de voluntárias da Paróquia de Cascais e do grupo de voluntárias da Paróquia do Estoril. São dois grupos distintos, mas que assumiram a mesma missão - a de ajudar famílias que estão a enfrentar sérias dificuldades – cozinhando nas suas próprias casas centenas de refeições, semanalmente, que

62 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

a Junta de Freguesia, com a ajuda de dezenas de voluntários, entrega nas casas dessas famílias. Mas para além destes dois grupos tenho de salientar também a ajuda que temos tido dos empresários da restauração da Freguesia, que mesmo quando estavam de portas fechadas, a passarem pela maior crise de sempre, acederam de imediato ao nosso pedido e há um ano que doam refeições quentes. Em Cascais e Estoril, ninguém fica para trás, reforçamos os programas da rede social de Freguesia, onde contamos com a preciosa ajuda de mais de 300 voluntários e contamos com uma presença reforçada no terreno dos nossos parceiros sociais e do município, com o objetivo de chegar a quem mais precisava nesta altura difícil. Já distribuímos ao domicílio perto de 45 mil refeições quentes e contamos ainda com a preciosa ajuda da comunidade nórdica, sul africana e inglesa, residente em Cascais e Estoril, o qual nos permitiu entregar cerca de 3500 cabazes de apoio alimentar às famílias.


U. F. CASCAIS E ESTORIL | MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR

Por uma freguesia mais limpa, em parceria com a Claro Cascais e com o apoio do Município de Cascais, a Junta de Freguesia desenvolveu três projetos interligados: “Cascais e Estoril sem beatas”, “SUP(era) o Plástico” e “Mergulha por Cascais”. Quais são os efeitos práticos destas ações? O meio ambiente é uma das nossas maiores preocupações e estes projetos visam não só sensibilizar e consciencializar a população de que é urgente mudar maus hábitos, como por exemplo atirar beatas de cigarros para o chão, ou máscaras, que é o novo flagelo, como também de facto contribuir para a remoção efetiva de resíduos dos ecossistemas marinhos. Na primeira ação destes três projetos interligados foram removidas 40 mil beatas e 600 máscaras das ruas da freguesia, que deram origem a duas pranchas de paddle surf com encaixe frontal para balde de lixo, que estão agora disponíveis para os munícipes apoiarem na limpeza de resíduos superficiais das nossas águas, promovendo assim a economia circular. Paralelamente na ação de mergulho subaquático, na qual contamos com o apoio do instrutor José Eduardo Santos do Clube Naval de Cascais, foi removido cerca de meia tonelada de lixo marinho, com destaque para 13 armadilhas de pesca, 12 pneus, 3 âncoras, 36 quilos de plástico e 5 quilos de vidro. Foi um arranque em grande que trouxe a todos os envolvidos – 23 mergulhadores, 30 voluntários e 4 pescadores – uma sensação de bem-estar e orgulho por poderem contribuir ativamente para melhorarem o ambiente, e isto passou para fora, de tal forma que agora somam-se os pedidos de pessoas que querem participar nos próximos mergulhos. E isto é muito importante, é ganhar consciência e querer fazer melhor.

A Junta de Freguesia de Cascais e Estoril tem tido de facto um papel de dinamizador e promotor no que à sustentabilidade e defesa ambiental diz respeito. É por aqui que passa também a revitalização da freguesia para um futuro mais otimista? Sim, a sustentabilidade é um tema prioritário, de hoje, de ontem e de amanhã. E Cascais e Estoril tem-se destacado ao receber diversos prémios na área da sustentabilidade ambiental, sendo o prémio da Eco Freguesia, um dos destaques. Mas o otimismo e resiliência ambiental requerem muita ação, pelo que têm sido várias as iniciativas deste executivo… Promovemos frequentemente ações de limpeza de praia, envolvendo os nossos jovens e os nossos seniores. Em 2017 começámos a promover ações de remoção de espécies invasoras da nossa costa, como é o exemplo do chorão e fomos a primeira Junta de Freguesia do país a abolir o plástico descartável, em 2018. Distribuímos gratuitamente cinzeiros pelo comércio local, criando condições para que estes possam depor devidamente os seus resíduos. E temos outro projeto, que iremos implementar nos próximos meses, o “Torre Plastic”, que resulta de uma parceria com a Associação Gaivotas da Torre e com o Movimento Claro e visa a produção de skates a partir de plástico, envolvendo todo o bairro e jovens da Torre. A sustentabilidade é um tema da agenda global, que requer cada vez mais uma resposta local. *Créditos fotos: Luís Bento, Leica e Carolina Fernandes

O projeto “Mergulha por Cascais” é um projeto em parceria com o Movimento Claro e com o apoio do Município e dos pescadores locais que se repete mensalmente. É urgente a criação de projetos como este que salvaguardem os recursos potenciadores da freguesia? Infelizmente a população em geral não está sensibilizada para as questões ambientais e por isso não tem noção do quão prejudicial é a incorreta deposição de resíduos. Todo o lixo que se atira para o chão, vai parar às sargetas e acaba no mar. Em Portugal a cada minuto são atiradas 7 mil beatas e uma só beata é capaz de contaminar 7,5 litros de água! As nossas praias estão cheias de paus de cotonetes, porque as pessoas não têm consciência que ao deitarem-nos para a sanita, vem tudo parar ao mar através dos esgotos. É mesmo urgente! No seguimento desse mesmo projeto foram construídas duas pranchas Stand Up Paddle a partir de máscaras e de beatas. Estas iniciativas apelam à comunidade em geral, mas principalmente aos mais jovens que são o futuro, para uma maior consciência ambiental? Apelam a todos, mas sabemos que sensibilizar e educar hoje os mais jovens, pode fazer a diferença amanhã, e por isso temos apostado na educação prática e concreta, atribuindo anualmente bolsas de mergulho e um programa de conhecimento dos ecossistemas marinhos de Cascais. E nas CAF e AECS das escolas parceiras da Junta de Cascais e Estoril damos prioridade às temáticas ambientais, com o apoio da Associação Claro Cascais. REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 63


MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR | J. F. OLIVAIS

OLIVAIS: O VERDADEIRO JARDIM DE LISBOA Há sete anos Presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, Rute Lima de Jesus conseguiu posicionar os Olivais no início da lista das melhores freguesias de Lisboa. Grandes desafios de gestão que servem de exemplo para outros organismos públicos, como nos diz orgulhosamente a autarca.

Uma freguesia que alcança esta posição e é galardoada duas vezes com o Rótulo Europeu de Responsabilidade Social é sinónimo de um bom trabalho? Na minha perspetiva, sim. De realçar que este destaque da Freguesia dos Olivais, por duas vezes consecutivas, foi conseguido de entre os melhores a nível europeu. Significa que as nossas práticas de gestão têm aspetos de boa governação e de responsabilidade social que servem de exemplo para outros organismos públicos e privados de outros países. Para mim é um orgulho muito grande liderar um projeto e operacionalizá-lo por forma a ser replicado além-fronteiras. Olivais tem escala de cidade e é um território muito heterogéneo, que representa grandes desafios de gestão, tanto ao nível da gestão corrente, como da gestão do investimento. A Câmara Municipal de Lisboa surge neste espectro como parceiro de excelência naquela que é a conceção e concretização de projetos de dimensão municipal.

Rute Lima Jesus, Presidente 64 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A Freguesia dos Olivais tem vários equipamentos urbanos e sociais que continuam a acolher os cidadãos para momentos de lazer e de convívio. Quais foram as obras que mais contribuíram para este crescimento? Olivais é uma Freguesia pensada onde não é preciso inventar quase nada, tendo em conta as suas características urbanísticas e beleza natural. O que nos cabe a nós fazer? Manter, requalificar e criar novas zonas de estadia e lazer. Estabelecemos com o Município de Lisboa um Contrato de Delegação de Competências em que, em conjunto, vamos requalificar várias praças e ruas da Freguesia. Nesse âmbito, estão a decorrer as obras de melhoria do espaço público na Quinta do Morgado, uma obra essencial para a valorização do território e para darmos uma resposta em termos de mobilidade pedonal e rodoviária. Também está a acontecer a intervenção de rebaixamento de dezenas de passeios um pouco por toda a Freguesia com novas passagens de peões, para darmos mais segurança aos mais idosos, pessoas com mobilidade reduzida ou, por exemplo, aos pais ou avós que estão a passear com os seus filhos. Estão em curso concursos públicos para a requalificação da Rua Vila Bissorá, próxima do Spacio Shopping, que irá alterar todo aquele espaço verde circundante à Escola C+S e ao bloco habitacional da Rua Cidade da Praia. Uma obra que tornará toda a zona mais agradável, a também grande requalificação dos impasses da Rua Almada Negreiros, da Avenida Cidade de Lourenço Marques junto à Rua Cidade da Beira.


J. F. OLIVAIS | MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR

Todas as intervenções têm como foco a construção de novos caminhos pedonais, renovação dos espaços verdes, plantação de mais árvores e reordenamento do estacionamento para aumentar o número de lugares disponíveis para os residentes. Também existirão – e algumas já estão a decorrer – intervenções que serão feitas em colaboração com a Junta de Freguesia, mas concretizadas pelo município. A requalificação da célebre Praça do S, na Rua Alferes Barrilaro Ruas, do impasse da Rua Sargento Armando Monteiro Ferreira, junto ao muro da Quinta Conde dos Arcos, ou as repavimentações totais das ruas Cidade da Praia, de Tete e da Beira. Junto à Rua Cidade da Praia. Tudo obras que vão melhorar a qualidade de vida dos Olivalenses e que contamos que estejam prontas até ao final de 2021. Em 2020, havia vários projetos para implementar, como a criação da Loja do Cidadão e a reabertura do Centro Clínico. Apesar da chegada da pandemia, os objetivos foram cumpridos? Um deles sim – O Centro Clínico, o outro ainda não – Loja do Cidadão, embora este último já esteja em negociações com a AMA. O Centro Clínico, que esteve para ser inaugurado em setembro do ano 2020, não o foi por via da Covid-19, porque acabou por ser um equipamento utilizado para o combate e prevenção. Será reaberto dia 31 de maio, com todas as valências previstas e com um balcão do SNS24, através do qual a Junta de Freguesia terá um papel fundamental junto dos Olivalenses em algumas matérias que só são tratadas atualmente no Centro de Saúde. Passaremos a ter um serviço de saúde pública de proximidade. Quanto à Loja do Cidadão, o motivo do atraso é exatamente o mesmo. Todos os serviços foram afetados pela Covid-19 e inúmeros projetos passaram para segundo plano visto que a prioridade foi e continua a ser, a emergência social. Ainda teremos o Miradouro do Aeroporto, na Rua Cidade de

Tete, um megaprojeto que ascende a cerca de 700 mil euros. A obra está a ser iniciada, mas a sua conclusão está prevista apenas para o próximo mandato. É um projeto que nasceu pequeno e que depois foi crescendo tendo em conta a potencialidade do espaço e, à medida que foi sendo construído, foram acrescentadas novas valências. A Câmara Municipal de Lisboa já avançou com a limpeza e vai continuar a trabalhar na conceção do miradouro e no próximo mandato será feita a execução final. Mega projetos como a requalificação integral do Bairro da Encarnação, Mercado da Célula B e Praça da Viscondessa estão ultimados, mas tendo em conta os valores envolvidos e a complexidade técnica, tiveram o atraso próprio dos processos complexos. Vamos construir uma estação, com todas as condições, para as autocaravanas ficarem estacionadas enquanto os seus condutores visitam a nossa cidade e região. A cidade de Lisboa é deficitária deste tipo de equipamentos, ficando as autocaravanas paradas e sem condições, um pouco por toda a cidade. O local identificado é um espaço algo abandonado, com hortas clandestinas, junto às bombas da Galp, na 2ª circular. O projeto está concluído e iremos encetar os procedimentos para a sua execução. O mesmo permitirá, para além de contribuirmos para a criação de riqueza e empregos em Lisboa, dinamizar o turismo e potenciar o comércio local. O combate ao isolamento, à exclusão social e outras formas de discriminação são também uma preocupação, nomeadamente no contexto atual. Que medidas têm sido tomadas nesse sentido? Neste contexto, surgiu a necessidade de reforçar a resposta social a vários níveis. A nossa capacidade de resposta foi a mesma de sempre, apenas ampliada. Não nos dá felicidade dar essa resposta, mas há orgulho em saber que somos a primeira linha de apoio da nossa população na distribuição de centenas de refeições, REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 65


MUNICÍPIOS: VIVER, VISITAR E INVESTIR | J. F. OLIVAIS

todos os dias, aos mais idosos e vulneráveis ou na distribuição de alimentos essenciais no nosso Banco Alimentar. Neste momento, numa medida da Câmara Municipal de Lisboa, em conjunto connosco, estamos a disponibilizar vales de refeição às pessoas que deles necessitam para depois os utilizarem nos estabelecimentos da nossa economia local. Apoiar as pessoas, mas também as empresas e os empregos que criam. Flagelos como o isolamento, a exclusão social e outras formas de discriminação são fenómenos que tentamos prevenir e acompanhar de forma muito próxima, através das nossas equipas multidisciplinares e das nossas linhas de apoio. O trabalho em rede com os nossos parceiros, PSP, CPCJ, Santa Casa e outros permite uma atuação discreta e eficaz. O ambiente e higiene urbana e manutenção dos espaços públicos são também preocupações da autarquia. Dar o exemplo e adotar uma posição firme de sensibilização é uma das vossas grandes responsabilidades? Não é em qualquer território urbano, nomeadamente em Lisboa, que se pode viver quase paradisiacamente. Os Olivais são o verdadeiro jardim de Lisboa. Não é fácil fazer a sua manutenção pela densidade, amplitude e características. As coisas vão mudando, o próprio planeta mudou e os desafios da emergência climática e da proteção do ambiente são cada vez mais prementes. A JFO e a CML têm vindo a adotar, nos últimos anos, medidas de poupança e gestão de água para a rega. Manter a Freguesia limpa e verde dá muito trabalho. Temos as nossas equipas e empresas para tratamento dos relvados, das árvores, dos arbustos e das flores. É uma enorme envolvência e um dispêndio orçamental, que ronda os 800 mil euros por ano, que revela a importância que a Junta de Freguesia dispensa ao jardim da cidade de Lisboa.

"Devemos todos ser responsáveis enquanto cidadãos e, enquanto líderes das organizações, promover outras formas de pensar a sustentabilidade e adotar medidas que contribuam para uma maior eficiência de recursos"

66 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Está entre os compromissos do presente mandato a elaboração da Estratégia Energético-Ambiental. É importante num futuro próximo promover uma cidadania ativa? A freguesia de Olivais é uma das 24 freguesias da cidade de Lisboa, cujo município subscreveu o “Cumprimento do Pacto dos Autarcas” e aprovou Estratégia Energético-Ambiental, que se centra na redução dos consumos de energia, água e materiais e na melhoria da qualidade de vida das pessoas.A Estratégia cumpre o objetivo de criar as condições necessárias para promover eficientemente a melhoria da qualidade do ar exterior, a redução de ruído, a redução do consumo de água potável por habitante, a redução do consumo de energia por habitante, e a redução da produção de resíduos para aterro por habitante. Acredito que a sensibilização da população para estas questões, devem ser alimentadas junto dos mais jovens. Em março de 2020 tivemos as XXVI Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental, organizadas pela ASPEA em parceria com a JFO, a CML e a Lisboa e-Nova. Alusiva ao tema “Educação Ambiental como processo (trans)formador para a construção de eco comunidades”, as jornadas abordaram quatro eixos temáticos prioritários: Educação Ambiental como contributo para a ação climática; Educação Ambiental na preservação da biodiversidade e dos sistemas aquáticos; Educação Ambiental como ferramenta para promover a economia circular; Educação Ambiental nas estratégias de mobilidade suave e de energia limpa. Sensibilizando as crianças, sensibilizamos toda a população. Devemos todos ser responsáveis enquanto cidadãos e, enquanto líderes das organizações, promover outras formas de pensar a sustentabilidade e adotar medidas que contribuam para uma maior eficiência de recursos. A promoção de uma melhor gestão da água, travar a perda de biodiversidade e a degradação dos serviços ecossistémicos, melhor gestão do ordenamento territorial e dos solos, transformação dos resíduos em recursos através de uma reciclagem e reutilização mais orientada, da recolha seletiva e da valorização energética são só alguns exemplos do que já se pratica nos Olivais. Mas muito mais há a fazer e cabe a cada um fazer a sua parte.


SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE: · IMPLANTOLOGIA · ORTODONTIA · ODONTOPEDIATRIA · ESTÉTICA DENTÁRIA · TRABALHO DE LABORATÓRIO DENTÁRIO

Serviço de Urgência

Horário de Funcionamento

Marcações online info@saberdentaria.pt

info@prodentelab.com

9.00h - 19.00h Segunda a Sexta

www.saberdentaria.pt

9h00 às 13h00 – 14h00 às 18h00 Segunda a Sexta

Telf:282 444 320 Telm:925 980 151

www.protesesdentarias.pt

Rua Engenheiro

Clínica ASM

Rua do Calvário Edifício 19

EN 125 Algarve Outlet

Duarte Pacheco Nº 35

João de Deus

Bloco 1 R/C Esq.

Nº 100 Lojas 2.02-2.05

8550-462 Monchique

Rua Comendador

8135-123 Almancil

8700-137 Olhão

+351 282 912 480

Vilarinho Nº 9

www.clinicadealmancil.com/pt/

www.clinicadeolhao.com

+351 925 533 001

8300-157 Silves

+351 289 390 870

+351 289 247 222

+351 282 440 030

+351 914 392 590

+351 961 519 734 REVISTA BUSINESS PORTUGAL // 67


ão s ipaç e õ c O diç arti H n o P C de UN s J i ia E ec D p s E 30

É AT

13 A 15 JULHO

O Maior Evento de Vendas alguma vez realizado em Portugal

MAIS DE 50 ORADORES NACIONAIS E INTERNACIONAIS

www.topsalessummit.com MEDIA PARTNERs

68 // REVISTA BUSINESS PORTUGAL

ORGANIZAÇÃO


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.