Ano XV MAIO 2018 R$ 5,00
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VACINA, MATOPIBA
Os quatro estados que formam esta região agrícola estão mobilizados para vacinar quase 40 milhões de cabeças de gado. Todos eles estão na área de “Sem Aftosa, com vacinação” e visam contribuir para que o Brasil erradique de vez o mal de seu território.
BAHIA FARM SHOW MAIS QUE SHOW DE TECNOLOGIAS E FATURAMENTO PARA OS EMPRESÁRIOS DO AGRO, FEIRA GERA MILHARES DE EMPREGOS TEMPORÁRIOS E CONTRIBUI COM PROJETOS SOCIAIS. PISCICULTURA PRODUÇÃO DE PEIXE NO BRASIL CRESCEU 8% NO ANO PASSADO. NO TOCANTINS, TÉCNICOS DO GOVERNO DO ESTADO CRIAM FERRAMENTA PARA O PERFEITO MANEJO DO TAMBAQUI.
ENTREVISTA CELESTINO ZANELLA: “DIFERENCIAL DA BAHIA FARM SHOW DESTE ANO SERÁ A CELERIDADE DOS BANCOS”
SUMÁRIO
CAPA Todo o MATOPIBA mobilizado para erradicar a febre Aftosa de seu território. Quase 40 milhões de cabeças devem ser imunizadas
20/24
BAHIA FARM SHOW
BALAIO NEWS
Notícias dos agronegócios na região do MATOPIBA e do brasil
06/07 ENTREVISTA
Feira, além de fazer a alegria dos agronegócios, gera milhares de empregos temporários e benefícios sociais.
Presidente da Aiba, Celestino Zanella, fala das perspectivas da Bahia Farm Show 2018
PISCICULTURA BRASIL
AGROTINS 2018
26/27
Cultivo de peixe no Brasil cresceu 8% no ano passado, revela o Anuário da Piscicultura, da Associação Brasileira de Piscicultura.
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INOVAÇÃO
Técnicos da área do peixe do Governo do Tocantins desenvolvem eficiente ferramenta de manejo do tambaqui.
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CARTA DO EDITOR
Vacina MATOPIBA. Fora aftosa.Região mobilizada para vacinar quase 40 milhões de cabeças de gado
08/10
Renda de estacionamento será destinado, novamente, à obra social
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AGRICULTURA FAMILIAR
Secretaria de Agricultura de Barreiras quer fortalecer associações de pequenos produtores
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CRÔNICA
Antônio Oliveira escreve: “Carta aberta à sociedade de Barreiras
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CARTA DO EDITOR
C
om um rebanho de aproximadamente 215 milhões de cabeças de gado, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, o que torna a atividade da pecuária de corte como um dos mais importantes setores do Agronegócio brasileiro. Em 2017, a receita cambial deste setor atingiu os US$ 6,28 bilhões, resultado 14% superior ao de 2016. Em toda a cadeia produtiva da pecuária de corte trabalham em torno de 1,6 milhões de pessoas. Essa posição de mercado internacional e de geração de empregos e renda só está sendo possível graças aos altos investimentos que os pecuaristas brasileiros fazem na seleção, melhoramento e sanidade de seus rebanhos, e os dois entes federados – União e estados – fazem pela sanidade do rebanho, principalmente, procurando manter longe dos pastos brasileiros a febre Aftosa. Este trabalho conjunto – governos e iniciativa privada – já dura mais de 50 anos. Trata-se de programas criados e coordenados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os avanços, conforme o Ministério, podem ser comprovados: o último caso registrado no Brasil foi em 2006. Toda esta luta visa o reconhecimento mundial de país livre da febre Aftosa e o último programa de enfrentamento da doença desenvolvido pelo Mapa, o Plano para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), está previsto para ser executado durante os próximos dez anos. O objetivo do plano, ainda de acordo com o Mapa, é criar e manter condições sus-
MATOPIBA TRABALHA PARA VACINAR QUASE 30 MILHÕES DE CABEÇAS
tentáveis para garantir o status de país livre da febre Aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação, “protegendo o patrimônio pecuário nacional”. O PNEFA está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e as diretrizes do Programa Hemisfério de Erradicação Mundial da febre Aftosa.
ADAPEC
Vacina, MATOPIBA. Fora Aftosa.
Com um rebanho total de mais ou menos 30 milhões de cabeças, o que representa 14% do rebanho nacional, os estados que compõem a região do MATOPIBA – Maranhão (7.600,000 de cabeças), Tocantins (8.687,000), Piauí (1.800,000) e Bahia (11 milhões de cabeças), estão empenhados em sair da área de “Sem Aftosa com vacinação”, e num futuro - que se espera, seja breve, “Sem Aftosa, sem vacinação”. É este o tema principal desta edição de Cerrado Rural Agronegócios, nossa contribuição para que a região atinja seus objetivos e, até lá, quando não for preciso mais vacinar seus rebanhos, garantam para o Brasil um gado e uma carne saudável para o Brasil e o mundo garantindo o emprego e renda de milhares de pessoas. Esta edição traz, também, matérias e entrevista que refletem as perspectivas das principais feiras de agronegócio da região – Bahia Farm Show, no oeste da Bahia, e Agrotins, no Tocantins. Muito otimismo por causa da boa safra de grãos na região e no Brasil, embora em relação a feira tocantinense, seus organizadores estão trabalhando com uma certa insegurança e ansiedade, devido a insegurança institucional que tomou conta do Estado, com a cassação e troca-troca de governadores. Na área de piscicultura, esta edição reporta uma tecnologia desenvolvida por técnicos do Governo do Tocantins para o manejo correto do tambaqui. Traz muito mais, inclusive entretenimento, como é caso da nossa página de crônicas e a de entretenimento com receias e palavras cruzadas. Boa leitura e capriche na vacina de seus animais, se és pecuarista.
ANTÔNIO OLIVEIRA
EXPEDIENTE Cerrado Rural Agronegócios - impresso e site - tem foco jornalístico na região do MATOPIBA. É publicada por Cerrado Editora, Comunicação e Marketing Ltda CNPJ 10.683.730/0001-98 EDITOR-GERAL: Antônio Oliveira (RP.: 474/TO) PALMAS: 409 Norte, Alameda 23, lote 10 - CEP: 77001-622 - Palmas-TO (63) 3571-2236 – 99288-0311 (WhatSap) E-MAILS: editorgeral@cerradoeditora.com.br, redacao@cerradeditora.com.br e contato@cerradoeditora.com.br SITES: www.revistacerradorural.com.br, www.cerradoeditora.com.br, piscishoweavisuleite.com.br
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BALAIO NEWS
GESTÃO
*Da Embrapa A Embrapa Suínos e Aves, atualizou a planilha eletrônica que ajuda produtores de suínos e de frango de corte integrados na gestão da granja. A nova versão está disponível na página da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), no endereço embrapa.br/suinos-e-aves/cias e pode ser baixada gratuitamente. A nova versão da planilha permite ao produtor integrado e à assistência técnica melhor interpretar os resultados, porque além de comparar a receita obtida com os custos de produção, também permite acompanhar a geração de caixa da granja e o impac-
to da prestação do financiamento. A planilha também faz uma análise do resultado e apresenta uma estimativa da Taxa Interna de Retorno (TIR) do investimento realizado. A planilha interpreta os resultados comparando a receita bruta com os custos de produção (variável, operacional e total), permitindo uma análise econômica, e também compara a receita bruta (ou entradas de caixa) com as saídas de caixa, fazendo uma análise financeira. A composição dos custos é apresentada em gráfico para facilitar a visualização. O gráfico permite avaliar os itens que mais impactam no custo de produção e na análise do resultado.
EMBRAPA
Planilha da Embrapa monitora caixa e custos de granjas de suínos e aves
A NOVA VERSÃO DA PLANILHA PERMITE AO PRODUTOR INTEGRADO E À ATER MELHOR INTERPRETAR OS RESULTADOS
DIA DE CAMPO
*Da Redação A Secretaria do Desenvolvimento Rural de Palmas (Seder) promoveu um dia de campo dia 14 de abril, reunindo produtores e estudantes na Chácara Tiúba 75, 2° etapa, na região de Coqueirinho, zona rural de Palmas. O encontro teve como proposta a otimização de recursos, espaço e tempo para ganho em produtividade com demonstração de tecnologias de integração de culturas e incremento da produtividade em pequenas propriedades, e também contou com a participação da prefeita Cinthia Ribeiro e secretários. – Esse é sem dúvida um momento oportuno para discutir avanços e técnicas do agronegócio com especialistas, produtores e instituições de ensino. Essas técnicas, bem geridas, vão trazer resultados muito satisfatórios para nosso município – enfatizou a prefeita Cinthia
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PRECISAMOS NOS ESQUECER DO ‘ACHÔMETRO’ E NOS FUNDAMENTAR NAS TÉCNICAS”, DIZ SAHIUM
Ribeiro, que esteve no evento. Durante o Dia de Campo, técnicos da Seder ministraram palestras sobre reforma de pastagens degradadas, melhoramento do solo com o sistema de Integração Lavoura e Pecuária
SECOM/PALMAS
Seder difunde técnicas de otimização para a produção rural
(ILP), além de ações estratégicas para aumento de produção agropecuária. Foi ainda demonstrado na propriedade como o milho pode garantir a produção de silagem que servirá de alimento para gado de confinamento.
Integração lavoura Pecuária - O Engenheiro Agrônomo da Seder, Roberto Cunha Carvalho, falou sobre a reforma de pastagens e como o milho ensilado é uma boa alternativa para o gado. – A reforma de pasto, adotando a integração lavoura e pecuária, permite um capim de melhor qualidade para safra e entressafra. A silagem feita após a colheita do milho vai garantir mais alimento para o gado na seca. Porque assim o produtor tem um alimento de boa aceitação pelo gado e que é um complemento nutricional como volumoso. O que ajuda a impedir que o produtor perca animais na estiagem por causa da fome – explicou Carvalho. O gerente da chácara onde o Dia de Campo foi realizado, Raimundo José Alves, explicou que a técnica deve garantir alimento pelo período quatro meses (na seca) a 20 vacas leiteiras.
BALAIO NEWS
ROÇA NAS ESCOLAS
UNIDADE DEMONSTRATIVA NA CHÁCARA TIÚBA CULTIVA MILHO E CAPIM BRACHIARIA
de 15 toneladas em 2019. Mais dois hectares ainda serão plantados para produção de milho. Quando às unidades educacionais recebem os alimentos, segundo a nutricionista da Semed, Ariana Nascimento, os servidores que preparam o alimento escolar são orientados para inserção
BALANÇO
Exportação brasileira de bovinos vivos chega a 143,2 mil cabeças em 2018 Em março o Brasil exportou 45,2 mil cabeças de bovinos vivos, com faturamento total de US$34,54 milhões. É o que informa o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Em relação ao mesmo período do ano passado, a quantidade e o faturamento foram 19,3% e 25,5% maiores, respectivamente.
desses produtos como complemento. – O milho não será 100% ou principal ingrediente na receita das refeições. Orientamos a fazer carne com milho, saladas com milho verde, bolo de milho e outras receitas para agregar e enriquecer mais ainda o cardápio – frisou. Ainda de acordo com a Seder, será
feito também o plantio de melancia, melão, tomate, pimenta-de-cheiro, rúcula, couve, alface, abobrinha e outras verduras que serão destinadas para a alimentação escolar *Material produzido pela Secom/Palmas, com edição de Cerrado Rural Agronegócios
DIVULGAÇÃO
*Da Redação A Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) destinou seis hectares de sua área reservada no Centro Agrotecnológico de Palmas onde é realizada a Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins), para plantação de grãos, tubérculos, frutas, hortaliças e demais alimentos que serão destinados à alimentação escolar. Por meio do projeto Roça para as Escolas, uma parceria da Seder com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), três hectares foram plantados com milho e um hectare com mandioca. Já para o final do mês de abril a previsão seria a colheita de 1.600 sacas de milho em dois dos três hectares. Os 27 centros municipais de Educação Infantil e 26 escolas serão contemplados com os grãos. Para conferir de perto o milharal, na manhã do dia 12 de abril, a diretora da Escola Agroecológica ETI Fidêncio Bogo, Queli Fiameti, e o diretor de Assistência Técnica da Seder, Bonfim dos Reis, fizeram vistoria na plantação, para planejamento da previsão de colheita, logística e entrega para as escolas. – Antes do final deste mês de abril as escolas vão receber a produção dos dois hectares de milho – confirmou Bonfim. Para mandioca, já foi plantado um hectare e a previsão de produção é
DIVULGAÇÃO
Programa municipal produz para a merenda escolar
Turquia (33,0 mil cabeças), o Líbano (9,3 mil cabeças) e a Jordânia (2,8 mil cabeças) foram os destinos dos animais. A Turquia é, por enquanto, a principal compradora de bovinos vivos do Brasil. No primeiro trimestre do ano, foram enviados 102,9 mil bovinos vivos para o país, o que corresponde a 71,9% do total exportado pelo Brasil no período. *Com informações da Ascom/CNA MAIO2018 |
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Celestino Zanella diz que Bahia Farm deste ano terá um diferencial
HECKEL JUNIOR
ENTREVISTA
A agilidade dos bancos em liberar propostas de crédito e custeio, “até mesmo durante os dias de realização da feira” ANTÔNIO OLIVEIRA
editorgeral@revistacerradorural.com.br
É verdade que a boa safra de soja e a maior oferta de crédito no mercado devem gerar mais negócios dentro da feira. Mas, independentemente da comercialização, a feira é hoje uma das maiores e mais bem organizadas do Brasil, sendo uma referência ao levar o que há de melhor em tecnologia agrícola para garantir maior produtividade e rentabilidade para os agricultores – estas palavras de otimismo quanto a edição deste ano da Bahia Farm Show é de Celestino Zanella, presidente da feira e da instituição que a promove, a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), em entrevista exclusiva para Cerrado Rural Agronegócios (site e impresso). - O diferencial é a facilidade que o crédito deverá ser liberado, de forma ágil para que a compra seja finalizada ainda dentro da feira – disse ainda O8
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em relação a operacionalização das instituições de crédito e custeio durante a fera. É esperado negócios da ordem de R$ 1,5 bilhão. - O sucesso da Bahia Farm está diretamente relacionado à união e busca pela eficiência dos agricultores no cuidado com a terra, com a sua produção e de todo o seu negócio – enfatizou em relação ao crescimento da feira desde quando ela deixou de ser Agrishow Luís Eduardo Magalhães (promovida pela Abimaq), para caminhar sozinha sob a responsabilidade da Aiba e parceiros. Zanella fala ainda da responsabilidade social e ambiental dos agricultores do oeste baiano. Ele lembra que, ao contrário do que se fala nas cidades, a região ainda tem quase 70% de Cerrado preservado e os agricultores já investiram mais de R$4 mihões em projetos sociais.
CELESTINO ZANELLA, PRESIDENTE DA AIBA E DA BAHIA FARM SHOW: “BOAS PERSPECTIVAS”
ENTREVISTA Cerrado Rural Agronegócios (CRA) Diante dos excelentes resultados da safra de grãos 2017/2018, em quase todo o Brasil, principalmente na região do MATOPIBA, qual a perspectiva que os coordenadores da Bahia Farm Show têm da feira, neste ano? Celestino Zanella - É verdade que a boa safra de soja e a maior oferta de crédito no mercado devem gerar mais negócios dentro da feira. Mas, independentemente da comercialização, a feira é hoje uma das maiores e mais bem organizadas do Brasil, sendo uma referência ao levar o que há de melhor em tecnologia agrícola para garantir maior produtividade e rentabilidade para os agricultores. Os resultados no campo estão diretamente relacionados à busca constante de tecnologia, informação e conhecimento pelos produtores que vem elevando a produtividade ao investirem no solo, em fertilizantes, sementes e maquinário. Somos altamente tecnificados e mesmo nas épocas de crise de chuva ou financeira, não deixamos de investir em nossos negócios. São os produtores os responsáveis pelo sucesso da Bahia Farm Show, e nesta edição, não será diferente.
“São os produtores os responsáveis pelo sucesso da Bahia Farm Show, e nesta edição, não será diferente”
Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – Qual é a previsão de público e negociações? Celestino Zanella - Estamos com a previsão que cerca de 75 mil pessoas possam conferir as novas tecnologias, principalmente da área de maquinário e aviação agrícola, que chamam a atenção de quem visita a Bahia Farm Show. Por causa das chuvas e dos produtores que fizeram a sua parte com maestria, este ano muitos deles devem continuar investindo visando a próxima safra, o que vai ajudar a chegar novamente à marca de R$ 1,5 bilhão em oportunidade de negócios. A feira já está consolidada. Os agricultores já veem nela a melhor oportunidade para ter os melhores maquinários e implementos agrícolas. Tudo isto com os melhores preços e negociações oferecidos pelos mais de 200 expositores, juntamente com as facilidades em crédito, parcelamento e juros abaixo do mercado que serão levados pelas instituições financeiras durante os cinco dias de Bahia Farm Show. Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – As linhas de crédito e condições oferecidas pelos bancos que vão estar operando na Feira são satisfatórias, podem atender as expectativas dos projetos de expansão de lavouras na região?
Celestino Zanella - Este ano, teremos novamente seis instituições financeiras públicas e privadas, que prometem levar as melhores linhas de financiamento e crédito agrícola principalmente para a aquisição de maquinário. O diferencial é a facilidade que o crédito deverá ser liberado, de forma ágil para que a compra seja finalizada ainda dentro da feira. Estamos com um bom problema também, que é o gargalo logístico do armazenamento por conta da boa safra deste ano, e os bancos já estão se preparando para atender com crédito para apoiar os produtores para investimentos nestes projetos (armazéns e silos). Os agentes financeiros também se antecipam à feira e aproveitam para revisar e oferecer melhores condições para proporcionar os melhores investimentos dentro da Bahia Farm Show. Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – Nem as crises políticas, econômicas e quebras de safra, barraram o crescimento da Bahia Farm Show. O que este fato pode dizer para os cenários nacional e internacional dos agronegócios, além de “nós fomos capazes de organizar uma feira tão boa e importante quanto a origem dela”? “Os produtores são resilientes, mas é preciso que se busque uma forma de melhorar a rentabilidade para que os agricultores possam investir ainda mais” Celestino Zanella - O sucesso da Bahia Farm está diretamente relacionado à união e busca pela eficiência dos agricultores no cuidado com a terra, com a sua produção e de todo o seu negócio. Os produtores rurais são a mola propulsora do desenvolvimento socioeconômico do oeste da Bahia e a feira é o momento em que conseguimos traduzir essa relevância para as pessoas da cidade que nos visita. Os produtores são resilientes, mas é preciso que se busque uma forma de melhorar a rentabilidade para que os agricultores possam investir ainda mais. Isto é dificultado pelos entraves burocráticos, com a grande quantidade de licenças e outorgas nas mais diferentes esferas de fiscalização - Município, Estado e da União. Há também o excesso de tributação e da insegurança jurídica relacionadas à legislação fundiária, ambiental e trabalhista. Além de toda a conjuntura relacionada ao clima e as pragas, produzir no Brasil é um grande desafio por causa da burocracia que freia o desenvolvimento.
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Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – O tema do Fórum do Canal Rural deste ano, dentro da feira, é sobre cultivo sustentável, ou seja, cultivar preservando o Cerrado. Uma polêmica que envolve produtores rurais, sobretudo irrigantes e os moradores da cidade. Isto, realmente, tem sido possível, a região está preservada? Celestino Zanella - Durante o Fórum do Canal Rural, que será transmitido ao vivo, será levado um tema que vai desmistificar que o produtor é contra o meio ambiente. Serão apresentados novos dados do Cadastro Ambiental Rural da Bahia, chamado de Cefir, que vai reforçar que as maiores faixas de floresta nativa preservada do Cerrado baiano estão dentro das áreas dos produtores rurais. Temos também um estudo da Embrapa Monitoramento por Satélite, que será apresentado pelo chefe-geral (desta unidade), Evaristo de Miranda, que também vai apresentar dados nacionais. Os últimos dados apontam que, 64% de toda a vegetação nativa do oeste da Bahia está preservada, ou seja, de um total de 11,6 milhões de terras, 3,6 milhões de hectares de vegetação nativa permanecem intocados, e outros 2,3 milhões de hectares estão em áreas de reserva legal. E, acreditamos que temos mais área de Cerrado nativo, caso sejam contabilizados também as áreas de preservação permanente. Neste sentido, mostramos a toda a sociedade que os produtores respeitam o Código Florestal e que estamos garantindo mais terras do que o necessário para a preservação ambiental da região. Cerrado Rural Agronegócios (CRA) - Como os agricultores e irrigantes provam que exercem uma agricultura sustentável, que não são responsáveis por crises hídricas registradas nos últimos anos na região? Celestino Zanella - A produção de grãos é em sua essência sustentável. Somos altamente tecnificados e utilizamos técnicas como o plantio direto, com a cobertura da palhada para proteger o solo, e o uso racional da água para irrigação ao investir em sistemas modernos. Não é fácil como se pensa adquirir uma outorga para irrigação, demoram-se anos, e muitas vezes, há uma burocracia ineficiente na solicitação destes processos. Dentro da sustentabilidade, estamos trabalhando com o projeto Soja Plus, que também mostrará os resultados na Bahia Farm, durante o workshop, e que vem reforçando a adoção de critérios de sustentabilidade principalmente na segurança, treinamen-
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ASCOM/AIBA
ENTREVISTA
A BAHIA FARM SHOW É A MAIOR VITRINE DOS AGROS NA BAHIA E A 4ª MAIOR DO BRASIL
to e qualidade de vida dos colaboradores e também no respeito à questão ambiental. Já foi provado que a crise hídrica que a região sofreu está relacionada ao baixo índice de chuvas, e neste sentido, os nossos negócios foram os mais afetados. Como prova de que trata-se de um momento cíclico do clima - e não por causa de desmatamento ou da irrigação-, desde o ano passado, as chuvas estão voltando aos índices considerados normais para a região. De toda forma, nós, agricultores, estamos produzindo ciência, e estudando sobre o potencial hídrico da região, com uma parceria entre a Universidade de Nebraska, dos Estados Unidos, e da Universidade Federal de Viçosa. Até o momento, os resultados parciais mostram que não há impacto da agricultura no aqüífero da região, e que existe água suficiente para atender todos os usuários, incluindo os agricultores, por meio da irrigação. Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – A região comemora muito super safras – produção e produtividade –, e diversificação de cultura. Mas, quase toda a produção é exportada, principalmente no caso do algodão, não agrega valor ao produtor e à sociedade regional, no que diz respeito a geração de empregos e renda. As agroindústrias, excetuando o esmagamento da soja, ainda são ausentes na região. Que caminhos o setor dos agronegócios, representado pela Aiba, estão tomando para reverter esta situação, industrializar o oeste? Celestino Zanella - Os produtores rurais e a Aiba vem fazendo a sua parte, ao cobrar as condições de logística na conservação de rodovias, energia elétrica e
“Somos altamente tecnificados e utilizamos técnicas como o plantio direto, com a cobertura da palhada para proteger o solo, e o uso racional da água para irrigação ao investir em sistemas modernos” telefonia, e de incentivos fiscais, para que possamos aumentar a nossa capacidade de produção agrícola, e para que mais indústrias tenham condições de se instalarem na região. De toda forma, parte da nossa produção é destinada ao mercado interno, e outra parte para o externo, a depender das condições de mercado. No caso do algodão, por exemplo, parte da produção já é beneficiada na região, sendo parte da fibra destinada para as indústrias do nordeste brasileiro, e outra parte
para os mercados asiáticos. O ideal, para todas as culturas, era que o produto saísse beneficiado, agregando mais emprego e renda para a região. Infelizmente, a região não oferece condições socioeconômicas, tributárias e de logística ideais para trazer mais indústrias para a região. Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – Tanto a Aiba, quanto a Bahia Farm Show, têm procurado exercer função social na região. Como o senhor descreve essas ações e o porquê delas? Celestino Zanella - A feira abre todos os anos espaço para o social, com o ingresso solidário. Pelo quinto ano seguido, é revertido um percentual do valor das entradas em benefício do Hospital do Oeste (HO). No último ano foram doados R$ 25.752,00 para a instituição, para a compra de 5 poltronas reclináveis, 22 biombos sanfonados e 2 cadeiras de banho e 10 mesas de cabeceira para o setor de emergências. Nos outros anos, já foram comprados, por exemplo, ar condicionados para o setor de pediatria. Também temos o Fundesis, que em parceria com o Banco do Nordeste, já foram aplicados em 12 anos cerca de R$ 4 milhões dos agricultores que já apoiaram entidades sociais nos 14 municípios da região, a exemplo de creches, abrigos, projetos da área de educação, e incentivo à arte e cultura, dentre outros. Estas são ações que fazemos por entender que somos desta região e queremos que ela se desenvolva como um todo, não somente no aspecto econômico, mas também no social. *Entrevista disponível também na versão impressa desta revista, edição deste mês.
OPINIÃO
Zootecnia, fundamental para a segurança alimentar no mundo A zootecnia é uma ciência que é realidade há muito tempo, desde quando o homem começou a domesticar e criar as espécies que eram de interesse de sua sobrevivência. Desde então, esta Ciência foi se desenvolvendo cada vez mais e alcançando algumas conquistas como por exemplo: o próprio curso, pois antes este se tratava apenas de matérias curriculares nos demais cursos das agrárias. De fato, esta Ciência evoluiu e hoje abrange muito além do que nutrição animal, vai de encontro a gestão do agronegócio, extensão rural e várias outras atividades. A atuação de um zootecnista é ampla e faz se necessária em todas as atividades agropecuárias, desde da gerencia de estabelecimentos até o compromisso de levar ao consumidor produtos de origem animal com qualidade e biossegurança. O curso de zootecnia no Brasil, tem pouco mais de 50 anos de vigência, já preparou muitos zootecnistas e a tendência é que o mercado precise ainda mais deste profissional, pois a produção de alimentos terá que andar a níveis acelerados, demandando mais profissionais na área e estes, cada vez mais capacitados. A zootecnia é uma Ciência em desenvolvimento, sempre na busca da otimização
dos sistemas de produções. Porém, o grande desafio, independente da atividade de produção, seja na bovinocultura de corte, de leite, na piscicultura, avicultura ou nas demais atividades, é maximizar a produção de forma sustentável, respeitando as peculiaridades da espécie e do ambiente, para isso o aporte tecnológico faz toda diferença. O mercado consumidor está cada vez mais exigente e para atender tal exigência, faz-se necessário o desenvolvimento de novas tecnologias e a constante capacitação dos profissionais envolvidos na área. Creio que, com o aumento demográfico que está projetado para os próximos anos, o zootecnista será um profissional cada vez mais importante para a sociedade, uma vez que serão mais pessoas no mundo que precisarão ser alimentadas, por essa razão, imagino que surgirão ainda mais espaço pra ser preenchido pelos zootecnista, tanto no campo como nos centros de ensino e pesquisa.
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NAISLAN FERNANDA * É bacharel em zootecnia pela Faculdade Católica do Tocantins. Reconhecida como aluna destaque pelo conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia do Estado do Tocantins da turma de Zootecnia 2013/1.
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ARTIGO TÉCNICO
Princípios fundamentais para o uso eficiente de nutrientes N
utrientes são elementos essenciais ao crescimento de qualquer ser vivo, incluindo as plantas. Na ausência de qualquer um dos nutrientes os vegetais não completam o seu ciclo de vida. Os solos são a fonte natural de nutrientes para as plantas. Quantidades insuficientes levam a baixas produtividades e tornam difícil obter retorno econômico compatível aos investimentos realizados. Os solos da região tropical e muito especialmente os do Brasil são normalmente deficientes em nutrientes. Assim sendo, qualquer profissional que pensa em ter sucesso na atividade agrícola deve estar atento a avaliação do seu solo no sentido de definir as necessidades de aplicação de nutrientes. Os fertilizantes são os produtos portadores de nutrientes utilizados neste sentido e podem ser de origem orgânica (compostos, estercos ou outras misturas) ou fabricados a partir do ar atmosférico ou de jazidas que os contém (inorgânicos). Não deve existir discussão sobre a validade de qualquer dos tipos principais de fertilizantes. Orgânicos ou inorgânicos devem serem vistos como complementares para a agricultura de qualquer região. Dito isto é bem verdade que devido a maior concentração de nutrientes existe maior praticidade logística de se aplicar os fertilizantes inorgânicos e por esta razão são muito mais utilizados principalmente em culturas extensivas ou de grãos. Qualquer fertilizante, se fabricado dentro de normas corretas, não são prejudiciais, sendo muito pelo contrário fundamentais para a agricultura nacional. É totalmente equivocada a informação de que estes produtos são nocivos. Como dito, são apenas e tão somente materiais que contém os nutrientes das plantas, dos animais e dos seres humanos. O sucesso da agricultura no Brasil se deve a utilização de fertilizantes, haja vista a estreita relação entre o aumento do consumo destes produtos e o aumento da produção nacional nas últimas décadas (Figura 1). Muito embora não
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seja possível dizer que a relação é direta de causa e efeito sabe-se perfeitamente que maiores produções não seriam possíveis sem os fertilizantes. Além disto, faz-se necessário considerar que plantas adequadamente nutridas tem maior qualidade nutricional para os animais e para os seres humanos. Como exemplo, cita-se o caso do Zn, o qual se encontra deficiente em grande parte das dietas em várias regiões do mundo. Esforços existem no sentido de se fornecer mais Zn às plantas através de fertilizantes, estabelecendo-se assim condições para menores índices de deficiência deste elemento fundamental a saúde humana. Portanto, plantas melhores nutridas são mais saudáveis e plantas melhores nutridas necessitam de fertilizantes adequados. Os nutrientes das plantas dividem-se
em macro e micronutrientes, com os primeiros exigidos em grande quantidade (ordem de quilogramas por hectare) e os segundos em quantidades menores (ordem de gramas por hectare). Porém, lembre-se de que independentemente da quantidade necessária sem qualquer dos nutrientes a planta sofrerá e será incapaz de completar o seu ciclo de vida ou produzir bem. Existem no mercado uma grande variedade de opções de fertilizantes a disposição dos produtores rurais, sendo os principais os nitrogenados (N), fosfatados (P) ou potássicos (K). Estes são os chamados macronutrientes primários. Além destes existem ainda os produtos contendo outros nutrientes, notadamente aqueles contendo os macronutrientes secundários (Cálcio = Ca, Magnésio= Mg e Enxofre = S) e os micronutrientes (Ferro = Fe, Manganês = Mn, Cobre = Cu, Zinco = Zn, Boro = B,
Cloro = Cl e Molibdênio = Mo). Como todo produto os fertilizantes devem ser utilizados de forma adequada e este artigo discute a seguir os princípios básicos para isto. É preciso salientar que tais princípios devem ser utilizados como modelo geral, sendo definidos nas condições de campo por profissionais com condições de interpretar as informações disponíveis e chegar a conclusão das melhores alternativas para os seus clientes. A aplicação de fertilizantes sem critério técnico é um grave erro e apenas um Engenheiro Agrônomo ou professional correlato tem condições de recomendar o que há de melhor para cada caso. De forma geral pode se dizer que a recomendação de fertilizantes deve se preocupar em definir o que chamamos de 4C, ou seja definir a fonte correta, na dose correta, no local correto e na época correta.
ARTIGO TÉCNICO
LUÍS IGNÁCIO PROCHNOW Diretor no Brasil do Instituto Internacional de Nutrição de Plantas
Os solos variam enormemente na sua capacidade de fornecer os nutrientes que as plantas necessitam. A melhor técnica para se identificar tal capacidade é a análise de solo. Através dela inúmeras informações são transferidas da pesquisa para o campo na forma de recomendações seguras de fertilizantes. Com uma amostra coletada da gleba de interesse o laboratório irá preparar e analisar tecnicamente o solo fornecendo resultados que permitirão a identificação das quantidades disponíveis de nutrientes para as culturas. A partir destes resultados os profissionais poderão calcular a necessidade de cada um dos nutrientes e finalmente escolher quais as fontes corretas para cada caso e ainda a dose correta de cada uma das fontes. Na maior parte das vezes os nutrientes são fornecidos em fórmulas que já contém vários deles, facilitando assim a prática do agricultor para nutrir as suas plantas. Cada nutriente tem um tipo de reação no solo. Isto é extensivamente estudado pelos pesquisadores, os quais resumem as suas descobertas através de publicações e palestras técnicas ao público de interesse. Como exemplo cita-se que o nitrogênio é extremamente móvel no solo, o que faz com que seja necessário se aplicar este elemento de acordo com a necessi-
dade das plantas em termos de absorção durante o seu ciclo de vida. Caso contrário a aplicação feita com falta de sintonia com a necessidade da planta poderá levar a perdas do nutriente para o lençol freático ou para a atmosfera. Já o fósforo tem comportamento completamente distinto sendo muito pouco móvel nos solos. Tais características definem em contexto mais amplo qual a época correta de se aplicar cada um dos fertilizantes selecionados. Para várias culturas é recomendado o parcelamento da adubação, principalmente do N, para que o aproveitamento seja o melhor possível. A reação dos nutrientes no solo, bem como as características das plantas, principalmente em termos de sistema radicular, ajuda a definir o local correto de se aplicar os fertilizantes. Seria impossível se aplicar no mesmo local do solo por exemplo os fertilizantes para culturas de grãos versus culturas perenes, tais como café ou laranja. Repetindo, os princípios fundamentais para
se aplicar fertilizantes de forma correta são escolher a fonte correta, aplicando na dose correta, na época correta e no local correto. Nunca é demais salientar que embora estes princípios sejam globais é preciso observar que eles devem ser definidos especificamente para cada gleba de produção. Ou seja, não é possível se transferir as mesmas condições de uma propriedade para outra, nem que as duas sejam muito próximas. Como são inúmeros os fatores que interagem para que a planta possa ser nutrida de forma adequada os pesquisadores em todo o Brasil disponibilizam aos consultores agronômicos e agricultores tabelas ou modelos que, levando em consideração certas variáveis, definem o que se fazer quanto aos 4Cs. Tais ferramentas são específicas para cada região ou estado do Brasil devido à variedade de solos e metodologias empregadas nas análises. O Instituto Internacional de Nutrição de Plantas, associação sem fins lucrativos, tem por missão pesquisar e educar sobre como se utilizar os fertilizantes de forma adequada. Convidamos aos leitores para visitarem a nossa página na web (brasil.ipni.net). Nela encontrarão vários materiais de interesse para complementar o assunto aqui discutido.
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Produção de peixes no Brasil cresceu 8% no ano passado DA REDAÇÃO
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produção de peixes no Brasil cresceu 8% em 2017: saiu das 640.510 t produzidas em 2016 para 697 toneladas em 2017. É o que revela o novo Anuário da Piscicultura Brasileira – edição 2018, publicada em fevereiro pela Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR). Ainda conforme este estudo, a tilápia é o peixe mais importante entre todas as outras espécies cultivadas do Brasil. Segundo levantamento inédito da PEIXE BR, a espécie representa 51,7% da piscicultura nacional, com 357.639 toneladas em 2017. A segunda posição é da categoria dos nativos. De acordo com a pesquisa da PEIXE BR, liderados pelo Tambaqui, os nativos representam 43,7% da produção brasileira: 302.235 toneladas. Outras espécies, entre as quais destacam-se carpas e trutas, representam 4,6% da produção brasileira de peixes de cultivo em 2017, com 31.825 toneladas. A pesquisa da PEIXE BR em todo o Brasil mostra, pela primeira vez, os números da tilápia no país, comprovando sua viabilidade em termos produtivos e como negócio, já que a espécie está presente nos maiores e mais recentes empreendimentos, sobretudo na região Sul/Sudeste. - A autorização para produção da tilápia em estados com grande potencial de desenvolvimento da piscicultura, como Tocantins e Mato Grosso, também mostra que a participação da espécie na piscicultura brasileira deve crescer ainda mais no futuro - complementa Francisco Medeiros, presidente executivo da PEIXE BR.
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BRASIL, 4º MAIOR PRODUTOR DE TILÁPIA A produção brasileira de tilápia foi de 357.639 toneladas em 2017, de acordo com levantamento da PEIXE BR. Esse resultado coloca o Brasil entre os quatro maiores produtores do mundo, atrás de China, Indonésia e Egito. De acordo com o Relatório Intrafish, respeitada publicação da Noruega, a China lidera o ranking com 1,8 milhão de toneladas de tilápia por ano. A Indonésia está na segunda posição, com 1,1 milhão/t, e, depois, o Egito, com 800 mil t/ano. Após o Brasil, vêm Filipinas (311,6 mil t) e Tailândia (300 mil t). O Paraná é o maior produtor de tilápia do Brasil, com 105.392 toneladas. A espécie participa com 94% da produção total de peixes cultivados do estado. A tilápia também está presente com força de São Paulo. Nada menos do que 95% da produção do estado – equivalentes a 66.101 t – são de tilápia. O terceiro maior produtor de tilápia do Brasil é Santa Catarina, com 32.930 t (74% do total). Depois vem Minas Gerais, com 27.579 t (95% do total), e Bahia, com 22.220 t (81% do total). Juntos, os cinco estados maiores produtores de tilápia do Brasil representam 64,9% da produção nacional. PARANÁ É O MAIOR PRODUTOR DE PEIXES DE CULTIVO DO BRASIL Paraná mantém-se na liderança entre os estados produtores de peixes de cultivo, com 112 mil toneladas em 2017. O aumento foi de 19,3% em relação a 2016. A segunda posição permanece com Rondônia, agora com 77 mil toneladas e crescimento de 2% sobre o resultado de
2016. A terceira posição continua com São Paulo. O Estado atingiu a produção de 69.500 toneladas, com elevação de 6,3% sobre o ano anterior. A quarta posição no ranking estadual permanece com Mato Grosso. O Estado cresceu 3,5% em 2017, atingindo 62.000 toneladas. Santa Catarina está na 5ª posição, com produção de 44.500 toneladas de peixes cultivados em 2017. RONDÔNIA LIDERA PRODUÇÃO DE PEIXES NATIVOS Rondônia e Amazonas (região Norte), Mato Grosso e Goiás (região Centro-Oeste) e Maranhão (região Nordeste) são os maiores produtores de peixes nativos do Brasil. A pesquisa da Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR) não detalha, em percentual, as espécies nativas mais produzidas, porém a liderança é do Tambaqui, Pirapitinga, Pacu e seus híbridos, principalmente Tambatinga. Rondônia lidera o ranking, com 100% de sua produção (77 mil t, em 2017) de espécies nativas. Mato Grosso aparece em segundo lugar, com 60.134 t (97% do total). Na sequência, vêm Amazonas, com 100% da produção de peixes nativos (28 mil t), Maranhão, com 90% das 26.500 t, e Pará, com 97,2% da produção total de 20 mil t. Os cinco estados, juntos, representam 69% da produção total de peixes nativos, lembrando que estas espécies estão mais disseminadas pelo Brasil – especialmente pelas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. De acordo com o levantamento da PEIXE BR, somente no Distrito Federal não há cultivo de peixe nativo. *Com informações da Texto Comunicação
LUÍS FERNANDO/SECOM-TO
ASCENSÃO
ASCENSÃO
A TILÁPIA, MUITO PRESENTE NA CULINÁRIA MUNDIAL, É A ESPÉCIE MAIS PRODUZIDA NO BRASIL
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DA REDAÇÃO
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Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura do Tocantins (Seden) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) desenvolveram um mecanismo de disco giratório contendo informações para auxiliar na criação de tambaqui, que, de acordo com a própria Seden, deve ajudar a alavancar a piscicultura no Estado. O dispositivo traz dados de planejamento produtivo, que normalmente exigem tabelas complexas, de uma forma simples. De acordo com o Gerente de Arranjos Produtivos da Seden, Marcondes Martins, após identificar a deficiência que os produtores tinham de informações, o mecanismo foi desenvolvido para facilitar a transmissão de informações de forma simples e em linguagem acessível para o produtor. - Sua utilização oportunizará um dimensionamento correto da quantidade de alevinos a ser adquiridos e povoados, propicia a compra programada da quantidade de ração, além de dados de referência sobre peso e medida do peixe para cada fase de seu ciclo de vida. Fatores predominantes para diminuir perdas, aumentar eficiência na produção e a produtividade e maximizar lucros, levando oportunidade de tecnificação aos piscicultores do Estado do Tocantins – disse Marcondes. O gerente de Pesca e Aquicultura do Ruraltins, Andrey Costa, explica que os técnicos da pasta estão aproveitando a visitação para a realização do Censo da Piscicultura, para disponibilizar o dispositivo que já está sendo testado em diversas pisciculturas no Tocantins. - Os técnicos levam apenas 15 minutos para explicar o funcionamento do dispositivo. A receptividade dos produtores e até dos extensionistas tem sido muito boa – informa o gerente. Ele conta ainda que o mecanismo deve ajudar a alavancar a piscicultura no Estado, que tem grande potencial para crescimento. - O dispositivo pode ainda ser adaptado para outras espécies de peixe como pintado, surubim e tilápia – acrescenta Costa. PATENTE Marcondes explica ainda que a versão final do protótipo apresentada ao
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ASCOM/SEDEN
TECNOLOGIA
Ferramenta pode alavancar o cultivo de tambaqui DISPOSITIVO CRIADO POR TÉCNICOS DA SEDEN E DO RURALTINS DEVE AJUDAR A ALAVANCAR A PISCICULTURA NO TOCANTINS
INPI, para registro da patente é uma versão mecânica e acredita que este será o primeiro registro de patente do Governo do Tocantins. O passo seguinte será a adaptação do mecanismo para a plataforma de aplicativo para smartphone. O depósito de registro de patente foi realizado nessa sexta-feira, 23, na Seden, órgão representante do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no Tocantins e que auxilia os interessados em patentear ou registrar uma marca. DISCO O mecanismo consiste em uma plataforma contendo informações nas duas
faces. Sobreposto por dois discos, contendo as seguintes informações: povoamento do tanque em relação ao peso final do peixe; quantidade de ração para peixe com peso final de 1 kg; percentual proteína bruta na ração; granulometria da ração em relação ao peso; total de quilo de ração em relação ao total da biomassa. Tudo isso para oito tamanhos de tanques que vão de 200 a 5.000 m² de área de lâmina d’água. A outra face da plataforma contém um calendário circular com disco no centro que, ao se posicionar o disco, na data em que os alevinos foram povoados, indica as datas de mudanças de
fase dos peixes, fornece alguns indicadores para cada fase (peso médio e o tamanho em centímetros, no final de cada fase); e fornece orientações sobre alguns procedimentos que o piscicultor deve adotar em cada fase, como: o nível de proteína da ração, granulometria da ração em cada fase do ciclo de vida do peixe; número de tratos diários; e o percentual de ração em relação à biomassa. O disco interno contém oito fases do peixe, usando o peso como referência da mudança de fase que vai até alevinos de 2 kg. *Com informações da Ascom/Seden-TO
ANTÔNIO OLIVEIRA
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om seus 55 anos de fundação, a Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol) é uma das mais bem sucedidas nos setores de proteínas de origem animal do Brasil – leite, peixes, suínos e aves. Seus focos principais são a produção e agroindustrialização de suínos, aves e peixes, setor este no qual ela vem investindo pesado. Conforme dados do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), em 2016 a região oeste do Paraná, na qual se insere a Copacol, foi responsável pela produção de 55,5 mil toneladas de peixe. Somente a Copacol, a partir dos cooperados, contribuiu com mais de 8 mil toneladas. Para este ano ela prevê o aumento destes números, já que está ampliando o seu abatedouro em Nova Aurora. A produção deverá atingir a casa das 140 mil tilápias por dia, o que vai aumentar o número de integrados e a geração de mais empregos e renda para toda a região. Criada pela padre Luís Luise e mais 32 agricultores imigrantes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com o objetivo de distribuir energia elétrica para seus associados, se desmembrando 6 anos depois para atender a agricultura, a Copacol conquistou a preferência dos consumidores de carne de frango em várias regiões do Brasil é, hoje, referência entre clientes que buscam nos produtos mais do que qualidade e praticidade, buscam também o melhor sabor. Investindo em tecnologia, os produtos à base de tilápia também ganharam o principal espaço das gôndolas supermercadistas, garantindo aos consumidores o prazer de uma vida saudável e um sabor inigualável. A Cooperativa, que em 2018 completa 55 anos, com sede na cidade de Cafelândia, região oeste do Paraná, é uma indústria de alimentos que tem a missão de gerar renda aos seus associados e colaboradores, produzindo com qualidade para milhares de famílias brasileiras.
Números
5.737 associados 9.427 colaboradores 98,0 milhões de aves abatidas (ano) R$ 3,458 bilhões de faturamento (2017) 31,7 milhões de peixes abatidos (ano) 340.752 mil suínos entregues à Frimesa (ano) 10,9 milhões de litros de leite entregues à Frimesa (ano)
DIVULGAÇÃO
PISCISHOW/AVISULEITE
VALTER PITOL FALARÁ SOBRE A IMPORTÂNCIA DO COOPERATIVISMO
Copacol, um exemplo a ser seguido no MATOPIBA Responsabilidade Corporativa A Copacol se preocupa com a qualidade de vida das pessoas e com o desenvolvimento sustentável. Por isso, a Cooperativa vem evoluindo seus negócios com base na tríade: econômico, ambiental e social. No seu novo Propósito Estratégico Copacol 4×4, a Cooperativa planeja o faturamento de R$ 4 bilhões em 2018 e a implantação de 4 projetos de desenvolvimento: Um novo negócio que visa aumentar a renda do associado; Projeto de habitação para atender mil colaboradores; Reutilização de 2 milhões de litros de água por dia; Incentivo à cultura, esporte e educação, com a participação de 20 mil crianças e adolescentes dos municípios da região; Dentre as ações, os projetos sociais voltados às crianças vêm contribuindo para a formação cultural, educacional e esportiva dos filhos de associados, colaboradores e moradores das
comunidades de toda a sua região. EM BUSCA DE EXPERIÊNCIAS E foi por identificar na Copacol, entre outras que atuam nestes mesmos setores no Sul e Sudeste do Brasil, aquilo que o PISCISHOW e o AVISULEITE, em parceria com demais setores da iniciativa privada e poderes públicos, pretendem para a região do MATOPIBA, em especial para o Tocantins, principal estado parceiro destes dois eventos, que fomos atrás do presidente desta Cooperativa, Valter Pitol. Solicitamos à ele sua presença como palestrante durante os dois eventos, que ocorrem entre os dias 21 e 23 de novembro deste ano em Palmas. Prontamente ele nos atendeu e, caso não possa vir, vai enviar representante para falar a empresários, produtores rurais de todos os setores da produção de alimentos e a estudantes, sobre aa importância e a experiência do cooperativismo na organização, fortalecimento e
crescimento das cadeias produtivas do peixe, da avicultura, da suinocultura e do leite. PERFIL Valter Pitol é engenheiro agrônomo formado em 1972 pela Universidade de Passo fundo, no Rio Grande do Sul. É produtor rural e associado da Copacol desde 1974; foi responsável pela estruturação do Departamento Técnico da Cooperativa. Atualmente ocupa o cargo de Diretor Presidente da Copacol desde 1998, além de ser Conselheiro da CONTRIGUAÇU – Cooperativa Central -, Conselheiro de Administração da FRIMESA Cooperativa Central; Conselheiro na Asssociação Brasileira de Proteína Animal; Diretor na SINDIA VIPAR (Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Estado do Paran; Conselheiro na Sicredi Nossa Terra Cafelândia; Diretor presidente da UNITÁ Cooperativa Central e Vice-Presidente da Coperflora Cooperativa Florestal. *Com informações do site da Copacol
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s projetos de irrigação para a produção de alimentos no Brasil sempre geraram polêmica entre moradores das cidades e, sobretudo, ambientalistas. Há o temor da escassez de água tanto para o plantio, quanto para o consumo da sociedade e de animais. No oeste da Bahia, uma região agrícola consolidada onde se pratica muito esta modalidade de cultivo, os conflitos, envolvendo a irrigação são constantes e culminou, no ano passado com uma ação – mais de vandalismo -, na destruição de um dos maiores projetos de irrigação da região. Essas polêmicas vêm se desenvolvendo à margem de um estudo completo ou das evidências que os irrigantes praticam uma irrigação sustentável. Pois bem, diante deste contexto um estudo científico sobre o potencial hídrico do oeste da Bahia, realizado por pesquisadores da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerias, promete lançar luz à questão. Os resultados parciais da pesquisas foram apresentandos, no dia 26 de fevereiro, na Assembleia Legislativa da Bahia durante o I Seminário Internacional de Pesquisa Científica para Políticas Públicas de Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos. Promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia em parceria com Associação de irrigantes do Estado da Bahia (Aiba), o objetivo do seminário foi apresentar o “Projeto de Estudo do Potencial Hídrico da Região Oeste da Bahia: Quantificação e Monitoramento da disponibilidade dos Recursos Hídricos do Aquífero Urucuia e de superfície nas Bacias dos Rios Corrente e Grande”. Dados preliminares apresentados pela Superintendência Regional da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais mostram que só a região de influência da bacia dos rios de Ondas, das Fêmeas e Rio Grande formam 17 mil quilômetros quadrados de área superficial. - Estimamos que este seja apenas 1/4 da área do aquífero que ocupa, além da Bahia, o subsolo do Sul do Piauí, e regiões de Goiás, Tocantins, Minas Gerais e Maranhão - afirmou o superintendente do órgão, José Ulisses Pinheiro. O secretário da Agricultura, Vitor Bon-
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Oeste da Bahia não corre risco de escassez hídrica, diz pesquisa da Universidade de Nebraska fim, informou que a pesquisa sobre a extensão de possibilidades de uso do aquífero está sendo realizada por pesquisadores da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, e da Universidade Federal de Vi-
çosa (UFV), em Minas Gerais. - O resultado desse estudo vai definir de forma clara a melhor utilização desses recursos hídricos tão importantes para o consumo humano e a produção
(rural) - disse o secretário. O evento reuniu representantes do governo e sociedade civil, agricultores brasileiros e dos EUA, além de ambientalistas e representantes de órgãos ambientais.
ÁGUA
- Não se pode falar em crise hídrica nem mesmo em produção sustentável sem antes mensurar os recursos. E o que o estudo propõe é exatamente quantificar e qualificar a água subterrânea existente na região
para, então, propor um modelo de gestão que seja sustentável, garantindo os múltiplos usos dessa água - pontuou o professor Aziz Galvão, pesquisador do Institute Water for Food (Instituto Água para Alimentos),
da Universidade do Nebraska-Lincoln. Segundo ele, é completamente possível plantar com sustentabilidade, garantindo água para o consumo humano e animal, para a agricultura irrigada e ainda
para lazer e recreação. O segredo, revela o pesquisador, está na gestão correta do recurso natural, como é feita em Nebraska, a região mais irrigada dos Estados Unidos. Com uma área de 3,5 milhões de hectares sob pivôs centrais, utilizando em sua maioria águas subterrâneas, o estado norte-americano é referência mundial em gestão de recursos hídricos, com um sistema inovador para produzir alimentos de forma sustentável. O presidente da Aiba, Celestino Zanella, disse que é uma grande bobagem o agronegócio ser considerado por muitos o vilão do desabastecimento de água. - As pessoas falam o que querem, vivemos em uma democracia. Já nós, que produzimos, temos que ter responsabilidade ao falar sobre recursos hídricos e estamos buscando nesse projeto dados valorados para que possamos constituir políticas públicas para o uso dessa água - afirmou Zanella. O produtor contou que o projeto já tem cerca de um ano e os resultados preliminares devem ser divulgados no início de 2019. - Nós já possuímos a informação precisa de quanto um pé de soja precisa para germinar e se desenvolver até a colheita através de dados fornecidos pela universidade. Agora nossa pergunta é quanta água podemos tirar do aquífero com segurança e quanto pudemos recuperar - afirmou. Zanella aposta no estudo científico como uma ferramenta segura para comprovar o potencial hídrico do oeste da Bahia e assegurar as atividades de irrigação, sem causar medo à população ou desequilíbrio ao meio ambiente. - Com isso, teremos um panorama real da situação hídrica na região, atestado por quem mais entende do assunto. O estado de Nebraska, nos Estados Unidos, tem uma capacidade menor que a nossa e irriga uma área bem maior, sem colocar em risco a segurança hídrica. O que queremos é quantificar essa água para que possamos fazer bom uso dela - reiterou. O estudo é financiado pelo Governo da Bahia, por meio da Sema, Inema e Seagri, e conta com o apoio da Aiba, por meio do Programa para Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro) e será apresentado também no Fórum Mundial da Água, que ocorre em março, em Brasília. *Com edição de Cerrado Rural Agronegócios
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Governo do Tocantins, por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) abriu, neste sábado, 5, oficialmente, a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Foi no município de Cristalândia, região sudoeste do Estado. O evento, que tradicionalmente ocorre a cada etapa realizada em maio e novembro, reuniu produtores rurais, empresários e a comunidade em geral. A campanha teve início no dia 1ª de maio e encerra no dia 31, com a meta de vacinar 8,7 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos). Para o presidente da Adapec, Alberto Mendes da Rocha, é importante que o Estado se mantenha dentro da área livre da doença para o fortalecimento do agronegócio. – Conclamamos a todos os produtores rurais que continuem nos ajudando e colaborando com vacinação do rebanho. Estamos há 21 anos livres da doença, nosso status sanitário garante a qualidade da carne e abertura de novos mercados para o crescimento econômico – disse. Ele lembrou que a Adapec completa seus 20 anos de atuação na agrodefesa do Estado. – Minha homenagem e agradecimento aos servidores, produtores rurais e empresários que tem ajudado escrever a história, pois a agropecuária tem fundamental importância para sobrevivência humana, já que é através dela que se obtém alimento – pontuou. O superintendente federal da agricultura, Rodrigo Guerra, que também estava presente ao evento, disse que em dois anos já foram investidos R$ 2,5 milhões para o fortalecimento da defesa agropecuária do Estado e que até junho, deste ano, cerca de um milhão de reais serão liberados. – Temos uma grande parceria com a Adapec, que tem reconhecimento nacional como uma das melhores agências do Brasil, pois tem garantido praticamente 100% do rebanho vacinado. A febre aftosa é coisa séria, causa prejuízos incalculáveis, portanto, os produtores devem continuar atentos na vacinação do rebanho – alertou. Em 2017, foram exportados 28 mil toneladas de carnes e seus derivados para 26 países, entre os maiores importadores estão: Hong Kong, Rússia, Chile,
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DELFINO MOREIRA/GOVERNO DO TOCANTINS
CAPA
Tocantins OBSERVADO POR RODRIGO GUERRA, ALBERTO MENDES, FAZ VACINAÇÃO SIMBÓLICA
abre, oficialmente, 1ª etapa da campanha de vacinação Egito e Emirados Arabes. O prefeito do município de Cristalândia, Cleiton Batatinha, avaliou a importância da vacinação: – Que consequentemente valoriza o rebanho, gera mais empregos e renda. O produtor rural da região, Edimilson de Abreu Lima, da Fazenda Ponte Alta complementou: – O gado vacinado está prevenido, eu aproveito o manejo e já executo a aplicação das vacinas contra febre aftosa, brucelose e raiva, depois faço a
declaração – disse. Edimilson tem 400 cabeças de gado, sua atividade principal é cria de animais. A Fazenda Recanto das Emas, do proprietário conhecido como Tião do Itapaci, também investe na cria de bezerros, ao todo são 1.100 bovinos. – Aqui a vacinação é prioridade, feita religiosamente a cada campanha, já o evento foi um momento de discutir novas ideias e atentar para novos projetos – destacou o filho do Tião, Hildemar Oliveira.
CAMPANHA Nesta fase da campanha, todos os bovinos e bubalinos devem ser vacinados. A comprovação deve ser realizada até 10 dias após a compra da vacina, nas unidades da Agência, basta que o produtor leve a nota fiscal da compra da vacina e a carta-aviso preenchida. A omissão pode gerar multas no valor de R$ 5,32 por animal e R$ 127,69 por propriedade não declarada. *Fonte: Ascom/Adapec, com edição de Cerrado Rural Agronegócios
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DA REDAÇÃO
ntre 1º a 31 de maio será realizada a primeira etapa de vacinação contra a Febre Aftosa em todo os estado da Bahia. Bovinos e bubalinos de todas as faixas etárias deverão ser vacinados e declarados nesta etapa. A expectativa da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) é que 9,8 milhões de cabeças sejam vacinadas, representando 96% de taxa de vacinação do rebanho. Depois da vacina, os produtores têm até 15 dias para declarar a vacinação junto a ADAB pela internet (www.adab. ba.gov.br) ou nos escritórios da agência, distribuídos pelo Estado. O produtor deverá adquirir as vacinas em uma revendedora autorizada, loja de produtos agropecuários, devidamente, cadastrada na ADAB. A Bahia possui 21 anos livre da Febre Aftosa e busca a manutenção do status de zona livre de febre aftosa concedido à Bahia pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), pelo
17º ano consecutivo. Com esse status, o objetivo agora é evoluir o Estado e todo país para zona Livre de Febre Aftosa, sem vacinação, à partir do ano de 2021. Este é o compromisso junto com o produtor, buscando a valorização da carne, juntos aos mercados mais exigentes. Os proprietários que não vacinarem o rebanho durante o período da campanha, e não fizerem a declaração serão multados no valor de R$ 53 por cabeça não vacinada e R$ 160 por propriedade não declarada, ficando impedido de vender ou transportar o rebanho. Por isso, a orientação é não deixar para última hora, evitando a perda dos prazos. É válido ressaltar aos produtores a necessidade da vacina contra a Brucelose. O produtor deverá declarar outros animais como equídeos, ovinos, caprinos, suínos, aves e peixes. Ao manter o cadastro atualizado, o produtor pode ter acesso aos programas do Governo, com distribuição de animais, milho e financiamentos bancários.
A febre Aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta animais de casco fendido, como os bois, búfalos, cabras, ovelhas e porcos. Pode ser transmitida principalmente pelo contato entre os animais doentes e sadios. O vírus pode ser transportado pela água, ar, alimentos, pássaros e pessoas que entrem em contato com animais doentes. – A enfermidade provoca restrições sanitárias e comerciais ao Estado e ao País, desvalorização no preço da arroba, desemprego no setor frigorífico e pode
causar embargos comerciais a outros produtos, como o farelo de soja, frutas e exportação de carne de frango e suína, além de grande impacto social e econômico – enfatizou o diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal. As consequências do alastramento de uma enfermidade como a Febre Aftosa em um País é calculado em bilhões de dólares por ano. Inserindo o login e senha, o produtor terá acesso à tela da declaração, onde irá gravar a evolução do rebanho, informar
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A Febre Aftosa
ADAB
Campanha deve vacinar 10 milhões de cabeças de gado na Bahia
PRIMEIRA ETAPA DA CAMPANHA DEVE ATINGIR QUASE 10 MILHÕES DE CABEÇAS
os nascimentos e mortes, e declarar o rebanho existente e vacinado. Além disso, o sistema permite consultas à Ficha Sanitária e a emissão da Guia de Trânsito Animal – GTA, desde que o produtor cadastre antes, junto ao Escritório da ADAB, um valor pré-pago para emissão da GTA. O produtor que ainda não dispuser da senha de acesso ao sistema, deve se dirigir a um dos Escritórios da ADAB, munido do Documento de Identidade e CPF; comprovante de residência; e documento que comprove a titularidade
da propriedade; conforme estabelecido na Portaria ADAB N° 115/2014. No caso de arrendatário, apresentar o Contrato de Arrendamento, Aluguel de Pasto, Comodato ou Parceria. Mais informações estão disponíveis no tutorial online existente na parte superior da própria tela de vacinação ou entrando em contato com a equipe de suporte do Sistema, pelos números (71) 3116-7861/7824/8427. Fonte: Ascom/Adab, com edição de Cerrado Rural Agronegócios
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DA REDAÇÃO
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gência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi) deu início a primeira etapa da Vacinação Contra a Febre Aftosa. Até o dia 31 deste mês, espera-se que todo o rebanho bovídeo do Estado, incluindo bovinos e bubalinos, seja vacinado. Também ao longo desse período, e com limite até 15 de junho, os criadores deverão procurar o escritório da instituição mais próximo para realizar a certificação da vacinação. – É importante frisar que nessa etapa todos os bovinos e bubalinos, independente de idade, devem ser vacinados. Houve uma mudança na estratégia de vacinação, mas apenas na etapa referente a novembro. É bom que continuemos obtendo bons índices, superiores a 90%, que é a meta estabelecida pelo Mapa e pela Adapi – afirmou o gerente de Defesa Animal, Idilio Moura, que destacou o papel fundamental que têm todos os criadores piauienses, pois são eles os principais personagens na manutenção dos bons resultados conquistados pelo Piauí. Desde a fundação da Adapi, no ano de 2006, foram vários os avanços na sanidade animal piauiense, como a saída do status de risco desconhecido e a certificação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Agora, o Estado se encaminha para a classificação de Área Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, prevista para acontecer no ano de 2020, de acordo com o novo cronograma estratégico do Programa Nacional de Febre Aftosa (Pnefa). Resultados que destacam a eficiente parceria já consolidada entre o corpo da agência e a sociedade piauiense.
ASCOM/ADAPI
CAPA
Piauí também está em campo vacinando seus rebanhos PIAUÍ CAMINHA PARA SER ÁREA LIVRE DE FEBRE AFTOSA SEM VACINAÇÃO, PREVISTA PARA ACONTECER NO ANO DE 2020
Orientações para uma melhor vacinação Compre as vacinas somente em lojas cadastradas pela Adapi; Verifique se as vacinas estão em refrigeração (temperaturas entre 2°C a 8°C); Para transportá-las, use caixas térmicas (isopor), coloque três partes de gelo para uma vacina e lacre com fitas em volta do depósito; Mantenha a vacina no gelo até o momento da aplicação; Ao usar a pistola de vacinação: des-
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monte, lave com água e sabão e ferva por no mínimo 10 minutos; Separe os animais e escolha a hora mais fresca do dia para realizar a vacinação; Durante a vacinação, mantenha a seringa ou a pistola de vacinação na caixa térmica; Utilize agulhas novas, adequadas e limpas com tamanhos 15×15, 15×18 ou 20×20; A higiene e a limpeza são funda-
mentais para uma boa vacinação e evita o surgimento de abscessos; Agite o frasco antes de usar e aplique a dosagem certa em todos os animais: 5ml; O local correto de aplicação é a tábua do pescoço, podendo ser no músculo ou embaixo da pele; Faça uma boa contenção dos animais e aplique a vacina com calma. Aproveite a ocasião e também vaci-
ne contra a Brucelose A Adapi ainda orienta aos criadores que aproveitem a concentração dos animais no período da campanha para já vacinar as bezerras, que têm entre 3 e 8 meses de idade, contra a brucelose. Tendo em vista que é uma vacinação também obrigatória e, dessa forma, gastos e estresse posteriores podem ser evitados – tanto para os animais quanto para os produtores.
O
Programa de combate a Aftosa foi criado em 1950
CAPA
s programas brasileiros para a erradicação da febre aftosa dos rebanhos brasileiros já duram mais de 50 anos e é uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os resultados desta parceria são visíveis, afirma o Ministério. Segundo ele, o último caso registrado no Brasil foi em 2006. - O objetivo principal desse trabalho é o reconhecimento mundial de país livre da febre aftosa – afirma. O último programa de enfrentamento da doença desenvolvido pelo Mapa, o Plano Estratégico para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), está previsto para ser executado nos próximos dez anos. O objetivo é criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional. O Plano está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE, e as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da febre Aftosa. A conjugação do esforço privado e público, a infraestrutura dos Serviços Veterinários e os fundamentos técnicos são a base para o sucesso do plano.
ORGANIZAÇÃO GEOGRÁFICA PARA ZONIFICAÇÃO
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CAPA
LINHA DO TEMPO cimento da necessidade de ações con1895 juntas entre os países do Continente Primeiro registro oficial de febre americano no combate à doença.
aftosa no Brasil na região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, em consequência a importações de animas da Europa.
1909 Criação do Ministério da Agricultura. 1950 Realização da Primeira Conferência
Nacional de Febre Aftosa e implantação do Primeiro Programa de Combate à Febre Aftosa implantado no Brasil.
1951 Criação do Centro Pan Americano
de Febre Aftosa (Panaftosa) sediado no Brasil, em decorrência do reconheO Plano foi elaborado sob a coordenação do Mapa e apresenta-se com o objetivo principal de criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios aos atores envolvidos e à sociedade brasileira. O Plano foi organizado didaticamente em 16 operações, compostas por 102 ações a serem executadas no período de 10 anos. Para conduzir o processo de transição de status sanitário, de livre com vacinação para livre sem vacinação, as unidades da Federação foram organizadas em cinco blocos. Está prevista uma evolução progressiva das zonas livres sem vacinação em três etapas, iniciando-se em 2019 e finalizando em 2023, conforme demonstrado nas figuras o lado
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1963 O Governo Federal instituiu, no
âmbito do Ministério da Agricultura, a Campanha de Combate à Febre Aftosa – CCFA.
1968 Criado o Projeto Nacional de
Combate à Febre Aftosa dando início ao controle sistemático da doença por meio da implantação de infraestrutura laboratorial, treinamento de pessoal e conscientização dos produtores.
1972 Criada a Comissão Sul-Americana
para Luta Contra Febre Aftosa – COSALFA, uma importante estratégia integradora, de gestão e intervenção regional na luta contra a febre aftosa.
1992 Implantação do Programa Nacional de
Erradicação da Febre Aftosa, com mudanças importantes nas bases estratégicas do programa, prevendo a ampla participação social, regionalização no combate à doença, vacinação sistemática de bovinos e búfalos e outras medidas.
1998 Primeiro reconhecimento de zona
livre de febre aftosa com vacinação, pelo então Escritório Internacional de Epizootias – OIE, envolvendo os estados do Rio Grande Sul, Santa Catarina e Paraná.
2006 Última ocorrência de febre aftosa no
Brasil, no Mato Grosso do Sul.
2007 Reconhecimento internacional da
primeira zona livre de febre aftosa sem vacinação, contemplando o estado de Santa Catarina.
2017 O Mapa publica o Plano Estratégico
do PNEFA, entre suas medidas, prevendo a suspensão completa da vacinação no país e o reconhecimento internacional de país livre de febre aftosa sem vacinação até 2023. Plano Estratégico do PNEFA 2017 – 2026
CRONOGRAMA PARA TRANSIÇÃO DE STATUS SANITÁRIO A: Implementação dos compromissos e ações prévias pactuadas; B: Comunicação à OIE em maio e Suspensão de vacinação em junho; C: Vigilância Soroepidemiológica; D: Reconhecimento pelo MAPA e encaminhamento de pleito à OIE; E: Avaliações e reconhecimento pela OIE.
Agrotins 2018
Renda de N estacionamento será destinado, novamente, à obra social
DA REDAÇÃO
editorgeral@revistacerradorural.com.br
ASCOM/SEAGRO
este ano, mais uma vez, a 18ª edição da Feira de Tecnologia Agropecuária (Agrotins) irá promover uma ação de solidariedade, com parte do recurso arrecadado no estacionamento destinado para o Abrigo Semente do Verbo, que atende atualmente 55 crianças carentes em Palmas. A Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), promotora do evento, credenciou a Associação dos Servidores da pasta, a Assagro, para organizar e administrar o estacionamento. Para o estacionar nas imediações do parque, os visitantes poderão contribuir, voluntariamente, com uma taxa de R$ 5 (cinco reais), ou mais (a critério de cada visitante), para manutenção, vigia e organização do trânsito durante os cincos
dias da Feira. O visitante deve dirigir-se a um dos quatro guichês instalados no estacionamento. A coordenação do abrigo está planejando, pela primeira vez, uma visita das crianças para conhecerem a Agrotins, visitarem os estandes de animais, os estandes de plantios e todas as atrações da Feira. A Agrotins acontece de 8 a 12 de maio, no Centro Agrotecnológico de Palmas, na TO-050, saída para Porto Nacional. É uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) e suas vinculadas – a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Instituto do Desenvolvimento Rural (Ruraltins) e Instituto de Terras do Tocantins (Itertins) e Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden), parceiros do setor rural do Estado. *Fonte: Ascom/Seagro, com edição de Cerrado Rural Agronegócios
HÁ VÁRIAS ANOS, A AGROTINS PROMOVE ESTE BENEFÍCIO PARA UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA
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Bahia Farm Show
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ASCOM/AIBA
BAHIA FARM SHOW
Evento aquece o mercado de trabalhos temporários DA REDAÇÃO
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A
HOSPITAL REGIONAL DO OESTE, O MAIOR DE TODA A REGIÃO, É BENEFICIADO PELA BFS
Bahia Farm Show, não só se consolidou como a maior vitrine dos agronegócios e da difusão de tecnologias no Norte e Nordeste do Brasil, mas também como uma das maiores fontes geradoras de emprego e renda na região. Conforme a promotora do evento, Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a feira agrícola, que será realizada em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, é aguardada não somente para quem é ligado diretamente ao agronegócio, mas por toda população que vê no evento uma oportunidade de garantir uma renda extra. Empresas e profissionais liberais que prestam serviço no evento já estão se preparando para a rotina frenética durante os cinco dias de feira, de 29 de maio a 02 de junho. Este é o período, segundo eles, de aumentar a rentabilidade dos negócios e garantir o melhor serviço para a organização e para os expositores. É previsto que cerca de 75 mil pessoas circulem na 14ª edição da Bahia Farm, atraídas pelo que há de mais novo em tecnologia agrícola. Ao trabalhar desde a primeira edição, o diretor comercial da Carloman Comunicação Visual, Rembrandt Cordeiro, viu nascer também uma nova oportunidade de mercado, e hoje é bastante procurado para prestar serviços pelas empresas expositoras de todo o País.
– Na reta final de montagem dos estandes, somos bastante acionados para serviços de identidade visual. Para dar conta de atender às demandas e deixar tudo pronto para a feira, as nossas equipes não param. Temos também os frontlights [placas de divulgação] próximos à feira, que já estão todos reservados há mais de quatro meses para o período – explica. Uma das prestadoras de serviços pioneiras da feira, Marisa Salete Penalber, proprietária da MJ Eventos Estratégicos, tem orgulho de dizer que se desenvolveu profissionalmente com a Bahia Farm Show e, hoje, presta assistência à organização do evento e aos expositores com os serviços de buffet e recrutamento de profissionais de limpeza, recepcionistas e garçons. – Concentro todas as minhas energias para a Bahia Farm Show. Começo as negociações ainda no início do ano com as empresas expositoras que já são clientes há várias edições. A feira é uma oportunidade de crescimento e aprendizado e crescemos muito por causa do perfil exigente dos clientes – afirma. Coincidentemente, há 14 anos, juntamente com a primeira edição da Bahia Farm Show, Maria Santana estava de mudança para Luís Eduardo Magalhães, e como visitante não esperava hoje enfrentar a feira como um dos seus principais desafios. Por meio da empresa Oeste Vagas, ela vai supervisionar 35 profissionais da área de varrição e limpeza da área externa e banheiros durante o evento.
– Há três anos iniciei como recepcionista, depois passei para coordenadora de equipe, e posso dizer que estou me desenvolvendo profissionalmente graças à oportunidade de negócio gerada pela Bahia Farm – afirma. Considerada uma das maiores feiras agrícolas do Brasil, o evento também é grande na proporção de empregos gerados. A organização prevê que sejam criados cerca de três mil postos de trabalho diretos e indiretos, antes e durante o período oficial da feira, o que contribui para o aquecimento da economia regional. – Estamos constantemente aperfeiçoando, ao longo das edições, a nossa logística de instalação e operação da feira. O mercado local foi sendo fomentado e se profissionalizando junto, e, hoje, contamos com uma rede eficiente de prestadores de serviços para atender não somente à organização, mas também às empresas que estarão conosco durante os cinco dias de feira – afirma a coordenadora da Bahia Farm Show, Rosi Cerrato. O Complexo Bahia Farm Show oferece aos expositores e visitantes uma infraestrutura com 390 metros de ruas cobertas e 100% asfaltadas, dois restaurantes, dois auditórios, amplos estacionamentos, campo experimental com pesquisas do setor agrícola, além de área para test drive com exibições e performances do setor automotivo, posto médico, sanitários, área de lazer, bosque de espécies nativas, central de atendimento ao expositor e ao montador e segurança 24 horas.
Evento também é solidariedade A Bahia Farm Show também tem uma função sócial voluntária: destinar 20% sua arrecadação de bilheteria para uma obra social ou de serviços públicos, no caso o Hospital Regional do Oeste. Faz isto há 5 anos. Conforme a Aiba, em 2017 foram doados R$ 25.752,00 para a instituição,
12% a mais que no ano anterior, quando foram repassados R$ 23 mil. O valor foi destinado para o setor de emergência, que foi equipado com 5 poltronas reclináveis, 22 biombos sanfonados em PVC (divisórias que garantem a privacidade dos pacientes em ambiente compartilhado), 2 cadeiras de banho e 10 mesas
de cabeceira com compartimentos para acomodar os pertences dos pacientes e visitantes. Tudo para proporcionar mais conforto, tranquilidade e bem-estar aos internados no Hospital do Oeste. *Fonte: Ascom/Bahia Farm Show, com edição de Cerrado Rural Agronegócios MAIO 2018|
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União
Barreiras quer A fortalecer associações de pequenos agricultores “TUDO ISSO SE FAZ OBRIGATÓRIO PARA QUE AS ASSOCIAÇÕES TENHAM ACESSO, POR EXEMPLO, A PROJETOS COMO O PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)”
DA REDAÇÃO
editorgeral@revistacerradorural.com.br
Secretaria Municipal de Agricultura de Barreiras, no oeste da Bahia, reuniu-se com 15 presidentes de associações de produtores rurais em sede, no dia 18 de abril. A proposta integra o planejamento do Programa Vale Produtivo implantado em Barreiras em 2017 e prevê o fortalecimento e a união entre as associações, na busca por políticas públicas e solução de demandas existes nas diversas comunidades rurais do município. – As regiões Sul e Sudeste do Brasil têm o associativismo como uma ferramenta de grandes e importantes resultados. Queremos trazer esse modelo para cá, adaptando às nossas características e, assim tornar as associações entidades organizadas e fortalecidas, capazes de comungar entre si, problemas e boas ideias também – explicou o secretário de agricultura, José Marques. A proposta foi amplamente aceita entre os presentes e, já neste primeiro encontro, uma série de demandas foram expostas pelos presidentes como fez o representante da associação de Palmeira, Júlio Cerqueira. – Temos grande necessidade de melhoria da infraestrutura, principalmente de estradas e pontes para escoamento da produção, transporte de insumos e
sementes – disse. A criação de escolas agrícolas foi outra carência apontada pelos presentes. – Considerando que o trabalho em uma associação é voluntário, a ideia de juntar forças irá valorizar as ações como um todo e mesmo as demandas aqui apresentadas hoje, e outras que virão poderão ganhar mais força se apresentadas ao gestor e aos órgãos competentes, com a assinatura de várias associações – destacou o presidente da Associação da localidade de São Vicente, Jackson Teixeira Pimenta. Os representantes da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), Carlos Augusto e Marisa ( ?) , destacaram a importância da regulamentação das associações, a emissão de certidões e a obtenção de documentação necessário para o funcionamento legal. Tudo isso se faz obrigatório para que as associações tenham acesso, por exemplo, a projetos como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) – que prevê o fornecimento de alimentos para a merenda escolar. Um técnico da Secretaria de Agricultura foi designado para ficar à disposição e oferecer todo o apoio e suporte necessário, além disso, os encontros terão continuidade. *Material produzido pela Dircom/ Barreiras, com edição de Cerrado Rural Agronegócios
DIRCOM/BARREIRAS
R A L N T I N
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ENTRETENIMENTO
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
Este procedimento trata-se de um chá feito com três ervas - boldo, camomila e alecrim. Isto porque, todas essas plantas possuem propriedades relaxantes, o que já alivia as dores do corpo. Além disso, cada uma proporciona benefícios específicos para o organismo que também contribuem para a saúde dos rins, como as ações diurética, anti-inflamatória e antioxidante. INGREDIENTES • Uma colher (de sopa) de boldo; • Uma colher (de sopa) de camomila; • Uma colher (de sopa) de alecrim; •Uma xícara de água filtrada. MODO DE PREPARO E USO
Misture todas as ervas em um recipiente e coloque a água para ferver. Assim que o líquido iniciar o processo de ebulição, desligue o fogo e acrescente o as folhas. Tampe o recipiente e aguarde 10 minutos a infusão ficar pronta. Coe o chá e beba logo em seguida, sem acrescentar açúcar, mel ou adoçante. A dica é consumir o mais rápido possível, tendo em vista que o chá perde as propriedades muito rápido. Além disso, se acrescentar algum tipo de elemento para açucarar a bebida, esta poderá fermentar e os benefícios não serão tão aproveitados. Beba até três xícaras por dia e não faça uso desse tratamento por um longo período. (Do site remédio-caseiro.com)
SORRIA - Nossa sogrinha, eu queria que a senhora fosse uma estrela! - Ah, é? Por que? - Responde toda feliz a pobre sogra. - Porque a estrela mais próxima está a milhões e milhões de quilômetros da terra.
Hiato de "boate" Vantagens Algarismo dos múltiplos de dez
Esporte cujas regras foram criadas pelos ingleses, é considerado a maior paixão do brasileiro
Nova Zelândia (sigla)
Grupo que gravou "Olhar 43"
Cada orifício posterior da fossa nasal
Adriana Calcanhotto, cantora
Susana Vieira, atriz Veste indiana
Eventos principais de Barretos (SP) Cópia semelhante ao original
Charles Schulz: o criador do Snoopy
BANCO
(?) de Chagas: tripanossomíase
Arthur Moreira Lima, pianista
Armadilha usada na pesca predatória
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Solução
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M I R R E T I C L O
TRATAMENTO NATURAL PARA ALIVIAR DORES NOS RINS
Efeito emocional do discurso longo
H R E A R I M O A N P M R E O L S V I M L A L L E
MEDICINA NATURAL
Classe dominante na Idade Média
A S A C C U L O R T E O D R Z E B R O S A R R M I
MODO DE PREPARO Coloque todos os ingredientes da massa em uma tigela e amasse bem. Deixe descansar por meia hora. Forre uma forma de aro removível e leve ao forno para assa. Bata, à parte, no liquidificador, os ingredientes do recheio e despeje sobre a massa assada. Leve à geladeira para criar consistência. Decore a gosto. (Da Embrapa)
A iguaria típica de sobremesa
C O N T R I B U I
RECHEIO • 600 ml de açaí • 1 xícara de açúcar • 2 caixas de creme de leite sem soro
Colabora na execução de algo
• 1 lata de leite condensado
5/cóana. 6/curral. 7/mirtilo. 9/fac-símile. 14/herman melville.
INGREDIENTES • Uma xícara de amido de milho • 3 xícaras de trigo • 125 g de manteiga • 1 uma pitada de sal • 1 uma colher de açúcar • 3 gemas peneiradas
A S N O F E R E E R N F U A D E O C C S
TORTA DE AÇAÍ
Nojo; Escritor norte-ameriaversão cano de "Moby Dick" Da cor do Código tra- A arma de ouro balhista Zeus (Mit.)
Ser atormentado por; padecer
C R O A N F A
RECEITA
Fruta rica em antioxidantes que combatem o envelhecimento precoce, mais conhecida como "blueberry" Ocorrência funesta em Eldorado dos Carajás (1996) Inserir Não Fortificadeixar ção de escapar pequeno da mão porte
© Revistas COQUETEL
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OPINIÃO
Carta aberta à sociedade de Barreiras
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ANTÔNIO OLIVEIRA
Q
uem vem à este mundo com a nobre e sagrada missão de servir aos mais necessitados de pão material e da luz do esclarecimento sobre as verdades da vida, dos caminhos à seguir em busca da evolução moral e espiritual, é sempre vítima da intriga, incompreensão, calúnia, ingratidão e de outros atos orquestrados pelas trevas que se aproveitam do mínimo da maldade humana para desmoronar o bem. Madre Tereza de Calcutá é acusada de ter sido amiga de ditadores e corruptos – aos quais estaria a serviço - e de maus tratos aos seus assistidos; Irmã Dulce foi incompreendida e perseguida pelos próprios irmãos e irmãs da Instituição Católica; Francisco Cândido Xavier, acusado de charlatão; Martinho Lutero sofreu todo tipo de perseguição por ter pensamento contrário ao do Vaticano; o próprio Papa Francisco, por seu desejo de retornar a Igreja aos verdadeiros trilhos do Cristianismo, sofre perseguições dentro da própria Instituição que dirige. E assim foi e é com muitos missionários da Luz neste Planeta. Em Barreiras há uma dessas almas que vieram ao mundo para se fazer em Caridade, conciliando, com muita maestria, dedicação e amor, sua família biológica com uma outra família que a Caridade colocou em sua vida: seus filhos adotivos, que chegam a mais de meia centena, fora as mais de 5 mil crianças que por sua abençoada casa passaram em transição. Some-se a isto a Escola Lar de Emmanuel, fundada com o ideal de oferecer Educação de qualidade – não confessional, inobstante sua fundadora professar os ideais espíritas. Não tenho nenhuma procuração ou pedido para falar em defesa de quem me refiro nesta Carta-Aberta, a nossa amada amiga Francisca Doroteu Prado – a Francisquinha -, e, via de regra, acrescento aqui a sua aguerrida cúmplice do bem, sua filha Meire Prado. O faço apenas por amor a verdade
FRANCISCA DOROTEU PRADO, UMA VIDA A SERVIÇO DA CARIDADE
e pelo conhecimento e reconhecimento que tenho do trabalho das duas ao longo de mais de 30 anos de luta servindo aos menos favorecidos pela sorte na nossa querida cidade de Barreiras. Ao longo dessas mais de três décadas - a partir daquele momento, lá da década de 1980, quando conheci a nossa abnegada irmã fazendo sopa para crianças socialmente carentes, tendo como teto, a copa de um cajueiro; como panela, uma lata de manteiga de 18 litros; como fogão, algumas pedras e gravetos -, vez por outra, e não são poucas as vezes, encontro nossa irmã com o rosto transbordando sorriso, paz e luz, mas com a alma e o coração sangrando pelas dificuldades financeiras na manutenção de suas obras e, pior que isto, com as calúnias e difamações. A última vez em que estive com mãe e filha – na semana passada (final do mês de janeiro -, não obstante ao abraço fraternal e a felicidade com que me recebem, vi no rosto da Francisquinha o inchaço e na alma das duas a angústia de mais uma calúnia e difamação. Durante um gostoso cafezinho e uma conversa
sempre fraternal, a Meire – sempre esta, pois a Francisquinha, geralmente, sofre calada – narrou-me o mais recente ataque das trevas: Após a calmaria na Escola Lar de Emmanuel por ter reatado, no ano passado, o convênio com a Prefeitura de Barreiras, interrompido pela incompreensão, calúnia e perseguição da gestão que antecedeu a atual, novo tormento: a direção da Escola havia planejado a construção da cobertura da quadra de esporte da instituição mais procurada por famílias carentes e até mesmo de classe média daquela região de Barreiras para o estudo de seus filhos, com a arrecadação de dois eventos beneficentes e a contribuição individual de R$ 100, decidida em assembleia com os pais de seus alunos. Pois bem, no momento em que se recebia essa contribuição, alma dominada pelas trevas achou de difundir que ninguém fizesse aquela doação, pois “todo dinheiro que ali entrava era desviado”. Foi um reboliço. Muitos sem compreensão e carregados de maldade, mesmo dependendo dos serviços educacionais da instituição, encheram o Mi-
nistério Público de denúncias. Este agiu por cumprimento do dever, pois sabe da idoneidade moral da direção do Lar de Emmanuel. Mas a falsa denúncia prejudicou o projeto. Ora meus amigos, a família Prado não está naquele local há 30 dias ou trinta meses, mas há trinta anos. O finado e saudoso amigo José Prado, marido da Francisquinha, a princípio contra a obra que se iniciativa no seu quintal e em área baldia ao lado, tempos depois a abraçou e amou até fim os filhos dos outros que Deus colocou em suas mãos. Tudo o que fazia em seu trabalho de pequeno empreiteiro e corretor de imóveis rurais ele aplicava naquela obra. Jamais deixou faltar o pão e o conforto para seus filhos adotivos. Morreu cuidando de uma roça para ajudar no sustento daquela Casa de Caridade. Francisquinha se locomove, na luta pelas suas obras, e nos cuidados da roça, num carro que já tinha ido para a sucata e que “voltou à ativa”, depois que mãos criminosas atearam fogo no seu Uno; Meire usa um carro que pertencia ao seu finado sogro. Nenhuma se dá ao luxo de férias, festas e outras regalias. Para quem não sabe, toda a família já fora investigada pela Polícia Civil e Ministério Público – houveram até acusações de que aquela Casa era um disfarce para o tráfico de drogas -, sem nada de errado ser encontrado. Ali é um ambiente de Luz, de Paz e de Caridade. Às mulheres e homens de bem da sociedade barreirense, humildemente e sob a prerrogativa de ser bem conhecido na região, ao longo de quase 35 anos de atuação profissional e social, eu peço: ajudemos e compreendemos as obras assistenciais da Francisquinha. O futuro, aqui em baixo e lá em Cima, haverá de lhes compensar. Aos maledicentes, peço que pensem no bem que aquela casa tem feito pelos desvalidos e pela Educação de uma forma geral, inclusive beneficiando seus filhos ou os filhos de seus semelhantes. Que Deus ilumine a todos!
ANTÔNIO OLIVEIRA É jornalista, radialista, escritor e editor desta Revista
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