Revista Cerrado Rural -Novembro e Dezembro de 2017

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Ano XV NOVEMBRO/DEZEMBRO 2017 R$ 5,00

www.revistacerradorural.com.br

TILAPICULTURA

Grupo multidisciplinar pesquisa o desempenho da tilápia AquaÁmerica no Centro-Oeste brasileiro. Trabalho já dura 8 meses e será validado em quatro.

AGRICULTURA

COM OTIMISMO, GOVERNO DO TOCANTINS E PRODUTORES ABREM, OFICIALMENTE, A SAFRA DE GRÃOS 2017/2018 NO ESTADO IRRIGAÇÃO

PROJETO MANUEL ALVES, NO SUDESTE DO TOCANTINS, TEM TUDO PARA SER UM DOS MAIORES POLOS DE FRUTICULTURA DO BRASIL ENTREVISTA: MARCELO VIEIRA, PRESIDENTE DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA: “MATOPIBA É A FRONTEIRA AGRÍCOLA MAIS DINÂMICA DO BRASIL”


tem

MAIS ASFALTO. Outra boa notícia são as obras de pavimentação urbana das quadras 307 Sul, 309 Sul e 407 Sul, em Palmas. Além da capa asfáltica estão sendo executadas as obras de drenagem superficial (pluvial), sinalização viária horizontal, passeios com acessibilidade (calçadas) e endereçamento das ruas. • MAIS PAVIMENTAÇÃO URBANA • MAIS DE 250 MIL METROS DE ASFALTO • DRENAGEM • SINALIZAÇÃO VIÁRIA

MAIS INVESTIMENTOS NA SEGURANÇA. Na segurança, além do moderno drone de monitoramento, 138 viaturas já foram entregues! Também foram criados o Batalhão Ambiental, Batalhão de Choque e Batalhão Rodoviário e de Divisas. E na Polícia Civil tem mais boa notícia. Além dos investimentos em novos equipamentos e viaturas, foram entregues e reformadas 23 delegacias. • 232 VIATURAS • 3 NOVOS BATALHÕES • 23 DELEGACIAS • 31 NOVOS DELEGADOS • 550 ARMAS, PISTOLAS E FUZIS • 119.000 MUNIÇÕES • 2.780 COLETES A PROVA DE BALAS • 2.650 CINTOS TÁTICOS OPERACIONAIS • 5.000 ITENS DE MOBILIÁRIO PARA EQUIPAR AS DELEGACIAS

MAIS DE 3.500 NOVAS VAGAS PARA CUIDAR DOS NOSSOS ALUNOS. Investir em Educação é um compromisso que o Governo do Estado não abre mão de cumprir. Prova disso, são as 4 novas unidades educacionais inauguradas em Palmas, Porto Nacional, Pugmil e Barrolândia. Com trabalho e responsabilidade cada vez mais estudantes poderão receber educação eficiente e gratuita. • ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL • REFORMAS E NOVAS UNIDADES EDUCACIONAIS • PRÊMIO GESTÃO ESCOLAR • INCENTIVO AOS ESPORTES ESCOLARES

MAIS EMPREGO E DESENVOLVIMENTO PARA TODOS. A construção do Parque Industrial de Guaraí é uma das principais demandas do centro-norte para o fortalecimento econômico em uma região de 30 municípios. Alinhada com a estratégia do Governo do Tocantins, de promover o desenvolvimento econômico regional e contribuir para a geração de emprego e renda. • MAIS DE 1000 EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS


SUMÁRIO

04 CARTA DO EDITOR

Que tenhamos tulhas e redes cheias

06 OPINIÃO

Xico Graziano: MST promove verdadeiro terrorismo no campo

07 OPINIÃO

Fernando Pinho: Brasil não afundou, mas segue à deriva

08 ARTIGO TÉCNICO

Julio Cezar D’Ávila Pereira Paixão Costa: Instrução Normativa nº21/2017: Peixe Congelado (Parte 1)

10/11 BALAIO NEWS

As notícias do agronegócios e da agricultura familiar

ENTREVISTA

IRRIGAÇÃO

Boas perspectivas de futuro no Projeto Manuel Alves

22/23 CAPA

Academias avaliam desempenho de tilápia AquaÁmerica cultivada no Centro-Oeste

24/26

Márcelo Vieira, presi-

dente da Sociedade Rural Brasileira “O MATOPIBA é a fronteira agrícola mais dinâmica do Brasil”

TILÁPIA

Licenciamento para a criação da espécie no Tocantins deve começar em janeiro

12/14

AGROFAMILIAR As informações da

agricultura familiar

ABAPA entrega kits de irrigação a pequenos cotonicultores do sul da Bahia Programa da Prefeitura de Palmas vai corrigir solos de 400 famílias de pequenos agricultores (foto) Ruraltins promove curso de processamento de frutos do Cerrado

15/16/17

27 NUTRIÇÃO DE PEIXES

Aquicultores, principalmente os de tilápia, estão encontrando na lentilha d’agua uma boa alternativa para a alimentação de seus peixes

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ENTRETENIMENTO

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Palavras cruzadas, culinária, medicina caseira e piada

AGRICULTURA Governo do Tocantins e produtores de grãos abrem, oficialmente, a safra 2017/2018

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CRÔNICA

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Amanda Oliveira Santos Alimento saudável, como saber?

NOVEMBRO/ DEZEMBRO 2017 |

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CARTA DO EDITOR

Que tenhamos redes e tulhas cheias

O

lá amigos do Brasil que produz! Eis em suas mãos mais uma edição da revista Cerrado Rural Agronegócios, como sempre recheada de bons assuntos de interesse da agricultura empresarial e da familiar. Excepcionalmente, esta edição é datada de novembro e dezembro de 2017. Trazemos dois destaques: a abertura oficial da safra 2017/2018 no Tocantins, com foco no otimismo e nas apreensões dos produtores nesta nova temporada. Muito otimismo em relação as condições favoráveis apontadas pelas previsões de tempo e um pouco de apreensão em relação ao mercado e as políticas públicas para o setor. O outro destaque é, novamente, para a piscicultura. Escrevi novamente, pois esta é a quarta edição seguida em que este setor da produção de alimentos no Brasil é destaque e até capa desta Revista. Isto se justifica porque a piscicultura é a bola da vez. Nesta edição, trazemos uma reportagem sobre mais uma avaliação genética do Programa de Melhoramento da tilápia da empresa Aquaamérica, de Minas Gerais. Desta vez, os peixes foram avaliados em condições de cultivo no Centro-Oeste brasileiro, mais precisamente no Lago de Serra da Mesa, em Goiás. Por que destaque para este assunto? Porque o achamos de fundamental importância para o Tocantins, um dos estados da região do MATOPIBA, área de atuação desta Revista e

“Muito otimismo em relação as condições favoráveis apontadas pelas previsões de tempo e um pouco de apreensão em relação ao mercado e as políticas públicas para a agricultura”

que está prestes a liberar o cultivo da tilápia em suas águas correntes e o grupo Aquaamérica/ Aquaporto, com forte presença na piscicultura brasileira, na área de genética, tem um grande projeto para o Tocantins. Simples assim. Aliás, ainda sobre peixe, anunciamos nesta edição que em janeiro deve ter início no Tocantins os licenciamentos para o cultivo da tilápia no Estado. A entrevista da edição é com o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Marcelo Vieira. Nela, ele fala das potencialidades do MATOPIBA, “a fronteira agrícola mais dinâmica do Brasil”. No setor de irrigação e fruticultura, estampamos uma matéria especial sobre a produção num dos maiores projetos do Brasil, o Manuel Alves, no sudeste do Tocantins. Na agricultura familiar, vários assuntos também. Entre os quais a entrega, pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), de kits irrigação para pequenos cotonicultores da região de Guanambi e o programa de correção de solo da agricultura familiar da Prefeitura de Palmas. Trazemos também, como praxe, os artigos técnicos e de opinião; a crônica e o entretenimento. Desejamos a todos um Feliz Natal e Próspero Ano Novo, redes e tulhas cheias. Até janeiro! Antônio Oliveira

ANTÔNIO OLIVEIRA

EXPEDIENTE Cerrado Rural Agronegócios - impresso e site - tem foco jornalístico na região do MATOPIBA. É publicada por Cerrado Editora, Comunicação e Marketing Ltda CNPJ 10.683.730/0001-98 EDITOR-GERAL: Antônio Oliveira (RP.: 474/TO)

PROJETO GRÁFICO: Dóda Design E-MAIL: dodadesign@gmail.com

BARREIRAS (BA): Rua Cel. Magno, 219, sobreloja, centro. CEP.: 47.800-219 PALMAS: Av. JK, Qd 110 Norte, lote 13, sala 4 – CEP.: 77.006-130 FONES: (77) 3611-8538 – 98857-0752 (63) 3571-2236 – 99288-0311 (WhatSap)

98103-7961

E-MAILS: editorgeral@cerradoeditora.com.br, redacao@cerradeditora.com.br e contato@cerradoeditora.com.br SITES: www.revistacerradorural.com.br, www.cerradoeditora.com.br

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De Cerrado produtivo a gente entende. E gosta.


DEPOIS DA EXCELENTE REPERCUSSÃO DOS EVENTOS DESSE ANO, JÁ ESTAMOS TRABALHANDO NOS PRÓXIMOS

VEM AÍ ! CONGRESSO

avisuleite2018 AVICULTURA, SUINOCULTURA E LATICÍNIOS FAMILIAR E EMPRESARIAL

REALIZAÇÃO:

Dias 13, 14 e 15 de junho Palmas - Tocantins

PISCISHOW2018

CONGRESSO E FEIRA DE TECNOLOGIA PARA PESCA E AQUICULTURA DO MATOPIBA


OPINIÃO

O

MST promove verdadeiro terrorismo no campo

s bandidos agrários atacaram novamente, com grande agressividade. Destruíram agora uma fazenda localizada em Correntina (BA). A polícia militar, como sempre, fechou os olhos, compactuando com o crime. Verdadeiro terrorismo no campo. Era dia de Finados. Enquanto as pessoas de bem reverenciavam seus mortos, as do mal, carregadas de ódio, destruíam uma incrível infraestrutura produtiva destinada à produção de alimentos. Sim, produtiva. Sim, alimentos. Se você é daqueles ingênuos que ainda acredita na importância do movimento dos “sem-terra” para combater os ociosos latifúndios, esqueça seu idealismo. É triste, mas é a realidade. Há muito tempo o MST (Movimento Sem Terra), benchmarking nessa matéria, liberou geral na invasão de propriedades agrícolas. Antes, nos anos 1990, convenceram a opinião pública de que, em suas estripulias, “ocupavam” terras improdutivas, vazias, portanto, empurrando-as para o processo da reforma agrária. Eram, assim, justiceiros. Sua ação, embora violenta, fazia a carruagem andar. Passou-se uma década. Com o avanço das desapropriações efetuadas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), e quanto mais se afirmava a mo-

dernização capitalista no campo, o MST, ombreado pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), mudou a tática. Passaram a atacar e a depredar fazendas mesmo que produtivas, argumentando que estas, ao produzirem soja ou eucalipto, por exemplo, não serviam ao povo. Radicalizaram. Agregaram em seu discurso o combate aos transgênicos, e assim destruíram laboratórios de pura tecnologia. Demonizaram o agronegócio. No fundo, usavam um disfarce, uma senha que abria os cofres públicos mantidos pelo populismo lulopetista. Convênios suspeitos, às pencas, passaram a repassar montanhas de dinheiro às entidades, centenas delas, vinculadas ao esquema da reforma agrária. Boca livre ideológica. Tudo começou a desmoronar com a crise financeira do Estado e o subsequente impeachment de Dilma. As verbas minguaram, como aquelas do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), utilizada fartamente na escolarização –leia-se doutrinação– dentro dos assentamentos rurais. Perderam seu farto maná os pseudo-revolucionários. Por que aquela turba raivosa invadiu e destruiu as instalações produtivas da Fazen-

A INVASÃO DA FAZENDO DO GRUPO IGARASHI, NA BAHIA, FOI UM ATO DE VANDALISMO

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da Iragashi, comandada por uma família de japoneses no distrito de Rosário, em Correntina? Não se sabe ao certo. Em sua narrativa, comprada facilmente pelos jornalistas descuidados, diziam defender os recursos hídricos da região. Balela. Não são comprovados tecnicamente os aludidos impactos ambientais, como a suposta morte de nascentes e pequenos córregos. Nem o rio Arrojado, que serve à fazenda, teve sua vazão ameaçada. Suas águas, com a devida autorização pública, abastecem 32 pivôs de irrigação capazes de molhar 2.530 hectares de lavouras, incluindo soja, milho, batata, cenoura, feijão, tomate, alho e cebola. Comida básica, arrasada pela insanidade humana. A destruição apavora. Torres de energia derrubadas, maquinários agrícolas incendiados, uma gritaria que deixou R$ 60 milhões de prejuízo. Alguém foi preso? Ninguém. Das favelas do Rio aos rincões da Bahia, a impunidade dos criminosos, urbanos ou rurais, campeia no país. Chama o Exército? Paradoxalmente, na mesma data o MST estampava em seu site uma matéria intitulada “A escalada da violência e da criminalização no meio rural brasileiro”. Parece uma provocação. Bem ao gosto do Bolsonaro.

XICO GRAZIANO 64 anos, é engenheiro agrônomo e doutor em Administração. Foi deputado federal pelo PSDB e integrou o governo de São Paulo. É professor de MBA da FGV e sócio-diretor da e-PoliticsGraziano. Autor de 10 livros.


A

Brasil não afundou, mas segue à deriva

cada dia constatam-se, cada vez mais, dúbios sinais que a Economia e a Política emitem a respeito da realidade brasileira. Indistintamente, tanto os cidadãos comuns, com baixo nível de informação e capacidade de processá-las, como os mais capacitados para tal, demonstram sérias dúvidas a respeito das reais possibilidades de acreditar que o pior já passou. A Política e a Economia são indissociáveis, e a segunda vive de expectativas, boas ou más. Independentemente do anúncio de melhora em alguns indicadores socioeconômicos, fica claro para a maioria dos agentes econômicos que, baseados em outras crises de grande magnitude já vividas, sabem que melhoras significativas nos respectivos padrões de bem-estar podem materializar-se somente a partir de 2019, com um novo Presidente, desde que o mesmo tenha como objetivo honesto modernizar o país, sem utilizar-se de medidas voluntaristas de curto prazo, como nos dois últimos fatídicos governos. O Governo Federal tem conseguido algumas vitórias, com base exclusivamente em abjetas barganhas com deputados e senadores, visando a manutenção de Temer como Presidente da República. O PIB brasileiro voltou a crescer na passagem de julho/ agosto, 0,2% (IBRE-FGV). O bom desempenho da agropecuária ajudou o índice, bem como de outros segmentos. A FBCF avançou em agosto, relativamente a julho. O consumo das famílias aumentou 1,8% no trimestre terminado em agosto, ante o mesmo período de 2016, porém o setor de serviços recuou 0,5%. Ocorreu deflação no IGPM, de 1,81% no ano e de 1,3% em 12 meses. Também o INCC decresceu de 0,22% na segunda prévia de setembro para 0,11% na segunda

prévia de outubro. Os juros estão baixando rapidamente e a oferta e tomada de crédito crescem modestamente. Nesse aspecto, recentemente, um grande banco privado brasileiro anunciou que sua diretoria havia decidido aumentar acentuadamente o montante destinado à distribuição de dividendos e JCP a acionistas, já que não vislumbravam uma retomada acelerada do crédito no curto prazo e que havia excesso de caixa em relação aos limites prudenciais exigidos pelas regras da Basiléia. Portanto, uma importante diretriz para entender o cenário que se avizinha. O processo de privatização federal está avançando, mas não na velocidade necessária para que se consiga diminuir significativamente o Déficit Público e a explosivamente crescente relação Dívida/PIB. O processo de privatização de empresas estaduais de saneamento perdeu tração, em função das eleições estaduais em 2018. De 18 estados inicialmente interessados, apenas 7 iniciaram estudos de viabilidade econômica e são apontados como projetos que podem tornar-se editais, no próximo ano. A arrecadação tributária federal cresce marginalmente, também afetada pelas mudanças estruturais na Economia, que permanecerão, independentemente ou não de recessão. Também o índice de informalidade contribui acentuadamente para esse quadro. A geopolítica mundial deverá continuar benéfica neste e no próximo ano, mas não será suficiente para ajudar um país que continua à deriva, evidenciando indubitavelmente que nossos governantes continuam desprezando a máxima talmúdica: “… quando não se sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. No dia 13/10/17, o FMI publicou relatório intitulado “América Latina e Caribe:

Em movimento, mas em baixa velocidade”, alertando sobre a incerteza em torno da Política na América Latina depois das eleições previstas para os próximos meses. Registra o texto: “… Em particular, o risco de que se adotem agendas populistas e que se retroceda nos esforços de reformas e ajuste que estão em curso, que essas economias dificilmente poderiam custear, poderia reduzir o otimismo e a incipiente recuperação econômica”. Tal documento enfoca o México, Brasil, Chile e Paraguai. Há que haver esperança, mas sem perder de vista os sérios problemas que enfrentamos no cotidiano. O renomado escritor português Eça de Queiroz, autor de diversas obras primas da literatura mundial, escreveu no periódico “Farpas” (1871, há 146 anos) uma severa crítica à sociedade portuguesa da época, que retrata exatamente no que se transformou o Brasil contemporâneo: “… o país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce… A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência, é uma expiação. Diz-se por toda parte: ‘o país está perdido’”. Nada mais atual!

OPINIÃO

FERNANDO PINHO é economista, palestrante e consultor financeiro da Prospering Consultoria http://blog. fpinho.com.br/

O PIB BRASILEIRO VOLTOU A CRESCER NA PASSAGEM DE JULHO/AGOSTO, 0,2%

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ARTIGO TÉCNICO

Instrução Normativa nº21/2017: Peixe Congelado (Parte 1)

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á aproximadamente 1 ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) abria consulta pública, por meio da Portaria nº 136, para que se apresentassem sugestões técnicas ao Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) do peixe congelado que até então não existia. A ausência de tal regulamento por tanto tempo, só demonstra o total descaso da pasta para com nosso peixe, que poderia muito bem ser um grande produto de exportação. Porém, sua ascensão na economia brasileira ficou durante um bom tempo limitada pela produção de peixe fresco (inteiro e eviscerado), onde por meio da Portaria 185, de 13 de maio de 1997 o RTIQ deste produto veio a ser aprovado (Afinal… Aqui é Brasil!) De qualquer forma, absurdos 20 anos depois da aprovação do regulamento para peixe fresco, veio a aprovação do RTIQ para peixe congelado através da Instrução Normativa nº 21, de 31 de maio de 2017 e é nela que concentraremos nossas atenções, até mesmo porque tal norma ainda está bem fresca e muito comentada por quem já comercializa e ou pretende comercializar peixe congelado. Bom, é importante ressaltar que este regulamento trata exclusivamente de peixes e não de pescados de forma geral! Para iniciarmos as considerações, observemos a definição de peixe congelado logo no art. 2º da norma: Art. 2°. Para os fins deste Regulamento, peixe congelado é todo o produto obtido de matéria-prima fresca, resfriada, descongelada ou congelada, de espécies de peixes oriundas da pesca ou da aquicultura, submetido ao congelamento rápido na sua apresentação final. Neste dispositivo, o legislador se preocupou com a diversidade de produtos congelados a serem obtidos quando tratou da origem, a qual pode ser, além

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de matéria-prima fresca e resfriada que são as mais comuns em se tratando de obtenção do filé, também descongelada ou mesmo congelada, mitigando qualquer engessamento legal. Isto beneficia em muito a tecnologia do pescado congelado de forma integral, considerando a variedade de produtos congelados presentes no comércio hodierno. Porém, o artigo traz uma redação interessante: o produto deverá ser submetido ao congelamento rápido! Ora, mas o que é congelamento rápido? Antes de buscarmos a definição científica (que por sinal é meio confusa), exploremos ainda o referido regulamento que busca trazer uma definição logo em seguida: Art. 2º. Parágrafo único. O congelamento rápido de que trata o caput deve observar os limites de temperatura de cristalização máxima e não deve ser considerado concluído até que a temperatura do produto tenha alcançado – 18ºC (dezoito graus Celsius negativos) no centro geométrico do produto. Então é esta a definição trazida pelo regulamento? Qualquer um que tenha o mínimo de conhecimento da cadeia do frio saberá que esta é uma definição bem prática de congelamento, mas daí congelamento rápido? Rápido não teria a ver com a variável tempo? Primeiramente, segundo o que nos traz Alex Gonçalves em sua obra “Tecnologia do Pescado Ciência, Tecnologia, Inovação e Legislação”, a definição de congelamento rápido ainda não se encontra de todo esclarecida pela comunidade científica, no entanto para pescados se convenciona que o processo de congelamento do

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“ISTO BENEFICIA EM MUITO A TECNOLOGIA DO PESCADO CONGELADO DE FORMA INTEGRAL”

“É importante ressaltar que este regulamento trata exclusivamente de peixes e não de pescados de forma geral”

mem cristais pontiagudos nesse processo, o que promove a injúria dos tecidos e a consequente depreciação da qualidade sensorial do produto.

produto deve ocorrer de 0°C a -5°C num tempo não superior que 2 horas.

Bom, não sei se faltou essas considerações no ano passado quando da abertura da consulta pública… Será? Outro fator interessante é a temperatura alcançada no final do processo: -18°C no centro geométrico do produto. Este ponto é o mais quente do alimento, considerando o maior isolamento térmico concedido por seus componentes, em especial os lipídios (gorduras) que são os melhores isolantes térmicos para o produto de origem animal. Em consideração a isto, vemos que tal condição satisfaz às definições clássicas de congelamento, porém não às práticas de inspeção e garantias reais de qualidade do produto.

E por que esse tempo é tão importante? Exatamente para evitar que se for-

Explico: Ainda segundo o que nos traz o autor Alex Gonçalves, a temperatura de congelamento do pescado deve ser ainda mais


REPRODUÇÃO/GOOGLE

ARTIGO TÉCNICO reduzida, de modo que a média da temperatura no final do processo seja de -30°C, que é a recomendada para fins de conservação do produto congelado; Para que isto aconteça, a temperatura no ponto mais quente do produto não deve ser superior a -20°C (contrariando preconizações do regulamento). Desta forma, a temperatura no ponto mais frio chegaria à próxima do fluido refrigerante, ou seja, -35°C. Com isto, a temperatura média seria por volta de -30°C; e Em consideração aos itens 1 e 2, sabe-se que não se pode exigir tanto da inspeção que se observe a temperatura do centro geométrico do produto uma vez que isto é de difícil averiguação. Na prática, se o inspetor for bem entendido do que está fazendo (geralmente não é…) ele deverá observar a temperatura de superfície que, obviamente como indicativo, deverá estar muito abaixo da estabelecida

para o ponto geométrico. Com isso, posso concluir que a IN 21 perdeu uma boa oportunidade de trazer em seu texto a definição do que se convencionou cientificamente a respeito de congelamento rápido, afinal isso impediria qualquer intenção de se instalar freezers domésticos que não são capazes de manter a temperatura mínima de congelamento exigida pela norma. Além disto, o regulamento não tornou mais fácil o entendimento para o industrial de que a média de temperatura de produto congelado é na verdade -30°C e não -18°C, como se pode observar em temperaturas no interior de equipamentos domésticos muitas vezes usados em restaurantes. Para quem já estava no mercado de peixes congelados e também para quem pretendia ingressar no mercado antes desta IN, pôde observar que o mercado agora deverá se aperfeiçoar

quanto à concorrência, uma vez que na ausência de um RTIQ para este importante produto do agronegócio, as práticas desiguais na auditoria pública e as atitudes arbitrárias mascaradas de atos discricionários por parte de alguns fiscais eram constantes. Para quem pretende ingressar no mercado, meu conselho é que verifique se há de fato capital de investimento em sistemas de congelamento rápido e de armazenamento do produto. Há boas alternativas tecnológicas para congelamento de pescados que são congruentes com as mais diversas capacidades de produção. O peixe brasileiro precisa alcançar o pódio das exportações e esta é uma bela oportunidade. Agradeço a leitura e desde já os futuros comentários e questionamentos. Até o próximo texto, nobre leitor, onde estarei falando sobre a importância do glaciamento. VIVA O PESCADO BRASILEIRO!!!

JULIO CEZAR D’ÁVILA PEREIRA PAIXÃO COSTA é Engenheiro de Alimentos e Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Atuou durante 8 anos como técnico do laboratório de Análise de Alimentos na Universidade Federal do Tocantins. Atualmente é Engenheiro no Escritório Federal de Aquicultura e Pesca no Tocantins e presta consultoria técnica para a empresa de gases industriais. fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes.

Somos um modelo

de negócio que acredita nas relações em que todos ganham. Acreditamos que é possível transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos. O movimento SomosCoop quer mostrar isso para todo mundo e promover engajamento à causa cooperativista. Nosso principal objetivo é conectar pessoas em torno de um único propósito, tornar o cooperativismo conhecido e reconhecido na sociedade. Afinal, juntos, podemos ir mais longe.

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BALAIO NEWS

O MAIOR IMPULSO PARA O RESULTADO POSITIVO DO PIB AGROPECUÁRIO VEM DO RAMO AGRÍCOLA

PIB do agronegócio cresce e preço médio dos itens cai em 2017

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Brasil deve encerrar 2017 com PIB - volume do agronegócio crescendo 6,3%. A estimativa é resultado de uma pesquisa realizada pelo Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), baseada nos números oficiais divulgados até agosto deste ano. Apesar do bom desempenho

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nos campos, para os produtores nem tudo é motivo de comemoração: eles, segundo a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), amargaram queda no preço médio dos itens agropecuários. De acordo com o estudo, o maior impulso para o resultado positivo do PIB agropecuário vem do ramo agrícola,

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que deve registrar aumento de 9,2% em 2017, visto que, para o ramo pecuário, a estimativa é de retração, de 0,4%. Apesar do expressivo crescimento em volume, 2017 foi marcado por fortes quedas de preços para os produtos do agronegócio, o que, por sua vez, pressiona a renda do setor. Na comparação de

janeiro a agosto de 2017 com o mesmo período de 2016, o decréscimo nos preços médios do agronegócio é de 9,5% em relação aos da economia como um todo. (Leia mais sobre em www.revistacerradorural.com.br) Da Ascom/SNA, com edição de Cerrado Rural Agronegócios


NOALDO SANTOS/MAPA

DIVULGAÇÃO

BALAIO NEWS

NO SEU GABINETE EM BRASÍLIA, O MINISTRO BLAIRO MAGGI CONVERSA COM EMPRESÁRIOS

MAIS DE 1.200 PESSOAS CONHECERAM OS RESULTADOS DAS PESQUISAS NAS ÚLTIMAS EDIÇÕES DA JORNADA TECNOLÓGICA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA), por meio do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA), concedeu no dia 29 de novembro o registro definitivo para o produto PROCLAIM 50, a base do ingrediente ativo benzoato de emamectina, importante para o combate da praga Helicoverpa Armígera, que ataca cultivos de soja, algodão e feijão, entre outros. – O produto foi avaliado pelo Ministério quanto a eficiência agronômica e está apto a entrar no mercado – disse o Secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel. – Ele também foi avaliado e aprovado pelos órgãos de meio ambiente e de saúde humana. É seguro e atende a todos os parâmetros de registro. A Helicoverpa Armígera assolou la-

A VIII Jornada Tecnológica de Pedro Afonso e Região será realizada no dia 9 de fevereiro de 2018, novamente na Fazenda Uruçu, na zona rural de Pedro Afonso. Foi o que definiu a Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa). As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas no dia do evento técnico, que tem apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de 20 empresas parceiras. Ao todo, segundo a Coapa, 18 variedades de soja foram plantadas, nos dias 8 e 9 de novembro deste ano, em uma área de 25 hectares, no mesmo local onde acontece a jornada. As amostras de sementes foram fornecidas pelas empresas Uniggel, Syngenta, LG, Bayer, Nidera, Pioneer e Morinagra.

Agroquímico à base de benzoato Edição 2018 da Jornada de emamectina tem aprovação Tecnológica de Pedro Afonso definitiva no Brasil e Região já tem nova data

Embrapa coleta sêmen de peixes no Tocantins. Objetivo é a preservação de espécies nativas. A “Arca de Noé” da Embrapa foi incrementada com peixes do Tocantins. Nos últimos dias 28 e 29 de novembro, em Brejinho de Nazaré, no Centro-Sul do Tocantins, pesquisadores dos centros de pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO), Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF) e Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) coletaram 450 amostras de sêmen de 25 peixes, entre tambaquis (Colossoma macropomum) e caranhas (Piaractus brachypomus).

A iniciativa é, de acordo com a Embrapa Pesca e Aquicultura, para conservá-los em nitrogênio líquido, a uma temperatura de 196 graus Celsius negativos, no Banco Genético da Embrapa, em Brasília. O objetivo é garantir a variabilidade genética e a manutenção de características de interesse econômico que podem se perder com o tempo, após sucessivos cruzamentos das espécies. Segundo Luciana Nakaghi Ganeco Kirschnik, pesquisadora da Embrapa

Pesca e Aquicultura, foi a primeira vez que a Unidade fez a coleta. – Selecionamos os reprodutores que estavam aptos, coletamos o sêmen e preservamos em nitrogênio líquido – explica ela, que faz parte da equipe de pesquisadores que realizaram a coleta em Brejinho. (Leia mais em www.piscishoweavisuleite.com.br) Da Ascom/Embrapa Pesca e Aquicultura , com edição de Cerrado Rural Agronegócios

Um dos principais eventos do agronegócio do estado do Tocantins, a Jornada Tecnológica de Pedro Afonso e Região apresenta aos produtores rurais, técnicos, pesquisadores e estudantes os resultados dos experimentos realizados com a soja, suas inovações e as novas tecnologias adotadas, para garantir uma safra com práticas mais eficientes, rentáveis e sustentáveis. Segundo o engenheiro agrônomo da Coapa, Eduarte Bonafede, mais de 1.200 pessoas conheceram os resultados das pesquisas nas últimas edições da Jornada Tecnológica. Para o profissional, os experimentos têm possibilitado investimentos seguros para o produtor de soja. Da Ascom/Coapa, com edição de Cerrado Rural Agronegócios LUCIANA GANECO/EMBRAPA

vouras do Brasil a partir do ano de 2011, causando prejuízos estimados em mais de R$ 11 bilhões. O produto recebeu autorização emergencial para o combate da praga em 2013, em vigor até hoje. – O registro definitivo da molécula é um marco histórico, pois demandou todo um esforço conjunto, de vários setores, enquanto permanecia a convivência com a praga – disse o ministro Braulio Maggi. “A partir deste momento”, disse ainda o ministro, “a empresa responsável pela substância assume a garantia de manter um regime de produção e de estoque e que deverá atender a todo o mercado brasileiro” Da Ascom/MAPA, com edição de Cerrado Rural Agronegócios

PESQUISADOR ALEXANDRE MARIA DURANTE A COLETA

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ENTREVISTA

Márcio Vieira, presidente da SRB: “O MATOPIBA é a fronteira agrícola mais dinâmica do Brasil” Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Márcio Vieira, o agronegócio brasileiro é um dos mais competitivos do mundo, entretanto sofre com o risco que o mercado internacional vê no Brasil, durante este período de estabilidade. - Somos apresentados à comunidade internacional como vilões ambientais e sociais, uma visão completamente defasada e sem fundamento – acrescenta ele. Produtor de café e cana-de-açúcar no Sudeste do Brasil, Márcio Weyland Barbosa Vieira foi eleito presidente da SRB para o triênio 2017/2020, por indicação de seu antecessor, Gustavo Diniz Junqueira. Tem um vasto currículo de executivo de várias grandes empresas brasileiras, principalmente do Agro. Atento ao potencial do MATOPIBA

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para a produção de alimentos, fibras e biomassa, Vieira falou com exclusividade para as páginas de entrevista de Cerrado Rural Agronegócios – site e impresso. - Essa é a fronteira agrícola mais dinâmica do Brasil. A SRB está liderando ações para mostrar ao mundo o potencial de crescimento do MATOPIBA. Estive na sede da ONU, em Nova York, no início de setembro, para o lançamento do programa “Parceria para o Bom Crescimento” - anunciou. Ainda conforme ele, nessa ocasião, foi apresentado o projeto MATOPIBA 2020, parte de uma iniciativa global do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono. Ele também fala do agronegócio nacional. Leia na íntegra da entrevista

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ENTREVISTA

Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – Presidente, qual a diferença de atuação entre a Sociedade Rural Brasileira (SRB), entidade que o senhor preside, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA)? Não há redundância e competição entre as três entidades? Marcelo Vieira - Não há competição entre as entidades. Há sempre parceria e trabalho conjunto. SRB representa mais produtores individuais, aqueles associados à entidade. Já a CNA adota uma base mais institucional e representa entidades regionais, as federações de agricultura, que por sua vez representam os sindicatos. A SNA também tem um perfil mais genérico de representar os produtores brasileiros no geral.

completamente defasada e sem fundamento. O agro brasileiro de hoje funciona sob as bases da legislação mais rígida do mundo, o Código Florestal, além de apresentar padrões elevados de inovação, produtividade e sustentabilidade. CRA – Os governos dos dois principais entes federados têm sido bons parceiros do agronegócio, ou ainda deixam a desejar? Marcelo Vieira - As reformas propostas pelo Governo Federal podem reduzir custos e burocracias para o setor, mas o ambiente político ainda é complexo demais para fazer previsões.

CRA - Uma região brasileira de cerrados é a bola da vez, atraindo as atenções do capital nacional e internacional, que é o MATOCRA – Na sua visão, qual é hoje a situação PIBA. Qual a visão que o senhor tem dessa do agronegócio brasileiro? região agrícola? Marcelo Vieira - São tempos desafiadoMarcelo Vieira - Essa é a fronteira agrícola res, com o Brasil atravessando um momento mais dinâmica do Brasil. A SRB está liderando político complexo. O agronegócio brasileiro ações para mostrar ao mundo o potencial de é um dos mais competitivos do planeta, mas crescimento do MATOPIBA. Estive na sede da sofre com o risco que o mercado mundial vê ONU, em Nova York, no início de setembro, em nosso País nesse período de instabilida- para o lançamento do programa “Parceria de. Nosso agronegócio possui sobretudo um para o Bom Crescimento”. Nessa ocasião, foi problema de imagem. Somos apresenta- apresentado o projeto MATOPIBA 2020, pardos à comunidade internacional te de uma iniciativa global do Fundo Global como vilões ambientais e para o Meio Ambiente (GEF) para o desenvolsociais, uma visão vimento de uma economia de baixo carbono. O Fundo investirá R$ 22 milhões nos próximos três anos para promover e valorizar os modelos produtivos competitivos e sustentáveis, já utilizado em grande escala pelos produtores rurais da região. Também faz parte do projeto fortalecer ações de implementação do Código Florestal de forma planejada, que minimizem o impacto econômico aos produtores. Acreditamos que o GEF MATOPIBA colocará o Brasil como referência na produção sustentável de alimentos, contribuindo com vantagens competitivas para nosso agronegócio no mercado interno e externo.

CRA – Recentemente, um fato ocorrido no oeste da Bahia – invasão e depredação de uma fazenda produtiva -, pôs à mostra aquele velho confronto entre campo e cidade. Ou seja, esta ainda não compreendeu aquela. A que o senhor atribui a este conflito? Marcelo Vieira - São ações criminosas protagonizadas por militantes irresponsáveis. A invasão da fazenda Igarashi, em Correntina, é mais um exemplo do que vem sendo feito em fazendas produtivas e empresas de pesquisa em todo o Brasil. Vândalos têm formado verdadeiras milícias para deixar rastros de destruição. A SRB defende uma postura enérgica das autoridades locais nas investigações. Os atos afrontam as garantias constitucionais de propriedade privada e ferem drasticamente o princípio de segurança jurídica no campo, reforçando o atraso do modelo de desenvolvimento do País. Esse tipo de manifestação extremista ignora qualquer embasamento técnico-científico, uma vez que as atividades desenvolvidas na fazenda Igarashi seguem as determinações dos órgãos ambientais competentes e só foram iniciadas após a conclusão das licenças, estudos e vistorias. CRA – Para o senhor os prejuízos causados pela operação “Carne Fraca” ao agronegócio das carnes é assunto superado? Marcelo Vieira- Ainda há risco e ameaças em termos de acesso ao mercado internacional. As mudanças necessárias para dar mais segurança ao consumidor interno e ao externo ainda estão sendo implementadas. Até agora, vimos unicamente o afastamento dos fiscais identificados pela Polícia Federal. Medidas como maior verticalização dos serviços de inspeção, novas regras de “compliance” internas e no setor privado, além da estruturação de uma agência com autonomia de gestão ainda precisam ser tomadas. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2017 |

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ENTREVISTA

CRA – O senhor acredita que o Brasil está preparado ou estar se preparando para contribuir com a alimentação, a partir de 2050, de mais 2 bilhões de habitantes no Planeta? Marcelo Vieira - Com certeza. O Brasil, com potenciais adventos de tecnologia, pode mais que dobrar sua produção nos próximos anos. Temos um grande potencial de crescimento para atender a demanda mundial de alimentos, podendo fazer isso expandindo a produção de grãos, de biocombustíveis e de bioenergia em áreas ocupadas por uma pecuária extensiva em pastagens degradadas, mantendo a produção de carne pela intensificação de pastagens. O grande desafio é como financiar a adequação. Deve14

mos buscar a valorização adequada do produto brasileiro pelo mercado mundial. O consumidor que busca alimentos produzidos de maneira ambientalmente responsável deve valorizar este produto.

Casa Civil. Que análise o senhor faz desta situação? Marcelo Vieira - Estamos começando a discutir esse tema com piscicultores e vamos trabalhar esta agenda com o governo.

País. Para a cana temos alguns desafios regulatórios, estamos discutindo uma nova legislação através do Projeto RenovaBio e vislumbramos um bom potencial de desenvolvimento no MATOPIBA.

CRA – Presidente, o Governo Federal, muitas vezes tem tratado certos segmentos do agronegócio sem vontade política e visão equivocada, como é o caso do segmento de Piscicultura. Primeiro extinguiu o Ministério do setor, reduzindo-a uma Secretaria ligada ao Ministério da Agricultura; depois, até passando por cima dos protestos dos piscicultores brasileiros, transferindo-a para o Ministério da Indústria e Comércio Exterior e, por fim, voltando esta Secretaria para a

CRA – O senhor é produtor de café e de cana-de-açúcar. Como estão estes setores no atual contexto econômico brasileiro e qual as perspectivas que as duas culturas teriam nos cerrados do MATOPIBA? Marcelo Vieira - O café tem uma perspectiva boa, o mercado é bastante favorável e o Brasil tem a posição mais importante do mercado mundial. Entretanto, a tendência de expansão não é no MATOPIBA, mas em outras regiões do

CRA – Por fim, Presidente, o senhor não acha que o Brasil deveria beneficiar mais seus produtos agropecuários, agregando valor, e exportar menos matéria-prima? Marcelo Vieira - Sim, os produtores precisam se engajar nessa estratégia, preparando produtos transformados e exportando. Ao invés de exportar principalmente alimentos para a produção de carne nos países consumidores, como soja e milho, temos que exportar mais carne bovina, suína, frango e peixes.

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DA REDAÇÃO

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o dia 24 de novembro, no Vale do Iuiu, no sudoeste baiano, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), com o apoio do Governo da Bahia, entregou um conjunto de 50 kits de irrigação para apoiar os pequenos agricultores a incrementar a produção de algodão nesta safra 2017/2018. Durante a solenidade de entrega, que contou com as presenças do governador da Bahia, Rui Costa, e do secretário de agricultura Vitor Bonfim, foram contemplados os cotonicultores de dez municípios do sudoeste baiano, que na década de 90, foi o principal pólo de produção da fibra na Bahia. O projeto executado pela Abapa e pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) contou com investimentos de R$ 328,2 mil, financiado pelo Fundo do Desenvolvimento do Agronegócio (Fundeagro). Ao receber o kit de irrigação, o agricultor do município de Malhada, Aleci Rodrigues de Araújo, acredita no algodão irrigado para melhorar a rentabilidade com a lavoura. – Estou esperançoso que vou ter uma boa safra e com produtividade – afirma o agricultor que iniciará o plantio na próxima semana, e que também se dedica ao plantio de milho. Um dos primeiros a ser beneficiados pelo projeto da Abapa, há quatro anos, Hélio Nogueira Barbosa, obteve na última safra uma produtividade de 320 arrobas/hectare. – Comecei com 1 hectare e nesta safra vou ampliar a área para 5,5 hectares diante dos últimos resultados da colheita e venda do algodão – declarou Barbosa. Esta é a quarta safra seguida que a Abapa vem garantindo suporte técnico e doação de kits de irrigação. Durante a solenidade de entrega, o governador Rui Costa parabenizou a Abapa e os produtores associados pelo suporte aos pequenos agricultores do sudoeste baiano. – Estes kits vão aumentar a produtividade no campo proporcionando maior geração de renda e desenvolvimento econômico para a região – destacou Rui Costa. Já o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, acredita que, além dos equipamentos de irrigação, o principal diferencial do projeto é a transferência de

ASCOM/AAPA

Cotonicultura

Abapa entrega kits de irrigação no sudoeste da Bahia ABAPA ENTREGOU KITS DE IRRIGAÇÃO PARA INCENTIVAR PRODUÇÃO DE ALGODÃO ENTRE AGRICULTORES DO SUDOESTE BAIANO

conhecimento e tecnologia por meio de assistência técnica, monitoramento e visitas técnicas. – Por meio deste projeto, a Abapa vai promover a sustentabilidade e maior produtividade nas lavouras dos pequenos e médios agricultores familiares, mantendo o produtor no campo e levando mais geração de renda e oportunidades para quem vive no sudoeste baiano – afirma Busato. Foram entregues, juntamente com os

kits de irrigação, aos agricultores dos materiais para o preparo de solo, sementes, adubação de base e cobertura, inseticidas, herbicida e regulador de crescimento. – Com irrigação e controle de doenças e pragas, eles vão incrementar a produtividade garantindo mais renda melhorando a qualidade de vida destas famílias – complementa Busato. Além do algodão, de acordo com a Abapa, os kits também contribuem com o plantio rotacionado de culturas como

feijão, milho, sorgo, abóbora e melancia. Na última safra 2016/2017, foram entregues e implantados 20 kits que contribuíram com o aumento da produtividade em uma área total de 97 hectares de oito municípios do sudoeste baiano: Guanambi, Malhada, Carinhanha, Iuiu, Palmas de Monte Alto, Sebastião Laranjeiras, Igaporã e Lagoa Real. Desde o início do projeto, na safra 2014/2015, já foram entregues 34 kits. *Com informações da Ascom/Abapa

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SECOM/PALMAS

Correção do solo

Programa atenderá mais de 400 pequenos produtores PROGRAMA VAI ATENDER 368 PEQUENOS PRODUTORES RURAIS, MELHORANDO A QUALIDADE DO SOLO

DA REDAÇÃO

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proximadamente 400 produtores rurais serão beneficiados pelo Programa de Correção do Solo da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), em convênio com o Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que distribuirá de mais de 2 mil toneladas de calcário, cobrindo um total de 650 hectares. Lançado no mês de abril em Buritirana, o programa teve 479 produtores cadastrados, sendo que até o momento 368 estão aptos a receber o calcário em suas

propriedades, conforme informar a Seder. O cadastramento dos produtores rurais ocorreu nos meses de julho a agosto. A seleção dos beneficiários passou por vários critérios dentre eles, morar na propriedade, ter 80% da renda proveniente de ganhos com a produção agrícola e um rendimento familiar infe-

rior a 2,5 salários mínimos. A distribuição e a incorporação do calcário são somente para os produtores que não possuem máquinas e equipamentos de transporte e aplicação de calcário. – O programa permite incorporar o calcário até o mês de abril do ano que vem, mas para o plantio desse ano devemos começar a incorporar imediatamente – disse o diretor de Assistência Técnica da Seder, Bonfim dos Santos Reis. O calcário é transportado de Natividade -TO para os pontos de distribuição nas cinco macrorregiões, sendo elas, a região de Taquaruçu Grande, de São Silvestre, de São João, do Jaú e de Buritirana. O programa de Correção do Solo atende também diretamente o produtor rural, por meio de convênio com o município, no qual o produtor compra o calcário e a Seder doa o frete. Até o momento já foram transportados 929 toneladas de calcário para cerca de 60 produtores rurais. Para participar deste programa é necessário que o produtor tenha análise do solo, recomendação técnica e o projeto produtivo elaborado pela equipe técnica da Seder. Este programa permite que o produtor rural pague somente a metade do valor da análise do solo, que hoje é de R$ 45,00 e o transporte do calcário é doado pelo município. Atualmente, o valor do frete varia de R$1200 a R$ 1500, dependendo da região e do preço do óleo diesel. *Com informações da Secom/Palmas


RURALTINS

Extrativismo

CURSO VISA O APROVEITAMENTO DE FRUTAS DO CERRADO DE FORMA SUSTENTÁVEL

Ruraltins promove cursos em processamento de frutos do Cerrado DA REDAÇÃO

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), promove três cursos sobre processamento de frutos do cerrado. O objetivo é incentivar a preservação do bioma e fomentar a geração de renda dos agricultores familiares. A ação é parte do Projeto Cerrado-Jalapão e constitui uma alternativa ao uso do fogo, por meio da conservação das árvores nativas e do extrativismo. De acordo com a gerente de Meio Ambiente do Ruraltins, Dryelly Rodrigues, os cursos irão acontecer em Rio da Conceição, Formoso do Araguaia e Mateiros, municípios integrantes do Projeto. – Por meio do curso pretende-se mostrar o apro-

veitamento de frutos do Cerrado, bem como várias formas de utilizá-los como fonte de alimentação, a partir da elaboração de doces, compotas, geleias e outros tipos de preparo culinário – disse a gerente. Os cursos beneficiarão, no total, cerca de 60 produtoras que vão aprender a fazer bolos, sorvetes, geleias, licores e vários outros produtos utilizando frutos como, cajuí, jatobá, macaúba, mangaba e murici. – A oficina terá ainda uma parte voltada para as boas práticas de fabricação, abordando sobre a higienização, o manuseio, embalagem e conservação dos alimentos – concluiu Dryelly Rodrigues. Em Rio da Conceição, no Tocantins, o curso teve início no dia 21 e novembro e seguiu até o dia 24, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Após

este município, a capacitação seguirá para Formoso do Araguaia-TO, de 27 a 02 de dezembro, na sequencia será a vez de Mateiros-TO. CERRADO-JALAPÃO O Projeto Prevenção, Controle e Monitoramento de Queimadas Irregulares e Incêndios Florestais no Cerrado, conhecido como Projeto Cerrado-Jalapão, é fruto da cooperação entre Brasil e Alemanha e visa aprimorar o Manejo Integrado do Fogo (MIF) no Cerrado, contribuindo para a conservação da biodiversidade, para a manutenção do Bioma como um sumidouro de carbono de relevância global e para a redução de emissões de gases de efeito estufa. *Com informações da Ascom/Ruraltins NOVEMBRO/DEZEMBRO 2017 |

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CAPA

GOVERNO E PRODUTORES RURAIS EM ENCONTRO NO SUL DO TOCANTINS PARA A ABERTURA OFICIAL DA SAFRA 2017/2018

Governo do Tocantins e agricultores iniciam a safra de grãos 2017/2018 ANTÔNIO OLIVEIRA

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osé Alexandre Salmazo é um entre centenas de outros produtores rurais que deixaram – e ainda deixam – estados das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil para investirem em atividades agropecuárias no Estado do Tocantins. Eles são atraídos pelos baixos preços de terras, das boas condições edafoclimáticas da fácil mecanização do Cerrado tocantinense e da logística privilegiada com projetos de melhor ainda mais. Há 15 anos ele deixou o município de Vicentinópolis, no estado de Goiás, e se apor-

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tou no município de Alvorada do Tocantins, no sul do Tocantins para plantar grãos. Conforme ele, sua área própria em Goiás era muito pequena fazendo-o arrendar outra para produzir. Todos os anos, o dono da propriedade arrendada aumentava o preço do aluguel. Foi então que seu Salmazo chegou a conclusão que o dinheiro que ele investia em arrendamento poderia comprar uma terra no Estado do Tocantins. A princípio, ele comprou uma fazenda de pouco mais de 800 hectares em Alvorada, onde, de início, plantou pouco mais de 100 hectares de grãos e, posteriormente, comprou outra propriedade bem maior no município vizinho de Cari-

ri do Tocantins. Atualmente, seu José Alexandro planta, nas duas fazendas, quase 4 mil hectares de soja e milho. Tem sido assim nos últimos 15 anos no Tocantins: produção e produtividade aumentando sempre acima da média nacional. O Estado saiu dos 150 mil hectares – mais ou menos -, no início do ano 2000, para quase 1,300 milhão hectares na safra 2016/2017, com produção de 4.405,6 milhões de toneladas de grãos. Na safra 2017/2018 que, no Tocantins, teve início, na prática, entre o final de outubro a início de novembro, a expectativa, de acordo com a Conab, é que sejam plantados 1.347, 6 milhões de hectares e produzidos 4.446,6 de toneladas de grãos.


ANTÔNIO OLIVEIRA

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Foi dada a largada DE ACORDO COM A CONAB, SERÃO PLANTADOS 1.347, 6 MILHÕES DE H E PRODUZIDOS 4.446,6 DE T DE GRÃOS NO TOCANTINS

E foi sob todas estas perspectivas e expectativas que o Tocantins iniciou, oficialmente, nesta segunda-feira, o plantio oficial da safra 2017/2018, em solenidade realizada na Fazenda Conquista, do seu José Alexandro Salzamo, em Alvorada. O evento contou com produtores rurais e seus representantes, como o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja-TO), Maurício Buffon, e autoridades municipais, estaduais e federais. (Leia sobre a solenidade oficial no final desta matéria). OTIMISMO E APREENSÕES O otimismo dos produtores rurais do Tocantins com a safra que se inicia neste novembro azul de prevenção contra o câncer de próstata e de muita água caindo do céu, está refletindo na fala de seus representantes. Há, também, apreensões. O presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa) a maior cooperativa de grãos do estado do Tocantins, Ricardo Khouri, por exemplo, disse à Cerrado Rural Agronegócios, por meio de Whatsapp, que o Tocantins ainda não

atingiu 30% da área a ser plantada, em função do atraso das “primeiras chuvas”. Contudo – disse ele -, graças as tecnologias adotadas e as previsões climáticas para os próximos meses as expectativas são as melhores possíveis. Ainda segundo Khouri – que dera uma pausa na coordenação do plantio em sua fazenda em Pedro Afonso para falar conosco -, com as chuvas se estabilizando a partir da segunda quinzena de novembro, ele acredita no crescimento da produção e produtividade. – Resta-nos fazer um plantio bem feito e torcer por ocorrências regulares de chuvas que nos proporcionem a média histórica no Estado que é até mesmo acima da média nacional – disse o Presidente da Coapa. Mas ele alerta que esse sucesso depende muito, também, da inexistência de fatores que podem surgir pela frente, como ocorrências de adversidade climática, de doenças e pragas. – Mas eu prefiro colocar estes fatores na conta das expectativas. É claro que a gente vai atualizando isto. Mas a expectativa geral é a melhor

possível, sim – frisou. Já o presidente da Aprosoja-TO, Maurício Buffon, discorda um pouco de Khouri em relação à média de produtividade na safra que se inicia, devido ao encurtamento da janela de plantio, ocasionado pela demora das chuvas. Em entrevista à Cerrado Rural Agronegócios, durante a abertura oficial da safra 2017/2018 no Tocantins, ele disse que a média deve ficar na casa das 50 sacas por hectare e este número não é apenas em consequência do atraso das chuvas, disse. – Nós temos novas áreas incorporadas, inclusive solos degradados por pastos. Isto gera um custo muito alto para o agricultor e uma produtividade, durante três anos, muito abaixo do que se espera (até o solo de estabilizar, tornar-se mais fértil) – disse. Ainda conforme ele, o aumento de área abertas para o plantio deveria ter sido bem maior, não fosse os problemas climáticos. – Até mesmo devido aos preços das commodities que estão muito abaixo dos preços de mercado, gerando insegurança para o produtor rural, que já anda endividado – comentou.

Safrinha de milho Com o atraso do plantio da soja, a safrinha do milho – plantado entre uma safra e outra da soja -, pode estar comprometida no Tocantins, devido ao pouco tempo que terá para o seu ciclo, de acordo com Buffon e Khouri. O primeiro disse acreditar que a área plantada com o grão na entressafra pode sofrer uma redução de 10% a 15% e com produtividade também um pouco menor. Mesma previsão tem o seu colega Ricardo Khouri: – O que vemos em todo o Tocantins é a possibilidade de redução de área. Quanto mais você empurra para a frente o plantio da soja, maiores riscos serão assumidos no milho safrinha. Ainda é muito cedo para falar em números, mas eu acredito numa redução – apontou. Já o secretário do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Seagro), Clemente Barros, está mais otimista em relação a safrinha de milho no Tocantins – sempre um complemento a mais nos ganhos do produtor de soja. Inclusive, no seu discurso de abertura de safra, ele lembrou que o Governo do Tocantins conseguiu incluir o Tocantins nas linhas de custeio para a safrinha. Conforme ele, bem capaz que o produtor, com este atraso das chuvas, esteja usando sementes precoces de soja e vai fazer o mesmo no milho para essa curta janela de plantio. Seu otimismo também está baseado nas informações dadas, durante esse evento, pelo meteorologista Expedido Ronald Rebelo, do Inmetro, que fez palestra na abertura oficial da safra 2017/2018. Ele lembrou que na previsão divulgada pelo palestrante as chuvas no Tocantins vão até o mês de maio e, possivelmente, se alongando até junho. – Isto vai facilitar a nossa safrinha. Nós temos dois aspectos e os agricultores sabem disto: nossa janela encurtou. Então, eles vão ter que intensificar o plantio para que até o dia 10 de março terras estejam disponíveis para a safrinha do milho; segundo, como as chuvas vão se prolongar para maio e até junho, isto vai facilitar muito a nossa safrinha – disse. Em nível de Brasil, o titular da Seagro disse acreditar que a área de cultivo da safrinha do milho vai diminuir muito, isto porque, comenta ele, a maioria dos estados brasileiros não tem safrinha, o que dá ao Tocantins e a outros estados produtores de milho na entressafra da soja a oportunidade de produzir milho para abastecer os mercados nacionais e internacionais que têm este grão como matéria-prima para a produção de ração para a suinocultura e a avicultura.

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CAPA

Logística Cerrado Rural Agronegócios abordou também com estes atores do agronegócio tocantinense a questão da logística, que é uma das melhores do Brasil, mas que deveria ser melhor se a Ferrovia Norte-Sul estivesse atendendo a contento aos produtores de grãos do Estado. Ricardo Khouri disse que a logística no Tocantins está “bem equacionada”. Porém, a concessionaria da Ferrovia Norte-Sul (Vale/VLI) deveria ser mais flexível, atender melhor aos interesses dos produtores de grãos do Tocantins. – Como comboios carregados de soja vão até o Porto de Itaqui, nós precisamos criar um fato novo, ou seja, os vagões precisam voltar com fertilizantes. É preciso que a cadeia da soja no Tocantins explore melhor este modal, extremamente favorável para que a gente barateie o custo do frete de fertilizantes. Para Khouri, esta possibilidade é muito pouco explorada “mas que pode o ser de uma próxima vez”. O presidente da Aprosoja-TO, Maurício Buffon, reconhece ser a Ferrovia Norte-Sul um grande fator de pleno desenvolvimento da cultura de grãos no Tocantins. Entretanto, projetada, a princípio para atender ao Corredor Centro-Norte de Exportação, ela ainda não mostrou a que veio aos produtores rurais do Tocantins. – Esperamos que esta Ferrovia venha trazer, real-

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mente, ganhos para o produtor. Até hoje esse modal ainda não proporcionou a nós um frete mais barato, como é praxe neste tipo de modal em outras regiões do país. – Nós esperamos que esta Ferrovia realmente se converta em ganho para o produtor, com preço de frete justo, onde se consiga trazer para a ponta um aumento de ganho na questão do soja; que o frete sem dúvida é o segundo item na formação dos custos de produção dos grãos. Questionado por Cerrado Rural Agonegócios sobre o tema, Clemente Barros, informou que na área de fertilizantes, todo cloreto potássio que é utilizado pelas indústrias de fertilizantes do Tocantins já está vindo via Ferrovia Norte-Sul. Consultada também por nossa reportagem, a governadora em exercício, Claudia Lelis, opinou sobre a logística no Estado, especificamente sobre o modal Ferrovia. Ela disse que o Governo do Tocantins tem procurado a parceria com a inciativa privada e com o Governo Federal para melhorar ainda mais a logística no Estado. Claudia Lelis lembrou inclusive o modal Hidrovia do Rio Tocantins. Conforme ela, o governador Marcelo Miranda está articulando nacional e internacionalmente uma forma dessa hidrovia sair do papel “para baratear ainda mais os custos de produção no Estado, dando mais competitividade aos setores produtivos”.

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MAURÍCIO BUFFON, DA APROSOJA: NORTE-SUL TEM QUE DIZER À QUE VEIO


ANTÔNIO OLIVEIRA

CAPA

Solenidade oficial Antecedendo aos discursos das autoridades, três palestrantes abordaram temas de interesses dos produtores rurais no Tocantins. Foram eles, Rodrigo Estevan Munhoz Gomes de Almeida, da Embrapa Pesca, Aquicultura e Sistemas Agrícolas, que falou sobre “Perspectivas do Sistema de Integração Lavoura e Pecuária no Tocantins; Rodrigo Alexandre Gomes de Oliveira, da empresa de consultoria Agrofinanceira, que abordou o tema “Mercado da Soja – estratégias profissionais e Planos de Comercialização para a garantia da rentabilidade” e, Expedido Ronald Rebelo, do Inmetro, que falou sobre “Perspectivas Climáticas para o Estado do Tocantins – safra 2017/2018. Estavam presentes à solenidade oficial de abertura da safra 2017/2018 no Tocantins, dezenas de produtores rurais da região sul do Estado; vereadores e prefeito de Alvorada, Paulo Antônio; autoridades estaduais, entre as quais o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Tocantins (Ruraltins) Pedro dias; subsecretário de Agricultura do Tocantins, Ronison Parente dos Santos; secretário do Desenvolvimento da Agricultura e da Pecuária do Tocantins, Clemente Barros; o Delegado da Agricultura no Tocantins, Rodrigo Guerra; chefe geral interino da Embrapa Pesca e Aquicultura, Alexandre

de Freitas, e a governador em exercício do Tocantins, Claudia Lelis. Em seu discurso de saudação aos agricultores, Clemente Barros comentou o crescimento acima da média nacional da agricultura no Tocantins e alguns avanços e conquistas, como a sua posição no raking nacional de aplicação de recursos e prática da Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Falou também do crescimento das exportações que nestes dez primeiros meses do ano foram de U$ 885 milhões, 43% superior ao mesmo período do ano passado e, ainda do trabalho exemplar da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec). Conforme ele, toda uma estrutura e esforço para o pleno desenvolvimento da agropecuária no Tocantins. Já a Governadora em exercício, brincando com sua cor partidária – o PV – disse que ela deseja que o agronegócio no Tocantins cresça muito, respeitando o meio ambiente, ou seja, de forma sustentável. “Tecnologia para isto, nós temos”, disse. Ela terminou o seu discurso lendo uma mensagem enviada pelo governador Marcelo Miranda, que se encontra participando da COP na Alemanha. Após os discursos Governadora e convidados foram a campo fazer o plantio simbólico da safra. Com um detalhe: Claudia Lelis no comando do trator que puxava a plantadeira.

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Irrigação

Boas perspectivas de futuro no Projeto Manuel Alves POR WHERBERT ARAÚJO* E ANTÔNIO OLIVEIRA

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s cerrados piauienses, embora não sofram por falta de água, como sofre o semiárido neste Estado, não mais atendiam as expectativas do pequeno produtor Tomás Eufrasino dos Santos. Ele deixou, em 2008, a cidade de Corrente, uma das mais prósperas daquela região produtora de grãos e decidiu investir no Manuel Alves, que foi projetado e construído em Dianópolis, no Sudeste

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do Tocantins, para ser um dos maiores projetos de irrigação para a produção de frutas do Brasil. Ele adquiriu uma área de oito hectares dentro do Projeto para produzir frutas e outros vegetais. Atualmente, produz bananas para abastecer o mercado da microrregião de Dianópolis. - A gente tinha vontade de trabalhar, mas não tinha terra, nem água. Aqui no Manuel Alves, tudo mudou. Estamos muito satisfeitos – afirmou à reportagem da Secretaria de Comunicação do Tocantins (Secom). Além de banana, o produtor e sua

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esposa, Maria das Graças Prudêncio, cultivam mandioca, abóbora e hortaliças, contando com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), por meio do programa de doação de sementes e insumos, “Quintal Verde”. - Tudo que a gente tem vontade de plantar aqui dá. Somos abençoados com a riqueza de água - afirmou dona Maria das Graças. Quem também se usufrui destes benefícios é a pequena produtora Tereza de Jesus Alves. Além de cultivar frutas e montar uma pequena agroindústria de beneficiamento de polpa de fruta

em sua propriedade, ela inovou e decidiu investir na produção orgânica de pupunha, uma palmeira amazônica que produz um delicioso palmito, bastante procurado na região. - Começamos a vender de maneira experimental, para fazer um teste. Aí, levamos para vender nas feiras em Dianópolis, mas a procura foi tão grande que já não estamos conseguindo atender a demanda - afirmou. Já se aproximando dos parâmetros do agronegócio, ou seja, uma produção maior, tecnificada e com vendas em outros estados está Alexandre Frederico Ahlert, proprietário de 9,80 hectares (ha) no Setor Hidráulico 3 do Projeto. Numa das últimas visitas que Cerrado Rural Agronegócios fez ao Manuel Alves, nós conversamos com ele, que disse cultivar abacaxi em 6.10 ha de sua área. Ele tem mais dois irmãos com outro lote no Projeto, com os quais fazem o revezamento da cultura para evitar pragas e doenças. Ou seja, a cada safra o cultivo é feito numa área, enquanto se abre um vazio sanitário em outra, após a colheita. Os irmãos Ahlert estão no Manuel Alves há mais de 6 anos. Começaram produzindo melancia, mas pararam com esta cultura porque não estava havendo o vazio sanitário por parte de outros produtores, resultando em pragas e doenças. Todo o Projeto parou de produzir esta fruta. Os Ahlert não têm o que reclamar das condições técnicas do Projeto e nem das condições edafoclimáticas da região. Conforme ele, ali tem muito futuro, as perspectivas são boas. – O sistema de irrigação atende as nossas demandas e o custo, ainda subsidiado, é muito baixo. Da mesma forma são os custos de produção dentro do perímetro, que estão dentro dos padrões – disse. Para o futuro, assim como outros produtores, a intenção dos Ahlert é verticalizar a produção, ou seja, beneficiar as frutas produzidas, agregando valor a produção.


Estas são apenas três das muitas histórias de empreendedores experientes e, ainda, dos que estão dando seus primeiros passos rumo a consolidação de seus projetos de vida e de empreendimento. Inaugurado há nove anos, o Projeto de Irrigação Manuel Alves é isto ai, uma promessa de se repetir, no Cerrado sudeste do Tocantins, o sucesso que é os projetos de irrigação de Juazeiro e Petrolina, respectivamente na Bahia e Pernambuco, aproveitando as águas do Lago de Sobradinho (Rio São Francisco). O Governo do Tocantins comemora o processo de expansão e investimentos, objetivando a autogestão e a satisfação de produtores de frutas e outros vegetais para o consumo local e a exportação. Com recursos do Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Governo do Tocantins diz esperar que até o início de 2018, serão investidos R$ 22 milhões em obras complementares à infraestrutura e aquisição de equipamentos de irrigação, além da publicação de processo licitatório para 30 novos lotes. O Manuel Alves conta com cerca de 18 km de canais de irrigação e possui um grande lago de 22 km de extensão com capacidade de armazenar cerca de 250 milhões de metros cúbicos de água. Atualmente, ele conta com 38 participantes, a maioria é de pequenos produtores que encontraram, no apoio do poder público, força para garantir a segurança alimentar e a comercialização de frutas, legumes, tubérculos e outros tantos alimentos que já encontram mercado externo. São 199 lotes irrigados para pequenos produtores e outros 14 para médios e grandes empreendedores que terão do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), novas obras estruturais, como implantação da rede de drenagem; construção da cerca do perímetro; edificação do centro administrativo com alojamentos e guarita; além da aquisição de equipamentos de irrigação e preparo dos 30 novos lotes que serão licitados em breve. Conforme o superintendente de Irrigação e Drenagem da Seplan, Anísio Pedreira, o Projeto Manuel Alves contou com 90% de seus custos de construção com investimentos do Governo Federal e 10% de contrapartida do Governo do Tocantins. - A área total do projeto é de até 5 mil hectares com infraestrutura de uso comum, além dos projetos de irrigação,

THARSON LOPES

Alternativa

como piscicultura, atividades de lazer e abastecimento aos municípios em situação de estiagem - afirmou. Ainda de acordo com o superintendente, as responsabilidades dos agricultores contemplados em projetos públicos de irrigação devem seguir as regulamentações do artigo nº 38 da Lei

Federal de Irrigação n° 12.787/13. - Cada produtor é responsável pelo pagamento de taxas referentes às prestações dos lotes, como também de valores fixos e variáveis de manutenção e operação do sistema, inclusive no consumo de água em sua propriedade - argumentou.

Muito mais que produção agrícola O Projeto Manuel Alves foi projetado para ter múltiplas atividades. Estão previstos, no processo de uso múltiplo do seu reservatório, o turismo sustentável, utilização em ações de enfrentamento da seca, abastecimento de municípios em situações de estiagem, dessedenta-

ção de animais, implementação de projetos de piscicultura, e ainda a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), aproveitando a vazão excedente do reservatório. *É repórter da Secretaria de Comunicação do Tocantins (Secom)

ATER no Projeto Segundo Valdinei Silva Sousa, técnico do Ruraltins, braço do Governo do Tocantins responsável pelo acompanhamento dos produtores inseridos no programa Manuel Alves, o órgão presta serviços de consultoria e assistência técnica a todos os pequenos produtores. - Fazemos uma visita mensal em cada lote e também quando solicitado, acompanhamos os produtores. Nossa missão é garantir a subsistência, a geração de renda e a qualidade dos alimentos que são produzidos para exportação no Projeto Manuel Alves - disse.

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hecar as condições de desenvolvimento da tilápia da linhagem AquaAmérica (Gift, originada da Tilápia do Nilo), da empresa de melhoramento genético que lhe dá nome, na região Centro-Oeste do Brasil, a partir do Lago da Usina de Serra da Mesa, no médio norte de Goiás. É este o objetivo da parceria de pesquisa entre Universidade Estadual de Maringá (PR); o Instituto Federal Tecnológico Goiano (IF Goiano), Campus de Rio Verde e o Grupo AquaAmérica/Aquaporto. Os trabalhos de pesquisas em campo foram desenvolvidos na Lake’s Fisher, que tem projeto de criação e abate às margens deste Lago, no município de Niquelândia. Estes estudos em campo tiveram início há aproximadamente 7 meses e se encerraram no dia 12 de dezembro com o abate e a avaliação dos resultados de rendimento de filé, sanidade e formação de cada exemplar. Esta avaliação consistiu na sexagem dos animais, levantando informações do dimorfismo sexual, visando, no futuro, seleção de reprodutores; pesagem e avaliação das medidas morfológicas, com objetivos de identificar a relação destas informações com rendimento de corte comercias e com a forma do corpo dos animais; abate e coleta de informações dos rendimentos de cortes comerciais, para seleção das matrizes AquaAmérica. Foram avaliados aproximadamente 1.600 exemplares e os resultados finais ainda vão demorar entre 3 e 4 meses, com a publicação de artigos técnicos de validação desta pesquisa. É o que informou um de seus coordenadores, o professor do IF Goiano/Campus Rio Verde, Adriano Carvalho Costa, que está coordenando uma equipe de 9 pesquisadores, entre estudantes e graduados. Conforme Carlos Oliveira, professor da Universidade Estadual de Maringá (PR), um dos objetivos desta pesquisa consisti na avaliação do desempenho dos animais nas condições de cultivo no Lago da Serra da Mesa. - O primeiro passo é a gente avaliar o desempenho dos animais nas condições de cultivo aqui no Lago de Serra da Mesa – disse ele. Os animais, ainda conforme ele, foram introduzidos neste Lago em maio deste ano, ainda na fase de juvenis, para a observação de seu crescimento e rendimen-

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Aquicultura

Academias avaliam desempenho de tilápia AquaÁmerica cultivada no Centro-Oeste

ESTUDANTE TIRA PESO E MEDIDA DOS EXEMPLARES

to de filé. Ainda conforme ele, esses exemplares são de 45 famílias da AquaAmérica, vindos de Alfenas (MG), e a intenção foi o de avaliar, no estado de Goiás, o desempenho deles na condições de cultivo da região, como temperatura e qualidade de água. - Nós observamos que aqui algumas famílias apresentam resultados bastante superiores, em relação as outras famílias.

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Isto indica que a gente pode ter animais específicos para esta região – disse. Ainda conforme o professor Carlos Oliveira, a principal importância desta pesquisa é se ter um peixe avaliado em determinadas condições que o destaquem em relação aos outros criados neste mesmo ambiente. - É isto o que a gente espera, um peixe específico para esta região de cultivo no

estado de Goiás, Centro-Oeste e, Norte, quem sabe – apontou. Ainda conforme o Professor e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da variedade de tilápia Aquaamérica, esta pesquisa é de fundamental importância para a tilapicultura brasileira. - Novamente, entender como é o processo de seleção em condições específicas. Associados a isto, a gente pode ter


EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DAS PESQUISAS EM CAMPO

AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DE FILÉ, ÚLTIMO TRABALHO EM CAMPO ANTÔNIO OLIVEIRA

ação em Zootecnia, em Biologia e temos também alunos de Mestrado, engenheiros de pesca e zootecnistas envolvidos e, ainda, com pessoa de Tecnologia da Informação para resolver os trabalhos de equação – informou. Durante o tempo em que os peixes estavam nos tanques-redes, de 45 em 45 dias, eram feitos pesagem dos animais. Agora, no final de trabalho de campo, avaliação das medidas morfológicas – altura, largura e cumprimento do animal -; abate dos animais, quando eles serão identificados, para podermos descrever o peso da cabeça, do filé, da carcaça, para que possamos associar as medidas morfológicas com o rendimento de carcaça. Adriano informou que os resultados finais desta pesquisa devem ficar prontos entre três e quatro meses, quando serão publicados o primeiros artigos de avaliação. Para Jorge Vieira Barbosa, sócio-diretor da AquaAmérica/Aquaporto, este trabalho que está sendo desenvolvido pela Universidade Estadual de Maringá e pelo Campus de Rio Verde do Instituto Tecnológico, com o apoio de suas empresas e da Lake’s Fischer, é de fundamental importância, levando-se em conta que é o tipo de trabalho realizado pela primeira vez no Lago de Serra da Mesa. Leia na página 27 entrevista em que ele avalia este trabalho e faz um tributo ao empresário Razem, que era seu sócio e fundador da Lake’s Ficher. ANTÔNIO OLIVEIRA

outras avaliações de diferentes lugares que pode indicar para nós que temos um peixe que pode ser cultivado em várias condições ou peixes específicos para cada condição de cultivo no Brasil. Qual é o impacto disto em termos de rentabilidade? – questiona. E responde que os animais são específicos, que eles vão gerar mais lucros para o produtor. Ainda conforme o professor Carlos Oliveira, a tilápia alvo desta pesquisa é a Gift, uma variedade do Nilo, que foi melhorada na Malásia e introduzida no Brasil em 2005 e que a AquaAmérica cruzou com outras variedades chegando a variedade que recebeu o nome da empresa de genética de peixe. - É uma variedade que pode ser considerada brasileira - disse ele. Ainda de acordo com o professor Carlos Oliveira, as duas instituições de ensino têm papeis distintos, com a Universidade dando suporte ao processo de avaliação genética para o rendimento de filé; enquanto que o Instituto Federal conduz a coleta de dados e vai utilizar essas informações para projetar ou predizer os valores de rendimento, a partir de medidas morfológicas. Voltando a Adriano Carvalho Costa, no seu entendimento esta pesquisa tem como principal objetivo fazer a seleção, no Lago da Serra da Mesa, identificando os indivíduos com genótipo superior para poder estar indicando para a região grupos genéticos mais adequados às suas condições de criação e resultando em produtividade. O fato de ter escolhido a AquaAmérica como foco desta pesquisa, ainda conforme o Professor do ITF goiano, é por ela deter 40% do mercado de alevinos. - Sua genética é uma das melhores do Brasil. É uma empresa de ponta que iniciou com animais da Malásia, importando de lá, em 2005, 30 famílias. Elas estão sendo testadas em vários ambientes e aqui em Serra da Mesa é a primeira vez, com uma avaliação precisa dos animais, o que é muito importante – disse ele. Ainda conforme o professor Adriano Carvalho o ganho genético da AquaAmérica tem sido entre 4% e 6% por ano, evidenciando quanto se vai ganhar a mais por geração. A equipe coordenada por Adriano Carvalho é multidisciplinar. - Nós temos alunos aqui desde o técnico, alunos da graduação, Técnico Agropecuário e em Medicina Veterinária; gradu-

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Vacinação

PROFESSORES CARLOS RIBEIRO PEREIRA E RICARDO PEREIRA RIBEIRO EM CONVERSA COM O EMPRESÁRIO JORGE VIEIRA

A equipe ESTA É A EQUIPE DE PESQUISADORES, PARCEIRO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ:

MESTRANDO EM ZOOTECNIA (IF GOIANO) – Mário Lima, Pedro Aurélio e Fagner Machado. GRADUANDO EM ZOOTECNIA (IF GOIANO) - Rafael de Oliveira, Branda Luane. GRADUANDO EM BIOLOGIA (IF GOIANO) – Vanessa Cardoso. GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA (UNIRV) – Priscila Freitas. TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA (CENTRO TECNOLÓGICO PAULA PASQUALI) – Adriano Machado e Valdir Neto de Souza Ribeiro.

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Entrevista

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Um tributo ao homem de visão, Razem Elias

ara Jorge Vieira Barbosa, sócio-diretor da Aquaamérica/Aquaporto, o trabalho de avaliação da genética de suas tilápias nas condições da região Centro-Oeste do Brasil é de fundamental importância, levando-se em conta que ela é realizada pela primeira vez nessa região, mais especificamente no Lago de Serra da Mesa. Conforme ele, essas avaliações fazem parte das metas de sua empresa e são feitas a cada geração. Ainda conforme o empresário, a validação dessas pesquisas permite que a empresa leve ao produtor que usa a tecnologia Aquaamérica a garantia de qualidade refletida, principalmente no rendimento de carcaça. O empresário diz ainda que a parceria entre sua empresa e academias é de fundamental importância. A seguir, a íntegra da entrevista, onde Jorge Vieira fala deste trabalho e, em especial, faz um tributo ao seu amigo e então sócio, o empreendedor Razem Elias Brandão.

Cerrado Rural Agronegócios (CRA) – Senhor Jorge, qual a importância desta avaliação para portfólio da Àquaamérica? Jorge Veira - Muito importante esta avaliação que estão fazendo da nossa genética e, pela primeira vez, aqui em Serra da Mesa, no Centro-Oeste brasileiro. Essas avaliações fazem parte do nosso trabalho e são feitas a cada geração. Você acompanhou: Nós pegamos as medidas morfométricas de cada indivíduo – os peixes são chipados. A gente anota, uma vez por mês, todas essas medidas que são feitas durante todo o período de cultivo e aí a gente vai validar agora, levando para o frigorífico para fazer a avaliação do rendimento de filé. CRA – Para o mercado de produção de tilápia, o que isto significa? Jorge Vieira – A gente quer levar ao produtor as características que são benéficas para a saúde do peixe, a quali-

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RAZEM, JORGE VIEIRA E A AQUICULTORA MIYUKI HYASHIDA EM VISITA AO SECRETÁRIO DE AGRICULTURA DE PALMAS, ROBERTO SAHIUM

dade do produto final e a rentabilidade da indústria e dos produtores. Tudo feito de uma forma ética e sustentável para garantir proteína alimentar suficiente para alimentar o Brasil e o mundo. CRA – Qual é a importância desta parceria entre a empresa e as academias? Jorge Vieira – É muito importante. Você ver que nós temos duas instituições envolvidas neste trabalho aqui em Serra da Mesa. Eu gosto de ter a Academia junto ao nosso projeto. Isto agrega, contribui com o estudante. Temos, também, a formação de estagiários aqui e em outras unidades. Nós demos, neste ano, um salto muito grande em produção e abrimos novas unidades no Paraná, São Paulo e mais algumas em Minas Gerais. Então, estamos crescendo muito e mantendo este convênio, essas relações com estas universidades e institutos. CRA – Veja bem: nós estamos num cenário construído por um grande empreendedor, o Sr. Razem (Elias Brandão). Como o senhor descreveria a importância dele para a piscicultura no estado de Goiás e no Brasil como um todo? Jorge Vieira – isto na verdade, Antônio, só está acontecendo aqui por causa do Razem. Esta avaliação que nós esta-

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mos fazendo aqui hoje, todas essas pessoas envolvidas, a gente começou isto porque a Razem nos trouxe para cá, há 5 anos. Então, ele, o Raul, a Paola, toda a família Razem são fundamentais neste processo. Esta avaliação está sendo feita em conjunto com a Lake´s Fischer, frigorífico da família dele. Então, esta parceria é muito interessante. O Razem era um homem de visão, ele pensava grande e era o sonho dele produzir peixes de qualidade aqui no Lago de Serra da Mesa. Isto hoje é uma realidade. Então, esta unidade que você está visitando aqui, nós alteramos o nome dela (Aquaporto Razem), numa forma de homenagear o Razem. CRA – Como o senhor descreveria a pessoa, o cidadão e o empreendedor Razem? Jorge Vieira – Eu tive a oportunidade de fazer com ele sua última visita ao Tocantins, oportunidade que nós visitamos vocês em Palmas e outras regiões do Estado e eu tenho o maior orgulho de fazer parte do projeto dele e ter convivido com ele ao longo dos últimos 5 anos. Porque em todo este período - e você teve esta oportunidade de estar com ele - ele era só felicidade e só alegria a gente tinha ao lado dele, que gostava de levar felicidade ao próximo e é isto que a gente quer replicar e levar a grande alegria que o Razem trazia para

todos nós aqui em Goiás, Tocantins, em qualquer lugar. CRA – Como veterano da piscicultura, qual a mensagem que o senhor deixaria para os novos empreendedores na área de piscicultura? Jorge Vieira – O caminho é isto. Se a gente comparar a produção por hectare da piscicultura em relação a outras proteínas animais, a diferença é muito grande. Então, a gente observa que países africanos e outros estão crescendo muito, consequentemente, o consumo de proteína vai crescer também e não tem outro caminho a não ser a piscicultura que tem um grande potencial. Acredito no setor. O BNDES fez um estudo, anos atrás, em que ele comparou esta cadeia com o pré - sal e constatou a cadeia do peixe será várias vezes superior à cadeia do pré-sal, em termos de faturamento. Então, é um caminho sem volta e a produção vai crescer muito nos próximos anos. CRA – Quem terá mais espaço no mercado mundial do peixe, os nativos ou os exóticos? Jorge Vieira – Eu acho que tem mercado para todos, mas a grande locomotiva, eu diria que é a tilápia hoje como commoditie. Mas eu acredito que tem mercado para os nativos. Porém, a cadeia da tilápia está mais preparada e tem uma capacidade de comercialização muito grande. Mas a comparação não é esta. Eu acho que um soma ao outro. Então, a gente tem um portfolio de produtos como a tilapia, custo forte, produção constante e boa oferta. Isto a gente pode ter também no portfolio de peixes nativos como o pintado, o tambaqui e o pirarucu e ser, também, mais forte na exportação e na oferta de pescado e ai entra também a questão da produção de grãos. Por que a gente vai exportar o milho e a soja para outros países como a China por exemplo? Não é mais inteligente a gente exportar o pescado?


Tilápia

Licenciamento para a criação da espécie no Tocantins deve começar em janeiro ANTÔNIO OLIVEIRA

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A

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins (Semarh) e o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) estão intensificando o trabalho de conclusão das regras legais para o cultivo da tilápia na Bacia do Rio Tocantins, no Estado. A afirmação foi feita à Cerrado Rural Agronegócios na tarde desta terça-feira, 27, pelo diretor de Instrumentos e Gestão Ambiental da Pasta, Rubens Pereira Brito, em entrevista exclusiva a este repórter. Aliás, o Executivo deixou uma reunião onde se discutia tilápia por alguns momentos para falar conosco. - Nós estamos em plena discussão das regras. Agora mesmo nós estamos com uma equipe de trabalho discutindo a finalização do regulamento que vai dar as condições para o Naturatins (Instituto Natureza do Tocantins) fazer o licenciamento ambiental (de futuros projetos) – disse ele. Rubens Brito lembrou que houve um amplo debate com todos os segmentos, órgãos estaduais, Embrapa, as academias, pescadores, enfim, todos que têm interesse no tema. - Cada um deu a sua contribuição e a nossa Câmara Técnica tem esta responsabilidade de dar um feedback para o colegiado, que é o Coema, a respeito da forma como vai ser feito o licenciamento, uma vez que o Conselho já se posicionou favorável à introdução da tilápia como espécie exótica e nós estamos com a missão de fazer uma revisão na Resolução do Conselho que (até o momento) proíbe a inclusão de peixes exóticos - apesar de que a tilápia é uma espécie que já habita a Bacia do Rio Tocantins – frisou. Conforme o Diretor nos afirmou, tudo indica que este processo seja con-

cluído até o final deste ano e já no início do ano que vem os licenciamentos para projetos de tilapicultura poderão ser feitos. Uma decisão final deve ocorrer na próxima e última reunião do ano do Coema. - Esperamos que as condicionantes para esta liberação sejam definidas e votadas nessa reunião – disse. Ele adiantou ainda que algumas regras já estão definidas como a exigência de que o cultivo deve ser feito em tanques-redes nos reservatórios artificiais do Rio Tocantins – a Bacia do Araguaia está fora deste processo. - Então, este é o contorno que a gente está dando para o novo regulamento, para que o produtor possa tirar a sua licença e criar a espécie com segurança jurídica, tanto para ele quanto para o órgão ambiental – frisou. Sobre as resistências que ainda há entre ecologistas e aquicultores de peixes nativos, Rubens Brito considerou que, durante as discursões e votação para reverter essa proibição, essa resistência não teve unanimidade. - Desde o início a gente

RUBENS BRITO ESPERA QUE LICENCIAMENTO COMECE JÁ EM JANEIRO

procurou as instituições, como as universidades, que se posicionaram não contra, mas pedindo cautela porque a tilápia é um peixe já encontrado no Rio Tocantins, porém não adaptado a este Rio. Mas o que a gente optou foi por fazer as duas coisas ao mesmo tempo, ou seja trabalhar a autorização e elaborar suas condicionantes - justificou. Ainda conforme o Diretor de Instrumentos e Gestão Ambiental da Semarh, tanto a Secretaria, quanto o Coema não estão fazendo as coisas precipitadamente. Conforme ele, este processo está em discursão há um ano. - Nós estamos fechando uma parceria com o Instituto de Pesca de São Paulo, Estado que é hoje a maior referência no cultivo de tilápia no Brasil, porque todo o processo (de cultivo comercial da tilápia) começou nos reservatórios das hidroelétricas de São Paulo. Então, nós fomos procurar o melhor órgão para ser parceiro do Tocantins - contou. Por meio deste convênio, aind a

segundo ele, o órgão paulista vai ajudar o Tocantins na elaboração dos estudos, nos planos de monitoramento da ictiofauna e no acompanhamento da introdução da espécie no Estado durante dois. - Então a gente está dando um passo de cada vez para que haja segurança para os dois lados. - O que tem pesado mais na conclusão deste processo: a pressão de grandes empresários da tilápia em todo o Brasil que estão de olho no Tocantins, ou a pressão de ecologistas e aquicultores afeitos às espécies nativas? – questionei ao Executivo. - Eu diria que a expectativa é muito grande, mais do setor empresarial, pelas características climáticas que o Tocantins tem. São palavras do próprio presidente do Instituto de Pesca de São Paulo (Luiz Ayroza): “O Tocantins tem um potencial maior que o estado de São Paulo devido às suas características climáticas – temperaturas elevadas (quentes), favoráveis para o pacote tecnológico da tilápia”. Porém, Rubens Brito ponderou que a procura dos empresários é muito grande, mas que isto não influencia a Secretaria e o Coema para tomar uma decisão. Ele disse também ver na tilapicultura no Tocantins uma alternativa que está se criando para diminuir a pressão às florestas nativas por meio da cadeia FER produtiva da pecuária. NAN DO - Quando você cria uma cadeia ALV E S/ SEM produtiva paralela, economiARH camente viável, que é o caso da tilápia, tiramos mais o foco da atividade principal que é a pecuária para uma atividade menos impactante - o Lago já está criado - concluiu.

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V

egetal aquático muito usado em projetos ambientais – despoluição de efluentes – a Lemna, ou lentilha d’água, está cada vez mais ganhando terreno – ou água – nos projetos de cultivo de tilápia. Conforme pesquisas de Cerrado Rural Agronegócios em várias fontes especializadas em sítios na Internet, como o Wikipedia, Lemna minor é uma pequena planta aquática, conhecida pelo nome comum de “lentilha d’água”, com distribuição cosmopolita. A planta apresenta uma morfologia muito simplificada com o seu corpo vegetativo reduzido a uma estrutura taloide semelhante a uma pequena folha flutuante. Tem talos oblongos, com três nervuras destacadas. Eles submergem ligeiramente para florescer e cresce com tanta rapidez e eficiência que pode provocar grandes danos. Exemplo disto, o site cita o Lago de Maracaibo, eutrofizado em consequência dos fertilizantes residuais das plantações circundantes, onde a espécie cresce de forma descontrolada. O problema aumenta progressivamente, somando mais de 136.000 ha de Lemna. O site Aquaponia Brasil, também consultado por nós, informa que peixes como carpas, cascudos e kinguios parecem gostar deste tipo de lentilha, que é uma fonte de proteínas e fibras, podendo ser usada como complemento à ração convencional. Ainda segundo a fonte supracitada, são várias formas de cultivar a Lemna no sistema aquapônico. Uma delas é o cultivo parelelo ao tanque de peixes, podendo-se usar uma cama de cultivo, com um Sifão de Bell, da mesma forma utilizada com as plantas na argila expandida. Dessa forma – continua o Aquaponia Brasil – as Lemnas podem ser retiradas manualmente, sendo oferecidas aos peixes. Ou ainda, de forma automática via Sifão de Bell. Um Sifão de Bell bem regulado pode drenar, periodicamente, as Lemnas que estiverem em excesso na cama de cultivo. Ainda segundo esta nossa fonte,

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Lentilha d’água é uma boa alternativa CADA VEZ MAIS ESTA PLANTINHA É USADA NA NUTRIÇÃO DE TILÁPIA

outra forma é cultivar a Lemna no próprio tanque de peixes, utilizando uma peneira, por exemplo. – Com a peneira boiando (pode-se utilizar uma mangueira, ou isopor), ou suspensa, mas sempre em contato com a água, as Lemnas ficam isoladas, e crescem normalmente – explica. Ainda conforme o Aquaponia Brasil, somente o excesso é consumido pelos peixes, que podem tentar se alimentar sozinhos, puxando as Lemnas pelas raízes. Quer outra vantagem da Lemna? Ela remove amônia e outras toxinas da água.

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Dicas de cultivo

Procure comprar algumas lentilhas em lojas especializadas em jardins ou aquariofilia, ou veja se consegue alguns exemplares em lagoas em sua região; De acordo com a República do Departamento de Ciência e Tecnologa Filipinas, são necessários aproximadamente 4,5 lbs de lentinlha por 300 metros quadrados de lagoa; Adicione a lentilha à uma lagoa ou tanque próximos aos seus tanques de aquicultura;

DIVULGAÇÃO

ANTÔNIO OLIVEIRA

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Nutrição de peixe

Escumar alguma quantidade de lentilha

após ela ter completado o seu ciclo e jogue diretamente no tanque de criação ou misture na ração convencional Seque um pouco da lentilha e combine com outras formas de alimentar os peixes. Criar pelotas moendo a mistura em conjunto e formando em pequenas bolas ou tubos. Diante da riqueza de informações sobre esta plantinha, estas aqui publicadas ainda são muito superficiais. Pesquisemos, fiquemos atentos e cobremos à evolução das pesquisas. Quando mais alternativas para a nutrição de peixes, mais barato fica o custo na aquicultura.


ENTRETENIMENTO

RECEITA

Cabrito mamão assado INGREDIENTES • Um cabrito mamão inteiro aberto apenas na barriga • Sal a gosto • 5 dentes de alho • ½ copo americano de óleo comestível • 200 g de bacon • ½ copo americano de vinho branco seco • 1 um cebola pequena • 5 colheres de chá de azeite de oliva

Expressar um juízo Beata Olfato do cão Senhor (abrev.) Projeto (?): protege tartarugas marinhas

Trocar ideias com (outra pessoa) Saco feito de pele para transportar líquido

Tipo de bactéria Entidade dos capacetes azuis Instrumento do surfista

Antigo (abrev.) Revestido de manteiga

"Sou (?)", declaração amorosa feminina Creme de milhoverde (cul.) (?) do Lago, protetora da Excalibur (Lit.) Ceda gratuitamente

Traço Centro Técnico Aeroespacial

Remédio para disfunção erétil Gala ou fuji Certo (abrev.)

Frase como "Quem sabe faz ao vivo", de Faustão (TV) A + os

O Ã

R A

M U N E R

E

C R A A R I GO A S S E M

- E o sexo, como foi? - Fizemos quase todos os dias! - Como assim, quase todos os dias? - É isso mesmo: quase fizemos na segunda, quase fizemos na terça, quase fizemos na quarta...

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Solução Ç

BANCO

Adjetivo inicial de cartas afetivas

D I A L O G A R

SORRIA Um velhinho de 75 anos, voltando da viagem de lua-de-mel, encontra um amigo que lhe pergunta: Então, como foi a lua-de-mel? - Ótima! - responde o velhinho. O amigo insiste:

Habitações da taba indígena (bras.)

E I I N S T R M U A S O T U R A D I A M C A

(Do site: tuasaude.com)

Musa, em inglês Conluio ilícito

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L A D O O P C A M A R E R O C I L O A N C C H R A V Ã O S

INGREDIENTES 5 gotas de óleo essencial de eucalipto 1 colher (de chá) de sal 1 litro de água fervente

MODO DE PREPARO Colocar a água fervente numa bacia e adicionar as gotas do óleo essencial com o sal. Depois cobrir a cabeça e a bacia, inalando o vapor do chá. É importante respirar o vapor o mais profundamente possível por até 10 minutos, repetindo 2 a 3 vezes ao dia.

Rede de Atenção à Saúde (sigla)

U N T A D O

Remédio caseiro para sinusite aguda

(?) aquisitivo: é reduzido pela inflação

"O (?) vem a cavalo" (dito)

S E R R A D A C A N A S T R A

perfurações. O vinho o azeite, o óleo e a cebola bata no liquidificador e envolva o cabrito por dentro e por fora. Se gostar, acrescente pimenta. Deixe descansar em geladeira ou no freezer, desde que não congele. OBS.: Para o cabrito ir ao forno já deve estar recheado e costurado. Recheio: frite 150 g de bacon em azeite, acrescentando a linguiça calabresa cortada em cubos. Coloque a cebola ralada, junte a manteiga e deixe-os fritar, sem queimar. Junte, aos poucos, a farinha de mandioca ao refogado, mexendo sempre até ficar dourada. (Da Embrapa Caprinos)

MEDICINA NATURAL

Um bom remédio caseiro para sinusite aguda é inalar o vapor de eucalipto porque tem propriedade expectorante e antisséptica, aliviando de forma rápida a congestão nasal.

© Revistas COQUETEL

Parque nacional onde está localizada a nascente Posto de histórica do rio São Intoxicar (?) senão trabalho sem salário Francisco (MG) (alguém) quando: Divisões de piscinas Pão de (?), bolo leve com droga de repente Metediço olímpicas

G F A S T P O C B A L O P R L I C B O

MODO DE PREPARAR Lave bem o cabrito por dentro e por fora retirando o sebo e o sangue que estiverem dentro. Após a limpeza, mergulhe o cabrito em água quente, colocando umas gotinhas de limão. Deixe escorrer por um período de uma hora. Perfure os pernis e as mãos no sentido diagonal, colocando primeiramente o sal em todo o cabrito. Coloque o alho e o bacon nas

Uma das informações do painel de esteiras ergométricas Eletrodoméstico como a frost free

4/dama — muse. 5/curau. 6/bacilo — viagra. 7/castigo — intruso. 8/conchavo.

RECHEIO • 150 g de bacon • 150 g de linguiça calabresa • 2 colheres de sopa bem cheias de manteiga • 400 g de farinha de mandioca • 1 cebola pequena

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

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CRÔNICA

Alimento saudável, como saber? A gente faz escolhas o tempo todo. É bom termos o poder de escolher. E é partir daí que obtemos o resultado de tudo que fazemos. Uma escolha pode significar a diferença entre bem e mal, certo e errado. Pois então, em um supermercado, passava pelas prateleiras em meio às compras e uma moça ao meu lado com características de mulher naturalista, ambientalista, sei lá, dessas que parecem veganas ou vegetarianas, observava a senhora que enquanto escolhia seus produtos alimentícios entre estes, tinha ali, leite e legumes, ambos embalados e aparentemente iguais, perguntara a pessoa que estava em sua companhia, (porque estes produtos são iguais e estão separados, com valores diferentes?) Percebi então que aquela moça estava incomodada, desejando responder-lhe suas perguntas. Então ela se aproximou da senhora e lhe disse em seu forte sotaque nordestino. - Me desculpe, me chamo Maria e ouvi a senhora questionar sobre os produtos, acho que posso lhe ajudar, se me permite. Qual o seu nome? Aquela senhora agradecida lhe respondeu que sim, seu nome é Ana e que ficaria grata com sua explicação. E Maria então começou lhe dar praticamente uma aula daquele assunto. - Sra Ana, eles têm a mesma aparência, mas não são iguais! Para que estes produtos cheguem às prateleiras do supermercado, até a nossa mesa, eles passam primeiro por um processo, desde o cultivo, produção até a industrialização. Aqueles que não são industrializados precisam de aprovação dos órgãos responsáveis, para poder serem consumidos. São diversos os critérios de avaliação até chegarem ao consumidor final. E é no processo produtivo que se enquadra os critérios exigidos, que garantem a qualidade do produto, diferenciando o que é convencional do orgânico, que muitas vezes causam alteração de valores, se a produção for orgânica e pequena. Já aqueles que têm maior escala de produção tem uma oferta de preço melhor, o que normalmente acontece nos produtos convencionais, onde a produção ainda é maior. A produção desses alimentos é feita assim: gasta-se muita água, usa-se muito fertilizante, na maioria das vezes químico, jogando muitos venenos que causam doenças e até matam… também aplicando muitos hormônios e antibióticos nos animais, derrubar e queimar a mata nativa, é também parte do processo produtivo, quem faz essas práticas, acabam ocupando muitos hectares com único

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| NOVEMBRO/DEZEMBRO 2017

tipo de cultivo, e aí a terra vai ficando cansada tudo para que produção seja rápida e maior, só visam lucro, acham que se continuarem abusando da terra desse jeito, não vão acabar ficando sem ter como produzir. E quem sofre com essa ambição dos grandes empresários produtores, somos nós, que vamos só assistindo os recursos naturais indo por água abaixo. A Senhora me desculpe dona Ana, de falar desse jeito, mas é a pura verdade e conhecendo um pouco dessa realidade, eu preciso multiplicar o que sei para que assim talvez tenhamos um número maior de pessoas para defender nosso planeta. Não que a Senhora não defenda, não quero ofendê-la, mas se parte do que estou lhe dizendo for novidade pra senhora, já é de grande valia. Ana lhe responde: - Imagina, minha filha, continue, preciso saber mais sobre o que estamos levando pra nossa mesa e como estamos contribuindo com a devastação da nossa terra, comprando cada vez mais desses empresários, enquanto poderíamos estar ajudando aumentar a produção sustentável. Empolgada em falar do que gosta, Maria continua…a senhora Ana, mesmo confusa com tanta informação continua ouvindo Maria… - É claro que em nosso dia a dia, não vemos mal algum nos produtos que adquirimos, já que satisfazem as nossas necessidades e temos “acesso livre” a esse produto. Mas, não deveria ser assim. Aí um dos motivos de não serem iguais. Existem outras maneiras de produzir alimento, conservando as fontes de água, usando controle biológico e natural, em vez de agrotóxicos, diversificando cultivos, poupando a terra e melhorando sua fertilidade com adubação orgânica, aí estamos ajudando os animais também crescerem com saúde. Então, Ana impressionada com a opinião de Maria, volta a questionar: - Mas minha filha, como é que vou conseguir diferenciar esses produtos Maria?, se me depa-

ro com uma diversidade de produtos com aparência igual, alguns com valores diferentes, mas não sei distinguir aquele que é mais saudável? Maria, defensora da natureza e com seu amplo conhecimento sobre produção de alimentos, meio ambiente, sistemas de produção, lhe responde: - Alimento saudável dona Ana, é aquele que faz bem a todos, incluo também o meio em que o homem vive e como ele produz. Então, precisamos aprender rastrear o que estamos consumindo, de onde veio, como foi feito, quem fez…o local que esse alimento é produzido deve ser totalmente sustentável, as pessoas que fazem parte desse processo produtivo devem ter uma forma de vida como tal, não podem apenas produzir diferente, os hábitos também devem fazer parte do sistema. Como posso chamar de alimento saudável se este, produzido de maneira insustentável esgota todos os recursos para que ele seja produzido novamente? A senhora satisfeita começa a fazer nova seleção de produtos para seu carrinho, desta vez observando melhor o que diz na embalagem e buscando identificação de qualidade e rastreio do produto. O diálogo poderia ir além das formas de produzir, seria interessante falar sobre os riscos que a produção convencional traz, não apenas ao consumidor do alimento, mas àquele que produz também. O uso inadequado e excessivo do agrotóxico aumenta o risco para a saúde das pessoas e a contaminação do meio ambiente. Quando usamos o nosso poder de escolha, podemos optar por aquilo que é melhor para a nossa saúde. Mas será que ter hábitos saudáveis de alimentação se resumem apenas no consumo de alimentos produzidos ecologicamente correto? Claro que não! A conversa não para por aqui, tem muita pauta que trata a respeito, e vai além da maneira de produzir. Alimentação saudável envolve formas de vida, atividade física, preparo dos alimentos e a maior influenciadora a esses novos hábitos de consumo, é a mídia que atribui valores a verdades que sempre existiram, porém não tinham tanta influência na sociedade. A mídia pauta a vida e a vida pauta a mídia. A mídia pauta o mundo e forma ou deforma mentalidades.

AMANDA OLIVEIRA SANTOS é Engenheira Agrícola Especialista em Extensão Rural e Agricultura Familiar e acadêmica de Jornalismo na UFT


Na novela “O outro lado do Paraíso”, ambientada no Tocantins, os personagens Gael e Clara se casam. Durante a lua de mel, Clara é estuprada por seu agora marido. Sua vontade não é respeitada. Seu corpo é violado. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e a Defensoria Pública, por meio do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), oferecem atendimento especializado, que inclui assistência jurídica gratuita, para quem precisar. Para saber mais sobre o nosso atendimento acesse: ww2.defensoria.to.gov.br/ atendimento

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