Foto: Ricardo Valêncio • Studio: Machine MGT
Edição 104 Ano 10 Abril/Maio 2017
+CIDADANIA
Adoção Não nasceu de mim, mas nasceu pra mim
RENATO RATIER
E SUAS ESFERAS
+MARKETING
Marketing Olfativo Invisível e inesquecível
+ARQUITETURA
Arquitetura inclusiva Bons projetos podem custar pouco e transformar vidas CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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I CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017
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I CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017
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EDITORIAL Nossa edição de fevereiro foi fechada ao som dos tamborins e de muito samba. O Carnaval acabou e, segundo o ditado brasileiro, “o ano se inicia agora”. Contudo, para nós, que trabalhamos em revista, há a sensação de que o ano inicia em cada edição. A busca por matérias, eventos, personagens não para nunca, e é sempre um prazer correr atrás das melhores notícias para você. Os últimos meses foram de muitos acontecimentos importantes e não podíamos deixar de acompanhar todos ou... bem, quase todos. Vamos lá! A Expogrande, mais um sucesso do nosso Estado, recorde de visitantes, com diversos shows, palestras, leilões e muita festa. Por isso, nesse clima de agronegócios, nosso colunista na área de Direito, Rodolfo Bertin, palestrou no Tatersal, da ACRISSUL, sobre Holding Familiar no Agronegócio e trouxe de São Paulo seu colega de profissão, Fábio Motuaka, para falar de Governança e Sucessão. Uma palestra que alertou os agropecuaristas a respeito da divisão de terras e bens entre seus familiares. Mas a Expogrande também é famosa pela gastronomia, por esse motivo o grupo Senepol aproveitou e lançou o selo Senepol Meat, em parceria com o restaurante L4V (Las 4 Vacas), e mostrou a qualidade da carne Senepol, que ganhou notoriedade no mercado nos últimos anos e se consagrou nesta edição. Temos + novidades... Trouxemos para o nosso time de colunistas um marqueteiro de berço, Liu Ferrari, que já morou em Campo Grande, administrou grandes contas e fez a diferença no mercado. Atualmente é consultor em marketing e comunicação e diretor de negócios na Octopus, agência de comunicação do Grande ABC, em São Paulo, e vai nos trazer a realidade do marketing, uma ferramenta que, acreditem ou não, está inserida em nosso dia a dia. Acompanhe nossa coluna e destaque-se no mercado. Nossa jornalista Clarissa de Faria entrevistou quem entende de moda, é respeitado por onde passa, já assinou coleções para Riachuelo, Hering, Rosa Chá entre outras e seu nome foi mencionado incansáveis vezes na abertura das Olimpíadas 2016, quando criou o vestido que a nossa ubermodel, Gisele Bündchen, usou nos 128 metros de passarela ao som de Garota de Ipanema. Estamos falando de Alexandre Herchcovich. Nossa edição está repleta de matérias feitas com todo carinho e respeito para você! Atenção à vacina da gripe, campanha já começou! Temos dicas de cultura, com Renata do Valle, proprietária da Leparole, que abre seu espaço além dos livros, confira na programação. Quem pensa em aumentar ou dar início a uma família, além dos métodos tradicionais existe a adoção. Nossa jornalista Fernanda Nascimento, mãe adotiva, preparou uma matéria de encher os olhos, a casa e o coração. Dando continuidade ao projeto Arquitetura, Bia Meneghini conta sua experiência após uma viagem à África, onde participou do Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos e assistiu a palestra do arquiteto Toyo Ito, que ampliou seu conceito da arquitetura para todos. Por falar em África, o Projeto Sorriso sem Fronteiras – formado por uma equipe de profissionais multidisciplinares do IAC (Instituto Amigos do Coração), fez mais uma expedição e levou saúde e amor aos centros de acolhimento, e destaca que o principal problema encontrado por lá é a falta de higienização. É muito difícil fazer o editorial em apenas uma página, me pego animado e descrevo feliz sobre todas as matérias! É assim que trabalhamos, com alegria e satisfação, e você pode conferir nas próximas páginas. Boa leitura!
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I CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017
vmp8.com
ISO 9001: 2008
ISO 9001: 2008
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10 | SAÚDE SORRISO SEM FRONTEIRAS 14 | SAÚDE O QUE É “BRAINHEARING”? 16 | SAÚDE GRIPE: QUANDO E COMO SE PREVENIR? 18 | SAÚDE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: RETROCEDER PARA AVANÇAR 20 | SAÚDE LUTO DEVE SER VIVIDO 24 | CIDADANIA NÃO NASCEU DE MIM, MAS NASCEU PARA MIM 28 | EDUCAÇÃO A DECISÃO DA ESCOLHA DO MELHOR BERÇÁRIO PARA SEU BEBÊ 30 | DIREITO GOVERNANÇA CORPORATIVA E SUCESSÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES 32 | DIREITO PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO E HOLDINGS FAMILIARES 34 | CULTURA LIVROS, CONVERSAS E AFINS 35 | LITERATURA A HISTÓRIA DENTRO DA HISTÓRIA 36 | PET SEGUNDO LAR PARA O SEU PET 40 | ESPORTE DO NADA AO TUDO 8
I CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017
42 | ESPORTE SEM MEDO DE VOAR
44 | ESPORTE
FESTIVAL DE ESCALADA CELEBRA ESSA NOVA MODALIDADE OLÍMPICA
46 | ESPORTE
POR UM CAMINHO (MAIS) SUAVE
48 | COMPORTAMENTO
QUEM É A SUA PERSONAL ORGANIZER?
49 | NEGÓCIOS
FABRIZIO GIANNONE MARCA PRESENÇA DURANTE LANÇAMENTO DE COLEÇÃO
50 | ESPECIAL CAPA RENATO RATIER
56 | GASTRONOMIA O NOVÍSSIMO “NAZCA” TRAZ CULINÁRIA E CULTURA PERUANAS
58 | MODA
ALEXANDRE HERCHCOVICH
61 | MARKETING
INVISÍVEL E INESQUECÍVEL
62 | ASTROLOGIA A LUA
64 | CIDADANIA PREVIDÊNCIA NÃO PRECISA DE REFORMA E SIM DE BLINDAGEM
66 | EVENTOS
COISAS QUE VOCÊ NUNCA DEVE FAZER NUM CASAMENTO
Diretor: HENRIQUE ATTILIO Diretor Administrativo: LUIZ HENRIQUE PEREIRA REDAÇÃO Editor-chefe: HENRIQUE ATTILIO
Edição 104 Ano 10 Abril/Maio 2017
CONSELHO EDITORIAL HENRIQUE ATTILIO, LUIZ HENRIQUE E KÁTIA KURATONE Foto: Ricardo Valêncio • Studio: Machine MGT
ARTE Editor de Arte: GUSTA CABRAL REVISÃO SORAYA VITAL +CIDADANIA
ESTRATÉGIAS DIGITAIS LUIZ HENRIQUE PEREIRA
Adoção Não nasceu de mim, mas nasceu pra mim
RENATO RATIER
E SUAS ESFERAS
+MARKETING
Marketing Olfativo Invisível e inesquecível
SITE e MÍDIAS SOCIAIS ATP COMUNICAÇÃO
+ARQUITETURA
Arquitetura inclusiva Bons projetos podem custar pouco e transformar vidas CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
MARKETING ATP COMUNICAÇÃO
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CAPA Foto: Ricardo Valêncio Studio: Machine MGT Arte: Gusta Cabral
CONSULTORIA JURÍDICA ROSEANY MENEZES JORNALISTAS Marina Bastos (marinabastos@gmail.com), Elci Holsback 081/2005 (elciholsback@hotmail.com), Clarissa de Faria (clarissafaria@gmail.com), Tarsilla Ferreira (tarmariaf@gmail.com), Jéssica Benitez (jessica-benitez@ hotmail.com), Fernanda Nascimento (fnprochmann@hotmail.com), Andrea Federmann (amfedermann@gmail.com) e Evelise Couto (evelise@contextomidia.com.br).
SUMÁRIO Edição 104
COLUNISTAS Ariadne Cantú (ariadne.cantu@gmail.com), Daiana Capuci (daiana@itdecor.com.br), Edu Rejala (edurejala@hotmail.com), Adriano de Oliveira (adrianoao@gmail.com), Patrícia Faracco (patriciafaracco@uol. com.br), Patrícia Lemos (patriciagastrosomm@gmail.com), Nicole Zeghbi (zeghbi@gmail.com), André Salineiro (andresalineiro@hotmail.com), Liu Ferrari (liufoipralua@hotmail.com) e Renata do Valle (renata_dovalle@ hotmail.com).
Ano 10 Abril/Maio 2017
68 | CURIOSIDADES DO VINHO VINHOS DO SUL DE MINAS GERAIS
PARTICIPARAM NESTA EDIÇÃO Tatiane Savarese Attilio (CRN 3-12175), Dr. Estevon Molica (CRO-MS 2010), Nelson Lan Kowai Fook, Dra. Márcia Lessonier (CRO-MS 4072), Dr. Rafael Medeiros (CRO-MS 4073), Rodolfo Bertin (OAB-MS 9468), Luiz Felipe d`Ornellas (OAB-MS 9090), Ariany Braga Lanzarini (CRMV/MS 4375), Soraya Vital (vitalorganizer@hotmail.com) e Raissa Ramos Ferreira (CRT 14.04827-7).
70 | DECORAÇÃO
EXPO REVESTIR 2017 ENCERRA COM RECORDE DE VISITAÇÃO
72 | MARKETING
O QUE O MARKETING TEM A VER COM VOCÊ?
76 | ARQUITETURA
ARQUITETURA INCLUSIVA
78 | COMPORTAMENTO
SOMOS TODOS ANJOS
80 | VIAJE BEM
SAIA SEM MEDO. ESTAMOS EM CASA! 82 | AGRONEGÓCIOS PRODUTO DE REFERÊNCIA NO PRATO DOS SUL-MATO-GROSSENSES 84 | EDUCAÇÃO AGRINHO: A PONTE QUE LIGA O CAMPO E A CIDADE 86 | COLUNA SOCIAL ENDO CAR 88 | COLUNA SOCIAL 2º ENCONTRO DE REABILITAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM CAMPO GRANDE 89 | COLUNA SOCIAL HAPPY HOUR DE INAUGURAÇÃO DA QOD BARBER SHOP EM CAMPO GRANDE 90 | COLUNA SOCIAL ENCONTRO DAS DIVAS
Artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião da revista. Cinco+ é uma publicação da ATP Comunicação com periodicidade bimestral e distribuição gratuita dirigida. ATENDIMENTO AO LEITOR Email: contato@revistacincomais.com.br Carta: Rua Calarge, 37 - 791000-000 - Campo Grande-MS Telefone: 67 99985-8737 - 67 98145-7705 PARTICIPE DA REVISTA O que você gostaria de ler na próxima edição? Escreva-nos! contato@revistacincomais.com.br
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revistacincomais.com.br DISTRIBUIÇÃO A Revista Cinco+ é distribuída gratuitamente de forma dirigida em Campo Grande - MS. REVISTA IMPRESSA NA GRÁFICA E EDITORA ALVORADA LTDA A Cinco+ tem sua devida proteção e registro exclusivo da marca, concedido pelo órgão federal INPI, com assessoria da Remat Marcas e Patentes. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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SAÚDE
Para levar sorriso a crianças órfãs e carentes, profissionais de todo o País atravessam continente e levam bagagem repleta de carinho. por ELCI HOLSBACK • fotos DIVULGAÇÃO
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evar atenção, saúde, carinho, conforto e sorrisos, onde os motivos para sorrir desapareceram quase por completo. Essa é a missão e o trabalho de um grupo de profissionais multidisciplinares que integram o IAC (Instituto Amigos do Coração) e juntos, formaram o Projeto Sorriso sem Fronteiras, levando atendimento odontológico a crianças africanas. O Sorriso sem Fronteiras surgiu há cinco anos, como um braço da atuação da ONG (Organização não Governamental) FSF (Fraternidade sem Fronteiras). O dentista campo-grandense Estevom Molica Neto, conhecido não só por sua atuação no campo da odontologia, que exerce há 25 anos, mas também pelo engajamento em ações sociais, foi convidado para coordenar o projeto, que neste mês de março completou sua oitava edição, em Moçambique. “Há cinco anos estamos com esse projeto, que começou com 230 crianças órfãs na primeira edição. Hoje, atendemos 8.600 crianças de 21 centros de acolhimento da FSF, principalmente da Província de Gaza”, conta Dr. Estevom.
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A edição mais recente da missão aconteceu entre 1º e 10 de março e contou com cinco dentistas e três colaboradores, que são profissionais de outras áreas, mas que atuam na missão dentro da odontologia. Foram todos recrutados por redes sociais ou amigos que já conhecem o projeto. Os mais de 9 mil km e as quase 12 horas de voo não desanimam estes profissionais, que cedem tempo, conhecimento e, acima de tudo, atenção a estas crianças, em um país em reconstrução, após duas décadas de conflitos civis, que resultaram em mortes, fome e muitas pessoas mutiladas por minas terrestres e, mesmo após o Acordo de Paz, firmado em 1994, enfrenta a cada dia a dificuldade de se restabelecer. “Não foi uma escolha, foi um chamado. Para o IAC não existem fronteiras, não importa onde iremos trabalhar, apenas levamos nosso trabalho voluntário e humanitário, onde o estado de vulnerabilidade é maior”, relata Dr. Estevom sobre o motivo da atuação na África, onde o maior problema encontrado pelos voluntários é a falta de higienização.
Mas o fato de migrar da América do Sul para o continente africano, não significa que o projeto não tenha os olhos voltados à realidade regional. Além da atuação em Campo Grande, onde a atenção do grupo é voltada a dependentes químicos em tratamento, ribeirinhos pantaneiros e a fronteira paraguaia também são contemplados pelo trabalho dos voluntários do sorriso. “Este trabalho já acontece aqui também, o projeto Sorrisos sem Fronteiras, em uma proporção muito maior, acontece também na região do Pantanal, entre Porto Morrinho e a Aldeia Chamacoco, do lado do Paraguai. Fazemos esta viagem de barco e atendemos famílias ribeirinhas. Neste caso, somos 25 profissionais, entre médicos, dentistas, médicos veterinários, enfermeiros, educadores físicos, biólogos, cabeleireiros, barbeiros e vários outros profissionais, que levam alimentos, vestuário, enxovais de bebê, roupas de cama, mesa e banho, material escolar, brinquedos e utensílios domésticos a quase 2 mil ribeirinhos. Este trabalho
acontece duas vezes ano ano, tanto aqui, na nossa região, quanto em Moçambique”, revela o presidente do Instituto Amigos do Coração e Proprietário do Studio Oral, localizado em Campo Grande. Ainda de acordo com o coordenador do projeto, o maior e melhor resultado dessa iniciativa é a sensação de dever cumprido, mas ainda há muitos desafios à frente, seja nos atendimentos, ou na luta diária para que mais pessoas estendam a mão a um irmão que precise, independente de conhecimento, crença ou recurso, sempre há alguém precisando e sempre é possível ser um disseminador do bem. “Acredito que o maior desafio é fazer com que as pessoas que estão de fora do projeto, olhem com olhos de Deus e descubram que as fronteiras foram feitas pelo homem e que na verdade, não existem fronteiras para o trabalho voluntário. Todos estamos aqui por um propósito único, sermos melhores espiritualmente e que auxiliar aqui ou lá (África) é apenas uma questão de humanidade”, finaliza. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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MOTIVADOS POR ESTE SENTIMENTO QUE ALGUMAS PESSOAS SE TORNARAM VOLUNTÁRIAS DESSE PROJETO TÃO IMPORTANTE PARA TANTAS CRIANÇAS.
Atuar como dentista, no projeto Sorriso sem Fronteiras da Fraternidade sem Fronteiras deu mais sentido à profissão que escolhi pra minha vida. Me senti mais profissional, mais humano e muito mais feliz em poder colocar meus conhecimentos à serviço do outro. Aprendi muito com o povo moçambicano, a rever meus conceitos de vida, a reclamar menos, a ser mais solidário e entender que o amor é simples, puro e essencial. DR. GUILHERME PACHECO CAÇAPAVA/SP
Quando saí de casa, da minha cidade, do meu país para participar de um projeto com crianças carentes na África, aquelas que não tem acesso a nada, pensei: tenho muito a oferecer. Engano meu elas me deram muito mais. Hoje volto com o mais puro dos sentimentos que eu já recebi destas crianças: AMOR! Volto uma pessoa melhor que aquela que foi e acho que entendo melhor o sentido da vida e o que é fraternidade! Gratidão! Kanimanbo! DR. OTTERO JUNIOR - RIO DE JANEIRO/RJ
Como eu dentista posso sequer pensar em fazer a diferença num lugar onde os sorrisos são os mais sinceros e bonitos já vistos? Onde poderia esperar tudo de ruim, menos que a alegria extrapolasse do peito para fora? Todas as horas cansativas nos bancos das escolas, noites de sono perdidas, livros e mais livros pesados no trânsito da vida se resume a 10 dias vivos com a maior leveza da alma e ensinamentos que jamais serão esquecidos. Agora a vida ficou mais fácil de ser compreendida ao observar a pureza do olhar, a sutileza dos toques recebidos a doçura dos gestos e carinho compartilhados. Fui cuidar do cartão postal da alma deste povo e saio com a luz do meu sorriso intensificada pela chama da vida. Meu coração bate por eles que me ensinaram a bela missão que tenho de ser um anjo de luz, servidora divina em prol do bem que não existe fronteiras. Gratidão. Kanimambo! DRA. VALERIA ROCHA - CARATINGA/MG
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Ser voluntário é um destino que escolhemos. Assim como escolhi ser voluntária, também optei por participar de um projeto que tocasse meu coração e que realmente fosse capaz de melhorar a vida de pessoas, que pudesse oferecer uma mudança aqueles menos favorecidos. O Projeto Sorrisos sem Fronteiras - Moçambique tem tudo que citei, multiplicado por mil. Ir para a África e entrar em contato com crianças em alto estado de vulnerabilidade, carentes, na plenitude da palavra, de alimentos, de atenção, de cuidados, de amor e de respeito, me faz sentir mais humana e com a capacidade de receber o maior presente que eles nos oferecem: a gratidão. Conhecer a realidade das aldeias moçambicanas onde a maioria das famílias vivem abaixo da linha da miséria, os contaminados pelo vírus do HIV ultrapassam a 20%, a malária assola o país e há mais de um milhão de órfãos me trouxe um novo olhar sobre a vida, os valores e a minha missão solidária. DRA. MARISTELA VARGAS PEIXOTO - CAMPO GRANDE/MS
SOBRE O IAC O Instituto amigos do Coração, fundado em Campo Grande/MS, em 2012, tem a finalidade congregar pessoas, físicas e jurídicas no propósito de promover atividades direcionadas à conscientização e valorização da vida humana através da proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, com foco na proteção à família, à maternidade, à infância, adolescência e velhice; no amparo às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social; na promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza e habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência e integração à vida comunitária. A atuação engloba ainda ações voltadas à defesa de direitos, que visa garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões sócio assistenciais; promoção da
cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da educação; promoção gratuita da saúde; promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado; experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais e ainda, estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades desenvolvidas com a premissa de atuação do IAC. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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SAÚDE
NELSON LAM KOWAI FOOK Fonoaudiólogo CRF 6 2818
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O QUE É “BRAINHEARING”?
maioria das pessoas pensa que nossa audição ocorre em nossos ouvidos. Mas na realidade, ela ocorre na parte auditiva do cérebro. Os ouvidos são os receptores, mas o cérebro é quem faz a audição. É lá que os sons se transformam em informação e adquirem significado. Quando nossa audição está comprometida, o cérebro tem que trabalhar mais para compensar as partes da fala que estão faltando e preencher as lacunas. Este esforço extra pode tornar a tarefa de escutar muito frustrante e penosa. Como se demora mais tempo para seguir o que está sendo dito, muitas vezes não é possível acompanhar a conversa em tempo real. E porque é mais trabalhoso para o cérebro, resulta em uma sensação de desgaste e cansaço. Seus ouvidos e seu cérebro
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precisam trabalhar juntos para orientar, reconhecer, focar e separar os sons ao seu redor. Estas quatro tarefas acontecem simultaneamente e continuamente dentro de seu cérebro. Quando se tem os dois ouvidos como receptores de sons, podemos descobrir a direção de onde vem o som. Aí o cérebro usa todos esses sons para filtrar sons familiares e dar sentido a ele. Seu cérebro é quem ajuda você a se concentrar em uma conversa e separar ruídos indesejados. A nova tecnologia BrainHearing™ altamente desenvolvida em aparelhos auditivos pode ajudar com isso, preservando detalhes importantes da fala, trabalhando como um sistema para ajudá-lo a localizar o som, reduzindo o esforço envolvido na escuta e levando em conta suas preferências de escuta pessoal.
OS AVANÇOS NA TECNOLOGIA DA AUDIÇÃO SIMULAM CADA VEZ MAIS A AUDIÇÃO NATURAL Isso significa menos luta para reconhecer sons e resulta numa conversação mais natural e mais facilmente compreendida. Com o lançamento da família Oticon Opn™ de aparelhos auditivos, baseados na experiência BrainHearing™, o esforço de escuta fica reduzido para um nível que traz alta satisfação ao cliente. São novas soluções que combinam estética discreta, conforto e excelente desempenho, projetadas para oferecer audição avançada e conectividade wireless através do conceito BrainHearing™. Todos os três membros da família Oticon Opn™ fornecem a experiência de som aberto, no entanto, cada modelo dará ao cérebro um nível diferente de assistência - um nível diferente de suporte BrainHearing ™.
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SAÚDE
GRIPE: QUANDO E COMO SE PREVENIR? por Dra. MARISTELA VARGAS PEIXOTO - CRM/MS 2683
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inverno se prepara para chegar e, junto com ele, os vírus da gripe pegam carona. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a vacinação nas prévias da estação, para que haja o maior número de pessoas protegidas. O vírus H1N1, que se disseminou em 2009, fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarasse uma pandemia contínua, que circula e causa surtos com ocorrência de casos graves e morte nos grupos de risco, bem como fora deles. A gripe é transmitida principalmente pela tosse, pelo espirro ou quando a pessoa toca algum objeto contaminado pelo vírus e depois leva a mão à boca ou ao nariz. O vírus têm a capacidade de permanecer por muitas horas nos objetos. Uma característica importante do vírus da influenza é que ele sofre mutações com frequência. Os vírus que circulam com mais frequência são o H1N1 e o H3N2. Estas informações são sempre reforçadas pelos meios de comunicação, no intuito de causar a “conscientização” da prevenção. Infelizmente, por uma questão cultural, as pessoas tendem a buscar a vacinação quando surgem os registros de casos de óbitos ou internações. Esse é, sem dúvida, o grande desafio da Saúde Pública e dos órgãos de controles epidemiológicos quando há tentativa de reduzir os casos, evitando epidemias e surtos que acabam por gerar um descontrole nas campanhas vacinais. A rede privada de vacinas disponibiliza o produto para grupos não atendidos pela rede pública, oferecendo a opção de todas as pessoas se vacinarem e ampliarem o grupo de protegidos contra a gripe. Vale lembrar que a vacina contra a gripe deve ser tomada todos os anos, por conta das mutações dos vírus nela composta. A vacina também deve ser priorizada por aqueles que estejam em contato direto com pessoas dos grupos de risco: crianças menores de 2 anos, gestantes, portadores de doenças crônicas, pessoas com sistema imunológico enfraquecido e as que estão acima de 65 anos. Cuidadores, pais e outros familiares devem fazer o bloqueio do ambiente em que circulam para que as pessoas mais vulneráveis não contraiam a doença. É muito importante ressaltar que quando grande parte da população deixa de se vacinar em um determinado ano, amplia a possibilidade de surtos e epidemias no ano seguinte. As pessoas ficam mais vulneráveis ao contágio e as gripes mais fortes, justamente pela força que o vírus ganha em ambientes de grande circulação humana.
䄀 嘀䄀䌀䤀一䄀 준 伀 匀䔀唀 䔀匀䌀唀䐀伀 䌀伀一吀刀䄀
䌀伀䴀 一伀嘀䄀 䌀䔀倀䄀 ㈀ 㜀
刀䔀匀䔀刀嘀䔀 䄀 匀唀䄀 䐀伀匀䔀㨀 ⠀㘀㜀⤀ ㌀㈀㌀ⴀ㐀㈀㈀
刀甀愀 倀攀搀爀漀 䌀攀氀攀猀琀椀渀漀Ⰰ 㤀㔀㔀 ጠ 䌀攀渀琀爀漀⸀ 䌀愀洀瀀漀 䜀爀愀渀搀攀ⴀ䴀匀 C I N C O + I A B R I L / M A I O 2 0 1 7 I 17
SAÚDE
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: RETROCEDER PARA AVANÇAR. por DRA. TATIANE ATTILIO
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NUTRICIONISTA CLÍNICA CRN 3-12175 (67) 99932-8381 tatianeattilio@gmail.com
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e voltarmos 20 anos e observarmos a alimentação do brasileiro, constataremos que o prato básico das principais refeições era composto da seguinte forma: salada de alface e tomate, arroz branco, feijão e carne. Com o passar dos anos, e a chegada da globalização, a alimentação brasileira foi sendo modificada e os alimentos fast food e junk food foram fortemente incorporados à rotina da população, substituindo os hábitos alimentares e também o perfil nutricional dos brasileiros. A obesidade foi a primeira consequência a surgir, seguida pelo aumento de colesterol e diabetes. O que era considerado “doença de idosos”, hoje faz parte dos exames de rotina em crianças, jovens e adultos. Em contrapartida surge uma consciência para que se busque uma alimentação saudável e tenha-se mais equilíbrio na saúde e bem-estar. Informações sobre o tema estão todos os dias nas revistas, internet e programas de TV. Nunca se debateu tanto sobre como se deve comer, quais são os melhores alimentos e quais os piores. São tantas as informações repassadas de uma forma globalizada, que a cada momento surge um “alimento poderoso”. Foi assim com a linhaça (depois a linhaça dourada), a quinoa, o amaranto, o óleo de peixe (ômega 3), a chia, o gergelim preto, suco de romã, e assim por diante. E, como todo extremo leva ao radicalismo, os transtornos alimentares ganham campo e a população adoece emocionalmente. Podemos dizer que estamos vivendo uma época de “terrorismo alimentar”, quase todos e quaisquer alimentos são nocivos. Uns causam câncer, outros diabetes, outros a obesidade, outros ainda déficit de atenção, alteração no crescimento e desenvolvimento e assim sucessivamente. A lista dos alimentos que são nocivos à saúde parece não ter fim. O leite e o glúten são os alimentos mais “atacados” no momento. Já o ovo, que foi o grande vilão do colesterol, passou a ser a proteína com o perfil lipídico perfeito para ter saúde, aumento de massa muscular e ainda tem nutrientes! Atualmente, estamos vivendo o terror da carne e derivados adulterados. Ora, vamos pensar um pouco, um alimento como o embutido “salsicha”, que em sua composição leva nitrato e nitrito (extremamente nocivos à saúde) não deveria ser consumido muito antes da atual informação de adulteração do produto. Agora, vamos pensar nos alimentos que foram substituídos pela nova “onda alimentar saudável”, o azeite de oliva extra virgem, por exemplo, foi substituído pelo óleo de coco. Em um estudo denominado CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO DE COCO EXTRA VIRGEM (Cocos nucifera L.), de 2013, elaborado por SANTOS et al. Podemos ler em sua conclusão a seguinte afirmação: “Pode se avaliar pelos resultados das amostras obtidas, foram mais elevados do que o padrão estabelecido, onde pode ter efeitos negativos sobre a qualidade do óleo, a ponto de ser impróprio para alimentação humana.” Meu objetivo aqui é alertar a população de que a alimentação deve ser prescrita por um profissional capacitado e que não existe alimento milagroso ou extremamente maléfico. Seguir uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares, consumir alimentos da época, restringir o uso de industrializados, utilizar produtos in natura ainda é a melhor opção.
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SAÚDE
LUTO DEVE SER VIVIDO
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uto, palavra que assusta, impacta, mas que absolutamente todo ser humano vai enfrentar um dia. As perdas fazem parte do cotidiano, incluindo a partida definitiva de pessoas amadas que, embora fiquem eternizadas na memória, um dia têm um ponto final. A reação do ser humano diante deste cenário é imprevisível. Conforme a psicóloga Raissa Ramos Ferreira, cada indivíduo reage de forma diferente, mesmo que o sofrimento causado pela morte de alguém abale a mesma família, por exemplo.
por JÉSSICA BENITEZ
Por mais que hajam ritos, como velório, missa de sétimo dia e visitas ao túmulo, como se a pessoa ainda estivesse em vida, não há padrão, não existe certo ou errado. É impossível encontrar receita pronta para passar por este momento. Alguns decidem não mais citar o nome de quem partiu, outros falam ainda no presente. Uns preferem manter os pertences como foi deixado pelo dono, também tem os que optam por doar tudo rapidamente. “Devido a essa singularidade, não há fórmulas prontas para elaborar a perda, cada história precisará ser reescrita de uma forma nova, a partir da morte. A reação diante da morte está diretamente relacionada ao tipo de vínculo que se tinha com a pessoa anteriormente, por isso o tratamento consiste em entender o relacionamento com a pessoa que morreu, reestruturá-lo e ajudar o enlutado a reconstruir o seu mundo novamente.” A psicóloga, especializada em psicoterapia e intervenções do luto, tanatologia e combate e prevenção ao suicídio, conta que tempos atrás acreditava-se que existiam fases por quais as pessoas enlutadas passavam. Mas, com a realidade do sofrimento complexo e viável do ser humano, hoje sabe-se que as reações se sobrepõem, variando entre choque, negação, raiva, agitação, desorganização, desespero, depressão, isolamento social. “Até o momento em que a tristeza se mescla com sentimentos mais positivos e o enlutado começa a se recuperar da perda e restituir-se a partir desta mudança vivida. Apesar de conhecermos todas essas reações, não é possível afirmar que todos se comportam dessa mesma forma”. E, por mais que não exista roteiro, fórmula, equação, a forma como a pessoa morre pode, sim, agravar o luto. Suicídios, homicídios, formas violentas e traumáticas estão entre esses casos. Além disso, não é mero consolo dizer que o ser humano deve viver, sentir e lamentar a perda, para só então encontrar um recomeço. “A falta de vivência do luto, obrigatoriamente, leva a um luto tardio ou complicado, que poderá aparecer em 20
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forma de outros sintomas, doenças ou disfuncionalidades mais tarde, e por se tratar de um ‘luto mascarado’ não são identificados como tal. Viver o luto é encarar que houve uma ruptura e reestruturar a vida a partir dela.” Perder alguém que ama vai marcar para sempre a vida de quem fica. Como se fosse uma espécie de renascimento, mesmo lidando diretamente com a morte. Isso porque o modo de viver e ver a vida ganha outro sentido. Tanto que pode causar comportamento irreconhecível no indivíduo. A personalidade pode influenciar neste sentido. MONTANHA RUSSA Não há prazo estipulado para o sofrimento causado pela morte acabar, há um ritmo. Raissa ilustra ser comum aos enlutados relatarem melhora e depois piora, constantemente. “Entendemos que o primeiro ano sem a pessoa amada é o mais difícil para o enlutado, pois ele
vai vivenciar as primeiras datas como aniversário, Natal, Ano Novo e etc., sem o ente querido. Após o primeiro ano, é mais comum que o luto evolua para um estado mais adaptativo. Porém, isso não é uma regra. Não é correto esperar que o tempo passe para ‘curar’ o luto naturalmente, há de se trabalhar intensamente nesse processo para que o luto seja elaborado.” AMPARO COM CAUTELA Umas das situações mais embaraçosas para muita gente é dar as condolências em um momento de extrema dor do próximo e neste momento vale a máxima: a palavra é prata o silêncio é ouro. A orientação da psicóloga é fugir dos clichês, como ‘foi melhor assim, ele descansou’, para não caracterizar algo automático, desrespeitoso. Melhor deixar claro o quanto sente pela perda, bem como pelo próprio enlutado. “É comum os enlutados relatarem que aquelas pessoas que não disseram nada, que só ficaram ao lado, respeitando o momento e a perda, foram as que mais ajudaram. Pessoalmente, acredito que a melhor forma de ajudar um enlutado é perguntar a ele o que pode ser feito para ajudá-lo e, principalmente, o que fazer para não atrapalhar. Provavelmente, naquele momento, ele não saberá responder, mas isso demonstrará respeito e sua disponibilidade para dar suporte.” As ações ditas por Raissa são auxílio nos trâmites burocráticos, como resolver contratação funerária ou mesmo na arrumação da casa do enlutado, alimentação da família, enfim atitudes do dia a dia que podem tornar-se muito complexas para alguém que acabou de perder um ente querido, porém que continuam sendo necessárias. Estar disponível para escutar sobre o sofrimento do enlutado sem dar conselhos também é muito válido, garante a profissional.
“Já o luto antecipatório não é o medo de perder, e sim a vivência dos períodos que realmente antecedem a morte, como os momentos após o recebimento de um diagnóstico de doença terminal ou a experiência de adoecimento crítico, por exemplo, nos quais a percepção da morte ocorre gradualmente, ao longo do tempo, sendo saudável para a posterior elaboração do luto.” Conforme a psicóloga, rupturas e fins de relacionamentos seja amoroso, familiar ou de amizade, são espécies de lutos, mas não reconhecidos como tal, pois vivemos em uma sociedade que possui ‘regras do luto’, que servem para especificar quem, quando e por quanto tempo devemos sentir pesar. Essas são dores silenciadas, que podem provocar sofrimentos adicionais ao que já é muito dolorido. Toda essa negação impede que o enlutado entre em contato com a sua própria dor e que seja assistido de forma adequada por familiares, amigos e por um profissional qualificado. SOCORRO PROFISSIONAL Para superar a nova condição, a pessoa pode buscar profissional desde o primeiro momento da perda. “A psicoterapia do luto auxiliará no alívio e supressão dos sintomas iniciais, a construir juntamente com o paciente as mudanças necessárias em relação as perturbações, ajudará na aquisição de consciência sobre a enfermidade psíquica, trabalhará a autoestima e adaptação à vida sem a pessoa amada, assim como dará suporte para a construção de projetos para o futuro”, explica Raissa, fundadora da Clínica do Luto, espaço terapêutico dedicado ao atendimento de pacientes enlutados em Campo Grande.
INSEGURANÇA X ANGÚSTIA O medo da perda assombra o ser humano. Quem nunca imaginou como seria viver após a morte dos pais, filhos ou companheiro? Principalmente em época em que a informação chega tão rápido a todos e notícias horríveis de acidentes e assassinatos estampam as capas dos jornais. Porém, não trata-se de luto antecipado, esse sentimento está atrelado à insegurança, ao receio da separação e à angústia da própria perda. Está diretamente relacionado ao apego e à dependência.
contato@clinicadoluto.com.br / www.clinicadoluto.com.br
RAISSA RAMOS FERREIRA CRP 14.04827-7 Psicóloga e Coach, especializada em psicoterapia e intervenções do luto, tanatologia e combate e prevenção ao suicídio. Fundadora da Clínica do Luto, espaço terapêutico dedicado ao atendimento de pacientes enlutados em Campo Grande – MS.
/ www.facebook.com/clinicadolutocg CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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CIDADANIA
NÃO NASCEU DE MIM, MAS NASCEU PARA MIM Adotar é transbordar o amor que você carrega no peito. É ser infinitamente mais feliz. por FERNANDA NASCIMENTO PROCHMANN, mãe do Felipe
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eu coração simplesmente parou por alguns segundos ao ouvir, do outro lado da linha, a melhor notícia da minha vida: “Estou com um menino de pouco mais de um ano que está apto para a adoção. Você se interessa?” Depois de recobrar os sentidos, rapidamente combinei de buscá-lo. Não tinha dúvidas de que meu filho havia chegado. Tive a “gravidez” mais rápida do mundo. Dois dias foram o bastante para ter saudade de alguém que eu nem conhecia. Corri atrás de fraldas, papinha e de uma cadeirinha para o carro. E foi só. A ansiedade me fez esquecer que existia um mundo além daquela criança. A felicidade deu espaço para as conjecturas. Como ele deve ser? Será que vai gostar da gente já no início? Nunca me perguntei se ele não viria para casa conosco. Será que é possível amar tão rapidamente? A resposta veio no primeiro olhar, e foi: sim, é maravilhosamente possível! Para quem não conhece, este é o começo da minha história como mãe. Depois de cinco anos com a mais feliz das companhias, venho agora contar histórias de pais que tiveram a mesma sorte que eu, como Elisângela Jarenko e Luiz Antônio Broncca. Depois de cinco anos na fila da adoção e nenhum contato, o casal que morava em Umuarama, no Paraná, veio para Campo Grande abrir uma empresa de fabricação de churrasqueiras. Aqui eles renovaram o cadastro e, pouco mais de um ano depois, começaram a formar uma família. Digo começaram porque Elisângela e Luiz não adotaram apenas uma, mas três crianças.
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Só que esta história teve um final ao avesso. Vou explicar. Ao preencher o cadastro, o casal informou que queria um bebê, recém-saído da maternidade, mas ele não “chegava”. Eles então alteraram o cadastro, aumentando a idade da criança que queriam para até seis anos. Foi quando receberam uma ligação perguntando se não havia o interesse de apadrinhar um menino de cinco anos. Ao mostrarem a foto de Rafael, um menino tímido, miúdo, como conta Elisângela, foi um pulo para a adoção e, há cinco anos ele passou a ser o primeiro filho da casa. Acontece que Rafael tinha vários irmãos no abrigo e uma delas é Caroline. Bem mais velha, com 12 anos, depois de passar as férias com a família do irmão, ela foi adotada. E, para “fechar a fábrica”, chegou Kauã. O pequeno tinha apenas três dias quando se juntou aos irmãos. “Foi daí que realizamos o sonho de ter um bebê”, brinca Elisângela. A mãe orgulhosa faz questão de dizer que não há diferença em adotar e parir. “Filho é uma caixinha de surpresa, a diferença mesmo está no cuidado que você dá”, ressalta. A juíza Katy Braun, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso de Campo Grande, foi a responsável pelo processo das três adoções feitas pelo casal, assim como de inúmeras outras. Para ela, a questão da adoção vem ganhando
mais espaço para o amor e menos para o preconceito no Brasil. Em 2016, foram promovidas quase 6% a mais de adoções pelo Poder Judiciário em Campo Grande do que em 2015, totalizando 55 adoções para pretendentes legalmente habilitados e inscritos no Cadastro Nacional de Adoção. Em 2015, foram registradas 37 adoções desta natureza. “Queremos mudar o foco. Antigamente, procurava-se crianças para os pais, agora estamos à procura de pais para as crianças. Isto humanizou demais nossos pretendentes e começamos a atender casos bem diferentes, como a adoção de adolescentes”, explica a juíza. E é isso que está acontecendo. No ano passado, a Justiça conseguiu reduzir em 40% o número de crianças acolhidas em abrigos na Capital. “Eram duzentas, muitas foram reintegradas às suas famílias e outras adotadas.” Para a juíza, o fato de artistas começarem a adotar crianças contribuiu positivamente para a forma como a adoção é vista. “Na medida em que você vê que é uma experiência que deu certo, isso é estimulante, diminui o preconceito”, diz. Ela ainda ressalta uma grande mudança nos últimos anos, que chamou a sua atenção. “Antigamente, crianças até dois anos eram consideradas ‘velhas’ para serem adotadas. Hoje, para meninas até os dez anos e meninos até os sete eu vou encontrar pretendentes. Até os 12 anos é possível falar em adoção”, assegura. Muito dessa mudança de comportamento se dá por conta do Curso de Preparação, obrigatório para quem quer adotar uma criança. Um outro aporte que está sendo preparado para garantir a mesma qualidade na habilitação de pretendentes em todo o País, é uma plataforma de ensino a distância, organizada pela Secretaria de Direitos Humanos, que vai possibilitar a capacitação pela internet. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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ADOÇÕES NO INTERIOR O Juiz de Direito Fernando Moreira Freitas da Silva atua em Sidrolândia, a 73 quilômetros da Capital, e conta que a área da infância e da juventude sempre foi aquela que fez seus olhos brilharem. No município há uma predominância de adoção de adolescentes, o que difere de outras cidades. “A que se deve isso? A uma busca incessante por uma família para elas, pois sabemos que para esse perfil não há interessados no Cadastro Nacional de Adoção”, explica o juiz, que se recorda de ter feito a adoção de apenas um bebê até hoje. Para ele, o fato das pessoas já saberem como funciona, o tempo de duração e os primeiros passos para adotar, tornaram a sociedade mais consciente quanto à adoção, mas ainda existe o preconceito em relação à idade da criança. Em 2016, foram efetivadas nove adoções em Sidrolândia e este ano já tem um processo em andamento. De acordo com o juiz, a cada ano o número aumenta, resultado do envolvimento da comunidade. Ações como o I Encontro Municipal de Adoção, em 2015, e o I Encontro Estadual de Adoção, no ano passado, além da fundação do Grupo de Apoio à Adoção – o Afagas – que conta com pais adotivos, pretendentes à adoção e membros da sociedade civil, trouxeram visibilidade à causa da adoção. “Encontrar uma família para uma criança é a melhor sensação possível: é sentimento de dever cumprido, é perceber que o meu trabalho é útil a alguém, é ver o choro de crianças e adolescentes e chorar com eles, é ver a felicidade chegar a uma família a passos largos, é a certeza de que preciso recomeçar tudo de novo no dia seguinte e, cada vez mais, fazer o melhor que puder”, finaliza Fernando. Por conta de sua atuação na área de adoção, o juiz foi convidado a palestrar na abertura do Encontro Nacional de Adoção, que será realizado no mês de junho, em Fortaleza. Em outubro, ele segue para Cuba, também para falar sobre o assunto, na Confederación de Adolescencia y Juventud de Iberoamérica y El Caribe.
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QUEM PODE ADOTAR? Maiores de 18 anos, independentemente de estado civil, que tenha condições de criar uma criança. É necessário fazer o Curso Preparatório para Adoção e não ter o nome no Serasa ou SPC. Esta última condição foi recentemente adotada já que a pessoa deve ser capaz de oferecer o básico para uma criança. O registro no Cadastro de Adoção tem validade de dois anos. Para mais informações, procure o Fórum de sua cidade.
CURSO PREPARATÓRIO PARA ADOÇÃO Turma 1: 16 e 17 de março / 30 e 31 de março / 6 e 7 de abril / 19 e 20 de abril. (ENCERRADO) Turma 2: 6 e 7 de julho / 20 e 21 de julho / 3 e 4 de agosto / 17 e 18 de agosto. Turma 3: 5 e 6 de outubro / 19 e 20 de outubro / 9 e 10 de novembro / 23 e 24 de novembro. Informações: Núcleo de adoção – 3317 -3551
PROJETO PADRINHO Com o propósito de aproximar a sociedade de crianças e adolescentes carentes, o Projeto Padrinho, criado há quase 17 anos, realizou 16 apadrinhamentos em 2016 e já tem oito menores apadrinhados este ano. Muitos deles se transformaram em adoções, mas não é este o objetivo da proposta. O apadrinhamento é um apoio por tempo determinado e pode ser feito de três maneiras: Padrinho afetivo, que além do carinho e atenção, pode levar a criança para passear; Padrinho prestador de serviço, que ajuda prestando serviços, como no caso de médicos e psicólogos; e Padrinho financeiro, que também pode ser feito por empresa, entidade ou uma instituição. Há outras formas de ajudar, como a doação de livros, fraldas, medicamentos, suplementos, leite em pó, roupas e brinquedos que são entregues nas casas que abrigam essas crianças. Informações: 3317-3512
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EDUCAÇÃO
A DECISÃO DA ESCOLHA DO MELHOR BERÇÁRIO PARA SEU BEBÊ A Materna oferece uma estrutura adequada e uma dinâmica apropriada.
por TARSILLA FERREIRA • fotos STUDIO VOLLKOPF
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er mãe é se preocupar a cada nova etapa que acaba por representar uma despedida. Assim que nasce, aquele ser pequeninho recebe toda proteção materna e continua o elo de amor existente desde a gestação. Depois, com seu desenvolvimento, começa a andar e quer sempre conhecer e explorar o mundo ao seu redor. Por isso, com o fim da licença maternidade, chega uma nova etapa para o bebê e principalmente para os pais: a decisão na escolha de onde e com quem deixá-lo. É importante pensar e fazer uma escolha segura em relação ao que é melhor para os pequenos. Ana Luisa Manzini Bittencourt de Castro, diretora da Materna Berçário e Educação Infantil, explica que “o berçário, na verdade, representa uma quebra de paradigma, porque implica em tirar o bebê de casa e levar para outro ambiente diferente do doméstico.” O berçário é oferecido a partir dos quatro meses de vida e deve ser um local adequado, onde as crianças tenham segurança, brinquedos que estimulem a imaginação, pessoas preparadas para lidar com essa faixa etária e preocupação com a higiene dos pequenos. Na Materna há uma equipe de profissionais qualificados para cuidar das crianças. Os professores são todos especialistas em Educação Infantil e, para os bebês, há uma enfermeira pediatra e uma equipe de auxiliares técnicos, para atender os cuidados que essa faixa etária demanda. “Aqui na Materna, nós tratamos nossas crianças com afeto, envolvimento. Por exemplo, para dar banho temos que conhecer a criança, que conversar com ela, não pode ser algo mecânico, como colocar na banheira, dar banho e passar para o próximo. Não acontece dessa forma.” Um grande receio dos pais que vão pela primeira vez deixar seus filhos em um berçário é que eles fiquem doentes. A escola é um ambiente social, cujo objetivo é fazer com que os pequenos convivam entre eles e também com adultos. Por isso, essa é uma preocupação real. No entanto, as crianças estão expostas a riscos, não só na escola, mas em qualquer lugar, seja no parque, no shopping, em casa. O fato de estarem em um novo ambiente já pode causar, por si só, reações fisiológicas nos bebês. “Entendo que isso preocupe os pais, porque mesmo
um resfriado demanda cuidados, e entrar em contato com novos vírus em um ambiente social faz parte. Acho que a criança, muitas vezes, fica com o sistema imunológico até mais preparado com o passar do tempo” completou Ana Luisa. Na Materna, os bebês alternam momentos de brincadeira, de atividades, massagem, sono e alimentação. Em especial, eles dormem na sala, em colchões dispostos no chão, porque assim eles ficam livres para se mexer, o que é extremamente importante nessa fase. A alimentação oferecida é bem específica, frutas frescas e papinhas com carne ou frango, legumes, verduras, caldo de feijão. O espaço é compatível com as necessidades desses pequenos, que inclui também um monitoramento constante com câmeras, para que os pais se sintam mais perto de cada movimento dos seus filhos. “A câmera deixa os pais mais seguros, porque sabem o que está acontecendo em tempo real.” No berçário é realizado um trabalho pedagógico desde cedo, com estimulação física, cognitiva, sensorial e social. A criança vai se apropriando de todos esses aprendizados para, mais tarde, estar preparada para novas experiências. A diretora continua: “Temos brinquedos específicos para essa faixa etária, mas eles adoram nossa “Caixa dos Tesouros”, um cesto que contém brinquedos não-estruturados. Dentro há argolas de cortinas, carretel de linha, novelo de lã, paninhos, bola de tênis, bobs de cabelo. Ficam bastante concentrados, explorando os itens dessa caixa, empilham, jogam, encaixam uma coisa na outra. Esses brinquedos não-estruturados permitem que a criança teste as propriedades físicas dos objetos.” Ao decidir pelo berçário, seja confiante. A escolha vai dar segurança para o seu filho. É uma adaptação para cada criança, afinal cada uma tem seu tempo. Os pais, às vezes, se angustiam muito quando o bebê chora, mas essa é a forma de manifestação dos muito pequeninos. Por meio do choro eles comunicam desconforto, sono, fome etc. Não há bebê que não chore. O momento de voltar ao trabalho é quando se começa a viver uma separação mãe-bebê e, para que isso aconteça de uma maneira segura e tranquila para ambos, é fundamental um espaço preparado para acolher pais e filhos. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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DIREITO
GOVERNANÇA CORPORATIVA E SUCESSÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES por TARSILLA FERREIRA
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egundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 90% da formação empresarial do Brasil é familiar. A falta de planejamento sucessório pode definir o futuro dos negócios de maneira negativa para essas empresas, por isso a vantagem de se fazer uma estruturação de processos e mecanismos de governança, beneficiando, assim, o empreendimento nos aspectos societários, administrativos e operacionais. Para explicar melhor a importância desse tema dentro do agronegócio, foram realizadas na Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), durante a 79ª Expogrande, as palestras: “Governança e Sucessão”, ministrada por Fábio Matuoka Mizumoto, Doutor em Administração pela FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), e “Holding Familiar no Agronegócio”, ministrada pelo advogado Rodolfo Souza Bertin, especialista em Estratégias Societárias, Planejamento Tributário e Sucessório. Especialista no desenvolvimento de empresas familiares, Fábio Mizumoto diz que aprendeu muito com seus clientes: “Percebi que aquelas dinâmicas familiares que eu tinha na minha casa, estão presentes em qualquer lugar. E, apesar de isso ser um determinado padrão, a solução não é padronizá-la, é algo muito particular, é preciso ser customizada.” A governança corporativa tem como objetivo direcionar, organizar os conflitos e interesses societários, valorizar e proteger os negócios. “São ferramentas importantes para dar continuidade ao empreendimento. Os trabalhos do consultor com o advogado são comple-
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mentares. Eu cuido muito da dinâmica familiar, trabalho para dar segurança para a família”, informou. De acordo com Mizumoto, a família precisa fortalecer as relações a ponto de separar aquilo que é uma discussão empresarial da discussão familiar. “Uma busca pela melhor decisão para os negócios vai transparecer nos momentos mais impactantes tanto para o empreendimento quanto para o patrimônio, afinal de contas o mercado não perdoa uma decisão errada.” A holding familiar é uma importante esfera do direito que oferece proteção patrimonial para o empresário e sua família. Com essa proteção, o empreendedor passa a ser sócio-quotista, já que o patrimônio fica integralizado no capital social da empresa. É um processo que ajuda a profissionalizar a gestão do negócio. “O empreendimento exige que o gestor entregue o resultado prometido e ao mesmo tempo o proteja das interferências dos familiares. Com esse processo, vai ter o tempo certo e o jeito adequado de fazer a prestação de contas”, completou Mizumoto. Para estabelecer esse processo junto com uma estrutura de holding, que ajuda a organizar o patrimônio, é necessário que as pessoas sejam capacitadas para participar da gestão. Assim elas serão capazes de direcionar aos interessados o risco do negócio, os números e a produtividade. “Um dos desafios para se ter bons resultados dentro de atividades familiares é a organização de reuniões estruturadas, para que não haja diálogo fora do ambiente empresarial, a fim de que as diferenças de opinião sejam levadas em conta e traçadas as metas necessárias, para que se tenha o melhor resultado. Isso é profissionalizar a gestão familiar”, finalizou.
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Eles crescem rápido, exploram e experimentam cada pedacinho da vida, com curiosidade e vontade, sem se dar conta de que, assim, vão cada vez mais longe. A qualidade do espaço onde o seu filho vai ampliar os passos faz toda a diferença para o desenvolvimento saudável do seu aprendizado. Faça como os pequenos, seja grande na curiosidade, amplie os caminhos e os horizontes: conheça a nova sede da Materna.
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PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO E HOLDINGS FAMILIARES por LUIZ FELIPE d’ORNELLAS – OAB/MS 9090 foto WILSON JR. FOTOGRAFIA
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s relações entre família e patrimônio, inclusive nas empresas familiares, nem sempre são tão harmônicas quanto se imagina. Porém, há uma certa unanimidade, todos os integrantes, em seu íntimo, desejam perpetuar de forma segura os bens entre as gerações, e a ferramenta para isso é a Holding Familiar. A formação da Holding se dá com a transferência do patrimônio familiar para uma Pessoa Jurídica (EIRELI, LTDA ou S/A), a ser criada para essa finalidade. Isso é feito a título de integralização do capital social, ingressando os bens pelo valor constante na declaração de imposto de renda do titular, e com a possibilidade de imunidade do ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis). Depois de transferido o patrimônio se transforma em quotas sociais e, sem seguida, serão doadas aos herdeiros, podendo ser gravadas com usufruto, reversão, incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade, a depender do caso específico. É muito importante ressaltar que, mesmo após a doação, o doador continuará com pleno e total controle de seu patrimônio, pois mesmo não sendo mais sócio da Holding permanecerá como administrador dela, com poder de decisão e gestão dos negócios de forma vitalícia. Além disso, e por força de cláusulas específicas e pertinentes a cada situação em particular, pode-se alcançar níveis de proteção e vantagens com a Holding Familiar, tais como: a vedação de ingresso de estranhos/terceiros no quadro societário; menor tributação nas receitas de locação e de transferência de bens imóveis; melhor organização e gestão do patrimônio familiar; eficácia na administração dos negócios; proteção dos bens dos sócios.
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Por fim, e como finalidade maior, a Holding Familiar é o instrumento pelo qual se consegue implementar uma sucessão hereditária balizada e controlada, com benefícios tanto tributários - haja vista a não incidência do imposto “causa mortis” sobre as quotas já doadas – quanto práticos, pois não será mais necessários procedimentos como o de inventário ou arrolamento, garantindo agilidade na transmissão do poder, e economia financeira. Tal praticidade e controle tem seu custo, porém, perto dos benefícios que se alcança, as despesas não se demonstram excessivamente onerosas, haja vista que para a criação da Holding a família terá que arcar basicamente com as taxas de seu registro perante a Junta Comercial; despesas cartorárias; Imposto sobre a Doação (ITCMD); e os custos de manutenção de uma empresa. Entretanto, planejando-se a longo prazo, e mesmo com os seus custos operacionais e de implementação, as Holdings Familiares vem ocupando cada vez mais espaço no dia a dia das famílias, representando um eficaz instrumento de planejamento sucessório, desde que elaboradas com profissionais experientes e capacitados, e feitas dentro da ética e da legalidade.
LUIZ FELIPE d’ORNELLAS OAB/MS 9090
Advogado, sócio do escritório Bertin, Coimbra, d’Ornellas, Palhano & Zatorre Advogados Associados, com sólida experiência em direito societário, atuando em operações de fusões e aquisições de empresas (M&A), prestando consultoria em estruturação e reestruturação de sociedades, e implementando planejamento sucessório e proteção patrimonial.
luizfelipe@bcdpz.com.br CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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CULTURA
LIVROS, CONVERSAS E AFINS Permita-se uma imersão no universo literário e desfrute de muito mais do que as palavras podem oferecer. por FERNANDA NASCIMENTO PROCHMANN
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RENATA DO VALLE Empresária e psicóloga renata_dovalle@hotmail.com
Essa coluna é patrocinada pela:
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ntre, seja bem-vinda, aqui sua alma será nutrida de conhecimento! Foi esta a sensação que tive ao abrir as portas da livraria Leparole. Nas prateleiras, cuidadosamente arrumadas, vi muito mais do que livros. Fui instigada a querer saber, compartilhar e propor novas ideias, novos traçados para o saber coletivo, novas descobertas para o saber individual. Quem me conta como a Leparole se transformou em referência cultural, é a psicóloga Renata do Valle, uma apaixonada pelas letras, que percebeu o ouro que tinha nas mãos e o lapida a cada dia. A mente inquieta de ávida leitora a fez criar, em 2011, um ambiente dedicado ao desenvolvimento do CHA – Conhecimento – Habilidade – Atitude, por meio de rodas de conversas sobre os mais variados temas. Hoje, aperfeiçoado, o espaço de reflexão foi ampliado e contempla três modalidades de encontros: a leitura compartilhada, onde os participantes discutem o conteúdo de livros de diversas áreas; a roda de conversa, que traz um profissional para falar sobre determinado tema; e o cine, onde o público assiste a um filme e discute a respeito dele. Há também as rodas de conversa em inglês e, aos sábados pela manhã, a contação de histórias para crianças. “O que queremos é despertar a vontade de ler desde cedo, mas, muito mais do que isso, a Leparole é um espaço plural, onde amizades são construídas, vínculos se formam”, reforça Renata. Quem conhece o lugar se apaixona pela oportunidade de compartilhar experiências. Ainda mais quando sente aquele cheirinho de café passado na hora, que, sem dúvida, completa o ambiente perfeito para embarcar nas páginas de mais um livro, e outro, depois outro...
A partir desta edição da Cinco+, a empresária e psicóloga Renata do Valle é a nova colunista de cultura e vai trazer sugestões de leitura e atividades na área. Confira suas dicas para os meses de abril e maio, oferecidas pela Leparole e programe-se: ABRIL: > Toda terça, das 19h às 21h – Leitura Compartilhada > 11/04 – Escambo Cultural Todos os sábados: > 10h30 às 11h30 – Contação de histórias > 15h às 15h50 – Conversation Round (Roda de Conversa em Inglês)
> 16h às 18h30 – Cine com Prosa MAIO: > 09/05 – Escambo Cultural > Terças – Roda de Conversa > Quartas – Leitura Compartilhada das 19h às 21h – livro a ser definido > Quintas – Cine Especial > Sábados – 10h30 às 11h30 Contação de Histórias > 15h às 15h50 – Conversation Round (Roda de Conversa em Inglês)
> 16h às 18h30 - Cine com Prosa
LITERATURA
A HISTÓRIA DENTRO DA HISTÓRIA Acredite, sua vida tem mais Monteiro Lobato do que você imagina. por FERNANDA NASCIMENTO PROCHMANN
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empre adorei a Emília. Também gostava do nome do porco, Rabicó. Aprendi o que era glândula pituitária quando a boneca de pano começou a crescer em uma de suas inúmeras histórias que permearam minha infância. Apaixonei-me por mitologia lendo O Minotauro. Não tinha medo da Cuca, até gostava dela. Chegava a sentir o cheiro dos famosos quitutes da Tia Anastácia. Sim, o Sítio do Pica Pau Amarelo fez parte de uma das fases mais importantes da minha vida, a infância, quando “conheci” Monteiro Lobato. Hoje, mais de 35 anos depois, encontrei em minha biblioteca o livro que meu pai lia para mim na cabeceira da cama, todas as noites. Embora empoeirado e precisando de uma restauração, o exemplar de História do Mundo para as Crianças ainda é meu preferido. Foi através dele que mergulhei no mundo das letras. Depois vieram Memórias da Emília, Reinações de Narizinho, O Saci. Hoje, jornalista, sou a prova de como o incentivo à leitura faz bem, faz crescer, faz a vida ainda melhor. Confesso que tento imitar meu pai. Meu filho de seis anos já foi apresentado a Monteiro Lobato, assim como à Turma da Mônica, Minecraft, Mogli, Snoopy e tantos outros. Conhece a Cuca, o Pedrinho, Narizinho, Emília, Dona Benta, Tia Anastácia e o Visconde de Sabugosa. Esses dias disse que se identifica com o Saci. “Ele faz muita bagunça, como eu”. Em mundos fantásticos, mistura todos os personagens e cria sua própria história. Como Lobato, usa e abusa da imaginação, do faz de conta. Criança tem que ser assim, conhecer, ver se gosta e se divertir. E como não gostar de Monteiro Lobato? Os
livros nos fazem verdadeiros devoradores de conhecimento, onde, a cada página, uma aventura nova, um personagem ainda mais desafiador, um enredo intrigante, nos instiga a querer ser parte da história. É no livro infantil que a criança tem a oportunidade de se identificar, de maneira divertida, com a chegada de um irmãozinho, com a perda do dente, com a primeira vez na escola... é onde ela percebe que tem mais gente com medo de escuro, de dentista, de bruxa, de bicho papão... é onde ela aprende a dividir, a largar a chupeta, a identificar o que é certo e o que é errado... é onde ela percebe que amor não se mede, que felicidade é contagiante. É com o livro infantil que os pais podem chegar mais perto do mundinho dos filhos, podem entender o que se passa na escola, fortalecer vínculos, compartilhar sentimentos, escrever páginas cheias de aventura e desafios... é a oportunidade de construir uma nova história dentro da história.
Em 18 de abril comemora-se o Dia do Livro Infantil e o nascimento de um dos escritores mais amados pelas crianças, Monteiro Lobato. O paulista de Taubaté aprendeu a ler com a mãe e escreveu mais de 30 livros infantis. Criador do Sítio do Pica Pau Amarelo, mexeu com o imaginário de várias gerações e tornou-se imortal com as histórias que inventou.
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SEGUNDO LAR PARA O SEU PET No aniversário de 2 anos, a Anima Doux se consolida como a clínica mais completa de Campo Grande.
Foto: Studio Vollkopf
por TARSILA FERREIRA • fotos WILSON JR. FOTOGRAFIA
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ARIANY BRAGA LANZARINI CRMV/MS 4375 Veterinária formada pela UCDB em 2009, pós-graduada em Oncologia, curso de emergência cirúrgica e análise laboratorial pelo Instituto Qualittas.
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esde sua inauguração, a Anima Doux se destacou por inovação e excelência em todos os seus serviços. Foi a primeira clínica em Campo Grande a oferecer praticamente tudo que um pet necessita para uma vida saudável e feliz. Entrou no mercado oferecendo serviços de hotel, day care, atendimento veterinário 24 horas, banho, estética, além do pet shop com opções de brinquedos e acessórios para a diversão dos animais. A clínica é uma idealização dos veterinários Ariany Braga Lanzarini e seu marido, Thiago Lucena de Souza. Desde sua inauguração, em julho de 2015, a Anima Doux apresentou o diferencial com atendimento 24 horas e espaço de hotel e creche, onde os bichos podem ficar soltos em um ambiente externo para interação e atividades físicas. Quando os donos têm uma viagem e não sabem onde deixar seus pets, a Anima Doux tem o hotel ideal para animais. Com uma estrutura completa, a acomodação deles é monitorada todo o tempo. Os quartos têm ar condicionado e climatizador, e também apresentam proteção acústica para que eles não sofram com sons externos, como fogos de artifício. Preocupados com o convívio entre os bichos, é feito um teste de socialização para que eles sejam aceitos e recebidos.
Pioneiros no serviço de day care, ele foi projetado para o bem-estar daqueles animais que precisam se exercitar ou para quem trabalha o dia todo e nem sempre atende às necessidades de seus bichinhos. O espaço aberto, onde eles ficam, é gramado e conta com uma piscina, para incentivar a natação para os cães, tudo com o objetivo de gastarem energia e se divertirem. Prezando pela segurança dos pets, a clínica tem recreadores que acompanham as atividades durante todo o dia. No hotel ou no day care, a Anima Doux exige que eles estejam com as vacinas em dia, usem produtos contra carrapato, pulga, coleira contra a leishmaniose e passem por um processo de adaptação com os outros bichinhos. Tudo isso pensando em saúde durante a estada na clínica. Para melhor atender aos animais, a clínica apresenta salas de internação climatizadas e separadas para cães e gatos, com aparelhos de ultrassom, laboratório, centro cirúrgico e ambulatório emergencial. Os pets que estão lá para qualquer tipo de tratamento ficam totalmente separados dos que estão “hospedados”. Também estão disponíveis os tradicionais serviços de banho e tosa, venda de rações e acessórios. A equipe Anima Doux dispõe de cinco veterinários, três funcionários preparados para realizar banho e tosa e, na parte da creche, duas pessoas cuidando e brincando com os animais. Mais uma vez à frente, em abril a Anima Doux realizará o 1º Encontro de Raças de Cachorros. A ideia é reunir cães que tenham características de comportamento em comum. Nesse primeiro evento as raças serão: labradores, golden retrievers, beagles e raças não definidas. Para os participantes haverá palestras, concurso do cão mais parecido com seu dono, cachorro mais bem-vestido, música ao vivo e food truck. O evento promete ser tradicional em Campo Grande. A veterinária e pós-graduada, Dra. Ariany, procura dividir um pouco de sua experiência e conhecimento através da sua coluna na Revista Cinco+, participação em um programa de televisão local, além de estar presente nas redes sociais, como Instagram e YouTube, para dar dicas sobre saúde, cuidado e bem-estar animal. A alegria que os animais de estimação proporcionam para a família não tem preço. Em troca, pedem apenas carinho e dedicação. Com a ajuda e o cuidado da Anima Doux eles estarão sempre felizes e saudáveis. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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Saúde, conforto e bem-estar. A gente só pensa em você. Profissionais conceituados atuando com as mais modernas plataformas de trabalho.
> ECOGRAFIA VASCULAR COM DOPPLER > ANGIORRADIOLOGIA > CIRURGIA ENDOVASCULAR > CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA > NEURORRADIOLOGIA INTERVENCIONISTA
DRº EDUARDO HENRIQUE CURADO ELIAS CRM/MS 4608 Especialidades: hemodinâmica e cardiologista 38intervencionista I CINCO+ I ABRIL/MAIO
DRº JOSÉ FÁBIO ALMIRO DA SILVA CRM/MS 6302 Especialidades: hemodinâmica e cardiologista intervencionista 2017
DRº FÁBIO AUGUSTO MORON DE ANDRADE CRM/MS 3309 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler
DRº GIULIANO RODRIGO PAIVA CRM/MS 3533 Especialidades: cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler
DRº GUILHERME MALDONADO FILHO CRM/MS 1969 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, ecografia vascular com doppler
DR. MAURÍCIO DE BARROS JAFAR Responsável Técnico CRM/MS 2073
R. ANTONIO MARIA COELHO, 2.728 JD. DOS ESTADOS CAMPO GRANDE/MS
DRº MARCOS ROGÉRIO COVRE CRM/MS 3206 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler
DRº MAURÍCIO DE BARROS JAFAR CRM/MS 2073 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler
DRº MAURI LUIZ COMPARIN CRM/MS 1975 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler
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DO NADA AO TUDO
Quebra de paradigmas, mudança de conceitos e preceitos, e anseios renovados ao saltar, pela primeira vez, de paraquedas.
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por CLARISSA DE FARIA
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onho ou loucura? A pergunta me foi feita ainda em solo, poucos minutos antes de subirmos na aeronave e voar a quase 12 mil pés, até que fosse autorizado o salto. Era um domingo, o céu e o clima estavam perfeitos para a decolagem, e para o salto, então, nem se fala. O instrutor Anderson Martinez, quando me avisou que me acompanharia no salto duplo, era só sorrisos, mas eu, que sempre demonstrei energia e vitalidade de uma pilha alcalina, comecei a ficar quieta e a não responder da forma que eu desejava. Meu corpo não obedecia mais aos comandos naturais, e assim permaneci até que o salto fosse executado. Anderson Martinez tem 34 anos e começou a saltar em 2008, mas foi só há dois anos que decidiu viver do paraquedismo. Até então, ele conciliava a paixão em saltar com uma loja de auto peças, em Bauru. Hoje, são quase 3 mil saltos realizados em diversos lugares do Brasil. “Com certeza os mais incríveis foram em Florianópolis, Presidente Epitácio, Itanhaem, Furnas e Guarapari, lugares que obtive as vistas mais bonitas até agora”, frisa. A sua rotina hoje é dividida ao lado da esposa e a filha e aos finais de semana em Boituva, onde está localizada a base de paraquedismo mais conhecida do País e reconhecida internacionalmente.
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O clima lá em cima é mais frio, mas ao me deparar com a porta aberta e avistar todo aquele solo recortado tive a nítida impressão de que eu me jogaria de corpo e alma a uma experiência, a fim de obter uma sensação que mudaria minha vida (e mudou). Eu poderia estar em condições físicas e mentais um pouco mais cômodas, mas não era o caso. Os últimos quatro meses foram exaustivos, em todos os sentidos, a vontade em manter vivo o amor por um pai que eu acabara de perder e de me encontrar de novo, de alguma forma. Então, respondi a mim mesma a pergunta feita no início do texto. É sonho, que pode parecer loucura, mas é a descoberta do novo, de algo que eu precisava expulsar de dentro de mim, onde falar ou gritar não adiantaria. Anderson me deixou segura e, após duas vezes eu travar na beirada daquela porta, saltamos calmamente. E ali me joguei, em temperatura fria, que esquentou o peito, em suicídio, que é renascimento, e em palavrões, que calaram a minha alma. O coração pulsava excitado, a garganta seca deu um nó e a adrenalina corria solta nas minhas veias. Nos 45 segundos de queda livre várias imagens passaram pela minha cabeça, mas, com certeza, a ideia era uma só: Vida. Quem bom que estou aqui. Gratidão ao Universo por ele existir e aos céus por emanarem as melhores e mais loucas sensações. Sim, lá em cima está a paz, Deus, a calmaria e a turbulência dos pensamentos e ideias que vão e vem.
1 SOBRE SALTAR DE NOVO? SIM, COM CERTEZA. ESSE FOI O PRIMEIRO DE MUITOS.
Todos os saltos são seguidos de normas de segurança e de técnicas, além do bom senso e do respeito ao esporte. Para os alunos os riscos são mínimos, já que para a prática são utilizados equipamentos com todos os itens de segurança disponíveis, como dispositivos de acionamento automático, velames (principal e reserva) próprios, rádio de comunicação e, o mais importante, os adeptos fazem exatamente o que os instrutores ensinam.
Cortar o ar em queda livre alcançando uma velocidade de quase 220 km/h e não repensar em um curto espaço de tempo sobre quem você é, não é clichê, acreditem. Enfim, o paraquedas se abre, e um solavanco previsível faz tudo voltar a ser calmo. A queda torna-se então um sobrevoo lento, até o chão. Me atirei ao inconsciente, mergulhei em queda e sobrevoo dentro de mim mesma. Emergi outra pessoa e tive a mais absoluta certeza de que toda aquela sobrecarga sensorial vivenciada provocou mudanças neuroquímicas em meu cérebro durante e, principalmente, após a experiência. Em terra, e com os pés firmes, eu respirei fundo durante um bom tempo e nos dois dias seguintes eu não consegui conter o choro que ia e voltava ao relembrar tudo. Se antes dessa experiência algo pudesse me bloquear, sinto que não bloqueia mais. Se algum problema pudesse me tirar o sono, hoje já não tira mais. Se eu pudesse parecer despreocupada com o amanhã, hoje tenho certeza de que realmente sou. Qualquer problema, preocupação ou sentimento pobre e torpe se tornam pequenos quando você avista de muito longe como somos pequenos e toda a matéria (e material) é insignificante perto do oxigênio puro que entra e sai pelas narinas e pulmões quando estamos lá de cima testando a nós mesmos, abrindo mão dos nossos medos e colocando-os pra voar bem longe de nós. Duas palavras resumem esses minutos que duraram para sempre: vida e amor.
Agradecimentos mais que especiais ao Pantanal Radical Paraquedismo, ao instrutor de paraquedismo Anderson Martinez e à Evelise Couto, da Contexto Mídia, que oportunizaram, do início ao fim, esse momento. Além dos amigos da Cinco+, que recebem de coração aberto as minhas pautas.
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ESPORTE
SEM MEDO DE VOAR Simulador recria a experiência de saltar de paraquedas em um ambiente seguro e controlado, sem perder a emoção. por ANDREA FEDERMANN • fotos ASSESSORIA
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uando o assunto é paraquedismo, o que passa pela sua cabeça? A sensação que vem à tona é de aventura, de liberdade? Ou você é tomado por aquele frio na barriga assustador? Seja você um aficionado por adrenalina ou alguém que prefere manter os pés firmes no chão, as cidades de São Paulo e Brasília oferecem uma alternativa de entretenimento inovadora, em que os dois perfis podem se encontrar. “Nossa missão é entregar o sonho de voar para todos”, explica Fabio Diniz, CEO da iFLY Brasil e América Latina. E quando ele diz todos, ele fala sério: o que torna esse sonho possível são túneis de vento que recriam a experiência de um salto de paraquedas real, porém em um ambiente controlado, climatizado e seguro. Essas características fazem com que a lista de clientes da iFly nos EUA, onde o simulador foi desenvolvido, vá desde atletas famosos (como o ex-jogador de basquete Shaquille O’Neal) até uma senhora de 103 anos.
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Mas, mais do que a comodidade, o que parece encantar os frequentadores é a tecnologia do equipamento. O vento produzido nos túneis chega a 300 km por hora e pode ser regulado de acordo com o peso do praticante. Isso garante diversão adequada para cada um. Flávio Santoro, 44 anos, é paraquedista desde 1996 e conta que, até pouco tempo, a capacidade dos simuladores ficava muito aquém das expectativas. Segundo ele, hoje a história é outra: “Voar no túnel de vento é exatamente igual a queda livre do salto tradicional”, conta. Ele não só frequenta a iFLY toda semana, como sempre leva algum convidado. “Vejo meus amigos saindo de seu primeiro voo com um sorriso de orelha a orelha, me falando que foi a melhor coisa que fizeram e que querem fazer de novo. Esse, sem dúvida, é o esporte do futuro.” Marysol Genova, 27 anos, concorda com Flávio. Para ela, a paisagem do salto de um avião faz falta, mas poder compartilhar essa experiência com outras pessoas, sem preocupações, compensa. “É impagável ver a alegria das pessoas, até mesmo das crianças que têm a oportunidade de sentir um pouco do que é voar sem sair de um avião.” As restrições são poucas. Não podem voar crianças com menos de 3 anos, pessoas com mais de 113 kg e mulheres grávidas. E é recomendado a quem teve alguma luxação recente no ombro, problema nas costas, pescoço ou coração, consultar um médico previamente. Resolvidas essas questões, os instrutores da empresa (que acompanham todos os saltos) esclarecem que não é preciso ter um conhecimento muito aprofundado ou desenvolver alguma habilidade específica para testar os túneis. A dica para uma boa performance é curtir. “A partir do momento em que a pessoa relaxa, ela consegue sentir melhor o vento, voar de forma mais tranquila e acaba aproveitando mais a experiência”, diz o instrutor Paulo Henrique Perrini. Isso não quer dizer que pessoas mais experientes no assunto vão achar a atração chata. Pelo contrário. Anderson Hoffman, também instrutor da iFly, conta que a equipe e outros paraquedistas aproveitam o ambiente favorável proporcionado pelo simulador para treinar manobras e acelerar a progressão no esporte. “Conseguimos evoluir as técnicas de voo sem os riscos do paraquedismo tradicional.” O NEGÓCIO DE VOAR A iFLY surgiu em 1998 na cidade de Orlando, EUA. Originalmente o simulador era utilizado para treinamento de paraquedistas, atletas e integrantes das forças armadas. Com o passar do tempo, a empresa
enxergou o potencial do equipamento para o mercado de turismo e entretenimento e ajustou o direcionamento. Hoje, opera mais de 50 túneis e está construindo outros 30 ao redor do mundo. Ao todo, 8 milhões de pessoas em 11 países já voaram com a iFly. No Brasil, o investimento foi de US$ 10 milhões em cada unidade. “A decisão de trazer a iFLY para o País se deveu, principalmente, à carência de entretenimento de alto nível. Além disso, a possibilidade de voar não é só uma alternativa de diversão, mas também uma ferramenta utilizada para o esporte de alto rendimento (body flight) ou ainda um instrumento corporativo”, explica Fabio Diniz. Ter na manga essa opção inovadora para treinamentos motivacionais, geração de valor, ou mesmo como um diferencial a ser oferecido a clientes e fornecedores, é o que desperta o interesse das empresas. Seja para a pessoa física ou jurídica, outro grande atrativo do simulador é o preço: os pacotes, a partir de R$ 249,00, custam praticamente um terço do valor de um salto tradicional. A experiência dura cerca de uma hora e inclui, no mínimo, dois voos por pessoa. SERVIÇO: iFLY São Paulo Av das Nações Unidas, 6873 Pinheiros Tel: (11) 4349-1353 Horário de funcionamento: Segunda a segunda: das 10h às 22h iFLY Brasília SCES Trecho 02, conjunto 35 Tel: (61) 4042-1904 Horário de funcionamento: Terça a domingo das 10h às 22h www.iflybrasil.com.br Facebook: facebook.com/iFLYBrasil Instagram: @iFLY_Brasil
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ESPORTE
FESTIVAL DE ESCALADA CELEBRA ESSA NOVA MODALIDADE OLÍMPICA Competição reuniu atletas para praticar o boulder indoor.
por TARSILLA FERREIRA • fotos GIULLIANO GONDIM
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uando se fala em escalada, muita gente pensa em montanhas, rochas, alturas, mas nem sempre é assim. Existe a modalidade boulder, que se baseia em escalar pequenos blocos de pedras, com altura máxima de 6 metros, onde os movimentos exigem força e técnica, sem necessidade de uso dos equipamentos de segurança convencionais, como as cordas. O boulder indoor tem a mesma característica, sendo apenas praticado num local fechado, em paredes com vias e agarras. É uma forma de treinamento para escaladas em rocha, uma categoria inicial que evolui para novos desafios. Campo Grande já tem um local para aprender e exercitar o boulder indoor. Organizado pela Zion Escalada, o espaço fica dentro da Academia Penélope e foi lá que aconteceu o 2º Festival de Boulder, competição que proporcionou de forma divertida e dinâmica uma melhor experiência para os 22 atletas que participaram. O personal trainer Edson Paes da Silva, que escala há 20 anos, é responsável pelo espaço que foi montado dentro da academia. Ele contou que “o festival tem o intuito não só de competição, mas de uma festividade entre os atletas, porque é o momento que a gente faz toda a mudança da academia, mudamos todas as agarras, e é uma forma de confraternização para os participantes se testarem, melhorarem seu nível, ver como eles estão evoluindo. E tecnicamente a gente evoluiu muito.”
“A ideia do boulder é pegar a parte mais difícil da escalada e isolar em pequenos movimentos, aqui você precisa pensar, você trabalha a parte mais intensa, é direcionado. Por meio do boulder, você consegue treinar sem a necessidade de uma série de equipamentos que são fundamentais em outra modalidade da escalada. No boulder realizado em blocos de pedra naturais, ao ar livre, por exemplo, é necessários colchões, pessoas de apoio e muito condicionamento físico”, esclareceu. A escalada está crescendo cada vez mais e o fato de que agora é um esporte olímpico, que estará oficialmente nas competições de 2020 em Tóquio, fez com que mais pessoas prestassem atenção nessa modalidade. “Com as Olimpíadas, a escalada está tendo uma visibilidade maior. É provável que atletas brasileiros estejam presentes em 2020 nas competições. Isso é uma coisa interessante, porque a mídia esportiva não está acostumada com alguns tipos de esporte que estão sendo inseridos, e a escalada está nesse contexto”, explicou Edson. Para agosto, está previsto o Campeonato de Escalada Estadual de Boulder, que será realizado pela Zion Escalada, no mesmo espaço do Festival. “A disputa que aconteceu aqui também é uma forma para que os participantes treinem para agosto.” Já o Campeonato Brasileiro de Escalada contará com três atletas de Mato Grosso do Sul: Antônio Brandão da Silva Neto, Alberto Saad Coppola Filho e Anthony Alcova de Alcântara. “Essa será uma boa oportunidade, pois o nível do torneio vai ser mais alto, mais competitivo”, disse. Um dos participantes do Festival, Marcus Rebuá, que pratica escalada desde os 17 anos, já conhecia o Edson e juntos fizeram o projeto e montaram a estrutura da Zion Escalada. “A cada mês está melhorando, pessoas de fora também estão indo atrás dessa modalidade”, enfatizou Rebuá.
CLASSIFICAÇÃO DO 2º FESTIVAL DE BOULDER: Masculino: 1º Antônio Brandão da Silva Neto - 2º Gabriel Novaes Caldeira - 3º Anthony Alcova de Alcântara. Feminino: 1º Fabíola Mendes - 2º Letícia Novaes - 3º Iara Fermino Pain Silveira Soares. 44
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ESPORTE
POR UM CAMINHO (MAIS) SUAVE O ideal de todo e qualquer pai e mãe é que seus filhos adquiram referências essenciais para seu crescimento e, para isso, o esporte sempre será uma ótima alternativa. por CLARISSA DE FARIA fotos WILSON JR. FOTOGRAFIA
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educação ensina e o exemplo arrasta. É dentro de casa que a criança recebe seus primeiros estímulos, exemplos e passa adiante durante toda a sua vida, o que recebeu ou não, quando pequeno. Ainda assim, o esporte é considerado um grande facilitador durante esse processo e estimula não só o desenvolvimento físico, mas provoca mudanças comportamentais a curto prazo, essenciais para a socialização da criança. Em Campo Grande, a Associação Mifune, fundada em 1965, auxilia os pais quanto a importância do desenvolvimento de valores ainda nessa fase. Hoje, a Mifune é a academia de judô mais antiga em atividade no Estado e desde a sua fundação tem como principal objetivo seguir o tradicionalismo da prática. Para o professor de educação física Marcos Kiyotatsu Shimabukuro, que herdou a escola do pai, o João Shimabukuro, a prática do judô para crianças é uma experiência de vida. “Tudo deve ser intensamente vivido no transcorrer da formação do judoca, consciente de que pode muito, mas não pode tudo”, frisa. Sua vivência é caracterizada pelo desenvolvimento de valores, como a participação (é preciso de outros para praticar os golpes), a solidariedade (todos se ajudam), o respeito mútuo (a saudação formal do judô), a disciplina (regras e trocas de faixas) e, por fim, o desenvolvimento das qualidades físicas e corporais (exercícios físicos).
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“Me fiz no judô. É uma filosofia de vida essencial.” Renato Porfírio Ishi, 37 anos
A palavra japonesa “judô” pode ser traduzida como “caminho suave”. Refere-se a uma arte marcial criada em 1882 por Jigoro Kano, cujo principal conceito é utilizar a força do oponente contra ele próprio. Ou seja, trata-se de um esporte que estimula ideias de não-violência. O professor e educador físico Cesar Jokura é exemplo dos benefícios que a atividade traz, já que há 35 anos aderiu ao esporte e há 25 anos ministra aulas semanais para 70 crianças. “Os pais procuram a academia com a intenção de auxiliarmos durante todo esse processo de aprendizado e formação de personalidade das crianças, que se inicia muito cedo, ou seja, quanto antes a criança tiver acesso a qualquer modalidade, mais benéfico será para ela”, explica. Durante as aulas, César adota mecanismos e estratégias para que os alunos entendam a importância em praticar de acordo com a filosofia oriental. “O que mais notamos, de início, é uma melhora considerável de comportamento no que concerne ao respeito aos mais velhos, já que aqui eles aprendem o valor da hierarquia, além, é claro, de que para cada ação positiva ele receberá uma resposta boa e para cada ação negativa pode haver uma perda”, destaca César. Nos anos de formação não é tão importante ensinar às crianças a importância de saber competir, ou seja, de ganhar. Para os pequenos, pode ser bem mais proveitoso aprender corretamente as técnicas e o autocontrole necessários para dominar um esporte e uma habilidade. A prática bem orientada proporciona calma, paz de espírito, dignidade, compaixão e amor ao próximo. Condições essenciais para um caminho repleto de prosperidade.
CONTINUIDADE DE PAI PARA FILHO Renato Porfírio Ishi, 37 anos, traz as duas filhas, a Valentina de 5 anos e a Isabele de 7 anos desde novembro. A busca é para que elas tenham acesso à modalidade que o pai pratica até hoje. “As duas possuem personalidades bem diferentes, e percebo, apesar do pouco tempo, que uma está mais sociável e a outra mais calma e controlada”, conta com orgulho e enfatiza: “Me fiz no judô. É uma filosofia de vida essencial.” João Ediley Costa, 38 anos, também acompanha os treinos do filho, o Luis Yoshihiro, de 8 anos. “É uma modalidade baseada em uma tradição milenar, que já tive contato e me fez muito bem. É um aprendizado e formação que carrego até hoje, por isso faço questão de que o Luis tenha o mesmo acesso e contato.” Como toda e qualquer prática, é necessário que as crianças sejam incentivadas e permaneçam com os treinos por vontade própria, ou seja, pelo simples fato de gostarem e desejarem continuar. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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COMPORTAMENTO
QUEM É A SUA PERSONAL ORGANIZER? por SORAYA VITAL
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á aproximadamente 30 anos, a atividade de “Personal Organizer” surgiu nos Estados Unidos. Contudo, mesmo com três décadas de história em terras americanas, esta profissão tem evidenciado-se no Brasil há pouco mais de 10 anos, e na Europa ainda apresenta-se em processo inicial. Em Campo Grande já existem profissionais em atuação, mas poucas pessoas conhecem verdadeiramente qual é o seu trabalho e como este acontece. Em termos de definição, a Personal Organizer é uma profissional da organização de espaços e, consequentemente, da vida, que pensa e executa um sistema de organização específico, de acordo com as necessidades das pessoas. Com o objetivo de proporcionar praticidade, agilidade, economia, produtividade e bem-estar, seu trabalho consiste em deixar o ambiente organizado, funcional e prático de forma definitiva, ou seja, é para acabar com a desorganização de uma vez por todas! Afinal, entre outras coisas não muito agradáveis, desordem causa angústia, tristeza e ansiedade. Por outro lado, um espaço organizado contribui para uma vida organizada, porque proporciona inúmeros benefícios, como, por exemplo: ausência de estresse por não encontrar o que procura; não realização de compra de coisas repetidas ou desnecessárias; tranquilidade na rotina diária; melhor aproveitamento do tempo e dos espaços; ausência de preocupação e desassossego pelo que é necessário organizar e prevenção de situações-surpresa ou embaraçosas. Há alegria, equilíbrio e paz quando tudo está em seu devido lugar! A área de atuação profissional de uma Personal Organizer é muito ampla e apresenta diversas possibilidades de auxiliar as pessoas com a organização. Atua em espaços residenciais – salas, quartos, cozinhas, banheiros, áreas de serviço, depósitos, garagens, home office, etc. – organizando cômodos, residências como
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um todo e/ou realizando planejamento e treinamento das atividades de funcionários e da rotina doméstica. A organização pode ser realizada em espaços já resididos, em situações de mudança (antes, durante e depois), no início de uma vida emancipada, como para recém-casados ou àqueles que decidiram ou precisam morar sozinhos. Da mesma forma, os espaços corporativos, como escritórios, consultórios e empresas, podem contar com uma Personal para organização de armários, estantes, documentos, livros e demais necessidades organizativas. Pessoas ou famílias que perderam entes queridos, e precisam organizar seus pertences, também podem receber atendimento personalizado, por meio da organização pós-morte ou de enlutados. Há, entretanto, limites para a atuação da Personal Organizer. Esta profissional não realiza limpeza do local a ser organizado, em consonância com atividades de faxina ou diária, por exemplo. Também não passa roupas, não decora ambientes, não faz instalações e não conserta móveis, visto que estas são atividades pertinentes a outros profissionais. Com a correria do dia a dia é muito difícil se organizar, por isso se você precisa de ajuda para acabar definitivamente com a desordem, a solução está na Vital Organizer, que pode ser sua Personal e facilitar sua vida! VITAL ORGANIZER Soluções Personalizadas para Residências e Escritórios Informações e Agendamentos (67) 98185-2548 vitalorganizer@hotmail.com
NEGÓCIOS
FABRIZIO GIANNONE MARCA PRESENÇA DURANTE LANÇAMENTO DE COLEÇÃO por CLARISSA DE FARIA • fotos STUDIO VOLLKOPF
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designer italiano Fabrizio Giannone, nome que estampa a fachada de dezenas de lojas espalhadas por todo o Brasil e mais sete outros países, esteve em Campo Grande em março, para o lançamento da sua nova coleção Inverno 2017. Fabrizio Giannone destaca nesta nova coleção a essência da sua marca, as pedras naturais brasileiras, com produção artesanal e lapidações exclusivas. Dão tom à coleção as cores que traduzem emoções de alegria e entusiasmo, como vermelho e laranja queimado, em contraste com a delicadeza das variações de azul e cinza. Marrom terra e verde azeitona também compõem o mix de tons que englobam as peças. As linhas, realçadas por detalhes sutis e neutros, resultam em praticidade e combinações perfeitas para compor todos os looks. Entre os materiais usados estão python, couro, ametista, esmeralda, corais e cristais. Destaque para as pedras brutas gigantes nos pescoços, dedos e pulsos, os chokers, que continuam super em alta, as mais pesadas e cheias de atitude, assim como modelos finos e delicados. Os braceletes também são ótimas opções de acessórios para serem usados no inverno, já que ficam lindos quando colocados por cima das roupas. O EVENTO As empresárias e proprietárias da loja instalada no Shopping Campo Grande, Bianca Raffi e Vanessa Auto, receberam amigos e clientes que foram prestigiar o designer e as peças inspiradas nas principais tendências da estação. “A vinda do Fabrizio marca um novo ciclo para a marca, já que está sob nova direção em Campo Grande. Além disso, impossível não se apaixonar pela história de sucesso dele, que destaca a todo o momento a feminilidade da mulher brasileira, que está estampada em todas as suas criações”, ressalta Bianca.
SOBRE FABRIZIO GIANNONE Fabrizio Giannone estudou geologia e gemologia na Itália, seu país de nascimento. A sua alma de artista e a natural sensibilidade para a arte, agregou ao longo de sua trajetória conhecimentos diversos sobre arquitetura, geometria sagrada, arte visionária e uso apropriado e ecossustentável dos materiais naturais. Mas foi ao entrar em contato com as pedras naturais brasileiras, sua grande paixão, que seu processo de criação desenvolveu uma grande sintonia com o público feminino, reunindo em suas coleções o melhor da elegância italiana e da feminilidade brasileira. Em lapidações exclusivas, Fabrizio se aprofunda cada dia mais em seus estudos, coleções e no amor pelo design.
Hoje, são 19 lojas em todo o Brasil e 7 no exterior – Nova York, Nicarágua, Panamá, México, Venezuela, Colômbia e Aruba. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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ESPECIAL CAPA
Renato Ratier e todas as suas esferas. Descobrimos o que rege uma busca apurada por chegar onde quer e atuar em diversas frentes, seja como DJ, empresário da moda, da cultura e da gastronomia.
CAMALEÔNICO
por CLARISSA DE FARIA • fotos RICARDO VALÊNCIO • studio MACHINE MGT
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enato transforma. É daquelas pessoas que, quase como num passe de mágicas, consegue mudar o que está à sua frente. Em cada área que empreende, com sede de fazer diferente, busca contribuir de alguma forma para que a rotina e a vida de algumas pessoas sejam diferentes, por meio da música ou da moda, por exemplo. A correria ainda é latente, por isso se dividir entre a família e tantas outras atividades se tornou o maior desafio. Foi por meio do D-Edge que Renato começou sua história em Campo Grande, há 17 anos, mas instalou-o rapidamente em São Paulo e logo tornou-se um club referência mundial. Na mesma época, a moda, outra paixão de Ratier, começou a dar o ‘ar da graça’, e a capital paulista tornou-se a sede de seus empreendimentos, que permanecem até hoje. Entretanto, à frente do D-Edge, do restaurante Bossa, do club Warung, em Itajaí-SC, da sua marca homônima de roupas, a Ratier, que já se destacou em quatro temporadas do São Paulo Fashion Week, e tantos outros novos projetos que estão tomando forma, ele revela que pensa em desacelerar e tirar mais períodos de descansando. A convite da Revista Cinco+, Renato aceitou que a astróloga Nicole Zehgbi fizesse seu mapa astral, e os resultados foram além do que ele mesmo esperava. Na íntegra, você vai descobrir o que ainda não tinha sido enxergado em um empresário multifacetado. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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ASCENDENTE EM CAPRICÓRNIO O Ascendente em Capricórnio, signo de Terra, tem como motivação primária a segurança material, que para Capricórnio é feita de reconhecimento e notoriedade, ou seja, de status. Para chegar onde quer, Capricórnio age organizadamente, planeja suas ações. A segurança almejada é algo a ser construído, e a cabra caminha pé por pé até chegar ao topo da montanha, com uma determinação invejável. Regida por Saturno – Senhor do tempo – a cabra sabe que tudo tem seu tempo. Saturno assume em Capricórnio uma característica de construtor e seu dispositor determinará de que forma tentará construir o status que necessita, uma valoração que se define conforme a casa que Saturno ocupar. Olhando o mapa de Renato é possível dizer que a busca do status que vai lhe conferir a segurança material almejada se dá nas atividades artísticas e de lazer (Casa V). Saturno em Touro se utilizará dos prazeres sensoriais e físicos para construção dessa atividade na qual intenta ser reconhecido. LUA EM PEIXES, NA CASA III – A CASA DA COMUNICAÇÃO A necessidade emocional é a de sentir-se parte de algo maior. A Lua em Peixes – signo de água – lembra que todos navegam as mesmas águas, e a força dessa sensação, desse sentimento de integração e igualdade com o outro, exige expressão ainda que haja certa dificuldade em fazer desse sentimento palavra ou pensamento palpável. Essa Lua necessita sentir-se conectada ao outro, como quem faz parte de algo maior, do todo. 52
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Peixes é associado à música, uma vez que ela é capaz de provocar sensações de pertencimento e conexão, chegar em emoções onde as palavras não chegam. As características lunares, a conexão com o todo, é comunicada, expressada por Renato – Lua na Casa III – através da música. O dispositor da Lua – Júpiter – indicará de que forma ele tentará satisfazer essa necessidade de sentir-se parte do todo, expressa na música. Júpiter no Ascendente faz de seu corpo, de si mesmo, o ambiente em que a comunhão e sua comunicação se fazem possível. Capricórnio, signo em que Júpiter se encontra, dirá das ferramentas utilizadas. Ou seja, o reconhecimento, a ambição e o status são as ferramentas que utiliza para saciar a fome de comunhão com o outro e a comunicação disso, da música, que faz dele parte de algo maior. Capricórnio é o signo onde Júpiter tem sua queda, o que poderia indicar que as verdades e ideais de igualdade lunares, não conseguem ser saciados através da matéria capricorniana. Faço aqui uma ressalva, a cabra tem rabo de peixe, denotando, no parentesco com o elemento água, que há algo de impossível, incomensurável, intransponível ou transcendente na sua escalada. No mapa de Renato, o aspecto benéfico entre Saturno, regente de Capricórnio, e a Lua, que o recebe em sua casa, pode ativar a metade peixe que a cabra costuma esconder. Saturno, a seu modo, ajuda a Lua: transcender o corpo é compreender suas memórias, é aceitar estar além das formas estabelecidas, é misturar-se ao outro, ainda que isso possa soar como uma limitação aos conceitos tradicionais que constroem o reconhecimento pelas massas.
ESPECIAL CAPA
Warung, Itajaí - SC
Foto: Muti Randolph
Loja Ratier, São Paulo - SP
Foto: Tuca Reines
D-Edge, São Paulo - SP
Você teve e ainda tem vários momentos profissionais. Pecuária, música – cena noturna, gastronomia e, agora, a moda. São empreitadas em diversos momentos da sua vida que hoje se juntam, se completam. O que você ainda não fez, não tirou do papel, e tem vontade de empreender/fazer/arriscar? Renato Ratier. Tenho diversas atividades e também muitos projetos. Tenho alguns que estão se concretizando agora, coisas novas, como no Rio de Janeiro, que está em fase conclusão um espaço multidisciplinar que contará com as filiais D-Edge, Ratier e Bossa (restaurante e estúdio), lounge, galeria de arte, cafeteria, livraria, loja de discos, e oficinas de música, dança, teatro... Em São Paulo estou abrindo uma casa de shows, um pub e um projeto similar ao RJ, com diversas atividades, com exposições (arte, instalações, carros e motos antigas) além de serviços como barbearia, tatuagem, paisagismo, loja de disco, café, livraria, um espaço ‘multi’ com diversas atividades fixas e itinerantes. Esses espaços são independentes e ao mesmo tempo interligados e estão localizados em frente ao D-Edge. Hoje cada vez mais eu quero abrir e agregar diversas formas de arte focando na educação e no desenvolvimento cultural, tratando todos os meus negócios com foco no desenvolvimento da arte, cultura e educação, esses são os pontos principais dos meus projetos. Às vezes eu fico me questionando se eu não deveria ter mais tempo, pois falta muito tempo para mim, minha família, eu viajo muito dividindo essas atividades, tocando, trabalhando e os negócios são em diferentes cidades. Faço parte do pool de empresários e investidores a frente do projeto Holzmarkt25, na Alemanha, que também é um centro cultural, Warung no sul do Brasil, agora no Rio de Janeiro, São Paulo, então fico muito dividido. Chego a viajar três estados na mesma semana, viajo o tempo todo pra fora do Brasil. Então as vezes fico me questionando: ‘Poxa, será que isso é o certo? Porque realmente tenho essa alma, esse gosto de empreender, mas gostaria de poder ter mais tempo para mim, para minha família, que são muito importantes para mim, então fico meio dividido entre todos os projetos e esse lado pessoal também.
Bossa, São Paulo - SP CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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Algum desejo muito pessoal que não esteja ligado aos negócios? Renato Ratier. Que eu possa reservar uma parte do meu tempo e dedicá-lo a minha mente e ao meu corpo, assumir esse compromisso comigo mesmo e priorizá-lo. Pratiquei um tempo de yoga, gostaria de voltar a praticar. Gostaria também de eleger um período sabático e me organizar para que daqui uns anos eu possa viajar, aproveitá-las com outro foco e visão, não tanto como faço hoje, à trabalho. Gostaria de explorar mais viagens. Quando tenho tempo, claro, faço visitas turísticas, mas gostaria de conhecer mais, aproveitar mais a natureza, vou me preparar para fazer isso em breve. Porém, ainda sou novo, preciso deixar mesmo alguns projetos pro futuro. Outra coisa que gostaria de fazer é criar futuramente um instituto colaborativo, para que eu possa compartilhar um pouco de tudo que a vida me proporcionou, que eu possa dividir isso com outras pessoas que não tiveram a mesma sorte, que esse gesto seja um instrumento que possibilite o acesso ao conhecimento e consequentemente a um universo de possibilidades. Entre tantos e todos os afazeres de um empresário que continua em ascensão, como conciliar todos esses negócios? Funcionários de confiança que são seu braço direito e/ou você busca ser mais centralizador? Renato Ratier. Cada vez mais eu gostaria de delegar e ter pessoas de confiança. Precisamos nos cercar de boas pessoas e de uma boa equipe. Realmente essa é a nossa maior dificuldade: encontrar pessoas de confiança, que sejam competentes, que vistam a camisa e defendam os interesses da empresa e tenham uma visão do negócio como um todo. Geralmente, as pessoas querem tirar proveito e é muito difícil encontrar pessoas honestas e competentes ao mesmo tempo. Realmente, esse é o maior desafio, montar uma boa equipe. Você acredita já ter chegado ao “topo da montanha”? Renato Ratier. Eu acho que topo da montanha é quando a pessoa pensa que já chegou, isso não a motiva, mas também não significa não estar realizado com o que já conquistou até o momento. Acho que é muito importante ‘enjoy the journey’, ou seja, curtir a caminhada, o passo a passo, as pequenas vitórias, as caminhadas, todas as conquistas. Olhar para trás e se sentir realizado 54
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com o que conquistou, se sentir feliz e confiante com o que está realizando. Novos projetos são os que nos movem a cada dia, se superando, atingindo novos objetivos, sempre procurando resultados melhores, e a conquista faz parte do desenvolvimento para que a gente nunca pare. Isso não quer que esteja sempre na busca pela satisfação, é o equilíbrio de estar satisfeito com o que já fez, com o que está fazendo e estar sempre em busca de crescimento. A música ainda ocupa o primeiro lugar de sempre? Renato Ratier. São muitas atividades, mas a música realmente tem um lugar muito especial na minha vida. Ela é muito importante e, com certeza, o momento que estou tocando e exercendo essa paixão é um dos momentos mais prazerosos que tenho, porque, apesar de ser um trabalho tratado com profissionalismo, é um momento em que eu me divirto muito e posso relaxar um pouco. Em seu mapa, é nítida essa busca apurada por chegar onde você deseja. Que “lugar” é esse? O que, de fato, rege essa sua busca? Renato Ratier. A minha busca é de realizar meus sonhos, onde eu não vou proporcionar um prazer só para mim, mas também para os outros, agregando isso à minha cidade e ao meu país, por meio de geração de empregos, por exemplo, ou de proporcionar acesso a coisas para outras pessoas. É isso que me move. Eu não tenho uma veneração por acúmulo de dinheiro, e sim por ver coisas concretizadas, meus sonhos realizados e compartilhar isso com as pessoas. Poder proporcionar algo diferente, com padrão de excelência, em nivelar as coisas por cima. Em todos os aspectos, seja em qualquer ramo, acredito que temos um potencial enorme. Sou muito rigoroso no meu nível crítico sobre as coisas. Sonho com um país melhor, com mais qualidade em todos os aspectos, então tento colaborar com a minha parte, fazendo o que posso dentro do meu alcance. Já se viu perdido em algum momento dessa caminhada? Algum momento em que você teve dúvidas, receios, medos, mas seguiu em frente, pois o objetivo não mudou? Renato Ratier. Acho que todos na vida, em algum momento, se sentem perdidos ou em dúvida sobre o caminho a seguir. A diferença dos perdedores para os
ESPECIAL CAPA
vencedores são os que não desistem e lutam pelos seus sonhos, porque obstáculos sempre vão ocorrer. Se você parar nos primeiros obstáculos, você nunca vai conseguir chegar lá. A determinação é um fato dos mais importantes para se chegar ao sucesso. Persistir, tolerância e paciência para atingir suas metas é primordial, principalmente em um país como o Brasil. Um vencedor aqui pode se considerar um vencedor mundial, pois as dificuldades no Brasil são imensas. Qual sua ligação com os astros? Busca de alguma forma se conectar ou reconectar com algo que transcenda tudo que você faz no dia a dia? Renato Ratier. É engraçado, pois eu não tenho nenhuma ligação grande com a Astrologia nem nada do gênero, mas, ao mesmo tempo, me sinto uma pessoa atraída pelo místico. Na questão da religião, não sou praticante de nenhuma, mas acho que a espiritualidade é de extrema importância. Acredito que é uma escolha livre, mas pode te fechar muito, a uma única coisa. A espiritualidade te deixa aberto com outros parâmetros sobre análise de vida e de tudo que é importante. Ela te abre para tudo, tolerância, entendimento, que é o mais importante. No final do seu mapa, um trecho me chamou muito a atenção: “Saturno, a seu modo, ajuda a Lua: transcender o corpo é compreender suas memórias, é aceitar estar além das formas estabelecidas, é misturar-se ao outro, ainda que isso possa soar como uma limitação aos conceitos tradicionais que constroem o reconhecimento pelas massas.” Minha pergunta é: É esse Renato que as pessoas conseguem ver ou o que deseja se tornar? Renato Ratier. Então, acho que eu sou, de certa forma, uma pessoa adaptável, meio camaleônica. Eu consigo me encontrar em diversas situações diferentes, com diversos grupos, em diferentes locais e níveis sociais, econômicos e culturais. Consigo, de certa forma, interagir com vários grupos e pessoas, e me sentir bem e parte delas, me identificar um pouco com cada uma delas, mesmo sendo tão diferentes entre si.
“...CADA VEZ MAIS EU QUERO ABRIR E AGREGAR DIVERSAS FORMAS DE ARTE FOCANDO NA EDUCAÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO CULTURAL...” Renato Ratier
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GASTRONOMIA
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O NOVÍSSIMO “NAZCA” TRAZ CULINÁRIA E CULTURA PERUANAS Nazca Ceviche Bar – lugar para compartilhar e sorrir.
por TARSILLA FERREIRA • fotos HENRIQUE DROBNIEVSKI
m bar e restaurante latino com alma peruana e influência japonesa. Assim é o novo espaço gastronômico de Campo Grande, o Nazca Ceviche Bar, do chef Edu Rejala.“ O Nazca é sul-mato-grossense, nasce aqui. Quero contribuir para que nosso Estado, junto com grandes chefs daqui, seja visto como um polo gastronômico no Centro-Oeste”, contou. O nome surgiu por causa das Linhas de Nazca, um conjunto de grandes figuras feitas no chão, localizadas no deserto de Nazca, sul do Peru. “Dali tirei o símbolo do restaurante, o macaco, por causa da sua agilidade e expertise.” Com uma linguagem subliminar, o restaurante apresenta na fachada apenas o símbolo escolhido, o seu mascote, para ficar no subconsciente das pessoas a mensagem em questão. Para embalar o ambiente convidativo e bem decorado com elementos do Peru, os ritmos escolhidos foram reggaeton e salsa. “A música oficial do Nazca é ‘Bailando’, de Enrique Iglesias, o principal prato da casa é o ceviche, que harmoniza com cerveja ou drinks de pisco”, completou Edu. O espaço apresenta sabores da culinária nikkei com toques de imersão cultural. “A fusão entre as culinárias peruana e japonesa resultou na nikkei. Quando os japoneses imigraram para o Peru, foram usando a técnica de corte deles com os temperos regionais, então foi criada essa emblemática culinária”, explicou. O Nazca apresenta essa gastronomia porque é a especialidade do chef, são 11 anos estudando a culinária japonesa e três a peruana. Sua paixão pela comida peruana começou em São Paulo, quando conheceu e estagiou no restaurante Suri Ceviche Bar. Depois de lá, foi estudar no primeiro restaurante peruano do Brasil, aberto há 20 anos em Maceió, chamado Wanchako, considerado um dos melhores fora do Peru, comandado pela renomada Chef Simone Bert. PRÊMIO MIRADAS 2016 Em fevereiro deste ano, Edu Rejala recebeu o título de Embaixador da Gastronomia Peruana no Brasil, pelo Prêmio Miradas 2016. “Fiquei muito surpreso, já conhecia e acompanhava esse prêmio. Grandes nomes de chefs que tenho como referência e inspiração, como Virgilio Martínez e Mitsuharu Tsumura, já tiveram seus trabalhos reconhecidos pelo Prêmio Miradas. A ficha só caiu quando estava lá em cima, não esperava porque estudo essa culinária há apenas três anos.”
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Detalhe de pintura na parede no interior do Nazca.
CARDÁPIO NAZCA Com 36 opções no menu, existem pratos clássicos e releituras, todos podem ser compartilhados, incluindo os quentes. Dentre essas opções, terá também sashimi, cinco tipos de ceviche, uma porção chamada Cevichón de 500 gramas, o El Barranco (arroz negro cremoso, camarões grelhados e farofa de quinoa crocante), vários tipos de molho e outras delícias. Entre as sobremesas, destacam-se os churritos – bastões de churros com três molhos doces (brigadeiro de ninho, creme de avelã e doce de leite Mimosa, direto de Bonito) e, para finalizar, um cafezinho da cidade de Cuzco. PISCO BAR Os drinks do Nazca foram todos elaborados com a bebida típica do Peru, o pisco, uma aguardente de uva, que será trazida diretamente da cidade de Ica, no Peru. O espaço conta com o primeiro bar 100% pisco no Brasil. Com 13 opções na carta de bebidas, além do clássico Pisco Sour (famoso no mundo todo), todos os demais drinks ganharam um toque a mais e uma releitura do consultor e mixologista Vitor Morreti, profissional de São Paulo, que está em Campo Grande há três anos. “Já conhecia o Edu e fiquei muito feliz por essa oportunidade de trabalharmos juntos. Estarei sempre disponível para trazer novidades para o Nazca.” Grande fã do trabalho feito por Morreti, o chef Edu contou que quando ele propôs o desafio de elaborar uma carta de bebidas toda com pisco, o mixologista ficou muito entusiasmado com o desafio e topou na hora.
ARTE E CULTURA Outra colaboração firmada no restaurante foi com a artista visual Daniele Santana Gomes, que teve liberdade para criar e desenhar pelas paredes do Nazca Ceviche Bar. Com cores vivas e sutis, seus desenhos parecem uma galeria de arte que se funde com a decoração de alma peruana. As louças utilizadas no restaurante foram todas feitas pela ceramista de Campo Grande, Alexandra Camillo. Assim como todos os móveis da casa foram fabricados na Capital. “Acredito em nosso Estado, e o Nazca valoriza os artistas e profissionais daqui”, complementou Rejala. Além da culinária, a ideia do chef Edu é também trazer para o conhecimento dos campo-grandenses a cultura peruana. Para isso, contará com a ajuda do publicitário Eduardo Leite, da agência Foguette, que trabalha com ele há três anos. “Semanalmente haverá nas redes sociais do Nazca um espaço para se falar desse tema”, comentou Leite. HAPPY HOUR O espaço também oferece o happy hour sunset, com preço promocional das 18h às 19h30. Durante esse horário, o pisco sour, que é um drink que custa em média 22 reais, no restaurante estará com valor reduzido, até para popularizar o pisco em Campo Grande e fazer com que as pessoas conheçam essa bebida. “O Nazca nasce aqui e minha ideia é expandir esse sonho. Campo Grande é uma capital que já comporta culturas novas, opções que não existiam antes. Quero fazer com que pessoas que não gostavam de sair, adquiram esse hábito, dando a elas uma opção que vale a pena”, finalizou Edu Rejala.
O Nazca Ceviche Bar funcionará de quarta a domingo, sendo de quarta a sexta das 18h à 1h da manhã e aos sábados e domingos das 17h à 1h.
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MODA
ALEXANDRE HERCHCOVICH
“Extraia sua personalidade e coloque-a no seu trabalho.”
por CLARISSA DE FARIA
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e passagem por Campo Grande, durante um talk show promovido pelo Sebrae/MS, o estilista paulistano Alexandre Herchcovich é um dos profissionais da moda de maior destaque no mercado internacional. Criativo e inovador, Alexandre sempre deu o que falar quando o assunto é quebrar paradigmas e fazer uma moda cada vez mais democrática, assinando para lojas que produzem em massa, como Riachuelo e Hering, por exemplo. Já assinou coleções para Zoomp, Rosa Chá, Cori etc, mas também já vivenciou diversos momentos que serviram de inspiração para criações que já estão eternizadas, como as produções para as dregs famosas de Sao Paulo, ainda no início da sua carreira e, hoje, o vestido da top model Gisele Bündchen, que desfilou 128 metros no Maracanã durante a abertura das Olimpíadas do Rio. Recentemente, deixou sua marca homônima e se dedica a um novo ciclo. Está à frente, junto do seu marido Fábio Souza, da À La Garçonne, marca do antiquário de Fábio, que se transformou em uma marca de roupas, também. O foco agora é mostrar para o consumidor e todo o mercado da moda a importância do reúso, da sustentabilidade e de um guarda-roupas cada vez mais atemporal, mas garante que para esse e qualquer outro job é preciso imprimir sua história e quem você realmente é.
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“...HORA DE EXTRAIR DE VOCÊ A SUA PERSONALIDADE E COLOCÁ-LA NO SEU TRABALHO. SÓ ASSIM AS PESSOAS VÃO TRILHAR CAMINHOS DIFERENTES E SE DIFERENCIAR DE TUDO QUE JÁ EXISTE.”
Você teve vários momentos, teve sua marca homônima e hoje suas criações são democráticas, estão em lojas de departamentos etc. Qual é a sua assinatura, DNA das suas criações? Alexandre Herchcovich. Eu acho que meu DNA sempre foi, desde o começo, tentar vestir as pessoas de forma menos comum. Fazer com que eu me comunique com essas pessoas sempre por meio do meu trabalho, e as pessoas escolherem uma roupa minha para que possam se comunicar entre elas, também, por meio do que vestem. Pode parecer meio subjetivo isso, mas, de fato, e sem dúvida, produzo roupas e outros produtos que tenham um significado maior do que somente cobrir o corpo. Sabemos que tem cliente pra tudo, mas, durante as suas criações, como você equilibra a moda pra todo mundo com a moda para poucos, ou seja, do fashion para o comercial? Alexandre Herchcovich. Sim, e isso não tem muito segredo. A fórmula hoje, com experiência de alguns grupos e histórico de venda, é saber o quanto produzir de cada linha/peça/coleção. Então, por exemplo, quando você desenha uma camiseta em uma cor mais básica, você vai agradar mais pessoas, vai vender mais; quando você faz um vestido, algo mais específico, quando você sabe que não costuma vender muito, você terá de produzir menos e sentir o mercado. Como você mesma disse na sua pergunta, tem mercado para tudo, ou seja, cliente para tudo, basta você olhar a peça e saber se deverá produzir menos ou mais, produzir o quanto você acredita que vai vender. Mas, claro que existe uma dose de coleção para coleção, uma aposta, um risco. Como você pode fazer algo que deu muito certo e ter que repeti-la em outra coleção.
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Eu estou tendo uma experiência na Hering, que é uma marca que tem um alcance violento. Fizemos uma linha de camisetas e moletons para o site da marca. 50% de todo o volume de venda saiu em quatro dias. Outra surpresa boa que tivemos, foi que as peças unissex venderam mais do que as femininas. Portanto, teve a intuição, faça, bota para vender, faz o teste. Estamos em um momento engraçado, com mais liberdade, mas os preconceitos estão vindo à tona. São respostas a todo o momento e as pessoas se expondo mais e assumindo mais o que elas são. Ainda assim é também um momento complicado, mas bom. Algumas pessoas estão evoluindo e outras não. A moda é feita por pessoas, então ela é um reflexo do que estamos vivendo. Você está à frente de uma nova marca, À La Garçonne, em parceria com seu esposo, que tem um conceito de sustentabilidade muito bacana. Que novo momento é esse para você? Alexandre Herchcovich. É um momento muito especial, pois fiquei 5 anos à frente da marca que levava o meu nome. Marca forte no Brasil, que tem suas características e sua história. Optei por sair, por fazer outras coisas. Fui logo para uma marca ainda pequena e que existia há 10 anos como marca de móveis antigos. Quando surgiu a ideia do Fábio de fazer a À La Garçonne em roupas, eu falei: Vamos com tudo! Eu tive que fazer tudo de novo, começar do zero, mas com mais de 20 anos de experiência. É diferente de quando eu comecei, que eu era um adolescente a fazer tudo novo. Esse projeto novo me deu, e me dá, muita liberdade, ainda mais em falar do reciclado, do reúso, que é um assunto que a moda foi uma das últimas indústrias a debater, pois é uma matemática complexa para a moda. Hoje fazemos um reaproveitamento de roupas usadas, mas acontece que para
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você aproveitar partes de roupas usadas você precisa desfazer para refazer. O trabalho é maior. A roupa reciclada, sustentável, no Brasil ela é mais cara. É igual ao alimento orgânico, faço esse paralelo sempre quando falo disso. Percebo que as pessoas estão abertas, elas querem entender e sentir que estão contribuindo para alguma coisa, então é um momento importante para se discutir. Aqui em MS já percebemos pessoas/estilistas que se aproveitam muito bem das nossas peculiaridades (fauna, flora) com estampas, estruturas, cortes e tecidos, o que faz com que alguns se diferenciam de outros. Mas, pra você, vendo tanta gente se lançando e cada vez mais jovens buscando na moda uma forma de viver e trabalhar, o que você diria? O que eles precisam ser e fazer para se diferenciar? Alexandre Herchcovich. A única coisa que temos de diferente do outro é a nossa própria história. A gente pode ter nascido no mesmo ano, no mesmo bairro, mas nossas histórias são diferentes. Eu sempre usei da minha própria história e referência para fazer minha roupa, lá no começo, mas isso se diluiu e eu tive outras vontades. Mas eu tenho uma marca, uma mão, um jeito de desenhar e criar. Hoje, tem muita gente fazendo roupa e moda no Brasil e muita coisa parecida, então, eu volto a falar, eu acho que as pessoas precisam ser especialistas em algum assunto. Não adianta você ser estilista e querer fazer de tudo, de fantasia à roupa de festa etc. Para quem está começando, mas já tem responsabilidades financeiras, mas não alguém que tenha uma família, ou seja, um jovem, está na hora de arriscar, hora de extrair de você a sua personalidade e colocá-la no seu trabalho. Só assim as pessoas vão trilhar caminhos diferentes e se diferenciar de tudo que já existe.
MARKETING
INVISÍVEL E INESQUECÍVEL Empresa investe em marketing olfativo para se destacar no mercado.
por FERNANDA NASCIMENTO PROCHMANN
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ocê já entrou em uma loja e teve a sensação de bem-estar por conta do aroma no ambiente? Se a resposta é sim, parabéns aos empresários que utilizam o marketing olfativo, um conceito que associa a marca ao aroma, estimulando as sensações e o desejo de consumo do cliente. Em Campo Grande, os irmãos Rafaela e Fernando Schaedler, do Grupo Plastsul, criaram a Fancy – marketing olfativo, e oferecem ao empresariado a oportunidade de se destacar no mercado. O marketing olfativo pode ser aplicado em vários locais, desde uma loja de roupas, consultório médico, hospitais, escolas, até onde mais a imaginação permitir.
Com uma equipe especializada, a Fancy desenvolve mais de 200 fragrâncias e disponibiliza três tipos de aparelhos que proporcionam a aromatização dos ambientes, além de difusores personalizados e home sprays. Os equipamentos podem ser regulados conforme a necessidade do cliente, estabelecendo dias da semana e horários. O intervalo de aspersão e o alcance da aromatização varia de 40 até 220 metros quadrados. A Fancy oferece planos mensais e em todos os pacotes estão inclusas a fragrância, assistência técnica e o aparelho. O diferencial da empresa está na qualidade das fragrâncias e na tecnologia dos equipamentos.
O aroma diz mais do que apenas um bom perfume, ele representa sua essência e remete ao bem-estar, fortalece as relações com as pessoas.
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A Fancy oferece planos mensais e em todos os pacotes estão inclusas a fragrância, assistência técnica e o aparelho. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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ASTROLOGIA
A LUA
A memória e a fome em que se navega. por NICOLE ZEGHBI
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Nicole é de Curitiba. Para acessar outros textos seus visite no Facebook a página Tecidura das Moiras. Agende a leitura de seu mapa astral pelo email zeghbi@gmail.com
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e o Ascendente é o timão da embarcação e seu regente, o capitão que aponta a direção do navegar, a Lua é a senhora do movimento e do ritmo, a memória que é necessidade fundadora do navegar, a fome que não cessa, a sereia que encanta embarcações com seus lamentos. Os testemunhos naturais à Lua são aqueles da memória, da mãe, das gestações, das viagens, das mudanças, da popularidade, da casa e do corpo. Mas aqui cabem apenas pinceladas gerais sobre os sentimentos, as necessidades emocionais que acarretam e a ação das quais se alimentam. A interpretação da Lua natal dependerá, grosso modo, da casa em que se encontra e das condições de seu dispositor – planeta que rege o signo da casa em que está. Por exemplo, em Áries, um signo de Fogo – seco e quente – os desejos têm urgência e intensidade. A paixão é a franqueza crua, o que agride sem culpa e sem razão. A velocidade marca seu passo e em um minuto a irritação desaparece no eco das gargalhadas. A Lua em Áries costuma não guardar ressentimentos; explode, exterioriza e já não lembra o porquê da irritação. Guiada por suas paixões, a submissão ao desejo do outro soa como uma desonra à vida que lhe move. A liberdade de viver apenas o que deseja não tem preço. A paixão e a liberdade alimentam essa Lua e por essas necessidades travará suas batalhas. Se essa Lua em Áries estiver na Casa XII – a casa dos medos, inimigos secretos, aprisionamentos, daquilo que não é visível para o nativo – as características lunares provavelmente não aparecerão conscientemente. Nesse caso, a necessidade de estar livre para atender os próprios desejos agirá de forma velada, e Marte, o dispositor de Áries, testemunhará sobre o terreno e as armas da luta por satisfação – sim, porque é dessa maneira que Marte age, lutando. Com Marte em Gêmeos na Casa II, a liberdade exige luta em terreno financeiro e a falta de recursos será sua prisão. Gêmeos, o signo do dispositor da Lua, fornecerá as armas a Marte: o intelecto, as palavras e a capacidade de comunicação.
VEJA O MAPA DE SIMONE DE BEAUVOIR:
SIMONE DE BEAUVOIR1
A Lua está em Peixes, um signo de Água – úmido e frio – no ideal de igualdade, na união com o outro se navega o sentimento mais profundo. Sensibilidade, imaginação, ideais e disponibilidade são os alicerces das emoções. A empatia e a necessidade de integração, assim como a compaixão e a solidariedade, levam o nativo a esquecer de si mesmo: um sacrifício por um ideal, um bem maior – o outro. A Lua de Simone de Beauvoir está na Casa IV, a casa do que está no subterrâneo, das heranças ancestrais e do fim das coisas. A necessidade de integração e a empatia com ideais de igualdade se manifestam em questões que se perpetuam por gerações, no lugar destinado à mulher – mantida nos porões da vida. Não posso deixar de comentar a conjunção da Lua com Marte e Saturno nesse mapa: os dois maléficos matizam a expressão das emoções lunares piscianas com agressão, exclusão e luta. Agora que a forma de expressão das emoções lunares foi delineada e trouxe à tona as necessidades que criam, Júpiter, o dispositor da Lua, dirá sobre o alimento capaz de saciá-las. O fim dos ideais que mantinham, ou mantêm, a mulher enterrada por gerações e a saciedade da necessidade de integração e inclusão se manifestam no terreno da Casa IX – a dos estudos, da filosofia, da ética e da literatura. Simone foi uma filósofa, que
SIMONE DE BEAUVOIR 09/01/1908 4:30:00 AM Paris, France 48n52 / 2e20 Rodden Rating AA2
se utilizou da literatura e do saber como meio de expressão de seus ideais. Leão – signo dessa casa em que Júpiter se encontra – fornecerá o modo de atuação: coragem, assertividade, carisma e elegância. É assim que a Lua em Peixes de Beauvoir se nutre. Chamo atenção para mais um detalhe: Leão é um signo de Fogo, assim como Áries, mas o Carneiro tem uma natureza mais seca, o que torna sua ação mais agressiva e destituída do carisma e elegância leoninos. Essas características são fundamentais no êxito da popularidade e certamente foram determinantes na expansão dos ideais inscritos na obra de Simone de Beauvoir.
No próximo encontro o tema será o Sol, suas influências e importância. É do Sol a luz que faz brilhar a Lua. Haverá um nome para aquilo que, sem pedir licença, deixa à vista a escuridão profunda do oceano? 1 Simone de Beauvoir foi uma escritora, intelectual, filósofa existencialista, ativista política, feminista e teórica social francesa. Teve uma influência significativa tanto no existencialismo feminista quanto na teoria feminista. 2
Fonte: AstroDatabank
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CIDADANIA
PREVIDÊNCIA NÃO PRECISA DE REFORMA, E SIM DE BLINDAGEM Arrecadação sofre retiradas para outros fins e dinheiro nunca retorna.
Foto: Luciano Muta
por ANDRÉ SALINEIRO
Policial Federal, escritor e Vereador por Campo Grande. É bacharel em Direito e Fisioterapia; pós-graduado em Gestão Empresarial, em Direito Penal e em Direito Processual Penal, além de especialista em Segurança Pública e Análise Criminal. andresalineiro@hotmail.com
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ancos privados que já possuem pacotes de previdência prontos para oferecer ao cidadão são os grandes interessados na reforma da previdência, elaborada pelo Governo Federal, por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que aguarda votação no Congresso Nacional. Afinal, quem vai conseguir trabalhar por 49 anos para então conseguir sua aposentadoria integral? Tenho convicção de que os bancos privados estão incitando esta iniciativa. Nunca um projeto de lei tramitou tão rapidamente. Será que não tem interesses obscuros? A Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (ANFIP) e o IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) sustentam que não há déficit na previdência. Se for preciso uma reforma neste momento é para blindá-la contra saques inadequados, mas não para que os contribuintes tenham que trabalhar por mais tempo e se aposentarem com ainda mais idade. Hoje, o Governo afirma que aqueles que estão trabalhando e contribuindo não dão conta de pagar o benefício dos que estão aposentados. Ora, mas onde foi parar o valor depositado pelos inativos durante décadas? Ocorre que o valor da contribuição serve a
outros fins e não retorna para os cofres da previdência. Brasília teve recurso da previdência em sua construção e nunca os valores foram restituídos. Também saiu da conta da previdência dinheiro para a construção de Itaipu e, novamente, não houve retorno. A previdência construiu ainda a ponte Rio-Niterói. Hoje, algum pedágio destina parte da arrecadação para o INSS (Instituto da Nacional da Seguridade Social)? Não, mais uma vez, não há devolutiva. Portanto, se há a necessidade de mudar todo o planejamento isso deve começar pela destinação dos recursos. Os valores devem ser investidos de maneira inteligente para gerar frutos e não perdas. Se assim for, sobrará dinheiro para o devido pagamento de quem contribuiu a vida inteira no anseio de alcançar um descanso digno na sua aposentadoria. Portanto, precisamos nos manifestar contra essa PEC por completo. Se tiver que haver uma discussão para reestruturação, que ela seja discutida amplamente e não uma quase imposição, em que o Governo articula para que o Congresso Nacional aprove a proposta rapidamente, passando por cima dos direitos dos brasileiros previstos da Constituição Federal.
EVENTOS
COISAS QUE VOCÊ NUNCA DEVE FAZER NUM CASAMENTO S
empre escuto a mesma pergunta: como devo me comportar em um casamento? Pensando nisso, resolvi escrever sobre as principais dúvidas dos convidados. Horário, tipo de roupa, lista de presentes... O assunto de hoje, então, é: Coisas que os convidados não deveriam fazer em casamentos. São coisas simples, que muitas pessoas vão pensar: – Ah, mas eu nunca faria isso... Pois bem, tem gente que faz! Pequenas atitudes podem fazer com que padrinhos, familiares e amigos possam se confraternizar nesse momento sem cometer (muitas) gafes. Porém, não esqueça: em qualquer situação, elegância é, acima de tudo, uma questão de respeito aos outros e bom senso.
Foto: Studio Vollkopf
por PATRÍCIA FARACCO
CONSULTORA DE EVENTOS patriciafaracco@uol.com.br
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NÃO LEVE ACOMPANHANTE Após receber o convite, é importante entender o que ele diz. Se vier escrito “Sr.______ e família”, subentende-se que todos que morem na mesma casa estão convidados. Mas se vier no convite “Sr.____ e Sra.____, o convite é restrito ao casal. E quando vier no convite somente o nome de uma pessoa, somente esta pessoa está convidada para o evento. Se você não recebeu um convite extra para levar alguém com você, se no seu convite não tem escrito “e família” ou “+1”, não traga outra pessoa a tira colo. Se não há sinais de que você pode levar alguém é porque você não pode mesmo! Nem ligue para os noivos pedindo convite extra. Levar pessoas a mais, que não foram convidadas (a prima, o amigo, a irmã...), é indelicado e ainda prejudica a organização do buffet, que está preparado para um número certo de convidados.
NÃO CHEGUE EM CIMA DA HORA Não se atrase para festa ou cerimônia! Se o transporte é contratado pelos noivos ou se você vai de carona, chegue ao local na hora certa ou até mesmo antes. Se você estiver indo de carro, programe-se com antecedência, saia com um tempinho extra, para o caso de você se perder ou acontecer algum imprevisto. Aliás, faça questão de entender o mapa, caso você não saiba chegar ao local indicado. Se for de táxi, agende com antecedência. É muito ruim para os noivos ver convidados chegando atrasados, desconcentra a cerimônia. E nada de pular a cerimônia e ir direto para a festa!!! Ainda que sua religião seja diferente da dos noivos ou que você não tenha paciência para os rituais do casamento. Sua presença ali é uma forma de demonstrar respeito e carinho com os noivos. NÃO USE BRANCO (NUNCA) A não ser que a noiva deixe claro que você pode ir de branco ou se for um White Wedding (todos de branco), nunca vá de branco ou cores próximas. É uma forma de deixar apenas a noiva em destaque. Lembre-se que a estrela da noite é a noiva. Siga as instruções do traje que eles solicitarem, geralmente já estará explícito no convite. COLOQUE O CELULAR EM MODO SILENCIOSO DURANTE A CERIMÔNIA É no silencioso mesmo, porque no modo vibrar, com o silêncio da igreja ainda pode ter algum ruído. Silencie mesmo! Você não quer ser o motivo de olhares de reprovação e nem quer estragar a filmagem da cerimônia. É uma questão de educação e bom senso. NÃO FIQUE NO CELULAR DURANTE A CERIMÔNIA Esqueça o Whatsapp, o Instagram, o Facebook, o Skype, e concentre-se na cerimônia! O casal quer que seus convidados estejam de corpo e alma naquele momento. Onde não há nada mais certo e sincero do que estar ali por inteiro, sem se distrair na internet. Deixe para fazer essas coisas quando acabar. Nada é tão urgente que não possa esperar um casamento!
NÃO POSTE FOTOS DA NOIVA ANTES DA CERIMÔNIA COMEÇAR A menos que a noiva tenha liberado você para publicar fotos dela, é uma questão de educação não publicar fotos antes da cerimônia. O ideal mesmo é que você espere a cerimônia acabar para que não estrague a surpresa de ninguém. NÃO LEVE PRESENTES PARA A FESTA Claro que o casal vai amar ganhar seu presente, não importa o que seja. Mas é melhor mandar diretamente para a casa deles, ao invés de levar com você, mande por correio ou entregue o presente depois, em uma visita na casa nova do casal. É um transtorno para os noivos ter que se preocupar em carregar pacotes após a festa, ainda mais se forem grandes. NÃO BEBA DEMAIS Aproveite o open bar, beba uma cervejinha, um vinho, um champagne, mas não perca a linha. Ninguém quer um convidado dando vexame no meio da festa, passando mal ou falando besteira. O álcool em excesso nos faz perder a noção e junto com ela vai-se a elegância. Não adianta nada chegar à festa de casamento toda linda e maquiada e ir embora toda descabelada e descalça. Mantenha a linha, sempre. NÃO LEVE PRA CASA OS DETALHES DA FESTA Arranjos da mesa, porta-guardanapos, enfeites da mesa de docinhos e os próprios docinhos do casamento: por mais bonitos que sejam, eles não são seus. Além disso, pode ser um desrespeito com os noivos. Já pensou se eles tiverem de arcar com o prejuízo dos itens que foram saqueados? NÃO ATRAPALHE OS FOTÓGRAFOS E OS DEMAIS PROFISSIONAIS QUE ESTÃO TRABALHANDO Cada detalhe do casamento foi algo planejado e pago pelos noivos. Não atrapalhe os fotógrafos, a função de registrar os momentos importantes do casamento é DELES, não entre na frente, nem fique pedindo fotos, isso pode comprometer os registros e até o álbum do grande dia. Se há algo que possa ser ajudado ou avisado, faça isso aos cerimonialistas e com discrição. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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CURIOSIDADES DO VINHO
VINHOS DO SUL DE MINAS GERAIS Foto: Studio Vollkopf
por PATRÍCIA LEMOS
SOMMELIER E JUIZA INTERNACIONAL Certificada pela UCS - Universidade de Caxias do Sul e FISAR - Federazione Italiana Sommelier Albergatori Ristoratori patriciagastrosomm@gmail.com
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esta edição vou abordar um tema pelo qual sinto muito orgulho: Nossos vinhos brasileiros. Vamos por etapas, com relatos sobre as regiões produtoras de nosso País. Destaco nesta, uma região que até então é pouco divulgada como produtora de vinhos finos, mais especificamente falando do Sul de Minas Gerais e parte de São Paulo. Belíssima região para o turismo, tradicional no setor cafeeiro, e que mesmo em meio a tantos cafezais faz surgir as videiras, belas, aclimatando-se adequadamente e principalmente, produzindo vinhos de muito boa qualidade. Vivenciei a oportunidade de conhecer as videiras e seus aspectos de plantio, consequentemente, à aquisição e degustação dos produtos, por isso afirmo, com propriedade, são surpreendentes! As vinícolas visitadas foram: Maria Maria, localizada em Três Pontas; Estrada Real, em Três Corações; Luiz Porto, em Cordislândia e a Vinícola Guaspari, esta já se encontra no estado de São Paulo, no município de Espírito Santo do Pinhal, mas muito próximo à divisa do sul de Minas Gerais e, principalmente, com as mesmas características climáticas e de altitude. Os produtores estão transformando o sudeste do País em um polo da viticultura. Isto se tornou possível com a utilização de uma técnica desenvolvida na região pela EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais e o pesquisador Murilo Regina, sendo aplicada por todos os produtores de vinhos finos. Foi simplesmente genial este desenvolvimento, pois adequou as videiras favorecidas pela altitude da Serra da Mantiqueira, que recebem boa incisão solar e com amplitude térmica favorável para maturação ideal da uva.
Quem pode relatar melhor a experiência de plantio e desta curiosa técnica é um dos produtores da região, Sr. Eduardo Junqueira Nogueira Neto, integrante de uma tradicional família de cafeicultores, que resolveu diversificar a produção. Sr. Eduardo, como se caracteriza a técnica da dupla poda? Sr. Eduardo. O grande diferencial de qualidade que estamos conseguindo nos nossos vinhos só é possível pela qualidade das nossas uvas, e nossas uvas têm esta qualidade diferenciada por causa do manejo da dupla poda, ou poda invertida. Este manejo foi desenvolvido e adaptado para nossa região através do Murilo Regina e do pessoal de pesquisa da EPAMIG. A dupla poda, nada mais é do que podarmos as plantas duas vezes no ano, trazendo a colheita das uvas para o inverno. As uvas são colhidas de junho a agosto, dependendo da variedade e das condições climáticas do ano. A primeira poda acontece durante o mês de agosto e as plantas vegetam até janeiro. Em janeiro realizamos a segunda poda, poda de produção. A qualidade das uvas está relacionada ao fato de o ciclo de maturação delas ser maior durante este período, e o final da maturação ocorrer durante um período sem chuvas e com uma amplitude térmica grande. Com isso, os teores de açúcar, acidez e pH das uvas estão em níveis excelentes. Além de que durante este período não ocorre o aparecimento de fungos prejudiciais à qualidade das uvas. Qual casta teve melhor adaptação à região e o senhor atribui a algum fator em específico? Sr. Eduardo. Nosso primeiro plantio foi realizado em 2009, com 10.000 mudas de Syrah, 4.000 mudas de Cabernet Sauvignon e 6.750 mudas de Sauvignon Blanc. Plantamos estas variedades pela experiência prévia do Murilo com as mesmas. Em 2011, plantamos mais 1.375 mudas de Sauvignon Blanc e 8.000 mudas de Chardonay. As variedades selecionadas atendem nossas necessidades, pois queríamos produzir um vinho tinto, Syrah e/ou Cabernet Sauvignon, um vinho branco, Sauvignon Blanc e um espumante, Chardonnay. Com estas variedades plantadas, eu afirmo, sem dúvidas, que a Syrah foi a que teve melhor adaptação, desde o arranque
inicial das mudas até a produção. A Sauvignon Blanc também se destacou por aqui. O destaque da Syrah foi tanto que plantamos mais duas áreas com ela, em 2012, 11.000 plantas e, no final do ano passado, 2016, mais 25.000 plantas. Acredito que o destaque tenha a ver com questão de adaptação da planta mesmo ao ambiente, pois os tratos culturais e manejo são exatamente os mesmos para todas as variedades. Como está reagindo o mercado brasileiro e quais são as perspectivas futuras para os vinhos do sul de Minas Gerais? Sr. Eduardo. Quando plantamos as uvas, o pessoal chamava meu pai de louco, porque nunca tinham ouvido falar de produção de vinhos finos no sul de Minas. Hoje em dia, com o início da comercialização da nossa segunda safra, a 2015, temos recebido somente elogios de todos. Estamos fazendo a venda aos poucos, dando um passo de cada vez, e a aceitação tem sido ótima. Nosso mercado hoje é principalmente dentro de Minas Gerais, sendo Belo Horizonte, Tiradentes e o próprio sul de Minas nossos principais clientes. Com o aumento da produção, pretendemos atingir todo o Brasil! Ainda existe muito preconceito em relação aos vinhos nacionais, mas sempre pedimos ao pessoal para pelo menos experimentar os vinhos e depois dar uma opinião.
Conforme dito na edição anterior, vinhos são únicos, precisam ser degustados e avaliados, para então formar a opinião. Impossível falar de Minas Gerais e deixar de lado sua deliciosa gastronomia. Nesta perfeita junção entre vinho e alimento, posso destacar que eles são provedores para uma boa harmonização, pois contêm uma boa estrutura, tornando-se, assim, adequados para acompanhar os pratos tradicionais mineiros. Ressalto minha admiração e respeito pelo empreendedorismo e coragem dos produtores a um trabalho pioneiro executado com maestria. www.vinhosmariamaria.com.br, e páginas no facebook www.facebook.com.br/vinhosmariamaria e instagram @vinhosmariamaria CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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DECORAÇÃO
EXPO REVESTIR 2017 ENCERRA COM RECORDE DE VISITAÇÃO por DAIANA CAPUCI Foto: Studio Vollkopf
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DESIGN DE INTERIORES Studio It Decor daiana@itdecor.com.br
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15ª edição da Expo Revestir, realizada entre os dias 7 e 10 de março de 2017, em São Paulo/SP, foi encerrada com visitação recorde de mais de 68 mil visitantes, o que representa um crescimento de 8,7% em comparação com a edição 2016. Como evento conjunto à feira, o FÓRUM INTERNACIONAL DE ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO recebeu mais de 3,5 mil profissionais altamente qualificados que assistiram às palestras de grandes nomes nacionais e internacionais. Nos 40 mil m², distribuídos em sete pavilhões, foram apresentados os principais lançamentos nos segmentos de cerâmicas para revestimento, louças sanitárias, metais para cozinha e banheiro, rochas ornamentais, mosaicos, madeiras, laminados, cimentícios, vítreos e outras soluções para projetos de arquitetura e design de interiores. Além das principais marcas nacionais, conta com a presença internacional de expositores da Alemanha, Argentina, Bélgica, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal, Suécia e República Tcheca. A grande versatilidade dos revestimentos tornou fácil o exercício de
criar uma paginação autoral. Mesclar diferentes tamanhos de uma mesma peça dá margem para criações exclusivas. Entre os bricks, por exemplo, é possível encontrar inúmeros tons e outras tantas possibilidades de acabamento entre as já populares opções fosca, brilhante e rústica. E essa multiplicidade de usos se estende às cerâmicas, madeiras, pedras e também aos mosaicos e vidros. O desafio maior fica para os arquitetos e designers: escolher o que especificar. Participar de um evento como esse, para minha carreira, é de suma importância, visto a atualização necessária no que diz respeito à tendência de mercado. A feira de alto nível internacional agrega valores construtivos ao desenvolvimento de projetos ricos em novidades. Destaque para a Deca, que revolucionou com seu design arrojado. Nesse contexto, as cubas desenhadas por Jader Almeida acompanham a proposta da expressão “casa do futuro”. A Silestone, por meio da linha Ethernal evidenciou a junção de tecnologia e design com o sistema nanotecnológico resumido em qualidade.
PRAZER EM PROMOVER O BEM-ESTAR NO SEU DIA A DIA A designer de interiores Anne Massani pensa além da estética, em conforto e em soluções práticas para o dia a dia. Prioriza o fator ambiental no desenvolvimento de projetos, sem esquecer da funcionalidade. Acredita no diálogo mútuo e busca atender as necessidades de cada cliente. Tem como objetivo oferecer mais conforto, segurança e praticidade em seus projetos. Atualmente, junto com a arquiteta Lucimar Lucena, inaugurou o Estúdio A&D - Arq&Design, que oferece uma gama de serviços completos para atender todas as necessidades dos clientes.
Projeto executado de uma Sala de TV para um jovem rapaz.
METAIS COLORIDOS: DOS TONS SÓBRIOS AOS VIBRANTES Os metais coloridos também se confirmam como tendência. Além dos tons de bronze, cobre e dourado, que complementam os acabamentos do inox, as opções que incluem partes de silicone colorido no corpo da peça colecionam admiradores. A cartela vai dos sóbrios tons de preto e cinza até opções mais ousadas, como verde, vinho e amarelo. MOVIMENTO VISUAL: RELEVOS COM EFEITOS TRIDIMENSIONAIS Destaque nas novas coleções de grande parte dos expositores da EXPO REVESTIR 2017, os revestimentos que apostam no efeito tridimensional consolidam-se como uma das principais tendências para o ano. Relevos, jogos de sombras causados pelo desnível entre alto e baixo e impressões geométricas, brincam com o olhar e conduzem para um caminho que leva ao acolhimento.
contato.estudioaed@gmail.com C I N C O + I A B R I L / M A I O 2 0 1 7 I 71 (67) 9 9907-2383
MARKETING
O QUE O MARKETING TEM A VER COM
VOCÊ?
por LIU FERRARI Foto: Fernando Reis
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Pós-graduado em Varejo, graduado em Propaganda e Marketing. Seu histórico profissional inclui atuações como empresário, gestor de marketing e comunicação nos setores de varejo e serviços, além de passagens por diferentes áreas em multinacionais. Atualmente é consultor em marketing e comunicação e diretor de negócios na Octopus, agência de comunicação do Grande ABC, em São Paulo. Visite perfil no LinkedIn ou entre em contato pelo e-mail liu.ferrari@octopus.com.br
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o abrir a Revista Cinco+ e interagir com seu conteúdo, você se permitiu entrar no universo dela. Alguma oportunidade te levou à decisão de folhear, ler e explorar esse contexto. Certamente, existem afinidades ou interesses que motivaram você a isso. Pensei bastante sobre como nós poderíamos iniciar um relacionamento, considerando que estou aqui para falar de marketing, em um ambiente no qual as pessoas estão engajadas em temas relacionados à saúde, bem-estar e qualidade de vida. Diante disso, como seria, então, uma maneira eficiente para conquistar sua atenção, uma vez que, aparentemente, o assunto que trago se desconecta um pouco desse clima? A melhor coisa é não mudar nada, ou seja, manter você no clima que está. Para isso, o que tenho a fazer é trazer o marketing para esse contexto, afinal, sou eu quem está chegando e você não me pediu nada. Sendo assim, “a bola está comigo”, certo? Se você parasse no parágrafo acima, já teríamos iniciado um bom raciocínio sobre marketing. Sucintamente, falamos no primeiro e segundo parágrafos sobre o público e o cenário existente, até eu revelar o propósito que tenho. No terceiro surgiu uma estratégia. E agora, como você continua lendo, significa que também despertei seu interesse. Na prática, o que acontece de verdade em relação ao marketing? A maioria das pessoas tem uma visão de que o marketing é feito por alguém. Esse é um grande problema, porque não é assim que acontece. Ele se faz independente de quem quer que seja. É como o vento que está presente, você sente, mas não o vê. São os efeitos dele que aparecem para nós. Tudo se movimenta quando o vento passa e pode ser tanto uma brisa refrescante quanto um furacão devastador. O que quero dizer com isso é que marketing é o próprio cenário que se forma em meio às relações que envolvem pessoas, interesses e negociações. Ou seja, toda vez que você se relaciona com alguém, entra no
ambiente de marketing. A boa notícia é que suas ações podem interferir no cenário que vai se formando. Mas se você não age para isso, o cenário se forma sozinho e pode não se desenrolar como você gostaria. A reflexão inicial deste texto mostra como podemos perceber o ambiente em que estamos envolvidos e agir para construir um caminho que nos favoreça. É assim que nos apoderamos do marketing, assumindo o controle do cenário onde está a marca que nos representa, seja ela pessoal (pois você é uma marca), de um produto, serviço ou qualquer coisa que você considere despertar interesse em alguém. Sabendo disso tudo, agora, avalie se você tem consciência sobre como as pessoas enxergam você (ou sua marca). No dia a dia, mal pensamos nisso e formamos uma imagem própria sobre nós mesmos ou o nosso
negócio – praticamente nos rotulamos e isso é meio automático. Então, agimos como se nossa verdade ao nosso respeito fosse a mesma verdade de quem nos observa ou lida com a gente. Esse é um grande erro, que se refere à construção de um posicionamento, cometido por muitas pessoas. Considerando que a decisão sobre como iremos nos posicionar se torna o norte para um caminho que pode dar muito certo ou muito errado, eu pergunto: qual é o seu posicionamento? Esse é nosso assunto da próxima edição.
P.S.: lá no terceiro parágrafo eu disse que o correto seria manter você no clima da revista, né? Ou seja, saúde, bem-estar, qualidade de vida... Bom, se você estiver achando que eu desviei o caminho, vou provar agora que não: falamos aqui sobre um marketing que pode cuidar da saúde dos seus negócios, gerando bem-estar nos seus relacionamentos e melhorando a qualidade de vida de todos ao redor da sua marca (pessoal ou corporativa). Até a próxima!
Ú N I C A L AVA N D E R I A
SUA ROUPA É SEU C ARTÃO DE VISITAS S o m o s ava l i a d o s co n s t a nte m e nte p e l o q u e ves timo s. Cu i d a r b e m d a s u a ro u p a é co m o c u i d a r d o s eu bem-estar e da sua imagem. A Ú N I C A L ava n d e ri a e nte n d e e s s a n e ce s s i d ade e d e s p o nt a n o m e rc a d o e m Ca m p o G ra n d e co m u m n ovo co n ce i to e ate n d i m e nto p a ra vo cê.
VIS ITE E CONH EÇ A A NOVA ÚNIC A A L AVAN DERIA COMP LE TA
Euclides da Cunha, 208 67 3027-1234 Delivery
Vitório Zeolla, 1233 67 3029-1848
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ARQUITETURA
ARQUITETURA INCLUSIVA
Morar bem não depende exclusivamente de orçamento. Bons projetos podem custar pouco e transformar vidas. por ELCI HOLSBACK
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uando o assunto é arquitetura, muitas vezes a primeira imagem que nos vem à cabeça é de algo moderno, elegante ou glamuroso. Sim, a arte de transformar ambientes envolve todo esse encanto, mas vai muito além. Além de colocar vida, beleza e estilo em espaços, a arquitetura é responsável pelo conforto, aconchego e paz que só um um lugar com nosso estilo proporciona. Mas, acima de tudo, ela é também capaz de promover transformações sociais, como no caso da Arquitetura Inclusiva. Especialista em design de interiores, a arquiteta Bia Meneghini alia sua experiência de mais de uma década à vontade de fazer a diferença na vida das pessoas, afinal morar bem não é luxo, é fundamental e há possibilidade para todos os orçamentos disponíveis. “A arquitetura ao alcance de todos é plenamente possível e, nesse sentido, falando em âmbito nacional, para a arquitetura estar ao alcance de todos deve ser pensada em termos de aproveitamento da matéria-prima local, de melhora em técnicas construtivas e, principalmente, diminuição de desperdício, que, por vezes, chega a aumentar em até 12% o valor da obra. Além disso, a boa arquitetura não é necessária e unicamente aquela glamurosa, mas sim a que também observa a funcionalidade e conforto. Isso sem falar da economia energética, do conforto ambiental e do atendimento à necessidade do usuário. Tais objetivos, que independem de alto custo ou glamour, podem ser atendidos em qualquer tipo de projeto”, comenta Bia.
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Ainda na faculdade, Bia, que antes de ser arquiteta se formou em Matemática e Física, compreendeu a importância do exercício da profissão em prol do bem-estar de todos. “Quando cursei a faculdade de Arquitetura, fiz estágio na própria instituição, no espaço chamado escritório modelo, onde pessoas com casas até 70 m² tinham assessoria para melhorias na sua moradia. Muitas dessas pessoas tinham problemas com inundações ou conforto térmico e luminotécnico devido a falhas no projeto de construção. Foi um prazer muito grande ajudar estas pessoas, e acredito que hoje falte projetos como estes nas instituições de ensino”, avalia. RECONSTRUINDO HISTÓRIAS A maior prova da importância da arquitetura em grandes projetos é o trabalho realizado na reconstrução de áreas atingidas por catástrofes naturais. Bairros e cidades inteiras muitas vezes são vítimas de fenômenos intensos, como maremotos, terremotos, enchentes e tantas outras adversidades climáticas. Em busca da ampliação do conhecimento relativo à arquitetura voltada ao social, em 2014 Bia Meneghini participou do Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos, em Durbam, na África do Sul. Passeando entre o belo e o urgente, a palestra do arquiteto Toyo Ito abordou as “Possibilidades da Arquitetura além do Modernismo”. O palestrante expôs sobre a chamada “arquitetura do espetáculo”, que, segundo Bia, muitas vezes condena o profissional a uma superficialidade, em que os conceitos são facilmente digeridos e venerados sem uma reflexão mais séria. “O palestrante focou no fato de que possui grandes obras que empolgam o grande público, mas, ao mesmo tempo, e até com mais obstinação, passou a dar igual importância à divulgação das obras de seu grupo, e como foram realizadas para melhorar a vida de milhares de desabrigados pelo terremoto que atingiu a Costa Leste daquele país e destruiu milhares de prédios construídos há apenas uma década. Construções estas de baixo custo e otimização dos espaços, para individualizar os abrigos”, comenta a arquiteta sobre a experiência.
É com essa premissa que Bia defende a importância da profissão além dos padrões estéticos, em que a Arquitetura pode ser a base para um ponto essencial: oferecer projetos completos, seguros e eficientes, sem esquecer da preservação ambiental. “O arquiteto precisa, antes de tudo, trabalhar o urbanismo. Um bom projeto impede que o usuário sofra com inundações, insolação, ruídos em excesso, entre outros problemas. O bom projeto é aquele que contempla as causas sócioeconômicas como um todo. A maioria das catástrofes é provocada pelo próprio homem. As enchentes são provocadas pelo lixo acumulado, desvio do leito dos rios e falta de áreas permeáveis. No caso dos terremotos, as construções precisam ser feitas para resistir a eles. As doenças atuais são provocadas pela falta de saneamento na malha urbana. Então, cabe ao arquiteto e urbanista fazer um trabalho preventivo, assim como aconteceu no final da idade média, quando as cidades foram reformadas por serem insalubres, a preocupação continua na atualidade, com as doenças que afetam as pessoas hoje”, pontua a profissional. Bia, que atualmente cursa especialização em Arquitetura Hospitalar e traz em seu currículo a experiência de um prêmio nacional e três participações na Casa Cor, uma das maiores exposições de arquitetura e design no Brasil, finaliza defendendo que um bom projeto, acima de tudo, respeita o cliente. “Uma boa arquitetura acolhe o usuário de forma que ele seja respeitado e torne-se apto a usufruir e sentir o espaço projetado. É preciso cuidado desde o programa de necessidades até a avaliação da pós-ocupação, sendo igualmente importante a apresentação de uma perspectiva história da relação entre forma e função em diferentes abordagens arquitetônicas”, ressalta.
SERVIÇO: Edifício EVOLUTION Business Center Sala 803 – Av. Afonso Pena, 5723 Cel. 9 9901-1089 Contato: Bia Meneghini
Formada pela Unaes (Centro Universitário de Campo Grande), a arquiteta está à frente do escritório Bia Meneghini Arquitetura e Interiores, localizado na sala 803 do Edifício Evolution, em Campo Grande. CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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COMPORTAMENTO
SOMOS TOD S ANJOS
por ARIADNE CANTÚ
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Foto: Studio Vollkopf
ocê já desejou uma vida diferente?
ESCRITORA ariadne.cantu@gmail.com
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Do tipo, ter nascido em outro continente, em outra família, ter outra cidadania? Enfim, com tudo diferente? Difícil quem não tenha hipoteticamente se colocado nesta situação, seja por brincadeira ou simples relance em um momento de tédio. Pois bem, agora imagine isso de fato ter acontecido com você e, depois de muitos anos, você voltar para o seu lugar original em busca de respostas para todas as possibilidades. Tá difícil de entender? Vou clarear... A situação acima, está acontecendo nos dias atuais com várias crianças brasileiras que foram adotadas por casais europeus e que, ao atingirem a idade adulta, voltam ao Brasil em busca da “outra parte de sua história”, em busca de suas raízes. As histórias são sempre recheadas de fortes emoções, entretanto o conjunto nem sempre é doce. Por ter participado de muitos desses momentos que envolveram essas vidas, quando atuava na vara da infância, tive o privilégio de acompanhar de perto o desenrolar de alguns casos. Alguns lindos e emocionantes, e outros nem tanto. Por mais de uma vez no curso de um processo de maus tratos e violação envolvendo essas crianças, tive a sensação de que nada do que eu pudesse fazer poderia alterar aquela realidade. Em algumas vezes, me sentia, literalmente, temperando a salada com o prato embaixo da mesa.
Ainda que se mudasse a criança de família, e mesmo de país, algo me parecia intangível naquele processo todo... como se não fosse simplesmente obra do acaso uma criança brasileira, repentinamente virar holandesa ou francesa. Apesar de ter tranquilidade quanto às medidas adotadas, a pergunta inevitável, sempre persistente e recorrente em minha mente, era: “e se eles tivessem ficado no Brasil? Teriam sido mais ou menos felizes? No filme “Cidade dos Anjos”, um clássico de 1998, Nicolas Cage escolhe abandonar seu status de anjo para viver o amor. Prova da dor, do sabor, do medo e de todos os outros sentimentos humanos. Poucos momentos após ter se tornado homem e experimentado o AMOR, ele vê sua amada morrer em seus braços. Livre arbítrio, escolhas, encontros e desencontros. Não sei se na vida temos o controle de algo, se já está tudo escrito e programado em algum lugar ou se tudo resume-se em escolhas e consequências, equilibradas em uma tênue linha que se esconde no horizonte quando o sol se põe. Com os meninos e meninas adotadas, que voltaram atrás de suas raízes, aprendi que ser feliz é simples escolha, que nasce do sentimento que, segundo Einstein, é o maior vetor de energia mensurável no universo, e único capaz de realmente mudar o mundo: o AMOR. Talvez sejamos todos anjos, à espera apenas de um milagre para virarmos humanos. Anjos à espera do milagre do amor.
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VIAJE BEM
SAIA SEM MEDO. ESTAMOS EM CASA! Foto: Studio Vollkopf
por ADRIANO DE OLIVEIRA
Casario no Porto Geral - Corumbá.
CONSULTOR DE VIAGENS adrianoao@gmail.com
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ão me resta qualquer dúvida de que viajar é um ato maravilhoso. Termos a possibilidade de conhecer lugares novos, colocarmos os olhos sobre algo nunca visto antes, é simplesmente divino. Além de ampliar a nossa visão de mundo, é uma oportunidade única de nos conhecermos um pouco mais. As viagens ao exterior nos dão a possibilidade de convívio com o diferente, novos sabores e conquistas que sinalizam como atos de liberdade. Porém, é muito significativo transitarmos por lugares que apesar de falarem o mesmo idioma e de terem quase que os mesmos costumes que os nossos, também nos propiciam experiências mais que prazerosas. Vou falar sobre o turismo em nosso estado, Mato Grosso do Sul. Muitos o veem como um estado de cultura agropecuária. Ledo engano! Possuímos diversificadas opções de lazer em viagens que não precisam ser de longa duração. Comecemos com a cidade de Bonito. Você pode até achar óbvio demais, pois quem não a conhece? Muitos conterrâneos e moradores de nosso Estado nunca pisaram em Bonito. O que muita gente não sabe é que este verdadeiro polo turístico, conhecido em âmbito mundial, possui uma estrutura de divulgação, de entretenimento e de recepção invejável.
Aquário natural em Bonito.
Cachoeira do Boca da Onça em Bodoquena.
Arroz carreteiro, típica comida pantaneira.
Desde o controle de visitação a cada atração, a comercialização dos mesmos em um sistema único e uma divulgação extremamente eficiente no exterior. Em meio a um verdadeiro manancial de água doce, tem atrações de todos os gostos, de cachoeiras a rapel, de mergulho a rafting. Apesar da cidade ser pequena, as noites são fervilhantes, com diversas opções de bares e restaurantes. É muito raro não esbarrarmos pelas ruas de Bonito com europeus, japoneses, americanos ou pessoas das mais diversas partes do mundo! Nessa mesma vertente de natureza exuberante, temos a região da Serra da Bodoquena, que é coalhada de cachoeiras e locais não menos paradisíacos. Claro que a infraestrutura é bem diferente. Ofertam pouquíssimas opções de hospedagem, mas existem campings disponíveis para uma acomodação, digamos assim, mais simples. Especial para quem quer verdadeiramente se integrar com a natureza. Subindo para a região norte do Estado, temos a cidade de Costa Rica, que possui condições maravilhosas para se tornar um polo de esportes de aventura. O município se encontra em meio a quatro parques naturais (Pq. Nacional Nascentes do Rio Taquari; Pq. Nacional das Emas; Pq. Municipal da Lage e Pq. Natural Salto do Sucuriú). Uma região de enorme riqueza natural! Diversas nascentes, sítios arqueológicos, cânions, grutas e matas virgens. Aos olhos de um mundo que se degrada a cada ano, vivemos em meio a um verdadeiro oásis! Seguindo em direção às fronteiras, temos duas opções que se tornaram referência no que diz respeito a compras. Corumbá, com a vizinha Puerto Suarez, e a famosa Ponta Porã, com a cidade-irmã Pedro Juan Caballero, inegavelmente um dos maiores polos de compras das américas. Sem nos esquecermos de alguns eventos que acontecem pontualmente em diversas localidades, como a “Festa do Porco no Rolete” de São Gabriel do Oeste; a “Festa da Linguiça” de Maracaju; as festas religiosas e comemorativas espalhadas por diversas cidades que fazem parte do calendário de comemorações do Estado. Os indicadores econômicos apontam para uma época de reflexão quanto a gastos praticados por nós brasileiros, mas, certamente, não deixaremos de alçar voos em nossas viagens. A opção do turismo doméstico se torna extremamente interessante pelo aspecto de valores, segurança e a comodidade de percorrer pequenas distâncias. Mesmo para aquele final de semana em que não há nada programado, uma saída seria uma ótima opção de lazer e também a oportunidade de fomentar a economia do nosso Estado.
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AGRONEGÓCIOS
PRODUTO DE REFERÊNCIA NO PRATO DOS SUL-MATO-GROSSENSES Programa promove e incentiva a criação de Senepol em MS e atesta qualidade da carne. por CLARISSA DE FARIA • fotos ROBERTO MATTOS
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aciez e suculência são as principais características de uma carne de qualidade. Nesses e outros quesitos é que a carne resultante do cruzamento entre o gado nelore e o senepol, de origem europeia, vem conquistando o paladar e a mesa dos sul-mato-grossenses, uma vez que além do sabor atrativo, seu valor desmistifica a teoria de que carne de elevado potencial custa caro. Hoje, o Estado conta com o Programa Senepol Meat e o Núcleo Brasileiro de Melhoramento do Senepol, além da L4V, que juntos resultaram na marca Senepol Meat - Supreme Quality Meat. O produto, que possui todos os itens de segurança reconhecidos pelo mercado nacional e internacional, estará, em breve, disponível nas principais casas de carnes do Estado. O programa Senepol Meat nasceu com objetivo de promover, diferenciar e qualificar carnes da raça, levando ao mercado um produto de alta qualidade do cruzamento da matriz nelore com o touro senepol. O choque de sangue zebuíno com taurino (chamado de heterose) absorve as melhores qualidades das duas raças, que são: habilidade materna, rusticidade, precocidade sexual e de ganho de peso, resultando em uma carne extremamente macia, suculenta e saborosa, com o padrão e a excelência em qualidade que muitos consumidores procuram. De acordo com o especialista em carnes da L4V, Júnior Rosa, as características do produto são resultado, também, de um animal muito bem criado – no Estado e que se adaptou plenamente ao clima quente da região. “Estamos iniciando um projeto que tem mais de um ano de conceito. As características da Senepol Meat são excelentes, um trabalho feito em parceria com a fazenda
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San Francisco, do criatório Senepol San, que proporcionou um material nas nossas mãos que causou uma felicidade muito grande. A carne chega para nós com um acabamento sem igual, uma coloração vermelha natural. Conseguimos uma padronização de carnes para atender vários nichos de mercado, como churrasco com cortes especiais, uma carne extremamente macia, suculenta, com acabamento de gordura para o mercado “grill”, e também cortes tradicionais para atender o mercado de carne “red”, com um produto limpo, saudável, sem gordura entremeada, para ser consumida no dia a dia”, detalha. Ele ainda acrescenta que o termo carne de segunda, existente somente aqui no Brasil, não se aplica a esse produto, uma vez que esses cortes possuem qualidade superior, com as mesmas características de cortes mais valorizados. “O valor dessa carne é outro grande diferencial, fazendo com que ela se adapte muito bem à mesa das pessoas, uma vez que a diferença de valor é irrisória”, ressalta. Para a produtora, diretora da Fazenda São Francisco e membro do NBM Senepol, Carolina Coelho, a carne Senepol Meat é fruto de um trabalho que começa no campo, com a produção, controle e certificação de animais de Pura Origem (PO) e Puro por Cruza (PC) em um produto com acabamento diferenciado. “Estamos desbravando um território em que os produtores da raça e potenciais novos criadores possam ter uma criação dentro dos padrões de excelência, como MS já tem de costume, mas também poder difundir em nosso Estado um novo produto, com qualidade que pode chegar, em um futuro não muito longe, ao mercado nacional”, afirma.
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EDUCAÇÃO
AGRINHO: A PONTE QUE LIGA O CAMPO E A CIDADE Desenvolvido pelo SENAR, programa educacional apresenta proposta pedagógica diferenciada para alunos do Ensino Fundamental. por ELCI HOLSBACK • fotos JOÃO CARLOS CASTRO - Assessoria de Imprensa Sistema Famasul
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ais do que aplicar as disciplinas regulares no cotidiano dos estudantes, a educação está cada dia mais abrangente, com iniciativas que, além de preparar crianças e jovens para um futuro profissional, colaboram para a disseminação de boas práticas e da formação de cidadãos conscientes. Exemplo de uma iniciativa bem-sucedida, o Agrinho é desenvolvido pelo SENAR MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, entidade integrante do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, em parceria com secretarias municipais e estadual de Educação, além de empresas e instituições. Trata-se de um programa educacional, de responsabilidade social, que tem o objetivo de complementar as atividades de aprendizagem para alunos do Ensino Fundamental, garantindo que, ainda na fase inicial de sua formação escolar, tenham contato com assuntos que os façam fortalecer a consciência ambiental e de relevância social, promovendo uma educação crítica e reflexiva.
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O Agrinho é uma proposta paranaense com 21 anos de sucesso, com cerca de 1,5 de crianças e 80 mil professores atendidos no Estado. Em Mato Grosso do Sul, o programa iniciou em 2014 e apenas em 2016 atendeu 120 mil estudantes, de 348 escolas, em 41 municípios. Para 2017, a meta é aumentar ainda mais o número de alunos e educadores contemplados, abrangendo 180 mil estudantes e 490 escolas de 54 municípios. Participam do Agrinho crianças e jovens estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental da rede pública, professores e educadores em geral. De acordo com o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, o rápido crescimento do Agrinho em menos de dois anos de implementação, comprova os ótimos resultados da proposta em Mato Grosso do Sul. “A adesão dos municípios foi positiva. A importância dos temas discutidos se reflete no comprometimento das
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parcerias envolvidas, bem como nos trabalhos produzidos por alunos e professores. Isso porque ao final de cada ano letivo, a Famasul e o SENAR/MS promovem um concurso para premiar estudantes, professores e escolas que desenvolveram, de forma mais criativa, o tema conexão campo e cidade”, avalia Saito. O programa trabalha com temas transversais, como Ética, Diversidade Cultural, Meio Ambiente, Trabalho e Consumo, Saúde, Orientação Sexual, e características regionais de cada município. Em julho de 2016, os temas Agricultura Urbana e Culinária foram inseridos na grade pedagógica do Agrinho, que trabalha de forma flexível, onde as secretarias de educação e as escolas têm completa liberdade de escolha dos assuntos a serem trabalhados, de acordo com o objetivo e a necessidade local. “Tenho convicção de que o Agrinho ocupa uma posição de destaque, ao propor o compartilhamento do conhecimento nos primeiros anos de formação escolar. A educação é a principal ferramenta para demonstrarmos as contribuições que o setor agropecuário vem desenvolvendo ao logo dos anos junto à sociedade brasileira e para colaborarmos na formação de cidadãos éticos e comprometidos com o desenvolvimento e a sustentabilidade, independente da profissão que virão a ter”, destaca o presidente do Sistema Famasul. Localizado na região norte de Mato Grosso do Sul, o município de Coxim tem sua economia pautada no agronegócio, com foco na sua pecuária forte. Valorizar temas relacionados ao meio ambiente, à sustentabilidade e à importância do setor rural é importante para a formação dos estudantes e futuros profissionais da cidade, que aderiu ao programa Agrinho em 2015. Em 2016, cerca de 90 professores e 1.770 estudantes de escolas municipais e escolas do campo integraram a proposta pedagógica do SENAR. Segundo a coordenadora educacional da Secretaria Municipal de Educação de Coxim, Maria Auxiliadora Bispo da Silva, os principais pontos positivos do programa são a socialização e o compartilhamento de experiências sobre a educação para o campo. “Esse conhecimento tão próximo sobre o que é produzido, como é feito até chegar à nossa mesa, e a vida no campo em si, é muito rica e cheia de descobertas, essencial para a formação do aluno”, pondera Maria Auxiliadora. A coordenadora educacional destaca ainda que em pouco mais de um ano de Agrinho em Coxim, já são observadas mudanças positivas entre os alunos ”Uma das melhorias foi a conscientização em relação ao campo, onde os estudantes aprendem a respeitar e valorizar a vida no campo”, avalia.
rama: Aninha, Ag rin rog p ho o d e s
CONCURSO CULTURAL Para estimular a participação e interação dos estudantes com os assuntos propostos pelo Agrinho, o programa realiza anualmente seu concurso cultural. Na última edição, mostraram todo seu talento com desenhos, redações, crônicas, história em quadrinhos e poesia, de acordo com a série, onde tanto os estudantes quanto as escolas foram contempladas com prêmios. Além do Agrinho, o Sistema Famasul, por meio do SENAR no Estado, conta com uma série de capacitações e programas educacionais, como a Rede e_Tec, de educação a distância, com o Curso Técnico em Agronegócio, e o futuro Centro de Excelência em Educação Profissional, com atividades previstas para 2017. “A missão comum da Famasul e do SENAR/MS é promover o desenvolvimento do setor no Estado, por meio de conhecimento e inovação. Além do Agrinho, temos os cursos de formação profissional rural e uma capacitação de nível médio oferecida em parceria com a Rede e-Tec, que é o curso Técnico em Agronegócio. É o primeiro curso semipresencial do SENAR/MS focado na formação de profissionais preparados para atuar em gestão de propriedades e agroindústrias. Compartilhar conhecimento é um dos pilares do Sistema Famasul, porque acreditamos que sem conhecimento não há transformação”, finaliza o presidente Maurício Saito.
Para saber mais sobre o Agrinho e todos os programas do SENAR em Mato Grosso do Sul, basta acessar os sites: www.agrinhoms.org.br e www.senarms.org.br CINCO+ I ABRIL/MAIO 2017 I
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WR-V HONDA
A VIDA POR UM OUTRO ÂNGULO
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o dia 24 de abril, durante um coquetel para clientes e convidados a EndoCar, concessionária Honda de Campo Grande e Dourados, lançou o primeiro veículo desenvolvido no Brasil pela montadora Honda, o SUV compacto WR-V, um “sansei” que será vendido em duas configurações. EX – Com direção elétrica, ar-condicionado, vidro elétrico, rádio (CD player, entrada USB/auxiliar e conexão Bluetooth), controle de áudio ao volante, ajuste de altura e profundidade na direção, computador de bordo, controle de velocidade de cruzeiro, câmera de ré, luzes diurnas de LED, farol de neblina, retrovisor elétrico com repetidor de seta, rodas de liga leve aro 16, rack de teto, sistema de rebatimento dos bancos, Isofix (sistema mais simples para encaixar a cadeirinha), airbags frontais e laterais (para motorista e passageiro dianteiro). EXL – Com o rádio por sistema multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque, GPS e 2 entradas USB, com controle de chamadas no volante, além de airbag de cortina. O modelo EX e EXL são idênticos, com a mesma mecânica e com medidas bem parecidas. As diferenças se dão nas opções de cores e detalhes de acabamento. Em relação à aceitação do novo produto, todas as unidades recebidas até a data do lançamento, já foram comercializadas segundo o gerente Shogo Ishikawa. Mais um sucesso da Honda pelas ruas da cidade.
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COLUNA SOCIAL
Thaísa Caires, Daiana Angelo e Lucy Takayassu
Lucio Oliveira
Ricardo Saravy e José Guilherme
Ronaldo Furuta
2º ENCONTRO DE REABILITAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM CAMPO GRANDE
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o dia 15 de março, Campo Grande recebeu o 2º Encontro de Reabilitação Interdisciplinar, que reuniu alguns dos principais profissionais que atuam na assistência reabilitacional, para importantes explanações sobre recuperação pré e pós-amputação de membros inferiores como chave para o processo de protetização, tema do evento promovido pelo Centro de Reabilitação Interdisciplinar Infantil e Adulta (CREIA) e Össur Brazil e que contou com o apoio da Ortopedia Franco, Pharmacenter Manipulação e José Contrera Eventos.
Hermenegildo Neto
Fabio Augusto Moron
O Encontro reuniu aproximadamente 100 pessoas, entre acadêmicos das áreas afins e profissionais, no auditório do Hotel Mohave, para palestras com especialistas, como o médico fisiatra e diretor clínico do CREIA, Ronaldo Furuta, além do gerente nacional de vendas Össur Brazil, Marco Scarsi, do médico angiologista Fábio Moron, do protesista, diplomado nos EUA, Jairo Blumenthal, do fisioterapeuta Lúcio Oliveira, da nutricionista Daiana Ângelo e do psicólogo Ricardo Augusto Barros.
Marco Scarsi, Ronaldo Furuta, e Lucio Oliveira
Jairo Blumenthal e José Luiz Junior
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Ricardo Saravy e Larissa Furuta
Thaísa Caires
Jairo Blumenthal
Hermenegildo Neto, Larissa Furuta, Ricardo Saravy e Ronaldo Furuta
COLUNA SOCIAL
HAPPY HOUR DE INAUGURAÇÃO DA QOD BARBER SHOP EM CAMPO GRANDE
Rafael Oliveira
Rodolfo e Mônica Fonseca
Livia Tosta
Luis Henrique Avila e sua banda
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m novo espaço dedicado aos cuidados masculinos chegou em Campo Grande, a QOD Barber Shop. Uma franquia que a empresária Mônica Fonseca trouxe do Rio Grande do Sul para nossa capital com o estilo “barbearia de verdade”. Um espaço inteiramente voltado aos homens, aliando a tendência de cuidados estéticos às barbearias old school, o local atrai clientes de diversas faixas etárias e estilos. O Happy Hour comemorou a abertura do espaço que aconteceu dia 09 de março com muita Budweiser gelada, drinks exclusivos do Apothecário Bar Escola, ao som do bom e velho blues campo-grandense. O evento foi realizado em parceria com o blog Homens com Estilo e foi um sucesso. A QOD Barber Shop fica na Avenida Nelly Martins, 1210.
Josiane Paganini e Viviane Cunha
Mônica Fonseca, Jan Michel e Thallyson Perez
Mônica Fonseca e seu filho
Marcelo Varela e Tharles Danilo
Mônica Fonseca, Cleber Vaz, Luis Ricardo e Thallyson Perez
Thiago Urgel, Thiago Souto e Matheus Augustus
Mayara Gaspar e Thallyson Perez
Fernado Hilal, Henrique Attilio, Heitor Morsch e Luiz Henrique
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Rafael Oliveira
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Heitor Morsch, Christiane Mattos, Fernando Hilal e Mônica Fonseca
COLUNA SOCIAL
Sandra Galvão Neto (Ita Senepol) e Talita Garcia (Senepol Bela Vista)
Encontro das Divas - 2017
ENCONTRO DAS DIVAS
Vera Reich abrindo o evento
A Andrea Coelho, Maria Vitória (Senepol Vitória), Raise Montanha, Beth Coelho, Andrea Becker, Rani Reich
Semana Sou Senepol realizada durante a 79ª Expogrande teve um dia dedicado especialmente à elas. O Encontro das Divas reuniu mulheres criadoras e representantes de criatórios de várias regiões do País. Elas foram recebidas no Espaço Gourmet do Canal do Boi, com palestra da coach Luciana Rondon, repleto de dinâmicas com o grupo Chico Maria, além de um curso de automaquiagem com diretora da Mary Kay, Jackeline Gomes. O evento teve conhecimento, momentos emocionantes, um leilão beneficente e claro, um almoço delicioso para botar o papo em dia. A Revista Cinco+ participou e parabeniza o evento!
Andrea Becker Carolina Coelho, Ivo e Vera Reich, Luciana Rondon
Marcelo Varela
Raquel Peixoto (Senepol FP) e Vera Reich (Senepol CMI)
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Rani Reich, Ivo Reich e Ivo Reich Filho (Senepol CMI)
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Beth Coelho, Lais Arakaki e Carolina Coelho (Senepol San)
Lidiane Cantone e Carine Palpério (Senepol CMI)
Henrique Attilio, Vera Reich (Senepol CMI) e Luiz Henrique
Luciana Rondon, Psicóloga e Coaching
Espaço Gourmet do Canal do Boi
Roberto Coelho (Senepol San), Wisley Torales (AgroIn), Pedro Corsara (ABCB) e Renan Antonelli (Publique)
Raquel Peixoto, Heloisa Terra Monassi e Bruna Carmona (S. da Barra), Vera Reich (CMI) e Rejane dos Santos
Gisele Garcia (S. Bela Vista), Carla Cristina (Grama S.), Tania Mara (Grama S.), Sandra Galvão (Ita S.), Talita Garcia e Vanessa Chociai (Senepol BRM)
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