Leila Regenold - Vamos celebrar a amizade [Agosto/2017]

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Foto: Ricardo Valêncio

Edição 106 Ano 10 Agosto/Setembro 2017

Vamos Celebrar a Amizade

EXCLUSIVA +SAÚDE

Drauzio Varella Médico, escritor, professor e muito mais...

+NEGÓCIOS

MSGÁS Empresa fecha contrato histórico com a FIBRIA

ESPECIAL +SUSTENTABILIDADE

A Nova Revolução Industrial

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Foto: Studio Vollkopf

EDITORIAL Dizem que agosto é um mês turbulento, “do cachorro louco”. Para mim é um mês festivo, mês em que comemoro meus 40 anos, muito bem vividos, e nossa Capital seus 118 anos, muito bem sofridos. Mas uma sobrevivente. Amo essa Morena. Comemoramos também o dia dos pais, uma data que não existe número para representar sua importância. Uma data que emociona, e que hoje mostra os diversos tipos de pais que existem. Pai, pai avô, pai mãe, pai tio, padrinho, pai de gente, pai de bichos (parênteses mesmo para esses pais de bichos, como têm né pessoal, um mundo delicioso e divertido a parte), tem pai pra todo mundo e para tudo. Então, vamos celebrar juntos e desejar aqui um feliz dia dos pais… Vou continuar com a alegria e apresentar nossa capa, Leila Regenold, uma especialista na arte de viver bem e que ensina aos outros essa receita. Fundadora e organizadora do Maturishow, Leila encontrou nos idosos a fonte da juventude, organiza viagens pelo mundo com eles e se diverte. Aonde quer que seja o destino. Uma mulher de força e garra, e com um sorriso iluminado. Trouxemos essa alegria para você. Leia e descubra a receita da felicidade. Felicidade é ler, é adquirir cultura e conhecimento, e trazemos mais uma edição assim. Entrevistamos o médico, professor e escritor Drauzio Varella, que nos atendeu com o maior carinho. Fomos para São Paulo cobrir um evento sobre energias renováveis, o LCAB (Low Carbon Action Brazil) onde falamos da nova revolução industrial com a iniciativa da União Europeia. Na onda dos grandes negócios, a MSGÁS fechou um contrato histórico com a empresa de celulose - Fibria - de Três Lagoas. Mas não vivemos apenas de trabalho. Em São Paulo, tivemos a oportunidade e honra, a convite dos organizadores do LCAB de jantar no Mocotó, (podem dar um Google, pessoal). Um restaurante na Vila Medeiros, ganhador da uma estrela do Guia Michelin e comandado pelo surpreendente jovem, o chef Rodrigo de Oliveira, e sua família. Uma noite memorável. E como em toda edição temos novidades, preste atenção. Lançamos em parceria com a QOD Barber Shop, a coluna +Homem, com dicas sobre como se manter bem cuidado no seu estilo. Uma barbearia de verdade. Acompanhe as novidades por aqui e seja um homem QOD. Falando em coluna, nossos colunistas continuam a mil por hora, trazendo o melhor conteúdo para você. Que time que montamos, um verdadeiro orgulho, nos ajuda na árdua e prazerosa tarefa da melhor informação. Aproveitem ao máximo e até a próxima.

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10 | SAÚDE DRAUZIO VARELLA 12 | SAÚDE BICHECTOMIA 14 | SAÚDE AVANÇOS DO TERAPEUTA COGNITIVO 16 | SAÚDE MUITO ALÉM DOS DENTES: SAÚDE E AUTOESTIMA 18 | SAÚDE O ESTRESSE E A PERDA AUDITIVA 20 | EDUCAÇÃO O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS PEQUENAS 24 | CULTURA EXPRESSÃO DE EMOÇÕES 26 | DIREITO EMPREENDEDORISMO E DIREITO SOCIETÁRIO 30 | NEGÓCIOS O MUNDO MUDOU… 32 | NEGÓCIOS MSGÁS FECHA CONTRATO HISTÓRICO COM EMPRESA DE CELULOSE 34 | NEGÓCIOS BAMBOA, CERVEJA PURO MALTE ORIGINALMENTE SUL-MATO-GROSSENSE 8

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38 | NEGÓCIOS QOD TRADIÇÃO E MODERNIDADE EM UMA SÓ BARBEARIA

4O | ESPECIAL CAPA LEILA REGENOLD

45 | SUSTENTABILIDADE A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

60 | GASTRONOMIA

MOCOTÓ, SOBRE LENDAS E VERDADES GASTRONÔMICAS

64 | HOMEM

QOD BARBER SHOP. CAMPO GRANDE VEM PARA RESGATAR O CLÁSSICO 66 | DECORAÇÃO UM AMBIENTE PARA SER FELIZ 68 | COMPORTAMENTO UMA VELA PARA UMA MULHER 69 | CIDADANIA O SENTIMENTO DE PERDA POR TRÁS DA SONEGAÇÃO FISCAL 72 | GASTRONOMIA MISTURA 2017, FEIRA GASTRONÔMICA NO PERU CELEBRA 10 ANOS DE EXISTÊNCIA


Edição 106 Ano 10 Agosto/Setembro 2017

Diretor: HENRIQUE ATTILIO Diretor Administrativo: LUIZ PEREIRA REDAÇÃO Editor-chefe: HENRIQUE ATTILIO Foto: Ricardo Valêncio

CONSELHO EDITORIAL HENRIQUE ATTILIO, LUIZ PEREIRA E KÁTIA KURATONE ARTE Editor de Arte: GUSTA CABRAL

Vamos Celebrar a Amizade

REVISÃO FERNANDA PROCHMANN EXCLUSIVA +SAÚDE

Drauzio Varella Médico, escritor, professor e muito mais...

+NEGÓCIOS

MSGÁS Empresa fecha contrato histórico com a FIBRIA

ESPECIAL +SUSTENTABILIDADE

ESTRATÉGIAS DIGITAIS LUIZ PEREIRA

A Nova Revolução Industrial

CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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CAPA Foto: Ricardo Valêncio Arte: Gusta Cabral Styling: Luiz Gugliatto Beleza: Durval Cava

SITE e MÍDIAS SOCIAIS ATP COMUNICAÇÃO MARKETING ATP COMUNICAÇÃO CONSULTORIA JURÍDICA ROSEANY MENEZES

Leila veste: Camisa Bo.Bô | Blazer Dudalina | Brincos, colar e anel Fabrizio Giannone Calça Animale | Óculos acervo

JORNALISTAS Marina Bastos (marinabastos@gmail.com), Elci Holsback (elciholsback@ hotmail.com), Clarissa de Faria (clarissafaria@gmail.com), Tarsilla Ferreira (tarmariaf@gmail.com), Fernanda Nascimento (fnprochmann@hotmail. com), Henrique Attilio (henrique@revistacincomais.com.br), Elusa Prado (elusa.prado@gmail.com), Bruno Chaves (brunochaves4@gmail.com) e Evelise Couto (evelise@contextomidia.com.br).

SUMÁRIO Edição 106

COLUNISTAS Ariadne Cantú (ariadne.cantu@gmail.com), Daiana Capuci (daiana@itdecor.com.br), Edu Rejala (edurejala@hotmail.com), Adriano de Oliveira (adrianoao@gmail.com), Patrícia Faracco (patriciafaracco@uol. com.br), Patrícia Lemos (patriciagastrosomm@gmail.com), Nicole Zeghbi (zeghbi@gmail.com), André Salineiro (andresalineiro@hotmail.com), Liu Ferrari (liufoipralua@hotmail.com) e Renata do Valle (renata_dovalle@ hotmail.com).

Ano 10 Agosto/Setembro 2017

74 | GASTRONOMIA SABIA QUE É POSSÍVEL HARMONIZAR ATÉ A SALADA COM VINHOS? CONHEÇA AS DICAS DO CHEF JUNIOR DURSKI 76 | CULTURA O CAMINHO DO MEIO 78 | ASTROLOGIA O QUE VEM POR AÍ 80 | VINHO ENOTURISMO E ENOGASTRONOMIA EM VALTELLINA 82 | MARKETING ABRI MEU NEGÓCIO PRÓPRIO. E AGORA, COMO PENSAR NO MARKETING? 85 | EVENTOS AFINAL, O QUE SÃO REGRAS DE ETIQUETAS? 88 | VIAJE BEM NÃO É CARO VIAJAR PARA A ÍNDIA… E AINDA É POSSÍVEL CONHECER ROMA! 92 | COLUNA SOCIAL ESTEVOM MOLICA 94 | COLUNA SOCIAL DESAFIO MOUNTAIN BIKE

PARTICIPARAM NESTA EDIÇÃO Dr. Gustavo Lotfi – Dermatologista (CRM/MS 4466 – RQE 3562), Dr. Sandro Raphael M. Startari – Cirurgião Plástico (CRM/SP 106149 – CRM/MS 4313 – RQE 3167), Tatiane Savarese Attilio (CRN 3-12175), Dr. Estevon Molica (CROMS 2010), Nelson Lan Kowai Fook, Dra. Márcia Lessonier (CRO-MS 4072), Dr. Rafael Medeiros (CRO-MS 4073), Rodolfo Bertin (OAB-MS 9468), Luiz Felipe d`Ornellas (OAB-MS 9090), Ceres Mota Duarte, Amanda Saueia, Henrique Cathcart, Rodrigo Coelho e Marcio Canedo. Artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião da revista. Cinco+ é uma publicação da ATP Comunicação com periodicidade bimestral e distribuição gratuita dirigida. ATENDIMENTO AO LEITOR Email: contato@revistacincomais.com.br Carta: Rua Calarge, 37 - 791000-000 - Campo Grande-MS Telefone: 67 99985-8737 - 67 98145-7705 PARTICIPE DA REVISTA O que você gostaria de ler na próxima edição? Escreva-nos! contato@revistacincomais.com.br

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revistacincomais.com.br DISTRIBUIÇÃO A Revista Cinco+ é distribuída gratuitamente de forma dirigida em Campo Grande - MS. A Cinco+ tem sua devida proteção e registro exclusivo da marca, concedido pelo órgão federal INPI, com assessoria da Remat Marcas e Patentes. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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SAÚDE

DRAUZIO VARELLA Concorrência + modernidade + pressão = Estresse por ELCI HOLSBACK • foto WILSON JR. FOTOGRAFIA

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édico cancerologista, professor, escritor de fenômenos da literatura nacional, um dos pioneiros no tratamento e discussão da AIDS no Brasil e da utilização da mídia como ferramenta de orientação sobre temas relacionados à saúde, Drauzio Varella é referência em vários temas e para falar sobre um deles, o estresse, esteve em Campo Grande pela primeira vez no dia 3 de agosto, onde ministrou palestra promovida pela Santa Casa de Campo Grande. Aos 74 anos, Drauzio, que por mais de duas décadas atuou de maneira intensa na luta contra a disseminação do HIV e, em 1986, sob a orientação do jornalista Fernando Vieira de Melo, iniciou campanhas voltadas ao esclarecimento da população sobre a prevenção da doença, em rádios de São Paulo, como Jovem Pan e 89 FM e, em 1989, mergulhou no universo penitenciário como o então complexo do Carandiru, um dos maiores do País, para combater o aumento da transmissão, hoje viaja o Brasil orientando sobre estafa, cansaço e uma doença que atinge cada vez mais a população: o estresse.

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De acordo com o médico, fatores como o atual panorama econômico nacional, o excesso de desenvolvimento tecnológico, a cobrança por desempenho cada vez mais eficiente e pelo sucesso, são o gatilho para que a população esteja cada dia mais estressada, o que resulta em doenças graves. “As pessoas estão cada vez mais conectadas, trabalham muito mais, o que estimula mediadores químicos no organismo. Na idade medieval, seria como o combate a um animal, mas como não vamos lutar contra um leão, o que nosso corpo faz? A pressão por eficiência, por sucesso, por resultado, nos leva ao limite da pressão, provocando entre outros fatores, o aumento da glicemia, desgaste e estresse permanente”, explica o médico. Mesmo sendo casos muito distintos, Drauzio Varella revela porque atualmente se dedica a orientar sobre o estresse com mais ênfase do que ao HIV, assunto pelo qual trabalhou por décadas. “Não podemos comparar. A AIDS ainda é muito preocupante, tanto que morrem 11 mil pessoas dessa doença por ano no Brasil, mas houve grandes avanços quando iniciamos o tratamento em massa. Em 1995, no Brasil, havia o mesmo número de infectados que na África do Sul. Começamos a tratar os doentes e lá não. Atualmente, há 16 milhões de pessoas infectadas

aqui, contra 160 milhões lá, enquanto que a causa número 1 de morte no Brasil são as doenças cardiovasculares, seguido por câncer e depois violência, ou seja, a saúde pública precisa agora se atentar a esse panorama”, recomenda. O médico ainda pontua que, no País, há evolução na medicina voltada à saúde de países sub-desenvolvidos, com grande incidência de Zika, Malária e Dengue, mas não há preparo para o rápido crescimento de doenças ditas de países desenvolvidos, como diabetes, que atualmente atinge 14 milhões de brasileiros. HISTÓRIA, LITERATURA E MÍDIA Autor de 14 obras, lançadas entre 1989 e 2016, Drauzio revela que escrever é seu modo de libertação e de compartilhar experiências adquiridas ao longo de uma trajetória única, de convivência com histórias e fatos que conheceu durante sua carreira como médico. “Escrever me dá uma sensação muito boa. Lidar com as palavras me traz um prazer intelectual imenso. Durante anos tenho contato com situações limites em hospitais e cadeias, convivendo com vários aspectos da condição humana, o que me dá um vasto acesso a material interessante para repassar às pessoas”, diz. Entre as obras do médico estão: AIDS Hoje, publicado em três volumes em 1989; Estação Carandiru, vencedor do Prêmio Jabuti, publicado em

1999; Nas ruas do Brás, literatura infantil, que recebeu o Prêmio Novos Horizontes da Feira Internacional do livro de Bolonha, Itália, e revelação de autor de literatura infantil na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, publicado em 2001; Maré – Vida na favela, publicado em 2002; De Braços Para o Alto, literatura infantil, publicado em 2002; Por um Fio, publicado em 2004; Borboletas da Alma, lançado em 2006; O Médico Doente, de 2007; Cabeça do Cachorro, publicado em 2008; Florestas do Rio Negro, que reúne trabalhos de vários colaboradores sobre a biodiversidade botânica da região amazônica, do ano de 2001, indicado para o Prêmio Jabuti em 2002; Macacos, publicado em 2012; Carcereiros, lançado em 2012; Correr, de 2015 e o mais recente, Palavra de Médico, publicado em 2016. Após participar na TV Globo das séries sobre o corpo humano, primeiros socorros, gravidez, combate ao tabagismo, planejamento familiar, transplantes e diversas outras, exibidas no Fantástico, o médico atualmente utiliza o Youtube como espaço de comunicação com o público. Com linguagem simples e interativa, Drauzio responde as dúvidas mais variadas. De DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) a temperatura ideal do banho, o médico sempre ressalta que ‘não há pergunta menos importante, todos devem ser respondidos’.

Em seu site www.drauziovarella.com.br também orienta o público sobre temas variados, como infância, velhice, sexualidade, alimentação, atividades físicas, câncer e cuidados com o coração.

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SAÚDE

BICHECTOMIA O procedimento que reduz o tamanho de suas bochechas.

por ESTEVOM MOLICA CRO/MS 2010 • foto RICARDO VALÊNCIO

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bichectomia é uma cirurgia intraoral, que reduz o tamanho das bochechas e confere ao rosto um aspecto mais fino, ressaltando as maçãs do rosto, conferindo um contorno mais estético. Este procedimento é chamado assim porque se refere à remoção das bolas de Bichat, que é uma gordura localizada na face.

Muitas pessoas têm recorrido a bichectomia para ficarem mais belas, pois os padrões de beleza atuais sugerem que o rosto mais afilado nos torna um símbolo de charme e sedução. Ela também é indicada para quem morde frequentemente as bochechas, podendo causar traumas internos e levar ao desenvolvimento de lesões, sendo assim, este procedimento cirúrgico tanto é realizado para fins estéticos, como para fins terapêuticos, e tem uma duração média de 40 minutos. Muitos perguntam se com o passar dos anos, o fato de ter realizado a remoção dessas gorduras não vai me conferir um aspecto mais “murcho” no rosto. A resposta é simples e fácil de entender. O que causa este aspecto mais murcho no rosto é a falta de colágeno, os músculos da face, etc. Essas bolas de Bichat se encontram entre dois músculos da face. Então, com ou sem as bolas de Bichat, nossos músculos com

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o passar dos anos, se não forem tratados, vão apresentar aspecto de flacidez. Outra informação importante é que os resultados só começam a aparecer após 30 dias do procedimento. Então, se você está se preparando para aquela festa e quer ficar linda(o), faça este procedimento o quanto antes. #ficaadica


Rua das Garรงas, 943 Telefone: (67) 3382-7373

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SAÚDE

AVANÇOS DO TERAPEUTA COGNITIVO Da terapia cognitiva a Terapia de Esquema. por CERES MOTA DUARTE • fotos STUDIO VOLLKOPF

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s pesquisadores e profissionais do campo cognitivo-comportamental têm alcançado excelentes avanços no tratamento de diversos problemas humanos e principalmente no que se refere a problemas nomeados como os transtornos psicológicos, depressão, ansiedade, uso de álcool, drogas e muitos outros, obtendo bons resultados com tratamento de curto prazo (em torno de 20 sessões). Estes concentram seus esforços em ajudar a reduzir os sintomas, desenvolver habilidades e trabalhar com soluções de problemas atuais na vida dos seus pacientes. Entretanto, a Terapia Cognitivo Comportamental aparentemente pode se mostrar de fácil manejo para os profissionais, porém somente com experiências da prática clínica, nas trocas através do empirismo colaborativo com seus pacientes e com longas horas de estudo, se consegue fazer TCC de forma eficaz. A trajetória de um terapeuta na clínica não acontece somente no seu consultório, ou

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somente nos bancos da faculdade. É nessa interação entre o seting terapêutico, as trocas e discussões com profissionais experientes que se constrói o que realmente significa fazer essa escolha. Esta, por sua vez, vai exigir alto nível de dedicação para obter conhecimento teórico, atualizar, desenvolver habilidades técnicas e interpessoais, bem como adquirir em abrangente repertório no que se refere aos avanços das TCCs. É entre esses avanços que um grupo de terapeutas de Campo Grande, com interesse em aprofundamento, foi motivação suficiente para que o ITCC – Instituto de Terapia Cognitivo Comportamental, sob a direção da Psicóloga Ceres Mota Duarte, planejasse um projeto de curso contando com uma equipe de profissionais docentes de alto nível na área e assim aconteceu a 1ª turma do Curso “ Terapia de Esquema”– Uma Proposta Abrangente e Integradora.


O QUE É A TERAPIA DE ESQUEMA É uma das terapias com maior projeção entre os avanços das TCCs de 3ª onda. Reconhecida por muitos autores como um modelo avançado da Terapia Cognitiva, levando o paciente a se conscientizar sobre as origens dos seus problemas, levando em conta seu temperamento, suas relações parentais e conhecendo os estilos de enfrentamento que desenvolve ao longo da vida. O que diferencia da TCC padrão é sua ênfase nas estratégias emocionais e na relação terapêutica onde o terapeuta assume um papel de cuidador que atenderá as necessidades emocionais do paciente. De forma resumida, a Terapia de Esquema, representa uma parte mais ampla da TCC para compreender o que não está disponível aos processos conscientes.

Valdecir dos Reis Porto – CRP 14/04175-7 Karoline Tavares Bevilaqua – CRP 14/05721-7 Paula Dallagnol – CRP 14/05469-1 Maria Arminda Bezerra Ferragut – CRP 14/1607-0 Renata Costa Viana – CRP 14/02738-0 Janet Sant`Ana – CRP 14/00665-2 Renata Tolin Bueno Tezani – CRP 14/00957-0 Marcelo P. Lorenzoni – CRP 14/05332-8 Greta Wille Schnack – CRP 14/01518-1 Maria de Lourdes Maçães – CRP 14/04768-0 Rafaela Chaves Lima Abuhassan – CRP 14/03653-8 Abel Ricardo da Maia Juracy – CRP 14/03887-7 Silvana Garcia da S. C. Leite – CRP 14/035720-8 Lilian Cecília Rocha Izidoro – CRP 14/01744-3 Clínica Vinculum de Psicologia – CRP 14/04462-9 Verônica Rozisca – CRP 14/02707-0 Tânia Coutinho – CRP 14/04369-7 Carina G. Shmitt Welter – CRP 08/12238

O ITCC sendo uma organização com foco em Clínica, Ensino e Pesquisa, mais uma vez traz contribuições de alta qualidade aos profissionais da Psicologia, que por sua vez irão aprofundar seus conhecimentos oferecendo um trabalho com mais competência a seus pacientes. Informamos ainda que estaremos com as inscrições abertas para 5ª turma de curso de Pós-Graduação em TCC e 2ª Turma do curso de Terapia de Esquema, através do site: www.msitcc.com ou contato: (67) 3383-0199 / 99292-9074

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SAÚDE

MUITO ALÉM DOS DENTES: SAÚDE E AUTOESTIMA por Dr. RAFAEL MEDEIROS e Dra. MARCIA LESSONIER MEDEIROS

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á muitos anos a odontologia vem deixando pra trás aquele estigma de dor e sofrimento. A evolução tecnológica de materiais, técnicas e, principalmente, mudanças de conceitos e fundamentos, transformou o consultório odontológico na rotina de quem busca saúde e bem-estar. Muito mais do que “tapar buracos” ou “arrancar dente”, o dentista de hoje tem um olhar do indivíduo como um todo e não apenas dentes, língua e gengiva. Nossa saúde começa pela boca e o sorriso é o cartão de visita. Por esta razão, a procura dos pacientes por um tratamento rápido, eficiente e que deixe transparecer uma estilo de vida saudável, tem sido cada vez mais frequente. Nessa linha de pensamento, os tratamentos têm se tornado cada vez menos invasivos e mais eficazes, ganhando força na prevenção e controle altamente efetivos, de curta duração e menos dispendiosos. Dentes bonitos, alinhados e brancos se tornaram uma forma de transparecer saúde, autoconfiança e sucesso. Muito mais do que apenas estética, um sorriso perfeito tem a capacidade de elevar a autoestima, trazendo segurança e tranquilidade nas relações pessoais.

DR. RAFAEL MEDEIROS CRO/MS 4073

- Formado pela UFMS - 2006 - Pós-Graduação em Implante pela ABO - 2009 - Especialização em Implante e Prótese sobre Implante pela UNINGÁ - 2010 - Mestrado em Ciências da Saúde pela UFMS - 2012 16

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Uma forma rápida, conservadora e eficiente de alcançar esse sorriso é a lente de contato dental, alternativa amplamente escolhida entre as celebridades, com resultados fantásticos. As lentes de contato dental consistem em películas de porcelana extremamente finas que são aplicadas na superfície dos dentes, podendo mudar a forma e cor com muito pouco ou nenhum desgaste. O processo inicia-se com uma sessão de fotos e moldes que vão orientar o protético no desenho do novo sorriso. O passo seguinte é o mockup ou test drive do novo sorriso, no qual o paciente tem a oportunidade de pré-visualizar um resultado muito próximo do final, permitindo pequenos ajustes que serão seguidos na cerâmica e em seguida feitos os moldes. A última etapa é a cimentação das lentes, proporcionando aquele tão sonhado sorriso de estrela de cinema. Na clínica Impro, o processo todo pode levar apenas três sessões, trazendo agilidade e eficiência no design de novos sorrisos. O melhor de tudo é que é altamente acessível a todos que se preocupam com saúde e querem esbanjar autoestima com qualidade de vida.

DRa. MARCIA LESSONIER MEDEIROS CRO/MS 4072

- Formada pela UFMS - 2006 - Especialista em Prótese Dentária - ABO 2009 - Especialista em Ortodontia - ABO 2017


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SAÚDE

NELSON LAM KOWAI FOOK Fonoaudiólogo CRF 6 2818

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O ESTRESSE E A PERDA AUDITIVA

o mundo moderno, a maioria de nós experimenta o estresse de uma maneira muito real e tangível. Medicamente falando, o estresse é a maneira de seu corpo responder a qualquer tipo de exigência física ou emocional, liberando substâncias químicas no sangue, que lhe darão mais energia e força. Porém, situações de grande estresse contínuo podem causar estragos na sua saúde, inclusive na sua audição. Pesquisadores descobriram que pessoas que relataram estresse relacionado à má qualidade de sono e problemas de saúde constantes, eram mais propensas a queixar-se de zumbido e perda auditiva. Aqueles que experimentaram estresse no local de trabalho também apresentaram as mesmas reclamações. Embora muitos tipos de perda de audição não sejam evitáveis, reduzir os níveis de estresse em sua vida pode ser benéfico para sua saúde auditiva. Descobriu-se também que se o estresse pode causar perda auditiva, o inverso também é verdadeiro. A perda auditiva e zumbido podem ser estressores reais em si mesmos. Os aparelhos auditivos de hoje não são apenas melhores para ajudar as pessoas a ouvir em muitas situações e ambientes diferentes, mas eles também têm recursos que podem aliviar essa condição e ajudá-las a reduzir o estresse.

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Família Oticon Opn™ de aparelhos auditivos: o primeiro aparelho auditivo que comprovadamente torna a audição mais fácil para o cérebro. A família de aparelhos auditivos Opn™ da Oticon utiliza uma abordagem de “som aberto”, gerenciando múltiplas fontes de fala e de ruído ao mesmo tempo, mesmo em situações de escuta complexos. Eles verificam o ambiente, analisam e equilibram cada som individualmente. Desta maneira, sons ambientais passam a estar disponíveis, mas não se sobrepõem aos sons principais. Com esta experiência de som aberto, diferentemente da direcionalidade antes tradicional (que foi projetada para se concentrar em um único som e suprimir os sons de fundo), os usuários podem participar da conversa, mas permanecem atentos às pessoas e coisas ao redor, podendo assim mudar de foco de maneira fácil e rápida. Além de diminuir incrivelmente o estresse que antes era gerado no cérebro, na tentativa de compreender a fala, estudos adicionais mostraram que estes usuários são capazes de lembrar 20% a mais do que é dito, por causa dos recursos mentais que foram liberados nesse processo. Cada um dos três membros da família Oticon Opn™ dará ao cérebro um nível diferente de assistência, de acordo com a necessidade, porém todos trarão a experiência de diminuição de estresse.


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EDUCAÇÃO

O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS PEQUENAS por ANA LUISA BITTENCOURT CASTRO

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ada um de nós tem seu ritmo próprio, seu tempo para chegar e passar por estágios de desenvolvimento e aprendizagem ao longo da vida. O desenvolvimento neuro-psico-motor da criança tem um sentido céfalo-caudal e próximo-distal, ou seja, vai da cabeça para os pés e do tronco para os membros. Assim, primeiro ela sustenta o olhar, depois a cabeça e o pescoço, posteriormente sustenta o tronco, movimenta-o para os lados, colocando-se de barriga para baixo e para cima, engatinha, para depois ficar em pé e finalmente andar. Os indicadores de idade são limites dentro dos quais se pode afirmar que o desenvolvimento de uma criança se encontra dentro de um padrão de normalidade. Entretanto, esse indicador para aquisição da marcha, por exemplo, vai de 9 meses a 1 ano e 6 meses, ou seja, um período de 8 meses dentro do qual diferentes crianças vão adquirir esta

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habilidade, cada uma dentro de seu tempo, todas dentro de um padrão de desenvolvimento normal. Somos muito ansiosos. Queremos propiciar todas as condições a nossos filhos, os estimulando, muitas vezes, antes do tempo para que eles cresçam, adquiram autonomia e independência o quanto antes (para retirar as fraldas, andar, falar) e não paramos para pensar se eles estão preparados para isso. Muitas vezes nos preocupamos com performances, competitividade, como se falar mais cedo, por exemplo, fosse sinal de mais inteligência e garantisse um futuro melhor para a criança. Na verdade, sentar, andar ou falar antes de outras crianças indica apenas que a criança conquistou aquela habilidade cedo. Apenas isso. Falsos estímulos prometem crianças mais espertas, deturpando conceitos importantíssimos do desenvolvimento. Sentar, engatinhar, andar são conquistas que dependem de uma maturação neurológica. Ao propiciar estímulos exagerados para que a criança conquiste essas habilidades antes de estarem maduras para tal, gerarão posturas inadequadas, tensão motora, andares robotizados. Devemos estimular, acompanhar, amparar, oferecer apoio e suporte para que nossos filhos possam andar,


Na verdade, sentar, andar ou falar antes de outras crianças indica apenas que a criança conquistou aquela habilidade cedo.

mas apenas quando estiverem preparados física, neurológica e emocionalmente para isso. Cada uma dessas fases representa uma conquista da criança em direção à autonomia que, muitas vezes, pode representar, para pais e filhos, uma “fase de separação” a ser superada, e assim como em todas as outras crises da vida, vai passar de forma suave quanto mais apoiada e amparada a criança se sentir. Se quisermos que nossos filhos estejam preparados para voos altos e seguros, precisamos oferecer condições físicas e emocionais para que eles se sintam independentes, sabendo que estaremos por perto quando

for necessário, para orientar, amparar e curar as feridas que podem ocorrer até que eles estejam preparados para fazer o mesmo pelos seus filhos. Cada fase deve ser curtida a seu momento. Antecipá-las pode trazer ansiedade e angústia. Carregar essas fases adiante pode tanto nos cansar, como embaçar nossos sentidos na percepção da beleza do momento que vivemos. “Correndo e se apressando, mais e mais definimos o ritmo de nossa vida. Ao contrário de nós, crianças e bebês vivem em um ritmo, um fuso horário diferente. Eles não se apressam. Não conseguem se apressar quando se ocupam brincando ou quando estão em contato direto com o adulto. Um adulto correndo e apressando-os é algo muito desconfortável para os muito pequenos. Em nome do estar junto, da reciprocidade, somos nós adultos que devemos mudar nosso ritmo. Há condições internas para isso e somos capazes de prestar atenção a elas com uma verdadeira e genuína tranquilidade interior para estar junto com os pequenos sem pressa.” (Anna Tardos)

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CULTURA

EXPRESSÃO DE EMOÇÕES Linguagem universal de liberdade e conexões. por CLARISSA DE FARIA • fotos STUDIO VOLLKOPF

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ma arte atemporal. É desde a antiguidade uma das principais formas de demonstração de emoções, sentimentos, por meio de gestos e passos que dizem mais que mil palavras. A dança, sem dúvidas, nos faz sentir mais vivos e confiantes, além do benefício de ser um canal de expressão para as nossas emoções, é uma atividade que exercita tanto a coordenação motora, como a cognição. Durante uma aula de dança, por exemplo, o indivíduo trabalha noção espacial, ritmo, flexibilidade, agilidade, memória, percepção, atenção e, claro, a imaginação em sentir-se livre e leve para compassar e, por que não, descompassar? A professora, bailarina e preparadora corporal Silvia Razuk, 31 anos, explica que a prática, quando adotada em constância, é variável de pessoa para pessoa, em diferentes fases da vida. “Para quem é muito tímido, por exemplo, a dança pode ser tanto aterrorizante como um instrumento de libertação. Depende do quão disponível a pessoa está. Falo de uma disposição interna para se lançar ao Universo dançante”, ressalta e acrescenta: “Não

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existe uma idade específica para começar a dançar. Sempre há tempo, desde que a pessoa esteja disposta e saiba aproveitar suas habilidades e respeitar seus limites”. Hoje, mais dedicada à docência, Silvia se considera uma ponte para que as pessoas desfrutem do potencial de movimento que existe dentro de cada um. “Meu objetivo, enquanto professora de dança, não é formar bailarinos profissionais e sim ser um instrumento para a vivência do ‘prazer motor’. Somos seres dançantes. Qualquer criança ouvindo uma música instintivamente, dança. Quando crescemos, acabamos perdendo


isso. Dançar é algo que traz um prazer enorme para o ser humano”, garante. Por meio de um espaço exclusivamente dedicado ao ensino da dança, ela explana o quão incrível é acompanhar o envolvimento dos alunos que a cada aula se soltam mais e se entregam ao universo do movimento. “No meu trabalho, a consciência corporal é algo fundamental. Está presente em todas as minhas aulas, independentemente da modalidade. Creio que um ser consciente é um ser que respeita a si mesmo e aos outros”, diz. A

BAILARINA Silvia Razuk é graduada em Dança e Movimento (bacharel e licenciatura) pela Universidade Anhembi Morumbi (SP), com formação complementar em Dança Contemporânea e Dança Terapêutica, em Milão. Leciona aulas de dança contemporânea, ballet gym e mom and me (iniciação à dança para crianças de 2 e 3 anos com suas respectivas mães). A dança surgiu em sua vida ainda criança, aos cinco anos, em Campo Grande, sua terra natal. Aos 11 anos, quando chegou o momento de começar a usar as sapatilhas de ponta, começaram as dores nas costas. Após uma pausa curta, ela sentiu que a dança seria muito mais que uma modalidade esportiva, e decidiu seguir sua intuição. Aos 14, ela retorna ao ballet, mas desta vez para a dança moderna. Em 2005, já na Universidade, notou que sua graduação era fundamentada na educação somática, que é um campo que estuda metodologias e práticas de consciência corporal. “Por meio dela pretende-se chegar ao conhecimento de um corpo na primeira pessoa: um corpo carregado de subjetividade”, explica. “As aulas de consciência corporal me levaram a perceber o quanto de questões emocionais estavam escondidas no eu-corpo e isso me levou a procurar um suporte terapêutico. Comecei a fazer psicanálise, processo que durou aproximadamente seis anos, e então entendi que a dança pode ser muito mais do que uma experiência técnica e estética; pode ser uma ferramenta muito potente para desenvolver o ser humano como pessoa, melhorando seu bem-estar e qualidade de vida. A dança é entre outras coisas, um meio de expressão de todas as nossas emoções, sejam elas boas ou ruins”, finaliza. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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DIREITO

EMPREENDEDORISMO E DIREITO SOCIETÁRIO por LUIZ FELIPE d’ORNELLAS – OAB/MS 9090

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Direito Societário pode ajudar, e muito, empreendedores e investidores a encontrarem as melhores formas para fazer crescer suas empresas e concretizarem negócios bem-sucedidos – e, para isso, um advogado especialista é um grande aliado! Os constantes e angustiantes desafios dos que investem e empreendem, poderão ser superados com auxílio desse profissional, pois com seu intermédio se conseguirá, com criatividade e dentro da legalidade, implementar ideias, conceitos e sonhos de forma juridicamente sustentável, segura e preventiva. Empreendedores sempre querem economizar, pois o mais importante é investir no seu negócio, mas, muitas das vezes, tal economia na área jurídica pode se revelar um verdadeiro tiro no pé, haja vista os diversos problemas e indagações que podem ser evitados e solucionados.

Qual é o melhor tipo jurídico de empresa para iniciar a concretização de um plano de negócio dos sonhos? Luiz Felipe d’Ornellas. Estar preparado com o melhor modelo jurídico para a empresa ser aceita, tanto pelo mercado quanto pelos investidores, já coloca o empreendedor em vantagem diante da competitividade atual. Com o Direito Societário, e analisando o caso concreto, pode-se apresentar os principais benefícios de cada tipo de empresa e modelos de organização societária (LTDA, S/A, EIRELI, MEI), a fim de que seja feita a correta adequação aos anseios e necessidades encontrados. O que é Governança Corporativa? Luiz Felipe d’Ornellas. A Governança Corporativa é um conceito relativamente novo para a maioria dos empresários brasileiros, mas já existe há tempos nos países mais desenvolvidos. Através dessa espe26

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cialidade do Direito, pode-se implementar nas empresas as principais regras e benefícios de uma boa governança corporativa, e prepará-las para atender as expectativas dos investidores. É necessário um documento com o acordo entre os Sócios? Luiz Felipe d’Ornellas. Equipe boa, produto validado, investimento ok, tudo nos eixos... mas de repente, começam as desavenças entre os sócios. Nessas horas tem que ter um bom Acordo de Quotistas/Acionistas, e de preferência escrito na época em que tudo corria bem, pois só ele poderá evitar muitas dores de cabeça e salvaguardar a empresa que foi tão suada para construir. Assim, com as ferramentas do Direito Societário, pode-se esclarecer os pontos essenciais da relação dos sócios e traduzir em um documento as principais regras para proteção do patrimônio envolvido no negócio.


Como manter os colaboradores na empresa? Luiz Felipe d’Ornellas. Criar um produto ou serviço de valor e, consequentemente, uma grande empresa, requer muito suor, talento e até mesmo um pouco de sorte. Ter uma equipe afinada ao lado, auxiliando na construção desse sonho, é essencial. Com o Direito Societário é possível, de forma inovadora, atrair e reter talentos, através de alguns instrumentos como o “vesting” e as “stock options”, pois é inegável que os futuros investidores não só olharão o que a empresa tem a oferecer, mas também a equipe por trás, que faz tudo acontecer.

Notas Conversíveis, o que é? Luiz Felipe d’Ornellas. Empresa aberta, produto ou serviço criados, equipe em sintonia, clientes satisfeitos. Pronto, acabou? Não! Agora está na hora de escalar o produto/serviço e alçar novos voos – e surge a necessidade de um investidor. Então, a dúvida: qual é a melhor forma de investimento, tanto para a empresa quanto para seus investidores? A prática societária apresenta várias opções para resolver a questão de forma amigável e segura, elucidando as diversas situações que podem ser negociadas e customizando um acordo entre as partes, sendo as Notas Conversíveis uma saída moderna e acessível.

Resumindo, tanto empreendedor quanto investidor precisam de uma boa assessoria jurídica, especializada, e que atue de forma preventiva, agregando valor não só na execução de estratégias de controle de problemas, mas também nos estudos e planejamento de matérias sensíveis ao empreendimento, assim como os apontados acima. Por isso, o advogado tem que ser visto como um aliado na hora de empreender!

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Saúde, conforto e bem-estar. A gente só pensa em você. Profissionais conceituados atuando com as mais modernas plataformas de trabalho.

> ECOGRAFIA VASCULAR COM DOPPLER > ANGIORRADIOLOGIA > CIRURGIA ENDOVASCULAR > CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA > NEURORRADIOLOGIA INTERVENCIONISTA

DRº EDUARDO DRº JOSÉ FÁBIO HENRIQUE CURADO ALMIRO DA SILVA ELIAS CRM/MS 6302 CRM/MS 4608 Especialidades: Especialidades: hemodinâmica hemodinâmica e e cardiologista cardiologista intervencionista 28intervencionista I CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017

DRº FÁBIO AUGUSTO MORON DE ANDRADE CRM/MS 3309 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler

DRº GIULIANO RODRIGO PAIVA CRM/MS 3533 Especialidades: cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler

DRº GUILHERME MALDONADO FILHO CRM/MS 1969 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, ecografia vascular com doppler


DR. MAURÍCIO DE BARROS JAFAR Responsável Técnico CRM/MS 2073

R. ANTONIO MARIA COELHO, 2.728 JD. DOS ESTADOS CAMPO GRANDE/MS

DRº MARCOS ROGÉRIO COVRE CRM/MS 3206 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler

DRº MAURÍCIO DE BARROS JAFAR CRM/MS 2073 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler

DRº MAURI LUIZ COMPARIN CRM/MS 1975 Especialidades: angiologia e cirurgia vascular, angiorradiologia e cirurgia endovascular, ecografia vascular com doppler

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3027.1900 CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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NEGÓCIOS

O MUNDO MUDOU… por ASSESSORIA

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o mundo globalizado, e cada vez mais integrado, surge um movimento que toma corpo em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. De uma simples ideia surgiu o espaço Living Lab, local de cocriação que pretende estimular o surgimento de novos formatos de negócios a partir de ideias simples, mas replicáveis e escaláveis, trabalhando em condições de incerteza. Mais do que um novo modelo de fazer negócios, as startups crescem rapidamente e geram lucros cada vez maiores, partindo de uma base de custos muito baixa. Instituições públicas e privadas, por um propósito maior, se juntaram e constroem os elos que darão a base para fomentar o desenvolvimento empresarial e social num laboratório vivo e orgânico, que tem como mote aglutinar estratégias para propiciar aos empreendedores um espaço de colaboração mútua. As Startups surgem em ecossistemas como o que vem desenvolvendo-se há pouco mais de um ano na nossa Cidade Morena que completa 118 anos. Este espaço de coworking precisa ser percebido pela comunidade para empreender de forma diferenciada.

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O pensar “fora da caixa” é buscar formas criativas de resolver problemas de uma forma talvez nunca antes imaginada e testada. Independentemente da área onde atua, há sempre oportunidades para encurtar o ciclo de como se faz hoje uma atividade. Ao toque de três cliques precisamos fazer a satisfação do consumidor. Mais do que isso. Por vezes é colaboração mútua pura. Como é possível num mundo que cobra resultado a cada instante? Seja na sua empresa, na sua relação com os filhos ou até mesmo na sua comunidade. Nos dias atuais, com a rapidez do crescimento das cidades aliada às transformações que estão produzindo a nova revolução industrial, diversas discussões sobre Smart Cities têm movimentado plateias e estimulado a repensar as nossas cidades. As cidades são apenas o local onde o elemento humano vive, e, para que possamos atingir tal objetivo, as pessoas têm que pensar e agir de forma inteligente. É um enorme desafio para nós, campo-grandenses, aproveitar esta oportunidade e convergir com esta proposta de valor: inovar hoje para ter no futuro uma cidade saudável com mais qualidade de vida para todos.


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NEGÓCIOS

MSGÁS FECHA CONTRATO HISTÓRICO COM EMPRESA DE CELULOSE A companhia irá fornecer 235 mil metros cúbicos de gás por dia para Fibria, de Três Lagoas, a partir do mês de setembro. por CLARISSA DE FARIA • foto STUDIO VOLLKOPF

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Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGÁS) firmou parceria com a empresa líder mundial em produção de celulose de eucalipto – Fibria – e vai aumentar em 147%, de 159 mil m³ por dia para 394 mil m³. A ampliação do abastecimento de combustível faz parte do planejamento da segunda linha de produção da fábrica e representa eficiência nas operações da companhia e maior arrecadação para o Estado. O gás natural que será fornecido pela MSGÁS à Fibria vem da Bolívia por meio do gasoduto Bolívia-Brasil. O combustível será utilizado nos processos do Forno de Cal e Caldeira de Recuperação da segunda linha de produção de celulose da companhia em Três Lagoas. O presidente da MSGÁS, Rudel Trindade, destaca o volume de gás fornecido como sendo histórico para a companhia em todos os anos de atuação, no Estado. “É um volume expressivo de demanda, sendo hoje o maior contrato da nossa empresa. Esse acordo vinha sendo tratado há um bom tempo e demonstra a confiança que uma indústria desse porte e com essa importância deposita em nossa companhia”, garante. A empresa já abastece a Fibria desde 2008, em sua primeira linha de produção, com 159 mil m³ por dia.

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Para o diretor de suprimentos e logística Wellington Giacomin, o contrato entre a indústria e a MSGÁS contribui ainda para o desenvolvimento do Estado. “A Fibria observa em todas as suas parcerias a estratégia do valor compartilhado, ou seja, ao mesmo tempo em que aumentamos nossa competitividade, geramos benefícios sociais, ambientais e econômicos para as comunidades onde estamos presentes”, diz Giacomin.

A COMPANHIA Desde 1998 que Mato Grosso do Sul conta com uma distribuidora no ramo de gás natural, a MSGÁS. O gás natural vem conquistando seu espaço no estado e consolidando-se como alternativa energética em diversos setores. A Companhia atende vários segmentos de clientes, com contratos assinados nos setores de termoelétricas, cogeração, automotivo, comercial, industrial e residencial. O presidente Rudel Trindade ressalta os investimentos no setor de marketing e comunicação como forma de desmistificar o tema. “O nosso segmento está crescendo em ritmo acelerado, são clientes em diversos nichos de atuação que nos procuram com frequência para que possamos solucionar problemas de custos e demais problemáticas. Somos detentores de uma solução que precisa ser melhor compreendida por toda a população, explica. Hoje, o gás natural se destaca em comparação ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) no que diz respeito ao preço, sendo 40% mais barato.

FUTURO PRESENTE Quanto às perspectivas, Rudel informa que em 2018 a empresa estará devidamente preparada para atender de forma massiva os prédios residenciais da Capital. “Sabemos que é um trabalho que necessita de mais estrutura e de uma equipe bem maior que já trabalhamos, ainda assim, existe uma demanda crescente desse público, uma vez que a população já consegue identificar no bolso a economia do gás natural dentro de casa”. A intenção é de que as tubulações da companhia comecem a operar em mais regiões da Capital, dessa forma, ampliando seu atendimento ao chegar às residências prediais e proporcionando ao consumidor a economia. Hoje, a MSGÁS já atende diversos prédios da cidade que possuem estrutura para o abastecimento a gás. “Buscamos atender nossos clientes de forma pontual e personalizada. Notamos que nosso crescimento e capacidade de expansão está diretamente ligado à forma que passamos a informação quanto ao nosso produto, por isso, cada situação merece uma proposta e um acordo dentro das reais necessidades”, frisa. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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NEGÓCIOS

CERVEJA PURO MALTE ORIGINALMENTE SUL-MATO-GROSSENSE Indústria instalada em Campo Grande utiliza água do Aquífero Guarani e se destaca pela alta qualidade.

por CLARISSA DE FARIA • fotos WILSON JR. FOTOGRAFIA

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história da cerveja fabricada em solo campo-grandense rende um belo de um conto, mas não da Carochinha, já que atestamos a qualidade da bebida puro malte que tem como base a água do Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios do mundo, límpida e pura e tido como principal ingrediente de uma boa cerveja, além, é claro, de não possuir cereais não-malteados, como milho ou arroz, geralmente presentes em marcas populares, o que faz toda a diferença no sabor de “cerveja de verdade”. A cerveja Bamboa, que significa celebrar a vida, é resultado de uma refinada mistura de matérias-primas importadas e carrega a assinatura de mestres cervejeiros que já trabalharam em indústrias renomadas, como a famosa Heineken. A indústria, batizada de Cervejaria Campo Grande, está instalada no Polo Industrial Oeste, saída para Terenos. A empresa é a primeira, no estado, a produzir a bebida de forma artesanal em escala industrial.

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“A água, retirada a quase 300 metros de profundidade, foi o que completou a fórmula, garantindo um produto diferenciado no mercado. A água que usamos é pura e leve, o que resulta em diferença no sabor da cerveja. Além disso, nosso poço artesiano pode chegar a 30 mil litros por hora, tudo devidamente licenciado pelos órgãos ambientais”, garante o diretor da unidade do Grupo RFK, José Antônio Avesani Júnior. A Bamboa é a primeira cerveja fabricada pelo grupo, que já produz outras bebidas alcoólicas, além de refrigerantes, energético e água mineral. Na linha de produção, saem por mês 250 mil litros da bebida para serem distribuídos nos mercados da Capital e demais ponto de revenda. Ainda assim, a fábrica foi projetada para produzir três milhões de litros por mês, ou 10 milhões de latas, capacidade que será preenchida à medida em que o produto conquistar os consumidores. Hoje, a cerveja é comercializada em latas de 269 ml, 350 ml e 473 ml. Em uma

próxima fase, a Bamboa será envasada nas garrafas de 600 ml retornável, garrafas long neck de 355 ml e chopp. Sobre a escolha em fabricar uma cerveja puro malte, o diretor da unidade explica que o consumidor está cada vez mais exigente. “Nos últimos dois anos, uma classe formadora de opinião começou a se destacar no que diz respeito ao paladar mais apurado. O brasileiro está migrando das cervejas populares, comuns, e consumindo mais as cervejas premium”, destaca. Os novos hábitos já mostram diferença nos ganhos de algumas indústrias. “Até 2015, a indústria cervejeira vinha crescendo 10% ao ano, mas pela primeira vez na história, desde meados do ano passado, as cervejas populares tiveram uma queda de dois dígitos no seu volume” revela e aponta Júnior Avesani: “Em 2016, duas marcas tiveram um crescimento em vendas, a Heineken e a Eisenbahn, ou seja, está mais que comprovado que o mercado está migrando para as cervejas puro malte”.

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TESTES DE QUALIDADE De acordo com a supervisora de qualidade e responsável técnica, Pâmella Glajchman, o laboratório é de ponta e possui os equipamentos mais modernos e precisos, utilizados no controle de qualidade da cerveja produzida. “Nossos produtos seguem rígidos padrões e atendem todas as especificações de qualidade”, afirma. Desde a água cervejeira, os insumos, até o envase da cerveja, todos os procedimentos são monitorados por uma equipe técnica da indústria. “Após o envase, o produto acabado é submetido a uma série de testes que garante a estabilidade de qualidade e sabor”, explica. Além de todo o cuidado em torno do produto no que diz respeito às especificidades, a indústria também destina corretamente o que seria dejeto, como é o caso do bagaço do malte que está sendo vendido para propriedades rurais que criam gado leiteiro. “É um alimento rico em proteínas que o animal se adaptou muito bem, além disso, nas propriedades que começaram a utilizar esse alimento como complemento, a produção de leite aumentou em 25%”, revela Júnior Avesani.

INVESTIMENTOS E INCENTIVOS Inicialmente, a ideia era de que a cervejaria se instalasse no Paraná, onde está localizada a matriz do Grupo RFK. Porém, conforme Júnor Avesani, a oferta de benefícios fiscais foi decisiva na escolha de Campo Grande como sede da nova marca. Para o governador do estado, Reinaldo Azambuja, a indústria é exemplo do que tem sido a tônica do seu governo. “A troca de tributos por novos investimentos e a geração de empregos é o que tem atraído grandes grupos empresariais, diversificando a nossa economia local e colocando Mato Grosso do Sul como o estado que mais gerou postos de trabalho”, frisa. A empresa não divulga os valores exatos quanto ao investimento em toda a estrutura que inclui maquinários, novos colaboradores e ampliação da unidade já existente na Capital, mas estima-se que supere os R$25 milhões. 36

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O processo de barbear realizado na QOD é como um ritual: os barbeiros utilizam navalhas e toalhas quentes, aos moldes de antigamente.

NEGÓCIOS

TRADIÇÃO E MODERNIDADE EM UMA SÓ BARBEARIA

QOD Barber Shop traz a Campo Grande o que há de melhor nos cuidados com a beleza e bem-estar do homem.

por MARINA BASTOS

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om mais de dez anos de experiência em cosméticos, a QOD Barber Shop investe fortemente na pesquisa em barbearia clássica em sua essência, e oferece para seus clientes a união perfeita entre tradição e modernidade no que se refere à estética masculina. Em um ambiente com decoração sofisticada, onde se ouve música de qualidade e é possível degustar alguns bons drinks, os frequentadores da QOD Barber Shop têm uma experiência que vai muito além da “barba, cabelo e bigode”.

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Foi em 2015 que uma viagem abriu os horizontes de Fernando Hilal, proprietário da QOD. “Em uma das viagens ao Oriente Médio em 2015, fomos dispostos a entender a barbearia clássica em sua essência e trazer a postura de atendimento e serviço para o Brasil. Lançamos então uma linha masculina de produtos. Depois acabamos lançando uma barbearia aos moldes clássicos do Oriente e Europa. Três semanas depois, já não havia horários, a aceitação foi um furacão”, conta Hilal. Naquele momento era desco-

berto um nicho de mercado valioso e pronto para ser explorado. “Entendemos que era muito mais que um lugar de experiência, mas um grande negócio com uma demanda reprimida exigente. Redesenhamos o conceito e lançamos programa de franquias, a escola para formação de barbeiros clássicos e novos cosméticos para complemento da linha”, diz o proprietário, relembrando a história do empreendimento que hoje conta com, além da unidade em Campo Grande, outras cinco no sul do País.


NAVALHA AFIADA, TOALHAS QUENTES O processo de barbear realizado na QOD é como um ritual: os barbeiros utilizam navalhas e toalhas quentes, aos moldes de antigamente. Além de aparar as madeixas e a barba, o público masculino tem à sua disposição uma linha de cosméticos de fabricação própria, especialmente desenvolvida para o cuidado de cabelos e barba, como bálsamos, pomadas capilares e shampoos especiais. Hoje a QOD tem mais de 200 produtos em linha, exportando para mais de 50 países. A linha masculina QOD Barber Shop tem aproximadamente 40 produtos, com características peculiares, como formulações da década de 50, fragrância de época, além de ativos antigos misturados a novas tendências de mercado. Com todo aparato de primeira linha para atender um público de extremo bom gosto, o desafio da QOD Barber Shop é não ser rotulada como simplesmente “um lugar de homem”. “A maior dificuldade é sair deste estigma e trazer a barbearia clássica, onde o principal produto não é uma sinuca ou chopp, mas um barbeiro extremamente preparado e pronto para oferecer o serviço de qualidade e experiência ímpar”, explica Fernando Hilal. “Hoje temos centenas de formulários de interessados em franquia e não avançamos por uma questão estratégica de selecionar nossa mão de obra. Hoje no Brasil há muitos barbeiros, mas poucos são aptos a oferecer um serviço com embasamento e características da escola europeia de barbearia.”

RESPEITO E CORDIALIDADE SEMPRE SERÃO CLÁSSICOS Nos últimos tempos surgiram muitas barbearias de olho no crescente mercado de estética masculina. Grande parte delas traz temáticas futebolísticas e oferece cortes new style, mas, na contramão dessa tendência, a QOD Barber Shop prefere priorizar o clássico. E os homens que frequentam a barbearia buscam exatamente isso. “São homens que procuram o resgate da época antiga, onde o respeito, cordialidade e serviço de qualidade eram pré-requisito para um negócio evoluir. A QOD Barber Shop é um oásis da barbearia clássica, onde prezamos pelo atendimento e ambiente acolhedor, como víamos nossos avós e pais serem tratados”, ressalta Fernando Hilal. O proprietário afirma, também, que já não há qualquer tipo de preconceito em relação a homens que cuidam da própria beleza. “O homem atual permite se cuidar. Ainda é um consumidor novato,

não tem a mesma característica de pesquisa e entendimento do consumidor mulher. Mas é mais fiel à marca, é detalhista, crítico e não costuma ver preço.” Todo esforço em criar uma identidade em torno da QOD Barber Shop, que valoriza e é tão exigente quanto seus clientes, tem rendido frutos. “É surpreendente como o mercado entendeu a nossa proposta e nos posicionou como referência. Somos apaixonados pelo que fazemos. Nossa ideia era fechar os primeiros 24 meses com 4 lojas, fechamos com 8. Vamos atrás de mais desafios!”.

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ESPECIAL CAPA

O M E L H OR DA

Nem dinheiro, nem patrimônio. Para Leila Regenold, o que vale a pena é promover qualidade de vida a seus clientes e celebrar a amizade.

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por FERNANDA NASCIMENTO PROCHMANN • fotos RICARDO VALÊNCIO

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uando você para pra pensar o que construiu ao longo dos anos e se depara com uma lista enorme de coisas boas, quer dizer que está valendo a pena ser a pessoa que é. Ainda mais quando, ao seu lado, há uma legião de amigos. São essas amizades, sinceras e duradouras, que Leila Regenold faz questão de construir e manter. Para a corumbaense que adotou Campo Grande aos dez anos de idade, a melhor coisa da vida é desenvolver um trabalho que oferece qualidade de vida para as pessoas. No caso de Leila, as amizades são frutos de seu trabalho, literalmente, com um grupo específico, o da terceira idade. Hoje, são eles que “alimentam” o dia a dia agitado da empresária que focou sua atuação profissional neste nicho depois de anos de projetos desenvolvidos através do poder público para a chamada “melhor idade”. Formada em Letras, a paixão pelo turismo surgiu há 30 anos. De lá pra cá, Leila se capacitou para oferecer o melhor serviço e atender as demandas de um público exigente e divertido. Fez uma pós-graduação em Administração de Turismo e Eventos e outra em Gerontologia Social e está sempre atualizada no assunto. Leila atuou diretamente no Ministério do Turismo onde desenvolveu projetos e programas para idosos, e foi coordenadora, em 1997, do Programa da Melhor Idade em Mato Grosso do Sul. Trabalhou para incentivar o turismo através da criação de clubes da Melhor Idade junto à presidente, na época, da Associação dos Clubes da Melhor Idade, Clarice Borges de Paula. “Foi quando comecei a despertar o gosto em trabalhos com a melhor idade”, conta. Até então, desenvolvendo apenas a parte técnica, assumiu o desafio de organizar eventos direcionados aos idosos. E não parou mais. O reconhecimento veio em forma de mais demanda de trabalho, inclusive na área pedagógica, quando foi coordenadora da faculdade para a terceira idade em Universidades como UNAES e Estácio de Sá; e de convites especiais de estágio em entidades que atuam no turismo social da Espanha (Imserso – Instituto de Turismo Social para Mayores) e Portugal (Fundação Inatel).

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MATURISHOW De evento em evento, Leila passou a dar visibilidade para o público da terceira idade. Em 1998, em Bonito, foi a responsável por um dos maiores encontros que reuniu mais de 250 líderes do segmento de todo o país. “Foi um sucesso. Bonito saiu na frente com o ecoturismo para os idosos”, lembra com orgulho. Pouco tempo depois foi a vez de Campo Grande sediar o projeto Melhor Idade Expo, também organizado por Leila e que contou com 1.200 participantes. Na sequência vieram o Congresso Brasileiro da Melhor Idade e diversos cursos voltados para eventos e lazer da maturidade. Mas a “menina dos olhos” de Leila surgiu mesmo em 2012. O MaturiShow – Encontro Mercosul da Maturidade mostrou que a empresária sabe como agradar seu público. Realizado duas vezes ao ano, uma delas em Bonito, são quatro dias de festas e capacitação, com shows, palestras, mostra de talentos, dançaterapia, jantares, bailes temáticos e passeios ecológicos. Cada detalhe pensado com carinho para satisfazer todo mundo. “É um momento de muita alegria, nem bem acaba já tem gente esperando a próxima edição”, comemora Leila. O sétimo MaturiShow será realizado entre os dias 28 de setembro e 01 de outubro, em Bonito. Entre as atrações estão: show com Elvis Presley Cover, projeto Divas Dance e aulas com a professora Maria Alice Corazza, pioneira no Brasil em promover atividades físicas para a terceira idade. Mesmo em tempos de empresas fechando e queda nas vendas, Leila garante que não teve diminuição no número de pacotes. “Estou há tanto tempo no mercado, que muitos dos meus ‘clientes-amigos’ viajam sempre. Como a maioria é aposentada, não tem essa de ter que pagar escola do filho, prestação da casa, todos têm estabilidade e se programam para viajar”. Para a empresária, não tem essa de crise. “Temos que aproveitar e criar oportunidades, nunca senti essa crise que tanto falam”, assegura Leila. 42

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ESPECIAL CAPA

A conquista da clientela Leila garante com um diferencial e tanto neste competitivo mercado. Em cada viagem dos grupos, sempre há alguém da agência acompanhando a turma. Na maioria das vezes, a própria empresária, que considera viajar uma terapia. Entre os projetos futuros, Leila quer fortalecer os laços de amizade entre os viajantes e para isso criou a Confraria da Maturidade. Tanta dedicação é recompensada a cada sorriso, cada abraço e cada história que ela faz questão de contar. “Tem uma senhora que estes dias encontrou um amigo de infância no grupo de viagem, alguém que ela conheceu aos 14 anos. Ficou tão feliz de reaver essa amizade”, conta. Leila declara o trabalho como a grande paixão de sua vida. “Tenho amor por tudo isso. A minha satisfação é ver os olhos brilhantes, o sorriso no rosto de cada pessoa. É isso que faz com que eu tenha mais forças para seguir em frente, sempre com novos projetos, mas com o mesmo objetivo, o de unir pessoas, realizar sonhos e viver os prazeres da vida”.

Dados do Ministério do Turismo mostram que a população acima de 60 anos já responde por quase 18 milhões de viagens ao ano no Brasil, o que representa uma fatia de 9% do mercado nacional. A tendência é que esse público aumente a cada ano, devido ao envelhecimento da população. A projeção do IBGE é a de que em 10 anos os idosos representarão 16% dos brasileiros e, em 2060, 34%. Hoje, o número de pessoas idosas no Brasil (acima de 60 anos) ultrapassa os 26,1 milhões, segundo o IBGE – o equivalente a 13% da população.

Os turistas mais experientes costumam ter disponibilidade para viajar em períodos de baixa ocupação e a maioria (70%) tem independência financeira, de acordo com o Banco Mundial.

MATURISHOW Para participar do Encontro Mercosul da Maturidade, é só entrar em contato conosco pelos telefones (67) 3044-7474 ou 99971-8525. O sétimo MaturiShow será realizado entre os dias 28 de setembro e 01 de outubro, em Bonito.

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SUSTENTABILIDADE

A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Como novas iniciativas estão viabilizando consórcios para a entrada de pequenas e médias empresas na economia mundial.

por ELUSA PRADO • fotos VICTOR MARCHESINI

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s céticos que nos perdoem, mas o Brasil tem jeito sim. Não só tem jeito, como enquanto você lê esta matéria, ações diversificadas estão acontecendo ou sendo planejadas para fortalecer nossas chances de virar “gente grande” aos olhos do mercado econômico mundial. Missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira e plataformas de negócios que visam fazer a ponte entre empresas brasileiras e estrangeiras estão de vento em popa, principalmente em dois setores que segundo especialistas, vão liderar a recuperação da economia: agropecuária e indústria. Mesmo com o atribulado cenário político e social, estrangeiros estão dispostos a dar apoio ao nosso mercado, e para o ano que vem, um crescimento de 2,3% é esperado para a economia do país. O dado consta no boletim Estudos & Pesquisas do Sebrae, em sua edição de junho, que divulgou ainda que o PIB brasileiro cresceu 1% no 1º

trimestre deste ano em relação aos três últimos meses de 2016, após oito trimestres consecutivos de queda. Segundo a publicação, a alta foi puxada pela agropecuária, que registrou o melhor resultado dos últimos 20 anos (+13,4%). Já o PIB da Zona do Euro (ZE) aumentou 0,5% no 1º trimestre de 2017, segundo dados divulgados pelo Instituto Europeu de Estatística (Eurostat) e pelas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) o PIB da região deverá crescer 1,7% em 2017. Se as previsões se concretizarão, só o tempo dirá, mas o fato é que empresas europeias e brasileiras estão empenhadas em encontrar um denominador comum para fechar negócios, principalmente no setor produtivo e na indústria, ao mesmo tempo em que trocam experiências e debatem cases de sucesso, muito graças à internet. Para modernizar nossos processos e adentrar a nova era industrial, a tecnologia é a chave para o acesso global, catalisando a inovação por meio do intercâmbio de soluções e logística entre países que analogicamente sequer interagiam. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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Os especialistas EEN Brasil, Cristiana Vieira de Souza e Silva e Márcio Canedo apresentam a Rede no evento da LCBA.

A ALIANÇA DO CASAMENTO Antes da internet oportunizar o acesso entre eles, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, já catalogava dados. “Nós somos um Instituto voltado para a questão de gerenciamento de informação e, consequentemente, da inclusão informacional, que é uma nova forma de entender o mundo que nos cerca”, contextualiza Márcio Canedo, pesquisador e consultor do IBICT e especialista de desenvolvimento de negócios do Consórcio EEN Brasil. O IBCT foi criado há 63 anos como uma autarquia pública com o objetivo de ter a obrigação precípua de guardar as informações em Ciência e Tecnologia que estavam sendo produzidas no Brasil, catalogá-las, e, consequentemente, alimentar o banco de dados da UNESCO que estava sendo criado à época. “Até meados dos anos 1970, o IBCT funcionava como uma grande biblioteca. Não existia ainda a virtualidade e o Instituto foi essencial para a catalogação do conhecimento brasileiro em ciência e tecnologia. O IBCT foi pioneiro na área em nível 46

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mundial e é reconhecido até hoje pela habilidade de criar e cuidar de bancos de dados”, explica Canedo. Por cumprir com um mandato mais contemporâneo, o IBCT começou, a partir dos anos 2000, a divulgar a informação que catalogava, principalmente as que fossem voltadas para o setor produtivo, para que, além do acesso, acontecesse o link tão desejado e necessário entre academia e indústria. Um próspero casamento, diga-se de passagem. Por conta de sua tradição, credibilidade e expertise, o IBCT então foi chamado a participar de diversos consórcios, e em especial o Enterprise Europe Network, EEN, para ser a peça-chave para facilitar a internacionalização das empresas brasileiras através de ventures, especialmente na Europa, com parceiros que pudessem desenvolver projetos voltados para seus interesses no comércio, na indústria, no setor de prestação de serviços e especialmente em projetos de desenvolvimento de mercado através da ciência e tecnologia. Assim, desde 2012, o IBCT e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) se uniram à União Europeia e trabalham na internacionalização das pequenas e médias empresas

europeias e brasileiras por meio de consórcios de benefício mútuo. Importante interlocutora no cenário nacional, a CNI, que tem sede em Brasília e um escritório de representação em São Paulo, discute e apresenta sugestões para a construção e o aperfeiçoamento de políticas e leis que fortaleçam o setor produtivo e modernizem o país. A CNI também estimula a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento tecnológico da indústria. “Chegou-se à conclusão de que deveria se representar, dentro desse consórcio, uma rede que fosse potente e bastante robusta. Essa rede é a Enterprise Europe Network, que foi criada pela União Europeia, no contexto da Comissão Europeia, voltada para a internacionalização das pequenas e médias empresas europeias”, conta Márcio Canedo. A Enterprise Europe Network é uma plataforma de negociação digital, onde as empresas buscam e criam oportunidades de negócios que são ali listadas anonimamente, para que o foco seja exclusivamente no negócio ofertado.


Márcio conta que a EEN começou em 2008, no auge da crise econômica mundial, com a preocupação que os europeus tiveram com a baixa do mercado do comércio internacional. “Eles começaram a desenvolver parcerias com várias instituições no mundo todo. Hoje em dia, 67 países participam, tanto na União Europeia quanto em países em todos os continentes do mundo, sendo que o Brasil é um deles”, contextualiza. Além de participar do Consórcio EEN Brasil, o IBCT criou o Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT) em parceria com o Sebrae, através do qual 15 centros tecnológicos do Brasil estão conectados em uma rede que presta assistência aos empresários brasileiros, especialmente os micro e pequenos, no sentido de auxiliá-los a aprimorar seus serviços de produção. Márcio frisa que o serviço online existe até hoje, é gratuito, e pode ser acessado tanto pelo site do IBCT quanto pelo do Sebrae. “O IBICT e o Sebrae são responsáveis pelo SBRT, direcionando as perguntas para especialistas e cujas respostas ficam à disposição de todos interessados através do sítio eletrônico (sbrt.ibict.br). Além disso, o IBICT tem outros serviços para o setor produtivo, e ressalto o Programa Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), uma metodologia voltada para as questões ambientais e considerando o desenvolvimento sustentável, que acompanha o ciclo de vida de

um produto desde que ele nasce até ser descartado. Além disso, a gente tem um outro programa, das Redes APL, que é a metodologia para Arranjos Produtivos Locais, e nos concentramos num específico, que é o arranjo produtivo local mineral, que é feito em conjunto aos Ministérios das Minas e Energia e o da Indústria, Comércio Exterior e Serviços”, conta Canedo. A estratégia atual do Instituto na área produtiva, entretanto, está

voltada em participar de consórcios como a EEN, buscando parceiros em outras entidades e divulgando plataformas digitais de negociação no Brasil, para que os bancos de dados cresçam, possibilitando parcerias que coloquem o nosso país definitivamente no rumo de um desenvolvimento eficaz e sustentável e o tornam um importante player no comércio internacional, especialmente através da atuação da pequenas e médias empresas.

No Brasil, a EEN vem sendo divulgada mais firmemente a partir de 2017, tanto pelo IBICT quanto pela CNI, e também contando com a preciosa colaboração dos Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN) das Federações de Indústrias dos Estados. Assim, abre-se uma possibilidade inédita no Brasil e novos acordos estão sendo estabelecidos. “A EEN é uma novidade mundial que conta com todo o apoio da União Europeia dos 28 países que a compõem e 600 centros de negócios que auxiliam a rede a existir. É uma capilaridade gigantesca, feita através dos 3.000 especialistas, auxiliando as empresas a alcançar histórias de sucesso com empresas europeias”, explica Canedo. A meta da EEN é a de colocar as empresas europeias no loop do comércio internacional e, consequentemente, as pequenas e médias empresas dos países parceiros da rede. Não existe restrição para que empresas maiores ou associações de empresas participem, mas o foco é dar força às pequenas e médias que são as que efetivamente precisam deste tipo de serviço e movimentam a economia mundial. “As grandes empresas no mundo têm mais ou menos 10 a 15% do mercado internacional mundial, enquanto as pequenas movimentam efetivamente todo o resto. Sem esquecer que as pequenas prestam muitos serviços para essas gigantes trabalharem, então quer dizer, a rede se fecha sempre”, atenta Márcio. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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As empresas interessadas acessam a plataforma e criam seus perfis, tal como em uma rede social. Os especialistas da EEN então analisam os dados e checam as informações. Só entram na plataforma os perfis com possibilidades viáveis de negócios. A mesma coisa acontece com as empresas europeias, lá no Velho Continente, onde um especialista trabalha seguindo os mesmos critérios “Os critérios passam inicialmente pela seriedade do negócio naquele segmento que ela integra. Fazemos uma pesquisa, mas a rede não está interessada na empresa em si, e sim no negócio que está sendo oferecido, tanto que eles são postados anonimamente, de ambos os lados. A plataforma só mostra o negócio e analisa aquele que está sendo oferecido e é analisado pelos parâmetros da EEN para que o negócio seja efetivo. O primeiro critério, obviamente, é que as empresas sejam realmente voltadas para o mercado exportador, que queiram e que tenham possibilidade de exportar. Então os especialistas entram em contato com a empresa, buscam dados com a Associação a qual a empresa faz parte, com a equipe da CNI e a equipe do Sebrae para que haja uma efetiva avaliação do potencial da empresa e do negócio oferecido”, resume Márcio. Entretanto, como é de conhecimento geral dos especialistas em comércio internacional, ainda faltam políticas facilitadoras para que as empresas consigam

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exportar ou mesmo para que representem empresas europeias por aqui, já que elas enfrentam um manancial de legislação aduaneira e uma burocracia sem sentido, o que deixa claro mais do que nunca, a necessidade de uma política pública efetiva que simplifique o processo. Ainda que a EEN Brasil seja uma iniciativa recente, o número de participantes tende a crescer exponencialmente. “Nós temos um buscador de oportunidades na rede EEN que no dia de hoje tem quase 9 mil oportunidades de negócios listadas. Ainda não tem muitas oportunidades brasileiras, pois começamos há pouco tempo a divulgação, nossa intenção é de multiplicar isso ao máximo”, antecipa Canedo. A ideia é botar o bloco na rua por meio de eventos, encontros, seminários e treinamentos da própria EEN Brasil que a todo momento tempo lança novas ferramentas para facilitar a vida do exportador e empresário brasileiro.

Todas as informações sobre a EEN Brasil podem ser alcançadas no sítio eletrônico www.eenbrasil.org


A PRIMA LATINA A prima latina da EEN funciona de forma similar, mas com uma abrangência maior. O ELAN Programme (European and Latin American Business Services and Innovation) é outra iniciativa apoiada pela União Europeia, e visa ampliar e diversificar as atividades econômicas desta na América Latina por meio de duas estratégias diversas. A European & Latin American Technology Based Business Network (ELAN Network), que funciona de forma similar à EEN, catalisando oportunidades de negócios e tecnologia entre os parceiros. E a European and Latin American Business Services (ELAN Biz), que tem como objetivo fornecer informação atual e abrangente para pequenas e médias empresas europeias interessadas em fazer negócios na América Latina. “Isso se faz através de uma plataforma (elanbiz.org) e esta plataforma tem um serviço de perguntas e respostas chamado Ask the Expert (pergunte ao especialista) totalmente gratuito, onde as empresas que se registram online podem tirar dúvidas e consultar materiais”, resume Mercedes Velasquez, consultora especialista em comércio para a ELAN Biz “. É um projeto regional que atua nos sete principais mercados estratégicos da América Latina (Brasil, Peru, México, Colômbia, Costa Rica, Chile e Argentina) com o intuito de auxiliar com serviços de informação, sobretudo em questões de acesso ao mercado, aduaneiras, sanitárias, fitossanitárias, e questões legais aos investidores e exportadores destas empresas da União Europeia a um destes países”, explica. Segundo ela, alguns setores-chave vêm recebendo mais atenção, como a indústria alimentícia, ambiental, de maquinário e tecnologia da informação, e estamos no páreo. “De todos os mercados que mencionei, o Brasil, México e Colômbia são os que mais interessam para a Comunidade Europeia. Provavelmente o Brasil está em primeiro ou segundo lugar pela fatia de mercado que representa dentro da plataforma, que estimamos que seja cerca de 20% dela, pela quantidade de demandas e por interesse do mercado. O setor de agroalimentação tem sido muito procurado, assim como a indústria médico-farmacêutica”, conta ela. Mas na nova era industrial, não basta entender tudo de mercado e regulamentação. Existe uma cobrança cada vez mais intensa para que as empresas minimizem o impacto ambiental da produção industrial, e para fazer isso, precisam encarar toda a estrutura logística da empresa, para otimizar recursos e diminuir a emissão de poluentes, minimizando desperdício.

BONITINHO, MAS ATRASADO Abençoado por Deus e bonito por natureza, o Brasil é riquíssimo em recursos energéticos, mas ainda atua de forma amadora no gerenciamento destes, desperdiçando subprodutos e renda que poderiam fazer uma grande diferença, como já comprovaram os europeus durante anos de tentativas, erros e acertos. As estratégias das empresas que já estão em sintonia com as novas regras da sustentabilidade incluem ampliar os setores de reciclagem e reutilização que aumentam a vida útil das matérias-primas e dos produtos, evitar a retirada de novos recursos naturais, e reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs). Países como Nova Zelândia, Austrália e os integrantes da União Europeia já promovem ações para tentar reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) na atmosfera por meio da economia de baixo carbono – termo forjado durante o desenrolar das conferências climáticas de Toronto (1988), Genebra (1990), Rio de Janeiro (1992) e Quioto (1997), entre outras, realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). As discussões tratadas durante essas conferências geraram uma mudança entre os 55 países responsáveis por 55% das emissões globais de GEEs. O que já é um bom começo. Outras atitudes sustentáveis realizadas por esses países são o aumento do uso das energias renováveis e o investimento em sistemas smart grid, que empregam sensores e medidores que ajudam a reduzir o desperdício de energia elétrica, cuja produção em usinas de carvão é uma das maiores fontes de emissão de GEEs do mundo. O Brasil é reconhecido pela biodiversidade de suas matrizes energéticas, tanto pela produção de etanol a partir da cana-de-açúcar como pelas várias hidrelétricas (que utilizam a força da água para gerar energia). Também temos gigantesco potencial para explorar fontes de energia renováveis, como a fotovoltaica, a eólica e a hidráulica. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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MISSÃO POSSÍVEL E é aí que entram as missões de Matchmaking e Rodadas de Negócios da Low Carbon Business Action in Brazil (LCBA) – Um projeto da União Europeia implementado por um consórcio de três empresas: a GFA Consulting Group (Alemanha); CESO Development Consultants (Portugal); EQO/Nixus Consultants (Espanha). “A intenção é ajudar as pequenas e médias empresas brasileiras a se transformarem com inovação e competitividade a partir da adoção de tecnologias de baixo carbono, com a ajuda dos contrapartes europeus. Isto também auxilia o Brasil no cumprimento de suas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa, atendendo eventualmente o objetivo geral 50

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de internacionalizar as micro e pequenas empresas europeias”, explica Gustavo Arnizaut Integrante da equipe da Low Carbon Business Action in Brazil da União Europeia, como Especialista Sênior em Comunicação e Matchmaking. O Low Carbon Business Action in Brazil (LCBA), começou sua incepção em setembro de 2015 e vai até fevereiro de 2018. Até julho de 2017, foram realizadas seis rodadas de matchmaking no Brasil e uma em Lyon, na França, destinadas a promover inovação e competitividade de empresas brasileiras e europeias por meio de fechamento de acordos de parceria e cooperação de negócios para a adoção de tecnologias de baixo carbono em vários setores da economia nacional. Desde o início do

projeto, foram assinados mais de 400 acordos de intenção de cooperação. O projeto viabiliza encontros de matchmaking empresarial entre Pequenas e Médias Empresas (PMEs) do Brasil e 28 Estados membros da União Europeia. Conta também com a participação e apoio institucional de instituições setoriais, órgãos públicos, entidades bilaterais de promoção do comércio internacional, agentes de negócios, provedores de serviços, consultorias ambientais e financeiras, entre outros. O propósito é promover encontros de negócios pré-agendados entre as PMEs, conforme a identificação da demanda e oferta por tecnologias, aplicações e serviços. Cada missão da LCBA é voltada a um setor específico, e o papel das entidades


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setoriais é fundamental na mobilização das PMEs, atuando como vetores das mensagens do projeto até os beneficiários potenciais. As rodadas de negócios visam fomentar o intercâmbio de experiências inovadoras, suavizar a transição das empresas nacionais às tecnologias e processos de baixa emissão de carbono em alguns setores da economia. São eles: Eficiência energética em Construção Civil e processos Industriais; Gestão de Resíduos Sólidos; Produção e Consumo de Energia Renovável (fotovoltaica, eólica e de biomassa), Atividade florestal e Agricultura de Baixo Carbono e Biogás/Biometano. “É claro que estes setores têm algumas interfaces, como, por exemplo, o de Agricultura de Baixo Carbono que envolve uma cadeia bastante ampla, e é responsável por boa parte das emissões de gases estufa, e se compromete a mitigar estas emissões por meio do aprimoramento de tecnologias e práticas”, discorre Gustavo.

BONS VENTOS A oitava missão de matchmaking da LCBA, é dedicada à empresas na área de Energias Renováveis (Solar FV, Eólica e Biomassa), e acontecerá entre os dias 3 e 6 de outubro de 2017, em Fortaleza (CE), organizada em uma parceria do Sebrae, Renewable Energy Internationalisation (Reina+) e Enterprise Europe Network (EEN). “Na verdade o projeto atua como um integrador e facilitador, e desde o seu lançamento, trabalhamos para constituir uma rede institucional muito forte. No topo da LCBA temos importantes instituições nacionais, o Sebrae que é o nosso principal parceiro, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Conselho Empresarial 52

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Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)”, explica Gustavo Arnizaut. “Estas instituições atuam em nível mais alto e podem, portanto, ressonar os anseios dos empresários, e dificuldades e obstáculos em áreas como a de comércio, tributária ou regulatória, etc, estas instituições participam do que nós chamamos de Comitê Diretivo da LCBA. Além disso, conseguimos constituir uma rede de apoio de mais de 120 instituições parceiras que nos auxiliam de alguma forma, seja na mobilização de empresas ou no suporte ao desenvolvimento de negócios a serem firmados nos encontros, apoio diplomático e de acesso mercado, entre outros serviços que dispõem”, conta. Esse apoio se dá por meio da mobilização e divulgação da LCBA na Europa e no Brasil, a fim de que as empresas possam se candidatar online no website da LCBA. O Sebrae é

outro grande responsável pela vasta capilaridade geográfica nacional entre empresas beneficiadas pela LCBA, juntamente, com outras entidades e associações setoriais. A rede se espalha pelo Brasil e lá fora, por meio dos centros de representação da EEN, bem como as Euro-Chambers, que congregam as câmaras bilaterais de comércio, e outros programas da Comissão Europeia, como a ECCP European Cluster Collaboration Platform; o Reina Plus – um aglomerado de quatro clusters de energia que tem interesse em investir no Brasil. “Estas são divulgação para listas de clusters de PMEs em vários países europeus, inclusive os Estados-membros do leste do continente. A amplitude é abrangente e nós fomos muito bem sucedidos em montar esta arquitetura institucional de forma que a mobilização e mensagem chegasse até as PMEs”, frisa Gustavo.


MITSIDI

As PME são definidas pela Comissão Europeia como as que têm menos de 250 pessoas empregadas. Devem também ter um volume de negócios anual de até 50 milhões de euros, ou um total de balanço não superior a 43 milhões de euros (Recomendação da Comissão de 6 de Maio de 2003). Estas definições são importantes para avaliar quais empresas podem beneficiar de programas de financiamento da UE destinados a promover as PME, bem como em relação a certas políticas, como as regras de concorrência específicas das PME. No Brasil, de acordo com a Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, promulgada em dezembro de 2006, são consideradas pequenas empresas as que faturam entre R$ 240.000,01 a R$ 2,4 milhões anuais. Ao serem enquadradas nestes parâmetros, as empresas tendem a ter vantagens fiscais como a inclusão no Supersimples (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), desde que não exerçam nenhuma atividade que seja impedida de participar do regime e atendam os requisitos previstos na lei LC 123/2006, de 14.12.2006.

“Este está um pouco diferente dos outros matchmakings por ter empresas intermediárias brasileiras. Não são as indústrias que estão aqui fazendo negócio com as empresas de fora, e sim os provedores de soluções que podem usar a tecnologia e expertise externa para chegar até a indústria”, explica André Dominicius, sócio e diretor de desenvolvimento da Mitsidi Projetos, uma empresa especializada em estratégia energética.

A PARTICIPAÇÃO DE PMEs NO 7º ENCONTRO DA LCBA EM EE NA INDÚSTRIA No sétimo encontro, que aconteceu em São Paulo no mês de junho, e tratou de eficiência energética, o saldo foi de 47 acordos de cooperação e parceria assinados entre 37 pequenas e médias empresas. O evento teve apoio do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) Confederação Nacional da Indústria (CNI), e aconteceu em concomitância com a Feira Internacional de Máquinas e Ferramentas (FEIMAFE).

(Fontes: Eurostat e Portal Brasil)

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“Antigamente, o sustentável era mais caro. A eficiência energética é muito legal porque você ganha dinheiro para fazer o certo e melhorar a sustentabilidade. Era sempre um conflito a escolha entre fazer o mais sustentável ou o viável. O copo de plástico é ruim, mas é tão barato que dá certo. No caso, a eficiência energética é barata e dá dinheiro. Por isso a gente fala que o setor tem que destravar principalmente em relação ao investimento inicial. O brasileiro nunca pensou a longo prazo, o europeu, sim”, pondera André. Empresas como a Mitsidi são a chave para uma necessária mudança de mentalidade, já que vende

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soluções especialmente talhadas para as necessidades específicas de cada contratante. “A Mitsidi faz a criação do sistema de gestão de energia. Quando a gente fala em sistema é uma coisa ampla, pode ter software ou não. Pode ser só a equipe lá dentro, treinada com o foco de gerir e economizar energia, que a indústria vê como um mal necessário. A gente tá “vendendo dinheiro” e gerando uma economia que, como efeito colateral, melhora o mundo para todo mundo, ainda que o que a indústria queira comprar mesmo é a economia. O bom é que vem junto. Normalmente é o contrário”, pondera. Segundo André, a indústria brasileira tem uma conjuntura macroeconômica diferente da europeia, principalmente no que tange os conceitos de valor e custo. “O brasileiro é muito sensível a preço e nem tanto a valor, principalmente se o retorno demorar a chegar”, entrega. Outro entrave à eficiência energética, segundo ele, é a dependência de capital público e a inconstância das políticas industriais, que mudam a toda hora obrigando os

empresários a redefinirem suas estratégias, o que é visto como um risco. “Aqui no Brasil a gente sempre foi bastante acostumado a deixar o governo resolver tudo e colocar a culpa nele. Claro que seria ótimo mais fomento com taxas de juros mais atrativas, todo mundo sabe que isso precisa melhorar muito. Mas no caso do Brasil, as indústrias estão tão atrás, que mesmo com dinheiro privado isso se pagaria muito rápido. A gente sempre dá o exemplo do carro: Você pode trocar de carro por um mais novo e mais eficiente, mas talvez seja melhor aprender a dirigir melhor este aqui. É um problema muito mais de manutenção e gestão do que de novas tecnologias. O operador geralmente é muito pouco instruído, e as tecnologias às vezes evoluíram muito mais rápido do que o treinamento das pessoas. Também não adianta investir em equipamento sem capacitação”, esclarece. André frisa também que nem sempre o que funciona para uma empresa, funcionará para outra “É como andar de Ferrari numa estrada de terra. Um Fusca seria até melhor. A gente vê muito isso. A empresa compra um equipamento excelente que veio da Europa a preços altos por conta da importação, cujo processo não está adequado àquela empresa. É um desperdício na verdade”, constata. “Por isso a gente reforça a ideia da consultoria de gestão energética como capacitação de conseguir usar o que você já tem. O significado de gestão energética é muito difundido na Europa faz tempo, mesmo nos Estados Unidos, e aqui não”, compara. Segundo André, as indústrias, principalmente as maiores, têm uma inércia muito grande, e em um momento onde não estão sendo feitos investimentos, estão em modo de sobrevivência.


PEQUENA NOTÁVEL Enquanto isso, Jorge Weiss, Diretor Administrativo da Gas Service de Canoas, Rio Grande do Sul, uma empresa com dois sócios e 10 funcionários, cujo foco é eficiência energética, participou da missão em Lyin, na França e esteva em São Paulo também. “Somos fabricantes de estufas, fornos e fornalhas para secagem de grãos e viemos em cima de uma oportunidade que nos foi oferecida já o ano passado, na Low Carbon, em Lyon. Firmamos uma parceria com uma empresa francesa e somos distribuidores exclusivos no Brasil de um equipamento que gera economia de gás, tanto propano quanto gás natural”, explica. A Gas Service visa, a fazer um levantamento das necessidades do mercado no Centro-Oeste e montou parceria com cinco empresas, o que segundo ele, vai dar condições de prosseguir em direção a meta, que é introduzir novas tecnologias principalmente no Centro-Oeste, na parte de secagem de grãos, em cima do combustível que está disponível na região hoje que é o cavaco da madeira. “Você precisa de eletricidade para gerar uma planta, e em contrapartida você tem cavaco, que é utilizado de uma maneira não tão eficiente quanto eles utilizam hoje na Europa, podendo dar rendimentos muito maiores. E a energia é hoje o calcanhar de Aquiles da maioria das empresas”, explica. No LCBA, Jorge encontrou evidência de que a Europa tem muito a ensinar em termos de otimização de recursos energéticos “porque nesta área eles estão muito mais à frente. Ou seja, eles não apenas geram calor para secagem de grãos. Eles geram calor e dela extraem eletricidade para a própria planta, que fica autossuficiente em termos energéticos, o que pode ser de grande vantagem haja vista a dificuldade de fornecer

energia para áreas remotas por exemplo, no Centro-Oeste, onde tem grandes plantas”, avalia. Os planos da Gas Service para o Centro-Oeste incluem dedicar pelo menos duas semanas de visitas para fazer um levantamento de campo das necessidades. “Temos que deixar essa semente germinar para que a gente possa determinar que caminho seguir.” Jorge afirma que novas tecnologias chegaram ao campo dando suporte à automação, e que as empresas estão buscando melhorar seus processos, o que vai ao encontro do que as grandes empresas como Cargill e ADM estão buscando no mercado de secagem de grãos. A empresa de Jorge chegou até o LCBA por meio de um programa do Sebrae chamado Energia Mais, no Rio Grande do Sul, do qual participa há três anos. O programa de capacitação de pequenas empresas verifica as necessidades das mesmas e catalisa seu avanço por meio de oficinas e de ensino a distância para melhorar seus indicadores. A dedicação rendeu, e a Gas Service juntou-se a uma delegação de 26 pessoas, sendo que três eram representantes de empresas do Rio Grande do Sul, onde era a única com foco em eficiência energética para fabricação de equipamentos, na feira Pollutec Lyon, na França, em 2016. “O europeu de alguma forma quando levanta possibilidade de

fazer uma parceria com alguma empresa brasileira, é porque já tem uma agência de fomento atrás. A Low Carbon faz o convite e apresenta o cenário”, conta. Em Lyon, Jorge percebeu que as empresas europeias não geram calor sem que haja possibilidade de ganho de eficiência energética, e que eles não jogam nada fora, porque o combustível é muito caro para eles. “Na França por exemplo, 82% da maioria da energia gerada é termonuclear, não vão mudar porque não tem outra fonte. Nós somos agraciados por todas essas potencialidades e diversidade natural e, mesmo assim, temos uma das tarifas de energia mais caras do mundo”, constata. “Só para você ter uma ideia, o preço do gás natural na França é o mesmo que o gás natural daqui. Em compensação, quando você importa um equipamento de lá, CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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sem redução no imposto de importação e demais encargos, fica inviável se você não fizer parceria com uma empresa nacional, comprando deles apenas a tecnologia e expertise, e fabricar aqui. “Nós temos que pensar também na questão da sustentabilidade, ou seja, ter baixíssimas emissões, como são dos equipamentos produzidos na Europa, e hoje como se coloca nosso mercado, aquilo que está sendo oferecido não é por qualidade, e sim por preço, e temos condições de quebrar esse paradigma e oferecer algo diferenciado”, pondera. Assim como André Dominicius, da Mitsidi, Jorge concorda que muito de nosso atraso é cultural. “Enfrentamos problemas mas não fazemos uma leitura interna de como podemos mudar alguma coisa. Muitas empresas poderiam estar economizando na conta de energia elétrica e de outro commodity como o gás, mas existe uma questão cultural que não se modifica da noite para o dia”, observa. Novamente, temos recursos em abundância, mas precisamos aprender como utilizá-los de forma madura, na promoção de negócios calcados na economia de baixo carbono e mirando a internacionalização, benéfica tanto para nós quanto para eles. “Os estrangeiros ficam chocados com a quantidade de oportunidades que eles vislumbram aqui e com o tamanho do desperdício de energia das nossas empresas. A primeira coisa que eles perguntam ao visitar uma planta industrial brasileira é quanto cada processo está gastando, e aqui ninguém mede nada, é uma questão cultural”, frisa Weiss. Ele conta ainda que a participação da Gas Service na sétima missão da Low Carbon Brasil Action rendeu contatos com cinco parceiros, cada um na sua especialidade, e um primeiro acordo já está sendo selado. “Talvez as outras empresas tenham vindo apenas para ver o panorama. Nós já sabíamos o que queríamos”, afirma. O que eles queriam? Uma nova Revolução Industrial, mais limpa e globalizada. Aliás, é o que todos nós queremos. 56

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Por trás do sucesso da iniciativa, existe o trabalho duro e a expertise de Joachim Eissler, que assumiu a direção do projeto em novembro do ano passado. “Eu trabalho na área de desenvolvimento internacional com foco em comércio e setor privado há 12 anos, e meu trabalho me levou a países no Caribe, América do Sul e África. Antes de vir para o Brasil eu estive envolvido em dois projetos na República Dominicana, um lidando com comércio entre a região caribenha e a União Europeia e outro lidando com o uso de energias renováveis no setor hoteleiro na República Dominicana. Assumi o Projeto Low Carbon Action in Brasil em novembro do ano passado no lugar de Jürgen Mentritzki, que juntamente com toda a equipe, fez um excelente trabalho tirando o Projeto do papel e o colocando em movimento”, explica. Para ele, pelas missões que já aconteceram, dá para se ter uma ideia do futuro promissor da parceria entre Brasil e a União Europeia. “Nas reuniões de matchmaking que organizamos até agora, ficou claro que existe um grande interesse da UE e das empresas brasileiras em desenvolver projetos conjuntos. Eu acredito que as declarações das empresas que participam do nosso evento são um excelente testemunho sobre a importância do programa, e também sobre o potencial que existe na área de energia renovável, por exemplo”.


The New Industrial Revolution How the European Community is enabling consortia for the entry of small and medium-sized Brazilian companies into the low-carbon economy. por ELUSA PRADO e MÁRCIO CANEDO

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ceptics, apologize us, but Brazil has a bright future ahead. As you read this article, several actions are being held or planned, willing to strengthen our odds on being seen as a “grown up” economy in the eyes of the international community. Commercial and prospective actions, matchmaking platforms, support for small and medium size companies to participate on international events and visits to Brazilian industries are taking place in this moment, specially in two key-sectors which, according to specilists, will lead the economic recovery we need: industry and agriculture. Despite the hectic political and social scenarium, international companies are excited to invest in our market and a growth of 2,3% in the overall economy is expected for 2018. Such number was presented by the chief-economist and previous director to the Brazilian Central Bank Tony Volpon in a recent interview to the prestigious newspaper Correio Brasiliense. According to Volpon, the Gross Domestic Product will increase 0,9% this year. If the prediction are correct only time will tell. However, Brazilian and European companies are commited to find a common denominator to close deals, specially on industrial and productive sectors at the same time they share experiences, and a great number of such business endeavours are made through internet tools. Thus, update the processes and get into the new industrial era through technology is the key to global acces and possible success, and in the macro point of view this will catalyze innovation through the exchange between countries that analogically hadn’t had any interaction. Before the internet days, the task was entrusted to the Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), a Brazilian public institute specialized on colecting and cataloging data. IBICT is part of the Ministry of Science,Technology, Innovation and Communications. “We are an institute oriented to management of information, therefore it promotes informational inclusion, which is the new frontier in knowledge transmission” contextualizes Márcio Canedo, senior consultant at IBICT. At the institute, he is also parto f the Enterprise Europe Network, ENN

a virtual business matchmaking platform in which European and Brazilian companies can find business offers from the 67 countries that participate in the network. “The EEN in Brazil is part of a consortium coordinated by the National Confederation of Industries, CNI, and IBICT, connecting the member country business centers throught Europe and the five continents”. The EEN was created in 2008 by the European Union as an attempt to overcome the world economic crisis that erupted that year. It has a giant capilarity. We are more than three thousand specialists working together to assist those companies in achieving sucess business stories”, explains Canedo. The interested company accesses the platform through the EEN Brazil website (eenbrasil.org) and it is able to create a business offer or a business demand, in a very intuitive way. Then, the EEN researchers analyse the data posted and double check the information provided with the company. The profile is submitted to the European specialists for final approval and then published in a international data base that can accessed by all the member of the EEN. Besides EEN Brazil, there is another EU initiative to assist European companies to reach international markets. The ELAN Program (European and Latin American Business Services and Innovation) is another initiative of the European Union that aims to broaden and diversify its economic activities in Latin America through two different strategies. The European & Latin American Technology Based Business Network (ELAN Network), which works similarly to the EEN / IBCT catalyzing business and technology opportunities between partners, and the European and Latin American Business Services (ELAN Biz) which provides current and comprehensive information to small and medium-sized European companies interested in doing business in Latin America. “This is done through a platform (elanbiz.org) and this platform has a free question and answer service called Ask the Expert, where companies that register online can ask questions and consult materials” summarizes Mercedes Velasquez, specialist consultant for ELAN Biz “a regional CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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SUSTENTABILIDADE

project that operates in the seven main strategic markets of Latin America (Brazil, Peru, Mexico, Colombia, Costa Rica, Chile and Argentina) with the aim of assisting with information services Especially in matters of market access, customs, sanitary, phytosanitary, and legal issues to investors and exporters of these companies from the European Union to one of these countries “explains Velasquez. According to her, some key sectors have been receiving more attention, such as the food industry, environmental, machinery and information technology, and we are in the match. “Of all the markets I mentioned, Brazil, Mexico and Colombia are the markets that matter most to the European Community. Probably Brazil is in first or second place by the market share that it represents within the platform, which we estimate to be about 20% of it, by the amount of demands and by market interest. The agri-food sector has been much sought after, as has the medical-pharmaceutical industry, “she says. But in the new industrial age, it is not enough to understand everything about market and regulation. There is an increasingly intense charge for companies to minimize the environmental impact of industrial production, and in order to do so, they need to face the entire logistics structure of the company, to optimize resources and reduce emissions, minimizing waste. Brazil is rich in energy resources, but still acts poorly on their management, wasting by-products and income that could make a big difference, as Europeans have proven over years of trial, error, and success. The strategies of companies that are already in line with the new sustainability rules include expanding the recycling sectors that increase the useful life of raw materials and products, avoid the withdrawal of new natural resources, and reduce greenhouse gas emissions Of the greenhouse effect. GEEs. Countries such as New Zealand, Australia and European Union members are already pushing for action to reduce the emission of carbon dioxide (CO2), methane (CH4), nitrous oxide (N2O) into the atmosphere by means of low carbon economy - (1988), Geneva (1990), Rio de Janeiro (1992) and Kyoto (1997), among others, carried out by the United Nations. Discussions during these conferences generated a shift among the 55 countries accounting for 55 percent of global GHG emissions. Other sustainable attitudes undertaken by these countries are increased use of renewable energy and investment in smart grid systems, which employ sensors and meters that help reduce waste of electricity, whose production at coal-fired power plants is one of the Emissions of the world. Brazil is recognized for the biodiversity of its energy matrixes, both for the production of ethanol from

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sugarcane and for the various hydroelectric plants (which use the force of water to generate energy). We also have huge potential for exploring renewable energy sources such as photovoltaics, wind power and hydropower. And that’s where the Matchmaking and Business Round missions of the Low Carbon Business Action in Brazil (LCBA) - a European Union project implemented by a consortium of 3 European companies, GFA Consulting Group (Germany); CESO Development Consultants (Portugal); Nixus Consultants and EQO (Spain). “The idea has always been to help small and medium-sized Brazilian companies to transform themselves with innovation, competitiveness and the adoption of low-carbon technologies to create solid companies with the help of European counterparts, helping Brazil to meet its goals of reducing Emission of greenhouse gases as the general objective of internationalizing European micro and small enterprises “, explains Gustavo Arnizaut Member of the team of Low Carbon Business Action in Brazil of the European Union as Senior Specialist in Communication and Matchmaking. The Low Carbon Business Action in Brazil (LCBA) began its inception in September 2015 and goes through December 2018. By July 2017, six matchmaking rounds were held in Brazil and one in Lyon, France, to promote Innovation and competitiveness of Brazilian and European companies through the conclusion of partnership and business cooperation agreements for the adoption of low carbon technologies in various sectors of the national economy. Since the beginning of the project, more than 400 cooperation intent agreements have been signed. At the seventh meeting, which took place in São Paulo in June, and dealt with energy efficiency, the balance was of 47 cooperation and partnership agreements signed between 37 small and medium-sized enterprises. The event was supported by the Brazilian Service of Support to Micro and Small Enterprises (Sebrae), the National Confederation of Industry (CNI), and was held in conjunction with the International Machinery and Tools Fair (FEIMAFE). The next one, Photovoltaic, Biomass and Wind Energy Matchmaking Mission, will happen in Fortaleza (CE) from October 3 to 6. The mission is organized alongside the event “All About Energy”, an institutional partnership with Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Reina+ (Renewable Energy Internationalisation, an ESCP project for European Small and Medium Sized Enterprises) and Enterprise Europe Network (EEN Brazil). From our part, we do promote such important initiatives and companies from Mato Grosso do Sul will profite a lot in participating. The future is now and prosper.


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GASTRONOMIA

SOBRE LENDAS E VERDADES GASTRONÔMICAS por MARCIO CANEDO • fotos RICARDO D’ANGELO

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xiste uma crença de que histórias que são contadas muitas vezes acabam virando lendas. E que nesse processo, as verdades acabam se perdendo e tudo fica numa névoa do misticismo. No mundo da gastronomia temos muitos casos de lendas, restaurantes que viraram mitos, chefs que se tornaram semideuses, receitas tão especiais e secretas que se um reles mortal tiver acesso virará estátua de sal. E é por isto que restaurantes e chefs viram mecas e seres sobrenaturais por conta dos prazeres que podem provocar. Pois bem, leitor amigo, depois de um longo dia de reuniões e visita a uma feira gigante, num dia bem típico de São Paulo – de frio e garoa – fomos levados por um ônibus a uma viagem. Por dois motivos claros: num trânsito fantástico de fim de tarde, na chuva, indo para um bairro distante; e por estarmos sendo convidados a uma experiência que nossas papilas gustativas iriam agradecer por muito tempo. Confesso que no meu caso, a expectativa era grande, pois já tinha lido e visto o chef em vários meios, e todos o colocando no pedestal da boa cozinha. Então, caros leitores, fomos ao Mocotó, um dos restaurantes mais aclamados do Brasil e da América Latina,

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cujo chef Rodrigo já foi laureado por vários dos mais importantes veículos que cobrem gastronomia, inclusive um merecido ganhador de uma estrela do Guia Michelin, o mais prestigiado do mundo. E só para constar, poucos no Brasil têm essa honraria em suas paredes. E ainda que a história de Rodrigo Oliveira seja contada e recontada até em literatura de cordel, não custa nada que façamos um pequeno relato para o senhor, caríssimo leitor. O jovem chef, sertanejo, um belo gajo de sorriso largo, nos conta que aos 13 anos não se intimidou com São Paulo e veio ficar ao lado do pai, o pernambucano Zé de Almeida. Não tinha ideia do que iria fazer, mas ficar longe do pai não era uma das coisas que passava por sua cabeça. Como já se esperava, a chegada em SP não foi um dadinho de tapioca. Levou uma bronca. O pai, proprietário de um pequeno empório fundado em 1973 na Vila Medeiros, na periferia da metrópole, não queria que o filho seguisse seus passos, por achar muito dura a vida de um restaurante, e como todo bom pai queria poupá-lo das chateações pelas quais passava. Mas ele seguiu o caminho tradicional de todo bom filho, o da desobediência, e bateu pé que iria ficar e trabalhar com


o pai. E assim, contra a vontade do Seu Zé, e para nossa sorte e deleite, Rodrigo ficou e enfrentou o pai ranzinza e foi em frente. Quando assumiu, teve que fazer de tudo: gestão, compras, banco, cozinha e serviços. Os primeiros anos foram intensos, mas contou com a ajuda da mãe e da irmã e, juntos, conseguiram a receita do sucesso: tradição e inovação. Falando sobre esse tempo, Rodrigo cita um provérbio nordestino: “Onde a terra é mais seca, as raízes são mais profundas”. Começou a faculdade de Engenharia Ambiental e novamente, para nossa alegria, trocou por Gastronomia. E daí veio o famoso estalo de Vieira, Rodrigo e sua família resolveram expandir os horizontes. Ele viajou, pesquisou, aprendeu e veio aplicar tudo no empório do Seu Zé. E não se cansa de ressaltar que toda expansão da marca Mocotó se fez com a equipe e a família, que cresceu junto com a empresa e com o claro e simples objetivo, aquele que faz da gastronomia a experiência mais prazerosa da vida: fazer o melhor a cada dia. E assim nasceu a lenda Mocotó. Hoje podemos falar do Mocotó Bar e Restaurante – cozinha nordestina sertaneja de pai para filho desde 1973; a Esquina Mocotó – cozinha paulista contemporânea (e como já dito por aqui, muitíssimo bem premiada); o Mocotó Café – cuscuz, tapioca, pães artesanais, cafés especiais e uma seleção dos clássicos da casa na hora do almoço; e o Mocotó Aqui – o simpático food truck do Mocotó. E com aquela boa essência de juntar boa comida e boa acolhida. Como o restaurante não nasceu com projetos arquitetônicos e lustres glamourosos, o que se preza é a mistura da galera de Jardins com a vizinhança da Vila Medeiros, e que todos sejam bem servidos do melhor menu da cidade de São Paulo. Nasceu para atender a todos com conforto. E posso garantir, deu muito certo, porque o clima é descontraído e simpático, lembrando um bistrô do Marais com a garantia de

Tradição

e inovação CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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serviço classe A da Avenida Montaigne. Aquilo que faz do local antenado e que vale muito a visita. E como somos pessoas curiosas e não perdemos uma oportunidade para saber o que o Rodrigo está planejando para o futuro, ele nos contou seus novos projetos, dentro desta linha de gente empreendedora que tem intuição e bom faro. O primeiro é um Restaurante Mocotó no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, que está em fase de conclusão, e outro na Califórnia, Estados Unidos. O convite para empreender no exterior juntou todos os elementos favoráveis: um lugar histórico incrível em Hollywood – o Hotel Roosevelt, onde foi realizada a primeira cerimônia do Oscar – associado ao grupo de restaurantes mais poderosos e bem-estruturados da Califórnia, a pessoas com recursos para investir, a um conceito criado para atender outro público, afinal “Hollywood é um pouco diferente da Vila Medeiros”, afirma Rodrigo sorrindo, e ao comando do chef e amigo Vitor Vasconcelos. Na parte da crítica gastronômica, se é que podemos ousar em fazê-la, é bom lembrar que o Rodrigo gosta de inovar nos seus pratos, relembrando os ingredientes tradicionais e pouco usados na cozinha contemporânea. Ele nos contou especialmente sobre a priprioca (raiz da Amazônia) que foi utilizada há milhares de anos por tribos indígenas e que agora ele usa nas suas receitas. Todos os pratos levam ingredientes do sertão com o toque da alta gastronomia que Rodrigo aprendeu em suas viagens e vivências. No caso do cardápio que tivemos naquela terça-feira fria, ele nos serviu o famoso dadinho de tapioca, que o fez famoso, uma homemade carne de sol com baião de dois sertanejo – na verdade um risoto cremoso e crocante fenomenal, para dizer o mínimo – e de sobremesa uma seleção de releituras de doces brasileiros tradicionais, que todos conhecemos, mas que às vezes esquecemos para cairmos nos onipresentes petites gateaux da vida. Resumo de uma refeição muito feliz: de comer de joelhos. E com vontade de voltar e comer todas as outras coisas. E ainda tivemos o privilégio de conhecer a Mocobreja Bamberg, a cerveja da casa, que é excelente. Caríssimos leitores, só podemos dar uma dica a todos que visitem São Paulo e queiram desfrutar das delícias descritas: vá correndo a Vila Medeiros, por favor! A certeza de horas cheias de prazer, de ter o privilégio de ver o Rodrigo cozinhando na sua frente, com o mais largo e simpático sorriso, vale qualquer trânsito e a voz do GPS enchendo o saco. Como diria o grande Apicius, com grandes dores vem grandes prazeres. E nesse caso nem existem grandes dores, mas os grandes prazeres, ah, caríssimos, ah, virão com certeza. 62

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PRÊMIOS Mocotó - 1 Estrela - Guia Michelin - Melhor Restaurante Brasileiro 2015 - Revista Veja - Melhor Cozinha Brasileira 2015 - Revista Prazeres da Mesa - Melhor Restaurante Brasileiro 2014 - Revista Veja - Melhor Restaurante Novo - Revista Época - Melhor Restaurante Novo - Guia Folha - Estrelado pelo Guia 4 Rodas - Melhor Menu Executivo do Ano - Paladar - Um dos 5 lugares que melhor tratam o café - Paladar Rodrigo Oliveira - Chef do Ano 2014 - Revista Veja - Personalidade Gastronômica do Ano - Paladar - Um dos 100 brasileiros mais influentes - Revista Época

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HOMEM

QOD BARBER SHOP CAMPO GRANDE VEM PARA RESGATAR O CLÁSSICO A Barbearia de Verdade com visual retrô, bem ao estilo old school.

Mônica Fonseca

por TARSILLA FERREIRA • fotos THIAGO COSTA

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QOD Barber Shop apresenta um atendimento personalizado como diferencial para homens com estilo e que buscam tradição ou que querem algo mais moderno, sempre valorizando a individualidade do seu cliente. A unidade de Campo Grande é a primeira barbearia da rede fora do Rio Grande do Sul. Com o estilo clássico, a intenção é resgatar o antigo – atendimento cordial, cavalheirismo, serviço com elegância. Contando com barbeiros qualificados, a QOD Barber Shop preza pelo aperfeiçoamento e conhecimento de todos que trabalham lá, oferecendo cursos e atualizando seu staff regularmente. Os barbeiros vêm de Porto Alegre para realizar o treinamento padrão da franquia. A empresa apresenta uma linha de produtos de fabricação própria e exclusiva para o universo masculino, desenvolvida para o cuidado de barba e cabelo, como bálsamos, ceras de fixação e shampoos. A filosofia dos barbeiros da QOD Barber Shop é saber olhar as linhas de corte do

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cabelo de cada cliente. Tudo isso, associado ao visagismo e à técnica old school, permitindo fazer um corte que vai combinar com o formato do rosto do cliente. O estilo old school vem exatamente para isso, combinar essas linhas e técnicas clássicas com o moderno. A proprietária da QOD Barber Shop Campo Grande, Mônica Fonseca, inovou, empreendendo em uma oportunidade direcionada ao mundo masculino e que está em constante crescimento no país. Depois de muito pesquisar e se aprofundar nesse ramo, a empresária conheceu a Barbearia de Verdade e resolveu trazer essa franquia para a capital, pois aqui não tinha esse conceito de barbearia clássica e com produtos próprios. Desde sua inauguração, em fevereiro, a unidade de Campo Grande foi muito bem planejada. Depois de cada atendimento é enviada uma pesquisa de satisfação ao cliente e isso é muito importante para que a qualidade do serviço seja mantida e o feedback positivo continue.

Além dos serviços de barba e cabelo, os clientes podem aproveitar o tempo que passam na QOD Barber Shop tomando uma cerveja artesanal e ouvindo uma boa seleção do melhor do rock e blues. Mônica também organiza eventos com música ao vivo para que os clientes tenham um lugar para reunir os amigos. A barbearia ainda oferece serviços especiais, como Dia do Noivo (Before the storm) e Dia do Formando (Grad Day). Uma novidade para nossos leitores é que a QOD Barber Shop terá um espaço na Cinco+ com dicas sobre o universo masculino e todo o estilo old school a cada nova edição.

Para conhecer melhor a história dos empresários Fernando Hilal e Heitor Morsch, e a visão que levou a criação da QOD Barber Shop e todo o conceito da empresa, vá para o caderno +Negócios, página 38


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DECORAÇÃO

UM AMBIENTE PARA SER FELIZ

Como um projeto de interiores pode interferir no seu humor e em sua qualidade de vida.

Foto: Studio Vollkopf

por FERNANDA NASCIMENTO PROCHMANN

É

possível estimular a felicidade através da humanização de ambientes? A resposta é sim. O ser humano é permeado de sentidos e um dos profissionais mais atentos a estimulá-los é aquele que trabalha com design de interiores. Criar soluções criativas para que um ambiente seja agradável e aconchegante é um desafio que envolve muitas variáveis, como técnicas e estratégias ambientais. Entre os itens que influenciam na definição dos projetos visando a satisfação e bem-estar do indivíduo, estão o estudo de cores e revestimentos, composição do espaço, ergonomia, layout, estética, iluminação, conforto térmico, acústica, odor e climatização.

Design de Interiores Studio It Decor daiana@itdecor.com.br

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De acordo com a diretora da Associação Brasileira de Designers de Interiores em Mato Grosso do Sul (ABD/ MS), Daiana Capuci, para configurar um espaço que seja sensorial e visualmente agradável, é necessário aplicar um processo de desenvolvimento que alia técnica, tecnologia, semiologia, compreensão humana e estética. “A psicologia do design de interiores é um ramo recente e baseia-se em resultados de pesquisas científicas. O fundamento dessa área é a investigação neurocientífica das emoções humanas, então um projeto de interiores bem feito e bem executado cria ambientes mais felizes, tornando-os espaços que priorizam as emoções e as vivências positivas das pessoas, influenciando no bem-estar físico e emocional”, assegura. Pedidos para personalizar o ambiente estão cada vez mais comuns e é importante que o designer de interiores analise com cuidado o perfil dos clientes e as técnicas que serão aplicadas no processo de criação. Segundo Daiana, a luz, por exemplo, é um elemento que influencia diretamente no emocional das pessoas. Nos projetos, a luz natural é trabalhada como fundamental para o bem-estar, trazendo saúde, revigoramento físico e, consequentemente, o relaxamento. CORES, SONS E TEXTURAS Outro detalhe que deve ser levado em conta é quanto a cor que será usada no cômodo. “Temos cores ideais a serem trabalhadas em cada ambiente de uma

casa, de um escritório ou de uma loja, porque elas influenciam em nossa atenção e modo de visualizar os objetos”, afirma Capuci. A designer de interiores explica que existem cores que remetem à fadiga e outras que estimulam as pessoas. No caso do vermelho, por exemplo, não é indicado usá-lo em quartos de crianças porque é uma cor que excita, provocando dificuldades para dormir. Cores frias com tonalidades de azul, verde e cinza, agem no ramo parassimpático do sistema neurovegetativo, são da área racional da cognição, atenuam as emoções, facilitam o raciocínio, promovem paz e serenidade. Já as cores quentes que compreendem as tonalidades do vermelho, amarelo e laranja, agem diretamente no sistema nervoso central. “As cores são ondas eletromagnéticas que conseguem estimular o homem com diferentes sensações. Além disso, a acústica é outro fator que influencia diretamente na concepção da ideia. “Em ambientes como um restaurante, teatro e cinema sem acústica, fica impossível ficar por muito tempo. Já um local com muito barulho atrapalha na produtividade das pessoas e interfere diretamente no humor, causando estresse e fadiga nos frequentadores. Um dos artifícios usados para trazer a sensação de aconchego e acolhimento é o uso de texturas rústicas, aquelas que imitam madeira, no mercado encontradas em pisos e revestimentos. Provocar sensações positivas no indivíduo é o principal propósito ao desenvolver um projeto direcionado. A dica da diretora da ABD, Daiana Capuci, é que em cada ambiente é preciso usar as técnicas, aliando às necessidades de cada usuário. “Além de tudo, deve-se levar em consideração seu modo de viver, se tem alergias ou alguma deficiência. Só assim saberemos os elementos certos a serem usados, já que cada projeto de interiores tem suas particularidades”, finaliza. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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COMPORTAMENTO

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UMA VELA PARA UMA MULHER Foto: Studio Vollkopf

por ARIADNE CANTÚ

Escritora ariadne.cantu@gmail.com

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ode acontecer coisa pior a uma família que perder um de seus membros de forma brutal, agressiva e inesperada? Parece impossível, mas pode. É o que acontece, quando essa mesma pessoa morre várias vezes. Mayara Amaral, musicista, de 27 anos, morreu pela primeira vez no interior de um motel, sob suspeita de ter sido estuprada por dois homens, um dos quais era seu namorado, teve seu crânio esmagado a marteladas pelos mesmos, para finalmente ter seu corpo queimado por ambos na companhia de um terceiro, em um terreno baldio. Morreu pela segunda vez, quando teve sua intimidade estraçalhada por versões inverossímeis trazidas pela imprensa, que sugeriam uma noitada de sexo consentido entre os três, seguida de um descontrole por parte dos usuários do martelo assassino, que desejariam roubá-la. Morreu pela terceira vez, quando foi despersonalizada pela mídia que se apropriou vorazmente de fotos de seu facebook para estampar manchetes de um fato dantesco, despessoalizando-a, e morreu novamente, quando sua irmã distribuiu uma carta nas redes sociais, onde invocava respeito à sua memória de mulher. A carta, tão sincera e impactante, fez muitas das mulheres que leram, morrerem um pouco. Mayara orquestrava muitos sonhos, um dos quais, paradoxalmente, era dar visibilidade à posição feminina na música erudita, tema que desenvolveu com afinco em sua tese de mestrado, e recentemente havia sido aceita para um doutorado. Seus sonhos morreram com ela. Sua memória foi coisificada, e de seu corpo sobraram apenas as mãos, que segundo o pai, após reconhecê-lo no IML, disse parecerem formar uma nota musical. Não bastava tudo que eviscerava pela imprensa afora, entrevistaram seu pai, que lívido, conseguia apenas exprimir sua perplexidade com o contraste brutal entre a personalidade doce da filha, e a odiosa conduta de seus algozes. O caso teve repercussão nacional e movimentos sociais se articulam para protestos contra a forma pela qual o caso foi tratado pela imprensa e por algumas autoridades. A morte pede silêncio. A morte pede respeito. Perdi meu irmão, um jornalista de 33 anos em um acidente de carro num domingo de sol, e minha família além da dor da perda, reviveu sua morte na pulverização dos fatos pela imprensa, que durante a semana inteira reprisou seu funeral na televisão. Lembro de ter chegado em uma loja na companhia de meu pai dias depois, e ter virado rapidamente um jornal que estava sobre o balcão, para que ele não visse a imagem de meu irmão dilacerada entre as ferragens, estampada na primeira página. Um jornalismo saudável investiga, colhe os fatos, traz e estimula o respeito, não desumaniza pela sede do furo de reportagem. Mayara nos mostra que perdemos o rumo. Uma sociedade que fala em sororidade, a palavra da moda para definir a irmandade entre mulheres, merece refletir sobre a forma como o crime vem sendo tratado, para que possamos fazer alguma coisa mais, do que apenas acender à esta mulher uma vela. Mayara e sua família merecem respeito. Que a justiça trabalhe para manter atrás das grades os criminosos.


CIDADANIA

O SENTIMENTO DE PERDA POR TRÁS DA SONEGAÇÃO FISCAL

Foto: Luciano Muta

por ANDRÉ SALINEIRO

Policial Federal, escritor e Vereador por Campo Grande. É bacharel em Direito e Fisioterapia; pós-graduado em Gestão Empresarial, em Direito Penal e em Direito Processual Penal, além de especialista em Segurança Pública e Análise Criminal. andresalineiro@hotmail.com

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or que alguém sonega o imposto? Essa questão é mais complexa do que parece, quando pensada desde o sentimento daquele que sonega até os impactos disso na arrecadação do país. Em seu livro “Colapso Econômico – A Política de Impostos no Brasil”, André Salineiro traz considerações que apontam para uma resposta, a partir da reflexão acerca da perda de fé no Estado e a relação tempo e dinheiro na vida do brasileiro. São cinco meses de trabalho durante o ano apenas para pagar impostos. Nos outros sete, o contribuinte segue com a sensação de sacrificar seu tempo em função de algo que nunca tem um retorno efetivo. Segundo o autor, a falta de fé no Estado começa, antes de tudo, por uma descrença na política do país. As pessoas já não acreditam mais que o Estado é capaz de atender as necessidades básicas do cidadão. Neste contexto, não se pode negar ao contribuinte, que dá quase a metade de

seu tempo anual à Receita Federal, o direito de desconfiar do destino dado a seu dinheiro e de por em xeque até as colunas mais firmes do sistema. Para começar a entender por que alguém deixa de contribuir, é preciso pontuar o que representa o dinheiro, conforme o autor. “Dinheiro representa, acima de tudo, trabalho e tempo. Dois fatores essenciais à vida dos seres humanos, como a conhecemos. Ao saber que mais de 100 dias do ano são devidos aos impostos, a noção temporal surge de forma ainda mais clara”. No capítulo 4, Salineiro detalha ainda as consequências da anistia fiscal, além das perdas oriundas de um sistema regressivo de impostos e suas injustiças sociais. “Precisamos mudar, e mais do que isso, precisamos afinar nossas políticas de impostos ao que está sendo feito ao redor do mundo. Está na hora de o Brasil partir das margens para o centro do debate internacional acerca das novas políticas tributárias”, assevera. CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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GASTRONOMIA

MISTURA 2017, FEIRA GASTRONÔMICA NO PERU CELEBRA 10 ANOS DE EXISTÊNCIA O Festival apresenta toda riqueza da cultura peruana.

por TARSILLA FERREIRA • foto ASSESSORIA

Cocina de Frontera Chef, consultor e professor, Edu é um entusiasta dos sabores e colunista da Cinco+. edurejala@hotmail.com

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m sua décima edição, a Feira Gastronômica Mistura 2017, maior da América Latina, acontece de 26 de outubro a 5 de novembro, no Peru. O Festival deve receber cerca de 400 mil visitantes durante os dez dias de evento, que oferece atrações musicais, artesanato e diversas opções gastronômicas para todos os gostos. A primeira Feira aconteceu em 2008 contando com mais de 30 mil visitantes, e esse número vem crescendo desde então. A Apega (Associação Peruana de Gastronomia) é a responsável pela organização do evento que reúne os principais produtores do país, promovendo o

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desenvolvimento, bem-estar e identidade cultural local. Com uma grande estrutura, o Festival conta com parcerias estratégicas entre produtores regionais e sindicatos. Além da fusão entre as culturas indígenas e a culinária espanhola, a cozinha peruana apresenta fortes traços de influência africana, árabe, chinesa, italiana e japonesa. Toda essa diversidade está presente no evento que apresenta também concursos para eleição dos melhores profissionais da área. Além disso, estarão presentes chefs renomados como Virgilio Martínez, Mitsuharu Tsumura, Alex Atala, Alain Ducasse, Rene Redzepi, entre outros.


VIAGEM GASTRONÔMICA Edu Rejala irá esse ano à Feira Gastronômica Mistura 2017 acompanhado de um grupo de dez pessoas de todo Brasil. O objetivo da viagem é mostrar a eles a cultura, os sabores, a riqueza e as cores da culinária peruana. Esta será a terceira participação do chef sul-mato-grossense no Festival. Embaixador da Gastronomia Peruana no Brasil (Prêmio Miradas 2016), Edu Rejala é apaixonado pela culinária peruana. “É uma cultura muito envolvente, é um País que tem muita cor e sabor. Chegando lá eu vi que eles trabalham muito e com muito amor. O Peru foi reconhecido pela quinta vez o melhor destino gastronômico do mundo e o ceviche é um patrimônio cultural do país”. “Na Feira você percebe que o país todo trabalha junto. É possível reconhecer toda a diversidade

cultural peruana, desde a cultura nazca, inca, indígena, até a cultura urbana e moderna”, comenta. O roteiro de seis dias dessa viagem para a Mistura foi programado com toda a atenção e empenho por Edu e inclui dois dias de passaporte livre pelo Festival e um jantar no restaurante peruano Maido (oitavo melhor restaurante do mundo, de acordo com The world’s 50 best restaurants 2017). O chef quer apresentar toda estrutura e investimento de um evento como esse. Além das atrações gastronômicas, a programação da viagem inclui passeios pelos principais pontos turísticos de Lima, como Parque do Amorem Miraflores, centro cerimonial da cultura Huaca Pucllana, Palácio de Governo, Palácio Municipal, diferentes Centros Artesanais e muito mais.

O chef Paulo Machado também levará um grupo para Mistura 2017. Seu programa conta com cinco dias de atividades voltadas para conhecer melhor as técnicas de cozinha peruana, com duas visitas à Feira, reservas em restaurantes de Lima e aula prática de ceviches e tiraditos. “A gastronomia peruana figura entre as mais importantes do mundo. Mistura é, sem dúvida, uma das maiores vitrines de toda essa grandiosa cozinha”, acrescenta. O Festival promete ser uma experiência sem igual para os apaixonados pela gastronomia e cultura peruana, reunindo pequenos agricultores, pescadores, cozinheiros populares, produtores de chocolate, vinho, pisco, queijo, café, entre outros. A Feira Mistura tem um reconhecimento de crítica e mídia nacional e internacional crescente a cada edição.

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GASTRONOMIA

SABIA QUE O É POSSÍVEL HARMONIZAR ATÉ A SALADA COM VINHOS? CONHEÇA AS DICAS DO CHEF JUNIOR DURSKI

por EVELISE COUTO

Chef da rede de restaurantes Madero compartilha suas preferências.

chef da rede de restaurantes Madero, Junior Durski, é um grande apreciador de vinhos e possui em Curitiba uma das principais adegas do Brasil, com mais de 2.500 rótulos, mais de 100 safras de 25 países, sendo a mais antiga de 1.780. A admiração do chef pela bebida reflete na carta de vinhos dos restaurantes do Madero, onde oferece uma seleção de diversos países, uvas, safras e preços, que vão desde uma taça do vinho Madeira Justino’s (Portugal) por R$10, até icônico Don Melchor, um dos vinhos mais famosos produzidos no Chile, por R$789 a garrafa. “Como um apaixonado por vinhos, tenho um cuidado especial com a seleção dos rótulos do Madero. Aqui os clientes sabem que vão encontrar bons vinhos com preço justo. Quero proporcionar uma experiência completa aos clientes”, explica o chef. A harmonização de vinhos e pratos é outra preocupação do chef, que procura dar dicas sobre combinações e sabores que se complementam. “Um vinho e um prato harmonizados fazem toda a diferença em uma refeição, por isso compartilho minhas preferências”, conta Durski.

CONFIRA AS DICAS DO CHEF JUNIOR DURSKI PARA HARMONIZAR VINHOS E PRATOS:

>> 1.Quem adora linguicinha grelhada a dica é pedir uma Cava Don Román Brut (Espanha) ou um belo Champagne, gosto muito do Deutz Classic Brut (França). Ambos combinam super bem; >> 2. Para quem, assim como eu, adora um cheeseburger, recomendo o vinho Roca Bonarda Sangiovese (Argentina), que tem um vermelho intenso e acidez moderada; >> 3. A carne de cordeiro ou o bife de chorizo harmonizam bem com o vinho Marqués de Tomares Reserva (Espanha); >> 4. Um filé argentino fica ainda melhor ao lado de um vinho Luccarelli Primitivo IGP (Itália); >> 5. Para quem gosta de filé mignon, pode investir no Don Román (Espanha), um vinho cor de rubi e aroma de baunilha, fica perfeito com a carne; >> 6. Outra dica para quem adora mignon é o vinho Marquês de Borba (Portugal), que tem um vermelho intenso e aromas de amora e cassis, delicioso; >> 7. O aroma de fruta madura do vinho Nieto Senetiner Reserva Chardonnay (Argentina) é ideal para acompanhar um frango com ervas finas, peixes ou camarões; >> 8. Para os vegetarianos, o vinho que combina com saladas e fica perfeito com o nosso palmito pupunha assado, é o Cefiro Reserva Sauvignon Blanc (Chile). Um vinho com aromas herbáceos, como arruda, e de fruta fresca como o maracujá, tem acidez marcante e um final de boca muito fresco; >> 9. E por fim, uma dica de vinho para acompanhar uma sobremesa de chocolate. Sugiro o Madeira Justino´s, fica muito gostoso com o brownie de chocolate do Madero, por exemplo. 74

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Missão Excelência no atendimento ao cliente

Visão Permanecer no mercado com solidez, confiabilidade e ser referência na prestação de serviços contábeis.

Valores Ética, transparência, pontualidade, qualificação técnica, competência.

Sua empresa precisa se sentir segura, quando o assunto for Assessoria e Consultoria Contábil. Para isso você pode contar com a WS Organização Contábil. Uma empresa com credibilidade no mercado, profissionais atuando há 20 anos, trabalhando com seriedade, honestidade e determinação. Venha conhecer nossa excelência em atendimento. Uma equipe de profissionais estará sempre pronta a atender e satisfazer toda a necessidade de sua empresa. Rua Antônio Maria Coelho, 363 - Centro Campo Grande-MS - Cep: 79009-380

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CULTURA

O CAMINHO DO MEIO

por RENATA DO VALLE

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Empresária e psicóloga renata_dovalle@hotmail.com

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livro O doador de memórias, da escritora Lois Lowry, retrata um sonho de consumo: vivermos num mundo sem conflitos, sem guerras, sem dores. Em contrapartida, também somos privados de todos os outros sentimentos e emoções genuínos. O contexto desse mundo ideal leva ao empate entre as polaridades bem e mal, alegria e tristeza, colorido e preto e branco. Resultado: uma vida estável, pacata e previsível. Não por acaso, esse livro vendeu mais de 11 milhões de exemplares e ganhou uma versão nas telas do cinema. A ideia é atraente, sem dúvida, e parece tocar no calcanhar de Aquiles da sociedade que vive sob a ditadura da felicidade. Nosso desejo em vivermos somente o lado bom da vida, somente o bônus e não o ônus... É claro que é uma delícia viver o bom, esse não é o problema. A questão é quando negamos o outro lado: as dores e dificuldades inerentes à vida. Adoro a expressão “nem tanto ao mar, nem tanto a terra”... A filosofia oriental enfatiza que busquemos o caminho do meio, do equilíbrio. Será possível encontrar essa medida? Existem alguns recursos que podem

nos auxiliar a encontrarmos um jeito de viver a vida de maneira mais integral, considerando os dois lados da mesma moeda. Brené Brown, pesquisadora americana, escreveu o livro ‘A arte da imperfeição’ e sugere que “somente quando tivermos coragem suficiente para explorar a escuridão, descobriremos o poder infinito da nossa luz”. A crônica do psicanalista Jorge Forbes sob o título ‘Viver não tem remédio‘ nos sugere que não há como transformar a vida em algo irresponsável, insosso, inodoro, incolor, onde tudo teria hora e lugar predeterminados.“Se a doença tem remédio, a vida não tem; ela é um renovado contrato de risco. Surpresas, encontros, ocorrem todos os dias. Porém, o sentido que damos a eles é de nossa responsabilidade”. Fico com a poesia do roqueiro Lulu Santos que pode não ser uma medida, mas pode ser uma boa lente para enxergarmos o nosso mundo real composto por alegrias, medos, desejos, desigualdades... “Não existiria som se não houvesse o silêncio; não haveria luz se não fosse a escuridão; a vida é mesmo assim: dia e noite, não e sim”.


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ASTROLOGIA

O QUE VEM POR AÍ O desfecho do ciclo Marte/Saturno.

por NICOLE ZEGHBI

Nicole é de Curitiba. Para acessar outros textos seus visite no Facebook a página Tecidura das Moiras. Agende a leitura de seu mapa astral pelo e-mail zeghbi@gmail.com

1 Na retrogradação o planeta “anda” para trás. Na realidade um planeta jamais move-se para trás, sendo essa uma condição aparente resultante da combinação dos movimentos da Terra e do planeta em torno do Sol.

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ão é à toa que inúmeras pessoas vêm vivendo desde o ano passado momentos difíceis, relatando situações de rompimentos e dificuldades. Em agosto de 2016, a conjunção de Marte e Saturno em Sagitário marcou o início de um ciclo importante no Céu. De forma geral, o encontro desses planetas se caracteriza por rupturas, mudanças e enfrentamentos, uma transformação da vida no que se pode comparar a um útero estéril. Essa história, está sendo contada desde março de 2016, quando os maléficos ensaiaram sua conjunção pela primeira vez. O vai e vem de Saturno em retrogradação1 que antecedeu e atrasou a conjunção com Marte, tinha ligação com aspectos à Vênus; retrogradava quando a bela se exaltava – Peixes – e olhava para frente quando ela estava em queda – em Virgem. Sagitário, signo no qual Marte e Saturno se encontraram, sugere que as rupturas tenham sido escritas pelos confrontos sobre a liberdade e as limitações dogmáticas da verdade. O envolvimento de Vênus coloca seus assuntos como testemunho ao rompimento em questão. Vênus é significador natural das relações amorosas, dos prazeres de todos os gêneros, da arte e do útero, são esses seus assuntos naturais. Mas claro que a esfera em que os efeitos desse aspecto se fizeram notar dependem do local em que incidem no mapa natal de cada um. A conjunção dos maléficos tinha Vênus em Virgem, signo de sua queda e de exílio de Júpiter, que também tem importância nisso tudo como será explicado mais à frente. A perfeição, as exigências, críticas e secura virginianas impossibilitam os assuntos de Vênus, assim como a expansão que poderiam ter através de Júpiter. Resumindo, o impulso de ruptura tem como causa as exigências e críticas que se embasam em uma realidade imaginária, naquilo que se gostaria que as coisas fossem e que soam mais como um dever ser, como verdades e dogmas que não aceitam a vida como ela é. A verdade pré-concebida, os pré-conceitos sobre as relações são os limites impondo limites. A conjunção Marte e Saturno marcou o início da revisão de conceitos, certezas, verdades e limitações que mantinham a vida como prisioneira em nome da liberdade, fazendo do tempo um escravo. As regras do reino passaram a ser questionadas, mesmo que inconscientemente, e a queda do que se chamava Rei passou a ser uma questão de tempo. Em 6 de fevereiro desse ano deram-se a sentir os efeitos da participação de Júpiter no ciclo Marte/Saturno. Secretamente (antíscia) Marte repetiu nesse momento a posição em que Júpiter e Vênus estavam no momento da conjunção com Saturno; da velha ferida nasceram a coragem e o ímpeto para os primeiros passos em direção ao recomeço. E o recomeço exigia que se desse uns passos para trás. Nesse


dia Júpiter em Libra, a 2 graus do aspecto com Saturno, iniciou sua retrogradação, adiando as promessas reservadas pelo encontro com o grande maléfico. A retrogradação de Júpiter em Libra propôs a revisão de afetos e das relações como equilíbrio dos limites: o direito do outro – ou o outro – começa onde acaba o meu – ou eu. É como se dissesse: Viver a liberdade não é bagunça não!! Exige respeito aos limites: saber do todo e da parte que cabe a cada um e da qual não se abre mão. Liberdade é viver “o sentimento que não quer das coisas mais do que elas mesmas podem oferecer. Ou seja, a retrogradação de Júpiter foi o gatilho e explica porque sem nenhum motivo aparente, sem nenhuma explicação lógica, o que parecia morto e enterrado em agosto de 2016 voltou à baila no início deste ano, como única forma de recomeçar. Em 29 de maio Saturno em Sagitário (retrógrado) fez oposição a Marte em Gêmeos. O encontro foi a consumação da ruptura que de alguma forma já tinha sido vivenciada em agosto do ano passado. A ampulheta vazia de Saturno – Senhor do tempo – determinou a Marte o fim da espera, obrigando o retomar da caminhada. Durante essa oposição Saturno estava conjunto à estrela fixa Aculeus, o que trouxe a sensação de acordar ou abrir os olhos sob um forte nevoeiro. E como seguir sem saber para onde? Como conviver com a incerteza do abismo? Como abandonar os dogmas para viver a liberdade da aceitação dos limites do outro e também dos seus? Por outro lado, Marte estava conjunto à estrela fixa Polaris, que é conhecida como guia das caminhadas pelo deserto; na prática é a intuição, a certeza sem explicação do caminho a seguir. “Tudo é questão de obedecer o instinto, que o coração ensina a ter, correr o risco.” (Cazuza) Apesar do confronto e da inevitável ruptura, adiada e evitada desde o ano passado, a sensação de ter a vida suspensa no tempo permaneceu. Qualquer que tenha sido o caminho percorrido, a falta de equilíbrio das coisas foi sentida e o que sobressaia era a impressão de perda e exílio, como se a correnteza do rio tivesse carregado a vida para um lugar bem distante do que foi imaginado no início da viagem.

Foi apenas com a volta de Júpiter ao seu movimento direto, em 9 de junho, que se pode sentir mais fluidez na vida, como se de tudo aquilo que teimava em não ir nem para frente nem para trás, ignorando todos os esforços, começasse finalmente a se movimentar. Saturno, ainda retrógrado, continua trazendo desassossego e angústia sobre o que parecia ter ficado para trás, mas não é mais a coisa em si que angustia. Os fatos estão consumados. O que embola o caminho, o seguir adiante, é aquilo que se mantém apegado às velhas formas: o limite a liberdade pelo excesso de regras que visam sua garantia, a recusa do amor – e entenda aqui por amor todo o sentimento que faz pulsar a vida – por medo da dor de sua perda, o veredito que antecede a ponderação das partes na balança. Foi assim, por isso, que as oportunidades que surgiram se desvaneceram no ar como num passe de mágica. Assim que Saturno voltar a andar para frente encontrará Júpiter. Nesse aspecto, que acontecerá no fim de agosto, Júpiter recebe Saturno em Sagitário, e é recebido em Libra: uma promessa de um desfecho favorável. Cada um à sua maneira mesclará a expansão das relações – cunhadas no equilíbrio, na ponderação e na harmonia, ao respeito e responsabilidade para com os limites das possibilidades do outro. Novas oportunidades vão surgir e poderão ser vividas plenamente, sem que a vida as negue na metade do caminho como antes. Não há como medir ou saber o quanto de cada um foi afetado por tudo o que o Céu moveu no último ano. O fato é que, apesar de alguns se entregarem mais que outros, ninguém saiu disso tudo como entrou. Em algum ponto a vida mudou, um nó desatou, uma certeza morreu.

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VINHO

ENOTURISMO E ENOGASTRONOMIA EM VALTELLINA Foto: Studio Vollkopf

por PATRÍCIA LEMOS

Sommelier e Juíza Internacional Certificada pela UCS - Universidade de Caxias do Sul e FISAR - Federazione Italiana Sommelier Albergatori Ristoratori patriciagastrosomm@gmail.com

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a edição passada abordamos o belíssimo tema da viticultura heroica na região de Valtellina, situada aos pés dos Alpes que fazem divisa com a Suíça. Como foram marcantes as experiências vividas no local, senti a necessidade de compartilhar um pouco mais deste conhecimento adquirido através do mundo do vinho, agregando a cultura, o enoturismo e a enogastronomia. Vale Alpino, no extremo norte da Lombardia, produz vinhos por mais de dois mil anos feitos a partir da variedade de uva Nebbiolo, conhecida na região como Chiavennasca. Produzem gloriosos tintos, como exemplo, Valtellina Superiore DOCG, Sforzato de Valtellina DOCG e Vermelho Valtellina DOC. O Enoturismo em Valtellina é perfeito para toda época do ano, constituído por paisagens deslumbrantes, acompanhado por uma bela taça de vinho da região, propiciam experiências únicas! A cada atividade consiste com o belo cenário que vai fazer você se sentir livre, cercado de uma natureza esplêndida. No inverno, muitos resorts atraem turistas para os destinos como Livigno, situado entre os parques naturais como os Stelvio e Engadine, com espaço para atividades desportivas, especialidades da gastronomia regional e oportunidade para relaxar durante as compras. Livigno pode ser definida como uma grande saída entre a conveniência de compras livres de impostos, integralizado com a natureza.

As montanhas de Valtellina no verão oferecem muitas atividades ao ar livre para os caminhantes, alpinistas, ciclistas e escaladores. Infinitas possibilidades nas montanhas em centenas de quilômetros de trilhas, de fáceis a subidas desafiadoras. Incluir a rota do vinho como um dos caminhos importantes, mergulhando na beleza inusitada dos vales interiores é, sem dúvida, uma ótima ideia. Para atingir altitudes mais elevadas, basta pegar o trem vermelho Bernina Express e curtir o passeio nas montanhas admirando o cenário frente às janelas panorâmicas. Construído no início do século XX como estrada de ferro clássica de montanha para os trens a vapor, integrando túneis e pontes na paisagem como o espetacular viaduto de Landwasser e um túnel helicoidal. Esta linha ferroviária contém 122 km de extensão, partindo em Tirano para St. Moritz, alcançando 2253 metros de altitude com vista espetacular, incluído entre os sítios da UNESCO em 2008. A gastronomia de Valtellina é abundante em sabores tradicionais, fortes e ao mesmo tempo delicados, retratando pratos e alimentos para satisfazer os requintados paladares. Os pratos caracterizam uma cozinha simples e genuína, entre seus principais ingredientes estão a manteiga, o queijo, batatas, trigo mourisco, dignos de uma boa fonte de energia para o árduo trabalho mecânico exigido pelas vinhas da viticultura heroica.


ALGUNS DOS PRATOS TRADICIONAIS DE VALTELLINA:

Pizzoccheri Composto por uma massa aveludada cuja base é preparada com batatas e trigo, acrescido de queijo Casera, acelga, manteiga e alho. Sua harmonização é recomendada com DOC Valtellina.

Sciatt Bolinhos à base de trigo com interior do derretido queijo Casera, geralmente acompanhada por chicória, recomendado com DOC Valtellina.

Bisciola Valtellinense Uma alternativa ao tradicional panetone, obtida por enriquecimento com frutos secos (passas, nozes e figos), uma massa de base de farinha de trigo e trigo mourisco, sendo recomendada harmonização com DOC Sforzato di Valtellina.

O conhecimento histórico de Valtellina unido à tradição cultural de seu povo, fazem com que haja a compreensão da relação harmoniosa entre o homem, natureza e cultura, denotando um complexo extraordinário da beleza de uma vida tradicional que tem sobrevivido por séculos. Isto é uma pequena parte do que o mundo do vinho pode nos proporcionar, não basta somente entender como o vinho se comporta em taça, precisamos interagir como o local de origem e suas influências para que possamos compreender sua síntese e avaliar a sua verdadeira expressão! CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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MARKETING

ABRI MEU NEGÓCIO PRÓPRIO. E AGORA, COMO PENSAR NO MARKETING? Foto: Fernando Reis

por LIU FERRARI

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Pós-graduado em Varejo, graduado em Propaganda e Marketing. Seu histórico profissional inclui atuações como empresário, gestor de marketing e comunicação nos setores de varejo e serviços, além de passagens por diferentes áreas em multinacionais. Atualmente é consultor em marketing e comunicação e diretor de negócios na Octopus, agência de comunicação do Grande ABC, em São Paulo. Visite perfil no LinkedIn ou entre em contato pelo e-mail liu.ferrari@octopus.com.br

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a última edição falamos um pouco sobre posicionamento e abrimos espaço para que você, leitor, trouxesse ideias a respeito de marketing que gostaria de ver por aqui. Que bom que a gente fez isso, porque surgiu um dos questionamentos mais importantes para quem inicia ou vem desbravando os caminhos do empreendedorismo: como pensar no marketing quando se abre um negócio? A primeira coisa que você deve saber é que quando uma pessoa assume o papel de empreendedor, com convicção e disposição máxima para enfrentar tudo o que vier pela frente até vencer e realizar seus sonhos, está completamente tomada pelo “espírito do marketing”. E essa característica é um dos grandes fatores que separa aqueles que ultrapassam a barreira dos primeiros anos de mercado, daqueles que entram para a lista dos empreendimentos fechados em muito pouco tempo. A moral dessa história é que empreendedor não significa ser alguém que simplesmente abre um negócio. Isso, escolhendo um ramo e tendo certo capital, qualquer um faz. Significa ser alguém que faz todo um esforço lógico e consciente até o negócio dar certo. Isso sim, não é para qualquer um, concorda? Mas você é um empreendedor que tem esse espírito, está dando os passos certos e, por isso, vai sobreviver ao crivo inicial, chegar a estágios mais avançados no mundo dos negócios e ver sua empresa deslanchar, certo? Bom, mesmo que não tenha pensado nisso ainda, vamos dar dicas bacanas aqui para que você possa avaliar se estruturou bem seus passos desde o início ou, caso contrário, essa será uma chance de ajustar o caminho. A boa notícia é que esse “espírito do marketing” que move todo empreendedor de sucesso, pode ser adquirido por quem quiser, bastando apontar sua visão e seus esforços para a direção certa. Como? É o que vamos ver agora.


NÚMERO 1. O QUE VOCÊ FEZ ANTES DE ABRIR SEU PRÓPRIO NEGÓCIO? Planejar é o primeiro grande passo para o sucesso. Portanto, se sua reposta foi planejamento, então você começou bem. Mas como deve ser estruturado o planejamento de marketing para quem está abrindo um negócio? Nesta etapa, você precisa verificar qual é o espaço que seu produto ou serviço terá no mercado, para poder encontrar a melhor maneira de lançar sua marca, torná-la conhecida e posicioná-la na mente do seu público. Para te ajudar a engrenar nessa tarefa árdua, mas poderosa, listei quatro tópicos prioritários, que ao você organizar e analisar, irá compor um panorama geral da relação do seu negócio com o seu mercado: a) Concorrentes que você entenda impactar no seu mercado. Liste todos que considera importante, avalie suas forças e fraquezas, tente perceber como se posicionam e em que diferenciais se apoiam. b) Coisas que possam substituir aquilo que você vende. Não se esqueça de que os consumidores não decidem o que comprar comparando apenas produtos ou serviços iguais ao que você oferece. Eles também analisam outras coisas que possam substituir o que você vende, podendo encontrar alguma aquisição que acham melhor ou mais importante para o momento. Analisar isso depende muito da clareza que você tenha sobre o posicionamento de sua marca, pois é necessário entender que tipo de sensação você entrega ao seu cliente e em que outras coisas ele encontraria sensação

semelhante. Eu sei que isso não é tarefa fácil, mas comece a estruturar suas ideias a esse respeito e evolua com o tempo, pois ampliará muito sua visão de negócio. c) Tipos de clientes potenciais para o seu negócio (persona). Tente listar todo tipo de pessoa que possa se interessar pelo que você vende. Depois, aprofunde-se no perfil de cada uma delas, procurando descrever como são suas vidas, imaginando suas rotinas, o que as deixa felizes, que tipos de problemas possuem, etc. Cada descrição dessas representará uma de suas personas. Ao final, dê um nome a cada uma e imagine-as como uma pessoa, com características físicas e tudo mais. Esse detalhamento aprofundado ajudará muito a encontrar o melhor jeito de projetar os benefícios que você tem a oferecer-lhes. d) Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (a famosa Análise SWOT – iniciais em inglês dessas palavras). Pelos três levantamentos anteriores, você já terá uma boa visão sobre negócios, público e concorrência. Agora é hora de fazer uma análise mais panorâmica da sua empresa no mercado, cruzando informações para responder a questões do tipo: O que seus concorrentes têm de bom que possa trazer problemas ao seu negócio, caso você não se preocupe? E o que eles têm de ruim que você possa usar a seu favor? O que o mercado apresenta que lhe serve de oportunidade? E o que você percebe que deve se precaver? Quais são os pontos positivos que você deve explorar a respeito do seu negócio em sua comunicação e suas atitudes? Que pontos negativos você precisa trabalhar para melhorar? Ao cruzar essas informações você terá uma base rica para chegar às estratégias certas em cada momento do seu negócio. NÚMERO 2. O QUE FAZER COM TODAS ESSAS INFORMAÇÕES, ANÁLISES E CONHECIMENTO? Documentar tudo isso de uma forma organizada, didática e prática. Perceba que após essa fase de levantamento e organização de informações, você conhecerá muito bem quem compete com a sua empresa no mercado, que tipos de produtos ou serviços diferentes do seu podem atrapalhar seus negócios e quais tipos de consumidores de fato lhe interessam. Além disso, saberá com clareza se o produto ou serviço que você oferece é realmente a melhor opção existente ou possui pontos a melhorar. E, ainda, estará preparado para lidar com desafios ou facilidades que estejam presentes no seu mercado. O que poderia ser melhor do que ter todo esse domínio acerca de sua situação mercadológica, garantindo que o seu negócio esteja preparado para vencer os desafios que vierem pela frente e crescer cada vez mais? Sendo assim, esse documento tem que se tornar CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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obrigatoriamente um tipo de mapa, bússola, guia (dê o nome que quiser), para todos os passos do seu negócio, começando por uma revisão no próprio propósito da sua empresa (a razão dela existir, o motivo do seu empreendedorismo), seguido pela definição de objetivos e metas para posicioná-la no mercado e na mente do seu consumidor – se tiver interesse, leia nossa coluna da edição passada, cujo tema é posicionamento. Seguindo esses tópicos listados, você já terá uma boa estrutura lógica para iniciar sua gestão de marketing rumo ao sucesso do seu negócio. Mas é claro que isso é só o começo! Com essa base de informações analisadas, cruzadas e atualizadas periodicamente, você poderá desenvolver

diversas estratégias e táticas voltadas ao universo todo do seu negócio. Ações que vão desde a estruturação dos seus canais de comunicação e relacionamento (online e off-line) até elaboração do plano completo de comunicação, que abrange: desenvolvimento de branding (marca), comunicação interna e endomarketing (colaboradores), promoções da sua empresa e de seus produtos ou serviços (propaganda), inbound marketing e relacionamento (nutrição de leads e retenção de clientes). O budget destinado para as ações de marketing nas empresas varia em média de 3% a 5% do faturamento, chegando a 10% em empresas que dependem de grande esforço de marketing para vender.

VAMOS ENCERRAR ESTE ARTIGO COM UMA REFLEXÃO MUITO PODEROSA PARA O PROCESSO DE SOLIDIFICAÇÃO DE TODO NEGÓCIO, ESTEJA ELE INICIANDO OU JÁ DE PORTAS ABERTAS: O ambiente que suporta e dá vida aos negócios chama-se mercado. Marketing é a gestão que cuida da relação dos negócios com seus mercados. Empreender sob o “espírito do marketing” significa colocar essa gestão à frente da empresa. Porém, muitas mal sabem o real significado de marketing, sequer estabelecem um departamento em seu organograma para cuidar desse assunto vital, quem dirá definirem um budget mínimo necessário para construírem esse caminho. Abriu um negócio? E agora? Agora faça do marketing seu poderoso aliado para vencer ou morra tentando. Até a próxima!

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EVENTOS

AFINAL, O QUE SÃO REGRAS DE ETIQUETAS?

A

s regras de etiqueta podem ser entendidas como um conjunto de princípios ou normas que denotam boa educação e bom comportamento. Estas regras definem boas maneiras e bons costumes, tornando a vida cotidiana mais harmoniosa e servindo como um indicador de civilidade. O aprendizado, entendimento e aplicação dos princípios definidos pela etiqueta colabora fortemente no desenvolvimento e crescimento pessoal do indivíduo. A sociedade tem algumas regras de convivência, mas nem todas as ações que tomamos são amparadas por elas. Muitas delas dependem mais de nossa educação e moralidade do que de um conjunto de normas. Muitas vezes devemos recorrer ao nosso bom senso para tirarmos bons julgamentos da situação e agir conforme as boas maneiras.

Foto: Studio Vollkopf

por PATRÍCIA FARACCO

Consultora de Eventos patriciafaracco@uol.com.br

REGRAS QUE SEMPRE DEVEM SER LEMBRADAS, POIS PARECE QUE ALGUMAS PESSOAS ESTÃO ESQUECENDO! 1 Ao chegar ou sair de um local: cumprimente as pessoas presentes. Isto demonstra que você valoriza a presença dela. O mesmo vale ao sair de um local, se despeça de todos. 2 Ao receber um favor: o mínimo que você pode fazer é agradecer. Reconheça que a pessoa gastou do próprio tempo para lhe ajudar e diga ao menos “obrigado”. 3 Ofendeu alguém: mesmo que seja sem querer, peça desculpas imediatamente. Não espere para dizer mais tarde, isso só irá fazer com que a pessoa pinte uma imagem negativa de você. 4 Não entendeu: imediatamente peça para a pessoa repetir ou lhe explicar novamente. Uma má compreensão pode fazer com que você execute seu trabalho ou tarefa de forma errada e isto será um incômodo muito maior do que simplesmente dizer que não entendeu. 5 Sujou ou bagunçou: seja no trabalho ou em casa, arrume ou limpe! Todos devem ser responsáveis pela

própria sujeira. Cultive o hábito da organização, você será visto como uma pessoa mais responsável e sensata e ainda, de brinde, ganha um ambiente sempre limpo e arrumado. 6 Caso não goste: principalmente no trabalho, fale! Mas não seja mal educado, explique seu ponto de vista e deixe claro o motivo de não gostar da ideia ou opinião. 7 Pediu emprestado: lembre-se de devolver! Não espere até que o dono lhe peça de volta, é sua a obrigação de lembrar. 8 Ao falarem com você: responda! Mesmo que para dizer que você não pode falar agora e que vai retornar em breve. É muito mal educado deixar a pessoa esperando indeterminadamente. 9 Prometeu: cumpra! Você não é obrigado a fazer promessas, mas se fizer, faça de tudo para cumpri-las. Ao prometer você dá a certeza de um resultado, se você não cumprir, pode decepcionar muito a pessoa e se tornar menos confiável. Se você não tem certeza que pode cumprir, não prometa.

Ao seguir regras como estas é possível criar ambientes e relações mais saudáveis e sem conflitos. Elas podem ser aplicadas no seu trabalho, na sua escola, em sua casa ou em qualquer outro tipo de ambiente e nunca estão fora de moda! CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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VIAJE BEM

NÃO É CARO VIAJAR PARA A ÍNDIA… E AINDA É POSSÍVEL CONHECER ROMA! por AMANDA SAUEIA HENRIQUE CATHCART RODRIGO COELHO • fotos DIVULGAÇÃO

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uando começamos a planejar nossa viagem para a Índia, Roma definitivamente não estava nos nossos planos. Tudo começou no final do ano passado, antes mesmo da viagem para a África que contamos na edição de junho da Cinco+. Estávamos apenas pesquisando os valores das passagens aéreas para a Ásia, quando nos deparamos com tarifas para a Índia pela metade do preço, e o melhor: a companhia aérea ainda permitia incluir um stopover (conexão longa) de até dois dias nos Emirados Árabes gratuitamente! Não pensamos duas vezes e, na mesma hora, decidimos comprar as passagens de Campo Grande para Nova Délhi com stopover de graça em Abu Dhabi, por apenas R$ 2.580,00. Ficamos muito empolgados, afinal, eram dois destinos pelo preço de um! Porém, três meses antes da viagem, para a nossa surpresa, a companhia aérea anunciou que iria parar de operar voos para o Brasil a partir de abril e, adivinhe só, nossa viagem era justamente neste mês. Não demorou muito para entrarem em contato conosco para resolvermos a situação das nossas passagens. As opções que a companhia aérea nos deu foram: o reembolso do valor das passagens ou a realocação em voos de uma companhia aérea parceira com direito a stopover de graça em Roma, na ida e na volta da Índia.

Taj Mahal, Agra.

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Nem precisamos dizer qual opção escolhemos, não é mesmo? Mas antes de contarmos sobre a nossa viagem ao país de Gandhi, precisamos falar sobre a Itália. É realmente muito fácil se apaixonar por Roma. A cidade das pizzas, massas e gelatos é tão acolhedora que dá vontade de ficar lá para sempre! Os dias que passamos na capital italiana foram regados a muita comilança e vinho. Mas, até que conseguimos conhecer vários pontos turísticos em nossa breve passagem por Roma. Visitamos o Museu do Vaticano, onde pudemos apreciar as inúmeras obras de arte, incluindo os famosos afrescos de Michelangelo no teto da Capela Sistina – a famosa capela onde os cardeais se reúnem para escolher o novo papa. Além de pisarmos na tão famosa Basílica de São Pedro, que é o maior e mais importante edifício religioso da igreja católica, também reservamos uma tarde para conhecer o Castelo de Santo Ângelo que fica no coração de Roma e, claro, não podia faltar uma visita ao esplendoroso Coliseu, uma das sete maravilhas do mundo moderno. Também não esquecemos de passar pelas magníficas praças romanas e o charmoso bairro Trastevere, onde terminávamos nossos dias assistindo a incríveis pores do sol. E tão rápido quanto um sonho, os dias se passaram e logo chegou a hora de conhecer a Índia. Saímos do aeroporto Leonardo Da Vinci, tivemos uma rápida conexão em Abu Dhabi e de lá voamos para Nova Délhi. Desembarcamos em uma das cidades mais caóticas do mundo no silêncio da madrugada, eram quase 5h da manhã quando finalizamos o check-in no nosso hotel cinco estrelas. Hotel esse que pagamos a bagatela de R$136,00 a diária por pessoa! Como a Índia é um país muito grande e oito dias não seriam suficientes para irmos muito longe, decidimos que iríamos fazer o famoso “Triângulo Dourado”, que se refere à rota das principais cidades turísticas: Nova Délhi, Jaipur e Agra. A ideia inicial era fazer um mochilão de trem pelo país, mas a dificuldade para comprar passagens de trem na Índia e o pouco tempo que teríamos de viagem inviabilizaram isso. Resolvemos então fechar um pacote com uma agência de turismo que encontramos andando no centro de Nova Délhi mesmo. O pacote turístico de apenas 275 dólares incluía motorista e hospedagem com café da manhã nas três cidades do Triângulo Dourado e, de quebra, conseguimos adicionar uma visita a Pushkar – a cidade mais sagrada do hinduísmo. A Índia é de fato um país inacreditável! Cheia de cores, sons, aromas e sabores! Começamos nossa viagem por Nova Délhi, caótica e barulhenta, a capital do segundo país mais populoso do mundo se divide entre o novo e o velho. Mas, em meio ao barulho constante das buzinas dos tuk tuks, a cidade também abriga silenciosos templos religiosos e túmulos exemplos das magníficas arquiteturas hindu e

Coliseu de Roma.

Ruínas do Fórum Romano.

Amanda fazendo um pedido na Fontana de Trevi em Roma.

islâmica. Falando em templos, o primeiro templo que visitamos, o Gurdwara Bangla Sahib, também foi o que mais nos emocionou, o lugar realmente tinha uma atmosfera de paz inigualável. Conhecemos também o famoso Templo de Lótus da religião Bahá’i, assim como o fabuloso Templo de Akshardham, o maior templo hindu já construído. Também não podemos nos esquecer de mencionar Old Delhi. E é lá, na parte mais antiga da cidade, que se encontram os bazares coloridos, flores, muitos temperos, chás, especiarias, tecidos, e muito, muito caos! Descobrir todo esse mundo colorido nos encantou. Três dias depois era hora de pegar a estrada rumo a Agra. Levamos um pouco mais que três horas de carro para chegar à cidade que fica situada no estado de Uttar Pradesh, e é lá, nas CINCO+ I AGOSTO/SETEMBRO 2017 I

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margens do rio Yamuna, que fica o famoso Taj Mahal, que, além de também ser uma das sete maravilhas do mundo moderno, assim como o Coliseu, é considerada a maior prova de amor do mundo! A construção deste imenso mausoléu foi por ordem do imperador Shah Jahan, em memória de sua esposa favorita, a quem chamava carinhosamente de Mumtaz Mahal. O Taj Mahal levou mais de trinta anos para ser construído e logo depois de sua conclusão em 1653, o imperador morreu e foi enterrado junto à sua amada. Em Agra, também visitamos o imenso Forte Vermelho e o “Baby Taj” que é o mausoléu (bem menor e mais modesto) que serviu de inspiração para o Taj Mahal. Em seguida, pegamos a estrada novamente para o nosso próximo destino e, após mais quatro horas de estrada, chegamos em Jaipur, a cidade rosa. A cidade é nomeada assim desde 1986, quando o então marajá Sawai Jai Singh II ordenou que toda a cidade fosse pintada de rosa para receber a visita do príncipe de Gales, e desde então ela é regularmente pintada da mesma cor. Jaipur também foi local de gravação da novela brasileira ‘O caminho das Índias’, várias cenas da novela foram filmadas nos palácios Amber Fort e City Palace, além de ter vários outros cenários também inspirados em locais da cidade, como o Palácio dos Ventos. E lá, em uma das cidades mais charmosas da Índia, pudemos conhecer um templo bastante inusitado: o templo dos macacos. Eles são milhares! Alguns posam para as fotos, já outros são mais ressabiados, mas uma coisa não podemos negar: que experiência incrível foi aquela! Jaipur ainda conta com uma vila de elefantes resgatados da exploração. Infelizmente, países como Índia e Tailândia ainda exploram esses animais. No entanto, as coisas estão mudando e o governo local ajudou a criar um santuário para esses elefantes. Nele vivem diversos animais resgatados de maus tratos. Como os gastos para manter o local são altíssimos, eles disponibilizam algumas atividades para interação dos turistas e dos animais como: dar banho, fazer massagem, pintá-los, alimentá-los e dar uma voltinha por alguns minutos com apenas um colchão em suas costas, que segundo os instrutores faz massagem nos animais enquanto eles caminham. Optamos por dar uma voltinha nos grandões, vimos na extensão da vila como eles são realmente bem tratados. Vivem livres, brincando no rio ou mesmo descansando. Saindo de lá, nos dirigimos para o último destino da nossa saga que fica há cerca de duas horas e meia de Jaipur. Puskar é conhecida como a cidade mais sagrada do hinduísmo. Os hindus acreditam que o lago de Pushkar sagrado, 90

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Palácio dos Ventos em Jaipur, a cidade rosa.

nasceu por conta de uma flor de lótus presente do próprio Deus Brahma, o Deus da Criação. Começamos o dia conhecendo o pequeno templo dedicado a esse Deus, e como na maioria dos templos da Índia, não pudemos tirar fotos do seu interior. De lá seguimos para o lago sagrado. No lago, um brâmane (sacerdote hindu) fez uma bonita oração para a família e um ritual peculiar, onde depositamos nas águas do famoso lago, cúrcuma, açafrão e flores. A cidade sagrada ainda conta com um pequeno deserto, o qual é possível visitar de camelo e conferir de perto alguns músicos com suas danças típicas. De volta ao hotel para nossa última noite em Pushkar, fomos abençoados com a oportunidade de ver de perto um autêntico casamento indiano.

Essa foi sem dúvida, uma viagem que será guardada com muito carinho por nós. Seja pelo gosto exótico da comida vegetariana com muita pimenta, cominho e curry, seja pelos inúmeros templos de várias religiões, seja pela cultura tão diferente da nossa. Esse país tão singular, com certeza merece uma segunda visita! E se você quiser ver todas as cores da Índia e as delícias italianas dessa viagem, nós publicamos tudo no nosso canal no YouTube e no nosso blog, é só acessar: naoecaroviajar.com



COLUNA SOCIAL

Estevom Molica

Patrícia Lemos, Estevom Molica, Tita Lemos e Ricardo Valêncio

Studio Ricardo Valêncio

Henrique Attilio, Estevom Molica, Carlos Voges, Ogg Ibrahin e Luiz Pereira

ESTEVOM MOLICA Odontólogo de bem com a vida.

por HENRIQUE ATTILIO • fotos STUDIO VOLLKOPF

Ricardo Valêncio e Estevom Molica

Estevom Molica e Ariadne Cantú

Estevom Molica

Carlos Eduardo Castello e Estevom Molica

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Adriano Oliveira, Clarissa de Faria, Henrique Attilio, Estevom Molica e Luiz Pereira

DGL Soluções

Clarissa de Faria, Gabriel Angelo, Ariadne Cantú, Henrique Attilio e Luiz Pereira


Cebola empanada Zed Steak Burger

Mônica, Estevom Molica e Solange Wanderlei

Ricardo e Priscila Valencio, Vanessa Bacarin

Sandra, Maria Antônia, Priscila Valencio, Vanessa Bacarin, Leda Maroni, Emilene Valencio e Teresa

Studio Ricardo Valêncio

N

o clima de galeria de arte, a equipe da revista Cinco+ e o fotógrafo Ricardo Valêncio, surpreenderam ao retratar as fotos do nosso querido Estevom Molica, na fachada do estúdio de fotografia. Estevom estampou a capa da edição de junho/julho com muito carisma, e nos contou, quem realmente é, e sua missão por aqui. Estevom recebeu seus convidados “com um sorriso que lhe é de costume” no studio de fotografia do Ricardo Valêncio, onde o mesmo expôs seu editorial de moda que fez para Cinco+. Um evento para ficar no coração. Cristiana, Estevom Molica e André Martins

Catila Soares, Estevom Molica e Tereza Orrico

Cerveja Bamboa

Alexandre Cruz, Estevom Molica e Silmara

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Henrique Attilio, Estevom Molica e Felipe Laburu

Adriano Oliveira e Estevom Molica

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Estevom Molica e Felipe Laburu


COLUNA SOCIAL

DESAFIO MOUNTAIN BIKE por HENRIQUE ATTILIO • fotos STUDIO VOLLKOPF

M

ais uma vez a Revista Cinco+ esteve presente na cobertura do Desafio Montain Bike, que nesta edição foi realizada em Piraputanga/MS. Um evento que já conquistou os adeptos do ciclismo e ganha notoriedade a cada edição. Foram 920 inscritos que fizeram um percurso de tirar o fôlego, não apenas pelas belezas naturais, mas pelo trajeto que exigiu muito preparo dos participantes. A equipe do Atitude Aventura, mais uma vez está de parabéns pelo excelente evento. A FORD MONZA, concessionária da FORD de Campo Grande, também marcou presença no 3º Desafio de Piraputanga apoiando o evento através do patrocínio. A concessionária esteve presente no Desafio, apresentando seu mais novo lançamento, o novo EcoSport e ainda disponibilizou uma FORD RANGER como carro-madrinha para abrir a competição e dar todo o suporte necessário ao evento.

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