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Agradecimentos desta edição
Lidamos agora com o reconhecimento de cada pessoa, pela história e pela posição.
Gostaríamos de agradecer a diversas organizações e instituições, que por caminhos diversos, potencializaram a consolidação desta pesquisa no Brasil.
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Uma série de benefícios coletivos e sociais está incorporada a esta publicação sobre redução de danos e suas práticas em todo o mundo. Ao estar acontecendo no espaço provocado pela invenção do Nordeste, trazemos à tona outro olhar e forma de falar, ao sair do espaço de caranguejos, mulheres e homens da lama, do rio, da mata, da favela, do asfalto e do mato.
Agradecemos a nossa ancestralidade e a nossa construção guiada pelo bem viver de todas as pessoas, com provocação contínua ao novo e ao devir dos novos tempos. A quem se dispôs ao encontro e quebrou barreiras antes intransponíveis. Que nossos corpos ousem ser e expressarem sempre o que nós somos: humanos que acreditam na humanidade!
A todos que fazem o Grupo AdoleScER, organização pernambucana com interface internacional e importante atuação que visa impactar no desenvolvimento de crianças e adolescentes, bem como em seus territórios e comunidades vulnerabilizadas na cidade de Recife, pela profissionalização, parceria e por gestar a Escola Livre de Redução de Danos e no gerenciamento deste projeto. À Open Society Foundations, em nome Jonathan Cohen, Diretor do Programa de Saúde Pública, pelo incentivo financeiro para a concretização deste projeto e à Sarah Evans pela confiança, orientações pragmáticas e motivação, por acreditar em um ideal de saúde e bem-estar das pessoas. À Rafaela Rigoni, pelo apoio, orientações e interlocução para que tal tradução e conhecimento esteja disponível em língua portuguesa. À MAINline pelo valioso trabalho realizado, por compilar as diversas experiências possíveis e com evidências de resultados positivos que possam auxiliar as pessoas que usam drogas estimulantes.
Aos profissionais e organizações das experiências deste livro, por acreditarem em perspectivas diferenciadas no cuidado e atenção à pessoa que usa drogas e pelo empenho na busca de transformação de realidades pessoais, coletivas e de um modelo de sociedade.
À construção histórica do campo da redução de danos em Pernambuco, no Brasil e América Latina. Construímos formas e conceitos a partir de nossas vivências e territórios, abrimos espaços às vozes antes silenciadas e dissidentes de discursos arcaicos e hegemônicos, e hoje protagonizam voz e tornam visíveis as populações e estruturas sociais, assim, denunciando as desigualdades e potencializando o avanço da RD enquanto prática de cuidado, inserção e bem-estar social de forma individual e coletiva.
Aprendemos com resistência em gestões públicas, quer seja na esfera municipal ou estadual, que a reforma psiquiátrica aconteceu no Brasil por diversos caminhos e forças, mas com decisões políticas e institucionais o processo de desenvolvimento e emancipação das pessoas é possível e já é uma realidade palpável no cotidiano.
Tivemos a Rede de Atenção Psicossocial regularizada na rede municipal de Recife, a construção e inserção da política sobre drogas na assistência social e a abertura do Programa Atitude pelo Governo de Pernambuco, todas estas são ações realizadas com a construção integral entre movimentos e gestão pública, fato consolidado na criação, desenvolvimento e continuidade do programa que resiste na prática de redução de danos. Agradecemos a todas as pessoas envolvidas nessa trajetória intensa e cheia de desafios.
Às pessoas que se inclinam para a continuidade e defesa inegociável do SUS no Brasil e toda força da luta antimanicomial e antiproibicionista, que consolidam e estão continuamente nas ruas, pelo cuidado em liberdade, autonomia e pelo bem-viver. À Marcha da Maconha de Recife, ao movimento inteiro e coletivo, organizado de forma diversa e ampliada, com presença cada vez mais prevalente das mulheres e jovens, assumindo o protagonismo e potencializando vozes sobre a descriminalização de todas as drogas, a toda nossa militância muito obrigada por continuar e por queimar toda hipocrisia deste mundo. A nós Antiproibicionistas, sigamos na construção do bem viver e foco na missão!
Àquelas que fazem o Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco uma instância potente, disparadora de reflexões e ações para a mudança coletiva do paradigma de Guerra às Drogas e de uma sociedade na qual a proibição seja história de uma época careta quando ainda não enxergávamos nossa potência. Ao Movimento Brasileiro de Redução de Danos, iniciativa que nasce da ação e potência de redutoras e redutores de danos no Brasil, consolidados pelas associações, organizações e espaços que pautam e constroem a redução de danos em todo Brasil nos últimos 30 anos.
De usuária(o) para usuária(o), de redutor(a) para redutor(a), valeu por tudo! Por segurar a onda, por se escutar e, às vezes, não. Por estarem ao lado de quem nunca se viu na vida, e assim acolher uma bad trip, para conversar e “lombrar” por um tempão e, às vezes, não ter paciência alguma, mas de boa, pode sempre chegar outra pessoa, somos muitas. A você, que acreditou na redução de danos e se permitiu cuidar e ser cuidada(o). Encontrar alguém que não lhe julgue é sem igual, que fale com horizontalidade e respeito, muita gratidão a tantas pessoas que acreditam e fazem a redução de danos acontecer. Nós por nós!
Aos precursores da RD no Brasil e em Pernambuco, por possibilitarem a discussão na sociedade e no Estado acerca de perspectivas humanistas sobre a questão das drogas.
Agradecer nominalmente é um devir de letras e palavras, que são necessárias, apesar de inomináveis diante de tanto o que foi aprendido e plantado em todas as regiões do país. Os nomes na redução de danos, no nosso cotidiano, temos tantos e tantas. Na rua não se tem nome, nosso nome vai sendo dado com o tempo, com o vínculo construído.
Sendo assim, vamos agradecer “a mulher do governo”, “o psicólogo da assistência”... O que seriam nomes então? E daí, qual nome a rua lhe dá? A doutora, o doutor, o cara do Caps, a mulher do consultório de rua, a moça educadora, Paulo, Ana, Priscilla, Márcio, Ana Glória, Luana, Rafael, Evaldo, Karen, Everaldo, Antônio, Melissa, Nery, Amanda, Rossana, Alda, Domiciano, Rose, Say, Luciana, Nelson, Tchê, Malu, Fatinha, Rúbia, Pri, Ana Lúcia, Vívian, Fátima, Otto, Juma, Carlos, Luís, Fernando, Apolo, Dênis, Tarcísio, Fernando, Rodrigo, Renato, Dartiu, Felipe, Valéria, Daniela, Anne, Paula, Sandra, Andréia, Mônica, Angélica, Karina, Luísa, Laisa, Laís, Nêmara, Bruno, Roberta, Flávio, Luísa, Estela, Naíde, Francisco, Leila, Fátima, José, Márcio, Janaína, Beatriz, Flávia, Thiago, Fran, Andreza, Sthefany, Marcela, Telma, Luís, Cláudia...
E tantos nomes, grupos, associações, espaços de troca sobre horizontalidade, liberdade e autonomia, em todo canto deste continente, muito obrigada!
Toda nossa gratidão. Nós usuárias e usuários de drogas vivemos e estamos fazendo POLÍTICA!