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NASSAR,
A PARTIR DE ELEMENTOS DA RUA E DAS FEIRAS LIVRES DE SEU ESTADO NATAL, O PARAENSE EMMANUEL
NASSAR INCORPORA NAS SUAS OBRAS A LINGUAGEM PUBLICITÁRIA E OS OBJETOS DE CONSUMO EM MASSA.
CONVIDAMOS O ARTISTA PARA REVELAR O PROCESSO CRIATIVO DE CINCO DE SUAS PRINCIPAIS OBRAS
POR EMMANUEL NASSAR
“A obra tem significado especial para mim. Antes dela, eu era predominantemente figurativo. O uso das cores fortes, da geometria temperadas de humor e referências populares era uma ideia vagando na nuvem dos meus pensamentos quando dei vida a essa espécie de máquina. foi feita para trazer à realidade aquilo que ainda não existia. Todo projeto que constitui o trabalho que se seguiu veio desta galinha dos ovos de ouro: . ”
“Em 1982, fiz uma das primeiras exposições individuais em Belém. A atual bilheteria do Teatro da Paz dava lugar à Galeria Ângelus e foi lá que reuni algumas das primeiras obras da carreira como artista. Para dar a máxima publicidade à mostra, recorri a uma chapa metálica de 100 x 200 cm com pintura que lembrava um pórtico de casa de espetáculos populares. Circo ou parque de diversão. Ao final da exposição, percebi que o anúncio/ pórtico era uma obra. Pouco depois, assinei como aquela que viria a ser umas das mais icônicas de minhas criações: , pintura sobre chapa, em 1984.”
“Em 1993, visitei uma exposição com bandeiras de 80 tribos de Gana em um museu em Bonn, na Alemanha. Fortemente influenciado por aquela mostra, comecei a observar as bandeiras oficiais dos municípios paraenses e vi nelas o mesmo surpreendente encontro de símbolos, tanto de uma heráldica europeia como de representações da realidade local. Comecei então a reunir as Bandeiras e propus o projeto ao Museu de Arte Moderna de São Paulo. Cento e vinte e três bandeiras constituem a instalação que hoje faz parte do acervo do museu. ”
Bandeiras, 1993. Fotos: © Emmanuel Nassar.
“Eu vejo o todo. Mas moro no particular. Está aí a bandeira em todos os detalhes... O meu olhar, porém, foi uma espécie de telescópio direcionado para o céu. Não qualquer céu, mas aquele representado na bandeira. Outra particularidade. E não o céu, mas uma particular representação dele. O nada.”
"Como salvei minha vida com uma dúzia de bananas. Durante um período muito difícil da minha vida, pintei uma tela com uma mão decepada dentro de uma bandeja sobre um banco de madeira com fundo negro. Ao contrário das outras mãos decepadas, ela parecia morta. Isso me assustou muito porque era como eu me via naquele momento. Mantive esse quadro até que uma poderosa reação vital tomou conta de mim. Foi quando, no lugar da mão, eu pintei uma dúzia de bananas”
ESPACIAL
(MAR)