Decorar - Edição 149

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artista | Jean Gillon | por Attos Henrique

GILLON, ARTISTA E DESIGNER COM UMA VIDA INTENSA E PROFÍCUA, JEAN GILLON (1919-2007) SE DESTACA POR SUA PRODUÇÃO DE MÓVEIS E OBJETOS FEITOS EM JACARANDÁ, ALÉM DAS TAPEÇARIAS COM TEMÁTICAS TROPICAIS, EXPOSTAS EM DEZENAS DE GALERIAS E MUSEUS.

N

aturalizado brasileiro, o romeno Jean Gillon começou sua sólida carreira em design de mobiliários assim que chegou ao Brasil, em 1956. Formado em Belas Artes, nas cidades de Bucareste e Viena, trabalhou na Europa e em Israel como escultor, caricaturista e cenógrafo. Sua imigração para o Brasil aconteceu devido à presença nazista em seu país natal. O chamariz para escolha do nosso país foi a ascensão da arquitetura moderna brasileira, vista como pioneira internacionalmente naquele período. Já estabelecido em São Paulo, Gillon percebeu uma certa carência de bons projetistas de decoração, o que levou o artista a seguir nesta área, a partir da fundação de sua loja Adorno. Com filiais abertas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, começou a comercializar mobiliários de sua autoria, objetos e artigos para presentes. Em paralelo, nunca abandonou a criação de obras de arte, como pinturas e esculturas em bronze, além de realizar cenografias e inúmeros projetos de interiores para hotéis de luxo, restaurantes e lojas.

Jean Gillon

Em 1965, transformou a Adorno em WoodArt e o foco passou a ser para vendas no exterior, com participação em feiras e eventos internacionais em mais de vinte países, o que lhe rendeu prêmios na França e Bélgica. Seu robusto portfólio ganha destaque nas produções com jacarandá, considerada a árvore modernista e, também, pelas tapeçarias artísticas, peças únicas que tornaram-se sua maior expressão artística, com exposições em dezenas de galerias, museus e outros espaços. Em 1992, foi agraciado com o título de profissional do ano pela ABD, Associação Brasileira de Designers de Interiores. Toda a trajetória deste “artista-designer” múltiplo, foi reunida em um grande livro que conta seu percurso criativo. Lançado recentemente e publicado pela Editora Olhares, a produção tem organização de Graça Bueno, galerista da Passado Composto Século XX, que tem a guarda do acervo de Gillon e se debruçou sobre ele nos últimos anos para ligar os pontos de sua história. Em paralelo, acontece no Museu da Casa Brasileira, até o dia 12 de dezembro, uma mostra dedicada às criações de Gillon, que inclui móveis, tapeçarias, objetos, obras de arte, fotos e documentos dos acervos da família e da galeria.

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Fotos: Divulgação


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