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6. ENTREVISTA

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1. BIOGRAFIA

1. BIOGRAFIA

ENTREVISTA

Foto: LetíciaRodrigues

Silvana Elisabete Pinto

O uso da Homeopatia no tratamento de doenças mentais

No Brasil, cerca de 12% da população precisa de atendimento especializado na área de saúde mental, o que equivale a 23 milhões de pessoas, e pelo menos 5 milhões, 3% da população, sofre de algum transtorno mental grave. Em 2017, o número de suicídios aumentou em 12% e, este ano, ainda é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Em meio a tantos dados e números que só reforçam a atenção emergencial que precisa ser dedicada a tantos brasileiros, consultamos a psicóloga e homeopata Silvana Elisabete para esclarecer alguns pontos acerca da relação entre o tratamento homeopático e o tratamento de doenças mentais.

Como a Homeopatia pode ajudar na manutenção da saúde mental?

Drª. Silvana: As duas ciências, Psicologia e Homeopatia, se abraçam e dialogam, trazendo possibilidades de auxilio mais efetivo. Psicólogos trabalham com autodescoberta, autoconhecimento, estratégias de mudança e com desenvolvimento de talentos. Junto com o paciente, nós construímos uma relação saudável com um mundo caótico, trabalhamos com o fortalecimento da pessoa que busca existir num mundo que, na maioria das vezes, nos frustra, e diante do qual muitas vezes nos sentimos sem ferramentas de sobrevivência. É aí que entra a Homeopatia. Ela é uma ferramenta de incrível poder e efi cácia, mesmo para aqueles pacientes que não tenham uma doença mental, mas sim um transtorno da afetividade, da emoção em desequilíbrio.

Como a homeopatia atua no tratamento de pacientes que sofrem de desequilíbrios emocionais?

Drª. Silvana: O ser humano tem contra si algo chamado ego que, se não é equilibrado, se torna uma armadilha que vai gerar uma rede de sentimentos, pensamentos e atitudes que nos afastará cada vez mais de nossa essência, criando inúmeras situações de conflito e psicossomatização. Então, entra Hahneman dizendo que não existem doenças, mas sim, doentes.

A Homeopatia é uma forma de Medicina Frequencial/vibracional e pode atuar no mundo causal, possibilitando, por exemplo, que um paciente que vive um transtorno por humilhação, e que se somatiza na forma de um sintoma renal, um outro modo de pensar, uma nova forma de ser, estimulado por alguma frequência homeopática. A substância homeopática descortinará outras experiencias sensório-emocionais para ele ou ela, deixando que o livre arbítrio decida qual caminho seguir. É por isso que a Homeopatia é tão importante para o paciente que sofre de transtornos emocionais e cognitivos, ela abre portas diferentes das que ele está acostumado a percorrer.

O tratamento homeopático pode ser feito em conjunto com o alopático/ psiquiátrico?

Drª. Silvana: Sim, o tratamento pode ser feito em conjunto com qualquer outro ao qual o paciente estiver se submetendo. Até porque, por motivos estratégicos, não é aconselhável que sejamos críticos em relação a isso. Claro que, muitas vezes, vamos precisar nos posicionar quanto a certas drogas químicas que nossos pacientes estiverem usando, mas, o máximo que podemos fazer é sugerir a procura de uma segunda opinião médica. Nesse caso, a questão que entra em jogo é a insegurança do paciente porque muitos medos e muitas crenças inconscientes entram em cena.

É muito importante termos bom senso, principalmente quando tratamos de pacientes psiquiátricos, devido à impulsividade de muitos quadros. Contar com uma equipe multidisciplinar é sempre a melhor pedida para evitar que algum de-

talhe seja perdido.

Aqui em São Paulo, temos um grupo de trabalho online onde cada especialista possui uma formação e visão de mundo, e quando analisamos e tratamos os casos, essas visões se somam e colaboram para ampliar a nossa compreensão acerca dos casos, enriquecendo a nossa visão profissional de forma mútua.

A tese de doutorado de Hahnemann levou o título “ as enfermidades da alma; os loucos.” Pode-se dizer que, desde o início, a Homeopatia colaborava para o tratamento de doenças mentais?

Drª. Silvana: Hahnemann considerava os sintomas mentais como aqueles que norteariam a escolha do medicamento acertado, como é possível observar nos parágrafos 210 a 217 do Organon.

No parágrafo 213, Hahnemann afirma que a cura não ocorre de forma natural se os aspectos mental e moral também não forem observados.

Já na apresentação do livro “Máteria Médica: Temática de sintomas mentais homeopáticos”, o Dr Aldo Farias Dias lembra que, também no Organon, Hahnemann diz que o estado de espírito do paciente muitas vezes determina a escolha do remédio homeopático em virtude de ser um sintoma decididamente característico, que não pode, de maneira nenhuma, permanecer oculto ao médico que seja um observador preciso.

Nos vários livros que estudamos, todos os autores afirmam que, em relação ao tratamento homeopático, as características emocionais e mentais/cognitivas do paciente representam o guia mais seguro para a prescrição de medicamentos. Quando nos focamos apenas na somatização ou no sintoma, estamos fazendo exatamente aquilo que Hahnemann tanto criticava e afirmava ser um crime, que é reduzir a pessoa que está na nossa frente a um mero acúmulo de sintomas. Não podemos nos esquecer da frase clássica: “Não existem doenças e sim doentes.”

Paschero, no livro Homeopatia, afirma que todo o processo de enfermidade crônica consiste em um prolongado esforço de adaptação. Ou seja, o ser se esforça ao máximo para se adaptar a condições ambientais e psicofísicas, o que, muitas vezes, gera um desgaste tão grande que chega a

se transformar em doença, e o prolon-

gamento desse quadro traz uma doença crônica como consequência.

O ser humano atual criou a ilusão da separatividade, tentando acreditar que fechar a porta de sua casa o protege das interferências de emoções, pensamentos e acontecimentos de toda a coletividade terrestre, humana e não humana. Mas, somos células de um imenso organismo. E a célula que se individualiza e procura realizar seus processos desconectados do Grande Organismo se torna uma célula doente.

É isso que precisamos buscar no nosso paciente: o momento em que ele buscou um isolamento doentio que o afastou dos “altos fins de nossa existência”, que é jus-

tamente esse SER integral e integrado ao Planeta em que ele vive.

Quais são as principais diferenças entre o tratamento homeopático voltado para a saúde mental e o Alopático?

Drª. Silvana: A primeira diferença é que a homeopatia busca o ser integral. Isso significa um ser que tem um ambiente fisiológico associado a um ambiente emocional, social e espiritual, conectado ao Ambiente Planetário. Qualquer desequilíbrio em um destes ambientes afetará este SER e ele deixará de ser integrado. A Alopatia, ou velha escola, como chamava Hahnemann, trabalha em cima dessa fragmentação.

A segunda diferença é que o verdadeiro Homeopata sabe que a função do medicamento homeopático é estimular a energia vital a resgatar seus processos naturais de funcionamento equilibrado. Diferentemente da Alopatia, nós vemos que a cura deve acontecer de dentro para fora, e esse forma de pensar é típica da Homeopatia.

A terceira diferença é que seguimos as leis de cura, tão bem compiladas por Hering, e estamos preparados para lidar com a volta de sintomas antigos, que, a princípio, pode aparentar uma falha no processo de cura.

Como a homeopatia pode contribuir para diminuir os casos de suicídio no Brasil?

Drª. Silvana: Esse tema é bem complexo e profundo. Primeiro, precisamos saber o que leva um indivíduo a cometer um ato que vai contra a lei natural e entender o que acontece com a nossa sociedade atual em diversos âmbitos: social, ecológico, afetivo, espiritual. O suicídio está se apresentando como uma saída prática para os jovens, o que nos leva a questionar os modelos de educação que a sociedade atual está praticando; o que está sendo apresentado (ou não) como razões sólidas que fortalecerão nossos jovens para lidarem com as dificuldades da vida e como as famílias estão preparando seus filhos para se tornarem cidadãos adultos e maduros. A Homeopatia pode abrir portas de novas percepções para aqueles que estão pensando em suicídio como a única alternativa plausível, possibilitando clareza mental, descoberta de novos talentos e fortalecimento da personalidade para fugir das garras malditas do narcisismo, fazendo com que o indivíduo se torne emocionalmente saudável.

Enquanto a química apenas embotaria pensamentos negativos, a Homeopatia libertaria o ser das cascas de cebola do adoecimento, possibilitando que sua essência se aproxime da Luz.

Nos transtornos mentais, emocionais e cognitivos, o tratamento Homeopático resulta em aumento de vitalidade, autopercepção, autoconhecimento e sentimento de bem-estar. A homeopatia permite que tenhamos novas experiências, aumentando a nossa visão de mundo e trazendo novas perspectivas e olhares para a realidade

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