REH_v.5, nº 5, 2018

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Estudos HOMEOPÁTICOS

Publicação Digital Quadrimestral Gratuita

Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro -Oeste

Homeopatia na primeira infância: saúde pra vida inteira!

Ano 2

N° 5

Dezembro/2018

Pág. 22

Revista de
ISSN 2965-3045
Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS

EXPEDIENTE

Jornalista Responsável

Editora-Executiva Conselho Editorial

Projeto Grá co e Diagramação

Karine Santos

Redatores

Revisão Contato Blog

ÍNDICE EDITORIAL 1 EXPEDIENTE 3 SUMÁRIO 4 PRIMEIRA PARTE: HOMEOPATIA E NÓS 5 SEGUNDA PARTE: HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA 28 Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS

HOMEOPATIA E NÓS

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Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS

Nascido em Oldemburgo, em 21 de agosto de 1821, na Alemanha, Wilhelm Schuessler dedicou boa parte de sua vida ao aprendizado de outros idiomas, como Francês, Inglês, Espanhol e Italiano.

Com o incentivo do irmão, estudou medicina nas universidades de Berlim, Paris, Gießen e Praga, e recebeu seu diploma depois de dois anos e meio, passando a atuar tanto como médico quanto homeopata por volta dos 37 anos. Até então, Schuessler ganhara a vida como funcionário do tribunal na câmara municipal de sua cidade natal.

A partir de 1858, já atuando como médico e homeopata, ele publicou inúmeros artigos sobre Homeopatia. Entretanto, embora tenha alcançado reconhecimento na área, ele não se sentia completamente satisfeito com a terapia, sobretudo, porque achava que sua aleatoriedade a tornava complicada.

Assim, Schuessler passou a procurar por um método de cura que tivesse limites rígidos e que não exigisse constante ampliação.

Em 1870, ele veio a conhecer dois nomes do universo cientí co que lhe serviriam de base para formular a teoria dos conhecidos Sais de Schuessler.

Com os estudos do professor Jacob Moleschott, abrangendo a área de pesquisa com células, pela primeira vez, Schuessler obteve con rmação cientí ca de algo que ele suspeitava há muito tempo: que distúrbios

no nível de microorganismos do corpo humano são desencadeados por de ciência de minerais. E com Rodulf Virchow, fundador da Patologia Celular, ele con rmou o princípio de que todas as doenças são baseadas em uma mudança na função ou condição das células do corpo.

Fundamentado em ambas as teses, o Dr. Schuessler chegou a à sua própria: a restauração da célula e, portanto, do corpo, resulta da restauração do dé cit dos sais inorgânicos.

Dessa maneira, aliando seu conhecimento cientí co com o homeopático, o cientista criou doze sais bioquímicos que contam com medicamentos homeopáticos em sua posologia, entre eles, Calcarea Fluorica D6, Calcarea Phosphorica D6, Calcarea Sulphurica D6, Ferrum Phosphoricum D12, Kalium muriaticum D6, Kalium phosphoricum D6, Kalium sulphuricum D6, Magnesia phosphorica D6, Natrum muriaticum D6, Natrum phosphoricum D6, Natrum sulfuricum D6 e Silicea D12, utilizados em conjunto para reestabelecer a saúde física e vital, curando todas as doenças curáveis.

Para alcançar o resultado ideal, o Dr. Schuessler administrava os diferentes sais na forma molecular. Assim, os sais bioquímicos eram produzidos de acordo com o método de trituração homeopática, aumentando a capacidade de absorção de sais minerais por parte das células.

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Segundo ele, “a bioquímica visa a correção da química siológica que se desviou da norma.”

Vale apontar que o objetivo dos sais de Schuessler não era fornecer ao corpo os minerais de cientes, mas sim estimular o corpo humano a melhorar a absorção dos minerais que faltam nos alimentos ingeridos e reorganizá-los nos tecidos.

Schuessler testou clinicamente essas teorias em seus próprios pacientes com excelentes resultados. Uma de suas primeiras tentativas, inclusive, foi o uso de fosfato de magnésio num paciente que sofria de cãibras musculares, que diminuíram poucos minutos depois da ingestão.

Em 1874, Schuessler publicou o trabalho “Uma Terapia Abreviada”, apresentando um sistema conciso de tratamento, baseado em critérios cientí cos.

Nele, o cientista escreveu: “Terapias que têm tais limites móveis, permitindo-lhes incorporar novos remédios a qualquer momento, seja retendo ou descartando remédios antigos, não podem fornecer a certeza que é necessária para os doentes e para que os recursos sejam considerados cientí cos”. Mais tarde, ele chamou seu novo método de “cura bioquímica” ou “bioquímica”.

Schuessler faleceu em 1898, aos 77 anos, devido a um acidente vascular cerebral apoplético. Contudo, até hoje, o tratamento Sais de Schuessler é amplamente utilizado e muito bem-sucedido, além da Homeopatia.

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Receituário Homeopático - John Clark

Autor: John H. Clarke

Obra: Receituário Homeopático: As doenças, seus sintomas e as receitas da medicina Homeopática

Título original: e Prescriber

Editora: Martins Fontes

ISBN: 9788533605428

Idioma: Português

Encadernação: Brochura

Páginas: 467

Ano de edição: 1996

Médico homeopata e escritor britânico, John Henry Clarke foi um nome importante para a Homeopatia, principalmente, por conta de seu legado como pesquisador e cientista.

Na obra “Receituário Homeopático”, ele lista os medicamentos homeopáticos existentes, ligando-os às suas sugestões de dosagem mais apropriadas, além de apresentar, com simplicidade, outras informações que fazem diferença na hora de receitar remédios.

Com certeza, é um livro de cabeceira não apenas para terapeutas homeopatas iniciantes, mas, para todos os trabalhadores da área que, vez ou outra, precisam de um guia prático e completo para encontrarem a melhor fórmula de tratamento para um paciente.

Onde encontrar a obra:

• Amazon

• Estante Virtual

• Saraiva

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NOTÍCIAS

1º Simpósio de Práticas Integrativas: Terapias Milenares, Novos Paradigmas

Praticantes de ioga, uma das modalidades integrativas

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Explorar o potencial das terapias complementares foi o objetivo do 1º Simpósio de Práticas Integrativas: Terapias Milenares, Novos Paradigmas, que aconteceu nos dias 22 e 23 de setembro, no Senai Horto, em Belo Horizonte, e reuniu pro ssionais que atuam com diferentes abordagens terapêuticas.

Ao todo foram 12 palestrantes convidados para tratar de temas como acupuntura, homeopatia, reiki, oral, aromaterapia, constelação familiar e toterapia, além de mesa-redonda para discutir a inserção das práticas integrativas e complementares nas redes pública e privada, e uma o cina para elaboração de uma carta com sugestões e diretrizes para ampliar a oferta dessas práticas.

Segundo Josiane Gualberto, a organizadora do simpósio, o objetivo do evento é sensibilizar gestores sobre a importância da prática integrativa e complementar nos espaços públicos, privados e no terceiro setor.

“Sabemos que essas práticas podem reduzir custos com medicamentos, apresentam menos efeitos adversos e são plenamente aceitas por grande parte de população”, defende Gualberto. “Apesar de altamente recomendadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde, a maioria das pessoas ainda não tem acesso a essas alternativas”, naliza.

Fonte: O tempo

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Academias da Saúde de Petrópolis já contam com práticas integrativas

As academias da Saúde do município de Petrópolis já possuem Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS), procedimentos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais e ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Yoga, acupuntura, shiatsu e oral são algumas das opções de medicina alternativa oferecidas.

A implantação do serviço acontece graças ao convênio rmado pela Secretaria de Saúde com a Associação Petropolitana de Pro ssionais de Práticas Integrativas Complementares de Saúde (APPPics). As inscrições estão abertas nas quatro unidades do município e, para participar, basta comparecer a uma delas portando documento de identi cação (RG ou CPF).

“Estas terapias são bastante conhecidas e ajudam a trabalhar a prevenção à Saúde”, aponta Fabíola Heck, a secretária de saúde interina. “Já realizamos esse tipo de prevenção, fomentando o incentivo à atividade física, nas quatro academias da Saúde e, agora, temos mais esse estímulo, promovendo práticas integrativas e dando acesso para quem não tem condições de buscá-las em um espaço privado”, esclarece.

“A Associação está disponibilizando os pro ssionais para atendimento nas Academias. Caberá a nós das Academias acompanhar todo o processo para oferecer aos usuários do SUS essas alternativas inovadoras na promoção da Saúde Desejamos estimular essas práticas socialmente contribuitivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades, ampliando o acesso às PICS, garantindo qualidade e e ciência”, declarou a coordenadora das Academias da Saúde, Márcia Verônica.

A terapeuta Denise Campinho, de 64 anos, participou da primeira aula de yoga na Academia da Saúde do Castelo São Manoel. Ela soube do trabalho através da equipe de Saúde da Família do Posto de Saúde do bairro e cou animada para participar. A terapeuta disse que vai com-

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partilhar a notícia na comunidade, principalmente, entre amigos e parentes.

“É magní co! Por trabalhar na área, sei bem da importância e o quanto faz bem estas práticas. Poder vê-las disponíveis à população é uma grande felicidade. É questão de prevenção à Saúde. Sou moradora do bairro, conheço toda a equipe e sei do comprometimento de todos eles. Espero que mais e mais pessoas conheçam o trabalho e participem também. Meu marido já se inscreveu para participar do shiatsu”, disse Denise.

Também são oferecidas terapias orais, toterapia e terapias comunitárias. Os usuários que participarem das atividades de oral nas Academias da Saúde terão direito a descontos na aquisição de essências que ajudam no tratamento. Além disso, a APPPics selou um acordo com duas clínicas de homeopatia, que oferecerão composições com valores mais acessíveis.

A terapeuta especialista, Valéria Borges, conta que os benefícios dese tipo de tratamento na prevenção de doenças são inúmeros.

“Estou há 22 anos nesta área e é um prazer muito grande ver as pessoas sendo bene ciadas com o nosso trabalho”, conta Borges. “Por 15 anos atuei como voluntária em uma pastoral, atendendo pessoas que não tem condições de pagar pelos trabalhos, e sei o quanto isso é importante para o acesso da população. Cada sucesso que obtenho com meus pacientes me faz sentir fortalecida para seguir nesse caminho”, conclui a terapeuta oral. ]

Fonte: Diário de Petrópolis

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Evento internacional de farmacêuticos ataca Homeopatia

Uma nova edição do Congresso da Federação Internacional Farmacêutica (FIP) aconteceu no dia 4 de setembro, em Glasgow, Escócia), e contou com uma mesa redonda com caráter claramente contrário à Homeopatia, questionando, inclusive, se o farmacêutico deve produzir e dispensar medicamentos homeopáticos e prestar atendimento à população por meio da terapia.

Durante o evento, o presidente do CFF, Walter Jorge João, usou a palavra para defender a especialidade. “Além de ser uma prática regulamentada pelo CFF, a homeopatia é uma política pública brasileira que, junto com outras práticas integrativas, bene cia nada menos que 5,5 milhões de pessoas por meio do SUS”, apontou.

Os diretores do CFF, Walter Jorge João e Erlandson Uchôa, entregaram à atual presidente da FIP, Carmen Peña, e ao sucessor dela, Dominique Jordan, uma petição eletrônica em defesa da homeopatia. Anexo ao documento, criado pelo Grupo de Trabalho de Homeopatia do CFF e endossado por 6.751 pessoas, entre farmacêuticos e pacientes, foram entregues, também, cartas em apoio à prática, endossadas pelo Ministério da Saúde e a Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag).

Erlandson Uchoa aproveitou, ainda, para lembrar que existem mil farmácias de manipulação homeopática em atividade no Brasil e milhares de farmacêuticos que atuam nessa especialidade.

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Revista cientí ca comprova e cácia da Homeopatia

A revista cientí ca Nature publicou recentemente um trabalho cientí co que comprova o efeito de medicamentos homeopáticos na inibição de dores e in amações.

Intitulada “Toxicodendron pubescens ultra-diluído atenua dor neuropática mediada por ROS [=espécies reativas de oxigênio] e citocinas pró-in amatórias em ratos”, a pesquisa foi realizada pelos pesquisadores Shital Magar, Deepika Nayak, Umesh B. Mahajan, Kalpesh R. Patil, Sachin D. Shinde, Sameer N. Goyal, Shivang Swaminarayan, Chandragouda R. Patil, Shreesh Ojha & Chanakya Nath Kundu.

Segundo o trabalho:

“A despeito da disponibilidade de inúmeros agentes terapêuticos, a busca por novas formas de se lidar com a dor neuropática é ainda um desa o. O stress oxidativo e a sinalizaçào in amatória estão envolvidos de forma proeminente nas manifestações clínicas da dor neuropática.

O Toxicodendron pubescens, popularmente conhecido como Rhus tox, é recomendado em medicina não-convencional como um medicamento antiin amatório e analgésico. Em outro trabalho já reportamos atividade antiin amatória, anti-artrítica e imunomoduladora do Rhus tox.

Em continuação, avaliamos aqui a atividade antinociceptiva [=redução na capacidade de percepção da dor] do Rhus tox e delineamos seu mecanismo de ação subjacente.

Inicialmente foram realizados estudos in-vitro utilizando células de glioblastoma [= tipo de tumor cerebral] induzido por ROS e mediado por LPS [= lipopolissacarídeo] para estudar-se os efeitos do Rhus tox em ROS, status anti-oxidante e per l de citocinas [- mediadores de respostas inunes]. O Rhus tox diminuiu o stress oxidativo e a liberação de citocinas, restaurando os sistemas anti-oxidativos.

O tratamento crônico com Rhus tox ultra diluído – especialmente nas ultradi-

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luições 1×1012 e 1 × 10−15 [= CH12 e CH15, respectivamente] – por 14 dias foi capaz de melhorar a dor neuropática e inibir alodinia [= sensação de dor] provocada por frio, calor e trauma mecânico, bem como melhorar a velocidade de condução do nervo motor (MNCV) no nervo constrito.

O Rhus tox foi capaz de diminuir o stress oxidativo e nitrosativo pela redução do quantidade de malondialdeído (MDA) e óxido nótrico (NO),simultaneamente ao aumento da atividade da glutationa (GSH), superoxido dismutase (SOD) e catalase no nervo ciático dos ratos. Notavelmente, o tratamento com Rhus tox causou signi cativa redução dos níveis do fator de necrose tumoral (TNF-α) e interleucina-1β (IL-1β) em comparação com o grupo controle.

O efeito protetor do Rhus tox contra a lesão crônica cosntritiva do nervo ciático em estudo histopatológico foi exibido através da manutenção da ar-

De forma geral, o efeito neuroprotetor do Rhus tox na dor neuropática induzida por constrição sugere o envolvimento de mecanismos anti-oxi-

Fonte: Homeopapo

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Governo francês pede análise sobre e cácia da Homeopatia

O Ministério de Saúde da França solicitou à comissão de transparência da Alta Autoridade de Saúde (HAS) uma investigação para avaliar a e cácia da Homeopatia. O resultado servirá como base para decidir se o subsídio de 30%, reservado exclusivamente para tratamentos homeopáticos e concedido pela Seguridade Social da França, deve continuar.

“Um dos elementos que nos zeram tomar esta decisão foi que uma parte está subsidiada”, revelou o jornal “Le Parisien”.

A pedido da ministra de Saúde, Agnès Buzyn, o processo de investigação foi aberto e as primeiras conclusões são esperadas para fevereiro de 2019.

Em julho do ano passado, o Sindicato Nacional de Homeopatas da França entrou com uma ação contra médicos que assinaram um documento que alertava sobre “remédios alternativos” utilizados pela Homeopatia.

Fonte: Agência Brasil

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Marcela R. Garcia Albano, Psicóloga, São Paulo

Estou grávida e há algumas semanas tive uma crise séria de sinusite. Entrei em contato com o meu médico e ele receitou, imediatamente, o uso de antibióticos. Re eti e não tive coragem de tomar, principalmente pelo fato de estar grávida. Busquei, então uma solução através da homeopatia, e iniciei o tratamento com Sinudoron da Weleda - Berberis Vulgaris D-2, e associações. No primeiro dia, após a terceira dose, com posologia inicial de 20 gotas a cada 2 horas, eu já senti

uma considerável liberação nas vias respiratórias que estavam muito congestionadas. No segundo dia, notei uma melhora enorme nas dores e desconfortos, como dores de cabeça e mal-estar. A partir do terceiro dia, os sintomas desapareceram, permanecendo apenas uma leve coriza. No total, foram sete dias de tratamento com homeopatia e, desde então, tomei a decisão de não usar mais medicamentos alopáticos.

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O pacato vilarejo de Casa Branca, Brumadinho, cercado por lindas montanhas e matas, é também foco do vírus transmissor da febre amarela. Um estrangeiro, em visita ao local, começou a passar mal, vomitando bile e apresentando febre alta. Também não comia e só cava deitado. Passou dois dias assim. Foi quando me procuraram. Logo vi que se tratava da febre amarela e pedi logo que dessem Phosphorus, e o encaminhassem urgentemente para o hospital, pois estava à beira da morte! Durante o percurso, ele tomou esse remédio de 15 em 15 minutos. Já no hospital público, zeram exames e concluíram que o fígado já estava muito comprometido. Mas, no dia seguinte, o quadro começou a se reverter. Depois, acrescentamos os medicamentos Cina e Cardus Marianus para revezar com o Phosphorus. Assim, o paciente foi melhorando tão rapidamente que o próprio médico alopata do hospital incluiu os remédios homeopáticos no prontuário. O paciente saiu do hospital em menos de uma semana, já sem nenhum risco. Ficamos todos impressionados com a e cácia dos remédios, pois várias outras pessoas estavam internadas na mesma situação e muitas delas vieram à óbito. Essa experiência me deu

a segurança de que a homeopatia age rápido, ao contrário do que tanta gente pensa, e também em situações mais graves.

Outro caso interessante também ocorreu em uma pacata cidade do interior da Paraíba. Um homem foi fazer exames de rotina e descobriu uma grave infecção nos pulmões. Era uma pneumonia silenciosa, que se desdobrou em uma in amação da pleura, que continha muita água e pus. Tinha tanta água e pus que teve que ser submetido a uma drenagem às pressas. No entanto, após a drenagem e o término dos antibióticos receitados pelo médico, o paciente repetiu os exames de imagem e constatou que a pleura ainda acumulava água e pus. O médico insistiu em uma cirurgia. No entanto, o paciente não aceitou e procurou a homeopatia. Ministrei Mercúrius, phosphorus e Carbo Vegetabilis, todos no mesmo dia, várias vezes ao dia. O paciente relata que o pus foi saindo pela urina e fezes. Ao repetir os exames de sangue, não havia mais alterações importantes. E esse foi mais um quadro grave, agudo, com resolução indubitável através dos remédios homeopáticos.

Con ra a próxima edição para apreciar mais depoimentos. Caso deseje enviar o seu, entre em contato através do e-mail: homeopatascentrooeste@gmail.com.

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Carolina Lara, Terapeuta Homeopata, Belo Horizonte Foto: Gabriel Oliveira

Tratamento homeopático na Primeira Infância

A primeira infância compreende a fase da vida entre zero e três anos de idade, e tem o papel de iniciar o desenvolvimento mental, emocional e de socialização do ser humano, sobretudo, por ser um período de maior crescimento cerebral. Com a Homeopatia, um tratamento sutil que reestabelece a saúde do organismo, desde o início, as crianças podem receber estímulos que fortalecem seu sistema imunológico, diminuindo a suscetibilidade para doenças comuns, como sinusites, bronquites e gripes que, se surgem com frequência, indicam enfraquecimento de energia vital.

Para o professor do Instituto Tecnológico Hanhemaniano e terapeuta homeopata Eluisio de Santana, que atua na área há 15 anos, o ideal é usar o tratamento homeopático tanto de forma preventiva quanto curativa.

“A Primeira Infância demanda uma atenção muito especial e, de preferência, de uma equipe multipro ssional, com professores, pais, médicos pediatras, e claro, de homeopatas também”, aponta Santana. “Nestes primeiros anos de vida, é comum que a criança pegue catapora, sarampo, rubéola ou caxumba, por exemplo, mas, se o organismo infantil é fortalecido desde cedo, ele chega à vida adulta com mais equilíbrio dos pontos de vista mental, emocional e siológico”, esclarece.

Esse é o caso da professora Carla de Oliveira Silva, de Brasília, que utiliza a Homeopatia como recurso para tratar os lhos, Alan Côrtes e Alex Côrtes, desde que são bebês.

“Sempre achei que a doença deve ser curada de dentro para fora e a Homeopatia faz isso”, opina Silva. “Hoje, os meninos têm [respectivamente] 21 e 20 anos e são muito saudáveis”, assegura.

Além do tratamento preventivo, os medicamentos homeopáticos também são indicados para momentos de crise repentina, como aconteceu com o pequeno Lucas, de sete anos e, segundo a mãe, Lucilene Costa, de São José do Rio Preto – SP, foi diagnosticado com transtorno de ansiedade e humor.

“Começamos a tratá-lo com alopatia, mas, nos primeiros cinco dias eu já notei que ele estava muito mais ansioso e agitado”, explica Costa.

“Atualmente, ele está na Homeopatia e tem melhorado a cada dia, até na concentração, que também vinha sendo um problema. Percebi que o corpo do meu lho reage melhor a esse tratamento”, complementa.

Para Vanessa Kern, de Santo André – SP, mãe da Maria Eduarda, de 11 anos, a Homeopatia também chegou num momento complicado.

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“A minha lha nasceu prematura, necessitando de UTI neonatal por 14 dias. Aos seis meses, descobrimos que ela era alérgica múltipla e, por isso, ela passou muito tempo numa dieta de exclusão, se alimentando de uma fórmula especial”, conta Kern que, depois de dois anos, já cansada de tantas tentativas e insucessos, sobretudo para encontrar médicos e tratamentos apropriados, nalmente buscou auxílio na Homeopatia. “Foi um tratamento longo, porém, com melhoras signi cativas já nos primeiros meses”, aponta. “Depois de um tempo, conseguimos começar uma reintrodução alimentar e, aos poucos, ela passou a comer de tudo. Em 2016, descobrimos que ela também é portadora de Púrpura de Henoch-Schonlein, mas, seguimos com o tratamento homeopático e ela está super bem”, garante a mãe.

Ainda de acordo com o terapeuta homeopata Eluisio de Santana, o ideal é que todas as mães iniciem o tratamento homeopático enquanto tentam engravidar, durante a gravidez e, também, durante os primeiros anos de vida das crianças.

“O impacto positivo é simplesmente ser saudável, evitando a maratona que muitas famílias vivem ao verem suas crianças adoecendo e precisarem investir em tratamentos de saúde repetitivos, que regularmente as levam para las de hospitais”, naliza o terapeuta.

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Foto: Reprodução

O uso da Homeopatia no tratamento de doenças mentais

No Brasil, cerca de 12% da população precisa de atendimento especializado na área de saúde mental, o que equivale a 23 milhões de pessoas, e pelo menos 5 milhões, 3% da população, sofre de algum transtorno mental grave. Em 2017, o número de suicídios aumentou em 12% e, este ano, ainda é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Em meio a tantos dados e números que só reforçam a atenção emergencial que precisa ser dedicada a tantos brasileiros, consultamos a psicóloga e homeopata Silvana Elisabete para esclarecer alguns pontos acerca da relação entre o tratamento homeopático e o tratamento de doenças mentais.

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Silvana Elisabete Pinto Foto: LetíciaRodrigues

Como a Homeopatia pode ajudar na manutenção da saúde mental?

Drª. Silvana: As duas ciências, Psicologia e Homeopatia, se abraçam e dialogam, trazendo possibilidades de auxilio mais efetivo. Psicólogos trabalham com autodescoberta, autoconhecimento, estratégias de mudança e com desenvolvimento de talentos. Junto com o paciente, nós construímos uma relação saudável com um mundo caótico, trabalhamos com o fortalecimento da pessoa que busca existir num mundo que, na maioria das vezes, nos frustra, e diante do qual muitas vezes nos sentimos sem ferramentas de sobrevivência. É aí que entra a Homeopatia. Ela é uma ferramenta de incrível poder e ecácia, mesmo para aqueles pacientes que não tenham uma doença mental, mas sim um transtorno da afetividade, da emoção em desequilíbrio.

Como a homeopatia atua no tratamento de pacientes que sofrem de desequilíbrios emocionais?

Drª. Silvana: O ser humano tem contra si algo chamado ego que, se não é equilibrado, se torna uma armadilha que vai gerar uma rede de sentimentos, pensamentos e atitudes que nos afastará cada vez mais de nossa essência, criando inúmeras situações de con ito e psicossomatização. Então, entra Hahneman dizendo que não existem doenças, mas sim, doentes.

A Homeopatia é uma forma de Medicina Frequencial/vibracional e pode atuar no mundo causal, possibilitando, por

exemplo, que um paciente que vive um transtorno por humilhação, e que se somatiza na forma de um sintoma renal, um outro modo de pensar, uma nova forma de ser, estimulado por alguma frequência homeopática. A substância homeopática descortinará outras experiencias sensório-emocionais para ele ou ela, deixando que o livre arbítrio decida qual caminho seguir. É por isso que a Homeopatia é tão importante para o paciente que sofre de transtornos emocionais e cognitivos, ela abre portas diferentes das que ele está acostumado a percorrer.

O tratamento homeopático pode ser feito em conjunto com o alopático/ psiquiátrico?

Drª. Silvana: Sim, o tratamento pode ser feito em conjunto com qualquer outro ao qual o paciente estiver se submetendo. Até porque, por motivos estratégicos, não é aconselhável que sejamos críticos em relação a isso. Claro que, muitas vezes, vamos precisar nos posicionar quanto a certas drogas químicas que nossos pacientes estiverem usando, mas, o máximo que podemos fazer é sugerir a procura de uma segunda opinião médica. Nesse caso, a questão que entra em jogo é a insegurança do paciente porque muitos medos e muitas crenças inconscientes entram em cena.

É muito importante termos bom senso, principalmente quando tratamos de pacientes psiquiátricos, devido à impulsividade de muitos quadros. Contar com uma equipe multidisciplinar é sempre a melhor pedida para evitar que algum de-

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talhe seja perdido.

Aqui em São Paulo, temos um grupo de trabalho online onde cada especialista possui uma formação e visão de mundo, e quando analisamos e tratamos os casos, essas visões se somam e colaboram para ampliar a nossa compreensão acerca dos casos, enriquecendo a nossa visão pro ssional de forma mútua.

A tese de doutorado de Hahnemann levou o título “ as enfermidades da alma; os loucos.” Pode-se dizer que, desde o início, a Homeopatia colaborava para o tratamento de doenças mentais?

Drª. Silvana: Hahnemann considerava os sintomas mentais como aqueles que norteariam a escolha do medicamento acertado, como é possível observar nos parágrafos 210 a 217 do Organon.

No parágrafo 213, Hahnemann a rma que a cura não ocorre de forma natural se os aspectos mental e moral também não forem observados.

Já na apresentação do livro “Máteria Médica: Temática de sintomas mentais homeopáticos”, o Dr Aldo Farias Dias lembra que, também no Organon, Hahnemann diz que o estado de espírito do paciente muitas vezes determina a escolha do remédio homeopático em virtude de ser um sintoma decididamente característico, que não pode, de maneira nenhuma, permanecer oculto ao médico que seja um observador preciso.

Nos vários livros que estudamos, todos

os autores a rmam que, em relação ao tratamento homeopático, as características emocionais e mentais/cognitivas do paciente representam o guia mais seguro para a prescrição de medicamentos. Quando nos focamos apenas na somatização ou no sintoma, estamos fazendo exatamente aquilo que Hahnemann tanto criticava e a rmava ser um crime, que é reduzir a pessoa que está na nossa frente a um mero acúmulo de sintomas. Não podemos nos esquecer da frase clássica: “Não existem doenças e sim doentes.”

Paschero, no livro Homeopatia, a rma que todo o processo de enfermidade crônica consiste em um prolongado esforço de adaptação. Ou seja, o ser se esforça ao máximo para se adaptar a condições ambientais e psicofísicas, o que, muitas vezes, gera um desgaste tão grande que chega a se transformar em doença, e o prolongamento desse quadro traz uma doença crônica como consequência.

O ser humano atual criou a ilusão da separatividade, tentando acreditar que fechar a porta de sua casa o protege das interferências de emoções, pensamentos e acontecimentos de toda a coletividade terrestre, humana e não humana. Mas, somos células de um imenso organismo. E a célula que se individualiza e procura realizar seus processos desconectados do Grande Organismo se torna uma célula doente.

É isso que precisamos buscar no nosso paciente: o momento em que ele buscou um isolamento doentio que o afastou dos “altos ns de nossa existência”, que é jus-

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tamente esse SER integral e integrado ao Planeta em que ele vive.

Quais são as principais diferenças entre o tratamento homeopático voltado para a saúde mental e o Alopático?

Drª. Silvana: A primeira diferença é que a homeopatia busca o ser integral. Isso signi ca um ser que tem um ambiente siológico associado a um ambiente emocional, social e espiritual, conectado ao Ambiente Planetário. Qualquer desequilíbrio em um destes ambientes afetará este SER e ele deixará de ser integrado. A Alopatia, ou velha escola, como chamava Hahnemann, trabalha em cima dessa fragmentação.

A segunda diferença é que o verdadeiro Homeopata sabe que a função do medicamento homeopático é estimular a energia vital a resgatar seus processos naturais de funcionamento equilibrado. Diferentemente da Alopatia, nós vemos que a cura deve acontecer de dentro para fora, e esse forma de pensar é típica da Homeopatia.

A terceira diferença é que seguimos as leis de cura, tão bem compiladas por Hering, e estamos preparados para lidar com a volta de sintomas antigos, que, a princípio, pode aparentar uma falha no processo de cura.

Como a homeopatia pode contribuir para diminuir os casos de suicídio no Brasil?

Drª. Silvana: Esse tema é bem complexo e profundo. Primeiro, precisamos saber o que leva um indivíduo a cometer um ato

que vai contra a lei natural e entender o que acontece com a nossa sociedade atual em diversos âmbitos: social, ecológico, afetivo, espiritual. O suicídio está se apresentando como uma saída prática para os jovens, o que nos leva a questionar os modelos de educação que a sociedade atual está praticando; o que está sendo apresentado (ou não) como razões sólidas que fortalecerão nossos jovens para lidarem com as di culdades da vida e como as famílias estão preparando seus lhos para se tornarem cidadãos adultos e maduros. A Homeopatia pode abrir portas de novas percepções para aqueles que estão pensando em suicídio como a única alternativa plausível, possibilitando clareza mental, descoberta de novos talentos e fortalecimento da personalidade para fugir das garras malditas do narcisismo, fazendo com que o indivíduo se torne emocionalmente saudável.

Enquanto a química apenas embotaria pensamentos negativos, a Homeopatia libertaria o ser das cascas de cebola do adoecimento, possibilitando que sua essência se aproxime da Luz.

Nos transtornos mentais, emocionais e cognitivos, o tratamento Homeopático resulta em aumento de vitalidade, autopercepção, autoconhecimento e sentimento de bem-estar. A homeopatia permite que tenhamos novas experiências, aumentando a nossa visão de mundo e trazendo novas perspectivas e olhares para a realidade

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HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA

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Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS

A Equinacea Angustifolia, também conhecida como cone ower roxo de folhas estreitas ou blacksamson echinacea, é uma planta nativa da América do Norte que pertence à família do girassol. Entre os indígenas norte-americanos, seu nome é “raiz de alce” e, por séculos, ela foi usada por esses povos para tratar feridas, queimaduras e picadas de inseto, além de dores em geral e problemas respiratórios.

Para esclarecer alguns pontos acerca da importância dessa planta tão usada na Homeopatia contamos com a participação especial da professora e terapeuta homeopata Joice Vaine Oliveira Cária.

Foto:Reprodução

Para quais situações a Echinacea angustifolia é indicada?

Primeiramente, obrigada pela distinção da entrevista. Sinto-me honrada. A Equinácea (Echinácea Angustifólia) age como antibiótico natural, combatendo doenças infecciosas, como respiratórias e de pele, e tratando casos de depressão. Além disso, ela também ajuda na produção do Interferon, que é um agente antiviral.

Há contraindicações?

Sim, já que ela pode ativar doenças autoimunes e outras doenças hiper-reativas, podendo causar náuseas, tonturas e reações alérgicas. Ela também é contraindicada em quadros de Esclerose múltipla (EM) e Esclerose Lateral Amiotró ca, entre outros,

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Joice Vaine Oliveira Cária

e pode causar efeitos colaterais em indivíduos que tenham hipersensibilidade às plantas da família “Asteraceae”.

Quais são os efeitos colaterais em casos de superdosagem?

Não há muita sensibilidade na superdosagem, mas o uso da Equinacea Angustifolia deve ser restrito a um período para que o organismo não produza resistência a ela e, assim, não desperte o aumento de L-DOPA em casos de depressão.

Quais partes da Equinácea são usadas nos medicamentos homeopáticos e quais são seus benefícios?

Na Homeopatia, usa-se a planta inteira, já que ela possui óleos voláteis na raiz, polissacarídeos nas partes aéreas, ácido caféico, alcaloides, e por conter toda a química necessária a um organismo doente.

Quais são os principais benefícios da Equinacea?

O principal benefício é o estimulo do sistema imunológico, permitindo que o organismo se proteja de agentes infecciosos.

Quais são as diferenças de uso da Equinacea angustifolia na Homeopatia, em comparação com outras terapias?

Na Fitoterapia, por exemplo, são preservados os princípios ativos para uso indicado dentro da matéria orgânica, ou seja, dá ênfase ao corpo físico, levando em conta cada princípio ativo destinado a corrigir determinada queixa.

Já na Homeopatia, prioriza-se um conteúdo energético do ser, levando o tratamento aos limites do equilíbrio corpo-mente, considerando a energia de todos os princípios ativos para corrigir um ser como ao todo.

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Um caso tratado por Hanhemann (Extraído do livro Receituário Homeopático, de John Clarke, resenhado nesta edição, na seção Homeopatia e Cultura)

Hahnemann publicou pouquíssimos casos seus, porque, como explicava, não desejava dar a seus alunos uma desculpa para tratarem seus casos segundo o nome das queixas, tal como Nux Vomica para indigestão, Bryonia para o reumatismo, e assim por diante. Cada caso deveria ser tratado com base em suas próprias características, qualquer que fosse o seu nome. Mas, como seu processo de repertorização é único e muito e ciente, resolvemos reproduzir aqui um de seus casos, para que ele nos inspire na resolução dos nossos.

“Sch.- lavadeira, cerca de quarenta anos de idade, já estava há mais de 3 semanas sem poder ganhar seu sustento, quando veio me consultar em 1º de setembro de 1815.”

1. Ao menos movimento, especialmente a cada passo, e pior ainda se pisa em falso, sente um choque na boca do estômago, vindo sempre do lado esquerdo, segundo ela a rma.

2. Sente-se muito bem ao deitar-se, assim não sente dor em lugar algum, nem no lado nem na boca do estômago.

3. Não consegue dormir a partir de 3 horas da manhã.

4. Tem bom apetite, mas sente-se mal após ter comido um pouco.

5. A seguir, começa a juntar água na boca, terminando em arrotos ácidos.

6. Tem frequentes eructações secas após qualquer refeição.

7. É de temperamento arrebatado, predisposta à raiva. Quando a dor é forte, ca coberta de suor. A menstruação apresentou-se normalmente há duas semanas.

8. Quanto aos demais aspectos, a saúde é boa.

Com relação ao sintoma 1, Belladona, China e Rhus Toxicodendron produzem pontadas na boca do estômago quando se dá um passo em falso, mas nenhum deles ao menor movimento, como no presente caso. A Pulsatilla, certamente, causa pontadas na boca do estômago quando se dá um passo em falso, mas apenas como uma ação alternativa pouco frequente, e também apresenta os mesmos distúrbios di-

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gestivos mencionado no item 4, comparados com 5 e 6, ou o mesmo estado de ânimo.

A Bryonia sozinha apresenta entre seus principais efeitos alternativos, como demonstra a lista completa de seus sintomas, dor originada pelo movimento, especialmente pontadas, e agulhadas abaixo do esterno (na boca do estômago) quando se levanta o braço; ao se dar um passo em falso, ocasiona pontadas em outras partes.

O sintoma negativo 2 aqui encontrado reage especialmente à Bryonia; poucos medicamentos dão alívio completo às dores durante o repouso ou quando se está deitado, mas a Bryonia faz isso de uma maneira especial.

O sintoma 3 é encontrado em vários medicamentos, e também na Bryonia.

O sintoma 4 certamente está presente em vários outros medicamentos, no que se refere ao mal-estar depois de comer (Ignatia, Nux vomica, Mercurius, Ferrum, Belladona, Pulsatilla, Cantharis), mas não de forma tão constante e comum, nem associado com o prazer pela comida como na Bryonia.

Com referência ao sintoma 5, muitos medicamentos com certeza produzem aumento de salivação com arrotos ácidos, mas nenhum deles, como a Bryonia, produz sintomas similares aos restantes.

Quanto ao sintoma 6, eructações secas depois de comer são encontradas em poucos medicamentos, e em nenhum de maneira tão frequente e comum como na Bryonia.

Quanto ao estado de ânimo descrito no sintoma 7, a Bryonia também é o remédio que mais o ocasiona. Então, como a mulher era muito robusta, a força da doença devia ser considerável para impedi-la de trabalhar por causa da dor; mas como seus poderes vitais não estavam comprometidos, prescrevi-lhe uma das doses homeopáticas mais fortes: uma boa gota do suco concentrado de raiz de Bryonia, a ser tomada imediatamente, e pedi a ela que retornasse depois de 48 horas.

Disse a meu amigo E., que estava presente, que dentro desse período a mulher, com certeza, estaria completamente curada. Ele, ainda não convertido à homeopatia, expressou dúvidas.

Cinco dias mais tarde, ele voltou para saber o resultado, mas a mulher não tinha retornado, e nunca mais voltou. Para acalmar sua impaciência, dei-lhe o nome e o endereço da paciente, e ele foi visita-la. Ao indagar por que não havia voltado, a resposta dela foi: “Pra que é que eu precisava voltar? Logo no dia seguinte estava completamente boa, e ainda estou. Sou extremamente grata ao doutor, mas gente como eu não pode parar de trabalhar, e nas 3 semanas que se passaram minha doença impediu-me de ganhar qualquer coisa.”

Nesse caso, da forma mais inequívoca, o nome acadêmico da doença nada interessou ao médico, e o nome do medicamento nada interessou ao paciente. Mas Hahnemann encontrou a substância na qual a Natureza concentrou as vibrações correspondentes às vibrações da doença, e a primeira venceu a segunda. Que seu exemplo possa nos inspirar sempre!

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O TRANSTORNO AFETIVO EM MULHERES E A HOMEOPATIA:

O objetivo deste artigo é compreender o transtorno de afetividade em mulheres, indicando como terapia coadjuvante a homeopatia. Inicialmente, vamos esclarecer o que é Transtorno de Afetividade, analisando se somente as mulheres o apresentam. Logo após, analisaremos três casos de consultório e faremos a indicação e o comentário das medicações homeopáticas utilizadas. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográ ca, combinada com o estudo de casos.

Existe uma cisão entre os especialistas a respeito do tema Transtorno de afetividade. Uma parte diz que o transtorno do afeto feminino – mulheres que amam demais, se encaixa no CID F31, estando dentro do transtorno bipolar, enquanto outros a rmam que é um transtorno tipo TPB – transtorno de personalidade borderline, ou seja, personalidades fronteiriças entre a “neurose comum

nossa de dia a dia” e a psicopatia.

Resumidamente, personalidade borderline é aquela que sofre de uma hiperexcitação dos sentimentos, pois tudo nela é muito, é intenso. Vive assolada por sentimentos sem controle, que causam prejuízos a si mesma e ao meio social.

Pessoas com essa característica são capazes de atitudes que prejudicam muito a vida do ente supostamente amado, mas no fundo não é maldade e sim um fruto de “uma personalidade que vive o tempo todo no limite do desespero afetivo frente à possibilidade do abandono e da rejeição.” (SILVA)

É importante termos ciência de que o transtorno afetivo não é característica de gênero, pois encontramos em todos os gêneros distúrbios de afetividade, já que as origens dele independem da sexualidade ou da orientação sexual.

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QUANDO O AMOR VIRA DOENÇA Silvana Elisabete M. Pinto Psicóloga

Quando o assunto é emoção, é extremamente comum vermos a mistura dos sentimentos, experiências e, portanto, do julgamento, por parte do pro ssional. Tenho relatos tristes e absurdos trazidos por pacientes que foram julgadas segundo as crenças religiosas dos pro ssionais com quem se tratavam, e, em vez de se encontrarem dentro do espaço seguro do setting terapêutico, sentiram-se desconfortavelmente enquadradas em pontos de vista pessoais. Portanto, é importante distinguirmos que, independentemente de sermos psicólogos ou terapeutas homeopatas, nós não julgamos, buscamos outros meios que efetivamente auxiliam o paciente.

Avaliar, pesquisar, compreender e fazer as intervenções necessárias é bem diferente de julgar. Julgar é colocar as opiniões pessoais dentro do contexto, é pensar que só existe uma forma de ação “correta”: a nossa. É acreditar no maniqueísmo, ou seja, buscar soluções do tipo certo/errado; bonito/feio; homem/mulher, esquecendo que, ao se tratar de seres humanos, existe um enorme caminho do meio entre qualquer extremo. Não podemos tentar consertar o mundo a partir de algum código de conduta, e por isso um dos atributos mais difíceis de se conquistar na pro ssão de terapeuta, é exatamente isso: não permitir que nossos vieses pessoais interram na compreensão do inconsciente corpori cado à nossa frente. Ou seja,

não dá para enquadrarmos ninguém na nossa métrica pessoal. Analisar, compreender, pesquisar, questionar ao paciente se estamos conseguindo entender a partir da ótica dele, tudo isso é importante para nos aprofundarmos nos casos que atenderemos.

Sabemos também que uma visão machista independe do gênero do pro ssional, já que, muitas vezes, as ideologias pessoais deturpam a análise criteriosa e o acolhimento da mulher com transtorno afetivo. Esse transtorno vai exigir muito da nossa compreensão e empatia, pois, apenas pela racionalidade, muitos comportamentos são profundamente irracionais e incompreensíveis.

Julgamentos e rótulos são inúmeros, podendo o pro ssional realizar um atendimento que mais se parece com aconselhamento sócio/religioso em vez de uma entrevista clínica, o que confunde e prejudica ainda mais uma mulher com este quadro, cuja autoestima já está comprometida. Portanto, antes de mais nada, é condição sine qua nom, que o pro ssional alije de seus argumentos a ironia velada, a incompreensão, e intolerância. Por mais que o pro ssional não consiga abarcar a profundidade do sofrimento daquela mulher muitas vezes chamada de histérica, submissa, sem amor próprio, é necessária uma vontade maior de se aprofundar no porquê de tanta incoerência.

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Para entender melhor, pensemos em algumas situações. Quando uma mulher com transtorno de afetividade chega no consultório, ela se sente destruída. Seus relacionamentos estão em frangalhos, sua voz alterna entre extremos, pode ser uma fala infantilizada, ou então mostrando uma superioridade que não esconde um grande medo de solidão.

O que leva uma mulher a suportar um relacionamento onde precisa se contentar com migalhas? Ela sabe que a relação só existe porque ela está doando sua própria carne para que alguém se alimente e permaneça só um pouquinho mais ao lado dela? Ela não percebe que é apenas o instrumento de satisfação narcísica do parceiro/a?

Muitas vezes em alguns momentos de mais equilíbrio ela percebe, mas não consegue mudar sozinha. E não podemos esquecer que o borderline vive permanentemente no extremo da emoção, à beira do abismo emocional. Também existem casos onde o/a parceirx é uma pessoa envolvida e fazendo sua parte para o casal estar em harmonia. Mas se ela não estiver preparada para a harmonia, como suportá-la? Se o lar primário foi de caos e a mulher teve seu papel social, seu espaço de nido para administrar o caos, a harmonia signi cará que ela perdeu sua função. Este caso pode ou não ser enquadrado como Personalidade Borderline, a depender de um diagnóstico

preciso.

Mas, qual o sentimento básico mulher que ama demais ? E de que forma o terapeuta homeopata pode auxiliá-la?

Primeiramente, esta história muitas vezes começou na própria gestação. Sabe aquele lho que tem por tarefa segurar um casamento já falido? Pois é… Muitos destes lhos estão até hoje, anos mais tarde, tentando cumprir sua missão, só que agora com seu próprio relacionamento. As mãozinhas pequenas, em um diálogo destituído de palavras, foram incumbidas de segurar algo que elas nem sabiam direito o que era, e, portanto, falharam. Hoje essas mãos cresceram e estão ocupadas em suplicar, aprisionar e não permitir que, de novo, haja uma falha/rompimento em relações doentias.

Outras mulheres têm história de abandono. Seja porque os pais estavam ocupados demais, ou porque não queriam lhos e foram “presenteados” por esse serzinho (daí vemos a reedição da história da mãe que tentou agarrar um amor). Seja porque ser pai/mãe cortou algum sonho e não consegue amar aquela que signi ca algema, responsabilidade, quando tudo que ele/ela queria era um momento descomplicado de prazer.

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Concordo que, para um homem/mulher que se envolve em um relacionamento puramente sexual, ser obrigado a assumir um lho não é nada divertido. Mas para isso inventaram a camisinha, contraceptivos e, em alguns casos previstos em lei, a vasectomia. Portanto precisamos pensar com todas as cabeças de que dispomos antes de unir espermatozoides e óvulos.

Chegou até mim, um caso de um jovem pai segurando sua lha de alguns meses no canguru, e a menina não parava de chorar. Ele se vira para quem o acompanhava e disse : “Esta FDP não para de chorar.” Ou esse moço revê seus valores, e assume a paternidade desta criança, ou existe uma forte chance de termos mais uma mulher correndo atrás de amores impossíveis e fazendo de tudo para provar que ela não é uma FDP e é digna de ser amada.

Esse é o foco das mulheres que amam demais. Elas não se sentem dignas de um amor real, já que podem ter recebido mensagens de desamor desde a gestação, e não se permitem vivenciar relações saudáveis, pois as desconhecem. Sempre se engajam em relações turbulentas e que deem sustento aquilo que está no inconsciente delas: abandono, desprezo, falta. Isso não é claro para elas, não é uma escolha autônoma. É uma força muito maior.

Dessa forma, o terapeuta precisa ter

uma percepção sagaz para decodicar as mensagens passadas entre as paredes da família. Portanto, elas não precisam ouvir de seus terapeutas homeopatas “Mas por que você não procura alguém que te ame?” porque simplesmente elas não conseguem. É algo irracional. E, para que elas consigam desobedecer as mensagens caóticas de seus inconscientes e saírem destas relações vampirescas, serão necessárias muitos investimentos emocionais, muitas histórias precisarão ser criadas, e muitas verdades precisarão ser assumidas e trabalhadas.

Fica então a pergunta maior: como auxiliá-las? Certamente, a decodicação deste inconsciente terá que ser feita em conjunto com um psicólogo experiente, pois ela precisa se preparar para a perda e lutos simbólicos. Encarar sua infância, as mensagens recebidas durante a própria gestação, seus vazios internos, suas fantasias. E esse mergulho não pode ser precipitado, com o risco de haver uma crise de arrependimento, e essa mulher vai acusar a todos, porque seu amor idealizado foi embora, haverá impropérios e acusações e ela simplesmente irá repetir a maldição interna. Portanto esse é um terreno delicado, e precisamos ampliar a consciência da mulher que ama demais, utilizando como coadjuvante a força da Homeopatia.

A HOMEOPATIA NOS TRANSTORNOS DE AFETIVIDADE: Rhus, Ana-

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cardium e Ignatia.

Tive uma paciente que aprendeu desde cedo que era responsável pela felicidade da família. Ela era a menina mais velha, lha de um pai amoroso e alcoólatra, e de uma mãe que a rejeitava. Neste caso, havia o transtorno de afetividade, mas não a personalidade borderline.

Desde os 5 anos de idade, ela ia a noite buscar o pai no bar, com os perigos de andar sozinha pelos arredores de uma cidade de roça. Quando aos 6 anos ela foi estuprada pelo primo sob o olhar atento do irmão mais velho, ela não teve a quem recorrer. E segurou o choro e a história para só revivê-la em meu consultório 40 anos depois.

Ela, que foi gerada com a missão de manter o casamento dos pais, se imola a partir deste crime bárbaro, não divide com a família para não causar mais sofrimento e se torna uma mulher dura, altamente responsável, que toma a frente de qualquer situação, e que é capaz de suportar toda dor e cansaço, sem nunca descansar. Casa-se com um alcoólatra, óbvio. Tenta fazer por ele o que não conseguiu com o pai, mas separa-se. Luta sozinha alguns anos e se envolve com outro homem, extremamente narcisista e infantilizado cuja relação foi marcada por uma sucessão de fugas dele para a casa da

própria mãe diante das cobranças da vida adulta e de retornos arrependidos.

Interessante como ela simboliza nestes relacionamentos sua luta com a infantilidade. Ela, que teve sua infância sequestrada aos seis anos, convivia com a mamadeira e com a imaturidade dos Homens pseudo-adultos a sua volta. E assim rea rmava que era ela quem realmente tinha que “segurar tudo nas costas”. Rhus toxicodendrum trouxe a esta mulher uma dimensão de equilíbrio entre sua força real e sua necessidade de sacrifício.

Tenho tido também sucesso com Anacardium orientalis, ou, como disse uma paciente que se valeu dele ,e que sentiu mudanças rápidas - Poção de Harrry Potter. Essa mulher, muito bonita e sedutora, oscilava entre a pro ssional bem sucedida e a que fugia de toda responsabilidade, deixando seus clientes do escritório de contabilidade atônitos, com tanta incoerência.

Também ela sofria de transtornos de afetividade. Envolvia-se em relacionamentos com parceiros de personalidade psicopática, ou narcisistas, ou homens casados, ou bem mais jovens e também com transtornos. Sua história era igualmente marcada pelo alcoolismo paterno, a mãe sedutora e infeliz no casamento. Minha paciente foi

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gerada em uma relação extraconjugal. Esses segredos de família que fazem sofrer as crianças que não entendem o porquê sofrerem rejeição pela parte traída. Com o tempo, consegue se fazer amar pelo pai não biológico. E descobre assim que para ser amada é preciso ser sedutora.

Essa situação traz a ela uma angústia existencial, uma tristeza por estar sempre dividida: a herança epigenética da mãe dividida entre o marido e o amante; e a divisão dela mesma entre o que precisa ser e o que realmente é.

Busca uma pro ssão que a tire da miséria onde nasceu e se torna empresária no ramo da Contabilidade. Isso satisfaz seu bolso, mas não sua alma. Mantém um escritório pequeno na cidade onde nasceu, porque assim consegue ajudar os pequenos comerciantes e produtores rurais, e isso a agrada. As grandes empresas de onde tira seu faturamento majoritário só a estressam. Dualidade, dualidade, dualidade...na vida afetiva e na vida pro ssional, drenando sua energia emocional mais e mais.

Resolvo começar por Anacardium orientalis, por que ele tem essa assinatura: unir o que está separado. Isso trouxe clareza mental, e minha paciente passou a gostar mais de sua própria companhia. Começou Yoga, e está fazendo novos amigos. Sozinha, mas

neste momento vivendo um lado desconhecido e bom desta solidão, prazeroso e integrativo.

Outra paciente, uma mulher 62 anos, me procura com forte dor moral por ter arriscado seu segundo casamento de 13 anos, e ter ido atrás de um namorado de internet. Após ter sido chamada de louca por todas as amigas do grupo religioso, ela decide buscar ajuda pro ssional. O marido, 10 anos mais velho, estava decidido a “perdoar” o deslize e manterem o casamento, como se nada tivesse acontecido.

Ela chega ao consultório cheia de culpa, relatando que tinha medo de tudo, que não entende o porquê de justo ela, que não pega ônibus sozinha, se lançar em uma viagem para outro estado, e passar 3 dias internada em um sitio com o namorado vivendo uma vida de glamour, de paixão, algo até então totalmente desconhecido para ela.

O que temos aqui não é mulher doente. Doente ela foi a vida toda. Doente de medo, doente de auto-controle, buscando suprimir uma sexualidade intensa por trás do manto do pecado. Alguém que sempre se negou, suprimiu sua afetividade, e já na terceira idade, resolve viver uma única vez aquilo que as novelas, lmes, WhatApps proclamam.

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Mas a realidade chamou e, ao voltar para sua cidade, sem saber o que iria acontecer dali por diante, um rasgo de sanidade a fez testar o cavaleiro de capa e espada: ela liga da rodoviária e diz que o marido descobriu e não a aceita mais em casa. Pergunta se ele estaria disposto a manter uma relação séria.

A resposta, como era de se esperar, é não, seguida de uma série de explicações.

Neste caso, precisei revelar a Grande Busca que esta paciente estava fazendo, e dar apoio a ela com a homeopatia. Ela precisava de um espaço emocional onde pudesse se tornar mais autônoma, menos dependente de um homem para poder existir. E o medicamento que nos apoiou no primeiro momento foi Ignatia Amara. Ela retoma este casamento, e começa a se preparar para encontrar atividades onde possa encontrar pedaços de sua personalidade que deixara pelo caminho.

É claro que só o pro ssional sabe as características de personalidade de seu paciente, e são elas que nos norteiam na escolha do medicamento mais apropriado. Toda homeopatia trará equilíbrio, e vou deixar aqui algumas sugestões de medicamentos para o pro ssional se aprofundar nelas, enquanto busca o mais adequado para aquela individualidade que está

a sua frente.

A revista digital homeopática https:// www.britishhomeopathic.org/charity/how-we-can-help/articles/conditions/e/love-hate-jealousy/?link_ list=5752933, traz uma série de medicamentos que podem ser usados em transtornos afetivos, de acordo com a similitude paciente/transtorno.

Aurum, calcarea phosphorica, capsicum, causticum , cimicifuga, hyosciamus. Hellianthus, natrum muriaticum, lachesis, lycopodium, Pulsatilla...

São tantos casos e tantas opções de medicamentos! Mas, mais do que casos, são tantas histórias, tantas verdades! E precisamos oferecer a cada uma a ajuda adequada, em sua própria linguagem. Cada paciente é um templo que precisamos adentrar com respeito, e a Homeopatia nos traz isso. Essa capacidade de entender a Pessoa à nossa frente, perceber que o rótulo DOENÇA é, na verdade, um grito de alma enclausurada em uma história onde as primeiras páginas não foram escritas por essa Pessoa. Mas nós, prossionais sensíveis e de escuta atenta, podemos auxiliá-las a escrever as próximas, de uma forma mais harmoniosa e mais feliz.

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Para saber mais

- Mentes que amam demais, o jeito borderline de ser- Ana Beatriz Barbosa Silva, ed. Principium.

- Criança interrompida, adulto borderline – Taty Ades; Eduardo Santos – Ed Isis.

- Mulheres que amam demais – Robin Norwood; ed. Rooco.

- Prática Homeopática em Psicopatologia – Jacqueline Barbancey – vol 1 e 2 Ed. Andrei.

As mulheres com distúrbios afetivos perpassam toda a história humana, mostrando diferentes formas de sofrer esses problemas, que indicam implicação cultural, histórica e psicológica. A mitologia mostra diferentes modelos de comportamento feminino frente à força da dor de amar e não ser correspondida, dois dos quais referenciamos aqui.

Ninfa Eco: transformou-se em pedra, impossibilitada de comunicar seu amor a Narciso.

Icamiabas: guerreiras da região amazónica conhecidas como “mulheres sem homens, mulheres sem marido ou mulheres escondidas dos homens”. Na Grécia, existe o mesmo mito, e as mulheres guerreiras viviam em terras separadas, governadas por Hipólita.

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Nascimento: 18 de abril de 1882 (Taubaté - São Paulo).

Falecimento: 4 de julho de 1948 (São Paulo – São Paulo).

Advogado formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo de São Francisco) em 1904. Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina. “O Sítio do Pica-pau Amarelo” é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Destaca-se pelo caráter nacionalista e social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba (foi o criador do “Jeca Tatú”), quando da crise do café. Situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna de 1922, no Brasil.

O que não consta na biogra a deste grande e culto brasileiro é que ele era, como se dizia na época, um “adepto” da Homeopatia por considerá-la barata e e ciente. Isto pode ser veri cado em algumas cartas coletadas em sua obra a “Barca de Gleyre”, livro que compila cerca de quarenta anos da correspondência ativa de Monteiro Lobato com Godofredo Rangel (José Godofredo de Moura Rangel, escritor e tradutor brasileiro, nascido em 1884 na cidade de Carmo de Minas, Minas Gerais e falecido em 1951 em Belo Horizonte, Minas Gerais).

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Monteiro Lobato Godofredo Rangel Livro: A Barca de Gleyre

“Rangel

A Homeopatia... Eu pensava como você, ou pior ainda, não me dava ao trabalho de pensar coisa nenhuma a respeito. Não acreditava nem desacreditava. Não pensava no assunto e pronto. Mas, um dia sobreveio o estalo e quei tonto. O meu Edgarzinho apareceu com uma doença no nariz. Isso na fazenda. Ele tinha dois anos. Corro a Taubaté. Consulto os médicos locais. “O melhor é ver um especialista em São Paulo”. Vamos para São Paulo. “Quem é o baita para narizes?” J. J. da Nova. Examina, cheira, fuça e vem com um grego. “Rinite atró ca”. Só pode sarar lá pelos dezoito ou vinte anos, mas vá fazendo umas insu ações com isto. E me deu uma droga e um insu ador. Voltamos para Taubaté muito desapontados. Dezoito anos! Mas minha casa era defronte a de uma prima. Vou vê-la. Tenho de esperar na sala de visitas um quarto de hora. Em cima da mesa redonda está um livro de capa verde. Abro-o. Bruckner, o médico homeopata. Instintivamente procuro a seção “Nariz”. Leio o conjunto de sintomas. Um deles coincide com os sintomas de Edgar. Prescrição: Mercurius. Entra a prima. “Vale a pena isto de Homeopatia?”. Pergunto cético. E ela: ”experimenta, não custa nada”. Quando saí passei pela farmácia. “Tem Mercurius?”. Tinha. Comprei cinco tostões. Almeida Cardoso – Rio. Levo para casa. Falo a Purezinha. Sem fé nenhuma dou os carocinhos ao Edgar. Mais que mandavam as instruções, cinco em vez de três. Depois, mais cinco. No dia seguinte o milagre: todos os sintomas da rinite haviam desaparecido, mas sobreviera uma novidade: purgação nos ouvidos. Cheio de con ança corro à casa da prima atrás do livro de capa verde. Procuro “Ouvido” e leio esta maravilha: “às vezes sobrevém purgação no ouvido por sobrecarga de Mercurius e, nesse caso, o remédio é Sulphur”. Vou voando à farmácia e compro Sulphur. Mais quinhentos réis. Dou Sulphur ao Edgar e pronto. Sarou do ouvido. Sarou da rinite. Sarou de tudo. Preço da cura: mil reais. Pela alopatia, em troca da não cura, várias consultas médicas, viagens a São Paulo, drogas insu antes e aparelho insu ador e a desesperança. Que fazer depois disso, Rangel, senão mandar vir um livro de capa verde e uma botica com todas as homeopatias do Almeida Cardoso? Cem mil réis custou-me e desde então curo tudo em casa e no pessoal da fazenda. Fiquei com fama de mágico. Vem gente dos sítios vizinhos. ”Ouvi dizer que o senhor é um bom doutor, que cura”- e curo mesmo. Chega a vir gente até do município vizinho atrás dos “carocinhos mágicos”.

Lobato”

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• Portal de Homeopatiahttp://www.portaldehomeopatia.com.br/

• BVS – Biblioteca Virtual em Saúdehttp://homeopatia.bvs.br/

• Livraria Florencehttps://www.livraria orence.com.br/medicina/homeopatia?map=c,c

• Homeopatia Brasilhttps://www.homeopatiabrasil.com.br/

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Revista de Estudos

HOMEOPÁTICOS

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