2018 / Vol. 26 / Ano 08
novos velhos V i a g e m / c o m p o r t a m e n t o / c u lt u r a / m o d a / s a ú d e
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ISSN 2238-7420
R$ 9,90
CARTAAOLEITOR
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EQUIPEDUE
squeça a imagem estereotipada do velhinho jogando dominó na praça, ou da vovó tricotando na cadeira de balanço. Se no século XX, considerávamos as pessoas com mais de 60 anos como aquelas que estão se afastando de várias atividades, ou ficando “fora do jogo”, no século XXI isto não é mais uma regra. Os novos velhos representam uma população com mais de 60 anos, economicamente plena e cheia de saúde para aproveitar a vida. Eles viajam pelo mundo todo, lotam salas de aula, leem bastante, estudam, se divertem, gostam de amor e sexo. Tão debatida em várias áreas do conhecimento, a longevidade rouba a cena no cenário da medicina, da tecnologia, demografia e afins. E mesmo no Brasil, onde os idosos são desrespeitados e a mídia ensinou que bom mesmo é ser jovem, falar dos “novos velhos” é tratar de pessoas cheias de energia e que não querem perder tempo. Navarro-Swain questionada sobre essa divisão do mundo em duas categorias distintas foi categórica: (...) a velhice é apenas uma categoria social, criada para melhor separar o humano em hierarquias e impor modelos de consumo e de vida. Aqueles que respondem às necessidades de mercado, ao patriarcado, ao desejo de poder, esta tormenta que assola as relações humanas. No fim as contas, estamos todos, independente de nossa idade, vivendo distintos momentos das nossas existências, afinal. E se as estimativas são de que a “virada” no perfil da população brasileira acontecerá em 2030, quando o número absoluto e o porcentual de brasileiros com 60 anos ou mais vão ultrapassar o de crianças de 0 a 14 anos, segundo o IBGE, precisamos, portanto, falar sobre eles. Precisamos falar sobre nós, afinal, envelhecer é uma regra natural e inevitável. Essa edição de Due visa abrir novos horizontes e apresentar aos leitores uma linda face do ciclo de vida humano. Uma face com rugas, talvez, mas sobretudo cheia de experiências e coisas a ensinar.
Valná Dantas Editora-chefe
@valnadantas
Raphael Araujo Editor Gráfico
@raphadoisreais
Paula Teixeira
Editora de Conteúdo Digital
@paula_aya
Boa leitura
Marcela Sampaio Revisora
Editora-chefe
@marcelasampaiorodrigues
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NAREDE
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A Revista Due não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e conteúdos incluídos em seus anúncios. Pessoas e empresas que não constam no expediente, exceto agências de publicidade, não possuem autorização para falar em nome da revista.
CONTEÚDO Adriana Thiara Célia Souza Fábio Mariano Flávia Motta Georgia Barbosa Hugo Santana Leidijane Terto Marcela Câmara Natália Barbosa Ricardo Sales Rita Mendonça Vitor Luz
PRATELEIRA
Viagem
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Estilo de vida
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Viagem Destino
Comportamento Opinião Sentimento Filmes Livros
Moda e beleza 41 Atitude Moda Beleza
Saúde
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Cotidiano
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Capa
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Corpo Mente Nutrição Receitas
Sociedade Cidadania Destaques Due apresenta
Fotografias: David Taylor / Ari Seth Cohen
VIAGEM
viagem por Flávia Motta
Foto: Divulgação
Cartagena
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Localizada no mar caribenho da Colômbia, a cidade de Cartagena oferece aos seus visitantes experiências inesquecíveis ao misturar o velho e o novo dentro de uma cidade só
das Índias
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ol, gastronomia dos deuses e um cenário espetacular. Assim podemos resumir a cidade de Cartagena das Índias, localizada na Colômbia. A cidade, hoje com 485 anos e considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO, conta sua história por meio de suas ruas e fachadas coloridas, que encantam a quem chega nessa cidade mágica. Dividida em duas partes, a cidade murada e a parte moderna, Cartagena presenteia seus visitantes com beleza e alegria.
Fotos: Divulgação
La Ciudad Amurallada Considerada um dos portos comerciais mais importantes da América durante o Período Colonial, Cartagena teve sua parte próxima ao mar murada para proteger seu comércio de invasão de outros países europeus. Mesmo com o fim da colonização e a independência do país, a cidade encontra-se até hoje amuralhada, porém com outra conotação: a de oferecer aos seus visitantes uma viagem onde se mistura passado e presente, fazendo seus visitantes terem uma experiência inesquecível. Dentro do centro histórico todo murado, você pode encontrar inúmeras fachadas de 10
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diferentes cores e formas, o que dá o charme à cidade. Repleto de lojas, hotéis, restaurantes e casas de festas, o centro histórico oferece absolutamente tudo para quem aí chega. Definitivamente a primeira parada de quem chega a Cartagena.
Cartagena tem sua parte moderna Porém Cartagena tem também sua parte moderna. O bairro de Bocagrande, localizado mais ou menos a 10 minutos de carro do centro histórico, oferece aos seus visitantes uma experiência um pouco mais diferente. Formado por arranha-céus e com uma paisagem mais contemporânea, essa região oferece aos seus visitantes facilidade de mover-se até as praias cartageneiras aptas para banho. Com muitas barracas, cadeiras e ambulantes, a praia de Bocagrande pode ser também uma opção para os que curtem sol e mar. Contudo, se antes de ir à Bocagrande você já foi a alguma ilha do Arquipélago do Rosário, não se decepcione – pois o mar de Bocagrande é mais escuro -; contrate uma massagista e desfrute o momento. Nessa praia, além de massagistas ambulantes, conhe-
cidas mundialmente como as massagistas cartageneiras, você pode encontrar de tudo; roupas, artigos para decoração, petiscos... Há ambulante de tudo nesta praia.
E falando em Arquipélago do Rosário Com seu mar caribenho, Cartagena possui um arquipélago formado por 28 ilhas e oferece aos seus visitantes passeios inesquecíveis de lancha pelas mais famosas, como a Ilha Baru, conhecida por suas águas cristalinas e areia branquíssima; a Ilha De Rosário, famosa por seus corais e práticas de mergulho (algo obrigatório para quem visita Cartagena); e para quem curte animação deve visitar a Ilha Cholon, famosa por suas festas na época de verão. Para fazer esses passeios você pode tanto alugar uma lancha privada, com piloto e garçom ou pode também buscar barcos coletivos, que saem duas vezes ao dia e é mais econômico. De uma forma ou de outra, esse passeio é algo obrigatório para quem vai à Cartagena.
E a gastronomia? Primeiro de tudo, antes de começar a se deliciar com pratos típicos, todo visitante deveria provar
o refajo. Para matar o calor eterno que faz em Cartagena, os cartageneiros, sempre amantes da cerveja, inventaram essa bebida que consiste na mistura de cerveja com o refrigerante Colombiana (originário desse país). Uma bebida típica da região. Outra coisa que não deve ser deixada de lado são as famosas arepa huevo e carimañola; o primeiro é uma espécie de bolinho frito de farinha de milho, porém recheado de ovo. Sem dúvida algo único do país. Já o segundo é um bolinho frito de macaxeira, que pode ser recheado com carne ou com queijo. Uma das coisas mais gostosas que você vai provar nesta vida. A região também tem seu suco ‘único’, o suco de Corozo, que vem da fruta que lembra uma uva e é rica em cálcio e fósforo, além do seu sabor doce delicioso. No norte do Brasil essa fruta é conhecida também como abricó. Passado isso, agora sim você tem liberdade de se deliciar em pratos de mariscos, como as cazuelas de mariscos, ou peixes fritos ou assados. Qualquer escolha com certeza será uma experiência gastronômica dos deuses. Experiências inesquecíveis. Essa é a descrição perfeita para essa cidade tão linda, tão rica culturalmente e tão acolhedora.
Ecoturismo, Turismo Cultural e Turismo de Aventura
A Candeeiros Ecotur acredita no turimo sustentável e na integração de experiências que proporcionam a transformação dos visitantes e das comunidades locais. Nosso objetivo é contemplar a região de modo que todos sejam beneficiados.
Organização de roteiros e experiências inesquecíveis nos Cânions do rio São Francisco. Itinerários, Receptivo, Hospedagem, Rota do cangaço, Passagens, Trilhas, Surpresas românticas e muito mais.
Fale conosco e defina sua programação Instagram: candeeiros_ecoturismo Face: Candeeiros Ecotur Fone: 82 9 8871.9355 / 9 8838.3509 Email: candeeirosecotur@hotmail.com Rodovia Altemar Dultra, Olho D’agua do Casado.
DESTINO por Paula Teixeira
11 Dicas para viajantes Reunimos algumas dicas para quem deseja desbravar o mundo com uma mochila nas costas
APPs
GOOGLE TRIPS O aplicativo une todas as informações da sua viagem num mesmo lugar - de passagens aéreas à hospedagens - ao sincronizar com o seu e-mail. Além disso, ele ajuda a organizar a viagem com sugestões de itinerários, dicas de locais para conhecer e sugestões de restaurantes, disponibilizando todas essas informações ao usuário offline.
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GOOGLE TRADUTOR O aplicativo traz agora uma nova função que permite traduzir em tempo real utilizando a câmera do celular, sendo possível traduzir placas ou cardápios, por exemplo. É só escolher o idioma do qual quer traduzir, clicar no ícone da câmera e pronto: agora fica fácil de escolher o prato naquele restaurante russo.
embarque
Com a mudança nas regras de transporte aéreo no Brasil, viajar mais leve pode garantir passagens mais baratas. Vale à pena investir em uma boa mala de mão: seja a tradicional, com rodinhas, ou uma mochila com vários compartimentos, é importante que o material seja leve e resistente. Além da bagagem de mão, a dica é levar uma bolsa dobrável de nylon, para trazer os eventuais excessos de bagagem.
MULHERES PELO MUNDO Não tem companhia para viajar e não curte viajar sozinha? A agência Mulheres pelo Mundo (www.mulherespelomundo. com.br) oferece diversas opções de roteiros durante o ano e junta mulheres com interesses em comum em grupos de viagem.
APP
MOOVIT Para quem não abre mão de se locomover com liberdade durante as viagens, o Moovit é essencial. O aplicativo de mobilidade urbana é gratuito e oferece ao usuário o itinerário de transporte público de mais de 2 mil cidades ao redor do mundo.
leitura
KINDLE Os amantes de leitura, que não abrem mão da companhia de um bom livro durante a viagem, vão encontrar no kindle um aliado. O dispositivo permite o armazenamento de milhares de livros e é leve e pequeno. Não tem um kindle? Sem problemas, é só baixar o aplicativo no seu smartphone e carregar sua biblioteca particular nas viagens. REVISTADUE
Fotos: Divulgação
BAGAGEM DE MÃO
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para seguir
ADAPTADOR PARA TOMADAS Cada país tem seu padrão de tomada, o que acaba dificultando a vida do viajante e transformando a mala numa confusão de adaptadores. O ideal é levar um adaptador universal, de preferência com mais de uma saída para cabos USB, para garantir que todos seus aparelhos eletrônicos funcionem em qualquer parte do mundo. tecnologia
Fotos: Divulgação
FONE DE OUVIDO Para quem tem sono leve e quer garantir um bom sono durante as longas viagens de avião, ou naquele hostel mais barulhento, vale a pena investir em um fone de ouvido com cancelamento de ruído. Já existem diversos modelos disponíveis do mercado, desde os mais simples até os mais modernos, com certeza algum vai se encaixar nas suas necessidades. 16
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@DOUGLASVIAJANTE O engenheiro de telecomunicações, Douglas Richardison, nas horas vagas gosta de viajar. Seu perfil no Instagram conta com mais de 240 mil seguidores, sendo o maior do estado do Ceará, e um dos maiores do Brasil, no segmento de viagens. @ANNA.LAURA Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, registra o mundo com sua Nikon desde que se entende por gente - e hoje cultiva um Instagram milimetricamente pensado. Passou pelas redações da CARAS Online, da Viagem e Turismo e, depois de uma temporada em Paris, decidiu ser viajante full time. @TUDOVIRAVIAGEM Lais e o Paulo são alagoanos. Ela é engenheira aspirante a fotógrafa e ele um publicitário multiuso. Estão juntos há 12 anos (contando uma fase à distância, no passado, que se repete hoje, já que Lais está no Brasil e o Paulo, na Australia). colecionam experiências e paixão pelo mundo numa jornada que já conta com o prazer de conhecer 35 países e mais de 200 cidades.
ESTILO DE VIDA
comportamento por Rita Mendonça
Precisamos de aulas de envelhecimento De desafios, a nossa pequena existência humana está cheia e não há dúvida que um deles é encarar o envelhecimento
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Foto: Divulgação
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Organização das Nações Unidas (ONU) diz que atualmente uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos ou mais. Estudos indicam também que as coisas vão evoluir de forma que em 2050 haverá mais idosos do que crianças e adolescentes (menores de 15 anos) no mundo. Isso nunca ocorreu antes na história da humanidade. Gênero, raça, classe, origem, orientação sexual, convicção religiosa, filosofia política e o “time do coração” nos trazem mais ou menos desvantagens em nosso convívio social. Isso significa que a depender de “quem somos na fila do pão” aumentamos ou diminuímos as nossas chances de termos violados nossos direitos e dignidade enquanto seres humanos, fazendo crescer ou reduzindo nossas oportunidades de sucesso ou fracasso, e até mesmo a nossa longevidade. São os estigmas que nos trazem vulnerabilidade social.
É claro que o processo de envelhecimento tem mudanças para melhor também. A gente vem aprendendo a lição direitinho quando se trata de cuidar do organismo e experimentar alegrias: comer menos, andar mais, se preocupar menos, sorrir mais, meditar, dançar, viajar com a caravana da melhor idade, arriscar um sexo sem compromisso, fumar um baseado, pular de paraquedas. Nem o céu é o limite. Mas silêncio absoluto quanto ao processo de envelhecer enquanto ainda estamos jovens. A não ser que seja com dicas para evitá-lo ou impedi-lo.
No que se refere aos estigmas, a geração também é um marcador social importante, capaz de nos colocar em risco com relação aos demais da sociedade, já que não temos por cultura o respeito e a reverência aos mais velhos. No máximo, toleramos o envelhecer, ao mesmo tempo em que vamos tentando impedir sua chegar.
Será que precisamos aprender a envelhecer desde crianças, na escola, como aprendemos outros valores humanos? Eu penso que sim.
Segundo os dicionários, envelhecer é “tomar aspecto de antigo”. Mas sendo bem sinceros, socialmente é estar “out”, fora de moda, ultrapassado, decadente, dependente e sem valor. Não dizemos. Mas pensamos.
É que ao olhar de frente para nosso envelhecimento torna-se impossível negarmos a existência da morte. E a morte – esta outra inimiga de nossa cultura do ter – nos traz ansiedade, medo e angústia. Temos certeza desse fenômeno que encerra a vida. Mas preferimos fazer de conta que o envelhecimento e a morte não existem para nós. Não falamos, não pensamos, não a aceitamos e “de repente” eles chegam. Será que não é pior? Pobres de nós! Não percebemos que falar e refletir liberta.
Há pouco tempo, chegando aos 50 anos de idade a gente já era considerado fora do jogo. Chegar aos 70 anos era para poucos. E normalmente se atingia essa marca com problemas de saúde significativos, como pressão alta, diabetes, problemas cardíacos e circulatórios. E depressão também, porque ficar em casa, fazendo nada, sem ter vida própria e apenas servindo à família, roubava qualquer expectativa de felicidade enquanto indivíduo. E dá-lhe cadeira de balanço... Os tempos mudaram! Ainda bem que mudaram. A população de nosso planeta está ficando mais velha, nos dizem os estudos. Estamos vivendo mais. Isso é resultado do progresso e da tecnologia. E o importante: esta sobrevida é útil, e não para administrar doenças e limitações. Fotos: Divulgação
aprendemos a temer o envelhecimento e escondemos suas marcas com truques de maquiagem, tinturas para cabelo, cirurgias plásticas e pílulas azuis. Envelhecer, para quem não respeita essa etapa natural da existência humana, chega a ser uma ofensa.
Hoje os 90 anos já são “os novos 70”, uma idade possível de ser atingida com dignidade e vida satisfatória. Mas isso é um baita desafio para nós que 20
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Encarar a velhice significa admitir que nossa existência tem fim, outra coisa extremamente mal resolvida para nossa cultura ocidental de valores superficiais e capitalistas.
A gente sequer raciocina que morrer hoje não é mais privilégio das pessoas idosas. Cada vez mais a violência social nos leva à morte precoce. Suicídios, homicídios, extermínios, acerto de contas, queima de arquivo, briga de vizinhos, confronto de torcida organizada, trânsito caótico, uso de álcool e drogas, bala perdida, intolerância com as diferenças, intolerância, intolerância... A “Dona Morte” com a sua capa preta caminha sem pressa e cada vez mais tranquila pelo mundo, porque estamos fazendo bem o serviço que devia ser dela. O encerramento sem que tenha sido porque a nossa máquina humana chegou ao seu limite de funcionamento é uma realidade cada vez mais presente. Não se morre mais apenas como re-
sultado do nosso corpo ter dado o seu máximo e findou a capacidade de vida. Mas vários são os intercursos capazes de abreviar a existência humana. Por isso, independente da idade, temos que fruir o máximo de realizações e alegrias da vida, porque não sabemos em que situações ela será breve. Como dissemos, nessa onda de negação da ação do tempo, percebemos que os estudos do envelhecimento são muito mais em razão de evitar, retardar ou impedir que ele chegue. As iniciativas que buscam o acolhimento, a aceitação e o bem viver com esta fase que – lamento informar – vai chegar, são bem mais escassas e despertam menos interesse. Como não poderia deixar de ser, refletir, conversar, discutir, dialogar, são as armas que temos para o enfrentamento dessa assustadora fase que vemos como de limitações e decadência. Nos prendemos a essa ideia de sofrimento e nos esquecemos de curtir e gozar – como nos convém – com a certeza de que pouca coisa nos importa; liberdade que só o avançar da idade traz.
namorar mais
Precisamos mudar nossos conceitos e percebermos o envelhecimento como uma potência de vida. Vida de verdade. Daquelas em que a gente pode se libertar das aparências, “chutar o pau da barraca” e seguir o que nos traz alegria louca, sem nos preocuparmos com o que vão pensar da gente. Como darmos fim a esse descompasso de que conquistamos mais tempo de vida, mas não valorizá-lo porque tememos o envelhecer?
movimentar mais
Sim, a pele está flácida, os cabelos estão brancos, a memória está seletiva, a vagina está seca e o pênis pede loooongos intervalos de retomada entre uma transa e outra. Mas a gente pode aprender a rir disso tudo. Como sempre, a resposta está na educação e na cultura. Educação desde tenra idade, promovida pela família e pela comunidade, com foco no aprender a envelhecer. E educação na escola, sim. Mas não somente daquelas que ensina a respeitar os mais velhos. E sim das que ensinam liberdade. Educação nas escolas que ensine a alegria e a satisfação que somente conhecemos quando paramos de ter expectativas com o que está por vir. Em verdade, nos tempos atuais de intolerância e violência social, esta é uma lição que precisamos ter internalizada em qualquer fase de nossas vidas, não é mesmo?
aventurar mais REVISTADUE
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comportamento por Fábio Mariano
e se for pra sempre? Envelhecer é um privilégio, uma arte, um presente. Somar cabelos brancos, arrancar folhas no calendário e fazer aniversário deveria ser sempre um motivo de alegria
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uramos muitas coisas para a vida toda. Amor, casamento, família, amigos, queremos que nenhum deles tenha fim. Desejamos que dure para sempre. Mas o que é durar por tanto tempo? O futuro que imaginamos é pleno e contínuo, sem mudanças. As mudanças que estamos dispostos a fazer são para alterar o presente de modo a gerar um futuro repleto de paz. O nosso objetivo é conquistar um futuro tranquilo. Sempre olhamos para o futuro como algo que almejamos, como um prêmio, um tempo quando poderemos descansar. Quem entre nós já desenhou um futuro repleto de transformações? Uma vida onde a cada momento estamos num lugar diferente, uma história onde podemos mudar o roteiro livremente a hora que quisermos? A transformação intensa e constante tem tudo a ver com o presente que vivemos, mas não com o futuro que sonhamos. Para os anos que estão por vir, sempre desejamos muita tranquilidade. Imagine que viveremos pelo menos até os 100 anos de idade. Isto não é um sonho, nem um futuro distante. A ciência estatística, baseada nos índices de expectativa de vida, mostra que há uma geração que tem hoje entre 40 e 50 anos de idade e que provavelmente viverá até os 105 anos. São 105 anos para brincar, ler, assistir aos filmes que deseja, encontrar-se com os amigos, escolher uma carreira, namorar, casar, trabalhar, viver. 105 anos é muita coisa. 105 anos é um pouco mais que um século. Contudo, mesmo diante da expectativa de vivermos por um século inteiro, ainda pensamos muita coisa para a vida toda, como o amor, casório, carreira. Mas afinal, o que é durar por toda a vida?
Chegávamos ao fim da jornada com uma única vida, um ou dois casórios oficiais, uma única carreira. Era uma única chance para acertar. Uma única vida para viver. E junto com o horror de todos para quem no meio do caminho falasse em mudar. Mudar de carreira aos 40 anos de idade? Loucura. Outro casamento aos 50 anos? Perversão. Imprudentes eram os que não lutavam pela manutenção e continuidade. Temos o desafio de escrever a nossa história por mais de um século, REVISTADUE
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Foto: Divulgação
Até a geração dos nossos avós, durar a vida inteira era sobreviver por uns 65 anos, tendo como base a população brasileira. Na realidade era viver por uns 50 anos, porque chegávamos na maturidade com menos desempenho, a saúde comprometida e pedras de cansaço nas costas.
Foto: Divulgação
mas não somos disruptivos, nem amigos da mudança. Somos amantes da estabilidade e por isso, somos conservadores. Viver é transformar. Mas estamos confortavelmente deitados no berço esplêndido da rotina, mantendo o mesmo roteiro dia após dia. E ainda batemos no peito com orgulho dizendo “sou assim mesmo e não mudo”. O que é viver durante um século? Um século é tempo suficiente para muitas e muitas mudanças. Uma rápida revisão do que mudou nos últimos 100 anos, de 1918 até hoje, 2018, mal damos conta. Descobrimos as viagens de avião. Enfrentamos uma grande guerra mundial. Vimos o mundo dividido em capitalismo e comunismo. Começamos na TV preto e branco e agora estamos na Netflix. Inventamos a pílula anticoncepcional e com ela o poder da mulher sobre deus e sobre a biologia. 24
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Já compramos um vídeo cassete e hoje filmamos, editamos e enviamos nossos vídeos pelo celular. Conversamos por um telefone fixo, agora transamos via Skype. A família reunida ouvia os discos que tocavam em 78 rotações no gramofone, atualmente cada um tem sua própria lista individual no Spotify. Tivemos retratos espelhados pela casa, hoje eles estão guardados na nuvem. Fizemos curso de datilografia, agora teclamos com um dedo na palma da mão. Se temos 100 anos para viver, significa que podemos ter, no mínimo, cinco grandes mudanças, cada etapa com duração de 20 anos, o que já é muito tempo. Podemos ter vários amores, diferentes casórios, diferentes carreiras. Começar e recomeçar sempre. Haja recheio para 100 anos de vida! Falamos muito sobre envelhecer com qualidade, defendemos a inclusão dos maduros,
lutamos por uma vida ativa na idade avançada, celebramos a longevidade. Mas não sabemos o que fazer com tantos anos de vida. Repetir o mesmo roteiro por anos não é viver, é envelhecer. É urgente entendermos o que é envelhecer e viver num mundo de longevidade. Tudo envelhece. É uma ordem da física. Com o passar do tempo, até o mais resistente corpo fraqueja. A maciez da pele dá lugar para as marcas da experiência. O organismo avisa que os limites são mais estreitos. Negar as consequências do envelhecimento é dar as costas para a magia da natureza. Afinal, o corpo também se transforma nos avisando que mudar é preciso. A longevidade tem um outro lugar que não é o da juventude prolongada, muito menos da aparência física de uma adolescência sem fim. A longevidade nos presenteia com mais anos, com mais tempo, são
páginas em branco adicionadas ao nosso diário íntimo. Com a longevidade, o filme da nossa vida ganha mais temporadas distribuídas em diferentes episódios. Mais que isto, a longevidade dá para nós o poder de escrevermos com criatividade o roteiro da nossa vida. Abre-se a possibilidade de termos várias histórias. Imagine se na série de TV que você mais gosta, os personagens tivessem o mesmo enredo ao longo de 8 temporadas. Seria muito entediante. Pois bem, escreva a sua história na longevidade com surpresas, mudanças e viradas a cada episódio. Uma série eletrizante com 10 episódios surpreendentes em cada uma das 15 temporadas. Isto sim é envelhecer. É preciso não envelhecermos para o hoje, muito menos para o amanhã. É preciso envelhecermos escrevendo novos roteiros de vida. REVISTADUE
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OPINIÃO por Adriana Thiara Oliveira
Foto: Divulgação
50 e poucos
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AlĂŠm da vontade de viver, superar os 50 anos deixa de ser encarado como desafio e assume o status de estilo de vida
e muito mais
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ara mim, vai ser inevitável redigir esse texto sem fazer uma confissão.Na primeira década da minha vida e na terceira década da vida da minha mãe, eu a achava uma coroa. Hoje, na terceira década da minha vida e na quinta década da vida da minha mãe, eu me acho a coroa. Coroa é uma gíria usualmente dada as pessoas maduras. Se isso que soava ruim para ela há 20 anos, hoje soa ruim para mim (risos... muitos risos). Luzia é uma mulher de 55 anos. Ela é jovem, tem um ritmo de vida tão frenético quanto o meu, está longe de se aposentar, não pelo fato de ter condições em pouco tempo para tal, mas pelo fato de ser economicamente ativa, saudável, ter projetos de vida, ser independente, e, de quebra, ainda ser uma excelente dona da sua casa, uma mãe presente e avó zelosa. Não bastasse ser “humilhada” pela juventude de minha mãe, na terceira década de minha vida, fui escolhida para ser a companheira de um jovem, que também está em sua quinta década de vida. Paulo é um homem de 54 anos. Considero-o mais jovem que minha mãe, pelo fato de ter uma vitalidade assustadora. Com certeza, ele é mais jovem que eu. Ele não desliga. Acorda cedo, cuida da casa, faz sua comidinha, lava louça e roupa, vai ao trabalho e dá seu expediente completo, liga para a filha e se preocupa com o neto, corre na praia todos os dias (exceto quando eu faço chantagem) e, lá pelas 22h, volta para meus braços, que na maioria das noites, está tão cansado quanto meu jovem corpo balzaquiano, comumente adormecido no sofá, enquanto ele conversa sozinho o que faz em seu dia que tem as mesmas 24h que o meu.
Quem é mesmo o coroa?
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Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o brasileiro tem uma expectativa de vida de 75,8 anos. Essa expectativa está registrada na Tábua de Mortalidade, de 2016. Nome nada sugestivo, mas realista. A contramão da morte é a vida. Se Luzia, minha mãe cinquentona chegar em sua sétima década, ela terá o privilégio de chegar a idade de sua irmã mais velha, que já está aos 70 anos. Lourdes, é uma menina. Nunca quis uma máquina de lavar roupas pois prefere lavar suas peças à mão. Cada lençol, tolha, jeans e outras peças pesadas são delicadamente torcidas pelos braços fortes dessa jovem viúva que é mais que sex, é septuagenária... Ela não é apenas uma 28
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dona de casa, assumiu a posição de matriarca de uma família de sete irmãos, 14 sobrinhos e uns 10 sobrinhos-netos. Sabe de tudo, gosta de cozinhar para um batalhão, cuida do seu salário cuidadosamente, empregando-o na educação da neta e nas viagens de férias que acontecem mais de duas vezes ao ano.
Como é possível ser um jovem coroa? Além da vontade de viver, superar os 50 anos deixa de ser encarado como desafio e assume o status de estilo de vida. Com mais da metade do tempo médio de vida já vividos, boa parte dos “50tões” aprenderam alguns truques e contam ainda com o avanço da medicina e as orientações de um estilo mais saudáveis e com qualidade do tempo. Na verdade, a médica Andrea Oliveira afirma que este grupo de homens e mulheres tem buscado se cuidar mais. Corpo, mente e medicina são a melhor forma de controlar possíveis doenças e viver mais. Lucia Ferreira (50), corretora de imóveis encontrou na atividade física a fórmula para mantê-la sempre jovem. “ Boa alimentação, dança e musculação me dão aquela sensação de bem-estar”. Ao adotar um ritmo mais cadenciado, algumas vezes impresso pelo fator cronológico, outras pelo fator saúde, esse grupo tem um aliado que os “novinhos e novinhas” ainda não conquistaram. Como uma mulher madura, Lucia diz que consegue ser mais paciente e perceber melhor a vida aos 50 anos e vai além da saúde. “Não me engano facilmente com as pessoas, assim, me decepciono menos”. A isto podemos chamar de EXPERIÊNCIA. A mesma que Sillier de Moraes (56), administrador, no meio do caminho da jornada da sua quinta década, afirma ter. “Experiência são os conhecimentos que vivenciamos e aprendemos ao longo dos anos”. Experimentando um novo jeito de viver, ele que viveu uma separação recente, tem ficado entusiasmado com construção e montagem do seu apartamento, sonho desta nova etapa. Calma... nada de “na minha época”... esses homens e mulheres ensinam lições de família, relacionamento, amizade, ética, trabalho, futuro que nem os melhores posts e twittes podem nos dar.
É possível ser um jovem coroa? Muito mais que a idade, os novos cinquentões representam uma população cada vez maior da nossa sociedade. Ainda segundo o IBGE, até os
anos de 1980, o Brasil possuía pouco mais de 650mil pessoas com mais de 50 anos. Em 2016, esse grupo superou os 3,4 milhões. O mais interessante é a estimativa do Instituto para 2020, onde os brasileiros com mais de 80 anos devem chegar a 19 milhões. Um fato curioso que se pode observar na Tábua de Mortalidade é que em Alagoas, as mulheres vivem em média 9,5 anos mais que os homens. Coisa de mulher-macho, mesmo! Mulher-macho como Joseana Fernandes de Souza que acabou de completar 50 anos. Para comemorar sua quinta década, a servidora pública e atleta amadora, decidiu viajar, segundo ela, em grande estilo. Solteira e desimpedida, uma mulher que ama viajar e correr, Joseana arrumou as malas e saiu andante pelo Sul do Brasil. O mais intrigante, foi que no dia seguinte da sua chegada das férias, ela realizou mais uma maratona. “Cheguei às 3h da madrugada, sai para correr às 5h. Levei uma queda durante a prova, mas conclui”. Na verdade, Joseana venceu. Ela chegou em 1º lugar geral, o que inclui mulheres e homens. “Só não assumo que estou velha. Estou maravilhosa (risos). Assumo a idades e as limitações dela”, afirma Joseane. Ela também assume que ainda está se descobrindo, mas já aprendeu a compreender o sentido da vida e tem buscado a leveza em meio a agonia da vida.
Podemos chamar de maturidade A mesma que Francisco Assis, de 59 anos, também afirmou ter. Enquanto Joseana entra nesta fase, Francisco está se despedindo dela. Mas afirmou que a maturidade foi o seu maior presente. O bancário que se aposentou há menos de um ano, diz que o maio prêmio dos 50 anos está no amadurecimento e na possibilidade de reconhecer que tem uma boa vida. “Nesta idade, tenho uma boa família, sou saudável, tenho dinheiro no banco e estou aposentado”, contou Francisco, apresentando seu legado às gargalhadas. Este jeito mais bem-humorado, descomprometido e leve de viver é uma das principais características dos novos cinquentões e uma das estratégias de longevidade adotada por eles. Joseana conta seu segredo, apesar de ser a mais a mais nova cinquentona. “Escolha a vida! Cada um faz uma escolha e eu escolhi viver bem”. Eu, aos trinta e poucos, citando Cartola: Eu fiz o que pude. Eles, aos 50 e poucos e muito mais. E sem esquecer de citar Paulinho da Viola: Insistem na juventude. REVISTADUE
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novos tempos novos velhos
Fotos: David Taylor
Sarah Jane Adams, 62 anos. Mais sobre seu trabalho e estilo, visite http://saramaijewels.com/ ou seu perfil no instagram: @ saramaijewels
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onvidada para estrelar na edição “Novos Velhos”, a autêntica Sarah Jane Adams foi pura simpatia e disponibilidade. Dona de um estilo único e descontraído, a inglesa tem chamando atenção do mundo e coleciona mais de 168 mil seguidores em seu perfil do Instagram. Ela se tornou ícone mundial e coleciona fãs por onde passa. Tudo isso por que, longe dos estereótipos sobre moda e comportamento para pessoas com mais de sessenta anos, Sarah esbanja energia, cores e ousadia. Em um universo em que envelhecer era uma preocupação e tristeza, Sarah é só celebração. Misturando estampas, abusando de jeans rasgados e diversão em seus looks, ela assume seus cabelos brancos com brilho nos olhos. Eles se destacam e comprovam que Sarah é mesmo uma musa inspiradora. Em uma de suas declarações publicas, ela afirmou que “Originalidade é à prova de tempo”. Sarah ilustra edição que veio para apresentar novos significados ao envelhecer, e provar que idade não é limite ou regra para nada. Menos ainda para ser você mesmo. Para ser feliz. REVISTADUE
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novos jeitos n o va s formas
M
eu pai dizia que velho quem fica é trapo, jornal e estrada. Que se a gente se colocar em movimento e estiver fazendo aquilo que ama e tem tesão, o temo não passa, pois a gente curte, rejuvenece. Aí é Forever Young. Encontro essa realização ao trabalhar com arte e na busca por direitos humanos e alegria. Através da ocupação artística Ouvidor 63, que é um ato coletivo, iniciado em 01 de maio de 2014, somos conduzidos pelo sentimento comum de horizontalidade, engajamento e empoderamento. Um experimento social de criação em espaço público e economia criativa através da arte. O Ouvidor 63 segue, em 2018, como resistência em meio aos movimentos de moradia, na luta por sua legitimação, sendo um caso inédito para as políticas públicas e uma experiência ativa entre residentes, colaboradores e público.
Fotos: Chris, The Red
Valter Machado, 54 anos Fotografado pelo Chris, The Red - designer gráfico, artista visual e fotógrafo, no Centro Cultural Ouvidor 63, em São Paulo. Siga o trabalho em @ouvidor63 e @chris.thered 32
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n o va s cores novos cortes
DORINHA MESQUITA . 57 anos Dorinha é mãe e avó coruja. Dedicada aos trabalhos na arte da costura e customização.
No meu caso, não foi fácil reconhecer que, por trás da pintura estava a realidade: meus cabelos estavam totalmente brancos. Mas a minha alma estava jovem e resolveu desobedecer a vaidade
imposta e encarar que, aos 57 anos, os fios brancos só estavam me valorizando. E foi mesmo em meio a alguns apelos para pintar meus cabelos e parecer mais nova, que tomei a minha decisão de forma segura. Quero encarar essa fase e me olhar no espelho assumindo que, como mãe, como avó, mas sobretudo como mulher, eu estou me sentindo muito mais leve, livre e claro, mais linda. Essa é a mensagem que procuro passar para s mulheres que me rodeiam. REVISTADUE
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Fotos: Frank Cavalcante
É
bonito ver e viver as mudanças que ocorrem no cenário do empoderamento feminino. Assumir as curvas, as cores, as histórias e o desejo próprio tem sido cada vez mais comum numa sociedade repleta de imposições do que seria o belo, do que seria o ideal. Mas estamos no século 21 e a diversidade e respeito estão ganhando força.
n o va s fa c e s n o va s fa s e s
Ivana Iza, 40 anos Mais sobre seu trabalho nos perfis do instagram: @ivanaiza e @avelhamcz
Fotos: Pedro Ivo Euzébio
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ou uma mulher de 40 anos. Fui mãe aos 38. Ser mulher é uma tarefa intensa e desafiadora. Todo tempo busco me reinventar, confesso que não é uma tarefa fácil, mas tem seus muitos momentos de encantos. Escolhi ser artista, viver para meu ofício que é ser atriz, mulher, nordestina, mãe.
Represento uma mulher vivida, que assume seus cabelos brancos, amores, carências, memórias e solidão. Uma mulher que recusa ser colocada apenas no papel da “vovozinha”. Uma mulher que acredita e deseja ser reconhecida não apenas por seu exterior, mas também por seu potencial humano de ainda se sentir importante e necessária.
Ser mãe perto dos 40 foi a decisão mais adequada pra mim, me sentia mais segura. Sabia que eu seria uma mãe melhor nessa idade. Hoje eu represento no teatro uma mulher de 81 anos, mas faço isso sem esteriótipos, sem amarras.
Viva a maturidade feminina. Viva suas conquistas e fragilidades. Que possamos ser verdadeiras com nosso íntimo e aspirações.Ivana Iza é atriz, mãe da menina Cora, e atualmente está em cartaz com o premiado espetáculo teatral AVelha.
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Rua Odilon Vasconcelos, 185. Ao lado do Restaurante Mestre Cuca. (82)3024.6004 | @sobrancelhasdesignpontaverde
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Sentimento por Vitor Luz
Viva o seu Luto Fotos: Divulgação
e leve o tempo que precisar
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A vida é composta por escassas certezas e a maior de todas elas é o fim do nosso tempo neste plano terrestre
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osso treinamento para perdas começa no nascimento, quando perdemos a segurança do ventre de nossa mãe e nos deparamos com todas as dificuldades que a existência nos impõe. Mas é laborar perdas exige prática, e quanto mais experiências tivermos neste quesito, melhor nos sairemos nessa prova tão desafiadora: a superação do luto. Desde pequenos vivemos algumas experiências dolorosas de perdas, nosso primeiro dente de leite, aquele amigo que mudou de cidade, aquele namoro que deixou de ser recíproco, aquele casamento que deixou de ser laço e virou nó, aquele emprego no qual achávamos que faríamos carreira, ou aquela pessoa querida que teve sua vida arrebatada em detrimento de um acidente fatal. Todas essas circunstâncias nos exige uma um alto potencial de resiliência, para que possamos nos refazer em meio à crise e buscar uma ressignificação funcional para um possível sofrimento. Algumas pessoas levam mais tempo do que outras para superar a fase de luto, esse período é definido pela relação que foi construída entre a pessoa de luto e o ente querido que já não está mais no convívio social. Imagine a dor de perder um filho sem dizer o quanto o amava. Alguns casais esquecem o que de fato é essencial na relação e não se preocupam em nutrir o relacionamento com generosidade e por alguma doença uma das vidas é perdida. Outros filhos alimentam angústia, raiva e ódio por seus pais e não são capazes de liberar perdão, mesmo quando seus patriarcas estão no leito de hospital. Por fim, podemos imaginar uma mulher que perdeu seu marido cujo era provedor financeiro e a própria representação do equilíbrio emocional naquele núcleo familiar. O luto é desencadeado por um processo de perda que gera reações distintas nas pessoas, embora frases como: “meu mundo acabou”, “isso foi acontecer logo comigo” e “acho que não vou conseguir suportar”, sejam comuns nesse processo. Essa fase transpõe o sujeito a uma estação muitas vezes composta por insegurança, medo, angústia e incertezas. Ela também é capaz de despertar o indivíduo a encarar a vida de um jeito novo, uns a levam de forma amarga e outros conseguem ressignificar em curto e médio prazo. O luto exige um treino desde a infância, que vai amadurecendo com o passar da vida, seja por meio do enfrentamento das frustrações ou pelas perdas que são inerentes ao ciclo vital. A autora Elisabeth Klüber-Ross sistematizou os estágios
do pesar da seguinte maneira: 1º Isolamento e Negação, 2º Raiva, 3º Barganha, 4º Depressão e 5º Aceitação. A vivência dos sentimentos de tristeza, revolta e abandono ajudam o sujeito a encarar de forma harmônica e saudável uma das grandes certezas da existência, o morrer. Caso o indivíduo não tenha tempo suficiente para elaborar sua situação de perda, quando ele vier a experimentar novas circunstâncias parecidas, o sofrimento será ainda mais penoso e sacrificante, pois a situação passada não foi elaborada como deveria ser pelo organismo, resultando em uma questão inacabada. A morte e o luto são eventos que geralmente mudam vidas. Após passar por um processo de luto, o indivíduo percebe que sobreviveu e começa a valorizar a si mesmo e a pessoa que perdeu de uma forma mais madura. É um estado de transição, podendo se tornar um momento de construção de uma nova história, a possibilidade de um novo aflorar. Nossas perdas sempre serão as oportunidades mais desafiadoras no nosso processo de desenvolvimento. Elas integram o processo de aprendizagem em todo ciclo vital e são compostas de muitas experiências enriquecedoras. Cabe ao ser humano a responsabilidade e administração de suas dores, necessidades e percepções, pois só assim um novo mundo poderá ser contemplado e vivenciado. O profissional mais indicado para auxiliar neste momento é o psicólogo, que estará pronto para ajudar o enlutado e retomar o curso de sua vida do caminho de onde parou. “As pessoas sempre me perguntam como é a morte. Digo-lhes que é sublime. É a coisa mais fácil que terão que fazer.” Elisabeth Kubler Ross
Indicação de leitura Autora: Elisabeth Kubler Ross Livro: A Roda da Vida Editora: Sextante. REVISTADUE
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MERLÍ A série é intitulada com o nome do professor de Filosofia de uma turma do ensino médio, Merlí. Ele entra na instituição de ensino como substituto e logo ganha a confiança dos alunos (entre eles, seu filho). A proposta de aula dele é dinâmica, fugindo dos padrões e faz com que os estudantes se sintam mais à vontade e inspirados para as aulas. Ele quebra regras e mostra fundamentação para isso. A série é envolvente e reflexiva. Digna de maratona!
Dicas das Gêmeas Nossa humanidade, poder de adaptação, poder de imaginação e de arquitetar o dia a dia gera conteúdo para pesquisas, livros, séries e filmes, o que nos auxilia a entender melhor o mundo que estamos construindo. De onde viemos, onde estamos e para onde estamos caminhando...
LUCY
Fotos: Divulgação
A sustentação do filme é que nós, humanos, só usamos 10% de capacidade cerebral. E a protagonista, Lucy por causa de uma substância (ela estava transportando uma droga em seu estômago e ela começou a vazar) passa sua amplitude para 28%. Ela começa a perceber o mundo de uma maneira incrível, a parar pessoas, voltar situações e procura um pesquisador para comprovar que ele está certo sobre nosso cérebro. De que somos capazes de mais coisas. 38
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BLACK MIRROR Em Black Mirror, os episódios são independentes (cada um conta uma história), porém, todos têm como base a tecnologia e vida no futuro. É “assustador” ao compararmos com o que já está acontecendo. A sociedade é criticada de uma forma muito inteligente e o fechamento dos episódios são para passarmos dias e dias pensando sobre. Começamos a ver o nosso cotidiano com outros olhos.
O MECANISMO É uma série brasileira que relata o sistema sociopolítico atual. Tem por base uma investigação em empreiteiras e estatais, tornando assim um dos maiores escândalos políticos do país. Passamos a entender porque o nome “Mecanismo”, e de como o problema é maior do que imaginamos, um círculo vicioso.
FRAGMENTADO Fragmentado! Que filme! Que filme! Para quem gosta de psicologia, esse filme é fantástico. Kevin possui 23 personalidades e cada um altera quimicamente o seu corpo. Então, enquanto uma personalidade tem alguma doença, a outra não tem problema nenhum. Em um dia, uma delas sequestra 3 adolescentes e elas passam a perceber o comportamento estranho de Kevin. As meninas têm que prestar atenção qual o melhor momento para escapar do cativeiro.
GODLESS A população da cidadezinha de La Belle no Novo México é majoritariamente de mulheres, já que por causa de acidente na mina local, os homens morreram. A série é de faroeste e nisso sempre tem embates. Dois criminosos estão em guerra e um deles decide se esconder nessa cidade, porém o outro prometeu acabar com a cidade na qual o seu inimigo se esconde. REVISTADUE
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O HUMANO DO MUNDO – DIÁRIO DE UMA PSICÓLOGA SEM FRONTEIRAS Débora Noal Neste livro, Débora conta relatos do que se deparou em países em status de guerra e de como conseguiu se comunicar com línguas e costumes tão diferentes, mostrando assim que fronteiras não são tão importantes quando o que se quer fazer é o bem.
HOMO DEUS
SAPIENS
Yuval Noah Harari
Yuval Noah Harari
Como continuação do best-seller Uma breve história da humanidade – Sapiens, Yuval retrata agora por base de pesquisas como ele acredita que será o mundo depois de tudo que criamos. O que restará depois das guerras, da fome, da desigualdade social?
O livro conta de forma didática para que possamos entender de uma forma científica como foi a nossa evolução, o que nos diferencia dos outros animais, de como nós fomos “domesticados” pela agricultura, e de como o dinheiro e tantas outras situações convencionais são frutos da nossa imaginação coletiva.
FILOSOFIA PARA CORAJOSOS
Fotos: Divulgação
Luiz Felipe Pondé O autor inicia o livro revelando que a intenção dele é fazer com que o leitor após o livro pense com sua própria cabeça e que decida que viver em uma sociedade como a nossa é algo bom ou ruim. O livro é dividido em três partes: uma filosofia em primeira pessoa; grandes tópicos da filosofia ao longo do tempo; e os motivos os quais o mundo contemporâneo possa ser considerado ridículo. A escrita é um diálogo com Luiz Pondé. Com uma linguagem coloquial, ele exprime sua opinião sobre o que acredita ser a verdade. 40
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MODA E BELEZA
atitude por Flávia Motta
assumindo Liberdade e empoderamento na transição capilar
o branco
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Foto: Marcos Ferreira / Make: Taty Poka
A
pesar de muito se falar sobre a transição que algumas pessoas passam ao resolver assumir a textura natural dos cabelos, sejam eles crespos ou ondulados, o conceito de transição capilar é aplicável a qualquer forma de retorno aos cabelos naturais depois de uma química transformadora. E a tintura não deixa de ser uma forma de transformação dos cabelos. Quem desiste de pintá-los certamente compartilha uma série de sentimentos com quem deixa de alisar os fios, pois também entra em transição. Buscamos algumas mulheres que passaram pela transição e assumiram seus fios brancos. E trouxemos um pouco da experiência e dicas delas para você conhecer, entender e se inspirar.
Dayane Laet
Fotos: Divulgação / Marcos Ferreira
Eu comecei a ter cabelos brancos aos 16 anos e desde então passei a pintar minhas madeixas, na tentativa de esconder os fios. “Não arranca que nasce mais”, eu ouvia sempre. Não arrancou e ainda aumentou. No início eu pintava uma vez ao mês, mas depois com o aumento dos grisalhos, precisei repetir o processo químico a cada 15 dias. Com o tempo, meu couro cabeludo passou a não reagir bem à tintura e sempre descamava (quando sarava, eu precisava repetir o processo, o que recomeçava o ciclo de descamação). Mudei de produto várias vezes, fui ruiva, morena e por fim loira... Mas a sensibilidade só aumentava. Minha família possui histórico de câncer (em vários graus e partes do corpo) e por isso, aos 35 anos, me vi obrigada a já ser acompanhada por um Oncologista. Durante um bate-papo com ele decidi cuidar um pouco mais da alimentação e também prestar atenção nos sinais que o corpo emite no meu dia a dia. Volto pelo menos uma vez por ano ao consultório para saber se tudo continua bem. Há relação entre o câncer o a química usada nos cabelos? A resposta ainda é incerta. O que se sabe é que para um humano com pré-disposição à doença, é preciso ter cuidado com tudo que se usa e se ingere. “Se de fato ocorrer o câncer, pode ser menos agressivo se a pessoa tiver uma vida saudável, incluindo atividade física”, assim ouvi de especialistas. Um grande amigo meu, engenheiro químico, também opinou sobre alguns componentes usados na indústria cosmética, o que me fez abrir ainda mais o olhar.
O processo Diante de tantas informações novas, eu me via com longos cabelos loiros – que me custavam caro para mantê-los, quem tem sabe do que es44
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tou falando – parada em frente ao espelho observando meus detalhes: rugas, marcas, pelos brancos nascendo também na sobrancelha. Não tinha como esconder minha idade apenas pintando os fios, então qual a finalidade de continuar a tingi-los? Como eu estava loira resolvi deixar crescer na tentativa de me redescobrir. Mantive coques e rabos de cavalo por cerca de quatro meses e no dia 16 de janeiro de 2017 – mesmo ano em que completei 40 anos – criei coragem e pedi para que meu cabeleireiro cortasse e deixasse apenas o natural. Durante esse período ouvi piadas de mau gosto e críticas absurdas por algo tão simples. Algumas pessoas simplesmente rejeitam a ideia de envelhecer. Com o tempo descobri que tinha muito mais fios brancos do que imaginava e que eles estavam ali por conta de minha história de vida. Foi libertador.
Reflexões Não há como esconder a idade, mas existem várias maneiras de se envelhecer bem, saudável e bonita. Para cada idade, a sua beleza. Concorrer com jovens de 20 anos seria desvantagem e frustração para os dois lados. Aos 40 anos descobri que não há tempo para ser infeliz por conta de algo superficial como a aparência: ou me aceito e me torno a minha melhor versão ou viverei imersa em dívidas para buscar uma juventude que não voltará mais. E a frustração será inevitável. Sou jornalista há cinco anos, mas amo minha profissão desde que me entendo por gente. Sempre quis ser repórter, porém só pude estudar na maturidade. Não tem essa de que “está tarde para ser feliz, para realizar sonhos antigos”. Sempre é momento de dar o primeiro passo e se reinventar. Estou solteira e aprendi que também é possível ser feliz na companhia de amigos, família... Às vezes muito mais do que com um parceiro que te oprime ou não te valoriza o suficiente. A idade também me ensinou a não sofrer por algo que resolver não está ao meu alcance. O que estiver ao meu alcance, darei tudo de mim para realizar, mas se não posso interferir, respiro fundo e sigo caminhando.
Dicas Se observe em frente ao espelho, pense em tudo que você já viveu e descubra uma beleza muito mais profunda, que parte do olhar. “Será que estou pintando os cabelos por imposição da
sociedade? A quem estou querendo agradar?”. Encare o desafio de tentar assumir seus grisalhos sem se cobrar tanto, sabendo que você poderá mudar de ideia e cobri-los a qualquer momento. Para isso vale alguns dicas: Use um corte moderninho para ir retirando toda a química e reaprenda a sentir a textura natural dos fios. Não há tortura em notar os sinais do tempo, mas gratidão por tê-lo vivido. Neste período invista em algum talento secreto seu e tire o foco da aparência. Faça um curso, doe tempo para pessoas que te amam e que nunca teve tempo de encontrá-las. Seja tolerante consigo. Não se cobre em demasia. Que tal investir em boa maquiagem e produtos que cuidam da pele? Seja vaidosa! Uma pele bem cuidada e muita cor só avivam ainda mais o olhar de quem está bem resolvido com sua fase. Cabelo branco é sinônimo de desleixo? Muitas de nós fomos educadas para acreditar que sim, mas podemos fazer o caminho inverso a isso. Xampus usados em cabelos loiros (os conhecidos matizadores) funcionam muito bem nos platinados naturais também. Vale intercalar com os de limpeza profunda, pois os cabelos que ficam próximo ao rosto tendem a absorver a maquiagem e ficam amarelados no fim do dia. Mude – à medida do possível – algumas peças do seu guarda-roupa. Use tênis de vez em quando. Tome um banho de mar e use a roupa de praia sem se preocupar em ser perfeita. Ninguém nunca é suficiente para ninguém, então relaxe e viva a sua vida da melhor maneira: a que está ao seu alcance de viver. Quem gosta de você, vai gostar até careca. Quem não gostar não fará falta eternamente. Tudo passa. As rugas estarão lá de uma forma ou de outra, então ria alto se sentir vontade. O coração alegre transborda para o corpo e todas as mensagens que ele transmitir serão de positividade. É cada vez maior o número de mulheres que estão abraçando os fios brancos e se libertando da rotina do salão, assim como Dayane, Rita Lee, Vera Holtz, entre tantas outras. A aceitação e a atitude representam um empoderamento que não está distante de você, permita-se. REVISTADUE
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Moda por Paula Teixeira
estilo Aos 96 anos, o ícone fashion é prova de que é melhor estar feliz do que bem vestido.
Iris Apfel
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Foto: Divulgação
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m ícone acidental”. Assim se define Iris Apfel que, aos 96 anos, é um das maiores referências do mundo da moda. A decoradora nova-iorquina, famosa por seus looks cheios de cores e autenticidade, acaba de lançar um livro e diz que, para ela, a aposentadoria é um destino pior que a morte. Iris cresceu no Queens, bairro de Nova Iorque, e quando criança brincava entre restos de tecido na casa de sua avó. Sua mãe, dona de uma boutique de moda, a ensinou que se você tiver um único vestido preto e os acessórios certos, você pode ter 50 vestidos diferentes. Muito antes de se tornar um ícone de estilo, Iris iniciou sua carreira na década de 40 no jornal Women’s Wear Daily como uma “copy girl”, distribuindo cópias de documentos de mesa em mesa, mas logo depois passou a trabalhar como assistente do designer de interiores Elinor Johnson. Com seu marido, Carl Apfel (que morreu a alguns dias de completar 101 anos, em 2015), fundou a Old World Weavers e viajou o mundo visitando bazares em busca de tecidos vintage para seus projetos de decoração. A empresa fez sucesso e o casal chegou a trabalhar para nove administrações da Casa Branca. Só foi descoberta pelo mundo da moda aos 84 anos, quando se tornou tema de uma exibição no Metropolitan Museum de Nova York. Já lançou uma linha de maquiagem em parceria com a M.A.C., tem quase 900 mil seguidores no Instagram e esse ano vai ganhar sua própria boneca Barbie. O segredo de Iris Apfel parece ser encarar a vida com bom humor e ela costuma dizer que tem sorte de nessa fase da vida em ter tantas oportunidades para fazer coisas novas. Mas te dizemos, sorte coisa nenhuma! Sempre cheia de entusiasmo em tudo que faz, Iris dá uma aula de como ter sucesso na vida e compartilhamos com vocês algumas de suas lições que são pura inspiração.
Liberdade para ser você mesmo Justamente por ser contra as regras, Iris é defensora da liberdade. “Se você tiver que ser tudo para todo mundo, você acaba sendo nada para ninguém. O jeito que eu me visto pode ser ‘diferente’ ou ‘excêntrico’ para algumas pessoas que sentem a necessidade de rotular, mas isso não me interessa. Eu não me visto para ser vista, eu me visto para mim mesma. Quando você não se veste como todo mundo você não precisa pensar como todo mundo”. 48
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A idade é só um número Segundo ela, para permanecer jovem é preciso pensar jovem: sensos de admiração, de humor e de curiosidade são seus tônicos. Ela ainda afirma que não tem nenhum segredo para sua jovialidade, mas acredita que tudo na vida é atitude e pensamento positivo. “Eu detenho o recorde autoproclamado de ser a adolescente mais velha do mundo, e eu pretendo manter desse jeito”.
Tenha o seu estilo Estilo não significa gastar muito dinheiro com roupas, use a moda a seu favor para explorar novas possibilidades dentro do seu próprio estilo. “Você pode tentar ser alguém que não é, mas isso não será estilo. Se alguém disser: ‘compre isso, você ficará estilosa’, você não ficará estilosa porque não será autenticamente você. Para ter estilo, você precisa saber quem você é”.
Mais é mais, menos é chato Iris chama atenção por onde passa com seus óculos enormes e seus muitos acessórios, afinal para ela acessórios nunca são demais. Misturando em suas produções peças de alta costura com achados de brechós e mercados em suas viagens ao redor do mundo, ela defende que você pode mudar completamente uma roupa usando acessórios diferentes. “A vida é cinza e maçante, mas você pode, pelo menos, se divertir um pouco na hora de se vestir”.
Pequenos passos
Se você quer saber mais sobre Iris Apfel vale muito a pena conferir o excelente documentário “Iris”, lançado em 2014 e disponível no Netflix. O documentário acompanha o dia a dia da designer de interiores, ainda na ativa, e é recheado de inspirações. Como sempre diz em suas entrevistas, Iris espera manter-se ativa e agitada até não poder mais e sempre repete: “Você deve se divertir antes de qualquer coisa”. REVISTADUE
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Foto: Divulgação
Com esse currículo de dar inveja, Iris diz que você só falha se você não tentar. “Se eu pensasse muito sobre abrir a Old World Weavers, eu provavelmente não teria perseguido meu sonho. Às vezes você só precisa agir, mesmo que seja em pequenos passos. Durante meus noventa e poucos anos de caminhada pelo planeta terra, tenho aplicado essa filosofia para viver - e me vestir - e ela nunca me guiou na direção errada.”
Moda por Paulo Higor Nunes
Verde é a cor mais quente Na contramão do senso comum, que prega um inverno com cores sóbrias, a tendência dessa estação é apostar nas estampas. E o print da vez são as folhagens, além do tradicional floral, que vieram com propósito de valorizar a natureza e devem permanecer firmes até o próximo verão
Roupas: Clara Arruda Fotografia: PH Nunes Beleza: Henrique Limah Stylist: Geovania Arruda Acessórios: Arruda Acessórios Produção Executiva: Caio Arruda e Ellys Arruda Modelos: Gabriela Queiroz, Tallita Martins e Ingrid Nathally 50
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PRODUÇÃO AUDIOVISUAL PARA MÍDIAS DIGITAIS @THIFEIJO | (82) 9 9991.0773
THIAGO FEIJÓ
VIDEOMAKER
Beleza
Foto: Acervo pessoal
por Marcela Câmara
Cosméticos Saiba mais sobre as fórmulas que devolvem a capacidade natural de auto-proteção à pele
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a antiguidade, uma grande parcela da humanidade vivia conectada com a Mãe Terra: seus deuses eram as próprias manifestações da natureza, adorados em rituais xamânicos. A rainha Cleópatra, no antigo Egito, já usava leite e lama do Rio Nilo para seus cuidados com a pele. Assim, as pessoas cultivavam seus próprios alimentos e cosméticos através da utilização de plantas, ervas e óleos. O contato humano com a natureza, aos poucos, foi se perdendo - principalmente após as revoluções industriais. Atualmente, grande parte dos cosméticos é produzida por máquinas em série, repletos de substâncias sintéticas - que prejudicam a saúde e poluem o meio ambiente. Um dos principais fatores poluentes é que muitas dessas substâncias não se decompõem na água, afetando o solo e os lençóis freáticos. Esse modelo de consumo vem se tornando insustentável para o planeta. Utilizar cosméticos naturais é preservar o meio ambiente, resgatar a nossa origem e a nossa autossuficiência em produzir o que usamos, sem depender das indústrias. Muitas pessoas, ao tomarem conhecimento dos males provocados pelas substâncias químicas embutidas nos cosméticos convencionais, já iniciaram o consumo de produtos naturais.
Dicas Confira abaixo algumas alternativas para substituir os produtos convencionais: - Leite de magnésia também pode ser utilizado como desodorante (Além de não entupir os poros, não causa câncer de mama). - Bicarbonato de sódio diluído em água pode ser utilizado como xampu. - Vinagre de maçã equilibra o PH do cabelo, deixando-o mais hidratado. - Pó de juá pode ser utilizado para escovar os dentes. - A babosa (Aloe Vera) pode ser utilizada como hidrante corporal, capilar e também como protetor solar. - Óleo de coco pode ser utilizado para hidratar o cabelo, a pele até os lábios.
Os danos no corpo humano provocados por essas substâncias sintéticas podem variar de uma alergia a um câncer. É chegado o momento de revermos esses hábitos de consumo, a fim de preservarmos a nós mesmos, o próprio planeta e as gerações futuras.
Como surgiu? A Mentalize Biocosméticos surgiu de um despertar ecológico e do desejo de co-criar um mundo melhor para as próximas gerações. Na produção dos nossos biocosméticos, utilizamos somente matérias primas naturais, tais como: tinturas de ervas, óleos vegetais, óleos essenciais, argilas, entre outros. Além de oferecermos ao público cosméticos livres de químicos nocivos e de sofrimento animal, também ofertamos oficinas de cosméticos naturais. Bem mais que vender, nossa missão é disseminar o conhecimento para todos. Onde encontrar? - Restaurante Serafim Natural - Sabrina Luz Espaço Natural - Espaço Anandda @mentalize_biocosmeticos REVISTADUE
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dicas de Beleza por Paula Teixeira
cuidados PARA ELAS
Limpeza
Como a pele pode ficar mais sensível durante o inverno, invista em produtos de limpeza menos agressivos, que removem delicadamente as impurezas da pele. Também vale escolher produtos compatíveis com o seu tipo de pele. O Mousse de Limpeza Facial Orgânico da Souvie possui uma fórmula sem parabenos e com óleo essencial de lemongrass orgânico, que controla a oleosidade natural de todos os tipos de pele (R$ 86,00).
Mãos/Cutículas As mãos tendem a ficar super ressecadas durante o inverno, principalmente as cutículas. Além de manter as mãos hidratadas com um bom creme hidratante, invista também em nutrição para suas cutículas. A Cera Nutritiva para Unhas e Cutículas da Granado garante a hidratação e ajuda a regenerar as cutículas, além de manter a manicure impecável por mais tempo (R$ 28,90).
Vitamina C
Fotos: Divulgação
Investir em produtos que contenham vitamina C ajuda a manter a saúde da pele, eles possuem ação antioxidante, além de estimular a produção de colágeno e inibir os radicais livres. A vitamina C também é um dos melhores meios de combater manchas na pele, muitas vezes causadas pela exposição ao sol. O Serum 10, da SkinCeuticals (R$ 279,90), possui uma fórmula com vários ingredientes ativos que contribuem a proteção da pele, mas também é possível usar cremes manipulados, de acordo com a orientação da sua dermatologista.
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Separamos algumas dicas de produtos para sua rotina de cuidados, durante o inverno
no inverno PARA ELES
Protetor solar
Mesmo durante o inverno não dá para esquecer o protetor solar. Mais de 60% da radiação solar atravessa as nuvens naqueles dias mais nublados, sem contar que a iluminação de ambientes fechados também agride a pele. Já existem várias opções no mercado com formulação leve, que não deixam o rosto oleoso como o Anthelios Airlicium, da La Roche-Posay (R$ 58,85).
Hidratante Durante o inverno, a pele perde a capacidade de reter água, tornando o cuidado com hidratação ainda mais importante. E isso também vale para que tem pele oleosa, por isso é essencial escolher o produto correto para o seu tipo de pele. O Hidratante Antissinais Natura Homem combina a hidratação com fator de proteção solar 30 (R$ 55,90).
Esfoliante Fazer esfoliação no rosto ajuda na limpeza da pele, removendo as células mortas que obstruem os poros, e é especialmente importante para homens com mais de 25 anos. No inverno não é diferente, mas opte por um esfoliante mais leve, como o esfoliante facial Tea Tree, da The Body Shop (R$ 59,00).
Protetor labial A pele dos lábios é uma das mais sensíveis do corpo e, por isso, sofrem bastante com o inverno. É importante usar hidratantes labiais para evitar ressecamento e rachaduras. Existem várias opções no mercado que não possuem cor, brilho ou cheiro, como o Nivea Original Care (R$ 12,90).
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Moda por Paula Teixeira
Se vestir bem À não tem idade
medida que vamos envelhecendo, parece que as opções no guarda-roupa vão reduzindo cada vez mais. Diminuem as opções de modelagem, as roupas parecem perder as formas e começam a surgir milhares de regras de “não pode” e “é proibido”. E em um contexto onde o maior foco da indústria da moda é vestir mulheres mais jovens, é comum que a falta de representatividade se reflita em uma falta de inspiração para construir o próprio estilo. Independente de idade, a moda é uma ferramenta de expressão e o mais importante é sentir-se bem com o que está vestindo. Por isso, reunimos algumas dicas de moda, para te inspirar a montar seu próprio estilo ou enxergar novas possibilidades no universo fashion.
Reunimos seis dicas de moda para inspirar a mulher madura a explorar o seu estilo 60
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Comprimento midi O midi veio para ficar e é definitivamente o comprimento queridinho da vez. Seja em saias, calças ou macacões, é garantia de estilo e fica bem em todos os tipos de corpos. Se você não se sente segura de usar porque é baixinha, aqui vai uma dica de styling: Usar sapatos nude ou que mostrem o peito do pé (como scarpins) alongam a silhueta.
Monocromático
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Fotos: Divulgação
Quer uma dica infalível para montar um look lindo? Peças da mesma cor, ou em tons similares. E se engana quem acha que esse truque só funciona com tons neutros, a proposta fica incrível com quando adicionamos cores à produção.
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Acessórios O poder dos acessórios é inegável, você pode multiplicar a possibilidade de looks de uma mesma peça apenas mudando os acessórios. Seja usando óculos, lenços, joias ou bijuterias (ou, porque não, tudo ao mesmo tempo), as possibilidades são inúmeras.
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Terceira peça É um dos mais famosos truques de styling que existe. Perfeito para os dias com menos inspiração, adicionar a terceira peça pode valorizar o look que está mais básico. E vale casaco, colete, quimono, blazer ou até uma camisa aberta. E um ótimo truque é utilizar o cinto por fora da terceira peça, que além de dar um charme, também deixa a silhueta mais acinturada.
jeans
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Fotos: Divulgação
O jeans é definitivamente atemporal. Seja na calça ou na jaqueta, o tecido nunca sai de moda. No caso das calças jeans, o segredo é descobrir qual é modelagem que te deixa mais confortável.
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Alfaiataria
Fotos: Divulgação
A alfaiataria é um clássico infalível, e nessa temporada de inverno ganha força, especialmente em combinações com peças de roupa mais esportivas. É uma aposta segura para situações que pedem mais seriedade, como uma reunião de trabalho, por exemplo.
A forma de se vestir pode ser um reflexo de quem você é; uma maneira de se expressar para o mundo; então valorize a sua essência e aproveite as tendências a seu favor. Quando se trata de estilo, a única regra é sentir-se bem. 64
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“Independente de idade, a moda é uma ferramenta de expressão e o mais importante é sentir-se bem com o que está vestindo.”
SAÚDE
Visão
Foto: Divulgação / Arnaldo Medeiros
por Felipe Montenegro
TE VER BEM É O QUE IMPORTA Se o corpo avança em idade, os olhos também ficam suscetíveis ao surgimento de transtornos. 66
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onvidamos o Diretor Médico e Responsável Técnico do Hospital de Olhos Santa Luzia, de Maceió, para dar algumas dicas sobre cuidados com os olhos. Na juventude ou velhice, prevenção é sempre o melhor remédio, sobretudo em uma era em que as doenças crônicas estão cada vez mais presentes, e o pensamento de Hipócrates está a cada dia mais vivo: “Curar algumas vezes, aliviar quase sempre, consolar sempre”. Com essa missão e desejo de exercer a medicina com excelência, Dr. Isaac Ramos, de 37 anos, especialista em Catarata, Cirurgia Refrativa e Ceratocone, acredita que o lado humano e a relação médico-paciente vem sempre em primeiro lugar, mas sem esquecer de aliar conhecimento e tecnologia para oferecer sempre o tratamento mais atual.
Envelhecimento x Visão Com o aumento da expectativa de vida e envelhecimento da população, diversos desafios relacionados à saúde estão impostos. No que diz respeito aos olhos, deve-se atentar mais às doenças que atingem frequentemente a faixa etária mais elevada, como a catarata, retinopatias e glaucoma. Novos hábitos, como o uso excessivo de computadores, tablets e celulares também devem estar no radar, pois são ferramentas bastante utilizadas por pessoas de todas as idades. Cuidados com os hábitos de vida e alimentação continuam sendo as melhores ferramentas para prevenir doenças e para a manutenção da saúde ocular. Não coçar os olhos, hidratá-los com frequência, lavar as mãos quando for encostar próximo a eles, manter a região palpebral sempre limpa, e dar pausas de 15 minutos a cada 2 horas quando estiver usando computadores, tablets e celulares, são dicas úteis e que fazem a diferença no dia a dia.
com a cirurgia, mas torna os riscos mais elevados. De modo que, tanto para homens quanto para mulheres, o recomendado é uma consulta oftalmológica completa por ano.
Isaac Ramos É Diretor Médico e Responsável Técnico do Hospital de Olhos Santa Luzia (Maceió-AL, Brasil); Presidente da Fundação de Amparo à Visão (Maceió-AL, Brasil); Vice-Presidente da Sociedade Alagoana de Oftalmologia; Membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia; Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia; Membro da Sociedade Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa (ASCRS); Membro da Sociedade Européia de Catarata e Cirurgia Refrativa (ESCRS); Membro da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares e Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa (SBCII / SBCR – BRASCRS). Colaborador em livros nacionais e internacionais de oftalmologia com 15 participações como autor, co-autor, e tradutor de capítulos; Diversas publicações como autor e co-autor em revistas nacionais e internacionais de oftalmologia; Diversas participações em congressos nacionais e internacionais através de papers, posters e vídeos. Participação como autor e co-autor em 10 trabalhos premiados em congressos nacionais e internacionais. Participação em pesquisas com impacto significante na compreensão da tomografia de córnea, biomecânica da córnea e pressão intraocular. Atende por diversos planos de saúde nas Unidades do Hospital de Olhos Santa Luzia: Gruta, e Harmony. www.hospitaldeolhossantaluzia.com
Acompanhamento Profissional Além das dicas citadas acima, o acompanhamento de um bom profissional faz toda a diferença para prevenir e tratar doenças dos olhos, pois a ausência de atendimento oftalmológico pode se tornar perigosa em alguns casos. Doenças comuns, como glaucoma e retinopatia diabética não causam sintomas em suas fases iniciais e o diagnóstico tardio pode comprometer a visão de forma irreversível. No caso da catarata, um diagnóstico tardio não exclui a possibilidade de cura REVISTADUE
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Corpo
Fotos: ELC 3 Sports
por Hugo Sant’Ana
dor não é sinal de velhice O que faz de você um jovem ou idoso ativo é como você prepara seus músculos e os treina para não sobrecarregar partes erradas do corpo. 68
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oão tem dor lombar e nos exames de imagem não há nenhuma alteração que justifique sua queixa. Maria tem artrite, mas é corredora de rua, faz provas de 10 km e não tem queixas. João tem 31 anos. Maria tem 60. O exemplo acima quer dizer que o diagnóstico médico não é mais um empecilho para realização de atividades físicas ou mesmo uma vida sem dores. O que faz de você um jovem ou idoso ativo é como você prepara seus músculos e os treina para não sobrecarregar partes erradas do corpo. Em outras palavras, uma pessoa com problemas de coluna pode se abaixar e pegar um objeto pesado no chão ou praticar exercício físico/esporte e não sentir dores, desde que ela use seu corpo e faça os movimentos adequadamente. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, é bastante comum atribuir, de maneira errônea, as dores na região da coluna como sendo decorrentes de alterações degenerativas (exemplo: artroses e osteófitos – bicos de papagaio) observadas nos exames de imagem (radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas). No entanto, esses fenômenos degenerativos têm uma alta prevalência em pessoas assintomáticas, não contribuindo a sua presença para o diagnóstico final das dores na coluna. Por outro lado, sabemos que uma parte significativa das pessoas que apresentam o mesmo problema não apresenta quaisquer alterações nos mesmos exames por imagem. Na procura das causas de dores osteoarticulares, os pesquisadores têm um novo suspeito em vista: as alterações biomecânicas. Elas são observadas numa avaliação cinesiológica dinâmica, enquanto nos exames de imagem, dificilmente podemos ver este tipo alterações.
Depoimentos Os três atletas da foto são a prova de que idade não é limite para alcançar novos resultados. “A corrida entrou em minha vida quando eu já estava quase com 50 anos de vida. O que prova que idade não é empecilho para quem quer se movimentar ou começar alguma boa prática. De 2005 para cá, participo de diversas corridas e chego aos 36 km com o mesmo discurso de sempre: Vou continuar correndo até quando meus pulmões e minhas pernas aguentarem. Recomendo!” Maurílio, 61 anos. “Eu comecei a correr um pouco mais cedo que meus colegas. Foi em 1972, quando prestava serviço militar e a rotina de corridas estava no treinamento. O hábito de correr passou a ser muito mais do que uma obrigação de militar, mas um prazer e um vício que só me fez bem. Correndo até 30 km, tenho orgulho em dizer que a corrida faz parte da minha vida, assim como o acompanhamento profissional, seja com o objetivo de prevenção de lesões, como de melhorar meu desempenho e resultados”. Geraldo Rocha, 65 anos “Um amigo de trabalho me incentivou a correr, há 19 anos. Timidamente, comecei a participar de corridas, inclusive sem concluir os percursos, pois era fumante. Com as práticas de corrida, parei de fumar e percebi minha qualidade de vida mudar. No esporte, fiz também muitos amigos. Hoje corro entre 5 e 21 km. Mas já corri uma maratona de 42 km. Faço acompanhamento com fisioterapeuta, afinal tenho lesões, mas elas não me impedem de ser atleta e conquistar bons resultados, na corrida e na vida”. Cícero Vieira, 65 anos.
Esta é uma das razões que justificam o papel da fisioterapia moderna no tratamento das desordens osteoarticulares, incluindo o tratamento de desordens degenartivas em idosos. Descubra o que realmente está causando seu problema fazendo uma avaliação com um fisioterapeuta. Ele deverá analisar as sobrecargas osteoarticulares excessivas que seu corpo faz durante os movimentos realizados por você durante o dia e, através do tratamento adequado com terapia manual e exercícios (principalmente), tratar a causa do seu problema. Viver sem dores, independente da idade, é uma realidade possível. REVISTADUE
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Mente
Foto: Divulgação
por Leidijane Terto
Inteligência É a capacidade de perceber as emoções e compreendê-las, criando habilidades próprias para então tomar decisões mais assertivas em diferentes situações.
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inteligência emocional é nada mais do que a capacidade de perceber as emoções e compreendê-las, criando habilidades próprias para então tomar decisões mais assertivas em diferentes situações. Nós, seres humanos, tomamos decisões baseadas em nossas emoções. Desenvolver este tipo de inteligência te dá capacidade de controlar os impulsos, e pode trazer diversas vantagens no seu dia a dia e na sua vida profissional. Então, vamos aprender algumas dicas simples de como desenvolver e melhorar esse tipo de inteligência?
Conheça a si mesmo Reconheça suas próprias emoções e compreenda como elas atingem seus pensamentos e comportamentos. Uma boa dica é ter um caderno de anotações e anotar que tipos de pensamentos, sentimentos e emoções você teve ao longo do dia e se teve alguma emoção desagradável e como você reagiu a elas. É um exercício bem simples, mas com certeza você terá bons resultados.
Encontre seu equilíbrio emocional Você não pode controlar totalmente suas emoções. O que você pode é controlar seus comportamentos que podem gerar tais sentimentos. Nunca permita que você chegue ao limite de suas emoções. Dica: trabalhe o seu equilíbrio interior. Feche os olhos, crie em sua mente um lugar silencioso e tranquilo, concentre-se nele, puxe o ar lentamente e solte o ar lentamente. Utilize essa técnica simples sempre que precisar. Antes de tomar qualquer decisão, pense, reflita e analise a situação. Quando achar que suas emoções estão mais equilibradas, você pode agir.
Pratique a Empatia A melhor maneira de entender o outro é colocando-se em seu lugar. Ter empatia com qualquer pessoa é ter a Inteligência Emocional bem desenvolvida. É através desse exercício que você começa a entender suas dificuldades, podendo assim aprender com elas e tentar mudar seus comportamentos que também podem incomodar a outras pessoas.
Motive-se diariamente Use de suas emoções para amadurecer e fortaleça a capacidade de motivar a si mesmo, independente das circunstâncias permaneça firme na busca dos seus objetivos. Diariamente busque
uma motivação. Seja ela qual for, pois pequenas atitudes tem o poder de transformar positivamente seu dia.
Faça outras pessoas felizes Ser feliz é fazer os outros felizes também. Então, aprenda a interagir positivamente, doe um pouco do seu tempo e expresse empatia pelos sentimentos e emoções alheias.
A importância do psicólogo Muitas vezes não conseguimos ter controle de nossas emoções, isso envolve outras questões mais profundas e procurar ajuda de um psicólogo é uma boa escolha. Ele vai te dar suporte mais adequado e, dessa forma, vocês encontrarão ferramentas para que você desenvolva melhor suas novas habilidades.
Sinais de que você tem inteligência emocional 1- Você reconhece suas fraquezas: Tem uma boa percepção sobre seus pontos fortes, buscando sempre aprimora-los e reconhece suas fraquezas investindo em melhora-las através do autoconhecimento. 2- Você não permite que suas emoções negativas afetem as pessoas: Você reconhece todas as situações que ativam suas emoções negativas e não desconta nas pessoas a sua volta. 3- Você tem bons relacionamentos com as pessoas a sua volta: Você consegue estabelecer relações saudáveis onde quer que você esteja, utilizando da empatia para compreender o outro e respeitando seu espaço e modo de ser. Suas relações são saudáveis e não são agressivas. Pois você consegue se colocar no lugar do outro e dando um suporte quando necessário. 5- Você sabe dizer não: Entendendo suas limitações você sabe quando deve dizer não, sem correr o risco de se sobrecarregar. REVISTADUE
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Nutrição
Foto: Divulgação
por Célia Souza
coma com Alimentação: o segredo para o envelhecimento saudável
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uando o assunto é longevidade, pesquisas são debatidas em congressos e simpósios ao redor do mundo. Cientistas mostram que, nos últimos anos, a palavra de ordem é viver e envelhecer bem. A alimentação é um dos muitos fatores tanto biológicos como ambientais, que desempenham um papel forte no envelhecimento. Através de uma seleção cuidadosa da nossa alimentação podemos influenciar o processo de envelhecimento para uma melhor qualidade de vida das pessoas. A competitividade da vida moderna, o estresse, a persuasão publicitária e a poluição, estão no rol dos ingredientes que mais têm contribuído para a deterioração dos hábitos alimentares saudáveis. O excesso de conservantes, espessantes, aromatizantes, realçadores de sabor, tudo isso misturado com proteínas, carboidratos, vitaminas, gorduras e poucas fibras, acarreta problemas que, depositados por longo período no organismo, começam a se tornar visíveis e preocupantes aos profissionais de saúde. Uma alimentação adequada proporciona ao organismo humano condições para uma vida saudável, acrescentando anos com saúde e disposição para os indivíduos que se propõem a ter uma dieta equilibrada e pautada na moderação. Não existem alimentos proibidos (para a comunidade sadia) ou milagrosos. O segredo está no bom senso. Por isso, é preciso manter uma boa dieta para que sejam consumidos todos os nutrientes necessários para uma vida saudável.
- Cuidado com bebidas alcoólicas: Beba com moderação, não passe de um aperitivo ou um copo de cerveja; dê preferência aos vinhos tintos; - Cuide da viscosidade do seu sangue: O sangue menos viscoso circula melhor, oxigena mais; - As melhores sobremesas não são os doces, são as frutas, o excesso de doces significa mais calorias e mais obesidade, é saudável o uso diário de mel puro (uma colher de sopa); - Faça ingestão diária de alimentos ricos em fibras (feijão, verduras, aveia, maçã, pão integral, centeio, manga, germe de trigo), pois as fibras são importantíssimas para o aparelho digestivo e ajudam a controlar o colesterol. A quantidade ideal é de 25g a 35 g/dia; - A alimentação diária só é completa quando ingerimos: frutas (especialmente banana, maçã, mamão, laranja e acerola), verduras, legumes, cereais, leite magro e carne magra. As melhores verduras são: alface, couve, agrião, brócolis, espinafre, almeirão e chicória. Os legumes: cenoura, vagem e rabanete; - A comida “típica” brasileira - arroz, feijão, verduras e bife - é uma das “melhores do mundo” do ponto de vista geriátrico; - Beba no mínimo 1,5 litro de líquidos diariamente (água, sucos, água de coco, chá e leite desnatado), coma alimentos ricos em potássio (banana, laranja, tomate) e fibras. Costumamos dizer que o aparelho digestivo do idoso gosta muito de líquidos, potássio, fibras e caminhadas; - Faça pelo menos três refeições ao dia - a mais importante é a primeira (café da manhã) e a mais leve é a última (jantar);
Dicas Listamos alguns cuidados para uma alimentação e hábitos saudáveis: - Nunca faça “dietas da moda”: Quase sempre são exageros sem nenhuma base científica, comumente trazem problemas sérios. O único modo seguro para emagrecer é reduzir corretamente a ingestão de calorias; - Controle sua glicemia (açúcar no sangue): Diabete é uma das maiores causas de envelhecimento precoce e causa severos danos em órgãos (olhos, rins, cérebro) e na circulação, leva à impotência sexual, acelera arteriosclerose e diminui resistência orgânica;
- Nunca coma muito sal, faça esforço para reduzir. O brasileiro em geral come cinco vezes mais sal que o necessário (6g/dia é o suficiente); - Tome até duas xícaras de café por dia (quente, feito na hora) é hábito saudável; - Trabalhe como se fosse viver eternamente, porém, viva a vida pois a morte é inevitável. “Mais importante que acrescentar anos à vida é acrescentar vida aos anos”. Preocupe-se com sua qualidade de vida; - Seja feliz, amando-se e cuidando-se de dentro para fora. Aceitação, autoconhecimento e boas escolhas podem prolongar e trazer mais qualidade à sua vida. REVISTADUE
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Saúde por Karolyn Oberg
Moseria cozinha saudável
A Fotos: Acervo pessoal
pós o terceiro aniversario do bistrô mais charmoso da cidade, a familia Najuany cresceu e inaugurou a Moseria. Uma conveniência com produtos naturais e artesanais (a maioria provida do sítio da família) e refeições saudáveis. A proposta é aliar comodidade, saúde, sabor e sustentabilidade em um só lugar. Se você preza pela origem dos produtos, pelo meio ambiente, pela saúde dos alimentos e é do time do “descasque mais e desembrulhe menos”, vai amar a proposta do negócio conduzido pela Karol e sua mãe Naira. 74
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@conveniencianatural Moseria cozinha saudável
Rua José Pontes Magalhães, n 70- Jatiuca (no JTR,próximo ao colégio Santa Úrsula)
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receitas por Célia Souza
PÃO D E CEBOLA
BRIGADEIRO DE ABÓBORA
Ingredientes:
Ingredientes:
4 ovos 1 cebola grande ralada 12 colheres (sopa) de farelo de aveia 4 colheres (sopa) de leite em pó desnatado 2 colheres (chá) de fermento em pó 1 colher (sobremesa) de ervas finas Sal a gosto
200g de abóbora 4 colheres (sopa) de cacau Adoçante a gosto Castanhas (opcional)
Foto: Divulgação
Preparo: Coloque no liquidificador os ovos, o leite em pó e o farelo de aveia, bata bem. Adicione o fermento, misture levemente com uma colher. Acrescente as ervas finas, a cebola ralada e o sal, misture novamente. Coloque a massa em uma forma untada. Asse por 35 minutos ou até espetar um palito que saia limpo Se preferir bata as cebolas junto com os ovos, adicione queijo ralado. 76
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Preparo: Cozinhe a abóbora e amasse, passe por uma peneira ou por um pano, tire todo o excesso de água. Coloque dentro de uma panela, adicione o cacau e o adoçante. Misture bem em fogo baixo até desgrudar da panela, Passe para um recipiente, leve ao freezer e deixe ficar bem durinho. Dica: Coma como brigadeiro de colher ou enrole se preferir. Enrolar e passar em castanhas trituradas, cacau ou leite em pó.
Vinhos, arte e sabor
BOUTIQUE E BISTROT
@boutiquebonvin (82) 9 8175.3651 Rua General João Saleiro Pitão, 1037, Ponta Verde
dicas de nutrição por Célia Souza
Moringa oleifera : Nativa da Índia a moringa é uma excelente escolha para quem quer investir no bem estar. Uma planta utilizada para fins medicinais, considerada por especialistas de todo o mundo, entre botânicos e biólogos, a árvore da vida; um “milagre da natureza” com vários benefícios à saúde.
Açafrão-da-terra: É um tempero muito utilizado na culinária em geral que pode contribuir com a redução do risco de doenças metabólicas, além de influenciar diretamente alguns parâmetros clínicos. Inclua na sua alimentação diária em saladas e guarnições, sucos e sobremesas, enriquecendo nutricionalmente as preparações com sabor e saúde.
Vegetais verde escuro:
Fotos: Divulgação
couve, brócolis e espinafre - Rica composição nutricional, com a presença de vários fitoquímicos, como o sulforafano, que tem alto poder antioxidante. Vários benefícios incluindo adequado aporte de cálcio e magnésio, minerais essenciais para estrutura óssea. Não sabe por onde começar? Inclua os verdes na sua alimentação.
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COTIDIANO
sociedade por Ricardo Sales
Responda rápido:
você tem algum preconceito?
Fotos: Divulgação
Assumir que se tem preconceito é um verdadeiro tabu na nossa sociedade
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preconceito está presente no cotidiano dos brasileiros e se manifesta nos diferentes espaços que frequentamos, inclusive o ambiente de trabalho. Isso não é propriamente uma novidade, mas tínhamos poucos dados estatísticos para comprovar esta afirmação. A pesquisa Skol Diálogos, que a Ambev encomendou junto ao Ibope, preenche esta lacuna e traz importantes insights para a gente refletir sobre diversidade e inclusão nas nossas empresas e na sociedade. O estudo ouviu 2002 pessoas de diferentes faixas etárias em todas as regiões do país. Os dados são reveladores: 83% dos brasileiros não se consideram preconceituosos. Entretanto 7 em cada 10 já fizeram algum comentário quadrado. O machismo se destaca neste cenário. As frases mais faladas são “mulher tem que se dar ao respeito” (49% dos entrevistados já disseram isso) e “mulher ao volante, perigo constante” (28%). O racismo aparece em expressões como “não sou preconceituoso, até tenho um amigo negro”, dita por 1 em cada 4 brasileiros. Entre os 17% dos brasileiros que se declaram preconceituosos, 29% têm alvo certo: a população LGBT. É grande a tolerância a frases como “pode ser gay, mas não precisa beijar em público” (25% falam isso) e “isso é coisa de ‘viado’” (23%). A língua não é apenas o meio pelo qual nos comunicamos. É também o processo pelo qual reproduzimos estereótipos, preconceitos e ideias equivocadas. Neste sentido, é reveladora a presença de tantos comentários desrespeitosos no nosso dia a dia. Não por acaso, o Brasil é o país onde um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos, seis mulheres são estupradas a cada hora e, só em 2017, mais de 300 pessoas LGBTs foram assassinadas em crimes de ódio. Perguntados se reagem ao ouvir um comentário preconceituoso, metade dos brasileiros afirma ficar calada - as mulheres são maioria entre os que manifestam sua contrariedade (60%). Discutir o assunto não pode ser uma responsabilidade apenas dos “outros”; das mulheres, das pessoas negras, gordas ou LGBTs. Se quisermos um país mais respeitoso, precisamos nos unir em torno deste debate e questionar nossos comportamentos e atitudes. O preconceito dificulta o diálogo e impede a conexão entre as pessoas. Uma sociedade mais justa e inclusiva para todos nós depende de nossa disposição para conversamos sobre o tema. Vamos juntos? REVISTADUE
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cidadania
Fotos: Divulgação
por Valná Dantas
como você quer que eu te chame? Mudança de nome social é aprovada pelo Supremo Tribunal Federal 82
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m votação unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no mês de março, que pessoas transexuais (que não se reconhecem com o gênero de nascimento) e travestis (que vivenciam o gênero feminino) podem alterar o nome sem necessidade da intervenção da cirurgia de redesignação sexual, apresentação de laudos ou autorização judicial, por meio da Ação Direta de Constitucionalidade 4275 (ADI/4275). A conquista é um marco significativo, não só para a luta da população trans em termos de cidadania, mas também para uma democracia de fato. Para fazer a mudança, a pessoa precisa apenas ir ao cartório e declarar seu novo nome. A regra vale para transexuais de todo o país.
Pioneirismo em Alagoas O Centro Universitário Tiradentes, em sua tradicional programação do Fórum de Desenvolvimento Regional, em sua sexta edição, ocorrida em maio, desenvolveu o Primeiro Mutirão de Certidão de Transcidadania em Alagoas. Além do serviço de mudança de nome, através do Núcleo de Práticas Jurídicas da instituição, foram ofertadas orientações ao público de travestis, transexuais e transgêneros a respeito dos direitos garantidos pela legislação brasileira. A iniciativa foi promovida por alunos do mestrado da Unit, no projeto de extensão do curso, com o intuito de resgatar a autoestima desses cidadãos.
Depoimento “Minha percepção sobre as mudanças das questões de gênero em nossa sociedade é de que temos avançado, mas precisamos de mais divulgação sobre o tema para que a população possa nos ver e encarar como seres humanos que somos. Essa é uma grande conquista, e ciente de que a sociedade não está por inteiro preparada para lidar com respeito e empatia, clamo sempre por mais esclarecimento e debates sobre o tema, pois só resignificando alcançaremos dias melhores.” Suham Torres de Albuquerque, a mulher trans de 66 anos é artista plástica e dançarina de dança cigana. Fez mudança de nome no Multirão ofertado pela Unit.
“Já fui loura, já fui morena, já fui Margarida e Beatriz. Já fui Maria e Madalena. Só não pude ser como quis”. Cecília Meirelles REVISTADUE
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due apresenta por Valná Dantas
Benigna Fortes Exemplo de mulher, mãe, médica, professora e filha. Conheça a embaixadora da edição
No papel de filha Descrever sua mãe é narrar a história de uma mulher à frente do seu tempo. Vivendo em uma cidade do interior, casada com um homem 20 anos mais velho, em uma sociedade machista, ela tinha sede pelo crescimento a partir da educação. Desde jovem sempre trabalhou muito, e mesmo depois de casada, com sete filhos, ao ter oportunidade, ingressou no curso de Direito, no qual
se formou com seus quase 40 anos. Trilhou um percurso de sucesso profissional, enveredando pela advocacia privada, numa área criminal, muito restrita aos homens da época, sendo considerada a Advogada do Ano mais de uma vez, reconhecida pela mídia por sua atividade, coragem e competência. Com mais de 55 anos foi aprovada em concurso estadual, espaço no qual militou e trabalhou até os 85 anos de idade, negando uma aposentadoria sugerida pela Procuradoria quando completou 70 anos. Servir e ajudar as pessoas na Defensoria Pública foi sua missão na cidade de Pilar e outras comarcas. Foi no Direito que encontrou a realização pessoal, de trabalhar e defender causas desafiadoras, que transformavam a realidade de pessoas, e a dela. Também foi vereadora, com envolvimento e compromisso com as causas do povo. Benigna diz que sempre viu sua mãe trabalhar e REVISTADUE
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Foto: Paulo Higor Nunes
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alar de Benigna é emprestar a cena, antes de tudo, para uma trajetória que a fez ser a mulher e profissional de hoje. É dar espaço, primeiramente, à história de sua mãe, definida por adjetivos que antecipam a categoria de sua biografia. “Posso resumir minha mãe em Modelo, Estímulo, Inspiração, Exemplo, Guerreira, Impar, Única. Posso falar horas dessa mulher que imprimiu em mim, e em meus seis irmãos, uma criação de sucesso”.
estudar. Sua casa era uma das poucas na cidade que tinha uma biblioteca e uma rotina de leitura ávida e presente. Não é difícil perceber que o amor dessa guerreira ao trabalho e, sobretudo aos estudos inspirou e estimulou ainda mais a garra dessa família que também contou com um pai amoroso e presente. Hoje, aos 91 anos, com algumas restrições físicas, sua mãe precisa de mais atenção. E como única mulher de uma família com sete filhos, não foi difícil assumir esse cuidado que só uniu e tornou ainda mais forte a amizade e companheirismo entre mãe e filha. A emoção toma conta de Benigna ao lembrar-se do privilégio de estar rodeada de colaboradores, amigos e funcionários maravilhosos, que a ajudam nessa jornada.
No papel de Mãe Aos 58 anos, nossa personagem é quase uma malabarista em ação. Conciliar os papéis de Mulher, Mãe, Filha, Médica e Professora não é tarefa fácil, convenhamos. Ainda bem que o companheiro desse mulherão é um homem compreensivo e parceiro. E quando o assunto entra no quesito família, dos pais aos filhos é um mar de orgulho e amor. “Meus filhos não me dão trabalho, estão todos encaminhados e seguindo seus sonhos e passos. São meus melhores amigos”. Lucas, o mais velho, é cirurgião buco-maxilo-facial, professor universitário, atendendo no HGE e em seu consultório particular. “Excelência e competência. Desculpa, mas sou mãe coruja assumida”. (Risos) Já Gabriel é psicólogo, enveredou pelo caminho da ciência. É mestre e doutor em psicologia pela UFPE, com experiência na Suíça, estudando novas áreas da psicologia cognitiva e argumentação. “Tem publicações indexadas e, além de tudo, é um ótimo amigo e conselheiro”. Patrícia, a mais nova, é mestre em Nutrição. “Só me enche de orgulho. Minha filha é minha confidente, está sempre ao meu lado. Uma mulher digna, competente, forte e brilhante. Meus filhos são extraordinários e Deus foi muito generoso comigo”, afirma. Fotos: Acervo pessoal
No papel de médica Reconhecida como uma das melhores endocrinologistas do Estado, Benigna tem experiência e agenda lotada. Aproveitamos o tema da edição para saber sua opinião sobre a qualidade do envelhecimento percebida em seu consultório. E ela acredita que vivemos dias promissores para 86
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a saúde humana, onde o conhecimento científico é capaz de promover um prolongamento de vida. Mas ressalta que a qualidade de vida vem com a mudança de hábitos. Mudança que tem visto nas consultas. Claro que isso se limita a uma parcela da população com condições melhores, não significando a realidade do Brasil como um todo, mas, mesmo em ambulatório universitário que atende classes populares, a médica percebe maior esclarecimento e acesso a um envelhecimento melhor.
No papel de professora Após se dedicar tantos anos apenas ao consultório, a oportunidade de lecionar trouxe o espaço para ajudar às novas gerações de formandos a ter esse contato com sua experiência de clínica. Uma junção de teoria e prática que os faz mais efetivos no exercício da profissão. Mais assertivos, o que é essencial na medicina. “Estou gratificada em ter contato com jovens interessados em entender o paciente como um todo, e não como um fragmento, em pedaços, como a tendência natural de dividir em especialidades. Esse estudante passa a ter agora uma visão sistêmica que confere uma qualidade ao atendimento e uma capacidade de diagnóstico mais completo, reduzindo a possibilidade de danos. Tornar isso em um método e poder compartilhar com outros profissionais é um ganho para todos. Ser professora dá muito trabalho, me toma muita energia e dedicação, pois, além da minha experiência clínica, preciso estudar muitas novidades e trazer respaldo teórico para meus alunos. Mas, apesar de novo, é um exercício que me faz feliz.
Irmãos Meu irmão mais velho, Emmanuel Fortes, é psiquiatra e liderança na medicina brasileira. É vice-presidente do Conselho Federal de medicina. Meu irmão Mac-Dowell é cirurgião geral, aposentado por problemas de saúde, mas com uma trajetória ativa na comunidade. Foi diretor do pronto socorro, secretário de saúde e um cirurgião extremamente competente e querido. Kleber Fortes, obstetra, reconhecido por sua competência inegável. Orgulho para todos nós. Marcelo é agrônomo, dos sete, ele e o mais novo, Marçal, não seguiram a carreira na área de saúde. Théo é dentista, foi vereador e é uma liderança na odontologia de Alagoas, também professor universitário de reputação ilibada. Marçal é formado em direito, Secretário Municipal do Meio Ambiente da cidade de Pilar, foi Deputado Estadual e reconhecido
por sua competência. “Família privilegiada, que dá orgulho da prole de minha mãe, que nada mais é do que uma árvore frutífera e frondosa, que trouxe bons frutos”.
Sobre os cabelos brancos Com a chegada dos 45 anos, comecei a pintar os cabelos, mas para mim sempre foi um incômodo, porque toma muito tempo e não sou vaidosa. Mas na época era imposto que o cabelo branco representava símbolo de desleixo, de mulher envelhecida. Mas sempre me incomodava com a rotina de salão e de ser refém da química.
nuances na natureza múltipla com suas peculiaridades e individualidades. Beleza para mim vai além da minha cabeça e de qualquer modismo. Minha decisão foi instintiva, a partir de um desejo, e de uma palavra estimulo de Ana e de minha madrinha Marina, que representam essa cabeleira gloriosa e personalidade libertária. E essa seria a inspiração que eu deixaria para todas as leitoras da revista.
Um dia, há uns dois anos, uma paciente e amiga que muito admiro, por sua elegância e postura, entrou no consultório com sua cabeleira gloriosa, cheia e grisalha, e eu disse que um dia teria a coragem dela. Ela olhou com seu jeito simples e seguro e disse: “Minha filha, para assumir o cabelo branco só precisa ter atitude. E você é uma mulher de atitude”. A fala de Ana Carvalho ecoou dentro de mim, e sim, eu sou uma mulher de atitude e resolvi deixar meu cabelo natural. Foi uma transição chocante, pois há o processo do cabelo ficar metade branco e metade com tinta, e aí sim parecia descuido. Em um determinado ponto, fui cortar e minha cabelereira quase caiu para trás, mas foi uma decisão libertária que me deu resultados além do estético. Me libertou. Sei que somos donas do nosso destino e me trouxe surpresas melhores do que eu imaginaria. Me reafirmou. Após um ano ele está como gosto, quero e me sinto bem. Há ainda algumas pessoas que dizem preferir ele pintado, e eu respeito os gostos e opiniões, mas hoje o que prevalece é o meu desejo. Desejo que pode mudar, inclusive, pois acredito que somos mutáveis e que o processo de reinvenção é libertador. Um dia posso querer pintar meu cabelo de rosa ou de azul, mas segura do que sou, de onde estou e do que desejo para mim. A capacidade de mudar é lei. Não devemos ficar fixadas com convicções permanentes e imutáveis, mas sempre respeitando nossa natureza, vivendo em um mundo novo e admirável. Nesse admirável mundo novo eu vejo a beleza de pessoas revendo seus conceitos, quebrando preconceitos, aceitando o diferente, respeitando mais o outro, de acolhimento das diferenças. E ao ver essa diversidade, incluindo a estética e o colorido dos cabelos e da vida, eu vejo o mundo melhor. Seja com cabelos pintados, crespos, cacheados ou lisos. O belo está na diversidade e nas REVISTADUE
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Uma marca Uma história O designer Bruno Clériston e sua retrospectiva junto à marca Due @brunocleriston (82) 9 9993.0020 brunocleriston.com.br
O CONVITE Fui convidado para ilustrar o convite de um ano da revista alagoana que já estava, mesmo tão nova, chamando atenção por seus diferenciais e qualidade. Foi aquele “start” junto à uma vitrine chamada DUE assim começou nossa parceria. Composto por um layout fiel a linha visual que minhas ilustrações se apresentam, convite foi fruto de planejamento, estudo do perfil da revista e toda a liberdade no briefing para criar uma mistura de Pop art com Surrealismo. O resultado foi lindo e é guardado por muitos admiradores, até hoje, sete anos depois.
O ANÚNCIO PREMIADO Em meio a tantas inscrições e agências de publicidade, a iniciativa de inscrever um anúncio no Festival Gazeta de Publicidade e ser premiado foi realmente surpreendente. Na categoria anuncio de revista, levamos o troféu e muita felicidade pra casa.Trabalho com projetos e layouts dentro do design e o anúncio chamava atenção por conta da ilustração que possuia como plano de fundo. Fiquei muito grato pelo reconhecimento do meu trabalho. Esse episódio em minha trajetória profissional amarrou ainda mais os laços com a revista DUE. 88
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REDESIGN DE MARCA A primeira “reconstrução” da marca DUE foi uma transição da empresa. Após três anos de sociedade, Larissa Dantas resolveu trilhar novos caminhos e a Valná quis, literalmente, assinar a produção. Essa mudança de identidade aproximou ainda mais a revista de seu público e a ideia de que a marca passou a “autografar” sua própria capa como se a revista tivesse se personificado (um codinome da Valná Dantas - rs). E a marca DUE assumiu uma identidade “manuscrita” - handmade - bastante minimalista; fazendo com que a revista apresentasse um layout clean. Essa marca foi bem aceita e ficou “no ar” por três anos e meio.
REDESIGN & REPOSICIONAMENTO
Fotos: Acervo pessoal
Hoje vou ganhando repertório nessa parceira com a DUE. Com seus quase 8 anos, o horizonte da revista se amplia. A marca DUE vai além de suas páginas e começa a desbravar novos segmentos. “A inspiração vem enquanto trabalhamos”, já dizia o grande Pablo Picasso; e a minha foi a própria DUE. “Degustando” e alimentando o briefing da nova identidade, as páginas da DUE ditaram seu novo layout. Agregando valor, ainda mais gente instigada em mostrar conteúdos de grande relevância em nosso cotidiano, fugindo da mesmice e mostrando realmente que criatividade é de todos, nasce com todos e é para todos, pois nada mais é que usar o que temos de uma maneira inteligente, inovadora e surpreendente. Assim, a DUE ganha mais um redesign de marca promovendo o reposicionamento de sua identidade: é produto, é serviço, é surpresa, estará tanto off quanto online - ainda mais carismática junto “aos seus” e aos futuros assinantes; e ganha uma explosão de cores em sua nova identidade. Passando não apenas a ter uma paleta de cores, mas uma verdadeira “caixa de gradientes”
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perfil por Valnรก Dantas
destaques Empreendedores que fazem do seu nome a sua prรณpria marca
alagoanos
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Junior Gavazzi
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udo que um empreendedor deseja é que seu negócio cresça, ganhe espaços, novos públicos e se expanda. Mas, às vezes, é valida a premissa do “menos é mais”. E é exatamente essa fase que o profissional de beleza Junior Gavazzi está passando em sua carreira. Com doze anos de profissão, ele já viveu diferentes etapas com seu negócio. Começou pequeno, aumentou, mudou de endereço, teve grandes equipes (mais precisamente 68 funcionários fichados), viajou muito e trabalhou sem férias ou feriados. Agora, vive uma nova fase. Em um espeço pequeno e intimista, reservado para poucos e bons, atendendo com horário marcado, Gavazzi dá prioridade à sua saúde. Física e mental. Reconhecido pela produção de noivas, de lindos ruivos, loiros e mechas, Gavazzi conquistou seu espaço e fez do seu nome uma forte marca em Alagoas.
@gavazzihairstylist (82) 9 9941.2527
Atendimento com hora marcada na galeria do Maceió Facilities. Rua General João Saleiro Pitão.
“Tempo para academia, para alimentação correta, para lazer e estudos também são prioridade. Não posso cuidar da beleza dos meus clientes e esquecer de mim. Trabalhei loucamente por alguns anos, mas vi que um ritmo mais lento me traz benefícios incríveis”, afirma. REVISTADUE
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Fotos: Acervo pessoal
Qualidade de vida
Leidijane Terto
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sicóloga, estudiosa e empreendedora, a jovem Leidijane é idealizadora da clínica Motiva - Psicologia e Desenvolvimento, onde busca levar aprimoramento e autoconhecimento para o desenvolvimento pessoal e também profissional de cada cliente que procura seus serviços. Dispõe de uma estrutura ampla e adequada a cada tipo de demanda. É especialista em Psicologia Jurídica e tem formação em Terapia Cognitivo Comportamental (CEV), e MBA em Desenvolvimento Humano Executivo e Psicologia Positiva. Além dos atendimentos individuais no consultório, oferece oficinas para mulheres e Adolescentes/Jovens, para trabalhar a inteligência emocional e desenvolvimento humano.
Fotos: Acervo pessoal
@motivapsicologia (82) 9 9956.9315
Empresarial Humberto Lobo, sala 120. Serraria. Maceió, Alagoas 92
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Jacy Calixto
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@jacycalixtoesteticaavancada (82) 9 8882.8842
Ac. Dr. José Sampaio Luz, 266, Ponta Verde. Próximo ao restaurante Caruaru.
Serviços Clareamento para cicatriz, Radiofrequência, Botox, Massagens, Limpeza de pele, Peeling, Drenagem Linfática, Jato de plasma e muito mais. REVISTADUE
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Fotos: Acervo pessoal
oi somente após ter criado seus filhos, que Jacy teve oportunidade de fazer um curso de graduação. Na época, empresária a frente de um salão de beleza, cogitou o curso de Administração, mas seus filhos e amigos foram categóricos: “Você nasceu para a área da saúde e beleza. Você nasceu para cuidar”. Assim, entrou no curso de fisioterapia e se apaixonou pela área de Dermatofuncional. Ao ganhar respaldo teórico, uniu sua prática do salão de beleza para ofertar um serviço completo aos seus clientes. Nasceu assim a marca Fisiolife, que após alguns anos, amadureceu, mudou de endereço e se tornou o espaço Jacy Calixto – Estética Avançada. Sediada na Ponta Verde, Jacy se dedica à profissão que ama e executa com maestria. Para conhecer seu espaço, fazer uma avaliação e ser cliente, marque seu horário e desfrute dos cuidados especiais da profissional.
wagner amorim
Fotos: Acervo pessoal
A
paixão pela gastronomia começou há quase uma década. Durante um curso profissionalizante, no Senai, o jovem se destacou e foi bicampeão brasileiro na área de panificação e confeitaria. Após a primeira conquista nacional, foi representar o Brasil em Las Vegas, em mais um campeonato entre profissionais da área. Fez parte da equipe brasileira e ficou com a medalha de prata, sendo vice campeão mundial. Ainda estudando e aprimorando, recebeu seu primeiro convite para trabalhar como técnico de panificação e confeitaria numa distribuidora da Nestlé em Alagoas, onde ficou por um ano. O convite para ensinar também chegou logo, e durante seis anos, Wagner ensinou no Senai. Ao passo em que, junto à sua mãe, Tânia Amorim, confeiteira há mais de 25 anos, fazia bolos decorados para grandes eventos, amadureceu como profissional e pessoa. Agora, aos 29 anos, casado e pai do Mateus, está trilhando um novo caminho. Surge sua própria marca, a WAmorim Confeitaria, onde trabalha com encomendas junto de sua esposa, que é fisioterapeuta, mas ajuda nos bolos personalizados, doces decorados e aulas. 94
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@wamorimconfeitaria (82) 9 9934.8108
Rua Abdon Arroxelas, 678. Ponta Verde. Maceió, Alagoas
Joice Ferro
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Fotos: Acervo pessoal
dealizadora da marca Nutrichef, a culinarista Joyce quer compartilhar com o mercado alagoano o que sabe fazer de melhor: receitas modernas, requintadas, práticas e saudáveis. Sua equipe é formada por uma Coach e uma Nutricionista. Juntas, oferecem planos de reeducação alimentar, perda de peso e ganho de massa muscular, como também criam e montam cardápios para hotéis, pousadas e resorts. Além do planejamento que segue os objetivos do cliente, oferecem o preparo, congelamento, higienização e montagem de alimentos. E para trazer ainda mais sabor ao dia a dia de seus clientes, apronta receitas seguindo os planos da nutricionista. Sejam bolos, salgados, tortas, pães de mel, alfajors, bombons, geleias, smoothie, saladas no cone e no pote, ou qualquer tipo de alimentação mais específica, como sem açúcar, sem glúten, sem lactose, veganas ou vegetarianas, Joyce acredita que as receitas podem ser preparadas com profissionalismo e cuidados específicos para obtenção de resultados mais assertivos.
@nutrichefmcz (82) 9 9662.1688
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ATELIER Sonia BABY
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carioca de coração alagoano, Sonia Costa, despertou para seu negócio ao ter dificuldades de encontrar, em Maceió, peças personalizadas para o enxoval de sua segunda filha. Passou a criar peças com muito capricho e criatividade, e não parou mais. Há 20 anos, os enxovais tão sonhados pelas mamães ganharam o toque especial da artista. A experiência e aumento de clientela acabou demandando a criação do Atelier Sonia Baby, hoje localizado próximo à avenida Rotary, em Maceió. Com foco na produção de peças para todo o quarto do bebê, além da linha de enxoval pessoal infantil e juvenil, as peças personalizadas de Sonia ganham ainda mais charme e elegância unidas à decoração de outra artista parceira, o atelier Rosedbabay.
Fotos: Acervo pessoal
“Nosso diferencial é tornar o sonho da mamãe em realidade, com total qualidade, criatividade e pontualidade”
@ateliersoniabay (82) 9 9974.3774
Endereço: R. Djalma Mendonça, 465, lojas B e C Gruta- próximo à avenida Rotary. 96
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Rose D’Baby Atelier
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notícia que muda a vida de uma mulher em segundos é o momento em que ela descobre que está grávida. E foi há 22 anos, quando engravidou pela primeira vez, que Rose, já familiarizada e amante das artes, se aventurou em seu primeiro projeto: o quartinho de sua bebê. “Uma vez tentei parar por três anos, mas uma amiga me fez a pergunta que mudou minha história: “Rose, Deus mandou te perguntar por que você está enterrando os seus talentos?”.A partir daí tudo mudou. Nunca mais parei de fazer o que amo, e perdi as contas de quantos projetos já realizei. Sou feliz por ter alcançado, inclusive, projetos em outros países, como Estados Unidos, Itália, Bolívia, Inglaterra, Sérvia, e outros”. Sou grata a Deus por todas as conquistas, e ao apoio de minha família que é meu suporte. Cada quadro é um quebra cabeças rico em detalhes, onde cada peça, individualmente, possui sua beleza, mas postas juntas expressam um sentimento completo e único de cada família ali representada. H oje atendo em um espaço aconchegante, um showroom completo com a junção de decoração e enxoval, devido à grande parceria com Sônia Baby Enxovais, atendendo ambas no mesmo espaço, para a maior comodidade de todas as mamães. “Eu percebi que a paixão pelo designer para quartos de bebês se encaixou com os dons a mim dados por Deus. Não me vejo mais fazendo outra coisa e me realizo a cada projeto. Choro com as mamães e revivo a experiência vendo a satisfação e felicidade no olhar delas”, afirma.
Fotos: Acervo pessoal
“Amor e cuidado por cada projeto” @rosedbaby (82) 9 8846.6948
Endereço: R. Djalma Mendonça, 465, lojas B e C Gruta- próximo à avenida Rotary. REVISTADUE
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Damyeska Alves
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Fisioterapeuta Damy, especialista em Saúde da Mulher e Obstetrícia, prepara mulheres que pretendem engravidar, gestantes e puérperas para uma vida saudável e ativa. Há cinco anos a frente do Estúdio DamyPilates, a profissional defende a Fisioterapia na saúde da mulher como forma de previnir patologias e proporcionar qualidade de vida à mulheres de todas as idades. “A prática de qualquer atividade física exige responsabilidade e é uma escolha pessoal. Praticar com prazer te leva a grandes resultados. O movimento de qualidade é transformador, porém você precisa se entregar e dar o tempo necessário para essa transformação.”
@damypilates (82) 9 9993.6688
Fotos: Luísa Patury
Serviços: Método Busquet - Pilates - Gestação e Pós Parto - Fisioterapia Obstétrica Unidade 1 - Jatiúca Av. João Davino - Empresarial João Davino - Sala 113 Unidade 2 - Ponta Verde Rua Dep. José Lages - Galeria Market Center - Sala 108 98
REVISTADUE
Benigna Fortes
Embaixadora da edição