Revista Estimuladamente - Ano 01 | Edição 01 | JUNHO 2018

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EDITORIAL Caro leitor, Este espaço interativo tem o desafio de agregar diferentes linguagens num grande painel de Desenvolvimento Humano. Não se trata apenas de uma revista, mas de um novo conceito de leitura que nasce sob essa ótica e propõe um diálogo atual, pautandose em 3 pilares: Sustentabilidade, Autoconhecimento e Desenvolvimento humano. Sustentabilidade - Entendemos que todo processo de desenvolvimento tem de ter garantida a sua permanência. Nesse contexto, iremos abordar a nossa relação, enquanto indivíduos, com a natureza, com a comunidade, a relação com o capitalismo e com a alimentação. Autoconhecimento - Olhar para dentro de si, buscando deixar de ser carona para ser o piloto da sua própria vida. Ao falarmos do autoconhecimento é indispensável que falemos da consciência. Apresentaremos a cada edição ferramentas ligadas à espiritualidade e aos conceitos da mecânica quântica, provocando reflexões pertinentes aos estados de consciência, a caminho da sua expansão. Desenvolvimento humano - Somos livres quando utilizamos nosso potencial para aumentar nossas possibilidades de sermos o que queremos e termos o que desejamos. Para desenvolver tais potencialidades iremos trazer o coaching e suas abordagens, os aspectos da educação inovadora e a sexualidade. Nossa proposta parte da premissa de que é necessário pensar globalmente

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e agir localmente. Por isso todas as edições serão cheias de ricas discussões acerca dos temas propostos acima. Trata-se de um espaço para reflexão sobre o nosso papel na sociedade, com a finalidade de expandir a consciência, em que chamamos atenção para o novo rumo que o planeta tem tomado em busca de sua plenitude e em integração com o todo. Nessa viagem, propomos o autoconhecimento como o único caminho para uma vida plena de sentido, visto que sem este não somos capazes de sustentar os sentimentos nobres da gratidão, do amor e do perdão, tampouco desenvolveremos a capacidade de sermos empáticos. Portanto, uma de nossas missões principais é promover o aprofundamento em temas relevantes para um novo despertar, potencializando assim uma vida plena em sintonia com sua essência, fomentando o senso de contribuição social e fazendo o papel de ponte entre as entidades que precisam e as pessoas que querem contribuir, através da oportunidade de publicidade para as boas iniciativas e oferecendo espaço para exposição de tecnologias sociais transformadoras e de entidades que prestam serviços às suas comunidades. Convidamos-lhes a iniciar com leveza essa leitura. Pode entrar, a casa é sua. Gratidão, Marcelo Reis marcelo.reis@estimuladamente.com.br Amanda Reis amanda.reis@estimuladamente.com.br


COLABORADORES Marcelo Reis Engenheiro Civil, especialista em Gestão de Projetos, consultor de Planejamento, licenciado em Desenho pela escola de Belas Artes da Bahia (UFBA). Coach com certificação internacional em analista de Perfil Comportamental (Metodologia DISC), coach The Inner Game pela The Inner Game Internacional School - by Timothy Gallwey e embaixador da metodologia IKIGAI de Desenvolvimento Humano. Palestrante, fundador da Estimuladamente - Desenvolvimento do Ser Humano Integral, idealizador da Revista Estimuladamente. Amanda Reis Graduada em Pedagogia, especialista em Metodologia do Ensino Superior e em Coordenação Pedagógica, mestre em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social. Gestora Escolar, pela Prefeitura de Salvador, coach e analista de Perfil Comportamental com certificação internacional. Coordenadora Técnica do MBA Executivo em Coaching na Brascoaching / Unyhana. Sócia da Estimuladamente - Desenvolvimento do Ser Humano Integral. Co-criadora da Metodologia da Gratidão. Carla Visi Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo. Cursado em dois momentos (1989-1994) e (2003-2007) pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Pós–graduada em Gestão Ambiental pela Universidade Católica Dom Bosco 2013 / 2015 Estudou piano clássico no curso livre da Escola de Música da UCSal, Universidade Católica de Salvador (1982-1984). Cantora profissional desde 1987. Kiko Kislansky Co-fundador da Euzaria Moda Consciente, da CPO (Chief Purpose Officer) e da Cazulo Educação Corporativa. Coach Embaixador da metodologia IKIGAI de Desenvolvimento Humano, bacharel em Business e Marketing pela Northwood University - EUA. Palestrante com participação no TEDx e facilitador de programas de desenvolvimento pessoal e organizacional. Autor do livro Muita alma nessa hora, pela editora Vôo. Rosemary Ramos Pós-doutora em Educação e Contemporaneidade pela UNEB. Mestra e Doutora em Educação (UFBA). Licenciada em Educação Artística (UCSAL). Professora, pesquisadora e diretora do ISEO - Instituto Superior de Educação Ocidemnte. Professora colaboradora da pós-graduação da UNIFACS e UNIJORGE. Avaliadora ad hoc do INEP/MEC. Voluntária na Fundação Ocidemnte. Membro de grupos de pesquisas da UNEB e do NEAC - Núcleo de Estudos sobre Autoconhecimento do ISEO. Simaia Barreto Mestra em Ciências Sociais, graduada em Administração pela UFBA. Coordena o projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER, para comunidades quilombolas

no território do Piemonte Norte do Itapicuru- BA. Atua no segmento de Finanças Dolidárias com ênfase em Bancos Comunitários e Fundos Rotativos Solidários. Vânia Rocha Graduada em Licenciatura Plena em Ciências Sociais, bacharel em Antropologia, Especialista em Coordenação Pedagógica pela UFBA. Graduanda em Pedagogia pela Faculdade Maurício de Nassau. Orientadora de Campo no Programa Agente da Educação do Parque Social. Tem experiência na Coordenação em Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e atua com Educação e Coordenação Pedagógica. Jean Savedra Escritor, coach, cantor, músico, empresário, intérprete, palestrante, terapeuta comportamental, ministro de cura da alma, mentor espiritual, professor de mecânica quântica e idealizador do Projeto Família Milagres no Brasil. Autor do livro Milagres estão acontecendo, pela Editora Multifoco. Mantém canais de comunicação em que compartilha áudios, aulas e vídeos com ensinamentos providenciais para evolução da mente e expansão da consciência. Laís Nascimento Graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, com MBA em Marketing pela Unifacs, atua há mais de 13 anos na área de Comunicação de instituições públicas e privadas. Pessoalmente, vive um momento de autoconhecimento por meio da formação em ThetaHealing. Raimon Alves Espiritualista, filósofo, ator, produtor, escritor e poeta, além de professor de faculdades e cursos de pós graduação. Autor de livros como Crença - uma obra filosófica (em ebook no Amazon), Antologia Poética, Nós da poesia, Nosostros e Antologia Poética Vozes da Rua, juntamente com autores do Brasil e de outros países. Hoje tem o canal no youtube: Morada da Luz. Taís Reis Soteropolitana, graduada em Engenharia Mecatrônica. Consultora de Gestão de Sistema Integrado, especializada em formação de preços e elaboração de Planos de Negócios, atua como Organizadora Profissional desde 2016, antes desta data exercia o ofício de Personal Organizer pela paixão de ver os espaços e as pessoas transformadas pela organização. Micheli Cruz Licenciada em Letras Vernáculas, especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, com mestrado em Literatura e Cultura. Atua na área de Educação pelo Estado da Bahia e Prefeitura de Salvador. Coordenadora pedagógica do GESTAR - Gestão da Aprendizagem Escolar, no Instituto Anísio Teixeira. Pesquisadora dos temas: comportamento, sexualidade, erotismo e pornografia.

REVISTA ESTIMULADAMENTE 01 | Ano 01 | Junho 2018 | Bimensal Diretoria MARCELO REIS AMANDA REIS Jornalismo LAIS NASCIMENTO HENRIQUE PIO Revisão de Texto VÂNIA ROCHA Diagramação JOÃO FERREIRA Foto Capa JOSÉ ALVES

Estimuladamente - Desenvolvimento do Ser Humano Integral www.revistaestimuladamente.com.br Tel.: (71) 99998-2877 | (71) 98629-2192 As opiniões emitidas nas matérias e artigos são de total responsabilidade de seus autores. Para anunciar revista@estimuladamente.com.br Para colaborar jornalismo@estimuladamente.com.br

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ÍNDICE UBUNTU: O “NÓS” E AS RELAÇÕES COMUNITÁRIAS............................................................................................................................................................................................................................................6 ALIMENTAR-SE: UMA AÇÃO PARA ALÉM DO PRAZER.......................................................................................................................................................................................................................................8 ABOCA CENTRO DE ARTES................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................12 INEVITÁVEL MUNDO DE PLÁSTICO..................................................................................................................................................................................................................................................................................................16 TECNOLOGIAS SOCIAIS...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................18 METODOLOGIA DA GRATIDÃO...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................24 A NOVA ERA DOS NEGÓCIOS REGIDOS POR CONSCIÊNCIA E PROPÓSITO................................................................................................................28 O FIM DO COACHING................................................................................................................................................................................................................................................................................30 THETAHEALING: APRENDA A COCRIAR SUA REALIDADE DA MELHOR E MAIS ELEVADA MANEIRA..................................34 O QUE É A MECÂNICA QUÂNTICA?.......................................................................................................................................................................................................................................38 TERCEIRO SETOR................................................................................................................................................................................................................................................................................................42 O QUE VAMOS ORGANIZAR HOJE?....................................................................................................................................................................................................................................................................................................48 A REVISTA ESTIMULADAMENTE ABRAÇA O PROJETO MINI GENTILEZAS..........................................................................................................................................................50 ERÓTICA...MENTE, EIS UMA BOA PROVOCAÇÃO PARA AS MENTES HUMANAS!......................................................................................................................................52 AUTOCONHECIMENTO E EDUCAÇÃO: UMA PROFUNDA E NECESSÁRIA INTEGRAÇÃO.....................................................................54 ESTIMULADAMENTE INDICA......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................56 OS MONGES E A MULHER NO RIO............................................................................................................................................................................................................................................58 ESTÚDIO DO BOREGA................................................................................................................................................................................................................................................................................59 MEU AUTOCONHECIMENTO.........................................................................................................................................................................................................................................................60

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relações comunitárias

UBUNTU: O “NÓS” E AS RELAÇÕES COMUNITÁRIAS. POR: VANIA CONCEIÇÃO ROCHA

Ubuntu e as Relações Comunitárias Você deve estar se perguntando: “que palavra é essa Ubuntu?!! ”. Pois bem, Ubuntu é uma palavra africana Zulu, do grupo linguístico bantu, e que significa “sou o que sou pelo que nós somos”, ou seja, é uma palavra que define muito bem a vivência com o outro, para outro, em relação ao outro.

Ubuntu é uma palavra africana Zulu, do grupo linguístico bantu, e que significa “sou o que sou pelo que nós somos”.

ele colabora, coopera, acolhe, respeita, convive, aprende, na e para a relação com o outro. A relação comunitária precisa se apropriar do conceito humanístico do Ubuntu, citado anteriormente, para que seja possível a vivência em comunidade. Relações comunitárias e sociedade

O significado humanístico do Ubuntu, entendido enquanto relações solidárias, relações de cooperação, respeito mútuo, acolhimento, generosidade, tem por finalidade a convivência harmoniosa, compartilhada e comunitária. Ubuntu poderia levar-nos a associar com a ideia de relação comunitária? Vejamos... Relação comunitária entende-se como a relação que visa o bem estar comum, o viver bem de todos os indivíduos que compartilham daquela realidade, daquele grupo, daquele espaço. Para tanto é necessário que haja o engajamento de todos nas decisões, isto é, as decisões precisam ser democráticas e participativas, como também praticadas pelos indivíduos que compõem o grupo. Para ser harmônica e equilibrada, a relação comunitária precisa ser

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igualitária, logo, os indivíduos desta relação precisam compreender seus direitos e tê-los assegurados, como também assimilar seus deveres e cumpri-los. Caso contrário, a relação deixa de ser comum(itária) para ser desigual, injusta, excludente e assim por diante.

O caro leitor pode perguntar: o que isso tudo tem a ver com a sociedade em que vivemos? E ainda: o que isso implica no cotidiano das relações que são travadas no meio em que vivo?

Logo, na relação comunitária a filosofia que deve permear o ideário do grupo é o Ubuntu que, como vimos, compreende o ser-indivíduo enquanto ser-em relação, ser-com, ser-para: “sou o que sou pelo que nós somos”.

Se pensarmos na unidade “Comunidade”, podemos entendêla na dimensão direta do convívio do ser-indivíduo com o outro. Nesta perspectiva a aproximação das ideias, vontades, visão de futuro e demais, estão muito próximas constituindo o grupo que compõe a comunidade na vivência da relação comunitária.

A relação comunitária, se baseada neste princípio, entenderá o ser-indivíduo enquanto único, com sua identidade, vivência, experiência, vontade, ancestralidade, opinião, visão de futuro, mas também este mesmo ser-indivíduo como um ser-em relação, ser-com, serpara e, sendo assim, ele compartilha,

Porém, nem todo mundo pensa igual, nem todo mundo quer as mesmas coisas, tem a mesma visão de onde quer estar daqui a tantos anos, e essa diversidade faz com que grupos diferentes se formem, fazendo com que coexistam diversos grupos comunitários, ou seja, diversas comunidades cada


relações comunitárias

qual com características de relações comunitárias diferentes. Claro que não cometeremos o equívoco de acreditar que não veremos traços de ideias, comportamentos, valores e posturas de uma comunidade em outra, ao contrário, é esta similaridade ou esta assimilação de características comuns que une as comunidades e forma o que conhecemos como Sociedade. A sociedade, porém, não pode ser entendida como a soma das partes, mas a interconexão e a inter-relação das partes formando um todo. E esta formação do todo-sociedade nos remete ao conceito inicial de Ubuntu, de modo que esta interconexão também precisa unir as partes-comunidades, auto-solidárias, auto-cooperativas, auto-complementares, para que a Sociedade composta por esta conexão seja saudável, harmoniosa, justa e, principalmente, humanizada. Tomemos como exemplo a Sociedade Brasileira. Por mais diferenças que existam entre a população que vive na região nordeste e a que vive na região sudeste sempre haveremos de encontrar algo que nos une, que nos aproxima, em que nos identificamos uns com os outros. São estas conexões que fazem com que nos entendamos enquanto sociedade brasileira. Estas conexões não se limitam a língua oficial (Língua Portuguesa) ou a territorialidade geográfica que limita o país, nem aos símbolos nacionais

que nos representam. Esta conexão está na representação subjetiva de pertencimento ao “grupo Brasil”, na cultura, no esporte, nas formas como manifestamos fé, nos valores, nas tradições, nos costumes etc. Esse conjunto de conectores faz com que a sociedade brasileira seja assim identificada e isso só ocorre porque esta sociedade está em relação com outras sociedades. Observamos, portanto, que a relação comunitária é cíclica: indivíduocomunidade-sociedade-mundoindivíduo.

fragilidade prática, foi apresentado com o objetivo de mostrar que há caminhos e possibilidades de repensarmos as relações que queremos enquanto indivíduo-grupo e enquanto comunidade-sociedade. Esta foi só uma introdução dos batepapos que teremos daqui por diante, em que poderemos compartilhar exemplos e modelos de relações comunitárias que mostram que na prática já estamos nos movimentando, já estamos nos estruturando e organizando para tornar cada vez mais possível o dia em que seremos vistos como a sociedade que conseguiu se espelhar no modelo africano de vivência comunitária, cuja filosofia é o Ubuntu: “sou o que sou pelo que nós somos”.

Ubuntu na prática Sabemos o quanto é difícil na vivência mesma das relações humanas, em específico nas relações sociocomunitárias, tornar o Ubuntu uma realidade no contexto em que vivemos. Contexto este de uma sociedade estruturada na desigualdade e não na diversidade; nos preconceitos das diferenças e não na aceitação das singularidades; na prática de valorização do “eu” em detrimento do “nós”; na igualdade dos indivíduos e não na equidade dos seres. Esse conceito africano que aqui, no nosso contexto social, encontra tanta

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alimentação

ALIMENTAR-SE: UMA AÇÃO PARA ALÉM DO PRAZER POR: NANCY OLIVEIRA

Na minha singela opinião, a alimentação é mais do que simplesmente seguir uma teoria antiga, uma dieta moderna, é mais do que julgar o que devemos ou não ingerir. Comer bem se relaciona ao cuidado com o corpo por meio de cada refeição. Cito a afirmação do Dr. Solei, autor do livro Você sabe se alimentar?, em que ele diz: “Quando a alimentação nos fornece as substâncias vitais de que necessitamos, conhecemos uma energia física constante, sem altos e baixos, um humor estável e uma criatividade crescente”.

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Nutrição espiritual e a dieta do arco-íris, “quando comemos a carne (...) ingerimos adrenalina associada ao medo. Essa energia adrenalina-medo bloqueia o despertar do primeiro chacra no sentimento de confiança e estimula o sentimento de uma maneira adversa à quietude interior para a meditação”.

Sou adepta do veganismo e da alimentação viva ou crudiveganismo, e posso dizer que o caminho até o conhecimento por uma dieta sem carne, aconteceu a partir da prática da meditação na minha vida. Ao reduzir a quantidade de proteína animal, percebi que houve significativa mudança no meu padrão de pensamento e energia. Se pesquisarmos mais a fundo sobre esse efeito, podemos encontrar estudos fundamentados na física quântica, que comprovam a existência de pequenas partículas que se transformam em padrões de energia vibratória.

Além disso, os benefícios da meditação, de acordo com um estudo da Universidade da Califórnia, em Davis, e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, comprovaram que a prática da meditação promove mudanças psicológicas positivas e são capazes de reduzir o envelhecimento. O acesso a esses e a vários outros tipos de estudos sobre nutrição, meditação e autoconhecimento, fortaleceu minha busca por uma vida saudável e limpa. Foi quando, em 2006, a culinária viva se tornou uma grande aliada das minhas práticas diárias. Com certeza, é o seguimento que mais se aproximou da realidade de alimentos capazes de alterar a energia do corpo e o ânimo da mente, uma alimentação que conecta meu corpo e minha mente.

Ao consumir a carne o corpo acaba por absorver uma energia de sofrimento oriunda do animal, pois o mesmo, na ocasião de ser abatido, passa por uma série de momentos estressantes. Segundo o Dr. Gabriel Cousens, no livro

Mas o que é alimentação viva ou raw food (alimentação crua)? Trata-se da consumação e preparação de alimentos crus, cuja energia vital não foi destruída por processos físicos ou químicos de refinação, conservação ou preparação.


alimentação

“Quando a alimentação nos fornece as substâncias vitais de que necessitamos, conhecemos uma energia física constante, sem altos e baixos, um humor estável e uma criatividade crescente”.

Para finalizar com chave de ouro compartilho com vocês uma receita de sobremesa prática, fácil e saudável. Gratidão! Nancy Oliveira é terapeuta em Reiki, Barra de Access e ThetaHealing®, Vegana, adepta da culinária viva e idealizadora do projeto Casa Aberta.

Esses alimentos trazem um contato com a natureza, trazem a vida na sua mais pura formação, tanto em valor energético quanto nutricional. No livro Alimentação viva e ecológica a autora Ros’Ellis Moraes cita que a dieta viva é um novo recurso utilizado em diversos centros, na cura das doenças degenerativas, para reequilibrar as funções metabólicas e regenerar o organismo. “Ao interagirmos com essas energias da natureza estamos alimentando a vida que pulsa em nós” afirma Moraes, na sua publicação de 2011. Quando meditamos, podemos ouvir o que realmente precisamos. Assim, se torna um ato de cuidado do corpo e da alma a escolha daqueles alimentos que elevam o espírito, que cantam dentro das células e restauram a força da vida. Somos únicos, e o mapa para o nosso destino mais elevado de saúde, riqueza e felicidade está na forma como cuidamos de nosso corpo e de nós mesmos. Corpo no sentido de equilíbrio, paz e saúde e não no âmbito externo e estético.

SORVETE VEGAN CRU INGREDIENTES - 6 Bananas Prata cortada em rodelas e congelada - 1 Col. de óleo de coco - ½ Col. de gotas de limão (opcional) - ½ col. de Chá de cardamomo em pó (opcional) PREPARO Bata as bananas congeladas no processador ou liquidificador e adicione o óleo de coco, gotas de limão e cardamomo. Agora é só saborizar de acordo com o sabor preferido com por exemplo: chocolate (cacau em pó), morango congelado, manga, abacaxi, etc.

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alterne

ABOCA CENTRO DE ARTES POR: RAIMON ALVES

Quando pensamos na vida de forma integral agregamos os seres humanos nas suas diversas facetas: física, mental, cultural e espiritual. Dessa forma, percebemos que conviver implica numa relevância ímpar para que haja trocas, aprendizados e produções diversas. Hoje sabemos bem que todas as facetas citadas não convivem isoladamente quando o papel do homem em sociedade é interagir. E nada melhor do que o convívio com grupos diversos. E quando esse grupo cria uma identidade enraizada em bases culturais e artísticas de qualidade, tudo conflui para encontros criativos e descobertas significativas e existenciais. Em Salvador, na Rua dos Marchantes 12, no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, surgiu um Centro de Artes provindo da restauração de uma casa em ruína, idealizado pelas mãos do fotógrafo Vinicius Lima, no ano de 2006. A casa vermelha, sem reboco, decorada com bancos, balcão, poucas mesas e um palco, além de obras de artes doadas por artistas nacionais e internacionais, tornou-se conhecida. Logo, o cantor e compositor Jota Veloso visualizou um projeto misturando música e outras artes, como poesia, teatro, dança numa mesma noite, abrindo espaço para

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artistas locais não muito conhecidos nos meios midiáticos. O projeto ficou conhecido como “Quarta a gente arranja”. Sim, toda quarta-feira a partir das 18h até as 22h o encontro emergia com muitas cores, gente jovem e de outras faixas etárias passaram a se reunir, enchendo o local com um ritmo de alegria e afetividade, gerando amizades que se perpetuam até os dias atuais. De boca em boca, Aboca Centro de Artes torna-se uma casa conhecida e recebe nomes como Caetano Veloso, Jussara Silveira, Mariene de Castro, Menelaw Sete, atores como José de Abreu, André Gonçalves, dentre outros. Os artistas locais dividem o palco com esses artistas e músicos, com interferências poéticas e teatrais, acrescida das apresentações de danças. Algo inusitado acontece quando artistas plásticos produzem obras ao vivo enquanto rolam as outras manifestações. Aboca Centro de Artes representa hoje a pulsação viva da diversidade artística e cultural no Santo Antônio Além do Carmo, tornando a noite da cidade de Salvador mais lustrosa e pulsante. Importante salientar que todos os artistas se apresentam de forma voluntária e que muitos dos objetos, instrumentos e melhorias provieram de doações de indivíduos que se encantaram pela proposta.

por trabalhadores que participam do projeto. Dessa forma um trabalhador vende suas pizzas, um outro vende caldos, além de outros pratos variados. O bom é que qualquer pessoa pode participar mesmo sem dinheiro, pois até às 19h a entrada é gratuita. A partir das 19h, cobra-se uma taxa mínima de R$10, para manutenção. Um ponto a ser negritado é que o local passou a ser espaço para comemoração de aniversários de seus frequentadores e projetos alocados. Ou seja, Aboca é bem aberta e deseja saborear muitos sabores.

Em junho, toda quarta, o artista do Cortejo Afro, Portella Açúcar, se apresenta com seu forró n’Aboca, além de ter muita poesia e artes em geral.

Vale a pena se energizar e largar todo o estresse do cotidiano se tornando um ‘boquete’, como são conhecidos os frequentadores do local. Local: Rua das Marchantes, n° 12, Santo Antônio Além do Carmo. Telefone: (71) 2137-6808.

Os comes & bebes foram organizados de forma comunitária. A venda de bebidas é realizada pelo Centro de Artes e seus lucros e os petiscos são comercializados

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Cajueiro (CipĂł - BA) - Paleta de cores perfeita e integrada

Praia em Mangue Seco (JandaĂ­ra - BA) - Harmonia entre o homem e a natureza

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Olarias de Maragogipinho (Aratuípe - BA) - Enquanto as mãos amassam e modelam o barro..._

Praia em Mangue Seco (Jandaíra - BA) - Mesmo onde não há vida a beleza predomina

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sustentabilidade

INEVITÁVEL MUNDO DE PLÁSTICO 1 1 POR: CARLA VISI

vantagens desta substância, mudanças de comportamento precisam ser adotadas. O primeiro passo é o descarte consciente separando o plástico e outros resíduos recicláveis do lixo úmido e destinando-os aos pontos de coleta.

O plástico é provavelmente o material mais presente no nosso cotidiano por reunir uma série de características que o tornam ideal, ou pelo menos conveniente a uma infinidade de

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A durabilidade, uma grande virtude desse material, é o que nos causa maiores problemas, pois tendem a permanecer por muito tempo onde foi depositado. Os plásticos são resistentes ao ataque microbiano devido sua dureza, absorção limitada de água e tipo de estrutura química, e depois de descartados, permanecem no meio ambiente durante décadas ou mesmo séculos causando inúmeros impactos. Assim, para que continuemos a nos beneficiar das

Quando as embalagens plásticas possuem conteúdo altamente poluente, possuem um controle rigoroso e legislação específica sobre responsabilidade compartilhada com programas de logística reversa. A antiguidade do plástico O uso de polímeros acontece desde 1600 antes de Cristo, quando humanos usavam a borracha natural para fazer bolas e outros objetos. Durante muito tempo desenvolveram objetos diversos apenas usando polímeros naturais, cera, borrachas naturais e resinas. A partir do século XIX o desenvolvimento dos

Esse pequeno artigo faz parte do Trabalho de Conclusão da Pós-Graduação de Carla Visi em Gestão Ambiental na Universidade Católica Dom Bosco sobre Logística Reversa.

A palavra plástico deriva do grego Plastikus que significa próprio para ser moldado ou modelado. Na química é o termo geral usado para materiais macromoleculares que podem ser moldados por ação do calor e/ou pressão.

aplicações. São leves, resistentes, práticos, versáteis, duráveis e relativamente baratos. Por isso, de um modo geral, boa parte das coisas que temos contato diariamente contém plástico na sua constituição, seja na totalidade ou em algumas partes.

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Apenas uma simples observação em qualquer ambiente doméstico ou profissional é suficiente para perceber quantos objetos são feitos de plástico. De certa forma a sociedade moderna está imersa em um mundo de plástico. A história e as características desse material mostram o porquê.

Os maiores aliados para essa mudança de comportamento é a educação ambiental, a legislação sobre Gestão de Resíduos Sólidos e Saneamento, e a implementação da Logística Reversa com o objetivo de ampliar o ciclo de vida de muitos materiais e oferecer o destino correto para esses resíduos.


sustentabilidade

termoplásticos modernos se iniciou, quando em 1839, Charles Goodyear inventa a borracha vulcanizada, e um boticário alemão descobre o poliestireno. Assim passaram a usar polímeros naturais e sintéticos ampliando as aplicações do plástico, principalmente na primeira metade do século XX com o surgimento de mais quinze novos tipos de polímeros sintetizados a partir do petróleo. O plástico é leve, resistente, prático, versátil, durável e relativamente barato. Ele está presente em quase todos os momentos do nosso cotidiano por se tratar de uma substância que pode adquirir diferentes propriedades químicas, formatos, graus de dureza. Os plásticos fazem parte da família dos polímeros. Polímeros são grandes moléculas formadas pela combinação repetitiva de moléculas menores (monômeros) quimicamente unidas. Dependendo da forma que essas combinações são feitas, o resultado varia quase infinitamente, por isso há plásticos com propriedades tão diferentes. Os diferentes produtos de plástico são fornecidos para as indústrias automobilística, aeronáutica, calçadista, têxtil, de eletrodomésticos e utilidade doméstica, de informática, de construção civil, de equipamentos hospitalares, de higiene e limpeza, moveleira e farmacêutica.

Responsabilidade compartilhada Que ações são necessárias para que a população entenda seu papel na redução dos impactos ambientais? Quais os comportamentos mais sustentáveis, desde a extração da matéria-prima, transformação, consumo até o descarte e reciclagem dos resíduos? Através do estudo do Resíduo Plástico podemos constatar que em muitos lugares a colaboração da sociedade na gestão dos resíduos sólidos está associada à determinações legais ou a algum tipo de multa para disposição adequada do lixo. Em alguns países, separar o material reciclável faz parte do cotidiano das pessoas e há incentivos para redução dos resíduos. Toda ação, mesmo quando necessária para o equilíbrio ambiental e qualidade de vida da população, resulta de legislação específica e mecanismos de conscientização para introduzir novos padrões de comportamento. É fato que todos os atores da sociedade causam impacto ambiental e de alguma maneira produz resíduo. Por isso todos precisam colaborar para que haja uma gestão mais sustentável do lixo através da REDUÇÃO, REÚSO, RECICLAGEM, INCINERAÇÃO e por último a destinação no ATERRO. Como a sociedade não deixará jamais de produzir lixo, principalmente de material plástico, de resina sintética, para minimizar os impactos, as melhores alternativas são o reaproveitamento desse resíduo em outros ciclos produtivos e a destinação final ambientalmente adequada. Nós já temos consciência da nossa responsabilidade para um planeta sustentável?

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tecnologias sociais

TECNOLOGIAS SOCIAIS POR: SIMAIA BARRETO

A Estimuladamente apresentará aos seus leitores diversas práticas diferentes de Tecnologia Social. Quem já ouviu falar desse tema? Olha só que curiosidade: segundo Dagnino (2011) o conceito de Tecnologia Social – TS - nasceu no Brasil e tem por base “produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social” . No entanto, o próprio autor traz um confronto sobre o tema, pois de um lado aponta a TS como responsabilidade social de uma empresa, por outro lado existe também a ideia de que alguns labutam pela TS em prol da construção de uma sociedade socialista. Tais ideias estão no texto intitulado “Tecnologia Social: base conceitual”. Mas, afinal de contas, o que é mesmo? Diante de um debate rico sobre o assunto saímos numa via alternativa de compreensão do tema, pois há anos a Fundação Banco do Brasil premia algumas tecnologias sociais no Brasil. Na sua página, a fundação destaca que a Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias

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reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. E adivinha só qual tecnologia nós apresentaremos nessa seção? A de construção de moradias populares mais acessíveis às pessoas. Alguém aí já ouviu falar do TETO? No dia 25 de outubro de 2013, o TETO foi uma organização que teve uma tecnologia social premiada pela Fundação Banco do Brasil e com isso adquiriu o certificado que reconhece o projeto de casas de emergência da organização como uma “Tecnologia Social” reaplicável, pela sua inovação e arrojo, contribuindo pelo envolvimento social de assentamentos precários e melhoria na dignidade na vida de milhares de famílias no Brasil. Então, que tal conhecer um pouquinho dessa história? Em 1997, um grupo de jovens começou a trabalhar com o sonho de superar a situação de pobreza em que viviam milhões de pessoas. O sentido de urgência das comunidades mais precárias inspirou-os a elaborar planos de desenvolvimento em conjunto com os moradores dessas comunidades, a fim de alcançar soluções concretas frente à


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multidimensionalidade da pobreza na América Latina. Desde o início no Chile, seguido por El Salvador e Peru, o TETO empreendeu uma expansão e após 20 anos mantém operação em 19 países da América Latina e Caribe: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. A organização vislumbra uma sociedade mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza, em que todas as pessoas possam exercer plenamente seus direitos e deveres e tenham as oportunidades para desenvolver suas capacidades.

Além de superar a situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas, o TETO tem como objetivo formar jovens voluntários por meio do vínculo com os moradores das comunidades, engajando-os e buscando fortalecer as capacidades comunitárias de identidade, organização, autogestão e trabalho em rede, através de um modelo de intervenção contínuo e programas sociais que tragam soluções concretas das condições de habitat e habitabilidade. A luta pela defesa dos direitos das pessoas que vivem nas favelas mais precárias e vulneráveis dos centros urbanos, através de projetos e

programas sociais como Construção de Moradias Emergenciais, Formação de Lideranças Comunitárias, Fundo para Fomento a Projetos Comunitários (FunTETOs) e Construção de Sedes Comunitárias. Daí a parceria do TETO com a organização internacional que atua na América Latina e Caribe e está presente no Brasil em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Bahia. E por falar na Bahia, no último ano, o TETO realizou 4 projetos comunitários, atuou em 7 comunidades e construiu 53 moradias de emergência no nosso Estado. Foram aplicadas 256 enquetes socioeconômicas, o que traça um retrato da população baiana dessas comunidades.

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tecnologias sociais

Mais de mil voluntários do nosso estado compartilham com o TETO os seus quatro pilares de atuação: fomento ao desenvolvimento comunitário, promoção da consciência e ação social, incidência em política e desenvolvimento institucional. Esses números fazem parte do balanço de 2017 do TETO Brasil, que em 10 anos de atuação no país, construiu mais de 3 mil moradias de emergência e impactou mais de 50 mil voluntários e 129 comunidades. Algumas ações são continuadas como nas comunidades de Paz e Vida (Mata Escura, Salvador); Vila Esperança (Sete de Abril, Salvador); Vila Vitório (Fazenda Grande 3, Salvador); Bosque Imperial (Inema, Salvador); Che Guevara (Simões Filho); Quilombo Quingoma (Lauro de Freitas); Sonho Real (Feira de Santana). Ações pontuais ou já descontinuadas no Acampamento Valdir Macêdo (BA396, Divisa Bahia e Sergipe - Próximo ao Município de Itanhi - SE) e Cidade de Plástico (Periperi, Salvador).

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de voluntários de dentro e fora da comunidade. Doze estacas de madeira elevam e sustentam a estrutura da casa evitando, assim, a entrada de água da chuva, umidade e animais nocivos. Assoalho em chapas de madeira compensada e paredes de fechamento em taboas sobrepostas, que impedem a passagem de umidade. Cobertura feita com telha de fibrocimento com manta térmica para maior conforto térmico. Para Luã Lessa, gestor do TETO na Bahia: “O processo de construção gera um encontro entre duas realidades marcadas pela desigualdade, promovendo uma reflexão crítica e propositiva frente à problemática da pobreza em nossa sociedade, além de estimular a mobilização comunitária”.

Mas afinal de contas qual a tecnologia social que TETO propaga?

Há 10 anos no Brasil, a organização social já trabalhou em mais de 100 comunidades, construiu mais de 3.500 casas emergenciais, desenvolveu 30 projetos comunitários e mobilizou mais de 45 mil voluntários.

A moradia de emergência do TETO é um modelo pré-fabricado de 15 a 18 metros quadrados, seguindo os padrões da Organização das Nações Unidas (ONU), construída em dois ou três dias com a participação massiva

Na Organização, o voluntariado permanente é dividido em duas categorias: o voluntário de equipe de comunidade, que trabalha lado a lado com os moradores, promovendo o engajamento da comunidade e

apoiando o desenvolvimento de projetos comunitários e o voluntário do escritório, que coloca em prática seus conhecimentos e experiências a serviço das áreas que dão apoio ao trabalho realizado nas comunidades. Próximas ações (BA): 28 a 02 de agosto Trabalhos de Inverno | TDI (BA) 02 a 03 de setembro Mutirão de Visitas | MV (BA) 20 a 21 de outubro Escutando Comunidades | ECO (BA) 24 e 25 de novembro Construção de Moradias de Emergência (BA)

O TETO é uma organização apartidária e sem caráter religioso que se financia através de doações de empresas e pessoas físicas. Interessados podem contribuir e se voluntariar através do site: www.teto.org.br CURIOSIDADE No Brasil, o TETO fez em 2015 uma campanha de coleta assinada pela agência de publicidade Leo Burnett. Com o tema “O problema não é o que vira notícia, mas o que deixa de ser”, a campanha criada essencialmente para as redes sociais, levanta o debate sobre o espaço que notícias irrelevantes


tecnologias sociais

ocupam na mídia e faz contraponto com a realidade das comunidades carentes no Brasil. Nas peças, moradores de comunidade segurando cartazes com manchetes como “Cantora é flagrada bebendo água” e “Ator é visto comendo pastel”. Na oportunidade a campanha gerou adesão das celebridades, como Sabrina Sato, Marcelo Tas, Cauã Reymond, Déborah Secco, Anitta, entre outras, que compartilharam as peças com seus seguidores.

Se quiserem saber mais sobre as Tecnologias Sociais premiadas pela Fundação Banco do Brasil é só acessar: http://tecnologiasocial.fbb.org.br/ tecnologiasocial/principal.htm> Texto de Dagnino: http://periodicos.unb.br/index.php/cts/ article/view/3840>

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metodologia da gratidão

METODOLOGIA DA GRATIDÃO MATÉRIA DE CAPA

Você já parou para pensar que somos fruto do que trazemos pra dentro? Desde o que comemos, passando pelo que vemos, ouvimos, pensamos e sentimos? Se nos alimentarmos mal, o que acontece conosco? Ficamos pesados, doentes, lentos e preguiçosos.

Estamos vivendo um momento complexo no que tange aos desafios da convivência e as formas como essas relações com o outro e com o mundo têm se estabelecido. Vivemos em um mundo que potencializa muito mais aparência que essência, processo este alimentado pelo bombardeio constante de estímulos visuais, auditivos e olfativos que nos afastam, cada vez mais, de nossas questões existenciais e nos move em direção às questões superficiais e, muitas vezes, supérfluas. Em virtude disso, cada vez mais temos a sensação de que ocupamos todo o nosso tempo e depois avaliamos que,

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neste tempo investido, houve pouco ou nenhum resultado. Assim, entramos num ciclo vicioso de sensação de baixa realização e vazio existencial. Na Era da Hiper Conectividade, andamos como zumbis, com a cara na tela do smartphone. Seja em casa ou no trabalho, andando ou parado, a pé ou dirigindo, estamos sempre nesse estado de hiper conexão, o que nos leva a uma total “falta de tempo” para fazer o que realmente importa. Mas... O que realmente importa? Importar vem do latim importo, as, avi, atum, are que significa “trazer para dentro, importar”

E se passarmos a nos alimentar melhor? A comer mais frutas, verduras, beber mais água, diminuir o açúcar e o sal refinado? E se, além disso, passarmos a comer até atingirmos 80% da nossa capacidade, ao invés de nos empanturrarmos? Ficaremos com um corpo mais leve, mais saudáveis, dispostos e proativos. Vale ressaltar que essa é uma das 10 leis da longevidade dos habitantes de Okinawa, uma cidade do Japão conhecida pelo seu alto índice de idosos centenários. Assim como a alimentação, o que pensamos, sentimos e percebemos também faz parte da construção de quem nos tornamos. Se estamos o tempo todo conectados a estímulos externos, como (e quando) teremos consciência de quem somos? Do que realmente é importante para nós? Sem um tempo para nós mesmos, sem


metodologia da gratidão

um olhar mais profundo para dentro no nosso ser (autoconexão), vamos nos tornando parte de uma manada, de uma massa disforme que não questiona “os porquês” de fazer o que faz e, consequentemente, não faz a menor ideia de seu propósito, da sua razão de existir.

felicidade e produtividade? Considerando todos esses aspectos e as inquietações que surgem desse processo, é que nasce e justifica-se a Metodologia da Gratidão, cujas bases serão apresentadas a seguir.

Demos um exemplo sobre a alimentação, mas a consciência do que se faz deve permear todas as nossas atividades diárias. Desde as atividades fundamentais (aquelas que nos ajudam a chegar ao essencial) às atividades, verdadeiramente, essenciais (sorrir, ser amável, ser leal, agradecer, cultivar boas amizades, entre outras).

pessoas, possibilitaram um novo olhar sobre novas formas de vivenciar cada dia de nossas vidas. Tais encontros ocorriam na praia, em caminhadas, praticando slack line, prancha do equilíbrio, stand up paddle, pisando na grama ou na areia, observando a ilimitada paleta de cores da natureza, o clima, os pássaros, sentindo o vento, degustando iguarias, percebendo a beleza de cada detalhe que a natureza nos mostra. A origem da metodologia também se explica pelo momento que estamos vivendo na busca de conhecimento e autoconhecimento.

E entre as atividades essenciais está o trabalho, que muitos ainda o vêem e agem como se fosse apenas fundamental. Pela falta de sentido com que é encarado, o trabalho tem sido, há algum tempo, a principal origem de doenças psicossomáticas (depressão e ansiedade são as mais recorrentes) justamente pela falta de propósito com que encaramos essa atividade vital.

A ORIGEM DA METODOLOGIA

E como podemos mudar essa realidade? Como podemos enxergar o sentido e assumir o papel de protagonistas da nossa própria vida, ao invés de continuar a sermos meros coadjuvantes, às vezes até figurantes, da nossa própria existência? Como podemos aumentar o nosso nível de

A Metodologia da Gratidão surgiu a partir de encontros para contemplação do pôr do sol sobre uma prancha de stand up paddle e outros momentos de profunda conexão com a natureza. Esses momentos, cujas impressões levaram a questionamentos sobre esse modus vivendi que está imposto às

Idealizem três amigos questionadores e inquietos acerca de suas condições de viver e atuar no mundo que os cerca, cujas bases estão completamente distantes da experiência e da vivência enquanto reconexão. Pois bem, José Alves, Pedro Cordier e Marcelo Reis viveram a ebulição dessas reflexões.

Além das reuniões e vivências, os autores fizeram diversas formações, entre elas, o “The Inner Game Coaching”, com o próprio precursor do Coaching, Tim Gallwey, “Capitalismo Consciente” (com Thomas Eckschmidt), “Espiritualidade no Mundo dos Negócios” (com Gustavo Tanaka), “Coaching Ontológico com a metodologia IKIGAI”, aprofundamento em mecânica quântica e acesso a algumas linhas terapêuticas como “ThetaHealing”, “Constelação Sistêmica”, “Yoga” e “Meditação”. Também leram diversos livros, assistiram documentários, trocaram experiências com muita gente bacana e, principalmente, desenvolveram,

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metodologia da gratidão

na prática, suas capacidades de percepção da importância do contato com a natureza e dos sentimentos que este contato proporciona para o desenvolvimento da autoconsciência. As máximas “somos o resultado dos livros que lemos, das viagens que fazemos e das pessoas que amamos” e “somos a média das cinco pessoas que mais passamos o tempo” cunhadas por Airton Ortiz e Jim Rohn, respectivamente, foram comprovadas durante todo esse processo de concepção e desenvolvimento da Metodologia da Gratidão. Após cada um desses encontros, mais essa ideia de levar esse NOVO modus vivendi para outras pessoas ganhava força e mais eles eram tomados por uma sensação de GRATIDÃO por estarem vivendo cada um desses dias. A sensação de felicidade era cada vez mais presente. A produtividade, nos dias e semanas seguintes, só crescia, assim como, a intenção positiva de levar todo aquele tesouro para mais pessoas só aumentava. Após dezenas de reuniões diferenciadas e de muita conexão e consciência, o entendimento da importância de ter uma pessoa mais experiente na área de educação, para costurar uma metodologia baseada em tudo que fora vivenciado e que articulasse o que havia

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sido desenhado foi unânime e chamaram Amanda Reis para colaborar e mergulhar no desenvolvimento da METODOLOGIA DA GRATIDÃO. E isso foi se mostrando uma decisão muito acertada a cada nova reunião em que ela participava, pois era uma pessoa que já estava nessa mesma caminhada. A METODOLOGIA DA GRATIDÃO A Metodologia da Gratidão tem todo um contexto baseado nas coisas simples (e que estão acessíveis à maioria das pessoas) que são, ao mesmo tempo, profundas e transformadoras. Vivenciar essas experiências, só depende de atitude e um pouco de tempo dedicado à pessoa mais importante em sua vida: VOCÊ! Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Essa pergunta deixa uma reflexão e um questionamento de como estamos conduzindo a nossa vida. Será que você está preso numa rotina e essa rotina é preenchida de atividades saudáveis, ecológicas e sustentáveis ou está repleta de experiências sofridas, negativas e conflituosas? Quando refletimos sobre essa rotina, conseguimos perceber quanta coisa é feita no modo automático, sem perceber a importância e o objetivo de fazer o que fazemos! E o nosso convite é esse: despertar

para uma vida com mais conexão, com mais contato com a natureza, com mais estado de presença e, consequentemente, com mais gratidão! Desejamos proporcionar aos participantes um mergulho dentro de si mesmos para (re)conhecer e explorar suas potencialidades. Ao plantar a semente do autoconhecimento e da gratidão, a Metodologia da Gratidão proporciona uma convivência harmônica com a natureza, consigo mesmo e com o outro, além da possibilidade de ressignificação das relações de trabalho, mais produtividade e um aumento nos níveis de felicidade. A metodologia consiste em vivências de um, dois ou três dias, com e sem imersão total (esta opção é quando os participantes ficam hospedados em pousadas durante todo o processo) e incluem no processo: Rodas de Diálogo, Palestras, Práticas de Stand Up Paddle, Dinâmicas de Grupo, Vivências Sensoriais, Práticas de Prancha do Equilíbrio e Slack Line, Rodas de Fogueira Noturnas, Dinâmicas de Autoconexão e de Conexão com o Outro, Vivência para Descoberta do animal de Poder, Caminhada de Estímulo dos Seis Sentidos, Oficinas de Construção de Mandalas, Dinâmicas de Desenvolvimento da Escuta, Práticas de Respiração e Mindfulness. Estamos desconectados de nós mesmos e da natureza. Entender em que


metodologia da gratidão

momento essa desconexão ocorreu e o que fazemos para continuar desconectados é extremamente importante num processo de autoconhecimento. Portanto, a Metodologia da Gratidão tem como principal missão contribuir para que as pessoas possam iniciar um entendimento do sentido, um processo de reconexão com seu propósito e com a energia que a natureza tem a lhes oferecer, para alcançarem a felicidade plena e um aumento significativo de produtividade em todas as áreas da suas vidas. A Metodologia da Gratidão foi amorosamente construída sobre bases sólidas para melhor fundamentar e validar o poder transformador dessa experiência. Autores como Eckhart Tolle, Paulo Freire, Pierre Weil, Martim Buber, Tim Gallwey, Viktor Frankl, Daniel Goleman, Marco Aurélio Bilibio, Joe Vitale, Osho, Héctor García, Francesc Miralles, Carol S Dweck, Theo Fisher, Paramahansa Yogananda, Masaharu Taniguchi, Satish Kumar, Rubem Alves, Thiago Nhat Hanh e Hector forneceram o melhor de sua produção. A Metodologia da Gratidão é fruto do transbordamento de um gostoso e profundo mergulho no autoconhecimento e está em processo contínuo de desenvolvimento e aperfeiçoamento.

A METODOLOGIA DA GRATIDÃO POR SEUS PRÓPRIOS CRIADORES

tempo, você consegue perceber que é tão acessível à maioria das pessoas?

Pedro Cordier Devemos ser exemplos da transformação que desejamos para o outro e para o mundo, e é por isso que essa metodologia é tão leve e ao mesmo tempo, tão consistente.

Vamos juntos, por meio de uma vivência, baseada nesta incrível metodologia, entender como podemos nos reconectar com nossa essência, buscar o estado de presença, trazer mais natureza para nossas vidas e viver em estado pleno de gratidão. A vida que a gente leva é o que a gente leva da vida!

Há consonância com nossos valores e está totalmente alinhada com o nosso propósito de contribuir para uma vida mais saudável, feliz e produtiva para cada uma das pessoas que sejam conectadas a esse projeto incrível. Que a Metodologia da Gratidão possa contribuir para que cada uma dessas pessoas consiga aflorar a melhor versão de si mesma! Marcelo Reis Quer poder escolher entre escutar, num dia trânsito intenso, buzinas ou canto dos pássaros? Quer poder escolher perceber, num dia de sol escaldante, o quanto o sol está bonito ao invés de reclamar do suor? Embarque conosco nessa indescritível experiência. Uma viagem interior rica e transformadora, que conduz a um lindo destino, onde mora a Gratidão e a Felicidade Plena.

Amanda Reis A humanidade está doente. Vivemos uma busca desenfreada pelo ter, numa dimensão egóica e vaidosa, cheia da energia da competitividade, cujas bases são discussões violentas de sobreposição de sentidos. A metodologia da gratidão propõe polilogias, polissemias e polifonias a partir de um diálogo humano-amoroso interior e exterior com o que há de mais genuíno, o essencial. E o essencial não é definido, por que cada sujeito constrói o seu caminho através de sua experiência. É disso que falamos, de religare.

José Alves Sabe quando você consegue ter um estilo de vida que te deixa realizado, feliz, de bem com a vida, e que ao mesmo

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capitalismo consciente

A NOVA ERA DOS NEGÓCIOS REGIDOS POR CONSCIÊNCIA E PROPÓSITO POR: KIKO KISLANSKY

Definitivamente, o mundo vive uma transformação profunda. É possível perceber mudanças reais em diversos aspectos da sociedade, desde a forma como as pessoas se alimentam até a maior busca pelo autoconhecimento e espiritualidade. E o mundo dos negócios não fica de fora dessa mudança. O modelo antigo de fazer negócios não funciona mais. Está ultrapassado. Aquele velho paradigma de que negócios existem para dar dinheiro apenas e as pessoas são recursos para obtenção de lucro, simplesmente não se sustenta mais. Essa visão materialista gerou danos imensuráveis na sociedade, que vive hoje a crise mais profunda de todas: a crise de significado, a falta de sentido e propósito. Milhões de pessoas vivem de forma absolutamente robótica, automática e mecânica, com foco absoluto no “como” fazem, sem nenhuma consciência do “porque” fazem o que fazem. O capitalismo é, possivelmente, uma das maiores criações da humanidade. E, em essência, tem objetivo de produzir bem-estar social. Porém, a forma com que milhões de executivos

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vêm fazendo negócios dentro deste modelo vem produzindo catástrofes gigantes – e hoje, o mundo vive um colapso. Basicamente, as organizações voltadas apenas para o “ter”, com foco total na competição e na escassez provocaram fortes danos nas pessoas, que se desconectaram da verdadeira essência de um negócio – o de servir à sociedade com o que tem de melhor a oferecer. Esse comportamento empresarial que visa apenas o lucro vem gerando destruições organizacionais e levando pessoas a altos estágios de ansiedade e angústia, com ambientes tóxicos e práticas absolutamente desumanas. Felizmente, existe uma nova era corporativa que surge neste contexto de transformação que o mundo vive, regida por novos elementos, como: propósito, consciência e humanização. Uma nova geração de empreendedores vem apresentando novas abordagens ao mundo dos negócios e mostrando na prática que é possível ser bem-sucedido financeiramente sem deixar de lado a construção de um legado positivo para a humanidade. Afinal,


capitalismo consciente

– e hoje, o mundo vive um colapso. Basicamente, as organizações voltadas apenas para o “ter”, com foco total na competição e na escassez provocaram fortes danos nas pessoas, que se desconectaram da verdadeira essência de um negócio – entre mudar o mundo e ganhar dinheiro, é possível ficar com os dois. Empreendedores e executivos estão finalmente despertando para esta realidade que já está diante dos nossos olhos. A prática antiga de olhar apenas para o “ter” está, gradativamente, ficando para trás. Negócios conscientes surgem como um instrumento de esperança para a resolução de problemas globais e renovação dos ambientes corporativos a partir de novas perspectivas. O que todos estes movimentos que propõem novas formas de fazer negócios têm em comum é a busca por um propósito elevado, um propósito além do lucro.

O propósito organizacional, nada mais é do que a diferença que o negócio quer fazer no mundo, ou seja, a sua razão mais pura de existir. Quando um negócio consegue compreender o que o mundo perde se ele deixar de existir, este negócio está mais próximo do seu real propósito. Dentro deste contexto, cria-se uma cultura transformadora, regida por amor e cuidado, capitaneada por líderes humanizados, que se consideram guardiões de um propósito maior. O lucro, neste contexto, passa a ser uma consequência da diferença que este negócio faz no mundo e na vida das pessoas que se conectam a ele. O objetivo de um negócio consciente é gerar valor para todos os envolvidos, e não apenas os investidores. O resultado financeiro é essencial, mas se torna vazio sem a consciência e o senso de legado e contribuição. Felizmente, negócios conscientes alcançam resultados extraordinários no mercado. Afinal, constroem relações mais sólidas com clientes, estimulam engajamento genuíno dos colaboradores, fortalecem laços com fornecedores, constroem posicionamento forte e verdadeiro perante a comunidade e consequentemente, potencializam resultados. Empresas internacionais como WholeFoods Market, SouthWest Airlines, Patagonia e empresas nacionais como

Meu Móvel de Madeira, Euzaria e Editora Vôo vêm mostrando na prática que ter propósito não é apenas bom para o mundo, mas é também um forte aliado de resultados exponenciais. Vivemos em uma era em que a grande maioria das pessoas buscam sentido e propósito. Quando construímos negócios conscientes, potencializamos a conexão das pessoas com a marca. Afinal, é muito mais interessante se relacionar com organismos dotados de significado. Por isso, as marcas conscientes vêm ganhando preferência de consumidores no mundo inteiro, com altos níveis de engajamento e fidelização. O setor privado é dotado de uma tremenda força de transformação. Chegou a hora deste setor assumir o protagonismo na economia. A partir de uma forte rede de empreendedores conscientes, é possível promover um impacto sistêmico imensurável na vida das pessoas. Claramente, os empresários precisam se adaptar a este novo modelo. Caso contrário, correm sérios riscos de ficarem pelo caminho. Certamente, a era do propósito nos negócios chegou. E veio para ficar. O autor lança ainda neste semestre o seu livro “Muita Alma Nessa Hora - Lições para Empreender com Propósito” pela Editora Vôo.

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coaching

O FIM DO COACHING POR: EDUARDO ALMEIDA

Gosto muito de conversar com motoristas de táxi ou Uber em minhas andanças pelo Brasil. Além de amar gente - um cacoete da minha área de atuação - considero esta atividade uma saudável prática antropológica. Nela sempre me deparo com recortes das ricas culturas locais e, ao mesmo tempo, aprendo um pouco mais sobre as pessoas e como estas interpretam a realidade em que estão inseridas. Neste contexto, curiosamente tenho me deparado com vários motoristas que dizem: - Ah, você é coach? Eu também sou! Criada a empatia profissional, a conversa começa logo a fluir e, via de regra, estes me contam como fizeram um curso nesta ou naquela instituição e (em busca do que lhes foi prometido) tentaram atuar como profissionais da área. Relatam também com entusiasmo o quanto ganha um coach por cada encontro, apesar deles mesmos nunca terem conseguido transpor a fase do atendimento pro bono (sem cobrar). Nestes momentos busco aprofundar a questão, tentando entender quantos

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cursos ou formações estes já realizaram e quanto investiram em suas capacitações (tempo, estudo e recursos) ou qual é o plano que desenvolveram para atuar nesta carreira. E a resposta é sempre a mesma: - Na verdade só fiz um curso e aí, como não consegui obter o retorno deste investimento que me prometeram, parei de estudar ou investir. Percebe-se que hoje no Brasil a profissão de coach vem sofrendo um forte abalo em sua credibilidade, justamente por conta deste padrão que se estabeleceu. São instituições que prometem mundos e fundos e entregam fundos e mundos. São também pessoas que se jogam nesta profissão movidas por um sentido de oportunidade financeira ou busca de glamour pessoal, tentando espelhar os mentores das organizações em que estudaram. São milhares de pessoas que fazem apenas um curso de dois finais de semana e que, sem sequer se dedicar a estudar outros temas correlacionados, saem com sua pastinha de ferramentas tentando “ganhar dinheiro” e estabelecer sua reputação profissional. Logo estes se deparam com a dura

realidade na qual percebem que não é tão simples ou fácil viver de coaching, pois o mercado e as pessoas não querem pagar por aquilo que não veem valor. Então, observa-se hoje uma grande evasão de pessoas que apenas passam pelo mercado de coaching e que não conseguem perdurar, mas que, em sua breve passagem, fazem um grande estrago para a reputação da área. Atualmente, piadas grosseiras já circulam nas redes sociais, afirmando que o coach é o cara que não deu certo em nada e que agora quer ganhar a vida resolvendo a vida dos outros. Por isso, em nossa formação sempre prometo já no início: - Todos vocês


coaching

serão coaches, mas nem todos vocês trabalharão na área do coaching. Para mim, ser coach significa mudar o padrão de sua mente da tendência de fazer afirmações (padrão do consultor) para a habilidade de fazer perguntas. E este padrão é benéfico para todas as áreas de nossa vida, podendo ser útil no trabalho, no casamento, na educação dos filhos e em liderança, algo que toda a formação na área pode promover. Até para dirigir Uber ele faz a diferença, pois um desses motoristas tinha toda a sua atuação pautada em planilhas e pontos chaves para obter resultados superiores com seu trabalho. Porém, para trabalhar na área de coaching é preciso mais. É preciso antes de tudo um compromisso real e durável com a sua própria capacitação e com a missão de fazer a diferença na vida das pessoas. Afinal, nas palavras de Viktor Frankl, “quem tem um porquê enfrenta qualquer como”. Quando a missão é forte - sendo ela o nosso porquê ou Ikigai - passamos a entender que não importa quais sejam as dificuldades, pois elas serão superadas para que possamos alcançar nosso objetivo e viver nosso propósito. E todo coach de verdade reconhece em si o desejo de fazer a diferença na vida dos outros, sendo esta a verdadeira razão que o mobiliza e o faz persistir.

Vale lembrar que coaching é uma profissão e, como qualquer outra, demanda a formação de bases técnicas e comportamentais sólidas para que seja possível viver dela. Ou, como se diz no mercado de RH, é preciso ter a CHAVE: Conhecimentos, habilidades, atitudes e visão estratégica. Em qualquer profissão que se inicia do zero isso tende a levar no mínimo de seis a dez anos para começar a acontecer. Mas no mercado de coaching as pessoas, de forma bastante imatura, pensam que vai acontecer em apenas seis meses. Por isso, se você realmente quer ser um coach, compreenda em primeiro lugar que esta é uma carreira que depende principalmente de seu propósito e não de sua ambição financeira. Em segundo lugar, perceba que deve estar preparado para um compromisso de longo alcance, criando meios alternativos para viver da profissão enquanto ela não decola. Facilita e acelera se seu trabalho for orientado para a área de educação corporativa, palestras ou consultoria, áreas que estão coligadas com o coaching e se retroalimentam. Em terceiro lugar, viva os conceitos da filosofia Ikigai: ame o que faz, seja muito bom no que faz (excelência) para então buscar ser bem remunerado pelo que faz. Mas, como ensina esta

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coaching

filosofia, tudo só será sustentável e fará sentido se no final do dia você perceber que o que faz transforma o mundo a sua volta em um lugar melhor. Se você sente que ser coach é o seu Ikigai, não tenho a menor dúvida que você será um dos poucos que sobreviverá e se destacará neste mercado que tem enorme valor e potencial, mas que está se perdendo pela atuação de quem só pensa nos resultados financeiros ou no quanto esta profissão agregará para a sua imagem. Insista, persista e nunca desista. Mas sempre aprenda e transforme a sua jornada em uma grande oportunidade de aprendizagem e num ato de compartilhamento de seus talentos. Você e o mundo só têm a ganhar com isso. Eduardo Almeida Publicitário com especialização em Gestão de Pessoas. Master Coach e Introdutor da Metodologia de Coaching Ikigai no Brasil Mestre 5° Dan em Kempo com 40 anos de prática e estudo dedicado à filosofia oriental

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coaching

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autoconhecimento & espiritualidade

®

THETAHEALING : APRENDA A COCRIAR SUA REALIDADE DA MELHOR E MAIS ELEVADA MANEIRA. POR: MANU LINS

linfático. Uma voz interior afirmava que aquele câncer linfático tinha sido causado por intoxicação de mercúrio. Vianna buscou realizar diversos procedimentos de desintoxicação para retirar o mercúrio, e aos poucos sua perna havia desinchado. Aumentava, com isso, a sua fé de que conseguiria curar-se.

Thetahealing® é uma poderosa técnica de autoconhecimento, cura e expansão de consciência concebida por Vianna Stibal, há mais de duas décadas, que tem ajudado pessoas ao redor do mundo a transformar suas vidas Diagnosticada com câncer raro no osso de sua perna direita e com 3 filhos para cuidar, Vianna Stibal recusou-se à amputação do membro, sugerida pelos médicos. Desde pequena, muito intuitiva, Vianna sentia que o problema não era no osso e que ela poderia sobreviver e se curar. Já muito debilitada, as biopsias mostraram que Vianna não tinha um câncer de osso e sim no sistema

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Foi assim que começou a história do Thetahealing, ferramenta de cura canalizada pela americana Vianna Stibal. Durante um acampamento com amigos, a tia da Vianna apareceu de noite com fortes dores no estômago e pediu que ela fizesse uma leitura intuitiva. Vianna observou que havia giárdias em seu corpo. Ela concentrou-se, conectou-se e orou a Deus pela cura da sua tia e para que aqueles parasitas fossem retirados do seu corpo e enviados para a luz. Na sequência ela viu o corpo de sua tia sendo purificado. Sua tia melhorou logo em seguida. No dia seguinte, repetiu o mesmo com um cliente que apareceu com dores nas costas e, do mesmo modo, o resultado

foi instantâneo. Animada com os resultados, Vianna buscou percorrer aquele mesmo caminho para curar o seu câncer. O câncer desapareceu e ela estava curada. Ela percebeu que ao realizar essas curas havia visualizado a expansão da sua consciência para além do seu corpo, buscando uma conexão com a Fonte Criadora de Tudo que É, a pura energia vital que compõe todas as coisas desse Universo, a fonte infinita de amor incondicional e da verdade absoluta. Mais do que uma ferramenta de cura, Vianna tinha descoberto um caminho que possibilita viver aqui e agora a realidade da conexão com a Fonte da Criação e do amor incondicional. Ao ser revelado esse caminho, Vianna prometeu compartilhar com as pessoas essa ferramenta de conexão para as curas físicas, mentais, emocionais, energéticas e espirituais e assim surgiu o Thetahealing®. A técnica ensina uma forma simples de meditação guiada que levará o praticante ao estado das ondas cerebrais theta. Essas ondas geram


autoconhecimento & espiritualidade

uma frequência potente de criação, conexão espiritual e profundo estado de relaxamento. Ela governa o subconsciente, servindo de ponte entre a mente consciente e inconsciente. Normalmente somos capazes de vibrar nas ondas theta quando estamos sonhando, mas através do Thetahealing é possível estar conscientemente vibrando nessa frequência. Dessa forma, se torna possível acessar o subconsciente, onde está armazenado todo o conjunto de memórias e crenças dessa vida, de nossos ancestrais e da consciência coletiva. Como um super computador biológico, nosso cérebro funciona acessando e respondendo às informações. A maneira como respondemos ao mundo depende da maneira como a informação é recebida, processada e interpretada por nossos conjuntos de crenças. Esses sistemas de crenças funcionam como programas de computador, e é a partir dessas programações que sentimos e percebemos o mundo. Em sua forma negativa essas crenças podem ter efeito adverso. Por exemplo, alguém pode passar a vida com um programa oculto que a faz acreditar que o amor machuca. Imagine a história de um bebê que começa a aprender o que é amor através da amamentação. O bebê grava em sua memória que essa nutrição é amor. Passadas algumas

semanas a mãe começa a sentir severas dores ao amamentar, e esse bebê passou a registrar que amamentar machuca, e por isso grava a crença que o amor machuca com a finalidade de evitar viver de novo essa experiência da dor. O registro que fica guardado é que amor machuca, e assim esse bebê cresce sem perceber que existe esse programa profundo “instalado” nele. Com isso, o subconsciente dessa pessoa poderá afastá-lo de relacionamentos afetivos, poderá sabotar os relacionamentos quando começar a sentir que está amando ou sendo amada, ou atrairá relacionamentos amorosos que a machuquem. As pessoas não compreendem que podem existir programas ocultos dentro delas que estão atraindo e manifestando a realidade que elas estão vivendo. Como essas crenças estão veladas no nosso subconsciente, não compreendemos que a realidade que vivemos está sendo criada e atraída por nós mesmos, a partir de um campo de vibração criado por uma crença, por exemplo, de que o ’amor machuca’. Por mais que a pessoa tente conscientemente se abrir para a relação, a crença interna de que o amor machuca não permite que isso aconteça. Quantas vezes você já tentou mudar algum padrão de comportamento seu ou a sua própria vida e não conseguiu? Ou mudou por um tempo, mas depois

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autoconhecimento & espiritualidade

o padrão voltou a se repetir? Isso ocorre porque sua mente consciente, que deseja a mudança, consiste em apenas 12%, os 88% restante da mente consiste no subconsciente, que, vias de regra, não conseguimos acessar.

como uma forma da humanidade “limpar suficientemente o corpo, a mente e a alma de crenças que nos sobrecarregam, a fim de que possamos ter uma comunicação pura e inalterada com o Criador”.

Se a nossa mente consciente quer mudar, mas isso conflita com alguma crença do subconsciente, temos um forte contrafluxo de energia que bloqueia essa mudança. Mas, se acessamos conscientemente o subconsciente e as crenças nele guardadas, somos capazes de compreender para que elas foram criadas e o que buscávamos proteger e aprender com elas. Desta maneira, com essa conexão que acessamos no Thetahealing, somos capazes de usar a mente consciente para ressignificar memórias e emoções e, assim, reeducar o subconsciente.

Com a prática continuada do Thetahealing qualquer pessoa será capaz de viver essa conexão, e tornarse-á capaz de alinhar sentimento, emoção e pensamento. E com essa mudança de padrão, mudará o tipo de mensagem neuroquímica enviada ao corpo, gerando uma influência direta na sua saúde física, mental e emocional. Dessa forma é possível co-criar um estado de perfeita saúde, bem estar, prosperidade, equilíbrio, harmonia e paz interior.

Ao testemunharmos essas mudanças, vamos nos dando conta de que já estamos co-criando a nossa realidade, todavia a partir de um subconsciente com crenças limitantes. Por outro lado, vemos que ao limpar as crenças limitantes podemos co-criar a realidade a partir desse estado de profunda conexão com o Criador e com o amor incondicional. Em uma de suas obras, ThetaHealing: uma das mais poderosas técnicas de cura energética do Mundo, Vianna afirma que vê o Thetahealing

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A técnica está largamente difundida em livros, vídeos e sendo cuidadosamente ensinada por instrutores em cursos oferecidos por todo o mundo. É possível também experimentar os benefícios do Thetahealing através de atendimento presencial ou à distância, ou participando de rodas de cura, palestra, grupo de estudo, encontro de curadores oferecidos por Thetahealears, em várias cidades. Para ajudar no conhecimento sobre o Thetahealing e divulgar eventos sobre a ferramenta, criei o “Fluxo de Cura“ com perfis no Facebook, Instagram e

Youtube. Lá vocês poderão conhecer melhor como conheci o Thetahealing, as dúvidas que tive, as curas que testemunhei e os ensinamentos e insights a partir da prática dessa ferramenta.

“...nosso cérebro funciona acessando e respondendo às informações. A maneira como respondemos ao mundo depende da maneira como a informação é recebida, processada e interpretada por nossos conjuntos de crenças.” Manu Lins é instrutora e terapeuta de ThetaHealing®, atua como terapeuta no projeto CuraTheta de atendimento pelo SUS no posto de Saúde do Vale do Capão, e trabalha como mediadora e conciliadora. Mestra em Direito pela Universidade Federal da Bahia, atuou 14 anos como advogada, professora universitária, trabalhou no Tribunal de Justiça da Bahia e foi juíza leiga.



mecânica quântica

O QUE É A MECÂNICA QUÂNTICA? POR: JEAN SAVEDRA

Jesus disse: “Tudo é possível ao que crê”. É uma frase clássica do Cristo nos evangelhos bíblicos. Isso é a física quântica. Isaac Newton disse: “É impossível dois corpos ocuparem o mesmo espaço“. Seguindo o postulado base da teoria quântica, podemos concluir que Newton estava enganado. O Sr. Newton se limitou. Abdicou de seu poder de múltiplas interpretações possíveis. Desde lá apareceram gerações de pessoas conformadas e enquadradas em sistemas que engessam a forma de pensar em teses nada contundentes.

Os paradigmas antigos entram em colisão com sistemas de pensamentos atuais. O tempo anda, a vida corre e as eras se renovam com reciclagens e novas percepções da vida humana. O tempo atual traz a mecânica quântica como um estilo de vida, que faz o ser pensante retomar o controle da sua própria vida. Chegamos ao fim do absoluto e adentramos ao mundo mágico da mecânica quântica, onde a Terra é pura magia, estabelecida por 8 bilhões de consciências ativas nessa dimensão em que nós estamos. Mas o que é a mecânica quântica? A primeira vez que ouvi essa palavra foi há 10 anos, em uma das pregações do Pastor Silas Malafaia. Achei o nome um tanto estranho, e, embora curioso, deixei passar despercebido o termo esquisito. Ela surgiu com o físico alemão Max Plank, há mais ou menos 100 anos. Plank concluiu que a ideia de energia era enviada em pacotinhos, que chamamos de quanta. Einstein e tantos outros, como Schrodinger, Bohr e Heisenberg, são os pais da teoria quântica. Estes homens se propuseram a buscar, através de pesquisas, as definições do mundo subatômico sobre as verdades microscópicas, que ainda hoje perduram com seus paradoxos inconclusivos quanto à mente humana.

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O Universo, que vem antes do átomo, a mínima matéria ou a menor partícula, tenta explicar a menor natureza possível. E tudo quanto é maior que um átomo se sujeita à física clássica, já conclusiva e definida. As descobertas da física quântica mudam as regras da física clássica de Newton. Os conflitos entre as teses geram animosidades entre os entendidos. Quanto mais se estuda, mais se abrem vertentes e variáveis. Entretanto, no que se baseia a física quântica? Ela se baseia na radiação de ondas de toda e qualquer partícula, e como evidências dessa ciência, nós temos os controles remotos e equipamentos hospitalares, como ressonância magnética e tantos outros aparelhos tecnológicos. Tudo é onda, tudo emite frequência e tudo radia. O átomo tem como função receptar e emitir onda. Segundo o gênio Einstein, a energia é igual à massa multiplicada pela velocidade da luz, elevada ao quadrado (E = m.c2). O que é um átomo? (A) significa ‘não’, (tomo) significa ‘divisão’. O que contém um átomo? Há um núcleo, com o próton e o nêutron, orbitando ao redor, temos os elétrons, que são subpartículas de um átomo. Os prótons são partículas eletricamente carregadas. Os elétrons também são partículas eletricamente


mecânica quântica

carregadas. Já no nêutron não há carga elétrica.

funciona, constataremos a importância de todas as partes se integrarem para o funcionamento perfeito do corpo humano.

O físico francês Louis de Brouglie sugeriu que, assim como a luz, os elétrons podiam viajar como onda (1924). Aqui está a grande sacada da força do pensamento, sentimento e das palavras. Essas ondas eletromagnéticas se movem a partir da carga elétrica com oscilações. Observem uma vela. Veja como ela transporta um tipo de energia. O efeito de radiação é a energia que se propaga de um ponto a outro no espaço. Um dos meus termos preferidos, em meio a esse glossário da Física Quântica, é ‘dualidade’. Tudo é onda e tudo é partícula, ao mesmo tempo. Nesse ponto entramos na teoria das cordas. A tese demonstra que tudo são filamentos. É como uma corda de violão ou harpa. Toque nela e ela vibra instantaneamente. Seu corpo vibra, suas células vibram, você está vibrando agora. Estudiosos da Teologia afirmam que o Mestre Jesus atravessou paredes. “Ao cair da tarde daquele dia, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio [deles]” (João 20:19). A Bíblia não disse como Jesus entrou naquela casa. Segundo a física quântica, o corpo de Jesus se transubstanciou em energia. O Cristo entra num estado de iluminação, que, mesmo se materializando, ele não

É possível viver uma vida espiritual saudável se permitirmos esse metabolismo quântico dentro de nós. Nossa vida se rende a algum tipo de filosofia. Qual a sua, afinal? Qual sua cultura? Quais seus padrões? Seus dogmas? Cada um de nós segue e serve a aprendizados inseridos e assimilados pelo mundo externo. Eu posso mudar minha vida por inteiro, eu posso mexer na mecânica do meu ser, e somente eu posso alterar meus padrões de vida, se entender que minha alma tem autonomia para me erguer ou me arruinar.

entra em colisão com o mundo físico, e mesmo tendo comido a comida, também atravessa as paredes da casa. A mecânica é um estilo de vida. Um modo de pensar fabuloso e especial. Pense em um carro. Como funciona? Uma coisa colabora com a outra, uma coisa liga à outra. Qual a mecânica do corpo humano? Se vamos analisar em termos biológico/fisiológico como tudo

A decisão será sempre sua. A consciência tem a forma da fôrma do seu pensar. Meu desejo é que a humanidade conheça a mecânica. Que conheça a automatização de seu sistema sinergético e os processos de transformação que ela faz na vida de qualquer pessoa. O que quero dizer é que Mecânica Quântica é um estilo de vida, que alinha os corpos: alma, carne e espírito. Entendamos algo: a mecânica quântica é uma arma poderosíssima se você aplicar seu mecanismo na sua plenitude. Vale experimentar e vivenciar empiricamente. “Tente outra vez” diria Raul Seixas. Tão grato.

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terceiro setor

TERCEIRO SETOR POR: SIMAIA BARRETO

que possibilitará conhecer melhor e saber contribuir como voluntário ou patrocinador de algumas das iniciativas. Assim, nesta edição, te convido a conhecer a Associação de Moradores do Condomínio do Imbuí - AMCI. Alguns podem perguntar, de modo bem baiano, “peraí… isso é uma ONG?”, aí a gente responde. Não, mas é uma associação. As associações também compõem esse universo. Nesta seção trataremos do tão falado terceiro setor. Com certeza muita gente já ouviu falar, não é mesmo? No senso comum esse é o lugar de atuação de organizações geridas pela sociedade civil, que são comumente denominadas de Organizações Não Governamentais – ONG’s. De modo geral, esse segmento sempre busca a promoção do bemestar da sociedade, a resolução ou minimização de problemas sociais e também promove soluções inovadoras nas diversas áreas: social, ambiental, educacional e econômica. Em todas as edições da Estimuladamente, o leitor entrará em contato com alguma experiência desse universo, o

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Ao conhecer um pouco da AMCI percebi que ela se insere no “novo associativismo em áreas urbanas” designado por Renato Raul Boschi em 1986, o ano é distante, mas fazendo adequações podemos perceber as similaridades. Segundo o autor, no passado as associações voluntárias estavam centradas em interesses de cunho profissional, religioso, lazer, e até algumas que buscavam influenciar formulação e implementação de políticas públicas. Nesse contexto, entendemos que a AMCI volta seu interesse na melhoria de qualidade de vida dos moradores do bairro do Imbuí, por esse motivo, vamos então conhecer melhor e entender seu funcionamento. Tivemos uma deliciosa entrevista com as integrantes da diretoria da associação

mais feminina que já vi, Suely Menezes Santo (vice-presidente), Carla Andrade Pimentel (secretária da AMCI) e Dennilza Ferreira dos Santos Santana (tesoureira da AMCI). Revista Estimuladamente - A AMCI conta com apoio de voluntários? Associação de Moradores do Condomínio do Imbuí funcionamos totalmente com o apoio de voluntários. A diretoria é composta de quatro membros que atuam nos cargos de presidente, vice-presidente, secretaria e tesouraria. Conta também com um Conselho fiscal, composto de três membros. Todos estes cargos são providos através de eleição, mas exercidos de forma voluntária pelos eleitos, que não recebem qualquer remuneração. Além disto, a AMCI recebe apoio de


terceiro setor

associados, comerciantes e moradores do bairro para a realização das atividades sociais desenvolvidas. Todo trabalho da AMCI é pensado e desenvolvido por voluntários.

afixada em locais de grande circulação de pessoas, como comércio do bairro, igrejas e escolas, além de divulgação nos condomínios e residências do Imbuí.

RE - Como a AMCI se organiza?

RE - Qual a determinação quanto à mensalidade devida pelos associados?

AMCI - Infelizmente a AMCI ainda não possui sede própria e este é um dos nossos maiores sonhos. Mas este fato não nos impede de produzir, planejar e realizar nossas ações. Nos reunimos nos salões de festas de condomínios do bairro do Imbuí, no mínimo uma vez por mês. Além desta reunião presencial, a diretoria e o conselho fiscal realizam constante e intensamente discussões e planejamentos através de redes sociais, que têm sido uma excelente ferramenta de comunicação e conexão, inclusive com a comunidade das escolas, comerciantes e moradores do bairro. Ressalte-se ainda que, cumprindo o Estatuto da Associação, são realizadas assembleias anuais, com a finalidade de realizar a prestação de contas dos valores recebidos e das atividades realizadas, bem como para deliberar sobre o plano de atividade anual. Estas assembleias são sempre realizadas em instituições públicas (escolas públicas, faculdades), mediante a ampla divulgação para toda comunidade, com convocação

AMCI - Os associados contribuem, de forma voluntária, com a quantia mensal de R$ 10,00 (dez reais), valor este estipulado desde a fundação da associação, não tendo havido reajuste até hoje. Esta é a única fonte de receita da nossa associação para pagamento das despesas obrigatórias, como taxa de manutenção de conta bancária e impostos. Mesmo com uma mensalidade tão baixa, o índice de inadimplência é grande e temos ainda poucos associados. É um trabalho de ‘formiguinha’! Para realizarmos nossas atividades, contamos com a doação de parceiros. As padarias doam pães para cachorro-quente, os hortifrutis doam frutas etc. Assim, conseguimos realizar nossas ações. RE - Qual o maior desafio da AMCI atualmente? AMCI - O maior desafio da AMCI é

integrar e harmonizar a convivência entre as mais variadas manifestações culturais e necessidades sociais do bairro. Resultado de um crescimento vertiginoso nos últimos anos, o bairro do Imbuí é composto atualmente por condomínios horizontais e verticais, por casas, por uma rede de comércio e serviço extremamente grande e variada, e isto tudo reflete numa pulverização de pessoas. Felizmente somos verdadeiramente um caldeirão multicolorido e multifacetado. Ouvir, dar voz, apoiar e interagir com este bairro tão plural é o nosso maior desafio. O Imbuí vai muito além dos muros dos condomínios e das paredes das nossas casas. RE - Qual a contribuição para o bem-estar dos moradores da região ? AMCI - O fato de todos os membros da Diretoria e conselho fiscal da AMCI serem moradores do bairro faz com que seja possível a vivência real das

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necessidades, do sentimento das potencialidades do que existe ao nosso redor. Estar no bairro nos faz respirar todos os dias seus problemas, suas necessidades, nos faz interagir, refletir, criar dentro do que também vivemos. A maior contribuição que podemos dar para o bem-estar do nosso bairro é fazer com que a vida aconteça para além das nossas casas e apartamentos. A transformação do espaço público num local de expressão da vida do Imbuí é o que temos de mais importante. A AMCI acredita que os espaços públicos devem ser ocupados, utilizados por todos. E apesar de não termos sede, a Praça do Imbuí é o local onde buscamos o contato com as pessoas, a troca de experiências, onde ouvimos, onde nos doamos. Há interação também com a parte de segurança do bairro, em parceria com a 39ª Companhia Independente da Polícia Militar, responsável pelo bairro, no apoio à promoção de curso sobre segurança para porteiros, apoio às palestras sobre drogas nas escolas públicas. A AMCI absorve também as demandas dos moradores e encaminha à Prefeitura de Salvador para providências. Reclamações sobre trânsito, iluminação pública, coleta de lixo, asfaltamento das ruas etc, são enviadas aos órgãos competentes e seu andamento acompanhado pela

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AMCI. Nossa Associação é membro do Conselho Comunitário Regional da Prefeitura-bairro de Itapuã e Conselho Comunitário de Saúde, melhorando o acesso aos órgãos públicos da Prefeitura de Salvador. RE - Quais as ações sociais/culturais desenvolvidas? AMCI - Todos os anos realizamos o evento AMCI em Ação, na Praça do Imbuí, através do qual levamos para a praça ofertas de serviços, arte, educação, contação de histórias, saúde, fomentando a ideia de que o Imbuí

mostre sua cara. Para isto contamos também com a preciosa participação dos nossos vizinhos, da Boca do Rio, das escolas do bairro, dos projetos sociais, ambientais e culturais. Tivemos nas nossas duas edições a parceria de diversas empresas do bairro que ofereceram aferição de pressão e glicemia, massagem, pilates e exercícios de fisioterapia; café da manhã e lanche para as crianças; parceria das escolas públicas do bairro que levaram para a praça a apresentação de grupos de dança, de arte-educação, brincadeiras, o projeto Praça Bonita com Cara de Criança, que participou com a contação de histórias e poesias; realizamos uma feira de troca de livros. O Distrito Sanitário de Saúde da Boca do Rio esteve presente no evento. Em parceria com o projeto Livres Livros foi instalada uma unidade da biblioteca comunitária ao ar livre, em forma de uma casinha feita de madeira, na Praça do Imbuí, em frente à Igreja Nossa Senhora Aparecida do Imbuí. Este é um espaço para que as pessoas possam colocar livros em boa condição de leitura para que outros possam ler. Os livros podem ser levados por quem quiser lê-los. Assim é construído o ciclo do bem da leitura. Recentemente, no mês de abril de 2018, foi promovida pela AMCI uma feira de saúde no Colégio Estadual Professora Angelita Moreno, em


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parceria com o Distrito Sanitário da Boca do Rio, momento em que foram oferecidas vacinas e orientações de saúde e odontológica a alunos e seus familiares. Recebemos relatos de que muitas famílias sentiram-se emocionadas pelo carinho e atenção com que foram tratadas. Este é o nosso papel. De forma continuada realizamos arrecadação de alimentos, materiais escolares e brinquedos para distribuição entre as famílias carentes do bairro, principalmente para as famílias da creche comunitária do Bate-facho. RE - Importância das ações para o bairro do Imbuí ? AMCI - Nestas ações há possibilidade de integração e conhecimento do Imbuí. No momento em que realizamos ações que visem o apoio e a colaboração mútuos, é possível a nossa união para o bem comum do nosso bairro. É este o papel de uma associação: apoiar, fomentar, unir, buscar o desenvolvimento do senso crítico sobre a realidade na qual estamos inseridos e de que forma podemos contribuir para a melhoria do local onde vivemos. A consciência de que somos todos iguais e igualmente responsáveis pelo que queremos para o nosso futuro, nos faz trabalhar em união para a busca do bem comum,

década de vida desta jovem associação. E estamos fazendo isto da forma que mais gostamos: desenvolvendo ações sociais.

respeitando sempre as diferenças e crenças de cada um. RE - Como é a presença dos jovens nas ações da AMCI? AMCI - Primamos pela participação de todos em nossas ações. Do mais velho ao mais novo, todos são igualmente importantes. Os jovens trazem sua energia, suas ideias, seus anseios; com os mais velhos está a sabedoria, a forma ponderada de agir. O que nos importa, enfim, é a união, o respeito e a busca pela transformação do nosso bairro em um lugar cada vez melhor para se viver. RE - Qual a programação para os festejos dos 10 anos da AMCI ? AMCI - Desde o início do ano estamos comemorando o aniversário de uma

Todos os anos, numa data próxima à data de fundação da AMCI, realizamos o nosso grande evento, AMCI em Ação. Neste ano, para comemorar nossos 10 anos, pretendemos fazer um evento que possa unir todos os nossos colaboradores, nossos parceiros, nossa comunidade numa festa de cidadania. O evento já tem lugar certo: a Praça do Imbuí, mas ainda estamos afinando qual será a melhor data, já que julho é um mês de tempo chuvoso e pouco propício para eventos em espaços abertos. Mas certamente faremos uma linda festa de cidadania em 2018 para comemorar os 10 anos da AMCI. RE - Durante os 10 anos de existência da AMCI, na sua opinião, qual foi a ação de maior relevância? AMCI - Falar sobre a ação mais relevante é difícil, sabe por quê? Por que para nós da AMCI todos os passos desta década foram relevantes. Desde quando um grupo de moradores, cansados de ver as portas dos poderes públicos se fecharem, resolveram fundar a associação, até os dias de hoje, quando conseguimos criar uma rede do bem, com pessoas que se importam com o próximo, tudo foi importante. Cada passo à frente, cada luta, cada tentativa,

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terceiro setor

cada lição, cada olho brilhando, cada suspiro, cada obstáculo, cada vitória, cada alegria, cada parceiro de coração de ouro encontrado no caminho, tudo isto tem grande relevância para a vida da AMCI e de todos nós que fazemos parte dela. Poder ajudar, poder aprender com tudo que vivenciamos, ter forças para seguir em frente e ter o ideal de fazermos do nosso bairro um lugar melhor para se viver, não tem preço. Se devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, acredito que a AMCI está no caminho certo, porque, como diz nosso slogan, “Juntos seremos sempre mais fortes”. RE - O que a AMCI espera realizar nos próximos 10 anos ? AMCI - Está em nossos planos, nos próximos 10 anos, realizar o sonho de termos nossa própria sede.

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Acreditamos que isto facilitará o atendimento aos associados, às demandas do bairro, nos possibilitará realizar mais atividades voltadas para o fomento da arte, da cultura, do trabalho, do desenvolvimento pessoal e do bem-estar das pessoas do nosso bairro. Pretendemos ter no nosso espaço um centro de treinamento, um auditório, para que possamos ministrar cursos, realizar palestras com temas diversos, realizar reuniões ampliadas para toda comunidade. Almejamos também que mais pessoas se associem para que se juntem a nós nesta luta. Além disso, continuar no nosso caminho de luta pelo bem comum é algo que sempre realizaremos, independentemente de quantos anos tenha esta associação.

*Como entrar em contato com a AMCI? Como associar-se? AMCI - Estamos nas redes sociais: Email: ad-amci@uol.com.br Site: www.amci.org.br Facebook: https://www.facebook.com/AMCImbui Instagram: amcimbui2018 Twitter: https://twitter.com/AMCImbui Contatos: (71) 99699-6128 (Vivo com WhatsApp) (71) 98897-3320 (Oi)



o que vamos organizar hoje?

O QUE VAMOS ORGANIZAR HOJE? POR: TAIS REIS

Essa é a nossa primeira publicação, e já que vamos falar sobre organização, para começar com o pé direito, gostaria de compartilhar com vocês a diferença entre arrumar e organizar.

que temos em casa ou de baixo custo de aquisição e com muitas dicas de reaproveitamento.

Por vezes encontramos ambientes arrumados de forma primorosa, o que é agradável aos olhos e esteticamente muito atraente, mas a distribuição dos objetos nem sempre segue uma lógica e por vezes não oferece praticidade para as pessoas que utilizam estes ambientes.

Nosso primeiro número traz a solução para os sapatos e sandálias que se amontoam na porta de casa, já que o hábito de não utilizar sapatos ‘sujos de rua’ em casa está cada vez mais difundido.

E o que viria a ser organização? É a aplicação de técnicas que tem por objetivo levar soluções para utilização dos espaços e recursos. O que por diversas vezes conseguimos alcançar através da utilização de produtos organizadores. Com certeza vocês possuem alguns destes organizadores em sua casa ou escritório e como leitores desta coluna a tendência será utilizar cada vez mais estas ferramentas. Mas não precisa ir correndo comprar caixas, cestas e outros produtos organizadores! A nossa missão é que essa organização se potencialize em sua vida e contamine todos ao seu redor, e alinhado com os princípios de sustentabilidade que é um traço marcante da revista, a nossa proposta é trazer novas soluções para velhos problemas reutilizando materiais

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Passo 2 Higienizar o caixote (pode-se utilizar escova).

Vamos lá!! Ao trabalho.

Vamos à nossa lista. - 1 caixote de feira - de preferência o pequeno do tipo que transporta uva e mamão; - 4 roldanas pequenas; - Lixa para madeira; - Pregos e Martelo Passo 1 Reunir todos os materiais e separar um canto da casa para construir o nosso projeto.

Passo 3 Se desejar, lixar o caixote para tirar as farpas da madeira. Neste passo, após lixar pode-se utilizar verniz, tinta, tecidos ou papeis para dar nova cara para a peça. Para aplicação de tecido e papel precisaremos de cola para fixação. Mas como a regra da nossa coluna é que “menos é mais”, adotaremos o estilo rústico.


o que vamos organizar hoje?

Passo 4 Fixar as roldanas nas quatro extremidades do caixote, utilizando pregos e o martelo. Lembrar de fazer o acabamento, caso as pontas dos pregos passem para a outra extremidade do caixote.

Pronto, temos uma sapateira versátil e muito útil.

Missão de organizar cumprida por hoje!!! Aguardamos o próximo número. Nos envie fotos e dicas dos espaços que desejam organizar... e aí veremos: o que vamos organizar hoje? Até a próxima.

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estimuladamente abraça

A REVISTA ESTIMULADAMENTE ABRAÇA O PROJETO MINI GENTILEZAS Sabe aquelas miniaturas de shampoo, sabonete, creme dental, geralmente oferecidas por hotéis e aviões? O Mini Gentilezas incentiva a doação destes produtos de higiene pessoal, para que sejam destinados à pessoas em situação de rua. Já imaginou o valor disso para quem nada tem? Até hoje mais de 690 mil itens de higiene já foram entregues pelo Mini Gentilezas, que tem o apoio da ARGILANDO, uma organização não governamental, que faz a promoção e gestão do projeto. A Estimuladamente assina embaixo dessa ação que fortalece iniciativas voluntárias.

Veja o Ponto de Coleta mais próximo de você e participe! Não custa nada. https://bit.ly/2LzHOto

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Se você tem um projeto voluntário e deseja espaço gratuito para publicidade, a Revista Estimuladamente está de páginas abertas para sua iniciativa! Entre em contato: revista@estimuladamente.com.br


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erótica...mente

ERÓTICA...MENTE, EIS UMA BOA PROVOCAÇÃO PARA AS MENTES HUMANAS! POR: MICHELI CRUZ

Discutir sexualidades e respectivos imbricamentos é desafio dos mais complexos que o ser humano já experimentou realizar. Exercício que exige o uso de vários olhares para perceber as nuanças e a tênue linha que “separa” os mais diversos termos que compõem este universo. E é preciso, além disso, considerar como, historicamente, a sexualidade tem sido percebida. No presente século, por exemplo, o tema é marcado por ressignificações de conceitos, modelos, referências comportamentais, alargando o debate sobre o tema, sem a necessidade, em tese, de definições. Assim, longe de desvelar a temática, o debate aqui proposto é alicerçado no objetivo de lançar algumas luzes em questões tangíveis à sexualidade, considerando, portanto, a despretensão de esclarecimento pleno acerca do assunto. Desde sempre a humanidade sente-se afetada por questões que entrelaçam as sexualidades. A discussão acerca das suas autorizações e interdições é matéria de base desde os espaços mais despretensiosos de convivência, até os eruditos territórios acadêmicos. Indagações sobre as relações de gênero, os jogos de poder, a afetividade, dentre muitos outros temas atravessam o

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humanas? Historicamente, como as sociedades trataram tais temas, e como eles se revelam nas artes, e, mais especificamente, na literatura: o nascedouro da grafia relativa ao Eros e ao Pornôs? São diversas as áreas do conhecimento que lançam olhares sobre a(s) sexualidade(s), muito mais interessadas em perceber com maior clareza este processo, do que encontrar respostas que deem conta do assunto, como o foi nos últimos séculos. O debate, então, é complexo, não por ser de difícil compreensão, mas por gerar mais perguntas que respostas, exigindo recorte pontual, sem desconsiderar o todo.

imaginário de indivíduos desde a origem do universo. Erotismo e pornografia são termos sinônimos? Quais diálogos são possíveis quando analisados a partir de olhares que extrapolam as paixões

Nessa sessão, abordaremos de maneira despretensiosamente acadêmica, as relações da mente com o erotismo. Este espaço é um convite à reflexão acerca de um dos conteúdos mais polêmicos no que tange à vivência humana, dando uma “rapidinha” provocada em suas crenças e convidando você a se inquietar junto conosco nas estabilidades construídas historicamente a respeito das possíveis obscenidades... E aí? Pode ser ou tá difícil?



educação

AUTOCONHECIMENTO E EDUCAÇÃO: UMA PROFUNDA E NECESSÁRIA INTEGRAÇÃO POR: ROSEMARY RAMOS

Três grandes perguntas coexistem em nosso cotidiano, cujas respostas seriam o equivalente a encontrar o Santo Graal: De onde viemos? Porque estamos aqui? Para aonde vamos? Na Antiguidade, especificamente na Grécia Antiga, para obter respostas às questões desta natureza, dentre outras, a humanidade encaminhava-se ao Oráculo do Templo de Delfos sem observar que uma resposta era oferecida logo na sua chegada através da inscrição constante no Pórtico do Templo: Conhece-te a ti mesmo. Muitos séculos nos separam deste aforismo. De lá para cá, com as grandes transformações pelas quais a humanidade foi passando, à famosa inscrição do Templo de Delfos foram se agregando ideários diferenciados para responder às nossas inquietantes perguntas iniciais, bem como orientar de onde e como buscar o autoconhecimento. Na Idade Média, por exemplo, secundarizou-se a noção de autoconhecimento em função do fortalecimento da ideia de Deus – um único Deus. Na Modernidade, distanciamo-nos significativamente

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do ideário constante no Templo de Delfos, com a desconstrução dos mitos e a substituição da noção de divino, do esoterismo e dos fenômenos sobrenaturais, pela razão pura para explicar os fenômenos da natureza. A Ciência nasce, a religião perde o valor. Acelera-se o desenvolvimento social, econômico, político. Aciência adquire um grande impulso, a tecnologia dá grandes saltos, mas os seres humanos continuam com mais dúvidas que certezas sobre sua razão de existir, fortalecendo-se um olhar e noção revolucionária sobre o que seria autoconhecimento, a noção de self, a partir da estruturação do novo paradigma científico da pós modernidade no qual a ciência moderna deixa de ser compreendida como única ou a melhor forma de explicação possível da realidade. Na atualidade, vivemos um processo de desenvolvimento social, científico e tecnológico em uma velocidade sem precedentes. A realização e autorealização vira sinônimo de “ter” cada vez mais, em detrimento do “ser”. A preocupação de que a exacerbada evolução tecnológica impulsione o

processo de desumanização do mundo mobiliza Edgar Faure (1971) a publicar junto a UNESCO o relatório “Aprender a Ser”, no qual sinaliza como grande desafio para a educação fornecer às crianças forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia e se comportar nele como atores responsáveis e justos. De forma sem precedentes, o autoconhecimento adquire notoriedade manifestando-se através de áreas diversas do conhecimento, práticas, métodos, filosofias e princípios diferentes, a exemplo da religião, meditação, peregrinação, terapias, psicoterapias, oráculos, filosofia, etc. Todos têm algo em comum: impulsionar o homem a procurar dentro de si o autoconhecimento, nos remetendo a milenar citação do oráculo de Delfos, “Conhece-te a ti mesmo…”. Faure ainda defende que “o desenvolvimento tem por objeto a realização completa do homem, em toda a sua riqueza e na complexidade de suas expressões e dos seus compromissos: indivíduo, membro de uma família e de uma coletividade, cidadão e produtor, inventor de técnicas e criador de sonhos”


educação

(1972, p. 34), manifestando-se desde o “nascimento até a morte, em um processo dialético que começa pelo conhecimento de si mesmo para se abrir, em seguida, à relação com o outro”. De acordo com Faure (1972, p. 13), o processo educativo deveria ser “antes de mais nada uma viagem interior, cujas etapas correspondem às da maturação contínua da personalidade”. E a educação deveria ser o caminho para tal alcançar. Precisamos reconhecer que os currículos escolares estão cada vez mais sobrecarregados e utilitaristas. Faltalhes o equilíbrio entre um trabalho educativo que propicie ao estudante espaço e tempo para compreender o mundo, compreender o outro em sua especificidade, revalorizando as dimensões ética e culturais da educação e fornecendo recursos para o desenvolvimento de habilidades para a vida. O que, de acordo com a UNESCO, se inicia com a “compreensão de si mesmo em uma espécie de viagem interior, permeada pela aquisição de conhecimentos, pela meditação e pelo exercício da autocrítica” (1998, p. 10). Acima de tudo, aprender a ser. “Permitir que cada um venha a tomar consciência de si próprio e de seu meio ambiente, sem deixar de desempenhar sua função na atividade profissional e nas estruturas sociais” (1998, p. 12). Para muitos um projeto educativo em escola formal desta natureza pode parecer utópico. Contudo,

o Brasil já possui experiências inovadoras neste campo desde 1996. Um dos exemplos é o projeto educativo da Ananda – Escola e Centro de Estudos1 (Salvador/Bahia), que possui um currículo que integra Ciência, Arte e Espiritualidade, desenvolvendo estudos e práticas de autoconhecimento e de meditação com as crianças desde a Educação Infantil até o Ensino Médio2 . No Ensino Superior, desde 2006, temos o Instituto Superior de Educação Ocidemnte – ISEO3 , cuja matriz curricular inovadora é constituída por disciplinas de Autoconhecimento e Conscienciologia, além daquelas requeridas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia. Consolidando, assim, um projeto educativo que se propõe à formação do educador em uma perspectiva, de fato, integral. Além destas duas instituições que se destacam no Brasil por seu pioneirismo, podemos citar experiências recentes de práticas de meditação em sala de aula, como aliada ao ensino, tanto em escolas privadas como estaduais, a exemplo da experiência do Estado do Espírito Santo com seu projeto de Educação em Valores, Desenvolvimento Humano e Cultura de Paz desenvolvido em dez escolas da rede pública4 ; a experiência da Escola Desdobrada Lupércio Belarmino da Silva5 , no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis; a Escola Inkiri6 e a Eco-habitare.

Nós da revista EstimuladaMente acreditamos que a incorporação deste ideário nos mais diversos campos de ação do viver do homem é de grande valor, por impulsioná-lo ao seu primeiro e mais precioso tesouro: o conhecimento de si mesmo. Descalços, despidos do ego, cansados desta longa peregrinação é chegada a hora da humanidade mergulhar em sua própria subjetividade, nos subterrâneos do inconsciente, de forma direta, intuitiva, pelo autoconhecimento que nos conduz à autocompreensão e à autoaceitação, ao respeito e acolhimento por nós mesmos e, portanto, ao reconhecimento deste mesmo direito ao outro. Notas de Referências: DELORS, J [et al]. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (1998). ONU: Brasília, 2010. FAURE, Edgar. Learning to be: the world of education today and tomorrow. UNESCO: Paris, 1972.

C.F.: <http://anandaescola.com.br/2016/> C.F.: <https://www.cartacapital.com.br/blogs/vanguardas-do-conhecimento/a-maioria-dos-alunos-se-preocupa-em-contribuir-parao-social-sem-gerar-caos> 3 C.F.: <http://iseo.com.br/> 4 C.F.: <http://g1.globo.com/espirito-santo/educacao/noticia/2015/09/meditacao-e-usada-como-aliada-no-ensino-nas-escolas-estaduais-do-es.html> 5 C.F.: <http://www.revistaeducacao.com.br/e-hora-de-meditar/> 6 C.F.: <http://piracanga.com/instituto-inkiri/?gclid=Cj0KCQjwxtPYBRD6ARIsAKs1XJ6S-kR7xyt9WC-T3jbt7uUemwTOh2yzWksaHDe8YNT9WD4N4epnBnwaArcjEALw_wcB> 1 2

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estimuladamente indica

ESTIMULADAMENTE INDICA POR: LAIS NASCIMENTO

Se você pensa em empreender de um jeito diferente, a dica é “Muita Alma Nessa Hora: lições para empreender com propósito”. A obra que está em pré-venda exclusiva, será lançada pela Editora Vôo. O autor Kiko Kislansky, cofundador da marca de moda consciente Euzaria e da consultoria Cazulo Negócios com Propósito, lança como base de negócios a tríade da transformação: consciência, propósito e humanização. A ideia aqui é questionar o verdadeiro significado de sucesso.

Entender tudo sobre uma alimentação saudável pode ser mais fácil por meio de uma leitura simples e ilustrada com humor. “Você sabe se alimentar?”, do Dr. Soleil, é um saboroso convite para quem quer aumentar a saúde e o bem-estar usando os fantásticos recursos da alimentação viva.

Um guia completo com conceitos, dicas de cultivo de orgânicos em casa e mais de 150 receitas. Tudo isso no livro “Alimentação viva e ecológica”. Na obra, Ros’Ellis Moraes tem a missão de apresentar deliciosas soluções para quem busca mais vitalidade e saúde.

Está pensando em iniciar a transição entre a alimentação tradicional e a divina? “Nutrição espiritual e a dieta do arco-íris” é um prato cheio. Escrito pelo médico homeopata, diplomata do Conselho de Medicina Holística dos Estados Unidos e diplomado em medicina Ayurvédica, Gabriel Cousens, o livro fala sobre a relação entre a alimentação do corpo e o desenvolvimento da alma.

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Depois de experimentar em si mesma a cura por meio da conexão com a fonte de energia criadora de “Tudo o Que É”, em 1995, Vianna Stibal, mãe de três filhos, se livrou de um câncer que estava destruindo rapidamente seu fêmur direito. Em Thetahealing® - Uma Das Mais Poderosas Técnicas de Cura Energética do Mundo, Vianna Stibal cumpre a promessa e ensina que é possível curar instantaneamente qualquer pensamento negativo que cria doenças e como desenvolver a habilidade de mudar em todos os níveis - físico, mental, emocional e espiritual.

A mecânica quântica é o tom de “Milagres estão acontecendo”. Com uma linguagem fluida, Jean Savedra desvenda o caminho do reencontro com o divino e tranquiliza mentes inquietas. “Quando você se torna uma ponte entre Deus e as pessoas, Deus se torna a sua ponte entre você e o sucesso.” Uma receita simples para quem quer mergulhar na jornada do autoconhecimento.

Un Cuento Chino, 2011, é daqueles “longas” que fazem rir e pensar! Classificado como comédia dramática, a produção é hispano-argentina, com Ricardo Darin no elenco no papel de Roberto, um argentino recluso e mau humorado. Roberto vive uma rotina metódica e entediante, até se deparar com um chinês (Ignacio Huang), que não fala uma palavra de espanhol, como seu hóspede. Uma história que mostra que tudo na vida tem e faz sentido!

Misturando reflexão e dramaturgia, a série TERRADOIS traz a vida pós moderna e as inquietações de quem a vive para o meio da roda. Jorge Forbes, psicanalista e idealizador do programa, apresenta episódios inéditos de cerca de 30 minutos, ao lado de Bete Coelho. Com transmissão pelo canal oficial no YouTube: <https:// goo.gl/FR6v2d> e exibição às quartas-feiras, às 21h30, na TV Cultura, o programa fala das novas relações de afeto, das profissões e do mundo digital desse “novo” planeta.

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mensagens

OS MONGES E A MULHER NO RIO AUTOR DESCONHECIDO

Relata-se, que em um monastério, viviam dois monges que eram muito amigos e sempre cumpriam seus afazeres em conjunto. É fato que monges não podem se aproximar de mulheres, nem ao menos, nelas tocar. Certo dia, ao atravessarem a floresta para comprar mantimentos na cidade, se depararam com uma mulher que estava com dificuldades para atravessar o rio que dava acesso ao vilarejo e que se encontrava agitadíssimo. Um dos monges disse: – Não podemos ajudá-la, fizemos voto de que não poderíamos tocar em mulher alguma. O outro monge replicou: – Também fizemos voto de ajudar a todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem haver distinção. Então, este mesmo monge colocou a mulher em suas costas e atravessou o rio, deixando-a na outra margem. Os dois monges seguiram caminho e durante a jornada houve uma grande

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pausa na conversação dos mesmos. Logo, o silêncio foi interrompido pelo monge que era contra a idéia de carregar a jovem, que disse: – Você não devia tê-la carregado, ela vai ser um peso para sua caminhada! O outro monge, sabiamente respondeu: – Eu deixei a mulher na outra margem do rio. No entanto, você é quem continua carregando a mulher na sua caminhada…


ilustradamente

ESTÚDIO DO BOREGA JORNALISTA | CHARGISTA | MÚSICO | ILUSTRADOR | ARTISTA PLÁSTICO

Borega é o pseudônimo do jornalista baiano Alexandre Requião Melo, quando assina charges, ilustrações, pinturas, canções, arranjos, trilhas sonoras e jingles. Tem experiência na área de assessoria de imprensa, publicidade e produção musical. Produz semanalmente uma charge para o jornal Tribuna Feirense e o site Bahia Notícias, desde a inauguração desses veículos. Como cartunista, tem dois livros publicados: Charges do Borega (Jornal Feira Hoje -1997) e Eleições 2014: A Aventura está no ar (Quadro a Quadro – 2014). Integra o grupo musical Matita Perê como arranjador e compositor, trabalho que mereceu elogio de nomes como Dori Caymmi, Gilson Peranzzetta, Toninho Horta, entre outros. Em 2016, sua composição Baião Bachiado – que faz parte do CD Reino dos Encourados – ganhou prêmio de melhor música instrumental no Festival da Educadora FM de Salvador. www.estudiodoborega.com.br instagram: @estudiodoborega facebook.com/estudiodoborega estudiodoborega@gmail.com

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minha estimuladamente

MEU AUTOCONHECIMENTO Meu nome é Lucas Daniel, amo surfe, sou shaper e proprietário da LASurfboard, além de Practitioner de Barras de Access. Tenho 34 anos, muito bem vividos na cidade onde eu nasci – Salvador, no bairro de Pituaçu. Um bairro praieiro, daqueles lugares em que você conhece todo mundo, em que os vizinhos são criados como irmãos. Foi nesse contexto que o surf foi se apresentando em minha vida. Um casal amigo da minha família já transitava pelo bairro com suas belas pranchas e seu tom bronzeado de pele, o que me encantava. E foi através deles que entrei nesse universo, com eles eu aprendi a surfar. A minha intimidade com o mar aconteceu desde o primeiro momento. A facilidade de me equilibrar, o desconhecido que me encantava a cada mergulho, tudo sempre foi excitante. Para aprimorar a técnica, frequentei um projeto social chamado “Filhos das ondas” e então aconteceu a minha imersão. Tomei gosto pelas competições e com 21 anos fui campeão estadual. Manter-se no ramo de surf como competidor requeria patrocínio. Em um país onde essa cultura era pouco difundida, em um estado onde esse esporte se limitava aos garotos com condições sociais mais abastadas, eu me

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Manipular a resina para dar forma ao sonho de alguém, me fez perceber que minha vocação, meu chamado, está na energia concentrada em minhas mãos esforçava para manter os treinamentos e dar manutenção em minhas pranchas. E então aprendi a manipular resina e quando me dei conta estava iniciando a minha carreira como shaper. O tempo das competições passou, eu tive a felicidade de me tornar pai e “shapear” pranchas se tornou profissão. Manipular a resina para dar forma ao sonho de alguém, me fez perceber que minha vocação, meu chamado, está na energia concentrada em minhas mãos, energia essa que pude ver e sentir na minha formação de practitioner de barras de access. E então começa uma nova jornada, essa de caminhada interior, que ainda terei muito para contar e me orgulhar. Para ter sua experiência em autoconhecimento contada na Revista Estimuladamente basta escrever para revista@ estimuladamente.com.br com o assunto: “meu autoconhecimento”. Queremos muito lhe ouvir!




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