Revista Estimuladamente Ano III | Edição 14 | DEZEMBRO 2020

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Editorial Estamos chegando ao final de mais um ano, com muita história para contar e muitas aprendizagens. Esse ano de 2020 se apresentou como um potente momento para reflexões, novas percepções sobre a vida e para a retomada de caminhos. Foram momentos demarcados pela exigência de uma construção de solitude altamente necessária para deflagrar uma série de perspectivas diferentes de análise sobre questões que há muito vínhamos fingindo que não existiam. Olhar mais para a família, para a ciclicidade do planeta a partir de um convite de desapego e da construção de uma consciência de que nada controlamos. E agora, embora saibamos que o novo ano astrológico só chegará em março, quando a força zodiacal de Áries assume, o mês de dezembro, na contagem do calendário cristão, sempre nos coloca na posição de avaliar o ano velho e planejar o ano que está chegando. É com essa sensação que essa edição chega até vocês. Nós, eu e Marcelo, também estamos nesse momento tão importante de recondução de nossas vidas. Para nós, também foi um momento de grandes e intensos desafios, e nos é exigido internamente muita força para considerar as direções a serem tomadas em 2021. Por isso nos embalamos na voz marcante e nas mensagens do Madayati, nossa matéria de capa. O encontro com essa música que revela muito de uma trajetória parecida com a nossa e com certeza, com a de vocês, nos provocou muitas reflexões e nos tem apoiado em muitos momentos onde nos sentimos abatidos. Esses multiversos trazidos pelas experiências com a música, com as artes manuais, com a dança, se abrem como portais que viabilizam um contato maior com nossa individualidade trazendo um quantum de energia a mais para enfrentarmos a jornada. Essa edição, como de costume, vem recheada de muitas informações e provocações maravilhosas, que vão desde os mistérios da alquimia até os saberes ancestrais revelados pela sabedoria das ervas. Lhes convido a não só ler com os olhos, mas sim, permitir que a vibração expressa em cada palavra escrita, possa tocar profundamente seus corações e suas almas. Em nossa intenção, seguimos na firmeza de um rezo que conclama pela saúde do planeta e pelo (re)estabelecimento da natureza divina fruto dos movimentos de contração e de compressão do universo. A vocês, desejamos sabedoria e luz para o novo ano. Que possamos estar cada vez mais inteiros na vida e compreendendo os processos pelos quais precisamos passar. Feliz Ano novo!

Expediente Ano 03 | nº 14 | Dezembro 2020 Bimestral Diretoria: Marcelo Conceição Reis Amanda Reis Argolo de Almeida Jornalismo: Lais do Nascimento Souza MTB 0005347/BA Revisão de Texto: Amanda Reis Argolo de Almeida Diagramação: Marcelo Conceição Reis Rua Professor Sabino Silva, nº 179, Chame-Chame, Salvador - Bahia. CEP 40157-250 revistaestimuladamente.com.br https://issuu.com/revistaestimuladamente Tel.: (71) 99998-2877 Para anunciar: revista@estimuladamente.com.br Para colaborar: jornalismo@estimuladamente.com.br *As opiniões emitidas nas matérias e artigos são de total responsabilidade de seus autores. Imagens: www.istockphoto.com/br

Duas graças há no respirar: Inspirar o ar, e dele se livrar Inspirar constrange, expirar refresca Tão maravilhoso foi feito da vida uma mescla Agradeça a Deus quando Ele te aperta, E novamente quando Ele te liberta. (Goethe) Ano 3 | dezembro 2020

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Índice Toda edição Pág. 06 Ciência e Espiritualidade - Mente Quântica Fundamentos Neurocientíficos Por: Francisco Di Biase

Pág. 55 ICF - Internacional Coach Federation Artigo - Autoconhecimento é chave para líderes atravessarem cenários de incerteza Por: Marcus Baptista

Pág. 08 Mecânica Quântica - Na frequência da alegria Por: Jean Savedra

Pág. 56 Contos de Família - Uma história de amor Por: Amanda Reis

Pág. 10 Desenvolvimento humano - Em que TEMPO mora a Pág. 58 FELICIDADE? Minha Estimuladamente - Um belo dia eu recebi um Por: Renata Castello Branco chamado e aceitei Pág. 12 Por: Alanna Braga Organização Vibracional - Os Alimentos Pág. 61 Por: Tais Reis Indica Pág. 16 Educação - 0 a 3 anos - Deixar emergir os silêncios: por outras formas de escutar, compreender e respeitar os Cuidados com os Bebês Por: Leila Oliveira Costa

Por: Estimuladamente

Pág. 22 Universo Holístico - Os movimentos Alquímicos e a percepção de ser com sentido Por: Amanda Reis

Nesta edição Pág. 40 Capa - “O som do coração” Por: Madayati Apresentação: Amanda Reis

Pág. 24 Vida no Trabalho - Síndrome de Burnout Por: Sandra Rêgo

Pág. 28 Especial - O poder sagrado e curativo das ervas Por: Jamille Coelho

Pág. 34 Alimentação - Sopa de letrinhas indecifráveis Por: Luciana Guidoux Pág. 38 Foto Por: Marcelo Reis Pág. 46 Sustentabilidade - Salvador – cidade da fé, felicidade Por: Carla Visi Pág. 52 ICF - Internacional Coach Federation Evento - ICF Brasil apresenta tendências do futuro do trabalho em um mundo complexo Por: CDI Comunicação

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Ciência & Espiritualidade Por: Francisco Di Biase

Mente Quântica - Fundamentos Neurocientíficos

Pela primeira vez na história humana temos condições científicas para entender a natureza da consciência, e sua relação com as práticas de educação saúde, e espiritualidade.

A consciência não é um problema científico qualquer, mas uma questão que nos interessa muito de perto, pois é a nossa própria consciência que queremos entender. A compreensão de sua natureza pode nos conduzir a uma nova visão de nós mesmos, e de nosso lugar no universo.

É a consciência um fenômeno emergente dos processos cerebrais, ou é o cérebro que é um fenômeno emergente da consciência?

Desenvolvemos um novo modelo acerca da natureza da consciência, a Teoria Holinformacional Como pode a consciência surgir no universo? da Consciência, fundamentado em recentes Desde o século XVII, a questão da consciência conquistas das Neurociências e da Física Quânticofoi sendo progressivamente relegada a um plano Holográfica, que permite compreendermos o secundário. Graças às modernas pesquisas realizadas universo como um processo-evento informacional no campo das Neurociências, Física Quânticoquântico-holográfico gerador de consciência, Holográfica, Teoria da Informação Quântica, Teorias do qual a mente humana é parte integrante, da Auto-organização, Psicologia Transpessoal, participativa ( Wheeler) e interativa. Inteligência Artificial e Filosofia da Mente, a Nos baseamos em quatro pilares da ciência consciência tornou-se na atualidade o principal comtemporânea: tema de estudo e discussão da ciência. revistaestimuladamente.com.br

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Ciência & Espiritualidade

1- A Teoria Interacionista de Sir Jonhn Eccles, Prêmio Nobel de Medicina que propôs a existência de Dendrons e Psychons e demonstrou que a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica é dependente dos fenômenos de probabilidade quântica desencadeados pela intenção

Corresponde ao nível espiritual da realidade que nos reconecta à nossa fonte original que é este Cosmos quântico-Holográfico que é uma memória cósmica inteligente, uma Consciência Universal à qual estamos interconectados. Este fluxo universal de informação não-local holográfica, ou seja, esta ordem informacional quântico-holográfica transmitida de modo significativo e inteligente através de todos os níveis de complexidade do universo, modela os processos auto-organizadores inteligentes geradores de inteligência e espiritualidade na mente humana.

2- A Teoria Holonômica (holográfica) da memória e da consciência desenvolvida por Karl Pribram, indicado ao Prêmio Nobel, que demonstra a existência de um holograma neural multiplex distribuído no córtex cerebral por meio de uma equação similar à equação de onda de Schrödinger da Física Quântica;

Esta nova Teoria Holoinformacional acerca da natureza da consciência é potencialmente capaz de resolver o antigo dualismo mente/matéria que vem se arrastando desde Descartes, no século XVII, e de unificar as neurociências com as abordagens psicoterapêuticas transpessoais, a parapsicologia, e as tradições espirituais, fundamentando uma nova visão holística e transdisciplinar da consciência mais abrangente.

3- A Teoria Quântico-Holográfica do Universo de Bohm, hoje sendo revivida com a demonstração astrofísica (Smolin)_ de que vivemos em um universo holográfico; 4- A Teoria do Campo Quântico de Umesawa com o conceito de informação quântica não-local exaustivamente comprovada desde os experimentos de Alan Aspect nos anos 80, na França.

Nesta teoria holoinformacional da consciência os fenômenos transpessoais, parapsicológicos, paranormais e mediúnicos são entendidos como parte da própria estrutura informacional-energética do universo, e a espiritualidade compreendida como o fluxo de informação quântico-holográfica que religa o cérebro e a consciência humana ao Cosmos, à nossa fonte primordial.

Durante a evolução e complexificação do cosmo, evidenciamos um processo de auto-organização com um Código Cósmico que se subdivide em códigos informacionais não-locais que in-formam nosso universo que são: O Código Atômico-Nuclear auto-organizador da energia e da matéria com a informação armazenada nas partículas subatômicos e nos átomos, sendo responsável pela auto-organização da Cosmosfera, o nível físico do universo

Esta visão transpessoal pode ser encontrada em meus livros Fronteiras da Consciência (Editora CRV) em co-autoria com Karl Pribram (eméritp de Stanford e multihonorary neurocientista atualmente na Georgetown University em Washington, USA, criador da Teoria Holográfica do cérebro e indicado ao Prêmio Nobel) e Richard Amoroso (Presidente do Noetic Advanced Studies Institute da California, USA) e Ciência Espiritualidade e Cura- Psicologia Transpessoal e Ciências Holísticas, Editora Qualitymark e também como e-book na Amazon Books.

O Código Genético auto-organizador da vida, com a informação armazenada nas moléculas de DNA, responsável pela auto-organização da Biosfera, o nível biológico da natureza. O Código Neural auto-organizador do cérebro, com a informação armazenada nas redes neurais clássicas, responsável pela autoorganização da Noosfera que corresponde ao nível neuropsicológico e biossocial da realidade.

Francisco Di Biase

Neurocirurgião e Neurologista, Pesquisador da Consciência e da interação Mente-Cérebro.

O Código Quântico-Holográfico auto-organizador da Consciência, com a informação armazenada nas redes quântico-holográficas holoinformacionais não-locais que interconectam a mente holográfica com o universo quântico-holográfico. Ano 3 | dezembro 2020

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Mecânica Quântica Por: Jean Savedra

Na frequência da alegria

Eu chamaria de vibração magnifica, ou então diria que é a ousadia da alma. Alguns poderiam te julgar por estar alegre: “Nossa! Qual a causa dessa pessoa estar tão alegre se há tanta desgraça no mundo?”

o raio do seu campo quântico alcançando pessoas dentro desse raio. A alegria afeta o meio ambiente humano e natural. Quanto mais pessoas felizes menos problemas em nosso entorno. Uma esposa que vive mal-humorada, não sabe do mal que esta atraindo para o seu lar. Um marido que malhumorado não tem ideia de como está arruinando sua casa aos poucos.

É comum que pessoas nos meçam por suas próprias réguas e por essa razão tentam nos sucumbir ao seu mundo triste e sem graça. Visto que sua risada incomoda alguém, é necessário discernir se o medo de ser feliz, inibi o espírito de alegria em você.

A alegria é uma onda energética terapêutica e Na física quântica temos as energias quantificadas curadora, ser alegre é uma qualidade inerente ao ser em escalas emocionais. A alegria estaria classificada humano, é uma tecnologia mental que desperta sua acima da frequência do amor, variando entre 600 fé através da sensação de bem estar. A alegria traz e 700 hertz na escala de Hawking. É importante a mudança de perspectiva e te desvia de censuras entender que sua vibração em alta voltagem aumenta alheias por mais que isso aconteça. revistaestimuladamente.com.br

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Mecânica Quântica

Para ativar alegria, fale positivamente das coisas. Entre pontos e contrapontos, sempre haverá um olhar analítico positivo. Estar alegre não é rir o tempo todo, mas trata-se de um estado de energia que se purifica continuamente. A alegria é seu corpo em águas vivas. É como um rio fluído alimentando a natureza e embelezando tudo ao redor. Você pode ver um sapo e sentir nojo dele, mas note que sua boca está sorrindo. A natureza ensina os caminhos do fluxo abundante. A vida nos apresenta oscilações, eu sei bem disso. Mas ao mesmo tempo nos inspira, se observamos os detalhes contidos nela. Seja sensível ao que está nas mensagens das entrelinhas.

Toda vez que você ri, você está encerrando o ciclo perigoso. Rir é um ato profético do fim da tristeza e do lamento. Rir é sair do estado racional e entrar em um estado alterado da consciência, ao mesmo tempo em que a expande através da sensação de alegria. Rir é uma auto anestesia. Rir é uma tecnologia interna disponível para todos nós. Perceba como os bichos primatas como gorilas e orangotangos riem quando termina uma ameaça predadora. O riso prolonga a vida e faz bem para o sistema imunológico.

Há muitos que não suportam a alegria espontânea, comece a rir em um restaurante lotado, verás que Ser desperto é cultivar a alegria. Nós possuímos muitos se sentiram desconfortáveis com olhares variados sistemas no corpo: emocionais, espirituais e constrangedores. fisiológicos. Todos eles podem adoecer. Pensar com Entretanto saiba... leveza na situação caótica dará melhor desempenho aos seus nervos parassimpáticos com doses de bons ...quanto mais você ri, mais motivos neurotransmissores.

para rir você terá. Quanto maior o grau da alegria, mais você se afasta da sedução enganadora da perversidade e o descontrole das pessoas que apenas reclamam de tudo.

Como vai seu sistema imunológico ou cardiovascular? Ou como anda seu sistema digestório, muscular ou neuroendócrino? E seu sistema respiratório em períodos de meditação e contemplação do belo?

No mundo secular a proposta será trocar o gozo eterno pelo riso momentâneo. Sigmund Freud disse certa vez: “O riso libera a tensão e é a energia psíquica benéfica a saúde, por isso é um mecanismo disparado quando estamos nervosos, zangados e tristes.”

Há cura e alívio se você rir. A risoterapia já é uma comprovação de tratamento para cura da alma. Se estamos cansados de viver, em virtude de inúmeros desastres e decepções. Acredite, a solução é rir. Para que seu novo ciclo de vida seja de grande mudança, a chave esta no riso espontâneo. Rir é se elevar. É transcender. É a alegria que substituirá o pranto e te fará uma pessoa “novinha em folha”.

Estudos comprovam que dois minutos de riso baixa a pressão arterial e reduz os hormônios de stress elevando sua frequência. O riso exercita os órgãos e promove a oxigenação no cérebro.

Enquanto uns cultivam o vitimismo e choram por pouca coisa, as pessoas mais elevadas ririam, e até mesmo, de seu próprio tombo. Como enfrentar o dia estressante? Ria e ria muito. Aprenda a ver o lado engraçado dos fatos negativos. Há sempre um lado divertido em tudo isso. O efeito psicológico do riso já é comum e pode tratar pacientes em grau de depressão com a gelotologia, o estudo do humor. A risada libera substâncias de endorfina. Digamos que você ficou temporariamente “doidão” ou fora de si de tanto gargalhar. Chorar de rir derrama algumas lágrimas que, por si, contêm uma substância chamada encefalina, que é um tranquilizante natural do corpo e alivia a dor. Quando você ri seu sistema límbico, onde funciona seu sistema das emoções, dispara um aviso sobre o fim do perigo. Ano 3 | dezembro 2020

A terapeuta Louise Hay trouxe esse conceito em seu livro “Cure seu corpo” e “Você pode curar sua vida”. Foi assim que ela se curou de um câncer terrível e por suas imensas adversidades trouxe grandes ensinamentos a todos. Querido leitor, tome a decisão de nunca mais sentir culpa, se zangar ou sentir vergonha por alguma coisa que você não consegue fazer ou cumprir. Sempre ria quando puder. Rir é mais barato que remédio. Rir é encerrar um ciclo e comemorar o ciclo novo. Seja menos exigente consigo mesmo. Pega leve, não leve tudo isso muito a sério. Jean Savedra contato@jeanricardosavedra.com

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Desenvolvimento humano Por: Renata Castello Branco

Em que TEMPO mora a FELICIDADE?

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Desenvolvimento humano

Mais um ano que se vai, menos um ano que se vive. E em que direção você está olhando? Para o ano que passou ou para o ano que está por vir? Em que tempo você costuma passar a maior parte do seu tempo, no passado, no presente ou no futuro?

Não é por acaso que a felicidade é um horizonte perdido quando se acredita que ela será encontrada sempre mais adiante. Depois da formatura ou após o casamento ou quando conquistar aquele emprego ou a conta bancária dos sonhos...

Especialmente em relação ao ano de 2020, considerado traumático por muitos, algumas pessoas falam em “deletar” ou cancelar o ano vivido e se recusam a refletir sobre os acontecimentos inesperados trazidos pela pandemia, e os impactos em suas vidas. Mostram-se aflitas pelo ano novo, como se os ventos de 2021 magicamente fossem remover os infortúnios do ano velho.

Santo Agostinho já havia dado pistas de que felicidade é coisa do presente, quando declarou que felicidade é seguir desejando aquilo que já se possui. E para os que perguntam como ser feliz em tempos tão turbulentos, em meio a tantas tragédias e sofrimento humano, Aristóteles nos ensina que “podemos ser felizes pelo Daemon (virtude) e pelo Areté (excelência) e que a felicidade é o encontro do pensamento e da ação.

Outros, estão tão presos aos episódios negativos que aconteceram, que não conseguem olhar para frente e prosseguir. Mostram-se pessimistas em relação ao futuro e de alguma maneira, escolhem ficar aprisionados nos danos ocorridos. Não se veem como parte ativa da construção do novo e inconscientemente optam pela acomodação e pela espera sem esperança.

Só há um único tempo possível para a convergência entre pensamento e ação – o presente. Realizar e entregar o melhor a cada momento vigente é atuar na construção da felicidade. Agir guiado pela virtude e pela compreensão de que em tudo há um sentido maior, faz a vida valer à pena, mesmo em contextos tão desafiadores.

Existem aqueles que simplesmente ligam o “fodase” e seguem sua trilha, ignorando a paisagem. Egocentrados, levam a vida alheios ao que parece não lhes atingir. Parecem estar no tempo presente, vivendo um dia de cada vez, mas de maneira descolada, desconectada da realidade, pois não acolhem as inevitáveis emoções provenientes de um cenário de crise, incerteza e instabilidade.

No final das contas, saúde, equilíbrio e felicidade é para quem acolhe a realidade tal qual ela é, com luz e sombra, e vive o momento presente com esperança, atuando como parte ativa e corresponsável pela construção de dias melhores para si e para o próximo. Depende de nós. Feliz construção de ano novo!

Olhar excessivamente para o passado, mesmo que recente, revela o predomínio de emoções desagradáveis que podem paralisar o indivíduo, como tristeza, culpa, melancolia, ressentimento, mágoa ou rancor.

“Felicidade não é para os inertes e sim para os ativos.” (Aristóteles) Renata Castello Branco Psicóloga Clínica, Fundadora da Excelência Consultoria RH e Facilitadora da Felicidade. renatacastellob@excelenciaconsultoriarh.com

Já a mente predominantemente no futuro indica ansiedade, preocupação, medo, emoções que ocasionam estresse e tiram as condições adequadas do agir consciente. Esses costumam acreditar que o fato de viverem com a mente no amanhã, vão conseguir se prevenirem e se prepararem para possíveis imprevistos e mudanças, como se fossem ganhar tempo ou chegarem primeiro em algum lugar. Mal sabem eles, que a maior perda de tempo é não viverem o momento presente e que a única forma de alcançarem o que desejam, é estar e agir no aqui e agora. Ano 3 | dezembro 2020

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Organização Vibracional Por: Tais Reis

Os Alimentos

O tempo é um dos indícios mais evidentes que validam a nossa existência. É ele, que, dividido em minutos, horas, dias, semanas, meses, anos e décadas nos convoca a adotar resoluções, a ter um planejamento e incentiva que projetemos ações para o depois...

Qual seria a relação do tempo com a organização vibracional? Diria que são intimamente ligados. A organização otimiza o nosso tempo à medida que setorizando os inúmeros objetos que acumulamos ao longo da nossa existência, colocando tudo em seu devido lugar. Ao incluir a dimensão vibracional à organização passamos a um novo patamar, o que nos remete a observação atenta para a implantação e manutenção de uma egrégora agradável na casa. A organização vibracional amplia o nosso olhar para detalhes que não observávamos, muito por conta de uma rotina de obrigações e compromissos excessivos.

Ele, o tempo, é a força que norteia grande parte das nossas escolhas, e apesar de tão importante, ele é relativamente pouco enaltecido. Mas sempre lembramos quando não o temos, quando ele escorre através dos dedos e se vai sem ser notado. revistaestimuladamente.com.br

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• Sempre manter em casa uma fruteira com frutas frescas da estação.

E eis que voltamos ao assunto tempo. Então vemos que a contribuição dele para o tema dessa edição é fundamental, pois vamos falar de alimento.

• Evitar o desperdício. Quando as frutas e verduras estiverem muito maduras ou ‘passadas’, procure aproveita-las utilizando-as em receitas criativas. Se não for possível, alimente os pássaros ou faça uma composteira doméstica.

Nesse ponto convoco uma reflexão: Qual foi a última vez que você saboreou uma refeição? Que degustou o seu vinho preferido com paciência? Quando comeu aquela sobremesa deliciosa, se demorando em sentir cada sabor da sua composição?

• Mantenha a despensa sempre limpa e organizada, os alimentos comprados mais recentemente devem ser colocados atrás dos que já se encontram na despensa.

Vamos um pouco mais adiante: Quando você preparou seu alimento com calma, atenção plena e presença?

• Se você utiliza os grãos e alimentos secos em potes, lembre-se de recortar a data da validade da embalagem original e colar no fundo do pote, utilizando uma fita adesiva.

Se você é uma das pessoas que conseguiu responder a algum desses questionamentos com segurança e firmeza, parabéns. Você conseguiu fazer o que muitos de nós desejamos, pois atualmente formamos um exército de pessoas que preparam alimento em série. Escolhemos um dia da semana para cozinha em quantidade e depois congelar por tanto tempo for possível. O limite é a quantidade de potes para acondicionamento, e também o tamanho do congelador.

• Mantenha a geladeira arrumada e organizada, sempre observe a data de validade dos alimentos, dando preferência ao consumo dos que tem sua data de validade mais próxima.

Mas, e o tempo? Como ele está passando para você? Chegada as festas de final de ano, apesar do cenário atual, alguns devem se reunir para os festejos. Os encontros, em sua maioria, se dão em volta da mesa, em momentos de confraternizar, sempre acompanhado de alimentos.

• Sempre que tiver um dia desafiador, faça uma receita que te lembre momentos felizes na sua infância. • Convide a família para a cozinha. Filhos, esposa, marido, sobrinhos, avós. São momentos como estes que constroem memórias incríveis.

As festas de épocas mais remotas eram motivadas pela celebração da colheita, dada a importância de comemorar o fato de termos o alimento para nos saciar. É esse sentimento que pretendemos reacender quando falamos da importância de tratarmos o alimento em as suas fases com respeito, alegria, agradecimento e amor.

Reserve um tempo para se divertir preparando suas refeições e saborear os alimentos com a reverência que eles merecem. O alimento é vida e a vida fluindo em sua casa eleva a vibração do seu lar. Tais Reis Terapeuta

Adquirir o alimento, prepara-lo com prazer e degusta-lo com paciência é um ciclo harmonioso que eleva a vibração do nosso lar. Quem resiste ao sentir o aroma de um bolo sendo assado no forno? Algumas ações que relacionam o papel do alimento na organização vibracional do nosso lar são relativamente simples e podem ser adotados por todos, mas necessitam de tempo e dedicação para implementar e mantê-las de forma perene, são elas: Ano 3 | dezembro 2020

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Educação - 0 a 3 anos Por: Leila Oliveira Costa

Deixar emergir os silêncios: por outras formas de escutar, compreender e respeitar os Cuidados com os Bebês

Tomo de minha última leitura (o texto de Alma Gottlieb) a seguinte reflexão: nós adultos, que falamos sobre a nossa visão sobre os bebês e que falamos por eles, somos tomados, nas últimas décadas, pela percepção de que os bebês precisam de cuidados corporais e que estes cuidados influenciam na sua vida hoje e, para sempre. Mas o que é necessário para se cuidar do corpo do bebê? Uso a palavra percepção pois, em todas as culturas, os cuidados com o corpo do bebê são uma realidade presente, porém, com contornos diferenciados. Uso também a palavra percepção para evocar que, percebemos à partir dos sentidos, porém, de maneiras formas diferentes, a depender de como na nossa própria cultura vivenciamos o corpo. O que é necessário para o cuidado com o seu corpo? Durante todo o ano de 2020, retomei, depois de múltiplos diálogos, leituras e escutas, as minhas próprias crenças e intenções em relação aos cuidados corporais, e em especial, a constituição social daqueles que consideramos cuidadores e daqueles que recebem os cuidados: os bebês. revistaestimuladamente.com.br

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Educação - 0 a 3 anos

O cuidado corporal é a única forma de cuidado possível?

O que os pais que tiveram oportunidade de estar com os filhos perceberam são “as coisas da vida”. Coisas da vida que englobam estes dois aspectos: os Me surpreendi quando ainda este ano tive que explicar a adultos sobre o fato de os cuidados serem propulsivos e os repulsivos. parte do que chamamos de processo educativo. Reconheci alguns aspectos de alta complexidade Em todos os sentidos, e de quem um professor de e que eram considerados como problemas para as bebês, que não se ocupa dos cuidados, na verdade famílias, aspectos que se manifestam nos discursos res-sente a visão de que os excrementos dos bebês dos pais e dos educadores, e em mim também, constituem-se como algo que apesar de fazer parte como implicações dos discursos sobre o que é da vida, é repulsivo. cuidar, educar, desenvolver-se e, em especial, sobre o que é certo ou errado na educação quando Este fato me fez retomar a primeira leitura que fiz sobre a história das práticas integrativas em saúde, falamos da vida dos bebês. Estes discursos, muitas de autoria do professor Nelson Fílice de Barros. vezes baseados em uma mistura de discursos Diz ele que a própria Vida, pela diferença que colonizadores, eurocêntricos e americanizados sobre estabelece entre seus comportamentos propulsivos desenvolvimento, encontrados em diversos manuais, e repulsivos, (eu chamo de re-sentidos), introduz programas, livros e abordagens que pretendem na ciência humana as categorias de saúde e doença. tomar para si o protagonismo do discursos e que, Os excrementos dos bebês, também se constituem se vistas apenas em sua forma podem se tornar neste nível, são perigosos pois causam doenças mecanismos que destroem a possibilidade de relação (repulsivos), e ao mesmo tempo necessários a entre quem cuida e quem é cuidado. Entre quem vida(propulsivo) pois sua ausência, significa doença. observa e quem é observado. E portanto, se os excrementos são parte da vida, Acostumamos com discursos sobre quem se ocupa destes excrementos? A lógica escolar desenvolvimento dos bebês baseados em métricas exclui a lógica que é a vida? definidas, em evidências científicas e não plurais Em um texto de Abril de 2020 escrevi sobre a mas sempre produzidas em arcabouços científicos centralidade dos cuidados na vida dos bebês que e destituídos de duas realidades importantes, as voltavam para casa com suas famílias. Naquela econômicas e as sociais. Embora pesquisas no ocasião observei que não entregamos aos pais uma campo da sociologia da infância e da etnografia, pedagogia. Entregamos aos pais o protagonismo como as realizadas pela brasileira Renata Meirelles, em relação aos cuidados que até ali eram ou como as realizadas por Alma Gottlieb na compartilhados (no melhor dos casos). África, nos mostrem que em um mesmo país, Nos meses que se passaram, em especial no o papel da cultura dá contornos diversos para atendimento a famílias na clínica de família, ou nos o desenvolvimento dos bebês e das crianças, atendimentos em reuniões escolares, essa percepção ainda acreditamos que é necessário um caminho sobre a centralidade dos cuidados foi se tornando seguro, que costumamos chamar de correto para mais evidente na medida de que as preocupações o desenvolvimento dos bebês. Desconsideramos familiares giravam em torno da comida, do sono, a organização das comunidades estranhas à dos excrementos (desfralde, problemas intestinais, nossa; suas crenças, filosofias e economia que, infecções urinárias), motricidade e fala. funcionam como balizadores destes processos que As alegrias e percepções sobre o desenvolvimento chamamos FORMAS de VIDA. Curiosamente, ao sadio dos bebês também se concentram neste nos focar neste caminho correto, muitas vezes não círculo de questões. Os pais não diziam: Percebi que conseguimos perceber aspectos de nossas próprias ele construiu uma torre! ou, Meu bebê desenhou formas de vida, a de sociedade dita moderna, que um círculo! Ou meu bebê desenvolveu um Jogo desviam o curso do desenvolvimento de um bebê. Heurístico. Ao contrário, o desenvolvimento era descrito em afirmações como: Ele aprendeu a andar! Ele come usando a colher conosco! Ele brinca o tempo todo com as coisas da cozinha! Ele está deixando as fraldas! Ele repete o que falamos! Ano 3 | dezembro 2020

Gostaria de apresentar a meus leitores dois pequenos exemplos que revelam a importância de se considerar o papel destas estruturas sociais na análise dos discursos sobre desenvolvimento.

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Educação - 0 a 3 anos

Pensemos nos textos que evocam a ausência da brincadeira nas sociedades modernas. É verdadeiro que as crianças brasileiras da era moderna não brincam? Talvez se visitássemos comunidades como aquelas em que estão constantemente Renata Meirelles, Roquinho ou, visitássemos espaços como Fava de Bolota perceberíamos que a brincadeira existe, resiste e, faz parte da vida das crianças.

De fato, a riqueza da Abordagem Pikler é o fato de como, a partir de um arcabouço de conhecimentos em vários campos de conhecimento (psicanálise, salutogênese, nutrição e medicina, pedagogia) a pediatra austro – húngara Emmi Pikler, desenvolve um sistema de Cuidados de Qualidade. No entanto, não há em sua literatura a afirmação de que este seria o único sistema de cuidado possível. Pensando por exemplo, na sua pesquisa principal, que é o O mesmo pode ser considerado quando alertamos desenvolvimento motor, Emmi Pikler relata em sua constantemente os pais das grandes cidades sobre os pesquisa os possíveis PERCURSOS dos bebês que perigos da tecnologia, quando, 66% das crianças não no início de suas vidas são colocados deitados com a barriga para cima em solo firme, em liberdade tinham acesso a recursos tecnológicos em 2018. O de movimentos. As descobertas de Emmi Pikler que fazem estas crianças? sobre estes percursos são surpreendentes, porém, Em ambos os casos, podemos tomar as afirmações: localizadas em um contexto histórico, cultural e de As crianças não brincam e, recursos tecnológicos condições de vida que não podem ser reproduzidos, atrapalham o desenvolvimento das crianças mas, podem ser ampliados e tomados como como um fato verdadeiro mas em determinada referências. Por exemplo, em Bengland, onde vivem comunidade. Há algo silenciado que precisa ser os bebês Beng essa pesquisa não faria sentido. Ali, percebido. O que as comunidades em que as crianças os bebê devem estar sempre em contato com o brincam podem nos ensinar? O que fazem as corpo de alguém, ou da mãe enquanto ela mesma crianças que não tem acesso a aparatos tecnológicos? trabalha no campo, ou no corpo de uma Len Küly O que estas comunidades que estão no Brasil podem (cuidador de bebê). Deixar o bebê longe do corpo nos ensinar? é considerado uma crueldade nesta cultura. Além A pergunta que re-senti neste período diz respeito disto, o bebê fica sempre preso às costas deste outro a estas questões. Como podemos acessar, em nossas nesta posição vertical, algo que não é aconselhável próprias comunidades, saberes que estão silenciados na Abordagem Pikler. Ainda assim, os bebês Beng, e desconsiderados em educação? que ficam pouco tempo no chão, engatinham entre quatro e seis meses e andam entre doze e catorze Eu mesma precisei de silêncio para compreender algumas incoerências no que eu mesma me propus a meses, período possível para os bebês pikler, que estão em liberdade desenvolverem as mesmas ensinar: Os cuidados com os bebês. capacidades. Penso também, na conversa que tive com Nilce Pontes sobre os Cuidados com os Bebês Vejo crescer a disseminação de um no Quilombo. Nos primeiros dias de vida, os bebês conhecimento importante, válido, são enrolados e ficam bastante tempo no colo, não necessário, mas, por outro lado, vejo um só da mãe, mas de todos os que quiserem pegá-lo perigo iminente: Transformar abordagens no colo, um sinal da importância da coletividade no em métodos instrumentais que colonizam cuidado naquela comunidade. Depois estes bebês são colocados em cestos e levados para o campo com os cuidadores e os bebês. a família. Inicialmente são retirados do cesto pelos adultos e aos poucos, se tornam capazes de sair deste Quem me acompanha, sabe que nos últimos cesto. O cesto, que teoricamente, na Abordagem anos, eu tenho realizado viagens constantes para Pikler seria visto como um espaço que contém o compreender os Fundamentos da Abordagem movimento, na Comunidade Quilombola não é uma Pikler. Fascinada pelas possibilidades concretas de ameaça para o desenvolvimento do engatinhar e do transformação do meu olhar para o trabalho que andar que acontece também, em período próximo realizo com bebês chamei para mim mesma uma àqueles relatados por Pikler e Alma Gottlieb quando responsabilidade: Compreender essa abordagem apresenta o caso dos bebês Beng. como uma pesquisa. revistaestimuladamente.com.br

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Coloco esses casos para exemplificar como, um sistema de evidências como o da preciosa pesquisa de Emmi Pikler não pode ser vista como regra ou metodologia. Bebês de 1950, sem pai ou mãe, em uma instituição coletiva, em que os adultos não são pais, ou seja, em condições materiais, sociais, econômicas e históricas específicas se desenvolvem de forma magnifica à partir de um sistema de Cuidados de Qualidade que é Multifatorial, assim como os bebês Beng, e os bebês Quilombolas.

protegidas por outros. Assim também acontece em uma Comunidade Quilombola que, acolhe o bebê como anjos recebidos pela Terra. Os adultos são então, responsáveis por cuidar de cada um destes bebês e protegê-los. Em síntese, em comunidades diversas, situadas culturalmente, historicamente, socialmente e economicamente, o Cuidado de Qualidade é presente, embora com contornos diferentes. A propulsão e a repulsão, parte da vida, criam significantes diversos, mas, o acolhimento ao bebê em suas múltiplas manifestações é presente.

Com este exemplo não quero confundir meus leitores ou propagar um relativismo raso, com a afirmação de que tudo é certo a depender do contexto. O que apresento aos leitores é uma provocação. Nestes três exemplos, os sistemas são de Cuidados de Qualidade, pois, nas palavras do professor Nelson Fílice de Barros, são Cuidados Emancipadores. Permitem aos bebês viverem de forma plena aqui e agora, protegidos e, em especial, sendo vistos como pessoas dotadas de particularidades e singularidades em múltiplas dimensões. Emmi Pikler nos inspira ao transformar em possibilidade uma vida plena, longe dos perigos mais eminentes que são frutos da separação e do abandono. A comunidade de Bengland, que acredita, antes de tudo, que os bebês são seres espirituais e assim significam suas práticas de cuidados, de maneira singular, consideram estes os bebês com vontades e anseios próprios, porém sem perder de vista que devem ser cuidados e Ano 3 | dezembro 2020

Dito isto, evoco uma segunda provocação aos meus leitores que de alguma forma convivem com bebês: será que somos capazes de considerar então, estes conhecimentos silenciados em relação aos cuidados com os bebês, em especial em nosso país? Será que nos damos conta dos contornos específicos que criam nossos sistemas de cuidados? Será que estes cuidados são emancipadores, ou seja, será que permitem uma vida plena no aqui e no agora? Lembro-me de minha perplexidade quando, nas muitas ações formativas que pude oferecer este ano, os módulos dos estudos europeus relacionados a educação de bebês, chamavam centenas de educadores (e isto é magnifico), porém, os módulos de estudos de nossas próprias comunidades estiveram quase vazios. 19

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Também observei, neste período, que existe uma resistência de olhar para nossos bebês fora do eixo: Casa e Escola. Mesmo com afirmações de que bebês são agentes sociais, em nossa cultura a sociedade do bebê é vista de forma rasa, sempre emparedada na relação com seus pais ou com educadores, o que se constitui como contorno perigoso em relação a estrutura de vida. Para autores Húngaros como Nagy, na sabedoria do Quilombo e, na sabedoria dos Beng, os Cuidados de Qualidade fazem parte de um sistema de valores que impactam a sociedade como um todo, incluindo o futuro da própria comunidade. Amplio esta questão pedindo seu silêncio neste ponto da leitura. Os bebês estão apenas em casa ou na escola? Onde mais em nossa sociedade os bebês são realmente sociais? Somos capazes de sair desta distração coletiva, vestida de positivismo e pseudo poesia, de palavras bonitas e regras de ouro sobre bebês? Podemos compreender que o protagonismo do bebê não é apenas micro? Quantas vezes lemos: As famílias precisam da creche para trabalhar e, quantas vezes pensamos coisas não muito dignas sobre esta afirmação já que, no discurso presente, prestar assistência é um aspecto vergonhoso e rechaçado no olhar das teor ias educativas? Será que conseguimos compreender neste período que há mais conteúdos silenciados em relação a educação de bebês do que poderíamos imaginar? Quando afirmamos que as famílias precisam trabalhar, ou seja, precisam de uma rede de apoio para continuarem no mercado de trabalho e garantir seu sustento, poderíamos considerar este um aspecto importante pois, presente em outras culturas também. A questão é que, quando olhamos o contorno que uma pandemia trouxe para esta afirmação, podemos perceber que estávamos inocentemente desconsiderando os bebês como protagonistas em relações também de cunho econômico. Criamos um tipo de cuidado na sociedade brasileira que não se sustenta em um padrão de qualidade para a Vida Aqui e Agora. Criamos um sistema de cuidados que sustente a manutenção da produção de dinheiro. revistaestimuladamente.com.br

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Mas há ainda outras questões que podemos pensar sobre o que chamamos de cuidados em nossa sociedade.

Volto a comunidade Beng, em uma imagem relatada por Alma Gottlieb, em que ela fala da fila que cresce na comunidade quando um bebê chega ao mundo. Além das boas vindas, os visitantes jogam para o quarto onde o está o bebê moedas ou búzios (que nestas comunidades são tão preciosos quanto o ouro). Penso também na cena descrita no livro de Emmi Pikler, em que ela relata a necessidade de materiais como balanças e medidores de leite, objetos materiais, como necessidade eminente para um atendimento de qualidade.

A pandemia fechou escolas que atendem bebês, sejam elas públicas ou privadas, e em muitos casos, os que cuidavam dos bebês viram-se sem seu próprio trabalho. Ou seja, o cuidador que cuida do bebê, só tem valor enquanto sustenta a produção de dinheiro. Uma escola a cada nove horas foi fechada em 2020 por motivo da “ausência compulsória dos bebês” e não por ausência de uma abordagem A ou B. Bastou que a creche não pudesse desenvolver a sua principal função que é a dos cuidados para que, em poucos meses, sua sobrevivência estivesse ameaçada, em especial no quesito: Finanças. A presença dos bebês gera capital, no entanto, chamamos o investimento em bebês de gasto.

Precisamos escutar para além dos discursos que nos dizem que “Abordagens Pedagógicas, Projetos e Planos são suficientes”. Bebês contribuem com a economia, possuem necessidades de cunho econômico e sim, o investimento econômico também influencia no desenvolvimento” A visão de bebês em “guardarias” palavra ainda existente em muitos países da Europa é falsa. Os bebês não estão guardados e passivos. Ver o protagonismo do bebê significa inseri-lo nas discussões de cunho social, econômico e quem sabe um dia, espiritual.

Revisitando após oito anos a minha dissertação de mestrado fui tomada pelo mesmo sentimento de desconforto de quando descobri que, o projeto Casulo, iniciativa do Regime Militar, ao contrário do Colégio Caetano de Campos, receberia a maior quantidade de crianças pobres com o menor custo possível. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação continua a disseminar a premissa: A premissa dos padrões mínimos de qualidade de ensino.

Precisamos ir além da discussão mais que rasa sobre cuidar e educar, para uma outra, que seja capaz de entender o bebê inserido nesta complexa rede de relações que é frágil e perigosa.

E enquanto os bebês recebem o mínimo, eles sustentam quanto do máximo da produção econômica?

Bebês também participam da manutenção de formas de vida, que podem ser vida ou sobrevida.

Eu me silenciei para pensar que este padrão mínimo de qualidade, torna-se um padrão mínimo de cuidados, desde a origem dos cuidados institucionalizados. O emparedamento dos bebês, que lhes tira a saúde, e a vida em natureza em favor de uma segurança imaginária. O medo da areia, das folhas caídas no parque, do pernilongo, e das pedras, são perigos frente a um vírus.

Portanto, seremos capazes de, ao aprender sobre as formas de Cuidar, deixar vir outras, silenciadas por várias forças, que podem trazer uma qualidade que deixe viver, de forma plena, AQUI e AGORA aqueles que um dia serão nossos cuidadores? Que creche acolherá nossos bebês daqui em diante? A mesma? Podemos iniciar um círculo vicioso e virtuoso de Cuidados com a Vida?

O discurso de que o número de bebês por sala não importa e de que o que importa é a vontade do educador, e que faz grandes metrópoles como Campinas juntarem em salas minúsculos quarenta e dois bebês. O discurso que espaços adaptados são suficientes para se garantir os cuidados com os bebês e de que, os professores devem trabalhar por amor e por isso, cuidarem de oferecer os insumos básicos como sabão e shampoo, não nos servem mais.

Só poderemos compreender estas questões todas, se nosso silêncio, nos levar a outras formas de compreender Outras Formas de Cuidar. E quem sabe, estas formas de cuidar possíveis estejam bem perto de nós? Leila Oliveira Costa Pedagoga | Terapeuta leilabob9@hotmail.com

O fosso entre o público e o privado e o silêncio sobre os ataques financiamento da educação fizeram surgir que tipos de espaços de cuidar? Ano 3 | dezembro 2020

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Universo Holístico Por: Amanda Reis

Os movimentos Alquímicos e a percepção de ser com sentido

Aho meus irmãos!

Tentarei ser didática, embora saiba que a minha escrita é nada linear!

Estamos chegando ao fim de 2020, conscientes das exigências desse ano regido pela força do Sol, onde vivenciamos a experiência de uma grande conjunção astrológica que nos impôs o desafio de revisitar nossa condição de humanidade e nossas formas de relação nesse planeta.

O que virá mais adiante, fica para ser decidido em momento oportuno. Hermes Trimegistus Era também identificado como o Deus Thoth dos egípcios. Filho de Zeus e de Maia, o arauto dos deuses e fiel mensageiro de seu pai, nasceu numa gruta do monte Ciline, na Arcádia. Esse personagem fabuloso, que os egípcios e os gregos consideravam como o pai de todas as ciências, era o legislador, o mago e o benfeitor do Egito, e viveu no século XX A.C. Os gregos, discípulos dos egípcios, o chamavam Hermes Trimegistus ou Trindade Suprema, que foi um lendário e fabuloso legislador egípcio, sacerdote e filósofo, que viveu durante o reinado de Ninus, por volta de 2.270 anos A.C. Hermes Trimegisto era o nome que os gregos davam ao deus egípcio (Hermes-Tote). No culto egípcio de Osíris, Tote era o grande conselheiro que presidia às ciências e se lhe atribuíam todo um conjunto de obras que continham praticamente todo o saber do antigo Egito.

Ao se pensar em fundamentos para uma nova forma de viver, que tenha como elementos originantes o autocuidado e a autoeducação a partir da ativação de um estado de consciência centrado no aqui agora, potencializando a integralização dos quadrantes pensamento/razão/sentimento/intuição, o processo de transformação alquímico se apresenta como um importante caminho na auto-localização existencial do nosso Eu-Divino. Certa de que esta temática terá que ser tratada em diversos outros textos, e que o que aqui se exprime não é uma verdade absoluta e sim apenas um campo de visão ainda em construção, comecemos fazendo uma breve apresentação da Alquimia e dos seus princípios fundamentais. revistaestimuladamente.com.br

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Universo Holístico

Do seu nome - Hermes - veio a designação de todos os cultores das Ciências Ocultas; a ele são atribuídas inúmeras obras relativas à religião e às ciências conhecidas sob o nome de Livros Herméticos. Esse adjetivo “hermético” que utilizamos frequentemente no nosso dia a dia, traz a ideia de fechado, no seu significado inicial simbolizava aquelas visões e aqueles conhecimentos que não eram permitidos ao homem comum discernir ou indagar. Portanto, algo hermético, além de fechado inteiramente, significa “ensinado por Hermes” ou relacionado aos Livros Herméticos.

Estes textos mais ou menos obscuros, onde o leitor mais racional por vezes só vê quando tem algum sentido, carregado de tautologias, isto é, repetindo várias vezes a mesma coisa com outras palavras, retomam, de fato, a doutrina ocultista da unidade cósmica, da analogia e das correspondências entre as diversas partes do universo. Foram eles que inspiraram os pacientes trabalhos e meditações dos alquimistas tanto na transmutação dos metais como para a busca da divindade. A ciência do hermetismo foi cultivada durante a Idade Média sob várias denominações: ocultismo, esoterismo, magia, alquimia, astrologia, cabala e influenciou quase todas as correntes de pensamento filosófico da época. Mas, sob o nome de hermetismo designou-se particularmente a parte teórica e filosófica da alquimia medieval, segundo a qual existem íntimas e misteriosas relações entre todas as porções do Universo visível e invisível.

Hermes, portanto, é relacionado com as ciências ocultas, sendo considerado o patrono dos alquimistas. Condensou a síntese e a substância da Sabedoria do antigo Egito, tendo resumido essa Sabedoria em proposições que foram gravadas sobre uma Tábua de Esmeralda: a Tábula Smaragdina, como foi denominada em latim. Esta Tabula, que chegou até nós em uma tradução árabe do século X, cujo autor é desconhecido, foi gravada sobre uma esmeralda pelo próprio Hermes, e a lenda diz que essa pedra foi encontrada em seu túmulo.

Primeiro ponto de comunhão a ser tratado é a relevância alquímica no sentido de buscar a integralização entre os diferentes níveis de realidade (visíveis e invisíveis) no caminhar emaranhado de autopercepção do sujeito. A consciência da unidade cósmica, traduzida em textos sagrados como Os sutras de Patanjali, o Viveka Shudamani - A joia Suprema do Discernimento ou mesmo em Pistis Sophia, tratada tão claramente pela bases epistemológicas da transdisciplinaridade (teoria da complexidade, diferentes níveis de realidade e lógica do terceiro incluído), são fundamentais para o desenvolvimento de um modo de vida que ao menos se aproxime do que o Krhisnamurti chame de Educação Correta: uma educação na vida, pela vida e para a vida.

Na verdade, é no século XII que surge na Europa Ocidental, através das Cruzadas e dos contatos com o mundo islâmico, uma série de textos herméticos traduzidos do árabe para o latim. O mais conhecido de todos esses textos é a justamente essa Tábua Esmeraldina. Esta “Bíblia dos alquimistas”, consta de umas trinta linhas onde se encontra a famosa Lei das correspondências, lei fundamental de todo o Ocultismo:

O que está embaixo é igual ao que está em Essa é a grande sabedoria da pedra filosofal, que cima. E o que está em cima é igual ao que está perpassa o acesso às grandes salas da evolução embaixo, para realizar os milagres de uma espiritual e humana que se apresenta diante do única coisa. desafio de viver no coletivo da humanidade.

Mas esses são apenas alguns pontos iniciais para inaugurar uma conversa que ficará para um segundo momento, no próximo ano...

Esta afirmação implica na aceitação de que todo o Universo, tanto em cima como embaixo, tanto “no céu como na terra”, tanto no macrocosmo no microcosmo, em todos os níveis de manifestação, é regido pelas mesmas leis.

Feliz vida, feliz 2021! Amanda Reis amanda.reis@estimuladamente.com.br

E tal como todas as coisas vieram e vêm de uma única origem, assim, também, todas estas coisas nasceram dessa coisa única, por adaptação. Ano 3 | dezembro 2020

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Vida no Trabalho Por: Sandra Rêgo

Síndrome de Burnout

Muito hoje tem se falado sobre esta síndrome, também conhecida como a síndrome do esgotamento profissional, entretanto, foi o psicólogo alemão Herbert Freudenberger, em 1974, um dos primeiros a descobrir os sintomas e caracterizar o transtorno como um sentimento de exaustão e de desinteresse, especialmente em relação ao trabalho, causado por um excessivo desgaste de energia e de recursos. revistaestimuladamente.com.br

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Vida no Trabalho

De lá pra cá, muitas pesquisas e estudos foram dedicados à compreensão desta síndrome e, desde 2019, a Organização Mundial de Saúde – OMS reconheceu o burnout como uma síndrome crônica. Atualmente, a mesma encontra-se na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), sendo considerada como um fenômeno ocupacional. Vale destacar que a síndrome de burnout se refere especificamente a fenômenos no contexto laboral e não deve ser aplicada para descrever experiências em outras áreas da vida.

as coisas e as pessoas deixam de ter importância, ocasionando, assim, um certo isolamento das relações sociais e o sentimento de que qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil, provocando baixa autoestima. Além desses, outros sintomas são refletidos em atitudes, como: ausências no trabalho, agressividade / irritabilidade, oscilações repentinas de humor, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade e depressão. Esse sofrimento psíquico, se não enfrentado de forma adequada, é causa de afastamento do trabalho. A dor é subjetiva. A doença é uma defesa do sujeito. É como se, por meio de cada indivíduo adoecido, a consciência humana se utilizasse da doença para expressar seu desacordo com o modo de trabalho que o indivíduo tem e pode oferecer. As incertezas com relação a como se deve conduzir o seu envolvimento no trabalho (formas de agir, pensar e sentir) e a percepção da equidade entre o que o trabalhador investe e o que ele recebe nas suas relações no e com o trabalho.

Essa síndrome é considerada como uma das consequências mais marcantes da tensão emocional e do estresse profissional, e se constitui num quadro multidimensional bem definido de sofrimento psíquico no trabalho, caracterizandose pelo desgaste na relação trabalho-trabalhador. Manifesta-se especialmente em profissionais que mantém uma relação constante, intensa e direta com outras pessoas, principalmente quando esta atividade é considerada de ajuda. Segundo as pesquisas, profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros e policiais correm risco maior de desenvolver o transtorno.

É salutar lembrar que tanto o diagnóstico quanto o tratamento devem ser conduzidos por psicólogo e/ou psiquiatra. Mas saiba que é possível adotar algumas medidas para se evitar o burnout, como: estar identificado e atribuir significado àquilo que você faz (propósito) atentando para os aspectos que nos constituem: 1) biológicos (alimentação balanceada e saudável, prática de atividades físicas, qualidade do sono, respeitar os limites do corpo); 2) emocionais (diminuir a auto cobrança, aprender a lidar com a imperfeição, relaxar, buscar o autoconhecimento, desenvolver a inteligência emocional); 3) sociais, mantendo uma boa rede de apoio e; 4) espirituais, se conectar com o que você acredita e exercitando a sua fé.

De acordo com Christina Maslasch (psicóloga americana que ganhou destaque ao desenvolver, em 1981, em coautoria com Susan Jackson um instrumento para avaliar a experiência de um indivíduo em situação de esgotamento profissional que até os dias de hoje é utilizado), a síndrome de burnout se configura num construto formado por três dimensões relacionadas, porém independentes: 1) a exaustão emocional, considerada o traço inicial da síndrome, representa a carência de energia e entusiasmo, ou seja, configura o esgotamento dos recursos emocionais e físicos decorrentes da sobrecarga e do conflito nas relações interpessoais; 2) a despersonalização, caracterizada por certa insensibilidade emocional, expressa-se quando o indivíduo passa a tratar clientes e colegas de forma indiferente e impessoal, como objetos; e 3) a baixa realização pessoal no trabalho, ou sentimento de incompetência, traduzida como uma tendência do trabalhador a se auto avaliar de forma negativa.

Esse é um tema que ainda vamos ouvir muito falar... Acompanhe a nossa coluna nas próximas edições. Sandra Rêgo Psicóloga sandra@sandrarego.com.br

Sendo assim, o acometimento da síndrome, então, pode provocar diversas consequências, dentre elas a perda de interesse no trabalho, de forma que Ano 3 | dezembro 2020

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Especial - Registros Akรกshicos

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Especial Por: Jamille Coelho

O poder sagrado e curativo das ervas

Foto: Walton Ribeiro

Velhas sábias curandeiras, senhoras dos fundamentos encantados, as plantas são emissárias divinas a serviço da humanidade. Nos ensinam sobre sutileza, sobre ser gentis com nós mesmos, inspiram-nos a ser pacientes, a respeitar o tempo de expressar e realizar cada movimento. Ensinam sobre entrar em sintonia com o nosso Eu Superior, acolhendo tudo o que somos e todos os estágios que experienciamos a cada instante. Nos convidam a caminhar em sincronicidade com o tempo cíclico da terra, da natureza. Não é à toa que no Xamanismo, as plantas são consideradas uma nação, conhecida como o Povo em Pé e estão presentes neste planeta desde os primórdios. Elas fornecem oxigênio aos filhos dessa terra, num ato de amor e de profunda doação. Num gesto puramente materno, são sensíveis à escuta das necessidades de todos os seres e se empenham para atendê-las seja com suas medicinas de curas para o corpo e para a alma, seja acolhendo os seres alados, que fazem os seus galhos e troncos de abrigo. Suas raízes também servem de morada para insetos e outras pequenas criaturas que habitam debaixo do solo. Sem falar das conexões que estabelecem com os seres invisíveis, com o mundo etérico. revistaestimuladamente.com.br

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Especial

As plantas carregam as memórias e toda a força de nutrição da Terra, recebem as emantações do Sol e da Lua e em seu éter luminoso guardam a essência de cura para todos os males que se manifestam no corpo, na mente e no espírito. Possuem uma inteligência particular e auxiliam no nosso caminho evolutivo, no nosso crescimento.

as ervas têm o poder de curar ou de adoecer. Tudo vai depender da forma de utilização, da dosagem, da intenção e, claro, de conhecimento prévio a respeito.

Estudar e experimentar os benefícios das plantas é uma maneira riquíssima de reestabelecer esses laços. Com o passar do Estão sempre disponíveis para nos amparar quando tempo, por mais surreal que possa parecer, precisamos e conectamos com suas medicinas. As as plantas ensinarem os seus rezos e seus plantas elevam a nossa frequência, nos permitem segredos para cada um de nós, de forma trocar a nossa vibração, criando um campo luminoso em nossa volta, como um casulo. bem particular. Cada planta possui os seus próprios dons, suas ciências e mistérios. Assim, podemos respirar numa outra atmosfera de pensamentos e acessar as soluções adequadas Além disso, estudar o campo medicinal das para diluir padrões, crenças limitantes, dores físicas plantas é uma forma de honrar os nossos e da alma, livre de interferências energéticas densas antepassados, que guardaram os saberes e no nosso campo energético, físico e mental. Assim, podemos ativar e expressar a nossa energia original. fundamentos do reino vegetal, transmitidos de geração em geração. Lembrando que as plantas não sustentam um estado vibracional elevado se não nos esforçamos para transformar o que precisamos. As plantas são auxiliares da nossa missão pessoal e coletiva e não, responsáveis por nossas escolhas.

Aliadas nos ritos de passagem No universo de cura dos benzimentos, das alquimias medicinais com as plantas, dos que rezam nas quebras de mandingas, liberações e encaminhamentos das pressões e interferências energéticas, fim de ano é um chamado para ampliar as conexões e a lida com as ervas que trabalham na limpeza dos corpos sutis e dos ambientes, ajudando a alinhar o que está fora do lugar dentro e fora de nós.

Atualmente, vivemos num tempo em que resgatar a nossa reconexão com a força de nutrição natureza e toda a sua potência de alinhamento é um grande chamado. E já que a maioria de nós vive “rodeados” de concreto e nem sempre podemos nos dar ao luxo de estar no meio do mato, podemos fortalecer esse elo com as plantas, através dos banhos energéticos de limpeza, benzimentos, das defumações, chás, aromas, tinturas, entre ouras formas alquímicas.

Em meio a milhares de ensinamentos, trabalhar com as ervas no campo sagrado nos permite deixar para trás as cargas que não precisamos levar para a nova jornada, nos ensina a acalmar o coração e a mente, a Podemos reconhecer ou receber a medicina das plantas, numa ligação que se estabelece entre o nosso encontrar as respostas mais íntimas que precisamos para virar algumas chaves dentro de nós, protegem chacra cardíaco e o campo de saberes e memórias o nosso campo de interferências densas. As ervas delas, acessamos a ciência do vegetal a partir do aprontam o nosso espírito para atravessar os portais, sentir. Para isso, precisamos estudar os benefícios e são energia de fundamento nos ritos de passagem. aplicabilidade das plantas e experimentar no nosso corpo os efeitos terapêuticos energéticos de cada Em muitas tradições, principalmente indígenas e uma que nos chamar, é o primeiro passo para iniciar afrodescendentes, as defumações e sacudimentos a jornada de um aprofundamento com o intuir sobre com as ervas na casa, templos e centros de cura, os o uso das plantas. banhos e saunas depurativas com as ervas, entre outras, são ferramentas presentes no dia a dia daquele povo. Acreditam que a fumaça das ervas espanta energias malignas, removem obstáculos mentais, físicos e espirituais, harmonizam a frequência vibracional do ambiente e de todos os que vivem ali.

Na relação com as plantas a intuição vai florescendo na medida em que vamos sintonizando com elas. O ideal é que mesmo tendo uma boa sensibilidade e percepção intuitiva para essa escuta é importante compreender cientificamente o que cada planta trabalha, qual a o seu direcionamento, já que Ano 3 | dezembro 2020

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Os banhos de ervas desobstruem o fluxo de passagem de energia no nosso campo sutil, liberam as impregnações energéticas que tentam se instalar no corpo físico, causando doenças. Os banhos perfumados clareiam e acalmam a mente, facilitam a conexão com o nosso coração e com a mansidão da nossa alma. Nesta época, essas ritualísticas são praticadas em sinal de agradecimento por tudo o que experienciamos e aprendemos ao longo do ano, além de ser uma oportunidade de dar boas-vindas ao novo ciclo, pedindo inspiração, coragem e vitalidade para fluir com entrega e resiliência em tudo o que a vida nos reserva para os próximos capítulos da nossa jornada humana. É assim que as plantas trabalham, renovando a nossa esperança e fé, fortalecendo o nosso propósito, a nossa missão, nos alinham com a nossa verdade e potência interior, nos conectam com a fonte divina da vida, com a essência da terra, permitem que nos harmonizemos com a energia fluida e sublime do feminino que pulsa em todas as espécies do planeta. Permitem que encontremos a cura que precisamos e buscamos. Plantas mestras, expansoras de consciência e de memórias inconscientes Entre os indígenas, os guardiões das medicinas das plantas são os mais velhos da tribo, que geralmente são os pajés (curandeiros), os caciques e as rezadeiras. Os líderes acessam todo esse saber através de uma conexão direta e profunda com cada uma das plantas, as quais eles chamam de plantas mestras, a chave para a sabedoria plena. Permitem o acesso direto e reto com o plano espiritual (através da sua energia Elemental), trazem conhecimento e clareza sobre o que há de mais delicado, sutil e invisível em outros estados de consciência humana. Portanto, essas plantas além de curar nos conduz a uma jornada de grandes descobertas, podendo auxiliar a superar os nossos medos e as dores do passado. Muitos dos ensinamentos sobre os benefícios medicinais das plantas se apresentaram e guardados por nossos antepassados, através dos rituais de expansão de consciência com as plantas de poder. Os Shipibos Conibo, grupo étnico da Amazônia peruana, que se distribui ao longo das margens do Rio Ucayali, são grandes curandeiros e especialistas quando o assunto é conexão reta, direta e íntima com o reino vegetal. revistaestimuladamente.com.br

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Especial

Com a ajuda do chá, os curandeiros acessam os campos mais sutis das plantas e recebem diretamente delas os seus cantos (Icaros), as orientações sobre o seu uso e o seu poder de cura para tratar determinadas doenças. Além do chá da Ayahuasca como um veículo de cura, os Shipibos recorrem muito ao uso do Tabaco, uma das plantas mais velhas e sábias, para receber as informações sobre a potência curativa das ervas. Nas tradições indígenas da América do Sul, as principais medicinas que abrem os portais de conexão com os espíritos das plantas são o Tabaco, a Jurema, o Rumê (Rapé) e a Ayahuasca. Que devem ser consagradas com muita parcimônia e respeito. Aplicabilidade dos banhos de ervas na reprogramação energética Em volta do nosso corpo existe um campo eletromagnético, o que chamamos de aura. Esse campo, através dos nossos chacras, capta e emana vibrações energéticas o tempo todo. Diariamente, sobrecarregamos esse campo com um bombardeio de emoções como preocupações, raivas, tristezas, medos, frustrações, euforia, além de sentimentos tóxicos que adoecem o corpo e a alma. Tais emoções são a base para as nossas criações mentais, que podem elevar ou baixar a nossa frequência vibracional. Quando acumulamos as cargas emocionais na nossa aura, se não ficarmos atentos, tendemos a dar abertura para que as doenças se instalem no corpo físico. Nos banhos, as plantas limpam o nosso campo e ajudam a impedir a que as doenças se instalem. São curandeiras de todos os males do corpo, da mente e do espírito. Gosto de utilizar as ervas frescas, já que o espírito da planta está mais potente, mais vivo. Devemos honrar cada um desses seres e, desde a colheita, pedir permissão para a planta durante a colheita ou antes de utilizá-las, agradecer por sua disponibilidade e, na hora de preparar o banho: intencionar e pedir que a energia de cura daquela planta possa auxiliar no que precisamos, de acordo com o nosso merecimento. Geralmente, escolhemos um, três, cinco ou sete tipos de ervas para preparar o banho. Sempre trabalhamos com um número ímpar de ervas, já que a intenção é reprogramar a nossa energia.

Foto: Walton Ribeiro Ano 3 | dezembro 2020

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Especial

Preparo

tua força e transcende o teu desafio com resiliência. Cuida-te e tenha fé de que todo o mar revolto se abranda após a tempestade!”.

Na prática, com as ervas em mãos, é hora de recolher-se e concentrar no seu propósito. Vamos lavar as folhas e, num recipiente limpo com água, vamos intencionando o que queremos enquanto desmembramos folha por folha, sem os galhos, colocando tudo no recipiente. Ao finalizar o processo, é hora de macerar com calma, rezando, cantando ou em silêncio, até que a água assuma uma cor esverdeada. Depois disso, basta tomar o seu banho higiênico e, em seguida, banhar o corpo com a água de ervas, no geral, do pescoço para baixo. E lembrem-se de deixar o corpo secando naturalmente e de não ingerir bebida alcoólica no dia.

Já a Arruda ajuda a liberar o choro contido e tristeza. Traz força de realização. Elimina traumas, frustrações e sentimentos de fracasso. Ajuda a parar de reclamar da vida, elimina as amarguras e chatices. O Pinhão Roxo cicatriza as feridas da alma. Ensina a colocar ponto final em dependências emocionais. Limpa energias densas e miasmas do nosso campo.

Depois da limpeza profunda é hora de caprichar nas ervas de cheiro para receber as bênçãos do ano, emantar e expandir a energia da nossa aura. O Macassar é uma folha feminina, de apaziguamento, Existem as plantas direcionadas para limpezas mais ligada ao elemento água. Tem um perfume fortes, como é o caso do Pião Roxo e da Arruda. Já as adocicado e encantador. Ajuda a equilibrar a energia plantas de harmonização em sua maioria são ervas mental, relaxa e estabelece uma conexão com o de cheiro mais adocicado e suave, como é o caso do divino (Eu superior). manjericão e do macassar. Atua liberando o cardíaco. Para abrir a consciência Depois dos dias intensos vividos ao longo deste ano, é tempo de reservar um tempo para você, de exercitar o autocuidado, de reconectar com a fonte primordial e mantenedora da vida e receber as bençãos dos banhos de ervas é mais do que uma escolha assertiva para findar 2020, soltando os pesos, as mágoas, tristezas, ansiedades e cansaços, esvaziando os excessos e abrindo espaço para o novo que a vida nos reserva para 2021.

e enxergar com clareza a verdade sobre as nossas escolhas temos o Manjericão. A planta também irradia energia mental e eleva a qualidade dos pensamentos. No da Mirra, limpa emoções e sentimentos negativos. Ajuda a colocar ponto final nos laços energéticos destrutivos.

As folhas e a sustentação das cerimônias místicas e de cura As tradições espirituais de matriz africana são grandes guardiãs dos conhecimentos das plantas medicinais, que chegaram para a gente através dos nossos antepassados. Ciências conectadas às forças da natureza, na Umbanda, no Candomblé e na Jurema as plantas são utilizadas não somente para prevenir e curar doenças, mas também nos rituais de iniciação e de louvação aos Orixás e guias espirituais e para sanar desequilíbrios espirituais.

Para este período, podemos contar com algumas ervas aliadas que vão ajudar a equilibrar os nossos “desajustes” particulares e coletivos internos. Medite, inspire-se e permita-se sentir e escolher a planta que te chama, sejam as que vou sugerir na sequência ou outras que, por ventura, já conheçam e tenham afinidade. Ou, de repente, alguma que esteja fora desses dois repertórios, digamos assim. Quando atravessamos desafios, de ordem emocional ou energética principalmente, o ideal é escolhermos ervas que fazem limpezas mais profundas no campo e no dia seguinte, ou alguns dias depois, conforme sentir, utilizar as ervas mais abrandadoras, que atuam mais na harmonização da energia.

Nas três linhas espirituais, as folhas são elementos sagrados, indispensáveis em todas as suas ritualísticas, a exemplo da Cerimônia da Água Sagrada (uma mistura de folhas consagradas em banhos para o ritual de feitura de santo) das religiões Afro-Brasileiras.

Entre as plantas mais forte estão a Aroeira, que trabalha no rezo das matas, da terra, dos caboclos velhos. É uma planta que pega na nossa mão e nos fala: “levanta a cabeça, meu filho. Essas são as experiências que você acordou viver. Recorda da

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Para o povo de santo, sem as folhas nos seus rituais os Orixás não se apresentam. Todas as folhas têm seu poder, mas nem todas são aplicadas em banhos litúrgicos. Neste caso, os banhos são orientados pelo sacerdote ou sacerdotisa, que conduzem os 32

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trabalhos na casa. Eles sabem quais as ervas podem ser utilizadas pelo filho de santo. Na liturgia, somente eles conhecem o poder, a aplicabilidade e a reação de todas as folhas, entendem a respeito das polaridades energéticas de cada planta. Cada folha utilizada nos rituais tem um canto e as palavras sagradas que ativam a sua força. As ervas são colhidas em determinados horários do dia, o que vai depender da finalidade do tratamento. A divindade das folhas medicinais e litúrgicas dentro do Candomblé e da Umbanda é Ossãe (Ossaim). A este Orixá deve dirigir-se todo aquele que quer iniciar-se em uma das religiões afro-brasileiras. Ossaim é um grande mestre, que cura através das folhas. As folhas guardam a cura para todas as mazelas e doenças do corpo, da mente e do espírito. Os banhos de ervas, como forma de receber a proteção da energia do espírito das plantas e do Orixá que se identifica com a erva, também são bem comuns na tradição. Sendo assim, o Manjericão traz paz espiritual; o Pião Roxo, limpa as feridas da alma, o Guiné (Atipim) limpa profundamente o campo áurico ou, como dizem, é uma excelente planta para “descarrego”. A Jurema é uma ciência fitolática (culto de louvação às plantas) de origem indígena, que incorpora os fundamentos das religiões afro, do catolicismo e do kardecismo. O “toque de Jurema”, acontece em torno da ingestão da Jurema, uma bebida fermentada feita com hidromel e cascas da árvore da Jurema, rezada com a fumaça das raízes queimadas no cachimbo e dos pontos (cânticos) ao som do maracá e das palmas. Juntos, esses elementos expandem a consciência e conectam os adeptos aos seres encantados e aos espíritos indígenas, que incorporam e realizam os seus trabalhos de cura. Jamille Coelho Guardiã das medicinas sagradas das plantas nos fundamentos da fitoterapia, dos benzimentos, banhos de ervas, defumações, saunas depurativas, assentos e vaporizações uterinas, entre outras alquimias. Acupunturista, fitoterapeuta, erveira, terapeuta em ginecologia natural e florais. Conduz também círculos de mulheres, no caminho do despertar consciente do feminino e de toda a sua sacralidade. Instagram: @jamillecoelho

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Alimentação Por: Luciana Guidoux Kalil

Sopa de letrinhas indecifráveis

Produtos industrializados estão relacionados com facilidade. A maior parte, nos livra do trabalho do preparo ou nos garante que sempre há algo pronto para comer. No entanto, para durar tanto tempo, viajar centenas ou milhares de quilômetros em condições às vezes adversas, e evitar que sejam devorados pelos bichos, foram sendo adicionadas qualidades menos desejáveis do que a praticidade. Por esta razão prefiro me referir a produtos ao invés de alimentos. A maior parte, acaba exercendo função antinutricional e, diversas vezes, até prejudicial, tóxica. Mesmo que os conservantes fossem necessários, proliferam corantes, aromatizantes, espessantes, e outros artifícios usados apenas para dar cores, texturas e sabores artificiais e sedutores. revistaestimuladamente.com.br

Nos anos 80, o médico brasileiro Márcio Bontempo publicou o “Relatório Órion”, um livro de denúncia sobre os perigos dos aditivos alimentares e agrotóxicos. Naquela época, ele já mencionava: “hoje comprova-se que a maior parte das doenças, principalmente as degenerativas, são provocadas pela alimentação desequilibrada e degenerada”. O autor questiona por que os profissionais de saúde, autoridades sanitárias e entidades governamentais se negam a voltar as atenções para esta questão, e conclui o óbvio: interesses comerciais e o poder da indústria, que acabaram se comprovando na censura e proibição da venda do livro. Os aditivos alimentares possuem “doses mínimas toleradas”. No entanto, falta informar sobre a quantidade individual 34

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Alimentação

No Brasil, temos mais informações sobre os conteúdos das embalagens nos rótulos do que na maioria dos demais países de Abya Yala (vamos exercitando mudar a forma como chamamos nosso continente, deixando de dar o nome do primeiro europeu que chegou a estas terras, para chama-lo pelo nome que escolheram os povos originários, traduzido do idioma kuna como “terra viva” ou “terra em florescimento” - https://www.ecoportal.net/temasespeciales/pueblos-indigenas/abya-yala-el-verdaderonombre-de-este-continente/). Porém, mesmo as pessoas mais informadas, muitas vezes deixam de ler e acabam ingerindo produtos inimagináveis, como insetos ou derivados de petróleo,

segura destes “alimentos”, e agrava o fato de que muitos deles estejam voltados ao público infantil, e outra grande parte, cada vez mais, voltada àqueles que buscam saúde. Nos mesmos anos 80, em algum lugar minha mãe leu sobre este tema e nos alertava a ler os rótulos, ensinando a identificar nas letras e números, qual tipo de corante era natural, o C1, e qual era artificial, o C2, potencialmente cancerígeno. Cresci com este hábito e, hoje, trabalhando com alimentação saudável, percebo como ainda falta educação neste sentido. A maioria das pessoas confia nos produtos embalados, principalmente por sua higiene, sem perceber que a sujeira química pode ser mais perigosa do que a sujeira física, aquela que se pode limpar.

Aprender a ler rótulos poderia ser algo a aprender desde criança. A maior parte das pessoas, muitas vezes, não faz ideia do que está ingerindo. Algumas dicas podem ser fáceis de incorporar, como desconfiar e adquirir o hábito de ler os rótulos, sempre. Ou saber que, por lei, todo o produto industrializado apresenta sua composição por ordem de quantidade: se um biscoito que diz nas letras de cartaz “aveia”, e entre os ingredientes a aveia está no final, o biscoito é de outras coisas e contém um pouquinho de aveia, talvez 1%.

Acompanhando fórmulas cada dia mais complexas, as letras dos rótulos foram ficando cada vez menores e estrategicamente posicionadas para transmitir aquilo que interessa para vender, e ocultar o que poderia ser repulsivo. Para alguns produtos, é necessário o uso de lupa para ler os ingredientes, ao passo que palavras como “natural” ou “saudável”, geralmente podem ser vistas de longe. Em outubro passado, a Anvisa aprovou novas leis de rotulagem, onde as informações nutricionais ficam mais explícitas e mais fáceis de ler, incluindo um aumento no tamanho da fonte, e alertas sobre a quantidade de gordura, sal e açúcar, já que se tornou inegável a crescente epidemia de diabetes e doenças coronárias. Esta lei deverá começar a ser aplicada nos próximos dois anos. Porém, os códigos em letras e números das dezenas de aditivos químicos continuarão indecifráveis. Por isso, este artigo alerta para que estas informações sejam dissipadas.

Michael Pollan, em seu livro “As Regras de Comida, um manual da sabedoria alimentar”, de 2010, comenta de forma divertida um pouco desta tragédia, em conselhos como: “não coma nada que sua avó não reconheceria como comida”, “coma todas as besteiras que você quiser, desde que você mesmo as cozinhe”, “evite produtos que contenham ingredientes que nenhum ser humano comum teria na despensa ou que contenham mais de 5 ingredientes”. Entre os conselhos, está o “só coma alimentos que acabarão apodrecendo” e lembro de um fato que me aconteceu na adolescência: guardei dentro de uma agenda um biscoitinho em forma de ursinho, que ganhei de uma amiga. Cerca de 20 anos depois, arrumando armários, encontrei a agenda e o biscoitinho: intacto! Talvez na intuição de minhas primeiras curiosidades sobre alimentação natural, decidi guardá-lo em vez de comê-lo.

Atualmente, com internet nos celulares, é possível decifrar em poucos minutos os enigmas dos rótulos, para saber o que estamos colocando para dentro de nosso corpo. A página em espanhol https://eaditivos.com/ é o guia mais completo e simples que conheço para consultar rapidamente sobre aditivos alimentares. Ali, podemos saber se o aditivo é de origem animal, vegetal ou sintética, e perceber que a maior parte é suspeita ou perigosa, sendo a minoria aqueles autorizados por lei ou sem risco para a saúde. Alguns aditivos autorizados contém um volume máximo por peso corporal. Outros são inócuos sozinhos, mas combinados com outros químicos podem ser prejudiciais. Ano 3 | dezembro 2020

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Alimentação

Craquer de sementes: Ingredientes: 1 xícara de arroz integral ½ xícara de grão de bico 2 colheres de linhaça 2 colheres de gergelim Modo de preparo: Deixe os grãos de molho ao menos 12h, juntos ou separados. Retire a água, e bata no liquidificador com ½ xícara de água, inicialmente. Se necessário, acrescente um pouquinho mais de água para formar uma massa cremosa, quase líquida. Esparrame em uma forma sem untar, e leve ao forno baixo. Quando a massa estiver cozida mas ainda úmida, retire do forno e corte no formato desejado. Volte ao forno até que os biscoitos soltem facilmente da fôrma, e estejam bem sequinhos e crocantes. Luciana Guidoux Kalil lunaca@mailoo.org

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Fotos Por: Marcelo Reis

Marcelo Reis Instagram: @marceloreis.em Quer ter suas fotos publicadas nas pรกginas da Revista Estimuladamente??? Escreva para nรณs por e-mail ou direct do instagram.

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Foto: Marcelo Reis Foto: Arquivo Pessoal Ano 3 | dezembro 2020


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Foto: Marcelo Reis revistaestimuladamente.com.br


Capa Por: Madayati | Amanda Reis

“O som do coração”

Olá querido leitor, estamos aqui nos encontrando novamente. Agora nessa última edição do ano. Um ano atípico, em que caminhamos em muitos sentidos na direção do encontro com nosso verdadeiro propósito. É sobre esse tema que iremos trazer uma linda narrativa nessa matéria. Sobre como um artista se percebe a partir de suas questões pessoais e seu movimento torna-se fluido, brilhante e totalmente conectado com sua essência. Com muita honra, apresento a vocês nosso querido Madayati. Não consigo definir muito bem a minha sensação em escrever essa matéria, são muitas nuances. Assistindo uma live do “Grande Rei”, matéria da nossa edição passada, escutei uma música do Madayati. Logo perguntei ao Plinio de quem era aquele som. Resumindo, viciei. Ao escutar aquelas músicas, senti uma vibração que a tempo não vivia. Escutei uma música não só com os ouvidos, mas com todo meu corpo! Pensei: Esse cara, vale a pena conversar. As letras são profundas e as melodias têm um ritmo próprio e apropriado. Um estilo de composição que diz muito do que acreditamos enquanto ideal de Revista. Em suas músicas, ele consegue condensar o que escrevemos em muitas páginas, em lindas letras embaladas por melodias tocantes. Convido vocês a entrarem nessa viagem comigo. revistaestimuladamente.com.br

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Capa - Madayati

“E que o amor mais sincero apareça e a semente no seu coração floresça”. (Consciência)

Quem balança, balança Quem é manso, avança Entrega, confiança Espera de criança Sintoma de esperança, da eterna mudança Quem serve não se cansa Se faz cristal pajé lança (Dança de Trança)

Minha relação com a música começa com meu pai e irmão, que tinham CDs dos mais variados estilos. Meu irmão era um ótimo pesquisador musical, curtia muito ir nas lojas, ver as novidades. Um amigo dele também me influenciou bastante, por trazer referências de bandas estrangeiras, o contato com os sons, mesmo que sem querer, começou a me pegar e passei a gostar muito de ouvir música. Lembro da época em que ganhei meu primeiro walkman e depois discman, foi um período de muitas descobertas, e logo após veio o ipod, que também era muito prático de carregar. Na adolescência participei de uma banda e depois me tornei DJ, foi uma experiência muito rica, de escolha de repertório e conexão com o público. Ali pude aplicar tudo aquilo que ouvia, e passei a pesquisar mais e mais canções para que pudesse compartilhar nos meus shows. Essa fase passou e perdi um pouco do meu interesse pela música, não encarava como um trabalho. O final dessa fase foi a busca de conexão com algo em que eu tivesse afinidade; nessa ocasião a música ressurge com toda força, e então eu percebi o quanto eu amava isso. A emoção advinda da primeira vez que subi em um palco para cantar para um público grande, revelava que era àquela forma mais verdadeira que eu tinha para me comunicar e de levar uma mensagem com facilidade para as pessoas. Assumir essa carreira na minha vida, foi a chave para o trabalho fluir e criar novas composições. Em 2013 retornei as apresentações, em 2014 gravei o EP “Amor Sincero” e pude ver ele voar longe, senti que ali foi o momento em que pessoas do Brasil inteiro conheceram aqueles sons que falavam sobre o meu primeiro contato com a espiritualidade, das afirmações aos questionamentos, tudo junto, com arranjos muito bem colocados. Em 2017 consigo gravar um single e 2018 foi a vez da “Ciclos”, uma composição em conjunto com a Mayah, que abriu muitas portas e que é adorada por muitos. A letra é muito verdadeira e o som é muito gostoso de ouvir, lembro que fiquei um bom tempo no repeat. Em 2019 gravei o álbum Vida Real, graças ao financiamento coletivo e ao apoio do DJ Alok, que sempre foi muito atencioso e aberto para ajudar. Neste ano lancei uma música que se chama Liberdade, que veio bem no começo da pandemia. Estava acompanhando os lançamentos no cenário musical e percebi que poucos falavam sobre o que estávamos vivendo. Para mim isso era bem estranho, pois parecia ser uma negação da realidade em um momento tão delicado. Tenho a intenção de gravar novas músicas, clipes e continuar compondo, recebo muito relatos da galera que escuta as canções e me deixa muito feliz, impactar positivamente a vida de quem ouve as letras, que foram feitas com muito amor e carinho. Ano 3 | dezembro 2020

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Capa - Madayati

E a música vem pro bem de todos E a música vai inspirar o povo A fazer o que ama Realizar os sonhos Viver com saúde Ter o que comer e beber Estudar o que quiser Viajar por aí Trabalhar com paixão E ser movido pelo coração (Coração)

Comecei com músicas que questionavam a sociedade ou falavam de desejos meus, como o de viajar o mundo. Também escrevi letras que expressavam as desilusões amorosas típicas daquela idade. Mas depois de muito tempo sem compor, comecei a ler e frequentar espaços de yoga e meditação, a partir daí, novas inspirações vieram e percebi que eu tinha o que falar, eu tinha algo para transmitir às pessoas. O reencontro com a Natureza também foi um fator importantíssimo, uma grande inspiração a compartilhar esse mergulho na diversidade de cheiros, sabores, paisagens, sabedorias que só a natureza tem, e que sem isso ficamos perdidos e desconectados. Essa desconexão nos leva a destruir a natureza por não estarmos conscientes de que ela é a própria vida, a própria espiritualidade e a paz que tanto procuramos.

Tudo indo Levando a vida Não imaginava Melhor assim Um dia de cada vez Pé no chão Seguindo a jornada Seguindo a intuição Ninguém acreditava (Vai longe)

Cada música é sobre um tema específico, como por exemplo, a “Natural” que desperta sensações distintas e que nos convida a nos aproximarmos dos ciclos da natureza, e da poesia que ali vive. A “Vai Longe” fala sobre o potencial que todo ser humano tem, quando encontramos isso dentro de nós, podemos ir muito longe externamente, basta ter paciência e ser persistente, porque na hora certa as coisas acontecem e até acontecer existe muito trabalho pela frente. Ou seja, cada música é um universo e isso faz com que os ouvintes possam se aprofundar e se enxergar nos caminhos ali descritos. É uma experiência real e amorosa sobre a vida.

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Capa - Madayati

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Capa - Madayati

Estou aberto para aprender O que a vida tem a dizer Enxergo os sinais para caminhar Com coragem continuar Seguir em frente Não volta mais Se joga no mundo Corre atrás Se lança Em direção Ao amor (Viajar)

Encontrei na música, um sentido para minha vida, ela me ajuda todos os dias. É um encontro, em que posso ser quem eu sou e expressar o que estou sentindo. Me divirto cantando, compondo e tocando os instrumentos, e é muito especial enxergar os sons fluindo por aí. Quando você toca o coração das pessoas, tudo fica mais bonito. É uma troca, as músicas me inspiram e inspiram os outros, é um presente da vida para nós, temos que aproveitar, porque música boa transforma.

Escute a voz Ficar a sós É para todos nós Brilho nos olhos Um passo adiante Tudo tão de repente Finalmente Me encontrei Tão vasto e infinito (Brilhante) A arte desempenha um papel essencial em nossas vidas, e estar atento enquanto artistas, de que forma podemos contribuir, só vai facilitar na realização dessas obras que nos encantam. Na atualidade, temos a oportunidade de participar e entender os bastidores dos artistas que admiramos, cada mensagem que enviamos, agradecendo, cada apoio e carinho, só fortalece, e acredito que esse coletivo é que torna tudo possível, pois foi graças às doações de quem me acompanha que pude trabalhar e levar essas músicas com qualidade, de volta, para que mais e mais pessoas possam ser contempladas com todo amor, dedicação e entrega que existe no trabalho como um todo. Desfrutem! E é desse lugar de contemplação que essa linda entrevista vai reverberando em todas as nossas células. Quantos de nós está desencontrado de sua própria essência? O contato com a natureza, com a liberdade da arte viva nas entrelinhas de um cotidiano pouco observado, nos encaminha para um retorno ao nosso movimento interno com tanta beleza, com tanta força. Madayati Cantor

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Capa - Madayati

Artistas como o Madayati contribuem de maneira positiva nessa caminhada, nos oferecendo muito de suas vidas e de suas experiências traduzidas em sua arte, tocando profundamente nossos corações e nossas almas. Não existe outro caminho senão a nossa auto-observação amorosa e vigilante. Só assim conseguimos estar na vida verdadeiramente, com todas as dores e as delícias que ela tem para nos oferecer. Que 2021 chegue para nós trazendo a força dos relacionamentos emanada por Vênus e que possamos nos conectar com a beleza que existe em todos os seres! “E se a tempestade vier, pode saber que é pra regar. Vem pra lavar a alma e trazer paz!”.

Amanda Reis

Ouça Madayati https://www.youtube.com/channel/UC3U1zqNurnFPE1IZOA9jYEA https://open.spotify.com/artist/1O2fKaLzlTYxvMe5aY738K?autoplay=true

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Sustentabilidade Por: Carla Visi

Salvador – cidade da fé, felicidade

A Bahia de todos os santos, cantos e orixás é um estado em formato de coração, onde o Brasil começou como o conhecemos. A sua capital cantada na voz de Gal Costa “São Salvador, Bahia de São Salvador / A terra do nosso Senhor / Pedaço de terra que é meu ...” foi capital do Brasil de 1549 até 1763 quando outro belo endereço foi escolhido para sede do império português, o Rio de Janeiro. Mesmo com temperaturas médias que variam em torno dos 27º C, há grande euforia sobre a chegada do verão. Quando as precipitações diminuem, o sol e o calor convidam os locais e os turistas a ganharem as praias e as ruas da cidade. Claro que o verão de 2020 / 2021 vai ser diferente nessa cidade ensolarada, como está sendo diferente em todo o planeta. Por isso se tornou tão necessário falar das riquezas desse lugar. Situada na região Nordeste do Brasil compartilha com outras cidades litorâneas, praias paradisíacas que receberam tanto os colonizadores europeus como os africanos traficados. Por esse motivo para começar a nossa visita, vale a pena passear pelo centro histórico onde encontraremos prédios da arquitetura colonial, coroando a visita com arte e cultura nos arredores do Largo do Pelourinho declarado como Patrimônio Mundial pela Unesco em 1985. Salvador foi desde o primeiro instante cosmopolita, nunca foi província. Diz o escritor Antonio Risério que não se tratava de um povoado que cresceu e ganhou paulatinamente outro status, e conclui “Salvador não nasce de um passado, mas de um projeto de futuro que era construir o Brasil”. revistaestimuladamente.com.br

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Sustentabilidade

Construída para ser uma fortaleza e um porto obrigatório no transporte das mercadorias que circulavam pelo Atlântico, o núcleo urbano primitivo se dividia em Cidade Alta, sede da administração e da representação religiosa, e a Cidade Baixa, onde as atividades marítimas e comerciais se desenvolviam. Quando chegaram os primeiros europeus encontraram nesta região, os Tupinanbás que viviam da caça, coleta, pesca e agricultura, principalmente de tubérculos como a mandioca. Claro que eles não conheciam o trabalho escravo, tanto que seus cativos eram tratados como membros da tribo até o dia do sacrifício. Quando o trabalho exigia maior esforço, os vizinhos eram convocados e eles se uniam em mutirões. Apesar da resistência ao trato do colonizadores, inclusive se rebelando na Confederação dos Tamoios, os indígenas foram vencidos e que os obrigou a fugir para as matas e os poucos que ficaram, foram assimilados nos engenhos surgindo assim as primeiras misturas.

das indumentárias africanas com as fazendas portuguesas. Literatura com rica prosa e poesia absorveu palavras dos dialetos africanos e indígenas. E historicamente, a Bahia contribuiu com grandes intelectuais e vasta produção simbólica. Com a mudança do centro de decisão político e econômico para o sudeste, muitos baianos migraram para o Rio de Janeiro. Assim as ‘tias’ baianas ajudaram a disseminar a cultura baiana vendendo acarajés nos tabuleiros e levando o samba de roda com suas indumentárias com batas, panos da costa e balangandãs: “O que é que a baiana tem?”. Com as músicas de Dorival Caymmi e os livros de Jorge Amado, a Bahia se mostra e se consolida com sua riqueza, beleza e alegria. A arte de viver faz parte do imaginário cultural desse povo ao ponto de adotarmos o provérbio que afirma que “baiano não nasce, estreia”. Palco de grandes carnavais, apontado pelo Guiness Book (2004) como a maior festa de rua do mundo, Salvador com seu Axé (música e saudação) passou a integrar à Rede de Cidades Criativas da Unesco, reconhecida pelo título até então inédito no país, como ‘Cidade da Música’ em 2015. Em palcos itinerantes chamados trios elétricos, o cantor enaltecia a loucura da mistura pois “ alegria, alegria é um estado que chamamos Bahia de todos os santos, encantos e axé”. Por causa disso, na música principalmente, a negritude e a ancestralidade foram proclamadas. Em letras através de acordes, ritmos e melodias o povo cantava: “Eu falei Faraó ... ê Faraó / Canta Olodum, Pelourinho ...”. E claro, como bons anfitriões, jamais esqueceria de agradecer a sua visita “Ah, que bom você chegou / Bem-vindo à Salvador / Coração do Brasil”.

Sem a mão de obra indígena, muitos indivíduos oriundos de povos africanos vieram da Nigéria, Togo, Benin e Gana, traficados para o Brasil, trazendo nos seus corpos e corações, além do banzo, cultura de grande riqueza que transformou Salvador na Meca da Negritude ou Roma Negra. A cidade com o maior número de descendentes africanos no mundo, cerca de 80% de negros e pardos, nesses quase 5 séculos de história sempre foi resistência e criatividade. No final do século XVIII, houve a Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates ou Revolta dos Búzios, um movimento de caráter emancipacionista que defendia além da independência, mais igualdade racial e redução na cobrança de impostos. Apesar de brutalmente reprimida, a Conjuração deixou marcas profundas na sociedade soteropolitana que culminou na guerra pela Independência da Bahia em 2 de julho de 1823.

Mesmo cantando baixinho, sem poder ficar junto e misturado, com máscaras nos rostos, a alegria sempre estará presente no coração desse povo cheio de gingado e Fé. Porque depois de tudo isso, o que a gente precisa mesmo é subir até o Bomfim para A cultura mestiça brasileira é marcante na capital fazer uma oração pelos que partiram e agradecer da Bahia. A religião católica e o candomblé através a oportunidade de estar VIVO para começar mais do sincretismo compartilham diversas datas um novo Ano cheio de possibilidades. Como festivas onde vislumbramos a beleza do culto dos disseram Roberto Mendes e Capinan: “Se existe a orixás ao lado dos santos. Na culinária, os pratos música New York New York, por que não fazer uma com azeite de dendê, leite de coco e farinha de mandioca fecham a refeição com doces de influência canção chamada Salvador Salvador?” – a cidade da portuguesa. As vestimentas ganharam características Fé, felicidade. Ano 3 | dezembro 2020

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Sustentabilidade

Salvador Salvador

Roberto Mendes / Capinan Luminosa cidade Espelho no mar No céu claridade É bonita de ver Refletida nos olhos Do meu amor Salvador Não deixe o meu amor morrer Me salve da dor Se esse amor virar saudade Negra na cor Cidade da fé, felicidade Negro amor Quero ver nos olhos dela Tua imagem O amor quando nos deixa É um beco sem saída Me salve da dor De um beijo de despedida Eu vou botar meu coração na mão Que toca o tambor do meu afoxé Cidade da fé, felicidade Me salve da dor Se esse amor virar saudade Cheia de saudade, faço essa declaração de amor à Cidade da Música ... porque a pandemia vai passar e São Salvador da Baía de Todos os Santos estará de braços, céus e mares abertos para nos receber. Carla Visi carlavisi@uol.com.br Link da canção Salvador Salvador: https://www.youtube.com/h?v=w0pq43Ldl0U&list=RDw0pq 43Ldl0U&start_radio=1&t=32 andana Shiva)

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ICF - Internacional Coach Federation Por: CDI Comunicação

ICF Brasil apresenta tendências do futuro do trabalho em um mundo complexo • Especialistas discutiram a importância da diversidade, inclusão e de uma gestão organizacional humanizada em cenários como o da pandemia • Acordo de cooperação com a Fundação Dom Cabral tem foco na prática e no desenvolvimento da ciência do coaching profissional São Paulo, 30/11/2020 – A International Coaching Federation (ICF), capítulo Brasil, promoveu nos dias 26 e 27 de novembro o evento “O fator humano em cenários complexos - Conversas imperdíveis & futuros possíveis”, que reuniu especialistas para discutir as competências necessárias por parte dos profissionais e das organizações para atuar em cenários desafiadores, assim como práticas adotadas pelas empresas para manter a criatividade, inovação e promoção da diversidade. Mais de 460 participantes, de 17 estados brasileiros, entre coaches e representantes de empresas, acompanharam 10 sessões especiais de conteúdo e debates, que contaram com 14 especialistas.

A pandemia acrescentou um fator de incerteza sobre um mundo já volátil. “Quando a volatilidade aumenta, precisamos responder com mais rapidez e flexibilidade. Mundos complexos demandam busca por informações e um foco múltiplo. Quanto mais incerteza e ambiguidade, mais devemos simplificar a tomada de decisões, atuando de forma decisiva”, explica Larsson. - Ana Claudia Plihal, diretora do LinkedIn Brasil, compartilhou dados do estudo realizado pela empresa sobre Futuro do Trabalho, com mais de 5 mil profissionais em 35 países. Foram identificados cinco fatores chaves para as mudanças nas relações de trabalho: importância das competências interpessoais, utilização de people analytics, flexibilidade no trabalho, políticas antiassédio e transparência salarial.

Estiveram presentes representantes de 11 capítulos da ICF na América Latina e capítulos de língua portuguesa. Além disso, o encontro contou com cinco associações nacionais de coaching. “Neste espaço de discussão pudemos compreender e confirmar que o fator humano em cenários complexos traz pertencimento e é plural. Essa é a transformação intencional que devemos celebrar”, defende Marcus Baptista, atual presidente da ICF Brasil. “Quando nos inspiramos com propósito e confiança, apontamos grandes possibilidades de enxergar novos futuros para todos nós.”

No Brasil, 95% dos profissionais concordam que competências interpessoais são muito importantes, de acordo com o levantamento. “O ser humano passou a ser o foco de diferenciação competitiva das corporações. As competências interpessoais, em que se mostra capacidade de adaptabilidade, são cada vez mais relevantes para alcançar esse objetivo nas empresas”, afirma Plihal. Pesquisa Global da ICF sobre indústria do coaching

Competências em um mundo complexo

- Sara Smith, ICF Professional Coaches Global Board Chair, compartilhou os principais resultados - Rikard Larsson, Ph.D. pela Lund University e da pesquisa global da ICF em parceria com a cofundador da Decision Dynamics falou sobre os quatro estilos de tomada de decisão no mundo VUCA PWC sobre a indústria do coaching, com 10 mil profissionais em 140 países. Na região da América + P (volátil, incerto, complexo, ambíguo e pandêmico. Latina e Caribe, houve 174% de aumento no número na sigla em inglês). Segundo ele, em um universo de coaches. Globalmente, 74% dos profissionais cada vez mais dinâmico e competitivo, a agilidade passaram a atuar à distância. No Brasil, 59% dos e a capacidade de aprendizado são cada vez mais profissionais acreditam que ter certificação para importantes, sendo que o melhor estilo de decisão depende de fatores como complexidade, consequências, atuar como coach é muito importante e 74% defendem a regulamentação da profissão. pressão de tempo e até mesmo carga emocional. revistaestimuladamente.com.br

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Diversidade, inclusão e saúde mental

O levantamento indica que o coaching está se tornando mais conhecido e quantificado. “O valor está justamente aí. Coaching é mais do que um conjunto de habilidades, hoje é uma profissão. E para onde iremos a partir daqui? Estamos nos conscientizando e caminhando claramente para nos tornarmos uma indústria”, afirma Smith.

Diversidade e inclusão, maior conexão do setor de Recursos Humanos com as estratégias das empresas, treinamento de lideranças para uma atuação mais empática, humanização do ambiente de trabalho e cuidado com a saúde mental dos colaboradores, especialmente durante a pandemia, foram as principais tendências apontadas durante o encontro para o futuro do trabalho e a gestão de pessoas.

- Ann Clancy, palestrante, pesquisadora e especialista em coaching alertou para a importância de coaches, consultores e líderes saberem que são instrumentos de mudanças, devendo criar um olhar apurado para experiências em constante transformação. “Há uma escolha: pessoas que têm suposições mais mecanicistas acreditam que não conseguimos mudar. Abracem novas perspectivas, somos seres de energia em processos contínuos de evolução, podemos mudar”, recomendou.

- Marly Vidal, diretora administrativa e de RH no Grupo Sabin, empresa que está na linha de frente na pandemia de Covid-19, compartilhou as iniciativas que colaboram para que o grupo esteja entre as 10 melhores empresas para trabalhar do ranking GPTW. Entre elas estão programas de Universidade Corporativa para desenvolvimento dos colaboradores, práticas efetivas de diversidade e um programa de Gestão da Saúde Corporativa.

Parceria com a Fundação Dom Cabral

“Para as empresas que tinham o colaborador conectado ao propósito do negócio, foi mais fácil mantê-lo engajado, por meio de relações de confiança. Desde o início da pandemia, trabalhamos um comitê de crise e ações voltadas a transformação”, conta Vidal.

No dia 27 de novembro, segundo dia do encontro, a ICF Brasil anunciou uma parceria com a Fundação Dom Cabral, uma das maiores escolas de negócios brasileiras. O objetivo do acordo de cooperação firmado é gerar a aproximação e integração do coaching executivo e da educação executiva. Nos últimos anos a Fundação Dom Cabral tem investido no pilar de jornada da aprendizagem do indivíduo, com base na tendência identificada na sociedade de maior protagonismo de cada um no processo de desenvolvimento profissional.

Segundo ela, a empresa seguirá trabalhando fortemente no desenvolvimento de lideranças, na presença da inovação no RH e na potencialização das capacidades dos colaboradores.

“Com muito orgulho anunciamos essa inovadora parceria, com foco na prática e na ciência do coaching profissional. Escolhemos trilhar juntos o caminho da busca pela excelência. Essa novidade irá marcar um momento novo no caminhar das duas instituições”, afirmou Marcus Baptista, presidente da ICF Brasil. A parceria prevê a cooperação com coaches certificados pela ICF e a produção de conteúdos e pesquisas para promover o coaching executivo na jornada individual dos profissionais.

Com a pandemia e a adoção do trabalho remoto, a preocupação com a saúde mental e equilíbrio dos colaboradores tem aumentado nas empresas. A aceleração da transformação digital foi outro elemento apontado pelas companhias como importante para guiar novas ações em gestão de pessoas, em mesa redonda com representantes do Grupo BIG, Groupe PSA e LafargeHoucim. - Para Carlos Alberto Hilário de Andrade, diretor de Recursos Humanos da Anglo American, multinacional que atua no setor de mineração, é preciso que as empresas adotem políticas e ações efetivas de diversidade e inclusão, celebrando diferentes culturas e treinando as lideranças para uma gestão aberta ao diferente. “Mais do que nunca

“Para a FDC é fundamental buscar sempre a excelência na entrega de suas soluções educacionais, a parceria com a ICF Brasil vai ao encontro desta nossa premissa, pois representa um desenvolvimento no mercado de coaching brasileiro”, pontua Adriane Rickli, gerente do Trekker Design de Carreira da Fundação Dom Cabral. Ano 3 | dezembro 2020

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precisamos repensar os processos que nos trouxeram A empresa criou um fundo de apoio aos seus até aqui. A própria crise da Covid-19 trouxe o senso parceiros e novas ações de cuidado para os colaboradores, pensando também em suas famílias. de humanidade e reflexões sobre solidariedade e compaixão, uma necessidade evidente de considerar - Para Erica Janini, diretora de People da Quinto o outro”, defende. Andar, foi preciso ressignificar as relações entre as - Ana Fontes, presidente da Rede Mulher pessoas. “Quando a empresa já é digital está mais Empreendedora compartilhou sua experiência à pronta para se adaptar ao trabalho 100% remoto e a frente da organização mundialmente reconhecida, pandemia provou que é possível trabalhar assim. A com 750 mil participantes e 700 voluntárias, que grande mudança é que com a distância, os encontros promove a capacitação feminina. “Nosso objetivo é e a inovação passam ser mais intencionais”, explica. fazer com que as mulheres conquistem autonomia A empresa também criou diversas ações para treinar econômica, para que sejam donas de suas próprias as lideranças e promover o bem estar e a conexão decisões. Apesar de sermos maioria da população entre as equipes. e termos mais de 50% dos pequenos negócios, A transformação digital, acelerada pelos desafios estamos sub representadas na alta liderança e em da pandemia, também criou um aumento de posições de poder”, diz. demanda por talentos no setor de tecnologia. Se - Já Marcia Noronha, do Instituto Benjamin por um lado o trabalho remoto permite o acesso a Constant, falou sobre a importância da inclusão de talentos de diferentes regiões, as empresas atestam pessoas com deficiência e o que é necessário para a importância da formação de talentos. “Temos que capacitá-las e adaptá-las com sucesso ao ambiente pensar em como conectar o desafio da diversidade das empresas. “Precisamos pensar em como definir com a formação de novos talentos” defende Camilla a deficiência de modo diferente em que não se veja o Suave, Head of Culture & People da Easynvest, negativo e sim o que a pessoa tem de positivo e pode que mantém programa de formação focado em contribuir. Para mim, a pessoa com deficiência é mulheres. apenas uma pessoa que se relaciona com o ambiente - Na avaliação de Marcus Baptista, o encontro de uma forma diferente da minha”, afirma. trouxe lições valiosas que podem ser aplicadas em diferentes setores para de fato promover mudanças Inovação e criatividade no trabalho remoto relevantes na sociedade. “Devemos promover Os desafios de manter a criatividade, a inovação e experiências multiculturais de aprendizado, em um a proximidade entre as equipes mesmo à distância esforço de contribuição para a mudança. O trabalho também têm sido grandes em empresas de da ICF é justamente oferecer possibilidades de tecnologia reconhecidamente inovadoras. A adoção aprendizado e, como coaches profissionais, apoiar de ações de bem estar, o treinamento de lideranças, os clientes a tomarem suas vidas em suas mãos e a criação de novos canais de comunicação e a decidirem seus caminhos”, afirma o presidente da adaptação de rituais para o ambiente online com ICF Brasil. o objetivo de manter a criatividade no home office foram as principais práticas adotadas pela Easynvest, pelo iFood e Quinto Andar para manter a inovação e o engajamento das equipes.

Para outras informações, procure a CDI Comunicação: Laura Moscatelli – (11) 3817-7900 laura.gallotti@cdicom.com.br

“A pandemia veio para mostrar que poderíamos fazer muito mais pela comunidade, não só pelos nossos parceiros, restaurantes e entregadores, mas pelos nossos clientes. Demos autonomia para que as lideranças tomassem as melhores decisões nesse cenário”, afirma Mariane Pieroni revistaestimuladamente.com.br

William Maia – (11) 3817-7968 william.maia@cdicom.com.br Everton Vasconcelos – (11) 3817-7947 everton@cdicom.com.br

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Autoconhecimento é chave para líderes atravessarem cenários de incerteza

A pandemia desde o início demandou dos profissionais e das empresas uma adaptação veloz a um cenário incerto, o que requer maturidade e uma comunicação transparente. Muito se fala sobre os impactos da incerteza e das mudanças abruptas na saúde mental das pessoas. Lideranças têm questionado a própria eficácia em gerir equipes, enquanto alguns profissionais sentemse emocionalmente exaustos e sem recursos para continuar. Mas vale lembrar que é possível desenvolver habilidades que permitem atenuar conflitos, promovendo segurança e resiliência.

suporte aos profissionais nos próximos meses. Do total de coaches consultados globalmente, 77% estão confiantes quanto a essa metodologia ter papel mais importante nas organizações no curto prazo. Um de seus pilares é a construção de relacionamentos de confiança, algo essencial para superar desafios. Vivemos num momento em que as pessoas e as instituições estão mais vulneráveis. Se nem todos têm os recursos internos para fazer uma autoavaliação e entender as melhores formas de se posicionar em contextos volúveis, cabe aos líderes desenvolverem aquilo que é preciso para atuarem como verdadeiros exemplos e garantir serenidade, engajamento e foco nas organizações.

O coaching, por exemplo, é uma metodologia de desenvolvimento humano que tem como objetivo ampliar o potencial profissional e pessoal dos indivíduos, alinhando competências a um propósito claro e instigando reflexões para os resultados almejados. Antes de mais nada, para passar por essa e outras crises, é preciso que as pessoas se autoconheçam. E para isso é fundamental descontruir crenças, enxergar a própria vulnerabilidade, criar receptividade para o novo e fazer experimentações.

O que os últimos meses têm nos mostrado é que é preciso seguir adiante, mesmo sem saber ao certo como o mundo estará no curto prazo. Mas, quando se aprende a criar recursos para sair da zona de conforto e pensar na resolução de problemas, independentemente de como e quando se apresentam, com uma abordagem positiva de enfrentamento e enxergando oportunidades, as habilidades adquiridas se tornam atemporais.

Um estudo divulgado em outubro pela ICF (International Coaching Federation), feito em parceria com a PwC, com a participação de mais de 10 mil profissionais em 140 países, constatou que o coaching se destaca como uma das forças de Ano 3 | dezembro 2020

Marcus Baptista Presidente da International Coaching Federation (ICF) no Brasil, Administrador de Empresas e Professional Certified Coach – PCC pela ICF 55

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Contos de Família Por: Amanda Reis

Uma história de amor

Vivemos um 2020 de muitos desafios, que nos convidou a estar muito mais conectado com nosso interior, num convite urgente de retomarmos com muita força a nossa história familiar. Eu já venho nesse movimento faz algum tempo, numa busca do meu genograma, estudo de meu mapa astral e reconhecimento dos causos e das culturas que permearam as mulheres de minha família. Outro dia, numa conversa com minha mãe, eu relembrava da força de minha avó materna com seus rezos, seus benzimentos com ervas e as maravilhosas garrafadas que os vinhos faziam filas para conseguir um pouco para se curar de seus males.

entrar na festa, encontrar minha mãe, a profecia foi lançada. Meu pai, decidido, apaixonado, disse então à minha mãe: “- Que linda você é! Eu vou me casar com você!”.

Sendo assim, essa narrativa vem de um lugar muito profundo. Contar a minha história, é antes de qualquer coisa, um resgate de mim mesma. Escrevo para me escutar, para por ressonância da vibração de minha voz interna, conseguir encontrar meu lugar no mundo e me situar em consciência presente de ser mulher.

Logo após o casamento, veio o desafio do desemprego. Por falta de oportunidades, eles foram embora para o Rio de Janeiro. Meu pai sempre trabalhou com eletrificação, tinha que ir onde estavam as oportunidades. Viajaram por quase todo o Brasil: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso... Incursões fora do país também: Bolívia, Paraguai. Até firmar residência em São Paulo, onde construíram uma vida boa e confortável. O pano de fundo dessa história era o desejo de um bebê, que nunca chegava. Infinitos exames, tratamentos, todos sem sucesso.

Uma história tipo a da Cinderela, só que sem sapato. O que meu pai guardou foi apenas a imagem da linda mulher por quem se apaixonou a primeira vista. Foram 30 dias buscando aquela mulher... Incansavelmente até encontrar e enfrentar o velho Ariel, meu avô, para pedir a autorização para cortejar sua linda filha. E assim, aconteceu. Namoraram menos de um ano, casaram-se em 19 de junho de 1971.

Em uma festa os meus pais se encontraram. Um dia bem simbólico, dia de Santa Bárbara, 04 de dezembro de 1970. Ela vestia um modelito estilo “melindrosa”, pele de onça. Ele, uma camisa de listras preta e roxa, uma calça e um chinelo à franciscana. As 19h, o encontro aconteceu. Ao revistaestimuladamente.com.br

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Foi quando veio o maior dos desafios. Aos 35 anos, no auge da juventude e tomada pela esperança da gravidez, a minha mãe teve um AVC Hemorrágico extremamente agressivo, uma sequela de paralisia. Após os tratamentos e gastar praticamente tudo que haviam conseguido juntar de reserva financeira, era mais que urgente o retorno para a Bahia. Enfrentando a doença, sem perspectiva de nada, sem casa e sem dinheiro, meus pais retornaram para a cidade de origem da minha mãe, Alagoinhas, no interior da Bahia. Foram ajudados por familiares e amigos nesse momento de reestabelecimento de vida. Aos poucos as coisas foram entrando nos eixos, mas gravidez era algo considerado impossível dado o estado que minha mãe se encontrava. Por decisão, eles já pensavam em adoção e até cogitaram com uma tia minha paterna, a possibilidade de apoiar na criação de uma prima que estava prestes a nascer. Foi quando o médico, após uma perícia médica no INSS, chamou a atenção da minha mãe dizendo que ela estava grávida.

nascimento, a paralisia do lado esquerdo do corpo de minha mãe estava quase curada, a boca havia desentortado e agora só restava vencer o desafio da retirada do mioma. O medo da morte pairava pela nossa família, mas a fala mais comum da minha mãe sempre foi: “Se morrer, morro realizada. Tenho a minha filha”. Foi uma atmosfera de muito amor e carinho. Uma história inacreditável e ao mesmo tempo reveladora. Ela fez a cirurgia para a retirada do mioma, se recuperou e foi a melhor mãe que qualquer filha pode ter. Aliás, foi não. É! Está viva, com 73 anos, totalmente lúcida e cheia de vontade de viver.

Ele afirmava com tanta veemência e ainda assim, ninguém acreditava. Naquela época os exames era bem primários e era necessário que a minha mãe fosse para Salvador. Cheia de esperança no coração, ela assim fez. Ao chegar lá, o médico que fez o exame disse que a gravidez era improcedente e que na verdade o que ela tinha na barriga era um mioma, grande e que exigiria cirurgia. Frustração total. Até que o médico precisou se ausentar da sala e entraram dois estagiários de medicina e pediram a minha mãe para virar de bruços.

Tem muito mais detalhes que só a gente tomando um chá numa noite de céu estrelado daria para contar. Esse resumo breve apresenta muito do que eu sou e de como essa história começou. Depois de pesquisar isso, tudo na minha vida se justifica. Os caminhos pelos quais passei, os desertos que atravesso e as escolhas espirituais. Tenho certeza que, diante de tanto esforço para estar encarnada nesse mundo, a minha alma tem uma linda missão e um processo de evolução grandioso.

Foi um susto para todos! Tinha mesmo o mioma, mas atrás dele, estava eu. Com quase 5 meses de vida, eu já estava bem formada. Assustador para todos, um caso que contrariava a medicina. Uma mulher cheia de limitações, um mioma enorme e um bebê, era algo surreal. Não tinha como fazer parto normal, era preciso ser uma cesariana e de fato, muito complicada. Com muitos desafios a minha mãe sustentou a gestação.

Fica um convite para você. Já conhece sua história? Sabe dos detalhes? 2021 está chegando e com ele uma urgência muito maior de conhecer um pouco mais sobre si mesmo. Num ano regido por Vênus, o primeiro relacionamento que precisamos aprimorar é conosco. Vamos mergulhar em nossas histórias e, a partir disso, firmar nossa missão nas linhas dessa existência. Feliz ano novo! Tenham uma linda jornada de cura!

Eu nasci no dia 30 de agosto de 1983, curiosamente no dia do aniversário da minha mãe. A cirurgia foi tranquila e naquele momento minha mãe foi tomada por uma força de cura intensa e profunda. A vontade de ser mãe era maior que qualquer limitação física que ela pudesse ter. Depois de três meses de meu Ano 3 | dezembro 2020

Amanda Reis amanda.reis@estimuladamente.com.br

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Minha Estimuladamente Por: Alanna Braga

Um belo dia eu recebi um chamado e aceitei

Em meados de 2018, tudo ia muito bem na minha vida, era uma daquelas épocas em que parecia que tudo finalmente estava se assentando e indo para o seu lugar. Muito possivelmente você já passou por uma situação como essa... uma chuva forte cai, depois passa essa nuvem, você imagina que não vai mais chover e, de repente, cai outra chuva maior ainda. Pois é, estava na fase da estiagem.

Mas o tempo é realmente um senhor muito sábio e ele anda acompanhado de um belo sorriso que se chama paciência. Em 2018, como estava falando, tinha conquistado muitas coisas que havia pedido: um bom emprego, um apartamento confortável, um carro legal, um corpo bacana, uma auto percepção e cuidado comigo. Estava muito bem, eu imaginava, mas sentia que falava “algo a mais”.

Tudo em minha vida aconteceu de uma forma muito precoce e, talvez, esses 3 fatos possam resumir bem: sou do interior e vim morar na capital, sem meus pais, aos 13 anos; aos 19, eu engravidei e casei; aos 22, divorciei. Nesse período todo, a chuva era daquelas que os pingos são tão grossos, que não conseguimos abrir os olhos e enxergar um palmo na nossa frente. Tudo isso me fez paralisar no meio do temporal e, perdi as contas de quantas vezes eu pensei que tudo estava acabado.

E aí eu busquei. Não conseguia me contentar com aquele desconforto, não era insatisfação, era uma falta de pertencimento, andava como uma aventureira entre pessoas e lugares, procurando atentamente o que havia perdido, mesmo sem ter a menor ideia do que seria. Foram viagens, livros, cursos. Lia o que podia, ouvia o que conseguia. Acho que eu, de alguma forma, já sabia que em algum momento o que era “meu” me encontraria. Para isso eu precisava estar atenta.

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Minha Estimuladamente

No meio de pessoas, lugares, mudanças e encontros... um belo dia eu recebi um chamado e aceitei.

E, assim seguimos. Por muitos encontros, ela (a medicina) me mostrava o caminho e eu cumpria com zelo e dedicação a lição. Nunca foi tarefa fácil, as vezes doía o corpo, em tantas outras... o coração.

O local era Aldeia, do lado da minha cidade Recife, e o encontro era com a Ayuaska.

Sempre e cada vez mais eu fui confiando e mudando; recalculando as rotas e olhando os medos. Ela me dizia: seu caminho é por aqui, eu respondia sempre que eu tinha um pouco de medo de ir. E aos poucos, fomos conversando, criando confiança uma na outra e nos permitindo.

A minha busca e atenção me fizeram entender que esse convite era meu e que eu precisava ir a esse encontro. Uma curiosidade bateu, fiz pesquisas sobre o assunto e vi muita informação que não batia com aquele sentimento que eu tinha. Então eu decidi que iria me preparar para o que estivesse por vir, e que de um chamado como esse não poderia surgir nada de ruim.

Muitos momentos dessa caminhada eu me perguntava por que eu? E o porquê de tantas coisas terem acontecido tão rápido. E descobri que absolutamente nada da vida, nem uma folha de uma árvore, cai sem um propósito. E estamos aqui para evoluir ajudando os outros a evoluírem também.

Só quando eu cheguei e tomei meu primeiro copo, quando tive meu primeiro contato, eu entendi qual era a sensação de estar completa, em casa. E quanta saudade eu sentia de mim e não sabia...

Assim como eu estava virada, virei também minha vida profissional. Saí do regime de celetista, empreendi em mim. Fiz os cursos que precisaria para encarar minha missão, me aperfeiçoei ao máximo e hoje me sinto absolutamente realizada em meu trabalho, retribuindo ao universo, da forma que posso, o que recebo dele. Ajudo pessoas a se conhecerem e se conectarem com sua essência. Aprendendo e trabalhando diariamente a paciência com o meu processo e com o do outro. Acolhendo, sentindo, sendo.

Foi uma noite linda, inesquecível. Eu tinha me preparado pra isso sem nem saber, eu estava aberta e disposta a conhecer a grande medicina, foi e, sem dúvida, continua sendo o maior encontro de toda minha vida. Como àquela, todas as noites que eu vou ao seu encontro sempre são primeiras noites. E, nesse belo dia, eu vi que iria mudar (MUITO) e mudei. E aquela vida que estava na fase de estiagem... nunca mais foi a mesma. Choveu como nunca, REVOLUÇÕES internas, profundas e externas, todas muito frutíferas. Nada rápido, nem devagar demais. Aos poucos conexões foram se acontecendo e desfazendo. A medida que eu me permitia, mais coisas aconteciam. Nunca foi sobre dor, sempre é sobre amor. Aprender a dançar na chuva e a se divertir com as poças de lama.

Conhecer a espiritualidade, para mim, foi como aprender a escrever. Entendi que a vida representa o papel em branco, minhas decisões diárias são a tinta da caneta e suas consequências são os registros. Conhecer Entrei em uma frequência e ela me disse: “quanto a espiritualidade, para mim, foi entender mais fundo você mergulhar em você, nas suas águas, a responsabilidade que temos por cada mais alto poderá voar pelo seu céu.” O amor que escolha que fazemos. Pois, no grande ciclo precisa ser trabalhado, muitas vezes é o seu, outras da vida, tudo que damos, volta para nós, vezes, é o amor para com o outro, ou com a terra, de alguma forma. Cedo ou tarde, perto ou com os animais. longe. Conhecer a espiritualidade, para Eu era bancária, planejadora, metódica. Aos mim, é viver entre a sutileza e a firmeza, é poucos, em cada encontro, eu fui abrindo meu coração e entendendo sobre missão. Mas para aceitar entender que se faz necessário caminhar, as missões da vida, é necessário tirar as máscaras, mas que cada passo dado tem que ser, assim os véus, os excessos, se limpar, se preparar, para como em uma cerimônia, calmo, gentil e conseguir lutar. Silenciar essa mente tão barulhenta firme para não cair nas armadilhas da vida e e cheia de informações externas e se conectar com o não se perder nos diversos caminhos. que há de mais íntimo. Ano 3 | dezembro 2020

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Minha Estimuladamente

Hoje, dezembro de 2020, encerro o ano honrando o chamado, a abertura e amizade que construí com as medicinas da floresta. Elas são minhas cuidadoras, mães, colo, aconchego e acocho quando preciso. Elas mostram o quão grande nós podemos ser se estivermos dispostos. Um belo dia eu percebi o que poderia ser quando crescesse e, pela primeira vez, não me comparo a ninguém, a nenhuma profissão ou missão. E entendi, que posso ser grande como uma Samaúma, basta ter coragem de criar raízes tão profundas quanto seu topo. A chuva está passando e eu já consigo avistar um horizonte muito lindo pela frente. Cenas dos próximos capítulos dessa história que acabou de começar. Assim como existe a noite para que possamos descansar, existe o dia para que possamos acordar, viver. Então, espero de coração, que você que está lendo essa mensagem possa ACORDAR. Perceber o poder que é ser você. Aqui, agora, saúdo sua vida. Gratidão ao universo por esse momento, tenho certeza que um belo dia vamos nos encontrar! Aho! Meu nome é Alanna Braga. Sou Terapeuta Familiar e mentora de mulheres. Administradora por formação, Life Coach e estudante de Psicologia por paixão. Amo pessoas, amo conhecer pessoas e amo ajudar pessoas no processo de autoconhecimento. Nos últimos anos ajudei dezenas de mulheres nos processos de mentoria, dou palestras e movimento meu Instagram com um único objetivo: trazer mais AUTOESTIMA e AMOR PRÓPRIO para as pessoas. Por isso, acredito que, a coisa mais importante que você precisa saber sobre mim é que a minha missão é fazer com que você se torne seu grande melhor amigo e reconheça seu potencial. Alanna Braga

Foto: Arquivo Pessoal revistaestimuladamente.com.br

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Estimuladamente indica Imersão Yawanawa 2020 passou, e 2021 é o tempo de renovar as energias e fincar de uma vez por todas as nossas raízes ancestrais com muita firmeza em todas as nossas missões aqui no planeta terra. Dessa forma, foi aberta uma grande oportunidade de começar o ano mergulhados nessa ancestralidade, dentro do coração da Amazônia, na floresta encantada Yawanawa na aldeia Mutum. De 10/02 a 17/02 será o período para quem vai apenas participar da vivência espiritual no coração da floresta. Serão 7 incríveis dias de muita elevação espiritual. Facilitadores: Leandro Valente e Isabelle Santos (ver Edição de Junho) Contato através do instagram @aldeiadavidaa

TCA de perto A Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA), organização social voltada ao desenvolvimento do TCA e contemplada em edital do BNDES, realiza, entre 20 de novembro de 2020 e 20 de janeiro de 2021, uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar fundos para a realização do “TCA de Perto”, programa de visitas educativas no Complexo em 2021. O projeto promoverá durante seis meses visitas educativas gratuitas (em português, libras e inglês), de terça a sábado, permitindo que mais de 25 mil pessoas tenham a oportunidade única de conhecer o interior do TCA e descobrir o que acontece nos bastidores.

Livro: Educação para uma economia do Amor Amparado pelos trabalhos de educação de jovens e adultos que tem vivenciado e por concepções e teorias do conhecimento, da economia, do trabalho e da emancipação, o autor procura apontar caminhos para a formação de pessoas que sejam verdadeiras protagonistas de seu tempo, sujeitos do próprio trabalho e empreendimento, procurando responder ao questionamento ‘Qual a educação para um ser humano em processo de emancipação de seu trabalho, conhecimento e criatividade?’

Filme: “Soul” Em Soul, acompanhamos a vida de Joe Gardner, um professor de música do ensino médio que sempre sonhou em ser um músico de jazz. Um acidente faz com que sua alma seja separada de seu corpo e transportada para um “novo espaço”. Com metáforas e brincadeiras sobre a formação da nossa personalidade, prepare-se para se emocionar, refletir, rir e aprender muito com a trajetória dos personagens de Soul.

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