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Editorial Olá meus amigos! Aqui seguimos com essa missão incrível de compartilhar saberes que possam engrandecer as experiências humanas no sentido amplo de conexão e mergulho com saberes ancestrais. Aceitamos e agradecemos essa missão que nos foi dada e queremos, a cada edição, honrar todos os parceiros e colaboradores que nos apoiam na concretização desse projeto tão bonito. Sabemos o quanto vocês torcem e vibram a cada edição dessa revista. Por isso, queremos compartilhar mais um passo dado nessa importante caminhada. Agora somos Editora! Isso mesmo, estamos nos organizando para tão logo adentrar o cenário editorial reconhecendo a grandeza dos autores e de suas obras. Se você quer desengavetar aquele texto e acha que tem uma importante mensagem para apresentar ao mundo, se conecta com a gente! Seguindo a apresentação de nossa Edição 12, temos textos entrelaçados e cheios de intenção. A nossa capa traz a beleza do caminho Xamânico, à luz das tradições indígenas. Essa mensagem vem através da Aldeia da Vida, com um texto carregado de sabedoria e amor, transmitido por seus guardiões Léo e Isa. Irmandade, respeito, estudo e medicinas indígenas numa só matéria, que nos emociona por sua verdade e inteireza. Nesse momento onde somos convocados a viver o “novo normal”, não nos furtamos de refletir isso num contexto amplo. Meus irmãos e irmãs, nada mais será como antes. Nós não somos mais os mesmos e estamos a caminho da transformação enquanto raça, trilhando o processo da nossa evolução. Não estaremos mais encarnados para ver, mas a nossa contribuição é legítima. Estamos retornando à casa do pai, à nossa essência sagrada. Dito isso, abra a porta e pode entrar. Como de costume, puxe a sua poltrona e encha a sua caneca de chá. Deguste cada texto. E que estes possam despertar o caminho da sua verdade e que toquem seu coração. No fundo, é isso que vale. A nossa construção humana, diante das nossas referências e da consciência de nossa missão. Aho! Gratidão!
Expediente Ano 03 | nº 12 | Junho 2020 Bimestral Diretoria: Marcelo Conceição Reis Amanda Reis Argolo de Almeida Jornalismo: Lais do Nascimento Souza MTB 0005347/BA Revisão de Texto: Amanda Reis Argolo de Almeida Diagramação: Marcelo Conceição Reis Rua Professor Sabino Silva, nº 179, Chame-Chame, Salvador - Bahia. CEP 40157-250 revistaestimuladamente.com.br https://issuu.com/revistaestimuladamente Tel.: (71) 99998-2877 Para anunciar: revista@estimuladamente.com.br Para colaborar: jornalismo@estimuladamente.com.br *As opiniões emitidas nas matérias e artigos são de total responsabilidade de seus autores. Imagens: www.istockphoto.com/br
Muito Haux para todos nós. Amanda Reis Diretora
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Índice Toda edição Pág. 06 Ciência & Espiritualidade - Expectativa e Visualização: Fatores de Cura e Transformação - O Poder da Expectativa Por: Francisco Di Biase
Pág. 46 ICF - ICF Brasil fomenta produção de conteúdo: artigos produzidos por: Alexandre Trevelin (SP, credencial ACC); Carla Dalla Zanna (SP, credencial PCC); Laís Rosin (SP, credencial ACC) e Marta Castro (BA, credencial ACC). Por: Meiling Canizares
Pág. 09 Mundo VUCA Por: Sandra Rêgo
Pág. 50 Organização Vibracional - A cozinha, o laboratório mágico e nutricional Por: Tais Reis
Pág. 10 Arquitetura Viva - Arquitetura Biofílica Por: Luana Lousa
Pág. 52 Sustentabilidade - O dia em que a Terra parou Por: Carla Visi
Pág. 12 Universo Holístico - O destino existe? Por: Amanda Reis
Pág. 54 Autoconhecimento & Espiritualidade - Sobre o Medo, a Saudade e o Amor Por: Conça Cedraz
Pág. 16 Fotos Por: Mariana Falcão Poesia - A Pena Por: Clara Marinha
Pág. 56 Estimuladamente Indica Por: Estimuladamente
Pág. 28 Alimentação - Panela de barro, colher de pau Por: Luciana Guidoux
Nesta edição
Pág. 27
Pág. 32 Mindfulness - Espiral do Sofrimento - O que o Mindfulness nos convida a fazer? Por: Ana Almeida
Pág. 22 Capa - Aldeia da Vida: Um encontro com as medicinas da floresta Por: Leandro Valente Apresentação: Amanda Reis
Pág. 36 Mecânica Quântica - Mecânica Quântica: o caminho da dualidade Por: Jean Savedra Pág. 38 Desenvolvimento humano - Você é Feliz? Por: Bianca Ramos Pág. 42 Educação - 0 a 3 anos - Os perigos de uma Pandemia Pós Pandemia Por: Leila Oliveira Costa
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Ciência & Espiritualidade Por: Francisco Di Biase
Expectativa e Visualização: Fatores de Cura e Transformação - O Poder da Expectativa
No ano de 1957, o Dr. Bruno Klopfer publicou um trabalho no Journal of Prospective Techniques (31,pg 331-340), em que relatava o caso de um cliente de nome Wright portador de um linfosarcoma avançado (câncer dos gânglios linfáticos), que apresentava poucas perspectivas de sobrevida. Todos as terapias convencionais haviam falhado, e o paciente apresentava tumorações do diâmetro de uma laranja disseminados pelo pescoço, axilas, virilhas, peito e abdômen, e o baço e fígado aumentados. Segundo todas as avaliações médicas, Wright tinha poucos dias de vida, só conseguindo respirar com auxílio de máscara de oxigênio. No entanto, apesar de saber da gravidade de sua situação, Wright tinha esperanças de sobreviver, e quando soube de um projeto experimental sobre uma nova droga anticancerígena de nome Krebiozen, que seria realizado no hospital onde estava internado, suplicou ao Dr. Klopfer revistaestimuladamente.com.br
que o incluísse no programa. Wright não tinha a mínima condição de ser aproveitado pelo programa, pois era um paciente terminal, e o programa previa a aplicação da droga em pacientes com expectativas de vida entre 3 a 6 meses. Por piedade, o Dr. Klopfer aplicou-lhe uma injeção de krebiozen numa sextafeira, esperando encontrá-lo morto na segunda feira. Qual não foi sua surpresa, quando na segunda feira encontrou Wright andando pela enfermaria, batendo papo com as enfermeiras e outros pacientes, a quem transmitia mensagens de ânimo. Klopfer atônito, detectou ao exame clínico uma redução significativa das massas tumorais, que em poucos dias estavam reduzidas à metade, o que não foi evidenciado nos outros pacientes que também haviam tomado a mesma droga. Segundo Klopfer esta era uma diminuição de tamanho muito mais rápida do que mesmo as mais potentes radioterapias podiam conseguir. 06
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O tratamento com krebiozen foi continuado conforme previsto, e dez dias depois da primeira aplicação, Wright teve alta, sem sinais evidentes do câncer, com ótima disposição, saindo do hospital direto para seu avião, voando a doze mil pés de altura (3.500m aprox.), sem o menor desconforto. Após 2 meses, ao tomar conhecimento de notícias veiculadas pela imprensa, de que o Krebiozen mostrara-se ineficaz em todos os estudos clínicos realizados, Wright que era um homem de mentalidade lógica e científica, apresentou uma séria recaída, voltando para o hospital, com as mesmas massas tumorais que apresentara no início da doença. Klopfer resolveu então, tentar um experimento: injetaria em Wright água pura, dizendo ser uma nova versão concentrada e superrefinada do Krebiozen. Mais uma vez os resultados foram surpreendentes, com Wright apresentando uma recuperação mais espetacular do que na primeira vez, e tornando-se a própria imagem da saúde. Klopfer, devido ao sucesso obtido, manteve a “terapia”com água destilada, e Wright permaneceu livre dos sinais e sintomas durante os 2 meses seguintes. Por esta época, a imprensa divulgou o relatório da Associação Médica Americana: “Testes em escala nacional demonstram que o krebiozen é inútil no tratamento do câncer”. Dias após este noticiário, Wright foi reinternado em estado terminal com reaparecimento dos tumores, sem esperanças e sem fé, morrendo dois dias depois.
O pesquisador norte-americano Michael Talbot relata uma série de estudos que demonstram o efeito que nossas atitudes têm sobre diversas condições clínicas: “as pessoas que têm um índice elevado, destinado a medir hostilidade e agressividade, são sete vezes mais predispostas a morrer de problemas cardíacos do que pessoas com índices baixos. Mulheres casadas tem um sistema imunológico mais forte do que as mulheres separadas ou divorciadas, e mulheres com casamentos felizes tem sistemas imunológicos ainda mais fortes. Pessoas com AIDS que mostram espírito de luta, vivem mais do que os indivíduos infectados que têm uma atitude passiva. Pessoas com câncer também vivem mais tempo, se conservam um espírito de luta. Os pessimistas têm mais resfriados do que os otimistas. O estresse diminui a resposta imunológica; pessoas que acabaram de perder o cônjuge, têm uma incidência maior de doenças e enfermidades, e assim por diante”. As expectativas esperançosas, não atuam somente na saúde humana, mas possuem um espectro de influências muito mais amplo. A pesquisa relatada abaixo, realizada pela equipe do professor Robert Rosenthal, demonstra claramente este fenômeno da expectativa positiva na área da Educação. Em maio de 64, o psicólogo Robert Rosenthal iniciou uma pesquisa sobre como o poder da expectativa positiva dos professores pode influenciar os alunos. Foi escolhida uma escola pública do Sul da cidade de São Francisco, na Califórnia, em um bairro pobre, frequentada por mexicanos e portoriquenhos. Neste meio social desfavorecido, o desempenho escolar das crianças costuma ser abaixo da média, com índices elevados de reprovação e repetência. Nem os professores, nem os alunos, sabiam os reais objetivos da pesquisa: verificar o efeito da expectativa no ser humano.
Este foi um dos primeiros relatos bem documentados sobre o chamado efeito placebo, o efeito pelo qual 1/4 a 1/3 dos pacientes apresentam melhoras, por acreditarem que estão tomando uma droga eficaz, apesar de que esta não contém nenhuma substância ativa indicada para o seu caso. O efeito placebo demonstra cabalmente o poder que uma simples crença possui para ativar as forças curativas dentro de nós, estimulando o nosso sistema imunológico (o sistema de defesa).
Rosenthal e seus colaboradores se apresentaram na escola, como participantes de uma grande pesquisa sobre a maturação tardia dos alunos desenvolvida pela Universidade de Harvard, e financiada pela National Science Foundation Impressionados com o porte dos pesquisadores que estavam recebendo em sua escola, os professores deram todo o apoio à pesquisa. Mal sabiam os professores que a pesquisa não visava estudar os alunos, mas sim a eles próprios.
Os estudos científicos demonstram que pessoas otimistas e autoconfiantes, apresentam menos sinais de doenças e maior bem estar físico. Os pessimistas por outro lado, evidenciam uma redução das defesas imunológicas em seu organismo. ‘Existe uma biologia da autoconfiança”; “o que se espera é o que se consegue” (conforme Ornstein e Sobel). Ano 3 | junho 2020
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A pesquisa iniciou-se com um teste de inteligência não-verbal realizado em 18 turmas de nível primário, no início do ano escolar. Os professores foram avisados de que o teste iria indicar quais os alunos que durante o decorrer do ano teriam um excelente desenvolvimento intelectual. Entretanto, tudo era uma farsa. O teste aplicado era somente um teste padrão de avaliação de Q.I. Depois da aplicação deste teste, 20% dos alunos foram escolhidos aleatoriamente por Rosenthal, sem nenhuma relação com os resultados, e indicados como “futuros gênios intelectuais”. Aos professores foi dito de maneira casual que estas crianças poderiam demonstrar enormes progressos escolares durante o ano. A única diferença entre o grupo de alunos “futuros gênios” e os outros, era a expectativa positiva induzida pelos pesquisadores nos professores. Para manter a expectativa e monitorar a pesquisa foram aplicados novos testes, quatro meses após o início das aulas, ao final do ano escolar, e um último no início do próximo ano letivo. Os resultados deixaram Rosenthal e seus colaboradores boquiabertos: os alunos falsamente indicados como “futuros gênios” apresentaram resultados muito mais significativos do que os outros! Vejam estes casos exemplares: José, que apresentava antes de seus professores acreditarem que era um aluno prodígio, um Q.I. de 61 pontos, apresentou um ano mais tarde, um Q.I. de 106 pontos. Em doze meses, de aluno retardado, transformou-se milagrosamente em aluno bem dotado, por puro efeito da expectativa positiva dos professores. Maria, uma alunazinha que possuía Q.I. de 81 pontos, doze meses mais tarde alcançou a surpreendente marca de 128 pontos! O que significa este fenômeno? Quando a nossa visão de mundo, nossas crenças, são modificadas por expectativas positivas, otimistas, os resultados em nós e no meio ambiente, podem ser surpreendentes, podendo até mesmo beirar o sobrenatural. Utilizamos muito pouco de nossas capacidades pessoais de transformação. Dentro de nós há um imenso potencial autoorganizador de cura e de intervenção sobre o universo, geralmente inexplorado. Francisco Di Biase
Neurocirurgião e Neurologista, Pesquisador da Consciência e da interação Mente-Cérebro.
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Vida no Trabalho Por: Sandra Rêgo
Mundo VUCA Estamos vivendo num Mundo VUCA. Esse termo veio do acrônimo das palavras em inglês Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade), que descrevem quatro características marcantes do mundo contemporâneo. O conceito foi inicialmente empregado pelo U.S Army War College na década de 90 para explicar o mundo no cenário pós-Guerra Fria e vem sendo utilizado mais recentemente no universo corporativo. Apesar do contexto militar, a expressão traduz muito bem os desafios enfrentados no âmbito empresarial e certamente você já percebeu os efeitos do Mundo VUCA. Basta acompanhar as redes sociais e ver o surgimento de tecnologias disruptivas, novos modelos de negócios, novas formas de se relacionar com os colaboradores e parceiros, e outras tantas coisas. A sensação que “algo está fora da ordem” tem sido um desafio tanto para as empresas empreendedor, seja pela descoberta do seu potencial quanto para os trabalhadores vencerem no mercado de trabalhabilidade, ou seja por receio de “colocar e se destacarem da concorrência. todos os ovos na mesma cesta”, quando há a tentativa de conciliar o emprego com alguma outra atividade Não é de agora que as mudanças do mundo empreendedora. A necessidade de sobrevivência do trabalho vêm acontecendo, mas esse cenário estimula não só a criação de ideias, mas também tornou-se ainda mais abruptamente volátil, incerto, mudanças na rota da carreira do indivíduo. complexo e ambíguo com o advento da pandemia provocada pelo corona vírus. E para quem gosta O bom é que apesar de toda “muvuca**” de segurança e estabilidade, o desafio em lidar com do Mundo VUCA, já sabemos quais são as estas características é ainda maior. competências básicas necessárias para enfrentar De um dia para o outro, milhares de pessoas passaram a trabalhar em regime de home office, ou tiveram seus contratos de trabalho reduzidos, suspensos ou até mesmo rompidos. E é natural que todo esse movimento gere muita ansiedade, insegurança e provoque também reflexos na forma como cada um se relacionará com a sua empregabilidade ou trabalhabilidade* de agora em diante.
essas adversidades: RESILIÊNCIA para lidar com a volatilidade, FLEXIBILIDADE para lidar com a incerteza, MULTIDISCIPLINARIDADE para lidar com a complexidade e CORAGEM para lidar com a ambiguidade. E vale sempre lembrar que tudo o que fazemos precisa ter sentido, propósito (Meaningful significado) e sempre precisamos analisar o impacto de nossas decisões, pois o que se faz aqui pode repercutir muito além (Universal).
Diante desse Mundo VUCA, vários estudos apontam o quanto é crescente o número de pessoas que estão migrando gradualmente (ou não!) da relação de emprego para o empreendedorismo. Essa mudança pode se dar por diversos caminhos, seja uma necessidade de sobrevivência em função do desemprego, seja por se ter um perfil
*vide este tema na coluna Vida no Trabalho na edição 8, 2019.
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**expressão brasileira, de domínio popular, que significa um grupo de pessoas fazendo bagunça, desorganização, uma aglomeração ruidosa, uma grande confusão, agito, tumulto.
Sandra Rêgo Psicóloga sandra@sandrarego.com.br 09
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Arquitetura Viva Por: Luana Lousa
Casa Alpha A1 Como não podia ser diferente, neste projeto a natureza é a grande guia. Prevalecem os estudos do ambiente local e seu entorno, com entendimento e relevância de fauna e flora, a fim de direcionar os estudos de estratégias sustentáveis, considerando os mais diversos aspectos. De igual relevância estão os estudos de insolação e ventos dominantes que resumem os sistemas passivos de iluminação e ventilação, garantindo ao projeto melhorias ao ambiente humano, sendo saudáveis a pessoas e ao planeta.
criados filtros que finalizam seus processos regando um grande pomar, produtor de mais de 30 tipos de frutas. Para as águas negras, a casa conta com bacias de evapotranspiração. As BETs, como são conhecidas, são sistemas de ciclo fechado onde uma eficaz parceria entre bactérias e raízes de bananeiras, digerem e tratam todo o esgoto, transformando-os em microclima e alimentos. Cada bananeira adulta evapotranspira aproximadamente 100 litros/dia no ar, uma verdadeira fabriqueta de nuvens. Em lugares mais úmidos isso não é tão relevante, mas no cerrado brasileiro, onde pode-se chegar a umidades desérticas, é fator determinante no quesito “qualidade de vida’. Nesta casa ela se encontra estrategicamente posicionada, de forma a garantir que na época mais seca do ano, o vento dominante possa se carregar de suas partículas e carregá-las ao ambiente interior. Sendo a casa toda em barro, carrega-se e armazena tal umidade garantindo um desempenho exemplar, relativo à umidade em ambientes humanos, onde se mantém entre 40% e 60%.
A casa Alpha A1, o grande laboratório da arquitetura Viva, onde os mais diversos testes entram em ação antes de serem especificados em suas obras, tem toda sua alvenaria em terra crua. As paredes são feitas em tijolos de adobe (técnica ancestral e ecológica na fabricação de tijolos), com dimensões técnicas a atender alta performance de isolamento térmico para o cerrado brasileiro, onde se encontra inserida. Estas paredes vivas, funcionam como filtros de barro, se autorregulam em umidade e temperatura e precisam “respirar”, garantindo ambientes frescos e saudáveis. Para isso nenhum composto selante deve ser aplicado a este tipo de alvenaria, que recebem acabamentos naturais, a fim de lhes permitir tais processos.
Também como fator determinante na performance deste projeto, está o paisagismo produtivo. Com espécies de menor demanda hídrica e alta atratividade de fauna, ele gera microclima, produz alimentos, aumenta a biodiversidade e cria solo de alta qualidade. Além de todas estas qualidades o paisagismo é nosso acesso mais imediato a estímulos biofílicos, aquela boa sensação que nós seres humanos temos, ao contemplar a natureza.
Quem conhece o cerrado sabe o quanto pode ser quente em determinadas épocas do ano e para isso várias outras estratégias foram correlacionadas a fim de minimizar tal impacto, como os telhados vivos. De alta inércia térmica, as lajes receberam jardins, que performam muito além da melhoria da temperatura (podem diminuir até 6 graus), contando como contribuinte no aumento de biodiversidade, resgate de carbono, retenção e filtro de águas de chuva. Um ecotécnica simples, mas que hoje já existe como produto, para os mais diversos bolsos.
Além do paisagismo, outros gatilhos biofílicos despertados, pois nesta casa sempre é possível ver o céu, o sol e a lua, garantindo mais estabilidade ao ciclo circadiano (nosso relógio biológico). Outras percepções podem ser abordadas quando falamos dos revestimentos e materiais aplicados neste projeto. Os ambientes são dotados de diversos estímulos (texturas naturais de materiais diferentes) a fim de criar como resultado um produto maior que a soma dos mesmos, estimulando conexões neurais que nos levam a lugares confortáveis em nós mesmos e nos fazem felizes.
A casa A1 também conta com captação e armazenamento de quase 250 mil litros de água, além de reciclar toda sua água cinza e não emitir esgoto para rede pública. Para as águas cinzas foram revistaestimuladamente.com.br
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Foto: Arquivo Pessoal
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Além disso, esses materiais buscam otimizar seus ciclos no planeta, passando em grande parte, de resíduos a insumos, ou seja, materiais que seriam passivos ambientais (como pedras de refugo ou madeiras de demolição), aqui encontram um lugar mais nobre de continuarem existindo, como paredes ou revestimentos.
marcenaria, etc), a casa tem um custo operacional baixo, ou seja, seus custos mensais são mínimos (contas de água e energia), pois gera sua própria energia, armazena a água que “vem do céu” e tem implantado todo tipo de estratégia para induzir ao menor consumo de ar condicionado, luz, além de preocupar-se em não usar materiais alergênicos ou cancerígenos, melhorando a qualidade de vida de seus usuários.
Outra peculiaridade é o design e a produção de revestimentos e mobiliários que compõe os ambientes. Com sua pequena ‘movelaria viva’, o escritório Arquitetura Viva, produz para si e seus clientes, móveis, luminárias e os mais diversos adereços e artefatos em madeira de demolição brasileiras, honrando todo e qualquer toquinho que passe por ali.
As construções saudáveis/sustentáveis são ainda comparadas às convencionais de maneira equivocada em relação a seus custos, precisamos pensar como as coisas performam em longo prazo e aí sim entenderemos a diferença entre poupar e investir. Luana Lousa Bioarquiteta
Mesmo sendo uma casa relativamente grande (4 suítes, sala, varanda, 2 escritórios, 3 lavabos, suíte de serviços, casa de bombas, irrigação automatizada, Ano 3 | junho 2020
arqbiolua@gmail.com
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Universo Holístico Por: Amanda Reis
O destino existe? Olá queridos leitores. Depois de três edições reconhecendo as nuances que estão envolvidas na construção desse tempo de incertezas apresentado pelo novo paradigma de um pensar Transdisciplinar, cujas bases envolvem o entrelaçamento de diversas áreas, vamos nessa edição trazer a ideia de destino como ponto importante a ser pensado.
comprovado em muitas teorias quânticas. E como temos limitações de ativação de nossos estados de consciência no desdobramento do concreto, os aspectos da psiquê se manifestam em sonhos, visões e sensações as quais muitas vezes não damos importância e passam despercebidas. São os chamados insights tão bem delineados no livro “A profecia celestina”. Cada insight representa o desnudar de um estado de consciência, que ao se revelar proporciona uma nova maneira de serestar-no-mundo-com (usando o termo cunhado por Dante Galeffi no livro o Ser sendo da Filosofia). Aí me recordo das palavras de Américo Sommerman no nosso último jantar: “quando uma janela destas se abre, não há mais como voltar atrás” e eu posso complementá-lo dizendo que se a escolha for voltar, estamos fadados a loucura.
E o destino existe? A pergunta que não quer calar. Tenho vivido a experiência de um destino implacável, que chega assim de maneira abrupta e é incisivo nas imposições que exigem certas aprendizagens. Um destino que aproxima e torna concreto o que seria algo no campo do inimaginável. E as certezas de vida e de domínio das ações caem por terra sem pestanejar. O que melhor cabe para a momento é o conceito de SINCRONICIDADE de Jung. Para ele, o universo está interligado por uma vibração capaz de mover todas as coisas numa mesma ordem original. Resultado de seus diálogos com Einsten durante a concepção da teoria da relatividade, Jung encaminhou suas percepção ao plano da psiquê, tecendo um emaranhado de compreensões acerca das coincidências significativas como resultados do desdobramento do plano físico no plano psíquico.
(Então o que está acontecendo comigo tem explicação... não da loucura, mas da sincronicidade! eu ainda não resolvi voltar!) E nesse movimento polilógico, onde os fatos/visões tem uma congruência, não cabe perguntar o porquê. Cabe entregar-se plenamente ao sagrado e conectarse num canal direto com o divino. Seria portanto, essa conexão oculta (usando um termo do Capra) que Jung chama de estado Selfico ou numinoso. Embora existam variações em todos os documentos supracitados aparecem referências a tal momento: compreensão do ishwaha, estado búdico, estado crístico, rubedo...E então a mística se processa e não são mais necessárias respostas, a energia flui sem empecilhos.
Se formos para escrituras sagradas que antecederam o pensamento Junguiano, tais como: os Sutras de Patanjali , a Filosofia Hermética, os princípios alquímicos e Pistis Sophia, fica claro que já se fala de maneira emblemática dos diferentes estados de consciência e de como vamos avançando e desenvolvendo a nossa capacidade intuitiva a partir desta evolução. O desvelamento dos mistérios proporcionados pelo encontro com o sagrado a partir da ativação dos níveis de percepção (ou se pudermos chamar de níveis de realidade), faz com que saltemos no campo compreensão da vida mesma enquanto uma sequencia de coincidências e passemos a identificar a maestria da sinfonia universal.
Agora que está claro que essa coisa que denominamos destino é o fruto de nosso crescimento em nível de consciência, o que nos proporciona a percepção diferenciada do mundo. Agora, a consequência é só entrega. O que dá medo, muito medo. Mas ainda assim, a voz de dentro de mim diz: se atire ao desconhecido, por que a vida é emergência. Então, me sinto uma astronauta gravitando no universo desconhecido de mim mesma... Amanda Reis amanda.reis@estimuladamente.com.br
É como se todas as coisas que estivessem acontecendo no plano físico, fossem familiar ao plano psíquico. Espelhamento que aparece revistaestimuladamente.com.br
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Universo HolĂstico
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Fotos Por: Mariana Falcão
A artista visual e fotografa Mariana Falcão, nasceu em Salvador - Ba. Suas imagens carregam a intimidade, a leveza e a espontaneidade do encontro. Além de seu trabalho com as imagens, Mariana tem um projeto chamado MA, que é um espaço de experimentação e unificação entre marcenaria, design e fotografia. Esse projeto nasceu em 2018 a partir da vontade de produzir as suas próprias molduras. Ela iniciou esse projeto juntamente com o seu parceiro e designer Matheus Antonio. Nas fotos desta edição as crianças estão segurando espadas produzidas pelos dois. Mariana Falcão Artista Visual Instagram: @mariana.falcao
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Foto: Foto: Arquivo Arquivo Pessoal Pessoal Ano 3 | junho 2020
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Capa Por: Leandro Valente | Amanda Reis
Aldeia da Vida: Um encontro com as medicinas da floresta
Foto: Arquivo Pessoal
Ei querido leitor, bom encontrar você novamente por aqui! Para você que está chegando, sinta-se em casa!
companheira Isa cantando para o criador. Foi de uma força tão profunda que eu só fazia chorar. No final ele convidou, quem quisesse, para participar de um grupo de estudos sobre a medicina sagrada do Rumê. Não hesitei, fui lá e me inscrevi.
Nessa edição quero trazer uma contribuição muito valiosa, que se aproxima da dimensão sagrada. Já tive a honra de entrevistar muitas pessoas com muitas aprendizagens, mas para essa edição, estou tomada de completa emoção. Não se trata apenas de apresentar uma história de conhecimentos ou de sistematização de saberes. A questão aqui só pode ganhar a dimensão que merece se utilizar, uma palavra do vocabulário indígena cuja tradução é cura. Portanto, meus irmãos e minhas irmãs, por assim dizer meus Txai’s, as próximas linhas que se desdobrarão são de HAUX!
Acreditem, foram os trinta dias mais incríveis da minha vida. Profundidade, mergulho interno e muito haux! Mas outra hora eu conto com mais detalhes, por que a intenção dessa introdução é outra! Claro que aquilo que é intenso e profundo, sempre trazemos um maior entendimento. Quem sabe não te ajuda a encontrar seu chamado! Apresento a vocês a Aldeia da Vida, aqui representada pelos seus guardiões Léo e Isa. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa história de amor, autoconhecimento e medicinas sagradas. Por isso, resolvemos por opção manter a escrita integral desse texto, sem interferência.
Curiosa e atenta, venho me conectando com a minha ancestralidade indígena. E foi assim que, numa dessas noites que a gente acha que não vai conseguir suportar o peso dos problemas e da solidão, que fui ver uma live de um perfil chamado @aldeiadavida. Nessa noite estava lá o Léo e sua revistaestimuladamente.com.br
Sintam com o coração... 22
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Capa - Aldeia da Vida
Eu sou Leandro Valente, nascido em Recife pai de duas filhas a Nawá e a Kanah, duas flores lindas em minha vida. Sou casado com a Isa, minha grande companheira e juntos guardamos um espaço lindo de muita natureza, que fica localizado em Pernambuco.
caminhada. Logo em seguida, foi até o coração da floresta Amazônica, até o povo Yawanawá. Foi aí que nossos caminhos se cruzaram. Na segunda ida à floresta, recebi dela o convite para trabalhar com o audiovisual do projeto socioambiental na Aldeia Mutum, chamado “Aldeia Lixo Zero”. Daí, um amor profundo nascido da cura da floresta!
Eu entrei no caminho das medicinas em busca de ajuda para curar a dor de uma grande perda que tinha me causado um trauma profundo. Conheci as medicinas da floresta através de uma amiga, mas meu primeiro contato foi com a jurema sagrada na Aldeia São José do povo Xukuru, no dia 06 de janeiro de 2013. Após vivenciar esse momento de conexão com minha ancestralidade, senti que não poderia parar por ali. Naquela época, as cerimônias de ayahuasca com povos indígenas ou grupos de xamanismo eram bem escassas, então fui conhecer a medicina na Igreja do Santo Daime. Lá, não só encontrei aquilo que tanto buscava, como também encontrei dentro da força da medicina, um novo caminho a trilhar: o do autoconhecimento.
O primeiro contato com a floresta Yawanawá foi em 2017 quando fomos pela primeira vez até a aldeia. Eu fui primeiro para uma imersão de dois meses onde tive a honra de ficar na casa do meu grande amigo e compadre Tuikuru Yawanawá. Esta imersão foi de extrema importância na minha caminhada, pois foi lá onde dei meus primeiros passos de aprofundamento nessa caminhada através da grande convivência que tive com os irmãos queixada. Yawanawá significa povo da queixada. Queixada é um javali da Amazônia e esse animal só anda em bando, pois assim se apresentam mais fortes. Conviver com eles por dois meses foi uma grande e pura revolução na minha vida, pois estar na floresta Yawanawá pra mim é o que há de mais sagrado dentro da minha jornada espiritual. Isa chegou um pouco depois para o festival Yawanawá que ocorreu em 2017 no mesmo mês que eu estava lá, e foi muito mágico. Após essa convivência, muitas amizades se formaram e muitos laços de família também se formaram, acabei virando padrinho de algumas crianças, assim como ganhei irmãos que apadrinharam minhas filhas. E assim pude voltar diversas vezes para dar continuidade aos laços familiares além dos estudos espirituais.
Por muitos anos sempre fui muito inquieto espiritualmente. Passei por muitas escolas: protestante, católica, espírita e budista. Mas na minha vida inteira eu tive contato com a natureza, pois fui criado numa reserva florestal até os 11 anos de idade. Após os 11 anos fui morar numa ilha linda chamada Itamaracá no litoral norte de Pernambuco. Nesse local foi onde pude me entregar ao mar, ao mesmo tempo que se deu a continuidade do contato com a floresta, já que na ilha existem as duas coisas, mar e mata. Em 2016, diante de um processo depressivo muito forte, tive a oportunidade de conhecer o grande Pajé Yawarani Yawanawá, que junto do seu filho Tawahw Yawanawá e sua neta Ninunihu Yawanawá, veio fazer um encontro tradicional na cidade do Recife, trazendo suas medicinas sagradas. Esse encontro foi decisivo na minha vida e também o maior de todos. Desde esse encontro com a cultura dos Yawanawá, eu entreguei meu corpo, alma e essência a essa ancestralidade e assim venho até os dias de hoje estudando esse universo espiritual e tão sagrado que a natureza e suas medicinas de poder nos trazem.
Muita gente acredita que seres iluminados só existem do outro lado do mundo, como no Tibet, por exemplo. Pessoas voam até a Índia procurando gurus e rodam o planeta buscando o autoconhecimento, mas muitos não sabem que a Floresta Amazônica guarda muitos sábios. Pajés fortes, verdadeiros médicos espirituais assim como são bibliotecas vivas do conhecimento ancestral. Esses seres de muita luz estão logo ali, prontos a ensinar e a fornecer muitas vezes o que estamos buscando. É muito triste às vezes ir até a aldeia e ver que a grande maioria dos visitantes são gringos. Muitos brasileiros nem sonham da existência desse universo gigantesco de saberes que habitam na Amazônia. Inclusive faço um convite a todos para irmos até Floresta Amazônica.
A essa altura a Isa também trilhava um caminho de busca. Ela conheceu o caminho das montanhas, viveu o ritual de “busca de visão”, uma iniciação pra quem deseja aprofundar seus estudos nessa Ano 3 | junho 2020
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Hoje nos comunicamos por telefone e redes sociais quando temos oportunidade. Mas sempre vamos até a aldeia, além de recebê-los aqui na nossa casa. É uma troca de conhecimentos que não quero perder nunca mais na minha vida.
usando a desculpa que tudo que fazemos é para o bem estar deles e para a sua segurança. Não percebemos que tais atitudes também eram as atitudes do Brasil colônia de outrora, e principalmente dos missionários cristãos que ajudaram a extinguir muitas culturas e tradições.
Atualmente desenvolvemos trabalhos com Yawanawá e Fulni-ô. Assim como também desenvolvemos nossos trabalhos com os demais irmãos terapeutas que apoiam na nossa casa. Valorizamos muito o contato, a parceria, a troca. Mas a mesma importância se dá no respeito de saber a hora de cada coisa, o momento e o lugar.
Os irmãos indígenas vivem na floresta há milênios, convivem com onças, jacarés, cobras e uma variedade de insetos ferozes. Se tem uma coisa que eles sabem fazer é viver com atenção e sensibilidade suficiente para tomar suas decisões. O respeito mútuo vem justamente da compreensão de que há uma amizade e nada além disso. Antes os europeus chegaram aqui oferecendo itens aos irmãos indígenas em troca das terras e riquezas naturais. Hoje muito se observa o neocolonialismo oferecendo esses mesmos itens em troca do domínio da espiritualidade desses povos. Isso precisa ser revisto e mudado. Quando há uma amizade mútua, tudo flui para os dois povos, nós conseguimos ajudá-los com seus projetos e eles nos ajudam com os nossos objetivos existenciais e assim todos caminham dentro da dignidade e honra a experiência humana.
Os irmãos indígenas vem lutando por mais de 500 anos para serem reconhecidos e respeitados. Dentro dessa luta está a sua representatividade através da fala, cultura, tradição e espiritualidade. E a colonização parece estar longe de terminar, uma vez que muitos brancos ainda carregam a energia dentro de si de colonizá-los. Tentamos colonizar quando não damos a oportunidade deles falarem. Muitas vezes queremos ser seus porta-vozes. Queremos ir até a aldeia, aprender a sua cultura, voltar pra cidade e dominar todos os territórios como se fôssemos únicos capazes ou “escolhidos” da espiritualidade. Queremos ser representantes deles aqui na cidade, gerindo seus trabalhos, controlando aonde eles vão, e com quem eles podem falar. Tudo isso ocorre hoje em pleno século 21, e nós brancos temos uma dificuldade enorme de perceber tais coisas revistaestimuladamente.com.br
O maior aprendizado é poder descobrir o quanto somos pequenos. Quer saber o tamanho de um caminho espiritual? Meça o quanto que esse caminho te engrandece ao mesmo tempo que este vai ficando enorme, você ainda tenha humildade de saber que é pequeno diante do universo. 24
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Capa - Aldeia da Vida
Todo caminho espiritual precisa tomar cuidado com a imaturidade filosófica que pode transmitir aos irmãos que optam por caminhar dentro de suas trilhas. Muitas vezes quando escolhemos uma linhagem espiritual, entramos em cavernas, becos sem saída ou até mesmo damos de cara com algum desfiladeiro a ponto de despencar lá de cima.
Nós trabalhamos com o Rapé Yawanawá que sempre vem da floresta pra nossa casa, assim como também fazemos essa medicina de acordo com o que aprendemos lá com eles. O Rapé serve para inúmeras situações. Ajuda no descongestionamento nasal, sinusite entre outros processos físicos. Existem estudos muito sérios que estão sendo desenvolvidos em todo o planeta com estas medicinas, por vários especialistas na área da saúde física e psíquica. A Ayahuasca, por exemplo, vem sendo muito estudada no combate a doenças como ansiedade, depressão, síndrome do pânico e outras coisas mais.
Isso ocorre pela falta de cuidado ou atenção de quem conduz um trabalho espiritual e também daquele que se deixa conduzir. O que estou tentando dizer é que geralmente quando você busca o autoconhecimento, na maioria das vezes você chega cabisbaixo, decepcionado com a vida ou passando algum momento difícil. É muito comum ouvir dos templos, que basta ter fé e tudo vai mudar e se transformar na sua vida. Sim, a fé é um pilar, mas existem outros.
Fora as questões das enfermidades, estas medicinas tem fortes conexões espirituais por carregarem dentro de suas composições, registros do nosso planeta. Tomar dessas medicinas, é colocar pra dentro a natureza que nos cerca e que muitas vezes não nos damos conta pelo peso social que vivemos e que nos cega.
Presentão pra mim foi descobrir que sou pequeno. Entender que sou capaz de crescer e conquistar muita coisa, porém outras não, e tá tudo bem por isso! Quando você descobre a sua pequenez você entende que não controla tudo, não pode tudo, não é culpado por tudo e que ainda tem muito o que aprender sempre. E isso te dá forças para querer crescer sempre, corrigir e fluir na vida.
Também é importante salientar que estas medicinas são para todos, mas nem todos são para estas medicinas. Muitas medicinas que carregam saberes da ancestralidade vem se popularizando bastante e com isso, o uso irresponsável vem crescendo. Medicinas como a Ayahuasca e o Rapé não são diversões. Quem vai até um ritual xamânico provar desses portais, precisa ter um propósito de vida grande, um foco e a determinação da mudança. Tomar Ayahuasca por tomar é o mesmo que um cego tentar usar um telescópio para desvendar o cosmo. Assim é também com o Rapé que pode ser auto-aplicado ou alguém pode soprar através de um instrumento de sopro chamado Tepi no seu nariz. O Rapé é responsável por abrir fortes campos energéticos no nosso corpo mental e espiritual, e precisamos fazer o uso desta medicina com muita responsabilidade e propósito.
Na nossa casa, as cerimônias ocorrem praticamente todos os meses com algumas exceções. Nos trabalhos espirituais fazemos usos de algumas plantas para banhos, terapias orientais, conversas terapêuticas, medicinas naturais da floresta, além claro da medicina do abraço, do bom ouvir e do bom falar. As medicinas da floresta são muitas. Diria até que incontáveis. Dentre elas, as que mais fazemos uso é o Uni (Ayahuasca, Daime...) e a medicina do Rumê (Rapé). Essas medicinas são ancestrais e utilizadas há milênios pelos povos originários da Amazônia. A Ayahuasca, por exemplo, foram encontradas evidências de seu uso há 5 mil anos atrás. A Ayahuasca é um chá feito a partir de duas plantas. Um cipó chamado Banisteriopsis Caapi ou como é conhecido popularmente como Jagube, Mariri. E a folha de um arbusto chamado Psychotria Viridis popularmente chamada de Rainha ou Xacrona. Unindo esses dois elementos através de toda uma alquimia de cozimento especial, conseguimos chegar no chá da Ayahuasca. O Rapé é um pó geralmente feito de tabaco com outras ervas medicinais. A fórmula dessa medicina varia de cada povo. revistaestimuladamente.com.br
Estamos cada dia mais construindo uma grande comunidade dos “aldeianos” da Vida no Brasil e no mundo e isso está nos deixando muito felizes por cada laço formado e cada alma que chega e abraça. Se sentir no coração, dá uma chegadinha por aqui. Receberemos você de braços abertos. Leandro Valente Aldeia da Vida
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Poesia
A pena
Por: Clara Marinho
A pena Sim, vale a pena Em cada buraco do mundo tem uma flor Que vale a pena Em cada escuridão tem uma luz Que vale a pena Em cada temporal tem renovar Que vale a pena Em cada adoecer, o renascer Que vale a pena Em cada fim de amor, reconhecer Que vale a pena Em cada grito de dor, o viver Que vale a pena Mas a pena de nada vale Se o nada for teu caminho Se da flor, tu for espinho Se teu cantar for furacão E o chicote for tua mão E o teu riso for mesquinho A pena não vale a bala Que tu atiras em teu pescoço Por se achar da carne o osso Cuidado, a pena é frágil Mas não afaga sujeito mau E é de chumbo no tribunal Seja bom por natureza Não por medo Mas por grandeza E tua pena será de ouro E teu viver o melhor tesouro ClarinhaMar 30/05/2020 Ano 3 | junho 2020
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Alimentação Por: Luciana Guidoux Kalil
Panela de barro, colher de pau
O pensamento de que o que é “humanamente” saudável também é “planetariamente” saudável, se aplica a quase tudo. Afinal, o planeta Terra é a casa dos seres humanos, e também o ventre que nos dá a vida. Então, se algo prejudica à nossa mãe, que nos alimenta, também nos prejudica. Tudo o que comemos vem do seio de nossa Mãe Terra. Nesta edição, vamos abordar os materiais que compõem nossas ferramentas culinárias: panelas, colheres, tigelas, talheres… Falamos em alimentos e qual a melhor alimentação, e pouco sabemos sobre estes materiais e sua possível intervenção na composição final dos alimentos que ingerimos. Em restaurantes e locais de venda de comida, as vigilâncias sanitárias exigem que os utensílios sejam de metal ou plástico, supostamente mais higiênicos no que se refere a germes ou micróbios. Estamos chegando a um ponto de preocupação com a higiene orgânica, que estamos sendo contaminados por toxinas inorgânicas, químicas. Estas geralmente não apresentam sintomas a curto prazo, como dor de barriga e diarréia, mas seu efeito é acumulativo e, quando aparece, costuma ser grave. revistaestimuladamente.com.br
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Alimentação
Para panelas, o alumínio costuma ser o material mais utilizado, pela praticidade e acessibilidade. Presente em desodorantes, cosméticos e nos agrotóxicos que estão em nossa comida, qualquer pequeno aporte extra pode ser demais. Segundo uma pesquisa realizada na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP*, o excesso de alumínio “(...)causa inflamações, seu vapor afeta gravemente os pulmões e há estudos que mostram uma concentração de alumínio no cérebro de pessoas que morreram com mal de Alzheimer”.
glândulas em geral: ovários, testículos, pâncreas, suprarenais, timo, tireóide, pineal e pituitária. Quanto ao silicone, há hipóteses de uma potencial toxicidade, porém não foram encontrados estudos conclusivos. Pessoalmente, prefiro evitar aquecer qualquer material que pareça plástico.
Mais uma vez, o simples e natural está ligado ao saudável: utensílios de madeira, ou de bambu, não transferem substâncias aos alimentos.
A transferência de alumínio para os alimentos é praticamente a mesma quando as panelas são feitas deste metal ou de aço inox. Acontece quando o metal entra em contato com sal ou alimentos ácidos, como tomates e berinjelas. Dessa forma, reage e é ionizado, entrando em nosso sangue como um componente a mais. Se você usa panelas de alumínio, o ideal é evitar cozinhar com sal ou adicioná-lo ao final, e evitar armazenar a comida nestes recipientes. Para armazenar, o ideal são recipientes de vidro.
Alguns utensílios de bambu são colados apresentando possibilidade de que algum componente da cola possa ser liberado quando aquecido. Quanto à higiene da madeira, evite lavar com sabão. Prefira uma esponja com água quente e deixe secar bem, ao sol ou próximo do fogão, para evitar fungos. Como a madeira pega o sabor, quem cozinha com alho e cebola prefere separar tábua de cortar e colheres de pau para alimentos salgados e doces, e assim evita-se transferir o sabor de cebola, por exemplo, a uma salada de frutas.
O ferro, nestas condições de contato com sal e acidez, também transfere metais nocivos, já que as panelas são feitas de uma liga de metais. O mesmo acontece com a pedra sabão, que libera níquel, segundo estudo da UNICAMP**. Quanto às panelas com revestimento antiaderente, há hipóteses de que o material, em contato com o calor e com alimentos protéicos, forme compostos possivelmente cancerígenos.
Estas mesmas observações sobre os materiais valem para tábuas de cortar, pratos, copos e tudo o que toque nossos alimentos sagrados. Outro material inerte, mas menos acessível e mais vulnerável, é o vidro, para panelas e tábuas. O simples vai ganhando espaço em nosso modo complicado de viver. Tudo aquilo que podemos fazer em casa, com ferramentas manuais, agride menos nosso planeta e nosso corpo. Imagine de onde vem os metais, e todo o processo pelos quais passam até se transformarem em uma panela.
A solução é a simplicidade: segundo diversos estudos sobre materiais para panelas, as feitas de barro, sem esmalte ou tinta, não apresentam contra indicações. A panela de barro demora mais para esquentar, e logo mantém a temperatura por mais tempo, possibilitando que se apague o fogo bem antes de que os alimentos tenham completado o cozimento. Os utensílios de barro são usados há milênios pela humanidade, para cozinhar, comer, armazenar água e alimentos.
Você pode fazer seus próprios utensílios de cozinha, usando madeira, bambu e coco. Do coco lixado saem tigelas lindas e duráveis. Colheres e talheres de bambu, podem ser feitos com faca e lixa. E, com habilidade para a cerâmica, quem sabe manufaturar as próprias panelas, canecas e pratos de barro?
Colheres e outros utensílios culinários, como tábuas de cortar, geralmente são de metal, plástico, ou madeira. Quanto ao metal, valem os mesmos parâmetros das panelas. O plástico, quando aquecido, libera substâncias tóxicas e disruptores hormonais, que desregulam nossas funções endócrinas podendo causar problemas em nossas Ano 3 | junho 2020
Para não passar mais uma edição sem receitas gostosas, trago a dica de uma iguaria simples, nutritiva, super saborosa, fácil de preparar, que pode entrar nos beliscos entre as refeições no lugar de biscoitos, salgadinhos e outras perdições industrializadas. E cujo resíduo pode se transformar em uma linda tigela. 29
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Coco assado Ingrediente: coco seco natural Se quiser garantir que a casca do coco fique íntegra para produzir algum utensílio, corte no lugar desejado com uma serrinha de arco. Caso contrário, romper com um martelo traz formas espontâneas. Antes de abrir o coco, faça um furinho para retirar e aproveitar a água. Após aberto, retire a polpa e corte em pedaços pequenos que sejam do tamanho de um bocado. Leve ao forno ou na frigideira, em fogo baixo por 10 -15 minutos, até dourar. Após esfriar, guarde em pote fechado. Se o clima estiver úmido, guarde na geladeira. Fica parecendo cocada! Para transformar a casca do coco em uma tigela, retire os pelos raspando uma faquinha. Logo passe uma lixa grossa ou lima, para alisar e suavizar ao toque. Se quiser um efeito mais estético, passe óleo de coco por fora e por dentro para escurecer e dar brilho. Referências: http://www.usp.br/agen/repgs/2005/pags/287.htm http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0004-06222006000300011
Luciana Guidoux Kalil lunaca@mailoo.org
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Mindfulness Por: Ana Almeida
Espiral do Sofrimento - O que o Mindfulness nos convida a fazer?
Então você deixa de se dar conta: Qual foi mesmo o fato inicial?
Nos artigos anteriores falamos muito sobre os benefícios das práticas do Mindfulness, muito conhecida mundialmente como uma técnica de meditação formal e informal acessível a todos.
A experiência direta é o fato em si mesmo, no momento presente à situação desagradável Para mim, porém, o Mindfulness é um novo estilo ancorada na consciência e não à deriva dos nossos pensamentos e emoções. Essa consciência em de vida. Uma ferramenta de autoconhecimento Mindfulness nos ensina que nós não somos nossos que, quando incorporada no cotidiano, nos traz pensamentos e assim como nuvens eles vem e vão, benefícios de saúde física, mental e emocional. e que nossos pensamentos não são verdades. São O que significa mesmo Mindfulness? É um estado apenas interpretações sensoriais que damos ao que mental, caracterizado pela autorregulação emocional chamamos de “Realidade”. com abertura e curiosidade às experiências que Ancorados em Mindfulness conseguimos perceber enfrentamos, sem críticas ou julgamentos. Em que essa consciência nos liberta da realidade outras palavras podemos dizer que é um novo jeito distorcida que criamos e nos permite agir como de ser, de viver e de melhorar o equilíbrio entre o observadores dos nossos pensamentos e, de como trabalho e a vida pessoal. nos tornamos melhores quando os gerenciamos. O que você acha de viver Mindfulness? Me permita citar um exemplo claro da Espiral do Por outro lado, quando falamos na Espiral do Sofrimento e do Mindfulness na prática: Sofrimento, estamos falando de todo sentimento, Imagine agora você no trânsito, VOCÊ como um emoções e REAÇÕES EXTRAS que criamos (a) condutor (a) responsável que pratica a direção além da experiência direta, ou seja, criando uma defensiva e, de repente alguém entra à sua frente nova EXPERIÊNCIA SECUNDÁRIA, numa violentamente sem pedir licença e vai embora em proporção ainda maior do que a situação inicial alta velocidade a se perder de suas vistas. Como desagradável. Começamos a agregar camadas e camadas de sofrimento, cada novo sentimento, cada você reagiria ou reage a esta situação inesperada e desagradável? Algumas pessoas talvez gritassem nova emoção e reação, entrando numa espiral de ou xingassem, ou simplesmente apertassem suas sofrimento. revistaestimuladamente.com.br
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buzinas repetidamente, ainda outras talvez até entrassem numa perseguição de trânsito para alcançar o outro (a) condutor (a) e lhes dizer algumas prosas, reações estas que só aumentaria sua ira, raiva, tensões e taquicardia, lhe diminuindo a respiração e a mente consciente. Já presenciou esta cena desagradável com você ou com outros condutores? (Gostaria de me compartilhar?). Este cenário chamamos de Espiral do Sofrimento: dor, raiva, angústia, tensão, xingamentos, etc, etc, etc. Este condutor (a) está inundado (a) de cortisol, o hormônio do estresse. O que o Mindfulness nos CONVIDA a fazer NA PRÁTICA nesta cena? Tal como uma situação inesperada (acontecimentos circunstanciais desagradáveis) nos sentimos estressados e reagimos (mecanismo autônomo de defesa), em níveis conscientes e equilibrados de autoproteção. A prática do Mindfulness nesta cena ilustrativa nos convida a autorregulação emocional (um novo jeito de ser ou estilo de vida, lembra?). Experiência direta ou primária: O que aconteceu aqui? Então, pare o carro em local seguro e faça algumas respirações diafragmáticas conscientes; inspire, expire, inspire, expire, inspire, expire. Solte o ar pela boca completamente. Perceba que tudo está bem e seguro com você agora, AGRADEÇA AO VALOR DA VIDA! Se tiver que ligar para alguém e informar que chegará atrasado (a) ligue agora e informe. Esta atitude consciente vai te libertar da “necessidade” de chegar imediatamente a algum lugar. Pratique outras respirações, e perceberá que cada vez mais estará tranquilo (a) e calmo (a), mesmo que pensamentos inquietantes insistam em passar pela sua mente, lembre-se; você não é seus pensamentos! Parabéns! Você acaba de praticar a autorregulação emocional em Mindfulness (meditação formal e informal consciente). Se me permite mais algumas sugestões práticas; coloque uma boa música que te promove bem-estar e em volume agradável, ligue o carro e siga em frente com curiosidade e abertura nesta extraordinária experiência da vida humana. Viver Mindfulness é Um Novo Estilo de Vida! Vivamos Mindfulness! Ana Almeida Terapeuta do Bem-Estar egregoraterapeutica@gmail.com Ano 3 | junho 2020
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Especial - Registros Akรกshicos
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Mecânica Quântica Por: Jean Savedra
Mecânica Quântica: o caminho da dualidade
Há em cada um de nós um poder de escolha. Nós passamos a decidir à medida que crescemos. Até mesmo “não decidir” seria uma decisão. A nossa capacidade de optar comprova o mundo da proporcionalidade. Tudo é construído pela medida da sua fé. Só você pode resolver esse dilema. Torna-se cansativo seguir uma base de paradigmas criados por outras pessoas para nós. Há forças extras em nós que nem mesmo sabemos de onde vêm. Esses estímulos externos provocam atitudes enganosas e nos fixam em um único estado do ser. A sua força criativa é inesgotável e tem muito poder. Ser um nômade espiritual é a experiência de NÃO LOCALIDADE ou de poder ir e servir aos seus ideais intrínsecos em multiforme graça, de forma que você, unicamente, obedeça a voz da sua centelha divina. revistaestimuladamente.com.br
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Mecânica Quântica
Hoje você é uma versão de sucesso, amanhã você é outra versão de sucesso. Jamais subestime a sua versatilidade. Você é móvel. Você é hábil. Você é incrível. Você é colibri. Você é vagalume. Você é Deus em ação e absolutamente nada poderá lhe deter a não ser você mesmo. As soluções são infinitas, os caminhos são infinitos. Remova sua mentalidade fixa e adentre no fluxo do fluir espiritual e rasgue esse documento burocrático mental que na realidade não existe. O nômade espiritual flutua e tem prazer no que faz. O nômade espiritual sabe que pode resolver qualquer problema. É fácil, extremamente fácil. Tudo é questão de ESTAR onde quiser e como quiser dentro do seu campo quântico (mente). O SER, você, é um ser de extrema habilidade em fusão com a Fonte Criadora (DEUS). Para que sofrer à toa se a chave dourada já está em suas mãos?
Medo/coragem, ódio/amor, escuro/claro, preto/ branco, são/doente, preso/liberto, pobre/rico, certo/ errado foram enfim execrados aqui. O ato falho curioso de Adão e Eva transferiu a pior informação a essa terra - a capacidade de percepção do que é bom e mau. Tudo passou a ser conjunção “ou”. Escolha. Morte ou vida, benção ou maldição. É a nova lei. Escolha seu lado. De que lado você está? De que lado você quer ficar? O livre arbítrio é um presente do Pai das Luzes. Na atual conjuntura, Deus, o Filho, Espírito e todas as regiões celestiais e energias, a humanidade e a natureza nos pedem que nossas tendências sejam para o lado dos anjos e que a dualidade, que nos assola, não seja mais ressonante com baixas freqüências, as quais enfermam a alma dos seres humanos. Escolha o bem, viva o bom e goze do melhor que essa experiência humana pode lhe dar (Eclesiastes 9). Nessa brincadeira de viver, a decisão é sua e de mais ninguém.
Adão, o primeiro homem lúcido da história bíblica, era o nômade espiritual perfeito. Ele habitava na única revelação daquela Era, que foi a Era do bem e do bom. Por isso chamaremos de época da singularidade. Não havia lados e não havia opções. Tudo era bom. Adão vivia em modo de transubstanciação - uma energia pura e neutra – um homem criado e cocriador, era onda e era partícula. Viajava o tempo e atravessava universos. Vivia de saltos quânticos e de glória em glória em uma densidade absurdamente leve. O primeiro homem não tinha fé nenhuma. Para que a fé? A fé é praticada em um reino injusto, portanto, esse sentimento não existia. Adão não se sentia preso dentro de um corpo. A única lei que vigorava era a lei da singularidade. Perfeição, paz e seres atemporais eram as condições energéticas do santo Éden. Mas, nesse universo cósmico infinito e nessa supercorda havia um pequeníssimo detalhe: uma árvore. A árvore do conhecimento do bem e do mal que em certo ponto no tempo se tornou o pivô que estabeleceu um divisor, e de forma impiedosa instalou nessa dimensão o reino pecaminoso, perverso e tenebroso como lei implacável no mundo dual. O lado escuro da força.
Please, stop looking at the Apple Tree. Pare de rondar a macieira. Não se pode servir dois senhores. Não jorra da mesma fonte água doce e água salgada. Jesus, o Filho, falou sobre a dualidade: “Se teus olhos forem bons, teu corpo será cheio de luz; se forem maus, tua luz se tornou em trevas”. Mude suas palavras. Troque seus pensamentos. Substitua seu negativismo pela positividade. Se disser que a vida é aflição, será aflição, se disser que a vida é abundante, será abundante. Nós somos reflexos da alma (essência e amor) do Universo, se você quiser, obviamente. Todos os postulados da Física Quântica revelam um mundo dual e que é liderado pela consciência humana, também subordinado a leis universais implantadas por um legislador supremo e impecável. A sua vida é proporcional ao seu entendimento e à sua compreensão do mundo. Você é um servo de você mesmo e de sua subconsciência. Fala-se tanto em expansão da consciência! Ao expandir, nós adquirimos um poder de resolução capaz de colocála no estado que queremos. Somos poderosos e manipulamos a energia a bel prazer. Os átomos são decididos pela consciência e não decisórios em si próprio. O princípio da incerteza recai na neutralidade dentro de um estado relaxado. Eis a chance, para cocriar o que quiser, devemos soltar. Não se trata de esperar, mas sim de viver como se aquilo já fosse real hoje. Jean Savedra contato@jeanricardosavedra.com
A dualidade foi criada e nos tornamos bipolares. O mundo de mentes brilhantes à dementes ofuscantes. Afinal, o gato de Schrodinger está morto ou está vivo? A arte da guerra e da paz são definições do observador (você). Ano 3 | junho 2020
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Desenvolvimento humano Por: Bianca Ramos
Você é Feliz?
“Você é feliz?”. Uma vez me perguntaram como se pergunta sobre como foi o dia, ou até mesmo o que você comeu ontem.
“nossa, existem estudos científicos para o que eu acredito desde que me entendo por gente. Existem experimentos e dados que comprovam a importância de você se considerar feliz”.
Eu não tive certeza sobre o que dizer direito. Para mim, aquela questão me pareceu muito profunda. Tão profunda a ponto de eu não entender o real sentido da felicidade. Depois de uma leve reflexão, respondi o que parte das pessoas diz quando se fala de felicidade: “sim, sou feliz”.
E, sim, a partir daí, é exatamente isso que você pode ter imaginado. Não parei mais. Hoje eu acordo e durmo pensando na Felicidade, mais especificadamente nas ferramentas e dados que a Neurociência, a Filosofia e a Psicologia Positiva trazem para ajudar pessoas a observarem a vida de uma nova forma, uma forma que seja possível atingir esse estado tão desejado.
Lembro como se fosse hoje da minha primeira aula sobre Felicidade na pós-graduação de Psicologia Positiva. Ao contrário do que muitos pensam, por mais que hoje eu perceba que meu propósito está ligado a resgatar a essência do ser humano para um mundo mais feliz, eu não tinha clareza sobre o que fazer profissionalmente, até aquele momento.
Bom, e o que é então Felicidade? Nas linhas abaixo, trago para você o meu conceito. Sim, me permiti escrever a partir de opiniões pessoais claro que tendo como referência todo o embasamento de estudos que tenho feito, clientes que tenho atendido e palestras que tenho dado ao longo da minha singela jornada.
Comecei a assistir a aula de Felicidade e, a cada minuto, eu vibrava. Vibrava como quem diz: revistaestimuladamente.com.br
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Desenvolvimento humano
“Inundo-me em meio a uma onda de teorias e conceitos quando penso em felicidade. Felicidade é um constructo. Difícil palavra, né? Mas tudo bem, quer dizer que felicidade é simples e ao mesmo tempo complexa que não cabe em apenas um conceito. Pra começar, felicidade é um estado. É o aqui e agora, e traz o sublime contentamento com ela. Felicidade nos lembra um abraço apertado, um sorriso, um aperto de mão, uma palavra amiga. Tão simples e, ás vezes, parece tão longe. Não, felicidade não é mundo de Poliana. Você pode estar feliz se sentindo triste. Interessante, né? Acredito que felicidade vem ao lado da seguinte pergunta: você deseja que o dia de amanhã seja parecido com o de hoje? Sim, é esse gosto de chegar em uma terçafeira e seguir desejando o que já se possui, como diz Santo Agostinho. E ah! Não se preocupe se não se identificou, tenho uma notícia boa pra você: felicidade como se não bastasse ser tão sublime é, também, treinável. Sim, isso mesmo! Podemos treinar nosso cérebro para ser feliz. “
Em relação a ter mais emoções positivas que negativas, é extremamente necessário ressaltar que, dentro da Psicologia Positiva, nós não negamos, de forma alguma, as emoções negativas, tais como: medo, raiva, tristeza, dentre outras. Pelo contrário, acreditamos que são emoções importantes e necessárias, afinal, nós somos seres humanos. Contudo, ter mais emoções positivas que negativas e adquirir a capacidade de trazer emoções positivas para sua vida é essencial. Para conseguir isso, precisamos conhecer nossos recursos. Costumo dizer que os recursos são nossas caixinhas de ferramentas ou, como diz minha querida professora Carla Furtado, são os utensílios do nosso kit de primeiros socorros. Quando falamos de recursos nesse contexto, podemos entender como atividades que te trazem emoções positivas. Por exemplo, tenho como grandes recursos estar em meio à natureza e conversar com alguém da minha rede de apoio (pessoas que acredito que realmente posso contar). Para cada pessoa podem existir diferentes atividades, como meus pais, por exemplo, que um grande recurso de ambos é andar de moto pelas estradas. Para meus pais, sentar em cima de uma moto e passar horas e horas em alguma estrada é muito prazeroso e os faz muito bem, algo que, para outra pessoa, por exemplo, pode não fazer sentido e despertar o oposto. Daí vem a, não só importância, mas a necessidade do autoconhecimento, pois como saberei o que me faz bem se não me conheço o suficiente para afirmar?
Simples e tão profundo, né? Gosto de pensar nessas duas características quando leio esse conceito, as outras, deixo com você. Bom, a verdade é que muito se fala sobre felicidade ao longo do tempo. Na história, Tales de Mileto traz que “é feliz quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada” e Platão diz que “exercendo a virtude e a justiça se obtém a felicidade”. Por outro lado, Aristóteles traz o conceito de Eudaimonia em que afirma que “a virtude das virtudes é a felicidade”. São diversos os pensadores e filósofos que trouxeram alguns conceitos sobre Felicidade.
Nesse contexto, é necessário lembrar que existem alguns recursos que o impacto é comprovado pela ciência, como a meditação. Há grandes estudos que comprovam o bom funcionamento do nosso cérebro e corpo com a prática constante de meditação. A Neurociência, por exemplo, entende que existem 4 (quatro) grandes habilidades base para a felicidade: Resiliência, Savouring, Atenção Plena e Generosidade. Ou seja, a Neurociência acredita que essas são 4 (quatro) habilidades base em que se pode aprender e treinar seu cérebro para desenvolver o estado de felicidade. Nesse sentido, a meditação vem como uma ferramenta para exercer a habilidade de Atenção Plena, que está ligada a ideia de estar, de forma consciente e proposital, no momento presente.
Atualmente, costumo utilizar um dos conceitos mais propagados dentro da Psicologia Positiva quando falamos sobre o assunto, o da Dra. Sonja Lyubomirsky, professora e pesquisadora na Universidade da Califórnia. De acordo com ela, “a felicidade é uma experiência de contentamento e bem-estar, combinado a uma sensação de que a própria vida possui sentido e vale a pena.” Ao estudar esse conceito, podemos perceber dois grandes pilares: a importância de ter mais emoções positivas que negativas no nosso dia e a percepção de sentido da vida, ou seja, de propósito. Com essa consciência, vamos trazer alguns pontos sobre ambos. Ano 3 | junho 2020
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Desenvolvimento humano
Como segundo pilar, temos a sensação de que a própria vida possui sentido e vale a pena, ou seja, o propósito. Quando penso em propósito, logo me vem à mente: propósito é a sua forma de demonstrar amor ao mundo. É esse gosto de chegar em uma terça feira comum e seguir desejando o que já se possui, como diz Santo Agostinho. É a percepção de que você está contribuindo para algo maior que você mesmo e fazendo a diferença no mundo, através de seus talentos. Algo muito interessante que costuma acontecer quando estudamos sobre felicidade é que vamos aos poucos nos considerando pessoas mais felizes. Acredito que, para isso ocorrer, existe relação direta com o que você pensa que é felicidade. Muitas vezes, principalmente com a globalização e a imersão da sociedade numa cultura voltada ao consumo, temos a ideia de que “serei feliz quando conseguir aquele emprego”, ou “quando passar no concurso”, ou “quando me formar”, ou “quando me aposentar”, ou “quando tiver uma família”, ou “quando conseguir comprar meu carro” ou “se não tivesse feito daquela forma”, ou “se isso não tivesse acontecido comigo” e por aí vai. São tantos “quando” e “se” que acabamos nos perdendo entre passado e futuro, e esquecemos de valorizar o bem mais precioso que temos: o momento presente. Como o próprio nome já diz, o presente é a chance que temos de viver, de colocar em prática nossos talentos, de perceber que a vida, por si só, vale a pena e que a maior dádiva que alguém pode ter é a chance de estar vivo. Por fim, quero trazer uma notícia pra você: a felicidade é aprendível. Sim, isso mesmo. Você pode desenvolver seu cérebro para perceber a vida de uma forma que te impulsione ao estado de felicidade, devido à neuroplasiticidade cerebral (possibilidade do nosso cérebro de conseguir se desenvolver pelo resto da vida). Mas esse é um assunto que fica para a nossa próxima conversa. Bianca Ramos
Meu propósito é resgatar a essência do ser humano para um mundo mais feliz. Materializo ele através de mentorias individuais e em grupo, palestras e workshops, principalmente através da Psicologia Positiva, Neurociência, método Felicidade Interna Bruta do instituto Feliciência e da metodologia internacional Gallup Strengths.
eubiancaramos@gmail.com
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Educação - 0 a 3 anos Por: Leila Oliveira Costa
Os perigos de uma Pandemia Pós Pandemia Lentamente, porém, a civilização subtraiu à criança o ambiente social. Tudo é excessivamente regrado, demasiado fechado e rápido. Não só o ritmo acelerado de vida do adulto passou a constituir um obstáculo à criança, mas o advento da máquina, que arrasta para longe como um vento impetuoso, privou-a até mesmo dos últimos recantos onde refugiar-se. Em consequência, a criança está impossibilitada de viver ativamente. Os cuidados que lhe dedicam consistem em salvar-lhe a vida dos perigos que se multiplicam e que a atormentam exteriormente. Mas, na realidade, a criança é um fugitivo no mundo, um ser inerte, um escravo. Ninguém pensa na necessidade de criar para ela um ambiente de vida adequado; não se reflete que ela tem exigências de ação e de trabalho. In: Maria Montessori (2010) Há três meses entrevistei a família de uma bebê que tinha poucos meses. A entrevista on line trazia uma esperança de que a bebê estivesse na creche em breve. Era o início da pandemia. Expliquei calmamente como funciona nosso berçário e fiz muitas perguntas sobre a bebê, que no início do isolamento tinha poucos dias de vida. A família conta que a bebê passava o dia no apartamento com a mãe. Ainda não conhecia primos, tios, avós e a rua.
na creche? Como as famílias de bebês se sentem quando ao receberem seus bebês não podem contar com as redes de apoio? E com as crianças? O que ela ganha e perde estando apenas com seus pais? Esta pergunta inicial foi se estendendo para a situação das famílias que de repente se viram sem a creche? Como se dariam as relações de muitas famílias que continuaram a trabalhar ou daquelas que perderam seus empregos? Quais seriam as modificações para novas rotinas? Seria possível uma nova rotina quando os bebês exigem tempo de qualidade para se desenvolverem? Como estariam os bebês, que saíram de uma vida de liberdade na instituição, de rotinas organizadas de maneira estável, de socialização com outras crianças, para um isolamento forçado?
Aquela família, tão cuidadosa com sua bebê, tinha uma preocupação com o fato de que o bebê não tinha contato com outros seres humanos para além dos pais. E eu, me preocupei com o fato de que, a mensagem que aquela família me dizia: faltam partes de afeto. Faltam colos, sorrisos e palavras, não só na vida de nossa bebê mas, também na nossa, com quem imaginávamos compartilhar a experiência de ver crescer este bebê.
Passei meses acompanhando uma plataforma os últimos dez dias iniciei a revisão de artigos científicos que trouxessem a temática dos efeitos da pandemia no desenvolvimento infantil. Minha busca tinha como principal objetivo compreender estes efeitos do ponto de uma educadora de bebês.
Poucos dias depois da entrevista com esta família começo a ler sobre outros bebês que perderam o direito às interações humanas. Os prematuros, os que estão em UTI, os bebês nascidos de barriga de aluguel. Todos estes bebês, em uma enfermaria, por mais que estejam cuidados, perderam algo fundamental: O colo cheio de afeto, onde podem existir como pessoa. O colo de seus pais e de toda uma rede de pessoas que formam a família.
Enfim, há duas semanas o texto de Maria Beatriz Linhares e Sonia Regina Emimo é publicado e, nele, encontramos diversos alertas que me colocaram em um estado de atenção ainda maior. As autoras explicam que o conhecimento sobre os efeitos psicológicos da pandemia em bebês e crianças estão sendo estudados conforme o isolamento se estende. Isso se dá pelo fato de que nas pandemias anteriores os contextos não eram mesmos. As
Os pensamentos que me acompanham desde então: Qual o efeito do isolamento para os bebês e crianças pequenas? Como será a entrada dos bebês nascidos durante a pandemia ou, um pouco depois,
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Fotos: Luana Melhado @espaco.kando
autoras alertam para alguns fatos não devem ser generalizados, porém, tomados em consideração quando pensamos em bebês e crianças pequenas.
sabe o que é aquele animalzinho. Nestes momentos os bebês olham para o seu cuidador esperando exatamente que ele lhe diga o que acontece. O adulto “empresta seu pensamento ao bebê ” a partir da linguagem. E como é bonito quando os bebês começam a mostrar mesmo para pessoas desconhecidas este mesmo pássaro. Ele não espera conhecer a pessoas, mas ele deseja se comunicar.
Todos nós, de alguma forma, fomos afetados com o isolamento. Somos seres sociais e a aproximação nos impulsiona para o desenvolvimento. No caso dos bebês, no entanto, há algo de importância central neste momento. Sabemos que os bebês humanos dependem de outros humanos para seguirem o caminho da vida.
Nem todos os bebês terão interesses pelos pássaros. Alguns vão gostar do cachorro, outros dos quadros de sua casa, outros ainda das flores, e ainda outro, de alguns brinquedos da creche. Alguns se encantarão pela chuva e outros terão muita alegria ao se encontrarem com uma poça de água. Fato é, que cada bebê percebe e se interessa por diferentes aspectos do mundo físico. É por este motivo que em nossas instituições cuidamos para que cada bebê receba respostas específicas para seus interesses específicos. Há sempre um cuidado exclusivo para cada bebê ou criança pequena. O cuidado que faz com que a criança siga em seu desejo de descobrir. E é por este fato que o educador de bebês deve ser o mais preparado. Este educador deve ser capaz de compreender cada bebê.
Descobrimos há pouco mais de sessenta anos que os bebês já vêm ao mundo com um aparato apropriado para estabelecerem uma Comunicação Social. As parcerias interativas, desde o início da vida, são essenciais para aquilo que chamamos de desenvolvimento humano. No entanto, não se trata de qualquer parceria interativa. As interações humanas analógicas são importantes pois, é através delas que a criança pode se envolver em tramas comunicativas. Em uma relação analógica o bebê, mesmo sem falar, poderá ser compreendido a partir do gesto. Pense em um bebê que olhando para a seu cuidador principal aponta para um pássaro visto em uma árvore. O adulto observador diz: Olha, você está vendo um pássaro que está em cima da árvore. Este bebê, apesar de não falar, vai tornando-se capaz de construir uma percepção e fazer as primeiras relações sobre o que é árvore, o que é pássaro e o que é estar em cima da árvore. A comunicação se inicia antes mesmo de a criança saber falar. Mais adiante, a criança começa a perceber outros pássaros e novamente aponta, expressando ao adulto que ele já Ano 3 | junho 2020
Do ponto de vista do bebê, a capacidade de perceber e de se comunicar à partir de gestos só é possível na interação humana. O bebê primeiro recebe o gesto dos adultos em seu corpo. Os olhares, os toques, os sorrisos, e também, as tristezas, os medos e as inseguranças que lhe podem ser transmitidas na interação. O adulto oferece-se também para ser conhecido enquanto conhece o bebê. 43
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Educação - 0 a 3 anos
Pensemos em um bebê que ao mostrar o pássaro é ignorado. Se gritam com ele, ou se fingem não vê-lo. O que aconteceria?
Voltemos ao exemplo do pássaro: Quantas questões são mobilizadas naquela situação real. O bebê usa sua capacidade de percepção e atenção, usa o gesto para se comunicar, escuta a resposta do educador, e responde novamente à resposta do educador. O pássaro poderá aparecer novamente na mesma árvore, mas mesmo que assim seja, a situação será nova. Será em um dia pela manhã. Será em um dia chuvoso, será em um dia em que o bebê está com um amiguinho. Enfim, esse pássaro nunca estará ali da mesma maneira. Muitas narrativas serão construídas. Por exemplo, a educadora poderá dizer para o bebê: Nossa , esse pássaro vimos ontem, vamos mostrar ao João? Ou ainda, Veja, hoje o pássaro está com outros passarinhos e eles cantam bem alto.
O bebê poderá desistir de se comunicar, o que diminuirá a sua curiosidade, sua atenção e, em especial, impedirá a formação de sua inteligência. Pois não pode aprender quem não deseja aprender. Por outro lado, por não ser respondido, a criança pode sentir efeitos de emoções como abandono e despertencimento. O primeiro efeito estressor em uma pandemia que poderá ser um risco para o bebê e a criança pequena é a ausência desta presença humana. Quanto menor o bebê, mais a necessidade de cuidados corporais, de atenção e de interação humana.
Quando entregamos a tela à criança também podemos mostrar um pássaro, no entanto, será sempre o mesmo pássaro em uma situação em que o bebê e criança recebem passivamente informações. Não há um outro capaz de compreendê-la. Nenhuma máquina pode estabelecer uma relação comunicativa como a que vivemos em uma situação analógica.
A qualidade do contato humano determina o que a criança aprende. Nas palavras de Winnicott, a criança aprende com o que os adultos fazem com o corpo delas e, com o que elas mesmas fazem com o seu próprio corpo. Mas como as famílias poderão oferecer cuidados de qualidade e uma boa interação quando sofrem os impactos de uma situação de pandemia?
Portanto, eis o perigo de uma Sexta Pandemia. O que será das crianças que estão ficando longas horas sem a oportunidade de trocas comunicativas exclusivas a seus interesses?
Os pais, em especial as mães, continuam seu trabalho com o acúmulo das tarefas domésticas mais os cuidados com os bebês. O trabalho é realizado on line, porém, com o mesmo nível de exigência.
O alerta foi levantado pela Sociedade Brasileira de Pediatria que reiterou, no início da pandemia, as orientações relativas aos possíveis danos às crianças expostas à tela como a dependência digital e uso problemático das mídias interativas; problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão; transtornos do déficit de atenção e hiperatividade; transtornos do sono; atraso de fala, transtornos de alimentação, sedentarismo e falta da prática de exercícios; problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador; problemas auditivos e PAIR, perda auditiva induzida pelo ruído; transtornos posturais e musculoesqueléticos. (2020)
Resta-lhes a presença de um “outro” que não é humano, mas que silencia e distrai a criança. Um outro que não pode estabelecer uma situação comunicativa. Um outro que não pode compreender o que o bebê pensa, que não pode se comunicar com o bebê no sentido que apresentamos aqui. Um outro que não proporciona a criança uma interação que parte de suas singularidades, ou outro que não leva em consideração seus interesses específicos. Um outro que exclui a percepção de muitas aprendizagens do mundo físico.
A mesma orientação, baseada em estudos mundiais, diz que o tempo de tela para crianças de 0 a 3 anos deve ser ZERO, e que o uso de tela de três a cinco anos deve ser de uma hora no máximo, com acompanhamento do adulto.
Este “outro” são as telas. Embora saibamos que , esta é a realidade possível para algumas famílias, para que continuem este seu trabalho remoto, não podemos deixar de repensar os impactos que este “outro “ irá causar na vida dos bebês e crianças pequenas. revistaestimuladamente.com.br
Volto a dizer que compreendemos a situação e as necessidades das famílias, porém, o impacto em relação ao desenvolvimento das crianças seguirá seu curso. 44
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Está na hora de repensarmos se em uma sociedade as necessidades adultas devem estar sempre em oposição às necessidades das crianças. Eis o nosso paradoxo de maior urgência: resolvemos sempre os problemas dos adultos em detrimento das reais necessidades das crianças. Se os pais precisam das telas pois, não há outra rede de apoio, devemos com urgência pensar se esta sociedade é uma sociedade justa e comprometida com o futuro. Pais precisam ter o direito de exercer sua parentalidade. Bebês e crianças pequenas devem ter o direito de contar com a interação humana, única maneira de passarem da condição de ser para a condição de existir. Fotos: Luana Melhado @espaco.kando
Onde há tela há ausência de adulto e, onde há tela há ausência de ação e criação da criança no mundo real. Sendo assim, se a criança aprende também com o que ela faz com seu próprio corpo, o que está acontecendo enquanto está entre cinco e seis horas em frente a uma tela? Pesquisas apontam que as luzes das telas destroem neurônios, impedem a produção de melatonina, comprometem a capacidade de pensar e reagir.
O que será dos bebês e crianças que há mais de cem dias estão em situação de “não atuar no mundo”? Vimos a cada dia, mesmo no meio educacional, uma mudança repentina de discursos sobre este “outro”. Mas a quem estes discursos servem? A que ponto chegamos nessa relativização de tudo, o que impacta na vida da criança a favor da lógica do consumo?
Não é a tela que deve ser nosso foco de análise mas, o que a criança deixa de fazer quando está frente à tela? Ela deixa exatamente de viver o que vivia nas escolas sérias, nos contextos de interações e brincadeiras. Ela deixa de conhecer o mundo, ela perde a possibilidade de perceber as características do mundo físico- pesos, aromas, texturas, temperaturas, movimentos, cores reais, e do mundo matemático, tamanhos, formas, direção, quantidades. Ela perde a capacidade de se comunicar pois, repete passivamente informações. Ela perde a sensibilidade de perceber nuanças pois, seus olhos não dão conta de perceber detalhes nos desenhos em duas dimensões que se movimentam freneticamente.
Meu desejo, é que tenhamos a clareza necessária para enfrentar a pandemia que virá após a pandemia: A pandemia da ausência das interações humanas que já estavam fragilizadas, mas que agora, sem as escolas, se evidenciam. Que possamos debater, em várias esferas, o que é a responsabilidade partilhada entre famílias e escolas para o desenvolvimento ótimo de todas as crianças. Citação Inicial : Röhrs, Hermann.Maria Montessori / Hermann Röhrs; tradução: Danilo Di Manno de Almeida,
A tela não pode oferecer às crianças nenhuma das três necessidades psicológicas humanas fundamentais: Sentimento de Pertencer (Ter empatia.), Sentimento de Saber Fazer (Competências e Habilidades) e o Sentimento de Autonomia (Tomada de Decisões).
Maria Leila Alves. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. Recomendações sobre o uso de telas – Sociedade Brasileira de Pediatria. https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-atualizarecomendacoes-sobre-saude-de-criancas-e-adolescentes-naera-digital/
Bebês estão em perigo pois, é nos três primeiros anos de vida que se forma a arquitetura cerebral. E o mesmo podemos dizer em relação às crianças pequenas. As crianças estão em perigo. Ano 3 | junho 2020
Leila Oliveira Costa Pedagoga | Terapeuta leilabob9@hotmail.com 45
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ICF - Internacional Coach Federation Por: Meiling Canizares
ICF Brasil fomenta produção de conteúdo A Revista Estimuldamente em parceria com a ICF Brasil apresenta textos de coaches credenciados cujo tema norteador dos é a “aplicação do coaching em sua prática profissional”. Tais textos foram escolhidos através de um sorteio realizado em 07/05/2020. Como ser coach me tornou melhor profissional, melhor consultor, e melhor professor
Impactos do Coachig Efeitos positivos do coaching tem impactado organizações, sociedades e indivíduos em todo o mundo. A ICF Foundation, por exemplo, através da Iniciativa Ignite, apurou que 89% dos participantes dizem que o coaching contribuiu para o seu sucesso e que 50% identificaram mudanças significativas nos líderes, no trabalho em equipe e no desenvolvimento pessoal. Também relataram que houve um ‘efeito cascata’ dos ganhos obtidos, pois a eficiência operacional aumentou em 76% dos casos e o nível de engajamento dos colaboradores com a organização em 70%.
Quando começamos nossa primeira formação em coaching não temos clareza do potencial que existe em ser coach. Comecei há quase dez anos pela motivação de transformar em profissão a vontade de ajudar o outro. Hoje sou ainda consultor em desenvolvimento organizacional e professor de MBA. Posso dizer que ambos são muitos beneficiados pelo coaching. No coaching auxiliamos clientes a desenvolver habilidades. Para isso aprendemos várias ferramentas para melhor entender a pessoa a nossa frente e ajudá-la em seu desenvolvimento.
Na minha prática de coaching, percebo que as pessoas que decidem fazer uma mudança real em suas vidas se beneficiam muito do processo (75% Em consultoria usamos as técnicas em várias partes disseram que se sentem mais felizes). Nos últimos do processo, mas principalmente, para entender cinco anos (2014-2019) meus clientes relataram melhor os líderes das empresas e para orientá-los melhoras significativas em seus relacionamentos, da forma mais adequada às suas individualidades. pessoais ou profissionais, produtividade humana, Como professor, identificar diferentes perfis ajuda autoestima e autoconfiança. Assim, sigo me no exercício de perceber situações pelas diferentes dedicando ao coaching porque acredito nele perspectivas que os alunos podem ter. como um processo que lida com o pensar, sentir e querer, tendo na essência o apoio para a Os benefícios são diversos mesmo para quem construção de uma consciência mais profunda e não adota o coaching como profissão. Aprender e adquirir maior sensibilidade sobre as pessoas sempre identificação do potencial. nos ajuda a melhorar nossas relações e a extrair mais O coaching torna a jornada mais produtiva! do nosso trabalho. Alexandre Trevelin https://www.linkedin.com/in/alexandretrevelin/
Carlla Zanna https://www.linkedin.com/in/carllazanna/
Graduado em Engenharia Elétrica pela Unicamp com aprofundamento em Engenharia Industrial pelo Arts et Métiers – ParisTech. Especializado em Liderança de organizações e mudanças pelo MIT/Sloan. Professor nos MBAs de Gestão Estratégica de Negócios, Business Innovation, Marketing Digital da FIAP. Coach certificado pela ICF – International Coaching Federetaion e pelo Integral Coaching Canada. Atua como consultor de estratégia e desenvolvimento organizacional.
Psicóloga, pós graduada em Desenvolvimento Humano e MBA em Recursos Humanos. Certificada nas metodologias internacionais “The Human Element®️” e “LIFO®️”. Qualificada nas ferramentas de Assessment MBTI I e II, Birkman e LABEL. Professional Certified Coach pela ICF – International Coach Federation
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ICF - Internacional Coach Federation
Ser coach ou estar Coach?
Como aumentar engajamento e produtividade das equipes
Lembro de uma conversa com minha filha, quando ela era adolescente, em que ela me trouxe uma questão e eu devolvi para ela uma série de perguntas e ela me interrompeu dizendo: “Você é minha mãe, não minha coach!”. Ela tinha razão. Naquela hora precisava de orientação e direção. Mas, uma vez coach, sempre coach.
Um dos grandes desafios das organizações e de seus líderes é fazer com que uma equipe utilize seu potencial máximo e de cada integrante. Além disso, as organizações estão cada vez mais em um cenário volátil, incerto e com grupos diversificados, potencializando este desafio. Então, como aumentar o engajamento e produtividade das equipes?
Eu não atuo exclusivamente como coach e nem tenho nesta atividade minha principal fonte de renda. Mas com quatro formações ao longo de dez anos e mais de 400h de atendimento, não tem como não incorporar as competências e não tem como não agir de acordo com o código de ética nas minhas demais atividades profissionais e até na vida pessoal.
Um dos recursos que sempre utilizei e se mostrou efetivo, em minha época de executiva, e que nos últimos anos como consultora e coach tenho aplicado com sucesso, é o Coaching de Equipe. O Coaching de Equipe promove a autoconsciência do grupo como equipe e o papel de cada indivíduo como parte da mesma, fazendo com que descubram juntos onde estão, onde precisam chegar e qual a trilha a ser percorrida.
Como microempresária e líder, como consultora em planejamento e facilitadora de grupos, como sócia, em tudo, os acordos bem feitos, o interesse genuíno, a escuta ativa, a presença, as perguntas instigantes, a comunicação direta me tornam uma profissional cada vez mais diferenciada.
Como consequência deste trabalho, a equipe melhora sua integração, comunicação e confiança, além de evitar possíveis desvios frente aos objetivos traçados, tornando-se uma equipe mais engajada e focada, e consequentemente com melhores resultados.
E quando “estou coach”, num processo estruturado, formalmente contratado para este fim, estas competências desenvolvidas em outros âmbitos chegam mais refinadas para servir mais e melhor aos meus coachees.
No contexto atual, são esses resultados e benefício que fazem com que as organizações busquem, cada vez mais, ferramentas e profissionais para auxiliá-las em trabalhos voltados às equipes.
Já dizia meu conterrâneo Ruy Barbosa: “tudo muda sobre uma base que não muda nunca”. Pois mudam os papéis que exercemos, mas a base de valores éticos, posturas e condutas são imutáveis. E muita da minha base profissional veio do coaching, por isso sou e não apenas estou.
Laís Rosin https://www.linkedin.com/in/laisrosin/ Coach e consultora, formada pelo Instituto EcoSocial, credenciada pela ICF (International Coach Federation). Sócia fundadora da Singular Move Desenvolvimento Humano & Organizacional (www.singularmove.com.br).
Marta Castro https://www.linkedin.com/in/martacastro-3445497/ Mãe, esposa, empresária, consultora, coach, facilitadora de grupos, estudante, mulher, baiana e guerreira. Atualmente Consultora-Sócia do Instituto Planos e Vice-Presidente da Confederação Internacional de Coaches - Capítulo Regional Bahia.
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Organização Vibracional Por: Tais Reis
A cozinha, o laboratório mágico e nutricional
Muitos de nós possuímos histórias que envolvem a cozinha. São memórias construídas ao redor do fogão, da pia ou da mesa. Conversas, desabafos, confidências e conselhos.
velhas da família: as avós, mães, tias, madrinhas. Elas nos traziam perspectivas a partir de diálogos cercados de cumplicidade. O cenário atual nos convida a dar uma pausa na correria do dia a dia, o isolamento social nos trouxe de volta ao lar, e muitos estão inclusive retornando para a casa dos pais, e migrando para cidades de origem, no interior do Brasil afora. Um movimento oriundo não somente de questões econômicas-financeiras, mas também de fortes apelos por aconchego, contato e ressignificação das relações ancestrais.
Em um período em que a vida era mais desacelerada, e que a convivência com o núcleo familiar era mais elástica, acreditamos que a cozinha exercia, em parte, o papel dos atuais consultórios de terapias, pois muitas dores eram curadas e o acolhimento se fazia presente. Comumente os atendimentos eram realizados pelas mulheres mais revistaestimuladamente.com.br
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Organização Vibracional
Esse novo desenho de relações só tende a reforçar que, de encontros informais, a grandes eventos, a cozinha é de fato o laboratório da casa, onde ingredientes se misturam para formar o alimento que nutre, cura e acalenta. O cafezinho, o bolo de fubá, a receita de família que permanece em segredo por várias gerações, para então, como uma passagem para vida adulta, nos é dado a oportunidade de acessar esse conhecimento, onde a recebemos como um símbolo de pertencimento e principalmente de confiança.
Se possível reúna os eletrodomésticos de acordo com o elemento. Os do elemento fogo, tais como fogão, forninho e micro-ondas, preferencialmente devem estar separados dos itens do elemento água: geladeira, filtro, pia. Se fisicamente existir limitações, utilize anteparos de madeira (colheres, tábuas para corte ou outros utensílios em madeira), muretas, painéis. Lembre de permitir que o espaço seja o suficiente para que o fluxo de pessoas seja leve e tranquilo. A cozinha precisa ser arejada, bem iluminada e estar sempre limpa e organizada.
Sim, isso acontece para a grande maioria de nós. Busque na memória, certamente encontrará essas lembranças, possivelmente perdidas entre as que nem sempre reconhecíamos como importantes. Muito por conta do fato de que esses eventos não eram previamente agendados, mas aconteciam de forma espontânea e quase orgânica.
Evite utilizar lixeira na pia e deixar louças sujas. A lixeira deve ficar longe do fogão e de alimentos, se você não tiver uma composteira doméstica, dispense o lixo orgânico todos os dias. Sempre que possível deixe os potes de mantimentos expostos, especialmente os que contêm grãos, pois atraem prosperidade. Lembrando que essa ação por si só, não resolve as questões de abundância da família, visto que as crenças limitantes influenciam diretamente nesse fluxo.
Se ainda assim não se recordar de nada parecido, te convoco a lembrar dos aromas. Quando falamos de aromas quais memórias são despertadas? Tome alguns segundos para acessar essas memórias, se permita fechar os olhos e se entregar a essa busca.
Assim como o restante da casa, as gavetas e armários da cozinha devem ser constantemente limpas e organizadas.
O cheiro do pão quentinho, o cheiro do bolo vovó sendo assado no fogão, o cheiro do churrasco que somente o nosso pai sabe fazer, o cheiro do doce em compota que a tia é especialista. Essas lembranças trazem acalento ao coração, e sempre que for possível devemos revivê-las. A vibração do nosso lar se eleva quando trazemos essas recordações olfativas ou aplicamos os princípios da aromaterapia para harmonizar o nosso ambiente.
Panos para prato, panos de copa e esponjas não devem conter sujeiras e precisam ser constantemente higienizadas e substituídas. Os alimentos precisam estar dispostos nos armários e despensa de forma que possam ser vistos, evitando desperdícios e otimizando os custos, fazendo com que itens sejam comprados em repetição sem necessidade.
Quando pensamos na cozinha como laboratório mágico e nutricional, podemos perceber o quanto as memórias olfativas relacionadas ao alimento são fortes e perenes. Sempre vindo acompanhadas de carinho e afeto. O alimento preparado com amor é uma fonte de vida e nutrição. Alimenta o corpo, o coração e a alma.
Despensa, fruteiras e geladeira precisam ter sempre um bom estoque de alimentos, evitando os que estejam em estado de apodrecimento, passado da validade e sem condições de consumo. Sim, sabemos que para muitos esse é um desafio. O que sugerimos aqui, é que um dia de cada vez, possamos trazer para nossa vida cotidiana a abundância do Universo que está ao alcance de todos, para que se faça realidade para cada um de nós.
Na cozinha temos inúmeras possibilidades de harmonizar o fluxo de abundância da célula familiar, com atenção especial para o fogão, este deve estar sempre limpo e arrumado, evitando fazer da parte do forno uma extensão dos armários, deixando-o livre de depositar assadeiras e panelas. Utilize todos os queimadores (também conhecido como ‘bocas’) do fogão de forma rotativa. Ano 3 | junho 2020
Que o fluxo de abundância e prosperidade se inicie na cozinha, laboratório mágico e nutricional, e se expanda para todas as áreas da nossa vida. Tais Reis Terapeuta tais_c@bol.com.br
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Sustentabilidade Por: Carla Visi
O dia em que a Terra parou
O DIA EM QUE A TERRA PAROU (Raul Seixas)
O empregado não saiu pro seu trabalho Pois sabia que o patrão também não ‘tava lá Dona de casa não saiu pra comprar pão Pois sabia que o padeiro também não ‘tava lá E o guarda não saiu para prender Pois sabia que o ladrão, também não ‘tava lá E o ladrão não saiu para roubar Pois sabia que não ia ter onde gastar
Essa noite eu tive um sonho de sonhador Maluco que sou, eu sonhei Com o dia em que a Terra parou Com o dia em que a Terra parou Foi assim No dia em que todas as pessoas Do planeta inteiro Resolveram que ninguém ia sair de casa Como que se fosse combinado em todo o planeta Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém
No dia em que a Terra parou, eh eh No dia em que a Terra parou, oh oh oh No dia em que a Terra parou, oh oh No dia em que a Terra parou (...)
A canção de Raul Seixas lançada no disco de mesmo nome em 1977 e o título em português de um filme de 2008, The Day The Earth Stood Still, representam bem aquela velha ideia antropocêntrica de que o mundo gira em torno do ser humano. No entanto o filme mostra o quanto a nossa espécie pode ser nociva para o planeta, enquanto a voz lamentosa de Raul demonstra um certo desânimo diante da ausência total de atividade humana. O seu sonho maluco de fato se concretizou em diferentes estágios nos diferentes locais do planeta devido a presença silenciosa e microscópica de um vírus. No entanto o dia em que as pessoas do planeta inteiro decidiram ficar em casa possibilitou a manifestação de outras vidas onde antes só havia pressa e poluição. As imagens de peixes nas águas límpidas dos canais de Veneza, animais passeando nas ruas vazias de algumas cidades, fotos de montanhas longínquas que viviam há décadas encobertas pela fumaça e os registros de satélites da redução nas emissões de gases para atmosfera seriam animadoras se a causa dessas alterações ambientais não fosse o comportamento humano diante de uma pandemia. Além da grande probabilidade de aumentar o ritmo do impacto ambiental depois dessa fase para recuperação da tão almejada retomada econômica, ainda teremos que nos adaptar a essa nova realidade: existe um imprevisível vírus a solta pelo planeta. Claro que historicamente, a humanidade já venceu muitas batalhas contra doenças exterminadoras: a varíola, o sarampo, a peste bubônica, a tuberculose, a malária e outras gripes; medicamentos controlam a AIDS e reduzem a mortalidade de outras doenças crônicas. Mas há uma pergunta que não quer calar: como ter pessoas saudáveis em um planeta doente? revistaestimuladamente.com.br
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Ano 3 | junho 2020
Sustentabilidade
O futuro é imprevisível para uma sociedade mundial onde 20% consome 80% de tudo que é produzido e a desigualdade social gritante é massacrada pela culpa do fracasso sustentado por uma estrutura viciada em corromper e concentrar a renda e o poder na mão de poucos. Quem tem muito vai conquistar cada vez mais e quem tem pouco ou quase nada vai amargar um futuro incerto e com poucas perspectivas. Assim está acontecendo na Amazônia, onde o desflorestamento desde o início do ano até o mês de maio aumentou 34% em relação ao mesmo período de 2019. São 2032 quilômetros quadrados de devastação. O povo indígena está sofrendo não só com a contaminação do Covid-19, como pelo descaso das políticas governamentais que estimulam a exploração das reservas e áreas de preservação por madeireiras, mineradoras e atividades agropecuárias.
A atual pandemia acontece em um momento histórico onde a Humanidade já enfrenta três crises estruturais entre as sociedades hegemônicas e o sistema Terra. É fato que precisamos decrescer para evitar o colapso, mas isso exige consciência socioambiental. A emergência climática, a redução da biodiversidade e o adoecimento dos organismos, principalmente intoxicados pela indústria química são desafios que devemos encarar durante e após a pandemia. Quando pensamos em “parar” o planeta, não significa parar os movimentos de rotação, translação, etc ... mas ampliar a percepção de mundo e construir valores a favor da vida ao repensar o modelo até então almejado, para assim ajustar o curso em direção à fraternidade universal e a manutenção da habitabilidade da Terra pela espécie humana.
Saindo das áreas remotas para os centros urbanos, o estado de alerta para evitar a contaminação tem gerado mais lixo, e o pior, muitas vezes descartado de maneira incorreta. Ademais todo lixo hospitalar resultante dos tratamentos aos doentes afetados pelo vírus que precisa ser esterilizado e incinerado, há as máscaras, luvas, material plástico e de limpeza como álcool gel, sabão e água sanitária que passaram a ser mais consumidos e consequentemente despojados de alguma maneira no meio ambiente. Em cidades com deficiência no saneamento básico e coleta de lixo, esse resíduo pode também desencadear mais contaminação e poluição ambiental, incluindo nesse grupo de risco os catadores de material reciclável. Fica claro que a pandemia causada pelo vírus Sars19 mexeu com todo o planeta, entretanto os efeitos são bem mais nocivos onde a pobreza e a ausência de infraestrutura expõem a população.
O importante é que ao lado da crise, há também muita esperança. Grupos de pessoas no mundo inteiro se mobilizaram para ajudar os mais necessitados e vulneráveis nesse momento de pandemia. Entre as campanhas mais motivadoras está o arco-íris das crianças com uma frase emblemática: “Vai ficar tudo bem”. E de fato podemos ficar melhores se aprendermos a lição. Ficou evidente como a nossa relação com a Natureza tem sido negligente e o quão urgente se faz uma mudança de comportamento com menos emissões de gases de efeito estufa e poluentes, menor consumo de recursos naturais e produção de resíduos, mais consciência ambiental e responsabilidade nas nossas escolhas. Afinal esse é o único planeta que temos para viver, então que seja com mais harmonia e qualidade. Carla Visi carlavisi@uol.com.br
Através de cálculos complexos, a Global Footprint Network (GFN) tem mensurado a pegada ambiental da população mundial desde 1970. E depois de 15 anos é a primeira vez que o Dia de Sobrecarga da Terra, ou seja, o dia em que a humanidade esgota todos os recursos naturais capazes de renovação disponíveis para o ano inteiro, acontece mais tarde. Está previsto para o dia 22 de agosto, enquanto que em 2019 atingimos esse patamar de uso dos recursos naturais em 29 de julho. Segundo dados da GFN, a humanidade atualmente usa 1,6 planetas. Em síntese, acumulamos só no ano passado um débito de 60% dos recursos naturais indevidamente consumidos e o planeta já vem cobrando essa conta. Ano 3 | junho 2020
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Autoconhecimento & Espiritualidade Por: Conça Cedraz
Sobre o Medo, a Saudade e o Amor
Nunca em minha vida ouvi tantas declarações de amor, de saudade e de medo quanto nos últimos tempos. Pessoas que há muito eu não via se declaram saudosas, como se a falta da minha presença se vestisse de uma importância antes não percebida. Outras, me comunicam seu medo, medo do incerto, dizem elas, percebo em algumas até o medo do medo. E outras ainda, simplesmente me falam de amor, ah o amor! Delicioso amor que no fundo se veste com várias disfarces para ser percebido e valorizado nos corações humanos.
vezes aceitando o convite) a entrar numa forma que a sociedade e/ou nós mesmos criamos e nos obrigamos a seguir? Esse novo tempo que chegou até nós como um furacão, tolhendo nossa liberdade, nos convidando a um isolamento quase imposto ou verdadeiramente imposto, numa pena fixada sem processo judicial nem julgamento, nos mantendo em prisão domiciliar sem dia nem hora para acabar, pode ser um tempo de sofrimento ou um tempo de libertação. Isso vai depender de identificar o quanto estávamos e estamos felizes conosco e com nossos companheiros de domicílio. Talvez seja preciso reinventar a forma de caminhar, redirecionar a rota e se necessário reprogramar o destino.
E então me pego novamente pensando em SAUDADE! Quando se fala em saudade, saudade de quem, de quando, de onde? Penso que “a saudade mais saudosa” seria a saudade de nós mesmos. O quanto nos distanciamos de nós nos tempos onde o externo era um convite constante e sedutor, onde estávamos frequentemente sendo convidados e muitas revistaestimuladamente.com.br
Há quanto tempo você não se volta para a sua casa interna, procurando identificar o que sente em relação à si próprio, aos outros, à vida, ao planeta, ao todo? 54
Ano 3 | junho 2020
Autoconhecimento & Espiritualidade
Considerando que a chave de felicidade se encontra Quem tem medo do que pode encontrar em dentro de você, como andam suas “visitas” interiores seu interior, também tem medo do que pode em busca de si mesmo? encontrar no interior do outro, medo da decepção, da frustração, seja lá do que for, tem medo da Nos acostumamos a estar concentrados na experiência em si. Dessa forma sente a necessidade tecnologia, no trabalho, nos estudos, nos outros e de se proteger contra ela. Quando tentamos nos nos esquecemos da riqueza interior que existe em proteger, evitando olhar para quem verdadeiramente cada um de nós, evitando tudo o que poderia ser somos e quem verdadeiramente o outro é, perdemos emocionalmente experimentado, fugindo de que? com medo de que? nossa espontaneidade, passamos a ser defensivos. O resultado é que os sentimentos calorosos que trazem Como andam suas experiências em olhar para amor, companheirismo e intimidade não podem ser si mesmo, como você é e está agora, mesmo que plenamente sentidos. isso signifique passar por dor, medo, raiva e certa decepção? Essa experiência não pode ser evitada. Então o convite é para visitar sua casa interior e É somente aprendendo a fazer isso que você pode olhar o que lá existe, sem rejeições, aceitando o que encontrar verdadeiramente consigo e matar a é, aceitando suas emoções. saudade de você. Só então você passa a um estado Nesse processo você verá que a saudade de si de sair do molde, da idealização de si mesmo, mesmo deixará de ser um desconforto desconhecido observando e respeitando seu verdadeiro ser, num e se transformará em um sentimento de presença, processo de autoconhecimento em direção à auto aceitação e à plenitude. algo vibrante dentro de você. A saudade de si mesmo dará lugar a um auto acolhimento e lhe convidará a Tenho escutado muito as pessoas falarem sobre olhar para a vida de outra maneira. como não aguentam mais ficar em casa, não aguentam mais trabalhar isoladas, não aguentam mais a convivência estreita com seus familiares, não percebendo que o que mais lhes está fazendo falta é o encontro consigo mesmo.
O estado mais prazeroso do ser humano é se sentir vivo, vibrante, em movimento, do ponto de vista físico, mental, emocional Uma das maiores dores que o ser humano pode e espiritual. Prazeroso é estar vivo e se experimentar é essa distância de si, o distanciamento movimentar em direção a si mesmo, indo dos próprios sentimentos, numa espécie de pra vida com tudo o que se é e se abrindo amortecimento interior. para acolher o outro também com tudo o Por que e para que fazemos isso? em algum que ele consegue ser. momento de nossas vidas passamos por eventos traumáticos e para nos protegermos da dor desses momentos, caímos numa espécie de amortecimento. Esse amortecimento inicial teve o intuito de nos proteger da dor, no entanto, a longo prazo, se torna um processo de distanciamento de nós mesmos, levando a uma saudade de nós.
Quando entramos nesse estágio, a saudade do outro também passa a ser sentida de forma diferente, deixa de ser uma necessidade, deixa de ser sofrimento. Você reconhece a dor do afastamento quase imposto pela pandemia e aceita o que é, sem conflitos. Pouco a pouco a dor vai cedendo lugar ao prazer, à consciência da necessidade de segurança, à esperança de que o encontro esteja próximo, à nova experiência de estar pleno em sua casa interna e estar pronto para uma nova vida consigo e com os demais, tendo se reinventado. Reinvenção essa não mais a partir do medo e sim a partir do amor, do auto amor.
A saudade de nós pode nos arrastar a um estado de desesperança, um desejo de paralisia, de não movimento, nos empurrando para um abismo, levando a um afastamento tanto físico quanto emocional, de nós, do outro e da vida. Podendo levar até mesmo a um estado de depressão. Esse afastamento tem como subproduto a desesperança; é verdade que ele amortece a dor e o medo, mas, ao fazê-lo, potencializa esses sentimentos ainda mais e termina por apagar o brilho da própria vida. Ano 3 | junho 2020
Conça Cedraz concedraz@gmail.com 55
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Estimuladamente indica A Ciranda das mulheres sábias O livro A Ciranda das mulheres sábias, Editora Rocco, a autora, Clarissa Pinkola Estés nos coloca na posição de dialogar com a construção arquetípica da mulher sábia. Esse diálogo tem como fio condutor uma sabedoria ancestral, tribal, de histórias coletivas. Clarissa divide a obra em três partes fundamentais, o convite a enxergar com o terceiro olho, o reconhecimento da mulher sábia e, por fim, a dança que cura. Essa dança acontece quando libertamos a mulher sábia e a deixamos conduzir as coisas para depois podermos reivindicar nosso lugar na sociedade. Lugar que deixa de ser imposto ou comprado e passa a ser nosso por natureza.
Maria Magdalena Mulher mais controversa da Bíblia, Maria Madalena é uma personagem tão importante quanto misteriosa, descrita de diferentes maneiras ao longo dos séculos. É a “apóstola dos apóstolos”, a prostituta apedrejada, a atormentada por sete demônios, a esposa de Jesus ou a irmã de Marta e Lázaro, dependendo da fonte, e os únicos consensos são sua proximidade do Filho de Deus, o privilegiado testemunho da ressurreição e a ligação com a aldeia de nome Magdala. A série mexicana tem 60 capítulos, é recheada de atores colombianos, produzida pela Sony Pictures e exibida, no Brasil, pela Netflix.
A Natureza que somos Filosofias e práticas para uma atuação genuína no mundo. Esse é o nome da PÓS-GRADUAÇÃO realizada em parceria pela Casa Tombada com o Instituto Romã. Propõe provocar a sensibilidade, os pensamentos e as atitudes. Coordenada por Rita Mendonça, co-coordenada por Ana Carol Thomé e com intensos movimentos de Renata Stort, é um curso que reúne um conjunto de abordagens sobre a natureza. Com tempo para a experiência e o aprofundamento é indicado para todas as pessoas que desejam uma mudança de paradigmas e se interessam por uma transformação sobre a visão de natureza. www.acasatombada.com.br
Genética não é destino O Congresso propõe abrir mão do que nos foi ensinado de forma equivocada em relação às pessoas com deficiência. A proposta é abandonar a rota comum, eliminando a barreira do condicionamento social ligado à ideia de incapacidade. A presença de um cromossomo a mais ou qualquer outra causa de deficiência física ou intelectual podem determinar características específicas, mas não definem a pessoa por inteiro e nem o seu futuro. Será transmitido ao vivo e gratuitamente nos dias 29 e 30 de agostovpelo site www.cromossomo21.com.br.
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Ano 3 | junho 2020
Estimuladamente indica
Como Estrelas na Terra O jovem Ishaan tem muita dificuldade para se concentrar nos estudos, e mal consegue escrever o alfabeto. Depois de diversas reclamações da escola, o pai, que acredita que Ishaan não faz as tarefas por falta de comprimisso, decide levá-lo a um internato, o que leva o menino a entrar em depressão. Mas, um professor substituto de artes, Nikumbh, logo percebe o problema de Ishaan, e entra em ação com seu plano para devolver a ele a vontade de aprender e, sobretudo, viver. Este filme mostra como o olhar cuidadoso e amoroso faz desenvolver múltiplas capacidades nas nossas crianças, tema do artigo Ciência & Espiritualidade desta edição. O filme está disponível no Netflix.
Prospera Experience 2020 Acontece de 21 a 27 de setembro a edição de 2020 do evento Prospera Experience. O Prospera nasceu por um propósito: Transformar pessoas, líderes e empresas para construirmos um mundo mais humano, consciente e sustentável por meio de negócios com propósito. Este ano o evento vai reunir mais de 25 palestrantes de 5 países através de palestras, oficinas práticas e cases reais. A Semana Global de Negócios com Propósito será 100% digital e gratuita. Inscrições: www.prosperaexperience.com
Aulão Solidário - Oficina de Pilates A iniciativa da Oficina de Pilates tem como intuito promover aulas de do método Pilates de forma gratuita para colaborar com a manutenção da saúde e bem-estar neste período de pandemia. O projeto traz também, em todas as edições, convidados para tratar de saúde psíquica e inteligência emocional. Através de bate papos leves, com linguagem acessível e mediação dos Diretores da Revista Estimuladamente, Marcelo Reis e Amanda Reis. Ainda traz o caráter social. Com arrecadação de dinheiro e donativos para as comunidades do entorno do Estúdio. Inscrições instagram @oficinadepilates ou (71) 99996-8448.
Meu nome é Daniel Meu nome é Daniel é um documentário em primeira pessoa. Nessa autobiografia o autor vai em busca do diagnóstico que causou a deficiência que afetou a sua coordenação motora. Daniel Gonçalves nasceu com uma deficiência que nenhum médico foi capaz de diagnosticar. Por meio de imagens de arquivo da família, cenas atuais, histórias e reflexões de Daniel, conheça o caminho de sua vida para tentar compreender sua condição. Disponível no Google Play Filmes ou YouTube.
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