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Editorial
Expediente Ano 02 | nº 07 | Julho 2019 Bimestral Diretoria: Marcelo Conceição Reis Amanda Reis Argolo de Almeida Jornalismo: Lais do Nascimento Souza MTB 0005347/BA
É tempo de celebrar! Esta 7° Edição da Revista Estimuladamente marca o 1° ano deste periódico que tem o propósito genuíno de promover a expansão de consciências, de tantos quantos buscarem esta publicação. Sim, nosso intento é que todo esse conteúdo, advindo de forma colaborativa de seus autores, possa alavancar a evolução do ser. Estamos falando de uma equipe de dezenas de colaboradores que disseram sim ao convite dos nossos diretores Amanda e Marcelo e seguem juntos acreditando nessa troca. A cada edição renovamos nosso compromisso de juntos, compartilhar conhecimento e experiências, a cerca de Sustentabilidade, Desenvolvimento Humano e Educação, disponibilizando-o gratuitamente para quem quiser conhecer. A idealização da Estimuladamente surgiu de uma inquietação sobre o que fazer para colaborar com a evolução do nosso Planeta e do Ser Humano. E vejam só no que deu! Alcançamos o mundo. Isso é sério: em seis edições, conquistamos leitores assíduos em 15 estados brasileiros e em outros 9 países. Só para você refletir um pouco sobre o poder de transformação que há em todos nós... Neste número, nossas páginas estão repletas de novidades, com direito a mensagem dos nossos colunistas e leitores, contando o que a Estimuladamente representa para cada um deles. Algumas ausências sentidas ao longo do caminho, permanecem em nosso radar, como a das queridas Rosemary Ramos (coluna Educação) e Michele Cruz (Eroticamente), e tantos outros de contribuem para o fortalecimento desse ideal.
Revisão de Texto: Vania Conceição Rocha Diagramação: Marcelo Conceição Reis Rua Professor Sabino Silva, nº 179, Chame-Chame, Salvador - Bahia. CEP 40157-250 revistaestimuladamente.com.br https://issuu.com/ revistaestimuladamente Tel.: (71) 99998-2877 Para anunciar: revista@estimuladamente.com.br Para colaborar: jornalismo@estimuladamente.com.br *As opiniões emitidas nas matérias e artigos são de total responsabilidade de seus autores. Imagens: www.istockphoto.com/br
A novidade desta edição fica por conta da estréia de Marcos Dimoraes na coluna Comunicação Transformadora. O que você pode fazer para mudar o SEU mundo? Te dou uma dica, comece compartilhando esta edição especial com as pessoas que você gosta. Boa leitura e vida longa à Estimuladamente! Ano 2 | julho 2019
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Índice Toda edição
Pág. 42 Mindfulness: Quem você pensa que é? Por: Anna Almeida
Pág. 06 Planejamento Consciente: A Importância do hiato Por: Marcelo Reis
Pág. 44 ICF - Artigo: Por que eu escolhi estar com a ICF? Por: Wang Ching
Pág. 08 Vida e trabalho: O Jogo Interior: qual é o seu placar? – Parte 2 Por: Sandra Rêgo
Pág. 46 ICF - As 11 Competências: A valiosa jornada com as 11 competências principais em coaching da ICF Por: Wang Ching
Pág. 10 Curiosa...Mente: Como um Coach pode ajudar seu Coachee a conquistar seu objetivos: Retrospectiva Por: Miguel Dourado
Pág. 48 ICF - Agenda Pág. 50 Comunicação Transformadora: Comunicar o quê? Por: Marcos Dimoraes
Pág. 12 Autoconhecimento & Espiritualidade: Re-nascer, uma tarefa de autotransformação Por: Conça Cedraz
Pág. 54 Fotos Por: Mariana Falcão
Pág. 16 Minha Onda: Compartilhando experiências: Um jeito leve de levar a vida! Por: José Alves
Pág. 60 Reprogramando: O verão de minha vida Por: Eduardo Almeida
Pág. 18 Alterne: Um dia em Praia do Forte Por: Raimon Alves
Pág. 62 Construções Sustentáveis: Biodinamismo Urbano Por: Taís Mota
Pág. 20 Organização Vibracional: A mesa Por: Tais Reis
Pág. 66 Sustentabilidade: Uma verdade necessária - Por que ainda preferem a MENTIRA bem vestida do que a VERDADE nua e crua? Por: Carla Visi
Pág. 22 Relações comunitárias: Retrospectiva!!! Por: Vânia Rocha
Pág. 72 Tecnologias Sociais: Um povo, várias comunidades e um modo de vida Por: Simaia Barreto
Pág. 25 Mensagem: Soltar Por: Brahma Kumaris Pág. 28 Educação - 0 a 3 anos: Para qualquer nutrição, não nos esqueçamos do amor (Parte I) - A complexidade da alimentação Por: Leila Oliveira
Pág. 76 Contos de Família: Uma parceria para a vida que inspira amor e devoção Por: Lais Nascimento Pág. 80
Pág. 32 Alimentação: Pão: a base da alimentação de diversas culturas Por: Luciana Guidoux
Minha Estimuladamente: Quilling: uma ferramenta de renascimento Por: Ana Tereza Motta Pág. 84 Estimuladamente indica Por: Lais Nascimento
Pág. 36 Mecânica Quântica: O gato de Schrodinger Por: Jean Savedra revistaestimuladamente.com.br
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Planejamento Consciente Por: Marcelo Reis
Importância do hiato
Caro(a) leitor(a), neste instante sou tomado por uma sensação boa por estar de volta às páginas da Estimuladamente. Infelizmente não pude colaborar com a edição 6 da revista, pois precisava de tempo para mim, para meus planos, para meus sonhos e para minha família.
E o que nos faz deixar de viver?
Quero dizer: viver em plenitude. Viver uma vida sem se permitir ser violado pelas dores do mundo, sem se permitir se entristecer pela tristeza alheia, sem se permitir se colocar no papel de vítima, onde o senso de autorresponsabilidade nos coloque em Tinha uma sequência pré-definida para nossa seção posição de acolher as consequências das nossas de Planejamento Consciente, onde a linha mestra é o atitudes e das “não” atitudes. autoconhecimento. O mundo não está contra nós, as pessoas não estão Nas edições anteriores falamos da importância contra nós, o mundo não parou para mim. Por vezes do autoconhecimento, de como a consciência somos tomados por um egocentrismo tamanho, do propósito nos liberta da vida de repetições que assumimos que tudo só acontece conosco, de padrões, da necessidade de sonhar e como o que perdemos até em par ou ímpar, que temos que sonho nos tira do conformismo e, por último, a nascer novamente para ter mais sorte. necessidade que nosso cérebro tem de estar em Pois, então! (Re)nasça! constante aprendizado e mudança. Porém, essa sequência será quebrada nesta edição. Venho vivendo o processo de construção do planejamento consciente junto com vocês. Isso me fez entender que antes de dar continuidade e pensar em planejar conscientemente como nos tornar mais empáticos, construir relacionamentos saudáveis, determinar uma carreira baseada em propósito e valores, aprender a aprender, o encontro da felicidade plena e outros temas que devemos trazer a luz nesse caminho de transformação, precisamos inserir o fator “tempo”.
Enquanto civilização, fazemos uso de dois momentos para nos referenciar diante do tempo. O nascimento e a morte. Comemoramos a cada ano o nascimento e lembramos a cada ano dos que já deixaram essa dimensão. Um marco de início e outro de término. Renasça todos os dias junto com o sol. E assim como o sol, ilumine, se ilumine e não apague a chama. No máximo, se esconda atrás da lua, mas reaparece a cada amanhecer com sua força cocriadora e todo encantamento.
Assim como o vendedor de sonhos do livro de Augusto Cury, que citei na edição 4, me percebi refletindo sobre: o que pode ser mais inadiável do que a própria vida? Arrisca uma resposta? revistaestimuladamente.com.br
Tenho renascido todos os dias. Em meio a uma vida intensa e atribulada, me deparei com as consequências das escolhas que fiz para minha 06
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Planejamento Consciente
vida pessoal e profissional. Boas e ruins. Vivi a mudança dentro da mudança. A mudança nos faz entrar em mobilidade. O conceito de mobilidade defendido por Timothy Gallweyé a capacidade de se mover na direção de resultados desejados, de forma gratificante e oportuna. Mudanças comuns, sem propósito, nos levam a resultados comuns. A mobilidade nos leva a resultados sustentáveis.
O hiato favorece o processo de escuta ativa. O exercício de produzir esse pequeno intervalo antes de responder uma pergunta, o tornará mais atento ao interlocutor, logo, mais presente e, por consequência, menos julgador. Pense nos benefícios que isso pode lhe proporcionar. Escutar melhor as pessoas, em vez de apenas ouvi-las. Ao compreendermos as pessoas no seu processo de comunicação estamos a um pequeno passo para o exercício constante da empatia, pois nos esvaziamos de nós mesmos para servir ao outro.
Recordo-me da formação que fiz em Coaching The Inner Game, com o próprio Timothy. O módulo introdutório, ministrado por Renato Ricci, marcou pelas pausas que o Renato fazia antes de responder uma pergunta, ou até mesmo entre uma frase e outra. Para uns, aquela pausa era altamente irritante. Para outros, irrelevante. Para outros tantos, me incluindo, era importante. No decorrer do curso, ao ser perguntado o porquê da pausa, ele fez a pausa (risos), e disse que era o hiato. Hiato??
Está com saudade das perguntas? Sim? Então vamos começar a entrar em mobilidade pela escuta ativa, que podemos exercer em nosso dia a dia. • Você escuta para compreender ou para responder? • Você interrompe quando alguém está falando? • De 0 a 10, quanto você consegue perceber a linguagem não verbal do interlocutor? • De 0 a 10, quanto os fatores externos influenciam na sua comunicação? • De 0 a 10, quanto a velocidade ou cadência da fala do interlocutor lhe incomoda? • Quais ações pode tomar para melhorar a sua escuta ativa? • Quando vai começar? • Como saberá se está no caminho certo?
Hiato, ignorando a definição gramatical, é a interrupção de continuidade em um corpo ou série, intervalo ou mesmo lacuna. O hiato do Renato, apesar de fração de segundos, produzia um grande efeito na plateia. Aquele período de tempo trazia mais clareza sobre a pergunta e produzia uma atenção genuína à resposta que se seguia. Considero essa interrupção na seção de Planejamento Consciente como um hiato. Esse intervalo me trouxe mais clareza e presença. Percebi o hiato em todos os micro momentos que passei.
Bom Planejamento Consciente. Marcelo Reis marcelo.reis@estimuladamente.com.br
Como se sente como um dos idealizadores da Revista Estimuladamente? Sinto Gratidão pelo Criador ter nos conectado a pessoas que têm o mesmo propósito que a Estimuladamente. A Revista nasceu com o desejo de fomentar o processo de tomada de consciência através de diálogos sobre autoconhecimento, sustentabilidade e desenvolvimento humano. Desde a sua primeira edição já tínhamos conseguido reunir colaboradores brilhantes e assim transbordamos o que sentíamos. Mas, o Universo é tão bom que a cada edição temos mais leitores e mais colaboradores. A sensação que temos é de que o trabalho ainda vai continuar a crescer e iremos levar leitura transformadora, positiva e gratuita para quem precisa.
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Vida e trabalho Por: Sandra Rêgo
O Jogo Interior: qual é o seu placar? – Parte 2
O jogo continua... nossa mente está em constante atividade e é importante sabermos lidar com situações que, por muitas vezes, nós mesmos criamos. Assim sendo, o ambiente físico em que trabalhamos tem um enorme impacto sobre quão produtivo e gratificante será o nosso trabalho, mas o ambiente mais importante em que trabalhamos é o nosso ambiente interno: nossos pensamentos, sentimentos, valores, suposições, definições, atitudes, desejos e emoções.
a forma de entrada no mercado de trabalho, a atividade exercida, o local onde essa atividade é exercida, o caminho ou a carreira percorrida até o momento etc. Nesta obra, Tim destaca duas observações instigantes sobre o mundo corporativo: 1) pessoas em posição de fazer mudanças tendem a absolverse da necessidade de fazê-las em si mesmas em primeiro lugar e; 2) a resistência à mudança é muitas vezes a resistência ao processo de mudança e não a mudança específica que está acontecendo.
Em seu livro The Inner Game – A essência do jogo interior – Performance, aprendizado e prazer no ambiente corporativo, Timothy Gallwey nos alerta sobre como é saudável fazermos alterações na nossa forma de trabalhar. Mas, antes de mergulharmos neste tema, sugiro que cada um dos nossos queridos leitores reflita sobre a SUA relação com o SEU trabalho. Isso. A maneira como cada indivíduo se relaciona com o seu trabalho é muito particular e envolve a escolha de uma profissão, revistaestimuladamente.com.br
À vista disso, um bom caminho para iniciarmos uma mudança está baseado no tripé: CONSCIÊNCIA, CONFIANÇA E ESCOLHA, também conhecido como ACT – awareness, choice e trust. A consciência diz respeito a conhecer a situação atual com clareza. A escolha relaciona-se com mover-se em uma direção desejada no futuro. E a confiança nos próprios recursos internos é o elo essencial que permite esse movimento. 08
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Vida e Trabalho
Atentemos, então, para o único aspecto sobre o qual temos total poder de decisão: ESCOLHAS. Escolher quais desejos nutrir e quais desejos ignorar é crucial. Nutrindo os desejos naturais do nosso Self 2 (“comigo mesmo”) se constrói estabilidade e se conduz em direção à auto realização (flow). O nutrimento dos desejos do Self 1 (“eu”) fortalece a auto interferência e nos conduz a um conflito interno e distração.
Consciência
Para manter o foco por períodos mais longos é preciso olharmos mais profundamente para o significado dado à atividade que temos em mãos. Nossas definições passam a ser os contextos nos quais fazemos essas atividades e que, portanto, Cada lado deste triângulo complementa e apoia exercem, como já dito, grande influência em o outro. Além disso, os elementos do triângulo nossos pensamentos, sentimentos, atitudes ACT contribuem para o foco em qualquer tarefa e ações. Uma simples mudança de contexto de um trabalho. pode apresentar uma completa e nova gama Muita demanda gera perda de foco. A chave, nesse de possibilidades e, ao mesmo tempo, excluir caso, é restaurar a escolha para um assunto e aliviar uma lista inteira de interferências. Todos nós o senso de sobrecarga. Não há nenhum truque fácil carregamos interpretações subjetivas das palavras para permanecer focado. É preciso consciência, e essas definições determinam o que vemos como escolha, confiança e muita prática. O elemento realidade e, assim, como respondemos a essa crítico é a clareza do desejo por trás do foco. Quando realidade percebida. Portanto: alguém está conectado com o seu próprio desejo, “Qual a definição de ‘trabalho’ que você leva para o foco ocorre naturalmente. O foco não é uma trabalhar com você?” habilidade que você desenvolve aprendendo uma técnica, é mais que uma função da motivação sendo Vamos falar mais sobre isso? Participe enviando um alinhada por trás do que você está fazendo. O foco e-mail e acompanhe a coluna nas próximas edições. é governado pelo desejo. O mais importante sobre a prática do foco é que ele não pode ser forçado. Foco Sandra Rêgo sandra@sandrarego.com.br segue um interesse e interesse não aceita coerção.
Escolha
Confiança
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? Carrego comigo um sentimento enorme de gratidão por poder participar da história da Revista EstimuladaMente. Uma publicação inovadora que congrega pilares totalmente afinados com a minha prática de vida: sustentabilidade, autoconhecimento e desenvolvimento humano. Agora, mais do que contribuir com os artigos sobre Vida no Trabalho, confesso que fico bimestralmente na expectativa das ricas discussões apresentadas nos artigos. Temas que me instigam, estimulam e provocam uma reflexão para uma vida cheia de sentido. EstimuladaMente é uma revista leve, que transborda seriedade e amor.
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Curiosa... Mente Por: Miguel Dourado
Como um Coach pode ajudar seu Coachee a conquistar seu objetivos: Retrospectiva
Quando fomos convidados para escrever para esta coluna, há um ano, quando foi publicado o primeiro exemplar desta revista, lembro de ter ficado apreensivo, pois falar, de forma séria, sobre os processos de Coaching para Coach é algo complexo. A grande questão era trazer os conteúdos das neurociências de forma objetiva, simples e, acima de tudo, útil.
o poder do hábito ou talvez a mecânica quântica envolvida nas relações de mudança. Em termos gerais, quando um indivíduo procura um Coach ele tem uma percepção de si ou de um processo, disparado por uma necessidade que considera desfavorável. Ele quer uma mudança que lhe traga, em última análise, uma satisfação pessoal ou profissional. Esta mudança, dependendo da motivação, pode ocorrer em um curto, médio ou longo espaço de tempo. Dentro desta lógica, acredito que para um Coach estabelecer estratégias exitosas para ajudar seu Coachee a “ser o que poderia ser”, precisa ter uma noção básica sobre: pensamento/personalidade, necessidade/ motivação, tempo/felicidade.
Dentro desta perspectiva, considerando que o “processo de Coaching, quase sempre, é disparado por uma necessidade de crescimento pessoal ou profissional” e que sua “[...] finalidade é nos levar a um patamar de desenvolvimento que nos possibilite construir, de forma orientada, competências para atingirmos objetivos [...]”[1] almejados, decidimos, desde o início, a partir de um questionamento: Como um Coach pode ajudar seu Coachee a mudar de comportamento para concretizar seus objetivos?
As relações entre pensamento e personalidade foram introduzidas no número 02 da Revista, ano 1[1]. Na ocasião, destacamos que “o nosso cérebro não nasce pronto e acabado, como sugere o senso comum. Ele vai se desenvolvendo ao longo dos anos e aprendendo a ser o que é a partir de algo que podemos, neste momento, chamar de identidade cerebral”. Este tipo de Identidade configura, a partir dos neurotransmissores, nossa personalidade e nossa forma de pensar. “Ela é fundamental para entendermos quem somos e mudar hábitos e comportamentos, pois nos possibilita, de certa forma, “reprogramar” nosso cérebro”.[1].
Existem incontáveis formas de responder à pergunta acima, pois existem diversas concepções e abordagens acerca do processo de Coaching e muitas teorias sobre o comportamento humano. Assim, decidimos estabelecer um itinerário, tal qual uma visita guiada, sobre os principais tópicos, em neurociências, que têm relação direta com mudança de comportamento. Caso você tivesse escrevendo esta coluna, começaria como? Acredito que muitos começariam por temas recorrentes e abordariam revistaestimuladamente.com.br
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Curiosa... Mente
Pensando nisto, concluímos este ciclo de textos advertindo que o tempo da felicidade é o presente, pois “o presente é onde a vida acontece e, se não tivermos clareza disto, seremos coadjuvantes de nossa própria história, esperando a reviravolta de um roteiro por vir”.
Necessidade e motivação foi alvo do nosso texto que compôs os números 3 e 4, ano 1, da Revista. Nestas publicações definimos que a motivação pode ser entendida como um estado subjetivo do indivíduo “que dirige e instiga o seu comportamento de forma persistente e enérgica [2]. Quando essa energia vem de dentro do indivíduo, é motivação intrínseca (e.g.: querer aprender inglês); quando vem de fora, é extrínseca (e.g.: ser forçado a aprender inglês). Mas, seja intrínseca ou extrínseca, essa energia tem um ponto de partida comum: as necessidades!”.[2].
Espero que você tenha ficado motivado para ler os textos anteriores e dê uma olhadinha nas referências citadas.
Entender estas necessidades e suas correlações com o binômio emoção/prazer é um passo importante para alterar o comportamento e os hábitos de alguém. O segundo é delimitar o tipo de motivação decorrente destas necessidades e o terceiro é manejar os níveis de satisfação envolvidos [...]” Nesta ocasião, também pontuamos que existem “[...] vários transtornos que impactam negativamente o “querer”, a motivação, a decisão e que são confundidos com baixa autoestima, preguiça, falta de proatividade [...]”[3] como a depressão!
Referências: [1] DOURADO, M. A. S. Neurociência: uma celebração à curiosidade. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 1, n. 2, p. 18, ago. 2018. Disponível em: <http://www.estimuladamente. com.br/revista/publicacoes/ano-01-no-02-agosto-2018/>. Acesso em: 29 abr. 2019. [2] _____. Motivação. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 1, n. 3, p. 24-25, out. 2018. Disponível em: <http://www. estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano-01-no-03outubro-2018/>. Acesso em: 29 abr. 2019. [3]_____. Nem sempre querer é poder. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 1, n. 4, p. 34-55, dez. 2018. Disponível em: <http:// www.estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano-01-no-04dezembro-2018/>. Acesso em: 29 abr. 2019. [4] _____. Você é o arquiteto de sua realidade: o poder do pensamento positivo. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 2, n. 5, p. 8-9, fev. 2019. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano02-no-05-fevereiro-2019/>. Acesso em: 29 abr. 2019. [5] _____. O tempo de ser feliz é o presente. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 2, n. 6, p. 8-9, abr. 2019. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/ publicacoes/ano-02-no-06-abril-2019/>. Acesso em: 29 abr. 2019.
As relações sobre tempo e felicidade foram explanadas nos números 5 e 6, ano 2, da Revista. Nestes números, falamos do poder de cura e adoecimento do pensamento a partir de evidências irrefutáveis como o efeito placebo e os transtornos somatoformes. A partir destes conceitos explicamos como um simples pensamento motivado é capaz de produzir efeitos fisiológicos e farmacológicos. Concluímos que a “[...] melhor forma de começar a usar o poder do pensamento positivo é ficar atento à forma como você interpreta os eventos à sua volta, que tipo de emoção você está constantemente sentindo e que tipo de humor ela provoca”[4], pois tudo isso configura a Identidade Cerebral e afeta os processos motivacionais.
Miguel Dourado profmiguelead@gmail.com
Quando consigo entender, minimamente, os motivos de pensar como penso, quais são minhas necessidades, que tipo de motivação estas necessidades provocam, que gatilhos uso para fortalecer ou enfraquecer comportamentos e hábitos e como meu pensamento está construindo minha realidade é hora de juntar tudo em prol da minha realização pessoal e profissional; de se permitir apreciar os pequenos prazeres da vida. Ano 2 | julho 2019
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Autoconhecimento & Espiritualidade Por: Conça Cedraz
Re-nascer, uma tarefa de autotransformação
Há aproximadamente um ano, nasceu a ESTIMULADAMENTE! Esse fato me transporta para uma reflexão a respeito do tema nascer... viver, morrer e re-nascer.
Então lhe pergunto: o quanto e onde você consegue ver Deus em sua vida? Você se deixa levar por dúvidas a esse respeito ou você confia nessa força, dando permissão para que a paz e a alegria se instalem, experimentando a realidade maior, a grande Mão?
O processo de nascimento de um novo ser, em que duas pessoas se juntam para doar uma parte de si para fazer surgir uma nova pessoa, é o milagre da vida! Essa força poderosa chamada vida, a qual muitas vezes não conseguimos acessar, numa espécie de desligamento do todo, nos deixando anestesiar pelo cotidiano, pelos problemas, pelas dores, em um não sentir e não viver, nos transformando em mortos-vivos à espera de algo exterior, de um milagre que nos faça viver novamente.
O grande objetivo da vida é remover as capas e camadas que nos afastam da plenitude, do Maior em nós. Quando experimentamos Deus em nós, sabemos o que precisamos saber, temos tudo o que precisamos ter, somos tudo o que já somos. Nesses momentos, somos iluminados. O amor flui por todas as nossas veias, nosso corpo e nossa alma. Ativamos esse maior poder de cura que existe no universo, temos força, criatividade, poder, somos banhados pela graça, somos deuses!
Quantas vezes nos sentimos assim? Querendo que uma força exterior nos mova do estado desconfortável e dolorido no qual algumas vezes nos encontramos? A esse estado, onde por instantes ou períodos nos desligamos da fonte da energia vital, costumo chamar de pequenas ou grandes mortes. Essas mortes acontecem até um determinado ponto em que tudo volta a fluir novamente, onde o medo e a dor desaparecem, dando lugar ao bemestar, à paz e à alegria.
Para tal, necessitamos, além da investigação interior, de uma disposição para uma conversa com Deus (como quer que você o conceba), precisamos entender que a experiência da presença divina, da Luz, da Grande Mão, do Algo Maior depende apenas de um contato nosso, e esse contato pode acontecer através da reflexão, da meditação e da oração.
Ao longo da vida há momentos em que tudo flui em plenitude. É quando nosso ego e nosso ser essencial se fundem e a vida e o viver se tornam uma só realidade. É quando nos damos conta e experimentamos a mão de Deus (ou como quer que você denomina a mão que rege o universo) em nossas vidas. É quando Re-nascemos. revistaestimuladamente.com.br
Somos acostumados a orar apenas para pedir, sendo esse pedido uma reclamação de que algo não está bom, que precisa melhorar e nos esquecemos que se nós internamente evoluímos, melhoramos, e nossa vida externa também começa a melhorar. E tudo isso só pode acontecer através de um caminho de autoconhecimento. 12
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Autoconhecimento & Espiritualidade
E o autoconhecimento é um processo gradual, entrar nesse processo significa lidar com a vulnerabilidade e também com a beleza da nossa força interior, significa entrar em um nível mais profundo da psique, trazendo cada vez mais o material que fica no inconsciente para o consciente, enfrentando pequenas mortes de crenças antigas, profundamente arraigadas em nós, examinandoas e decidindo o que fazer com elas, lentamente, cuidadosamente, até que uma nova consciência surja, e novamente recomeçar.
negativas enfraqueçam nossa força interior, nosso desejo de crescimento. Nossa vontade interior tem influência direta sobre a pulsação da força vital. É uma opção real tirarmos o melhor proveito das situações difíceis e aprendermos com elas. Isto nos solicita, além do percurso do autoconhecimento, boa vontade, coragem e fé. É somente quando entendemos nosso ser interior que podemos manifestar a divindade que em nós habita, nos trazendo um novo equilíbrio e a capacidade de lidar com as dificuldades que nunca pararão de surgir. Quando estamos num caminho de autotransformação os problemas não deixarão de existir, mas passamos a lidar com eles de forma diferenciada, não mais entrando em estado de desesperança.
A plenitude do Re-nascimento, assim como o nascimento, não acontece de uma só vez. Lembremos dos bebês que quando saem do útero levam algum tempo até poder se separar de suas mães. Se observarmos bem, todos os anos de infância faz parte do processo de nascimento de uma nova pessoa, a mente vai sendo aos poucos desenvolvida, os valores vão sendo construídos, os talentos vão aparecendo, e isso leva tempo até realmente nascermos.
Em todo trabalho de autoconhecimento renascemos por diversas vezes. Se entendermos esse fato será muito mais fácil investigarmos nosso eu interior, descobrindo novas modalidades e possibilidades, para fazer mudanças que, se deixarmos que a divina inspiração nos atinja, poderão nos conduzir à paz interior.
No processo de Re-nascimento também levamos algum tempo para nos tornarmos plenamente conscientes de nossas infinitas possibilidades. O desenvolvimento interior exige etapas de despertar nossa sensibilidade e intuição, de identificar crenças errôneas, examiná-las, diluí-las e transformá-las.
Muitos seres humanos ainda estão longe de seguir o caminho desse autoconhecimento, do autoexame. Inicialmente é preciso um ato de vontade de aprofundarmos nosso conhecimento sobre nós mesmos, vontade de trazer à superfície esses aspectos Um fator importante para que isso aconteça é nossa que dificilmente poderiam vir à tona acidentalmente, encontrando passo a passo as chaves que removerão atitude quando surgem dificuldades, é humano desanimar. Quando estivermos vivenciando desafios, os cadeados que fecham as portas para nossa mais pura beleza e realização, revelando a magnífica decepcionados ou descontentes com alguma coisa, realidade de viver plenamente, RE-NASCENDO! quando surgir o desânimo, coisa que nem sempre podemos evitar, nas dificuldades, é preciso aprender Conça Cedraz aos poucos a não permitir que as experiências concedraz@gmail.com O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? A Revista Estimuladamente para mim significa a possibilidade de contribuir para a ampliação da consciência das pessoas que revista consegue atingir e consequentemente dar minha parcela de contribuição para mudar o mundo.
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Minha Onda Por: José Alves
Compartilhando experiências: Um jeito leve de levar a vida!
Entrei nesse processo de autoconhecimento, expansão de consciência e questionar o porquê faço o que faço há uns 5 anos, durante esse período foram muitos cursos, leituras, formações, retiros e uma infinidade de conhecimentos e praticas que me trouxeram até aqui. E é um processo transformador, você começar a entender que sua realidade externa é uma projeção do seu mundo interno e que você pode escolher em que realidade você quer viver tendo a consciência de que o seu mundo é assim, porque você é assim.
O melhor pra você, só você pode saber!
E um dos meus objetos de estudo e pesquisa hoje em dia, é tentar desenvolver uma metodologia, que possa de uma forma mais rápida, colocar tudo isso numa pílula, para que aquelas pessoas, que desejam virar a chave, possam fazer isso de uma maneira rápida, segura e sustentável. Enquanto isso não acontece, vamos no modo tradicional, que leva mais tempo, mas toda caminhada, começa com o primeiro passo. Espero que esse conteúdo possa servir de inspiração e que você Diante destas descobertas, que até então não faziam possa se servir daquilo que realmente faz sentido parte do meu dia a dia e que me deram condições na sua busca. de experienciar com intensidade meus momentos Então, vamos lá - começo com o que, em minha de presença, poder ter controle sobre as minhas emoções, não deixar ser levado pela mente tagarela e opinião, é a base de tudo: o autoconhecimento. Separei ter paz interior, me veio um desejo de compartilhar aqui alguns tópicos pra falar sobre esse assunto. essas sensações, mas de um jeito leve, sem querer Primeiro a busca pelo silêncio, como poderemos colocar nada como uma verdade absoluta e nem nos ouvir, se estamos sempre ouvindo o mundo ter a pretensão de dar conselhos e dicas de como externo (tv, conversas, musicas, buzinas, barulhos...), ter uma vida plena e com propósito. E sim expor minhas experiências, o que realmente foi importante deste silêncio, vem a solitude, diferente da solidão, que é um vazio, uma falta, a solitude é o pleno nesse processo, para que as pessoas que tenham contato consigo mesmo. acesso a esse conteúdo, possam se nutrir daquilo que faz sentido, que ressoa com sua verdade e que E pra completar esse processo, colocamos a conecta com sua essência. meditação, como uma peça imprescindível nessa busca. E quanto mais você medita, mas você se Me sinto como um chef de cozinha, que prepara uma refeição farta e variada, onde as pessoas possam conhece na sua essência, sem suas personas e sem a presença do ego. escolher aquilo que gostam. revistaestimuladamente.com.br
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Minha Onda
Outro fator que foi muito importante no processo de autoconhecimento, é o que chamamos de resgate da nossa criança interior, essa conexão com nossa essência, que não julgava, não tinha preconceito, queria descobrir o mundo e estava sempre de bateria carregada e com energia pra dar e vender. Uma reconexão na verdade, pois durante um período, vivemos conectados, porém com o tempo, fomos condicionados, pela família, pela escola, trabalho, sociedade a sermos aquilo que, na maioria das vezes ia de encontro a nossa essência, nos transformando assim em um a mais na multidão de iguais.
E essa busca por um equilíbrio emocional, é constante, é necessária muita auto-observação pra entender nosso modelo reativo e a partir daí, tentar mudar esse padrão. Conseguir entender, que assim como o corpo, nossa mente também pode ser moldada, para que nossas reações possam sair do modo automático e passem a ser controladas pelo nosso eu superior. E uma técnica que gosto muito e que deu muito certo é a dieta emocional. Os programas que você assiste as músicas que você ouve, os livros que você ler e as pessoas que você convive, determinam em boa parte as suas emoções, o que você coloca pra fora é reflexo daquilo que você está assimilando do mundo externo, então se você não está conseguindo controlar suas emoções, explodindo sempre diante das adversidades, presta mais atenção no conteúdo que você está consumindo.
Entendi também nesse caminho, que o processo de autoconhecimento tem seu lado difícil de encarar, todo nos temos sombras, que insistimos em não focar e passamos a ver no outro aquilo que precisamos curar em nos mesmos. Jung tem uma frase que explica bem isso: “tudo aquilo que te incomoda no outro, é algo que você precisa resolver consigo mesmo”. Mas é uma escolha! Antes a dor que precede a cura, que viver anestesiado pra não ter que se confrontar. Recomendo um vídeo, que foi até um Ted com Flavia Ferro - me curar de mim.
Outra coisa muito importante nesse processo é o que chamo de paz interior, que é um estado, onde você não permite que nenhuma situação ou pessoa controle suas emoções. Ah, eu sou gente boa, mas se pisar no meu calo eu viro um bicho! Ou seja, quem controla suas emoções, nesse padrão, são os fatores externos. Ser gente boa em condições favoráveis é fácil, se manter gente boa nas adversidades, aí sim, é ter paz interior!
Outro tópico que considero essencial é a Inteligência emocional, que é a capacidade de identificar, compreender e controlar nossas emoções. O fato em si não importa. O que importa é o significado que você dá ao fato, ou seja, toda reação que temos diante dos acontecimentos em nossas vidas, não depende do que acontece e sim da maneira como reagimos. Essas reações são determinadas pelas nossas crenças, verdades e vivências que nos trouxeram até aqui.
Iremos abordar outros pontos importantes dentro desse processo, que terá continuidade na próxima edição da revista. Espero que possam aproveitar esse conteúdo dessa minha experiência que transformou a minha vida em inspiração para promover as mudanças necessárias para quem deseja se aprofundar no autoconhecimento e na busca de uma vida plena e com mais significado.
Diante desse exposto, podemos entender que não dá pra controlar o que acontece, mas podemos controlar nossa reação diante daquilo que aconteceu.
José Alves jalvescfilho@gmail.com
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? A revista é um meio, uma fonte de conxão, onde posso compartilhar, com os milhares de leitores, minhas histórias, vivências e Conhecimentos! Mais que uma revista, estimuladamente é um canal direto com a nossa melhor versão! Foto: Arquivo pesssoal
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Alterne Por: Raimon Alves
Um dia em Praia do Forte
Que tal viver um dia com bastante dinâmica e com opções para muitas escolhas? A Praia do Forte, faz parte do município de Mata de São João, no litoral norte da Bahia, e oferta ecoturismo, trilhas, esportes radicais, praias lindas e ótimos restaurantes. Que tal iniciar o dia visitando a linda igreja de São Francisco de Assis na vila?
O espaço Cultural Tamar apresenta diversos shows de artistas brasileiros, baianos e internacionais. Ritmos diversos são contemplados: axé music, jazz, blues, samba, geralmente a partir das 19h aos sábados. A parada para o almoço pode ser no restaurante do próprio espaço que tem comidas saborosas e bem recomendadas, ou ainda, na vila principal, o cardápio elenca restaurantes mexicano, italiano, japonês e ainda saborosas comidas baianas.
Após a visita à igreja conhecer o Projeto Tamar, trabalho relevante que protege tipos de tartarugas em extinção, corrobora com uma atenção especial, aberto diariamente das 8:30h às 17:30h. A beleza natural do local conta com uma biodiversidade, além de estar num espaço histórico importante, o Farol Garcia D’Avila, primeiro construído pelos portugueses nas terras baianas. O Projeto Tamar agrega ainda o Museu do Tamar e o Espaço cultural Tamar.
Após o descanso seja através de longas caminhadas ou contratando um Bicitaxi, belas atrações atraem ainda os que visitam o famoso vilarejo, vejamos: as belas piscinas naturais, pra quem gosta de um bom banho de mar para recarregar as baterias, podendo ainda alugar equipamentos e fazer um bom mergulho. Não pode esquecer a visita ao Castelo Garcia D’Avila, obra medieval, construído pelos portugueses, já em ruínas, no entanto a grandiosidade da obra e a vista são muito bonitas, elencando mais uma gameleira glamourosa.
No museu é possível conferir a riqueza rural local e de outras regiões do Brasil, estando entre os mais visitados do país, recebendo estudantes, pesquisadores, turistas brasileiros e estrangeiros. Segundo dados, o museu recebe anualmente 600 mil visitantes, recorde entre os museus nacionais. O local conta com tanques e aquários, multimídia, cinema, exposição permanente de fotografias, lojas e restaurantes. revistaestimuladamente.com.br
O Instituto Baleia Jubarte é uma atração para os que gostam de animais maiores, envolvendo a história, comportamento e esqueletos destes animais. Do lado do instituto a próxima visita é o Parque Municipal da Restinga de Praia do Forte. 18
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Riqueza da fauna e flora local com belíssimas árvores e cerca de 180 espécies de aves. Para finalizar o dia, honrar o projeto social Casa da Farinha é uma ótima opção, adoçando a boca com cocadas saborosas e comendo aquela tapioca com recheios variados e realizando a boa ação de contribuir para um significativo projeto. O convite está feito, visitem Praia do Forte, no litoral baiano, com espírito livre e aventureiro, desvele locais históricos, culturais e de preservação ambiental. Castelo Garcia D’Ávila: (71) 3676-0321 Tamar: centrodevisitantes@tamar.org.br Raimon Alves raimonalvesator@gmail.com
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente?
Escrever para revista significa um encontro com pessoas nas quais acredito, pessoas que estão em busca do crescimento interior e desenvolvimento humano, processo evolutivo mesmo do existir. Eu escrevo na coluna Alterne , objetivo trazer conteúdos culturais, que se agreguem ao homem no modelo holístico que é. Acreditando que a existência humana tem como chave o existir com e para o outro, tenho assim uma identificação, com o propósito de temáticas desenvolvidas na revista. A possibilidade de mostrar referências culturais entrelaçadas aos outros aspectos integrativos do homem integral faz com que anseie por novas motivações e descobertas para mim e para o leitor. Gratidão!
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Organização Vibracional Por: Tais Reis
A mesa
A estrutura física da nossa casa é como um corpo, em que cada área tem sua função e necessidades próprias. Isso se estende para os móveis e objetos. E nesta edição vamos falar de um móvel que existe em praticamente todas as residências e também em escritórios... a mesa.
A observação dos costumes árabes demonstra a existência de um serviço de mesa formal. Os jantares muçulmanos deviam ser servidos à mesa, como proteção contra a gula, pois o agachamento em volta da comida levava as pessoas a comerem demais. Porém na maior parte da Índia as refeições são realizadas no chão, pois a posição de agachamento ajuda a identificar quando o estômago está cheio. Como podemos ver a utilização de mesa não é unanimidade.
Mas o que há de tão relevante neste móvel, e como ela pode influenciar na Organização Vibracional? Bem, mesa é uma palavra que deriva do latim Tabula, ou tábua. E ao longo da história a mesa se mostrou um importante centro de reunião, onde são realizadas refeições, preparação de alimentos, e ainda são mundialmente utilizadas como estação de trabalho. Então, como podemos ver muita coisa gira em torno da mesa.
De qualquer sorte a convivência à mesa nos remete aos códigos de civilidade, regras de comportamento e procedimento de utilização dos utensílios. A regra de utilização dos talheres de fora para dentro busca simplificar e disseminar uma regra básica de comportamento à mesa. E a utilização do que conhecemos como mesa posta que se limitava às reuniões requintadas foi amplamente divulgado e hoje faz parte do dia a dia de muitas pessoas. O que é extremamente positivo, pois a disposição organizada de itens e utensílios para a refeição faz com que estas sejam mais prazerosas, além de trazer contemplação ao nosso cotidiano.
A utilização de mesas data desde o terceiro milênio antes de Cristo, desde essa época refeições são feitas em mesas. No Egito antigo, as mesas geralmente eram baixas e redondas, e eram feitas de madeira ou pedra. Enquanto na Mesopotâmia, os jantares eram servidos em mesas lisas, de madeira talhada ou com metal ou marfim incrustados. revistaestimuladamente.com.br
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Organização Vibracional
Da nossa parte podemos afirmar que a Organização Vibracional pode ajudar a mudar a relação com esse móvel, fazendo com que a mesa deixe de ser um mero suporte para chaves, bolsa e toda espécie de objeto, para se tornar o centro energético que está destinado a ser. Por isso, vamos a partir de agora empreender todos os esforços para deixar de desorganizar permanentemente a nossa mesa e estimular a energia da nossa mesa de jantar, que apesar de ter esse nome, serve para todas as refeições.
Se a sua mesa de jantar está em um canto, abandonada, por favor a utilize para a finalidade para a qual ela foi criada, faça refeições em família, enfeite-a, ponha a mesa, não há necessidade de artigos caros, sofisticados ou luxuosos, mas necessariamente devem ser belos. Você e sua família merecem. Uma boa dica para que a mesa permaneça arrumada e organizada quando não estiver sendo utilizada para as refeições é que encontrem lugar para os objetos que comumente temos hábito de deitar sobre a mesa. Busque instalar um porta chaves próximo à porta de entrada, juntamente instale um cabide para as bolsas. Tenha uma pequena estante nas imediações da mesa para que possa guardar os livros quando não mais os estiver utilizando para leitura e estudo na mesa. Se possível tenha uma boa iluminação sobre a mesma. E o mais importante: reúna as pessoas que ama em torno da mesa.
Pois bem, a mesa é a representação da alegria, união familiar, da abundância, da fortuna, felicidade, prosperidade. A mesa de jantar é o centro energético de toda a família, é o ponto de encontro oficial, mesmo que o sofá em frente à TV tenha se tornado um espaço cada vez mais importante da casa, é na mesa que conversas importantes e lembranças perenes são talhadas. A mesa de jantar é algo tão importante para um lar, que mesmo quando vamos morar sozinhos nós adquirimos mesas com alguns lugares para que eles sejam ocupados por familiares e amigos.
E então, vamos à mesa?
Tais Reis tais_c@bol.com.br
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente?
harmonia e leveza para a vida diária ressignificando espaços e objetos foi ganhando corpo e voz.
É muito comum que façamos projetos e planejamentos para inúmeras áreas da nossa vida, carreira, casamento, filhos, viagens, aquisições de veículos, imóveis, enfim...
E tão bom quanto ver um plano de algo físico se concretizar é vibrar junto a um coletivo que traça estratégias para o amor, para o cuidado com o planeta, com o nosso corpo e incentiva o desenvolvimento pessoal.
Qual a nossa estratégia para a felicidade?
Gratidão Estimuladamente.
Qual o nosso plano para encontrar nosso propósito, nossa missão? Mesmo em momentos tão turbulentos essas questões vem nos visitar, porque em algum nível sentimos que somos mais do que uma rotina atribulada e compromisso da vida prática. Ultimamente vemos que muitas pessoas almejam encontrar sua missão de vida. Posso assegurar que também estava nesse caminho, e ao identificá-lo busquei sair do mundo das ideias e transformar em ações. Então eu sentia que não estava sozinha nesse caminho, éramos muitos, mas como nos encontrar? Como nos conectar? Foi nesse momento que comecei a escrever para Estimuladamente, e pude compreender que a Estimuladamente apoia esse movimento de olhar além. Foram nessas páginas que o meu propósito de levar
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Foto: Arquivo pessoal
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Capa - Relações comunitárias Por: Vania Rocha
Retrospectiva!!!
Olá caros leitores da Revista EstimuladaMente!!! Mais uma vez juntos e desta vez celebrando o 1º aninho desta Revista lindíssima! Huhuhuhu!!!
repensarmos as relações que queremos enquanto indivíduo-grupo e enquanto comunidadesociedade”?
Nesta coluna na qual conversamos e compartilhamos assuntos sobre relações comunitárias não poderia deixar de falar, nesta edição, sobre o relevante e lindo papel comunitário que tem sido desenvolvimento por mim, sem falsa modéstia, e pelos colegas que escrevem para os leitores da EstimuladaMente.
Pois é, retomo este conceito porque neste último ano tive o prazer e o privilégio de fazer parte de um grupo, dos colaboradores, entrevistados e convidados da EstimuladaMente, que pensam uma comunidade mais humana e humanizada, que entende que há possibilidades de sermos e vivermos melhor em relação comunitária e que, por entenderem assim, dedicaram seu tempo, doaram suas propriedades intelectuais e se dispuseram a apresentar possibilidades de pensar e viver este mundo sob outras perspectivas.
Lembram-se da nossa primeira edição com o conceito de Ubuntu, “sou o que sou pelo que nós somos” e que nosso objetivo em apresentá-lo era “mostrar que há caminhos e possibilidades de revistaestimuladamente.com.br
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Capa - Relações Comunitárias
Foram apresentadas possibilidades culturais, nesta diversidade cultural e riqueza histórica que é a nossa linda Bahia. Tivemos também receitas de comidinhas nutritivas, saudáveis, fáceis de fazer e sustentáveis que foram apresentadas como possibilidades viáveis para uma alimentação mais saudável. E por falar em saudável a permacultura na mesa nos deu a dica de experimentarmos o “prazer de consumir frutas, verduras e legumes da estação” e nos orientou que “alimentos locais costumam possuir menos quantidade de agrotóxicos, são mais saborosos e apropriados para o clima vigente”.
fonte de prazer, pois “aprend[o] com a convivência com outras pessoas, com as diferenças, fortale[ço] a [minha] autoestima, a satisfação pessoal e [me sinto] realizad[a] profissionalmente”. E isto tudo tem sido pra mim um “conjunto... de Sistema de Recompensa. Este Sistema é um dos principais motores da motivação” que tem sido pra mim um dos fatores que me move. Neste tempo, tenho buscado, e a isso agradeço à Comunidade EstimuladaMente, novos rumos, novas aprendizagens, novos caminhos, novas pessoas, novos saberes e sabores, e tenho entendido que de fato há “um outro nível de consciência, de percepção, de visão de mundo, que vai além do ver para crer e estimula o crer para ver, é possível, passo a passo, possibilitar que ... aprenda a descobrir as infinitas possibilidades de que [sou] capaz, se sintonizada com a realidade divina interior. [...] Esse aprendizado interno, junto com o aprendizado intelectual, ajudará a [me] conhecer, perceber e entender sobre as leis e processos dos mundos exterior e interior, passando a ter uma nova abordagem da vida, abrindo caminho para a criatividade da alma, transformando teoria em prática e deixando fluir [minhas] melhores criações”.
Ainda pensando nas receitas, também surgiram ideias fantásticas de organização tanto de vida quanto de espaço nos fazendo refletir sobre como podemos nos dispor neste espaço-mundo. Nos dispor e também nos despir, eroticamente uma provocação para a mente humana. E nos despir também sobre o entendimento de quem mora dentro de nós, e claro não poderia deixar de serem apresentadas estratégias para uma vida extraordinária, afinal, “você pode mais!”. Entre ideias, dicas e reflexões, falamos do mundo, da mente e do corpo, do ambiente e de sustentabilidade, da vida em comunidade, de educação, de crenças, espiritualidade e fé, de exemplos e modelos exitosos de prosperar em meio a dificuldades, tanto pessoais quanto comunitárias. Trouxemos exemplos de vida e superação.
Diante desta e outras reflexões hoje entendo quanto significado e significância há nas expressões “Sinto muito, Me perdoa, Te amo e Sou grato”. Entre encontros e despedidas, entender os desígnios divino e o movimento do universo, tem me levado a assumir o controle da minha vida, é uma missão difícil, afinal “Nem sempre, querer é poder”, mas entendi que “dada a brevidade de minha permanência aqui, convém que seja, pelo menos, agradável e feliz. Em suma, trata-se da minha vida.”
Conceitos como Coching, coach, Ikigai, Thetahealing, Mecânica e Física quânticas, Reiki, Fóruns Sociais, CRAS, CREAS, Permacultura, Tecnologia Social e tantos outros. Vixe, quase me deram um nó no cérebro, mas tudo bem, pois aprendi que posso “reprogramar” meu cérebro, e lendo cada edição da EstimuladaMente me deliciei com belas escritas que levaram-me a “ter pensamentos e vivências que dispara[ram] a produção de serotonina em [minha] cabeça” e me deram uma enorme sensação de bem-estar.
Agora, estou na fase do Dragon Dreaming “considera[ndo] que os projetos de sucesso têm quatro fases: sonho, planejamento, realização e celebração”, por ora estou “na fase do sonho, a ideia é identificada, assim como quem será envolvido”; “os sonhos [ainda] aparecem desassociados e desconexos. Entretanto, toda informação que vaza por sonhos são energias informativas sendo deliberada em fluxo constante” que em breve será produto para as fases seguintes planejamento, realização e celebração. Esta é uma tarefa muito difícil, já que requer um olhar
Uau, depois de um ano, me sinto inspirada em buscar o autoconhecimento, entendendo que “Minha mudança começa por mim!” e tenho buscado essa mudança na minha vida pessoal, nas minhas relações sociais de amizade e de trabalho etc. E por falar em trabalho, hoje entendo que o espaço que ocupo profissionalmente é pra mim Ano 2 | julho 2019
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Capa - Relações Comunitárias
profundo e atento para dentro de mim, a partir de “práticas estas que são bastante desafiadoras, afinal olhar profundamente para nós mesmos (conhecer e reconhecer) e para as coisas como elas verdadeiramente são é sem dúvida alguma um ato de coragem e despertar de consciência”. Não temo a isto, estou seguindo o fluxo das ideias, do viver e conviver em harmonia com o mundo, com os meus iguais. Acredito no poder do universo e na providência divina em minha vida, que muitas vezes me vejo “surpres[a] com minha crença no poder do pensamento positivo, [que] não se trata[...] de uma crença fundada em parâmetros esotéricos ou pseudocientíficos, mas em evidências psicológicas e neurocientíficas”.
Referências Revista EstimuladaMente, Ano 01, Nº 01, junho/2018. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/ publicacoes/metodologia-da-gratidao/> Revista EstimuladaMente, Ano 01, Nº 02, agosto/2018. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/ publicacoes/ano-01-no-02-agosto-2018/> Revista EstimuladaMente, Ano 01, Nº 03, outubro/2018. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/ publicacoes/ano-01-no-03-outubro-2018/> Revista EstimuladaMente, Ano 01, Nº 04, dezembro/2018. Disponível em: http://www.estimuladamente.com.br/revista/ publicacoes/ano-01-no-04-dezembro-2018/> Revista EstimuladaMente, Ano 02, Nº 05, fevereiro/2019. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/ publicacoes/ano-02-no-05-fevereiro-2019/>
É com essa energia e pensamento positivos que acredito que esse é o primeiro de muitos anos que poderei aprender com essa Comunidade EstimuladaMente e também compartilhar o meu melhor. Vamos todos fazer parte desta “comunidade [...] que comunga dos princípios de crescimento pessoal, formação de comunidades a serviço da Terra, e que possamos realizar os sonhos de todos nós”.
Revista EstimuladaMente, Ano 02, Nº 05, abril/2019. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/ publicacoes/ano-02-no-06-abril-2019/>
Vania Rocha vaniarocha.antropologia@gmail.com
E que DEUS [NOS] FAÇA FELIZ!!!
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? Durante esse ano foi muito gratificante e enriquecedor fazer parte desse projeto lindíssimo que é a Revista EstimuladaMente. A troca de conhecimento me fez ver e me relacionar com o mundo e minhas relações pessoais, profissionais, sociais de uma forma diferente, especial. Poder compartilhar conhecimento é fantástico e receber o carinho e críticas dos leitores me fortalece. Parabéns família EstimuladaMente e obrigada prezadíssimos leitores por esse ano de convivência!!!
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Mensagem Por: Brahma Kumaris
Soltar “Soltar não é me desligar, mas entender que eu não posso controlar o outro. Soltar é permitir-se aprender com as consequências naturais dos acontecimentos. Soltar é não culpar ou acusar outros, mas dar o melhor de mim. Soltar não é corrigir, mas dar suporte. Soltar não é negar, mas aceitar. Soltar não é repreender ou argumentar, mas identificar minhas próprias falhas e corrigi-las. Soltar não é ajustar tudo aos meus desejos, mas tomar cada dia como ele vem, e valorizar-me nele. Soltar não é reclamar do passado, mas crescer e viver para o futuro. Soltar é temer menos e amar mais.”
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Educação - 0 a 3 anos Por: Leila Oliveira Costa
Para qualquer nutrição, não nos esqueçamos do amor (Parte I) - A complexidade da alimentação
Foto: Gisele Weiss Almeida | Lia Campos Chagas , Valentina Virgínio Silva, Théo Almeida Santos | Escola Pindorama
Parece-nos que tudo sobre a alimentação já foi dito e, parece-nos óbvio que isso tivesse acontecido. Ao nascer o aparato que nos dá a possibilidade de ingerir alimento já está disponível. Nossas papilas gustativas começaram a desenvolver-se no segundo mês da gestação, e no oitavo mês já havíamos construído alguns hábitos alimentares que nos acompanharão pela vida afora a partir dos hábitos de nossa mãe. Os hábitos de nossa mãe derivam das possibilidades Culturais traduzidas por aspectos sociais, econômicos e geográficos de sua própria existência, no momento da gestação.
com o resíduo que estava na panela. Na mesma comunidade, quando apresentei às mães uma ordem possível para a apresentação dos legumes, um grupo se olhava com total expressão de riso. A abóbora naquela comunidade era, essencialmente, uma comida para porcos. Geograficamente e historicamente, a comida carrega significados construídos na coletividade. Há uma variedade de alimentos típicos que representam uma região. Há alimentos relacionados a rituais religiosos e alimentos que representam instituições. Há também alimentos que representam modificações políticas, buscas de território, escravidão e guerra. Há alimentos que impulsionam o comércio. Alimentos que nos nutrem e que nos matam.
O acesso à comida poderia ser farto ou limitado. Não só por questões financeiras, mas também, por questões que se conectam ao conhecimento. Em uma das comunidades em que trabalhei, tinha a atribuição de preparar alguns alimentos com educadores, com as cozinheiras e com as famílias. Lembro-me de observar, logo na primeira visita a cozinha o modo de preparo da carne. As cozinheiras tinham muito medo de queimar o alimento que, naquela comunidade, era escasso. Então elas colocavam litros de água junto à carne. Faziam o cozimento por muitos minutos e quando percebiam que o cozimento estava ideal jogavam todo o caldo (na maioria das vezes de uma carne de músculo, com grande quantidade de proteína) no ralo da pia, servindo as crianças apenas revistaestimuladamente.com.br
Embora não pensemos nestas questões quando comemos, há em nosso inconsciente marcas profundas que influenciam nossas escolhas alimentares. Isso pode ser demonstrado quando sentimos repulsa por um tipo de alimento ou, quando algum deles nos trás memórias de infância, saudade ou sentimento de culpa. Quando pequenos ouvimos sobre como comemos, sobre quanto comemos e sobre o que comemos. Talvez, um adulto amoroso, que nos era importante 28
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Educação - 0 a 3 anos
nos ensinou a escolher algum tipo de alimento e nos fez desistir de outro.
e os outros substantivos que nomeiam distúrbios alimentares eram suficientes para explicar o Talvez um adulto se mostrou indiferente à qualidade quadro sintomático destas crianças. Porém, foram as necessidades que se impuseram a mim e a quantidade de alimentos que ingerimos . Talvez durante a última década, que me fizeram perceber um adulto importante, não com más intenções, uma infindável teia de relações que precisam mas com intenções baseadas em suas próprias construções geracionais nos obrigou a comer mais do ser repensadas antes de se falar em “problemas alimentares infantis” que gostaríamos ou poderíamos, nos ameaçou e até nos castigou usando a comida. Talvez nossa família Já não aceito com tanta ingenuidade que são brigava à mesa. Talvez riam. Talvez almoçamos esperadas e prováveis os problemas de alimentação. juntos aos domingos. Talvez comemos em frente à Percebi a força que o resgate de algumas questões TV ou sempre estávamos sozinhos. Talvez recebemos com os adultos com os adultos são tão importantes um alimento preparado com cuidado, talvez um quanto apenas ensiná-los técnicas para que a criança alimento preparado com desprezo. se alimente melhor. Quais destas marcas desconhecidas ou conhecidas, conscientes ou inconscientes, nos impedem hoje, de considerar as várias facetas da alimentação na nossa individualidade, e consequentemente na nossa sociedade?
Para cada queixa em relação à criança há algumas perguntas que despertam outras possibilidades de reflexão aos adultos. (Tabela)
Estas perguntas não têm como objetivo constranger os adultos ou condenar algum comportamento São estas as questões que coloco adiante de qualquer alimentar, mas, em geral, nos permitem oferecer orientação em instituições ou famílias que apresentam uma possibilidade para que eles mesmos compreendam o que pode estar acontecendo com as “queixas comuns” sobre a alimentação dos filhos. a criança. Alguns adultos começam a traçar uma Por anos, seguia convencida que as expressões: rede de outras perguntas a partir de uma destas recusa dos alimentos, compulsão alimentar, perguntas, ou verdadeiras redes de histórias comportamento anoréxico de crianças acamadas vivenciadas.
Queixas
Perguntas possíveis que despertam reflexões
Meu filho não quer comer no horário correto.
Quando e por que você come? O que é um horário correto para se alimentar em cada fase da vida?
Meu filho não aceita alimentos saudáveis.
Qual alimento não saudável você come? Por quê? Onde seu filho tem acesso a alimentos não saudáveis?
Meu filho tem alergia a leite, mas ama queijo. Não consigo tirar os derivados dele.
Há algum alimento considerado saudável que não lhe faz tão bem, mas que ainda assim você come?
Meu filho não come na escola
Há algum lugar ou ocasião em que você se sente constrangido a comer?
Meu filho não come verduras
Há algum alimento que você se nega a comer?
Dou sempre yogurte quando meu filho se nega a comer outra coisa. Não quero que ele fique com fome.
Você conhece o processo de fabricação dos alimentos que consome?
Ele só quer comer arroz. Não sei o que faço.
Você conhece os processos de transformação dos alimentos em seu corpo?
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Educação - 0 a 3 anos
Ponto nefrálgico, muitas das resistências alimentares das crianças de instituições que venho atendendo estão conectadas com este ponto: A impossibilidade de gastar energia. As crianças não brincam em lugares abertos, não correm não se exercitam. No caso dos bebês, estão presos em bebês conforto ou cadeirinhas. Não brincam, não engatinham. Embora precisem de energia para o desenvolvimento do corpo, esse processo metabólico pode começar a funcionar em sistema de economia de energia. O corpo entende que precisa funcionar consumindo menos. Em instituições e comunidades menos favorecidas este fenômeno se transforma em um desenvolvimento corporal mais lento, e por vezes, abaixo do esperado para certa idade. Outra possibilidade de modificação do padrão da fome na ausência do movimento e da brincadeira é o aumento da obesidade infantil e consequentemente dos casos de resistência à insulina. E quanto mais resistentes à insulina nossas crianças ficam maior a necessidade de ingerirem alimentos que se transformam em açúcar. Daí a preferência pelos carboidratos presentes em instituições desde o berçário e o alto índice de diabetes infantil.
Foto: Gisele Weiss Almeida Samuel Canineo Braz de Queiróz Escola Pindorama
É no encontro com perguntas e histórias que estes adultos se dão conta de que as questões alimentares das crianças são questões humanas, e, portanto, questões também dos adultos. Fortalecidos pela compreensão de seus processos estes adultos se tornam autônomos para colaborar com o processo de descoberta dos alimentos pela criança.
Enquanto, na presença destes sintomas insistimos para que a criança aceite alimentos nos esquecemos que a brincadeira ao ar livre se constituiria como um remédio que regula a fome a seu padrão ótimo de Adultos não comem apenas pelo motivo de estarem funcionamento. com fome. E nem sempre, na presença da fome Em relação ao apetite, em que a receita é sempre: ingerem comida. Ofereça nos primeiros anos de vida apenas alimentos saudáveis, o que é de suma importância, tenho me perguntado sobre, o que seria saudável em nosso país, por exemplo, em que usamos uma centena de agrotóxicos em cereais e vegetais. Consideramos de suma importância que as crianças se alimentem sempre com alimentos pouco processados no início da vida e para toda a vida, mas acreditamos que habituar-se a uma alimentação saudável depende de uma autoeducação do apetite.
Quando nascemos, aceitamos alimento apenas até o limite de nossa fome. A fome é uma necessidade fisiológica, enquanto o apetite se refere à vontade de comer. As necessidades fisiológicas não podem ser controladas. Se passarmos por um jejum longo, nossas funções vitais não funcionarão de forma adequada. Os hormônios e neurorecptores envolvidos no processo de aviso para a baixa de energia disponível funcionarão para qualquer organismo humano. Seria ingênuo acreditar que a criança rejeita alimento por que não tem fome.
O apetite pode ser usado pela criança como um instrumento. Eu diária que o apetite não pode ser considerado apenas como a “vontade de comer”. O apetite precisa ser visto em uma ótica da educação da VONTADE, não apenas a vontade de comer, mas a vontade enquanto processo essencial de viver.
Óbvio? Não! A fome se relaciona como dissemos acima, a queda de energia e de nutrientes disponíveis. Para ter fome precisamos gastar energia. revistaestimuladamente.com.br
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Educação - 0 a 3 anos
Educar a própria vontade depende de uma motivação individual interna e subjetiva que envolve nosso ser social, biológico e psíquico integralmente. Para a maioria dos adultos, é extremamente árduo o controle da vontade. O que aconteceu para nos perdemos neste processo que deveria ser autônomo?
E quanto aos adultos, qual seria seu papel nos processos de alimentação das crianças?
A questão é que a educação da vontade se relaciona a processos de escolher, iniciar ações motivadas por curiosidade, classificar, avaliar, ouvir, experimentar, perceber e perceber-se, compreender, analisar, concentrar-se, julgar.
Para isto ele precisa ser capaz de pensar, O que eu gostaria de comer se durante toda aminha vida só tivesse tomado leite? Uma pera ou uma laranja? Uma batata ou uma batata doce? Um alimento cozido ou uma verdura crua?
O principal papel do adulto é escolher se vincular à criança, deixando de lado as queixas em relação à alimentação, para criar uma rede de compreensão sobre ela com a criança.
Minha experiência tem demonstrado que, quanto menor a criança, maior a conexão dela própria com seus processos vitais.
Acreditamos que as escolhas alimentares conscientes da criança formam-se progressivamente quando lhe permitimos experiência da autoeducação da vontade, e estas experiências não estão restritas às escolhas alimentares. Nas situações cotidianas os verbos que se relacionam a este processo estão presentes. Uma criança só poderá saber se gosta de um alimento quando é capaz de experimentar. E a capacidade de experimentar não nasce necessariamente da experiência da alimentação. A capacidade de perceber a reação de um alimento no corpo só pode ser alcançada quando a criança é capaz de se conectar com o próprio corpo. A capacidade de concentrar-se no momento da alimentação acompanha o desenvolvimento da concentração em outros processos de vida.
É por este motivo, que nos diferentes programas de alimentação que organizo junto às nutricionistas para escolas e famílias, a máxima é: Como esse bebê se alimentou até aqui? No caso das crianças maiores, a partir de sabores conhecidos inserimos outros, respeitando e fortalecendo a vontade e inserindo grupos de alimentos em uma ordem que pode ser diferente das que nos apresentam os manuais de pediatria. Cada comunidade tem disponível um tipo de alimento. Não podemos ir contra este fato, o importante é repensar, como adultos, nossos caminhos alimentares para compreender, e até, (por que não?) refazer este caminho lado a lado com as crianças.
A centralidade da brincadeira e do movimento novamente se coloca aqui. Brincar é a principal via para a educação da vontade. Brincar nos possibilita fazer escolhas conscientes e analisar riscos.
Para qualquer nutrição, não nos esqueçamos do amor. Leila Oliveira leilabob9@hotmail.com
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? A Estimuladamente pode ser uma fonte de conhecimento que nos faz repensar e reencontrar o que é equilíbrio para vida. Eu, como escritora, sinto gratidão em partilhar um pouco de minha singela experiência com crianças pequenas, famílias e educadores. Escrever para esta revista é viver, a cada mês, um propósito. Foto: Arquivo pesssoal
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Alimentação Por: Luciana Guidoux Kalil
Pão: a base da alimentação de diversas culturas
Quando falamos em pão, a tendência geral é imaginar aquele pão quentinho e fofinho, feito de farinha de trigo, o pão francês ou pão caseiro. Hoje vamos falar de outros pães e outras matérias primas. Infelizmente o trigo que utilizamos, milenarmente, símbolo do pão para a cultura européia e introduzido pelos países coloniais nas Américas, sofreu modificações genéticas nos anos 80, e passou a causar reações alérgicas cada vez mais graves. Algumas pessoas mais sensíveis reagem somente ao toque ou ao estar em um ambiente com farinha no ar. Outras simplesmente relatam uma sensação de leveza e bem estar ao passar uma temporada sem ingerir produtos com trigo.
A simples mandioca cozida ainda acompanha diariamente as refeições no interior do Brasil e no Paraguai. Nos Andes, além do milho, há a quinua e centenas de variedades de batatas. Esta diversidade rica em nutrientes, formas, cores e sabores, foi, ao longo do tempo, sendo substituída pelo pão cristão de farinha de trigo branca, refinada, como comida de classes sociais mais abastadas. Nas missões jesuíticas, só era permitido aos indígenas comer suas deliciosas chipas (chipa = pão, em guarani), elaboradas com milho e mandioca, em dias de celebração. No dia a dia, eram obrigados a comer o pão de trigo. No México preparar tortillas com farinha de trigo é sinal de classe alta. Tortillas de milho são alimento de pobre. Tortillas de trigo são servidas em restaurantes. Atualmente, com os subsídios do governo, a farinha de trigo branca, ultraprocessada, é um dos “alimentos” mais baratos do mercado e também dos mais empobrecidos em termos de nutrientes.
Na antropologia culinária, encontramos que praticamente todas as culturas humanas possuem ou possuíram algum tipo de carboidrato na base de sua alimentação. Nas Américas, de Norte a Sul, o milho era o alimento sagrado, em suas diversas cores, assumindo forma de arepas, tortillas, tamales, humitas, pamonhas. Da América Central para o Sul, o milho se associou à mandioca como alimento gerador de energia, em diferentes formas de preparar tapiocas e bolinhos, como os beijus e chipas da cultura guarani. revistaestimuladamente.com.br
Os pães ancestrais são simples de preparar, práticos e deliciosos. Aqui trazemos algumas receitas de nossa rica América. 32
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Alimentação
MBEJÚ MESTIÇO No Paraguai a tapioca de polvilho é misturada à farinha de milho, o que enriquece a iguaria em sabor e valor alimentício. Experimentamos agregar ainda mais riqueza adicionando outras sementes moídas como linhaça, gergelim, chia, farinha de jatobá, pupunha, algarroba, coco ralado e o que mais surgir na mente. Pelo menos 1/8 do total de massa é polvilho, doce ou azedo. É o que ajuda a ligar. Polvilho azedo dá um leve sabor de queijo. O restante vai da criatividade ou preferência de cada um. Misture bem as farinhas secas. Acrescente sal, se desejar. Vá adicionando água aos poucos, para formar uma farofa úmida, que ao apertar com a mão faz um bolo, mas desfaz fácil. Aqueça uma frigideira e coloque a massa sem óleo. Aperte as bordas com o lado côncavo de uma colher. Aguarde mudar levemente de cor e soltar as bordas, mostrando que está cozido. Vire para assar do outro lado. Retire e coma ainda quentinho puro ou com recheio de abacate, queijo, tomate, óleo de coco, manteiga, patês, etc.
Foto: https://micorazondearroz.com/mbeju/
CHIPA GUARANI Segundo Margarita Miró, antropóloga especializada em culinária paraguaia, existem mais de 70 receitas de chipa, o pão sagrado guarani. Aqui trazemos uma receita que provavelmente é das mais antigas, já que antes da chegada dos espanhois os indígenas não consumiam leite nem ovos. - 2 xícaras de polvilho doce - 2 xícaras de farinha de milho - 2 xícaras de coco ralado fino - Purê de abóbora para dar o ponto - 1 colher (sopa) de erva-doce amassada com as mãos - 1 colher (chá) de sal - 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio Misture bem o polvilho, a farinha de milho, o sal e a erva-doce. Adicione aos poucos o purê de abóbora, amassando com as mãos, até ficar uma massa moldável bem consistente, pesada, um pouco quebradiça. Aqueça o forno a fogo alto (250-300 graus). Adicione o bicarbonato de sódio à massa, misturando bem. Unte uma forma com óleo de coco. Enrole os pãezinhos, da forma que preferir: rosca, compridos, redondos, meia lua ou chatos. Leve ao forno bem quente, até dourar. São deliciosas quentinhas, acompanhadas de chá, mate ou café.
Foto: Luciana Guidoux Kalil Ano 2 | julho 2019
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Alimentação
AREPAS (Colômbia, Venezuela) ou PUPUSAS (México e América Central) - 2 xícaras de farinha de milho (fubá) - Sal a gosto - Água fervendo - 1 pitada de bicarbonato de sódio Coloque a farinha de milho, o bicarbonato e o sal em uma vasilha. Misture bem. Adicione água fervendo aos poucos, mexendo com uma colher de pau, até tomar consistência de massa modelável. Espere esfriar um pouco. Faça bolinhos chatos de 2cm de espessura, 8-10cm de diâmetro. Asse em frigideira quente, primeiro de um lado, e quando soltar fácil, vire e asse do outro lado. É possível rechear as arepas antes de assar, os recheios mais comuns são queijo, feijão preto, purê de abóbora. Deliciosas quentinhas! Se preparar sem recheio, após assadas podem ser abertas ao meio e recheadas com guacamole ou outro recheio de sua preferência. Com a mesma massa, é possível preparar tortillas. Basta fazer uma bolinha e apertar entre dois sacos plásticos. Soltar a massa do plástico e assar em frigideira quente de um lado e quando muda de cor virar e assar do outro lado, e virar novamente apertando um pouquinho com uma espátula para inflar. Perfeito para preparar tacos e burritos.
Foto: Luciana Guidoux Kalil
Referências IBARS, Margarita Miró. Alimentación y Religiosidad Paraguaya: Chipa el Pan Sagrado. Assuncion: Servilibro, 2001. IBARS, Margarita Miró. Karu reko: Antropologia Culinária Paraguaya. Universidade de Michigan: Servilibro, 2004.
“A cozinha é o laboratório onde se fabrica a saúde ou a doença da família” Margarita Miró Ibars
Luciana Guidoux Kalil lunaca@mailoo.org
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? Colaborar com a revista para mim é uma oportunidade de compartilhar pontos de vista e conhecimentos que estão fora do padrão da mídia convencional e comercial. Fazer conhecer um mundo paralelo que existe com pessoas que buscam formas de viver com mais saúde, bem estar e harmonia entre os seres e o ambiente em que vivem.
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Foto: Marcelo Reis
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Mecânica Quântica Por: Jean Savedra
O gato de Schrodinger
O tão famoso experimento que, na verdade, nunca aconteceu, chamado de “O gato de Schrodinger”, é uma teoria filosófica reflexiva. Compreenda dessa forma primeiramente antes de avançarmos. Não houve a experiência, mas ela tem uma abordagem quântica importante para a evolução. A Física Quântica é uma tese baseada no livre-arbítrio que permite que o ser consciente imponha a condição de vida que almeja. revistaestimuladamente.com.br
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Mecânica Quântica
“Cada pessoa possui recursos fabulosos que, se não forem despertados, permanecem adormecidos por toda a vida. Conclusão: é você quem determina o resultado de sua vida. No fundo de cada homem residem esses poderes adormecidos; poderes que o assombrariam, que ele jamais sonhou possuir; forças que revolucionariam sua vida se despertadas e postas em ação.” (Orison Swett Marden)
sólidos resultados experimentais, o fenômeno de interferência luminosa. O pai da Física Quântica é Max Planck com seus conceitos de “quanta”. Planck amargou a morte de sua esposa e de seus dois filhos nas guerras mundiais. Permanecendo na Alemanha, ele conseguiu reerguer a pesquisa física depois da Segunda Guerra, e hoje os prestigiosos Institutos Max Planck carregam seu nome. Max queria ser músico, mas foi orientado a buscar outra profissão por acharem que não daria um bom artista. Graças a Deus Planck ouviu o conselho e conquistou o mundo na física das energias.
Vamos aprofundar mais um pouco mergulhando no universo micro. Nós fomos feitos de células, depois das células temos as moléculas, depois das moléculas vem o átomo, depois o núcleo do átomo, depois os prótons, então os quarks e após os quarks as cordas, ou filamentos, para então acabar em um grande buraco escuro chamado vácuo quântico. A Fonte. O Todo. O vazio primordial, a origem de tudo e que nos unifica.
Ainda relembrando sobre a experiência da dupla fenda, nós temos um único elétron. Essa micropartícula foi capaz de passar pela dupla fenda ao mesmo tempo e transpassando as duas fendas ele se expande em ondas desfigurando seu estado de partícula. Ao colocarmos o observador emparelhado rente à parede das duas brechas, ativamos a câmera para desvendar o mistério da transformação para ver por onde o elétron passa. Somos essa dualidade. Ora onda, ora matéria. O pensamento é quem dita o ritmo da vida. O corpo é um servo da mente.
Jesus é a imagem do Deus invisível, o primogênito, o Alfa, o Ômega, o princípio, o meio e o fim; nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou dominações, sejam governos ou poderes, tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele existe antes de tudo o que há, e nele todas as coisas subsistem. Ele é a cabeça do Corpo. Porquanto foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por intermédio Dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos ares, estabelecendo a paz pelo seu sangue vertido na cruz. (Colossesses 1)
Repare como o experimento da dupla fenda realizado em laboratório e a experiência hipotética do gato schrodinger andam de mãos dadas e se complementam. O gato colocado na caixa está vivo e morto ao mesmo tempo. A superposição apregoada nessa amostra é antagônica às leis de Newton. O felino tem dois estados ao mesmo tempo por causa da onda de possibilidade. Quando você está de olhos abertos existe uma única possibilidade e ao fechar se abre o campo das infinitas imagens. O gato está com seu estado indefinido até que alguém abra a caixa.
Toda existência foi um sopro (ruah) de energia, fomos feitos pela ordenança divina do “Haja luz e houve luz” ou “E o verbo se fez carne”. A passagem bíblica do Apóstolo Paulo afirma a nossa unificação. Estamos ligados pelo auxílio de todas as juntas, sendo constituídos em um só corpo.
Esse experimento mental foi criado pelo físico Ervin Schrodinger, um austríaco que em 1935 ganhou o prêmio Nobel por seu renome e experiências incríveis. Ele queria explicar o conceito da multiplicação do elétron e sua propagação por diversos lugares, para isso ele usou um gato como cobaia e por uma metáfora postulou um exemplo. Imagine uma caixa de alumínio, sendo impossível de ver o seu lado de dentro, com cinco elementos no seu interior: Um gato, uma caixa, uma garrafa com gás tóxico, um martelo e um contador Geiger (um aparelho que detecta o mínimo sinal de radioatividade).
A base de todo aprendizado sobre a Mecânica Quântica que temos feito até hoje é o experimento da dupla fenda explicado no Capítulo Colapso de Função de Onda. Esse é o estudo que fomenta nossa filosofia. Acredito que sem essa experiência científica realizada por Thomas Young, o físico que possibilitou a determinação do carácter ondulatório da luz, não chegaríamos a conclusões tão evidentes hoje. Young foi o primeiro a demonstrar, com Ano 2 | julho 2019
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Foto: Zanky, Rebeca Catarina e Guilherme Fonte: Revista Galileu
O gato é a forma figurada. Poderia ser considerado qualquer coisa ou animal nesse exemplo. No entanto os átomos e elétrons são verdadeiros e reais. Eles estão dentro da caixa na forma de um gato. Pense assim. Se o aparelho medidor de Geiger detectar o mínimo de radiação, o gato estará morto, pois ele acionará um martelo que quebrará a garrafa com veneno dentro. Se o aparelho detectar zero radiação, então o gato estará vivo e livre.
seria uma decisão. A nossa capacidade de optar comprova o mundo da proporcionalidade. Tudo é construído pela medida da sua fé. Só você pode resolver esse dilema. O animal está vivo ou morto? Todos os postulados da Física Quântica revelam um mundo liderado pela consciência humana e também subordinado a leis universais implantadas por um legislador supremo e impecável. A sua vida é proporcional ao seu entendimento e à sua compreensão do mundo. Você é um servo de você mesmo e de sua subconsciência. Fala-se tanto em expansão da consciência. Ao expandir nós adquirimos um poder de resolução capaz de colocála no estado que queremos. Há uma probabilidade de 50% de que o gato esteja vivo e 50% de chance de que ele esteja morto. Quem determina a condição é cada um de nós de forma individual. Ninguém toca na sua decisão.
O gato está dentro da caixa fechada. Ninguém sabe o que aconteceu. Ele pode estar vivo e morto ao mesmo tempo até que alguém abra a caixa e defina seu estado. Esta é uma metáfora para dizer o que de fato acontece no mundo quântico. Há em cada um de nós um poder de escolha. Nós passamos a decidir à medida que crescemos. Mesmo não decidir revistaestimuladamente.com.br
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Mecânica Quântica
A possibilidade de vida ou morte é idêntica. Os homens buscam a teoria de tudo. O consagrado cosmólogo britânico Stephen Hawking representava muito bem essa voz buscadora no universo da ciência. O físico Hawking morreu em 2018 no mesmo dia do nascimento de Albert Einstein. Einstein, pai da teoria da relatividade, nasceu em 14 de março de 1879, em Ulm, na Alemanha. Hawking se dizia ateu e Einstein afirmava a existência de um Deus criador de tudo. Sejam quais forem as suas conclusões, em ao menos uma teremos de concordar: não há como separar a espiritualidade, a fé e a ciência para buscarmos as coerências da nossa natureza, seja micro ou macro. Esses ensaios experimentais são nada mais do que uma busca para saber o que acontece depois da morte e até onde podemos chegar em vida encarnada.
“O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” (João 14) Nada na natureza está imóvel. Tudo vibra, tudo radia, tudo é energia. A matéria é só a forma da fôrma que sua mente decreta.Podemos concluir que a teoria da relatividade de Einstein, o princípio da incerteza de Heisenberg, os experimentos do gato e da dupla fenda são Deus se revelando ao planeta e aos cocriadores, habitantes desse lugar. Para existir multiversos teria que haver um observador, que nesse momento estaria olhando agora pra nós. Nós só existimos porque há um observador de consciência suprema nos olhando agora. Nessa loucura quântica, consigo compreender a tese ou doutrina de aniquilacionismo que declara que não há existência de um Hades, conhecido como inferno, o lago de fogo que Jesus citou. Pois nada existe sem a observação da suprema consciência. Se o Hades é um lugar de ausência de Deus, então não tem como ele existir. É apenas uma reflexão. Isso não importa. Ele, Deus, é o grande observador. Nós somos os co-observadores, obra de Suas mãos, observados e protegidos pelo Pai da criação, o primogênito de toda a existência, o Altíssimo, o legislador, o supremo e sublime Deus.
Enquanto você lê este capítulo, há um desfile de moléculas girando no ar e são mais rápidos do que um projétil bélico disparado. A velocidade dos elétrons do seu corpo é determinada pelo calor da temperatura a que você está submetido. A energia que você emite carrega informações decodificadas em sentimentos. Elas vibram e giram obedecendo sua percepção, seu sentido e sua temperatura. Quanto mais eles se movem, mais energia você emite, gera e transporta. É um balé invisível nos ares onde as moléculas disfarçadas de matéria giram tão rapidamente que parecem estáticas.
Jean Savedra jeanricardosav@gmail.com
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? Para mim, Jean, estar fazendo parte dessa maravilhosa equipe é um grande avanço na minha vida espiritual e intelectual. Da mesma forma que bebo dessa fonte lendo suas publicações trazendo para minha vida um tempo de extrema reflexão. Tudo que vejo, como reportagens e textos, são tão elucidativos. Uma revista que veio para me fazer dar saltos quânticos em seus postulados amparados de boa energia. Parabéns, colaboradores. Não somente ler, mas ter um espaço me faz um homem melhor. Conteúdos de processos evolutivos, abordagens quânticas, ecologia, psicologia, sustentabilidade, coaching e espiritualidade fazem parte de um menu de assuntos relevantes para nosso sistema atual, de acordo com a generosidade do Universo, em nos recompensar com a sabedoria de tantos colunistas, editores além do capricho da arte gráfica e tudo mais. Muitíssimo obrigado.
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Foto: Arquivo pesssoal
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Especial - Mindfulness Por:Anna Almeida
Quem você pensa que é?
Escolho iniciar este artigo com uma belíssima citação do Henry Ford que diz: “Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo.”
percepções de mundo. E isso é inteiramente natural e orgânico, visto ser da natureza da nossa mente. Então por isto, podemos afirmar que jamais se é possível esvaziar a mente, nem mesmo em nossas mais belas e profundas práticas meditativas. Podemos sim, escolher (filtrar) nossos pensamentos tal qual observadores, como que contemplando uma grande tela de cinema, podemos perceber a existência de inúmeros pensamentos que permeiam a nossa mente a cada minuto, muitas vezes a cada segundo (em caso específicos de portadores da SPA - Síndrome do Pensamento Acelerado), e reconhecê-los com amorosidade, e simplesmente deixá-los ir embora da mesma forma que chegaram até nós, sem nos apegarmos a ele(s), ou incorporálos. Na prática, você pode escolher escrever alguns
Empiricamente, o que Ford já nos indicava é que nossos pensamentos e conjunto de crenças são fatores determinantes em nossas vidas. Quando ficamos associados aos pensamentos, nos sentindo tomados ou mergulhados neles, então começamos a acreditar e agir conforme aquilo que pensamos Ser. Mas, qual é o resultado de vivermos associados (dentro) dos nossos próprios pensamentos? A nossa mente maravilhosa é uma fábrica de produzir pensamentos, todos os tipos deles de acordo os nossos próprios filtros sensoriais e revistaestimuladamente.com.br
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Especial - Mindfulness
desses pensamentos importantes, mas talvez não necessários para o seu momento presente (quando eles se apresentam a nós). A ação de escrevê-los em caneta e papel permite uma melhor organização destes pensamentos e principalmente uma possível transferência da sua mente para o papel, onde poderá resgatar este pensamento e olhar para ele com plena atenção em seu momento oportuno. Esta prática do Mindfulness, permite que tenhamos uma melhor auto regulação e relacionamento com nosso fluxo de pensamentos, e possamos fazer sábias escolhas. Promovendo autocontrole da ansiedade e redução do estresse, consequentemente. Afinal de contas, você sabia que nós não somos nossos pensamentos? Acreditaria se eu lhe afirmasse isso, aqui e agora com tamanha convicção e verdade?... (Me escreva compartilhando seu interessante ponto de vista sobre o assunto).
tornaremos como um veleiro que durante uma tempestade não tem habilidades com o próprio leme para sua sobrevivência. Tornando seu barco vulnerável e suscetível à completa deriva.
O Mindfulness nos ensina a sermos capitães e marinheiros dos nossos próprios pensamentos e comportamentos, através da plena atenção e auto consciência para uma melhor qualidade de vida e paz interior. Se um pode, todos podem aprender a praticar! Recomendo ler ou reler o artigo anterior intitulado: Mindfulness - Treine-se para viver suas experiências cotidianas. Indico também assistir no Canal YouTube: Daniela Sopezki, o vídeo; Atravessando Momentos Difíceis - Metáfora do Veleiro. Boas práticas!!
Mas, como perguntamos no início, qual é o resultado de vivermos associados (dentro) dos nossos pensamentos inquietantes?... Então nos
Anna Almeida terapiaholisticasintegrativas@gmail.com
Meu sentimento é de infinita gratidão aos criadores da Revista Estimuladamente Marcelo e Amanha Reis pela permissão, aceitação e abertura para o conhecimento compartilhado para dezenas de milhares de pessoas no Brasil e no Mundo. Com amor genuíno e fraternal.
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? É muito gratificante e bastante honroso fazer parte do grupo de escritores, colaboradores da Revista Estimuladamente. Principalmente por que considero a Estimuladamente um canal condutor ou caminho para que o leitor possa despertar ou se nutrir do autoconhecimento e autodesenvolvimento de forma amplamente difundida e aplicada. Inclusive, em se tratando de sua missão, vejo e sinto sua qualidade e importância social no que tange a sustentabilidade; aplicado ao Ser e Estar no mundo com consciência e autoresponsabilidade. Como coautores responsáveis e integrados ao UNIVERSO a partir de uma visão holística (inteira). Somos todos corresponsáveis pelo nosso lar chamado TERRA! Assim, ter a oportunidade de corroborar com este propósito de vida plena, amor altruísta e expansão de consciência me transborda de alegria e paz interior, pois me permite ser contribuição ativa e eficaz, compartilhando meus conhecimentos teóricos e práticos por intermédio do Mindfulness / Auto Regulação Emocional; propiciando que mais e mais pessoas (leitores) tenham acesso a este conhecimento prático que pode ser um divisor de águas na vida de qualquer um (a), se incorporado no cotidiano.
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ICF - Internacional Coach Federation | Artigo Por: Wang Ching
Por que eu escolhi estar com a ICF?
Na vida você precisa escolher, porque não escolher também é uma escolha!
entendemos melhor quem somos, para melhorar futuras escolhas. Ou seja, ao estar em movimento para alcançar algo que queremos TER, também transformamos no nosso SER e a capacidade de FAZER, adquirindo novas competências e habilidades. Por isso precisamos de ter objetivos. Mas a felicidade não está necessariamente na conquista, que muitas vezes esquecemos assim que conquistamos, já de olho em outra coisa. A jornada costuma ser mais longa e pode ser muito significativa. Como percebemos o mundo determinará os “olhos” de oportunidades ou de problemas. E como lidamos com as oportunidades ou a falta delas, determinará os resultados.
A vida é feita de escolhas. A cada escolha modelamos a qualidade do nosso presente e o futuro que desejamos. Quando hesitamos e não exercemos a escolha, ainda assim é uma escolha: a de não escolher. E não evita consequências, que teremos em qualquer opção. Por isso a importância de escolher o que queremos quando possível e na falta da opção ideal, podemos sempre escolher evitar ou reduzir algumas consequências. Nessa grande aventura que é o viver, convivemos, interagimos, rimos e choramos com outras pessoas. A vida promove encontros e desencontros. Para viver é preciso saber que poderá encontrar novos amores, novos amigos, mas também desilusões e despedidas.
Eu sempre fui uma pessoa que exerce conscientemente as escolhas, mesmo nas adversidades. Sempre acreditei em ser protagonista na minha vida e proativamente modelar o que desejo viver. Trabalhar e manter boa reputação foram escolhas. Sempre busquei escolher trabalhos que fizessem sentido e me ajudassem a expressar meus valores no mundo.
Para fazer boas escolhas e destinar o seu tempo com o que vale a pena, a primeira pergunta a fazer é sobre o que faz sentido para você. O que não pode faltar na sua vida? Quando a vida faz sentido, sentimos o impulso de se movimentar, de explorar novos horizontes e conviver com outras pessoas. Melhor ainda quando temos sonhos e objetivos a realizar... ganhamos a motivação para se dedicar.
E nessa jornada aprendi e apliquei muitas coisas que enriqueceram a minha vida. Nunca soube ser mais ou menos. Nunca aceitei o medíocre. Sempre achei que a vida era muito curta para apenas passar por ela. Por isso sempre busquei redefinir meus limites, ampliando o que posso fazer e conquistar mais em cada momento de vida.
E na jornada pela conquista de algo que faz sentido para nós, muitas coisas acontecem. Aprendemos novas coisas, conhecemos pessoas e revistaestimuladamente.com.br
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ICF - Internacional Coach Federation | Artigo
E desde jovem, nunca quis depender dos outros. Eu não tinha na época padrinhos e sequer network para entrar no mercado de trabalho. Aprendi muito sobre processos seletivos e sobre como as organizações funcionam. E fui conquistando melhores posições na carreira. Mas chegou num ponto de virada: de excelente técnica para gestora. Era um mundo novo, que eu desejava, mas não parecia moldada para isso. Eu carecia do que chamam de soft skills. Não tinha tanta habilidade com pessoas, ou não tinha percebido até aquele momento a importância disso.
o que deseja e o que está disposto a fazer. Mas é perfeitamente possível. Só que o mercado é vivo e a cada dia estamos modelando quem somos para nós e para o mundo. Inclusive que coach somos. E para ser coerente com a reputação que eu queria ter e manter, de consistência técnica, foi natural a minha escolha de me associar à International Coach Federation (ICF) e afirmar com orgulho que #SouCoachIcf.
Uma entidade que tem mais de 28,863 associados em 145 países, com a missão de Liderar o avanço Tive que fazer escolhas se eu queria realmente global da profissão de coaching. E que exerce sua ascender e aceitar o preço por isso. Sim, porque tudo missão por meio de dois principais eixos de atuação: tem o seu preço. Ou preferir manter-me na zona de o credenciamento de coaches e a acreditação de conforto do que era excelente e não me aventurar para escolas de formação em coaching. Adicionalmente, o que eu não sabia se conseguiria me desenvolver. com essa abrangência, consegue alcançar algo singular, de pesquisar sobre a indústria de coaching, E você já deve saber o que escolhi. Resolvi enfrentar os meus mitos. E isso resultou em ascender para cargos com parceiros como PwC, tendo por resultado mais de 15,380 respostas válidas provenientes de 137 de gestão e dar início a novas jornadas de enormes países, já em 2016. aprendizados sobre pessoas, fatores determinantes de suas escolhas, motivações e sabotagens.
Estar associado à ICF é dar coerência à minha história de valorização da reputação e de contribuição para construir o futuro que desejo, na qual o Coaching faz parte. Além disso tenho acesso a um acervo de Em 2011 por questões de saúde na família, eu escolhi alto nível de informações e estudos sobre o estar mais em Brasília. Como uma pessoa que valoriza coaching e passei a integrar um networking o trabalho, preferia manter a atividade profissional. mundial com pessoas que também zelam Havia passado há algum tempo por um processo de pela própria reputação no mercado. Em 2008, conheci o coaching e fiquei encantada com o potencial do recurso para a mudança da curva de aprendizagem das pessoas. E foi com certeza extremamente importante naquele momento da minha carreira.
coaching, como coachee e tinha acabado de finalizar uma primeira formação de coaching. De gestora, me tornei empreendedora e coach. O que me trouxe a vida que precisava naquele momento. Pude manterme trabalhando, com maior flexibilidade de horários, e igualmente cumprir o meu papel filial.
Desejo ver um mercado robusto e de oportunidade para bons profissionais! E desejo que pessoas que queiram contratar o coaching possam encontrar bons profissionais como parceiros em jornada de descobertas e aprendizagens!
Foi uma escolha que fez muito sentido para mim. Nem todas as escolhas são fáceis. Muitas vezes exigem muita dedicação e nem sempre vem com a melhor remuneração, pelo menos no início. Mas todas as escolhas foram muito ricas e saciavam a minha necessidade de aprender novas coisas e evoluir.
Para que os meus desejos se tornem objetivos alcançáveis, eu escolhi ser protagonista. O que desejo não acontecerá naturalmente. É preciso construir. Eu escolhi fazer parte dessa construção e influenciar os rumos futuros do mercado de coaching. E você? Que mercado você deseja para si e como alinhar suas E seguir a carreira de coach não foi diferente. Tracei ações e acelerar o futuro que deseja? estratégias e não foi difícil entrar nesse mercado. Wang Ching Explico melhor. Dá trabalho conquistar uma Diretora de Desenvolvimento ICF Brasil reputação e é uma conquista contínua. É preciso E-mail: wang@4coach.com.br alguma disciplina e principalmente, coerência entre https://www.youtube.com/wangching Ano 2 | julho 2019
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ICF - Internacional Coach Federation | As 11 Competências Por: Wang Ching
A valiosa jornada com as 11 competências principais em coaching da ICF Diferentemente da maioria das escolas de coaching que tem por foco conceitos, técnicas e ferramentas de coaching, o foco das formações de coaching acreditadas pela International Coach Federation (ICF) voltase para o desenvolvimento das 11 competências essenciais de coaching organizadas por grupos no quadro abaixo:
Grupos
Competências principais em Coaching
Estabelecendo os Fundamentos
1. Cumprindo as Diretrizes Éticas e Padrões Profissionais 2. Estabelecendo o acordo de coaching
Co-criando o relacionamento
3. Estabelecendo confiança e intimidade com o cliente 4. Presença em Coaching
Comunicando-se de maneira efetiva
Facilitando o aprendizado e os resultados
5. Escuta ativa 6. Questionamento Instigante 7. Comunicação direta
8. Criando conscientização 9. Desenvolvendo ações 10. Planejamento e definição de metas 11. Gestão do Processo e responsabilização Mas qual a importância dessas competências para um coach?
Ao você desenvolver essas competências, você terá os recursos necessários para oferecer um coaching de excelência, com confiança no processo que se desenvolve entre o coach e o cliente coachee.
Coach Interno – o coach professional praticante que é empregado em alguma organização e tem entre suas atribuições fornecer serviços de coaching.
Primeiramente, porque a prática dessas competências evidenciadas em uma sessão de coaching define o coaching em si. Se você demonstra evidências do conjunto dessas competências, você pode afirmar que está fazendo o coaching. O conjunto proporciona o ambiente necessário para uma parceria profunda entre o coach e coachee, criando condições de não-julgamento, segurança e estímulo para ampliar a consciência do coachee e explorar suas opções de escolha e seus próprios recursos para resolução de problemas.
Gerentes e Líderes que utilizam competências de coaching – um gerente ou líder que trabalha com seus subordinados na organização para criar consciência e apoio às mudanças, utilizando o conhecimento, a abordagem e competências de coaching.
Como resultado dessa prática de excelência é alcançado o padrão ICF para coaching, definido como: “uma parceria com os clientes em um processo instigante e criativo que os inspira a maximizar seu potencial pessoal e profissional”.
As formações em coaching serão úteis para: Coach Externo – o coach profissional praticante que é autônomo ou tem empresa e fornece serviços de coaching.
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ICF - Internacional Coach Federation | As 11 Competências
Como começo para me tornar um coach?
Competência 1: Cumprindo Diretrizes Éticas e Padrões Profissionais.
Para os interessados em iniciar uma jornada para se tornar futuro profissional coach, o primeiro passo recomendado é buscar uma sólida formação em coaching, que efetivamente o prepare para o exercício da atividade com excelência e responsabilidade.
A compreensão da ética e dos padrões em coaching e a habilidade de aplicá-los apropriadamente em todas as situações de coaching. • Compreender e demonstrar em seus próprios comportamentos os Padrões de Conduta ICF (veja a lista, na Parte III do Código de Ética da ICF), • Compreender e seguir todas as Diretrizes Éticas ICF (ver a lista), • Saber comunicar claramente as distinções entre coaching, consultoria, psicoterapia e outras profissões de apoio, • Orientar o cliente sobre a necessidade de buscar outro profissional de apoio, sabendo quando isto é necessário e quais os recursos disponíveis.
Para encontrar formações acreditadas pela ICF, acesse a área “Training Program Search Service (TPSS)”, no site da ICF Global. Lá você encontrará todos os cursos acreditados pela ICF. Os cursos de formação são os do tipo ACTP (Accredited Coach Training Program) e ACSTH (Approved Coach Specific Training Hours). No primeiro já inclui mentorias. A sigla CCE (Continuing Coaching Education) é para educação continuada, que a ICF estimula durante todo o exercício profissional, sendo um requisito para renovação de credenciais de coach.
Na essência a primeira competência espera que o coach saiba distinguir, informar e praticar com clareza o que é coaching e o que não é. E como se portar com altos padrões de conduta e Ética, segundo a ICF. É considerada uma pré-condição para manterse como Coach ICF. A existência não demonstra necessariamente maestria como coach, mas a inexistência inviabiliza permanecer como coach ICF.
Com boa formação, dedicação e o desenvolvimento contínuo, você poderá alcançar níveis de maestria, passíveis de credenciamento pela ICF em 3 níveis: • ACC (Associate Certified Coach) • PCC (Professional Certified Coach) • MCC (Master Certified Coach)
Agora que contextualizamos o cenário e falamos um pouco sobre a primeira competência, a cada edição, abordaremos com mais profundidade uma das demais competências.
Mas o coaching na ICF vai além da maestria técnica. É preciso ter princípios éticos largamente disseminados e praticados. Por isso, além do conjunto das 11 competências, todo associado e credenciado se compromete com o Código de Ética.
Acompanhe os nossos artigos. E entre em contato para saber mais.
Os detentores de credenciais do ICF fazem parte de um grupo autorregulado de coaches de elite que prestam contas aos clientes e à profissão de coaching como um todo. Eles buscam e completam rigorosos requisitos de educação e prática que fornecem legitimidade inquestionável ao seu compromisso com a excelência em coaching.
Descubra o grande aprendizado que é praticar e ser avaliado pelas 11 competências. É uma jornada indescritível de autoconhecimento, como coach e como pessoa. Sem dúvida perceberá o salto na segurança e excelência do coaching! Até breve,
A ICF em cada país onde está presente, apoia-se na atuação do seu comitê independente para revisão de conduta ética (IRB - Independent Review Board), e no processo ECR - Ethical Conduct Review Process no que diz respeito à avaliação dos casos onde não houve a necessária conduta ética de qualquer de seus associados e credenciados, o que pode resultar em perda da credencial e da condição de associado ICF.
Referências 11 competências essenciais de coaching (https://www. icfbrasil.org/icf/competencias-principais) Formações acreditadas pela ICF (https://coachfederation.org/ icf-credential/find-a-training-program) Código de Ética (https://www.icfbrasil.org/icf/codigo-deetica)
Wang Ching Diretora de Desenvolvimento ICF Brasil diretoria.desenvolvimento@icfbrasil.org
Agora que colocamos a importância dessas competências para o coaching, vamos iniciar com a primeira. Ano 2 | julho 2019
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ICF - Internacional Coach Federation | Agenda Brasil
Participe da 2019 Global Coaching Survey A mais ambiciosa pesquisa sobre a indústria do coaching no mundo é realizada pela International Coach Federation (ICF), em parceria com a PwC, e você, coach está convidado a participar! Associados e não associadas à ICF podem responder à pesquisa acessando o link: https://www.coachingsurvey2019. Sua colaboração irá contribuir para posicionar o Brasil no cenário mundial de coaching! Quanto maior o número de respostas válidas, maior o impacto dos resultados e visibilidade para o coaching no país. Entre nessa e colabore com informações para o mercado de coaching!
Você já conhece o canal da ICF Brasil no Youtube? Acesse https://www.youtube.com/user/canalicfbrasil e veja os mais recentes conteúdos disponíveis gratuitamente! Inscreva-se e acione o sininho para que você possa ser informado de novos vídeos postados. Acompanhe as atividades da ICF Brasil e seja o melhor coach que você pode ser.
Capítulo Regional São Paulo “Princípios de coaching de times e grupos” é o tema do evento presencial ministrado pelo Dr. J. Val Hastings, MCC (Master Certified Coach), fundador e presidente da Coaching4Today’s Leaders. O encontro acontece dia 8 de agosto, das 19h às 21h. Mais informações podem ser acessadas aqui: https://www.facebook.com/ icfsp. Aproveite e nos siga nas redes sociais!
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ICF - Internacional Coach Federation | Agenda
Capítulo Regional Rio de Janeiro Projeto Credencia está vindo para trazer informações, facilidades e apoio ao processo de credenciamento! A noite de lançamento contará com uma roda de conversa com três profissionais, de diferentes níveis de credenciamento, compartilhando suas diferentes experiências e o que mudou em suas carreiras. O evento será realizado por webinar, no dia 6 de agosto, das 19h30 às 21h, continuando no dia 20 de agosto, das 19h às 20h30, com Carolina Stilhano, que nos trará o tema “Minha primeira credencial (ACC)”. Para mais informações, siga a página https://www. facebook.com/icfrj.
Capítulo Regional Pernambuco No dia 3 de agosto, das 9h às 12h, acontece o workshop “Resiliência, como criar estratégias de engajamento visando a qualidade de vida no trabalho? O evento é presencial e será realizado no SebraeLab, sala 12, que fica na Rua Tabaiares, 360 - Ilha do Retiro - Recife/PE. Acompanhe o perfil e saiba mais: https://www.facebook.com/icfpernambuco.
Capítulo Regional Paraná Meire Inoue, PCC, ministrará evento presencial com o tema “Escuta Ativa no Coaching”, no dia 13 de agosto, das 18h30 às 20h30, na Rua Dom Alberto Goncalves, 1015.Para mais informações sobre a programação, acesse https://www.facebook. com/icfparana e siga essa página para atualizações sobre atividades desse capítulo regional.
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Comunicação Transformadora Por: Marcos Dimoraes
Comunicar o quê?
Prezada leitora e leitor, gostaria de abrir um diálogo contigo. Você está empreendendo algo. Sua empresa pode ser somente você e nem estar oficializada ainda. Ou pode ser um empreendimento solidificado com algum tempo no mercado, funcionários, filiais, contratos, fornecedores e muitos clientes. O momento econômico talvez não seja dos mais favoráveis ao seu setor. Mas com ou sem crise algo é fato: Pessoas precisam se comunicar. Isto inclui as jurídicas também, claro. Mas, comunicar o quê?
comunicação instantânea, ampla, irrestrita era simplesmente inexistente, impossível para qualquer um. Quanto mais avançamos pela história recente até os dias atuais vemos que essas fronteiras estão desaparecendo. A possibilidade de dizer o que quiser, para qualquer um, a qualquer momento é mais que uma possibilidade para alguns, é uma realidade para todos. Mas, comunicar o quê? Em 2015, os acessos à rede mundial via aparelhos móveis, os Mobiles, ultrapassaram os acessos via aparelhos desktop, os PCs. Isso em números, para ter um panorama de comparação, é quase como dizer que enquanto alcançava-se 1.5 bilhões de pessoas, hoje, com o Mobile, podemos estar falando com 7 bilhões. Mas, comunicar o quê?
Podemos passar longas horas falando sobre coisas pueris que não tem realmente intenção de mudar ou afetar. Outras conversas mudam o rumo das vidas. Mudanças sutis ou guinadas radicais. Estamos passando por um momento em que nossa constante necessidade de comunicação encontra uma revolução, ainda em ebulição, a da tecnologia da informação. Até bem pouco tempo, 100, 50 ou 20 anos, a atual capacidade de revistaestimuladamente.com.br
Num vídeo da Google, Mobile Day, disponível no Youtube, encontramos diversas dicas, direcionamentos e questionamentos sobre essa nova forma de conversar, sem fronteiras, sem limites. 50
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Comunicação Transformadora
Dentre elas algo que inquieta até hoje: “Se pudesse falar algo com seu cliente todos os dias, o que você diria?” Você ligaria para o seu cliente todos dias com uma oferta de algo para ele comprar? Temos que conhecer e respeitar os momentos desta relação: Há vezes em que estamos online para ver gatinhos tocando piano. Outras queremos aprender sobre determinado assunto. Há aqueles momentos em que estamos buscando por um produto que satisfaça um desejo. E finalmente, temos momentos em que estamos dispostos a comprar algo. Nossa efetiva comunicação deve contemplar todos estes momentos. Ao construir este relacionamento com nossos clientes, aumentamos nossa chance de ser lembrados quando esses forem fechar um negócio. Mas, comunicar o quê?
Responder essas perguntas pode não ser fácil, e talvez nem mesmo apresente diretamente as soluções para os questionamentos que temos feito. Mas são chave para nos aproximar da forma de comunicação com seus clientes que irá criar relacionamentos e eventualmente fechar mais negócios. O site ou a persona das redes sociais de sua empresa além de dados institucionais e lembranças dos dias comemorativos, comunica sobre o quê? No livro de Jeff Jarvis, “O Que A Google Faria?”, é sugerido que deveríamos fazer um exercício de tentar enxergar nosso negócio como a Google enxerga o dela. A Google era baseada em um algoritmo de busca que apresenta resultados organizados por relevância. E ainda é. Claro que este algoritmo vem evoluindo. Mas não é só isso. Eles estão muito ligados em tudo mais que seus clientes querem buscar: viagens, fotos, vídeos, mapas, vôos, e-mails, livros, compras… Poxa! Quase tudo que fazemos hoje na rede mundial, passa por ela. E o que isso tem em relação a comunicação de minha empresa? O relacionamento. Existe um genuíno interesse em tudo que envolve o usuário, o cliente. Quando seu cliente pensa no produto, no serviço que sua empresa oferece, ele lembra de você? Ela ou ele conseguem fazer uma relação de excelência entre sua empresa e tudo mais que ela envolve?
Toda empresa nessa economia capitalista deseja lucrar. Mas para que a pessoa jurídica lucre, precisa ter relacionamentos com as pessoas físicas ou jurídicas do mercado. Através da construção de relacionamentos aumentamos a nossa chance de fechar negócios.
Então, qual é a essência do seu negócio? Qual o propósito? O que te fez não fazer outra coisa e abrir o seu empreendimento? Isso! Já parou para lembrar? Qual a dor que sua empresa se propõe a aliviar nas pessoas? Que benefícios você e sua empresa trazem para o mercado que vão além das relações comerciais e do lucro?
Bom, leitora e leitor, fizemos algumas provocações e um convite. Vamos continuar este diálogo? Somos uma iniciativa de comunicação que está germinando nesse solo nordestino. Somos empreendedores baianos. Temos interesse nesse mundo digital e tudo que pode fazer pela comunicação. Buscamos pela sustentabilidade, pelo fortalecimento da economia local, pela acessibilidade, pela inclusão digital e pelas boas práticas. Queremos trazer soluções de comunicação que criem relacionamentos com seu cliente que vão além do negócio. E como o umbuzeiro representa para o sertanejo a esperança, a resistência e a resiliência, somos a Umbu Digital. Fomos convidados pela Revista Estimuladamente para inaugurar essa seção de comunicação transformadora. Aceitamos o desafio. Então fique conosco que nas próximas edições iremos falar mais sobre comunicação com viés em sua ação potencializadora e transformadora.
Há responsabilidades sociais para a Razão Social. Precisamos levantar a cabeça e olhar além dos muros e tentar enxergar outras oportunidades onde podemos atuar. Programas de inclusão digital, de voluntariado, incentivo a diversidade, a jovens aprendizes; adotar uma casa de caridade ou uma ONG ligada a preservação ambiental; fazer um contrato com uma empresa local de reciclagem de materiais. São inúmeras as oportunidades que temos de agir localmente e pensar globalmente que deixamos passar. Muitas delas sem custo financeiro e muitas com a possibilidade de novos negócios. Essas questões estão em seu horizonte de contemplação quando pensa sobre o que vai comunicar? Ano 2 | julho 2019
Marcos Dimoraes Analista e desenvolvedor de Sistemas WEB, cinéfilo, nerd, baiano por opção, é entusiasta de aplicativos mobile, ama a esposa e o lindo casal de filhos. 51
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Fotos Por: Mariana Falcão
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente?
As minhas fotos são de pessoas comuns que compõem o contexto do local em que habitam (ecossistema) que passam despercebidxs. Colaborar com a Revista Estimuladamente é movimentar a energia que esses registros carregam e alimentar uma plataforma com pautas que eu acredito! Parabéns a Revista pelo seu primeiro ano de muitos! Mariana Falcão direção de arte | fotografia | produção Instagram: @mariana.falcao
Foto: Arquivo pessoal
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Reprogramando Por: Eduardo Almeida
O verão de minha vida
Acredito, observando as evidências, que a maioria das pessoas prefere o verão e a primavera, ao outono e inverno.
Amo a Bahia com todas as suas contradições. Mas, em meu caso, descobri que gosto mais de uma estação em particular: aquela que estou vivendo agora!
E a razão para isso pode ser simples de entender, principalmente em uma cidade gelada como Curitiba - em que são raros os dias realmente repletos de sol e na qual, por vezes, as quatro estações acontecem todas no mesmo dia.
Se a primavera pode ser comparada à infância descompromissada e o verão à fase adulta em que ainda nos sobram forças, sinto aos quarenta e oito anos a clara aproximação do outono. Sim, sei que não sou tão velho a ponto de perceber falta de disposição para realizar qualquer tarefa (uma das marcas do inverno) e ainda me sinto em pleno vigor para perseguir meus mais ousados projetos e objetivos. Tenho muito por fazer, por escrever, lugares para conhecer e pessoas para ajudar.
O cinza tende a deixar as pessoas igualmente cinzas, menos calorosas ou abertas ao diálogo. Por isso, quando vim para Salvador, pude observar como o calor do sol se traduz também em calor humano, um dos traços que mais gosto do povo soteropolitano e que me levou a decidir mudar para cá. revistaestimuladamente.com.br
Apesar disso, não posso negar que já percebo 60
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Empresas Conscientes
que com o tempo perdi um pouco da energia que possuía quando era mais jovem, assim como vejo o branco do inverno já assumindo grandes proporções em meus cabelos.
meu IKIGAI e sei claramente o porquê acordo todos os dias de manhã. Envelhecer me trouxe a aguda consciência que tenho uma missão que quero realizar e que, se me descuidar, posso deixar de alcançar as proporções que sonhei para ela.
Então procuro entender: como lidar com este fato?
O valor de minha hora trabalhada também foi multiplicado muitas vezes quando comparado aos meus primeiros empregos - uma prova de que o mercado paga por know-how e não por trabalho. E, é claro, know-how só vem com o tempo!
Como posso encontrar significado em meu inevitável envelhecimento, condição que é inerente a todos os seres que habitam este planeta? E a resposta que encontrei para esta questão é: não devo sofrer com o que perdi ou ainda perderei, pois entendendo que a vida tem sido generosa, compensando cada perda com ganhos muito mais significativos.
Se tivesse que traduzir todas estas lições em uma única palavra, eu chamaria de: SABEDORIA. Sabedoria não é fruto do tempo, mas da forma como transformamos nosso tempo em atitudes mais saudáveis e equilibradas.
Por exemplo: observo que com a maturidade já não preciso da mesma energia que possuía em minha adolescência, pois agora sou capaz de realizar muito mais com muito menos - com uma precisão e assertividade nas ideias e ações que antes não possuía.
Nem toda pessoa que envelhece se torna mais sábia. Tem gente que apenas se torna mais teimosa mesmo. Por isso, no lugar de tentar acreditar que exista a tal “melhor estação da vida”, prefiro entender que terei sabedoria para desfrutar o melhor do que cada uma pode me proporcionar.
Além disso, estou mais calmo e esta nova postura beneficia quem precisa conviver comigo, pois compreendo que excesso de energia também pode significar falta de foco.
E, assim sendo, todos os dias agradeço, pois a vida não é uma jornada na qual buscamos conquistar coisas, mas principalmente um caminho no qual devemos aprender a apreciar experiências. E isso, sem dúvida, eu tenho feito em minha vida.
Vejo ainda que atualmente consigo ajudar outras pessoas com orientações em minhas palestras, livros e processo de coaching, coisas que só posso oferecer por ter acumulado experiência como um subproduto de uma vida muito bem vivida, na qual aprendi valiosas lições com meus inúmeros erros.
Eduardo Almeida edu@cgrp.com.br
E, o melhor de tudo, hoje realmente vivencio o
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? Contribuir com a mudança de consciência, ajudando a construir um mundo melhor por meio de pessoas melhores.
Foto: Arquivo pesssoal
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Construções Sustentáveis Por: Taís Mota
Biodinamismo Urbano
Foto: Luiza, Elisa e Marina - Viva a Vida (terraço verde - Salvador Shopping)
Chegamos a um ponto da história que modificamos tanto o meio ambiente, que não conseguimos sentir nem compreender mais a paisagem natural no meio urbano. O concreto acabou se tornando o natural, e a natureza algo cada vez mais distante do nosso cotidiano. É necessário criar um equilíbrio, onde o impacto das construções, do desenvolvimento econômico e tecnológico, que promovem cada vez mais esse distanciamento, seja amenizado por projetos sustentáveis, capazes de criar, modificar e renovar o ambiente, transformando em um espaço inspirador, com vida, beleza e biodinamismo.
compostos no solo, as árvores, seres humanos e até mesmo os astros vivem em sinergia.
Basta observar a natureza e ver o quanto ela é perfeita em seu funcionamento, ela integra todos os seres. Próspera e abundante, ela dá condições de vida e interação, onde desde os micro-organismos
Vou citar aqui um case de sucesso, do grupo JCPM, realizado na capital baiana, executado pela empresa Viva a Vida Serviços Ambientais a qual faço parte, que é o “Terraço Verde’’ do Salvador Shopping.
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Como paisagista e gestora ambiental aprendo com ela todos os dias. Percebo que é necessário respeitá-la em sua grandeza e sabedoria, buscando reproduzir, de alguma forma, essa inteligência natural. Para isso, realizo um diagnóstico fenomenológico de cada projeto, antes de executá-lo, entendendo as necessidades do cliente, o objetivo do trabalho, a realidade atual, os efeitos positivos e negativos, e propondo soluções eficazes, que gerem um impacto social e ambiental positivos.
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Construções Sustentáveis
Há 3 anos, o atual coordenador Sócio Ambiental do grupo JCPM, Fabiano Mehmeri, nos apresentou a necessidade de dar um destino sustentável aos resíduos orgânicos gerados pelos restaurantes do empreendimento. Naquela circunstância ainda não trabalhávamos com tratamento de resíduos, porém na tentativa atender a necessidade do nosso cliente, fomos em busca do que existia de mais moderno e eficaz no tratamento de resíduo orgânico para aquela situação, e foi aí que firmamos a parceria com a empresa Bioideias, empresa criadora da tecnologia de compostagem acelerada, que descaracteriza o resíduo orgânico em apenas 20 minutos, e após 7 dias o composto gerado no tratamento já pode ser utilizado no plantio.
Toda a produção retorna para a cozinha dos restaurantes parceiros do projeto, cumprindo assim, um ciclo completo de sustentabilidade. O projeto tornou-se referência no Nordeste, servindo de exemplo para grandes empreendimentos que querem dar um destino sustentável aos seus resíduos.
A proposta inicial era tratar 10 toneladas de resíduos por mês, que resultariam em 10 toneladas de composto orgânico. Mas isso não era o suficiente. O que fazer com o composto? Tivemos várias ideias, como aproveitar no próprio paisagismo do shopping, fazer doação pra praças e canteiros da cidade, até que decidimos fazer uma horta, em um espaço de aproximadamente 1.500 m2, localizada no terraço do shopping. Levamos quase um ano para a inauguração da horta. Foram necessárias algumas adaptações, relacionadas à estrutura, além de realizar um trabalho de educação ambiental com os colaboradores e treinamento da equipe responsável pela manutenção.
Partindo desse princípio, debruço meus estudos na busca de soluções, que ajudam a melhorar a interação humana com a natureza, elaborando e executando projetos que respeitem a vida, promovam a inclusão social, o equilíbrio e bem-estar de todos os seres envolvidos. Com a Viva a Vida, tenho o privilégio de realizar diversos projetos nesse âmbito, como recuperação de áreas degradadas, hortas urbanas, paisagismo biodinâmico, tratamento de resíduos, limpeza de macrófitas em lagos naturais, limpeza de praias, jardins sensoriais, oficinas de plantio e educação ambiental... cada projeto uma experiência única, uma oportunidade de transformação e crescimento, sempre com a certeza de que é possível sim, fazer um mundo cada vez melhor! Viva a vida! Taís Mota Empresária, paisagista e gestora ambiental contato@vivaavidasa.com.br
Esse é só um case de sucesso, entre tantos outros já realizados no mundo. As barreiras do impossível foram rompidas ao longo dos anos, a cada dia uma nova ideia exponencial muda nossa concepção de mundo e a forma como vivemos. O trabalho que é realizado com consciência e cooperação, respeita o todo, o grande organismo chamado planeta terra ao qual fazemos parte.
Hoje após 2 anos de inauguração da horta, estamos produzindo mais de 260 unidades de hortaliças semanais, além de tomate cereja, ervas medicinais, raízes como açafrão, gengibre, entre outros produtos de alta qualidade e livre de agrotóxicos.
Foto: Arquivo pessoal (Paulo, Grece e Taís) Ano 2 | julho 2019
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Sustentabilidade Por: Carla Visi
Uma verdade necessária - Por que ainda preferem a MENTIRA bem vestida do que a VERDADE nua e crua?
Foto: https://www.justwatch.com/br/filme/uma-verdade-inconveniente
O foco principal do livro e documentário Uma Verdade Inconveniente lançado em 2006 era a emergência planetária do aquecimento global e o que nós poderíamos fazer sobre isso. Na Introdução o ex-vice-presidente Al Gore fala um pouco sobre sua relação com a Natureza desde a infância: os verões na fazenda, sobre o livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson - um dos mais importantes para o movimento ecológico que a sua mãe costumava ler para ele e sua irmã quando eram crianças. Até chegar a ter o primeiro contato com a ideia do aquecimento global com o professor Roger Revelle no colégio.
a David Guggenheim que dirigiu o premiado documentário. Qual era o principal desafio para Gore? Fazer a mensagem chegar a um número maior de pessoas sem perder a credibilidade da ciência em prol do entretenimento. O Slide Show, o documentário e o livro começam com a imagem do planeta Terra como a nossa casa comum. Apesar do grande objetivo do projeto Uma verdade inconveniente ser a divulgação do fato incontestável da Crise Climática, Al Gore pontuou claramente que os países e as populações mais pobres serão as principais vítimas do Aquecimento Global. A exemplo do desaparecimento do lago Chad que era o sexto maior do mundo e naquele momento restava apenas 1/20 do seu tamanho original. Enquanto os EUA representavam 25% das emissões de gases de efeito estufa (GEE), o continente africano todo contribuía com apenas 5%. Por isso para Al Gore, os países mais desenvolvidos têm o dever moral de ajudar aos países africanos e asiáticos a encontrar soluções nessa crise.
Depois da disputa eleitoral de 2000, cuja eleição Al Gore perdeu para Bush, ele passou a viajar pelo mundo compartilhando informações sobre o aquecimento global. Gore fala: “eu estou mudando mentes, mas é um processo lento.” Então aconteceu uma palestra (slide show) na primavera de 2005 em Los Angeles, promovido pela ambientalista e produtora de filmes Laurie David. Ela e Lawrence Bender, outra produtora do cinema, sugeriram transformar a palestra em filme e o apresentaram revistaestimuladamente.com.br
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Sustentabilidade
Tanto o livro quanto o documentário alternam informações sobre a Crise Climática e fatos da vida de Al Gore. Dentre esses acontecimentos pessoais estão o grave acidente do seu filho mais novo aos 6 anos e a morte da sua irmã com câncer de pulmão. Nos dois momentos Al Gore, coloca a crise como uma oportunidade de aprendizado e mudança. Sobre a indústria do tabagismo, mostra as estratégias que usaram para convencer o mundo que não havia relação entre o câncer e o cigarro, usando inclusive depoimentos médicos. E fez um paralelo com a indústria do petróleo e as pressões que tais companhias exercem principalmente sobre a classe política através de doações nas campanhas eleitorais e nos meios de comunicação com propaganda enganosa.
Climáticas, e as fortes campanhas e ações da ONU, o mundo começou a perceber que de fato, a degradação ambiental tem consequências negativas em todo o planeta. Mas ainda assim, desconhecemos como o indivíduo pode colaborar de maneira efetiva para amenizar a crise ambiental. Vamos pensar nas florestas: boa parte do desmatamento acontece por atividades humanas, muitas vezes ilegais, como extrativismo mineral, madeireiro ou agropecuária de latifúndios. Esses recursos retirados ou produzidos com a destruição das florestas são usados para fabricar produtos que consumimos nos mais diversos comércios do mundo. Então o consumo é um ponto crucial do problema e da solução. Um pouco de História No ano em que o livro Uma verdade inconveniente foi lançado, concomitantemente houve o lançamento do filme que ganhou o Oscar de melhor documentário e o próprio Al Gore ao lado do IPCC (Intergovernanmental Panel Climate Change) foi indicado e ganhou o prêmio Nobel da Paz.
Gore põe no livro que o acidente do filho foi um ponto de virada na sua vida pois a dor profunda o fez pensar sobre suas reais prioridades, reavaliar a natureza do serviço público e o verdadeiro significado da palavra SERVIR. No período de recuperação do filho ele começou a escrever o seu primeiro livro: Earth in the balance. Como a vida é feita de escolhas, o político escolheu estar mais perto da família e colocou o meio ambiente global como foco principal dos seus esforços.
Para entender melhor o porque que tais inciativas (livro e documentário) foram premiadas, precisamos conhecer um pouco a história do movimento ambientalista em torno das mudanças climáticas. Primeiro, as mudanças climáticas não são simples alterações de temperatura, mas uma sequência de eventos coletados e analisados que comprovam valores acima da média climática registrada por institutos de meteorologia. Sabemos que nos 4,5 bilhões de anos do planeta, várias mudanças aconteceram entre períodos glacias e interglaciais devido perturbações orbitais, atividade solar, impactos de meteoros, erupções vulcânicas e a ação humana. Apesar dessas ameaças externas, o modelo de vida humana após a revolução industrial foi o que mais transformou negativamente o meio ambiente. O fato é que os humanos mais do que outras espécies do planeta dependem completamente dos sistemas naturais em equilíbrio para continuar existindo.
“Cada um de nós é uma causa do aquecimento global; mas cada um de nós pode se tornar parte da solução - em nossas decisões sobre o produto que compramos, a eletricidade que usamos, o carro que dirigimos, o nosso estilo de vida. Podemos até fazer opções que reduzam a zero as nossas emissões de carbono.” Al Gore Como já sabemos que somos parte do PROBLEMA, podemos AGORA ser parte da SOLUÇÃO? A crise ambiental é fato conhecido de todos, no entanto, como todo assunto que vira moda, corre o risco de ser banalizada. Os problemas ambientais não estão isolados de toda uma conjuntura social, cultural e econômica. Muitos pensavam no passado que problemas ambientais estavam distantes e eram pontuais. Os comentários mais comuns: “Extinção de animais, o que tenho a ver com isso?”, “Desmatamento de florestas, isso está tão longe da cidade onde vivo.” Com as Mudanças Ano 2 | julho 2019
Então como a humanidade pode destruir os meios fundamentais para sua própria sobrevivência? Por ignorância ou ausência de valores éticos. Vamos voltar um pouco na história. Apesar das primeiras máquinas a vapor datarem do período Helenístico, foi em 1712 que o britânico Thomas Newcomen criou um motor a vapor amplamente usado e depois aperfeiçoado por James Watt (1969). 67
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Esse foi um passo decisivo para acontecer a Primeira Revolução Industrial com maior produção e melhores meios de transporte com barcos e trens a vapor, para distribuir as mercadorias para diversos lugares. Importante destacar que até 1800 a população mundial não chegava a 1 bilhão de pessoas.
1. Aumento da temperatura média global, principalmente no sul da Europa e América do Norte; 2. Fortes precipitações de verão, solo úmido e outros fenômenos extremos; 3. Expansão térmica dos oceanos e derretimento de gelo terrestre; 4. Aumento do nível do mar de cerca de seis centímetros a cada década ameaçando regiões costeiras e insulares.
Com o progresso, houve o aumento da produção exigindo mais recursos naturais e gerando mais poluição. No século XIX o físico francês Joseph Fourier (1824) falou pela primeira vez do Efeito Estufa e o físico irlandês John Tyndall (1861) provou que esse efeito era resultante dos vapores de água e outros gases. Os carros automotores criados também neste século, em 1886, passaram a contribuir para aumentar a poluição e para o agravamento do Efeito Estufa. A poluição do ar foi a consequência mais evidente e imediata da industrialização. Já em 1927, as emissões de carbono alcançaram 1 bilhão de toneladas no ano.
Até o ano de 2006 aconteceram vários eventos promovidos pela ONU com o objetivo de debater as questões ambientais e principalmente o Aquecimento Global. A partir da Conferência de Toronto (1988) os relatórios do IPCC passaram a ser compartilhados com as nações. Em Genebra (1990) na Suíça foi discutido a produção de um tratado internacional para o clima para ser apresentado no Rio-92 ou Eco-92, uma das maiores conferências ambientais da história, que aconteceu no Brasil, quando foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas para o Meio Ambiente para debater sobre as mudanças climáticas todos os anos.
James Hansen, diretor da NASA, levou o tema aquecimento global para o congresso dos Estados Unidos em 1988 e foi ouvido por políticos que suavam diante de um junho extremamente quente em Washington. Mesmo com um planeta dividido entre capitalismo e comunismo, cientistas se debruçaram sobre o tema e em 1988, o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) das Nações Unidas, divulgou o seu primeiro relatório. Centenas de cientistas de 25 países demonstraram a partir de dados minuciosos o movimento da natureza desde que a atmosfera passou a ser bombardeada por toneladas de gases de efeito estufa. Alguns dados do primeiro relatório: revistaestimuladamente.com.br
Em 1995 aconteceu em Berlim a primeira Conferência das Partes (COP-1) onde definiram metas para o protocolo de Kyoto. Em 1996 voltaram à Genebra para a COP-2, quando os relatórios do IPCC ganham o status de fonte científica segura para direcionar as decisões relativas ao meio ambiente em todo o mundo e para isso, países em desenvolvimento receberiam apoio financeiro para desenvolver programas de redução de emissão de GEE. 68
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Sustentabilidade
A Conferência de Kyoto (1997) no Japão, ou COP-3, foi uma das mais importantes pois gerou um documento com metas de redução de emissão de GEE em 5,2% e exigia que o acordo fosse assinado principalmente pelos países desenvolvidos que correspondiam a maior parte das emissões poluentes. Nessa COP havia um claro conflito entre a União Europeia e os Estados Unidos. Então criaram uma estratégia para estimular a sustentabilidade com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e os certificados de carbono.
George W. Bush, os Estados Unidos elegeram para presidente Barack Obama do Partido Democrata, e isso foi determinante para que o maior país poluidor do mundo aderisse às políticas ambientais da ONU e participasse ativamente nas negociações para assinatura do Acordo de Paris em 2015. Infelizmente com a eleição de Donald Trump do Partido Republicano, as ações ambientais da própria ONU e o acordo de Paris encontram-se ameaçados. A ONU assumiu a liderança no enfrentamento às mudanças climáticas desde 1988 e em 2007, o documentário e o livro renderam para Al Gore e IPCC (organização científico-política ligada à ONU) o Prêmio Nobel da Paz por todas as pesquisas e divulgação do tema. O fato é que há uma resistência muito grande de um grupo de cientistas e corporações que ganham muito com o uso dos produtos derivados do Petróleo. Os combustíveis fósseis são o maior vilão da crise climática. O NIPCC (Nongovernmental International Panel on Climate Change) e as organizações que o mantêm: Science and Environmental Policy Project (SEPP), CO2 Science, The Heartland Institute, foram criados em 2003 com o principal objetivo de fazer pesquisas e ações que questionam os resultados das pesquisas do IPCC que afirmam ser o Aquecimento Global, a principal consequência do uso dos combustíveis fósseis. Como eles propõem no site oficial do grupo, eles querem oferecer uma segunda opinião por não acreditarem que as mudanças climáticas foram causadas pelas atividades humanas que emitem gases de efeito estufa.
Depois de Kyoto aconteceram COPs em Buenos Aires (1998), Bonn (1999), Haia (2000), onde os conflitos entre os Estados Unidos e a União Europeia aumentaram devido à posição de George W. Bush que não ratificou o acordo alegando altos custos para o país atingir tais metas de redução de GEE. Em 2001 aconteceram duas COPs, uma em Bonn e outra em Marrakesh. A COP-8 em Nova Délhi (2002) além de concordarem com as regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, houve um debate sobre fontes renováveis e a participação de ONGs e empresas privadas que ratificaram o protocolo de Kyoto e mostraram projetos sobre créditos de carbono. As próximas COPs até 2006, quando o livro e o documentário de Al Gore foram lançados, não demonstravam boas perspectivas para crise climática, pois além dos EUA continuarem fora do acordo, países em desenvolvimento como Brasil, China e índia passaram a contribuir com mais emissões de gases. Apenas a UE determinou ações efetivas de redução até 30% de emissões de GEE para 2030 e de 80% até 2050.
Os dados podem até não convencer, mas a divulgação das catástrofes ambientais que apareceram de maneira ostensiva no filme “Uma verdade inconveniente” impressionaram às pessoas. O objetivo era chamar a atenção para a crise ambiental, mas muitos passaram a acreditar que nada poderia ser feito para reverter esse destino trágico. Uma Humanidade impotente diante da revolta da Natureza. Muitos outros, também por desinformação, faça chuva ou faça Sol, diante de qualquer alteração nas estações, alegam que é resultado das mudanças climáticas. Tanto o IPCC e o NIPCC têm critérios rigorosos para apoiar suas teorias. Nem todas as catástrofes ambientais resultam das mudanças climáticas, mas sem dúvida, a crise climática resulta do modelo de vida humano consumista e predatório, principalmente nos países mais desenvolvidos.
Conclusão: o mundo precisava saber mais sobre a crise climática e o livro / documentário An Inconvenient Truth de alguma maneira foi um alarme necessário. Depois de “Uma verdade inconveniente” Apesar da discussão sobre as mudanças climáticas serem antigas, a adoção de práticas menos poluentes acontece de maneira lenta, e muitas vezes com resultados incipientes para redução na emissão dos gases de efeito estufa. Com a alternância de poder nos países desenvolvidos democráticos, principalmente nos Estados Unidos, as políticas ambientais refletem a visão dos seus líderes e apoiadores. Depois de Ano 2 | julho 2019
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Foto: https://cinemacao.com/2017/11/11/critica-uma-verdade-mais-inconveniente/
O documentário de Al Gore passou a ser uma ferramenta de alerta ambiental. No Brasil e no mundo inspirou diversos trabalhos dentro e fora das universidades. A editora Manole no Brasil, a fim de neutralizar as emissões relativas à produção e a distribuição de uma tiragem de 5 mil exemplares do livro “Uma verdade inconveniente” foram plantadas 136 árvores às margens do Rio Gregório, Sítio Santa Maria no município de São Carlos no estado de São Paulo. O projeto de restauro florestal foi realizado pela The Green Initiative. Na Universidade Federal de São João Del-Rei, o documentário foi usado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (2011) para debater as mudanças climáticas com alunos do ensino médio. A engenheira florestal e doutoranda em 2007, Michele Walter fez uma resenha para revista MultiCiência - UniCamp, destacando os principais pontos do livro, os pensamentos divergentes dos grupos envolvidos (IPCC e revistaestimuladamente.com.br
NIPCC) e a impressão dela de que o documentário era uma estratégia de promoção política do autor. De certo que os planos políticos de Al Gore até o momento se restringiram às atuações nos grandes impasses ambientais. Nesses doze últimos anos aconteceram várias COPs e eventos ambientais, e entre os mais importantes estão o RIO+20 no Brasil em 2012, o lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 e o Acordo de Paris em 2015. Estes encontros estão presentes no segundo documentário do ex-vice-presidente Al Gore: Uma verdade mais inconveniente ou An Inconvenient sequel: truth to power. A crise climática continua despertando atenção e urgência, mas os projetos para o uso de energias renováveis, o apoio de líderes importantes em outros países e em vários estados norte americanos, inclusive do partido Republicano, e a mobilização pública em vários pontos do globo são sinais de esperança para dias melhores para humanidade no planeta Terra. 70
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Os maiores obstáculos para a crise ambiental é a inversão de valores e o analfabetismo ecológico. A Ética é um conjunto de regras que norteiam as nossas relações com o outro e com o mundo em uma determinada época e sociedade. E a Estética é toda criação inspirada nessa realidade nos sensibilizando para o BELO, e consequentemente para o FEIO. Enquanto o TER for mais importante do que o SER, e a aparência mais importante que a essência, o PODER mesmo conquistado de maneira INCONVENIENTE será aplaudido e reverenciado. O comportamento humano é influenciado pelo conhecimento, mais valores, crenças e objetivos conscientes. Uma das muitas funções desse livro / documentário foi compartilhar saberes e valores. E a crise ambiental sinaliza a necessidade de ruptura com antigos padrões através do diálogo criativo e diverso, e o reencantamento na dimensão estética do discurso ecológico.
https://cienciaeclima.com.br/5-graficos-emissoes-co2/ - 12/02/19
Alguns impasses continuam nos níveis político e econômico. Dois bons exemplos: a estratégia para conseguir financiamento do Banco Mundial para implantação de usinas de energia renovável na Índia, país que possui grande desigualdade social e boa parte da população sem acesso à energia e que optava por usinas de carvão; outra situação tensa, trata-se das pressões de Trump à Arábia Saudita para aumentar a produção de petróleo. O IPCC engatou uma forte campanha para limitar o aquecimento global em 1,5ºC. E isso só será possível se países desenvolvidos como os Estados Unidos e os países membros da União Europeia reduzirem suas emissões de GEE, e países superpopulosos e emergentes como a China, a Índia e o Brasil alcançarem o tão desejado desenvolvimento de maneira sustentável. Vejam no gráfico os dados atuais sobre as emissões de CO2:
Não há mais tempo para ver o tempo passar. É tempo de agir.
Observação:
Texto retirado do meu ensaio sobre o livro An Inconvenient Truth - Al Gore para disciplina Desenvolvimento Sustentável e Ecoturismo do Mestrado em Ecologia Humana e Problemas sociais contemporâneos da FCSH - Universidade Nova de Lisboa.
Carla Visi carlavisi@uol.com.br
O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? EstimuladaMENTE, sempre... Vivemos um momento onde as tecnologias da informação nos provocam a todo instante uma atualização. Um movimento para fora que gera angústias aqui dentro ... na mente, na alma, no coração. Ao mesmo tempo, a degradação ambiental resultante das atividades humanas exige um ser e estar mais integrados com o ambiente e comprometido com a vida no seu sentido mais amplo. A dinâmica social pautada em produção e consumo de bens e geração de resíduos está ultrapassada. O Planeta tem pressa, mas as pessoas precisam de informação, diálogo e vontade para entender e atender aos sinais. EstimuladaMENTE aceitou esse desafio de diálogo ao interpretar o ser humano no século XXI com suas conquistas, deslizes e desafios. Porque mudanças profundas necessitam de bases fortes. Muito bom fazer parte desse time que contribui para um mundo mais ECO, mais diverso, mais pleno.
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Foto: Arquivo pessoal
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Tecnologias Sociais Por: Simaia Barreto
Um povo, várias comunidades e um modo de vida
Foto: (vale do Iguape ) Arquivo pessoal
Nessa edição de aniversário volto a dialogar com vocês queridos leitores. Compartilho uma entrevista e parte de uma vivência que realizei no território Santiago do Iguape que integra o município de Cachoeira - Ba. Nossa entrevistada é Jorlane Cabral de Jesus, tem 34 anos e é uma liderança das comunidades quilombolas. Atua como condutora de turismo étnico de base comunitário, apicultora, marisqueira, ostreicultora e agente de crédito do banco comunitário quilombola do Iguape. Nossa! Quanta coisa hein gente...vamos conhecer um pouco sobre esse território e o modo de vida que integra tecnologias sociais inovadoras como o turismo de base comunitária e o banco comunitário de desenvolvimento.
quilombola é educação. Vieram seres humanos e se tornaram escravos no Brasil. Então, nós aqui do Vale do Iguape, as dezesseis comunidades, vem cultuando e merecemos o grito de libertação. Depois da falsa abolição... É uma falsa abolição mesmo! Muitos escravos receberam a carta de alforria, mas essa carta ainda existe. Então, a agente precisa gritar, precisa falar, ocupar espaços e falar por um povo que sofreu na construção do nosso Brasil. (…) Quilombola pra mim é respeito!” Imersos nessa fala que remete a uma história dos nossos antepassados que precisamos cada dia saber melhor que perguntei a Jorlane sobre o famoso serviço de turismo de base comunitária que as comunidades quilombolas oferecem a quem quiser se aventurar numa modalidade de turismos que é crescente no Brasil.
Não tem como entender esse território sem conhecer quem o habita. Será que todo mundo sabe o que ser quilombola? Para nossa entrevistada “Ser quilombola é uma resistência, é um legado de um povo que vieram para ser escravizados no Brasil. Erámos, princesas, príncipes, reis e rainhas que vieram arrancados forçadamente para servirem aqui a troco de uma alimentação...na verdade a troco de nada. Porque quando você larga o seu país e vem por uma boa causa é um bom legado, mas quando você vem como eles vieram para servir a mão de obra aqui no Brasil, então a história vai muito além. Quilombola é resistência, quilombola é respeito,
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Jorlane enfatiza que “o turismo étnico de base comunitária é um turismo associado a economia local, associado a economia solidária. Onde as pessoas que vem nos visitar tem o papel fundamental de não só visitar e tirar fotografias, mas também, sentar, conversar, trabalhar junto com a comunidade, fazer os afazeres que a comunidade tem. O turismo de base comunitária é um turismo diferenciado. Turismo onde a economia local circula. 72
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Você abrange as comunidades, abrange as lideranças das comunidades. A gente trabalha, não só a economia, mas também a parte educacional. É um turismo educacional, trabalhamos com as escolas, com as agências. Estamos sendo referência no Brasil. Espero que cresça esse novo mecanismo de trabalho. Porque o turismo hoje nas nossas comunidades vem desenvolvendo não só a economia local, mas o crescimento das organizações que existem. As associações tem um outro olhar, onde as pessoas que vem nos visitar acreditam que a comunidade tem um potencial de informar. Para a gente têm sido um intercâmbio. As pessoas vêm na nossa comunidade saber como implantar um turismo de base comunitária nos outros países, como: Senegal, Japão e Estados Unidos. Então, pra gente o turismo de base comunitária é um início de uma nova ferramenta de trabalho. Porque você trabalha a cultura, trabalha a produção, a educação, a religiosidade. Está tudo envolvido dentro do trabalho, nosso turismo não é tradicional, nosso turismo é totalmente diferente do que existe hoje no Brasil.”
Foto: Moeda social utilizadas na comunidade
Vejam que interessante! Para quem não conhece, o turismo de base comunitária era reconhecido pelo ministério do turismo e tínhamos políticas públicas que incentivavam. Geralmente são práticas que valorizam a localidade, preservam a cultura e o ambiente local. Os atores sociais da região se envolvem completamente e os roteiros são elaborados a partir do conhecimento histórico, cultural, gastronômico, etc, que valorizam os saberes e práticas de um povo. Assim é o turismo de base comunitária do Santiago do Iguape e uma dos roteiros mais conhecidos é chamado de “Rota da Liberdade”.
Foto: Turismo de base comunitária, turistas aprendem sobre cultura alimentar
A nossa entrevistada também atua como agente de crédito de um banco comunitário de desenvolvimento e ela nos explica que essa tecnologia social (que já apresentei em outra matéria por aqui) veio “para que a economia local permaneça na comunidade. Nós participamos de um intercâmbio na Ilha de Vera Cruz, vimos um banco comunitário em Matarandiba e vimos à possibilidade de implantar um banco comunitário. Porque um banco comunitário no Vale do Iguape? Aqui em Santiago, na comunidade maior, ele está instalado no Vale do Iguape, mas pertence às 16 comunidades quilombolas do vale. O banco comunitário veio trazer a sobrevivência da marisqueira que vai pescar e quando chega não Ano 2 | julho 2019
Foto: Intercâmbio de experiências de finanças solidárias
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tem o que comer, então pode vir aqui solicitar um Isso fica evidente quando nossa entrevistada fala dinheiro no banco e o dinheiro é liberado. Então, pra do Vale do Iguape “que tem a sua festividade, a sua cultura, tem a sua identidade própria que é gente agradar a comunidade, para o banco, o papel comunidade quilombola, comunidade ancestral. do banco é desenvolver as ações da comunidade. Além de ter seus monumentos históricos, Desenvolver várias especialidades que a centenários, então a gente tem esse respeito pela comunidade trabalha. A gente pensou na cidade de Cachoeira, uma cidade maravilhosa, comunidade porque a gente tinha e tem um uma cidade que trabalha muito a religião potencial muito grande de sururu e de marisco. africana. Existem muitos candomblés, terreiros, Então vimos oportunidade de crescer. Porque que é uma das origens que tem aqui do Vale do temos o banco convencional que é a CAIXA, Iguape. Também tem a sua resistência, tem a sua Bradesco, Banco do Brasil que ficam em Santo sobrevivência. Existe uma área de pesca na Bahia Amaro, então existe uma distância de quase extrativista. Tem também a pesca que é uma cinquenta quilômetros. Então, as pessoas sobrevivência do Vale do Iguape, o pescado e o recebiam o dinheiro e gastavam lá mesmo. marisco. Pra gente é o nosso supermercado que Então se já existia banco em outros lugares Deus nos deu. Também temos a agricultura muito dando certo, porque não daria aqui? Como forte. Todo final de semana a agricultura vem o banco comunitário, não é meu não é seu, abrangendo os municípios de Cachoeira, Santo é da comunidade, veio para somar e o banco Amaro e Salvador. Pra gente o Vale do Iguape tem comunitário veio para desenvolver a economia.”. um marco né... uma história. Que foram onde os escravos se refugiaram, se vocês observarem é Será que vocês entendem quando a nossa perto da água doce, da água salgada, das matas, entrevistada fala que o banco comunitário deve para que nossos escravos se alimentassem. Pra desenvolver a nossa economia local? Gente, é o mim o Vale do Iguape é uma resistência de cultura, seguinte: o banco financia consumo e produção história e de sobrevivência”. Leitores queridos de pessoas que não acessam a rede bancária agora é só marcar uma visita. Termino com a frase tradicional. Você já pensou que com seu limite da nossa entrevista, perguntada sobre como vê o extra no banco você pode comprar coisas no final futuro das comunidades do Vale: “Já temos o nosso do mês como remédio e comida? Tem gente que modelo de desenvolvimento. Precisamos que ele não tem limite especial de crédito. Assim, o banco se sobressaia dentro da conjuntura política que comunitário funciona como crédito em uma estamos vivendo hoje no nosso país. O futuro da moeda específica que só permite adquirir itens do comércio local porque a moeda só é aceita naquela nossa comunidade é não desistir do nosso sonho, do que podemos ser!”. região. A moeda é o Sururu e a foto está logo aí. Bacana né gente? É uma forma de pensar uma Simaia Barreto economia inclusiva que valoriza a cultura e o modo simaia21@gmail.com de vida de um povo. O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? Eu acredito que podemos nos reeducar coletivamente para uma sociedade melhor, mais humana, feminista, participativa e solidária. A revista constitui uma oportunidade de compartilhar vivências e experiências através da perspectiva de vida dos entrevistados através das matérias. Agradeço o convite para participar e aos leitores que lêem as matérias.
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Contos de Família Por: Lais Nascimento
Uma parceria para a vida que inspira amor e devoção
Foto: Arquivo pessoal
Era 12 de junho, data em que é celebrado o dia dos namorados no Brasil, quando Rafaela Eloi Magalhães, 31 anos, e Gustavo Rehm Pereira Galvão, 29, foram entrevistados para esta edição da Coluna Contos de Família. Afora o intuito comercial que a ocasião tem para muitas pessoas, o dia foi bem propício para conhecer a história desse casal. A caminhada individual de cada um parece ter sido planejada para que em algum ponto eles se cruzassem e seguissem por uma mesma trilha unidos, em sentimentos e propósitos de vida e trabalho.
Yoga por cerca de 20 anos e sempre cuidou do neto se utilizando de ferramentas como pêndulos e cromoterapia, cromoterapia para alinhar suas energias. Único neto a se interessar pelos assuntos da avó, coube a Guga salvaguardar uma enorme caixa deixada em seu nome, após a partida de D. Luisa em 2008. Livros, caderno de anotações, violão, aparelhos de cromoterapia, um verdadeiro tesouro aos olhos do neto que interpretou o presente como um “chamado”.
Rafaela teve a influência dos pais em seu primeiro contato com a espiritualidade, o que para ela fez com que despertasse sua essência, que guiou seus passos na construção de quem é hoje. Ainda criança, teve acesso aos ensinamentos da doutrina de Alan Kardec, e um contato direto com a natureza, numa roça dos pais, na divisa entre Bahia e Sergipe, onde não tinha energia elétrica, a casa era de pau a pique e a água consumida era carregada direto do rio.
Em momentos diferentes e por motivações diversas, sem saber, nossos personagens nesta história, buscavam as mesmas direções para sua vida. Rafaela encontrou na Yoga um meio de lidar com os desafios emocionais que a preparação para o vestibular lhe impunham, na época iniciou também sessões de terapia para descobrir sua vocação profissional. Decidiu pela faculdade de Belas Artes e daí em diante, seguiu o caminho em busca do autoconhecimento. Foi em 2012, por meio da amiga Fabiana, que na época já estudava o Holocromos, que Rafa conheceu e realizou a formação em Reiki.
Gustavo cresceu em Salvador e credita à avó materna sua inserção no caminho do autoconhecimento. D. Luisa foi professora de
Guga que já vinha seguindo os passos da avó, após sua morte, começou pela formação em técnicas de massagens ocidentais e não demorou para chegar às
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técnicas orientais, como o Chi Kung. Entre as anotações deixadas por D. Luisa, encontrou o contato da pessoa que a iniciou no Reiki e daí se profissionalizou no método de cura energética, passando a trabalhar também com esta terapia japonesa.
nosso mestre (nosso filho) que nos levou de vez para o Capão”, completa Guga. Com a antecipação dos planos da mudança de cidade, a gestação, a reforma da casa onde hoje funciona a Lilás Hospedaria do Vale e a construção do novo lar para a família foram seguindo conforme a natureza permitiu. Era 29 de dezembro de 2016, quando Arun nasceu. Sim, ele chegou antes que a casa estivesse pronta, o altar não estava posto, a parteira não estava no Capão, assim como a banheira em que nasceria não tinha sido concluída. Mas chegou em um ambiente que transbordava amor. E estava tudo certo.
Foi durante um curso em Yoga Massagem Ayurvédica (YMA), com Ma Bodhigita, em 2013, que Rafaela e Gustavo se conheceram. Ainda sem saber que dali nasceria uma união de almas, Gustavo considerou a formação em YMA um divisor de águas na sua vida, opinião semelhante a de Rafaela que diz ter atravessado um portal. “Foi quando, pela primeira vez, eu mergulhei em mim mesma. Pela primeira vez, eu tive oportunidade de acessar memórias, emoções, sensações. Foi quando eu pude parar e visitar a minha casa, que não é essa que está aqui fora”, conta Rafaela.
Como a decisão de Rafaela foi por um parto natural, em casa (e a casa não ficou pronta a tempo), durante o trabalho de parto, 12 hóspedes chegavam na hospedaria, que já funcionava desde junho sob Até ali, os colegas de curso compartilhavam apenas a administração do casal. Logo ali, no quarto ao ideais profissionais. Só em 2015, um reencontro uniu lado, a magia do nascimento de um ser acontecia, de vez Rafa e Guga. “Nós começamos a namorar demonstrando a essência da natureza. “A previsão e em menos de três meses, estávamos morando de nascimento era 12 de janeiro, e a gente acreditava juntos”, lembra Gustavo. Muito firmes em seus que ele ia esperar o tempo certo, mas o universo propósitos de viver a essência do ser, se entregaram capricha. Foi aí que eu vi o que era essencial: que intensamente à relação. Os desejos, objetivos e era eu estar ali pro meu filho que queria nascer, a gostos aproximavam ainda mais o casal, além disso, presença de Guga ao meu lado e aquela vista incrível ambos já pensavam à época que trabalhar com do Vale do Capão da minha varanda”, lembra Rafa. terapias integrativas fazia muito sentido, porque Apesar de jovens, a maturidade do casal é possibilita que sejam remunerados financeiramente inspiradora. “Guga sempre deu muito apoio, em todas e contribuam com a vida das pessoas. as minhas decisões, não foi diferente quando eu decidi A conexão com a natureza também era algo muito parir em casa. Porque apesar dele ser o pai, quem forte entre eles. “Eu lembro que nossa primeira estava parindo era eu” compartilha Rafaela, que diz casa em Salvador, era no meio da Av. ACM, 6h ainda que veio do companheiro toda estrutura, aporte, da manhã parecia que o ônibus estava dentro de base, força para que pudesse seguir essa escolha. “A nosso quarto e combinamos que quem acordasse gente não comenta isso com muitas pessoas, mas eu primeiro tinha a função de colocar pra tocar um me lembro que a parteira Lizandra, que chegou no CD com músicas que lembravam o canto dos momento do nascimento da placenta, disse nunca ter passarinhos, do barulho de cachoeira”, conta Rafa. sentido tanto amor dentro de um parto. O nascimento A varanda da casa foi toda decorada para ser um de uma criança já envolve muito amor, muita magia, pedaço dessa referência, as paredes eram pintadas mas era algo que pairava de uma maneira muito de verde e tinham plantas em todo o espaço. sublime e muito palpável”, completa. O refúgio do casal sempre foi o Vale do Capão, Com o filho nos braços, Rafaela finalizou as 13 horas como é conhecido o distrito de Caeté-Açu, no de trabalho de parto, com a expulsão da placenta, município de Palmeiras, região da Chapada segurando Arun no colo, mesmo podendo ter o Diamantina, onde Guga já tinha uma casa, com suporte da parteira para este momento que exige mais planos de ser transformada em uma hospedaria. presença da parturiente. “Eu ganhei um sanias de Ma “Estávamos indo a passeio para o Vale do Capão, Bodhigita, que é Ma Prem Bhakti, cujo significado é quando eu desconfiei que estava grávida”, lembra Mulher de Devoção ao Amor. Quando Arun nasceu, Rafa. Foi aí que decidiram mudar de vez. “Não esse sanias passou a ter mais sentido pra mim. Porque a queríamos criar nosso filho na cidade grande. Foi Ano 2 | julho 2019
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Rafaela é determinada e arrisca sem medo: “eu penso que meu filho é capaz de fazer tudo. Ele tem um tempo diferente. Começou a andar faz pouco e já está desenvolvendo melhor a fala”. A estrutura emocional que se constrói em torno do pequeno Arun, certamente permite que ele cresça em bases fortes. “Hoje eu vejo que para lidar com ele, o que importa é a relação que construímos com nosso filho, o que vamos trazer um para o outro, como vamos contribuir um para o outro, como ser melhor para o outro”, comenta Rafaela. A cultura diversa construída pela comunidade da pequena Caeté-Açu é propícia. Rafaela conta como foi tranquila a adaptação do filho na escola. “Ele soube onde queria encarnar. Ele está em um lugar privilegiado, em que não há rejeição na escola, nem preocupação pelo fato dele ter Síndrome de Down. Nós não precisamos falar que ele necessitava de alguém para acompanhá-lo, o que é garantido por lei. A própria direção da escola providenciou isso pra ele”. Os pais contam ainda sobre a interação dos colegas com Arun, dizendo que é uma festa quando ele chega. “Mesmo quando ainda nem falava, ele sempre esteve envolvido nas brincadeiras com outras crianças. Há troca entre eles, há carinho, respeito. Encontramos essa sensibilidade na escola, e isso é ímpar”, completa Guga.
Foto: Arquivo pessoal
criança já pede essa devoção, é uma entrega profunda. A maternidade é um tema intenso e enorme, mas ele tendo Síndrome de Down, a nossa pesquisa, a nossa atenção, a nossa busca é maior”, conta. A descoberta da trissomia do cromossomo 21 em Arun só ocorreu um dia após seu nascimento e foi Gustavo quem deu a notícia. “Quando ele nasceu, eu senti e vi, na fisionomia dele, que tinha alguma coisa diferente. Aí resolvi no dia seguinte pesquisar na internet, e intuitivamente, pensei na Síndrome de Down”. Dentre as características que chamou atenção de Guga, a única prega transversal palmar, que é a fusão das três linhas da mão em uma só, foi determinante para tirar sua dúvida. E o que mudou a partir dessa descoberta? “Pra mim não mudou nada. Quando a gente tem a oportunidade de ter o nosso filho na nossa casa, no meio de pessoas que a gente ama e confia, somos envolvidos pela ocitocina, que é o hormônio do amor, liberado quando a criança nasce. A única coisa importante ali era que o nosso filho nasceu bem, saudável. E era o ser que a gente estava mais desejando na vida naquele momento”, afirma a mãe de Arun. “A gente quis ter Arun, não foi um acidente”, explica Guga.
Pensar sobre a importância da estrutura familiar e da escola é se apropriar da parte, que cabe a todo cidadão, de ajudar na construção de uma sociedade mais forte e disponível para ser a mudança e promovê-la em prol da harmonia de toda a humanidade. Hoje pai, Guga reconhece ainda mais a origem de quem é. “No meu último aniversário, postei uma foto na minha página em uma rede social, com meus pais e irmão e descrevi na legenda a importância da família, dizendo que meu maior presente foi ter nascido na família em que nasci. Minha base. Se o mundo está como está é reflexo da situação das famílias. Se os pais estão desconectados dos seus filhos, os filhos desrespeitando os pais e viceversa, resulta no que estamos vendo. A educação vem de casa, junto com o amor”, opina Guga.
Hoje, aos dois anos e meio de vida, Arun continua saudável e cercado de amor de toda família, e já frequenta a escola 3 dias na semana. Vivendo em meio a um verdadeiro paraíso de belezas naturais, sua vida segue respeitando seu tempo e surpreendendo aos pais a cada nova fase.
A chegada do filho proporcionou ao casal uma ampliação de consciências indiscutível, além de infinitas experiências inusitadas. Para Gustavo, a vinda de Arun foi um fato transformador. “Quando um filho nasce, acessamos um amor que não éramos capazes de viver antes.
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Acredito que a gente vai descobrindo o que é esse amor, quando vê um pedacinho seu ali naquele ser. Muda tudo”, diz o pai. Já a mãe, acredita que a chegada do primogênito faz dela uma pessoa melhor. “Se você pede à vida para ser mais paciente, ela vai te trazer situações para que você desenvolva a paciência. Não seremos hipócritas em dizer que o fato dele ser especial, não nos demande mais paciência ainda. É preciso o triplo de paciência. O que uma criança sem síndrome faz em 3 meses, Arun leva 9 meses para alcançar o mesmo resultado”, explica Rafaela.
Arun. Fazíamos acompanhamento fisioterapêutico com visitas a cada três meses e a fisioterapeuta sempre se surpreendia com o desenvolvimento dele”, recorda Rafaela. Recentemente, Arun passou a ser tratado com o canabidiol (CBD), um componente da Cannabis. “Duas semanas após o início do tratamento já percebemos alguns avanços na parte cognitiva, que acreditamos estar associado ao uso. Ele começou a balbuciar novas palavras e associar mais os objetos”, revela Guga.
A experiência de ser observador de uma história como essa, que deixamos aqui registrada à mercê Fiéis aos princípios e poderes da natureza, o que do tempo, propõe uma série de reflexões a respeito se fortalece com a presença de Dr. Áureo Augusto, do que realmente importa para cada um nessa médico, naturopata, primeiro baiano condecorado vida. Seguir por diferentes caminhos profissionais, pelo Ministério da Saúde, trabalhando no posto de decidir entre dividir a vida com outro alguém ou saúde do Vale do Capão há mais de 20 anos. “Arun viver sozinho, ter filhos, ou não, tudo são escolhas, nasceu com icterícia, por indicação de Dr. Áureo, que podem determinar a nossa felicidade ou tratamos com leite materno e chá de calêndula. Se simplesmente definir um sentido aos nossos dias. ele nascesse no hospital a conduta seria diferente, De repente, este pode ser um bom começo nessa cheia de intervenções medicamentosas”, conta a busca pela expansão de consciência. Se ainda faltar mãe. Consciente do valor da alopatia, Rafaela diz no inspiração, fica registrada mais uma declaração, entanto, que é preciso usá-la com sabedoria, por isso, que pode impulsionar sua ampliação de visão. o chá de calêndula já curou também conjuntivite e a “Nunca recebi Arun como uma prova. Eu recebi receita do xarope caseiro está sempre a postos. Arun meu filho como uma oportunidade de mergulhar nunca ingeriu nenhum açúcar, laticínios, farinhas e em um assunto que eu desconhecia e de ser um alimentos industrializados. Vez ou outra, a rapadura veículo para possivelmente mostrar para algumas adoça algum alimento. pessoas que não precisa temer a condição dele”, Os pais comemoram a saúde de ferro do menino. conclui Rafaela. Arun não tem problemas cardíacos, nem disfunções na Lais Nascimento tireóide, muito recorrente em quem tem a síndrome. E não foi à toa que nasceu em um parto natural. “Todo jornalismo@estimuladamente.com.br mês, eu me emocionava com o desenvolvimento de O que representa para você colaborar com a Revista Estimuladamente? Colaborar com a Revista Estimuladamente representa uma nova fase profissional em que sinto prazer em compartilhar cada palavra escrita, com a certeza de que ela vai chegar ao seu destino final, promovendo mudanças e reflexões na vida de alguém. Representa uma oportunidade de crescer diante das diversas experiências compartilhadas pelas fontes e personagens para cada matéria que produzo, e esse é, sem dúvida, um quesito primordial para acreditar que podemos SIM contribuir para ver a mudança que queremos no mundo. Me sinto feliz e honrada por fazer parte desse projeto que promove a evolução do ser, na sua essência! Vida longa a Estimuladamente!
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Foto: Arquivo pesssoal
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Minha Estimuladamente Por: Ana Tereza Motta
Quilling: uma ferramenta de renascimento Foto: Ana Tereza
No dia 26 de fevereiro de 2016, a ficha caiu acerca da efemeridade da vida. Percebi que não era totalmente senhora do meu destino e que embora seja possível segurar as rédeas da própria vida, nem sempre é possível controlá-la de forma absoluta. Nesse dia, eu pude experimentar o momento mais doloroso e difícil da minha existência. Um sofrimento capaz de tirar meu chão, desconstruindo-me.
de papel sem eira e nem beira, usando papéis escuros e desmaiados, eu acabei confeccionando uma imagem bem colorida que não sei bem se foi um balão ou buquê de flores, mas que acabou despertando a arte que vivia adormecida dentro de mim. Foi exatamente nesse momento que comecei a olhar a vida com outros olhos. Comecei a observar meu caminho com alegria, percebendo aos poucos as possibilidades que a vida é capaz de nos ofertar.
Nesse momento eu cheguei a pensar que não conseguiria me reerguer. Todavia, depois de um mês do ocorrido, eu pari a mim mesma por meio do quilling: técnica que utiliza tirinhas coloridas de papel para formar imagens. No inicio, eu passava horas enrolando as tirinhas a fim de passar o tempo e focar em algo que me desse prazer. Depois de um tempo enrolando tirinhas revistaestimuladamente.com.br
O quilling foi, inicialmente, uma ferramenta de superação, que no caminhar me trouxe a possibilidade de reunir os amigos e familiares por meio de um bazar que me encheu de vida, porque me trouxe pessoas, uma vez que houve uma reunião com um grupo da família que apresentou as suas habilidades através de diversos tipos de artesanato. 80
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Meus amigos sempre me apontam a minha “pegada” artística. Outro dia, uma amiga recordou uma das minhas confecções de capas de caderno (na época da escola), dos calendários e da elaboração de presentes personalizados. Com as demandas da vida, eu fui deixando meu lado criativo um pouco de lado e o quilling reacendeu a chama da minha criatividade e do meu interesse pela arte. Em março de 2018, fui convidada para participar de um evento em um espaço cultural soteropolitano, realizando uma exposição sobre 12 orixás em quilling, com o tema: Divindades da natureza. Em novembro de 2018, realizei junto com um grupo de amigos, os quais investem em artesanato de maneira mais profissional, um bazar para convidados, cujo tema foi Nordeste e Proteção. Mais uma vez foi enriquecedor para mim, pois além de trabalhar com essa técnica tão delicada, ainda sou instigada a realizar pesquisas enriquecedoras. O quilling possibilitou que a arte adentrasse novamente na minha vida, sendo uma ferramenta poderosa de superação e reconexão comigo mesma. É uma bússola que me leva ao meu reencontro e que vem ganhando um contorno profissional de uma forma leve, calma e genuína. É uma delícia deixar a criatividade fluir como as águas de um rio e, assim, vou criando os quadros, móbiles, decoração de velas e o que palpitar a imaginação, salientando que os orixás são considerados o carro chefe dessa viagem fantástica pelas estradas da arte. Dessa forma, fui me reconhecendo e percebendo que a nossa essência não se resume a nossa formação profissional. Passei pela graduação de Publicidade e Direito, mas é a ARTE que me possibilita me olhar no espelho e me enxergar de forma inteira e verdadeira. Logo, sou Ana Tereza, uma eterna aprendiz apaixonada pela vida! Ana Tereza Motta
Advogada, Publicitária, Mediadora judicial e extrajudicial, em formação em curso de comunucação não violenta (CNV) e formação de facilitadores de círculo de Paz. Instagram: @quilling_com_vida_ Foto: Ana Tereza Ano 2 | julho 2019
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Estimuladamente indica Por: Lais Nascimento
No caminho para uma vida feliz As leis intemporais do Universo são apresentadas de uma forma simples para crianças e jovens neste livro de Deepak Chopra e Kristina Tracy, com ilustração de Rosemary Woods. A obra traz ensinamentos sobre princípios básicos de quem busca uma vida mais leve e alegre, como dar e receber, karma, e aceitação. Uma leitura que possibilita ao leitor o entendimento de como fazer o universo trabalhar em seu favor, e promove ensinamentos sobre os valores da vida e o que realmente importa para ser feliz. Um divertido convite à reflexão quanto a essência do ser.
Um jardim especial Esse eco-filme, baseado em uma história real, traz mensagens importantes sobre a preservação da natureza e a renovação do homem a partir de um comportamento consciente sobre a essência da vida selvagem. O longa lançado em 2015, conta a história de uma jovem paisagista irlandesa, quando realiza o sonho de participar e vencer uma famosa competição de jardinagem na Inglaterra. As imagens são lindas, com paisagens da Irlanda, da Etiópia e do ambiente da competição, sem contar com o jardim vencedor, que retrata um Santuário Celta, cheio de misticismo e belezas naturais.
Corpos, Atualizações Míticas A exposição traz pinturas em acrílica sobre tela, madeira prensada e rústica e papel aquarela, com o tema dos corpos enquanto significado mítico. Pintor e organizador da mostra, Áureo Augusto reside há duas décadas no Vale do Capão, onde também é médico, e passeia nas Artes Plásticas desde os 11 anos. Corpos humanos, corpos rochosos, corpos paisagens, corpos não detectáveis senão pelo sentir poético ou pela inquirição do mítico, é assim que o autor explica a mostra, aberta ao público de 1° a 31 de agosto, das 16h às 19h (qua a sab) e 15h às 17h (dom), no Teatro Gamboa Nova, no Centro de Salvador.
Aprenda a viver o agora Lançado em abril, o ebook de Monja Coen, convoca o leitor a assumir o controle de sua vida ao entender que só pode ser dono do presente. Um excelente aprendizado para quem quer viver sem preocupação com o que passou ou está por vir, a obra ensina que o presente é real e depende de cada um, individualmente. A partir de conceitos do zen-budismo e do mindfulness (atenção plena), Coen Roshi ensina técnicas rápidas. O livro ainda tem como bônus um guia de meditação e invocações budistas para momentos decisivos.
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Arte na Educação Infantil e Arte com bebês Nos dias 10 e 11/08 teremos a presença da Diana Tubenchlak para dois cursos: Arte na Educação Infantil e Arte com bebês. Ambos para educadores, pais e interessados no assunto. Imperdível Questões fundamentais, como, a abordagem das escolas municipais de Reggio Emilia; ateliê de percurso; o protagonismo da criança, potência pedagógica dos espaços e dos materiais serão abordadas em formato prático-reflexivo. Será visto também a produção artística desta faixa etária; mediação cultural nas exposições de arte; elaboração de tintas artesanais e materiais específicos. Os cursos são realizados pela Estimuladamente Desenvolvimento do Ser Humano Integral em parceria com a Gira Girou. Inscrições podem ser feitas através dos links: http://bit.ly/ ArtecomBebes e bit.ly/ArtenaEducacaoInfantil
O poder do propósito Esta obra, disponível também em e-book, traz dicas preciosas sobre como viver com mais sentido e potencializar resultados por meio do Método Ikigai. Colunistas da Revista Estimuladamente, os autores Eduardo Almeida e Kiko Kislansky propõem que a partir deste mergulho, o leitor possa atribuir SENTIDO a sua jornada e descobrir seu propósito, que segundo os autores, está dentro de cada um. Encontrar essa RAZÃO DE SER para a vida e o trabalho é uma demanda dos dias atuais que promete uma vida próspera e abundante.
Uma verdade inconveniente Esta obra, do ex vice-presidente dos EUA, Al Gore, traz respostas sobre o que devemos saber (e fazer) sobre o aquecimento global. Parte de um projeto sobre conscientização ambiental, que inclui palestras sobre o tema realizadas pelo autor em diversos lugares do mundo, a obra revela que a crise climática provocada pela ação do homem é uma verdadeira emergência planetária e alerta para a necessidade de ações urgentes quanto a isso. O livro é um best seller nos EUA, inspirando um documentário de mesmo nome.
Planejamento de Marketing Exclusivo para Terapeutas Um bom planejamento estratégico pode ser o primeiro passo para um excelente projeto ser executado com sucesso. Pensando nisso, a consultora e mentora de Marketing para Empreendedores Terapeutas, Anna Almeida, realiza um treinamento 100% online e que acontece de agosto a dezembro, personalizado para Terapeutas. A capacitação é uma oportunidade para que o empreendedor reflita sobre o SEU papel na sociedade e sobre o futuro, além de também possibilitar a organização de um plano de ação para reduzir os riscos e aumentar as chances de êxito. Inscrição e mais informações no link: http://bit.ly/ inscricoespemta2019. Ano 2 | julho 2019
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