Revista Fecomércio PI 03 Setembro/Outubro 2013

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Ano 01 Nº 3 Setembro / Outubro de 2013

Publicação do Sistema Fecomércio Sesc / Senac Piauí

Mercado aquecido

Aumenta a procura por serviços imobiliários no Piauí

Revolta Empresarial

Presidente da Fecomércio-PI, Valdeci Cavalcante, articula protesto contra a alta carga tributária do país

Entrevista

João Paulo dos Reis Velloso Ex-ministro do Planejamento e autor do livro “O Vale da Decisão”: “O Piauí é rico” - Em grandes oportunidades


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Revista FecomĂŠrcio Setembro / Outubro 2013

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FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DO PIAUÍ Braço Sindical do Sistema FECOMERCIO/SESC/SENAC PRESIDENTE Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante 1º VICE PRESIDENTE Jairo Oliveira Cavalcante 2º VICE PRESIDENTE Maria do Socorro Moraes Correia 3º VICE PRESIDENTE Grigório Cardoso dos Santos 4º VICE PRESIDENTE Denis Oliveira Cavalcante VICE PRESIDENTE - José Antônio de Araújo, João dos Santos Andrade, José Alves do Nascimento, Conegundes Gonçalves de Oliveira, Raimundo Rebouças Marques, Eliel da Rocha Santos,Teodoro Ferreira Sobral, Geraldo Ponte Cavalcante Neto 1º SECRETÁRIO - Raimundo Nonato Augusto da Paz 2º SECRETÁRIO - Maria Adelaide Cavalcante Castro 3º SECRETÁRIO - Getúlio Alves dos Santos 1º TESOUREIRO - Antonio Leite de Carvalho 2º TESOUREIRO - Margareth Silva Lopes DIRETOR PARA ASSUNTOS TRIBUTÁRIOS Delano Rodrigues Rocha DIRETOR PARA ASSUNTOS DE DESENVOLVIMENTO COMERCIAL Gerardo Ponte Cavalcante Júnior DIRETOR PARA ASSUNTOS DE CONSUMO Leonel Leão Luz DIRETOR PARA ASSUNTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR Pedro Oliveira Barbosa DIRETOR PARA ASSUNTOS SINDICAIS Francisco Carneiro Mapurunga DIRETOR DE COMÉRCIO ELETRÔNICO Moisés Rebouças Marques CONSELHO FISCAL ELETIVO Janes Cavalcante Castro, Erivelton Moura e Antônio Hermanny Normando Almeida SUPLENTES Gescimar Miranda de Sousa, Benedito Cardoso Rabelo e Francisco Severiano Frota SUPLENTE DA DIRETORIA Raimundo Florindo de Castro, Maria do S. de M. Correia, Raimundo de Sá Urtiga, Carlos Augusto da Paz, José Carvalho Neto, João Batista dos Santos, Odival Neres Machado, Roberto M. Campos Drumont, Maria dos Aflitos S. R. Cardoso, Pablo H. Couto Normando, Jorge Batista da Silva Filho, Paulo H. C. Normando e Francisco Lima Costa. DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO A CNC EFETIVOS Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante SUPLENTE Jairo Oliveira Cavalcante, Grigório Cardoso dos Santos DIRETORA REGIONAL DO SESC Irlanda Castro DIRETORA REGIONAL DO SENAC Elaine Dias NOSSO ENDEREÇO Av. Campos Sales, 1111 - Centro/Norte Ed. Agostinho Pinto - 4º andar CEP: 64000-360 - Teresina - PI Fone: (86) 3222-5634 Fax: (86) 3223-8253 atendimento@fecomercio-pi.org.br Revista Fecomércio Setembo / Outubro 2013 4E-mail:

Caro leitor, sua opinião é muito importante para o crescimento da nossa revista. Envie-nos suas sugestões, críticas e comentários sobre os diversos assuntos abordados nesta publicação para o email: revistafecomerciopi@gmail.com ou pelo telefone: (86) 33039831. "Porque nós crescemos mais quando crescemos juntos." A Revista Fecomércio está maravilhosa! Parabéns a todos que fazem esta revista! Achei a entrevista com o Dr. Cerqueira muito bacana. Nosso Piauí é uma terra de enormes talentos. Fico honrada em ser desse Estado. Esse ano, a Micro & Cia está completando 10 anos no mercado piauiense em serviços técnicos e vendas de equipamentos de Informática. Temos muito a crescer juntos! Egilda Marques - TI Serviços e Vendas de Tecnologia da Micro & Cia

A Revista Fecomércio veio preencher uma lacuna importante na vida dos empresários, comerciários, consumidores e o público em geral. Excelentemente capitaneada por sua competente editora Karla Nery, a revista traz assuntos inovadores e interessantes. Com certeza, a evolução do periódico que teve como gênese o jornal e hoje é magazine alegra a todos que anseiam informação. Congratulações ao Presidente Valdeci Cavalcante por essa profícua iniciativa. Roberto Victor Ribeiro - Assessor Jurídico da Procuradoria-Geral de Justiça - CE

Gostei muito da Edição nº 2 da Revista Fecomércio e resolvi pedir o envio das próximas edições. A Revista é leve, atual, tem conteúdo sério, design futurista e possui elevado bom gosto. Abordou um tema que aprecio muito (Educação Empreendedora) e tenho certeza que outras temáticas de repercussão e importância serão tratadas. A propósito, se for da linha editorial da Revista, gostaria de propor uma matéria sobre Empreendedorismo na Saúde. Jairo de Carvalho Guimarães - Coord. de Administração da UFPI / Campus Floriano

Produção e Redação | Karla Nery, Nonato Paz, Denilson Pereirah e Gisele Alves

Design e Tratamento de Imagem | Mário Teixeira

Editora - chefe | Karla Nery - DRT 1339 PI

Projeto Gráfico e Editorial | Outra Comunicação CNPJ: 00.506.891/0001-52 - End: Rua Gabriel Ferreira, 1010, Centro/Norte - Teresina-PI CEP: 64.000-250

Assessor Fecomércio-PI| André Ribeiro Colaboradores | Ana Cláudia Coelho (SESC), Jarbas Fernandes e Lanussa Ferreira, (SENAC), Antônia Pessoa, Carlos Augusto Lima e Graça Batista (SEBRAE), Kalita Torres e Cristina Alves (Fecomércio) e Tim Mendes (SICONFLOR) Revisão | Cruzinha Xavier Fotos | Carlos Pacheco, Kalberto Rodrigues, Luís Mota.

Marketing | Karla Nery e Luiz Gonzaga Impressão | Grafiset Tiragem | 1500 exemplares Contatos | Fones: (86) 33039831 / 99905366 / 88281647 / 98048998 Email: revistafecomerciopi@gmail.com


nPalavra do Presidente

Banalização do Valdeci Cavalcante Presidente do Sistema FECOMÉRCIO SENAC/SESC-PI valdeci_cavalcante@hotmail.com

No contexto nacional, o cidadão que paga imposto, não vê os recursos gerados pelo seu trabalho investido em Educação, Saúde, Segurança Pública, infraestrutura, urbanização, serviços coletivos de bem-estar social. A banalização do mau é o item preocupante dessas mazelas.”

A

MAU

sociedade brasileira começa a manifestar sua indignação diante das crises de gestão em quase todos os segmentos de sustentação da cidadania. O brasileiro que paga imposto, honra seus compromissos e participa do sonho de prosperidade de toda população percebe, com extrema preocupação, o crescimento desordenado do crime, sem que haja qualquer medida eficaz, capaz de prevenir e evitar a desordem e o vandalismo. Bandidos mascarados se misturam aos manifestantes pacíficos, provocando desordem, destruindo o patrimônio público, aterrorizando a sociedade, sem que se perceba qualquer reação da Polícia e das autoridades da segurança pública. À mercê do crime, da baderna e da violência, do vandalismo e do terror, empresários brasileiros assistem à destruição daquilo que constituíram com muito sacrifício e trabalho, diante da inércia do Governo, impotente, incompetente e despreparado para enfrentar desafios desse porte. Na alma dessa indiferença estão as eleições de 2014. O calculado jogo de poder, o cuidado para não perder apoio político, a planejada omissão e o ideário cínico do “quando pior, melhor.” No contexto nacional, o cidadão que paga imposto, não vê os recursos gerados pelo seu trabalho investido em Educação, Saúde, Segurança Pública, infraestrutura, urbanização,

serviços coletivos de bem-estar social. A banalização do mau é o item preocupante dessa mazelas. Destroem o patrimônio como se estivessem se divertindo. Saqueiam, quebram, arrebentam. Assaltam, humilham e se divertem na prática banal do crime. Acionam o gatilho na cabeça de quem já estava rendido e saem como se nada tivesse acontecido. No universo dessa relação entre o bem e o mau, constatamos que apenas 1% da população tem índole má. No entanto, pelos estragos causados e pela repercussão dos atos praticados, parecem multiplicados por cem. Acuados, acovardados, submissos à criminalidade, autoridades do Estado fecham os olhos à baderna, cúmplices da permissiva promiscuidade. É hora de atitudes firmes e determinadas, sob pena de o país mergulhar numa irreversível crise de autoridade. Isso porque há um criminoso propósito de vitimizar quem pratica o crime, alegando pobreza, miséria, desesperança, procurando atribuir ao que chama de “elite perversa”, a culpa pelo drama social das famílias carentes. É preciso saber, encarando com responsabilidade as conseqüências do vandalismo, quem vai pagar os prejuízos causados aos bens públicos e privados, pois os responsáveis por tudo isto continuam trafegando mascarados livremente pelas ruas do país. Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013 Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013

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ÍNDICE

Eduarda Carvalho

Luís Mota

Carlos Pacheco

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Sindicatos

O Encontro Regional do Sicomércio em Recife abo mento da representatividade, por meio de convençõ

Entrevista

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O Ex-Ministro João Paulo dos Reis Velloso fala sobre as potencialidades do Piauí e o que pode ser feito para o Estado continuar se desenvolvendo

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Pesquisa IFPD

Confira dados sobre o Índice de Consumo das Famílias, como anda a confiança dos empresários e o nível de emprego no Piauí

Carlos Pacheco

Revolta Empresarial Grandes e pequenos empresários se unem contra a alta carga tributária do País. Protestos devem começar no início de 2014

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Inaugurações no Sesc Praia

Detalhes da ampliação do Centro de Turismo e Laz mar Veiga” que ganhou mais 40 apartamentos e um de “hotel cinco estrelas com preço de meia estrela”, s deputado federal Júlio César

Carlos Pacheco

n CAPA

O Boom do mercado imobiliário As facilidades de financiamento dos bancos são fatores que influenciam no crescimento do Mercado Imobiliário no Estado

Obras Senac

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O Senac tem espalhado conhecimento, construindo novas sedes no Estado. Em breve será a vez de Barras, Bom Jesus, Valença, Parnaíba, Teresina e muito mais


KARLA NERY

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m Recife abordou temas como o fortalecide convenções e acordos coletivos Luís Mota

Piauí Sampa

Kalberto Rodrigues

A 9ª edição da mostra teve como tema principal a Serra da Capivara, expôs produtos do Projeto Identidade Local e proporcionou ótimos negócios aos empresários participantes

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c Praia

rismo e Lazer “Lucimentos e uma estrutura eia estrela”, segundo o KARLA NERY

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Lançamento

O ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso reuniu autoridades e personalidades do Estado no lançamento do seu livro “Vale da Decisão”: “O Piauí é rico” – Em grandes oportunidades

palavra do presidente

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contribuição sindical

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Valdeci Cavalcante

Roberto Victor Pereira Ribeiro

Mercado Imobiliário

Delano Martins

Serviço Social Irlanda Castro

COACHING Cacilda Silva Bem-Estar

Saiba quais os cuidados que você deve ter com a sua pele para ter um rosto sempre saudável e naturalmente jovem, de acordo com a consultora da Lancôme, Glória Márcia

B-R-O-Bró Isadora Chaves

cultura Empresarial Paulo Medeiros


n e n t r e v i s t a | EX-MINISTRO JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO

“O Piauí é

Por Karla Nery

É

LUÍS MOTA

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o que diz o livro que o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso lançou em julho em Teresina. Mas, isso não é só ele quem diz. É o Banco Mundial que afirma que o Piauí é rico em oportunidades. Nesta entrevista concedida à Revista Fecomércio, em Luís Correia, no dia 12 de julho, dia do seu aniversário, esse piauiense ilustre, natural de Parnaíba, que foi ministro do Planejamento de 1969 a 1979, fala sobre as potencialidades do Estado e o que pode ser feito para o Piauí se desenvolver. Aos 82 anos, ele continua na ativa. Atualmente, além de decano da Escola de Pós-graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, onde dá aulas há 40 anos, ele é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social da Presidência da República e presidente do Fórum Nacional e do IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). Recentemente, ele aceitou o convite do governador Wilson Martins de ajudar a elaborar o primeiro Plano de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Piauí, mais uma contribuição que ele quer dar para que as pessoas que aqui estão ajudem o Piauí a crescer cada vez mais.


RICO” Ministro, atualmente, existe uma verdadeira insatisfação com a realidade econômica e socioeconômica do país. Como o senhor tem acompanhado essas manifestações por todo o Brasil? O que está acontecendo é que chegaram ao Brasil as redes sociais que podem movimentar milhares e milhares de pessoas. Existe a voz das ruas, existem as redes sociais. Existem os vândalos, é claro, mas vamos deixá-los de lado. A verdade é que fizeram a mesma coisa no Egito, estão fazendo no Brasil e farão em outros lugares. Agora a pergunta é: Para quê? E eu sugiro: para cumprir uma agenda de reformas: Reforma da Educação, transformando a Educação para que ela transforme o Brasil; Reforma da Saúde, do Saneamento, Reforma Política e, assim, uma sucessão de reformas. Por exemplo, ter meia dúzia de partidos políticos que, de fato, tenham o compromisso com a agenda de desenvolvimento do país, com essa questão do ajuste fiscal, que vivem prometendo. Isso tem que ser feito porque o Brasil tem uma carga enorme de impost os que é intolerável. É essa agenda que eu proponho as redes sociais, para debaterem e mobilizarem, de modo, a haver coisas concretas e não apenas multidões nas ruas sem um propósito e uma consciência formada. Essas manifestações têm alguma semelhança com as do período da Ditadura Militar, na época em que o senhor foi ministro do Planejamento? É preciso que fique claro que eu não tenho nada a ver com o regime militar. Eu sou economista. Tinha acabado de voltar da pós-graduação na Universidade de Yale nos Estados Unidos. Quando eu cheguei em casa já encontrei um telegrama do Primeiro Ministro do Planejamento, Roberto Campos, pedindo que eu fosse falar com ele. O Campos queria que eu criasse um órgão para pensar o Brasil no longo e médio prazo.

Assim, em 1964, nasceu o IPEA, dividido em dois institutos: o Instituto de Pesquisa Econômica e o Instituto de Planejamento, que preparava os estudos diretos para fazer o primeiro e o segundo Plano Nacional de Desenvolvimento. Eu lembro que, naquela época, eu tinha planos de voltar para Yale. A universidade me ofereceu uma bolsa de mais dois anos, mas diante dessa perspectiva de poder criar o IPEA, eu preferi ficar. Anos depois, fui ministro do Planejamento de 1969 a 1979, ininterruptamente. Como foi essa sua trajetória? O senhor nasceu aqui em Parnaíba e depois? Pelo menos, é o que dizem! Inclusive, minha mãe. O interessante é que eu tenho a lembrança do dia em que nasci porque a minha mãe falou tantas vezes a história do dia do meu nascimento que não tinha como eu esquecer. Ela contava que, no momento em que eu nasci, o meu irmão mais velho, Francisco de Assis Velloso, o Francisquinho, estava correndo na areia em frente de casa para ver um avião de 12 motores e eu fiquei com aquilo na cabeça porque todo mundo dizia que não existia avião de 12 motores, mas eu sei que existe. Muito tempo depois, eu já como ministro, fui ao gabinete do Ministro da Aeronáutica e lá eu vi a foto de um avião de 12 motores da PANAIR do Brasil. Então, foi assim que eu nasci. Eu morei em Parnaíba até 18 anos. Lembro que fui ao Rio, em 1950, para assistir à final da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai e foi aquela desgraça. Eu estava no Maracanã e nunca vi tanta choradeira. Eu estava estranhando a história do “Já ganhou” porque quando eu era moleque de rua de 5 a 10 anos, eu jogava futebol na frente de casa e eu sabia o que era futebol. Então, de repente, já ganhou sem ter jogado? Já ganhou é uma ova! Retornei a Parnaíba e fui ser professor de Português e Matemática em vários colégios. Até

então eu era funcionário da Moraes S.A, que era a maior indústria de Parnaíba, sem dúvida, uma das maiores do Piauí, naquela época. Fiquei mais alguns meses e, em definitivo, fui para o Rio em março do ano seguinte. Interessante! Assim como o senhor, muitos empresários passaram pela Moraes S.A! Até que ano a Moraes S.A foi essa referência para o Estado? Não sei direito. Só lembro que o último presidente foi o Lauro Correia. A empresa era tão importante que eu fazia correspondência em Inglês e em Português, com 16 anos, assim que terminei o ginásio. À noite, eu fazia o curso Técnico de Comércio na União Caixeiral. A mesma União Caixeiral que hoje o Valdeci Cavalcante quer transformar em Centro Cultural em minha homenagem. É verdade! Além dessa homenagem do Sesc, aqui, em Parnaíba, tem o Campus Ministro Reis Velloso e em todo o Estado tem bairros e escolas com o seu nome. Como o senhor recebe essas homenagens? A culpa dessas homenagens não é minha, mas eu procuro dar a minha contribuição, por isso escrevi o livro onde diz que o Piauí é rico. Percebi lendo o seu livro certa crítica aos políticos e aos piauienses que têm tantas potencialidades no Estado, mas não sabem aproveitá-las. É isso? É uma crítica que o senhor faz? Isso mesmo. No livro, eu faço uma crítica ao fato do nosso Estado ter tantas oportunidades à nossa disposição, mas o nível de renda, de bem-estar econômico e social do povo não corresponde porque nós não estamos sabendo aproveitar as oportunidades. É por isso que no lançamento eu falei dessas oportunidades que destaco no livro e fiz questão de dá-lo para que Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013 Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013

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n e n t r e v i s t a | EX-MINISTRO JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO

No livro, eu faço uma crítica ao fato do nosso Estado ter tantas oportunidades à nossa disposição, mas o nível de renda, de bem-estar econômico e social do povo não corresponde porque nós não estamos sabendo aproveitar as oportunidades. todos pudessem ler. É a minha contribuição para que as pessoas que aqui estão ajudem o Piauí a crescer cada vez mais. No livro, o senhor enumera as potencialidades por cada zona do Estado. Qual a região que tem mais potencial? Isso é um fato curioso porque a região do Delta que é a que tem mais oportunidades só responde por 9% do PIB do Vale da Decisão, enquanto Teresina corresponde a 44%. Analisando em conjunto, nós podemos concluir que o Piauí não está sabendo aproveitar as oportunidades que tem. O que o senhor acha que os políticos e empresários poderiam fazer? Vamos ser específicos. Primeiro, o Vale da Decisão é o Vale do Rio Parnaíba, que é o título de um filme e de um livro, ambos muito bons. Nós temos que transformar o Rio Parnaíba em hidrovia porque assim transporta minérios, principalmente grãos, por um terço ou um quarto do valor gasto nas outras vias. E segundo, eu cito o aproveitamento do rio para energia hidroelétrica. O Governo está tendo a maior dificuldade para construir essas hidrovias no Rio Amazonas e aqui será uma coisa fácil. É possível fazer a usina, a barragem e a eclusa ao longo de todo o rio. Então, isso é a primeira coisa. Outro ponto específico da região do Delta é o próprio Delta, com suas 83 ilhas. O único das Américas. Isso deveria ser uma atração turística mundial. Basta fazer um plano de desenvolvimento turístico da região e isso vai acontecer. Três dias atrás, eu fiz novamente uma excursão pelo Delta e vi que de fato é uma maravilha. Eu fui até próximo ao mar e fiquei encantado com tanta beleza, com o potencial que nós temos aqui. A segunda grande oportunidade é trans-

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formar Parnaíba em uma cidade universitária porque aqui já tem um campus da Universidade Federal do Piauí, da UESPI e outras faculdades. Mas, na minha opinião, deveriam fazer uma universidade perto do ginásio São Luiz Gonzaga, que fosse administrada pelo Arcebispado junto com o colégio. Eu sugiro até o nome Universidade São Luiz Gonzaga, com o nível de ensino que o colégio me proporcionou. É o que está faltando. Exatamente. Passei em primeiro lugar em todo o Brasil, graças ao ensino que tive aqui. Sou muito grato ao Piauí. E só continuando um pouco essa questão das oportunidades, você tem ainda uma indústria extrativa vegetal, principalmente de carnaúba e o babaçu. A carnaúba é importante por causa da cera que é usada na indústria de informática e de eletrônica. Sério? Eles usam a cera de carnaúba? Na verdade, o resto do mundo usa, o Brasil é que não usa. O Piauí não prepara a cera. A Moraes S.A era a maior exportadora de cera de carnaúba. Lembro que eu fazia correspondência e as cartas que a gente recebia do exterior dizia “Parnaíba – Norte do Brasil”. Parnaíba era tão importante que não era “Parnaíba-PI”. Eles nem sabiam o que era Piauí, então era Norte do Brasil. Enfim, são inúmeros os usos da carnaúba e do babaçu. Além disso, nós temos que estudar o caso do Chile e fazer como eles fazem. Eles exportam salmão e camarões para vários países, entre eles o Brasil, mas com grande profissionalismo. Eu vejo que em frente à praia do Coqueiro, todo dia, tem apenas umas quatro canoas. Tudo amadorístico. Se quiserem realmente é possível transformar a piscicultura num produto de exportação para outras regiões do país e para o exterior. Além disso, tem a ZPE (Zona de Processamento de Exportação) que já foi aprovada há 10

anos e que precisa ser transformada em realidade para que ali se possam produzir inúmeras coisas para exportação. Precisamos das ZPEs para ajudar no escoamento dessa produção. Se você for ao aeroporto, você encontra “Aeroporto Internacional de Parnaíba” porque quando aquela pista, que é muito boa e mais longa que a de Teresina, foi construída era para que o aeroporto de Parnaíba fosse realmente de nível internacional. Mas, nós temos o aeroporto, temos a pista e não temos aviões. Felizmente, agora, temos duas empresas interessadas em manter voos regulares para Parnaíba. Parnaíba tem aeroporto internacional, mas não tem aviões. Teresina que é a capital ainda não tem um aeroporto internacional. O que o senhor acha disso? Eu acho lamentável e já disse isso várias vezes. Teresina deveria ter um aeroporto internacional porque o aeroporto de Teresina é muito “micha”. O governador agora está preocupado porque faltam obras de infraestrutura. Não tem ‘fingers’, aquelas pontes para desembarcar. Então, você desce ali no sol quente e vai andando. É preciso fazer um estudo arquitetônico e ver se é mais viável construir ali ou fazer um novo aeroporto noutro lugar. O importante é que haja um aeroporto de nível internacional em Teresina. Tínhamos falado antes que o senhor foi morar no Rio de Janeiro com 18 anos. O senhor foi para o Rio fazer vestibular? Fui para o Rio estudar Medicina. Na verdade, essa era a ideia. Eu pensava, se eu estudar Medicina, eu vou fazer bem à humanidade. Mas, quando eu fiz o concurso do Banco do Brasil eu decidi estudar Economia. E fiz o primeiro ano de Economia em São Paulo porque no meu concurso mesmo o primeiro lugar não podia ser lotado no Rio de Janeiro. Quiseram me mandar para Resende porque era perto do Rio e eu disse: ‘Não, eu prefiro São Paulo’.


Morei dois anos em São Paulo. Depois, eu liguei para o superintendente do Banco do Brasil e falei que já tinha completado os dois anos e eu queria ser transferido para o Rio. Daí, me botaram para trabalhar onde hoje é o Centro Cultural Banco do Brasil. Primeiro, no Departamento de Funcionalismo e depois na presidência do Banco do Brasil, onde eu era assessor do presidente. Em 1960, quando houve a transferência da capital federal para Brasília, o Juscelino obrigou toda a diretoria e presidência do Banco do Brasil a ir para Brasília. De modo que eu morei sete meses na capital federal. Naqueles sete meses, o que eu via era poeira e solidão. Depois Brasília melhorou e eu voltei a morar lá novamente já ministro, durante cinco anos, quando o presidente falou que os ministros tinham que morar em Brasília. E o curso? Como o senhor fez para concluir? Como eu fui transferido ex-officio, eu ia fazer as provas finais da faculdade de Economia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que é o nome que tem hoje. Eu não pude fazer a UFRJ, que é a ex-Universidade do Brasil, porque eu trabalhava no Banco do Brasil e tinha que estudar a noite. E na UFRJ, não havia cursos à noite. Na UERJ, havia e eu fiz o último ano lá. Em dezembro de 1960, eu estava concluindo o curso quando fui convidado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos para participar de um seminário sobre Economia durante três meses na Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, uma linha divisória, onde de um lado se chama Urbana e do outro chama Champaign. E, nesses três meses, eu cheguei à conclusão de que eu não sabia nada de Economia. Então, voltei ao Brasil, fiz pós-graduação Lato Sensu no Conselho Nacional de Economia, fiz pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, onde hoje eu sou professor há 40 anos. Com isso, eu fui para Yale e fiquei dois anos. O senhor foi para os Estados Unidos fazer mestrado? Sim. Fazer mestrado em Economia e outros cursos que me interessavam. E, como eu disse, a universidade me deu uma bolsa para ficar mais dois anos, mas o Roberto Campos, Primeiro Ministro do Planejamento do Brasil, me convidou para criar o IPEA, que eu digo que é meu

quinto filho. Depois, eu criei a FINEP; criei o Sebrae que naquele tempo era com “C”, Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa; transformei o Departamento de Correios e Telégrafos (DCT) em Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) como é hoje, para que realmente funcionasse; e transformei o IBGE em fundação porque ele em 1966 ainda não tinha apurado o censo de 1960. De modo que transformado em fundação, o IBGE pôde passar normalmente a ser um bom Instituto de Geografia e Estatística. Quando o senhor criou o Fórum Nacional? Foi em 1988. O Brasil estava numa grande crise economia, social e política, mas quem teve a ideia não fui eu, foi um funcionário do Banco Mundial, que tinha vindo ao Brasil e até coordenou a elaboração de um instituto sobre o Brasil. Eu era presidente do IBMEC. Ele falou com o vice-presidente do IBMEC, o Paulo Guedes, e disse para ele me perguntar se eu não queria reunir os principais economistas para discutir a situação brasileira. E eu fiz diferente. Eu resolvi criar o Fórum Nacional que discute o desenvolvimento brasileiro do ponto de vista econômico, social, político, cultural e ambiental, ou seja, de todos os ângulos. Eu já tinha feito o Programa Estratégico de Desenvolvimento, do ponto de vista técnico, e quem diz isso não sou eu, o melhor plano já feito no Brasil. Fiz o primeiro PND e, quando houve a crise do petróleo, eu fiz o segundo PND. Porque o Brasil tinha passado pelo regime do “milagre”, estava crescendo 11% ao ano, mas com a crise do petróleo, o Brasil se arrebentou. Isso em outubro de 1973 e só produzia cerca de 15% do petróleo consumido. Hoje, o Brasil está entre um dos grandes produtores mundiais, mas poderia ser exportador de petróleo. É que essa história de Pré-Sal está demorando. O senhor pensou em assumir algum cargo político antes de ser ministro? Quiseram me fazer governador do Piauí, mas eu não tenho vocação. O Lúcido Portela foi ao Rio, especialmente, para me convidar a ser senador, mas eu disse que não. Eu só sou membro da Academia Piauiense de Letras e da Academia Parnaibana de Letras. Quiseram me fazer membro da Academia Brasileira de Letras e eu não aceitei porque não é minha vocação.

Outro ponto específico da região do Delta é o próprio Delta, com suas 83 ilhas. O único das Américas. Isso deveria ser uma atração turística mundial. Basta fazer um plano de desenvolvimento turístico da região e isso vai acontecer. Três dias atrás, eu fiz novamente uma excursão pelo Delta e vi que de fato é uma maravilha. Eu fui até próximo ao mar e fiquei encantado com tanta beleza, com o potencial que nós temos aqui.

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n e n t r e v i s t a | EX-MINISTRO JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO Quantos livros o senhor já escreveu? Eu mesmo acho que escrevi 10. Agora, coordenar como presidente do Fórum Nacional foram uns 100. O último livro que escrevi, “Manifesto por um Brasil desenvolvido”, lançado simultaneamente com o “Vale da Decisão”, foi resultado do meu pronunciamento no 25º Fórum Nacional que é sempre realizado em maio. E em setembro, há um fórum especial. O senhor lançou recentemente o livro Vale da Decisão: “O Piauí é rico” – Em grandes oportunidades, em Teresina e em Parnaíba. Como surgiu a ideia de escrever esse livro sobre o Piauí? Eu tenho o livro do Banco Mundial e ele me fez ter a ideia de que estava na hora de escrever um livro sobre o desenvolvimento do Piauí, mostrar as oportunidades. E, agora, o governador quer que eu faça a supervisão de um Plano de Desenvolvimento Econômico Sustentável para nosso Estado. Eu aceitei, desde que o pessoal que trabalha no plano, como o secretário do Planejamento, vá ao Rio para participar. Para que haja esse desenvolvimento do Estado, o senhor não acha que deveria ter uma parceria maior entre o setor público e o privado? Entre os políticos e os empresários? Sem dúvida. Mas, eu acho que o empresariado da área de Parnaíba está muito fraco. No Piauí como um todo, menos, porque tem Teresina, mas a região está fraca em comparação com as grandes empresas que havia em Parnaíba no tempo que eu morava aqui. Então, nós precisamos de empresários. Se não há empresários aqui, primeiro vamos mostrar as oportunidades para ver se o espírito empresarial surge e, se não surgir, vamos trazer empresas de outras partes do Brasil e do resto do mundo. Porque diante da riqueza que existe aqui, empresário não bobeia.

O senhor acha que em pouco tempo pode acontecer do Piauí se tornar a menina dos olhos? Em relativamente pouco tempo. Isso é função, principalmente do prefeito de Parnaíba e do governador do Piauí. O senhor acha que eles estão empenhados nisso? Eu acho que sim e vamos ver se acontece o mais rápido possível. O Governo do Piauí precisa ir atrás do apoio do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil, do BNDES, da CODEVASF, assim é que se faz, para que haja espírito empresarial, para que haja financiamento dos projetos dos empresários. Outra coisa importante é rever alguns projetos. Por exemplo, esses tabuleiros litorâneos aqui de Parnaíba, há uma série de problemas porque estão entregues ao DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), não tem relação nenhuma. Como o senhor imagina ver o Piauí daqui a alguns anos? Imagino ver o Piauí rico. Na verdade, ele já é, mas precisa tomar essa riqueza e transformar em bem-estar econômico e social da população. E não simplesmente dizer “deitado eternamente em berço esplendido”, como fala o Hino Nacional, uma expressão de muito mau gosto, aliás. Se o Banco Mundial diz que o Piauí é rico, o Piauí só não transforma essa riqueza potencial em oportunidades porque nós estamos passivamente esperando que as oportunidades aconteçam quando nós é que temos que ser os agentes dessas oportunidades. Porque elas são muito importantes, elas existem em todas as grandes quatro regiões em que o Piauí é dividido. E assim nós começaremos uma nova época no estado do Piauí.

Então, é preciso tomar essa riqueza, transformar isso em indústria, comércio, universidade. Nós temos que entender o seguinte: o Piauí não é parte do semiárido do Nordeste. Isso fica muito claro no livro do Banco Mundial. Ele é o que podemos chamar de Meio-Norte, a caminho do Norte. Porque o Vale do Parnaíba transforma o Piauí, muda a situação econômica e climática referente ao Estado. Nós temos lá uma pequena região, que é o Sudeste, que pertence ao semiárido, mas mesmo lá nós temos grandes oportunidades porque existem os aquíferos. Com isso, nós podemos fazer a agricultura de irrigação, como é em Petrolina e em Juazeiro. E acontece que temos também as reservas de minérios. De modo que é uma região muito rica. E, no centro, entre o Sudeste que é o nosso pequeno semiárido e o Sudoeste que é a nossa região de cerrado, temos ainda toda a riqueza arqueológica da Serra da Capivara e das Confusões, principalmente da Capivara porque lá é a origem do homem das Américas que surgiu muito antes do que se imaginava até nos Estados Unidos. A ideia era que ele teria vindo pelo Estreito de Bering para os Estados Unidos. A verdade é que ainda não se sabe como ele surgiu, mas ele surgiu aqui no Piauí. E está lá a prova na Serra da Capivara. Ao final dessa entrevista, o senhor gostaria de deixar alguma mensagem? O Brasil é um país desenvolvido. E para o Piauí, esqueçam essa história de “coitadinho”, do estado mais pobre do país. O Piauí é rico! Se virem para aproveitar as oportunidades e gerar muito bem-estar para o nosso povo, tanto do ponto de vista econômico, social e cultural.

Se o Banco Mundial diz que o Piauí é rico, o Piauí só não transforma essa riqueza potencial em oportunidades porque nós estamos passivamente esperando que as oportunidades aconteçam quando nós é que temos que ser os agentes dessas oportunidades. Porque elas são muito importantes, elas existem em todas as grandes quatro regiões em que o Piauí é dividido. E assim nós começaremos uma nova época no estado do Piauí. 12

Revista Fecomércio Julho/Agosto 2013 2013 Setembo / Outubro


Av. Campos Sales, 1858/Norte Teresina-PI supricabospi@ig.com.br Revista FecomĂŠrcio Setembro / Outubro 2013

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n Emprego

Comércio registra baixo índice de

CONTRATAÇÕES

Mais de 50% dos empregos no Piauí são gerados por empresas ligadas à Fecomércio Carlos Pacheco

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Dados: Pesquisa IFPD-PI

N

o primeiro semestre de 2013, o Comércio apresentou queda no número de contratações em comparação com o segundo semestre de 2012. Este ano, apenas o mês de maio teve um desempenho satisfatório com saldo positivo de 506 novas vagas. O Dia das Mães, segunda melhor data para o comércio no Estado depois do Natal, foi o grande responsável pelo índice de contratações no período. Com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, através do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) no mês de junho o mercado de trabalho no comércio do Piauí, com carteira assinada, registrou saldo líquido de apenas 17 empregos (2.269 admissões menos 2.252 desligamentos). O saldo acumulado entre janeiro e junho de 2013 (-391) foi o pior resultado dos últimos quatro anos para o período. Na Tabela 1, podemos observar que nos últimos 13 meses a média de contratações no Comércio de Bens Não Duráveis (alimentação e vestuários) e Duráveis (eletrodomésticos, eletrônicos, móveis, automóveis e peças, etc.) foi de 2.244 empregos. As atividades

representadas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Piauí foram responsáveis por 51,53% de todas as contratações no mês de junho. No Estado, foram abertas 10.026 vagas de empregos em todas as atividades econômicas, contra 8.394 demissões, gerando um saldo positivo de 1.632 novas oportunidades. Deste total de contratações, 2.269 foram realizadas pelo Comércio e 2.897 pelo setor de Serviços. Dentro dessa base, podemos concluir que mais de 50% dos empregos gerados no estado do Piauí estão ligados a empresas que compõem a Fecomércio-PI.


Maior crescimento foi no Setor de Serviços e Turismo As empresas do ramo de Serviços e Turismo (Lojas de informática, bares e restaurantes, hotéis, bancos, autoescolas, despachantes, guias turísticos, agências de viagens, etc.) geraram 777 novas oportunidades de trabalho no Piauí, no mês de junho, perdendo apenas para o mês de abril nesta série histórica de 13 meses, que teve um saldo positivo de 851 postos de trabalho. No final do ano passado, entretanto, o setor passou por momentos difíceis, atingindo saldos negativos nos últimos meses do ano passado: outubro (-38), novembro (- 173), dezembro (-420) e janeiro de 2013 (-332). Carlos Pacheco

►Com o aumento no número de turistas, crescem as contratações no setor

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n Pe s qu is a IFPD

Empresários do comércio estão mais otimistas para o

2º semestre

Índice aponta que 68,1% do empresariado da capital acreditam em cenário econômico melhor

E

m dados totalizados, a pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) sobre as Condições Atuais e Futuras do Empresário do Comércio que analisa também a propensão a Investir em Curto e Longo Prazo alcançou o 131,6 pontos no mês de Julho. Esse foi o menor índice registrado em 12 meses. Esse resultado ficou 8,1% inferior ao do mês passado e 7,52% acima do índice de Julho de 2012 que registrou na época 122,4 pontos. O índice 100 é o limite entre o grau de satisfação e insatisfação dos empresários. Abaixo de 100 caracteriza pessimismo enquanto que acima de 100, otimismo. A pesquisa realizada em Teresina pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com o Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento do Piauí, órgão ligado à Fecomércio-PI, identificou ainda 135 empresas que comercializam produtos semiduráveis, não duráveis e duráveis. Na metodologia, ficaram divididos entre os empresários de Grande Porte (aqueles com mais de 50 empregados) e os que empregam até 50 pessoas, listados em micro e pequenas empresas. Três componentes são verificados: Condições Atuais do Empresário, Expectativas para os próximos seis meses e Investimento.

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Na passagem do mês de junho para julho todos os componentes foram desfavoráveis, entretanto, o índice Investimento do Empresário do Comércio apresentou melhor

desempenho, influenciado pela melhoria da avaliação na Expectativa para Contratações, único indicador positivo com relação ao mês anterior (4,37%).

Condição atual do empresário do comércio Este indicador atingiu 109,1 pontos no mês de julho, que comparado com o mês anterior (126,1 pontos) caiu 13,5%. Essa queda foi provocada pela Condição Atual da Economia (82,2 pontos) abaixo da zona de indiferença e pela Condição do Setor Comércio

(111,5 pontos). As manifestações iniciadas em junho, bem como os juros alterados foram suficientes para interferir no baixo otimismo na comercialização de Bens Duráveis, neste mês, como mostra o índice de 104,7 pontos.


Expectativa do empresário do comércio Embora apresente índice elevado de otimismo (161,5 pontos), na comparação com o mês anterior houve queda nos três tópicos que compõem o IEEC. Expectativa para a economia apresentou queda de -14,48%, expectativa para o Comércio ficou em - 5,97% e expectativa para a própria

Empresa caiu -4,55%. Mas, nem tudo está perdido, para 59,6% dos entrevistados, os negócios devem melhorar nos próximos seis meses contra 28,4% que acreditam em pouca melhora para o setor. E mais, 68,1% acreditam que o cenário da própria empresa para este semestre irá melhorar.

Nível de investimento da empresa O índice para este item ficou em 124,3 pontos, com uma retração de 3,1% na comparação com o mês passado. As empresas de maior porte apresentam 20,5% de otimismo satisfatório para investimentos, em comparação com o mês anterior. No quesito das expectativas de contratações, 29,6% dos entrevistados desejam “aumentar muito” o número de empregados, 58,4% “aumentar pouco” e 12% “reduzir pouco” o quadro. Com relação ao nível de Investimentos de Longo Prazo – como aquisição de máquinas e equipamentos - das empresas, o otimismo do em-

presariado ficou em 123,1 pontos. Para os empresários que representam as grandes empresas, o grau de satisfação foi de 172,7 pontos, um crescimento de 20,85% na comparação com junho. No tocante a situação Atual dos Estoques (investimentos a curto prazo), 52,8% dos entrevistados disseram que os estoques estão adequados e 24,6% acima do adequado. O índice mais avaliado foi o de estoques com empresas de mais de 50 empregados, passando de 100 pontos no mês anterior para 145,5 em julho, enquanto que as pequenas o índice caiu 11,6% na comparação com o mês passado.

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n Pe s qu is a IFPD

Intenção de consumo das famílias teresinenses permanece

inalterada

Manifestações do primeiro semestre repercutiram na avaliação dos consumidores Um fato interessante observado pela pesquisa é que as manifestações ocorridas no primeiro semestre de 2013 repercutiram muito na avaliação dos consumidores. Outros fatores como a alta da inflação e aumento nas taxas de juros influenciaram nas respostas dos entrevistados, assegura o setor técnico do IFPD-PI. Para fazer um diagnóstico mais completo sobre as potencialidades do consumidor com relação às pretensões de ir às compras a pesquisa foi dividida em sete componentes: Emprego Atual, Perspectiva Profissional, Renda Atual, Compra a Prazo, Nível de Consumo Atual, Perspectiva de Consumo e Intenção de Adquirir Bens Duráveis.

Emprego Atual

Perspectiva Profissional

Sobre a situação do Emprego Atual (manutenção do emprego), o que se observou foi um grande potencial da Propensão ao Consumo está nas pessoas que estão empregadas. Este componente atingiu 120,6 pontos, com leve queda de 4,7% em relação ao mês anterior. No mesmo período do ano passado, 31,9% dos entrevistados disseram que estão mais seguros nos seus empregos, enquanto 16,6% declararam que estão tão seguros como ano passado e 11,3% menos seguros. Entretanto, 39,9% disseram que estão desempregados, fato que influenciou negativamente para o resultado. Quase todos os indicadores sofreram quedas na comparação com o mês passado (junho). Abre exceção para o Nível de Consumo Atual e Intenção de Adquirir Bens Duráveis.

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No mês de julho, o índice Perspectiva Profissional alcançou 85,7 pontos, resultado inferior a junho que apresentou 86,4. É o sexto mês consecutivo que este indicador apresenta pessimismo. Vale ressaltar que a maior parte das famílias entrevistadas (55,7%) considera negativo o cenário para os próximos seis meses.

Nível de Consumo

Crescimento de 2,27% na comparação com o mês passado quando o maior percentual das famílias (54,7%) declarou estar com o nível de consumo superior ao do ano passado, enquanto que 26,0% avaliou que o consumo foi igual.

FOTOS: Carlos Pacheco

A

Pesquisa sobre Intenção de Consumo das Famílias de Teresina – ICF, realizada em parceria entre a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Piauí (Fecomércio), através do Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento (IFPD) e a CNC (Confederação Nacional do Comércio) no final do mês de julho de 2013, registrou queda de 0,3% com relação ao mês de junho, atingindo 131,4 pontos numa escala que vai de 0 a 200 pontos. O estudo revela que a Renda Familiar que apresenta Índice de Consumo maior é a que está acima de 10 salários mínimos, totalizando 160,5 pontos.

Compras a Prazo

Em dados totalizados, 65,8% dos entrevistados disseram que o crédito para comprar a prazo está mais fácil que no ano anterior. Já quando a avaliação é feita levando em conta a classe social do entrevistado, o que se observa é um percentual mais elevado de otimismo para aqueles que faturam mais de 10 salários mínimos (91,2%). Esse item atingiu 148,7 pontos, um pouco abaixo de junho (150,8 pontos).


Perspectivas de Consumo O Índice de Perspectivas de Consumo ficou em 157,0 pontos, indicando um bom grau de satisfação. Entretanto, com relação ao mês ante-

rior houve uma queda de 3,68%, mesmo assim, 2/3 (66,4%) das famílias considera o cenário positivo para os seis meses seguintes.

Intenção de Adquirir Bens Duráveis A Intenção de comprar Bens Duráveis ficou 4,89% maior do que em junho. Nesse período, é justificado o aumento, pois no mês passado foi anunciado o programa do Governo Federal Mi-

nha Casa Melhor, porém as vendas foram intensificadas neste mês uma vez que os empresários do setor, principalmente material de construção, se prepararam melhor para receber esta demanda.

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n Sindicatos

Acordos coletivos favorecem empresas e

trabalhadores

Fortalecimento da representatividade e a renovação de lideranças patronais foi tema do Encontro Regional do Sicomércio em Recife Por Gisele Alves

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epresentantes da Fecomércio-PI participaram do Encontro Regional do Sicomércio, realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), entre os dias 1º e 3 de julho, em Recife. O evento reuniu representantes de todas as Federações e Sindicatos do Comércio e Serviços da região Nordeste, onde foram discutidos assuntos

inerentes ao fortalecimento da representatividade, como convenções e acordos coletivos, e a renovação de lideranças patronais. As convenções e acordos coletivos de trabalhos, segundo o Art. 611 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), são instrumentos normativos autocompositivos, por meio dos quais as partes envolvidas negociam FOTOS: EDUARDA CARVALHO

► Representantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Piauí participaram do Sicomércio

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condições de trabalhos aplicáveis no âmbito de abrangência de suas respectivas representações. As convenções são realizadas entre os sindicatos dos trabalhadores e os sindicatos patronais. A diferença do acordo para as convenções é que no primeiro são firmadas medidas entre o sindicato laboral e uma ou mais empresas, enquanto o segundo pactua ações que beneficiam toda a categoria. Segundo o presidente do Sindicato de Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis, Pedro Barbosa, todos os anos a instituição negocia a convenção coletiva de trabalho juntamente com as demais categorias econômicas na cidade de Parnaíba. “A importância destes instrumentos revestem-se na possibilidade de por meio deles se negociarem melhorias nas relações e condições de trabalho e emprego, tais como pisos salariais diferenciados, reajustes, horas extras, quebra de caixa, dentre outros”, afirmou. Ainda segundo ele, para as empresas estes instrumentos são extremamente importantes já que podem regulamentar, por exemplo, ho-


rários de trabalhos compatíveis com as diversas atividades econômicas, bem como aos domingos, feriados e em datas comemorativas. Além da realização de convenções e acordos coletivos de trabalho, a entidade também planeja eventos para fortalecer a categoria e incentivar o crescimento do setor. Dentre as ações para os próximos 12 meses, estão a realização de um feirão de imóveis, que contará com o apoio dos agentes financeiros e outras FOTO: TÂNIA SAMARA LEMOS

►Sindicato de Empresas Imobiliárias do Piauí luta para fortalecer a categoria e incentivar o crescimento do setor

entidades e a realização de palestras e treinamentos com temáticas pertinentes ao setor imobiliário. O presidente ressalta que a filiação é importante pela possibilidade de discutir problemas inerentes à categoria no seio do sindicato, e dessas discussões se extrair as soluções mais adequadas, devido à força de um grupo que tem mais peso que uma decisão isolada de uma determinada empresa. “Além de fortalecer a categoria, ganhamos força junto às autoridades, com as quais o problema deve ser encaminhado e resolvido, sem aparecer o nome da empresa ou do empresário, mas do sindicato, o que evita riscos de perseguições ou represálias a uma determinada empresa”, ressaltou. Filiado à Fecomércio-PI e à Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Sindicato de Empresas Imobiliárias do Piauí também realiza em parceria com estas instituições a capacitação de dirigentes sindicais do Comércio no Estado. “Por meio do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS), nossos filiados podem participar de palestras, treinamentos e avaliações das entidades integrantes do Sistema Confederativo de Representação Sindical do Comércio (Sicomércio)”.

Além de fortalecer a categoria, ganhamos força junto às autoridades, com as quais o problema deve ser encaminhado e resolvido, sem aparecer o nome da empresa ou do empresário, mas do sindicato, o que evita riscos de perseguições ou represálias a uma determinada empresa”, ressaltou Pedro Barbosa, presidente do Sindicato das Empresas Imobiliárias do Piauí.

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n Impostos

Empresários anunciam Revolta Empresarial para Objetivo é reduzir a alta carga tributária do país Por Gisele Alves e Karla Nery

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de impostos. O presidente afirma ainda que a precarização nos serviços básicos acontece por conta da política vigente no país, que prioriza programas assistencialistas, que oneram os cofres públicos e beneficiam apenas uma parcela da população. Em 2012, por exemplo, foi arrecadado em impostos, segundo a Receita Federal, R$ 1,029 trilhão, e só para o Bolsa Família foram destinados R$ 20,5 bilhões. “Esses programas sociais criaram um círculo vicioso. Hoje, ninguém quer trabalhar. Quando chega ao Congresso Nacional uma proposta para reduzir 5% dos impostos, um deputado propõe logo que este dinheiro seja destinado ao Bolsa Família e tem aprovação dos demais parlamentares. Por quê? Porque a maioria dos políticos de hoje não são estadistas, não pensam na próxima geração, pensam apenas na próxima eleição. Eles bajulam as categorias mais humildes entendendo que eles são quem decidem na hora de votar, mas na hora das eleições eles vão procurar os empresários para financiar a campanha deles. Com isso, eu quero dizer que não estou do lado de 200 empresários que estão ganhando dinheiro, mas de 200 milhões de brasileiros que pagam a conta do Bolsa Família”, disse. Cavalcante ressalta ainda outra contradição: o Governo arrecada 40% do faturamento das empresas, mas apresenta um déficit muito alto. No ano passado, por exemplo, o carlos pacheco

Eu espero mostrar para a opinião pública que quem produz neste país é o empresário. Quem distribui mercadorias e riquezas é empresário. Quem gera emprego é empresário. Quem paga e recolhe impostos é empresário. Quem financia a máquina estatal é o empresário. Isso gera muita indignação, pois além de pagar uma alta carga tributária, temos que pagar o plano de saúde dos empregados, dar bolsa de estudos para o filho deles e bancar vigilância armada, caso contrário, somos roubados, pois não temos segurança. Então, para que se paga imposto?”, indagou Valdeci Cavalcante.

esponsáveis por gerar emprego, produzir riquezas, movimentar a economia do país, os empresários são um dos maiores afetados com a alta carga tributária brasileira, já que têm que destinar 40% do seu lucro aos impostos cobrados sobre todos os produtos que comercializam, sem receber nenhum incentivo por parte do poder público. Segundo o presidente do Sistema Fecomércio Sesc/Senac no Piauí, Valdeci Cavalcante, os donos de empresas têm hoje 5 a 6% de lucro sobre o que comercializam, enquanto o governo fica com quase metade do que foi produzido. “Mais de 40% do lucro vai para o pagamento de impostos. Do valor de R$ 100 de uma mercearia, R$ 40 vai para o Governo. E o que o Governo contribui para aquela mercadoria? Nada.”, afirmou o presidente. Planejando uma Revolta Empresarial para o início do próximo ano, o presidente conta que já está preparando um modelo para ser articulado com os presidentes de outras federações. A ideia é mobilizar os empresários para não pagar os impostos a partir de janeiro. Segundo ele, assim, o Governo vai sentir a força empresarial no bolso e a única coisa ruim que pode acontecer é virem multas, mas isso ainda tem como negociar. Cavalcante explica que o objetivo da “Revolta Empresarial” é garantir uma reforma tributária para beneficiar não só os empresários, mas a todos os brasileiros que destinam boa parte de sua renda ao pagamento

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► Segundo Valdeci Cavalcante, o objetivo é garantir uma reforma tributária para beneficiar não só os empresários, mas a todos os brasileiros que destinam boa parte de sua renda ao pagamento de impostos

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déficit na economia brasileira foi de R$ 72 bilhões de dólares e este ano ficará em torno de R$ 75 bilhões de dólares, mesmo arrecadando quantias altas em impostos. Atualmente, a alta carga tributária tem sido uma das maiores responsáveis pelo fechamento das empresas. Os impostos são pagos antes que a mercadoria seja comercializada, caso contrário, a Secretaria de Fazenda (Sefaz) não libera o produto. “Os

comerciantes estão todos endividados. A mercadoria mal chega e já tem que pagar imposto. E quando é perecível e passa do prazo? É prejuízo total para os empresários, pois os impostos já foram pagos. Comércio, hoje, é uma ilusão. Tem muito empresário quebrado. Na verdade, a grande maioria dos empresários trabalha a vida toda e morrem pobres e endividados.”, concluiu Valdeci Cavalcante.

Os microempresários sãos os que mais sofrem

Campeões de impostos

Conheça os 10 produtos com maior porcentagem de impostos cobrados no Brasil 1) Cachaça: ...................................81,87% do preço é imposto; 2) Casaco de pele: ........................81,86% do preço é tributo; 3) Vodca: ........................................81,52% do preço é imposto; 4) Cigarro: ......................................80,42% do preço é imposto; 5) Perfume importado: ...................78,43% do preço é imposto; 6) Caipirinha: ..................................76,66% do preço é imposto; 7) Videogame: ................................72,18% do preço; 8) Revólver: ....................................71,58% do preço é imposto; 9) Perfume Nacional: .....................69,13% do preço é imposto;

Gisele alves

10) Moto com mais de 250 cc: .......64,65% do preço é imposto. Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)

A

Revolta Empresarial, encabeçada pelo presidente da Fecomércio Sesc/Senac no Piauí, ganhou destaque na mídia após a participação de Valdeci Cavalcante em um programa de rádio, onde o presidente da Associação dos Merceeiros e Donos de Mercadinho de Teresina, Milton Carvalho, dava entrevista sobre as dificuldades que os microempresários estavam enfrentando e as soluções que a associação conseguiu para eles se manterem no mercado. Criada em 2003, a Associação dos Merceeiros e Donos de Mercadinho de Teresina, surgiu devido à necessidade de buscar ações que beneficiassem o setor, que foi afetado após a instalação de grandes redes de varejo em Teresina. Para concorrer com os grandes supermercados, a associação criou centrais de negócios, onde conseguem adquirir mercadorias no mesmo valor repassado para as grandes redes. Segundo o presidente da associação, Milton Carvalho, a compra conjunta permite baratear o valor do produto, mas ainda tem que emitir duas notas fiscais, gerando assim uma bitributação. “Como estamos reunidos em associação, o pedido é feito coletivamente, e em

► Para Milton Carvalho, a compra coletiva auxilia merceeiros e donos de mercadinho a reduzir cobrança de impostos

grande quantidade. Depois, é distribuído entre os donos de mercadinhos e mercearias. Porém, não nos livramos completamente dos impostos, pois temos que emitir duas notas fiscais: a primeira na hora da compra do produto e a segunda na hora de repassar para o dono do mercadinho”, explicou. Ainda de acordo com Milton, os microempresários são os que mais sofrem com a alta carga tributária do país, já que dos R$ 1.500 reais de lucro que conseguem arrecadar nos seus estabelecimentos, R$ 500 são destinados ao pagamento de impostos. “Já tentamos inúmeras vezes abrir um canal de negociação com o secretário de Fazenda, mas a resposta é sempre a mesma, que o Simples foi à forma encontrada para beneficiar a categoria, e nunca abrem a possibilidade de diálogo”, destacou Milton Carvalho. Atualmente, 328 empresas estão filiadas à associação, e a categoria já está se articulando com a Fecomércio e outras instituições para fortalecer o movimento Revolta Empresarial, prevista para ser deflagrada em janeiro do próximo ano. Segundo ele, já estão sendo elaborados mecanismos para os empresários protestarem contra a alta carga tributária do país.

É importante esta articulação com os outros sindicatos, até para unirmos força e lutarmos por uma reforma tributária no nosso país, pois se os grandes empresários sofrem com a grande quantidade de impostos, imagine nós, donos de mercearias e mercadinhos, que além de gastar grandes quantias com tributos, ainda somos assaltados, o que nos obriga a fechar nossas portas, pois sem incentivo, como nós podemos continuar trabalhando?”, concluiu Milton Carvalho.

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AJE-PI promoverá 2º Feirão de Impostos em setembro Por Lucas Batista Fotos: AJE-PI

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Associação de Jovens Empresários do Piauí (AJE-PI) marcou para o dia 21 de setembro a realização do 2º Feirão de Impostos. Segundo o coordenador do evento, Landerson Carvalho, esse ano, a data será marcada por um pedalaço saindo da Praça da Liberdade, próximo ao Palácio de Karnak, até a Potycabana, onde haverá ainda exposição de produtos com e sem impostos. “Nós vamos pedalar pela cidade vestindo uma camisa que fala sobre a alta carga de impostos e usando nariz de palhaço. Queremos com isso sensibilizar e conscientizar a população de que é preciso protestar para que essa realidade mude”, afirmou Landerson. O Feirão do Imposto foi criado em 2003 pelo Núcleo de Jovens Empresários da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), com o objetivo de informar e alertar a população sobre a alta carga tributária que incide em serviços e bens de consumo no Brasil. Desde 2011, o projeto integra as ações da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (CONAJE) e é desenvolvido pelas associações de jovens empreendedores e empresários em mais de 200 cidades brasileiras em 20 estados e no Distrito Federal. O Feirão mostra a quantidade de tributos inseridos em itens da alimentação,

► Feirão conscientiza população sobre a alta carga tributária do Brasil

remédios, veículos, bebidas, serviços como telecomunicações e energia, além de revelar como esses impostos impactam no custo do salário mínimo, criando um ambiente no qual a população possa discutir a reforma tributária e provocar os consumidores a fiscalizarem a cobrança de tributos e sua correta aplicação por parte do Governo. Nos últimos dois anos, o projeto alcançou resultados importantes, não somente na alerta a sociedade, mas ao cobrar políticas públicas de redução da alta carga tributária e da correta aplicação dos impostos recolhidos. Em dezembro de 2012, por exemplo, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei 12.741, que determina a discriminação dos tributos sobre produtos e serviços na nota e cupom fiscal. Além disso, em março deste ano, a presidenta anunciou a retirada de impostos federais que incidem em produtos da cesta básica. Atualmente temos 83 tipos de tributos, dos quais 16 são impostos. Em Teresina, o Feirão do Imposto aconteceu pela primeira vez em setembro de 2012. Uma das ações mais impactantes na capital foi uma amostra que, até mesmo na hora da morte, o brasileiro não está isentos dos impostos, já que existe o Imposto de Transmissão Causa Mortis

e Doação (ITCMD), tributo estadual devido por toda pessoa física ou jurídica que receber bens ou direitos como herança, diferença de partilha ou doação. O imposto deve ser calculado e declarado pelo próprio sujeito passivo, que fica obrigado a antecipar o seu pagamento, sem prévio exame da autoridade administrativa. Porém, a extinção do crédito tributário ainda dependerá de homologação pela Fazenda Pública. Para chamar atenção para esse tipo de imposto, o Feirão realizou um velório na Praça João Luiz Ferreira, onde dentro do caixão estavam os 16 tributos, e cada produto exposto informava o valor real com e sem impostos. Vale ressaltar que essa ação ocorre a nível nacional e para alguns itens em exposição, como carros e motos, por exemplo, os consumidores interessados na compra sem tributos podem preencher cupons para concorrer ao direito de aquisição. Em algumas cidades, até imóveis são vendidos sem o peso de tributos. Em outras, o consumidor pode ainda abastecer veículos com gasolina sem a cobrança de impostos, pois com a redução no valor de comercialização na bomba, o preço cai até 53,03%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), ou seja, se fosse realizada

Até mesmo na hora da morte, o brasileiro não está isento dos impostos

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► Outra medida estimulada durante o Feirão é assinar o Abaixo-assinado por menos impostos e mais eficiência no Brasil

uma reforma tributária, reduzindo a cobrança de impostos, os brasileiros conseguiriam consumir mais e fortalecer a economia do país, gerando mais emprego e renda para toda a população. Outra medida estimulada durante o Feirão é assinar o Abaixo-assinado por menos impostos e mais eficiência no Brasil. Junto ao Movimento Brasil Eficiente (MBE), a Conaje e os movimentos estaduais recolheram milhares de assinaturas em 2012 com o intuito de levar ao Congresso Nacional para solicitar a redução e simplificação dos impostos no Brasil, estabelecendo cinco grupos de tributos, além da criação de um Conselho de Gestão Fiscal para ajustar o sistema fiscal brasileiro.

Nós vamos pedalar pela cidade vestindo uma camisa que fala sobre a alta carga de impostos e usando nariz de palhaço e haverá ainda uma exposição na Potycabana. Queremos com isso sensibilizar e conscientizar a população de que é preciso protestar para que essa realidade mude”, afirmou o coordenador do evento, Landerson Carvalho.”

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n C ont r ibu i ç ão Sindic a l

Assinatura na Carteira de

Roberto Victor Pereira Ribeiro Advogado, Escritor e Professor Assessor Jurídico da Procuradoria-Geral de Justiça -CE robertoribeirojur@hotmail.com

A maior diferença entre o trabalho formal e o informal é a segurança que o emprego formal de carteira assinada possibilita ao trabalhador. As vantagens não beneficiam apenas os empregados, mas, também, os empregadores.”

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TRABALHO A razão maior para a confecção deste artigo reside na explicação jurídica sobre as vantagens da assinatura na CTPS do empregado. Vantagens para ambas as partes – empregado e empregador. É cediço que o trabalho informal, isto é, o trabalho sem vínculo empregatício, sem carteira assinada, renda fixa, férias, previdência ou qualquer outra segurança fornecida pelo Ministério do Trabalho, cresce dia a dia, alcançando índices alarmantes. O fator desse crescimento no Brasil ocorre em face da excessiva carga tributária imposta sobre a relação de emprego. O trabalho informal começou a se tornar praxis no Brasil na gênese da década de 1990, hasteando a condição de que trabalhar desvinculado a qualquer empresa seria o melhor para o empregado. Essa tendência cresce até os dias hodiernos e o governo tenta estabilizar, criando incentivos como a diminuição de impostos para abrir e manter empresas de pequeno porte. Frise-se, com bastante atenção, o empregado informal não tem direitos (diretos) como férias, décimo terceiro salário, hora extra remunerada, folga semanal remunerada, FGTS, licença paternidade/maternidade, seguro desemprego e, em muitos casos, acesso a serviços de instituições financeiras que demandam assinatura na CTPS para formalização de seus serviços. Como se caracteriza um trabalho informal? O trabalho informal é o paradoxo do trabalho formal que, por sua vez, é caracterizado pela contratação e assinatura da carteira de trabalho por um patrão, garantindo todos os direitos previstos em leis.

Além das vantagens já destacadas neste artigo como férias e pagamento ao INSS, o empregado formal possui a segurança de saber que está regular e laborando para o crescimento salutar de seu País e da sociedade que vive. Não vale a pena para o empregado abrir mão da assinatura da carteira apenas para maximizar seus ganhos uma vez que não há descontos de seu salário na forma de INSS e FGTS. É um risco, pois a qualquer instante, o empregado pode se ver a deriva. A maior diferença entre o trabalho formal e o informal é a segurança que o emprego formal de carteira assinada possibilita ao trabalhador. As vantagens não beneficiam somente os empregados, mas, também, os empregadores. Um empregador que mantém seus empregados contratados de maneira regular escapa de sanções por parte da Superintendência Regional do Trabalho (antiga Delegacia Regional do Trabalho), órgão pertencente ao Ministério do Trabalho e Emprego, de fiscalizações e possíveis reclamações por parte do Ministério Público do Trabalho, além de sofrer uma reclamação trabalhista e se ver derrotado diante da defesa do empregado respaldada sob o pálio do princípio da primazia da realidade, ou seja, mesmo que o empregado esteja irregular, as funções que exerce, o horário que trabalha e outras condições, serão aferidas sob o prisma da realidade, e não como pensam os empregadores quando desejam burlar as leis trabalhistas. Portanto, não há vantagem alguma em não assinar a carteira de seus funcionários, ou melhor, não há desvantagem alguma em regularizar o labor de seus colaboradores.


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Comprar, vender ou

ALUGAR?

CARLOS PACHECO

n Negócios

O Boom do mercado imobiliário no Piauí Por Denilson Avelino

I

magine um balão. Agora imagine que este balão seja cheio até estourar. Essa é uma comparação simplória para expressar o real significado da palavra “boom” que virou febre nas rodinhas que discutem o assunto, após a quebra da economia norte-americana em 2008 e que acabou contaminando todo o mercado mundial e até hoje surte efeitos negativos. Mas, esqueça as previsões apocalípticas sobre o mercado imobiliário no Brasil. Os números só crescem e o comércio vai continuar aquecido por um bom e tranquilo período. Segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) realizada pelo IBGE em 2011, as 92,7 mil empresas, somente na área da construção civil, setor diretamen-

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Revista Fecomércio Setembo / Outubro 2013

te ligado ao mercado imobiliário, empregaram cerca de 2,7 milhões de pessoas em todo o País. Essas companhias tiveram gastos com pessoal ocupado na ordem de R$ 74,7 bilhões, dos quais R$ 49,9 bilhões foram gastos com salários,

retiradas e outras remunerações. O salário médio mensal cresceu 3,8%, passando de R$1.305,00 em 2010 para R$ 1.437,00 em 2011, o que significou um salário médio de 2,6 salários mínimos mensais, cujo reajuste, em 2011, foi de 6,7%, com ganho real de 0,2%. O crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança aumentou de R$ 56,2 bilhões para R$ 79,9 bilhões; e com recursos do FGTS, de R$ 27,3 bilhões para R$ 34,9 bilhões entre 2010 e 2011. Segundo a Pesquisa Anual de Serviços do IBGE, em 2010, o setor imobiliário obteve receita líquida de 19, 8 bilhões de reais que em comparação com o ano anterior apresentou crescimento real de 15,8% e empregou quase 150 mil pessoas. Na época, estavam registradas no país 28 mil empresas em atividade imobiliária. O crescimento pelo qual o Brasil passou nos últimos anos é reflexo de algumas particularidades da nossa economia. Estabilidade econômica e recuo da inflação no governo Fernando Henrique Cardoso, passando pelo fortalecimento de setores primordiais como a construção civil, indústria e o setor de serviços no mandato do ex-presidente Lula. Claro, o apoio da máquina pública ajuda a manter o desenvolvimento da economia em qualquer lugar do mundo, mas é a iniciativa privada que tem papel fundamental em se diversificar e produzir demandas de mercado. Em Teresina, ocorre um “boom” mercadológico que já foi observado há mais de 15 anos em Fortaleza e há pouco mais de oito anos em São Luís. Quem anda pelas ruas da capital piauiense, assiste e ouve as peças publicitárias na TV e no rádio ou conhece alguém que entrou no negócio, sabe bem do que estamos falando. O mercado imobiliário é “a menina dos olhos” no mundo dos negócios em Teresina. A família teresinense compra, aluga e investe em imóveis com uma avidez impressionante. Quem despertou para esse nicho logo cedo, hoje colhe frutos. E quem pensa que esse negócio é só para família está enganado. O jovem adulto e solteiro, seja homem ou mulher, pensa, antes de comprar o carro, em ter seu próprio canto e sair de vez


da casa dos pais. Quem conta essa tendência é o jornalista Delano Martins, especialista na área. Martins argumenta que o jovem tem a ideia da casa própria não só para se desligar formalmente dos pais, mas sim como um investimento, seja para aluguel ou para constituir uma família em longo prazo. “Você tem uma série de perfis de clientes que estão comprando imóveis para presentear seus filhos e substituir em troca de viagens ou até mesmo do primeiro automóvel. Os pais sabem que o apartamento só tende a valorizar com o passar do tempo”, destaca. Delano Martins relembra ainda que o financiamento de imóveis nos EUA, por exemplo, tem mais de 30 anos. No Brasil, a poupança vem sendo utilizada para se financiar apartamentos e casas. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) também pode ser sacado para este fim. As facilidades são inúmeras para quem deseja obter um lugar para chamar de seu. O jornalista faz uma síntese dessa evolução. Segundo ele, junto com o crescimento de depósitos em poupança, os financiamentos pelos bancos aumentam na mesma proporção, o que abre ainda mais possibilidades de se fazer negócios. Martins destaca que o preço do metro quadrado em áreas valorizadas na capital, como na Zona Leste, pode variar de mil a sete mil reais. Um fator interessante é que o crescimento do mercado imobiliário movimenta não só a Construção Civil. É um efeito em cadeia. Gera empregos diretos e indiretos, além de movimentar outros setores, como a Educação. Para que casas e apartamentos sejam construídos é preciso uma demanda maior de novos pedreiros, carpinteiros, marceneiros, eletricistas, arquitetos e engenheiros, bem como técnicos em vendas imobiliárias que estão sendo formados para atender o mercado que cresce. “Até 2016, ano das Olimpíadas, o mercado imobiliário vai crescer por conta da construção civil, a partir daí pode haver um diminuição de lançamentos de novos empreendimentos, mas isso vai ser bom, pois só vão ficar no mercado os melhores, quem realmente está na corrida por vocação e não aventura”, alerta Delano Martins. Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013

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KARLA NERY

Até 2016, ano das Olimpíadas, o mercado imobiliário vai crescer por conta da construção civil, a partir daí pode haver diminuição de lançamentos de novos empreendimentos, mas isso vai ser bom, pois só vão ficar no mercado os melhores, quem realmente está na corrida por vocação e não aventura”, alerta Delano Martins, jornalista e corretor de imóveis.

► Delano Martins, jornalista e corretor de imóveis

Áreas que crescem • Construção Civil (Pedreiros, pintores, carpinteiros, marceneiros, eletricistas, arquitetos e engenheiros) • Lojas de material de construção (Vidraçarias, madereiras, premoldados, ferragens, entre outros) • Publicidade e Jornalismo (Agências para criação de artes e divulgação dos imóveis nos classificados) • Educação (Novos cursos técnicos e superiores em faculdades e universidades) KARLA NERY

• Segurança eletrônica (Vigilância, porteiros eletrônicos, entre outros) • Lojas de decoração e móveis planejados • Empresas de Seguros e Empréstimos

Martins destaca que o preço do m2 em áreas valorizadas na capital, como na zona Leste, pode variar de R$1.000,00 a R$7.000,00.

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A facilidade de financiamento dos bancos

N

a Caixa Econômica Federal, banco pioneiro no país em financiamento imobiliário, o crédito imobiliário se divide em duas partes: habitação de interesse comercial, onde se dá pela utilização do FGTS ou então com a poupança, ou habitação de interesse social que pode ser subsidiada em até 100% pelo Governo Federal. O Gerente Regional de Negócios da Construção Civil da Caixa, Francisco Elizomar Nunes Guimarães, explica que a habitação de interesse social se volta para famílias de baixa renda na zona rural e urbana do Estado. Na zona rural, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), em parceria com prefeituras, sindicatos e associações rurais, apresentam projetos a Caixa de no máximo 50 famílias para serem financiadas na comunidade. No Piauí, existem atualmente 105 projetos desse tipo em execução com investimentos na ordem de 103 milhões de reais. Em análise, estão outros 187 projetos que somam o montante de 250 milhões de reais. Na faixa que compete ao financiamento em habitação de interesse social da área urbana, o banco disponibiliza duas modalidades de operação. Uma com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial), conhecido como “Minha Casa, Minha Vida” Faixa 1, onde estão sendo executados cerca de 12.600 unidades habitacionais com um investimento de R$ 680 milhões. Para este ano, 5.600 unidades habitacionais serão entregues nas principais cidades do Estado como Parnaíba, Piripiri e Floriano. “Os municípios foram escolhidos por ter população maior que 50 mil habitantes, com exceção de Esperantina e Campo Maior. Esses dois foram inclusos por terem sido atingidos pelas fortes chuvas no ano de 2009, o que ocasionou prejuízos habitacionais. Além deles, as

cidades de Luís Correia, Luzilândia, Porto, Domingos Mourão, Brasileira e Piracuruca foram beneficiadas”, lembra Francisco Elizomar Guimarães. Para análise do banco ainda estão 21 projetos para a construção de mais 14 mil unidades habitacionais no Estado, orçados em R$ 750 milhões. Guimarães garante que “esses são números somente de obras em andamentos, ainda há a fatia que será contratada. Com esses empreendimentos que estão em análise o banco vai chegar, somente em habitação de interesse social, em R$ 2 bilhões de investimentos no Piauí”. Até 2011, a Caixa era a única a atuar dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”, mas por determinação do Governo Federal, o Banco do Brasil passou a operar em conjunto nesta área. Guimarães afirma que esses investimentos vão além de moradia adequada para os beneficiários, para ele, a geração de emprego e renda na construção desses imóveis serve de reação em cadeia para outros setores da economia. “Isso movimenta toda uma cadeia produtiva. Desde o cidadão mais simples que passa pelo pedreiro, carpinteiro e vai ao engenheiro, arquiteto, designer. Todas essas pessoas que estão nessas obras trabalham com carteira assinada e têm seus direitos garantidos e fazem a economia girar”. Agora falando sobre habitação de interesse comercial, os bancos estão financiando desde pequenos apartamentos até lojas em shopping centers ou coberturas no m² mais caro da capital. “Nós detemos mais de 75% do mercado de crédito imobiliário e financiamos praticamente tudo aquilo que diz respeito ao segmento imobiliário. Em Parnaíba, norte do Estado, está sendo construído um shopping com financiamento do banco. Nossa média de

financiamento no Estado é maior que a média nacional”, ressalta Francisco Guimarães. A ampliação de prazo, diminuição de taxas de juros e controle inflacionário foram fatores que permitiram muitos brasileiros mudarem de ideia e hoje ter poder de compra para construir a casa nova, reformar ou sair do aluguel. “Há casos de filhos que moram com os pais, talvez por questão de conveniência, mas a vontade é de sair. Então, a questão é simples: com um financiamento, na maioria das vezes menor que um aluguel, a preferência é por comprar um imóvel novo. Com prestação fixa e parcelas decrescentes. Um investimento em longo prazo”, avalia Guimarães. O crédito imobiliário comercial, ou seja, as unidades habitacionais que são colocadas à venda no mercado têm duas fontes de financiamento. A primeira é o FGTS com taxas de juro a 4,5% ao ano. Para as famílias aqui em Teresina com renda até R$1.600,00 por mês há um subsídio de até R$ 17 mil com prazo entre 240 a 320 meses para quitar. Para imóveis de avaliação, compra ou venda com valor acima de R$ 170 mil, esses são subsidiados com o dinheiro da poupança com taxas de juros reduzidas. O gerente lembra ainda que essas oportunidades surgiram há pouco mais de dez anos com a postura econômica adotada pelo Governo Federal. “A habitação tem uma característica muito especifica. Ela envolve vários setores ao mesmo tempo. A cadeia produtiva é grande. Imagine aí 35 mil pais de família trabalhando nesses empreendimentos com carteira assinada, e aqui estamos falando somente dos empregos diretos, quanto de renda isso gera para o Estado? Isso vai surtir efeito no mercadinho, no açougue, na padaria, na boutique. Ou seja, é todo um segmento que o setor imobiliário alimenta”, comenta Guimarães.

CARLOS PACHECO

►A Caixa Econômica financia praticamente todos os tipos de imóveis

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Sindicalizar para que todos saiam ganhando

O

Aliais, é unânime entre os especialistas ouvidos pela Revista Fecomércio que o Setor Imobiliário do país fora beneficiado com a crise econômica de 2008. “Os investidores internacionais acreditaram no potencial do Brasil como mercado emergente. Esse efeito pode ser observado aqui mesmo em Parnaíba, onde o setor imobiliário tem crescido bastante. Na área comercial, temos dois shoppings em construção. Em Timon e Picos também estão sendo construídos shoppings. Na verdade, o que tem acontecido em todo o País é um processo de interiorização dos investimentos privados, voltados para as demandas locais, impulsionados pelo crescimento das cidades do interior. E nosso papel como imobiliária é estar junto para construir, incorporar e vender esses imóveis”, ressalta Pedro Barbosa. Com o tempo, a velocidade da oferta do Setor Imobiliário pode até diminuir, é óbvio que essa não é a perspectiva para os próximos anos, mas para quem desejar investir no segmento, lembre-se que sempre haverá alguém querendo comprar, vender ou alugar um imóvel e que este é um negócio que só tende a se valorizar.

KARLA NERY

Os investidores internacionais acreditaram no potencial do Brasil como mercado emergente. Esse efeito pode ser observado aqui mesmo em Parnaíba, onde o setor imobiliário tem crescido bastante. Na área comercial, em Parnaíba, nós temos dois shoppings em construção. Em Timon e Picos também estão sendo construídos shoppings. Na verdade, o que tem acontecido em todo o País é um processo de interiorização dos investimentos privados, voltados para as demandas locais, impulsionados pelo crescimento das cidades do interior. E nosso papel como imobiliária é estar junto para construir, incorporar e vender esses imóveis”, ressalta Pedro Barbosa.

segmento imobiliário agora busca se manter organizado. Na capital Teresina, ainda não existe um sindicato patronal que possa reunir todas as empresas do setor. O exemplo organizacional vem do norte do Estado, em Parnaíba, onde o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis tem atuação há mais de 50 anos, sendo o único no Piauí. “A atividade vem se mantendo ao longo desses anos com atuação média, pois a demanda das empresas de compra e venda na região de Parnaíba não é tão grande comparada com a capital, onde o mercado imobiliário vem se fortalecendo nos últimos 15 anos. A previsão é que o Sindicato de Empresas de Compra e Venda de Imóveis de Parnaíba estenda sua atuação para todo o Piauí”, afirma o presidente da instituição, o advogado Pedro de Oliveira Barbosa. Segundo ele, um dos principais objetivos do sindicato patronal é fazer com que a categoria se congregue na resolução de problemas em conjunto. Treinamentos, parcerias com entidades financeiras, realização de feirões, convenções e tratativas relacionadas a acordos coletivos, por exemplo, são alguns dos pontos positivos.

►Para Pedro Barbosa, o Mercado Imobiliário, principalmente na capital, vem se fortalecendo nos últimos 15 anos

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n Me rc a d o imobi li ár io

A crise norte-americana e o mercado imobiliário Delano Martins Jornalista (DRT-1335 - PI) Corretor de Imóveis (Creci-PI/1576) delanomartins@hotmail.com

Portanto, o problema no mercado imobiliário norte-americano não foi a causa da crise, mas uma consequência dela. Essa situação, ao contrário de trazer prejuízos ao Brasil, fez com que muitos investidores do Primeiro Mundo desembarcassem seus recursos no país.”

34 RevistaFecomércio Fecomércio Setembo Setembo/ Outubro / Outubro2013 2013 34 Revista

A

brasileiro

chamada “bolha imobiliária” norte-americana, que levou esse nome porque a crise financeira teve início com a quebra de vários agentes financeiros que negociavam ou garantiam empréstimos e hipotecas habitacionais, é, para muitos brasileiros, algo que pode ocorrer também no mercado imobiliário de nosso país. O Brasil, no entanto, está muito distante disso. Aqui, ainda há muita demanda a ser atendida, não só de crédito, mas também de habitação. Este é um fator. O outro são as próprias características do mercado de financiamentos. Nos Estados Unidos, não se comprava um imóvel com poupança, como no Brasil, e sim com comprometimento de renda. Com o crescimento da economia e a geração de renda, o americano financiava até 105%. Dessa maneira, o cidadão adquiria uma residência acima de seu poder aquisitivo. Em um primeiro momento, isso supriu a demanda inicial e contribuiu para o aumento desse mercado, tornando o investimento em imóveis bastante atrativos. Em um segundo momento, no entanto, os americanos começaram a atrasar ou deixaram de pagar a hipoteca do imóvel. Como agravante, não havia garantia sobre o empréstimo porque o imóvel foi financiado em sua totalidade. O mercado imobiliário, então, começou um movimento reverso, de queda nos preços, provocado pela menor procura e excesso de oferta de crédito. Sabese que uma das características da bolha é, em suma, o descasamento entre oferta e demanda.

No mercado norte-americano, o percen-

tual do crédito nesse setor sobre o PIB é de 50% a 60%, enquanto aqui no Brasil ainda está na casa dos 2%. A segurança jurídica dos contratos aliada a uma competição saudável entre os bancos, principalmente para baixar a taxa de juros, contribuiu para o fortalecimento do setor imobiliário brasileiro. Tais circunstâncias, associadas à decisão do Governo Federal de implementar um vasto programa habitacional subsidiado para as classes C e D e de abrir os cofres para financiamentos destinados à classe média, fizeram com que o mercado imobiliário brasileiro passasse a viver um certo boom, com riscos bem controlados e absolutamente normais. Portanto, o problema no mercado imobiliário norte-americano não foi a causa da crise, mas uma consequência dela. Essa situação, ao contrário de trazer prejuízos ao Brasil, fez com que muitos investidores do Primeiro Mundo desembarcassem seus recursos no país. Como exemplo, podemos destacar a cidade de Teresina, que nos últimos anos vem recebendo investimentos de empresas de várias regiões do país e também do exterior. O mercado imobiliário da capital piauiense segue aquecido, com bons lançamentos em todas as áreas, o que tem movimentado bastante a economia de nosso estado. A avaliação de muitos empresários piauienses é de que não há a possibilidade de formação de uma bolha imobiliária brasileira, diante do atual crescimento deste mercado, que deve seguir em ritmo acelerado por um longo período.


n Sesc

Sesc Praia oferece 80 apartamentos no

litoral

Reinauguração contou com a presença de autoridades políticas e empresariais do Piauí Por Ana Cláudia Coelho Fotos: Luís Mota

E

m clima de festa e durante a temporada de férias, o Sesc Piauí inaugurou os 40 novos apartamentos no Centro de Turismo e Lazer “Lucimar Veiga”, realizada na noite do dia 13 de julho, em Luís Correia. A solenidade teve a presença de autoridades políticas, empresariais e sociais do Piauí. Na oportunidade, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc/Senac no Piauí, Valdeci Cavalcante, destacou o legado que Lucimar Veiga deixou para o Sesc e falou dos novos empreendimentos que o Sesc e o Senac vão implantar no Piauí, com destaque para a ampliação do Sesc “Lucimar Veiga”, que passa a contar com 80 apartamentos amplos, equipados com

TV, ar-condicionado e minibar. No seu discurso, Valdeci Cavalcante, fez um apanhado das últimas obras realizadas em Teresina, Floriano, Parnaíba e Luís Correia. Valdeci apresentou maquetes e falou sobre os novos centros de atividades do Sesc que serão construídos em Bom Jesus e Oeiras, da ampliação do Senac em Parnaíba, Bom Jesus, Barras e São Raimundo Nonato. Na ocasião, o presidente anunciou para outubro a inauguração das novas instalações do Sesc Beira-Rio, em Parnaíba. O Centro de Atividades do Sesc contará com ginásio de esportes moderno, com aparelhos de última geração e piscina semiolímpica.

►Reinauguração do Centro de Turismo e Lazer “Lucimar Veiga”

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Neto de Lucimar Veiga agradece homenagem do Sesc

D

urante a solenidade de inauguração dos 40 novos apartamentos do Sesc “Lucimar Veiga”, no litoral do Piauí, o neto do homenageado, Érico Veiga agradeceu a homenagem ao avô e, emocionado, elogiou a administração regional do Sesc – que transformou os centros de atividades do Sesc no Piauí, ampliando e melhorando o atendimento à população. O deputado federal Júlio César também elogiou bastante a administração do Sesc. Ele iniciou seu discurso com a máxima: “O que seria do Brasil se não existisse o Sistema “S”? O Sesc faz essa revolução na prestação de serviços”. E o deputado foi enfático ao dizer que as instalações do Centro de Turismo e Lazer “Lucimar Veiga” são comparadas a de um hotel cinco estrelas, mas com custo de meia estrela, fazendo alusão aos valores das diárias cobradas no Sesc Praia.

►O neto do homenageado, Érico Veiga, agradeceu a homenagem ao avô e elogiou a administração regional do Sesc

►A Diretora Regional do SESC, Irlanda Castro, com os funcionários do SESC Praia

As instalações do Sesc Praia são comparadas a um hotel cinco estrelas com preço de meia estrela”, disse o deputado federal Júlio César. ►O deputado Júlio César participou do evento

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Foram inaugurados: • Nova portaria • Bloco de administração • 04 blocos de apartamentos - 40 aptos. • 02 casas com 3 suítes (cada)

• 3 mil m² de estacionamento • 5 mil m² de área gramada • 400 m² de área urbanizada • Área total: 25 mil m²

Estrutura: • 80 apartamentos climatizados • Espaço para eventos com palco coberto • Restaurante • Centro de Convenções – capacidade para 500 pessoas • 3 salas de conferência - transmissão simultânea e tradutor de idiomas • Parque aquático, toboágua • Sala de ginástica • Salão de jogos • Bar • Churrasqueiras • Campo de futebol • Quadra de areia • Espaço para grandes eventos no litoral • Estação de tratamento de esgoto com reuso de água • Energia solar • Sistema inteligente com minimização do uso de energia • Sistema de fechadura com cartão magnético • Mobiliário de última geração Informações e reservas: (86) 33678900 / Fax: (86) 33678959 sescpraia@pi.sesc.com.br Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013

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n Sesc

Sesc nas Empresas participa do SIPAT do

ATACADÃO

Projeto tem visitado empresas de Teresina, Parnaíba e Floriano Por Ana Cláudia Coelho

O

Sesc participou da II Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) do Atacadão (rede Carrefour). Durante toda a semana, as equipes do Sesc que atuam no projeto Sesc nas Empresas realizaram atividades voltadas aos comerciários que trabalham na rede de supermercados. A programação contou com aula de ginástica laboral, ministrada pela equipe de educadores físicos do Sesc Ilhotas; palestra sobre “Desperdício de alimentos”, ministrada pela equipe do programa Mesa Brasil Sesc; palestras sobre hipertensão, câncer de mama e outros cuidados com a saúde com distribuição de material informativo das campanhas de saúde que a entidade realiza. Além disso, a Orquestra Jovem do Sesc – formada por estudantes de instrumentos de orquestra do Sesc – apresentou um concerto dentro do supermercado. O concerto foi realizado

pela manhã e atraiu a atenção de comerciários e clientes que foram à rede de supermercados. Na ocasião, a coordenadora do Serviço de Atendimento ao Cliente, Adriana Andrade, apresentou os serviços que o Sesc oferece aos comerciários nas áreas de educação, saúde, cultura, lazer e assistência, destacando os benefícios aos comerciários que possuem a carteira do Sesc e o coordenador de Comunicação do Sesc, André Ribeiro, apresentou os principais eventos que a entidade oferece aos comerciários, dependentes e à comunidade. Também participaram da Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho do Atacadão as equipes de Turismo Social, Apresentações Artísticas e Educação em Saúde. O projeto Sesc nas Empresas leva as ações do Sesc para dentro das empresas e incentiva os comerciários a associarem-se ao Sesc para desfrutarem dos serviços que a entidade oferece.

►A coordenadora do Serviço de Atendimento ao Cliente, Adriana Andrade, apresentou os serviços que o Sesc oferece aos comerciários

►A Orquestra Jovem do Sesc atraiu a atenção de comerciários e clientes que foram à rede de supermercados

Sesc visita empresas de Parnaíba

E

m Parnaíba, o Sesc nas Empresas já atendeu os comerciários das lojas Insinuante, Macavi, Barroso e Magazine Luíza. Durante as visitas são realizados exames de saúde como aferição da pressão arterial, testes de glicemia e orientações sobre saúde da mulher e saúde do homem. A coordenadora de Educação em Saúde do Sesc Avenida, Lídia Ramalho, apresenta os serviços que a entidade oferece aos comerciários.

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Um videodocumentário mostra a estrutura dos centros de atividades, os programas e os principais projetos realizados pelo Sesc. Em seguida, é iniciada a emissão de carteiras do Sesc aos comerciários que não têm carteira e são revalidadas as carteiras daqueles que já têm acesso ao serviço. As próximas empresas a serem visitadas pelo Sesc no município serão o Comercial Carvalho e o Boticário.

►Além de palestras sobre Hipertensão, o Sesc realiza vários exames de saúde


Sesc Floriano visita empresas

A

s equipes da Central de Atendimento, Educação em Saúde, Desenvolvimento Físico Esportivo e Turismo Social do Sesc Floriano estão visitando as empresas do comércio de bens, serviços e turismo da cidade para apresentar os serviços do Sesc. As principais empresas do centro comercial da cidade já foram visitadas pelo Sesc Floriano, dentre elas o Armazém Paraíba, a Cajueiro Motos, Santa Clara Distribuidora de Veículos e Peças, Distribuidora de Bebidas York, Armazém Eldorado, Disvale Brahma, Lojas Cinderelas, Distribuidora dos bombons Garoto em Floriano e grupo Jorge Batista. Para os funcionários da Santa Clara Distribuidora de Veículos e Peças, a enfermeira Maria de Fátima ministrou palestra sobre hipertensão, orientando os cerca de 50 colaboradores a observarem os cuidados com o coração, as ações para evitar o tabagismo e o sedentarismo. Em seguida, a coordenadora da Central de Atendimento, Joselane Martins, iniciou a revalidação das carteiras dos colaboradores e esclareceu as principais dúvidas dos comerciários com relação aos serviços oferecidos pelo Sesc e os requisitos para emitir a carteirinha da instituição.

►O projeto leva as ações do Sesc para dentro das empresas e incentiva os comerciários a associarem-se para desfrutarem dos serviços que a entidade oferece

No Atacado Jorge Batista, além da palestra sobre hipertensão, foram apresentados os serviços da Central de Atendimento, do Desenvolvimento Físico Esportivo por meio de ginástica laboral e do Turismo Social que apresentou o cronograma de excursões que o Sesc Floriano

irá realizar no segundo semestre de 2013. A equipe do Sesc Floriano realiza visitas nas empresas pelo menos uma vez por semana para apresentar os seus serviços, iniciar o processo de emissão de carteiras e divulgar os projetos que a entidade vai realizar até o final do ano.

Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013 39 Av. Teresina, 280 • Parque Piauí • Timon-MA • Fone: (99) 3212.2177 | atendimentografiset@gmail.com


n

S e r v i ço S o c i a l

Semente do

conhecimento

Dra. Irlanda cavalcante de castro Diretora regional do sesc-pi

Encontramos naquele final de 2004, ao instalar o SESC LER na cidade de Guaribas, duas curiosas situações: jovens e adultos tímidos, revelando apatia para atividades fora do seu cotidiano e, por outro lado, segmentos interessados em participar e crescer, na esperança de mudar para melhor.”

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Revista Fecomércio Setembo / Outubro 2013

Q

uando decidimos plantar a semente do conhecimento na cidade de Guaribas, localidade situada no inóspito sertão piauiense, cerca de 500 quilômetros de Teresina, dois objetivos moviam nossa vontade. O Governo Federal pretendia transformar a região em modelo de desenvolvimento, exigindo das instituições esforço concentrado para a consolidação desse projeto, e o desafio, a que o SESC nunca fugiu, de contribuir para o crescimento, operando na educação e na cultura, como base de libertação social. Encontramos naquele final de 2004, ao instalar o SESC LER na cidade, duas curiosas situações: jovens e adultos tímidos, revelando apatia para atividades fora do seu cotidiano e, por outro lado, segmentos interessados em participar e crescer, na esperança de mudar para melhor. Logo nos primeiros momentos a equipe do SESC LER percebeu as dificuldades que teria a enfrentar. Pessoas desmotivadas, adultos cansados da labuta diária e jovens sem perspectivas constituíam a base do universo a ser trabalhado. Aos poucos, no entanto, os obstáculos foram sendo removidos, a equipe ganhou a confiança da comunidade e esta se associou ao projeto de leitura, despertando para o conhecimento de outras realidades que só o livro e o educador sabem transmitir. Hoje, um dos bons resultados do gratificante trabalho desenvolvido pela equipe do SESC LER está no livro HISTORIANDO GUARIBAS, recente-

mente publicado. São histórias escritas por alunos que há três anos não sabiam sequer assinar o nome e que hoje se revelam capazes de construir belas narrativas. Escolarizar, a partir da memória, foi a forma encontrada para conduzir o processo de aprendizagem. A origem do nome da cidade, as lendas que fantasiam o imaginário popular, a realidade dramática da sobrevivência em busca de água, os fatos pitorescos do cotidiano, a realidade das famílias são expostos por personagens que iniciam, com sucesso, suas primeiras experiências como escritor. A importância da contribuição do SESC LER à comunidade só o tempo mostrará, mas é clara a influência da proposta no comportamento e na consciência crítica da comunidade. Bastaria este livro para demonstrar o sucesso do laboratório de leitura ali instalado, mas tudo está apenas começando. O conhecimento é dinâmico e veloz, não pode parar. Do mesmo modo que Pedro Segundo da Rocha dedicou sua vida a retirar as pessoas da escuridão do analfabetismo, a missão do SESC LER é a continuidade de um sonho que se renova a cada estação. Como bem afirma o Presidente do SESC, doutor Valdeci Cavalcante, a juventude estudiosa de Guaribas diz ao mundo que “existe no interior do Brasil uma cidade, cujos moradores são capazes de produzir peças literárias da melhor qualidade”. E se tiverem condições saberão modificar para melhor a realidade da região onde vivem.


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n S e na c

Mercado de trabalho necessita de profissionais

técnicos

Diversos cursos estão sendo ofertados pelo Senac Por Lanussa Ferreira

O

ensino técnico encurta os caminhos para o primeiro emprego e até ajuda o aluno a ingressar em uma faculdade, pois é um curso de duração mais curta que permite conseguir a remuneração necessária para custear o ensino superior. Além disso, vivencia na prática o dia a dia do trabalho, algo que o estudante de nível superior muitas vezes não consegue. lanussa ferreira

Por estar em sintonia com o mercado de trabalho, monitorando suas necessidades e demandas crescentes, o Senac oferece cursos técnicos de qualidade, proporcionando parcerias estratégicas com importantes empresas na área de atuação de cada curso, currículos flexíveis e atualizados, além de permanente inovação tecnológica. Atualmente, os cursos técnicos oferecidos são: Técnico em Podologia, Estética, Segurança no Trabalho, Enfermagem, Logística, Secretariado, Redes de Computadores, Produção de Moda e Tradução e Interpretação de Libras. Todos contando com laboratórios modernos e equipados com o material necessário para o exercício prático das profissões. “O curso técnico é bem mais aprofundado, não trabalha só a base. Ele capacita o profissional tanto na teoria quanto na prática. Dessa forma, o mercado ganha mão de obra especializada e os alunos oportunidades concretas de emprego”, diz Fátima Filha, supervisora do segmento Gestão e Comércio do Senac Teresina.

Apesar de parecer que faltam oportunidades de emprego, em determinados setores, o que acontece é exatamente o contrário. Muitas empresas possuem vagas em aberto esperando apenas pessoas especializadas para ocuparem seus lugares. Por isso, a procura pelos cursos técnicos do Senac aumentou bastante nos últimos anos.

Ensino técnico para corretores imobiliários

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meiro dentro dos padrões do MEC e COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis) da região”, conta a coordenadora técnica pedagógica do segmento Gestão e Comércio, Vânia Farias. Além do curso técnico, já estão disponíveis dois cursos de aperfeiçoamento na área imobiliária. O curso de Legislação Aplicada ao Setor Imobiliário possui uma carga horária de 80 horas e possibilitará ao corretor de imóveis aperfeiçoar os conhecimentos sobre a legislação a fim de que ele lance mão das melhores alternativas que a lei possibilita para a realização de uma negociação com segurança e ética. Já o curso de Estratégias de Marketing Imobiliário e Vendas, possibilita aos profissionais do ramo imobiliário, utilizar o marketing como ferramenta para otimizar as vendas, aplicando as técnicas adequadas, considerando o perfil do consumidor e a dinâmica do mercado. Este curso tem a duração de 40 horas. Os dois cursos de aperfeiçoamento estão disponíveis apenas para o público pagante e são os primeiros cursos dessas áreas, no Estado, com o aval do CRECI-PI.

lanussa ferreira

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crescimento do setor imobiliário tem exigido do mercado, profissionais cada vez mais capacitados, principalmente no que diz respeito à corretagem imobiliária. Para exercer a função legalmente os Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis (CRECI), determinam como pré-requisito o curso técnico em Transações Imobiliárias. Pensando nisso, o Senac oferecerá este curso, com o objetivo de suprir a necessidade de qualificação adequada para o profissional que trabalha com a intermediação imobiliária no estado do Piauí, além de introduzir no mercado indivíduos cada vez mais atuantes, capacitados para atender às necessidades e tendências implantadas pelo mundo globalizado. O curso terá uma carga horária total de 800 horas, dividido em três módulos e será ofertado inicialmente aos participantes do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) que estudam a partir do 2º ano do ensino médio em escola pública e, futuramente, para o público pagante. “Temos recebido muitos telefonemas. O CRECI-PI está ansioso pelo curso, pois é o pri-

►Vânia Monteiro, coordenadora técnica pedagógica de Gestão e Comércio


n S e na c

Espalhando

conhecimento

Senac amplia a rede de escolas levando o ensino para todo o Estado Por Lanussa Ferreira

S

er um profissional qualificado é uma exigência cada vez mais presente no mercado de trabalho. Atualmente, muitas pessoas procuram ampliar os conhecimento por meio de cursos profissionalizantes e o Governo Fe-

deral incentiva estudantes de escolas públicas a fazerem o ensino técnico, participando do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Com a demanda crescente desse público

em busca de qualificação, o Senac Piauí vê a necessidade de ampliar e construir novas sedes, dando oportunidade para quem procura o conhecimento e deseja destaque no mercado de trabalho.

Obras do Senac pelo Estado Bom Jesus Bom Jesus, cidade localizada nos cerrados piauienses, receberá uma nova sede do Senac que já está em fase de construção. Tanto a população quanto a economia da cidade tem crescido rapidamente, devido à expansão agrícola. Por isso, a procura por cursos na região é alta. A sede do Senac em Bom Jesus também será integrada ao Sesc. Uma área de 2.054m² será construída e abrigará 10 ambientes pedagógicos

Valença, Parnaíba e São Raimundo Nonato

O Senac de Valença, atualmente, também passa por ampliação e as cidades de Parnaíba e São Raimundo Nonato também têm projetos para reforma dos prédios. Os alunos poderão contar com toda a estrutura e segurança, necessários para um bom aproveitamento e desenvolvimento profissional.

com capacidade para atender 10.000 matrículas por ano, um auditório, uma lanchonete, um laboratório de informática, dois laboratórios de imagem pessoal (um salão de beleza e uma sala de estética), um centro gastronômico (cozinha didática) e quatro salas de aula. Todo o prédio receberá climatização com sistema de ar-condicionado inteligente e sistema de monitoração com câmeras CFTV Digital.

Teresina

Em Teresina, também está sendo feita reforma do prédio Jorge Thomaz Tajra (JTT), que abrigava os laboratórios de informática. O edifício receberá estrutura com laboratórios e equipamentos modernos para melhor atender o público profissionalizante.

O projeto tem um investimento previsto de R$8.300.000,00 para obras, mobiliários e equipamentos. Elaine Dias, diretora regional do Senac Piauí, conta que o objetivo do Senac em expandir suas obras é interiorizar as ações para qualificar mais piauienses em todo o Estado. “Entendemos que é o melhor caminho para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das pessoas, pois, assim o empresário tem disponível no mercado, pessoas com as competências profissionais necessárias para realizar um trabalho de excelência, contribuindo para o crescimento de qualquer negócio”, diz Elaine Dias.

Barras

A cidade de Barras também receberá uma nova sede do Senac. A construção terá 2.000m² e capacidade para atender 4.000 alunos por ano em até 800 cursos de qualificação. O terreno que abrigará a instituição foi cedido pela Prefeitura de Barras e a perspectiva é de que o prédio seja inaugurado ainda no primeiro semestre de 2014.

RevistaFecomércio FecomércioSetembro Setembro/ /Outubro Outubro2013 2013 Revista

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n

Co a c h i n g

Suspenda todo tipo de

Cacilda Silva mastercoach e neurocoach cacildamastercoach@gmail.com

Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a um melhor conhecimento de nós mesmos.” (Jung)

/ Outubro 2013 44 RevistaFecomércio FecomércioSetembro Setembo / Outubro 2013 44 Revista

Julgamento O

seu julgamento mostra sobre você e, absolutamente, nada sobre a pessoa que você julgou porque a história dela permanece indisponível para você. Na verdade, todos os contextos estão fora de alcance, você estará se deparando apenas com uma fração pequena e momentânea da situação, por isso sua interpretação será apenas a sua interpretação, consoante suas próprias crenças e valores. Compreendendo isso, todo tipo de julgamento desaparece. Costuma-se estigmatizar as pessoas por seus erros - e o errado será sempre errado. Ao invés de centrarmos o foco da nossa atenção nos erros alheios, sob o viés do imutável e da condenação perpétua - devemos, ao contrário, ajudá-los a encontrar os seus tesouros espirituais e morais, respeitando as suas histórias de vida. No processo de Coaching, cria-se “uma relação com o cliente, na qual este é capaz de perceber, compreender e agir em relação aos eventos do processo ocorridos no seu ambiente interno e externo, de modo a melhorar a situação definida no problema.” (Lages e O’Connor, 2013, p.04). O Coaching tem como pedra angular o ser humano, como cocriador, ou seja, responsável pelos moldes de construção da sua vida. Nesse sentido, vê-se claramente a influência da Psicologia Humanista que tem como foco central a pessoa, como ser humano único, que constrói sua vida por si próprio, e deve ser respeitado na sua forma de pensar, sentir, agir e de se relacionar. No processo de Coaching, o foco, invariavelmente, é direcionado para as qualidades do ser humano (foco no positivo). Para que isso ocorra, é condição indispensável, que o coach afaste-se dos seus próprios valores e crenças e seja o menos diretivo possível com relação ao cliente, isto é, não julgá-los embora os sistemas de crenças de ambos entrem em conflito. A essência do Coaching está no saber ouvir, com intuito precípuo de levantar questionamentos a fim de que o cliente identifique as suas dificuldades. O profis-

sional coach jamais oferece respostas e sim perguntas. Aliás, no processo de Coaching, as perguntas são as respostas. Dessa forma, na sessão de Coaching, o profissional procura o máximo possível afastar-se de si mesmo (do seu sistema de crenças e valores), com a intenção de não valorar as palavras do seu interlocutor – tomando por base as suas próprias crenças, memórias, experiências e julgamentos – isso para não correr o risco de interpretar as experiências de quem fala, como reflexo da sua própria maneira de ver o mundo. O que faz do Coaching um procedimento peculiar, em busca da superação das dificuldades e alavancamento das potencialidades já existentes no indivíduo, é que toda a transformação tem de partir do próprio cliente, com o mínimo de interferência do profissional, cuja missão única é, tão somente, apontar os caminhos, utilizando-se dessa ferramenta extraordinária. O profissional coach é treinado para aperfeiçoar o ato de ouvir, estabelecer um diálogo, cuja mente volta à atenção, inteiramente para o foco, ao mesmo tempo, em que se vê livre de ideias pré-concebidas e julgamentos. No processo de Coaching, escutar não é um ato unicamente afeto aos ouvidos, mas, e principalmente, a uma mente livre que decodifica as mensagens por meio do sistema nervoso, dos sentimentos, do coração e do espírito de liberdade oriundo da sensação de atemporalidade que envolve o diálogo entre coach e coachee. Projetamos, portanto, no julgamento dos outros, parte intrínseca de nós mesmos. Com a vara que medimos os outros devemos nos medir também; e, veremos, com claridade meridiana, quem somos nós nesse exato momento. O Coaching nos ensina que jamais devemos fugir da responsabilidade de abater sobre nossos ombros o braço pesado do nosso próprio julgamento se quisermos enxergar a nossa verdade interior e nos livrarmos das amarras que nos impedem de sermos prósperos e felizes.


n E mpre e nde dor ismo

Por Denilson Avelino e Karla Nery Fotos: Karla Nery

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om programação diversificada e apresentações culturais que levaram a temática da Serra da Capivara à capital paulista, a gerência do Sebrae-PI realizou entre os dias 5 e 11 de agosto, no Shopping Eldorado, a 9ª edição do Piauí Sampa. A mostra é uma realização do Sebrae no Piauí e do Governo do Estado, com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Teresina e apoio da Fecomércio, Fiepi e Faepi/Senar. A solenidade de abertura contou com a presença de várias autoridades do Piauí, e inclusive nacionais. O Governo do Estado, parceiro do SebraePI no evento, esteve representado pelo vicegovernador, Moraes Sousa Filho, que destacou o empenho dos parceiros em garantir os melhores negócios, além de dar credibilidade às empresas do Piauí. “O empreendedorismo é importante para fazer a renovação que o Estado precisa rumo a um verdadeiro crescimento. Espero que no próximo ano, a gente faça uma festa ainda melhor e com maior volume de negócios”, destacou. Na ocasião, o diretor-superintendente do Sebrae no Piauí, Mário Lacerda, destacou o nível de competitividade que os empresários piauienses levam até São Paulo para exibir e negociar seus produtos na Mostra Piauí Sampa. Segundo ele, na edição do ano passado, foram comercializados mais de 10 milhões de reais e a expectativa é que a mostra desse ano movimente em torno de 12 milhões de reais, 10% a mais que 2012. Mas, ele reforça que mais importante do

que esse número é o conhecimento e o retorno que a mostra dá aos empresários piauienses, pois muitos negócios são fechados após o Piauí Sampa. “Esse ano, nós temos como destaque o agronegócio que chega com certificado de comércio justo e o turismo com a Rota das Emoções, premiada como o melhor roteiro integrado do país. Nada disso seria possível se não tivéssemos produtos capazes de atrair o comprador de São Paulo”, destaca o diretor-superintendente. Quem também esteve presente no Piauí Sampa foi o ministro Guilherme Afif, titular da Secretaria da Micro e Pequenas Empresas que confirmou a importância de um evento desse porte para as relações comerciais no país. O ministro adiantou para a Revista Fecomércio a vontade de realizar uma Feira Nacional com produtos artesanais, prevista para o fim do ano, na cidade de São Paulo, e cujo foco é apresentar a variedade do mercado brasileiro frente aos produtos chineses. “Esse modelo da feira do Piauí nos serve de exemplo de que é possível valorizar a cultura local e combater os altos índices de importação de produtos chineses”, afirmou o ministro. “É preciso estabelecer ampliação de mercado para as micro e pequenas empresas”. Foi assim que Luís Barreto, superintendente geral do Sebrae, definiu a missão do organismo na elaboração de um evento como o Piauí Sampa que segundo ele, “gera oportunidades e expansão com foco nas questões regionais não só no Brasil, mas também no exterior”.

9ª edição da Mostra proporcionou ótimos negócios às empresas participantes

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Esse modelo da feira do Piauí nos serve de exemplo de que é possível valorizar a cultura local e combater os altos índices de importação de produtos chineses”, afirmou o ministro Guilherme Afif, titular da Secretaria da Micro e Pequenas Empresas.

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► Para Rosa Trakalo, o evento deu um grande incentivo para alavancar o turismo no parque e atrair novos investimentos para a região

A mostra apresentou a Serra da Capivara O tema deste ano “Empreender faz parte da nossa história” foi retratado por meio de uma exposição museográfica, em parceria com a Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) que ainda contemplou produtos da Cerâmica Serra da Capivara bem como roteiros turísticos. Para a diretora da agência Trilhas da Capivara e membro da Fumdham, Rosa Trakalo, o Parque Nacional Serra da Capivara precisa de visibilidade para haver investimentos. “Com este evento, o Sebrae dá um grande incentivo para alavancar o turismo no parque e acelera a discussão de obras estruturantes como o aeroporto. Os patrocinadores querem ver suas marcas onde tem gente. É um circulo vicioso. Precisa aumentar o número de visitantes para que outras pessoas saibam onde a Serra da Capivara fica e novos investimentos venham. Outro detalhe que pode ajudar na divulgação é que nosso parque é totalmente adaptado para acessibilidade de pessoas com deficiência e idosos”, destaca Rosa Trakalo. A mostra trouxe também uma bela exposição para comercialização de produtos nas mais diversas áreas como agronegócios, artesanato em cerâmica, palha e alumínio, arte santeira, bordados e tapeçaria, joias, moda e decoração. As peças foram elaboradas

sob coordenação do estilista Walter Rodrigues, por meio do Projeto Identidade Local – Originalidade: A Alma do Design, que procurou valorizar e enaltecer a cultura local, misturando originalidade e tecnologia, dando origem a produtos diferenciados, com design inovador e alto valor agregado. Na ocasião, o estilista organizou um desfile para apresentar algumas peças produzidas pelas empresas participantes do projeto. A aposentada Neide Gonçalves já visitou a feira em anos anteriores e voltou para a Mostra Piauí Sampa desse ano trazendo um grupo de idosas do Projeto Viver Mais do Itaú Cultural e não deixou de levar algumas lembranças, mas só lamentou um fato: esqueceu-se de levar o cartão de crédito, trouxe apenas o de débito. Esmeralda Rosa, visitante da feira, aproveitou o passeio para fazer algumas compras para a filha que mora em Miami. “Irresistível! Já vi de tudo. São peças lindas que expõem a diversidade cultural do Brasil. É preciso mostrar isso. É tudo lindo”, disse Esmeralda. Confira a seguir histórias de alguns empresários convidados a participar do evento, nas áreas de arte santeira, artesanato em cerâmica, moda e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).


Esse ano, nós temos como destaque o agronegócio que chega com certificado de comércio justo e o turismo com a Rota das Emoções, premiada como o melhor roteiro integrado do país. Nada disso seria possível se não tivéssemos produtos capazes de atrair o comprador de São Paulo”, destaca Mário Lacerda, diretor-superintendente do Sebrae-PI.

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Arte santeira é sucesso em todas as edições do Piauí Sampa

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estre Dezinho, pioneiro na arte santeira no Piauí, tem muito do que se orgulhar. Deixou legado e discípulos e projetou essa arte para o mundo. Um deles é Mestre Dico que já trabalha há 40 anos no ramo e tira o sustento da família dessa cultura peculiar. Suas peças variam de R$ 300 a R$10 mil (feitas por encomenda). Outro artesão empreendedor é Edilson Lopes que era bancário e há 30 anos deixou a profissão para ser empresário na área. Ele participa da mostra, representando artesãos das suas duas empresas ligadas ao comércio de artesanato: a Etno Piauí e Santeiros do Piauí. Suas peças variam de R$ 120 a 24 mil reais. Em 2012, ele vendeu mais de R$ 80 mil reais. “Estou aqui desde a primeira edição. A cada ano estamos superando os negócios e parcerias. Nosso público é seleto e fechamos contato durante e depois da Feira”. Edilson explica que a arte santeira é tipicamente piauiense, tendo como polo a cidade de Teresina e o litoral do Piauí referência em arte “profana”, ou seja, que emoldura aspectos regionais. “Nosso trabalho

► Mestre Dico e o empresário Edilson Lopes

vem crescendo e tendo boa aceitação no Brasil e no exterior, inclusive com publicações em grandes revistas como a Casa Cláudia e participação na Fenearte, maior feira da América Latina de negócios do artesanato em Recife. O Piauí era um dos estados

melhor representado, superprestigiado pelos arquitetos e decoradores. Temos grandes escultores e precisamos valorizá-los”, afirma o empresário.

Artesanato em cerâmica do Poti Velho ganha espaço

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inda falando sobre artesanato, a cerâmica do Piauí encanta os empresários de São Paulo. A artesã e presidente da Cooperart Poti, Raimunda Teixeira, aproveita a oportunidade do Piauí Sampa para entrar em contato com novos lojistas e ampliar o mercado. Depois de participar de oito edições da Mostra, Raimunda já sabe até a preferência dos clientes. Segundo ela, as coleções das mulheres do Poti, orientada pela estilista Indira Matos, e a de boizinhos, orientada por Kalina Rameiro, são o grande sucesso da feira, por isso são feitas em vários tamanhos. “No Piauí, nós vendemos muito os conjuntos com três peças. O paulista já gosta mais de peça individuais e pequenas, pois eles não têm muito espaço nos apartamentos. Então, nós temos que nos adaptar ao nosso público. Aqui, tem artesanato para todos os gostos e bolsos”. E tem mesmo, pois os artesãos não param de inovar. Neste ano, foi lançada com exclusividade uma linha de aparelho de jantar, além de peças esmaltadas (novidade para o mercado na Feira). O trabalho dos ceramistas do Poti Velho teve início em 1964, através do Sr. Raimundo Nonato da Paz. As primeiras peças foram

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►Raimunda Teixeira, presidente da Cooperart Poti

surgindo a partir das necessidades da comunidade. Em contraste com a atual situação das mulheres, a principal atividade que gerava renda na época estava em torno dos trabalhos nas olarias. Durante muito tempo diversas famílias trabalhavam na produção e armazenamento de tijolos. Após o curso de produção de bijuteria em cerâmica, realizado pelo Sebrae-PI, as mulheres da comunidade foram à luta para conquistar seu espaço, encabeçando uma linha de produção voltada também a uma necessidade de mercado. Assim há sete anos nasceu a Cooperativa de Artesanato do Poti Velho, mais conhecida como Cooperart Poti.


Moda Kempf revela amadurecimento do setor têxtil

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á mais de 25 anos, a empresária do setor têxtil e proprietária da Kempf, Gorete Chaves, investe na renovação de suas peças, buscando tendências e atraindo novos clientes. Segundo a empresária, o carrochefe da marca sempre foi o tecido plano e as malhas. Apenas cinco anos depois foi que iniciou o trabalho com o jeans. Hoje, a produção da marca é dividida em 50% para cada segmento. A parceria da Kempf com o SebraePI é antiga. São mais de 20 anos dando suporte para o micro e pequeno empresário interessado em dar destaque a seus negócios. “O Sebrae Piauí se destaca por onde a gente anda, por oferecer um suporte maior do que em outros estados. Às vezes, é o empresário que é descansado, pois o Sebrae-PI está sempre de portas abertas para nos

ajudar a crescer, oferecendo cursos, capacitações e consultorias. Eu só tenho a agradecer”. Para a empresária, esse ano, o trabalho de consultoria do estilista Walter Rodrigues foi mais extenso e sólido, pois durou sete meses e resultou na elaboração de um plano de ação para o Piauí Sampa e em novidades como peças com corte a laser. “Nosso objetivo maior em estar aqui é saber como nós estamos no mercado. Para mim, São Paulo é a Paris do mundo. É importante acompanhar a aceitação dos consumidores e ter segurança dos produtos que estão sendo lançados”, relata Gorete Chaves. Outra novidade da Kempf para o Piauí Sampa desse ano foi o catálogo virtual, onde o cliente pode visualizar as peças e modelos confeccionados pela marca. Ela observava os fornecedores fazendo isso e começou a aplicar também com seus clientes. “O grande detalhe é que o sucesso do catálogo virtual se deve à credibilidade da marca, do produto, a certeza da entrega. Por exemplo, eu tenho duas lojas em Teresina. No mês de julho, mês de férias, uma das lojas estava faltando mais de 20% para bater a meta e, nós batemos em três dias usando essa ferramenta”, afirma Gorete. No balanço dos anos anteriores que participou da mostra, ela analisa que o maior ganho na participação do Piauí Sampa são os resultados em vendas e contatos firmados com o mercado lojista para negócios em longo prazo. No entanto, ela alerta para a dificuldade em

► A empresária Gorete Chaves e o filho Alexandre, administrador da marca

conseguir mão-de-obra especializada no Estado, pois isso acabou forçando a empresa a modificar seu método de produção. “É muito triste e difícil ver as grandes empresas terceirizando sua produção. Você quer manter tudo sob seu olhar, mas em Teresina a falta de mão-de-obra é imensa. Nossa vontade era de que toda a renda econômica ficasse na capital, no estado do Piauí, mas por esses empecilhos é preciso diversificar e acabamos buscando empresas de outros estados”. Atualmente, a Kempf estendeu a sua atuação para os estados do Ceará, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Pará e Amazonas. Ela lembra que começou com uma costureira e, hoje possui mais de 100 funcionários. “Antigamente, o foco era qualidade, depois era preciso ser antenada. Hoje, isso é obrigação. Para se manter no mercado, as empresas precisam ter um diferencial. É, por isso, que nós estamos investindo em maquinário eletrônico, em máquinas sofisticadas, de excelente qualidade”, relata.

Belgadata: Sistemas de Informação para empresas públicas e privadas

P

resente no mercado desde 1997, mas criada oficialmente apenas há três anos porque o crescimento da empresa exigiu a formalidade, a Belgadata, empresa genuinamente piauiense é especializada em Gestão Tributária, Gestão de documentos e Automação Comercial. O diretor-presidente da empresa, Henrique Mendes, explica que a empresa participa pela primeira vez no Piauí Sampa, apresentando sistemas para iniciativa pública e privada ligados a serviços como nota fiscal eletrônica e gestão de documentos. “Nosso negócio agora tem valor agregado não só com empresas de Teresina, mas em outros estados. Estamos trazendo tecnologias que estão surpreendendo os participantes da feira e fechando muitos negócios, inclusive com empresas da Amazônia”. Mendes acredita que as empresas que buscam os softwares da Belgadata, procuram facilitar o cotidiano e diminuir custos de produção. “A ideia é dar o suporte na área de Tecnologia da Informação para essas empresas e instituições. O cliente precisa ter as rotinas produtivas bem definidas para que os softwares possam desempenhar bem suas funções”, destaca. Os negócios nessa área utilizam ferramentas do diaa-dia, como mensagens de textos ou emails, para alertar ou monitorar o andamento do fluxo de caixa ou enquete de satisfação com clientes. Henrique Mendes aposta nos

contatos que são feitos no Piauí Sampa para o fechamento de novos negócios, além é claro, da relação pós-venda com os clientes. “Na verdade, o software não é a solução de tudo. Se você não tiver as rotinas bem definidas dentro da sua empresa, o software vai virar uma velocidade de desinformação. É por isso que nós estamos sempre querendo saber se o cliente está utilizando correntemente o software que foi vendido. É preciso lembrar que o insucesso deles é o nosso também”, lembra.

► Henrique Mendes, Stella Mendes e Marco Antônio Mendes, sócios da Belgadata

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n Agenda

setembro ABAV 2013 41ª Feira de Turismo das Américas Quando: 4 a 8 de setembro Onde: Anhembi Parque – São Paulo - SP Mais informações: http://www.feiradasamericas.com.br/ BEAUTY FAIR 9ª Feira Internacional de Cosméticos e Beleza Quando: 7 a 10 de setembro Onde: Expo Center Norte – São Paulo - SP Mais informações: http://beautyfair.com.br/ EQUIPOTEL SÃO PAULO 2013 51ª Feira Internacional de Hotelaria e Gastrionomia Quando: 16 a 19 setembro Onde: Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi – São Paulo - SP Mais informações: http://equipotel.com.br/ FEBRAVA 18ª Feira Internacional de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar Quando: 17 a 20 de setembro Onde: Centro de Exposições Imigrantes –

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São Paulo - SP Mais informações: http://www.febrava.com.br/ FECOIMP 13ª Feira do Comércio e Indústria de Imperatriz Quando: 18 a 21 de setembro Onde: Centro de Convenções de Imperatriz – Imperatriz - MA Mais informações: http://fecoimp.org/ RIO FRANCHISING BUSINESS 7ª Feira Internacional de Franquias Quando: 26 a 28 de setembro Onde: Riocentro – Rio de Janeiro - RJ Mais informações: http://www.riofranchisingbusiness.com.br/

outubro TUBOTECH 6ª Feira Internacional de Tubos, Conexões e Componentes Quando: 1º a 3 de outubro Onde: Centro de Exposições Imigrantes – São Paulo - SP Mais informações: http://www.tubotech.com.br/

EXPO NOIVAS & FESTAS – Edição SP 26ª Exposição de Produtos e Serviços para Festas Quando: 10 a 13 de outubro Onde: Expo Center Norte Imigrantes – São Paulo - SP Mais informações: http://www.exponoivas.com.br/ AUTOPARTS 6ª Feira de Autopeças, Equipamentos e Serviços Quando: 16 a 19 de outubro Onde: Centro de Eventos FIERGS – Porto Alegre -RS Mais informações: http://diretriz.com.br/ FENATRAN 19º Salão Internacional do Transporte Quando: 28 de outubro a 1º de novembro Onde: Pavilhão de Exposições do Anhembi – São Paulo - SP Mais informações: http://www.fenatran.com.br/ PET SOUTH AMERICA 12ª Feira Internacional de Produtos e Serviços da Linha Pet e Veterinária Quando: 29 a 31 de outubro Onde: Expo Center Norte – São Paulo - SP Mais informações: http://www.petsa.com.br/


n

Lançamento

Ex-ministro Reis Velloso lança livro sobre as potencialidades do

piauí

A solenidade reuniu autoridades e personalidades do Estado no Palácio de Karnak Por Mírian Teles fotos: Kalberto Rodrigues

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as palavras de quem conhece bem o Piauí, o ex-ministro do Planejamento e filho da terra, João Paulo dos Reis Velloso, lançou no dia 5 de julho, o livro “O Vale da Decisão”: “O Piauí é Rico” - Em grandes oportunidades, da editora Livros do Futuro. A solenidade de lançamento foi realizada no Palácio de Karnak, em Teresina, e contou com as presenças do governador Wilson Martins, autoridades, secretários e personalidades do Estado. O livro trata das oportunidades de desenvolvimento que o Estado possui, com sua agricultura de alto valor, belezas naturais, diversidades ecológicas, além de outros aspectos citados pelo autor em sua obra. “Quero dizer que o Piauí é rico, e não sou eu quem diz, e sim pesquisas do Banco Mundial, onde relatam as oportunidades de desenvolvimento que estão presentes em todas as regiões do Estado. Tenhamos orgulho

de sermos piauienses e que esse seja o começo de uma nova era para o Piauí”, ressaltou o ex-ministro Reis Velloso. Durante o lançamento foram entregues aos convidados exemplares da obra. “Fiz questão de que não fosse pago para que qualquer pessoa pudesse vir aqui e porque quero que os piauienses leiam. Eu venho aqui com aquela mensagem que tenho mencionado: o Piauí é rico, mas essa riqueza potencial precisa emanar em oportunidades”, explicou o autor. Para o governador Wilson Martins, o livro chama a população piauiense a transformar oportunidades em desenvolvimento humano e econômico. “A obra trata com objetividade as potencialidades do nosso Estado. Fico orgulhoso de estamos trilhando o caminho certo, e transformando em oportunidades as mudanças que o Estado vem passando”, destacou o governador.

Sobre o autor

João Paulo dos Reis Velloso nasceu em Parnaíba. Formou-se em Economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e fez pós-graduação na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Foi ministro do Planejamento de 1969 a 1979 e criou o IPEA e a FINEP. Atualmente, Reis Velloso é presidente do Fórum Nacional (INAE) e presidente do Conselho Diretor do Mercado de Capitais (IBMEC).

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n B-R-O-BRÓ

A influência do calor no estado de Isadora Chaves de Freitas Pesquisadora e psicóloga dorinha_chaves@hotmail.com

A pesquisa revelou ainda que os teresinenses, apesar de tudo, não despertam sentimentos de hostilidade ou raiva quando o calor está excessivo. Isso pode explicar o fato de a cidade não entrar nas estatísticas segundo as quais, quanto mais quente, maior a criminalidade, como acontece em outras capitais do Brasil.”

Fecomércio Setembro 2013 5252 Revista Setembo//Outubro Outubro Revista Fecomércio Julho/Agosto 2013 2013

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HUMOR

calor de Teresina pauta qualquer conversa prosaica entre amigos, conhecidos ou desconhecidos. Basta uma fila e o assunto surge. Parece nunca sair de moda. Pelo contrário, a cada dia é mais pertinente, ainda mais se aproximando do B-R-O-BRÓ. Foi a partir de observar e sentir na pele o incômodo causado pelo calor que surgiu o interesse em saber cientificamente se ele influencia ou não no humor das pessoas. Por aqui, mesmo entre março e abril – época em que as temperaturas são mais baixas em relação ao segundo semestre – o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontou que a sensação térmica em Teresina foi igual ou superior a 35°. Nessa época, realizei a coleta de dados que fundamentou a pesquisa intitulada “Influências do calor no estado de humor”, da qual participaram 316 pessoas, sob orientação do Professor Mestre em Psicologia Social Carlos Antônio Santos. Os resultados do estudo evidenciaram que a população de Teresina é acometida de sentimentos de autodesvalorização e infelicidade, humor explosivo e instável, exaustão e esgotamento, sendo estes enquadrados nas categorias Depressão, Tensão e Fadiga, respectivamente. Além disso, um percentual de 46,1% da amostra pesquisada afirmou se sentir desconfortável e 30,1% mais irritado em situações de

calor intenso. A explicação fisiológica mais imediata para esse fenômeno está na diminuição da produção, pelo sistema nervoso, de substâncias que causam sensação de bem-estar, como a serotonina. Ela é fundamental no funcionamento tanto dos mecanismos que controlam a temperatura do corpo como no sistema responsável pela regulação do humor. Enquanto a exposição à luz solar aumenta a produção de serotonina no cérebro, as temperaturas elevadas e a umidade relativa do ar podem diminuir a disponibilidade desta substância. A pesquisa revelou ainda que os teresinenses, apesar de tudo, não despertam sentimentos de hostilidade ou raiva quando o calor está excessivo. Isso pode explicar o fato de a cidade não entrar nas estatísticas segundo as quais, quanto mais quente, maior a criminalidade, como acontece em outras capitais do Brasil. Supõe-se que essa diferenciação esteja ligada a fatores culturais. Afinal, estamos falando de um povo que é, ao mesmo tempo, resistente e fraterno. Com esses achados e mais tantos outros sobre os malefícios do calor, espera-se que as pessoas evitem, quando puderem, a exposição excessiva, mas também que sejam promovidas ações coletivas para proteger a população filha do Sol do Equador.


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Be m - e st ar

Consultora da Lancôme dá dicas sobre cuidados com a

pele

Por Karla Nery

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a sua rápida passagem por Teresina, a convite da empresária Rosângela Brandão Cavalcante para participar da reinauguração da Finesse Perfumaria, no dia 25 de julho, no Teresina Shopping, a dermoespecialista da marca francesa Lancôme, Glória Márcia, prestou consultoria gratuita durante três dias às clientes da loja, dando dicas de beleza e maquiagem. Afinal, pele bonita não é apenas uma questão de genética, mas também fruto de cuidados diários e indispensáveis para manter um rosto sempre saudável e com a aparência naturalmente jovem. A seguir, compartilhamos a entrevista sobre pele, maquiagem e perfumes que Glória concedeu à Revista Fecomércio.

A partir de que idade a mulher deve começar a se preocupar em cuidar da pele? O envelhecimento começa aos 20 anos. A partir dessa idade, toda mulher deve iniciar o tratamento para prevenir o envelhecimento precoce e manter a pele firme e naturalmente bonita. E quais são os cuidados indispensáveis para ter uma pele bonita? Em primeiro lugar, nunca esquecer o protetor solar, com fator mínimo 50. Ele é indispensável durante o dia, principalmente em uma cidade como Teresina, onde o Sol é intenso durante praticamente o ano inteiro. De manhã e à noite, lavar o rosto, tratar, tonificar e hidratar com produtos específicos para cada tipo de pele, seja ela oleosa, mista ou seca. Não se pode esquecer também que a beleza da pele vem de dentro para fora. Por isso, é preciso ter hábitos saudáveis, incluir frutas e legumes na alimentação e, principalmente, beber muita água para garantir a hidratação. É claro que alguns produtos ajudam bastante como o Énergie Éclat, da Lancôme, um multi-lift que deve ser aplicado antes da maquiagem e que deixa a pele com aspecto de bebê. Ele pode até mesmo substituir a base porque já vem com cor. Qual o risco de dormir com a maquiagem no rosto? Dormir maquiada é como comprar um passaporte para o envelhecimento da pele. Por mais que a mulher chegue em casa cansada e com sono, ela deve lavar o rosto com um sabonete adequado para seu tipo de pele e usar um bom demaquiante para a área dos olhos. Que produtos básicos devem ser usados no dia a dia pela mulher que não podem ser dispensados para sair de casa?

Primeiro de tudo, o protetor solar. Recomendo ainda o Énergie Éclat para preparar a pele, um pó facial para garantir um efeito matificante, iluminador, máscara, blush e batom. Com isso, a mulher vai estar sempre pronta para enfrentar qualquer compromisso. Alguma recomendação especial para escolha do batom, já que este é um dos cosméticos mais consumidos pelas mulheres? Quase todos os batons, hoje, já vêm com protetor solar. No caso das mulheres mais maduras, recomenda-se o batom com colágeno, que proporciona um efeito de preenchimento das linhas de expressão nos lábios provocadas pela idade. Com as altas temperaturas de Teresina dá pra usar sombra cremosa? Não. Em lugares de clima quente, deve-se evitar a sombra cremosa porque ela tende

► Rosângela Cavalcante com a consultora da Lancôme, Glória Márcia

a derreter e formar uma dobra sobre os olhos. Aqui, em Teresina, o ideal é usar a sombra em pó mesmo. E o que você sugere para completar a produção de uma mulher, deixando sua presença notável e inesquecível? Um bom perfume arremata qualquer produção. Eu sugiro o La Vie est Belle, o lançamento da Lancôme, que vocês já podem encontrar aqui na Finesse. Revista Fecomércio Setembro / Outubro 2013

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n C u l t u r a E mp resarial Dica de Filme: Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme Comentário: Gordon Gekko (Michael Douglas) sai da prisão após cumprir pena por fraude financeira e, impossibilitado de operar no mercado financeiro, ele passa parte do tempo palestrando e escrevendo livros. Até conhecer Jacob Moore (Shia LaBeouf), um operador idealista do mercado de Wall Street. O filme nos faz questionar até onde podemos ir para garantir sucesso e fama no mundo corporativo. Além disso, ensina a trabalhar com riscos.

Paulo Medeiros Filho

ESPECIALIZANDO EM GESTÃO DE PESSOAS medeiros.drh@gmail.com

Aqui você encontra dicas de livros, filmes, sites, twitter e fanpages que irão lhe ajudar a se manter sempre atualizado no mundo dos negócios! Aproveite o tempo livre para curtir as nossas dicas.”

Dica de Leitura: Trabalhe 4 Horas por Semana Autor: Timothy Ferriss Editora: Planeta Comentário: Como que um sujeito escreve um livro ensinando a você trabalhar 4 horas por semana? Logo você, que não tem tempo para nada, como isso é possível? Apesar de parecer um sonho à primeira vista, essa meta não está tão distante da gente como imaginamos. No entanto, mais uma vez envolve reprogramação mental, planejamento e algumas mudanças de hábito necessárias para se viver tranquilo e com dinheiro suficiente para você curtir a sua vida da maneira como sempre imaginou. Dica de site: www.movimentomulher360. com.br Comentário: Seu objetivo é articular e mobilizar o setor produtivo, com seu enorme poder de influência e realização, para ações coordenadas e de grande impacto que contribuam para promover uma transformação verdadeira na vida de milhares de brasileiras, dentro e fora das empresas. A iniciativa nasce com o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e tem a colaboração de organizações governamentais, acadêmicas e da sociedade civil.

Siga no Twitter: @jdoriajr Comentário: O Grupo DORIA foi fundado pelo jornalista e empresário João Doria Jr. em 1992, em São Paulo. As atividades do grupo em eventos no Brasil e no exterior são reconhecidas pela qualidade, eficiência e repercussão pública de suas realizações. O grupo atua sob as seguintes plataformas de marketing: eventos corporativos, públicos, iniciativas culturais, institucionais e comunitárias.

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