Revista Indústria Cervejeira - Edição Guia do Comprador Cervejeiro 2018

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SE BEBER NÃO DIRIJA

Ano 03 - Edição Guia do Comprador Cervejeiro - 2018

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Guia do Comprador Cervejeiro 2018




SE BEBER NÃO DIRIJA

Expediente Ano 03 - Edição Guia do Comprador Cervejeiro - 2018

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Índice

Guia do Comprador Cervejeiro 2018

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Edição: Guia do Comprador Cervejeiro 2018 Capa: www.casadiconti.com.br

Diretoria: Fábio dos Santos Cátia Rodrigues dos Santos fcsantos2002@uol.combr Jornalista Walter Fernandes fcsantos2002@uol.com.br Diagramação e Criação: Rubem Araújo Spínola binhoartegraf@gmail.com fcsantos2002@uol.com.br Estagiária Letícia dos Santos Dutra fcsantos2002@uol.com.br Assinatura / Expedição: Reinaldo A. dos Santos fcsantos2002@uol.com.br Departamento Comercial: Fábio dos Santos fcsantos2002@uol.com.br Departamento Administrativo: Carla Rodrigues fcsantos2002@uol.com.br Colaboradores: José Carlos Giordano umbrellagmp@terra.com.br Matthias R. Reinold matthias@cervesia.com.br Marco A. Amaral marcoagamaral@uol.com.br Consultor: Matthias R. Reinold (Mestre Cervejeiro)

Entrevista: ABRACERVA: Momento de evolução intenso

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Capa: Mercado Cervejeiro em expanção

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Empresa: Lapiendrius: aroma de inovação

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Artigo: O tratamento de água na cervejaria

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Tecnologia: Fábrica de cerveja fatura R$ 33 mi a mais por ano com auxílio de tecnologia sustentável

Editorial Depois de várias edições on-line a FC Santos Editora, edita a primeira edição da revista Indústria Cervejeira impresso. Esse trabalho será publicado todo ano e já tem o nome de Guia do Comprador Cervejeiro, onde estamos publicando artigos técnicos, matérias de mercado e noticias atualizada para o mercado cervejeiro. Nessa edição como destaque nossos leitores podem acompanhar uma entrevista com o presidente da ABRACERVA

Boa Leitura e ótimos negócios!

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“Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da editora.” FC Santos Editora e Eventos Ltda Av. da Paz, 665 – Salas 02/04 – Utinga Santo André – SP – CEP: 09220-310 Tel.: (11) 4976-1053 fcsantos2002@uol.com.br www.industriadebebidas.com.br Facebook: revistaindustriadebebidas

(Associação Brasileira de Cer veja Artesanal), Sr. Carlo Lapolli. Estamos destacando também um artigo sobre, tratamento de água na cervejaria, escrito pelo mestre cervejeiro, Matthias Reinold. Em nossa matéria de capa você poderá acompanhar a expansão do mercado de cerveja, com destaque para as cervejarias artesanais que mostram uma evolução de crescimento a cada dia.

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ENTREVISTA

POR Walter Fernandes

ABRACERVA: Momento de evolução intenso Criada em 2013 a ABRACERVA (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal), tem como presidente o Sr. Carlo Lapolli, com o objetivo de representar as cervejarias e a cadeia do mercado em todos os âmbitos: desde o governamental, apresentando o segmento para a sociedade e buscando condições mais competitivas até a apresentação da cerveja artesanal para o público como uma opção de paladar diferenciado. Revista Indústria de Bebidas – Fale sobre a trajetória da ABRACERVA. Carlos Lapolli – A entidade foi criada em 2013 com o objetivo de representar as cervejarias e a cadeia do mercado em todos os âmbitos: desde o governamental, apresentando o segmento para a sociedade e buscando condições mais competitivas – até a apresentação da cerveja artesanal para o público como uma opção de paladar diferenciado. De lá pra cá, nestes cinco anos, tivemos alguns momentos que passaram pela mobilização dos cervejeiros, mudanças de diretorias e o alinhamento de um Norte mais claro para a associação nas últimas duas gestões. Uma liderada pelo Rodrigo Silveira, que fez um trabalho brilhante, e agora com a nossa diretoria. Revista Indústria de Bebidas – Quais são os objetivos da associação para com o mercado de microcervejarias?

Carlos Lapolli – Temos algumas premissas da nossa atuação, marcadas desde o início da gestão. O fortalecimento da entidade, acredito que seja um dos primeiros e o item que temos trabalhado com muita força. Só vamos conseguir atuar junto do Governo Federal e ao público consumidor se tivermos c o n d i ç õ e s d e r e p r e s e n t a r, efetivamente, as cervejarias e a cadeia. O nosso segmento é muito recente no Brasil e ainda não tem a cultura do associativismo clara. Estamos trabalhando para mostrar q u e p r e c i s a m o s n o s u n i r, precisamos nos estruturar para então buscarmos os resultados que todos almejam. Na questão tributária, estamos com uma relação mais próxima com o MAPA no sentido de entender e esclarecer a eles as nossas demandas e especificidades do 06

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Carlos Lapolli – ABRACERVA (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal) nosso negócio. Nos últimos dias, por exemplo, falamos sobre o uso do growler, que é uma nova atitude e uma nova cultura. No que tange a profissionalização, promovemos nos últimos dois meses dois eventos que foram muito marcantes. O primeiro seminário regional em Belo Horizonte (MG), que foi um formato muito bacana e aprovado por todos para troca de informações sobre vários aspectos do setor. O segundo foi o 1º Congresso Técnico de Sommeliers, em Pirenópolis (GO), que trouxe nomes nacionais e internacionais para debater a cerveja artesanal. Acreditamos que esse seja um evento que se tornará cada vez maior e atingirá mais profissionais

a cada ano. Outra questão muito bacana já realizada foi o lançamento do Selo de Cervejaria Independente Brasileira, que é a nossa primeira inciativa para separar as artesanais das comerciais de forma visual e clara para o consumidor. Nesta frente, novas iniciativas ainda serão tomadas. Revista Indústria de Bebidas – Cite algumas conquistas da ABRACERVA para o setor. Carlos Lapolli – Além dessas acima, criamos efetivamente uma estrutura de trabalho que até então não existia. Temos um escritório físico em Brasília (DF) e dois profissionais atuando diretamente com a Abracerva. Em relação à tributação, que é uma das causas mais complexas, estamos entrando nas secretarias e ministérios, apresentando


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ENTREVISTA

as nossas causas e colhendo possibilidades. É um trabalho de médio prazo, que está sendo feito com muito afinco. Revista Indústria de Bebidas – Qual é a sua opinião referente ao atual momento do setor de microcervejarias no Brasil? Carlos Lapolli – É um momento ímpar de abertura de mercado, de entendimento do consumidor sobre o nosso produto e do olhar apurado de investidores para a cerveja artesanal. Acredito que dois focos são necessários para que esse seja o pontapé de um crescimento sustentado: profissionalização e associativismo. O que temos hoje é um mercado movido por apaixonados, aficionados pela cerveja artesanal e os seus sabores. E isso é incrível! Agora precisamos começar a juntar conhecimento técnico, troca de informações e experiências a essa receita. Temas como produtividade e gestão precisam entrar em pauta para que, junto com o sonho, possam fazer as marcas decolarem. Já o associativismo é o que vai fazer com que algumas demandas sejam alteradas num âmbito mais macro. Leis, impostos, conhecimento do consumidor, práticas comerciais regulamentadas e outras questões como estas só vão entrar em pauta quando nos unirmos. E é essa a proposta da Abracerva. Revista Indústria de Bebidas – Como a ABRACERVA tem atuado para defender os interesses do setor?

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Carlos Lapolli – Não há dúvidas de que as condições de competitividade são inexistentes com a atual situação da carga tributária. Acredito que disso ninguém tem dúvidas. O que precisamos fazer para que o nosso mercado consiga se diferenciar é apresentar as diferenças entre as marcas artesanais e comerciais. Ainda é um cenário que confunde muitos tomadores de decisão, que não tem uma grande quantidade de números e argumentos para que as mudanças aconteçam. É isso que precisamos fazer e é para isso que estamos trabalhando. A Abracerva acredita no diálogo com os órgãos públicos para que as questões tributárias sejam diferenciadas entre as grandes e as microcervejarias. Mas entende que, para isso, precisa de argumentos sólidos calcados em dados e nos impactos que essa diferenciação vai trazer. Estamos ao mesmo tempo em que abrindo portas, trabalhando para consolidar esses números. Revista Indústria de Bebidas – No seu ponto de vista, onde e como o setor de microcevejarias ainda precisa melhorar? Carlos Lapolli – Na profissionalização e no associativismo. A profissionalização para olharmos as cervejarias como negócios que precisam de uma forte estratégia aliada a paixão e o associativismo para mudarmos o cenário macro. Revista Indústria de Bebidas – Como você vê atualmente a aceitação do mercado pelos produtos nacionais? Carlos Lapolli – Acredito que estamos num momento de evolução intenso e isso se reflete nas gôndolas e no gosto do consumidor. As cervejas nacionais evoluíram muito nos últimos cinco, dez anos. Tanto na questão sensorial quanto na c o m u n i c a ç ã o, n o d i á l o g o c o m o consumidor e na busca do entendimento dele de que está consumindo um produto de qualidade assim como se tivesse optado por um importado.

Carlos Lapolli – Através de uma presença constante nos pontos de decisão em Brasília (DF), da apresentação do nosso segmento às entidades que podem proporcionar as mudanças que tanto queremos, de eventos de aproximação e troca com o mercado e na promoção das cervejarias artesanais independentes brasileiras.

Revista Indústria de Bebidas – Quais são as parcerias e benefícios que a ABRACERVA oferece para as cervejas ciganas e outros integrantes da cadeia cervejeira que venham a se associar?

Revista Indústria de Bebidas – Qual é a sua análise referente à carga tributária cobrada sobre as microcervejarias atualmente no Brasil?

Carlos Lapolli – O principal benefício é a continuidade do trabalho da Abracerva. Temos parcerias, descontos em produtos e serviços, acesso diferenciado a informação

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e aos eventos que promovemos. Mas acreditamos que aqueles mais de 300 profissionais e empresas que estão conosco sabem que através da sua adesão estão contribuindo para tornar o mercado mais competitivo, o conhecimento sobre a bebida mais amplo e o cenário cervejeiro nacional mais forte.

Revista Indústria de Bebidas – Quais são as projeções de crescimento desse mercado para o ano de 2018? Carlos Lapolli – Acreditamos que é possível ultrapassarmos mil cervejarias este ano. Terminamos 2017 com 679 indústrias dedicadas à cervejaria artesanal. Revista Indústria de Bebidas – A ABRACERVA tem alguma parceria com as ACERVAS regionais e quais? Carlos Lapolli – As Acervas, assim como os cervejeiros caseiros, tem um papel fundamental no crescimento da quantidade de cervejarias e na disseminação da cultura cervejeira. Apoiamos-nos mutuamente e acreditamos que, embora bastante diferentes esses dois segmentos tenha muito a crescer. Revista Indústria de Bebidas – Deixe um recado para todos associados e ao setor de microcervejarias nacional. Carlos Lapolli – É fundamental que aqueles que não se associaram ainda o façam. A Abracerva está se estruturando para atender mais e melhor as demandas do segmento, mas p recisa d e ap o io institucional para que isso aconteça. Só vamos conseguir evoluir juntos. E a Abracerva é a ferramenta que vai oportunizar essa evolução para todos. Serviço: www.abracerva.com.br



CAPA

POR Walter Fernandes

Mercado Cervejeiro em expanção Mais Com um grande aumento no segmento artesanal, setor cervejeiro mostra a sua força

O

segmento artesanal segue como principal destaque no mercado de cerveja no Brasil. O ano de 2017 terminou, mais uma vez, com elevação além do esperado neste setor especial, segundo da dos do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Os números mostram, por exemplo, alta de 37,7% na quantidade de cervejarias no País no ano passado. Enquanto, em 2016, eram

493, em 2017 este número saltou para 679. Além disso, também foram registrados 8,9mil produtos por estes mesmos negócios no período, média de 13 por marca. Na avaliação regional, o Rio Grande do Sul lidera em número de cervejarias: um total de 142. Na sequência aparecem São Paulo (124), Minas Gerais (87), Santa Catarina (78) e Paraná (67). Os gaúchos, aliás,

contam ainda com os melhores índices per capita, com uma unidade de produção para cada 79.873 habitantes. Santa Catarina é a segunda colocada com uma para 89.758 pessoas. O Paraná conta com uma cervejaria para 169.476 moradores. O presidente da Abracerva (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal), Carlo Lapolli, Ressalta que os dados demonstram como o

Estados brasileiros com mais cervejarias* 142 Rio Grande do Sul 124 São Paulo 87 Minas Gerais 78 Santa Catarina 67 Paraná *Ao todo, o País contava, até dezembro de 2017, com 679 cervejarias Fonte: MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) 10

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CAPA

Carlo Lapolli, presidente da Abracerva (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal)

segmento é forte e possui espaço para crescer ainda mais. Além disso, os produtores artesanais, segundo Lapolli, trouxeram uma cultura diferenciada para o Brasil. “As cervejarias artesanais e independentes, que não têm relação com grupos econômicos internacionais, estão conscientizando o consumidor sobre a degustação da bebida, além de contribuírem para a cultura gastronômica local”. De acordo com o executivo, o crescimento já era previsto pela entidade e pelos associados. Contudo, ele lembra que o setor é ainda mais representativo. “O MAPA não considera, por exemplo, as cervejarias ciganas, que são negócios constituídos formalmente, mas que terceirizam a produção. Este número também cresceu – e muito – nos últimos anos”, reforça Carlo Lapolli.

Pequenas geram mais postos de trabalho Segundo pesquisa preliminar feita pela Abracerva, o número de contratações das artesanais também subiu. Informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) dão conta de que cervejarias com menos de 100 funcionários geraram 723 novos postos de trabalho de janeiro a novembro de 2017. No mesmo período abordado, exatos 829 postos de trabalho foram fechados entre os negócios do setor com mais de 100 funcionários.

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CAPA ideia é que o selo passe a ser utilizado tanto nas embalagens quanto em materiais promocionais e comunicações com o consumidor. “Os associados contribuem para o fortalecimento do setor através de ações de representatividade junto ao governo federal e outras instâncias, além de fazer parte do movimento que vai, cada vez mais, colocar a cerveja artesanal em destaque em todo o país”, finaliza Lapolli.

Gigantes do setor

Selo identifica artesanais Com a preocupação de manter o crescimento do mercado artesanal sm perder a reconhecida qualidade, a Abracerva lançou em fevereiro o selo de Cervejaria Independente Brasileira. A criação tem como intuito diferenciar ainda mais as produtoras consideradas artesanais em meio a tantos termos usados por diversas marcas, como “especial”, “puro malte” e “premium”. “Queremos que o consumidor escolha a sua cerveja consciente de que está ou não apoiando o movimento das cervejas independentes. Se ele ver que o selo da Abracerva está na marca, pode se sentir seguro de comprar um produto verdadeiramente artesanal”, comenta o presidente da entidade, Carlo Lapolli. A

Enquanto as artesanais seguem em expansão, as grandes corporações do mercado cervejeiro confiam em dias melhores. Atualmente, o Brasil está na terceira colocação na lista dos maiores mercados cervejeiros do mundo, com 139 milhões de hectolitros registrados no ano de 2015. Mesmo com a crise econômica e, consequentemente, de consumo no País, o presidente da Heineken Brasil, Didier Debrosse, afirmou, em recente entrevista ao jornal Valor Econômico, “ter uma visão otimista” para os negócios. “Embora estejamos em um cenário desafiador, acreditamos no potencial do mercado e estamos aqui para ficar e crescer. Nesses oito anos, o mercado brasileiro respondeu muito bem aos nossos avanços e produtos”, ressaltou o executivo. A companhia fechou o ano passado com elevação de 25,4% (na comparação com 2016) em seu lucro líquido, que alcançou 977 milhões de euros. Já a receita líquida subiu para 21,89 bilhões de euros, uma alta

de 5,3% na comparação com o mesmo período apurado. A Ambev, por sua vez, registrou lucro líquido de R$ 2,597 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2018. O crescimento foi de 13,4% em relação a igual época de 2017. No entanto, quando considerada apenas a fatia relativa à venda de cerveja, a receita da companhia teve recuo de 1% na comparação feita no período. O valor chegou a R$ 5,315 bilhões. Já o volume de bebida teve baixa de 8,1% por conta da adoção de uma política de aumento de preço no terceiro trimestre do ano passado. No total, a Ambev comercializou em território nacional 18,879 milhões de hectolitros de cerveja nos três primeiros meses.


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CAPA Sempre em busca de novos desafios, a Casa Di Conti deu início a um novo projeto em 2001, quando nasceu a cervejaria Conti por meioda produção da Conti Bier. “Houve um profundo estudo para que a empresa fosse para o mercado cervejeiro”, afirma Abílio Duarte Neto. Depois de lançar a primeira marca, a companhia investiu em novos rótulos para atender à demanda do consumidor e possui cervejas importantes, como 1500Puro Malte, Burguesa, Zero Grau e Samba. “Precisa ter opção, ter um mix, se quiser sobreviver no mercado”, diz o supervisor de marketing.

Consumo per capita de cerveja no Brasil (em litros 67,8 2014 64,2 2015 61,5 2016 60,7 2017 60,7 2018 (projeção) Fonte: Euromonitor A capacidade anual de produção gira em torno de 180 milhões de litros de cerveja. Neste concorrido mercado, a empresa aparece na quinta colocação geral do ranking das maiores do Brasil com cerca de 1% de share em vendas. Em algumas localidades do País, chega a ocupar a liderança do segmento. Mas não é apenas em solo brasileiro que a Casa Di Conti conquista paladares. No Paraguai, por exemplo, a empresa registra importante participação no setor cervejeiro. Além disso, aparece com destaque no mercado boliviano. A companhia ainda exporta seus produtos para Peru, Estados Unidos e África.

Consumo per capita Segundo os dados da Euromonitor, o consumo per capita de cerveja no Brasil

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caiu, em quatro anos, de uma média de 67,8 litros, em 2014, para 60,7 litros ao ano, em 2017. Isso por conta da gradual retomada da economia. Mas não apenas por isso. Segundo analistas, o brasileiro tem buscado outras opções e vem sendo mais seletivo na escolha das marcas. Assim, ele bebe em menor quantidade, mas consumo um produto com maior valor agregado.

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EMPRESA

Lapiendrius: aroma de inovação Empresa oferece soluções para seus clientes por meio de estrutura moderna, equipe especializada e atenção redobrada com seus clientes

Oferecer qualidade e preço justo foi a mola propulsora para a criação da Lapiendrius em 1997. Vinte anos depois, a empresa com sede em Itaquaquecetuba (SP) colhe os frutos: consolidou-se no mercado brasileiro e tornou-se referência na produção de aromas para diversos segmentos, como bebidas, lácteos, forneados, salgados, confeitos, especiarias e higiene bucal. Mesmo assim, a busca por um atendimento de excelência e que vá ao encontro da necessidade do cliente é incessante. “Temos que estaralertas para as novidades, necessitamos alimentar os nossos clientes com as tendências do mercado mundial. Se não houver renovação, as empresas desaparecem. O cliente quer sempre algo novo e precisa ser abastecido”, reforça o diretor da Lapiendrius, Carlos Lapique.

Carlos Lapique - diretor da Lapiendrius

Para alcançar essa meta, a empresa trabalha com equipamentos de alta tecnologia e profissionais extremamente qualificados. “As novas tecnologias trouxeram um melhor desempenho aos produtos atuais. Percebe-se claramente que esse ramo de pesquisa é muito mais promissor do que era há alguns anos. O aromista está sempre pesquisando, continuamente envolvido na arte de criar”, destaca o diretor. Mas não é só. A Lapiendrius ainda propõe que seu cliente participe deste processo de desenvolvimento e utilize a estrutura da empresa para atingir o objetivo dele. “Ele pode criar um novo aroma ou buscar melhorias no aroma que já existe. É importante que o cliente saiba que a casa é dele. Tudo isso para que saia satisfeito e com o produto pronto para ser lançado”, explica Carlos Lapique. Dentro do mercado de bebidas, a empresa trabalha com soluções aromáticas para refrescos em pó, refrigerantes, bebidas mistas não carbonatadas, alcoólicas, xaropes concentrados, funcionais a base de soja e segmento lácteo.Segundo o diretor da Lapiendrius, hoje há uma tendência muito intensa para aromas vintage no setor. “Principalmente porque temos memórias afetivas que guardamos no decorrer dos anos e aguçam o nosso olfato”.

Roberto Fukumaru 48 3307-0045 / 48 99955-7133 sancotec.fkm@gmail.com

Serviço www.lapiendrius.com.br I.C Ed. Guia do Comprador Cervejeiro - 2018

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CAPA


ARTIGO

POR Matthias R. Reinold

O tratamento de água na cervejaria O tratamento de água na cervejaria é uma fase de suma importância, uma vez que a água perfaz no mínimo 90% do volume do produto. Uma cervejaria consome entre 4 e 10 litros de água para fabricar um litro de cerveja. Os processos utilizados devem manter as características físico-químicas e organolépticas originais da água e assegurar a sua estabilidade microbiológica.

P

ara efetuar o tratamento de água podemos utilizar vários processos, cujas fases principais são enumeradas a seguir: floculação, decantação, filtração, desinfecção por meio de cloro ou por dióxido de cloro.

O tratamento da água pode ser feito para atender várias finalidades: - Higiênicas: remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros microrganismos, de substâncias nocivas,

redução do excesso de impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos; - Estéticas: correção de cor, odor e sabor; - Econômicas/qualidade: redução da corrosividade, dureza, cor, turbidez, ferro, manganês, odor e sabor.

Esquema ilustrativo para o tratamento da água Produtos químicos

Decantação Àgua a ser tratada

Floculação

Filtração por areia Desinfecção

Para utilização na fábrica

Descrição sucinta do processo

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ARTIGO


ARTIGO

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TECNOLOGIA

Fábrica de cerveja fatura R$ 33 mi a mais por ano com auxílio de tecnologia sustentável Companhia reduziu em 50% o tempo de limpeza de 8 linhas de envase, totalizando um ganho anual de 730 horas de produtividade Com a ajuda de tecnologia sustentável, um dos maiores fabricantes de cerveja do mercado brasileiro aumentou a produção anual em 10,9 milhões de litros e obteve um crescimento de faturamento de R$ 33 mi no ano. A informação é da Ultra Clean Brasil, empresa que fornece para indústrias a tecnologia patenteada UC System, de limpeza a seco de tubulações de linhas de envase. Com o sistema, o fabricante de cerveja reduziu em 50% o tempo de limpeza de 8 linhas de envase de inox que transportam a bebida da produção até as garrafas. Antes, a higienização destas tubulações era feita com água e produtos químicos. Agora é a seco, com projéteis de espuma disparados em alta velocidade no interior dos tubos e mangueiras. A tecnologia reduziu o tempo de limpeza de cada linha de envase de 30 para 15 minutos, totalizando um ganho anual de 730 horas de produtividade. O resultado são 10,9 milhões de litros de cerveja produzidos a mais por ano, considerando-se que a cada hora a cervejaria produz 15 mil litros da bebida. Como o fabricante comercializa o litro a R$ 3,00, o faturamento a mais no ano é de R$ 33 milhões. O método também garantiu uma economia de custo de mão de obra no setup, como é chamado o período de ajustes e limpeza entre a produção de diferentes itens. Levando-se em conta que o valor da mão de obra no setup gira em torno de R$ 30,00 a hora, com as 730 horas ganhas a empresa reduziu o custo operacional no período de um ano em R$ 21,9 mil. A fábrica de cerveja efetua a limpeza a seco e em questão de segundos das tubulações com auxílio da tecnologia patenteada UC System. Além de assegurar o aproveitamento total do que é produzido na fábrica, o método garante uma economia de 50% de água, pois o líquido agora só entra na etapa final do processo. “Podemos afirmar que todas as indústrias de bebidas que adotam a limpeza de linhas de envase com água e produtos químicos desperdiçam produtos, perdem mais tempo no setup e consomem muito mais água que o necessário. Estes problemas são eliminados com a limpeza a seco e em segundos da tecnologia UC System”,

enfatiza Bruno Ract, diretor de marketing da Ultra Clean Brasil. Desenvolvido nos Estados Unidos, o método patenteado UC System descontamina mangueiras, tubulações e tubos utilizados nas linhas de produção industriais que transportam e envasam produtos líquidos e semissólidos. O sistema dispara em alta velocidade projéteis de espuma de poliuretano no interior destas tubulações. A alta pressão exercida pelos projéteis – mesmo em curvas, cotovelos e juntas em T ou Y – permite recuperar 100% dos produtos acabados com zero de perda ou desperdício. Além disso, o UC System combate o biofilme, um dos grandes causadores de contaminação em fábricas, e garante a limpeza final das tubulações com 50% menos água. Ecologicamente correto, o UC System também proporciona redução significativa do volume de líquidos e produtos acabados enviados para o tratamento de efluentes e risco zero de insalubridade para os operadores. De acordo com a Ultra Clean, o sistema já é adotado no Brasil por mais de 250 grandes indústrias dos mais diversos segmentos, entre elas Pepsico, Kraft Heinz, BRF Foods, Bauducco, M. Dias Branco, Arcor, CocaCola, Heineken, Johnson & Johnson, O Boticário, Granado, Bayer, Basf, Eurofarma, EMS, Roche e outras. Serviço: www.ultracleanbrasil.com.br www.youtube.com/watch?v=anTtqFk7E1A

I.C Ed. Guia do Comprador Cervejeiro - 2018

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