Its Teens Floripa - 12

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www.portalits.com.br | edição 12

CULTURA POP

O SERTANEJO É POP INCLUSÃO

O EMPODERAMENTO DOS NÃO VISTOS

WI-FI

Revista its Teens Florianópolis nº 12 2016 | R$ 9,80

ANITTA É BRASIL NO JUST DANCE A troca dos papéis em sala de aula fez com que Janine Guimarães virasse aluna e Breno Martins dos Santos fosse professor por um dia na Escola Básica Herondina Medeiros Zeferino




conteúdo EDIÇÃO 12

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CULTURA POP

WI-FI

CAPA

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GALERIAS

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8 | CULTURA POP

10 | WI-FI

Sertanejo é pop! Não, não estamos falando (ainda) sobre o próximo álbum da Taylor Swift, mas podemos conferir como o poder feminino tem crescido junto com o gênero no Brasil e afirmando mais uma vez que preconceito musical é besteira e que música é para todos os públicos. <3

Galvão Bueno ficaria orgulhoso ao saber que duas artistas brasileiras vão representar o país na próxima edição do jogo de dança mais vendido no mundo. O Just Dance 2017 vai contar com a música “Bang”, de Anitta, e “Te Dominar” da cantora pop, Daya Luz. Essas loucuras e outras novidades no Wifi deste mês.

Apesar dos mais de 60 anos de história que passa entre a professora e a aluna da Escola Básica Municipal Virgilio dos Reis Várzea, em Canasvieiras, nem tudo muda: as brincadeiras permanecem.

18 | CAPA

24 | ESPECIAL

30 | GALERIAS

Você já pensou em ser professor por um dia? Na Escola Básica Herondina Medeiros Zeferino um aluno teve a missão de assumir a sala de aula e trocar os papéis com a professora de inglês.

No auditório da Escola Municipal João Gonçalves Pinheiro, no Rio Tavares, a palavra inclusão deixa de ser teoria e se torna prática. Alunos com deficiência participam pela primeira vez do teatro inclusivo.

Só gente bonita, elegante e sincera nas nossas lentes deste mês. Confere aí!

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12 | DIA DAS CRIANÇAS


EXPEDIENTE

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editorial Fala, galera Passar à tarde ao lado da professora Janine e do pequeno Breno me fez voltar aos tempos de escola. Toda aquela nostalgia de aguardar a profe ao lado de fora da sala, de esperar a galera se arrumar nos devidos lugares e de até responder a chamada, me fizeram querer voltar ao tempo para aproveitar, de alguma maneira, todo o contexto novamente. No mês dos professores, criar e vivenciar essa experiência de troca de papéis entre alunos e professores foi demais! Muitos de vocês não sabem o que o futuro lhes aguarda, mas uma coisa é certa, o passado será completamente ligado a essas pessoas que fizeram da sala de aula um segundo lar. Não sei você, mas eu ainda lembro os nomes dos meus professores com carinho, saudade e com o sentimento de eterna gratidão! Aos mestres, fizemos essa edição repleta de histórias e projetos incríveis – como a educação é e deve ser: inclusiva, lúdica e respeitada.

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Tiago Iorc - Sol que Faltava Galantis - Peanut Butter Jelly Major Lazer - Cold Water feat. Justin Bieber & MØ Maiara & Maraisa - 10% Thiaguinho - Vamo Que Vamo

Feliz {todo} dia dos professores <3

JÉSSICA STIERLE

OS CULPADOS

CULTURA POP

WIFI

MATÉRIA DE CAPA

SAIDEIRA

HAZIEL SCHNEIDER

LUCAS INÁCIO

RENATA BOMFIM

VANESSA ESTEVES


Limão

FCB Realização:

Patrocínio:


Por Haziel Schneider,

CULTURA POP

18 aninhos punindo malfeitores em nome da Lua, estudante de Publicidade e Propaganda, fissurado por cultura pop

O Sertanejo é

Pop! O estilo costumava ser dominado por homens, com um público bem específico e letras até bem... limitadas. Como eu disse, costumava! A mulherada tem conquistado cada vez mais espaço e agitado os festivais, provando que não, não é preciso ser um “cabra macho” pra fazer um bom trabalho. Essa questão de representatividade é muito importante. Além de tornar o gênero mais acessível, nos faz perceber que a música é de todos e para todos e, que apesar de ter raízes, o sertanejo ainda é “jovem” e que sim, é possível ser uma diva com camisa xadrez e botas de cowgirl. É lindo ver como a maioria dos artistas presentes são unidos entre si, sempre apoiando o crescimento uns dos outros. No sertanejo contemporâneo, sempre tivemos Paula Fernandes como um ícone solo; e agora, para “temperar” ainda mais a cena, as duplas femininas chegam em peso.

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Não, não estamos falando (ainda) sobre o próximo álbum da Taylor Swift, mas podemos conferir como o poder feminino tem crescido junto com o gênero no Brasil e afirmando mais uma vez que preconceito musical é besteira e que música é para todos os públicos <3

Marília Mendonça, a RA-

INHA da sofrência, dona de hinos como “Infiel” e “Sentimento Louco”, é um dos fortes nomes da atualidade. Com aquela pegada sofrência Cristiano Araújo e um carisma que conquista qualquer um, a moça, além de escrever as próprias músicas, já fez participação em álbuns de outras artistas, como Maiara & Maraísa.


#PLAYLIST DO HAZI

Se é para sofrer, vamos sofrer com estilo:

Naiara Azevedo - 50 Reais

Maiara & Maraísa,

as irmãs gêmeas donas do hit “10%”, ganharam notoriedade com lançamento do álbum visual “Medo Bobo” e a canção de mesmo nome, em 2016. Choquem: elas já eram conhecidas por compor canções para artistas já consagrados como Jorge & Mateus, Henrique & Juliano e Cristiano Araújo.

Simone & Simaria

Desde 2012 em atividade, a dupla, também de irmãs, já coleciona mais de 34 mil fã clubes espalhados pelo país. São popularmente conhecidas pelo “Bar das coleguinhas” (que, pessoalmente, é o nome mais divertido e criativo de todos. Eu frequentaria esse bar).

Para terminar, não podemos esquecer de listar o hino 50 Reais, de ,a nova estrela em ascenção que provavelmente será a próxima diva sertaneja consagrada da nossa lista <3. Acho que em breve vai ter gente gravando álbum em português para fazer AQUELE featuring, hein…

Simone e Simaria Meu Violão e o nosso Cachorro

Naiara Azevedo

Maiara & Maraisa - 10%

Marília Mendonça - Infiel

Taylor Swift, Paula Fernandes - Long Live

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WIFI

Por Lucas Inácio

FALA COM A MINHA MÃO Imagina atender o telefone com o aparelho no bolso e usando apenas a mão, colocando o dedo indicador no ouvido e começar a falar. Sim, parece coisa de James Bond, mas isso existe. É uma pulseira chamada Sgnl (abreviação da palavra “signal”) desenvolvida por uma empresa sul coreana. Ela pode ser usada com relógios comuns, smartwatchs ou como uma pulseira simples. O segredo é o aplicativo do Sgnl no celular que o conecta com a pulseira por meio de Bluetooth. A invenção é tão louca que o financiamento coletivo foi cinco vezes maior que o objetivo inicial. A pulseira custará cerca de US$ 140, mas ainda não tem data para ser comercializada.

NOVIDADES TECH AS NOVIDADES TECHS QUE A GENTE QUER

RASTREADOR DE CARTEIRA

Na onda das invenções incríveis, vamos falar de uma invenção muito útil: um rastreador de carteira. O Tile Slim é um aparelho menor que um cartão de banco e pode ajudar bastante na hora de encontrar seus documentos. Você liga o aplicativo do Tile no celular e se ele estiver na área de alcance do Bluetooth do seu aparelho telefônico, você recebe um sinal sonoro; se ele estiver ao alcance de outro usuário do Tile, a pessoa recebe um aviso e você recebe a localização mais recente. Além disso, ele pode ser grudado em computadores, tablets e ajuda a localizar seu celular ao apertar um botão no próprio cartão. O aparelhinho começou a ser vendido nos EUA em setembro com a promoção de um por US$ 30 e quatro por US$ 100 para estimular o uso colaborativo. Que ideia!

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DEFENDA SEU REINO A empresa brasileira Mopix Games lançou seu segundo jogo para Android e iOS recentemente. O Magic Master é um jogo épico em que o jogador comanda o guardião do Forte Ukala da invasão dos inimigos e, para isso, ele usa uma série de magias. São oito poderes e elementos do cenário que podem ser combinados para retardar a aproximação dos goblins, orcs, imps, gárgulas, gigantes e dragões que tentam o ataque no melhor estilo Senhor dos Anéis.

ANITTA É BRASIL NO JUST DANCE

Galvão Bueno ficaria orgulhoso ao saber que duas artistas brasileiras vão representar o país na próxima edição do jogo de dança mais vendido no mundo. O Just Dance 2017 vai contar com a música “Bang” de Anitta e “Te Dominar” da cantora pop Daya Luz. Falando em pop, o jogo também vem com os hits “Sorry”, do cantor Justin Bieber, e “Lean On”, da dupla Major Lazer. O jogo será lançado no fim desse mês (outubro) para PlayStation 4 e PS3, Xbox One, Xbox 360, Wii U, Wii e pela primeira vez para PCs.

SEJA MESTRE DOS VIDEOCLIPES

Para quem gosta de editar vídeos e fazer clipes super trabalhados, aqui vai a dica de um aplicativo que vai te ajudar muito. O Funimate é um editor de vídeos prático e com mais de 30 efeitos: espelhado, fantasma, quebra-cabeça, vintage, entre outros. Você não precisa de registro para usar, mas caso queira, poderá participar da rede social do app e se inspirar nas ideias compartilhadas lá. E vale lembrar: suas montagens podem ser compartilhadas em todas as redes sociais que quiser. Fica a marca d’água no vídeo, mas vale a pena.

O “CAROLZITO” NÃO É DE REALIDADE VIRTUAL, MAS AJUDA A ENXERGAR MELHOR Desde 2015, as óticas Carol promove o projeto social Pequenos Olhares que tem a iniciativa de ajudar a melhorar o estudo da galera das escolas da Rede Pública. Se você tem, ou conhece alguém que enfrenta algum problema de visão e sabe que é complicado viver dependendo dos primeiros lugares no espelho de classe, por isso, a rede de óticas criou o “Carolzito”, um modelo de armação, em diferentes cores, destinado às crianças de até 11 anos de idade. Enquanto um produto similar custa em média R$ 150 e R$ 200, o “Carolzito” completo com armação e lentes é vendido a R$ 49,00 e pode ser parcelado em até 10 vezes de R$ 4,90. Qualquer consumidor com filhos que estudam em escolas ou instituições públicas podem adquirir o produto nas lojas participantes. Para participar, é necessário apresentar a receita oftalmológica e um comprovante de frequência escolar da criança.

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EDUCAÇÃO ESPORTE

Por Renata Bomfim

VOLTANDO A

SER CRIANÇA

Professora e aluna trocam experiências sobre a infância e relembram as gírias que costumavam usar com os amigos

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Fotos: divulgação Revista Its

Com fotos antigas em mãos, professora relembra o início da caminhada na sala de aula

Dividido em duas equipes que se organizam em fila, quem começa o jogo precisa bater na mão do integrante do time adversário, sair correndo e, dessa maneira, a diversão acontece. Mas se for pego, entra a graça da jogada: é hora de trocar de time. A brincadeira, que recebe o nome de “bate-manteiga” não é nova e passou pela infância da professora regente, Ana Maria Macedo Vieira Violada, 66, e da aluna do quinto ano Stefany Müller Cardozo, 11. Apesar dos mais de 60 anos de história que passa entre a professora e a aluna da Escola Básica Municipal Virgilio dos Reis Várzea, em Canasvieiras, nem tudo muda: as brincadeiras permanecem. Ana, natural de Florianópolis, construiu toda a infância ao lado dos sete irmãos, no bairro Estreito, e dos amigos que moravam por perto. Criados com a liberdade de fazer do quintal

de casa um espaço livre para dar asas à imaginação, criavam e recriavam os brinquedos com os materiais a que tinham fácil acesso. “Nós tínhamos o costume de pegar latas, pregar pregos ao redor e enrolar no cordão para fazer pé de lata”, relembra a professora. “A minha casa ficava na descida de um morro e nós pegávamos um carretão para descer embalado. Na falta trocávamos por papelão, só precisava de ajuda para puxar.” Já as brincadeiras de Stefany e as memórias de infância também foram construídas na rua de casa, uma servidão em que ela e os amigos brincavam livres de skate na descida do morro, além de pega-pega e esconde-esconde. Hoje, apesar de já ter 11 anos, Stefany ainda se diverte com os amigos e revive algumas brincadeiras na escola, como a famosa bate-manteiga. REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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Além das brincadeiras com os amigos, Ana e as irmãs tinham o costume de brincar de casinha e com as bonecas que eram todas feitas pela sua mãe, a contar, inclusive, pelo rosto. Mas o sonho da filha de um servidor público e da dona de casa era ter uma verdadeira boneca de porcelana. “A minha mãe dizia para nós que essa boneca vinha de longe, lá do céu, e que era muito cara”, comenta a professora que, ao ver um avião passar pelo céu, saia gritando para que trouxesse o presente que tanto sonhava. Mas felicidade era mesmo a chegada do Natal. Na família Macedo Vieira, o presente natalino era sagrado: roupas novas e sapato novo. Professora há 47 anos, Ana descobriu a vocação ainda em casa, quando ajudava os irmãos mais novos com as tarefas da escola. O que não esperava é que durante esse ensinamento, também estava uma amiga de sua irmã que, anos depois, também passou a fazer da sala de aula uma profissão.

Stefany descobriu que "crush" também é refrigente!

“EI, TÁ LIGADO?” Quem nunca (ou quem sempre) tem aquela gíria na ponta da língua e que usa entre os amigos do mesmo grupo? Há aquelas que surgem nos grupos da escola, que saem da internet (alô, alô, Brasil), mas também tem as que você fala sem perceber que é uma gíria, “tá ligado”? Entre a professora, Ana Maria Macedo Vieira Violada, 66, e Stefany Müller Cardozo, 11, a variedade de gírias que passou e ainda existem entre as duas gerações são incontáveis, não é mesmo? “Uma vez, eu expliquei para a professora o que significava crush, porque ela não tinha entendido”, comenta Stefany, até porque, para Ana, crush só se fosse um famoso refrigerante de laranja. Se você também confunde alguns significados, veja só essa lista com gírias que se usava antes e as que estão na boca da galera hoje. Dá uma espiada para ver se você conhece alguma:

Antes...

Atuais...

BECA: tem sentido de boa aparência e roupa legal.

AFF!: mais usado no sentido de “não acredito”.

BROTO: usado para jovens de modo geral. GAMADO: é o famoso estar apaixonado. GRILADO: quando você quer dizer que está preocupado. PATOTA: é aquela tradicional turma de amigos reunidos. X9: pessoa que repassa informação e, geralmente, a que não deveria.

Professora há 47 anos, Ana descobriu a vocação ainda em casa

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APENAS: é usada mais no sentido de começar ou até mesmo finalizar uma frase que, pode até ter tom irônico, mas serve para reafirmar opinião. CRUSH: o antigo amor platônico da galera, só que com uma outra palavra. LACRAR: a palavra fala por si só. Mas é quando você está incrível e desfilando beleza e simpatia. MIGA: é a nova queridinha do momento e é quase uma forte candidata para pegar o lugar da “BFF” (Best Friend Forever). SQN: usado, geralmente, no final das frases e com sentido irônico. #sóquenão


PROGRAMA REVISTA ITS ESPORTE

Por Jéssica Stierle jessica.stierle@portalits.com.br

RESUMITS Aquilo que rolou nos últimos sábados no @revistaits na telinha, da RICTV Record RÁDIO DJ

FCB NAS ESCOLAS

Os recreios da EEB Dom Jaime da cidade de Palhoça são diferenciados. Na escola a galera conta com um sistema irado de comunicação, a Rádio DJ. Comandada pela professora Bruna Ventura, a galera comanda a programação por meio do programa FUNFOU que transmite os avisos e toca só as mais pedidas entre a galera. Além de proporcionar um intervalo mais divertido, a diretora da unidade, Sônia Regina, acredita que o projeto transformou o dia a dia dos alunos trabalhando a interdisciplinaridade.

Outra iniciativa massa que nós acompanhamos no último mês foram os jogos promovidos pelo projeto FCB nas escolas. Escolas de Brusque, Blumenau e Joinville tiveram a oportunidade de abrir os jogos oficiais do Campeonato Catarinense de Basquete com os times escolares. Além de muita integração entre as diferentes unidades, não faltou diversão nos lances dignos de NBA e, claro, medalhas - muitas medalhas!

#PLAYLIST

MEU VOTO DECIDE

As músicas que a galera curte viram noticias/micos na tela da RICTV Record. No último mês quem comandou as mais pedidas no quadro Playlist foram os alunos da EEB Aderbal Ramos, da Capital. Além de cheios de estilo, a galera provou que tem bom gosto musical! Para conferir a lista de músicas deles, dá um like na página da @revistaits : )

Outubro foi mês de eleições, mês de exercer o poder do voto e comparecer as urnas. A @revistaits promoveu uma bate papo com alunos das escolas EEB Bela Vista e EEB Wanderley Junior, de São José. Com a participação dos jornalistas Marcos Giraldi e Altair Magagnin, a intenção dos encontros foi de contribuir na formação cidadã e democrática dos alunos.

O programa Revista its vai ao ar todos os sábados às 14h30 para todo o estado através da RICTV Record. Os melhores momentos estão na nossa página do FB.COM/REVISTAITS  15


TEATRO

Por Renata Bomfim

Abram as cortinas e se acomodem em seus lugares:

É HORA DE TEATRO

Com uma dramaturgia ainda em construção, os alunos que compõem o coral do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Centro II, da Escola Municipal Donícia Maria da Costa, no Saco Grande, resolveram encarar um novo desafio: é hora de entrar no palco e unir a música com o teatro. A peça, que irá reproduzir músicas que mais tocam os integrantes, já conta com quinze alunos e um re16 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

pertório que varia de música gospel a Legião Urbana. Para a professora, Vivian de Camargo Coronato, 35, licenciada em Artes pelo Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), o trabalho agora é unir todas as músicas e criar um fio condutor entre elas. “Algumas serão cantadas, outros trechos falados ou encenados”, revela a professora sobre o processo de criação. Maria Noelia

Pires, 60, é aluna do 2º segmento da EJA e ainda está na fase de escolher qual música a representa. “Eu penso em várias músicas, mas eu sou mais do estilo romântico.” Entre os alunos, está um professor de música e que sabe tocar violão, Daniel Siebel, e outro professor do próprio núcleo que também é músico e compositor, Sérgio González que ajuda a dar todo o enredo do musical.


Fotos: Divulgação

Os alunos que compõem o coral do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Centro II, da Escola Municipal Donícia Maria da Costa, no Saco Grande ensaiam um grande musical

A vontade dos alunos de criar um musical veio logo após terem participado de uma aula que envolvia música e dança, foi quando surgiu a ideia de formar um coral e, em seguida, o musical. O grupo, que conta com alunos de 16 a 70 anos, já tiveram a oportunidade de prestigiar os musicais “Beatles num céu de diamantes” e o espetáculo de Zélian Duncan “Totatiando”. Além disso, acompanham apresentações de companhia espanhola e as do Palco Giratório. “É importante que os alunos tenham contato com a arte e artistas dentro e fora da escola, que a reconheçam em sua diversidade de produção e contextos históricos, estéticos e sociais”, relata a professora. “O nosso trabalho é o de oportunizar a fruição, a crítica e a autoria.”

MAS... E COMO COMEÇOU A HISTÓRIA DOS MUSICAIS?

A verdade é que os musicais beberam na fonte das apresentações de óperas, antes de se consagrarem no formato que estão hoje. No início, eram cantadas diferentes histórias, inclusive o diálogo entre os atores eram acompanhados por instrumentos. Mas com o tempo foi ganhando novo formato, nova identidade e se fortalecendo como musical. Diferente do que se pensa quando se fala de musical e logo se imagina as grandes produções da Broadway, o primeiro que se tem registro foi produzido na Inglaterra, por John Gay, em 1728, e recebeu o nome de “The Beggar’s”. No Brasil, o teatro musical chegou no século 19 com o “Teatro de Revista”, que tinha como característica marcante a sensualidade e o apelo a sátira social e também política.

MUSICAIS MAIS CONHECIDOS PELO MUNDO Apesar de não ter sido com a Broadway o primeiro teatro musical produzido, foi com ela que a arte cênica dos grandes palcos ganharam vez e espaço pelo mundo. Na nossa lista, separamos três grandes produções escandalosas de tão bem produzidas. Confere só:

CATS O espetáculo Cats foi uma das apresentações que mais durou em cartaz, no total, foram 18 anos de viagens pelo mundo inteiro, mas foi encerrada em 2000.

O FANTASMA DA ÓPERA Traduzido em várias línguas, foi um dos musicais mais bem sucedidos financeiramente e que também ganhou espaço nas telas dos cinemas. A peça é uma das poucas que ainda está em cartaz na Broadway.

O REI LEÃO Lançado em 1994 e, passados 22 anos, é sucesso até hoje. Apesar de já ter rodado pelos teatros do mundo, a peça ainda é exibida na Broadway e faz qualquer coração acelerar. FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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CAPA ESPORTE

Por Renata Bomfim

Inverter os papéis e fazer com que o aluno viva o lado do professor é muito mais do que uma troca, é estreitar os laços entre ensino e aprendizagem É mais um dia de aula normal para a turma do 6º ano, na sala 64, da Escola de Educação Básica Professora Herondina Medeiros Zeferino, no Ingleses. O sinal, como de costume, bateu no mesmo horário, às 13h15, e os alunos logo se aglomeram em frente à porta da sala de aula à espera da primeira disciplina do dia: inglês com a professora Janine

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Guimarães, 62. Mas não é o que acontece. A professora até chega junto com a turma e abre a porta para que todos entrem, mas fica do lado de fora, assim como Breno Martins dos Santos, 12, aluno da turma. Naquele dia, é ele quem assume o papel perante a sala de aula e tem a experiência de ser professor por um dia.

“Olá, boa tarde”, diz Breno ao abrir a porta esbanjando sorriso e confiança. “Hoje a gente vai falar sobre a origem da língua inglesa”. Os alunos, agitados com a novidade, alertam o professor, que já havia começado a esticar o mapa no quadro: “professor, você esqueceu a chamada!” Claro, a chamada, vamos a ela. Nas repostas, de fundo, e de poucos que


Fotos: Marcos Campos

ousavam no idioma, dava para ouvir um “here” (aqui) ou até mesmo o “not here” (não está). Pronto, chamada encerrada, hora de voltar ao tema proposto. Com um canetão em mãos, Breno circula no mapa os países que usam a língua inglesa para se comunicar. Do outro lado, a professora que se vê na posição de aluna, intervém: “Alguns países, como o Canadá, não usam só o inglês como idioma”, ressaltou. Na turma, alunos também participam lembrando outros lugares que têm o inglês como opção. “Assim como a Alemanha, a Itália." Depois do breve mapeamento, Breno revisa o verbo To Be e as variações. Os alunos, que já haviam aprendido sobre o assunto, não acharam ruim. Paulo Gesoel dos Santos Cordeiro, 11, sente dificuldade em inglês e gostou de ver o colega revisar o conteúdo. “Eu até refiz a tabela no meu caderno”, e ainda faz uma aposta: “ele seria um bom professor.” Para Jéssica Maria de Medeiros Coelho, 11, e também colega de sala do Breno, avalia como boa a desenvoltura do colega como professor. Dedicada aos estudos e amante de língua portuguesa, Jéssica não perde tempo e compartilha aquilo que sabe com aqueles que a procuram para aulas particulares de português. “Eu tenho prazer em ensinar e passo aquilo que sei para as pessoas”, diz a jovem. “Com o dinheiro que recebo, eu compro coisas que preciso ou ajudo a minha mãe em casa.” Apesar de ter 12 anos, o professor de inglês temporário não se intimida e muito menos fica com vergonha. No currículo tem as melhores notas carimbadas, assim como a presidência do Grêmio Estudantil deste ano, a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) que conquistou também este ano e a classificação para a segunda etapa na Olimpíada Brasileira de Informática (OBI). Além disso, como morador da ilha, seu hobby é quase inevitável: surfista de fim de semana. .

A troca dos papéis em sala de aula fez com que Breno Martins dos Santos fosse professor por um dia

INVERTENDO OS PAPÉIS Apesar de não ter sido a primeira vez em que Breno Martins dos Santos, 12, assumiu à frente de uma sala de aula, a experiência valeu a pena. Ainda com a professora de inglês, Janine Guimarães, 62, precisou planejar uma aula em equipe para apresentar o assunto escolhido pela professora. Janine, que fez todo o planejamento e dividiu as tarefas entre os grupos, ficou satisfeita com o resultado. Ao reviver essa troca, não só parabenizou o aluno pela determinação, como ainda fez um elogio: “O Breno é um ótimo aluno, interessado e tem domínio de conteúdo”.

Ele explicou o conteúdo

tirou dúvidas dos seus "alunos"

fez chamada

e comandou a turma!

Breno pode ser novo, mas sonha em se tornar, um dia, quem sabe, astrônomo ou até mesmo cientista. Com rotina diária de duas horas de estudo em casa, o estudante deixa um conselho para quem não leva a escola tão a sério: “Hoje eles não vão sentir falta, mas lá na frente serão cobrados e terão que arcar com as consequências”. WWW.PORTALITS.COM.BR

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Nossos

professores destaques Nesta edição da revista Its Teens Florianópolis, nós trouxemos dois professores que merecem destaque e o nosso reconhecimento. Não só pelo tempo que trabalham com a educação, mas por serem tão dedicados e apaixonados pelo que fazem. Daniel Godinho Berger, 48, escolheu a sala de aula há 21 anos; enquanto Janine Guimarães, 62, já peregrina por esse lugar há 33. Dois profissionais com trajetórias diferentes, mas com a mesma visão: é preciso caminhar lado a lado com o aluno. Dê só uma olhada no perfil desses nossos dois homenageados neste mês tão especial em que se comemora o Dia do Professor.

JANINE, a sorridente Nome completo: Janine Guimarães Idade: 62 Formação: Letras Profissão: professora de inglês

Natural de Porto Alegre, no Rio Grande Sul, a professora de inglês da Escola de Educação Básica Herondina Medeiros Zeferino, no Ingleses, Janine Guimarães, 62, viu em Florianópolis um lugar para recomeçar. Logo que se aposentou, a professora veio para a ilha e ficou seis anos descansando e cuidando de si, até que resolveu tomar uma decisão: era hora de voltar para sala de aula. Formada em Letras, inglês não era a sua matéria preferida na escola. E se a inspiração de Janine não veio de casa, logo viu em uma amiga que era professora a referência. E, acredite se quiser, era de inglês. “O meu primeiro livro que eu li em outra língua foi do Sherlock Holmes”, relembra. Há 33 anos na profissão, a professora gaúcha ainda se depara com o mesmo desafio: fazer com que o aluno repense sua posição para saber o que ele busca dentro da escola. Fora da sala de aula, Janine também vive em constante aprendizado. Agora, ela quer fazer curso de fotografia e comprar uma máquina de costura para se aventurar no mundo dos fios, linhas e tesouras. “Eu ando numa fase de fazer trabalhos manuais. Eu adoro tricô e descobri também um gosto pelas fotos”, revela. Falando em se aventurar, as turmas que Janine leciona também não deixam de ser um desafio. Acostumada com magistério, supletivo e segundo grau, hoje a professora constrói as novas experiências com turmas de primeiro e segundo ano, algo que nunca havia trabalhado. “Eu me sinto gratificada com eles, porque o que eu espero, eu sou alcançada.”

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Professora Janine Guimarães faz da sala de aula a sua segunda casa há 33 anos


DANIEL, o otimista Nome completo: Daniel Godinho Berger Idade: 48 Estado civil: casado Formação: Licenciatura em Geografia Ano de formação: 1995 Função: chefe de departamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Frase: “Há sempre um dia após o anoitecer” (Ernst Bloch)

Inquieto em não aceitar as coisas como são, mas com vontade de buscar novos caminhos, Daniel Godinho Berger, 48, é chefe do departamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Grande Florianópolis. Casado e pai de duas meninas, licenciou-se em Geografia, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 1995. Dez anos depois, fez especialização na Educação de Jovens e Adultos e, em 2007, ingressou no mestrado na área de educação. Este ano, veio a novidade com a aprovação no doutorado da UFSC – e Daniel já sabe o que pretende estudar: as políticas públicas da EJA. Mas a vida de Daniel na EJA começou antes mesmo de ser professor. “A minha conclusão no ensino da educação básica foi no Ensino de Jovens e Adultos”, destaca ao lembrar que, quando decidiu mudar o foco do trabalho do ensino regular para o ensino na EJA, foi justamente porque ia ao encontro dos seus projetos de estudo do meio e trabalhos que envolviam o engajamento dos alunos para além da sala de aula. “Desde a minha formação na prática de ensino, eu já voltei para a perspectiva de aproximar os conteúdos da escola com a realidade fora dela.” Interessado por músicas populares e clássicas, o professor de geografia foi o único na família de músicos que resolveu ir pelos caminhos da educação. E não foi por falta de vontade, até porque tentou aprender a tocar clarinete, mas logo desistiu. Mas nem por isso a música deixou de estar presente na sua vida. “Eu gosto de sempre pesquisar o que tem de novo, porque ela me acalma, seja para estudar ou para ler, ou até mesmo para fazer meu planejamento.” Professor há 21 anos, relembra que escolheu a geografia por conta de outra profissão que seguia, a de processador de imagens cartográficas. “No início do meu trabalho como professor, eu achei muito difícil, porque você chega à escola com uma quantidade de informações do que não pode ser feito. Mas com o tempo você vai se deparar com uma realidade que é diferente daquilo que você aprendeu”, desabafa Daniel que, ao mesmo tempo, faz da sala de aula um encontro de pessoas e com o conhecimento.

Mas a vida de Daniel na EJA começou antes mesmo de ser professor. “A minha conclusão no ensino da educação básica foi no Ensino de Jovens e Adultos” contou o professor

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Educadores que

INSPIRAM

Dizer que professor é a base da educação, passa longe de qualquer clichê, mas colado com a realidade. A educação é o alicerce não só para o desenvolvimento individualizado, mas para o local que a gente vive, dentro da nossa cidade e até mesmo no nosso país. E assim como os nossos professores nos inspiram, eles também contam com inspirações para ir além do conteúdo programado e fazer do ambiente escolar um espaço de construção do caráter e da personalidade de cada um. Abaixo, nós escolhemos três educadores importantes na história da educação brasileira. Veja só:

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PAULO FREIRE “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” Paulo Freire | 1921- 1997 Paulo Régis Neves Freire foi educador, pedagogo e filósofo brasileiro. Nascido no Recife, ganhou reconhecimento no mundo inteiro pela sua linha de trabalho. O objetivo de Freire era trabalhar a conscientização e o senso crítico do aluno, para que pudesse enxergar a libertação. Uma das maiores críticas dessa referência na educação é que o ensinar vai muito além do saber e que o professor precisa desenvolver a criação e a produção do conhecimento. Referência no mundo inteiro, teve obras traduzidas em cerca de 20 idiomas, além de ter sido nomeado doutor honoris causa de 28 universidades pelo mundo todo.

RUBEM ALVES “Há escolas que são gaiolas, há escolas que são asas” Rubem Alves | 1933 - 2014 Rubem Azevedo Alves, natural de Boa Esperança (MG), é psicanalista, educador, teólogo e escritor. No seu trabalho, ganhou reconhecimento por mais das 140 obras publicadas e instigava a curiosidade e a liberdade de se criar o próprio pensamento.

DERMEVAL SAVIANI “O papel da escola não é o de mostrar a face visível da lua, isto é, reiterar o cotidiano, mas de mostrar a face oculta, ou seja, revelar os aspectos essenciais das relações sociais que se ocultam sob os fenômenos que se mostram à nossa percepção imediata” Dermeval Saviani Considerado um dos grandes educadores brasileiros da atualidade, Dermeval vê a escola como um espaço onde não deve existir a discriminação e o preconceito. Porém, para que isso aconteça, é preciso ir além do conteúdo escolar e formar cidadãos éticos, críticos e que Professora Marileie filósofo, Roseli Chableski tenham participação ativa na sociedade em que vivem. Saviani é pedagogo nascido em Santo Antônio de Posse, em São Paulo, no ano de 1944.

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ESPECIAL

Por Renata Bomfim

O EMPODERAMENTO DOS NÃO VISTOS

No auditório da EBM João Gonçalves Pinheiro, a inclusão existe na prática!

Quando os deficientes deixam de ser espectadores e passam a ser atores No auditório da Escola Municipal João Gonçalves Pinheiro, no Rio Tavares, a palavra inclusão deixa de ser teoria para se tornar prática. No palco, alunos que antes eram meros espectadores devido a alguma deficiência que, aparentemente, os limita, é deixada de lado. Porque no teatro de sombras “A lenda das areias”, a limitação fica restrita apenas aos olhos de quem vê. Organizado pela professora de

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ciências, Elaine Seiffert, 41, e pela professora de artes cênicas, Júlia Fernandes Lacerda, 30, os alunos passaram a ensaiar ao menos uma vez por semana no contraturno escolar, há cerca de dois meses, o primeiro teatro totalmente inclusivo da escola. “O resultado foi surpreendente, porque eles criaram os personagens”, relata Elaine, de quem partiu a iniciativa de produzir a peça para o trabalho de conclusão de curso da

pós-graduação de Gênero e Diversidade na Escola, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “A sociedade, quando olha para uma pessoa deficiente, vê a limitação e acha que ela é incapaz. No teatro, eles se sentiram empoderados.” Para a escolha da história, as professoras deram preferência para aquela que fosse menos didática. “Essa lenda conta, de uma forma mais poética, a história do rio que


Fotos: divulgação Revista its

A mente por trás de um aplicativo prá lá de inclusivo

MÚSICA PARA TODOS

Se inclusão é a palavra da vez, o aplicativo Listen chega ao mundo dos smartphones com o principal propósito: a acessibilidade. Criado na primeira edição do Startup Weekend de Joinville, no mês de fevereiro deste ano, os novos empreendedores já colecionam premiações com direito a viagem para o Vale do Silício. A equipe, que hoje conta com o estudante de engenharia mecânica, Raphael Odebrecht de Souza, 27; o engenheiro de produção e sistemas, Sandro Vieira Wiggers, 26; a designer gráfica, Suellen Quintino, 27 e o engenheiro mecânico, Thiago Rocha, 26, teve a ideia de transformar o smartphone em um simulador de aparelho auditivo que atende os níveis de perda leve, moderada e severa. “A perda auditiva profunda o aplicativo não consegue corrigir por conta de um problema técnico do próprio celular, que não tem potência suficiente para amplificar o som nesse grau de perda auditiva”, explica Raphael. O aplicativo Listen é hoje um player de músicas personalizado para a audição do usuário, gratuito e está disponível na PlayStore. Para utilizá-lo, basta procurar por “Listen perda auditiva” e fazer um teste auditivo no próprio aplicativo usando fones de ouvidos que, automaticamente, mede o grau de perda auditiva de cada pessoa. A partir dessa triagem, o usuário pode ouvir todos os áudios que estão salvos no aparelho telefônico, personalizados de acordo com a sua necessidade. Raphael, agora, adotou um novo estilo de vida: protetores auriculares como acessório indispensável em lugares que frequenta, principalmente em shows de rock. O cuidado veio logo após aprofundar os estudos sobre a perda auditiva e se deparar com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) em que 5% da população do mundo inteiro tem algum grau de perda auditiva com alerta: até 2050, pelo menos, um bilhão de pessoas correm esse risco. quer se transformar em algo para além do que ele é, e mostra todo o percurso dele, as dificuldades que encontra as barreiras no caminho para poder chegar e conhecer o mar que, para ele, é o máximo que pode ser”, descreve Júlia, mestre e graduada em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

O aplicativo, que começou a ser desenvolvido a cerca de oito meses, venceu o InovAtiva Brasil 2016 e ficou entre os 14 vencedores do Programa FbStart, evento apoiado pelo Facebook, além de estar entre os finalistas e aguardar o resultado do Social Good Lab 2016 e o II Prêmio Empreenda Saúde.

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Surdo, Cleiton conta com o auxílio de Mike Diano, 37, professor intérprete de libras, para se comunicar. “No meu caso, ele é como se fosse a minha voz. Ele ouve, vê e me diz o que está acontecendo, assim como ele fala o que eu estou dizendo para as outras pessoas”, descreve o aluno. Para Mike, que acompanha Cleiton há cinco anos em todas as atividades dentro da escola, o teatro inclusivo levanta a autoestima dos alunos e faz com que eles sejam protagonistas. “Eles podem fazer mais do que aquilo que alguém impõe.”

Na escola, a voz de Cleiton Antunes é representada pelo intérprete de libras, Mike Diano

Com o papel de representar o rio no teatro de sombras, Cleiton Cesar Ribeiro Antunes, 14, coleciona no currículo participações em série e peças de teatro. Aluno da oficina de animação, na UFSC, e estudante de teatro desde os dez anos, Cleiton deseja, quem sabe, seguir a profissão de ator. “Eu acho muito importante que as pessoas deficientes participem, porque eu vejo que muitos os ridicularizam e os tratam com descaso e até com desprezo, às vezes”, desabafa. “Acham que não são inteligentes ou que eles não podem fazer algumas coisas, mas eu acredito que alguns demoram um pouco para aprender, mas eles podem aprender.”

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O professor de libras Mike Diano, também foi o responsável por "traduzir" a peça apresentada pelos alunos


Essa luta é por todas as pessoas com deficiência. Se você não diz a uma pessoa com deficiência física, cadeirante: ‘se essa rua não tem rampa, é só passar em outra, ué. Que frescura, quer andar em todas as ruas igual a todo mundo’. Então, não diga a uma pessoa com deficiência auditiva: ‘se esse filme não tem legenda, é só ver outro, ué. Que frescura, quer ver todos os filmes igual a todo mundo’. Deu para notar a discriminação?

Trecho retirado de uma publicação feita por Danielle Kraus Machado, 19, em seu perfil numa rede social

#surdosexistem Poderia ser uma simples ida ao shopping para ir ao cinema assistir a um dos dois filmes de animação que estavam em cartaz nas salas de um shopping de São José, na Grande Florianópolis. É, poderia. Acontece que Danielle Kraus Machado, 19, tem perda auditiva bilateral moderada e não encontrou a opção com legenda nas duas animações e resolveu levantar cartazes em forma de protesto pela tentativa frustrada que teve ao querer exercer seu direito, garantido por lei. “Este cinema não respeita os surdos”, “legenda para quem não ouve é lei”, “pessoas com deficiência existem #cadêalegenda?”, “Lei 13.146 acessibilidade é um direito”, “+ legenda – exclu-

são #surdosexistem”, “se fosse com você”, “quero assistir A Era do Gelo e Procurando Dory. Cadê a legenda? #surdosexistem”. Danielle ganhou vez e voz ao fazer uma publicação em uma rede social que gerou mais de 50 mil curtidas e mais de 39 mil compartilhamentos. Danielle, junto com a sua luta e de tantas outras pessoas que se reconheceram nesse protesto, ganhou repercussão nacional e, aos poucos, sente o resultado desse movimento que ainda tem muito que batalhar para se sentir incluído, numa sociedade que, em determinados momentos, os deixa a margem.


CLUBE DA LEITURA

Um botão grená perdido na areia chamou a atenção de Maya. Há quanto tempo estaria ali? Dava a impressão de Ter sido arrancado com força de uma camisa ou vestido. Maya guardou o botão na sacola de praia, prometendo a si mesma descobrir algo mais sobre aquilo. Naquelas férias em Santa Catarina, Maya não poderia saber que um botão a levaria a uma aventura improvável, inimaginável e perigosa.

SOBRE AS OBRAS A CASA DE HANS KUNST A trama inicia apresentando a história de uma casa onde um assassinato aconteceu: Lisa Kunst foi morta por seu próprio marido Hans Kunst. Anos depois do ocorrido, a casa abandonada pelo seu dono, supostamente refugiado na Alemanha, seu país de origem, intrigou um grupo de quatro amigos adolescentes que morava próximo ao local, devido

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a acontecimentos sobrenaturais e rumores de que ela fosse mal assombrada. A partir da curiosidade desses amigos, é que a aventura começa e, ao entrarem na casa abandonada, vivem fortes emoções fazendo importantes descobertas. OS CROQUETES EM A MANSÃO DE QUELÍCERA Narra a história de Joel, Raul, Ra-

fael e Vivian, amigos que passeavam todos os dias às cinco horas da tarde. Certo dia eles depararam-se com um fato estranho, no local, anteriormente descampado, uma casa apareceu. Todos se intrigaram diante do fato inusitado: como uma casa fora construída da noite para o dia? Mesmo amedrontados, porém, curiosos, entraram na casa por um corredor escuro até chegarem a uma biblioteca.


Fotos: Divulgação

Joel leu o primeiro livro que encontrou, cuja história envolvia duas feiticeiras: Estrela e Quelícera. O final desta interessante história, você pode descobrir ao ler este livro cheio de mistérios! O BOTÃO GRENÁ A história gira em torno de um mistério que teve início quando Maya encontra um botão de cor grená, na areia da praia de Santo Antonio de Lisboa e nele havia escrito a marca “Segredos”. Pensando no que teria provocado a presença do botão naquele lugar e, imaginando a história, se é que havia uma, que poderia estar por trás daquele pequeno objeto, Maya, movida pela intuição, por uma ajudinha do acaso, ou destino e por um enorme instinto de aventura, inicia a sua saga.

SOBRE O AUTOR: Luana Von Linsingen nasceu em Florianópolis (SC), é bióloga, mestre em Educação Científica e Tecnológica, e professora efetiva de Ciências na Rede Pública Municipal de Florianópolis. Também é pesquisadora com alguns artigos publicados em revistas científicas, Na área de literatura atua como escritora de livros infanto-juvenis e contos, redatora, editora e revisora.

COM O CLUBE DA LEITURA: GENTE CATARINENSE EM FOCO

A autora Luana Von Lisingen tem contribuído para a Formação Continuada dos profissionais da Rede Municipal de Educação de Florianópolis, através dos encontros literários que o Projeto Clube da Leitura: Gente Catarinense em Foco organiza, e tem visitado nestes últimos anos as unidades escolares municipais, por meio desse projeto.

Como autora de livros infantis e juvenis possui três títulos publicados, sendo eles: A casa de Hans Kunst (Saraiva, 1997), O botão grená (Saraiva, 2000), escrito em parceria com Rosana Rios, que foi selecionado para o PNLD/ SP 2002 e pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, e Os Croquetes em A mansão de Quelícera (Letras Contemporâneas, 2001), que foi selecionado como texto-base para RPG educacional sobre História da Arte na Universidade Estadual de Santa Catarina - Udesc.

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GALERIAS

Victoria e Karolina

Deived e Carlos

Giovane

ESCOLA

ANISIO TEIXEIRA Mayara, Mayene, Victoria, Leticia e Maria Eduarda

Leticia, Deivid, Maria Vitoria, Mayara e Carlos

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Aline e Samuel


Karolina

Fotos: DM Fotografia

Maria Eduarda, Karolina, Mireli, Hagatha, Larissa e Victoria

Karolina, Victoria, Mireli, Larissa, Mari Eduarda e Hagatha

Gabriel e Eric

Larissa e Mireli

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João Pedro

Gabriel, Joisé e Vitor

Emilly

ESCOLA

Nicolle, Rayssa,Yuana, Maria Beatriz e Larissa

Fotos: DM Fotografia

JOSÉ DO VALLE PEREIRA

Luana, Nicolle, Maria Beatriz, Larissa e Manuela

34 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


Alexandra, Beatriz, Julia, Vitoria e Leonardo

Emilly, Alice, Yasmin, Sofia, Maysa, Maria Eduarda e Gabrielle

Tainara, Jessica e Talita

Luana, Giovana, Ana Luiza, Kaillany, Keuzia e Rafaela

Kaillany, Luana e Giovana

JoĂŁo Pedro, Luiza, Ana Luiza, Luana e Luan

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Alana,Sarah e Isabela

Eduarda e Raquel

Eduarda e Ana Luiza

ESCOLA

ACĂ CIO GARIBALDI Fotos: DM Fotografia

Anna Clara, Gabriel, Maria Paula, Julia, Sarah e Maria Eduarda

Kayany, Julian, Lucas, Alessandra, Lara, Beatriz, Pandora e Juliana W - Gremio Estudantil

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Pablo, Wesley, Bruno, Ariel e Rasmiguel

Eduarda, Ana Carolina, Niza, Andrielle com a diretora Tania e equipe pedagogica

Eduarda, Aline, Andrielle, Ana Carolina e Niza

Wesley, Sarah e Maria Eduarda

5° Ano do Acácio Garibaldi

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Ester

Gabriela Maria e Maria Eduarda

ESCOLA

MARIA TOMÁZIA COELHO

Fotos: DM Fotografia

Ariel, Arthur, Claudinei e Derik

Ana Clara, Ludmila, Maria Cristina e Maria Eduarda

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Camila, Bruna e Maria Eduarda

Daniela, Flora, Geovana e Mirella

Kauana, Maria Eduarda, Ester e Kerolyn

João Roberto, Nicolas e Cauã

João Pedro, Cristian, Willian e Fabricio

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Fotos: DM Fotografia

Gedia e Gabrielli

Gabrieli e Kauã

Cauã

ESCOLA

MARIA CONCEIÇÃO NUNES Jasmin, Amabile,Tais e Kelly

Jasmin, Emili, Gabrielli, Gedeas e Beatriz

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Jeniffer e Gabriely


Kevin, Gustavo e Edmar

Julia, Vitor e Hadassa

Jullifer e Luiza

Maria Eduarda, Samara e Nicole

Amabily, Jasmin, Maria Eduarda, Samara, Geovana,Thays, Kelly, Gabrielle, Gideas e Emily

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Por Vanessa Esteves www.esteveswhere.com

SAIDEIRA

EU QUERO DAR ADEUS AO CASULO Talvez eu tenha sentimentos que não cabem no peito. Não sei se é por causa da minha vênus em touro ou por eu muitas vezes não pensar nas consequências que isso traz. Já li livros e textos, fiz até testes em revistas, para parar de me iludir e de me apegar tão rápido às pessoas. Não é horrível quando você conversa todos os dias com alguém e, simplesmente do nada, ele para de falar com você? Parece que o interesse sumiu num piscar de olhos e você ficou ali, aguardando um sinal qualquer de que estava tudo acabado mesmo. Que não teria mais nenhum “oi” para iniciar a conversa diária e mais nenhum desabafo na madrugada. Eu poderia correr atrás, não é mesmo? Mas parece que algo me trava, algo me diz para não arriscar, para não demonstrar os sentimentos e muito menos deixar as

pessoas à minha volta perceberem quem eu realmente sou. Poxa, é difícil entender que eu definitivamente não consigo controlar aquilo que sinto? Já fui tão decepcionada que às vezes me fecho em um casulo e não consigo deixar ninguém novo entrar no meu coração. Pelo simples medo de sentir algo a mais, mesmo eu tendo uma vontade inexplicável de me apaixonar de novo. Eu só quero ser uma borboleta e me livrar disso. Mostrar as minhas cores, a minha metamorfose para o mundo e poder dizer as três palavras que tanta gente por aí sonha em ouvir. Eu quero dar adeus ao casulo. Eu quero demonstrar meus sentimentos. Eu quero sentir e continuar sem pensar tanto nas consequências. Porém, acima de tudo, eu quero amar e não ter medo de me apaixonar por alguém que ainda não deixou seu coração aberto para mim.

só quero ser “ Eu uma borboleta e

me livrar disso.

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Vanessa Esteves tem dezoito anos, mora em Florianópolis, é blogueira desde 2012 e futura jornalista. Apaixonada por livros, escrita, música, sorrisos e azul. Acredita que pode mudar o mundo (ou pelo menos uma parte dele) com suas palavras. Acesse: esteveswhere.com e saiba mais da garota



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