Revista its Teens Florianópolis nº 13 2016 | R$ 9,80
www.portalits.com.br | edição 13
WI-FI
BATMAN EM DOSE DUPLA
ALIMENTAÇÃO
CONHEÇA O PROJETO COZINHANDO COM LETRAS
CULTURA POP
OS QUERIDINHOS DA INTERNET
conteúdo EDIÇÃO 13
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CULTURA POP
CAPA
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GALERIAS
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8 | CULTURA POP
10 | WI-FI
O YouTube é uma plataforma que só cresce desde que surgiu, em 2005. Com o passar do tempo, os criadores de conteúdo, também conhecidos como vlogueiros, foram se apropriando e tomando conta do espaço. Hoje em dia, eles se chamam, exclusivamente, de youtubers e têm até premiações específicas da área.
É, literalmente, redundante falar que a realidade virtual já é uma realidade, mas, de fato, 2016 está sendo um ano importante neste processo. O lançamento da vez é o Playstation VR, que entrou no mercado em meados de outubro.
Nunca é tarde para recomeçar a estudar, não é mesmo? Nós contamos pra você histórias de pessoas que mesmo depois de “mais experientes” voltaram para a sala de aula dando exemplo de superação
16 | ALIMENTAÇÃO
20 | CAPA
28 | INTEGRAÇÃO
Há pouco mais de dois meses, Diogo Ferreira dos Santos, 9, aluno da Escola Básica Municipal Mâncio Costa, no bairro Ratones, traçou um novo objetivo: eliminar a salsicha da alimentação. A iniciativa veio logo depois que participou do projeto Cozinhando com Letras, realizado na escola. Vem aprender mais sobre a importância de manter uma alimentação saudável.
Discriminação, preconceito e racismo ganham espaço em exposição produzida por alunos do primeiro segmento, da Escola Básica Municipal Anísio Teixeira. A partir da pergunta “Quem somos nós?” os estudantes do primeiro seguimento, tiveram contato com a pesquisa em que propôs explorar a ideia de identidade coletiva.
Fique por dentro do processo de transcrição de livros em braile pelas pedagogas do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP). Tudo é quase que um processo artesanal. Atentas a cada detalhe, as transcritoras trabalham com paciência e muita atenção para realizar o trabalho de transcrição para os alunos.
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12 | EDUCAÇÃO
EXPEDIENTE
Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli
Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Superintendente Reynaldo Ramos Jr. | reynaldo@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br
Designer Gráfico Eduardo Motta | www.edumotta.com Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Gerente de Operações Marina Rosa | distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br
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editorial Fala, galera No mês em que comemoramos o Dia da Consciência Negra, é lindo de ver a galera lutando contra o preconceito. Independente de idade, classe social ou circunstância, saber que esse assunto está sendo levantado e discutido dentro da sala de aula nos faz acreditar em um futuro melhor. Nós levantamos essa bandeira apresentando para você o trabalho realizado por um Núcleo da EJA – Educação de Jovens e Adultos, em Floripa. A turma realizou uma mostra fotográfica que explorou preconceitos vividos no dia a dia. A nossa foto de capa é estampada com o conteúdo que os alunits produziram e você pode saber mais sobre o projeto nessa edição. Por aqui também tem papo sobre alimentação saudável que rolou na EBM Mâncio Costa, com uma receita de bolo de iogurte #sansatop. A integração escolar feita através da tradução de livros para deficientes visuais e tudo sobre os queridinhos da internet!
O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: John Mayer - Love on the Weekend Ana Vilela - Trem-Bala Maiara e Maraisa - Medo Bobo Jorge & Mateus - Pra Sempre Com Você
Aproveita essa edição recheada de conteúdo feita pra você <3 Beijos, Jéssica
JÉSSICA STIERLE
OS CULPADOS
CULTURA POP
WIFI
MATÉRIA DE CAPA
SAIDEIRA
HAZIEL SCHNEIDER
LUCAS INÁCIO
RENATA BOMFIM
VANESSA ESTEVES
Por Haziel Schneider,
CULTURA POP
18 aninhos punindo malfeitores em nome da Lua, estudante de Publicidade e Propaganda, fissurado por cultura pop
Os
Queridinhos da Internet
O YouTube é uma plataforma que só cresce desde que surgiu, em 2005. Com o passar do tempo, os criadores de conteúdo, também conhecidos como vlogueiros, foram se apropriando e tomando conta do espaço. Hoje em dia eles se chamam, exclusivamente, de youtubers e têm até premiações específicas da área.
Kefera Buchmann,
do canal 5minutos, é uma das mulheres mais bem sucedidas na cena. Neste ano, foi eleita pela revista Forbes como uma das jovens mais promissoras do país e seu canal, ativo desde 2010, foi um dos primeiros brasileiros a atingir um milhão de inscritos.
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SANTA CATARINA REPRESENTS!
Talvez você não saiba, mas grande parte dos queridinhos do YouTube são de Santa Catarina e estão pertinho da gente. <3
Lucas Rossi Feuerschutte, mais conhecido como Luba, é de Tubarão e dono de uns canais mais famosos do país. Conhecido por seus vídeos sobre cultura geek, games e senso de humor, o astro catarinense é a preferência do público de 11 a 15 anos e seu canal LubaTV já tem mais de três milhões de inscritos.
Whindersson Nunes
é atualmente o maior youtuber masculino do Brasil com canal homônimo que já passa dos 12 milhões de inscritos. Whindersson é humorista, cantor, compositor e ganhou muito destaque pelas paródias musicais em que produz.
Nostalgia
, do Felipe Castanhari, é um prato cheio para fãs de cultura pop dos anos 90 e 2000, fazendo total jus ao nome do canal. Com uma proposta diferente dos citados anteriormente, esse se destaca por seus vídeos relembrando acontecimentos, programas, músicas e nomes que marcaram a vida de quem viveu nas duas ultimas décadas. O canal conta com mais de sete milhões de inscritos.
Porta dos Fundos, antes
de ser ultrapassado por Whindersson, era o canal brasileiro com o maior número de inscritos, mas agora segue na vice-liderança. Criado em parceria e com investimento de uma famosa produtora, o canal não tinha como dar errado: Clarice Falcão, Fabio Porchat e Gregório Duvivier são alguns dos nomes que fizeram parte dessa equipe.
Depois das Onze é um canal composto pela dupla dinâmica (e que dinâmica!) Thalita Meneghim e Gabriela Fernandes. O carisma e sintonia das duas que transborda nos vídeos, foi o suficiente para conquistar o público e fazer o canal crescer, atingindo a marca de 670 mil inscritos.
Seu Site Favorito, da estrela em ascenção Piink já é um “musthave” na lista de quem curte youtubers. O canal ficou conhecido principalmente pelo quadro POPTUBE, que inova o estilo com uma pegada jornalística trazendo notícias sobre personalidades na cena do Youtube Brasil. O visual colorido, o cenário e o carisma de Piink somam em uma combinação perfeita, resultando no crescimento do canal que já passa dos 66 mil inscritos e possui vídeos com mais de 700 mil visualizações.
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WIFI
Por Lucas Inácio
NA ESTAÇÃO DE BRINCAR É, literalmente, redundante falar que a realidade virtual já é uma realidade, mas de fato 2016 está sendo um ano importante nesse processo. O lançamento da vez é o Playstation VR, que entrou no mercado em meados de outubro. O preço ainda assusta, tanto lá fora (US$ 399) quanto por aqui (mais de R$ 3 mil), mas é um passo que coloca o produto de vez no mercado. O dispositivo vem com 18 jogos de demonstração e fone de ouvido, além da unidade de processamento e os cabos necessários. Sites especializados deram opiniões positivas sobre o aparelho, mas como não temos condições de comprar, se vocês comprarem e quiserem nos convidar para o teste, será um prazer.
NOVIDADES TECH AS NOVIDADES TECHS QUE A GENTE QUER
BATMAN EM DOSE DUPLA
O herói mais querido da DC chegou em dose dupla no mercado de games em outubro. Primeiro com Batman Arkham para realidade virtual, um dos jogos de super herói com maior sucesso lançados até agora. Ele é, exclusivamente, para o PS VR, ou seja, é só colocar a máscara e ir combater o crime em Gotham. Outra alternativa é o relançamento do outros jogos da série para consoles mais novos (PS4 e Xbox One). Batman: Return to Arkham é um compilado de Arkham Asylum (2009) e Arkham City (2011), mas com recursos visuais renovados e alguns extras. Vale lembrar que um terceiro game Batman: Arkham Night saiu ano passado.
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Quer curtir e compartilhar o melhor da vida? Então, venha para a TIM.
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Agora com mais internet em um chip só.
VENDE-SE: 140 CARACTERES Quem quer comprar uma rede social com mais de 320 milhões de usuários? Se você está interessado, terá que entrar na briga com quatro gigantes: Google, Microsoft, Salesforce e até Walt Disney. Sim, essas são as quatro empresas que mostraram interesse em comprar o Twitter, de acordo com as informações da Bloomberg. A empresa dos 140 caracteres abriu conversas para venda e deve fechar negócio até o fim do ano depois de perder mais de US$ 500 milhões em 2015. Se já tá difícil para eles, imagina para nós.
UNIÃO PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Já que citamos alguns gigantes da tecnologia concorrendo pelo Twitter, vale destacar os momentos de união também. O último foi a parceria entre Google, Microsoft, IBM, Facebook e Amazon pelo desenvolvimento de inteligência artificial. Todas essas empresas já têm seus projetos individuais, mas agora formaram uma rede colaborativa com o intuito de “beneficiar a sociedade”. A ideia é alinhar as práticas para manter a ética e a transparência sobre esse assunto tão delicado. No cinema, vários filmes tratam do tema. Será que é medo de virarmos Matrix?!
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O jogo para celular Construction Crew 3D é para quem gosta de veículos pesados, principalmente aqueles de construção civil. A ideia é pegar caminhões e outras máquinas e colocá-las na função com o objetivo de chegar ao ponto desejado. Parece fácil no começo, mas dirigir quinze jamantas diferentes ao longo de 90 fases é para quem tem braço.
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Venha para a TIM e mantenha o seu número.
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Oferta válida para adesões até 20/11/2016 por clientes pessoa física em todo o Brasil. Minutos e torpedos válidos para operadoras móveis, fixas e SME com perfil assinante pessoa física. Caso consuma 100% do seu pacote (1) de minutos, o cliente será tarifado em R$ 0,25 por minuto, descontados de seus créditos; (2) de internet, sua conexão será bloqueada até que ocorra a renovação da franquia mensal. Os benefícios da Oferta são válidos até 20/11/2016. Oferta TIM CONTROLE Express válida para pagamento via cartões de crédito válidos, de acordo com o regulamento da oferta. Para o uso de internet, a velocidade de referência é de até 1 Mbps na rede 3G e 5 Mbps na rede 4G. Para mais informações, ligue *144 do seu TIM ou 1056 de qualquer telefone ou consulte o regulamento completo em tim.com.br. “Líder em cobertura 4G de Santa Catarina” refere-se à quantidade de municípios cobertos. Fonte: Teleco (http://www.teleco.com.br/4g_cobertura.asp?rel_mun=2#Rel_mun_4g), verificação feita em 29/03/2016. “Líder em cobertura 4G do Brasil” refere-se à quantidade de municípios cobertos e de população coberta. Fonte: Teleco, em 7/7/2016.
EDUCAÇÃO ESPORTE
Por Renata Bomfim
ALFABETIZAÇÃO TARDIA:
O RECOMEÇO É PARA TODOS
A vontade de Janaína Francisco Saturnino, 42, de ser professora começou na infância, quando brincava de estar à frente de uma sala de aula. A brincadeira, que parecia apenas inocência de uma criança, veio a se tornar real quando ela resolveu ingressar na faculdade e se formar no curso de Pedagogia, pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Desde então, a trajetória da professora na rede municipal de ensino de Florianópolis começou com a classe de aceleração, que tinha
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como proposta atender alunos com defasagem de idade e série. “Apesar de essas turmas hoje não existirem mais, a prefeitura havia lançado esse programa para acelerar os alunos por meio da pesquisa pedagógica”, relembra a professora, que ficou até 2002 com os trabalhos voltados para essa área. Por meio da pesquisa e proposta pedagógica adaptada, Janaína compõe, há quatro anos, o grupo de docentes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, atualmente, tra-
balha com a turma do primeiro segmento noturno na Escola Básica Municipal Donícia Maria da Costa, no bairro Saco Grande. “A EJA é a menina dos meus olhos, porque os alunos têm sede de aprender; faça chuva ou faça sol, eles vêm à aula porque querem”, destaca a professora. “Eu aprendo muito com eles.” Nessa linha do primeiro segmento, a abordagem é voltada para pessoas que precisaram, por algum motivo particular, parar os estudos e viram na EJA o recomeço.
Fotos: divulgação Revista Its
A vontade de Janaína Francisco Saturnino, 42, de ser professora começou na infância, quando brincava de estar à frente de uma sala de aula.
TARDA, MAS NÃO FALHA! Antonia Lima, 63, é natural de Travessa Teixeirinha, lá de Fortaleza (CE), e veio morar na Grande Florianópolis há cerca de cinco anos. Incentivada pelo filho, resolveu se inscrever na EJA para aprender a ler e a escrever, chance que não teve quando era criança. “Eu estou há três anos na EJA e eu tenho muita vontade de continuar os meus estudos”, destaca Antonia. Incentivo também precisou Valdecir Farias, 38, natural de Chapecó. Interessado em tirar a carteira de motorista, foi motivado pelos amigos este ano a retomar os estudos, interrompidos na quarta série.
Já Ricardo Serafim, 31, precisou apenas de um apoio para voltar a estudar: o seu. Natural de Florianópolis e com estudo parado na primeira série, viu na EJA a oportunidade de aprender a ler e a escrever. “Eu conhecia as letras, mas não conseguia juntar”, relembra o aluno, que já está há quatro anos se dedicando aos estudos. Com a didática que se difere do ensino regular, a EJA dá abertura para entender e ouvir a particularidade de cada aluno e, assim, entender o que o fez procurar por esse ensino. Baseado na leitura, o princípio educativo dessa modalidade de ensino se dá por meio
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da pesquisa, em que ajuda o aluno a construir e descobrir novas habilidades. “A aprendizagem ocorre pela interação e realização das ações pedagógicas diversificadas e coletivas, respeitando sempre o interesse e o conhecimento de cada aluno”, diz a professora. Com aulas diárias, de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h, o maior desafio apontado por Janaína é o cansaço e as dificuldades que os alunos enfrentam no dia a dia. “Por isso que é importante esse acolhimento, saber resgatá-lo e fazer com que ele se sinta importante na sociedade, dando a ele uma nova perspectiva.”
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Quero voltar a estudar... como faço?
Nunca é tarde para recomeçar, não é mesmo? Principalmente, quando o que você busca é um direito seu, como saber a ler e a escrever. E nada melhor do que conhecer onde estão os polos de ensino e, melhor ainda, descobrir que um desses pode estar bem perto da sua casa, não é mesmo? Em Florianópolis, há 19 núcleos que trabalham com primeiro e segundo segmento, em horários que podem ser de manhã, tarde ou à noite.
CONFIRA ONDE ESTÃO LOCALIZADOS OS POLOS AVANÇADOS: Escola Básica Silveira de Souza Rua Alves de Brito, 344 – Centro
Escola Básica Almirante Carvalhal Rua Bento Góia, 113 – Coqueiros
Núcleo de Estudo da Terceira Idade (NETI) Rua Des. Vítor Lima, 145 – Trindade
Centro de Educação Popular (Cedep) Rua Frei Fabiano de Cristo – Monte Cristo
Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) Rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310 – Centro
Biblioteca Pública Municipal Professor Barreiros Filho Rua João Evangelista da Costa, 1160 – Estreito
Associação de Surdos da Grande Florianópolis (ASSGF) Rua Trajano, 168 – Centro
Escola Básica Maria Conceição Nunes Rua Luiz Duarte Soares, 222 – São João do Rio Vermelho
Escola Desdobrada José Jacinto Cardoso Rua Marcus Aurélio Homem, 132 – Serrinha
Escola Básica Municipal Henrique Veras Rua João Pacheco da Costa, 249 – Lagoa da Conceição
Escola Básica Donícia Maria da Costa Rodovia Virgílio Várzea, s/n – Saco Grande
Escola Básica Municipal Herondina Medeiros Zeferino Rua Servidão Três Marias, 1072 - Ingleses
Comunidade do Arvoredo VER LOCALIZAÇÃO CERTA Escola Básica Osmar Cunha Rodovia Tertuliano Brito Xavier, 661 – Canasvieiras Escola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha Avenida Luiz Boiteux Piazza, 4810 – Canasvieiras Escola Básica Municipal Professor Anísio Teixeira Rua João Câncio Jacques, 1461 – Costeira do Pirajubaé Escola Básica Municipal João Gonçalves Pinheiro Rua Sílvio Lopes Araújo – Rio Tavares Escola Básica Batista Pereira Rodovia Baldicero Filomeno, 3000 – Ribeirão da Ilha Escola Básica José Amaro Cordeiro Rodovia “Seu Chico” Francisco Thomaz dos Santos, 1691 – Morro das Pedras
PROGRAMA REVISTA ITS ESPORTE
Por Jéssica Stierle jessica.stierle@portalits.com.br
RESUMITS Aquilo que rolou nos últimos sábados no @revistaits na telinha, da RICTV Record RÁDIO DJ
FCB NAS ESCOLAS
Os recreios da EEB Dom Jaime da cidade de Palhoça são diferenciados. Na escola a galera conta com um sistema irado de comunicação, a Rádio DJ. Comandada pela professora Bruna Ventura, a galera comanda a programação por meio do programa FUNFOU que transmite os avisos e toca só as mais pedidas entre a galera. Além de proporcionar um intervalo mais divertido, a diretora da unidade, Sônia Regina, acredita que o projeto transformou o dia a dia dos alunos trabalhando a interdisciplinaridade.
Outra iniciativa massa que nós acompanhamos no último mês foram os jogos promovidos pelo projeto FCB nas escolas. Escolas de Brusque, Blumenau e Joinville tiveram a oportunidade de abrir os jogos oficiais do Campeonato Catarinense de Basquete com os times escolares. Além de muita integração entre as diferentes unidades, não faltou diversão nos lances dignos de NBA e, claro, medalhas - muitas medalhas!
#PLAYLIST
MEU VOTO DECIDE
As músicas que a galera curte viram noticias/micos na tela da RICTV Record. No último mês quem comandou as mais pedidas no quadro Playlist foram os alunos da EEB Aderbal Ramos, da Capital. Além de cheios de estilo, a galera provou que tem bom gosto musical! Para conferir a lista de músicas deles, dá um like na página da @revistaits : )
Outubro foi mês de eleições, mês de exercer o poder do voto e comparecer as urnas. A @revistaits promoveu uma bate papo com alunos das escolas EEB Bela Vista e EEB Wanderley Junior, de São José. Com a participação dos jornalistas Marcos Giraldi e Altair Magagnin, a intenção dos encontros foi de contribuir na formação cidadã e democrática dos alunos.
O programa Revista its vai ao ar todos os sábados às 14h30 para todo o estado através da RICTV Record. Os melhores momentos estão na nossa página do FB.COM/REVISTAITS 15
ALIMENTAÇÃO
Por Renata Bomfim e Jéssica Stierle
ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL: O ALVO DA VEZ
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Fotos: Divulgação
A turma do quarto ano da EBM Mâncio Costa aprendeu que a alimentação saudável é primordial para a saúde.
Há pouco mais de dois meses, Diogo Ferreira dos Santos, 9, aluno da Escola Básica Municipal Mâncio Costa, no bairro Ratones, traçou um novo objetivo: eliminar a salsicha da alimentação. A iniciativa veio logo depois que participou do projeto Cozinhando com Letras, apresentado pela nutricionista Giovana Sbardellotto. “Até já avisei em casa que nunca mais vou comer produtos ultraprocessados”, desabafa Diogo. A decisão do aluno não foi surpresa para a professora Márcia Janete Sal-
vador, 43, que acompanhou de perto o trabalho da nutricionista com a turma. “Depois que a Giovana passou a mostrar do que era feito alguns alimentos processados, eles começaram a torcer o nariz”, comenta. Tanto torceram, que Diogo até já resolveu investir em alimentos naturais, como comer mais frutas. “Eu adoro banana.” Os alimentos in natura, aqueles não sofrem nenhuma modificação causada pelo homem; os processados e os ultraprocessados, serviram de classificação para a nutricio-
nista alertar os riscos de uma má alimentação e a necessidade de fazer com que as crianças, cada vez mais cedo, escolham por alimentos que as ajudem a fazer uma alimentação saudável. Em casa, a aluna Evelyn Caroline Fernandes, 10, já alertou sobre a importância da alimentação equilibrada para evitar problemas graves de saúde. “Eu contei que se comer muita gordura, a veia do coração pode entupir e acontecer um derrame.” Apesar da cozinheira Mariza Moraes, 62, estar a pouco mais de um ano na escola, já conseguiu observar a dificuldade de inserir alimentos saudáveis às crianças. “Eles questionam muito, mas sentem receio em provar algo que não é do cotidiano deles”, aponta. Mas há aqueles dias em que os alunos chegam ao refeitório e não conseguem passar reto pelo mingau de chocolate ou pelo bolo de iogurte, receitas todas equilibradas e com a supervisão da nutricionista Giovana.
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MUDANÇA DE HÁBITO Dona Mariza é a responsável pelo lanche da galera.
RECEITA DA DONA MARIZA BOLO DE IOGURTE
Na EBM Mâncio Costa, a receita faz sucesso e nós amamos a ideia de dividi-la com você! INGREDIENTES: • 2 xícaras de iogurte com o sabor da sua preferência • 2 xícara de farinha de trigo • 1 xícara amido de milho • 1 xícara de açúcar • ½ óleo • 2 colheres fermento COMO FAZ? Junte todos os ingredientes e bata no liquidificador. Coloque por último o fermento. QUANTO TEMPO? Unte uma forma com farinha e deixe a massa assando por 30 minutos em 180 graus no forno. RENDE QUANTO? 20 porções
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Na turma do Diogo e da Evelyn existe caso de criança com obesidade, bem como em outras turmas da escola. Por isso, a gente sabe que manter uma alimentação saudável vai muito além da estética, ela está ligada diretamente a qualidade de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já emitiu um alerta de que cerca de 2,3 bilhões de adultos, no prazo de até 2025, estejam com sobrepeso e pasmem: 700 milhões obesos. Isso apenas para os adultos! Agora, com as crianças, os dados são ainda mais assustadores: a obesidade pode afetar 75 milhões. Mas esses dados podem ser revertidos, sabe como? Mudando os hábitos alimentares e praticando atividades físicas. É claro que não se muda uma rotina da noite para o dia, mas você pode começar a dar pequenos passos para que essa mudança seja eficaz, sabe como? Incluindo proteínas, carboidratos, fibras, vitaminas, cálcios e, claro, frutas e legumes. E sabe aquela história de que quanto mais colorido, mais saudável é o prato? Carimba que tem validade! Confere só como você pode melhorar a sua rotina só mudando os hábitos alimentares:
*Beba água, muita água (ah, sem gás). No mínimo, 1,5L por dia; *Opte pelos alimentos que são grelhados ou cozidos; *Prefira sucos naturais; *Inclua, pelo menos, duas frutas por dia na sua alimentação; *Faça cinco refeições ao dia, isso faz com que você coma pouco em cada refeição; *Varie na escolha dos alimentos e fuja das dietas regradas com apenas um tipo de ingrediente.
ALIMENTOS IN NATURA, PROCESSADOS E ULTRAPROCESSADOS: COMO DIFERENCIÁ-LOS? Para isso tudo valer ainda mais a pena, alinhe com a prática de atividade física. E quando se diz atividade física, não nos referimos apenas a aquelas praticadas em lugares específicos, como academia, não. Faça caminhada diariamente, participe das atividades propostas dentro da escola, como aulas de educação-física, dança e todas as que estejam ligadas, diretamente, ao movimento do corpo.
Você sabia que existe uma classificação para os alimentos que consumimos e que são elencados em três categorias diferentes? Se você não sabe, também não precisa se desesperar, a gente explica. Mas se você já sabia, vale a pena relembrar. Confere aí: IN NATURA Os alimentos in natura são aqueles, predominantemente, de origem vegetal e podem ser encontrados nas plantas ou nos animais, sem que tenham sofrido qualquer alteração externada causada pelo homem. PROCESSADOS A partir dessa categoria, é preciso ficar de olho na alimentação, porque os alimentos processados constituem-se, principalmente, pela adição de sal e açúcar e aqueles que são minimamente processados, como os que estão em conserva e enlatados. ULTRAPROCESSADOS Sabe aquele salgadinho, refrigerante e bolacha recheada que enchem os olhos e encantam pelo brilho e forma de apresentação? Pois é, está na hora de evitá-los. Esses alimentos passam por várias etapas de processamento e contém substâncias que foram refinadas e concentradas durante o processo.
Na cozinha da escola, as fruteiras sempre estão recheadas de frutas fresquinhas.
Diogo e Evelyn posam com o cartaz que produziram utilizando a classificação dos alimentos consumidos no dia a dia.
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CAPA ESPORTE
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Por Renata Bomfim
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Logo que assumiu a coordenação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Sul/I este ano, Janete Elenice Jorge, 38, resolveu aproximar os alunos do primeiro segmento da pesquisa a partir do contexto vivido por cada um. A ideia, compartilhada com a professora da turma, Maria Aparecida Delgado, não só deu certo, como colocou a iniciativa das educadoras entre os finalistas do prêmio Professor Nota 10, oferecido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, neste mês de novembro, que reconhece ações humanizadoras dentro da pedagogia. Com o questionamento acerca de “Quem somos nós?”, os alunos do primeiro seguimento, da Escola Básica Municipal Anísio Teixeira, na Costeira do Pirajubaé, tiveram contato com a pesquisa em que propôs explorar a ideia de identidade coletiva. “A partir de uma ‘chuva de ideias’, nós levantamos cinco perguntas para que os conteúdos da pesquisa fossem inseridos”, relembra Janete. Entre os temas que seriam pesquisados, estavam os questionamentos: por que a mulher negra ganha menos que a mulher branca na mesma profissão? Por que os jovens acham que os idosos não podem estudar? O que é ser trabalhador? Por que somos explorados no trabalho? Por que os pobres e negros são tão discriminados?
Alunos do primeiro segmento, responsáveis pelo trabalho de pesquisa feito sobre "Quem somos nós?"
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Mesmo sem nunca ter feito uma pesquisa, Sueli Cordeiro, 72, aceitou a atividade proposta. Incentivada pela filha, que também foi aluna da EJA e hoje cursa gastronomia, a aposentada resolveu encarar a sala de aula e estudar o por quê dos jovens acharem que idosos não podem estudar. Para desenvolver a pesquisa, Sueli contou com ajuda para criar um questionário, em que tabulou as respostas para avaliar se, realmente, existe preconceito com os idosos. “No resultado, eu vi que não existe tanto preconceito e que o idoso tem muita imaginação”, comenta Sueli que participou de um bate papo entre gerações com os alunos do ensino regular. No primeiro segmento, em que se trabalha do primeiro ao quinto ano, a alfabetização é o que ganha destaque na didática em sala de aula, deixando a pesquisa como trabalho a ser desenvolvido com os alunos que estão no segundo seguimento, do sexto ao nono ano. Quando Janete resolveu trabalhar em parceria com a professora Aparecida em sala de aula, o conceito seria desenvolvido em partes e a partir da vivência de cada um para que a aprendizagem fosse significativa. “Nós inserimos a ideia de uma exposição fotográfica para mostrar que a leitura vai muito além do signo escrito, porque a minha preocupação desde o começo era formar analfabeto funcional. Então, eu dizia que eles não precisavam decodificar os códigos, porque isso viria com o tempo,
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mas entender o contexto”, destaca a professora. “A ideia das fotos foi uma iniciação para a pesquisa, porque eu queria que eles pensassem o tema e que eles desconstruíssem essa ideia da leitura de saber se comunicar e não saber ler. Eu ia entrar com texto escrito e queria que eles não se assustassem.” Para construção da exposição, a coordenadora apresentou à turma imagens com e sem legendas para que eles forçassem a entender a mensagem da fotografia. Regina Ines Alves Lucrécio, 56, aluna do primeiro segmento da EJA, reconheceu que algumas palavras doem mais do que um soco, ao analisar a imagem de um homem que acertou o resto de uma mulher. “Foi quando eu mostrei para eles que, para se comunicar, não precisa ser só por escrito e pedi para que passassem a mensagem da problemática por meio da fotografia”, destaca a coordenadora. “Eles pensaram como fazer a representação da problemática por meio das cinco perguntas que havíamos feito. Eu fiz os registros, revelei as imagens e fizemos a exposição.” Para desenvolver o trabalho, os alunos contaram com a ajuda da professora de artes, Jaqueline Camila Abreu, que os auxiliou na produção da exposição. A apresentação contou com cartazes, frases para divulgação e figurinos para explorar os temas, como racismo, preconceito, exploração e discriminação. Falando em cartaz, Sueli foi quem teve o maior pra-
zer em contribuir com a turma e ver os que fez serem expostos. “Foram os mais lindos”, comemora. A professora da turma, Cida, está na EJA desde que surgiu, em 2004, e sempre acreditou que a pesquisa trabalha todo um contexto e não como uma atividade isolada. No trabalho pioneiro desenvolvido com os 12 alunos do primeiro segmento do EJA Sul/I, o retorno foi positivo. Com duração de quatro meses, de março a julho deste ano, o trabalho melhorou a oralidade dos alunos e a frequência. “No período da pesquisa, eu parecia criança pequena. Não via a hora de vir à escola para fazer o trabalho”, comenta Regina, que estudou a diferença de salário entre mulheres negras e brancas na mesma profissão e aplicou ao seu trabalho de doméstica. “Depois que eu comecei a fazer a pesquisa, não faltei mais, porque foi muito interessante pra mim esse trabalho e eu fiquei bem mais esperta.”
Alunas, professora e coordenadora explicam como foi desenvolver o trabalho de pesquisa pioneiro na unidade.
Desdobramento do
projeto
O que era para ser apenas um projeto pedagógico para inserir a pesquisa na turma do primeiro segmento da Escola Básica Municipal Anísio Teixeira, acabou ganhando desdobramentos e levando os alunos para se apresentar no 3º Encontro Internacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (Alfaeeja), que aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), entre os dias 23 e 26 de outubro e, também, na Semana da Pedagogia, que aconteceu no mês de setembro, na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). “Foi uma apresentação tão emocionante, que me deu vontade de chorar ao ver as pessoas aplaudindo por um trabalho que você fez, sem ter nenhum diploma”, relembra Regina emocionada. A doméstica nunca havia entrado numa universidade e, para chegar até a sala da apresentação, foi guiada pela exposição fotográfica com as imagens que ela fez com a turma e ganhou espaço no evento. Para Janete, aproximar a Educação de Jovens e Adultos da universidade é estreitar os laços e se torna ainda mais interessante. A apresentação dos alunos foi mais um desdobramento da pesquisa. Em sala, os alunos pediram para transformar o tema de Sueli, que trazia a dúvida entre gerações de que idoso não poderia estudar, ganhou ritmo e espaço em evento internacional. Construído e musicalizado em conjunto, entre alunos e professores, você confere o resultado agora:
SAMBA DE QUEM VOLTOU No tempo que eu era jovem Eu não podia estudar Agora que fiquei velho Voltei para sonhar Saudade da escola me fez voltar Saudade da escola me fez sonhar Nos corredores da escola Muitos jovens encontrei Preconceito e descaso nem liguei Saudade da escola me fez voltar Saudade da escola me fez sonhar A vida com os jovens é bem melhor Convivência me fez ver Que o mundo é bem maior Vou navegar na água da minha ilusão Preconceito também estava No meu coração. Saudade da escola me fez voltar Saudade da escola me fez sonhar Criativos, com conteúdo e ainda uma mensagem para os tabus impostos pela sociedade. Letra fácil de decorar que até lendo já se coloca um ritmo na cabeça, não dá? Parabéns, pessoal, mandaram muito bem!
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Interagindo na rede Para você que tem vontade de voltar a estudar, mas ainda não conseguiu ir atrás de um polo avançado, por receio ou por conta da correria do dia a dia, na fanpage do EJA Sul você pode encontrar depoimentos dos alunos que participaram da pesquisa e como eles veem a importância dessa modalidade para voltar a estudar e fazer com que a alfabetização, mesmo que tardia, nunca seja tarde demais. Além disso, você acompanha a divulgação das atividades desenvolvidas dentro e fora de sala de aula. Segue aí: Eja Sul.
DESMISTIFICANDO A IDEIA DE SUPLETIVO Em depoimento, a coordenadora da EJA Sul/I desmistificou a ideia de que a EJA tenha trabalho pedagógico semelhante ao dos conhecidos supletivos e comentou sobre os desafios da alfabetização tardia. “Eu acho que existe muito preconceito na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e tem muito essa ideia de supletivo. Quando os alunos chegam até nós, eles chegam com uma autoestima abalada e é difícil fazer com que ele reconheça nesse espaço, porque a ideia que se tem é que não está na idade certa. Mas não tem idade certa. Os nossos alunos produzem conhecimento, arte. Eu acho que é preciso um olhar para ocupação dos espaços das escolas, entre a escola do dia e da noite. A EJA é uma nova maneira de ver a educação, de ver a escola. Os nossos alunos são pessoas da comunidade, tem o direito de ocupar esse espaço e merecem respeito. Nesse sentido, a gente tem um caminho bastante longo a trilhar, mas eu acho que a gente conseguiu, de certa forma, mostrar que é um espaço de escola, um espaço social, de convivência. Eu acho que isso é muito bom, porque é preciso pensar no sujeito. Todo o sucesso do nosso trabalho, todo reconhecimento em congressos, prêmios, tudo é dos alunos. A partir do momento em que o professor é o mediador e o aluno é o foco do planejamento, que sai da posição de passividade e se torna ativo nesse processo, isso tem muito ganho.”
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Sueli Cordeiro, 72, aluna da EJA.
A invisibilidade também é tema para turmas do segundo segmento O documentário Doméstica, lançado em 2001 com direção de Fernando Meirelles e Nando Olival, foi tema, para a atividade desenvolvida com o segundo segmento da EJA Sul/I. A partindo do impacto e reflexão a cerca do tema, os alunos passaram a questionar e notar as coisas ao redor que os fazem se sentir invisíveis, assim como aquilo que eles fazem que inviabiliza as pessoas. Na proposta, desenvolveram cenas teatrais, retiradas da própria realidade em que vivem, e foram fotografados.
Nas representações, alunos relataram cenas de violência contra a mulher; descaso no atendimento para pessoas gestantes, idosos e deficientes físicos; o desrespeito com o morador de rua e outras cenas do cotidiano. “Invísíveis” é a representação real da realidade e de ações que, para quem toma, pode ser pequena, mas para quem sofre é difícil lidar. Mais um trabalho da EJA, mais um que merece os nossos parabéns!
Não se acanhe... Apesar da sigla EJA citar apenas Educação de Jovens e Adultos, os idosos também fazem parte desse grupo, sem necessidade de inserir mais uma nomeação. A EJA é inclusiva e nela cabem todos aqueles que buscam dar um novo rumo na vida e se alfabetizar.
Regina Ines Alves Lucrécio, 56, aluna da EJA.
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INTEGRAÇÃO
Por Renata Bomfim
ARTESÃ DE LIVROS
A transcrição de livros em braile pelas pedagogas do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) é quase um processo artesanal. Atentas a cada detalhe, as transcritoras trabalham com paciência e muita atenção para realizar o trabalho de transcrição fidedigno ao livro original. 28
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Concentrada na atividade que desenvolve, Rosalia Maria de Souza Silva, 52, trabalha com cuidado ao transcrever as páginas do livro didático de química para o vestibular de um aluno do ensino médio. Integrante do CAP há dez anos, a pedagoga, que antes trabalhava com alunos cegos em sala de aula, viu a necessidade de trazer um CAP para Florianópolis, já que o atendimento, até então, era feito apenas pelo Estado.
Em Florianópolis, há 22 salas multimeios que ajudam os alunos a estudarem braile no contraturno escolar.
“Eu e mais uma colega fomos a um congresso em São Paulo, conhecemos mais a fundo os trabalhos de transcrição e resolvemos escrever um projeto ao MEC para ter o nosso próprio CAP”, relembra Rosalia. “Quando eu pego um livro, eu o estudo na tinta, vejo as adaptações que tenho para fazer, como a transcrição das imagens, e depois começo o processo”, comenta a pedagoga. Para fazer a transcrição, o livro preci-
Fotos: divulgação Revista its
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Coordenadora do CAP, Cimone Fátima dos Santos.
sa estar sem nenhuma imagem, apenas com o texto. “O que a impressora não consegue imprimir, nós fazemos manualmente”, como é o caso de formatos de desenhos das disciplinas de química, física e matemática, que, para Rosalia, são as mais demoradas. O serviço, feito de forma totalmente gratuita, atende só neste ano 18 alunos do primeiro ano do ensino básico ao terceiro do ensino médio. De acordo com a coordenadora do CAP, Cimone Fátima dos Santos, 39, há em Florianópolis 22 salas multimeios que ajudam os alunos a estudarem braile no contraturno escolar. “Ele estuda no ensino regular, mas precisa aprender a ler em braile até para aprender as novas normas. Isso é um processo lento, mas necessário”, afirma a coordenadora. As salas multimeios funcionam como suporte aos alunos para desenvolver a escrita braile e a leitura do aluno. Para fazer o processo de transcrição, o CAP conta com o planejamento do professor para saber as páginas ou capítulos que serão transcritos e usados ao longo do ano letivo com os livros didáticos. “Uma folha de livro em tinta, esses que a gente lê, costuma gerar três em braile, pelo tamanho da letra em que ela é impressa”, comenta Cimone. Todo esse processo de transcrição é demorado, e o tempo de produção varia muito de acordo com cada conteúdo. “É mais do que transcrever, é todo um processo de adaptação.”
MAS O QUE MAIS O CAP ATENDE?
Além de fazer a transcrição dos livros didáticos para alunos cegos, o CAP também atende alunos com baixa visão e transcreve livros de literatura para os anos iniciais, do primeiro ao quinto ano de forma interativa, em que, além do braile, trabalha a sensibilidade do aluno por meio das colagens e texturas que compõem o texto. No nível mais avançado, para alunos mais experientes com a leitura em braile, o CAP também trabalha com ledores de tela, em que o arquivo é transcrito e adaptado para que o aluno tenha acesso ao material pelo computador.
Primeiro passo
Para começar o processo, a equipe do CAP pode receber de duas formas o material a ser transcrito: por meio de um arquivo disponibilizado pela editora que produziu o livro ou, caso não tenha esse acesso, é escaneada página por página que será transcrita.
Segundo passo
Na tela do computador, o transcritor limpa todas as imagens que estão no arquivo e deixa apenas o texto. Vale ressaltar que é preciso muito cuidado nesse processo para que não se tire nenhuma palavra e não se perca nada da escrita.
Terceiro passo
Uma vez limpo o texto, como as transcritoras costumam dizer, o conteúdo é passado para o programa Braile Fácil, no próprio computador, que transforma o texto em leitura em braile.
Quarto passo
Depois do material impresso, as imagens - mais difíceis de serem representadas pelo programa - contam com o apoio manual e trabalhos em relevo para que o aluno também utilize da sensibilidade na hora de estudar
Quinto passo
Depois de todo esse trabalho de produção, chega a hora da revisão. Nesse processo, o CAP conta com dois profissionais cegos que fazem a leitura do material junto com a transcritora responsável pela transcrição para ver se não faltou nenhuma palavra e se precisa refazer alguma página. Todo o trabalho desenvolvido pelo CAP, vale ressaltar, é fidedigno à obra transcrita.
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Para imprimir o livro em braile, é necessário uma impressora especial.
tenho que dar uma parada, porque eu ‘engato’ e vou lendo muito rápido. Nessas horas, é preciso parar e ler mais devagar”, ressalva a pedagoga. “Quando encontramos um erro, ele marca na folha no braile, e eu no livro em que acompanho, para que seja corrigido.” E nesse trabalho todo, os que recebem os livros fazem parte de todo esse processo gratificante, como a Rosalia mesmo já recebeu esse retorno. “Todos os alunos são especiais, mas teve um que me disse que o livro era a vida dele”, revela a transcritora. “Nós fazemos parte da alfabetização e da vida escolar dele. Quando você faz esse trabalho artesanal, você faz com muito carinho, porque você sabe que tem alguém usando. É muito prazeroso.”
Rosalia Maria de Souza Silva trabalha há dez anos como transcritora.
Ferramenta necessária para fazer o trabalho em braile nos livros didáticos.
E nesse processo todo de transcrição, tem um trabalho que é fundamental: o do revisor. No CAP, quem desenvolve essa atividade são dois profissionais cegos que, com o apoio da leitura de uma transcritora, acompanha o texto em braile para ver se foi transcrito sem erros. “O papel que eu desenvolvo aqui é igual ao do revisor de uma editora. Se não for feito esse acompanhamento, o que vai acontecer? O material sai sem qualidade e sem saber se está correto para o uso”, afirma Marcos Antônio Schlloser, 35, revisor no CAP desde 2006. Para Giselle Silvestre da Silva, 47, transcritora, o trabalho entre eles nessa hora é de parceria. “Às vezes, eu
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QUAIS ESCOLAS O CAP ESTE ATENDENDO NESTE ANO? Presente em escolas públicas e privadas, o CAP atende Florianópolis e região, nas demandas deste ano. Confira só onde estão os materiais transcritos:
FLORIANÓPOLIS EBM Professor Anísio Teixeira; Colégio Tradição; EBM Donícia Maria da Costa; EEB Jornalista Jairo Callado; Colégio Nossa Senhora de Fátima; Instituto Estadual de Educação; EBM Intendente Aricomedes da Silva.
SÃO JOSÉ CEM Morar Bem; CEM Escola do Mar; CEM Antônio Francisco Machado; CEM Araucária; CEM Santa Ana; Colégio Liderança.
PALHOÇA EBM Prefeito Reinaldo Weigartner; EBM Professor Febrônio Tancredo de Oliveira – CAIC.
Na hora da revisão, é necessário fazer a leitura de duas formas: em braile e no livro original.
GALERIAS
Byanca, Mayza, Caio, Brenda e Karol
Richard e Gustavo
Yasmin e Raissa
ESCOLA
ALMIRANTE CARVALHAL Patrick, Caio, Karol, Brenda, Byanca, Mayza e Manuella
Paulo, Gabriel e Klisman
32 REVISTA ITS | ร NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Maria Vitรณria e Caio
Luana e Maria Eduarda
Fotos: DM Fotografia
Lan, Neto, Gustavo S, Gustavo e Vinicius
Patrick, Pedro Paulo, Luan, Kaue, Manuella, Caio, Karol, Brenda, Byanca e Mayza
Natalia, Bianca, Rafaella e Sisa
Maria Eduarda, Darlan e Beatriz
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Ana Paula
Fabio
Eliane
Pietra
Roberta
ESCOLA
Fotos: DM Fotografia
DILMA LUCIA
Mariana, Hevellyn, Damaire e Lucas
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Livia e Natan
Hevellyn, Kelly e Livia
Natan
Marko
Eduarda
Aline
Luan
Luis Felipe e Lenon
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Rafaela, Luiza e Natan
Clara e Mirelly
Joana e Juliana
ESCOLA
HERONDINA MEDEIROS Fotos: DM Fotografia
Emily, Mariana, Paola, Eduardo e Pedro
Gabriela, Amanda, Maysa, Byanca, Isabelly, Julia e Brenda
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Evelyn, Maysa e Allanes
Rebeca, Stefany e Mariana
Valentin, Caio, Marcelo, Andre e Eduardo
Isabelly, Julia, Igor, Gabriela e Amanda
Mariana, Emily, Marina e Larissa FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Julia e Maria Luisa
Maria Luisa e Maria Eduarda
ESCOLA
JOÃO AMARO CORDEIRO
Fotos: DM Fotografia
Verônica, Anabelle e Anna Beatriz
Beatriz, Ester, Maria Eduarda e Maria Luisa
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Veronica e Ana Beatriz
Aiyra e Nathaly
Guilherme, Carlos, Wellinthon e Matheus
Carlos e Guilherme
Anabella
Luiz Gustavo
Wellinthon FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Fotos: DM Fotografia
Luiz e Isak
Guilherme e Clarissa
Yasmin
ESCOLA
OSVALDO MACHADO Professor Cléo com as alunas Amanda, Raissa, Beatriz e Yasmin
Luan, Albino e Felipe
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Maria Vitoria, Paola e Kauane
Giovana
Mateus
Layan e Ariel
Raissa, Amanda e Beatriz
Professora Joice e Alunos do Osvaldo Melo
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Por Vanessa Esteves www.esteveswhere.com SAIDEIRA
AINDA EXISTE UMA CRIANÇA Abri a janela ao acordar e vi três crianças brincando na quadra de esportes do prédio da frente. Achei um ótimo jeito de se comemorar o Dia das Crianças, logo no meio da semana. Escutei as risadas delas como se fossem música para os meus ouvidos. Decidi abrir o Facebook para encontrar postagens legais para compartilhar e vi diversos rostos de crianças nos perfis de meus amigos. Uns ainda bebês, outros com dentes de leite quase caindo. Vi fotos coloridas e fiquei com um sorriso no rosto quando encontrei também fotos em preto e branco nos perfis de amigos mais velhos. Todo mundo tinha entrado na brincadeira e, de algum modo, demonstravam que ainda tinham uma criança morando no coração deles. Porque não importa a idade, existem muitas pessoas que têm a inocência, o coração puro e a risada contagiante de uma criança. É por isso que várias delas continuam comemorando o Dia das Crianças e dando e recebendo presentes na data. A gente acaba virando adulto, adquire vários deveres para cumprir todos os dias, têm diversas contas para pagar, estressa-se com o cotidiano e, frequentemente, sente saudade da infância. Já parou pra pensar por que sentimos tanta falta dessa época de nossa vida? A nossa maior preocupação era qual desenho animado escolher para assistir na televisão assim que acordávamos. A variedade era grande e todos pareciam ser maravilhosos aos nossos olhos e ouvidos. Grudávamos o olhar na tela da televisão e quase nem respirávamos de tanta felicidade que sentíamos naquele momento. Era prazero-
so acordar cedo porque assim assistíamos a um número maior de desenhos. E, se hoje, mudando de canal a cada segundo, deparamo-nos com um desenho do qual gostávamos quando éramos pequenos, ficamos felizes e nostálgicos ao saber a música de abertura, as dancinhas dos personagens e até algumas falas usadas. O mesmo podemos perceber nos doces e salgados que nos remetem à infância. Quando encontramos chicletes, balas, pirulitos, salgadinhos, refrigerantes, sucos e tantos outros alimentos que amávamos na primeira parte da nossa vida, somos transportados mentalmente aos momentos em que comíamos cada uma daquelas comidas, fossem elas vivenciadas com os amigos inseparáveis, com a família em um almoço de domingo, em um aniversário de um parente ou na escola com os colegas de sala. E nem preciso dizer que o gosto e o cheiro nos fazem sentir uma cócega momentânea no céu da boca e a vontade incessante de continuar tendo aquelas memórias incríveis. E também, claro, não posso deixar de fora dessas lembranças os lugares que são definidos como "da infância". O parquinho do bairro, a casa da vovó, a rua em que passeávamos de bicicleta com amigos, o colégio em que estudávamos quando éramos crianças, a praia a qual íamos com toda a família. Podemos até frequentar os mesmos lugares na fase adulta, porém é quase uma obviedade de que sempre nos lembraremos deles como espaços físicos especiais e inesquecíveis para nossa infância. Cada parte desses lugares têm até hoje um flash que percorre
nossa mente no exato momento em que os visitamos. É por isso que nesses lugares sentimos um aconchego no coração. A infância carrega consigo momentos inesquecíveis, pessoas especiais, cheiros memoráveis, gostos cognoscíveis e uma nostalgia presente pra sempre na nossa vida. E, enquanto vejo as três crianças brincando na quadra de esportes do prédio da frente, lembro-me de todas as brincadeiras que fazia com meus amigos. Algumas só existiram lá atrás e outras são mantidas até hoje nos momentos de diversão das crianças. Só que nós crescemos, viramos adultos e agora as brincadeiras não são tão essenciais em nossa vida. Porém, enquanto curtia as fotos de criança dos meus amigos, entrei na brincadeira e postei uma foto também. Foi, então, que percebi que nós podemos ter amadurecido, tido outras responsabilidades, deixado algumas prioridades do passado de lado, mas continuamos, até hoje, e independente das circunstâncias, brincando do nosso jeito. Podemos duvidar, entretanto ainda existe uma criança no nosso coração. A nossa risada pode continuar sincera, apesar de todos os obstáculos que precisamos ultrapassar. O nosso abraço ainda pode ser de urso, apesar das fraquezas que às vezes temos. As nossas brincadeiras, apesar da seriedade a qual precisamos estampar no rosto de vez em quando, podem ser tão incríveis quanto antes. Nós só precisamos querer. Não lembra? Na nossa infância querer era, sim, poder. Nossos sonhos não eram impossíveis e voar estava nos nossos planos. Afinal, o céu não era o limite para nossas risadas.
infância carrega “ Aconsigo momentos
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“
inesquecíveis
Vanessa Esteves tem dezenove anos, mora em Florianópolis, é blogueira desde 2012 e futura jornalista. Apaixonada por livros, escrita, música, sorrisos e azul. Acredita que pode mudar o mundo (ou pelo menos uma parte dele) com suas palavras. Acesse: esteveswhere.com e saiba mais da garota
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